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Exame desarmado:
Exame armado:
Trauma de pálpebras
Pode ser trauma direto ou trauma do segmento occiptal. Presença de hematoma, laceração palpebral e
laceração do canalículo. Hematoma: aparece na lesão do globo ocular, fratura de teto da órbita e fratura de
base do crânio. Laceração palpebral: é mais superficial, suturada pelo plantonista. Laceração do cananículo:
cirurgião plástico (ainda assim o próprio organismo reconhece a drenagem deficitária e diminui a produção de
lagríma).
Fratura orbitárias
-Blowout (soco, bola de tênis): aumenta a pressão intraorbitária (muito rápido). Se manifesta por equimose e
enfisema subcutâneo. Se for importante a ponto de desabar o conteúdo orbitário pode deslocar o olho e ter
diplopia, enoftalmia, Comprometimento do nervo e diminuição da sensibilidade. Quando for pedir a TC deve ser
com corte coronal (observa-se extravasamento do conteúdo da órbita para seios da face) e fazer exame do
campo visual para ver compressão do n. óptico. Tratamento: ATB, compressa gelada, descongestionante, evitar
assoar nariz, AIE. Critérios para cirurgia: placa para refazer o assoalho: >1/3 da órbita com hérnias maiores.
Encarceramento orbitário, enoftalmia, diplopia que não melhora. Se não tem diplopia e a hérnia for pequena,
não precisa cirurgia.
-Fratura de base do crânio: paciente grave, coma, lesão de veias e artérias que provoca sangramento em torno
do tecido cerebral. Ruptura das meninges causando otorréia e rinorréia, laceração da dura mater, herniação do
tecido cerebral. Ossos envolvidos: frontal, esfenóide, occiptal e temporal. Sinais clínicos: battle, guaxinin, lesão
dos nervos cranianos (fraqueza da face, perda de audição, redução visual e diplopia).
-Corpo estranho: fagulho de ferro, madeira. Trabalhadores de construções quando a solda solta os fagulhos de
ferro, eles também estão quentes e isso causa o anel de siderose, tem que tirar, é uma emergência que dói
muito, faz ulcera de córnea. Quando paciente chegar queixando de “cisco no olho” deve-se everter a pálpebra,
lavar e passar um cotonete. Mas quando não tem fagulha de ferro na córnea tem essa queimadura fotoelétrica
muito frequente na construção civil (soldadores), fazem uma ceratite actínica (actinico tem haver com qualquer
tipo de radiação luminosa), não acontece na hora do trabalho, é aquele paciente que soldou o dia todo e
quando chega 22 horas para dormir ele começa com dor (4 a 6 horas para as lesões começarem a abrir após ter
sido submetido à radiação), é extremamente dolorosa, mas ela é limitada, após mais ou menos 24 horas ela já
estabilizou e o paciente vai estar melhor. Então é uma urgência porque o oftalmo tem que ver se não tem corpo
estranho, tem que usar medicação Regencel pomada + colírio lubrificante + analgésico. O curativo oclusivo
funciona bastante (mas não pode ter deixar fragmentos de ferro nos olhos). Pode usar ATB porque a córnea está
com muita ceratite, compressas geladas ajudam pra alivio da dor, mas o que vai sarar será o tempo para que
essa ferida se feche (em torno de 1 dia e meio), como essa queimadura é superficial, não deixa cicatriz. (não
pode usar corticóide). Na lâmpada de fenda ao estilar fluoresceína vê que esta com ceratite.
Lesões químicas
Os álcalis fazem uma lesão mais grave que a substância ácida, porque o ácido causa coagulação das proteínas de
superfície tanto da córnea quanto da conjuntiva e a partir do momento que coagulou diminui o potencial de
penetração ocular – penetração de solvente fica prejudicada e não penetra nos tecidos mais profundos ou seja,
a substância fica mais superficial e com isso a capacidade de lesão dela é mais leve. Substâncias alcalinas (risco
mais de perder a visão, risco de úlcera de córnea grande e grave e pode evoluir para transplante de córnea sem
prognóstico).
-Amônia, hidróxido de sódio, hidróxido de cálcio;
-Destruição e degradação do colágeno;
-Destruição das células germinativas (totipotentes) do limbo.
-Conjuntivalização corneana;
-Formação de neovasos;
-Defeito epitelial persistente;
-Ulceração estéril da córnea – perfuração.
A substancia alcalina não encontra nenhuma barreira e vai penetrando nos tecidos profundos do olho, pode
causar uveíte, inflamação de corpo ciliar, hifema, de acordo com a dose e do tempo de contato. Nos casos
graves causa conjuntivalização da córnea, e isso já causa perda visual, formação de neovasos, destruição de
células do limbo (células que podem se diferenciar em córnea ou em conjuntiva) e com a destruição dessas
células, pode ocorrer formação de neovasos, defeito epitelial da córnea persistente, ulceração e não cicatriza,
vai só afinando até que perfura.
Conduta: lavar em muita água corrente, quanto menos contato essa substancia ácida ou básica tiver em contato
com o olho melhor o efeito lesivo dela.
-Lavar copiosamente de 15-30 minutos, é essa lavagem que vai dar o prognóstico visual;
-Dupla eversão da pálpebra superior e inferior;
-Retirar debris ou corpos estranhos do tarso e/ou conjuntiva;
-Pomada antibiótica (para não infeccionar);
-Corticoesteróides (uso de imediato para não inflamar, cicatrizar e perder a transparência corneana);
-Cicloplégicos (vai paralisar o corpo ciliar e vai funcionar como analgésico);
-Curativo oclusivo diário (troca de 3-4x ao dia), pode usar inclusive as pomadas combinadas de ciprofloxacino +
dexametasona no curativo);
-Lente de contato terapêutica (em alguns casos);
Cirurgia: podem ser feitas precoce e tardiamente. Precoce: membrana amniótica tem as células totipotentes,
que quando tem falência de limbo, não recupera mais, então joga uma membrana amniótica que ela recupera o
epitélio corneano; é muito boa para defeito epitelial persistente, opacidades corneanas secundarias a uma
queimadura química, queimadura de limbo. Ela é muito boa para recuperação visual (recuperar a transparência
desse olho. Tardia: cirurgias para reconstrução da superfície. Ceratoplastia (transplante de córnea) e
ceratoprótese, nos casos em que nem o transplante resolve. A ceratoprótese é chamada de medida heróica,
paciente só tem um olho então ou é isso ou ele fica totalmente cego.