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Españoles e italianos, primos hermanos: sobre la presencia

del adjetivo gentilicio español y del nombre propio España


e n proverbios, locuciones y dichos italianos
José Manuel López de Abiada

Al profesor Gerold Hilty

Q u i e n e s h a y a n vivido durante una estancia p r o l o n g a d a e n u n país extranjero, se


habrán sin d u d a percatado de q u e los nativos d i s p o n e n de ciertas i m á g e n e s precon-
cebidas c o n respecto a los foráneos. H a b r á n t a m b i é n advertido, p r o b a b l e m e n t e , q u e
dichas i m á g e n e s preconcebidas o juicios previos — p r e j u i c i o s — se reflejan incluso
e n locuciones o proverbios q u e , filtrados s e m á n t i c a m e n t e m e d i a n t e la distancia crí-
tica q u e toda l e n g u a extranjera implica, a p a r e c e n p o c o lógicos y harto i m p r o c e d e n -
tes. En el caso c o n c r e t o de las frases h e c h a s e n t o r n o a términos gentilicios, la im-
p r o c e d e n c i a — o , mejor, la e x t e m p o r a n e i d a d — es casi axiomática: se percibe clara-
m e n t e c ó m o los clichés m e n t a l e s constituyen firmes apoyaturas microlingüísticas del
p e n s a m i e n t o colectivo. V e a m o s sólo algunos e j e m p l o s de frases h e c h a s sobre el
gentilicio «español»: Soltz wie ein Spanier (orgulloso c o m o u n español), Uomo di Spagna
ti fa sempre qualche magagna (el e s p a ñ o l siempre te alce alguna), Payer á l'espagnole (pa-
gar c o n g o l p e s e n vez de dinero), Das kommt mir spanisch vor (esto m e s u e n a a espa-
ñol; o sea, el «habla griego» nuestro)
Si b i e n el estudio d e la compleja problemática del prejuicio es m á s bien recien-
te, ya h a sido o b j e t o de copiosas investigaciones teóricas y empíricas, sobre t o d o en
2
las tres últimas décadas . Los psicólogos y sociólogos son p o s i b l e m e n t e q u i e n e s m á s
se h a n esforzado e n dilucidar la temática del prejuicio y del estereotipo, a u n q u e
también los historiadores, los a n t r o p ó l o g o s , los lingüistas, los e t n ó l o g o s y otros estu-
diosos de las ciencias sociales h a n a p o r t a d o resultados c o n v i n c e n t e s y decisivos. In-

1
Sobre los proverbios y expresiones alemanes en torno al término «español», cfr. G U S T A V S I E B E N M A N N :
«Wie spanischen kommen uns die Spanier vor? Beobachtungen zur Verwendung dieses Volksnamens im
Deutschen», en G E R H A R D ERNST, A R N U L F STEFENELLI (eds.): Sprache und Mensch in der Romanía. Heinrich Kuen
zum 80. Geburtstag, Franz Steiner Verlag, Wiesbaden, 1979, págs. 152-168. Este trabajo ha sido publicado
también, en traducción española nuestra, en Cuadernos Hispanoamericanos, núm. 388 (octubre de 1982):
«¿Cuan griegos son los españoles para los alemanes? Observaciones sobre el uso del gentilicio "español"
en el idioma alemán», págs. 1-23.
2
Cfr. la tesis doctoral de R U D O L F G Ü N T H E R : Einige Bedingungen für Urteile über Völker, Herbert Lang,
Bern, 1975, págs. 250-264. Günther ofrece en las páginas indicadas una bibliografía de más de 2 0 0 mono-
grafías y artículos sobre la temática del prejuicio. Cfr. además J. A. S. G R E N V I L L E : National Prejudice and in-
ternational History, University Press, Leeds, 1968 y JOSÉ LUIS S A N G R A D O R G A R C Í A : Estereotipos de las nacionali-
dades y regiones de España, Centro de Investigaciones Sociológicas, Madrid, 1981.

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
cluso los críticos literarios e m p i e z a n a interesarse por el tema, s e g ú n atestigua una
3
reciente publicación d e germanistas n o r t e a m e r i c a n o s .

II

Sabido es q u e , tras la t o m a d e Sicilia (s. xm), de Cerdeña y de Ñ a p ó l e s (s. xiv)


por los a r a g o n e s e s , el destino de Italia e s t u v o ligado a España hasta b i e n e n t r a d o el
4
siglo xvin. La República de V e n e c i a fue quizá el único Estado italiano q u e p u d o
ejercer — a u n q u e c o n p r u d e n c i a — u n a política antiespañola hasta m e d i a d o s del si-
glo x v i , c u a n d o su capacidad bélica y comercial e m p e z ó a disminuir irreversible-
m e n t e , d e b i d o sobre t o d o a la presión turca y a la desviación de las rutas comercia-
5
les . En Ñ a p ó l e s , por e j e m p l o , e n el siglo x i v el catalán era, c o n el latín, la lengua
p r e d o m i n a n t e e n las cancillerías. B e n e d e t t o Croce afirma incluso q u e , a partir del
6
siglo XV, la «corte» d e los italianos era Madrid . De ahí q u e la lengua y las costum-
bres españolas tuviesen amplia vigencia durante casi tres siglos (xvxviii). D e esta
larga « c o m u n i ó n » histórica, cultural y lingüística d a n fe, c o m o s a b e m o s , n u m e r o s a s
obras de la literatura italiana.
A n t e s d e c o m e n z a r c o n la búsqueda y recopilación de proverbios, locuciones y
dichos italianos relacionados c o n los términos «español» o «España» y de referirnos
b r e v e m e n t e a algunas obras cardinales de la literatura italiana que, o b i e n contie-
7
n e n e l e m e n t o s i n h e r e n t e s al prejuicio, al estereotipo e incluso a la x e n o f o b i a , o
bien, por el contrario, m u e s t r a n una actitud de indiferencia y hasta de tolerancia
a n t e la presencia d e los d o m i n a d o r e s españoles, cabe quizá recordar u n pasaje sig-
nificativo de La Lozana andaluza. N o s ó l o por tratarse de una obra q u e ha sido con-
siderada por la crítica u n d o c u m e n t o social del a m b i e n t e r o m a n o d e principios del
8
siglo x v i de e x c e p c i o n a l valor histórico, sino también para ilustrar c o n u n e j e m p l o
e s p a ñ o l la sobrada c o n c e n t r a c i ó n de extranjeros e n las ciudades italianas (en nues-
tro caso se trata, c o m o vimos, de Roma) entre los siglos x v y x v m , concentración
q u e i n e l u d i b l e m e n t e tenía q u e favorecer el n a c i m i e n t o de los g é r m e n e s x e n ó f o -
9
bos :
LOZANA: Decíme, señor, esas putas, o cortesanas, o como las llamáis, ¿son todas
d'esta tierra?
VALIJERO: Señora, no, hay de todas naciones: hay españolas, castellanas, vizcaí-

S
J A M E S ELLIOTT, J Ü R G E N PELZER, C A R O L POORE: Stereotyp und Vorurteil in der Literatur, Vandenhoeck und
pretch, Gottingen, 1978.
4
Ecos evidentes hallamos, por ejemplo, en la Vida de Marcos Obregón de VICENTE ESPINEL, II, 184-185
(Descanso octavo; citamos por la edición de Samuel Gili Gaya, Espasa-Calpe, Madrid, I960): «(...) donde [en
Venecia] tan poco amados son los españoles, que alabando los venecianos su ciudad, dicen que no hay en
ella calor ni frío, lodo ni polvo, moscas ni aun mosquitos, pulgas ni piojos, ni aun españoles». Cfr. tam
bien F R A N C O MEREGALLI: «Venecia en las letras hispánicas», en Rassegna iberistica, núm. 5 (octubre 1979),
págs. 3-48.
Cfr. al respecto LUIGI SALVATORELLI: Sommario della storia d'Italia, Einaudi, Milano, 1974, en especial los
5

capítulos xi, xm y xv.


6
«Il centro ideale degli italiani, o, come si diceva, la "corte", era allora Madrid; moltissime famiglie
spagnuole avevano preso stabile dimora in Italia, e nobili e popolani d'Italia riempivano gli eserciti dei re
Cattolici, politici e magistrati italiani entravano nei loro consigli (...)» (BENEDETTO CROCE: La Spagna nella vita
italiana durante la Rinascenza, Laterza, Bari, 1968, pág. 1).
7
Para la definición de estos términos, cfr. SALUSTIANO DEL C A M P O , J U A N F. MARSAL, J O S É A. G A R M E N D I A :
Diccionario de Ciencias Sociales, Instituto de Estudios Políticos, Madrid, 1976.
8
Como se recordará, las aventuras de la joven cordobesa abarcan un período de casi doce años, de
1513 a 1524.
Sobre la xenofobia, cfr., por ejemplo, UELI WINDISCH: Xenofobie? Logique de la pensée populaire
9

L'Age dT-Iomme, Lausanne, 1978.

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ñas, montañesas, galicianas, asturianas, toledanas, andaluzas, granadinas, portugue-
sas, navarras, catalanas y valencianas, aragonesas, mayorquinas, sardas, corsas, seci-
lianas, napolitanas, bruzesas, pullesas, calabresas, romanescas, aquilanas, senesas, flo-
rentinas, pisanas, luquesas, boloñesas, venecianas, mantuanas, raveñanas, pesaura-
nas, urbinesas, paduanas, veronesas, vie itinas, perusianas, novaresas, cremonesas,
alejandrinas, vercelesas, bergamascas, trevisanas, piedemontesas, savoyanas, proven-
zanas, bretonas, gasconas, francesas, borgoñesas, inglesas flamencas, tudescas, escla-
vonas y albanesas, candiotas, bohemias, húngaras, polacas, tramontanas y griegas.
LOZANA: Ginovesas os olvidáis.
VALIJERO: Ésas, señora, sonlo en su tierra, que aquí son esclavas, o vestidas a la
ginovesa por cualque respeto.
LOZANA: ¿Y malaguesas?
10
VALIJERO: Todas son malinas y de mala digestión .

C o m e n z a r e m o s r e c o r d a n d o u n o s versos de L u d o v i c o Ariosto, q u e ilustran el ta-


lante d e reproche, de d e s e n c a n t o , d e a s o m b r o y d e i m p o t e n c i a ante la o c u p a c i ó n
española, tanto m á s d e c e p c i o n a d o r a si c o n s i d e r a m o s las esperanzas q u e e n Italia se
habían d e p o s i t a d o e n las tropas españolas, q u e habían v e n c i d o al o p r e s o r francés:
« N o n hai tu, Spagna, l'Africa vicina, / c h e t'ha vie più di quest'Italia offesa? / E pur
per dar travaglio alla m e s c h i n a , / lassi la prima tua sì bella impresa!» ". Sin embar-
go, n o h e m o s d e creer q u e la actitud d e humillada acusación es c o m ú n a t o d o s los
intelectuales d e la época. Maquiavelo, p o r ejemplo-, e n su célebre tratado político El
príncipe (1513-15), cuyo leitmotiv era, p r e e c i s a m e n t e , incitar al príncipe L o r e n z o d e
M e d i d a liberar y unificar políticamente Italia, observa q u e los e s p a ñ o l e s se habían
a p o d e r a d o de b u e n a parte de la Península Itálica p o r q u e los italianos sabían p o c o
12
d e guerras y los franceses p o c o del Estado . Afirma incluso q u e F e r n a n d o el Cató-
lico n o h u b i e s e salido victorioso de tantas e m p r e s a s bélicas si hubiese sido m á s «li-
ls
beral» . D e ahí su actitud a m b i g u a frente a la d o m i n a c i ó n española, su velada ad-
14
miración por el rey a r a g o n é s , a q u i e n llega a llamar «príncipe n u e v o » .
15
O b s e r v a c i o n e s análogas p o d r í a m o s hacer de Francesco G u i c c i a r d i n i y Baldas-
sare Castiglione. El autor del Libro del Cortesano (escrito e n 1513 y 1518, a u n q u e pu-
blicado e n 1528) t a m b i é n manifiesta frente a los e s p a ñ o l e s u n a actitud e x e n t a d e re-
16
s e n t i m i e n t o u o d i o . Mas s o n algunas de las v o c e s críticas las q u e e n t e n d e m o s re-

FRANCISCO D E L I C A D O : La Lozana andaluza, Edición de Bruno M . Damiani, Clásicos Castalia, Madrid,


1 0

1972, págs. 103-104. Sobre la afluencia de españoles a las metrópolis italianas, citamos un único pasaje de
una obra fundamental de Benedetto Croce, a la que remitiremos en repeúdas ocasiones: «La città di Roma si
popolò di spagnuoli, specialmente delle province catalane e valentine: "non si vedono se non catalani", scrive-
va nel 1458 Paolo da Ponte; ed è stato affermato da uno studioso della Roma di quei tempi che già da allora
"s'introdussero in Roma costumi e fogge spagnuole e fin l'accento". Vi si ebbero di certo, e sembra per la pri-
ma volta, le corrida de toros, delle quali una fu data nel 1455 nell'anfiteatro Flavio dai connazionali in onore del
loro11papa» {La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit, pág. 7 9).
Orlando furioso, XVII, 76. Cabe acaso recordar que las diversas redacciones del poema épico de Arios-
to (la 1." edición fue publicada en 1515; la 2." en 1521) coinciden con la época más tempestuosa de la do-
minación española: los años posteriores a las victorias de Gonzalo Fernández de Córdoba (Cerinola, Gare-
llano, 1504, y Gaeta, 1504) y los que preceden o siguen de inmediato al saco de Roma (1527) por las tro-
pas imperiales.
N I C C O L Ò M A C H I A V E L L I : Il Principe, a c. di Luigi Firpo, Einaudi, Torino, 1962, pág. 18, cap. III.
1 2

1 3
M A C H I A V E L L I : Il Principe, op. cit., pág. 78, cap. xvi.
1 4
M A C H I A V E L L I : / / Principe, op. cit., págs. 108 109, cap. xxi.
1 5
Cfr. sobre todo Diario del viaggio in Spagna (1512) y Relazione di Spagna (1514).
16
«(...) parlando generalmente, a me par che con gli Italiani più si confaccian nei costumi i Spagnoli
che i Franzesi, perchè quella gravità riposata peculiar dei Spagnoli mi par molto più conveniente a noi al
tri che la pronta vivacità, la qual nella nazion franzese quasi in ogni movimento si conosce (...). Il medesi
mo intervien del saper diverse lingue; il che io laudo molto nel cortegiano, e massimamente la spagnola e
la franzese, perchè il commerzio dell'una e dell'altra nazion è molto frequente in Italia e con noi sono

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
m e m o r a r e n este apartado. Pietro B e m b o , e n su tratado lingüístico Prose della volgar
lingua (1525), e x p o n e y confuta dialogísticamente tanto el parecer d e los d e f e n s o r e s
del latín c o m o el de q u i e n e s a b o g a n p o r la «fiorentinità parlata». Sin e m b a r g o , al
referirse al español, constata, p r e o c u p a d o , q u e la lengua cortesana se había españo-
lizado e n alto grado ": Luigi Tansillo (1510-68), p o e t a q u e g o z ó e n Ñ a p ó l e s de la
protección incondicionada del virrey P e d r o d e T o l e d o y e n cuya obra se p u e d e n
rastrear a b u n d a n t e s e s p a ñ o l i s m o s , o b s e r v a e n / Capitoli, al constatar q u e e n su dis-
curso italiano había sido interrumpido por tres tercetos e n castellano:

Già vi fate la croce, già dite: —Ave


María! Luigi scrive castigliano!
e che insalata è questa che fatta have?
Mescola l'ispagnuolo e l'italiano?
che nova fantasia, che nova baia
a la bocca gli ha dato ed a la mano?
Questa faccenda strana non vi paia;
vi giuro ch'io mi scordo qualche volta
s'io son nato in Italia od in Biscaia.
Il viver con spagnuoli, il gire in volta
con spagnuoli, m'han fatto uom quasi nuovo,
18
e m'hanno quasi la mia lingua tolta .

S e ñ a l a m o s , e n fin, a sabiendas d e q u e c o n este salto c r o n o l ò g i c o silenciamos


m u c h o s casos d i g n o s de ser recordados, u n o de los últimos e j e m p l o s m á s significati-
19
vos: la popular n o v e l a d e A l e s s a n d r o Manzoni, Los novios . Ya e n la introducción, el
autor, al referirse al s u p u e s t o autógrafo a n ó n i m o del siglo XVII, alude i r ó n i c a m e n t e
a «algunas elegancias españolas d i s e m i n a d a s aquí y allá», y las equipara a los «idio-
tismos lombardos», a las «frases d e la l e n g u a e m p l e a d a s c o n desacierto», a la «gra-
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mática arbitraria» y a los «períodos desquiciados» . A s i m i s m o , al pasar lista a la se-
rie de g o b e r n a d o r e s e s p a ñ o l e s del Milanesado, cae e n la trampa del tópico de los tí-
21
tulos r i m b o m b a n t e s , cuya suntuosidad es p r o b a b l e m e n t e debida m á s a la inten-
c i ó n d e caricaturizar lo «español» y de adaptarse al estilo barroquizante del siglo
22
XVII q u e al d e s e o d e historicidad . U n a alta dosis de prejuicio hacia los e s p a ñ o l e s

queste due più conformi che alcuna dell'altre; e que' dui principi, per esser potentissimi nella guerra e
splendidissimi nella pace, sempre hanno la corte piena di nobili cavalieri, che per tutto '1 mondo si spargo-
no; ed a noi pur bisogna conversar con loro» (BALDASSARE CASTIGLIONE: Il Libro del Cortegiano, a c. di Ettore
Bonora, Mursia, Milano, 1972, pág. 145, il, 37).
17
«(...) la cortigiana lingua, che s'era oggimai cotanto inispagnuolita» (PIETRO BEMBO: Prose della volgar
lingua, a c. di Mario Marti, Liviana, Padova, 1967, pág. 30. Libro i. Marcio, uno de los interlocutores italia-
nos en el Diálogo de la lengua de J U A N D E VALDÉS, también se refiere a la situación lingüística que afligía a
Bembo: «(...) porque, como veis, ya en Italia assi entre damas como entre cavalleros se tiene por gentileza
y galantía hablar castellano (...)» (Espasa Calpe, Madrid, 1964, pág. 9).
18

19
Cfr. CROCE: La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit, págs. 157-158.
/ promessi sposi (1824 y 1840). Ediciones Alfaguara ha publicado recientemente una excelente versión
española de Los novios. Prólogo, traducción y notas de Esther Benítez, Madrid, 1978.
2
M A N Z O N I : Los novios, op. cit., pág. 4.
0

21
«(...) el Ilustrísimo y Excelentísimo señor don Carlos de Aragón, Príncipe de Castelvetrano, Duque de
Terranova, Marqués de Avola, Conde de Burgueto, gran Almirante y gran Condestable de Sicilia, Gober
nador de Milán y Capitán General de Su Majestad católica (...)» (pág. 10); «Es éste el Ilustrísimo y Excelen-
tísimo Señor Juan Fernández de Velasco, Condestable de Castilla, Camarero Mayor de Su Majestad, Du
que de la Ciudad de Frías, Conde de Haro y Castelnovo, Señor de la Casa de Velasco, y de la de los siete
Infantes de Lara, Gobernador del Estado de Milán, etc.» (pág. 11); «Ese día el Ilustrísimo y Excelentísimo
Señor, el Señor Don Juan de Mendoza, Marqués de la Hinojosa, Gentilhombre, etc., Gobernador, etc. (...)»
(pág. 12}, «(...) Ilustrísimo y Excelentísimo Señor, el Señor Don Gómez Suárez de Figueroa, Duque de Feria,
etc., Gobernador, etc. (...)» (pág. 12).
2 2
Esta tendencia a la exageración se concretaría entonces en formas estereotipadas que tendrían lar-

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
2S
muestra también, por e j e m p l o , u n pasaje al c o m i e n z o del capítulo I, e n el q u e el
novelista alude a los actos de estupro d e los soldados e s p a ñ o l e s , al recurso de ésos
24
a la violencia y a su t e n d e n c i a al t i m o .

III
Siguiendo las huellas d e B r u n o Migliorini, A n g e l i c o Prati publicó, e n 1936, u n
trabajo sugestivo sobre los n o m b r e s y a p o d o s gentilicios e n las hablas y dialectos
italianos que, c o n el pasar del t i e m p o , habían p a s a d o a c o n n o t a r oficios, ocupacio-
2S
n e s , g r e m i o s y rasgos específicos de grupos étnicos o sociales . En este trabajo, Pra-
ti presenta u n a lista de 125 n o m b r e s gentilicios (desde abruzzese hasta zulú) q u e , por
razones diversas o inexplicables, fueron a s u m i e n d o significados peculiares. A u n q u e
Prati se limite, m e d i a n t e u n escrutinio e s m e r a d í s i m o , al rastreo y a la e n u m e r a c i ó n
d e los gentilicios y d e sus respectivas c o n n o t a c i o n e s , se p u e d e constatar q u e algunas
c o n n o t a c i o n e s humillantes, injuriosas o d e vituperio fueron debidas primordialmen-
te a vicisitudes históricas o a relaciones m á s o m e n o s cercanas o incluso entraña-
bles. Sorprende a s i m i s m o constatar q u e la aversión hacia p u e b l o s de otra etnia, reli-
g i ó n o raza, parece ser m e n o r q u e e n otras naciones: sobre los judíos, por e j e m p l o ,
contra q u i e n e s tan f e r o z m e n t e se h a n e n s a ñ a d o , incluso a nivel lingüístico, tantos
otros pueblos, los italianos a p e n a s t i e n e n juicios n e g a t i v o s y a p o d o s vejatorios o
groseros.
En este aspecto, e c h a n d o m a n o d e a l g u n o s d e los e j e m p l o s e n u m e r a d o s p o r Pra-
ti para apoyar nuestras afirmaciones, el v o c a b l o basco t i e n e e n italiano el significado
26
d e «stupido» , h e c h o s o r p r e n d e n t e si c o n s i d e r a m o s q u e para los franceses los vas-

ga vida: decir «español» equivalía a decir jactancioso, fanfarrón, ceremoniero, galanteador (así se explican,
entre otros muchos, los términos «creanza, complimento, sussiego, sfarzo, fanfarone, fanfaronata» que pa-
saron a ser, en el siglo xvi, vocablos italianos de clara procedencia española). De ahí que el Capitano de la
«commedia dell'arte», personaje fanfarrón y medroso a la vez, se sirva de un lenguaje híbrido entre italia-
no y español. Cfr., por ejemplo, los retratos de Dante y Pantaleón, dos capitanes españoles que aparecen
en la comedia La fantesca, de Giambattista della Porta (1535-1615). El primero sale al escenario diriendo:
«Ahora decime cuantos mil hombres queréis que yo envié i los infiernos. (...) porque solo en el desenbai-
nar de esta mi espada, es tanto el aire que hace, que es bastante para hacer hundir una nave. Y al solo
moto de mi persona se estremece la tierra como si por ventura fuera un terremoto. Y en fin soy tal que
donde hinco mis ojos, pego fuego. (...) Pues, ¿como no habéis oido por estos mundos mis grandes valen-
cias?» (iv, i\ y Pantaleón: «¿De manera que no sabéis como me llamo? (...) El capitan Pantaleón, destruidor
de castillos, asolador de ciudades, dejarettador de ejércitos y desplanta campaña. (...) Yo me llamo Panta-
león matador de panteras y leones; y quando tengo alguna entre las manos, la desuello como se fuera
oveja, y me visto de la piel y me voy entre los bosques y me junto con ellos, y juntándome azgo una con
una mano y otra con la otra por los pezcuecos, y doyles con las cabezas de tal manera que le hago saltar
los huesos por los ojos; y como otros van á cazar pájaros y liebres, yo voy á cazar panteras y leones»
(iv, 6X
Cfr. también ROSA L I D A DE M A L K I E L : «El fanfarrón en el teatro del Renacimiento», en Romance Philology,
xi (1957-58), págs. 268-291 (reeditado en Estudios de literatura española y comparada, Eudeba, Buen
1966, págs. 173-202).
2 3
No se trata aquí, evidentemente, de efectuar un escrutinio de los numerosos pasajes de estereotipos o
prejuicios manifiestos, pues ello desbordaría con creces los límites de espacio que nos hemos propuesto
respetar en este trabajo.
2 4
«En la época en que sucedieron los hechos que vamos a narrar, el pueblo, ya considerable, era tam-
bién una plaza fuerte, y por ello tenía el honor de alojar un comandante, y la ventaja de poseer una guar-
nición estable de soldados españoles, que enseñaban la modestia a las muchachas y a las mujeres del país,
acariciaban de vez en cuando las espaldas de algún marido, de algún padre, y, al acabar el verano, nunca
dejaban de diseminarse por los viñedos, para mermar las uvas y aliviar a los campesinos de los trabajos
de la vendimia» (MANZONI: Los novios, op. cit., pág. 8).
A N G E L I C O P R A T I : «Nomi e soprannomi di genti indicanti qualità e mestieri», en Archivum Romanicum,
2 5

núm. 20 (1936), págs. 201-256. Cfr., además, B R U N O M I G L I O R I N I : «Spunti di motteggio popolare: i sopranno-
mi etnici e locali», en Atti del I Congresso sulla Tradizione popolare, Firenze, 1929, págs. 105-113.
P R A T I : «Nomi e soprannomi di genti indicanti qualità e mestieri», op. cit., pág. 206. Como en adelan
2 6

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
c o n g a d o s se caracterizan, precisamente, p o r su vivacidad y rapidez: Plus vitement que
27
ne vont les Basques; Vous m'avez fait trotter corame un Basque . El significado d e estúpi-
d o t i e n e n t a m b i é n l o s gentilicios beota (PRATI 207), «beocio» (también e n español tie-
n e la a c e p c i ó n d e «estúpido», «tonto»); mammalucco (PRATI 228), « m a m e l u c o » (lo mis-
m o q u e e n español); todisco (PRATI 244), «alemán», c o n a c e p c i ó n d e « m e d i o tonto» e n
napolitano. D e m o d o a n á l o g o , los gentilicios ajfricano (PRATI 203), algerino (PRATI
204), cosacco (PRATI 218), mongollo (PRATI 230), russo (PRATI 237), tartaro (PRATI 243),
unno (PRATI 249), vandalo (PRATI 250) y zulù (PRATI 255) t i e n e n el significado d e «bárba-
ro». Francese equivale e n g e r m a n í a a «bebedor» (PRATI 220); los franceses, sin embar-
go, se desquitan c o n las e x p r e s i o n e s boire à la Suisse; boire comme un Suisse y saoul
comme un Anglois (BALDINGER 159 y 162). Ebreo tiene e n italiano el significado d e
«usurero» (PRATI 218), acepción frecuente e n la mayoría d e los dialectos italianos. El
gentilicio catalaner, «catalán», tiene e n Surselva (Grisones, Suiza) la acepción d e
«hombrecillo d e f o r m e » (PRATI 213). Gallego significa e n el sardo meridional «bribón»,
«vagabundo» (PRATI 222). Tedesco tiene e n napolitano, c o m o h e m o s visto, la acepción
d e « m e d i o t o n t o a q u i e n le gusta m u c h o el v i n o y m u y s o m e t i d o a sus efectos»; e n
lucano la d e «tartamudo» y e n el dialecto d e Brescia la d e «obstinado»; e n italiano
es frecuente el p r o v e r b i o ostinato come un tedesco (PRATI 246).
Al lado d e los l e x e m a s aislados q u e d e s i g n a n a u n pueblo o a los habitantes de
u n a región, h a n d e t e n e r s e e n cuenta los proverbios q u e c o m p a r a n los pueblos en-
tre sí o formulan sentencias m á s o m e n o s categóricas: Dove stanno de' Tedeschi non vi
può stare Italiani; Francese per la vita, Tedesco per la bocca; Inglese italianato, è un diavolo
incarnato; Chi si fida dì greco, non ha il cernei seco; Gli Italiani piangono, gli Alemanni grida-
no, i Francesi cantano; Tudeschi, magna seco; Faremo di Roma, adesso adesso di Firenze, a la
magnana di Spagna, By and by d'Inghilterra, I warrant you di Scozia, Gleich d'Alemagna,
Tantót di Francia, son tutte dande; Francese furioso, Spagnuolo assennato, Tedesco sospettoso;
Guerra spagnuola, grande assalto e poi buona ritirata; Le nazioni smaltiscono diversamente il
dolore: il Tedesco lo beve, il Francese lo mangia, lo Spagnuolo lo piange, e l'Italiano lo dorme;
Nel colonizzare un'isola, la prima fabbrica eretta da uno Spagnuolo sarebbe una chiesa, da un
28
Francese un forte, da un Olandese un magazzino e da un Inglese una bottega di birra .
De estos e j e m p l o s se d e s p r e n d e , pues, c o n evidente claridad, q u e las valoracio-
n e s t i e n e n significados m á s o m e n o s peyorativos q u e , e n algunos casos, reflejan u n a
a n i m o s i d a d solapada o u n a d e f o r m a c i ó n premeditada. Parece también evidente q u e
las m o t i v a c i o n e s , a d e m á s del c o n d i c i o n a m i e n t o d e la experiencia histórica, se d e b e n
a prejuicios o a la falsa y parcial interpretación d e una realidad, d e m o d o q u e del
«carácter» del p u e b l o aludido se registra u n matiz m í n i m o , e q u í v o c o y desacredita-
do. D e ahí q u e s e a n posibles ciertos j u e g o s paronímicos q u e carecen d e t o d o funda-
m e n t o racional u objetivo: arabo pasa a significar «arrabbiato, rabbioso» p o r las mis-
m a s razones q u e la e x p r e s i ó n idiomàtica francesa faire un voyage en Suède significa
«sudar»; e n a m b o s casos, pues, la acepción especial del t é r m i n o se d e b e al parentes-
co fónico arabo-rabbialSuède-suer (PRATI 205; BALDINGER 164). A n á l o g a suerte corne-

te tendremos que referirnos con frecuencia a artículos y diccionarios, nos limitaremos a anotar entre pa-
réntesis, una vez dada en nota al pie de página la referencia exacta, eldos) apellidóte) deKde los) autor(es) y
la página. Cuando se trate de diccionarios, no indicamos la página, ya que las voces a que hagamos refe-
rencia están ordenadas alfabéticamente.
KURT BALDINGER: «Die Völker im Zerrspiegel der Sprache», en Ueberlieferung und Auftrag. Festschri
2 7

Michael de Ferdinandy zum 60. Geburtstag. 5. Oktober 19 72, Guido Pressler, Wiesbaden, 1972, pág
Con la excepción del proverbio Tudeschi, magna seco (en Proverbi romaneschi, recogidos po
2 8

NAZZO, Cerroni e Solaro, Roma, 1886, pág. 122), todos los otros proceden de la colección de GIUSEPPE GIUS
TI: Proverbi toscani, Le Monnier, Firenze, 1884, págs. 210-212 (en adelante: GIUSTI).

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
r o n los t é r m i n o s rabbino y rabino, q u e pasaron a designar, respectivamente, a q u i e n
se e n t r e g a b a fácilmente a la «rabbia» (PRATI 219) y a la «ira rabbiosa».
Se constata t a m b i é n e n varios casos el c a m b i o arbitrario d e las c o n n o t a c i o n e s
negativas d e u n p u e b l o a otro, lo q u e indica claramente q u e esas «fórmulas» n o s o n
inequívocas o inalterables, y q u e n o s i e m p r e c o r r e s p o n d e n a la realidad. D e este
m o d o , para expresar la acción de «marcharse sin despedirse», e n c o n t r a m o s docu-
m e n t a d a s las e x p r e s i o n e s siguientes: andarsene all'inglese; andarsene alla francese; e n ca-
labrési andarsene alla spagnola; e n milanés: toeù lissenza a la spagnoeura ; e n Tren- 29

to y e n V e n e c i a , sin e m b a r g o , es corriente la e x p r e s i ó n andarsene alla romana (PRATI


226). V e m o s , pues, que n o se trata de giros y expresiones acuñados de m o d o unívoco.

IV

Las varias fases d e la p e n e t r a c i ó n e s p a ñ o l a e n Italia y el n o s i e m p r e recto com-


p o r t a m i e n t o d e los d o m i n a d o r e s durante su larga estancia o c a s i o n a r o n reacciones
dispares e n los d o m i n a d o s . Los e s p a ñ o l e s q u e llegaron a Italia e n los siglos XVI y
x v n eran e s e n c i a l m e n t e diferentes de los q u e , durante los siglos anteriores, se ha-
bían establecido e n el país, principalmente e n la parte sur: si los primeros emigra-
dos e s p a ñ o l e s sentían admiración por la cultura italiana — m o d e l o q u e intentaban
asimilar y copiar—, los q u e se establecieron e n Italia e n el siglo x v i se caraceteriza-
b a n por u n a actitud injustificada d e presunta superioridad cultural; si los primeros
e m i g r a n t e s p r o v e n i e n t e s d e la Península Ibérica se italianizaron casi por c o m p l e t o ,
la e m i g r a c i ó n española a partir d e 1500 trajo c o n s i g o u n a e v i d e n t e hispanización
so
del país . A una p r o l o n g a d a fase d e n e t a superioridad cultural y e c o n ó m i c a — y ,
3 1
por tanto, d e cierta indiferencia frente a la invasión e s p a ñ o l a — sigue u n p e r í o d o
d e lenta (aunque continua y decidida) reacción contra la «barbarie» del d o m i n a d o r ,
todavía s u m i d o parcialmente e n el m e d i e v o cultural. Esta paulatina reacción del Re-
n a c i m i e n t o italiano está a m p l i a m e n t e d o c u m e n t a d a , e s p e c i a l m e n t e e n las obras his-
tóricas y filosóficas d e Giovanni P o n t a n o (1429-1503), el m a y o r e x p o s i t o r de la cultu-
ra humanística e n la corte a r a g o n e s a de Ñ a p ó l e s , y A n t o n i o de Ferraris (1444-1517).
Sin e m b a r g o , ¿se puede, afirmar q u e el d o m i n a d o sentía u n p r o f u n d o o d i o por
el d o m i n a d o r ? N o . AI m e n o s n o e x i s t e n e l e m e n t o s c o n v i n c e n t e s q u e p r u e b e n lo
contrario, p u e s h e m o s d e considerar p o r lo m e n o s los p u n t o s siguientes: la salida d e
los e s p a ñ o l e s d e Italia se d e b i ó a razones políticas extraitalianas; los Estados italia-
n o s gozaron de u n a larga paz durante la s e g u n d a mitad del r e i n a d o d e Carlos I y
durante t o d a la é p o c a d e Felipe II; los Estados m á s castigados por las guerras del
primer cuarto del siglo x v i registraron u n a n o t a b l e recuperación e c o n ó m i c a ; los do-
m i n a d o r e s e s p a ñ o l e s estaban m u c h o m á s cerca d e su idiosincrasia q u e los turcos,
q u e a m e n a z a b a n de c o n t i n u o (por e s o el significado d e L e p a n t o fue apreciado justa-
m e n t e e n Italia); n u m e r o s o s escritores de prestigio a p r o b a b a n e incluso justificaban
32
la presencia e s p a ñ o l a e n Italia .

También se registra la expresión andà-via a la Jranzesa Cfr. FRANCESCO CHERUBINI: Vocabolario mi


2 9

se-italiano, Regia Stamperia, Milano, 1839, pàg. 256 (en addante: CHERUBINI).
Para mas detalles, cfr. CROCE: La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit, .pàg
3 0

31
Sobre està actitud de indiferencia insiste también F R A N C O MEREGALLI: Presenza della letteratura spagn
la in Italia, Sansoni, Firenze, 1974, pàgs. 14-15. Cfr. también las afirmaciones de GIAN LUIGI BECCARIA:
Spagnolo e Spagnoli in Italia. Riflessi ispanici sulla lingua italiana del Cinque e del S
1968, pàg. 162.
CROCE: La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza,
3 2
Para mas detalles, cfr. op. cit., p
MEREGALLI: Presenza della letteratura spagnola in Italia, op. cit., pàgs. 22-23.

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
N o parece, pues, aventurado afirmar q u e e n Italia n o se sentía u n o d i o abierto
por los invasores españoles. Sin e m b a r g o , h u b o d e s p e c h o , animosidad y desconfian-
za, c o m o prueban algunas e x p r e s i o n e s populares de la primera é p o c a d e la domina-
ción ibérica (principalmente catalana): Guardati dallo zoppo catalano (líbrate del catalán
rojo); Dio ti guardi da vecchio catalano (Dios te guarde del viejo catalán); Non contrarre
3S
mai mutuo con mercante catalano (no t e n g a s j a m á s deudas c o n mercader c a t a l á n ) ; y
e n siciliano: Guardati di zoppu catalanu; Diu ti scansi di vecchiu catalanu; Zoppu, Catalanu;
Diu ti scanzi di Jimmina varbuta e di omo spanu, di donna naticuta e di vecchiu Catalanu
(Dios te libre de la mujer barbuda y del h o m b r e español, de la mujer nalguda y del
S4
viejo catalán) (PITRE) . A d e m á s de los proverbios indicados, las locuciones stoccata
catalana y lanzata catalana (ambas c o n el significado de «golpe mortal») a p a r e c e n do-
c u m e n t a d a s e n la Cronica (1310-12) de D i n o C o m p a g n i (1255-1324) («il die d'una lan-
cia catalanesca nella gola», III, 21), e n la Tabernaria (1612) d e Giambattista della Porta
(1535-1615) («Ca te sia data stoccata catalana», I, 1), e n la «Introducción del Pentamenore
(1634-36) de Giambattista Basile (1575-1632) («Che ti sia data una lanciata catalana»)
y — m u c h o m á s t a r d e — e n el Proemio alla Vita di Cola da Rienzo (1913) de Gabriele
D'Annunzio («Un dei Catalani gli d i e d e della lancia per la gola (...) o n d e ammirabile
S5
g e t t o di s a n g u e fu il m o t t o e s t r e m o di sì bello p a r l a t o r e » ) . El adjetivo catalanesco es
incluso u n «aggiunto di lancia» (TOMMASEO-BELLINI).
Las a c e p c i o n e s q u e a c o n t i n u a c i ó n transcribimos e n torno al gentilicio catalán
t a m p o c o s o n d e m a s i a d o positivas: e n b e r g a m a s c o cátala significa «pregonero», usa
come ü cátala «gritar fortísimo» (PRATI 213). En bresciano ha sobrevivido mangia come
ón catalano, c o n el significado d e «atracarse de comida; e n g e n o v é s beive a catalanna
equivale a « b e b e r a gollete»; el escritor t e m p r a n o Folgore da San G i m i g n a n o (s. xm)
usa el adjetivo castellano c o n el sentido d e «comilón, glotón». En corso, se llama cata-
lano al corsario f o r á n e o q u e se llevaba t o d o lo q u e hallaba a su paso (PRATI 213).
Arturo Farinelli afirma incluso q u e «Il n o m e di Catalano suonava insulto e villania
36
presso gli Italiani» .

37
P a s e m o s ahora a la e n u m e r a c i ó n concreta de los e j e m p l o s . C o m e n z a m o s
a p u n t a n d o los proverbios o dichos relacionados c o n el abuso del poder: Non conosce

3 3
En CROCE: La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit, pág. 29.
3 4
GIUSEPPE PITRE:Proverbi siciliani, raccolti e confrontati con quelli degli altri dialetti d'Ital
done, Palermo, 1880 (PITRÉ).
3 5
Estas constataciones parecen estar en contradicción con el hecho de que la leyenda negra tuviese su
origen precisamente en Italia. Arnoldsson señala, en su documentadísimo ensayo, los factores que origina
ron la leyenda negra. Cfr. SVERKER A R N O L D S S O N : La Leyenda Negro, Estudio sobre sus orígenes, Acta
tis Gothoburgensis, LXVI, Goteborg, 1960, págs. 11 12.
A R T U R O FARINELLI: «Rapporti culturali e letterari nei primi secoli», en Italia e Spagna, il, Bocca, Tori
3 6

no, 1929, pág. 62.


Hemos consultado las obras lexicográficas siguientes: A N T O I N E OUDIN: Dictionaire italien et francois... re-
3 7

veu, corrige et augmenté par Laurens Ferretti romain, París, 166S (OUDIN); Dizionario univers
della lingua italiana dell'Abate Francesco D'Alberti di Villanuova, riveduto e corretto,
1835 (D'ALBERTI); Dizionario del dialetto veneziano di Giuseppe Boerio, Giovanni Cecchini, Venezia
RIO); Gran dizionario piemontese-italiano, compilato da Vittorio di Sant'Albino, Società Unio
ce, Torino, 1859 (SANT'ALBINO); Vocabolario bolognese-italiano, compilato da Carolina Coronedi
logna, 1869-72 (CORONEDI); Vocabolario dei dialetti bergamaschi antichi e moderni, compilato d
Fratelli Bolis, Bergamo, 1873 (TIRABOSCHI); Vocabolario della lingua parlata in Piazza Armerina (Sicil

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
Vitalia e non la stima, Chi provato non ha la Spagna prima (calco de Non conosce la pace e
non la stima, Chi provato non ha la guerra prima: MERBURY); Uomo di Spagna ti fa sempre
qualche magagna (GIUSTI) (Gian Giorgio Trissino, 1 4 7 8 - 1 5 5 0 , e n su Poetica, 1 5 2 9 / 4 0 - 5 0 ,
38
escribe: «Spagna, di fuori bello e d e n t r o ha la m a g a g n a » ) ; E'megiio star al bosco e
mangiar pignoli, Che star in Castello con gii Spagnuoli (TOMMASEO-BELLINI); Sulla terra che
S9
calcano gli spagnuoli non nasce più filo d'erba ; La Spagna è una spugna (GIUSTI) (el j u e g o
p a r o n o m á s t i c o «Spagna-spugna» p o n e d e relieve la situación d e e x p l o t a c i ó n d e Ita-
lia; e n las Satire alla Carlona, 1 5 4 6 - 4 7 , d e Pietro Nelli, 1 5 1 1 - 1 5 ? ? , aparece t a m b i é n
este símil: «O Spagna, s p u g n a della nostra etate»).
D e la descortesía c o n q u e los e s p a ñ o l e s trataban a las señoras y doncellas italia-
nas d a n fe los e j e m p l o s siguientes: Fiorentin mangiafagioli, e' volevan gli Spagnuoli, li
Spagnuoli son venuti, Fiorentin becchi coñluti (GIUSTI); Povari noi' Che vegnirà i Spagnoi'
(DALMEDICO); Poveri noi, che vegnarà i Spagnoi - i portará via le done e i ne lassare ifioi; Se
ti voressi lassarme la to' scarpa per 'na dì, che la méia xe rota, sa che ancor piovo. - Poveri noi

gio Roccella, Bartolomeo Montelli, Caltagirone, 1875 (ROCCELLA); Dizionario genovese-italiano, comp
vanni Casaccio, Gaetano Schenone, Genova, 1876 (CASACCIA); A N T O N I O TRAINA: Vocabolarietto delle voc
ne, G. B. Paravia, Torino, 1877 (TRAINA); Vocabolario mantovano-italiano, compilato da Ferdina
Eredi Segna, Mantova, 1882 (ARRIVABENE); Vocabolario italiano della lingua parlata, compilato da Gi
ni e Pietro Fanfani, G. Barbera, Firenze, 188S (RIGUTINI FANFANI); Vocabolario della lingua italiana, c
Pietro Fanfani, Le Monnier, Firenze, 1891 (FANFANI); Vocabolario dell'uso abruzzese, compilato
more, S. Lapi, Città di Castello, 1893 (FINAMORE); FRANCESCO ANGIOLINI: Vocabolario milanese-italiano, Par
Milano, 1897 (ANGIOLINI); Novo dizionario universale della lingua italiana, compilato da Policar
Milano 1902 (PETROCCHI 1); Vocabolario della lingua italiana, compilato da Nicola Zingarelli,
1922 (ZINGARELLI 1); E D O A R D O N I C O T R A D'URSO: Nuovissimo dizionario siciliano-italiano, Niccolò Giannotta
tania, 1922 (NICOTRA); ALFREDO PANZINI: Dizionario moderno, Hoepli, Milano, 1927 (PANZINI 1); G I A N BATTISTA
MARZANO: Dizionario etimologico del dialetto calabrese, Il Progresso, Laureana di Borrello, 1928 (MARZ
C O L Ò T O M M A S E O , B E R N A R D O BELLINI: Dizionario della lingua italiana, UTET, Torino, 1929 (TOMMASEO-BELLINI);
POLICARPO PETROCCHI: Novo dizionario scolastico della lingua italiana, Garzanti, Milano, 1933 (PETROCC
F E R N A N D O PALAZZI: Nuovissimo dizionario della lingua italiana, Ceschina, Milano, 1939 (PALAZZI 1); Picc
nario della lingua italiana, di Policarpo Petrocchi, Vallardi, Milano, 1941 (PETROCCHI 3); ALFREDO PANZ
nario moderno, Hoepli, Milano, 1942 (PANZINI 2Y, GIULIO CAPPUCCINI, B R U N O MIGLIORINI: Vocabolario della
gua italiana, Paravia, Torino, 1945 (CAPUOCINI-MIGLIORINI); ANGELICO PRATI: Vocabolario etimologico ita
Garzanti, Torino, 1951 (PRATI Etim.}, C A R L O BATTISTI, G I O V A N N I ALESSIO: Dizionario etimologico italiano,
Barbera, Firenze, 1957 (BATTISTI ALESSIO); ENRICO R O S A M A N I : Vocabolario giuliano, Cappelli, Bologna, 1958 (Ro-
SAMANI>, ANGELICO PRATI: Dizionario Valsuganotto, Istituto per la Collaborazione culturale, Venezia-Roma,
1960 (PRATI Vals.\ G I O V A N N I C A V A L L A R O : Dizionario siciliano-italiano, Bonanno, Acireale, 1964 (CAVALLARO
Dizionario Garzanti della lingua italiana, Garzanti, Milano, 1965 (GARZANTI); N I C O L A ZINGARELLI: Vocabo
lla lingua italiana, Zanichelli, Bologna, 1970 (ZINGARELLI 2); Vocabolario Uustrato della lingua italian
Devoto e Gian Carlo Oli, Selezione dal Reader's Digest, Milano, 1971 (DEVOTO-OLI); F E R N A N D O PALAZZI: Noviss
mo Dizionario della Lingua italiana, Fabbri, Milano, 1974 (PALAZZI 2); EMIDIO DE FELICE, A L D O D U R O : Dizion
della lingua e della civiltà italiana contemporanea, Palumbo, Firenze, 1975 (DE FELICE-DURO). Ademàs,
citadas en las notas 25, 28, 29 y 34 (PRATI, GIUSTI, ZANAZZO, CHERUBINI y PITRE) y las colecciones siguientes:
Proverbi vulgari, raccolti in diversi luoghi d'Italia, et la maggior parte dalle proprie bocc
Merbury, London: Thomas Vautrollier, 1581 (MERBURY); Thesaurus Proverbiorum Italico-Bergamas
morum et Garbatissimorum, nunquam antea stampatorum in gratiam Melancholiam
amantium, ad aperiendum oculos editorum, A Bertolameo Bolla Bergamasco viro inc
et per terram sedante, Accesserunt documenta aliquot moralissima, et omnis generis
officina Bergamascorum, Francofurti, Prostat apud Joannem Saurum, 1605 (THESAURUS); Modi di dire toscani
ricercati nella loro origine, Venezia: Simone Occhi, 1740 (MODI); Proverbi veneziani raccolti da Ang
raffrontati con quelli di Salomone e co' Francesi, Venezia: Giuseppe Antonelli, 1857 (DALMEDICO); Ra
verbi bergamaschi fatta da Antonio Tiraboschi, Bergamo: Bolis, 1875 (TIRABOSCHI Proti.}, Raccolt
fatta da Cristoforo Pasqualigo, Treviso: Luigi Zappelli, 1882 (PASQUALIGO); CARLO LAPUCCI: tPer modo di dire
dei modi di dire della lingua italiana, Firenze: Valmartina, 1969 (LAPUCCI).
s 8
Cfr. también MERBURY: Tu sei fatta come la Castagna, Bella di fuori e dentro à la magagn
Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit., pàg. 251.
8 9
En CROCE: La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit., pàg. 120.

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
che vagnarò i Spagnoi! datela dorica, mi stare descolso (ROSAMANI). T H E S A U R U S registra el
d i c h o vizioso come una mula spagnola
A v e c e s a p a r e c e n e n el m i s m o e j e m p l o otros gentilicios: Todeschi a la stala, france-
si a la cusina, spagnoli a la camera, italiani a ogni cosa (PASQUALIGO); Da Spagnuoli e Impe-
riali, da Francesi e Cardinali, libera nos Domine; Signore spagnuolo, e pasticciere francese; Gli
Spagnoli s'accordano a bravare, i Francesi a gridare, gli Inglesi a mangiare, i Tedeschi a sbe-
vazzare e gli Italiani a pisciare; I don di Spagna, i conti d'Alemagna, i monsieur di Francia, i
vescovi d'Italia, i cavalier di Napoli, i lordi di Scozia, i fidalghi di Portogallo, i minori fratelli
d'Inghilterra e i nobili d'Ungheria, fanno una povera compagnia (GIUSTI) *°.
4 1
De la supuesta c e r e m o n i o s i d a d e s p a ñ o l a d a n testimonio algunas c o m e d i a s de
Pietro A r e t i n o (1492-1556). Por e j e m p l o , e n ía Cortigiana (1525), el u s o e x a g e r a d o de
42
la forma d e cortesia (i 2) u otras formas e x c e s i v a m e n t e o b s e q u i o s a s , las alusiones
a la c o s t u m b r e d e saludar q u i t á n d o s e la gorra (i 3) y a las «españolísimas» (o sea,
desmesuradas) reverencias (i 7), la frecuente m e n c i ó n de los «beso la m a n o » y d e los
«juro a Dios» («con u n giuro a Dio e u n bascio la mano, gli pare essere il t o t u m con-
4 3

4 4
tinens», I, 2 2 ) .
Constatamos, pues, la p r o c e d e n c i a d e algunos vocablos relacionados c o n el se-
m a n t e m a spagn, cuyas c o n n o t a c i o n e s negativas t i e n e n todavía h o y cierta vigencia se-
mántica entre las p e r s o n a s de m e d i a n a edad. Spagnolata es s i n ó n i m o d e «jactancia,
45
vanagloria, balandronada, e x a g e r a c i ó n , bravata» ; e n TOMMASEO-BELLINI se añade
incluso, para c o m p l e t a r la definición del l e x e m a , la siguiente coletilla: « c o m o gli
Spagnuoli s o n o u n p o c o spacconi» (spaccone: fanfarrón, balandrón, matón). Spagno-
laggine tiene el significado d e «azione boriosa» (borioso: orgulloso, afectado, presu-
mido) y d e «smargiassata» (fanfarronada) . Spagnoleggiare aparece e n la mayoría de
46

los diccionarios c o n c o n n o t a c i o n e s peyorativas: «farla de s p a g n o l o , p a d r o n e e pre-


p o t e n t e » (PETROCCHI 3), «fare il g r a n d i o s o c o n boria» (CAPUCCINI-MIGLIORINI), «tenere
u n a t t e g g i a m e n t o altezzoso e b o r i o s o dandosi arie da gran signore, s e c o n d o il costu-
m e c h e si considerava tipico degli Spagnoli» (GARZANTI), «comportarsi b o r i o s a m e n t e ,
s e c o n d o il m o d o c o n s i d e r a t o tipico degli Spagnoli» (ZINGARELLI 2), «ostentare nel lin-
g u a g g i o e nel c o m p o r t a m e n t o espressioni o atteggiamenti più o m e n o direttamente
riconducibili al gusto prezioso, fastoso e d esteriore degli Spagnoli» (DEVOTO-OLI).
Es a s i m i s m o despectiva la a c e p c i ó n m á s frecuente del adjetivo spagnolesco: «fare
s p a g n o l e s c o — b o r i o s o , di grandigia» (ZINGARELLI 1), «modi spagnoleschi = altezzosi,
boriosi, da spaccone» (PALAZZI 1), «boria spagnolesca = c o n f o r m e a certi m o d i altez-
zosi e boriosi c h e si c o n s i d e r a v a n o propri degli Spagnoli» (GARZANTI), «proprio del
m o d o b o r i o s o e s u s s i e g o s o considerato tipico degli spagnoli» (ZINGARELLI 2), «boria
spagnolesca, sussiego s p a g n o l e s c o = c o n f o r m e a u n gusto deteriore di p o m p o s a e
artificiosa esteriorità» (DEVOTO-OLI), « m o d i spagnoleschi = altezzosi, boriosi, da spac-
c o n e » (PALAZZI 2), «atteggiamenti, m o d i spagnoleschi, e altezzosità, boria, fastosità
spagnolesche; trattare c o n sussiego s p a g n o l e s c o i propri dipendenti = proprio del ca-

4 0
La comparación de diversos pueblos es, como sabemos, un hecho común a todas las culturas.
41
Sobre las «ceremonias» de los españoles, cfr. BENEDETTO CROCE: La Spagna nella vita italiana durante
Rinascenza, op. cit., págs. 181-209 («Le cerimonie spagnole in Italia») y G I A N LIUGI BECCARIA: Spagnolo e spag
noli in Italia, op. cit., págs. 190-206 («Le cerimonie»).
4 2
«Io direi Serenissimo, Reverendissimo, Eccellentissimo, Maestà, Paternità, Magnificenzia, Onnipoten-
zia e Reverenzia fino a viro Domino, e farei un inchino cosi e l'altro così» (i, 10).
4 3
De ahí que se les llamase a los españoles los «giuraddio» (PRATI 243).
4 4
Cfr. sobre todo La Cortigiana, v, 6, y // Marescalco, v, 3.
4 5
Registrado en D'ALVERTI, R I G U T I N I F A N F A N I , F A N F A N I , ZINGARELLI 1 y 2, TOMMASEO-BELLINI, PALAZZI 1 y
2, PETROCCHI 1 y 3, PRATI Etim. y DEVOTO-OLI.
4 6
Registrado en PETROCCHI 1 y 3, CAPPUCCINI-MIGLIORINI, PRATI Etim., BATTISTI-ALESSIO, ZINGARELLI 2 y DEVO
TO-OU.

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
ratiere e del c o m p o r t a m e n t o degli Spagnoli (soprattutto durante il p e r i o d o del pre-
d o m i n i o spagnolo)» ( D E FELICE-DURO).
Parecido matiz s e m á n t i c o parece tener el v o c a b l o spagnolismo, q u e ha pasado de
una primera acepción positiva («pulitezza di spagnuolo», O U D I N ; «gentilezza alla
m o d a spagnola», BATTISTI-ALESSIO) a la actual, c o n evidente significado negativo:
«boria, fare spagnolo» (PETROCCHI 3), «tendenza alle c e r i m o n i e s e c o n d o prammatica,
alla maniera c h e u s a v a n o gli spagnuoli, i quali furono per tanto t e m p o dominatori
nostri (sec. XVTI) e ci lasciarono in retaggio le qualità loro m e n o desiderabili» (PANZI-
NI 1 y 2), «costume di vita d o m i n a t o dal gusto della magnificcenza e del fasto, c h e si
riteneva tipico degli Spagnuoli» (GARZANTI), «gusto del fastoso, dell'appariscente,
dell'esteriore, considerato tipico degli spagnoli» (ZINGARELLI 2), «gusto artificioso del
tasto e dell'esteriorità nelle manifestazioni dell'arte e del c o s t u m e , da attribuirsi
all'influenza spagnola part. intensa in Italia nel corso del sec. x v n » (DEVOTO-OLI).
El gentilicio spagnolo tuvo también el significado d e «cortesano», « h o m b r e q u e
47
n o m e r e c e c r e d i b i l i d a d » . En B e n v e n u t o Cellini (1500-71), «spagnuolissime parole»
equivale a «palabras soberbias, altivas»; la e x p r e s i ó n « b u o n spagnuolo» tiene el sig-
48
nificado de «soberbio» .
Al lado de esta p r o p e n s i ó n hacia las apariencias — c o n s i d e r a d a , c o n razón o sin
ella, típica d e los e s p a ñ o l e s y, c o m o h e m o s visto, bien d o c u m e n t a d a e n los escrito-
res italianos de la é p o c a — a p a r e c e n otros rasgos considerados t a m b i é n «característi-
cos»: la frugalidad, la sobriedad ( m e n o s d e b i d o a su avaricia y m á s a su indigencia) y
la pobreza del español. S e g ú n afirma Croce,

(...) si notava che, laddove in Italia quegli spagnuoli prendevano arie di gran per-
sonaggi e di grandi signori, di cavalieri d'Alcantara, Santiago e Calatrava, di parenti
dei re di Spagna, e si onoravano e consultavano l'un l'altro per accrescere l'opinione
di sé, nel loro paese non avevano né casa né possessione e si cibavano di pane e ra-
49
vanelli e bevevano acqua, e in Italia erano venuti con le scarpe di corda .

D e este m o d o se explican los proverbios Fa come il spagnai, a casa d'altri beve vino,
a casa sua acqua (THESAURUS); Spagna magra, Francia grassa, Germania la passa; Al Francese
un'oca, allo Spagnuolo una rapa (GIUSTI) y las e x p r e s i o n e s danari di Spagna, scorso di
Spagna para indicar d i n e r o y ayuda q u e n o llegarán n u n c a o que, sencillamente, n o
50
existen ; por el contrario, mandar oro in Ispagna es s i n ó n i m o d e «hacer u n a cosa su-
51 5 2
perflua» . En algunas jergas, spagnolo tiene el significado de «pitocco» (mendigo,
pordiosero), lo m i s m o q u e e n el francés jergal espganol; e n p i a m o n t é s llaman al «pio-
jo» spagneul (Di SANT'ALBINO) y e n milanés spagoeu (CHERUBINI). En g e n o v é s encontra-
m o s paradójicamente d o c u m e n t a d a la voz spagnollo c o n dos significados antitéticos:
el de g e n e r o s o y liberal y el de avaro y tacaño («che ha il granchio alla scarsella»);
c o n esta última a c e p c i ó n aparece e n la e x p r e s i ó n Mia che spagnollo.' «Ve' il generoso!»
(CASACCIA). Es t a m b i é n significativa la existencia del v e r b o sparagnolare, forma híbri-
5S
da d e sparagnare (ahorrar, economizar) y spagnolo, c o n la a c e p c i ó n de «ahorrar» .

4 7
La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit, pàgs. 187 188.
CROCE:
4 8
Spagnolo e Spagnoli in Italia, op. cit., pàg. 166.
BECCARIA:
CROCE: La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit, pàgs. 185-186.
4 9

5 0
Cfr. CROCE: La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit., pàg. 186, y A R T U R O
«Ispanesimo nel Cinquecento. Rinascimento e Decadenza», en Italia e Spagna, II, op. cit., pàg. 225.
5 1
Cfr. FARINELLI: «Ispanesimo nel Cinquecento», op. cit., pàgs. 225-226.
5 2
ANGELICO PRAn: Voci di gerganti, vagabondi e malviventi, studiate nell'origine e nella
1940, pàg. 179.
5 3
BECCARIA: Spagnolo e Spagnoli in Italia, op. cit., pàg. 296; FARINELLI: «Ispanesimo nel Cinquecento», op.
cit., pàgs. 226-227.

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A s i m i s m o , la alusión a las alpargatas («scarpe di corda») q u e a c a b a m o s de ver e n el
pasaje de Croce, fue u n tòpico m u y e m p l e a d o para referirse a la proverbial avaricia
d e los españoles. C o m o n o p o d e m o s d e t e n e r n o s a ilustar c o n m á s e j e m p l o s el t e m a ,
permítasenos una última cita d e u n o d e los representantes m á s autorizados, M a t t e o
Bandello (1484-1561), q u i e n , refiriéndose a la cicatería de los españoles, observa:
« q u a n d o v i v o n o alle spese loro (...) d'uno ravaniglio e di p a n e e d'acqua si pasco-
5 4
no» (cuando t i e n e n q u e c o m e r de l o suyo, c o n u n rábano, p a n y agua pasan).
El desafecto por los d o m i n a d o r e s se cristaliza t a m b i é n e n las e x p r e s i o n e s invitar
a calci una mula spagnuola; parlar francese come una gatta spagnola (probable calco del
francés parler français comme une vache —une basque— espagnole); fare una cosa in ora
spagnuola (PRATI 243); e n m i l a n é s anda via o toeú lissenza a la spagnoeura (CHERUBINI) y
e n b e r g a m a s c o parla francés, lati come ona vaca spagnola (TiRABOSCHi). En el Pentamero-
ne, de Giambattista Basile, e n c o n t r a m o s el dicho color di spagnuolo malato (i 2) q u e , se-
g ú n B e n e d e t t o Croce, «era n o t a t o c o m e caratteristico e andava in proverbio. Perfi
s s
n o la tinta di u n a sorta di stoffa fu chiamata "color di s p a g n u o l o malato"» . En ve-
n e c i a n o , spagnoleto d e s i g n a a u n h o m b r e falso y a g u d o (BOERIO). D e la antigua ani-
m a d v e r s i ó n d e los v e n e c i a n o s por los e s p a ñ o l e s d a n testimonio algunas e x p r e s i o n e s
insolentes registradas por TlRABOSCHi y ARRIVABENE: Porca Spagna!, Maledèta Spagna! y
Porca rossa spagnola!, e x c l a m a c i o n e s q u e «ci r a m m e n t a n o il cattivo r e g i m e , le tiranni-
di degli Spagnuoli del Milanese».

VI

-La d o c u m e n t a c i ó n q u e h e m o s r e u n i d o para la elaboración d e este trabajo n o s


lleva al análisis d e otros d e los atributos q u e «caracterizaban» al español. Esta vez se
trata d e c o n n o t a c i o n e s m á s b i e n positivas: la destreza y la valentía. En lo q u e al
c a m p o militar se refiere, el p u e b l o invasor parece reunir cualidades q u e c o m p e n s a n
— y , s e g ú n Croce, e x p l i c a n — parte de las c o n n o t a c i o n e s peyorativas e n u m e r a d a s :

Quelle gale, quelle cerimonie, quei sospiri, quel lusso e quel fasto erano presso
gli spagnuoli nient'altro che la faccia sfoggiarne, sentimentale o sorridente di una
56
personalità guerriera, di una trionfatrice poderosa e quasi feroce società militare .

De ahí la existencia de dichos proverbiales del tipo Francese furioso, Spagnuolo as-
sennato, Tedesco sospettoso; Furia francese e ritirata spagnola; Guerra spagnuola, grande assalto
e poi buona ritirata (GIUSTI) y d e las e x p r e s i o n e s Furia francese e gravità spagnuola y tar-
i l
danza e lentezza spagnuola .
Al s o l d a d o e s p a ñ o l se refieren a s i m i s m o los proverbios sicilianos Né Spagnolu
arranca sulu, né Sicilianu piscia sulu, y d'uriti la minnulica, e jittò la cappa lu spganolu (va-
riante del napolitano Quannu la mennula ciurisci, jetta lu cappottu lu surdatu) (PITRE).
O t r o de los distintivos q u e caracterizaban a los e s p a ñ o l e s parece ser, a juzgar
5S
por los e j e m p l o s q u e siguen, su obstinación (più ostinato che una mula spagnola) , y
su fama d e incrédulos (Tedesco per briaco — b o r r a c h o — , Francese per dissoluto e Spag-
i 9
nuolo per incredulo) .

54
Novelle, I, 152.
5 5
Citamos por la edición italiana del Pentamerone, traducción de Benedetto Croce, Laterza, Bari, 1974.
CROCE: La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit., pàg. 210.
5 6

BECCARIA: Spagnolo e Spagnoli in Italia, op. cit., pàgs. 167-168.


5 7

CROCE: La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit., pàg. 236.
5 8

CROCE: La Spagna nella vita italiana durante la Rinascenza, op. cit., pàg. 227.
5 9

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
A d e m á s d e estos e j e m p l o s c o n c o n n o t a c i o n e s m á s o m e n o s peyorativas, h e m o s
localizado otros q u e p o d í a m o s d e n o m i n a r neutros. Éste es el caso de la e x p r e s i ó n
figurativa far castelli in Ispagna, v i g e n t e a ú n h o y c o m o variante d e «far castelli in
aria» (castillos e n el aire, torre d e viento) (MODI, LAPUCCI). Ése es t a m b i é n el caso de
otros términos y sintagmas procedentes de u n étimo común: erba spagna (alfalfa), «por-
tata dagli Arabi in Spagna» (GARZANTI) «°, c o n o c i d a t a m b i é n por spagnara o spagnaio
(PANZINI 1 y DEVOTO-OLI); cera di Spagna (lacre); pan di Spagna (un tipo d e dulce); peco-
ra di Spagna (oveja de raza merina); spagnoletta (puede significar cerradura, cigarrillo,
u n tipo d e baile , cacahuete y v e l o d e puntilla); spagnolino (sabueso, podenco). La
61

fascina degli Spagnoli es el sol (PRATI Etim.); spagna fue u s a d o p o r Giuseppe Parini
( 1 7 2 9 - 9 9 ) c o n el significado d e «tabaco di Spagna» (PRATI Etim.). En las obras lexico-
gráficas d e este siglo se registran los t é r m i n o s spagnola o febbre spagnola o morbo spag-
nolo, para designar la e p i d e m i a q u e hizo grandes estragos durante la primera guerra
mundial, p u e s se p e n s a b a e n t o n c e s q u e provenía d e España.
T a m b i é n e n los á m b i t o s dialectales h a l l a m o s varias v o c e s relacionadas c o n el le-
x e m a Spagna. En milanés t e n e m o s grignolò de Spagna o uga spana (un tipo d e uva ne-
gra, dulce y sabrosa); panigh de Spagna (alpiste); pezz de Spagna o colonàa ( m o n e d a d e
plata); pont de Spagna (una f o r m a d e puente); zila de Spagna (lacre); fassina o foeugh di
Spagnoeu (el sol); cadenazz a la spagnoeura (cerrojo especial); tabàr a la spagnola (abrigo
corto y elegante); spagnolètt (copetillo d e barba debajo del labio inferior); spagnolètta
(paño d e lana); spagnolètta (cerrojo), c o n las variantes spagnoletta a maggetta, spagnoletta
a torcion y spagnoletta sempia; spagnolèta (cigarrillo) (CHERUBINI y ANGIOLINI).
En el dialecto b e r g a m a s c o se registran las v o c e s spagnolèta o spagnolèta para de-
signar u n a e s p e c i e de cadenilla d e e s l a b o n e s minúsculos, usada c o m o a d o r n o femi-
nil ( g e n e r a l m e n t e c o m o collar); spagnolèta de montagna (picaporte d e madera); spagno-
lèta (un tipo d e cerradura) (TIRABOSCHI). En Valsugana, Spagna es incluso usado c o m o
n o m b r e p r o p i o d e vaca y spagnoleto significa cerrojo (PRATI Vals.). En el dialecto d e la
V e n e c i a Giulia, spagnai significa cigarrillo, lo m i s m o q u e spagnoleto (o spagnulèito),
q u e , sin e m b a r g o , p u e d e designar t a m b i é n la barreta de metal c o n q u e se aseguran
las v e n t a n a s d e s p u é s de cerradas, o sea, u n a e s p e c i e d e aldaba (ROSAMANI). En vene-
ciano están d o c u m e n t a d a s las formas spagnaro (alfalfar), el ya m e n c i o n a d o spagnoleto,
h o m b r e falso y a g u d o , p e r o t a m b i é n «smaniglio d'oro finissimo e pregiatissimo, for-
se così d e t t o dall'essere il p r i m o stato portato dalla Spagna», y p a ñ o d e lana (BOE
RIO). T é r m i n o s a n á l o g o s h a l l a m o s e n m a n t u a n o : spagnèr, alfalfar; spagnolèt, cadeni-
lla; spagnolèta, cerrojo; spagnoleto, cigarrillo (ARRIVABENE). En p i a m o n t é s , a d e m á s del
ya m e n c i o n a d o spagneul (avaro), t e n e m o s spagnoleto, p a ñ o de lana y «sorta di tettuc-
cio di pelle o di seta, attaccato a u n archicello, e d incastrato nell'arconcello maggio-
re dei mantici da calesso, che si fa rientrare o sporgere per difendersi dai raggi del
sole o d a n c h e dalla pioggia» (Di SANT'ALBINO). El g e n o v é s registra el t é r m i n o spagno-
Ilo (generoso y avaro), spagnoletta (cerradura) y spagnoletto (paño d e lana) (CASACCIA).
En b o l o n e s t o p a m o s d e n u e v o c o n spagna (tabaco picado, alfalfa), spagnar (alfalfar),
spagnulèt (trapo de lana, cadenilla de oro), spagnuletta (cerradura, cigarrillo) y, para in-
dicar a u n a p e r s o n a gruesa, grassa com'è una vaca spagnola (CORONEDI).
Sorprende constatar q u e los dialectos del sur de Italia, d o n d e precisamente la
d o m i n a c i ó n e s p a ñ o l a fue m á s larga, c a r e c e n al parecer de e x p r e s i o n e s de este tipo,
salvo, quizá, el siciliano spagnularia, e n el ya c o n o c i d o sentido de «spagnolata, ceri-

6 0
Hecho éste bastante curioso, ya que, precisamente, en el Diccionario de la Lengua Española de la Re
Academia (1970), encontramos la siguiente coletilla a la definición de alfalfa: «Es originario leí arbusto] de
Italia, y se cultiva como planta de adorno y para forraje».
61
Cfr. BECCARIA: Spagnolo e Spagnoli in Italia, op. cit., págs. 93-94.

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m o n i a eccessiva» (TRAINA, NICOTRA), y spagnuletta (cacahuete) (CAVALLARO), q u e , de
todos m o d o s , n o constituyen e x c e p c i ó n alguna, p u e s t o q u e coinciden c o n las regio-
n e s septentrionales. N o tienen, por el contrario, relación directa c o n el l e x e m a es-
pañol el substantivo siciliano spagnulettu (colirrojo) (CAVALLARO); los adjetivos spagnu-
linu y spagnusu (tímido, miedoso), los v e r b o s spagnari y spagni (tener miedo) y el subs-
tantivo spàgn (miedo) (CAVALLARO, T R A I N A , ROCELLA), d o c u m e n t a d o s a s i m i s m o e n el
calabrés (MARZANO), p r o v i e n e n t o d o s del latín expavere (de cuyo vocablo t a m b i é n se
derivan las v o c e s e s p a ñ o l a s espantar, espantoso). Lo m i s m o sucede c o n el t é r m i n o
spagnulette (guindilla m u y picante) (FINAMORE), del dialecto abruzo.

VII

¿Qué conclusiones p o d e m o s sacar del r e c u e n t o d e los ejemplos reunidos? En lí-


neas g e n e r a l e s coincidimos c o n las o p i n i o n e s de q u i e n e s m á s a f o n d o h a n estudia-
d o el t e m a — a u n q u e m o v i d o s , e v i d e n t e m e n t e , por otros intereses, y sin tener e n
cuenta las obras lexicográficas— (es decir, principalmente, Croce, Farinelli, Beccaria,
Meregalli y Arnoldsson): las c o n n o t a c i o n e s negativas n o s o n escasas. Las primeras
e x p r e s i o n e s populares registradas contra los e s p a ñ o l e s eran anticatalanas, puesto
q u e los primeros d o m i n a d o r e s ibéricos eran principalmente catalanes. En los siglos
X V y XVI dichas e x p r e s i o n e s se fueron desplazando de lo catalán hacia lo español.
Su m a y o r frecuencia y crudeza coincidieron c o n la é p o c a e n q u e España gozaba de
m a y o r p o d e r político, e c o n ó m i c o y cultural.
Pese a q u e n o s h e m o s interesado principalmente por las e x p r e s i o n e s manifiesta-
m e n t e negativas, t a m b i é n h e m o s hallado v o c e s positivas y neutrales. Buena parte de
los «intelectuales» — a t e n d i e n d o m á s a razones personales q u e patrióticas— n o se
o p u s o a b i e r t a m e n t e a la d o m i n a c i ó n española, lo q u e parece plausible, especialmen-
te si c o n s i d e r a m o s q u e la Península Itálica lograba su unidad política sólo e n la se-
g u n d a mitad del siglo pasado. Sin e m b a r g o , s o n precisamente los literatos y los cro-
nistas de las diversas é p o c a s los principales responsables de h a b e r transmitido a la
posteridad las c o n n o t a c i o n e s negativas y de haber creado prejuicios antiespañoles
62
q u e p e n e t r a r o n hasta e n las capas m á s bajas .
T a m b i é n h e m o s constatado q u e los dialectos del sur, d o n d e la d o m i n a c i ó n espa-
ñ o l a fue m á s prolongada, carecen casi por c o m p l e t o de e x p r e s i o n e s c o n connotacio-
6S
nes negativas .

A R N O L D S S O N : La leyenda negra, op. cit., pág. 55, llega a conclusiones análogas: «Las quejas sobre el
6 2

dominio extranjero como tal procedían más de los privilegiados que de la parte del pueblo (...). A princi-
pios del siglo xvii, un diplomático escribe desde Ñapóles que se espera allí la llegada de un condestable
español como presidente del Consejo de Italia, y la nobleza no se alegra de ello, pero que "le persone
quiete e il popolo, in universale, riputandolo uomo di sapere e di valore e senza interesse, l'aspettano con
desiderio"».
6 3
Esta constatación parece confirmar los pasajes siguientes: «Pendant que les Rois d'Espagne ont pos-
sédé cette couronne (se refiere al Reino de Ñapóles) on disait que le Roi Catholique régnait en Sicile par
la douceur, à Milano par l'autorité, mais à Naples par la subtilité. C'est une nation fine et vicieuse, et par
conséquent difficile à gouverner (...) car quoique ses Vicerois se donnassent par tout ailleurs des grandes
libertés, ils ont été obligés avec les Napolitains d'aller pian piano: c'est pourquoi on disait, en ce temps-là,
que le Vicerois de Naples mangeait, que celui de Sicile rongeait, et que celui de Milan dévorait» {Pensées
sur divers sujets, de OXENSTIERN, La Haya, 1765, I, 48; citado por CROCE: Nuovi saggi sulla letteratura
del Seicento, Laterza, Bari, 1968, pág. 288); «En general, el régimen español en Ñapóles y Sicilia —no así en
Lombardia— se apoyaba en la clase media y defendía sus intereses contra los excesos de la alta noble-
za (...). El dominio español en el sur de Italia y en las islas era, y se consideraba por los contemporáneos,
lo aceptasen o no de grado, como régimen democrático y justo» (ARNOLDSSON: La leyenda negra, op. cit.,
pág. 36).

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
N o es, pues, siempre fácil señalar si se trata de difamación intencionada, d e pre-
juicio o de e x p r e s i o n e s y dichos cuyo surgimiento es d e b i d o sencillamente a la reali-
dad histórica: si c o n s i d e r a m o s q u e toda d o m i n a c i ó n extranjera g e n e r a efectos con-
comitantes c o m p l e j o s y concretos, e n el c a m p o político, e c o n ó m i c o y, e v i d e n t e m e n -
te, h u m a n o , es natural q u e los reveses y la i m p o t e n c i a de los d o m i n a d o s frente al
d o m i n a d o r se cristalizan e n e x p r e s i o n e s dirigidas contra los representantes visibles
de esa d o m i n a c i ó n , fueran éstos soldados, jefes o g o b e r n a d o r e s . A d e m á s , el n o
siempre ejemplar c o m p o r t a m i e n t o de los soldados e s p a ñ o l e s favorecía el brote de
juicios negativos q u e — d e b i d o al c o n o c i d o m e c a n i s m o de la pars pro toto— se fue-
ron e x t e n d i e n d o a t o d o s los ciudadanos de su n a c i ó n de origen.
Las n u e v a s creaciones lingüísticas antiespañolas d i s m i n u y e r o n n o t a b l e m e n t e a
partir del siglo x v m , y desaparecieron casi por c o m p l e t o , por las razones indicadas,
e n el siglo x i x . Por eso, quizá, el primer extranjero q u e se o p u s o pública y decidida-
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m e n t e a la c a m p a ñ a antiespañola q u e recorría Europa a m e d i a d o s del siglo x v m
— p r o m o v i d a sobre t o d o por p e n s a d o r e s franceses (Montesquieu, Voltaire, Masson
de Morvilliers, etc.), p e r o secundada por ingleses y a l e m a n e s — , fue p r e c i s a m e n t e u n
italiano: Guiseppe Baretti (1719-89). Baretti, q u e viajó por España, d e n u n c i ó sin alti-
bajes, e n sus Lettere Familiari (1762-63), los prejuicios q u e se tenían e n Europa sobre
España y la difamación de q u e había sido objeto, iniciando así la rehabilitación de
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España, sobre t o d o a partir de la edición inglesa (1 7 7 0) , q u e tuvo gran difusión.
Fue a s i m i s m o u n italiano, Cario D e n i n a (1731-1813), q u i e n d e f e n d i ó a España, e n la
A c a d e m i a de Berlín, d e las difamaciones q u e M a s s o n de Morvilliers (1740-89) había
a c o p i a d o e n el primer t o m o de la Encyclopédie.
¿Qué p o d e m o s decir d e la sobrevivencia d e las v o c e s y de las e x p r e s i o n e s e n
cuestión e n las diferentes obras lexicográficas de los últimos siglos? Pues q u e ha de-
saparecido d e t o d o s los diccionarios m o d e r n o s toda c o n n o t a c i ó n negativa sobre el
adjetivo gentilicio catalano. P e r o q u e h a n sobrevivido e x p r e s i o n e s relacionadas c o n
las v o c e s spagnolo o Spagna q u e encierran matices peyorativos. Q u e e n estos matices
aluden principalmente a la vanidad, a la altivez, al e n g r e i m i e n t o o a la fanfarrone-
ría del español. Persiste todavía — i n c l u s o e n la literatura italiana c o n t e m p o r á n e a —
el estereotipo q u e asocia al e s p a ñ o l c o n la soberbia, característica principal del capi-
tán e s p a ñ o l e n las c o m e d i a s d e Cario G o l d o n i (1707-93), q u e al parecer h a n dejado
profundas huellas. Los m o t i v o s de la desaparición de las c o n n o t a c i o n e s negativas e n
relación c o n el gentilicio catalano t i e n e n u n a explicación plausible, ya q u e la emigra-
c i ó n catalana fue escasa y su duración relativamente corta, al ser p r o n t o reemplaza-
da por la castellano-española.
Las e x p r e s i o n e s y los proverbios y dichos sobre las v o c e s spagnolo y Spagna h a n
desaparecido casi por c o m p l e t o de las obras lexicográficas c o n t e m p o r á n e a s , si b i e n
p a r e c e n conservarse e n a l g u n o s dialectos (parla come una vaca spagnolo, se o y e toda-
vía e n Lombardía). D e t o d o s m o d o s , las pocas l o c u c i o n e s q u e sobreviven, y sus anti-
guas c o n n o t a c i o n e s , carecen casi t o t a l m e n t e de actualidad semántica.

(Agosto d e 1 9 8 0 / A g o s t o de 1982)

Cfr. J U L I Á N JUDERÍAS: La
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Leyenda negra. Estudios acerca del concepto de España en e
Barcelona, 1943, págs. 215-262.
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A Journey from London to Genoa, through England, Portugal, Spain
GIUSEPPE BARETTI:
H A N S HINTERHÄUSER: Spanien und Europa Stimmen zu ihrem Verhä
1770. Cfr. también la antología de
der Aufklärung bis zur Gegenwart, DTV, München, 1979, págs. 63-76.

BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos
BOLETÍN AEPE Nº 32-33. José Manuel LÓPEZ DE ABIADA. Españoles e Italianos, primos hermanos

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