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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Ensino de História face aos novos conceitos de educação: o Papel formativo da História

Nerina Vicente
Código de estudante: 708224109

Curso: Lic. em Ensino de História


Disciplina: Didáctica de História I
Ano de Frequência: 2° Ano.

Nampula, Maio/2023
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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Ensino de História face aos novos conceitos de educação: o Papel formativo da História

Trabalho de pesquisa científica a ser apresentado


na Univrsidade Católica de Moçambique –
Nampula, para fins avaliativos da disciplina de
Didáctica de História I, no Curso de
Licenciatura em Ensino de História – IED,
Turma: F, orientado pelo docente:

Nerina Vicente

Tutor: Adolfo Alexandre

Nampula, Maio/2023
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iii

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 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução .................................................................................................................................. 06

2. Objectivo ................................................................................................................................... 07

3. Metodologia ............................................................................................................................... 07

4. Contextualização em torno do estudo do tema .......................................................................... 08

4.1. Enquadramento teórico-conceitual ......................................................................................... 08

4.2. O papel formativo da História ................................................................................................ 09

5. Reflexão face as mudanças curriculares na Didáctica de Historia no processo de ensino e


aprendizagem ................................................................................................................................. 10

5.1. Os recursos Didácticos no ensino da História ........................................................................ 11

6. Analise dos desafios do papel formativo da Historia através dos meios de ensino utilizados na
actualidade em Moçambique ......................................................................................................... 13

6.1. Materiais e métodos de Ensino ............................................................................................... 14

6.2. O livro Didáctico .................................................................................................................... 15

7. Considerações finais .................................................................................................................. 16

8. Bibliografias .............................................................................................................................. 17

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1. Introdução

O momento histórico no qual vivemos na educação, exige uma reflexão sobre as estratégias
usadas para o ensino de História em sala de aula. A necessidade de realização de aulas
diferenciadas, para tornar o ensino de História mais dinâmico e atractivo, vêm sendo discutidos
há muito tempo entre as propostas de inovação do currículo escolar. No caso de História, por
exemplo, os alunos estão quase sempre desmotivados e reclamando que a referida disciplina é
desestimulante, por ser de cunho puramente teórico, o que exige do docente uma técnica
metodológica de ensino distinta dos métodos tradicionais, mas que também alcance o ensino e
aprendizagem dos alunos.

Nesta perspectiva, o presente estudo, tem a relevância de abordar, o ensino de história face aos
novos conceitos de educação, tendo como foco o papel formativo da história, é muito pertinente
na medida em que um professor no início de carreira, para além de ser importante que acompanhe
a própria evolução tecnológica, ainda anda a construir os seus próprios recursos didácticos se
preocupando com a forma como transmite esse conhecimento, sendo o objectivo do
conhecimento deve dedicar uma especial atenção ao uso dos recursos didácticos.

Por isso, a didáctica como pratica reflexiva, ela tem grande relevância no processo educativo de
ensino e aprendizagem, pois ela auxilia o docente a desenvolver métodos que favoreça o
desenvolvimento de habilidades cognoscitivas tornando mais fácil o processo de aprendizagem
dos indivíduos.

Para o levantamento das informações foi realizado uma busca qualitativa por artigos científicos
publicados em periódicos académicos que abrangessem o assunto colocado. Pode-se perceber que
tal pesquisa é bastante utilizada actualmente e dessa forma, na elaboração deste estudo, os
conhecimentos obtidos foram estruturados para que ocorra uma construção reflexiva a respeito do
assunto estudado.

Entretanto, para manter a ordem e a lógica do trabalho, obedeceu-se a seguinte estrutura:


Introdução, Desenvolvimento, Considerações finais e Bibliografia.

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2. Objectivo

O presente trabalho de Didáctica de História I, é de realçar que terá como constituintes


objectivas, os seguintes:

 Reflectir face as mudanças curriculares na Didáctica de Historia no processo de ensino e


aprendizagem;
 Analisar os desafios do papel formativo de Historia através dos meios de ensino utilizados
na actualidade em Moçambique;

Devido às diversas transformações sociais e económicas, as escolas, ao longo do tempo, foram


aceitando público de estratos de series problemas relacionados ao ensino. A partir desse
momento, várias escolas deparam-se com uma série de dificuldades nunca antes sentidas o que a
obrigou a repensar os seus métodos e técnicas. É neste sentido, e perante a actual sociedade
contemporânea, que pretendemos reflectir sobre a utilização dos recursos didácticos no ensino da
História no processo de ensino e aprendizagem. (Proença, 1989).

Na opinião de Proença, (1989) a História, como disciplina formativa, deve fazer com que o aluno
sinta “a história como algo próximo dele, mais terá vontade de interagir com ela, não como uma
coisa externa, distante, mas como uma prática que ele se sentirá qualificado e inclinado a
exercer”. Como tal, “De um lado, é preciso seleccionar os conteúdos a serem apresentados aos
alunos o que, inevitavelmente, implica escolhas temáticas e a adopção de determinada versão dos
acontecimentos. (p. 28).

3. Metodologia

A escolha do tema proposto resultou de estudo, pesquisa, análise e entrosamento pelo assunto
apresentado, assim como, de leitura, e compreensão de ideias de diversos estudiosos, que se
dedicaram aos estudos no ensino de História, na busca de verificar quais soluções e
conhecimentos os professores/educadores podem adquirir para desenvolver uma consciência
histórica construtiva e um ensino de História sólido no contexto escolar. A abordagem
metodológica é desenvolvida através de pesquisa bibliográfica exploratória (livros impressos,
artigos, revistas, dicionários, entre outros). Para (GIL, 2010, p. 45), a pesquisa bibliográfica:

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“Abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado,
desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
monografias, teses, materiais cartográficos, etc. e sua finalidade é colocar o
pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre
determinado assunto”.

Numa primeira fase encontra-se a contextualização em torno do estudo do tema, e a segunda fase
dessa pesquisa desenvolve-se uma reflexão face as mudanças curriculares na Didáctica de
Historia no processo de ensino e aprendizagem e os desafios do papel formativo Historia através
dos meios de ensino utilizados na actualidade em Moçambique.

4. Contextualização em torno do estudo do tema

Até ao final do século XIX e início do século XX a aprendizagem era vista como a capacidade de
repetir e memorizar os conteúdos académicos. O bom aluno era aquele que decorava o saber
académico e o bom professor era aquele que dominava os conteúdos escolares mas sem
estabelecer um relacionamento pedagógico com os alunos, assim o professor dizia e o aluno
repetia.

Nos dias actuais, existe a constante procura por um ensino melhor e mais integrador. Um tema
que nem sempre foi lembrado, mas que assume uma especial relevância nas escolas, consiste no
dimensionamento do papel formativo da escola. Assim sendo, torna-se imprescindível definir os
limites da acção formativa da escola, particularmente na disciplina de História.

4.1. Enquadramento teórico-conceitual

A História auxilia na compreensão da mudança e no processo através do qual a nossa sociedade


se transformou no que é hoje (Rusen, 2001). Rusen, (2001) refere que a História como ciência é
uma modalidade específica de conhecimento e que emerge das carências que os seres humanos
sentem em “orientar-se em função das mudanças que experimentam no seu mundo e em si
mesmos”. (p. 12).

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De acordo com Barton e Levstik (2004) “todos fazemos escolhas sobre História – historiadores,
conservadores de museus, editores de livros e professores. (...) Necessitamos pensar com cuidado
sobre as implicações destas escolhas e se elas suportam verdadeiramente os objectivos que temos
para o ensino da História”. (p. 11).

A História é entendida por Félix e Roldão (1996) como um campo privilegiado onde se debatem
questões da actualidade, numa dinâmica permanente, em que o diálogo entre passado/presente,
local/nacional, nacional/universal é condição para a perspectivação da realidade. Pagès (2011)
refere que aprender História pode ser uma ferramenta útil para o controle do tempo, em
particular, para o controle do futuro.

Pais, (1999) refere que o tempo é o espaço da História,

“espaço que se entende do passado ao presente e que nos convida a ir ao passado


com questões do presente para voltar ao presente com um lastro do que se
compreendeu do passado. Só voltando para trás o filme da História é que se torna
compreensível o último fotograma: o presente.” (p. 26).

4.2. O papel formativo da História

A concepção de História, como disciplina formativa, aponta para a construção de novas práticas e
possibilidades metodológicas que potencializam e indicam outras relações educativas no ensino.
A palavra formação tem vindo a merecer uma revitalização crescente nos últimos tempos. O
lexema: formação é proveniente do étimo latino formatio e significa ato ou efeito de formar.

Maria do Céu Roldão (2000) refere que o papel da aprendizagem em História na formação dos
alunos pode passar por três fases a partir:

 De factos ocorridos no passado que levam à socialização, à aquisição da sua identidade


pessoal e do sentimento de pertença, sendo estes, a base da sistematização de valores de
cada indivíduo;
 Do conhecimento vivido por pessoas de outras épocas, este desenvolvendo a sua
capacidade de apreciação e valorização. Ao longo deste processo também, se

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desenvolvem outras capacidades, tais como: capacidades e técnicas de pesquisa, hábitos
de leitura e estudo, o gosto pela descoberta e pelo saber.

Para Fonseca (2003), a História deve ser pensada como uma disciplina fundamentalmente
educativa, formativa, emancipadora e libertadora. A História tem como papel central a formação
da consciência histórica dos homens, possibilitando a construção de identidades, a elucidação do
vivido, a intervenção social e praxes individual e colectiva.

O papel formativo dos saberes históricos deve ser abordado de maneira consciente pelo professor,
ou seja, este deve projectar os temas e valores que poderão ser depreendidos dos conhecimentos
históricos ensinados (Vogler, 1999). Na opinião de Schmidt, (2010),

“O saber – fazer, o saber – fazer – bem, lançar os germes do histórico. Ele é o


responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos
de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los
num conjunto mais vasto de outros problemas, procurando transformar, em cada
aula de História, temas em problemáticas”(p. 67).

5. Reflexão face as mudanças curriculares na Didáctica de Historia no processo de ensino e


aprendizagem
O ensino de História se destaca por mudanças marcantes em sua trajectória escolar que a
caracterizavam, até recentemente, como um estudo mnemónico sobre um passado criado para
sedimentar uma origem branca e cristã, apresentada por uma sucessão cronológica de realizações
de “grandes homens” para uma “nova” disciplina constituída sob paradigmas metodológicos que
buscam incorporar a multiplicidade de sujeitos construtores da nação brasileira e da história
mundial. (Garcia, 1999, p.112).
As recentes transformações da História têm sido constatadas por pesquisas recentes. As pesquisas
sobre história do ensino de História têm ampliado muito conforme balanços apresentados em
eventos da área de ensino: Encontro Nacional do Ensino de História (ENPEH), Perspectivas do
Ensino de História e da Associação Nacional de Professores de História (ANPH Brasil e
regionais)

Os desafios da profissão docente são múltiplos, uns relacionados com a formação inicial, outros
relacionados com a formação contínua e outros relacionados com a prática profissional.
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Enfrentam constantes desafios para se efectivarem, como a inclusão da história da África e da
cultura afro-brasileira, da história dos povos indígenas ou das mulheres. As transformações do
ensino de História têm proporcionado debates importantes relacionados aos problemas
epistemológicas e historiográficas, mas também quanto ao significado de sua inserção e rejeição
em projectos curriculares nacionais e internacionais.

Uma História escolar concebida como “pedagogia do cidadão” mantém-se em currículos do


século XXI como importante instrumento educativo de formação para o exercício da democracia,
mas em confronto com as novas tendências de uma educação tecnicista cuja prioridade é formar
“o cidadão do mundo capitalista global” sob novas formas de individualismo submetido aos
ritmos do mundo digital (Crary, 2014)

Portanto, um docente para além de cumprir as metas e programas, considerando os reduzidos


tempos lectivos, tem tempo para ir mais além do que lhe é imposto, e poderá o docente abordar a
História com um enfoque diferente daquele que vem nos manuais escolares.

Estudos sobre a História nas escolas brasileiras evidenciam que essa disciplina teve sua
trajectória sujeita a confrontos semelhantes aos dos países europeus, mas, evidentemente, sob
condições específicas dadas as problemáticas decorrentes de uma política educacional complexa
que tem mantido a sociedade brasileira em constante disputa por uma educação que possa se
estender, efectivamente, ao conjunto de crianças e jovens do país. E tais disputas ocorrem
também no espaço escolar por comunidades de pessoas que competem e colaboram entre si,
definem suas fronteiras epistemológicas, assim como conferem uma determinada identidade às
suas respectivas disciplinas ou áreas de estudo

Atualmente, os programas de História dos ensinos básico e secundário são semelhantes e os


manuais escolares apresentam a informação histórica. (Mónica, 2014, p.149)

5.1. Os recursos Didácticos no ensino da História

O uso dos recursos didácticos pressupõe também a aplicação de determinados modelos,


métodos, estratégias, técnicas e estilos de ensino, pelo que não podemos falar dos recursos
didácticos como um fim em si mesmo.

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Cabe a cada professor descobrir o que se adapta melhor a cada turma, uma vez que o que resulta
numa turma pode não resultar noutra; o tipo de recursos didácticos que os alunos preferem e o
método de ensino através do qual podemos obter melhores resultados

Para Estanqueiro (2010) «os professores competentes respeitam a diferença de aptidões dos
alunos, diversificando as metodologias de ensino, os recursos utilizados e os instrumentos de
avaliação das aprendizagens» (p.12).

Independentemente do método usado pelo professor, o expositivo (o professor fala e os alunos


ouvem), o demonstrativo (o que o aluno faz compreende), o interrogativo (o professor faz
perguntas a todos os alunos), o activo (professor e alunos trocam ideias sobre um tema), entre
outros, pensamos que o uso conjunto de vários métodos, conjuntamente com as considerações
pedagógicas de actuação de um professor em sala de aula e a utilização dos recursos didácticos
faz diferença na transmissão dos conteúdos programáticos.

Para Chaffer e Taylor (s/d) apud Moreira (2001) a História deve «dar uma perspectiva global de
evolução da humanidade, mostrando a pluralidade dos modos de vida, valores e sensibilidades
em distintas épocas e lugares afim de os alunos compreenderem melhor o mundo presente» e
proporcionar «o desenvolvimento das capacidades de análise e de síntese, dos hábitos de
pesquisa, de debate e, ainda, o seu espírito crítico e criatividade» (p.2).

A utilização dos recursos didácticos vai variando com o tempo, contudo, actualmente, a questão
da selecção dos recursos no processo ensino-aprendizagem é fundamental, pois o professor tem
ao dispor muitos recursos e nem todos permitem obter o mesmo resultado final, assim como se
adequam a todos os conteúdos programáticos. Nessa selecção de recursos não existe nenhuma
regra uniformizada, pelo que cabe ao professor conhecer bem a turma e mediante os objectivos a
alcançar escolher os recursos que mais se adequam.

Apesar de ser um estudo com mais de 20 anos e considerando a nossa experiência confirma-se
que pouco mudou desde então, porque há um conjunto de factores que assim não o permite,
como a obrigatoriedade dos professores em leccionarem conteúdos programáticos de um
currículo extenso.

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Face ao exposto, para que os alunos tenham interesse pelos conteúdos leccionados pelos
professores parece-me, para além de tudo o que já foi dito, que os professores devem ter uma
excelente formação académica ao nível da didáctica, bem como «o professor de História deve
estar atento à evolução do pensamento histórico e da produção historiográfica sob pena de
empobrecer, ou mesmo falsear, o seu ensino» (Proença, 1989, p.26).

Ora, reconhecemos que é importante o uso dos recursos didácticos no ensino da História de
forma a motivar os alunos, mas, também, há muitos outros factores que não podemos descurar e,
desta forma, pensa-se que o professor, actualmente, deve ser mais dinâmico, mais informado e
não ficar agarrado ao que conhece e julga saber.

6. Analise dos desafios do papel formativo da Historia através dos meios de ensino
utilizados na actualidade em Moçambique

Em relação ao processo do ensino-aprendizagem de Historia, é possível analisar em algumas


escolas, um descomprometimento ético, político e pedagógico por parte do professor para com o
ensino de História. Nota-se, que muitos professores sentem-se despreparados frente à prática do
ensino de História no contexto escolar e nos demais contextos sociais, onde muitas vezes, tais
educadores não repensam a prática pedagógica, ao seleccionar conteúdos e métodos de
aprendizagem.

O ensino de História no Ensino Fundamental tem percorrido grandes transformações ao longo das
últimas décadas, principalmente a partir do momento em que ela foi desvinculada da disciplina de
Geografia, ganhando espaço no currículo escolar como uma matéria específica e com
características próprias, apesar de suas especificidades (Perreira, 2011)

Essa mudança foi um importante marco para o currículo, visto que a referida disciplina passou
ater uma maior estruturação nos anos iniciais e finais do ensino Fundamental, no entanto, torna -
se interessante evidenciar os desafios da práxis do ensino da disciplina em questão.

Acredita-se que o primeiro desafio inerente ao ensino de História decorre da formação do


docente. Esse desafio parte do pressuposto que dependendo da formação do docente, ou seja, da
forma como ele foi letrado, isso poderá reduzir os desafios ou não para o processo de ensino e
aprendizagem dos alunos no tocante à disciplina em questão.
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Isto vai depender exactamente da abordagem utilizada pelos seus professores na época de sua
formação, a saber: abordagem conservadora ou a inovadora. No paradigma conservador o
professor é o protagonista do processo de ensino, ou seja, o professor expõe o conteúdo, faz
actividade e o aluno copia e responde sem fazer questionamentos ou relações acerca dos
acontecimentos dos quais ele está analisando (Behrens, 2007).

Essa realidade é notória principalmente nos casos em que o professor, em sua formação inicial,
teve como exemplo professores que trabalhavam com tal perspectiva e técnica de ensino, sem
valorizar o diálogo e a participação do alunado no processo. Visto que tal método apenas
“legitima a reprodução, a memorização, a fragmentação do conhecimento, a visão homogénea,
estereotipada, entre outras características” (Behrens, 2007, p. 444)

No paradigma inovador o professor busca sempre envolver o aluno à realidade exposta pelos
conteúdos, além disso, busca sempre utilizar metodologias inovadoras, uma vez que tem
conhecimento de como aplicar tal método na prática, além disso, sabe que o uso de novas
técnicas de ensino contribui para que o processo de ensino/aprendizagem integre o aluno,
evitando que o mesmo não seja apenas um espectador em sala de aula.

Pressupõe-se que o segundo desafio inerente aos desafios do ensino de História decorre da
ausência da prática pedagógica do professor e das esporádicas formações realizadas pelos
gestores em âmbito estadual e municipal. O referido desafio parte do pressuposto que a grande
maioria dos professores possui baixa competência pedagógica para o exercício docente, e isso
ocorre pelo fato que na formação do mesmo, o estágio à docência ou supervisionado não foi e
não é suficiente para o preparo do docente com a sala de aula.

6.1. Materiais e métodos de Ensino

Para que se efective um ensino de qualidade, é preciso buscar no referencial teórico as bases
científicas que orientam a ciência que se quer ministrar e que norteiam sua aplicação como
disciplina escolar nos diferentes níveis de ensino, pois será a partir a clareza teórico-
metodológica que o professor terá subsídios para construir uma prática pedagógica significativa
para o aluno. ” (Behrens, 2007, p. 445).

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Considerar o papel da educação como ferramenta da construção social é um ideal de sociedade
pelo qual se luta. É necessário definir metodologias de aprendizagem vinculadas à dimensão
sociopolítica da educação, questionando sempre a respeito de que sociedade está se ajudando a
construir. Nesse caso, os educadores em História podem definir o referencial sócio político
historicamente correcto, de acordo com o momento que ele atravessa. Partindo daí, a proposição
se torna diferente das outras, pois as práticas do dia-a-dia de professores e alunos os ajudam a
construir colectivamente, inserindo-os no contexto sociocultural

Uma das maiores dificuldades que os professores de História enfrentam é estimular o interesse do
aluno por conteúdos que não parecem ter utilidade imediata na vida do aluno. O aluno estuda por
estudar, para ser aprovado no fim do ano lectivo, fica desestimulado, sem criatividade. Para
desenvolver seus conhecimentos e capacidades que lhe darão maior liberdade de escolha e
satisfação em sua vida, é necessário que o educador use a imaginação e evidencie a aplicabilidade
do conteúdo de forma imediata e simples no ambiente em sala de aula, utilizando para isso
material e métodos que despertem o interesse dos alunos em aprender.

6.2. O livro Didáctico

Passando do método mnemónico – ou seja, de memorização – para o método intuitivo –


observação/conclusão, os livros começam a deixar a estrutura apenas textual para adoptarem
gravuras e mapas; tendência dominante e que se intensifica aceleradamente. Perguntando-se
então para que serviria o livro didáctico, temos que, antes de mais nada, este deve ser
compreendido como mercadoria, e que, portanto, estaria submetido às regras do mercado –
agradabilidade/receptividade do produto; é ainda um depositário de informações, pois difunde o
saber oriundo da academia; é ele que elabora grande parte das técnicas de aprendizagem –
sugestões de trabalho, exercícios.

Circe Bittencourt discute a questão, afirmando que o livro didáctico é um importante veículo
portador de um sistema de valores, de uma ideologia e de uma cultura. Ele é o portador e difusor
de uma ideologia e será a forma de seleccionar e utilizar esse material determinante para o
destino do trabalho do professor. Da mesma forma, as ilustrações também serão escolhidas em
função dos elementos que determinam a existência do livro didáctico. A escolha de determinadas
imagens concretizaria o projecto metodológico e ideológico de um material didáctico.
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7. Considerações finais

De um modo geral, pode-se concluir que após um estudo exaustivo sobre o tema orientado pelo
docente da cadeira ou autor, foi possível compreender que o desafio analisado
contemporaneamente remete-se, a uma falha na formação dos professores de História, há um
distanciamento entre a teoria, e a prática docente. É possível perceber, que muitos docentes não
se sentem seguros, ao colocar em prática o ensino de História.

Contudo, a insegurança dos professores, causa um impacto negativo na vida e no conhecimento


histórico dos discentes. Este é um dos motivos, do desinteresse dos alunos pelas aulas de
História. Há uma dificuldade em compreender a história e sua finalidade na escola, pois o ensino,
na maioria das vezes, não é crítico, não cativa, em muitos casos, não é comparado com a vida dos
estudantes.

Em razão disso, foi possível perceber que o ensino de História tende a desempenhar um papel
mais relevante na formação da cidadania, envolvendo a reflexão sobre a actuação do indivíduo
em suas relações pessoais com o grupo de convívio, suas afectividades e sua participação no
colectivo. Nessa perspectiva, nota-se que, com base na proposta dos Parâmetros Curriculares
Nacionais – PCNs, o ensino de história deve atender a uma proposta que dialogue os conteúdos
com a realidade dos alunos, fazendo sempre uma conexão entre o passado, presente e o futuro,
buscando incitar aos jovens a reflectir sobre o papel da sociedade e do indivíduo em qualquer
época e contexto socioeconómico, para que possam fazer uma releitura do passado e sua
dinâmica com o contexto social e histórico, do presente e futuro.

Diante disso, o ensino de História possui objectivos específicos, sendo um dos mais relevantes o
que se relaciona à constituição da noção de identidade. Assim, é primordial que o ensino de
História estabeleça relações entre identidades individuais, sociais e colectivas, entre as quais as
que se constituem como nacionais.

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8. Bibliografias

BEHRENS, M. A. (2007) O paradigma da complexidade na formação e no desenvolvimento


profissional de professores universitários profissional de professores universitários.
(3ª ed.). Porto Alegre: Revista Educação.

BARTON, K. C.; Levstik, L. S. (2004). Teaching history for the common good ahwah. NJ:
Lawrence Erlbaum Associates.

ESTANQUEIRO, A. (2010). Boas práticas na educação – o papel dos professores. Barcarena:


Editorial Presença.

FONSECA, S. G. (2003). Didáctica e prática de ensino de História. (1ª ed.). São Paulo: Papirus

GIL, E. M (2010) Metodologia de Investigação Cientifica, Processo Básico; Pesquisa


Bibliográfica. Projecto e Relatório Publicações e Trabalhos Científicos. (4ª ed.). São
Paulo: rev. Atlas.

GARCIA, C. M. (1999) Formação de professores: para uma mudança educativa. Lisboa: Porto.

MARIA, C. R. (2000) Ensino – aprendizagem de história, projectos e novas tecnologias. (1ª ed.).
São Paulo: Papirus

PAIS, J. M. (1999). Consciência histórica e identidade - Os jovens portugueses num contexto


europeu. Oeiras: Celta Editora.

PEREIRA, J. C. (2011) O ensino de história nas séries iniciais. Jornada HISTEDBR. (2ª ed.) São
Paulo: Campinas.

PROENÇA, M. (1989). Didáctica da História. Lisboa: Universidade Aberta.

RUSEN, J. (2001). Razão histórica: teoria da história - fundamentos da ciência histórica.


Brasília: Editora UNB

SCHIMIDT, M. A. (2010). Ensinar história. São Paulo: Scipione.

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