Está en la página 1de 177

Capítulo primero

Afu era, brillaba el sol. Vívido, iluminaba los árboles, pro-


yec t and o n egra s s ombras d et rá s d e la s d est acada s roca s y, d e
rechazo, mandando miríadas de puntos resplandecientes desde
el azul del lago. Aquí, en el frío reparo de la cueva de la vieja
ermita, la lu z se filtraba a través de las ramas colgantes y
llegaba verdosa, suave, a los ojos cansados de una exposici ón
al sol relumbroso.
El joven, respetuosamente, acataba al eremita flaco, sentado
er gu i d o s ob r e u n a p i ed ra ga s ta d a p or los a ñ os . «H e v en i d o
a Ti pa ra s er inst ru id o, oh Ven erab le», le d i j o el s ant o var ón
con voz sumisa.
«Sién tate», ord enab a el más an cian o d e los d os. El joven
m on j e, d e v es t i d u r a s c olor r o j o-la d ri ll o, s e i n c li n ó d e n u evo
y se sentaba con las piernas cruzadas sobre el su elo apiso-
nado, cerca del maestro.
E l vi ej o er emit a gua rdaba si len ci o, c om o sí c ont emp la s e una
i n f in id ad d e c os a s p a s ad a s , pero c on la s c u en c a s d e los oj os
vacías.
Muchos, pero muchos años atrás, siendo él un joven lama,
h a bí a c a íd o en m an os d e un os ofi c i a les d e la s t rop a s c hi n as ,
e n Lh a s a , y p r i v a d o d e s u s oj o s , p o r n o r e v e l a r s e c r e t o s d e
Estado, que él desconocía. Torturad o, lisiado y cegado de
a m b os oj os , h a b ía c a m in ad o d e a q u í p a ra a llá , c on a m a rgura
y d e c e p c i ó n , h u ye n d o d e l a c i u d a d . Vi a j a n d o p o r l a n o c h e ,
andu vo ha sta lej os d e ella , cas i en loqu ecid o p or el d olor y el
h or r o r ; e vi t a n d o la c o m p a ñ í a d e l os h om b r e s . P en s a b a , p en -
saba; no le abandonaban sus pensamientos.
S u b i e n d o s i e m p r e a m a yo r a l t u ra , vi v i e n d o d e l c é s p ed o d e
l a s h i e r b a s q u e h a l l a b a p o r s u c a m i n o; g u i a d o h a c i a d o n d e
h a l la r d e q u é b eb e r p o r e l rum o r d e lo s a rr o yo s d e la m on t a -
ñ a , c on s er vó u n ec o d e u n a c h i sp a d e vi d a . P oc o a p oc o, s u s
peores lesiones fueron sanando; las cuencas de sus ojos de-
jaron de supurar. Pero siempre buscaba subir más arriba, le-

9
j o s d e u n a h u m a n i d a d q u e t o rt u ra b a a l o s h o m b r e s f e r o z m e n -
te y sin motivo.
El aire se fue haciendo cada vez más ligero. Desaparecieron
l o s á r b o l e s , c o n c u ya c o r t e z a p o d í a s u s t e n t a r s e . N o p o d í a
e x t e n d e r l a m a n o y a r r a n c a r p l a n t a o ye r b a a l g u n a .
E n t o n c e s , l e e r a p r e c i s o a r ra s t ra r s e s o b r e l a s m a n o s y l a s
r o d i l l a s , va g a n d o d e u n a p a r t e a o t r a , e s f o r z á n d o s e ,
e s p e r a n d o h a c e r l o b a s t a n t e p a ra p o d e r a l e j a r l o s t o r m en t o s
del hambre.
E l a i r e s e h i z o m á s f rí o , l o s d i en t e s d e l v i e n t o m á s p e n e t ra n -
tes; pero aún se afanaba más hacia arriba, siempre más arri-
b a , c o m o c on d u c i d o p o r u n i m p u l s o i n t e r i o r . Un a s s e m a n a s
a n t e s , a l c o m i e n z o d e s u v i a j e , h a b í a e n c on t ra d o u n a f u er t e
rama, que empleaba como bastón para buscar su camino. De
pronto, su bastón de ciego se encontró enfrente a una pared
y no pudo hallar camino que le condujese más adelante.
E l j o v e n m o n j e m i r ó f i j a m e n t e a l a n c i a n o. N o s e o b s e r v a b a
e n é l s i g n o a l g u n o d e m o v i m i e n t o. « As í d e b í a s e r », p e n s ó e l
j o v e n , y s e c o n s o l ó p e n s a n d o q u e l o s « V e n e r a b l e s An c i a n o s »
vivían en el mundo del pasado y jamás alteraban su modo de
ser por nadie. Echó una ojeada curiosa a su alrededor, en la
cueva desnuda. Y lo era completamente. A uno de los lados,
s e o b s e r v a b a u n a m a ri l l e n t o m o n t ón d e p a j a — l a c a m a d e l
e r e m i t a — . Al l a d o d e é s t a , u n t a z ó n . D e u n s a l i e n t e d e l a
roca, colgaba una mugrienta túnica color de azafrán, triste y
c o m o c o n s c i en t e d e e s t a r d e s c o l o r i d a p o r e l s o l . Y n a d a m á s .
Nada.
Aq u e l v i e j o r e f l e x i o n a b a s u p a s a d o c u a n d o fu e t o r t u r a d o ,
mutilado y cegado. Cuando él era un joven, como aquél que
t e n í a s en t a d o d e l a n t e s u yo .
E n u n a r r a n q u e d e f r u s t ra c i ó n , c on s u p a l o g o l p e ó l a e x t r a ñ a
b a r r e r a q u e t en í a e n f r e n t e . Va n a m e n t e , s e e s f o r z ó p o r v e r a
t r a v é s d e l o s c u e n c o s va c í o s d e s u s o j o s . F i n a l m e n t e , r e n d i -
d o p o r l a i n t e n s i d a d d e s u s e m o c i o n e s , c a yó d e s v a n e c i d o a l
pie de aquella barrera misteriosa. El aire enrarecido se cola-
b a a t r a v é s d e s u s v e s t i d u ra s , r ob a n d o l e n t a m e n t e a l
debilitado cuerpo el calor y la vida.
La r g o s m o m e n t o s p a s a r o n . F i n a l m e n t e , l o s p a s o s d e u n o s

10
pies calzados r esonar on sobr e el su elo pedr egos o. S e escuc ha-
r on p a la b r a s mu r m u rad a s en u n a len gu a i nc om p ren s i b le y el
d éb i l c u er p o d e a qu el la m a fu e le va n t a d o y c on d uc id o lej os .
S e es c u c h ó u n «i c la n g !» m et á li c o y u n b u it re q u e es t a b a a llí
al acecho, considerándose defraudado de su comida, se remontó
pesadamente.
E l vi ej o ana c or eta emp ezó a rec ord a r. Tod o aqu ello p as ó mu -
ch o tiemp o atrás. Ah ora tenía qu e in struir al joven monje
q u e t e n í a en f r e n t e y q u e e r a c o m o é l f u e — ¿C u á n t o s a ñ o s
ha cía ? ¿S es enta ? ¿S et ent a ? ¿Ta l vez má s ? — . No im p or taba,
t od o h ab ía qu ed ad o a t rá s, p erd i d o en la s n i eb la s d el p a s ad o.
¿Qu é s i gni fic an los añ os d e la vida d e un h omb re, cuand o él
conoce los que tiene el mundo?
P a rec ía c om o si el ti emp o s e hubi es e d et enid o. Hast a el vi en t o
d ébi l, qu e s usu r raba a tr a vés d e la s h ojas , hab ía c es ad o su
murmullo. En el aire, flotaba una expectación temerosa, mi en -
t ra s el j oven m on j e a gua rd aba qu e el vi ej o eremita emp eza se
s u d i s c u r s o . P o r f i n , c u a n d o l a t e n s i ó n s e i b a h a c i en d o i n a -
guantable para el joven, el Venerable inició sus palabras.
«Tú has sido enviado a mí — dijo —, porque se te ha destinado
una gran t r abaj o en est a Vid a y yo t en go qu e inst ru irt e d e todo
cuanto son mis conocimientos, de forma que t endrás que
entera rte hasta cierto punto de tu propio destino». E l viej o se
e n c a r a b a en d i r ec c i ón d e l j ov e n , q u e s e m o ví a c on fu s o. E ra
di fí ci l, p en saba, t rat ar c on ciegos ; «m i ran » s i n ver; p er o un o
tiene la s ensación de que lo ven todo. No se sabe cóm o tratar
con ellos.
La v oz s ec a y d es a c os t u m b rad a a exp res a rs e d e l vi ej o c on t i -
n u ó: «C u a n d o yo er a j ov en m e en c on t ré c on va ri a s exp e ri e n -
c i a s , e xp er i en c i a s d o lo r os a s . Ab a n d on é n u es t ra gr a n c i u d a d
d e Lh a s a y va gu é, c i ego, a t ra vés d e la s s o led a d es . Deb i li t a -
do, enfermo e inconsciente, fui arrebatado no sé adónde y
a l lí f u i i n s t r u i d o en p r ep a ra c i ón d e es t e d í a d e h o y. C u a nd o
mi conocimiento haya pasado a ti, el trabajo de mi vida
habrá terminado y p odré ir en paz a los Campos C elestiales . »
Di c i en d o es t a s pa la b ra s , un res p la n d or b ea t í fi c o i lu mi n ó la s
m e j i l l a s c a í d a s y a p e r g a m i n a d a s d e a q u e l a n c i a n o, q u e d i o

11
i n c on s c i en t e m en t e m á s v e l oc i d a d a s u M o li n o d e P l e ga ri a s .
En el exterior, las sombras, lentas, se arrastraban por el suelo.
El viento s e había hecho más fuert e y empujaba el polvo s eco
d e c o l o r d e h u e s o , f o r m a n d o p e q u eñ o s t o r b e l l i n o s a r a s d e l
s u e l o. A i n t e r va lo s , u n p á j a ro l a n za b a u n a l la m a d a u r g en t e.
De un modo casi imperceptible, la luz del día se apagaba y
l a s s o m b r a s s e i b a n a l a r g a n d o . D e n t r o d e l a c a v e r n a , a h or a
franc am en t e a oscu ra s, el j oven m onj e s e ap ret aba fu ert em en t e
el c u er p o, es p er a n d o d e es t a form a r ep ri m i r los r on q u id os d e
s u h a mb r e c r ec i en t e. Ha m b re . «E s t u d i o y h a m b re », p en s a b a
«siempre van juntos.» Hambre y estudio. Una pasajera
s o n r i s a c r u z ó p o r e l r o s t r o d e l e r m i t a ñ o . « ¡Ah ! — e x c l a m ó - -
la i n f or m a c i ón er a exa c t a . E l j oven s e s i en t e h a m b r i en t o. S u
vi en t r e s em ej a p or el ru id o un ti mba l hu ec o. E l qu e m e in for -
mó me dio este deta lle. Y tam bién el rem edio. » Lenta, penosa-
mente, c on los crujidos pr opios de la edad, se puso en pie sin
t i tu b eo a va n za d o h a ci a un a pa rt e oc u lt a d e la c u eva . A s u re-
gr es o en t r e gó a l j ov en m on j e u n p equ eñ o pa qu et e. «D e p a rt e
d e t u Hon or a b le Gu í a », exp li c ó; «É l m e h a d i ch o qu e q u ier e
h a c e r m á s d u l c e s t u s e s t u d i o s . » T o r t a s d u l c e s d e l a In d i a .
Y una poca de leche de cabra, para cambiar el agua como
ú ni c a b eb id a . «¡N o, n o !», ex c la m ó el vi ej o e rm i t a ñ o, c u an d o
f u e i n vi t a d o a c om p a rt i r a q u e l a li m en t o. «M e d o y c u en t a d e
las nec esidades de la juventud; sobre todo de los que habitan,
lej os d e l m u n d o, má s a llá d e la s m on t añ a s . C om e y d i s fru t a .
Yo, insignificante persona, intento seguir en mi humilde senda
al gracioso señor Buda y vivir d e la metafórica semilla de
mostaza. Pero tú, come y duerme; porque me doy cuenta
d e qu e la n och e se n os ha ven id o encima.» Diciend o estas
palabras el anciano había vuelto al interior oculto de la
cueva.
El joven se dirigió a la entrada de la cu eva, qu e ahora era
un óva lo gri s c ont ra la os cur idad d el in t eri or. Los a lt os p icos
d e la m on t añ a pa r ec í a n rec ort es n egros c on t ra el roj i zo es p a -
cio que les rod eaba. De pronto se produjo un creciente res-
p la n d o r p l a t ea d o d e lu z p o r e l p a s a j e d e u n a s o s c u ra s n u b es
s o l i t a r i a s , c o m o s i l a m a n o d e u n d i o s a p a rt a s e l a s c o r t i n a s

12
qu e ocu ltab an a la qu e los h om bres lla man «la R eina d el Ci e-
lo». Pero el joven mon je n o se entretu vo; su cen a era fru-
galísima y no la habría resistido ningún joven occidental.
En s eguida r egr es ó a la cu eva y, exc a vand o una d ep resi ón en
la ar ena d el su elo d ond e rep os a r su cad era, c a yó en un su eñ o
profundo.
L o s p r i m e r o s a l b o r e s d e l a lu z l e h a l l a r o n a g i t á n d o s e i n c ó -
m od a m en t e. S e le va n t ó d e u n s olo i m p u ls o y, p u es t o d e pi e,
m i r ó c om o a v e r g on za d o a s u a l r ed ed or . E n es t e m om en t o e l
vi ej o a n a c or et a . en t ra ba c a min a nd o in c i ert a m en t e d ent ro d el
vestíbulo de la cueva. «¡Oh, ven erab le — exc lamaba el j oven
m o n j e n e r v i o s a m en t e — , h e d o r m i d o m á s d e l a c u en t a y n o
m e h e a c o r d a d o d e l o s o f i c i o s n o c t u rn o s !» E n t on c e s s e d i o
completa cuenta de dónde se hallaba.
«No temas, joven amigo — dijo sonriendo el ermitaño —.
Aquí no hay oficios. El hombre, una vez evolucionado, tendrá su
oficio dentro de su propia alma, por todas partes y siempre, s i n
q u e t en ga q u e s e r r ed u c i d o a r e b a ñ o y c on gr e ga d o c om o los
ya k s , q u e n o t i en en un a m ent e. P er o h a zt e t u t s a mp a ( *) y
come; porque hoy tengo que contarte muchas cosas, y tú
tienes que ac ordart e de t odas ellas. » Diciendo estas palabras, el
santo varón, se encaminó hacia el naciente día.
Un a h or a má s ta r d e, el j oven es t a b a s ent ad o en fren t e d el a n -
c i a n o es c u c h a n d o la r e l a c i ón d e és t e , t a n a p a s i on a n t e c om o
ext raña. Una historia que abarcaba todas las religi ones, todas
las historias sobrenaturales y leyendas del mundo entero. Una
historia que había sido reprimida por todos los sacerdotes
sedientos de poder y los «científicos» desde los primeros
tiempos tribales.
Ra yos d e s ol s e fi lt rab an a t ra vés d el follaj e d e la b oc a d e la
c u e v a y d a b a n b r i l l o a l a s f i b r a s m e t á li c a s d e l a s r o c a s . E l
ai re, li ger am ent e c a li ent e, y una li gera n eb lina flot aba s obr e el
la go. Un os cu ant os p aja ri llos cha rlab an ru id os am en t e y s e
preparaban para su tarea inacabable de buscar comida sufi-
ciente en una región de vegetación escasa. En las alturas, un

(*) Agua hervida con harina tostada.


13
b ui t r e s oli t a r i o s e a lza b a , s os t en i d o p or un a c or r i en t e a s c en -
d en t e d e a i r e, s u b i en d o y b a j a n d o c on la s a la s ext en d i da s , in -
m óvi l es , m i en t r a s c on s u s oj os p ers p i c a c es b u s ca b a s ob r e e l
s u elo d es n u d o a lgú n cu erp o m u ert o o m u ri én d os e. C on ven c id o
d e q u e n o ha bí a n ad a p a ra su p rovec h o, s e d es p la zó a ot r os
c i elos c on u n gr a zn i d o m a lh u m orá d o y h u yó en b u s c a d e
m ej or es ven t u r a s .
E l vi ej o er m i t a ñ o es t a b a s en t a d o, er ec t o e i n m óvi l, c on s u
fi gu r a d es c a r n ad a es c a s a m en te c u b i ert a p or los r es t os d e s u
ves t i d u r a d or ad a . «Dor a d a », ya n o lo er a , s i n o d es c ol ori d a por
el s o l y c on v er t i d a en u n os h a rap os t erros os c on u n a s t i ra s
a m a r i lla s , d ond e los p li egu es h a bí an h ec h o d i s mi nu i r en par t e
la d ec olor a c i ón p or la lu z sola r. La p i el era a p erga m i n ad a ,
s ob r e s u s p óm u los a gu d os , y c on es e c o lo r d e c e r a , b la n -
q u ec in o, f r ec u en t e en t re l os q u e es t á n p r i vad os d e la vi s t a .
Ib a d es c a lzo y los ob j et os d e s u p ropi ed a d s e li m i t ab an a un a s
p oc a s c os a s : un c u en c o, u n M oli n i llo d e P le ga ri a s , y
ú ni c a m ent e u n a r op a d e rec a m b i o, t an d es t eñ id a y m a n c ha d a
c om o la q u e l le va b a pu es t a . Na d a m á s , a b s olu ta m en t e na d a
m á s en el m u nd o en t ero.
S en t a d o en f r en t e a l er em i t a , el j ov en m on j e m ed i t a b a . C ua n t o
m a yo r es la es p i r i t u a lid ad d e u n h om b re, m en os s on s u s
b i en es t er r en a les . Los gra n d es a ba d es , c on su s há bi t os d e oro,
s u s r i q u eza s y a b u nd an ci a de m a n j a res , s i em p re es t a b a n en
lu c h a p a r a a lc an za r p od er p olí t i c o y vi ví a n pa ra el m om e n t o
p res en t e, m i en t r a s re ve ren c i a b a n d e la b i os a fu era la s E s c ri -
turas.
«J ov en a m i go », em p ez ó la vo z a n c ia na . «M i s d í a s c a si t ocan a
s u a c ab a m i ent o. Ten g o q u e t r a n s m it i r t e m i s c on oc i m i entos ;
d es p u és d e lo c ua l, m i es p í ri tu s erá li b re p a ra i rs e a los C am -
p os C el es t i a les . Tú , a t u vez, t r a n s m it i r á s es t os c on oc i m i ent os
a los d em á s . E s c u c h a, p u es , y a lm a c en a t od o c u an t o t e d i ré en
t u m em or i a s in f a llo a lgu n o. »
« ¡Ap r en d e es t o, es t u d ia a qu el lo !», p en s ó el j ov en m on j e. «La
vi d a ah or a n o es m á s q u e un ru d o t rab aj o i n c es an t e. Ad i ós
c om et a s , za n c os y. . . »
P er o e l er m i t a ñ o c on ti nu ó: «Y a s a b es c óm o m e t r a ta ron los

14
c h in os , y c óm o f u i va ga n d o p or la s s o led a d es y ll e gu é f i n a l-
m en t e h a s t a d ond e m e oc u rri ó u n gra n p rod i gi o. Un m i la g r o,
p or q u e u n in s t in t o s ec ret o m e c on d uj o h a s t a la s m i s m a s puer -
t a s d el S a n t ua r i o d e la S a b i d u ría . Te lo q u i ero c on t a r. M i
s a b id u rí a s er á t u ya , ta l c om o a m í m e fu e m os t ra d a, ya q u e, a
p es a r d e es t a r p r i va d o d e la vi s t a , lo vi t od o».
E l j oven m on j e a s i n t i ó c on la c ab eza , ol vi d á nd os e d e q u e el
a n ci an o n o le p od í a ver; en t on c es , d á nd os e c u en t a, le d i j o:
«E s t o y es c u c ha nd o, Ven era b l e M a es t ro, y es t o y c a p a ci t ad o
p or m i f or m a c i ón a r ec or d a r lo t od o ». M i en t r a s d ec ía es ta s
p a la b r a s , él h i zo u n a rever en c i a y s e vo lvi ó a s en t a r, a gua r -
d a nd o un r at o.
E l a n c i an o s on r i ó y c on t i nu ó s u r e la t o: «Lo p r i m er o q u e re-
c u er d o es q u e es t a b a ac os t a do m u y c óm od a m en t e en u n lec h o
b la n d o. Na tu r a lm en t e, yo en t on c es era j o v en , p or e l es t i lo d e
lo q u e er es t ú , y c r eí a h a b er s i d o t ran s p ort ad o a los C a mp os
C el es t i a les . P er o n o p od í a ver y m e p a r ec í a q u e s i el s i t i o
d on d e m e h a lla b a er a e l ot ro la d o d e la vi d a h a b ría r ec ob r a d o
m i vi s t a . De m a n er a qu e es t a b a a llí a c os t ad o y es p era n d o. Al
c a b o d e u n la r go r a t o, u n os p a s os m u y s i l en c i os os s e a c e r -
c a ron y s e d et u vi er on a m i la d o. Yo, es t a b a i n m óvi l, n o s a -
b i en d o q u é es p er a r . " ¡Ah !", e xc la m ó u n a voz q u e m e p a r ec i ó
s er en c i er t o m od o d i s t in t a d e la s n u es t ra s . "¡Ah !, v eo q u e
h a b éi s r ec ob r ad o la c on ci en c ia . ¿Os en c on t rá i s bi en ?".
»Va ya u n a p r egu nt a n ec ia , p en s é en t re m í . ¿C óm o p u ed o
en c on t r a r m e b i en , s i m e es t o y m u ri en d o d e h a mb r e? ¿E r a
c i ert o? E n r ea li d a d ya n o s en t ía ha m b re a lgu n a. M e en c on -
t r a b a b i en , mu y b i en . C on p rec a u c i ón, m oví m i s d ed os , s en tí
m i s b r a zos s i n r a st r o a lgu n o d e a gu j et a s . M e h ab ía r ec ob r a d o
y m e n ot a b a n or m a l; s ólo q u e n o t en í a oj os . "S í , s i , m e s i en t o
b i en , gr a c i a s p or la p regu nt a ", le c on t es t é. La Vo z d ij o
en t on c es : "Hu b i ér a m os q u eri d o res t a u ra r vu es t ra vi s t a ; per o
os h a bí a n qu i ta d o los oj os y n o n os f u e p os i b le. R ep os a d un
ra t o, y lu e go h a b la r em os c on Vos d et a lla d a m en t e".
»R ep os é; n o t en í a ot ra s o lu c i ón . No t a rd é en d or m i r m e d e
nuevo. Lo que dormí, no lo supe; pero un dulce sonido d e ca m pa na s ,
c a s ua lm en t e, m e d es v el ó; t a ñid o m á s d u lc e y

15
apacible que los más delicados gongs, y mejor que las antiguas
c ampan as d e p lat a, má s s on oro qu e la s t romp eta s d el t emp lo.
M e i n c o r p or é y m i r é a m i a lr e d ed o r, c om o s i p u d i e s e f o r z a r
la visión de mis órbitas sin ojos. Un brazo amistoso se deslizó
alredor de mi espalda, y una voz me dijo: "Levántate y
sígueme. Yo te conduciré".»
E l j o v en r e l i gi o s o p e r m a n ec í a s en t a d o y e x p eri m en t a b a u n a
fascinación, extrañándose que no le hubiesen sobrevenido nunc a
a ven t u r a s s em ej a n t es ; i gn oran d o q u e, en su d í a, le lle g ar í a
e l tu r n o . «T e l o r u e g o , c o n t i n ú a , V e n e r a b l e M a e s t ro »,
exclamó. El viejo maestro sonrió complacido por el interés
que mostraba el joven.
«M e c ondujo hasta una habitación espaciosa, a l parecer, llena
d e g en t e; yo e s c u c h a b a e l ru m o r d e s u r es p i ra c i ón y e l r o c e
d e s u s v e s t i d u r a s . M i gu í a m e d i j o " S e n t a o s " , y u n e x t ra ñ o
i n gen i o f u e em p u j ad o ha s t a m i p ers on a . E sp era n d o s en t a rm e
en el suelo, c omo todas las p ers onas educadas, estuve a punto
de caerme al choque con aquel artefacto.»
E l a n c i a n o a n a c o r et a h i z o u n a b r e v e p a u s a y u n a s ec a r i s i t a
escapó de su boca al relatar aquella esc ena pasada. «Me s enté
c o n t o d o c u i d a d o — c on t i n u ó — y a q u e l o b j e t o m e p a r e c i ó
blando, si bien sólido. Me sentía sostenido sobre cuatro patas y
p or l a p a r t e d e a t r á s h a b í a u n a c o s a q u e m e i m p ed í a e c h a r
atrás mi espalda. De momento, pensé que me creían demasiado
d éb i l p a r a s en t a r m e s i n a l gu na p r ot ec c i ón ; d es p u és c a p t é s e -
ñales de divertida y r eprimida sorpresa entre los pr es entes, ya
que, por lo visto, aquélla era la manera de sentarse de toda
a q u ella gen t e, y, f r a n c a m en te, q u ed é c olga d o t ri s t em en t e d e
aquella plataforma almohadillada.»
E l j o v e n m on j e i n t e n t ó i m a g i n a r s e l o q u e p o d í a s e r u n a p l a -
ta for ma pa ra s en ta rs e. ¿P or qu é exis t ían s em ejan t es obj et os ?
¿P o r q u é s e t i en en qu e i n ven ta r c os a s i nú ti les ? N o, d ec i d i ó; e l
su elo era su ficiente p ara él; más segu ro, sin riesgos d e
c a e rs e . Y, ¿q u i én es t a n d éb il q u e n ec es i t a t en e r s u e s p a ld a
a gu a n t a d a ? P e r o e l a n c i a n o es t a b a ot ra v e z h a b la n d o — s u s
pulmones era resistentes — al joven monje.
«"Os extrañáis de nosotros — la voz continuó —, os maravi-
16
liáis de quiénes som os, d e por qué os s entís tan bien. Siénta te
con toda com odidad, porque ten emos que c ontarte muchas
cosas".
»"Mu y Ilustr e S eñor", dije d isculpándome. "Estoy ciego, he
sido privado de mi vista y decís que tenéis mucho que con tarme
y que m ostra rm e. ¿C ómo puede ser, esto?" "Tranquilízate —
dijo la Voz —, porque todo será c lar o para ti, con tiempo y
paciencia.» La parte post eri or d e mis pi ernas empezaba a
dolerm e, colgadas en aquella ext raña postura, de modo que las
encogí, intentando permanecer en la postura del lot o sobre la
pequeña plataforma d e madera aguantada sobre cuatr o patas y
con aquel estorbo en la espalda. Así, m e sentía más a mis
anchas, si bien, no vi endo, podía perder el equilibrio sin
querer.
»"S om os los Jardineros de la Ti erra ", pr osiguió la Voz. "Vi a-
jamos por los univers os, situando ser es humanos y animales por
los mundos distintos. Vosotr os, los hijos de la Tierra, poseéis
leyendas sobr e nosot ros, llamándonos dioses celestiales y
hablando de nuestros carr os de fuego. Ahora vamos a darte u na
información s obr e el ori gen de la Vida en la Tierra, d e man era
que puedas transmitir tus conocimientos a otr o que vend rá
después a l mundo y esc ribirá sobr e estas cosas, por que ya es
hora de que la gente conozca la Verdad de sus Dios es, antes de
iniciar el s egundo perí odo."
»"Aquí hay cierta confusión", exc lamé con desánimo. "No s oy
más que un pobre monj e que subió a estas alturas sin saber
cómo. "
»"Nos otr os, con nuestr o saber , te guiamos — murmuró la Voz
—, te hemos escogido por tu mem oria extraordinaria, que aún
refor zar emos. Conocemos tod o lo que s e refi ere a ti. Por eso te
hemos c onducido hasta nosotros."»
Fu era de la cueva, a la lu z, ahora brillante, del día, la nota del
canto de un pájaro se elevó aguda y p enetrante c on súbita
alarma. Un chillido de una ave agresora y el pájaro se escapó
de aquellos parajes pr ecipitadamente. E l vi ejo ermi taño levan tó
su cabeza un momento, diciendo: «No es nada; probablem ente
un pájaro volando en la altura ha lanzado un

17
ataque». E l joven monj e encontró d esagradable el vers e dis-
traído de la narración de la vieja edad, una edad que — caso
ext raño — no encontraba difícil de visuali zar. A la ori lla del
lago los sauc es cabeceaban con indolencia sólo inquietados por
las brisas errantes que rem ovían sus hojas y las hacían
protesta r contra la invasión de su rep oso. Actualm ente, los
primer os ra yos d e s ol habían abandonado la entrada de la cueva
y en ella r einaba el frí o, con la luz teñida de color ver doso. El
viej o er emita s e estrem eció li geram ente, arr egló sus
abigarradas vestiduras y c ontinuó:
«Estaba asustado, muy asustado. ¿Qu é sabía yo de aquellos
Jardineros de la Ti er ra? Yo, no era jardiner o. No sabía nada de
plantas, y de universos, mucho menos. Necesitaba no marcharme de allí.
Mientras estaba pensando esa s cosas, puse mis pies s obre el
borde de mi plataf orma -asiento y me puse de pie. Ma nos
cariñosas, per o fi rm es m e volvi eron a s en tar en aquella r ara
for ma, con mis pies colgando y mi espalda apoyada s obre a lgo
que estaba detrás mío. "La planta, no debe dictar órdenes al
jardinero", murmur ó una voz. "Te han conducido aquí, y aquí
tienes que apr ender."
»A mi alr eded or, mientras m e volvía a sentar, aturdido, per o
también irritado, com enzó una gran discusión en una lengua
para mí desconocida. Voces. Voc es. Algunas agudas y d elga-
das, como sa li endo de unos gaznates de enanos. Otras, p ro-
fundas, resonantes, sonoras, como toros o yaks en los perí odos
de c elo, mu giendo a través del paisaje. Fues en quien es fues en,
pensé, n o auguran nada bueno para mí, pers ona díscola, cau tivo
involuntario. Estuve escuchando con temor e incertidumbre
todo el rato que duró la discusión para mí incomprensible.
Aquellos pitidos y estruendos como d e una trompeta res onando
en un desfilad er o. ¿Qué gente era ésa ?, pensaba yo, ¿pued en los
gaznates humanos pres entar es a multitud de tonos, supertonos y
semitonos? ¿Dónde m e encontraba? Ta l vez m e hallaba yo en
peor es manos que cuando era prisionero d e los chinos. ¡O h,
quién tuviera oj os ! Oj os para ver lo que ahora me era veda do.
¿S e habría desvanecido acaso el misterio a la lu z de la mira da?
Pero no, c omo c ompr endí luego, el

18
misteri o s e habría hecho má s profundo. Permanecí s enta do,
llen o de apr ensión y mu y a sustado. Las torturas que había
exp erim entado en manos d e los chinos me habían acobardado,
me hacían temer que no podría soportar más, de ninguna
manera. Mejor hubiera sido que los Nu eve Dragones hubiesen
llegado y me consumiesen de una vez que lo que me tocaría s oportar por
obra de lo Desc onocido. Así es que per manecí sentado, ya que
no había nada que hacer.
»Altas voc es m e hicieron tem er por mi suert e. De haber t enido
ojos para ver, hubiera r eali za do un desesperado esfu erzo para
huir; pero aquel que s e encuentra sin ellos está c oncretamente
sin esperan zas, a la m erc ed de todo. La piedra lan zada, la
puerta cer rada, las amenaza s creci entes que s e m e pres entaban,
amenazadoras, opr esi vas y s iempr e tem erosas. El estrépito
exp erim entó un cr esc endo. Los gritos chillaban en los más alt os
registr os, com o un estruendo de toros en lucha. Temía una
violencia sobre mi pers ona, golpes que llegas en hasta mi
pers ona a través d e mis tinieblas et ernas. Agarré fu ert em ente el
borde d e mi asiento, y lo s olté en s eguida, pen sando que un
golpe p odría dejarm e sin sentidos, mientras que si no
encontraba resist encia el choqu e sería más leve.
»"No temas", m e dijo la Voz, ahora para mí familiar. "S e tr ata
únicamente de una reunión del Consejo. Ningún daño puede
seguirse para ti. Pr ecisament e estamos discutiendo la m ejor
manera de instruirte. "
»"Alt o S eñor ", r epliqué a lgo confuso. "Est oy sorpr endido, en
verdad, escuchando cómo los Grandes lan zan sus voc es a se-
mejanza d e los más humildes pastores de yaks en la mon taña."
Un divertido rum or de ris as celebr ó mi com entario. Mi
auditorio, según parecía, no estaba disgustado por mi tal vez
algo loca f ranqueza.
»"R ecuerda eso si empre", rep licó el Jardinero. "No importa lo
que se a lza la voz; siempr e h ay una razón, una discrepancia.
Siempr e una opinión que se s epara de lo que afir man los de más.
Cada cual tiene que discutir, argumentar y, forzosamen te,
sost ener la pr opia opinión, si no s e quier e s er un mero esc lavo,
un autómata, siempre a punto de aceptar los dictados de

19
ot ro. E s p r ec i s o d i sc ut i r, ra zon a r. La li b re d i s c u s i ón s i emp r e
s e i n t er p r et a p or el ob s er va d or i n c om p r en s i vo c om o el p re-
lu d i o d e u n a vi olen c i a fí s i c a. " T oc ó m i s h om b ros p a ra t ra n -
q ui li za r m e y c on t i nu ó: " T en e m os a q u í p ers on a s n o s ola m e n t e
d e d i s ti nt a s r a za s , s in o d e va ri os m u nd os . Al gu n os , s on d e
n u es t r a ga la xi a . Ot r os p roc ed en d e ga la xi a s d e m á s a l lá . Al-
gu n os d e el l os , a t i t e p a rec erí a n p eq u eñ os en a n os , a l p as o
q u e ot r os s on ver d a d eros gi g a n t es , s ei s vec es m á s a lt os q u e
los q u e es t á n d ot a d os d e men ore s es t a t u ra s ". E s c uc h é su s
p a s os c u and o s e a l ej a b a p a ra r eu n i rs e c on e l gru p o d e los
d em á s .
»"Ot r a s ga la xi a s " ¿Qu é s i gn i fi c a ba t od o a qu ello ? Gi ga n t es ,
b u en o, i gu a l qu e l os q u e h a b ía oí d o m en c i on a r en los c u en t os
m a ra vi llos os . E n a n os , p a rec i dos a los q u e s e v eí a n a vec es en
la s c om ed i a s . M oví m i ca b eza ; t od o aq u ello es t a b a m á s allá
d e m i c om p r en s i ón . La V oz m e h a b ía di ch o q u e n o su f r i r í a
n in gú n m a l, qu e s e t ra t a ba ú ni c a m en t e d e u n a di s cu s i ón. P e ro
n o s i em p r e l os m e r c a d eres d e la In d i a q u e p a sa n p or la c i u da d
d e Lh a s a a r m an es os b a ru ll os , t rom p et eos y v oc es . De c i dí
p er m a n ec er s en t a d o y a gu a rd a r en q u é p a rab a t od o aq u ell o.
¡D es p u és d e t od o, n o p odí a h ac er ot r a c os a !»
Den t r o d e la f r í a c a vern a d el erm i t a ñ o el j ov en m on j e p er m a -
n ec í a a b s or t o, em b eb i d o es c u c h an d o la h i s t ori a d e los e xt r a -
ñ os s er es . P e r o n o lo es t a b a t an t o q u e n o s e p er c i b i es e el
r u m or d e s u s i nt es t in os . C om id a , c om i da u r gen t e, ah ora u rgí a
p or c om p let o. E l vi ej o e r m i t a ñ o c es ó d e p r on t o su rela t o y
m u r m u r ó: «S í , p r ec i s a un d es a yu n o. P rep a ra t u a li m en t o. Vol-
ver é lu e go ». Di c i en d o es t a s p a lab ra s , s e pu s o en p i e y s e
en c a m in ó len t a m en t e a s u ret iro.
E l j ov en m on j e s e a p res u ró a s a li r a l a i r e li b re. P or u n os i n s -
t a nt es es t u vo c on t em p la nd o el p a i s aj e; s egu i d am en t e s e d ir i -
gi ó h a s t a la or i lla d el la g o, d on d e la a ren a fin a , d e c olor
t er r os o, b r i lla b a c om o in vi tan d o. De s u s ves t i du ra s s ac ó el
c u en c o d e m ad er a y l o la vó d en t ro d el a gu a . Ll en á n d olo y
m en eá n d olo, es t u vo la va d o. Tom a n d o u n p equ eñ o s a c o llen o
d e c eb a d a , qu e l le va b a en e l i n t eri or d e s u s h á b i t os , ec h ó u n
p eq u eñ o p uñ ad o en e l c u en c o y lu eg o ll en ó d e a gu a d el la go
la c a vi d ad d e s u ma n o. Den t ro d el c u en c o fu e a m a sa nd o la

20
p a s ta f or m a d a , y c on d os d edos d e la m a n o d erec h a , a m od o
de cuchara, se sir vió aquel m anjar con toda lentitud y ningún
entusiasmo.
Una vez hubo acabado de comer, lavó el cuenco en el agua
del lago y luego tomó un puñado de aquella arena fina. En-
tonces frotó enérgicamente aquella vasija por dentro y por
f u e r a y, t o d a v í a h ú m e d a , l a m e t i ó e n e l s e n o d e s u h á b i t o .
Luego s e ar rodilló y ext endió el bord e de su túnica y rec ogi ó
arena hasta que no cupo más. Poniéndose de pie, regresó a
l a c u e va . Un a v e z e s t u v o en e l l a e c h ó l a a r en a a l s u e l o e i n -
mediatamen te salió en busca d e alguna rama caíd a qu e tu -
vi es e a lgu n os p eq u eñ os b rot e s . Vol vi en d o a la c u eva , b a rr i ó
la arena compacta antes de ec har encima una capa de la arena
acabada de traer. Con una capa no hubo bastante; hasta
d es p u é s d e ec h a r s i et e d e e l l a s n o es t u v o s a t i s f ec h o y p u d o
s en t a r s e, c on u n a c la ra c on c i e n c i a , s ob r e s u s á b a n a d e la n a
de yak.
No poseía ninguna vajilla a la moda de ningún país. Su hábito
c o l or a d o e r a t od o s u a t a ví o. R a í d o y d es ga s t a d o en a l gu n o s
p e d a z o s c a s i h a s t a l a t r a n s p a r e n c i a , n o p r ot e g í a c o n t r a l o s
vientos fríos. No poseía sandalias ni ropa interior algun a.
Nada más que esa túnica solitaria, que se quitaba por la
n oc h e, cu and o s e en vol ví a d en t ro d e la sá ba n a. C om o u t en si -
l i o, ú n i c a m en t e c on t a b a c on a q u e l c u en c o , e l p eq u eñ o s a c o
de cebada y una vieja y estropeada Caja Mágica, desde mucho
t i em p o s u s ti tu id a p or ot ra , en la q u e c on s erva b a u n s enc i llo
talismán. No poseía Molino de Plegarías alguno. Esto era para
otros más ricos. Llevaba afeitado el cráneo y señalado con las
M a r c a s d e la Vi r i li d a d , q u ema d u ra s q u e a t es t i gu ab an qu e h a -
b í a s op o r t a d o la s c a n d e la s d e i n c i en s o a rd i en d o s ob r e s u c a -
beza para dar testimonio de su capacidad de meditación al
sentirs e inmune del dolor y el olor de carne quemada. Ahora,
habiendo sido elegido para una misión especial, había viajado
lejos, hasta la cueva del ermitaño. Pero ah ora el día había
caminado, con las sombras cada vez más a largadas y el enf ri a-
miento progresivo del aire. Se sentó y aguardó que apareciese
el eremita.

21
Al c a b o d e un a b r eve es p e ra s e es c u c h a ron los pa s os a rra s -
t ra d os , los go lp es d e l la r go b a s t ón y la res p i ra c i ón fa t i ga d a
d el vi ej o. E l j ov en m on j e lo m i ró c on ren ova d a r ev er en c i a ;
¡c u á nt a s exp e r i en c i a s t en í a ! ¡C u á n t os s u f r i m i en t os ! ¡Q u é
s a b i o le p a r ec í a ! E l vi ej o c o m p a rec i ó y s e s en t ó. E n aq uel
m i s m o i n st a n t e, un a b oc an ad a d e a i re y u n a i n m en s a y p e lu d a
c ri a tu r a , sa lt ó d en t ro d e la en t ra d a d e la cu eva . E l j oven
m on j e, s e p u s o d e p i e d e u n s a lt o y s e p rep a ró a b u s c a r la
m u er t e p r ot egi en d o a l vi ej o e r m i t a ñ o. Aga r r a n d o d os pu ñad os
d e t i er r a d e l s u e lo a r en os o, s e p rep a ra b a a la n za rlos a los oj os
d el i nt r u s o, cu a nd o le d et uvo y l e t r a n qu i li zó la voz d el
rec i én ven i d o.
« ¡S a lu d , s a lu d, S a nt o er m i t a ño !», gr i t ó c om o s i es t u vi es e d iri -
gi én d os e a u n a p er s on a d i s t ant e u n a m i lla . «P i d o vu es t r a b e n -
d i ci ón , vu es t r a b en d ic i ón p or es t a n oc h e, qu e a c a mp a m os a la
or i l la d el la g o. Aq u í — b r a m ó — h e t r a í d o p a r a vos t é y c e-
b a da . ¡Vu es t r a b en d ic i ón , erm i t añ o, vu es t ra b end i ci ón !» P o -
n i én d os e en m ovi m i en t o d e un b r i nc o, n o si n r en ova r la s a la r -
m a s d el j ov en m on j e, s e p re c i pi t ó d ela n t e d el erm i t a ñ o y s e
p ros t er n ó s ob r e la a r en a a cab a da d e a rreg la r. «T é, c eb a d a ,
a q uí , ac ep t ad la . » S a li en d o f u era , t ra j o d os s a c os qu e pu s o
a n t e el er m i t a ñ o.
«M e r c a d er , m er c a d er — res p o n di ó h um i ld em en t e el er em i t a —
, es t á i s a la r m a n d o a un a n ci a n o en ferm o c on vu es t ra vi o-
len c i a . La p a z s ea c on v os . P u ed en la s B en d i ci on es d e Ga u t a -
m a r ei n a r s ob r e vos y h a b it ar d en t ro d e vos . P u ed a vu es tr o
vi a j e s er r á p i d o y vu es t r o n eg oc i o p r ós p er o. »
«Y, ¿q u i én s oi s vos , j ov en ga lli t o ? », voc e ó el m erc a d er.
« ¡Ah !», exc la m ó e l b u en h om b re, «m i s exc u s a s , j oven r e ve-
r en d o p a d r e, p or c u lpa d e la os c u ri da d d e es t a c u eva n o h e
vi s t o d e m om en t o q u e s oi s u no d e los d e l h á bi t o. »
«¿Y q u é n u eva s n os t ra éi s , m erc a d er? », p re gu n t ó el e r m i t añ o
c on s u voz s ec a y c a s c a d a.
«¿Nu e va s ? », r es p on d i ó el m er c a d er. «E l p res t a m i s t a i nd i o fu e
a p a lea d o y r ob a d o; cu an d o fu e a los p r oc u r ad or es , vol vi ó a
s er lo, p or h a b er s e d es c a ra d o c on ellos . E l p rec i o d e los ya k s
h a b a ja d o; el d e la m a n t eq ui lla h a s ub id o. Los r e ver en d os d e

22
l a F r on t e r a h a n s u b i d o s u s t a r i f a s . E l gr a n La m a h a vi a j a d o
ha st a el P a lac i o d e la s J oya s . ¡Oh !, s a n t o erem ita , n o ha y
noticias. Esta noche acampamos al lado del lago, y mañana se-
g u i m os n u es t r o vi a j e h a s t a Ka li m p on g. E l t i e m p o e s b u en o .
B u d a n os h a p r ot e gi d o y l o s d i a b l os n o s h a n d ej a d o en p a z .
Y vos, ¿necesitáis acaso que os traigan agua, o arena seca para
el s u el o d e vu es t r a c u eva , o b i en es e j ov en p a d re ya p r oc u r a
por vuestras necesidades?»
Mientras las sombras viajaban hacia las tinieblas de la no-
c h e, e l e r m i t a ñ o y e l c om e rc i a n t e h a b la b a n y c a m b i a b a n n o -
t i c i a s d e Lh a s a , d e l T í b e t , d e l a In d i a y m á s l e j o s , a l l á d e
l o s Hi m a la ya s . Al f i n a l, e l c om e rc i a n t e s e p u s o en p i e y ob -
ser vó c on tem or la oscuridad creci ente. «¡Adi ós !, joven santo
padre. No pu ed o ir solo en la oscu ridad , los d emon ios me
a sa lta rían. ¿P od éis ac ompaña rm e h as ta el ca mpam ent o?», im -
ploró.
«E s t o y a l a s ó r d e n e s d e l V e n e r a b l e E r m i t a ñ o », c on t e s t ó e l
j o v e n m o n j e . « Ir é , s i e l m e l o p e r m i t e . M i s h á b i t o s m e p ro -
tegerán de los peligros de la noche.» El viejo eremita, risueño,
le dio el permiso. El delgado monje joven guió el camino
fu era d e la cu eva. E l en orm e gi gan t e, el m ercad er, ap estand o
a lana de yak y peor, iba tras el joven lama. A la entrada
m is ma es tu vo a pun t o d e da r c ont r a una r ama llen a d e h ojas .
S e es cuch ó un gra zn id o y un páj a ro a su stad o s e escap ó d e la
r a m a . E l m er c a d er p rofi ri ó u n c h i lli d o d e t erro r y s e d es p l o-
mó, como desvanecido, a los pies del joven monje.
« ¡ U f !, s a n t o p a d r e », s u s p i r ó e l m e r c a d e r . «P e n s a b a q u e l o s
diablos me habían hecho prisionero. Pensé, aunque no d el
todo convencido, que debía devolver los dineros que tom é en
préstamo del usur er o indio. Vos m e habéis sa lvado, habéis do-
m i n a d o a l os d i a b lo s . Ac o m p a ñ a d m e h a s t a e l c a m p a m en t o y
os r ega la r é m ed i o la d ri llo d e t é y u n s a c o llen o d e t s a mp a .»
La oferta era demasiado buena para dejarla escapar; así es que
el joven monje puso un especial cuidado, recitando las Ple-
ga r i a s d e los M u er t os , la E xh ort a c i ón a los E s p í rit u s In q u ie-
t o s y e l C á n t i c o a l o s Gu a r d i a n e s d e l C a m i n o . E l r u i d o r e -
sultante — puesto que el joven monje no era nada músico —

23
r ec h a zó a t od a s la s c ri at u ra s q u e ron d ab an p or la n oc h e, por
donde pueden pasearse los diablos.
Llegaron, por fin, hasta las hogueras del campamento, donde
los c om p a ñ er os d e l m erc a d er es t a b a n c an t an d o y t a ñ en d o
i n s t ru m en t os m u s i ca les , m i en t ra s la s m u j eres t os t a b a n la dr i -
l l o s d e t é y e c h a b a n l o s m i s m o s e n u n c a ld e r o d e a g u a b u r -
bujeando. Un saco entero de cebada bien molida se tiró al
caldero y una vieja, con su mano parecida a una garra, extrajo
d e u n s a c o u n p u ñ a d o l l en o d e m a n t ec a d e ya k . Lu e g o e c h ó
otro y otro en el caldero, hasta que una capa de grasa se
extendía y burbujeaba en la superficie.
E l res p la n d or d e la s h ogu era s i n vit ab a , y a q u ella a le grí a era
contagiosa. El joven monje se arropó decorosamente y con
t o d a c a l m a s e s e n t ó e n e l s u e l o . U n a v i e j a a r r u g a d a , c u ya
b a rbi lla s e t oc a b a c on la na ri z, le o fr ec i ó h os p i ta la ri a m en t e
algo que tenía en la mano; pero el monje, decorosamente,
presentó el cuenco y un generoso tributo de té y tsampa le
f u e d ep os i t a d o. E n a q u e l a i re l i g er o d e la m on t a ñ a , e l a g u a
h e r v í a a m e n o s d e c i e n g r a d o s c e n t í g ra d o s — o d o s c i en t o s
d o c e F a r e n h e i t h — ; p e r o e r a s o p o r t a b l e p a r a l o s l a b i o s . La
reunión transcurrió agradablemente y pronto se formó u na
procesión hasta las aguas del lago, para que el cuenco pudiese
lavarse y frotarse con la fin a arena d e la orilla. Esa arena
e r a d e la s m á s f i n a s d e la m o n t a ñ a y m u c h a s v ec e s c on t en í a
alguna partícula de oro.
La r eu n i ón er a a le gr e. La s n a rra c i on es d e l os m erc a d eres , la
música y los cantos amenizaron la velada y la existencia, más
b i en a bu r r i da , d el j oven m on j e. P ero, m i en t ra s t an t o, la lu na
a s c en d ía c ad a vez m á s , i lu m i n a nd o a qu el d es o la d o p a i s a j e y
dibujando sombras de una firme realidad. Cesaron las chis-
pas de las hogueras, y se apagaron las llamas. El monje se
p u s o d e p i e d e m a la ga n a y c on la s gra c i a s y la s rev er en c ia s
d ebid as a c ept ó los d on es d el m ercad er, qu e es taba seguro d e
que aquel joven le había salvado de la perdición.
P or fin, ca r gad o d e p equ eñ os paqu et es, ca min ó a lr ed ed or d el
lago, encaminándose al bosq uecillo de sauces donde se ha-
llaba la boca, tenebrosa y amenazadora, de la cueva. Un mo-

24
m en t o, s e d et u vo e l j ov en y m i ró h a c i a la s es t rel la s . Arri b a ,
mu y arriba, como próxima a la Morada d e los Dioses, u na
chispa brillante navegaba silenciosamente por los cielos. ¿El
Carro de los Dioses, acaso? El joven monje se lo preguntó
brevemente a sí mismo, y luego entró a la cueva.
Capítulo segundo

El bramido de los yaks y los gritos a gitados de los hombres y


la s m u j er es d es p er t a ron a l j oven m on j e. S o ñ oli en t o, s e pus o
en pi e, ar r egland o su s vestidura s a su a lred ed or y enca minán -
d os e a la b oc a d e la c u eva , p a ra n o p erd er n i u n s olo d et a ll e
d el es p ec t á c u lo. E n la ori lla , u n os es t ab an ord eñ an d o, ot ros
intentando enjaezar los yaks que permanecían dentro del agua y
no se dejaban persuadir a abandonarla. Finalm ente, perdien d o
la paciencia, un joven mercader se lanzó al agua, tropezand o
con una raíz sumergida. Con los brazos extendidos dio de
c a r a c on t r a la s u p er f i c i e r ec i b i en d o u n fu ert e g o lp e. Gr u es a s
g o t a s d e a gu a s e l e va n t a r on , y l o s ya k s , a s u s t a d o s , h u ye r o n a
l a o r i l la . E l j o v en m e rc a d e r, c u b i e rt o d e u n l od o c ena gos o, y
en suci ad o c ómi cam ent e, sa li ó d el ba rro ent re las carcajadas de sus
compañeros.
R á pi da m en t e, la s t i en d a s fu eron en ro l la d a s , y los u t en s i li os
d e c oc i n a , d es pu és d e h a b er s i d o frot a d os c on a ren a , f u er on
envu eltos y la caravana de aquellos mercaderes se marchó
l e n t a m e n t e , e n t r e e l m o n ó t o n o c ru j i d o d e l o s a r n e s e s y l o s
g r i t o s d e la s p e r s on a s q u e i n t en t a b a n va n a m en t e d a r p ri s a a
la s r obu st as b estia s d e c arga. Tri st em ent e los c on t emp laba el
j o v en m on j e , p r ot e gi én d o s e c on l a s m a n os d e l s o l n a c i ent e.
T r i s t e m en t e e s t u vo e n p i e t od o e l r a t o , h a s t a q u e l os r u i d os se
perdieron en la lontananza.
« ¡Oh ! — p en s a b a — , ¿p or q u é n o h e s id o c om erc i an t e y vi a ja r
ha sta ti er ra s lejan as ?» ¿P or qu é t enía qu e p as ars e la vida
e s t u d i a n d o c os a s q u e p a r e c í a q u e n a d i e m á s d eb í a e s t u d i a r ?
Le h u b i e r a gu s t a d o s e r u n m er c a d e r, o u n b a rq u e ro d e l a R i -
vera Feli z. Nec esitaba m over se d e una p ob lac i ón a ot ra y ver
cosas. P oco podía pensar que vería «sitios y c osas », hasta que
su cuerpo le pidies e r epos o y su espíritu suspirase por la paz.
Ig n o r a b a q u e s u d e s t i n o s e r í a v a g a r p o r l a s u p e r f i c i e d e l a
T i e r r a y s u f r i r i n c r eí b l e s t o rm en t o s . E n a q u e l l o s m om en t o s ,
necesitaba únicamente ser un mercader o un barquero — cual-
26
q u i er c os a , m en o s l o q u e e r a — . Le n t a m en t e, c a b i zb a j o,
c o gi ó u n a r a m a d e l s u e l o y r e g r e s ó a la c u e va , a b a rr e r e l
s u e l o y e xt en d e r a r en a n u e va .
E l vi ej o e r e m i t a , l en t a m en t e, s e p r es en t ó. In c lu s o p a r a l a
i n e xp er t a m i r a d a d e l j o v en , d e c a í a a oj os vi s t a s . J a d e a n d o, s e
s en t ó y d i j o c on u n a v o z r onc a : «S e a c e rc a m i t i em p o; m a s
n o p u ed o m a r c h a r m e s i n t ra n s m i t i rt e a n t es m i s a b i d u r í a . Aq u í
h a y u n a s e s p ec i a l e s g ot a s d e ye r b a s q u e m e p r op orc i on ó m i
f a m os o Gu í a p a r a t a l es c a s os ; a u n en e l c a s o d e q u e m e d e s -
m a ya s e, i n t r od u c e s ei s g ot a s e n m i b oc a y a l i n s t a n t e v o lve r é
a vi vi r . T e n g o p r oh i b i d o a b a n d on a r m i c u e rp o h a s t a q u e n o
h a ya c u m p li d o m i m i s i ón ». B u s c ó en t r e s u s v es t i d u r a s y e n -
t r e gó a l j o v en u n p eq u eñ o f ra s c o d e p i ed ra q u e e l m on j e t om ó
c on e s p ec i a l c u i d a d o. «Ah o r a , c on t i n u a r e m os », d i j o e l
a n c i a n o. «P od r em o s c om e r c u a n d o yo m e s i en t a c a n s a d o y
t a m b i én r ep o s a r . Ah o ra es c u c h a b i en y p on e s p ec i a l c u i d ad o
e n r ec or d a r . N o d ej es e s c a p a r t u a t en c i ón p o rq u e es t a s c o s a s
s on m u c h o m á s i m p ort a n t es q u e m i vi d a y t u vi d a . E s u n
s a b e r q u e t i en e q u e s e r p r es e rv a d o y t ra n s m i t i d o c u a n d o l l eg a
l a p l en i t u d d e l os t i em p os . »

D e s p u és d e u n b r e v e r ep o s o, p a r ec i ó r ec ob r a r f u e r za s y a lg o
d e c o l o r s u b i ó a s u s m ej i l la s . S i n t i én d o s e m á s r e s t a b l ec i d o ,
c on t i n u ó : «H a b r á s r ec o rd a d o q u e yo t e h e e xp li c a d o t od o l o
s u c ed i d o h a s t a c i e r t o m o m en t o . Va m o s , p u es , a c on t i n u a r . La
d i s c u s i ón s e p r o lon g ó y e r a , e n m i op i n i ón , m u y a c a lor a d a ;
p e ro l l e g ó u n i n s t a n t e en q u e s e t e rm i n ó a q u e l d eb a t e . S e
p r od u j o e l r u i d o d e va ri o s p i e s q u e s e a rra s t ra b a n ; d es p u és
p a s o s , p a s o s li g e r o s c om o d e a l gú n p á j a r o s a l t a n d o s ob r e l a
ye r b a , ot r os l en t os c om o el c a m i n a r d e u n ya k c a r ga d o
p es a d a m en t e. S on i d o d e p a s o s q u e m e i n t ri ga r on p r o f u nd a -
m en t e p o r q u e a l gu n o s d e e l l o s m e p a r e c í a n n o p r oc ed e r d e
s e r e s h u m a n o s p a r ec i d os a lo s q u e yo h a b í a c on oc i d o. P e r o
m i s m ed i t a c i on e s s ob r e la s d i f e r en t e s m a n e ra s d e c a m i n a r s e
a c a b a r on s ú b i t a m en t e. Ot ra m a n o a ga r ró m i b ra z o y u n a v o z
o r d en ó : " V en c on n os ot r os ". O t r a m a n o c ogi ó m i ot ra y fu i
c on d u c i d o a u n p a s i l l o q u e m i s p i e s d es n u d os s i n t i er on c om o
s i fu e s e p a vi m en t a d o d e m e t a l . La c e gu er a d es a r ro l l a l os d e -

27
más sentidos; noté que caminábamos a lo largo de una especie
d e t u b o m et á li c o, s i b i en m e fu e i m p o s i b l e i m a gi n a r d e q u é
s e t r a t a b a c on c r et a m en t e ».
E l a n c i a n o s e d et u v o c om o p a ra i m a gi n a r a q u e l la i n o l vi d a b le
e x p e r i en c i a ; lu e g o c on t i n u ó : «P r o n t o l l e g a m os a u n a á r e a
m á s e s p a c i os a , a j u z ga r p o r lo s e c os q u e s en t í a . Al l í e s c u ch a -
b a u n s on i d o m e t á li c o, d e s li zá n d os e a n t e d e m í , y u n o d e lo s
q u e m e a c o m p a ñ a b a n h a b l ó re s p et u o s a m en t e a u n p er s on a j e
q u e e vi d en t em en t e e ra u n s u p eri o r. Lo q u e d i j o n o p od í a
c om p r en d er l o, p u e s t o q u e s e t r a t a b a d e u n l en gu a j e c om p u es -
t o d e c h i l l i d o s y c h i r ri d o s . E n r es p u e s t a vi n o l o q u e s i n d u d a
e r a u n a o r d en y m e s en t í e m p u j a d o h a c i a a d e la n t e, m i en t r a s
u n a m a t e r i a m et á li c a s e c e r ra b a c on u n ru i d o a t en u a d o d et r á s
d e m i p er s on a . P e r m a n ec í a yo a l lí s i n t i en d o q u e a lgu i en m e
e s t a b a m i r a n d o c on fu e r za . S e s i n t i ó u n ru m o r y u n c r u j i d o
s e m ej a n t e s a l o s q u e s e p r od u j e ron c u a n d o, a n t es , m e s en t é,
a s í m e l o p a r ec i ó. S e gu i d a m en t e, u n a m a n o d e l ga d a y h u e s u -
d a , t om ó m i m a n o d e r ec h a y m e gu i ó h a c i a a d e la n t e ».
E l e r m i t a ñ o h i z o u n a b r e v e p a u s a , s on ri en d o. «¿P u ed e s i m a -
g i n a r m i s s en s a c i on es ? Y o e r a u n m i la g ro v i vi en t e; n o s a b í a
l o q u e t en í a d e la n t e y t en í a q u e ob ed e c er s i n d i l a c i ón a lo s
q u e m e c on d u c í a n . M i a c om p a ñ a n t e, a l f i n a l , h a b l ó en m i
p r op i o l en gu a j e. "S i én t a t e ", m e o rd en ó , m i en t ra s m e e m p u -
j a b a p a r a q u e m e s en t a s e. Ab rí la b oc a a s u s t a d o; a l os do s
l a d os h a b í a c om o u n o s b ra z os , p r ob a b l em en t e p a ra n o c a e r s e
s i u n o s e d o r m í a p or c u lp a d e a q u e l l a b la n d u ra e xt ra ñ a . La
p e r s on a q u e yo t en í a en f r en t e, m e p a r ec i ó q u e s e d i v e r t í a m u -
c h o c on m i s r ea c c i on e s ; d i rí a q u e s e t ra t a b a d e u n a ri s a m a l
r e p r i m i d a . M u c h os , p a r ec e q u e s e d i vi ert en vi en d o c om o s e
t om a n la s c os a s a q u e l l os q u e n o p u ed en v e r.
»" M e p a r ec e q u e o s s en t í s e xt r a ñ o y a s u s t a d o ", d i j o la v o z d e
a q u e l la p e r s on a q u e yo t en í a e n fr en t e . ¡P o r fi n , l l e ga b a u n
r e c on oc i m i en t o ! " N o t e a la rm e s " — c on t i n u ó la vo z — , p or
q u e n o r e c i b i r á s d a ñ o a l gu n o. La s p ru eb a s q u e d e t i t en e m o s ,
m u e s t r a n q u e t en é i s u n a g ra n m em o ri a ei d ét i c a , d e m a n e ra
q u e va m o s a c om u n i c a r os i nf o r m a c i ón — q u e j a m á s o l vi d a -
r é i s — y q u e m á s t a rd e t ra n s m i t i r éi s a ot r o q u e p a s a r á p or

28
v u es t r o c a m i n o . " T o d o e s o m e p a r e c í a m i s t e ri os o y m u y
a la rm a n t e, p es e a la s s e gu ri d a d es q u e s e m e d a b a n . N o d i j e
n a d a , p er o p er m a n ec í s i n m o v e rm e, a gu a rd a n d o n u e va s
e x p li c a c i on es , q u e n o t a rd a r on en l l e ga r.
»" Ah o r a va s a v e r — c on t i n u ó l a v o z — , a t od o e l p a s a d o, e l
n a c i m i en t o d e n u es t r o m u n d o, e l o ri g en d e l os d i os e s y, p o r
q u é r a z ón c a r r os d e fu e g o c ru za n e l f i rm a m en t o y n o s
i n f u n d en t e m or . " R es p et a d o S e ñ or — yo e x c l a m é — , u s á i s l a
p a la b r a " v e r "; p e r o m i s oj o s h a n s i d o va c i a d os y e s t o y c i eg o
d e l t od o. E n t on c e s e s c u c h é u n a r ep ri m i d a e xc la m a c i ón d e
e n oj o y la r ép li c a m á s b i en á s p e r a : "C on oc e m os t od o c u a nt o
s e r e f i e r e a t i , m á s q u e t ú m i s m o s a b e s . Tu s oj os h a n s i do
s u p r i m i d os ; p er o e l n e rv i o ó p t i c o a ú n p e rm a n e c e. C o n
n u es t r a c i en c i a c on ec t a r em os c on e l n er vi o óp t i c o y t ú v e rá s
l o q u e t e s ea p r ec i s o v e r ".
»" ¿S i gn i f i c a es t o, q u e v o l ve r é a v e r p o r e l r e s t o d e m i
v i d a ? ", p r e gu n t é.
»" N o , n o p od r á s e r ", m e c on t e s t a r on . "E m p l ea m os t u
p e rs on a p a r a u n f i n d et e rm i n a d o. C on c ed ert e e l d on d e l a
v i s t a p e r m a n en t e m en t e, s i gn i fi c a rí a d ej a rt e m o v er s ob r e e s t e
m u n d o c on u n s a b e r m u y a d el a n t a d o p a ra n u e s t r o s t i em p os ;
y e s t o n o es lí c i t o. Ah ora , b a s t a d e c on v e r s a c i ón ; vo y a
a d v e r t i r a m i s a yu d a n t e . "
» In m e d i a t a m en t e s e p r od u j o u n r e s p et u o s o s on i d o c om o d e
l l a m a r a u n a p u e r t a , s e gu i d o p or u n d e s li za rs e d e u n ob j et o
m et á li c o. S e en t a b ló u n a c on v er s a c i ón ; e vi d en t e m en t e, do s
p e rs on a j es h a b í a n en t ra d o. No t é q u e m i s i l la s e m o ví a e i n -
t en t é en c a r a m a r m e; p er o, c on h or r o r, m e s en t í i n m o vi li za d o .
N o p od í a m o v e r n i u n s o l o de d o. C on p l en a c on c i en c i a p o r
m i p a r t e, m e n o t a b a m o vi d o d e u n a p a rt e a la ot r a , s obr e
e s t a e xt r a ñ a s i l la . S e gu í a m o s c o r r ed o r e s , c u yo s ec o s m e
p r op o r c i on a b a n r a ra s s en s a c i on e s . D e s p u és de una
p r on u n c i a d a c u r va , c u ri o s os o l o r e s a s a lt a r on la s en c o gi d a s
v e n t a n a s d e m i s n a r i c es . No s d et u vi m os a u n a v o z d e m a n d o ,
s ó l o m u r m u r a d a , y u n a s m a n os m e c o gi e r on p o r la s p i e r n a s y
p or l o s s ob a c os . C on f a c i li d a d , fu i t ra s l a d a d o, a r ri b a , a l
l a d o, h a c i a a b a j o. E s t a b a yo a la rm a d o; m á s e xa c t a m en t e ,
a t e r r o r i za d o. E l t e r r o r

29
s u b i ó d e p u n t o c u a n d o u n a ve n d a g ru es a fu e c o l oc a d a a l r e -
d ed or d e m i b r a z o d er e c h o e x a c t a m en t e s ob r e e l c od o. La
p r es i ón f u e en a u m en t o h a s t a q u e n ot é c om o s i s e h i n c h a s e
m i a n t eb r a z o. Lu e g o vi n o u n p i n c h a z o en m i t ob i ll o
i zq u i e r d o y u n a r a ra s en s a c i ón c om o s i a l g o s e h u b i es e
i n f i lt r a d o d en t r o d e m í . Ot r o a p a ra t o, a u n a v o z d e m a n d o,
f u e a p li c a d o a m i s s i en es y e n t on c es s en t í c om o d o s d i s c os
d e h i e l o en a q u e l l a p a rt e d e m i c u e rp o . R ei n a b a u n r u i do
c om o e l zu m b i d o d e a b ej a s e n l a l ej a n í a , y s en t í a q u e m i
c on c i en c i a m e a b a n d on a b a .
»C e n t e l la s b r i l la n t es d e lu z, p a rp a d ea r on a n t e m i vi s i ón .
F r a n j a s d e c o l o r es v e rd e s , ro j a s , m o ra d a s y d e t od o s l os
c o l or e s . E n t on c e s e xc la m é : «N o v e o n a d a , d eb o d e es t a r en
e l P a í s d e lo s Di a b l o s y d eb en d e e s t a r p r ep a ra n d o
t o r m en t os p a r a m i p e rs on a . " Un a gu d o y d o l o r os o p i n c h a zo
— c o m o d e u n a lf i l e r — a u m en t a b a m i t e r ro r. ¡N o p od í a
m á s ! U n a v o z m e h a b l ó en m i l e n gu a : "N o t e a s u s t es , n o
q u er e m os h a c e r t e d a ñ o; e s t a m o s a r r e g la n d o la s c os a s p a r a
q u e p u ed a s v e r . ¿Qu é c o l o r v e s a h o ra ?" D e e s t e m od o, m e
o l v i d é d e m i s t em o r es y f u i ex p li c a n d o c u a n d o yo v e í a r oj o ,
v e rd e y o t r o s c o l or e s . Lu e go l a n c é u n g ri t o d e s o r p r e s a .
P od í a v e r ; p er o c u a n t o v e í a er a p a ra m í t a n ra r o, q u e a p en a s
p od í a c om p r en d e r n a d a .
» ¿Q u i én p u ed e d e s c r i b i r l o i n d es c r i p t i b l e ? ¿C óm o s e p u ed e
e x p li c a r u n a e s c en a a ot r o, c u a n d o n o e x i s t en , en l a l en gu a ,
p a la b r a s a p r op i a d a s , n i c onc ep t os q u e p u ed a n a p li c a r s e ?
¿S ó l o p u ed o d ec i r q u e v eí a ? Aq u í , en e l T í b et , es t a m os b i e n
p r o vi s t os d e p a la b r a s y f ra s es a p r op i a d a s p a ra l o s d i o s es y
l o s d em on i os ; p e r o c u a n d o s e t ra t a d e la s ob ra s d e l os
d i os e s y d e l o s d e m on i o s , n o s é n i l o q u e s e v e , n i l o q u e s e
d eb e h a c e r , n i d es c ri b i r . S ó l o p od í a d ec i r q u e yo v e í a . P er o
m i vi s i ón n o s e h a l la b a s i t u a d a en m i c u e rp o y a s í p od í a
v e r m e a m í m i s m o. E ra u n a e x p e ri en c i a en er va n t e; q u e n o
t en í a ga n a s d e v o l v e r a e xp er i m en t a r. P e r o d éj a m e e xp li c a r
p or o r d en , d e s d e e l c om i en z o.
»U n a d e l a s v oc e s , m e p r e gu n t ó s i v eí a e l c o l o r ro j o , c u á n do
e l v e r d e y c u á n d o l os d em á s c o l o r es , y e n t on c e s d i o
c om i en z o a la i m p r es i on a n t e e xp er i en c i a , c on e s t a
m a ra vi l l os a lu z b la n -

30
c a y m e en c on t r é c on q u e e s t a b a c on t em p la n d o — es la p a -
l a b r a m á s a p r op i a d a u n a es c e n a c om p l et a m en t e d i s t i n t a d e
t od o c u a n t o a n t e s h a b í a vi s t o. E s t a b a r e c o s t a d o, m ed i o t en -
d i d o, m ed i o s en t a d o, a p o ya d o s ob r e l o q u e p a r ec í a u n a p la -
t a f or m a m et á li c a . P a r ec í a q u e é s t a s e a gu a n t a b a s ob r e un
p i la r s o l i t a r i o, y t en í a m i ed o d e q u e t od a l a e s t ru c t u ra s e
v i n i es e a b a j o d e u n m om en t o a ot r o, y yo j u n t o c on e l la . La
a t m ó s f e r a d e l c on j u n t o e ra d e u n a li m p i e z a j a m á s vi s t a . La s
p a r ed es , f a b r i c a d a s d e u n m a t e ri a l r e s p la n d ec i en t e, n o
p r es en t a b a n n i u n a m a n c h a ; e r a n d e u n t i n t e v erd o s o , m u y
a g ra d a b l e y s u a v e a la vi s t a . S o b r e e s a e xt ra ñ a h a b i t a c i ón ,
q u e e r a c o m o u n s a l ón i n m en s o, s e gú n m i c on c ep t o d e la s
p r op o r c i on es , s e v eí a n p i e z a s d e m a q u i n a ri a q u e n o p u ed o
e x p li c a r , ya q u e n o e xi s t en p a la b ra s p a ra d es c r i b i rt e s u
rareza.
»P e r o l a s p er s on a s q u e s e h a l la b a n en e s t a h a b i t a c i ón m e
p rod u j e r on e xt r a ñ e z a y m i ed o , h a s t a e l p u n t o d e q u e es t u v e
a p i q u e d e p r of e r i r gri t o s d e a la rm a y l l e g u é a p en s a r q u e s e
t r a t a b a d e a l gú n t r u c o d e óp t i c a . Ha b í a u n h o m b r e a l la d o d e
u n a m á q u i n a . S u t a l la s e rí a e l d ob l e d e u n h om b r e d e lo s
l l a m a d o s b u en o s m o z os . M e d i rí a c e rc a d e u n o s c u a t r o
m et r os d e a lt u r a y s u c a b e za p r es en t a b a u n a f o rm a c ón i c a ,
t e r m i n a n d o en p u n t a c om o e l c a b o m á s a gu d o d e u n h u e vo .
N o s e l e v eí a c a b e l l o y e ra en or m e. P a r ec í a i r v e s t i d o d e u n
p a ñ o v e r d os o q u e l e l l e ga b a d e l c u e l l o a l os t ob i l l os y, c os a
e x t ra or d i n a r i a , l e c u b rí a l os b ra z os h a s t a la s m u ñ ec a s . M e
h or r o r i z ó e l v e r q u e l l e v a b a u n a p i e l q u e l e c u b r í a la s
m a n o s . P en s é q u é s i gn i fi c a c i ó n r e li gi os a p od í a t en e r e s o, o
b i en q u e m e c on s i d era b a n i m p u ro y t en í a n a l go q u e
o c u lt a r m e.
»M i s m i r a d a s s e a l ej a r on d e e s t e gi ga n t e; h a b í a d o s m á s
q u e, p o r s u s i lu et a , j u z gu é qu e d eb í a n d e s e r m u j e r es . Un a
d e e l la s t en í a e l c a b e l l o n eg r o y e n s o rt i j a d o, m i en t ra s l a
o t r a l o t en í a b la n c o y la c i o . P e r o d eb i d o a m i f a lt a d e
e x p e r i en c i a en l o r e f e r en t e a l s e x o f e m en i n o, d ej em o s e s o s
d et a l l e s a p a r t e, q u e n o i n t er e s a n .
» La s d os m u j er e s m i ra b a n h a c i a m i p e rs on a y, en t on c e s , u n a
d e e l la s s eñ a l ó c on la m a n o e n u n a d i r e c c i ón q u e yo n o
h a b í a ob s er va d o. Al l í vi a u n s e r e xt ra o rd i n a ri o, u n en a n o ,
u n gn o -

31
m o, u n a f i gu r a d i m i n u t a , c uyo c u erp o e r a c om p a ra b l e a l d e
u n n i ñ o d e u n os c i n c o a ñ os , s e gú n p en s é. P e ro , l o q u e e s s u
c a b e za , e r a d es c o m u n a l ; u n c rá n e o c om o u n a i n m en s a
b ó v ed a , s i n n a d a d e p e l o, n i r a s t r o s en t od o c u a n t o s e v e í a
s ob r e e l p e r s on a j e. La s m ej i l l a s e ra n p eq u eñ a s , m u y
p eq u eñ a s , y l o s l a b i o s n o e r a n t a l e s c o m o l o s t en em o s
n os ot r os , s i n o q u e p a r ec í a n m á s b i en u n ori fi c i o t ri a n gu la r.
La n a r i z e r a c h i c a , n o t a n t o u n a p rot u b e ra n c i a c o m o u n
p e l li zc o. E r a , c la r a m en t e, l a p e rs on a m á s i m p ort a n t e d e
t od a s , ya q u e l os d e m á s le c on t em p la b a n c on r e v e r en t e
a c t i t u d , d i r i gi én d o s e a s u p er s on a .
»P e r o e n t on c e s , a q u e l la m u j er m o vi ó s u m a n o d e n u e v o, y l a
v o z d e u n a p e r s on a a q u i en yo n o h a b í a a n t e s p r es t a d o a t en -
c i ón , m e h a b l ó en m i p rop i a l en gu a d i c i en d o : "M i r a d e la n t e
d e t u s oj o s ; ¿v e s a l g o ? " C on e s a s p a la b ra s m i i n t e r l oc u t or s e
p r es en t ó a n t e m i c a m p o vi s u a l. P a r e c í a s e r e l m á s n o r m a l, a
m i s oj o s . S e m ej a b a — q u i e ro d e c i r v es t i d o c om o s e p r e s e n -
t a b a — t a l v e z u n m a rc h a n t e i n d i o , d e m a n e ra q u e p u ed es
i m a gi n a r t e l o q u e e r a n o rm a l . Av a n z ó h a c i a m í y s eñ a l ó h a c i a
u n a s u s t a n c i a b r i l l a n t e. M i r é e n s u d i r ec c i ón (a s í lo s u p on g o;
p e ro m i m i r a d a , es t a b a fu e ra d e m i c u e rp o). Y o n o t en í a oj o s
¿d ó n d e, en r ea li d a d , p u s o e l o b j et o q u e é l v eí a p o r m i
c u en t a ? Y, c u a n d o yo m i r é, s o b r e la p eq u eñ a p la t a f or m a q u e
e s t a b a u n i d a a l e xt r a ñ o b a n c o d e m et a l d on d e m e h a l la b a yo
r e c os t a d o, vi la f o r m a d e u n a c a j a . E s t a b a yo r e f l e xi on a n d o
c óm o p od í a yo v e r a q u e l ob j e t o, s i e ra a q u e l g ra c i a s a l c u a l
yo e s t a b a vi en d o, c u a n d o s e m e o c u r ri ó q u e e l ob j et o d e
e n fr en t e , a q u e l la c os a b ri l la n t e, e ra u n a e s p ec i e d e r e f l ec t o r;
e n t on c es , e l s e r m á s n o rm a l m o vi ó e l r e f l ec t o r li g e ra m en t e,
a lt e r ó s u á n gu l o d e i n c i d en c i a y e n t on c es g ri t é c on h or r o r y
c on s t e r n a c i ón , a l v e rm e a m í m i s m o, ya c i en d o s ob r e l a
p la t a f or m a . M e h a b í a vi s t o a n t es d e q u e m e a rr a n c a s en l o s
o j os . D e v e z e n c u a n d o h a b í a l l e g a d o a l b o rd e d e l a gu a p a ra
b eb e r y h a b í a c on t e m p la d o m i i m a g en r ef l e j a d a en l a
t r a n q u i la c o r r i en t e; a s í e s q u e p od í a r ec on o c er m e a m í
m i s m o. P e r o a h o r a , en e s t a s u p er fi c i e s ob r e l a c u a l s e
r e f l e j a b a , vi u n r o s t r o en j u t o q u e p a r ec í a e s t a r a l b ord e d e l a
m u e r t e. Ll e v a b a u n a v en d a a lr e -

32
d ed or d e u n b r a z o y o t ra a l re d ed or d e u n t ob i l l o. E xt ra ñ o s
t u b os s a lí a n d e e s a s v en d a s h a c i a n o s a b í a d ón d e . P e r o u n
t u b o s a lí a d e u n o d e l os a gu j e r os d e m i n a ri z y e s t a b a c o -
n ec t a d o c on u n a b ot e l la t ra n s p a r en t e, li ga d a a u n a va r i l la d e
m et a l, q u e s e en c on t ra b a a m i la d o.
»P e r o , ¡l a c a b e za !, ¡l a c a b e za ! S ó l o c on r ec o rd a r l o vu e l v e m i
a gi t a c i ón . D e m i c a b e z a , e xa c t a m en t e d e m i f r en t e, s u r gí a n
u n a g r a n c a n t i d a d d e p i e z a s m et á li c a s q u e p a r e c í a n e m e rg e r
d e l i n t er i o r . La s c u erd a s m et á li c a s i b a n a p a ra r , c a s i t od a s , a
l a c a j a q u e yo h a b í a vi s t o ya s ob r e l a p eq u eñ a p la t a f o r m a qu e
e s t a b a a m i la d o. P en s é q u e s e t ra t a b a d e u n a e xt en s i ón d e m i
n e r vi o óp t i c o q u e c on d u c í a a la c á m a ra os c u ra ; p er o s u
m i ra d a m e c a u s a b a u n h o rro r c r ec i en t e y q u i s e a r ra n c a r,
t od os a q u e l l os ob j et os , d e m i p e rs on a ; p er o m e d i c u en t a d e
q u e n o p od í a m o v e r n i u n s o l o d ed o. S ó l o m e e r a p os i b l e
e s t a r a l lí a c os t a d o c on t e m p la n d o la s c o s a s e xt ra ñ a s q u e m e
ocurrían.

»E l h om b r e d e a p a r i en c i a n o r m a l a la r g ó s u m a n o h a c i a l a
c á m a r a o s c u r a y s i m e h u b i es e s i d o p e rm i t i d o m ov e rm e
h a b rí a r ea c c i on a d o vi va m en t e. P en s é q u e i n t r od u c í a lo s
d ed os en m i s oj o s — ¡l a i lu s i ón er a t a n c o m p l et a ! — . P e ro ,
e n v e z d e e l l o, m o vi ó d e s i t i o l i g e ra m en t e la c a j a y e n t on c es
t u v e ot r a s p e r s p ec t i va s . P od í a v er d e l la d o d e a t r á s d e la
p la t a f or m a d on d e m e h a l la b a t en d i d o. P u d e v e r ot r a s
p e rs on a s . S u a s p ec t o e ra d e l t od o n o rm a l : u n o e ra b la n c o , e l
o t ro a m a r i l l o , c om o u n m o n go l . E s t a b a n m i rá n d om e s i n
p es t a ñ e a r , s i n d a r s e c u en t a d e m i p e r s on a . P a r e c í a n m á s bi en
f a s t i d i a d os p o r t od o a q u e l l o, y m e a c u e rd o h a b e r p en s a d o q u e
d e h a b er e s t a d o en m i lu ga r n o s e h a b rí a n s en t i d o fa t i ga do s .
La v o z v o l v i ó a e s c u c h a rs e, d i c i en d o : "B i en ; p o r u n a b r ev e
t i em p o, é s t a e s t u vi s t a . E s os t u b os t e a li m en t a n d e
i m á g en e s ; ot r os t u b os h a y q ue t e a li g e r a n y a t i en d en a o t ra s
f u n c i on e s . P o r a h o r a , n o p u e d es m o v ert e , p o rq u e t em e m o s
m u c h o q u e, s i p u d i e s es , e n t u n e r vi os i s m o, t e h a rí a s d a ñ o a
t u p e r s on a . E s p a r a t u p r op i a p rot e c c i ón , q u e t e h a l la s
i n m o vi li za d o. P e r o n o t en ga s m i ed o, n a d a d e m a l o t i en e q u e
p a s a r t e. C u a n d o h a ya m os a c a b a d o n u e s t ra t a r ea , p od r á s
v o l v e r a ot r a p a r t e d e l Tí b et c on t u s a lu d r es t a b l ec i d a , y t e
s en t i r á s n o r m a l e x-

33
cepto por lo que se refiere a tu vista; porque seguirás pri-
vad o d e tu s oj os. Ten p or entendid o qu e n o p odr ás ma rch art e
llevando esta cámara oscura". Entonces, sonrió ligeramente en
m i d i r e c c i ó n y s e r e t i r ó h a c i a a t rá s , f u e r a d e l c a m p o d e m i
visión.
» La g e n t e s e m o ví a p o r a l lí , e x a m i n a n d o va ri os ob j et os . S e
veían una cantidad de objetos r edondos par ecidos a pequeñ as
ventanas, cubiertas con cristales finísimos. Pero d etrás d e los
c r i s t a l e s p a r e c í a n o h a b e r n a d a i m p o rt a n t e , e x c e p t o u n a p e -
queña aguja que se movía y s eñalaba ciertas extrañas marc as.
T o d o e l l o, p a r a m í , n o t en í a s en t i d o a l gu n o. R ec o r r í e l c on -
j u n t o c on l a m i r a d a ; p e r o e s t a b a t o d o fu e r a d e m i c o m p r en -
sión y dejé de prestar mi atención a todo aquello, que se
encontraba más bien lejos de mi alcance.
»Pasó un tiempo, y yo me encontraba acostado, ni descansado n i
c a n s a d o, p e r o c o m o en é x t a s i s , m á s b i en s i n s en t i m i en t o
alguno. Ci ertam ente, no sufrí a ni sentía inquietud alguna. Me
p a rec í a exp er i m en t a r u n c a mb i o s u ti l en la c om p os i c i ón qu í -
mica de mi cu erp o, y entonces en el b ord e visual d e la cá-
m a r a os c u r a vi q u e u n i n d i vi d u o i b a d a n d o la vu e lt a a u n o s
gr i f os qu e sa lí an d e una s er i e d e tub os d e vid ri o f ij os en una
armazón d e metal. A medida qu e el in dividu o en cu estión
daba vueltas a esas llaves, d etrás de las ventanilla s de c ristal s e
m a rcaban di f er ent es pun t os. E l p ers onaj e má s p equ eñ o, el
m i s m o q u e yo h a b í a t o m a d o p o r u n e n a n o, p e r o q u e , p o r l o
v i s t o, e r a u n o d e l o s j e f e s , d i j o a l gu n a s p a la b ra s . E n t on ce s ,
d en t r o d e m i c a m p o v i s u a l en t ró u n p e r s on a j e q u e m e h a b l ó
e n m i p r op i a l en gu a , y m e d i j o q u e en a q u e l m o m en t o i b a a
ponerme dentro de un estado de sueñ o, a fin de qu e yo me
r e s t a u r a s e , y en t on c e s , u n a ve z yo m e h u b i es e a li m en t a d o y
c on c i li a d o e l s u eñ o, s e m e e xp li c a rí a l o q u e d eb í a s e rm e ex -
plicado.
»Ap enas acabó su discurso, recobré mi conciencia, como
s e m e h a b í a i n t er r u m p i d o. M á s t a rd e, c om p r en d í q u e la s c o -
sas, en efecto, marchaban así; tenían un instrumental ins-
tan tán eo e in of en si vo, qu e me su mía en la in c onsc i enci a sólo
mediante la presión de un dedo.

34
» Cuánto dormí, no tengo la m enor idea, ni medios para saberlo;
pudo ser tanto una hora, como un día entero. Mi despertar fue
tan instantáneo com o había sido el dormir me anteriorm ente; p or
un instante, estuve inconsciente, mas, al mo mento, m e s entía
despiert o del todo. Mu y a p esar mío, mi nuevo s entido de la
vista no funcionaba. Era ciego como an tes. Raros sonidos me
asaltaban — el "cling" d el m etal contra el meta l, el vibrar del
vidrio —. Lu ego, unos pasos r ápidos alejándose. Me llegó a los
oídos el ruido de un desli zar s e m etálico y tod o permaneció en
la quietud por unos mom en tos. Yo estaba allí, acostado,
maravillándom e de los ext raños acontecimientos que habían
traído un trastorno s em ejante en mi vida. Dentr o del mis mo
instante en que el temor y la ansiedad brotaban intensamente en
mí, llegó a lgo que r etuvo mi atención.
»Unos pas os como d e pies ca lzados c on chinelas, br eves y d es-
tacados, me llegaron a los oídos. Eran dos pers onas, acom-
pañadas por un ruido lejano d e voc es. E l ruido fue creci endo y
se dirigió a mi habitación. De nuevo, aquel des liza rs e de un
cuerpo m etá lico, y los dos ser es f em eninos — porque así
deter miné que eran — se ac ercaron hablando en sus agudos
chillidos nervi osos. Hablaban las dos a la vez, o así me lo
parecía. S e detuvi er on, cada una a uno de mis ambos lados y,
horr or de h orr or es, m e d es nudaron de mi capa — única
cobertura de mi cuerpo —. Na da pude hacer por r emediarlo. No
tenía fuer zas ni podía mover me. Me encontraba en poder de
aquellas mujer es d escon ocidas. Yo, un monje, que nada sabía
de las mujer es — que no tengo inconveniente a lguno en
confesar lo —; s entía horror a las mujer es. »
El vi ejo ermitaño s e calló. El joven monje lo cont empla ba,
pensando con horr or en la ter rible af renta que r epres entaba
aquel suces o. En la fr ente d el ermitaño, un tenue hilo de sud or
humedecía la piel broncead a, como si revivi es e aquellos
instantes horribles. Con manos temblorosas agar ró su cuenco,
llen o de agua. Bebió unos poc os s orbos y lo d epositó c on todo
cuidado detrás de su pers ona.
«Mas a lgo peor suc edió lu ego — prosiguió con voz vaci lan-

35
te —. Aquellas mujeres jóvenes acostar on sobr e uno de mis
flancos mi cuerpo y, p or fuer za, introdujeron un tubo dentro de
una parte inmencionable de mi cuerpo. Me entró aquel lí quido y
cuidé reventar. La m odestia me exim e d e explicar cuá nto
ocurrió por obra de aquellas mujer es. P er o aquello era sólo un
comien zo: m e lavar on mi cuerpo d esnudo de arriba abajo y
mostrar on la más vergon zos a familiaridad con las par tes
privadas de mis órganos mas culinos. Me ruboricé d e pies a
cabeza y t odo yo m e s entí cubierto de la ma yor c onfusión.
Agudas va rillas d e m eta l fu er on introducidas en mi cu erpo y el
tubo, que se hallaba en los a gujeros de mi nari z, fu e quitado y
otro m e fu e colocado f or zadam ente. Entonces, s e m e c olocó una
sábana que m e cubría de lo s pies a la cab eza. P er o aún no
habían terminado; entonces padecí un doloros o af eitado de mi
cráneo y va rias cosas in explic ables suc edieron hasta que se me
aplicó una sustancia muy pegajosa e irritante s obre la parte
afeitada. Durante todo el tiempo, las dos jóvenes estuvi eron
charlando y br om eando com o si los diablos les hubiesen
sorbido los s es os.

»Después de un largo rato, se escuchó de nuevo el desli zars e de


la puerta metálica y unos pasos más pesados s e acercar on,
mientras la charla de aquellas mujeres s e interrumpía. La Voz
que hablaba en mi lengua, me dijo amablem ente: "¿C ó mo se
encuentra?"
»" ¡Terriblem ente ma l!", r epliq ué vivam ente. "Vuestras mujeres
me d ejaron en cuer os y ab usaron de mi cu erpo en for ma
increíble. " Mí respuesta, pareció divertirles enorm em en te.
Dicho con todo mi candor, s e per ecieron d e risa vi endo que no
hice nada para disimular mis reacciones.
»"Nos era indispensable lava rte — dijo —, debes t ener tu
cuerpo limpio de esc orias y tenernos también que hacer lo p ro-
pio con los aparatos que te a plicamos. Por eso, varios tubos y
conexi ones eléct ricas tienen que ser reempla zados por ot ros
est eri lizados. La incisión en t u cráneo ti ene que s er inspeccio-
nada y puesta en condiciones de nuevo. S ólo tien en que que-
darte unas pocas cicatrices ligeras cuando te marches d e aquí."
El vi ejo er emita bajó su cabeza hacia el joven mon je. «Mira

36
— le dijo — aquí, sobre mi cabeza, hay cinco señales.» El
joven monje se puso de pie y contempló con profundo inte-
rés el cráneo del ermitaño. La s señales estaban allí; cada una
t e n d r í a d o s d ed o s d e a n c h u ra y m o s t r a b a u n a d e p r e s i ó n d e
c olor b lanqu ecin o. ¡Qu é t em eros o — p ens ó el j oven m onj e —
s ería una exp er im en t o s em ejant e, adm inis trad o p or muj er es !
In v olu n t a r i a m en t e s e s en t ó, com o s i t em i es e a l a t a qu e d e u n
enemigo desconocido.
E l er em i t a c on t inu ó: «N o m e s en t í c a lm ad o p or la s p a la b ra s
d el r ec i én venid o, s in o qu e pr egunt é: "¿P er o f ui man ipu lad o
p or mujeres? ¿No h ay h ombres, si un tratamiento d e esta
naturaleza era imperativo?".
»E l q u e m e t en í a c a ut i vo — ya q u e a s í l o c on s i d era b a — s e
r i ó d e n u e v o y r e p l i c ó : " Q u e r i d o a m i g o , n o s e a s t on t a m e n t e
p úd i c o. Tu c u er p o d es nu d o — t a l c om o s e h a lla — n o si g-
n i f i ca n ad a pa r a el la s . Aq u í va m os t od os d es n u d os la m a yor
pa rt e d el ti emp o, en nu es tras h ora s d e gu ardia. Nu est r o cu er -
p o es el Tem p lo d el S up er-yo y es en a bs olut o pu r o. Los q u e
sien ten escrúpu los es qu e tien en p en samien tos qu e les in -
qui etan. P or lo qu e s e refi ere a las muj eres qu e cuidan d e ti,
son enfermeras y están instruidas en este trabajo.
»"P ero, no puedo m overm e, ¿p or qué? — pregunté —. Y ¿p or
q u é r a z ón n o s e m e p er m i t e ve r ? ¡E s t o e s u n a t o rt u r a !" »"No
te puedes m over" — m e dijo —, porque puedes tirar d e lo s
el ec t r od os y c a u s a r t e d añ o. O p u ed es c au s a rlo a l eq u i p o qu e
es tá a tu a lr ed ed or. No p ermit im os qu e t e ac ostu mb res a ver,
porque cuando te marches serás ciego, y cuanto más hagas
servir el sentido de la vista, olvidarás más el sentido del tacto,
que los ciegos d esarrollan. Sería para ti un tormento si te
permitimos la vista hasta que te marches, porque entonces
t e s en t i r í a s d e s a m p a ra d o . Tú e s t á s a q u í n o p or p l a c er , s i n o
pa ra ver y es cucha r y s er el d ep osita ri o d e un c on oci mi ent o,
ya q u e o t r o t i e n e q u e v e n i r y a d q u i ri r d e t i e s t a s a b i d u r í a .
Nor ma lm en t e, es t e sab er ti en e qu e s er esc rit o; p ero t em em os
d es en c a d en a r ot r a fu ri a d e «Li b ros S a gra d os », o s em ej a n t es
fórmu las . S ob r e el sab er qu e tú ah ora ab s orb erá s y má s t a rde
transmitirás, se escribirá acerca de él. Mientras tanto, no oh

37
vides que estás aquí, no para tus propósitos, sino para los
nuestros."»
En la cueva, reinaba el silencio; el viejo eremita hizo una
pausa, antes de continuar. «Déjame descansar por ahora. Ne-
cesito reposarme un rato. Tú puedes traer agua y limpiar la
cueva. Hay que moler la cebada.»
«¿Tengo que limpiar el interior de vuestra cueva , Venerable
padre?» preguntó el joven monje.
«No; lo haré yo mismo, cuando haya descansado; pero tráeme
arena para mí, y déjala en este sitio.» Diciendo esto, buscó sin prisas en
un pequeño rincón de las paredes de piedra. «Después de haber
comido tsampa y sólo tsampa por más de ochenta años — dijo
con cierta animación —, siento ganas de probar otros manjares,
precisamente ahora que estoy a punto de no necesitar nada.»
Movió su anciana cabeza blanca y añadió: «Probablemente, el
choque de un alimento diferente me matará.» Después de esto,
el anciano entró en su habitación privada, que el joven monje
desconocía.
El joven monje trajo una gruesa rama, desgajada en la entrada
de la cueva, y empezó a rascar el suelo. A fuerza de ir
rascando, barrió todo lo que había en el suelo y lo distribuyó
de manera que no obstruyese la entrada. Cargado con el ma -
terial que trajo del lago en el regazo de su capa, extendió la
arena por el suelo y la fue apisonando. Con seis idas y venidas
suplementarias trajo la arena suficiente para el anciano
anacoreta.
En el extremo interior de la cueva se veía una roca cuya parte
superior era lisa, con una depresión formada por el agua,
muchos años atrás. Dentro de esta depresión puso dos puñados
de cebada. La piedra, pesada y redonda, que se hallaba cerca era
sin duda el instrumento adecuado al propósito. Levantándola con algún
esfuerzo, el joven monje se sorprendió pensando que un
anciano como era el ermitaño, ciego y debilitado por los
ayunos, pudiese manejarla. Pero la cebada — completamente
tostada -- debía ser molida. Pegando con la piedra con un ruido
resonante, le imprimió una semi-rotación y volvió a elevarla
para un nuevo golpe. Monótona-

38
mente, continuó machacando la cebada, imprimiendo media
vuelta a la piedra, para moler los granos más finos, recogiendo
la harina que se iba formando y reponiendo el grano molido.
¡Turn ! ¡Tum ! ¡Tum ! Por fin, con los brazos y la espalda do-
loridos, quedó satisfecho con el montón de lo molido. Luego,
después de haber frotado la roca y la piedra con arena, para
limpiar cualquier residuo de grano que hubiese resultado ad -
herido, puso cuidadosamente la harina en la vieja caja que
estaba allí a este propósito y se encaminó, cansado, a la entrada
de la cueva.
La tarde, ya avanzada, aún resplandecía y se calentaba al sol.
El joven monje se recostó sobre una piedra y r evolvió pere-
zosamente su tsampa con la punta de un dedo para mezclarla.
En una rama, un pajarilla, encaramado en ella, con la cabeza
inclinada, observaba esas operaciones con elocuente confianza.
Por el lado de las aguas, un pez de buen tamaño saltó, con el
intento coronado por el éxito de zamparse un insecto que
volaba muy bajo. Muy cerca, un roedor se aplicaba a su s tareas,
en la base de un árbol, plenamente olvidado de la presencia del
joven monje. Una nube oscureció el calor de los rayos de sol, y
al joven le entró un temblor súbito. Poniéndose de pie de un
salto, lavó su cuenco y lo frotó con arena. El pájaro se escapó
volando con un chillido de alarma y el roedor se escapó
alrededor del tronco del árbol y se puso en guardia con los ojos
bien abiertos y brillantes. Metiendo el cuenco en el seno de su
túnica, el joven monje se apresuró a volver hacia la cueva.
En la cueva se hallaba sentado el viejo eremita; mas no ergui -
do, sino apoyado contra una pared. «Me gustaría sentir el calor
del fuego sobre mi persona — dijo —, porque no he podido
encenderlo para mí en todos los sesenta o más años pasados.
¿Querrías encender una hoguera para mí, y así los dos
podríamos sentarnos a la boca de la cueva?»
«Con mucho gusto», respondió el joven monje. «¿Tenéis pe-
dernal o yesca?»
«No, no poseo más que mi cuenco, mi caja de cebada y mi par
de vestiduras. No tengo ni tan siquiera una sábana.» Así

39
e s q u e e l j o v e n m o n j e p u s o s u p r op i a s á b a n a h a r a p i e n t a a l -
r ed ed or d e los h om b ros d e l a n c ia n o y s a li ó fu era d e a q u el la
caverna.
N o m u y l e j os , la c a í d a d e u na r oc a h a b í a s e m b ra d o e l s u el o
d e p equ eñ os p ed a zos d e la m is ma . Allí, el j oven m on j e pudo
h a lla r d os p ed a zos d e p ed ern a l q u e s e a d a pt ab a n mu y b i en a
la s p a lm as d e su s man os . A m od o d e exp eri m ent o, golp eó un
g u i j a r r o c on t r a e l ot r o c on u n m o vi m i en t o d e f r ot e; c on es o
ob t u vo un a p eq u eña c orri en t e d e c hi s pi ta s a l p ri m er i n t ento.
Puso las d os pied ras en el seno d e su vestidura y lu ego se
d i r i g i ó a u n á r b o l m u e r t o , c u yo t r o n c o s i n d u d a h a b í a s i d o
a lcan zad o p or un r a yo d esd e ha cía la rgo ti emp o. En el hu ec o
d e s u i nt er i or , b u sc ó y h a lló u n pu ña d o d e p ed a zos s ec os d e
m ad era , d e c olor d e hu es o, p od rid os y p olvor i ent os. C on cui -
d a d o los f u e p on i en d o en t re s u s ves t i d u ra s ; d es p u és r ec og i ó
ramas secas y quebradizas que se hallaban dispersas alrededor
d e l á r b o l . C a r g a d o h a s t a e l l í m i t e d e s u s fu e r z a s s e d i ri gi ó
a la cueva y satisfecho descargó todos esos objetos en la parte
e x t e r i o r d e l a e n t r a d a , e n u n s i t i o b i en a b r i g a d o d e l v i e n t o
d om i n a n t e, d e f o r m a q u e d es p u és la c u e va n o p u d i es e v e r s e
i n va d i d a p o r e l h u m o.
En el s u elo a r en os o, c on la ram a qu e le s erví a d e esc ob a, t ra -
zó una li gera d ep r esi ón y c on el p a r d e p ed ern a les a su lado,
c o n s t r u yó u n m on t on c i t o d e t r o n c o s r e d u c i d o s a p ed a z o s y
los cu brió con mad era p od rida q u e, a fu erza d e en rollarla
con sus dedos, quedó con vertida en un polvo c omo d e harina.
E n t o n c e s , c on e x p r e s i ón a p l i c a d a , c o g i ó l o s p e d a z o s d e p e -
d erna l, un o en cad a m an o, y l os hi zo ch oca r el un o c ont ra el
ot ro, p r oc u r a n d o q u e la es c a s a c orri en t e d e c h i s pa s , pu di es e
caer s obr e aquel polvillo de madera. Repitió muchas vec es la
op era c i ón , h a st a qu e c on s i gu ió q u e a p a rec i es e u n a p a r t í cu la
d e lla m a . In c li n á n d os e en t on ces , h a s t a t oc a r c on el p ec h o a l
s u e l o, c on t od o c u i d a d o , fu e s op la n d o a q u e l la p r e c i o s a c en -
tella. P oco a poco, cada vez s e fu e haciendo más bri llante. La
p equ eña chi spit a c r eci ó má s y m ás , ha sta qu e el j oven m onje
pud o apa rta r una man o y c oloc ar a lgun os b r ot es s ec os a lrede -
d o r , j u n t o c on a l g o q u e h a c í a d e p u e n t e d e l a p e q u e ñ a m a n -

40
cha de fuego. Fue soplando continuamente, y, finalmente, tuvo
la satisfacción de ver una verdadera llama d e fuego exten-
diéndose a lo largo de las ramas.
Ninguna madre cuida tanto a su recién nacido como aquel
j o v en s e d ed i c a b a c on t od a s u a t en c i ón a la l l a m a n a c i en t e .
Ella, gradualmente, crecía cada vez más brillante. Luego, fina l-
m ent e, t r iunf and o, añadi ó t r onc os cada vez má s gru es os a la
h o g u e r a , q u e e m p e z a b a ya a b r i l l a r f r a n c a m e n t e . E l j o v e n
m on j e, en t on c es , en t ró en l a c u e va y fu e h a s t a d on d e s e h a -
llaba el viejo ermitaño. «Venerable padre — dijo el joven monje
—, el fuego ya está a punto; ¿puedo acompañaros?» Luego,
puso un palo robusto en la mano del anacoreta, y, ayudándole
con toda lentitud a ponerse en pie, le acompañó delicada-
m en t e h a s t a la ver a d e l fu e go , d el la d o p or d on d e n o p a s aba
el humo. «Me voy a buscar más leña para la noche», dijo
el j ov en m on j e. «P ero a n t es vo y a p on e r l os p ed e rn a les y la
ye s c a d en t r o d e la c u e va , p a ra q u e s e c on s e r v en s ec os . » Di -
ci end o esa s pa lab ras , rea just ó la s ábana s ob re la esp a lda del
a n c i a n o; l e p u s o a gu a a s u la d o y d ep os i t ó e l p ed ern a l y l a
yesca al lado de la caja de la cebada.
D e j a n d o l a c u e va , e l j ov en m o n j e c u i d ó d e a ñ a d i r m á s l eñ a
a l f u eg o y s e a s egu r ó d e q u e el a n c i an o n o c orrí a n in gú n pe-
li gro d e s er a lc a n za d o p or la s lla m a s ; d es p u és , s e m a rch ó y
s e d i r i gi ó h ac i a d ond e s e h a lla b a el c a mp a m en t o d ond e es t u -
vi eron ha cía p oc o aqu ellos merc ad eres. P od ían hab er d ej ado
a lgo d e leña, p ens ó. P er o, n o habí an d ej ad o leña a lguna . Me-
jor aún, se habían olvidado de un recipiente de metal. Evi-
d ent em ent e, s e les había c aído s in qu e ellos s e di es en cu enta
a l ca r ga r los yak s, o ta l vez al m a rcha rs e. P odí a s er tamb i én
q u e ot r o ya k h u b i es e d a d o c o n u n a p a t a a l u t en s i li o, y é s t e
hubiese ido a rodar detrás de una piedra. Ahora, para el
j oven m on j e, es t o e r a u n t es o ro. Un gru es o c la v o s e h a l la b a
a l la d o d e l r ec i p i en t e , p o r a lg ú n m ot i v o q u e s e e s c a p a b a a l
monje; pero que iba a prestar algún servicio, estaba seguro.
Buscando con toda la diligencia por aquellos parajes alrededor
del bosqu ecillo d e árboles, no tardó en reunir una pila de
madera muy satisfactoria. Yendo y viniendo de la cueva, al-

41
m a c en ó en e lla t od a a q u ella l eñ a d en t ro d e la c a ve rn a . Na d a
dijo al viejo ermitaño de aquellos hallazgos. Quería darle una
agradable sorpr esa y t ener el placer d e cont emplar la satisf ac-
ci ón d el anc ian o a l p od er b eber t é c a li ent e. Ya t enían t é, por -
que el mercader les trajo alguno; pero carecían de medios para
calentar el agua, hasta entonces.
La última carga de leña, había sido ya depositada y, sin hacer
nada, se hub iera p erdid o aqu ella jornada. El joven monje
v a ga b a d e u n la d o a ot r o, b u s c a n d o p r oc u ra r s e u n a r a m a d e
d i m en s i on es c on ven i ent es . E n u n s ot o a or i lla s d el la go, v i o
d e p ron to un mon tón d e harap os. Qu ién los había llevad o
h a s ta a llí , lo i gn or a b a . M a s , la ext ra ñ e za d i o p a s o a l d es eo.
Avanzó para levantar del suelo aquellos harapos y, de pronto,
p egó un b rinc o, a l escucha r qu e un llant o s a lía d e aqu el mon -
tón de trapos. Inclinándos e, se dio cuenta de que aquellos
«harapos» eran un cuerpo humano; un hombre flaco lo in-
c r eí b l e. Al r ed ed o r d e s u c u el l o , l l e va b a u n a t a n ga ( * ). Un a
tabla de madera, cuya longitud sería en t otal d e cerca de más de
metro y medio. Dicha tabla, abierta por enmedio a lo largo,
t en í a c om o un a c ha r n ela y, p o r el ot ro, u n c an da d o c erra d o. E l
c en t r o d e l m a d e r o e s t a b a f o rm a d o d e m a n era q u e s e a j u s taba
a lred ed or d el cu ello d e la víc tim a. Aqu el h omb r e era un
esqueleto viviente.
El joven monje, arrodillándose, dejó en el su elo las ramas
del bosquecillo que llevaba encima; luego, poniéndose en pie,
corri ó al agua y llenó su cuenco. Con toda prisa, volvió has ta
aquel hombre caído e introdujo el agua por su boca ligerament e
ent reabi ert a. Aqu el h omb re se es t rem eci ó y ab ri ó los oj os .
«Q u i s e b e b e r — m u s i t ó — , y m e c a í a l a gu a . Gr a c i a s a e s a
t a b la f lot é, c a s i a pu nt o d e h u nd i rm e. E s t u ve d ía s en el a g u a
y, a h ora mi sm o, h e p odid o rem onta r la ori lla ». Y s e ca lló, ex -
h a u s t o. E l j ov en m on j e l e t r a j o m á s a gu a , y lu e g o a gu a m e z -
c l a d a c o n h a r i n a . « ¿P u e d e s q u i t a r m e e s t o d e e n c i m a ? », p r e -
gunt ó el h omb r e. «P ega nd o con d os pi ed ra s es ta c er radu ra , la
podrás abrir.»

(*) Instrumento chino de suplicio. (N. del T.)


42
E l m on j e s e p u s o en p i e y fu e a la ori l la d el la g o, b u s c and o
la s p i ed r a s id ón ea s . Cu an d o es t u vo d e vu e lt a p u s o la m ayor
de las dos piedras bajo uno de los extremos de la tabla, y
pegó fuerte con la otra piedra. «Int enta por el otr o lado — dij o
a q u e l h o m b r e — , y p e g a s o b r e e l p i t ó n q u e a t r a vi e s a d e
parte a parte. Húndelo con todas tus fuerzas.» Con todo
cuidado, el monje puso en su debida posición el mad ero y
p e g ó c on t od a s u a l m a . Ap r et a n d o lu eg o, d e s p u é s u n f u e r t e
crujido, la cerradura ca yó por su lado. Entonces pudo abrir el
i n s t ru m en t o d e t o r t u r a y d ej a r l i b r e e l c u e l l o d e a q u e l h om bre
que, en su esfuerzo, se había ensangrentado.
«Ir á a pa ra r a l fu ego — d ij o el j oven m onj e —, s erí a una lá s -
tima que se perdiese.»
Cap ítu lo t erc er o

Du rant e un la r go rat o, el j oven m onj e estu vo s ent ad o en el


s u elo, acunand o la cab eza d el en ferm o e int entand o a li m en -
ta rlo c on p equ eña s cant idad es d e ts ampa . Fin a lm ent e, s e d e -
tu vo y di j o ent r e sí : «Ten d ré qu e lleva ron a la cu eva d el er -
m itañ o». Dic i end o est o, levant ó el cu erp o d e aqu el h omb r e y
p r ocu r ó c olocá r s elo s ob r e un hom br o, c on la ca ra haci a aba j o y
p legad o c om o una sábana a r r olla da. C on pa s o vaci lant e p or la
c arga, di ri gi ó sus pa s os ha sta el b osqu ec i llo, y d e a llí a la
cu eva. P or fin , d espu és d e lo qu e pa rec ía un viaj e int erm i -
nab le, llegó a la vera d el fu ego. Allí d ep osit ó d eli cada m ent e
aqu el h omb r e s ob r e el su elo. «Ven erab le — di j o a l er mitaño --
, enc ont r é a est e h omb re en un s ot o c erca d el la go. Lle vaba
una can ga a lr ed ed or d el cu ello y es t á mu y gra ve. Le q ui t é la
c an ga y lo b e t raíd o aquí. »
C on una ram a, el j oven m onj e r ea vi vó el fu ego d e m an era qu e
s e elevó u n enj amb re d e chi spa s y el a i re s e llen ó d e un
a grad ab le olor a m ad era quem ada . Det eni énd os e s ólo pa ra
ap areja r má s leña , s e volvi ó d e esp a lda s a l vi ej o er emita .
«¿Un a can ga ?», dij o és t e. «S i gni fi ca qu e s e t rata d e un p r es i -
dia r i o; p er o, ¿q u é hac e un p res idia ri o aquí ? No i mp orta lo qu e
ha ya h ech o; si est á en ferm o, d eb em os h ac er cuant o p odam os
p or él. Ta l vez pu ed e h ab la r.. .»
«S í , Ven erab le», m u rmu ró aqu el h omb re c on una voz d ébi l.
«He i d o d ema siad o a llá pa ra p od er s er au xi liad o fí sic am ent e.
Nec esi t o un au xi li o esp i ritua l, pa ra m ori r en pa z. ¿P u ed o
hab la r os ?»
«C on t oda c er t eza », rep lic ó el vi ej o ermit añ o. «Hab la, qu e t e
es cuch am os. »
E l en f er m o hu m ed eci ó sus labi os c on a gu a qu e le p r op or ci on ó
el j oven m onj e, ac la r ó su ga r gant a, y d ij o: «Fu i un a fortunad o
p la t er o d e la ciudad d e Lh a sa . Los n egoci os m e ma rchaban
m u y bi en ; s i emp r e, d e los c on vent os, m e llega ban enca rgos .
En t onc es, ¡oh , b endi ci ón d e las b endi ci on es !, llega r on m erc a -

44
deres de la India, cargados de mercancías baratas, por el estilo
d e los ba za r es d el paí s d e aqu éllos . Lla m aban a t od o aqu ello
"producción en masas". Cosa inferior, calidad falsificada. Géne-
ros que yo no quería tocar de ningún modo. Mis negocios
f u er on c a yen d o. M i m u j er n o p u d o s u fri r la a d vers i d a d y s e
m a rc h ó a l l ec h o d e ot r o h om b r e. Un c o m e rc i a n t e a d i n er a do
qu e la había p r et end id o an t es d e qu e ella s e c a sa s e c onmi go.
S e t r ataba d e un c om erciant e a l cua l n o le a fectaba la c ompe-
tencia de aquellos indios. No tenía yo nadie que me ayudase y
se preocupase por mí; ni tampoco nadie por quien yo pudiese
preocuparme.»
S e d et u vo , e l h om b r e, a n on a d a d o p or a q u e l l o s s u s a m a r go s
recuerdos.
E l vi ej o er mit añ o y el j oven m onj e p erman ecían en si lencio,
es p erand o qu e s e r ec obras e. P or fin , aqu el h omb re c ontinu ó:
«La c om p et en c i a f u e c rec i endo; ll egó u n h om b re, és t e d e la
China, trayendo género aún más barato, a lomos de unos yaks.
M i n egoc i o t u vo q u e c erra rs e . No m e q u ed a b a n a da , exc ep t o
m i s p ob r es en s e r es , q u e n a d i e q u e rí a . F i n a l m en t e, l l e g ó u n
c om erci ant e indi o, qu e m e ofr ec i ó un p r ec i o insu ltant em ent e
bajo por mi casa y todo cuanto había en ella. Yo me negué
y entonces él en tono de burla me dijo que pronto tendría
t od o l o m í o d e b a ld e. Y o en t o n c es , h a m b ri en t o y m i s er a b le
c om o m e s en t í a , p er d í e l d om i n i o d e m í m i s m o y l e ec h é d e
m i c a s a . Di o d e c a b e z a y s e ro m p i ó u n a s i en c on t ra u n a p i e -
dra que por casualidad allí se encontraba».
Volvió a callarse aquel hombre, y los demás, a permanecer en
si lenci o h asta qu e n o rean uda se su h ist oria . «La gen t e se
a rr e m o li n ó a m i a lr ed ed o r », s i gu i ó d i c i en d o. «Un os m e r es -
pondían, otros se ponían en mi favor. No tardé a ser lle-
va d o a p r es en c i a d el m a gi s t ra d o y s e o yó la exp li c a c i ón d el
c a s o. Un os h ab la b an en m i favor; ot ro s , en c on t ra . E l m a gis -
t ra d o d e li b e r ó b r e v em en t e y, p o r fi n , m e s en t en c i ó a l l e va r
l a c a n g a p o r u n a ñ o . T r a j e r on e l a p a r a t o y l o p u s i e r o n a l re -
d ed or d e m i c u ell o. C on él, n o p od í a a li m en ta rm e, n i b eb er ,
a n t es b i en d ep end ía exc lu s i va m en t e d e la b u en a volu n t ad de
l o s d e m á s . N o p o d í a t ra b a j a r , s ó l o p o d í a d ed i c a r m e a i r p i -

45
di end o lim osna. No m e p odía t end er; m e veía ob li gad o a
p erman ec er d e pi e o s entad o. »
E l h omb r e em pa lid eci ó y p a reci ó qu e iba a su fri r un d es vane-
ci mi en t o. E l j oven m onj e, exc lam ó: «Ven erab le: enc on tr é un
c a ld er o en el ca mpa m ent o d e los m ercad eres d el ot r o día. Lo
voy a tr a er y p od r em os hac er t é». P oni énd os e en pi e, c orri ó
ha sta d ond e h abía ha llad o el c a ld ero, y c erc a d e ést e enc ont ró
un ganch o qu e evid en t em ente le c orres p ondí a. Despu és d e
hab er lo llen ad o d e a gua, h abiénd olo ant es limpi ad o c on ar ena,
s e di ri gi ó d e nu evo a la cu eva, llevand o el ca ld ero, el gan cho,
el c la vo y la c an ga. P ront o es tu vo d e regres o en la cu eva y,
c on t od a a legrí a, m eti ó la can ga a l fu ego. Ch ispa s y hum o
s urgi er on y en el c ent ro d e aqu el ins tru m ent o d e t ortu ra una
robus ta llam a su r gi ó d e p r ont o.
E l j oven m onj e fu e c orri end o ha cia el int eri or d e la cu eva y
t ra j o los paqu et es qu e le habí a dad o reci en t em ent e aqu el
m a rchant e. Un lad ri llo d e t é. Una grand e y s óli d a t ort a d e
m ant eca d e ya k, p olvor i enta , un punt o en ran ciada ; p ero to-
da ví a id enti f icab le c om o mantequi lla. C osa curi os a, un s aquit o
d e a zúca r m or en o En el ext eri or d e la cu eva, él d es lizó
cuid ad os am en t e un pa lo b i en li s o a t r a vés d el a sa y c oloc ó la
t et era en el c ent r o d el b ri llant e fu ego. Ent onc es quit ó sua ve-
m ent e el pa lo y lo pu s o a un lad o cuid ad os am en t e. Lu ego h izo
a t rozos el lad ri llo d e t é, ech and o los má s p equ eñ os a la t et er a,
cu ya a gua emp ezaba a est ar bi en c a li ent e. C ort ó lu ego una
cu arta p a rt e d e la m ant equi lla, a yud ánd os e c on una pi ed ra d e
b ord es a f i lad os. Lu ego i nt r oduj o es a mant equ i lla en la t etera
qu e emp ezab a a h er vir y pr ont o s e f or m ó en su sup erfic i e una
c apa gr as osa. Despu és añ adió un p equ eñ o puñ ad o d e b ór a x
pa ra da r bu en gus t o a l t é y por f in un gran puñad o d e a zúc ar
46
Ah or a , s i n q u e s e l e a d vi rt i e s e, l eva n t a b a su p rop i o c u enc o.
El joven monje lo tomó y, apartando la espuma de impu-
reza s , r ami tas y b r oza, llen ó el c u enc o ha sta la mi tad y s e lo
devolvió con todo cuidado. El presidiario murmuró que poseía
u n c u en c o en t r e s u s h a ra p o s . P r e s en t á n d o l o, s e l e l l en ó de l
todo, ya que gozando de su vi sta no s e le perdería ni una sola
g o t a . E l j o v en m on j e l l e n ó s u p r op i a t a za y s e s e n t ó d es c a n -
s a d a m en t e a b eb e r la , c on a q u e l s u s p i r o d e s a t i s fa c c i ón q u e
sale de uno cuando ha trabajado intensamente para lograr
algo. Por un tiempo reinó un silencio total, mi entras cada
cual de los pr es entes s eguía el curs o d e sus p ensamientos. De
tanto en tanto, el j oven m onje se levantaba a llenar d e nuevo las
tazas de sus compañeros y su propia taza.
S e o s c u r ec i ó e l a t a rd ec e r. Un vi en t o f rí o h i z o q u e la s h oj a s
de los árb oles susurras en a m anera de cantos de prot esta. Las
a gu as d el lad o s e a gita ron y ll en aron d e a rru ga s y c r epi taban y
s u s u rr a ba n en t r e los gu i j a r r os d e la or i lla . E l j ov en m on j e
a c om p a ñ ó s o lí c i t a m en t e a l vi ej o e r m i t a ñ o h a s t a e l i n t eri o r ,
a h ora os c u r o, d e la c u eva ; lu e go, v ol vi ó a d on d e s e en c on t ra b a
el en fermo. El joven monje lo traslad ó al interior de la
c a v e r n a y l a b r ó u n a d e p r e s i ó n p a r a s u c a d e r a , a l p a s o q u e le
s i rvi es e d e c a b ec er a . «He d e h a b la rle — d i j o el h om b r e —
p orq u e m e q u ed a m u y p oc o t i em p o d e vi d a . » E l m on j e s a l i ó
unos momentos para proteger el fuego con un montón de
a r en a y p r es er va r lo ad or m ecid o p or la n och e. P or la mañana ,
las cenizas todavía se conservarían rojas y sería fácil reavivar
una llama vigorosa.
E s t a n d o a l l í l o s t r e s h o m b r e s — u n o a c e r c á n d o s e a l a ed a d
vi ri l, ot r o d e m ed i a ed a d y e l t e rc er o, a n c i an o — s en t a d os o
a c os t a d os el u n o c erc a d el ot ro, e l p ri s i on ero v ol vi ó a h a c er
uso de la palabra. «Mis horas se están acabando», dijo. «Si en to
que mis antepasados están a punto de acogerme y darm e la
b i en v e n i d a . D u r a n t e u n a ñ o e n t e r o , h e s u f r i d o y m e h e c o n -
s umid o. He es tad o va gand o ent r e Lh a sa y P ha ri, yend o y vol-
viendo en busca de comida y auxilio. Afanándome. He en-
contrado grandes lamas que me han rechazado y otros que han
sid o bu en os con migo. He visto p ersonas humild es q u e me

47
ci aban d e c om er, y el los s e q u ed aban en a yuna s. P or un año,
h e c or r i d o d e u n la d o a ot r o, c om o el ú lt i m o d e los va ga b u n -
d os. M e h e p elead o con los p erros para quitarles su s men -
drugos y luego he visto que no podía comérmelos.» S e detuvo
entonces para tomar un trago d e té frío, que tenía al lad o,
ahora con la mantequilla congelada.
« ¿C ó m o p u d i s t e l l e g a r h a s t a n o s o t r o s ? », p r e g u n t ó e l v i e j o
eremita con su voz cascada.
«M e abalancé s obr e el agua, a l otro lado d el lago, para beb er y
p or c u lp a d e l a c a n ga , c on s u b a la n c e, m e c a í en e l a gu a . Un
f u ert e v i en t o m e l l e v ó a t ra vé s d e la s a gu a s , d e m a n e ra q u e
vi un día y una noche, más otro día y otra noche, y el día
s i gu i en t e. Al g u n o s p á j a r o s s e p o s a b a n s ob r e m i c a n ga e
intentaban picar mis ojos; pero yo gritaba y ellos se asustaban y
huían. Sin parar, fui desplazándome hasta que perdí con -
c i en c ia y n o m e en t eré d e c óm o i b a d es p la zá nd om e. P or ú lt i -
m o, m i s p i es t oc a r on el s u el o d el la g o y m e p u d e s u s t en t ar .
Sobre mi cabeza daba vueltas un buitre, de manera que me
e s f o r c é y m e f u i a r r a s t ra n d o h a s t a q u e l l e gu é a l s ot o d on de
es t e j ov en p ad r e m e en c on t ró. M e s i ent o s ob refa t i ga d o, mis
fuerzas me abandonan y pronto debo ir a los Campos Ce-
lestiales.»
«R ep osa dur ant e la n och e», dij o el an cian o erem ita. «Los E s -
p í ri t u s d e la N oc h e es t á n v e l a n d o. T en em o s q u e h a c e r n u es -
t ros viaj es p or el ast ra l ant es d e qu e s e n os ha ga t a rd e. » C on
l a a yu d a d e s u b a s t ón , s e p u s o e n p i e y s e f u e , r en q u ea n d o,
h a ci a el i nt er i or d e la c u eva . E l j oven m on j e d i o u n p oc o de
tsampa al enf er mo y luego se acostó pensando en los suc esos
d e a q u el d í a h a st a q u e est u vo d o rmi d o. La lu n a a sc en d i ó
h a s t a s u m a yo r a l t u r a y, m a j e s t u o s a m e n t e , s i gu i ó s u c u r s o
p or la o t r a p a r t e d e l c i e l o. Lo s r u i d o s n oc t u rn o s c a m b i a ba n
s e gú n a va n za b a n la s h o ra s . D i f e r en t e s i n s ec t os zu m b a b an y
vibraban, en lontananza se escuchaba el asustado chillido
de una ave nocturna. En la montaña se oían crujidos de las
roc a s , s egú n s e c on t ra í an b a jo e l frí o d e la n oc h e. No l ej o s ,
c o m o t r u en o s e s p a c i a d o s , r od a b a n p i e d r a s y r o c a s p o r u n a s
p e n d i en t e s , d e j a n d o s e m b r a d o s u n o s t r a z o s s o b r e e l s u e l o .

48
Algún roedor nocturno llamaba angustiosamente a su pareja y
c os a s d e s c on oc i d a s s e a rra s t ra b a n y m u rm u ra b a n en la s a re -
n a s s u s u r r a n t es . Gr a d u a lm en t e , l a s e s t r e l la s p a l i d e c i er on y
l o s p r i m e r o s r a yo s a n u n c i a d o r e s d e l d í a c ru z a r o n e l c i e l o .
De s ú b i t o, c om o p er c u ti d o p or u na c orri en t e eléc t ri c a , el j o -
ven m on j e s e i n c orp oró. E s t a b a d es p i ert o d el t od o, i n t en tan -
do, en vano, atravesar la intensa oscuridad de la cueva.
Aguantando su respiración, con toda atención, escuchaba a su
a l r ed ed or . N o p od í a t ra t a r s e d e la d ron e s — p en s ó — . T odo
el m und o s abía qu e el vi ej o erem ita n o p os eía n ada. ¿E st aba
a cas o, el vi ej o, en f erm o?, s e p regunt ó el j oven . Alzá nd os e y
yendo con todo cuidado hacia el interior de la cueva, pregun-
taba: «Venerable padre, ¿os encontráis bien?»
El viejo, se movía: «Sí, ¿acaso se trata de nuestro hués-
p e d ? » E l j o v e n m o n j e s e a t u r u l l ó . H a b í a o l v i d a d o d e l t od o
la p r es en c i a d el p r es o. Vo l vi en d o a p res u ra da m en t e h a ci a la
boca de la cueva, percibió como una borrosa mancha gris.
S í, el f u ego, bi en pr ot egid o, no er a d el t od o mu er t o. C ogi end o
una ra ma el m onj e la hundi ó en la h ogu era y s op ló fu erte-
mente. Apar eció una llama y él amontonó varias ramas s obre
el fu ego naciente. De mom ento el pa lo estaba bien enc endido
por un cabo. Lo cogió y volvió a meterse en la cueva.
La a s t i l la a r d i en t e p r o ye c t a b a s om b r a s fa n t á s t i c a s q u e d a n -
z a b a n l oc a m en t e s ob r e la s p a r ed es . C u a n d o e l j o v en m onj e
entró, una figura prisionera del resplandor de aquella antorcha
a p a r ec i ó d es d e e l f on d o d e l a c u e va . E ra e l vi e j o e r m i t a ñ o.
A los pies del joven monje, el forastero yacía acurrucado, con
las piernas encogidas sobre el pecho. La antorcha se reflejaba
en sus ojos muy abiertos y daba la impresión de que pesta-
ñ ea b a n . T en í a l a b oc a a b i ert a y u n h i li l l o d e s a n g r e s ec a le
s a lí a d e l a c o m i s u r a d e lo s la b i os y f o rm a b a u n os g r u m os a
la altura de los oídos. De pronto se produjo un ronco est ert or
y el cu erp o se contorsion ó espasmódicamente y formó un
a rc o t ens o y s e r elaj ó s eguidam ent e, c on un suspi r o fina l. E l
c u e r p o c r u j i ó y s e p e r c i b i ó u n ru m o r d e f l u i d o s . Lo s m i e m -
bros, por fin, se distendieron y las facciones se aflojaron.
El viejo ermitaño y el joven monje rezaron las Plegarias para

49
la P a z d e los E spí r itus Qu e Se Va n, y s e es forza ron p a ra da r
in st rucc i on es t elepá tica s pa ra a yud ar el pas o d el a l ma d el di-
funto a los Campos Celestiales . Los pájaros emp ezaron a can tar
al naciente día; pero, en aquel suelo, estaba la muerte.
«T i e n e s a h o r a q u e l l e va rt e e l c u erp o », d i j o e l vi e j o e rm i t a -
ño. «Tienes que desmembrarlo y sacarle las entrañas para que
los buitres puedan darle una sepultura adecuada en los aires.»
«No tengo cuchillo alguno», replicó el joven monje.
«Ten go un cuchillo», le cont est ó el ermitaño. «Lo guard o
para que mí propia muerte sea conducida como es debido. Ahí
l o t i e n e s . H a z t u d e b e r , y l u e g o m e l o d e v u e l v e s . » De n o
m u y b u en a gan a , el j oven m on j e le va n t ó el c a d á ver y s e l o
ll ev ó f u er a d e la c u eva . C erc a d el p rec i p i ci o d e la s r o cas
había una piedra plana. Con muchos esfu er zos levantó el
c u er p o h a st a d ep os i t a rlo s ob re la p i ed ra y lo d es p oj ó d e los
v i e j o s y s u c i o s h a r a p o s . E n l o a l t o , s ob r e s u c a b e z a s e o í a
un p esan t e a let eo; habí an ap arec id o los p ri m eros buit r es, lla-
mados por el olor d el muerto. Con un estremecimiento, el
joven plantó la punta del cuchillo en el de lgado abdomen del
di funt o y lo volvi ó a s aca r. P or la h erid a abi erta, los int esti -
n os c om en za r on a s a li r. Rá pi da m en t e a ga rró a q u ella s fla c a s
entrañas y las tir ó hacia afuera . Sobre la roca, esparció el c o-
razón, el hígado, los riñones y el estómago. A golpes y tirones,
c ort ó d el t r onc o a mb os b ra zos y p i erna s. Lu ego, c on el cu erp o
d esnud o cub ierto d e san gre, se fu e corriend o d e la tre-
menda esc ena y s e precipitó en las aguas del lago. Dentro del
a gu a, s e r asc ó y li mpi ó c on puñad os d e fina a r ena. C on t od o
cuidado, limpió el cuchillo d el viejo ermitaño y lo fr otó bien
frotado, con arena.
Tem b la b a d el f r í o y d e la i mp res i ón rec i b id a . E l vi en t o, gla -
c i a l, s op la b a s ob r e la p i el d es n ud a d el j ov en m on j e. E l a g u a
parecía caerle encima como si los dedos de la muerte trazasen
l í n ea s s ob r e s u c u e rp o. Vi va m en t e s a lt ó fu e ra d e l a gu a y s e
es t r em eci ó c om o un p er r o. Cor r i end o, logr ó c omunica r a lgún
c a l o r a s u c u er p o. Al l a d o d e l a b oc a d e l a c u e va , r ec o gi ó y
se vistió sus ropas, apartando todo aquello que pudiera ha-
berse impurificado por su contacto con el cadáver. Mas,

50
cuando iba ya a entrar en la cueva, se acordó de que su ta rea estab a por
a caba r. Len ta m ent e, s e di ri gi ó d e nu evo ha cia la p i ed ra d ond e
ha cía p oc o había d ejad o a l mu ert o. Algun os bui tr es
rep osaban , sati s f ech os, y p lá cida m ent e s e a li saban la s p lu mas
c on el pi c o; ot r os, s e a fanaban llen os d e acti vid ad ent r e las
c osti lla s d el c adá ver. Ca si habían sacad o t od o el p ellej o d e la
c ab eza , d ej and o la ca la vera mon da y li r onda .
E l j oven m onj e, c on una pi ed ra p esant e, ap la st ó la ca la ver a
es qu elética , exp on i end o los s es os aqu ellos a los buit res h am-
b ri en t os. Ent onc es , llevánd ose los a ndr aj os y el c u enc o del
di funt o, c or ri ó ha cia la h ogu er a y la n zó aqu ella s r eliquia s a l
c ent r o d e la mi sm a. A u n lado, aún en roj ecid o, s e ha llab a el
res t o m etá lic o d e la can ga; el ú lti m o ra st ro d e un va r ón que
habí a sid o un ric o a rt esan o, c on su esp os a, su s cas as y su
ta lent o p r of es i ona l. M ed itando s ob r e el ca s o, el j oven m onj e
end er ezó sus pa s os haci a la caverna .
E l anc ian o er mitañ o es taba s entad o su mid o en la m ed itac i ón;
p ero s e pu s o en pi e cuan d o el j oven s e le ac ercaba . «E l h om -
b re es t emp or a l y f r á gi l», dij o. «La vi da s ob re la Ti erra n o es
s in o i lus i ón y la Ma yor R ea lidad s e encu ent ra m ás a llá d e la
p r es ent e. Desa yun em os, pu es, y ent onc es c ont inua ré t rans -
m iti énd ot e t od o cu ant o yo s é. P or qu e, h ast a ent onc es , n o pue-
d o ab and ona r m i cu erp o, y lu ego, cuand o lo ha ya d ejado,
ti en es qu e hac er p or mí exact am ent e lo qu e h as h ech o por
nu est r o am i go el p ri si on ero. Pero ah ora , c oma m os , p ar a man-
t en er nu est ra s fu er za s en la mej or forma p osib le. Tr a e, pu es ,
a gu a y ca li énta la. Ah ora, tan c erca d e mi fin, pu ed o c onc eder
a mi cu erp o est a p equ eña sati sfac ci ón. »

E l j oven m onj e c ogi ó el b ot e y s a li ó d e la cu eva, ca min o del


la go, evitand o c on ap r en si ón el s iti o d ond e s e había la vad o la
s an gr e d el di funt o. Li mp i ó c on t od o cuidad o el r ecipi ent e, por
f u era y p or d ent r o. Hi zo lo p ropi o c on las d os escu di lla s d el
erm itañ o y la su ya p ropi a. Habi end o llenad o el recipi ent e con
a gu a, lo llevó c on la m an o izqui er da y empuñ ó una gru esa
r a ma c on la ot ra . Un bui t r e s oli ta ri o llegó p r ecipit ánd os e para
ver lo q u e p as aba p or a llí. At er r i zand o p esada m ent e, di o u n os
p oc os pa s os y lu ego s e volvi ó a r em ont a r c on un gra znid o

51
rencoroso al verse burlado. Más adelante, hacia la izquierda, otro buitre,
repleto de comida, intentaba en vano remontar el vuelo. Corría, saltaba,
azotaba el aire con sus plumas; pero había comido con exceso. Finalmente lo
dejó correr y escondió, como avergonzado, su cabeza bajo una ala,
aguardando que la Naturaleza redujese su peso. El joven monje sonrió
ligeramente, pensando que hasta los buitres podían practicar excesos de
comida, y se preguntó qué cosa debía ser el verse en condiciones de darse un
atracón. Nunca había comido con exceso. Igual que la mayor parte de
monjes, siempre se sentía más o menos hambriento.
Pero había que hacer el té; el tiempo no se detiene nunca. Poniendo el bote
de agua a calentar sobre el fuego, entró a la cueva, por el té, la mantequilla,
el bórax y el azúcar. El viejo ermitaño se sentó esperando.
Pero uno no puede estar sentado por mucho tiempo bebiendo té cuando los
fuegos de la vida ya no son altos y cuando la vitalidad de una persona de
edad decae lentamente. De pronto, el viejo ermitaño se volvió a incorporar
mientras el joven monje estaba atendiendo al fuego, el «Viejo» y precioso
fuego, después de más de sesenta años de privación del mismo, años de frío,
de negación de sí mismo, de hambre y de pobreza integral, que sólo podía
remediar la muerte. Años, también de una completa futilidad en la existencia
como eremita, sólo remedios por la convicción de que todo aquello era, al fin
y al cabo, una tarea. El joven monje regresó a la caverna, oliendo aún a humo
de madera fresca. Rápidamente se sentó ante su maestro.
«En aquellos parajes remotos, hace mucho tiempo, me encontraba sobre
aquella extraña plataforma metálica. El que me tenía prisionero, me
explicaba claramente que yo me encontraba allí no por mi gusto, sino por la
conveniencia suya y de los suyos, para convertirme en un Depósito de
Conocimientos», dijo el anciano. «Yo les dije: "¿Cómo es posible que yo me
tome un interés intelectual si no soy más que un prisionero, un colaborador
sin ninguna voluntad por mi parte, cautivo y sin la más vaga idea de qué se
trata? ¿Cómo puedo tomarme

52
e l m í n i m o i n t e r é s c u a n d o s e m e t i en e a q u í p or n a d a ? S e m e
ha aprisionado con menos cum plidos que los que s e usan con
un cadáver, destinado a ser pasto de los buitres. Nosotros
m os t r a m os r es p et o a l os m u er t os y a l os vi v os . Vos ot r os m e
t ra t ái s i gu a l q u e un os exc rem en t os q u e s e t i en en qu e t i r a r a
u n c a m p o c on la s m en or e s c e r e m on i a s p o s i b l es . Y , en c i m a ,
pretendéis ser civilizados, valga lo que valga la afirmación".
»E l h om br e pa r eci ó visib lem ent e ext rañ ad o y n o p oc o imp re-
s i o n a d o a n t e m i e s t a l l i d o. E s c u c h é c o m o s e p a s e a b a p o r l a
es tan cia. Ad elant e y c on un sonid o a rras trad o d e lo s p i es , a l
d a r la vu e lt a . Ha c i a a d e la n t e y h a c i a a t r á s , c on t i n u a m en t e.
De p r ont o, s e d etu vo c erca d e m í y d ij o: "C on su lta r é el ca so
c on m i s up er i or ". R á pi da m en te, s e a lej ó y t u ve la s en s a c i ón
d e q u e h a b í a c o gi d o u n ob j et o d u r o. E s c u c h é va ri os r u i d os
c om o r a s ga d os y f i n a lm en t e, u n "c li c " m et á li c o y u n s on ido
destacado brotaron de allí. El hombre que se hallaba con-
m i go h a b ló f i na lm en t e, p r of i r i en d o los m i s m os s on es q u e el
anterior. C laram ente, s e entabló una discusión que duró unos
pocos minutos. "Cling, clang", brotó de la máquina, y el
hombre volvió para mi lado.
»"Antes que todo, os tengo que mostrar esta habitación donde
es ta m os ", m e dij o. "Voy a c onta r os c os as nu est ra s; qui én s o-
mos, qué hacemos e intentaré obtener vuestra colaboración me-
diante el entendimiento. Antes que todo, ahí está la vista."
»Percibí la luz y pude ver. Una visión mu y sin gular; veía
a un o d e m i s la d os h ac i a a rriba , la p a rt e in feri or d e u na m e-
j i l la h u m a n a y l a m i ra d a , p o r e n c i m a , d e l os a gu j e r os d e la
na ri z. La vi si ón d e los c ab ellos y d e los a guj eros d e la n ar i z
m e d i vi r t i e r on n o s é p o r q u é y m e e c h é a r eí r en e l a c t o. E l
h om b r e s e i n c li n ó y u n o d e s u s oj o s m e t a p ó t od o e l c a m p o
visual. "¡Oh ! — exc lamó —, algui en ha desviado la cámara".
E n t onc es , el m u n d o m e p a rec i ó q u e gi ra b a a m i a lr ed ed o r , y
e x p e r i m en t é n á u s ea s y v é rt i go . " ¡P e r d ón ! — e xc la m ó a q u el
homb re —, d eb í a ha b er c err a d o la c orri en t e a n t es d e h ac er
rodar la cámara. Disimu lad mi falta; os s entiréis mej or d e u n
momento a otro. ¡Siempre pasan cosas!"
» Ah o r a , p od í a v e r m e a m í m i s m o . E ra u n a s e n s a c i ó n h o r r i -

53
b le, la d e v er m i c u erp o t en di d o, t an p á lid o y d es m ej o r a d o y
c on t an t os tu b os y c ord on es q u e m e s a lí a n p or t od a s p a r tes .
F u e u n g o l p e p a r a m í e l c o n t e m p l a r m i s p á rp a d o s a p r e t a d a -
m en t e c e r r a d o s . M e h a l la b a t e n d i d o s ob r e u n a d e l ga d a p la n -
c h a d e m et a l — s e gú n m e p a rec i ó — q u e s e a gu a n t ab a s ob r e
u n s o l o p i e . E n e s e p i l a r s e v e í a n u n o s p ed a l e s , m i e n t r a s a
m i la d o h a b í a u n s op o rt e c on u n a s b ot e l la s d e vi d r i o l l en a s
d e lí q u i d os d e d i v e r s o s c o l or e s . E l s op o rt e e s t a b a en c i er t o
modo c onectado c on mi cuerpo. E l hombr e aquél m e explic ó:
"Estáis en una mesa op eratoria. Con esos pedales — y los
t oc ó — os p od em os c oloc a r en c u a lqu i er p os ic i ón d es ea da ».
Apret ó uno con el pie y la m esa osciló a su alred edor. Ap r etó
ot ro, y la m es a s e la d eó ha sta el p unt o d e qu e t emí ca er m e a l
suelo. Apr etando un tercer o, la mesa s e alzó, tanto que podía
v e r l a p a r t e i n f e r i o r . Un a p o s i c i ón m á s q u e i n c ó m o d a , q u e
me ocasionó extrañas sensaciones en el estómago.
»La s p a r ed es, evid en t em ent e, eran d e un m eta l d el c olor verd e
m á s a g r a d a b l e a l a vi s t a . Nu nc a h a b í a v i s t o a n t e s u n m a t e r i a l
tan fino, tan liso y sin una sola falta; y en ninguna parte se
n o t a b a n j u n t u r a s n i s o l d a d u ra s , n i s i g n o a l g u n o v i s i b l e d e
d ón d e e m p e za b a n y d ón d e a c a b a b a n la s p a r ed es , e l t e c h o y e l
pavimento. En un momento determinado, se d eslizó una
s e c c i ón d e la p a r ed , c on u n ru i d o m et á li c o, q u e yo ya
c on oc í a . Un a c a b e za ra ra a s om ó p o r la p u e rt a , m i ró a lr e dedor
y volvió a deslizarse. La pared se cerró de nuevo.
»En la pared d e enfrente adond e yo estaba se veía una su-
cesión de pequeñas ventanas, algunas de ellas no mayores que l a
p a lm a d e u n a m a n o g ra n d e. D e t r á s d e e l l a s , h a b í a u n a s erie
de indicaciones que s eñ alaban a unas cifras rojas las unas, y
otras n egras. Un r esplandor d e un azu l casi, por decirlo así,
místico, emanaba de dichos indicadores; raras manchas
luminosas danzaban y oscilaban de extraña forma, mientras
que, en ot ra ventana, una línea de color roj o oscuro ondulaba
para arriba y para abajo, en extrañas formas rítmicas, muy
p a r e c i d a s a l a d a n z a d e u n a s e r p i e n t e . Y o p e n s a b a . E l h om -
b r e — l e l l a m a r é m i C a p t u ra d o r — s on r e í a , v i e n d o m i i n t e -
rés. "Todos esos instrumentos, os indican a Vos — me dijo —,

54
y aquí se registran nueve ondas de vuestro cerebro. Nueve
lí n ea s s ep a r a d a s d e on da s que a rra n c a n d e la elec t ri c i d ad d e
vuestro cerebro que predomina en ellas. Son una demostración
de que pos eéis una mentalida d superior. Vuest ra m emoria es,
c i ert a m en t e, m u y n ot a b le y a d ec u a d a p a ra aq u ella la b or q u e de
vos esperamos."
»Gi ra n d o m u y s u a vem en t e la c á m a ra d e la vi s i ón , en el c a m p o
v i s u a l d e é s t a a p a r ec i ó u n a ex t ra ñ a es t ru c t u r a d e c r i s t a l q u e
h a s t a en t on c e s h a b í a e s t a d o f u e r a d e m i c a m p o v i s u a l . "E s o
— m e e xp li c ó — es t á a li m e n t an d o c ont in ua m en t e vu es t r a s
venas y drenando para afuera lo que se destruye de
vu est ra san gr e. E s os ot ros d ren an ot ros p roduct os d e vu est r o
cuerpo. Ahora estamos en la fase de comprobar el estado general
de vu estra sa lud, si os encon tráis en las debidas condiciones
para resistir el inevitable c hoque de todo cuanto vamos a
ensefiaros. Impresión que no puede evitarse, ya que no importa
que os consider éis a vos mis mo com o un sacerdot e instruido;
pero, comparado con nosot ros, no valéis más que el más bajo e
ignorante salvaje; y todo lo que entre nos otros se considera
olvidado de puro sabido, para vos son milagros casi increíbles, y
el primer contacto con nuestra ciencia os tendrá que causar u n
s er i o c h oq u e f í s i c o. P ero h a y q u e a rri es ga rs e, a u nq u e n o sotros
hacemos un es fuer zo para r educir todo ri esgo al grado mínimo."
»Se rió, y continuó diciendo: "En las ceremonias de vu es-
t r os t em p l os d a i s m u c h a i m p or t a n c i a a l os s on i d os d e l c u er p o
h u m a n o — ¡c l a r o !, ¡l o s a b e m o s t od o d e vu e s t ra s c e r em on i a s
r i t u a l es ! — . P e r o ¿c o n oc éi s r e a l m e n t e e s o s s on i d os ? E s -
cu chad ". Volvi énd os e, s e di rigi ó haci a la pa r ed y oprimi ó un
p e q u e ñ o p u l s a d o r b l a n c o . In m e d i a t a m e n t e , d e u n a s e r i e d e
p eq u eñ os a gu j er os s a li er on s on i d os qu e rec on oc í c om o s o n i -
d os d e l c u e r p o . S on ri en d o, d i o la vu e lt a a ot r o t i m b r e y l o s
sonidos crecieron y llenaron la habitación por completo. ¡Trap,
t rap !, c r eci ó el la tid o d el c ora zón ha sta ha c er vib ra r p or sim -
patía un objeto de cristal que estaba detrás mío. Otra pr esi ón
sobr e el pulsador, y desapareci ó el ruido del cora zón y creció el
ruido de los fluidos del cuerpo; pero tan intensos como una

55
c or ri en t e d e a gua d e la m ontaña , manand o s ob r e un lech o pe-
d regos o en su ansi a d e lleva r su cu rs o a la s lejan as rib era s del
m a r. Lu ego, s e escuch ó la respi ra ci ón d e los ga s es, i gua l qu e
un venda va l a t ra vés d e la s h oja s y los t r onc os d e á rb oles ro-
bu st os . S onid os d e ch oqu es de a gua c ont ra la s ori lla s d e un
la go p r ofund o. "Vu es tr o cu erpo human o — dij o el h ombre —
c ont i en e mi l r uid os. Lo c on oc em os t od o r ef er ent e a vu estro
cu erp o hum an o. "
»"P er o, In h on orab le C apt or", le d ij e. "E s o n o es nin gún p ro -
di gi o. Nos ot r os , p ob res s a lvaj es, en el Tíb et p od em os h acer
es o tan bi en c om o aquí. No a tan grand e es ca la , lo c on fi eso;
p er o p od em os h ac erlo. P od em os ta mbi én s epa rar el esp íritu
d el cu erp o y hac er qu e regres e. "
»" ¿P od éi s, d e ver as ?", m e miró c on una exp resi ón ín tr í gada
en el r os t r o, y c on tinu ó dici end o: "¿No os a s u stái s fá ci lm en -
t e?, ¿n o es a sí ? ¿Nos c on sid er ái s un os en emi gos, un os ap ri -
s i onad or es ?, ¿n o es verdad ?".
»" ¡S eñ or ! — le r ep liqu é —, ha sta ah ora n o m e hab éi s m ost ra -
d o nin guna p ru eba d e ami st ad, ni m e hab éis d em os tr ad o d e
nin guna f or ma p or qu é r a zón d eb o c r eer os o c olab ora r c on
vos ot r os . M e t en éis aquí p ara li zad o y cauti vo, c om o h ac en al -
guna s a vi spa s c on su s víct ima s. Ha y a lgun os d e en tre voso-
t ros qu e m e pa r ec éis s er un os d iab los. Nos ot ros t en em os r e-
t ra t os d e ta les s eres y los t en em os c onsid erad os c omo
vi si on es d e h or r or pr oc ed entes d e un mund o in f erna l. P ero,
aquí , s on c ompañ er os vu est r os. "
»" La s apa r i enci as en gañ an ", m e resp ond i ó. "Much os d e ellos
s on c riatu r as d e lo m ás amab le, c on una s ca ras d e s ant os va -
ron es, s e ent r egan a t od as la s b aja s acci on es qu e s e les oc u -
r r en a su s m ent es p er ver sas . P er o vos, vos , c om o la gent e
s a lva j e, os d ejái s guia r p or las apa ri en cia s d e la s p ers ona s".
»"S eñ or — ésta fu e mi r espu es ta — : Ten go qu e d ecidi r s obr e
d e qu é lad o ca en vu est ra s int en ci on es, bu en o o m a lo. Si es
d el lad o d el bi en, ent onc es y s ólo en t on c es m e d ecidi r é a
c oop er a r c on vos ot r os. Si es de ot ra man era , m e cu est e lo qu e
m e cu est e, n o pi en s o c oop er a r c on vu es t r os int ent os ".
»"P er o es t o es ci ert o — fu e su r espu esta m ás b i en c ont ra ria -

56
da —, "confesaréis que nosotros os hemos salvado la vida
cuando estabais enfermo y muerto de hambre".
»Puse mi cara más severa al contestarle: "¿Habéis salvado mi
vida , ma s ¿c on qu é fin ? Yo estab a en cam in o d e llega r a los
Campos Celestia les, y m e habéis arrastrado hacia atrás. Nada
m e p od í a s er m á s p e rj u d i c i a l. ¿Q u é v i d a es la d e u n c i e g o?
¿C óm o pu ed e es tudia r ? ¿C ómo p r ocu ra r s e el su st ent o? ¡No !
No había ninguna amabilidad en el gesto d e prolongar mi
exist encia. Siempr e nos hallar em os c on que yo no est oy aquí
p or mi p r opi o gu st o, sin o p ara s er úti l a vu est r os p royec t os.
¿D ó n d e e s t á la a m a b i li d a d d e e s t e g e s t o ? M e h a b éi s d es n u -
dado aquí, y he servido de diversión a vuestras mujeres.
¿Dónde está la bondad de todos estos gestos?"
»Aquel hombr e estaba ante mí, con las manos en sus cadera s
"S í " — m e d ij o p or ú lt i m o —, d es d e vu es t ro p un t o d e vi s t a,
no hemos sido amables para c on vos, ¿n o es así? P ero tal vez
p o d r é c o n v e n c e r o s y e n t o n c es v o s p o d r é i s s e r n o s ú t i l " . S e
volvió de espaldas y s e dirigió hacia la pared. Entonces vi lo
que hacía. Miró unos momentos un cuadrado lleno d e pun-
t i t o s y, e n t on c e s , a p r e t ó u n a p e q u e ñ a s e ñ a l n e g r a . U n a l u z
b r i l l ó e n a q u e l c u a d ra d o l l e n o d e a g u j e r o s y f u e c r e c i e n d o
h a s ta c on ver t i r s e en u n a nu b e lu m i n os a . Allí , vi c on es t u p e-
facción que se habían formado una cara y una cabeza de vivos
c olor es . E l q u e m e t en í a p ri s ion ero h a b ló en a q u el len gu a je
ext r a ñ o y r em ot o y lu e go p a ró d e h a b la r. Yo, p et ri fi c a d o de
sorpresa, vi que la cabeza giraba en mi dirección y sus espesas
c eja s s e leva ntaban . En t onc es una pá lida s on ri sa apa rec i ó en
l a s c om i s u r a s d e s u s l a b i o s . La c a b e za l a n z ó u n a f r a s e c on -
tundente que no comprendí, y la cabeza se desvaneció, al
os cu r ec er s e el cuad r ad o lu minos o. Mi ca rc elero s e volvi ó de
n u evo d e c a r a a mí , c on la c ara llen a d e s a t i s fac c i ón . "M uy
b i en , a m i go m í o — di j o — , h ab éi s p rob ad o qu e t en éi s u n c a -
r á c t er s óli d o; q u e s ói s un h om b re en t ero, c on q u i en h a y q u e
t ra ta r. Ah ora esta m os aut or i zad os p a ra en s eña r on lo qu e nin-
gún otro hombre de la Tierra jamás ha visto."
»S e d i ri gi ó d e nu evo a la p a r ed y opr imi ó d e nu evo el pu ls a-
dor negro. La niebla formó esta vez la cabeza de una mujer

57
j oven . Mi captu rad or hab ló con ella, evid ent em ent e dánd ole
órdenes. Ella, asintió con la cabeza, miró curiosamente en mi
dirección, y sus rostro se desvaneció de nuevo.
»" Ah ora, ten emos qu e aguardar un os momentos", dijo mi
guardián. "He traíd o un pequeño aparato conmigo y voy a
m os t r a r on d i ver s os lu ga res d el m u n d o. Dec id m e a lgú n si t io
que quisieseis ver."
»" N o t e n g o c o n o c i m i e n t o d e l m u n d o " , l e r e p l i q u é . " N o h e
viajado nunca".
»" P e r o s i n d u d a h a b r éi s oí d o h a b la r d e a l gu n a c i u d a d ", m e
replicó.
»"Claro, sí", fue mi respuesta: "He oído hablar de Ka-
limpong".
»" ¿ Ka l i m p o n g ? U n a p e q u e ñ a p ob l a c i ó n a l a f r o n t e r a d e l a
In d i a . ¿No s e os p u ed e oc u rrir n ad a m ej or? ¿Qu é os p a r ec í a
B er lín, Lond r es, Pa rí s o E l Cai r o? ¿S i n dud a os int eres a rían
m á s q u e Ka l i m p on g ? "
»"P ero, señor mío — le repliqué —, no tengo el menor interés
en los lugares que me indicáis. Sus nombres sólo me recuerdan
que he oído d e boca de los viajeros muchas explicaciones so -
b r e e s o s s i t i o s ; p e r o n o m e i n t e r e s a n . Ni s é t a m p oc o s i l a s
imágen es d e dichos lugar es pueden s er ci ertas o n o. Ha y una
c ont r adicci ón ent r e lo qu e m e d ecíai s qu e p od éis hac er . M os-
tradme pu es Lhasa, o bien Pharí, la Pu erta d el Oeste, la
C a t ed r a l, el P ot a la . C on ozc o t od a s es t a s c os a s y m e s erá p o -
s i b l e d ec i r s i vu e s t r o s a p a ra t o s fu n c i on a n d e v e rd a d o s í s e
t r a t a s ó l o d e h a b i l i d o s o s t r u c o s p a r a en g a ñ a r m e . "
»M e m i r ó c o n u n a e x p r e s i ó n p e c u li a r e n e l r o s t r o ; p a r e c i ó
sentirs e llen o de asombr o. Ent onces hi zo un gesto en érgico y
exclamó: "¿Tengo qué enseñar mis conocimientos a un sal-
v a j e i l et r a d o ? Al g o h a y, s i n e m b a r g o, en s u a s t u c i a n a t i va ,
al fin y al cabo. Naturalmente, algo tendrá que hacerse; de lo
contrario, no podrá ser impresionado. ¡Bien!, ¡Bien!"
»La pared móvil se deslizó bruscamente, y cuatro personas apa -
rec i er on gu i a nd o u n a gra n ca ja q u e p a rec í a flot a r en e l a i r e .
La c a ja d ebía d e s er d e un c on sid erab le p es o, p orqu e s i bi en
parecía flotar ligeramente, precisaba un gran esfuerzo para

58
ponerla en movimiento o cambiar su dirección o pararla.
Gradualmente, la cámara quedó encajada en la habitación
d ond e yo es t aba. P or un lap so d e t i emp o, t emí qu e ocup asen
m i t a b l a , e n s u s m o v i m i e n t os p a ra a c e r c a r a m í e l a p a r a t o .
Uno de los hombres chocó con el ojo de la cámara y las vueltas
q u e és t a d i o m e p u s i eron c om o en f erm o e i n q u i et o. P er o, a l
f i n , d es p u é s d e m u c h o d i s c u t i r, la c a j a fu e c o l oc a d a c ont ra
una pared, bien alin eada con mi campo de visión. Tres de
aqu ellos h omb r es s e reti ra ron y e l p an el d e la pa red s e c er r ó
tras ellos.
»El cuarto hombre y mi carcelero entablaron una animada
di scu si ón c on much o man ot eo. Al f in , mi ca rc eler o s e volvi ó a
mí: "Dice — me explicó —, que no puede comunicar con
Lhasa, está demasiado cerca y que habría que ir más lejos para
poder enfocarla".
»N o d i j e n a d a , c o m o s i n o m e h u b i e s e e n t e r a d o , y d e s p u é s
de unos breves instantes, mi vigilante volvió a decirme:
"¿Deseáis ver Berlín? ¿Bombay? ¿Calcuta?"
»M i r ép li c a f u e: "No, n o q u iero; es d em a s i a d o lej os d e m í !"
»É l s e vo lvi ó a s u c om p a ñ ero y s e s i gu i ó u n a d i sc u si ón m á s
b i en a g r i a . E l ot r o h om b r e p a r e c í a e s t a r a p u n t o d e p on e r s e a
l l o r a r ; m a n ot ea b a y, c on a i re d es o la d o, c a yó s ob r e s u s r o -
d i lla s , f r en t e a la c á m a ra . La p a rt e fron t a l d e és t a res b a ló y
p a r ec i ó t r a t a r s e d e u n a v en t a n a m u y a n c h a , y n a d a m á s . E n -
tonces, el hombr e sacó algunos trozos de m etal de su bolsi llo y
se arrastró hacia la parte posterior de la extraña caja. Luces
raras brillaron en aquella ventana, se formaban torbellinos
de color sin significación alguna. El cuadro ondulaba, flotaba y
t e m b l a b a . H u b o u n i n s t a n t e q u e l a s f o r m a s p a r e c í a n l o que
podía ser el Potala; pero también, solamente humo.
» Aq u e l h o m b r e s a l i ó a r r a s t r á n d o s e d e d e t r á s d e a q u e l l a c á -
m a r a , m u r m u r ó a l gu n a s p a la b r a s y s a li ó d e p ri s a d e la h a b i -
t a c i ón . M i v i gi l a n t e , q u e p a r e c í a s en t i r s e m u y m o l e s t o , m e
d i j o: "E s t a m os d em a s i a d o c erc a d e Lh a s a y p or es o n o la p o -
d e m o s e n f o c a r . E s i g u a l q u e i n t en t a r v e r p o r u n t e l e s c o p i o
cuando se está demasiado cerca del foco. El foco es suficiente a
partir de cierta distancia; pero cuando la distancia es insu-

59
fi c i e n t e , e l t e l e s c o p i o n o p u e d e e n f o c a r a l o b j e t o . N o s
e n c o n t r a m o s c o n l a m i s m a d i f i c u l t a d . ¿E s t á b i e n c l a r o p a r a
vos?" »"Señ or — le repliqué —, me habláis de cosas que no
puedo comprender. ¿De qué telescopio se trata? Jamás he
visto uno. Decís qu e Lha sa está dema siado c erca; yo
sostengo que, de aquí allá, hay un largo camino que andar.
¿Cómo pu ede, pues, estar d emasiado cerca?"
»Una expresión d e angustia brilló en los ojos d e aquel p er-
sonaje; se tiró del pelo y p or un momento creí que
e m p e z a r í a a b r i n c a r s o b r e e l s u e l o . Lu e g o , c a l m a d o d e s p u é s
d e u n e s f u e r z o m e d i j o : «C u a n d o t e n í a i s o j o s , ¿ n o
acercasteis jamás ningún objeto demasiado cerca, que no
podíais ver cla ra mente c on vuestra vista ? ¿Tan c erca que no
o s e r a p o s i b l e e l e n f o c a r l o ? D e e s t o s e t r a t a ¡N o p o d e m o s
e n f o c a r a t a n c o r t a d i s t a n c i a !" »
Capítulo cuarto
«M i r é h a c i a é l , o a l o m e n o s t u v e e s a s e n s a c i ó n , p o r q u e e s
mu y difícil qu e un hombre p ueda entender lo qu e significa
tener la cabeza en un sitio y la mirada situada a unos
palmos de distancia. De todos modos, yo miraba hacia él,
pensando: ¿Qu é prodigio será éste? Este personaje me
cuenta que pued e enseñarme ciudades que están a la otra
parte d el mundo y, en cambio, no pued e mostrarme mi
tierra. Miré atónito en su dirección. Así es que le dije:
" S e ñ o r , ¿q u e r é i s p o n e r a l g o e n f r e n t e d e e s a m á q u i n a ó p t i c a
de manera que, por mí mismo, pueda juzgar eso de los
focos?".
»Él asintió con la cab eza al momento, y miró a su alred edor
un instante, como meditando qué hacer. Entonces cogió del
fondo d e mi mesa una pantalla transparente en la que había
extraños signos, como nunca yo había visto. Era obvio que
se trataba de escritura; pero él dio la vuelta a lo que
parecían unas hojas y entonces apareció algo que le
satisfizo, porque le provocó una sonrisa de placer.
Conservó esto detrás d e su espalda mientras se aproximaba
a mi máquina de visión.
» " ¡B i e n , a m i g o m í o ! — e x c l a m ó — , v a m o s a v e r a l g u n a
cosa que os puede convencer". Deslizó entonces algo
e n f r e n t e a m i m á q u i n a v i s u a l , m u y c e r c a m í o y, a n t e m i
entrañ eza, sólo podía divisar borron es, nada estaba claro.
Había una diferencia: part e de los borron es era de color
blanco, parte d e color n egro; pero, para mí, ambos colores
carecían de significado.
»El hombre son rió, ante mi expresión, yo no podía verle;
pero le "oía"; cuando se es ciego se tien en los sentidos
d i f e r e n t e s . P o d í a e s c u c h a r l o s c r u j i d o s d e s u s m ú s c u l o s ; y,
cómo se había sonreído mu chas veces antes, conocí q ue
dichos crujidos significaban que se son reía ahora.
» " ¡ A h ! — e x c l a m ó — , e m p e c e m o s p o r e s t a c a s a , ¿n o ?
Ah o r a , m i r e m o s c o n t o d o c u i d a d o . D e c i d m e , s i p o d é i s v e r
qué es eso." Muy d espacio, tiró de la pantalla hacia atrás, y
vi que

61
ap arecía un retrato d e mi p ersona. No pu ed o d ecir el mod o
cómo d icha fotografía fu e obtenid a; p ero ciertamente me
representaba acostado sobre aquella mesa, mirando hacia
los h omb res qu e tran sp ortaban d en tro d e la habitación la
cámara n egra. Mí man díbu la se veía abierta d e pasmo al
ver aqu el ob jeto d escon ocido. Pod ía parecer un verdad ero
palurdo y, en verdad, me lo sentí y mis mejillas se
en cend ieron d e rub or. Allí estaba, arreglad o con todos
aquellos adminículos sobre mi persona, observando los
cuatro personajes manipulando aquella caja, y mi gesto de
sorpresa volvía entonces a mi propia persona.
»" ¡M u y b i en — d ij o m i captu rad or — , ci erta m ent e, h em os
encontrado el punto. Para devolverlo al mismo sitio,
p rosigamos ad elan te". Con tod a len titud , en focó la imagen
y la fu e acercand o p rogresivamen te a la len te d e la caja.
Len tamente, la imagen se fu e en tu rbian d o, hasta qu e sólo
p od ía divisar un os trazos borrosos y n ada más. Desp ejóse
d e nu evo esa imagen b orrosa y en tonces pu d e ver d e nu evo
el resto de la habitación. Él estaba cerca de mí y dijo: "No
podéis leer esto; pero mirad. Se trata de letras impresas.
¿La s p od éi s ver c la ramen t e?"
»"Pu ed o verla s, en efect o, s eñ or", le resp on dí. "In c lu s o
muy claramente."
»Entonces acercó más aquel impreso al ojo de la cámara y
otra vez se enturbió la imagen. "Ahora — me dijo —, os
daréis cuenta de nuestro problema. Tenemos una máquina o
dispositivo — como queráis llamarlo — que es una
contrapartida mucho mayor de esa cámara que estamos
empleando. Pero, el principio en que se funda está
comp letamen te fu era d e vu estro alcan ce. El aparato es tal,
que podemos verlo todo alrededor del mundo, excepto lo
que está situado sólo a unos setenta y cinco kilómetros de
distancia. Esta distancia es tan próxima como para vos lo
qu e está a mu y p ocos centímetros, qu e n o se pu ed e divisar.
Ahora os mostraré Kalimpong". »Diciendo estas palabras,
se volvió h acia la p ared, y manipu ló algun os nud os qu e se
veían sobre ella.
»La s lu c es d e la h abita ci ón men gu a ron, aunqu e sin
apagarse
62
del todo; parecía la luz que hay cuando se pone el sol tras
los Himala yas. Una fría osc uridad, donde la luna aún no
había salido ni el sol no había apagado todavía todos sus
ra yos. E l hombre s e volvió hacia la parte post eri or de la gran
c á m a r a n e g r a y s u s m a n o s m a n ej a r on a l go q u e n o p u d e v er .
In m e d i a t a m en t e , b r i l l a r o n u n a s l u c e s e n l a p a n t a l l a . Le n t a -
m en t e, s e f u e c on s t ru yen d o u n a es c en a . Los p i c a c h os d e los
H i m a la ya s , y, p o r u n s en d er o, u n a c a ra va n a d e m er c a d er es .
Cruzaban un pequeño puente de madera; debajo se precipitaba
un torrente impetuoso, amenazando arrastrarlos si resbalaban.
Los m e r c a d er es a lc a n za ron la ot ra o ri lla y s i gu i er on u n s e n -
dero que transcurría entre pastos abruptos.
»Durante unos minutos, los estuvimos mirando; la perspectiva
era la misma de un pájaro, o la de un dios celestial sosteni en-
do el objetivo de la máquina y flotando suavemente a lo largo
d e a qu el t er r i t or i o d es n u d o. Aq u el h om b re, m ovi ó d e n u evo
sus manos y reinó a lgo de conf usión; algo apareci ó a la vista y
d esapa r eci ó en s egu ida. Ent onc es, m ovi ó la s m an os en una
d i rec c i ón opu es t a y la i m a gen s e d et u vo; p ero n o er a u n a f o -
t ogra f í a , er a u n a c os a rea l. P a rec í a vi s t o p or un a gu j ero del
firmamento.
»Deb a j o, vi la s c a s a s d e Ka li m p on g. Vi la s c a lles , a t es t a da s
d e c om er c i a n t es ; vi c on ven t os , c on la m a s ves t i d os d e a ma ri -
llo y monjes, con hábitos de color rojo, deambulando por
a q u e l l os p a r a j es . T od o m e p ar e c i ó m u y e x t ra ñ o. T en í a d i f i -
c u lt a d d e l oc a li za r l os s i t i os p orq u e h a b í a e s t a d o en Ka li m -
pong sólo una vez, cuando era un muchacho de escas os años, y
h a b í a vi s t o Ka l i m p o n g d e s d e e l s u e l o ; d e s d e e l p u n t o d e
vista d e un muchach o pu esto d e p ie. Ah ora, lo veía — su-
pongo -- como deben verlo, desde el aire, los pájaros.
»Mi carcelero me observaba atentamente. Movió algo y la ima-
gen o p a i s a j e, o c om o q u i era lla m a rs e es t a m a ra vi lla , s e d e s -
dibujó con la velocidad y se transportó de nuevo. "Aquí — dij o
aqu el h ombr e — , t en em os a l Ga n ges qu e, c om o ya s ab éi s, es el
Río Sagrado de la India."
»Yo s a b í a u n a s er i e d e c os a s s ob re el Ga n ges . A v ec es , m e r -
caderes de la India traían revistas ilustradas con fotografías.

63
No p odíamos leer u na sola palab ra, en esas revistas; p ero,
las fotografías, las entendíamos mu y b ien . Ah ora, d elante
mío, estaba el verdadero Ganges, inconfundible. Podía
escuchar a los indios cantando, y luego supe el motivo.
Ten ían un cad áver tendid o en una terraza al b ord e d el agua
y estaban rociando el cuerpo con el Agua Sagrada del Río
Gan ges, antes d e conducirlo a la h ogu era crematoria.
»La ri b era est aba at estada de gen t e; pa recí a i mp osib le qu e
hubiese tanta en todo el mundo, cuanto más en las orillas
de un río. Unas mujeres se desnudaban de la forma más
d esvergon zada en los mu elles; p ero los varon es h acían lo
propio. Sentí calentarme a mí mismo ante el espectáculo.
Pero luego me acordé de sus Templos, templos con
terrazas, grutas y columnatas. Su vista me llenaba de
asombro. Eso era real, ciertamente, y empecé a sentirme
confuso.
»Mi cautivador — porque aún me acuerdo era así —, enton-
ces movió algo y se produjo una confusión en las
imágen es. Ob servó p or la ventana atentamente y la
confusió, d e imágen es, d e p ronto, se d etu vo con una
sacudida. "Berlín", dijo.
»Bien, yo sabía que Berlín era una de tantas ciudades del
mund o occid en tal; p ero tod o cu anto veía, n o sabía exacta-
mente cómo situ arlo. Miraba y p en sab a qu e tal vez era
aquel punto de vista desde el cual lo miraba lo que
deformaba todos los objetos de mi visión. Se veían
ed ificios mu y altos, n otab lemente un iformes en su forma y
tamaño. Jamás, en mi vida, había visto tantos cristales;
había ventanas encristaladas por todas partes hacia donde
miraba. Y, después, en lo que parecía ser una calle de piso
mu y firme, había d os barras d e metal in staladas en el su elo
d e di cha s ca lles. La s ba rra s eran b ri llant es, y su d istanc ia
recíp roca, absolutamen te la misma. No p odía comp rend er
de qué podía tratarse.
»En una esquin a, d en tro d e mi camp o visual, avan zaron d os
caballos, un o tras otro, y yo — ap enas p ien so qu e lo vayas
a creer — vi que ambos tiraban de una cosa que parecía
un a c aja d e meta l c on ru eda s. Los c ab a llos ca min aban entre
las d os barras metálicas y la caja metálica se movía a lo
largo

64
de las mismas. Dicha caja tenía ventanas a todo su alred e-
d or , y m i r a n d o d en t r o d e la c a j a , vi a m u c h a s p e r s on a s q u e
i b a n a r r a s t r a d a s e n e l la . An t e m i vi s t a (c a s i d i rí a «a n t e m i s
o j o s », d e t a n a c o s t u m b ra d o q u e e s t a b a a v e r a t ra v é s d e l a
c á m a r a ) e l a r t e f a c t o q u e e xp li c o h i z o u n a lt o. Va ri a s p e rs o -
nas se marcharon de la caja y otras subieron. Vino un hombre
y s e f u e h acía ad elan t e, enfrent e d el p ri m er cab a llo, y h u r gó
el suelo con una vara de metal. Después subió en la caja y
la p u s o en m a r c h a. É s t a gi ró a la i zq u i erd a , q u e s e a p a rt aba
de la ruta que hasta entonces había seguido.
»E1 espectáculo me sorprendió tanto, que no podía mirar otras
c o s a s . N o t e n í a t i e m p o p a ra l o d e m á s . S ó l o l a e x t r a ñ a c a j a
de metal sobre ruedas, transportando personas. Pero, tan
pronto como dirigí mi mirada por los lados d e la calle, vi
q u e e s t a b a n l l en o s d e g en t e. Lo s h om b r es v es t í a n p a ñ o s de
una solidez notable. En las piernas, llevaban unos adminículos
que parecían muy cortos y dibujaban los contornos de las pan-
t o rri l la s . Y en la c a b e z a d e c a d a u n o d e e l l o s s e v eí a u n ob -
j e t o e n f o r m a d e t a z ó n vu e l t o h a c i a a b a j o, c on u n e s t r e c h o
b o r d e a s u a l r e d e d o r . La c o s a m e d i v i rt i ó b a s t a n t e , p o r q u e
les daba un aire pintoresco. Mas entonces miré a las mu-
jeres.
»N u n c a h a b í a v i s t o c o s a s e m e j a n t e e n m i v i d a . Al g u n a s d e
ella s ib an ca si d es tapada s en la pa rt e d e a rriba d e su cu erpo;
p e r o , en l a i n f e r i o r , l a s en v ol v í a a l g o q u e s e h u b i e r a d i c h o
u n a t i e n d a d e c o l o r n e g r o . P a r e c í a n n o t en e r p i e r n a s , n i s e
p o d í a n d i v i s a r s u s p í e s . C on u n a m a n o a g u a n t a b a n u n la d o
d e es t e r op a j e n e gr o, p or l o qu e p a r ec í a a fi n d e q u e s u b or -
de inferior no se arrastrase por el polvo.
»Miré otras cosas. Edificios, algunos de una construcción muy
notable. Por la calle — mu y ancha — avanzaba una forma-
c i ón d e p er s on a s . Ll e v a b a n u n os m ú s i c o s en e l p ri m e r p e lo -
t ón d e aqu ella tr op a. S onab a m u y b ri llan t e, y llegu é a p ensa r
si los instrumentos serían de oro y de plata; pero cuando
pasaron más cerca me di cuenta de que eran aleacion es d e
cobre y algunos totalm ente m etálicos. Todos ellos eran alt os,
con sus caras coloradas y ostentaban un uniforme marcial.

65
Me hizo estallar de risa el d arme cuenta del paso que lleva-
ban. Levantaban las rodillas, que les llegaban mu y arri ba,
de forma que ambas piernas, alternativamente, formab an
una línea horizontal.
»M i v i g i l a n t e s o n r i ó s e y m e d i j o : " E n r e a l i d a d , e s u n p a s o
mu y extravagante; se llama paso de la oca y es el que em-
plea el ejército alemán en determinadas ceremonias". El
hombre movió de nuevo sus manos; de nuevo las cosas
detrás d e la ventana del aparato se enturbiaron y de nuevo,
aquella ni ebla se d etuvo y solidific ó: "Rusia", dijo, "La
Ti erra de los Za res, Moscú".
»M i r é . E l s u e l o e s t a b a n e v a d o ; c i r c u l a b a n u n o s e x t r a ñ o s v e -
hículos como nunca los hubiera imaginado. Un caballo
enjaezado y enganchado a una cosa que semejaba una ancha
plataforma, con asientos fijos en ella. Dicha plataforma se
elevaba algo sobre el suelo, sostenida por algo que parecían
tiras de metal. El caballo arrastraba aquel raro objeto p or el
suelo y, según se iba moviendo, dejaba depresiones en la
nieve.
»Tod o el mundo iba cubierto de pieles y su aliento parecía
vapor helad o procedente d e sus narices y d e su b oca. Sus
rostros se veían azu lados, d e tanto frío. Entonces miré en
dirección a los edificios, p ensando lo distintos qu e eran de
los que acababa de ver. Eran grandes y raros, con unas
gran des mura llas que les rodeaban. Tras ellas se veí an
coronamien tos en forma de bulbos, de forma d e cebollas
vueltas hacia abajo, con sus raíces proyectándose sobre el
cielo. "El Palacio d el zar", dijo mi carcelero.

»El brillo de un cursa de agua atrajo mis ojos, y me h izo


pensar en nuestro Río Alegre, que hacía tanto tiempo que
yo n o había visto. "Éste es el río de M oscú", me dijo el
hombre. "Es, naturalmente, un río muy importante." Sobre
su curso se movían extrañas embarcaciones de mad era, pro-
vistas d e grandes velas, colgando de los palos. Hacía poco
viento, así qu e dichas velas colgaban fláccidas, y los
tripulantes, con otros palos que tenían unas palas en los
extremos, los movían hundiéndolos en el río, y empujando
así las embarcaciones.

66
»"Pero, todo eso — dije a mi carcelero —, n o veo a qué nos
conduce. Es indudable, mu y señ or mío, qu e he visto maravi-
llas; n o dudo que son interesantes para muchas person as;
p e r o , ¿q u é e n t r o y o e n e s o ? ¿ Q u é e s t á i s i n t e n t a n d o d e m o s -
trarme?"
»Un p ensamiento súbito se me ocurrió en aquel momen to.
Algo me había pasado por la cabeza casi inconscientemente
durante aquellas ú ltimas horas, que ahora saltaba a mi con-
c i e n c i a c o n u n a c l a r i d a d i n s i s t e n t e . " ¡S e ñ o r s e c u e s t r a d o r !
— e x c l a m é — ¿ Q u i é n s o i s ? ¿S o i s , p o r v e n t u r a , D i o s m i s -
mo?"
» E l h o m b r e , m e c o n t e m p l ó m á s b i e n p e n s a t i v o , c o m o s i ya
estuviese harto d e unas preguntas obviamente inesp eradas.
Se pasó la mano por las mejillas y el p elo, y se encogió de
espaldas ligeramente. Entonces replicó: "Vos no queréis en-
tender el caso. Hay cosas que no se entienden hasta que no
se ha llegad o a cierto nivel. Dejadme que os responda por
medio d e una pregunta: Si estuvieseis en un convento de
lamas y una de vu estras ob ligacion es consistiese en cuidar
d e u n r e b a ñ o d e ya k s , ¿q u i s i é r a i s d i a l o g a r c o n u n ya k q u e
os preguntase quién erais vos?"
»Pensé unos momentos y le rep liqué: "Bien, señor, no
p u e d o p e n s a r q u e u n ya k m e d i r i g i e s e t a l p r e g u n t a ; p e r o s i
me hiciese una que pudiese hacerme creer qu e se trataba de
u n ya k d o t a d o d e i n t e l i g e n c i a , t e n d r í a m i s t r a b a j o s p a r a
explicarle quién soy yo. Me preguntáis, señor, qué haría yo
a n t e u n ya k q u e m e h i c i e s e t a l p r e g u n t a y o s r e s p o n d o q u e
yo trataría d e contestarle tan bien como me fu ese p osible.
En las condiciones que sup onéis, que fuese un monje en-
c a r g a d o d e u n g r u p o d e ya k s , l o s c o n s i d e r a r í a c o m o m i s
propios hermanos y h ermanas, aunque yo y ellos fuésemos
de formas diferentes. Yo procuraría explicar a los yaks que
los monj es creemos en la reencarnación. Les diría
igualmente que todos venimos a este mudo para unas
determinadas tareas y estudio de leccion es, con el fin de
que en los Campos Celestiales podamos preparar nuestro
viaje a siemp re más altas regiones."

67
»"Bien h ab lad o, monje, b ien h ab lad o", rep licó el h omb re.
"Siento en mi alma qu e ha ya ten id o qu e admitir esta
lección. Sí; ten éis razón; me h ab éis sorp rend id o en gran
manera, monje, por la percepción de que habéis dado
p ru ebas y, d eb o confesarlo, p or vu estra in tran sigen cia,
ya que habéis mostrado una mayor firmeza de la que
hub iese tenid o yo en circun stancias semejan tes."
»"M e siento más valiente, ah ora", dije. "Vos hab láis d e
mí como si p erten eciese a las más b ajas órd en es. Hace un
momento, me hab éis calificad o d e salvaje, incivil, sin
cu ltu ra, n o sab iend o nad a d e nada. Os hab éis reíd o d e mí
cuando he admitido la verdad, que yo no sabía nada de
las grand es ciud ad es d el mund o. Pero, señ or mío, he
dicho la verdad y he admitido mi propia ignorancia.
Busco salvarme de ella, y vos no me prestáis ayuda
alguna. Vu elvo a p reguntaros, señ or: M e hab éis
captu rad o enteramente contra mi voluntad; os h ab éis
permitido grandes libertades para mi cuerpo — que es el
Temp lo d e mi Alma —; os hab éis d edicad o a una serie de
exp eriencias, aparentemente d ed icad as a imp resionarme.
Podríais impresionarme todavía más, señ or, si
contestaseis a mi pregunta — porque yo sé aquello que
me imp orta sab er. Vu elvo a p regun taros —. ¿Qu ién sois,
vos?"

»Durante algún tiempo, permaneció quieto, demostrando


encontrarse preocupado por la .respuesta. Entonces, dijo:
"En vuestra terminología no existen palabras ni
concep tos qu e hagan p osib le d eciros mi situ ación. Antes
d e qu e un tema pu eda ser discutid o, se req uiere un
esp ecial requ isito: qu e p or amb os lad os se in terp reten d el
mismo modo los mismos términos y que se pueda
coincid ir en d etermin ad os concep tos. De momento,
permitidme deciros que yo s oy uno que puede compararse
con los lamas médicos de vuestro Chakpori. Tengo a mi
cargo la responsabilidad de cuidar de la salud de vuestro
cuerpo físico y prepararos de forma que podáis ser
llenado de saber, cuando llegue a la conclusión de que ya
os encontráis con las su ficientes capacidad es p ara recibir
dich o con ocimiento. Hasta qu e n o estéis llen o d e éste,
tod a discu sión sob re quién soy yo, o quién d ejo d e ser,
carece d e tod o sentid o.

68
Sólo os pido que aceptéis p or ahora que todo cuanto noso-
t r o s e s t a m o s h a c i e n d o e s p a ra e l b i e n d e l o s d e m á s , y q u e ,
pese a que os encontréis muy enfadado ante lo que consideráis
l i b e rt a d es q u e n o s p e rm i t i m os p a ra c on v os , c u a n d o os en t e -
réis d e nuestr os fines, cuando sepáis quiénes s om os y cuando
conozcáis quién vos y los vuestros son, cambiaréis de opi-
nión." Diciendo estas palabras , descon ectó mi lu z y le oí m ar-
charse de la habitación. De n uevo, m e encontraba en la n egra
noche de mi ceguera, sólo con mis pensamientos.
»¡La n egra n och e d el c i ego, es bi en n egra, a la verdad ! C uan d o
yo f u i p r i va d o d e m i s oj os , p o r lo s d ed os i m p u r os d e u n
c h in o, h ab í a su f r i d o u na a gon í a y, a p es a r d e m i s oj os a rra n -
cad os, había visto, o me h abía p arecid o ver, cen tellas b ri-
llantes, torbellinos de luz sin figura ni forma. Todo es o había
sido durante unos días que siguieron a mi desgracia. Pero
ah ora m e hab ían dich o qu e un di sp os iti vo s e habí a c on ec tad o a
mi ner vio óptico y podía, ef ectivam ente, cr eer lo. E l que me
h a bí a a p r es a d o h ab í a c ort a d o a h ora m i lu z; p ero, en m í , un a
s u e r t e d e p o s m e m o r i a p e r m a n e c í a f i j a m en t e . O t ra v e z e x p e -
r i m en t a b a l a p ec u li a r s en s a c i ó n c on t ra d i c t o ri a d e c e gu e ra y
h orm i gu eo lumin os o en mi c ab eza. Pa rec e qu e c it o d os c osas
c ont r adict ori as; p er o era lo que yo s en tía, ent re mi c egu era y el
centelleo de un torbellino de chispas.
»Durant e un buen rato, estu ve p ensando en lo que se suce-
día. El pensamiento que se me ocurrió era que tal vez estu-
vi es e m u er t o o b i en l oc o y q u e t od a s es a s c os a s n o era n m á s
q u e f i c c i on es d e u n a m en t e a b a nd ona nd o el m u n d o c on s c i en -
te. Mi formación sacerd otal vino a socorrerme. Empleé la
ant i gua di scip lina pa r a r eori enta r mi s p en sa mi ent os. Detuve
mi razón pa ra p er mit ir as í qu e el S up er- yo s e impu si es e. No
se trataba de imaginaciones; era una cosa real; yo estaba
u t i li za d o p o r Alt o s P od e r es p a ra Alt o s D e s i gn i o s . M i t e r r or y
mi pánico desaparecieron. La compostura volvió a mi alma y
por algún tiemp o resonó d entro d e mi espíritu acompasada
por el tic-tac de mi c ora zón. ¿P odía haberm e yo conducido de
otra forma?, reflexion é. ¿Había ob rad o con la d ebid a p ru -
d encia an te u n os con ceptos qu e, p ara mí, eran nu evos? El

69
Gran Treceavo, ¿hab ría ob rad o distintamente, en
semejante situ ación . M i conciencia era clara. Mi d eb er,
sencillo. Debía continuar comportándome del mismo
mod o qu e lo hu biera h ech o un b u en sacerd ote d el Tíb et;
así, todo marcharía por el buen camino. Me invadió la
paz; u na sen sación d e b ien estar me arrop ó como una
sábana d e lana d e yak, p rotegién d ome d el frío.
In s e n s i b l e m e n t e c a í e n u n s u e ñ o p r o f u n d o y t r a n q u i l o .
»El mund o camb iaba. Tod o parecía ír subiend o y
bajand o. Una fu erte sen sación d e movimiento y u n
"clan g" metálico, me d esp ertaron b ru scamen te d e aqu el
su eñ o p rofund o. Yo me movía, la mesa d ond e yo estaba
tendido se movía asimismo. Percibí el ruido cristalino de
los ob jetos a mi alred ed or. Record é qu e dich os objetos
estaban unidos a la mesa. Ahora todos estaban en
movimien to. Un as voces me rod eaban. Altas y b ajas.
Discu tiend o acerca d e mi p ersona, temí. Eran unas voces
ra ras, di sti nta s d e cuan t o h abía escuch ad o. La mesa
d ond e me h allab a tendid o se movía en un movimien to
silencioso. Ni se deslizaba, ni rascaba el suelo.
Solamente fluctuand o. Algo p or el estilo d e lo qu e d ebe
d e exp erimen tar un a p luma cu and o la arrastra el viento.
En un momen to d ad o, el movimiento d e la mesa camb ió
d e d irección . Era segu ro qu e se me condu cía a lo largo de
un corred or. No tard amos en llegar a un amp lio
vest íbu lo. Los ec os daban un a resonanc ia di st ant e, muy
distante. Se p rodu jo un más bien d ébil arrastre, y mi
mesa rep osó con un ruid o qu e mi exp erien cia me dictó
ser el d e un su elo "rocoso"; mas, ¿cómo p odía ser así?
¿Cómo, p odía hallarme, súbitamente, d entro d e lo que
mis sentidos decían que era una cueva? Mi curiosidad
p ronto se calmó, ¿o b ien , estaba más agu zada? Nun ca
estuve cierto de ello. »Percibía un parloteo continuo a mi
alred ed or, siemp re en un len gu aje p ara mí d escon ocid o.
Con el ruido de mi mesa de metal al tocar al suelo, una
mano tocó mi espalda y la voz de mi capturador profirió:
"Vamos, ah ora, a d evolveros la vista; ya hab éis rep osad o
lo suficiente." Escuché un chasquido y un "clic." Unos
colores d an zab an a mi alred ed or, res-

70
p la n d ec ía n luc es , s e h a c í an m en os i n t en s a s y s e d et en í a n en
unas formas. No formas que yo compr endies e, que me dijes en
algo. Yo me hallaba tendido allí, preguntándome de qué se
trataba todo aquello. S e p rod ujo, entonces, un si lencio expec-
t a nt e. P od í a sen tir q u e un a s p ers on a s es t a b an a llí , m i r ánd o -
m e. Ent on c es llegó a mi s oídos un a s ec a, a guda , ca si lad rada
pregunta: los pasos de mi carcelero se acercaron de prisa. "¿No
podéis ver nada?", me preguntaba.
»"Veo u na s est ru ctu ras cu ri osa s ", le rep liqu é. "Pa ra mí , car e-
c en d e si gni fic ad o. S on lín eas fluctuan t es, c olores fu ga c es y
lu c es c en t ell ea n t es . E s o es l o q u e d i vi s o. " E l h om b r e m u s it ó
algo y se alejó a toda prisa. Se produjo un diálogo y el
ru i d o m et á li c o d e va ri os ob j e t os a la v ez. T od o d a n za b a con
un loco delirio de raras formaciones. De pronto se paró, y
yo vi.
»Allí estaba una vasta caverna, alta com o unos treinta metr os o
t a l v e z m á s . S u l on gi t u d y s u a n c h u ra s e e s c a p a b a n a m i s
cálculos p orque s e des vanecía n fuera del alcance d e mi vis ta.
Aq u e l s i t i o e r a d e v a s t a s d i m e n s i o n e s y c o n t e n í a a l g o q u e
s ólo p u ed o c om p a r a r a u n anf i t ea t r o, en c u yos a s i en t os es t a -
ban in stalad os p rofu samen te — ¿cómo vo y a llamarles? —
unas criaturas que sólo podían venir de un catálogo de dio-
ses y dem onios. Mas, por ext raños que aquellos s eres fu es en,
u n ob j et o, a ú n m á s ra ro , u n o b j et o m á s ra ro t od a ví a , es t a b a
s u s p end id o en el c en t ro d e la c a vern a . E ra u n glob o q u e lu e go
reconocí como el de la Tierra, suspendido ante mí, rodando
len tam ent e mi ent ra s qu e un a lu z lejan a lo i lu minaba c om o la
luz del Sol alumbra la Tierra.
»Ah or a r einaba un p r ofund o s i len ci o. Aqu ella s ext raña s cria -
turas, todas me miraban a mí. Yo también les miraba a
ellos , s i b i en m e s en tía p equ eñ o, in si gni fi cant e, an t e aqu ella
poderosa asamblea. Allí estaban hombres y mujeres pequeños,
q u e p a r e c í a n p e r f e c t o s e n t od o s s u s d e t a l l e s y d e u n a s em e -
j a n za di vi na . Ir r a d i a n d o un a a u ra d e pu reza y d e p a z. Ot r os ,
también parecidos a los seres humanos, si bien dotados de
cu ri osa s e inc r eíb les cab ezas d e pá ja ros , d otad os d e esc amas o
plumas (no me era posible distinguir bien). Sus manos, aun

71
de forma humana, terminaban en asombrosas escamas y ga-
rras. También s e veían gigantes. Criaturas inmensas, que des-
collaban cual estatuas y proyectaban su sombra por encima de
sus diminutos compañeros. Er an, todos ellos, innegablem ente
humanos, si bien d e un tamaño que sobrepasaba toda com-
prensión. Hombres y mujeres, machos y hembras. Y otros que
eran ambas cosas, o ninguna de las dos. Todo aquel mundo
me miraba y yo padecía bajo la mirada de aquéllos.
»A u n lad o, estaba s ent ada una cr iatu ra s em ejan t e a un dios ,
d e s ev er o s em b la n t e y m a j es t u os a a ct i tud . En t re b r i lla n t es y
v i v os c o l or e s , e s t a b a s en t a d a , c a l m os a m en t e r e gi a c o m o u n
dios en su cielo. Entonces habló, otra vez en su idioma desco-
n oc i d o . M i c a p t u r a d o r, rá p i d a m en t e fu e h a c i a m i p e r s on a y s e
i n c li n ó h a c i a m í , d i c i én d om e : " T e n g o q u e m et e r t e en l o s
oídos estas cosas — me dijo —, y entonces comprenderás todas
l a s p a l a b r a s q u e a q u í s e d i ga n . N o t e m a s " . T o m ó e n t r e s u s
d ed os e l b or d e s u p eri or d e m i oí d o d erec h o y lo l eva n t ó c on
una m an o. C on la ot ra int r oduj o a lgo en el ori fi ci o d el oíd o.
D i o la vu e lt a a u n b ot ón s i t u a d o en u n a c a j i t a q u e e s t a b a a l
lado de mi cuello y percibí unos ruidos. Entonces me gra-
duó el aparato de forma que yo pudiese compr ender la len gua
que hasta entonces me había sido ininteligible. No tuve
tiempo para admirarme d e est a maravilla, ya que m e veía obli-
g a d o a e s c u c h a r la s v o c es q u e s e p r od u c í a n a m i a l r ed edo r ;
voces que, ahora, comprendía.
»C o m p r en d í a la s v oc e s , es o s í ; p er o la m a gn i t u d d e l o s c on -
ceptos iba más allá de mi imaginación limitada. Era yo un
p ob re sac erd ot e d e lo qu e m e habí a sid o d esc rit o c om o "paí s
de salvajes", y mi comprensión no alcan zaba a entender el
s i gni fic ad o d e t od o aqu ello qu e ah ora es cuchaba y q u e había
i m a gi n a d o q u e s er í a i n t e li gi b l e. M i c a p t u ra d or ob s e r v ó q u e
me hallaba rodead o de obstáculos y se precipitó hacia mí.
" ¿Qu é te p asa?", mu rmu ró a mi oíd o.
»"No estoy lo bastante educado para entender el s entido de lo
que dicen. No puedo comprender tan elevados pensamientos;
ú n i c a m en t e c a p t o l a s p a la b ra s ", l e m u rm u r é a s u o í d o, a m i
vez.

72
»Con expresión más que preocupada en el rostro, él se dirigió a
un alto oficial — vestido de c olor es brillantes —, el cual es taba
a l lad o d el Má s Gr and e. S e entab ló una c on versaci ón en v o z
b a j a ; e n t o n c e s a m b o s v i n i e r o n l e n t a m e n t e e n m i d i r e c ción.
» In t e n t é s e g u i r a q u e l d i á l o g o q u e s e r e f e r í a a m i p e r s o n a ,
mas no logré mi intento. Mi capturador se inclinó hacia mí y
murmuró: "Explicad al ayudante vuestras dificultades."
»"¿Ayudante?" le repuse: "No entiendo qué significa esa
pa lab ra. " Nunc a en mi vida m e h abía s ent id o tan d esp la zad o,
tan i gn orant e y f ru st rad o. Nunc a ha sta ent onc e' s m e h abía en -
c o n t r a d o a m í m i s m o m á s f u e r a d e m i c e n t r o . E l a yu d a n t e ,
sonrió mirándom e y dijo: "C omprendéis lo que ahora os estoy
diciendo?"
»"P erfectamente, señor — le repliqué —, pero estoy en la más
c om p l et a i gn o r a n c i a d e l c on t e n i d o d e l a s p a la b ra s d e l Gr a n -
d e. No pu ed o co mp rend er el t em a; los con cep to s m e s obr e-
pasan." Asintió con la cabeza, y dijo: "Hay que echar la
c u lp a a n u e s t r o t r a d u c t or a u t om á t i c o. N o t i en e i m p o rt a n c i a
a l g u n a ; e l C i r u j a n o Ge n e r a l , q u e s u p on e m o s q u e o s r e f e r í s a
él cuando habláis de vuestro capturador, tratará de este
a s u n t o y o s p r ep a r a rá p a ra l a p r ó xi m a s e s i ón . E s u n d et a l l e
de una importancia minúscula; voy a explicarlo al Almi-
rante".
»S a lud ó am ist osa m ent e c on una inc linaci ón d e cab eza y m a r-
c h ó a la r gos p a s os h a c i a el Gra n d e. ¿Alm i ra n t e? ¿Qu é d e b ía
s er ?, m e p r egu n t é. ¿Qu é era u n Ayu d a nt e? Di c h os t ér m i n os ,
p a ra m í , c a r ec í a n d e t od o s en t i d o. M e d i s p u s e a e s p e ra r l o s
a c on t ec i mi en t os . Aq u el a q u ien l la m a b an el Ayu d a n t e, ll e gó
1 1 Gr a n d e y l e . h a b l ó t r a n q u i l a m e n t e . Am b o s p a r e c í a n c a l -
m o s o s , t r a n q u i l o s . E l Gr a n d e a s i n t i ó c o n l a c a b e z a y e n t o n -
c e s e l A yu d a n t e h i z o s eñ a s a l q u e l l a m a b a n C i r u j a n o Ge n e -
ral, o sea, a mi capturador. Éste se le acercó y entre los
dos se entabló una animada discusión. Finalmente, aquel
de quien yo era p rision ero puso su mano derecha sob re su
c a b e z a c o n u n o s g e s t o s e x t r a ñ o s q u e o b s e r v é , s e v o l v i ó h a cia
mí, y se me acercó súbitamente; haciendo gestos, por lo

73
que parecía, a una persona que se hallaba totalmente fuera
de mi cuerpo visual.
»La c on versac i ón c ontinuó. No se h abía p roduc id o
interrupción alguna. Un hombre cuadrado estaba allí de pie
y tuve la impresión que se discutía de algo sobre
aprovisionamientos. Una extraña mujer saltó sobre sus pies
e h izo, al parecer, una respu esta. Ap aren temente, se
trataba de una enérgica protesta por algo que aquel hombre
había dich o. Enton ces, con el rostro en cend id o — ¿d e
rab ia? —, la mujer se sentó b ru scamente. El h ombre
continuó imperturbable. Mi raptor se llegó hacia a mí,
musitando: "Me habéis fastidiado; yo dije que erais un
salvaje ignorante". Contrariado, arrancó los objetos que yo
llevab a en los oíd os. Con u n gesto d e su man o,
in stantán eamente me volvió a p rivar d e lu z.
»En tonces exp erimen té la sen sación d e qu e la mesa sob re
la cu al yo me h allab a se movía ab and onand o la gran cu eva.
Sin nin gún cu idad o mi mesa y tod o el equ ip o fu e empu jad o
a lo largo de un corredor; luego se produjeron diversos
sonidos metálicos, un súbito cambio de dirección y la
d esagradab le sen sación d e un a caída. Con un estru end o
metálico, mi mesa chocó contra el suelo y sospeché que de
nu evo me encon traba en la habitación metálica, d e d ond e
yo había salido. Voces bruscas, susurro de ropas y ruido de
pies q u e se arrastraban . Escuch é d eslizarse las p u ertas
metálicas, y otra vez me encontraba solo, con mis
p ensamientos. ¿Qu é era tod o aqu ello? ¿Qu é era el
Almiran te? ¿Qu é, el ayud ante? ¿Por q u é mi ap resad or se
llamaba el Cirujan o Gen eral? ¿Qu é pu esto ocupab a? El
conjunto de todas esas palabras era cosa, para mí, remota.
Estaba tend id o con las mejillas ardientes, su friend o un
calor insoportable. Me molestaba lo indecible el hecho de
qu e hubiese comp rendid o tan p ocas cosas. Definitivamente,
ab solutamen te, me había comp ortad o como un salvaje ign o-
ran te. Hab rían exp erimentad o h acia mí lo p rop io qu e yo
habría sentido con respecto a un yak que yo hubiera
tomado por una persona consciente y me hubiera dirigido a
él sin resu ltad o algun o. M e en traron un os grand es sud ores,
consid erand o hasta q u é pun to yo h abía d esh on rad o mi casta
sacer-

74
d otal p or mi total incapacidad para en tend er nad a. ¡M e
sentí h orrib lemente mal!
»Allí yacía yo, presa de mi desgracia, de mis más negros e
inn ob les p en samien tos; lleno d el más n egro temor d e qu e
fuésemos todos nosotros unos salvajes, en relación con
aq u ellas gen tes d escon ocidas. Yacía allí, ¡y su dab a!
»La p u erta c ruj i ó ab ri énd ose, y ri en d o y ch a rla nd o a lguien
entró en la habitación. Eran aquellas nefandas mujeres otra
vez. Con mucho brío, me arrancaron mi sábana y otra vez
me qu ed é en cu eros como un recién n acid o. Sin
ceremonias, me dieron vueltas a lo largo, me untaron de
algo pegajoso. Me dieron otra vuelta violenta hacia el otro
la d o. Lu ego se p roduj o un gran ti rón cuand o el b ord e d e la
sábana fu e emp ujad o bajo mi p ersona. Por un momento,
creí que me tiraban fuera de la mesa. Manos de mujer me
agarraron y con ahínco me frotaron con ásperas y fuertes
soluciones. Fui objeto de un fuerte masaje con algo que
p od ía ser añ ej o vin o b lanc o. La s p a rt es má s í nti ma s d e mi
cuerpo fueron hurgadas y pinchadas; extraños artefactos
fueron introducidos en ellas. »Pasaba el tiempo
len tamen te. Yo me sentía asqu ead o más allá d e lo qu e
podía resistir; pero no podía hacer nada. Se me había
in movilizad o p recisamente para evitar esa contingen cia.
Pero, entonces empezó un asalto de tal naturaleza, que al
p rin cipio temí qu e yo n o fu ese ob jeto d e tortu ras. Aqu ellas
mujeres tiraban de mis brazos y mis piernas y los retorcían
y d ob legaban en tod os los án gu los p osib les. Man os ásp eras
se hundían en mis músculos y me los amasaban como si
fuese una cochura. Golpes dados con los nudillos de los
d ed os marcaban d ep resion es en mis órgan os y me cortaban
el aliento. Mis piern as fueron ab iertas amp liamente y
aquellas mujeres eternamente charlatanas me pasaron unas
largas mangas por mis pies, a lo largo de mis piernas y
hasta cerca de mis caderas. Me levantaron por la nuca, de
man era qu e me sosten ía d erech o d e la cintu ra para arriba.
Entonces me pusieron una suerte de vestidura que me
cubría la parte superior del cuerpo y se ataba sobre mi
pecho y mi abdomen.
75
»Una espuma extraña y maloliente se d ejó sentir sobre mi
c u e r o c a b e l l u d o ; d e s p u é s , a l i n s t a n t e , u n ru m o r v i b ra n t e s e
d ej ó es c u c h a r . La c a u s a d e a q u e l ru i d o m e i m p r es i on ó y m e
hi zo r echina r d e di ent es , los p oc os qu e m e qu eda r on d espués
que los chinos m e los habían roto casi tod os. E ra la s ensación
de que me estaban trasquilando y me recordaba a lo que se
p e r c i b e c u a n d o t r a s q u i la n a lo s ya k s p a ra a p r o v ec h a r s u s l a -
nas. Un áspero fregoteo, tan áspero que sin duda lastimaba
m i pi el, m e f u e a d m in i s t rad o, y ot ra s en s a c i ón b ru m os a , des -
cendiendo sobre mi cabeza indefensa.
» La p u e r t a s e d e s l i z ó d e n u ev o y m e l l e g ó u n s o n i d o d e v o -
ces masculinas. Reconocí una de ellas: la d e mi carcelero.
e s t e s e m e a c e r c ó , d i c i é n d om e : " V a m o s a a b r i r vu e s t r o c r á -
neo; no hay que pr eocupars e por ello. Ah ora pondrem os unos
elec t rod os, di recta ment e en vu est ra. .. " La s p a la bra s, pa ra
m í , c a r e c í a n d e t o d o s en t i d o , ya q u e n o e s t a b a e n m i p o d e r
decidir nada de nada.
»U n o s r a r o s o l o r e s i n va d i e r on e l a i r e. La s p a r la n c h i n a s m u -
jeres perman ecían en silencio. Cesó toda conversación. Se
p er c i b ía el r u i d o d el m et a l d a n d o c ont ra el m et a l. S ob r e vi n o
un borbotear de f luidos y exp erim enté una súbita y aguda pun-
zada en la p arte sup erior d e mi b razo izqu ierd o. Violenta-
m en t e, m e a ga r r a r on d e la n ari z y a lgú n ext ra ñ o a rt efa c t o d e
f or m a t u bu la r f u e em p u j ad o a rri b a p or los a gu j eros d e la n ar i z
y l u e g o d e n t r o d e m i g a z n a t e . A l r e d e d o r d e m i c r á n e o not é
u n a su c es i ón d e p el li zc os a gu d os q u e i n s ta nt á n ea m en t e m e
p r o v oc a r on u n a m od or ra m i en t o . S e p r od u j o en t on c es c om o u n
l a m e n t o m u y a g u d o y u n a h o rr e n d a m á q u i n a t o c ó m i c rá n eo y
s e a r r a s t r ó a s u a lr ed ed or. E ra q u e m e a s erra b a n la c i m a d e m i
c rá n e o. Aq u e l la p u ls a c i ón , c on s u r ec h i n a r t e r ri b le ,
p en et r a b a en t od os l o s á t o m o s d e m i s e r; t en í a la s en s a ción
de que todos los hues os de mi cuerpo entero vibraban en
protesta. Al final — como podía sentirlo muy bien — la cúpula
s u p e r i or d e m i c a b e za h a b í a s i d o c ort a d a en r ed on d o , c on la
e x c ep c i ón d e u n a p eq u eñ a m o t a d e c a rn e, q u e h a c í a d e c ha r -
nela a mi cerebro. Yo, en aquel momento, me sentía aterro-
rizado. Una extraña forma de terror; porque aunque estuvie-

76
s e aterro rizado , m e s entía det er min ad o a n o ha c er la m enor
queja, aunque tuviese que morirme.
»Indesc riptibles sensacion es me asa ltaban. Sin ningú n motivo
a p a r en t e, m i b oca la n zó u n "¡Ah !", i n t erm i n a b le. De p r on t o,
m i s d ed os s e c ri s p a r on c on vi olen c i a . Un c os qu i lleo, en m i s
n a r i c es , m e ob li gó a es t orn u d a r, a unq u e n o p ud e es t or n u d a r ,
en efecto. Pero lo que siguió inmediatamente fu e p eor. De
p r on t o, vi q u e t en í a en fren t e, y d e p i e, a m i a b u elo m a t er n o.
Iba vestido com o un oficial d el gobierno. Me hablaba con una
amable sonrisa en el rostro. Miré hacia él, entonces m e sobre-
cogió un pensamiento: no le miraba. Yo no t enía ojos. ¿Qué
m a gi a e r a a q u e l la ? A m i p ri m e ra e x c la m a c i ón , c u a n d o l a f i -
gu ra d e m i a bu elo s e d es va n e c í a , m i c a rc eler o s e m e a c erc ó,
p r e g u n t á n d o m e : " ¿Q u é o s p a s a ? " Y o , l e r e s p o n d í : " ¡O h , n o
es n a d a !". E n t on c es , él m e d ij o: "E s t a m os m era m en t e es t i m u -
land o ci er t os c ent r os d el c er eb r o pa r a qu e p od áis c omprend er
m á s f á c i l m en t e. E s t a m os c i er t os d e vu es t ra c a p a c i d a d ; pe r o
h a b é i s s i d o v í c t i m a d e l a p e re z a y d e l e s t u p o r d e l a s u p e r s -
tición, que no permiten una apertura suficiente de vues-
tra comprensión. Ahora estamos remediando vuestra d efi-
ciencia."
»Un a mujer introdujo las p equ eñas p iezas en mis oíd os, y
por la rudeza d e sus man os habría podido hincar tachuelas
en el p i s o m á s f i r m e. E s c u c hé u n "c li c " y p u ed e c om p r en d er
e l l e n gu a j e s u p r a t e r r en a l. P u d e t a m b i én en t en d e r l o q u e e s -
c u c h a b a . P a la b r a s c om o "c o rt e x " , " m éd u la ob l on ga " , "p s i c o -
s omá tic o", y ot r a s m e eran con ocid as , en s5 m is ma s y en s us
relaciones con otros términos. Mi índice básico de inteligencia
había ascendido — y sabía todos aquellos significados —. Pero
lo que estaba pasando era para mí una verdadera prueba.
E r a e x t e n u a n t e . E l t i e m p o p a r e c í a h a b e r s e d e t en i d o . M e p a -
r ec í a q u e, a m í a lr ed ed or, s e p rod u cí a un t rán s it o i n ac ab a ble
d e p er s on a s . E l p a r l ot e o, n o a c a b a b a n u n c a . T od o r e s u lt a b a
agotador. Yo, anhelaba salir de este paso, lejos de los ra-
ros olores; lejos d e un lugar donde se me había cortado la
c ú s p i d e d e m i c r á n eo , c o m o la c o ron a d e u n h u e v o d u r o h e r -
vido. No porque yo hubiese visto jamás huevos hervidos y

77
duros en mi vida, que esto era destinado a los mercaderes y
g e n t e d e d i n e r o , y n o a p o b re s s a c e r d o t e s v i v i e n d o s ó l o d e
tsampa.
»D e v e z e n c u a n d o, p e r s o n a s q u e e s t a b a n a m i a l r e d e d o r m e
d i ri g í a n ob s e r v a c i o n e s y p r e g u n t a s : ¿C ó m o m e s e n t í a ? ¿ M e
d o l í a l a o p e r a c i ó n ? ¿P e n s a b a a n t e s , v e í a a l g u n a c o s a ? ¿Q u é
c o l o r i m a g i n a b a q u e i b a a v e r ? M i c a rc e l e r o , e s t a b a
c o n t i n u a m e n t e a m i la d o y m e e x p l i c ó q u e , h a b i e n d o s i d o
estimulados algunos centros cerebrales durante el curso del
t r a t a m i e n t o , p od r í a e x p e r i m e n t a r s e n s a c i on e s q u e m e
a s u s t a s e n . ¿As u s t a r m e , a m í ? N o h a b í a d e j a d o d e s e n t i r
m i e d o d u r a n t e e l t r a t a m i e n t o e n t e r o , l e c o n t e s t é . É l , s e ri ó
a n t e e s t a m i r e s p u e s t a , y m e d i j o, d e p a s o , q u e , d e r e s u l t a s
d e l t r a t a m i en t o q u e e n t o n c e s y o e x p e r i m e n t a b a , t e n d r í a q u e
vivir toda mi vida como solitario, debido a las percepciones
s u p r a s e n s i b l e s q u e yo s e n t i r í a . N a d i e v i vi r í a c on m i g o , m e
dijo, hasta que al fin de mi existencia un joven llegaría a
q u i e n yo c o m u n i c a rí a t o d os m i s c on o c i m i en t o s y, m á s
a d e l a n t e , l o s e x p on d rí a a n t e u n m u n d o d e s c r e í d o .

»P o r f i n , d e s p u é s d e l o q u e m e p a r e c i ó u n a e t e r n i d a d , l a
c ú s p i d e d e m i c r á n e o f u e d e v u e l t a a s u s i t i o . Un o s e x t r a ñ o s
g a n c h o s s i r v i e r o n p a ra j u n t a r l a s d o s m i t a d e s . Al r e d e d o r d e
m i c a b e z a , a r r o l l a r o n c o n v a r i a s vu e l t a s u n a v e n d a d e t e l a .
D e s pués, todo el mundo se fue, excepto una mujer que se s e n t ó a m i
c a b e c e r a ; p o r e l r u i d o d e p a p e l s e p o d í a c o m p r en d e r q u e
l e í a , d e s a t e n d i en d o s u d eb e r . D e s p u é s l l e g ó a m i s o í d o s e l
ruido de un libro que se caía y los ronquidos acompasados
d e l a m u j e r . ¡Y o , e n t on c e s , d e c i d í t a m b i é n d o r m i r m e !»
Capítulo quinto

De pronto, el viejo ermitaño cesó de hablar y aplicó amb as


manos, con los d edos exten didos, sobre el suelo arenoso
que se hallaba a su lad o. Ligera mente, esos ded os sensib les
tomaron contacto con el su elo. Él se concentró un momen to
y, después, dijo: «A no tardar, recibiremos una visita». El
joven monje, con los ojos mirando al anciano, le formuló
u n a p r e g u n t a m u d a . ¿U n v i s i t a n t e ? ¿ C u á l p o d í a l l e g a r h a s t a
allí? ¿Cómo el anciano podía estar tan seguro? Nada se
había oído, ningún cambio en las voces d e la naturaleza
fuera d e la cu eva. Porque tal vez diez minutos estuvieron
ambos sen tados y tiesos, exp ectantes.
Súbitamente, el óvalo iluminado que daba entrada a la
cueva se ennegreció progresivamente. «¿Estáis aquí,
e r m i t a ñ o ? », c h i l l ó u n a v o z a g u d a . « ¡V a ya ! ¿ P o r q u é l o s
ermitaños tienen que vivir en tan oscuras y alejadas
soledades?» Dentro de la cueva, se presentó un monje,
bajito y grueso que llevaba un saco sobre sus espaldas. «Os
h e t r a í d o u n p o c o d e t é y c e b a d a », d i j o . « E r a p a r a e l
eremitorio d e las lejanías; pero ellos, ya ellos se
encontraban abastecidos; y yo n o quiero regresar con la
carga.» Con gesto de satisfacción, se quitó el sa co de la
espa lda y lo d ejó ca er al suelo. Lu ego, c omo un hombre
cansado, se dejó caer sentado, al suelo, con la espalda
c o n t r a l a p a r e d . ¡ V a y a d e s a l i ñ a d o !, p e n s ó e l j o v e n m o n j e ;
¿por qué no se sienta correctamente, como es d ebido? Mas,
en el acto, halló la resp uesta: el otro monje estaba
imposibilitado, por su gord ura, de sentarse cru zando las
piernas de ningún modo.
E l v i e j o e r m i t a ñ o l e h a b l ó a m a b l e m e n t e : « ¡M u y b i e n ! ¿ Q u é
noticias nos traes? ¿Qu é pasa por el mundo?». El monje
men sajero, quejándose y jad eando, le respondió: «Quisiera
que me dieses alguna medicina para curar esta gordura mía.
En Chakpori, me dijeron que tengo perturbaciones
glandulares; pero n o me d ieron nada para que pudiese
79
ojos, ahora adaptados a la profunda oscuridad de la cueva
— después de haber venido de una brillante luz s olar — mira-
ron a su alrededor. «¡Ah! Veo que tenéis aquí el Joven
Monje — exclamó —, ¿Cómo se porta? ¿Es tan brillante como
dicen?»
S in a gua rda r r espu esta , c on tinu ó d ici end o: «Un a caída d e r o-
c a s , h a c e un os dí a s . E l erm i t a ñ o d e la erm i t a m á s lej a n a fu e
atrapad o p or una roca y cayó al p recipicio. Ha sid o p asto
de los buitres ». S e dest ernilla ba de risa ante la idea. «E l soli-
t a ri o d e la c u eva , en t on c es s e m u ri ó d e s ed . S ó lo h a b í a dos .
E l e r m i t a ñ o e n p r o p i e d a d y é l , q u e s e e m p a r e d ó . S i n a gu a , no
hay vida. ¿No es así?»
E l j o v en m on j e p e r m a n ec í a s i l en c i os o, p en s a n d o en l o s er e -
m i t a s s o li t a r i o s . Ho m b r e s ra ro s q u e h a n s en t i d o u n a «l l a m a -
d a » q u e les c on d u c e a ret i ra rs e d e t od o y c u a lq u i er c on t a ct o
con el mundo del Hombre. Ac ompañado por un monje vo-
l u n t a r i o , e l t a l «s o l i t a r i o » c a m i n a r í a p o r l o s f l a n c o s d e l a
montaña hasta encontrar una ermita abandonada. Allí, el
«solitario» pen etraría en una habitación interior sin ventanas.
S u gu a r d i á n vo lu n t a ri o l e va n t a rí a u n a p a r ed , d e m a n e r a q u e
el er em i t a j a má s pud i es e a b and on a r s u ha bi t ac i ón . E n el m u r o
había sólo una abertura suficiente para que pasase un
cuenco. A través de ésta, cada dos días, se le pasaría al
s oli t a r i o u n c u en c o d e a gu a de u n a fu en t e vec i n a , en la m o n -
t a ña , y u n p uñ ad o d e gra n o. Ni un a fran j a d e lu z en t r a r í a en l a
estancia del eremita durante el resto de su vida. Nunca
jamás hablaría con nadie, ni nadie le habla ría a él. Allí, tanto
c om o vi vi es e, es t a r í a en c ont em p la c i ón , lib era n d o el c u er p o
astral del físico y viajando lejos, en los planos astrales.
N i n gu n a en f er m ed a d n i c a m b i o d e d ec i s i ón a l gu n a l e a s e gu -
raría su liberación. Fuera de la habitación sellada, el ermitaño
p od í a vi vi r y t en er s u p rop i a exi s t en c i a , p roc u ra n d o s i em p r e
que ningún mundanal ruido llegara hasta el solitario emp a-
redad o. Ma s, en el ca s o d e que el c ompañ ero en ferm as e o m u -
riese, o se d esp eñ ase p or la montañ a, en tonces el eremita
forzosamente tenía qu e morir, gen eralmente d e sed. En su
pequeña estancia, sin calefacción alguna por crudo que fuese
80
el tiemp o, el eremita tenía su habitación. Un cuenco de
agua para dos días. Agua fría, jamás calentada, nada de té,
tan sólo el agua glacial que sale d e las heladas faldas d e la
mon taña. Nada de comida caliente. Un puñado de cebada
para dos días. Al principio, los tormentos del hambre
debían ser t remendos, cuando el est óma go se c ontraía. Las
torturas d e la sed serían aún peores. El cu erpo se
deshidrataría, volvi éndose quebradizo. Los músculos se
entumecerían y d esaparecerían, atacados por la falta de
m a n j a r , d e a g u a y d e e j e r c i c i o . La s f u n c i o n e s n o r m a l e s d e l
cuerpo casi cesarían, a medida que se tomasen menos agua
y comida. Pero el eremita jamás abandonaría su estancia.
Todo cuanto debiese ser hecho, todo cuanto la Naturaleza le
obligase a cumplir, tenía q ue suced er en un rincón de la
habitación donde el tiemp o y el frío redujesen sus desp ojos
a glaciales cenizas.
Primero d esaparecería el sentido de la vista. De momento se
p r o d u c i r í a n i n ú t i l e s e s f u e r z o s c o n t r a l a o s c u r i d a d . La i m a -
ginación, en sus fases iniciales, proporcionaría algu nas
c l a r i d a d e s ; c a s i a u t é n t i c a s y l u m i n o s o s « e s c e n a s ». L a s
pupilas se dilatarían progresivamente y, al propio tiempo,
los múscu los d e los ojos relajándose, d e modo que si una
avalancha destru yese el techo de la ermita, la lu z d el sol
abrasaría la vista d el ermitaño lo mismo que si la
consumiese un rayo.

El oído se volvería sutil, por encima de lo normal. Sones


imaginarios torturarían al eremita. Escucharía fragmentos
de con versaciones, que parecerían traídas por el aire y
desvanecidas tan pronto como el solitario se aprestara a
escucharlas. La comp ensación llegaría a no tardar. Sentiría
cualquier ruido a su lad o, enfrente, a sus espaldas.
Escucharía su acercarse a una pared. La má s ligera
alteración d el aire, al levantar un brazo, resonaría en su
interior como un vendaval. No tardaría mucho en percibir
los latidos d e su corazón, como una máquina potente,
latiendo incansable. Despu és sería el rumor d e los fluidos
dentro d el cuerp o, la exhalación de los órganos secretores
y, cuando sus sentidos alcan zasen aún una mayor agudez, el
tenue resbalar de un tejido muscular contra otro.

81
L a m e n t e j u g a r í a r a r a s t r e t a s a l c u e r p o . Im á g e n e s l a s c i v a s
atormentarían las glándulas. Los muros d e la habitación a
oscuras, par ecerían aplastarle; el eremita tendría la impr esi ón
d e ver s e tr itu rad o. La respi raci ón s e h a ría a fan osa, a m ed ida
qu e el a ir e s e hic i es e má s c orromp id o. S ólo cada d os día s, la
piedra que tapaba la pequeña abertura de la pared se vería
apartada para que pudiese pasar a su través el cuenco de agua,
e l p u ñ a d o d e c eb a d a y u n a b o c a n a d a d e a i r e vi t a l c on e l lo s .
Después, se volvería a cerrar la abertura.
C u a n d o e l c u e r p o s e v e a d om i n a d o y t o d a s s u s s e n s a c i o n e s
sujetadas, el cuerpo astral flotará libre como el humo saliendo
de una hoguera. El cuerp o material yacerá en posición supina
sobre el suelo y únicamente el Cordón de Plata unirá a los
d os. A t ra vés d e la s pa red es d e roc a, el a st ra l p as ar á. P or los
d es fi la d er os l l en os d e p r ec i p ic i os vi a j a rá , s a b orea nd o la s s a -
tisfacciones d el s entirse libre de las cadenas carna les. S e d es-
lizará hasta los conventos de lamas y los lamas dotados de
t elepat ía y d e c la ri vid encia con versa rán c on el erem it a. Ni la
n oc h e n i e l d í a ; n í e l c a l o r o e l f rí o, l e p u ed en s er e s t orb o; n i
la s m á s r ob u s t a s p u ert a s c au s a rle e l m en o r ob s t á c u lo. La s
salas de los consejos, en el mundo entero, se le abrirán y
n o hab rá vist a ni exp eri encia qu e a l viaj ero ast ra l pu edan ser
vedadas.
E l j oven m onj e iba p en sand o t oda s esas c osa s, y lu ego p ens ó
en aquel eremita, yaciendo muerto muy lejos de allí, más
a r r i b a d e l a m on t a ñ a . E l m on j e g o rd o n o p a ra b a d e c h a r la r :
« Ah o r a , t e n g o q u e r o m p e r l a p a r e d y s a c a r a l m u e r t o . Ir é a
la ermita y llamaré, antes, por el agujero de la pared. ¡Uf! ¡qué
peste! Está muerto del todo. No lo podemos dejar arriba.
Iré a Drepung, por ayuda. Bueno, los buitres van a estar
c on t en t os c u a n d o e c h em os fu e r a a l m u e rt o. Le g u s t a m u c h o
s u c arn e y es t án ap os entad os c erca d e la erm ita gra znand o ya
p o r é l . ¡ A y d e m í !, t e n g o q u e m o n t a r e n m i vi e j o c a b a l l o y
deshacer camino; no tengo el tipo para esos viajes por la
montaña».
El grueso monje, movió vagamente una mano en el aire y
se encaminó hacia la entrada de la cueva. El joven, se levantó

82
l a b or i o s a m en t e p o r h a b e rs e l a s t i m a d o u n a p i e rn a , l o q u e l e
hi zo mu r mu ra r a lguna s pa lab ra s p or lo ba j o. C on cu ri osidad,
s i gu i ó la m a r c h a d el ob es o m on j e, c u an d o s a li ó d e la c u ev a .
Un caballo estaba paciendo a sus anchas por la en rarecida
veget aci ón . E l m onj e gord o, con pa s o vaci lan t e, s e le a c ercó y
m o n t ó e n c i m a f a t i g o s a m en t e. P o c o a p oc o , e l m o n j e y l a
cabalgadura se dirigi er on hacia el la go, donde les a guardaban
o t r a s p e r s o n a s y s u s m o n t u r a s . E l j o v e n m on j e p e r m a n ec i ó
a llí h a s ta q u e s e p er d i eron t od os d e vi s ta . Su s pi ra nd o an gu s -
ti osa m ent e, s e volvi ó pa ra mir a r la s a lta s p eña s qu e s e levan -
t a b a n a l c i e l o . Le j o s , l o s m u r o s d e l a E r m i t a d e M á s Le j o s
resplandecían en blanco y verde a la luz del sol.
P or u n a ñ o en t er o, un er em i t a y s u a u xi li a r ha bí a n t rab a jad o
con ahínco para construir la ermita con las piedras esparcid as a
s u a lr ed ed or. Tran sp ortánd ola s a l sit i o ind icad o, a just ando
p i ed r a s ob r e p i ed r a, y c on s t ru yen d o un a h a bi ta c i ón in t er i or ,
donde no pudiese penetrar la luz ni en el último rincón.
Du ra n t e un añ o t r a ba j a ron h as t a qu e la es t ru c t u ra b á s ic a les
s a t i s f i z o . Lu e g o v i n o e l t r a b a j o d e f a b r i c a r u n a p a r e d c o n
aquellas piedras y blanquearla hasta hacer la r esplandeci ente.
D e s p u és f u e c u es t i ón d e p i n t a r la s p a r ed es q u e s e p r o ye c t a -
ban sobre los abismos. Para ello se había triturado previa-
m en t e e l oc r e y d i s u e lt o e l c o l o r en a gu a d e u n a fu en t e p r ó -
xima. La d ecoración tend ría qu e ser u n mon u mento a la
p i ed a d h u m a n a . Du r a n t e t o d o e s t e t i e m p o , t a n t o e l e r e m i t a
c o m o s u a yu d a n t e n o c a m b i a r í a n e n t r e l o s d o s n i u n a s o l a
palabra. Habría llegado el día en que la ermita estaba acabada y
c on s a g r a d a . E l e r em i t a , h a b í a m i ra d o a l o s l ej os , a l l l a n o d e
Lh a sa , p or v e z p ost rera . El mu n d o d el Homb r e. Ha b ía
girado lentamente para entrar en la ermita y caer mu erto a
los pies de su ayudante.
A través de los años, muchos habían sido ermitaños de aquella
ermita. Habían vivido emparedados, en la habitación interior,
de muros de piedra. Habían alimentado a los buitres, siem-
p r e d i s p u e s t o s a d e v o r a r . Ah o r a , o t r o h a b í a s u c u m b i d o . D e
s ed. Sin esp er an za s. Un a vez d esapa recid o su a yudan t e, d esa -
parecía todo auxilio, el agua vital. No había más solución que

83
t en d er s e y m o r i r . E l j o v en m o n j e la n zó u n a m i ra d a, a b a rc a nd o
la er m i t a y e l p r ec i p i c i o. B ri lla n t es p ra d os a l fla n c o d e la
m on t añ a . Un r a s guñ o s e a b rí a , d erec h o, a t ra vés d e l os
lí q u en es y s u r c a b a la s roc a s . M á s a ba j o, en el fla n c o d e la
m on t añ a , s e veí a u n m on t ón d e roc a s rec i én d er r u m b ada s .
Deb a j o d e la s r oc a s ya c í a un cu erp o.
P r e oc u p ad o, el j oven en t r ó e n la c u eva , c ogi ó el r ec i p i en te y
s e en c a m i n ó a l la go, a p or a g u a . Des p u és d e h a b er li m p i a do el
r ec i p i en t e lo l len ó d e a gu a y s e p rep a ró a p ros e gu i r s u t a rea .
M i ró a su a lr ed ed or y fru n c ió la s c ej a s c on d es á ni m o. No s e
veí a p or n i n gun a p a r t e t r on cos o r a m a s c a í d os . Ten í a qu e i r
h a s ta m á s lej os , en b u s c a d e c om b u s ti b le. B u s c ó, en t onces ,
en t re lo s m a t or r a l es . P eq u eñ a s a li m a ña s s e d et u vi er on , en s u
i n ac ab a b le b ú squ ed a d e c om i d a, y s e le va n t a ron s ob r e la s
p a ta s t ra s er a s , m i r an d o llen a s d e cu ri os i da d a l in va s or d e su s
d om i ni os . Aq u í n o exi s t ía el m i ed o; los a n i ma les n o t em í an a l
Hom b r e, p or q u e e l Hom b r e vi ví a en p a z y a rm on í a c on los
a n i ma les .
Fi n a lm en t e, e l j ov en m on j e l l eg ó h a s t a un s it i o d ond e s e e n -
c on t r a ba un p eq u eñ o á rb ol c a íd o. Des p u és d e h ab er d es ga j ad o
la s m a yor es r a m a s q u e l e p er m i t i era s u vi gor j u ven i l, vol v i ó
a t rá s y, u n a p or u na , la s fu e a rra s t ra n d o ha s t a la b oca d e la
c u eva . C on el c on t en i d o d el r ec i p i en t e p rep a ró el t é c on
t s a m pa en p oc os m om en t os . El vi ej o er em i t a s orb í a s at i s fec h o
a q u el t é c a li en t e. E l j ov en m on j e s e s en t í a f a s c i na d o vi en d o
c óm o el vi ej o t om a b a el t é. E n el Tí b et , t od a la vaj i lla s e
m a n ej a c on a m ba s m an os , en s eñ a l d e res p et o p or e l m a n j a r
q u e n os a li m ent a . E l vi ej o e rm i t a ñ o, a t ra vés d e u n a la rga
p rá c ti c a, c ogí a el c u en c o c on a m b a s m a n os , d e form a q u e un
d ed o d e c ad a un a s e ap li c a s e a l b ord e i nt eri or d e la va s i ja .
As í n o s e a r r i es ga b a a rem oj a rs e, ya q u e u n o d e los d ed os ,
h u m ed ec i énd os e, le a d ve rt i rí a . Ah ora , es t a b a s en ta d o y s a -
t i s fec h o, ap r ec i a nd o en gra n m a n era el t é c a li en t e, d es p u és d e
en t er a s d éc a d a s d e a gu a frí a .

«E s e xt r a ñ o — ob s er v ó — q u e, d es p u és d e m á s d e s et en t a
a ñ os d e la m á s r i gu ros a a u s teri d a d , a h ora m e ap et ezc a e l t é
c a li en t e. Ta m b i én m e gu s t a el c a lor c on fo rt a n t e q u e n os c aus a
el

84
fuego. ¿Os habéis dado cu enta de cómo calienta el aire d e
nuestra cueva?»
E l j oven m onj e le m i r ó, lleno d e c ompa si ón. «¿Nun ca h abéis
salido de aquí, Venerable?», le preguntó.
«No, nunca — replicó el eremita —. Aquí conozco todas y cada
u n a d e la s p i ed r a s. Den t ro de a q u í, la c a ren ci a d e vi s t a ca s i
no me representa una incomodidad; pero fuera hay piedras
res ba lad i za s y p r ecipici os, ¡es ot ra c osa ! P od ría c amin a r p or l a
ribera y caerme al lago; podría abandonar esta cueva y
perder el camino de regreso.»
«¡Venerable! — dijo el joven monje, algo incrédulo —. ¿Cómo
pudiste hallar esa tan remota, casi inaccesible cueva? ¿Fue un
azar?»
«No; no fue así — replicó el anciano —. Cuando los Hombres
d el Ot r o M u nd o a ca ba r on s u s t a r ea s pa r a c on m i go, m e d epo-
sitaron aquí. ¡Hicieron esta cueva expresamente para mí!» Di-
ci end o est as pa lab ras , s e a rrellan ó en su asi ent o c on un a s on -
risa de satisfacción, conociendo muy bien el efecto producido
s ob r e s u i n t er l oc u t o r. E l j ove n m on j e c a s i s e c a yó d e e s p a l -
das, por la sorpresa. «Fabricada para vos — exclamó con vehe-
m enci a —. P er o ¿c óm o pudi er on lab ra r un a guj er o s em ejant e
en la montaña?»
E l v i e j o s e s o n r i ó , c o m p l a c i d o . «D o s h o m b r e s m e l l e v a r o n
aquí — d ij o —; m e t r aj er on sob r e una p la ta f orma qu e volaba
por los aires, cual los pájaros. No hacía el menor ruido, menos
que los pájaros, porque crujen; puedo escuchar sus alas cuando
azotan el air e, y sus plumas cuando entre ellas pasa el vien to.
E l ob jeto s ob r e e l c u a l ll e gu é a q u í era s i len c i os o c om o u n a
sombra. Se alzó por los aires sin esfuerzo alguno; no se
p e r c i b í a n i n gú n a r r a s t r e , n i s e n s a c i ón d e v e l o c i d a d a l g u n a .
Lo s d o s h om b r es l o h i c i e ron a p ea r a h í m i s m o. » «P e r o , ¿ p or
q u é p r e c i s a m e n t e a q u í , V e n e r a b l e P a d r e ? », p r e g u n t ó e l j o -
ven monje.
«¿P or qué? — r espondió al an ciano —. Pensad en las ventajas
de este emplazamiento. Está entre cien y doscientos metros del
c a m i n o d e l os m e r c a d e r e s , y é s t o s p a ra h a c e rm e c on s u lt a s y
buscar mis bendiciones me pagan con provisiones de cebada.

85
E s t á c e r c a d e u n o s s en d e r o s q u e c o n d u c e n a d o s c on v e n t os
de lamas y siete ermitas. No me puedo morir de hambre, aquí.
M e d a n n ot i c i a s . Lo s la m a s m e vi s i t a n ; c on oc en m i m i s i ón .
Y también la vuestra.»
«Pero, Señor — insistió el joven monje —, sin duda causó una
gr an imp r esi ón, cuand o los cam inant es d es cubr i er on una p ro-
funda cueva donde anteriormente no había ninguna.»
«J ov en — r ep li c ó el er em i t a — ; ha b éi s es t ad o p or es os p a ra -
j e s ; ¿o s h a b é i s d a d o c u e n t a a l g u n a v e z d e q u e h a b í a c u e v a
a l g u n a p o r e s o s a l r e d e d o r e s ? ¿N o ? P u e s n o e x i s t e n m e n o s
d e n u eve. No os i n t eres a n la s c u eva s y p or es o n o os h a b éi s
dado cuenta de ellas.»
«P e r o, ¿c óm o p u d i er on ha c er la c u eva los d os h omb res ? De -
bió de costarles meses de trabajo», dijo, maravillándose, el jo-
ven monje.
«La hi ci er on m edi ant e la ma gia qu e ellos lla man ci enc ia ató -
m ica », r esp ondi ó p aci en t em ent e el anc ian o. «Un o d e los d os
hombres, sentado en la plataforma volante, vigiló si había
gente p or esos alreded ores. El otro llevaba en la mano un
p equ eñ o ap ar at o. Ent on c es s e a rm ó un est ru end o c om o d e t o-
d os los d iab los hamb ri ent os y, s egún ellos m e exp lica r on, la
r o c a s e e va p o r ó, d ej a n d o e l e s p a c i o d e u n p a r d e e s t a n c i a s .
En mí habitación interior ha y un manantial — un goteo — de
a gu a, c on el qu e pu ed o llena r p or d os vec es a l día mi va sija .
E s m á s q u e s u f ic i en t e p a ra lo q u e n ec es i t o; a s í n o m e es p r e-
ciso ir al lago a por agua. Cuando no tengo cebada — cosa que
m e ocu r r e d e vez en cuand o — m e su st ent o d el liqu en qu e s e
encuentra en la cueva interna. No es nada gustoso; pero
a g u a n t a l a v i d a h a s t a q u e vu e l v o a t e n e r c eb a d a . »
El joven monje se alzó y se dirigió a la salida de la cueva. Sí;
l a r oc a t en í a u n a e s t r u c t u r a p e c u li a r , p o r e l e s t i l o d e l o s t ú -
n e l es d e vo l c a n es a p a ga d os q u e é l h a b í a vi s t o en la s t i e rra s
altas de Chang Tang. La roc a parecía como haber sido fun-
dida, escurrida y enf riada, y c onvertida en una superficie cri s-
talina y áspera, sin arrugas ni salient es. La superficie se dirí a
transp arente, y a través d e su grosor se p odían divisar las
estrías de la roca natural, donde brillaban, aquí y allá, venas

86
de oro. En un punto de la pared, vio cómo el oro se ha-
bía fundido y r ezumado com o un líquido espes o y lu ego había
sido r ecubierto, cuando el dióxido de sí lice había cristalizado al
enfriarse. ¡La cueva poseía los muros de vidrio natural!
P ero p r eci saba h ac er la s fa ena s d om ést ica s; n o era ti emp o d e
c on ver sa ci ón. Habí a qu e ba rrer el s u elo, t ra er a gua y r om p er
los t r on c os en p eda zos ad ecuad os p ara qu e s i rvi es en d e le ña.
El joven m onje empuñó la ram a que hacía las veces d e escob a y
s e pus o a la ta r ea c on esca so entu sia s m o. Ba rri ó el esp aci o
d on d e p or la s n oc h es él d orm í a y fu e em p u j an d o la s b a r r edu -
r a s h a c i a la en t r a d a , s i em p r e b a r ri en d o. D e p r on t o, la ra m a
qu e le hacía las veces d e escoba dio con un p equ eñ o mon-
t ón qu e habí a en el s u elo; lo r em ovi ó y d escub r i ó s er és t e un
o b j et o d e u n c o lo r en t r e p a rd o y v e r d o s o. E n oj a d o , e l j ov e n
monje d ejó d e b arrer aqu ella p ied ra, intrigad o p or lo qu e
podía ser aquello. Al hacerse con aquel objeto, pegó un salto
a t rá s c on u n a e xc la m a c i ón ; n o e ra n i n gu n a p i ed ra , ¿d e q u é,
p u es , s e t r a t a b a ? C on t od a p r e c a u c i ón r em o vi ó a q u e l ob je t o
c on u n p a l o. E l ob j et o s e d es p la z ó e m i t i en d o u n l e v e r u id o.
Entonces, lo levantó del suelo y corri ó hacia el interior de la
c u eva , d ond e es t a b a el erm i t a ñ o. «¡V en era b l e ! — l e d i j o — ,
a c a b o d e d es c u b r i r u n e xt r a ño ob j e t o , d eb a j o e l s i t i o d on d e
murió aquel preso.»
E l a n c i a n o s a li ó d e s u h a b i t a c i ón i n t e rn a . «Di m e c óm o es », le
ordenó.
«P a rec e s e r — d i j o el j o v en — , c om o u n a b ols a q u e t i en e d e
ancho unos dos d edos. Es d e cuero, o de piel d e algún ani-
mal». Dici endo est o, lo palpó. «Ha y una cuerda alred edor del
c u e l l o d e e s t a b o l s a . V o y a b u s c a r u n a p i e d ra a fi l a d a . » C o -
rrió fuera de la cueva y cogió un pedernal cortante. A su
reg res o, a s er r ó c on él a q u ell a ti ra d e c u ero. «E s m u y d u r o »,
c om en t ó. «Tod o es t á s u c i o de lod o y c u b i er t o d e m oh o. ¡P or
fin lo cort é!» Cuidadosamente, abrió aquella bolsa y vertió su
contenid o sob re un girón d e su manto. «M on edas d e oro»,
observó el ermitaño.
«Y o , en m i vi d a , n u n c a h a b í a vi s t o m on ed a s d e or o, s ó l o e n
imágenes.» También se derramaron pedazos de cristal de colo-

87
res . S e p r egunt ó pa ra qu é s er vi rí an. Fina lm en t e, h abía cinc o
sortijas de oro c on pedazos de cristal en garzados en ellas.
«Dejadme palpar los », le orden ó el ermitaño. E l joven m onje,
levantó el regazo de su manto y guió las manos de su supe-
rior hacia aquel pequeño montoncito.
«Di a mant es — d ij o el a r mitañ o — , pu ed o adi vin a r p or su vi -
bración y...» El anciano permaneció silencioso y atento, mien -
t r a s m a n e j a b a l a s p i ed r a s , la s s o r t i j a s y a q u e l l a s m o n e d a s .
Después, r eali zó una profunda inspiración y com entó: «Nues tro
prisionero había sustraído todas estas cosas. Las monedas, s o n
d e l a In d i a . S i e n t o q u e h a y a l g o ma l o e n t o d o e s o . R e -
p r es entan una mu y gr a nd e suma d e din er o». M edit ó en si len c i o
por unos momentos, y terminó diciendo bruscamente:
«Llevaos todo esto, lleváoslo y tiradlo en lo más profundo del
lago. Nos traerían mala ventura si los guardásem os con noso-
tros. Aquí hay concupiscencia, asesinato y miserias. Fuera con
todo es o, ¡rápido!». Diciendo esas palabras volvió la espalda y,
lentamente, se arrastró al interior de la cueva. El joven monj e
d e v o l v i ó t o d o a q u e l m o n t o n c i t o a l i n t e r i o r d e l a b o l s a y se
encaminó hacia el lago. Al llegar a su orilla, depositó todos
aquellos objetos sobre una roca plana y examin ó, uno p or
u n o aqu éll os , c on t oda cu r i os i d ad . Des pu és , leva n t a nd o un a
mon ed a entre el pu lgar y un d ed o, la lan zó con todas sus
fuerzas al agua. La moneda fue rebotando y levantando peque-
ñas olas, hasta que, con un chasquido final, se hundió hasta lo
m ás pr ofund o d el la go. M on eda p or m on eda , y lu ego el res t o
de aquellos objetos, fue lanzado a las aguas, hasta que se hundió
el último.
Mientras se lavaba las manos, sonrió al darse cuenta que
un os pája r os p escad ores s e habían la rgad o c on la b olsa y per -
s eguían c on fu ri a los obj et os hundid os. Mus itand o la s Prec es
de los Difuntos, el joven monje, volvió a la cueva y a sus
t r a b a j o s c a s e r o s . Lu e g o v i n o e l m o m e n t o d e p o n e r d e l a d o
la s r ama s qu e h ar ían las vec es d e es c oba s. Despu és , espa rci r
nu eva a r en a, api la r leña pa ra el fu ego, di sp on er la vas ija d el
a gu a y f r ot a r s e la s m a n os , en s i gn o d e q u e e l t ra b a j o d el d ía
s e h a b í a t e r m i n a d o . Ll e g a b a e l m o m e n t o e n q u e l a s c é l u l a s

88
d e la m em or i a d e a q u el j ov en s e h a l la b a n a pu nt o d e a lm a c e-
nar la información que se le comunicaría.
El viejo ermitaño vino jadeando desde su habitación inte-
ri or. In c lu s o p a ra la vi si ón in exp ert a d el j oven m on j e, el
a n c i a n o d e s f a l l e c í a a o j o s vi s t a s . Le n t a m en t e, e l e r e m i t a s e
s en t ó en e l s u el o y s e a rr op ó c on ven i en t em en t e. E l j ov en le
alargó el cuenco y se lo llenó con agua fría. Con todo cuidado
s e s i t u ó a l la d o d el a n ci an o y gu i ó s u s ma n os h a s ta el b or d e
d e la va sija pa ra qu e supi es e exa cta m ent e d ónd e estaba c olo -
cada. Entonces, se sentó a su vez, aguardando a que su mayor
hablase.
Du r a n t e u n ti em p o, t od o p erm a n ec í a en s i len c i o, m i en t r a s e l
an cian o p erm an ecí a s ent ad o y ord enand o sus p en sa mi ent os y
recu er d os. Lu ego, d espu és d e un la rgo ca rra sp eo, emp ezó d i-
diciendo: «La mujer aquella se durmió y yo también. Pero no
es tu ve d ormid o p or much o rato. E lla ron caba t errib lem ent e y
mi cabeza latía con fu erza. S entí como si mi cereb ro oscilas e y
quisiese salir por la cima d e mi crán eo. Entonces, se me
p r o d u j e r o n c o m o u n o s p o r r a zo s e n l o s v a s o s s a n gu í n e o s d e
m i c u ello, q u e m e p u s i eron a l b ord e d e u n d es va n ec i m i en to.
Lu e go, los r on q u id os c a mb ia ron su ri t mo, se p erc i b i ó u n
r uid o d e pi es a r ra st ránd os e y, d e pron t o, c on un a acu sad a ex -
c la m a c i ón, a qu ella m u j er s a lt ó s ob r e s u s p i es y c o r ri ó h a c i a
m i la d o. In m ed i a t a m en t e, s e e s c u c h a r on u n o s ru i d os m et á li -
cos y se not ó un ritmo distinto de los líquidos que circulaban
dentro d e mi cuerpo. En un momento, o dos, cesó la pulsa-
c i ón d e m i s s es os . S e a c a b a ron la s p res i on es q u e exp er i m e n -
t a b a m i c u e l lo , y l o s h u es os c o rt a d o s d e l c rá n e o n o m e c a u -
saron molestias.
» La m u j e r s e a f a n a b a m o v i en d o a l g u n o s o b j e t o s , m e t i e n d o
ruido con cristales que chocab an y m etales que vibraban unos
c o n t r a ot r o s . P e r c i b í u n c ru j i d o c u a n d o e l l a s e a g a c h ó p a r a
levantar del suelo su libr o caí do. Algún objet o del m obiliari o
crujía cuando era m ovido d e s u sitio para ser colocado en u na
nueva posición. Entonces, ella se dirigió com o hacia la pared
y escu ch é como se d eslizab a la p u erta ab rién d ose y lu ego
cerrándose tras ella. De pronto, llegó a mis oídos el ruido de

89
p a s os , di s m in u yen d o a lo la r go d el c or red o r. Yo es t a b a allí ,
tendido; ;no me p odía mover! Era evidente que algo había
s id o h ech o s ob r e mi c ereb ro. M e s entía m ás d espi ert o. P odía
p en s a r m á s c la r a m en t e. An t es , ha b ía exp eri m en t a d o u n mon -
t ón c on fus o d e p en sa mi ent os qu e yo n o era capa z d e en f oca r
con toda claridad y por esto los había almacenado en rin-
cones de mi mente. Ahora, todos ellos eran para mí tan claros
como las aguas de un arroyo de la montaña.
»Recordaba mi nacimiento. Mi primera mirada en este mundo,
e n e l c u a l h a b í a s i d o p r e c i p i t a d o . La c a r a d e m i m a d r e . La
cara arrugada d e aquella mu jer que ayudaba al parto. M ás
tarde, mi padre, cogi endo en sus brazos a l r ecién nacido. Sus
p reocup aci on es, ya qu e era el prim ogén it o. R ec ordab a su ex -
p res i ón a la r m a d a y s u t em or a l ve rm e c on a q u ella c a ra en ro-
jecida y arrugada. Más adelante, me llegaron a la memoria
es c en as d e mi p ri m era niñ ez. S i emp re habí a sid o un a i lu sión
d e los m í os e l q u e yo p u d i es e l l ega r a s e r u n s a c er d ot e, qu e
d i e s e h on o r a l a f a m i l i a . M á s t a rd e , m e v e í a e n l a e s c u e l a ,
adiestrándome en la escritura sobre cuadrados de pizarra.
E l m o n j e - p r o f e s o r , y e n d o d e l u n o a l o t r o , c on e l o g i o s y r e -
p r i m en da s y d i c i én d om e q u e p od í a p erm a n ec er m á s r a t o q u e
los demás, de forma que aprendiese más que mis compa-
ñeros.
»M i m e m or i a , e r a c o m p l e t a . P od í a r e c o rd a r fá c i lm en t e i m á -
genes qu e habían aparecido en revistas ilustradas que nos
traían los m ercaderes indios, e incluso imágen es que no rec or-
daba que las hubiese visto nunca. Pero la memoria es una
es p a d a d e d os f i los ; yo r ec o r d a ba c on t od os los d et a l l es m i s
torturas, a manos de los chinos. Debido a que se me había
visto t ransportando papeles de Pota la, los chinos habían dado
p or d esc ontad o qu e s e t ra taba d e s ec ret os y, en est a c r eencia ,
m e h a bí a n s ec u es t r a d o y t ort u ra d o p a ra ob li ga rm e a d ec la ra r
todo cuanto, en su opinión, sabía. Yo, tan sólo un humilde
sacerdote, que sólo sabía la que llegan a comer los lamas.
» La p u e r t a s e a b r i ó c on u n a e s p e c i e d e s i lb i d o m et á li c o. S u -
m er gi d o en m i s p en s a m i en t os, n o m e en t eré d e los p a s os q u e
se aproximaban por el corredor. Una voz me interrogó: "¿Có-

90
mo os encontráis ?", y not é qu e mi guardián estaba a mí lado.
Mi en tr as hab lab a, man ej aba el ext rañ o ap a rat o c on el qu e yo
e s t a b a c on e c t a d o . " ¿C ó m o o s n o t á i s , a h o r a ? " , v o l v i ó a p r e -
guntar de nuevo.
»"Bien — le rep liqué —, pero nada contento por todas las cos as
r a ra s qu e m e han suc edid o. M e si ent o i gua l c om o un ya k
enfermo en un parque del mercado." El hombre, se rió y se
d i r i gi ó a u n a p a r t e lej a n a d e la h a bi t ac i ón . Pu d e oí r el r u i d o
de papel, el sonido inconfundible de las páginas al ojearlas.
»" S e ñ o r ", e x c la m é . " ¿Qu é e s u n a lm i ra n t e ? E s t o y m u y i n t r i -
gado. Y, ¿quién es un ayudante?"
»Dep u s o un p esad o lib ro — o a lo m en os a mí m e pa rec i ó un
libro — y se me acercó. "Sí — profirió compasivamente —. Me
imagino que desd e vuestro punto de vista se os ha tratado
m á s b i en c r u elm en t e. " Di o u n os p a s os y n ot é q u e a r r a s t r a b a
u n o d e a q u e l l os e xt r a ñ o s a s i e n t os m et á li c o s . C u a n d o s e s e n -
tó, la silla crujió de un modo alarmante. "Un almirante — dijo
p en sat i vam ent e — . Os d ebía hab er sid o exp lic ad o má s t ard e;
p e r o p od e m o s s a c i a r vu e s t r a c u r i o s i d a d i n m ed i a t a . . . E s t á i s
en un a n a ve qu e s u rc a el es p a c i o, el mar d el es p a c i o; lo lla -
mamos así porque, dada la velocidad con que nos trasladamos,
el espacio recibe un choque tan rápido que parece que se trate de
un océano de aguas. ¿Podéis seguirme?", preguntó.
»P ensé un momento y, sí, podía imaginarme el Río Feliz y los
botes d e cuero que lo cruzan. "Sí, lo comprendo", repu se.
"Bien, entonces — continuó diciendo —; nuestro barco es uno
d e l g r u p o . E l m á s i m p o r t a n t e d e t od o s e l l o s . C a d a e m b a rc a -
c i ón — és t a i gu a lm en t e — t i en e u n c ap it án ; p ero u n a lm i r an t e
e s , ¿c ó m o o s l o v o y a d e c i r ? , u n c a p i t á n d e t o d o s l o s c a -
p i t a n e s . Ah o r a , a d e m á s d e n u e s t r o s m a r i n e r o s t e n e m o s s o l -
dad os a b ord o, y es u sua l qu e ha ya un ofici a l «a yudant e» del
a l m i r a n t e . S e l e l l a m a s i m p l e m e n t e «a yu d a n t e ». P a r a t r a d u -
cirlo a términos eclesiásticos, un abad tiene su capellán, aquél
q u e lle va a c ab o la s ta rea s , dej a n d o a s u j era rc a su p eri or la s
grandes decisiones que tengan que ser tomadas."
»Todo es o, lo veía clar o, y es taba reflexionado sobr e el t ema,
cuando mi vigilante se me aproximó inclinándose y profirió en

91
voz baja: "Y, por favor, no os dirijáis a mí llamándome vues-
t r o c a p t u ra d or . S o y el m éd i c o en j ef e d e es t a n a ve. M á s c l a -
r o , p a r a vu es t r os p u n t o s d e re f e r e n c i a s o y s em ej a n t e a l m é -
d i c o e n j e f e d e l o s l a m a s d e l C h a k p o r i . ¡D o c t o r , y n o C a p -
t u r ad or !" Y o m e d i ver t í a m uc h o, c on oc i end o c óm o t a m b ién
es os grandes hombr es ti enen sus debilidades. Que un hombre
de su categoría se disgustase porque un salvaje ignorante (así
me llamaba) le llamase "capturador", era cosa de ver. Resolví
p on er l e d e b u en h u m or: " S í , d oc t or". Fu e m i p rem i o la m á s
agrad ecida de las miradas y una amable inclinación de su
cabeza.
»D u r a n t e b a s t a n t e t i e m p o s e o c u p ó d e c i e rt os i n s t r u m en t o s
q u e p a r ec í an es t a r c on ec t ad os c on m i c ab eza . Hi zo a lgu n a s
rectificaciones, cambió el curso de algunos líquidos, y se pro-
d u j er on c os a s e xt r a ñ a s q u e pr o v oc a r on u n a c om e z ón en m i
c rá n eo a f ei t a d o. Des p u és d e a lgú n ra t o, di j o: "T en d r éi s qu e
r e p o s a r d u r a n t e t r e s d í a s . Du r a n t e e s t e la p s o d e t i e m p o l os
huesos s e habrán soldado y la cicatrización forzada esta rá en
c a m i n o. E n t on c es , s í t od o m a r c h a b i en , c om o yo e s p er o, os
c ondu ci r em os d e nu evo a la Cá ma ra d el C ons ej o y os m ost ra -
r e m o s v a r i a s c o s a s . N o s é s i e l Al m i r a n t e q u e r r á h a b la r o s .
S í es a sí, n o t emái s. Hab lad le exa cta m ent e c om o ha ríai s c on -
migo". Lu ego, p ensándolo b ien, añadió pesa roso: "O, más
b i en c on a lgun a m a yor c o r t es í a . " M e d i o un golp ec i t o en u n
hombro y salió de la habitación.
»M e en c on t r a ba a llí , in m óvi l, p en s an d o en mi fut u r o. ¿Fu t u -
ro? ¿Qu é f u tur o s e p res en taba a llí pa ra un ci ego? ¿Qu é s er ía
d e m í , s i d ej a b a c on vi d a a q ue l l o s p a ra j e s , en la s u p os i c i ón
que necesitase dejarlos vivo? ¿Tendría que pedir limosna para
vivir, como los mendigos que pululaban por la puerta de
Oc c i d ent e? M u ch os d e ell os e ra n fa ls os c i egos , d e t od os mo -
d os . Y o m e p r e gu n t a b a a d ónd e i rí a a p a r a r, d ón d e ga n a r m i
s u s t en t o. E l c li m a d e m i p a í s e s d u ro y n o h a y p u es t os p a r a
el hombre sin hogar ni dónde reposar su cab eza. Yo me an-
gustiaba y no cesaba de meditar todos los males y quebraderos
d e c a b e z a q u e m e a g u a r d a b a n . C on e s t o s p e s a r e s , c a í e n u n
sueño profundo. Estando así, percibí cómo se d eslizaba la

92
p u ert a d e la h a b i t a c i ón d on de m e e n c on t ra b a y l a p r e s en c i a
d e p er s on a s q u e v en í a n q u i zá s a v e r s i a ú n vi ví a . T od os lo s
ruidos a mi alred edor no eran bastantes para hacerme tras-
poner el umbral d e mi su eño. Yo era incapaz de p oder cal-
c u la r e l p a s o d e l t i e m p o. E n c on d i c i on es n or m a l es p od em o s
va lern os d e los latid os d el c or a zón pa ra da rn os cu enta d e los
m i n u t os q u e p a s a n . P e r o, en a q u e l c a s o, s e t ra t a b a d e h o ra s y
de horas durante las cuales me hallaba inconsciente.
»D e s p u é s d e l o q u e m e p a r e c i ó u n l a r g o t i e m p o , d u r a n t e e l
cu al parecí fluctuar entre el mund o material y la vida del
es p í r i t u, d es p er t é b a j o un a s en s a ci ón d e a la rm a . Aq u ella s t e-
r r i b les m u j er es h a b í an vu elt o a m i a lred ed or, c om o u n os b u i -
tres alred ed or d e u na carroña. Su s risas y su p arloteo me
a t a c a b a n l o s n e r vi o s . S u s i m p ú d i c a s li b e rt a d e s p a ra c on m i
c u e r p o i n d e f en s o m e o f en d í an t od a ví a m á s . N o p od í a e xp r e -
sarme en su lengua; ni tan sólo moverme. Era para mí u na
sorp resa qu e, siend o miembros d el llamad o sexo d éb il, se
m ani festa s en tan rud am en t e con su s man os y s u exp r esi ón d e
em oc i on es . Y o m e h a l la b a fí s i c a m en t e a rru i na d o d el t od o , y
aqu ella s mu j er es m e lleva ban y t ra ían t an ruda m ent e c om o s i
s e t r a t a s e d e un b loq u e d e p ied ra . M e rega b a n el c u er p o con
loc i on es ; m e u n t ab an el c u erp o es t rem ec i d o c on ma loli en t es
u nt u r a s y m e q u i t ab an y p on í a n t ub os en los a gu j er os d e l a s
n a ri c es y en ot r a s c on c a vi d ad es d el c u e rp o, s i n m i ra m i ent os
de ninguna clase. Mi alma se estremecía y volvía a pensar
p or qu é a za r diab óli c o mi s had os h abían d ec retad o qu e d ebía
verme obligado a soportar todas aquellas humillaciones.
»C on l a m a r c h a d e l a s t er ri b le s m u j e r e s v o l ví a l a p a z, a u n -
q u e p o r n o m u c h o r a t o. Al c a b o d e l c u a l, la p u ert a v o l vi ó a
es cuch a rs e y ot ra vez mi captu rad or; m ás bi en di ch o, "el doc -
t o r " , p e n e t r ó y c e r r ó t r a s é l l a p u e r t a . "B u e n o s d í a s ; p o r l o
que veo, estáis despierto", me dijo, placentero.
»"Sí, señor doctor — le repliqué algo enfurruñado Es im-
p osib le d orm i r, cuand o esa s m uj eres cha rla tana s s e a bat en s o-
bre mi pers ona como unos pajaracos." Esto, pareció diverti rle
en gran man era . En la a ctua lidad , sin duda c on oci énd om e m e-
jor, me trataba más como un ser humano, aunque un ser hu-

93
m an o qu e n o a cababa d e esta r d el t od o en su s caba les . "Ten e-
m os q u e va l er n os d e es t a s en ferm era s — d i j o — p a r a q u e os
ob s er v en , os m a n t en gan d eb id a m en t e a s ea d o y oli en d o b ien .
Ahora, estáis empolvado, perfumado y listo para un nuevo día de
reposo."
»¡R ep oso! No lo n ec esitab a; lo qu e sí me precisaba, era
i r m e . M a s , ¿a d ó n d e ? M i en t ra s e l d i r e c t o r e x a m i n a b a l a s c i -
catrices de mi operación del cráneo, volví a pensar sobre todo l o
q u e m e d i j o . ¿ F u e a y e r ? ¿ A n t e a y e r ? N o p o d í a s a b e r l o . Me
era preciso saber una cosa que me tenía intrigado en gran
m a n er a . "S eñ or d oc t or", l e d i j e. "M e d i j i s t ei s qu e m e en c on -
traba a bordo d e una nave d el espacio. ¿Es que lo entendí
bien?"
»"Sin duda replicó Estamos a bordo de la nave almirante de
es ta f lota insp ect ora . En es t os m om en t os preci s os , r ep osam o s
s o b r e u n a m e s e t a d e l a s T i e r r a s A l t a s d e l T í b e t . ¿ P o r qué, la
pregunta?"
»" S e ñ o r m í o ", l e r e p li q u é : "C u a n d o m e e n c on t r é en a q u el l a
cueva, ante aquellos seres sorprendentes, la cueva, ¿se hallaba
dentro de esta nave?"
»É l s e r i ó, c om o s i yo h u b i es e t en i d o la m á s j oc os a oc u rr e n -
cia. Al r ec obrars e, m e dijo, entre ris otadas." S ois obs ervador,
mu y observad or. Y t enéi s toda la ra zón. La meseta roc osa
s obr e la cua l r ep osa esta na ve f u e p ri miti va m ent e un volcán.
E xist en en ella c or r ed or es p rof und os y cá ma ra s in m en sa s p or
d on d e f lu í a el m a gm a y s a lí a a l ext er i o r . Nos ot r os n os s e r vi -
m o s d e e s o s p a s a j e s y h e m os e n g r a n d e c i d o l a c a p a c i d a d d e
a q u ella s c á m a r a s p a ra q u e s irva n a n u es t ros p rop ós i t os . Nos
servimos d e estos sitios usualmente. Diferen tes naves los
u t i li za n , d e t i e m p o en t i em p o . V os h a b éi s s i d o s a c a d o d e l a
nave y conducido a la caverna."
»¡Conducido, desde el barco, al interior de la caverna rocosa."
E s o c on c o r d a b a c on la e xt ra ñ a i m p r e s i ón q u e yo h a b í a e xp e -
rimentado de haber d ejado el corredor metálico por una ca-
verna de rocas. "S eñor doctor", exc lamé. "S é, por experien cia
directa, algo d e túneles y sala s en la roca; existe una de ellas,
secreta, en el Potala; incluso contiene un lago.

94
»"Sí — observó —. Nuestras fotografías geofísicas nos lo han
descubierto. Lo que no sabem os, en cambio, cuándo vosot ros,
los del Tíbet, lo habéis descubierto." S e ac ercó con su pied ra
d e a f i la r . M e d a b a p e r f ec t a c u en t a d e q u e es t a b a c a m b i a nd o
ent on c es los líquid os qu e c or rían a t ra vés d e los tub os y d en -
tro d e mi cuerpo. Se produjo al instante una alteración de
mi temp eratura; in voluntariamente, mi respiración se hizo
m ás espa ciada y p r ofunda; m e veía manipu lad o c om o una mu -
ñeca que, en la plaza de un mercado, exhiben los buhoneros.
» " ¡S e ñ o r d o c t o r ! — o b s e r v é c o n v e h e m e n c i a V u e s t r o s b a r -
cos del espacio son conocidos de nosotros; los llamamos Carro-
zas de los Dioses. ¿Por qué no os ponéis en contacto con nues-
t r os s u p e r i o r es ? ¿P o r q u é n o d ec la rá i s a b i ert a m en t e vu es t r a
p res enci a ? ¿P or q u é t en éi s que r a pta rn os a es c ondid as, c omo
habéis hecho conmigo?"
»E1 doctor hizo una profunda inspiración, con una pausa y, por
fin, r ep lic ó: "Si os lo d es ea s e exp lica r, n o h ar ía m ás qu e p r o-
voc ar vu est ra s m ás c áust ica s ob s ervaci on es , qu e, a n os ot r os,
no nos importan nada".
»"No, señor doctor — le repliqué —. De hecho soy vuestro pri-
sionero, como lo fui de los chinos; e igualmente n o puedo
d es a f i a r os . S ó l o i n t en t o, en m i i n c i vi l i za d a fo r m a , en t en d e r
las cosas como supongo que vos mismo deseáis de mí "
»Gi r ó s ob r e s u s p i es y, c la ra m en t e, d ec i d i ó qu e era lo m ej or
qu e p odía hac er s e Habi end o tom ad o su r es olu ci ón, dij o: "No-
s ot ros , s om os los Ja rdin eros d e la Ti erra y, n atu ra lm ent e, d e
otros mundos habitados. Un jardinero no discute su id entidad
ni sus planos con sus flor es. Ah ora bien; elevando un poco la
m a t e r i a , s i u n p a s t o r d e u n re b a ñ o d e ya k s e n c u e n t r a a u n o
d e ellos qu e pa r ec e má s b ri llant e qu e los d emá s, di ch o pa stor
n o l e d i r á e n m o d o a l g u n o : « Ac é p t a m e p o r t u g u í a ». N i d i s -
cutirá con el yak de cosas que claramente sobrepasan la
comp rensión d e aqu él. No entra en nu estra p olítica el fra-
t e r n i za r c on l os n a t u ra l e s d e n i n gu n o d e l o s m u n d os q u e s u -
p e rvi s a m o s . Lo h i c i m o s en a n t e ri or e s y e l r es u lt a d o fu e u n a
serie de catástrofes qu e originaron fantásticas leyendas en
vuestro propio mundo."

95
»Hi c e una mu eca d e c ont ra ried ad y m en osp reci o: "P rim ero,
vos m e diji st eis qu e yo era u n s a lvaj e p or c i vi li za r, ah or a me
lla má is , o m e c ompa rái s, c on un yak ", r ep liqu é c on fi rm eza .
En t onc es, si s oy una c osa t an baj a, ¿p or qu é m e t en éis aquí
p ri si on er o?"
»S u r ép lica f u e c ontund ent e. "P or qu e os n ec esita m os pa ra uti -
li za r on. P orqu e p os eéi s una m em ori a f antá stic a qu e va s i em -
p re en au m ent o. P orqu e t en éis qu e s er el d ep os ita ri o d e un
s ab er qu e p od rá s er ut i li zad o p or ot ro qu e llega rá h ast a vos,
a l fin a l d e vu es tr a exi st enci a. ¡Ah ora , d orm id !" E scu ch é c ómo
un c rujid o y u na s ond as d e negr a inc on sci encia ca yeron s ua -
vem ent e s ob r e m i p ers ona. »
Capítulo sexto
«Hor a s int erm inab les, t ranscurri eron p esada m ent e. Yo, yacía
d ent r o d e un es tup or, una au sen cia, d ent ro d e la cu a l el pa-
s ad o, el p r es ent e y el futu ro s e c onfund ían recíp r oc am en te.
Mi vid a pa sada , m i d es va lid o es tad o p res en t e, qu e n o p odía ni
m over m e ni ver , y m i gr an t em or d el futu r o fu era d e "a llí ", si
es qu e p odí a lib ra r m e nunca. De t i emp o en ti emp o venían
aqu ella s muj er es y m e a t rop ellab an. Mi s mi emb ros era r et or -
cid os, m i c ab eza gi rab a s obre el c u ello y t od as la s p a rt es d e
m i anat omía s e veí an man os ead as, p elli zc ada s, ap orr eada s y
m an ej adas . A vec es , grup os de p ers onaj es venían y p erm ane-
cí an a mi a lr ed ed or d iscu ti endo mi c as o. No era c apa z d e en -
t end er los ; p er o su int er vención era c la ra . Es os p ers ona j es ,
i gua lm en t e, m e ap li caban di vers a s c osa s; p ero yo l es n egaba
la sat is fa cci ón d e verm e c ómo m e es trem ecía a sus a gudas
pun zadas . Yo ib a t ran scu rri end o mi s día s.
»Llegó u n m om ent o en qu e s e volvi ó a d esp er ta r mi a la rma.
Habí a estad o t ra spu est o, i gn oraba la s h oras qu e hací a. Aun
cu and o m e habí a dad o cu enta d e qu e s e había d es li zad o la
pu ert a d e mi est ancia , n o m e habí a d es velad o. Fui reti rad o del
s iti o d ond e yac ía y c om o en vu elt o en mant as d e lan a sin
da rm e cu en ta d e lo qu e p asaba a mi a lred ed or y a m í mi smo.
De p r ont o, s e p r oduj eron una s eri e d e c ort es a lred ed or d e m i
c rán eo. M e vi p inchad o y hur gad o, mi en t ras un a voz en m i
p ropia len gua exc la maba . "¡B ra vo!, ¡d ej em os qu e vu elva a la
vida !" Un zumbid o, d el qu e m e di cu enta s ólo cuand o c esó,
t er min ó c on un d ébi l cha squido m et á lic o. In m ediat am en t e me
s entí r epu est o, en vida e int ent é s ent ar m e. De nu evo m e s entí
i mp os ibi lit ad o; mis má s vi olent os es fu erzos n o cau sa r on el
m en or m ovi mi en t o a nin gun o d e mi s mi emb r os. "Ya vu elve a
es ta r ent r e n os ot r os ", d ij o una voz. "¡E h ! ¿P od éi s oí rn os ?",
p r egunt ó ot ra p er s ona .
»"S í pu ed o — r ep liqu é —, p ero ah ora , ¿es tá is h ab land o tibe-
tan o? C r eía qu e el d oct or estaba hab land o c onm i go. " Ent on -

97
c es s e p r od u j o u n a ri s a en voz b a j a : "Ha b la m os vu es t r a len -
gu a — me rep licaron —, así entend eréis mejor lo qu e os
digan".
»Ot ra vo z i n t er vi n o, en ot r o la d o. " ¿C óm o l e lla m a r em os ? "
Ot ro, qu e r ec on ocí s er el d oct or, repu s o: "Lla m ém os lo ¡Oh!
No sabemos su nombre; yo le llamo simplemente vos."
»"El Almirante ha dispuesto que se le dé un nombre", afirmó
una nueva voz. "Decidamos cómo nos tenemos que dirigir
hacia él." Entonces se entabló una discusión animada, en cuyo
curso fueron propuestos varios nombres, algunos de ellos muy
despectivos y que indicaban que yo, a juicio de aquellas per -
sonas, gozaba de la consideración que se merecen ante los hom-
b r es d e la Ti er r a los ya k s o l os b u it res q u e s e a li m en t an de
c a dá ver es . P or f i n , cu an d o los c om en t a r i os h ab í an i d o exc e-
s i va m en t e l ej os , e l d oc t or d e c r et ó : " Ac a b e m os d e u n a v e z,
este hombre es un monje. Cuando tengamos que mencionarlo,
lla m ém os le s i m p lem en t e «e l M on j e». " E n t on c es hu b o u n si -
lencio, que finalizó en un ruido que, a mi juicio, era de
aplausos. "Muy bien — sentenció una voz, que hasta ahora yo
no había escuchado —, aceptado por unanimidad, de ahora en
a d e la n t e l l e va r á c om o n om b re «e l M o n j e ». D eb e s e r a s í r e -
gistrado."
»A esa discusión siguió otra que no me interesó y que, al
p a rec er , ve r s a b a s ob re la s vi rt ud es o la c a ren c i a d e ella s d e
la s m u j er es y la m a yor o m en or fa c i li d ad q u e ha bí a p a r a ob-
t en er la s en c a d a c a s o. C i ert a s a lu s i on es an a t óm ic a s es t ab an
f u er a d e m i s c on oc i m i en t o s , d e m a n e ra q u e n o h i c e n i n gú n
es f u er zo p a r a s egu i r e l c u rs o d e la d i s cu s i ón; p ero m e i n t r i-
gaba el p oder visuali zar a los opinantes. Algunos d e los hom -
bres eran muy pequeñitos y otros, muy cuadrados. Era una
c os a r a r a y q u e m e i n t ri ga b a m u c h o e l c o m p r ob a r q u e en la
Ti er r a n o exi s t i es en m ed i d a s c om o la s q u e p os eí a n a q u ello s
personajes.
»Fui precipitado bruscamente al mundo presente por un ruido
s úbit o d e p ers on as qu e s e p onían d e pi e, y lo q u e pa r ecía un
a rra s t r a r s e h a c i a a t rá s aq u ella s ext ra ñ a s s i lla s . Los h om b re s
aquellos se alzaron y uno tras otro fueron saliendo de

98
la habitación. Finalmente, sólo permaneció el doctor. Más tarde,
me dijo: "Os llevaremos ante la Cámara del Consejo, dentro de
una caverna de la montaña. No debéis demostrar ningún
nerviosismo; todo os parecerá extraño; pero podéis estar bien
tranquilo, Monje, que no recibiréis daño alguno por parte de
nadie." Diciendo estas palabras, se marchó y quedé de nuevo
solo con mis pensamientos. Por alguna razón extraordinaria, una
escena particular estremeció mis recuerdos. Uno de los
torturadores chinos se me había aproximado y, con sonrisa
diabólica, me había dicho: "Os queda un sola probabilidad para decirnos
lo que necesitamos de vos, o perderéis vuestros ojos."
»Yo le repliqué: "Soy un pobre, un sencillo monje y no tengo
nada que deciros." Con lo cual, el verdugo chino metió un dedo
y el pulgar dentro de la órbita del ojo izquierdo y mi ojo saltó
fuera como el hueso de una ciruela. El ojo colgaba ba-
lanceándose sobre mi mejilla. El tormento de la visión defor-
mada era terrible. Mi ojo derecho, aún intacto, miraba dere-
chamente; el izquierdo, en su balanceo, miraba en otros sen-
tidos. Entonces, de un rápido tirón, el chino cortó el ojo libre y
me lo tiró a la cara, antes de hacer lo propio con el ojo derecho.

»Recordaba que, hastiados finalmente de aquella orgía de tor-


turas, los chinos me tiraron sobre un montón de basura. Pero ya
no estaba muerto, como ellos creían, y el frío de la noche me
reavivó y entonces yo había vagado, a ciegas y a tientas, hasta
que un cierto "sentido" me había guiado lejos de la Misión China y,
también, de la ciudad de Lhasa. Sumido en estos pensamientos,
perdí la noción de tiempo y fue para mí un sosiego cuando, por
fin, unas personas vinieron a mi habitación. Entonces pude
entender lo que me había sido dicho. Un aparato especial, un
elevador, denominado con el extraño nombre d e antigravedad,
fue instalado sobre mí tabla y "desviado" encima de ella. La
tabla entonces se levantó por los aires y unos hombres la
guiaron a través de la puerta hacia el corredor, más allá. Parecía
que, si bien la tabla carecía de aparente peso, poseía inercia e
impulso, aunque ello no tu -

99
viese significado alguno para mí. Mi preocupación se limitaba a
no querer sufrir daño alguno. Eso, para mí, era lo más esencial.
»Con todo cuidado, la tabla o mesa operatoria y todo el equi po a
ella asociado fueron arrastrados o empujados a lo largo del
corredor metálico con sus ecos desviados y transportados fuera
de la nave espacial. Llegamos de nuevo a la gran sala dentro de
la roca y me llegaron al oído los rumores de un gran gentío, que me
recordó el patio exterior de la catedral de Lhasa en días, para mí, más
felices. Mi tabla fue movida y bajada como hasta unos pocos
centímetros del suelo. A mi lado, llegó alguien que me susurró:
"El Cirujano-General va a llegar dentro de un instante".
»Yo le respondí: "¿No se me va a devolver de nuevo la vista?",
pero el personaje se había ido y mi demanda se quedó sin
respuesta. Estaba allí, tendido y probando de pintar en la
imaginación las cosas que iban a ocurrirme. Sólo conservaba la
memoria de los breves instantes que se me habían concedido
antes; pero lo que deseaba con más ansia es que se me
proporcionase la vista artificial.
»Unos pasos que ya eran familiares resonaron sobre la piedra del
suelo. "Veo que os han traído sin novedad. ¿Os sen tís
completamente bien?", me preguntó el doctor — el Cirujano
General.
»"Señor doctor", le respondí. "Me sentiría mucho mejor si
quisieseis permitirme gozar de la vista."
»"Pero, es que vos sois ciego y tendréis que vivir por muchos
años en tal estado."
»"Pero, señor doctor", dije con una considerable dosis de
exasperación. "¿Cómo podré aprender y almacenar en la memoria
todas las maravillas que me habéis prometido que yo veré si no
se me proporciona esa visión artificial?"
»"Dejad esos cuidados para nosotros", repuso. "Somos nosotros
quienes hacemos las preguntas y damos las órdenes, vos debéis
hacer lo que se os mande."
»Entonces me llegó de la masa situada a mi alrededor una serie
de susurros pidiendo silencio, no un silencio total, por-

100
q u e és t e n o s e d a n u n c a c u a n d o h a y m u c h a g en t e a g r u p ad a .
Entre los murmullos pude percibir un sonido muy seco de
pasos, que cesa ron bruscamen te. " ¡S entarse !", ord enó una voz
s e c a , d e e n t on a c i ón m i li t a r. E n t on c es s e p r od u j o u n a d i s t e n -
sión, ruido de paño grueso, crujidos de cuero y arrastre de
muchos pies. Un rumor como si uno de aquellos raros asientos
fu es e a r r a s t r a d o h a c ia a t rá s . S i m u lt án ea m en t e, o c a s i , e l ru i d o
que hace una p ersona que se p one en pie. Una tensa ex-
pectación se percibió durante uno o dos segundos, y en se-
guida se escuchó la voz.
«" S e ñ o r a s y s e ñ o r e s — a n u n c i ó és t a , p u n t u a l y m a d u r a m en t e
— : N u e s t r o C i r u j a n o e n J e f e c o n s i d e r a q u e e s e i n d í g e n a del
Tíbet s e encuentra lo suficiente bien de salud y adoctrinado
para que, sin peligros indebidos, pueda ser preparado a poder
a si mi la r el C on oc imi ent o d el P a sad o. E xi st e, ¿c óm o n o?, u n
ri es go; p er o n o es p os i b le p re ven i rlo. S i el s u j et o m u er e, n o s
será preciso recomenzar la fastidiosa búsqueda de otro
p ers on a j e. E s t e in dí gen a , si bi en s e en c u ent ra en p ob r es c on -
diciones físicas, podemos as egurar que está dotado de una vo-
luntad suficiente para aguantar con firmeza su existencia.
N o t é q u e t od o yo m e es t r e m e c í a a n t e e s e ru d o m en os p r ec i o
de mis íntimos s entimientos; pero la Voz pr osiguió diciendo:
"Ha y algunos entr e nos otr os que consideran que d ebem os s er -
v i r n o s e x c l u s i v a m e n t e d e d oc u m en t o s r e v e l a d o s a d i v e r s o s
M es í a s o S a n t o s , q u e h e m os s i t u a d o e n e s t e m u n d o p a r a t a l
propósito. Pero yo os digo q ue, en el pasado, dichos docu-
mentos han originado unas veneraciones llenas de superstición
q u e ha n a nu la d o t od o b en ef i ci o q u e s e ha ya p od i d o obt ener,
p or c u lp a d e e l la s . Lo s n a t i vos d e la T i er ra n o h a n b u s c a d o el
s entid o qu e dich os d ocum entos c ont en ían, sin o qu e s e han
qu ed ad o en la sup er fici e, y toda ví a ma l int erp retada. Ha sid o
m u y f r ecu ent e qu e les ha ya n p erjud icad o en su d es ar r ollo; s e
h a or i gi n ad o u n s i s t em a a r t i fi c i a l d e c a s t a s y a l gu n os d e los
natu r a les d e var i os p aís es s e han a fi rmad o a sí mis m os c om o
es c ogid os p or los Alt os P od eres , c om o au t ori zad os pa ra ense-
ñar y predicar cosas que jamás se han escrito.
»"No tienen idea alguna de nuestra existencia en el espacio

101
exterior de su mundo. Nuestras naves, que patrullan sin cesar,
se han considerado f en ómen os naturales o simples a lucinacio-
n es d e qu i en es c r eyeron c ontem p la rlas , y qu e s on t enid os en
un concepto despectivo, como alienados mentales. Consideran
que no puede haber vidas más importantes que la del Hom-
b r e. C on sid eran qu e su es mi rriad o mund o es la ún ica fu ente
de toda vida, ignorando que, en el Universo, el número de
m u n d o s h a b i t a d o s e s m a yo r q u e t od o s l o s g r a n o s d e a r e n a
j u n t os q u e s e h a l la n s ob r e la t i e rra , y q u e s u m u n d o f i gur a
entre los más pequeños e insignificantes.
»"C r een qu e ellos s on los Am os d e la C r ea ci ón y qu e t odos
l o s a n i m a l e s d e s u m u n d o s o n s u p r e s a . La d u r a c i ó n d e s u
vida es el batir de un párpado. Comparados con nosotros,
son igual que el insect o, que vive un solo día y, en es e breve
plazo, tiene que nacer, crecer, madurar y aparejarse repetidas
v e c e s , p a r a m o r i r a l c a b o d e u n a s h o ra s . E l t é r m i n o m ed i o
d e nu est ra exis t enci a, es d e cinc o mi l añ os; el su yo, d e una s
pocas décadas. Y tod o esto ha sido establecido por sus cr een -
cias peculiares y sus trágicas equivocaciones. P or esta razón,
nos eran desconocidos en el pasado; pero ahora nuestros
sabios nos dicen que en el espacio de medio siglo esos indíge-
nas descubrirán alguno de los secretos del átomo. Podrán,
entonces, echar a rodar su pequeño mundo. Radiaciones
p eli gr os a s p u ed en es p a rc i rs e a t ra vés d e l es p a c i o y ori gi n a r
una amenaza de polución universal.
»"Cómo no ignoráis muchos de vosotros, los Sabios han decre-
tado que uno de los nativos de la Ti erra, que sea aprove-
chable sea capturado por nosotros — ése lo ha sido —, y se le
t ra t e p or un os p r oc edi mi ent os qu e le c apaci t en pa ra rec orda r
t od o c u a n t o a h o r a va m o s a en s eñ a r l e. S e v e rá c on d i c i on a d o
de forma que, lo que le habrá sido enseñado, sólo podrá
tevelarlo a quien deberá a su preciso tiempo ser situado en el
mundo con la misión de explicar a todos cuantos quieran
e s c u c h a r l e l os h ec h os t a l c o m o h a n s i d o y s on , y n o la s fa n -
tasías que se han fabricado acerca de los mundos de más
a l lá d e e s e p eq u eñ o u n i v e rs o. E s t e n a t i vo q u e a h o r a v ei s h a
sido preparado especialmente y será el recipiente del mensaje

102
que será, más tarde, transmitido a otro ser humano. El es-
f u er z o s e r á m u y g r a n d e, y d es p u é s d e és t e l e c os t a rá m u c h o
el sobrevivir; de forma que no es preciso buscar la manera
de r ef or zar lo, ya que si s e nos queda sobr e esta mesa nos s erá
preciso emp ezar de nuevo a buscar otro que le sustituya. Y
eso, como ya hemos visto, es enojoso.
»"Un c ompañ er o d e a b ord o, ha obj etad o qu e d ebía m os hab er
elegi d o a lgún natu ra l d e un paí s más d esa r r ollad o; una p ers on a
q u e d i s f r u t a s e d e u n n i v e l s u p e r i o r d e v i d a y d e c a t e g o rí a
s oc i a l en t r e l os s u yo s . P e r o, p a r a n o s ot r o s , es t o h u b i er a s i d o
u n a m a l a j u ga d a . E l a d o c t r i n a r u n i n d í g e n a d e a q u el l a
c at egoría y d es li ga r le d e su s a mi stad es repres enta ría un s er i o
r e t r a s o en n u es t r o p r o gr a m a : V o s ot r os , t od os c u a n t os o s e n -
c ont r áis aquí , p od r éis s er t es ti gos d el actu a l recu erd o d el Pa -
sado. Es algo extraordinario; de modo que tenéis que recordar
que os veis favorecidos por encima de los demás."
» Ap e n a s e s t e Gr a n d e h a b í a t e r m i n a d o d e h a b l a r , c u a n d o s o -
b r e v i n o u n e x t r a ñ o c ru j i d o , s e g u i d o d e o t r o s . E n t on c e s u n a
Voz — p e r o ¡q u é V oz ! — i n h u ma n a, qu e n o s on a b a c om o d e
hombre ni de mujer, me hizo erizar el pelo y crispar mis
poros. "Como Decano de los Biólogos, independiente de la
armada y del ejército — carraspeó esa voz ingrata — deseo que
c on s t e en ac t a m i di s c on form i d ad a nt e es os p roc ed i m i ent os .
Mi informe comp leto será enviado al Gran Cuartel por vía
reglamentaria. Ahora, pido ser escuchado." Entonces, parec ió
producirse una mueca resi gnada en el rost ro d e los pres entes.
P o r u n m o m en t o s e p r od u j o u n a gr a n a gi t a c i ón y, en t on c e s ,
aquel que había hablado primero de tod os, se puso en p ie.
"Como Almirante de esta Escuadra", subrayó, secamente,
"t en go a m i c a r g o es t a e xp ed i c i ón d e vi gi la n c ia , s ea n c u a les
s e a n l o s e s p e c i o s o s a r gu m e n t o s a l e g a d o s p o r n u e s t r o i n c on -
formista biólogo d ecano. De todos modos, escuchemos los
a l e ga t os d e la op os i c i ón . ¡U s t ed p u ed e c on t i n u a r, s eñ o r b i ó -
logo!"
»Sin la m enor palabra de grac ias, ni forma de salutación algu-
n a , la i n gr a t a voz c on t i n u ó: " P rot es t o p or la p érd i d a d e t i em -
po. Protesto de que se hagan más intentos a favor de esas cria-

103
t u ra s i m p er f ec t a s . En el pa s ad o, cu an d o u na ra za s em ej a nt e
n o res u lt a b a s a ti s f a ct ori a era ext e rm i n a da y el p la n et a , rep o -
b la d o. Ga n em os t i em p o y ext e rm i n ém os l es a n t es d e q u e in t o-
xi q u en el es p a c i o. "
»E l Alm i r a n t e, en t on c es , i n tervi n o: " ¿T en éi s a lgu n a r a zó n
es p ec í f i ca p a r a s os t en er q u e s on d efec t u os os , s eñ or
B i ólogo ?" »"S í , t en go", r ep u s o c on voz en f a d a d a el B i ólog o.
" La s h em b r a s d e la es p ec i e hu m an a s on d efec t u os a s . E l
m ec a n i s m o d e s u f er t i li d a d es d ef ec t u os o y s u s a u r a s n o s e
m u es t r a n c onf or m es c on lo p la n i f i c ad o. Ca pt u r a m os u na de
el la s , en u n a d e la s m ej or r e p ut a da s á rea s d e es t e gl ob o. La
m u j er s e p u s o a c h i lla r y a gi t a rs e c u a nd o le q u i t am os l a s
r op a s c on qu e s e c u b ría . Y cu a nd o in t ro du ji m os un a c án u la
en s u c u er p o, c on el fi n d e a na li za r s u s s ec rec i on es , p r i m er o
rea c c i on ó c on h i s t er i a y lu eg o p erd i ó el c on oc i m i en t o. Má s
t a r d e, volvi en d o en s í , a l ver a l gu n o d e m i s a yu d an t es ,
p er d i ó la r a zón , c om o s i es t uvi es e en d i ab la d a. No hub o má s
rem ed i o q u e d es t r u i r la . Tod os n u es t ros d í a s d e t ra b a j o f u er on
p er d i d os . "»
E l vi ej o er m i t a ñ o c es ó d e hab la r y b eb i ó un s or b o d e a gua .
E l j oven m on j e es t a b a a llí sen t a d o; s e s en t í a es t up ef a c t o y
h orro r i za d o p or la s e xt ra ñ a s a ven t u ra s oc u rrid a s a s u
s u p er i or . Algu n a s d e la s d es c ri p ci on es le p a r ec í a n
ext ra ñ a m en t e f a m i li a res . No s a b rí a d ec i r c óm o, p ero l a s
exp li c a c i on es d el er e m i t a le p rov oc a b a n ext r a ñ os
m ovi m i en t os i nt er i or es , c om o s i s e t r a t a s e d e mi em b ros
s u p r i mi d os y a h or a r ea vi va d os . C om o s i la s ob s e rva c i on es
d el er m i t a ñ o a ct ua s en a mod o d e c at a liza d or . C on t od o
c u id ad o, s in qu e s e d erra m a s e u na s ola got a , el a n c i a n o d ej ó
a un la d o el c u en c o d el a gu a , volvi ó a j u n ta r la s m a n os y
p r os i gu i ó:

«Yo es t a b a s ob r e a q u ella m es a , es c u c h an d o y en t en d i en d o
t od a s y c a d a un a d e a qu ella s p a la b ra s . Tod o t em or, t od a i n-
c er t i d u mb r e m e h a bí an ab and on ad o. Qu i s e m os t ra r a t od a
a q u ella gen t e c óm o u n s a c erd ot e d el Tí b et s a b e vi vi r , o
m ori r . M i na tu r a l i m p et u os ida d m e a rra s t ró a ob s erva r, e n
vo z m u y a lt a . "Ya véi s , S eñ or Alm i ra n t e; vu es t r o B i ólog o e s
m en os c i vi li za d o q u e n os ot r os ; n os ot r os , n o m a t a m os ni
s i qu i er a lo q u e lla m a m os a n i ma les i n feri o res . Nos ot r os
s om os c i vi li za -

104
d os. " P or un m om en t o, pa r eció d et en er s e la m ar cha d el Ti em -
p o . In c l u s o l a r e s p i r a c i ó n d e l o s c i r c u n s t a n t e s m e p a r e c i ó
deteners e. Entonces, ante mi más profunda sorpr esa y natural-
m ent e estup or, s e pr odu j o un ap lau s o esp ontán eo y n o p oc as
r i s otada s. Los p r es ent es pa lmot eaban, c osa qu e yo int erp ret é
como un signo de aprobación hacia lo que dije. Los pres entes
p rofer í a n gr i t os d e a l eg rí a y c i ert o t éc n i c o q u e es t a b a c er c a
d e m í s e i n c li n ó y m e d i j o a m ed i a voz : " ¡M u y b i en , M on j e,
m u y b i en ! N o d i gá i s n a d a m á s ; n o os j u gu éi s vu e s t r a b u e n a
suerte!"
»E l Al m i r a n t e t o m ó l a p a l a b r a , d i c i e n d o : " E l M o n j e n a t i v o
habló. Ha most rado, con toda mi satisfacción, que es una cr ia-
t u ra s en s ib le y c om p let a m en t e c a pa c it ad a p a ra lleva r a c a b o la
m is i ón qu e s e le en c omi enda. Y ad op t o d el t od o su s obser -
v a c i on es y la s h a r é c on s t a r e n m i r e la c i ón d i r i gi d a a l o s S a -
bi os. " El Bi ólogo solt ó a gresi va men t e: "Lo q u e es yo, me
ret i ro d el exp er i m en t o. " C on es a s p a lab ra s , aqu ella c r i a t ur a -
h omb re, mujer, o n eutro se march ó con estrép ito d e la ca-
ver n a r oc os a . E n t onc es , s e p rod u j o u n s u sp i r o d e a li vi o; er a
patente que el Biólogo Decano, allí, no gozaba de muchas
s i m p at í a s. C es a r on lu eg o l os ru m ores , res p on d i en d o a a lgú n
s i gn o d e la man o, qu e n o pud e p er cibi r. E nt onc es s e produj o
un fr ot e d e pi es y el s u s urro d e p ap eles. E l c li ma d e exp ecta -
ción puede decirse que era tangible.
»"S eñ or a s y s eñ or es — es cuché qu e d ecía la voz d el Alm i ran t e
— : a h o r a q u e ya h em o s a g ot a d o e l t u rn o d e ru e g os y p r e -
guntas, me propongo decir algunas palabras acerca de lo que se
t r a t a , d ed i c a d a s a t od o s a q u el l o s q u e h o y s e s i en t a n p o r p r i -
m e r a v e z e n e s t a C o m i s i ó n In s p e c t o r a . A l g u n o d e e l l o s h a
p od i d o c a p t a r a l gu n os ru m o re s ; p er o l os ru m o r es n o b a s t a n .
Voy, pues, a explicar a la As amblea lo que nos propon emos y
d e qu é s e t ra ta, d e f orm a qu e p odái s da ros p erfecta cu enta d e
los acontecimientos que serán el objeto d e vuestra partici-
pación.
»" Lo s h a b i t a n t es d e e s t e m u n d o es t á n a p u n t o d e i r d es a r r o -
llando una técnica, que si no se frena, puede muy bien des-
t r u i r l o s a t o d o s . E n e l c u r s o d e t od o s e s o s a c o n t e c i m i en t os

105
p u ed e n c on t a m i n a r e l e s p a c i o d e f o r m a q u e r e s u l t e n c o n t a -
minados otros mundos jóvenes. Esto, tenemos que prevenirlo.
C om o n o i gn or á i s , es t e m u ndo y ot r os d el m i s m o gru p o s o n
campos exp erimentales para diferentes tipos d e criaturas.
C om o p a s a c on la s p la n t a s , q u e la q u e n o es c u lt i va d a s ó lo
es b r oza, en el mund o ani ma l exi st en los ej emp la res d e r a za
y los bastardos. Los seres hu manos de ese mundo perten e-
cen a los s egundos. Nosotr os, que hem os s embrado este mun-
do con simientes humanas, hemos de asegurarnos de que nues-
tro género destinado a otros mundos no se vea perjudi-
cado.
»"Tenem os aquí delante un natural de est e mundo en que nos
h a lla m os a h or a . E s d e u na regi ón d e u n p a í s d en om i na d o el
Tí b et. S e t rat a d e un a t eoc rac ia; es d eci r, qu e s e ha lla gob er-
nado por un jefe que conced e la mayor importancia a la adhe-
s i ó n a u n a r e l i g i ó n d e t e r m i n a d a , m á s q u e a u n a s d oc t r i n a s
políticas. En este país no existen agresiones. Nadie lucha para
a rr eb a t a r la s t i e r r a s d e ot r o s . La v i d a a n i m a l es r es p et a d a ,
exc ept o p or las c la s es in feri ores , qu e ca si si emp re s on gent e
nat i va d e ot r as c oma rca s. Aunqu e su reli gi ón a n os ot r os n os
p a r ec e f a n t á s t i c a , a e l l os l es g u í a en la vi d a y n o m o l es t a n
al prójimo ni quier en imponer por la vi olencia sus creencias.
Son muy pacíficos y se necesita un alto grado de provocación
p a r a i n c i t a r l o s a l a vi o l e n c i a . T o d a s e s t a s r a z o n e s n o s h a n
i n d u c i d o a p e n s a r q u e e n e s t e p a í s p o d rí a m o s h a l l a r u n n a -
t i vo d ot ad o d e u na fen om en a l m em ori a , q u e p od ría m os t od a -
v í a d i la t a r . A e s e n a t i v o l e p od rí a m os i n c u l c a r u n o s c on oc i -
m i en t o s q u e é l s e r í a c a p a z d e c o m u n i c a r a ot ro h o m b r e q ue
posteriormente situaríamos en este mundo.
»"M uch os d e vos ot r os os p od réi s p r egunt a r p or qu é n o p od e-
m os elegi r un r ep r es entan t e que s ea di rect o. Nu est ra r espu es -
ta es que no podríamos hacer esto de una manera satisfactoria
del todo, porque nos conduciría a diversas omisi ones y ma las
inteligencias. S e ha proc edido de esa forma en cierto núm ero
d e c as os qu e si emp r e s e han dem os trad o d esac ert ad os . C omo
veréis más tarde, lo intentamos con buen éxito con un hombre
a quien los terrestres llamaban Moisés. Pero, aun con éste,

106
la cosa no marchó bien del todo y prevaleció algún error y
confusiones diversas. Ahora, pese a nuestr o ven erado Deca no
de Biología, vam os a ensa yar est e sistema que ha sido proyec-
tado en un plano superior por nuestros Sabios.
»"De la misma forma con que, con su magnífica habilidad cien-
tífica, millones de años atrás perfeccionaron los vehículos más
r á p id os qu e la lu z, ah or a han p er f ec c i on a d o un m ét od o pa ra
r egi s t r a r vi s u a lm en t e los Ar c h i vos Ak a s h i c os . P or vi rt u d d e
este sistema la persona que se halla dentro de un aparato
podrá ver todo cuanto ocurrió en el tiempo pasado. En la
m ed i d a qu e s u s i mp res i on es p u ed an exp li c a rle, vivirá t od a s
las experiencias; verá y escuchará exactamente como si estu-
viese viviendo en aquellas remotas épocas. Para él será como si
estuviese allí. Una extensión especial, que saldrá de su ce-
r eb r o, n os p er m i t i r á a t od os y c a d a un o d e n os ot r os q u e pa r-
ticipemos conjuntamente. El — vosotros, digamos nosotros —,
dejarán a todos los efectos, d e existir en el m om ento actual y
transportarán sus sentidos, vista, oído y sensacion es a las
ép oc a s d el p a s a d o, c u ya vi d a p res en t e y a c on t ec i m i en t os ex-
p eri m ent ar em os, lo mi sm o que en la actu a lidad esta m os exp e-
rimentando la vida de a bordo, o la vida en los pequeños
n a ví os d e p a t r u l la , o t r a b a j a nd o en e l m u n d o m u y l e j a n o d e la
superficie, que es el de nuestr os laborat orios subterráneos. Y o ,
p e r s on a lm en t e, n o p r et en d o c om p r en d e r p l en a m en t e lo s
p r i n c i p o s q u e e s t á n en j u e g o. M u c h o s d e lo s a q u í p r e s en t e s
saben más que yo d el t ema; y ésta es la razón de su pres encia
en t r e n os ot r os . Ot r os , c on otr a s oc up a ci on es , c on oc erá n aú n
m en os q u e yo, y es a e ll os q u e s e d i ri gen m i s ob s e r va c i on es .
P e r m i t i d m e q u e os r ec u e rd e q u e t od os d eb em os t en e r a lgú n
r es p et o p or la santid ad d e la vida . Algun o d e vos ot ros p odrá
considerar est e nativo d e la Ti erra exactament e como cual-
q ui er ot r o a n i m a l d e la b or a t or i o; p er o, c om o lo h a d em os t ra -
do, posee sus sentimientos. Tiene inteligencia y — recordadlo
bien — actualmente, para nosotros, es la criatura más valiosa
de este mundo. Por esto se halla aquí. Más de uno ha pre-
guntado: Pero ¿cómo "colmado esa criatura de conocimientos,
podrá salvar el globo?" La respuesta es que no lo hará."

107
»El Almirante hizo entonces una pausa dramática. Yo no
pud e ver le, c om o es n atu ra l; p ero estu ve c on ven cid o d e que
los demás experimentaban la misma tensión que a mí me
anonadaba. Entonces prosiguió: "Este mundo está mu y en -
f e r m o. No s co n sta q u e l o e s t á . Ig n o ra m os la ra z ón . Y q u e -
remos hallarla. Nuestra tarea consiste en reconocer que existe
a q u í u n e s t a d o d e en f er m ed a d . E n s e gu n d o lu ga r, d eb em os
c on venc er a los h omb res d e qu e están en ferm os. En t erc er o,
les hemos de inducir a que sientan deseos de ser curados.
En cuarto, debemos descubrir concretamente la causa de todos
sus males. Quinto, haremos evolucionar un agente curativo, y
sexto, ten emos que p ersuadir a los h ombres qu e hagan lo
d e b i d o p a r a q u e l a c u ra s u rt a s u e f e c t o . La e n f e r m e d a d s e
r e l a c i o n a c on e l a u r a . P e r o , i g n o r a m o s c ó m o . Ot r o d e b e r á
ven i r , q u e n o s er á d e es t e m u n d o, p orqu e, ¿c óm o p u ed e v e r
los ma les qu e aqu ejan a su p róji m o, aqu él qu e p reci sam ente
es ciego?"
»Aq u e l la ob s e r va c i ón , m e c a u s ó u n s ob r es a lt o . M e p a r ec í a
c ont r adict ori a; yo era ci ego, pero s e m e h abía esc ogid o pa ra
a q u e l la la b or . P e r o n o; n o era a s í . Y o e ra m e ra m en t e e l d e -
positario de ciertos conocimientos. Conocimientos que harían
p os i b le q u e ot r a p ers on a , s i gu i en d o un p la n p rees t a b lec i d o,
lleva s e a cab o su c om et id o. Pero el Alm i rant e c on tinuaba su
discurso:
»"Nu es t r o n a t i vo, un a vez es t é p r ep a r a d o p or n os ot ros y h a -
ya mos acabado nuestra labor para con él, s erá transportado a
un sitio donde podrá gozar (desde un punto de vista humano)
d e una mu y la r ga vid a. No p od rá m orir sin hab er tr asp asado
ant es su s c on oc imi ent os a ot ra p ers ona . Du rant e su s añ os de
c egu era y s oledad, di s f ruta rá d e una pa z int eri or y d e la c on-
vicción d e llevar a cab o algo qu e hará much o bien a este
m und o. Ah or a, ha r em os un a ú lti ma c omp robaci ón d e la s c on -
diciones en que se halla este nativo y lu ego emp ezaremos
nuestras tareas."
»E n t on c es s e es c u c h ó u n r u ido, s i bi en c on si d era b le, p er f ec -
tamente ord enado. La mesa sobre la cual yo estaba fue levan -
tada y trasladada hacia delante. Me llegó a los oídos el ruido

108
a c os t u m b r a d o d e c r i s t a l y m e t a l c h oc a n d o en t r e s í . E l C i r u -
j a n o Ge n e r a l s e m e a p r o x i m ó y m e d i j o a l o í d o : " C ó m o o s
encontráis?"
»Apenas me daba cuenta de cómo me sentía ni dónde estaba;
así es que le respondí: "Todo cuanto escuch é no ha contri-
b u i d o a q u e m e s i e n t a m e j or e n n i n gú n m o d o. ¿C o n t i n u a r é
sin ver nada? ¿Cómo podré participar de todas esas maravillas si
no se me quiere conceder la vista nuevamente?"
»" C a lm a os ", s u s u r r ó l e v e m en t e. " T od o m a rc h a rá b i en , Vo s ,
veréis lo más distintamente posible, en el momento opor-
tuno."
»S e calló unos mom entos, mi entras alguna otra per sona llegó
h a s ta él y l e h i zo u n a ob s erva c i ón . Lu e go p ros i gu i ó: " Ah o r a
os va a s u c ed er l o s i gu i en t e: os p on d rá n en la c a b eza lo q u e
o s h a r á e f ec t o d e s e r u n s om b r e r o c on f ec c i on a d o c on m a l la
d e a l a m b r e . O s p a r e c e r á f r í o, h a s t a q u e o s a c o s t u m b r é i s a l
a rt e f a c t o. Lu e go os c a l z a rá n l o s p i es c on a l g o q u e os p odr á
parecer un par de sandalias, de alambre asimismo. Otros alam-
b res s e d i r i gi r á n a vu es t ros b ra zos . Al p ri n c i pi o, exp eri m e n -
taréis un cosquilleo más bien incómodo; pero pasará pronto y
s e a c a b a r á n t od a s l a s m o l e s t i a s . R ep o s a d , s e gu r o d e q u e o s
t r a t a m os c on el m á xi m o c u i da d o p os i b le. E s o t i en e la m a yor
i m p or t an c ia p a r a n os ot r os . Nec es i t a m os q u e r es u lt e u n gra n
éxi t o; s er í a u n a p ér d id a c on si d era b le c u a lqu i er fra c a s o en el
experimento."
»"Sí", murmuré. "Yo soy el que arriesga más; yo, me juego mi
propia vida."
»E l C i r u j a n o Ge n e r a l s e p u s o e n p i e y s e a l e j ó d e m í . " ¡S e -
ñor ! ", dijo con una perf ecta entonación oficial en su voz. "El
nat i vo ha s id o, examinad o y a h ora está a punt o. Pid o p ermis o
para continuar."
"S e os c onc ed e, el p erm is o — rep li ca la voz gra ve d el Alm i -
rante —: ¡Empezad!" Entonces, empezó un "clic", agudo y una
exc la maci ón c ont enida . No s é qu é man os m e a ga rra r on p or el
cogote y levantaron mi cabeza. Otras, empujaron algo que pa-
rec í a s er u n a b ols a m et á li c a d e a la m b re f le xi b le s ob re m i c a -
beza e hicieron entrar aquel objeto, siguiendo por mi rostro,
109
hasta la barbilla. Se pr odujeron chasquidos extraños y la bol sa
metálica fu e ceñida sobre mi cara muy apretadamente y la
a t a r on a lr ed ed or d e m i c u ell o . Aq u el la s m a n os , lu ego s e r e-
t i r a r on . M i en t r a s t a n t o , o t r a s s e a p l i c a b a n a m i s p i e s . U n a
s u s t an ci a gr a s i en ta , d e olor n a u s ea bu nd o, m e u nt ab a m i s ex -
tremidades inferiores y entonces dos sacos metálicos calzaron
m i s pi es . Yo n o es t a b a a c os t um b ra d o a t en erlos t a n c eñ id os y
m e m olestab an s ob r eman era . P ero yo n o p odía hac er n ada. E l
ambiente de expectación, de tirantez, iba en progresión
creciente.»
Súbitamente, en la cueva, el viejo ermitaño se ca yó de espa l -
da s. P or un la r go r at o, el j oven m on j e es tu vo p etri ficad o de
h or r or; d espu és , ga lvani zad o p or la u r genci a, s e pus o d e pi e
d e u n s a lt o y b u s c ó a t i en t a s d eb a j o d e l a p i ed ra , e l f r a s c o
d e aqu ella m edicina p rep arada pa ra un s em ejant e ca s o d e u r -
gencia. Arrancando el tapón con manos t emblor osas, ca yó d e
rodillas al lado del anciano e introdujo for zadamente a lgunas
g o t a s d e a q u e l lí q u i d o en t r e l o s l a b i o s en t r ea b i e rt os d e l e r -
m itañ o. Mu y c uidad osam ent e, lu ego, volvi ó a tap a r el frasc o
y lo dej ó al lado del cubo del agua. Después meció la cabeza
del viejo sobre su regazo y frotó con decisión las sienes
de aquél.
Gr a d u a l m e n t e , u n p á l i d o r a s t r o d e c o l o r v o l v i ó a s u s m ej i -
llas. Gradualmente, se produjeron signos de que el anciano se
es tab a r ec ob rand o. P or fin , t em b lot eand o, el ermi tañ o m ovió
s u m a n o , d i c i e n d o : « ¡ A h , m u y b i e n , m u y b i e n !, h i j o m í o .
¡Muy bien hecho! Tengo que reposar un rato, ahora...»
«Venerable — dijo el joven monje —, reposad ahora. Os voy a
p r ep a r a r un t é ca li en t e; t en em os u n p oc o d e a zúc a r y m a nt e-
quilla en cantidad suficiente.» Delicadamente, colocó su propia
sábana plegada bajo la cabeza del anciano y se levantó. «Voy
a p on e r e l a g u a e n l a t e t e r a » , d i j o b u s c a n d o e l c a l d e r o q u e
sólo estaba medio lleno de agua.
E ra ext r a ñ o, a h or a qu e s e en c on t ra ba d en t ro d el a i r e f r es c o,
reflexionar sobr e las cosas ma ravillosas que había escuchado.
Extraño, porque le r esultaban familiares. Familiar es, si bien
olvidadas. Era una cosa parecida al desp ertar d e un sueñ o

110
— pensó —. Sólo que estos recuerdos volvían a su reminis-
c en c i a , e n v e z d e d i s o l v er s e c om o l o s s u eñ o s . E l f u e g o c on -
tinuaba encendido. Rápidamente, ech ó en la hoguera unos
p uñ ad os d e p eq u eñ a s ra m a s . Den s a s n u b es a zu les s e l e va n t a -
ron y on d earon p or los aires. Un a b rizna d e aire vagand o
alred ed or d e la mon taña d irigió un hilo d e hu mo sob re el
j oven m on j e y l e ob li g ó a r et r oc ed er t os i en d o y c on los oj os
la gr i m ea n d o. Un a ve z s e h u b o r ec ob ra d o, p u s o el r ec i p i en t e
en el c entro de la hoguera, ahora brillante. Dando una vuelta , el
j oven en t r ó d e n u evo en la cu eva , p a ra c erc i ora rs e d e q u e el
ermitaño se estaba restableciendo.
E l v i e j o ya c í a s o b r e u n l a d o , e v i d e n t e m e n t e b a s t a n t e r e c o -
brado. «Tomaremos algo de té y un poco de cebada — dijo —, y
después descansar emos hasta mañana — y prosiguió —, porque
debo conservar mis débiles fuerzas que, de otro modo, me
fa lla rían y n o p od ría d eja r mi lab or c omp leta . » E l j oven m on je
se dej ó caer de r odillas al la do de su ma yor y miró aquella
figura delgada y devastada.
«S erá com o vos queráis, Venerable», asintió. «Yo ahora entro
p a r a v e r s i t od o es t á en ord en y l u e g o t ra i g o la c eb a d a y l o
q u e s e n ec es i t a p a r a el t é. » Des p u és , s e p u s o d e p i e y s e f u e
al final de la cueva para juntar las provisiones dispersas.
T r i s t e m e n t e , m i r ó e l a z ú c a r q u e h a b í a q u e d a d o en e l f o n d o
d el s a c o. M á s t r i s t em en t e, l o s res t os d e la m a n t eq u i lla , red u -
cid os a una p equ eña p orc i ón. En c ambi o, el t é abundaba rela -
tivamente; bastaba con romp er la pastilla y separar lo q ue
era sólo broza. También había cebada suficiente. El joven
m on j e d ec i d i ó p r i va rs e d e l a z ú c a r y l a m a n t eq u i l la , a fi n d e
que el anciano pudiese disfrutar de ambos.
P o r la p a r t e e xt e r i o r d e la c u e v a , e l a gu a b u rb u j ea b a a l e gre -
m en t e en l o q u e h a c í a la s v e c e s d e c a ld e r o. E l j o v en m onj e
echó el t é a l a gua hirvi ente y un pellizc o d e bórax para que le
realzara el gusto. Mientras se dedicaba a esto, la luz del día iba
men gu and o y el sol corría al ocaso ráp idamente. Aún qu e-
daban, sin embargo, muchas cosas cosas por hacer. Había que
traer más leña y agua, y el joven no había salido aún
para n in guna d e estas cosas. De momen to, volvió a entrar

111
rápidamente en el interi or d e la cueva. El vi ejo ermi taño,
sentado, aguardaba su té. Sobriamente, esparció una poca
cebada dentro del cuenco, echó una pequeña mota de
mantequilla y t endió la vasija para que el j oven m onje se la
llenas e de té. «Es un lujo c ómo no lo tuve durante s esent a
años », exclam ó. «Pi enso que s e me perdonará por disfrutar de
una bebida caliente después de un tiempo tan lar go. No pu de
conseguirlo nunca. Una vez que probé encender fuego, sólo de
intentarlo p egu é fu ego a mi s vestiduras. Me quedan aún
algunas s eñales de las llamas en mi cuerp o; pero ya sa naron,
aunque tardaron bastantes s emanas. Lo que trae el quer er
regala rs e a uno mismo. » Hizo un pequeño suspiro y sorbió el
té.
«Vos ten éis una ventaja sobre mí», dijo ri éndos e el j oven
monje. «C laridad y oscuridad son lo mis mo para vos. Yo, en
cambio, con la oscuridad, he der ramado el mí o por el suelo. »
«¡Oh! — exclamó el anciano —, aquí está el mío.» «De ningún modo,
Ven erable», r eplicó el joven con vehem encia. Tenem os de
sobra. Yo me s ervi ré a lgo más. » Durante un tiempo estuvieron
en compañía y en silencio hasta que el t é s e hubo terminado;
entonces, el joven m onje s e puso de pie y dijo. «Me marcho por más
agua y leña. ¿Puedo llevarm e vues tro cuenco para la varlo?»
Dentr o del r ecipiente grande, ahora vacío, m etió ambos
cuencos y el joven sa lió de la cueva. El viej o ermitaño estaba
sentado y ties o, aguar dando, como había aguardado por varia s
décadas en el pasado.

El sol s e había puesto. Sólo en las cumbres r einaba una luz de


or o, que ya viraba hacia el púrpura a medida que el joven
monje lo iba contemplando. En la lejanía, en las oscuras fal das
de los montes, s e iban encen diendo pequeñas motas d e luz.
Eran las lámparas d e manteq uilla que bri llaban a través d el
aire frí o y nítido del llano de Lhasa. E l perfi l s ombrío del
convento d e lamas de Dr epung r elucía como una ciudad amu-
rallada, más abajo, siguiendo el va lle. Aquí, en el mis mo
flanco de la m ontaña, el joven pudo divisar desde las a lturas la
ciudad, los conventos de lamas y seguir el bri llo d el río Ale -

112
gra . M á s lej os , e l P ot a la y la M on t añ a d e Hi err o a ú n res u lt a -
b a n i m p on en t es , p or m u c h o q u e en a p a ri en c i a s e vi e s en e m -
pequeñecidos por las distancias tan considerables.
P e r o n o h a b í a t i em p o q u e p er d er. E l j o v en m on j e s e r ep r e n -
d i ó a s í m i s m o, llen o d e u n a vi va i nd i gn ac i ón p or s u p r op i a
pereza, y s e apresuró a lo largo del sendero a orillas del lago. A
toda prisa, llenó el r ecipiente y lavó los d os cu encos, c omo
antes había lavado aquél, y regresó p or el mismo camino,
ll eva n d o el r ec i p i en t e c on la gru es a ra m a q u e le s er ví a pa r a
m a n ej a r l o . E n a q u e l m o m e n t o , c u m o s e d e t u v i e s e u n o s m o -
m e n t o s p a r a d e s c a n s a r , ya q u e l a r a m a e r a l a r g a y p e s a n t e ,
m i r ó h a c i a a t r á s p o r d on d e h a b í a e l p a s o d e la m on t a ñ a q u e
c onducí a a la In d ia . Allí t em b lot eaba n un as lu c ec ita s qu e
d elataban la pr es encia d e un a ca ra vana d e m ercad er es , acam -
pad os p or la n och e. Nadi e viaj a p or la n och e. E l c ora zón d el
j o v en la t i ó c on f u e r za . M a ñ an a , l os m e rc a d e r es vo l v e rí a n a
em p r end er su lent o vi aj e a lo la rgo d e la pi sta d e la m on taña y
sin duda establecerían su campamento a orillas del la go,
a n t es d e p r os egu i r h a s t a Lh a s a , el d í a si gu i en t e. ¡T é, m a n te-
q ui lla ! E l j ov en s on r i ó p a r a sí y v ol vi ó a c a r ga r c on s u s p ro-
visiones como renovado.
«¡Venerable!», anunció al entrar a la cueva con el agua. «Hay
unos mercaderes en el paso d e la montaña. Mañana tendre-
m os m a n t equ i lla y a zú c a r. E s ta ré d e gu a rd i a ent ret a nt o. » E l
anciano se sonrió levemente, mientras decía al joven:
«M u y b i e n . P e r o , l o q u e e s a h o r a , d u r m a m o s . » E l j o v e n l e
ayudó a poners e en pie y le guió la mano hasta la pared.
Vacilando, el ermitaño se fu e a su habitación interior. El
j oven m on j e s e ec h ó, d es p u és d e h ab er li m p i ad o la d ep r e s i ón
d on d e t ení a su ya c i j a. Du ran t e u n ra t o es t u vo p en s and o en lo
qu e había escuchad o. ¿E ra c i ert o o n o qu e los h omb res er an
s ólo yer b aj os ? ¿Nad a m ás qu e un os ani ma les exp eri m enta les ?
«No — p en s ó — , a lgun o d e n os ot r os hac e t od o lo p os ible par a
obrar lo m ejor que sabe en circunstancias difíciles; y n u e s t r os
t ra b a j os s i r v en p a r a a n i m a rn os a es c a la r h a c i a a rri ba, porque
siempre, en las cumbres, hay sitio.» Pensando esas cosas, se quedó
profundamente dormido.
Capítulo séptimo

El joven monje se revolvió con un estremecimiento. Soño-


l i e n t o , s e f r o t ó l o s o j o s y s e s e n t ó . La e n t r a d a d e l a c u e v a
era de un gris oscuro y borroso, contra la negrura del interior.
El frío hacía sentir su aguijón. Rápidamente, el joven se
vistió y se apresuró hacia la entrada. El aire allí era muy frío, y
el viento aullaba entre las ramas y carraspeaba entre las
h oja s s eca s. Los p ája ros p equ eñ os s e hab ían res gua rd ad o d el
v i en t o c o l oc á n d os e a l a m p a ro d e l o s t r on c os . La s u p e r f i c i e
del la go se a gitaba y a lborot aba levantando un oleaj e que se
r omp ía c ont ra la s ori llas , obli gand o a la s caña s qu e s e en -
corvasen, protestando contra la fuerza que se les hacía.
E l d í a , r ec i én n a c i d o , e ra g ri s y a lb o r ot a d o . Nu b es a m on t o -
n a d a s s ob r e lo s p er f i l e s d e la s m on t a ñ a s f l ot a b a n y d e s c e n -
dían por las cuestas, como r ebaños de ovejas per seguidos por
los p e r r os d el c i e lo. Los p a s os d e la m on t a ña es t a b an es con -
didos por nubes tan n egras c omo las rocas mismas. Las nubes
c ont inuaban d esc end i end o, b or r and o el pa is aj e, inund and o la
m es et a d e Lh a s a d en t ro d e m a res d e n i eb la . Un s úb it o s oplo
de viento, y la tr opa de nubes, pareció barrer al joven monje.
De tan espesas como eran no pudo continuar viendo la en-
t rad a d e la cu eva. No p od ía ver su man o a p oca dis tanci a del
rostr o. Li geram ente a su izquierda, la hoguera emitía silbidos y
salpicaduras al caer sobre ella los relentes de la niebla.
Ap r e s u r a d a m e n t e q u e b r ó a l g u n o s p a l o s y l o s a p i l ó e n c i m a
del fuego todavía en rescoldos. La leña húmeda crujió y humeó
m u c h o r a t o a n t e s d e i n f la m a rs e . Lo s m u gi d o s d e l vi en t o s u -
bieron de punto hasta convertirse en chi llid os. La nube se
h i z o a ú n m á s e s p es a y e l g o l p e o vi o l en t o d e la s p i ed r a s d e l
g r a n i zo ob li g ó a l j o v en m on je a b u s c a r r e fu gi o d en t r o d e l a
c u e va . D e la h o gu e r a s e e s c a p a r on u n os s i lb i d o s y e l f u e g o
m u r i ó p oc o a p oc o. An t es d e q u e s e e xt i n gu i es e d el t od o, e l
j o v e n a p a r t ó u n a r a m a t od a ví a e n c e n d i d a . P r e s u r o s a m e n t e , la
llevó hasta la misma boca de la cueva, a cubierto de lo peor

114
d e la t o r m en t a . C on m en o s fo r t u n a , s a li ó d e n u e vo a s a lv a r
tanta leña como fuese posible, ya que las aguas se la llevaban en
su curso torrencial.
E s t u v o m u c h o r a t o r ea li z a n do u n g ra n es fu e r zo . Lu e go , q u i -
tánd os e la r opa y es cu r ri énd ola , ya qu e est aba empapada p or la
llu vi a . Ac t u a lm en t e, la n i eb la i n vad ía la c u eva y el j o v en
m on j e t u vo qu e s egu i r s u c am i n o d e reg res o a t i en ta s , h as t a
que llegó a la gran roca, bajo la cual acostumbraba dormir.
«¿Qué pasa?», interrogó la voz del ermitaño.
«No os preocupéis, Venerable», replicó el joven amablemente.
« La s n u b e s n o s h a n c a í d o e n c i m a y n u e s t r o f u e g o p rá c t i c a -
mente se apagó.»
«No hay que preocuparse — dijo filosóficamente el viejo — el
a gu a exi s t i ó an t es qu e el t é; b eb a m os , pu es , a gua y d ej em os
para más adelante el té y la tsampa hasta que el fuego lo
permita.»
«De acuerd o, Venerable», r es pondió el j oven. «Ver é si puedo
a lu m b r a r d e n u ev o u n a h o gu e r a , a l a m p a ro d e l a r o c a ; p u d e
salvar una rama encendida, a tal propósito.»
E l j oven s e d i ri gi ó d e nu evo a la ent rad a. E l grani zo caí a, es -
p es o; t od o el s u elo estab a cubi ert o d e la grani zad a y la oscu -
r idad er a aún má s int en sa qu e ant es . S e p r oduj o un resta llid o
c om o d e lá t i go, s egu i d o d el p rofu n d o ru m or d e u n t r u en o, o
tal vez de una peña que había sido partida por el rayo. El
j oven m on j e s e p r egu n t ó s i a lgu n a ot r a er m i t a s e h a b í a vis t o
a rr a s t r a d a c o m o u n a h oj a a l v i en t o, d en t r o d e la t e m p es t a d ;
s e e s t u v o u n r a t o es c u c h a n d o, p r oc u ra n d o oí r a l gu n a v o z p i -
diendo socorro. Entonces regresó a la cueva y se agachó sobre
l a r a m a q u e t o d a ví a s e v e í a a r d i e n d o . C on t o d o c u i d a d o , l e
a r r i m ó p eq u eñ os p ed a zos d e ra m i t a s y a li m en t ó n u eva m en t e el
f u ego. Den sas nub es d e hum o s ur gi er on en t onc es y fueron
empujadas por el viento en dirección al valle; pero las llamas,
p r es e r va d a s p o r e l s a li en t e d e l a s p eñ a s , c r ec i e r on c on t od a
pausa.
Dentro de la cueva, el anciano ermitaño estaba temblando,
p or q u e e l a i r e, h ú m ed o y f r í o , t ra s p a s a b a s u d e l ga d o y m a n -
chado manto. El joven monje pensó en su propia capa; pero

115
t a m b i én é s t a s e h a l l a b a em p a p a d a . Gu i a n d o c on la m a n o a l
viejo monje le condujo poco a poco hasta la entrada d e la
cueva y le hizo sentar allí. El joven monje, con todo cuidado,
iba empujando las ramas encendidas, acercándolas al anciano,
pa ra qu e pudi es e n ota r el c a lor y n ota r a lgún a li vi o d el frí o.
«Vo y a p r ep a ra r a lgo d e t é — dij o — ; ah ora el fu ego es su fi-
ciente.» Diciendo estas palabras entró a la cueva por el
recipiente de agua y volvió con éste y la cebada. «Voy a
ll en a r s ó lo h a s t a la m i t a d d el a gu a — ob s er vó — , ya q u e e l
f u e g o e s d e m a s i a d o p e q u e ñ o , y t e n d rí a m o s q u e e s p e r a rn o s
demasiado. » S e sentaron después el uno al lado del otro, pro-
tegidos de las peores embestidas de los elementos, por el techo
roc oso y el sa li ent e la t era l d e la ent rad a. La s nub es eran
densas y no se escuchaba el canto de ningún pájaro.
«Será un inviern o mu y rudo», exclamó el viejo ermitaño.
«P o r f o r t u n a p a r a m í , n o t e n d r é q u e s op o r t a r l o . C u a n d o os
h a ya c o m u n i c a d o t od o m i s a b e r a v o s , p o d r é a b a n d o n a r m i
exi s t en c i a y m e ve ré li b re p a ra m i p a rti d a a los C a m p os C e-
lestiales donde, de nuevo, podré gozar de la vista de mis
o j o s . » M e d i t ó l u e g o u n o s m i n u t o s en s i l e n c i o, m i e n t r a s e l
j oven m on j e c on t em p la b a la fi gu ra d el h u m o s ob re la s u p er -
ficie de las aguas. Entonces, prosiguió: «Es, ciertamente, muy
duro aguardar todos estos años en la más total oscuridad, sin
nin gún h omb re a qu ien llamar "amigo", y viviend o en tal
e s t r ec h e z q u e h a s t a e l a gu a c a li en t e p a r e c e u n lu j o . S e h a n
arrastrado los años a mi alrededor y he transcurrido una larga
e x i s t e n c i a s i n h a b e r v i a j a d o m á s q u e l o q u e h i c e h o y, p a ra
llega r a l lad o d e es ta h ogu era . P or qu e, d e t ant o ti emp o c omo
p erman ec í s i lenci os o, h as ta mi voz s em ej a un est ert or r onc o.
Hasta que vos llegasteis, no tuve fuego, ni calor, ni compañía,
cuando el truen o estremecía la montaña y las rocas que se
d e r r u m b a b a n a m en a z a b a n e m p a r e d a r m i r e f u gi o . »
E l j o v en m on j e s e p u s o en p i e y a r r op ó la s á b a n a s e c a d a a l
fuego sobr e las flacas espaldas de su mayor y s e dirigió hacia
el bote d e agua, cuyo conten ido ahora burbujeaba alegre-
m en t e . D en t r o d e l a gu a , e l j ov e n e c h ó u n a b u n d a n t e p ed a zo
del ladrillo de té. Cesó, entonces, el burbujeo; pero no tardó

116
m u c h o en v o l v e r a h u m e a r e l c a ld e r o, y e n t on c e s s e a ñ a d i ó
a zú c a r y b ór a x a l a gu a . E l t r on c o, r e c i én d es c o rt e za d o, f u e
aplicado enér gicament e, y una astilla plana fue utilizada para i r
q ui t an d o lo p eor d e l os t ron c os y la b ro za q u e flot a b a n en la
superficie.
E l t é t i b et a n o — t é d e la C h i n a — es la form a m á s b a ra t a d e
t é, c on si st ent e en ba rredu ra s d el su elo d e c a lidad es m ej ores .
Es lo que queda después que las mujeres han recolectado
la s h oj a s m á s es c ogi d a s y h a n d ej a d o d e la d o el p olvi ll o. E l
conjunto de esos desperdicios se prensa en bloques o en la-
d r i l lo s , y s e t r a n s p ort a s ob r e l o s p a s os d e l Tí b et , d on d e lo s
t i b et an os , a f a lt a d e m ej or, ad qu i eren d ic h os lad ri llos a c am -
bio de otros artícu los y usan ese t é como uno de los ingre-
d i en t es d e s u d u r o e xi s t i r . A e s e t é h a y q u e a ñ a d i r l e b ó ra x,
porque dicho té es tan crudo y fuerte que con frecuencia
oc asi on a ra mpa s d el est óma go. La op eraci ón d efiniti va, cuan -
do se hace el té, consiste en quitarle las impurezas de la
superficie.
«Venerable maestro», preguntó el joven monje. «¿No estuviste
nunc a en la s ori llas d el la go? ¿No t e ha s p as ead o a lguna vez
por el ancho borde d e las rocas, a la derecha de la cueva?» « N o
— r e p l i c ó e l e r m i t a ñ o — ; d e s d e q u e fu i d ep o s i t a d o e n e s t a
c u e v a p o r l o s H o m b r e s d e l E s p a c i o , j a m á s h e i d o m á s lej os
que donde ahora estam os. ¿Qué inter és podía of r ecerm e el i r
m ás lej os ? No p odía ver nad a d e lo qu e estaba a mi a lr ededor,
ni podía arriesgarme con seguridad hasta las ori llas del lago,
con peligro de caer en él. Después de tantos años dentro d e l a
c u e v a y ' e n l a o s c u r i d a d , s i e n t o q u e l o s r a yo s d e l s o l hi eren
m i c arn e. Los p rim eros ti emp os d e mi es tanci a en es ta c u e v a
a c o s t u m b r a b a a b u s c a r a t i e n t a s m i c a m i n o h a s t a e s e punt o
pa ra ca lenta r m e a l s ol; p er o d es d e la r go ti emp o p er man e z c o
s i e m p r e e n e l i n t e r i o r . ¿ C ó m o e s t á h o y e l d í a ? » «M u y m a l ,
V e n e r a b l e », r e p l i c ó e l j o v e n m o n j e . «P u e d o v e r n u es t r a
h ogu er a y la s • f or m a s b orros a d e u na roc a lej a n a. E l rest o está
enn egr ecid o p or una ni eb la gris esp esa y p egaj osa . Llegan los
nubarrones por la montaña; la tempestad nos vi ene de la India.»

117
Distraídamente, contemplaba sus propias uñas. Habían crecido
mucho. Resultaban incómodas. Mirando a su alreded or, halló
un p eda zo d e pi ed ra d eleznable, p i ed ra caíd a p or la s lad era s
de la montaña procedente de algún fenómeno volcánico de
la antigüedad. Con toda energía, frotó esa esquirla contra sus
uña s h ast a qu e la s r eduj o a una s p r op orci on es m ás c óm od as.
Las uñas de los pies, pese a que eran más duras y resistentes, el
joven monje, resignadamente, trabajó hasta que quedaron a su
entera satisfacción.
«¿N o p od éi s v er n i n gu n o d e los p a s os d e la m on t a ñ a ?», p r e-
g u t ó e l a n c i a n o. «¿E s q u e lo s v i a j e r os s e en c u en t ra n p a ra l i -
zados por las nieblas de la montaña?»
«C on toda s eguridad», exclam ó el joven monje. «Deben est ar
p a s an d o s u s r os a r i os , es p era n d o a s í ap a rt a r a los d em on i os .
No les ver em os h oy. Vend rán a n os ot r os c uand o s e levan t en
la s n i eb la s . Y, a un , h a y q u e c on t a r c on q u e el s u e lo es t á c u -
bierto de granizo congelado. Ahí mismo, delante de nosotros,
forma una espesa capa.»
«Bien; entonces — continuó el anciano —, podemos proseguir
n u e s t r a c o n v e r s a c i ón . ¿H a y m á s t é , p o r v e n t u ra ? »
«S í ; l o h a y», r e p li c ó e l j o v en m on j e. «V o y a l l e n a r vu e s t ra
t a za ; p e r o t en éi s q u e b eb e r l o r á p i d a m en t e, s i n o s e os va a
e n f r i a r en u n m o m en t o. Ah í e s t á . V o y a a ñ a d i r l eñ a a la h o -
guera.» El joven monje, después de haber puesto el cuenco en
la s m a n os ext en d id a s d el a n cia n o, s e leva n t ó a p or m á s leña
qu e ani ma s e el f u ego. «Qu i ero t ra er má s t ronc os y r a m as del
b osqu e d e en fr ent e, baj o la llu via », anunc i ó, c amin and o d en -
t ro d e la n i eb la . No t a rd ó en reg res a r, c a rga d o c on a qu ell os
t r on c o s y r a m a s m oj a d a s . E n to n c es s i t u ó s u c a r ga , ord en á n -
d ola alred ed or d el fu ego, p ara qu e se secase con el humo
caliente. «Ahora, Venerable — le dijo al propio tiempo que se
sentaba a su vera —, estoy completam ente listo para escuchar
cuanto queráis explicarme.»
Durante algunos minutos, el viejo permaneció en silencio, pro-
bab lem ent e r em em orand o en su im a ginac i ón aqu ellos lejan os
días. «Es extraño», observó como de paso. «Estarme aquí como
el más pobre de los pobres, y revivir en la imaginación todos

118
los portentos que he p resenciado. Experimenté grand es co-
s a s , h e vi s t o m u c h a s y m e h a s i d o p r om et i d o m u c h o . E l d u e -
ñ o d e los Camp os Celestiales está ya a pun to d e darme la
b i en v en i d a . Un a d e l a s c o s a s q u e a p r en d í , y v o s n o t en d r é i s
que olvidarla en los años venideros, es la siguiente: Esta vida es
sólo una sombra d e exist encia. Si rea li zamos nuestra labor en
esta vida, podr emos s er admitidos en la vida real de más
a r r i ba . Lo s é p o r q u e l o h e v i s t o . P e r o c o n t i n u e m o s p o r e l
ord en c on e l c u a l s e m e h a e n c om en d ad o exp li c a r la s c os a s .
¿Dónde estábamos?»
Vac i ló y s e d etu vo un os inst ant es. E l j oven m onj e ap rovech ó
l a oc a s i ón p a r a a ñ a d i r l eñ a a l fu e g o. E l e rm i t a ñ o c on t i n u ó :
«S í ; l a t e n s i ó n d e l a a t m ó s f e r a e n l a c a v e r n a fu e c r e c i e n d o
c o n t i n u a m en t e h a s t a u n p u n t o i n s o s t e n i b l e , y y o e r a e l q u e
se hallaba en ma yor t ensión de todos. Al fin, la t ensión alcan z ó
u n p u n t o c a s i i n s o s t e n i b l e . E l Al m i r a n t e , e n t o n c e s , p r o -
nunció unas breves órden es. Entonces se produjo un movi-
m i en t o d e t éc n i c os a mi a lre d ed or y u n c ha s qu id o s ú bi t o. E n
el acto, yo experimenté como si todos los tormentos del infiern o
b rot a sen a t ra vés d e mi cu erp o. E ra c omo si flot a se y me
s entí a a punt o d e esta lla r. Rayos en zi g- za g s e enc endí an p o r
e l á m b i t o d e m i c e r e b r o y m i s ó r b i t a s p ri v a d a s d e o j o s m e
p a r ec í a c om o s i e s t u vi es en c ol m a d a s d e c a rb on e s en c en d idos .
S e p r od u c í an , en m í , vu elt a s d en t ro d e la c a b eza , a gu d os y
d olor os os ch asquid os. M e s entí a c om o gi rand o y r odan do por
la eternidad. Crujidos, estallidos y horribles estruendos me
acompañan sin cesar.
»C a í a s i em p r e m á s a b a j o, gi ra n d o y v olt ea n d o la c a b eza p or
debajo de mis talones. Lu ego t uve la s ensación de un largo tu b o
d e c olor n egr o en un o d e cu yos ext r em os apa r eci ó una lu z de
color rojo sanguinolento. Entonces, cesó aquel volteo y me vi
lentamente ascendiendo aquella luz. A vec es, me des li zaba
h a c i a a b a j o; en ot r a s , m e d et en í a ; p e r o s i e m p r e u h e mpuj e
peno so , vac i lant e, volvía a llevá rs em e p en osa m ent e, vaci lan -
tem ente; per o siempr e hacia arriba. Por fin, llegué a la fu ente
de aquella luz san guinolenta, y no pude avan zar más. Una
piel, una membrana o "algo" obstaculizaba mi camino ade-

119
l a n t e . R e p e t i d a s v e c e s f u i l a n z a d o c on v i o l e n c i a c on t r a e l
obstáculo. Otras tantas n o logré pasar. Crecían mi dolor y
terror. Una violenta impresión dolorosa me invadió y una
espantosa fuerza m e empujó repetidamente c ontra la barrera ;
se escuchaba un sonido agudo y d esga rrador. Entonces me vi
l a n za d o a g r a n v e l oc i d a d a t ra v és d e l ob s t á c u l o q u e s e p u l-
verizaba.
»Vertiginosamente yo subía; mi conciencia se oscureció y llegó
e l m o m e n t o q u e s e a p a g ó d e l t o d o . E xp e r i m e n t a b a l a v a g a
impresión d e una interminable caída. En mi cerebr o, una voz
g r i t a b a . " ¡S u b e, s u b e !" M e i n u n d a r on u n a s o la s d e n á u s ea .
Y la Vo z, i m p er i os a , m e exh ort a b a . " ¡S u b e, s u b e !" P or f i n ,
lleno de exasperación, me esforcé en tener los ojos abiertos y
t en er m e s ob r e mi s pi es . P ero, n o fu e p osib le; ¡no t enía cue r-
po! Era un espíritu desencarnado, dueño de vagar adond e
q u i s i e r a d e e s t e m u n d o . ¿E s t e m u n d o ? ¿Q u é e r a , e s t e m u n -
do? Miré hacia arriba y creció mi extrañeza de la esc ena que
yo c on t e m p la b a . Lo s c o l o r es e r a n , t od o s , f a ls os . La h i e r b a
era verde y las rocas, amarillas. El cielo, era de un tinte verde
y s e d i vi s a b a n d os s o l e s . E l u n o er a d e u n a zu l- b la n c o y e l
ot ro, ana ranj ad o. ¿La s s omb ras ? No ha y m an era d e d es c ribir
la s s om b r a s q u e p r oyec t a n d os s ol es a la v ez. P er o, t od a ví a
más raro, se veían estrellas en el cielo. En pleno día. Eran, las
estr ellas, de t odos los c olores : rojas, a zules, verd es, de color
d e á m b a r , e i n c lu s o a lgu n a s era n b la nc a s . No es t a b a n d es p a-
rra m a d a s c om o lo es t á n los a s t ros a los c u a les es t a m os a c os -
t u m b r a d os . Al l í l a s e s t r e l la s c u b rí a n e l c i e l o, c om o l o s g ra -
nos de arena tapizan enteramente el suelo.
»De lejos, llegaban rumores, ruidos. Pero por mucho que
e s f o r zá s e m os n u e s t r a i m a gi n a c i ón n o p od rí a m os l l a m a r m ú -
s i c a a t od os a q u e l l os ru i d os ; s i n e m b a r g o, n o h a y d u d a q ue
t od o a qu ell o er a m ú s i c a . La Voz s e h i zo es c u c h a r d e nu ev o,
f rí a , i m p la c a b l e : «M u é v et e; d e c i d e p o r t i m i s m o a d ón d e n e-
cesitarás ir"; de manera que yo pensé dirigirme a la zona
d e d ond e m e llegaban los s onid os. Y ya es taba en ella. S ob re
u n t er r en o l la n o , c u b i e rt o d e h i e rb a r oj a , b ord ea d o d e á r b o-
} e s d e c o l o r d e p ú r p u ra y d e n a ra n j a , d a n z a b a u n g r u p o d e

120
gente joven. Algunos iban vestidos de colores vivos; otros no
llevaban vestidura alguna. Con todo, estos últimos no provocaron
en mí la menor reacción adversa. A un lado iban otros tañendo
instrumentos cuya descripción rebasa mis facultades. El ruido
que armaban, me es igualmente imposible describirlo. Todas las
notas me resultaban desafinadas, y el ritmo, para mí, no tenía
sentido alguno. "¡Mézclate con ellos !", me ordenó la Voz.
»Inmediatamente, me vi flotando por encima de ellos, y me
ordené a mí mismo ir sobre un trozo de aquel prado y me sentí
sobre aquél. Era tan caliente que temí lastimarme los pies; pero
recordé que yo no tenía pies, ya que era un espíritu de-
sencarnado. Lo que luego ocurrió me lo demostró bien cla ramente:
una muchacha desnuda, persiguiendo a un joven cubierto de brillantes
vestiduras, pasó a través de mí sin darse ellos cuenta. La
muchacha aprisionó a su hombre y enlazán dole con sus brazos lo
llevó fuera del prado, tras los árboles, y del sitio donde se
detuvieron me llegaron algunos chillidos y exclamaciones de
placer. Los instrumentistas continuaron con sus dislates
musicales, y todo el mundo pareció hallarse en extremo
complacido.
»Subí, luego, por los aires y no por mi propia voluntad. Me veía
dirigido como una corneta cu yo hilo maneja un chaval. Siempre
más alto, yo ascendía por los aires hasta que, por fin, pude
divisar el brillo del agua. ¿Era, verdaderamente, agua? El color
era de espliego pálido, que mandaba destellos de oro al rizarse
las olas. "El experimento me ha matado", juzgué entre mí.
"Ahora estoy en el Limbo, en la Tierra de las Gen tes olvidadas.
Ningún mundo contiene tales colores ni cosas tan singulares."
"¡No!", murmuró aquella inexorable Voz, dentro de mi cerebro.
«El experimento ha tenido buen éxito. Tendréis su debido
comentario de todo cuanto ahora sucede, para que estéis más
informado. Es vital que comprendáis todo cuanto se os muestre.
¡Poned toda atención!" "¡Toda mi atención! ¿Podía acaso hacer
otra cosa?", pensé tristemente.
»Me remonté cada vez más alto. Muy lejos, divisé refulgentes
rayos en el horizonte. Eran extrañas y espantosas formas que

121
a llí s e c on t emp laban, s em ejant es a los di ab los d e las pu ertas
del In fierno. P odía distinguir también manchas débiles d e lu z
que se caían y asc endían, yendo de una forma a otra, d e aqué-
l l a s . T od o a l r ed ed o r d e e l l a s e x i s t í a n a m p li os c a m i n os q u e
i r r a d i a b a n d e c a d a u n a d e a q u e l l a s f o r m a s , i gu a l c o m o l o s
p ét a los d e la s f lor es s e a l ej a n rad i a lm en t e d el c en t r o. Tod o
aquello era, para mí, un misterio; no podía imaginar cuál
podía ser la naturaleza de tod o aquello; s ólo podía flotar por
los aires, lleno de sorpresa.
»B ru sca m ent e, m e s en tí lan zad o d e nu evo a velocidad ac ele-
rada . Desc end ía la a ltu ra d e m i vu elo. Mi d es c en s o, d el t od o
involuntario, s e dirigía hacia un punto donde pude distinguir
va ri as c as as indi vidua les espar cid as a lo la r go d e una s ca rre-
teras dispuestas de forma radial. Cada casa me parecía tener ,
a lo men os, el tamañ o de las que son propiedad de la más
a l t a a r i s t o c r a c i a d e Lh a s a , c a d a u n a o c u p a n d o u n a p o r c i ón
crecida de terreno. Extrañas estructuras de metal se apelotona-
b a n a t r a vés d e los c a m p os , ef ec t u a nd o t r a ba j os qu e s ólo u n
a g ri c u lt o r p u ed e r e la t a r p u n t u a lm en t e . M a s , c u a n d o e s t u ve
m ás c erca , m e di cu en ta d e que s e t rataba d e una gran finc a,
donde flotaban sobre unas aguas poco profundas unas planchas
perforadas. Encima de aquéllas había un gran número de
plantas maravillosas, cuyas raíces se arrastraban dentro de las
aguas. Tant o por su b elleza como p or su tamaño, aquella s
p la n t a s e r a n m u c h o m a yo r e s q u e la s q u e u s u a lm en t e c r ec en
sobre el suelo. Contemplándolas, me llenaba de maravilla.
»D e n u e v o m e r e m o n t é d e a q u e l l o s p a r a j e s y p o d í a v e r m a -
y o r e s h o r i z o n t e s a l o l e j o s . Aq u e l l a s f o r m a s q u e t a n t o m e
habí an in t ri gad o cuand o la s veí a d esd e lej os , estab an mucho
más cerca; pero mi cerebro ob tuso no se hallaba en situación
de comprender lo qu e veía; era demasiado impresionante;
p a r e c í a i n c r e í b l e e n e x c e s o . Y o e r a u n p ob r e t i b e t a n o , s i m -
p l e m e n t e u n h u m i ld e s a c e rd o t e q u e n u n c a h a b í a p a s a d o d e
u n a c or t a vi s i ta a Ka li m p on g. P er o, en a q u ellos p r ec i s os
i n st a n t e s , a n t e m i s e x t r a ñ a d o s o j o s — ¿ p e r o y o t e n í a o j o s ?
—asomaba una grand e, una fabu losa ciudad. Torres
inmensas, en espiral, se elevaban tal vez unos
setecientos me-
122
tros en el aire. Cada una de ellas pos eía un balcón en espiral,
d e l c u a l i r r a d i a b a n , s i n q u e s e v i e s e n i n gú n a p o yo , u n a s c a -
lles qu e entre todas tejían una telaraña, esp esa cual no lo
s on t ej i d a s p or la s p rop i a s a ra ñ a s . Di c ha s c a lles s e h a l la b a n
at es tada s p or una rápida much edu mb re. Haci a a rriba y h acia
a b a j o o s c i la b a n p á j a r os m ec á n i c os c a rg a d o s d e g en t e . C a d a
u n o d e e l l os s e la s a r r eg l a b a p a ra n o c h oc a r c on l os d em á s
c on u n a h a b i li d a d q u e m e l l en a b a d e s o rp r es a . Un o d e a q u e -
llos pájaros veloces vino hacia mí. Vi un hombre que iba
delante de todo, guiándolo; pero él no me veía. Todo mi
cu erp o se contrajo y se retorció d e terror, p en sand o en el
c h oq u e i n e v i t a b l e ; p e r o e l a r t e f a c t o s e m e a c e r c ó , v e l o z , a
t ra vés mí o, y _ n o m e pa s ó nada . ¿Qu é era, yo? S í ; r ecu er do,
era entonces un espíritu d esencarnad o; p ero q uisiera qu e
alguien explicase a mi cerebro la razón por la cual experimen -
tab a em oci on es — p rincip a lment e la d el mi ed o —, i gua l qu e
un cuerpo normal y entero en mi caso habría experimen-
tado.
»Yo vagaba entre aquella s tor res en espira l y me columpiaba
s obr e la s ca lles . A c ada punto, d escub rí a nu eva s ma ra vi llas .
En ci er t os a lt os n i veles, s e veían es tup end os ja rdin es c olgan -
t es . Ha b í a c a mp os d e j u ego d e u n a i n c reí b le b el le za p a r a l a
gente n oble. Pero, todos los colores estaban equivocados.
Y l a g e n t e t a m b i é n . Un o s e r a n g i g a n t e s y o t r o s e n a n o s . Al -
gunos tenían cosas de seres humanos y otros de aves, el
cu erp o qu e pa r ecía human o y qu e p os eía una p erfect a cab eza
d e p á ja r o. Algu n os er a n b la nc os ; ot r os , n egr os , o c o lo ra d os ,
a l p a s o q u e ot r os er a n v erd es . E ra n d e t od os los c olo r es , n o
s imp lem ent e mat ic es o tint es, s in o c olores p rim ari os bi en d e-
f i n i d o s . Al g u n o s d e e l l os p o s e í a n c u a t r o d ed o s , c on u n p u l -
ga r en c a d a m a n o. P ero l os h a b ía qu e t en í a n, en c a da m a no,
n u e v e d ed os y u n p a r d e p u lg a r es . Un g ru p o o s t en t a b a s ól o
t r es d ed os , c u er n os a l a d o y l a d o d e la t es t a y u n ra b o. M i s
nervios no aguantaron más ante aquella visión y, por mi volun -
tad, me elevé por los aires con toda velocidad.
»Desde mis nuevas alturas la ciudad se veía claram ente como
cubría un vasto espacio; se extendía tanto como podía alcanzar

123
m i vi s t a; p er o en u n o d e s u s ext r em os d i s t a nt es , s e d i vi s ab a
u n c la r o q u e es t a b a li b re de a lt a s ed i fi c a c i on es . Al lí , el
t r á f i c o a ér eo e r a i n t en s í s im o. Un os t i ld es b r i lla n t es (a s í lo
p a rec í an p or la d i s ta nc i a ) s e rem on t a b a n c on un a veloc i da d
q u e d es af i a b a la vi s t a y s egu í a n p or u n p lan o h ori zon t a l. Me
vi m a rc h an d o p or los a i r es h a c i a a qu el d i s t ri t o. Al
a p roxi m a r m e, m e d i c u en ta de q u e t od a a q u ella á r ea p a rec í a
f a b r i c ad a d e c r i s ta l, y en s u s u p erfi c i e s e d es c u b rí an r a r os
a p a rat os m et á li c os . Al gu n os era n e s fé ri c os y, p or la
d i rec c i ón qu e lle va b a n , pa rec í a n via j a r m á s a llá d e los
c on f i n es d e a qu el m u nd o. Ot ros , p a rec id os a d os h em i s f er i os
d e m et a l u ni d os p or los b ord es , t a mb i én p a rec í an d es ti n ados
a vi a j es f u er a d e s u m u n d o. M a s h ab í a ot ros q u e p a r ec ía n
la n za s d i s p a r ad a s . Ob s ervé q u e, d es p u és d e ga n a r c i ert a
a lt u r a , a d opt ab an un a t ra yec t ori a h oriz on t a l y vi a j a b an h a ci a
a lgú n s i t i o, p a ra m í d es c on oc i d o, d e a qu el m u n d o. E l
m ovi m i en t o er a v er t i gi n os o y yo a p en a s p od ía c reer q u e t a n ta
gen t e p u d i es e c a b er en u n a c iu d ad . Tod os l os h a b i t an t es d el
m u nd o es t a ba n a llí c on gr ega d os , p ens é. P ero ¿q u i én er a yo ?
M e s en t í llen o d e p á ni c o.

»La V oz m e r es p on d i ó: "Ti en es q u e s a b er y en t en d er q u e la
Ti er r a es s ó lo u n p eq u eñ o es p a ci o; la Ti erra es u n o d e l o s
m á s di m in ut os gr a n os d e a ren a a ori lla s d el R í o F eli z. Los
d em á s m u nd os d e es t e Un i ve r s o d on d e es t á s i t u a da la Ti e r r a
s on t a nt os y t a n d i vers os c o m o la a r en a , los gu i j a r ros y la s
roc a s q u e s i gu en la s ori lla s d el R í o Fe li z. P e ro e s o n o es m á s
q u e un Un i ver s o. Ha y Un i ve r s os m á s a llá d e t od a c u en t a , lo
m i s m o q u e h a y b r i zn a s d e h i erb a en el s u elo. E l Ti em p o
s ob r e la Ti er r a , n o es m á s q u e un pa rp ad ea r d en t r o del
t i em p o c ós m i c o. La s d i s t a n cia s t er r es t r es n o s on d e n i n gún
m om en t o; s on c os a i n s i gn i f ica n t e y es c om o s i n o exi s t i es e n ,
en c om p ar a c i ón d e la s gra n d es d i st a nc ia s d el es p a c i o. Ah ora
es t á i s s ob r e u n m und o en un lej a n í s i m o Uni ver s o, t a n lej os
d e la Ti er r a q u e os d ai s cuen t a d e q u e es t á m á s a llá de
vu es t r a c om p r en s i ón . Ti em p o ll ega rá , en el c u a l l os m a yor e s
c i en t íf i c os d e vu es t ro m u n d o s e v erá n ob li ga d os a r ec on oc er
q u e ha y ot r os m u n d os h ab i ta dos y q u e la Ti er ra n o es , c om o
a h ora s e c r een , el c en t ro d e la c rea c i ón . Ah or a os en c on -

124
t rá is situ ad o s obr e el m und o p rinc ipa l d e un grup o qu e cu enta
m ás d e un mi llar d e ellos . C ada un o d e los mund os es tá
habi tad o, y t od os ellos rec on oc en la aut oridad d el Ma est r o d el
m und o s obr e el c u a l est am os ah ora . C ada mund o s e gobi erna a
s í mi sm o, si b i en t od os si gu en una p olí tica c omún, di ri gida a
la exti rpac i ón d e la s p eores inju stic ia s baj o la / cua les vi ve la
gent e. Una p olíti ca di r i gida a la m ej ora d e la s c ondici on es en
qu e t od os vi ven .
"Cad a un o d e di ch os mund os ti en e, a su cab eza, un a su er t e d e
p er s ona. Algun os s on p equ eñ os, c om o hab éis vi st o. Otros ,
a ltís im os, c óm o ta mbi én habéi s c omp r obad o. Algun os, s egún
nu est r os m od os d e ver, s on f eí si m os y f ant ást ic os ; ot ros , her-
m os os y an géli c os . No d eb emos , s in emb ar go, en gañ arn os p or
la s apa r i enci as ext eri ores, ya qu e la int en ci ón d e t od os es
bu en a. Toda esta gent e rind e vas a lla j e a l M a est ro d el mund o
en qu e ah ora esta m os. S ería oci os o int ent a r da r os los n ombr es
d e t od os ellos ; és t os n o t end rían el m en or s en tid o en vu estr a
len gu a y en vu est ra c omp ren si ón. S ólo s ervi rían pa ra
em b r olla r os la m em ori a. Est a gen t e rind e va sa llaj e, c om o h e
dich o, a l Gran Ma est ro d e es t e mund o en qu e esta m os. E s
a lgu i en qu e n o a lb erga en su p ech o d es eos t errit or ia les en
ab s olut o. Algui en cu yo m á xim o int er és c on sis t e en la p res er-
va ci ón d e la p a z d e t od os los h ombres , s ea cu a l s ea su f or ma,
s u ta mañ o, su c olor, p a ra qu e pu ed an a yuda rle en la ta rea d e
p rac tica r el bi en , en lu ga r de aqu ella s d est ru cci on es a qu e
d eb en d edi ca rs e aqu ellos qu e d eban d efend ers e a s í mis mos .
Aq uí n o h a y grand es ej ér citos , ni h ord as bat a llad ora s. Ha y
h ombr es d e ci enc ia, c om erci ant es, n atu ra lm ent e sac er d ot es y
ta mbi én exp lor ad or es qu e van a mund os r em ot os pa r a aum en t a r
el núm er o d e aqu ellos qu e s e as ocian a la h ermandad p od erosa .

"P ero nadi e s e ve in vitad o. Los q u e qui eren su ma r s e a es a


fed er aci ón ti en en qu e p edi rlo y s ólo s e a d mit en aqu ellos qu e
han d es t ruid o sus a rm am en t os.
"E l mund o en el cu a l n os ha lla m os actua lm ent e es el c ent r o d e
es t e Uni ver s o pa rticu la r. E s el c ent ro d e la cu ltu r a, d el
c on ocimi ent o, y n o h a y ot r o qu e le sup er e en ma gni tud. Una

125
form a esp ecia l d e m od o d e viaja r ha sid o d escubi ert o y d esa -
rrollad o. Repito d e nuevo qu e el exp licar los métod os em-
p lead os ca r ga ría en exc es o los c ereb ros d e los ma yor es ci en -
tíficos de la Tierra; no han llegado todavía al escalón que
p ermit e p ens ar en cua t ro y aun en cinc o d im en si on es, y t oda
discusión con ellos carecería de sentido hasta el día que llega -
r á en qu e pu edan lib r ar s e d e tod os los p r ejuici os qu e los ti e -
nen cautivos.
" La s e s c en a s q u e a h o ra v ei s s u c ed en e n e l m u n d o - gu í a , a c -
tualmente. Necesitamos que viajéis por su superficie para con-
t em p la r la c i vi l i za c i ón t a n a v a n za d a d e s u s h a b i t a n t es , t a n
magnífica que vos no sois capaz de compr ender. Los colores
que veis aquí, no son los que acostumbráis en la Tierra; pero
és t a n o es e l c en t r o d e la c i vi li za c i ón . Los c o lo res s on d i fe -
rentes en cada mundo, y dependen de circunstancias y
n ec e s i d a d e s p r op i a s d e c a d a u n o d e e l l o s . P od r éi s v e r e s t e
mundo, y mi voz os acompañará. Cuando hayáis visto lo
bastante d e este mund o para comp ren d er su grand eza, en-
tonces viajaréis en el pasado y entonces podréis ver c ómo s e
han d es cubi ert o los mund os, cóm o han n acid o, la man era c ó-
m o p r oc ed em os in t entand o a yuda r a t od os aqu ellos qu e qu i e-
ran ayudarse a sí mismos. Acordaos siempre de esto: nosotros,
los d el espaci o, n o s om os p erfec t os p orqu e la p erfecci ón no
exi st e, ni pu ed e exi sti r, mi entra s esta m os en cua lqui er p ar te
d e c u a lq u i e r u n i v e r s o . P e r o n o s o t r o s i n t e n t a m o s h a c e r l a s
cosas lo mejor que nos es posible. Hay algo en el pasado — lo
t en éi s qu e r ec on oc er — qu e es tá bi en d el t od o; p ero tamb i én
otras c osas que, c on todo p esa r, hem os d e conf esa r que está n
mu y mal. Pero n osotros n o estamos contentos con vu estro
m und o, la Ti er ra ; lo qu e d es ea m os es qu e p od áis d esa r r ollar
a q u e l m u n d o, q u e v i v á i s a l lí . C on t od o, h em o s d e a s e gu r a r -
n os d e q u e la s ob r a s d e l H om b re n o a lt e ren c on s u p olu c i ón
el Espacio y dañen a los habitantes de otros mundos. Pero
a h or a va m os a s e gu i r c on t em p la n d o és t e, el m u n d o qu e es t á
a la cabeza de los demás mundos."»
«M ed i t é s ob r e a q u ella s p a la b ra s », d i j o el erm i t a ñ o. «S op es é
detenidamente sobre el portento que anunciaban aquellas pa-

126
l a b r a s d e l a V o z , ya q u e e s t a b a yo c o n v e n c i d o d e q u e t od a
a q u ella d i s er t a c i ón s ob re e l a m or fra t e rn a l n o p a s a b a d e s er
u n a ch an za . "M i p r opi o c a s o — p en s a ba en t re m í — d eb e d e
s er u n o d e t a nt os q u e mu es t ra n la fa ls ed a d d e es os a r gu m en -
tos. Aquí estoy yo, considerado un pobre e ignorante nativo de
un paí s p ob rí sim o, á rid o y atra sad o; y, ab s oluta m ent e c on tr a
mi voluntad, me he visto prisionero, operado, y, por todo
cuanto puedo ver, arrancado de mi cuerpo." Estaba allí, ¿adón -
d e? La h ist oria d e qu e estaba hac i end o tan t o bi en a la hu -
manidad, más bien me parecía improbable.
»La Voz interrumpió mis alterados pensamientos diciéndome:
"Monje, lo que estáis meditando nos lo declaran nuestros
i n s t r u m en t os ; y l o q u e p en s á i s n o e s c i ert o. Vu es t r os p en s a -
m i en t os s on f a ls os . Nos ot r os s om os los J a rd i n eros , y u n j a r -
d i n er o d eb e q u i t a r la l e ñ a m u e r t a y a r ra n c a r l a s m a la s h i e r -
bas. Pero cuando existe un brote mejor que los demás en-
tonces el jardinero lo desgaja a veces de la planta madre y
lo injerta en alguna otra, con el fin de que pueda origin ar
nuevas especies. Según vuestro criterio, os hemos tratado más
bien de mala manera. Según nuestra manera de ver, os hemos
otorgado un honor muy señalado que reservamos a unos pocos,
un honor sin gula r." La Voz vaciló unos instantes, y lu ego
continuó: "Nuest ra historia, abarca billones s obr e billones de
añ os — exp r esada en t érmin os d e vu es tro ti emp o t er r ena l — .
Pero, suponga mos que la exi stencia de la Tierra sea repre-
s en t a d a p or el P ot a la , en t on ces , la vi d a d el Hom b r e s ob r e el
p lan eta s e p od ría c ompa ra r a l esp es or d e una capa d e pintu ra
en el tech o de una de sus h abitaciones. Es así; ya lo veis.
El Hombre es tan nuevo sob re la Ti erra que ningún ser hu-
m an o p os ee la aut orid ad su fici ent e pa ra qu erer ju zga r lo qu e
hacemos.
"Más adelante vu estros prop ios hombres d e ciencia descu-
b ri rá n qu e s u s p r op i a s le yes m a t em á t ic a s d e la p r ob a b i li da d
mu estran cómo es evid ente la existen cia d e otros mun dos
h a b i t a d os e xt r a t e r r es t r es . Ta m b i én c o m p r en d e rá n la e vi d e n -
cia de que los extrat er r estr es puedan ver los últimos confines
de su limitado universo, dentro del conjunto de universos que
127
contiene vuestro mundo. Pero no es éste el sitio ni el tiempo
para dedicarnos a una discusión de tal naturaleza. Aceptad
nuestra seguridad de que estáis llevando a cabo un buen trabajo
y que nosotros sabemos más que vos acerca de todas esas
cosas. Os preguntáis, también, dónde os halláis, y yo os res -
pondo que vuestro espíritu desencarnado, temporalmente se-
parado de su cuerpo, ha viajado más allá de los lindes de
vuestro universo y ha ido directamente al centro de otro uni-
verso, a la ciudad que, a su vez, es el centro del planeta prin-
cipal. Tenemos muchas cosas que mostraros y vuestra gira,
vuestras experiencias, no hacen sino empezar. Estad, con todo,
seguro que lo que estáis viendo es aquel mundo tal como está
en la actualidad, ya que, para el espíritu, la distancia no existe.

"Ahora nos es preciso que vayáis contemplando, para que os


familiaricéis con el mundo en que nos encontramos actual-
mente; así daréis más crédito a vuestros sentidos cuando pa-
semos a más importantes materias, ya que pronto os envia-
remos al tiempo pasado, a través de los Archivos Akáshicos,
donde veréis el nacimiento de vuestro planeta, la Tierra."»
«La Voz cesó», continuó el viejo ermitaño, y se calló por unos
breves minutos, que aprovechó para beber unos sorbos de té,
que ya estaba completamente frío. Con aire meditabundo, dejó
a un lado el cuenco y cruzó los dedos de sus manos, después
de haberse compuesto la ropa. El joven monje se levantó y
añadió nueva leña al fuego y luego se sent ó, después de haber
arropado una vez más al anciano.

«Como os decía — continuó el viejo monje —, me encontraba


yo en un estado de pánico, y, mientras oscilaba sobre aquella
inmensidad, me sentí caer, me encontré pasando varios
niveles, cruzando puentes en tre grandes torres; otra vez me vi
cayendo sobre lo que parecía ser un parque ameno, levantado
sobre una plataforma — o, a lo menos, me lo pareció — que
me sostenía. La hierba, allí, era roja y, entonces, con gran
sorpresa, a un lado descubrí hierba que era verde. En un
estanque de aquel jardín, el agua era azul y en el prado, que
era verde, el estanque era de un color como de vainilla.

128
A l r e d e d o r d e a q u é l l o s s e v e í a c on g r e g a d o u n g e n t í o i m p r e -
sionante. P er o, ahora, empeza ba a distinguir un poco quiénes
eran los naturales de aquel planeta y quiénes los visitantes de
p la n et a s lej a n os . S e n ot a b a a lgo s u t i l en el p ort e y m a n er a s
d e l os p r i m e r os , q u e n o e xi s t í a en l o s ú lt i m os . Lo s n a t i vo s
os t en t a b an u na s up eri ori d ad , d e la q u e es t a b an c on ven c i d os
por completo.
»Al red ed or d e los es t a n qu es — o p i sc in a s —, un os pa rec í an
como dotados de una virilidad notable y otros de una femi-
n ei d ad ext r em a . Ha b ía u n t erc er gru p o m a n i fi es t a m en t e n eu -
t ro. M e int er es ó la ob s erva ci ón qu e hic e d e qu e t oda aqu ella
g e n t e a n d a b a en c u e r os , e xc ep t o e l g ru p o f em en i n o q u e l le -
va b a a lgu n os ob j et os en el p el o. No p u d e d i s ti n gui r b i en d e
que se trataba; pero era indudable que se trataba de algún tipo
d e a d o r n o m e t á l i c o . Al m o m e n t o , q u i s e m a r c h a r m e d e a l l í ,
porque alguno de los juegos de aquella gente en cueros no
me gustaba un pelo, a mí, que había sido educado desde
m i in fanci a d ent r o d e un c onvent o d e lama s, y, p or lo tanto,
en m edi o d e un amb i ent e exclu si va m ent e mas cu lin o. Ap ena s
e n t en d í e l s en t i d o d e a l gu n o d e l o s g e s t os a q u e s e en t r e ga -
ban las mujeres. Quise elevarme y marcharme de allí.
»P a s é v e l o z m en t e a t ra v és d el r e s t o d e l a c i u d a d y l l e g u é a
los alrededores, donde había casas esparcidas por la campiña.
Todos los campos y plantaciones se veían extraordinaria-
m e n t e b i en c u lt i v a d o s y h a b í a g r a n d e s f i n c a s p o r a q u e l l o s
alred ed ores; me pareció qu e estaban d edicadas al cu ltivo
acuático — que ya he descrito —. Pero ello presentaba escaso
interés, para nadie excepto las personas estudiando agro-
nomía.
»M e r em ont é má s a lt o y ob s ervé bu scand o a lgún obj eti vo h a-
cia donde encaminarme. Vi un portentoso mar d e color de
a za frán. S e d i vis aban grand es roca s b ord eand o la c ost a; eran
a m a r i l la s , r oj a s y d e t od a s ue r t e d e c o l or e s y m a t i c e s ; p er o
el mar era constantemente d e un color azafranado. Este fe-
nómeno m e era incompr ensible. Ant es, el a gua parecía s er de
o t r o c o l o r . S i n e m b a r g o , m i ra n d o h a c i a a r r i b a , e n c o n t r é l a
razón de aquel fenómeno. Un sol se había ya puesto, y ama-

129
necía otr o, con lo que s e contaban ¡tres so les! Con la asc en -
sión creciente del tercer sol y el descenso del otro, los colores
c a m bi ab a n c on s t an t em en t e; ha s t a el a i re ofr ec í a m a t i c es d is -
t int o s. Mi s d es ori entad os s entid os veí an c óm o la hi erba c am -
biaba de tonos, pasando del rojo al morado y del morado
virando al amarillo, y, paralelamente, el mar iba también mu -
dando el color. E llo me r ec or daba la forma con la cual en los
a t a rd ec e r es , c u a n d o e l s o l v a h a c i a s u oc a s o s ob r e la s a lt a s
c ordi ller a s d e los Him a la ya s, los c olor es c on tinua m ent e van
c ambi and o y, en vez d e la lu z b ri llant e d el día en los va lles ,
s e f or m a u n c r ep ú s cu lo a c a rmi n ad o, na c e y lo i n va d e t od o y
hasta las cumbres nevadas pierden su blancor puro y parec en
ser azules o de color carmín. Por esta causa, mientras contem-
p lab a t od os aqu ellos cambi os, n o exp erim entaba grand es s or -
presas; y di por supuesto que los color es cambiaban continua-
mente en aquel planeta.
»Pero no sentí grandes deseos de volar sobre las aguas, porque
n o t e n í a e x p e r i en c i a n i n gu n a d e l o s m a r e s , — j a m á s h a b í a
v i s t o n i n gu n o — . S en t í a u n t e m o r i n s t i n t i vo y u n m i ed o d e
q u e en el los m e p u d i es e oc u rri r a lgu n a d es ven t u ra y q u e m e
cayera en aquellas a guas. Así es que dirigí mis p ensamient os
hacia la tierra firm e; entonces , mi espíritu des encarnado viró
en r edondo y volé por encima de unas pocas millas s obre una
c osta r oc osa y a lguna s p equ eña s exp lota ci on es a gríc ola s. En-
t on c es , c on t od o e l d e l ei t e d e m i a lm a , m e en c on t r é c on u n
p a i sa j e qu e m e er a f a m i li a r: u n a s uc es i ón d e p á ra m os , s obr e
los cua les d es c endí, voland o baj o, y c ont emp lé la s p equ eña s
plantas apiñadas en la superfi cie de aquel mundo. La diferen-
cia de las del nuestro consistían en que a la luz del sol
p a rec í an t en er s u s f lor ec i lla s d e c o lor vi o let a , c on t a ll os d e
c olor os c u r o, p a r ec i d o a los b rezo s . M á s a llá , s e en c on t rab a
u n b a n c o d e f l or e s q u e h u b i er a d i c h o q u e, b a j o a q u e l la lu z ,
eran aulagas; pero sin espinas.
»M e r emont é cosa de cuarenta met ros y rec orrí aquel paisaje,
el más placent er o d e tod os cuantos había visto en aquel extra -
ñ o m un d o. P a r a a qu ella s g en t es , n o d ud o qu e les d eb er í a d e
parecer un paisaje muy desolado. No había el menor signo de

130
habitaciones humanas, ni de sendas. En un ameno y frondos o
b a r r a nc o vi u n p equ eñ o la go y u n a rro yo q u e s e p r ec i p it aba
en él d es d e u n a lt o p rom on t ori o y lo a li m en t a b a . M e d et uve
un poco, contemplando aquellas sombras cambiantes y los ma-
t i c es di ver s os d e c o lo ri d os ref lej os lu m i n os os , fi lt rá n d os e a a
través de las hojas de los árboles por encima de mi cabeza. A
c on t i n u a c i ón , d eb a j o s e d i vi s a b a , b o rr o s a , u n a e xt en s i ón de
ti erra, una ancha c orri en t e d e a gua, un p elli zc o d e ti er ra , y
otra vez el mar. Contra mi voluntad me vi forzado a viajar a
t ra vés d e ot ra s ti er r as y c om arc as. En ella s s e veí an p eq u eñ a s
c i u d a d e s q u e e r a n , s i n e m b a r g o , d e g r a n d e s p r o p o r c i on es .
Ac o s t u m b r a d o c om o es t a b a a la s d i m en s i on e s d e la gr an
c a pi t a l m e p a r ec í a n p eq u eña s. P ero a u n a sí , m uc h o m ayor es
d e c u an t o m e pa r ec i ó ver s ob r e la Ti erra q u e h ab í a d ejado.
»M i d e s p l a z a m i e n t o s e v i o i n t e r r u m p i d o b ru s c a m e n t e y y o
me vi descendiendo rápidamente en espiral abrupto. Entonces,
m i r é d eb a j o d e m í . Vi un p a is a j e q u e m e ll en ó d e m a ra vi l l a .
Un c a s t i l l o en m ed i o d e l o s b os q u es . E l c a s t i l lo e r a d e u n a
blancura inmaculada y me llamaron la atención las torres y las
a lm en a s d e a q u é l, q u e n o c on c ord a b a n c on u n a c i vi li za c i ón
c om o la d e a q u el p la n et a . M i en t ra s ref l exi on a b a a nt e l o q u e
t en í a a n t e m i vi s t a e s c u c h é la v o z d e l M a e s t r o : " Aq u í t i en e
s u r es i d en c i a el M a es t ro. E s u n ed i fi c i o an t iqu í s i m o; el m á s
a n t i gu o d e e s t e v i e j o m u n d o . E s e l s a n t u a ri o a d on d e t o d o s
l o s a m a n t e s d e l a p a z s e en c a m i n a n , c o n e l f i n d e p e r m a n e -
cer unos momentos ante su muro y dar mentalmente las
g r a c i a s p or la p a z; la p a z q ue a b a r c a t od o c u a n t o vi v e b a j o
l a lu z d e es t e Im p e r i o. Un a lu z d on d e n o h a y t i n i eb la s , p or -
q u e e x i s t e n c i n c o s o l e s y n u n c a s e h a c e d e n oc h e . Nu e s t r o
m etab olis m o es di f erent e d el d e vu est ro mund o. No n ec es ita -
m o s h o r a s d e o s c u r i d a d p a ra d i s f r u t a r d e l s u eñ o . N o s o t r o s
estamos constituidos de una manera distinta."»
Capítulo octavo

E l vi ej o er m i t a ñ o s e es t r em ec i ó c on i nq ui et ud ba j o s u s li ge-
r a s v e s t i d u r a s . «Q u i er o v o l v er a la c u e va », m a n i f es t ó. «N o
estoy acostumbrado a pasar tan largo rato al aire libre.»
El joven monje, atento a la extraordinaria historia de un tiem-
po atrás, se puso en pie de un salto. «¡Oh ! — exclamó —, las
n u b e s s e l e v a n t a n . P r o n t o s e p o d rá v e r c l a r o . » Lu e g o , c o n
t od o c u i d a d o , d i o la m a n o a l v i ej o y l o a c om p a ñ ó l ej os d e l
fuego y dentro de la cueva, de la que ya se había ausentado la
n i e b l a . « V o y a t r a e r a g u a y l e ñ a », d i j o e l j o v e n . « C u a n d o
es t é d e vu elt a p od r em os t om a r u n t é; p ero m e v er é ob li ga d o
a es t a r f u er a m á s t i em p o q u e d e c os t u m b re, ya q u e m e ve ré
precisado a ir más lejos por leña. Toda la que había cerca
d e aquí s e m e acab ó», di j o c on ca lma. Y, d ej and o api lada so -
b re el fu ego la leña qu e les qu ed aba, ca rgó c on la vas ija d el
agua, saliendo por el sendero.
Las nubes parecían huir a esca pe. S oplaba un vi ento fresco y
s e gu i d o c u a n d o e l m on j e m i ra b a c ó m o la s n u b es s e i b a n r e -
montando y se d escubría a la vista el paso de la montaña.
A tanta distancia, n o pu d o ver las p equ eñas manchas que
serían los viajeros de la caravana. Ni pudo distinguir el humo
d el f u e go s ob r e la s n u b es q u e s e m a rc h a b an . Los vi a j es a ú n
n o s e h ab í an p u es t o en m ovi mi en t o, p en s ó, h ab i énd os e a p r o -
v e c h a d o d e la p a r a d a f or z o s a p a ra d or m i r y r ep o s a r . Na d i e
p u ed e p a sa r la m on t añ a c ua ndo la s n u b es s e a b at en s ob r e la
tierra; el peligro es demasiado grande. Un paso en falso
puede provocar la caída de un hombre, o d e una bestia de car-
g a , c i en t o s y c i en t os d e m e t ro s a b a j o, p o r u n p r e c i p i c i o . E l
j o v en e s t a b a p en s a n d o en u n a c c i d en t e oc u r ri d o h a c í a p oc o
cuando él visitaba un pequeñ o convento de lamas, situado
a l pi e d e un a canti lad o. La s nub es s e veían ba ja s, r ozand o el
tejado de la lamasería. De pronto, se produjo un deslizamiento
de pied ras y un grito ronco. Lu ego, un chillido y un ruido
sordo como de un saco de cebada mojada, lanzado con fuerza

132
a l su elo. E l j oven, habí a mi rad o en aqu ella d i r ecc i ón; los in -
t es t i n os d e u n h om b re es t a b an c olga n d o d e u n a p i ed r a, u nos
tres metros de allí, y aún permanecían unidos al cuerpo de un
h ombr e qu e s e estaba m uri endo s ob re el su elo. S erí a un m ar-
chante o un viajero que hacía su camino, temerariamente, pensó
el joven monje.
E l la go t oda vía est aba cubi erto d e ni eb la, y la s ci ma s d e los
árboles bri llaban de un modo fantasmal, plateados, cuando el
joven se encaminó en su dirección. ¡Gran hallazgo! Una rama
entera de un árbol había sido desgajada por la tormenta.
M i r ó en t r e l a b r u m a li g er a y d ec i d i ó q u e a q u e l á rb o l h a b í a
sido abatido por un rayo durante la tempestad. Yacían ra-
mas a su alred ed or y el tron co se veía partid o en d os p or
completo. Mu y contento, el j oven se llevó la rama ma yor q ue
p u d o y l e n t a m en t e l a fu e t r a ns p o rt a n d o a la b oc a d e l a c u e-
va . Llen and o lu ego fati gosa ment e el r ec ipi ent e d el a gua , em -
p r en d i ó el r egr es o d ef i n i t i vo a la cu eva . De m om en t o, pu s o el
agua al fuego y entró después, saludando al ermitaño.
« U n á r b o l e n t e r o , ¡V e n e r a b l e ! H e p u e s t o e l a g u a a h e r v i r
y d e s p u é s q u e h a ya m o s b e b i d o e l t é c o n t s a m p a , t r a e r é m u -
cha leña, antes de que los d e la caravana lleguen y hagan
fuego con el resto del árbol que todavía queda.»
E l vi e j o e r m i t a ñ o, t r i s t e m en t e , l e r e p li c ó : «N o h a y t s a m p a ;
h e qu erid o ser útil, y, como n o pu ed o ver, sin qu erer, he
d e r r a m a d o y p i s ot ea d o la c eb a d a . S ó l o q u ed a n r e s t o s es p a r -
cidos por el suelo». Con una mueca de consternación, el joven
m on j e s e l e va n t ó p r ec i p i t a d a m en t e y c o r ri ó h a c i a e l r i n c ón
donde había dejado la cebada. No quedaba nada de ella.
E chánd os e d e b ruc es, es ca rb ó a lred ed or, d ond e est aba lh pie-
dra plana. Era un desastre. Tierra, arena y cebada estaban
mezcladas, en confusión. Nada podía salvarse. Se levantó poco
a poco y, lentamente, se fue h acia el ermitaño. Un pensamien -
t o s ú b i t o l e h i zo r et r oc ed er ; e l l a d r i l l o d e t é ¿ s e h a b í a s a l -
vado? Pedazos desparramados yacían por el suelo en el fondo
de la cueva. El anciano había pisoteado aquel ladrillo, del
cual sólo quedaban tres pequeños trozos.
Triste, el joven monje regresó hacia el viejo. «No hay más

133
comida, Ven erab le; y sólo ten emos té por ahora. Pod emos
aguardar a que los mercad eres lleguen h oy a nosotros o n os
t o c a r á e s t a r e n a yu n a s . »
« ¿ E n a yu n a s ? » , r e p l i c ó e l a n c i a n o . « A m e n u d o m e h e v i s t o
sin comer por una semana o todavía más. Pod emos susten -
t a r n o s d e a g u a c a l i e n t e ; p a r a u n o q u e n o h a t e n i d o p a ra
beber sino agua fría durante más de sesenta años, el agua
caliente le es un lujo.» Permaneció callado unos
m o m e n t o s , y l u e g o p r o s i g u i ó : « Ap r e n d e d a p a s a r h a m b re ,
a h o r a . Ap r e n d e d a t e n e r f o r t a l e z a . A e x p e r i m e n t a r u n a
sensación positiva. Durante vu estra vida conoceréis
hambres y sufrimientos; serán, ellos, vuestros más fieles
compañeros. Hay varias personas qu e os qu errán hacer
daño, que os querrán someter bajo su dominio. Sólo con
una mente positiva — continuamente p ositiva — pod réis
sobrevivir y superar todas las pruebas y tribulacion es q ue
i n e x o r a b l e m e n t e o s e s t á n d e s t i n a d a s . Ah o r a e s e l t i e m p o
del aprendizaje. Siempre será el de practicar lo que
aprenderéis ah ora. Mientras ten gáis fe, mientras os
comportéis de un mod o positivo, lo podréis aguantar tod o,
y salir adelante, victorioso de tod os los asaltos del
en emigo.»

El joven monje estuvo a punto de desvan ecerse d e terror


ante todas esas alusion es a calamidades futuras, signos
precursores d e un próxi mo d estino venidero. Todos
aquellos avisos y exhortaciones. ¿No había nada que fuese
alegre y b rillante, en la vida que le tocaba vivir? Pero
luego se acordaba de sus enseñanzas; éste es el Mundo de
la Ilusi ón, donde inclus o el hombre no es más que u na
ilusión. Aq u í , nu estro gran Super-yo manda sus
polichinelas para que ganen conocimiento, y dificu ltades
imaginarias sean superadas. Cuanto más pre• cioso sea el
material, más duras tien en q ue ser las pruebas y sólo falla
l a m a t e r i a d e f e c t u o s a . E n é s t e , e l M u n d o d e l a Il u s i ó n , e n
el que el Hombre n o pasa d e ser una sombra, una extensión
m e n t a l d e l Gr a n S u p e r - y o , q u e r e s i d e l e j o s d e n o s o t r o s .
Sin embargo, pensó malhumorado, la vida podría ser un
poco más alegre. Pero también, a nadie se le carga más de
lo que pued e aguantar; y el Homb re mismo elige

134
los t rab aj os qu e pu ed e lleva r a cab o y la s p ru eba s qu e pu ed e
s op orta r. «M e volver é loc o — s e dij o a sí mi sm o — , s i qui ero
soportar estas perturbaciones por mí mismo.»
El viej o ermitaño pr eguntó: «¿Ten éis c ort eza f resca, de aque-
llas ramas que trajisteis?»
«S í , V en e r a b l e; e l á rb o l fu e a lc a n za d o p o r u n ra yo , a ye r s e
hallaba entero», replicó el joven.
«E n t on c es , q u i ta la c ort eza d e u n a ra m a y a rra n c a d e e lla lo
b la n c o, d ej an d o d e la d o el re s t o. Lu e go, t i ra la s fib ra s b la n -
c as a l a gua h i r vi end o. E s un exc elent e y n ut riti vo ma nja r, si
bi en n ada gu st os o. ¿Te q u eda a lgo d e s a l, d e b óra x o d e a zú-
car, por ventura?»
«N o , s eñ o r ; s ó l o t en em o s t é b a s t a n t e p a ra u n a v e z . »
«E n t onc es, h er vid lo asi mi sm o y n o n os d esanim em os. Tres o
cuatro días de ayuno no nos van a hacer daño alguno; al
c on t r a r i o, au m en ta r á n u es t ra ca p ac id a d m en t a l. S i la s c os a s
s e n os p r es en t a n m a l, ent on c es p od rem os a c ud i r a la er m i t a
más cercana, por alimento.»
Con el rostro sombrío, el joven monje terminó la tarea de
separar las hojas de la cort eza . La pelleja oscura ext erior fu e
ec hada a la h ogu er a pa ra a liment a r el fu ego. La a lbu ra , b lan -
q ui ver d os a y li s a , f u e c on v er t i da en b ri zn a s p a ra c oc erla en
el a gu a q u e en t on c es em p eza b a a h ervi r. M a lhu m or a d o, aña -
d i ó a l a gu a el ú lt i m o p u ñ ad o d e t é, q u e, s a lt a n d o, le s a lp i c ó
y l e l a s t i m ó la m u ñ ec a . E m p le a n d o u n n u ev o b a s t on c i t o p r i -
vado de su corteza agitó y removió todo aquello dentro de
la va s i j a . C on u n a c on s id era ble r ep u gn a n ci a ret i ró el p a lo y
probó, en el cabo de éste, unas pocas gotas de aquella mixtura
qu e estaba adh erid a; su s más n egras esp eran zas se vieron
c on fi r m a da s . Aq u el lo n o s a b ía a n a da . C on un pá li d o a rom a
de té desteñido.
E l vi ej o er m i t a ñ o s e h i zo c on s u c u en c o . «P u ed o a li m en t a r -
me con eso. Cuando llegué aquí no había otra cosa. En
a q u e l l os d í a s c r ec í a n u n os a rb o li l l os en fr en t e d e la en t r a da
d e m i c u e v a . M e l o s c o m í . An d a n d o e l t i e m p o , l a g e n t e s e
di o cu enta d e mi p r es enc ia en es t os pa raj es y m u y a m enudo,
desde entonces, he tenido provisiones suficientes. Pero no me

135
preocupo si me veo forzado a pasar sin ellas una semana o
diez días enter os. Nunca me falta el a gua. ¿Qué má s nec esi ta
uno?»
Sentado, en la oscuridad de la cueva, a los pies del Venerable,
mien tras la lu z d el d ía iba subiend o fu era d e la cu eva, el
joven monje tuvo la sensación de que había permanecido s en-
t a d o a sí p or t od a u na et er n i da d . E st ud ia nd o, es t u di an d o s in
cesar. Con agrado, sus pensam ientos iban al brillo d e las lá m-
pa ra s d e mant eca d e Lh a sa, actu a lm ent e pa ra él p oc o m enos
q u e u na c os a d el p a s a d o. Lo q u e le q u ed a b a p or p er m a n ecer
aquí no era más que un tema de conjeturas hasta que el
v i e j o n o t u vi e s e n a d a m á s p o r d e c i r l e , s u p o n í a . H a s t a q u e el
vi ej o estu vi es e mu ert o y él d eb i es e di sp on er d el cadá ver .
Pensando esto último, se sintió estremecer de los pies a la
c ab eza . Cuán ma cab ro, p ens aba , esta r h ab land o c on una p er -
s on a y l u e g o, u n a h o ra o d o s m á s t a rd e, t en er q u e a r r a n c a r
sus intestinos para que sean pasto de los buitres y quebrar sus
huesos para que ni un solo trozo del cadáver quede sin en-
ter rar sobr e el su elo. P ero, en esas, el anciano estaba ya lis to
de su comida. Se aclaraba el gaznate, bebió un sorbo d e agua y
compuso su actitud.
«Yo er a u n es p í r it u d es en c a rn a d o q u e d es c rib í a un os es p i r a -
les alrededor del gran castillo, residencia del Maestro de aquel
Mundo Supremo», comenzó diciendo el viejo eremita. «Estaba
a n s i a n d o v e r q u é t a l e ra a q u el h om b r e q u e s e g a n a b a e l r es -
peto y el amor de uno de los más poderosos mundos exis-
t en t es. M e s entía llen o d e d es eos d e c ont emp la r qu é es p eci e
d e h ombr e — y d e muj er — podían p erdu ra r en esa s ituac ión
a l o l a r g o d e c en t u ri a s y m á s c en t u ri a s d e a ñ o s . E l M a e s t r o
y s u E s p os a . P e r o, n o i b a a s e r a s í . M e vi a r ra s t ra d o, c om o
u n n i ñ o p eq u eñ o t i ra d e s u c o rn et a . Fu i s en c i l la m en t e a p a r -
t a d o d e aq u ellos p a ra j es . "E s a t i er r a es s a gr a d a ", p rofi ri ó la
Voz m u y s ec a m en t e. "No s on p a ra los t erres t r es ; d eb éi s v er
otras c osas." E inmediatamente m e vi lanzado lejos de a llí, y
m a n d a d o e n d i r e c c i ón d i f e r e n t e .
»Debajo de mí, los detalles de aquel mundo iban disminu-
yendo de tamaño y las ciudades parecían granos de arena en

136
la ori lla. Asc endí a través del aire, y m e vi fu era de la atmós-
f er a . V ola b a p or d on d e n o h a b í a n i un ra s t ro d e a i re. E n t on c es
s e p r es en t ó en el c a m p o d e m i vi s i ón un ext ra ñ o ob j et o, c o m o
n un c a ha bí a vi st o n ad a s em ej a n t e. E l ob j et o d e lo q u e yo
d i vi s a b a m e r e s u l t a b a i n c o m p r e n s i b l e . Al l í , e n e l v a c í o s in
at m ósf er a, d ond e yo n o h ab ría p odid o subs ist i r s in o baj o la
forma de un espíritu desencarnado, flotaba una ciudad com-
p let a m en t e m et á li c a , qu e s e m a n t ení a p or los a i res gra c i a s a
métodos misteriosos que estaban totalmente fuera de mi al-
c a nc e y n o p od ía d i s c ern i r. A m ed i d a q u e m e ap roxi m a b a s e
hacían más claros los detalles, y me di cuenta de que la
c i u d a d r e p o s a b a s o b r e u n s u e l o d e m e t a l y s u s p a rt e s s u p e -
riores estaban cubiertas por un material más claro que el
c ri sta l, aunqu e n o s e t ratab a d e c ri sta l. Deb aj o d e aqu ella cu -
bierta transparente puede observar a los habitantes circulando
por las calles de una ciudad mayor que la de Lhasa.
»S e veían extrañas protuberan cias en alguno de los edificios ; la
m a yor d e ella s hac ia aqu el en cu ya di rec ci ón m e veí a di ri g i d o .
" Aq u í h a y u n a g r a n ob s e r va t o r i o ", d i j o l a V o z d en t r o d e m i
c e r eb r o . " Un ob s e r va t ori o d es d e e l c u a l s e p r e s en c i ó e l
n a c i m i e n t o d e v u e s t r o m u n d o . N o a t r a v é s d e l o s rayos
ópticos, sino de rayos especiales, que se hallan fuera de vu es t r a
c om p r en s i ón . D en t r o d e p oc os a ñ o s , vu e s t ro m u n d o va a
descubrir la ciencia de la radio. La radio, en su más completo
desarrollo, será como el esfuerzo cerebral de un humilde
g u s a n o, c o m p a r a d a c on la fu e r z a m en t a l d e l h o m b r e m á s i n -
t e l i g e n t e d e t o d o s l o s h u m a n o s . Lo q u e s e p r a c t i c a e n e s o s
lugares está situado mucho más allá. Aquí se indagan los
s ec ret os d el un i vers o; y s e vi gi lan las sup erfi ci es d e los má s
lej an os p lan eta s, lo mi sm o qu e ah ora estái s c ont emp land o la
s up er fici e d e es e sat élit e. Nin guna di st ancia , ni la ma yor p o-
s i b le, r ep r es en t a el m en or ob s t ác u lo. P od em os i n sp ec c i on a r
los t emp los , los siti os d e espa rc imi ent o y aun los d omi ci lios
privados."
»M e a c e r q u é m á s , y t em í p or m i s egu ri d ad cu an d o vi r elu c i r
la barr era transpar ente cerca de mi pers ona. Temí estr ella r me
contra ella y experimentar lesiones; pero, antes de que me

137
en t r a s e el p á n ic o, r ec ord é q ue yo, en a qu ell os i n s t an t es , er a
uno de aquellos espíritus que pueden atravesar las más sólidas
pa red es cuand o a ellos les parec e bi en . Len ta m ent e, m e d ej é
caer a través de aquella sustancia parecida al cristal y llegué a
la super ficie d e aquel mundo que la Voz había denominado
c on la p a la b r a "s a t é li t e ". P a s é c i e rt o t i e m p o ye n d o d e a q u í
p a ra a l l á , i n t e n t a n d o p o n e r o r d e n e n l o s t u rb u l e n t o s p e n s a -
mientos que dentro de mí se agolpaban. Era un curioso ex-
perimento para un nativo ignorante de un país atrasado en
u n a s t i e r r a s s u b d e s a r r o l l a d a s . E r a d i f í c i l c o m p r e n d e r c u a n to
veía y conservar la propia razón cabal.
»Suavemente, cual una nube arrastrándose por el flanco de una
m on t añ a o un r a yo d e lu n a vola n d o vel o z y s i len c i os a m en t e
p or en cim a d e un la go, em p ecé a d esp la za rm e hac ia un lado,
m u y d i f e r en t e d e la s d i va ga c i on es a q u e a n t es m e h a b í a e n -
tregado. Me movía en direcci ón lateral y t raspasaba extrañ as
pa red es d e un ma t eria l qu e me era d esc on ocid o. Aun cuando
s egu í a s i en d o un es p í ri tu , n o d ej a ba d e exp eri m en t a r u n a li-
g e r a o p o s i c i ón a m i p a s o, q u e m e c a u s a b a u n a c i e r t a c o m e -
zón en todo mi ser y, por u n rato, la sensación de que me
en c ont raba p r isi on er o d e un es p es o loda za l. C on una cu ri osa
sensación de arrancarme que hizo estremecer toda mi persona,
ab and on é aqu ella pa red p egajos a. Mi ent ra s yo luch aba t en az-
m ent e, m e pa r eci ó escuc ha r la Voz qu e d ec ía : "¡Ya ha pa -
sado! Por un momento, creí que no podría."
»P er o, actualment e, había atravesado la pared y me encontra b a
d en t r o d e u n i n m en s o e s p a c i o c u b i e rt o, d em a s i a d o va s t o
para poder s er llamado una habitación. Unas máquinas abso-
lutamente fantásticas y unos aparatos se hallaban en aquellos
parajes. Cosas más allá de mis conocimientos. Pero lo más
raro de todo aquel ambiente eran los habitantes de la ca-
v e r n a . Un os h u m a n oi d es , en e x t r em o d i m i n u t o s , q u e s e a f a -
n a b a n c on u n os ob j et os q u e, o s c u ra m en t e , p a ra m í e r a n a pa -
ratos, mientras otr os, gigantes , acarreaban enormes bultos d e
u n la d o a o t r o y h a c í a n l a s fa e n a s p e s a d a s p a r a l o s d e m á s ,
qu e er an d ema siad o d ébi les. "Aq uí — exp li c ó la Voz, d ent ro
de mi cerebro — tenemos instalado un gran sistema. La gente

138
p eq u eñ a f a b r i c a d e li c a d os a j u s t e s y c on s t ru ye p eq u eñ o s o b -
jetos. La gente ma yor, hace c osas más en cons onancia con su
ta lla y s u fu er za. Ah ora, p rosi ga m os. " Aqu ella fu erza i mp on -
derable, me empujó de nuevo y pude pasar adelante, sal-
v a n d o o t r a b a r r e r a e n m i p ro g r e s o . E r a t o d a v í a m á s t e n a z ,
tanto para entrar en ella como para salirme.
»"Ese muro — murmuró la Voz —, es la Barrera de la Muerte.
Na d i e pu ed e en t r a r en ella n i s a li r m i ent ra s res i d e en su ca r -
n e . E s u n s i t i o m u y s e c r e t o . Aq u í p o d e m o s o b s e r v a r t o d o s
los mundos y descubrir inmediatamente la preparación de las
g u er r a s . ¡M i r a d !" M i r é a m i a l r ed ed o r. P o r u n os m om en t os
todo cuanto veía carecía de sentido para mí. Entonces me
c on c en t r é c on t oda s m i s fu erza s y m i s s en t i d os . La s p a r e d es
alrededor de aquella estancia estaban divididas en rectángulos
de un metro de la rgos por ochenta centímetros de a ltos. Cada
un o d e ellos era un cuad ro viviente, b ajo el cual se veían
u n o s s i gn o s r a r o s , q u e j u z g u é s e r e s c r i t u r a s . La s i m á g e n e s
er an s orp r end ent es. En una de ella s s e veí an un mund o c om o
observado d esd e el espacio. Era azu lado y verd oso, con ext ra-
ñ a s m a n c h a s d e c o lo r b la n c o. C on u n a fu e rt e i m p r e s i ón m e d i
cuenta de que aquél era mi propio mundo; el mundo en que
n a cí . Un ca m bi o q u e s e p rod uj o en u n cu ad ro d e a l la d o llamó
toda mi atención. Tuve la deplorable sensación de estar
cayend o y me d i cu enta d e que en realidad estab a con tem-
plando mi propia caída en mi propio mundo.
»La s n u b es s e a p a r t a ron y c on t em p lé el p a n ora m a en t er o d e l a
In d i a y e l T í b e t . N a d i e m e d i j o q u e e r a a s í ; p e r o l o c o m -
p ren d í p or i n s ti nt o. La i m a ge n s e h i zo c a d a vez m á s a m p li a .
Vi Lh a s a , t a mb i én la s c om a rc a s Alt a s y e l c rá t er vo lc á n ic o.
" P e r o v o s n o o s en c on t rá i s a q u í p a ra v e r t od a s es a s c o s a s ",
exc lam ó la Voz. "¡Mirad a otras partes !" Miré a mi alr eded or y
m e s or p r en d i ó en ext rem o lo q u e vi . Aq u í, en es t e c u ad r o, s e
c on t em p la b a e l i n t er i o r d e u n a s a la d e c on s ej os . P e r s on a j es
c on ai r e d e s er mu y i mp ortant es d iscu tían anim adam ent e. S e
l e v a n t a b a n la s v oc es y, n o m en o s , la s m a n o s . S e t i ra b a n a l
s u e l o p a p e l e s , s i n n i n gú n m i ra m i en t o. E n u n a s i l la l e va n tada,
bajo un dosel, un hombre con la faz congestionada es-

139
t a b a h a b l a n d o d e u n a f o r m a f r e n é t i c a . Ap l a u s o s y c e n s u ra s
e n p r op o r c i on e s i gu a l e s s u b ra ya b a n s u s d i s c u r s o s . La
e s c e n a , m e r e c o r d ó p o r c om p l e t o u n a r e u n i ón d e P a d r e
Ab a d e s . »M e v o l v í d e n u e v o . P o r t od a s p a r t e s s e o f r e c í a n
p i n t u r a s v i vi e n t e s , p o r e l e s t i l o d e l a s d e s c r i t a s . E s c e n a s
raras, en los más inesperados colores algunas. Mi cuerpo se
t r a s l a d ó a o t r a p i e z a . Al l í s e v e í a n r e p r e s e n t a c i o n e s d e
e x t r a ñ o s o b j e t o s m e t á li c o s , m o v i é n d o s e e n l a n e g r u r a d e l
e s p a c i o . " N e g r u r a ", n o e s l a p a l a b r a b i e n e x a c t a , p o rq u e e l
espacio estaba lleno de puntitos de luz de varios colores,
a l g u n o d e c u yo s c o l o r e s n o c o n o c i d o s p o r m í a n t e s d e
a q u e l l a o c a s i ón . " S on n a v e s d e l e s p a c i o e n p l e n o v i a j e " ,
d i j o l a V o z . " T e n e m o s , p a ra o b s e r v a r l o s c u i d a d o s a m en t e ,
l o s r a s t r o s d e t od o n u e s t r o t r á f i c o . " M e i m p r e s i on ó l a c a r a
de un hombre que apareció, como viviente, en un trozo de
l a p a r e d . P r o n u n c i ó u n a s p a l a b r a s , q u e n o e n t en d í . M o v í a
su cabeza como si estuviese conversando cara a cara con
o t r a p e r s o n a . E l r o s t r o s e d e s v a n e c i ó , c on u n s a l u d o d e s u
c a b e z a y u n a s on r i s a d e s u s l a b i o s ; l a p a r e d q u e d ó l i s a
como antes.

» In m e d i a t a m e n t e , a q u e l l a c a b e z a f u e r e e m p l a z a d a p o r u n
p a i saje como a vista de pájaro. Una vista del mundo que a c a b a b a d e
a b a n d on a r ; a q u e l q u e e r a e l c e n t r o d e u n va s t o i m p e r i o .
M i r é , d e b a j o , l a g r a n c i u d a d , c o n t e m p l a n d o c o n t od o
realismo sus inmensas extensiones. El cuadro se movía con
tal velocidad que volvía a contemplar el distrito donde
estaba la residencia del Maestro de aquella gran ci-
v i l i z a c i ón . Vi l a s g r a n d e s m u r a l l a s y l o s r a r o s y e x ó t i c os
j a r d i n e s d o n d e s e l e v a n t a b a a q u e l e d i f i c i o . D i vi s é u n
hermoso lago con una isla en el centro. Pero el cuadro
n u n c a s e d e t e n í a , b a r r i en d o el p a i s a j e , c o m o h a c e u n p á j a ro
a l a b u s c a d e u n a p o s i b l e p r e s a . E l c u a d r o , e n t on c e s , s e
detuvo. Se hizo más amplio y enfocó un objeto metálico
q u e d e s c r i b í a c a l m o s a s v u el t a s y d e s c e n d í a a l s u e l o . E l
cuadro se amplió hasta que sólo se veía aquel objeto
m e t á l i c o. Un r o s t r o h u m a n o a p a r e c i ó; e s t a b a h a b l a n d o ,
respondiendo a preguntas desconocidas. Después de una
especie de saludo, se borró aquella imagen.

140
»M e t r a s l a d é , s i b i e n s i n i n t e r v e n c i ó n a l g u n a d e m i v o l u n -
tad. Mi mente, dirigida, abandonó aquella extraña habitación y
p en et r ó en ot r a . ¡C os a ra ra ! Aq u í a nt e c a da u n o d e los
siete cuadros permanecía sentado un anciano. Por un mo-
m en t o, m e d et u vo la s orp res a m á s c om p let a . Lu ego, em p ec é a
r e í r m e p o r l o b a j o h i s t é r i c a m e n t e . Al l í e s t a b a n , l o s s i et e
viejos, todos ellos barbudos; todos parecidos entre sí y de
gr a ve asp ect o. Dent r o d e mi pob r e c er eb r o la Voz, c on t on os
enojados, profirió en voces altas. «¡Silencio!, sacrílego. Esos
qu e aquí ves c on los S abi os qu e c ont r olan tu p r opi o d estino.
¡Silencio, digo, y un aire deferente!" Pero los viejos sabios no
s e d i e r on p o r en t er a d o s , s i b i e n t en í a n n ot i c i a d e m i p r e s en -
cia, porque en uno de los cuadros me hallaba yo sobre la
T i e r r a , c a r g a d o d e a la m b r e s y t u b o s . E n ot r o c u a d r o s e m e
representaba allí mismo. Era una rara impresión, para mí.
»" Aq uí — p r osi gui ó la Voz, m ás ca lmada — están los sabios
que han reclamado vuestra presencia. Son los hombres más sa-
bios entre los demás, que se han dedicado, por siglos ent eros,
a l bi en d e s u p r óji m o. Trabajan si gu i end o la s d irect ric es del
Maestro en persona, que ha vivido más largo tiempo que ellos.
N u e s t r o d e s i gn i o e s e l d e s a l v a r a v u e s t r o m u n d o . S a l v a r l o
d e l o q u e a m e n a z a s e r u n s u i c i d i o. S a l v a r l o d e l f u n e s t o r e -
s u lt a d o d e un a exp los i ón n u c.. . , p ero n o m en c i on em os t ér m i -
n os qu e ah ora ca r ec en d e s entid o pa r a vos ot r os, p or n o haber
sido aún inventados en vuest r o mundo. Vuestro mundo está a
punto de que le acontezca un considerable e intenso cam-
b i o. S e d es c ub r i r á n nu eva s c os a s y s e i n ven t a rá n a r m a s nu e-
v a s . E l h o m b r e p e n e t ra r á e n e l e s p a c i o d en t r o d e l o s p r ó x i -
mos cien años venideros. Esto es lo que nos debe inte-
resar."
»Uno de lo Sabios hizo unos signos con las manos, y los
cuadros fueron cambiando. Un mundo tras otro se seguían
dentro de los marcos. Unas gentes, y después otras, se pre-
s en t a b a n , p a r a d es va n ec e r s e a l c a b o d e u n os i n s t a n t e s , p a r a
ser r eempla zadas por otra s. Unas extrañas ampollas d e vidr io
s e v ol vi er on lu m i n os a s y u n as lí n ea s q u e s e en t re la za b a n s e
cruzaron en los fondos. Se escuchaba el teclear de unas má-
141
q ui n a s, d e la s q u e s e d es p ren d í an u n os la rgos p a p eles i m p r e-
sos que se iban enrollando en unos cestos que había cerca
de dichas máquinas impresoras. Se trataba de imp resos cu-
bi er t os d e cu ri os os si gn os. Tod o ello iba má s a llá d e mi c om -
p r e n s i ó n , t a n t o q u e t od a ví a h o y, d e s p u é s d e m e d i t a r s o b r e
t oda s aqu ella s c osa s, t oda vía d esc on ozc o su s en tid o. Y c onti -
n u am en t e, los vi ej os S a b i os tom a b a n n ot a s en t i ra s d e p a pel
o hablaban a unos discos situados a su lado. En respuesta, les
h a b lab a un a voz c om o d es en c a rn ad a p ero c on la en t on a c ión
p erfec t a m en t e h u m an a; p ero no p ud e a p erc ib i rm e d e la f u ente
de estas palabras.
»A l f i n a l, c u a n d o t od o m e d a b a vu e lt a s , b a j o e l i m p a c t o d e
aqu ella s ra ra s i mp r esi on es, la Voz, en mi c ereb ro, dij o: "Ya
ti en es b ast ant e c on es o. Ah ora va m os a m ost ra ros el pa sado.
P a ra p r ep a r a r o s , em p i e z o p or d ec i ro s q u e, s ea n c u a l e s s ea n
las cosas que veréis, no tenéis que asustaros." ¿Asustarme?,
me dije para mí; si supiese, la Voz, que estoy por co mpleto
aterrorizado. "Primero — continuó la Voz —, podréis contem-
p lar la tinieb la y algún movimiento interior. Desp u és, os
d a r éi s c u en t a d e l o q u e, en re a li d a d , e s e s t a h a b i t a c i ón . E n
rea lidad, exist e d esde millones de años, en la cuenta de vu es-
t r o t i em p o q u e es m u c h o m e n os , s egú n la n u es t ra . Des p u és ,
podréis ver lo que sucedió cuando nació vuestro mundo.
Y cómo fue poblado de criaturas, entre las cuales aquella que
llamáis Hombre." La Voz se desvan eció, y mi concienci a,
con ella.
»Es una s ensación desconc erta nte, la de vers e privado brusc a-
mente d e la p resencia de ánimo qu e nos es propia; de sen-
t i rs e p r i va d o d e u n a p a rt e d e n u es t ra c on c i en c i a d e l a vi da ,
sin que nos sea posible darnos cuenta del tiempo en que
h em o s p e r m a n e c i d o i n c on s c i en t es . M e d i c u en t a d e u n a n i e -
b la gr i s q u e s e a r r em o li n a ba en m i c ereb ro, a lgu n a s oj ea da s
i n t e r m i t en t e s m e a t o s i ga b a n y a u m en t a b a n m i es t a d o d e t u r -
bación. Poco a poco, igual que una niebla por la mañana
disipándose bajo los rayos del sol naciente, mis sentidos y mi
l u c i d e z v o l v i e r o n a m í . E l m u n d o , a n t e m í , s e c on v i r t i ó en
luz. No; no era todavía el mundo, sino el espacio en el cual

142
flotaba entre el techo y el pavimento, igual que un objeto
ligero flotando en el aire tranquilo. Como las nubes de in-
c i en s o q u e s e r em on t a n len t a m en t e en u n t em p lo, yo m e s e n -
tía levantar, contemplando lo que tenía delante de mí.
» N u e v e a n c i a n o s . B a r b u d o s . G r a v e s . At e n t o s a s u t r a b a j o ,
¿e r a n los m i s m os ? No. Ni el a p os en t o era i gu a l. Los m a r c os
de los cuadros y los instrumentos eran distintos. Y los cua-
dros no eran los mismos. Durante un tiempo no se escuchó
u n a s o l a p a la b r a n i u n a e xp li c a c i ón d e t od a s a q u e l la s c os a s
p or t en t os a s . Fi n a lm en t e, u n an c ia n o lle gó y d i o vu e lt a s a u n
botón. Se iluminó s eguidamente una pantalla y s e vieron unas
e s t r e l la s en u n a f o r m a c i ón q ue a n t e s n o h a b í a v i s t o. La p a n -
talla se iba expansionando, hasta que llenó todo mi campo
visual, como si tuviese yo una ventana abierta sobre el es-
pacio. Tan fuerte era la ilusi ón que me parecía que me ha-
lla b a en el es p a c i o s in qu e m ed i a s e ven t a n a a lgu na . C on t em -
plaba todas aquellas estrellas, frías, inmóviles, brillando con
una hostil y dura luminosidad.
»"Vamos a correr un millón de veces a mayor velocidad — ob-
servó la Voz —, bajo la pena de no poder contemplar nada más
e n t od a vu es t r a vi d a . » La s es t r e l la s e m p e z a r on a o s c i la r rí t -
m i c a m en t e, u n a s ob r e la ot ra , t od a s s ob r e u n c en t r o q u e n o
veíamos. De un lado del cuadro llegó a gran velocidad un
c om et a, en d ir ecci ón a l in visib le y os curo c ent ro. E l c orn eta
vol ó a t r a vés d el c u a d r o, a r ra s t r a nd o c on si go ot r os m u n dos .
Finalmente, chocó con el mundo muerto y frío que se en-
c o n t r a b a a l c e n t r o d e a q u e l l a g a l a x i a . Ot r o s m u n d o s , a r r a s -
t rad os fu era d e su s órbit as p or la velocid ad c rec i ent e, s e p re-
c i p i t a r on y c h o c a r on , c o m o e n u n a c a r r e r a . E n e l m o m e n t o
e n q u e e l c o m e t a y e l m u n d o m u e r t o c h oc a r on , e l u n i v e r s o
pareció inflamarse. Masas giratorias de materia incandescente
fu eron lan zada s a t ra vés d el es paci o. Ga s es in fla mad os en gu -
lleron los mundos a ellos cercanos. El universo entero, tal
como lo veía en la pantalla que yo t enía enfrente, se con-
virtió en una masa de gas brillante, ardiendo con toda vio-
lencia.
»Poco a poco, el brillo intenso que invadía todo el espacio, se

143
fu e c a lm a n d o. Al f i n a l, q u ed ó un a ma s a c ent ra l i n fla m ad a,
c on m a s a s in f la m a d a s m á s p eq u eñ a s a su a lred ed or . P ed a z os
d e m a t er i a l in c an d es c en t e era n exp u ls ad os a m edi da q u e la
m a s a c en t r a l vi b r a b a y s e ret o rc í a en la s a g on í a s d e u n a n u eva
c on fla gr a c i ón . La V oz i n t erru m p i ó m i s c a ót ic os pen -
s a m i en t os : "E s t á i s vi en d o en u n os m i nu t os lo q u e t a r d ó m i -
ll on es d e a ñ os en evolu c i on a r. Va m os a c a mb ia r d e i máge-
n es . " M i vi s i ón ent er a s e li m i t ó a la s d i m en si on es d el m a rc o
d e la p a n t a lla . Ah o r a , d i vi s é t od o e l s i s t em a es t e la r c om o s i
s e fu es e en c ogi en d o y l o vi es e d es d e m u y l ej os . E l b r i ll o d el
a s t r o c en t r a l t a m b i én d i s mi nu yó, s i b i en s egu í a s i en d o m u y
b r i lla n t e. Los m u n d os c erc a n os b ri lla b a n c on un r es p la n dor
r oj i zo, m i en t r a s gi r a b an y d es c r i b ía n su s n u eva s órb i ta s . A la
ve loc i d a d c on q u e s e m e m os t ra b a el u ni vers o p a rec í a es t a r en
u n m ovi m i ent o a r r em oli n a d o q u e m e d es lu m b ra ba la vi s ta .

»Ah o r a , el c u a d r o c a m bi ó. Dela n t e m í o s e ext en d í a un a gra n


lla n u r a m a nc ha da d e in m en s os ed i fi c i os , a lgu n os d e ell o s d o-
t a d os d e p r oyec c i on es , q u e br ot a b a n d e s u s t ec h os . P roye c -
c i on es qu e m e p a r ec i eron s er d e m et a l, t orc i d o en c u r i os a s
form a s , c u ya r a z ón m i in t eli gen c i a n o a c ert ab a a a di vi na r.
E n j am b r es d e p er s on a s d e m u y d i s t in t a s form a s y t a m a ños
c on ver gí a n h a c ia u n obj et o m u y c u ri os o s i t u a d o en e l c en t r o
d e a q u el lla n o. E r a p or el e s t i lo d e u n t ub o i n m en s o. Los
ext r em os d e a q u el t ub o era n m á s es t rec h os q u e la zon a c en t r a l
y u n o d e los ext r em os a c a b a ba en p un t a, mi en t ra s el ot r o e r a
r ed on d ea d o. A l o la rg o d e l t u b o s e v eí a n p rot u b er a nc i a s y,
fi j á nd om e, vi c óm o és t a s era n t ran s pa ren t es . Den t ro s e v e í a n
u n os p un ti t os qu e s e m oví a n , q u e yo j u zgu é s e r p er s on a s . M e
p a rec i ó qu e t od o a qu el ed i fi c i o ven d ría a t en er en t r e u n
k i lóm et r o y m ed i o o d os d e ext en s i ón ; t a l vez m á s a ún . S u
d es t i n o er a c om p let a m en t e d e s c on oc i d o pa ra m í . No a c ert a b a
a c om p r en d er c óm o un ed i fi cio p od í a t en er s em e j a n t e form a .

»M i en t r a s yo es t a b a a t ent o a n o p erd er u n s olo d et a lle, f lo t ó


d en t r o d el c u a d r o un veh í cu lo m u y e xt ra ord i n a ri o, qu e r em ol-
c a ba un a s c ua nt a s p la t a form a s c a rga d a s c on c a ja s y f a rd os

144
b a s ta nt es ; p en s é en mi fan ta sí a p a ra ab a s t ec er t od os los m er -
cad os d e la In dia. Ta mbi én — ¿c ómo p odía ser est o? —,
t od o f lot aba p or los ai res c om o los p ec es n adan y s e mu even
por sí mismos d entro d el agua. El extraño vehículo sigu ió
h a s t a l l e ga r a l la d o d e l gr a n t u b o, q u e e ra u n a c on s t ru c c i ón y
a d ond e, u n a t r a s ot ra , la s b ala s y la s c a j a s fu eron i n t rod u -
c i da s , y en t on c es la e xt ra ñ a m á qu in a s e fu e c on la s p la t a for -
m a s v a c í a s s i gu i én d o l e c u a l r e m o lq u es . La c o rri en t e d e p e r -
sonas qu e entraban en el tub o disminu yó sensib lemente y
l u e g o c e s ó p o r c o m p l e t o . Un a s p u e r t a s r e s b a l a d i z a s s e d es -
l i za r on y e l t u b o p e rm a n e c i ó c er ra d o " ¡Ah ! — p en s é yo — ;
es t o d eb e d e s e r u n t em p lo; m e lo m u es t ra n p a ra qu e yo vea
c la r o q u e p os een u n a reli gi ón y t em p los . " S i n t i én d om e s a t is -
f e c h o c on la e x p li c a c i ón q u e m e d a b a a m í m i s m o, d ej é q u e
mi atención divagase a sus anchas.
»No h a y p a la b r a s qu e p u edan d es c ri bi r la es t u p efa c ci ón q u e
experimenté al ver que aquel edificio tubular, largo de más de
u n k i lóm et r o y a n c h o d e m ed io a p roxi m a d a m ent e, d e p r on t o se
levantaba por los aires. Se levantó como hasta nuestras más altas
montañas, se hizo pálido por unos pocos segundos y luego
¡d e s v a n ec i ós e ! U n o s m om en t o s a n t es e s t a b a a l lí , c om o u n a
ti r a d e p lata susp endida en el ci elo c on luc es c olor idas y d os o
t res s oles ju gand o c on su sup erfic i e. Despu és, sin el m en or
d es t el lo, ya n o es t a b a . M i ré h a ci a lo a lt o; m i ré la s p a n ta lla s
q u e es t ab a n a los la d os , y en t on c es lo vi . Den t ro d e un a p an -
talla, larga d e unos cuatro o cinco metros, las estrellas se
a r r e m o li n a b a n a l r ed ed o r d e lo q u e a p a r ec í a c om o u n a s t i r a s
d e lu z d e c olor es. Est aci onado en el c en t ro d e la panta lla, s e
veía el edificio que un momento antes había dejado aquel
ext rañ o mund o. La veloc i dad d e la s est rella s qu e p or allí
pasaban fue creciendo, hasta que formaron una hipnótica
imagen borrosa. Me volví hacia otros lados.
»Un resplandor de luz atrajo mi atención y volví a mirar
h a c i a la p a n t a l la la r ga . E n u n o d e l os e xt r em o s m á s l ej a n os
a p a r ec i ó, an un ci an d o u n a lu z m a yo r, u n res p la nd or , c om o el
que mandan los ra yos de sol antes de que éste aparezca detrás
de una montaña, anunciándole. La luz creció rápidamente y

145
s e h i zo i n t oler a b le. Un a m a n o en t on c es s e vi o d a nd o vu elt a s
a una llave. La lu z se fu e reduciendo, de forma que apare-
ciesen las imágenes claras. El gran tubo, un insignificante topo
en la i n m en si d ad d el es p a c i o, s e a p roxi m ó a l orb e b r i lla n t e.
Dio la vuelta a su alrededor y entonces me volví a mirar hacia
otra pantalla. Por un momen to, perdí mi orientación. Con-
templaba, sin comprenderlo, el cuadro que tenía ante mis
ojos. Se trataba de la imagen de una sala espaciosa don de
permanecían hombres y mujeres vestidos de lo que yo co-
n oc í s e r u n i f o r m e s . Al gu n os d e e l l os p e rm a n ec í a n s en t a d os
c on la s m a n os s ob r e p a la n c a s y lla ves , m i en t ra s ot r os ob s e r -
vaban unas pantallas como yo estaba entonces haciendo.
»Un per sonaje, más bi en puesto que los d emás, s e paseaba de
u n a p a r t e a ot r a c on la s m a n os c ru za d a s a la e s p a ld a . A m e-
nud o d et ení a sus pas os y m i r aba p or enc ima d e otr a p ers ona,
m i e n t r a s c o n s u l t a b a u n a s n o t a s e s c r i t a s , o m i ra b a l a s e s c r i -
t u ra s en r e v es a d a s q u e s e h a l la b a n d et rá s d e vi d ri o s c i r c u la -
r es . E n t on c es , c on un a in c li nac i ón d e c ab eza , res u m i ó s u p a -
s eo. Al f i n , yo m e a ven t u ré a h a c er lo m i s m o: m i ré u n a pan -
talla, como aquel h ombre bien trajeado. Allí se divisaban
mundos llameantes, que no pude contar porque la luz me
d es lu m b r a b a y e l m o v i m i en t o e x c e s i v o m e a t o l on d r a b a . P or
lo q u e pud e con tar pien so — sin nin guna garantía p or mi
p a rt e — qu e h ab ía un os qu in ce fra gm en t os lla m ea n t es , s i tua -
d os a lr ed ed or d e la gra n m a s a c en t ra l q u e l es h a b í a d ad o n a-
cimiento.
»Aquel edificio tubular, que ahora comprendí que era u na
n a ve d el es p a c i o, s e d et u vo, y en t on c es s e p r od u j o un a gra n
a c t i vid ad . Del f on d o d e la n a ve, em ergi eron u n gra n n ú m er o
d e emb ar caci on es ci rcu la res . S e d isp ersa ron p or t oda s pa rtes
y, c on su pa rtida , la vida a b or d o d e la gran na ve r eanud ó su
b i en o r d e n a d a e x i s t e n c i a . P a s ó u n t i e m p o y e n t o n c e s t o d o s
los p equ eñ os di sc os regres a ron a la em ba rca ci ón -mad r e y e n -
traron a bordo. Lentament e, aquel tubo macizo giró y aceleró
s u veloc i d a d c om o un an i ma l a s u s ta d o hu yen d o p or la s c on s -
telaciones.
»Con el tiempo — no sabría decir cuánto — el tubo metálico

146
r e g r e s ó a s u b a s e . Lo s h o m b r e s y l a s m u j e r e s q u e v i a j a b a n
d en t r o, l o a b a n d on a r on y e n t r a r on en c a s a s q u e es t a b a n p o r
aquellos a lr ed edor es. La pantalla que tenía enf r ente s e volvió
de un color gris.
»Aq u e l la h a b i t a c i ón en la p en u m b ra , c on la s p a n t a l la s s i em -
p re moviénd ose en la pared , me fascin aba d e un mod o ex-
traordinario. Al principio, yo había prestado mi atención sólo a
u n a o d o s p a n t a l l a s . Ah o r a q u e a m b a s e s t a b a n i n e r t e s en -
fren t e d e m í , t en í a ti em p o p ara exp lo ra r a m i a lred ed or . Allí
estaban personas aproximadamente de mi talla, de la que
e m p l e o c u a n d o m e s i r v o d e la p a la b r a "h u m a n o ". H a b í a g en t e
d e t od os l os c o lo r es : b la n c a , n egra , v erd e, c o lo ra d a , a m arilla
y caoba. Tal vez un centenar de ellos se sentaban en unas s i lla s
ext ra ñ a m en t e a j u s ta d a s, q u e s e d ef orm a b a n a c ad a m o vimiento
de quien las utilizaba. Los había sentados, alineados e n u n a
pared lejana. Los Nu eve Sabios estaban instalados
alred edor d e una mesa esp ecial, situada en el centro d e la
es t a n c ia . Mi r é c on c u ri os i d ad a m i a lred ed or, p er o los a s i e n -
t os y ot r os ob j et os es t a b a n tan lej os d e t od o lo q u e m i exp e-
r i en c i a c on oc í a p r e vi a m en t e q u e n o h a l la b a l a m a n e ra c óm o
p od ría d esc ribi r los. Tub os i lu minad os c on una lu z va ci lant e,
c on t en i en d o u n f a n t a s m a l r e fl e j o v e rd e, t u b o s d en t r o d e lo s
c u a l e s o s c i l a b a u n r e s p l a n d o r a m b a r i n o , p a r e d e s q u e e r an
paredes, aunque irradiaban la misma claridad que si se tratase
d e l a i r e li b r e. C r i s t a l es r ed on d os , t ra s lo s c u a l e s p u lu la b a n
fantásticamente unos puntos, o bien, al contrario, estaban
fijos e inmóviles. ¿Os decía algo, todo este mundo?
»Una parte de la par ed se balanceó, r evelando una prodigiosa
cantidad de alambres y de tubos. Subiendo y bajando por
ellos, se veían unos hombrecillos de unos tres palmos de
a lt u r a , en a n os q u e l l e va b a n u n os c i n t u r on es l l en os d e h er ra -
m i en t a s b r i lla n t es . Ll egó, en t on c es , u n gi gan t e qu e t ra n spor -
tab a una ca ja mu y gra nd e y p es ada . La d ej ó en el s u elo mien -
tras aquellos enanos amarraban la caja al otro lado de la
p a r ed . E n t on c e s , la p a r ed s e v o l v i ó a c e rra r y l o s en a n os s e
m a rcha r on junt o c on el gi gan te. Al m is m o ti emp o, s e h i zo un
silencio. Todo permaneció silencioso, excepto los ruidos ca-

147
racterísticos del golpear de una máquina por un orificio, dentro
de un receptáculo especial.
»Aq u í , s ob r e a q u ella p a n t a lla , s e p r o yec t a b a un a c os a ext ra -
ñísima. Al principio creí ver una roca toscamente labrada
e n u n a f o r m a h u m a n a . Lu e g o, c on m i m á s i n t en s o t e r r o r , v i
cómo aquella cosa s e movía. Una especi e de b razo s e levantó y
vi c óm o a gu an t ab a un a a nc ha s á ba n a d e u n m a t eri a l d es c o-
nocido, encima del cual se habían escrito signos grá ficos. No
se podía exactam ente llamarlo escritu ra con toda propiedad.
Era tan ajeno aquello a toda forma especial de lenguaje,
q u e pa r a d es c r ib i r lo h a b rí a qu e i n ven t a r u n s en t id o. Mi s m i -
radas se dirigieron a otros lados; todo aquello estaba tan lejos
de mí, qu e ni lograba interesarme. Sólo terror me causaba
aquel disfraz de humanidad.
»P er o mis miradas errant es se detuvier on de un modo brusco.
Allí estaban unos Espíritus; unos Espíritus alados. Qued é t an
fascinado que estuve a pique de chocar contra la pantalla, de
tanto como me ap roximé a ella, esperando ver más. Era el
cu adr o d e un ma ra vi llos o ja rdín , en el cua l ju gab an c riatu ra s
aladas. De forma hu mana, varón y h emb ra, tejían un os di-
buj os a ér eos p or el ci elo d e oro, s ob r e el ja rdín. La Voz in t e-
rrumpi ó mi s p en sa mi en t os : "¡Ah !, ¿d e m od o qu e ah ora est áis
fascinado? estos que ahí veis son los — un nombre que no se
puede escribir — y pueden volar porque habitan en un mundo
en el c u a l el p es o d e la gra ve d a d es exc es i va m en t e l ev e. No
pu ed en aban d onar su p lan eta; son d emasiad o frágiles. Po-
s e en u n a i n t e li g en c i a p od e ros a , i n s ob r ep a s a b l e. P e r o, v ed a
vuestro alrededor otras pantallas. No tardaréis en ver algo más
de la historia de vuestro mundo."
» La e s c en a c a m b i ó a m i p r es en c i a . S os p ec h é q u e e l c a m b i o
e r a d e l i b e r a d o p a r a q u e yo p u d i e s e v e r l o q u e d e s e a b a c on -
t em p la r . P r i m er o, f u e el p ro fu n d o c olor p ú rp u ra d el e s p a c i o y
luego un mundo enterament e azul, que se m ovi eron desde el
borde hasta ocupar el c entro de la pantalla. La i magen fue
c r eci end o ha sta qu e llen ó t oda la vi sta p or c omp let o. S e hizo
e n t on c es a ú n m a yo r , y t u v e la h o r ri b l e s en s a c i ón d e c a e r m e
de cabeza abajo por el espacio. Una exp eriencia mu y d esa -

148
gradable. Debajo de mí, las olas sa ltaban y corrían. El mundo
giraba. Por todas partes, agua. Pero una mancha se proyectaba
sobre las olas eternas. En todo el mundo sólo existía una
m es et a d e u n a s d i m en si on es c om o e l va ll e d e Lh a s a . E n ella
relu cían s ob r e la p la ya un os ext rañ os edi fic i os. Una s fi gu ra s
h u m a n a s s e a gi t a b a n en la o ri l la , c on la s p i ern a s d en t r o d e l
agua. Otras, permanecían sentadas en las rocas cercanas. Todo
ello era misterioso y carecía de sentido para mí. "Nuestro
cultivo forzado — dijo la Voz —; aquí hemos cultivado las se-
millas de una raza nueva".»
Capítulo noveno

E l d í a s e i b a a p a ga n d o y d ebi li t á n d os e p r o g r es i va m en t e. E l
joven monje miraba — como había mirado casi tod o aquel
día — en di r ecci ón a la c ortadu ra d e la s m ont aña s, d ond e es -
t a b a e l p a s o e n t r e l a In d i a y e l T í b e t . D e p r o n t o , l a n z ó u n
gr i t o d e a le gr í a y gi r ó s ob r e s u s t a lon es , en t r a nd o p rec ip i ta -
damente en la cueva : «¡Venerable!», exc lamó. «Vi enen hacia
nosotr os por el puerto. P ronto tendrem os comida ». Sin agua r-
dar la respuesta, dio media vuelta y corrió al exterior. Dentro
del aire transparente y frío del Tíbet, los más pequeños de-
t a l l e s p u e d e n p e r c i b i r s e a g ra n d e s d i s t a n c i a s ; n o h a y i m p u -
re za s en el a i r e q u e en t u rbi en la vi s i ón . P or e l b ord e roc os o
d e s f i l a b a n u n a s p e q u e ñ a s m a n c h a s n e g r a s . E l j o v e n s o n ri ó
con satisfacción. Pronto tendrían cebada y té.
Con toda rapidez corrió a la orilla d el lago y llen ó el reci-
p i en t e a r eb os a r . Lo t ra j o a l a c u eva c on t od o cu id a d o, p ara
que estuvi es e a punto cuando llegas en las provisiones. S e fue
lu eg o a la cu es t a , c orri en d o, p a ra a lm a c en a r h a st a la ú lt i ma
brizna de las ramas del árbol caído en la tempestad. Consiguió,
c on est o, r eun i r un a bu ena pi la d e leña a l lad o d e la h ogu era
encendida. Con gran impaciencia el joven subió a una roca
encima de la cu eva. Haciendo una pantalla con la mano, miró a
todos lados. Una gran fila de bestias de carga se a lejaba del
la go. E r a n c a ba llos , n o ya k s . Y los h om b r es er a n i nd i os , n o
tib etan os. E l j oven m onj e s e qu ed ó pa ra li zad o, c omp rob ando
su error.
Len t a m en t e, c on p es a d u m b re, d es c en d i ó a l n i ve l d e l s u el o y
volvió a penetrar en la cueva. «¡Venerable!», exclamó con voz
apenada: «Aqu ellos hombr es, eran indios; ahora se marchan y
no tenemos qué comer.»
«No os preocupéis», dijo el anciano dulcemente. «Un estó-
m a go va c í o h a c e un c ereb ro c la ro. H em os d e a gu a n t a r, t en er
paciencia.»
Un pensamiento súbito se le ocurrió al joven monje. Con el

150
rec i p i en t e d el a gu a c orri ó a l i n t eri or d e la cu eva , a llá d ond e
se había esparcido toda la cebada. Allí, se puso cuidadosamente
d e rod i lla s y es c a rb ó el su elo a ren os o. La c ebad a estab a mez-
clada con la arena. Había, p ues, una y otra cosa. Con toda
atención, fu e echando un puñado tras otro en el recipiente y
golp eó la s p a r ed es d el m i s m o . La a r en a , s e fu e a l fon d o y, la
c eb a d a q u ed ó f lot a n d o en la s u p erfi c i e. Ta m b i én f lot a ba n
pequeños trozos de té.
A c opia d e t i emp o, fu e qu itand o la c ebada y los p edacit os d e
té que se hallaban en la superficie del agua y los fue poniendo
u n o t r a s o t r o e n s u c u en c o . D e m o m e n t o l l e n ó e l t a z ó n d e l
v i ej o y, f i n a lm en t e, c u a n d o la s s om b ra s d e l a t a rd e c er ya s e
a rra st raban p or aqu ellos pa ra jes , los d os cu en c os estaban lle-
n os. Fati gad o, el j oven s e puso en pi e, vaci ó el a gua llen a d e
a ren a s ob r e e l s u e lo. Lu eg o, t ri s t em en t e, s e d i ri gi ó h a c ia el
lago.
Los pájaros nocturnos empezaban a despertar y la luna, en
su plenilunio, asomaba sobre el borde de las montañas cuando
f r ot ó e l r ec i p i en t e y l o l l en ó d e a gu a . Fa t i ga d o, la v ó d e s u s
r od i lla s l os gr a n os d e a ren a y d e c eb a da qu e s e le h a b í an pe-
gado y r eanudó su camino hacia la cueva. Con un golp e r esi g-
nad o, c oloc ó el r ecipi en t e en el c ora zón d el fu ego y s e s ent ó
allí cerca, aguardando con toda impaciencia el hervor del agua.
Por últim o, se levantaron soplos de vapor y s e mezc laron con el
humo que hacía el fuego. E l j oven n 3nje s e levantó y trajo los
d os ta zon es c on la c ebad a y el t é — y t a mb i én su a lgo d e tierra
—. Con todo cuidado, lo fue echando al agua.
D e p r on t o, s e l e va n t ó e l va p or . E l a gu a em p e z ó a h e r vi r f re -
nética, removiendo aquella mescolanza terrosa. Con una astilla
plana, el joven quitó lo peor de las impurezas y, no pudiendo
aguantar más, con un palo consiguió levantar el recipiente del
fu ego y ech ó un a gen eros a raci ón d e aqu ella esp eci e d e s opa
en el ta zón d el ancian o. Lu ego, limp iánd os e los d ed os en sus
decididamente sucias vestiduras, se adelantó hacia el vi ejo er -
mitaño, ofreciéndole el inesperado y más insípido líquido.
Luego, se preocupó de sí mismo. Era apenas bebible.
Habiendo apaciguado lo justo los tormentos del hambre, am-

151
b os s e t end i er on en la du ra y a ri sca ya ci ja d e a rena p ara d or -
mir. Mientras tanto, se remontó la luna y describió una
m aj estu osa cur va, h ast a p osa rs e en la s lejana s cumb r es d e la
c o rd i l l er a . La s c r i a t u ra s d e l a n o c h e s e d ed i c a r on a s u s oc u -
p a ci on es , qu e la n oc h e ha c ía lí c i t a s , y e l vi en t o d e la n oc he
sopló suavem ente entre las ramas delgadas d e los á rboles ena-
n os d e a q u ell os p a r a j es . E n l o s c on ven t os d e la m a s , l os vi gi -
l a n t e s d e la n oc h e c on t i n u a ba n s u s i n c es a n t e s oc u p a c i on es ,
mientras en las callejuelas de la ciudad las gentes de mala
r e p u t a c i ón r en e ga b a n s i n c es a r c on t ra a q u e l l os q u e e s t a b a n
mejor situados.
La m a ñana t ran scu r ri ó sin sa tis facci on es . Los res t os d e la ce-
bad a, hú m eda , y la s h oja s d e t é qu e les qu edab an, p r op orc io -
n a r on u n s u s t en t o f la q u í s i m o; l o i n d i s p en s a b l e p a ra n o d es -
f a l l e c e r . S i m u l t á n e a m e n t e c o n e l c r e c e r d e l a lu z d e l d í a y
d el fu ego, qu e esp ar cía enj amb res d e chi spas , brotand o d e la
l e ñ a s u p e r f i c i a l m e n t e s e c a , el v i e j o e r m i t a ñ o , d i j o : «C o n t i -
nuemos con el pasado del conocimiento humano. Ello nos ayu-
d a rá a d i s i m u la r n os e l h a m b re q u e s en t i m os ». E l vi e j o y e l
j o v en en t r a r on j u n t o s en la c u e va y s e s en t a r on en la s p os i -
ciones acostumbradas. .
«Fu i d e u n la d o a ot ro, d u ra nt e u n ra t o — p r os i gu i ó e l erm i -
taño —; cómo van los pensamientos de un hombre desvagado,
s i n di r ec c i ón ni p r op ós i t o a lgu n o. Va ci la n d o, yen d o d e a q u í
para allá, de una pantalla a la otra, caprichosamente. Entonces,
l a V o z q u e h a b la b a d en t ro d e m í , d i j o : " Os t en em o s q u e d e -
cir más cosas." Así que me habló la Voz noté que se me
d i r i gí a h a c i a la s p r i m e ra s p a n t a l la s q u e yo h a b í a es t u d i a d o .
V o l v í a n a f u n c i o n a r . S ob r e u n a d e e l l a s , s e v e í a l a i m a g e n
del universo que contiene lo que llamamos el Sistema Solar.
» La V o z e n t o n c e s d i j o : " D u r a n t e c e n t u r i a s s e v i g i l ó c u i d a -
d os a m en t e q u e n o s e p rod u j es e n i n gu n a i r ra d i a c i ón a l a za r ,
d esd e el n u evo Sistema entonces en estad o d e formación.
P a s a r on m i llon es d e a ñ os ; p ero, a la es c a la d el Un i vers o, un
millón de años son apenas unos minutos en la vida de un
s e r h u m a n o . F i n a l m e n t e , o t r a e x p e d i c i ón p a r t i ó d e a q u í , e l
c o r a z ó n d e n u e s t r o i m p e r i o . L o s e x p e d i c i on a ri o s i b a n e q u i -

152
p a d os c on los m á s m od er n os a p a r at os pa r a d et er m i n a r c óm o
d eb en p la n t ea r s e l os n u e v os m u n d os q u e d es ea m os f u n d a r " .
Cesó, entonces, la Voz y yo, de nuevo, contemp lé las p an-
tallas.
»B ri llaban f rí am en t e las es trella s en las inm en sid ad es imp re-
sionantes del espacio. Fijas y frágiles, relucían con más colo r es
q u e el a r c o i r i s . E l c ua d ro s e h i zo c ad a vez m á s a mp li o, h a s t a
q u e s e d i s t i n g u i ó t o d o u n m u n d o q u e p a r e c í a s e r , n i más ni
menos, un globo de nubes. Nu bes turbulentas que eran a zot ad a s
c on el m á s espan tab le rela mpa gu eo. "No es p osib le — dij o la
Voz — an a li za r c on c ert eza un mund o lejan o, a ba s e d e
p ru eb a s r e m ot a s . An t e s , lo c r e í a m o s a s í ; p e r o la e xp erien cia
nos demost ró el err or en que estábamos. Actualm ente, durante
millones de años, hem os ido m andando expediciones. ¡Mirad!"
»E l u n i v e r s o f u e b a r r i d o c om o u n a c o r t i n a . D e n u e v o p u d e
contemplar una llanura que se perdía en lo que parecía ser el
i n f in i t o. Los ed i f i c i os er a n d i f er en t es ; a h or a s e n os a p a rec í a n
l a r go s y b a j os . La g ra n n a ve a é r ea q u e e s t a b a a l lí t a m b i é n
era distinta. Su forma recordaba, en la parte inferior, un
p la t o en p os i c i ón n or m a l; m i en t r a s q u e l a p a r t e s u p e ri or
r ec or d a b a un p la t o en p os i ción in vert i d a , rep os an d o p or los
bordes encima del primero. El conjunto resplandecía como
u n a lu na llen a . Un os a gu j eros a c en t ena res , p rovi s t os d e s u s
c or r esp ondi en t es c ris ta les, f or m aban una c ir cun f er enci a a lre-
d ed or d e la es t r u ct u r a . En la p a rt e m á s a lt a , fi gu rab a un a es -
p ec i e d e c úp u la t r a n sp a ren t e. Di c ha eleva c i ón s erí a d e u nos
diez metros. El inmenso ruedo de la nave aérea disminuía, hasta
hacerlas aparecer enanas, el tamaño de las máquinas que se veían
al pie aprovisionando la nave del espacio.
»Un os grup it os d e p er s ona s, tod os uni f ormad os d e una m anera
ra ra , c on ver s a b a n , a legr es , a l red ed or d e la n a ve es p a c i a l. A l
p i e d e c a d a u n o s e v e í a n u n a s p i l a s d e c a j a s r e p o s a n d o en el
suelo. La conversación era animada; el humor, excelente. O t r o s
i n d i v i d u o s , c on m á s b r i l l a n t e s u n i f o r m e s , i b a n d e u n lad o
pa ra ot r o, c om o s i d elib er as en s ob r e el d est in o d e a lgún mundo
como, de hecho, era así. Después de una señal súbita,

153
t od os, llevánd os e c ada cua l con si go su equipa j e, sub i eron or -
d en a d a y r á p i d a m en t e a la n a v e i n t e r es p a c i a l . Un a s p u er t a s
m et á li c a s , di s pu es t a s c om o el i ri s d e u n oj o, s e c err a r on h er -
méticamente tras ellos.
»C on lentitud, aquel aparato metálico s e levantó cosa de
treinta metros por el espacio. Se balanceó un pequeño momento
y, exactamente, se esfumó, sin dejar huella alguna de haber
exi s t i d o nu n ca . La Vo z d i j o en t on c es : "E s os a p a r a t os vi a ja n
a una velocidad inimaginable — más rápido que la lu z —. Es
un mundo — él por sí mismo — completamente fuera de
influencias externas. No hay en él sensación alguna de veloc i-
d a d , n i d e c a í d a , n i e n l o s i n s t a n t es d e m a yo r v e l o c i d a d . E l
es p a c i o — c on ti nu ó di c i end o la Voz — , n o es n in gú n va c ío,
como vosotros los terrenales opináis. El espacio es un área de
una densidad reducida. Existe en él una atmós fera de molécu-
las gas eosas, de hidrógeno. Di chas molécu las pueden estar s e-
paradas centenares de kilómetros entre sí; pero a la velocidad
que desarr ollan las naves del espacio dicha atmósfera r esu lta
ser tan densa como el agua del mar. Se escuchan las moléculas
dando contra los costados de la nave espacial y se han tenido
q u e ad op ta r d i s p os it i vos es p ec i a les p a ra p reven i r el c a len t a -
miento resultante de la fricción molecular. Pero, ¡mirad!"
»E n u n a p a n t a l l a q u e e s t a b a a l l a d o d e l a a n t e r i o r , l a n a ve
e s p a c i a l en f o r m a d e d i s c o s eg u í a s u ru m b o d ej a n d o u n a e s -
t ela d e u n c olor a zu l d es t eñ i d o t ra s sí . La ve loc i d a d era ta n
en or m e qu e, a l i r si gui end o aqu ella im a gen la d e la na ve del
es p a c i o, la s es t r ella s p a rec í an lí n ea s s óli d a s d e lu z. La V oz
murmuró, entonces : "Hem os de pr escindir de los innec esari os
d et a lles y qu eda rn os s ola m ente c on la s s ecu en cia s qu e i mp or -
t a n ! ¡M i r a d h a c i a l a o t r a p a n t a l l a !" L e o b e d e c í , y p u d e v e r
la n a ve esp acia l ah ora much o m ás lenta en su viaj e a lr ed edor
d el S ol, n u estro p ro pio Sol. P ero era un S ol mu y d if er ente
d el a c t u a l. M a yor y m á s lu m i n os o. Gra n d es fl ec os d e lla m a s
alcanzaban lejos de su orb e. La nave le daba la vuelta, ro-
deando un planeta y otro y otro.
»P or f i n, s e di ri gi ó hac ia un m und o qu e, p or cuant o yo p odía
comprender, se trataba de la Tierra. Envuelto en nubes por

154
comp leto, giraba d ebajo d e la nave d el espacio. Despu és d e
haber descrito unas cuantas órbitas, se movía más
d esp acio. Camb ió la imagen en la pantalla y en tonces pud e
contemp lar la embarcación p or d entro. Un p equ eñ o grup o
d e h omb res y mujeres circulaba a lo largo d e un corred or
metálico. Al final entraron en una cámara donde se veían
copias redu cidas d e la nave. Un os cu antos d e ellos
subieron p or una p alan ca y se metieron d en tro d e un a d e
aquellas naves de un tamaño reducido. El resto de aquellos
hombres y mujeres se marcharon. Detrás de una pared
transp arente, estab a d e gu ardia un navegante, atendiendo a
una serie de pulsadores cada uno de un color diferente;
brillaban, enfrente, algunas lucecitas. En un momento
determinado, se encendió una luz verde, y aquel navegante
oprimió diversos botones a la vez.
»En el pavimento de la nave, se abrió como se abre el iris
d e un ojo, u n agujero p or el cual p asó la p equeñ a n ave es-
pa cia l a qu ella. La p eq u eña na ve en t ró en el esp aci o y se
fue alejando con dirección a las nubes que cubrían la
Tierra. Entonces, volvió a cambiar la escen a y era como si
yo mirase situad o d en tro d e la p equ eñ a navecilla. Allí se
veía cómo se aproximaban nubes girando, amontonándose.
Primero, se hub iera dich o qu e eran unas barreras
imp en etrab les; mas se fundían al paso d e la navecilla
espacial. A cop ia d e ir d escend iend o a través d e un sinfín
d e nub es; fin almente n os vimos d entro d e una lu z opaca y
baja. Un mar alb orotad o y gris, visto a d istancia, parecía
mezclarse con aquellas nubes grises sobre las cuales se
pin taban resp lend entes fuegos p roced en tes d e alguna
fu en te d escon ocida

»La n a ve d el esp ac i o, ent onc es, volaba en un sen tid o h ori -


zontal entre las nubes y el mar. Una masa de color oscuro
ap areció — d espu és d e un largo viaje p or encima d e las
olas — sobre la línea del horizonte. De su cumbre,
b rot aban int ermit en t es llama rad as. La n a ve espa cia l se
dirigió hacia la montaña. Debajo nuestro se extendía una
gran masa montañosa. Grandes volcanes elevaban sus
cumbres terroríficas hasta las nubes. Se divisaban enormes
llamarad as y torren tes d e lava fundid a q u e caía
desplomándose por las laderas de los montes

155
para acabar precipitándose entre silbidos estruendosos, dentro
del mar. Aunque parecía de un azul brumoso vista desde
lejos, de cerca parecía, toda aquella vasta extensión de tierra,
teñida de un color rojo muy opaco.
»La nave del espacio seguía su viaje y dio la vuelta alrededor
del mundo unas cuantas veces. No había más que una in-
mensa extensión d e tierra firme, rod eada por completo de
aquel mar alborotado, que, volando a una pequeña altura,
parecía ech ar h umo. Finalmen te, la nave esp acial levantó
más el vuelo, subiendo por el espacio, y llegó a la nave madre.
La i m a g e n d e l a p a n t a l l a s e d e s v a n e c i ó t a n p r o n t o c o m o l a
nave empezó su regreso a la sede del imperio del mundo.
»La Voz, que acostumbraba a explicarse dentro de mi cabeza,
c om en t ó ah ora : "¡No ! No h ab lo exc lus i va m ent e pa ra vos .
T a m b i én m e d i r i j o a t od o s a q u é l l o s q u e p a rt i c i p a n d e l p r e -
sente experimento. Como sóis tan sensibles estáis informados
por la vía acústica. Pero poned toda vuestra atención a lo que
llamaremos reflejo verbal. Todo esto os interesa.
"La s egunda expedición regr esó a (aquí había un nombre que
y o n o s a b r í a p r on u n c i a r , y q u e t r a d u z c o p o r "n u e s t r o i m p e -
r i o" ) . Al l í h om b r es d e c i en c i a e s t u d i a r on la s m e m o ri a s q u e
redactaron los t ripulantes de la nave. S e hicieron cá lculos s o-
bre el número de siglos que faltaban aún para que aquel
m und o pudi es e s er h abitad o p or s er es vi vi ent es . E xp ert os en
m at eri a d e bi ología y d e genét ica trabaja ron p a ra p lan ea r la s
c ri atu ra s má s ad ecu ada s p a ra vi vi r en él. Cuand o ha y qu e po-
blar un mundo nuevo, y cuando este mundo surge de una
«n o va », s e r eq u i er en a n i m a le s d e gra n c orp u len c i a y v eg e t a -
l e s de hojas robustas, por el momento. El suelo de este nuevo
m u n d o c on s i s t e e n r o c a s p u lv e r i z a d a s , c on p o l v o d e l a v a e
i n d i c i os d e ot r os e l e m en t o s . E s e t i p o d e s u e l o s ó l o p e rm i t e
plantas rudas y tenaces. Entonces, cuando esas plantas su-
cu mb en y los anima les p erec en, a mb os s e van m ezc land o con
el polvo de las rocas. Así, a copia de milenios y más mile-
n i o s , s e v a f o r m a n d o u n «s u e l o ». A m e d i d a q u e e l s u e l o s e
v a d i s t a n c i a n d o d e l a r o c a p ri m i t i va p u e d e n c r e c e r p l a n t a s de
mayor calidad. Desde todos los tiempos, en cada uno de los

156
p lan eta s, el su elo c onsi st e en la s c élu la s d e los an ima les qu e
han perecido, d e las plantas muertas y d e los excrementos
depositados por los eones del pasado."
»Tu ve la impr esión d e que el Amo de la Voz hacía una pausa
en su discurso mientras observaba a su auditorio. Seguida-
m en t e, c on t in u ó: " La a t m ós fe ra d e u n nu evo p la n et a es a b s o-
l u t a m en t e i r r es p i r a b l e p a ra lo s s e r es h u m a n os . Lo s e f lu vi os
de los volcanes en erupción contienen una gran pr oporción de
a zufr e y d e ga s es n oci vos y l et a les. Es preci s o qu e un a vege-
tación adecuada pueda absorber las sustancias tóxicas y tra ns-
form a r la s en m in er a les i n ofe n s i vos d el s u elo. La ve get a c i ón
convierte los humos t óxic os en oxígeno y nitrógeno, indispen-
s a b les a l s er h u m a n o. P or es t o, n u es t ros c i ent í fi c os , p er t en e-
ci ent es a di f er ent es ra ma s, trab aja ron en c olab ora ci ón si glos
enteros, preparando los elementos básicos de la Tierra. De
momento, esos elementos fu eron situados sobre un mundo
v e c i n o, p a r a q u e p u d i é s em os e s t a r s e gu r o s d e q u e t od o m a r -
chaba a la mayor satisfacción. Sí era necesario, todo podía ser
modificado.
"De es t a f or m a , el n u evo s i s t em a p la n et a ri o fu e d ej a d o a ba n -
d o n a d o a s í m i s m o d u r a n t e e d a d e s e n t e r a s . M i e n t ra s t a n t o , e l
vi en t o y la s o la s i b an eros i on a n d o la s p in ác u los c or t a nt es d e
l a s r oc a s . P o r m i l l on es d e a ñ os l a s t em p e s t a d es a z ot a ro n
a q u ella s c u m b r es . La s r oc a s , red u c i da s a p olvo, fu er on d es a -
p a r ec i en d o d e los m á s a lt os p i c os ; en orm es p i ed ra s s e d es g a -
j a r on b a j o e l í m p et u d e l o s t e m p o ra l es y c a ye r on r od a n d o y
pu lver i zand o cuanta s r oc as ha llaban a su pa s o. Aq u ella s ola s
gi gan t es golp eaban fu ri osa m ent e las ori lla s d el m ar, r ompien -
do los salientes pedregosos, entrechocando las piedras las unas
contra las otras y reduciéndolas a partículas cada vez más
pequeñas. Las lavas que sa lían blancas e hirvi ent es d e los
volcanes para dar en las aguas del mar humeaban y estalla ban
en mi llon es d e pa rt ícu la s ha sta c on verti rs e en a rena m enuda.
Las olas devolvían aquella arena a la tierra, y la erosión
c on t in ua r ed u c ía la a lt u ra d e la s m on t a ñ a s , d es d e s u s a lt u ra s
de kilómetros a modestos centenares de metros.
"Pasaron, con esto, muchísimas centurias de años. El sol, ar-

157
diente, moderó sus ardores. Cesaron de estallar
continuamente, inundando y quemando las cosas a sus
alred ed ores, las pied ras volcánicas. Ah ora el sol ardía con
t od a regu la rid ad. Los mu nd os má s p róxi mos t amb i én se
enfriaron. Sus órbitas se hicieron más regulares. Con
d emasiada frecu en cia, sin emb argo, p equ eñ as masas
rocosas entraban en colisión con otras masas y el conjunto
de las dos se precipitaba en el sol, lo que era causa de un
au men to temp oral d e inten sid ad d e su s llamas. Pero, d e
todos modos, el sistema se iba consolidando. El mundo que
lla mamos la Ti erra emp ezaba a esta r a pu nt o d e recibi r su
primera forma de vida.
"E n el Im p eri o b ási c o s e iba p repa rand o un a gran nave
espacial destinada a un viaje a la Tierra, y sus tripulantes
serían la tercera exp edición , in stru ida ésta en tod o lo
referen t e a su s t rabaj os ven id eros. Los h omb res y la s
mujeres se fueron seleccionando sobre las bases de
compatibilidad y au sencia d e n eu rosis. Cad a un a d e las
naves del espacio es un mundo que se basta por sí mismo,
donde el aire se fabrica a base de unas plantas y el agua se
extrae del oxígeno y el hidrógeno, que es la cosa más
barata de todo el universo. Se embarcaron los
in stru men tos, p rovision es qu e se con gelaron para ser más
tard e rean imadas en el momento p reciso, y, mu ch o
después, porque no se iba con prisa alguna, la Tercera
Exp edición se pu so en camino.
»Vi la n a ve d es li za rs e a t ra vés d el uni vers o Im p eria l,
lu ego cru zar otro, y en trar en aqu el qu e conten ía, situada
en uno de sus bordes, la nueva Tierra. Existían varios
mund os girand o alred ed or del Sol. Tod os fu eron p asados
p or alto; la atención, p or entero, se cen traba en un p lan eta.
La gra n n a ve d isminu yó su veloc id ad y se movi ó d ent ro d e
un a órbita qu e resu ltaba estacionaria con relación a la
tierra A b ord o, un a p equeñ a nave fu e d isp u esta. Seis
h omb res y seis mujeres entraron en ella y al acto ap areció
un agu jero en el piso d e la nave-mad re, a través d el cu al la
p equ eña emba rcac i ón d esapa reci ó c on ru mb o a la Ti erra.
Otra vez, por medio de la pantalla, pude ver cómo la
p equ eña nave d el espacio caía a través d e esp esas nub es y
emergió navegando a unos cien metros sobre

158
el m a r . D es p la zá n d os e h ori zo n t a lm en t e en u n p la n o h or i zo n -
tal, pronto llegó a la tierra rocosa que se proyectaba sobre las
aguas.
" La s e r u p c i on es volc á n i ca s , au nq u e era n d e u n a gra n vi ole n -
cia, no llegaban a la intensidad anterior. La lluvia de pequeñas
pi ed r as er a m en os abundant e. C on un gr an cuidad o, la p equ eñ a
n a ve f u e d es c en d i en d o. Los oj os a t en t os d e l p i lot o b u s c a b a n
el sitio más adecuado para el aterrizaje y, finalmente,
cu and o lo d ec idi er on, p ra ctica ron la m ani ob ra d e ést e. S ob re
e l s u e l o , la t r i p u la c i ón h i z o l a s c o m p r ob a c i on es ru t i n a ri a s .
S a t i s f e c h o s p o r l o v i s t o , c u a t r o t r i p u l a n t e s en t on c e s s e vi s -
tieron con extrañas ropas que los cubrían desde el cuello hasta
los pies. Cada uno, luego, encerró su cabeza dentro d e un
g l o b o t r a n s p a r en t e , q u e s e c o n ec t a b a d e c i ert o m od o c on e l
cuello de aquella vestidura.
"C a d a u n o d e los c u a t ro, l le v a n d o un a ca j a , en t ró en u n a p e-
queña cámara cuya puerta luego s e cerró cuidadosamente con
llave tras ellos. Una luz situada en otra puerta enfrente, se
en c en d i ó en c olor r oj o. La a g u j a — n egra — d e u n r eloj e m -
p ezó a m ov er s e, y c u an d o rep os ó s ob re u n a O ma yú s c u la , la
lu z r oj a c a m b i ó s u c olor en verd e y la p u ert a en c u es t i ón s e
abrió por completo. Una extraña escalera metálica, como
d otad a d e una vida p r opia , s e a r ra st r ó p or el su elo d e la h abi -
ta ci ón y s e ext end i ó h ast a t oca r la ti erra fi rm e, un os t r es me-
t r os m á s a b a j o. E n t on c e s , u no d e l o s h om b r es , c on t od o c u i -
dado, bajó por aquella escalera. De la caja, sacó una larga
barra y la plantó en el su elo. Inc linándose, c ontemp ló aten ta,
minuciosamente, unas señales que se veían en la superficie de la
barra en cu estión. Lu ego, en der ezándose, s eñaló a sus c om-
pañeros que le siguiesen; como ellos hicieron al acto.
" E l p eq u eñ o g r u p o, a n d u v o p o r a q u e l l os a l r ed ed o r e s , p o r l o
qu e pa r ecía , má s bi en a l a zar. S i n o m e hubi es e c on stad o qu e
s e t r a t a b a d e a d u lt o s i n t e li g en t es , h u b i e ra t o m a d o s u s i d ea s y
venid as p or si mp les ju egos infant i les. Algun os d e ellos elegí a n
p i ed r ec i t a s y la s gu a rd a b an en u na b ols a ; ot ros , g olp ea b a n e l
s u e l o c on m a r t i l l o s o c la v a b a n en é l va ra s m e t á li c a s . O t r o d e
ellos, una mujer, iba buscando pedacitos de cristal

159
p e ga j os o p o r a q u e l l os a l r ed ed or e s , y l o s m e t í a rá p i d a m en t e
dentro de unas botellas. Todas esas cosas, para mí, resultaban
i n c omp r en s i b les . Fi n a lm en t e, regr es a ron a s u p equ eñ a n ave
espacial y entrar on en el primer compartimi ento. Allí estuvi e-
ron como reses en un mercado público, mientras unas luce-
citas de brillantes colores se encendían y apagaban en las pa-
r ed es . P o r f i n , s e en c en d i ó un a lu z verd e, y la s re s t a n t es s e
apagaron. El grupo, entonc es, se quitó sus vestiduras y entró
en las habitaciones principales de la pequeña nave.
"P r ont o s e ar m ó un gr an t r áf ago. La m uj er c on los p eda cit os
d e v i d r i o s e a p r e s u r ó a p on e r l o s d e u n o a u n o e n u n d i s p o -
s i t i v o m et á li c o. Ap li c a n d o s u r os t r o d e m a n e ra q u e m i ra b a
con ambos ojos, daba vuelta a unas manecillas, mientras hacía
c om en t a r i os a s u s c o m p a ñ e r os . Aq u e l h o m b r e q u e a n t e s c o -
l e c c i o n a b a p e q u e ñ o s gu i j a r r os l o s m e t i ó d e n t r o d e u n a m á -
quina que lanzó un gran chirrido e instantáneamente devolvió
todos aquellos guijarros reducidos ahora a un polvo finísimo.
S e lleva r on a cab o di ver s os exp eri m ent os y, c on la n a ve-ma -
dre, se sostuvieron varias conversaciones.
"Otras pequeñas naves espaciales aparecieron, mientras el pri -
mero regresaba a la gran nave. Los restantes dieron una vuelta
c om p let a a l m u n d o y d es d e l a a lt u ra la n za ron a lgo q u e c a yó
encima de la Ti erra y ot ro ti po de cosa s que se ca yeron al
mar. Satisfechos por su trabajo, todas las pequeñas naves for-
maron una lín ea qu e se remontó y ab and on ó la atmósfera
terrestre. Lu ego, una por un a, fueron entrando en la nave
n o d r i z a , y c u a n d o t od a s h u b i e r o n e n t r a d o , é s t a s a l i ó d e s u
ór bit a qu e ocup aba y s e la n zó ha cia otr os mund os d e nu est ro
s i s t em a . De es t a f or m a m u c hos , m u c hí s i m os a ñ os d e n u es tr a
Tierra transcurrieron todavía.
"P a s a r on a lgu n os s i gl os s ob r e la Ti er r a . E n e l t i em p o d e u n
vi a j e a b or d o d e u na d e a qu el la s n a ves vi a j an d o a t ra vés del
e s p a c i o t a n s ó l o u n a s s e m a n a s , ya q u e a m b o s t i e m p o s s o n
di f eren t es d e un m od o má s bien di fíci l d e c omp rend er; pe ro,
q u e e s a s í . Pa s a r on va ri a s c en tu ri a s y u n a veget a c i ón rud a y
tenaz r einaba sobre la Ti erra y d ebajo de las aguas. Inm ensos
helechos se elevaban al cielo, que con sus inmensas y espesas

160
h oja s ab s orbían los gas es venen os os y res p i raban ha cia fu era
oxí gen o, d e dí a e hid r ógen o, d e n och e. Al c ab o d e muchís im o
ti emp o, una Ar ca d el E spaci o d esc end i ó a t ra vés d e las nub es y
t om ó ti er ra s ob r e una p la ya a ren osa. S e ab ri er on una s grandes
es c ot i lla s y, d e aqu ella a rc a qu e m ed ía c erca d os k i lóm et ros
s a li er on a r ra st ránd os e un as c riatu ras d e p esad i lla , t an p esantes
qu e la Ti er ra t emb laba baj o su s pi sada s. Hor r end os en gendros
s e rem ont a r on p esad am en t e por el ai re, sus t entánd os e s obre
c ruj i ent es a la s m emb ran osa s.
"La gr a n Ar c a — la p ri m era qu e llegó, en el d ecu rs o d e las
ed ad es — s e levant ó p or los a i r es y s e d es li zó sua vem ent e
voland o s ob r e el m a r. Al s ob revolar d et erm inada s á r ea s, el
Arc a r ep osaba s ob r e la s a gua s y la n zaba en ellas ext rañ os se-
res a las p r ofundidad es d el oc éan o. La in m en sa n a ve d el es -
pa ci o levant ó el vu elo y a lcan zó la s m ás lejana s regi on es d e
los un i vers os. S ob r e la Ti erra, as omb ros as c ria turas vi vi er on y
s e p elea r on, s e a li m enta ron y p erec i eron. La a tm ós f era hi zo
c ambi os. Ca mbia r on la s h oj as d e los árb oles y la s c ri atur as
evolu ci ona r on. Pa sa ron los eon es y, d esd e el Obs er vat ori o d e
los S abi os, a di stanc ia d e mu ch os uni vers os, s eguí a la vi gi lan -
ci a d e los m enci onad os fen ómen os.

"La Ti er r a , s eguí a bamb oleánd os e en su órbit a; a m edida qu e


pa saba el t i emp o, s e ib a d esarrolland o un p eli gros o grad o d e
exc ent ricid ad. Ent onc es , d el c ora zón d el Im p er i o, manda ron
a llá un a na ve espa cia l. Los cient í fic os, op ina r on qu e una sola
m as a d e ti er ra er a in su fici en te p a ra p reveni r el qu e los m ar es
c on su oleaj e llega s en a d es equi libra r aqu el mund o. Desd e la
gran na ve qu e s e b a lanc eaba a much a a ltu ra s ob re lo qu e t enía
qu e s er nu est r o mund o, s e la n zó s ob re la Ti erra un d elgado
hi lo d e lu z, c om o un disp ar o. É st e di o en el b lanc o s ob re el
c ont in ent e t er r áqu eo. Di ch o c ont in ent e s e qu eb ró a l act o,
form and o d i vers as m as as d e m en or tam añ o. Si gui eron
vi olent os t er r em ot os y, fina lm ent e, la Ti er ra , subdi vid ida en
una s cuanta s ma sa s, li mit ó la vi olenc ia d e las a gua s. C on tr a
la s c osta s d e la Ti erra, el ma r — ah ora "los m a res " — golpeó
en van o. La Ti er ra s e a fi rm ó dent ro d e un a órb ita p or c omp let o
es tab le.

161
"Mi llon es d e añ os s e s uc ed i eron — añ os «t erres t res » — . De
nuevo, sali ó del Imperi o una expedición. Ahora, transportaba
los prim eros humanoid es a nuestro mundo. Fu eron des em -
ba rc ada s extr aña s criatu ra s d e un c olor m orad o. La s muj er es
t en ían och o s en os; t ant o ella s c om o los va ron es p os eían una
c ab eza cuad rad a s ob re los h om bros, d e man era qu e, p a ra ver
a t od os lad os, t od o el t r on c o tení a qu e volver s e. La s p i erna s
eran cortas y los bra zos lar gos , hasta por debajo las rodillas.
Desc onocían el fu ego y las a rmas; sin embargo, estaban siem-
pre p eleándose entre sí. Hab itaban dentro de las cu evas y
t a m bi én s ob r e la s r a m a s d e lo s m á s rob u s t os á rb oles . S e n u -
trían de bayas y de los insectos que se arrastraban por el suelo.
P e r o l os ob s e r va d or e s n o e s t u vi er on c on t en t os ya q u e t od a
esa especie se hallaba desprovista de entendimiento y carecía
de instintos defensivos, como no presentaba el menor signo de
evolución.
" E n a q u e l l a s ed a d es , la s n a v es d e l Im p e ri o e s t e la r p a t ru l la -
b a n c on t i n u a m en t e a t ra v é s d e l u n i v e rs o q u e c on t i en e n u e s -
t r o si st ema s ola r. Había en él ot r os mund os en ca min o d e su
desarr ollo. E l de otr o planeta marchaba más rápidamente que
la Tierra. Entonces, una nave de la patrulla fue mandada
a la Ti er r a y d es em b a rc ó en el la . Un os c u a n t os h u m an oid es
morados s e capturaron y fuer on examinados; en vista del exa -
m en t u vi e r on q u e s e r e xt e r m i n a d os d i c h os h u m a n oi d e s , s i n
qu ed ar un o s olo. Lo m i s m o que h ac e un ja rdin er o exti rpand o
l a m a la h i e r b a . Un a ep i d e m i a t er m i n ó c on t od os e s o s h u m a -
n oi d es . " La V o z , l l e ga n d o a es t e p u n t o, ob s e rv ó i n c i d en t a l -
ment e: "En añ os venid eros en vu est ra Ti erra los h omb res
emplearán ese sist ema para exterminar una plaga de conejos ;
pero los vuestr os matarán los conejos c on sufrimi entos de la s
víctimas. Nosotros obramos sin dolor por parte de ellas".
"Des d e los c i elos, d esc endi ó a l su elo d e la Ti erra ot ra Ar ca,
tra yéndonos difer ent es animales y mu y distintos humanoides.
Fu eron distribuidos a tra vés de país es distintos; su tipo y
color, eran los más adecuados a las condiciones del área donde
eran s embrados. La Ti erra, tod avía rugía y roncaba. Los mon -
tes lanzaban llamas y humaredas y torrentes de lava fundida

162
res ba lab an p or la s lad eras . Los ma res s e ib an enfri and o y la
vida , en ellos , s e t r ans f orm aba , adaptánd os e a la s nu eva s con -
dic i on es. En amb os p olos r einab a el f rí o y el p ri m er hielo
s obre la Ti er r a, emp ezaba a form a rs e en ellos .
"P a sa r on la s Edad es. Ca mbi ó la at m ós fera t errest re. Los h ele-
ch os gi gant es di er on p as o a for m as d e á rb oles má s ort od oxa s.
S e es tabi li za r on la s f or ma s de vida . Flor ec i ó una imp ort ant e
ci vi li zaci ón. Alr ed ed or d el m und o volaban los J ard in er os de la
Tierra; vistaban una ciudad tras otra. Pero alguno d e dich os Ja rdin eros
s e fam i lia ri zó en exc es o c on la s a lma s qu e t ení a qu e guia r, c on
la s muj er es p rincip a lm ent e. Un ma l s ac erd ot e d e los hu manos
c on venci ó a una muj er m u y h er m osa , qu e s e p r est ó a s educi r a
un o d e los J ard in er os y lo em b eles ó has ta el ext rem o qu e, baj o
el i m p eri o d e aqu ella s edu cción, aqu él llegó a t r aic i ona r los
m ás a lt os s ec r et os. In m ediat am ent e la muj er estab a en
p os es i ón d e ci er ta s a rma s qu e ant es es taban enc om endada s
exc lus i vam ent e a los va ron es . Al act o, el s ac erd ot e pud o
ha c ers e c on aqu éllas .
"Lu ego, p or ob ra d e a lgun os indi vidu os p ert en eci en t es a la
c ast a s ac erd ot a l, fab rica ron p royec ti les a t ómi c os, uti li zand o
aqu él qu e h abía sid o r obad o, qu e les s ir vi ó d e m od elo. Se-
guida m ent e, s e t ram ó un c omp lot , en vi rtud d el cua l a lgunos
d e los Ja rd in er os fu eron in vitad os a l Tem p lo c on la excu sa d e
la c eleb rac i ón d e un ac t o d e grac ias . Allí , en t erren o s agrad o,
los J a rdin er os fu er on en ven enad os. Su s equ ip os , los robaron
los s ac erd ot es. C on ellos s e s i rvi eron los s ac erd ot es par a
ef ec tua r un gr an as a lt o c ont ra los J a rdin er os r estant es . En el
cu rs o d e la bat a lla , la pi la at ómica d e una na ve d el es paci o
at err i zad o s ob r e est e mund o fu e volad a p or un sa c erd ot e. E l
m und o ent er o t emb ló c on la exp losi ón . E l gr an c ontin ent e d e
la At lántida , s e hund i ó b aj o la s a gua s. En las má s lejana s
ti erras , los hu r acan es ba rri eron la s m ontaña s y s e lle va ron a
los hu man os. Gr and es ola s su rgi er on d el m a r y el mund o qu ed ó
va cí o d e cas i t od o s er vi vi ent e. P er ec i er on t od os , exc ept o unos
p oc os qu e pud i er on c obij a rs e, at errorizad os, en el fond o d e la s
c a verna s m ás r em ot as .
"Du rant e much os añ os , la Ti erra t emb ló y vaci ló baj o los

163
efec t os d e la exp los i ón at óm ic a exp erim entada . Pa s ó mu cho
ti emp o sin qu e llega s e nin gún Ja rdin ero a in sp ecci ona r est e
m und o. La r adi aci ón, en ella, era mu y fu ert e y los a t r ope-
lla d os r est os d e la hum anidad pus i er on en el mund o un a p ro-
geni tu ra gen er a lm ent e d eforme. La vi da d e la s p lant as s e vi o
a fectada p or las r adiac i on es y la at m ós fera s e h abía a lt erado.
E l s ol s e veí a oscu r ecid o p or nub es d e c olor r oj o a ras del
s u elo. P or f in, los S abi os d ec ret a r on qu e s e t enía qu e mandar
ot ra exp edi ci ón a la Ti er ra y t r an sp orta r nu evos s eres vi vi en-
t es qu e la p ob la s en d e nu evo. La gran Arca , t ransp ort and o
h ombr es , ani ma les y p lanta s, pa rt i ó d e los c on fin es d el es -
pa ci o. "»
En es t e m om ent o, el vi ej o erm itañ o ca yó s in s entid o c on la
b oc a mu y abi er ta. E l j oven monj e s e pu s o d e pi e vi va m ent e y
c orri ó h acia el a ncian o caíd o. La p rec i osa b ot ella c ont eni endo
aqu ella s gotas s e h a llab a a l a lcanc e d e la m an o y p r ont o el
erem it a s e h a llaba ac ostad o sob re un o d e su s flanc os r es pi -
rand o d e una f or ma n or ma l.
«Os es n ec esa ri o a li m ent o, ¡Ven erab le !», exc la m ó el j oven.
Voy a p on er a gua a l a lcanc e d e vu es tra m an o y lu ego t r epar é
ha sta el er emit ori o d e la S olem n e C ont emp laci ón pa r a qu e allí
m e d en t é y c ebad a. » E l erem ita a sinti ó d ébi lm ent e c on la
c ab eza y s e dis t endi ó cuand o el j oven m onj e pu s o el ta zón
llen o d e a gua a su ver a. «Voy a subi r p or la s p eña s », anun ció,
c or ri end o fu era d e la cu eva.

C or ri ó a lo la r go d e la m ontañ a, bu scand o h acia a rriba el


s end er o qu e le c onduj es e a l c amin o má s anch o, m ás a r riba.
Allí , c ent en a r es d e m et r os más a rr iba y un os och o ki lóm et ros
d e di stanc ia, estab a el eremi t ori o d ond e habit aban va ri os m on -
j es. E ra s egu r o qu e le s oc orrerí an; p ero el ca min o er a esca -
b ros o y la lu z d el d ía emp ezaba a d ec a er. P reocupad o, el j oven
ap r et ó cuant o pud o el pa s o. Ten a zm ent e iba ob s ervand o la
pa r ed r oc osa ha sta qu e, p or ú lti m o, di stin gui ó a lgun as hu ell as
qu e m ost rab an qu e a lgu i en h abía pa sad o p or a llí. E mp rendió,
s i gui énd olas , la a sc en si ón, la sti mánd os e c on aqu ella s rocas
a fi lada s cua l cu chi llos qu e habían d esan imad o a much os y qu e
le hici er on p r olon ga r va ri os kilóm et r os aqu ella ca -

164
minata, ya que la cuesta era no sólo escabrosa, sino diva-
gante.
Poco a poco, subió con afán, ayudándose con los pies y
c o n l a s m a n o s . P u ed e d e c i rs e q u e s u b i ó p a s o a p a s o . E l s o l
c a í a b a j o la s m on t a ña s c ua ndo n o p u d o m á s y s e s en t ó s ob re
una pi ed ra, a r ep osa r un os m om ent os. No ta rda r on los p ri me-
ros ra yos plat eados de la luna en aparec er, as omando sobre la
c ordi ller a. Ah ora , p odía c on tinua r su esca lada. C on la a yuda
de las manos y los pies, c lava ndo materialm ente las uñas, ara-
ñand o el su elo, pud o lleva r a c ab o la a sc ensi ón di fíc i l y p eli -
grosa. Debajo, el valle estaba sumido en las tinieblas. Un su s-
piro de satisfacción; había alcanzado la s enda que conducía a
la s er m i t a s . M it ad c or r i en d o, m i t ad d es f a ll ec i d o, d oli én d ole
todos los miemb ros, salvó la distancia que le separaba del
objeto de su viaje por la montaña.
Una luc ecit a s e veía a llá lo lej os, t emb lorosa. E ra la lámpa ra
de .manteca, que brillaba com o un signo de esperan za para el
caminante. Con la respiración entrecortada y débil por la falta
d e a l i m en t o , e l j o v e n a n d u v o a t r o p e z o n e s l o s p a s o s q u e l e
s epa rab an d el er em it ori o, ha sta la pu erta. Del i nt eri or, le ll e-
gó el canto mu rmu rad o p or un ancian o qu e evid entemente
r e za b a d e m em or i a . «Aq u í n o h a y n i n gú n d evot o r eli gi os o a
qui en pu eda yo es t or ba r », p ens ó el j oven m onj e, a la pa r que
decía en altas voces: «¡Guardián de las ermitas, socorredme!».
Dent r o, aqu el mu r mu llo, reit erada m ent e mu sitad o, c es ó. Lue-
go, se escuchó el crujido de huesos de un anciano moviéndose
c o n p r e c i p i t a c i ó n , e i n m e d i a t a m en t e l a p u e r t a s e a b ri ó c o n
len t i t ud . Des t a c ánd os e en n eg ro c on t ra la lu z d e la s o li t a r ia
l á m p a r a d e m a n t ec a , q u e c h i p o r r ot ea b a y o s c i la b a p o r l a c o -
rri ent e d e ai r e qu e súb ita m ente en t raba en la ermita, el vi ejo
g u a r d i á n , en a lt a s v oc e s i n t er r o g ó : «¿Q u i én h a y a q u í ? ¿P o r
qué llamáis a esas horas de la noche?». Lentamente, avanzó el
j oven m on j e, p a r a p od er s er vi s t o. E l gu a rd i án , a la vi s t a d e
l a s v e s t i d u r a s r o j a s , d e p u s o s u a c t i t u d . «V e n i d , e n t ra d », l e
ordenó.
E l j o v en s e a d e la n t ó c on p a s o va c i l a n t e. Ah ora , d eb i d o a l a
reacción, se sentía exhausto. «Amigo sacerdote — dijo —, el

165
Ven erab le er m it añ o c on qu i en est oy s e h a lla en fer m o y l os
d os n o t en em os nad a qu e c omer. Nad a, ni h oy ni el día ante-
r i or. S ólo n os qu eda el a gu a del la go vec in o . ¿Nos p od éi s da r
c omida ?»
E l sa c erd ot e gua rdi án s on ri ó c on simp atía . «¿C om ida ?, d esd e
lu ego, pu ed o p r op or ci ona r os con qu e c om er. C ebada , t en emos
un m ont ón. Tamb i én un la dr i llo d e t é. M ant equi lla y a zúcar,
i gua lm en t e. P er o os t en éis que qu eda r aquí a d or mi r. Os s ería
i mp os ib le at ra vesa r los p as os d e la m ontañ a en la n och e. »
«E s p r eci s o, a mi go sa c erd ot e», exc lam ó el j oven m onj e. «E l
Ven erab le s e est á mu ri end o de c on sunci ón . E l Buda m e p ro-
t eger á. »
«E n t onc es, r ep osad un r at o aquí y c om ed y b eb ed a lgo d e té,
t od o est á a punt o. Mi ent ra s tant o voy a hac er un p aqu et e que
p od r éi s lleva r a la esp a lda. C om ed y b eb ed. Ten em os d e
s obr a. »
E l j oven m on j e s e s ent ó en pos ici ón d e lot o y s e p ost ró en
a cci ón d e gra cia s p or aqu el soc orro tan sin c era m ent e c once-
did o a él y s u ma est ro. Lu ego s e s ent ó y c omi ó t samp a; lu ego
b ebi ó un t é mu y f u ert e, mi ent ra s el ancian o gua rdián cha r laba
y c on taba t od os los chi sm es qu e llegab an c on frecu enc ia a la s
er m ita s. E l P r ofund o s e h a llaba d e vi aj e. E l gr an s eñ or Abad
d e Dr opun g había h ech o a lguna ob s er vac i ón ma lévola c ontra
ot r o Abad. E l C olegi o d e P r ocu rad or es había dad o la s gracias
a ci er t o Gat o Gua rdián , que había loc a li zad o un lad rón
p ersi st ent e ent r e un grup o d e ci ert os ma rchant es. Un chin o s e
habí a extr a viad o en un pa s o d e la m on taña, e i nt ent ando
ha lla r d e nu evo el bu en camin o s e ha bía d esp eñad o d esde
una s en or m es a ltu ras ( el c uer p o s e ha llab a p or c omp let o
d est r ozad o y li s t o pa ra los bu it r es, sin au xi li o hum ano
a lgun o) .
P er o el t i emp o iba pa sand o. Al f i n, c on t od o su p es ar, el
j oven m on j e tu vo qu e p on ers e en pi e y c a r gar c on el fa rd o que
le rega laban . C on pa lab ra s d e a grad eci mi ent o y adi os es, s a lió
d e la er mita y em p rendi ó cuidad osa m ent e el regres o p or la
s enda d e las r ocas . La lun a estab a en su pun t o m ás a lt o.

166
Su lu z era p lateada y relu cien te. El p aso estaba mu y bien
i lu m i na d o; p er o la s s om b ra s era n d e u n n egro s ó lo c on oc i d o
p or q u i en e s vi v en en l a s c u m b r es . N o t a rd ó en l l e g a r a l bo r -
de, y s e vi o pr ecisado a d ejar el camino más s egur o y sumi rse
en el p r ecip ici o. C on t od o cuidad o, lenta m ent e, inici ó el des -
c en s o a p a r t i r d e l b ord e . C on l a m a yo r a t en c i ón , a l g o e s t or -
bado por el peso que llevaba sobre la espalda, fue deslizándose
hacia bajo, palmo a palmo, un paso y luego el siguiente.
Aguantándose firm em ente con las manos mientras buscaba un
r e p o s o f i r m e p a r a s u s p i es . R e l e va n d o lu e go e l p es o d e s u s
manos cuando los pies pisaban firme. Por fin, mientras la luna
s e es c on d í a s ob r e s u c ab eza , ll eg ó a l os c u ro s u el o d el va l l e.
Ad i v i n a n d o s u c a m i n o d e u n a r o c a a o t r a , a d e l a n t a b a m u y
dificultosamente hasta que divisó el brillo r ojizo d el fu ego, a la
ent r ada d e la cu eva. E l j oven m onj e s e d etu vo única m ent e p a r a
a ñ a d i r u n a s p o c a s r a m a s a l a h o g u e r a y l u e g o s e d e j ó c a er a l
s u elo, a los pi es d el vi ej o er m itañ o, a l qu e ap ena s p od í a
d i s ti n gui r p or el r ef l ej o d e la lu z d e l fu eg o r ef lej á n d os e sobre
la entrada de la caverna.
Capítulo décimo

El viej o ermitaño s e sintió vis iblem ente m ejor bajo la inf luen -
ci a d el t é ca li ent e, c on mucha m ant equi lla y a zú ca r abundan -
t e. La c eb a d a , m o li d a h a s t a c on v ert i r s e en u n p o l vi l l o m u y
f i n o , h a b í a s i d o t os t a d a m u y c on v en i en t e m en t e. La s l la m a s
de la hoguera brillaban alegr emente a través de la entrada de
la c u eva . P er o la h or a t od a ví a s e en c on t ra b a en t re la p u es t a y
el aman ecer; dormían los pájaros en las ramas y sólo se
m o ví a n en la n o c h e a l gu n a s c ri a t u r a s n oc t u rn a s . La lu n a ya
h a b í a c r u z a d o l o s c i e l o s y s e e s c o n d í a t ra s l a s m á s l e j a n a s
c o r d i l l er a s . D e v e z en c u a n d o , p a s a b a e l vi en t o d e la n oc h e
s u s u r r a nd o en t r e la s h oj a s y le va n t a nd o a lgu n a ch i sp a d e la
hoguera encendida.
El anciano se levantó con fatiga y se marchó titubeando hacia
el int er i or d e la c a verna. E l joven m on j e s e t endi ó a lo la rgo
y s e qu ed ó d ormid o ant es d e qu e su cab eza rep os as e s ob re la
a lm oh a d a d e a r en a ap ri s i ona da . E l mu nd o es t ab a en s i len c io
p o r t od a s p a r t e s . La n o c h e s e h i z o m á s o s c u r a , c on a q u e l l a
os cu ridad qu e es el p reludi e del a man ec er. Desd e las a ltur as,
una pi ed r a s olit a ria r od ó h asta r omp er s e c on tr a los p eña scos
de los abismos; luego, todo volvió a su silencio de antes.
E l s ol es t a b a mu y a lt o, c u an do el j ov en m on j e d es p ert ó a un
mundo de malestar. Miembr os doloridos, a gujetas y hamb re.
M u r mu r a nd o p or l o b a j o p a la b ra s p roh ib id a s a un r eli gi os o,
agarró la vasija del agua, vacía, y miró hacia el exterior de la
cu eva. La h ogu era ofrec ía el b ri llo p lac ent ero d e sus c en i zas
a r d i en t es . A t od a p ri s a , añ adi ó p eq u eñ os t ron c os y, en c i m a ,
ramas de mayor tamaño. Con tristeza, contó la escasa leña res-
tante y le preocupó el pensar que cada vez t endría que ir más
lej os en s u b u s c a. E ch an d o una m i ra da h ac i a a rri b a, s e es t r e-
meció recordando su escalada por la noche anterior. Luego fue
al lago por agua.
« H o y t e n d r e m o s q u e h a b l a r m u c h o r a t o », d i j o e l v i e j o e r e -
m i t a c u a n d o a m b o s t e r m i n a r on s u f ru g a l d e s a yu n o . «S i e n t o

168
que los Campos C elestiales m e llaman con insistencia. Existe
u n lí mi t e a lo qu e p u ed e s op ort a r la c a rn e y yo h e p a s a d o, y
c on exc e so, l o q u e es c on c e d i d o a u n ser h u ma n o. » El
j oven s e ent r ist eci ó; había llegad o a s enti r un gran a fect o
hacia aquel anciano y consid eraba que los su frimientos d e
a q u e l a n a c o r et a h a b í a n s i d o ex c es i va m en t e p en os os . «E s t o y a
vu est ra s órd en es, Ven erab le — le r esp ondi ó —; p ero d ejad q u e
a n t es l l en e d e a gu a vu es t r o c u e n c o. » E n t on c es , s e p u s o en pie,
limpió el cuenco y lo llenó de agua fresca.
E l vi ej o e r em i t a r ec om en z ó s u n a r ra c i ón : «E l Arc a a p a r ec i ó
e n la p a n t a l la ; e r a g ra n d e y v o l u m i n os a . Un a n a v e c a p a z d e
e n g u l l i r e l P o t a l a y t o d a l a c i u d a d d e Lh a s a , l o s c o n v e n t o s
de S era y Dr epung por añadidura. A su lado, los hombres que
iban saliendo parecían tan diminutos como las hormigas que se
afanan sobre la arena. Animales de grandes dimension es eran
d es c a r ga d os , y, d e n u ev o, r eb a ñ os d e ot r os h om b r es . T o d o s
parecían como ofuscados, drogados, sin duda para que no
p u d i er a n p e l ea r s e . Un os h om b r es q u e l l e va b a n e xt r a ñ os a p a -
r at os s ob r e sus espa lda s volaban c om o p ája r os , gu iand o a los
animales y a los hombres, aguijoneándolos con unos palos
metálicos.
»La nave dio la vuelta al mundo, aterrizando en determinados
s i t i os y d ej a n d o en t od a s pa rt es a n i m a les d e d i s t in ta s h ech u -
r a s . Los h om b r es e r a n u n os bla n c os , ot r os n e gr os y a l gu n os ,
amarillos. Tipos altos y tipos de corta estatura. Con el
pelo negro o blanco; entre los animales los había listados;
un os d ot ad os d e la r gos cu ellos , a l p as o qu e ot ros, s in cu ello.
J a m á s yo h u b i er a c r eí d o qu e p ud i es en exi s t i r s eres d e t a n tos
color es, formas y tipos. Algu nas de las criaturas del ma r eran
tan inmensas qu e du rante un tiemp o n o creí qu e pud iesen
m o v e r s e , h a s t a q u e, en e l m a r , p a r ec í a n t a n á gi l es c om o lo s
peces de nuestros lagos.
»C on t i n u am en t e, vola b a n p or e l a i re p eq u eñ a s n a ves , d ond e
estaban los que se cuidaban de los nuevos habitantes de la
Ti erra. C on sus idas y venidas dispersaban grandes rebaños y
asegu raban que los animales y los hombr es s e esparci es en por
toda la superficie del globo. Pasaron siglos sin que el hombre

169
fuese capaz de encender fuego ni fabricar toscos utensilios d e
piedra. Los Sabios c onf er enciaron sobr e el caso y d ecidieron
q u e er a c on v en i en t e q u e a q uel gru p o p od í a m ej ora r s e, i n tr o -
d u c i e n d o a l g u n o s h u m a n o i d es m á s i n t e l i g e n t e s , q u e s a b í a n
e n c en d e r f u e g o y l a b ra r e l p e d e rn a l. D e e s t e m od o p a s a ro n
s i glos, du r ant e los cua les los J a rdin er os d e la Ti er ra int rodu -
jeron nuevos tipos de hombres capaces de mejorar el conjunto
d e la h u m a n id ad . a s ta , gra d ua lm en t e, p a s ó d el e s t a d i o d e la
piedra labrada al del dominio del fuego. Pas o a paso, s e con s-
truyeron casas y se constituyeron ciudades. Continuamente los
Jardineros se movieron entre las criaturas humanas y los
h o m b r e s l o s m i r a r on c o m o d i o s e s s o b r e l a T i e r r a .
» La V o z i n t er vi n o en t on c es , d i c i en d o : " N o s i r v e p a t a n a d a el
ir siguiendo paso a paso todos los t rastorn os interminables q u e
s u c ed i er on a es t a nu eva c olon i a s ob re la Ti er ra . Qu i ero
e x p li c a r os ú n i c a m en t e l os s u c es o s p ri n c i p a l es , p a r a q u e o s
sirvan d e in strucción . M ientras yo h ab le, tend remos ante
nuestra vista los cuadros adecuados d e man era qu e pod áis
seguir todo punto por punto.
"E l Im p er i o era grand e; p er o llegó d e ot r o uni ver s o una raza
v i o l en t a , q u e i n t en t ó a r ra n c a r d e n u es t r o p od er n u es t r a s p o-
sesiones. Aquel pueblo era humanoide y sobre su cabeza tenía
unas excr ecencias en forma de cuern os que le brotaban de las
s i en e s . Ta m b i én es t a b a n d ot a d os d e u n ra b o. Aq u e l la g en t e
era d e u na natu raleza en extremo b elicosa; gu errear, p ara
ellos, era a la vez un juego y un trabajo. Llegaron sobre negras
naves a es e univers o y llevar on la destrucción a unos mundos
q u e n os ot r os a c ab áb a m os d e s em b ra r. B a ta lla s c olos a les , s e
p r od u j e r on en e l e s p a c i o. Va ri os m u n d os fu e r on d es o la d o s ;
muchos esta lla ron entr e humos y llamas y sus r estos s e am on-
tonan en áreas d el espacio como la Cintura d e Asteroides,
t od a ví a en n u es t r os t i em p os . An t eri o rm en t e a l gu n os m u nd os
fértiles habían visto su atmósfera en explosión y toda la vi da
borrada de su faz. Un mundo chocó con otro y, en un instante,
este último fue proyectado hacia la Tierra. La Tierra retembló y
f u e d e s p l a z a d a a ot r a ó r b i t a ; l o q u e fu e c a u s a d e q u e , en ella,
aumentó la duración del día.

170
"Du r a n t e es t a ca s i -c oli s i ón , u n a s d es c a rga s eléc t ri c a s gi ga n -
t e s c a s , s u r gi e r on d e a m b os p l a n et a s . Lo s c i e l os vo l vi e r on a
vers e en lla m a s . Va ri os en t r e los s e res h u m a n os p er ec i er on .
E n o r m e s o l a s b a r r i e r o n l a s u p e r f i c i e d e l a T i e r r a y, c o m p a -
s i v o s , l o s J a r d i n e r o s s e a p r e s u r a r on a s u a l r e d e d o r c on s u s
Ar c a s, int en tand o t om ar a b or d o la s p er s ona s y los ani ma les ,
pa ra situ ar las a sa lvo en la s altu ras. Añ os má s ta rd e — p ros i -
guió la Voz —, esto daría origen a leyendas inexactas a través
de todos los países del globo. P er o, la batalla del espacio, fue
g a n a d a . La s f u e r za s d e l Im p e r i o a n i q u i la r on a l os m a lv a d os
invasores e hicieron prisioneros a un cierto número de ellos.
"El príncipe de los invasores, Satán, defendió su propia causa,
d i c i en d o q u e t en í a m u c h o q ue e n s eñ a r a l o s p u eb l o s d e l Im
perio. Añadió que deseaba trabajar siempre para el bien de los
d emá s. S u vid a y la d e a lgun os d e su s c ompañ eros fu er on r es -
p et a d a s . D e s p u és d e u n p e rí o d o d e c a u t i vi d a d , s e m a n i f es t ó
deseos o d e cooperar a la reconstrucción del sist ema s olar q ue
é l m i s m o h a b í a d e s o la d o t a n t o. Lo s Al m i ra n t e s y Ge n e r a l e s
del Imperio, tod os ellos personas de buena voluntad, eran
inc apac es d e i ma gina r en los d emá s la t raic i ón y la s int en ci o -
nes aviesas. Ac eptaron aquel ofrecimi ento y colocaron al prín -
cipe Satán y sus oficiales bajo las órd enes d e los h ombres del
Imperio.
"Sobre la Tierra, los hombres habían enloquecido con las
d esdich as qu e habí an exp eriment ad o. S e habían vis t o di ezma -
dos por las inundaciones y por las llamas, caídas de las nu-
b e s . S e t r a j e r o n n u e v a s e x p e d i c i on e s d e s e r e s h u m a n o s , d e
o t ro s p la n et a s p e r i f é r i c o s , a ll á d on d e h a b í a n s ob r e vi vi d o a l -
gun os. Los t erri t ori os ah ora era n mu y d istint os en t re sí y
tamb ién los mares. A causa d el gran camb io d e órbita, se
h a bí a a lt er a d o el c li m a . Ah ora exi s t í a un c i nt u rón ec u at ori a l
c á li d o y s e a m on t on a b a n lo s h i e l os en la s r e gi on es p o la re s .
Gra n d es m on t añ a s d e hi elo s e d es ga j a b an d e la m a s a gla c i al y
flot a b a n p or los m a r es . Los m a yor es a n i m a les d e la Ti e rra
p e r e c i e r o n b a j o e l f r í o s ú b i t o . Gr a n d e s s e l v a s s u c u m b i e r o n
c u a n d o la s c on d i c i on es d e vi d a s u f ri e r on u n a m u t a c i ón d r á s -
tica.

171
"M u y len t a m en t e, d ic h a s c ond i ci on es s e es t a b i li za r on . Otr a
vez, el hombre comen zó a construirse una forma d e civili-
zación. Pero el hombre s e mostraba exc esivam ente b elicoso y
p er s eguía a t od os los d e su es p eci e qu e eran d ébi les. De una
m an era ru tina ria , los Ja rdin eros int r oduj er on a lgun os nu evos
t i p o s p a r a m e j o r a r l a e s p e c i e b á s i c a . La e v o l u c i ó n h u m a n a
p r ogres ó y, lenta m ent e, fu e r es u ltand o un m ej or tip o d e c ria -
t u ra . Los J a r d i n er os , em p ero, n o s e c on t ent ab an c on es o. S e
decidió que muchos más de ellos vi virían sobre la Ti erra.
Y con los Jardineros, sus familias. Se juzgó, entonces, que se-
ría más conveniente utilizar las alturas de la Tierra como bases
de los desembarcos. En un país del Este, un hombre y una
m u j er d es c en d i er on d e su na ve es p a c i a l s ob re la a m en a cum -
b r e d e u n a m on t añ a . As í , Iza ga n i jun t o c on Iza n a m i s e c on s -
ti tu yer on en p r ot ect ores y fundad ores d e la gent e jap on esa y
— entonces la Voz resonó a la vez con calma y con enojo — de
n u e vo s e f o r j a r on f a l s a s l e ye n d a s a s u a lr ed ed o r, ya q u e la
pa reja formada p or los Iza gani e Iza na mi, c omo sea que
a p a r ec i ó vi n i en d o d e la d i r e c c i ón d e l s o l , l o s i n d í g en a s c r e -
yeron que ambos eran, respect ivamente, el dios y la diosa del
sol, que habían bajado a vivir entre ellos."
»En la pantalla que yo tenía delante, vi el s ol r ojizo enmedio
d el ci elo. Vi c óm o d esc end ía una b ri llan t e na ve d el es pac io,
q u e los r a yos s o la r es p i n t ab an d e p ú rpu ra . La n a ve i b a a c e r -
cándose cada vez más a la Ti erra, hasta que se d etuvo, osciló y
dio lentas vu eltas. Fina lm ente, cuando los rar os roj os d e la l u z
solar se reflejab an en la cú spid e cubierta d e nieve, la nave
se posaba encima de una superficie horizontal que se veía
en ella. Los ú ltimos ra yos del sol i luminaban la nave
cuando un hombre y una mujer desembarcaron y miraron a
su alred ed or y lu ego regresaron a b ord o d e la nave d el es-
p a c i o. Lo s i n d í g en a s , d e p i e l a m a ri l la , s e p r os t e rn a r on a n t e
dicha nave, sobrecogid os por la gloria d e lo que veían; es-
tuvier on allí durante un espacio de ti empo, a guardando en un
r e s p et u os o s i l en c i o; lu e go s e f u er on y s u i m a g en s e f u n d i ó ,
cuando se alejaron en la oscuridad de la noche.
»El cuadro cambió, y vi otra montaña en una tierra muy lejana

172
d e a qu ella . Dón d e es t a b a , yo lo i gn or a b a p or c omp let o; m as
pronto se m e dio la información necesaria. Del cielo llega r on
varias naves del espacio, que dieron va rias vueltas por el aire
y d e s p u és , l en t a m en t e, d e s c en d i er on en f o rm a c i ón or d en a d a
hasta ocupar las laderas de una montaña. "Los dioses del Olim-
po", dijo la Voz en tono sarcástico. "Los mal llamados dioses,
q u e t r a j er on gr a n d es lu c h a s y t ri b u la ci on es a l m u n d o j ove n .
E sa gen t e, c on el anti gu o Príncip e S atán ent re ellos , llegar on
para instalarse s obre la Ti erra; pero el Cent ro d el Imp erio
s e en c on t r a b a m u y lej os . La s m a li gn id ad es e i n ci t ac i on es d e
S a t á n d es en c a m i na r on a los j óv en es d e a m b os s e xos , q u e h a -
b í an s id o a s i gn ad os a la Ti err a p a ra qu e a llí p u d i es en a dq ui rir
experiencia.
"Zeu s, Ap olo, Tes eo, Afrodit a, la s hija s d e Cad m o y m uch os
otros, formaron esas pandillas. El mensajero, Mercurio, co-
r r i ó d e u n a n a v e a l a o t r a , a t r a v é s d e l m u n d o , r e p a rt i en d o
m e n s a j e s y e s c á n d a l o s . Lo s h o m b r e s , s i n t i e r o n v e h e m e n t e s
d es eos d e la s m u j er es d e s u p rój i m o. La s m u j er es , s e d ed i ca -
ron a la c a za d el va rón qu e anh elaban. A t ra vés d e los ci elos
d e l p la n et a , n a v e s r á p i d a s er a n t ri p u la d a s p or m u j er e s p er s i -
gui end o a los h omb r es y a los m a rid os, t ra s sus muj eres fu gi -
t i va s . Y l os i gn o r a n t es h i j os d e es t e m u n d o, ob s e r va n d o la s
ext ravangancias s exuales de aquellos que ellos tenían por di o-
s es , p en sa r on qu e era a sí c omo d ebí an c onduci r s e en la vida.
De es t e m od o, emp ezó una era d e relaja mi ent o s en sua l, en la
que fueron holladas todas las leyes de la decencia.
"Algu n os d e los n ati vos, los m ás a stut os y qu e veían má s cla -
r o q u e e l r e s t o d e l os h om b re s , s e p r oc la m a r on a s í m i s m o s
como sacerd otes, y p retendieron ser la Voz d e los d ioses.
É st os, d emas iad o ata read os en su s orgía s, n o s e daban cu en ta
d e nada. P er o es ta s orgí as c onduj er on a ot r os exc es os; p rovo-
caron numerosos asesinatos, hasta el punto de que llegaron
l a s n o t i c i a s a l Im p e r i o . P e r o l o s s a c e r d o t e s n a t u r a l e s d e l a
Ti err a, aqu ellos qu e p ret end ían s er rep res entant es d e los dio -
s es , es c r i b i er on t od o l o q u e o c u rrí a y a lt era ron la s c os a s , d e
forma que sus pod eres aun se vieron aumentados después.
Siempre ha ocurrido así en la historia del mundo; nunca

173
s us n atu ra les han c ontad o las c osa s c om o ocu r ri er on, sin o de
f or m a qu e les aum enta s en toda ví a má s su p r opi o p od er y
p resti gi o. C asi t oda s la s leyen da s, n o p asan d e s er una ap r oxi -
m aci ón d e lo qu e suc ed i ó en rea lidad ."
»C ont emp lé, en t onc es, ot ra pant a lla . Allí s e veí a ot ro grup o
d e J a rdin er os. o "Di os es ". Hor us , Osi ri s, Anub is , Is i s y al -
gun os ot r os. Tamb i én s e c eleb raban or gía s a llí. En aqu ella s
regi on es , un anti gu o lu ga rt enient e d el P ríncip e Sa tán s e ap li -
c aba a d est rui r t od os los esf u er zos pa ra logr a r el b i en en
aqu el p equ eñ o mund o. Ta mbién a llí s e veían los in evitab les
s ac erd ot es esc rib i end o su s interm inab les y errón ea s leyen das .
Habí a a lgun os, d e la ca sta sa cerd ot a l, qu e s e habí an in fi ltr ado
len tam ent e en la c on fi an za d e los di os es y d e es t a f orma
habí an lograd o ci er t os c on ocim i ent os ved ad os a los n ati vos ,
p or su p r op i o bi en. Es t os s acer d ot es habían c on stitu id o una
s oci ed ad s ecr eta cu yos fines eran los d e roba r m ás
c on ocimi ent os p r ohibid os y u su rpa r el p od er d e los
J a rdin er os. P er o la Voz c ontinu ó di ci end o: "Nos di eron
m uch o t rab aj o es os nat i vos y tu vi m os qu e int r oduci r m edida s
rep resi va s. Algun os d e es os sa c erd ot es indí gen as, d espu és d e
hab er r ob ad o a lgún equ ip o d e los Ja rdin er os, n o pudi eron
d omina r lo; c om o r esu ltad o, lan za r on p la ga s s ob r e la Ti erra.
Mucha gen t e d el paí s p ereci ó. La s c os echas s e p erdi eron
t ot a lm ent e.

"P er o a lgun os d e los Ja rdin er os , b aj o el d omini o d el P ríncip e


S atán , h abía estab lecid o una c apita l d el p ecad o en las c iuda -
d es d e S od oma y Gom orra . En ella s , t od a forma d e p er vers i ón
y d e c r i m en er an c on sid erada s c om o vi rtud es . En t onc es, el
Ma est r o d el Im p er i o ad vi rti ó s evera m ent e a S atán , pa ra qu e
d esi sti es e y a band ona s e aquellos lu ga res. Ma s, és t e s e lo
t om ó a chan za. Algun os d e los habitan t es d e S od oma y Go-
m orr a, los m ej or es ent re ellos , fu eron ad vertid os p a ra qu e
ab and onas en aqu ella s p ob lac ion es y, en un m om en t o c on ve -
nid o, un a na ve d el esp aci o s olit a ria llegó p or los a ir es y s oltó
un p equ eñ o bu lt o. Y la s ciudad es fu er on a s olad as p or el hum o
y la s lla m a s. Gr and es nub es en f or ma d e h on gos subi eron
ha cia el ci elo t emb lor os o, y s ob r e el su elo n o qu eda ron s ino
t oda su er t e d e d eva st aci on es, pi ed ras ca lcinada s, fund idas , y

174
t od o u n m on t ón en o rm e d e r u i n a s d e h a b i t a c i on es h u m a n a s .
P or la n och e, t od o aqu el t errit ori o b ri llab a c on un r esp landor
sombrío. Muy pocos de los habitantes lograron escapar del
holocausto.
"Des pu és d e esta s s a ludab les ad vert enci as , s e d ecidi ó r etir a r
tod os los Jardin eros d e la faz d e la Tierra y n o ten er más
contacto con los nacidos en ella, sin o tratárlos como u nos
t i p os ap a r t e. La s p a t ru lla s p en et ra rí a n, a vec es , en la a t mós -
fera. El mundo y sus habitantes estarían sujetos a inspec-
ciones. Pero no habría ningún contacto oficial. En vez de
esto, decidier on que existies en sobr e la Ti erra s er es humanos
qu e hubi es en sid o in st ruid os d ebid am ent e y q u e pudi es en s er
«plantados» donde hubiese individuos preparados para ad-
m i t i r los . E l h om b r e qu e m á s t a rd e fu e c on oci d o b a j o el n om -
b r e d e M o i s é s f u e u n e j e m p l o . U n a m u j e r d e l p a í s fu e a rr e -
batada e impregnada con la semilla de características ade-
cuadas. El niño aún por nacer fue instruido telepática-
m en t e y d ot a d o d e gra n d es c on oc i m i en t os — p a ra u n n a tura l
d e la Ti e r r a — . F u e a c on d i c i o n a d o h i p n ót i c a m en t e p a r a q u e
no revelase todo su saber hasta el momento oportuno.
" A s u d eb i d o t i em p o, el n i ñ o n a c i ó y s e le d i o u n a p os t er i or
e d u c a c i ón y a c o n d i c i o n a m i en t o . M á s t a rd e , e l p e q u e ñ o f u e
i n s t a l a d o en u n a c e s t a d eb i d a m en t e p r ep a ra d a y c on e l m a n t o
d e la n och e fu e d ep os itad o s obr e un caña ver a l d ond e s ería
fácilm ente descubierto. A m ed ida que fue cr eci endo y llegó a l a
m a yo r í a d e e d a d , e s t u v o e n f r e c u e n t e c o m u n i c a c i ó n c o n
nosotros. Cuando llegó el momento, una p equeña nave d el
es pac i o s e di ri gi ó hac ia una m ontaña , en cu ya cumb r e p erm a -
n e c i ó e s c o n d i d a , ya s e a p o r l a s n u b e s n a t u r a l e s , ya p o r l a s
que nosotros fabricamos en aquella ocasión. El hombre, llamado
Moisés, subió a la cumbre, don de subió a bordo de aquella n ave
y s a li ó d e ella lu ego c on la Var i lla d e Vi rtud es y la s Ta blas de la
Ley, que habían sido preparadas para él.
"P er o es o n o er a s u fi c i en t e. Tu vi m os q u e h a c er lo p r op i o en
ot ra s t i er r a s . E n el p a í s q u e h oy l la m a m os la In d i a , n os ot ros
nos encar gábamos de la educación y formación del hijo var ón
de uno de los más p oderosos príncipes de aquellas tierras.

175
Considerábamos que su poder y gran prestigio arrastrarían a
todos los naturales de aquella tierra a seguirle y adherirse a
una forma esp ecial de disciplina que aumentaría el estado
espiritual de sus seguidores. Gautama tenía sus ideas
propias y nosotros, más que discutírselas, dejamos que por
sí mismo hallase su disciplina espiritual. Una vez más, nos
hallamos con que los discípulos, o sacerdotes —
generalmente en p rovecho propio —, deformaron el sentido
de los escritos de su maestro. Siempre pasa lo mismo: en
este mundo un pequeño grupo d e personas, que se
proclaman sacerdotes a sí mismos, se emp eñan en publicar
o reescribir por su cuenta los textos sagrados, de man era
que sus propios pod eres y su autoridad se vean aumentados.
"Otros muchos fundaron n uevas ramas de la religión:
Mahoma Confucio, los nomb res son demasiados para que se
mencion en uno por uno. Pero cada cual de todos esos
hombres estaba bajo nuestra dirección, o formad o p or
nosotros, con la inten ción de que estab leciese una fe
mundial, que guiase a los h ombres hacia las buenas sen das
de la vida. Qu eríamos que cada uno de los hombres de este
mundo tratase a los demás como qu ería que los demás le
tratasen a él. Luchábamos para estab lec er un estado de
a r m o n í a u n i v e r s a l c o m o l a q u e ya e x i s t í a e n n u e s t r o p r o p i o
Im p e r i o ; p e r o l a n u e v a h u m a n i d a d n o e s t a b a l o b a s t a n t e
avanzada para dejar d e lado el bien del propio Yo y buscar
el de sus semejantes.
"Los Sabios estaban muy d escontentos de aq uel
estancamien to. Después de una reunión que tu vieron, se
propuso un cambio de dirección absoluto. Uno d e los Sabios
llamó la atención de los reunidos sobre el h echo de q ue
todos los que habían sido mandados sobre la Tierra,
perten ecían a grandes y pod erosas familias. Como demostró
claramente, esto era causa de que automáticamente las
clases inferiores rechazasen las palab ras d e todos aquellos
individuos situados en las altas esferas d e la aristocracia. A
consecu encia de tod o ello, se rea lizó una encu esta, por
m e d i o d e l o s A r c h i v o s Ak á s h i c o s , e n b u s c a d e u n a m u j e r
adecuada para poner en el mundo un hijo que respondiese a
176 d i d di i U j idó
n e a d e u n a f a m i l i a d e p ob r e c o n d i c i ón y n a t u ra l d e u n a t i e -
rra donde pudiese esperarse que una nueva religión podía
a d qu i ri r a r r a i go. Los i n ves t i ga d or es n om b r a d os a l ef ec t o, i n -
mediata y asiduamente, se pusieron a la tarea. Se pres entaron
gra n nú m er o d e c a m i n os p os ib les . Tr es h om b res y t r es m u j e-
res, s ecr etament e, fu eron dep ositados s obre la Tierra a fin de
qu e s e c ont inuas en la s in vestiga ci on es, d e forma qu e la familia
más adecuada resultase elegida para el caso.
"P or c on s en t i m i en t o d e va r i a s op i n i on es , r es u lt ó fa vor ec i d a
una mujer muy joven, casada con un artesano de la más an-
t i gu a a r t e s a n í a d e l m u n d o : u n c a rp i n t e r o . Lo s S a b i o s c o n s i -
deraron que la mayoría de los hombres pertenecían a esta clase y
escucharían con preferencia las palabras de uno de los suyos.
As í , p u e s , l a m u j e r r e c i b i ó l a v i s i t a d e u n o d e l o s n u e s t r o s
que ella consideró como un ángel, quien le anunció lo que
p a ra e l l a s e r í a u n g r a n h on or . T e n d r í a u n h i j o , fu n d a d o r d e
una nu eva r eli gi ón. A su d ebid o ti emp o, aqu ella mu j er qu ed ó
em b a r a za d a . M a s , ent on c es oc u rri ó un h ec h o, mu y fr ec u e n t e
en aquella parte del mundo; la mujer y su esposo tuvieron
q u e h u i r d e s u c a s a , p o r c u l p a d e l a p e r s e c u c i ón d e u n o d e
los reyes locales.
" Lo s e s p o s o s s i gu i e ron l en t a m en t e s u c a m i n o h a c i a u n a c i u -
d a d d el Or i en t e M ed i o y a l lí l a m u j er s i n ti ó q u e h a bí a llega d o
s u t i e m p o . N o h a b í a s i t i o a d on d e h o s p e d a r s e , s i n o e n e l
es tab lo d e una p osada . Allí na ci ó el niñ o. Nos otr os h abíam os
seguido la huida, para poder intervenir si llegaba el caso. Tres
d e los m i em b r os d e la t ri p u lac i ón d e la n a ve d el es p a c i o des -
c en d i e r on s ob r e la Ti e rr a y s e d i ri gi e r on a l e s t a b l o. C on n a -
t u ra l c o n t r a r i e d a d , s e e n t e r a r o n m á s t a r d e d e q u e s u e m b a r -
cación aérea había sido considerada como una estrella de
Oriente.
"E l niñ o c r eci ó y, d ebid o a l es p ec ia l ad oct rin ami ent o qu e r e.
cibía p or vía telep ática, realizó grand es p rogresos. En su
p r i m e r a j u v e n t u d d i s c u t í a c on s u s m a yo r e s y p l a n t ó c a r a a l
clero local. Al llegar a la edad viril se retiró d e tod as sus
a m i s t ad es y p er egr i n ó a t ra v é s d e m u c h os p a í s es d el Or i en t e
Medio. Nosotros lo dirigimos hacia el Tíb et, y él tra spuso

177
las cordilleras y perman eció un tiempo en la catedral de
Lhasa, donde aún hoy en día se c onservan las huellas d e sus
manos. Aq u í tuvo la revelación y la asisten cia
indispensables para p oder formular una religión ad ecuada a
los pueb los del oeste.
"Durant e su estancia en Lha sa se someti ó a un tratamiento
esp ecial, por el cual el cu erpo astral d el humano terráqu eo
que se alb ergaba en su cuerpo fue lib erado y ascendido a
otra existencia. En su lugar se instaló un cuerpo astral de
nuestra elección. Se t rataba de una persona c on gran expe-
riencia en lo tocante a materias espirituales, mayor que la
que se pu ede obten er bajo las condiciones d e la Ti erra. Este
sistema d e transmigracion es es uno de los que emp lea mos
mu y a menudo cuando se trata de razas retrógradas.
"Finalm ent e, t odo estaba a punto, y el p eregrino hi zo su
viaje d e vu elta a su patria. Llegad o allí, tuvo éxi to
reclutando varias personas que se prestaron a difundir la
nueva religión. "Por desgracia, el primer ocupante de aquel
c u e r p o h a b í a d i s p u t a d o c o n l o s s a c e r d o t e s . Ah o r a , é s t o s s e
a c o r d a b a n d e a q u e l l o s e p i s o d i o s y p r e p a r a b a n u n i n c i d en t e
que les permi tiese deten erlo. Como sea que el juez
encargado del caso dep endía de todos ellos, el resu ltado
podía conocerse de antemano. Nosotros examinamos la
conveniencia d e una intervención; pero, por fin, prevaleció
la opinión de quiénes creían firmemente que de intervenir
visiblemente nacerían males para el mundo en gen eral y
p a r a l a n u e v a r e l i g i ó n e n p a r t i c u l a r . " » La V o z a c a b ó s u s
palabras. Yo p ermanecía mudo, fluctuando entre las
pantallas en continuo cambio, mostrando, una tras otra, las
imágenes d e aquellas cosas acontecidas en años lejanos.
Tambi én vi cosas que era muy p robable qu e sucedi esen en
el futuro; porque el futuro probable pued e proverse tanto
por lo qu e se refiere al mundo entero como a un país cu al-
quiera. Vi mi querida patria invadida por los d etestados
chinos. Vi el alzarse — y la caída — de un mal régimen
político, que me parece que se llamaba comunismo; pero
ello n o representa nada para mí. Por fin, experimenté un
enorme agotamiento. Sentí que aun mi cuerpo astral se
178 í d
fallecer por el esfuerzo a que se había obligado. Las pantallas,
hasta ahora de vivos colores, se volvían grises. Mi visión vaciló y
seguidamente caí en un estado de inconsciencia.
»Un h or rib le m ovim i ent o d e ba lanc eo m e d esp ert ó d e mi su e-
ñ o , o t a l v e z d e m i d e s m a yo . Ab r í l o s o j o s , ¡p e r o n o t e n í a
oj os ! Au n q u e t od a ví a n o p od ía m ove r m e, en c i er t o m od o n o-
t a ba q u e vol ví a a en c on t ra rm e en m i c u erp o fí s i c o. E l b a l a n -
ceo era que la mesa que transportaba mi cuerpo seguía por el
c o r r e d o r d e l a ñ a v e d e l e s p a c i o . Un a v o z s i n d a r n i n g ú n
s i gn o d e em oc i ón , en voz q ued a , a f i r m ó: " ¡Ya t i en e c on c ien -
c i a !" S i g u i ó u n g r u ñ i d o d e c o n f i r m a c i ó n y l u e g o s i g u i ó e l
s i len ci o, ac ompas ad o p or el ruid o d e p as os y el leve c hi r rid o
de metal cuando mi mesa operatoria chocaba contra la
pared.
»Estaba tendido, solo, en aquella sala metálica. Aquellos hom-
b r es h a b í a n d ep o s i t a d o la m e s a y s e h a b í a n m a rc h a d o en s i -
len c i o. Ten d i d o, ib a refle xi o n a nd o la s c os a s ma ra vi llos a s d e
q u e yo h a b í a s i d o t e s t i g o . No s i n c i e r t o r e s e n t i m i e n t o . La s
c on t i n u a s i n v ec t i va s c on t ra lo s s a c e rd o t es . Y o e ra u n s a c e r -
d ot e y e ll os es t a b an c ont en t os d e u t i li za r, s in c on ta r c on m i
voluntad propia, mis servicios. Mientras p erman ecía refle-
x i o n a n d o t od a s e s t a s c o s a s , m e l l e g ó a l o í d o e l r u i d o d e l a
pu ert a m etá li ca qu e s e d es li zaba . Un h omb re ent ró en la Sa la y
se cerró, resbalando, la puerta tras él.
»"¡Muy bien, monje — exclamó la voz del doctor —, lo habéis
hecho mu y bien. Todos estam os mu y or gullos os de vos. Mien-
tras yacíais inconsciente, exa minábamos de nu evo vu estro ce-
r e b r o y n u es t r os i n s t ru m en t os , y é s t os n os d em o s t r a b a n q u e
t en éi s a lm a c en a d o t od o e l c on oc i m i en t o d ep os i t a d o en vu e s -
tras célu las cerebra les. Habéis enseñado muchas cosas a nues-
t r o s j ó v e n e s d e a m b o s s e x o s . P r o n t o s e r é i s p u e s t o e n l i b er -
tad. ¿Os hace feliz, la noticia?"
»" ¿Feli z, s eñ or d oct or?" In t errogu é a mi vez. "¿Qu é m oti vos
tendría de s entirme dichoso? He sido capturado, se m e ha cor-
t a d o la c ú sp id e d el c rá n eo, s e m e h a s ep a ra d o el es p í r i tu d el
c u e r p o, s e m e h a i n s u l t a d o c o m o a m i e m b r o d e l c l e r o y l u e -
go — después de haberse servido de mi persona — vais a

179
abandonarme como una persona destinada a una miserable
muert e. ¿Feli z, yo? ¿P or qué razón debo cr eerm e a fortunado?
¿E s q u e v a i s a r es t a b l e c er m i s oj o s ? ¿P r op o r c i on a r m e u n os
medios de subsistencia? ¿Cómo deberé hacerlo para sub-
sistir?" Así le hablé casi con sarcasmo.
»"Una de las ma yores des grac ias del mundo, monje — dijo el
doctor —, es que la mayor parte de personas son negativas. Ser
n e g a t i v o , c a r e c e d e s e n t i d o . P o d é i s d e c i r d e u n m od o p os i -
tivo lo que d eseáis. Si la gente d e vu estro mundo pensase
p os i t i va m ent e, d ej a r í an d e s er m u c h os c on f li ct os exi s t en t es ,
porque s e adoptan actitudes negativas, p es e a que exijan, por
ser negativas, un mayor esfuerzo."
»" ¡P e r o , s eñ or d oc t or !" , e x c la m é . " P r e gu n t o lo q u e p en s á i s
h a c e r d e m í . ¿C ó m o p o d r é v i v i r ? ¿ Q u é d e b e r é h a c e r ? ¿ M e
tengo que limitar a retener esos conocimientos hasta que
llegue a lgui en que me diga que él es la pers ona elegida, y en-
tonces ponernos a charla r los dos como dos vi ejas en la pla za
d el mercad o? Y, ¿q u é ra zón ten éis p ara creer q u e h aré la
misión que m e ha sido encom endada, pensando como vos pen-
sáis acerca de los sacerdotes?»
»"¡M onje! — dijo el doctor —, os vamos a instalar en una con-
fortable cueva, con un limpio suelo de roca. Habrá en ella
u n p eq u eñ o ch or r o d e a gu a , b a s ta nt e p a ra vu es t ra s n ec es id a -
d es en l o q u e a es t e e xt r em o s e r e fi e r e. P o r l o q u e r e s p ec t a a
la c om ida, vu est r o est ad o s ac erd ota l os a s egu ra qu e t od o el
m u nd o os t r a er á d e q u é p od er c om er. Lo d i go d e n u ev o, h a y
s a c er d ot e s y s a c er d ot e s ; v os o t r o s , l o s d e l Tí b et , s oi s p o r l o
gen era l buenas personas y no nos peleamos con ellos. ¿Ac aso
no habéis observado que, en tiempos anteriores nos hemos
servido de ellos? También me preguntáis acerca de aquél a
quien tenéis que comunicar vuestro saber; tenedlo bien pre-
sente: lo conoceréis, cuando el hombre s e pr es ente. Transm itid
vuestro saber a éste y a nadie más."
» As í yo e s t u v e a s u m e r c e d p o r c o m p l e t o . P e r o d e s p u é s d e
una s h ora s, el d oct or vin o d e nu evo a verm e y m e d ij o: "Aho-
r a, vai s a r ec ob ra r el m ovi mi ent o. Ant es os da r em os una s ves -
tiduras nuevas y un cuenco también por estrenar." Unas ma-

180
n os s e oc u p a r on d e m i p e r s on a . M e q u i t a r on d e en c i m a u n a
s er i e d e r a r os obj et os. Mi sában a fu e sus tituida p or una s nue-
vas vestiduras; las primeras vestiduras nuevas que jamás haya
p oseíd o. M e las pu sieron encima d el cu erp o. En tonces re-
cobré el movimiento. Algún p racticante varón me pasó el
brazo por encima de mis espaldas y me ayudó a bajar de
a q u ella m es a op er a t ori a . P or p ri m era vez, d es p u és d e u n d es -
conocido número de días, pude estar de pie, sano y ágil.
»Aquella noche, rep os é más c onten to, envuelto en una sábana
q u e t a mb i én m e ha bí a s id o rega la d a . Y p or la m a ña na , c omo
ya h e dicho, fui sacado de la nave y depositado en esta cueva
donde he vivido solitario por más de sesenta años. Mas, ahora,
a n t es d e q u e d es c a n s em os p or la n oc h e, b eb a m os u n p oc o d e
té, ya que mis tareas tocan ya a su fin.»
Capítulo decimoprimero

E l j o v en m on j e s e s en t ó d e u n g o lp e, s i n t i en d o e n la s v é r t e -
bras del cuello un esca lofrí o de ter ror. Algo le había rozado.
Algo había paseado unos dedos glaciales por su frente. Durante
un ra t o mu y la r go es tu vo s entad o, a pun t o d e p on er s e en pie,
a g u z a n d o l o s o í d o s p a ra p od e r p e r c i b i r e l m e n o r r u i d o q u e
se pr odujes e. Con los oj os abi ert os d e par en par y con todos
s u s e s f u e r z o s , l u c h a b a e n v a n o p a r a a t r a v e s a r l a s t i n i e b la s
espesas a su alrededor. Nada se movía. Ni el mentir vestigio
d e ruid o a lgun o llegaba a roza r su at en ci ón. La en t rad a d e la
c u e va s e v eí a d e u n a n e gru ra m á s li g e ra d i s t i n gu i én d o s e va -
gamente de la completa falta de luz que abismaba la ca-
verna.
Aguantó la respiración, hasta que logró escuchar los latidos de
s u p r o p i o p e c h o y l o s d é b i l e s r u m o r e s d e s u s p r op i o s ó r g a -
n o s . Ni e l m á s l e v e s u s u r r o d e h oj a s m o v i d a s p o r e l v i e n t o
s e p r od u c í a . Ni u n a s o la c r i a t u ra d e la n oc h e s e a n u n c i a b a .
S i len ci o. La fa lt a abs olu ta d e t od o ruid o, qu e p oc as p er s onas
d e l m u n d o c on oc en , y n a d i e q u e vi va en c om u n i d a d es p op u -
los a s . Ot r a v e z, r a s t ros lu m i n os os r ec orrí a n a lred ed o r d e s u
c a b eza . C on un es t r em ec i m i en t o d e t error p eg ó u n b r in c o en
el a i r e y s u s pi erna s ya c orrí an, ant es d e volver a rep osa r so -
bre el suelo.
Saliendo, veloz, d e la cu eva, sudando de terror, se d etu vo
ap resu rada m ent e a l lad o d el fu ego, qu e est aba bi en cubi er to.
Entonces, quitó la tierra y la arena que cubrían las brasas
e n c en d i d a s . A t od a p ri s a , e li g i ó u n a ra m a b i en s ec a y s op l ó
los resc old os ha sta qu e pa r ec ió qu e la s venas d el cu ello y de
la frent e f u es en a es ta lla r ba jo el es fu erzo. Fina lm en t e, d e la
leñ a b r ot ó u n a lla m a . S os t en ien d o a qu el p a lo c on un a ma no,
eligió apresuradamente otro palo y aguardó que a su vez se
le pagase fu ego. Al fin, con una antorcha encendida en ca-
d a man o, entró len tamente en la cu eva. Las llamas vaci-
lantes saltaban y danzaban a cada movimiento que el joven

182
h a cí a . La s s om b r a s , gra nd es y grot es c a s , s e la n za b a n a c ad a
uno de sus lados.
Nervi osa m ent e, escud riñab a a s u a lred ed or. Bu scaba an si os a -
m en t e , c on la e s p er a n za d e q ue h a b í a s i d o u n a t e la ra ñ a q u e s e
habí a a r ra st rad o p or enci ma de s u cu erp o; p ero n o s e veía e l
men or sign o. Entonces p ensó en el viejo ermitañ o y se
r ep r en d i ó a s í m i s m o, p or n o h a b érs el e oc u rri d o a n t es h aber
p e n s a d o e n e l a n c i a n o . « ¡V e n e r a b l e ! » , l l a m ó c o n c o n v o z
trémula. «e0 encontráis bien?» Con los oídos tensos, escu-
c h ó; m a s , n o ob t u vo r es p u e s t a a l gu n a ; n i u n ec o. Va c i la n d o
avanzó lentamente hacia el fondo de la cueva, con las dos
ramas encendidas por delante. Al final de la cueva, giró a
la d erecha, donde nunca había entrado, y lan zó un suspiro
d e s a t i s f a c c i ón a l v er e l a n c i a n o s en t a d o en la p o s i c i ón d e l
loto, al final de otra caverna menor que la otra.
Un ext r a ñ o r u i d o d e got a s l e s orp ren d i ó c u an d o ib a a r et i r a rs e
en si lenci o. Mi rand o c on t oda su at enc i ón vi o qu e s e t ratab a
d e u n m a n a n t i a l q u e b r o t a b a d e u n s a l i e n t e d e l a s p a r e des de
aquella estancia — drop-drop-drop —. El joven monje s e
t ranqui li zó. «La ment o el hab er entrad o aquí sin vu estro
permiso, Ven erab le», le dijo. «Temía que os sintieseis
en f erm o. Ya m e voy. » P er o, n o obtu vo n in guna r espu es ta. Ni
un solo m ovimi ento. E l anciano estaba allí sentado, com o una
e s t a t u a d e p i ed r a . C on t e m o r, e l j o v en a va n z ó u n o s p a s o s y
permaneció un momento contemplando aquella figura in-
móvil. Por fin, con temor, extendió el brazo y tocó un hombro
d el ancian o. E l espí ritu ya n o es taba . An t es , en gañad o p or el
temblor de las llamas, no había pensado en el aura del eremita.
Ah o r a s e d a b a c u e n t a d e q u e t a m b i é n l e h a b í a a b a n d on a d o ,
que ya no existía.
Muy triste, el joven se sentó enfrente de aquel cadáver y
recitó el antiquísimo ritual de los difuntos. Dando instruc-
c i on es p a r a la s et ap a s d el E s p í ri tu , en el c a m in o d e los Ca m -
pos Celestiales. Advirtiéndole de las posibles asechanzas que,
a p r ovec h á n d os e d el c on fu s o es t a d o d e la m en t e, le t en d er í a n
la s fu er za s del m a l. P or fin, habi end o cump lid o c on sus obli -
gaciones religiosas, se puso lentamente en pie, se inclinó hacia

183
e l d i f u n t o y, h a b i én d os e c on s u m i d o ya la s d o s a n t or c h a s , e l
joven buscó su camino en el exterior de la cueva.
E l v i e n t o p r e c u r s o r d e l a m a n e c e r e m p e z a b a s u s m u r m u l lo s
f ant as ma les a t ra vés d e los árb oles. Un s i lbid o a gud o, p rodu -
c i d o p or el p a s o d el vi en t o p or la s f i s u r a s d e la s r oc a s c om o
u n a a lt í s i m a y f o r t í s i m a n ot a a gu d a d e ó r ga n o s e es c u c h a b a
en la s a ltu r as . P oc o a p oc o, las p ri m era s franja s d e lu z apa re-
cieron pálidas en las alturas y se destacó progresivamente
l a m á s l ej a n a d e la s c or d i l l e r a s . E l j o v en m on j e es t a b a t ri s -
t em ent e acu r rucad o mu y c erca d el fu ego, p regunt ánd os e qu é
tenía que hacer, pensando en las brumosas tareas que le aguar-
dab an. E l ti emp o pa r ecí a inmóvi l. P er o, a l fin , d espu és d e lo
que parecía representar una infinitud de edades, el sol apa-
r e c i ó y s e h i z o d e d í a . E l j o ve n m on j e p la n t ó u n a ra m a d en -
tro del fuego y aguardó pacientemente hasta que brotaron
l l a m a s e n l a p u n t a . E n t o n c e s , c o n t od a p e s a d u m b r e , a g a r r ó
l a a n t o r c h a a r d i en t e y e n t r ó, t e m b lá n d o l e l a s p i er n a s , h a s t a
llegar a la cámara interior.
E l c u er p o d el vi ej o er em i t a e s t a ba s en t ad o c om o s i a ú n es t u -
viese vivo. Con aprensión, el joven monje se agachó y sin ape-
na s esfu er zo a lgun o, levant ó el c adá ver y s e lo c a r gó a l h om-
bro. Con paso vacilante emprendió la marcha hacia el exterior
d e la cu eva y lu ego, p or la s enda , llegó h as ta la p i ed ra p lana
que parecía aguardar les. Lent amente, el joven despoj ó de s us
v e s t i d u r a s a q u e l c u e r p o c on s u m i d o y e x p e r i m e n t ó u n o s i n s -
tantes de compasión ante la visión de aquel casi esqueleto,
c on la pi el adh er ida a los hu es os . C on un es tr em ecim i ent o d e
repugnancia, plantó el cuchillo de afilado pedernal en la parte
b a j a d e l a b d o m e n d e a q u e l c a d á v e r . S e p r o d u j o u n ru i d o a l
cortar los cartílagos y las fibras musculares, que advirtió a los
buitres, que se aproximaron rápidamente.
Ha b i end o exp u es t o a q u el c adá ver y s u s en t ra ñ a s ab i er t a s p or
completo, el joven alzó una pesada roca y la tiró sobre el
cráneo, de f orma que los ses os se esparci er on sobre la piedra.
Lu ego, c on lá gri ma s qu e le c orrían abund ant es p or la s me-
j i lla s , s e ll ev ó los h á b i t os d el er m i t a ñ o y el c u en c o q u e ut ili -
zaba y se arrastró, paso a paso, hasta el interior de la cueva,

184
dejando que los buitres se p eleasen y luchasen, a espaldas
de aquel joven monje. Tiró entonces a la hoguera aquellas ves-
tiduras y la vasija, aguardando hasta que las llamas consu-
mieron rápidamente todos los restos.
E l j oven m on j e, m u y a p en ado, c on lá gri m a s q u e b r ot a b an d e
s u s oj os y r e ga b a n la t i erra s ed i en t a , s e m a rc h ó d e a llá y c a -
m in ó lenta m ent e. C ru zó el d es fi lad ero, ma rchand o ha cia otr a
fase de su existencia.

También podría gustarte