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popularizado pelos irmãos Grimm, aparecido de uma tradição oral longíquoa que provavelemente
aponta para uma um comportamento comum no século XIX, na Europa, onde se destaca a dureza
para a sobrevivência desde a Idade Média que marcado pela escassez da comida naturalizou o
infanticídio como uma prática comum, seja por meios diretos ou indiretos, ao deixarem se perder
na floresta para que morressem. Da mesma forma aconteceu com a Branca de Neve, amenizada
pela tradição Americana, ao qual a madrasta ou mãe-ruim, consegue persuadir ao pai que
abandone seu filho na floresta. A marca da fome é igual em João e o Pé de Feijão, Peter Pan com
os meninos perdido, abandonados e adotados carentes de mãe que vão para a Terra do Nunca
porque “caíram” do berço e não foram socorridos pelos pais.
Desde o Século XIII temos conhecimento de que existia na França a abertura da primeira
agência de amas-de-leite, inicialmente restrita apenas à aritocracia até o século XVI e torna-se tão
poupular o hábito de contratá-la que até o século XVIII que ocorre o escassez destas.
Em levantamento policial na França do século XVII das mais de 21 mil crianças nascida em
Paris, apenas mil eram amamentadas pela mãe e outras mil pelas amas-de-leite. Nesta época
tanto a taxa de mortalidade era absurdamente alta, assim como o número de crianças que jamais
conheceram o olhar materno da mãe. Segundo os relatos da polícia, algumas crianças foram
enviadas além muros para serem amamentadas e ao voltarem ao encontro de suas mães não
encontraram nenhum sinal de alegria ou ternura. Aliás, eram alvo de denuncia severas as mães
que porventura oferecessem carinho aos seus filhos sob a alegação de que a amamentação
voluptosas debilitam os corpos pelas delícias, de acordo com o pregador J. L. Vives, na obra A
Instituição da Mulher Cristã, traduzida e reeditada inúmeras vezes nesta mesma capital.
Fato que o infanticídio e o abandono nas portas de classes mais ricas ou dos futuros
patronatos não eram sem culpa, quanto a isso nos garantem os detalhes dos relatos e imagens de
bilhetes deixados presos à roupas das crinças ou deixá-la com o seu brinquedo favorito, por vezes
único. Ao que os atuais enxovais luxusos dos bebês nascem do desejo das classes com melhores
aquisições comprovar que esta criança não terá o destino dos pobres, ao qual em contra partida,
marcamos a recusa da oferta do seio como um sintoma do desejo inconsciente da mãe sobre a
morte da criança.
A visão tridimensional de mãe nem sempre existiu, isto é a tríade de esposa, mãe e mulher
que não é uma disposição psicológica original, mas uma realidade criada socialmente e que em
ato contínuo impactam no arranjo psíquico, assim como o sentimento da infância e aos infântos
se estruturassem na mentalidade e solidificasse o comportamento de amar. A família era social e
não sentimental. Portanto, somente depois do Século XVIII que surge a marca da família moderna
que tem por característica a intimidade e a ternura entre pais e filhos.
Por volta dos anos de 1760-1770 que começam a surgir a figura do Menino-Rei, o Príncipe,
o Herdeiro, o Preparado, que encontraria ecos na Igreja Católica, aparelho ideológico, que em
seus ritos inicia vagarosamente a devoção do Menino Jesus, em Praga, Portugal (1620); e, Nossa
Senhora Menina, em Todi, Itália (1735), que porventura, até então, tida como “loucura” e
“devanieos” a devoção de Santa Teresa de Ávila pelo Menino Deus enclausurada em seu mosteiro
(1515-1582).
Em contrapartida da criação de uma criança depositária de esperanças, tradições e
tesouros da sucessão familiar, seja pelas benécies morais ou financeiras, emerge a necessidade
de criar uma criança a ser temida pela possibilidade de fracasso por sua natureza corrompida pelo
pecado original concupiscencia, que tão logo deveria ser amenizada pelo batismo cristão católico,
pois se for dada ao natural logo seria capaz de produzir todos os crimes possíveis. Nesta teoria se
destaca Santo Agostinho que não tarde de associar o comportamento ético e a aprendizagem ao
estado da graça, isto é, a plena comunhão com Deus, haja vista, que em suas confissões afirma já
saber ler antes de ser alfabetizado e que a aprendizagem são revelações vindas da Cidade de
Deus, fonte de todo conhecimento e felicidade. Desta forma assistimos a criação de uma nova
forma cuidado com o infanto. O teólogo ao contrário do psicanalista, vê na relação mãe e filho a
fonte de má educação, enquanto este segundo afirmará que é pela primeira relação bem
sucessedida que virá o bom equilíbrio emocional e moral da criança. A Pedagogia-Cristã,
promovida pelos teólogos, produz vasta literatura de como educar e proceder neste trabalho
ascético que vence o espírito leviano privando-o do excesso de amor e cuidados.
Em Descartes, francês do século XVII, o racionalismo endossa a visão cristã e aponta a
infância como uma fraqueza do espírito, ao qual o corpo domina é quem domina e atrapalha as
faculdades do conhecimento do espírito por falsas ciências; e, associa a causa dos erros dos
adultos ao fato de um dia terem sido criança. Logo, ser homem e digno deste nome faz-se
necessário expurgar este passado negro de dentro de si.
Somente a partir do Século XVIII que começamos a notar o embrião da concepção de
criança que temos hoje:
1. No século XVIII pela primeira vez a criança é chamada de poupon, isto é bebê, uma
boneca, um brinquedo, uma diversão engraçada que produz coisas divertidas, um
pequeno ser sem personalidade dado à modelagem dos adultos. O mecanicismo
médico do mesmo século contribuiu para ver a criança como algo fácil de modificar
em seus princípios concendo à medicina e à educação a salvação do destino do
homem. Embora existindo um saber médico sobre a criança, foi apenas no Século
XIX que surge a pediatria com um saber específico e atento às doenças infantis,
comumente recusadas serem vistas pelos médicos em prol de classificá-lo como um
problema exclusivo da mãe. Os primeiros pediatras sofreram grandes perseguições
intelectuais pelos conservadores que exigiam ser a medicina única entre o adultos e
crianças.
2. Também somente no século XVIII que as crianças entram na literatura com
narrativas próprias desbancando a tradição de La Fontaine pela inventividade de
Molière.
3. Neste momento que termina a indiferença materna sobre as crianças dado que a
possibilidade do infanticídio pelas razões já declinadas ou a morte por qualquer outro
motivo como fome, doenças, guerra ou outros azares da vida, conduziam a mãe
proteger-se contra apego para que não sofresse as perdas que corriqueiramente
sofriam pela morte da criança.
4. A indiferença nesta época iniciou seu declínio colaborado pela diminuição de uma
atenção seletiva autenticado de acordo com as necessidades como os custos-
benefícios dos dotes, alianças entre famílias, patrimônios ou títulos nobres.
Inicio esta aula com a apresentação da Carta 0 do Tarôt: O Louco. O Tarôt é um baralho
de cartas de origem misteriosa e que na Europa Central permaneceu em uso constante em jogos
e em cartomancia. Para muito além disso, o Tarôt é uma viagem às profundezas da mente
humana, baseado em conteúdos ancestrais e arquetípicos, ao qual já foi objeto de estudo de C. G.
Jung. A loucura é tão misteriosa quanto a representatividade desta carta, que sem número,
pretende ser qualquer parte do desenvolvimento humano. Um movimento intenso em direção às
resoluções conflituosas da alma, mas que pode ser o fim antes mesmo do começo, o fim a
qualquer momento ou o recomeço quando quiser. Tal é a ambiguidade e os mistérios do
fenômeno da loucura.
Até o início da idade média, o louco convivia normalmente com seus pares, era membro da
sociedade e por vezes era tido iluminado. Foi após estabelecer-se a Idade Média e até a metade
da renascença que surge a loucura como algo diabólico, produção do demônio, merecedo de
atenção de um especialista que pudesse realizar um discurso e terapêutica eficaz que pudesse
livrar aquela alma da perdição. Foi assim que surgiu o termo Epilepsia, que quer dizer tomar de
cima, possuir.. como um demônio que se apossa de alguém e o debate sem sua vontade, assim a
loucura ganhou uma explicação pela igreja ao qual perpetrava o seu tratamento espiritual e
cuidados. Os primeiros hospitais gerais nasceram sob a responsabilidade da igreja, que por
desígnios bíblicos também necessitava dar conta do pecado manifesto através da lepra.
Foi após a erradicação da Lepra do território europeu que inúmeros leprosários ficaram
inutilizaveis. Sem razão para existir, os bens e as rendas destinados a eles passaram para outras
formas de exclusão. Os leprosários e os bens criaram uma marca de exclusão, delimitados a um
lugar onde deve-se esperar pela “salvação”, assim, da lepra passamos para centros de correção
da moral e para a atenção às doenças venéreas, aos quais, longe da sociedade, podem ser
estudadas livremente e sem produzir incômodos.
Na renascença a casa da “salvação” também se dedicava a receber os viajantes das naus
dos loucos, que embarcados para serem evitados em suas cidades, ao serem encontrados além
mar eram encaminhados para estas “prisões”. Pós Revolução Francesa e até o século XVIII,
nenhum cidadão poderia ser abritrariamente privado de sua liberdade, exceto o louco, que é
interpretado como aquele que faz sarcasmo ao Saber, uma ignorância humana. Uma incapacidade
ao trabalho, Esta dimensão refina a concepção destes excluídos e faz surgir um saber nosológico,
médico. Aqui nasce a Psiquiatria e pela primeira vez a loucura é estabelecida como disfunção da
razão e da consciência, assim o homem deixa de se comunicar com o louco, a ciência patologiza,
as leis tiram os direitos e a internação é solução para a correção mental e o Manicômio surge
pelas estruturação das ideias de Pinel (1745-1826) e nunca mais junta com as doenças venéreas e
outras partes excluídas da sociedade com uma “libertação” por formas diferentes de tratamento.
Sob o olhar da medicina, inúmeras tentativas de terapias foram aplicadas aos pacientes,
porém com poucos sucessos. O Museu da Loucura, em Barbacena, Minas Gerais, mostra um
pouco da história da loucura daquilo que havia sido um hospital psiquiátrico e que ficou famoso
pela crueldade aos quais foram submetidos os seus internos. Gumarães Rosa, em seus contos já
identificava a Barbacena e o “trem dos loucos” ou “trem da solidão coletiva” que levavam os
portadores de Trantorno Mentais para este Hospital Colônia, fundado em 1903. Imperava,
veladamente, a visão Higienista de limpeza social isolando a escória, sob utilização de objetos de
torturas como eletros-choques sem prescrição, exposição à chuva e frio, lobotomina, camisa-de-
força, algemas, celas sem cama substituídos por capins trocados semanalmente por superlotação.
A impossibilidade de obter um discurso verdadeiro e total sobre a loucura é um saber de
fato, pois, diante de vários sentidos, principalmente a impossibilidade da experimentação empírica
e pessoal no real e, em seguida, um retorno assegurado para a uma produção descritiva. Foucault
no livro Doença Mental e Psicologia (1984), também colabora com a premissa da impossibilidade
da existência de uma Psicologia Geral que possa compreender e explicar a loucura visto que é a
loucura quem detém a verdade sobre a Psicologia, e não o contrário.
Ponto de
Funcionamento Horário Parâmetro
Atenção
Transtorno Mentais graves e Diurno
Acima de 20 mil
CAPS I persistentes decorrentes do uso de Segunda a
habitantes
crack, álcool e outras drogas Sexta
transtornos mentais graves e Diurno
Acima de 70 mil
CAPS II persistentes, podendo também atender Segunda a
habitantes
pessoas com necessidades decorrentes Sexta
transtornos mentais graves e
persistentes. Proporciona serviços de 24 Horas e
Acima de 200
CAPS III atenção contínua, com funcionamento Fins de
mil habitantes
24 horas, incluindo feriados e finais de Semana
semana, ofertando retaguarda clínica e
acolhimento noturno a outros serviços
de saúde mental
Equipe Mínima
Os RITOS DE PASSAGEM são celebrações que fundam a mudança de status de uma pessoa
dentro da sua comunidade. Estes ritos podem ser de caráter social, religiosos ou comunitário.