Está en la página 1de 6

NRFII.

XVIII NOTAS 1
7 1

L a v i r t u d , l a hidalguía, en la esperiencia
De su estéril valor se h a n estrellado,
I m i patria infeliz es ya u n mercado
E n que se vende a gritos l a conciencia.
N o h a i gloria, no h a i dolor, no h a i sacrificio
Que p o r vites parásitos hambrientos
N o se convierta en p r o p i o beneficio;
Y a l a gangrena avanza por momentos
I bajo el ancho pedestal del vicio
Restallan del estado los cimientos.

HARVEY L. JOHNSON
Umversity of Houston.

FUNCIÓN D E L EPISODIO D E N A Y V SINAR


E N MARÍA. D E ISAACS

D e todos los críticos q u e se h a n o c u p a d o de l a n o v e l a María, pocos


se h a n fijado d e t e n i d a m e n t e en el episodio i n t e r c a l a d o en los capítulos
40-46, que c u e n t a l a v i d a de N a y y S i n a r . L a intercalación es interesante
1

no sólo p o r su v a l o r intrínseco y p o r l a cuestión de sus fuentes, q u e


estudiaremos más adelante, sino t a m b i é n c o m o ejemplo tardío de u n a
técnica de larga tradición. A n t e s de e x a m i n a r el e p i s o d i o , d e t e n g á m o n o s
u n m o m e n t o p a r a esbozar m u y a l a l i g e r a la h i s t o r i a de este recurso
narrativo . 2

Parece que l a técnica de i n t r o d u c i r cortas narraciones i n d e p e n d i e n t e s


en el cuerpo de u n a n o v e l a lanía es casi t a n a n t i g u a c o m o el m i s m o
arte de novelar, pues ya se e n c u e n t r a n ejemplos cíe e l l a e n l a n o v e l a
¡atina. R e c o r d e m o s q u e P e t r o n i o intercaló e n el Satiricón el e p i s o d i o
d e l a m a t r o n a de Éféso, y A p u l e y o i n t e r r u m p i ó l a n a r r a c i ó n d e l A s n o
d e o r o p a r a c o n t a r l a f á b u l a de P s i q u e y C u p i d o , N o f a l t a n ejemplos
de e l l o en l a l i t e r a t u r a española. Es n a t u r a l q u e el recurso h a l l a r a
c a b i d a e n las páginas frondosas d e l l i b r o de caballerías (por e j e m p l o ,
e l c u e n t o d e l " C a b a l l e r o A t r e v i d o e n el C a b a l l e r o C i j a r , y e l e p i s o d i o
de las cuatro damas francesas en Palmerín d e I n g l a t e r r a ) . M a t e o A l e m á n
i n c o r p o r ó c u a t r o novelitas e n su Giizrnán d e A l f a r a c h e , y pocos años
más tarde Cervantes i n t r o d u j o los famosos episodios de E l c u r i o s o
i m p e r t i n e n t e y E l c a u t i v o e n l a p r i m e r a parte d e l Q u i j o t e .

1 U n a excepción es D Ó N A L O F . BROWN, " C h a t e a u b r i a n d and the story of F e l i c i a n a


m Jorge Isaacs' María", M L N , 62 (1947), 326-329, que señala la influencia del román-
tico francés sobre el colombiano. N o me enteré de l a existencia de este artículo sino
cuatro años después de haber acabado el presente estudio, que fue aceptado para su
oublicación en i t ^ g .
= Mencionamos solamente las más famosas novelas latinas y españolas que u t i l i z a -
r o n este procedimiento, y que Isaacs pudo conocer e i m i t a r . C o n la excepción del
C a b a l l e r o C i j a r v del Guimán d e A l f a r a c h e , los ejemplos que indicamos a continua-
ción ya fueron señalados p o r J . D . M . F O R D , " P l o t , tale and episode i n D o n Quizóte",
en Méíanges... A l f r e d J e a n r o y , Paris, 1928, p p . 311-323. F o r d observa también que
hay ejemplos de intercalación en l a epopeya clásica ( O d i s e a , E n e i d a ) y en l a i t a l i a n a
( P u l c i , M o r g a n t e ; B o i a r d o , O r l a n d o i n n a m o r a t o ; Ariosto, O r l a n d o f u r i o s o ) . A esta
última Jísta debe añadirse el M a m b r i n o de Francesco B e l l o (II Cieco da Ferrara), que
contiene siete n o v e l l e intercaladas.
172 NOTAS NRFH, XVIII

L a razón de las intercalaciones es evidente: todas ésas son obras


esencialmente episódicas, e n q u e u n o o dos personajes pasan por u n a
l a r g a serie de aventuras. Este t i p o de n a r r a c i ó n p o n e a p r u e b a el a r t e
del n a r r a d o r más hábil. P a r a m a n t e n e r el interés d e l lector, e l novelista
busca l a m a n e r a de desviar su atención de los personajes p r i n c i p a l e s ,
m i e n t r a s éstos descansan u n rato entre bastidores. E l i n t r o d u c i r digre-
siones o acciones secundarias en que no t o m a n parte los protagonistas,
es el m o d o más fácil de evitar l a m o n o t o n í a . 3

¿Basta p o r sí sola esta m i s m a e x p l i c a c i ó n p a r a justificar l a presencia


de N a y y S i n a r e n l a n o v e l a de Isaacs? C r e e m o s q u e n o . E n p r i m e r l u g a r ,
no se trata de u n a n o v e l a episódica, en que los protagonistas v i v a n u n a
a v e n t u r a tras o t r a . E n segundo lugar, María n o es t a n l a r g a p a r a q u e
el m a n e j a r sólo dos personajes llegue a ser p r o b l e m a . P o r ú l t i m o , Isaacs
u t i l i z a otros recursos p a r a hacer descansar nuestra atención: el uso de
l a técnica costumbrista, así c o m o las largas y sentidas descripciones d e l
V a l l e d e l C a u c a , son los más notorios. D e m o d o que tenemos que b u s c a r
en o t r a parte el p o r q u é de l a intercalación de N a y y S i n a r .
I g u a l q u e G u s t a v o A d o l f o Bécquer, o t r o r o m á n t i c o tardío, J o r g e
Isaacs no coincidía d e l todo c o n las características de los p r i m e r o s es-
critores de ese m o v i m i e n t o * . P e r o , p o r m u y d i f e r e n t e q u e fuera, h a b í a
u n raseo que no podía f a l t a r e n l a o b r a de u n v e r d a d e r o r o m á n t i c o
c o m o él: el exotismo.
Desde V e r g a r a y V e r g a r a , se h a r e c o n o c i d o q u e Isaacs se inspiró
5

p a r a su n o v e l a en P a b l o y V i r g i n i a * y e n A t a l a , i d i l i o s también entre
dos seres inocentes q u e sufren las torturas de u n a m o r i m p o s i b l e , e n
m e d i o de u n a n a t u r a l e z a e x u b e r a n t e . P e r o , a l s i t u a r la acción de María
en su t i e r r a n a t i v a e i n t r o d u c i r como protagonistas a dos personas
civilizadas, perdió l a o p o r t u n i d a d de conseguir esa n o t a de exotismo q u e
sus modelos h a b í a n l o g r a d o c o n sus héroes p r i m i t i v o s (o s e m i p r i m i t i v o s ,
en el caso de P a b l o y V i r g i n i a ) , colocados en u n a n a t u r a l e z a lejana y
extraña. Y a q u e n i los protagonistas n i el escenario en q u e se m o v í a n
tenían n a d a de exóticos p a r a sus lectores, Isaacs se v i o o b l i g a d o a i n t r o -
d u c i r a l g o c o m p l e t a m e n t e ajeno a l a r g u m e n t o p a r a o b t e n e r esa c u a l i d a d
i n d i s p e n s a b l e . D e ahí l a intercalación de N a y y S i n a r , e p i s o d i o l o c a l i z a d o
en u n país lejano y cuyos protagonistas son seres p r i m i t i v o s .
í J J J L O i.

Pasemos a h o r a a e x a m i n a r el c u e n t o de N a y y S i n a r . V a l e l a p e n a
l l a m a r l a atención sobre el l u g a r q u e o c u p a en l a estructura de l a
n o v e l a . E l relato sigue a dos episodios de fuerte carga e m o t i v a : l a
grave e n f e r m e d a d d e l p a d r e de Efraín, q u e lo p o n e a las puertas de l a
3 Así lo dice explícitamente Cervantes en el Q u i j o t e , I I , 44.
* Sobre los rasgos típicamente románticos de María, véase l a introducción de
ENRIQUE ANDERSON IMBERT a su edición de María, México, 1951, pp. x v i i i - x i x . Ésta
es l a edición que he manejado.
s E n su reseña de María en L a C a r i d a d , Bogotá, 3 (1866-1867) , 649-651. C o n el
título de " J u i c i o crítico", esta reseña ha figurado como prólogo a varias ediciones de
María, a p a r t i r de l a 3? ed. colombiana (1878).
« J . WARSHAW, "Jorge Isaacs' library: light on two María problems", R R , 33
(1941) , 389-398, basándose en el hecho de que no figura P a b l o y V i r g i n i a en la b i b l i o -
teca de Isaacs, niega l a influencia de Saint-Pierre. H u e l g a decir que Isaacs pudo
leer u n ejemplar prestado. E n "Las fuentes de María, de Isaacs", Hf, 1965, núm. 24,
43-54, he demostrado l a innegable influencia de P a b l o y V i r g i n i a .
N R F H , XVIII NOTAS 173

m u e r t e , y el a n u n c i o que hace este m i s m o personaje de su d e t e r m i n a c i ó n


i r r e v o c a b l e de m a n d a r a Efraín a E u r o p a a estudiar p o r cuatro años,
t r u n c a n d o así las esperanzas d e l j o v e n de seguir a l l a d o de M a r í a . D e
m a n e r a q u e l a intercalación viene m u y a t i e m p o p a r a a b r i r u n paréntesis
e n l a relación de las desdichas de Efraín.
R e s u m i d a e n pocas palabras, l a acción de N a y y S i n a r es l a siguiente:
M a g m a h ú , u n o de los jefes más poderosos de l a nación de A c h a n t i (o
A x a n t i ) , es derrotado e n u n a b a t a l l a y p i e r d e su a l t a posición, d e b i d o
a l a e n v i d i a de sus enemigos. R e s u e l v e entonces irse a C a m b i a , país de
los K o m b u - M a n e z . A n t e s de e m p r e n d e r el viaje, piensa sacrificar a
a l g u n o s de sus más hermosos esclavos c o m o o f r e n d a a su dios. S i n a r ,
h i j o de u n c a u d i l l o enemigo, m u e r t o p o r M a g m a h ú , v a a ser l a p r i m e r a
víctima. P e r o se salva c u a n d o N a y , h i j a de M a g m a h ú , descubre a su
p a d r e su a m o r p o r el esclavo. M a g m a h ú acepta a S i n a r c o m o n o v i o
de N a y , y todos h u y e n j u n t o s . E n su n u e v o país S i n a r y N a y c o n o c e n
a u n m i s i o n e r o francés y se c o n v i e r t e n a l c r i s t i a n i s m o . Se casan los
amantes y celebran sus bodas c o n unas fiestas. E n l a ú l t i m a noche de
estas fiestas, u n a t r i b u e n e m i g a ataca a los K o m b u - M a n e z y los r i n d e
fácilmente. L o s novios son c a p t u r a d o s y v e n d i d o s c o m o esclavos. Se les
separa el u n o d e l otro y n u n c a v u e l v e n a verse. N a y v a a d a r a l a N u e v a
G r a n a d a A l l í l a c o m o r a el padre de Efraín a u i e n le restituve su l i b e r t a d
A p e s a r ' d e ser l i b r e N a y se Queda c o m o c r i a d a de l a f a m i l i a de su
l i b e r t a d o r , y sirve de aya a Efraín y :M a r í a . 7

S a l t a a l a vista que a l e s c r i b i r N a y y S i n a r , Isaacs se h a l l a b a bajo l a


i n f l u e n c i a de A t a l a . L a s c o i n c i d e n c i a s son demasiadas y demasiado evi-
dentes p a r a ser casuales. E n ambos relatos los protagonistas pertenecen
a u n a sociedad p r i m i t i v a , q u e v i v e e n u n c o n t i n e n t e n u e v o y lejano.
L o s amantes son personas y a m a d u r a s , y m i e m b r o s de t r i b u s enemigas.
N a y y A t a l a son huérfanas de m a d r e ; las madres e r a n cristianas, y los
padres (el padre p u t a t i v o e n e l caso de A t a l a ) son paganos. S i n a r y
C h a c t a s son prisioneros de M a g m a h ú y S i m a g h a n , los padres de sus
amantes, y v a n a ser sacrificados p o r ellos. A m b o s héroes rechazan l a
o p o r t u n i d a d d e h u i r de l a t r i b u e n e m i g a , p a r a estar c o n sus amadas
y esperar el m o m e n t o o p o r t u n o de h u i r e n su compañía. A ú l t i m a h o r a
A t a l a salva a Chactas d e l i n m i n e n t e p e l i g r o y se escapa c o n él, t a l c o m o
N a y salva a S i n a r a u n q u e c o n l a d i f e r e n c i a de que M a g m a h ú acepta a
S i n a r c o m o novio' de su h i j a (nótese el p a r a l e l o c o n María, d o n d e e l
p a d r e de Efraín acepta el n o v i a z g o de los dos ióvenes» v todos h u y e n
j u n t o s de l a t r i b u . E n las dos n a r r a c i o n e s aparecen misioneros franceses
q u e i n s t r u y e n a los amantes e n e l c r i s t i a n i s m o . A m b o s m i s i o n e r o s h a n
l o g r a d o catequizar a u n a t r i b u de indígenas p e r o sufren persecuciones a
m a n o s de o t r a t r i b u y p o r fin m u e r e n 'asesinados p o r los salvajes. I g u a l
q u e C h a t e a u b r i a n d , Isaacs e x a l t a l a r e l i g i ó n católica, d e d i c a n d o u n
c a p í t u l o aparte a l a conversión de los protagonistas v v u e l v e u n a v
o t r a vez sobre el tema. E l a m o r m a l o g r a d o p o r l a separación d e N a y y

7 E l procedimiento que empleó Isaacs para enlazar el cuento intercalado con el


asunto p r i n c i p a l de la novela, haciendo que l a protagonista de N a y y S i n a r sea u n
personaje secundario de María, h a sido usado p o r muchos escritores; E l c a u t i v o es el
ejemplo más conocido en l a literatura castellana y es, p o r l o tanto, el modelo más
probable de Isaacs.
174 NOTAS NRFH, XVIII

S i n a r refleja el de Chactas y A t a l a , cortado p o r l a m u e r t e de ésta, y a l


m i s m o t i e m p o presagia e l trágico desenlace de los amores de M a r í a
y Efraín, t a m b i é n t r u n c a d o p o r l a m u e r t e de l a heroína.
R e s u l t a , pues, evidente q u e Jorge Isaacs siguió las líneas generales
de A t a l a a l escribir el e p i s o d i o ' d e " N a y y S i n a r . P e r o n o es ésta u n a
A t a l a orquestada en clave a f r i c a n a : p o r u n a parte, Isaacs n o tenía los
mismos c o n o c i m i e n t o s directos que el escritor francés; p o r otra, n o l e
seducían los mismos temas. V a m o s a ver cómo i n f l u y e r o n estos factores
sobre su o b r a .
C h a t e a u b r i a n d a f i r m a b a h a b e r v i v i d o e n m e d i o de l a n a t u r a l e z a y l a
sociedad q u e presentó e n su n o v e l a , y p u d o ofrecer a sus lectores
8

el encanto de algo exótico y a l a vez verídico (bien es v e r d a d que sus


datos n o son siempre exactos ). E n c a m b i o , Isaacs n u n c a estuvo en África
9

y n o p u d o hacer descripciones q u e r i v a l i z a r a n c o n los detallados y


exuberantes cuadros q u e p i n t ó C h a t e a u b r i a n d de l a n a t u r a l e z a norte-
a m e r i c a n a . A falta de datos de p r i m e r a m a n o , Isaacs prefirió l i m i t a r s e
a colocar a sus personajes e n u n a n a t u r a l e z a genérica, h e c h a de ríos
caudalosos, peñascos e n c u m b r a d o s y desiertos sin límites.
P a r a los lectores franceses, las costumbres típicas de los salvajes
n o r t e a m e r i c a n o s constituían u n o de los elementos más exóticos de A t a l a .
E n g r a n parte, el e x o t i s m o de N a y y S i n a r t a m b i é n descansa en l a
e n u m e r a c i ó n de las costumbres típicas de los negros africanos (el sacri-
ficio de los esclavos más herniosos p a r a a p l a c a r la i r a de su dios; e l
m o n t a r en avestruz; el comer los corazones de los enemigos y hacer
collares c o n sus dientes y tazas con sus cráneos; el p i n t a r s e los A c h i m i s
nobles u n a serpiente r o j a en el pecho). A p r i m e r a vista, estas costumbres,
y los lujosos vestidos y alhajas de los A c h a n t i s , p u e d e n parecer elementos
falsos e inventados. P e r o u n poco de investigación revela q u e los usos
presentados son auténticos ". R e s u l t a u n p o c o irónico q u e las costum-
1

bres descritas p o r Isaacs sean a r q u e o l ó g i c a m e n t e más verídicas que


algunas de las presentadas p o r C h a t e a u b r i a n d , a pesar de que éste
1 1

h a b í a r e s i d i d o e n Norteamérica. P e r o , b i e n m i r a d o , esto n a d a tiene de


r a r o , pues está de acuerdo c o n l a índole de las dos obras. C o m o veremos
en seguida, a C h a t e a u b r i a n d no le iixiDortaba más q u e la afirmación de u n
m i t o ' m i e n t r a s o u e Isaacs e x t e n d i ó el elemento exótico hasta darle u n a
d i m e n s i ó n sociaí.
E n c u a n t o a l c o n t e n i d o temático, N a y y S i n a r ofrece notables diver-
gencias c o n A t a l a . C h a t e a u b r i a n d p i n t a l a f e l i c i d a d d e l salvaje en m e d i o
de l a q u i e t u d de l a n a t u r a l e z a , y concluye q u e su v i d a es i n f i n i t a m e n t e

s Dice en su prefacio: " A t a l a se ha escrito en el desierto, y bajo las chozas


mismas de los salvajes".
o Véase JOSEPH BÉDIER, " C h a t e a u b r i a n d en Amérique: vérité et f i c t i o n " , en sus
Études c r i t i q u e s , Paris, 1903, 127-294, especialmente p p . 131-134, 268 y 271.
10 Para dar mayor autoridad a su relato, Isaacs i n d i c a algunas fuentes históricas
y arqueológicas en notas al pie de la página.
" P o r ' e j e m p l o , el autor francés inventó una "virgen de los últimos amores" y u n
curioso modo de cortejar, según el cual el amante i n d i o llevaba una antorcha encen-
d i d a a la cabaña d e ' su novia: " S i l a doncella apagaba l a antorcha, era signo de
aceptarlo por esposo, si por el contrario no la apagaba, y se cubría el rostro con un
velo, era señal que rehusaba sus ofertas" (pp. 101-102 de la ed. de Pedro Grases,
Caracas, 1958) .
NRFH, XVIII NOTAS 175
más f e l i z que l a d e l europeo, acosado p o r las i n q u i e t u d e s y l a c o r r u p c i ó n
del m u n d o c i v i l i z a d o . Isaacs trata el m i s m o tema d e l h o m b r e p r i m i t i v o ,
p e r o llega a conclusiones distintas. Sus negros n o l l e v a n u n a e x i s t e n c i a
i d e a l , c o m o los i n d i o s de C h a t e a u b r i a n d . L a s diferentes t r i b u s están e n
constante g u e r r a unas c o n otras, v los vencidos v sus f a m i l i a s son dego-
l l a d o s o vendidos c o m o esclavos. P e o r todavía, " a falta de enemigos q u e
v e n d e r , los jefes v e n d í a n a sus súbditos, y m u c h a s veces aquéllos y éstos
a sus h i j o s " (p. 168). D e n t r o de las t r i b u s existen las mismas i n q u i e t u d e s
y e n v i d i a s q u e entre los h o m b r e s c i v i l i z a d o s : M a g m a h ú p i e r d e e l favor
de su rey a resultas de intrigas palaciegas.
D e s d e luego, el c u a d r o presentado p o r Isaacs es m u c h o más veraz. E l
t e m a q u e a d o p t a C h a t e a u b r i a n d - e l d e l b u e n s a l v a j e - es m e r a ficción
l i t e r a r i a ; la visión de Isaacs corresponde a l a r e a l i d a d histórica. Es i n -
teresante que C h a t e a u b r i a n d , p a r t i e n d o de u n a e x p e r i e n c i a concreta y
v i v i d a p o r él, haya acabado p o r abrazar u n tópico l i t e r a r i o c o m p l e t a m e n -
te fantástico, q u e demuestra su a b s o l u t a falta de comprensión d e l i n d i o
concreto, mientras que Isaacs, basado sólo e n experiencias literarias, h a y a
¡legado a captar l a r e a l i d a d d e l negro a f r i c a n o .
E l b u e n s a l v a j e de A t a l a tiene su c o n t r a f i g u r a e n el esclavo de N a y
y S i n a r . E l p r o b l e m a de la e s c l a v i t u d o c u p a u n l u g a r m u y i m p o r t a n t e
no sólo e n N a y y S i n a r , sino t a m b i é n e n l a acción p r i n c i p a l de María.
C o m o ya hemos visto, l a e s c l a v i t u d e m p i e z a e n África, d o n d e los negros
c a p t u r a n a sus enemigos y los v e n d e n a los blancos. A través de l a figura
de N a y , seguimos el proceso de l a e s c l a v i t u d hasta que llega a l N u e v o
M u n d o . E n l a larga travesía a A m é r i c a , los negros padecen azotes y
enfermedades en bodegas estrechas y malsanas. M u c h o s s u c u m b e n a las
enfermedades, y otros prefieren darse l a m u e r t e p a r a n o v i v i r e n l a ser-
v i d u m b r e . ( A pesar de q u e en 1821 se p r o h i b i ó l a i m p o r t a c i ó n de más
esclavos en C o l o m b i a , algunos h o m b r e s s i n escrúpulos c o n t i n u a r o n el
tráfico i l e g a l hasta m u c h o s años después).
E n N a y y S i n a r Isaacs c o n d e n a l a e s c l a v i t u d c o m o sistema social, p e r o
al m i s m o t i e m p o tiene c u i d a d o de señalar que algunos amos t r a t a b a n
p a t e r n a l m e n t e a sus esclavos. P o r u n l a d o , p o n e de relieve los h o r r o r e s
degradantes que sufren los negros e n manos de los traficantes q u e los
t r a e n de África; p o r o t r o , d e m u e s t r a q u e algunos blancos les d a n u n trato
b o n d a d o s o (el padre de E f r a í n c o m p r a a N a y p a r a salvarla de l a b r u t a -
l i d a d de u n n o r t e a m e r i c a n o y le d a su l i b e r t a d ) . E s t a visión es u n fiel
1 2

reflejo de l a r e a l i d a d , pues es b i e n sabido q u e en las colonias españolas


los negros recibían m e j o r trato q u e e n las inglesas y francesas. H a b r í a
s i d o u n a i n j u s t i c i a p i n t a r l a e s c l a v i t u d e n C o l o m b i a c o n los tonos de
L a c a b a n a d e l tío T o r a , pues n o revestía allí los excesos ele c r u e l d a d cjue
t u v o e n el sur de los Estados U n i d o s . Isaacs se enfrenta a l a e s c l a v i t u d

i= Isaacs ya había presentado estas mismas ideas sobre la esclavitud en las p r i -


meras páginas de María. A l describir el estado de los esclavos de su padre, Efraín se
da cuenta de su infortunio, pero a la vez hace resaltar el buen trato que reciben:
"Los esclavos, bien vestidos y contentos hasta donde es posible estarlo en la servi-
d u m b r e , eran sumisos y afectuosos para con su amo . . . Pude notar que m i padre,
sin dejar de ser amo, daba u n trato cariñoso a sus esclavos, se mostraba celoso p o r l a
b u e n a conducta de sus esposas y acariciaba a los niños" (pp. 13-14).
176 NOTAS NRFH, XVIII

c o n á n i m o sereno; l a declara u n a e n o r m i d a d m o r a l , pero l a ve d e n t r o


del c o n t e x t o c o l o m b i a n o y se abstiene de prédicas d o c t r i n a r i a s .
A l ver l a i m p o r t a n c i a que Isaacs concede a l tema de l a esclavitud,
c o m p r e n d e m o s p o r q u é colocó e n África l a acción de N a y y S i n a r : África
n o sólo representaba p a r a él u n c o n t i n e n t e desconocido, y p o r l o tanto
exótico, s i n o que también le d a b a l a o p o r t u n i d a d de tratar u n p r o b l e m a
que siguió s i e n d o de a c t u a l i d a d d u r a n t e todo el siglo x i x . E s t a amalga-
m a d e l tema exótico c o n el ansia de r e f o r m a social supone u n a nueva
dimensión en el arte romántico. C h a t e a u b r i a n d se h a b í a salido p o r l a
tangente de las utopías literarias, en l u g a r de encarar l a r e a l i d a d de los
i n d i o s norteamericanos; Isaacs describió l a condición y l a suerte d e l sal-
vaje africano tales como eran.

DONALD M c G R A D Y
University o£ C a l i f o r n i a , Santa Barbara.

También podría gustarte