Está en la página 1de 34

Est Ag 42 (2007) 417-450

El salterio como libro


Nueva lectura de los salmos

C o n la p u b lic a c ió n e n 1933 d e la Introducción a los Salmos 1 G u n k e l


in a u g u ró la n u e v a e ra d e la in v estig ac ió n crítica. D e h e c h o los c o m e n ta ­
rio s a los salm o s p u e d e n divid irse c ó m o d a m e n te e n tre los re d a c ta d o s
a n te s y d esp u é s d e G u n k e l. E l m é to d o h istó ric o -fo rm a l a p licad o p o r él se
h a m a n te n id o y se m a n tie n e p le n a m e n te v ig en te. L os c o m e n ta rista s h a n
se g u id o la s e n d a d e G u n k e l co n alg unas co rreccio n es, p e ro sie m p re b a ­
sá n d o se e n la a g ru p a c ió n d e los salm o s p o r g é n e ro s literario s. G u n k e l
ro m p ió c o n la c rítica h istó ric a p ra c tic a d a a n te rio rm e n te q u e in te n ta b a
a v e rig u a r la situ a c ió n c o n c re ta e irre p e tib le q u e d io o rig e n al salm o. P a ra
G u n k e l los salm o s so n lite ra tu ra fun cio n al; p o r lo ta n to y d e sd e el p rin c i­
p io e l salm o su rg e p a ra se r re c ita d o e n m ú ltip le s circu n stan cias. N o se
c o m p o n e n p a ra u n in d iv iduo , sin o p a ra u n a situ a c ió n p e rs o n a l o co m u n i­
ta ria . C o m o re s u lta q u e h o y los salm os n o se e n c u e n tra n a g ru p a d o s si­
g u ie n d o el c riterio lite ra rio ni se a d v ie rte , se g ú n él, u n tip o d e re la c ió n in ­
te r n a e n tr e los p o e m a s sucesivos, n o vio n e c e sa rio m a n te n e r el o rd e n ac­
tu a l d e los salm os y p o r lo m ism o le p a re c ió c o rre c tísim o el e stu d io p o r
g é n e ro s literario s. S a b e él q u e u n o de los p re s u p u e s to s irre n u n c ia b le s de
la cie n cia es q u e n a d a p u e d e se r in te r p re ta d o sin su p ro p io c o n te x to 2. P o r
ta n to es p rec iso re d e s c u b rir las re la c io n e s e x iste n te s e n tre los salm os.
E s to s m an ifie sta n su u b icac ió n e n la lite ra tu ra si los ag ru p a m o s te n ie n d o
e n c u e n ta esto s tre s ele m en to s: la fo rm a o e s tru c tu ra lite ra ria , el fo n d o
c o m ú n d e se n tim ie n to s y e m o cio n es y el Sitz im Leben o c irc u n sta n c ia in ­
d iv id u a l o c o m u n ita ria d e la q u e p ro ce d e .

1 Traducción española hecha en Valencia por Edicep en 1983.


2 H. GUNKEL, Introducción... 19.
418 C. MIELGO

L a v alidez d e e s ta clasificación p u e d e c o m p ro b a rse e n la le c tu ra c o ­


tid ia n a d e los salm os. R e c o n o c e r d e s d e el p rin c ip io si el salm o es u n a la ­
m e n ta c ió n o u n h im n o , p o r e je m p lo , p e rm ite q u e el le c to r se p re p a re p a ra
rec ib ir las id eas y e m o c io n e s u su a le s d e e stas fo rm as literarias. N o p a re c e
q u e h a y a o tro acceso m ás ú til a la in te rp re ta c ió n d e u n salm o. L os c o ­
m e n ta ris ta s y los le c to re s e n g e n e ra l se h a n re n d id o a n te e s ta a firm ació n
d e G u n k e l s o b re la in te rp re ta c ió n d e los salm os: El estudio de los géneros
constituye ... el fundam ento firm e sobre el que se debe construir todo el edi­
fic io \
S in em b arg o , d e sd e h a c e u n o s 20 añ o s h a co m e n z a d o u n a o rie n ta c ió n
n u e v a q u e p ro p o n e le e r los salm o s cu al si fu e ra u n lib ro , c o m o si los sa l­
m o s fu e ra n sucesivos c a p ítu lo s d e u n a o b ra . E sto s u p o n e im a g in arse q u e
h u b o u n p la n d e re d a c c ió n y o rd e n a c ió n co n el fin d e tra s m itir u n m e n sa ­
je q u e se s u p e rp o n e p o r e n c im a d e las id ea s tra n sm itid a s p o r e l salm o sin ­
gular. S in d u d a a lg u n a h u b o d iv erso s e s tra to s a n te rio re s d e l salterio . É s te
h a re c o rrid o d iv ersas e ta p a s h a s ta lleg a r al e sta d o actu al. L a m e n ta lid a d
relig io sa y la e sp iritu a lid a d e v o lu c io n a n . L a o ra c ió n p id e c o n tin u a s a c tu a ­
lizacio n es p a ra re s p o n d e r m e jo r a la m e n ta lid a d d e l m o m e n to . E s ta visión
n u e v a d e l s a lte rio n o p re te n d e n e g a r las v e n ta ja s d e l m é to d o g u n k elian o ,
q u e se g u irá sie m p re p ra c tic á n d o se , sin o e n riq u e c e rlo c o n o tra a p o rta c ió n
ad icio n a l q u e m a n ife s ta rá e l p ro fu n d o e n ra iz a m ie n to d e l sa lte rio e n la
h isto ria a to rm e n ta d a d e Isra e l. C o n los ev an g elio s se h a c e u n tra b a jo p a ­
recid o . L as p e ríc o p a s g o z a n d e u n a in d e p e n d e n c ia q u e p e rm ite n se r leíd as
p o r sí m ism as, lo q u e n o im p id e p o r o tra p a rte el e stu d io d e la teo lo g ía
p ro p ia d el ev a n g elista q u e se a d v ie rte e n la d isp o sició n y e n la e la b o ra c ió n
d e l m a te ria l tra d icio n a l.
A u n q u e este d e b a te es n u ev o , sin e m b arg o , alg u n o s y a a n te s d e G u n ­
k el, E D e litzsch (1860), p o r ejem p lo , h a b ía n in sin u ad o q u e el o rd e n d e los
salm o s e ra im p o rta n te y m e re c ía se r in vestig ad o , cosa q u e G u n k e l p o r
c ie rto rec h a z a b a , ya q u e, se g ú n él, no existe un orden lógico de los salmos4.
M ás im p o rta n te fu e la a p o rta c ió n d e C. W e ste rm a n n q u ie n lla m ó la a te n ­
ció n s o b re la ex iste n cia d e coleccio n es a n te rio re s 5. C o n c re ta m e n te a fir­
m a b a q u e los salm o s d e las g rad a s (120-134) fo rm a n u n a co lecció n in d e-

3 Ib. 23.
4 G unk el , H., Introducción, 19. La misma opinión expresará mucho tiempo después
L. Alonso Schökel: “Empeñarse en buscar unidad de sentido a cada colección y progreso a
través de ellas fue ejercicio de ingenios opulentos de tiempo” (A lonso Sc h ö KELL-Ca r -
NITI, C. Salmos 1:1-72. Estella 1992,4.
5 “Zur Sammlung der Psalter”: Forschung am alten Testament. Gesammelte Studien
(TB 24). München 1964,336-343.
EL SALTERIO COMO LIBRO 419

p e n d ie n te , lo q u e s u p o n e q u e a n te s la c o lecció n q u e d a b a c e rra d a p o r el
salm o 119, q u e d a d a su s e m e ja n z a con el salm o 1, p a re c e claro q u e am bos
serv ían d e m a rc o a u n s a lte rio a n te rio r al actu al. E n el in te rio r d e este sal­
te rio se o b s e rv a n c o leccio n es m ás p e q u e ñ a s: u n a p rim e ra co lecció n daví-
dica (3-41), el salterio elo h ista (42-83) y su a p én d ice (84-88); los salm os re a ­
les (2 y 89) fo rm a n el m a rc o d e las dos c o leccio n es a n terio res(3 -4 1 y 42-
88). A e s ta ed ició n se u n ie ro n lo s salm os d e l re in a d o d e Y ahvé (93-99) así
co m o las d o s co leccio n es d e salm o s d e a la b a n z a (103-107 y 111-118). Tras
la u n ió n d e e s ta c o le c c ió n m a y o r co n los salm o s d e las g radas, o tra s co ­
leccion es m e n o re s y salm os sin g u la re s se u n ie ro n , c e rrá n d o se to d o el sal­
te rio co n los salm o s d e a la b a n z a 146-150. D e esta s o b se rv a c io n e s él saca­
b a la c o n clu sió n, m u y visible p a r a c u a lq u ie r lec to r, q u e e n la p rim e ra p a rte
p re d o m in a n las la m e n ta c io n e s, m ie n tra s q u e e n la s e g u n d a, los cán tico s de
ala b a n za . F re n te a e s ta v isió n g lo b al d e W e ste rm a n n , W. Z im m e rli diez
añ o s d e sp u és so m e tía el s a lte rio a u n e x a m e n m ás p a rtic u la r y se fijab a en
los salm o s gem elos; re s u lta q u e fre c u e n te m e n te los salm os e s tá n p a re a ­
dos: dos q u e se p a re c e n m u c h o e stá n ju n to s 6. M a y o r im p o rta n c ia cab e
a trib u ir, n o p o r lo q u e él dijo, sin o p o r la e scu e la q u e creó , a B re v a rd S.
C hilds co n su "C a n o n ic a l A p p ro a c h " . P ro p o n e u n a in te rp re ta c ió n te o ló ­
gica d e la B ib lia a p a rtir d e l c o n te x to can ó n ico . P ro p u g n a la le c tu ra sin­
cró n ica, o sea, e s tu d ia r la B ib lia e n su fo rm a final. E n su lib ro Introduction
to the Oíd Testament as Scripture 7, q u e es c o n sid e ra d o co m o la B ib lia d e la
exégesis c a n ó n ica, tra z a a g ra n d e s rasg os la fo rm a c a n ó n ic a d e l salterio,
q u e, p a ra él, re p o s a s o b re el a rm a z ó n d e los salm o s re a le s q u e ex p re sa n
las esp e ra n z as m esiá n ic a s y le d a n u n to n o escato ló g ico ; lu eg o el salm o 1
c o lo cad o e n c a b e z a le d a u n to n o sap ien cial y d e v o to e in v ita a le e r y m e ­
d ita r el s a lte rio c o m o ley. U n discíp ulo d e C hilds, G. H . W ilso n se h a dis­
tin g u id o p o r sus n u m e ro s a s p u b lic a c io n es e n e s te c a m p o 8. E n 1988 se
fo rm ó u n g ru p o d e n tro d e la Society ofB iblical Literature p a ra c o n trib u ir
a la d iscusió n d e la fo rm a y e stru c tu ra d e los salm os. S u fru to fu e la p u ­
b lica c ió n d e l lib ro The Shape and Shaping o f Psalter (ed . b y J. C lin to n
M c C a n n )9, q u e re ú n e los tra b a jo s d e casi to d o s los e stu d io so s d e len g u a

6"Zwillingspsalmen": Studien zur alttestamentliche Theologie und Prophetie. Gesam­


melte Autsätze (TB 51). München 1974,261-271. Enumeraba 16 pares de salmos: l-2;3-4; 30-
31; 31-32; 32-33; 38-39; 40-41; 53-54; 69-70; 73-74; 74-75; 77-78; 79-80; 80-81; 127-128. La unión
está hecha mediante palabras reclamo o contenido.
7 London 1979.
8 Entre sus escritos cabe destacar The Editing o f the Hebrew Psalter (SBL.DS 76).
Chico 1985.
9 Sheffield 1993.
420 C. MIELGO

in g lesa q u e a n te rio rm e n te h a b ía n e sc rito s o b re el tem a . Y es q u e la in v es­


tig a c ió n c o m e n z ó p r im e ro e n e l m u n d o a n g lo -n o rte a m e ric a n o . N.
W h y b ra y la re su m ió b ie n e n 199610, q ue, p o r cierto, se m o stró crítico co n
este tip o d e estudios.
E sto s a u to re s g e n e ra lm e n te c o n s id e ra n el sa lte rio sin cró n icam en te,
c o m o si h u b ie ra su rg id o d e m a n e ra c o n ju n ta . P o r lo q u e su tra b a jo se d e ­
d ica ex clu siv am e n te al e stu d io d e la a rtic u la c ió n q u e se p u e d e a d v e rtir
e n tre las d iv ersas p a rte s d e l salte rio , sin a te n d e r al h e c h o d e q u e el s a lte ­
rio d e b ió te n e r u n larg o p ro c e so d e fo rm a ció n . P o r ta n to es p rev isib le q u e
sea p o sib le o b s e rv a r u n a se cu e n cia d e p e n s a m ie n to y u n a ev o lu ció n d e los
in te re s e s teo ló g ico s y d o c trin ale s q u e el an álisis sin cró n ico n o descubre.
E n A le m a n ia y e n o tro s países el d e b a te c o m en zó m ás tard e . A d ife ­
re n c ia d e los a n g lo -n o rte a m e ric a n o s, los a le m a n es se d irig en m ás a r e ­
c o n s tru ir la h isto ria d ia c rò n ic a d el sa lte rio y su d ev en ir. E s u n análisis m ás
p a rtic u la r y d e ta lla d o . B u e n a p ru e b a d e ello so n las m o n o g ra fía s q u e se
o c u p a n d e las co leccio n es m e n o re s d e l salte rio , a d iv in a n d o su o rigen, fu n ­
ció n y p a p e l ju g a d o e n el e n sa m b la je d e l c o n ju n to 11. D e A le m a n ia p ro c e ­
d e ta m b ié n el p rim e r c o m e n ta rio q u e c o n s id e ra el sa lte rio n o co m o u n a r ­
chivo d e 150 p o em as, sino co m o u n lib ro a rtic u la d o y co n u n a h isto ria d e
la q u e p u e d e n re c o n s tru irse e stra to s o ed icio n es p re c e d e n te s m e n o re s12.
M á s q u e u n c o m e n ta rio a los salm o s es u n c o m e n ta rio al sa lte rio 13. E n
to d o caso q u e d a c la ro q u e el sa lte rio es u n a esp ecie d e h im n ario , can cio ­
n e ro o d e v o c io n a rio c o m p u e sto d e p iezas p ro v e n ie n te s d e a u to re s d iv er­
sos e n el cu rso d e v a rio s siglos. E s te tip o d e lib ro s es u su a l e n las m ay o r
p a rte d e las relig io n e s p ra c tic a d a s a ú n hoy. D e sc ifra r p a so a p a so el p ro -

10 Reading the Psalms as a Book (JSOT.S 222). Sheffield 1996.


11 Citamos solamente algunas obras de los autores más representativos. C. RÖSEL,
Der messianische Redaktion des Psalters. Studien zur Entstehung und Theologie der Samm­
lung Psalm 2-89. Stuttgart 1999; M. SAUR, Die Königspsalmen. Studien zur Entstehung und
Theologie (BZAW 340). Berlin, 2004; C. SÜSSENBACH, Der elohistische Psalter (FAT 7). Tü­
bingen 2005; M., LEUENBERGER, Konzeptionen des Königtums Gottes im Psalter. Untersu­
chungen zur Komposition und Redaktion der theokratischen Bücher TV-V im Psalter
(ATANT 83). Zürich 2004; G. BARBIERO, Das erste Psalmenbuch als Einheit. Eine synchro­
ne Analyse von Psalm 1-41 (OBS 16). Frankfurt 1999. Un buen estado del tema puede verse
en J - M. AUWERS, La Composition littéraire du Psautier. Un état de la question. (CRB 46).
Paris 2000.
12F. L., HOSSFELD - E. ZENGER, Die Psalmen. I. Psalm 1-50 (NEB). Würzburg 1993;
F. L. HOSSFELD, E. ZENGER, Psalmen 51-100 (HThKAT). Freiburg 2000. Estos autores han
escrito mucho, juntos y por separado, sobre la redacción del salterio.
13 Bien expresado por M. Millard, “Von der Psalmenexegese zur Psalterexegese. A n­
merkungen zum Neuansatz von Frank-Lothar Hossfeld und Erich Zenger”: Biblical Inter­
pretation 4 (1996) 311-328.
EL SALTERIO COMO LIBRO 421

ceso se g u id o d e sd e la co m p o sic ió n in d iv id u al h a s ta el e sta d o a c tu a l es el


c o m e tid o d e e s ta n u e v a le c tu ra d e salm os. L a b ú s q u e d a d e las claves, ra s ­
tro s o h u e lla s d e ja d a s p o r los e s tra to s a n te rio re s es el objetivo.

1. La división en cinco libros

E s ta d iv isió n es la m ás o b v ia y m ás rec ie n te . C o n to d a se g u rid a d


p u e d e a firm a rse q u e es u n a se p a ra c ió n p o s tc a n ó n ic a 14. E l T alm u d d e B a ­
b ilo n ia y a la c o n o ce ( Q id , 33a). E n el Midrash Tehilim al Sal 1 se afirm a
q u e M o isés d io a Isra e l cin co lib ro s y D a v id le d io los cinco lib ro s d e los
Salm os. E s c o n o c id a ta m b ié n p o r O ríg en es. E fe c tiv a m e n te h o y el S a lte rio
se h a lla d iv id id o e n cinco lib ro s p o r d o xo lo g ías al fin al d e c a d a p a r te 15. I n ­
te r e s a n te es o b se rv a r q u e e s ta división se h izo e n sitios e n casi to d o s los
casos d o n d e y a a n te s h a b ía m a rc a d o s c o rte s p o r el cam b io d e in scrip ció n
"de a u to r" y d e g é n e ro d e l salm o. A s í el lib ro I o te rm in a co n la d o x o lo g ía
d e l Sal 4 1 ,1 4 d o n d e a c a b a la p rim e ra co lecció n davídica. E l lib ro 2o cie rra
co n o tra d o x o lo g ía la s e g u n d a co lecció n d a v íd ica (7 2 ,1 8 -2 0 ). E l fin al d el
lib ro 3o se h a lla e n la co n c lu sió n d e la c o le cció n lev ítica co n el sal 89. E l
lib ro 4o fin a liza e n el sal 106 c o n o tra do x o lo g ía. É s ta n o fin aliza n in g u n a
co lec c ió n b a s a d a e n la in scrip ció n . L as d o x o lo g ías d el sal 41 y 89 so n ex ­
tra ñ a s al c o n te x to d e l salm o, p o r lo q u e c a b e co n clu ir q u e fu e ro n co m ­
p u e s ta s co n el fin d e c e rra r la colecciones resp ectiv as. L a d o x o lo g ía d el sal
72, m u y larg a , co n clu y e el salm o y las o ra c io n e s d e D av id . L a a trib u c ió n a
S a lo m ó n y el c o n te n id o (es u n a o ra c ió n p o r la d in astía ) d a q u é p e n s a r si
to d o el sa lm o n o fu e c o m p u e sto p a ra c e rra r la co lecció n d e D a v id . P o r el
c o n tra rio , e n el salm o 106 la d o x o lo g ía e n c a ja m u y b ien , p u e s el c o m ie n ­
zo d e l salm o (vv.1-5) se c o rre s p o n d e b ie n c o n el fin al (vv. 47-48). E s p o si­
b le q u e el re d a c to r h a y a c o lo c a d o e ste salm o a q u í co m o co n clu sió n , p o r­
q u e p re c is a m e n te te n ía u n a d o x o lo g ía p a re c id a a las p re c e d e n te s. E l ú lti­
m o lib ro n o tie n e d o x o lo g ía final. P u ed e , n o o b sta n te , c o n sid e ra rse q u e el
sal 145 cu m p le s o b ra d a m e n te e l p a p e l d e la d o x o lo g ía a n te s d e l H allel
fin a l (146-150).

14 Un indicio del carácter tardío se sorprende en el hecho de que la segunda doxolo­


gía al final del Sal 72 divide el salterio elohista primitivamente unido (42-83).
15 No es raro concluir composiciones con doxologías. G. Wilson cita algunos ejemplos
semejantes en los himnos sumerios (Véase G. H .,WILSON, The Editing...p. 16-18.25). El lec­
tor puede observar estas doxologías en F. L ara P e in a d o , Himnos Sumerios. Madrid 2006.
Concretamente remitimos a los Nrs. 12,23,25,27, etc.
422 C. MIELGO

P a re c e cla ro q u e las d o x o lo g ías n o p ro c e d e n d e la m ism a m an o ,


d a d a s sus d iferen cias. D e e s ta d ivisión re s u lta n cinco lib ro s desig u ales: 1=
1-41= 41 salm os; 11=42-72= 31; 111=73-89= 17; IV = 90-106= 17; V = 107-150=
44.
P u e d e a firm a rse q u e e s ta div isió n n o se h izo p o r c u e stio n e s técnicas:
los 150 salm os p o d ía n c a b e r p e rfe c ta m e n te e n u n rollo, c o m o lo p ru e b a n
los e je m p la re s d e Q u m ra n . T a m p o co p a re c e q u e se h ic ie ra p o r las se m e ­
jan z a s d o c trin a le s esp ecíficas e n tre los cinco lib ro s d el P e n ta te u c o y los li­
b ro s d e los salm os. S e so sp e c h a q u e e s ta d iv isión se h izo p o r m e ra a n a lo ­
gía co n los cinco lib ro s d e la Torá re fo rz a n d o d e e sta m a n e ra su v a lo r c a ­
n ó nico . D e b id o al c a rá c te r e x te rn o d e e s ta división, n o es in te re s a n te p a ra
d e s c u b rir e s tra to s a n te rio re s d el salterio . H a y q u e b u sc a r o tro s s e p a ra d o ­
re s si q u ie re re c o n s tru ir la p re h is to ria d e l sa lte rio

2. Preexistencia de colecciones

V arios so n los in d icio s q u e p e rm ite n a firm a r la ex iste n cia d e co lec­


cio n es an te rio re s. V eam o s algunos:

2. 1. Inscripciones. M u c h o s salm os e stá n e n c ab e z a d o s p o r u n a in s­


cripció n . E n el te x to h e b re o so la m e n te 34 salm os c a re c e n d e ella; e n los
L X X y la V u lg ata, ú n ic a m e n te 18. S a n J e ró n im o d ecía y a q u e "m uchos
p ie n s a n q u e los títu lo s n o p e rte n e c e n a los salm o s". E fe c tiv a m e n te las in s­
c rip cio n es n o so n o riginales. L a v e rsió n d e los L X X y d e m á s v e rsio n e s a n ­
tig u as in tro d u je ro n lib re m e n te a n o ta c io n e s q u e n o e stá n e n el te x to h e ­
b re o . S on, e n cam b io , an tig u as. L o s L X X n o tra d u je ro n las re fe re n c ia s al
g é n e ro lite ra rio , se ñ al d e q u e n o los e n te n d ía n ya. L as in scrip cio n es se
c o m p o n e n d e v ario s e le m e n to s: a n o ta c ió n d e a u to r (?), d e g é n e ro lite ra ­
rio , n o ta s m usicales (in s tru m e n to , to n o d e voz, m elo d ías), d e situ a c ió n h is­
tó ric a (sal 51) u so litú rg ico (sal 91), etc. P u e d e n c o n sid e ra rse c o m o la exé-
g esis m ás a n tig u a d e los salm os. H a y m u ch a s q u e p a re c e n técn icas y so n
in in telig ib les, co m o miktam, lamnaseah, 'almuth laben (S al 9), etc., cuyas
e tim o lo g ía s se d e sco n o c en . D e e ste d e sco n o c im ie n to p ro c e d e el p o c o
a p re c io q u e se h a te n id o d e ellas. N o se c o n sid e ra b a n n e c e sa ria s p a ra la
ex égesis d e c a d a salm o. D e h e c h o h a y c o m e n ta rio s q u e n i siq u ie ra las im ­
p rim e n e n cab ez a d e l sa lm o 16.

16 Por ejemplo, entre otros, el de L. A lonso Scho k e L, Salmos. Estella 1992. Es una
grave carencia de este comentario.
EL SALTERIO COMO LIBRO 423

Sin e m b a rg o , las in sc rip c io n e s sirv en m u c h o p a ra a c la ra r la estructu­


ra d el salterio , la h isto ria y o rig e n d e l m ism o. L a re p e tic ió n d e algunos e le ­
m e n to s d e las in sc rip c io n e s e n series c o n tin u a s d e salm o s es u n e le m e n to
e s tru c tu ra n te claro ; a p a re c e n así g ru p o s d e salm o s u n id o s p o r inscripcio­
nes. C o n s titu y e n u n in d icio cla ro d e la e x iste n cia d e u n a co lecció n a n te ­
rior.

2 .2 . Sal 72,20. S u ele d e c irse q u e e s te v ersícu lo es la p ru e b a m ás clara


d e la p re e x is te n c ia d e coleccio n es: “F in d e la o ra c io n e s d e D a v id hijo de
J e s é ”. E s ta s p a la b ra s n o p u e d e n a p licarse a to d o el sa lte rio c o m o u n to d o ,
y a q u e d e sp u é s h a y o tro s salm o s d e D av id , c o m o 8 6 ,1 0 1 ,1 0 3 ,1 0 8 -1 1 0 etc.
E s te h e c h o lo d e sc o n o c ía el a u to r d e e s ta n o ta . P o r o tra p a rte , q u ie n a ñ a ­
d ió e s ta a n o ta c ió n d a a e n te n d e r q u e d e sp u é s d e e ste salm o v e n ía n o tro s
q u e n o e ra n d e D a v id . Y e fe c tiv a m e n te así su ced e: los o n c e salm os si­
g u ien te s p e rte n e c e n a A saf, q u e fu e o tra co lecció n p rev ia.

2 . 3. Salmos duplicados. A lg u n o s salm o s o p a rte s d e salm o s a p a re c e n


rep etid o s.
É s to s so n lo s casos m ás llam ativos: 14=53; 70=40,14-18; 108=57,8-
12+60,7-14. P re sc in d ie n d o d e o tro s d u p lic ad o s m e n o re s q u e p u e d e n ex­
p lic a rse fác ilm e n te p o r reu tiliz ac ió n d e tro z o s a n te rio re s, p a re c e q u e la
m e jo r ex p licació n es s u p o n e r q u e los salm o s c ita d o s fo rm a b a n p a rte de
c o leccio n es in d e p e n d ie n te s. A l s e r reu n id a s, los d u p lic a d o s se re sp e ta ro n .
¿ N o p o d ría su p o n e rs e q u e e l salm o 88, q u e tie n e d o s inscrip cio n es, p e rte ­
n e c ió p rim itiv a m e n te a d o s coleccio n es in d e p e n d ie n te s ?

3. Descripción de las colecciones anteriores

3.1. Libro I (Sal 1-41)


I a Colección de David
E s tá fo rm a d a p o r los salm o s 3-41. T od os so n “ a trib u id o s ” a D a v id (a
e x c ep ció n d el 3 3 )17; la re p e tic ió n d e e ste e le m e n to e n u n a se rie seg u id a es
u n ind icio d e q u e fu e ro n a g ru p a d o s e n u n a c o lecció n re s p e ta n d o e n prin-

17 Difícil es explicar por qué está colocado aquí este salmo no davídico, o por qué no
fue “davidizado” como los demás. Por lo demás, es un salmo extraño en el contexto, pues
solamente éste y el 29 son salmos comunitarios en forma de himno en toda la colección da-
vídica.
424 C. MIELGO

cipio la s in g u la rid a d d e c a d a uno. E l salm o rea l 2, d a d a su sim etría con los


salm os ig u alm en te reales 72 y 89, colo cado s e n p u n to s estratégicos, hace
p ro b a b le q u e h a y a sido co locado p o ste rio rm en te.
C asi to d o s so n salmos-yo, es d ecir, te x to s in d iv id u ales e n los q u e u n
yo sin g u lar e x p re sa su te stim o n io p e rs o n a l. P re d o m in a n las la m e n ta c io ­
nes, a u n q u e n o fa lta n los salm os acróstico s, u n p a r d e litu rg ias d e e n tra d a ,
a lg u n a ac ció n d e g racias y u n p a r d e o ra c io n e s p o r el rey. C om o n o suele
ap arecer el p ersonal oficial del tem plo, la colección es considerada com o laica.
S o b re la o rg a n iz a c ió n in te rn a d e e s ta co lecció n es difícil d e c ir algo s e ­
guro. N o o b s ta n te , se o b s e rv a n n o sólo e n e ste libro, sino e n to d o el sa lte ­
rio, la lla m a d a concatenatio, es decir, c a d a salm o suele e s ta r e n g a n ch a d o
co n el a n te rio r y co n el sig u ie n te m e d ia n te p a la b ra s-re c la m o o te m a se­
m eja n te . A l ju z g a r esto s casos h a y q u e p ro c e d e r co n ciertas reservas. D a d o
el v o c a b u la rio c o m ú n p ro v e n ie n te d el c a rá c te r d e fo rm u la rio s q u e tie n e n
los salm os, es d e e s p e ra r la re p e tic ió n d e fra se o lo g ía se m e ja n te y e x p re ­
sio n es iguales. A sí, p o r ejem p lo , té rm in o s co m o confianza, esperanza,
roca, refugio, escudo, protector, invocación, misericordia, bondad, respon­
der, escuchar, etc. n o so n in d icativ as d e re la c ió n co n scien te e n tre salm os.
H a y q u e fijarse e n los té rm in o s m e n o s usuales. A sí vistas las cosas, p u e d e
o b s e rv a rse lo sig u ien te: los salm os 1 y 2 se h a lla n re la c io n a d o s p o r el te r ­
m in o hgh= planear, murmurar (1,2; 2,12), drk= camino (1,6; 2,12; y so b re
to d o p o r el té rm in o ‘sry =feliz (1,1; 2,12), q u e h a c e u n a in clu sió n clara
e n tre los d o s salm os. L o s salm os 3 ,4 tie n e n e n c o m ú n la ex p re sió n rbbym
‘mrym=muchos dicen, e x p re sió n q u e es ú n ica e n to d o el salterio ; el té rm i­
n o kbwdy=mi gloria y la lo cu c ió n me acuesto y me duermo (3,6 y 3,9). L os
salm o s 20 y 21 fo rm a n u n p a r p o r se r salm o s reales. E l salm o 33,1 reco g e
casi las m ism as e x p re sio n e s d e l v ersícu lo fin al d el salm o p ro c e d e n te (32,
22). E n los salm o s 38,17; 39,1; 40,8 y 41,5 el a u to r in tro d u c e u n a au to -cita
c o n la m ism a e x p re sió n ky emrty=me dije. E l m ism o fe n ó m e n o se re p ite en
30,7; 31,15.23; 32,5. L o s salm os 38 y 39 e s tá n p a re a d o s p o r se r q u ejas d e u n
e n fe rm o y p o r los c o n ta c to s d e l v. 3 8 ,1 4 c o n 39,10: me callo y no abro la
boca. Si n o s fijam o s e n el te m a y el m u n d o d e id eas p u e d e d ecirse q u e los
sa lm o s 3 ,4 , 5 , 6 , 7 so n v a ria n te s d e la m ism a situación: el fiel e n u n a situ a­
c ió n d e sg ra c ia d a p id e la salv ació n a D io s in v o ca n d o la b o n d a d divina. E l
te m a es la a y u d a q u e D io s c o n c e d e al fiel q u e le suplica co n confianza.
D a v id E -L . H o ssfe ld y E . Z e n g e r18 a p u n ta n u n a e stru c tu ra , u n ta n to
c e rr a d a y m ás a v e n tu ra d a . L a colecció n e s ta ría c o m p u e sta p o r c u a tro gru-

18"‘Selig, wer auf die Armen achtet’ (Ps 41,2). Beobachtungen zur Gottesvolk-Theo-
logie des ersten Davidpsalters" Jahrbuch für biblische Theologie: 7(1992) 21-50; ID. ID.,
EL SALTERIO COMO LIBRO 425

p o s d e salm os (3 -1 4 ,1 5 -2 4 ,2 5 -3 4 ; 35-41) y ca d a u n o d e e sto s g ru p o s e s ta ­


ría e s tru c tu ra d o e n to rn o a los salm o s 8 ,1 9 ,2 9 ,3 8 .
Primer grupo (3-14). S al 3,9 y 1 4 ,7 so n do s v ersícu lo s e x tra ñ o s a los
salm o s resp e ctiv o s y, p o r ta n to , so n red a cc io n ales; tra ta n d e c o n v e rtir to d o
el c o n ju n to q u e se c o m p o n e d e o ra c io n e s e stric ta m e n te in d iv id u a le s en
c o m u n itaria s e n fa v o r d e S ió n 19, q u e se e n c u e n tra e n u n a situ a c ió n c ala­
m ito sa: se e s p e ra y se p id e la re s ta u ra c ió n d e Isra e l20. Q u e fo rm e n u n a in ­
clu sió n los do s v ersícu lo s p a re c e claro, lo cu al c o lo c a ría al sal 8 c o m o c e n ­
tro d e la co m po sició n ; e sto n o e stá m al p e n sad o , p e ro es u n p o c o fo rz a d o
v e r q u e las cinco la m e n ta c io n e s q u e p re c e d e n (3-7) se c o rre sp o n d a n con
los cinco salm os siguientes 9-14. L os salm os 9/10 y 14 d e se n to n a n b astan te.
Segundo grupo (15-24). L o s salm o s 15 y 24 so n do s litu rg ia s d e e n ­
tr a d a q u e c la ra m e n te h a c e n inclu sión . L a p re g u n ta d e e sto s salm o s es,
¿quién subirá al monte de Yahvé?\ los salm os d isp u esto s a lre d e d o r d el
salm o 19 d ib u ja n el id e a l d e l ju s to q u e se a d h ie re a la v o lu n ta d d e D io s
m a n ife s ta d a e n la T o rá y e n la c re a c ió n (S al 19). E l re s to d e los salm o s fo r­
m a ría n u n a e sp ecie d e c o n tra p e so : el 16 co n el 23 (salm o s d e c o n fian za),
17 co n el 22 (la m e n ta c io n e s) y 18 co n 20 y 21 (salm o s re a le s)21. L a e stru c ­
tu r a c o n c é n tric a es m ás visible q u e en el g ru p o a n te rio r, s ie m p re q u e se
v e a n los salm o s 19 y 20 c o m o u n o solo
Tercer grupo (25-34). L o s salm os 25 y 34 so n d o s acrósticos, a los q u e
c u rio s a m e n te les fa lta la e s tro fa c o rre s p o n d ie n te al waw y a d e m á s tie n e n
la p a rtic u la rid a d d e q u e el v ersícu lo final d e c a d a u n o (25,22 y 34,23) so n
e x tra ñ o s al salm o resp ectiv o , e s tá n fu e ra d e la e s tru c tu ra a lfa b é tic a , so n
m u y p a re c id o s y d a n u n to n o c o m u n ita rio a los salm o s in d iv id u ales. L os
sa lm o s q u e q u e d a n e n m e d io fo rm a n c u rio sas co rre sp o n d en c ia s: el sal 30
re s p o n d e al salm o 28, el 27 al 31 y el 32 al 26; e n m e d io e s tá el salm o 29
q u e c e le b ra el p o d e r d e Y ahvé co m o s e ñ o r d e la c re a c ió n y p o r lo ta n to
c o n to d o s los títu lo s p a ra re c ib ir las accio n es d e gracias y a te n d e r a las sú ­
plicas. E s ta vez q u e d a fu e ra d e l p a ra le lism o c o n c én tric o el sal 33, q u e p o r
o tra s ra z o n e s (fa lta d e la a n o ta c ió n “d e D a v id ” y s e r u n h im n o c o m u n ita-

“Wer darf hinaufziehen zum Berge JHWHs. Zur Redaktionsgeschichte und Theologie der
Psalmengruppe 15-24”: Biblische und gesellschaftliche Wandel. Fs. N. Lohfink. Freiburg
1993,166-182.
19 Sobre esta frecuente reinterpretación colectiva de los salmos véase M. M a rtti -
LLA, Collective Reinterpretation in the Psalms (FAT, 2/13). Tübingen 2006. En las págs. 144-
147 trata de estos dos versillos que considera redaccionales.
20 Es un indicio de que esta colección davídica es del destierro o incluso después.
21 Ya anteriormente P. Auffret había advertido esta construcción concéntrica en su
libro La sagêsse a bâti sa maison. Études de structures littéraires dans l’Ancien Testament et
spécialement dans les psaumes (OBO 49). Freiburg-Göttingen 1989,407-438.
426 C. MIELGO

rio e n m e d io d e u n a s e rie d e p o e m a s in d iv id u ales) p u e d e s e r c o n sid e ra d o


c o m o u n a in se rc ió n ta rd ía .
M ás difícil es v e r u n a e s tru c tu ra c o n c én tric a e n el cuarto grupo (35-
41. E l c e n tro te n d r ía q u e s e r o c u p a d o p o r el sal 38 co n u n a h e rm o s a o ra ­
ció n d e u n e n fe rm o q u e e x p re sa su co n fian z a e n D io s y se c o n v ie rte así e n
m o d e lo p a ra los d e m á s d e sg ra c ia d o s q u e e x p o n e n sus cu itas a D io s e n los
salm o s q u e le ro d e a n . P e ro el p a ra le lism o c o n c én tric o e n tre e sto s salm os
es p o c o visible, a e x c e p c ió n d e los salm os 37 y 39, q u e tie n e n ex p resio n es
com unes.
E s ta e s tru c tu ra a d v e rtid a p o r H o ssfe ld y Z e n g e r es u n a le c tu ra p o si­
ble, p e ro o tro s a u to re s a d v ie rte n o tra s d iferen tes.
E n to d o caso el re d a c to r(e s ) d e e s te sa lte rio d e D a v id n o p ro c e d ió a
la lig era, sino q u e o r d e n ó los salm os re fle x iv a m e n te y co n criterio . E s d i­
fícil sa b er, n o o b s ta n te , q u é c o n cep c ió n teo ló g ica le a n im a b a y q u é fin ali­
d a d p e rseg u ía. A p rim e ra v ista p u e d e d e c irse q u e in te n ta b a re c o g e r u n
a c erv o d e o rac io n e s in d iv id u a le s y p o n e rla s al servicio d e la o ra c ió n co ­
m u n ita ria . E s to d e b e c o n clu irse d e las a d icio n es d e versillo s fin ales e n al­
g u n o s salm os. In d e p e n d ie n te m e n te d e l tie m p o e n q u e los salm o s ind iv i­
d u a le s h a y a n sid o c o m p u e sto s, la fo rm a ció n d e la co lecció n n o p u e d e se r
a n te r io r al d e stie rro , y a q u e se re z a p o r la re s ta u ra c ió n d e S ión.

3.2. Libro II

Los salmos Qorajitas (42/43-49; 84-85.87-88)

S o n d o s d e las tre s c o leccio n es levíticas. M ás a d e la n te e n c o n tra re m o s


la co lecció n d e A saf. A d e m á s a E ta n y H e rn á n , m a e stro s d e c a n to (1 C r 6,
4 4 ) se les a trib u y e re s p e c tiv a m e n te el sal 89 y 88.
L a s d o s se rie s d e lo s salm o s d e los Q o ra jita s e stá n c o n stru id a s d e u n a
m a n e r a an á lo g a. L o s salm o s in tro d u c to rio s (42/43 y 84) tie n e n el m ism o
te m a y u n v o c a b u la rio p a re c id o ; a c o n tin u a c ió n sig u en d o s la m e n ta c io n e s
n a c io n a le s (44 y 85); e n el c e n tro (46.48 y 87) e s tá n los cán tico s d e Sión; al
fin a l u n a m e d ita c ió n (49) o u n a súp lica (88) d e u n e n fe rm o al b o rd e d e la
m u e rte . L as d o s c o leccio n es e s tá n e s tre c h a m e n te re la c io n a d a s lite ra ria y
te m á tic a m e n te . E n efecto , tie n e n u n a se rie d e ex p re sio n es características:
M orada (43,3; 46,5; 49,12; 84,2; 87,2); u so d el n o m b re p ro p io Jacob p a ra
d e s ig n a r al p u e b lo (44,5; 46.8.12;47,5; 84,9; 85,2; 87,2); Dios de los ejércitos
(46,8.12; 48,9; 84,2.4.9.13; Dios de m i vida (42,3; 84,3); ver el rostro de Dios
(42,3; 84,8); decaimiento (42,10; 43,2; 44,25); ciudad de Dios (46,5; 48,2.9;
EL SALTERIO COMO LIBRO 427

87.3); escudo p a r a d e sig n a r al re y (47,10; 84,10). A lg u n o s d e e sto s té rm i­


n o s so n p ro p io s d e esto s salm os e n to d o e l sa lte rio ; o tro s, sin se r exclusi­
vos, so n ra ro s fu e ra d e e s ta co lecció n 22.
L a te o lo g ía d e S ió n es la c a ra c te rístic a p rin c ip a l d e e ste g ru p o d e sal­
m os, s o b re to d o d e los tre s cá n tic o s d e S ió n (46,48 y 87). E s ta teo lo g ía se
c o m p o n e d e v a rio s e lem en to s. S ió n es “ el m o n te s a n to ” , “la cim a b e lla ” , el
“g o zo d e to d a la t ie r r a ” , “la m o n ta ñ a d el N o r te ” . E l té rm in o sfw n( =norte)
es e l d e la m o n ta ñ a m ític a d e los dioses. E n U g a rit es e l m o n te C asio (q u e
e s ta b a al n o rte d e la c iu d a d ), c o m o lo fu e p a ra los g rieg o s el O lim p o . Sin
escrú p u lo s el sa lm ista re c o g e estas id eas m íticas d e la tra d ic ió n ca n an e a .
S ió n es la c a p ita l d e l G r a n R ey, m o ra d a d e la D iv in id a d (43,3 y 87,1), su
c iu d a d (48,2) c o n sus p alacio s, to rre s y b a lu a rte s. A l v e rla los p u e b lo s e n e ­
m igos, p re s a d e l te rro r, h u y e n , m ie n tra s q u e los fieles, q u e co n fie san a
D io s (48,15), d e s c u b re n q u e su so b e ra n ía se b a s a e n la ju stic ia y e n la v e r­
d ad . E n la c iu d a d d e D io s se e n c u e n tra el T em plo. E l fiel, al re c o rd a r el
tie m p o e n e l q u e p o d ía fre c u e n ta rlo , se lle n a d e n o sta lg ia (42/43,5) y c u e n ­
ta c o n él p a r a el fu tu ro (43,3). E l fiel tie n e se d d e D io s, y lan g u id e c e a n ­
h e la n d o p is a r lo s a trio s d e Y ah vé (84,3). E l fiel n e c e s ita el te m p lo p a ra e n ­
c o n tra r a D ios.
O tro te m a re la c io n a d o co n la teo lo g ía d e S ió n es el d e l R e in o d e
D io s, q u ie n e je rc ió c o m o R e y d e sp o se y e n d o a las n a c io n e s e n la to m a de
la tie r ra (44,2-9). E n to n c e s se m o stró s u p e rio r a to d o s los dioses. L a n o ­
c ió n d e Y ahvé re y es d ib u ja d o ta m b ié n c o n rasg o s m íticos. E s lla m ad o “el
G r a n R e y (m lk gdwl), el A ltísim o ((lywn), e l T e rrib le ( nwrh ) (47,3). E sto s
títu lo s se a p lic a b a n lo s d o s p rim e ro s al dios E l, e l te rc e ro , a B aal. L a su b i­
d a e n tre a c lam ac io n e s (v. 6) es ex p licació n d e l títu lo “el A ltís im o ” y r e ­
c u e rd a la e n tro n iz a c ió n d e l dio s B aal. L a c e le b ra c ió n d e D io s c o m o rey
tie n d e a c re a r el c o n v e n cim ie n to d e q u e la s o b e ra n ía s u p re m a d e D io s le
p e rte n e c e d e sd e sie m p re (44,2) y p o r ta n to , es a c tu a l y eficaz. F in a lm e n te
la p re s e n ta c ió n d e D io s co m o refu g io es u n p e n s a m ie n to q u e re c u rre v a­
ria s veces e n esto s salm os. D io s es roca (42,10), refugio (43,2), baluarte , al­
cázar (48,4), almena y escudo (84,12).
L a e s tru c tu ra d e la I a co lecció n p u e d e v e rse así: L o s dos p rim e ro s sal­
m o s (42/43 y 44) re s a lta n e l c o n tra s te e n tre e l p a s a d o tra n q u ilo , cu a n d o el
fiel p o d ía a c u d ir al te m p lo e n tre el jú b ilo d e los g ru p o s d e ro m e ro s (42/43,
5); a h o ra , e n cam b io , el o lv id o y la leja n ía d e D io s le h a c e n d esfallecer,
p o rq u e tie n e q u e o ír a los ad v ersa rio s q u e le p re g u n ta n e n so n d e burla:

22 J. M. AUWERS, La composition littéraire du psautier. Un état de la question (CRB


46). Paris, 2000.34-35.
428 C. MIELGO

“ ¿ d ó n d e e s tá tu D io s? (4 2 /4 3 ,1 1 ). E l salm o 44 e x p o n e ta m b ié n la d ife ­
ren c ia e n tre el p a s a d o y el p re s e n te , a c e n tu a n d o e ste ú ltim o co n tin te s n e ­
gros. O c u rre e n e ste salm o algo sin gular. E s e l ú n ico e n q u e el p u e b lo n o
se c re e cu lp ab le. Isra e l n o h a o lv id a d o a D io s ni h a q u e b ra n ta d o la a lia n ­
za (44,18-19). A l c o n tra rio , el c u lp a b le es D io s q u e los h a e n tre g a d o co m o
o v ejas d e m a ta d e ro (4 4 ,1 2 .2 3 ). E l c o n tra s te c o n los salm os d e A s a f n o
p u e d e s e r m ay o r. E n los salm os asafitas e l re c u e rd o d el p a sa d o salvífico
sirve p a ra s e ñ a la r el c o n tra s te e n tre los fav o re s d ivinos y la c o n d u c ta r e ­
b e ld e d e l p u eb lo . E n los salm os d e Q o ra j se re c u e rd a ta m b ié n el p asad o ,
p e ro p a ra re s a lta r la d istin ta c o n d u c ta d e D io s c o n Israel: a n te s D io s se
p o rtó m a g n ífic a m e n te b ie n co n Isra e l, a h o ra se p o r ta co m o u n enem igo.
C o m o re s p u e s ta a la a n g u stia d e l p re s e n te , los sig u ien tes salm os 46-48,
m u y re la c io n a d o s e n tre sí, a s e g u ra n la p re s e n c ia sa lv a d o ra d e D io s p o r ­
q u e É l es el g ra n R e y (47,3). D e e s ta m a n e ra los salm os q o rajita s so n u n a
esp ecie d e díptico. E n la p rim e ra p a r te (42/43-44) p re d o m in a la la m e n ta ­
ción: la e x p e rie n c ia d e la le ja n ía d e D io s se p e rc ib e co n in te n sid a d . E n
cam b io , e n los salm os 46-48 se a c e n tú a la p e rm a n e n te cerc a n ía y c o m u ­
n ió n d iv in a co n su c iu d a d y su tem p lo . E l salm o 45, q u e es u n e p ita la m io
re a l, fu e in cru sta d o , q u izá, p o rq u e in te rp re ta d o a le g ó ric a m en te y ap licad o
a Y ahv é y a su esp o sa Je ru sa lé n , d a la clave p a ra la le c tu ra d e la p re se n c ia
d e D io s e n Sión. E s ta co lección te rm in a co n el sal 49, cuya co lo cació n a q u í
es difícil explicar. T e x tu a lm e n te es d e fe c tu o so y el c o n te n id o es d e sa le n ­
ta d o r tra s la e sp e ra n z a a le g re e x p re s a d a e n los salm os an terio res.
E l se g u n d o g ru p o d e los salm os q o ra jita s (84-85; 87-88) e s tá co n s­
tru id o e n p a ra le lism o co n el p rim e ro . E l 84 se c o rre sp o n d e co n 42/43; el
85 co n 44; el salm o 87 es u n su m a rio d e los cán tico s de S ión (46-48). E l
sa lm o 88, el m ás té tric o d e to d o el salterio , es u n a m ed itac ió n so b re la
m u e r te q u e se c o rre s p o n d e c o n el 49. E l sal 86 q u e es de D av id , es u n a a n ­
to lo g ía d e e x p resio n es sálm icas, p ro b a b le m e n te in cru sta d o a q u í ta rd ía ­
m e n te .
P a re c e cla ro q u e es en el d e s tie rro c u a n d o su rg e e sta colección. L a
c o m u n id a d se e n c u e n tra e n u n a s itu a c ió n d e olv id o y leja n ía d e D io s (sal
42/43). L o s re d a c to re s p a ra s u p e ra r la crisis e c h a ro n m a n o d e salm os in s­
p ira d o s e n la teo lo g ía d e l tem p lo , d o n d e D io s resid e com o e n su fo rta le z a
y cuy a acció n p ro te c to ra se e x tie n d e s o b re la ciu d a d y so b re los q u e e n
e lla h a b ita n .
EL SALTERIO COMO LIBRO 429

2a colección davídica (51-72)

E sto s 22 salm o s so n la p a rte m ás im p o rta n te d el sa lte rio e lo h ista. A


ex c ep c ió n d e los salm o s 66, 6 7 ,7 1 ,7 2 , to d o s e s tá n in scrito s a n o m b re de
D av id . E s ta in scrip ció n leDavid n o significa a u to r, sino para uso de David .
A s í d e b e n e n te n d e rs e o tra s in sc rip cio n es se m e ja n te s co m o la de A s a f (73-
83) o la de Salomón (72), q u e a te n o r d el v. 2 es u n a d e d ic a to ria a su hijo,
y a q u e D a v id es m u y v iejo (sa l 71). L os re d a c to re s q u ie re n q u e el le c to r u
o ra n te se im ag in e a D a v id o ra n d o co m o él o ra e n e ste m o m e n to . E s ta “da-
v id izació n d e los sa lm o s” d e b ió o c u rrir e n el d e stie rro . A g a rra rs e a u n a
p e rs o n a lid a d ta n g lo rio sa d el p a s a d o es m ás n e c e sa rio c u a n d o la situ ació n
es m ala. U n D a v id o r a n te in fu n d e , n o sólo resp e to , sino ta m b ié n e s p e ra n ­
za. E s to s salm os y a n o so n só lo e x p re sio n es d e u n sim ple fiel, sino q u e
to d o u n D a v id o ró y fu e lib e rad o .
E s ta in d icac ió n de D avid va a c o m p a ñ a d a a veces d e n o tic ias b io g rá ­
ficas re fe re n te s a la v id a d e l m o n a rc a . D e los tre c e salm os q u e tie n e n estas
n o tas, o c h o o c u rre n e n el s a lte rio d e D av id . P o r lo q u e p a re c e p ro b a b le
q u e es a q u í d o n d e se o rig in a ro n . D e las cinco veces re sta n te s, los salm os
3, 34 y 142 se re fie re n a situ a c io n e s ya m e n c io n a d a s e n e ste salterio . L as
o tro s do s casos (sal 7 y 18) so n d ife re n te s y se s u p o n e n d e riv a d a s d e 2 S am
22,1. T o d as ellas so n alu sio n es a cierta s n a rra c io n e s d el lib ro d e S am u el
q u e se s u p o n e n co n o cid as p o r el lecto r. E s im p o rta n te se ñ a la r el h e c h o de
q u e las situ a c io n e s a lu d id a s n o p re s e n ta n a D a v id co m o re y victorioso,
sin o al D a v id tra ic io n a d o y p e rse g u id o , al p e c a d o r c u lp a b le y a rre p e n tid o .
C o m o so n m e ra m e n te u n a alu sió n , el o ra n te es lib re d e e n riq u e c e r el c u a ­
d ro co n su p ro p ia im ag in ació n . H a y q u e p e n s a r a d e m á s q u e a q u í se h a lla
el p u n to d e p a rtid a p a ra la davidización d e o tro s salm os. In clu so c u a n d o
la in sc rip ció n se re d u c e al m e ro ledavid, c o m o su c ed e g e n e ra lm e n te e n el
re s to d e los sa lte rio s d e D a v id , fu n cio n a co m o re c o rd a to rio d e q u e el
o r a n te es D av id . E l le c to r q u e h a visto c ó m o fu n cio n a la id e n tific ac ió n se
s e n tirá in clin ad o a tra s la d a r el p ro ce so a o tro s salm os.
L a co lecció n e s tá fo rm a d a p o r salm os d e re la tiv a h o m o g e n e id a d . M a ­
y o rm e n te so n o ra c io n e s in d iv id u a le s d e fieles q u e se s ie n te n acosados,
p e rse g u id o s o s im p le m e n te d o lid o s al v e r q u e h a y m alv a d o s q u e n o c u e n ­
ta n co n D io s e n sus vid as y, ad em ás, son c o rro m p id o s (51-55).
N o to d o s so n d e l m ism o tiem p o . E n a lg u n o s el fiel a n te e s ta situ ació n
d e o p re s ió n e x p re sa su firm e co n fia n z a e n la in te rv e n c ió n d e D io s y e n el
o r d e n m u n d a n o q u e e ra la co nv icció n d e la a n tig u a sa b id u ría . A veces e sta
c o n fia n z a se b a sa e n la p a la b ra d e D io s (56) o e n el te m p lo (5 5 .5 7 ). E stas
so n b u e n a s razo n e s p a ra p e n s a r q u e p ro v ie n e n d el tie m p o a n te rio r al des-
430 C. MIELGO

tierro . E s to se p u e d e p e n s a r d e los salm o s 52,54,56,57,59, L o s salm os 53 y


55 al c a re c e r d e in sc rip c ió n b io g rá fic a p o d ía n se r p o ste rio re s.. E l salm o 60
c o n tra s ta co n el resto , p u e s es co lectivo y es e scép tico re s p e c to d e D ios, al
m en o s al ju z g a r su a c tiv id a d re sp e c to d e Isra e l e n el m o m e n to p resen te.
L o s fieles so lo p u e d e n e x p re s a r la e sp e ra n z a e n el fu tu ro .
M ás in te re s a n te es el g ru p o d e los salm o s 61-64 d e g ra n e lev ació n es­
p iritu al. E l fiel e n u n a situ a c ió n d e d e s tie rro (61,3; 63,2) co n fiesa q u e sólo
e n D io s p u e d e e n c o n tr a r d esca n so su alm a, p u e s d e É l e s tá p e n d ie n te
(63,9), tie n e sed d e É l (63,2) y e n É l e s p e ra saciarse co m o a n te rio rm e n te
lo h a c ía e n el sa n tu a rio . E l in te rio r d e l fiel se c o n v ie rte en u n tem p lo . E s ta
co n fia n za e n D io s se re fu e rz a c o n el re c u e rd o d e q u e D io s es el c re a d o r
q u e h izo el m u n d o y las m ara v illas d e la n a tu ra le z a (65) y e n las acciones
salvificas d e la h isto ria p a s a d a d e Isra e l (6 6 ,6 8 ). E n b a se a e s ta co n fian za
el p u e b lo p u e d e p r o rr u m p ir e n c án tico s d e a la b a n z a a Y ahvé (6 5 .6 6 .6 7 ).
S e o b se rv a ya e n e s te s a lte rio el p a so d e la la m e n ta c ió n y d e la triste z a
(52-61) a la a la b a n z a (65-68). E s te e sq u e m a es o b se rv a b le e n el sa lte rio e n
su co n ju n to . L a a le g ría se v e in te rru m p id a p o r los salm os 69-71 d o n d e se
v u elv e al te m a d e l ju s to s u frie n te p re s e n ta d o co n ac en to s jerem íaco s. E l
fiel y el p u e b lo p e rso n ific a d o e n D a v id su fre e n el d e stie rro ; el vigor le
a b a n d o n a . E s ta s tre s g rav es la m e n ta c io n e s c ie rra n la co lecció n q u e p a ra
A u w ers e v o c an la e x p e rie n c ia d e D a v id al fin al d e su v id a 23.
L a co lecció n fu e p ro v is ta d e u n p ró lo g o (51) y u n ep ílo g o (72). L os
d o s e s tá n rela c io n a d o s, p u e s el ú ltim o se d e d ic a a S alo m ó n , cu y a m a d re se
in sin ú a e n e l salm o 51. Q u ie n re c ita el sal 51 d e b e re c o rd a r q u e el p e rs e ­
g u id o y tra ic io n a d o e n los salm os sig u ientes, es c u lp a b le y c a u sa n te de su
p ro p ia s desgracias.
‘A l p re s e n ta rs e e sta s o rac io n e s c o m o d e D av id . E l q u e rez a , se q u eja,
sufre, e s p e ra y m an ifie sta su co n fia n z a y a n o es u n sim ple fiel, sino D av id
q u e p erso n ifica al p u e b lo . T a n to el fiel c o m o el p u e b lo d e b e n in te rp re ta r
su ex p e rien cia a m a rg a sirv ién d o se d e e s te m o d elo . D a v id o ró y e sp eró y
fu e lib rad o . D e la m ism a m a n e ra s u c e d e rá a h o ra . N o h a c e fa lta d ecir q u e
e s ta co lecció n es exílica.

La colección de A s a f (50;73-83)

E s te co n ju n to d e salm os d e b e p o n e rs e en re la c ió n c o n el g ru p o d e
c a n to re s asafitas q u e es c ita d o co m o el ú n ico co ro d e c a n to re s q u e vuel-

23 J.- M. AUWERS, “Les Psaumes, Essai de lecture canonique”: Revue Biblique 101
(1994) 243-244.
EL SALTERIO COMO LIBRO 431

v e n d e l d e s tie rro (E s d 2,41; N e h 7,44). E n tie m p o d e l C ro n ista A sa f a p a ­


re c e c o m o el je fe d e los q u e p re s ta n serv icio e n el te m p lo y su oficio e ra
c e le b ra r, g lo rific a r y a la b a r a Y ah vé (1 C ro n 16,4-5).
L o s salm o s p u e d e n d iv id irse c ó m o d a m e n te e n do s secciones p a ra le ­
las q u e se c o rre s p o n d e n e n tre sí: 73-77 y 78-83; salm o s sap ien ciales (73 y
78); la m e n ta c io n e s n a c io n a le s (74 y 79-80), o d a s al D io s Ju sto (75-76 y 81-
82) y la m e n ta c io n e s fin ales (77 y 83). F o rm a n u n g ru p o c e rra d o y h o m o ­
g é n eo ; to d o s ellos m u y u n id o s p o r re la c io n e s te m á tic a s y lingüísticas.
S e p o d ría d e c ir d e ellos q u e p r e s e n ta n u n p ro g ra m a teo ló g ico consis­
te n te : to m a r c o n c ie n c ia d e la situ a c ió n d e sg ra c ia d a a q u e Isra e l h a llega­
do, b u s c a r las ra z o n e s d e ella y fu n d a m e n ta r la e s p e ra n z a p a ra el fu tu ro .
E l c o n tra s te co n los salm o s d e D a v id es g ra n d e . M a y o rm e n te e n el sa lte ­
rio d e D a v id el q u e re z a b a e ra el fiel, e l q u e e s ta b a e n la n a v e d e la Ig le­
sia; e n los salm o s d e A s a f los q u e h a b la n s o n los q u e e s tá n e n el p úlpito,
d e los c u ales se e s p e ra e n s e ñ a n z a d e las tra d ic io n e s sag radas, ex h o rta c ió n
y alien to .
E n tre s g ran d e s la m e n ta c io n e s (7 4 ,7 9 ,8 0 ) se d e scrib e p a té tic a m e n te
la s itu a c ió n d e s o la d o ra e n q u e se h a lla e l p u e b lo “ el d ía de la a n g u stia ”
(77,3): el s a n tu a rio in c e n d ia d o y d e v a sta d o , ru in a s p o r d o q u ie r, cad áv eres
c o m o p a s to p a ra las aves, la sa n g re d e los fieles c o rre co m o a g u a e n Jeru -
salén . L as p re g u n ta s se h a c e n acu cian tes: ¿ P o r q u é e ste re c h a z o p o r p a rte
d e D io s? ¿ H a s ta c u á n d o d u ra rá e s ta p ro v o ca c ió n ? ¿ A rd e rá sie m p re la có­
le ra d e Y ah v é? L a irra c io n a lid a d d e los su ceso s s a lta a la vista. L o s a u to ­
res a g u d iz an el p ro b le m a , p u e s d icen a D io s q u e se tra ta del “re b a ñ o q u e
T ú a p a c ie n ta s ” ; los q u e h a n a rra s a d o J e ru s a lé n so n “tu s a d v e rsa rio s” ; “tu
h e r e d a d ” h a sid o in v ad id a , “tu s a n to ” te m p lo p ro fa n a d o y los m u e rto s son
“tu s sie rv o s” . E l p ro b le m a n o es sólo de Isra e l. E s la c au sa d e D ios, su ju s ­
tic ia y su p o d e r la q u e e s tá e n en tred ic h o .
L o s c o m p o sito re s tie n e n u n a re s p u e sta q u e q u e d a p lasm a d a e n v a­
rio s salm o s p e ro s o b re to d o e n e l sal 78, q u e es u n re p a so d el p a sa d o de
Isra e l. L a h isto ria d e la salv ació n se c o n v ie rte e n u n a h isto ria d e la co n ­
d e n a ció n . E l p u e b lo “ n o g u a rd ó la alianza co n D ios, re h u só c a m in a r según
su le y ” (78,10). E s u n a m ira d a al p a sad o d e tra z o s n egros, q u e re c u e rd a n
a las q u e c o n tie n e e l lib ro d e E z eq u iel. T o d o lo p o sitiv o e stá d e p a rte de
D io s, m ie n tra s q u e el p u e b lo n o p u e d e p r e s e n ta r n i u n a re s p u e s ta p o siti­
v a a los fav o re s divinos. N i siq u ie ra c u a n d o “D io s los m a ta b a , ello s le b u s­
c a b a n y re c o rd a b a n q u e e ra su ro ca , e n re a lid a d le h a la g a b a n , m in tien d o ,
p u e s su c o ra z ó n n o e ra fie l” (78,34-36).
432 C. MIELGO

A n te e s te e s ta d o d e cosas lo s asafita s se v en o b lig ad o s a d e s p e rta r y


fu n d a m e n ta r la e s p e ra n z a e n el fu tu ro . P a ra ello re c u rrie ro n a dos tem as:
a la c re a c ió n p o r p a rte d e D io s y a las m arav illas q u e el m ism o D io s h a
h e c h o e n el p a s a d o e n fa v o r d e Isra e l. L a c re a c ió n es p re s e n ta d a m ític a ­
m e n te a c e n tu a n d o la v icto ria s o b re las p o te n c ia s d el caos, el o rd e n a m ie n ­
to d e e le m e n to s d e l m u n d o , d e l d ía y n o ch e, d el v e ra n o e in v iern o , s e p a ­
ra c ió n d e ag uas d e la tie rra (74,12-17), e sta b le c ie n d o firm e m e n te las co ­
lu m n a s d e la tie r ra (75,4). E s to c o n v ie rte a D io s e n R e y d e sd e el p rin c ip io
(74,12). A e s te D io s q u e hizo esta s p ro e z a s p o d e r n o le fa lta p a ra in te rv e ­
n ir a h o ra e n fav o r d e Isra e l. A e sta s c o n sid e rac io n e s a ñ a d e n el re c u e rd o
d e los h e c h o s d e la salv ación. E n tr e ellos n a tu ra lm e n te la salid a d e E g ip ­
to (74,13-15; 7 6,4-7; 77,12-21). L la m a la a te n c ió n q u e el sal 78 d e scrib a la r ­
g a m e n te las p lag as (w . 42-51) y los d o n e s d e ag u a y co m id a q u e D io s r e ­
g aló e n el d e s ie rto (w . 14-28). E s im p o rta n te se ñ a la r q u e los a u to re s u n e n
e s tre c h a m e n te la c re a c ió n c o n los fav o re s n a rra d o s e n la h isto ria d e la sal­
v a c ió n (73,13-15; 77,14-21), co n lo q u e esto s a d q u ie re n u n v a lo r p e re n n e .
C o m o D io s es c re a d o r p o r n a tu ra le z a ta m b ié n p u e d e d ecirse q u e p e r te ­
n e c e al se r d e D io s p ra c tic a r la b e n e v o le n c ia co n Israel. C o n firm a n estas
id ea s c o n la n o c ió n d e la a lian za, q u e es in v o ca d a p o r D io s p a ra p o d e r ju z ­
g a r a su p u e b lo (50,3-6), p e ro ta m b ié n es c ita d a p o r los fieles p a ra re c la ­
m a r la a y u d a d e D io s y v e rse lib res d e la v io len cia q u e in v ad e el país
(74,20). F o rm a p a rte d e la a lian z a la ele c c ió n d e S ión co m o m o ra d a d e
D io s (74,2), y la d e D a v id , sierv o d e D ios, (78, 70-72) q u e “a p a c e n tó al
p u e b lo co n c o ra z ó n ín te g ro y m a n o e x p e rta ” .
T em a im p o rta n te d e los salm os d e A s a f es la m en c ió n d el ju icio div i­
n o c o n tra Isra e l y c o n tra los p u e b lo s p a g a n o s e incluso c o n tra los dioses.
D io s ju z g a a su p u e b lo a q u ie n le re p ro c h a la p rá c tic a d e los sacrificios
(5 0 ,7 -1 5 ) y la c o n d u c ta in m o ra l (w . 16-22). E l ju icio se e x tie n d e a los m a l­
v ad o s, ju ic io q u e es p re s e n ta d o co m o fa v o ra b le a los p iad o so s, a q u ien e s
“ e x a lta , m ie n tra s q u e a b a te a los m a lv a d o s” (75,8-9). M ás d ig n o d e m e n ­
ció n es el salm o 82 d o n d e D io s e je rc e el ju icio c o n tra los dioses. R e u n id o s
los d io ses e n asam b lea , e n u n o rá c u lo 24, D io s se le v a n ta y los c o n d e n a p o r
n o h a b e r ju zg a d o re c ta m e n te y a q u e se h a n p u e sto d e p a rte d e los m a lv a ­
d o s y n o h a n d e fe n d id o al d é b il y al h u é rfa n o , c u a n d o es p ro p io d e la d i­
v in id a d la p re o c u p a c ió n p o r la ju sticia. P o r ello los d ioses so n c o n d e n a d o s
a m o rir c o m o si fu e ra n h o m b res.

24 Es una característica de los salmos de Asaf la frecuencia de oráculos puestos en


boca de Dios, lo que hace pensar en una relación de los redactores con los profetas (75,3-6;
81,7-17; 82,2-4; 82,6-7).
EL SALTERIO COMO LIBRO 433

L a co m p o sic ió n d e e s te g ru p o es e sm e rad a . Se a b re la co lecció n con


el sal 73 q u e ju n to c o n el 77 so n los dos ú n ico s in d iv id u ales. E l sal 73 es
u n a m e d ita c ió n sa p ie n c ia l e n la q u e u n fiel e x p re sa q u e e stu v o a p u n to de
a p o s ta ta r al o b s e rv a r las in ju sticias ex isten te s y su p e ró la crisis a c u d ie n d o
al sa n tu a rio . E s p o sib le q u e h a y a sid o p u e sto e n c a b e z a p a ra e x p re s a r q u e
d e la m ism a m a n e ra q u e e n el p la n o in d iv id u al es p o sib le s o b re p o n e rse ,
ta m b ié n lo p u e d e co n seg u ir el p u e b lo en su c o n ju n to . L o s salm o s sig u ien ­
tes re c o n o c e n la q u ie b ra a c tu a l, p e ro d a n a rg u m e n to s y m o tiv o s p a ra q u e
to d o s s e p a n q u e “tu n o m b re es Y ahvé, A ltísim o s o b re to d a la tie r r a ”
(83,19).
E v id e n te m e n te la c o lecció n d e b e c o lo c arse c o m o m u y p r o n to e n el
d e stie rro . E s p o sib le q u e h a y a tro z o s d e salm os a n te rio re s. P e ro ello s fu e ­
ro n re e la b o ra d o s e n el d e stie rro . E s m ás, la c e rte z a s o b re la fu tu ra in te r­
v e n c ió n d e D io s p e rm ite su p o n e r q u e la d e stru c c ió n q u e d a b a y a u n ta n to
lejos.

3.3. Libro W (90-106)

L a escasez d e in sc rip cio n es h a c e difícil fijar c o n p re c isió n coleccio n es


claras. A este c o n ju n to n o h o m o g é n e o d e salm o s se le su e le lla m a r Salte­
rio mosaico, p o rq u e el 90 e s tá in sc rito a n o m b re d e M oisés, sie te d e las
o c h o m en cio n e s d e M o isés o c u rre n e n el L ib ro IV y los salm o s 90-92 co n ­
tie n e n rem in isce n cia s ling ü ísticas y tem á tic a s d e l G én esis, d e l C á n tic o y
B e n d ic ió n d e M o isés e n D e u t 32 y 3325.
L os salm os 90-92 e s tá n e s tre c h a m e n te re la c io n a d o s e n tre sí a nivel
lin g ü ístico 26, m ás aú n , los salm o s 90 y 91 p a re c e n salm os g em elos: u n o
t r a ta d el tie m p o y el o tro d e l espacio. L os tre s p a re c e n in sp ira rse e n las
p re c e d e n te s co leccio n es d e A s a f y Q o ra j27. V é a se 91,15 q u e se in sp ira en
50,15; 91,16 se in sp ira e n 50,23. P o r su p a rte 92,7 p a re c e c ita r a 73,22 o
49,11. T e m á tic a m e n te p u e d e o b se rv a rse c ie rta re la c ió n e n tre ellos. E l fiel
q u e se la m e n ta d e q u e los añ o s p a s a n rá p id o y la v id a d el h o m b re es co m o
h ie r b a q u e se seca y p id e q u e to d o s se an saciad o s p o r el a m o r d e D io s (90
3-14), e n c u e n tra la re s p u e s ta e n la p ro m e sa d iv in a d e sa cia r d e la rg a vida

25 Deut 32,4 con sal 92,16; Deut 32,11 con sal 91,4; Deut 32, 33 con sal 91,13; Deut
32,36 con sal 90,13.
26 Sobre estas concatenaciones verbales ver J. M. AUWERS, La composition... p. 51,
nota 59. Sobre todo entre los salmos 90 y 92 son más claras.
27 F. -L. HOSSFELD, E. ZENGER, E., Psalmen 51-100 (HThKAT). Freiburg 2000,33.
434 C. MIELGO

al q u e le a m a (91,16). E s te ta l ju sto flo re c e rá co m o u n a p a lm e ra y te n d rá


la la rg a v id a d e u n c e d ro (92,13). N o o b s ta n te es difícil a firm a r si alg u n a
vez fo rm a ro n u n a c o lecció n p o r sí solos.
P o r c o n tra los salmos de Yahvé R e y (93-100) fo rm a n c la ra m e n te u n a
co lección. T ie n e n id é n tic a e s tru c tu ra h ím n ica c o n la in v ita ció n a la a la ­
b a n z a se g u id a d e la m o tiv ació n . T íp ic o d e to d o s ellos es la ex p resió n
Yahvé reina y la im a g in ería p ro p ia d e l m u n d o d e la co rte: el A ltísim o , b a ­
lu a rte , d o m in a d o r, p a s to r, el te rrib le , ju e z , m a je sta d , p o d e r, tro n o , e sp le n ­
d o r, re n d ir h o m e n a je , g o b e rn a r, etc. L as rela c io n e s lite ra ria s y sem án ticas
e n tre ellos es m u y e s tre c h a , in clu sive co n re p e tic ió n d e frases ( nosotros
somos su pueblo y ovejas de su rebaño = 9 5 ,7 y 100,3; cantad a Yahvé un
canto nuevo = 96,1 c o n 98,1; canta a Y ahvé, tierra entera - 96,1 y 98 4; re­
tumbe el mar y cuanto contiene = 96,11 y 98,7; ante Yahvé, que llega, que
llega a juzgar la tierra, juzgará al m undo con justicia, a los pueblos con rec­
titud = 96 ,1 3 y 9 8 ,9 ; Yahvé reina = 97,1 y 99,1). E l te m a es cono cid o : Y ahvé
es el ú n ico s o b e ra n o d e to d o y a d e sd e la c reació n , rey a b so lu to d e Isra e l
y d e to d o s los p u e b lo s; su re in o se rea liz a p o r m e d io d e la ley q u e p ro c e ­
d e d e l T em plo; su v e n id a in m in e n te c o m o ju e z es p ro c la m a d a co n alegría.
A l final, el sal 100 es u n a esp ecie d e p e re g rin a c ió n e n tu sia sta h a c ia Y ahvé
re y q u e v ien e a ju zg a r. E s te es el clím ax y o b jetiv o d e la colección.
E n b a se a las d ife ren c ia s q u e se o b se rv a n e n c u a n to a la co n cep ció n
p re s e n te o f u tu ra d e l re in a d o d e D io s y e n c u a n to al c a rá c te r m ás o m en o s
u n iv ersalista, E . Z e n g e r28 p ie n sa q u e los m ás an tig u o s (e n to m o al co ­
m ie n zo d e la é p o c a p e rs a ) se ría n los salm o s 9 3 ,9 5 ,9 6 ,9 8 ,9 9 y 100 p o r su
c o n e x ió n c o n Isa 2,1-4; 51,4-5. E n to d o s ellos se d ib u ja u n o rd e n de p a z
u n iv ersa l, q u e se m a n ifie sta y a e n el p re se n te . M ás ta rd ío s se ría n el 97, q u e
p ro y e c ta el re in o d e D io s p a ra la esca to lo g ía y el 94 (id e o ló g ic a m e n te
m u y p a re c id o al sal 149), q u e es u n lla m a d a a p re m ia n te al Dios de la ven­
ganza p a ra q u e actúe.
E l re s to d e los salm o s d e e ste lib ro (101-106) n o p a re c e q u e fo rm a ­
r a n u n a colecció n in d e p e n d ie n te .

3. 4. Libro V (107-150)

S e p u e d e n o b s e rv a r las colecciones siguientes:

28 E. ZENGER, “ Das Weltenkönigtum des Gottes Israels (190-106)”: N. LOHFINK- E.


ZENGER, Der Gott Israels und die Völker. Untersuchungen zum Jesajabuch und zu den Psal­
men. (SBS 154). Stuttgart 1994,157-170.
EL SALTERIO COMO LIBRO 435

El Hallel pascual (113-118)

E s te g ru p o lla m a d o a veces el “H a lle l eg ip c io ” (se c a n ta el É x o d o y


se m e n c io n a a Isra e l y A a ró n ) fo rm a b a p a rte d e la litu rg ia d e la P a sc u a
se g ú n la tra d ic ió n ju d ía ( mPes 4,7;9,3) y c ristia n a (M e 14,16; M t 26,30). E l
n ú c le o se c o m p o n e d e h im n o s (113-115), q u e c o m ie n z an y te rm in a n con
el g rito d e a la b a n z a “a le lu y a ” . S igu en lu eg o d o s acciones d e g racias
(116,118) c o n u n a d o x o lo g ía (117) q u e se e s p e ra ría al fin al d e la colección.
E s p o sib le q u e to d o s ellos fo rm a ra n u n a co lecció n p a ra u so litú rg ico a n te s
d e in c o rp o ra rs e al sa lte rio y fu e e n to n ces, q u izá, c u a n d o los sal 111-112
(salm o s ac ró stico s) fu e ro n co lo c ad o s e n cab eza. L o s tem a s so n la a la b a n ­
za, ac ció n d e gracias, D io s re v ie rte las situ acio n es, la e x p e rie n cia co n firm a
q u e m e re c e la p e n a c o n fia r e n D io s, m e n c ió n d e d ife re n te s g ru p o s q u e
p a rtic ip a n e n la litu rg ia , etc.

Los Cánticos de las subidas o de las gradas (120-134)

F o rm a n u n g ru p o m u y h o m o g é n e o , u n v e rd a d e ro sa lte rio d e n tro del


sa lte rio ; sin d u d a u n a co lecció n in d e p e n d ie n te , a n te s d e e n tra r e n el s a lte ­
rio, c o m o p a re c e c o n c lu irse d e Q u m ra n ( l l Q P s a) d o n d e se e n c u e n tra n
c o m o u n b lo q u e e n el m ism o o rd e n q u e e n el T M .
E s ta s ca ra c te rístic a s se o b serv an : S o n salm o s b rev e s (6 vers. d e
m ed ia ); el u so d e la anadiplosis ( re to m a r u n a p a la b ra o g ru p o d e p a la b ra s
d e l fin al d e u n v e rso e n el co m ien z o d e l sig u ien te; v e r 1 20,2.3.6.7; 121,1.2-
3.4); u so d e l re la tiv o she, e n vez d e asher; fre c u e n c ia d e fó rm u la s co m o que
hizo el cielo y la tierra (121,2; 124,8; 134,3); desde ahora y para siempre
(121,8; 125,2; 131,3); que lo diga Israel (124,1; 129,1); q u e Israel espere en
Yahvé (130,7; 131,3); paz a Israel (125,5; 128,6). E s to les p ro p o rc io n a u n
c ie rto e stilo a fo rístico y u n c a rá c te r e n se ñ a n te . E l sal 132 es el m ás a típ i­
co d e l g ru p o . E s m ás largo, tie n e o tro ritm o y es m ás original. Q u izá fu e
a ñ a d id o ta rd ía m e n te .
L a c o lecció n p a re c e e s ta r h e c h a al serv icio d e los p e reg rin o s, a los
q u e se les s e ñ a la las etap as. A n s ia d e p a rtir (120), v iaje d e p e re g rin a c ió n
(121), lle g a d a a J e ru s a lé n (122), co n fian za, a g ra d e c im ien to , lam e n ta c ió n
(130), e x p re s io n e s d e felicid ad p o r e n c o n tra rs e ju n to al S e ñ o r en Sión,
d e s d e d o n d e se e s p e ra la p ro s p e rid a d (1 2 3 ,1 3 3 ) h a s ta la b e n d ic ió n fin al
d e d e s p e d id a (134)29.

29 K. SEYBOLD, Die Wallfahrtpsalmen. Studien zur Entstehungsgeschichte von Psalm


120-134. (Biblische-theologische Studien, 3). Neukirchen, 1978.69-75.
436 C. MIELGO

C o m o a p é n d ic e a los C á n tic o s d e los g rad a s se h a lla n las d o s litu rg ias


h ím n icas (1 3 5 ,1 3 6 ) fre c u e n te m e n te llam ad as el Gran Hallel. N o p a re c e
q u e fo rm a ra n u n g ru p o a p a rte . E l c a rá c te r d e a p é n d ic e se ve p o r el h e c h o
d e q u e el sal 1 3 5 ,1 -2 c o m ie n z a c o n las m ism a p a la b ra s d el sal 134.

La 4a colección de D avid (138-145)

P a re c e fo rm a d a e n to rn o a u n n ú c le o d e súplicas in d iv id u a le s (140-
143) c o n p e tic io n e s m u y sem ejan te s. L o s salm os e stá n re la c io n a d o s e n tre
sí lite ra ria m e n te , “la z o s” (1 4 0 ,6 y 141); “ el a lie n to q u e se a p a g a ” (1 4 2 ,4 ;
1 4 3 ,4 ); “tu e re s m i D io s (1 4 0 ,7 ; 143,10” ). E l p rim e ro (138) p o d ría d a r la
clave d e lectu ra: el fiel q u ie re c e le b ra r a Y ahvé "en p re se n c ia d e los d io ­
ses "(v .l), lo q u e in d ic a ría q u e se e n c u e n tra e n tie rra p a g a n a. E l re s to d e
los salm o s p u e d e le e rs e c o m o la o ra c ió n d e Isra e l que, d isp e rso e n tre las
n acio n es, p id e se r lib e ra d o d e los enem igos.
L o s salm o s 138 y 145 fo rm a n el m arc o d e to d a la colecció n . L os dos
so n a la b a n zas al n o m b re d e l S e ñ o r (38,2 y 145,1). S o n c a n to s a la g lo ria y
g ra n d e z a d e Y ahvé, a la b a n z a a la q u e se in v ita a los rey es d e la tie rra a su ­
m a rs e (1 3 8 ,4 ) o a to d a s las c ria tu ra s (1 4 5 ,1 0 )
E l salm o re a l 144 q u e sigue a las o ra c io n e s d e sú p lica es u n a re e la ­
b o ra c ió n d el sal 18 y d e l salm o 8 p re d o m in a n te m e n te , p e ro ta m b ié n u n
c e n tó n d e ex p re sio n e s sálm icas, q u e te rm in a n e x p re sa n d o la felicid ad y
tra n q u ilid a d q u e se re s p ira e n la c o m u n id a d fiel: E s u n b u e n fin a l tra s las
la m e n ta c io n e s p re c e d e n te s.
P o r su p a rte el sa lm o 137 (el c é le b re “ju n to a los río s d e B a b ilo n ia ”)
es u n a esp ec ie d e in tro d u c c ió n al s a lte rio d e D av id , m u y b ie n y u x ta p u e s­
to al salm o 138. E n é ste ú ltim o el fiel in v o cab a a D io s e n te rrito rio ex ­
tra n je r o y d e e s ta situ a c ió n se la m e n ta b a n los fieles e n el sal 137. E sto m a ­
n ifie sta la re la c ió n q u e h a y e n tre esto s salm os, ta n to q u e p a re c e q u e el 138
re s p o n d e al 137.

E l Hallel final (146-150)

E s u n a m ag n ífica d o x o lo g ía q u e c la u su ra to d o el salterio . D a la im ­
p re s ió n q u e e s ta a la b a n z a es p u e s ta e n m a rc h a p o r las p a la b ra s finales d e l
sa lm o d e D a v id 145,21: Que m i boca diga la alabanza de Yahvé y que toda
carne bendiga su santo nombre por siempre jamás. L os salm o s sig u ien tes
sig u en el p ro g ra m a a q u í señ ala d o . E n el salm o 146,1 el fiel se a u to e x h o r-
EL SALTERIO COMO LIBRO 437

ta a a la b a r a D ios. D e s p u é s in crescendo la in v ita ció n se e x tie n d e a Jeru -


salén, S ió n y la c o m u n id a d d e los fieles (1 4 7 ,2 ,1 2 ), y lu eg o a to d a s las c ria ­
tu ra s c ele stes y te r r e s tre s (148) y el final es m agnífico: todo cuanto respi­
ra alabe a Yahvé. L a c o lecció n p re s e n ta u n g ra n co ro fo rm a d o p o r m u ch as
voces p ro v e n ie n te s d e l u n iv e rso cósm ico (1 4 8 ,1 -6 ), d e la tie rra (148,7-10),
d e la n a tu ra le z a in a n im a d a , d e to d a la h u m a n id a d , d e los h ijo s d e Isra e l
(148,14) y d e los leales, los q u e llev an e n su c o ra z ó n a S ión (149). T odos
tie n e n m o tiv o s p a ra a la b a r a D ios, u n o s p o r la e sta b ilid a d d e l u niverso,
o tro s p o r h a b e r le v a n ta d o y a d o rn a d o co n la v ic to ria a su p u e b lo . E s ta co­
lección fija el o rd e n se ñ a la d o p o r D ios. Los reyes de la tierra y todos los
pueblos (148,11) se e n te ra n d e q u ié n es Y ah v é v ie n d o las m ara v illas q u e
h a h e c h o e n fa v o r d e Israel.

4. La integración de las colecciones

E s difícil e s ta b le c e r los p a so s p o r los q u e las co leccio n es se fu e ro n e n ­


sa m b lan d o . Si a n te s se p e n s a b a q u e el p ro c e d im ie n to fu e m ás o m en o s
m ecán ico , h o y h a y u n c o n sen so g e n e ra l d e q u e h u b o u n p ro c e so d e creci­
m ie n to y u n a v e rd a d e ra re d a c c ió n . L os salm os fu e ro n ju n ta d o s co n u n a
d e te rm in a d a id e o lo g ía y c o m o re sp u e s ta a las circu n stan cias h istó ricas vi­
v id as p o r la c o m u n id a d . E s te p ro c e so h a d e ja d o h u e lla s e n el sa lte rio ac­
tu al.

4.1. El salterio elohista (42-83)

P o d ría lla m a rse a é s te s a lte rio la I a ed ició n , c o n siste n te e n el a g o lp a ­


m ie n to d e tre s co leccio n es lev íticas y la 2a c o lecció n d e D av id . E s te p rim e r
s a lte rio tu v o su h isto ria . L a n o ta , m e n c io n a d a a n te rio rm e n te , “fin d e la
o ra c io n e s d e D a v id , h ijo d e J e s é ” (7 2 ,2 0 ) o fre c e d a to s in te resa n tes. D a d o
q u e m ás a d e la n te h a y v ario s salm os d e D a v id , q u ie n re d a c tó e s ta n o ta co ­
n o c ió u n s a lte rio m ás c o rto q u e el actual. ¿ A q u é salm o s d e D a v id se r e ­
fie re ? E v id e n te m e n te sólo a los salm os 51-72 y n o a los 3-41, y a q u e e n tre
42-50 h a y salm o s d e Q o ra j y d e A sa f y la n o ta e n to n c e s n o se ría exacta.
A d e m á s, tie n e se n tid o si a co n tin u a c ió n h a b ía o tro s salm o s d e d ife re n te
p ro c e d e n c ia . P o r ta n to la n o ta d elim ita los salm os d e D a v id d e los salm os
d e A s a f q u e sig u e n a c o n tin u a c ió n (73-83), y p ro c e d e del re d a c to r q u e
ju n tó las do s colecciones. C o m o al final d e l sal 49 n o h a y u n a n o ta sim ilar,
438 C. MIELGO

p a re c e c la ro q u e a e s te re d a c to r to d a v ía le e ra d e sco n o c id a la colecció n
d e Q o ra j (42-49). T en em o s ya u n p rim e r a g ru p a m ie n to d e salm os fo rm a ­
d o p o r u n a c o lecció n d e D a v id (51-72) y u n a co lecció n d e A s a f (73-83). E l
re d a c to r re fo rz ó la u n ió n e n tre a m b a s m e d ia n te el sistem a d e pinza: a n te ­
p u so el salm o 50 q u e es d e A s a f a la c o lecció n d e D a v id , fo rm a n d o el si­
g u ien te e sq u em a : A s a f (50), David ( 51-72), A s a f (73-83).
L a n o ta p e rm ite e x tra e r o tra co n clusió n. A l p re s e n ta r co m o o ra c io ­
n es de D avid los salm o s p re c e d e n te s y c o m o e n el te x to d e los salm os n o
h a y n in g u n a in d ic a c ió n q u e p u e d e s u g e rir e s ta a u to ría , h a y q u e p e n s a r
q u e e n a lg ú n m o m e n to se in sc rib ie ro n así los salm os. Sin d u d a h a y q u e
p e n s a r q u e e s ta a n o ta c ió n y a e s ta b a e n ellos c u a n d o se escrib ió la n o ta del
72,20 y, p o r ta n to , n o d e b e a trib u irse a los asafitas.

A e s te g ru p o se le a ñ a d ió la c o lecció n lev ítica d e los Q o ra jita s (sal


42/43-49), q u e se a n te p u s o a la co lección d av íd ica, re s u lta n d o así este es­
q u em a:

Col. Qoraj (42/43-49). Sal. A s a f (50). Col. D avid (51-71). Col.


A s a f (73-83).

E s te c o n ju n to re c ib e el n o m b re d e salterio elohista. E s ta d e n o m in a ­
c ió n es re la tiv a m e n te an tig u a . V arios a u to re s d e l siglo X IX a d v irtie ro n la
a ltísim a fre c u e n c ia d e E lo h im p a ra d e sig n a r a D io s e n e ste g ru p o d e sal­
m o s e n c o n tra d e lo q u e es u su a l e n el re s to d e l salterio.
E n tr a d e n tro d e lo n o rm a l q u e el n o m b re d e Y ahvé (685 veces) se u se
m ás q u e E lo h im (229 v eces). L o e x tra ñ o es la d esig u al d istrib u c ió n q u e se
a d v ie rte . E n el sa lte rio e lo h ista Y ah vé o c u rre s o la m e n te 43 veces, fre n te
642 e n el re s to d e l sa lterio . P o r c o n tra E lo h im o c u rre 245 veces e n el sal­
te r io e lo h ista d e u n to ta l d e 365 v eces e n el re s to d e los salm os. L a p r o ­
p o rc ió n se e le v a si se d istin g u e e n tre el u so a p e la tiv o y el n o m in a tiv o d e
E lo h im . Y es q u e E lo h im p u e d e significar m u ch a s cosas: D ios, u n dios, los
d ioses, se r (es) d iv in o (s), etc. E n s e n tid o a p e la tiv o eq u iv a le a D ios, n o m b re
g e n é ric o d e la d iv in id ad . C o m o n o m b re p ro p io e q u iv ale a Y ahvé el D io s
d e Isra el. R e s u lta q u e e l 91.8% d e las v eces q u e E lo h im se u sa co m o n o m ­
b r e p ro p io se h a lla e n el sa lte rio eloh ista.
P a ra ex p lic a r e s ta a n o m a lía , lo m ás c o m ú n e ra re c u rrir a u n a re d a c ­
c ió n e lo h ista d e l salte rio ; es d ecir, q u e el n o m b re d e Y ahvé fu e su stitu id o
p o r ra z o n e s m isterio sa s p o r el n o m b re d e E lo h im . A fav o r d e e sta o p in ió n
p u e d e c ita rse la fó rm u la Elohim Eloheka anoki (= yo, D ios, soy tu D io s)
EL SALTERIO COMO LIBRO 439

(43,4; 45,8; 50,7 68,9), q u e es e x tra ñ a al o íd o y e n re a lid a d es tau to ló g ic a ;


sin d u d a e s tá p o r la fó rm u la Yahve eloheka anoki (= yo, Y ah v é, soy tu
D io s), q u e tie n e sen tid o . T a m b ié n p u e d e c ita rse la e x p re sió n Elohim Se-
baoth (D io s d e los e jé rc ito s) q u e g ra m a tic a lm e n te n o e s tá b ie n . E n su
lu g ar d e b ie ra d e c ir Yahvé Sebaoth q u e es la fó rm u la co rrien te .
E n c o n tra d e la re d a c c ió n e lo h is ta ju e g a el h e c h o d e q u e el re d a c to r
n o hizo la su stitu c ió n e n to d o s los casos. A e sto re s p o n d e C. R o s e l30 q u e
h u b o p rim e ro u n a re d a c c c ió n e lo h is ta d e to d o e ste sa lte rio y q u e el n o m ­
b re d e Y ah vé fu e in tro d u c id o d e sp u é s e n las d iv ersas re d a c c io n e s q u e su ­
frió to d o el c o n ju n to d e los salm os. O tra s e x p licacio n es so n m ás p ro b a ­
bles. C o n d ife ren c ia s e n tr e ellos, ta n to M illard co m o H o s ffe ld /Z e n g e r31
su p o n e n q u e e l u so p re d o m in a n te d e E lo h im es fru to d e u n a te n d e n c ia
teo ló g ic a a fav o r d el m o n o te ísm o . Id e n tific a r Y ahvé c o n E lo h im p re te n d e
m a n ife s ta r sim p le m e n te q u e to d o lo div in o e s tá e n Y ahvé. L o cu al s u p o ­
n e la con v icció n e x iste n te d e q u e s o la m e n te h a y u n D io s q u e es so b e ra n o
d e to d o e l m u n d o . E s ta m e n ta lid a d só lo es p e n sa b le d e sp u és d e l d e stie rro .
S ea lo q u e fu e re d e e s te te m a m e n o r, lo c ie rto es q u e el sa lte rio e lo ­
h ista tu v o u n a ex isten cia in d e p e n d ie n te . Y si se p ie n sa q u e es e x p re sió n d e
u n a te n d e n c ia teo ló g ica q u e n o c o n tin u ó d esp u és, es u n in d icio d e q u e
e s ta co lecció n es m ás a n tig u a q u e las dem ás. E n la su cesiva u n ió n d e co ­
leccio n es in d e p e n d ie n te s su rg ie ro n los d u p lic a d o s se ñ a la d o s a n te rio r­
m en te . C o m o los d u p lic a d o s se d a n sie m p re c o n alg ú n p o e m a d e l sa lte rio
e lo h ista , c a b e s o sp e c h a r q u e é ste fu e el n ú c le o d e to d o el salterio . H a y q u e
s e ñ a la r ta m b ié n q u e co m o el s a lte rio e lo h ista e s tá fo rm a d o p o r tre s series
d e salm o s in scrito s a n o m b re d e Q o ra j, D a v id y A saf, c a d a u n o co n su p e r ­
fil p ro p io , se d e b e s u p o n e r q u e c a d a g ru p o tu v o ex isten cia p ro p ia a n te rio r.
L o s p a so s p a ra la fo rm a c ió n d e l sa lte rio e lo h ista a p a rtir d e las tre s
co leccio n es a n te rio re s p u e d e n re c o n s tru irs e h a s ta c ie rto p u n to .
L a p rim e ra o p e ra c ió n fu e u n ir la c o lecció n d e A s a f (73-83) co n el 2o
sa lte rio d e D a v id (51-71). N o se tra tó d e u n a m e ra y u x tap o sic ió n sin o m uy
p ro b a b le m e n te d e u n a v e rd a d e ra re d a c c ió n , d a d o q u e las d o s coleccio n es
e ra n b a s ta n te d iferen tes. Se a n te p u s o el sal 50 d e A s a f a los salm o s de
D a v id . C o n ello los re d a c to re s q u isie ro n a b rir el sa lte rio d e D a v id , co m ­
p u e s to p re d o m in a n te m e n te d e salm os in d iv id u ales, a u n a p e rsp e c tiv a n a-

30 Die messianische Redaktion... 21ss.


31 M. M illa rd , “Zum Problem des elohistischen Psalters. Überlegungen zum Ge­
brauch von yhwh und ihym im Psalter’: E. ZENGER (Hrsg.), Der Psalter im Judentum und
Christentum. Freiburg 1998, 93 ss; F. L. HOSSFELD- E. ZENGER, “The So-called Elohistic
Psalter. A New Solution for an Old Problem: B. A. STRAWN- N. R. B ow en (Ed.), A God so
Near. Essays on Old Testament in Honor o f P.D. Miller. Winona Lake 2003,50s.
440 C. MIELGO

cional. P o r o tra p a rte , los salm o s 50 y 51 e stá n e stre c h a m e n te u n id o s p o r


la c rítica d e los sacrificios (5 0 ,8 -1 5 y 51,18-19), p e ro so b re to d o p o rq u e el
fiel q u e re c ita 5 1 ,1 9 e s ta re s p o n d ie n d o a la exigencia p r e s e n ta d a e n 50,23:
u n sacrificio a g ra d a b le a D io s es el e sp íritu c o n trito y el c o ra z ó n hum ilde.
E l salm o 50 p re s e n ta el p ro g ra m a q u e el o ra n te d e l 51 c u m p le fielm en te,
d isp o sició n q u e es c o m ú n a los o ra n te s sig u ien tes (52-72). E n m o m e n to d e
d esg ra cia d e b e p o n e rs e la c o n fia n za e n D ios.
C a b e so sp ec h a r o tra s in te rv en c io n e s. P o r ejem p lo , los salm o s 58 y 60
te m á tic a m e n te so n a je n o s a la co lecció n d e D av id . E l p rim e ro p o rq u e
tr a ta el te m a del ju ic io c o n tra lo dioses, y e ste te m a es u n a c a ra c te rístic a
d e los salm os d e A saf. P o r su p a rte el salm o 60 es u n a la m e n ta c ió n n a c io ­
n al, g é n e ro b ie n r e p r e s e n ta d o e n la co lección d e A saf.
C o n e s ta in c o rp o ra c ió n d e los salm os d e A s a f a los d e D a v id la esp i­
ritu a lid a d d e los salm o s se e n riq u e ce. E l D io s a q u ie n in v o ca el o ra n te ya
n o es sólo el D io s q u e h a b ita e n el T em p lo (52,10; 55,15) sin o ta m b ié n el
D io s c re a d o r del m u n d o y p ro ta g o n is ta d e la m ara v illo sa h isto ria del p a ­
sad o. E l fiel d e b e se n tirse m ie m b ro d e u n a c o m u n id a d c re a d a y m a n te n i­
d a en v id a p o r D io s e n el p a sad o . E l re c u e rd o d e esta h isto ria fu n d a m e n ­
ta la e s p e ra n z a f u tu ra p a ra el in d iv id u o y p a ra el p u eb lo .
E l sig u ie n te p a so fu e a n te p o n e r la p rim e ra co lecció n d e los Q o ra jita s
a la co lecció n d e los salm o s d e D av id -A saf, co n lo q u e se fo rm ó el s a lte ­
rio elo h ista. E n e s te e s ta d io es m ás difícil d e te c ta r in flu en cias red a c c io n a -
les e n tre las do s p a rte s. Se so sp ec h a q u e el salm o 49 q u e n o fo rm a b a p a rte
d e l s a lte rio q o ra jita , fu e in tro d u c id o e n e ste m o m en to . E s te salm o, m u y
p e sim ista , n o e n c aja b ie n e n tr e los salm os d e Q o raj in m e d ia ta m e n te a n ­
te rio re s (46-14), llen o s d e a leg ría y co nfian za. E stab le c e, n o o b sta n te , u n
p u e n te co n el salm o 73 ta m b ié n sapien cial. E s te ú ltim o a la p u e rta d e los
salm o s d e A s a f o fre c e u n a m a n e ra d e s u p e ra r la crisis a tra v é s d e la re fle ­
x ió n sap ien cial.
M ás o scu ro es el p a p e l d e la 2a colecció n Q o ra jita (84-85.87-88). E s
t a n p a re c id a y p a ra le la a la I a q u e n o p a re c e q u e d e b a n se p a ra rse . P e ro
p o r o tra p a rte n o fo rm ó p a rte d e l sa lte rio elo h ista, lo q u e in d ic a ría q u e se
su m ó a él e n tie m p o p o ste rio r. E n la in v estig ació n se a d v ie rte n d u d as
s o b re el p a rticu la r.
E n resu m e n , el s a lte rio e lo h ista es u n in te n to de e n te n d e r y s u p e ra r
e l tra u m a q u e p ro d u jo e n Isra e l la d e stru c c ió n d e Je ru s a lé n y el d e stie rro .
E s u n a re s p u e s ta a las in q u ie tu d e s d e en to n ces, p e ro es u n a re s p u e s ta p lu ­
ra l. A l o ra n te se le in v ita a a p o y a rse e n la p rese n c ia p e rm a n e n te d e D io s
e n su c iu d a d y e n su tem p lo , q u e a se g u ra p ro te c c ió n , a o b s e rv a r có m o
EL SALTERIO COMO LIBRO 441

D a v id , o ra n te e je m p la r, c u lp a b le y p e rse g u id o , o ró y fu e lib e ra d o y se le
p re s e n ta u n a v isió n d e la h isto ria , lle n a d e lu ces y so m b ras, p e ro elim in a­
d as éstas ú ltim a s p o r q u e D io s sie m p re p e rd o n ó .
P a ra el o rig e n d e l s a lte rio e lo h ista p u e d e fijarse u n terminus a quo.
L as lam e n ta c io n e s d e Q o ra j y d e A s a f n o p u e d e n s e r a n te rio re s a la m ita d
d el s. V I, es d e cir, e n tie m p o d e l d e stie rro . ¿ Q u ié n e s fu e ro n los q u e h icie ­
ro n la c o lecció n ? L a m e n c ió n d e los c a n to re s d el te m p lo e n las in scrip cio ­
n es in d ic a n q u e el o rig e n h a y q u e b u sc arlo e n los o ficiales d e l servicio li­
túrg ico , a u n q u e y a n o p a r a u so exclusivo e n el culto. L a m ezcla d e la m e n ­
tac io n e s in d iv id u a le s y co lectiv as in d ican q u e q u ie re n s u p e ra r el tra u m a
re c u rrie n d o ta m b ié n a la d ev o ció n p e rso n a l. L a fin a lid a d se ría p rec isa ­
m e n te su p lir e n p a rte a la au sen c ia de litu rg ia d e l tem p lo . E s to in d icaría
q u e los salm o s y a n o se u s a n co m o te x to s in d iv id u ales, sino co m o co lec­
ció n q u e in v ita a la le c tu ra segu id a. U n ind icio a fa v o r d e e sta fin alid ad es
la c o n c a te n a c ió n e n tr e los salm os vecinos, la su av izació n e n tre colecciones
d ife re n te s m e d ia n te las in scrip cio n es de g é n e ro o m usicales, etc.

4. 2. El salterio mesiánico

Se lla m a así al g ru p o d e los salm os 2-89, fo rm a d a p o r la u n ió n d e las


do s colecciones, a s a b e r la I a colección d e D a v id (3-41) y el sa lte rio e lo ­
h ista (42/43-89).
E s difícil s a b e r c ó m o se rea liz ó e sta u n ió n . L o m ás o b v io es p e n sa r
q u e, u n a vez fo rm a d o el sa lte rio elo h ista, se su m a ra p o r d e trá s a la I a co­
lecció n d e D a v id (3-41), e x iste n te ya e n to d o o e n p a rte , seg ú n el p rin c i­
p io d e q u e el s a lte rio d e b ió c o m p o n e rse d e p rin c ip io a fin. A s í p ie n sa E .
Z e n g e r32. S in e m b a rg o , las d o s co leccio nes fu e ro n in d e p e n d ie n te s, com o
lo p ru e b a el h e c h o d e los salm os d u p lic a d o s (14=53 y 40,14-18=70). E n
e s te caso, la a n tig ü e d a d d e d ichas co leccio n es e sc a p a a n u e s tro c o n tro l. L o
q u e h a y q u e ex p lic a r es la davidización d e los salm o s 3-41. Q u e c ie rto n ú ­
m e ro d e salm o s te n g a n las in scrip cion es “d e A s a f” o “d e los hijos de
Q o r a j” se e n tie n d e b ie n , d a d o q u e e ra n fam ilias d e can to res. M ás difícil es
e n te n d e r la a trib u c ió n a D a v id . L a m a y o r p a rte d e las alu sio n es a las cir­
cu n sta n c ia s d e la v id a d e D a v id se h a lla n e n el 2o salterio . E l re s to d e los
caso s (3 ,3 4 ,1 4 2 ) se re fie re n a circu n stan cias y a m e n c io n a d a s e n el 2o sal­
te rio d e D a v id , o e s tá n e x tra íd a s d e 2 S am 22,1 (7,18). D a d o esto, es m ás
fácil su p o n e r q u e la in sc rip ció n d e D a v id h a y a p a s a d o d e l sa lte rio elohis-

32 E. ZENGER, Einleitung in das Alte Testament. 5.Aufl. Stuttgart 2004,364.


442 C. MIELGO

ta a la I a co lecció n d e D av id . L a m e ra m e n c ió n “d e D a v id ” q u e es ta n fre ­
c u e n te e n é s ta ú ltim a , e ra su fic ie n te p a ra a lc a n z a r la fin alid ad q u e los r e ­
d a c to re s p re te n d ía n . C a d a le c to r p o d ía im a g in arse o tra s circu n stan cias d e
la h isto ria d e D a v id . E l p ro c e so in v erso es m ás difícil d e im aginar. A in s­
crib irlo s a n o m b re d e D a v id d e b ió c o n trib u ir el h e c h o de q u e e ra u n a c o ­
lecció n q u e se a s e m e ja b a m u c h o a la 2a colección, p u e s to q u e las do s e stá n
c o m p u e sta s m a y o rita ria m e n te d e salm o s indiv id u ales, p ro p io s d e o ra n te s
q u e a c u d e n a D io s e n u n a s itu a c ió n d e sg raciad a. E s ta in te rv e n c ió n tra jo
co n sigo e n tro n iz a r a D a v id c o m o el p rin c ip al p e rs o n a je d el salterio , fre n ­
te a las d o s c o leccio n es m e n o re s levíticas (56 fre n te a 23).
U n a se g u n d a la b o r d e e s ta c o m b in a c ió n fu e e n m a rc a r el sa lte rio r e ­
cién c o n stitu id o c o n los salm os 2 y 89, se g ú n el co n o cid o m é to d o de pinza.
L o s d o s so n salm o s reales. E l salm o 2 a p a re c e aislad o e n su c o n te x to
p o r n o te n e r el títu lo “d e D a v id ” , al co m ien zo p re c isa m e n te d e u n a c o ­
lecció n d av ídica. E s to q u ie re d e c ir q u e n o fo rm a b a p a rte p rim itiv a m e n te
d e l I o s a lte rio d e D a v id . A u n q u e el salm o 2 n o m en c io n e e x p re sa m e n te a
D a v id , es e v id e n te q u e el re y firm e m e n te in sta la d o e n S ión (2, 6) es
D a v id , a lu sió n re fo rz a d a p o r la in sc rip ció n d el salm o 3. E s te salm o, d e d i­
c a d o a D a v id “ c u a n d o h u ía d e su hijo A b s a ló n ” , es d ecir, e n u n a situ ació n
p e lig ro sa p a ra su re in a d o , es u n a re fe re n c ia a los “rey es y p rín cip es q u e se
r e b e la n ” ( 2 ,2 ) c o n tra el rey in sta la d o e n Sión. A b sa ló n fu e u n o d e ellos.
E s c o n v e n ie n te fijarse e n el ca m b io d e p e rsp e c tiv a q u e se in tro d u c e
c o n la co lo ca c ió n e n c a b eza d e l salm o 2. E l o ra n te q u e e n el salm o 3 y si­
g u ien te s a cu d e a D io s e n u n a s itu a c ió n a n g u stio sa ya n o es u n c iu d a d a n o
p a rtic u la r, sin o el re y D a v id q u e o ró e n m o m e n to s d e peligro.
P o r su p a rte el 89 es ta m b ié n u n salm o rea l, y co m o el 2, aislad o e n su
c o n te x to p o r su in sc rip c ió n in só lita. L a s se m ejan zas d e c o n te n id o e n tre el
sal 2 y 89 so n m u ch as: 1). S o la m e n te e n esto s do s salm os se le llam a al re y
H ijo d e D io s (2 ,7 ; 8 9 ,2 7 -2 8 ); 2) los d o s u s a n el títu lo d e M esías p a ra d e ­
sig n a r e l re y (2 ,2 ; 8 9 ,3 9 ,5 2 ); 3) e n los d o s D io s m ism o p ro m e te a su re y
e l d o m in io s o b re los p u e b lo s ( 2 , 8s; 8 9 ,2 4 -2 8 ). M ie n tra s q u e e sta p ro m e sa
e n el salm o 2 es p o sitiv a y o p tim ista , e n el salm o 89 se vuelv e m ás q u e d u ­
d o sa . D io s m ism o h a re c h a z a d o a su U n g id o y r o to la alianza. Se fo rm a así
u n arc o d e te n s ió n e n tre el co m ien z o m ag n ífico d e la m o n a rq u ía y el fin al
d e sastro so . E n m e d io se h a lla el salm o 72, ta m b ié n real, aislad o d e su c o n ­
te x to y co lo c a d o e n u n sitio e s tra té g ic o al fin al d e la colección d e D av id .
S e d e d ic a e ste salm o a S alo m ó n. E s u n a o ra c ió n p o r el rey d el q u e se d i­
b u ja n los rasg o s m ás n o b les y se m a n ifie s ta n las e sp era n z as d e p o sita d as
e n él. E s te salm o s e ñ a la la cim a d e la m o n a rq u ía . E s a lta m e n te p ro b a b le
EL SALTERIO COMO LIBRO 443

q u e e s te salm o h a y a sid o c o m p u e sto ta m b ié n p a ra fig u ra r a q u í y c o n tri­


b u ir al co lo rid o reg io d e e s te s a lte rio p rim itiv o (2-89). A e s ta re d a c c ió n
m esián ica se s u e le n a trib u ir los sig u ien tes tex to s: 18,51; 2 0 ,733; 2 8 ,8 -9 ; 61,
7-8; 6 3 ,1 2 . E n to d o s lo s caso s h a y indicios p a ra p e n s a r q u e e sto s v ersícu ­
los so n e x tra ñ o s al c o n te x to y e n ellos se e n c a re c e el a m o r y la p ro te c c ió n
d e D io s c o n el re y o se re z a p o r él.
L a te o lo g ía d e l s a lte rio 2-89 es m u y d ife re n te d e la p re s e n ta d a p o r el
sa lte rio elo h ista . A l c o n c lu ir é s te ú ltim o el le c to r sa b e q u e c o m o D av id ,
c u lp a b le y p erse g u id o , o ró y fu e salvado, ta m b ié n él p u e d e s e r salvado.
D a v id n o es re y n i fu n d a d o r d e u n a m o n a rq u ía , sin o sim p le m e n te siervo
d e D io s (7 8 ,7 0 ). A h o r a co n e l sal 2 co m o in tro d u c c ió n al le c to r se le a d ­
v ie rte q u e D a v id es re y y f u n d a d o r d e la m o n a rq u ía , cuyo p o d e r se m a n i­
fie sta e n el a p la s ta m ie n to d e los enem igos. L os re d a c to re s in tro d u je ro n la
in sc rip c ió n d e l salm o 3, q u e a h o ra el le c to r d e b e le e r co n la v ista p u e s ta
e n el sal 2. A n te s e l o ra n te d e l salm o 3 e ra u n in d iv id u o p a rtic u la r. A h o ra
el le c to r p e rc ib e q u e el q u e o ra es el re y q u e p id e la in te rv e n c ió n d e D ios.
L o s re d a c to re s in v ita n a le e r los sig u ien tes salm os (4-41) d e la m ism a m a ­
n e ra . E s tá claro q u e los re d a c to re s p ie n s a n q u e só lo e n la re s ta u ra c ió n de
la m o n a rq u ía v e n la p o s ib ilid a d d e u n a m ejo ría. P a ra a fia n z a r su e s p e ra n ­
z a e ra im p o rta n te a n o ta r q u e la acció n d e D io s n o se lim ita b a a D av id ,
sin o a su d e scen d e n c ia . E s to es lo q u e a c e n tú a n los salm o s 18 y 72. E l 89
re c o n o c e la p ro m e s a d iv in a h e c h a a la m o n a rq u ía , p e ro c o n s ta ta la r u p tu ­
r a d e la alia n za y el re c h a z o d e la m o n a rq u ía p o r p a rte d e D ios. E l s a lte ­
rio re c ib e u n a c o lo ra c ió n p o lític a in d u d ab le . L a n o sta lg ia se tra n s fo rm a e n
p re g u n ta s llen a s d e an g u stia: “ ¿ D ó n d e e stá , S eñ o r, tu le a lta d la q u e ju ra s ­
te a D a v id e n tu fid e lid a d ? ” (89,50). E s ta in te rro g a c ió n n o significa d e ses­
p e ra c ió n , sin o e s p e ra n z a a rd ie n te , p u e s d e la le a lta d d e D io s n o se d u d a.
E n re s u m e n los salm os 2-89, c u a n d o y a n o h a b ía m o n a rq u ía , an sian
su re s ta u ra c ió n , d ib u ja n a D a v id co m o re y y fu n d a d o r d e la d in a s tía y p o r
el U n g id o rezan . S e d e se a q u e Y ahvé se a el a p o y o d e l re y d e sd e S ión
(20,3). L a c o m u n id a d c e le b ra rá sus v icto rias y ta n se g u ro e s tá el fiel d e
e s te fu tu ro p ro m e te d o r q u e d a c o m o cosa h e c h a q u e Y ahvé “ d a rá la sal­
v a c ió n a su U n g id o ” (2 0 ,7 ).
E l p ro fe ta A g e o es te stig o d e e sta e s p e ra n z a d e la re s ta u ra c ió n m e ­
s iá n ic a e n los co m ien zo s d e la é p o c a p e rsa , q u e es el m o m e n to m ás p ro -

33 Este salmo es tan semejante a un texto arameo que se conserva en el Papiro Am-
herst 63 que se piensa que el salmo depende de él o ambos provienen de un original común.
Curiosamente en este texto falta el v. 7. Véase I. K o ttsieper , “Anmerkungen zu Pap. Am-
herst 63 1:12,11-19. Eine Aramäische Version von Ps 20”: Z A W 100 (1988) 217-244.
444 C. MIELGO

b a b le d e la fo rm a c ió n d e e sta ed ició n d el salterio . A fin ales d el s. V I, en


tie m p o d e los p ro fe ta s A g e o y Z a c a ría s su rg ie ro n tu m u lto s y rev u e lta s en
to d o el im p e rio , d e b id o a q u e C am bises, re y p e rsa , al m o rir n o d e jó u n su ­
c e so r claro. D a río I tu v o q u e c o n q u is ta r su im p erio . E sta s b a ta lla s p ro d u ­
je r o n e n J u d á la im p re sió n d e q u e lle g a b a el d ía final, el “ d ía d e Y ah v é” .
A g e o y Z a c a ría s e x h o rta n v iv a m e n te a la re c o n stru c c ió n d el te m p lo p a ra
p r e p a r a rle u n m o ra d a . A g e o s e ñ a la a Z o ro b a b e l, d e sc e n d ie n te d e D av id
co m o “ an illo d e sello y ele g id o d e l S e ñ o r” (A g 2,23). T estigos d e e sta e fe r­
v escen cia m esiá n ic a so n los n u m e ro so s tex to s p ro fé tic o s o adiciones, en
los cu ales se m an ifie sta la e s p e ra n z a d e q u e “D io s va a su scitar a D av id ,
su R e y (Je r 30,9) d e q u e “la casa e n ru in a s d e D a v id se rá le v a n ta d a ” (A m
9,11), d e q u e “el sie rv o d e D io s D a v id se rá p rín c ip e e n m ed io d e l p u e b lo ”
(E z 34 24), d e q u e d e “B e lé n (es d ecir, d e la d in astía d e D a v id ) v a a v en ir
el d o m in a d o r d e Is r a e l” (M iq 5,1-3).
L o s in te re se s p o lítico s d e los c o m p o sito re s y el h e c h o d e q u e p o d ía n
d isp o n e r d e salm o s a n tig u o s y n u e v o s so n indicios su ficien tes p a ra su p o ­
n e r q u e los c o m p ila d o re s fu e ro n sa c e rd o te s d el tem p lo o d e l círcu lo de le ­
vitas, q u e p o r Z a c a ría s y A g e o sabem o s, m a n te n ía n b u e n a s rela c io n e s con
las a u to rid a d e s políticas.

5. El ensamblaje de las colecciones del libro IV (90-106)

E l sa lte rio n o p o d ía te rm in a r e n u n a b a n c a rro ta to ta l. A l fin al d e l


salm o 89 las p e rsp e c tiv a s n o e ra n favorab les, ni p a ra la m o n a rq u ía ni p a ra
el D io s d e Isra el, cu y a d iv in id a d y so b e ra n ía u n iv ersales e s ta b a n e n q u ie ­
b ra . D io s q u e d a b a e n m a l lu g a r y el p u e b lo sin fu tu ro 34. L as p re g u n ta s in ­
q u ie ta n te s d el salm o 89 se g u ía n e n pie. E s te ag o b io teo ló g ico exigía u n a
re sp u e sta .
E s ta re s p u e s ta se h a lla e n el lib ro IV (90-106), p a rtic u la rm e n te en los
salm o s d e l re in o d e Y ah v é (93-100). A esto s salm os d e Y ahvé re y p re c e ­
d e n tre s salm os d e s a b o r sap ien cial, m u y re la c io n a d o s e n tre sí. E l 90 se
in sc rib e a n o m b re d e M o isés y n a d ie m ás a u to riz a d o q u e él p a ra a firm a r
q u e el v e rd a d e ro refu g io d e Isra e l e stá so la m e n te e n Y ahvé (90,1-2). E sto s
salm o s e n salz a n la a d h e sió n a D ios, cuyas o b ras c o n tra s ta n co n la n a tu ra -

34 Este final tan desprovisto de esperanza extraña tanto a M. Millard {Die Komposi­
tion der Psalter... 199ss) que no cree que haya existido un estrato del salterio que termina­
ra con salmo 89. Él lo prolonga hasta el 100. Son de la misma opinión Hossfeld y Zenger
que se atreven a afirmar que el salterio en el s. IV terminaba con el sal 100 {Psalmen 51-10.
P· 34.)
EL SALTERIO COMO LIBRO 445

lez a tra n s ito ria d e la h u m a n id a d . L ejo s d e a n im a r a c o n fia r e n los jefe s h u ­


m an o s, e sto s salm o s a c o n se ja n al le c to r e n c o n tra r refu g io e n Y ahvé. D e
e ste m o d o fo rm a n u n a b u e n a in tro d u c c ió n a los salm o s d el re in o d e D ios.
L a in clu sió n d e los salm os d el re in o d e D io s (93.95-100) e n e s te lu g ar
es in te n c io n a d a . N o te m o s q u e el sa lte rio m e siá n ic o cifrab a la e sp e ra n z a
e n la d in a s tía d e D a v id y e n su re sta u ra c ió n . L a in clu sió n d e los salm o s d el
re in o d e D io s q u ie re n q u e la e sp era n z a fu tu ra se d irija h a c ia o tra p a rte .
H a y u n co n se n so b a s ta n te g e n e ra l s o b re e s te p u n to . N o o b s ta n te se dis­
c re p a s o b re el c a la d o d e este cam bio. H a y q u ie n e s v e n e n los re d a c to re s
u n in te n to d e c o n tra p o n e r “re in o d e D a v id ” (sal. 2-89) y “re in o d e D io s ”
(90-150)35. S in e m b a rg o e ste c o n tra s te d e b e su av izarse, p u e s y a e n el sal­
te rio m esián ic o se p re s e n ta a Y ah vé co m o rey, ta n to e n los salm os d e A sa f
(74,12) c o m o e n los d e Q o raj (sal 46-48) y, ad em ás, e n el lib ro V el rein o
d e D a v id sig u e ju g a n d o u n p a p e l im p o rta n te (108-110; 132,144). E s te dis­
tin to a c e n to d e p e n d e d e circu n stan cias h istó ric a s diversas. L a e sp e ra n z a
m esiá n ic a n o p o d ía b o rra rs e de u n p lu m a z o y d e h e c h o n o se b o rró . C o n ­
tra p o n e r el re in o d e D io s y el re in o del D a v id red iv iv o p a ra u n isra e lita
les s o n a b a m e n o s u rg e n te q u e p a ra n o s o tro s hoy. N o v e ía n las cosas ta n
d ife re n te s al m e n o s e n te o ría .
L a re la c ió n e n tre los salm os d e la se g u n d a p a rte d el lib ro IV (101-
106) es m u y v ag a y p o c o p re c isa 36, y es difícil s a b e r p o r q u é se h a lla n aquí.
Se a d v ie rte n c o n ta c to s e n tre los salm os 103 y 104 q u e p u e d e n in clu so lla­
m a rs e g em elos. L a in v ita ció n “a la b a, alm a m ía, al s e ñ o r” se re p ite cinco
v eces (1 0 3 ,1 ,2 ,2 2 ; 1 0 4 ,1 ,3 5 ). L o s dos so n h im n o s d e a la b a n z a , u n o (103)
p o r el tr a to d e fa v o r c o n c ed id o a Israel; e n el o tro (104) se c a n ta a D ios
p o r e l o r d e n y b e lle z a q u e h a d e rra m a d o e n la n a tu ra le z a c re a d a . F o rm a n
o tro p a r los salm o s 105 y 106. A m b o s so n salm o s h istó ric o s q u e re p a s a n la
h isto ria a n tig u a d e Isra e l. Se n o ta la re la c ió n e s tre c h a e n tre a m b o s e n el
h e c h o d e q u e am b o s se r e p a rte n la h isto ria: u n o (el 105) re c u e rd a los p a ­
tria rc a s y la e sta n c ia d e los isra e lita s en E g ip to . E n e ste ep iso d io a rra n c a
el sa lm o 106 q u e a c o n tin u a c ió n se e x tie n d e p o r los sucesos d el d e sie rto y
e sp e c ia lm e n te e n la p o se sió n d e la tie rra . A m b o s lo h a c e n d e sd e la m ism a
p e rsp e c tiv a . D io s h a sido fiel a la alian za y e x tre m a d a m e n te b o n d a d o so ,
c o n d u c ta q u e c o n tra s ta co n las c o n sta n tes re b e ld ía s d e l p u e b lo d e Israel.

35 M. LEUENBERGER, Konzeptionen des Königtums Gottes im Psalter. Untersuchun­


gen zur Komposition und Redaktion der theokratischen Bücher IV-V im Pya/ter(AThANT
83). Zürich 2004,217-264.
36 A veces se habla de un tercer salterio de David a quien se le atribuyen los salmos
101-103 y 108-110 (éstos dos últimos pertenecientes al libro V). Con toda probabilidad
puede afirmarse que no formaron juntos una colección. Participan de las características de
los demás salmos atribuidos a David; son textos individuales.
446 C. MIELGO

C o n b u e n a v o lu n ta d p u e d e h a c e rs e u n a le c tu ra c o n tin u a d e e sto s sal­


m os. C o m o el salm o 100 te rm in a b a in v ita n d o a to d o s los h a b ita n te s d e la
tie r ra a v e n ir a J e ru s a lé n a b e n d e c ir el n o m b re d e Y ahvé, el S alm o 101
av isa d e las co n d icio n es q u e se re q u ie re n p a ra p re s e n ta rs e a n te Y ahvé.
P o r su p a rte el salm o 102 v uelv e la m ira d a a la re a lid a d p re s e n te : a n te la
v isió n o p tim ista d e los salm os d e l re in o d e Y ahvé, e l salm ista c o n s ta ta q u e
S ió n e s tá d e stru id a ; es h o r a d e a p ia d a rse d e ella si las n a c io n e s h a n d e
v e n ir a q u í (102,14-17). A l e n fe rm o g rav e q u e se v e a b o c a d o a la m u e rte
(102,4-12), e l salm o sig u ien te le r e c u e rd a q u e D io s c u ra las d o len cias y
re s c a ta la v id a d e la fo sa (103,3-5) y c o n c e d e re c u p e ra r el tie m p o d e la ju ­
v e n tu d . E llo se d e b e a q u e D io s es c le m e n te y com p asiv o (103,8), su a m o r
es e te rn o (103,17) y g o b ie rn a to d o el u n iv e rso (103,19). E l salm o 104, q u e
sigue, c o n te m p la e x ta sia d o la b e lle z a d e este g o b iern o d iv in o so b re el
m u n d o c read o , m ie n tra s q u e los salm o s 105 y 106 re c u e rd a n la b o n d a d d e
D io s y su fid elid a d a la alian z a e n la h isto ria p a sa d a d e Israel.

6. El encaje del libro Y

C o m o h e m o s d ich o a n te rio rm e n te , ta m b ié n a q u í h a y co leccio n es p r e ­


ce d e n te s, p e ro la a rtic u la c ió n d e estas co lecciones e n tre sí n o es fácil a p re ­
ciarla, p o rq u e n o h a y in d ic ac io n es claras. P re sc in d ie n d o a h o ra d e los sa l­
m o s 146-150 q u e o rd in a ria m e n te se e n tie n d e n co m o la co n clu sió n d e to d o
e l sa lterio , d a la im p re sió n d e q u e la o rd e n a c ió n se h a h e c h o co n c ie rta c o ­
h e re n c ia , p e ro n o es fácil p e rc ib irla . E . Z e n g e r37 h a b la d e tre s p ro p u e s ta s
q u e se h a n p re s e n ta d o so b re la o rd e n a c ió n d e e ste libro, a las cu ales a ñ a d e
la suya. E s to s d ife re n te s e sq u e m a s p ru e b a n q u e a p e n as h a y n a d a obvio.
E n d e fin itiv a , n o se sa b e c ó m o ju stific a r p o r q u é, p o r ejem p lo , los salm os
d e la g ra d a s e stá n d e trá s d e l H a lle l p ascu al.
G. H . W ilso n 38 h a p ro p u e s to u n a d iv isión trip a rtita b a sá n d o se e n la
re p e tic ió n e n c a b ez a d e tre s salm o s d e la m ism a fó rm u la “D a d gracias a
Y ah v é p o rq u e es b u e n o , p o rq u e es e te r n a su m ise ric o rd ia ” (1 0 7 ,1 ; 118,1 y
136,1). A l fin al d e c a d a u n a d e esta s seccio nes h a y u n o o v ario s salm os d e

37 E. ZENGER, “The Composition and Theology of the Fifth Book of Psalms. Psalms
107-145”: JSOT 80 (1998) 82-83.
38 G. H. WILSON, The Editing o f the Hebrew Psalter. Chico 1985. Con ligeras varian­
tes repite lo mismo en “Shaping the Psalter: A consideration of Editorial Linkage in the
Book of Psalms”: J. C. McCANN (ed.), The Shape and Shaping o f the Psalter. Sheffield 1993,
72-82. A esta division tripartita se adhiere J. M. AUWERS, La Composition littéraire... Paris,
2000,63-65.
EL SALTERIO COMO LIBRO 447

a la b a n z a (117,135.145-150), q u e re c u e rd a n q u e Y ah v é h a h e c h o u n a alian ­
za co n su p u e b lo . Q u e d a n así d e lim ita d a s tre s secciones: 107-117 (colec­
c ió n d av íd ica); 118-135, e n m a rc a n d o el salm o 119 y los salm o s d e las g ra­
d as (120-134) y fin a lm e n te la ú ltim a colección d a v íd ica (136-145). Se o b ­
se rv a u n m a rc o d av íd ico y el c e n tro o c u p a d o p o r el im p o rta n te salm o 119
y los salm o s d e las grad as. O p o rtu n a m e n te se ñ a la W ilso n el to n o sa p ie n ­
cial d e los d o s salm o s q u e e s tá n e n los e x tre m o s (107, 42-43) y 145, im ­
p o rta n te e ste d a to p a ra v a lo ra r el ro stro fin al d e l salterio .
S ea lo q u e fu e re d e e sta e s tru c tu ra y d e p o r q u é se h a n c o m b in a d o así
y n o d e o tra m a n e ra , h a y q u e s e ñ a la r q u e las d o s co leccio n es litú rg icas son
las m ás im p o rta n te s: el H a lle l p a sc u a l (113-118 + 111-112) y los S alm os de
las G ra d a s c o n sus a p é n d ic e s (120-132 +135-137). A m b a s, co n relacio n es
lite ra ria s e n tre sí (1 1 8 ,1 ,2 9 c o n 136,1,2 6) e m p la z a n a Isra e l a la a lab an za
d e l D io s d e l É x o d o , el D io s d e la lib e rac ió n . L a in v ita ció n a a c u d ir a Sión
a d a r g racias es a p re m ia n te . L o s d e m á s salm os c o re a n e sto s sen tim ien to s.
M o tiv o s p a ra a la b a r y a g ra d e c e r a D io s n o faltan . L o s fieles h a n sido
c o m o viajero s ex tra v ia d o s, p risio n e ro s e n cárceles, e n fe rm o s cu rad o s, n a ­
v e g a n te s e n m e d io d e la to rm e n ta (107), m a ltra ta d o s e n tre los gentiles
(118). A s í es e v o c ad o e l d e stie rro . Y ahvé es c e le b ra d o c o m o el b ie n h e c h o r
d e Isra e l, el lib e ra d o r d e la escla v itu d d e E g ip to (136,10-15) y el q u e h a
c o n d u c id o a su p u e b lo a C a n a á n (136,16-22) e lim in a n d o a los en em ig o s
(e l F a ra ó n , el m ar, los re in o s p a g a n o s y sus rey es).

7. El proyecto espiritual de los salmos

V isto el sa lte rio e n su to ta lid a d se o b se rv a n alg u n o s rasg o s q u e co n ­


v ie n e d e stac a r. E s u n te m a d elicad o , p o rq u e los p u n to s d e a p o y o son
p o co s. P e ro h a y alg u n o s s o b re los q u e a p o y a rse y q u e g o zan d e co n sen so
g e n e ra l.

7.1. De una piedad antropocéntrica a una espiritualidad teocéntrica

Q u ie n re c o rre los salm o s e n le c tu ra c o n tin u a p e rc ib e el to n o tristó n


d e la p rim e ra p a rte . L o s se n tim ie n to s d e d o lo r, d e d e sg a rro in te rio r y de
la m e n ta c ió n aso m a n c o n tin u a m e n te e n los tre s p rim e ro s libros. L as lág ri­
m a s y los g ritos d irig id o s a D io s p id ie n d o s o c o rro e n te rn e c e n al le c to r q u e
in te rio riz a las ex p re sio n es llen as d e angu stia.
448 C. MIELGO

E n ca m b io e n los lib ro s IV y V los h im n o s y las accio n es d e gracias


to m a n el relev o . E s v e rd a d q u e d e sd e e l p rin c ip io h a s ta el fin al se oye el
g rito d e l la m e n to y la a lg a ra b ía d e la a la b a n z a , p e ro la d ife re n te p ro p o r­
ció n lla m a la a te n c ió n . H a y u n a esp ec ie d e itin e ra rio q u e se p ro p o n e al fiel
q u e se a c e rq u e a rezarlo s. E l le c to r es in v ita d o e n e ste viaje a que, cu a n d o
h a b le co n D io s se o lv id e d e sí y d e sus p ro b le m a s y se d e je in v ad ir del e n ­
tu sia sm o q u e p ro p o rc io n a el d e sc u b rim ie n to d e D io s y p ro rru m p a en u n
a la b a n z a d e s b o rd a n te .
W. B ru e g g e m a n 39 s e ñ ala u n a e ta p a e n e ste cam in o h a c ia la a la b a n z a
p u ra . E l s a lte rio c o m ien z a e n el salm o 1 co n u n a a firm a c ió n ro tu n d a :
q u ie n a c e p ta la T o rá y la c o n v ie rte e n v id a es co m o á rb o l lo za n o y e n c o n ­
tra r á la felicid ad . A c o n tin u a c ió n , e n cam bio, el le c to r a d v ie rte q u e o ra n ­
tes ferv o ro so s d e s m ie n te n las afirm a c io n es in g en u as d el salm o 1. L os
o ra n te s se s ie n te n aco sad o s, p e rse g u id o s y e n v u e lto s e n el su frim ie n to y,
m ien tras, o b s e rv a n la p ro s p e rid a d d e los m alvados. L o s la m e n to s n o lle ­
g a n a los to n o s a c u sa d o re s d e Job, p e ro c o n s ta ta n q u e esa b o n d a d de D io s
n o se m an ifie sta . E n e ste re c o rrid o q u e h a c e el sa lte rio es im p o rta n te el
salm o 73. E l o r a n te al o b se rv a r la p ro s p e rid a d d e los im píos, estu v o a
p u n to d e p e rd e r la fe. P e ro h a b ié n d o se a c e rc a d o al “s a n tu a rio ” c o m p re n ­
d e el fin d e los im p ío s (v.17) y q u e sus q u e ja s n o e stá n ju stificad as, p u e s
só lo “e n e s ta r ju n to a D io s h a lla la felicid a d ” (73,28). E s te d e scu b rim ie n ­
to d e la b o n d a d d e D io s in v ad e la se g u n d a p a rte del salterio . E s el c o ra ­
z ó n y n o la in te lig e n c ia la q u e h a b la . N o se an a liz an las v e rd a d e s divinas,
q u e p o r lo dem ás, n o so n v e rd a d e s sino Y ahvé m ism o el q u e o c u p a el e s­
p a c io to ta l

7. 2. De la esperanza en la promesa divina del rey a la esperanza en el


reino de Dios

Y a h e m o s v isto c ó m o la p rim e ra p a rte d el sa lte rio e s tá im b u id a y p e ­


n e tr a d a p o r la e s p e ra n z a m esiánica. L a fig u ra d el rey co n el h a lo sag rad o
q u e la ro d e a b a h a b ía p e rm e a d o las tra d ic io n e s religiosas. Y ahvé e ra u n
D io s n a c io n a l y la relig ió n ta m b ié n . E l re y e ra su re p re s e n ta n te , su u n g i­
do, su co n sag ra d o , su hijo. L a p ro m e sa div in a so b re la d in a stía d e D av id ,
tra n s m itid a y c a n ta d a e n la litu rg ia h a b ía e n tra d o a fo rm a r p a rte del c re d o
d e Israel. C u a n d o la m o n a rq u ía p e re c ió el escá n d a lo fu e gravísim o. E s la

39 W. B ru eg g em a n n , “Bounded by Obedience and Praise: The Psalms as Canon”:


Journal for the Study o f the Old Testament 50 (1990) 63-92.
EL SALTERIO COMO LIBRO 449

p a la b ra d e D io s q u e se p o n ía e n e n tre d ic h o .“ ¿ D ó n d e e stá n , S eñ o r, tus


p rim e ro s am o res, a q u e llo q u e ju ra s te co n fid e lid a d a D a v id ? ” (S al 89,50),
se p re g u n ta n los d irig e n te s d e Israe l.
C u a n d o algo im p o rta n te d e sap a re c e , es c u a n d o se la e c h a d e m enos.
S u rg e e n to n c e s u n a a ñ o ra n z a p o r u n p a sa d o q u e se c re e m e jo r q u e el d u ro
p re se n te . E n e l d e s tie rro y e n tie m p o s p o s te rio re s se m a n tie n e viva. E s ta
m e n ta lid a d n a cio n a l-re lig io sa h a c o n trib u id o a d a rle el c o lo r m esiá n ic o al
p rim e r salterio . L as o ra c io n e s in d iv id u ales su rg id as e n las d istin ta s n e c e ­
sid a d e s d e la v id a se c o n v ie rte n e n co m u n itarias. E s S ión la q u e llo ra n su
d e stin o y solicita su re s ta u ra c ió n . E s m ás, es el m ism o D avid, p e c ad o r y
a rre p e n tid o q u ien reclam a y p id e socorro. P e ro con el tiem p o el desen g añ o
obliga a p ro y ec ta r la esp era n z a n o e n el m esías terren o , sino d ire c ta m e n te en
el rein o d e D ios. E s u n a p ie d a d m ás te o c é n tric a m e n te o rie n ta d a .

7. 3. D el libro de cánticos litúrgicos a devocionario

E s sa lte rio c o n tie n e o ra c io n e s in d iv id u ales y co m u n itarias, q u e fo r­


m a ro n p a rte d el r e p e rto rio a d isp o sició n d e los fieles y d e la c o m u n id a d
p a ra re c ita r y c a n ta r e n el tem p lo . P e ro e sa fin a lid a d ya q u e d a b a m u y
a trá s cu a n d o se le d ie ro n los ú ltim o s re to q u e s al salterio .
L as p o sicio n es e x tre m a s d e l s a lte rio e s tá n o c u p a d as p o r el S al 1 y el
146-150. E l sal 1 es la in tro d u c c ió n a to d o el salterio , c o m p u e sto p a ra fi­
g u r a r aqu í. E s el m ás re c ie n te , sin d u d a . E s p a ra le lo al salm o 146. A m b o s
tie n e n la m ism a m e n ta lid a d y p ro b a b le m e n te so n d e la m ism a m an o .
E l Sal 1 re c ib e al le c to r co n u n larg o m ac a rism o o felicitació n , e n el
q u e es s a lu d a d o c o m o le c to r d e la ley. E s u n a in tro d u c c ió n h e rm e n é u tic a
al re s to y s e ñ a la q u e los salm os so n c o n sid e rad o s c o m o S a g ra d a E s c ritu ­
ra. P o r m u y d iv erso s q u e s e a n los salm os, q u e d a n u n ific ad o s c o m o la Torá
d e Y ahv é. E l fiel los m e d ita d ía y n o ch e, es d ecir, es u n lib ro d e o ra c ió n y
d e m ed ita c ió n . N o so n só lo g rito s h u m a n o s dirig id o s a D ios, sin o p a la b ra
d iv in a d irig id a al h o m b re q u e h a y q u e e sc u c h a r y m e d ita r40. Y lo q u e dice
el sa lm o es q u e el ju sto fructifica. L o s im píos so n h o ja, n o v a le n n a d a . E l
sa lm o es o p tim ista , típ ico d e la c o rrie n te sa p ie n c ia l q u e p in ta la v id a en
b la n c o y n e g ro c o n tra s ta n d o dos m o d o s d e vida.
E l salm o e s tá m u y re la c io n a d o co n el 2. V arios indicios lo co n firm an .
L a fra s e fin al d e 2,12 rec o g e el v o c a b u la rio y el te m a d el sal 1. H a y curio -

40 G. H WILSON, "Shaping the Psalter: A Consideration of Editorial Linkage in the


Book of Psalms": The Shape... p.74.
450 C. MIELGO

sas oposicion es. L o s m a lv a d o s toman asiento e n tre los n ecio s (1,1) y Y ahvé
está sentado e n el cielo (2,4). E l ju s to s u s u rra la T o rá (1,2), y los p u e b lo s y
rey es susurran en vano (2,1). L o s m a lv a d o s y los rey es extravían el cami­
no (1,6; 2,12). L a s n a c io n e s y je fe s d e l sal 2 so n id én tico s a a q u e llo s q u e
v a n p o r el ca m in o d e los p e c a d o re s y m alv a d o s d el sal 1. E l ju sto q u e p ro s ­
p e ra y fru ctifica y el U n g id o d e Y ah vé a q u ie n se le p ro m e te la v icto ria
q u e d a n e q u ip a ra d o s. D ic h o d e o tra m a n e ra : a d e m á s d el c o n tra s te e n tre
p a g a n o s e israelitas, h a y o tr a o p o sic ió n e n el in te rio r d e l m ism o p u e b lo ,
e n tre los ju sto s y los p e c a d o re s. D e e s ta m a n e ra si el salm o 2, im p re g n a d o
d e id eo lo g ía b elic ista c o m o in tro d u c c ió n al sa lte rio m esián ico , e ra u n a e s­
p e c ie d e “m a rs e lle sa ” n a c io n a l, a h o ra c o n la in flu en cia d el sal 1 y la r e e ­
la b o ra c ió n d el 2 se h a c o n v e rtid o e n u n a lecció n m o ral.
D e p a re c id a fa c tu ra es e l salm o 146. P ro c la m a la felicid ad d e l q u e se
a p o y a e n D io s y p o n e su e s p e ra z a e n É l; e n cam bio, el c a m in o d e l m alv a ­
d o te rm in a m al. C o n trib u y e n a e s te a sp ecto sap ien cial o b s e rv a r la p r e ­
se n c ia d e o tro s salm o s d e l m ism o g é n e ro , c o lo cad o s e n sitio s estratég ico s,
c o m o los 19 y 119 y las n u m e ro s a s ad ic io n e s q u e c u a lq u ie r c o m e n ta rio n o
d e ja d e señ alar.
E s to s d o s salm os, el 1 y el 146, e n tie n d e n q u e el sa lte rio es u n a e n s e ­
ñ a n z a sapien cial, d e v o ta y p ro fu n d a m e n te relig io sa, m u y p a re c id a al tip o
d e sab io a la b a d o p o r el S irácid a. E s ta m o s ya lejos d e la sa b id u ría d u b ita ­
tiv a y d e s e n c a n ta d a d e Q o h e le t. N o es d e sca m in a d o a so cia r esta s u ltim as
re e la b o ra c io n e s d e l m a te ria l sálm ico c o n los hasidim d e l s. I I a. C 41.
B e n S ira es el lib ro sap ie n c ia l q u e m e jo r h a b la d e las rela c io n e s c o n
D io s, a q u ie n le lla m a “p a d r e ” , q u e e n se n tid o in d iv id u al es la ú n ica vez
q u e sa le e n el A . T. C o n sa g ra u n tra ta d o al cu lto y a los sacrificios (34,18-
35,24); e n la p rim e ra p a rte (3 4 ,1 8 -2 6 ) critica los abu so s; p a rtic u la rm e n te
es d u ro al c o m p a ra r el sacrificio p ro c e d e n te d e u n a in ju sticia c o n el asesi­
n a to (v. 20). A c o n tin u a c ió n (35,1-5) re la tiv iza el v a lo r d e los sacrificios;
h a y m u ch as cosas m ás a g ra d a b le s d e D ios: o b se rv a r la ley, se r am ab le, d a r
lim o sn a. E s ta e sp iritu a liz a ció n d e l c u lto es la p re s e n te e n los salm os.

C. M ie l g o F e r n á n d e z
Estudio Teológico Agustiniano.
V alladolid.

41 J. R ein d l , “Weisheitliche Bearbeitung von Psalmen. Ein Beitrag zum Verständnis


der Sammlung des Psalters”: Congress Volume Vienna 1980. J. A. Emerson (ed.). Leiden
1981,333-356. Hoy es ya un lugar común señalar a la mentalidad sapiencial como respon­
sable de la redacción final del salterio.

También podría gustarte