Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
LA C O N S T R U C C I Ó N DE LA TRAMA
U n a lectura d e la Poética d e Aristóteles
[80]
LA CONSIUUCaÓN DE L.\ TRAMA 81
* A d o p t o la t r a d u c c i ó n d e D u p o n t - R o c , q u e corrijo s ó l o e n t i n p u n t o : v i e r t o
mythos p o r trama, s i g u i e n d o e! m o d e l o del t é r m i n o inglés ploL l a t r a d u c c i ó n p o r
historia se justífíca; sin e m b a r g o , n o la h e c o n s e r v a d o p o r la i m p o r t a n c i a q u e e n
raí o b r a t i e n e la historia, e n el s e n t i d o d e historiografía. La p a l a b r a historia n o p e r -
m i t e distinguir, c o m o e n inglés, e n t r e story y history. E n c a m b i o , la p a l a b r a trnna
o r i e n t a e n seguida h a d a su e q u i v a l e n t e : la disposición d e l o s h e c h o s , cosa q u e n o
h a c e la t r a d u c c i ó n d e J . H a r d y p o r fábula-
^ G. Else, op. cit, 47a, p p . 8-18. El c o m e n t a r i s t a s u g i e r e incluso t r a d u d r el tér-
m i n o mimesis, c u a n d o a p a r e c e e n p l u r a l (47a, 16), p o r imitatín^ para manifestar
q u e el p r o c e s o m i m é t í c o e x p r e s a la p r o p i a actividad p o é t i c a . L a t e r m i n a c i ó n e n
sis, c o m i i n a poiesis, systasis, mimesis, subraya el c a r á c t e r d e p r o c e s o d e c a d a u n o d e
estos t é r m i n o s .
84 EL CÍRCULO ENTRE NARRACIÓN V TEMPORALIDAD
P u e s e l h i s t o r i a d o r y el p o e t a no s e d i f e r e n c i a n p o r d e c i r las c o s a s e n v e r -
s o o e n p r o s a [sería p o s i b l e v e r s i f i c a r las o b r a s d e H e r o d o t o , y n o s e r í a n
m e n o s historia e n verso q u e e n prosa]; la diferencia está e n q u e u n o d i c e
l o q u e ha s u c e d i d o y e l v o t r o l o q u e p o d r í a s u c e d e r ; p o r e s o l a p o e s í a e s
más filosófica y elevada q u e laitrstoria; p u e s la p o e s í a d i c e m á s b i e n l o
g e n e r a ] , y la h i s t o r i a , l o p a r t i c u l a r (516, 17).
^' Los últimos traductores fi^ceses dicen "la crónica", ya q u e han reservado
el término "historia" para traducir mythos. Esta elección tíene, p o r lo demás, la
ventaja d e permitir u n Juicio m e n o s negativo sobre la historíografia.
96 EL CÍ
R CULOE
N T
R ENARRACI
Ó NYT
EMP
O RAL
IDAD
De esto resulta claro que el poeta debe serlo de historias más que de ver-
sos, ya que es poeta por la representación, y representa las acriones. Y si
cn algún caso compone poemas sobre acontecimientos reales, no es me-
nos poeta; pues nada impide que algunos sucesos sean tales que se ajus-
ten a lo verosímil y a lo posible, gracias a lo cwal es poeta" (51¿, 27-32)?^*
3. La discordancia inchiida
El m o d e l o trágico n o es s i m p l e m e n t e u n m o d e l o d e c o n c o r d a n -
cia, sino d e c o n c o r d a n c i a discordante. En este aspecto, ofrece u n
frente a ta distentio animi. La discordancia está p r e s e n t e e n c a d a
estadio del análisis aristotélico, a u n q u e sólo es tratada temática-
m e n t e bajo el título d e la t r a m a "compleja" {versus "simple"). Se
a n u n c i a d e s d e la definición canónica d e la tragedia: ésta d e b e ser
la representación d e u n a acción noble "llevada a su término..."
{teleios) (49a, 25).^'* La p l e n i t u d n o es u n rasgo desdeñable, d a d o
Redfield traduce 52(i, 1-4: "La imitación n o es sólo d e utia acción completa,
sino d e cosas lamentables y temerosas; tales cosas s u c e d e n generalmente c u a n d o
suceden, contrariamente a lo esperado, una a causa d e la otra." Else traduce:
"Contraiiamente a la experiencia, pero u n o a causa del otro." L é o n G o l d e n :
"Inesperadamente, pero u n o a causa del otro."
¿Guarda la tragedia d e Edipo todavía para nosotros, que c o n o c e m o s la tra-
ma y el desenlace, su carácter d e peripecia? Sí, si n o definimos la sorpresa median-
te algún conocimiento exterior, sino por la relación con la espera creada p o r el
ciu-so interno de la intriga: el cambio está e n nuestra espera, pero lo crea la intriga
(véase infra, la rliscusión d e la relación entre la estructura y tas disposiciones del
auditorio).
Es función d e la agnición, e n cuanto cambio d e la ignorancia en conocimien-
loo EL CÍ
R CULOE
N T
R ENARRACI
Ó N YT
EMP
O R
A L
TDAD
to, dentro d e los límites d e que hablaremos luego (siguiente nota), compensar el
efecto d e sorpresa contenido e n la peripecia por m e d i o d e la lucidez q u e instaura.
Al escapar a la autodecepción, el h é r o e entra en su verdad y el espectador e n el co-
nocimiento de esta verdad. En este sentido, Else tiene tal vez razón en relacionar e[
problema d e la falta trágica c o n el d e la agnición. La falta, al m e n o s e n cuanto im-
plica ignorancia y error, es realmente lo inverso d e la agnición. Trabajo importan-
te será, e n la cuarta parte d e esta obra, tender u n puente entre la agnición aristo-
télica, la agnición de Hegel y la repetición según Heidcgger.
2 8 Hermann Lübbe, Was aus Handlungen Geschichten mackt, e n Jürgen Mittels-
trass y Manfred Ricdel (eds.), Vemünfiiges Denken (Berlín, 1978) pp. 237-250-
^ Los límites del m o d e l o son quizá más claros e n ct caso d e la agnición, en la
q u e el p a s o d e la ignorancia al conocimiento se hace e n el s e n o d e las relaciones
d e "amistad o d e o d i o entre los que son designados para la felicidad" (52a, 31). Es
cierto q u e la amistad abarca más que los vínculos d e sangre, p e r o constituye una
coacción muy estricta. P o d e m o s p r e g u n t a m o s , sin embargo, si la novela moderna,
al m e n o s e n la forma que ha t o m a d o e n la Pamela de Richardson, al hacer del
amor el único resorte d e la acción, n o reconstituye lo equivalente d e la coacción
d e la amistad o del o d i o gracias a u n trabajo d e lucidez, equivalente, a su vez, a la
agnición aristotélica (véase infra, tercera parte, cap. 1).
LA CONS
T RUCCI
Ó N DE lA T
RAMA 101
^ ' 5 1 o , 16-20 es, a este respecto, sorprendente, hablando d e las acciones qne
sobrevienen e n la \ i d a d e u n individuo únuo, que n o forman e n absoluto u n a ac-
ción una.
Redfíeld observa {op. dt., pp. 31-35) que las historias d e héroes, recibidas d e
la tradición, son, a diferencia de las d e los dioses, historias d e desastres y d e sufri-
mientos, a veces superados, las más soportados. N o hablan d e la fundación d e las
ciudades, s i n o de su destrucción. El poeta épico recoge su "fama", el kleos, y redac-
LA C O N S T R U C C r Ó N DE LA TRA^
^A 107
bre la cultura. ParaJ. Redfíeld, esta incidencia es, sobre t o d o , crítica: el drama na-
c e de las ambigüedades de los valores y d e las normas culturales. C o n sus ojos fi-
j o s e n la norma, el poeta presenta a su auditorio u n a historia problemática c o n u n
carácter desviante (p. 84): "El poeta trágico prueba de este m o d o l o s límites d e la
cultura. En la tragedia, la cultura misma se hace problemática" (p. 84). Antes q u e
ella, la epopeya d e s e m p e ñ ó esta función gracias a la "distancia épica": "La épica
describe el m u n d o heroico a una audiencia que vive e n otro m u n d o , e n el m u n d o
ordinario" {p. 36). El p o e t a ejercita su magisterio c o m e n z a n d o por desorienlar a su
auditorio, luego ofreciéndole una representación ordenada d e los temas d e desola-
ción y d e d e s o r d e n de sus conatos heroicos. Pero n o resuelve los dilemas de ta vi-
da. Así, e n la lUada, la ceremonia fúnebre de reconciliación n o revela ningún sen-
tido, p e r o muestra la carencia d e sentido d e toda empresa guerrera: "El arte
dramático parte d e los dilemas y contradicciones d e la vida, pero n o p r o m e t e re-
solverlos; p o r el contrario, el arte trágico alcanza su perfección forma! más alta e n
el m o m e n t o e n que nos revela estos dilemas c o m o universales, convincentes y ne-
cesarios" (p. 219). "La poesía n o ofrece (a los hombres) gratificación, sino inteligi-
bilidad" (p. 220). Es el caso del sufrimiento n o merecido, agravado p o r la culpa
trágica; "Por m e d i o det sufrimiento inmerecido d e los caracteres d e la tragedia se
nos hace sentir el problema d e la cultura" (p. 87). La hamartia, p u n t o ciego d e la
discordancia, es también el p u n t o ciego d e la "enseñanza trágica". S ó l o e n este
sentido p o d e m o s arriesgarnos a llamar al arte "la negación d e la cultura" (pp. 218-
223). Volveremos e n la cuarta parte, con ayuda d e Hans Robert Jauss, sobre esta
función q u e tiene la obra Hteraria d e problematizar la vivencia de la cultura.
3. T I E M P O Y N A R R A C I Ó N
La triple "mimesis"
[113]
114 EL CIRCULO ENTRE NARRACIÓN Y TEMPORALIDAD
I. MIMESIS I
" Heidegger, Sein und Zeit (Tubinga, 10a. ed., 1963), p p . 78-83, 404-437; trad.
¡española p o r J. Gaos, El ser y el tiempo (México, 1951). Traduzco Jnneneitigkeit p o r
H n t r a i e n i p o r a l i d a d o ser-"en"-el-tienipo.
128 EL CÍRCULO ENTRE NARRACIÓN Y TEMPORALIDAD
I' "Das jetzt-sagen aber ist die redende Ardkulation eines Gegenwártigens, das
in d e r Einhcít mit einem behaltenden Gewártigen sich zcitígt", {op. cit, p. 416;
trad- española, p . 449).
"Das sich auslegende Gegenwártigen, das hcisst das i m 'jetzt' angesprochene
Ausgelegte n e n n e n wir 'Zeit'", (op. cit., p. 508; trad. española, p. 439s.).
130 EL CÍ
R CULOE
N T
R ENARRACI
Ó NVT
EMP
O RAL
TOAD
n. MIMESIS II
15 Wolfgang Iser, Der Akt des Lesem (Munich, 1976), n parte, cap. ra.
TI
Z MPO Y NARRAaÓN 151
ni. MIMESIS nr
3. Narratividad y referencia
m a n e n c i a d e la poética anlirreferencial. H e i n t e n t a d o m o s t r a r en
La metáfora viva q u e la capacidad d e referencia del lenguaje n o se
agota e n el discurso descriptivo y q u e las o b r a s poéticas se refie
r e n al m u n d o según u n r é g i m e n referencial p r o p i o , el d e la refe
rencia metafórica.^' Esta tesis abarca t o d o s los usos n o descripti
vos del lenguaje; así, t o d o s los textos poéticos, sean líricos o
narrativos. S u p o n e q u e t a m b i é n los textos poéticos h a b l a n del
m u n d o , a u n q u e n o lo h a g a n d e m o d o descriptivo. La referencia
metafórica —recuerdo u n a vez más— consiste e n q u e la supresión
d e la referencia descriptiva —que, e n u n a p r i m e r a aproximación,
reenvía el lenguaje a sí mismo— se revela, e n u n a s e g u n d a aproxi
mación, c o m o la condición negativa p a r a q u e sea liberado u n po
d e r m á s radical d e referencia a aspectos d e n u e s t r o ser-en-el-mun-
d o q u e n o se p u e d e n decir d e m a n e r a directa. Estos aspectos son
a p u n t a d o s , d e m o d o indirecto, p e r o positivamente afirmativo,
gracias a la nueva pertinencia q u e el e n u n c i a d o metafórico esta
blece e n el p l a n o del s e n ü d o , sobre las ruinas del sentido literal
abolido p o r su p r o p i a impertinencia. Esta articulación d e la re
ferencia metafórica sobre el sentido metafórico sólo reviste u n
alcance ontológico p l e n o si se llega hasta metaforizar el p r o p i o
v e r b o ser y a percibir e n el "ser<omo..." el correlato d e "ver-co
mo...", e n el q u e se r e s u m e el trabajo d e la metáfora. Este "ser-
como..." lleva la segunda presuposición al p l a n o onlológico d e la
p r i m e r a . Y, al m i s m o t i e m p o , la enriquece. El c o n c e p t o d e hori
zonte y d e m u n d o n o concierne sólo a las referencias descripti
vas, sino t a m b i é n a las n o descriptivas, las d e la dicción poética.
Volviendo a u n a afirmación anterior,^^ diré q u e , p a r a mí, el
m u n d o es el conjunto de las referencias abiertas p o r t o d o tipo d e
textos descriptivos o poéticos q u e h e leído, i n t e r p r e t a d o y q u e
m e h a n gustado. C o m p r e n d e r estos textos es interpolar e n t r e los
p r e d i c a d o s d e n u e s t r a situación todas las significaciones q u e , d e
u n simple e n t o r n o {Umwelt), h a c e n u n m u n d o {Welt). E n efecto, a
las o b r a s d e ficción d e b e m o s en gran p a r t e la ampliación d e nues
tro h o r i z o n t e d e existencia. Lejos d é p r o d u c i r sólo imágenes de
bilitadas d e la realidad; "sombras", c o m o q u i e r e el t r a t a m i e n t o
La metáfora viva (Madrid, Ed. Cristiandad, 1980), séptimo esmdio, pp. 293-
343, "Metáfora j-referencias".
Sobre t o d o esto, véase, además del séptimo estudio d e La metáfora viva, el
resumen d e mis tesis e n Interpretación theory (Texas, 1976), pp. 36-37, 40-44, 80, 98.
TIEMPO Y NARRACIÓN 153
cer que, además, descansa e n el hacer. En ningima parte es más apropiada la Fór-
mula del primer capítulo de la obra de G o o d m a n , Üeality remade, así c o m o su má-
xima; pensar las obras e n términos d e m u n d o s y los m u n d o s e n términos d e
obras.
TIEMPO Y NAERACIÓN 155
4. El tiempo narrado
q u e p r o p o r c i o n e la clave d e la j e r a r q u i z a c i ó n d e la narración;
otras serán las ciencias d e la narración histórica y d e la d e ficción
las q u e n o s p e r m i t a n resolver p o é t i c a m e n t e —según u n a expre-
sión ya e m p l e a d a anteriormente— las aporías d e m á s difi'cil acce-
so especidativo d e la fenomenología del ü e m p o .
Así, la dificultad m i s m a d e derivar las ciencias históricas d e l
análisis del "Dasein" y la dificultad a ú n m á s seria d e p e n s a r j u n -
tos el tíempo mortal d e la fenomenología y el tíempo público d e
las ciencias d e la narración n o s servirán d e acicate p a r a pensar me-
jor la relación del tíempo y d e la narración. P e r o la reflexión p r e -
Uminar, q u e constituye la p r i m e r a p a r t e d e esta obra, nos h a con-
d u c i d o ya, d e u n a concepción en la q u e el círculo h e r m e n é u t í c o
se identifica con el d e los estadios d e la mimesis, a o t r a q u e inte-
gra esta dialéctíca e n el círculo m á s amplio d e la p o é t í c a d e la na-
r r a c i ó n y d e la a p o r é t i c a del t i e m p o .
U n últímo p r o b l e m a q u e se p r e s e n t a es el del límite superior del
p r o c e s o d e jerarquización d e la t e m p o r a l i d a d . Para Agustín y to-
d a la tradición cristiana, la interiorización d e las relaciones p u r a -
m e n t e extensivas del tíempo remite a u n a e t e r n i d a d en la q u e to-
das las cosas están p r e s e n t e s al m i s m o t i e m p o . La a p r o x i m a c i ó n a
la e t e r n i d a d p o r el t i e m p o consiste, p u e s , e n la estabilidad d e u n
alma e n reposo: "Me m a n t e n d r é y consolidaré e n ü, s e g ú n m i
m o d o d e ser, p e r o en tu verdad" (Confesiones XI, 30, 40). La filoso-
fía del tiempo d e Heidegger, al m e n o s en la é p o c a d e El ser y el
tiempo, d o n d e desarrolla con gran rigor el t e m a d e los p l a n o s d e
temporalización, orienta la meditación n o hacia la e t e r n i d a d divi-
na, sino hacia la finitud sellada p o r el ser-para-la-muerie. ¿Son es-
tas dos m a n e r a s irreductibles d e r e c o n d u c i r la d u r a c i ó n m á s ex-
tensiva hacia la m á s tensa? ¿O es la alternativa sólo a p a r e n t e ?
¿Hay q u e p e n s a r q u e sólo u n m o r t a l p u e d e t e n e r la idea d e " d a r
a las cosas d e la vida u n a d i g n i d a d q u e las eterniza"? La e t e r n i d a d
q u e las obras d e a r t e o p o n e n a la fugacidad d e las cosas, ¿ p u e d e
sólo constituirse en u n a historia? ¿Y la historia, a su vez, sigue
s i e n d o histórica sólo si, i r a n s c u m e n d o p o r e n c i m a d e la m u e r t e ,
se g u a r d a del olvido d e la m u e r t e y d e los m u e r t o s y sigue s i e n d o
u n r e c u e r d o d e la m u e r t e y u n a m e m o r i a d e los m u e r t o s ? L a
cuestión m á s grave q u e p o d r í a p l a n t e a r este libro es saber h a s t a
q u é p u n t o la reflexión filosófica sobre la narratividad y el tíempo
p u e d e ayudar a p e n s a r j u n t a s la e t e r n i d a d y la m u e r t e .