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LA IDOLATRÍA LETRADA:

UN ANÁLISIS COMPARATIVO
DE TEXTOS CLANDESTINOS RITUALES
Y DEVOCIONALES EN COMUNIDADES
NAHUAS Y ZAPOTE CAS, I6l3~l654*

David Eduardo TAVÁREZ


University of Chicago

INTRODUCCIÓN

E L 3 0 DE NOVIEMBRE DE 1 5 3 9 , DON CARLOS CHICHIMECATEUCTLI, el


ú l t i m o noble n a h u a ejecutado en p ú b l i c o en la Nueva Es-
p a ñ a p o r hereje, fue llevado al cadalso que se e r g u í a e n la
plaza p ú b l i c a de la c i u d a d de M é x i c o . Z u m á r r a g a , el p r i -
m e r obispo de M é x i c o y t a m b i é n la p r i m e r a a u t o r i d a d ecle-
siástica que instruyera procesos de i d o l a t r í a y h e r e j í a con-
tra i n d í g e n a s en la Nueva E s p a ñ a , deseaba que la e j e c u c i ó n
fuera u n severo e j e m p l o para cualquiera de los conversos
i n d í g e n a s que albergaran reservaciones sobre la nueva fe.
N o sólo la d o c t r i n a cristiana, sino t a m b i é n la aparente arbi-
t r a r i e d a d d e l alfabeto y de las artes liberales, h a b í a n lleva-
d o a d o n Carlos a d e n u n c i a r la m u l t i p l i c i d a d de las nuevas
e n s e ñ a n z a s frente a los nuevos cristianos de C h i c o n a u t l a
de la siguiente manera: " ¿ Q u é verdad es la divinidad que de¬
* Las investigaciones previas a la preparación de este artículo fueron
patrocinadas por la beca de investigación número 9709179 de la Nation-
al Science Foundation, la beca de investigación Laudes del Research Ins¬
titute for the Study of Man, y el programa de intercambio académico
Chicago-École des Hautes Études en Sciences Sociales. Una primera ver-
sión de este trabajo fue presentada en diciembre de 1998 en la reunión
anual de la American Arithropological Association. El autor desea agra-
decer los comentarios ofrecidos por la profesora Nancy Farriss y por el
dictaminador de Historia Mexicana.

HMex, XLIX: 2, 1999 197


198 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

seamos? Q u i z á es nada; a q u í thenemos tres maneras, que


son cartillas, r o m a n c e y g r a m á t i c a , y en la cartilla está el 'a
b c', y 'pater noster', y 'Ave M a r í a , Credo y Salve Regina', ar-
1
t í c u l o s y mandamientos, ¿ p o r v e n t u r a fenece a q u í todo?"
E n 1704, dos a ñ o s d e s p u é s de u n proceso p o r s e d i c i ó n
y t u m u l t o que o c a s i o n ó la e j e c u c i ó n de quince zapotecos
convictos de haber asesinado e n Cajonos, a dos celosos fis-
2
cales i n d í g e n a s , fray Á n g e l M a l d o n a d o , recientemente or-
denado obispo de Oaxaca, d e s c u b r i ó que los i d ó l a t r a s de
su obispado eran a d e m á s de persistentes y rebeldes, con-
sumados autores e i n t é r p r e t e s de textos rituales. A u n siglo
y m e d i o de la elocuente protesta de d o n Carlos, la escritu-
ra a l f a b é t i c a se h a b í a c o n v e r t i d o e n u n m e d i o privilegiado
para la d i s e m i n a c i ó n de las p r á c t i c a s rituales zapotecas, que
muchos predecesores de M a l d o n a d o h a b í a n tratado de ex-
t i r p a r en las aisladas poblaciones de l a j u r i s d i c c i ó n de V i l l a
Alta. E n vez de organizar u n acto ejemplar de censura, M a l -
d o n a d o p r o m e t i ó apiadarse de todos los potenciales prac-
ticantes, i m p l i c a d o s en diversos actos de i d o l a t r í a —es
decir, de todos los h o m b r e s adultos de cerca de 50 c o m u -
nidades zapotecas y mijes— y c o l o c ó su pectoral de obispo
a l r e d e d o r del c u e l l o de u n especialista r i t u a l aparente-
m e n t e r e f o r m a d o , q u i e n r e c o r r i ó muchas poblaciones de
3
V i l l a A l t a p r e d i c a n d o la clemencia episcopal. M e d i a n t e
este e x t r a ñ o acto de e x t i r p a c i ó n , M a l d o n a d o l o g r ó u n a
cosecha de 99 versiones manuscritas del calendario r i t u a l
zapoteco de 260 d í a s (piye o biye), así c o m o cuatro trans-
4
cripciones de cantos zapotecos.
1
GONZÁLEZ OBREGÓN, 1910, p. 6.
2
GILLOW, 1978, pp. 173-176. Los dosfiscalesde la parroquia de Ca-
jonos, donjuán Bautista yjacinto de los Ángeles, habían sido ejecutados
en público el 16 de septiembre de 1700 por un grupo de cajoneases des-
pués de haber denunciado a las autoridades eclesiásticas, fieles a su co-
metido oficial, actos públicos de idolatría en su localidad.
3
AGI, México, 880, Informe [...] que hace el Maestro Fray Antonio de
Torres, Procurador General de la Provincia de San Hipólito Mártir, 1710.
Si bien el análisis de conjunto de ALCINA FRANCH, 1993, ofrece una ad-
4

mirable síntesis del contexto de producción de estos calendarios, nos


queda mucho que aprender acerca de las prácticas de adivinación y pro-
piciación descritas y transcritas en los procesos de Villa Alta, así como
LA IDOLATRÍA LETRADA 199

El abismo conceptual que separa las actitudes hacia la es-


c r i t u r a alfabética adoptadas p o r d o n Carlos y p o r los espe-
5
cialistas rituales de V i l l a Alta, es indicativo de una acci-
dentada t r a n s i c i ó n sociocultural d o m i n a d a p o r procesos
d i a l é c t i c o s cuya c o m p l e j i d a d demanda, antes que f o r m u -
laciones teóricas de altos vuelos, la e l a b o r a c i ó n de análisis
6
comparativos de adecuada p r o f u n d i d a d . Si b i e n el pasaje
de la ignorancia de la escritura a l f a b é t i c a a su plena apro-
p i a c i ó n d e n t r o de comunidades i n d í g e n a s e n el centro de
M é x i c o h a sido el foco de numerosos estudios, d i c h o p r o -
ceso se ha analizado h a b i t u a l m e n t e p o r m e d i o de g é n e r o s
textuales que favorecen las representaciones colectivas de
la historia e i d e n t i d a d é t n i c a s de estas comunidades. E n t r e
los g é n e r o s mejor conocidos se cuentan los mapas y des-
7 8
lindes de tierras, los litigios sobre p o s e s i ó n de tierras, los
9
t í t u l o s primordiales y c ó d i c e s Techialoyan, y los anales his-
10
t ó r i c o s c o n c o n t e n i d o oral y p i c t o g r á f i c o .
Sin embargo, exceptuando los diversos estudios de los
manuscritos de los Cantares Mexicanos y los Romances de los Se-
11
ñores de la Nueva España, los textos rituales y devocionales
e n n á h u a t l y zapoteco, p r o d u c i d o s i n d e p e n d i e n t e m e n t e

respecto a la articulación de dichos procesos en el contexto de la em-


presa de extirpación de idolatrías en Oaxaca durante el siglo XVII. Por
otra parte, no existe aún ningún análisis referente a un componente ex-
cepcional de dichas fuentes: los cuatro textos rituales zapotecos confis-
cados por Maldonado.
8
En este estudio, en vez de usar términos parciales como "idólatras" o
"brujos", se utilizará la denominación neutra de "especialista ritual" pa-
ra designar a todos los indígenas especializados en prácticas adivinato-
rias, propiciatorias y devocionales, cuva existencia se puede determinar
a partir de las fuentes utilizadas.
6
La idoneidad de los análisis comparativos para la historia social del
centro de México ha sido comprobada, entre otros, por los trabajos de
CARMAGNANI, 1988; GRUZINSKI, 1985, 1988 y 1994, y TAYLOR, 1979.
7

8
DEHOUVE, 1995 y GALARZA, 1980.
9
KELLOGG, 1995 y LOCKHART, 1992.
GRUZINSKI, 1988.
10
GALARZA, 1989; KIRCHHOFF, GÜEMES y REYES GARCÍA, 1989; LOCKHART,
1992; SCHROEDER, 1991, y WHITECOTTON, 1977.
11
Entre los principales, se cuentan los estudios de BIERHORST, 1985;
GARIBAY, 1954; KARTTUNEN y LOCKHART, 1980, y LEÓN-PORTILLA, 1983.
200 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

p o r i n d í g e n a s desde finales del siglo XVI, hasta finales del


XVII h a n a t r a í d o pocos análisis que hayan franqueado las
1 2
fronteras de la e d i c i ó n crítica y la r e s e ñ a . Se puede j u s t i -
ficar tal reticencia p o r el hecho de que tales textos t i e n d e n
a ser fragmentarios y a carecer de contextos sociales b i e n
documentados. Existen t a m b i é n grandes dificultades para
colocarlos e n el contexto social de su uso r i t u a l , interpre-
13
t a c i ó n y l e c t u r a , dada la falta de datos concretos sobre ca-
da texto e s p e c í f i c o .
A pesar de estas dificultades, el presente ensayo ofrece u n
análisis comparativo de la p r o d u c c i ó n y c i r c u l a c i ó n de tex-
14
tos rituales y devocionales en algunas comunidades nahuas
y zapotecas entre 1613 y 1654. A u n q u e este p e r i o d o es i n -
d u d a b l e m e n t e t a r d í o respecto a la d i f u s i ó n de la escritu-
ra a l f a b é t i c a e n t r e diversos estratos sociales i n d í g e n a s , este
lapso ofrece el m á s detallado conjunto de evidencia docu-
m e n t a l conocida acerca de la p r o d u c c i ó n y c i r c u l a c i ó n clan-
destina de textos rituales nahuas y zapotecos posterior a las
prohibiciones del Segundo Concilio M e x i c a n o (1565) y a la
t r a n s c r i p c i ó n de los Cantares Mexicanos (entre 1550 y 1580,
15
a p r o x i m a d a m e n t e ) . D e b i d o al c a r á c t e r e x p l o r a t o r i o del
presente estudio, se i n v e s t i g a r á n solamente tres temas b á -
sicos: la r e l a c i ó n entre transmisiones oral y escrita de los co-
nocimientos rituales i n d í g e n a s , la a p r o p i a c i ó n de textos
rituales y devocionales cristianos p o r parte de autores i n d í -
genas clandestinos y el m o d o de p r o d u c c i ó n y c i r c u l a c i ó n
de textos rituales en comunidades i n d í g e n a s . Para con-

Aparte de las ediciones críticas de ANDREWS y HASSIG, 1984 y COE y WHIT-


12

TAKER, 1982, entre los acercamientos detallados a textos indígenas rituales


y devocionales definalesde los siglos XVI y XVII, se cuentan los de BERLÍN,
1988; BURKHART, 1992,1995 y 1996; NORMANN, 1985, y TAVÁREZ, 1996 y 1998.
Esta dificultad es ilustrada por HANKS, 1984 y 1996 en sus análisis de
13

prácticas rituales en Oxkutzcab, Yucatán.


14
Al decir "textos rituales", me refiero a transcripciones de conjuros
o calendarios rituales, de origen mesoamericano o cristiano, utilizados
para fines propiciatorios o adivinatorios específicos. "Textos devocio-
nales" serían aquellos destinados a un uso privado por parte de fieles
cristianos para el fortalecimiento de una relación personal con una en-
tidad divina por medio de actos de contrición y piedad.
BIERHORST, 1985, pp. 106-108.
1 5
LA IDOLATRÍA LETRADA 201

f r o n t a r estas vastas cuestiones, el presente análisis g i r a r á en


t o r n o a tres casos excepcionalmente b i e n documentados:

a) L a r e p r o d u c c i ó n s i m u l t á n e a p o r medios orales y es-


16
critos de u n g é n e r o oral n a h u a — e l náhualtdcáitl— ñor
parte de especialistas rituales enjuiciados p o r H e r n a n d o
Ruiz de A l a r c ó n en seis jurisdicciones al suroeste del valle
de M é x i c o entre 1613 y 1629 (véase el mapa 1 ) .
b) L a p r o d u c c i ó n de m i s c e l á n e a s devocionales e n
n á h u a t l a mediados del siglo XVII, ejemplificada p o r el
Fonds Mexicain 381, u n m a n u s c r i t o i n é d i t o de la Biblioteca
N a c i o n a l en París que contiene u n a s e c c i ó n e n n á h u a t l so-
bre la i n t e r p r e t a c i ó n del zodiaco europeo.
c) L a c i r c u l a c i ó n de calendarios y textos adivinatorios en
la j u r i s d i c c i ó n de San M i g u e l Sola entre especialistas ri-
tuales zapotecos y sus clientes, s e g ú n los procesos de ido-
latría instruidos p o r Gonzalo de Balsalobre y otros p á r r o c o s
entre 1629 y 1657 (véase el mapa 2 ) .

E n cada u n o de estos tres casos, se e n f a t i z a r á n las d i -


mensiones a n a l í t i c a s m á s favorecidas p o r las fuentes docu-
mentales. E n el p r i m e r caso, se s u b r a y a r á la r e l a c i ó n entre
las reproducciones oral y escrita de conocimientos rituales;
e n el segundo, la selectiva a p r o p i a c i ó n i n d í g e n a de textos
adivinatorios europeos, y en el tercero, el f u n c i o n a m i e n t o
de v í n c u l o s sociales en la d i f u s i ó n clandestina de textos r i -
tuales. N o se debe olvidar que la raison d'etrede este análi-
sis comparativo es la naturaleza fragmentaria de las fuentes
documentales existentes y la u t i l i d a d que tales compara-
ciones p u e d e n cobrar para la e l a b o r a c i ó n de estudios m o -
n o g r á f i c o s acerca de fuentes documentales m á s ricas y de

1 6
La transcripción alfabética colonial del náhuatl raramente marca¬
ba de manera sistemática dos propiedades fonológicas: las vocales largas
y las pausas dótales. En este trabajo, aunque los textos nahuas citados
no se regularizarán, se usará una transcripción sistemática al discutir
términos nahuas específicos. Siguiendo el sistema del jesuíta Horacio
Carochi, modernizado por ANDLS, 1975 y KARTTCNEN, 1983, las vocales
largas se indican con barras (e y á) y las pausas glotales con la letra h. To-
das las traducciones del náhuatl presentadas son del autor.
202 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

Mapa 1
I_A EXTIRPACIÓN DE IDOLATRÍAS EN LA REGIÓN COHUIXCA-TLALHUICA,
1584-1629

Línea divisoria entre Tlahuicaüalpan (al noreste) y Cohuix-


catlalpan (al suroeste)
En redondas: comunidades investigadas por Ruiz de Alarcón entre 1613¬
1629.
En cursivas: comunidades investigadas por otros extirpadores entre
1584-1625.
LA IDOLATRÍA LETRADA 203

Mapa 2
COMUNIDADES ZAPOTECAS CON CIRCULACIÓN
DE TEXTOS RITUALES CLANDESTINOS, 1629-1654

Xuquila •
204 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

difícil i n t e r p r e t a c i ó n , como son la centena de textos ritua-


les y adivinatorios confiscados p o r M a l d o n a d o en Villa Alta.

La situación legal de los textos clandestinos


indígenas en los siglos XVIy XVII

Ya que estos tres casos a b o r d a n la g e n e r a c i ó n y c i r c u l a c i ó n


"clandestina" de textos p o r parte de i n d í g e n a s , cabe preci-
sar las condiciones j u r í d i c a s que los m a r g i n a r o n y proscri-
b i e r o n . L a i m p r e s i ó n y venta de libros en la Nueva E s p a ñ a
estaba fuertemente regulada p o r autoridades inquisitoria-
les y seculares, las cuales i n t e n t a b a n confiscar todos los
ejemplares de libros p r o h i b i d o s p o r los frecuentes edictos
particulares del Santo Oficio. D e hecho, entre 1571 y 1698,
el t r i b u n a l i n q u i s i t o r i a l novohispano p r o m u l g ó 52 edictos
17
particulares referentes a libros p r o h i b i d o s . Para su difu-
s i ó n , los textos impresos doctrinales y devocionales d e b í a n
llevar impresa la "licencia del o r d i n a r i o " —es decir, la ex-
presa a p r o b a c i ó n de las autoridades eclesiásticas compe-
tentes. Finalmente, las Leyes de Indias p r o h i b í a n la i n t r o -
d u c c i ó n de libros "profanos y fabulosos" y de libros de
1 8
herejes a las colonias e s p a ñ o l a s .
D e s p u é s del Primer Concilio Mexicano (1555), aun las co-
pias manuscritas de textos doctrinales traducidos a lenguas
i n d í g e n a s atrajeron u n a cuidadosa r e g u l a c i ó n . Secundan-
d o las decisiones del C o n c i l i o de T r e n t o , éste d e c i d i ó re-
m o v e r toda copia de textos doctrinales en lenguas nativas
de manos i n d í g e n a s , y se falló que toda nueva t r a d u c c i ó n de-
b e r í a llevar tanto el n o m b r e de su autor como la a p r o b a c i ó n
de u n e x p e r t o eclesiástico c o m p e t e n t e en la lengua nativa
19
c o r r e s p o n d i e n t e . E n 1565, el Segundo C o n c i l i o r e i t e r ó la

1 7
ALBERRO, 1988, pp. 128-136.
1 8
Recopilación de las Leyes de Indias de 1681, Título 24, Leyes IHIy
XIIII. SARMIENTO, 1985, p. 97.
1 9
LORENZANA, 1769, pp. 143-144. Asimismo, las versiones españolas de
ciertos textos devocionales se vigilaban asiduamente. En 1574, el Santo
Oficio mexicano condenó el uso de oraciones dedicadas a la virgen en
cualquier lengua vulgar, ALBERRO, 1988, p. 128.
LA IDOLATRÍA LETRADA 205

p r o h i b i c i ó n al proveer que n o se p e r m i t i r í a a los i n d í g e n a s


poseer "Sermonarios. N ó m i n a s , n i otra cosa de Escriptura
escripia de mano, salvo la Doctrina Christiana aprobada p o r
20
los prelados, y traducida p o r los Religiosos Lenguas". E n
1585, el Tercer C o n c i l i o Mexicano f o r t a l e c i ó estas directi-
vas al dictar la pena de e x c o m u n i ó n para cualquier perso-
na involucrada e n la c i r c u l a c i ó n de textos doctrinales e n
lenguas nativas que n o h u b i e r a n r e c i b i d o la licencia d e l
21
o r d i n a r i o . Las transcripciones de textos rituales de o r i g e n
mesoamericano c a í a n bajo el r u b r o de supersticiones e ido-
latrías, y su censura estaba, c o m o se v e r á m á s adelante, e n
manos de los extirpadores de i d o l a t r í a s .

La extirpación de idolatrías en el centro


de México en el siglo XVII

Puesto que la m a y o r í a de los documentos referentes a espe-


cialistas rituales nahuas y zapotecos, citados e n este estudio,
p r o v i e n e n de diligencias contra i d ó l a t r a s , la c o m p r e n s i ó n
de su c o n t e x t o social d e m a n d a u n a m u y breve semblan-
za de la empresa a n t i i d o l á t r i c a en el centro de M é x i c o
durante el siglo XVII. Motivados en parte p o r las c a m p a ñ a s
teológicas y judiciales contra p r á c t i c a s cristianas n o orto-
doxas e n E s p a ñ a , Francia e Italia, durante la Contrarre-
22
f o r m a , u n n ú m e r o r e d u c i d o pero decisivo de p á r r o c o s
y frailes o r g a n i z a r o n c a m p a ñ a s en el á m b i t o local contra
p r á c t i c a s i n d í g e n a s designadas c o m o i d o l á t r i c a s o supersti-
ciosas e n el centro de M é x i c o y en Y u c a t á n . Si b i e n se h a b í a
excluido a los i n d í g e n a s del fuero de la I n q u i s i c i ó n d e s p u é s
del p l e n o establecimiento del p r i m e r t r i b u n a l novohispano
23
en 1 5 7 1 , existía de jure u n a complicada s i t u a c i ó n jurisdic-
24
c i o n a l que p e r m i t i ó a los obispos preservar defacto la fa-
20
ALBERRO, 1988, p. 202.
"LORENZANA, 1769a, p. 14.
22
Véase CERTEAU, 1982, pp. 30-36 v 345-357 v 1988, pp. 126-136; CHRIS¬
TIAN, 1981, y GINZBÜRG, 1980, passim.'
23

24
ALBERRO, 1988, p. 27 y GREENLEAF, 1988, p. 93.
GREENLEAF, 1965.
206 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

c u i t a d de otorgar competencia en casos de i d o l a t r í a a j u e -


ces eclesiásticos y visitadores de su particular e l e c c i ó n .
D e esta manera, durante la p r i m e r a m i t a d d e l siglo XVII,
el arzobispo de M é x i c o y los obispos de Oaxaca y Y u c a t á n
c o n c e d i e r o n la facultad de instruir casos de i d o l a t r í a en ca-
l i d a d de jueces o visitadores a u n g r u p o selecto de secula-
res cuyos intereses y aptitudes l i n g ü í s t i c a s los h a c í a n aptos
p a r a la tarea de e x t i r p a c i ó n . L a a p l i c a c i ó n , p o r parte de
algunos obispos, de prerrogativas y títulos que el Santo O f i -
cio novohispano consideraba c o m o propios, r e s u l t ó e n al-
gunos acrimoniosos litigios entre la I n q u i s i c i ó n y las auto-
25
ridades episcopales. N o s e r í a sino hasta principios del
siglo XVIII que el Provisorato de I n d i o s y Chinos del arzo-
bispado de M é x i c o inició u n a labor institucional centraliza-
26
d a e n casos de i d o l a t r í a s .
O b e d e c i e n d o los diversos criterios t e o l ó g i c o s y p o l í t i c o s
puestos e n j u e g o p o r los extirpadores y los obispos que los
apoyaban, estas extirpaciones se desarrollaron p r a g m á t i -
camente y d e n t r o de ciertos aislamientos social y t e o l ó g i c o ,
e n diversas comunidades i n d í g e n a s . E n t r e las principales
c a m p a ñ a s de la p r i m e r a m i t a d d e l siglo XVII, se cuentan las
siguientes: Pedro S á n c h e z de A g u i l a r e n el p a r t i d o de T i -
2 7
z i m í n (1597-1605 ) ; Bocanegra, Ponce de L e ó n , Prabes,
2 8
R i n c ó n y T o b a r en el valle de T o l u c a (1610) ; Ruiz de
A l a r c ó n e n las antiguas comarcas cohuixcas y tlalhuicas al
suroeste del valle de M é x i c o (1613-1629); De la Serna en
T e n a n t z i n c o , Xalatlaco y Zacualpan (1620-1640); Balsalo-
bre e n San M i g u e l Sola (1635 y 1654-1657); Villavicencio

El famoso Contra Idolorum Cultores de SÁNCHEZ DE AGUILAR, 1892, pp.


2 3

16-122, aborda estos conflictos. Como se verá más adelante, el obispo de


Oaxaca que alentó la extirpación de idolatría en Sola fue procesado por
1 P
la Inquisición por apropiación de un título de inquisidor .
2 6
En 1714, el provisor de indios Juan Castoreña y Urzúa organizó un
auto para penitenciar a cinco indios idólatras en la ciudad de México.
AGI, México, 278: Información del Provisor de Indios, 1715. Para una sín-
tesis del desarrollo de competencias del juzgado ordinario diocesano en
casos de idolatrías, véase ARAMONI, 1992 y VIQUEIRA, 1997.
2 7
AGI, Méxuo, 299: exp. de Pedro Sánchez de Aguilar, 1597-1605.
2
« AGI, MéxKO, 337: carta de Ponce de León, 17.05.1610, carta de fray
García Guerra, 27.05.1610. Véase también SERXA, 1892, pp. 288-291.
LA IDOLATRÍA LETRADA 207

2 9
en pueblos chochos e n Puebla (1680-1690) ; y m ú l t i p l e s
generaciones de d o m i n i c o s y de p á r r o c o s seculares e n d i -
ferentes regiones de Oaxaca (1560-1704).
Estas medidas t o m a r o n u n sesgo p a r t i c u l a r m e n t e
represivo e n el obispado de Oaxaca. A p r i n c i p i o s de l a
d é c a d a de 1560, algunos d o m i n i c o s c o m e n z a r o n a azotar
30
y a rapar i d ó l a t r a s , así c o m o a confiscar sus j o y a s ; e n T e -
t i q u i p a , c u a t r o i n d í g e n a s estuvieron a p u n t o de p e r e c e r
31
e n las llamas de u n auto de fe s i m u l a d o . E n t r e 1686 y
1690, tal vez a l e n t a d o p o r el e j e m p l o de la p r i s i ó n per-
p e t u a de herejes v j u d í o s de la c i u d a d de M é x i c o , el obis-
p o I s i d r o S a r i ñ a n a f u n d ó en la c i u d a d de Oaxaca, u n a
3 2
" p r i s i ó n p e r p e t u a de i d ó l a t r a s " " p o s t e r i o r m e n t e trans-
f e r i d a de l u g a r v r e e d i f i c a d a p o r el obispo M a l d o n a d o "
e n d o n d e se r e c l u y ó a m u c h o s maestros de i d o l a t r í a s y a
algunos de sus seguidores hasta mediados d e l siglo XVIII.
E n t r e 1720-1750, las estrategias de e v a n g e l i z a c i ó n e n e l
arzobispado de M é x i c o y el obispado de Oaxaca t o m a r o n
u n giro distinto. E n u n intento por eliminar paulatina-
m e n t e a las lenguas i n d í g e n a s c o m o lenguas de evan-
g e l i z a c i ó n , se f u n d a r o n cientos de escuelas de l e n g u a
e s p a ñ o l a e n ambas j u r i s d i c c i o n e s . Estos proyectos de cas-
t e l l a n i z a c i ó n a g r a n escala, que algunos obispos y p r e -
lados v e í a n c o m o u n a panacea que e l i m i n a r í a l a r a í z de
todos los p r o b l e m a s que a c o m p a ñ a b a n la e v a n g e l i z a c i ó n ,
c o n t i n u a r o n de diversas maneras hasta finales d e l siglo
33
XVIII.

2 9
Algunos documentos producidos por Balsalobre, De la Serna, Pon-
ce de León, Ruiz de Alarcón y Sánchez de Aguilar fueron publicados en
1892 en los Anales delMuseo Nacional de México, vol. 6 ( P época) (citados
aquí como SERNA, 1892 y Ruiz DE ALARCÓN, 1892. En 1692, Villavicencio
publicó un tratado en el que contrastó la idolatría grecorromana con la
del Nuevo Mundo y sumarizó sus campañas de extirpación.
3 0
AGI, México, 336 A, ff. 76v.-77r.; AGI, México, 69, ramo 4, núm. 47.
v AGI, México, 358, núm. 7; también existe una denuncia sobre Idó-
latras zapotecos orillados al suicidio por las acciones de extirpadores en
P F
AGI,ML ,358,exp.3bis.
0
3 2
AGI, México, 357: cartas del obispo de Oaxaca, 1679-1692.
33
HEATH, 1992.
208 DAVID EDUARDO TAVAREZ

EL TRATADO DE LAS SUPERSTICIONES. .

DE HERNANDO RUIZ DE ALARCÓN

3 4
E l beneficiado H e r n a n d o Ruiz de A l a r c ó n c o m p i l ó las
p r á c t i c a s orales rituales que se discuten en esta s e c c i ó n e n
u n tratado manuscrito (Tratado de las supersticiones y costum-
bres gentílicas...) escrito entre 1613 -—año en que c o m e n z ó
a perseguir a los i d ó l a t r a s — y 1629 — e l ú l t i m o a ñ o men-
c i o n a d o en el t e x t o — m e d i a n t e presiones, amenazas, ex-
hortes y denuncias de sus aliados en su c a m p a ñ a contra es-
pecialistas rituales nahuas. Este p á r r o c o r e c o l e c t ó conjuros
utilizados p o r once especialistas rituales masculinos y 18 fe-
m e n i n o s designados p o r su n o m b r e de pila en el tratado,
así c o m o p o r u n n ú m e r o desconocido de especialistas a n ó -
n i m o s . Éstos habitaban u n total de 30 comunidades situa-
das en seis jurisdicciones distintas —Chilapa. Cuautla A m i l -
pas, Cuernavaca, Iguala, T a x c o y Tistla— que actualmente
f o r m a n parte de los estados de G u e r r e r o , M é x i c o y M o r e -
los (véase el mapa 1 ) .
L a carrera de Ruiz de A l a r c ó n c o m o extirpador revela al-
gunas contradicciones institucionales e n la lucha contra los
i d ó l a t r a s durante el siglo XVII: c o m o cura beneficiado de la
p a r r o q u i a de A t e n a n g o d e l R í o , Ruiz de A l a r c ó n n o t e n í a ,
de jure, n i n g u n a j u r i s d i c c i ó n preestablecida referente a ca-
sos de s u p e r s t i c i ó n o i d o l a t r í a . Sin embargo, al empezar
a i m i t a r los autos de fe de la I n q u i s i c i ó n e n su p a r r o q u i a
e n 1613, fue investigado el siguiente a ñ o p o r el i n q u i s i d o r
a p o s t ó l i c o de M é x i c o y el m i n i s t r o d e l Santo Oficio de Te-
p o z t l á n ; este ú l t i m o d e t e r m i n ó que el beneficiado h a b í a ac-
tuado " m á s de i g n o r a n c i a que de malicia", y c o n loables i n -

3 4
Nacido en el seno de una próspera familia minera en Taxco, Her-
nando Ruiz de Alarcón tuvo dos hermanos con carreras mucho más exi-
tosas que la suya. Uno de ellos era Juan Ruiz de Alarcón, el celebrado
dramaturgo del Siglo de Oro español y miembro del Consejo de Indias.
El otro era el cura secular Pedro Ruiz de Alarcón, quien ocupó el no des-
preciable beneficio de Tenango cerca de Taxco (AGI, México, 231, no.
11, 1613), y terminó su carrera como capellán del Colegio Real de Ni-
ños en la ciudad de México. AGI, México, 38, núm. 34, cartas del virrey
Duque de Albuquerque, 1657.
LA IDOLATRÍA LETRADA 209

35
tenciones. Posteriormente, el arzobispo P é r e z de la Ser-
na n o m b r ó a R u i / de A l a r c ó n j u e z eclesiástico; bajo esta de-
n o m i n a c i ó n , y m e d i a n d o la a p r o b a c i ó n arzobispal, este be-
neficiado d e d i c ó g r a n parte de su t i e m p o y esfuerzos a la
e x t i r p a c i ó n de i d o l a t r í a s .
El Tratado de Ruiz de A l a r c ó n contiene aproximadamente
66 transcripciones de distintos conjuros c o n variados fines
36
propiciatorios o a d i v i n a t o r i o s . E n ellos, ios actos r e t ó r i c o s
rituales f o r m a n la c o l u m n a vertebral para la e j e c u c i ó n de
rituales diversos. Este g é n e r o o r a l estaba caracterizado p o r
la complicada manera de designar entidades diversas p o r me-
d i o de nombres: u n n ú m e r o i m p r e s i o n a n t e de e p í t e t o s c o n
paralelismos m o r f o l ó g i c o s y sintácticos se usaban para n o m -
brarse a u n o m i s m o c o m o u n a deidad, para n o m b r a r las
divinidades propiciadas, y para designar las entidades par-
ticipantes e n los c o n j u r o s : manos, soga, tabaco, c u c h i l l o ,
paciente, venado, e t c é t e r a . L a d e s i g n a c i ó n n a h u a de este
g é n e r o era s e m á n t i c a m e n t e transparente: algunos especia-
listas revelaron a Ruiz de A l a r c ó n que estos actos r e t ó r i c o s
se l l a m a b a n náhualtócáitl, o N o m b r e s de H e c h i c e r o .

Los conjuros escritos recopilados por Ruiz de Alarcón

E n los comentarios que a c o m p a ñ a n a los 66 conjuros trans-


critos, Ruiz de A l a r c ó n alude a cinco conjuros distintos que
f u e r o n transcritos i n d e p e n d i e n t e m e n t e p o r especialistas r i -
tuales alfabetizados (véase el c u a d r o 1 ) . El ejemplo m á s no-
torio corresponde a u n conjuro para viajar y llevar cargas que
fue c o m p i l a d o d e s p u é s de que u n i n f o r m a n t e descubriera

3 3
AGN, Inquisición, vol. 304, exp. 39 bis, ff. 259r.-267v.
» Nuesa* actual comprensión de los conjuros nahuas del Tratado
- b i e n conocidos y frecuentemente citados- se apoya en la brillante
elucidación de sus metáforas por LÓPEZ AUSTIN, 1967a, y en la lingüísti-
camente exhaustiva edición crítica de ANDREWS y HASSIG, 1984, que fuera
precedida por una edición crítica de COE y WHITTAKER, 1982. No obstan-
te, a excepción de TAVÁREZ, 1996, no existe ningún comentario sobre la
evidencia textual de la transmisión oral de los epítetos p a r a l í t i c o s del
Tratado, ni sobre la estructura lingüística y retórica de dichos epítetos.
210 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

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LA IDOLATRÍA LETRADA 211

u n a v e r s i ó n p o r escrito. S e g ú n Ruiz de A l a r c ó n , Francisco


de Santiago, u n residente d e l p u e b l o de Santiago que s a b í a
leer p o r haberse criado e n el hogar d e l p á r r o c o , r e c o g i ó u n
"papel escrito" en la vera de u n c a m i n o y l o llevó al extir-
pador, q u i e n n o tuvo d i f i c u l t a d alguna e n identificar a su
autor, pues el texto estaba firmado p o r el s a c r i s t á n del ve-
cino pueblo de Cuetlaxxochitla, "que apenas sabía escribir".
Ruiz de A l a r c ó n hizo comparecer al sacristán, q u i e n c o n f e s ó
que el original se le h a b í a p e r d i d o , y que n o t e n í a n i n g u n a
37
i n f o r m a c i ó n acerca de su a u t o r . A u n q u e se p o d r í a d u d a r
de la imparcialidad de Francisco de Santiago, este caso mues-
tra que u n conjuro r i t u a l p o d í a ser r e p r o d u c i d o p o r u n i n -
d í g e n a nahua semialfabetizado c o n u n a p o s i c i ó n oficial e n
u n a p a r r o q u i a . Si se e l i m i n a la p o s i b i l i d a d de que el sacris-
t á n h u b i e r a sido i n c r i m i n a d o , el hecho de que el texto h u -
biera estado firmado sugiere dos conclusiones posibles:
o b i e n la t r a n s c r i p c i ó n de estos conjuros n o era vista c o m o
u n c r i m e n en Cuetlaxxochitla y A t e n a n g o d e l R í o antes de
la llegada de Ruiz de A l a r c ó n , o b i e n existía la m o t i v a c i ó n
de identificar al autor y d u e ñ o d e l texto en el espacio social
e n que é s t e p o d r í a llegar a circular.
O t r a m e n c i ó n sobresaliente de u n conjuro escrito aparece
e n la e x p l i c a c i ó n ofrecida p o r Ruiz de A l a r c ó n sobre u n con-
j u r o para cazar venados c o n lazos. Mientras que la abru-
m a d o r a m a y o r í a de los conjuros en este tratado poseen de
dos a cuatro secciones, este c o n j u r o es el m á s largo de los
transcritos p o r Ruiz de A l a r c ó n , ya que tiene 22 seccio-
nes distintas. A l parecer, el texto o r i g i n a l i n c l u í a instruc-
ciones m e t a l i n g ü í s t i c a s concisas para llevar a cabo ciertos
actos durante el curso del ritual. A l final de la d e c i m o s é p t i m a
s e c c i ó n del conjuro, Ruiz de A l a r c ó n afirma: "Dice luego en
el papel: Otlamic: nauhcampa toyohuaz. Tic yehecoz; q [ u a e ]
d [ i c a t ] , acabado el c o n j u r o g r i t a r á s hazia los quatro vientos
38
fuertemente c o m o se declara e n l o que se sigue".
A l final de la siguiente s e c c i ó n , se transcribe otra i n -
d i c a c i ó n m e t a l i n g ü í s t i c a : "Luego dize toyohuaz, q [ u a e ]

Ruiz DE ALARCÓN, 1892, pp. 156-157.


Ruiz DE ALARCÓN, 1892, p. 164.
212 DAVID EDUARDO TAVAREZ

d [ i c a t ] d a r á muchas vozes c o m o fiera. Luego tras ese par-


lamento les m a n d a su regla que t o r n e n a dar vozes y alari-
dos c o m o queda d i c h o arriba [ . . . ] "
U n a directiva final está transcrita en itálicas en el ma-
nuscrito o r i g i n a l de Ruiz de A l a r c ó n para diferenciarla d e l
texto del conjuro, y parece traducir u n a i n d i c a c i ó n pre-
sente en el texto original: "Si con esto n o v i n i e r o n se les or-
dena —yoyohuaz coyotzaziz quitoz— que brame m u c h o y d i -
39
ga-to/mz".
E l tercer c o n j u r o transcrito p e r t e n e c i ó a la ú n i c a espe-
cialista ritual alfabetizada de g é n e r o femenino identificada
p o r su n o m b r e en el Tratado. Petronilla, u n a curandera de
Tlayacapan, curaba la fiebre terciana c o n el siguiente con-
j u r o : " [ . . . ] vsaba para las giciones dar u n bebedico que era
el coanenepilU y la ruda, deshechas en el agua, y a ñ a d í a l e s
otro conjuro semejante a los d e m á s , el qual en el papel que
le t e n í a escrito p r i n c i p i a b a c o n ka motlatlauhtia in atl,
que en castellano quiere degir: 'con esta o r a c i ó n se hage sú-
40
plica al agua'".
C o n este breve c o n j u r o de sólo tres frases completas, se
propiciaba a la d e i d a d mexica del agua, C h a l c h i h u i t l Icue.
Curiosamente, su autor e m p l e ó lenguaje figurativo tomado
directamente del discurso d o c t r i n a l en n á h u a t l : el pacien-
te r e c i b í a el e p í t e t o de "criatura de Dios" (Dios ítlachihudl-
tzin), y se llamaba al d o l o r de la fiebre "justicia del cielo" (in
ilhuicac j u s t i c i a ) .
El cuarto c o n j u r o escrito confiscado p o r Ruiz de A l a r c ó n
contiene, a su vez, u n a f ó r m u l a cristiana que se e n s e ñ a b a de
m e m o r i a durante el aprendizaje de la d o c t r i n a cristiana. E n
u n conjuro para adormecer a u n a víctima para robarla o vio-
il
larla, u n a n ó n i m o hipnotista o temácpaühtotihqui, d e s p u é s de
proclamar r i t u a l m e n t e su i d e n t i d a d con la de cinco deida-

Ruiz DE ALARCÓN, 1892, Tratado de las supersticiones..., BMNA, Co-


3 9

lección Antigua 160, 42 v. Tahui es también el único vocablo en el tex-


to del Tratado que no es un elemento léxico del náhuatl.
Ruiz DE ALARCÓN, 1892, p. 217.
4 0

LÓPEZ AUSTTN, 1966, 1967 y 1967a, ha identificado este conjuro con


4 1

el que usaban los témdcpalihtótihqueh, los famosos hipnotistas ladrones y


violadores mexicas descritos por Sahagún. Véase ANDERSON y D.BBLE, 1979
LA IDOIATRÍA LETRADA 213

des nahuas distintas —Tezcatlipoca, X o l o t l , Moquehquelo-


atzin (Burlador de Sí Mismo, u n e p í t e t o de Tezcatlipoca), M o -
yohualihtoatzin (El Que Habla de Noche, u n e p í t e t o de X i -
p e ) , y Yohuallahuantzin (Ebrio de Noche, o t r o e p í t e t o
de X i p e ) — concluye el conjuro con la f ó r m u l a latina trun-
42
ca in nomine domini.
U n q u i n t o y final ejemplo de u n c o n j u r o escrito p o d r í a
contener signos n o alfabéticos d e n t r o de su v e r s i ó n trans-
crita. A l transcribir u n e n i g m á t i c o c o n j u r o para hacer san-
grías e n el que todos los participantes en el proceso r i t u a l
—venas, manos, aguja, sangre, agua, e n f e r m e d a d — h a b í a n
sido designados con e p í t e t o s , Ruiz de A l a r c ó n a s i g n ó u n a
letra d e l alfabeto a cada u n o de ellos. A l llegar al e p í t e t o da-
do a la enfermedad, el e x t i r p a d o r a ñ a d i ó la siguiente des-
c r i p c i ó n de u n c a r á c t e r e n i g m á t i c o que se encontraba en
el texto original: "(R) Ea, ya arredraos, dioses silvestres, etc.,
d o n d e p o n e n este c a r á c t e r X, y p o r él e n t i e n d e n al ene-
m i g o o a Belcebut, que c o m o superior a los d e m á s a q u i e n
l l a m a n dioses siluestres o menores, los quite de adonde da-
ñ a n al enfermo; y assí los l l a m a verdes, y luego a r a ñ a s ver-
des, y p o n e allí otro c a r á c t e r , el que p o r decir a r a ñ a s de los
4 3
demonios [ . . . ] "
Este c a r á c t e r es representado e n el manuscrito original
c o m o el trazo de u n a X , y b i e n p o d r í a haber sido una re-
p r e s e n t a c i ó n p i c t o g r á f i c a o i d e o g r á f i c a de las enfermeda-
des designadas c o m o " a r a ñ a s de la suciedad" (tlahzoltocatl)
e n el c o n j u r o .

La reproducción oral y escrita de conocimientos


rituales nahuas: los epítetos del tabaco

E l e p í t e t o construido con base e n expresiones paralelas


que aparece c o n mayor frecuencia e n estos conjuros es
aquel que denota al piciyetl—Nicotiana rustica, u n a especie

4 2
ANDREWS y HASSIG, 1984, pp. 78-80.
4 3
Ruiz DE ALARCÓN, 1892, p. 208.
214 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

44
h e r b á c e a de t a b a c o que se utilizaba en tantos contextos
rituales que Ruiz de A l a r c ó n la llamaba "el p e r r i t o de todas
bodas". L a d i s t r i b u c i ó n tan extensa de este e p í t e t o da lugar
a u n a interesante c o m p a r a c i ó n sobre la r e p r o d u c c i ó n si-
m u l t á n e a p o r m e d i o de la o r a l i d a d y la escritura de u n ele-
m e n t o esencial d e l g é n e r o d e l náhualtócáitl —los e p í t e t o s
p a r a l e l í s t i c o s — entre los especialistas rituales nahuas per-
seguidos p o r Ruiz de A l a r c ó n entre 1613 y 1629.
E l m o d e l o c a n ó n i c o d e l e p í t e t o para el piciyetl, c o m o
puede apreciarse p o r m e d i o de siete variantes utilizadas en
seis conjuros distintos (véase el cuadro 2 ) , se p u e d e defi-
n i r c o m o u n p a t r ó n paralelo c o n dos partes. L a p r i m e r a ,
45
es u n a e x p r e s i ó n n u m é r i c a , "Nueve (veces)", y se coloca
siempre al p r i n c i p i o d e l e p í t e t o . L a segunda, es u n a cons-
t r u c c i ó n verbal que usualmente i n d i c a la a c c i ó n de gol-
pear o frotar, y siempre se usan verbos distintos en cada
u n o de los dos e p í t e t o s que f o r m a n la c o n s t r u c c i ó n parale-
la. Dos de las variantes d e l e p í t e t o d e l piciyetl se encuentran
en u n o de los conjuros r e p r o d u c i d o s p o r escrito —para la
caza de venados c o n lazo— y d i f i e r e n solamente e n la i n -
s e r c i ó n de in ( u n a p a r t í c u l a d e í c t i c a ) y tlah ( u n a p a r t í c u -
la de i n t e n s i f i c a c i ó n ) . Las otras c i n c o variantes son m u y si-
milares a las dos transcritas e n t é r m i n o s de su m o r f o l o g í a .
De h e c h o , si se descarta el e m p l e o variable de u n a gama
de sufijos nominales p r o p o r c i o n a d o s p o r los diversos usua-
rios d e l e p í t e t o d e l piciyetl (-tli, -li, -tzin o n i n g u n o ) , se puede
afirmar que el e p í t e t o p a r a l e l í s t i c o d e l piciyetl se construye
siempre c o n u n a l i m i t a d a gama de cuatro verbos: tzohtzon-
( g o l p e a r ) , capani- (hacer crujir p o r golpe o f r i c c i ó n ) , máte-
lo- (triturar, f r o t a r ) , y el m á s infrecuente patlánir (volar). E n
el cuadro 3, se m u e s t r a n dos variantes menos frecuentes
del m i s m o e p í t e t o : la p r i m e r a parte se c o m p o n e de u n
color (verde, a m a r i l l o ) , y la segunda es variable, pues pue-
de c o n t e n e r u n o de los verbos antes mencionados, o u n

44
ANDREWS y HASSIG, 1984, p. 251.
4 5
Esta referencia podría indicar una asociación mitohistórica entre
el piciyetly los nueve niveles del inframundo nahua.
LA IDOLATRÍA LETRADA 215

Cuadro 2
PATRÓN DE FORMACIÓN DEL EPÍTETO DEL PICLYETL

Primer e Segundo elemento: Núm. de


núm. 9 sílabas Contexto del epíteto Fuente

chiucnauh tlatetwhtzon-alli Conjuro escrito ANDREWS


Nueve [veces] Golpeado-Con-Piedra para caza de y HASSIC,
venados con soga 1984,
pp. 94-104

chiucnauh
Nueve [veces] Hecho-Crujir-Con-Piedra
in chiucnauh Tlatecapanilli 9 Conjuro por escrito ANDREWS
Nueve [veces] HechoCrujir-Con-Piedra para caza de y HASSIG,
venados con soga pp. 94-104

chiucnauh tlah-tlatetzohtzon-alli 9
Nueve [veces] Golpeado-Con-Piedra
chiucnauh tlatecapanilli 8 Primer conjuro ANDREWS
Nueve [veces] Hecho-Crujir-Con-Piedra de adivinación y HASSIG,
mediante la p. 1 4 4
medición del
antebrazo
chiucnauh tlah-tlamatelolli
Nueve [veces] Tri turado-Con-la-Mano
chiucnauh tlatetzohtzon-tli Tercer conjuro ANDREWS
Nueve [veces] Golpeado-Con-Piedra de adivinación y HASSIG,
mediante la p. 149
medición del
antebrazo
chiucnauh tlamatelolli
Nueve [veces] Triturado-Con-la-Mano
chiucnáuhpa tlatetzohtzon Conjuro para curar ANDREWS
Nueve [veces] Golpeado-Con-Piedra dolores de cabeza y HASSIG,
p. 168
chiucnauh Üamätelölli
Nueve [veces] Triturado-Con-la-Mano
chiucnáuhpa tlatetzohtzon-alli Conjuro para curar ANDREWS
Nueve [veces] Golpeado-Con-Piedra dolores de cabeza y HASSIG,
p. 165
cniucnautipa tlamatelolli
Nueve [veces] Triturado-Con-la-Mano
chiucnauh tlatetzohtzon-al Conjuro para curar ANDREWS
Nueve [veces] Golpeado-Con-Piedra con picaduras de y HASSIG,
aguja p. 194
chiucnauh pahpatlán-tzin
Nueve [veces] Volador-Honorable
216 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

sustantivo (sacerdote). Sin embargo, s ó l o dos de las nueve


variantes d e l e p í t e t o d e l piciyetl, recopiladas p o r Ruiz de
A l a r c ó n , siguen ese p a t r ó n .

Cuadro 3
VARIACIONES DEL PATRÓN DEL EPÍTETO DEL PICIYETL

Primer elemente
>: Segundo elemento: Núm. de
color variable sílabas Contexto del epíteto
Fuente
xoxóhuic Tlatecapanil-tzin 9 Conjuro para ANDREWS
Verde Hon. Hecho-Crujir- cargar bultos y HASSIG,
Con-Piedra y viajar con 1984,
seguridad p. 85
por escrito

xoxóhuic Tkitetzohtzonal-tzin 9
Verde Hon. Golpeado-
Con-Piedra

cozáuhqui Tlamacazqui 7 Segundo conjuro ANDREWS


Amarillo Sacerdote de adivinación y HASSIG,
mediante la 1984,
medición del p. 147
antebrazo
xoxóuhqui Tlamacazqui 7
Verde Sacerdote

Estos ejemplos representan la v a r i a b i l i d a d que se espe-


r a r í a encontrar en u n g r u p o de especialistas rituales que i n -
t e n t a r a n r e p r o d u c i r de m e m o r i a y c o n algunas concesio-
nes a sus preferencias individuales, el p a t r ó n c a n ó n i c o de
u n e p í t e t o p a r a l e l í s t i c o t r a n s m i t i d o de m a n e r a exclusiva-
m e n t e oral de u n a a otra g e n e r a c i ó n . A l parecer, a ú n las va-
riantes de este e p í t e t o transcritas p o r especialistas alfabeti-
zados e n dos textos diferentes — e l c o n j u r o para cazar
venados y el c o n j u r o para cargar bultos y viajar— compar-
t í a n la v a r i a b i l i d a d m o r f o l ó g i c a y s e m á n t i c a que se espera-
r í a e n c o n t r a r e n u n proceso oral de t r a n s m i s i ó n interge-
n e r a c i o n a l . De c u a l q u i e r manera, la r e p r o d u c c i ó n de u n
g é n e r o o r a l era el objetivo esencial que c o m p a r t í a n , sin
c o n t r a d i c c i ó n alguna, estos especialistas rituales nahuas
LA IDOLATRÍA LETRADA 217

tanto p o r m e d i o de transcripciones alfabéticas c o m o de


manera oral. L a ausencia de u n impacto d r a m á t i c o e n la
t r a n s m i s i ó n o r a l de los náhualtocáitl debido a la i n t r o d u c -
c i ó n de transcripciones alfabéticas a p r i n c i p i o s d e l siglo
XVII puede ser u n a simple c u e s t i ó n a r i t m é t i c a . D e s p u é s
de todo, sólo cinco de 66 conjuros transcritos p o r Ruiz de
A l a r c ó n — 7 % del t o t a l — f u e r o n recogidos c o m o textos es-
critos i n d e p e n d i e n t e m e n t e .
Por otra parte, Ruiz de A l a r c ó n rara vez m e n c i o n a la exis-
tencia de especialistas rituales alfabetizados, y su a c t i t u d ha-
cia la c i r c u l a c i ó n clandestina de textos rituales nahuas con-
trasta c o n la de otros extirpadores de i d o l a t r í a s d u r a n t e el
siglo XVII. E n c o n t r a d i c c i ó n a las políticas seguidas p o r otros
p á r r o c o s , Ruiz de A l a r c ó n n o t o m ó la m e d i d a h a b i t u a l de
quemar estos textos clandestinos en p ú b l i c o , y al parecer n o
impuso penas adicionales a los autores o poseedores de tex-
tos rituales clandestinos. E l tercer caso discutido e n este en-
sayo sugiere que u n a a c t i t u d tan liberal hacia la c i r c u l a c i ó n
de textos i n d í g e n a s clandestinos n o fue la n o r m a entre los
extirpadores de mediados d e l siglo x v i l .

LAS MISCELÁNEAS DEVOCIONALES NAHUAS


DE LOS SIGLOS XVI Y XVII

Algunas comunidades i n d í g e n a s c i r c u n v a l a r o n las p r o h i b i -


ciones impuestas p o r los Concilios Mexicanos, las a u t o r i -
dades eclesiásticas, y los r e q u e r i m i e n t o s d e l o r d i n a r i o me-
diante la c i r c u l a c i ó n clandestina de copias manuscritas de
textos rituales y devocionales entre círculos de lectores. A u n -
que existen m u y pocos ejemplos de los textos que p o d r í a n
haber circulado de esta manera — y aun menos i n f o r m a c i ó n
sobre el f u n c i o n a m i e n t o de tales c í r c u l o s — la breve consi-
d e r a c i ó n de algunos ejemplos conocidos p e r m i t e n llegar a
u n a c a r a c t e r i z a c i ó n i n i c i a l de este t i p o de l i t e r a t u r a .
E n p r i m e r lugar, estas obras t i e n d e n a existir c o m o co-
lecciones m i s c e l á n e a s de g é n e r o s rituales o devocionales,
producidas p o r varios escribanos, y c o n anotaciones hechas
p o r diversos lectores. E l m a n u s c r i t o a n ó n i m o e n l e n g u a
218 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

n á h u a t l , c o n o c i d o c o m o Fonds Mexicain 367 de la Bibliote-


ca N a c i o n a l de P a r í s , contiene u n sermonario para la ma-
y o r parte de los d o m i n g o s d e l a ñ o , u n a t r a d u c c i ó n de u n
tratado l a t i n o sobre el b u e n g o b i e r n o , y u n breve m o n ó l o -
go sobre la correcta v e n e r a c i ó n de i m á g e n e s cristianas. L a
naturaleza clandestina de esta obra m i s c e l á n e a , que lleva
la fecha de 1559 al final de u n a de sus secciones, es sugeri-
da p o r las fojas 62v.-63r. Éstas se a b r e n para revelar u n tex-
to e s p a ñ o l devocional que n o tiene r e l a c i ó n alguna c o n el
s e r m ó n en n á h u a t l en el que e s t á n insertas; tal subterfugio
p o d r í a haber ocultado de miradas inquisitivas el contenido
real d e l v o l u m e n .
E n segundo lugar, si b i e n la c i r c u l a c i ó n de estos ma-
nuscritos n o estaba autorizada de 1555 e n adelante, n o era
frecuente que el c o n t e n i d o de é s t o s cuestionara o distor-
sionara el discurso cristiano de e v a n g e l i z a c i ó n . El conte-
n i d o d e l Codex Ind. 7 de la Biblioteca J o h n C á r t e r Brown,
p r o d u c i d o al parecer antes de 1572 p o r m i e m b r o s nahuas
4 6
de la C o f r a d í a d e l Rosario de l a c i u d a d de M é x i c o , n o era
i n t r í n s e c a m e n t e p o l é m i c o . Solamente las traducciones al
n á h u a t l que el m a n u s c r i t o contiene de algunos libros d e l
Antiguo Testamento rara vez traducidos a lenguas i n d í g e n a s
—Cantar de los Cantares, Ezequiely Apocalipsis— p o d r í a haber
sido cuestionada p o r los criterios de T r e n t o . L a parte m á s
o r i g i n a l e interesante de este texto c o n t i e n e u n a v e r s i ó n al
n á h u a d de los viajes de San A m a r o a través de la cartogra-
47
fía i m a g i n a r i a de la E u r o p a m e d i e v a l .

Una miscelánea devocional nahua de mediados del siglo XVII:


el Fonds M e x i c a i n 381

E n esta s e c c i ó n , se h a r á u n a breve d e s c r i p c i ó n del conte-


n i d o d e l Fonds Mexicain 381 de la Biblioteca N a c i o n a l de
París, u n a m i s c e l á n e a nahua i n é d i t a de textos devocionales

46
BURKHART, 1995.
4 7
La traducción inglesa con comentarios críticos sobre este texto se
encuentra en BURKHART, 1995.
LA IDOLATRÍA LETRADA 219

y adivinatorios. Tres criterios hacen que este texto sea rele-


vante al presente análisis. E n p r i m e r lugar, esta obra mues-
tra la a m p l i a variedad de g é n e r o s y t ó p i c o s que p o d r í a n
haber abordado los textos clandestinos e n n á h u a t l . E n se-
g u n d o lugar, puesto que su p r o d u c c i ó n y uso es a p r o x i -
m a d a m e n t e c o n t e m p o r á n e a c o n los conjuros recopilados
p o r Ruiz de A l a r c ó n y c o n los textos c a l e n d á r i c o s de San
M i g u e l Sola, su c o n t e n i d o refleja las p r á c t i c a s de escritura
de u n g r u p o de lectores i n d í g e n a s que p o d r í a n ser con-
trastadas c o n las de los especialistas rituales mencionados
en los dos casos restantes. E n tercer lugar, d i c h o texto ma-
nuscrito contiene la ú n i c a a d a p t a c i ó n al n á h u a t l realizada
durante el siglo XVII y hoy conocida de u n texto europeo
sobre la i n t e r p r e t a c i ó n de los signos del zodiaco.
El Fonds Mexicain 381 es u n manuscrito de sesenta p á g i -
nas que f o r m a b a parte de la e x t r a o r d i n a r i a c o l e c c i ó n d e l
4 8
estudioso italiano L o r e n z o B o t u r i n i . A l parecer, esta o b r a
fue comprada e n M é x i c o c o n otros antiguos componentes
de la c o l e c c i ó n B o t u r i n i p o r el coleccionista f r a n c é s Jo¬
seph-Marie A u b i n , q u i e n se llevó consigo u n a c o l e c c i ó n de
cerca de 400 documentos ú n i c o s al regresar a P a r í s e n
1840. Si se p u d i e r a descartar la posibilidad de que esta obra
h u b i e r a sido elaborada p o r u n coleccionista a p a r t i r de u n
c o n j u n t o aleatorio de textos i n d í g e n a s , la c a r a c t e r í s t i c a
p r i n c i p a l de este texto s e r í a la asombrosa diversidad de g é -
4 9
neros devocionales contenidos e n é l . Esta obra, redacta-

4 8
El historiador criollo Veitia copió la correlación entre los calen-
darios tarasco y gregoriano que contiene este manuscrito del original,
o de una copia de mano de Boturini. Veitia afirma: "Este papel copié de
uno de los que se guardan en el oficio de Govierno de Dn. Joseph Go-
rráez de los entregados a Dn. Lorenzo Boturini, de cuia letra está, en la
misma forma que esta Copia sin rótulo, nota o declaración algíunla de
lo que es [...]; en mi dictamen, es fragmento de Kalendario de Mi-
chuacán. Lo copié de mi puño en 3 de Abril de 1756". BNP, Fonds Me-
xicain, 249, Calendario de Michoacán, Ir.
« La diversidad de los textos misceláneos contenidos en el Codex Ind.
7 de laJCB y los Fonds Mexicain 23-24 y 367Mugieren que el abigarrado
contenido del Fonds Mexicain 381 no es único. La alternancia de tres ma-
nos de copista en dicho documento sugieren también una cierta unidad
220 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

da e n n á h u a ü excepto en los casos que se indican, inicia


con varias oraciones meditativas, y contiene luego u n a enu-
m e r a c i ó n devocional de las espinas de la corona de Jesu-
cristo, u n persignum crucis b i l i n g ü e ( o t o m í y n á h u a t l ) , u n a
t r a d u c c i ó n al n á h u a t l de u n texto l a t i n o sobre la vida de
San N i c o l á s de T o l e n t i n o , u n a c o r r e l a c i ó n entre el calen-
d a r i o gregoriano y el tarasco, u n a lista de días de santos, al-
gunas oraciones en u n l a t í n e q u í v o c o transcritas p o r u n ha-
blante nativo de n á h u a ü , y breves oraciones diversas en
l a t í n , e s p a ñ o l y n á h u a t l . E l texto concluye c o n u n a s e c c i ó n
verdaderamente mi generis: u n breve texto sobre los signos
d e l zodiaco, sus efectos sobre personas nacidas bajo ellos,
y su c o r r e l a c i ó n c o n el calendario cristiano.
Tres anotaciones i n d i c a n que esta m i s c e l á n e a se utilizó
desde p r i n c i p i o s de la d é c a d a de 1630 hasta mediados del
50
siglo X V I I . Desafortunadamente, c o m o sucede c o n las
otras obras m i s c e l á n e a s antes mencionadas, es imposible
precisar la i d e n t i d a d d e l a u t o r (o autores), o la localidad
exacta en que fue p r o d u c i d a . Si b i e n el n á h u a t l p r e d o m i -
n a c o m o lengua de r e d a c c i ó n , la presencia de elementos
m í n i m o s e n o t o m í y p h u r é p e c h a sugiere que este manus-
c r i t o fue p r o d u c i d o p o r autores de habla n á h u a t l que v i -
v í a n cerca de c o m u n i d a d e s o t o m í e s y p h u r é p e c h a s e n el
oeste o noroeste del valle de T o l u c a . Tres jurisdicciones co-
loniales c o n t e n í a n tal diversidad l i n g ü í s t i c a : Q u e r é t a r o ,
51
MetepecyTemazcaltepec.

documental. Sin embargo, la ausencia de datos sobre el origen de este


documento no permiten llegar a una conclusión definitiva al respecto.
En la página 24, se encuentra una lista de días de santos con ¿ a n o -
tación marginal "a[n]nus 1633"; en la página 45 hay una breve nota en
náhuatl referente a lafiestade la Asunción de 1639;finalmente,al mar-
gen de la correlación entre los calendarios gregoriano y tarasco, una no-
te en náhuatl indica que una mujer llamada Cacerina huyó de su hogar
en 1654.
51
GERHARD, 1972.
LA IDOLATRÍA LETRADA 221

Del tonalámatl al horóscopo: una versión nahua


del zodiaco europeo

L a lista de días festivos e n la p á g i n a 24, y la s e c c i ó n sobre


el zodiaco en las p á g i n a s 47-54 d e l Fonds Mexicain 381 su-
g i e r e n que estas secciones f u e r o n inspiradas p o r la lectura
de u n l i b r o de horas europeo. A u n q u e las p á g i n a s 47-54 n o
e s t á n organizadas s e g ú n el f o r m a t o t í p i c o de u n l i b r o de
horas, su c o n t e n i d o sugiere que su a u t o r n a h u a c o n s u l t ó ,
si n o u n libro de horas c o n u n a e x p l i c a c i ó n somera de los
signos d e l zodiaco, sí a l g ú n t e x t o e u r o p e o referente a la
i n t e r p r e t a c i ó n d e l zodiaco. E n estas p á g i n a s se encuentra
u n texto breve acerca de los vientos cardinales, u n a corre-
l a c i ó n entre días de la semana, signos d e l zodiaco, y ele-
m e n t o s p r i m o r d i a l e s (tierra, fuego, agua y v i e n t o ) , a s í
c o m o u n a c o r r e l a c i ó n e n t r e meses y signos zodiacales.
U n l i b r o de horas e u r o p e o t í p i c o asignaba u n a p á g i n a a
cada mes d e l a ñ o ; cada p á g i n a c o n t e n í a u n a i l u s t r a c i ó n ,
u n a ' c o r r e l a c i ó n entre d í a s d e l mes (indicados p o r n ú m e -
ros) y d í a s de la semana (indicados p o r las letras entre ay
g), u n a lista de d í a s festivos, y la c o r r e l a c i ó n h a b i t u a l entre
52
meses, signos d e l zodiaco, y d í a s de la semana. E l ejemplo
m á s sobresaliente de la r e p r o d u c c i ó n d e l f o r m a t o de u n l i -
b r o de horas europeo, p o r parte de escribanos nahuas, se
e n c u e n t r a en las o c h o p á g i n a s iniciales d e l Codex Mexica-
53
nus, u n manuscrito en n á h u a t l y e s p a ñ o l m e j o r c o n o c i d o
p o r la r e p r e s e n t a c i ó n p i c t o g r á f i c a y a l f a b é t i c a de migra-
ciones mexicas. E n este texto, cada u n a de estas p á g i n a s co-
rresponde a u n mes d e l calendario g r e g o r i a n o desde ma-
yo hasta d i c i e m b r e . E n cada p á g i n a , los d í a s de la semana
e s t á n representados p o r letras, y algunos de los días de san-
tos m á s i m p o r t a n t e s e s t á n designados p o r m e d i o de picto-
5 4
gramas c o n c o n t e n i d o f o n é t i c o e n n á h u a t l . Este manus-

5 2
Un hermoso ejemplar que sigue este patrón es el manuscrito d.
22715 Cluny, un libro de horas del siglo XV con miniaturas iluminadas
preservado en el Musée du Moyen Age de la abadía de Cluny, en París.
5 3
BNP, Fonds Mexicain, 23-24. Este manuscrito fue publicado y co-
mentado por Mengin (1952).
5 4
"San Francisco" se representa en este manuscrito con un muro de
222 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

crito incluye t a m b i é n u n a tabla c o n ilustraciones de los do-


ce signos del zodiaco.
O t r o i n t e n t o de a p r o x i m a c i ó n nahua del c o n o c i m i e n t o
zodiacal europeo que presenta paralelos m á s marcados c o n
el Fonds Mexicain 381 es u n texto de ocho p á g i n a s que
a c o m p a ñ a , a m a n e r a de a p é n d i c e manuscrito, u n ejem-
plar de 1553 de la Doctrina christiana en lengua mexicana de
Pedro de Gante. Este texto n á h u a t l , i n t i t u l a d o Reperdorio de
los diempos [sic], es a n ó n i m o y fue transcrito c o n letra del si-
glo XVI L a o r g a n i z a c i ó n y c o n t e n i d o de dichos manuscri-
tos —de acuerdo c o n el análisis, t r a n s c r i p c i ó n y t r a d u c c i ó n
5 5
de Alfredo L ó p e z A u s t i n — presenta ciertas similitudes
c o n el Fonds Mexicain 381. C o m o é s t e , el Reperdorio contie-
ne admoniciones sobre a g r i c u l t u r a , salud y bienestar Dará
cada u n o de los doce meses del calendario l a t i n o regidos
p o r los sienos d e l zodiaco A diferencia del Reperdorio el
Fonds Mexicain 381 ofrece admoniciones similares p'ara
cada d í a de la semana, c o n t i e n e varias secciones o listas
l e n d á r i c a s v muestra las correlaciones entre elementos n r i -
m o r d í a l e s días meses y sismos d e l zodiaco Desafortuna-
damente la p r o b a b l e r e l a c i ó n e n t r e ZsTentes lZoZÍ
tíeacióñ que dada s ^ X r o S de 1 o r L t a d ó n p r i í r i -

Ciertos elementos de la a d a p t a c i ó n nahua de la sabidu-


r í a zodiacal europea sugieren que el autor d e l Fonds Mexi-
cain 381 c o n s u l t ó u n l i b r o de horas sin la s u p e r v i s i ó n de u n
lector n o i n d í g e n a . D e acuerdo c o n la lectura esencialmen-
te visual de los signos d e l zodiaco p o r parte de este i n t é r -
prete nahua a n ó n i m o , mientras que los diversos animales
del zodiaco son identificados c o n sus nombres nahuas, los
gemelos de G é m i n i s se vuelven sabios (tlamatinime), la ba-
lanza de L i b r a se lee c o m o comerciante (pochtecatl), y el
centauro a r q u e r o de Sagitario es i n t e r p r e t a d o como h o m -

adobe (xám-), una bandera {pán-), un trasero (teín-), y una olla (co[m]-),
y se vocalizaba como "Xan Pantzinco", /san p W n k ó " V . Véase GALAR-
ZA, 1979.
5 5
LÓPEZ AUSTIN, 1973, pp. 285-296.
LA IDOLATRÍA LETRADA 223

5 6
bre-venado (tlacamacatl) , Por o t r a parte, s e g ú n muestra la
c o r r e l a c i ó n que liga a los días de la semana c o n los signos
del zodiaco, la temperatura de los elementos p r i m o r d i a l e s
57
(calientes o fríos), y los á n g e l e s p r i n c i p a l e s , el autor
n a h u a llega a establecer los n o m b r e s de s ó l o seis de dichos
siete á n g e l e s . De éstos, sólo tres —Rafael, M i g u e l y Ga-
b r i e l — p u e d e n ser clasificados c o m o " p r í n c i p e s de los á n -
geles" e n la t r a d i c i ó n a n g e l o l ó g i c a d o m i n a n t e de los siglos
XVI y XVII en M é x i c o y P e r ú . Los tres restantes — L a m a e l ,
Sanguiel y A m a e l — p o d r í a n ser á n g e l e s a p ó c r i f o s perte-
necientes a una t r a d i c i ó n menos establecida, o representar
58
u n e q u í v o c o del autor n a h u a .
Por el m o m e n t o , n o es claro si este t e x t o es u n a traduc-
c i ó n directa, u n a i n t e r p r e t a c i ó n tentativa o u n a a d a p t a c i ó n
de u n texto e s p a ñ o l o l a t i n o e n c o n t r a d o en u n l i b r o de ho-
ras, y se r e q u e r i r á de u n estudio p r o f u n d o para identificar
las posibles fuentes de este e x t r a o r d i n a r i o t e x t o . Sin em-
bargo, se puede asegurar que el a u t o r a n ó n i m o , en guisa
de novicio a s t r ó l o g o occidental, i n t e n t a b a c o m p r e n d e r
y explicar las relaciones entre signos zodiacales, periodos, y
elementos p r i m o r d i a l e s para satisfacer p r o p ó s i t o s adivina-
torios. U n a s e c c i ó n describe la p o s i c i ó n de los doce signos
del zodiaco respecto a los elementos p r i m o r d i a l e s :

nepa[n]tlaticate, yn iquac aquarius yehecatl tzintlaticate, yn


iquac ca[n] cer atl ticpacticate, yn iquac Secorbiusztl nepa[n]tla-
59
ticate yn iquac piléis atl tzintlaticate.

5 6
BNP, Fonds Mexicain 381, p. 49.
5 7
BNP, Fonds Mexicain 381, p. 49.
6 8
Véase la reseña de HAMPE, 1998, sobre un reciente estudio de la an-
gelologia virreinal.
3 9
BNP, Fonds Mexicain 381, pp. 48-49.
224 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

60
Primero Planeta. Aquí inician todos los signos: Guando es Aries,
están sobre Fuego; cuando es Leo, están en el medio; cuando
es Sagitario, están en el fondo de Fuego y traen a todos los días
de guardar; cuando es Tauro, están sobre Tierra; cuando es
Virgo, están en el medio de Tierra; cuando es Capricornio, están
en el fondo de Tierra; cuando es Géminis, están sobre Viento;
cuando es Libra, están en el medio de Viento; cuando es Acua-
rio, están en el fondo de Viento; cuando es Cáncer, están sobre
Agua; cuando es Escorpio, están en el medio de Agua; cuando
es Piscis, están en el fondo de Agua.

L a s e c c i ó n m á s sustancial en el texto zodiacal d e l Fonds


Mexicain 381 contiene siete p á r r a f o s dedicados a los d í a s de
la semana, se inicia c o n el d o m i n g o . Cada p á r r a f o descri-
be las c a r a c t e r í s t i c a s principales del planeta y del signo (o
signos) d e l zodiaco asociados c o n ese d í a de la semana,
ofrece p r e m o n i c i o n e s aplicables a las personas nacidas en
ese d í a , y m e n c i o n a las dificultades que existen para curar
enfermedades bajo la influencia de ese d í a . Se m e n c i o n a l o
siguiente sobre el d í a d o m i n g o :

Yn ica micuiliuhtica yn izqui tlama [n] tli y planetas ytlacatiliztli,


yn quenUn] can U p L n l y ^ tlacatfnican n í o t e n e h u a n
yn quac Domigo tlahuizcalpa[n motocayotia la primera o/ayo-
2 olea flaca/yn da,o „e L j e n h u a l , , ^ , , ^ y..a / « -
q

quiuh mochihua[z?] nica[n] t[laltic]p[a]c yn iquac tlacati


ypiltzintli n i m a t n ] notzaloz yn quimatia yUpZorion quíteme-
lahuilizynqueni[n] famynipa[nl tlacat[l]i quihualcuitaciyn
inacayo huel manuiztic chakhihuitl teoxihúltl quetzaliztli yn
ixtelolo temamauhti yn inacayo cenca chichiltic. Auh yn ic ne-
m i y[ „) tnalücMa^enca yLacaxoni cenca y„eyo ¡ a «.uac
mococohua hueiniapaloz yn iquac macoz yn tlaquali amo qui-

6 1
león niman ic iuhca miquiz ahuel patiz yn tlacatilizpa[n] .

Con esto se escribe sobre el nacimiento de todos los planetas.


62
De esta manera en el leportorion se cuenta aquí que, en este
6 0
Los términos que aparecen en español o latín en el texto original
se marcan aquí en cursivas. ^ *
6 1
BNP, Fonds Mexicain 381, p. 50.
6 2
En este texto, leportorion o lepordorion parece ser la transcripción del
LA IDOLATRÍA LETRADA 225

día, cuando Domingo está en la luz de la aurora, se llama la pri-


mera ola, y en este día nacerá el servidor de los señores, y algo
de su trabajo se hará aquí sobre la tierra. Cuando nazca su hi-
j o , luego será llamado; él sabe su kpordonon, él lo explicará a
la gente. De esta manera Leo en este día viene a poseerlo. Su
carne es muy maravillosa, piedra preciosa, turquesa, esmeral-
da. Sus ojos son algo horroroso; su carne es muy roja. Y de es-
ta manera vive sobre la tierra, muy merecedor de respeto, muy
famoso. Cuando se enferme, mojará bien su pan en el potaje;
cuando se le dé comida, no la dejará; en cuanto vaya a comer-
la, algo comenzará. Su nombre es Leo; luego con él se morirá;
63
no se p o d r á sanar en este nacimiento.

L a a p r o p i a c i ó n de textos europeos sobre el zodiaco y su


a d a p t a c i ó n a u n contexto c u l t u r a l nahua d e n o t a el vivo i n -
terés que los autores y usuarios del Codex Mexicanus, del Reper-
dorio de los dienpos y d e l Fonds Mexicain 381 t e n í a n respecto
a la e l u c i d a c i ó n de p r á c t i c a s adivinatorias europeas. Sin em-
bargo, las diferencias entre el contexto de p r o d u c c i ó n de
u n l i b r o de horas europeo y el contexto d e l Fonds Mexicain
381 i m p e d í a que el acto de a p r o p i a c i ó n fuera u n a simple
t r a s l a c i ó n de c o n t e n i d o . A l transcribir, elucidar y reinter¬
pretar el contenido de u n libro de horas europeo, los autores
a n ó n i m o s de d i c h o manuscrito n o t e n í a n n i la posibilidad
n i el i n t e r é s de replicar las intenciones y presupuestos cul-
turales que le p r o p o r c i o n a b a n al g é n e r o europeo del l i b r o

término latino repertorion hecha por un hablante nativo de náhuatl.


Este término poco usual podría ser traducido como "lista, enumeración".
« El curioso orden sintáctico y las ambiguas admoniciones del texto
nos fuerzan a ofrecer aquí una traducción un tanto opaca, abierta a in-
terpretaciones diversas. Es difícil saber si la admonición final se refiere
a la imposibilidad de realizar una cura bajo el signo Leo, de recuperar-
se de una enfermedad contraída bajo este signo o de que una persona
regida por Leo pudiera sanar. Por otra parte, las caracterísitcas de las
personas regidas por Leo en este texto conve gen en un par de ocasio-
nes con aquellas descritas en el Repertorio del siglo XVI analizado por Ló-
pez Ausün. En el Fonds Mexicain 381, se dice que aquel nacido bajo Leo
vivirá "muy merecedor de respeto, muy famoso". En el Reperdorio, se di-
ce del mismo sujeto lo siguiente: yn imixpan nepechteco yvan cencayollo tla-
palühmyollocMcahuaaue."Frente a ellos se hace una gran reverencia, y
fon jóvenes de gran corazón, esforzados". LÓPEZ AVSTÍ, 1973, p. 290.
226 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

de horas su particular "horizonte de expectativas", de acuer-


64
d o con la l ú c i d a t e r m i n o l o g í a dejauss. Paradójicamente,
esta selectiva a p r o p i a c i ó n d e l zodiaco europeo resultaba e n
la emergencia de u n nuevo g é n e r o textual — e l l i b r o de h o -
ras nahua clandestino— cuyo h o r i z o n t e de expectativas es-
taba a ú n e n p l e n a f o r m a c i ó n .
L a p r e o c u p a c i ó n p o r el uso de técnicas rituales europeas
parece i n d i c a r u n proceso de s u s t i t u c i ó n del tonalamatly de
otras t é c n i c a s adivinatorias nahuas —que p o d r í a n , incluso,
haber sido consideradas c o m o "idolátricas" p o r los usuarios
del Fonds Mexicain 381— p o r u n nuevo g é n e r o t e x t u a l ba-
sado en p r á c t i c a s adivinatorias de o r i g e n cristiano. E n u n a
actitud que contrasta c o n esta s u s t i t u c i ó n , otras c o m u n i -
dades de lectores i n d í g e n a s c o n t i n u a r o n u t i l i z a n d o trans-
cripciones alfabéticas de calendarios mesoamericanos. E n
la siguiente s e c c i ó n , se d i s c u t i r á u n a r e d de c i r c u l a c i ó n de
calendarios zapotecos c o n t e m p o r á n e a a la emergencia d e l
g é n e r o representado p o r el Fonds Mexicain 381.

L A CIRCULACIÓN DE TEXTOS RITUALES ZAPOTECOS


EN EL SUR DE OAXACA, 1 6 2 9 - 1 6 5 4

Existen datos fragmentarios sobre la c i r c u l a c i ó n clandes-


tina de textos rituales a p r i n c i p i o s d e l siglo XVII en dos
comunidades amuzgas en las jurisdicciones de Igualapa y
X i c a y á n - u n a r e g i ó n relativamente aislada e n la costa sur-
oeste de Oaxaca. A u n q u e se p u e d e decir m u y poco sobre
el caso, se sabe que el cura G e r ó n i m o C u r i e l , q u i e n fuera
n o m b r a d o beneficiado de los pueblos amuzgos de X o -
chistlahuaca y X i c a y á n e n 1 6 1 6 obtuvo p o s t e r i o r m e n t e
u n n o m b r a m i e n t o de fray Juan de B o h ó r q u e z , obispo de
Oaxaca, c o m o "juez general" de i d o l a t r í a s e n 1 6 2 2 . E n es-
ta capacidad, r e c o r r i ó su j u r i s d i c c i ó n

[...] descubriendo muchos lugares de Idolatrías, y sacando


ídolos, libros, caracteres, y otros instrumentos de Idolatrías que

JAUSS, 1982, pp. 19 y 23.


LA IDOLATRÍA LETRADA 227

vsaban los idólatras [...] Y e n consecución del dicho ministe-


rio el a ñ o de 633, teniendo noticia de que vn Cacique de los
principales de aquella tierra era grande idólatra, y hechizero,
L n d o de muchos hechiços, y procurando inficionar a los q u é
no lo eran; le p r e n d i ó y aueriguó la causa, recogiendo los li-
bros, caracteres, y instrumentos de que vsaua, y le c o n d e n ó a que
6 5
fuesse a seruir a V. Magestad a la Fuerça de Acapulco [... ]

A u n q u e este pasaje ofrece u n a d e s c r i p c i ó n demasiado


somera d e l caso, se habla de artefactos textuales que i b a n
m á s allá de la r e p r e s e n t a c i ó n p i c t o g r á f i c a ("libros, carac-
teres") utilizados p o r u n especialista r i t u a l de g r a n i m p o r -
tancia p o l í t i c a e n u n a de las comunidades amuzgas bajo la
s u p e r v i s i ó n de C u r i e l .
E n 1635, dos a ñ o s d e s p u é s de las inquisiciones de C u r i e l ,
Gonzalo de Balsalobre, p á r r o c o d e l p u e b l o de San M i g u e l
Sola al suroeste d e l valle de Oaxaca, tuvo su p r i m e r a con-
f r o n t a c i ó n c o n u n especialista r i t u a l alfabetizado de n o m -
bre D i e g o Luis. É s t e , q u i e n c o n d u c í a rituales relacionados
con la cosecha del m a í z , el parto, y las p r á c t i c a s funerarias
6 6
locales, p o s e í a u n texto r i t u a l escrito en c h a t i n o que ha-
b ía traducido al solteco, la variedad de zapoteco que se habla-
ba en San M i g u e l Sola. E l texto original p r o v e n í a de L o r e n z o
M a r t í n , p r i n c i p a l del p u e b l o c h a t i n o de X u q u i l a , q u i e n se
lo h a b í a dado a Félix de Alvarado, q u i e n l o h a b í a transmi-
tido a D i e g o Luis. C u a n d o Balsalobre d e s c u b r i ó la existen-
cia del texto inició u n proceso de i d o l a t r í a contra Diego Luis,
confiscó el texto c h a t i n o , y l o hizo quemar frente a las puer-
tas de la iglesia de San M i g u e l Sola d e s p u é s de h a b e r saca-
67
do al especialista en p r o c e s i ó n c o n vela y coroza. C o m o me-
d i d a de p r e c a u c i ó n , Balsalobre d e s t e r r ó a D i e g o Luis d e l
p u e b l o de San M i g u e l Sola p o r u n p e r i o d o n o especificado.

6 5
AGI, Indiferente General, 3000, núm. 217; mis énfasis.
« El chatino y el zapoteco se clasifican como miembros del mismo
subgrupo de lenguas otomangues. SUÁREZ, 1983, p. xvi. Por lo tanto, un
texto chatino sería relativamente accesible a hablantes de zapoteco al-
fabetizados.
6 7
AGN, Inquisición, 456, f. 592v.
228 DAVID EDUARDO TAVAREZ

N o obstante, esta m e d i d a n o p o n d r í a fin a la c i r c u l a c i ó n


clandestina de textos rituales e n el poblado. Para su sor-
presa, en febrero de 1654, Balsalobre se e n t e r ó , al t o m a r
d e c l a r a c i ó n a L o r e n z o M a r t í n , hijo de Diego Luis, que és-
te h a b í a salvado de las llamas el c o n t e n i d o d e l texto chati-
n o que le h a b í a sido confiscado a su padre:

[...] el dicho su padre tenía un libro en lengua chatina que


ubo de don Félix Albarado, y que lo trasuntó en lengua de So-
la y que es un libro del demonio y que este confesante por
mandado de su padre sacó u n traslado para que se enseñase
a usar del dicho libro, y que quando allafron] el original en
poder de su padre, q u e d ó el traslado en su Poder. [...] Yvido

neficiado, y se lo bolvió a dar a su padre así que cumplió su pe-


6 8
nitencia y se boluió a lajurisdición [ . . . ]

D e s p u é s del proceso y penitencia de Diego Luis, en


1635, n o se e n c u e n t r a n datos sobre las extirpaciones de
B a l s a l o b r e hasta d i c i e m b r e de 1653; es e n este p e r i o d o
que Balsalobre c o m e n z ó a i n t e r r o g a r a Diego Luis p o r su
reincidencia en p r á c t i c a s i d o l á t r i c a s . E n realidad, la segun-
da ola de investigaciones y procesos de Balsalobre sobre los
especialistas rituales de San M i g u e l Sola, conducidas entre
1653-1657, n o h u b i e r a n sido posibles sin la c o n f r o n t a c i ó n
entre el e x t i r p a d o r y su n é m e s i s y testigo estelar, Dieso
69
L u i s . D u r a n t e el curso de las diligencias el especialista za-
poteco que afirmaba tener 88 a ñ o s de edad d e c i d i ó p o r
razones Joco claras, i n c r i m i n a r y dar a m p l i a i n f o r m a c i ó n

6 8
AGN, Inquisición, 456, ff. 592v.-593r.
69
Balsalobre había recibido la comisión de investigar idolatrías en San
Miguel Sola de Diego de Heviáy Valdés, obispo de Oaxaca, y en 1656 pu-
blicó un sumario de sus investigaciones en México. Sin embargo, ¿ste
impreso causó una confrontación con el Santo Oficio de la ciudad de Mé-
xico, pues en él Heviá y Valdés asumía el título impropio de "inquisidor
ordmario". Como resultado, en 1659 el Santo Oficio hizo recoger el im-
preso y las causas originales de Balsalobre para hacerlas revisar por sus
calificadores en la dudad de México. BERLÍN, 1988, pp. 10-11.
LA IDOIATRÍA LETRADA 229

referente acerca de 100 clientes y especialistas rituales que


l o h a b í a n consultado o h a b í a n t e n i d o acceso a sus textos r i -
7 0
tuales e n el curso de su d e s e m p e ñ o . L a i n f o r m a c i ó n p r o -
v e í d a p o r él c u l m i n ó en la i n s t r u c c i ó n de 18 procesos de
i d ó l a t r a s , y en u n j u i c i o c o n t r a 36 oficiales de San M i g u e l
Sola p o r haber p r o p i c i a d o a la diosa local N o h u i c h a n a pa-
ra obtener u n a pesca abundante.
Si b i e n el análisis sumario de B e r l í n , 1988 sobre los p r o -
cesos de Balsalobre nos b r i n d a u n p a n o r a m a general de los
trece dioses del p a n t e ó n de San M i g u e l Sola y de las diversas
p r á c t i c a s rituales descritas e n esos documentos, para exa-
m i n a r el tema p r i n c i p a l del presente estudio se requiere arri-
bar a mayor p r o f u n d i d a d e n el análisis de la r e d de circula-
c i ó n de textos rituales clandestinos. C o n el p r o p ó s i t o de
presentar u n a perspectiva general de dicha red, se ha elabo-
rado u n cuadro que identifica a 35 usuarios y poseedores de
textos rituales p o r n o m b r e , residencia, p o s i c i ó n social, fe-
chas de actividad, y su p a p e l en la p r o d u c c i ó n o r e c e p c i ó n
de textos rituales (véase el cuadro 4 ) . Para la e l a b o r a c i ó n de
este cuadro, se h a abrazado u n criterio m u c h o m á s conser-
71
vador que aquel del estudio i n i c i a l de B e r l í n . Por esta ra-
z ó n , la lista de B e r l í n de 61 letrados se ha r e d u c i d o a s ó l o
35 i n e q u í v o c o s poseedores de textos rituales.
P a r a d ó j i c a m e n t e , estas fuentes documentales p e r m i t e n
u n análisis m á s o menos detallado de la r e d de i n t e r c a m b i o
de textos rituales soltecos, mientras que su c o n t e n i d o n o h a
sido preservado. A diferencia de otros extirpadores, Bal-
salobre d e c i d i ó n o transcribir o describir en detalle el conte-
n i d o de los textos c a l e n d á r i c o s y adivinatorios que confisca-
ba para el beneficio de futuras generaciones de inquisidores.

7 0
BALSALOBRE, 1892, p. 241. Durante su segundo juicio, Diego Luis no
fue torturado para extraer información referente a sus clientes.
71
Aunque BERLÍN, 1988, asume que cada caracterización de un espe-
cialista ritual como "letrado" en los procesos, corresponde a un ejemplo
de posesión de un texto ritual independiente, en el presente estudio se
consideran como autores o poseedores de textos sólo a aquellos espe-
cialistas que son señalados de manera directa como poseedores de tex-
tos rituales en las diligencias de Balsalobre.
230 DAVID EDUARDO TAVÀREZ
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234 DAVID EDUARDO TAVAREZ

N o se puede precisar si esto se debe a u n a falta de i n t e r é s y


p r e p a r a c i ó n lingüística, o a u n a extrema prudencia. Sin em-
bargo, hay algunas secciones en las declaraciones de los acu-
sados que p e r m i t e n a f i r m a r que dichos textos c o n t e n í a n
tablas c a l e n d á r i c a s , así c o m o los nombres de trece dioses ve-
nerados en la r e g i ó n de San M i g u e l Sola. D u r a n t e la decla-
r a c i ó n de M e l c h o r L ó p e z , u n habitante analfabeto de San
Francisco Sola, que h a b í a o b t e n i d o u n a copia de u n calen-
d a r i o de manos de D i e g o Luis, se hace la siguiente des-
c r i p c i ó n d e l c o n t e n i d o d e l texto en c u e s t i ó n : " [ . . . ] y cote-
x a n d o el d i c h o l i b r o c o n el o t r o que se alió e n poder de
L o r e n c o M a r t í n , hijo d e l d i c h o D i e g o Luis, parece ser u n o
mismo, menos unas señales o caratheres que tiene este segundo
e n las ú l t i m a s hojas. Preguntado, m o s t r á n d o l e las dichas
7 2
Raías y caractheres, q u é significan y que las declare [... ] "
L a presencia de dichas " s e ñ a l e s , rayas y caracteres" —au-
nada a las constantes afirmaciones de que dichos textos eran
consultados p o r Diego Luis, Luis L ó p e z y otros especialistas
rituales para fijar los días apropiados para cosechar maíz, ha-
cer ofrendas a los r e c i é n fallecidos, llevar limosna a la igle-
sia para pedir ciertas mercedes, pescar y cazar— sugieren que
tales textos eran versiones diversas d e l calendario ritual za-
p o t e c o de 260 d í a s (piyeo biye). D a d o su t a m a ñ o reducido y
m a n e r a de uso, p o d r í a aventurarse que los textos de San M i -
g u e l Sola guardaban ciertas similitudes en t é r m i n o s de con-
tenido c o n las 99 copias distintas d e l calendario zapoteco que
M a l d o n a d o c o n f i s c a r í a e n V i l l a A l t a 50 a ñ o s m á s adelante,
73
e n 1 7 0 4 . Por o t r a parte, n i n g u n a d e s c r i p c i ó n de los textos
soltecos m e n c i o n a la existencia de conjuros, oraciones, can-
ciones o a l g ú n o t r o g é n e r o o r a l r i t u a l o devocional.

Redes sociales y la circulación de textos


rituales clandestinos en San Miguel Sola

Los textos de San M i g u e l Sola e r a n frecuentemente guar-


dados p o r los parientes cercanos de sus poseedores, y trans-

7 2
A G N , Inquisición, 456, ff. 577, r.-v.
™ Se hace esta misma suposición en ALONA FRANCH, 1993.
LA IDOLATRÍA LETRADA 235

feridos e n calidad de posesiones preciadas de u n a genera-


c i ó n a otra. S e g ú n Marcial R a m í r e z u n cantor analfabeta de
la iglesia del pueblo de Los Reyes e n la j u r i s d i c c i ó n de San
M i g u e l Sola, Diego Luis h a b í a c o p i a d o u n texto r i t u a l pa-
ra su padre C r i s t ó b a l R a m í r e z , el que h e r e d ó d e s p u é s c o n
otros papeles de su padre:

[...] [ U ] n traslado del libro del demonio de que usa el dicho


Diego Luis que tenía Cristóbal Ramírez, difunto padre del di-
cho Marcial, dado 20 años ha del dicho Diego Luis al dicho Cris-
tóbal [ . . . ] q u e d ó por fin y muerte del dicho Cristóbal en po-
der de sus herederos. [ . . . ] [OJuando m u r i ó el dicho su padre,
que abrá poco menos de dos años, entre unos papeles que que-
daron del difunto alió el dicho libro, y biendo que era cosa ma-
7 4
la, al momento lo arrojó en el fuego en donde se q u e m ó [... ]

O t r o s herederos de textos rituales preservaban los textos


de la g e n e r a c i ó n anterior, a u n c u a n d o n o los utilizaban, o
aunque n o p u d i e r a n leerlos p o r ser analfabetas. D u r a n t e el
proceso de la especialista r i t u a l analfabeta Gracia Margari-
ta —que n o utilizaba textos rituales para ejercer su profe-
s i ó n — y su m a r i d o M i g u e l M a r t í n —que era letrado, p e r o
n o especialista r i t u a l — M i g u e l relata la m a n e r a e n que el
l i b r o de su fallecido suegro, el l e t r a d o y especialista r i t u a l
Luis L ó p e z , fue conservado e n el h o g a r familiar muchos
a ñ o s d e s p u é s de su deceso, hasta que é s t e fuera confiscado
p o r los agentes de Balsalobre e n a b r i l de 1654:

t... ] mediante el interprete dixo y declaró que abrá siete años


poco más o menos que, estando Diego Luis en su cassa, que
vibía allí por ser casado con [María] su suegra, madre de su
muger, la dicha su muger abrió una caxa y sacó u n libro pe-
q u e ñ o escrito de mano, y se lo e n s e ñ ó al dicho Diego Luis, di-
siéndole que aquel era el libro del demonio que avía dexado
su padre Luis López y de que usaba su padrastro Melchor Xuá-
rez, que después de aver muerto el dicho Luis López se avía
casado con su madre y era asimesmo Letrado a quien consul-
taban los indios, y el dicho Diego Luis rebolbió el dicho libro

1
AGN, Inquisición, 456, f. 558 r.-v.
236 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

y conoció la letra, y dixo ser del dicho Luis López, y uno mes-
7 5
mo como el suio de que usaba [ . . . ]

D e hecho, ésta y otras declaraciones de Gracia M a r g a r i -


ta e x p o n e n u n i n t e r e s a n t í s m o eje social p o r el cual se trans-
m i t í a n textos y c o n o c i m i e n t o s rituales entre especialistas
m i e m b r o s de la misma g e n e r a c i ó n , y de u n m a r i d o especia-
lista a otro sucesivo d e n t r o d e l m i s m o hogar matrilocal, co-
m o se muestra e n la figura 1. E n el hogar que ocupa el cen-
t r o d e l diagrama, el especialista r i t u a l m á s antiguo era Luis
L ó p e z , u n letrado residente en San J u a n Sola, q u i e n f u n d ó
u n a familia nuclear al casarse c o n u n a m u j e r conocida só-
l o p o r el n o m b r e de M a r í a y procrear c o n ella a Gracia
Margarita. Luis L ó p e z c o m u n i c ó conocimientos rituales y
76
u n l i b r o que c o n t e n í a "los trece dioses de la g e n t i l i d a d "
a su vecino Esteban de A q u i n o , y probablemente d i o u n
texto r i t u a l a D i e g o Luis. A q u i n o e m p e z ó a ejercer funcio-
nes c o m o especialista r i t u a l , y c o m u n i c ó algunos cono-
cimientos a su m u j e r A n a , q u i e n era t a m b i é n consultada
para actos de a d i v i n a c i ó n cuando su esposo estaba indis-
77
puesto p o r haberse e m b o r r a c h a d o . D e s p u é s de la muer-
te de A q u i n o , su v i u d a A n a h e r e d ó el l i b r o que le h a b í a da-
d o Luis L ó p e z .
A pesar d e l h e c h o de que M a r í a , la aparente cabeza de
u n hogar m a t r i l o c a l , n o era n i especialista r i t u a l n i autora
o poseedora de textos rituales, tres de los principales dis-
t r i b u i d o r e s de textos rituales en San M i g u e l Sola fueron sus
maridos en rigurosa s u c e s i ó n . D e s p u é s de la muerte de Luis
L ó p e z , hacia 1629, M a r í a contrajo su segundo m a t r i m o n i o
c o n M e l c h o r X u á r e z , q u i e n h e r e d ó tanto la viuda de L ó p e z
c o m o u n o de sus libros, el que u t i l i z ó para p r o p ó s i t o s adi-
vinatorios. E n a l g ú n m o m e n t o entre 1629 y 1647, M e l c h o r
X u á r e z m u r i ó o a b a n d o n ó a su mujer. E n 1647, M a r í a to-
m ó c o m o su tercer m a r i d o a D i e g o Luis —que era, c o m o los
dos anteriores, especialista r i t u a l — y é s t e fue a residir a ca-

7 5
AGN, Inquisición, 456, f. 547r.
7 6
AGN, Inquisición, 456, f. 544v.
7 7
AGN, Inquisición, 456, f. 545r.
LA IDOLATRÍA LETRADA 237
238 DAVID EDUARDO TAVAREZ

sa de su m u j e r al igual que sus antecesores. C o m o se i n d i c ó


antes, D i e g o Luis n o sólo r e c i b i ó u n l i b r o de Luis L ó p e z , si-
n o t a m b i é n u n texto r i t u a l de L o r e n z o M a r t í n — p r i n c i p a l
del p u e b l o c h a t i n o de X u q u i l a — p o r m e d i o de Félix de A l -
varado. D i e g o Luis, p o r su parte, d i s t r i b u y ó transcripciones
de textos rituales elaboradas p o r él a su hijo L o r e n z o Mar-
t í n y a cinco clientes suyos en la j u r i s d i c c i ó n de San M i g u e l
Sola: Pascual G a r c í a , A g u s t í n Hernandes, M e l c h o r L ó p e z ,
Pedro de M e n d o z a y C r i s t ó b a l R a m í r e z .

Alfabetización y uso de textos rituales en Sola

Los textos rituales soltecos c i r c u l a r o n n o sólo entre espe-


cialistas y clientes relacionados p o r lazos de amistad o pa-
rentesco, sino t a m b i é n p o d í a n ser copiados m e d i a n d o u n a
m ó d i c a suma. D e acuerdo c o n u n a de las aseveraciones de
Diego Luis — c o n t r a d i c h a , al parecer sin f u n d a m e n t o , p o r
el h e r m a n o del i n c u l p a d o — el especialista h a b í a hecho u n a
copia del " l i b r o de los trece dioses" para u n o de sus clien-
tes, el letrado Pedro M e n d o z a , p o r la cuota de u n peso:

[...] abrá dos años poco menos que el dicho Pedro Mendosa
le pidió u n traslado del libro de sus trece dioses, rogándole le
enseñase a usar dél, y este declarante de ai a quince días, bol-
viendo a casa del dicho Pedro, le dio el dicho traslado y le en-
señó el modo que avía de tener en usar dél porque el susodi-
cho saue leer y escribir, y abiendo resibido el dicho libro le
pagó un peso por su trabaxo, y que de ai a 3 o 4 meses bolvió
a casa del dicho Pedro llamado del susodicho para que le tor-
nase a e n s e ñ a r el uso del dicho libro, y este declarante se lo
enseñó, pero que por ser dificultoso le párese que no debió de
7 8
poder aprenderlo [ . . . ]

Este p á r r a f o t a m b i é n sugiere que la facultad de obtener


i n f o r m a c i ó n e i n t e r p r e t a r los textos c a l e n d á r i c o s o rituales
que D i e g o L u i s y otros especialistas p o s e í a n era u n a habi-
lidad e n cierta m a n e r a i n d e p e n d i e n t e del c o n o c i m i e n t o de

7 8
AGN, Inquisición, 457, f. 67r.
LA IDOLATRÍA LETRADA 239

la l e c t u r a y escritura del alfabeto l a t i n o . E n el e j e m p l o an-


tes m e n c i o n a d o , si b i e n Pedro Mendoza es identificado co-
m o u n a persona alfabetizada, éste tuvo que t o m a r lecciones
de D i e g o Luis para p o d e r i n t e r p r e t a r el texto que le h a b í a
c o m p r a d o , p e r o falló en este i n t e n t o a pesar de las ense-
fianzas del especialista.
E n realidad, algunos especialistas menos experimenta-
dos que Diego Luis o Luis L ó p e z v a l o r a r o n los textos r i -
tuales soltecos a tal p u n t o que p o s e í a n u n ejemplar a u n sin
ser capaces de p o d e r l o interpretar c o n certeza. U n a l u m n o
analfabeta de D i e g o Luis, M e l c h o r L ó p e z , a d m i t i ó e n sus
declaraciones que n o h a b í a p o d i d o "alcanzar" t o d o l o que
c o n t e n í a su texto r i t u a l . Sin embargo, t e n í a la capacidad li¬
m i t a d a de utilizar su l i b r o para adivinar el d í a a p r o p i a d o
para cosechar los p r i m e r o s elotes y para ofrecer limosna e n
la iglesia; otras p r á c t i c a s adivinatorias de mayor d i f i c u l t a d
r e q u e r í a n u n a consulta a D i e g o Luis » H a c i a 1634 Diego
Luis hizo u n a copia de u n texto r i t u a l para el letrado Cris-
t ó b a l R a m í r e z . N o obstante, d e s p u é s de haber t e n i d o dicha
copia e n su p o d e r d u r a n t e catorce a ñ o s , C r i s t ó b a l c o n f e s ó
a su hijo Marcial eme n o h a b í a n o d i d o c o m n r e n d e r Dor
c o m p l e t o la m a n e r a e n que el texto se d e b í a i n t e r p r e t a r
A u n q u e C r i s t ó b a l n i siquiera c o m u n i c ó a su h i j o sus l i m i l
tados c o n o c i m i e n t o s acerca de d i c h o texto, d e c i d i ó dejar-
l o en el hoffar familiar c o m o parte de su herencia.**

CONCLUSIONES: TEXTOS RITUALES Y DEVOCIONALES


CLANDESTINOS Y SUS USUARIOS INDÍGENAS
EN EL CENTRO DE MÉXICO, 1613-1654

Los tres casos presentados constituyen, si b i e n de u n a ma-


nera tentativa, u n a a m p l i a perspectiva a n a l í t i c a de las p r á c -
ticas de p r o d u c c i ó n , lectura y c i r c u l a c i ó n de textos rituales
clandestinos e n algunas comunidades nahuas y zapotecas du-
rante la p r i m e r a m i t a d d e l siglo XVII. L a diversidad en las

79
AGN, Inquisición, 456, f. 577r.
8 0
AGN, Inquisición, 456, f. 558r.
240 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

experiencias de alfabetización, a u t o r í a e i n t e r p r e t a c i ó n apor-


tadas p o r estas fuentes reclaman u n ajuste en nuestras pers-
pectivas posestructuralistas acerca de las dimensiones sociales
de la escritura, para a r r i b a r así a u n a m á s p r o f u n d a com-
p r e n s i ó n de los v í n c u l o s entre c o n o c i m i e n t o r i t u a l y escri-
t u r a alfabética e n dichas comunidades. E n p r i m e r lugar, n o
debe sorprendernos que algunos conocimientos rituales de
o r i g e n posclásico y selectas p r á c t i c a s adivinatorias de o r i g e n
cristiano, fueran reproducidas p o r escrito de u n a manera
p r o l í f i c a p o r especialistas rituales. L a m a y o r í a de los textos
f u e r o n p r o d u c i d o s e n comunidades que h a b í a n estado ba-
j o la i n f l u e n c i a educativa de p á r r o c o s o regulares d u r a n t e
varias d é c a d a s . Petronilla, la curandera alfabetizada de Tla-
yacapan, vivía a pocos k i l ó m e t r o s d e l convento d o m i n i c a n o
81
de T e p o z d á n , establecido e n 1 5 5 6 . E n Oaxaca, las c o m u -
nidades de Ejutla y San M i g u e l Sola contaban c o n p á r r o c o s
82
residentes desde p r i n c i p i o s de la d é c a d a de 1 5 7 0 .
P o r o t r a parte, la diferencia entre la escasez de textos r i -
tuales clandestinos e n las comunidades investigadas p o r
Ruiz de A l a r c ó n antes de 1629 y la relativa abundancia de
ellos e n San M i g u e l Sola 20 a ñ o s m á s tarde sugiere n o so-
l a m e n t e u n avance e n la i n f l u e n c i a de la a l f a b e t i z a c i ó n
en comunidades i n d í g e n a s , sino t a m b i é n diferencias en la
a d a p t a c i ó n c u l t u r a l de comunidades nahuas y zapotecas
que m e r e c e n u n análisis u l t e r i o r . A u n q u e la d i f u s i ó n es-
crita de textos rituales clandestinos, investigada p o r Ruiz de
A l a r c ó n y p o r Gonzalo C u r i e l entre 1613 y 1633, p o d r í a ca-
racterizarse c o m o u n p e r i o d o i n i c i a l en la i n f l u e n c i a de la
a l f a b e t i z a c i ó n e n comunidades i n d í g e n a s remotas c o n ba-
se e n los datos presentados, solamente u n a i n v e s t i g a c i ó n
detallada d e l proceso de a l f a b e t i z a c i ó n e n comunidades i n -
d í g e n a s en Oaxaca y M é x i c o d u r a n t e la segunda m i t a d d e l
83
siglo XVI p o d r í a llevarnos a u n a c o n c l u s i ó n d e f i n i t i v a .
81

82
GERHARD, 1972, p. 96.
GERHARD, 1972, pp. 50 y 72.
8 3
Los trabajos de KARTTUNEN y LOCKHART,
1976 y de LOCKHART, 1992,
han privilegiado, debido a su riqueza, los documentos legales p oduc^
dos en comunidades indígenas altamente alfabetizadas en Tlaxcala y el
valle de México.
LA IDOLATRÍA LETRADA 241

En cuanto a la r e l a c i ó n entre p o s i c i ó n social y p r o d u c c i ó n


de textos rituales clandestinos, se puede afirmar que exis-
t í a n algunas correlaciones entre la p o s e s i ó n de cargos de
mediana i m p o r t a n c i a en parroquias locales y la p o s e s i ó n o
a u t o r í a de textos rituales clandestinos. E n la r e g i ó n c o h u i x -
ca, el s a c r i s t á n de C u e t l a x x o c h i t l a firmó c o n su n o m b r e su
ejemplar de u n c o n j u r o transcrito; e n San M i g u e l Sola, cin-
co cantores de iglesia, u n p r i n c i p a l y u n a n t i g u o alcalde y
cantor figuran entre los 35 poseedores de textos rituales que
figuran e n los procesos de Balsalobre (véase el cuadro 4 ) .
De hecho, al igual que algunos de sus c o n t e m p o r á n e o s —los
84
maestros cantores yucatecos— estos oficiales i n d í g e n a s e n
San Miguel Sola y Cuedaxxochitla decidieron llevar u n a exis-
tencia d u a l c o m o m i e m b r o s de cierta i m p o r t a n c i a e n la
esfera p ú b l i c a de las p r á c t i c a s cristianas p ú b l i c a s , y c o m o po-
seedores de textos clandestinos c a l e n d á r t e o s o rituales de o r i -
gen p o s c l á s i c o . E n Cuedaxxochitla y en San M i g u e l Sola, las
actividades de estos oficiales i n d í g e n a s cristianizados y alfa-
betizados vinculaban la esfera p ú b l i c a de p r á c t i c a s cristianas
ortodoxas c o n las esferas sociales marginales —situadas en
u n espacio que sobrepasaba la esfera d o m é s t i c a sin llegar a
ser totalmente p ú b l i c o — en el que diversas formas de cono-
c i m i e n t o r i t u a l , tanto cristiano c o m o p o s c l á s i c o , circulaban
clandestinamente p o r m e d i o de textos. L a c l a n d e s t i n i d a d
de este espacio llegaba a vincular las p r á c t i c a s rituales n o or-
todoxas de e s p a ñ o l e s , criollos y mestizos c o n las de espe-
8 5
cialistas rituales i n d í g e n a s .
¿ Q u é efecto tuvo la a l f a b e t i z a c i ó n en el c o n t e n i d o de las
p r á c t i c a s rituales i n d í g e n a s y en sus dimensiones orales? Si
b i e n esta p r e g u n t a sigue siendo esencial, nuestros tres ca-

8
4
FARRISS, 1984, p. 341.
8 5
Aunque ningún mestizo oarece haber consultado a los especialistas
de San Miguel Sola, existe un numero sustancial de casos inquisitoriales re-
ferentes a las consultas de mestizos, criollos o españoles a especialistas
indígenas para recuperar la salud, encontrar objetos perdidos, o con-
trarrestar conjuros. Dos ejemplos notables, ambos de 1624, conciernen
a mulatos y mestizos investigados por Ruiz de Alarcón. AGN, Inquisición,
vol. 303, exp. 19, ff. 78-80, y a un párroco en Michoacán que intentaba
anular un conjuro maléfico. AGN, Inquisición, vol. 348, exp. 4, ff. 101-166.
242 DAVID EDUARDO TAVÁREZ

sos representan u n a pluralidad de interacciones entre letras


e i d o l a t r í a s — y viceversa— que hace evidente la imposibi-
l i d a d de adoptar u n a respuesta m o n o l í t i c a o p u r a m e n t e
e p i s t e m o l ó g i c a . Si b i e n algunos historiadores h a n presen-
tado el proceso de alfabetización y e v a n g e l i z a c i ó n e n las I n -
dias c o m o u n a cruenta c o n t i e n d a e p i s t e m o l ó g i c a entre
86
o r a l i d a d y e s c r i t u r a , el presente estudio conduce a dos
conclusiones que n o c o n c u e r d a n c o n las conocidas certe-
zas derridianas referentes a la r e p r o d u c c i ó n de la o r a l i d a d
87
p o r m e d i o de los sistemas de escritura g r e c o l a t i n o s .
E n p r i m e r lugar, c o m o l o i n d i c a n la c i r c u l a c i ó n de tex-
tos c a l e n d á r t e o s en San Miguel Sola y en Villa Alta, las exigen-
cias de u n g é n e r o textual p r e c o l o m b i n o — e l calendario
r i t u a l zapoteco—gobernaron e influyeron e n la a p r o p i a c i ó n
i n d í g e n a del alfabeto, y esta dialéctica c o n influencia n o pue-
de ser descartada c o n u n simple a r g u m e n t o e p i s t e m o l ó g i -
co. E n segundo lugar, c o m o l o demuestra la t r a n s c r i p c i ó n
de los e p í t e t o s nahuas d e l tabaco, algunos especialistas r i -
tuales nahuas empleaban el alfabeto r o m a n o simplemente
c o m o u n poderoso v e h í c u l o para la i n s c r i p c i ó n de u n a eje-
c u c i ó n o r a l latente. L a r e p r o d u c c i ó n s i m u l t á n e a de u n gé-
n e r o o r a l r i t u a l — e l nahualtocaitlde Ruiz de A l a r c ó n — p o r
m e d i o de la escritura y de la d i f u s i ó n oral, demuestra que
la t r a n s c r i p c i ó n de conocimientos rituales n o i n i c i ó u n pro-
ceso de t r a n s f o r m a c i ó n inmediata que a c a b a r í a c o n la trans-
m i s i ó n oral de dichos conocimientos, y sugiere que, durante
el siglo XVII, la r e l a c i ó n entre o r a l i d a d y t r a n s c r i p c i ó n alfa-
88
b é t i c a fue variable e i n h e r e n t e m e n t e d i a l é c t i c a .

8 6
RAFAEL,
1988, pp. 44-54 y 1 2 1 .
8 7
La teoría derridiana del logocentrismo y de la diferencia radical
entre oralidad y signo escrito reposa en una apreciación heideggeriana
de las propiedades de la escritura desde el Fedro de Platón h a s ¿ el En-
sayo sobre el Origen de las Lenguas de Roussseau. DERRIDA, 1967. Sin em-
bargo, un supuesto básico de Derrida —la ausencia de signos lingüísti-
cos exteriores a la escritura- se basa en una visión grecolatina de la
escritura que excluye a los sistemas pictográficos mesoamericanos. Aun-
que los parámetros de este trabajo impiden una discusión detallada de
esta cuestión, existe una crítica "mesoamericanista" de la teoría derri-
diana de la escritura, en MIGNOLO, 1996.
8 8
Por otra parte, ni la extirpación de idolatrías ni la alfabetización a
LA IDOLATRÍA LETRADA 243

E n realidad, la visión maniquea de culturas "orales" y "al-


fabéticas" se apoya en u n análisis a p r i o r í s t i c o popularizado
8 9
p o r los estudios de Goody y O n g que n o refleja la c o m -
pleja r e l a c i ó n entre o r a l i d a d y textualidad existente tanto
e n la Nueva E s p a ñ a c o m o en la E u r o p a renacentista. A pe-
sar de los abismos sociales y conceptuales que separaban la
lectura de libros devocionales e n E u r o p a y la interpreta-
c i ó n de textos rituales p o r especialistas mesoamericanos e n
el siglo XVII, e x i s t í a n dos elementos similares en ambas
p r á c t i c a s de lectura: el acto r e t ó r i c o de i n t e r p r e t a r u n tex-
to oralmente, y la inevitable v a r i a c i ó n e n la i n t e r p r e t a c i ó n
del texto p o r individuos c o n distintas competencias y e n d i -
ferentes contextos sociales. De acuerdo c o n la elocuente
e v o c a c i ó n de M i c h e l de Certeau, dichas lecturas i m p l i -
caban u n a intensa i n t e r a c c i ó n oral y física c o n u n texto
sagrado o devocional que c o n d u c í a a la a p r o p i a c i ó n cor-
p o r a l d e l texto: "Es s ó l o d u r a n t e los ú l t i m o s tres siglos que
la lectura se ha convertido en u n gesto ocular [... ] Leer sin
p r o n u n c i a r las palabras, o sin al menos m u r m u r a r l a s , es
u n a experiencia ' m o d e r n a ' desconocida p o r milenios. A n -
teriormente, el lector interiorizaba el texto, h a c í a de su voz
90
el cuerpo d e l O t r o , era su actor". E l fuerte v í n c u l o entre
la e j e c u c i ó n o r a l de u n texto y su i n t e r p r e t a c i ó n , que exis-
tía tanto en la E s p a ñ a barroca c o m o en C o h u i x c a t l a l p a n y
e n San M i g u e l Sola, sugiere u n a vigencia social del papel
de la o r a l i d a d e n la i n t e r p r e t a c i ó n de textos rituales y de-
vocionales que n o puede eliminarse a priori.
E n su análisis de las p r á c t i c a s de lectura europeas de los
siglos XV-XVIII, Roger C h a r t i e r enfatiza las diferencias e n d i -
chas p r á c t i c a s de u n g r u p o a o t r o de lectores en p o s e s i ó n
de diversos rangos de p o s i c i ó n social, a l f a b e t i z a c i ó n , o ex-
pectativas sobre el texto, y sugiere que la diversidad e n las
posibilidades de i n t e r p r e t a c i ó n oral, p o d r í a n inspirar lec-

gran escala lograron cancelar la preferencia por la ejecución oral de


conjuros en algunas comunidades nahuas de la Sierra Norte de Puebla.
Véase LUPO, 1995.
Véanse GOODY, 1987 y ONG, 1982.
8 9

CERTEAU, 1984. p . 175-176.


9 0
D
244 DAVID EDUARDO TAVÂREZ

91
turas disímiles de u n mismo t e x t o . Se p o d r í a llegar a con-
clusiones similares al considerar el diverso elenco de las prác-
ticas de lectura en comunidades nahuas y zapotecas. Para
c o m p r e n d e r m e j o r la difusión de los textos rituales i n d í g e -
nas, se debe adoptar la n o c i ó n de modos alternos de lectu-
92
ra y escritura—tanto alfabéticos como n o a l f a b é t i c o s — que
c o e x i s t í a n en la misma esfera social sin dar, necesariamen-
te, lugar a contradicciones. Los textos rituales de San Miguel
Sola demuestran que la h a b i l i d a d de adivinar mediante
el uso del calendario ritual zapoteco era i n d e p e n d i e n t e de
tener u n alto grado de a l f a b e t i z a c i ó n , que los poseedores
de textos rituales contaban c o n grados de alfabetización va-
riables, y que aun aquellos soltecos notablemente alfabeti-
zados d e b í a n aprender de u n letrado especializado la co-
93
rrecta i n t e r p r e t a c i ó n de los calendarios.
L a emergencia de comunidades de lectores en pueblos
nahuas y zapotecos mediante la c i r c u l a c i ó n clandestina de
textos rituales y devocionales constituve otra consecuencia
i m p o r t a n t e de la i n c o n t r o l a b l e a l f a b e t i z a c i ó n de los idóla-
tras. L a c i r c u l a c i ó n del Fonds Mexicain 381 y el intercambio
de textos en San M i g u e l Sola sugieren que, a s í como las co-
munidades de lectores creadas p o r la c i r c u l a c i ó n de pliegos
sueltos en E s p a ñ a , de chapbooks e n I n g l a t e r r a y de la Biblio-
thèque bleue en Francia, las comunidades novohispanas de
lectores i n d í g e n a s eran, a pesar de su c o m ú n i n t e r é s en téc-
nicas rituales, apreciablemente diversas en t é r m i n o s de co-
94
nocimientos rituales y formas de a p r o p i a c i ó n de los textos.

91
CHARTIER,1992, pp. 4-5.
9 2
La noción de modos alternos de escritura fue explorada en deta-
lle por los diversos autores de ensayos sobre sistemas de escritura pre-
colombinos en BOONE y MIGNOLO, 1994.
9 3
La apropiación de textos por grupos de lectores con diversos gra-
dos de alfabetización no era privativa del México colonial. Para la In-
glaterra isabelina véase WATT, 1991 V Dará la España del siglo xvi, Roger
Charüer: "Orality Lost: Text and Voice in the Sixteenth and Seventeenth
Centuries". Conferencia inédita, Universidad de Johns Hopkins, 4 de
abril de 1997. Los poseedores de libros incluían a personas que leían
con dificultad, apoyando sus interpretaciones en las ilustraciones in-
cluidas en los textos.
CHARTIER, 1996, pp. 138-139.
9 4
LA IDOLATRÍA LETRADA 245

Estas comunidades de lectores m a n t e n í a n su coherencia me-


diante la c i r c u l a c i ó n de textos en u n espacio social clan-
destino definido p o r falta de la licencia del o r d i n a r i o , las
prohibiciones emanadas de los concilios mexicanos, y las pe-
r i ó d i c a s inquisiciones de seculares y regulares. A l m a r g e n
de las p r á c t i c a s cristianas p ú b l i c a s , los manuscritos rituales
clandestinos p r o p o r c i o n a b a n u n n ú c l e o textual esencial pa-
ra la m a n u t e n c i ó n de u n espacio social clandestino c o m ú n ,
d o n d e algunas comunidades de lectores i n d í g e n a s reinter-
pretaban las p r á c t i c a s adivinatorias europeas, mientras que
otras similares t r a n s c r i b í a n y c o m u n i c a b a n p r á c t i c a s adivi-
natorias de o r i g e n p o s c l á s i c o . A pesar de las diversas cam-
p a ñ a s de evangelización y de e x t i r p a c i ó n , durante la primera
m i t a d d e l siglo XVII, la i d o l a t r í a letrada p r o s p e r ó en los am-
plios intersticios d e l fracturado cuerpo de la m o n a r q u í a es-
p a ñ o l a p o r m e d i o de escritores proteicos, traductores cu-
riosos, y lectores obstinados.

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