II.

SOBRE NUESTRO CONCEPTO

DE DERECHO

§ 1. L O S FENÓMENOS JURÍDICOS

E l abordaje histórico d e l d e r e c h o r e q u i e r e a l g u n a s b r e v e s
r e f l e x i o n e s sobre e l concepto de éste q u e h a de e m p l e a r s e a
tales efectos^2 L Q S t é m p a n o s l l e v a n s u m a y o r p a r t e s u m e r g i d a .
P e r o g r a c i a s a ésta e m e r g e e l h u m i l d e resto. Pocos barcos se
h a n h u n d i d o p o r chocar c o n l a p o r c i ó n q u e se v e , p e r o i n n u m e -
rables s o n los q u e n a u f r a g a r o n p o r topar c o n l a o t r a . T a m b i é n
el complejo objeto " d e r e c h o " posee u n a p a r t e q u e sobresale y
se v e de e n t r a d a : las l e y e s , las sentencias. P e r o h a y o t r a , m e n o s
v i s i b l e : s u sustento histórico, filosófico, sociológico, e c o n ó m i c o ,
religioso...

* L a s d e f i n i c i o n e s , t a l c o m o p o d e m o s d e d u c i r d e las ense-
ñ a n z a s de Sócrates^s, p o s e e n u n v a l o r p a r c i a l y t r a n s i t o r i o (en
n u e s t r o caso, didáctico). P e r o toda definición es perfectible
hasta e l i n f i n i t o . R e c u é r d e n s e las p a l a b r a s d e J u l i e t a c i t a d a s
antes, q u e i n s p i r a r a n a l g r a n literato a r g e n t i n o Jorge Luis
Borges (1899 - 1986) esta estrofa d e l p o e m a El Golem:

62. Sugiero la lectura de las partes pertinentes de: Rabinovich-Berkman, Ricardo, Derecho
civil, pane general, B s . A s . , Astrea, 2012, 2" ed.
63. Sócrates, fdósofo ateniense ejecutado en 399 a . C , gustaba de preguntar a los que pasaban
por sabios acerca de sus especialidades (al general sobre la valentía; al literato sobre las
obras clásicas, etc.). E l interrogado comenzaba declarándose ufano poseedor de mucho
conocimiento, y lanzando definiciones y afirmaciones contundentes. Sócrates, a lo largo
del proceso de preguntas y respuestas que llamaba mayéutica (el arte de las parteras), los
llevaba hasta el punto en que se veían obligados a enfrentar su ignorancia. N o se ganó asi
muchos amigos.
78 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

" S i (como el griego afirma en el Cratilo)

el nombre es arquetipo de la cosa,
en las letras de rosa está la rosa
y todo el Nilo en la palabra Nilo"^.

L a p a l a b r a " d e r e c h o " suele d e s i g n a r tanto a u n a c i e n c i a

c o m o a s u objeto d e e s t u d i o . A este ú l t i m o lo v e o i n t e g r a d o por
los f e n ó m e n o s jurídicos. U n " f e n ó m e n o " es algo q u e p e r c i b i -
m o s m e d i a n t e los sentidos. L a p a l a b r a d e r i v a d e l v e r b o griego
féno: " t r a e r a l a l u z , hacer v i s i b l e , m o s t r a r , h a c e r c l a r o o a u d i -
b l e " . L a h u m a n a es u n a especie e m i n e n t e m e n t e v i s u a l , así que
e m p l e a m e t á f o r a s ópticas c o n e l s i g n i f i c a d o g e n e r a l de " s e n s a -
ción".

S o n f e n ó m e n o s las reglas de c o n d u c t a o b l i g a t o r i a s que

rigen en cada c o m u n i d a d . Costumbres antiguas, disposiciones
d e l a s a u t o r i d a d e s , ó r d e n e s de los sacerdotes. E s i m p o s i b l e
i m a g i n a r u n g r u p o h u m a n o q u e n o cuente c o n u n a r m a z ó n
n o r m a t i v o . N o se conoce n i n g u n o q u e n o lo h a y a t e n i d o . S i n
e m b a r g o , c u a n d o n o s a p r o x i m a m o s a u n a s o c i e d a d , lo p r i m e r o
q u e se e v i d e n c i a n o es e l conjunto de n o r m a s e n sí, s i n o l a s con-
d u c t a s d e s u s integrantes. R e c o r r i e n d o L o n d r e s , l l e g a r e m o s
r á p i d a m e n t e a l a c o n c l u s i ó n de q u e allí es obligatorio c o n d u c i r
los v e h í c u l o s p o r l a m a n o i z q u i e r d a . N o h e m o s necesitado leer
l a o r d e n a n z a o l e y que así lo d i s p o n g a . N o s h a n bastado los
c o m p o r t a m i e n t o s g e n e r a l i z a d o s , e n c a m i n a d o s p o r l a f u e r z a de
la autoridad pública.

D e los f e n ó m e n o s p o d e m o s d e d u c i r aspectos n o p r o p i a -
m e n t e f e n o m é n i c o s , i d e a s . S i a s i s t i m o s a l a ejecución de u n
h o m i c i d a , d e d u c i m o s q u e e n esa s o c i e d a d se c o n s i d e r a a la
v i d a h u m a n a d i g n a de protección, p e r o n o l a d e q u i e n h a come-
tido u n asesinato. E s a s s o n c o n s i d e r a c i o n e s v a l o r a t i v a s , y
e x p r e s a n l a s f i n a l i d a d e s (teleologías) c o m u n e s , d e l g r u p o .

64. Borges, Jorge L u i s , Nueva antología personal, B s . A s . , E m e c é , 1969, p. 35.

 « MANUAL DE HISTORIA DEL DERECHO » 79

D e b e m o s tener c u i d a d o , a d e m á s , c o n " a l i e n a r n o s " d e lo

jurídico, v e r l o c o m o algo e x t e r n o a nosotros. E l d e r e c h o está en
nosotros: n o p o d e m o s v i v i r a l m a r g e n de él. N o s i n t e r e s a , n o s
integra y n o s c o m p r o m e t e . N o n o s p u e d e r e s u l t a r i n d i f e r e n t e .
Savigny comparaba el derecho con el i d i o m a . N a d i e aprende la
l e n g u a m a t e r n a a través d e u n c u r s o de g r a m á t i c a o c o n s u l t a n -
do e l d i c c i o n a r i o . ¿ Q u i é n r e c u e r d a c u á n d o dijo s u p r i m e r a
p a l a b r a ? L o s e s t u d i o s lingüísticos, s i se r e a l i z a n , c o n s t i t u y e n
u n a etapa m u y posterior d e l a p r e n d i z a j e i d i o m á t i c o . Y , l o q u e
es m á s i m p o r t a n t e , n i n g ú n i d i o m a q u e se c o n o z c a h a v i s t o s u
s u p e r v i v e n c i a v i n c u l a d a c o n e l h e c h o de q u e se l o a n a l i c e o n o .
E l latín clásico n o h a dejado de ser e s t u d i a d o y , n o obstante, se
trata d e u n a l e n g u a c o m p l e t a m e n t e m u e r t a . O t r o tanto cabe
decir d e l griego o d e l hebreo a n t i g u o s , c o n los q u e m a l p u e d e
a l g u i e n hacerse entender h o y e n G r e c i a o I s r a e l . E n c a m b i o , los
estudios g r a m á t i c o s de ciertos i d i o m a s , c o m o e l q u i c h u a o e l
s h u a r , sólo se h a n e n c a r a d o s e r i a m e n t e hace poco, y , s i n e m b a r -
go, estas l e n g u a s m i l e n a r i a s g o z a n d e b u e n a s a l u d .

U n i n d i v i d u o a d u l t o p r o m e d i o conoce m u c h o d e las n o r -
mas vigentes en s u c o m u n i d a d . Quizás no p u e d a encarar polé-
m i c a s acerca de i n s t i t u c i o n e s c o m p l e j a s , p e r o sabe lo suficiente
como p a r a t o m a r u n trabajo, cobrar u n s a l a r i o , p a g a r e l a l q u i -
ler y r e c l a m a r p o r l a h u m e d a d q u e h a a p a r e c i d o e n l a s p a r e d e s .
I n c l u s i v e , s i p a r t i c i p a s e e n a l g u n a difícil p o l é m i c a , p o d r í a b r i n -
dar l u z a l traer u n a cuota d e r e a l i d a d o d e sentido c o m ú n .

E l h u m a n o es u n ser n e c e s a r i a m e n t e s o c i a l y , e n tanto v i v e
con otros, s u s p r o y e c t o s los afectan. D e ahí q u e C a r l o s C o s s i o
(1903 - 1987)65 c o n s i d e r a s e q u e e l f e n ó m e n o d e r e c h o es l a c o n -
ducta h u m a n a en "interferencia intersubjetiva". O t r a postura
que tiende a u n a c o m b i n a c i ó n de n o r m a s , c o n d u c t a s y v a l o r e s ,
es e l " t r i a l i s m o " , e n c a r n a d o e n P e r ú p o r C a r l o s F e r n á n d e z
65. Doctor de la Universidad de Buenos Aires, Profesor de Filosofía del Derecho en esa C a s a y
en la Universidad de L a Plata. E n 1955 se ve obligado a dejar la docencia por razones politi-
cas. Creador de la "teoría egológica", ha sido llamado " e l jusfilósofo latinoamericano del
siglo" (Revista del Colegio Público de Abogados de la Capital Federal, X X V, 1999, pp. 48/9).
80 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

Sessarego, e n B r a s i l p o r M i g u e l R e a l e y e n A r g e n t i n a p o r
W e m e r Goldschmidt^^. E n este l i b r o p r e f i e r o u n concepto i n t e -
g r a d o r d e l "objeto d e r e c h o " , por sobre las p o s t u r a s p o s i t i v i s t a s
que lo r e d u c e n a a l g u n o d e s u s f e n ó m e n o s e n p a r t i c u l a r ( l e y ,
j u r i s p r u d e n c i a , n o r m a s , etcétera).

§ 2. ILÍS Y DERECHO*^^

Debemos comenzar por plantearnos, siquiera brevemente,

los a p a s i o n a n t e s e n i g m a s q u e n o s p r e s e n t a n u e s t r a p a l a b r a
c l a v e , " d e r e c h o " , de p o r sí. E s u n v o c a b l o c u y a e t i m o l o g í a lejos
está d e ser s e n c i l l a . V a m o s a p a r t i r de los d e s a r r o l l o s d e l n o t a -
ble h i s t o r i a d o r e s p a ñ o l A l f o n s o G a r c í a G a l l o , v e r t i d o s e n s u
artículo Ius y derecho. A n t e todo, l a s a p a r i e n c i a s indicarían
l a p a l a b r a " d e r e c h o " d e r i v a d e u n s u s t a n t i v o d e l latín v u l g a r
(es d e c i r , e l i d i o m a q u e se h a b l a b a c o r r i e n t e m e n t e e n los t e r r i -
torios d e l I m p e r i o R o m a n o d e s d e m e d i a d o s d e l s i g l o tercero d e
n u e s t r a e r a ) , e l s u s t a n t i v o "directum".

P e r o o c u r r e q u e ese s u s t a n t i v o s i m p l e y s e n c i l l a m e n t e , no
existía e n e l latín. P o r eso n o lo c o n s i g n a M a n u e l d e V a l b u e n a
e n s u f a m o s o Diccionario universal latino-español. E s t e a u t o
c a m b i o , correctamente recoge e l p a r t i c i p i o d e l v e r b o "dirigo",
es d e c i r e l a d j e t i v o "directus, a, um", c u y o s e n t i d o es e l d
" d i r e c t o , derecho, e n línea recta, recto, s e v e r o , r í g i d o " , y espe-
c i a l m e n t e trae l a a c e p c i ó n "directa actio", q u e s i g n i f i c a " a c c i ó
d i r e c t a , legítima, recta, q u e s u r g e de las p a l a b r a s de u n a l e y " 6 8 .
E s e l c r i t e r i o s e g u i d o p o r otros d i c c i o n a r i o s m o d e r n o s .

66. Profesor de Filosofía del Derecho en la Universidad de Buenos A i r e s . A pesar de ser cató-
lico, debió emigrar de A l e m a n i a por su origen hebreo. Fue una de las glorias del pensa-
miento jurídico argentino.
67. Rabinovich-Berkman, Ricardo D . , Derecho Romano para Latinoamérica, Quito, Cevallos,
2006.
68. Valbuena, Manuel de. Diccionario universal latino-español, Madrid, R e a l , 1817; p. 236.
Ver también: Diccionario ilustrado latino-español español-latino Spes, Barcelo
Biblograf, 1964.
 « M A N U A L DE HISTORIA DEL DERECHO » 81

E l d e s a p a r e c i d o v o c a b l o "ius-iuris", p o r s u parte, h a sobre-

v i v i d o en las palabras "justicia", " j u r i s p r u d e n c i a " , "jurisdic-
c i ó n " , etcétera. ¿ Q u é fue lo q u e g e n e r ó s u r e e m p l a z o p o r u n
n u e v o s u s t a n t i v o ? ¿Se trató de u n m e r o c a m b i o de t é r m i n o s , o
de u n a d i f e r e n c i a e n e l n i v e l de l a s ideas?

E l reemplazo habría tenido lugar en el período formativo

d e l latín v u l g a r . E l l o p u e d e d e d u c i r s e de l a a m p l i t u d g e o g r á f i -
ca d e l f e n ó m e n o , s e g ú n s u i n f l u e n c i a sobre los f u t u r o s i d i o m a s
d e r i v a d o s d e l latín. D e s d e l a P e n í n s u l a Ibérica ( l e n g u a s g a l a i -
c o - p o r t u g u e s a s : "direito", castellano, catalán: "dret"), p a s a n d o
p o r F r a n c i a {"droit") e I t a l i a ("diritto"), h a s t a llegar a l a z o n a d e
los B a l c a n e s ("dracht"), a p a r e c e n d e r i v a d o s d e l s u s t a n t i v o m i s -
terioso. E n todos esos i d i o m a s , e l s u s t a n t i v o v i n c u l a d o c o n e l
l a t i n o "lex-legis" h a q u e d a d o r e s t r i n g i d o a l s i g n i f i c a d o d e " l e y " ,
no de D e r e c h o (lei, Ilei, loi, legge, etcétera)69.

E n c a m b i o , esta fijación de s i g n i f i c a d o s n o se p r o d u j o e n
las l e n g u a s g e r m á n i c a s de l a z o n a de l a a c t u a l A l e m a n i a . E n
a l e m á n , e l a d j e t i v o "rechts", q u e i n t e g r a los s u s t a n t i v o s q u e
h a c e n r e f e r e n c i a a lo j u r í d i c o , es e q u i v a l e n t e a l "rectus, a, um"
d e l latín clásico. L a i d e a d e " l e y " está e x p r e s a d a e n e l s u s t a n t i -
v o "Gesetz" {"Gesetzbuch" es u n c ó d i g o ) . E n inglés, l a e x p r e s i ó n
sajona "right", e m p a r e n t a d a c o n l a a l e m a n a "recht" es u n s u s -
tantivo, pero conlleva la idea de potestad, facultad (derecho
s u b j e t i v o ) . E n c a m b i o , l a v o z "law" es l a q u e posee u n s i g n i f i c a -
d o m á s acorde a l que n o s o c u p a . E l h e c h o d e q u e este ú l t i m o
s u s t a n t i v o a p a r e z c a v i n c u l a d o c o n "lex" t a m p o c o debe necesa-
riamente hacernos pensar en derivaciones, pues con el m i s m o
sentido aparece e l s u s t a n t i v o n ó r d i c o a n t i g u o "laga" (islandés
a n t i g u o , logó).

T a m b i é n p o d e m o s a s u m i r que p a r a l a fecha d e fijación

idiomática d e l s u s t a n t i v o directum e l I m p e r i o y a se h a b í a f r a g -

69. Ver: Grandsaignes d'Hauterive, R., Dictionaire des racines des langues européennes (grec,
lalin, anden franjáis, franjáis, espagnol, anglais. allemand), París, Larousse, 1948.

6. Rabinovich, Mamial.
82 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

mentado definitivamente en dos partes, con v i d a s culturales y

lingüísticas d i v e r s a s . E n efecto, n o h a y e v i d e n c i a s de l a palabra
e n e l m u n d o b i z a n t i n o , y está c o m p l e t a m e n t e ausente, e n el
siglo V I , d e l a obra d e l e m p e r a d o r J u s t i n i a n o .

E l u s o de law o laga p o d r í a d e r i v a r d e u n a raíz común,

p o s i b l e m e n t e perteneciente a l a s l e n g u a s p r o t o - i n d o e u r o p e a s
q u e se h a b l a r o n m á s d e m i l a ñ o s antes de C r i s t o e n u n a vastí-
s i m a e x t e n s i ó n geográfica, d e s d e e l A t l á n t i c o h a s t a e l norte de
l a I n d i a y las p l a n i c i e s centroasiáticas. L a m i s m a raíz estaría
presente e n e l griego logos, q u e t a m b i é n c o n l l e v a , entre sus
m u c h í s i m a s acepciones, l a de " p r i n c i p i o , m á x i m a " , y e n e l latín
lex. N o así e n sánscrito, d o n d e l a e x p r e s i ó n m á s equivalente
sería dharma (así, p o r e j e m p l o , n o sólo e l a n t i g u o C ó d i g o de
M a n ú es "Manava-Dharma Sastra"'^^^ s i n o q u e , tanto p a r a e l h i n -
d u i s m o c o m o p a r a e l b u d i s m o , los g r a n d e s p r i n c i p i o s a seguir
s o n dharmasy^.

C o m o lo e x p l i c a e l a n t r o p ó l o g o lingüista C o l i n R e n f r e w ,
a h o r a h a b l a m o s de " l e n g u a s " , y n o d e " p u e b l o s " i n d o e u r o p e -
os. Se h a a b a n d o n a d o l a teoría d e los g r a n d e s d e s p l a z a m i e n t o s
d e p u e b l o s {"Vólkerwanderungen"), g r a t a a los historiadores
r o m á n t i c o s d e l s i g l o X I X . Se l a h a r e e m p l a z a d o p o r l a i d e a de
q u e u n i d i o m a p u e d e t r a n s m i t i r s e , e n u n p e r í o d o m á s o menos
l a r g o , d e u n g r u p o a otro, s i n n e c e s i d a d de q u e e l g r u p o en sí
se mueva72. E n u n e j e m p l o c o n t e m p o r á n e o : s i t o m á s e m o s la
c a n t i d a d de e c u a t o r i a n o s q u e h a b l a b a n inglés e n 1900 y en
2000, ¿ h a b r í a m o s de c o n c l u i r q u e u n a m a s a d e ingleses o esta-
d o u n i d e n s e s se h a d e s p l a z a d o a l E c u a d o r ?

70. Manú, Manava-Dharma-Sastra, Leyes de Manú, instituciones religiosas y civiles de

India, París, Gamier, c. 1920.
71. Buda, Las Cuatro Nobles Verdades y otras enseñanzas budistas, B s . A s . , Errepar, 1999.
Para el sánscrito, empleamos: F u m i , F . G , Avviamento alio studio del Sánscrito, Milán,
Hoepli, 1892.
72. Renfrew, C o l i n , Arqueología y lenguaje (la cuestión de los orígenes indoeuropeos
Barcelona, Critica, 1990, especialmente pp. 70 y siguientes.
 .< MANUAL DE HISTORIA DEL DERECHO » 83

S i n e m b a r g o , lex a d o p t ó u n sentido específico, presente

desde é p o c a s m u y r e m o t a s ( l a L e y de las X I I T a b l a s , d a d a e n e l
período r e p u b l i c a n o , y a e r a s i n d u d a s l l a m a d a así), q u e es e l
que se t r a n s m i t i ó a las l e n g u a s r o m a n c e s , s a l i e n d o d e l s i g n i f i -
cado a m p l i o d e s u s p a r i e n t e s i n d o e u r o p e o s , p a r a r e s t r i n g i r s e a l
texto n o r m a t i v o fuente f o r m a l d e l D e r e c h o . ¿ A q u é p u d o
deberse esta d i f e r e n c i a , i n c l u s i v e c o n los v e c i n o s griegos? U n a
hipótesis d e trabajo sería l a d e l i n f l u j o etrusco, q u e tanta i m p o r -
tancia t u v o e n e l p e r í o d o f o r m a t i v o d e l a c u l t u r a d e l L a c i o .

E n esa etapa, parece q u e e n R o m a se otorgaba g r a n i m p o r -

tancia n o r m a t i v a a los mores ( p l u r a l d e mos - morís), p r i n c i p i o s
de c o n d u c t a q u e se e n t e n d í a n s a g r a d o s y a n t i q u í s i m o s (se los
solía l l a m a r " d e los a n t e p a s a d o s " : mores maiorum). N o e r a n s u s -
ceptibles d e teorización: se los debía respetar s i e m p r e . S u v i o -
lación p o d í a traer terribles r e p r e s a l i a s d i v i n a s a l trasgresor y a
s u f a m i l i a , i n c l u s i v e a l a R e p ú b l i c a toda. E s t e tipo d e elementos
aparece e n m u c h o s p u e b l o s arcaicos, que p o s e e n e l sentido
mítico de l a c o e x i s t e n c i a e s p i r i t u a l d e los m u e r t o s (maiores), los
que a ú n n o h a n n a c i d o y los q u e v i v e n . U n a trasgresión d e l
o r d e n entregado (tradición) p o r los a n t e p a s a d o s p u e d e afectar a
los que están p o r v e n i r , y e n c o n s e c u e n c i a q u e b r a r e l o r d e n de
las cosas, c o n secuelas i m p r e v i s i b l e s .

E s e concepto de mos se parece m u c h o a los d e laio, laga y

logos. Sería, p u e s , e l r e e m p l a z a n t e f u n c i o n a l d e lex. ¿ D e d ó n d e
viene? M a s s i m o Pallotino, eminente etruscólogo, reporta u n a
expresión intereáante e n e l m i s t e r i o s o i d i o m a etrusco (que n o
se h a l l a todavía d e s c i f r a d o , s i b i e n p u e d e ser leído, a s u m i e n d o
que s u s f o n e m a s s o n semejantes a los d e l griego y latín, c u y a s
letras p r á c t i c a m e n t e c o m p a r t e n ) . L a f a m i l i a de s u s t a n t i v o s
maru, marunu, marniu, marunuj hace r e f e r e n c i a a l a m a g i s t r a t u -
r a , a l gobiemo''3.

73. The Etruscam, Harmondsworth, Penguin, 1956, pp. 277/278.

84 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

¿Es e l etrusco maru antecedente d e l latín a r c a i c o mos

moris? L a v i n c u l a c i ó n entre l a i d e a d e r e c t i t u d , d e b u e n a c o n
d u c t a , c o s t u m b r e s d e b i d a s acordes a l o r d e n c ó s m i c o , y de l
m a g i s t r a t u r a , e l ejercicio d e l gobierno, es c o m ú n e n m u c h o
i d i o m a s . P o r ejemplo, e n m u c h a s l e n g u a s i n d o e u r o p e a s , p a l a
b r a s c o m p u e s t a s p o r l a s c o n s o n a n t e s R y J (o X , o C H T , o C T ,
G H T , o C ) a p a r e c e n e n a m b a s acepciones. E n griego, arjé
"comienzo, o r i g e n " (idea de antigüedad), "principio, r e g l a "
( i d e a n o r m a t i v a ) y " m a g i s t r a d o , g o b i e r n o " ( i d e a de p o d e r
j u s t o : d e allí v i e n e , p o r e j e m p l o , n u e s t r o v o c a b l o " m o n a r q u í a "
el v e r b o arjeio es " d i r i g i r , g o b e r n a r " ) . E s a c o n j u n c i ó n se d a t a
b i é n e n l a p a l a b r a sánscrita raja. E n l a s l e n g u a s g e r m á n i c
right o recht ( q u e , a d e m á s de l a i d e a d e " d e r e c h o s u b j e t i v o "
l a d e corrección, r e c t i t u d ) y rix, rich o ric, c o n e l s e n t
" r e y " . E n el n ó r d i c o a n t i g u o , e l v e r b o rsed s i g n i f i c a gobernar,
el rsesir es e l que g o b i e r n a . Y e n e l latín m i s m o , c o n rex -
( r e y ) y rectus, a, um. L a o b s e s i ó n p o r lo s a g r a d o de l a s c o n
tas d e b i d a s , p o r o t r a parte, p u e d e h a b e r s i d o u n e l e m e n t o q u e
los a n t i g u o s r o m a n o s h e r e d a r o n d e los etruscos.

S i n e m b a r g o , l a a c e p c i ó n " i n d o e u r o p e a " de lex - legis

ce h a b e r s u b s i s t i d o . L o s p r o p i o s l a t i n o s t r a d u c e n c o m o lex,
a l griego logos, p e r o sí a nomos (así, p o r e j e m p l o . M a r c i a n o e n
Digesto 1,3,2). Y nomos posee ese m i s m o s e n t i d o , entre m u c h
otros, de " c o s t u m b r e , u s o , l e y , o r d e n a n z a , estatuto, p r i n c i p i o
r e g l a , m á x i m a " . P a p i n i a n o d a e n e l Digesto 1,3,1 (justo e n c i m
de l a t r a d u c c i ó n de M a r c i a n o ) esta definición d e lex: "el p r e c
to c o m ú n , l a o p i n i ó n de h o m b r e s sabios, l a c o e r c i ó n d e los d e l
tos q u e v o l u n t a r i a m e n t e o p o r i g n o r a n c i a se c o m e t e n , y l a esti
p u l a c i ó n c o m ú n de l a república"''4. C r i t e r i o este ú l t i m o q u e

74. Para el L i b r o 1 del Digesto empleamos: Justiniano I , Constitución Deo Auctore y Libr
del Digesto del emperador Justiniano. Prólogo y cuidado de la edición
Profesor Pierángelo Catalano, de la "Universidad de la Sapienza". de
Universidad Católica, 1990, p. 60 (traducciones nuestras del latín, en respetuoso confron-
te con las de esta excelente edición). E l resto del Digesto lo tomo del sitio:
www.thelatinlibrary.com
 « MANUAL DE HISTORIA DEL DERECHO 85

también hace p e n s a r e n l a frase q u e Platón e n e l Gritón p o n e e n

boca d e Sócrates, c u a n d o éste i m a g i n a c ó m o , s i q u i s i e r a h u i r d e
la prisión p a r a n o ser ejecutado, se le p r e s e n t a r í a n "hoi nómoi kai
to koinon tes póteos" (es d e c i r , " l a s nomoi - p l u r a l d e nomos- y l a
comunidad política")25.

E s decir, q u e a m b a s i d e a s d e lex c o e x i s t i e r o n largo t i e m p o ,

a u n q u e f u e p r e d o m i n a n d o l a p e c u l i a r m e n t e l a t i n a , única q u e
se transmitió f i n a l m e n t e a los i d i o m a s r o m a n c e s . E n e l Digesto
1,1,9 aparece u n texto d e G a y o (siglo I I d . C . ) , d o n d e se h a b l a de
"todos los p u e b l o s , q u e s o n r e g i d o s p o r l a s l e y e s (lex) y p o r l o s
mores, u s a n e n p a r t e de s u p r o p i o ius, y e n p a r t e d e l c o m ú n a
todos los hombres''-^^ Q sea q u e p a r a este s e ñ e r o j u r i s c o n s u l t o
clásico, lex y mos e r a n d o s cosas d i s t i n t a s , p e r o a m b a s i n t e g r a -
b a n e l ius.

§3. IUS

L a p a l a b r a ius n o está e x e n t a de p r o b l e m a s . L e v a g g i a d h i e -
re a l a p o s i c i ó n d e G a r c í a G a l l o , s e g ú n l a c u a l " p r o v i e n e d e l
i n d i d - i r a n i o yaus q u e q u i e r e d e c i r l o ó p t i m o o l o m á x i m o , e n
relación c o n u n a cosa o u n a p e r s o n a " 2 7 . R e s p e t u o s a m e n t e
disiento. E s m u y r e m o t o q u e u n v o c a b l o l a t i n o p u e d a descen-
der d e otro i n d o - i r a n i o . Se trata de d o s l e n g u a s de gestación
casi p a r a l e l a , a m u c h o s m i l e s de k i l ó m e t r o s de d i s t a n c i a , y l o s
contactos directos entre a m b o s g r u p o s n o p a r e c e n h a b e r e x i s t i -
do. Podría haberse p l a n t e a d o l a c o m ú n derivación de a m b a s
palabras de u n a raíz p r o t o - i n d o e u r o p e a . P e r o e n ese caso sería
de esperar l a p r e s e n c i a de otras v o c e s semejantes e n l a s d e m á s
lenguas descendientes de a q u e l l a , cosa q u e n o se d a . A d e m á s ,
el sentido q u e r e p o r t a n p a r a yaus n o estaría s i n o m u y i n d i r e c -

75. M u y buena traducción en; Platón, Crítón, B s . A s . , Eudeba, 1976, pp. 166/167.
76. Justiniano, p. 26.
77. Manual...,l,p. 251.
86 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

tamente r e l a c i o n a d o c o n e l p r o f u n d o s i g n i f i c a d o de ius. C
que n o p a s a de ser u n a d e tantas c a s u a l i d a d e s lingüísticas^s.

M e i n c l i n o p o r e l o r i g e n etrusco d e l t é r m i n o , p o s t u r a q u e
se r e f u e r z a ante s u total a u s e n c i a e n las otras l e n g u a s i n d
e u r o p e a s d e l a región. E n etrusco, s e g ú n P a l l o t i n o , ais o eis
n i f i c a " d i o s " . D e allí d e r i v a aisuna o aisna: " l o d i v i n o , e l s e r
d e los d i o s e s " . L a s p r o n u n c i a c i o n e s e t r u s c a s sólo p o d e m
r e c o n s t r u i r l a s de m o d o a p r o x i m a d o , p e r o a ú n así parece q u
estamos e n c o n d i c i o n e s de h a l l a r e n l a p r o p i a I t a l i a lo q u e est
m o s b u s c a n d o , s i n n e c e s i d a d d e v i a j a r a Irán. P o r s u p u e s t
c o m o c o n mos - mores, los a n t i g u o s l a t i n o s h a b r í a n i m p r e s
sesgo de s u p r o p i o p a t r i m o n i o c u l t u r a l , d i f e r e n t e d e l etrusco,
las e x p r e s i o n e s i m p o r t a d a s . L a i d e a d e l ius c o m o u n a d e c u a r
c o n d u c t a s a lo d e b i d o a los d i o s e s , p e r f e c t a m e n t e c o m p a t i b
c o n l a c o n c e p c i ó n d e l d e r e c h o e n l a Antígona d e Sófocles y
las a n t i g u a s fuentes l i t e r a r i a s g e r m á n i c a s , sería coherente c
el u s o d e l a raíz is, t r a n s f o r m a d a a p e n a s e n ius ( l a " u " apa
e n aisuna).

¿Es l a c o n c e p c i ó n r o m a n a d e ius idéntica a l a n u e s t r a

" d e r e c h o " ? L a r e s p u e s t a p u e d e n d á r n o s l a los r o m a n o s m i
m o s . E l g r a n j u r i s t a U l p i a n o r e c u e r d a q u e " c o m o lo definió ele
gantemente C e l s o , el ius es e l arte d e lo b u e n o y lo e q u i t a t i
(aequi)". D e b e tenerse e n c u e n t a q u e , c o n ese a d v e r b i o " e l e
t e m e n t e " , U l p i a n o p u e d e estar d á n d o n o s a e n t e n d e r q u e e
concepto de C e l s o es m á s m e t a f ó r i c o , m á s p o é t i c o , q u e r e a
P e r o lo i m p o r t a n t e es la c o n c e p c i ó n d e l ius c o m o u n arte.
decir, c o m o u n proceso c r e a t i v o , n o e n b u s c a d e lo estético, s i
de lo b u e n o y de lo e q u i t a t i v o . L a p a l a b r a aequum-i posee a
v e z u n a rica polisemia. Virgilio la usa como " e q u i d a d , justicia
igualdad". L e r e n d o como "honestidad, decoro". Tito L i v i o
c o m o " l l a n o , l l a n u r a , c a m p o raso"^^. E s u n t é r m i n o a l t a m e n t

78. Coincido con el gran romanista Pietro Bonfante (Instituciones de Derecho Roma
Madrid, Reus, 1929, p. 6).
79. Valbuena, Diccionario..., p. 27.
 « MANUAL DE HISTORIA DEL DERECHO » 87

positivo, en c u y a semántica p r i m a la idea de i g u a l d a d , equili-

brio.

P e r o ese concepto d i n á m i c o y c r e a t i v o d e l ius no era e l

único. T a m b i é n se u s a b a e l t é r m i n o e n u n sentido m u y s e m e -
jante a l d e " o r d e n a m i e n t o n o r m a t i v o " , e s p e c i a l m e n t e c u a n d o
se lo a d j e t i v a b a . P o r ejemplo, e n las e x p r e s i o n e s publicum ius y
privatum ius ( U l p i a n o e n Digesto 1,1,2). E n p l u r a l , a s u v e z , solía
a p r o x i m a r s e a n u e s t r a i d e a de derechos subjetivos: " l o s iura n o
se c o n s t i t u y e n p a r a p e r s o n a s s i n g u l a r e s , s i n o e n g e n e r a l "
( U l p i a n o e n Digesto 1,3,8). A veces, a p a r e c e n s i g n i f i c a d o s c o m -
puestos p o r v a r i o s de los e x p r e s a d o s , c o m o e n e l p á r r a f o d e
P o m p o n i o e n Digesto 1,2,13:

"Después de conocidos el origen y el desarrollo del ius, es

consiguiente que sepamos la designación y el origen de los
magistrados, porque según hemos expuesto el efecto de las
cosas se logra por medio de los que están a cargo de decir el
ius; pues ¿de qué serviría que en una ciudad hubiera ius, si fal-
tasen aquellos que pudieran regir los iura? Luego de lo cual,
hablaremos enseguida de la sucesión de los autores, porque
no puede subsistir el ius, si no existe algún perito en el ius por
quien pueda llevárselo cada día a ser mejor".
*
E l carácter s a c r a m e n t a l d e l ius (acorde c o n l a p o s i b l e v i n -
culación e t r u s c a d e l t é r m i n o ) aparece r e c o r d a d o p o r U l p i a n o
c u a n d o , a r e n g l ó n s e g u i d o de h a b e r t r a n s c r i p t o l a y a r e f e r i d a
definición " e l e g a n t e " de C e l s o , agrega {Digesto 1,1,1): " P o r
mérito de lo c u a l a l g u n o n o s l l a m a s a c e r d o t e s " . A s í que, múlti-
ple y c o m p l e j í s i m o c o m o es, e l concepto d e ¿ws r e s u l t a i n f i n i t a -
mente m á s d i n á m i c o , c r e a t i v o y p r o f u n d o q u e e l d e l s u s t a n t i v o
directum. ¿ Q u é p a s ó , p u e s , p a r a q u e f u e r a d e r r o c a d o p o r éste?
88 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN -

§ 4. ¿CUÁNDO SE PRODUJO E L
REEMPLAZO?

P o d e m o s d e s p r e n d e r hipótesis cronológicas a p a r t i r de los

datos lingüísticos y geográficos q u e conocemos. E n t r e 284 y 305,
bajo e l gobierno de D i o c l e c i a n o , l a división d e l I m p e r i o e n las
porciones o r i e n t a l y occidental fue t o m a n d o carácter d e f i n i t i v o ,
c o i n c i d i e n d o a g r a n d e s rasgos c o n las d o s c u e n c a s idiomáticas,
l a t i n a y griega. D u r a n t e e l siglo I V , las i n f l u e n c i a s c r u z a d a s
entre a m b a s porciones d e l I m p e r i o f u e r o n d i s m i n u y e n d o , y las
d i v e r s i d a d e s c u l t u r a l e s se a c e n t u a r o n . E l n u e v o sustantivo
directum y l a d e f i n i t i v a acepción " l a t i n a " de lex se h a b r í a n des-
a r r o l l a d o e n ese p e r í o d o , p u e s n o afectaron a l a parte oriental.

U b i q u é m o n o s a h o r a d e n t r o d e l a p o r c i ó n occidental.
D e s d e e l gobierno d e T r a j a n o (98 - 117), l a f r o n t e r a norte se
estableció a lo l a r g o d e l a línea d e los r í o s R i n y D a n u b i o , que-
d a n d o d e l otro l a d o los g e r m a n o s . A m e d i a d o s d e l siglo I V ,
e r a n f r o n t e r i z o s los f r a n c o s , a l g u n o s de los p u e b l o s q u e forma-
rían A l e m a n i a (los "alles-mannes", " d e m á s p e r s o n a s " ) , y lo
v i s i g o d o s . M á s alejados, s i n contacto directo c o n l a frontera
r o m a n a , h a l l á b a n s e los a n g l o s , los sajones, los jutos y los pode-
rosos ostrogodos. A l c o m i e n z o d e l siglo V , los d o s grupos
godos h a b í a n e n t r a d o e n e l I m p e r i o , los f r a n c o s c o m e n z a b a n a
c r u z a r e l R i n , y los r e m o t o s a n g l o s , sajones y jutos iniciaban
u n a política de ataques p e r m a n e n t e s sobre G r a n Bretaña. E n
410, las tropas i m p e r i a l e s se h a b í a n r e t i r a d o d e ésta última^o.

L a lex l a t i n a está p a r t i c u l a r m e n t e ausente e n Inglaterra,

d o n d e n i s i q u i e r a los siete siglos de v i g e n c i a d e l latino law-
french {la jerga forense n o r m a n d a i n t r o d u c i d a p o r los conquis
tadores f r a n c o - n ó r d i c o s q u e t o m a r o n e l país e n e l siglo X I , al
m a n d o d e l d u q u e G u i l l e r m o ^ i ) p u d i e r o n desalojar l a preemi-

80. McEvedy, Colin, The Penguin Atlas of Medieval History (Harmondsworth, Penguin,
1978), pp. 14-19.
 « MANUAL DE HISTORIA DEL DERECHO » 89

n e n c i a de los t é r m i n o s g e r m á n i c o s {law, c o n sentido i n d o e u r o -

peo) n i i m p o n e r e l s u s t a n t i v o droit, d e r i v a d o d e directum. E s t o
es lógico, p u e s l a r o m a n i z a c i ó n de l a i s l a no fue p r o f u n d a . M á s
allá de las m u c h a s r u i n a s y c o n s t r u c c i o n e s l a t i n a s q u e q u e d a -
r o n , y d e las h u e l l a s t o p o n í m i c a s (todos los cester, chester y cas-
ter r e c u e r d a n l a p r e s e n c i a de " c a s t r o s " , f o r t a l e z a s r o m a n a s ) , l a
c u l t u r a d e l L a c i o n o e n t r ó m u c h o e n los bretones.

L a v e r s i ó n t r a d i c i o n a l , q u e p l a n t e a b a e l r e t i r o de las tropas
latinas d e B r i t a n i a p o r s u p r o p i a v o l u n t a d , h o y se p o n e e n
d u d a s . C o m o lo hace notar S t e p h e n J o h n s o n , las fuentes (espe-
c i a l m e n t e e l h i s t o r i a d o r griego Z ó s i m o ) d e s t a c a n q u e y a entre
407 y 408 los p r o p i o s bretones se h a b í a n a l z a d o e n a r m a s c o n -
tra los r o m a n o s . A l parecer, ellos m i s m o s los e c h a r o n , y t o m a -
r o n el c o n t r o l d e l a d e f e n s a frente a los ataques d e pictos, esco-
tes y (en m e n o r m e d i d a ) anglosajones. H a y i n d i c i o s de u n t e r r i -
ble asalto e n esos a ñ o s , que los r o m a n o s n o p u d i e r o n f r e n a r .
A d e m á s , existía terror frente a l a n o t i c i a d e q u e g r u p o s g e r m á -
nicos i r r e f r e n a b l e s h a b í a n a t r a v e s a d o e n m a s a e l R i n e n 406, y
bien podrían cruzar a G r a n Bretaña.

^ L a rebelión a n t i - r o m a n a m u e s t r a h u e l l a s de u n a r e s u r r e c -
ción l o c a l i s t a , q u e e v i d e n c i a lo s u p e r f i c i a l d e l a p e n e t r a c i ó n c u l -
t u r a l l a t i n a . L o s n o m b r e s d e los n u e v o s líderes s o n célticos, e l
latín se r e d u c e , y las l e n g u a s a n t i g u a s se p r e s e n t a n t a n v i v a s
que p e r m a n e c e r á n e n las regiones n o o c u p a d a s p o r los a n g l o -
sajones h a s t a h o y (el galés e n G a l e s y e l cornish e n C o m w a l l ) 6 2 .
C o i n c i d e n t e m e n t e dice C h a d w i c k q u e " l a o c u p a c i ó n r o m a n a
no h a b í a p e n e t r a d o m u y p r o f u n d a m e n t e e n l a s i n s t i t u c i o n e s
célticas de B r i t a n i a [...] E n la m a y o r p a r t e d e l país l a c i v i l i z a -
ción r o m a n a h a b í a c a u s a d o p o c a i m p r e s i ó n " 8 3 .

81. Rabinovich, Ricardo D a v i d , Una aproximación general al temprano derecho colonial nor-
teamericano, en Revista de Historia del Derecho "Ricardo Levene", X X X , Bs.As., 1995,
p. 260.
82. -Johnson, Stephen , Later Román Britain, Londres, Granada, 1980, p. 136.
83. C h a d w i c k , Nora, The Celts, Harmondsworth, Penguin, 1979, p. 68 (todas las traducciones
son nuestras si no se indica lo contrario).
90 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

L o s a n g l o s , sajones y jutos e r a n p u e b l o s g e r m á n i c o s c o n
m í n i m o contacto c o n l a c u l t u r a r o m a n a . S u s a s e n t a m i e n t o s
e r a n distantes de l a f r o n t e r a d e l I m p e r i o , y a c c e d i e r o n a
Britania por m a r , directamente, s i n pasar por las zonas más
r o m a n i z a d a s . S u m a d o s tales antecedentes a l a e s c a s í s i m a lati-
n i d a d de los habitantes d e l a i s l a , n o p o d í a e s p e r a r s e que algo
t a n r o m a n o c o m o e l b i n o m i o directum-lex s o b r e v i v i e r a allí, s i es
que h a b í a a l c a n z a d o s i q u i e r a a llegar. P o r s u p a r t e , los a l e m a -
nes se i n t e g r a r o n c o n m u y d i v e r s o s g r u p o s , c o m o s u p r o p i o
n o m b r e lo i n d i c a . A l g u n o s d e ellos, c o m o los allemani, eran
f r o n t e r i z o s d e l I m p e r i o , y tenían cierto contacto c o n él. Otros,
e r a n t a n lejanos a l límite c o m o los a n g l o s o los sajones.
A d e m á s , recién c o m e n z a r o n a s u m a r s e e n e l c o n j u n t o tras la
" c a í d a " d e R o m a (476). E s l ó g i c o q u e t a m p o c o e n s u i d i o m a
a p a r e c i e r a n e l d e r i v a d o de directum y l a i d e a l a t i n a de lex.

E n c a m b i o , los d o s g r u p o s godos (ostrogodos y v i s i g o d o s )

y los f r a n c o s i n g r e s a r o n e n e l á m b i t o i m p e r i a l m u c h o antes, y
se r o m a n i z a r o n á v i d a m e n t e ( e n e s p e c i a l l o s p r i m e r o s ) .
I n c o r p o r a r o n e l latín v u l g a r c o m o l e n g u a corriente, p r i m e r a o
s e c u n d a r i a . S u o c u p a c i ó n de, r e s p e c t i v a m e n t e , I t a l i a , l a penín-
s u l a ibérica y l a G a l i a ( F r a n c i a ) n o cortó e l proceso lingüístico
( a d e m á s , e r a n regiones de m u c h o m a y o r i n f l u j o d e l a c u l t u r a
r o m a n a que B r i t a n i a ) . D e m o d o q u e e l s u s t a n t i v o directum
s o b r e v i v i ó e n e l arco B a l c a n e s - I t a l i a - F r a n c i a - P e n í n s u l a Ibérica,
q u e es d o n d e lo e n c o n t r a m o s h o y , e n las r e s p e c t i v a s lenguas
romances.

P e r o n o p a r e c e n h a b e r s i d o los g e r m a n o s los q u e trajeron

la i d e a i m p u l s o r a d e l c a m b i o . C o m o v i é r a m o s , e l concepto de
law q u e ellos m a n e j a b a n era e l i n d o e u r o p e o , n o e l l a t i n o , y asi-
m i s m o e l de right-recht. P o r e l c o n t r a r i o , los g e r m a n o s n o roma-
n i z a d o s (anglos, sajones, j u t o s , a l e m a n e s ) h a b r í a n abortado la
fijación d e l b i n o m i o directum-lex e n d o n d e se a s e n t a r o n .
E n t o n c e s , ¿ q u é f u e lo q u e , e n ese p e r í o d o q u e v a a p r o x i m a d a -
92 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

a n l a m i s m a raíz i n d o e u r o p e a (r-j), y s i n e m b a r g o n o l a e m p l e -
a r o n c o n ese s e n t i d o . P o r e l c o n t r a r i o , e n e l á m b i t o g e r m á n i c o
p r e d o m i n ó l a raíz " K - N - G " {konung, king, koenig, kynning), e
i n c l u s i v e e l e m p a r e n t a d o e s l a v o kniaz ( n o r m a l m e n t e t r a d u c i d o
c o m o " p r í n c i p e " , p e r o que se e m p l e ó p a r a p e r s o n a s c o n u n
efectivo gobierno a u t ó n o m o ) y e n l a P a r t e O r i e n t a l e l griego
basiléys, q u e i n c l u s i v e se aplicó a l e m p e r a d o r . L a e x c e p c i ó n ,
c u r i o s a y d i g n a d e u l t e r i o r e s r e f l e x i o n e s ( q u e n o s e x c e d e n ) , es
la v o z raja, q u e e n l a I n d i a sí p a s ó a d e s i g n a r a l c a u d i l l o ( y el
" g r a n r e y " fue e l maha-raja).

E l rex y e l konung s o n semejantes p o r f u e r a , p e r o m u y

diversos por dentro. ¿En qué? L a respuesta tal v e z la traiga u n
pasaje d e l g r a n c ó d i g o v i s i g o d o , e l Libro de los juicios {Liber iudi-
ciorum), de fines d e l siglo V I I o p r i n c i p i o s d e l V I I I , sobre e l q u e
v o l v e r e m o s , c u a n d o dice ( L i b r o 1) q u e

"así como el sacerdote es dicho de sacrificar, así el rey es

dicho de reinar piadosamente; mas aquel non reina piadosa-
mente, quien no tiene misericordia. Por cuanto haciendo dere-
cho el rey, debe tener nombre de rey; y haciendo entuerto,
pierde nombre de rey. Donde los antiguos dicen tal proverbio:
Rey serás, si hicieres derecho, y si no hicieres derecho, no
serás rey. Donde el rey debe tener dos virtudes en sí, mayor-
mente justicia y verdad. Mas más es loado el rey por piedad,
que por cada una de éstas: pues la justicia tiene verdad consi-
go de por sí".

E n este texto aparece u n r e y c o n características m u y d i s t i n -

tas de las d e l konung n ó r d i c o . Éste, s e g ú n lo describe l a a n t i g u a
l i t e r a t u r a g e r m á n i c a , ejerce u n gobierno f i r m e {hardrad), es u n
" d a d o r de a n i l l o s " {hringa-stinga) a s u s s e g u i d o r e s (a veces,
d i r e c t a m e n t e , u n " g o b e r n a n t e de a n i l l o s " -hrings-rada-). El
" s a b i o l í d e r " {svidr-lxtr) es u n g u e r r e r o v a l i e n t e , q ue d e s d e ñ a la
p a z y n o teme q u e b r a r l a , q u e d e r r o t a a s u s e n e m i g o s p a r a orga-
n i z a r c o n l a sangre de éstos "festines p a r a los l o b o s " . E s e es el
 « MANUAL DE HISTORIA DEL DERECHO » 93

fylkir, el c a u d i l l o i d e a l , d i g n o de h o n r a y r e c u e r d o , a ú n p a r a
S n o r r i S t u r l u s o n , e l g r a n poeta y e r u d i t o islandés, e n p l e n o
siglo X I I I , tras d o s c e n t u r i a s l a r g a s y a d e c o n v e r s i ó n a l c r i s t i a -
nismo64. ¿ Q u é n o p e n s a r d e l konung g e r m á n i c o p a g a n o d e l
siglo V ?

E l rex es m u y d i s t i n t o . Está i m b u i d o d e l espíritu c r i s t i a n o ,

c o m o s u r g e de este texto v i s i g o d o . N o h a d e ser u n p o d e r o s o
s a n g u i n a r i o y p r ó d i g o , s i n o u n é m u l o d e l sabio y p i a d o s o
S a l o m ó n , r e y dilecto d e D i o s , hijo de D a v i d y a n t e p a s a d o de
Jesús. U n m o n a r c a justo y p i a d o s o , q u e v e l a p o r l a s a l u d m o r a l
de s u p u e b l o , q u e g o z a c o n l a p r e s e r v a c i ó n d e l a p a z ( l a p a l a -
b r a " p a z " , q u e e n las l e n g u a s semíticas suele i n t e g r a r e l s a l u d o
c o m o deseo -shalom, salam-, está e n l a raíz d e l n o m b r e de
S a l o m ó n : Shlomó).

E l rex c r i s t i a n o n o d i s f r u t a ( a l m e n o s , o f i c i a l m e n t e ) c o n l a
sangre e n e m i g a d e r r a m a d a (no p r o c l a m a o r g u l l o s o , c o m o los
nórdicos, "sedsk vitnir": " e l lobo está s a t i s f e c h o " 6 5 ) . A l c o n t r a -
rio, se h u m i l l a p ú b l i c a m e n t e ante s u ú n i c o D i o s : " i n c l i n e m o s
nuestro c o r a z ó n h a c i a Él, p a r a a n d a r e n todos S u s c a m i n o s y
p a r a o b s e r v a r S u s preceptos. S u s leyes y S u s m a n d a m i e n t o s
c o m o m a n d ó a n u e s t r o s p a d r e s " (1 Reyes, 8, 58). E l texto d e l a
Crónica de G r e g o r i o d e T o u r s q u e y a v i é r a m o s , a l r e f e r i r s e a l
" f i e r o s i c a m b r i o " , es u n b u e n p a r a d i g m a d e l pasaje d e u n
konung que, p o r m e d i o de s u c o n v e r s i ó n , se t r a n s f o r m a e n rex.

§6. DEKE]
Q u i z á s esa sea u n a c l a v e p a r a r e s o l v e r n u e s t r o m i s t e r i o .
P o r q u e e l ú n i c o factor c o n características c o m o las q u e b u s c a -
m o s , q u e se p r o d u j o e n e l p e r í o d o y l a región q u e n o s o c u p a ,

84. M í / a , L o n d o n , E v e r y m a n , 1998, pp. 165-220.

85. Idem.p. 173.
94 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

fue l a difusión d e l c r i s t i a n i s m o . G a r c í a G a l l o destaca q u e éste,

e n a q u e l l o s p r i m e r o s siglos, venía e m p a p a d o p o r los criterios
j u d í o s acerca d e l derecho. T a l e s p u n t o s d e v i s t a e r a n esencial-
m e n t e d i s t i n t o s d e los r o m a n o s , i n c o m p a t i b l e s c o n l a i d e a d e l
ius, y difíciles de a r m o n i z a r c o n l a c o n c e p c i ó n i n d o e u r o p e a d e l
logos.

P a r a los hebreos, c o m o s u r g e d e l citado texto s a l o m ó n i c o ,

e l D e r e c h o es u n c a m i n o (derej), establecido p o r D i o s ( y , p o r lo
tanto fijo) q u e e l r e y y e l p u e b l o todo, d e b e n s e g u i r r i g u r o s a -
m e n t e . E s t e derej ( s u s t a n t i v o ) n o a d m i t e creación n i i n n o v a c i ó n ,
sólo respeto y o b e d i e n c i a . " S e a p u e s perfecto v u e s t r o c o r a z ó n
p a r a c o n J e h o v á n u e s t r o D i o s , andando e n s u s e s t a t u t o s " (1
Reyes, 8, 6 1 , destacado n u e s t r o ) . E l j u e z , a l a p l i c a r l o , debe c u i -
d a r s e estrictamente d e no t e r g i v e r s a r s u s p r i n c i p i o s ( e n lo p o s i -
ble, n i siquiera sus palabras).

I d e n t i f i c a d o s los p r i n c i p i o s n o r m a t i v o s s a g r a d o s c o n los
q u e s u r g e n d e los p r i m e r o s c i n c o l i b r o s d e l a Biblia (el
"Pentateuco"), los i s r a e l i t a s les d i e r o n p o r n o m b r e Tora. E s t a es
u n a p a l a b r a m u y a n t i g u a , i n t r a d u c i b i e , tanto q u e h o y se acos-
t u m b r a d e j a r l a e n hebreo ( y así lo h a c í a n e n l a E d a d M e d i a las
fuentes). S i n e m b a r g o , c u a n d o se l a v i e r t e a l castellano, unáni-
m e m e n t e se opta p o r Ley, e m p l e a n d o u n a m a y ú s c u l a p a r a des-
tacar s u carácter d i v i n o .

E l Pentateuco, escrito a m a n o e n g r a n d e s r o l l o s , es el obje-

to m á s s a g r a d o q u e se g u a r d a e n toda s i n a g o g a . L o s fieles lo
r e v e r e n c i a n tanto, q u e n i s i q u i e r a se a t r e v e n a a p o y a r s u s labios
d i r e c t a m e n t e e n él, n i e n l a f u n d a r i c a m e n t e a d o r n a d a que
suele r e c u b r i r l o , s i n o q u e l a r o z a n c o n los flecos d e l m a n t o que
v i s t e n p a r a o r a r (talit) y luego b e s a n éstos. U n a d e las m á s anti-
g u a s y r e i t e r a d a s oraciones hebreas d i c e : " B e n d i t o seas tú, m i
S e ñ o r , N u e s t r o D i o s , R e y d e l m u n d o , q u e n o s entregaste la
V e r d a d d e l a Torá".
 . M A N U A L DE HISTORIA DEL DERECHO •> 95

E l j u d a i s m o es u n v e r d a d e r o culto de l a Torá e, i n d i r e c t a -
mente, d e l o r d e n a m i e n t o j u r í d i c o d i v i n o , c u y a base está conte-
n i d a í n t e g r a m e n t e e n e l l a . E s a i d e a es t a n ajena a l a d e l ius l a t i -
no c o m o l a d e l j u e z r o m a n o a l a d e l hebreo. N o s a b e m o s s i l a
noción de r e c i b i r las n o r m a s de l a d i v i n i d a d es u n elemento o r i -
g i n a l hebreo. L a c u l t u r a i s r a e l i t a a c u s a u n fuerte i n f l u j o m e s o -
p o t á m i c o , y tal v e z d e allí v i n i e r a esa i d e a .

E l r e y j u d í o es, a s i m i s m o , e l j u e z p o r e x c e l e n c i a . E s l l a m a -
do mélej, u n a raíz semítica de c o n n o t a c i o n e s m u y d i s t i n t a s d e
las de konung, p o r s u s r e s o n a n c i a s s a c r a m e n t a l e s ( a p a r e c e e n e l
nombre del dios palestino Moloj, por ejemplo), que no eran tan
chocantes a l concepto l a t i n o d e l rex, d e f u e r t e i n f l u j o e t r u s c o
(recuérdese e l carácter s a c e r d o t a l de los a n t i g u o s r e y e s d e
R o m a ) . D e h e c h o , a u n q u e p u e d e ser sólo u n a c o i n c i d e n c i a , u n a
de las p a l a b r a s etruscas q u e m á s a p a r e c e n e n los t e s t i m o n i o s es
mulaj, que e r a algo así c o m o u n v o t o d e d i c a t o r i o a los dioses^^

E s a i d e a d e l derej se m a n t u v o i n c ó l u m e , h a s t a p u e d e d e c i r -
se que se reforzó, c o n e l a d v e n i m i e n t o d e C r i s t o . " Y o s o y e l
c a m i n o , y l a v e r d a d y l a v i d a " , dijo J e s ú s s e g ú n J u a n (14, 6 ) , y
agregó, i n s i s t i e n d o e n s u identificación c o n l a i m a g e n d e l derej:
" n a d i e v i e n e a l P a d r e , s i n o p o r m í " . E r a lógico, p u e s l a a c t i t u d
era de explícito respeto p o r l a Torá:

" N o penséis que he venido para abrogar la L e y o los profe-

tas: no he venido para derogar, sino a cumplir. Porque de cier-
to os digo, que hasta que perezcan el cielo y la tierra, ni una
jota n i una tilde perecerán de la L e y , hasta que todas las cosas
sean hechas. De manera que cualquiera que infringiere uno de
estos mandamientos m u y pequeños, y así enseñare a los hom-
bres, m u y pequeño será llamado en el reino de los cielos: mas
cualquiera que hiciere y enseñare, éste será llamado grande
en el reino de los cielos" (Mateo, 5,17-19).

86. Pallottino, The Etruscans, p. 276.

 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

A s í que n u e s t r a p r i m e r a hipótesis sería que, c o n l a d i f u

sión d e l c r i s t i a n i s m o p o r l a P a r t e O c c i d e n t a l d e l I m p e r i o , la
idea de lo j u r í d i c o m u d ó . D e j ó d e ser u n a b ú s q u e d a creativa
abierta y c a m b i a n t e , p a r a v i n c u l a r s e c o n e l concepto bíblico d
u n o r d e n a m i e n t o rígido, u n c a m i n o a s e g u i r , preestablecid
p o r D i o s . E l v o c a b l o ius ya n o habría s i d o a d e c u a d o , y s
s o b r e v i v i ó i n t e g r a n d o e x p r e s i o n e s susceptibles d e amoldars
p o r l a i d e a de iustitia (que t a m b i é n h a b r í a c a m b i a d o ) , a l a s n
v a s c i r c u n s t a n c i a s . Se h a b r í a necesitado u n a p a l a b r a n u e v a ,
h a b r í a a p a r e c i d o e l s u s t a n t i v o directum, v i n c u l a d o ideológ
mente a los y a existentes adjetivos directus y r
P a r a l e l a m e n t e , de los d o s s e n t i d o s coexistentes d e lex triunf
p e c u l i a r l a t i n o , c o m p a t i b l e c o n e l c r i t e r i o semítico, frente a
i n d o e u r o p e o . P a r a l a n u e v a r e a l i d a d d e l m o n a r c a germano
c r i s t i a n o , se habría u s a d o rex, p o r q u e se e s p e r a b a de él
fuese u n mélej, y n o u n konung.

C o n f u n d a m e n t o s p a r c i a l m e n t e semejantes, llegaba a esa

conclusiones A l f o n s o García G a l l o . P e r o , ¿de d ó n d e v i n o l
o p c i ó n p o r directum? E s o b v i a l a hipótesis d e l s u s t a n t i v o hebr
a r a m e o derej. E n t o n c e s , n u e s t r o m i s t e r i o s o s u s t a n t i v o ,
directum o derectum? L a v o c a l se p e r d i ó e n francés (droit)
lán (dret). E n g a l a i c o - p o r t u g u é s , h a y e v i d e n c i a s d e q u e part
dereito, a u n q u e luego m u d ó p o r u n a " i " . E n castellano, qued
" e " . E n s u m a , sólo e n i t a l i a n o aparecería diritto. Se suele p
e n l a f o r m a directum, p o r q u e y a existía c o m o adjetivo. Pero
v e z , j u s t a m e n t e p o r esa r a z ó n , p a r a d i f e r e n c i a r l o s , se mantuv
l a " e " d e l hebreo. S i así f u e r a , e l i d i o m a r o m a n c e q u e m á s pur
habría c o n s e r v a d o l a línea fonética sería e l castellano.

A l c a n c é a p l a n t e a r l e esta hipótesis a l m a e s t r o García Gallo

antes de s u m u e r t e , y n o le s a t i s f i z o . S u respetable objeción fu
l a falta de otros t é r m i n o s de o r i g e n hebreo l a t i n i z a d o s en e
v o c a b u l a r i o j u r í d i c o . E n ese m o m e n t o l a a c e p t é . A ñ o s más
tarde, e n c o n t r é otro e j e m p l o . O b v i a m e n t e , los casos son mu
 « MANUAL DE HISTORIA DEL DERECHO » 97

pocos, p u e s e l aporte teórico, e n esta m a t e r i a , de l a c u l t u r a

judía a l a r o m a n a , fue m í n i m o ( l a civilización d e l L a c i o h a b í a
desarrollado tales aspectos m u c h o m á s que l a d e l J o r d á n ) . P e r o
existe, a l m e n o s , u n a p a l a b r a i m p o r t a n t í s i m a , q u e t a m b i é n h a
ganado carta de c i u d a d a n í a e n e l léxico j u r í d i c o , y s o b r e v i v i d o
hasta h o y : jubilación.

L o s r o m a n o s c o n o c í a n e l s u s t a n t i v o iubilatio-onis, p e r o
tenía el sentido de " a c l a m a c i ó n , gritos d e a l e g r í a " . E l c r i s t i a n i s -
mo g e n e r ó l a aparición d e l a d j e t i v o iubilseus, a, um:

"lo perteneciente al jubileo, lubilseus annus: el año del jubi-

leo entre los judíos, que era cada siete veces siete años exclu-
sivamente, esto es, el cuarenta y nueve, en que se hacía remi-
sión de la servidumbre, las posesiones volvían a s u antiguo
dueño, y quedaban libres los esclavos"^^

E l antecedente de este v o c a b l o era e l s u s t a n t i v o hebreo

iobel, " j u b i l e o " . A l d e s a r r o l l a r s e el concepto de " j u b i l a c i ó n " , de
clara r a i g a m b r e j u d e o c r i s t i a n a , éste habría r e e m p l a z a d o e l s i g -
nificado d e l a n t i g u o s u s t a n t i v o l a t i n o , q u e e n c a m b i o derivó a
otro de l a m i s m a f a m i l i a , " j ú b i l o " . L a c o n c o r d a n c i a fonética
'entre e l v o c a b l o r o m a n o preexistente y el hebreo a d v e n e d i z o es
m u y semejante a l a de directus c o n derej. Y p e n s a m o s q u e o c u -
rrió algo s i m i l a r .

S i n e m b a r g o , a ú n n o s h a l l a m o s e n terreno de hipótesis.

§7. DERECHO Y COEXISTENCIA

E n este l i b r o , e m p l e a r é u n concepto de c i e n c i a jurídica v i n -

culado a la p r o b l e m á t i c a de l a c o n v i v e n c i a h u m a n a . E s t a p r o -
blemática se genera, a m i j u i c i o , e n l a c o n c i e n c i a y e x i g e n c i a de

87. Valbuena, Diccionario, pp. 395/396.

7. Rabinovich, Manual.
98 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

i n d i v i d u a l i d a d p o r p a r t e d e l a m a y o r í a d e los seres d e nuestra

especie, q u e se s i e n t e n y s a b e n ( h o y c o n e l r e s p a l d o d e las cien-
cias biológicas y d e l a p s i c o l o g í a ) , ú n i c o s e i r r e p e t i b l e s , frente a
nuestra necesidad de v i v i r en grupos.

C o h e r e n t e m e n t e , p r o p o n g o e l a c t i v o r e c h a z o d e l a memo-
r i a y e l m é t o d o de a u t o r i d a d c o m o h e r r a m i e n t a s d e e s t u d i o del
derecho, r e e m p l a z á n d o l a s p o r e l d e s a r r o l l o de l a r a z ó n crítica,
d e l a e x p e r i e n c i a s o c i a l y psicológica, de l a c r e a t i v i d a d , y de la
contribución interdisciplinaria completamente abierta. En
suma, propugno el humanismo.

P e r s o n a l m e n t e , j a m á s h u b i e r a e n t r e g a d o n i u n a h o r a de
m i v i d a a l a c i e n c i a d e l derecho, s i ésta c o n s i s t i e r a e n estudiar
preceptos. Objeto t a n pastoso y a b s t r u s o , difícilmente fuese
c a p a z de atraer a a l g u i e n , f u e r a d e ocasionales ermitaños
m i s á n t r o p o s d e s e n c a n t a d o s d e l a v i d a . S i las l e y e s y artículos,
los títulos e i n c i s o s , los c ó d i g o s y decretos, f u e r a n nuestro
e x c l u s i v o objeto d e análisis e investigación, b i e n haríamos
e s c u l p i e n d o e n las p u e r t a s de las F a c u l t a d e s d e D e r e c h o l a ins-
cripción q u e p u s o D a n t e A l i g h i e r i ^ s e n e l p o r t a l de los infier-
n o s : "Lasciate ogni speranza voi che'ntrate".

E n toda l a H i s t o r i a d e l C o s m o s , n u n c a h u b o d o s humanos
i g u a l e s . N i s i q u i e r a los h a b r á p o r m e d i o d e l a clonación, pare-
ce. E l factor " e n t o r n o " (así l o l l a m a e l g r a n genetista francés
A l b e r t J a c q u a r d ) es d e u n a e n o r m e i m p o r t a n c i a . E s t e "engloba
tanto e l a l i m e n t o a b s o r b i d o p o r N c o m o las r a d i a c i o n e s que ha
s u f r i d o , los c h o q u e s q u e h a r e c i b i d o , e l afecto c o n e l q u e h a sido
r o d e a d o , l a e n s e ñ a n z a , e n todas s u s f o r m a s , q u e se le h a procu-
r a d o : se trata de todas las i n f l u e n c i a s , físicas o m o r a l e s , que han
h e c h o a l i n d i v i d u o a p a r t i r d e l embrión''^^. A s í c o m o las olas

88. ("Abandonad toda esperanza, vosotros que entráis") Alighieri, Dante, La divina commedia,
Milán, Tipográfica, 1804,1, p. 23.
89. Jacquard, Albert, Elogio de ¡a diferencia (la genética y los hombres), Barcelona, Grani
1987, p. 28. Recuérdese la novela Los niños del Brasil, de Ira L e v i n , en que se juega con una
supuesta clonación de Hitler ( L e v i n , Ira, Los niños del Brasil, Barcelona, Círculo, 1977).
 « MANUAL DE HISTORIA DEL DERECHO » 99

que r o m p e n a l a o r i l l a d e l m a r , u n a tras o t r a , m i l l o n e s de m i l l o -
nes de ellas, s o n todas d i s t i n t a s , y a s í h a s i d o d u r a n t e m i l l o n e s
de a ñ o s , e n m i l l o n e s d e o r i l l a s , así es de e x t r a o r d i n a r i a l a m a r a -
villa de nuestra i n d i v i d u a l i d a d .

Pero también sabemos que debemos convivir con los

otros. E s o s otros a los q u e u n p e r s o n a j e de l a t r a g e d i a d e J e a n
P a u l S a r t r e (1905 -1980)90. A puertas cerradas d e s c r i b e c o m o " e l
infierno"9i, por s u omnipresencia, porque no podemos des-
embarazarnos de ellos. Porque, necesariamente, "so mo s con
ellos"92. P e r o J a c q u a r d , c o m e n t a n d o la referida frase, hace
n o t a r q u e " l o s otros n o s o n n u e s t r o i n f i e r n o p o r q u e s o n otros;
ellos c r e a n n u e s t r o i n f i e r n o e n tanto n o a c e p t a n e n t r a r e n r e l a -
ción c o n n o s o t r o s " . Y l a n z a s u p r o p i a v e r s i ó n d e l a m á x i m a :
" y o s o y l o s v í n c u l o s q u e tejo c o n los otros"93.

P a r e c e q u e s i n los otros n o p o d e m o s ser, y q u e s i n ellos n o

tienen s e n t i d o n u e s t r o s derechos. L o s derechos d e u n o n o ter-
minan d o n d e e m p i e z a n los d e otro, s i n o q u e l a p r e s e n c i a d e l
otro j u s t i f i c a y genera esos derechos. U n b u e n e j e m p l o l i t e r a r i o
lo d a el n á u f r a g o R o b i n s o n C r u s o e , personaje c r e a d o p o r e l
escritor inglés D a n i e l D e f o e (1669 - 1731). Solo e n u n a i s l a , n o
tenía n i necesitaba derechos. P e r o c u a n d o a p a r e c i ó otro h o m -

90. Filósofo existencialista francés, uno de los más importantes pensadores del siglo X X . S u
obra principal fue El ser y la nada (1943), pero escribió numerosos trabajos filosóficos,
novelas y obras de teatro.
91. " E l infierno es los otros" (Sartre, Jean-Paul, La mujerzuela respetuosa. A puerta cerrada,
B s . A s . , Hyspamérica, 1981, p. 186).
92. Ver: Fatone, Vicente, Introducción al existencialismo, B s . A s . , C o l u m b a , 1953, passim.
93. "Cierto, solo, yo podria existir, pero no podria saberlo. M i capacidad de pensar y de decir
yo no me ha sido proporcionada por mi patrimonio genético; lo que éste me ha dado era
necesario, pero no suficiente. Sólo he podido d e c i r l o gracias a los tus escuchados. L a per-
sona que devengo no es el resultado de una caminata interna solitaria; ella sólo ha podido
construirse estando expuesta a las miradas de los otros. No solamente esta persona es ali-
mentada por todos los aportes de aquellos que me rodean, además su realidad esencial está
constituida por los intercambios con ellos; yo soy los vínculos que tejo con los otros. C o n
esta definición, no hay más corte entre mi y el otro" (Jacquard, A . , Petite philosophie á l u-
sage des non-philo.sophes, París, C a l m a n n - L e v y , 1997, pp. 15/16, traducción nuestra, hay
versión castellana).
100 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

b r e , d e b i ó c o n s t r u i r r e l a c i o n e s j u r í d i c a s ( q u e c a l c ó d e las britá-
n i c a s ) : " P r i m e r o le h i c e c o m p r e n d e r q u e s u n o m b r e sería
Viernes, q u e e r a e l día e n q u e le salvé l a v i d a " , r e l a t a R o b i n s o n
Y agrega: " L e e n s e ñ é a d e c i r Amo y l u e g o le h i c e saber que
a q u é l sería m i nombre"94.

E l h u m a n o , a s u v e z , es e n e l t i e m p o . A n s i a l a i n m o r t a l i -
d a d . F a n t a s m a s y v a m p i r o s lo a s o l a n d e s d e l a p r i m e r a obra
l i t e r a r i a existente, l a Epopeya de Gilgamesh. E l p a d r e d e s u pr
tagonista e r a u n v a m p i r o , y s u c o m p a ñ e r o E n k i d u se transfor-
m a r í a e n u n f a n t a s m a . L a m u e r t e g e n e r a l a a n g u s t i a d e poner
límite a los p r o y e c t o s . C a n t a b a e l poeta l a t i n o C a t u l o (84 - 54
a.C.):

"Pueden caer los soles, y surgir de nuevo;

nosotros, una vez que la breve luz fenece,
hemos de dormir una noche perpetua"95.

M o r i r e m o s , a u n q u e n o s e p a m o s c u á n d o . L o i n t u y e n más
e l c o n d e n a d o a m u e r t e o e l e n f e r m o t e r m i n a l , p e r o n i siquiera
ellos t i e n e n certeza. E s a i g n o r a n c i a f o r m a p a r t e de n u e s t r a inse-
guridad congénita y permanente. Borges, con s u p l u m a profun-
d a , lo p o n e así:

"Tras el cristal ya gris la noche cesa

y del alto de libros que una trunca
sombra dilata por la vaga mesa,
alguno habrÆ que no leeremos nunca"96.

E l p o e m a se l l a m a Límites. L a m u e r t e p o n e límites a nues

tro t i e m p o . E n m e t á f o r a de J o a n M a n u e l S e r r a t , e l l a " p a r a nues-
tro r e l o j " . S u o m n i p r e s e n c i a n o s hace ser conscientes de nues-
tra b r e v e d a d . E n l a p a y a d a c o n e l m o r e n o , a l a p r e g u n t a sobre

94. Defoe, Daniel, Robinson Crusoe. Estella, Salvat, 1969, p. 154.

95. Poesie, Roma, Mondadori, 1977, p. 44.
96. Borges, p. 40.
 « M A N U A L D£ HISTORIA DEL DERECHO . 101

" q u é es e l t i e m p o " , M a r t í n F i e r r o d e v u e l v e u n a r e s p u e s t a m á s
c l a r a q u e m u c h o s tratados e x i s t e n c i a l i s t a s :

"Porque el tiempo es una rueda,

y rueda es eternidá;
y si el hombre lo divide
sólo lo hace, en m i sentir,
por saber lo que ha vivido
o le resta que vivir"97.

E l p r i n c i p a l c a p i t a l d e l h u m a n o p a r e c e ser s u t i e m p o .
I n c l u s o c u a n d o B e n j a m í n F r a n k l i n (1705 - 1790) dijo "time is
money" ( " e l t i e m p o es d i n e r o " ) , e n r e a l i d a d p a r e c e haber q u e r i -
d o decir: "time is Ufe" ( " e l t i e m p o es v i d a " ) , a u n q u e , c l a r o ,
desde l a óptica característica d e l c a l v i n i s m o norteamericano^^.

M o r s motor. L a m u e r t e es n u e s t r o m o t o r . " S e r i n m o r t a l es
baladí; m e n o s e l h o m b r e , todas las c r i a t u r a s lo s o n , p u e s i g n o -
r a n l a m u e r t e " , escribe Borges e n e l cuento El inmortal. E s e l l a
la q u e " h a c e preciosos y patéticos a los h o m b r e s . E s t o s c o n m u e -
v e n p o r s u c o n d i c i ó n de f a n t a s m a s ; c a d a acto q u e ejecutan
p u e d e ser e l último"99. E l cuento n a r r a las p e r i p e c i a s de u n
h o m b r e que b u s c a u n p u e b l o de seres i n m o r t a l e s . F i n a l m e n t e
los h a l l a , p e r o c o n v e r t i d o s e n c a v e r n í c o l a s silenciosos. E l r e s u l -
tado de l a v i d a eterna h a s i d o l a i n d i f e r e n c i a , l a q u i e t u d
( " r e c u e r d o a l g u n o a q u i e n j a m á s h e v i s t o de p i e : u n pájaro a n i -
d a b a e n s u p e c h o " ) . L o s i n m o r t a l e s , c a n s a d o s , se d i s p e r s a n p o r
e l m u n d o e n b u s c a d e l río c u y a s a g u a s les p e r m i t a n m o r i r .

97. Hernández, J o s é , Martin Fierro. Barcelona, Bruguera, 1984, p. 344.

98. "Recuerda que tiempo es dinero. Aquel que puede ganar diez chelines por día con su tra-
bajo y se va de viaje o se sienta sin hacer nada la mitad de ese día. aunque gasta sólo seis
peniques durante su diversión u ocio, no ha de considerar esa como la única expensa; real-
mente ha gastado, o más bien arrojado, cinco chelines también" (Franklin, Benjamin,
Memoirs of Benjamin Franklin. N . York, Harer, 1839, 11, p. 37). Este párrafo inicia el
• " C o n s e j o a un j o v e n hombre de comercio", firmado " U n viejo hombre de comercio".
99. Borges, pp. 152-73.
102 « Ricardo D. RABINOVICH-BERKMAN »

S i m o n e de B e a u v o i r , l a b r i l l a n t e e s c r i t o r a e x i s t e n c i a l i s t a
f r a n c e s a , c o m p a ñ e r a d e S a r t r e , d e d i c ó a éste s u n o v e l a Todos los
hombres son mortales, e n q u e d e s a r r o l l a u n a h i s t o r i a c o n m u c h o s
p u n t o s e n c o m ú n c o n ese cuento d e Borgesi^o. S u g e s t i v a m e n t e ,
esta obra a p a r e c i ó e n 1946, y e l cuento d e l literato a r g e n t i n o a l
a ñ o s i g u i e n t e . P e r o l a visión d e l a i n m o r t a l i d a d c o m o t o r t u r a ,
aparece y a e n t r a d i c i o n e s m e d i e v a l e s , c o m o l a d e l " j u d í o e r r a n -
t e " i o y y se r e s t a u r a m o d e r n a m e n t e c o n e l personaje d e l v a m p i -
roi02.

P a r a los c a v e r n í c o l a s i n m o r t a l e s d e B o r g e s , los p r o y e c t o s ,
esos q u e parecía q u e p o d í a n l l e n a r u n a e t e r n i d a d , q u e d a r o n
o l v i d a d o s . L o de h o y , p u e d e hacerse m a ñ a n a . L o de m a ñ a n a ,
p a s a d o . L a v i d a p i e r d e sentido, c o m o l a d e l v a m p i r o , q u e sólo
p u e d e c o n t i n u a r s i se n u t r e de sangre (es d e c i r , d e existencias)
d e m o r t a l e s . P o r q u e l a m u e r t e obliga a o r d e n a r los p r o y e c t o s .
L a s m u c h a s cosas q u e e l h u m a n o q u i s i e r a ser y hacer, r e q u i e -
r e n c o n d u c t a s p a r a r e a l i z a r s e , y éstas, a s u v e z , t o m a n u n t i e m -
p o . L a m u e r t e recorta e l t i e m p o d i s p o n i b l e . I m p o n e p r i o r i z a r
c o n d u c t a s y objetivos. E l e g i r u n o s , postergar otros, a b a n d o n a r -
los t a l v e z . E s e es e l g r a n s e r v i c i o q u e n o s p r e s t a l a m u e r t e .

A l o r d e n a r s u s p r o y e c t o s y l a s c o n d u c t a s r e s p e c t i v a s e n el
tiempo, el h u m a n o v a trazando, a m e n u d o sin notarlo, una
especie de p l a n de carreteras, d o n d e a p a r e c e n n o sólo las rutas
p r i n c i p a l e s ( l a c a r r e r a a s e g u i r , e l m a t r i m o n i o ) s i n o t a m b i é n las
s e c u n d a r i a s (el sitio de v a c a c i o n e s , e l d e p a r t a m e n t o a a l q u i l a r )
y h a s t a los c a m i n o s de t i e r r a (qué hacer esta t a r d e ) . T o m a d o
c o m o u n p r o y e c t o de a r q u i t e c t u r a , s u objeto s i e m p r e tiende,
d i r e c t a o i n d i r e c t a m e n t e , a l a p r o p i a c o n s t r u c c i ó n (auto-cons-
trucción). S u r e s u l t a d o es l a " s u m a " d e q u e h a b l a e l filósofo
e s c a n d i n a v o S o e r e n K i e r k e g a a r d (1813-1855), c u y a r a y a final
s i e m p r e t r a z a n los otros, los que n o s s o b r e v i v e n .

100. Tous ¡es hommes sont mortels, París, Gallimard, 1946 (hay versión castellana).
101. Lovecraft, Howard P , El horror en la literatura, Madrid, A l i a n z a , 1992, passim.
102. Vampiros (una antología de los maestros del género), B s . A s . , Sur, \96\, passim.
 . MANUAL DE HISTORIA DEL DERECHO » 103

E s e p r o y e c t o de a u t o c o n s t r u c c i ó n sería, p u e s , e l p r i n c i p a l
objetivo e n l a v i d a de u n h u m a n o . J u a n P é r e z n o tendría n a d a
más importante que hacer e n s u v i d a que... a J u a n Pérez.

P e r o , c o m o los h u m a n o s n o s o m o s s i q u i e r a p e n s a b l e s e n
s o l e d a d a b s o l u t a , p u e s n u e s t r a especie es g r e g a r i a , s i e m p r e
están los otros, y s o m o s con ellos. " P o r e l s i m p l e hecho d e ser
h o m b r e , e l h o m b r e y a es esa p r e s e n t a c i ó n , ese a b r i r s e a l a s
cosas y a los d e m á s " , dice e l filósofo a r g e n t i n o V i c e n t e F a t o n e
(1903-1962)103. N u e s t r o concepto de l a c i e n c i a jurídica t e n d r á
que v e r , entonces, c o n l a interrelación de p r o y e c t o s e x i s t e n c i a -
Ies e n u n a s o c i e d a d i n t e g r a d a p o r seres ú n i c o s e irrepetibles.

103. Fatone, pp. 31-9.

 « MANUAL DE HISTORIA DEL DERECHO » 103

E s e p r o y e c t o d e a u t o c o n s t r u c c i ó n sería, p u e s , e l p r i n c i p a l
objetivo e n l a v i d a d e u n h u m a n o . J u a n P é r e z n o tendría n a d a
más i m p o r t a n t e q u e h a c e r e n s u v i d a q u e . . . a J u a n P é r e z .

P e r o , c o m o los h u m a n o s n o s o m o s s i q u i e r a p e n s a b l e s e n
soledad a b s o l u t a , p u e s n u e s t r a especie es g r e g a r i a , s i e m p r e
están los otros, y s o m o s con ellos. " P o r e l s i m p l e h e c h o de ser
hombre, e l h o m b r e y a es esa p r e s e n t a c i ó n , ese a b r i r s e a l a s
cosas y a los d e m á s " , dice e l filósofo a r g e n t i n o V i c e n t e F a t o n e
(1903-1962)103. N u e s t r o concepto de l a c i e n c i a jurídica t e n d r á
que v e r , entonces, c o n l a interrelación d e p r o y e c t o s e x i s t e n c i a -
Ies e n u n a s o c i e d a d i n t e g r a d a p o r seres ú n i c o s e i r r e p e t i b l e s .

103. Fatone, pp. 3 1 - 9 .