LA POESIA Y LA VOZ

ΕΓΊ LA C IV ILIZ A C ID n
A B A D A EDITORES m E D I E V A L PAULZUMTHOR
 PAULZUMTHOR
La poesía y la voz
en la civilización medieval

traducción
JOSÉ LUIS SÁNCHEZ-SILVA

A B A D A EDITORES
LECTURAS DE TEORÍA LITERARIA
 LECTURAS
Serie Teoría literaria

R eservad o s to d o s lo s d e re c h o s. N o se p e r m ite r e p r o d u c ir , a lm a c e n a r
e n sistem as d e r e c u p e r a c ió n d e la in f o r m a c ió n n i tra n s m itir alg u n a
p a r t e d e esta p u b lic a c ió n , c u a lq u ie r a q u e sea el m e d io e m p le a d o
—e le c tr ó n ic o , m e c á n ic o , fo to c o p ia , g r a b a c ió n , e tc .—, s in e l p e rm is o
p r e v io d e lo s titu la re s d e lo s d e r e c h o s d e la p r o p ie d a d in te le c tu a l.

títu lo o r ig in a l: La poésie et la voix dans la civilisation médiévale

c b Creative Commons
© P r e s s e s U n i v e r s i t a i r e s d e F r a n c e , 1984.

© A b a d a E d i t o r e s , s . l ., 2 0 0 6
pa ra todos los países de lengua española

P laza d e J e s ú s, 5
2 8 0 1 4 M a d r id
t e l.: 9 1 4 2 9 6 8 8 2
fax : 9 1 4 2 9 7 5 0 7
w w w .a b a d a e d ito re s .c o m

d is e ñ o Estu d io J o a q u ín G allego

p r o d u c c ió n G uad alu pe G lS B E R T

ISBN 13 9 7 8 -8 4 -9 6 2 5 8 -74 -7
ISBN 10 8 4 -9 6 2 5 8 -7 4 -2
d e p ó s ito le g al M - 2 3 .2 0 3 - 2 0 0 6

p r e im p r e s ió n A m p a r o D í a z - C o r r a l e jo
im p r e s ió n LAVEL
 PREFACIO

L o s tr a b a jo s d e P a u l Z u m t h o r s o n ta n c o n o c i d o s q u e s e g u r a ­
m e n te r e s u lte s u p e r f lu o d e te n e r s e a p r e s e n t a r al a u t o r a q u ie ­
n e s a h o r a a b r e n e ste l i b r o . R e c o r d a r é s i m p le m e n t e q u e ,
m o v id o p o r la p r e o c u p a c ió n d e d e f i n i r las ley es d e la c r e a c ió n
p o é tic a y, c o n v e n c id o al m is m o tie m p o d e la n e c e s id a d d e d e li ­
m ita r la s p r i m e r o e n las o b r a s , P a u l Z u m t h o r se c e n t r ó e n el
e s t u d io d e la p o e s ía d e la é p o c a r o m á n ic a e n F r a n c ia y r e n o v ó
la le c t u r a c r ít ic a q u e se h a c ía d e esta, s a c a n d o a la lu z a lg u n a s
e s tr u c tu r a s p o c o c o n o c id a s h a s ta la fe c h a . E l p r o b le m a d e lo s
« m o d e lo s d e e s c r itu r a » — q u e d e te r m in a n la m é tr ic a , lo s siste ­
m as lé x ic o s , las fig u r a s y las im á g e n e s — y la c u e s t ió n d e l d o b le
s e n tid o d e las p a la b ra s, lo s c ó d ig o s y la f u n c i ó n a u t o r r e f e r e n -
c ia l d e l su je to e r a n a lg u n a s d e las n o v e d o sa s in v e s tig a c io n e s q u e
j u s t if ic a b a n la im p o r ta n c ia d e Langue et techniques poétiques à l ’époque
romane ( 1 9 6 3 ) y, s o b r e t o d o , d e l Essai de poétique médiévale ( 1 9 7 2 ) ,
q u e lu e g o v e n d r ía a c o m p le t a r Langue, texte, énigme ( l 975 )·
6 L A P O E S ÍA Y L A VOZ EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

M ás ta r d e , d i r ig ió su a t e n c ió n h a c ia e l R e n a c im ie n t o y, e n
1 9 7 8 , p u b lic ó Le Masque et la lumière, u n l i b r o q u e resca ta b a a lo s
p o e ta s « r e t ó r i c o s » , eso s « m a l q u e r id o s » y « m a l a fa m a d o s » ,
p r e c u r s o r e s , s in e m b a r g o , d e ta n to s m o d e r n o s p o r su tr a b a jo
d e l te x to y su e m p le o fig u r a d o d e la le n g u a . P e r o , p o r e n t o n ­
ces, P a u l Z u m t h o r , fie l a su p r o y e c to d e e sta b le c e r u n a p o é tic a
g e n e r a l, h a b ía in ic ia d o ya u n a in v e s t ig a c ió n d e g r a n e n v e r g a ­
d u r a s o b r e u n a d e las d im e n s io n e s m ás ig n o r a d a s d e la p o e sía :
su r e la c ió n , n o o b s ta n te ta n o r ig in a l, ta n e s e n c ia l, c o n la v o z .
« Esa in c o n g r u e n c ia e n tr e el u n iv e r s o d e lo s s ig n o s y las d e t e r ­
m in a c io n e s pesad as d e la m a te r ia » e r a , p o r f in , o b je to d e u n a
a te n c ió n r ig u r o s a q u e , e n 1 9 8 3 , d a ría c o m o fr u to la Introducción
a la poesía oral, o t r o li b r o p i o n e r o .
H asta u n a fe c h a b a stan te r e c ie n te n o ex istía n a rc h iv o s s o n o ­
ro s , así q u e , a l revé s q u e las a n t e r io r e s , esta ú ltim a o b r a se
b asa b a s o b r e t o d o e n h e c h o s c o n t e m p o r á n e o s a n o s o t r o s , ya
fu e s e n las m a n ife s ta c io n e s ta rd ía s, a veces p o s tr e ra s , d e las lla ­
m a d a s s o c ie d a d e s p r im itiv a s o las c a n c io n e s p o p u la r e s d e lo s
p a íse s o c c id e n t a le s . P e r o las o b s e r v a c io n e s y las c o n c lu s io n e s
q u e ta les h e c h o s p e r m it ía n e r a n d e a lc a n c e g e n e r a l, y p o r eso
a h o r a P a u l Z u m t h o r h a q u e r id o se rv irs e d e ella s, c o te já n d o la s
c o n esa c iv iliz a c ió n m e d ie v a l q u e c o n o c e ta n ín tim a m e n te , p a ra
in t e n t a r r e c o n s t r u i r , esta ve z c o n a y u d a d e i n d i c i o s e i n f o r ­
m a c io n e s d e o r ig e n a n tig u o , y a la lu z d e lo s textos, lo q u e p u d o
ser la o r a lid a d e n lo s p r im e r o s siglos m a yo res d e n u e stra le n g u a .
E n estas c u a t r o le c c i o n e s , p r o n u n c i a d a s e n e l C o l l è g e d e
F r a n c e e n f e b r e r o y m a r z o d e 1 9 8 3 , P a u l Z u m t h o r r e ú n e lo s
p r in c ip a le s r e s u lta d o s d e ese e s t u d io , h o y m u y a v a n z a d o . N o
vo y a a d e la n ta r n a d a s o b r e su c o n t e n id o . M e lim it a r é a a g r a d e ­
c e r al a u to r , e n n o m b r e d e to d o s m is c o le g a s, q u e h a ya te n id o
a b ie n h a c e r n o s p a r tíc ip e s d e su s a b id u r ía .
Y ve s B o n n e fo y

P r o f e s o r d e l C o llè g e d e F ra n c e
 PREÁMBULO DEL AUTOR

H e a c e p ta d o la in v it a c ió n d e l C o l l è g e d e F r a n c e c o n e l m a y o r
p la c e r . Q u e d o s in c e r a m e n te a g r a d e c id o a lo s c o le g a s y a m ig o s
a lo s q u e d e b o esta d e fe r e n c ia .
E l te m a p r o p u e s t o m e f u e s u g e r id o p o r u n a in v e s t ig a c ió n ,
e n c u rs o d e sd e h a c e ya v a rio s a ñ o s , so b r e la n a tu r a le z a y el f u n ­
c io n a m ie n t o d e la p o e s ía o r a l. E sta in v e s tig a c ió n m e c o n d u jo a
e s c r ib ir u n l ib r o q u e a p a r e c ió e n m a r z o d e 1 9 8 3 c o n e l títu lo
d e Introducción a la poesía oral, y e n e l q u e q u e d ó e s b o z a d o el
e s q u e m a d e lo q u e p o d r ía se r u n a p o é tic a d e la v o z.
A h o r a b ie n , a q u e l l i b r o se b a sa b a casi e x c lu s iv a m e n te e n el
e x a m e n d e h e c h o s c o n t e m p o r á n e o s a n o s o tr o s y q u e e r a n , p o r
ta n t o , d ir e c t a m e n t e o b s e r v a b le s . L a c u e s t i ó n q u e q u e d a b a
p la n t e a d a a p a r t i r d e e n t o n c e s e r a s a b e r e n q u é m e d id a ese
e s tu d io n o s in fo r m a b a so b r e la n a tu r a le z a y las f u n c io n e s d e la
p o e s ía d e las é p o c a s p a sa d a s y , m á s e s p e c ia lm e n t e , d e la d e
n u e s tr a « E d a d M e d ia » .
8 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

L a s c u a t r o le c c i o n e s q u e a h o r a d e d ic a r é a esta c u e s t i ó n
c o n s titu y e n , e n tal s e n tid o , u n t o d o . N o o b sta n te , m e e sfo rz a r é
e n d a r a cad a u n a d e ellas u n a u n id a d , a l m e n o s te m á tic a .
 I. LA ORALIDAD EN LAS TRADICIONES POÉTICAS:
ESTADO DE LA CUESTIÓN

E n s e p t ie m b r e d e 1 9 8 ? , d u r a n t e u n c o n g r e s o i n t e r n a c i o n a l
d e d ic a d o al c a n ta r d e gesta, e sc u c h é a u n o d e m is co le g a s d e c la ­
r a r s in r o d e o s q u e « l a c u e s t i ó n d e la o r a li d a d está e n p u n t o
m u e r to » .
Q u é d u d a c a b e . T o m e m o s c o m o e m b le m a el c a n ta r d e gesta.
E l ú n ic o e fe c to d e las d isp u ta s d e lo s a ñ o s c in c u e n ta —d e las q u e
n o s h a q u e d a d o u n te stig o d e e x c e p c ió n : las actas d e l C o l o q u io
d e L ie ja d e 1957'“ fu e e l d e so ca v a r a lg u n o s d o g m a s , lim it a r el
a lc a n c e d e v a r io s té r m in o s y d i f u n d i r u n r e d u c id o n ú m e r o d e
d u d a s c o m u n e s . P e r o n i la m e n o r c e rte za .
A h o r a b ie n , la c u e s t ió n n o es la c e r te z a , s in o u n m o d o d e
p e r c e p c i ó n y , m ás a ú n , la v o lu n t a d d e a p e r tu r a q u e im p lic a el
r e c u r s o , e n la le c tu r a d e n u e s tr o s te x to s a n tig u o s , a u n a e s p e ­
c ie d e im a g in a c ió n c rític a . E s, p o r ta n to , u n a c u e s tió n d e e p is ­
te m o lo g ía . D e s d e este p u n t o d e vista, p o c o im p o r ta e l c a n ta r d e
g e sta c o m o ta l, a u n q u e s in d u d a c o n s t it u y a u n t e r r e n o d e

I La technique littéraire des chansons de geste, P a r ís , B e l le s - L e t t r e s , 1959 ·

IO L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

in v e s t ig a c ió n e je m p la r c o m o c o n s e c u e n c ia , p r e c is a m e n t e , d e
las tr a m p a s q u e e n c ie r r a . M á s a llá d e la m a t e r ia lid a d d e u n
g é n e r o p a r tic u la r , lo q u e c o n v ie n e c o n s id e r a r a q u í es u n p r o ­
b le m a g e n e r a l: el f e n ó m e n o d e la v o z h u m a n a c o m o d i m e n ­
s ió n d e l te x to p o é t ic o —u n a d im e n s ió n d e te r m in a d a s o c io c u l­
tu ra l m e n te cu ya c o m p r e n s ió n e x ig e t e n e r p r e s e n te la h is to r ia ,
ta n to la d el te xto c o m o la n u e s tr a —.
S i b ie n lo s d e b a te s so b r e la o r a lid a d d e las d iversa s t r a d i c i o ­
n es p o é tic a s d o c u m e n t a d a s e n O c c i d e n t e e n t r e lo s s ig lo s X y
X IV h a n a m a in a d o e n casi to d a s p a r te s, n o h a s id o ta n to a causa
d el c a r á c te r in d e m o s tr a b le d e lo s h e c h o s c o m o d e u n e r r o r de
p e r s p e c tiv a . S ó l o e l tr e s o e l c u a t r o p o r c i e n t o d e lo s t ít u lo s
r e c o g id o s e n las ú ltim a s b ib lio g r a fía s p u b lic a d a s p o r la S o c ié té
R e n cesv als2 r e m ite n a este ( ¿ f a ls o ? ) p r o b le m a : la p r á c tic a to t a ­
lid a d d e lo s a u to r e s c ita d o s se lim it a n a tr a ta r la o r a lid a d c o m o
u n a té c n ic a , a la vez q u e c o m o u n a e x p lic a c ió n a u to s u fic ie n te .
A l m a r g e n d e a lg u n a q u e o tr a r e f e r e n c ia a las in t e r p r e ta c io n e s
d e M c L u h a n , n in g u n o d e e llo s p a r e c e h a b e rs e d e te n id o a e x a ­
m in a r la n a tu r a le z a d e la o r a lid a d , n i su f u n c io n a m ie n t o e s p e ­
c í f ic o , n i t a m p o c o la « E d a d M e d i a » 3 c o m o e s p a c io d e r e s o ­
n a n c ia d e la v o z . L a s i n v e s t ig a c io n e s e n e ste c a m p o se h a n
lim it a d o c o n d e m a sia d a f r e c u e n c ia a la a c tu a liz a c ió n d e l v o c a ­
b u la r io c r í t i c o , o , p o r d e c i r l o a sí, a p r o p o n e r u n n u e v o e t i ­
q u e ta d o p a r a u n a m a te r ia a n tig u a s in a b o r d a r la r e e s t r u c tu r a ­
c ió n d e l c o n j u n t o . L o s tr a b a jo s d e l g r a n M e n é n d e z P id a l s o b r e
el R o m a n c e r o c o n s titu y e n u n a e x c e p c ió n p r á c tic a m e n te ú n ic a .

2 A s o c i a c i ó n i n t e r n a c i o n a l p a r a la d i f u s i ó n d e l e s t u d i o d e la e p o p e y a r o m a n c e
[N . d e l T . ] .
3 « C o n v i e n e a v is a r q u e la e x p r e s i ó n 'E d a d M e d i a ’ e n li t e r a t u r a c o m ie n z a p o r t e n e r
u n v a l o r m á s b i e n in s t r u m e n t a l. P o r e s o Z u m t h o r , p r e c a v ié n d o s e d e p o s ib le s o b j e ­
c i o n e s , e m p ie z a p o r d e c i r q u e lo s t é r m i n o s 'E d a d M e d i a ’ y 'm e d i e v a l’ " n o t ie n e n
m ás q u e u n v a lo r o p e r a t o r i o , s u m a r ia m e n t e c u a n t it a t iv o —s u p o n g o q u e se r e f ie r e al
n ú m e r o d e o b r a s q u e l o c o n s t it u y e n — , y n o lle v a n c o n s i g o d e n o t a c i ó n c u a lit a t iv a
a l g u n a ” » , F . L Ó P E Z E S T R A D A , « L a t e o r ía p o é t i c a m e d ie v a l d e P a u l Z u m t h o r » , e n
Anuario de estudios medievales, B a r c e lo n a , C S I C , I 97 4 - I 97 9 > P- 734 [ N . d e l T . ] .
 I. L A O R A L ID A D E N L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S II

P o r i n f l u e n c i a d e a q u e llo s q u e , a lr e d e d o r d e 1 9 3 0 - 1 9 4 0 ,
f u e r o n lo s m a e s tr o s d e m i g e n e r a c ió n , s o m o s a este r e s p e c to
t r ib u t a r io s d e u n p o s it iv is m o f i l o l ó g i c o a l q u e d e b e m o s , es
c i e r t o , u n a p r e o c u p a c ió n p o r el r ig o r q u e y o n o m e a p r e s u r a ­
r ía a c u e s tio n a r . P e r o , p o r o tr a p a r te , h e m o s p e r d id o la i n t u i ­
c i ó n q u e —ta l v e z c o n c ie r t a i n g e n u i d a d , p e r o c o n n o m e n o s
in t e n s id a d — g u ió lo s p a so s d e l R o m a n tic is m o e n su d e s c u b r i­
m ie n t o d e la E d a d M e d ia , e l s e n tim ie n to d e esa « s u b je tiv id a d
i n t e r n a » q u e H e g e l s e ñ a la r a c o m o p r i n c i p i o d e la « c a b a l l e ­
r í a » c r is t ia n a m e d ie v a l, d e esa s u b je t iv id a d e x a lta d a e n la
c o m u n ic a c ió n fr e n t e a f r e n t e , id e a liz a d a , q u e N o v a lis, a su vez,
lla m ó « c o m u n ic a c ió n d e la p a la b r a » , e n el p o lo o p u e s to d e las
in n u m e r a b le s m e d it a c io n e s q u e , e n t r e n o s o t r o s , c o n s t r i ñ e n
to d o d iá lo g o .
A h o r a b ie n , p a r a n o s o tr o s se tra ta p r e c is a m e n te d e « d i a l o ­
g a r » c o n lo s te x to s a n t ig u o s , fig u r a n t e s e n m a s c a r a d o s e n u n
te a tr o d e l q u e ya n o so m o s e s p e c ta d o re s, p o r ta d o r e s d e d is c u r ­
so s q u e y a n o o ím o s . S e h a r o t o u n a t o t a lid a d y, c o m o ta l, es
ir r e c u p e r a b le , casi c a b ría d e c ir « i n i m a g i n a b l e » . N o o b s ta n te ,
su b siste la p o s ib ilid a d d e c ir c u n s c r ib ir e ilu m in a r a lg u n o s s e c ­
t o r e s - e n c r u c ija d a e n lo s q u e c o n v e r g e n a m p lia s p e rsp e c tiv a s y
e n c u y o e je se r e c r e a fig u r a d a m e n te u n e s p a c io . P o r m i p a r te ,
lo q u e p r e t e n d o n o es t a n t o a f i r m a r u n a v e z m á s, y d e s p u é s
d e ta n t o s o t r o s , la i m p o r t a n c i a d e la o r a lid a d e n la t r a n s m i ­
s ió n , e in c lu s o e n la c r e a c ió n , d e la p o e s ía m e d ie v a l, c o m o i n ­
te n ta r j u z g a r y c a lib r a r lo q u e la o r a lid a d « i m p l i c a » ; n o ta n to
ev alu a r el p e s o d e l « s e c to r o r a l» e n el c o r p u s d e lo s textos c o n ­
s e r v a d o s c o m o i n t e g r a r e n m i p e r c e p c i ó n y e n m i le c t u r a lo s
v a lo r e s a sí « e x p li c a d o s » . L a c u e s t ió n d e la o r a lid a d d e lo q u e
lla m a m o s a b u s iv a m e n te (m á s t a r d e v o lv e r é s o b r e este a b u s o )
« l i t e r a t u r a m e d ie v a l» m e p a r e c e m e n o s d e « h e c h o s » ( q u e
r e q u e r ir ía n r e c o n s t itu c ió n y p r u e b a ) q u e d e « in t e r p r e t a c i ó n »
(q u e a p u n ta a su p e ra r , d e s v e lá n d o la , u n a a lte r id a d r e c íp r o c a ) .
12 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

E n este o r d e n d e cosas, n o se trata ta n to d e « o r a lid a d » c o m o

d e « v o c a li d a d » . R e c o r d a r é la p r o p o s ic ió n d e H e n r i M e s c h o n -
n ic : « l o s o n o r o n o es lo o r a l » 4. E n tié n d a s e q u e la « o r a lid a d »
es la h is to r ic id a d d e u n a v o z , su u s o . E n n u e s tr o c o n te x to , u n a
la r g a t r a d i c i ó n d e p e n s a m ie n t o c o n s id e r a y v a lo r a la v o z e n
c u a n to q u e p o r ta d o r a d e l le n g u a je , e n c u a n to q u e e n e lla y p o r
e lla se a r tic u la n las s o n o r id a d e s s ig n ific a n te s , y, p o r l o m is m o ,
es p o s ib le c o n s id e r a r la , c o m o se h a d ic h o , e l « d is f r a z d e u n a
e s c r itu ra p r i m i g e n i a » 3. S in e m b a r g o , lo q u e d e b e r ía in te r e s a r ­
n o s a n te s q u e n a d a es la f u n c i ó n m á s a m p lia d e la v o z —cu y a
m a n i f e s t a c i ó n m á s e v id e n t e e n n u e s t r a c u lt u r a es la p a la b r a ,
a u n q u e n i es la ú n ic a n i, tal ve z, sea la m ás v ita l— ; m e r e f ie r o al
e je r c ic io d e su p o t e n c ia fis io ló g ic a , a su c a p a c id a d d e p r o d u c i r
la f o n ía y d e o r g a n iz a r su su s ta n c ia . E ste phôné n o d e p e n d e d e l
s e n t id o d e f o r m a in m e d ia t a , n o h a c e s in o p r e p a r a r e l lu g a r
d o n d e este será d ic h o . L o q u e q u ie r o p o n e r d e m a n ifie s to es el
a sp e cto c o r p o r a l d e lo s te x to s m e d ie v a le s, su m o d o d e e x is te n ­
cia c o m o o b je to s d e p e r c e p c ió n s e n s o r ia l.
C o n la v o z q u e se a lzó e n el p a sa d o o c u r r e lo m is m o q u e c o n
la h is t o r ia : n o se p u e d e n e g a r su e x is te n c ia , p e r o c a r e c e d e
m o d e lo . F u e a u n tie m p o a c o n te c im ie n to y v a lo r . C o m o a c o n ­
t e c im ie n t o , y lo m is m o q u e c u a lq u ie r o tr o a c o n t e c im ie n t o , n i
tu v o u n a ú n ic a c a u sa n i p u e d e e x p lic a r s e r e c u r r i e n d o a u n a
s im p le c r o n o lo g ía . C o m o v a lo r , se id e n tific a c o n n u e str a fo r m a
d e e x p e r im e n t a r la . S ó lo p o d e m o s h a b la r d e e lla r e n u n c ia n d o
a las s im b o liz a c io n e s abstractas y a las ta x o n o m ía s . T o d a p a la b ra
p r o n u n c i a d a c o n s t it u y e , e n c u a n t o q u e f e n ó m e n o v o c a l, u n
s ig n o g lo b a l y ú n i c o , a b o l i d o ta n p r o n t o c o m o es p e r c i b i d o .
E n el p la n o fa ctu a l cab e d u d a r q u e haya ex istid o e n la h isto ria
u n a sola c u ltu ra d esp ro vista d e p o e s ía o r a l y, e n el d e lo s valores,

φ Critique du rythme, L a g r a s s e , V e r d i e r , 1 9 8 0 , p . 2 8 0 .
5 J. D e r r i d a , Lagrammatologie, P a r ís , M i n u i t , 19^ 7 ’ Ρ Ρ · 1 0 2 - 1 0 8 [ e d . c a s te lla n a : D élo
gramatología, s. XXI A r g e n t i n a , 1 9 7 1 ] ·
 I. L A O R A L ID A D E N L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S IS

q u e a u n las civilizacio n e s m ás p r o fu n d a m e n te im p re g n a d a s d e lo s
m o d e lo s d e la e s c r itu r a n o c o n s e r v e n e n su s e n o u n e s p a c io d e
lib e rta d p a ra la vo z, p o r m ín im o q u e este sea y p ese a q u e m u c h o s
p e r c ib e n la ex iste n cia d e tal e sp a cio c o m o u n a vu e lta al caos.
P e r o , a n te s d e a v e n tu r a r n o s a c u a lq u ie r a n á lis is d e las r e a li­
z a c io n e s v o ca le s d e la p o e s ía m e d ie v a l, p a r e c e o b lig a d o e s ta b le ­
c e r u n in v e n t a r io , a u n q u e sea s u m a r io , d e las i n f o r m a c i o n e s
r e c o g id a s hasta a q u í y e v a lu a r la p r o b a b ilid a d d e las c o n s e c u e n ­
cias q u e h e m o s d e d u c id o d e ella s.
C la s ific a r é lo s h e c h o s s e g ú n la n a tu r a le z a d e lo s in d ic io s de
o r a lid a d q u e n o s p e r m i t e n su id e n t i f i c a c ió n . A este r e s p e c to ,
c a b e d is tin g u ir d o s s itu a c io n e s :
a) p o s e e m o s u n te x t o e s c r it o d e l q u e c a b e s u p o n e r q u e
r e p r o d u z c a , r e s u m a , im i t e o e x p lo t e li t e r a l m e n t e e l p o e m a
p r o n u n c i a d o d u r a n t e la performance 6 — t e n e m o s e je m p lo s q u e
ilu s tr a n (e sto y c o n v e n c id o d e e llo ) cad a u n a d e esas p o s ib ilid a ­
d e s , p e s e a q u e sea d i f í c i l a s ig n a r p r e c is a m e n t e a ta l te x to ta l
m o d o d e c o n s t i t u c ió n : r e p r o d u c c i ó n , i m i t a c i ó n , p a r o d i a — .
C ita r é , p o r la e x tre m a d is p a r id a d d e ju ic io s q u e h a su sc ita d o , la
a rc a ic a Chanson du roi Clothaire, c o m p u e s ta a m e d ia d o s d e l s ig lo IX
p o r H ild e g a ir e d e M e a u x e n la Vita sandi Faronis, y q u e ta n p r o n t o
f u e c o n s id e r a d a la t r a n s c r i p c i ó n d e u n a c a n t in e la p o p u l a r
c o m o u n a n o t a c i ó n p o s t e r i o r a p r o x im a t iv a , u n p a s tic h e e n
la t ín d e ta b e r n a o u n a f a ls ific a c ió n ;
b ) n o te n e m o s te x to a lg u n o ; e n el m e jo r d e lo s casos a lg u n o s
f r a g m e n t o s ; u n a p r e s e n c ia a p e n a s i n s in u a d a , u n a a u s e n c ia
prob ad a.
E l p r i m e r caso p la n te a c o m p le jo s p r o b le m a s d e in t e r p r e t a ­
c ió n ; el s e g u n d o , d e r e c o n s titu c ió n . Y estos p r o b le m a s se e n u n -

6 E n s u Introducción a lapoesío oral, a f ir m a Z u m t h o r : « . . .a l o la r g o d e e s te l i b r o , art ¡cu

l a r é m i r e f l e x i ó n s o b r e la id e a d e performance u s a n d o e s te t é r m i n o e n su a c e p c i ó n
a n g lo s a jo n a . ( . . . ) L a performance es la a c c ió n c o m p le ja p o r la q u e u n m e n s a je |>ο<·ι ic o
es s im u lt á n e a m e n t e t r a n s m it id o y p e r c i b i d o , a q u í y a h o r a » ( c it a m o s p o r la e d i c ió n
e s p a ñ o la : M a d r id , T a u r u s , 1 9 9 1 , p . 33 ) · [ N . d e l T . ]
14 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

c ía n d e s d e p e r s p e c tiv a s d if e r e n t e s : la i n t e r p r e t a c i ó n o p e r a
s o b r e lo p a r tic u la r ; la r e c o n s t it u c ió n , s o b r e te n d e n c ia s g lo b a ­
les y e sq u e m a s g e n é r ic o s .
C u a n d o c o n t a m o s c o n el te x t o , e x is te u n a s o la p r u e b a d i ­
r e c ta y, e n g e n e r a l , s e g u r a d e q u e e ste ( c u a l q u i e r a q u e h a y a
s id o su m o d o d e c o m p o s i c i ó n ) f u e d i f u n d i d o v o c a lm e n t e ,
b ie n e n f u n c i ó n d e la i n t e n c i ó n d e l a u t o r o d e u n a c o n v e n ­
c i ó n s o c ia l: la p r e s e n c ia d e u n a n o t a c i ó n m u s ic a l s o b r e las
lín e a s d e l m a n u s c r it o . A s í o c u r r e e n las p r im e r a s fr a s e s d e la
Passion y el Saint Léger d e l m a n u s c r it o d e C l e r m o n t —p o e m a s d e
o r i g e n m o n á s t i c o q u e se r e m o n t a n al s ig lo X— , y e n v a r io s
c a n c i o n e r o s d e tr o v a d o r e s o d e t r o v e r o s 7: l o q u e i m p o r t a e n
ca d a caso es la i n s c r i p c i ó n d e la m e lo d ía —y n o el c a r á c te r n i la
c a lid a d d e esta —, cu ya s v a r ia n te s (si las h a y ) n o in t e r e s a n a la
d e m o s t r a c ió n .
P o r lo d em á s, tal vez la p r u e b a n o esté e x e n ta d e a m b ig ü e d a d
e n lo s casos e n q u e la n o ta c ió n n o a c o m p a ñ a al te x to , s in o a u n a
c ita d e este r e c o g id a e n o t r o lu g a r . A s í, p o r e je m p lo , e l ú n ic o
m a n u s c r it o q u e n o s h a lle g a d o c o m p le t o d e l p o e m a h e r o i c o -
c ó m i c o Audigier n o c o n t i e n e n o t a c i ó n a lg u n a . E n c a m b io , el
v e rso 3 2 1, p r o n u n c ia d o p o r u n p e r s o n a je e n el v e rso 74 ^ d e l Jeu
de Robin et Marion, d e A d a m d e L a H a lle , a p a re ce c o r o n a d o e n d os
m a n u s c r it o s (P y A d e la e d i c i ó n L a n g lo is ) p o r u n a lín e a d e
n ota s cuya in t e r p r e ta c ió n h a su scita d o m ás p r o b le m a s d e lo s q u e
h a r e s u e lto . A l m a r g e n d e l Audigier, se h a in t e n t a d o , e n e fe c to ,
o b t e n e r i n f o r m a c i ó n s o b r e la m ú s ic a d e lo s c a n ta r e s d e ge sta ,
g é n e r o q u e p a r o d ia el m e n c io n a d o te x to : la e m p re s a es a r r ie s ­

7 L a ú n ic a d i s t i n c i ó n q u e c a b e e s t a b le c e r e n t r e t r o v a d o r e s y t r o v e r o s es la le n g u a e n
q u e e s c r ib ía n sus c a n c i o n e s y e l h e c h o d e q u e lo s p r i m e r o s f u e r a n lo s in ic i a d o r e s
d e l m o v i m i e n t o : « A f in a l e s d e l s ig lo X II y c o m ie n z o s d e l X I I I , lo s t r o v e r o s t r a s la ­
d a r o n a la le n g u a d ’oïl la s e s t r u c t u r a s f o r m a l e s y lo s c o n t e n i d o s d e la le n g u a d ’oc.
( . . . ) L o s t r o v e r o s s o n p o e t a s c o r t e s e s , es d e c i r , p e r t e n e c e n a l c í r c u l o a r i s t o c r á t i ­
c o p o r n a c i m i e n t o » , J A V IE R D E L P rad o ( c o o r d i n a d o r ) , Η ΐήοήα de la literatura fran ­
cesa, M a d r id , C á t e d r a , 1994 ’ P P · 1 6 0 - 1 6 1 [ N . d e l T . ] .
 I. L A O R A L ID A D E N L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S 15

gad a, a u n q u e s ó lo sea p o r q u e el r it m o d e lo s v e rso s d e l Audigier,

d e c a s íla b o s 6 + 4» es i n u s it a d o e n e so s c a n ta re s y m u y b ie n
p o d r ía p e r s e g u ir la in t e n s ific a c ió n d e l e fe c to p a r ó d ic o . E s ta m ­
b ié n el caso d e la m e lo d ía a n o ta d a so b re lo s ve rso s 3 8 3 a 3 8 7 d e l
Jeu de sainte Agnès o c c it a n o , q u e a p a re c e p r e c e d id a d e u n a in d ic a ­
c ió n d e l tim b r e r e fe r id a a u n a c a n c ió n d e s c o n o c id a p e r o q u e , a
j u z g a r p o r las p r im e r a s p a la b r a s c ita d a s, p o d r ía p e r t e n e c e r al
g é n e r o d e las chansons de toile1' fra n ce sa s.
N o o b s ta n te , la m a y o r p a r te d e lo s te x to s p o é t ic o s a n tig u o s
n o s h a lle g a d o s in a c o m p a ñ a m ie n t o d e n o t a c io n e s m u s ic a le s :
¿ p o r q u é in d ic io s g u ia r s e p a r a d e te r m in a r , p u e s , c u á le s p e r t e ­
n e c i e r o n e n su t i e m p o a la p o e s ía o r a l ? E s o s i n d i c i o s s o n d e
o r d e n d iv e rso y s ó lo t ie n e n u n rasg o c o m ú n : su c a r á c te r d is c u ­
tib le , f u e n t e p e r m a n e n t e d e p o lé m ic a s e n t r e e s p e c ia lis ta s . L a
p r u e b a q u e p r o p o r c i o n a n es in d ir e c t a , s ie m p r e m á s o m e n o s
e q u ív o c a y, p o r ta n t o , a m e n u d o r e c u s a d a .
D i s t in g u i r é d o s cla ses d e in d i c i o s q u e , a v e ce s ( e n e l m e jo r
d e lo s c a so s), se a c u m u la n : in d ic io s in t e r n o s , p r o p o r c io n a d o s
p o r el te x to m is m o , e in d ic io s e x te r n o s o a n e c d ó t ic o s , p r o c e ­
d e n te s d e o tr o s d o c u m e n to s .
E n t r e lo s p r i m e r o s ( u s t e d e s d i s c u lp a r á n e sta s d i v i s i o n e s
e s c o lá s tic a s ) , d is t in g o a su v e z e n tr e lo s q u e se d e d u c e n d e la
d e s i g n a c ió n d e l te x to y lo s q u e o b e d e c e n a su c o n t e n i d o . E l
c a s o m á s c la r o es a q u e l e n e l q u e a p a r e c e la p a la b r a « c a n ­
c i ó n » e n la d e s i g n a c ió n . R e s u lta , e n e f e c t o , p o c o v e r o s í m il
q u e este t é r m i n o h a ya p o d id o r e f e r ir s e —sa lvo e n e x c e p c io n e s

8 L a s chansons de toile ( « c a n c i o n e s d e t e l a r » ) — lla m a d a s así p o r q u e e s ta b a n d e s tin a d a s a

a c o m p a ñ a r e l tr a b a jo d e las c o s tu r e r a s — o chansons d'histoire e r a n u n a s c o m p o s ic io n e s a
b a s e d e « . .. e s t r o f a s s im p le s a s o n a n ta d a s o r im a d a s , c o n e s t r ib ill o , q u e p r e s e n ta b a n
a lu s iv a m e n te u n b r e v e d r a m a a m o r o s o . P a r e c e n r e la c io n a d a s d e u n a m a n e r a m u y
o s c u r a c o n lo s ca n ta re s d e g e sta , c u y a e s t r u c t u r a m e l ó d ic a p a r e c e n c o m p a r t i r . S u
e s tilo , d e u n a e x tr e m a li m p i d e z , c a r e c e c o m p le t a m e n t e d e e f e c t o s r e t ó r ic o s . E ste
g é n e r o , u n o d e lo s m ás p u r o s p o é t ic a m e n t e q u e n o s h a y a le g a d o a q u e lla é p o c a , n o
p e r d u r ó m á s a llá d e l s ig lo X I I , y s ó lo se h a d o c u m e n t a d o e n f r a n c é s » , P a u l Z u m t h o r ,
Histoire Littéraire de la France médiévale, P U F , P a rís , 1954 - P · ! 4 7 [ N . d e l T . ].
ι6 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

d e b id a s a la in e r c ia d e l v o c a b u la r io — a u n o s te x to s p r o p u e s to s
s im p le m e n t e a la l e c t u r a . A u n q u e lo c ie r t o es q u e n o r e s u lta
d ifíc il e n c o n t r a r e n lo s e sc rito s d e c ie rto s m ed iev a lista s d is tr a í­
d o s o escép ticos, e n a lg u n a frase relativa a la r e c e p c ió n d e u n texto
q u e se d e s ig n a a sí m is m o c o m o c a n c ió n , las p a la b r a s « l e e r » ,
« l e c t u r a » o « l e c t o r » , q u e a p a r e n te m e n t e n ie g a n la o r a lid a d
d e la t r a n s m is ió n . L a m a y o r p a r te d e las v e ce s se tr a ta d e o tr a
in e r c ia d e l v o c a b u la r io q u e n o v a m o s a t e n e r e n c u e n ta a q u í.
E l e je m p lo m ás lu m in o s o es s in d u d a la Sainte Foy p ir e n a ic a d e
m e d ia d o s d e l sig lo XI, cuyas tira d a s 2 y 3 d e s ig n a n c o m o canczon,
a la vez q u e p r e c isa n q u e se c a n ta e n e l « p r i m e r t o n o » , es d e c ir,
e n sa lm o d ia a lte r n a (se g ú n la in t e r p r e ta c ió n d e P. A lf a r ic ) 9.
E n l o s p o e m a s h e r o i c o s e n t ir a d a s —lo s m á s a n t ig u o s
p u d i e r o n s e r c o n t e m p o r á n e o s d e la Sainte Foy— , la p a la b r a
« c a n c i ó n » a p a re c e m u y a m e n u d o c o n u n a f u n c i ó n a u t o r r e -
f e r e n c i a l , g e n e r a lm e n t e a l o la r g o d e l p a r la m e n t o d e l j u g l a r
q u e h a c e las v e c e s d e i n t r o d u c c i ó n . E sta p a la b r a c o n s t it u y e ,
c o n lo s t é r m in o s « c a n t a r » y « c a n t o r » , u n m i n i - e n t r a m a d o
lé x ic o , t ó p i c o , q u é d u d a c a b e , p e r o d e m a s ia d o f r e c u e n t e p a r a
n o t e n e r u n s e n tid o . T a l es el caso e n lo s p r e á m b u lo s d e v e in te
d e lo s v e in t ic u a t r o p o e m a s d e este tip o c ita d o s p o r U . M ö lk e n
su a n t o lo g ía Literaturästhetik 10; a lg u n o s d e e llo s , d e c ie r ta e x t e n ­
s i ó n , r e p i t e n estas p a la b r a s h a s ta tr e s , c u a t r o y c i n c o v e c e s .
M á s d e la m it a d e m p le a c o n j u n t a m e n t e la e x p r e s ió n c u a s i
p u b lic it a r ia d e « b u e n a c a n c i ó n » , q u e casi p a r e c e u n t é r m i n o
t é c n ic o , p o r n o d e c ir j e r g a c a b a lle r e s c a , c o m o s u g ie r e n n e g a ­
tiv a m e n t e tr e s p a s a je s d e l Roldan ( w . I O 1 4 , 1 4 6 6 y 15^7 d e l
m a n u s c r it o d e O x f o r d ) , e n lo s q u e la c o n d u c t a d e l p r o t a g o ­
n is ta v i e n e d ic t a d a p o r su d e s e o d e q u e n o se c a n t e n d e él

9 P. A l f a r ic y E. H o epffn er , La chanson de sainte Foy, I I , P a r ís , B e l l e s - L e t t r e s , 1 9 2 6 ,

pp- 2 5 5 -2 5 8 ·
10 Französische Literaturästhetik der 12 . und 13. Jahrhunderte, T u b i n g a , N i e m e y e r , 1 9 6 9 * P P · I_
20 y 76.
 I. L A O R A L ID A D EN L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S 17

m a la s c a n c io n e s 11. D e l m is m o m o d o , e n e sto s p o e m a s a p a re c e
c o n c ie r ta fr e c u e n c ia la l o c u c i ó n « c a n t a r d e g e s ta » , q u e , p o r
o t r a p a r te , se e n c u e n t r a ta m b ié n e n u n o s te x to s d e n a tu r a le z a
b ie n d is tin ta ( c o m o el Rertañ, e d ic ió n M . R o q u e s , v. 3739 )> e n
lo s q u e d e s ig n a g lo b a lm e n t e lo q u e s in d u d a se p e r c ib e c o m o
u n c o n ju n t o d e d is c u r s o s d e f i n i d o p o r la s in g u la r id a d d e l a rte
v o c a l q u e im p lic a n .
L a s it u a c ió n es m á s e q u ív o c a c u a n d o la a p e la c i ó n d e c a n ­
c i ó n la u tiliz a , al m a r g e n d e l te x to , el c o p is ta o el r u b r ic a d o r ,
c o m o ( e n tr e o tr o s c ie n e je m p lo s ) al c o m ie n z o d e la a n tig u a Vie
de saint A lexis , m a n u s c r it o d e H i l d e h e i m . E n c a m b io —y p e s e al
p e l i g r o d e c a e r e n e l t ó p i c o —, es d i f í c i l r e c u s a r e l t e s t i m o n io
d e las fig u r a s d e i n t e r p e l a c i ó n q u e e l a u t o r d ir ig e a su p ú b lic o
y q u e s a lp ic a n a lg u n o s te x to s : Oyez! escoutés/12, u o tr a s e x h o r t a ­
c io n e s a la a t e n c ió n a u d itiv a . R u t h G r o s b y se ñ a la b a ya e n 1 9 3 6
la im p o r t a n c i a d o c u m e n t a l d e este t ó p i c o . E s ta in v e s t ig a d o r a
o b s e r v a b a q u e e n c ie r ta s o b r a s la d i s t r i b u c i ó n d e ta le s fig u r a s
p a r e c e m a r c a r u n a s s u b d iv is io n e s c o r r e s p o n d ie n t e s a las perfor­
mances su cesivas n e c e sa ria s p a ra la tr a n s m is ió n d e p o e m a s la r g o s
y c ita b a u n a v e i n t e n a d e e j e m p lo s in g le s e s y f r a n c e s e s d e lo s
s ig lo s X I I I y X I V . P o r lo d e m á s , e l oyez t í p ic o v i e n e a m e n u d o
a c o m p a ñ a d o , c u a n d o n o es r e e m p la z a d o , p o r u n faites paix 13,
r e c la m a n d o s i l e n c i o , c o n f o r m e a lo q u e o b s e r v a m o s a ú n e n
n u e s tr o s d ías a n te s d e c u a lq u ie r performance o r a l — p ié n s e s e , sin
i r m ás le jo s , e n lo s tres b a s to n a z o s d e n u e s tr o s te a tr o s '4— .
L o s in d ic io s r e la c io n a d o s c o n el c o n t e n id o d e l te xto s o n m ás
p r o b le m á tic o s . A v e c e s se h a n b u s c a d o e n las a lu s io n e s fa ctu ales
q u e se s u p o n e h a d e p r o c u r a r e l te x to y q u e r e m i t i r í a n a u n a s

11 E n e l o r i g i n a l : « m a ie ( o u m a lv a is e ) c h a n s o n » [ N . d e l T . ] .
12 « ¡O íd !> > , « ¡ e s c u c h a d ! » [ N . d e l T . ] .
13 L ite r a lm e n te , « g u a rd a d s ile n c io » [N . d e l T . ] .
14 E n lo s t e a t r o s f r a n c e s e s p e r d u r a u n a c o s t u m b r e d e p r o b a b le o r i g e n m e d ie v a l s e g ú n
la c u a l el r e g id o r s e ñ a la e l c o m i e n z o d e la f u n c i ó n c o n t r e s g o lp e s d e b a s t ó n , r e c l a ­
m a n d o a sí la a t e n c ió n d e l p ú b l i c o [ N . d e l T . ] .
ι8 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

c irc u n sta n c ia s q u e im p lic a n u n a tr a n s m is ió n o r a l: es el caso de

u n a d e las m ás fa m o sa s ja r c h a s m o z á ra b e s, Descand meu Cideüo venid
( n . ° 3 d e H e g e r ) , in c lu id a e n u n a muwassaha d e Y e h u d á H a le v í
d e p r in c ip io s d e l sig lo X I I, si a d m itim o s la in t e r p r e ta c ió n d e H .
P. S a lo m o n '5. N a d a p u e d e p o r ta n t o s e r c o m p le t a m e n te c o n ­
c lu y e n te . Y , e n m i o p i n i ó n , la p r u e b a r a r a m e n te es m ás s ó lid a
c u a n d o se a p o y a e n el e x a m e n d e lo s ra sg o s fo r m a le s d e l te x to
e n c u e s t ió n , ya s e a n r ít m ic o s , lin g ü ís t ic o s o r e t ó r i c o s . D e s d e
la m e n c io n a d a R u t h G r o s b y h a sta n u e s tr o s te ó r ic o s d e l « e s t ilo
f o r m u l a r i o » '6, a m e n u d o la a r g u m e n t a c i ó n h a g i r a d o e n
r e d o n d o p a r a v o lv e r a sus p r e s u p u e s t o s in ic ia le s . E n e l p la n o
d e las f o r m a s li n g ü í s t i c a s , n i n g u n o d e lo s p r o c e d i m i e n t o s
c o n s id e r a d o s — c o n r a z ó n o s in ella — c a ra c te rístic o s d e la p o e sía
v o c a l le es r e a lm e n t e p r o p i o . V o lv e r é s o b r e este p u n t o e n m i
te r c e r a c o n fe r e n c ia . M ic h a e l G u r s c h m a n n s e ñ a la b a e n 1 9 6 7 lo
q u e p u e d e h a b e r d e e n g a ñ o s o e n tales m é to d o s d e d e t e c c ió n 17.
Q u e y o sep a , a n in g u n a o b r a h a p o d i d o a s ig n á r s e le d e f o r m a
c o n v in c e n te u n m o d o d e tr a n s m is ió n o r a l d e esta so la m a n e r a .

L o s in d ic io s « e x t e r n o s » d e o r a l i d a d —q u e ta m b ié n p o d r ía m o s
lla m a r « a n e c d ó t i c o s » — p r o v i e n e n d e d o c u m e n t o s n a r r a tiv o s
q u e se r e fie r e n , b ie n a u n te x to p a r tic u la r , b ie n a u n c o n ju n t o
d e te x to s , e n ta le s t é r m i n o s q u e n o s i n d u c e n a s u p o n e r u n a
t r a n s m is ió n o r a l d e estos.

15 « Y e h u d a H a le v i a n d h is C i d » , The American Sephardi IX, 197^ , p p . 23 - 4 ^·

16 « E s m á s b i e n d e n t r o d e la p e r s p e c t iv a d e u n a r t e d o m i n a d o p o r lo s r i t m o s y la
b ú s q u e d a d e a r m o n ía s s o n o r a s d o n d e h a y q u e c o n s id e r a r e l " f o r m u l i s m o ” . T o m o
es te t é r m i n o d e M . J o u s s e , e n u n i n t e n t o d e g e n e r a li z a c i ó n a l m is m o t i e m p o q u e
p o r a l u s ió n a v a r ia s d e las c o n n o t a c io n e s e n l o s u c e s iv o v in c u la d a s a la e x p r e s i ó n d e
" e s t il o f o r m u l a r i o ” . E l " f o r m u l i s m o ” h a c e r e f e r e n c i a a t o d o l o q u e , e n lo s d i s c u r ­
so s y m o d o s d e e n u n c i a c i ó n c a r a c t e r ís t ic o s d e ta l s o c ie d a d , t ie n e t e n d e n c i a a r e p e ­
tir s e s in c e s a r e n t é r m in o s a p e n a s d iv e r s if ic a d o s , a r e p r o d u c ir s e c o n ín f im a s e i n f i ­
n ita s v a r ia c io n e s ( . . . ) . T o m a d o e n u n s e n t id o m á s e s t r ic t o , e l " f o r m u l i s m o ” es la
f u n c i o n a l i z a c i ó n d e e sta t e n d e n c i a , c o n o b je t iv o s o r a t o r i o s j u r í d i c o s y p o é t i c o s » ,
P a u l Z u m t h o r , La ¡etra j la voz, M a d r i d , C á t e d r a , 1 9 8 9 * P P · 23 5^2 36 [ N . d e l T . ] .
17 « O r a l p o e t r y in M e d ie v a l E n g lis h , F r e n c h a n d G e r m a n l i t e r a t u r e » , Speculum, 4 2 ,
i<){>7 . pp. 36-52.
 I. L A O R A L ID A D EN L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S 19

D e e n tr e lo s q u e se r e f ie r e n a u n s o lo te x to , m e n c io n a r é p o r
s e g u n d a v e z a la Chanson du roi Clothaire, q u e H ild e g a ir e , a n te s d e
c ita r sus c u a tr o p r im e r o s v e rso s y lo s c u a tro ú ltim o s , c a lific a d e
carmen publicum, y p r e c isa : per omnium ( . . . ) volitabat ora ita canentium'8.
L a s m is m a s i n c e r t i d u m b r e s a e ste r e s p e c t o q u e al d e l te x to
m is m o . ¿ C ó m o c a lib r a r la d e s v ia c ió n d e la c ita p o r e l s o lo h e ­
c h o d e s e r lo ? E l c a rá c te r p r o b a t o r io d e l in d ic io , p e se a to d o , es
b a sta n te fu e r te .
D e lo s r e fe r id o s a u n c o n j u n t o d e te x to s c a b e m e n c i o n a r el
f a m o s o p a sa je d e la Translatio d e s a in t W u lf r a m , o b r a d e u n
m o n je d e F o n te n e lle , a m e d ia d o s d e l sig lo X I. E ste te x to h a sid o
r e e x a m in a d o c o n f r e c u e n c ia d e s d e q u e G a s t o n P a r ís lo i n t e r ­
p r e ta s e c o m o u n a a lu s ió n a l a u t o r d e l Saint Alexis, si n o a ese
m is m o p o e m a : u n c a n ó n ig o d e R ú a n , T h i b a u t d e V e r n o n ,
h a b r ía s id o , an te s d e IO 5 0 , el a u to r d e n u m e ro s a s « c a n tin e la s »
q u e n a r r a b a n la v id a d e d iv e rso s sa n to s e n le n g u a v u lg a r y s o b re
r itm o s d e s lu m b ra n te s (ad quandam tinnuli rhythmi similitudinem) 19. E v i­
d e n te m e n te , n o p o d e m o s p r o b a r q u e ese te x to se r e fie r a al A le­
xis; a u n q u e n o p o r e llo d e ja d e s e r el p r in c ip a l t e s t im o n io q u e
p o s e e m o s d e la e x iste n c ia d e u n g é n e r o p o é tic o a rc a ic o y d e s ti­
n a d o a la performance v o ca l: las « c a n c io n e s d e s a n to s » p a r a litú r -
gica s. O t r o s d o c u m e n to s d e l m is m o o r d e n ta m b ié n lo c o n f i r ­
m a n : a sí, e l Liber miraculorum sanctae Fidis (II, 1 2 ) d e B e r n a r d
d ’A n g e r s , q u e A lf a r ic r e la c io n a b a c o n la Chanson de sainte Foy.
P o r o tr a p a r te , c o n ta m o s c o n u n te x to r e la tiv a m e n te ta r d ío
— al q u e t a m b ié n se h a r e c u r r id o m u y a m e n u d o y q u e r e m ite al
g é n e r o d e lo s c a n ta r e s d e g e s ta e n su c o n j u n t o — q u e v ie n e a
e x p lic it a r y c o m p le t a r las i n f o r m a c i o n e s , b a s t a n te va g as, q u e
p r o p o r c i o n a n lo s in d ic io s i n t e r n o s . M e r e f i e r o al D e Musica d e
J e a n d e G r o u c h y , e s c r ito h a c ia 129 ° · N o es este e l lu g a r p a r a

18 « P a s a b a d e b o c a e n b o c a p o r t o d o s lo s q u e así c a n t a b a n » [ N . d e l T . ] .
19 « C o n u n c ie r t o r i t m o s o n o r o » [ N . d e l T . ] .
20 LA P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

d e te n e rs e a a n a liza r el te x to e n c u e s tió n . C u a le s q u ie r a q u e sea n

lo s p r o b le m a s m u s ic o ló g ic o s q u e su sc ita , a l m e n o s d e m u e s tr a
la e x i s t e n c ia d e u n t i p o d e m e l o d í a p a r t i c u l a r d e la d e ­
c la m a c ió n é p ic a (cantusgestualís) , a sí c o m o su p a r e n t e s c o c o n la
d e las c a n c io n e s d e sa n to s. P ese a q u e e l te s tim o n io d e J e a n d e
G r o u c h y fu e c o r r o b o r a d o e n la m is m a é p o c a p o r el Penitencial d e
T h o m a s d e G a b h a m , s ig u e n s u b s is t ie n d o c ie r ta s d u d a s ; estas
o b e d e c e n , p o r u n a p a r te , a la n a tu r a le z a d e l d o c u m e n t o , p o c o
e x p líc it o y e s c r it o e n u n l e n g u a je b a s ta n te a m b ig u o , y, p o r
o tr a , a su fe c h a , p u e s es p o s t e r io r a la g r a n é p o c a d e lo s c a n ta ­
res d e gesta y c o n t e m p o r á n e o , e n c a m b io , d e la c o n s titu c ió n d e
las p r im e r a s r e c o p il a c i o n e s e s c r ita s d e n a r r a c io n e s é p ic a s ,
c o m o e l « c i c l o d e G u i l la u m e » d e l m a n u s c r it o f r . 1 4 4 8 d e la
B ib lio te c a N a c io n a l d e F ra n c ia .
O t r o t ip o d e i n d i c i o s e x t e r n o s , q u e p la n t e a p r o b le m a s d e
u n o r d e n d if e r e n t e , se a p o y a , n o s o b r e lo s te x to s , s in o s o b r e
sus in t é r p r e t e s , c ie r t o s o s u p u e s to s . E l e je m p lo c a n ó n ic o es la
c é l e b r e p á g in a d e B e d a , Historia ecclesiastica, I V , 2 4 > s o b r e e l
c a n t o r G a e d m o n — D o n a l d F ry , d e s p u é s d e o t r o s m u c h o s , lo
h a s o m e t id o r e c ie n t e m e n t e a u n p r o f u n d o a n á lis is 20— . E n su
Jongleurs en France, F a r a l a p o r ta b a y a c e r c a d e tr e s c ie n t o s d o c u ­
m e n to s , q u e d e s c r ib e n a lo s c a n to r e s , r e c ita n te s y m e n e s t r ile s
e n su a c tiv id a d d e c o m u n ic a d o r e s d e p o e s ía . P o e m a s h e r o ic o s
o h a g io g r á f ic o s , r o m a n c e s , m ila g r o s d e N u e s t r a S e ñ o r a , lais,
la m a y o r ía d e lo s g é n e r o s c a ta lo g a d o s d e n u e s tr a « l i t e r a t u r a »
t i e n e n s it io a q u í; y la lis ta n o es e x h a u s tiv a . R e c o r d e m o s , e n
el Guillaume de D ole, e l p a s a je e n e l q u e J e a n R e n a r t i n t r o d u c e
en e s c e n a a u n jo v e n n o b le d e l s é q u ito d e G u illa u m e q u e ,
m ie n tr a s c a b a lg a n p o r la c a r r e t e r a , e n t o n a la la r g a « c a n c i ó n
d e t e l a r » Bele Aiglentine a c o m p a ñ a d o p o r e l z a n f o n i s t a d e l
em p erad or.

yo « C a e d m o n as a f o r m u l a i c p o e t » , e n J .J . Duggan, Oral literature, L o n d r e s , S c o t t i s h

A c a d e m i c P re s s, 1975 » Ρ Ρ · 4Ί > 6 ΐ .
 I. L A O R A L ID A D E N L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S

P o r l o d e m á s , p o d r í a m o s s e ñ a la r i n n u m e r a b l e s p a sa je s
— d e s d e e l m is m o Guillaume de Dole a l Tristan, e n p r o s a , h a sta el
Méliador d e F r o is s a r t— q u e g a r a n tiz a n la s u tu r a e n tr e la n a r r a ­
c i ó n y a lg u n a « i n s e r c i ó n l í r i c a » . E l a lc a n c e d o c u m e n t a l d e
esto s p a sa jes n o d e ja , s in e m b a r g o , d e se r lim it a d o . E l q u e u n
« n o v e lis t a » d e s c r ib a a u n g r u p o d e m u je r e s c a n ta n d o u n ron­
deau 21 p a r a r it m a r la d a n z a n o n o s a p o r ta n a d a . S ó lo c o n s id e ­
r a r é su te s tim o n io si m e n c io n a o cita u n te x to p r e c is o so b r e el
q u e n o p o s e e m o s n in g ú n o t r o i n d i c i o d e o r a lid a d : así, p r e c i ­
s a m e n te , Bele Aiglentine . E l v a lo r d e ta les « p r u e b a s » r a d ic a s o b r e
t o d o e n su c o n j u n t o y e n su c o n t i n u i d a d a tr a v é s d e v a r io s
sig lo s e n t o d o O c c id e n t e , p u e s n o s r e c u e r d a n in c a n s a b le m e n te
la o m n i p r e s e n c ia d e la v o z p o é t i c a e n a q u e l u n iv e r s o . H a b r á
q u ie n d ig a q u e e so s te x to s n o h a c e n s in o c o n f i r m a r u n a e v i­
d e n c ia . D e s d e lu e g o , p e r o ta m b ié n c o n f ir m a n su im p o r ta n c ia
y, lite r a lm e n te , m id e n su r e p e r c u s ió n . D e s d e e l skop22 d e H r o t -
g a r , e n e l Beowulf, h asta e l c a n to r s a jó n d e la t r a ic ió n d e K r i e m -
h i l d e v o c a d o p o r lo s Gesta Danorum , p a s a n d o p o r lo s m ú lt ip le s
t e s t im o n io s n ó r d i c o s y lo s q u e , e n I ta lia , c o m o la e p ís to la d e
M ic h e l V e r in o , e sb o z a n el r e tr a to d e lo s cantarini d e l sig lo X V, o,
e n la E s p a ñ a d e l s ig lo X V I, e l d e lo s r e c it a d o r e s d e n o v e la s d e
c a b a lle r ía c o m o R o m á n R a m ír e z ... p o r to d a s p a r te s es p o s ib le
p e r c ib i r — p e s e a q u e p a r a n o s o t r o s a q u e l m u n d o p e r m a n e z c a
e n la p e n u m b r a — el h o r m ig u e o d e u n a h u m a n id a d c h a r la ta n a
y r u id o s a p a r a la q u e e l j u e g o v o c a l c o n s t it u y e e l a c o m p a ñ a ­
m i e n t o o b lig a d o d e t o d o p e n s a m i e n t o , i n c lu s o a b s t r a c t o , d e

21 D e ronde ( c o r r o ) . F o r m a m u s ic a l p r o f a n a t íp ic a d e l m e d ie v o f r a n c é s c a r a c t e r iz a d a
p o r u n t e x t o d e c o n t e n i d o a m o r o s o y la p r e s e n c ia c o n s t a n t e d e u n e s t r i b i ll o . P a só
d e s e r u n g é n e r o p a r a c a n t o y b a i l e a e s t a r d e s t in a d o a l c a n t o p u r o o a l c a n t o c o n
a c o m p a ñ a m i e n t o m u s ic a l. C o m o t e x t o p o é t i c o — p ie z a d e o c h o v e r s o s c o n d o s
r im a s y e s t r i b i ll o : A B a A a b A B — a p a r e c e p o r p r i m e r a v e z e n d iv e r s a s i n s e r c io n e s
e n e l Guillaume de Dole [ N . d e l T . ] .
22 P o e t a á u lic o . U n a d e la s d o s d e s ig n a c i o n e s m á s f r e c u e n t e s (la o t r a esgleemen) c o n las
q u e se c o n o c í a a lo s r e c it a d o r e s y c o m p o n e d o r e s d e p o e s ía e n e l m u n d o a n g lo s a jó n
d e la é p o c a [ N . d e l T . ] .
22 L A P O E S ÍA Y L A VO Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

t o d a a c c ió n , d e to d a p a la b r a , d e s d e e l m o m e n t o e n q u e s o n
s e n tid a s c o m o el r e f le jo d e u n a in m a n e n c ia , in m u n e s a l d e s ­
g a ste d e las c ir c u n s t a n c ia s y d e l t i e m p o , o se p r e t e n d e q u e lo
sea n . N o hay a rte (n a d a d e lo q u e d e s ig n a m o s c o n esa p a la b ra )
sin v o z . E n e l s ig lo X V , e n N a m u r , se lla m a b a « c a n t o r d e
g e s ta » a u n p o r ta v o z p ú b l i c o cu y a f u n c i ó n , d e f i n i d a p o r esta
a p e la c ió n , c o n s is tía , s e g ú n to d a s las a p a r ie n c ia s , e n « m o n u -
m e n ta liz a r » to d o d is c u r s o 23.
A s í se m a n ifie s t a , s in lu g a r a d u d a s , u n ra sg o f u n d a m e n t a l
d e a q u e lla c u lt u r a . V o l v e r é s o b r e e s te p u n t o e n m i ú lt im a
c o n f e r e n c i a . P e r o a n a d ie se le e s c a p a ya q u e s o b r e este t e ló n
d e f o n d o se p e r f i l a t o d a c u e s t i ó n r e la t iv a a la o r a l i d a d d e la
p o e s ía m e d ie v a l. E s a p a r t i r d e é l —y n o d e la s o la c o n s id e r a ­
c i ó n f i l o l ó g i c a d e las o b r a s — c o m o c o n v ie n e i n t e r p r e t a r , p o r
e je m p lo , las n u m e r o s a s a lu s io n e s , e n u n c o n te x to casi s ie m p r e
f i c c i o n a l, a lo s c a n to s g u e r r e r o s d e c la m a d o s e n p l e n a a c c ió n
d e c o m b a te , b ie n p o r e sp e c ia lista s , b ie n p o r lo s m is m o s c o m ­
b a t ie n t e s . A l p a r e c e r , esta c o s t u m b r e está b i e n d o c u m e n t a d a
e n t r e a n g lo s a j o n e s y f r a n c e s e s . L a i n c e r t i d u m b r e q u e p e sa
s o b r e e l caso d e T a ille f e r , Incisor ferri, e n H a s tin g s n o b asta p a ra
p o n e r la e n d u d a 2*.
T o d o s lo s i n d i c io s d e lo s q u e se h a tr a ta d o h a sta a q u í e stá n
r e la c io n a d o s c o n la t r a n s m is ió n d e u n te x to , c o n lo s p r o c e d i ­
m ie n to s d e su « p u b l i c a c i ó n » , y e n t ie n d o p o r tal la m u t a c ió n
p o r la c u a l p a sa , e n c u a n t o q u e m e n s a je c o m u n i c a d o , d e lo
p o t e n c ia l a lo a c tu a l p a r a e m p e z a r a e x is tir e n la a t e n c ió n y la
c o m p r e n s ió n d e u n n ú m e r o i n d e f i n i d o d e r e c e p to r e s .
P e r o e n la p r á c tic a d e lo s m e d ie v a lista s a m e n u d o h a p r e v a ­
le c i d o u n p u n t o d e v is ta d i f e r e n t e . E n e f e c t o , las la g u n a s d e
la t r a d ic ió n m a n u s c r it a d e u n te x to p u e d e n lle v a r a c u a lq u ie r a

v.'j 1I. R e y - F lau D , Le cercle magique, P a r ís , G a l lim a r d , 1973 » Ρ · 21 .

S r ^ ú n la t r a d i c i ó n , T a i l l e f e r , u n j u g l a r n o r m a n d o , h a b r ía e n t o n a d o u n o s v e r s o s
<!<·! Cantar de Roldan p a r a e n a r d e c e r a lo s q u e ib a n a lu c h a r [ N . d e l T . ] .
 I. L A O R A L ID A D EN L A S T R A D IC IO N E S POÉTICAS 23

a s u p o n e r q u e su h is t o r ia c o m p o r t a u n p e r io d o m á s o m e n o s
la r g o d e t r a n s m is ió n o r a l. A d m i t a m o s que n o p o d e m o s s in o
a b s t e n e r n o s d e f o r m u la r esta h ip ó te s is en a u se n c ia , al m e n o s ,
d e u n p r i n c i p i o d e p r u e b a i n t e r n a o e x te r n a . E sta c la s e d e
i n t e r p r e t a c i ó n p r o b a b ilis t a , f r e c u e n t e en tre lo s h is t o r ia d o r e s
r o m á n t ic o s , d e ja b a t r a s lu c ir las e x ig e n c ia s p o sitiv ista s d e f i n a ­
le s d e l s ig lo X I X y p r o v o c ó , a lr e d e d o r d e I g 2 0 - I 9 3 0 >v io le n ta s
r e a c c io n e s d e r e c h a z o , p o r e j e m p l o , p o r p a r te d e F a r a l o d e
W ilm o t t e .
D e h e c h o , la a r g u m e n t a c ió n n o se apoya ta n t o e n u n te x to
p a r t ic u la r c o m o e n u n c o n j u n t o te x tu a l, g r u p o o g é n e r o . L a
id e a d e p r e h i s t o r i a q u e , e n e f e c t o , im p lic a ta l h ip ó t e s is , s ó lo
p u e d e t e n e r u n s e n t id o g lo b a l. L o q u e a lg u n o s d e n o s o t r o s
d e n o m i n a r í a n la « p r e h i s t o r i a d e l Roldan de O x f o r d » a b a r c a
—e n v ir t u d d e la n a tu r a le z a m is m a d e lo s h e ch o s c o n s id e r a d o s -
to d o s lo s e le m e n to s d e u n vasto c ic lo e n cuyo se n o se d isu e lv e la
i d e n t i d a d d e l te x to s u b s is te n te . L a h ip ó te s is es i m p o s ib l e d e
c o m p r o b a r , p u e s las v o c e s d e l p a s a d o se h a n c a lla d o ; lo q u e
c im e n t a su v a lid e z es su p r o p i a f e c u n d id a d , su a p t it u d p a r a
c a p ta r lo g e n e r a l a través d e lo p a r tic u la r .
E s ta h i p ó t e s i s se b a s a e n c o n j e t u r a s d e d iv e r s o o r d e n y
d e s ig u a l fu e r z a p e r s u a s iv a . L a m a y o r p a rte d e las v e c e s c o n s i ­
d e r a la s s i m i l it u d e s e x is te n te s e n t r e d o s te x to s o d o s e s ta d o s
t e x t u a le s a le ja d o s e n e l t i e m p o , p e r o e n tr e l o s c u a le s e x is te
u n a id e n t i d a d p a r c ia l. A s í , a lg u n o s s u p o n e n q u e tr a s e l o r i ­
g e n d e las e p o p e y a s f r a n c o it a lia n a s d e fin a le s d e l s ig lo X I I I se
e n c o n t r a r í a u n a t r a d i c i ó n o r a l lle g a d a d e F r a n c i a tr a s lo s
p a so s d e lo s c r u z a d o s , a n te s d e la im p o r t a c ió n d e lo s p r i m e ­
r o s m a n u s c r it o s —t r a d i c i ó n c o n la q u e e s ta r ía n r e la c io n a d o s
lo s cantari h e r o ic o s d e la T o s c a n a d e l sig lo X I V — , L a t r a d i c i ó n
m a n u s c r it a p u e d e a n im a r al e s t u d io s o a a b ra za r esta h ip ó te s is
d e o tr a m a n e r a : p o r sus d iv e rg e n c ia s , c o m o , u n a vez m á s, e n el
caso d e l Roldan; p o r la d iv e rsid a d d e n iveles textu ales y f u n c io n e s
24 LA P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

q u e e sta p a r e c e r e v e la r e n l o s te x t o s s u b s is t e n t e s , c o m o m e
i n c l i n o a p e n s a r d e lo s razós o vidas25 in s e r ta d a s e n lo s c a n c i o ­
n ero s d e lo s t r o v a d o r e s . M i a lu m n a M a r g a r e t E g a n h a
d e m o s tr a d o q u e se tr a ta e n e ste caso d e m i n i r e la t o s c a lc a d o s
d e lo s accesus adp oeta s *6, l o q u e , m e p a r e c e , n o s r e m i t e a las
p r á c tic a s o r a le s d e la e n s e ñ a n z a .
L a c o n je tu r a o b e d e c e a veces al d e s c u b r im ie n to d e u n d o c u ­
m e n to a is la d o e n el q u e es p o s ib le d e s c ifr a r las h u e lla s d e u n a
p r o b a b le p r e h is t o r ia : es e l caso d e l « F r a g m e n t o d e L a H a y a » 27
e n r e la c ió n c o n la ge sta d e G u illa u m e . O b ie n d e la e x is te n c ia
d e fo r m a s m o d e r n a s o b se rv a d a s e n u n c o n te x to d e o r a lid a d se
in fie r e la p o s ib ilid a d , si n o la p r o b a b ilid a d , d e u n a la rg a t r a d i­
c ió n , m ás o m e n o s i n d e p e n d ie n t e d e lo s te x to s e s c r ito s : así, el
te a tr o d e m a r io n e ta s s ic ilia n o o , p a r tic u la r m e n te , el r e p e r to r io
d e lo s p o e ta s p o p u la r e s d e l n o r e s t e d e B r a s il p r o b a r í a n i n d i ­
r e c ta m e n te ( c o m o e l r o m a n c e r o e s p a ñ o l, c in c o sig lo s a n te s) la
a n tig ü e d a d y la d u r a c ió n d e l p e r i o d o o r a l d e la e p o p e y a c a r o -
lin g ia ; c o m o lo s cíntece batrinesti d e R u m a n ia , s e g ú n L . R e n z i, la
d e las b a la d a s h e r o ic a s d e esa p a r te d e lo s B a lc a n e s 28. E l a r g u ­
m e n t o n o es s u f i c ie n t e , p e r o a v e c e s f o r m a p a r t e d e u n c o n ­
j u n t o c u y o v a lo r p r o b a t o r i o r e s a lta . A s í , el e s t u d io d e G .
L a fo r te s o b r e las c a n c io n e s p o p u la r e s q u e b e q u e sa s e n fo r m a de
tira d a s d e m o s tr ó la n o ta b le p e r m a n e n c ia d e este t ip o r ít m ic o y

25 L a f u n c i ó n d e la s razós es s it u a r u n a c o m p o s i c i ó n e n sus c o o r d e n a d a s c i r c u n s t a n ­
c ia le s o d a r c u e n t a d e s u f i n a l i d a d ; a v e c e s e x p lic a n e l c o n t e n i d o d e la o b r a o j u s ­
t i f i c a n u n a a f i r m a c i ó n d e e s ta . L a s vidas s o n n o t ic i a s b i o g r á f i c a s ( n o r m a l m e n t e
e s q u e m á t ic a s ) s o b r e lo s t r o v a d o r e s c o n t e n i d a s e n lo s c a n c i o n e r o s ; e n g e n e r a l
a n ó n im a s y n o s ie m p r e f ia b le s [ N . d e l T . ] .
26 T e s is d e la U n iv e r s id a d d e Y a l e , in é d it a , y: « C o m m e n t a r y , Vita poetae and V ida», e n
Marche romane.
27 « E l m a n u s c r it o c o n s e r v a d o e n L a H a y a , c o p ia d o e n t r e 9 8 0 y 1 0 3 0 , es u n f r a g ­
m e n t o é p ic o e n p r o s a e n e l q u e se a d iv in a n h u e lla s d e v e r s o s h e x á m e t r o s —¿ p u d o
tra ta rs e d e u n e je r c i c io e s c o la r ? —. E s te te x to n a r r a las h a z a ñ a s d e lo s h é r o e s c r is t ia ­
n o s ( . . . ) a g r u p a d o s e n t o r n o a C a r l o m a g n o d u r a n t e e l a s e d io a la c iu d a d d e l re y
p a g a n o B o r e l » , P a u l Z u m t h o r , Histoire Littéraire de la France médiévale, p . 9 ° [ N . d e l T . ] .
.'H ( ’(inli narrativi tradiiionali romeni, F lo r e n c i a , O ls c h k i , 1 9 6 8 , p p . 4 - Ι 4 ·
 I. L A O R A L ID A D EN L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S 25

n a r r a tiv o , al m a r g e n d e las tr a d ic io n e s escrita s. A h o r a b ie n , el

e x a m e n te m á tic o y te x tu a l p e r m it e s itu a r e n lo s sig lo s X I I I , X I V
y XV c a to rc e d e las trescien ta s tr e in ta y c in c o c a n c io n e s grab ad as,
es d e c ir , a lr e d e d o r d e l c u a tr o p o r c ie n t o , u n p o r c e n ta je escaso,
p e r o s ig n ific a tiv o y c o m p a r a b le a l q u e p r o p o r c i o n a e l e s tu d io
c r ít ic o y c o m p a r a tiv o d e las tr e s c ie n ta s b a la d a s in g le s a s y e s c o ­
cesa s e x tr a íd a s p o r H . S a r g e n t y G . K i t t r e d g e d e l l i b r o d e
C h i l d : u n a d e c e n a (es d e c ir , e l tr e s y m e d io p o r c ie n t o ) p u e ­
d e n d a ta rse e n lo s m is m o s s ig lo s . ¿ C u á n t a s o tr a s s o n ig u a l d e
a n tig u a s , o in c lu s o m á s, s in q u e lo se p a m o s 29?
C i e r t o s m e d ie v a lis ta s , b a s á n d o s e e n t e s t im o n io s in d ir e c t o s
y a n te la to t a l a u s e n c ia d e te x to s , h a n c a íd o e n la t e n t a c i ó n d e
p r e s u m ir u n a o v a ria s tr a d ic io n e s o r a le s d e f in it iv a m e n t e p e r ­
d id a s p a r a n o s o t r o s y c u y o s e f e c t o s h i s t ó r i c o s s o n d i f í c i l e s o
im p o s ib le s d e e s c la r e c e r . A esta a v e n tu r a c r ític a se h a n e n t r e ­
g a d o n u m e r o s a s v e c e s lo s e s p e c ia lis ta s d e la A l t a E d a d M e d ia ,
d a d a la r e la t iv a e sc a se z d e f u e n t e s la t in a s y la in e x is t e n c i a d e
d o c u m e n t o s e n l e n g u a v u lg a r . P o r o t r a p a r t e , e s te s i l e n c i o
p r o b a b l e m e n t e se e x p lic a , c o m o r e c u e r d a P i e r r e R i c h é , e n
f u n c i ó n d e la c e n s u r a e c le s i á s t i c a . A h í e s t á n la s c o n d e n a s
p e r i ó d i c a s , p ú b lic a s y p r iv a d a s , la n z a d a s e n t r e lo s s ig lo s V I y
XII c o n t r a u n a s fo r m a s p o é t i c a s s u m a r i a m e n t e d e s ig n a d a s :
cantica obscina, cantationes rusticae o winileodos30, e n las t i e r r a s g e r ­
m á n ic a s . L a s r e g la m e n t a c io n e s r e a le s , las p r o h i b i c i o n e s c o n ­
c i li a r e s o l o s c o n s e j o s e p i s t o l a r e s , c o m o l o s d e A l c u i n o al
o b i s p o d e L in d i s f a r n o a lo s m o n je s d e J a r r o w , d a n f e d e su
v i g o r y u n i v e r s a li d a d e n la p r á c t i c a p o p u l a r . ¿ E s c o n estas
t r a d i c i o n e s c o n las q u e t e n e m o s q u e e m p a r e n t a r u n o s g é n e ­
r o s t a r d í a y ta l v e z p a r c i a l m e n t e lle v a d o s a la e s c r i t a , c o m o

29 G . L a f o r t e , Survivances médiévales dans la chanson folklorique, Q u e b e c , P re s s e s d e l ’ U n i ­

v e r s it é d e L a v a l, 1981, p p . 8 - 4 8 y 2 6 1 - 2 6 6 ; H. S A R G E N T y G . K l T T R E D G E , English
and Scottish popular ballads, B o s t o n , 1 9 04 - Ρ Ρ · Χ Ι Π - X I V .
30 L o s winileodos s o n e q u iv a le n t e s a p r o x im a d o s d e las c a n c i o n e s d e a m ig o [ N . d e l T . j .
26 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

a lg u n o s d e lo s refrains fr a n c e s e s p u b lic a d o s p o r V a n d e n B o o -
g a a rd o las c a n tig a s d e a m ig o p o r tu g u e s a s , p o r n o h a b la r d e las
ja r c h a s y lo s v illa n c ic o s ? E v id e n te m e n te , n a d ie está e n p o s ic ió n
d e r e s p o n d e r . L a e x iste n c ia d e « u n a » p o e s ía o r a l está p r o b a d a ,
a d m itá m o s lo -, p e r o n i n g ú n te x t o p u e d e c o n c r e t a r su p e r f i l .
N o o b s ta n te , h aya te x to o n o , a m e n u d o b asta c o n q u e e n el
h o r i z o n t e d e c ie r t o s in v e s t ig a d o r e s se in s in ú e u n a p r o b a b i l i ­
d a d , ya sea le ja n a o p u r a m e n t e a n a ló g ic a , d e o r a lid a d , p a r a q u e
se a ctiv e e n e llo s u n p r e s u p u e s to in h e r e n t e al o r ig e n m is m o d e
n u e s tr o s e s t u d io s : e n e l p r i n c i p i o e r a lo o r a l. S e tr a ta d e u n a
c o n je t u r a c r o n o ló g ic a d if íc ilm e n t e re c u s a b le , si n o s r e m o n t a ­
m o s a u n p a s a d o m u y le j a n o , p e r o q u e n u n c a p o d r ía m o s d a r
p o r e s ta b le c id a .

P e ro to d o esto s ó lo n o s c o n d u c e al u m b r a l d e u n t e r r e n o d e s ­
c o n o c i d o . N a d ie d u d a d e la e x is te n c ia , d u r a n t e e l p e r i o d o
m e d ie v a l, d e n u m e r o s a s tr a d ic io n e s p o é tic a s o r a le s , viv aces y a
m e n u d o d u ra d e r a s , a rcaica s y o r ig in a le s , m ás o m e n o s p r o l o n ­
g a d a s e n e l t ie m p o , p a r a le la s o n o a u n a t r a d i c i ó n e s c r ita . N o
se ría d i f í c il a ñ a d ir o tr o s e je m p lo s a lo s q u e h e v e n id o c ita n d o :
d e las sagas g e r m á n ic a s m á s a n tig u a s a lo s maggi3' it a lia n o s y a
t o d a la a n t ig u a p o e s ía c a n ta d a c u y a r e a lid a d h i s t ó r i c a p u e d e
i n d u c i r s e d e t r a d i c i o n e s f o l c l ó r i c a s m á s r e c ie n t e s , c o m o las
« r im a s r u r a l e s » d e s d e ñ a d a s e n e l s ig lo X V p o r las « a r t e s d e
s e g u n d a r e t ó r i c a » 32 o las c o b la s ib é ric a s q u e a n ta ñ o se d e te c ta ­
r o n p o r m illa r e s e n M é x ic o .
N o r e s u lta ría ú t il e s ta b le c e r u n c a tá lo g o q u e , p o r o tr a p a rte ,
estaría le jo s d e ser d e fin itiv o . S ó lo q u e d a p e n e tr a r e n ese esp acio

31 R e p r e s e n t a c i ó n p o p u l a r b a s a d a e n le y e n d a s m e d ie v a le s s a c ra s o h e r o ic a s y a c o m ­
p a ñ a d a d e c a n t o s y u n e s t r i b i ll o c o n v io l in e s [ N . d e l T . ] .
Ύ2. S e tr a ta d e u n a s e r ie d e o b r a s t e ó r ic a s a c e r c a d e l a r t e d e r i m a r y v e r s i f i c a r . S e
c o n s e r v a n t r a t a d o s d e e s te t i p o d e s d e f in e s d e l s ig lo X I V ; e l p r i m e r o d e e llo s f u e
I Arl de dictier, d e E u s t a c h e D e s c h a m p s ( l 39 3 ) d e lT .] .
 I. L A O R A L ID A D E N L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S 27

d e s c o n o c id o . V o lv e r é b r e v e m e n te al e je m p lo d e lo s c a n ta re s d e
gesta. P ara u n a h is to ria d e las sucesivas h ip ó te sis so b re su p o s ib le
o r a lid a d , r e m ito a la p r e s e n ta c ió n q u e h iz o G . B r a u lt33: la id ea ,
e n su fo r m a m ás e la b o r a d a , im p lic a u n a a d h e s ió n a la « t e o r í a
f o r m u la r i a » , c o r r o b o r a d a p o r to d a clase d e in d ic io s y p e se a la
fu e r te resiste n cia d e a lg u n o s esp ecialistas, p o c o c o n v e n c id o s p o r
u n a a r g u m e n ta c ió n a veces c a re n te d e m a tices. P e ro lo q u e d e li­
m ita m o s así, o in te n ta m o s d e lim ita r , es u n m a r c o , el c o n d i c i o ­
n a m ie n to c irc u n s ta n c ia l d e lo s te xto s. A p e n a s n o s in te r r o g a m o s
s o b r e e l f u n c io n a m i e n t o « e s p e c í f i c o » d e esto s; q u ie r o d e c ir ,
s o b r e su f u n c i o n a m ie n t o v o c a l —u n a vez d e m o s tr a d a su o r a l i ­
d ad —, e n el se n o d e l u n iv e rso d e va lo res d e fin id o p o r la vo z.
S i n e m b a r g o , se h a n p la n t e a d o d iv e r s o s e n f o q u e s , t o d o s
e llo s b a sta n te fr e c u e n ta d o s , q u e p a sa n r e s p e c tiv a m e n te p o r :

— el e s tu d io d e lo s in d ic io s v o c a le s d e l te x to m is m o ;
— la c o m p a r a c ió n , e n s in c r o n ía , c o n o t r o s f u n c i o n a m i e n ­
to s te x tu a le s d e l m is m o o r d e n ;
— e l e x a m e n d e la e c o n o m ía so c ia l d e lo s te x to s.

E l p r i m e r o c o n d u c e a e x a m in a r —c o n v ista s a d e f i n i r u n
estatus te x tu a l—, p o r u n a p a r te , las in t e r v e n c io n e s d e lo s a u t o ­
res (e, im p líc it a m e n te , d e lo s o y e n te s ) e n el te x to ; p o r o tr a , lo s
e le m e n t o s r ít m ic o s d e este, c o m o la v e r s if ic a c ió n , la d is t r ib u ­
c ió n d e las u n id a d e s n a rra tiv a s, y lo s refrains^ , in t e g r a n d o e n el
e x a m e n , si es p o s ib le , l o p o c o q u e se sa b e d e su d e c la m a c ió n
m u s ic a l y d e sus c o m e n ta r io s g e stu a le s.
E l se g u n d o m é to d o tie n d e a a p u n ta la r d esd e el e x te r io r lo q u e
se s u p o n e o ava n za d e l te x to e n c u e s tió n . V o lv a m o s al e je m p lo

33 The Song o f Roland, F ila d e lf ia , P e n n s y lv a n ia S ta te U n iv e r s it y , 197^ . ρ ρ · 8 - 9 ·

34 « " R e f r á n ” c o m o f o r m a e s t r ó f i c a , d i f e r e n t e d e l t é r m i n o f o l c l ó r i c o ; e s te refrain se
r e f i e r e m á s al u s o d e u n c o r t e (frangere) q u e a la r e p e t i c i ó n d e p a la b r a s , si b i e n p o r
e x t e n s i ó n , la m is m a p a la b r a se u s a p a r a r e f e r ir s e e n f o r m a m á s o m e n o s h u m o r í s ­
t ic a a c u a lq u i e r c a n c i ó n » , L ó p e z E s t r a d a , op. cit., p . 757 [ N . d e l T . ] .
28 L A P O E S ÍA Y L A VO Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

p r iv ile g ia d o d el c a n ta r d e g e sta . E l d is c u r s o se in s ta la rá , c o m o
en la o b ra p u b lic a d a p o r N . V o o r w in d e n y M . d e H a a n 35, e n el
c o n te x to d e la e p o p e y a e u r o p e a . E n e fe c to , el p r o b le m a q u e la
su p uesta o r a lid a d d e lo s Gantares d e gesta p la n te a a lo s fr a n c e s is -
tas a lc a n za ta m b ié n , y a veces d e s d e h a c e a ú n m ás t ie m p o , a lo s
g e rm a n ista s, an glistas e h isp a n ista s e n sus d o m in io s resp e ctiv o s.
P ara estos in v e s tig a d o re s las c u e s tio n e s relativ as a lo s e n tr e s ijo s
d e la t r a n s m is ió n o r a l d e la e p o p e y a a m e n u d o s o n , e n e fe c to ,
m ás u r g e n te s e in c lu s o m ás e v id e n te s, c o m o c o n s e c u e n c ia d e lo s
té r m in o s p a r tic u la re s e n lo s q u e se d e fin e la s itu a c ió n d e d ig lo -
sia d e las z o n a s c u ltu r a le s q u e e s tu d ia n . E n m i s e g u n d a c o n f e ­
r e n c ia v o lv e r é s o b r e este a sp e cto d e l c o n te x to h is tó r ic o . C o m o ,
a u n s ie n d o c o m p a r a b le , la n a tu r a le z a d e lo s h e c h o s n o es i d é n ­
tica e n to d a s las r e g io n e s d e O c c id e n t e , d e ese e s tu d io s e c to ria l
h a n p o d id o e m e r g e r ciertas id ea s q u e e n o tr o s casos tal vez e je r ­
za n u n a in e s p e r a d a f u n c i ó n d e c o n m u t a d o r 36. C o m o e je m p lo
d e la f e c u n d i d a d d e ta le s c o n t a c to s , c ita r é , p e s e a s e r p a r c i a l ­
m e n te co n testa b le , el lib r o q u e M e n é n d e z P id a l c o n s a g ró al fin a l
d e su c a r r e r a al Cantar de Roldan. L a s p r o f u n d a s r a íc e s q u e , b a jo
fo r m a s m a n ifie s ta s m u y d iversa s, u n e n a p a r e n te m e n te el f e n ó ­
m e n o é p ic o d e u n a y o tr a p a r te d e A q u i t a n i a ( e n e l n o r t e d e
F ra n cia , C a s tilla y A r a g ó n ) n o p u e d e n d e ja r d e im p o n e r al Cid y
al Cantar de Guillermo, p o n g a m o s p o r caso , u n n ú m e r o e le v a d o d e
rasgos c o m u n e s q u e r e q u ie r e n lo s m ism o s p r o c e d im ie n to s .
M ás allá d e esta r e la c ió n , sin d u d a p rivileg iad a , a través d e to d o
O c c id e n t e (y n o s ó lo , c o m o e s c r ib í h a ce t ie m p o , e n lo s t e r r i t o ­
rio s c a r o lin g io s ), se co n stitu y ó u n d iscu rso é p ic o cu yo s re g ím e n e s

35 Das Problem der Mündlichkeit mittelalterlicher epischer Dichtung, D a rm sta d t, W is s e n t s c h .

B u c h g e , 1979 ·
36 Embrayeur e n e i o r i g i n a l , t é r m i n o q u e , a su v e z , t r a d u c e e l in g lé s shifier. A s í p u e s « s e
ll a m a n c o n m u t a d o r e s o shifters a a q u e l la s p a la b r a s c u y o r e f e r e n t e n o p u e d e s e r
d e t e r m i n a d o m á s q u e e n r e l a c ió n a lo s in t e r l o c u t o r e s ; su s e n t id o v a r ía c o n la s it u a ­
c i ó n c o m u n i c a t i v a » , A . M A R C H E S E y j . F O R R A D E L L A S , Diccionario de retórica, crítica j
terminología literaria, B a r c e lo n a , A r i e l , 2 0 0 0 [ N . d e l T . ] .
 I. L A O R A L ID A D EN L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S 29

lo cales p e rm a n e c e rá n b astan te cerca n o s d u ra n te siglos: d e l E lb a al

G u a d a lq u iv ir, o in c lu s o m ás allá, si h e m o s de seg u ir a A . G a lm é s
d e F u e n te s e n su Epica ára bej épica castellana. L o s g e rm a n is ta s , e n
p a rtic u la r, h a n a c u m u la d o u n a su m a c o n s id e ra b le d e o b se rv a c io ­
n es y re fle x io n e s q u e sería e r r ó n e o n o to m a r e n la d e b id a c o n s i­
d e r a c ió n : p ie n s o e n to d o a q u e llo q u e , e sp e c ia lm e n te , c o n c ie r n e
a las m o d a lid a d e s d e tr a n s m is ió n y a lte r a c ió n d e lo s texto s; a las
r e la c io n e s e n tr e la e s c r itu ra y la tr a d ic ió n o r a l, e n tr e e l m ito , la
le y e n d a y la e p o p e y a , y e n tr e esta y el u n iv e r s o d e l c a n to r . D e l
Cantar de Gudrún (a p r o p ó s it o d e l c u a l se f o r m ó p o r p r im e r a vez,
h a cia 1935> Ia h ip ó te sis d e u n a e sp e c ificid a d lin g ü ís tica d e la e p o ­
peya o ra l) al te x to -a m a lg a m a d e lo s Nibelungos, q u e n a r ra u n a gesta
b u r g u n d ia d e l siglo V al m o d o d e lo s r o m a n c e s fra n ce ses d e l siglo
XII, la lis ta d e lo s p r o b le m a s a n a liz a b le s se ría la r g a . L o m is m o
cab e d e c ir d e l á m b ito a n g lo s a jó n , e n el q u e lo s e stu d io s so b re el
Beowulf p o c o a p o c o h a n id o d e sp e ja n d o el h o r iz o n te d e la a n tig u a
ep o p e y a n ó r d ic a y d e su tr a d ic ió n ; e n el q u e, m ás a ú n , las in v es­
tig a c io n e s s o b r e la p o e s ía d e las « b a la d a s » h a n p r o d u c id o varias
o b ra s im p o r ta n te s . L a « b a la d a » , u n a v a rie d a d de e p o p e y a b reve
m u y e x te n d id a p o r t o d o e l m u n d o g e r m á n ic o h a sta lo s sig lo s
XVIII o XIX, así c o m o e n la m a y o r p a rte d e la R o m a n ia m ed iev al,
p a re c e n o estar d o c u m e n ta d a e n lo s textos d e la a n tig u a F ra n cia .
P e ro tal vez sim p le m e n te n o haya sid o id e n tific a d a . P o r m i p a rte,
m e in c lin o a c o n s id e ra r c o m o « b a la d a » algu n as d e n u estras c a n ­
c io n e s d e te la r. O b r a s c o m o las d e B u c h a n o M e tz g e r, d e 1972; o
la d e A n d e r s , d e 1974>P o r e je m p lo , p r o p o r c io n a n u n m a te ria l y
u n a s p ersp ectiva s de in te r p r e ta c ió n , a veces d iscu tib les, q u é d u d a
cab e, y d e sig u a lm e n te a sim ila b les p o r el ro m a n ista , p e r o d e tod as
fo r m a s a p r o p ia d a s p a r a p r o v o c a r u n s a n o c u e s t io n a m ie n t o d e
p o s ic io n e s a p a re n te m e n te c o n s o lid a d a s37.

37 D. B u c h a n , The Ballad and the folk, L o n d r e s , R o u t l e d g e a n d K e g a n , 1972 ; E . E .

M E T Z G E R , /¿irfrühesten Geschichte der europäischen Balladendichtung, F r á n c f o r t , A t h e n a e u m ,
1972; W . ANDERS, Balladensänger und mündliche Komposition, M u nich, Fink, 1974·
30 LA P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

P o r s u p u e s to , n a d a d e t o d o e s to a fe c ta d ir e c t a m e n t e a lo
ú n ic o q u e im p o r ta —in s is to — : la o m n ip r e s e n c ia d e lo s v a lo r e s
v o ca les e n el d is c u r s o . N o o b s ta n te , las i n f o r m a c io n e s así r e u ­
n id a s —e n el p la n o fa ctu a l, p e r o ta m b ié n , y s o b r e to d o , e n el de
lo s m é t o d o s y t ip o s d e a r g u m e n t a c i ó n — c o n s t it u y e n e l t r a s -
f o n d o in d is p e n s a b le d e las in v e s tig a c io n e s e s p e c ífic a s. S ir v ié n ­
d o m e d e u n a im a g e n d ir é q u e p u e b la n u n m e d io ( e n e l s e n tid o
e c o l ó g i c o d e l t é r m i n o ) e n e l q u e y a se p e r f i l a u n a p r e s e n c ia
in e lu c ta b le p e r c ib id a p o r el o íd o a te n to c o m o u n a lla m a d a .
E l te r c e r e n fo q u e al q u e m e h e r e fe r id o p u e d e d e fin ir s e
c o m o e l e s t u d io d e la c r e a tiv id a d p r o p ia d e las t r a n s m is io n e s
o r a le s . E ste e n f o q u e se d e t e n d r á ta n t o e n e l f u n c i o n a m i e n t o
te x tu a l c o m o e n el f u n c i o n a m i e n t o in t e r p e r s o n a l (d e l r e c it a ­
d o r a l e d i t o r ) o , e n t é r m i n o s m á s g e n e r a le s , s o c ia l. L i b r o s
c o m o e l d e P a u l B é n i c h o u s o b r e e l R o m a n c e r o , o c o m o el d e
J o s e p h D u g g a n s o b r e e l RoJdán, p r o p o r c i o n a n b u e n o s e j e m ­
p lo s d e in v e s tig a c io n e s s o b r e el d in a m is m o te x tu a l e n u n c o n ­
te x to d e o r a lid a d 38. E n c u a n to al f u n c i o n a m i e n t o s o c ia l, s ó lo
es p o s i b l e p e n s a r lo e n r e l a c i ó n c o n e l a r r a ig o d e l te x to e n la
e x is t e n c ia c o t i d i a n a d e su s u s u a r i o s , e n e l e s p a c io e n e l q u e
r e s u e n a n las p a la b r a s p o é tic a s q u e d ía a d ía les s o n d e d ic a d a s .
F u e a sí c o m o , e n 1975 - A l f r e d A d l e r , e n u n l i b r i t o d e c ie r t a
d e n s id a d , p r o p o n í a , d e sd e e l p u n t o d e vista d e la « e s t é tic a d e
la r e c e p c i ó n » , u n a c o m p r e s ió n s in c r ó n ic a y g lo b a l d e la e p o ­
p e y a f r a n c e s a c o m o s is te m a d e r e l a c i o n e s 39. M á s r e c i e n t e ­
m e n t e , e n u n e s t u d io s u m a r i o p e r o e s c l a r e c e d o r d e l h e c h o
q u e c o n s titu y e n lo s c a n ta re s d e ge sta , H e n n i n g K r a u s s r e c u r r e
a la n o c i ó n e x e g é t ic a a le m a n a d e Sitz im Leben, e l « l u g a r e n la
v i d a » 40. P e se a las c o n c l u s i o n e s d e ta le s e s t u d io s , y p e s e a su

38 P. B É N I C H O U , Creación poética en el romancero tradicional, M a d r i d , G r e d o s , I 9 6 8 ; J . J .

D U G G A N , La chanson de Roland, formulaic, diction and poetic crafi, B e r k e le y , U C P re s s, 1975 ·
3<) Lpische Spekulanten, M u n i c h , F in k .
40 I I. K .R A U S S , Europäisches Hochmittelalter, W i e s b a d e n , A t h e n a i o n , 1 9 8 2 , p p . l 4 5 - I 8 o .
 I. L A O R A L ID A D EN L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S SI

in t e r é s , e n g e n e r a l se q u e d a n m u y le jo s d e las e s p e r a n z a s s u s ­
c ita d a s p o r su s p r e s u p u e s t o s in ic ia le s .
K r a u s s —c o n u n a in t e n c ió n q u e só lo p o d e m o s alab ar— rem ata
su e n sa y o c o n u n c o m e n t a r io d e l te x to d e J e a n d e G r o u c h y : la
fech a , el c o n te n id o , la lo c a liz a c ió n m ism a d e l De Musica, n o m e n o s
q u e su a isla m ie n to e n tre n u estra s fu e n te s y la p e rs o n a lid a d d e su
a u to r , lo c o n v ie r t e n p a r a n o s o t r o s e n u n d o c u m e n t o clave al
tie m p o q u e d e fin itiv o . A h o r a b ie n , K ra u s s , e n lu g a r d e c o n s id e ­
r a r lo e n sí m is m o , c o m p a r a ( im p líc ita m e n te ) el te s tim o n io q u e
c o n s titu y e c o n lo q u e , c o n r a z ó n o s in ella , p o s tu la la e r u d ic ió n
m o d e r n a so b re las c a n cio n e s m ás an tigu as, insertas a ú n e n el vie jo
m u n d o fe u d a l. D e a h í la b a n a lid a d a la q u e q u e d a r e d u c id o ese
te s tim o n io : p a ra K r a u s s d e m u e stra q u e , a fin a le s d e l siglo X III , la
ep o p e y a o r a l n o se d irig ía sin o a las ge n tes d e l c o m ú n (civibus labo­
rantibus et mediocribus), q u e h a b ía p e r d id o su p ú b lic o o r ig in a l... N o
p o d e m o s o lv id a r , p o r o tr a p a r te , q u e , e n la m is m a é p o c a , las
o b ras d e A d e n e t le R o i v ie n e n a d e s m e n tir tal a fir m a c ió n . P ero lo
im p o r ta n te n o es eso, m e p a rece. P ara le e r este texto, y o a d o p ta ría
c ie rta p e rs p e c tiv a . ¿ Q u é n o s r e c u e r d a ( e n u n d is c u r s o , s e ñ a lé ­
m o s lo , re d a c ta d o e n p re se n te ) J e a n d e G r o u c h y so b re el f u n c io ­
n a m ie n to so cia l d e l cantus gestualis*'? Y o d istin g o d o s series d e a f ir ­
m a c io n e s. L a p r im e r a salta a la vista. J e a n n o s d ice:

— q u e la m a te r ia n a r r a t iv a d e e ste c a n to e d i f i c a n t e c o n
f u e r t e s c o n n o t a c i o n e s r e lig io s a s p r o p o n e a l a u d it o r i o
m o d e lo s d e h e r o ís m o a n te la a d v e rsid a d ;

41 D i c e J e a n d e G r o u c h y : « L l a m a m o s cantusgestualis a a q u e l e n e l q u e se r e c it a n la s h a ­
z a ñ a s d e lo s h é r o e s y lo s a c to s (opera) d e lo s a n t i g u o s p a d r e s , c o m o , p o r e je m p l o , la
v id a y e l m a r t i r i o d e lo s s a n to s , las lu c h a s y a d v e r s id a d e s s o p o r t a d a s p o r lo s a n t i ­
g u o s v a r o n e s a fa v o r d e la f e y d e la v e r d a d , c o m o la v id a d e S a n E s t e b a n p r o t o -
m á r t i r y la h i s t o r i a d e l r e y G a r l o s . E s te c a n t o d e b e i n t e r p r e t a r s e p a r a lo s a n c ia n o s ,
lo s c iu d a d a n o s t r a b a ja d o r e s y lo s d e m e d ia n a e d a d , m ie n t r a s d e s c a n s a n d e s u c o t i ­
d ia n a l a b o r , p a r a q u e a l e s c u c h a r la s m is e r ia s y c a la m id a d e s d e o t r o s , s o p o r t e n
m e j o r las su yas y a c o m e t a n c u a lq u i e r t r a b a jo c o n m e j o r á n i m o . P o r e s o , e s te c a n t o
es v á lid o p a r a e l b u e n o r d e n d e t o d a la c i u d a d » , I s m a e l F e r n á n d e z d e la C u e s t a ,
Historia de ¡a música española, M a d r id , A li a n z a E d it o r ia l , 2 0 0 4 * p p · [N . d e l T .] .
32 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

— q u e esos m o d e lo s c o n s is te n e n lo s d e u n a fid e lid a d , hasta

la a b n e g a c ió n to t a l, a u n o r d e n q u e se i d e n t i f i c a c o n la
v e rd a d ;
— q u e lo s d e s t in a t a r io s p r e f e r e n t e s d e este c a n t o , e n el
c u e r p o so c ia l, s o n lo s tr a b a ja d o r e s y lo s p o b r e s ;
— q u e el e fe c to q u e p r o d u c e e n e llo s la a u d ic ió n lo s in c ita a
s o p o r ta r p a c ie n t e m e n te su m is e r a b le su e rte ;
— q u e e l e fe c t o s e c u n d a r io es h a c e r lo s m á s d in á m ic o s
( e n tié n d a s e m ás p r o d u c tiv o s ) e n el tr a b a jo ;
— q u e , e n c o n s e c u e n c ia , e l c a n ta r d e g e sta es u n f a c t o r d e
e s ta b ilid a d .

N o r e s u lta d i f í c i l d is t i n g u i r e n lo a n t e r i o r d o s n iv e le s d i s ­
c u r s iv o s . E l p r i m e r o se r e m it e a lo s v a lo r e s u n iv e r s a le s d e la
e p o p e y a , ta l y c o m o h o y p o d e m o s te n e r lo s p o r c ie r to s , e n p a r ­
t i c u l a r tr a s lo s tr a b a jo s d e B o w r a : la p a la b r a é p ic a f u n d a o
c im e n t a la c o m u n id a d al m is m o t ie m p o q u e se p r o n u n c i a y se
d if u n d e , im p lic a n d o a la t o t a lid a d d e sus m ie m b r o s p r e s e n te s
e n la performance, e n lo q u e re su lta , al m e n o s v ir tu a lm e n t e , u n a
a c c i ó n c o le c t iv a . P e r o e l o t r o n iv e l d is c u r s iv o , e n e l te x t o ,
m a n if ie s t a u n a o p i n i ó n h i s t ó r i c a m e n t e c o n d i c i o n a d a , y q u e
p o d r ía ser la d e ese in te le c tu a l u r b a n o q u e e ra J e a n d e G r o u c h y
— u n a o p i n i ó n , d ir ía m o s , r e a c c io n a r ia , b a sa d a e n e l r e c h a z o d e
to d a c o n t e s ta c ió n — . A h o r a b ie n , esta d u p lic id a d (o esta d u p l i ­
c a c ió n ) r e v e la u n a c o n v i c c i ó n e m p í r i c a q u e n a d a a q u í c u e s ­
tio n a : la d e la fu e r z a , c o m o ta l, d e l c a n to p ú b lic o —es d e c ir , sin
e n t r a r e n c o n s id e r a c io n e s s o b r e su c o n t e n id o —, la ir r e s is t ib le
fu e r z a d e su v o c a lid a d .
D e a h í se d e r iv a o tr a se rie d e a fir m a c io n e s s o b r e e n te n d id a s :

— e l cantus gestualis t ie n e u n l u g a r d e f i n i d o e n e l t i e m p o
s o c ia l: se e n t o n a d u r a n t e la s h o r a s d e o c i o y d e r e p o s o
q u e in t e r r u m p e n el tr a b a jo —es d e c ir , e n las c o n d ic io n e s
m ás a d e c u a d a s p a r a u n a a u d ic i ó n c la r a y u n a e s c u c h a
 I. L A O R A L ID A D EN L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S 33

a te n ta —; c o lm a e n to n c e s el c a m p o d e l im a g in a r io y p o la ­
r iz a las im p r e s io n e s , lo s s e n tim ie n to s , lo s p e n s a m ie n to s ;
— e l v o lu m e n y la d u r a c i ó n d e l c a n to d e p e n d e n , e n c a d a
a u d i c i ó n , d e u n a s c ir c u n s t a n c ia s a las c u a le s e l c a n t o r
a d a p ta su d is c u r s o : e s te , d e n t r o d e c ie r t o s l ím it e s , i m ­
p lic a p o r ta n t o e l m is m o t i p o d e c o m p o r t a m i e n t o q u e
to d a c o m u n ic a c ió n o r a l in t e r p e r s o n a l;
— e l l u g a r y e l m e d i o d e e sta a c c i ó n c o m p le j a es la v o z d e l
c a n to r e n la m a te r ia lid a d d e su te situ ra , d e su r e g is tro , de
su t im b r e . N o m e p a r e c e a b u siv o in t e r p r e ta r g lo b a lm e n te
e n este s e n t id o la y u x t a p o s ic ió n —e x tr a ñ a , e n sí m is m a —
e n e l D e Musica d e esas r e f l e x i o n e s s o c io ló g ic a s s o b r e la
e p o p e y a y la d e s c r ip c ió n ( p o r lo d e m á s, b a s ta n te o s c u r a )
d e las m e lo d ía s .

A p a r t i r d e estas c o n s t a t a c io n e s , y d e s d e la p e r s p e c tiv a q u e
a b r e n , v o lv e r e m o s s o b r e e l te x t o d e lo s p r ó l o g o s al q u e m e
r e fe r ía a n te s, q u e a h o r a c o b r a r á t o d o su r e lie v e y su s e n tid o .
O t r o e je m p lo , q u e p la n te a p r o b le m a s d ife r e n te s : la cansó d e
fin amor42, tal y c o m o la p r a c tic a b a n lo s tr o v a d o r e s .
Es e v id e n te q u e la cansó estab a d e s tin a d a a la performance o r a l:
su m is m o n o m b r e , c o n el q u e lo s p o e ta s la d e s ig n a n d e s d e
m e d ia d o s d e l s ig lo X I I , así c o m o la c o n s e r v a c ió n d e a lr e d e d o r
d e tr e s c ie n ta s m e lo d ía s , c o n s t it u y e n p r u e b a s ir r e f u t a b le s . E n
c a m b i o , n o es s e g u r o q u e , a n te s d e la c o n s t i t u c i ó n d e lo s
« c a n c i o n e r o s » d e l s ig lo X I I I , la t r a n s m i s i ó n d e lo s te x to s se

42 A m o r c o r t é s . « E n u n o u o t r o e s t ilo , la e x p r e s i ó n p o é t i c a d e la l í r i c a p r o v e n z a l se
c a r a c t e r iz a p o r l o q u e lo s t r o v a d o r e s l l a m a r o n fin 'amor. B a jo e s te t é r m i n o p a r e c e n
h a b e r e x t e n d i d o d o s c o s a s d if e r e n t e s : a) e l c o n j u n t o d e n o r m a s m o r a le s q u e
d e b ía n r e g u la r la p r a x is e r ó t i c a e n la c a n c i ó n t r o v a d o r e s c a , y b ) e l c a n o n p o é t i c o
s o b r e e l q u e se b a s a b a la p o e s ía q u e d e s e a b a c a n t a r lo s e f e c t o s d e l a m o r . ( . . . ) E n
lo s t r o v a d o r e s , la f i n ’amor n o es la e x p r e s i ó n d e u n s e n t i m i e n t o í n t i m o , e l a m o r
c o n c r e t o q u e u n h o m b r e s ie n t e p o r u n a m u j e r d e t e r m i n a d a , s i n o u n a t e o r ía d e l
a m o r q u e se va e l a b o r a n d o a lo l a r g o d e la s g e n e r a c i o n e s y q u e se e x p r e s a e n u n a s
e s t r u c t u r a s p o é t i c o - m u s i c a l e s m u y e la b o r a d a s y a v e c e s c o m p l e j a s » , J a v ie r d e l
P r a d o , op. cit., p . 1 4 7 [ N . d e l T . ] .
34 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

h i c ie s e ú n ic a m e n t e d e b o c a e n b o c a , n i q u e su c o n s e r v a c ió n
estu viese c o n fia d a s o la m e n te a la m e m o r ia . A lg u n o s m u s ic ó lo ­
g o s, c o m o V a n d e r W e r f y R a k e l, h a n a fir m a d o r e c ie n t e m e n te ,
b a s á n d o s e e n el e s tu d io d e las v a r ia n te s , q u e la t r a d ic ió n d e las
m e lo d ía s s ig u ió s ie n d o o r a l d u r a n t e v a r ia s g e n e r a c io n e s ,
in c lu s o a u n q u e , c o m o p a r e c e , a m e n u d o lo s te x to s f u e r a n
p u e sto s p o r e s c r ito d e s d e el p r i n c i p i o . C u a lq u ie r a q u e fu e s e su
in t e r é s , estas c u e s tio n e s s o n m e r a m e n t e a n e c d ó t ic a s . L o q u e
i m p o r t a , s in e m b a r g o , se s itú a e n la f u e n t e m is m a d e las f o r ­
m as p o é tic a s . E n e fe c to , el m o v im ie n to d e la cansó p r o c e d e , m e
p a r e c e , d e la p e r c e p c i ó n a la v e z a g u d a y o s c u r a d e u n a s u e r te
d e i n c ó g n i t a —p r o m e s a , si n o a m e n a z a — in s c r it a e n n u e s t r o
d e s tin o ; « a lg o » in t e r v ie n e e n tr e la v o z y el le n g u a je , u n o b s tá ­
c u lo im p id e su i d e n t i f i c a c ió n y h a c e q u e su m is m a a s o c ia c ió n
sea p r o b le m á tic a . E l d is c u r s o d e la c a n c ió n « n a r r a t iv iz a » esta
p e r c e p c ió n , al m e n o s v ir tu a lm e n te y d e fo r m a la te n te : d e a h í el
m o tiv o d e l « o b s t á c u lo » e r ó t i c o , m il v e ce s, y b a jo a p e la c io n e s
d ive rsa s, d e s ig n a d o p o r lo s e sp e c ia lista s c o m o la clave te m á tic a
d e esta p o e s ía . P e r o la v e r d a d e r a cau sa m o tr iz d e la cansó, d e sd e
su g é n e s is , es la a t r a c c ió n y, al m is m o t ie m p o , r e c h a z o d e esa
d e h is c e n c ia , esa h e t e r o g e n e id a d n u e s tr a q u e m a n if ie s t a el
s o n id o d e la v o z.
L a v o z e m a n a d e las p u ls io n e s p r i m o r d i a le s ; p r o l o n g a , e n
c i e r t o m o d o , s e m a n t iz á n d o lo d ía tra s d ía , u n g r i t o n a ta l. E l
l e n g u a j e , p o r su p a r t e , e n g e n d r a e l r e la t o , y su « n a r r a t i v i -
d a d » e x ig e la c o n s t i t u c i ó n d e lo s a c t a n te s , j o , e l o b j e t o , el
« o tro » q u e h a b la d e n o s o t r o s . B a jo la s v a r i a c i o n e s (m á s
n u m e r o s a s d e lo q u e se h a d i c h o a v e c e s ) d e e s te e s q u e m a
n u c le a r , la t r a d i c i ó n d e la cansó, d u r a n t e c e r c a d e d o s s ig lo s ,
n o cesa d e h a c e r o í r u n a v o z q u e ta n p r o n t o se m a ra v illa d e sí
m is m a c o m o se e s p a n ta : e n e l « l u g a r g e o m é t r i c o » 4·3, c o m o

4-3 « G e o m . C o n j u n t o d e p u n t o s q u e t i e n e n a lg u n a p r o p i e d a d c o m ú n » , Enciclopedia
Espasa, 2 0 0 3 [ N . d e l T . ] .
 I. L A O R A L ID A D E N L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S 35

d i c e G é r a r d L e V o t , d e la m ú s ic a , d e la le n g u a y d e l r e la t o ,
u n id o s e n y p o r la a c c ió n fis io ló g ic a d e u n h o m b r e q u e c a n ta .
A l e x p r e s a r m e a sí n o p r e t e n d o m e t a f o r i z a r , s in o d e s ig n a r
p r e c is a m e n t e u n h e c h o c o n c r e t o q u e d e b e r ía t e n e r e n c u e n ta
t o d a i n t e r p r e t a c i ó n , i n c l u s o p a r c i a l, p u e s lo s o t r o s h e c h o s
c o n s id e r a d o s ( te x t u a le s , m e l ó d i c o s , e s t é t ic o s , i d e o l ó g i c o s )
e stá n s u b o r d in a d o s a este y c o b r a n s e n tid o e n é l. A s í es c o m o
m e s e n t i r ía t e n t a d o d e c o m p r e n d e r (m á s q u e e n su s e n t id o
o b v io ) e l v e r b o « c a n t a r » , la e x p r e s ió n d e l fa r cansó y sus e q u i ­
v a le n te s fr a n c e s e s , t a n t o e n u n c o n t e x t o « n o v e l e s c o » c o m o
e n la e x tr a ñ a d e d ic a to r ia d e l Bel Inconnu d e R e n a u t d e B e a u je a u ,
e n la q u e este a u t o r d e c o m ie n z o s d e l s ig lo X I I I d e c la r a m ás o
m e n o s lo s ig u ie n t e : t o m o la p lu m a y m e p o n g o a e s c r ib ir u n a
h e r m o s a h i s t o r ia p a r a a q u e lla q u e a m o ; s in e m b a r g o , lo q u e
su sc ita m i d e s e o d e e lla es la v o z m is m a , a través d e la c u a l t o d o
se c u m p le e n la c a n c ió n .
E l « g r a n c a n to c o r t é s » o c u p a así, e n tr e las tr a d ic io n e s p o é ­
tic a s d e esta é p o c a , u n l u g a r c e n t r a l, e n e l s e n t id o d e q u e es
p o s ib le d e f i n i r casi to d o s lo s d e m á s g é n e r o s d o c u m e n ta d o s e n
r e la c ió n c o n é l. T e n ie n d o e n c u e n ta la ú til d is t in c ió n e s ta b le ­
c id a p o r P ie r r e B e c e n tr e lo s « g é n e r o s d e p e r t in e n c i a t e m á ­
tic a » ( c o m o la p a s to re la ) y lo s « g é n e r o s d e p e r t in e n c ia l í r i c o -
f o r m a l » ( c o m o el rotrouenge44 o e l m o te te ) , esto y c o n v e n c id o d e
q u e , e n u n a m e d id a d e s ig u a l, p e r o s ie m p r e c o n s id e r a b le ,
p o d e m o s r e f e r i r n o s a to d a la p o e s ía m e d ie v a l « l í r i c a » e n lo s
t é r m in o s q u e e m p le o a p r o p ó s i t o d e la cansó: la v o z n o d e ja d e
c u b r i r y d e s c u b r i r u n s e n t id o q u e r e b a s a , s u m e r g e , a h o g a y
p r o y e c ta , y q u e , a su vez, p a r a sita su m a y o r p o te n c ia .
E l c a n ta r d e gesta p o r u n a p a r te y la cansó p o r o tr a s o m e te n a
la s a g a c id a d d e l h i s t o r i a d o r d e la p o e s ía u n p r o b l e m a c r í t i c o

44 P o e m a m e d ie v a l d e f o r m a f i j a c o n e s t r o f a s m o n o r r i m a s y e s t r i b i l l o . P r e c i s a m e n t e ,
r e s u lta d i f í c i l d i s t i n g u i r e l rotrouenge ( rotruange o retruenge) a t e n d i e n d o a c r i t e r i o s
t e m á t i c o s o f o r m a l e s ; q u iz á la ú n i c a f o r m a d e h a c e r lo s e a a tra v é s d e c r i t e r i o s
m u s ic a le s [ N . d e l T . ] .
 36 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

id é n t ic o , p e r o cu ya s o lu c ió n ex ig e p r o c e d im ie n t o s d isp a re s y la
c o n s id e r a c ió n d e h e c h o s d e o r d e n d i f e r e n t e e n c a d a c a so .
E sto o b e d e c e , al m e n o s p a r c ia lm e n te , a la d iv e rsid a d d e to d o
lo q u e d esig n a y e n c u b r e e l t é r m in o « o r a li d a d » , q u e n o s o b lig a
a e sta b le c e r sen d a s d is tin c io n e s . V o lv e r é so b re este p u n t o e n m i
s e g u n d a c o n fe r e n c ia . I n c lu s o si n o s lim ita m o s , d e m a n e r a d e s ­
c r ip tiv a , a e s p ig a r e n lo s te x to s m e d ie v a le s lo s te s tim o n io s q u e
e sto s n o s p r o p o r c i o n a n s o b r e lo s c o m p o r t a m i e n t o s v o c a le s ,
d e te c ta r e m o s tre s tip o s , q u e im p lic a n m a tice s (ta l ve z c o n s id e ­
r a b le s , e n c ie r t o s c a so s p a r t ic u la r e s ) r e s p e c t o al m o d o d e
c o m u n ic a c ió n y, p o r ta n to , al c a r á c te r y lo s e fe c to s d e la r e c e p ­
c ió n . L a v o z sig u e e sta n d o a ctiv a, p e r o su p e so e n tr e las d e t e r ­
m in a c io n e s d e l te x to p o é t ic o f lu c t ú a e n v ir t u d d e las c ir c u n s ­
tan cias, y la p e r c e p c ió n , n e c e sa ria m e n te in d ir e c ta , q u e p o d e m o s
te n e r d e ella p asa p o r el c o n o c im ie n t o d e estas ú ltim a s .
G u a n d o el p o e ta o su in t é r p r e t e c a n ta o r e c ita (ya se tr a te de
u n te x to im p r o v is a d o , « f o r m u l a r i z a d o » o m e m o r i z a d o ) , la
v o z, y s ó lo e lla , es la q u e le c o n f i e r e su a u t o r id a d . E l p r e s t ig io
d e la t r a d ic ió n es la a c c ió n d e la v o z . S i e l p o e ta o e l in t é r p r e te ,
e n c a m b io , le e e n u n l i b r o lo q u e e s c u c h a su a u d i t o r i o , la
a u to r id a d p r o c e d e m ás b ie n d e l l i b r o , c o m o tal, o b je to v is u a l­
m e n te p e r c ib id o e n el c e n t r o d e l e s p e c tá c u lo . D e e llo se d e r i ­
v a n v a r ia s c o n s e c u e n c ia s . E n la le c t u r a p ú b l i c a , la e s c r it u r a ,
c o n lo s v a lo re s q u e r e p r e s e n ta y a lim e n ta , fo r m a p a r te d e la per­
formance e x p líc ita m e n t e . E n e l c a n to o la r e c it a c ió n , a u n q u e el
te x to d e c la m a d o h a ya s id o c o m p u e s to p o r e s c r ito , la e s c r itu r a
q u e d a o c u lt a . L a le c t u r a p ú b lic a , p o r ta n t o , es m e n o s te a tr a l,
c u a lq u ie ra q u e sea, p o r o tra p a r te , la actio d el le c to r , p u e s la p r e ­
s e n c ia d e l l ib r o , e le m e n t o f ijo , fr e n a el m o v im ie n t o d r a m á tic o
al t ie m p o q u e in t r o d u c e u n a s c o n n o t a c io n e s o r ig in a le s . P ese a
t o d o , n o p u e d e e l i m i n a r e l p r e d o m i n i o d e l e f e c t o v o c a l.
L a c o e x is te n c ia , e n la p r á c tic a c u ltu r a l, d e esto s c o n d ic io n a ­
m ie n to s p o é tic o s d ive rso s está d o c u m e n ta d a e n t o d o O c c id e n te ,
 I. L A O R A L ID A D EN L A S T R A D IC IO N E S P O É T IC A S

d e sd e I r la n d a a M o s c o v ia y d e sd e N o r u e g a a E sp a ñ a , d el sig lo X

u X I, a lo s sig lo s X V I, X V II y, a ve ce s, X V III. L as c o m b in a c io n e s ,
e n c a m b io , d e ta n t o s f a c t o r e s s u je to s a las c ir c u n s t a n c ia s
e n g e n d r a n s itu a c io n e s d e m a s ia d o d iv e rsa s p a r a n o d if u m in a r
(a o jo s d e l o b s e r v a d o r m o d e r n o ) c u a lq u ie r ra sg o c o m ú n . Eso
e x p lic a q u e m u c h o s m e d ie v a lista s lo s h a y a n d e s c u id a d o o d a d o
p o r s u p u e s to , ta n t o m á s c u a n t o q u e n a d a p e r m i t e r e la c io n a r
d e fo r m a estab le d e te r m in a d o m o d o d e tr a n s m is ió n c o n d e te r ­
m in a d o g é n e r o p o é t i c o : n i e n la t r a d i c i ó n d o c u m e n t a l n i e n
lo s te x to s e x is te n i n g ú n i n d i c i o q u e n o s i m p id a p e n s a r —p o r
p o c o p r o b a b le q u e sea— q u e ta l cansó fu e s e le íd a u n d ía e n v o z
alta a n te u n a u d it o r io ; ¿ a lg u n o s fabliaux 45 n o h a b r ía n s id o c a n ­
ta d o s , ta l v e z c o n la i n t e n c i ó n d e p a r o d i a r u n c a n ta r d e g e sta
—es el caso d e l Audigier— o u n a c a n c ió n lír ic a —c o m o Baillet, cu ya
f o r m a m é t r ic a es, p o r lo m e n o s , e x tr a ñ a y cu ya s im p le r e c it a ­
c i ó n r e p u g n a a l o í d o —? L a s p o s i b i li d a d e s se m u l t i p l i c a n , lo s
e s q u e m a s p r e f a b r i c a d o s se d e s m o r o n a n a n te l o c o n c r e t o .
Q u e d a la o m n ip r e s e n c ia d e la v o z , q u e p a r t ic ip a , c o n to d a su
m a te r ia lid a d , e n la s ig n if ic a c ió n d e l te x to y , p o r ta n t o , m o d i ­
fic a d e a lg u n a fo r m a n u e s tr a le c tu r a .

45 <<cS e tr a t a d e u n g é n e r o d e i m a g i n a c i ó n q u e se d e s a r r o ll a d e s d e f in a l e s d e l s ig lo
X II h a s ta m e d ia d o s d e l X I V y d e l q u e se c o n s e r v a n a l r e d e d o r d e c i e n t o s e s e n ta t í t u ­
lo s . ( . . . ) U n fabliau es u n p o e m a e n v e r s o s o c t o s íl a b o s , c u y a l o n g i t u d v a r ía d e s d e
u n m í n i m o d e d i e c i o c h o h a s ta u n m á x im o d e m il d o s c ie n t o s , a u n q u e la m a y o r ía
o s c ila n e n t r e d o s c ie n t o s y q u i n i e n t o s . ( . . . ) L a m a y o r p a r t e d e lo s fabliaux p r e s e n t a
c i e r t o n ú m e r o d e c a r a c t e r e s s im ila r e s : t o d o s n a r r a n u n a a v e n t u r a , q u e c o n s t it u
y e e l m o t iv o c e n t r a l, a u n q u e p u e d a d iv e r s if ic a r s e e n v a r ia s a n é c d o t a s ; t o d o s p r c
t e n d e n p r o v o c a r la r is a ; e n c a si t o d o s a p a r e c e n e l e m e n t o s e s c a b r o s o s o c s c a t o lo
g ic o s ; e l e s t ilo e s v u lg a r y e l t o n o t r iv ia l; y , f i n a l m e n t e , t o d o s p r e s e n t a n im ;i
i n t e n c i ó n s a t í r i c a » , J a v ie r d e l P r a d o , op. cit., p . I I O [ N . d e l T . 1.
 II. LA PERFORMANCE1:
ORALIDAD Y ESCRITURA

L a s c o n s id e r a c io n e s e x p u e sta s e n m i p r im e r a c o n f e r e n c i a m e
lle v a n a f o r m u l a r u n a h ip ó t e s is q u e —p o r r a z o n e s q u e , s e g ú n
c re o , q u e d a r á n claras m ás a d e la n te — vo y a p r e s e n ta r , a u n q u e sea
d e fo r m a u n ta n to a b r u p ta , c o m o u n p o s tu la d o : a sa b e r, q u e el
c o n ju n t o d e lo s te xto s q u e n o s le g a r o n lo s sig lo s X , X I, X II y, e n
m e n o r m e d id a , X III y X IV , tr a n s itó p o r la v o z . E ste p o s tu la d o
v ie n e s e g u id o p o r u n i m p o r t a n t e c o r o la r i o : ese tr á n s ito v o c a l
n o fu e a le a t o r io , s in o q u e c o n s titu y ó u n a d e las fin a lid a d e s d e
lo s te x to s. T a l es la r a z ó n p o r la c u a l, c u a n d o m e r e f ie r o a estos
ú lt i m o s , e v ito e n la m e d id a d e l o p o s i b l e la p a la b r a « l i t e r a ­
r io s » y p r e f ie r o la p a la b r a « p o é t i c o s » , m e n o s c o n n o ta d a h i s ­
t ó r ic a m e n t e . P o s tu la d o y c o r o l a r i o se a p lic a n p u e s — esa es la
in t e n c ió n — a to d a s las p a r te s d e l c o n ju n t o : n o s ó lo a lo s g é n e ­
r o s e v o c a d o s e x p r e s a m e n te la s e m a n a p a s a d a , s in o ta m b ié n a
lo s dits2, a lo s r e la t o s h a g io g r á f ic o s , a las d e c la m a c io n e s p o l i -

1 V é a s e la n o t a 6 d e l c a p ít u lo a n t e r i o r [ N . d e l T . ] .
2 F o r m a n a r r a t iv a b r e v e , d e t i p o m o r a l y e n v e r s o . « C o m i e n z a e l e s t u d io [ L ó p e z
E s t r a d a se r e f i e r e a Z u m t h o r y a su Essai de poétique médiévale] p o r lo s dits ( q u e t r a -
4ο L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

t i c o - m o r a le s , c o m o las d e R u t e b e u f , e in c lu s o a las c r ó n ic a s .
El romanJ lo tra ta ré p o r se p a ra d o .
N o e x c lu y o la p o s ib i li d a d d e q u e h a y a e x c e p c io n e s ; e n ese
caso, h a b ría q u e c o n s id e ra rla s u n a a u n a , c o m o f e n ó m e n o s q u e
e sca p a n a la n o r m a . L o q u e p la n t e o a q u í es u n p r i n c i p i o q u e ,
p o r lo d e m á s , d e ja a b ie r ta u n a c u e s t ió n : ¿ c u á l f u e , e n c a d a
c la se d e te x to —p o r n o d e c i r e n c a d a te x t o y c a d a v e z q u e f u e
c o m u n i c a d o — , e l p a p e l d e la v o z ? P e r o , c o n e sta r e s e r v a , la
h ip ó t e s is p r o p u e s t a r e s u lt a e m p í r i c a m e n t e m u c h o m á s f e ­
c u n d a q u e esa o tr a , in t e r io r iz a d a y r e d u c id a al e sta d o d e p r e ­
j u i c i o , q u e a s im ila la p o e s ía d e a q u e lla le ja n a é p o c a a n u e s tr a
« lite r a t u r a » ...

C u a le s q u ie r a q u e fu e r e n las c irc u n s ta n c ia s y lo s p r o c e s o s q u e la
p r e c e d ie s e n , a c o m p a ñ a r a n o s u c e d ie s e n , c o n la p a la b r a perfor­
mance p r e t e n d o d e sig n a r la a c c ió n v o c a l p o r la c u a l el te x to p o é ­
tic o e ra tr a n s m itid o a sus d e s tin a ta r io s . L a tr a n s m is ió n d e b o c a
e n b o c a o p e r a lit e r a lm e n t e e l te x t o ; lo e fe c t ú a . L a performance
tr a n s fo r m a u n a c o m u n ic a c ió n o r a l e n u n o b je to p o é tic o , c o n ­
f ir ié n d o le la id e n tid a d so c ia l e n v ir tu d d e la c u a l es p e r c ib id o y
r e c o n o c id o c o m o tal. L a performance es p o r ta n to c o n s titu tiv a de
la fo r m a . E n r e la c ió n c o n el te x to , esta actú a c o m o r u id o , p e r o
e l te xto r e a c c io n a y se a d ap ta a ese r u id o , se m o d ific a c o n vistas a
s u p e ra r la i n h ib i c ió n q u e im p lic a tal situ a c ió n . P o r eso , e n to d a
o b r a p o é tic a m e d ie v a l, d is tin g o e n tr e su s u p e r f ic ie lin g ü ís tic a y

d u z c o c o m o " d e c i r e s ” ) , p a la b r a d e u s o i m p r e c i s o p e r o q u e se o p o n e s i g n i f i c a t i ­
v a m e n t e a lo s chants: es d e c i r , " u n t e x t o ú n ic a o p r i n c i p a l m e n t e ’ l í r i c o ’ t r a n s m i t i ­
do p o r la v o z s in apoyo ni a c o m p a ñ a m ie n t o m e ló d ic o ” » , F ra n c isc o López
E s tr a d a , op. cit., p . 775 [ N . d e l T . ] .
3 C o m o es s a b id o , la p o lis e m ia d e este t é r m in o n o tie n e e q u iv a le n te e x a c to e n c a s te lla n o .
U n a d e las n o c io n e s q u e r e c u b r e c o in c i d e c o n n u e s tr a « n o v e la » , t é r m in o d e o r ig e n
ita lia n o q u e d e s ig n a e n ese id i o m a u n a n a r r a c ió n b r e v e , p o r o p o s ic ió n a romanzo q u e ,
lo m is m o q u e el fr a n c é s roman, d e s ig n a u n a n a r r a c ió n la rg a . C o m o q u ie r a q u e e n n u e s
tra le n g u a la p a la b r a g e m e la « r o m a n c e » se a p lic a b a d e s d e a n t ig u o a las b a la d a s t r a d i­
c io n a le s , la n a r r a c ió n la rg a n o p u d o s e r d e n o m in a d a así, d a n d o lu g a r a u n a d e s a fo r t u ­
n ad a c o n f u s ió n t e r m in o ló g ic a . Roman, p u e s . [N . d e l T . ]
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A 41

su fo r m a , p u e s la se g u n d a in c lu y e a la p r im e r a p e r o la su p e ra e n
t o d o lo q u e c o n c ie r n e al a lie n to , el s o n id o , ç l g e s to , la in s t r u ­
m e n ta c ió n o el d e c o r a d o . E n lo su cesivo d e sig n a ré p re c isa m e n te
c o n e l t é r m in o <<obra» a la to ta lid a d d e lo s fa c to re s d e la perfor­
mance —t o d o lo q u e es c o m u n ic a d o p o é tic a m e n te , hicetnunc: p a la ­
b ra s y fra se s, s o n o r id a d e s , r it m o s , e le m e n to s v isu a le s— y c o n el
t é r m i n o « t e x t o » , a la s e c u e n c ia lin g ü ís t ic a , p a la b r a s y fra se s,
q u e c o n s titu y e u n o d e esos fa c to re s.
D u r a n t e la performance, e l te x to p r o n u n c i a d o c o n s titu y e , e n
p r im e r a in s ta n c ia , u n a s e ñ a l s o n o r a , a ctiv a c o m o tal, y s ó lo es
m e n sa je a r tic u la d o e n s e g u n d a in s ta n c ia . E ste h e c h o c o n s titu y e
p a r a e l m e d ie v a lis ta u n a a p o r ía c r ít ic a , p u e s , e v id e n t e m e n t e ,
n o p u e d e o b s e r v a r la performance i n s it u . S i n e m b a r g o , esta
i m p o s i b i l i d a d n o j u s t i f i c a e n a b s o lu t o la n e g l i g e n c i a c o n la
q u e se t i e n d e a p o n e r e l p r o b l e m a e n t r e p a r é n t e s i s , p o r n o
d e c i r a i g n o r a r l o s o b e r a n a m e n t e . N o es n i m u c h o m e n o s
im p o s ib le r e c o n s t it u ir ( e n v a r io s caso s p a r tic u la r e s q u e c o n s i ­
d e r a r e m o s e je m p la r e s , y a p o y á n d o n o s c o n p r u d e n c ia e n c i e r ­
to s tr a b a jo s e t n o ló g ic o s ) lo s fa c t o r e s d e la performance ( tie m p o ,
lu g a r , c ir c u n s ta n c ia s , c o n t e x to h is t ó r ic o , a cta n te s) n i p e r c ib ir ,
al m e n o s g lo b a lm e n t e , la n a tu r a le z a d e lo s v a lo r e s im p lic a d o s
—e n t r e e llo s lo s q u e v e h i c u la o p r o d u c e e l t e x t o — . C i t a r é lo s
tr a b a jo s d e J e a n - C la u d e S c h m it t s o b r e la g e s tu a lid a d c o m o u n
b u e n e je m p lo d e lo q u e c a b e e s p e r a r d e ta le s in v e s t ig a c io n e s .
E n c o n d i c i o n e s ó p tim a s d e i n f o r m a c i ó n estas c o n d u c e n h asta
ese p u n t o e x t r e m o e n e l q u e la i m a g i n a c i ó n c r í t i c a a s p ir a a
r e le v a r la s , e n e l q u e a m e n u d o e s c u c h o , s o f o c a d o p e r o a u d i ­
b le , ese t e x t o , e n e l q u e p e r c i b o , e n u n c la r e a r d e l c i e l o , esa
o b r a ; y o , s u je t o s i n g u la r , a l q u e c i e r t a e r u d i c i ó n p r e v ia h a
d e s p o j a d o (e s o e s p e r o ) d e lo s p r e s u p u e s to s m ás o p a c o s , p r o ­
d u c to d e mi h is to r ic id a d , d e mi a r r a i g o e n e sta o t r a c u lt u r a , la
n u e s tr a . D e s d e lu e g o , a u n q u e d ie s e el r e s u lta d o a p e t e c id o , la
r e c o n s t i t u c ió n n o d e ja r ía d e s e r f o l c l ó r i c a y , a u n c o n t r i b u ­
42 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

y e n d o al c o n o c i m i e n t o , e n n in g ú n caso p o d r ía c o n s t it u ir u n a
v e r d a d e r a c e r t e z a . N o o b s t a n t e , m e p a r e c e n e c e s a r io q u e la
id ea d e su p o s ib ilid a d y, p o r a sí d e c ir , la e s p e r a n z a d e su r e a ­
li z a c i ó n , se a n i n t e r io r i z a d a s , s e m a n tiz a d a s , in t e g r a d a s e n
n u e stra s v a lo r a c io n e s y d e c is io n e s m e t o d o ló g ic a s . ¿ N o es, p o r
lo d e m á s , p r e c is a m e n t e eso lo q u e t e s t im o n ia n , e n u n s e c to r
p r iv ile g ia d o , b ie n es c ie r to , y sin m a y o r r e fle x ió n , a q u e llo s q u e
p r o p o n e n a sus a lu m n o s la r e p r e s e n ta c ió n d e u n a p ie z a d e te a ­
tro m e d ie v a l? L a e x p e r ie n c ia va m u c h o m ás allá d e u n a s im p le
se s ió n d e a n im a c ió n . E l h e c h o d e q u e se r e n u e v e s in cesa r e n la
m a y o ría d e lo s lu g a re s e n lo s q u e se in s ta u r a u n d is c u r s o s o b r e
la E d a d M e d ia es s ig n ific a tiv o .
L a performance se p r o d u c e e n e l m o m e n t o c r u c ia l d e la s e r ie
d e c in c o o p e r a c io n e s q u e c o n s titu y e n la h is to r ia d e to d a o b ra :

— su p r o d u c c ió n ,
— su tr a n s m is ió n (o c o m u n ic a c ió n ) ,
— su r e c e p c ió n ,
— su c o n s e r v a c ió n ,
— su r e p r o d u c c ió n .

L a performance a b a rc a y f u n d e e n u n a cto ú n ic o t r a n s m is ió n y
recep ció n -, si la o b r a es im p r o v is a d a , e l acto c o m p o r ta ta m b ié n ,
in d is o c ia b le m e n te , su p r o d u c c i ó n .
E n to d a s las s o c ie d a d e s q u e d o m i n a n la e s c r itu r a c a d a u n a
d e esas c in c o o p e r a c io n e s se re a liza :

— b ie n p o r la vía s e n s o r ia l o r a l—a u d itiv a ;

— b ie n p o r m e d io d e u n a in s c r ip c ió n q u e se o fr e c e a la p e r ­
c e p c ió n v isu a l;
— o , m ás r a r a m e n te , p o r las d o s vías c o n ju n ta m e n t e .

El n ú m e r o d e c o m b in a c io n e s p o s ib le s d iv e r s ific a la p r o b l e ­
m á tica . M i h ip ó te s is in ic ia l se r e d u c e a e x c lu ir u n a so la d e esas
c o m b in a c io n e s , c o m o a típ ic a e n e l m o d e lo m e d ie v a l: a q u e lla
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y ES C R IT U R A 43

e n la q u e c a d a u n a d e la s c i n c o o p e r a c i o n e s p a sa e x c lu s iv a ­
m e n te a trav és d e la e s c r itu r a . E n c a m b io , n o fa lt a n lo s e j e m ­
p lo s ( a u n q u e ló g ic a m e n t e c a r e z c a m o s d e te x to s) d e o b ra s cu ya
h is t o r ia , e n te r a , d e s d e su p r o d u c c i ó n h a sta su r e p r o d u c c i ó n ,
fu e e x c lu s iv a m e n te o r a l —p o r e je m p lo , esos cantica rustica p e r d i ­
d o s a lo s q u e m e r e fe r ía la s e m a n a pa sa d a —.
E n o tr o s c a so s, la p r o d u c c i ó n se h iz o p o r e s c r ito ; e l r e s to ,
p o r v ía o r a l - a u d it iv a : ta l o b r a , d e t r a d i c i ó n o r a l y c o n s e r v a ­
c i ó n m e m o r ís t ic a , se r e m o n t a a u n te x to d e l e t r a d o , i n i c i a l ­
m e n t e c o n f i a d o a la e s c r it u r a — p o r e j e m p l o , lo s c a n ta r e s d e
ge sta ta r d ío s o c ie r to s fabliaux, s e g ú n la i n t e r p r e t a c ió n d e M a u ­
r ic e D e l b o u i l l e — . E l o b s e r v a d o r m o d e r n o t ie n e d o s m a n e r a s
d e p e r c i b ir esa s itu a c ió n : a p a r t i r d e h e c h o s d e o r a lid a d c o n ­
t e m p o r á n e o s q u e p r o l o n g a n , s in n i n g ú n g é n e r o d e d u d a s ,
u n a t r a d i c i ó n a n tig u a o r i g i n a l m e n t e e s c r ita ; o a p a r t i r d e u n
e s c r it o q u e c o n s e r v a u n te x t o c o n s e r v a d o t a m b i é n e n la
m e m o r i a c o le c t iv a . A s í , p o r l o q u e s a b e m o s , s u c e d e c o n la
m a y o r p a r t e d e la s c a n c i o n e s « p o p u l a r e s » r e c o g id a s e n lo s
s ig lo s X IV y X V y , s in d u d a , c o n m u c h a s b a la d a s g e r m á n ic a s .
E n o tr o s caso s, la e s c r itu r a a la vez p r o d u c e y c o n s e rv a u n te xto
d e s tin a d o a u n a performance r e p e titiv a , c o m o o c u r r e , p o r e j e m ­
p l o , c o n e l in m e n s o c o r p u s , e n la t ín y e n las d i f e r e n t e s l e n ­
gu as v u lg a r e s, d e la p o e s ía litú r g ic a . O , f in a lm e n t e , la p r o d u c ­
c ió n , c o n s e r v a c ió n y r e p r o d u c c ió n son a s u m id a s y
g a r a n t iz a d a s p o r la e s c r i t u r a , m i e n t r a s q u e la t r a n s m i s i ó n
sig u e d e p e n d ie n d o d e u n a performance: es e l ca so , s e g ú n in d ic a n
to d a s la s a p a r ie n c ia s , d e m u c h o s c a n ta r e s d e g e s ta d e l s ig lo
X III. L o s p r o b l e m a s h i s t ó r i c o s y c r í t i c o s se p l a n t e a n e n c a d a
c a so e n t é r m i n o s m e t o d o l ó g i c o s d i f e r e n t e s . A h o r a b i e n , se
tr a ta d e ca so s in d iv id u a le s , q u e c o n c i e r n e n a u n te x to a is la d o
o a u n p e q u e ñ o n ú m e r o d e te x to s , y n o se p u e d e n g e n e r a liz a r
las c o n c lu s io n e s a las q u e lle g a m o s a p r o p ó s i t o d e u n o d e e llo s
s in i n c u r r i r e n in e x a c titu d e s .
44 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

La vo z ex tra e la o b r a d e l te x to — s ie m p r e s e g ú n la t e r m i n o l o ­
gía q u e h e m o s a d o p ta d o — d u r a n te la performance. L a v o z s o m e te
a tal f in , fu n c io n a liz á n d o lo s , a to d o s lo s e le m e n to s c a p a c e s d e
p o r t a r la , a m p li f i c a r la , r e s a lt a r su a u t o r id a d , su a c c i ó n , su
in t e n c ió n p e rsu a siv a . In c lu s o se sirve d e l s ile n c io , q u e m o tiv a y
v u e lv e s ig n ific a t iv o . H a c e p o c o , u n e t n ó lo g o n o r t e a m e r ic a n o
e v a lu a b a la c a n tid a d d e s ile n c io d e u n a c o m u n i c a c i ó n o r a l e n
u n t e r c io , a p r o x im a d a m e n t e , d e la d u r a c i ó n d is c u r s iv a . P o c o
i m p o r t a la c i f r a . E l s i le n c i o f u n c i o n a li z a d o e n la performance
e s ta b le c e e n t r e la p o e s ía e s c u c h a d a y e l t i e m p o u n a r e l a c i ó n
b ie n d is tin ta d e la q u e e n g e n d r a la le c tu r a .
E ste a s p e c to d e las performances m e d ie v a le s e sc a p a , s in d u d a
ir r e m e d ia b le m e n t e , a n u e s tr a o b s e r v a c ió n . L as i n f o r m a c io n e s
q u e p o d r ía m o s e x tr a e r , p o r a n a lo g ía , d e e je m p lo s m o d e r n o s
s o n d e u t ilid a d r e d u c id a , p u e s t ie n d e n a p r o b a r q u e las m o d a ­
lid a d e s t e m p o r a le s d e la performance a t a ñ e n p r i n c i p a l m e n t e al
e stilo p e r s o n a l d e l in t é r p r e te , o a tr a d ic io n e s esco lá sticas m ás o
m e n o s d iv e r g e n te s e n la p r á c tic a d e u n m is m o g é n e r o . E f e c t i ­
v a m e n te , se h a n d o c u m e n ta d o e n d ife r e n te s lu g a re s d e l m u n d o
a lg u n o s g é n e r o s e n lo s q u e la r a p id e z (o la le n titu d ) d e la e l o ­
c u c i ó n , e s t r ic ta m e n t e r e g u la d a , d e f i n e la f o r m a . N a d a in d ic a
( n i s i q u ie r a la s n o t a c i o n e s m u s ic a le s c o n s e r v a d a s ) q u e s u c e ­
d ie se lo m is m o c o n n u e s tr a p o e s ía m e d ie v a l. L a c u a si c e r te z a a
la q u e es p o s ib le lle g a r a sí n o es e n a b s o lu to d e s d e ñ a b le , p e r o
re su lta d e o r d e n n e g a tiv o . E n la in t e r p r e ta c ió n d e u n te xto p a r ­
t ic u la r h a b r á q u e t e n e r la e n c u e n t a c o m o u n e le m e n t o d e su
« e s fe r a d e in f l u e n c i a » , p o r m u c h o q u e sea casi im p o s ib le c o n ­
je tu r a r e l a lc a n c e d e las v a r ia c io n e s , y m u c h o m e n o s m e d ir lo .
A este r e s p e c to , y o h a b la ría d e u n « t ie m p o in t e g r a d o » d e la
performance (o d e la « o b r a » ) d istin to al d e la d u r a c ió n textu al p r o ­
p ia m e n te d ic h a , la c u a l resu lta d e la a d ic ió n d e c ie rto n ú m e r o de
sílabas y se c u e n c ia s siláb icas e n u n a c a d e n a lin e a l s e g ú n las n o r ­
m as p r o s ó d ic a s d e u n a le n g u a . E l « t i e m p o i n t e g r a d o » n o es
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A 45

n e c e s a r i a m e n t e c o r r e l a t i v o a l « t i e m p o d e i n t e g r a c i ó n » , es
d e c ir, al m o m e n to d e la c r o n o lo g ía e n el q u e tie n e lu g a r l a perfor­
mance. A h o r a b ie n , a m e n u d o c o n o c e m o s e l tie m p o d e in t e g r a ­
c ió n y esto es m u y im p o r t a n t e p a r a n u e s tr a c o m p r e n s ió n d e la
performance. E se tie m p o , e n e fe c to , a islad o d el tra n sc u rso s o c io h is -
tó r ic o , n o es n u n c a in d ife r e n te , y la r e la c ió n q u e im p lic a c o n ese
tr a n s c u r s o es, e n e l s e n o d e la performance, c r e a d o r a d e v a lo r e s .
Q u e n a d ie se lla m e a e n g a ñ o : n o e sto y h a c ie n d o a lu s ió n (n o
n e c e sa ria m e n te ) al te m a d e la o b r a , s in o a su o c a s ió n . A v e c e s , el
tie m p o d e in te g r a c ió n se sitú a e n u n p u n to d e te r m in a d o :

— d e u n c ic lo c ó s m ic o , c o m o las c a n c io n e s a la lle g a d a d e l
v e r a n o , q u e h a n d e ja d o la s h u e lla s q u e c o n o c e m o s e n la
cansó tr o v a d o r e s c a , y q u e a n ta ñ o B é d ie r se ñ a ló c o m o p r o ­
t o t i p o d e l l i r i s m o « p o p u l a r » y S c h e lu d k o c o m o u n
g é n e r o a m p lia m e n te d i f u n d id o ;
— d e l c ic lo d e la e x is te n c ia h u m a n a , c o m o lo s c a n to s o r e la ­
to s lig a d o s a la m u e r t e d e u n m ie m b r o d e l g r u p o , c o m o
lo s planctus, planh y o tr a s la m e n ta c io n e s ;
— d e u n c ic lo r itu a l, c o m o la m a y o r p a rte d e la p o e s ía l i t ú r ­
g ic a , e n la t ín o e n le n g u a v u lg a r , in c lu y e n d o las f o r m a s
a n tig u a s d e l « t e a t r o » ; c o m o ta m b ié n lo s v illa n c ic o s , q u e
e m p ie z a n a a p a r e c e r e n n u e s tr o s te xto s, p o r to d a E u r o p a ,
e n t r e e l s ig lo X V y el X V II, p e r o cuya tr a d ic ió n d e b e de
r e m o n ta r s e m u c h o m ás atrás e n el t ie m p o ; c o m o , tal vez,
las c a n c io n e s d e P ascu a, cu yas h u e lla s h e p o d id o d e te c ta r
e n lo s Romanzen d e B a r ts c h ;
— d e l tie m p o so cia l — fin a lm e n te — , q u e señ ala a c o n te c im ie n ­
to s p ú b lic o s o p r iv a d o s r e c u r r e n te s a u n q u e d e fr e c u e n c ia
im p re v is ib le : e n c u e n tr o s a m o ro s o s , c o m b a te s, victo ria s, o,
m ás e s p e c ífic a m e n te , tal fiesta, tal visita rea l o tal a c o n te c i­
m ie n to p o lít ic o . L o s e je m p lo s c ie rta m e n te a b u n d a n , a u n ­
q u e s o n d ifíc ilm e n t e in d iv id u a liz a b le s , p u e s esta clase de
46 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

textos, sin d u d a p o c o ritu a liza d a , se d istin g u e m a l d e la per­

formance « l i b r e » ; m e r e f i e r o a a q u e lla q u e n o es p o s ib le
situ a r sin o e n r e la c ió n c o n el d e c u rs o p e rs o n a l e ín tim o d el
in té r p r e te o de su a u d it o r io . E l v ín c u lo q u e lig a el p o e m a a
ese d e c u rs o d e n u e v o escapa a n u e stra p e r c e p c ió n . N o p o r
e llo p o d e m o s p o n e r e n d u d a su ex iste n cia. Y a se tratase de
u n a V id a d e san to le íd a e n el o n o m á s tic o de u n o y e n te ; de
u n fabliau c o n ta d o e n r e la c ió n c o n u n su ceso r e c ie n te ; o de
u n a c a n c ió n d e cru za d a can tad a c o n m o tiv o d e la p a rtid a de
u n c a b a lle r o , la o c a s ió n , in c lu s o fu rtiv a y d iscreta, se i n t e ­
g r a b a e n la performance y c o n t r ib u ía a d a rle s e n tid o . E sta es
u n a re g la a b s o lu ta m e n te g e n e r a l q u e o b e d e c e a la n a tu r a ­
le z a d e la c o m u n ic a c ió n o r a l: e l t ie m p o d e in t e g r a c ió n
c o n n o ta to d a performance. ¿ E l Roldan can ta d o (a d m itá m o s lo )
e n tre las p r im e r a s filas d e lo s c o m b a tie n te s d e H a stin g s era
(d e ja n d o a p a rte lo s d em á s fa cto re s) el m is m o q u e el Roldan
c a n ta d o a n te, p o n g a m o s p o r caso, la c h im e n e a d e u n casti­
llo s e ñ o r ia l, e n el s a ló n p r in c ip a l, e n tr e c a b a lle r o s d e s a r ­
m a d o s , sus q u e r id a s y sus p e r r o s ? E v id e n te m e n te , n o . Y
n a d a n o s d isp e n sa d e to m a r e n c o n s id e r a c ió n esta d if e r e n ­
cia, a n o ser n u e stro s p r e ju ic io s lite r a r io s .

L a s m o d a lid a d e s e sp a c ia le s d e la performance i n t e r f i e r e n c o n
las d e l t i e m p o . E l lu g a r , c o m o e l m o m e n t o , p u e d e s e r a le a t o ­
r io e n a p a r ie n c ia , im p u e s to p o r c ir c u n s t a n c ia s a je n a s a la i n ­
t e n c i ó n p o é t ic a . P e r o a v e ce s se m a n ifie s t a u n a t e n s i ó n e n tr e
la s c o n n o t a c i o n e s e s p e r a d a s y la s q u e p r o v o c a la s i t u a c ió n :
te n s io n e s e x p lo ta d a s m im é tic a m e n t e , ap tas p a r a p r o d u c i r a su
vez e fe c to s p o é t ic o s p o s itiv o s . E ste es sin d u d a u n o d e lo s p l a ­
n o s d e s i g n i f i c a c i ó n d e n u m e r o s o s p r ó lo g o s é p ic o s v i t u p e r a ­
d o r e s , c o m o A d e n e t le R o i e n las Enfances Ogier, « c i l j o u g l e o r
q u i n e s o r e n t r i m e r » 4; o d e lo s p r i m e r o s v e r s o s , y a c ita d o s ,

4 « E s e ju g la r q u e n o sab e r im a r » [N . d e l T .] .
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A 47

d e l Bel Inconnu, q u e h a c e n r e f e r e n c i a i m p lí c it a m e n t e a a lg u n a
c o n v e n c ió n d e la performance; o in c lu s o las d ia trib a s d e l a u to r d el
Poème moral c o n t r a lo s c a n to r e s d e gesta .
P a ra n o s o tr o s es m ás d if íc il p e r c ib ir e l d e c o r a d o d e la perfor­
mance, las circ u n sta n cia s c o n c re ta s q u e la r o d e a n , su a sp ecto visual
y tá c til. E s c ie r to q u e , a q u í y allá, h a y a lg u n o s textos q u e las e v o ­
c an . L a sem a n a pasada señ a lé la ex iste n cia d e c ie rto s d o c u m e n to s
n a rra tiv o s q u e tr a e n a escen a a lo s in té r p re te s d e lo s textos p o é t i­
c o s. L a escen a , e n g e n e ra l, n o es o tr a q u e la performance m ism a , a
veces d escrita c o n u n a p r e c is ió n q u e e n o tr o tie m p o h u b ie r a sid o
c a lific a d a d e rea lista . Es el caso , p o r e je m p lo , d e l c o m ie n z o d e l
la rg o p r ó lo g o d e Doon deNanteuil, verso s I - l8 , y d esp u és 8 3 - I I 7 · L a
e v o c a c ió n , a base d e p e q u e ñ a s p in ce la d a s sucesivas, resu lta lla m a ­
tiva. H a b rá q u ie n d ig a q u e se trata d e u n a se rie d e tó p ic o s , d e u n
te m a l i t e r a r io s in v a lo r d e s c r ip tiv o . ¿ Q u i é n s a b e ? M e p a r e c e
p o s ib le a d m it ir q u e e n las c iv iliz a c io n e s c o n tr a d ic io n e s largas y
b ie n a rr a ig a d a s , la d is ta n c ia e n tr e te m a li t e r a r i o y e x p e r ie n c ia
v iv id a es (a m e n o s q u e el p r i m e r o se r e m o n t e a u n p a sa d o
r e m o t o ) m e n o s c o n s id e r a b le q u e e n n u e s tr a s c u ltu r a s d e la
m o d a . U n te x to d e lo s sig lo s X II o X III p r o p o n e (a fa lta d e u n a
v is ió n fo to g r á fic a d e lo s h e c h o s) lo q u e yo llam a ría u n « o r d e n de
im á g e n e s » . Q u é d u d a cabe d e q u e lo p o c o q u e a ve rig u a m o s p o r
esta vía n o s r e m ite a u n g é n e r o , c u a n d o el o b je to fin a l d e n u e s ­
tr o e stu d io es u n te xto . A l m e n o s la in te r p r e ta c ió n d e la o b r a d el
q u e este ú ltim o fo r m ó p a rte se o r ie n ta así h a cia c ie r to se c to r d el
im a g in a r io . E n o tr o s té r m in o s , la a n é c d o ta r e fe r id a (y sin d u d a
n a r ra tiv a m e n te fa n ta sio sa ) n o p u e d e c a r e c e r d e c ie rto s « e fe c to s
d e r e a lid a d » , c o m o d e c ía R o la n d B a r th e s , ca p a ces d e a ctiv a r la
im a g in a c ió n crític a , q u e, a su vez, c o n d ic io n a r á el tra b a jo f i l o l ó ­
g ic o . E ste (d e sd e la p e rs p e c tiv a e n la q u e m e s itú o ) in te g r a r á su
r e s u lta d o , a u n q u e s ó lo fu e s e a títu lo d e fa c t o r d e in d e c is ió n , es
d e c ir , d e sd e el p u n to d e vista d e la o b r a s o te rra d a e n a q u e l p r o ­
f u n d o p a sa d o , a títu lo d e fa c to r d e lib e rta d .
48 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

N o o b s ta n t e , n o t o d o s lo s e le m e n t o s q u e c o n s t it u y e n e l
m e d io d e la performance e n el q u e se alza y se im p o n e la v o z m a n ­
t ie n e n u n a r e la c ió n id é n tic a c o n e lla . E sto s e le m e n t o s p u e d e n
c la sific a r se se g ú n esa r e la c ió n sea m ás o m e n o s e stre c h a . A s í, el
a t u e n d o o (si lo h a y ) el in s t r u m e n t o m u s ic a l, o e l a c c e s o r io ,
t i e n e n e n este g é n e r o u n a im p o r t a n c ia f u n c i o n a l q u e n o t i e ­
n e n e n o t r o s . L a r e l a c i ó n c o n e l g e s to es p e r m a n e n t e m e n t e
e s tre c h a : c o m o la v o z m is m a , a u n q u e d e u n a m a n e r a e s p e c ia l
y s u b o r d in a d a , p r o y e c ta el c u e r p o e n el e sp a c io d e la performance
y a s p ir a a c o n q u i s t a r l o , a s a t u r a r lo c o n su m o v i m i e n t o . L o s
e s tu d io s d e J . G . S c h m it t h a n d e m o s tr a d o q u e , e n tr e lo s d o c ­
tos, el t é r m in o gestus, lo m is m o q u e la n o c i ó n q u e m a n ifie s ta , se
d i f u m i n a r o n h a c ia e l f i n a l d e la A n t i g ü e d a d p a r a n o v o lv e r a
in v a d ir p r o g r e s iv a m e n t e e l c a m p o in t e le c tiv o h a sta p r i n c i p i o s
d e l sig lo X I I . U n a é tic a g e stu a l se p e r f ila e n to n c e s , b a sa d a e n la
a n a lo g ía d e lo s m o v im ie n t o s d e l c u e r p o c o n lo s d e l a lm a : e l
s e u d o H u g u e s d e S a i n t - V i c t o r , de Instructione novitiorum, n o
e m p le a m e n o s d e d ie c is é is c a lific a tiv o s d is tin to s p a r a d e s ig n a r
lo s v a lo r e s m o r a le s d e l g e s to 5.
M e p a r e c e n o t a b le q u e e ste n u e v o in t e r é s s u r ja e n t r e lo s
le tr a d o s e n e l m is m o m o m e n t o e n q u e u n a p o e s ía p r o f a n a e n
le n g u a v u lg a r alza d e fin itiv a m e n te e l v u e lo y c o n q u is ta sus p r i ­
m e r a s c a r ta s d e n o b le z a . N o p u e d e s e r u n a c o i n c i d e n c i a . D e
h e c h o , lo s d o c u m e n to s e c le siá stic o s a p u n ta n a m o d e r a r y c o n ­
te n e r , e n n o m b r e d e la v ir tu d , la a ctiv id a d g e stu a l. ¿ Q u é p o d e ­
m o s c o n c l u i r , p o r n u e s tr a p a r t e , s in o q u e esta a c t iv id a d p a só
d e sd e ese m o m e n t o al p r i m e r p la n o d e la e sc e n a c u lt u r a l e n la
a t e n c ió n y la s e n s ib ilid a d c o m u n e s ? Q u e se in s ta u r a u n rasg o
n u e v o e n la s m e n t a lid a d e s : u n s e n t id o a g u d o d e la s i g n i f i c a ­
c i ó n d e lo s g e s to s . D e a h í las c o n d e n a s f u lm in a n t e s d e lo s
m e d io s c le ric a le s c o n t r a las g e s tic u la c io n e s d e lo s « h i s t r i o n e s » .

5 J*~ C . S c h m it t , « G e s t u s - g e s t i c u l a t i o » , e n La Lexicographie du latin médiéval, P a r ís ,

C N R S , p p . 377 - 3 9 0 -
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A 49

D e a h í, to d a v ía a p r i n c i p i o s d e l s ig lo X IV , la d e c r e ta l d e l p a p a
J u a n X X I I , Docta sanctorum patrum, a m e n u d o in v o c a d a p o r lo s
m u s ic ó lo g o s , y q u e , p a r a c o n d e n a r e l ars nova, se c e b a e s p e c ia l­
m e n te c o n lo s e x ceso s d e eso s g e sto s q u e a c o m p a ñ a n , m im á n ­
d o la s , a las p a la b r a s c a n ta d a s: aures inebriant et non medentur, gestibus
simulant quod depromunt6... E s la i n d i g n a c i ó n d e u n p r e la d o c o n ­
s e r v a d o r , p e r o al m is m o t i e m p o d ic e m u c h o d e la i m p o r t a n ­
c ia q u e a d q u ie r e a p a r t ir d e e n t o n c e s el g e sto e n e l f u n c i o n a ­
m ie n t o s o c ia l.
P o r lo d e m á s , gestus d e s ig n a , m á s a llá d e l g e s to , e l c o m p o r ­
t a m ie n t o c o r p o r a l g l o b a l , d e l q u e t o d o h a c e s u p o n e r q u e
c o n s titu y ó u n fa c t o r c a p ita l d e la performance p o é tic a . L a s i n f o r ­
m a c io n e s p r e c is a s s o b r e e s te p u n t o s o n s in d u d a esca sa s: las
r e p r e s e n t a c io n e s p ic t ó r ic a s o e s c u ltó r ic a s r e s u lta n d e m a s ia d o
e s tiliz a d a s p a r a p a r t ic u la r iz a r u n c o m p o r t a m ie n t o ; lo s te x to s,
p o c o v a r ia d o s . A q u í y a llá e l in v e s tig a d o r cap ta u n d e ta lle f u g i ­
tiv o , c o m o el g e sto d e l d e d o c o n el q u e e l c a n to r d e l Poème moral
— v e rso s 3 I 4 6 _3 I4 7 — m a rc a e l r it m o d e l r e la to q u e in te r p r e ta .
G é r a r d B r a u lt , e n su h e r m o s o l i b r o s o b r e el Cantar de Roldan,
r e s c a ta d e l te x to v a r ia s i n d i c a c i o n e s p r o b a b le s r e la tiv a s a lo s
g e s to s c o n lo s q u e lo a n im a b a el c a n t o r , a lg u n o s d e lo s c u a le s
ta l vez c o n s t it u ía n re c e ta s d e l o f i c i o o p r o v e n ía n d e u n c ó d ig o
c u lt u r a l d e u s o c o m ú n 7.
L o q u e s u g ie r e n ta le s a n á lis is v i e n e d i r e c t a m e n t e c o n f i r ­
m a d o p o r lo s t e s t im o n io s q u e a c r e d ita n , a lo la r g o d e to d a la
E d a d M e d ia , la p r á c tic a c o n s ta n te d e d a n za s ca n ta d a s: las maie-
rolles d e s c r ita s p o r J e a n R e n a r t e n Guillaume de Dole, las d a n za s
« b a j o e l á r b o l » , las d a n z a s « d e c o r r a l» y las d e P a scu a , las d e
P e n te c o sté s, las d e la n o c h e d e S a n J u a n , las p r o c e s io n e s d a n z a ­

6 [ « L o s o í d o s se e m b r ia g a n d e s p r e o c u p a d a m e n t e , c o n g e s to s r e p r o d u c e n l o q u e v a n
e x p o n i e n d o » ] J . C h a i l l e y , Histoire musicale du Moyen Âge, P a r ís , P U F , 1 9 5 0 , p p . 2 3 8 -
2 4 0 y n o ta s 6 1 7 - 6 2 6 .
7 p p . H I-115 .
 50 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

das c o m o las d e la C a n d e la r i a o las r o g a tiv a s , las d a n z a s d e las

c o fr a d ía s , la s d a n z a s d e lo s c lé r i g o s p o r S a n N i c o l á s ... to d a s
ellas e v o c a n e l fu e r te v ín c u lo q u e lig a b a e n a q u e lla c iv iliz a c ió n ,
e n p l e n o a p o g e o , e l c a n to y e l g e s to a t o d o s lo s m o v im ie n t o s
a fe c tiv o s , e n e l s e n t id o d e - u n a v ig o r o s a a f i r m a c i ó n d e l s e r .
A q u í ya n o se tr a ta s ó lo d e l o q u e , e n u n l i b r o d e h a c e
t ie m p o , y o d e n o m in a b a la « te a tr a lid a d » d e la p o e s ía m e d ie v a l.
M e d ia n t e esta a b s t r a c c ió n p r e t e n d í a , e n e f e c t o , d e s ig n a r d e
f o r m a m e t a f ó r ic a u n a c a r a c te r ís tic a u n iv e r s a l d e l c o r p u s p o é ­
tic o m e d ie v a l. H o y m e r e f ie r o m ás b ie n a las c o n d ic io n e s c o n ­
c re ta s d e t o d a performance y , c o m p a r á n d o la s c o n lo q u e e v o c a
p a r a n o s o t r o s la p a la b r a « t e a t r o » y la p r á c t ic a q u e im p lic a ,
e m p le o « t e a t r a l i d a d » d e f o r m a m e t o n í m i c a . E l e le m e n t o
e s tr u c tu r a l y s e m á n tic o c o m ú n e n tr e lo s té r m in o s así e n t e n d i ­
d o s c o m o c o n t i g u o s —performance m e d ie v a l, te a t r o m o d e r n o -
r e sid e e n la p r e s e n c ia fís ic a s im u ltá n e a , a rtic u la d a a lr e d e d o r de
u n c u e r p o h u m a n o p o r la o p e r a c i ó n d e su v o z , d e t o d o s lo s
fa c to r e s se n s o r ia le s , a fe c tiv o s e in te le c tiv o s d e u n a a c c ió n to ta l,
a la vez e s p e c tá c u lo y p a r tic ip a c ió n .
E sta es la c o n s t a n t e . E n c u a n t o a la s v a r ia b le s d e las q u e
r e s u lta n las s itu a c io n e s p a r tic u la r e s , estas d e f i n e n tre s tip o s d e
o r a lid a d q u e se c o r r e s p o n d e n c o n tre s s itu a c io n e s d e c u lt u r a .
E l p r i m e r o , p r im a r i o e in m e d ia t o , n o c o m p o r t a c o n t a c to a l­
g u n o c o n la e s c r itu ra ; d e h e c h o , s ó lo se e n c u e n t r a e n las s o c ie ­
d a d e s d e sp ro vista s d e to d o siste m a d e s im b o liz a c ió n g r á fic a y e n
c ie r t o s g r u p o s s o c ia le s a is la d o s y t o t a lm e n t e a n a lf a b e t o s . N o
p o d e m o s d u d a r q u e ta l h aya s id o e l caso d e a m p lio s se c to re s d e l
m u n d o c a m p e s in o m e d ie v a l, c u y a v ie ja c u lt u r a t r a d i c i o n a l ,
o p r im id a , m a r g in a d a , v e rd a d e r a a r q u e o c iv iliz a c ió n q u e lle n a b a
lo s v a c ío s d e la o tr a , d e b ió d e c o n t a r c o n u n a p o e s ía d e o r a l i ­
d a d p r im a r ia , d e la q u e ta l vez s o b r e v iv ie s e n a lg u n o s f r a g m e n ­
to s q u e lu e g o f u e r o n r e c o g id o s p o r c ie r to s p o e ta s c u lto s a m a n ­
tes d e lo p in t o r e s c o : así, d e s d e e l sig lo X, e l refrain d e la fa m o sa
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A

a lb a 8 b i l i n g ü e d e F l e u r y o , e n e l s ig lo X I I I , m u c h o s roiulemix,
virelais γ baUettes9. L o p o c o q u e n o es d a d o e n tr e v e r —e n esle dos
ie r t o d o c u m e n t a l e n e l q u e a b u n d a n lo s e s p e jis m o s — p a r e c e
in d ic a r u n fu e r te p r e d o m i n i o d e lo s e le m e n t o s r ít m ic o s y, sin
d u d a , d e lo s m o v im ie n to s (v o ca les y ge stu a les) so b r e el s e n tid o
p r o d u c id o p o r las p a la b ra s .
E s c a s i s e g u r o , s in e m b a r g o , q u e la p r á c tic a t o t a lid a d d e la
p o e s ía m e d ie v a l d e p e n d e d e o t r o s d o s t ip o s d e o r a lid a d , c u y o
ra sg o c o m ú n es q u e c o e x is t ie r o n , e n e l s e n o d e l g r u p o s o c ia l,
c o n la e s c r it u r a . Y o lo s lla m o r e s p e c t iv a m e n t e « o r a lid a d
m ix t a » , c u a n d o la in flu e n c ia d e la e s c r itu r a es e x te r n a , p a r c ia l
y r e tr a sa d a , y « o r a li d a d s e c u n d a r ia » , c u a n d o se r e c o m p o n e a
p a r t i r d e la e s c r it u r a e n e l s e n o d e u n m e d i o e n e l q u e esta
tie n d e a d e b ilit a r lo s v a lo r e s d e la v o z e n el u so y e n e l im a g in a ­
r io . I n v ir tie n d o el p u n t o d e vista, se d ir ía q u e la o r a lid a d m ix ta
p r o c e d e d e la e x iste n c ia d e u n a c u lt u r a « e s c r it a » ( e n e l s e n tid o
d e q u e « p o s e e u n a e s c r i t u r a » ) , y la o r a l i d a d s e c u n d a r ia , d e
u n a c u lt u r a « l e t r a d a » ( e n la q u e t o d a e x p r e s ió n está m á s o
m e n o s m a rc a d a p o r la p r e s e n c ia d e la e s c r itu r a ) .
L o m ás f r e c u e n t e e r a q u e , a n ta ñ o , la v o c a lid a d d e n u e s tr o s
te x to s m e d ie v a le s r e s o n a s e e n s it u a c io n e s d e o r a l i d a d ta n
p r o n t o m ix ta c o m o s e c u n d a r ia , s e g ú n las é p o c a s, las r e g io n e s ,
las clases s o c ia le s e in c lu s o lo s in d iv id u o s . L a d i s t r i b u c i ó n n o
sig u e n in g u n a c r o n o lo g ía , p o r m u c h o q u e , e n lín e a s g e n e ra le s ,

8 « E l a lb a es u n g é n e r o q u e d e s c r ib e e l e n o j o d e lo s e n a m o r a d o s q u e , h a b ie n d o p a s a ­
d o la n o c h e j u n t o s , d e b e n s e p a r a r s e a l a m a n e c e r . E sta s it u a c i ó n d e b e e n t e n d e r s e
d e n t r o d e l c o n c e p t o d e l a m o r c o r té s ; así p u e s , la d a m a es ca sa d a , y la s e p a r a c ió n d e
su a m a n te v ie n e im p u e s ta p o r e l r e c e lo a q u e lo s s o r p r e n d a e l m a r i d o . . . » , M a r t í n d e
R iq u e r , Los trovadores, B a r c e lo n a , A r i e l , 1975 ’ ν ° 1· I* P · [N . d e l T .] .
9 E l virelai es u n p o e m a d e f o r m a f i j a c o n u n n ú m e r o v a r ia b l e d e e s t r o f a s c o n d o s
r im a s . U n o d e su s v e r s o s h a c e la s v e c e s d e e s t r i b i ll o y r e a p a r e c e a l f i n a l d e cachi
e s t r o f a . L a p a l a b r a virelai v ie n e d e lai y d e virer ( « g i r a r » ) . L a bailete es u n a c a n c i ó n
d e d a n z a s i m i la r a l rondeau y a l virelai. « C o m o u n a a m p l i f i c a c i ó n d e l r o n d e l a p a r e
c e la ballette, c o n tr e s e s t r o f a s d e tr e s a c u a t r o v e r s o s y r im a s d if e r e n t e s p a ra cad a
u n a d e e lla s ; e l e s t r i b i ll o d e u n o a t r e s v e r s o s r e a p a r e c e a l f i n a l d e c a d a e s t r o la c o n
c ie r t a a u t o n o m í a f o r m a l y m u s i c a l » , J a v ie r d e l P r a d o , op. cit., p . 159 I N . d e l I . | .
52 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

p a r e z c a v e r o s í m i l q u e la i m p o r t a n c i a r e la t iv a d e la o r a l i d a d
s e c u n d a r ia a u m e n ta s e a p a r t ir d e l s ig lo X III. El poem a « fra n ­
c é s » m á s a n t ig u o , la Secuencia de Santa Eulalia, u n p o c o a n t e r i o r
al a ñ o 9 0 0 , f u n c i o n ó , e n tr e lo s f ie le s q u e se c o n g r e g a b a n e n
la ig le s ia d e S a i n t - A m a n d , c e r c a d e V a le n c ie n n e s , e n r é g im e n
d e o r a lid a d s e c u n d a r ia ; lo s o r ig in a le s « p o p u l a r e s » d e lo q u e
h e lla m a d o « c a n c io n e s d e e n c u e n t r o » , e n lo s sig lo s X II y X III,

se t r a n s m i t í a n s e g u r a m e n t e e n r é g i m e n d e o r a l i d a d m ix ta .
P a r a e l m e d ie v a lis ta , e l p r o b l e m a —p u e s s in d u d a l o es— d e la
e s c r itu r a , d e su lu g a r e n la c iv iliz a c ió n m e d ie v a l, y d e las f u n ­
c io n e s q u e e je r c ía o n o e je r c ía e n e lla , se p la n t e a e n esto s t é r ­
m in o s ta n a m b ig u o s .
E n e f e c t o , e l m e d ie v a lis ta n o p u e d e e l u d i r la c u e s tió n c r u ­
c ia l d e la n a tu r a le z a y la c o m p le jid a d d e la r e la c ió n e n tr e c iv ili­
z a c ió n y e s c r itu r a . H o y es ta m o s , a este r e s p e c to , b a s ta n te le jo s
d e l M c L u h a n d e i 9 6 0 , q u e , n o o b s t a n t e , tu v o e l m é r i t o d e
p l a n t e a r l a — n o s in a lg u n a c o n f u s i ó n y b a s t a n te a l b o r o t o — .
L o s tr a b a jo s d e W . O n g , d e s d e u n a ó p t ic a e x e g é t ic a , y lo s d e
e t n ó lo g o s c o m o J a c k G o o d y h a n v e n id o m a tiz a n d o p r o g r e s i ­
v a m e n te las te sis y a f in a n d o e l v o c a b u la r io a p r o p ia d o p a r a e x ­
p r e s a r la s . D e t o d o e llo r e s u lta u n a p r o p o s i c ió n fu n d a m e n t a l,
m o d u la d a d e d iv e rsa s f o r m a s , p e r o q u e p o d e m o s c o n s id e r a r
p r o b a d a : la h i s t o r i a d e las m e n t a lid a d e s y d e l o s m o d o s d e
r a z o n a m ie n t o (d e h e c h o , d e c a si t o d o lo q u e d e s ig n a n u e s tr a
p a la b r a « c u l t u r a » ) está d e t e r m in a d a p o r la e v o l u c ió n d e lo s
m e d io s y lo s m o d o s d e c o m u n ic a c ió n .
A h o r a b i e n —y a l o i n d i c a b a a n t e s —, la a c c i ó n d i f e r e n c i a l
d e l medium p u e d e i n t e r v e n ir e n d iv e rsa s fases d e la h is t o r ia d e l
m e n s a je c o m u n ic a d o , d e sd e su p r o d u c c i ó n a su c o n s e r v a c ió n
u l t e r i o r , c o n d i c i o n a n d o su it e r a t iv id a d . L a o p o s i c i ó n m ás
r a d ic a l se m a n ifie s t a e n la r e c e p c ió n : p e r c e p c i ó n v is u a l —d i f e ­
r id a — d e u n g r a fis m o , o a u d ic i ó n in m e d ia ta . E l h e c h o d e q u e
el te x t o h a y a s id o c o m p u e s t o p o r e s c r it o o n o , a fe c ta , c la r o
 I!. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A 53

está, y a veces c o n s id e r a b le m e n t e , a su e c o n o m ía in t e r n a y a su
g r a m á tic a . P e r o el h e c h o d e q u e sea r e c ib id o m e d ia n te le c tu r a
in d iv id u a l d ir e c ta o m e d ia n te a u d ic ió n y e s p e c tá c u lo m o d ific a
p r o fu n d a m e n t e su e fe c to s o b r e e l r e c e p t o r y, p o r ta n to , su s ig ­
n i f i c a c i ó n . E s to es v á lid o t a m b ié n p a r a la f o r m a a te n u a d a d e
performance q u e c o n s titu ir ía u n a le c tu r a p ú b lic a re a liz a d a p o r u n
i n t é r p r e t e s e n t a d o , o e n p i e , a n te u n a t r i l . E s c i e r t o q u e ,
r e c ie n t e m e n te , M a n fr e d J . S c h o lz in te n ta b a , p o r el c o n t r a r io ,
p r o b a r q u e la e v o lu c ió n d e l t ip o o r a l- a u d it iv o d e t r a n s m is ió n
d e lo s te x to s h a c ia el tip o g r á f ic o - v is u a l estab a y a m u y avan zad a
a m e d ia d o s d e l s ig lo X II, y q u e p o d e m o s r e m o n t a r n u e s tr a s
p r á c tic a s m o d e r n a s d e l e c t u r a a esa é p o c a . C a s i s i m u lt á n e a ­
m e n t e , p e r o d e s d e u n p u n t o d e v ista m á s l i m it a d o , M . T .
C la n c h y so s te n ía la m is m a id e a e n r e la c ió n c o n In g la te r r a 10. Se
trata d e tesis p a r a d ó jic a s , c u y o p r i n c i p i o in t e r p r e ta r e m o s c o m o
u n a r e a c c i ó n — e n e l d o b le s e n t id o d e la p a la b r a — a c ie r ta s
lib e r t a d e s d e lo s m e d ie v a lis ta s « o r a l i z a n t e s » d e lo s a ñ o s
s e te n ta . P e r o , d e h e c h o , a m e n o s q u e sea n r a d ic a lm e n te e x tr e ­
m as, to d a s ella s se in t e g r a n e n m i p e rs p e c tiv a . C r e o q u e , vistas
las d ific u lta d e s y la p r o b a b le le n t it u d d e l d e s c ifr a m ie n to d e las
g ra fía s, te n e m o s r a z ó n al p r e s u m ir la rela tiv a ra re z a d e las l e c ­
tu ra s e n v o z a lta p r o p ia m e n t e d ic h a s . E n c a m b io , las n u m e r o ­
sas r e p r e s e n t a c io n e s , fig u r a tiv a s o lit e r a r ia s , q u e t e n e m o s d e
le c to r e s n o e x c lu y e n la p o s ib ilid a d d e q u e e l l i b r o fu e s e u t i l i ­
z a d o c o m o a c c e s o r io p o r lo s r e c it a d o r e s c o n vistas a u n a d r a -
m a tiz a c ió n p a r tic u la r d e l d is c u r s o .
F a lta a c la r a r a lg u n o s t é r m i n o s . L a d is t a n c ia e n t r e lo q u e
n o s o tr o s d e s ig n a m o s —y p r a c tic a m o s — c o m o « e s c r it u r a » ( c o n
la i n t e n c i ó n o la p r e s u n c i ó n d e d a r n u e s t r o s e s c r it o s a la
i m p r e n t a ) y la « m a n u s c r i t u r a » m e d ie v a l es —e n t é r m in o s d e

IO M . J . S C H O L Z , Hören und lesen: Studien zurprimAren Rezeption der Literatur im 12 , und 13,Jahr
hundert, W i e s b a d e n , A t h e n a i o n , 1 9 8 O ; M . T . C L A N C H Y , From memory to written word:
England 1 0 6 6 - 1 3 0 7 , C a m b r i d g e , M a s s. H a r v a r d u n iv e r s it y , 1979 ·
 54 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

a n t r o p o l o g í a c u lt u r a l— ta n g r a n d e c o m o la q u e s e p a ra la m a -
n u s c r itu r a y la o r a lid a d p r im a r ia . M c L u h a n y a se ñ a la b a la d is ­
ta n c ia « a b is m a l» q u e se p a ra al « h o m b r e e s c r ib a » d e l « h o m ­
b r e t i p o g r á f i c o » : g lo b a lm e n t e las « c u lt u r a s d e l m a n u s c r i t o » ,
d e c ía , n o s u p e r a r o n la e t a p a t á c t i l - o r a l , y la e s c r i t u r a t e n ía
s o b r e e lla s u n o s e fe c t o s m u c h o m e n o r e s q u e e n n u e s t r o
m u n d o 11. W . O n g r e to m a esta id e a , q u e sitú a el m a n u s c r it o e n
la c o n t in u id a d d e lo o r a l; la r u p tu r a s ó lo se p r o d u c e —p r o g r e ­
s iv a m e n te — c o n la im p r e n t a . L a p r o d u c c i ó n d e l m a n u s c r i t o
in t r o d u c e , e n e fe c t o , e n tr e el m e n s a je y su r e c e p t o r , u n o s f i l ­
t r o s q u e , e n p r i n c i p i o , e l i m i n a r á la im p r e n t a , p e r o q u e , e n
c a m b io , s o n c la r a m e n te a n á lo g o s a lo s r u id o s q u e p a r a s ita n la
c o m u n ic a c ió n o r a l. E l f ilt r a je in t e r v ie n e e n d o s n iv e le s : e n la
t r a n s c r ip c i ó n d e l te x to c o m o ta l y e n la o p e r a c i ó n p s ic o f i s i o -
ló g ic a d e l e s c r ib a .
S o b r e e l p r im e r p u n t o , h a y q u e t e n e r e n c u e n ta u n a s itu a ­
c ió n d e h e c h o : n o p o s e e m o s n in g ú n m a n u s c r ito p o é tic o
a u tó g r a fo a n t e r io r a fin a le s d e l sig lo X IV ; esto s ig n ific a q u e , de
t o d o s n u e s t r o s te x to s , s in e x c e p c i ó n , h a s ta esa f e c h a , l o q u e
p e r c ib im o s a través d e la le c tu r a es la r e p r o d u c c ió n , n o la p r o ­
d u c c i ó n . I m p r i m i r ( c o m o n o s o t r o s n o s v e m o s o b lig a d o s
—fe liz m e n t e — a h a c e r ) u n te x to m e d ie v a l c o m p o r t a u n c o n t r a ­
s e n tid o h is t ó r ic o q u e la p r u d e n c ia e d ito r ia l n o p u e d e c o r r e g ir
c o m p l e t a m e n t e . L a p r u e b a la e n c o n t r a m o s e n la n o c i ó n d e
« te x t o a u t é n t i c o » , a ú n v ig o r o s a p e se a lo s c u e s tio n a m ie n t o s a
lo s q u e se ve s o m e tid a p e r ió d ic a m e n t e ; n o c i ó n , p o r lo d em á s,
d e o r ig e n t e o ló g ic o y re la tiv a ( p a r a d ó jic a m e n te ) a la t r a d ic ió n
d e la P a la b r a d e D i o s . C a d a v e z q u e n o s es d a d o c o n t r o l a r la
n a tu r a le z a d e u n a p lu r a lid a d d e m a n u s c r ito s , la r e p r o d u c c i ó n
d e l te x to se n o s a p a re c e , fu n d a m e n ta lm e n t e , c o m o r e e s c r itu r a ,
r e o r g a n i z a c ió n , c o m p i l a c i ó n . ¿ C ó m o c a lib r a r lo s e fe c t o s d e l

II V é a s e La galaxia Gutenberg, G a la x ia G u t e n b e r g / C í r c u l o d e l e c t o r e s , B a r c e lo n a , 1 9 9 8 ,
p p . 12 1 ss. [ N . d e l T . ] .
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A 55

p e r i o d o q u e se e x tie n d e d e sd e la p r o d u c c i ó n d e l te x to h asta la
p r im e r a t r a n s c r ip c ió n q u e h a lle g a d o h asta n o s o t r o s ? M ás q u e
a u n a tr a d ic ió n tip o g r á fic a , lo s azares d e esta h is to r ia r e c u e r d a n
a lo s d e u n a t r a d ic ió n o r a l, y p la n t e a n p r o b le m a s d e i n t e r p r e ­
ta c ió n a p e n a s d ife r e n te s .
E n c u a n to al c o p is ta , o p e r a d o r d e la t r a n s c r ip c ió n , su t r a ­
b a jo a ú n d e p e n d e , ta l vez e n g r a n m e d id a , d e l o r d e n d e la o r a -
li d a d . C h a y t o r lo r e c o r d a b a y a e n u n l i b r o ilu s t r e d e I 945 2·
L as m ism a s g ra fías y sus a lte r a c io n e s p a r e c e n in d ic a r , e n e fe c to ,
q u e el c o p is ta in t e r io r iz a b a u n a im a g e n s o n o r a m á s q u e v isu a l
d e las p a la b ra s q u e tra za b a . E n lo s scriptoria e n lo s q u e se m a n te ­
n ía e l s is te m a a n t ig u o d e la pronunciatio, u n e q u i p o e s c r ib ía al
d ic ta d o , lo q u e s u p o n e q u e , e n u n p r i m e r t ie m p o , fu n c io n a b a
c o m o r e c e p t o r e n u n a s itu a c ió n o r a l- a u d it iv a . L a d u r a c ió n , a
ve ce s c o n s id e r a b le , d e l d ic ta d o d e te x to s la r g o s n o p o d ía d e ja r
d e a c u sa r fu e r t e m e n t e ese e fe c t o . S e a d m ite c o m ú n m e n t e q u e
la pronunciatio d e la Summa Theologica d e T o m á s d e A q u i n o d u r ó
tr e s a ñ o s . ¿ Y q u é o c u r r i ó c o n e l Roman de ¡a Rose, o c o n lo s
m a n u s c r ito s c íc lic o s d e la gesta d e G u illa u m e ?
L a e s c r itu r a sig u e p u e s s u b o r d in a d a a la v o z e n el m o m e n to
m is m o e n q u e su u s o se d if u n d e . L a h is to r ia d e M e r lin e l P r o ­
fe ta ilu s tr a esta s itu a c ió n . E n las g r a n d e s summas « n o v e le s c a s »
e n p r o s a d e l s ig lo X I I I , las v is io n e s y v a t ic in io s d e este p e r s o ­
n a je c u a s i d iv in o c u m p le n u n a f u n c i ó n n a r r a tiv a y s e m á n tic a
i m p o r t a n t e p a r a e l e q u i l i b r i o e s t r u c t u r a l d e la o b r a , p u e s to
q u e a f i r m a n la v o c a c i ó n p r o v i d e n c i a l d e l m u n d o a r t ú r i c o .
A h o r a b i e n , M e r l i n n o e s c r ib e ja m á s . H a b la , y s u p a la b r a es
r e c o g id a p o r u n s e c r e t a r io - c o p is t a d e s t in a d o a esa ta re a , q u e
c o n f e c c io n a u n li b r o c o n e lla . A v e c e s , la o p e r a c i ó n se re a liz a
e n s e r ie : e l m a e s tr o H é l ie to m a n o ta s y B la is e las e d ita e n e l
Livre d ’A rthur; la s e l e c c i ó n d e profecías m e r lin e s c a s p u b l i c a d a

12 From script to print, L o n d r e s , S . J a c k s o n .

Γ)(> L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

a n ta ñ o p o r J . P a tó n p r e t e n d e s e r u n a c o m p i l a c i ó n e fe c t u a d a
p o r u n s u p u e s to R ic h a r t d e I r la n d a s o b r e la b a se d e r e c e n s io ­
n es d e b id a s a c u a tr o s e c r e ta r io s d i f e r e n t e s .. ., to d o s e llo s c a r ­
g a d o s d e tít u lo s u n iv e r s ita r io s o e c le s iá s tic o s : li c e n c i a d o , c lé ­
r ig o , c a p e llá n , o b is p o .
E l p a p e l s ir v e d e « m e m o r i a » , e n e l s e n t id o e n q u e h o y
e n t e n d e m o s ese t é r m i n o c u a n d o se r e f i e r e a u n o r d e n a d o r :
c ie r to s e le m e n t o s — d e lo s q u e d e p e n d e r á n o tr o s p o r v e n ir — se
i n s c r i b e n e n é l a m e d id a q u e se d e s a r r o lla e l d i s c u r s o . L a s
o tr a s f u n c io n e s d e l e s c r ito s o n s e c u n d a r ia s e n r e la c ió n c o n la
m e m o r ia . D e a h í, s in d u d a , c ie r t o s ra sg o s s o r p r e n d e n t e s d e la
t r a d ic ió n e s c r itu r a r ia m e d ie v a l, c o m o , p o r e je m p lo , la o s c u r i ­
d a d , a m e n u d o im p e n e t r a b le , d e n u m e r o s o s li b r o s d e m e c á ­
n ic a o a lq u im ia q u e h a n lle g a d o h asta n o s o tr o s . E n r e a lid a d n o
f u e r o n s in o s im p le s c u a d e r n o s d e n o ta s c o d i f i c a d o s , e n u n
tie m p o e n el q u e e l sa b e r se tr a n s m itía s o b r e to d o o r a lm e n t e .
E n lo s p r ó lo g o s , d e d ic a to r ia s o in t e r v e n c io n e s d e l a u t o r d i r i ­
g id a s d ir e c t a m e n te al d e s t in a ta r io d e l te x to n o es r a r o e n c o n ­
t r a r lo s t é r m i n o s « l e e r » y « o ír » , e i n c lu s o « le c to r » y
« o y e n t e » , u t iliz a d o s d e f o r m a p a r a le la o in d i s t in t a , l o q u e
p r o v o c a u n a n o t a b le e q u iv o c id a d . P e r o es p o s i b l e q u e e so s
p a sa jes s ó lo sea n e q u ív o c o s p a r a n o s o tr o s y q u e h a sta lo s sig lo s
X IV y X V, la fin a lid a d d e la e s c r itu r a fu e r a u n a a u d ic ió n .
L a e s c r itu r a d e lo s sig lo s X II, X III e in c lu s o X IV , n o es s in o el
a n c e s t r o d e la n u e s tr a , y lo s t é r m in o s e n lo s q u e h a b la m o s d e
e lla ( fo r ja d o s a p r o p ó s it o d e esta ú ltim a ) d e b e n e n te n d e r s e d e
f o r m a m e t o n í m i c a . M a t e r i a lm e n t e , e s c r i t u r a y l e c t u r a s o n
e n t o n c e s —h a y q u e r e c o r d a r l o — o p e r a c i o n e s le n ta s , d i f íc ile s ,
c o sto sa s y, s in d u d a , e stá n le jo s d e s e r c o tid ia n a s e n la v id a d e
u n in d iv id u o , a u n q u e este sea i n s t r u id o . P o co s h o m b r e s y u n a
m in o r ía ín fim a d e m u je r e s s o n cap aces de llevarlas a c a b o , y, p o r
o lr a p a rte , se tra ta d e d o s o p e r a c io n e s d istin tas: se p u e d e sa b e r
le e r p e r o n o e s c r ib i r , f i r m a r u n d o c u m e n t o p e r o n o l e e r l o .
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A 57

L a e s c r itu r a n o es p o r ta n to n u n c a c o m p le t a m e n te a u tó n o m a ,
s o b r e to d o c u a n d o r e g is tra la le n g u a v u lg a r . E stá im p lic a d a e n
las t e n s io n e s r e s u lta n te s d e la d ig lo s ia d e la clase c le r ic a l d i r i ­
g e n te . L a e s c r itu r a es la tin a p o r h e r e n c ia , la p a la b r a grammatica
r e m ite e x p r e s a m e n te a esta c ir c u n s t a n c ia . L a a u t o r id a d d e lo s
c lé r ig o s , su p r e e m in e n c ia y su r a z ó n d e se r e stá n v in c u la d a s al
l a t í n y a las f o r m a s d e s a b e r q u e p e r p e t ú a e sta l e n g u a . P o r
c o n t r a s t e , la s le n g u a s v u lg a r e s p r o n u n c i a n la s p a la b r a s q u e
p o r t a esa v o z p r o f u n d a q u e r e s u e n a e n el c o r a z ó n d e la e x p e ­
r ie n c ia v iv id a ; p o r t a n las p a la b r a s f u n d a d o r a s d e las c o m u n i ­
d a d e s r e a le s. ¿ E s c á n d a lo u o b je t o d e e n v id ia ? L o s c lé r ig o s v a n
a i n t e n t a r c a p ta r esa v o z , r e c u p e r a r su e n e r g ía y su v e r a c id a d ,
v a n a in t e n t a r h a c e r la e n tr a r , s e le c tiv a m e n te , e n su o r d e n . D e
a h í la la r g a s e r ie , e n t o d o O c c i d e n t e , d e i n t e n t o s d e p o n e r
p o r e s c r it o d i f e r e n t e s le n g u a s —g e r m á n ic a s , r o m a n c e s , e s la ­
vas—, in t e n t o s e s p o r á d ic o s a p a r t ir d e l sig lo V III, m ás f r e c u e n ­
tes e n lo s sig lo s XI y X II. A p a r t ir d e l sig lo X III la o b r a d e r e c u ­
p e r a c i ó n e stá a c a b a d a y p e r m i t e e l e j e r c i c i o t r i u n f a n t e d e la
c e n s u r a : c o n p o c a s e x c e p c i o n e s , t o d o l o q u e s a b e m o s d e la
p o e s ía m e d ie v a l a tra v é s d e su s te x to s es lo q u e las g e n t e s d e
le tra s j u z g a r o n o p o r t u n o t r a n s m itir . E s c r ib ir , q u e e n la A n t i ­
g ü e d a d h a b ía s id o u n a a c tiv id a d s e r v il, se c o n v ie r t e e n la A lt a
E d a d M e d ia e n u n a p o s to la d o : la f u n c i ó n d e la e s c r itu r a es d e ­
c a n ta r la p a la b r a c o le c tiv a . P e r o , lim ita d a p o r la i m p e r f e c c ió n
d e su té c n ic a , la e s c r itu r a n o p u e d e s o f o c a r c o m p le t a m e n t e el
s o n i d o d e esa v o z . S a b e m o s q u e m u c h o s a u t o r e s p o n e n al
p ú b l i c o e n g u a r d ia c o n t r a la s p o s ib le s d e f o r m a c i o n e s d e su s
te x to s : la e s c r it u r a no b a sta p ara f i j a r lo s ; en c u a lq u ie r
m o m e n t o la b o c a d e l le c t o r o e l o í d o d e l c o p is t a p u e d e n
to m a r s e su r e v a n c h a . D e a h í la in e s ta b le s it u a c ió n d e l e s c r it o r
v e r n á c u l o , r e l e g a d o a la p e r i f e r i a d e l m u n d o d e la s le tr a s ,
d e s e o s o d e p e n e t r a r e n é l, r e iv in d ic a n d o a ve ce s c o n r ig o r ese
p r iv ile g io , p e r o (c ito u n a r tíc u lo r e c ie n te d e G . L . B ru n s )
r.« L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

« e n irá n s ito e n tr e la p a la b r a y la e s c r itu r a , e n tr e el e x te r io r y el

i n t e r io r , e n tr e e l a n o n im a t o y la a u t o r i d a d » , e n tr e lo q u e (si
h u b ie s e c o n o c i d o n u e s t r a j e r g a ) é l m is m o h a b r ía d e s ig n a d o
fic tic ia m e n te c o m o « l a n a tu r a le z a y la c u lt u r a » 13.
E ste f u n c i o n a m i e n t o d e la m a n u s c r it u r a m e d ie v a l se a c la ­
r a r á , s e g ú n c r e o , m e d ia n t e u n a c o m p a r a c i ó n c o n u n s iste m a
g r á fic o n o h e r e d a d o , s in o c r e a d o d e p ie s a ca b e za a p a r t ir d e l
s ig lo V III: la n o t a c i ó n m u s ic a l. L o s n e u m a s m á s a n t ig u o s n o
te n ía n c o m o o b je tiv o p e r m i t i r la le c tu r a d e u n a m e lo d ía d e s ­
c o n o c i d a , s in o a y u d a r a l c a n t o r a r e c o r d a r u n a m e l o d í a
a p r e n d i d a a n t e r i o r m e n t e . S e u s a r o n c i e r t o s g r a f is m o s q u e
a d e m á s s e r v ía n p a r a t r a n s c r ib ir e l le n g u a je . S in e m b a r g o , n o
e r a n s ig n o s a c ú s tic o s ( c o m o lo s o n las p a la b r a s ) q u e el c lé r ig o
m ú s ic o tu v ie r a q u e t r a n s p o n e r v is u a lm e n t e , s in o « h e c h o s »
(lo s s o n id o s ) y , s o b r e t o d o , « o p e r a c i o n e s » (v o ca le s o i n s t r u ­
m e n t a le s ) . U n a lf a b e t o n o p o d ía b a s t a r : h a b ía q u e c r e a r , al
m is m o n iv e l p e r c e p tiv o y c o n m e d io s c o m p a r a b le s , u n siste m a
q u e p e r m itie s e a n o t a r u n a sin tax is c o m o tal, esto es, u n a r e t ó ­
r ic a . E l é x ito d e este siste m a es c o n o c i d o y d e t e r m in ó e n g r a n
m e d id a el d e s a r r o llo d e l a rte m u s ic a l hasta fin a le s d e l sig lo X IX .

E n u n a e v o lu c ió n c o n tr a r ia , la e s c r itu ra d e l le n g u a je , p a ra liz a d a
p o r la in e r c ia d e la t r a d i c i ó n a lfa b é tic a , n o p o d r ía im p o n e r s e
f i n a l m e n t e a la s le n g u a s m o d e r n a s s in o s i l e n c i a n d o e n e lla s
lo s e c o s d e la v o z viva. E sto r e q u e r ir ía m u c h o tie m p o y, d u r a n ­
te lo s sig lo s m e d ie v a le s, ese s ile n c io n u n c a se ría c o m p le t o .
E stas r a z o n e s n o p u d i e r o n s in o c o n f ir m a r e n tr e lo s escrib a s
u n s e n tim ie n to a lim e n ta d o ta n to p o r la t r a d ic ió n b íb lic a c o m o
p o r c ie rta id e a h e lé n ic a d e la p o e sía : el s e n tim ie n to d e la sa cra ­
lid a d d e la « i n s c r i p c i ó n » . L o q u e está e s c r ito t ie n e u n a a u t o ­
r id a d m o r a l e i n t e l e c t u a l q u e lo e r ig e e n i n d i c i o d e v e r d a d .
El h e c h o es b i e n c o n o c i d o e n lo q u e se r e f ie r e a lo s c lé r ig o s .

13 G . L . B R U N S , « T h e o r i g in a l it y o f tex ts i n a m a n u s c r ip t c u l t u r e » , Comparative Litera­

ture ( O r e g o n ) , 3 2 , 2 , 1 9 8 0 , p p . I 1 3 - 1 2 8 .
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A 59

P a r a la g r a n m a sa d e a n a lfa b e to s la e s c r itu r a p r o d u c ía o b je to s
m is t e r io s o s , c a s i i n m a t e r ia le s , p la g a d o s d e a m e n a z a s m á s o
m e n o s secreta s o d e e sp e ra n z a s m á g ic a s — h asta el p u n t o d e q u e
f u e r o n u tiliz a d o s c o m o ta lis m a n e s e n c ie rta s p r á c tic a s d e b r u ­
j e r ía — . E stas d o s a c titu d e s , ¿ n o o b e d e c e n a u n su stra to m e n ta l
c o m ú n , a lg o a sí c o m o la p e r c e p c i ó n d e u n a e s p e c ie d e s o b r e -
h u m a n id a d —o d e in h u m a n id a d — d e la e s c r itu r a ? E s el re v e rso
d e u n a c o n v ic c ió n ra d ic a l: lo h u m a n o s ó lo se m a n ifie s ta p le n a ­
m e n te a través d e la p a la b r a .
D e s d e l u e g o , la s i t u a c ió n h a e v o l u c io n a d o . D e s d e e l a ñ o
1 2 0 0 , a p r o x im a d a m e n t e , e n lo s m e d io s u r b a n o s —e s c o la r e s y
b u r g u e s e s — la e s c r it u r a se s e c u la r iz a e n su s e m p le o s n o t a r ia l,
c o m e r c ia l, j u r í d i c o . P e r o s i m u lt á n e a m e n t e se d e s d o b la y , e n
a d e la n t e , h a b r á d o s m o d e lo s g r á f i c o s o p u e s to s : la c u r s iv a ,
u su a l, p r á c tic a , a d a p ta d a a la c ir c u la c ió n in te n s iv a d e m e n sa je s,
y la e s c r itu ra d e lo s lib r o s . S e v o lv ía , así, a la s itu a c ió n a n te r io r ,
q u e , p e s e a la i n v e n c i ó n d e la im p r e n t a , p r e v a le c e r ía h a sta la
v u lg a r iz a c ió n d e las m á q u in a s d e e s c r ib ir . I n c lu s o la ic iz a d o , el
li b r o c o n s e rv a rá d e esta fo r m a su e m in e n t e v a lo r s im b ó lic o . Es
p o c o p r o b a b le q u e lo s p r ín c ip e s d e l s ig lo XV c o n s id e r a s e n lo s
m a g n ífic o s lib r o s d e h o r a s q u e c o n o c e m o s c o m o s im p le s o b j e ­
to s d e u s o : ¿ n o e r a n ta m b ié n , y a n te s q u e n ad a , s ím b o lo s d e su
p o d e r ? E l l i b r o , q u e es la E s c r itu r a t r iu n f a n t e , tr iu n f a l, es u n
b ie n d e lu jo cu ya a d q u is ic ió n r e p re se n ta u n a in v e r s ió n c o n s id e ­
r a b le . C o n o c e m o s , p o r o tr a p a r t e , la l e n t i t u d d e la d i f u s i ó n ,
m ás q u e d e l l i b r o c o m o o b je to , d e l h á b ito d e l l i b r o 14. E sta l e n ­
titu d , al m a r g e n d e c ie rto s c ír c u lo s e c le siá stic o s o p r in c ip e s c o s ,
r e sa lta c ie r ta s c a r a c te rís tic a s in t e r n a s d e l l i b r o q u e h a c e n su
m a n e jo d ifíc il: la existen cia de varios estilos d e escritu ra , las a b r e ­
viatu ras, la a u se n cia d e u n a p u n tu a c ió n sistem ática, el e m p le o de
u n a le n g u a p r o b a b le m e n t e b a s ta n te d i f e r e n t e d e la h a b l a d a ...

14 C . B O Z Z O L O y E . O R N A T O , Pour une histoire du livre manuscrit au Moyen Age, P a r is , C N R S ,

19 8 0 , p p . 5 0 -6 5 .
6ο L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

L a le c t u r a , d e la q u e s a b e m o s q u e s ig u ió s i e n d o a r t ic u la d a
h a sta e l sig lo X V I, es d e tip o in t e n s iv o , m ie n tr a s q u e la n u e s tr a
es e x te n siv a , o c u la r , r á p id a , d iv e r s ific a d a : u n a m is m a p a la b r a ,
« l e c t u r a » , d e s ig n a p u e s a c t iv id a d e s a p e n a s c o m p a r a b le s . S i
el l i b r o c o m o o b j e t o se d i s t i n g u e d e la c o m u n i c a c i ó n v o c a l,
la le c t u r a m e d ie v a l p e r m a n e c e lig a d a a esta . G l o b a l m e n t e , la
e s c r itu r a a p a re c e e n la c iv iliz a c ió n m e d ie v a l c o m o u n a d e esas
i n s t i t u c io n e s e n las q u e u n a c o m u n i d a d p u e d e r e c o n o c e r s e ,
p e r o e n las q u e n o p u e d e c o m u n ic a r s e e n el s e n tid o p le n o d e l
t é r m i n o . S e r ía t e n t a d o r in t e r p r e t a r c o m o u n a c o n f e s i ó n t a r ­
d ía la c o n f u s i ó n c o n s t a n t e , a fin a le s d e la E d a d M e d ia , e n tr e
lo s té r m in o s « a u t o r » y « a c t o r » . E l « a u t o r » es la e n c a r n a c ió n
la ic iz a d a d e l l o c u t o r d iv in o , Dictator d e la E s c r itu r a —e n c a r n a ­
c i ó n c u y a s p r i m e r a s m a n i f e s t a c i o n e s , to d a v ía e s p o r á d ic a s ,
a p a r e c e n d u r a n t e la s e g u n d a m it a d d e l s ig lo X II— , m ie n t r a s
que el « a cto r» s e g u ir á s i e n d o d u r a n t e m u c h o t i e m p o el
in t é r p r e t e e n la performance d e u n a p o e s ía q u e , p u r a p r e s e n c ia ,
n o se m o le s ta e n d e c la r a r su o r ig e n .
D e s c r ib ir la c u lt u r a m e d ie v a l c o m o u n tr á n s ito p r o g r e s iv o e
ir r e v e r s ib le d e s d e e l p r i m a d o d e la v o z a l d e la e s c r it u r a se r ía
a d o p ta r u n p u n t o d e vista e x a g e ra d a m e n te m o d e r n o . E l t ó p ic o
m e d ie v a l q u e o p o n ía lo s té r m in o s litterati e illitterati c o m o a n t i n ó ­
m ic o s tal vez h aya sid o causa e n tr e n o s o tr o s d e fr e c u e n te s e r r o ­
res in te r p r e ta tiv o s 15. L a b ib lio g r a fía q u e se h a c o n s titu id o so b re
este te m a es b ie n c o n o c id a . D e h e c h o , está e n e l o r ig e n d e u n a

15 « L a o p o s i c i ó n n o c u b r e p o r c o m p l e t o la q u e e s t a b le c e r ía m o s e n t r e e l i n d i v i d u o
q u e s a b e l e e r y el q u e n o s a b e . G a u t i e r M a p d is tin g -u e litteratus d e scriba; u n b u e n
" e s c r i b a ” p u e d e s e r illiteratus-, u n litteratus n o r e c u r r e n e c e s a r i a m e n t e a la e s c r it u r a
e n e l c u m p l i m i e n t o d e su s ta r e a s c o t id ia n a s . L a p r o p i e d a d q u e le c a l if ic a , l i t e r a ­
tu r a , e n f r a n c é s a n t i g u o : lettrure ( e n in g lé s , literacy), n o es t a n t o u n a t r i b u t o p e r s o ­
n a l c u a n t o u n t i p o d e r e l a c i ó n e x is t e n t e e n t r e é l y c ie r t a p r á c t ic a s i g n if ic a n t e . L a
o p o s i c i ó n se e n c u e n t r a n e u t r a li z a d a e n e l c u r s o o r d i n a r i o d e la v id a ; y a h e m o s
h a b l a d o d e la " s im b io s is ” d e l le t r a d o y d e l i l e t r a d o . E n a l g u n o s c a s o s s ó lo lo s d i f e ­
r e n c i a la n a t u r a l e z a d e la d o c t r i n a a la q u e h a c e r e f e r e n c i a s u d is c u r s o . D e a h í la
v a g u e d a d , o in c l u s o a m b ig ü e d a d , d e la n o c i ó n : (il)letteratus t r a n s m it e u n c o n j u n ­
to d e id e a s c o m p le t a m e n t e h e c h a s re la tiv a s a l c o n o c i m i e n t o p r á c t i c o d e u n l e n -
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A 6l

e s p e c ie d e a n t r o p o l o g í a r e lig io s a e n T o m á s d e A q u i n o , c u y o
a b u n d a n te y s ig n ific a tiv o v o c a b u la r io h a n e s tu d ia d o B . L a c r o ix
y A . L a n d r y 16. B a jo la p lu m a o e n la e n s e ñ a n z a d e lo s d o c to s se
fu e e s b o z a n d o u n a te o r ía , y a p r e s e n te e n I s id o r o , q u e to m a r ía
f o r m a c o n G r e g o r io el G r a n d e y a travesaría lo s sig lo s h asta l l e ­
g a r a lo s c o n o c id o s v e rso s d e V i ll o n : a lo s c u lto s , la e s c r itu ra , a
lo s in c u lto s , las im á g e n e s, c o n la m ism a v e ra c id a d ; intueri ( « d e s ­
c ifr a r c o n lo s o jo s y p e n e t r a r » e l te x to ) c o n tr a contemplan, se g ú n
lo s té r m in o s d e u n a r e s o lu c ió n d e l s ín o d o d e A r r a s d e 1025 4u e
p a r e c e e x c lu ir to d a s itu a c ió n in t e r m e d ia .
E n r e a lid a d , litteratus e illiteratus se r e f i e r e n m e n o s a u n o s
i n d i v id u o s c o n s id e r a d o s e n su t o t a lid a d q u e a u n o s n iv e le s o
t ip o s d e c u lt u r a q u e p u e d e n c o e x is tir (y a m e n u d o c o e x is te n )
e n e l s e n o d e u n m is m o g r u p o , o i n c lu s o e n e l c o m p o r t a ­
m i e n t o y la m e n t a lid a d d e u n m is m o i n d i v i d u o . E l topos e n
c u e s tió n n o d a c u e n ta d e u n h e c h o q u e , p o r sí s o lo , es cap az d e
d i s m i n u i r c o n s id e r a b le m e n t e e l a lc a n c e d e a q u e l: e s c r it u r a y
le c t u r a s o n o p e r a c io n e s m u y d is tin ta s y, si la p r i m e r a im p lic a
casi n e c e s a r ia m e n te a la s e g u n d a , lo in v e r s o n o es c ie r t o . E n tr e
e l m i n o r i t a r i o g r u p o d e h o m b r e s d e la E d a d M e d ia cap aces d e
le e r , s ó lo u n p u ñ a d o p e r te n e c ía a la e lite d e p r o fe s io n a le s d e la
e s c r it u r a . D e esta f o r m a , h a sta el s ig lo X III, la e s c r it u r a casi
p o d ía p a sa r p o r u n p r iv ile g io d e clase y, s ó lo m a n t e n ie n d o sus
la z o s c o n la v o z, p u d o e n t r a r e n la re d g e n e r a l d e las c o m u n i ­
c a c io n e s so c ia le s.

g u a je d e f i n i d o p o r r e g la s . E n las a p l ic a c i o n e s q u e d e e lla s se h a c e n , lo s t é r m in o s
r e f l e j a n e l e m p le o , ya sea d e l la t ín , ya d e la e s c r it u r a , o b i e n d e a m b o s , m á s e s p e ­
c í f i c a m e n t e , p o r u n c u e r p o d e i n t é r p r e t e s , h e r m e n e u t a s , f i l ó l o g o s , g lo s a d o r e s a
c a r g o d e la t r a n s m is ió n d e lo s s a b e r e s t e ó r i c o s . D e litteratus a illitteratus se a b r e u n a
a m p l ia e s c a la d e m a tic e s s o b r e la c u a l c a d a l o c u t o r se d e s p la z a c ó m o d a m e n t e .
O t r o f a c t o r d e e q u iv o c id a d es, h a s ta e l s ig lo X I I I , la o p o s i c i ó n ¡itteratus-illiteratus,
q u e c o i n c i d e c o n la d e " c l é r i g o ” y " l a i c o ” , h e r e n c i a v e r b a l d e u n a s it u a c i ó n a n t i ­
g u a , s u p e r a d a d e s d e e l s ig lo X I » , P a u l Z u m t h o r , La le tr a j la voz. M a d r i d , C á t e d r a ,
1 9 8 9 , pp - 1 4 3 - 1 4 4 [N . d el T .] .
16 « L a r e l i g i o n p o p u l a ir e c h e z T o m a s d ’A q u i n » , e n P . B o g l i o n i , La culture populaire au
MoyenÂge, M o n t r e a l, A u r o r e , 1979 * P P · 1 6 5 - 1 8 1 .
62 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

E l il e t r a d o m e d ie v a l n o es e l a n a lf a b e t o d e l s ig lo X X . Al
a n a lfa b e tis m o , o r a lid a d d e h e c h o , d e sc rita c o m o re s id u a l, p e r ­
c ib id a c o m o u n a ta ra , se le n ie g a n lo s v a lo r e s d e la v o z y to d a
f u n c i ó n so c ia l; d e a h í lo s s e n tim ie n to s q u e e n g e n d r a : s o b r e v a -
lo r a c i ó n te m e r o s a d e la e s c r itu r a y, a m e n u d o , d e s v a lo r iz a c ió n
a u to p u n itiv a d e la p a la b ra h a b la d a . N a d a in d ic a q u e , an te s d e la
e r a t i p o g r á f i c a , n u e s t r o il e t r a d o f u e s e d e s p r e c ia d o . L o s q u e
p a d e c e n la e s q u i z o f r e n i a d e esta s it u a c ió n s o n e n c a m b io lo s
le tr a d o s , q u e se d e b a te n e n tr e d o s lín e a s d e fu e r z a , si n o e n tr e
d o s e sfe ra s c u ltu r a le s . U n e le m e n t o d e m e n ta lid a d c o m ú n lo s
u n e a lo s ile t r a d o s — e n t r e lo s q u e t r i u n f a y c u y o c o m p o r t a ­
m ie n to d e te r m in a e n g r a n m e d id a — : u n a fa lta d e in te r é s p o r la
e x a c titu d d e las r e p r e s e n ta c io n e s visu a les; u n a p e r c e p c ió n c u a ­
lita tiv a d e l e s p a c io y d e l t ie m p o ; u n a i n t e lig e n c ia in m e d ia t a y
e m o tiv a d e lo s s ím b o lo s , q u e tie n d e a r e fe r ir s e a u n o r d e n e x is ­
t e n t e e n e l m u n d o m á s q u e a a r r ie s g a r s e a p o n e r o r d e n e n el
cao s; u n s e n t im ie n t o d e l le n g u a je q u e e x c lu y e to d a id e a a r b i ­
t r a r i a . . . P e r o , e n t r e lo s le t r a d o s , e so s ra s g o s se d e b i li t a n a lo
la r g o d e l p e r i o d o m e d ie v a l a u n q u e s in d e s a p a r e c e r c o m p le t a ­
m e n t e h a sta la e r a tip o g r á f ic a . E l p e s im is m o a g u s t in ia n o , d e l
q u e la é tic a y e l d is c u r s o d e lo s c lé r ig o s n o se li b e r a r á n n u n c a ,
o p e r a c o n t r a las m e n t a lid a d e s i m p e r a n t e s e n la m a sa d e la
p o b la c ió n . A h o r a b ie n , o p e r a a fa v o r d e la e s c r itu r a , e n d e t r i ­
m e n to d e la v o z: la g e n e a lo g ía d e l p e c a d o se r e m o n ta a las p a la ­
b r a s d e la s e r p ie n t e ; la p a la b r a d e D io s , a su v e z , q u e d ó fija d a
e n e l L ib r o . L a p u r a v o z es s e d u c to r a , tie n d e a e c lip s a r lo s s ig ­
n ific a n te s e n el f u lg o r d e su p a s ió n vital.
U n a s i t u a c ió n d e f r á g i l e q u i l i b r i o se in s t a u r a a sí e n t r e la
e s c r itu r a y la v o z, s itu a c ió n q u e a tra ve sa rá la r g o s p e r io d o s h i s ­
t ó r ic o s y se p r o lo n g a r á h asta la r e v o lu c ió n in d u s t r ia l. P e r o s e c ­
t o r e s e n t e r o s d e la c u lt u r a m e d ie v a l e s c a p a n a e ste c o m p r o ­
m is o : to d o s a q u e llo s , d esd e la v id a f a m ilia r h a sta las té c n ic a s d e
a p r e n d iz a je a rte sa n a l, e n lo s q u e la e sc ritu ra n o tie n e in flu e n c ia .
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A 63

H a s ta e l s ig lo X I I , a p r o x im a d a m e n t e , la v o c a lid a d se o p o n e
p u e s a la e s c r it u r a c o m o el d is c u r s o d e l p o d e r a l d e l s a b e r . A
p a r t ir d e lo s sig lo s X II y X I I I , la r e la c ió n se in v ie r te : a la e s c r i­
t u r a , e l p o d e r ; a la v o z , la t r a n s m i s i ó n viv a d e l s a b e r . P e r o
to d a v ía e n la e n c r u c ija d a d e lo s sig lo s X V y X V I , si n o X V I y X V I I ,
n in g u n o d e e sto s d o s h a c e s d e fu e r z a s y v a lo r e s h a c o n s e g u id o
s o m e te r e n te r a m e n t e a l o t r o . ¿ C ó m o p o d r ía e sc a p a r la p o e s ía
a u n e s ta d o d e co sa s q u e a fe c ta a to d a s la s d e m á s r e d e s d e
c o m u n ic a c ió n c o n s titu tiv a s d e u n a c u lt u r a ?

A q u í in t e r v ie n e la n a tu r a le z a d e las le n g u a s c o n fr o n ta d a s e n la
s i t u a c ió n d e d ig lo s ia ( o , a v e c e s , d e « p o l i g l o s i a » ) e n t o n c e s
g e n e r a l e n O c c id e n t e . E n e fe c t o , u n la t ín m ás o m e n o s e s ta n ­
d a r iz a d o g r a m a t ic a lm e n t e c o e x is t ía c o n u n a o v a r ia s le n g u a s
v u lg a re s, su p e rp u e sta s o y u x ta p u esta s e n el u so lin g ü ís tic o d e las
m is m a s c o m u n i d a d e s . P e r o la s le n g u a s v u lg a r e s se p r e s e n t a n
c o m o c o n ju n t o s d e d ia le c to s c o n d is tin to g r a d o d e p a r e n te s c o
q u e c o e x is te n e n p le n a t e n s i ó n c o n u n a le n g u a c o m ú n ( p r o ­
v in c ia l, n a c i o n a l . . . ) e n f o r m a c i ó n . E l la t ín , e n c a m b io , b a s ­
ta n t e h o m o g é n e o p e s e a las d is t o r s i o n e s lo c a le s , c o n s t it u y e ,
c o m o la e s c r it u r a , u n a t é c n ic a a p r e n d id a , d e u s o r e s e r v a d o a
u n a e lite ta n p o d e r o s a c o m o m in o r it a r ia .
P o r e s o m is m o , al p r i n c i p i o , las p o s i b i li d a d e s d e q u e se
p r o d u je s e u n a e s p e c ia liz a c ió n f u n c io n a l e r a n g r a n d e s : al la tín ,
la e s c r itu r a ; a las le n g u a s v u lg a r e s , la o r a lid a d . E s to fu e l o q u e
o c u r r i ó e n lo s p r im e r o s sig lo s m e d ie v a le s p o r r a z o n e s h i s t ó r i ­
cas r e la c io n a d a s c o n c ie rta su p e rv iv e n c ia d e la a n tig u a tr a d ic ió n
e s c r itu r a l e n lo s r e in o s g e r m á n ic o s : la o p o s i c i ó n l e t r a d o / i le ­
tr a d o r e c u b r ió e n to n c e s las c a te g o ría s « c o n o c e d o r d e l la tín d e
lo s e s c r i b a s » / « n o c o n o c e d o r » . E l R e n a c i m i e n t o c a r o l i n g i o
a cu só la d ife r e n c ia , h a sta e l p u n t o d e q u e , e n lo s p a íses d e l e n ­
g u a r o m a n c e , c ie rto s h o m b r e s d o c to s t o m a r o n c o n c ie n c ia d e la
id e n t id a d d e las le n g u a s v u lg a r e s; e n lo s p a íse s g e r m á n ic o s , d e
64 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

su i r r e d u c t i b il i d a d . A q u í y a llá eso s h o m b r e s d o c t o s e x p e r i ­
m e n t a r o n la n o v e d a d d e e s c r i b i r a lg u n a s p a la b r a s e n le n g u a
v u lg a r: tal vez p a r a r e g is tra r u n a cto j u r í d i c o o , e n e l m e jo r d e
lo s caso s, u n p o e m a q u e a d a p ta b a o im ita b a u n a t é c n ic a h asta
e n to n c e s p u r a m e n t e o r a l — c o m o e l Cantar de Ludovico, c o n t e m ­
p o r á n e o d e l Santa Eulalia, e l H eliand, e l B eow u lf o lo s p o e m a s
f r a n c o - o c c i t a n o s d e l m a n u s c r it o d e C l e r m o n t — . E n E s p a ñ a ,
el e s c e n a r io fu e m ás c o m p le jo d e b id o a las i n t e r f e r e n c ia s c o n
el á r a b e . E n la I n g la t e r r a n o r m a n d a d e l s ig lo X I I , e l la t í n se
o p o n e a la v e z a la le n g u a g e r m á n i c a d e lo s v e n c i d o s ( e n las
p e n ín s u la s d e l O e s t e , al c e lta ) y al d ia le c to fr a n c é s d e lo s c o n ­
q u is ta d o r e s ; p e r o este ú lt im o , h e r e d a n d o c o s tu m b r e s a n g l o ­
sa jo n a s, m ás fa v o r a b le s q u e o tr a s a la le n g u a v u lg a r , se c o n v e r ­
t i r í a e n a d e la n t e e n e l i d i o m a d o m i n a n t e , i n s t r u m e n t o d e
p o d e r p le n a m e n t e h a b ilit a d o p a r a c o m u n ic a r s e a tra v é s d e la
e s c r it u r a . N o o b s ta n t e , e n m e d i o d e ta n ta s c o n m o c i o n e s , la
vo z q u e b r o t a d e lo m ás p r o f u n d o y p o r ta las p a la b ra s a n t e r i o ­
res a las r a c io n a liz a c io n e s a p r e n d id a s n o p u e d e ser d e n in g u n a
m a n e r a ( n i s i q u ie r a e n b o c a d e u n c lé r i g o ) la m is m a q u e
e n u n c i a fr a s e s la t in a s . L a v o z v e r d a d e r a h a b la la le n g u a
m a te r n a q u e h a p r o d u c i d o e n lo s p a ís e s r o m á n i c o s , tr a s u n a
la rg a y fa v o r a b le d e riv a , el u so o r a l d e l la tín a n tig u o , p o r o p o ­
s i c i ó n a l q u e m a n t e n í a , g r a c ia s a l c o r s é d e la grammatica, la
e s c r itu r a . E n e l s e n o d e su d ia le c to r o m a n c e , e n lo s t e r r it o r io s
d e l a n tig u o im p e r i o d e O c c id e n t e , e sto s h o m b r e s h a n lle g a d o
a se r lo q u e s o n . P e r o e l sermo vulgaris es a la vez la r a íz y el f r u t o
d e u n a c u lt u r a s a lv a je , e x t r a o f i c i a l , a u n q u e o m n i p r e s e n t e ,
h e c h a d e s e d im e n t o s o s c u r o s a c u m u la d o s d e s d e e l n e o l í t i c o ,
p o d e r o s a m ix t u r a « c a m p e s in a » (es d e c i r « p a g a n a » ) de
r e c u e r d o s íb e r o s , celta s, g e r m a n o s , d e c re e n c ia s , d e p r á c tic a s ,
d e a r t e , c o n lo s q u e la t r a d i c i ó n la t in a , e c le s iá s tic a y e s c o la r ,
t ie n e q u e l i d ia r , d a d o q u e n o h a p o d i d o e r r a d ic a r lo s b a jo la
a c u s a c ió n d e p a g a n is m o o h e r e j í a . A h o r a b i e n , a p a r t i r d e l
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L IO A D Y E S C R IT U R A 65

s ig lo X I, X II o X III, s e g ú n lo s lu g a r e s , esta c u lt u r a p o p u l a r ,
h a sta e n t o n c e s r e le g a d a a la t r a s t ie n d a d e l O r d e n ( p o lí t i c o ,
s o c ia l o m o r a l) e n t r a r u id o s a m e n t e e n e s c e n a y o b lig a a lo s
le t r a d o s a u n p r o d ig io s o e s f u e r z o d e i n v e n c i ó n p a r a in t e n t a r
r a c i o n a l i z a r l a , a u n q u e f u e s e u n p o c o , y p r o c u r a r s e a sí lo s
m e d io s p a ra a c tu a r s o b r e ella . S u h e r r a m ie n ta m ás p o d e r o s a e n
esta e m p r e s a es la e s c r it u r a . P o r e s o , a p a r t i r d e u n a é p o c a
situ a d a e n tr e I I 5 0 y 1250 . to d a s las le n g u a s v u lg a r e s d e E u r o p a
a c c e d e n al p r e s t ig io d e la e s c r itu r a . L e n g u a s vivas e n su v o c a li-
d a d c o tid ia n a , el fr a n c o d e l sig lo X II, el to s c a n o d e l X III, el a lto
a le m á n y to d a s las d e m á s a s c ie n d e n al estatu s d e « le n g u a d e la
L e y » . P e r o la v o c a lid a d n o se e x t in g u e . E m p a p a n d o , p o r así
d e c ir , estas e s c r itu r a s p o r d o q u i e r , a ú n p r o d u c i r á p o e s ía d u ­
r a n te m u c h o tie m p o ; y, c o m o ya d ije an te s, c o n s e rv a rá — p o c o o
m u c h o — su lu g a r y su f u n c i ó n e n t r e lo s p r o c e d i m i e n t o s d e la
e s c r it u r a . D e la e s c r it u r a p r o c e d e la a u t o r id a d ; p e r o la v o z
c o n s e r v a la v e r a c id a d d e u n a p r e s e n c ia i r r e c u s a b le . E s c ie r t o
q u e la c u e s t ió n d e la v e r a c id a d se c o n f u n d e c o n la d e l esta tu s
d e l a u t o r e n e l te x t o , p e r o ¿ q u i é n d u d a r ía e n c a m b io d e u n a
b o c a r e a l, d e u n r o s t r o q u e t o d o s v e n , d e ese g e s to q u e s ó lo
p e rten e ce a je a n , a Jacq u es o a J é r ô m e ?

P e r m íta n m e r e fe r ir m e a q u í al a n á lisis p r e s e n ta d o e n el c a p ítu lo

p r im e r o d e m i Introducción a la poesía oral'7. E s p o e s ía — este e r a m i
p u n t o d e p a r tid a — lo q u e el p ú b lic o , le c to r e s u o y e n te s , r e c ib e
c o m o tal, p e r c ib ie n d o e n e llo u n a i n t e n c ió n n o e x c lu s iv a m e n te
r e fe r e n c ia l: e l p o e m a , e n e fe c to , es r e c ib id o c o m o la m a n if e s ­
ta c ió n p a r tic u la r , e n u n tie m p o y lu g a r d a d o s , d e u n vasto d is ­
c u r s o q u e c o n s t it u y e g lo b a lm e n t e u n t r o p o d e lo s d is c u r s o s
o r d i n a r i o s m a n t e n id o s e n el s e n o d e l g r u p o s o c ia l. E l p o e m a
v ie n e a c o m p a ñ a d o o j a l o n a d o p o r c ie r ta s se ñ a le s q u e re sa lta n

17 P á g in a s 2 8 y 2 9 d e la e d i c i ó n o r i g i n a l [ N . d e l T . ] .
66 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

su n a tu r a le z a fig u r a tiv a : así, p o r e je m p lo , el c a n to e n r e la c ió n

c o n el te xto d e la c a n c ió n . E l re su lta d o es u n a o p o s ic ió n f u n c i o ­
n a l e n tr e d o s t ip o s d e te x to s ( a u n q u e c a d a u n o se d is p e r s a e n
d iv e rsa s cla se s) q u e h a c e v e in t e a ñ o s lla m á b a m o s r e s p e c t iv a ­
m e n te « d o c u m e n t o s » ( d is c u r s o n o m a r c a d o ) y « m o n u m e n ­
to s » (d isc u rso m a rc a d o , te x to ). P o r s u p u e sto , c o n v ie n e re la tiv i-
z a r esta d ic o t o m ía , s o m e te r la a in c e s a n te s r e d e f i n ic i o n e s . P o r
m u y in c i e r t a q u e a ve ce s n o s p a r e z c a , la lín e a d iv is o r ia e n tr e
« d o c u m e n t o » y « m o n u m e n t o » atra viesa a la vez la o r a lid a d y
la e s c r itu r a y e n g e n d r a d ife r e n c ia s d e l m is m o o r d e n e n a m b a s.
E s q u e m á tic a m e n te , r e p r e s e n ta r é estas d ife r e n c ia s o p o n ie n d o a
u n a b ase a n tr o p o ló g ic a y lin g ü ís tic a las diversas esp ecies d e s e ñ a ­
les o p e r a to r ia s q u e , in te g r á n d o s e e n ella , la tr a n s fo r m a n .
E sa b a se está c o n s titu id a p o r e s tr u c tu r a s p r im a r ia s q u e , e n
este c o n t e x to , a s u m ir e m o s c o m o estab les. S e tra ta d e:

— las e s t r u c tu r a s « n a t u r a le s » ( lo s ó r g a n o s v o c a le s , las
m a n o s , lo s s o p o r te s m a te r ia le s d e la e s c r itu r a );
— y las e s tru c tu r a s « c u lt u r a le s » (las d e la le n g u a c o m o ta l).

A l d is c u r s o q u e s ó lo a ctiv e las e s tr u c tu r a s p r im a r ia s lo l l a ­
m a r e m o s « d o c u m e n t o » . E l « m o n u m e n t o » se c o n s t it u y e a
o tr o n iv e l, d ig a m o s « p o é t i c o » , d e f in id o p o r u n a s e ñ a liz a c ió n
p r o p ia , in t e n c io n a l y r e s u lta n te d e u n tr a b a jo q u e r e o r g a n iz a
e le m e n t o s ya o r g a n iz a d o s e n e s tru c tu r a s p r im a r ia s . A este r e s ­
p e c to p o d e m o s d is tin g u ir :

— u n a s e ñ a liz a c ió n « t e x t u a l» d e p e n d ie n t e d e l le n g u a je ; y
(n e c e s a r ia m e n te )
— u n a s e ñ a liz a c ió n « m o d a l » , ya sea g r á f ic a ( t e n d e n t e al
d ib u j o ) , c u a n d o se tra ta d e e s c r itu r a , ya v o c a l ( te n d e n te
al c a n to ) , c u a n d o se tra ta d e o r a lid a d .

A h o r a b i e n , la p e r s p e c tiv a d e las s e ñ a liz a c io n e s t e x t u a l y

m o d a l e n la c o n s titu c ió n d e l m o n u m e n t o d if ie r e m u c h o se g ú n
 II. L A P E R F O R M A N C E : O R A L ID A D Y E S C R IT U R A 67

se i m p o n g a e n la p o e s ía e l r e g is t r o e s c r ito o e l r e g is t r o v o c a l.
L o « t e x t u a l » d o m i n a lo e s c r it o ; l o « m o d a l » , las a r te s d e la
v o z . E n e l m e jo r d e lo s casos, u n m o n u m e n t o o r a l se ría c o n c e ­
b ib le e n te r a m e n te « m o d a liz a d o » , p e r o n u n c a « te x tu a li-
z a d o » . E l « t e x t o p o é t i c o o r a l » , e n la m e d id a e n q u e , p o r la
v o z q u e l o tr a n s m ite , r e c u r r e a u n c u e r p o , es m á s r e f r a c t a r io
q u e e l te x t o e s c r ito a c u a l q u i e r a n á lis is q u e lo d is o c ie d e su
f u n c i ó n s o c ia l y d e l lu g a r q u e esta le c o n f ie r e e n la c o m u n id a d
r e a l; d e la t r a d i c i ó n a la q u e ta l ve z se e n c o m ie n d a d e m a n e r a
i m p líc it a o e x p líc ita ; d e las c ir c u n s t a n c ia s , f i n a lm e n t e , e n las
q u e se h a c e o í r . M u c h o m ás d e lo q u e e l te x to e s c r ito d e p e n d e
d e las té c n ic a s m a n u a le s o m e c á n ic a s d e la g r a fía , e l te x to o r a l
d e p e n d e , p o r eso s fa c to re s , d e las c o n d ic io n e s y lo s rasg o s l i n ­
g ü ís tic o s q u e d e te r m in a n to d a c o m u n ic a c ió n o r a l. E l e fe c to de
« c o m u n ic a c ió n d ife r id a » , d e fin ito r io d e to d o m o n u m e n to ,
se p r o d u c e , e n la performance, m e d i a n t e e l e m p le o d e u n l e n ­
g u a je c a s i r it u a l , p o r lo m e n o s in m e d ia t a m e n t e r e c o n o c i b l e
c o m o p r o c e d e n t e d e u n a t r a d ic ió n c o m p a r t id a . D e este m o d o ,
las c ir c u n s t a n c ia s , e l hic et nunc d e la v o z , se v e n f ic t i c i a m e n t e
e x tir p a d a s d e u n a s c o n d i c i o n e s e s p a c io t e m p o r a le s c o n c r e ta s ,
d e a lg u n a f o r m a m itific a d a s . D e a h í la fr e c u e n t e im p r e s ió n d e
im p e r s o n a lid a d , si n o d e a b s tr a c c ió n , q u e e x p e r im e n ta e l l e c ­
t o r (e l m e d ie v a lista in c lu id o ) d e u n te x to o r ig in a lm e n t e d e s t i­
n a d o a la tr a n s m is ió n v o c a l; to d o lo c o n t r a r io , p o d e m o s estar
s e g u r o s , d e la i m p r e s i ó n e x p e r im e n t a d a p o r lo s o y e n te s d e l
sig lo X II o X III. Y lo m is m o c a b e d e c ir d e la m a y o r p a r te d e las
c a n c io n e s d e lo s tr o v e r o s .
E l h e c h o d e q u e , al m e n o s d e s d e e l s ig lo X III, la v o c a lid a d
p o é t ic a se e je r c ie s e e n c o n t a c to c o n e l u n iv e r s o d e la e s c r itu r a
n o t i e n e e fe c t o a lg u n o s o b r e e ste p u n t o . E l im p a c t o d e lo s
h á b it o s e x p r e s iv o s y d e la s m e n t a lid a d e s e s c r it u r a r ia s p u d o
d e ja r s e s e n t ir , d e u n a f o r m a m á s o m e n o s a c u s a d a , s o b r e la
p r o d u c c i ó n , la c o n s e r v a c ió n o la r e p r o d u c c i ó n d e l p o e m a .
68 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

C o m o c o n s titu tiv a d e la o r a lid a d , la performance q u e d a b a fu e r a

d e c u e s tió n . M ás a ú n : ca d a vez q u e u n p o e m a p a sa d e l r e g is tr o
e s c r ito al r e g is tr o o r a l - a u r a l e x p e r im e n ta u n a m u t a c ió n r a d i ­
cal — a u n q u e r a r a m e n t e p e r c e p t i b l e — e n e l n iv e l l i n g ü í s t i c o .
U n p o e m a c o m p u e s to p o r e s c r ito p e r o « r e p r e s e n t a d o » o r a l ­
m e n te c a m b ia d e n a tu r a le z a y f u n c i ó n , c o m o c a m b ia , in v e r s a ­
m e n t e , u n p o e m a o r a l r e c o g i d o p o r e s c r it o y d i f u n d i d o d e
esta fo r m a .
 III. CÓMO INTEGRAR LA OPERACIÓN VOCAL
EN EL ESTUDIO DE LOS TEXTOS MEDIEVALES

S ó l o a tr a v é s d e lo s te x to s c o n o c e m o s lo s d is c u r s o s a n t ig u o s .
E sta o b v ie d a d t ie n e g r a n d e s c o n s e c u e n c ia s . P ese a la i n f o r m a ­
c ió n q u e n o s a p o r ta n la p a le o g r a fía , la b ib lio lo g ía o la h is to r ia ,
n o s ie m p r e es fá c il d e t e r m in a r c u á l fu e la f in a lid a d d e a lg u n o s
d e lo s te x to s q u e e s t u d ia m o s . N o r e s u lta d i f í c i l d i s t i n g u i r lo s
m a n u s c r it o s d e lu jo , in d iv id u a liz a d o s p o r sus d e d ic a to r ia s , n i
lo s m e d io c r e s m a n u s c r it o s d e j u g l a r ; lo m is m o p u e d e d e c ir s e
d e las c o p ia s d e stin a d a s al u s o p e d a g ó g ic o y d e las q u e e x p lo ta ­
b a n lo s l i b r e r o s p ú b l i c o s e n lo s m e d io s u r b a n o s . P e r o e sto s
s o n e l e m e n t o s c ir c u n s t a n c ia le s , g e n e r a l m e n t e i n s u f ic i e n t e s
p a r a d e f i n i r la f u n c i ó n q u e d e s e m p e ñ a b a e l e s c r ib a c u a n d o
tra za b a sus s ig n o s s o b r e el p a p e l: ¿ a c a s o u n a d e las d o s f u n c i o ­
n e s p r im a r ia s d e la e s c r itu r a — c o m u n i c a c i ó n y c o n s e r v a c ió n —
p r e d o m i n ó y , p o r q u é n o , d e t e r m in ó p o r sí so la la o p e r a c ió n ?
T o d a s las h ip ó te s is s o n p o s ib le s . T a m b ié n e n este s e n tid o , cad a
te x t o t i e n e su h is t o r i a . A h o r a b i e n , está c la r o q u e , s e g ú n el
e x a m e n d e ta l m a n u s c r it o , o d e ta l t r a d ic ió n m a n u s c r it a e n su
 70 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

c o n j u n t o , n o s i n c l i n e h a c ia u n a u o tr a r e s p u e s ta , e s t a r e m o s
c o n f r o n t a d o s a d i f e r e n t e s m o d a lid a d e s d e d is c u r s o p o é t i c o .
P o r o tr a p a r te , c u a lq u ie r a q u e sea el esta d o e n q u e h a n l l e ­
g a d o h asta n o s o tr o s , esos te x to s s o n te x to s, y n a d a n o s a u to r iz a
a c o n s id e r a r lo s sim p le s r e g is tro s d e p a la b ra s — es d e c ir , a saltar,
p o r m e t á fo r a y c o m o si ta l c o s a , d e u n m o d o d e p e r c e p c i ó n
s e n s o r ia l a o t r o — . C u a n d o y o m is m o e d it o e so s te x to s , lo s
im p r im o p a r a h a c e r lo s a s e q u ib le s a la g lo sa d e lo s e r u d ito s , a la
e n s e ñ a n z a d e lo s p r o fe s o r e s , a la le c tu r a d e to d o s lo s in t e r e s a ­
d o s . T i e n e lu g a r a sí u n a o b r a d e r e c u p e r a c i ó n c u lt u r a l q u e
a ctiv a e n n o s o t r o s , e n e l m o m e n t o d e l « c o n s u m o » d e l te x to
(valga la e x p r e s ió n ) , las m ism a s fa c u lta d e s física s e in te le c tu a le s
q u e el c o n s u m o d e e s c r itu r a s c o n t e m p o r á n e a s : la v ista , p e r o
t a m b ié n to d o lo q u e im p lic a n — ta n to e n a c titu d e s c o r p o r a le s e
i m p r e s io n e s c e n e s té s ic a s c o m o e n p r o c e d i m i e n t o s d e r e c e p ­
c ió n y d e c o m b in a c ió n m e m o r ís tic a — n u e s tr o s p r o p io s h á b ito s
d e l e c t u r a . . . , h a sta la f o r m a y, p o r q u é n o , la c o m o d i d a d d e
n u e s tr o s s illo n e s .
E n este s e n t id o , n u e s tr o s te x to s n o n o s p r o p o r c i o n a n s in o
u n a f o r m a v a c ía y s in d u d a p r o f u n d a m e n t e a lte r a d a d e lo q u e
fu e , e n o t r o c o n t e x t o s e n s o m o t o r , p a la b r a p le n a . E ste es el
h e c h o g e n e r a l al q u e se s u b o r d in a n to d a s las c u e s tio n e s relativas
a la o r a lid a d d e la p o e sía d e a q u e l tie m p o . E sto es ta n c ie r t o q u e
d e lo s p r o c e d im ie n t o s m e c á n ic o s q u e h o y n o s p e r m i t e n e s c u ­
c h a r c ie r t o s te x to s m e d ie v a le s ( c o m o lo s d is c o s d e c a n c io n e s
tr o v a d o r e s c a s o d e Minnesänger) p o d r ía m o s h a b la r — c u a lq u i e r a
q u e sea , p o r o t r a p a r t e , su p r o p i a c a lid a d — m á s o m e n o s e n
lo s m is m o s t é r m i n o s e n q u e h a b la m o s d e n u e s t r a s l e c t u r a s .
E l s o n id o tr a n s m it id o p o r e l d is c o a te n ú a m u c h o e l e fe c t o d e
a le j a m i e n t o t e m p o r a l y d e e m b o t a m i e n t o s e n s o r i a l . S i n
e m b a r g o , n o es s i n o la i l u s i ó n d e u n a p r e s e n c i a , y c u a n d o
a c u d i m o s a u n a sa la d e c o n c i e r t o s p a r a e s c u c h a r a u n c a n ­
ta n te y a u n o s m ú s ic o s , lo s e q u ív o c o s se c o n c e n t r a n s o b r e lo s
 III. C ÓM O IN T E G R A R L A O P E R A C IÓ N V O C A L... 71

e l e m e n t o s n o t e x t u a le s d e la performance: l o q u e e s c u c h a m o s
s ó lo r e m i t e al p a s a d o m e d ie v a l d e u n a m a n e r a f a c t ic i a . E se
c o n c i e r t o c o n s titu y e u n a performance a c tu a l. D e s d e el p u n t o d e
v is ta d e n u e s t r a p r o p i a c u lt u r a , es u n a v e n t a ja y , ta l v e z , sea
t a m b i é n e l m e d i o m á s e f ic a z p a r a i n s u f la r u n p o c o d e v id a a
esos v e n e r a b le s d o c u m e n t o s h is tó r ic o s . N u e s tr o c o n o c im ie n t o
d e lo s m is m o s se h a c e m ás p r o f u n d o , p e r o , s in d u d a , se d e s ­
v ir tú a e n ese p r e c is o m o m e n t o .

C u a l q u i e r a q u e fu e s e , e n la e x is te n c ia d e l t e x t o , e l in s ta n te
( c o m p o s ic ió n , tr a n s m is ió n o am b as) e n e l q u e in te r v in o y
o p e r ó la v o c a lid a d , c o n f i r i e n d o a u n a « o b r a » su r e a lid a d c o n ­
c re ta , la s itu a c ió n d e l le c to r m o d e r n o s ie m p re es la m ism a . P o r
m u c h o q u e e ste s in d u d a p u e d a , i m p l í c it a o e x p líc it a m e n t e ,
m a n t e n e r u n d is c u r s o s o b r e e l te x t o e n c u e s t i ó n , n o t ie n e
m e d i o a lg u n o p a r a e x p li c a r l o — q u ie r o d e c i r p a r a c a p ta r sus
im p lic a c io n e s se n s o r ia le s y h a c e rla s p e r c e p tib le s — . D e lo q u e se
tra ta es d e i n v e r t ir id e a lm e n t e (d e u n a m a n e r a n o d e m a s ia d o
d is c u tib le ) la m u t a c ió n c u a lita tiv a o p e r a d a a n ta ñ o p o r e l p a so
a l e s c r i t o , d e la n z a r p o r lo m e n o s u n a p a s a r e la te n ta tiv a p o r
e n c im a d e esas d is c o n t in u id a d e s cu ya im p o r ta n c ia p r e s u m im o s
s in p o d e r c u a n t if i c a r la . N o h a r e m o s n a d a m á s q u e i n t e n t a r
r e c o n s t r u ir la c ir c u n s ta n c ia y n o p o r s im p le a c u m u la c ió n e r u ­
d ita , s in o p o r q u e h a b r e m o s a s u m id o e n s e g u id a q u e e l « te x t o
v e rb a liz a u n a s it u a c ió n » p a r tic u la r q u e n o s ó lo es d e f in ib le e n
t é r m i n o s s o c io h i s t ó r i c o s g e n e r a le s , s in o q u e l o in d iv id u a liz a
ta n to e n el o r d e n d e las p e r c e p c io n e s c o r p o r a le s c o m o e n e l d e
la i n t e l e c c i ó n . S e tr a ta d e p e n e t r a r u n u n iv e r s o m e t a f ó r ic o
i m p la n t a d o e n la h is t o r ia p e r o d is t in t o d e esta: es i m p o s ib le
b asa rse e n u n a s im p le se rie d e h e c h o s h is tó r ic o s p a r a r e c o n s t i­
tu ir e l a c o n te c im ie n to e n su u n ic id a d . S in e m b a r g o , u n o s v a lo ­
re s — u n a e s tr u c tu r a d e v a lo r e s — se d e s p r e n d e n a m e d ia s , e x i ­
g e n se r c o m p r e n d id o s , y la ú n ic a p o s ib ilid a d d e in t e r p r e ta r lo s
72 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

v e n d r á d e la m a n o d e su p a r a d ó j i c a c o n v iv e n c ia c o n el
m o m e n t o a c tu a l d e « n u e s t r a » h is t o r ia 1.
L o q u e b u s c a m o s e s p o n tá n e a m e n te e n to d a o b r a d e a rte , e n
p a r tic u la r e n la o b r a p o é tic a , es u n e fe c to e s p e c u la r . S i la o b r a
p e r t e n e c e al p a sa d o , la fu e r z a d e ese m o v im ie n to — m a l c o n t r o ­
la b le e n n o s o tr o s — c re c e m ás c u a n to m a y o r es n u e s tr a c a r e n c ia
d e e le m e n t o s d e i n f o r m a c i ó n a n e c d ó t ic a . C u a n t o m á s n o s
r e t r o t r a ig a m o s al p a s a d o , m ás p o d e r o s a m e n t e n o s v e r e m o s
a r r a s t r a d o s h a c ia u n u m b r a l ó p t i m o , a n te s d e q u e la e x c e siv a
d is t a n c ia e s p a c io t e m p o r a l b o r r e t o d o s e n t i m i e n t o d e p e r t e ­
n e n c ia . N o c a b e d u d a d e q u e n u e s tr a E d a d M e d ia se s itú a h o y
e n ese u m b r a l; d e a h í su « a c t u a lid a d » ta n to e n tr e lo s in v e s t i­
g a d o r e s c o m o e n tr e e l g r a n p ú b lic o .
E ste es e l d e s e o q u e s u b y a c e a n u e s t r o d is c u r s o . U n d e s e o
q u e a m e n u d o se o c u lt a y , p o r e s o m is m o , r e s u lta u n a c tiv o
p r o d u c t o r d e e s p e jis m o s c r í t i c o s y m it o lo g ía s v u lg a r iz a d o r a s
q u e , a v e c e s , d e g e n e r a n e n p u r o in t e g r is m o m e t o d o ló g ic o . D e
este ú ltim o p r o v ie n e sin d u d a esa « a - t o p í a » p o s e s tru c tu r a lis ta ,
m u ltip lic a d o r a d e té r m in o s q u e c o m ie n z a n p o r « d e » : d e c o d i ­
f ic a c ió n , d e c o n s t r u ir , e tc é te r a . ¡ Q u é u - t o p ía ! S i m e p e r m it e n
e l j u e g o d e p a la b r a s , t o d o e so , si n o d esech ad o, h a d e s e r s u p e ­
r a d o , p u e s to al se r v ic io d e u n a r e d e f in ic ió n , n o ta n to d e la h i s ­
to r ia c o m o tal ( ¿ q u i é n se a tre v e ría a e ll o ? ) , c o m o d e l a c o n t e c i­
m ie n t o . A d m i t i r la o r a lid a d d e u n te x to es, p a r a d ó jic a m e n t e ,
to m a r c o n c ie n c ia d e fo r m a activa d e u n h e c h o h is tó r ic o q u e n o
se c o n f u n d e c o n la s itu a c ió n c u y o ra s tro e s c r ito h a su b s is tid o y
q u e n u n c a se r e fle ja r á e n ese e s p e jo .
E n lo q u e a n o s o tr o s resp ecta, se trata d e e x p lo ta r ese d ese o de
s im ilit u d in m a n e n t e a n u e s tr o d is c u r s o h is tó r ic o , d e c a p ta r su
e n e r g ía a f i n d e e m p le a r la p a ra n u e s tr o s p r o p io s fin e s : in te n ta r
v e r la o tr a c a ra d e l e s p e jo , a r a ñ a r al m e n o s la c a p a d e a z o g u e .

I V é a s e m i Introduction à ¡o poésie orale, P a r ís , S e u i l , 1903 - Ρ Ρ · 59 _^ 2 .

 III. C ÓM O IN T E G R A R L A O P E R A C IÓ N V O C A L... 73

A h í d etrás, p o r d e b a jo d e la e v id e n c ia d e n u e str o p re se n te y d e la
r a c io n a lid a d d e n u e stro s m é to d o s , q u e d a u n r e s id u o , ese m ú lt i­
p lo sin o r ig e n u n ific a d o r n i f in to ta liz a d o r, ese « r u i d o » d el q u e
h a b la M ic h e l S e r re s , y c u y o c o n o c im ie n t o c o r r e s p o n d e al o íd o
m ás q u e a la vista. E s ah í, y só lo a h í, d o n d e se sitú a p a ra n o so tro s
la o r a lid a d d e n u e str a « lite r a t u r a m e d ie v a l» ; v o c a lid a d - r e s id u o
d e las filo lo g ía s r e n u e n te a n u estro s sistem as de c o n c e p tu a liz a tio n .
S ó l o l o e v o c a r e m o s c o m o s í m b o l o , es d e c i r , e n t é r m i n o s
q u e lla m a r é « n a r r a t i v o s » — e n e l s e n tid o m ás d in á m ic o d e la
p a la b r a y r e f i r i é n d o l a al r e la t o e n c u a n t o q u e r e c e p t á c u lo d e
a n a lo g ía — . N o p r e t e n d o p r e c o n iz a r así u n c o m p a r a tis m o a n e c ­
d ó t i c o , p o r m u c h o q u e a v e c e s p u e d a i l u m i n a r ú t i l m e n t e el
t e r r e n o d e i n v e s t ig a c ió n . O p l a n d , e n u n a r t í c u l o d e I 97 1 ’
e x tr a ía d e c ie r t a s p r á c tic a s b a n t ú e s u n a r g u m e n t o a n a ló g ic o
p a r a e x p lic a r e l f u n c i o n a m i e n t o d e lo s te x to s a n g lo s a jo n e s
a rc a ic o s3. C r it ic a r lo sería fá c il. D e to d a s fo r m a s , c o n v ie n e a tra ­
v e sa r la a n a lo g ía s in d e te n e r s e e n e lla y n o p e d ir im á g e n e s a lo s
e t n ó lo g o s , s in o c o n c lu s io n e s cap aces d e a p u n ta la r u n p r in c ip io
— c o m o h iz o , p o r e je m p lo , J e a n R y c h n e r e n 1955 a p r o p ó s it o
d e l c a n ta r d e gesta— . P o r « a n a lo g ía » e n t ie n d o to d a f ig u r a c ió n
q u e p e r m ita p e r c ib i r y r e g is tr a r las señ a le s e m itid a s p o r la h i s ­
to r ia q u e f u e r o n so fo c a d a s o c e n su ra d a s — la c e n s u ra u n a s veces
e m a n a d e u n a s o c ie d a d p r e t é r it a , o tr a s v ie n e im p u e s ta p o r la
n u e s t r a — . A l h i s t o r i a d o r y al c r í t i c o le s c o r r e s p o n d e r e c o g e r
esas se ñ a le s, a u n q u e sea p a r t ie n d o d e u n a s im ilit u d e n g a ñ o s a ,
p a r a a tra v e sa rla y lu e g o a le ja rse d e e lla h asta o lv id a r la a m e d id a
q u e v a n d e s c u b r ie n d o las m o tiv a c io n e s o r ig in a le s .
E l p r o g r e s iv o d e s c u b r im ie n to e n la A le m a n ia , la In g la te r r a y
la F ra n c ia d e l sig lo X V III d e u n a « p o e s ía p o p u la r » ib a a p e r m i ­
t ir q u e lo s fu t u r o s e s tu d io s m e d ie v a le s to m a s e n c u e r p o r e c h a ­
z a n d o lo s c r i t e r i o s ló g ic o s a p r i o r i d e t r a d i c i ó n a r is t o t é lic a .

2 J . O P L A N D , « S c o p a n d imbongi$>, English Studies in Africa XIX, lÿ J T , p p . 1 6 1 - 1 7 8 .

74· L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

De a h í la i n t e n s i d a d d e lo s p r i m e r o s d e s c u b r im ie n to s .
G u a n d o , u n p o c o m á s t a r d e , se i m p u s i e r a ese t r is t e p o s i t i ­
v is m o r e i n t r o d u c t o r d e n o c i o n e s c o m o « o b r a » , « g é n e r o » ,
« a u t o r » , la b r e c h a h a b ía q u e d a d o d e fin itiv a m e n te a b ie r ta y las
d is t o r s io n e s q u e se p r o d u j e r o n a p a r t i r d e e n t o n c e s y a n o
tu v ie r o n e fe c to . P o r o tr a p a r te , n o se tra ta d e f u n d a r u n a c i e n ­
cia, s in o u n a o p i n i ó n p r o b a b le ; n o se tra ta ta n to d e d e m o s tr a r
( o t r o t é r m i n o e n « d e » ) c o m o d e m o s t r a r ; es d e c ir , d e v o lv e r
s e n s o r ia lm e n te p r e s e n te , d e h a c e r , e n el o r d e n im a g in a r io , o ír
y s e n tir . L o q u e in t e n t o e v o c a r así se ría u n d is c u r s o « p o é t i c o »
h o m o g é n e o re s p e c to a su o b je to ; e n el p o lo o p u e s to d e la p a la ­
b r a d e c o n t r o l y a u to r id a d , e x te rn a y r e d u c to r a , u n a p a la b r a a la
vez e s c u r r id iz a y p r o d u c t o r a d e su p r o p ia v e ra c id a d : u n g e s to 3.
T a n t o c o m o e l d o m i n i o d e las té c n ic a s d e la f i l o l o g í a y e l
a n á lisis te x tu a l, la ta re a id e a l d e l m e d ie v a lis ta c o n s is tir ía e n t o n ­
ces e n c o n v e n c e r s e d e lo s v a lo r e s in c o m p a r a b le s d e la v o z , e n
e n tr e n a r su a t e n c ió n y su s e n s ib ilid a d p a r a c a p ta rlo s ; m ás a ú n ,
e n v iv ir lo s , p u e s s ó lo e x is te n e n e l m o m e n t o , i n d e p e n d i e n t e ­
m e n t e d e lo s c o n c e p t o s e n lo s q u e n o s v e m o s o b lig a d o s a
e n c o r s e ta r lo s p a r a d e s c r ib ir lo s . E sta e x ig e n c ia m e p a r e c e f u n ­
d a m e n ta l, ya q u e — tr a tá n d o s e d e u n esta d o r e la tiv a m e n te a n t i ­
g u o d e n u e s tr a c iv iliz a c ió n — lo q u e p o d a m o s d e c ir d e la o r a l i ­
d a d c o n s t it u i r á e l p u n t o d e p a r t id a y d e lle g a d a d e lo q u e
d ir e m o s d e la e s c r itu r a , y n o a la in v e rsa .
E l p u n t o d e p a r tid a d e u n a p o é tic a , p o n g a m o s d e l sig lo XII ,
d e b e r ía s e r la c o n s id e r a c ió n d e esa b e lle z a i n t e r i o r d e la v o z
h u m a n a « c a p t a d a lo m á s c e r c a p o s ib le d e la f u e n t e » , c o m o
d e c ía P a u l V a lé r y . E sa b e lle z a p u e d e , es c ie r t o , c o n c e b ir s e c o m o
p a r t ic u la r , p r o p ia d e l i n d iv id u o e m is o r d e l s o n id o v o c a l. P o r
esta r a z ó n , y salvo e x c e p c io n e s d i f í c i lm e n t e im a g in a b le s , d e s ­
p u é s d e ta n t o t ie m p o , n o s r e s u lta i n a p r e n s ib le . P e r o ta m b ié n

3 P. Z U M T H O R , Parler du Moyen Âge, P a r is , M i n u i t , 1 9 8 0 , p p . I O O - I O 3 ·

 III. C ÓM O IN T E G R A R L A O P E R A C IÓ N V O C A L... 75

p u e d e c o n c e b ir s e c o m o h is tó r ic a y s o c ia l, e n la m e d id a e n q u e
u n e a lo s s e re s h u m a n o s , y e n q u e , p o r e l u s o q u e se h a c e d e
e lla , m o d u l a la c u lt u r a c o m ú n . E v id e n t e m e n t e , este a s p e c to
a ta ñ e a n u e s tr o e s tu d io .
P a r a n o a la r g a r m e , t e n g o q u e r e m i t i r a l l e c t o r a l c a p ít u lo
i n ic ia l d e m i Introducción. E n é l c o n s ta to q u e la v o z — a n t e r i o r a
to d a d i f e r e n c i a c ió n f o n o l ó g ic a , p e r o a p ta p a r a m a n ife s ta r s e a
tra v é s d e l le n g u a je — es u n a c o s a m a te r ia l: p o d e m o s d e s c r ib ir
ta n to sus c a n tid a d e s c o m o sus c u a lid a d e s (e l t o n o , el tim b r e , el
r e g is t r o , la te s itu r a ) y , e n la m a y o r ía d e las s o c ie d a d e s , la c o s ­
tu m b r e a trib u y e a cad a u n a d e ellas a lg u n a c o n n o t a c ió n s im b ó ­
lic a , véase, u n a f u n c i ó n s e ñ a lé tic a . E l h o m b r e e sc u c h a e m e r g e r
su p r o p ia v o z e n tr e u n a m u lt it u d d e ru id os-, e n t o r n o a e lla se
a n u d a e l la z o so c ia l y c o b r a f o r m a u n a p o e s ía .
U n a c o r r ie n t e d e p e n s a m ie n t o a tra v e só la E d a d M e d ia p a r a
a c r e d ita r la e x is te n c ia , e n tr e lo s h o m b r e s d e a q u e l t ie m p o , d e
c ie r ta n o c i ó n d e eso s v a lo r e s . Q u é d u d a c a b e , lo s te x to s s o b r e
este a s u n to s o n p o c o n u m e r o s o s . P e ro ¿ n o se ría p o s ib le q u e su
escasez sig n ifica se s im p le m e n te q u e a q u e llo « c a ía p o r su p r o p io
p e s o » y q u e , p a ra las se n sib ilid a d e s d e lo s siglos XI, XII, e in c lu s o
XIII, las im p lic a c io n e s o n to ló g ic a s d e la v o z e r a n e v id e n te s ? L a
p r á c tic a p o é tic a d e e n to n c e s in c lin a r ía a p e n s a r lo , lo m is m o q u e
c ie rto s u so s léx ico s escolares, c o m o el e m p le o d e la p a la b ra la tin a
vox p a ra d e sig n a r a la vez la m a te ria lid a d d e l s o n id o p r o fe r id o p o r
la ga rg a n ta , el sig n o lin g ü ís tic o d e l q u e es p o r ta d o r y, a q u í y allá,
el s e n tid o q u e su scita . E n la Poetria nova d e G e o f f r o i d e V in s a u f,
ve rso s 2 0 3 1 y sig u ie n te s, hay u n pasaje p a r tic u la r m e n te e x p líc ito
e n el q u e , e n la p r im e r a a c e p c ió n , vox a lte r n a c o n 0 5, p u e s to q u e
c o n s titu y e ( c o n el te xto y el g e sto ) u n a d e las tres « le n g u a s » d e l
r e c ita n te . A s í, ta m b ié n , e n le n g u a v u lg a r , d e sd e u n a p e rsp e c tiv a
e s p e c ífic a m e n t e r e t ó r ic a , e n B r u n e t t o L a t i n i , Tesoro, I V , 5 ° 4-

4 Li livres dou trésor, F. C a r m o d y ( e d .) , B e r k e le y , U C P r e s s , 194 ^ , p p . 3 5 9 “ 3 6 o .

 LA P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

E n el r e g is t r o f i l o s ó f i c o , c ita r é e l c o m e n t a r io d e T o m á s d e
A q u in o al De anima, h a cia el fin a l d e la le c c ió n l 8 , e n u n a s b reves
lín e a s q u e e x p lic ita rá n , e n lo s sig lo s X V y X V I, las e sp e c u la c io n e s
te o ló g ic o - lin g ü ís tic a s so b re el V e r b o .

L o s v a lo r e s p r o p io s d e la v o z n o p u e d e n d e ja r d e d e t e r m in a r ,
al m e n o s e n p a r te , la p r o d u c c ió n d e m en sa je s p o é tic o s d e s tin a ­
d o s a la t r a n s m i s i ó n o r a l. L o s te x to s q u e e s to s c o n s t it u y e n
a d q u ie r e n d e esa fo r m a u n e sta tu to c u a n d o m e n o s a lg o a m b i­
g u o r e s p e c to a la e s c r itu r a . A s í, se p u e d e d e c ir q u e la v o z d e b e
e n t r a r e n la d e f i n i c i ó n d e t o d a p o e s í a , q u e e l l u g a r d e la
p o e s ía es el lu g a r d e la v o z . E sta p r o p o s i c i ó n se a p lic a d e u n a
m a n e r a e s p e c ífic a a u n a p o e s ía a la c u a l n o le q u e d a o tr a sa lid a
q u e la performance v o c a l, p u e s s e ñ a la y m a n ifie s t a la r e a liz a c ió n
h is t ó r i c a d e u n a v i r t u a lid a d u n iv e r s a l. O t r o r a s g o : e l te x to
e s c r ito c o m p o r t a u n d o b le e f e c t o d e c o m u n i c a c i ó n d i f e r i d a ;
u n o , i n t r ín s e c o , d e b id o a lo s m o v im ie n to s a u to r r e fle x iv o s y a
las p o liv a le n c ia s e n g e n d r a d a s p o r la f o r m a li z a c i ó n p o é t ic a ; el
o tr o , e x tr ín se c o (p e ro c o n g ra n d e s c o n s e c u e n c ia s a la r g o p la z o ),
p r o v o c a d o p o r e l a le ja m i e n t o d e lo s t ie m p o s y lo s c o n t e x t o s
e n tr e e l m o m e n t o e n el q u e se e m ite el m e n s a je y e l m o m e n t o
e n el q u e se r e c ib e . E l p o e m a « r e p r e s e n t a d o » o r a lm e n te c o m ­
p o r t a e l p r im e r e fe c t o , p e r o , e n p r i n c i p i o , n o e l s e g u n d o : e n
c u a n to q u e o r a l, r e p o s a s o b r e u n a f i c c i ó n al m e n o s d e i n m e ­
d ia t e z ; d e h e c h o , a u n q u e la a u d i c i ó n t e n g a l u g a r m u c h o
t i e m p o d e s p u é s d e la c o m p o s i c i ó n , c o m o a u d i c i ó n q u e es
n o p u e d e s e r s in o in m e d ia ta . E l r e s u lta d o es a m e n u d o ( c o m o
c o n s ta t a m o s e m p ír i c a m e n t e ) q u e e l e fe c to de d ife r e n c ia
in t r ín s e c a se a te n ú a e n la performance . .. o , ta l ve z, se h a v e n id o
a te n u a n d o d e sd e e l o r ig e n , p u e s la p e rs p e c tiv a d e u n a r e a liz a ­
c ió n v o c a l se in s c r ib e e n el te x to e n r a z ó n d e ese d esfa se .
E sta e x ig e n c ia d e in m e d ia te z c o n lle v a u n a c o n s e c u e n c ia : el
te xto tr a n s m itid o v o c a lm e n te d e b e ser c o n s id e r a d o f r a g m e n ta ­
 III. C ÓM O IN T E G R A R L A O P E R A C IÓ N V O C A L... 77

r io p o r n a tu r a le z a . L a t e n s ió n , e n e fe c t o , a p a r t ir d e la c u a l el
p o e m a o r a l se c o n s titu y e , su r g e e n tr e la p a la b r a y la v o z, y p r o ­
c e d e d e u n a c u a si c o n t r a d ic c ió n e n tr e sus fin a lid a d e s r e s p e c t i­
vas ; e n tr e la f in it u d d e las fo r m a s d e l d isc u rso y la in f in it u d d e la
m e m o r ia ; e n tr e la a b s tr a c c ió n d e l le n g u a je y la e s p a c ia lid a d d el
c u e r p o . P o r eso el texto o r a l n u n c a se satura: n u n c a c o lm a c o m ­
p le ta m e n te su e s p a c io s e m á n tic o . E s to s u p o n e p a r a n o s o t r o s ,
le c t o r e s d e h o y , u n a f u e n t e p e r m a n e n t e d e e r r o r e s d e i n t e r ­
p r e t a c ió n , p u e s la p r e g u n t a q u e n o s v e m o s in c lin a d o s a d ir ig ir
al te x to , c o n c ie r ta im p a c ie n c ia , cae a m e n u d o e n e l v a c ío p o r
el h e c h o m is m o d e se r p r o n u n c ia d a .
A d e m á s , e n e l s e n o d e la t r a d i c i ó n a la c u a l t e n e m o s q u e
r e fe r ir la , la performance p o é tic a o r a l s o b r e sa le c o m o u n a d is c o n ­
t in u id a d e n lo c o n t in u o , u n a fr a g m e n t a c ió n « h i s t ó r i c a » c u yo
e fe c to se h a c e ta n to m ás e v id e n te c u a n to m ás la rg a y e x p líc ita es
la t r a d i c i ó n , y e n la m e d id a e n q u e a b a r c a e le m e n t o s m ás
d iv e r s ific a d o s : a sí, e n la e c o n o m í a d e lo s c ic lo s d e le y e n d a s ,
e p o p e y a s, c u e n to s , c a n ta re s, s u p e r u n id a d e s v ir tu a le s cu ya p a r ­
t ic u la r id a d es n o a ctu a liz a rse n u n c a e n su c o n ju n t o .
L a fo r m a d e l te x to o r a l es p u e s d e o r d e n d e s id e r a tiv o . E s lo
q u e M a x L ü th i, a p r o p ó s ito d e lo s c u e n to s , lla m a Zielform, fo r m a
te r m in a l e id e a l, rea liza d a a q u í y allá, p e r o n o e n la o b r a e n te r a
— la cu a l, c o m o tal, n o p u e d e c o n s titu ir u n a to ta lid a d — . A m p lio s
se c to re s d e n u e s tr a p o e s ía a n tig u a (eso s s e c to re s cu ya t r a n s m i­
s ió n o r a l o fr e c e p o ca s d u d as, c o m o el c a n ta r d e gesta) ilu s tr a n a
través d e su f u n c io n a m ie n to la fe c u n d id a d d e esta n o c ió n .

E s e n e l m a r c o q u e d e f i n e n e s to s r a s g o s g e n e r a le s d o n d e se
p la n t e a la s ig u ie n t e c u e s t ió n : ¿ h a y fo r m a s o r a le s e s p e c ífic a s ?
¿ L a v o c a c i ó n o r a l d e u n te x to ( c u a le s q u ie r a q u e f u e r a n , p o r
o t r o la d o , las c ir c u n s ta n c ia s d e su c o m p o s ic ió n ) d e t e r m in a su
m o d o d e f o r m a l i z a c i ó n ? N o p r e t e n d o d a r a e s te p r o b l e m a
u n a s o l u c i ó n p r e f a b r ic a d a ; c o m o m u c h o d e s e a r ía p r o p o n e r
78 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

u n n u e v o á n g u lo d e o b s e r v a c ió n v e r o s í m il y n e c e s a r ia m e n t e
p r o b le m á t ic o . El te x to c o n fin a lid a d v o c a l es, e n e fe c t o , y p o r
n a tu r a le z a , m e n o s a p r o p ia b le q u e e l te x to p r o p u e s t o a la l e c ­
tu r a . M ás q u e este ú ltim o , se resiste a d e ja rse id e n t if ic a r c o n la
p a lab ra d e su a u to r ; m ás q u e este, tie n d e a im p o n e r s e c o m o u n
b ie n c o m ú n d e l g r u p o e n c u y o s e n o f u n c io n a . D e esto se d e s ­
p r e n d e n d o s c a ra c te rístic a s e s tr e c h a m e n te r e la c io n a d a s :

1) El « m o d e l o » d e lo s te x to s o r a le s es m ás c o n c r e t o q u e el
d e lo s te x to s e s c r ito s : lo s f r a g m e n t o s d is c u r s iv o s p r e f a ­
b r ic a d o s q u e v e h ic u la s o n m ás n u m e r o s o s , m e j o r o r g a ­
n iz a d o s y m á s e s ta b le s s e m á n t ic a m e n t e . E je m p lo s : lo s
v e r s o s - c l i c h é d e lo s c a n ta r e s d e g e s ta o c i e r t o s m o tiv o s
« l í r i c o s » c o m o el « lu g a r e r ó t i c o » .
2) E n e l i n t e r i o r d e u n m is m o te x t o , e n e l c u r s o d e su
tr a n s m is ió n , y d e te x to a te x to ( e n s in c r o n ía y e n d ia c r o -
n ía ) , se o b s e r v a n in t e r fe r e n c ia s , r e p e tic io n e s p r o b a b l e ­
m e n t e a lu s iv a s , i n t e r c a m b i o s d is c u r s iv o s q u e d a n la
im p r e s ió n d e u n a c ir c u la c ió n d e e le m e n to s te xtu ales v ia ­
j e r o s q u e se c o m b i n a n e n t o d o m o m e n t o c o n o t r o s e n
c o m p o s ic io n e s p r o v is io n a le s . E je m p lo : el c o r p u s e n te r o
d e lo s te x to s a n t a ñ o p u b li c a d o s p o r G . B a r tz s h c o n el
títu lo d e Romanzen un dPastourellen.

E sta ú lt im a o b s e r v a c ió n p a r e c e r e m i t i r a la fa m o s a « t e o r í a
o r a l » ( e x p r e s ió n c o n s a g r a d a e n lo s p a íse s a n g lo s a jo n e s y g e r ­
m á n ic o s ) s u r g id a d e las in v e s t ig a c io n e s d e M ilm a n P a r r y y d e
lo s t r a b a jo s d e A . B . L o r d . S in e m b a r g o , m e p a r e c e q u e , tra s
u n c u a r to d e s ig lo d e u s o , y si la r e d u c im o s a su p r i n c i p i o , la
« d o c t r i n a » P a r r y - L o r d o c u p a e n n u e s tr o s e s tu d io s u n a p o s i ­
c i ó n d e h ip ó te s is d e p a r tid a — ú t il d e sd e el p u n t o d e v ista h e u ­
r í s t i c o , p e r o d e s p r o v is t a d e a u t o r i d a d u n iv e r s a l — . I n i c i a l ­
m e n te lim it a d a a la d e s c r ip c ió n d e lo s p o e m a s é p ic o s (d e sd e la
Ilíada a lo s c a n to s h e r o i c o s s e r b io s ) , la t e o r í a d e f i n e u n m o d o
 III. C Ó M O IN T E G R A R L A O P E R A C IÓ N V O C A L ... 79

d e e x p r e s ió n b a sta n te c o m p le jo d e n o m in a d o « e s t ilo f o r m u l a ­
r i o » . A p a r t i r d e l c o m i e n z o d e lo s a ñ o s s e t e n ta , u n n ú m e r o
c r e c i e n t e d e a u to r e s d io e n c o n s id e r a r a este ú l t i m o c o m o el
c a r á c te r p r o p io y d e fin itiv o d e to d a p o e s ía o r a l. E n u n a r tíc u lo
r e c ie n t e p u b lic a d o e n la rev ista Poétique tu v e o c a s ió n d e c r itic a r
este p u n t o d e v ista , a sí q u e n o v o lv e r é s o b r e este a s u n t o 5. P o r
o tr a p a r te , a lo la r g o d e lo s a ñ o s c in c u e n ta , d iv e rs o s m e d ie v a -
lista s, casi s im u ltá n e a m e n te , t u v ie r o n la id e a d e a p lic a r a u n o s
p o e m a s n a r r a t iv o s d e la A l t a E d a d M e d ia la n o c i ó n d e e s tilo
f o r m u la r io o r a l, q u e p o r e n to n c e s p a r e c ía f ir m e e n la p r á c tic a
d e c ie r t o s h e le n is ta s y esla vista s. E n 1953 ’ F . M a g o u n se a p l i ­
cab a al e s tu d io d e l Beow ulf y la t r a d ic ió n a n g lo s a jo n a . S u a n á li­
sis se b asa b a e n u n a c o n c e p c ió n r ig u r o s a y e s tre ch a d e la te o ría :
la f ó r m u l a es u n a p r u e b a n e c e s a r ia y a b s o lu ta d e o r a lid a d ; su
p r e s e n c i a e x c lu y e la i n t e r v e n c i ó n d e la e s c r it u r a , a n o s e r a
t í t u l o d e s im p le a cta d e la perform ance. E l B eow ulf c o n t i e n e u n
s e te n ta y c u a t r o p o r c i e n t o d e v e r s o s f o r m u l a r i o s : s ó lo h a b ía
q u e sa ca r las c o n c lu s io n e s o p o r t u n a s d e este h e c h o . G u a n d o ,
e n 1 9 6 3 , f u e r e e d it a d o p o r L . E . N i c h o l s o n , el a r t í c u lo d e
M a g o u n y a h a b ía g e n e r a d o t o d a u n a p o s t e r i d a d , m e r e f i e r o ,
p o r e je m p lo , a lo s e s tu d io s d e R . W a ld o n , R . D . S t e v ic k y o tr o s
s o b r e la p o e s ía e n in g lé s a n tig u o o s o b r e el v e rs o a lite ra tiv o e n
la I n g la t e r r a m e d ie v a l. E n 1955 a p a r e c ía e l l i b r o d e J e a n
R y c h n e r s o b r e lo s c a n ta re s d e gesta , e n el q u e el a u to r p r e t e n ­
d ía p r o b a r la fin a lid a d v o c a l d e a q u e llo s s ir v ié n d o s e d e lo s t é r ­
m in o s e s t a b le c id o s p o r P a r r y . E l im p a c t o d e este l i b r o f u e ta l
q u e j u s t i f i c ó , d o s a ñ o s m á s t a r d e , la c e l e b r a c ió n d e u n c o n ­
g r e s o d e s tin a d o , al m e n o s e n e l á n im o d e a lg u n o s d e sus o r g a ­
n iz a d o r e s , a d e t e n e r a tie m p o u n a p e lig r o s a h e r e jía . E l r e s u l­
ta d o n o e stu v o a la a ltu r a d e las e x p e c ta tiv a s y , h a sta m e d ia d o s
d e lo s a ñ o s s e te n ta , h e m o s v is to c o n s titu ir s e u n a c o n s id e r a b le

5 « L e d is c o u r s d e la p o é s ie o r a l e » , Poétique 5 2 , 1 9 8 2 , p p - 38 7 - 4 0 1 ·
8ο LA P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

b ib lio g r a fía d e tra b a jo s d e ese tip o d e d ic a d o s a la m a y o ría d e las

z o n a s c u ltu r a le s d e la E u r o p a p r e m o d e r n a : F r a n c ia , lo s p a íses
g e r m á n ic o s y e s c a n d in a v o s, E s p a ñ a ...
E l e s t u d io d e l e s t ilo f o r m u l a r i o a c a b ó c o n v i r t ié n d o s e e n
a q u e llo s a ñ o s d e é x ito e n u n a d is c ip lin a casi a u tó n o m a , e n d e ­
t r im e n t o d e lo s d e m á s e le m e n t o s p o é tic o s d e lo s te x to s c o n s i ­
d e r a d o s . A m e n u d o se r e d u jo , e n tr e c ie r t o s jó v e n e s in v e s tig a ­
d o r e s s in e x p e r ie n c ia , a u n a caza d e fó r m u la s b a sta n te ir r is o r ia .
S in e m b a r g o , a lg u n a s d e esas m o n o g r a fía s , p o r la p r e c is ió n d e
su o b j e t o , c o n t r i b u y e r o n a r e d e f i n i r e l s is te m a f o r m u l a r i o
d á n d o le u n a im a g e n ta n c o m p le j a q u e c u a l q u i e r a p li c a c i ó n
p u r a y s im p le d e l m o d e lo se h iz o im p o s ib le : así, e l e s tu d io d e
A s p la n d s o b r e las a s o n a n c ia s e n -ant, o la te sis d e A s h b y s o b r e
las f ó r m u la s d e s c r ip tiv a s d e l c o m b a te s in g u la r , o , d e o tr a m a ­
n e r a , e l tr a b a jo d e E d m o n d d e C h a s c a s o b r e la n a tu r a le z a y el
f u n c i o n a m i e n t o d e las f ó r m u l a s e n e l Cantar de M ío C id 6. D e
p a s o , s o b r e t o d o e n t r e lo s g e r m a n is t a s , la r e f l e x i ó n s o b r e la
o r a l id a d d e c ie r t o s te x to s a r c a ic o s c o n d u j o a lo s c r í t i c o s a
e n g lo b a r e n su c o r p u s ( c o m o p o r o b r a d e l r e s u r g i m i e n t o d e
c ie r t o p e n s a m ie n t o r o m á n t i c o ) las fo r m a s d e p o e s ía p o p u l a r
m o d e r n a s c u y o le ja n o o r ig e n e ra p o s ib le p r e s u m ir . D e a h í u n a
s e r ie d e in v e s tig a c io n e s s o b r e las b a la d a s g e r m á n ic a s , a n g lo s a ­
jo n a s y esc a n d in a v a s.
H o y , la o p i n i ó n g e n e r a l t ie n d e a n e g a r s e a v e r e n el e s tilo
f o r m u l a r i o u n a m a r c a s e g u r a d e o r a l i d a d . N o r e s u lta d i f í c i l
c o m p r e n d e r q u e M . C u r s c h m a n n p u b lic a s e e n 1977· e n M edie-
valia et humanística, u n a r t í c u l o c o n u n t í t u l o ta n p r o v o c a t iv o
c o m o : « T h e c o n c e p t o f o r a l f o r m u l a as i m p e d i m e n t to o u r
u n d e r s t a n d i n g o f m e d ie v a l o r a l p o e t r y » . L a d e m o s t r a c ió n se

6 C . W . A S P L A N D , Epic formulas and form ulaic expressions containing the —ant forms, S t . L u c i a
( A u s t r a lia ) , U n iv e r s it y o f Q u e e n s la n d P re s s, 1 9 7 O ; G . D . A S H B Y , A generative grammar
o f the formulaic language in the single combat, te s is d e la C o l u m b i a U n iv e r s it y , 1 9 7 6 : D A I ,
v o l. 3 7 , n . ° 10 ; E . D E C H A S C A , « T o w a r d a r e d e f i n i t i o n o f t h e e p ic f o r m u l a » , His­
panic Review 3 8 , 1 9 7 6 , p p . 2 5 1 - 2 6 3 .
 III. CÓM O IN T E G R A R LA O P E R A C IÓ N V O C A L... 8l

a p o y a b a e n e l Cantar délos Nibelungos, e je m p lo , es v e r d a d , p r iv ile ­

g ia d o , p u e s p o c o s te x to s m e d ie v a le s r e ú n e n u n a c o m b in a c ió n
ta n m a n ifie s t a d e e f e c t o s d e v o z y d e e f e c t o s d e e s c r it u r a .
L a te o r ía fo r m u la r i a n o tie n e s u f ic ie n t e m e n t e e n c u e n ta la
n e c e s id a d i n t e r n a d e l te x t o p o é t i c o . D e s d e e l p u n t o d e v ista
lin g ü ís tic o , o r a l o e sc r ito , u n te xto es u n te x to , d e la in c u m b e n ­
cia d e lo s m é to d o s c r ític o s d e lo s q u e , c o m o te x to , es o b je to p o r
d e f i n i c i ó n , y , n e c e s a r ia m e n t e , c o m p o r t a m a r c a s d e ese e s ta ­
tu t o . P e r o , p a r a m a n t e n e r su e s p e c ific id a d , u n a p o é tic a p r e o ­
c u p a d a d e h a c e r j u s t i c i a a la v o c a li d a d n o se d e t e n d r á t a n t o
s o b r e esas m a rc a s c o m o s o b r e las r e la c i o n e s in e s ta b le s d e las
q u e r e s u lta , p o r c o n c a t e n a c i ó n d e e le m e n t o s y d e su s e fe c t o s
d e s e n t id o , la e c o n o m ía p a r t ic u la r d e l te x to d ic h o o c a n ta d o :
e r a lo q u e , e n u n le n g u a je u n p o c o a n t ic u a d o , r e v e la b a h a c ia
1 9 5 0 M e n é n d e z P id a l d e l « e s t i l o t r a d i c i o n a l » e s p a ñ o l: su
i n t e n s i d a d , su t e n d e n c ia a r e d u c i r la e x p r e s ió n a l o e s e n c ia l
(lo q u e n o q u ie r e d e c ir n i a lo m ás b r e v e n i a lo m ás s im p le ) ;
e l p r e d o m i n i o d e la p a la b r a e n a c to s o b r e la d e s c r ip c ió n ; lo s
j u e g o s d e e c o y d e r e p e t i c i ó n ; la i n m e d ia t e z d e las n a r r a c i o ­
n e s , cu ya s fo r m a s c o m p le ja s se c o n s titu y e n p o r a c u m u la c ió n ;
la i m p e r s o n a lid a d , la i n t e m p o r a l id a d ...
E s to s ra s g o s , m ás o m e n o s n ít id o s , m a n if ie s t a n e n e l n iv e l
p o é t ic o la o p o s ic ió n f u n c io n a l q u e d is tin g u e la v o z d e la e s c r i­
tu r a . E l te x to e sc r ito , p u e s to q u e su b siste, p u e d e a s u m ir p le n a ­
m e n te la p o s ib ilid a d d e u n f u t u r o . E l te x to o r a l, e s tre c h a m e n te
s o m e tid o a la e x ig e n c ia p r e s e n te d e la performance, n o p u e d e ; e n
c a m b io , d is fru ta d e la lib e r ta d d e m o v e rse s in cesa r, d e v a r ia r el
n ú m e r o , la n a tu r a le z a y la in t e n s id a d d e su s e fe c t o s s in c e s a r.
N u e s tr o o b je to e n este o r d e n d e cosas escapa a la g e n e ra liz a c ió n :
lo q u e e l o íd o d e l « o r a l i s t a » p r e t e n d e p o n e r d e r e lie v e e n la
c o n t in u id a d d e lo re a l s o n lo s d isc u rso s m ás q u e lo s texto s; so n
lo s m e n s a je s - e n - s i t u a c i ó n . S o la m e n t e p e r c i b i e n d o — y a n a l i ­
z a n d o — la o b r a o r a l e n su e x iste n c ia d isc u rsiv a p o d r e m o s c o m -
82 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

p r e n d e r su e x iste n c ia te x tu a l. E sta es, m e p a re c e , la m ism a p o s i­

c ió n q u e a d o p ta u n n ú m e r o c r e c ie n te d e lin g ü ista s y e s p e c ia lis ­
tas e n sin taxis c o n fr o n ta d o s a lo s p r o b le m a s d e l a n tig u o fra n cé s.
L o q u e y o d e sta c a ría d e la t e o r ía fo r m u la r ia e n r e la c ió n c o n
n u e s tr o s te x to s a n tig u o s es la m a n e r a e n q u e esta su b ra y a — sin
h a c e r d e e llo s su o b j e t o p r o p ia m e n t e d i c h o — y e x p lic a i n d i ­
r e c ta m e n te el p o d e r d e to d o s lo s e fe c to s v o ca le s r e c u r r e n te s ; la
m a n e r a e n la q u e n o s p e r m it e e n tr e v e r sus p r o p ie d a d e s p o é t i ­
cas. H a b r ía , n o o b s ta n te , q u e ir m ás a llá d e l o b je tiv o o r i g i n a l
y c o n s id e r a r c ó m o la e x p r e s ió n c o m p o n e , a t o d o s sus n iv e le s ,
d e o s c i l a c i ó n e n o s c i l a c i ó n , u n te m a a r m ó n i c o - m e l ó d i c o ;
c ó m o t e je u n a r e d d e c o r r e s p o n d e n c i a s c a d a v e z m á s d e n s a a
m e d i d a q u e se d e s a r r o lla e l d i s c u r s o . R e f lu j o s , v a r i a c i o n e s
s o b r e u n te m a o b l i g a d o , d iv e r s id a d e n e l s e n o d e l m is m o ,
f u n d a m e n t o d e u n a té c n ic a s ie m p r e s im ila r a sí m is m a y cu y o s
m e d i o s s ó lo d i f i e r e n m á s o m e n o s s e g ú n las c ir c u n s t a n c i a s .
T o d a r e c u r r e n c ia fija y m a n tie n e : te n d e n te a la h i p é r b o le , te s ­
t im o n i a la a c e p t a c ió n p o r e l p o e t a d e la s o c ie d a d p a r a la c u a l
h a b la o c a n ta . P e r o si a c e p ta esa s o c ie d a d , es m e n o s p o r e l e c ­
c i ó n p r o p i a q u e e n v i r t u d d e l r o l d e c o n s e r v a d o r y h e r a ld o
q u e le h a c o n f ia d o la c o le c tiv id a d .
E se es e l ra s g o c o n s ta n te y u n iv e r s a l d e to d a p o e s ía o r a l, el
r a s g o f u n c i o n a l e m i n e n t e d e la v o c a lid a d p o é t i c a c o m o ta l;
ra sg o c o n s ta ta b le ta n to e n la a c c ió n d e u n tr o v a d o r d e l sig lo X II

c o m o e n la d e n u e s tr o s c a n ta n te s d e rock. E n el n iv e l p r o f u n d o
e n e l q u e se c o n s t it u y e n las p r o p ie d a d e s e p is te m o ló g ic a s d e la
p a la b r a viva ( p o r o p o s i c ió n a la e s c r itu r a ) , t o d o e n u n c ia d o es
e s p o n tá n e a m e n te r e p e titiv o . E l e n u n c ia d o p a r te d e u n p u n t o
q u e r e p it e , a m p lific a e in t e r p r e t a , d e tal f o r m a q u e ca d a n u e ­
v o e le m e n t o d e l d is c u r s o se r e d u c e , p o r u n a p a r t e , a esa m is ­
m a g lo sa. L a p a la b ra in s ta u ra así u n d iá lo g o c o n su p r o p io te m a .
E sta t e n d e n c i a p o la r iz a m á s o m e n o s t o d o s lo s g é n e r o s d e
p o e s ía c o n f i n a li d a d v o c a l. R . H ir s c h h a s e ñ a la d o q u e c o n la
 III. C ÓM O IN T E G R A R L A O P E R A C IÓ N V O C A L... 83

d i f u s i ó n , e n el s i g l o X V , d e las t r a n s m i s i o n e s e s c r i t a s , e s ta p o e ­

s ía r e c u l a e n t o d o s l o s t e r r e n o s : d e s d e e l e s t i l o d e las p r o c l a m a ­

c i o n e s r e a l e s h a s t a e l d e l a p r o s i f i c a c i ó n d e l o s c a n t a r e s d e g e s t a 7.

E l r it m o r e s u lta n te d e estas r e c u r r e n c ia s p r o c e d e , d e fo r m a
s im u lt á n e a o a lt e r n a tiv a , d e e c o s s o n o r o s , d e r e p e t ic io n e s d e
e stro fa s, d e ve rso s e n te r o s , d e g r u p o s p r o s ó d ic o s o s in ta g m á ti­
c o s, d e g ir o s g r a m a tic a le s , d e p a la b ra s, p e r o ta m b ié n d e e fe c to s
s e m á n tic o s . E stas r e p e t ic io n e s se s o m e te n a la r e g u la r id a d d e l
p a r a le lis m o , o p o n i e n d o sus m ie m b r o s d o s a d o s , o b ie n se a le ­
j a n d e esta re g la n u m é r ic a . S e lo c a liz a n e n tales e m p la z a m ie n ­
to s p r iv ile g ia d o s o in v a d e n e l te x to . R e p it e n id é n t ic a m e n t e su
te m a u o p e r a n u n a v a r i a c i ó n p a r c ia l; se c o n s t r u y e n e n u n a
s e c u e n c ia r ig u r o s a o segú n d iv e rs a s m o d a lid a d e s de a l­
te r n a n c ia . S e trata, a p e sa r d e c o n s id e r a b le s d ife r e n c ia s d e o tr o
o r d e n , d e l e s tilo g e n e r a l c o m ú n d e n u e s tr o s c a n ta re s d e ge sta
l o m is m o q u e d e lo s d o s t ip o s d e p o e s ía d e n o m i n a d a l í r ic a ,
« c o r t é s » y « p o p u l a r » , y ta l vez t a m b ié n d e to d a e x p r e s ió n e n
v e rso a n t e r io r al sig lo X II I.
L o s h ilo s se te je n así e n la tra m a d e l d isc u rso y, m u ltip lic a d o s,
e n tr e c r u z a d o s , e n g e n d r a n o t r o d is c u r s o e n el i n t e r io r d e este
tr a b a ja n d o c o n lo s e le m e n t o s d e l p r im e r o c o m o h a c e el s u e ñ o
c o n lo s fr a g m e n to s de la v ig ilia , e n b e n e fic io d e u n o s fan tasm as a
lo s q u e o to r g a u n r o s tr o . M ie n tr a s d e sfila n las p a lab ras, se esta­
b l e c e n e q u iv a le n c ia s y c o n tra s te s q u e c o m p o r t a n (p u e s el c o n ­
te x to se m o d ific a , a u n q u e s ó lo sea im p e r c e p tib le m e n te ) su tiles
m a tic e s : c a d a u n a d e e llo s , r e c ib id o c o m o u n a i n f o r m a c i ó n
n u ev a , a m p lía el c o n o c im ie n to al q u e n o s in v ita esa vo z.
T é c n ic a m e n t e se e s tr u c tu r a n así tres m o d o s d e c o m p o s ic ió n
p r o fu s a m e n te d o c u m e n ta d o s e n t o d o e l c u e r p o m e d ie v a l — c o n
e x c e p c i ó n d e lo s g é n e r o s n a r r a t iv o s « m o d e r n o s » , c o m o la
n o v e la — , q u e h e d e n o m in a d o r e s p e c tiv a m e n te :

7 Printing, seüingand reading 1 4 .5 0 -1 5 5 0 , W i e s b a d e n , H a r a s s o w it z , I 9 ^ 7 > p · 1 4 8 ·

«4 LA P O E S ÍA Y L A VOZ EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

1) la le ta n ía : r e p e t i c i ó n i n d e f i n i d a d e u n a m is m a e s t r u c ­
tu r a , s in tá c tic a y p a r c ia lm e n t e lé x ica ; a lg u n a s p a la b r a s se
m o d if ic a n e n cad a o c a s ió n , d e m a n e r a q u e m a r c a n u n a
p r o g r e s i ó n p o r d e s liz a m ie n t o y d esfa se s e m á n tic o s .
2) e l tui¡age&: las m ism a s r e p e tic io n e s , n o ya a n iv e l d e frases,
s in o d e p a r te s d e l te x t o , e s t r o fa s , s e c c io n e s : a sí, las
« s e c u e n c ia s s im ila r e s » d e lo s ca n ta re s d e gesta.
3) lo s « e c o s » r e g u la riz a d o s : el te xto está sa lp ica d o d e r e p e ­
t ic io n e s a in t e r v a lo s f ijo s , a v e ce s e n tr e c r u z a d a s y q u e ,
e n m a r c á n d o lo y a p o y á n d o lo , c o n fie r e n u n a fu e r z a p a r t i­
c u la r al d is c u rs o . A s í, u n m is m o e le m e n to ( s o n id o , p a la ­
b r a , g ir o g ra m a tic a l, sem a) fig u r a r á a l c o m ie n z o o al fin a l
d e lo s v e rso s im p a re s y o t r o al c o m ie n z o o al f in a l d e lo s
v e rso s p a res, y u n o s y o tr o s p u e d e n r e a p a r e c e r e n c o n f i ­
g u r a c io n e s in te r m e d ia s . E l sistem a se p re sta a v a r ia c io n e s
ilim it a d a s , c o m o t e s t im o n ia la p o e s ía e n v e r s o d e l s ig lo
XIII casi e n su to t a lid a d . V a r io s g é n e r o s p o é tic o s , d o c u ­
m e n ta d o s ya a fin a le s d e l sig lo X I I , p e r o p r o b a b le m e n t e
d e o r ig e n m u c h o m ás a n tig u o y d e stin a d o s a la performance
c a n ta d a , se b a sa n e n estas té c n ic a s . P o r e je m p lo el virelai,
la ballette y el rondeau e n sus diversas v a rie d a d e s. P e ro su u so
reb asa a m p lia m e n te este s e c to r lim ita d o .

S e a c u a l sea la fo r m a e n la q u e se r e a lic e , la r e c u r r e n c ia d is ­
cu rsiva c o n s titu y e el m e d io m ás e fic a z p a ra v e rb a liz a r u n a e x p e ­
r ie n c ia e sp a c io te m p o r a l y p a ra h a c e r p a r tic ip a r al o y e n te e n ella.
E l tie m p o se d e s a r ro lla e n la in te m p o r a lid a d fic tic ia d e l c a n to , a
p a r tir d e l m o m e n to d e la p a la b ra in a u g u ra l. L u e g o , e n el esp acio
q u e e n g e n d r a e l s o n id o , la im a g e n e x p e r im e n ta d a s e n s o r ia l­
m e n te se o b jetiva : d e l r itm o n a ce, y se le g itim a , u n sab er.

8 T é c n i c a d e c a n t o v o c a l. G u a n d o v a r io s c a n t a n t e s es tá n c a n t a n d o p o r t u r n o s , el q u e
va a c o g e r el r e le v o d e l a n t e r io r r e p it e la s ú lt im a s síla b a s d e este, d e f o r m a q u e n u n c a
h ay p a u sa s e n la d i c c i ó n n i e n e l r it m o — lo q u e es p a r t i c u la r m e n t e im p o r t a n t e p a ra
lo s b a ila r in e s , e n e l c a s o d e lo s c a n to s d e s t in a d o s a a c o m p a ñ a r la d a n z a — [N . d e l T . ] .
 II!. C ÓM O IN T E G R A R L A O P E R A C IÓ N V O C A L... 85

D . L ik h a t c h e v h a b la b a , a p r o p ó s i t o d e c ie r t o s te x to s r u s o s
a n t ig u o s , d e la « e t iq u e t a l i t e r a r i a » , d e l a s p e c to f u e r t e m e n t e
c e r e m o n ia l d e las « l i t e r a t u r a s » d e t r a n s m i s i ó n v o c a l9. E ste
in v e s tig a d o r su b ra y a b a así la p r o f u n d a t e n d e n c ia d e to d a p o e ­
sía o r a l a u n fo r m a lis m o r ig u r o s o : el m is m o q u e m a n ife sta b a la
r e fe r e n c ia p r im a r ia d e la p o e s ía a la m ú s ic a e n la c o n c ie n c ia d e
lo s c lé r ig o s d e tr a d ic ió n b o e c ia n a , q u e n o la v in c u la b a n s in o e n
s e g u n d a in s ta n c ia c o n la g r a m á tic a y la r e t ó r ic a . H a b la n d o d e
f o r m a l i s m o , c o n v ie n e e n t e n d e r l o e n e l s e n t id o d e q u e u n a
fo r m a s ó lo es estab le y fija e x c e p c io n a lm e n te ; d e q u e c o m p o r ta
u n a m o v ilid a d q u e le es p r o p ia ; d e q u e , e n ú ltim a in s ta n c ia , la
« f o r m a » ig u a la a la « f u e r z a » . L a f o r m a n o se rá p u e s c o n c e ­
b id a c o m o o b e d i e n t e a u n a r e g la , p u e s « e s » r e g la : r e c r e a d a
s in c e s a r , s ó lo e x is te e n y p o r la p a s i ó n q u e s u s c ita c a d a i n s ­
ta n te , cada e n cu e n tro , cada c u a lid a d de la lu z — cad a
performance— . Y ca d a u n a d e esas f o r m a s e m e r g e n te s n o es s in o
u n o d e lo s c o m p o n e n t e s d e la F o r m a ú n ic a : ú n ic a e n c a d a
p o e m a ( d e l q u e es la s o la f o r m a ) , y ú n ic a p o r q u e n u n c a se
r e p r o d u c e , e s c a p a n d o c o m o ta l al p a so d e l t ie m p o , in c lu s o si
sus c o m p o n e n t e s , al c o n t r a r io , t ie n d e n a r e p r o d u c ir s e i n d e f i ­
n id a m e n t e . ¿ N o es p r e c is a m e n t e lo q u e s u g ie r e e l a u t o r d e la
t o r n a d a a ñ a d id a p o r lo s c a n c i o n e r o s G y N a la c a n c i ó n d e
B e r n a r d d e V e n t a d o u r Ges de chantar?

Lo vers, aissi com plus om l’au,

Vai melhuran tota via...10

P e r o ¿ e n q u é p u n t o d e la e x is te n c ia d e lo s te x to s ( q u e s o n
to d o lo q u e n o s h a q u e d a d o ) te n e m o s a lg u n a p o s ib ilid a d d e p e r ­
c ib ir esa fo r m a ? L a p o e sía o r a l y la p o e s ía escrita se sirv e n (a j u z ­
g a r p o r lo s e je m p lo s m o d e r n o s ) d e u n le n g u a je f u n d a m e n t a l­
m e n te id é n tic o : las m ism a s e stru c tu ra s g ra m a tic a le s, las m ism a s

9 « L ’ é t iq u e t t e li t t é r a i r e » , Poétique g, 1977 ’ P P · n 8 - I 2 3 ·
10 « C u a n t o m á s o y e s m is v e r s o s , m á s se a c r e c ie n t a su v i r t u d » [ N . d e l T . ] .
«< ; LA P O E S ÍA Y L A VOZ E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

e stru c tu r a s sin tá c tic a s , el m is m o v o c a b u la r io . S in e m b a r g o , n i

la d i s t r i b u c i ó n d e lo s e m p le o s n i la s e s tra te g ia s d e e x p r e s ió n
s o n las m is m a s . A p a r e n t e m e n t e la o r a l i d a d c o m p o r t a a e ste
re s p e c to esas m ism a s t e n d e n c ia s c u y o s e fe c to s p u e d e n c o n s ta ­
ta rse e n la casi to t a lid a d d e lo s te x to s m e d ie v a le s m ás a n tig u o s ,
y q u e s u b s is te n e n c ie r t o s g é n e r o s h asta lo s sig lo s X I V o X V .
E stas c u lm in a n e n esa p r e p o n d e r a n c ia d e la p a rata x is (q u e ya
s e ñ a la b a A n e r b a c h e n Mimesis ) y d e d iv e rs a s b r a q u i o lo g í a s . E l
r e la t o ( e n e l c a n ta r d e g e sta , e l fabliau, c ie r t o n ú m e r o d e lais ",
m u c h a s n a r r a c io n e s h is to r io g r á fic a s e n v e rso ) tie n d e así a y u x ­
t a p o n e r lo s e le m e n t o s e n u n e s p a c io d e d o s d im e n s io n e s , s in
s u b o r d in a r lo s . L a e x p o s i c i ó n « l í r i c a » e n t r e c o r t a e l d is c u r s o
c o n a fir m a c io n e s b re v e s, tie n d e a i n t e r r u m p i r lo c o n e x c la m a ­
c io n e s , e x p r e s io n e s im p e r a tiv a s , s e rie s a c u m u la tiv a s d i s c o n t i ­
n u a s; e n ú ltim a in s ta n c ia , lo s v e r b o s se e c lip sa n , ya n o h a y f r a ­
ses, s in o u n a s e c u e n c ia d e e le m e n t o s n o m in a le s lib e r a d o s . E l
v o c a b u la r io (a veces las p a la b ra s g ra m a tic a le s) p a r e c e tra ta d o d e
u n a m a n e r a c o m p a r a b le a lo q u e p u d o ser el u so c o r r ie n te (o a
lo q u e te s tim o n ia la p r o s a d o c u m e n ta l d e l sig lo X I I l) : p o r res­
t r ic c ió n y c o n d e n s a c ió n . N o es e x tra ñ o q u e el v o c a b u la r io o s c u ­
rezca el s e n tid o : resu lta im p o s ib le sa b e r si lo h a ce in t e n c io n a d a ­
m e n te ; a l m e n o s e n v ir t u d d e u n s is te m a e x p r e s iv o d e l q u e
p o d e m o s a d m it ir q u e f u e u n siste m a d e « d i c c i ó n » , e n e l s e n ­
t id o e n q u e M e s c h o n n ic e m p le a esa p a la b r a , u n a r e tó r ic a d e la
v o z . E l a r te p o é t i c o d e lo s tr o v a d o r e s n o s p r o p o r c i o n a a este
r e sp e cto u n e je m p lo p a r tic u la r m e n te c o n c lu y e n te .
L a m a y o r p a r te d e e sto s p r o c e d i m i e n t o s c o m p o r t a n , e n su
e je c u c ió n , a lg u n a r e g la fó n ic a : la m a n ip u la c ió n d e l e le m e n t o
l i n g ü í s t i c o c o n t r i b u y e a p r o v o c a r o a r e f o r z a r la r im a (c u y a

IΓ « H a c i a I I 7 0 a p a r e c e u n g é n e r o " n o v e l e s c o ” m e n o r , ll a m a d o lai, q u e p a r e c e p r o ­
v e n i r d e u n a a m p l i f i c a c i ó n n a r r a t iv a d e lo s lais c é lt ic o s c a n t a d o s ; p e r o , m u y p r o n ­
t o , t i e n d e a c o n f u n d i r s e t a n t o c o n e l roman c o m o c o n e l fabliau, d e lo s q u e n o se
d is t in g u e c l a r a m e n t e n i t e m á t ic a n i e s t i lí s t i c a m e n t e » , P a u l Z u m t h o r , Histoire
Littéraire de la France médiévale, p p . 1 5 0 - 1 5 1 [ N . d e l T . ] ,
 III. CÓM O IN T E G R A R L A O P E R A C IÓ N V O C A L... 87

g e n e r a l i z a c i ó n d e s d e la A n t i g ü e d a d o b e d e c e s in d u d a a la
a m p lia c ió n d e l p a p e l d e la v o z e n la c o m u n ic a c ió n p o é t ic a ) , la
a l i t e r a c i ó n , lo s e c o s s o n o r o s d e t o d a c la se o , m á s g e n e r a l ­
m e n t e , a c u s a la e s c a n s ió n d e lo s r it m o s . G u a n d o a lc a n z a n
c ie r t a d e n s id a d , e s to s j u e g o s i n f l u y e n e n la p r o d u c c i ó n d e l
s e n t id o . E n ú ltim a in s ta n c ia , la fr a s e , las p a la b r a s m ism a s, se
d ifu m in a n e n u n a p u r a s u g e s tió n s o n o r a , c o m o e n m u c h o s
refrains o e n c ie r t a s f ig u r a s d e s o n i d o a c u m u la tiv a s . T o d a u n a
p o e s ía , e n v ir t u d d e su v o c a lid a d , p a r e c e a s p ir a r a lib e r a r s e d e
las lim it a c io n e s s e m á n tic a s d e la le n g u a n a tu r a l, a e v a d irse d e l
le n g u a je m is m o , e n p o s d e u n a p le n i t u d q u e n o se r ía m ás q u e
p r e s e n c ia . T a l vez lo s im p u ls o s d e ese d e s e o , p r o p io s d e l te x to
d e v o c a c i ó n o r a l , se v e n a m p l i f i c a d o s p o r la s i t u a c ió n q u e
o c u p ó h a s ta e l s ig lo X I V e n la m e m o r i a c o le c t iv a : n o a is la d o
c o m o « l i t e r a r i o » , n o s e p a r a d o d e la a c c ió n , s in o f u n c i o n a li -
z a d o c o m o j u e g o , al ig u a l q u e lo s j u e g o s d e l c u e r p o , d e lo s
q u e p a r t ic ip a r e a lm e n te . ¿ N o es a este t ít u lo c o m o , lo m is m o
q u e t o d o j u e g o , p r o c u r a u n p la c e r p r o v e n ie n t e d e la r e p e t i ­
c i ó n y las s im ilit u d e s ?
P e ro s im u ltá n e a m e n te el le n g u a je p o é t ic o im p lic a d o e n esta
o p e r a c i ó n tie n d e a c o m p lic a r e x tr e m a d a m e n te las e s tr u c tu r a s
d e l d is c u r s o . E l trobarclus 12 o c c ita n o n o r e p r e s e n ta n a d a m ás q u e
u n c a so p a r t ic u la r e m in e n t e d e esta t e n d e n c ia , lo m is m o q u e
lo s kenningar 13 d e la p o e s ía e s c á ld ic a is la n d e s a . L a e s p e c ie d e
te c n ic id a d p a r t ic u la r d e l e s tilo é p ic o d e l c a n ta r d e ge sta c o n s ­
titu y e o t r o e je m p lo . P e r o la t e n d e n c ia se m a n if ie s t a ta m b ié n
e n c ie r ta s p r e t e n d id a s « t o r p e z a s » , e n lo s a g u je r o s o lo s sa lto s

12 « F r e n t e a l trobarleu ( l i t e r a lm e n t e , " v e r s i f i c a c i ó n s e n c i l l a ” ) h a lla m o s l o q u e , p a r a

e n t e n d e r n o s , p o d e m o s ll a m a r p r o v i s i o n a lm e n t e " p o e s ía h e r m é t i c a ” , y q u e lo s
a n t i g u o s t r o v a d o r e s d e n o m i n a b a n c o n lo s t é r m i n o s d e trobar clus ( l it e r a lm e n t e :
" v e r s if ic a r c e r r a d o ” , o sea n u e s t r o m o d e r n o " h e r m é t i c o ” )» trobar ric, trobar car, tro-
bar escur, trobar cobert, trobar sotil, trobar prim, e x p r e s i o n e s q u e d e n o t a n la d if ic u lt a d ,
s in g u l a r id a d , s u t ile z a o r e b u s c a m ie n t o d e u n a p o e s í a » , M a r t í n d e R i q u e r , Los tro­
vadores, B a r c e lo n a , A r i e l , 1975 ’ ν ° 1· I» P* 74- [ N . d e l T . ] .
13 F ig u r a r e t ó r i c a [ N . d e l T . ] .
88 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

in e s p e r a d o s d e l e n u n c i a d o : la c o m p l e j i d a d b u s c a d a c o n s is te
e n t o n c e s s in d u d a e n c o m b i n a r c o n é n fa s is lo li n g ü í s t i c o , lo
v o c a l y lo g e s t u a l. L a e s t r u c t u r a c i ó n p o é t i c a , e n r é g i m e n d e
o r a lid a d , o p e r a m e n o s p o r m e d io d e p r o c e d im ie n to s d e g r a m a -
t ic a liz a c ió n q u e p o r m e d io d e u n a d r a m a tiz a c ió n d e l d is c u r s o .
E s m ás fá c il d e f in i r la n o r m a e n té r m in o s d e d r a m a tu r g ia q u e
e n t é r m in o s d e lin g ü ís tic a . G é r a r d B r a u lt, ta l ve z el ú n ic o (ya
lo h e s e ñ a la d o ) e n e x a m in a r d e s d e este p u n t o d e v ista el te x to
d e l Roldan, h a r e c o g id o e n él n u m e r o s o s y e s c la r e c e d o r e s i n d i ­
c io s d e m o d u la c ió n v o c a l y a c o m p a ñ a m ie n t o g e stu a l: in t e r v e n ­
c io n e s d e l a u to r , d e íc tic o s q u e e x ig e n u n m o v im ie n to d e s ig n a -
t o r i o , d e s c r ip c io n e s q u e i m p l i c a n u n a m ím ic a e x p r e s iv a , u n
ju e g o to n a l, véase, u n a p a n to m im a o u n in t e r m e d io m u s ic a l14.
N o o b s ta n t e , c r e o q u e esta in j e r e n c ia d e l o c o r p o r a l e n lo
g r a m a tic a l p o n e d e m a n ifie s t o o t r o ra sg o n o ta b le , c o m ú n a u n
g r a n n ú m e r o d e o b r a s m e d ie v a le s : su a u s e n c ia d e u n id a d , e n
e l s e n tid o q u e la t r a d ic i ó n c lá sic a n o s e m p u ja r ía a o t o r g a r le a
esta p a la b r a . ¿ C u á n t a s d e esas h ip ó te s is s o b r e p é r d id a s , i n t e r ­
p o la c i o n e s y s u p u e s ta s r e m o d e l a c i o n e s p r o v i e n e n s i m p l e ­
m e n te d e la r e p u g n a n c ia q u e c ie r t o s f iló lo g o s s ie n t e n h a c ia lo
q u e n u e s t r o s te x to s t i e n e n d e m ú lt i p le , a b ig a r r a d o y, a v e ce s,
d iv e r s o h a sta lo c o n t r a d i c t o r i o ? ¿ N o le d e b e m o s a ese m is m o
m a le n t e n d i d o la s tr e s c u a r ta s p a r t e s d e lo q u e se h a e s c r it o
s o b r e las ir r e g u la r id a d e s d e la v e r s if ic a c ió n m e d ie v a l, d e s d e el
Cid a l Cantar de Guillermo, d e s d e lo s te x t o s a n g lo n o r m a n d o s a
ta n tas e s tr o fa s lír ic a s , c u a n d o e l a n is o s ila b is m o n o es s in d u d a
s in o u n ra sg o b a n a l d e o r a lid a d ? T o d o esto b r o t a d e l i n t e r io r ,
d e la lla m a d a in ic ia l d e u n a v o z . D e l e x te r io r c o n s ta ta m o s q u e ,
e n e l m e j o r d e lo s c a so s , se c o n s t r u y e n g r a n d e s c o n j u n t o s d e
m a n e r a b a s ta n te s im p lis ta , e n s e rie s d e d íp tic o s e n c a b a lg a d o s ,
c o m o la v ie ja Chanson d ’Alexis, el Roldan, el Aspremont, y ta n to s o tr o s .

14 Op. cit., p p . I I I - I I 5 .
 III. C Ó M O IN T E G R A R L A O P E R A C IÓ N V O C A L ... 89

A n d r é d e M a n d a c h a seg u ra q u e este m o d e lo d e c o m p o s ic ió n es
el m ás a p r o p ia d o p a r a la tr a n s m is ió n m e m o r ís tic a 15.
Y o a s o c io esas d iv e rs a s « f o r m a s d e s e r » te x tu a le s c o n la
m a n e r a e n q u e la p o e s ía n a r r a tiv a se sirve d e t o d o t ip o d e p r o ­
c e d i m i e n t o s d e s t in a d o s a i n t e g r a r , e n la e s t r u c t u r a d e l d i s ­
c u rso , lo s in d ic io s r e d u n d a n te s d e su f u n c ió n fática: d ig re sio n e s
p r o s p e c tiv a s , r e tro sp e c tiv a s, ju s tific a tiv a s , estasis o r n a m e n ta le s ,
a p o s tro fe s , p re g u n ta s r e tó r ic a s , p a so d e l « é l » al « y o » , d e l
« e l l o s » al « v o s o t r o s » , u s o d e p re se n ta tiv o s c o m o voyez o écoutez,
e s q u e m a tiz a c ió n d escrip tiv a , e n u m e r a c io n e s ... D e a h í, u n a t e n ­
s ió n a r tific ia l g e n e r a l q u e p e r m ite al le n g u a je so r te a r las e x ig e n ­
cias d e la l i n e a l i d a d c r o n o l ó g i c a . T a le s e n t r e c r u z a m ie n t o s d e
re g istro s d e n o ta n , e n la p e rsp e c tiv a d e la performance, u n e sfu e rzo
o r ie n t a d o a p r o d u c i r u n e x c e d e n te s e m á n tic o , a in s t a u r a r e n
p le n o s e n tid o p o é tic o u n a d iv e r s ific a c ió n s o r p r e n d e n te .

L a performance p r o p o n e u n te x to q u e , d u r a n te el m o m e n t o d e su
e x is te n c ia , n o p u e d e c o m p o r t a r n i b o r r o n e s n i c o r r e c c io n e s :
u n la r g o tr a b a jo d e e s c r itu r a p r e v ia l o h a p r e p a r a d o p a r a u n a
s itu a c ió n q u e , e n c u a n to q u e o r a l, n o a d m ite b o r r a d o r . E l arte
p o é t ic o c o n s is te p a r a el p o e ta e n a s u m ir esa in s ta n ta n e id a d e
in t e g r a r la e n la f o r m a d e su d is c u r s o . D e a h í la n e c e s id a d d e
u n a e lo c u e n c ia p a rticu la r, d e u n a fa cilid a d d e d ic c ió n y fra s e a d o ,
d e u n p o d e r d e s u g e s tió n b a s a d o e n e l p r e d o m i n i o g e n e r a l d e
lo s r it m o s . E l a u d it o r io s ig u e e l h i l o ; n o h a y r e t o r n o p o s ib le :
c u a lq u ie r a q u e sea el e fe c to p e r s e g u id o , el m e n s a je d e b e s u r tir
e fe c t o a la p r im e r a . E n el m a r c o d e f i n i d o p o r ta le s l i m it a c i o ­
n e s , la l e n g u a t i e n d e m e n o s a u n a t r a n s p a r e n c i a d e l s e n t id o
q u e d e su p r o p i o s e r l i n g ü í s t i c o . S o n la v o z y e l g e s to lo s q u e
p r o c u r a n la v e r d a d y la c o h e r e n c ia ; s o n e llo s lo s q u e p e r s u a ­
d e n . L a f u n c i ó n d e la f o r m a l in g ü ís t ic a es e s t iliz a r e l e m p u je

15 Naissance et développement de la chanson de geste en Europe, I I I , G in e b r a , D r o z , 1975’ P P · 5 “ 2 0 .

90 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

d e la p a la b r a s in i n t e r r u m p i r l o . D e a h í lo s ilo g is m o s , las s a li­

d as e n fa ls o , lo s r e t o r n o s . D e a h í t a m b i é n , p a r a e l le c t o r
m o d e r n o , la im p r e s i ó n d e q u e a v e ce s el a s p e c to v e r b a l d e la
o b r a o r a l está m e n o s c u id a d o q u e su s a s p e c to s p r o s ó d i c o o
m u s ic a l. E l te x to v o c a liz a d o d e v ie n e u n a rte e n e l s e n o d e u n
lu g a r e m o c io n a l m a n ifie s to e n la performance;y d el q u e p r o c e d e n y
al q u e t ie n d e n to d a s las e n e rg ía s q u e c o n s titu y e n la o b r a viva. Se
trata, e n p a rte , d e u n lu g a r c a lific a tiv o z o n a d e o p e r a c io n e s d e la
« f u n c i ó n f a n t a s m á t i c a » , s e g ú n la e x p r e s ió n d e G i l b e r t D u ­
r a n d . P e r o es ta m b ié n u n l u g a r c o n c r e t o , t o p o g r á f i c a m e n t e
d e fin ib le , e n el q u e la p a la b r a , al d e sp le g a r s e , ca p ta u n tie m p o
tan fu g a z q u e c o n fía el o r d e n d e l d is c u rs o a ese m is m o e s p a c io .
N o m e c a b e d u d a d e q u e esta es la c a u sa p r i n c i p a l d e c ie r t a
c a r a c te rís tic a lla m a tiv a , a m e n u d o se ñ a la d a , d e n u e s tr o s te xto s
a n tig u o s : su c o m ú n in c a p a c id a d p a r a v e r b a liz a r las d e s c r ip c io ­
n e s d e se re s u o b je to s d e o tr a f o r m a q u e n o sea m e d ia n te u n a
a c u m u la c ió n c a lific a tiv a sin p e rs p e c tiv a .
D a d a la p o b r e z a d e n u e s tr a i n f o r m a c i ó n , r e d u c id a a lo q u e
n u e s tr o o j o v e e n la p á g in a e n el in s ta n te p r e s e n t e , u n p u n t o
d e v ista p a r a d ó j i c o p o d r í a i l u m i n a r esas p r o f u n d i d a d e s , p o r
p o c o q u e fu e s e . M e r e f i e r o a la p o s ib ilid a d d e c o n s id e r a r p o r
p r i n c i p i o t o d o te x t o a n t e r i o r a l s ig lo X III (o , m u c h o m ás
p r o b l e m á t i c a m e n t e , a l Xiv) c o m o u n a d a n z a : q u i e r o d e c i r ,
a d m it ie n d o h a s ta q u e se p r e s e n t e n p r u e b a s q u e d e m u e s t r e n
lo c o n t r a r i o q u e su f u n c i o n a m i e n t o r e a l r e q u i r i ó e l c o n c u r s o
d e lo s m is m o s v a lo r e s y a c tiv ó las m ism a s fa c u lta d e s e x p re siv a s
q u e las « c a n c i o n e s p a r a d a n z a r » , p o r o tr a p a r te (y e x c e p c i o ­
n a lm e n t e ) m e j o r c o n o c id a s ; te x t o , m e lo d ía y ( m e d ia n t e a n á ­
lis is r í t m i c o o e s t u d io i c o n o g r á f i c o ) m o v i m i e n t o s , c o m o la
Sainte Foy d e l s ig lo X I « q u ’ es b e l l a ’ n t r e s c a » 16, s e g ú n d i c e el
te x to . L o q u e s a b e m o s d e esas c a n c io n e s e x ig e u n a tr a s la c ió n ,

^ Q u e es g r a t a d e d a n z a r » [ N . d e l T . ] .
 III. C ÓM O IN T E G R A R L A O P E R A C IÓ N V O C A L ... 9I

r e s p e c to a o t r o s te x to s , a m a y o r o m e n o r d is ta n c ia . A l m e n o s
la a p lic a c ió n es d e o r d e n m e t o n í m i c o , n o m e t a f ó r ic o . In sisto
s o b r e e s te p u n t o , p u e s m e p a r e c e c r u c i a l . E n s u m a , q u e d a
r e d u c i d o a la e x c l a m a c i ó n , a la s e n t e n c ia ; o , e n u n s e n t id o
m á s a m p l i o , a r e p e t i c i o n e s e s t r ó f ic a s q u e se p r e s t a n a las
m o d u la c io n e s e m o tiv a s.
A s í p u e d e m a n t e n e r s e c o n c ie r t a v e r o s i m il i t u d e l c a r á c te r
e s e n c i a lm e n t e c o m u n i t a r i o d e l te x t o p o é t i c o m e d ie v a l. L a
E d a d M e d ia s ó lo c o n o c i ó d a n za s g r u p a le s , e n c o r r o , e n c a d e ­
n a d a s , d e la c a r o la a la s p r o c e s i o n e s d a n z a d a s ; g e s to y v o z ,
r e g u la d o s e l u n o s o b r e la o t r a , c i m e n t a n la u n id a d d e la
r e p r e s e n t a c ió n , r e v e la d o r a d e u n p r o p ó s i t o c o m ú n . E l e fe c to
c o h e s io n a d o r d e l r it m o p u e d e in c r e m e n ta r s e m e d ia n te p a lm a ­
d as u o tr o s p r o c e d im ie n t o s d e e s c a n s ió n f u e r t e . L a p a r te c a n ­
tad a, c o n o sin a c o m p a ñ a m ie n t o in s tr u m e n ta l, c o r r e , e n g e n e ­
r a l, a c a r g o d e u n so lista o u n c o r o , y lo s b a ila r in e s r e s p o n d e n
c o n u n r i t o r n e l o . E l t e x t o , d e t e r m i n a d o p o r su f u n c i ó n , se
a se m e ja a l g e sto q u e v e rb a liz a .
E s d e esta s i t u a c ió n d e la q u e , c o m o m e d ie v a lis ta s , n o s
h e m o s in s titu id o e n « i n t é r p r e t e s » . P e ro m e g u s ta ría p o n e r e n
esa p a la b r a to d a s las c o n n o t a c i o n e s q u e i m p li c a c u a n d o se
r e f ie r e a l m ú s ic o o a l a c t o r : la id e a d e u n a p r o d u c t iv id a d , d e
u n c o n o c im ie n t o a ctiv o y t r a n s f o r m a d o r — ¿ p o r q u é n o d e u n a
d a n za , p r e c is a m e n t e ? — .
 IV. LA EDAD MEDIA Y LA VOZ

A I t é r m i n o d e e ste b r e v e r e c o r r i d o p o r e l c a m p o p o é t i c o
m e d ie v a l se ría in ú t i l c o n f r o n t a r la « t o d o p o d e r o s a » E s c r itu r a
c o n la V o z « a u t é n t i c a » , p u e s u n a y o tr a n o s o n s in o e n te s d e
r a z ó n . L a c o m u n ic a c ió n p o é tic a v o c a l, p e se a lo s rasg o s e s p e c í­
fic o s q u e la c a r a c te riz a n , n o es e n sí m ism a n i m ás in m e d ia ta n i
m e n o s e q u ív o c a q u e la e s c r ita , o s ó lo lo es e n c ie r ta s c i r c u n s ­
ta n c ia s. V is u a lid a d p o r u n a p a r te ; « a u d it iv id a d » p o r la o tra : es
c ie r t o q u e sus resp e ctiv a s fin a lid a d e s s e n s o r ia le s p a r e c e n e r ig ir
e n c o n tr a d ic to r ia s la m e d ia tiz a c ió n o p e r a d a p o r la e s c r itu ra y la
q u e r e a liz a ( d is im u lá n d o la ) la v o z . N o o b s ta n te , n o se tra ta d e
u n a c o n t r a d ic c ió n , s in o d e u n c o n tr a s te , casi s ie m p r e p a r c ia l y
e m in e n t e m e n t e in e s ta b le . N o d e ja d e se r c ie r t o q u e , e n lo q u e
re sp e cta a la c o m u n ic a c ió n , la p e r c e p c ió n d e l m e n s a je se o p e r a
d e u n a f o r m a q u e a se g u ra e l p r e d o m i n i o d e u n s o lo s e n tid o : o
se ve o se o y e . Y esa d i f e r e n c i a a fe c ta a n u e s t r a c a p a c id a d d e
p e r c i b i r al p r ó j i m o , así c o m o al m o d o s e g ú n e l c u a l se m a n i ­
fie sta esa c a p a c id a d .
94 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

P o r e s o d e s c a r to c o m o u n fa ls o p r o b l e m a el d e lo s te x to s
d e n o m in a d o s « d e t r a n s i c i ó n » — q u e f u e r o n o b j e t o d e vivas
p o lé m ic a s a m e d ia d o s d e lo s a ñ o s sesen ta e n tr e lo s p a r tid a r io s
y lo s a d v e rsa rio s d e la « t e o r í a f o r m u l a r i a » — , te x to s e n lo s q u e
el m e d ie v a lis ta d e te c ta , c o n r a z ó n o s in e lla , las m a rc a s d e u n a
e la b o r a c ió n lit e r a r ia e n tr e m e z c la d a s c o n las d e u n a c o m p o s i ­
c i ó n m e d ia n t e f ó r m u la s . Es e l caso d e lo s te x to s a n g lo s a jo n e s
e s t u d ia d o s p o r L a r r y D . B e n s o n y A l b e r t B a u g h , lo s p o e m a s
a le m a n e s d e C u r s c h m a n n y e l Alexandre in g lé s e d it a d o y e s t u ­
d ia d o m u y r e c ie n t e m e n t e p o r H o y t N . D u g g a n . L o s e je m p lo s
g e r m á n ic o s s o n lo s m ás p e r t u r b a d o r e s : así, e l te x to d e l Heliand
s a jó n h a p o d id o in t e r p r e ta r s e c o n ig u a l v e r o s im ilit u d c o m o el
re g is tr o d e u n a e p o p e y a p u r a m e n t e o r a l y c o m o e l r e s u lta d o d e
u n tr a b a jo d e e s c r itu r a r e f in a d o b a s a d o e n u n a t e o lo g ía d e las
p r o p o r c io n e s fo r m a le s y n u m é r ic a s .
A u n q u e , q u e y o sep a , la e x p r e s ió n « te x t o d e t r a n s ic ió n » n o
se h a e m p le a d o n u n c a e n r e l a c i ó n c o n u n a o b r a fr a n c e s a , la
id e a q u e r e c u b r e p r e v a le c e , si n o m e e q u iv o c o , d e sd e h a c e u n a
v e in te n a d e a ñ o s , e n tr e m u c h o s d e a q u e llo s q u e tr a ta n s o b r e el
c a n ta r d e g e s ta , e s p e c ia lm e n t e s o b r e e l Roldan, c o m o o c u r r e
e n t r e lo s esla v ista s a p r o p ó s i t o d e l Decir de la campaña de Ig o r. S e
a d m ite la e x is te n c ia d e u n a t r a d i c i ó n p o é t ic a o r a l, r e g id a p o r
re g la s p r o p ia s , y d e la q u e d e p e n d e ( e n u n a m e d id a d i f í c i l d e
c u a n tific a r ) la o b r a e n c u e s tió n . P o r o tr a p a r te , se c o n o c e (o se
fin g e c o n o c e r ) la e x is te n c ia d e té c n ic a s e s p e c ífic a s d e la e s c r i­
tu r a n o m e n o s d e te r m in a n te s r e s p e c to a esa o b r a . L a t r a d ic ió n
o r a l, p o r u n a p a r t e , y la s té c n ic a s d e e s c r it u r a , p o r o t r a , se
c o n c ib e n c o m o h o m o g é n e a s y, p o r ta n to , c la r a m e n te o p u esta s,
si n o c o n t r a d ic t o r ia s . D e a h í la im p o s ib i l i d a d d e d e s c r ib i r el

X E s c r ita e n v e r s o y p r o s a r im a d a , esta o b r a r e la ta la e x p e d ic ió n d e l p r í n c i p e I g o r c o n ­
tr a lo s P o lo v t s i e n I 1 8 5 * A lg u n o s e s p e c ia lis ta s d e f ie n d e n la a u t e n t ic id a d d e es te te x to
d e l s ig lo X I I , ú n i c o e n s u e s p e c ie , m ie n t r a s q u e o t r o s s o s t ie n e n q u e se tr a ta d e u n
p o s ib le p a s t ic h e d e f in a le s d e l s ig lo X V I I I , f e c h a d e su d e s c u b r im ie n t o [ N . d e l T . ] .
 IV. L A E D A D M ED IA Y L A VOZ ')

e s ta tu to d e l te x to — y el r e c u r s o a u n a « t r a n s i c i ó n » d e la q u e
n o se p r e c is a si es h is tó r ic a u o n to ló g ic a — .
S e r ía m ás ex a cto a d m i t i r — o tr a vez— , d e fo r m a m u y g e n e ra l,
q u e la fin a lid a d ú ltim a d e la e s c r itu r a m e d ie v a l e r a la c o m u n i ­
c a c ió n v o c a l, c o n (a l m e n o s v ir tu a lm e n t e ) t o d o s lo s e s tím u lo s
s e n s o r ia le s r e la c io n a d o s c o n esta . I n c lu s o p a r a lo s d o c to s , la
e s c r it u r a , q u e p r o v i e n e d e la p a la b r a , r e t o r n a a esta e n la
m e d id a e n q u e c o n s e r v a d e e lla u n a p r o f u n d a a d e c u a c ió n d e l
s o n id o al s e n tid o . E l sa lm o 4 5 » v e r s íc u lo s e g u n d o , d e l te x to de
la V u lg a ta p o n e las sig u ie n te s p a la b ra s e n b o c a d e D io s : «lingua
mea, calamus scrib a e» . L a le n g u a d iv in a es u n a p lu m a , y n o f u n ­
c io n a s in o p o r y p a r a esta. E n el o tr o e x tr e m o d e esta a p a re n te
c a d e n a — e l d e l e s c r i t o — , e l te x t o c o p i a d o p o r e l e s c r ib a está
d e s t in a d o a s e r l e í d o y r e f e r i d o o r a lm e n t e p o r u n o s c lé r ig o s
c o n s a g ra d o s in s titu c io n a lm e n t e a ese o f i c i o . T a l es al m e n o s el
a n á lis is q u e h a c e W a ce e n lo s p r im e r o s v e rso s d e l Roman de Rou:

Si escripture ne fust feite

E puis par clercs litte et retraite,
multfussent choses ubliees.. .2

L a fr a s e p r e c e d e n t e g lo s a esta s e n t e n c ia . N o se tr a ta d e u n
sa b e r c u a lq u ie r a , s in o d e m a n te n e r la « r e m e m b r a n z a » v iv ie n te
y s o le m n e d e lo q u e c o n s t it u y e la u n id a d y la c o h e r e n c i a d el
g r u p o . Retraire es c o n ta r , r e f o r m u la r d e p a la b r a , d e u n a m a n e r a
q u e p e r p e tú a la auctoritas d e l d e c ir .
L a e s c r itu r a g lo sa la p a la b r a ; o tr a e s c r itu r a g lo s a la p r im e r a
y p r o d u c e u n a p a la b r a s e c u n d a r ia q u e , a su v e z , se rá g lo s a d a .
A s í se c o n s titu y e la c ie n c ia , i n d i s o lu b le m e n t e lig a d a a la o p e
r a c ió n d e la v o z . E n eso c o n s is te la translatio, t é r m i n o d e p r o ­
c e d e n c ia r e t ó r ic a e q u iv a le n te a la v e z al g r ie g o metaphora y a her-
meneia, q u e c o m p o r t a n u n a id e a d e c a m b io , d e p e n e t r a c ió n en

2 « S i n o h u b i e r a s id o e s c r it o , y lu e g o le í d o y n a r r a d o p o r lo s c lé r ig o s , m u c h a s ro s a s
se h a b r ía n o l v i d a d o » [ N . d e l T . ] .
96 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

lo d e s c o n o c id o , ta n to c o m o d e e x te r io r iz a c ió n p o r m e d io d e la
p a la b r a 3. T r a tá n d o s e d e te x to s, la translatio a lte r n a c o n la interpre­
tatio, q u e d e s ig n a , e n r e tó r ic a , u n a p a r á fr a s is y r e fu e r z a la c o n ­
n o t a c ió n d e p r e s e n c ia fís ic a . L a « t r a s la c ió n » y la « i n t e r p r e t a ­
c ió n » fu n c io n a n e n tre estas ú lt im a s , in s e p a r a b le s d e la
p e r c e p c ió n d e u n a p a la b r a v iv ie n te .
L a im a g e n p o é t ic a — si n o e l s ím b o lo t e o l ó g i c o — d e l L ib r o
q u e u n if i c a e l c o s m o s y la s e c u e n c ia o r g a n iz a d a d e la h is t o r ia
— c o m o la m a g n ífic a v is ió n f in a l d e l Paraíso ( X X X I I I , 8 5 - 8 7 ) —
n o p r o v ie n e , e n la m e n ta lid a d m e d ie v a l, d e la e x p e r ie n c ia y la
p r á c tic a d e la e s c r itu r a , s in o ( e n u n a p e r s p e c tiv a q u e es la d e l
j u d a i s m o ) ú n ic a m e n t e d e la c o n s id e r a c ió n d e la B ib li a , d e la
« E s c r it u r a s a g r a d a » , p r o y e c c ió n d e l V e r b o d iv in o , y d e la q u e
la n o c i ó n d e grammatica es d i f í c i lm e n t e s e p a r a b le . E n c u a n to al
t ó p i c o q u e c o n s is te , p a r a u n p o e t a , e n in v o c a r u n a g a r a n tía
lib re sc a — p r e fe r e n te m e n t e la tin a — , atestig u a sin lu g a r a d u d a s la
a u t o r id a d r e iv in d ic a d a p o r la e s c r it u r a , p e r o « s i g n i f i c a » (o
a p a re n ta s ig n ific a r ) q u e la f u n c i ó n d e esta es la d e c u lm in a r e n
u n te x to « e s t a b li p a r r i m e » , c o m o las Enfances Guillaume, e n u n a
c a n c ió n ... « d e l p a p e l d e la ig le s ia » , c o m o la Destruction de Rome y
ta n to s romans, r e la to s é p ic o s , v e r s ific a c io n e s e d ific a n te s — to d o s
e llo s te xto s r e c ita d o s , si n o c a n ta d o s— . E ste t ó p ic o a p a re ce e n el
v e in te p o r c ie n t o d e lo s p r ó lo g o s d e la a n to lo g ía d e M ó lk : o c h o
ca n ta re s d e gesta, c u a tro n o v e la s, c u a tro o b ra s d iversas.
P o r e l c o n t r a r i o , d e s d e h a c e v a r io s a ñ o s , n u m e r o s o s e s t u ­
d io s h a n r e v e la d o la « i n f l u e n c i a » d e c ie r t a s f o r m a s d e e x ­
p r e s i ó n o r a l s o b r e la e s c r i t u r a . Y o m á s b i e n d i r í a q u e h a n
m o s t r a d o , e n t r a n s p a r e n c i a , a tr a v é s d e la s u p e r f i c i e te x tu a l
i n s c r it a , la p e r m a n e n c i a d e u n m o d e l o v o c a l. E s e l c a s o d e l
Roman de Renart tra s la tesis d e J a u ss, p a r a q u ie n , c o m o r e c o r d a b a
r e c ie n t e m e n te J e a n D u f o u r n e t , la lín e a d iv is o r ia e n tr e lo o r a l y

3 V é a s e H . L A U SB E R G , Handbuch der literarischen Rhetorik, § 55 ^> 6 5 8 - 6 5 9 - H O O , e í n d i c e

s. v. « translatio» .
 IV. L A E D A D M E D IA Y L A VOZ 97

lo e s c r ito c o r r e a través d e lo s te x to s 4. L a e s c r itu r a p a r e c e a s u ­

m i r a q u í (a c o sta d e d i s t o r s i o n e s d i f í c i l e s , p a r a n o s o t r o s , d e
p e r c ib ir y , m ás a ú n , d e d e f in ir ) el r o l y , tal vez, la f u n c i ó n d e la
v o z v iv a . D e s d e o t r a ó p t ic a , p o d r í a m o s in v o c a r lo s g é n e r o s
p o é t ic o s c o n c e b id o s c o n vistas a su e s c r itu r a , p e r o q u e v ie n e n
d e s ig n a d o s u n t é r m in o q u e r e m ite im p líc it a m e n te a u n a p o e ­
sía p o p u la r o r a l: p o r e je m p lo , e l v illa n c ic o e s p a ñ o l, e n la p r á c ­
tic a d e l s ig lo X I V , y , ta l vez, la p a s to r e la fr a n c e s a e n la d e l X I I I .
E n lo s c o n f in e s e x tr e m o s d e l m u n d o o c c id e n t a l, la a d m ir a b le
l i t e r a t u r a is la n d e s a d e lo s s ig lo s X I I y X I I I se s itú a h i s t ó r i c a ­
m e n t e e n esa p e r s p e c tiv a . L o o r a l sirv e d e m o d e l o — y p o r ese
m e d io , m ás o m e n o s , d e t é r m in o in t e n c io n a l— d e lo e s c r ito ; la
v o z , d e m o d e lo y d e t é r m in o d e lo s s ím b o lo s tr a z a d o s.
L a fija c ió n m ism a , p o r y e n la e sc ritu ra , d e u n a tr a d ic ió n q u e
fu e o r a l n o n e c e sa ria m e n te le p o n e f in n i la m a rg in a . P u e d e in s ­
ta u ra rse c ie r ta s im b io s is o , al m e n o s , c ie rta a r m o n ía : lo o r a l se
e sc rib e , lo e sc rito a p a rece c o m o u n a im a g e n d e lo o ra l; d e c u a l­
q u ie r fo r m a , la r e fe r e n c ia a la a u to r id a d d e la vo z q u e d a p a te n te .
P re c isa m e n te , la tr a d ic ió n d e te xto s c o m o lo s Dialogues de Salomon et
Marculfe, «fabulosepopularium narrationes»5, d a n fe d e u n a c o e x is te n ­
cia activa e n lo s m á rg e n e s d e la p o e sía . P e ro ig u a lm e n te p o d e m o s
c o n s ta ta r sus e fe c to s c u a n d o e x a m in a m o s lo s d o c u m e n to s a n t i­
g u o s so b re G u illa u m e d e G e llo n e y a te n d e m o s a la p r e h is to ria de
su c ic lo é p ic o , o estu d ia m o s (se g ú n U . M ö lk ) la im p la n ta c ió n de
la p o e sía tro v a d o re sc a e n el e n to r n o d e F e d e r ic o II6.
P o r el c o n t r a r io , el h e c h o d e q u e u n a t r a d ic ió n escrita pase al
re g istro o r a l n o c o n lle v a su d e v a lu a c ió n n i su e s te r iliz a c ió n . E v i­
d e n te m e n te , d esd e ese m is m o m o m e n to p o r lo g e n e r a l p e rsig u e

4 « L i t t é r a t u r e o r a lis a n t e e t s u b v e r s io n : la b r a n c h e ΐ δ d u Roman de R enort», Cahiers de

Civilisation médiévale 88, 1979 - p p · 3 2 1 - 3 3 6 .
5 « R e l a t o s f a b u lo s o s d e lo s v u lg a r e s » [ N . d e l T . ] .
6 V . S a x e r , « L e c u lt e d e G u i l la u m e à G e l l o n e » , e n Mélanges offerts à René Louis, M u s é e
a r c h é o lo g i q u e , S a i n t - P è r e s / V é z e la y , 1 9 8 1 , p p . 57 ^ - 5 7 9 ; U . M Ö L K , « D i e S i z i li a -
n is c h e L y r i c » , e n K r a u s s , op. cit., p p . 4-9 - 5 0 .
98 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

a u n p ú b lic o m ás a m p lio y esto p u e d e c o n lle v a r su d e p r e c ia c ió n

e n la o p i n i ó n d e a lg u n o s . N o o b s ta n te , así re n o v a d a , esta tr a d i­
c ió n a m e n u d o se m a n tie n e p r o d u c tiv a : es el caso (ya lo ev o cab a
e n m i p r i m e r a c o n f e r e n c i a ) , b a sta e l s ig lo X V III y a tra v é s d e
to d o el O c c id e n t e , d e la p o e s ía d e lo s v illa n c ic o s , m u c h o s d e lo s
c u a le s r e p r o d u c e n fo r m a s p o é tic a s cu lta s r e lig io s a s o p r o fa n a s
d e lo s sig lo s X III, X IV y X V; así ta m b ié n , e n la Italia p r e m o d e r n a ,
lo s g é n e r o s « p o p u la r e s » s u r g id o s d e lo s re la to s é p ic o s d e l sig lo
X IV : d e lo s m aggí d e l va lle d e l P o a lo s puppi7 sic ilia n o s .

P e r o , e v ite m o s a tr ib u ir a estos te x to s m ás d e lo q u e n o s o fr e c e n
n i m ás d e lo q u e o c u lta n . L a c iv iliz a c ió n d e l O c c id e n t e m e d ie ­
v a l fu e u n a d e las p o b la c i o n e s d e a q u e lla p e q u e ñ a p e n ín s u la
e x tr e m a d e E u r a s ia q u e , d u r a n t e u n m i l e n i o , y d e to d a s las
m a n e r a s , e n to d o s lo s t e r r e n o s y a to d o s lo s n iv e le s , c o n s a g r a ­
r o n la m a y o r p a r te d e sus e n e r g ía s a in t e r io r iz a r sus c o n t r a d ic ­
c io n e s . S i e v o c a m o s la o r a lid a d a n c e s t r a l d e su s c u lt u r a s será
sie m p re d e n tr o d e estos lím ite s y e n este s e n tid o : c o m o u n c o n ­
j u n t o , s in d u d a c o m p le jo y h e t e r o g é n e o , d e r e p r e s e n ta c io n e s ,
c o n d u c ta s y m o d a lid a d e s d isc u rsiv a s c o m u n e s ; p e r o , al m is m o
tie m p o , c o m o u n a fa c u lta d d e t o d o s lo s m ie m b r o s d e l c u e r p o
so c ia l p a r a p r o d u c ir c ie rto s sig n o s, id e n tific a r lo s e in t e r p r e t a r ­
lo s d e la m is m a fo r m a ; f i n a lm e n t e —y a c o n s e c u e n c ia d e lo
a n t e r i o r — , c o m o u n f a c t o r , e n tr e o tr o s , d e u n if i c a c i ó n d e las
a ctiv id ad es in d iv id u a le s . N a d a m ás; p e r o el a lc a n c e d e este rasgo
es c o n s id e r a b le , p u e s r e m ite a la fu e n te ú ltim a d e la a u to r id a d
q u e r ig e la p r á c tic a (ya q u e n o la id e o lo g ía ) d e u n m u n d o .
E s c o n v e n ie n t e a m p lia r a ese n iv e l d e u n iv e r s a lid a d lo q u e ,
e n m i p r im e r a c o n fe r e n c ia , d e c ía d e la p o e sía : la c u e s tió n n o es
ta n to d a r v u e lta s a lr e d e d o r d e la im p o r ta n c ia c u a n tita tiv a d e la
v o z e n e l f u n c io n a m ie n t o d e las in s titu c io n e s m e d ie v a le s c o m o

7 « T íte r e s » [N . d e lT .] .
 IV. L A E D A D M E D IA Y L A VO Z

p e r c i b i r las c o n s e c u e n c ia s d e su p r e d o m i n i o e n e lla s . D e la
id e a , p r o fu n d a m e n t e in te g r a d a e n las m e n ta lid a d e s d e e n t o n ­
ces, d e l p o d e r real d e la p a la b r a , se d e s p r e n d e u n a v is ió n m o r a l
d e l u n iv e r s o : t o d o d is c u r s o es a c c ió n , fís ic a m e n te e fe c tiv a . D e
a h í, la e s tr u c tu r a é tic a d e las artes memoriae.
E n el o r d e n d e las c r e e n c ia s y lo s r ito s , la d o b le p r o c e d e n c ia
d e l m e n s a je d iv in o , Verbum et Scriptura, p r o s c r ib ía t o d o c u e s t io -
n a m ie n to d e la a u to r id a d d e l p r i m e r o . E l m is m o L u t e r o i n v o ­
cará esa « v o z q u e r e s u e n a e n el u n iv e r s o » . E l c a to lic is m o h a cía
d e la « T r a d i c i ó n » u n a d e las d o s f u e n t e s d e l d o g m a , y esta
n o c i ó n a b a rc a b a , c o n lo s e s c r ito s d e lo s sa n to s p a d re s, u n vasto
c ir c u it o d e c o n v e r s a c io n e s y d e c la r a c io n e s o r a le s in s t it u c io n a ­
liza d a s e n p rá c tic a s p a sto ra le s o c o n c ilia r e s . S in e m b a r g o , hasta
el u m b r a l d e la é p o c a m o d e r n a , y m ás ta rd e a ú n e n las r e g io n e s
a p a rta d a s, e n O c c id e n t e c o e x is tie r o n d o s c r is tia n is m o s , n o sin
c o n f l i c t o s : u n a r e l i g i ó n s a c e r d o t a l, q u e h a b it u a lm e n t e es la
ú n ic a q u e se t ie n e e n c u e n ta , y u n a r e l i g i ó n p o p u la r e n t r e v e ­
ra d a c o n e le m e n to s p r e c r is tia n o s — c o m o r e v e la r o n lo s tra b a jo s
d e R o b e r t M a n s e lli— . S ó l o la p r i m e r a r e iv in d ic a b a d i r e c t a ­
m e n t e la a u t o r id a d c o n j u n t a d e la e s c r it u r a ; las e n s e ñ a n z a s y
lo s r itu a le s d e la o tr a se tr a n s m itía n d e b o c a e n b o c a . P e r o , en
u n m u n d o e n e l q u e u n a s r e la c io n e s a la v e z c o r d ia le s y e s t r e ­
c h a s lig a b a n a lo s h o m b r e s e n la u n ic i d a d d e su d e s t in o , y a
e sto s c o n la n a tu r a le z a , el c a m p o d e e x te n s ió n d e lo r e lig io s o ,
m a l d ife r e n c ia d o d e lo m á g ic o , e r a ta n va sto c o m o la e x p e r ie n ­
c ia v iv id a . L a « r e l i g i ó n » p r o p o r c io n a b a a la in m e n s a m a y o ría
d e lo s h u m a n o s el ú n ic o siste m a a c c e sib le d e in t e r p r e ta c ió n del
m u n d o y d e a c tu a c ió n s im b ó lic a so b r e la r e a lid a d . A h o r a b ie n ,
este s is te m a d e p e n d ía d e la p o t e n c i a v o c a l d e a q u e llo s q u e
s a b ía n , s ó lo se tr a n s m itía a través d e su s d is c u rs o s : fr a g m e n to s
d e l E v a n g e lio a p r e n d id o s d e m e m o r ia , r e c u e r d o s d e la h is to ria
sa g rad a , e le m e n to s d is o c ia d o s d e l C r e d o y d e l D e c á lo g o , d ilu
m in a d o s e n u n c o n ju n t o v a r ia b le d e le y e n d a s , fá b u la s, recetas,
 ΙΟΟ L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

r e la to s h a g io g r á fic o s f o lc lo r iz a d o s , e tc é te r a . C a b e p e n s a r q u e
e sto e x p liq u e la p r o f u n d i d a d c o n la q u e se i n s c r i b i e r o n e n el
p s iq u is m o , in d iv id u a l y c o le c tiv o , lo s v a lo re s p r o p io s y la s ig n i­
fic a c ió n la te n te d e esa V o z .
P o r o tra p a rte , to d a c o m u n ic a c ió n d e l saber pasaba, d e fo r m a
p r iv ile g ia d a y a m e n u d o ex c lu siv a , p o r e lla , es d e c ir , reve stía su
f o r m a . P o r e je m p lo , la e n s e ñ a n z a e s c o la r. L a f u n c i ó n v o c a l se
r o d e a a q u í ( c o m o e n tre lo s cabalistas) d e u n p re stig io in ic iá tic o :
e n la p a la b r a viva r e s u e n a e l s e c r e to d e to d o c o n o c i m i e n t o . Y
p o c o m ás o m e n o s lo m is m o p u e d e d e c ir s e d e l e j e r c ic i o d e l
p o d e r: ser je f e , tr a d ic io n a lm e n te , era « d e c ir el d e r e c h o » ,
m a n ife s ta r e n e l p r e s e n te d e u n a performance lo q u e e r a j u s t o , la
n o r m a ; y ese « d e r e c h o c o n s u e t u d in a r io » im p lic a b a u n a a d h e ­
s ió n c o le c tiv a a la id e a d e q u e la o r a lid a d d e la regla g a ra n tiza b a
su a u te n tic id a d : la re g la , q u e e m a n a b a d e la m e m o r ia c o le c tiv a
in te r io riz a d a , suscitaba u n a r e la c ió n o n to ló g ic a c o n el p a sa d o d el
g r u p o , q u e p r e c is a m e n t e c o n s titu ía la c o s t u m b r e . D e s d e q u e ,
c o n e l p a s o d e l t i e m p o , lo s p r í n c i p e s o las c o le c tiv id a d e s
e m p r e n d ie r a n la tarea d e p o n e r p o r escrito ciertas c o stu m b re s, la
fin a lid a d d e la Lex salica, el Sachsenpiegel o lo s coutumiers8 r e d a c ta d o s
p o r o r d e n d e C h a r le s V I I n o fu e o tr a q u e la d e servir d e p ru e b a :
al fija r la c o stu m b re , la c o n d e n a b a n a m a rch ita rse; c o m o , al revés
q u e n u e s tr a s le y e s, n o e r a n o b je t o d e p r o m u lg a c i ó n , su ú n ic a
f u e r z a se g u ía d e r iv a n d o d e a q u e lla a n tiq u ís im a v o z , c o m o tal
a je n a a lo s p o d e re s . E l le n to r e d e s c u b rim ie n to q u e se iría p r o d u ­
c ie n d o e n E u r o p a a p a r tir d e l sig lo X II d e lo s textos d e l d e r e c h o
r o m a n o y ( e n p a r te b a jo esta in flu e n c ia ) la r e a p a r ic ió n d e u n a
le g is la c ió n escrita, m a rc a r ía n e n ú ltim a in sta n c ia la u n iv e rsa lid a d
d e las r e la c io n e s so cia les. U n a vez e sc rito , el d e r e c h o pasaba a ser
p r o y e c tiv o , c o m p r o m e t ía e l f u t u r o . E l c o n ju n t o d e e s tru c tu r a s

8 L a s in c e r t i d u m b r e s a las q u e d a b a lu g a r la in t e r p r e t a c ió n d e la c o s t u m b r e c r e a r o n la
n e c e s id a d d e c o n s ig n a r la p o r e s c rito e n u n a s r e c o p ila c io n e s llam a d as coutumiers. L a s p r i ­
m e ra s f u e r o n o b r a d e ju r is t a s p riv a d o s y se r e m o n t a n al s ig lo XIII [N . d e l T . ] .
 IV. L A E D A D M E D IA Y L A VO Z I C> I

co n stitu tivas d e n u estras n a c io n e s m o d e r n a s en tra b a lite ra lm e n te

e n la h is to r ia . Q u é d u d a c a b e , el p r e c io d e esta tr a n s fo r m a c ió n
fu e g r a n d e , y n u e s tr a s v ie ja s c o m u n id a d e s , e n c o rs e ta d a s en un
fe u d a lis m o tr a s n o c h a d o p e r o a ú n viv o , n o te n ía n las espaldas lo
s u fic ie n te m e n te a n ch a s p a ra c a rg a r c o n se m e ja n te p e s o .
A rie sg o d e h a c e rm e p e sa d o , v u e lv o a in s is tir s o b re este p u n ­
to , p e r s u a d id o d e q u e (lo r e p ito ) — m ás a ú n q u e al d e l r it o y del
sab er— e l d e c ir p o é tic o m e d ie v a l está lig a d o al d isc u rso d e l p o d e r
p o r su n a tu ra le za , su f u n c ió n y e l tip o d e r e la c ió n q u e m a n tie n e
c o n las d em á s activid ad es co lectiva s. S in q u e r e r fo r z a r la c o m p a ­
r a c ió n , n o p u e d o d e ja r d e s e ñ a la r (d e sd e m i p u n t o d e vista) el
p a r a le lis m o , e n sus lín e a s d e fu e r z a , e n tr e la h is to ria d e l d e re c h o
y la d e la p o e s ía e n tr e lo s s ig lo s X I y X I V . Im p la n ta d a s o b r e el
p o d e r q u e r ig e la so c ied a d h u m a n a , a lim e n ta d a p o r las reglas q u e
la m a n tie n e n , la p o e sía se alza e n ese m is m o lu g a r, a n te r io r a las
p a la b r a s p r o n u n c ia d a s , r e s o n a n d o c o n to d a s su s fu e r z a s . N o
p r e t e n d o s u g e r ir , al e m p le a r estas im á g e n e s , n in g ú n c o n t e n id o
id e o ló g ic o — n o te n d r ía s e n tid o — , s in o d e s ig n a r la m a te r ia lid a d
m ism a q u e , e n d e fin itiv a , c im e n ta to d a fo r m a y to d a cap acid ad :
la s o n o r id a d d e u n a v o z p re se n te .

E ste p r e d o m in io d e la vo z, e n las p rá ctica s, p e r o ta m b ié n , n e c e ­

s a r ia m e n te (y d e u n a f o r m a p o r lo m e n o s la t e n te ) , e n las c o n ­
cien cia s, im p r e g n a las estru ctu ras d e la le n g u a . A q u í se p la n tea de
m a n e r a u r g e n te u n a c u e s tió n : ¿ q u é es e n to n c e s esa le n g u a a la
q u e n o s r e fe r im o s a p r o p ó s ito d e n u e str o s textos a n tig u o s ? Y a se
tra te d e l « a n t ig u o fr a n c é s » , d e l « a lt o a le m á n m e d ie v a l» o d el
n o r s e 9, el caso es q u e n a d ie p u e d e ya r e iv in d ic a r u n a d e esas l e n ­
gu as c o m o m a te r n a , n o q u e d a u n s o lo lo c u t o r a u d ib le d e n in
g u n a d e ella s. L o q u e n o s q u e d a , p e se a la fr ia ld a d d el p a p e l, es
u n c o n ju n to d e d iscu rso s, m ás o m e n o s fu e r te m e n te c o n c e rta d o s

9 L e n g u a g e r m á n ic a d e lo s a n t ig u o s p u e b lo s e s c a n d in a v o s ; a n t e p a s a d o c o m ú n «1«· las
le n g u a s n ó r d ic a s [N . d e l T . ] .
102 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

e n v ir tu d d e in te n c io n e s m u y d istin tas (salvo rarísim as e x c e p c io ­

nes) a la d e a p o r ta r u n te s tim o n io so b re el u so c o r r ie n te . ¿ C ó m o
p o d ría m o s p r e te n d e r , en tales c o n d ic io n e s , cap ta r la le n g u a viva,
r e tra za r su r o s tr o y su ge sto , sin v o lv e r a ca e r e n esos e sp e jism o s
p s e u d o c ie n tífic o s q u e p rec isa m en te h o y n u estras m ira d as e m p ie ­
z a n a d is ip a r ? E sos d isc u rso s p o s e e n sus p r o p ia s regla s, q u e h a y
q u e e x p lo ra r, r e c o n o c e r c o m o tales y e la b o ra r se g ú n su e s p e c ifi­
cid a d . Esta ú ltim a p r o b a b le m e n te d is to rs io n a u o c u lta a lg o , p e r o
¿ q u é ? U n texto n o es sin o u n e sp e jo p a rcia l o r o to . E n u n c o n ­
texto cu ltu ra l tan d ive rsificad o c o m o el de lo s siglos X II, X III y X IV

e u r o p e o s , el te xto ( c o n in d e p e n d e n c ia d e sus in te n c io n e s e x p lí­

citas) filt r a u n a r e a lid a d lin g ü ís tic a c u y o c a r á c te r h e t e r ó c lit o ,
d ive rso y v a ria b le p o d e m o s p r e s u m ir .
T r e s fa c to r e s , in d ir e c t a p e r o a l m e n o s casi c o n s ta n te m e n t e
p e r c e p tib le s , p e r m a n e c e n a ctiv o s e n el su stra to te x tu a l:

— U n a c a p a c id a d m e m o r ís tic a q u e g a ra n tiz a la in s e r c ió n d e
lo q u e tr a n s m ite el e s c r ito e n u n a tr a d ic ió n v ir tu a lm e n te
estab le; m ás ta rd e v o lv e r é so b r e este p u n to e se n c ia l.
— U n a e x p lo t a c i ó n , e n c u a l q u i e r g r a d o , d e l s a b e r y d e las
té c n ic a s q u e c o n s titu y e n las « a r te s l i b e r a l e s » , e s p e c ia l­
m e n te la r e tó r ic a . G o m o es s a b id o , a lo la r g o d e lo s a ñ o s
v e in t e , t r e in t a y c u a r e n ta se c o n s t it u y ó s o b r e este te m a
u n a c o n s id e r a b le b ib l i o g r a f í a d e in t e r é s m u y d e s ig u a l,
p o r m u c h o q u e e l ilu s tr e E . R . C u r t iu s fig u r e e n la lista .
S in e m b a r g o , m e p a r e c e q u e se h a d e s c u id a d o e l h e c h o d e
q u e la t r a n s m is ió n m is m a d e las artes te n ía lu g a r p r i n c i ­
p a lm e n te d e viva v o z y q u e a lg u n a s d e las c a ra c te rístic a s d e
la e x p r e s ió n o r a l (su a d a p ta b ilid a d a las c ir c u n s ta n c ia s —
c u y o re v e rso es su im p r e c is ió n n o c io n a l— , su te a tr a lid a d ,
p e r o ta m b ié n su t e n d e n c ia a la sín te sis al m is m o tie m p o
q u e a la r e d u n d a n c ia ) se in t e g r a b a n e n su t e c n ic id a d .
E s to es p a r t ic u la r m e n t e c ie r t o e n e l c a so d e la r e t ó r ic a ,
 IV. L A E D A D M E D IA Y L A VO Z IO3

q u e , in c lu s o r e d u c id a , c o m o se h a se ñ a la d o a m e n u d o , al
estatu s d e a rte d e la e s c r itu r a , c o n s e rv a b a a lg ú n rasg o de
su v o c a c ió n o r ig in a l, ars bene loquendi.
— T e r c e r fa c t o r : la d ig lo s ia d e lo s c lé r ig o s q u e e s c r ib ía n ,
s e n s ib le s o b r e t o d o e n la le n g u a v u lg a r , t é r m i n o de un
d e s p la z a m ie n t o q u e , m a t e r ia lm e n t e , n o p u d o d e ja r d e
tr a n s ita r a través d e la v o z viva.

D e a h í la a m b iv a le n c ia , e l « d i a l o g i s m o » d e la e s c r itu r a
m e d ie v a l ( q u e es lo ú n ic o q u e n o s h a q u e d a d o ) , n o s ó lo e n lo
q u e se r e fie r e a lo s s ig n ific a d o s , s in o t a m b ié n a lo s s ig n if ic a n ­
te s, e in c lu s o a e sto s a n te s q u e n a d a . L a s h u e lla s d e ese d i a l o -
g is m o se p u e d e n p e r c i b i r e n e l t e ji d o li n g ü í s t i c o a l q u e se
a p lic a e l t ip o d e le c tu r a q u e e v o c a b a e n m i ú ltim a c o n fe r e n c ia .
A h o r a b ie n , la o p o s ic ió n v o z - e s c r it u r a a traviesa, y a lo h e s e ñ a ­
la d o a n te s, to d a s las capas c u ltu r a le s q u e c o n s titu y e n la c iv iliz a ­
c ió n e u r o p e a , y e n to d o s sus te r r it o r io s : el d ia lo g is m o es a q u í,
e n p r i n c i p i o , e l p r o p i o d e to d a c la se d e te x to s , sea c u a l sea la
le n g u a n a t u r a l e n j u e g o . N o o b s t a n t e , p a r a n o s o t r o s es m ás
f á c ilm e n t e d e te c ta b le e n las le n g u a s r o m a n c e s a c o n s e c u e n c ia
d e su a m b ig u a r e l a c i ó n c o n u n a le n g u a m a d r e p o r o tr a p a r te
b ie n d o c u m e n ta d a . L o s id io m a s c é ltic o s , o g e r m á n ic o s , o esla ­
v o s , n o s e s c a m o te a n , p o r a sí d e c ir , e l s e c r e to d e las v o c e s q u e
lo s f o r m a r o n y lo s m a d u r a r o n . D e l f r a n c é s , e l i t a lia n o y lo s
o t r o s , n o s o la m e n te s a b e m o s q u e r e p r e s e n t a n e l t é r m i n o e x ­
t r e m o d e u n a d e r iv a o r a l d e l la t í n , s in o q u e la c o m p a r a c i ó n
e n tr e la c u lm in a c ió n y el o r ig e n (c u a le s q u ie r a q u e sea n lo s f a c ­
to r e s h is t ó r ic o s q u e la p e r t u r b e n ) p e r m it e a p r e c ia r , al m e n o s
s u m a r ia m e n te , la a m p litu d y la d ir e c c ió n d e esa d e riv a .
Esas le n g u a s fu e r o n m o d e la d a s p o r la vo z; f u e r o n fo r m a liz a ­
das e n la o p e r a c ió n d e lo c u to r e s ile tr a d o s (o p o c o p r e o c u p a d o s
p o r lo « l it e r a r i o » ) p o r cu ya ga rg a n ta pasaba el ú n ic o p o d e r q u e
se s e n tía n c a p a ces d e e je r c e r so b r e u n m u n d o o r a a m e n a z a n te ,
104 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

o r a p r o m e t e d o r . U n a vez q u e la e s c r itu ra c o n s ig u ió im p o n e r su
s e ñ o r ío y s o m e te r a la le n g u a viva ib a a n ec esita r largo s siglos p a ra
in te g r a r a su o r d e n el leg a d o d e esta p re h is to ria .
E l p u n t o d e v ista q u e p r o p o n g o p a r e c e c o n f i r m a d o p o r lo
q u e h o y lla m a m o s « e s c r ip t b lo g ía » : el e s tu d io d e la le n g u a v u l ­
g a r u t iliz a d a e n lo s d o c u m e n t o s p ú b li c o s e n tr e lo s s ig lo s X I y
XIV. E stas in v e s t ig a c io n e s , in ic ia d a s p o r L o u is R e c la m e p o c o
a n te s d e I9 5 ° > y d e s a r r o lla d a s d e s p u é s c o m o d is c ip lin a a u t ó ­
n o m a p o r C h a r le s T h . G o s s e n , p e r m i t i e r o n la d e s c r ip c ió n d e
n o rm a s lo c a le s , a veces m u y d ife r e n te s u n a s d e o tra s, q u e r e g ía n
la p rá c tic a d e lo s n o ta r io s y o tr o s o fic ia le s ju r íd ic o s . E n a q u e llo s
lu g a r e s d o n d e la a t r a c c ió n d e la c o r t e r e a l n o e r a l o b a s ta n te
f u e r te , y c u a lq u ie r a q u e p u d ie r a se r la in e r c ia d e lo s c o p ista s, se
p e r c ib e u n a t e n s ió n e n tr e la o las n o r m a s e scrita s y e l le n g u a je
h a b la d o . L a n o t a c i ó n a d o p ta d a a la p o s t r e , in c lu s o si c a s u a l­
m e n te p r e s e n t a a lg ú n a s p e c to a b e r r a n t e , im p lic a la i n t e n c i ó n
d e r e c o n s t itu ir u n a p a la b r a f u n d a d o r a d e d e r e c h o . E sta te n s ió n
es s o b r e to d o p e r c e p tib le e n el n iv e l lin g ü ís tic o m ás m a n ifie s ta ­
m e n te im p lic a d o e n la v o c a lid a d : la f ig u r a c ió n d e lo s s o n id o s .
P o r a h í se i n f i lt r a n d e fo r m a p r iv ile g ia d a lo s rasg o s d ia le cta le s,
m a rc a s c o n c r e ta s d e s o lid a r id a d e s e x p e r im e n ta d a s e n la e s t r e ­
ch ez d e lo s e n to r n o s in m e d ia to s . N o resu lta d ifíc il d e te c ta r estas
m a rc a s , a u n q u e m u c h o m á s a te n u a d a s , b a jo e l c á la m o d e lo s
co p ista s d e te x to s p o é tic o s h asta e l sig lo X I I I . A través d e ellas se
o ye la in fle x ió n d e u n a v o z . .., a q u e l a c e n to d e A r t o is d e l q u e se
b u r la b a P arís, si h e m o s d e c r e e r a C o n o n d e B é t h u n e ...

E l c o n j u n t o d e e so s t é r m i n o s se a p lic a , a c o s ta d e p e q u e ñ a s
t r a n s fo r m a c io n e s , al le n g u a je p o é t i c o . E l d is c u r s o l í r i c o y, e n
o tr a m e d id a , n a r r a tiv o , se c o n s titu y e t r a d ic io n a lm e n t e , h a sta
el sig lo X V , s e g ú n u n o s r it m o s e n lo s q u e r e s u e n a e l e n t r e c h o ­
c a r d e u n p l u r i lo g i o v o c a l: r u p t u r a s d e e s tilo y d e t o n o , h e t e ­
r o g e n e id a d e s s in tá c tic a s , i n c e s a n t e e x p e r i m e n t a c i ó n v e r b a l.
 IV. L A E D A D M E D IA Y L A VOZ IO5

A l m is m o t ie m p o , se a fir m a la v o lu n t a d d e e n s e ñ a r y d e c o n ­
v e n c e r , d e v o lv e r so b r e la e x p e r ie n c ia viv id a u n a y o tr a vez, c i r ­
c u la r m e n t e , e n r i q u e c i e n d o e l d is c u r s o c o n las s ig n ific a c io n e s
esp ig a d a s a q u í y a llá . S e tra ta d e u n a p o e s ía e s e n c ia lm e n te o r a ­
t o r ia , d e s p le g a d a e n la p la z a p ú b lic a c o m o el te a tr o . L a p o e sía
d e lo s tr o v a d o r e s , m ás q u e o tr a s ( ¿ ta l vez p o r estar m ás c e rca de
las f u e n t e s t r a d i c i o n a l e s ? ) , a lc a n z a e l g r a d o e x t r e m o d e esta
t e n s ió n . M ás a llá d e lo s e le m e n t o s q u e d is tin g u e el a n á lis is en
e lla , la cansó es el m o m e n t o c o n c r e to e n el q u e la v o z « d e s p ie r ta
a la f o r m a » , s e g ú n la e x p r e s ió n d e G é r a r d L e V o t . « L a fo r m a
e sc rita — d ic e L e V o t — n o es a q u í s in o la h u e lla d e l e fe c to p r o ­
d u c id o y a m p lia d o g r a c ia s a l d e s p lie g u e d e la v o z m e d ia n t e el
c u a l la o b r a se d e ja o í r » 10.
E n el g r a n c a n to c o r té s r e in a n así las fo r m a s m a n ifie s ta s d e
la m ú s ic a « a r t i f i c i a l » (s e g ú n la t e r m in o lo g ía d e E u sta c h e D e s ­
c h a m p s ) . S in e m b a r g o , a l m a r g e n i n c lu s o d e esta p e r f e c t a y
r a r a c o y u n t u r a , la m ú s ic a « n a t u r a l » d e la e l o c u c i ó n p o é tic a
t ie n d e a u n a s r e a liz a c io n e s a n á lo g a s . T o d a v ía a m e d ia d o s d e l
sig lo X V , lo s v e rso s d e V i l l o n e x a lta r á n este m o d e lo p o c o a n tes
d e q u e lo a g o te n , si n o G u t e n b e r g , sí lo s e p íg o n o s d e P etra rc a :
v e r t ig in o s a le ta n ía d e o cta va s d e o c h o síla b a s d e r it m o r á p id o
p e r o s o s te n id o e n a m p lia s in s p ir a c io n e s su cesiv as; i g n o r a n d o
las tr a d ic io n e s r e tó r ic a s s ó lo d e s c o m p o n ib le s p o r la c r ític a e n
u n id a d e s d e r e s p i r a c i ó n , y d o n d e u n p e q u e ñ o n ú m e r o d e
te m a s r e c u r r e n t e s se e n r e d a n c o n su s m o tiv o s a m p lific a d o r e s ,
lig a d o s lo s u n o s a lo s o tr o s m e d ia n te u n a a s o c ia c ió n d e id eas o
d e p a la b ra s, s o n id o s o rim a s, y e x p lo ta n d o hasta e l e x tr e m o d e s ­
gaste y lo s g ir o s m ás g r o te s c o s u n o s te m a s c o n v e r tid o s e n t ó p i ­
c o s sig lo s a trá s. M o n ó lo g o e n lo s lím it e s d e la d e m e n c ia , c u y o
i m p r o b a b l e a u t o r i m p o r t a p o c o c o n o c e r , h a s ta ta l p u n t o el
tim b r e y la s e n s u a lid a d d e esta v o z está n p r e s e n te s .

ÍO « T r o u b a d o u r s e t t r o u v è r e s 3» , e n Histoire de fa musique; la musique occidentale, P a ris, ll o r

d a s, 1 9 8 2 , p . 7 0 .
ιο 6 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN LA C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

M á s g e n e r a lm e n t e , la in t e n c i ó n e x p resa d e u n a u to r , m o t i ­
v a d a p o r las n e c e s id a d e s d e la d if u s i ó n e n u n m e d io e n e l q u e
la o r a lid a d e ra d o m in a n te , p u d o , e n to d o m o m e n t o , e n c iertas
o b ra s c o m p u e s ta s p o r e s c r ito , a cu sa r c o n fu e r z a u n a s t e n d e n ­
cias q u e e n o tr o s c o n te x to s s o n m ás d ifu sa s. S e tra ta , p o r e je m ­
p lo , s e g ú n A lb e r t B au g h (a u n q u e c o n tr a la o p i n i ó n d e B e n s o n ,
es c i e r t o ) , d e lo q u e t e s t im o n ia el te x to d e c ie r ta s n o v e la s e n
i n g l é s m e d i e v a l, c o m o G u j o j Warwick o Beve o f Ham pton 1. M e
s ie n t o te n t a d o d e a t r i b u i r a las m is m a s c a u sa s p r o f u n d a s u n
c a r á c te r a m e n u d o se ñ a la d o e n lo s textos n a rra tiv o s d e lo s sig lo s
XII y X I I I : la fr e c u e n c ia d e lo s d is c u r s o s d ir e c t o s . N o es d i f í c i l
o b s e r v a r e n lo s e s c r ito r e s d e e n to n c e s u n a e s p e c ie d e p r e o c u ­
p a c ió n p o r la p a la b r a , e le m e n t o a ló g e n o e n la n a r r a c ió n , q u e
es p o s ib l e i n c o r p o r a r a esta m e d ia n t e u n a f i g u r a m im é t ic a ,
r e p r e s e n t á n d o lo e n e lla , p e r o — a ñ a d ir ía y o — q u e n o se p u e d e
in t e g r a r r e a lm e n te d e b id o a u n a ir r e d u c t ib ilid a d in n a ta : la d e
la m is m a m a te r ia lid a d d e la v o z . D e a h í u n e fe c t o p l u r i ló g i c o ,
e s p e c ia lm e n te p e r c e p t ib le e n la p r o s a , e n e l q u e el s iste m a d e
lig a d u ra s e n tr e r e la to y d is c u rs o re su lta , e n c o n ju n t o , m ás r e f i ­
n a d o , c o m p le jo y « l e g i b l e » q u e e n el v e rs o .
E n lo s c a n ta r e s d e g e s ta m á s a n t ig u o s , s u m e r g id o s a ú n e n
u n u n iv e r s o — ta l v e z — c a s i t o t a lm e n t e s o m e t id o a las fu e r z a s
d e la p a la b r a v iv a , e l d is c u r s o s u r g ió d e la n a r r a c ió n , r e p e n ­
t i n o y c a si d e s n u d o ; e sta lla , t r o p ie z a c o n o t r o d is c u r s o y eso s
c h o q u e s r e s u e n a n v e r s o c o n t r a v e r s o : f r u t o d e la v io le n c ia , la
p a la b r a , c o m o la e s p a d a , z a n ja , a r r o j a su c la r id a d s o b r e el
m u n d o y lu e g o v u e lv e a c a e r . E l m o m e n t o m á s e le v a d o y m ás
s ig n ific a tiv o d e l Roldan es s in d u d a e l p a s a je d e las tir a d a s 1 7 0 a
1 7 2 d e l m a n u s c r it o d e O x f o r d ( q u e f ig u r a t a m b ié n e n lo s d e
V e n e c ia 4 , P a r ís , C a m b r i d g e y L y o n , así c o m o e n las a d a p ta ­
c i o n e s a le m a n a y e s c a n d in a v a ) : e l m o n ó l o g o q u e R o ld á n ,

IT A. B a u g h , « T h e m id d l e E n g lis h R o m a n c e » , Speculum 4-2 , 19^ 7 » P P * í - 3 I¡ L . B e n -

S O N , « T h e li t e r a r y c h a r a c t e r o f A n g lo s a x o n p o e t r y » , PM LA 8 l, 1 9 6 6 - ρ ρ · 33 4 ' 34'·1·
 IV. L A E D A D M E D IA Y L A VOZ ΙΟ'/

m o r i b u n d o , d ir ig e a D u r a n d a l, e sp a d a y p a la b r a c o n f u n d id a s
e n esta ú lt im a v e r d a d d e l h é r o e . P e r o , c o n in d e p e n d e n c ia <1<■
esta f ig u r a c i ó n m ític a , es e l m is m o v e r s o , e n c u a n to q u e pala
b r a m e d id a , e l q u e « s i g n i f i c a » la v o z v iv a . E l h e c h o d e q u e ,
h a sta p r in c i p io s d e l s ig lo X I I I , t o d o d is c u r s o p o é t ic o e n O c c i
d e n te rev istie se la f o r m a d e l v e rso , n o p u e d e te n e r o tr o o r ig e n .
D e s d e e l p e r i o d o d e e n tr e g u e r r a s , G e o r g e s L o t e , n o o b s ta n le
m ie m b r o d e u n a g e n e r a c ió n d e u n iv e r s ita r io s la stra d a p o r sus
p r e ju ic io s s o b r e la e s c r itu r a , se r e fe r ía e x p re s a m e n te , e n v a rio s
c a p ítu lo s d e su vasta Histoire du vers français, a las p r á c tic a s d e c a n -
tila c ió n litú r g ic a s o la ica s c o m o fu e n te d e v a r io s rasg o s d e l s is ­
te m a d e v e r s ific a c ió n r o m a n c e 12. T i e m p o atrás tu v e o c a s ió n de
ra s tre a r la h is to r ia d e la p a la b r a « r i m a » , q u e h asta lo s u m b r a ­
les d e la é p o c a m o d e r n a fu e e l n o m b r e q u e r e c ib ió el « v e r s o » ,
y c r e o h a b e r d e m o s tr a d o q u e , p r o c e d e n t e d e l g r ie g o la tin iz a d o
rhythmus, v e h íc u lo d u r a n te sig lo s u n a s c o n n o t a c io n e s relativ as al
e je r c ic io v o c a l. U n tr a ta d o d e l sig lo X la g lo s a «canendi aequitas»
(e l e q u ilib r io e n e l c a n to ) .
C i e r t a o p i n i ó n c o m ú n y s im p lis ta p r e t e n d e q u e e l v e r s o ,
p o r e l h e c h o d e fa v o r e c e r la m e m o r iz a c ió n , c o n v e n g a n a t u r a l­
m e n te a la p o e s ía o r a l. E sto es r e d u c ir d e f o r m a ir r is o r ia la v e r ­
d a d era en verg ad u ra del p r o b le m a . La p r o p o s ic ió n , sin
e m b a r g o , n o es r a d ic a lm e n t e fa ls a : e n las p r o f u n d i d a d e s
a n t r o p o ló g i c a s e x is te u n v í n c u lo v iv o e n t r e f o r m a s r ít m ic a s y
f o r m a s m e m o r ís t ic a s . E l c a r á c t e r i n t e n c i o n a l d e l v e r s o y la
v a l o r i z a c i ó n q u e i m p l i c a d e c ie r ta s m e d id a s d e l l e n g u a je en
d e t r i m e n t o d e to d a s las d e m á s , n o c a r e c e — e n su p r o p i o
o r d e n , e l d e l d e c ir — d e a n a lo g ía c o n la p r á c tic a d e las a rte s do
la m e m o r ia , q u e , c o m o sa b e m o s, le d e b e a lo s d o m in ic o s ( p o r
e l h e c h o d e su v o c a c ió n p o r la p r e d ic a c ió n ) e l g r a n d e s a r r o llo
q u e a lc a n z ó e n lo s sig lo s X I I I y X I V . T e o r iz a d o , in te g r a d o en la

12 V é a s e t. I ( r e e d . B o iv in , 1949X PP· IX -X IV , 53- 56> 69 " 7^ y t. II ( r c e d . i I;x11<· 1 .

1955)* pp· 4-48.
ιο 8 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

e s c o lá stic a y d e s tin a d o a a b a rc a r la u n iv e r s a lid a d d e sa b e re s, el

a rte d e la m e m o r ia se o r ie n t a h a c ia la u tilid a d d e la p a la b r a . S e
m a n ifie s t a e n u n a c to d e e n u n c i a c i ó n . P a r te d e la prudentia, la
m e m o r ia se d is tin g u e e n el h o m b r e , s e g ú n T o m á s d e A q u i n o ,
q u e sig u e a A r is tó t e le s , e n memoria y reminiscentia, s e g ú n p r o c e d a
d e l a lm a s e n s ib le o d e l a lm a in te le c tiv a 13. D e h e c h o , la m e m o ­
r ia a c o ta to d a e x is te n c ia , p e n e tr a la e x p e r ie n c ia y la m a n t ie n e
p r e s e n te en la c o n t in u id a d d e lo s d is c u rso s h u m a n o s .
D e a h í la m e tá fo r a p o é tic a d e l « l i b r o d e M e m o r i a » , e n el
f r o n t i s p i c i o d e la Vita N ova d e D a n t e . Es e n e l l i b r o d e m i
m e m o r ia , d ic e el p o e ta , d o n d e h e e n c o n t r a d o e scrita s las p a la ­
b ra s c o n las q u e d e b ía c o m p o n e r esta o b r a . L a m e m o r ia n o es
p u e s l i b r o s in o m e t a f ó r ic a m e n t e : d e h e c h o , h e la a q u í d e s i g ­
n a d a c o m o p a la b r a viva, f u e n t e d e la q u e e m a n a la c o h e r e n c ia
d e u n a e s c r itu r a . L a c o h e r e n c ia d e la in s c r ip c ió n d e l h o m b r e y
d e su h is to r ia (p e r s o n a l o c o le c tiv a ) e n la r e a lid a d d e l d e s tin o .
H a s ta b i e n a v a n z a d o e l s ig lo X V I, la s o c ie d a d e u r o p e a se n o s
m u e stra así o b s e s io n a d a p o r la in q u ie tu d d e « c o n s e r v a r p e r p e ­
t u a m e n t e e n la m e m o r i a » a q u e llo q u e f u n d a su c o m u n id a d :
d e a h í ese a p e tito d e o ír y d e c o n ta r ; esa te n d e n c ia a e x tr a e r, d e
c u a lq u ie r co sa , le c c io n e s d e v id a . T o d o esto c u lm in a e n la o p e ­
r a c i ó n d e la v o z . L a c u a lid a d p r o p i a d e la « m a t e r i a d e F r a n ­
c i a » 14, s e g ú n J e a n B o d e l ( h a c ia IS O O ) , es la d e s e r « v e r d a ­
d e r a » y la d e a p a r e c e r c a d a d ía c o m o ta l: esa m a te r ia es la
p o e s ía d e lo s c a n ta r e s d e g e sta , q u e e s t iliz a n u n a « h i s t o r i a

13 F . A . YA T ES, The art o f memory, r e e d ic ió n L o n d r e s , P e r e g r in e B o o k s , 1 9 6 9 , p p . 8 1 - 8 4 .

14 C o n j u n t o d e le y e n d a s m e d ie v a le s c o n s t it u t iv a s d e la t e m á t ic a o r i g i n a l d e l c a n t a r d e
g e s ta f r a n c é s . E n t r e lo s p e r s o n a je s c e n t r a le s d e la m a t e r ia d e F r a n c ia , C a r l o m a g n o
y su s p a la d i n e s . E n s u Dictionnaire historique de ¡ ’ancien langage François r e c o g e L a C u r n e el
s ig u ie n t e v e r s o d e J e a n B o d e l: « N e sont que trois matières à nul homme entendant, de France, de
Bretaigne et de Rome la gran ts ( « H a y t r e s c ic lo s l i t e r a r i o s q u e n a d ie d e b e r ía ig n o r a r : el
d e F r a n c i a , e l d e B r e t a ñ a y e l d e R o m a la g r a n d e » ) , q u e r e f l e j a la t e n d e n c i a d e
e n t o n c e s a o p o n e r la m a te r ia d e F r a n c ia a las h is t o r ia s d e l c ic l o a r t ú r ic o y a las r e v i­
s io n e s m e d ie v a le s d e la m it o l o g ía c lá s ic a . T r a n s c u r r i d a la é p o c a d e l c a n t a r d e g e s ta ,
e s to s r e la t o s p a s a r o n a f e c u n d a r o t r o s g é n e r o s y p e r v iv ie r o n d u r a n t e la r g o t ie m p o
e n la li t e r a t u r a [ N . d e l T . ] .
 IV. L A E D A D M E D IA Y L A VOZ IO9

o r a l » , e n la a c e p c ió n q u e d a m o s h o y a esta e x p r e s ió n . A h o r a
b ie n , e l f i n d e l c a n ta r d e ge sta es, a través d e l r e la to d e u n a v i c ­
t o r i a — la n u e s t r a — g a r a n t iz a d a o p r o m e t i d a , r e s t a u r a r e n el
m u n d o la c la r id a d d e u n s e n tid o q u e h a p e r t u r b a d o el m a l. E se
d is c u r s o d e v e rd a d se a p o y a s ó lo e n la m e m o r ia .

E n e ste u n iv e r s o r e la t iv a m e n t e e s ta b le , esa v e r d a d n o se d e s ­
p la z a , s ó lo c a m b ia d e r o s t r o d e m a n e r a i m p e r c e p t i b l e . L a
m e m o r ia d e ca d a c u a l, q u e se m a n ifie s ta e n sus p a la b ra s, b asta
c o m o t e s t im o n io d e lo q u e c im e n t a y u n e al g r u p o . E l p a sa d o
c o m ú n , q u e se filt r a c o n la f lu id e z d e las fra se s p r o n u n c ia d a s ,
hicetnunc, n o d e ja q u e se in s ta u r e la d is ta n c ia q u e p e r m itir ía a la
m ir a d a c r ít ic a p o s a r s e s o b r e é l. E sta c o y u n t u r a , es c i e r t o , se
m o d i f i c a l o c a lm e n t e p o c o a p o c o d e s d e e l s ig lo X I I , s e g ú n se
v a n c o n s t it u y e n d o lo s g r u p o s s o c ia le s u r b a n o s . P e r o n a d a , al
m e n o s n o e n m u c h o t i e m p o , a te n u a r á la e fic a c ia g lo b a l d e la
m e m o r ia v o c a liz a d a : ¿ n o es p r e c is a m e n t e esa m e m o r ia lo q u e
r e iv in d ic a b a n to d a v ía lo s p o e ta s d e l s ig lo X V , p o r n o d e c ir lo s
d e l X V I , c u a n d o c e le b r a b a n a su s p r í n c i p e s ? L a i n d i s c u t i b le
( p e r o m u y rela tiv a ) a c e le r a c ió n d e lo s r it m o s h is tó r ic o s a p a r tir
d e la s e g u n d a m ita d d e l s ig lo X I I n o i m p i d e e n e f e c t o q u e
p o d a m o s r e la c io n a r las e s tru c tu r a s m e n ta le s y las fo r m a s c u lt u ­
ra le s d e O c c id e n t e , h asta lo s a le d a ñ o s d e 1 5 0 0 , c o n el m o d e lo
d e las t r a d i c io n e s la r g a s : es lo q u e , h a c e o c h o a ñ o s , e n u n
e n s a y o m u y d i lu c i d a d o r , G r a u s d e s ig n a b a c o m o « c u lt u r a d e l
p a sa d o v i v i e n t e » 15.
A . B . L o r d r e la c io n a b a las n o c io n e s d e o r a lid a d y tr a d ic ió n ,
la p r im e r a d e las cu ales r e m itía al m e d i o , la s e g u n d a a la clase d e
m e n s a je . L a p o e s ía c o n f in a lid a d o r a l se sitú a así — m u c h o m ás
e x p líc ita m e n t e y d e m a n e r a m u c h o m ás e x ig e n t e q u e la p o e s ía
d e stin a d a a la le c tu ra — e n el p r e c is o lu g a r e n el q u e c o in c id e n la

15 Lebendige Vergangenheit: Überlieferung im Mittellalter, V i e n a , B ö h l a u , 1975 -

 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

m a y o r ía d e lo s c ó d ig o s c u lt u r a le s e n v i g o r al m is m o t ie m p o :
lin g ü ís tic o s , r it u a le s , m o r a le s y d e m á s . E sta es la r a z ó n p o r la
c u a l — m u c h o m ás in t e n s a m e n t e d e lo q u e lo h a r ía u n a p o e s ía
d e s t in a d a a la le c t u r a — lo s te x to s d e la p o e s ía d e s t in a d a a u n a
a u d ic i ó n c o n s titu y e n e n la c o n c ie n c ia d e la c o m u n id a d , e n su
im a g in a r io , e n su h a b la , u n a s re d e s d iscu rsivas y m e m o r ís tic a s a
veces m u y e x te n d id a s y cad a u n o d e cu y o s e le m e n to s se m a n tiz a
( s e g ú n la c r o n o l o g í a d e las performances) a t o d o s lo s d e m á s .
E sta p o e s ía v a lid a u n a v e rd a d r e c o n o c id a , ilu stra p a r a d ig m á ­
tic a m e n te la n o r m a s o c ia l. S ó lo d e u n a f o r m a m u y p r o g re s iv a ,
y lim it a d a p r im e r o a c ie rta s clases d e te x to s, lle g ó a d is o c ia r lo
p r iv a d o d e lo p ú b lic o y, m ás ta r d e a ú n , e l y o d e l n o s o t r o s . L a
v o z , e n e f e c t o , u n e ; s ó lo la e s c r it u r a d is t in g u e e f ic a z m e n t e
e n tr e lo s t é r m in o s d e lo q u e e lla m is m a p e r m ite a n a liz a r . E n la
e fu s iv id a d d e las p r e s e n c ia s s im u ltá n e a s d u r a n t e la performance,
la v o z p o é t i c a n o t ie n e o t r a f u n c i ó n n i m á s p o d e r q u e e l d e
e x a lta r a esa c o m u n id a d e n el c o n s e n t im ie n t o o e n la r e s is te n ­
c ia . A h o r a b ie n , e l t r i u n f o d e la e s c r it u r a , ya lo s e ñ a lé e n m i
se g u n d a c o n fe r e n c ia , fu e le n to , ta rd ío , y h u b o d e s u p e ra r
m u c h o s o b s tá c u lo s ; las m e n ta lid a d e s e s c r itú r a le s f u e r o n m u y
m in o r i t a r i a s h a s ta el s ig lo X V I o X V II. P o r e s o ( p o d r ía m o s
m a n te n e r d e fo r m a a lg o p a r a d ó jic a ) la d ife r e n c ia , p o r lo d em á s
m á s in t u it iv a q u e b a sa d a e n p r u e b a s , q u e e s t a b le c e m o s e n tr e
« f i c c i ó n » y « r e a lid a d h is t ó r ic a » n o es a p lic a b le a esto s te x to s.
E sto s p r o c e d e n , t o d o s j u n t o s , d e u n a m is m a in s ta n c ia : la t r a ­
d ic ió n m e m o r ís tic a tra n s m itid a , e n r iq u e c id a y e n c a r n a d a p o r la
v o z . D e a h í el p r e s t ig io d e lo « y a d i c h o » , d e lo a n tig u o . T o d o
t ie m p o es é p ic o si lo m e d im o s p o r lo s m o v im ie n to s c o le c tiv o s
(d e las s e n s ib ilid a d e s y d e lo s c u e r p o s ) e n la a r m o n ía d e la p er­
formance. E se fu e d u r a n te sig lo s e l ra sg o c o m ú n fu n d a m e n ta l d e
u n a c u lt u r a , cuyas m a n ife s ta c io n e s creativas — in c e s a n te s y m u y
d iv e r s a s — n o h i c i e r o n s in o m o d u l a r s u p e r f ic i a lm e n t e , o
in c lu s o , a v e c e s , o b s c u r e c e r m o m e n tá n e a m e n te .
 IV. L A E D A D M E D IA Y L A VOZ III

D e a h í, a lo la r g o d e las r e d e s a sí t e jid a s , u n a c i r c u l a c i ó n
in t e n s a d e t o d o l o q u e v e h ic u la la v o z , y q u e a n ta ñ o la c r ític a
p o s itiv is ta in t e r p r e t a b a c o n a y u d a d e s e u d o c o n c e p t o s c o m o
« i m i t a c i ó n » o « i n f l u e n c i a » : u n tip o p a r t ic u la r d e i n t e r t e x -
t u a lid a d v o c a l, m á s c e r c a n a a lo s m im e t is m o s r e c íp r o c o s d e l
d i á lo g o h a b la d o q u e a las t r a n s f e r e n c ia s d e la e s c r it u r a . N o
c o n s id e r o ú n ic a m e n t e la p e r p e t u a c ió n d e « t e m a s » a lo la r g o
d e a m p lio s p e r i o d o s , n i las m ig r a c io n e s d e esas c o n c r e c io n e s
d e e le m e n t o s im a g in a r io s a la vez b a s ta n te e sta b le s y m a l d e f i ­
n ib le s e n e l p la n o fo r m a l. L a c u e s tió n es m ás b ie n su m o d o d e
i n t e g r a c i ó n e n e l d is c u r s o c o m ú n : ¿ a p a r t i r d e q u é g r a d o , y
m e d ia n te q u é g é n e r o d e f o r m a liz a c ió n lin g ü ís tic a , v o c a l o g e s -
t u a l, e l « t e m a » e n tr a — o p e r m a n e c e — e n la p o e s ía , es d e c ir ,
d e v ie n e a p to p a r a i d e n t i f i c a r s e — e n la r e c e p c i ó n — c o n las
v iv e n c ia s d e l a u d it o r i o ? L o s e je m p lo s d e fr a g m e n to s d is c u r s i­
v o s q u e v ia ja n e n el tie m p o y e l e s p a c io , in m is c u y é n d o s e e n las
c o n f ig u r a c io n e s a p a r e n te m e n t e m ás d is p a re s , s o n i n n u m e r a ­
b le s ; p o r e je m p lo , esos p o e m a s d e la b a ja B r e ta ñ a d e l s ig lo X IX
e n lo s q u e D o n a t ie n L a u r e n t d e te c tó h u e lla s d e u n p o e m a ga lo
c o n s e r v a d o e n u n m a n u s c r i t o d e l s ig lo X I I , p e r o s in d u d a
m u c h o m ás a n tig u o : d e u n o a o t r o se in s in ú a n o u n a g e n e a lo ­
g ía lin e a l, s in o u n c o n ju n t o d e r e la c io n e s c o m p le ja s q u e a ta ñ e
a vastas z o n a s d e la c u lt u r a c é ltic a t r a d ic io n a l16.
U n a o b r a e s c r it a , o f r e c i d a al l e c t o r , t r i u n f a s o b r e la d i s ­
p e r s ió n e s p a c io te m p o r a l — p o r así d e c ir lo — p o r e x te n s ió n ,
p o r p r o l o n g a c i ó n , d e ta l f o r m a q u e r e c u b r e esa d o b le e x t e n ­
s i ó n y se d ila ta , lle g a d o e l c a s o , c o n e lla . U n a o b r a c o n f i n a ­
l i d a d v o c a l t i e n d e a l m is m o f i n p e r o se s ir v e d e m e d i o s
o p u e s to s : r e d u c e la d u r a c i ó n a la i t e r a c i ó n i n d e f i n i d a d e u n
m o m e n t o ú n i c o ; e l e s p a c io , a la u n i c i d a d f i g u r a d a d e u n
ú n i c o l u g a r a f e c t iv o .

l6 « L a g w e rz d e S k o la n e t la lé g e n d e d e M e r l i n » , Ethnologie française I , I, I 97 l> p p · Ι 9 - 5 4 ·

112 LA P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

A s í se e x p lic a n , e n n u e s tr a o p i n i o n — y se v a lo r iz a n a o íd o s
d e lo s o y e n t e s — , las v a r ia n t e s lig a d a s ta n t o a la t r a n s m i s i ó n
o r a l c o m o a la m a n u s c r i t u r a v i n c u la d a a e s ta . H a c e a lg u n o s
a ñ o s W . H o ll a n d , a p r o p ó s i t o d e l Arthour and Merlin in g lé s ,
d e m o s tr ó h asta q u é p u n t o esas d o s e sp e c ie s d e v a r ia n te s i n t e r ­
f i e r e n e n tr e sí y s o n d i f í c i l m e n t e d is o c ia b le s 17. G u a n d o , h a c e
u n a d é c a d a , p r o p o n í a y o la n o c i ó n d e « m o v i l i d a d » 18 d e lo s
te x to s, p r e te n d ía (m ás c o n fu s a m e n te q u e h o y , es v e rd a d ) d e f i ­
n i r u n ra sg o fu n d a m e n ta l r e la c io n a d o c o n el e je r c ic io o r a l d e
la p o e s ía . S e g u ía a este r e s p e c t o las s u g e r e n c ia s d e M e n é n d e z
P id a l so b r e la p o e s ía t r a d ic io n a l. E l e je m p lo d e l R o m a n c e r o es,
e n e f e c t o , d e u n a r iq u e z a e x c e p c i o n a l, a c o n s e c u e n c i a d e la
s u p e r a b u n d a n c ia d e lo s d o c u m e n t o s a lo s q u e h a d a d o lu g a r .
P e r o t a m b ié n p o d r í a m o s c it a r e l d e lo s cantari it a lia n o s , q u e
c o n o c e m o s m e j o r g r a c ia s a lo s t r a b a jo s d e B a r i n i , B a l d u i n o ,
V a r a n in i y o tr o s . E l p r o b le m a d e v a r ia n te s al q u e se e n fr e n t a n
h o y e n d ía lo s m e d ie v a lis ta s e n e l c o n j u n t o d e su c a m p o d e
e s tu d io reb a sa las p e rsp e c tiv a s d e la filo lo g ía tr a d ic io n a l. A u n ­
q u e n o s ie m p r e se a b o r d e n i se e n u n c ie e n té r m in o s re la tiv o s a
la v o c a lid a d d e lo s te x to s , esta s ie m p r e e s ta r á , a u n q u e sea d e
u n a f o r m a tá c ita , i n v o lu n t a r ia , e n el p u n t o d e m ir a . L a h e r ­
m osa e d ic ió n de J a u fré R u d e l p rep a ra d a en 19 7 8 p o r R u p e rt
P ic k e n s es e je m p la r a este r e s p e c to .

17 « F o r m u l a i c d i c t i o n a n d t h e d e s c e n t o f a m id d e l E n g li s h R o m a n c e » , Speculum 4 8 ,
1973. p p . 8 9 -10 9 .
18 E l c o n c e p t o d e « m o u v a n c e » f u e e n u n c i a d o p o r Z u m t h o r e n e l s e g u n d o c a p ít u lo d e
s u Essai de poétique médiévale. E l a u t o r s e ñ a la b a el c o n t r a s t e e n t r e lo s te x to s re la tiv a m e n te
f ija d o s d e a lg u n o s p o e ta s t a r d o - m e d ie v a le s d e r e n o m b r e ( C h a r l e s d ’ O r lé a n s o G u i ­
lla u m e d e M a c h a u t) y la c o m b in a c ió n , m u c h o m ás c o m ú n e n el p e r io d o m e d ie v a l, d e
a n o n im a t o y a lto g r a d o d e v a r ia c ió n te x tu a l, q u e p u e d e im p lic a r n o s ó lo c a m b io s d ia ­
le c ta le s o lé x ic o s , s in o in c l u s o r e e s c r it u r a s m á s e x te n s a s o la p é r d id a , s u s t i t u c ió n o
m o d i f i c a c ió n d e te x to s e n t e r o s . E l t é r m in o « m o u v a n c e » d e s c r ib e esa m o v ilid a d t e x ­
tu a l. Z u m t h o r a r g u m e n t a q u e e l a n o n im a t o y la v a r ia c ió n te x tu a l están c o n e c ta d o s : las
o b ra s m e d ie v a le s v e rn á c u la s n o r m a lm e n t e n o e r a n c o n s id e r a d a s p r o p ie d a d d e u n s o lo
a u t o r y p o d í a n s e r m o d ific a d a s in d e fi n id a m e n t e p o r o t r o s [ N . d e l T . ] .
 IV. L A E D A D M E D IA Y L A VOZ ll'<

L o q u e e n ú ltim a in s ta n c ia se d e s p r e n d e d e la « m o v ilid a d »
es ( c o n e l m it o p o s itiv is ta d e las « f u e n t e s » ) la v a lid e z d e un a
se rie d e n o c io n e s su rg id a s d e n u e s tr a p r á c tic a clásica d e la escri
t u r a y lig a d a s e s t r u c t u r a lm e n t e a e lla : e s t a b ilid a d d e l te x to ,
a u te n tic id a d , id e n tid a d —y to d a s las m e tá fo ra s in te r io r iz a d a s de
n u estra s « h is to r ia s lite r a r ia s » : o r ig e n , c r e a c ió n , d e s tin o d e un a
o b ra ; e v o lu c ió n , a p o g e o , d e c a d e n c ia d e u n g é n e r o ..., y sin d u d a
la im a g e n p a te r n a d e l a u to r — . L a vo z, p o r su p a r te , n o tie n e ni
o r i g e n n i d e s t in o , n o e v o lu c io n a n i d e c a e , n o r e iv in d ic a n i n ­
g u n a f ili a c i ó n : es p r e s e n c ia , f o r m a liz a d a p o r lo s m o v im ie n to s
fís ic o s d e u n c u e r p o ta n to o m á s q u e p o r las p a la b ra s p r o n u n ­
ciad as. T o d o lo q u e tie n d e al a cto d e performance está p r e v ia m e n te
m a r c a d o p o r la v o z , se o r i e n t a e n to d a s su s p a r te s y d e to d a s
m a n e r a s h a c ia ese f i n . P e r o , p o r eso m is m o , to d o p o e m a o r a l,
e n to d a s itu a c ió n , h a ce e n lo q u e se r e fie r e al o y e n te r e fe r e n c ia
a u n c a m p o p o é tic o c o n c r e to , e x tr ín s e c o , d is tin to a lo q u e este
p e r c ib e a q u í y a h o r a : u n a tr a d ic ió n , q u e es m o d o d e ex iste n c ia .
L a p o e s ía esc rita , d esd e lu e g o , r e m ite ta m b ié n a m o d e lo s e x te r ­
n o s , p e r o lo h a ce c o n m e n o s u r g e n c ia y n e c e s id a d .

E l c o n ju n t o d e n u e str a v ie ja p o e s ía a p a re c e , e n esta p e rsp e c tiv a ,

c o m o u n a m a r a ñ a d e te x to s q u e a p e n a s r e iv in d ic a n su a u t o n o ­
m ía . S u s c o n t o r n o s s o n ta n v a g o s q u e lo s d e lim it a n i m ­
p e r fe c t a m e n te ; sus fr o n t e r a s m a l d e fin id a s , a m e n u d o i n c o m ­
p letas, lo s u n e n a o tr o s te xto s m ás d e lo q u e lo s s e p a ra n d e ello s.
Y , d e u n s e c to r a o tr o d e esta re d , las c o m u n ic a c io n e s n u n c a se
c o r ta n ; la c o r r ie n t e in te r te x tu a l p a sa p o r to d a s p a r te s. E n cada
te x to r e p e r c u t e e l e c o d e t o d o s lo s d e m á s te x to s d e l m is m o
g é n e r o , si n o — m e d ia n te fig u r a c o n tra stiv a o p a r ó d ic a (y a veces
s in u n p r o p ó s it o d e fin id o ) — el e c o d e to d o s lo s te xto s p o sib le s .
E sta es al m e n o s la situ a c ió n q u e in s ta u r a n y tie n d e n a gen era
liza r las e n erg ía s cu ltu ra les d o m in a n te s e n lo s siglos X I , X I I , XI I I y

aun X IV . P e r o (ya in s is tí s o b r e esto e n m i s e g u n d a c o n f e r e n c ia )

 114 L A P O E S ÍA Y L A V O Z EN L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

o tra s lín e a s d e fu e r z a se p e r f ila b a n y a e n este c a m p o ; p a r a u n a

m i n o r í a e n a u m e n t o d e c lé r i g o s , p o t e n t a d o s y b u r g u e s e s ,
e m e r g ía u n u n iv e r s o e n el q u e u n d ía se a fir m a r ía la im p o r t a n ­
c ia c r e c ie n te d e la vista, d e l p a so d e l tie m p o y d e la p o s ib ilid a d
d e u n f u t u r o im p r e v is ib le . O c c id e n t e e n tr a b a p a so a p a so e n la
e d a d d e la e sc r itu ra , c u yo m o d e lo fa llid o h a b ía n q u e r id o ser lo s
scriptoria c a r o lin g io s . D e a h í las te n s io n e s d e las q u e h e h a b la d o
y el le n t o d e s liz a m ie n to h a c ia lo q u e , a lr e d e d o r d e 1 2 0 0 - 1 2 5 0 *
el h is t o r ia d o r ya p u d o p r e v e r : el p r e d o m in io a la r g o p la z o d e l
m o d e lo e s c r itu ra l.
A p a r t i r d e l ú l t im o t e r c i o d e l s ig lo X I I , y e n F r a n c ia p r i ­
m e r o , a p a r e c e n u n a s f o r m a s p o é t ic a s n u e v a s , d e r e g is t r o
n a r ra tiv o , cu y o f u n c io n a m ie n t o lim ita el e statu to d e la v o z al de
i n s t r u m e n t o al s e r v ic io d e l te x t o e s c r it o , p u e s su m i s i ó n es
d a r lo a c o n o c e r . E l e f e c t o d e la o b r a , p o r s u p u e s t o , s e g u ir á
d e p e n d i e n d o d e u n a u d i t o r i o d u r a n t e m u c h o t i e m p o , y lo s
p o e ta s s e g u ir á n s ie n d o s e n s ib le s a e ste h e c h o — q u e s in d u d a
e x p lic a e l m a n t e n i m i e n t o d e la v e r s i f i c a c i ó n e n lo s g é n e r o s
n a r r a tiv o s — . S in e m b a r g o , e l te x to a d q u ie r e u n p o d e r d e a b s ­
tr a c c ió n , d e r e fle x ió n s o b r e sí m is m o , a u to té lic o , q u e n o te n ía
e n r é g i m e n d e l i b r e o r a l i d a d ; la le n g u a y a n o es d e l t o d o
t r a n s p a r e n t e , e x ig e d e su o y e n t e la e s c u c h a i n t e r io r i z a d a y el
a b a n d o n o . L o q u e se d ic e y a n o c o in c id e d e l to d o c o n la v e r ­
d a d ; o , m e j o r d i c h o , esta es p r o b l e m á t i c a , c u a n d o n o e q u í ­
v o c a ; e l p a s a d o e n e l e s c r ito c o r t a a m a r ra s , d e r iv a , se o p o n e al
p r e s e n te d e la v o z, se h a ce m ás c o m p le jo , existe, fu e r a d e n o s o ­
tr o s , f u e r a d e este lu g a r .
C o n c e b i d o d e sd e el p r i n c i p i o c o m o u n e s c r ito , tr a n s m is ib le
s ó lo a través d e la le c tu r a ( e n v o z alta, es v e r d a d , y e n h o n o r d e
u n a u d i t o r i o ) , e l roman n ie g a la p u r a o r a l i d a d d e la a n tig u a
e p o p e y a . F o r m a liz a d o e n fr a n c é s , p e r o e n v i r t u d d e altas e x i ­
g e n c ia s n a r r a tiv a s y r e t ó r ic a s , n ie g a la a u t o r i d a d h e g e m ó n i c a
d e l la t ín , j e r g a e s o té r ic a d e lo s c lé r ig o s y s o p o r t e d e su p o d e r .
 IV. L A E D A D M E D IA Y L A VO Z

A l e la b o r a r u n a f i c c i ó n q u e p r o p o n e c o m o h is to r ia , o p o n e ;il
u n iv e r s o d e la e x p e r ie n c ia u n a fig u r a id e a l y n o s d e ja im a g in a r
q u e n o s está o fr e c ie n d o su v e r d a d e r o r o s tr o . C o n t r a r ia m e n t e a
lo s c u e n t o s q u e p r o p a g a la v o z p o p u l a r ,e l roman r e q u ie r o
a m p lia s d im e n s io n e s : la rg a s s e s io n e s d e le c tu r a s ile n c io s a o en
v o z a lta , e n las q u e lo s e n c a d e n a m i e n t o s d e l r e la t o , p o r m u y
e m b r o lla d o s q u e p a r e z c a n a v e c e s , se p r o y e c ta n h a c ia u n fu tu r o
n u n c a c e r ra d o , exclu sivo d e to d a c irc u la r id a d , q u e d e te rm in a , en
v ir tu d d e u n p a sa d o fic tic io — d e l q u e p o r o tr a p a r te d a n fe — , el
p r e s e n t e im a g i n a r io d e l g r u p o s o c ia l y las a m b ig ü e d a d e s d e l
f u t u r o (la « a v e n t u r a » ) q u e se a b r e a n te é l, p r e t e n d i e n d o u n
c o n o c i m i e n t o v e r d a d e r o d e e so s tres m o m e n to s d e u n tie m p o

N o o b sta n te , m u c h o d e sp u é s d e las p r im e r a s ten ta tiv as « n o ­

v e le s c a s » , s e g u ir á in v o c á n d o s e la g a r a n tía d e la t r a d i c i ó n o r a l
ta n to c o m o la d e lo s te x to s. E n e l g r a n t o r b e llin o d e n o v e d a d e s
q u e a g ita la s e g u n d a m ita d d e l s ig lo XIX, la p a la b r a viva s ig u e
s ie n d o u n a fu e n t e ir r e e m p la z a b le ta n to d e i n f o r m a c i ó n c o m o
d e e m o c i ó n : e l m is m o C h r é t i e n d e T r o y e s , q u e in t e r v ie n e a
títu lo d e a u to r e n sus romans y r e c u r r e a la m e d ia c ió n d e n a r r a ­
d o r e s c o m o C a lo g r e n a n t e n El caballero del león, in t e g r a c o m o en
abyme e n su lit e r a t u r a u n a v o c a c i ó n f i c c i o n a l 19. E n la m is m a
é p o c a , M a r ie d e F r a n c e , e n e l p r ó l o g o c o n e l q u e a d o r n a su
r e c o p ila c ió n d e lais, in s is te ( c o m o se ñ a la D . D r a g o n e t t i20) e n la
a u d ic ió n q u e p r e c e d ió a la e s c r itu r a , y d e la q u e e lla e x tra e su
j u s t i f ic a c i ó n fin a l. H a sta lo s sig lo s X V y X V I , se p r o f u n d i z a y se
in t e n s ific a el c u e s tio n a m ie n to al q u e d esd e e n to n c e s (e n té rm i
n o s a v e c e s c o n tr a d ic to r io s ) a q u e llo s a v e n tu r a d o s d e s c u b r id o r e s

19 M . L . O l l i e r , « L e discours en abyme ou la narration é q u iv o q u e », M e d io e v o ronui>Kt>

3 - 1 9 7 4 , p p · 3 5 1 - 3 6 4 , y « T h e a u t h o r i n t h e te x te ; t h e p r o l o g u e s o f C h ret i r n d r
T r o y e s » , Tale French Studies 5 1 , 1974 » p p · 2 6 - 4 1 .
20 « L e l a i n a r r a t i f d e M a r i e d e F r a n c e » , e n Littérature, histoire, linguistique (Μ(·Ι»η£<\\ H
G a g n e b i n ) , L a u s a n a , L ’A g e d ’h om m e, 1973. P P · 3I - 53·
ιι6 L A P O E S ÍA Y L A V O Z E N L A C IV IL IZ A C IÓ N M E D IE V A L

s o m e te r ía n al le n g u a je , a su p r o p ia cre a tiv id a d , al m is te r io d e su
s i g n if i c a c i ó n . L a g e n e r a li z a c i ó n d e la e s c r itu r a , s in d u d a ,
r e fu e r z a e n tr e lo s le t r a d o s e l s e n t im ie n t o d e q u e e l le n g u a je
p la n t e a p r o b le m a s . P e r o — e n v ir t u d d e u n o s h á b ito s m e n ta le s
h e r e d a d o s y p u e d e q u e d e c ie r t o s r e b r o t e s a g u s t in ia n o s — eso s
p r o b le m a s se p la n t e a n m ás e n r e la c i ó n c o n la v o z q u e c o n la
e s c r itu ra . E n u n a o b r a a p a re c id a h a ce u n o s a ñ o s , C l a u d e - G i l -
b e r t D u b o is d e m o s tr a b a q u e to d a v ía e n tie m p o s d e G u illa u m e
P o s te l, G i o r d a n o B r u n o y A t h a n a s iu s K i r c h e r , lo s p r i m e r o s
b a lb u c e o s d e la fu tu r a lin g ü ís tic a se a lza b an d e u n a c u n a p r e p a ­
ra d a p o r la te o lo g ía d e l V e r b o v iv o 21. L o q u e lla m a b a la a te n c ió n
d e a q u e llo s h u m a n ista s se a p a re cía a n te ello s, m ás o m e n o s c o n ­
fu s a m e n te , c o m o u n a c o n s t e la c ió n d e p o d e r e s a n t e r io r e s a la
g é n e sis d e la e sc r itu ra , si n o c o m o u n a v o z a n t e r io r al le n g u a je ,
u n a v o z q u e c u e s tio n a e l le n g u a je y, o n to ló g ic a m e n te , lo sabe.

21 Mythe et langage auX V Ie siècle, B u r d e o s , D u c r o s , 197^ , p p . Ι 9 - 9 2 ·

 ÍNDICE

P r e fa c io 5

P re á m b u lo d e l a u t o r 7

I. L a o r a l i d a d e n l a s t r a d i c i o n e s
PO ÉT ICA S: ESTADO DE LA C U E STIÓ N 9

II. L a PER FOR M ANCE: O R A L I D A D Y E S C R I T U R A 39

III. C Ó M O IN T E G R A R LA O P E R A C I Ó N V O C A L
EN EL ESTUDIO DE LOS TEXTOS MEDIEVALES 69

IV . L a E d a d M e d ia y l a v o z 93