Está en la página 1de 255

TALES DE MILETO (c. 624-546 a.C.

EN CONTEXTO
RAMA
Metafísica

ORIENTACIÓN
Monismo

ANTES A partir de la observación, Tales dedujo que las


2 5 0 0 - 9 0 0 a . C . La civilización cosechas eran consecuencia de las condiciones climáticas, no de
minoica en Creta y la posterior la intervención divina. Se dice que un año predijo una cosecha
civilización micénica en Grecia de olivas excelente y que compró todos los molinos de aceite de la
zona, luego los alquiló y se benefició del aumento de la demanda.
explican los fenómenos físicos
mediante la religión.

D
urante el periodo arcaico (de bemos que tenía buenos conocimien-
C . 1100 a . C . La cosmogonía
mediados del siglo vm a.C. tos de astronomía y geometría, y se
babilónica Enúma EHs describe
hasta el siglo vi a.C), la po- le atribuye haber predicho el eclip-
el estado primitivo del mundo
blación de la península griega se se total de Sol del año 585 a.C. Esta
como una masa acuosa. manera práctica de pensar le llevó a
fue asentando en u n grupo de ciu-
C. 700 a.C. La Teogonia del poeta dades-estado. En ellas se desarrolló creer que lo que sucedía en el mundo
griego Hesiodo describe cómo u n sistema de escritura alfabética; no se debía a la intervención divina,
los dioses crearon el universo. además dieron origen a lo que ahora sino a causas naturales que la razón
se reconoce como filosofía occiden- y la observación podían revelar.
DESPUÉS tal. Las civilizaciones anteriores ha-
P r i n c i p i o s d e l siglo v a . C . bían recurrido a la religión para ex-Materia primordial
Empédocles propone los cuatro plicar los fenómenos del mundo que Tales necesitaba establecer u n prin-
elementos básicos del cosmos: les rodeaba; ahora, aparecía una nue-cipio básico desde el cual trabajar,
tierra, agua, aire y fuego. va clase de pensadores, dispuestos por lo que se planteó la pregunta:
a buscar explicaciones naturales y ((¿cuál es el elemento básico del cos-
C. 400 a.C. Leucipo y Demócrito
racionales. mos?)). La idea de que todo en el uni-
concluyen que el cosmos está
Tales de Mileto es el primero de verso puede reducirse a una única
compuesto únicamente de
estos pensadores científicos del que sustancia se conoce como monismo
átomos y de espacio vacío.
tenemos noticia. Aunque no nos ha y Tales y sus seguidores fueron los
llegado ninguno de sus escritos, sa- primeros en proponerla en la filoso-
1
EL MUNDO ANTIGUO 23
Véase también: Anaximandro 330 • Anaxímenes de Mileto 330 •
Pitágoras 26-29 • Empédocles 330 • Demócrito y Leucipo 45 • Aristóteles 56-63

¿Cuál es la m a t e r i a

)
p r i m o r d i a l del cosmos?

T a l e s de Mileto

A p a r t e de que nació y vivió e n


M i l e t o , e n l a c o s t a de lo q u e
h o y es Turquía, poco sabemos
...algo de la v i d a de Tales. N o nos h a
a partir de 1.. .algo que se llegado n i n g u n o de sus escritos,
lo que p u e d a (transforma s i es q u e dejó a l g u n o . Pero s u
formarse todo reputación c o m o u n o de los
p r i m e r o s filósofos g r i e g o s
clave parece merecida, y t a n t o
A r i s t ó t e l e s c o m o Diógenes
Laercio, el biógrafo q u e e n el
siglo in d.C. narró las v i d a s de
los a n t i g u o s filósofos griegos,
le m e n c i o n a n c o n d e t a l l e .
L a s p r u e b a s anecdóticas
s u g i e r e n q u e Tales p a r t i c i p a b a
a c t i v a m e n t e e n l a v i d a política
y q u e e r a u n e m p r e s a r i o de
fía o c c i d e n t a l . Tales razona q u e l a sobre u n lecho de agua, del que ha
éxito. Se cree q u e viajó m u c h o
materia p r i m o r d i a l del universo tenía emergido. C u a n d o sucede algo q u e
por el Mediterráneo o r i e n t a l
que ser algo a p a r t i r de lo que se causa ondas o temblores en el agua, y q u e c u a n d o visitó E g i p t o
pudiera formar todo lo demás, ade- lo p e r c i b i m o s como terremotos. aprendió l a geometría práctica
más de ser esencial para la vida, ca- Sin embargo, por sugestivos que q u e l u e g o se convertiría e n
paz de m o v i m i e n t o y, por lo tanto, de s e a n los detalles de las teorías de l a b a s e de s u r a z o n a m i e n t o
transformación. Observa que el agua Tales, no son estos el motivo p r i n c i - deductivo.
es claramente necesaria para m a n - pal por el que se le considera u n a fi- Sin embargo, Tales era, por
tener todas las formas de v i d a y que g u r a i m p o r t a n t e en la historia de la e n c i m a de t o d o , u n m a e s t r o ,
se mueve y c a m b i a , a s u m i e n d o for- filosofía. Su verdadera i m p o r t a n c i a el p r i m e r o de l a c o n o c i d a c o m o
mas d i s t i n t a s : del estado líquido al reside en el hecho de que fue el p r i - e s c u e l a filosófica de M i l e t o .
sólido del hielo y al gaseoso del vapor. mer pensador conocido en buscar ex- Posteriormente, A n a x i m a n d r o ,
Así, concluye que t o d a la materia, i n - plicaciones naturalistas y racionales s u a l u m n o , amplió m u c h a s de
dependientemente de sus propieda- las teorías científicas de T a l e s
a preguntas fundamentales, en lugar
y, a s u vez, llegó a c o n v e r t i r s e
des evidentes, tiene que ser agua en de a t r i b u i r los objetos y los sucesos al
e n m e n t o r de A n a x í m e n e s , de
algún estado de transformación. capricho de los dioses. Con ello, él y
q u i e n se cree q u e fue m a e s t r o
Tales también observa que t o d a los filósofos posteriores de la escuela de u n j o v e n matemático:
la masa terrestre parece acabar al de M i l e t o sentaron las bases del pen- Pitágoras.
borde del agua. De ahí d e d u c e q u e samiento científico y filosófico futuro
t o d a la t i e r r a d e b e estar flotando en todo el m u n d o occidental. •
EL TAO QUE PUEDE
NOMBRARSE NO ES
EL TAO ETERNO
L A O T S É (c. SIGLO VI a.C.)

E
n el siglo vi a.C, China se funcionarios llegó a conocerse como
EN CONTEXTO vio sumida en u n estado de las Cien escuelas de pensamiento.
guerras internas debido a la Esto coincidió con la aparición de
TRADICIÓN
desintegración de la dinastía Zhou. la filosofía en Grecia y compartía al-
Filosofía c h i n a
Este cambio dio lugar a una nueva gunas de sus preocupaciones, como
ORIENTACIÓN clase social de administrativos y de la búsqueda de la estabilidad en un
Taoísmo magistrados en las cortes, encarga- mundo en cambio constante y de al-
dos de diseñar estrategias para go- ternativas a lo que hasta entonces
ANTES bernar con efectividad. El gran vo- prescribía la religión. Sin embargo,
1 6 0 0 - 1 0 4 6 a . C . Durante la lumen de ideas generadas por estos la filosofía china había evolucionado
dinastía Shang, se creía que los
dioses controlaban el destino y
se veneraba a los antepasados.
1 0 4 5 - 2 5 6 a . C . Bajo la
dinastía Zhou, el llamado
M a n d a t o D i v i n o (autoridad
conferida por Dios) justifica
las decisiones políticas.

DESPUÉS
Siglo v a.C. Confucio establece
sus normas para el desarrollo
personal y el gobierno político.
Siglo i v a . C . E l filósofo
Z h u a n g Z i traslada el foco de
las enseñanzas taoístas hacia la
conducta de las personas, en
lugar de la del Estado.
Siglo n i d.C. Los académicos
Wang Pi y Guo X i a n g crean
u n a escuela Neotaoísta.
EL MUNDO ANTIGUO 25
Véase también: Siddharta Gautama 30-33 . Confucio 34-39 • M o T s é 4 4 • Wang Bi 331 • Hajime Tanabe 244-246

a p a r t i r d e la política, p o r lo q u e se Camino), q u e sentó las bases d e la


centró más e n la m o r a l i d a d y la ética filosofía c o n o c i d a c o m o taoísmo.

éé
q u e e n la n a t u r a l e z a d e l cosmos.
U n a d e las ideas más i m p o r t a n - C i c l o s de c a m b i o
tes q u e a p a r e c e n e n e s t a época pro- Para e n t e n d e r el c o n c e p t o d e l tao, es
cede d e l Tao Te Ching (El Camino y n e c e s a r i o saber cómo veían los a n t i - Conocer al otro requiere
su poder), a t r i b u i d o a L a o Tsé. F u e g u o s c h i n o s el m u n d o e n c o n s t a n t e inteligencia; conocerse a
u n o de los p r i m e r o s i n t e n t o s de pro- c a m b i o . Para ellos, los c a m b i o s s o n uno mismo, sabiduría.
poner u n a teoría d e g o b i e r n o j u s t o , cíclicos, p a s a n d o c o n t i n u a m e n t e de L a o Tsé
b a s a d a e n e l í e ( v i r t u d ) y q u e era u n estado a otro, por ejemplo, d e l día
posible encontrar s i seguía el tao (el a l a n o c h e , d e l v e r a n o a l otoño, etc.
Entendían q u e los d i s t i n t o s estados
no s o n opuestos, sino q u e están re-
lacionados entre sí y m a n a n los u n o s
de los otros. E s t o s e s t a d o s p o s e e n
también p r o p i e d a d e s c o m p l e m e n t a - Pero s e g u i r el tao no es sencillo,
rias que, u n i d a s , f o r m a n u n todo. E l t a l y c o m o el propio Tao Te Ching re-
proceso de c a m b i o se entiende c o m o c o n o c e . Filosofar a c e r c a d e l tao no
u n a expresión d e l tao, y lleva a las t i e n e s e n t i d o , y a q u e está más allá
10,000 m a n i f e s t a c i o n e s q u e c o m p o - de lo q u e p u e d a c o n c e b i r el ser h u -
n e n el m u n d o . L a o Tsé, e n s u o b r a m a n o . Se c a r a c t e r i z a por el wu («no
Tao Te Ching, a f i r m a q u e los seres ser»), por lo q u e la única m a n e r a de
h u m a n o s no s o n más q u e u n a de s e g u i r el c a m i n o d e l tao es wu wei,
estas 10,000 m a n i f e s t a c i o n e s y q u e l i t e r a l m e n t e la «no acción». C o n esto,
no g o z a n de u n e s t a t u s especial. S i n Lao Tsé no l l a m a al «no hacer», sino
e m b a r g o , por m e d i o d e l deseo y d e l a a c t u a r según la naturaleza, de m a -
V i v i r e n armonía con la naturaleza es
l i b r e albedrío p o d e m o s d e s v i a r n o s nera espontánea e i n t u i t i v a , lo q u e ,
una de las vías prescritas por el Tao Te
Ching para una vida equilibrada. Para del tao y alterar el e q u i l i b r i o y la ar- a s u vez, s i g n i f i c a a c t u a r s i n d e s e o
este pescador, significaría el respeto al monía d e l m u n d o . V i v i r u n a v i d a v i r - n i ambición y s i n r e c u r r i r a las c o n -
equilibrio del lago y no pescar en exceso. t u o s a s i g n i f i c a a c t u a r según el tao. v e n c i o n e s sociales. •

L a o Tsé Se s a b e m u y p o c o a c e r c a | a f i r m a q u e Lao Tsé abandonó


d e l a u t o r d e l Tao Te Ching, q u e | l a c o r t e d u r a n t e e l d e c l i v e de l a
t r a d i c i o n a l m e n t e se a t r i b u y e a L a o dinastía Z h o u y q u e viajó h a c i a
Tsé. E s t e se h a c o n v e r t i d o e n u n a el oeste e n b u s c a de soledad.
figura c a s i mística y se h a l l e g a d o I C u a n d o e s t a b a a p u n t o de c r u z a r
a s u g e r i r q u e e l l i b r o n o es o b r a l a f r o n t e r a , u n o d e los g u a r d i a s
s u y a , sino u n a compilación de le reconoció y le pidió q u e d e j a r a
citas de diversos eruditos. L o q u e ! p l a s m a d a s u sabiduría. L a o T s é
sí s a b e m o s es q u e , d u r a n t e l a I escribió e l Tao Te Ching p a r a
dinastía Z h o u , nació e n e l e s t a d o él y l u e g o prosiguió s u c a m i n o ,
de C h u u n e r u d i t o l l a m a d o L i E r o ¡ d e s p u é s d e lo c u a l n u n c a m á s
L a o T a n , q u e l l e g ó a ser c o n o c i d o se le v o l v i ó a ver.
c o m o L a o T s é (el V i e j o M a e s t r o ) .
Varios textos i n d i c a n que era Obras principales
archivero e n la corte de Z h o u y
q u e C o n f u c i o le c o n s u l t a b a sobre C. siglo v i a.C.
ritos y ceremonias. La leyenda Tao Te Ching.
26
EN CONTEXTO

LOS NUMEROS
RAMA
Metafísica

ORIENTACIÓN
Pitagorismo

GOBIERNAN
ANTES
Siglo v i a . C . Tales propone
u n a explicación no religiosa
del cosmos.

LAS FORMAS DESPUÉS


C . 5 3 5 - C . 475 a . C . Heráclito
rechaza el p i t a g o r i s m o y

Y LAS IDEAS
afirma q u e el cosmos está
gobernado por el cambio.

C . 4 2 8 a . C . Platón presenta su
concepto de Forma perfecta,
que se revela al i n t e l e c t o y
no a los sentidos.
PITÁGORAS (c. 570-495 a.C.)
C . 3 0 0 a . C . E l matemático
griego Euclides sienta los
principios de la geometría.
1619 Johannes Kepler,
matemático alemán, describe
la relación entre la geometría
y los fenómenos físicos.

L
a filosofía occidental estaba
en su primera infancia cuan-
do nació Pitágoras. En Mileto
(Grecia) u n grupo de filósofos cono-
cido como Escuela de Mileto había
comenzado a buscar explicaciones
racionales a los fenómenos natura-
les hacía t a n sólo una generación, lo
que marcó el inicio de la tradición
filosófica occidental. Pitágoras pasó
su infancia relativamente cerca de
Mileto, por lo que es muy probable
que los conociera y es posible que
incluso estudiara en su academia.
Se cree que Pitágoras, al igual que
Tales, el fundador de la Escuela de
Mileto, aprendió los rudimentos de la
geometría durante u n viaje a Egipto.
Con estos orígenes, no es sorpren-
EL MUNDO ANTIGUO 27
Véase también: Tales de Mileto 22-23 • Siddharta Gautama 30-33 • Heráclito 40 • Platón 50-55 - Rene Descartes 116-123

dente que abordara el p e n s a m i e n - dio de las teorías religiosas y filo- I y sus hijas. Las dos facetas de las
to filosófico desde u n p u n t o de v i s t a sóficas se s u m a b a n unas estrictas creencias de Pitágoras (la mística y
científico y matemático. normas de conducta y de alimenta- la científica) p a r e c e n írreconcilia-
ción. Se les conocía como pitagóricos I bles, pero Pitágoras no las creía con-
L a a c a d e m i a pitagórica y entendían las ideas de Pitágoras tradictorias. Para él, el objetivo de la
Sin embargo, Pitágoras era también como revelaciones místicas, hasta el v i d a era poder liberarse del ciclo de
profundamente religioso y supersti- p u n t o q u e algunos de los descubri- reencarnaciones, lo que podía conse-
cioso. Creía en la transmigración de mientos que se le atribuyen en forma guirse m e d i a n t e la adhesión a unas
las almas y e n la reencarnación, y de «revelaciones» quizás p r o v i n i e - I estrictas normas de conducta y a la
fundó u n c u l t o religioso del q u e él ran de otros m i e m b r o s de la c o m u - contemplación, o lo que llamaríamos
m i s m o era el Mesías v i r t u a l , en Cro- nidad. Las ideas eran recogidas por p e n s a m i e n t o científico objetivo. E n -
tona (sur de Italia). Sus discípulos los alumnos, entre los que se encon- contró e n la geometría y las m a t e -
vivían en u n a c o m u n a y a s u estu- t r a b a s u esposa, Theano de Crotona, I máticas verdades q u e consideraba

Pitágoras Se s a b e m u y p o c o de la v i d a unas 300 personas e n Crotona, e n


de Pitágoras. N o dejó e s c r i t o s y, el s u r de Italia, cuyos m i e m b r o s
por desgracia, t a l y como n a r r a e s t u d i a b a n u n a mezcla de t e m a s
Porfirio, e l filósofo g r i e g o , e n s u t a n t o místicos como académicos.
V i t a Pithagorae, «nadie sabe c o n Pese a l a n a t u r a l e z a c o l e c t i v a
c e r t e z a qué decía Pitágoras a de l a c o m u n i d a d , Pitágoras e r a
sus a l u m n o s , y a q u e o b s e r v a b a n c l a r a m e n t e e l líder de l a m i s m a .
u n s i l e n c i o p o c o habitual». S i n Se dice q u e se casó a los 60 años
e m b a r g o , h o y e n día se cree q u e , de edad c o n u n a joven, Theano de
p r o b a b l e m e n t e , Pitágoras nació e n C r o t o n a . L a h o s t i l i d a d creciente
la isla de Samos, frente a l a c o s t a h a c i a e l c u l t o pitagórico acabó
de l a a c t u a l Turquía. De j o v e n obligándole a a b a n d o n a r C r o t o n a
viajó m u c h o , quizás estudió e n l a y huyó a M e t a p o n t u m , también
Escuela de M i l e t o y, p o s i b l e m e n t e , e n e l sur de Italia, d o n d e falleció
visitó Egipto, q u e era u n centro de p o c o después. H a c i a finales d e l
a p r e n d i z a j e . H a c i a los 40 años siglo iv a.C. s u c o m u n i d a d había
de edad, fundó u n a c o m u n i d a d de desaparecido casi por completo.
28 PITAGORAS
E l t e o r e m a de Pitágoras demostró que los
principios que rigen las formas y las proporciones

éé
pueden descubrirse. Esto sugería que, con
el tiempo, quizás sería posible descubrir
la estructura de todo el cosmos.

Hay geometría
en la vibración de las
2
b cuerdas; hay música
en las esferas.
Pitágoras
mimmn a ^
2
a
tos), tenía u n s i g n i f i c a d o especial en
el r i t u a l pitagórico. A l g o m e n o s con-
t r o v e r t i d a e r a s u visión d e l número
u n o c o m o u n p u n t o único, u n a u n i -
d a d d e la q u e podían derivarse otras
cosas. E l número dos, s i g u i e n d o esta
lógica, era u n a línea; el tres, u n a s u -
perficie o u n plano; y el cuatro, u n só-
lido. L a c o r r e s p o n d e n c i a c o n nuestra
e v i d e n t e s , c a s i d i v i n a s , y desarrolló número ( p r o p o r c i o n e s numéricas y concepción m o d e r n a d e las d i m e n -
p r u e b a s matemáticas q u e t u v i e r o n el a x i o m a s matemáticos) podía u t i l i - siones es o b v i a .
i m p a c t o de revelaciones d i v i n a s . zarse p a r a e x p l i c a r la e s t r u c t u r a d e l L a explicación pitagórica acerca
C o m o estos d e s c u b r i m i e n t o s m a - cosmos. No descartaba t o t a l m e n t e d e l a creación d e l u n i v e r s o seguía
temáticos eran fruto d e l r a z o n a m i e n - la i d e a d e M i l e t o d e q u e el u n i v e r s o u n a p a u t a matemática: Dios i m p u s o
t o puro, Pitágoras los creía más v a l i o - p u d i e r a e s t a r h e c h o de u n a m a t e r i a u n L í m i t e a lo I l i m i t a d o (el i n f i n i t o
sos q u e las meras observaciones. Por p r i m o r d i a l , p e r o pasó d e e s t u d i a r la q u e existía a n t e s d e l u n i v e r s o ) y así
ejemplo, los e g i p c i o s habían d e s c u - s u s t a n c i a a e s t u d i a r la f o r m a . fue c o m o t o d o lo q u e e x i s t e a d q u i -
bierto q u e todos los triángulos cuyos Esto supuso u n cambio t a n pro- rió f o r m a . D e e s t e m o d o , D i o s creó
lados s e g u í a n u n a proporción d e fundo e n el modo de ver el m u n d o u n a u n i d a d mensurable a p a r t i r de
3:4:5 tenían u n ángulo recto, lo q u e q u e debiéramos p e r d o n a r a Pitágo- la q u e se formó t o d o lo demás.
era m u y útil e n la práctica, por ejem- ras y a s u s discípulos s u exaltación
plo de l a a r q u i t e c t u r a . S i n e m b a r g o , y m i s t i c i s m o c o n los números. A l ex- Armonía numérica
Pitágoras reveló e l p r i n c i p i o s u b y a - plorar la relación entre los números E l d e s c u b r i m i e n t o más i m p o r t a n t e
cente a todos los triángulos rectán- y la geometría, d e s c u b r i e r o n los nú- d e Pitágoras fue e l d e las relaciones
g u l o s (el c u a d r a d o d e l a h i p o t e n u s a m e r o s a l c u a d r a d o y a l c u b o d e los e x i s t e n t e s e n t r e los números: las ra-
es i g u a l a la s u m a d e los c u a d r a d o s q u e h a b l a m o s e n la a c t u a l i d a d , pero t i o s y las p r o p o r c i o n e s . S u i n v e s t i g a -
de los catetos), lo q u e llevó a e v i d e n - también les a t r i b u y e r o n c u a l i d a d e s . ción sobre la música y, especialmen-
c i a r q u e era u n a v e r d a d u n i v e r s a l . Los pares, por ejemplo, e r a n asocia- te, sobre las relaciones entre las notas
F u e u n hallazgo t a n e x t r a o r d i n a r i o y dos a lo «bueno» y los i m p a r e s a lo musicales q u e sonaban bien juntas
c o n t a l p o t e n c i a l q u e para los pitagó- «malo». E n a l g u n o s casos l l e g a r o n a reforzó e s t e d e s c u b r i m i e n t o . Se d i c e
ricos fue u n a revelación d i v i n a . ser m u y específicos: el número c u a t r o q u e la i d e a se le ocurrió m i e n t r a s es-
Pitágoras concluyó q u e t o d o e l era «justicia», etc. E l número diez, e n c u c h a b a trabajar a u n o s herreros. El
c o s m o s debía e s t a r r e g i d o p o r r e - forma de tetractis (una forma t r i a n - y u n q u e d e u n o medía la m i t a d que
glas matemáticas. A f i r m a b a q u e el gular dibujada con hileras de p u n - el d e l otro y e l s o n i d o q u e emitían al
EL MUNDO ANTIGUO 29
ser golpeados c o n el m a r t i l l o e s t a b a químicos e n función de s u peso ató-
separado e x a c t a m e n t e por u n a oc- m i c o , el o c t a v o e l e m e n t o a p a r t i r de
t a v a (ocho notas). Quizás sea c i e r t o ,

éé
c u a l q u i e r o t r o tenía u n a s p r o p i e d a -
pero es más p r o b a b l e q u e Pitágoras des m u y s i m i l a r e s a l p r i m e r o , c o m o
d e t e r m i n a r a las p r o p o r c i o n e s entre sucede c o n las notas musicales. Este
los intervalos consonantes (el núme- c o n o c i m i e n t o se denominó L e y d e l
ro d e n o t a s q u e h a y e n t r e o t r a s d o s O c t e t o y contribuyó a d e s a r r o l l a r la La razón es inmortal, todo
d e t e r m i n a si, al ser t o c a d a s simultá- t a b l a periódica de los elementos q u e lo demás es perecedero.
neamente, sonarán b i e n o no) e x p e r i - s i g u e utilizándose e n la a c t u a l i d a d . Pitágoras
m e n t a n d o c o n la cuerda de u n i n s t r u - Pitágoras también fue q u i e n d e -
m e n t o . L o q u e descubrió fue q u e los terminó el p r i n c i p i o d e l r a z o n a m i e n -
intervalos eran armoniosos, porque t o d e d u c t i v o , q u e es el proceso paso a
la relación entre ellos era u n a propor- paso de e m p e z a r por u n a x i o m a e v i -
ción matemática s e n c i l l a y c o n c r e - d e n t e (como «2 + 2 = 4»), p a r a ir a v a n -
ta. E s t a s series, q u e h o y c o n o c e m o s zando h a s t a u n a n u e v a conclusión o
como series armónicas, le c o n f i r m a - hecho. P o s t e r i o r m e n t e , E u c l i d e s d e -
ron q u e la elegancia matemática q u e finió el r a z o n a m i e n t o d e d u c t i v o , q u e fue la p r i m e r a t e n t a t i v a d e resolver
había d e s c u b i e r t o en la geometría se pasó a ser la b a s e d e l p e n s a m i e n t o u n p r o b l e m a q u e h a a s e d i a d o a la fi-
h a l l a b a también e n la naturaleza. matemático h a s t a la E d a d M e d i a e losofía y a la religión desde entonces.
i n c l u s o después. C a s i t o d o lo q u e s a b e m o s de P i -
Las estrellas U n a de las p r i n c i p a l e s c o n t r i b u - tágoras p r o c e d e de otros; i n c l u s o los
y los e l e m e n t o s ciones d e Pitágoras a l desarrollo d e h e c h o s más básicos de s u v i d a s o n
Pitágoras no sólo había d e m o s t r a d o la filosofía fue la i d e a d e q u e el p e n - meras conjeturas. Sin e m b a r g o , h a al-
q u e la e s t r u c t u r a d e l u n i v e r s o podía s a m i e n t o a b s t r a c t o es s u p e r i o r a la canzado u n estatus poco menos que
e x p l i c a r s e e n términos matemáti- p r u e b a d e los s e n t i d o s . Platón reco- legendario (que, al parecer, fomenta-
cos («los números r i g e n las formas))), gió e s t a i d e a e n s u teoría d e las For- ba) g r a c i a s a las ideas q u e se le a t r i -
sino también q u e la acústica era u n a m a s , y surgió d e n u e v o e n el méto- b u y e n . Sea c o m o fuere e n r e a l i d a d ,
ciencia e x a c t a y q u e los números re- do filosófico d e los racionalistas e n el lo i m p o r t a n t e es el g r a n i m p a c t o q u e
gían las p r o p o r c i o n e s a r m o n i o s a s . siglo xvn. E l i n t e n t o de Pitágoras d e e j e r c i e r o n esas i d e a s s o b r e e l p e n -
Entonces, empezó a aplicar sus teo- c o m b i n a r lo r a c i o n a l c o n la c i e n c i a I Sarniento filosófico. •
rías a t o d o el cosmos p a r a d e m o s t r a r
la relación a r m o n i o s a e n t r e las e s -
trellas, los p l a n e t a s y los elementos.
Más tarde, los astrónomos de la E d a d
M e d i a y del R e n a c i m i e n t o adoptaron
con fervor s u idea de la relación armó-
n i c a entre las estrellas y desarrolla-
ron t o d a u n a serie de teorías e n t o r n o
a la idea de la música d e las esferas.
L a s u g e r e n c i a d e q u e los e l e m e n t o s
e s t a b a n d i s p u e s t o s e n armonía vol-
vió a p l a n t e a r s e más d e 2,000 años
después d e s u m u e r t e . E n 1865, e l
químico inglés J o h n N e w l a n d s des-
cubrió q u e , a l ordenar los elementos

L a a r q u i t e c t u r a clásica sigue
proporciones pitagóricas. Se aplican
formas armoniosas y proporciones,
a pequeña escala para los detalles y a
gran escala para la estructura general.
30
EN CONTEXTO

FELIZ AQUEL
TRADICIÓN
Filosofía oriental

ORIENTACIÓN
Budismo

QUE HA
ANTES
C. 1500 a.C. El vedismo
llega al subcontinente indio.
C. siglos x - v a . C . El

SUPERADO
brahmanismo sustituye
a las creencias védicas.

DESPUÉS
Siglo ni a . C . El budismo

SUEGO
se extiende desde el Ganges
hacia el oeste y por toda India.
Siglo i a . C . Las enseñanzas
de Siddharta Gautama se
SIDDHARTA GAUTAMA (c. 563-483 a.C.) escriben por primera vez.
Siglo i d . C . El budismo
empieza a extenderse hacia
China y el Sudeste asiático.
Comienzan a desarrollarse
distintas escuelas de budismo
en áreas diferentes.

S
iddharta Gautama, más tarde
conocido como Buda («el ilu-
minado»), vivió en India du-
rante u n periodo en el que las ex-
plicaciones religiosas y mitológicas
empezaban a cuestionarse. En Gre-
cia, pensadores como Pitágoras estu-
diaban el cosmos mediante la razón,
mientras que en China, Lao Tsé y
Confucio separaban la ética del dog-
ma religioso. El brahmanismo, una
religión que había evolucionado a
partir del vedismo (antigua creencia
basada en los Vedas, o textos sagra-
dos), era la fe dominante en el sub-
continente indio en el siglo vi a.C,
y Siddharta Gautama fue el primero
en cuestionar sus enseñanzas me-
diante el razonamiento filosófico.
EL MUNDO ANTIGUO 31
Véase también: Lao Tsé 24-25 • Pitágoras 26-29 • Confucio 34-39 •
David Hume 148-153 • Arthur Schopenhauer 186-188 • Hajime Tanabe 244-245

El s u f r i m i e n t o es i n h e r e n t e a l a
e x i s t e n c i a desde el n a c i m i e n t o La verdad sobre el
en la enfermedad y la vejez, sufrimiento ( D u k k h a )
y e n la muerte.

L a verdad sobre el Siddharta Gautama


origen del s u f r i m i e n t o
(Samudaya) Casi t o d o lo q u e s a b e m o s de
la v i d a de S i d d h a r t a G a u t a m a
p r o c e d e d e l a s biografías
escritas por sus seguidores
siglos después de s u m u e r t e ,
las cuales d i f i e r e n de m a n e r a
La verdad sobre el
significativa en numerosos
cese del sufrimiento
detalles. L o q u e sí es seguro es
(Nirodha)
q u e nació e n L u m b i n i , el N e p a l
actual, e n t o m o a l año 560 a.C.
Su p a d r e e r a f u n c i o n a r i o y,
p o s i b l e m e n t e , líder de u n c l a n ,
p o r lo q u e S i d d h a r t a t u v o u n a
La verdad sobre el camino
v i d a lujosa y p r i v i l e g i a d a .
al cese del sufrimiento
(Magga) Insatisfecho, dejó a s u hijo
y a s u m u j e r e n b u s c a de u n a
senda e s p i r i t u a l y descubrió e l
«Camino intermedio» e n t r e l a
i n d u l g e n c i a de los sentidos y e l
A u n q u e los b u d i s t a s reverencia- no eran más que especulaciones ca-
ascetismo. Se iluminó m i e n t r a s
b a n s u sabiduría, S i d d h a r t a Gauta- rentes de sentido. Por el contrario, se r e f l e x i o n a b a a l a s o m b r a de
m a no era u n mesías n i u n profeta centró e n la cuestión del objetivo de u n a h i g u e r a y dedicó el resto
y tampoco actuaba como interme- la vida, que, a s u vez, i m p l i c a b a ana- de s u v i d a a v i a j a r p o r t o d a
diario entre Dios y los hombres. Sus lizar los conceptos de v i r t u d , de feli- I n d i a p a r a p r e d i c a r . Después
ideas provenían d e l r a z o n a m i e n t o , cidad y de ((buena» vida. de s u m u e r t e , sus enseñanzas
no de revelaciones d i v i n a s , y e s t o se t r a n s m i t i e r o n o r a l m e n t e
es lo q u e hace del b u d i s m o t a n t o E l c a m i n o intermedio d u r a n t e unos 400 años, antes
u n a filosofía como u n a religión (si Durante su juventud, Siddharta dis- de ser t r a n s c r i t a s a l Tipitaka
no más). Su búsqueda era filosófica, frutó de lujos y riquezas y, según se (Los tres cestos), también
l l a m a d o C a n o n Pali.
quería d e s c u b r i r la verdad, y m a n - dice, de todos los placeres sensua-
tuvo q u e el poder de la razón ponía les. S i n embargo, se percató de q u e
Obras principales
al alcance de todos las verdades que esto no era suficiente para alcanzar
proponía. A l i g u a l q u e a la mayoría la felicidad plena. Era m u y conscien-
Siglo i d.C.
de los filósofos orientales, no le i n t e - te del sufrimiento en el m u n d o y vio
Tipitaka (recopilado p o r sus
resaban las p r e g u n t a s metafísicas que, e n s u mayoría, se debía a la
seguidores), q u e c o m p r e n d e :
s i n respuesta q u e t a n t o p r e o c u p a - enfermedad, a la vejez y a la muer-
Vinaya-pitaka, Sutta-pitaka
b a n a los griegos. Como eran entida- te, así como a l hecho de q u e las per- y Abhidhamma-pitaka.
des más allá de nuestra experiencia, sonas carecen de lo q u e necesitan.
32 SIDDHARTA GAUTAMA
lleva a la felicidad e n t e n d i d a c o m o
complacencia y paz de espíritu.

E l «no-yo»
El s i g u i e n t e paso e n el razonamien-
t o de G a u t a m a fue que, s i se e l i m i - No creas en nada, sin
n a b a n los apegos, se impediría t o d a importar dónde lo hayas
decepción y, por consiguiente, todo leído n i quién lo haya dicho,
s u f r i m i e n t o . Para lograrlo, a p u n t a a a no ser que esté de acuerdo
lo q u e considera u n a de las causas con t u propia razón.
p r i m e r a s del apego: nuestro egoís- Siddharta Gautama
mo. Por egoísmo aludía a la tenden-
c i a a buscar la gratificación. Para
Gautama, el egoísmo era estar cen-
trado y apegado a u n o m i s m o , es lo
q u e ahora denominaríamos «ego».
Buda cortó su pelo como parte Por lo t a n t o , para l i b e r a r n o s d e los
de su renuncia al mundo material. a p e g o s q u e nos c a u s a n dolor, no E l Óctuple Sendero
Según las enseñanzas budistas, las basta con renunciar a las cosas q u e El r a z o n a m i e n t o de G a u t a m a , desde
tentaciones mundanas son el origen de
deseamos, sino q u e debemos supe- las causas del s u f r i m i e n t o hasta el
todo el sufrimiento y han de resistirse.
rar el apego a lo q u e desea, el «yo». modo de lograr la felicidad, está re-
Pero, ¿cómo p o d e m o s llegar a g i s t r a d o en las enseñanzas budis-
También cayó en la c u e n t a de q u e conseguirlo? El deseo, la ambición y tas d e las Cuatro Nobles Verdades:
los placeres sensuales a los que so- las e x p e c t a t i v a s forman p a r t e de la el s u f r i m i e n t o es u n i v e r s a l : el deseo
lemos recurrir para aliviar el sufri- naturaleza h u m a n a y son lo q u e nos es la causa del s u f r i m i e n t o ; el sufri-
m i e n t o c a s i n u n c a son satisfacto- i m p u l s a a la mayoría d e nosotros. m i e n t o puede evitarse s i se e l i m i n a
rios y que, c u a n d o lo son, s u efecto G a u t a m a responde que el m u n d o del el deseo; s e g u i r el Óctuple Sendero
es pasajero. L a experiencia del as- ego es sólo u n a ilusión y lo demues- e l i m i n a el deseo. L a última verdad
cetismo extremo (austeridad y abs- tra, de nuevo, m e d i a n t e u n proceso alude a lo q u e es, e n esencia, una
t i n e n c i a ) también le resultó i n s a - de r a z o n a m i e n t o . A r g u m e n t a q u e guía práctica para el «camino inter-
tisfactoria y no le ayudó a entender nada en el universo se ha causado a medio» q u e G a u t a m a dejó a sus se-
cómo lograr la felicidad. sí m i s m o y q u e todo es resultado de guidores c o n elfinde q u e pudieran
G a u t a m a llegó a l a conclusión u n a acción previa, por lo q u e cada alcanzar la iluminación.
de q u e tenía q u e e x i s t i r u n «cami- uno de nosotros no es más que u n a E l Óctuple Sendero (acción co-
no intermedio» entre la a u t o i n d u l - p a r t e t r a n s i t o r i a d e este proceso rrecta; intención correcta; forma de
gencia y la mortificación. Creía q u e eterno: somos seres p e r e c e d e r o s y vida correcta; esfuerzo correcto; con-
este c a m i n o i n t e r m e d i o debía llevar s i n s u s t a n c i a . Por lo t a n t o , e n rea-
a la felicidad plena, o «iluminación», lidad, no hay ningún «yo» q u e no
y para encontrarlo aplicó la razón a forme p a r t e de u n todo mayor, o del
sus propias experiencias. «no-yo», y el s u f r i m i e n t o es resulta-
También se d i o cuenta de q u e el do de no percatarnos de ello. Esto no
s u f r i m i e n t o es universal, q u e forma significa q u e debamos negar nues-
p a r t e i n t e g r a l de la e x i s t e n c i a y q u e tra e x i s t e n c i a o n u e s t r a i d e n t i d a d La paz procede
su causa última es la frustración de personal, sino q u e d e b e m o s a s u m i r - de t u interior,
los deseos y las expectativas, a los las como lo q u e son: t r a n s i t o r i a s e no la busques fuera.
que l l a m a «apegos» y q u e i n c l u y e n i n s u s t a n c i a l e s . La clave para soltar Siddharta Gautama
no sólo el deseo sensual y la a m b i - el apego y librarse del s u f r i m i e n t o
ción m a t e r i a l , s i n o n u e s t r o i n s t i n - es entender el c o n c e p t o de q u e for-
to básico de supervivencia. A f i r m a m a m o s p a r t e de u n «no-yo» eterno,
q u e satisfacer dichos apegos puede en lugar d e aferramos a la idea d e
ser gratificante a corto plazo, pero no ser u n «yo» único.
EL MUNDO ANTIGUO 33
centración correcta; palabra correc- por lo t a n t o , la l i b e r t a d d e f i n i t i v a del imperio helénico, pero ejercieron esca-
ta; comprensión c o r r e c t a ; c o n t e m - s u f r i m i e n t o de la existencia. sa influencia sobre la filosofía occiden-
plación correcta) es, en realidad, u n Tras s u iluminación, G a u t a m a tal. Sin embargo, existían similitudes
código ético; son normas para v i v i r viajó d u r a n t e m u c h o s años por t o d a entre la visión de la filosofía q u e
u n a v i d a b u e n a y alcanzar la felici- I n d i a para predicar y enseñar. A lo tenía G a u t a m a y la de los griegos,
dad que Siddharta Gautama se pro- largo de s u v i d a encontró m u c h o s por ejemplo el énfasis e n el razona-
puso encontrar. seguidores y el b u d i s m o se convir- m i e n t o como m a n e r a de llegar a la
tió e n u n a religión i m p o r t a n t e , ade- f e l i c i d a d y el uso q u e hacían sus
Nirvana más de e n u n a filosofía. Sus ense- discípulos de los diálogos filosóficos
Para Gautama, el objetivo de la v i d a ñanzas se t r a n s m i t i e r o n o r a l m e n t e para elucidar sus enseñanzas. Los
en la T i e r r a es d e t e n e r el ciclo de de generación e n generación h a s t a pensamientos de G a u t a m a también
sufrimiento (nacimiento, m u e r t e y el siglo i d . C , c u a n d o se t r a n s c r i - encontraron eco en las ideas de filó-
reencarnación) e n el q u e nacemos. b i e r o n por p r i m e r a vez. A m e d i d a sofos occidentales posteriores, como
Si el h o m b r e sigue el Óctuple Sen- que el b u d i s m o se i b a e x p a n d i e n d o en el concepto de yo de H u m e o en
dero, puede superar s u ego y l i b e - por I n d i a , aparecieron d i s t i n t a s es- la visión q u e tenía Schopenhauer
rarse del s u f r i m i e n t o , y m e d i a n t e la cuelas, q u e más tarde se e x t e n d i e - de la condición h u m a n a . F u e h a s t a
iluminación puede evitar el dolor de el siglo xx c u a n d o el b u d i s m o ejer-
ron también a C h i n a y al Sudeste
reencarnarse en otra v i d a de sufri- ció influencia d i r e c t a sobre el pensa-
asiático, donde rivalizó c o n el c o n -
miento. Se hace consciente de q u e m i e n t o occidental. Desde entonces,
f u c i a n i s m o y el taoísmo.
su lugar es el «no-yo» y se convierte cada vez más occidentales h a n re-
E n el siglo m d . C , las enseñanzas
c u r r i d o a él como guía para la vida. •
uno c o n lo eterno. H a alcanzado el de G a u t a m a habían llegado hasta el
Nirvana, q u e se ha t r a d u c i d o como
«no-apego», «no-ser» o, literalmente,
«apagarse» (como u n a vela). L a rueda del Dharma, uno de los símbolos
budistas más antiguos, representa el Óctuple
E n el b r a h m a n i s m o de la era de Sendero hacia el Nirvana. En el budismo, la palabra
Gautama y en la religión hindú q u e le «dharma» alude a las enseñanzas de Buda.
siguió, el N i r v a n a se entendía como
volverse u n o con dios, pero G a u t a m a
es m u y cuidadoso a la hora de evitar
cualquier mención a la deidad o a u n
propósito último e n la v i d a . Se l i -
m i t a a d e s c r i b i r el N i r v a n a c o m o lo
«no nacido, no originado, no creado
y no formado», q u e trasciende t o d a
e x p e r i e n c i a s e n s o r i a l . Es u n e s t a -
do eterno e i n m u t a b l e de no estar y,

éé
La mente lo es todo.
Eres lo que piensas.
Siddharta Gautama

M Esfuerzo
correcto
36 CONFUCIO

C
h i n a vivió u n a época de
EN CONTEXTO g r a n desarrollo cultural entre
los años 770 a.C y 220 a.C.
TRADICIÓN
Filosofía c h i n a
Las filosofías q u e s u r g i e r o n d u r a n -
é
t e ese periodo se c o n o c e n c o m o las
ORIENTACIÓN Cien escuelas de p e n s a m i e n t o . E n el El hombre superior
Confucianismo siglo vi a.C, la dinastía Z h o u había hace lo que corresponde
empezado a declinar y pasó de la es- a su posición; no desea
ANTES t a b i l i d a d de los periodos de P r i m a - ir más allá.
S i g l o v n a . C . A p a r e c e n las vera y de Otoño al q u e se conoce c o n Confucio
C i e n escuelas d e p e n s a m i e n t o . el acertado n o m b r e de Reinos c o m -
b a t i e n t e s . F u e e n esta época c u a n -
S i g l o v i a . C . Lao Tsé propone
do nació C o n f u c i o , el M a e s t r o . Del
a c t u a r según el tao (el Camino).
m i s m o m o d o q u e otros filósofos de
DESPUÉS s u t i e m p o , c o m o Tales, Pitágoras o
C. 4 7 0 - c . 3 8 0 a . C . E l filósofo Heráclito, en Grecia, Confucio buscó
c h i n o M o Tsé r e b a t e las ideas c o n s t a n t e s en u n m u n d o de c a m - En C h i n a regía u n a rígida jerar-
de C o n f u c i o . bios; para él, significaba buscar va- quía social en tiempos de Confucio,
lores morales q u e p e r m i t i e r a n a los pero él perteneció a u n a nueva clase
3 7 2 - 2 8 9 a . C . El pensador m a n d a t a r i o s gobernar c o n j u s t i c i a . de académicos q u e ejercían de con-
c h i n o M e n g Z i r e c u p e r a el
sejeros en la corte (una especie de
confucianismo. L a s «Analectas» funcionario público), quienes alcan-
2 2 1 - 2 0 2 a . C . L a dinastía A d i f e r e n c i a d e m u c h o s de los p r i - z a b a n p r e s t i g i o no por herencia sino
Q i n r e p r i m e el c o n f u c i a n i s m o . meros filósofos chinos, Confucio de- a través de méritos propios. Confu-
cidió r e c u r r i r a l p a s a d o e n b u s c a cio integró los ideales a n t i g u o s c o n
136 a . C . L a dinastía H a n de inspiración. Era conservador por esta i n c i p i e n t e m e r i t o c r a c i a , lo q u e
i n t r o d u c e exámenes p a r a el naturaleza y sentía u n profundo res- d i o lugar a su nueva y única filoso-
funcionariado siguiendo como peto por los rituales y por el c u l t o a fía m o r a l .
m o d e l o los t e x t o s d e C o n f u c i o . los antepasados, dos a s p e c t o s q u e Las Analectas son u n a colección
había m a n t e n i d o la dinastía Z h o u , de f r a g m e n t o s de e s c r i t o s y de d i -
S i g l o ix d . C . E l c o n f u c i a n i s m o
cuyos d i r i g e n t e s habían r e c i b i d o la chos de Confucio compilados por sus
renace como neoconfucianismo.
a u t o r i d a d por el d e n o m i n a d o M a n - discípulos, y a c t u a l m e n t e c o n s t i t u -
dato del Cielo. y e n la p r i n c i p a l fuente donde con-
c o m o profesor, viajó p o r t o d o
Confucio Según l a tradición, C o n f u c i o nació e l i m p e r i o y, h a c i a e l final d e s u
el año 551 a.C. e n Gufu, e n e l estado | v i d a , regresó a G u f u , donde murió
de L u ( C h i n a ) . S u n o m b r e o r i g i n a l e n e l año 479 a.C. Sus enseñanzas
era K o n g G i u , y sólo p o s t e r i o r m e n t e sobreviven e n los fragmentos y
se ganó e l título d e K o n g F u z i , o los d i c h o s q u e s u s discípulos
«Maestro Kong». Se sabe m u y p o c o
transmitieron oralmente y que
d e s u v i d a , e x c e p t o q u e nació e n
p o s t e r i o r m e n t e r e c o g i e r o n e n las
u n a f a m i l i a acomodada y q u e de
j o v e n trabajó c o m o c r i a d o p a r a Analectas y e n l a s antologías
mantenerla tras el fallecimiento los e s t u d i o s o s c o n f u c i a n o s .
d e s u p a d r e . N o o b s t a n t e , logró
encontrar tiempo para estudiar Obras principales
y llegó a ser a d m i n i s t r a d o r e n l a
c o r t e de L u , p e r o a l v e r q u e los Siglo v a.C.
g o b e r n a n t e s hacían c a s o o m i s o Analectas.
de sus consejos, abandonó e l Doctrina de la medianía.
c a r g o p a r a d e d i c a r s e a enseñar.
La gran ciencia.
EL MUNDO ANTIGUO 37
Véase también: Tales de Mileto 22-23 • Lao Tsé 24-25 • Pitágoras 26-29 • Siddharta Gautama 30-33 - Heráclito 40 •
HajimeTanabe 244-245

sultar sus enseñanzas. Se trata, fun- d o n d i v i n o . Confucio no hace m e n - t e m a de clases c o n s u creencia de


damentalmente, de u n tratado sobre ción a l g u n a a los dioses, pero sí al q u e todos los h o m b r e s p u e d e n re-
política, compuesto por aforismos y tian, o Cielo, como origen del orden c i b i r la bendición del M a n d a t o del
anécdotas que, j u n t a s , f o r m a n u n a moral. Según las Analectas, el Cielo Cielo, Confucio afirma que el hombre
especie de código de c o n d u c t a para h a e s c o g i d o a los seres h u m a n o s v i r t u o s o no es aquel que se encuen-
el buen gobierno. Sin embargo, el uso para q u e lleven a cabo su v o l u n t a d tra en la c i m a de la jerarquía social,
de la palabra junzi {literalmente, «ca- y para que u n i f i q u e n el m u n d o me- sino el que sabe cuál es s u sitio en
ballero»), i n d i c a que sus preocupa- d i a n t e el orden moral, u n a idea que esa jerarquía y lo asume plenamen-
ciones eran t a n sociales como políti- coincidía con el pensamiento tradi- te. Para definir las d i s t i n t a s maneras
cas. De hecho, muchos de los pasajes c i o n a l c h i n o . S i n embargo, rompe en que se puede actuar con te (vir-
de las Analectas son como u n l i b r o con la tradición al creer que la vir- tud), recurre a los valores tradiciona-
sobre e t i q u e t a . De todos modos, en- t u d (te) no es u n don d i v i n o para las les chinos: zhong, lealtad; xiao, pie-
tender las Analectas como u n mero clases gobernantes, sino que es algo d a d filial; li, respeto a los rituales; y
tratado político pasa por alto lo más que todo el m u n d o puede cultivar. Él shu, reciprocidad. Confucio denomi-
importante: c o n s t i t u y e n u n sistema m i s m o había logrado ser m i n i s t r o de n a b a junzi (caballero u h o m b r e s u -
ético completo. la corte Zhou, por lo que creía que perior) a la persona q u e observaba
también la clase media, además de sinceramente estos valores y era vir-
La vida virtuosa la gobernante, tenía el deber de ac- tuosa, i n s t r u i d a y bien educada.
A n t e s de q u e aparecieran las C i e n tuar con v i r t u d y con benevolencia A u n q u e los valores te habían evo-
escuelas de pensamiento, la m i t o l o - (ren) para lograr u n a sociedad justa lucionado en las clases gobernantes,
gía y la religión e x p l i c a b a n el m u n d o , y estable. en el m u n d o en desintegración de la
y, por lo general, se aceptaba que el Con el fin de reconciliar el hecho dinastía Zhou, se habían convertido
poder y la a u t o r i d a d m o r a l eran u n de que la sociedad era u n rígido sis- en poco más que en gestos vacíos.

Estas cualidades en estas


situaciones p e r m i t e n que la
v i r t u d se haga v i s i b l e
38 CONFUCIO
C o n f u c i o trató de p e r s u a d i r a los
gobernantes para que recuperaran
Las cinco relaciones esos ideales e i n s t a u r a r a n de nuevo
constantes u n gobierno justo; pero creía t a m -
bién e n el poder de la benevolencia
y p e n s a b a que, s i g o b e r n a b a n m e -
d i a n t e el ejemplo, en lugar de miedo,
inspirarían a l p u e b l o a s e g u i r u n a
v i d a i g u a l m e n t e virtuosa. Para él, las
Soberano - Subdito relaciones personales deberían re-
Los gobernantes h a n de ser girse por el m i s m o p r i n c i p i o .
benévolos; los subditos, leales.
L a lealtad y el r i t u a l
E n s u análisis de las relaciones, Con- Rituales y tradición son, según
fucio u t i l i z a el zhong (la v i r t u d de Confucio, fundamentales para que el
la lealtad) c o m o p r i n c i p i o guía. Co- individuo se integre en la sociedad.
Si sabe cuál es su lugar, la persona
m i e n z a enfatizando la lealtad q u e el
f» m i n i s t r o debe a s u soberano, luego
puede llegar a ser junzi, o virtuosa.

P a d r e - Hijo demuestra la e x i s t e n c i a de u n a rela-


El padre ha de ser afectuoso; ción p a r e c i d a entre p a d r e e hijo, es- época. Para C o n f u c i o el li a b a r c a b a
el hijo, obediente. poso y esposa, hermano mayor y her- desde ceremonias como bodas, fune-
m a n o menor, y amigos. El orden q u e rales y sacrificios, h a s t a normas de
sigue en las relaciones es significati- e t i q u e t a a la hora de recibir invitados
vo: e m p i e z a por la l e a l t a d política, a o dar regalos, así como sencillos ges-
la q u e le sigue la lealtad a la familia y tos cotidianos, como la reverencia o el
al clan, y, finalmente, la lealtad a a m i - m o d o correcto de d i r i g i r s e a alguien.
gos y a desconocidos. Para Confucio, Según Confucio, las señales externas
Esposo - Esposa esta jerarquía refleja que cada perso- lo son también del te interno, pero sólo
El esposo ha de ser b u e n o y na debería saber qué lugar o c u p a e n cuando se realizan con sinceridad, a
justo; la esposa, comprensiva. la s o c i e d a d c o m o c o n j u n t o , además la q u e considera el c a m i n o h a c i a el
de e n la f a m i l i a y e n el clan. cielo. A l demostrar lealtad externa con
Este aspecto de «saber cuál es el sinceridad interior, el hombre superior
lugar q u e u n o ocupa» está e j e m p l i - puede transformar la sociedad.

W
ficado por el xiao (piedad filial), que,
para Confucio, es m u c h o más q u e el Sinceridad
respeto a los padres y a los mayores. Confucio cree q u e se puede transfor-
Hermano mayor -
De hecho, es lo más cerca q u e llega m a r la sociedad m e d i a n t e el ejemplo.
Hermano menor
a las ideas religiosas en las Analec- E s c r i b e q u e «la s i n c e r i d a d se hace
El h e r m a n o mayor
tas, y a q u e el xiao está relacionado evidente y manifiesta. Cuando es ma-
ha de ser amable;
el menor, respetuoso. con la práctica tradicional del c u l t o a nifiesta, se vuelve brillante. Como es
los antepasados. Por e n c i m a de todo, brillante, afecta a los demás. Como
el xiao refuerza la relación del inferior afecta a los demás, logra cambiarlos.
con s u superior, u n elemento c e n t r a l Y c o m o los c a m b i a , se t r a n s f o r m a n .
del p e n s a m i e n t o de Confucio. Sólo el q u e posee la s i n c e r i d a d más
Su faceta más conservadora apa- absoluta q u e hay bajo el Cielo puede
rece e n s u i n s i s t e n c i a e n el li (respe- transformar a l otro».
Amigo - Amigo t o a los rituales). No solamente alude Aquí, Confucio no se muestra t a n
Los amigos mayores a rituales como el de c u l t o a los ante- conservador y explica que el proceso
h a n de ser considerados; pasados, s i n o también a las n o r m a s de transformación puede ir en ambos
los jóvenes, respetuosos. sociales que regían casi todos los as- sentidos. E l concepto de zhong (fide-
p e c t o s de la v i d a e n la C h i n a de la lidad) también t i e n e la implicación
EL MUNDO ANTIGUO 39
la sociedad c h i n a y que, en opinión y siempre se m a n t u v o en silencio en
de Confucio, expresan nuestra ver- relación a la d i v i n i d a d , influyó deci-
dadera naturaleza. Fomentar estos sivamente en las dos nuevas fes.
* é valores es una forma de lealtad hacia En el siglo ix, una escuela neocon-
uno m i s m o y otro t i p o de sinceridad. fuciana revitalizó este m o v i m i e n t o ,
Lo que se sabe, se que alcanzó su apogeo en el siglo x:i.
sabe, y lo que no Confucianismo cuando su influencia se extendió por
se sabe, no se sabe. Confucio no tuvo demasiado éxito a Corea, Japón y todo el Sudeste asiá-
En eso consiste la la hora de convencer a los gobernan- tico. A u n q u e los misioneros ]esuitas
verdadera sabiduría. tes de su época para q u e adopta- llevaron las ideas de Kong Fuzi a Eu-
Confucio r a n sus ideas de gobierno, por lo q u e ropa en el siglo xvi {momento en que
centró t o d a s u atención e n la en- se latinizó su nombre a Confucio). el
señanza. Sus discípulos, entre ellos c o n f u c i a n i s m o resultaba extraño al
M e n g Z i (Mencio), siguieron compi- pensamiento europeo y su influencia
lando y a m p l i a n d o sus escritos, q u e fue m u y l i m i t a d a h a s t a q u e e m p e -
sobrevivieron a la represiva dinastía zaron a aparecer traducciones de su
Q i n e i n s p i r a r o n el r e n a c i m i e n t o del obra a finales del siglo xvn.
de «consideración hacia el otro». E n - c o n f u c i a n i s m o en la dinastía H a n , Pese a la caída del Imperio c h i n o
tiende que se puede aprender a ser durante los primeros siglos de nues- en 1911, las ideas de Confucio siguie-
u n hombre superior s i antes se acep- tra era. A p a r t i r de ese momento, las ron formando la base de muchas con-
ta lo que se desconoce (una idea q u e ideas de Confucio ejercieron u n i m - venciones morales y sociales chinas,
u n siglo después repetiría Sócrates, p a c t o m u y profundo e influyeron e n a u n q u e oficialmente se rechazaran.
que afirmaba q u e s u sabiduría resi- casi todos los aspectos de la socie- E n los últimos años, la República Po-
día en aceptar q u e no sabía nada) y, d a d c h i n a , desde la administración pular C h i n a ha m o s t r a d o u n interés
entonces, se observa a otros: s i de- a la política y a la filosofía. El b u d i s - renovado en Confucio, y ha integra-
m u e s t r a n v i r t u d , se i n t e n t a i m i t a r - mo y el taoísmo también se desarro- do sus ideas t a n t o con el pensamien-
les; s i son inferiores, se les guía. llaron d u r a n t e la época de Confucio, to chino moderno como con la filoso-
llegando a s u s t i t u i r las creencias tra- fía occidental, lo q u e ha dado lugar a
Reflexión dicionales. A pesar de q u e Confucio u n a filosofía híbrida conocida como
La idea del zhong c o m o considera- n u n c a expresó s u opinión al respecto «nuevo confucianismo». •
ción h a c i a el otro se relaciona t a m -
bién con el último de los valores del
te: shu, la r e c i p r o c i d a d o la reflexión
que deberían g u i a r n u e s t r a s accio-
nes hacia los demás. L a l l a m a d a re-
gla de Oro, «trata a los demás como
deseas q u e t e traten», aparece en el
confucianismo como «no hagas a los
demás lo q u e no desees para ti». La
diferencia es s u t i l , pero i m p o r t a n t e :
Confucio no dice qué hacer sino qué
no hacer y, e n l u g a r d e la acción,
enfatiza la contención. E s t o i m p l i -
ca modestia y h u m i l d a d , dos valores
m u y valorados t r a d i c i o n a l m e n t e e n

L a devoción de Confucio por la idea


de alcanzar una sociedad humana le
llevó a recorrer el Imperio chino durante
doce años para enseñar las virtudes
de la fidelidad y la sinceridad.
TODO FLUYE
H E R Á C L I T O (e. 535-475 a.C.)

* *
4 i

M
uchos de los p r i m e r o s fi- la u n i d a d del universo; esta idea de
EN CONTEXTO lósofos griegos b u s c a b a n q u e t o d o f o r m a p a r t e de u n único
una explicación científica proceso fundamental, o sustancia, es
RAMA
para la naturaleza física del cosmos, el a r g u m e n t o c e n t r a l del m o n i s m o .
Metafísica
pero Heráclito consideraba que esta- S i n e m b a r g o , también a f i r m a que
ORIENTACIÓN b a g o b e r n a d o por u n logos d i v i n o . los pares de opuestos están en ten-
Monismo Heráclito cree q u e este «logos», que sión c o n s t a n t e y q u e , por lo t a n t o ,
e n ocasiones h a sido i n t e r p r e t a d o todo está e n u n estado c o n s t a n t e de
ANTES como «razón» o «argumento», es u n a flujo o de transformación. Por ejem-
S i g l o v i a . C . L o s filósofos d e ley cósmica u n i v e r s a l , por la q u e se plo, el día se t r a n s f o r m a en noche,
M i l e t o a f i r m a n q u e el cosmos originaría todo lo que existe y la cual q u e más t a r d e vuelve a transformar-
está c o m p u e s t o d e u n a única mantendría e n e q u i l i b r i o todos los se e n día.
materia. elementos materiales del universo. Con el fin de ilustrar esta teoría,
Heráclito entiende q u e el e q u i l i - Heráclito se vale d e l ejemplo de u n
S i g l o v i a . C . Según Pitágoras,
b r i o entre los opuestos, c o m o el día río: «no p u e d e s bañarte dos veces
el universo t i e n e u n a e s t r u c t u r a
y la noche, o el calor y el frío, e x p l i c a e n el m i s m o río». C o n ello pretende
s u b y a c e n t e q u e p u e d e definirse
decir que, a p a r t i r del m i s m o i n s t a n -
matemáticamente.
t e e n q u e se e n t r a e n u n río, el agua

éé
DESPUÉS c o r r i e n t e q u e nos rodea es siempre
Principios d e l siglo v a . C . d i s t i n t a , pero el río siempre se des-
M e d i a n t e la deducción lógica, c r i b e c o m o u n a u n i d a d fija e i n m u -
table.
Parménides d e m u e s t r a q u e el El camino de ida
c a m b i o es i m p o s i b l e . y el de vuelta son La afirmación de Heráclito, por la
uno y el mismo. q u e t o d o e n el u n i v e r s o está en u n
F i n a l e s d e l siglo iv a . C . estado de transformación constante,
Platón d e s c r i b e el m u n d o e n
Heráclito
contradice el p e n s a m i e n t o de los fi-
e s t a d o d e flujo, p e r o a f i r m a lósofos de la escuela de Mileto, como
q u e Heráclito se c o n t r a d i c e . Tales y Anaxímenes, los cuales de-
finen todas las cosas sobre la base
P r i n c i p i o s d e l siglo xix
de u n a esencia i n m u t a b l e . •
G e o r g H e g e l basa s u s i s t e m a
de filosofía dialéctica e n la
Véase también: Tales de Mileto 22-23 • Anaxímenes de Mileto 330 «
integración d e los opuestos.
Pitágoras 26-29 • Parménides 41 • Platón 50-55 • Georg Hegel 178-185
EL MUNDO ANTIGUO 41

TODO ES UNO
E INMUTADLE
PARMÉNIDES (c. 515-445 a.C.)

L
as ideas de Parménides mar-
EN CONTEXTO c a n u n p u n t o de inflexión e n
la filosofía griega. Bajo la i n -
RAMA
fluencia del p e n s a m i e n t o lógico p i -
Metafísica
tagórico, Parménides emplea el pen-
ORIENTACIÓN s a m i e n t o lógico d e d u c t i v o afind e
Monismo i n t e n t a r d e s c u b r i r la verdadera na-
turaleza del m u n d o , y sus i n v e s t i g a -
ANTES ciones le llevan a adoptar la p o s t u r a
S i g l o v i a . C . Pitágoras opuesta a la de Heráclito.
e n t i e n d e q u e el c o s m o s es A partir de la premisa de que algo
u n a e s t r u c t u r a matemática, existe («es»), Parménides deduce que E n t e n d e r el cosmos es uno de los
más q u e u n a s u s t a n c i a . no puede no existir simultáneamen- objetivos más antiguos de la filosofía.
te («no es»), ya que sería u n a contra- En el siglo xx, la física cuántica logró
C. 5 0 0 a . C . Heráclito a f i r m a aportar pruebas que sustentaron lo
dicción lógica. Por lo tanto, concluye
q u e t o d o fluye. que Parménides ya había deducido
que u n estado en el que nada existe mediante la razón.
DESPUÉS es i m p o s i b l e : no puede haber vacío.
F i n a l e s s i g l o v a . C . Zenón de Entonces, algo no puede proceder de
Elea presenta sus paradojas para la nada, y debe haber existido siem- d i v i s i b l e («todo es uno»). Aún más
d e m o s t r a r la n a t u r a l e z a i l u s o r i a pre en a l g u n a forma. Esta forma per- i m p o r t a n t e para los filósofos poste-
de l a e x p e r i e n c i a s e n s o r i a l . manente no puede cambiar, puesto riores es que, por m e d i o d e s u pro-
q u e algo q u e es p e r m a n e n t e no se ceso de r a z o n a m i e n t o , Parménides
C . 4 0 0 a . C . Según Demócrito y puede transformar e n otra cosa s i n demuestra que nuestra percepción
Leucipo, el c o s m o s se c o m p o n e dejar de ser permanente. Por consi- del m u n d o es errónea y está llena de
de átomos e n u n vacío. g u i e n t e , e l c a m b i o esencial resulta contradicciones. Pese a q u e p e r c i b i -
imposible. mos cambio, la razón nos dice que el
F i n a l e s d e l siglo iv a . C .
Parménides, siguiendo este pen- c a m b i o es i m p o s i b l e . L a única con-
L a teoría d e las ideas d e Platón
s a m i e n t o , c o n c l u y e q u e t o d o lo real clusión a la q u e podemos llegar, por
p l a n t e a q u e las ideas a b s t r a c t a s
d e b e ser siempre eterno e i n m u t a - lo t a n t o , es q u e no p o d e m o s fiarnos
s o n l a r e a l i d a d superior.
ble y q u e debe tener u n a u n i d a d i n - de la experiencia sensorial. •
1 9 2 7 E n s u obra Tiempo y ser,
H e i d e g g e r r e c u p e r a la p r e g u n t a Véase también: Pitágoras 26-29 • Heráclito 40 • Demócrito y Leucipo 45
sobre el sentido de la existencia. Zenón de Elea 331 • Patón 50-55 • Martin Heidegger 252-255
42

EL HOMBRE ES LA
MEDIDA DE TODAS
LAS COSAS
PROTÁGORAS (c. 490-420 a.C.)

EN CONTEXTO J| Un día de primavera %


en Atenas.
RAMA
Ética

ORIENTACIÓN
Un viajero sueco 1 I Un viajero egipcio
Relativismo afirma que hace calor. I I afirma que hace frío.
ANTES
P r i n c i p i o s d e l siglo v a . C .
Según Parménides, debemos

i
_ LS
fiarnos más de la razón que de A m b o s tienen razón
los sentidos.

DESPUÉS
P r i n c i p i o s d e l siglo iv a . C .
La teoría de las ideas de Platón
La verdad depende f E l hombre es l a
de la perspectiva y I m e d i d a de todas
mantiene que todo tiene u n
por lo tanto, es relativa. 1 las COSaS.
«absoluto)), o forma ideal.

1580 En sus Ensayos, Michel de

D
Montaigne defiende una forma
de relativismo en su descripción urante el siglo v a.C, Atenas abogados, pero pronto apareció una
se convirtió en una ciudad- clase de asesores de prestigio, entre
de la conducta humana.
estado próspera e impor- los que se encontraba Protágoras.
1967-1972 Jaques Derrida, con tante y, bajo el liderazgo de Pericles
su técnica de deconstrucción, (445-429 a.C), entró en una edad de Todo es relativo
demuestra que en todo texto hay oro de erudición y cultura. Esto atrajo Protágoras enseñaba derecho y retó-
contradicciones irreconciliables. a personas de toda Grecia, y quienes rica a todo el que pudiera pagarle. Sus
conocían la ley y pudieron interpre- enseñanzas versaban fundamental-
2005 Benedicto XVI, en su
tarla prosperaron. La ciudad se regía mente sobre cuestiones prácticas,
primer discurso como Papa, por amplios principios democráticos
advierte que «avanzamos hacia sobre cómo argumentar para ganar
y por un sistema legal establecido. un caso civil más que para demos-
la dictadura del relativismo» . Si alguien era llamado a juicio, tenía trar una idea; sin embargo, entendía
que defenderse a sí mismo; no había las implicaciones filosóficas de lo que
EL MUNDO ANTIGUO 43
Véase también: Parménides 41 • Sócrates 46-49 • Platón 50-55 • Michel de Montaigne 108-109 « Jacques Derrida 308-313

c a d e l m o m e n t o , era nuevo e n el ám- , Protágoras fue el más i n f l u y e n t e


b i t o filosófico. Ubicó a l ser h u m a n o de u n g r u p o de profesores i t i n e r a n -

éé c o m o eje central, por lo q u e prosiguió


c o n la tradición de m a n t e n e r lo r e l i -
gioso fuera d e l debate filosófico; ade-
tes de derecho y política q u e r e c i b i e -
r o n e l n o m b r e de sofistas (del g r i e -
go sofía, q u e s i g n i f i c a conocimiento).
Muchas cosas más, alejó el objeto de la filosofía de 1 Sócrates y Platón desdeñaban a los
entorpecen el conocimiento, la comprensión del u n i v e r s o y lo llevó | sofistas, pues los c o n s i d e r a b a n meros
incluyendo la oscuridad del al análisis de la c o n d u c t a h u m a n a . A retóricos, pero Protágoras s u p u s o u n
problema y la brevedad Protágoras le i n t e r e s a b a n e s p e c i a l - i m p o r t a n t e avance e n la ética, h a c i a
de la v i d a humana. m e n t e las cuestiones prácticas. L a s u n a visión en la q u e no h a y absolutos
y e n la q u e todos los juicios, inclusive
Protágoras e s p e c u l a c i o n e s filosóficas acerca de
la m a t e r i a del cosmos o sobre la exis- los morales, s o n subjetivos. •
t e n c i a de los dioses le parecían inúti- !
les, pues las c o n s i d e r a b a a s u n t o s en
último término i n c o g n o s c i b l e s .
L a implicación p r i n c i p a l de q u e el !
h o m b r e sea «la m e d i d a de t o d a s las |
enseñaba. Para Protágoras, todos los cosas» es q u e lo q u e u n o cree p a s a
a r g u m e n t o s t i e n e n d o s caras, q u e a ser s u b j e t i v o y relativo. E s t o lleva a
p u e d e n ser i g u a l m e n t e válidas. Afir- Protágoras a rechazar la e x i s t e n c i a
m a b a q u e podía c o n v e r t i r u n a r g u - d e d e f i n i c i o n e s a b s o l u t a s de j u s t i - i
m e n t o p e r d e d o r e n ganador, no g r a - cia, de v e r d a d o de v i r t u d . A f i r m a q u e i
cias a la v e r a c i d a d d e l m i s m o sino a lo q u e r e s u l t a c i e r t o p a r a u n a perso-
la c a p a c i d a d de persuasión de q u i e n I n a p u e d e ser falso para otra. Este re-
lo proponía. C o n ello, r e c o n o c e q u e lo | l a t i v i s m o también se aplica a los va-
q u e u n o c r e e es r e l a t i v o y q u e es el lores morales, c o m o el b i e n y e l m a l .
Según Protágoras, cualquier
hombre q u e m a n t i e n e u n a opinión o Para Protágoras, n a d a es i n h e r e n t e - 1

«verdad» descubierta por estos dos


i d e a p o r el q u e se m i d e la valía de la ' m e n t e b u e n o o m a l o . A l g o es ético, o filósofos dibujados en una vasija griega
m i s m a . Este estilo de razonamiento, I c o r r e c t o , sólo p o r q u e la p e r s o n a o la | del siglo v a.C. dependería de su uso de
h a b i t u a l e n el d e r e c h o y e n la políti- I s o c i e d a d lo c o n s i d e r a así. la retórica y su habilidad para el debate.

Protágoras P r o t á g o r a s nació e n A b d e r a , e n e l Se c r e e q u e v i v i ó h a s t a l o s
n o r e s t e de Grecia, p e r o viajó m u c h o | 70 años y se d e s c o n o c e e l l u g a r
c o m o p r o f e s o r i t i n e r a n t e . E n algún I d e s u m u e r t e .
m o m e n t o se a s e n t ó e n A t e n a s ,
d o n d e fue consejero de Pericles, Obras principales
el dirigente de la ciudad-estado, i
q u i e n le e n c a r g ó q u e e s c r i b i e r a l a Siglo v a.C.
constitución d e l a c o l o n i a de T h u r i i Sobre los dioses.
1

e n e l año 4 4 4 a.C. P r o t á g o r a s e r a Verdad.


u n d e f e n s o r d e l a g n o s t i c i s m o y, Sobre el ser.
según la leyenda, posteriormente El arte de la erística.
f u e j u z g a d o p o r impío y s u s l i b r o s Sobre las matemáticas.
se q u e m a r o n p ú b l i c a m e n t e . Sobre el Estado.
Pese a q u e sólo h a n s o b r e v i v i d o Sobre la ambiciónt
1

f r a g m e n t o s d e s u s e s c r i t o s , Platón Sobre las virtudes.


discute a m p l i a m e n t e las opiniones Sobre el estado de las cosas
de Protágoras e n s u s diálogos. en el principio.
SI ME DAS UN
MELOCOTÓN, TE
CORRESPONDERÉ
CON UNA CIRUELA
MO TSÉ (c. 470-391 a.C.)

M
o Tsé nació h a c i a el año
EN CONTEXTO 470 a.C, poco después de
la muerte de Confucio. Re-
TRADICIÓN
cibió u n a educación t r a d i c i o n a l y
Filosofía c h i n a basada en los t e x t o s clásicos, a u n -
ORIENTACIÓN q u e p o s t e r i o r m e n t e , tras m o s t r a r s e
Moísmo en desacuerdo con el énfasis del con-
f u c i a n i s m o sobre las relaciones de
ANTES clan, inauguró s u propia escuela de
Siglo v i a . C . Lao Tsé afirma p e n s a m i e n t o y defendió el amor u n i -
q u e v i v i r según el tao s i g n i f i c a versal, o jian ai. Con el jian ai, M o Tsé
actuar intuitivamente y con nos i n s t a a p r e o c u p a r n o s de t o d o el
r e s p e t o p o r la n a t u r a l e z a . m u n d o por igual, independientemen-
t e de s u situación o de s u relación
F i n a l e s d e l siglo vi a . C . La c o n nosotros. Considera q u e esta fi-
filosofía moral de Confucio i n c i d e losofía, a la q u e se denominó moís-
en la i m p o r t a n c i a de los vínculos mo y q u e «alimenta y nutre a todo ser
f a m i l i a r e s y d e las t r a d i c i o n e s . vivo», es f u n d a m e n t a l m e n t e benévo- Mao Tsé T u n g consideraba a Mo Tsé
la y respeta las n o r m a s d i v i n a s . el verdadero filósofo del pueblo por su
DESPUÉS
M o Tsé cree q u e n u e s t r a s accio- origen humilde. En la China moderna
M e d i a d o s d e l siglo iv a . C . La
se ha fomentado la idea fundamental de
filosofía c o n f u c i a n a d e M e n c i o nes siempre encuentran reciprocidad
Mo Tsé de que todo el mundo debería
i n s i s t e e n la b o n d a d i n n a t a d e l en los demás y q u e s i t r a t a m o s a los
ser tratado igual.
hombre. otros como nos gustaría q u e nos tra-
taran, recibiremos u n t r a t a m i e n t o s i -
M e d i a d o s del siglo iv a . C . El milar. Esto es lo q u e s i g n i f i c a «si m e s i t o d o s p r a c t i c a n el m i s m o princi-
filósofo taoísta Z h u a n g z i c r i t i c a das u n melocotón, t e corresponderé pio, la s o c i e d a d será más armoniosa
el c o n f u c i a n i s m o y e l moísmo. c o n u n a ciruela». M o Tsé a f i r m a q u e y, por lo t a n t o , más productiva. Esta
cuando los dirigentes aplican impar- i d e a t i e n e u n espíritu s i m i l a r al del
S i g l o ni a . C . Frente a l moísmo,
c i a l m e n t e el p r i n c i p i o de c u i d a r de u t i l i t a r i s m o q u e propusieron los filó-
los Q i n a d o p t a n el legalismo, q u e
todos, e v i t a n el c o n f l i c t o y la guerra; sofos occidentales en el siglo xix. •
a b o g a por u n a ley e s t r i c t a p a r a
controlar la n a t u r a l e z a h u m a n a ,
Véase también: Lao Tsé 24-25 • Siddharta Gautama 30-33 • Confucio 34-39
esencialmente malvada.
WangBi331 • Jeremy Bentham 174 • Hajime Tanabe 244-245
EL MUNDO ANTIGUO 45

NADA EXISTE
APARTE DE LOS
ÁTOMOS Y EL VACÍO
DEMÓCRITO (c. 460-371 a.C.)
Y LEUCIPO (PRINCIPIOS DEL SIGLO V a.C.)

A
p a r t i r del siglo v i a . C , los Ilos átomos que constituyen nuestros
EN CONTEXTO filósofos empezaron a pre- cuerpos no se d e s c o m p o n e n y des-
g u n t a r s e s i el u n i v e r s o es- aparecen cuando morimos, sino q u e
RAMA
t a b a c o n s t i t u i d o por u n a única m a - se d i s p e r s a n para reorganizarse.
Metafísica
teria f u n d a m e n t a l . Posteriormente, Esta teoría de Demócrito y L e u c i -
ORIENTACIÓN d u r a n t e el siglo v a.C, dos filósofos ¡ po, c o n o c i d a c o m o a t o m i s m o , fue la
Atomismo nacidos en A b d e r a (Grecia), Demó- p r i m e r a visión completamente me-
c r i t o y Leucipo, s u g i r i e r o n q u e todo c a n i c i s t a del universo, q u e no tra-
ANTES estaba hecho de partículas d i m i n u - t a b a de r e c u r r i r al c o n c e p t o de u n o
Principios d e l siglo vi a.C. tas, i n d i v i s i b l e s e i n m u t a b l e s a las o varios dioses. También identifica-
Tales d e f i e n d e q u e e l c o s m o s que l l a m a r o n átomos (del griego áto- ba propiedades f u n d a m e n t a l e s d e
está h e c h o d e u n a s u s t a n c i a mos, indivisible). la m a t e r i a q u e h a n d e m o s t r a d o ser
fundamental. cruciales en el desarrollo de las cien-

C . 5 0 0 a . C . Heráclito declara
L a p r i m e r a teoría atómica cias físicas, e s p e c i a l m e n t e a p a r t i r
Demócrito y L e u c i p o también afir- del siglo xvm y hasta las teorías ató-
que t o d o se e n c u e n t r a e n flujo,
m a r o n q u e los átomos se e n c u e n - m i c a s q u e revolucionaron la ciencia
o transformación c o n s t a n t e .
t r a n separados por u n vacío, el c u a l en el siglo xx. •
DESPUÉS les p e r m i t e moverse c o n absoluta l i -
C . 3 0 0 a . C . Para los epicúreos, b e r t a d . C u a n d o se mueven, los áto-

éé
no h a y n a d a después d e la v i d a m o s c o l i s i o n a n entre ellos y se re-
y, tras la m u e r t e , los átomos d e l ordenan, por lo q u e da la impresión
de q u e los objetos del m u n d o c a m -
c u e r p o se d i s p e r s a n .
b i a n . Los dos pensadores conside- El hombre es u n
1805 El químico J o h n Dalton r a n también q u e hay u n número i n -
microcosmos del universo.
sugiere que todas las sustancias finito de estos átomos eternos, pero
Demócrito
p u r a s c o n t i e n e n átomos d e u n q u e las diferentes c o m b i n a c i o n e s
único t i p o q u e se c o m b i n a n en q u e se p u e d e n ordenar sí es fini-
y forman compuestos. ta. Esto explicaría la c a n t i d a d apa-
r e n t e m e n t e fija de s u s t a n c i a s q u e
1897 E l físico británico J. J .
existen en la naturaleza. Por ejemplo,
T h o m s o n d e s c u b r e q u e los
átomos p u e d e n d i v i d i r s e e n
Véase también: Tales de Mileto 22-23 • Heráclito 40 • Epicuro 64-65
partículas aún más pequeñas.
EN CONTEXTO

UNA VIDA
RAMA
Epistemología

ORIENTACIÓN
Dialéctica

SIN EXAMEN ANTES


C. 6 0 0 - 4 5 0 a . C . Los filósofos
presocráticos de Jonia e Italia

NO MERECE
intentan explicar la naturaleza
del cosmos.

P r i n c i p i o s d e l siglo v a.C.

SER VIVIDA
Parménides afirma que la razón
es la única manera de llegar a
entender el universo.

C . 4 5 0 a . C . Protágoras y los
S Ó C R A T E S (469-399 a.C.) sofistas a p l i c a n la retórica a
las cuestiones filosóficas.

DESPUÉS
C . 3 9 9 - 3 5 5 a . C . Platón
presenta el personaje de
Sócrates en la Apología y
en varios otros diálogos.

S i g l o iv a . C . Aristóteles
reconoce cuánto debe al
diálogo socrático.

A
unque se suele citar a Só-
crates como uno de los fun-
dadores de la filosofía occi-
dental, lo cierto es que no dejó ningún
escrito, no fundó ninguna escuela y
no mantuvo teorías propias concre-
tas. Sin embargo, lo que sí hizo fue
plantear con tenacidad las pregun-
tas que le interesaban; con ello, de-
sarrolló una nueva manera de pensar,
o u n a manera de reflexionar acerca
de lo que pensamos, que ha recibi-
do el nombre de método socrático (o
dialéctico, porque se basa en el diá-
logo entre dos opiniones opuestas),
la cual le valió la enemistad de mu-
chos en Atenas, donde residía. Fue
acusado de sofismo (dialogar con el
objeto de engañar) y se le condenó
EL, m u n u u M I U I U U U
Véase también: Tales de Mileto 22-23 • Pitágoras 26-29 • Heráclito 40
Parménides 41 • Protágoras 42-43 • Platón 50-55 • Aristóteles 56-63

Sócrates

Nació e n A t e n a s e l año 4 6 9 a . C ,
hijo de u n m a e s t r o c a n t e r o y de
u n a c o m a d r o n a . Es p o s i b l e q u e
se i n i c i a r a e n l a profesión de s u
p a d r e y q u e t u v i e r a l a ocasión
d e e s t u d i a r filosofía a n t e s d e
q u e le l l a m a r a n a l s e r v i c i o
militar. Tras d i s t i n g u i r s e en la
g u e r r a d e l Peloponeso, regresó
a A t e n a s , d o n d e se dedicó a l a
política. S i n e m b a r g o , después
del fallecimiento de s u padre
heredó d i n e r o s u f i c i e n t e p a r a
v i v i r c o n s u esposa, J a n t i p a ,
sin necesidad de trabajar.
A p a r t i r d e ese m o m e n t o ,
Sócrates pasó a ser u n h o m b r e
m u y visible en Atenas, donde
solía p a r t i c i p a r j u n t o a o t r o s
a m u e r t e a c u s a d o de c o r r o m p e r a la só por la filosofía n a t u r a l y reflexio-
ciudadanos e n conversaciones
j u v e n t u d c o n u n a s ideas q u e atenta- nó sobre d i v e r s a s e x p l i c a c i o n e s de filosóficas c o n las q u e logró
b a n contra la tradición. S i n e m b a r g o , la n a t u r a l e z a d e l u n i v e r s o , p e r o e n - reunir a numerosos alumnos
también c o n t a b a c o n m u c h o s s e g u i - t o n c e s decidió i m p l i c a r s e e n la v i d a jóvenes. A c a b ó s i e n d o a c u s a d o
dores, e n t r e los q u e se e n c o n t r a b a política de la c i u d a d - e s t a d o y pasó a de corromper las m e n t e s de
Platón, q u e transcribió las i d e a s d e p r e o c u p a r s e de c u e s t i o n e s éticas y los jóvenes a t e n i e n s e s y f u e
Sócrates e n u n a s e r i e d e o b r a s es- más m u n d a n a s , c o m o la n a t u r a l e - c o n d e n a d o a m u e r t e . Pese a
critas, los diálogos, d o n d e Sócrates za de la j u s t i c i a . S i n e m b a r g o , no le q u e se l e ofreció l a opción d e
analiza v a r i a s ideas. Sobre t o d o g r a - interesaba debatir para ganar dine- exiliarse, aceptó e l v e r e d i c t o
cias a e s t o s diálogos, q u e i n c l u y e n ro n i p a r a s a l i r v e n c e d o r , a l g o d e lo d e c u l p a b i l i d a d y se suicidó
c o n c i c u t a e l año 3 9 9 a.C.
Apología de Sócrates, Fedón y el q u e sí se a c u s a b a a m u c h o s d e s u s
Banquete, los p e n s a m i e n t o s d e Só- contemporáneos. T a m p o c o b u s c a b a
Obras principales
crates l o g r a r o n s o b r e v i v i r y g u i a r el r e s p u e s t a s , s i n o q u e se l i m i t a b a a
curso de la filosofía o c c i d e n t a l . a n a l i z a r las bases q u e s u s t e n t a n los
S i g l o s i v - m a.C.
conceptos q u e nos a p l i c a m o s a noso-
Platón r e g i s t r a l a v i d a d e
E l propósito de l a v i d a tros m i s m o s (como «bueno», «malo» o Sócrates y s u m o d o d e p e n s a r
Sócrates vivió e n A t e n a s d u r a n t e ((justo»), y a q u e creía q u e la p r i m e r a e n l a Apología de Sócrates y e n
la s e g u n d a m i t a d d e l siglo v a.C. Se labor d e la filosofía era a y u d a r n o s a n u m e r o s o s diálogos.
cree q u e , e n s u j u v e n t u d , se i n t e r e - e n t e n d e r lo q u e somos.
Lo que más interesaba a Sócrates, Pero, ¿qué significa e x a m i n a r la
por tanto, era el análisis de la vida, y vida? Para Sócrates, consistía en u n
el hecho de que cuestionara con tanto proceso en el q u e se cuestionaba el
tesón las creencias más íntimas de significado de conceptos básicos de
las personas (sobre todo acerca de sí la v i d a cotidiana, pero sobre los que
Soy ciudadano mismas) fue lo q u e le granjeó tantas n u n c a reflexionamos; así se revela-
del mundo. enemistades; s i n embargo, m a n t u v o ba s u verdadero significado y nues-
Sócrates hasta el final el compromiso c o n su tro propio conocimiento o ignorancia,
tarea. Según la narración de Platón según el caso. Sócrates fue uno de los
sobre el juicio contra Sócrates y su de- primeros filósofos en reflexionar sobre
^^^^
fensa, este prefirió morir a enfrentarse lo q u e constituía u n a v i d a «buena»,
a u n a vida de ignorancia: «La vida s i n que para él suponía alcanzar la paz
examen no merece ser vivida». de espíritu como resultado de hacer lo
correcto, e n lugar de v i v i r según los
códigos morales de la sociedad. Y
E l diálogo socrático era una manera
«lo correcto» sólo puede determinar-
sencilla de plantear preguntas que, a
menudo, lograban poner de manifiesto se m e d i a n t e u n análisis riguroso.
la falsedad de premisas sobre las que Sócrates rechazaba la idea de que
se sustentaban afirmaciones concretas. conceptos como el de v i r t u d fueran
relativos, e insistía e n q u e eran ab-
solutos q u e podían aplicarse no sólo
a los c i u d a d a n o s atenienses, o a los
griegos, sino a todos los h a b i t a n t e s
del m u n d o . Creía q u e la v i r t u d {arete
en griego, y que en aquella época sig-
nificaba excelencia y plenitud) era ida
más valiosa de las posesiones» y que,
en realidad, nadie desea hacer el mal.
Quienquiera que haga el mal, actúa en
contra de s u c o n c i e n c i a y, por tanto,
s i e n t e m a l e s t a r ; c o m o t o d o s desea-
mos alcanzar la paz de espíritu, no es
algo q u e haríamos v o l u n t a r i a m e n t e .
El mal, creía Sócrates, era consecuen-
cia de la falta de sabiduría y de conoci-
miento. A partir de aquí, concluía que
«sólo hay u n bien: el conocimiento, y
u n mal: la ignorancia». El conocimien-
f P. Entonces, ¿es posible to está unido a la moralidad de mane-
que algunos dioses se ra inextricable (es el ((único bien»), mo-
\ equrvoquen alguna vez? t i v o por el q u e d e b e m o s «examinar»
nuestras vidas incesantemente.

E l cuidado del a l m a
Para Sócrates, el c o n o c i m i e n t o t a m -
bién tiene u n a función después de la
M Por lo tanto, muerte. E n la Apología, el Sócrates de
¡los d i o s e s n o p u e d e n Platón presenta s u famosa cita acer-
ser omniscientes! ca de la vida s i n examen diciendo: «Te
digo que no dejar pasar u n día sin ha-
blar de la bondad y del resto de temas
EL MUNDO ANTIGUO 49
sobre los que me escuchas conversar, así ir llegando a conclusiones. Relacio-
y sin examinarme a mí m i s m o y a los naba este proceso con la profesión de
demás es, verdaderamente, lo mejor
que puede hacer u n hombre)). A d q u i -
rir conocimiento, en lugar de dinero y
su madre, que era comadrona, y decía
que asistía al nacimiento de ideas.
A través de estos diálogos, Sócra-
éé
de prestigio, es el objetivo último en tes se dio cuenta de que el oráculo de Sólo sé
la vida. No es cuestión de entreteni- Delfos tenía razón: era el hombre más que no sé nada.
m i e n t o o de c u r i o s i d a d : es la razón sabio de Atenas, pero no por lo que Sócrates
de nuestra existencia. Aún es más, sabía, sino porque afirmaba no saber
todo el conocimiento, en última ins- nada. También se percató de que la
t a n c i a , es c o n o c i m i e n t o sobre u n o inscripción en la entrada del tempo del
mismo, porque crea a la persona que Delfos, gnothi seauton («conócete a t i
uno es en este m u n d o y fomenta el mismo»), era igualmente importante.
cuidado del alma i n m o r t a l . Para poder conocer el mundo y cono-
En Fedón, Sócrates afirma que una cerse a uno mismo, es necesario darse Este método, por el q u e se es-
vida sin examen lleva a la «confusión y cuenta de los límites de la propia ig- t u d i a b a u n a r g u m e n t o m e d i a n t e el
al aturdimiento del alma, como s i es- norancia y e l i m i n a r todas las ideas diálogo racional desde u n a p o s t u r a
tuviéramos borrachos», mientras que preconcebidas. Sólo entonces pode- de t o t a l ignorancia, marcó u n c a m -
el alma del sabio alcanza la estabili- mos esperar llegar a la verdad. bio r a d i c a l en el razonamiento filo-
dad y deja de deambular s i n r u m b o . Sócrates se dedicó a implicar a la sófico. Supuso la primera utilización
población de Atenas en debates sobre conocida del p e n s a m i e n t o i n d u c t i -
Dialéctica temas como la naturaleza del amor, vo, en el q u e se p a r t e de u n a serie de
Sócrates pronto pasó a ser u n persona- la justicia o la lealtad. Su misión, que premisas basadas en la experiencia
je muy popular en Atenas, gracias a la en la época fue confundida con u n a que se asumen como ciertas, con el
reputación de su mente inquisitiva. Se forma peligrosa de sofismo, no era la objetivo de llegar a u n a conclusión
dice que u n amigo suyo preguntó a la de instruir a la población n i tampoco que pueda ser una verdad universal.
sacerdotisa de Apolo, en Delfos, quién conocer lo que sabían, sino explorar Este sistema de argumentación t a n
era el hombre más sabio del mundo: la las ideas que mantenían. Era la propia potente fue desarrollado por Aristó-
respuesta del oráculo fue que no había conversación, con la guía de Sócrates, teles y posteriormente por Francis
nadie más sabio que Sócrates. Cuando lo que aportaba el conocimiento. M e - Bacon, que lo utilizó como punto de
Sócrates tuvo conocimiento de esto, diante u n a serie de preguntas, reve- p a r t i d a del método científico. Por lo
quedó asombrado y acudió a las per- laba las ideas y preconcepciones de tanto, no se convirtió únicamente en
sonas más sabias que pudo encontrar su oponente, y, entonces, exponía las la base de la filosofía occidental, sino
para demostrar que el oráculo esta- contradicciones de modo que llevaran también en la de todas las ciencias
ba equivocado. Lo que descubrió fue a alcanzar conclusiones nuevas. empíricas. •
que esas personas sólo creían saber
mucho; puesta a examen, su sabidu-
ría resultaba ser o l i m i t a d a o falsa.
Sin embargo, lo más i m p o r t a n t e
fue el método q u e usó para cuestio-
nar su conocimiento. Asumió la pers-
pectiva de alguien que no sabía nada y
se limitaba a formular preguntas, para
exponer los argumentos contradicto-
rios y los vacíos en el conocimiento y

Sócrates fue condenado a muerte


el año 399 a.C, acusado de cuestionar
las bases de la moralidad ateniense.
Aquí se le ve aceptando con gesto
desafiante la cicuta que le matará.
52 PLATÓN

EN CONTEXTO
RAMA
Epistemología

ORIENTACIÓN
Racionalismo

ANTES
Siglo vi a . C . Las teorías de los
filósofos de M i l e t o e x p l i c a n la
naturaleza y materia del cosmos.

C. 5 0 0 a . C . Heráclito a f i r m a
q u e t o d o está e n u n estado
constante de flujo, o c a m b i o .

C. 4 5 0 a . C . Protágoras defiende
que la verdad es relativa.

DESPUÉS
C . 3 3 5 a . C . Aristóteles enseña
que podemos llegar a la verdad
m e d i a n t e la observación del
m u n d o q u e nos rodea.
C . 2 5 0 d . C . Las ideas de Platón
dan u n giro religioso con Plotino
y s u escuela neoplatónica.
T o d o lo q u e h a y e n e l m u n d o e s
3 8 6 San Agustín de H i p o n a u n a «sombra» de s u forma ideal
i n t e g r a las teorías de Platón en el m u n d o de l a s ideas.
en la d o c t r i n a c r i s t i a n a .

S
ócrates, mentor de Platón, fue A l principio, Platón se centra en concluye que lo «inmutable)) en la na-
condenado a muerte en el año las mismas cuestiones que su men- turaleza es lo mismo que lo «inmuta-
399 a.C. No había dejado es- tor: busca definir valores morales abs- ble» en la moralidad y la sociedad.
critos, por lo que Platón asumió la tractos, como «justicia» y «virtud», y
tarea de t r a n s m i t i r a la posteridad refutar la idea de Protágoras de que el E n busca del ideal
lo que había aprendido de su maes- bien y el m a l son términos relativos. E n la República, Platón describe a
tro, primero en la Apología de Sócra- En la República, Platón expuso su v i - Sócrates mientras plantea preguntas
tes, donde narra la defensa del filósofo sión de la ciudad-estado ideal y explo- sobre las virtudes, o conceptos mora-
durante su juicio, y luego valiéndose ró diversos aspectos de la v i r t u d . Allí les, para poder definirlas con claridad
de su figura como personaje en u n a también abordó temas ajenos a la fi- y precisión. Sócrates había afirma-
serie de diálogos. E n ellos, a veces losofía moral. A l igual que los prime- do que «la v i r t u d es conocimiento», y
cuesta diferenciar cuáles son los pen- ros pensadores griegos, se cuestiona que para ser justo, por ejemplo, antes
samientos de Sócrates y cuáles son la naturaleza del cosmos y de la mate- hay que preguntarse qué es la justi-
originales de Platón, pero transmiten ria que lo constituye, y explora cómo cia. Platón decide que antes de aludir
la imagen de u n Platón que utiliza los puede existir lo eterno y lo inmutable a cualquier concepto moral en nues-
métodos de su maestro para explorar en u n m u n d o mutable. No obstan- tro pensamiento o razonamiento, de-
y explicar sus propias ideas. te, al contrario que sus predecesores, bemos explorar qué queremos decir
EL MUNDO ANTIGUO 53
Véase también: Tales de Mileto 22-23 • Heráclito 40 • Protágoras 42-43 • Sócrates 46-49 • Aristóteles 56-63 •
Plotino 331 • San Agustín de Hipona 72-73

mediante ese concepto y qué lo hace internos de cualquier triángulo siem-


ser exactamente lo que es. Plantea la | pre es i g u a l a 180 grados. Reconoce-

éé
pregunta de cómo podemos recono- mos la verdad de estos argumentos a
cer la forma correcta, o perfecta, de pesar de que el triángulo perfecto no
algo, u n a forma que sea verdad para existe en el mundo natural. Con todo,
todas las sociedades y en cualquier podemos percibir el triángulo perfec-
época. Así, Platón da a entender que to, o la recta perfecta, o el círculo per-
Si lo particular
piensa que todo lo q u e existe en el fecto, en nuestra mente, valiéndonos
tiene u n significado,
m u n d o en q u e v i v i m o s (tanto s i se de la razón. Platón, por eso, se pregun-
ha de ser universal.
trata de objetos físicos como de con- | t a s i esas formas perfectas e x i s t e n
Platón
ceptos morales) tiene algún tipo de en algún lugar.
forma ideal de la q u e somos cons-
cientes de algún modo. E l mundo de las ideas
Platón habla de los objetos que nos El razonamiento lleva a Platón a u n a
rodean, como las camas. A f i r m a que conclusión única: tiene que haber u n
cuando vemos u n a cama, sabemos m u n d o de ideas, o formas, t o t a l m e n -
lo que es y podemos reconocer cual- te d i s t i n t o al m u n d o material. Es ahí pide que i m a g i n e m o s u n a caverna
quier tipo de cama, por distintas que donde existe la idea del «triángulo» donde hay personas atrapadas desde
sean las formas en que pueda presen- perfecto, junto a la de la «cama» per- que nacieron y que permanecen ata-
tarse. Las numerosas especies de pe- fecta o del «perro» perfecto. Concluye das de cara a la pared en la oscuri-
rros aún son más diversas, pero todos que los sentidos humanos no pueden dad. Sólo pueden mirar hacia delan-
los perros comparten la característica p e r c i b i r d i r e c t a m e n t e ese lugar, el te. Detrás de los prisioneros, hay una
de la «canicidad», algo que reconoce- cual sólo es perceptible mediante la hoguera que proyecta sombras sobre
mos y que nos permite decir que sa- razón. Platón llega incluso a afirmar la pared a la que miran. También hay
bemos qué es u n perro. Platón afirma que este reino de las ideas es la «rea- u n m u r o entre el fuego y los prisio-
que no es sólo que todas las camas lidad)) y que el mundo que nos rodea neros, sobre el que, de vez en cuan-
y todos los perros compartan una ca- no es más que una mera imitación. do, pasa gente sosteniendo distintos
racterística d e t e r m i n a d a , sino q u e A fin de ilustrar su teoría, Platón objetos, de manera sus sombras se
todos tenemos en nuestra mente u n a presenta lo que ha llegado a conocer- p r o y e c t a n sobre la pared. Esas som-
idea de c a m a ideal o de perro ideal, se como el «mito de la caverna». Nos bras son todo lo que los prisioneros
que utilizamos para reconocer cual-
quier ejemplo concreto.
Platón se vale de las matemáticas
para probar su afirmación y demues-
tra que la razón, y no los sentidos, es lo
que nos permite alcanzar el verdade-
ro conocimiento. Sostiene que pode-
mos dar pasos lógicos para demostrar
que el cuadrado de la hipotenusa de
u n triángulo rectángulo es i g u a l a la
s u m a de los cuadrados de los cate-
tos, o que la suma de los tres ángulos

Platón utiliza el mito de la caverna,


donde el conocimiento del mundo se
limita a meras sombras de la realidad
y de la verdad, para explicar su idea de
un mundo de formas perfectas, o ideas.
hallar constantes dentro de u n mun-
do aparentemente mutable. Aunque
el mundo material pueda estar sujeto
a cambios, el mundo de las ideas de
Platón es eterno e inmutable. Platón
aplica su teoría no solamente a cosas
concretas, como camas o perros, sino
también a conceptos abstractos. En
el mundo de las ideas de Platón, hay
una idea de justicia, que es la justi-
cia verdadera, y todos los ejemplos de
justicia en el mundo material que nos
rodea son modelos o variantes infe-
riores de la misma. Esto es aplicable
también al concepto de bondad, que
Platón considera la idea definitiva, y el
objetivo de toda búsqueda filosófica.

E l conocimiento innato
El problema sigue siendo cómo llega-
mos a conocer esas ideas, de mane-
ra que podamos reconocer sus mani-
festaciones imperfectas en el mundo
en que habitamos. Platón afirma que
nuestro concepto de las formas idea-
les ha de ser innato, a pesar de que
no seamos conscientes de ello. Cree
que los seres humanos se componen
de dos partes: el cuerpo y el alma. El
cuerpo posee los sentidos, que nos
permiten percibir el mundo material,
mientras que el alma posee la razón,
con la que podemos percibir el mundo
de las ideas. Platón concluye que el
conocen del mundo; no conocen los bir mediante los sentidos, existe una alma, que es inmortal y eterna, ha de
objetos reales. Si uno de los prisio- ((forma» (o «idea») que se corresponde, haber habitado en el m u n d o de las
neros consiguiera soltarse y darse la una realidad eterna y perfecta de esa ideas antes de que nazcamos y que
vuelta, vería los objetos reales, pero, cosa, en el mundo de las ideas. Como
tras toda una vida de encarcelamien- lo que percibimos por medio de los

éé
to, lo más probable es que el fuego le sentidos procede de la experiencia de
confundiera y le deslumhrara, y deci- una sombra imperfecta o incompleta
diera volver a girarse hacia la pared de la realidad, no podemos tener u n
y hacia la única realidad que conoce. verdadero conocimiento de las cosas. El alma del
Platón cree que todo lo que nues- Como mucho, podemos tener opinio-
hombre es inmortal
tros sentidos d i s t i n g u e n del mundo nes, pero el conocimiento verdadero
e imperecedera.
material es como las imágenes pro- sólo puede proceder de la razón, no
Platón
yectadas sobre la pared de la cueva, de los sentidos, que nos engañan.
meras sombras de la realidad. Esta Esa separación entre dos mundos
creencia es la base de su teoría de las diferenciados, el de la apariencia y el
ideas, consistente en que por cada otro, que Platón considera el verdade-
objeto terrenal que podemos perci- ro, también resuelve el problema de
EL MUNDO ANTIGUO 55
innatos de esas ideas necesitamos la
razón, uno de los atributos del alma.
Para Platón, la tarea del filósofo
consiste en aplicar la razón para des-
cubrir las formas ideales, o ideas. E n
la República también afirma que los
éé
Lo que llamamos
filósofos, o más bien aquellos que son aprendizaje no es más
fieles a la misión de la filosofía, debie- que recuerdo.
ran c o n s t i t u i r la clase gobernante, Platón
porque t a n sólo el verdadero filósofo
puede entender la naturaleza exacta
del m u n d o y la verdad de los valores
morales. Sin embargo, i g u a l q u e el
prisionero del «mito de la caverna»
que llega a ver los objetos reales y no
sus sombras, muchos deciden dar la mental acerca de la teoría de las ideas.
espalda y regresar al único mundo en Las ideas de Platón llegaron luego a
que se sienten cómodos. Platón solía los pensadores medievales islámicos
tener dificultades para persuadir a y cristianos, como san Agustín de H i -
sus compañeros filósofos de la verda- pona, que combinó las ideas de Platón
Marco Aurelio, emperador romano dera naturaleza de s u misión. con las de la Iglesia.
entre 161 y 180 d.C, fue un notable Platón propuso la razón, y no la
erudito y pensador, además de u n Un legado insuperable observación, como la única manera
gobernante poderoso: un ejemplo de
Platón era la encarnación de su pro- de a d q u i r i r conocimiento, por lo que
la idea de Platón de que la sociedad
pio filósofo ideal, o verdadero. Debatía también sentó las bases del raciona-
debía ser gobernada por filósofos.
sobre cuestiones éticas que ya habían l i s m o del siglo xvn. La i n f l u e n c i a de
planteado antes seguidores de Protá- Platón se hace sentir todavía hoy: el
desea volver a él tras nuestra muerte. goras y de Sócrates, pero, en el proce- a m p l i o a b a n i c o de t e m a s sobre los
Por consiguiente, cuando, m e d i a n t e so de debate, exploró por vez primera que escribió llevaron al lógico britá-
los sentidos, p e r c i b i m o s representa- el camino hacia el conocimiento en sí n i c o A l f r e d N o r t h W h i t e h e a d , en el
ciones de esas ideas en el mundo, las mismo. Ejerció u n a profunda influen- siglo xx, a decir q u e la filosofía o c c i -
reconocemos como u n a especie de cia sobre Aristóteles, que fue discípu- dental «consiste en u n a serie de no-
recuerdo. Para acceder a los recuerdos lo suyo, pese a s u desacuerdo funda- tas al pie de la obra de Platón». •

Platón Pese a la g r a n c a n t i d a d de escritos a A t e n a s h a c i a e l año 385 a.C.


a t r i b u i d o s a Platón q u e h a n llegado Allí fundó u n a escuela conocida
a n u e s t r o s días, se sabe m u y poco c o m o A c a d e m i a ( o r i g e n de l a
de s u v i d a . Nació e n e l seno de p a l a b r a «académico))) y la dirigió
u n a f a m i l i a a t e n i e n s e noble p o r e l h a s t a s u m u e r t e e l año 347 a.C.
año 4 2 7 a.C. y le b a u t i z a r o n como
A r i s t o c l e s , pero recibió e l a p o d o Obras principales
de Platón («el de e s p a l d a ancha»).
Aunque probablemente estaba C. 3 9 9 - 3 8 7 a . C . Apología de
d e s t i n a d o a u n a v i d a política, se Sócrates, Critón, Gorgias, Hipias
convirtió e n discípulo de Sócrates; Mayor, Menón, Protágoras
se d i c e q u e c u a n d o c o n d e n a r o n ( p r i m e r o s diálogos).
a m u e r t e a s u m a e s t r o , Platón se C . 3 8 0 - 3 6 0 a . C . Fedón, Fedro,
sintió decepcionado c o n A t e n a s y la República, e l Banquete
abandonó l a c i u d a d . Viajó m u c h o (diálogos i n t e r m e d i o s ) .
y vivió p o r u n t i e m p o e n e l s u r d e C . 3 6 0 - 3 5 5 a . C . Parménides, El
Italia y e n Sicilia, antes de regresar soñsta, Teeteto (diálogos finales).
58 ARISTÓTELES

A
ristóteles contaba diecisiete a su pasión por el estudio de la natu-
EN CONTEXTO años cuando llegó a Atenas raleza, lo que no hizo más que inten-
para estudiar en la Acade- sificar su sensación de que Platón se
RAMA
mia del gran filósofo Platón, que en- había equivocado con su teoría de
Epistemología
tonces tenía sesenta años y ya había las ideas. Resulta tentador imaginar
ORIENTACIÓN presentado su célebre teoría de las que los argumentos de Aristóteles ya
Empirismo ideas. Según dicha teoría, todos los habían hecho mella en Platón, quien
fenómenos terrenales, como la justi- en sus últimos diálogos admite cier-
ANTES cia o el color verde, eran sombras de tos errores en sus primeras teorías,
3 9 9 a . C . Sócrates a f i r m a contrapartidas ideales, llamadas for- pero es imposible saberlo con certe-
q u e la v i r t u d es sabiduría. mas, que prestaban a sus modelos za. Sin embargo, sí sabemos que Pla-
terrenos sus identidades concretas. tón conocía el argumento del Tercer
C . 3 8 0 a . C . Platón presenta
A u n q u e Aristóteles era m u y es- Hombre, que Aristóteles utilizó para
su teoría de las ideas en el
tudioso y, sin duda, aprendió mucho refutar su teoría de las ideas. El ar-
diálogo socrático la República.
de su preceptor, también poseía u n g u m e n t o es así: si en el reino de las
DESPUÉS temperamento m u y d i s t i n t o . Platón formas existe u n a forma perfecta de
S i g l o i x d . C . Se t r a d u c e al era brillante e intuitivo, mientras que hombre a p a r t i r del cual el hombre
árabe la obra de Aristóteles. Aristóteles era erudito y metódico. ha sido modelado en la tierra, esa
Sin embargo, el respeto que sentían forma, para tener cualquier conteni-
Siglo x i n Aparecen el uno por el otro era evidente y A r i s - do concebible, tendría que haberse
t r a d u c c i o n e s al latín d e tóteles permaneció en la Academia, basado en una forma de la forma del
la obra d e Aristóteles. primero como a l u m n o y luego como hombre, que también debería haber-
1690 J o h n L o c k e d a i n i c i o profesor, hasta que Platón falleció, se basado, a su vez, en una forma su-
veinte años después. Sorprendente- perior en la que se basaría la forma
a la escuela d e l e m p i r i s m o
mente, no fue elegido como sucesor de la forma; y así a d infínitum.
británico.
de Platón, así que se fue de Atenas El a r g u m e n t o posterior de A r i s -
1735 E l zoólogo sueco Carlos y emprendió lo que i b a a ser u n viaje tóteles contra la teoría de las ideas
L i n n e o sienta las bases de la muy provechoso a Jonia. es más sencillo y está más directa-
taxonomía m o d e r n a e n la obra mente relacionado con sus estudios
Systema Naturae, basado e n L a teoría de Platón del m u n d o natural. Se dio cuenta de
el s i s t e m a de clasificación puesta en duda que, sencillamente, era innecesario
biológica de Aristóteles. A l dejar de impartir clases, Aristóte- asumir la existencia de u n hipotéti-
les tuvo la o p o r t u n i d a d de dedicarse co reino de formas, cuando la reali-

Vemos d i s t i n t o s C o n los s e n t i d o s y
ejemplos de «perro» en la razón, entendemos
el m u n d o que nos rodea. qué es u n perro.

cubrimos la
Reconocemos v
verc d o b s e r v a n d o
e r d a
l a s características el mundo que
c o m u n e s a todos los nos rodea.
perros del m u n d o .
EL MUNDO ANTIGUO 59
Véase también: Sócrates 46-49 • Platón 50-55 • Avicena 76-79 • Averroes 82-83 • Rene Descartes 116-123 »
John Locke 130-133 • Gottfried Leibniz 134-137 • George Berkeley 138-141 • David Hume 148-153 • Immanuel Kant 164-171

Platón y Aristóteles diferían en


su opinión sobre la naturaleza de las
cualidades universales. Para Platón,
estas residen en el reino más elevado
de las formas, mientras que para
Aristóteles, residen en la Tierra.

t i e n e u n a i d e a d e la «canicidad», o
«forma», e n p a l a b r a s de Aristóteles.
Así, a p a r t i r d e n u e s t r a e x p e r i e n c i a
del m u n d o , aprendemos las caracte-
rísticas c o m u n e s q u e h a c e n q u e las
cosas s e a n lo q u e son: la única m a -
nera de e x p e r i m e n t a r el m u n d o es a
través de los sentidos.

L a forma e s e n c i a l
de l a s c o s a s
A l i g u a l q u e Platón, Aristóteles t a m -
bién d e s e a e n c o n t r a r algún t i p o d e
elemento eterno e i n m u t a b l e en u n
m u n d o c a r a c t e r i z a d o p o r el c a m b i o ,
a u n q u e c o n c l u y e q u e n o es necesa-
rio buscar este ancla e n u n m u n d o de
d a d de las cosas y a se p u e d e ver e n Confiar e n los sentidos formas q u e t a n sólo puede p e r c i b i r el
la T i e r r a c o m o algo i n h e r e n t e a ellas. L a p r o p u e s t a desarrollada por A r i s - alma. L a p r u e b a se halla en el m u n d o
Quizás p o r q u e s u p a d r e había tóteles era c o n t r a r i a a la d e Platón. q u e nos rodea y la p o d e m o s p e r c i b i r
sido médico, los intereses científicos E n l u g a r d e d e s c o n f i a r d e los s e n t i - por m e d i o de los sentidos. Aristóteles
de Aristóteles se c e n t r a b a n e n lo q u e dos, Aristóteles confiaba e n ellos a la cree q u e el m u n d o m a t e r i a l no es u n a
ahora l l a m a m o s biología, m i e n t r a s hora de b u s c a r p r u e b a s c o n las q u e c o p i a i m p e r f e c t a de u n a forma i d e a l
que la formación de Platón se había s u s t e n t a r s u s teorías. L o q u e a p r e n - de sí m i s m o , s i n o q u e la e s e n c i a d e
basado firmemente e n las matemáti- dió e s t u d i a n d o el m u n d o n a t u r a l fue algo es i n h e r e n t e a c a d a u n o de los
cas. E s t a d i f e r e n c i a podría e x p l i c a r que, a l observar las características de
por qué s u s enfoques fueron t a n d i - cada p l a n t a concreta o de a n i m a l es-
ferentes. L a s matemáticas, e s p e c i a l - pecífico c o n q u e se e n c o n t r a r a , p o -
m e n t e la geometría, t r a t a n c o n c o n -
ceptos a b s t r a c t o s m u y alejados d e
la v i d a c o t i d i a n a , m i e n t r a s q u e la
día elaborar u n a i m a g e n c o m p l e t a de
lo q u e lo distinguía otras p l a n t a s o
animales, y deducir qué le hacía ser lo
éé
biología se o c u p a , básicamente, d e l q u e era. Sus propios e s t u d i o s le con- Todo lo que depende de
m u n d o q u e nos rodea y depende c a s i firmaron lo q u e y a creía: no n a c e m o s la acción de la naturaleza
e x c l u s i v a m e n t e d e l a observación. c o n la c a p a c i d a d i n n a t a de reconocer es, por naturaleza, t a n
Platón buscó c o n f i r m a r la e x i s t e n c i a formas, t a l y c o m o a f i r m a b a Platón. bueno como puede ser.
del m u n d o d e las f o r m a s a p a r t i r d e Por ejemplo, cada vez q u e u n niño Aristóteles
c o n c e p t o s c o m o e l círculo p e r f e c t o se e n c u e n t r a c o n u n p e r r o , p e r c i b e
(que no p u e d e e x i s t i r e n la n a t u r a l e - todo lo q u e tiene e n común c o n otros
za), pero Aristóteles concluyó q u e el perros, por lo q u e al final puede reco-
análisis d e l m u n d o n a t u r a l también nocer las características q u e h a c e n
descubre ciertas constantes. q u e algo sea u n perro. A h o r a el niño
60 ARISTÓTELES
Sócrates y sus contemporáneos. Por
el contrario, la teoría de Aristóteles

éé
es mucho más llana y está presen-
tada en u n lenguaje mucho más pro-
saico y académico. Es más, Aristó-
teles estaba t a n convencido de que
El deseo de aprender está en la verdad del m u n d o se encuentra
la naturaleza del hombre. en la Tierra, y no en alguna otra di-
Aristóteles mensión más elevada, que dedicó
su v i d a a recoger muestras de flora
y fauna, y a clasificarlas en función
de sus características.
Para llevar a cabo d i c h a clasifi-
cación biológica, Aristóteles elaboró
u n sistema jerárquico que fue el pri-
Aristóteles clasificó muchas de las mero de su clase, y t a n exquisito que
ramas de conocimiento y de aprendizaje hoy sigue constituyendo la base de
que conocemos hoy, como la física, la la taxonomía actual. Primero, divi-
lógica, la metafísica, la poesía, la ética,
de el mundo natural en seres vivos e
la política y la biología.
inertes. Luego, atendiendo a la clasi-
ejemplos de ese algo. Por ejemplo, la table de j u s t i c i a es por medio de la ficación de los seres vivos, los divi-
«canicidad» no es solamente u n a ca- observación de cómo se manifiesta de en animales y plantas, lo que i m -
racterística compartida por todos los a nuestro alrededor. plica el m i s m o t i p o de pensamiento
perros, sino que es algo inherente a Aristóteles, pues, se distancia de que sustenta su teoría de las cuali-
todos y cada uno de los perros. Por Platón no porque niegue la existen- dades universales: podemos diferen-
lo tanto, si estudiamos las cosas con- cia de cualidades universales, sino ciar una planta de u n a n i m a l casi sin
cretas, podemos llegar a conocer su porque cuestiona tanto su naturale- pensarlo, pero, ¿cómo aprendemos a
naturaleza universal e inmutable. za como la manera en que llegamos hacer esa diferencia? Para Aristóte-
Aristóteles argumenta que lo que a conocerlas (en esto último consis- les, la respuesta se encuentra en las
es cierto para los ejemplos del mundo te la epistemología, o teoría del co- características que comparten sen-
natural, también lo es para los con- nocimiento). Esta diferencia de opi- das categorías. Todos los animales
ceptos relativos a los seres humanos. nión acerca de cómo llegamos a las c o m p a r t e n la forma «animal», y to-
Ideas como «virtud», «justicia», «be- verdades universales fue lo que pos- das las plantas c o m p a r t e n la forma
lleza» o «bondad» pueden estudiarse teriormente dividió a los filósofos en «planta». Una vez entendemos la na-
exactamente de la m i s m a manera. dos grupos: los racionalistas (como turaleza de esas formas, las recono-
Opina que, cuando nacemos, nues- Rene Descartes, I m m a n u e l K a n t y cemos en todas y cada u n a de sus
tras mentes son «pizarras en blanco» Gottfried Leibniz), que apuestan por manifestaciones.
y todas las ideas que llegamos a ad- u n c o n o c i m i e n t o i n n a t o , o a priori; Esto se hace todavía más eviden-
quirir las recibimos mediante los sen- y los empiristas (como John Locke, te a m e d i d a que Aristóteles subdi-
tidos. A l nacer, carecemos de ideas George Berkeley o David Hume), que vide el m u n d o natural. Por ejemplo,
innatas, por lo que no d i s t i n g u i m o s defienden que todo el conocimiento para clasificar u n espécimen de pez,
el b i e n del m a l . Sin embargo, a m e - procede de la experiencia. antes debemos reconocer qué es lo
d i d a que encontramos ejemplos de que hace que u n pez sea tal, lo que,
j u s t i c i a a lo largo de nuestras vidas, Clasificación biológica de nuevo, puede llegar a saberse me-
aprendemos a reconocer las cualida- El modo en que Platón y Aristóteles d i a n t e la experiencia y no requiere
des que tienen en común todos esos llegan a sus teorías nos dice mucho c o n o c i m i e n t o i n n a t o alguno. A me-
ejemplos y, poco a poco, construimos sobre sus temperamentos. La teoría dida que Aristóteles construye una
y reunamos nuestra comprensión de de las ideas de Platón es grandiosa y clasificación completa de todos los
lo que es la justicia. E n otras pala- sobrenatural, hecho que se refleja en seres vivos, desde los seres más sen-
bras, el único modo en que llegamos cómo la presenta, con unos diálogos cillos hasta los seres humanos, esto
a conocer el concepto eterno e i n m u - muy ingeniosos protagonizados por se confirma u n a y otra vez.
EL MUNDO ANTIGUO 61
Explicación teleológica para Aristóteles todo lo q u e hay en les, no es ajeno a la ciencia, sino u n a
Otra cosa q u e se hizo evidente para el mundo puede explicarse mediante extensión lógica de la biología.
Aristóteles durante el proceso de cla- cuatro causas que dan cuenta plena- Aristóteles u t i l i z a el ejemplo de
sificación del m u n d o natural fue que mente de la existencia de cualquier u n ojo: la causa final del ojo, su co-
la «forma» de u n a c r i a t u r a no atañe objeto. Estas cuatro causas son: la metido, es ver. Esta función es el ob-
únicamente a sus características fí- causa material, o de qué está hecha jetivo, o telos, del ojo (telos es la raíz
sicas, como la piel, el pelaje, las plu- u n a cosa; la causa formal, o la disposi- griega de «teleología», o el estudio de
mas o las escamas, sino también de ción o forma de u n a cosa; la causa efi- las finalidades en la naturaleza). Por
lo que hace y de la conducta que pre- ciente, o cómo llega a existir una cosa; lo tanto, la explicación teleológica de
senta, lo que, para Aristóteles, tiene y la causa final, o la función u objeto u n a cosa es una explicación de su fi-
implicaciones éticas. de u n a cosa. Es esta última causa, la nalidad, y conocer la finalidad de u n a
Para comprender la relación con «causa final», la q u e se relaciona con cosa es también saber qué constitu-
la ética, antes debemos saber q u e la ética, u n tema que, para Aristóte- ye u n a «buena» o «mala» versión de
la misma; por ejemplo, u n buen ojo es
aquel que ve bien.
L a clasificación aristotélica de los seres vivos fue
E n el caso del ser humano, u n a
el primer análisis detallado del mundo natural. Se basa
en las observaciones generales de las características que v i d a «buena» es la q u e nos p e r m i t e
comparten todos los animales, a los que luego subdivide alcanzar nuestra finalidad, o utilizar
en categorías cada vez más precisas. p l e n a m e n t e todas las característi-
cas que nos hacen h u m a n o s . Pode-
mos considerar que u n a persona es
«buena» s i utiliza las características
con las que nació, y sólo puede ser
feliz si emplea todas sus capacida-
des en la búsqueda de la v i r t u d , cuya
forma más elevada es la sabiduría,
según Aristóteles. Esto cierra el cír-
culo y nos lleva de nuevo a la pregun-
t a de cómo podemos reconocer aque-
llo a lo que llamamos v i r t u d ; u n a vez
más, para Aristóteles la observación
es la respuesta. Sabemos lo q u e es
u n a «vida buena» observando a las
personas q u e nos rodean.

éé
Linneo y Cuvier han sido
mis dos dioses, en diversa
medida, claro está; ambos,
empero, se me representan
como dos simples colegiales
al lado del viejo Aristóteles.
Charles Darwin
«Sócrates es mortal» es la conclusión innegable del
silogismo más famoso de la historia. El silogismo aristotélico,

éé
una sencilla deducción a partir de dos premisas de una
conclusión, fue el primer sistema formal de la lógica.

Todas las acciones


Todos los hombres se deben a una de
son m o r t a l e s estas siete causas:
casualidad, naturaleza,
compulsión, costumbre,
razonamiento, ira o apetito.
Aristóteles
P o r lo t a n t o ,
Sócrates e s m o r t a l

E l silogismo tanto, debía ser u n a característica nístico de la historia griega, que pre-
En el proceso de clasificación, Aristó- i n n a t a q u e definía p a r t e de lo q u e senció el declive de la influencia ate-
teles formula u n modo sistemático de es u n ser h u m a n o . A u n q u e carece- niense. El Imperio romano empezaba
lógica que aplica a todo espécimen a mos de ideas inherentes a nosotros a convertirse en la fuerza d o m i n a n t e
fin de d e t e r m i n a r s i pertenece o no mismos, sí poseemos esta capacidad e n el Mediterráneo, y la filosofía que
a una categoría concreta. Por ejemplo, innata, necesaria para aprender de la adoptó de Grecia fue la de los estoi-
u n a de las características q u e c o m - experiencia. A l aplicar esto a su sis- cos. Las escuelas rivales de Platón y
p a r t e n todos los reptiles es q u e son t e m a jerárquico, Aristóteles se per- de Aristóteles (la A c a d e m i a de Pla-
de sangre fría; por lo tanto, si u n es- cató de q u e el poder ingénito del ra- tón y el Liceo de Aristóteles en A t e -
pécimen concreto es de sangre ca- zonamiento es lo q u e nos d i s t i n g u e nas) seguían abiertas, pero habían
liente, no puede tratarse de u n reptil. del resto de seres vivos, por lo que nos perdido s u i m p o r t a n c i a anterior.
De la m i s m a manera, todos los m a - colocó en la c i m a de la jerarquía. Como resultado, m u c h o s de los
míferos c o m p a r t e n la característica escritos de Aristóteles se perdieron.
de que a m a m a n t a n a sus crías; por lo Declive de l a G r e c i a clásica Se cree q u e escribió varios cientos
tanto, s i u n espécimen es u n mamí- El extraordinario alcance de las ideas de tratados y de diálogos donde expli-
fero, amamantará a sus crías. Aristó- de Aristóteles y el modo revoluciona- caba sus teorías; no obstante, todo lo
teles detecta una pauta en este modo rio en q u e i n v a l i d a la teoría de las que nos ha llegado son fragmentos de
de pensamiento, en el que dos premi- ideas de Platón deberían haber ga- sus obras, sobre todo en forma de cla-
sas d a n lugar a u n a conclusión; por rantizado para su filosofía u n impac- ses y de notas. Afortunadamente para
ejemplo en la forma: si todo A es X, y to m u c h o mayor del q u e t u v o d u r a n - la posteridad, sus seguidores conser-
B es A, entonces B es X. E l «silogis- te s u v i d a . Esto no s i g n i f i c a q u e s u varon estos d o c u m e n t o s , que con-
mo», como se conoce a esta forma de obra fuera perfecta: su astronomía y tienen la información suficiente para
razonamiento, es el p r i m e r s i s t e m a su geografía tenían defectos; su ética ofrecer u n a i m a g e n de t o d a su obra.
lógico f o r m a l diseñado y fue el m o - defendía la esclavitud y consideraba
delo lógico básico hasta el siglo xix. q u e la mujer era inferior a l hombre; E l legado de Aristóteles
Sin embargo, el silogismo es más y s u lógica no era completa, según El auge d e l i s l a m en el siglo vn d.C.
que u n producto derivado de la clasi- los c r i t e r i o s actuales. S i n embargo, posibilitó la traducción al árabe de la
ficación sistemática q u e Aristóteles sus aciertos supusieron u n a revolu- obra de Aristóteles y su difusión por
hizo del m u n d o natural. A l utilizar el ción en la filosofía y en las ciencias. todo el m u n d o islámico, hasta con-
r a z o n a m i e n t o analítico en forma de Pero Aristóteles vivió al final de vertirse en u n a lectura esencial para
lógica, Aristóteles cayó en la cuenta u n a era. Alejandro Magno, que había m u c h o s estudiosos de Oriente Me-
de q u e la potencia de la razón no de- sido s u a l u m n o , falleció poco antes dio, como A v i c e n a o Averroes. Por el
pendía de los sentidos y que, por lo que él, dando i n i c i o al periodo hele- contrario, en la Europa occidental, la
EL MUNDO ANTIGUO 63
I e n los l i b r o s q u e a c t u a l m e n t e cono-
cemos, c o m o Física, el Órganon y la
| Ética a Nicómaco. Ya e n el siglo xm,
i s a n t o Tomás d e A q u i n o desafió l a
I prohibición d e la obra de Aristóteles
y la integró e n la filosofía c r i s t i a n a ,
del m i s m o modo q u e s a n Agustín
No hay nada en la mente
había a d o p t a d o a Platón. Así, Platón
que no haya estado antes
y Aristóteles volvieron a enfrentarse. en los sentidos.
Los a p u n t e s d e Aristóteles sobre
John Locke
lógica (recogidos e n el Órganon) con-
t i n u a r o n s i e n d o e l t e x t o básico so-
bre el t e m a h a s t a la aparición de la
lógica matemática en el siglo xix. Del
m i s m o m o d o , s u clasificación d e los
seres v i v o s dominó el p e n s a m i e n t o
o c c i d e n t a l d u r a n t e t o d a la E d a d M e - U n a vez más, las diferencias entre
d i a y se convirtió e n la scala naturae u n o s y otros e r a n cuestión t a n t o d e
(escala d e la n a t u r a l e z a ) c r i s t i a n a , o t e m p e r a m e n t o como de s u s t a n c i a : lo
g r a n c a d e n a de seres, q u e represen- c o n t i n e n t a l c o n t r a lo inglés; lo poé-
L a g r a n i n f l u e n c i a de Aristóteles t a b a t o d a la creación d o m i n a d a por t i c o c o n t r a lo académico; platónicos
sobre la historia del pensamiento puede el h o m b r e , sólo s u p e r a d o p o r D i o s . c o n t r a aristotélicos. A pesar de q u e
apreciarse en la gran cadena de seres, D u r a n t e el R e n a c i m i e n t o , siguió i m - este debate se apagó d u r a n t e todo el
una representación medieval de la vida p e r a n d o el método de investigación siglo x i x , e n los últimos t i e m p o s se
como una jerarquía, presidida por Dios.
empírica d e Aristóteles. h a reavivado el interés por Aristóte-
El siglo xvi! presenció el cénit d e l les y s u obra, q u e h a v u e l t o a cobrar
traducción q u e Boecio hizo al latín del d e b a t e entre e m p i r i s t a s y r a c i o n a l i s - i m p o r t a n c i a . L o s filósofos m o d e r n o s
tratado d e Aristóteles sobre la lógica, t a s , c u a n d o Rene D e s c a r t e s publicó se h a n s e n t i d o e s p e c i a l m e n t e atraí-
en el siglo vi d.C, fue la única obra d i s - s u Discurso del método. D e s c a r t e s , dos h a c i a s u ética, y a q u e h a n v i s -
ponible h a s t a el siglo ix, c u a n d o todas y L e i b n i z y K a n t después d e él, es- l u m b r a d o e n s u definición f u n c i o n a l
las demás empezaron a traducirse del c o g i e r o n la r u t a r a c i o n a l i s t a ; e n res- d e l «bien» u n a clave p a r a p o d e r e n -
árabe al latín. E n e s t a m i s m a época p u e s t a , L o c k e , B e r k e l e y y H u m e se t e n d e r d e qué m a n e r a e m p l e a m o s el
fue c u a n d o s u s ideas s e r e c o g i e r o n u n i e r o n a la oposición e m p i r i s t a . lenguaje ético. •

Aristóteles N a c i ó e n E s t a g i r a (península E n e l año 3 3 5 a . C , a l e n t a d o


Calcídica), e n l a z o n a n o r e s t e d e l a p o r A l e j a n d r o , regresó a A t e n a s ,
G r e c i a a c t u a l . Su p a d r e fue médico d o n d e abrió e l Liceo, u n a escuela
de la f a m i l i a real de M a c e d o n i a , q u e rivalizó c o n l a d e Platón. Allí
y se le educó c o m o m i e m b r o d e l a formalizó s u s i d e a s y elaboró l a
a r i s t o c r a c i a . A los diecisiete años le mayoría d e s u s e s c r i t o s . T r a s
e n v i a r o n a l a A c a d e m i a d e Platón, la muerte de Alejandro M a g n o
e n l a c u a l p a s ó c a s i v e i n t e años el año 323 a . C , u n m o v i m i e n t o
d e s u v i d a c o m o a l u m n o y profesor. a n t i m a c e d o n i o recorrió A t e n a s
C u a n d o Platón falleció, Aristóteles y A r i s t ó t e l e s huyó a C a l c i s , e n
se m a r c h ó d e A t e n a s y se dirigió l a i s l a d e E u b e a , d o n d e falleció
a J o n i a , d o n d e p a s ó v a r i o s años u n año más t a r d e .
e s t u d i a n d o la v i d a n a t u r a l de la
zona. E n t o n c e s le n o m b r a r o n t u t o r Obras principales
en la corte macedonia, en la que
enseñó a l j o v e n A l e j a n d r o M a g n o Órganon, Física ( c o m p i l a d o s
m i e n t r a s proseguía sus e s t u d i o s . e n f o r m a d e l i b r o e n e l s i g l o ix).
LA MUERTE NO
ES NADA PARA
NOSOTROS
EPICURO (341-270 a.C.)

E
picuro nació cuando la filo- La base de la filosofía desarro-
EN CONTEXTO sofía de la antigua Grecia ya llada por Epicuro reside en defender
había alcanzado su punto ál- que el objetivo de la vida es la paz de
RAMA
gido con las ideas de Platón y Aristó- espíritu, o tranquilidad. A r g u m e n -
Ética
teles. El foco principal del pensamien- ta que tanto el placer como el dolor
ORIENTACIÓN to filosófico se estaba desplazando de son el origen del bien y del mal, y que
Epicureismo la metafísica a la ética, pero también cualidades como la v i r t u d y la justi-
de la ética política a la personal. Sin cia proceden de esas mismas raí-
ANTES embargo, Epicuro encontró las semi- ces, ya que «es imposible vivir una
F i n a l e s d e l siglo v a.C. Según llas de una nueva escuela de pensa- vida placentera s i n sabiduría, s i n
Sócrates, la clave de u n a v i d a miento en el trabajo de los primeros honor y s i n justicia, y es imposible
satisfactoria es la búsqueda del filósofos, como en el análisis que hizo vivir con sabiduría, con honor y con
conocimiento y de la verdad. Sócrates sobre la verdad de concep- justicia sin una vida placentera». Se
tos y valores humanos básicos. suele interpretar, erróneamente, que
C. 400 a.C. Demócrito y Leucipo
el pensamiento epicúreo consiste,
concluyen que el cosmos sólo
sencillamente, en la búsqueda de los
se compone de átomos que se
placeres sensuales. Para Epicuro, el
mueven e n u n espacio vacío.
mayor de los placeres solamente se
DESPUÉS puede alcanzar por medio del co-
C . 50 a . C . E l poema De rerum nocimiento, de la a m i s t a d y de una
natura, escrito por el filósofo vida moderada, carente de miedo y
romano Lucrecio, explora las de dolor.
ideas de Epicuro.
E l miedo a la muerte
1789 Jeremy Bentham defiende Según Epicuro, uno de los principa-
la idea u t i l i t a r i a de «la mayor les obstáculos a la hora de alcanzar
felicidad para el mayor número la tranquilidad de espíritu es el miedo
[de personas]». a la muerte, y ese miedo se acrecien-
1861 J o h n Stuart M i l i afirma ta con la creencia religiosa de que si
se incurre en la ira divina, el castigo
que los placeres intelectuales Imágenes terroríficas del despiadado
durante la otra v i d a será m u y seve-
y e s p i r i t u a l e s son superiores dios de la muerte Tánatos describían el
dolor y el tormento que podían sufrir los ro. Epicuro, en lugar de proponer u n
a los físicos.
antiguos griegos por sus pecados, tanto estado alternativo de inmortalidad,
al morir como al pasar al otro mundo. trata de explicar la naturaleza de la
EL MUNDO ANTIGUO 65
Véase también: Demócrito y Leucipo 45 • Sócrates 46-49 • Platón 50-55
Aristóteles 56-63 • Jeremy Bentham 174 • John Stuart Mili 190-193

La m u e r t e La muerte
es el fin de es el fin de la
El objetivo
las sensaciones conciencia, por lo
de la v i d a es
por lo q u e n o que n o p u e d e
la f e l i c i d a d
puede causar causar daño
daño físico emocional

Epicuro

Nació e n l a isla de Samos ( m a r


La i n f e l i c i d a d es Egeo). D e p a d r e s a t e n i e n s e s ,
consecuencia del No d e b e m o s Epicuro empezó a estudiar
miedo, y l a m u e r t e temer a la filosofía c o n u n a l u m n o d e
es nuestro m a y o r muerte. Platón. E l año 323 a.C. falleció
miedo. A l e j a n d r o M a g n o , lo q u e dio
l u g a r a c o n f l i c t o s políticos q u e
obligaron a su familia a huir
a Colofón ( a h o r a e n Turquía).
A l l í prosiguió s u s e s t u d i o s
c o n Nausífanes, s e g u i d o r d e
Demócrito.
Enseñó b r e v e m e n t e e n
M i t i l e n e , e n l a i s l a de Lesbos,
y e n Lámpsaco, e n l a península
g r i e g a , a n t e s de t r a s l a d a r s e a
A t e n a s e l año 306 a.C. Fundó
u n a escuela, conocida como
E l Jardín, q u e consistía e n u n
muerte. Primero, propone que, c u a n - puede p e r c i b i r nada, n i m e n t a l n i fí-
g r u p o de a m i g o s y seguidores.
do m o r i m o s , no somos conscientes sicamente, c u a n d o m o r i m o s , es a b - F u e allí d o n d e desarrolló c o n
de n u e s t r a m u e r t e , p o r q u e n u e s t r a surdo dejar q u e el m i e d o a la m u e r t e e n o r m e d e t a l l e l a filosofía q u e
conciencia (o alma) deja de existir en nos cause dolor c u a n d o todavía es- p o s t e r i o r m e n t e se conocería
ese m o m e n t o . Para explicarlo, E p i - t a m o s vivos. como epicureismo.
c u r o p a r t e de la idea de q u e el u n i - A u n q u e m u y devotos, Epicuro no Pese a q u e tenía m u y m a l a
verso c o n s i s t e o b i e n en átomos o atrajo a m u c h o s seguidores d u r a n t e s a l u d y sufría g r a n d e s dolores,
bien en espacio vacío, t a l y como afir- s u v i d a , y c o m o se c o n s i d e r a b a q u e vivió h a s t a los 72 años de edad.
m a b a n los filósofos atomistas, como a t e n t a b a c o n t r a la religión, fue bas- Gracias a sus férteas creencias,
Demócrito y Leucipo. E p i c u r o razo- t a n t e i m p o p u l a r . L a c o r r i e n t e filosó- E p i c u r o describió e l último
na q u e , c o m o el a l m a n o p u e d e ser fica p r i n c i p a l no le prestó demasiada día d e s u v i d a como u n día
espacio vacío, porque opera de forma atención d u r a n t e siglos, pero volvió v e r d a d e r a m e n t e feliz.
dinámica c o n el cuerpo, h a de estar a cobrar i m p o r t a n c i a en el siglo XVIII,
Obras principales
c o m p u e s t a por átomos. Describe los con las ideas de Jeremy B e n t h a m y
átomos del a l m a d i s t r i b u i d o s por el de J o h n S t u a r t M i l i . E n la política re-
Pricipios del siglo ni a.C.
cuerpo, a u n q u e t a n frágiles q u e se volucionaria, los alegatos de E p i c u r o
Sobre la naturaleza.
d i s u e l v e n e n el m o m e n t o de nues- se reflejan e n la declaración de i n d e -
Máximas capitales.
t r a m u e r t e , por lo q u e y a n o somos pendencia de EE U U : «Vida, l i b e r t a d
Gnomologio Vaticano.
capaces de p e r c i b i r n a d a . Si no se y búsqueda de la felicidad». •
TIENE MAS EL QUE
SE CONTENTA
CON POCO
DIÓGENES DE SÍNOPE (c. 404-323 a.C.)

E
n u n a ocasión, Platón des-
EN CONTEXTO cribió a Diógenes como «un
Sócrates enajenado». Pese a
RAMA
que lo dijo como u n insulto, no esta-
Ética
ba m u y lejos de la verdad. Diógenes
ORIENTACIÓN compartía con Sócrates la pasión por
Cinismo la v i r t u d y el rechazo por las comodi-
dades materiales, pero llevó al extre-
ANTES m o esas ideas. Defendía que, para
F i n a l e s d e l siglo v a . C . llevar u n a v i d a buena, u n a q u e m e -
Sócrates enseña q u e l a v i d a rezca ser vivida, es necesario liberar-
i d e a l c o n s i s t e e n la búsqueda se de las restricciones externas q u e Diógenes rechazaba los valores
de l a v e r d a d . impone la sociedad y del descontento materiales y decidió vivir en la calle.
interno q u e causan el deseo, la emo- Desdeñaba todas las convenciones, se
Principios d e l siglo iv a . C . alimentaba de sobras y se vestía (cuando
ción y el miedo. Creía que era posible
Antístenes, p u p i l o d e Sócrates, lograr este estado si uno se contenta- tenía a bien hacerlo) con harapos.
d e f i e n d e l a v i d a ascética, e n ba con v i v i r u n a v i d a sencilla, regida
armonía c o n l a n a t u r a l e z a . por la razón y por los impulsos n a t u - más n a t u r a l posible. A f i r m a b a n que
rales, s i rechazaba las convenciones c u a n t o más se lograra aproximarse
DESPUÉS
s i n sentir vergüenza y s i renunciaba a esto, t a l y como hizo Diógenes, que
C . 301 a . C . Influido por
al deseo de posesiones materiales y vivió u n a vida de pobreza con el único
Diógenes, Zenón d e C i t i o
de comodidad. cobijo de una tinaja abandonada, más
f u n d a l a escuela estoica.
Diógenes fue el primero de u n gru- cerca se estaba de la vida ideal.
Siglo iv d . C . San Agustín de po de pensadores q u e r e c i b i e r o n el La persona más feliz, aquella que
H i p o n a d e n u n c i a la vergonzosa nombre de cínicos, término derivado en palabras de Diógenes «tiene más»,
conducta de los cínicos quienes, del griego kunikos, «como u n perro», el es, por lo tanto, la q u e v i v e en conso-
a pesar de ello, se convierten e n cual t r a n s m i t e la determinación con nancia con el ritmo del mundo natural,
el m o d e l o d e v a r i a s órdenes que los cínicos desdeñaban todas las libre de las ataduras de las convencio-
c r i s t i a n a s ascéticas. formas de costumbres sociales y de nes y de los valores de la sociedad c i -
etiqueta, y escogían v i v i r de la forma vilizada, y «se contenta c o n poco». •
1882 Friedrich Nietzsche
c i t a a Diógenes y s u s i d e a s
Véase también: Sócrates 46-49 • Platón 50-55 • Zenón de Citio 67
e n La gaya ciencia.
San Agustín de Hipona 72-73 • Friedrich Nietzsche 214-221
EL MUNDO ANTIGUO 67

EL OBJETIVO DE LA
VIDA ES LA ARMONIA
1 CON LA NATURALEZA
ZENÓN DE CITIO (c. 332-265 a.C.)

T
ras la m u e r t e de Aristóteles, las q u e ejerce escaso o nulo control
EN CONTEXTO aparecieron dos grandes es- y ser ajeno a l dolor y al placer, a la
cuelas de p e n s a m i e n t o filo- pobreza y a la riqueza. N o obstante,
RAMA
sófico. U n a fue la ética h e d o n i s t a y Zenón cree q u e c u a n d o u n a perso-
Ética
atea de Epicuro, q u e ejerció u n atrac- na decide hacerlo, podrá v i v i r u n a
ORIENTACIÓN t i v o l i m i t a d o , y la otra el estoicismo v i d a en armonía c o n la naturaleza
Estoicismo de Zenón de Citio, mucho más popu- en t o d o s los aspectos, t a n t o buenos
lar y duradero. como malos, y según las reglas del
ANTES Zenón se formó c o n u n discípulo legislador supremo.
C. 3 8 0 a . C . Platón p r e s e n t a de Diógenes de Sínope, el Cínico, c o n El estoicismo encontró seguido-
s u s i d e a s s o b r e l a ética y l a q u i e n compartía u n a visión sencilla res e n la mayor p a r t e d e la Grecia
c i u d a d - e s t a d o e n la República. de la v i d a . L a s especulaciones m e - helenística, pero aún reunió más en
tafísicas le i m p a c i e n t a b a n y llegó a el creciente I m p e r i o romano, donde
S i g l o i v a . C . Diógenes d e
creer q u e el cosmos estaba goberna- floreció como base para la ética p o -
Sínope v i v e e n l a p o b r e z a
do por leyes naturales, ordenadas por lítica y social, h a s t a ser s u s t i t u i d o
extrema para demostrar sus
u n legislador supremo. Defiende q u e por el c r i s t i a n i s m o en el siglo vi. •
p r i n c i p i o s cínicos.
el h o m b r e es absolutamente incapaz
DESPUÉS de c a m b i a r esa realidad, por lo que,
además de d i s f r u t a r de sus m u c h a s

éé
C . 4 0 - 4 5 d . C . E n s u s Diálogos,
el filósofo y político r o m a n o ventajas, también h a de aceptar s u
Séneca el J o v e n continúa l a crueldad e injusticia.
tradición estoica.
Libre albedrío La felicidad consiste en
C . 1 5 0 - 1 8 0 E l emperador M a r c o S i n embargo, Zenón también decla- el buen fluir de la vida.
Aurelio escribe Meditaciones, ra q u e el ser h u m a n o está dotado de Zenón d e C i t i o
u n a o b r a d e d o c e volúmenes u n a l m a r a c i o n a l c o n la q u e p u e d e
sobre l a filosofía estoica. ejercer el l i b r e albedrío. N a d i e está
o b l i g a d o a v i v i r u n a v i d a «buena».
1584 Justo Lipsio, h u m a n i s t a
Es cuestión de cada u n o d e c i d i r s i
flamenco, escribe D e Constantia,
desea dejar a u n lado las cosas sobre
d o n d e c o m b i n a el e s t o i c i s m o
c o n e l c r i s t i a n i s m o , y f u n d a la
Véase también: Platón 50-55 Aristóteles 56-63 • Epicuro 64-65
escuela d e l n e o e s t o i c i s m o . Diógenes de Sínope 66
DIOS NO
ES LA CAUSA
DEL MAL
SAN AGUSTÍN DE HIPONA (354-430)

A
san Agustín le interesaba
EN CONTEXTO especialmente el problema
Los seres humanos
del mal. Si Dios es comple-
RAMA son s e r e s r a c i o n a l e s
tamente bueno y todopoderoso, ¿por
Ética
qué hay m a l en el mundo? Para los
ORIENTACIÓN cristianos como san Agustín, ade-
Platonismo cristiano más de para los fieles del judaismo
y del islam, esta era, y sigue siendo,
ANTES una cuestión fundamental, porque
C . 4 0 0 a.C. E n Gorgias, Platón convierte u n hecho obvio en el mun-
a r g u m e n t a q u e el m a l no es do (la existencia del mal) en u n argu-
algo, sino la ausencia de algo. mento contra la existencia de Dios.
San Agustín responde con facili-
S i g l o m d . C . Plotino recupera
dad a u n a parte del problema. Cree
la visión del b i e n y del m a l de
que, aunque Dios creó todo lo que
Platón.
existe, no creó el mal, pues el mal no
DESPUÉS es una cosa sino la ausencia o defi-
C. 520 Boecio aplica la teoría ciencia de algo. Por ejemplo, el mal del
a g u s t i n i a n a del m a l e n su obra ciego es que no tiene vista; y el de u n
La consolación de la filosofía. ladrón es que carece de honestidad.
San Agustín toma esta manera de
C. 1130 Pedro A b e l a r d o pensar de Platón y sus seguidores.
rechaza la idea de q u e no
hay cosas malas. Una libertad esencial
1525 Martín Lutero, el Sin embargo, san Agustín aún debe
fraile y teólogo alemán q u e explicar por qué Dios ha creado u n
inspiró la Reforma protestante, mundo en el que son posibles estos
p u b l i c a Sobre el cautiverio del males, o deficiencias, naturales. Su
respuesta gira en torno a la idea de
albedrío, donde n i e g a el libre
que los seres humanos son raciona-
albedrío del ser h u m a n o .
Dios n o e s l a les. Argumenta que, para poder crear
criaturas racionales, como el ser hu-
causa del mal.
mano, Dios tuvo que concederles l i -
bertad de albedrío. El libre albedrío
EL MUNDO MEDIEVAL 73
Véase t a m b i é n : Platón 50-55 • Plotino 331 • Boecio 74-75 •
Pedro Abelardo 333 « David Hume 148-153

s i g n i f i c a poder elegir, lo q u e i n c l u y e i Explicación de los


escoger entre el bien y el m a l . Por este m a l e s de l a n a t u r a l e z a
motivo, Dios t u v o q u e dejar a b i e r t a la D e s d e l a é p o c a de s a n A g u s t í n de
p o s i b i l i d a d de q u e el p r i m e r h o m b r e , H i p o n a , la mayoría de filósofos c r i s -
Adán, e s c o g i e r a el m a l e n l u g a r d e l t i a n o s h a n a b o r d a d o el p r o b l e m a del
bien. Según la B i b l i a , esto es e x a c t a - m a l basándose e n a l g u n o de los tres
m e n t e lo q u e sucedió, y a q u e A d á n e n f o q u e s q u e él propuso; por el c o n -
incumplió l a o r d e n d i v i n a de no co- t r a r i o , sus oponentes, c o m o el filóso-
mer f r u t a del árbol del c o n o c i m i e n t o . ! fo D a v i d H u m e , h a n a f i r m a d o q u e se
De h e c h o , el d i s c u r s o e l a b o r a d o • t r a t a de unos a r g u m e n t o s m u y p o c o
por s a n A g u s t í n no n e c e s i t a l a B i - ' sólidos y los h a n u t i l i z a d o e n c o n t r a j S a n Agustín de H i p o n a
blia p a r a sostenerse. L a r a c i o n a l i d a d d e l c r i s t i a n i s m o . Por ejemplo, d e c i r
c o n s i s t e e n la c a p a c i d a d de e v a l u a r q u e la e n f e r m e d a d es la a u s e n c i a de A u r e l i o A g u s t í n nació e l
s a l u d p a r e c e u n j u e g o de p a l a b r a s : año 3 5 4 d.C. e n T a g a s t e , u n a
opciones por m e d i o d e l r a z o n a m i e n -
! sí, es c i e r t o q u e la e n f e r m e d a d p u e d e | pequeña c i u d a d de provincias
to. E l p r o c e s o sólo es p o s i b l e c u a n -
deberse a la a u s e n c i a de algo, pero el • e n e l n o r t e de Á f r i c a , h i j o d e
do hay l i b e r t a d p a r a escoger, lo q u e
| s u f r i m i e n t o del enfermo es a b s o l u t a - ! m a d r e c r i s t i a n a y de p a d r e
i n c l u y e la l i b e r t a d de escoger el m a l .
p a g a n o . Se le educó e n e l a r t e
F i n a l m e n t e , San Agustín sugiere m e n t e real. A d e m á s , ¿cómo se e x p l i - i d e l a retórica, q u e e n s e ñ ó e n
u n a t e r c e r a solución a l p r o b l e m a , y I c a n los m a l e s de la n a t u r a l e z a , c o m o ¡ su ciudad natal, en Cartago,
nos p i d e q u e o b s e r v e m o s el m u n d o i las plagas y los t e r r e m o t o s ? en R o m a y en Milán, donde
c o m o algo bello. A f i r m a q u e , a u n q u e Para los no c r e y e n t e s , la e x i s t e n - i ocupó u n cargo p r e s t i g i o s o .
el m a l e x i s t a , e s t e c o n t r i b u y e a u n c i a del m a l e n n u e s t r o m u n d o p u e d e j D u r a n t e u n t i e m p o profesó
bien general mayor q u e la ausencia s e g u i r s i e n d o u n a p r u e b a de q u e no e l m a n i q u e í s m o , religión q u e
del m i s m o , así c o m o las d i s o n a n c i a s hay u n dios todopoderoso y bueno; e n t i e n d e e l b i e n y el m a l c o m o
m u s i c a l e s p u e d e n hacer más h e r m o - , p e r o p a r a los q u e c r e e n e n Dios, los fuerzas duales que r i g e n el
sa u n a melodía o las zonas o s c u r a s I a r g u m e n t o s de s a n A g u s t í n p u d i e - universo, pero la influencia del
a u m e n t a r la belleza de u n c u a d r o . r a n r e p r e s e n t a r u n a respuesta. • arzobispo A m b r o s i o de Milán
h i z o q u e se s i n t i e r a atraído p o r
e l c r i s t i a n i s m o . E l año 386, t r a s
s u f r i r u n a c r i s i s e s p i r i t u a l , se

éé
convirtió. A b a n d o n ó e n t o n c e s
s u c a r r e r a y se dedicó a e s c r i b i r
o b r a s c r i s t i a n a s , c a s i t o d a s de
elevada naturaleza filosófica.
Lo m i s m o que E n e l año 3 9 5 f u e n o m b r a d o
hacía a Adán capaz o b i s p o d e H i p o n a , e n el n o r t e
de obedecer a Dios de África, c a r g o q u e ocupó
le hizo capaz de pecar. h a s t a s u m u e r t e , a los 75 años
S a n Agustín de Hipona de edad, d u r a n t e el asedio y
el s a q u e o a q u e los vándalos
sometieron dicha ciudad.

Obras principales

C . 3 8 8 - 3 9 5 Sobre el libre
E n u n mundo s i n m a l sería, dice san albedrío.
Agustín, uno sin nosotros: seres racionales C. 3 9 7 - 4 0 1 Confesiones.
capaces de elegir sus actos. Como las de C. 4 1 3 - 4 2 7 Sobre la ciudad
Adán y Eva, nuestras elecciones morales de Dios.
admiten la posibilidad del mal.
It

DIOS PREVÉ
NUESTROS
PENSAMIENTOS Y
NUESTRAS ACCIONES
B BOECIO (c, 480-525)
1

EN CONTEXTO
RAMA Dios vive en el Dios conoce el futuro
Epistemología p r e s e n t e eterno. como si fuera el presente.
ORIENTACIÓN
Platonismo cristiano
\1/
ANTES
C . 3 5 0 a . C . Aristóteles
plantea el problema de afirmar
la veracidad de u n a afirmación Puedo no ir Dios sabe que
sobre el resultado de una acción al cine hoy. hoy iré al cine.
futura.

C. 3 0 0 a . C . El filósofo sirio
Jámblico afirma que lo que
puede conocerse depende de Dios prevé nuestros
la capacidad de q u i e n conoce. pensamientos y nuestras
DESPUES acciones.
C . 1 2 5 0 - 1 2 7 0 Santo Tomás

B
de A q u i n o coincide con Boecio
en que Dios existe fuera del oecio fue u n filósofo roma- Por ejemplo, esta tarde puedo ir al
tiempo, por lo que trasciende no formado en la tradición cine o puedo quedarme en casa es-
la comprensión humana. platónica de la filosofía que cribiendo. A l final, voy al cine. Si es
también era cristiano. Es famoso por así, es cierto ahora (antes de que su-
C. 1300 Para Juan Duns Scoto, haber resuelto el dilema que había ceda) que iré al cine esta tarde. Sin
la libertad humana se basa en la abrumado a Aristóteles: si Dios ya embargo, si ahora ya es cierto, pa-
libertad de actuación de Dios, y sabe qué vamos a hacer en el futuro, rece que, en realidad, no tengo la
Dios conoce nuestras acciones ¿cómo podemos decir que existe el opción de quedarme en casa escri-
futuras y libres por su propio libre albedrío? biendo. Aristóteles fue el primero en
albedrío i n m u t a b l e , pero libre. La mejor manera de comprender plantear el problema, pero no lo res-
dicho dilema es imaginar una situa- pondió con claridad; parece pensar
ción cualquiera de la vida cotidiana. que una frase como «iré al cine esta
t L MUNUU MtUltVAL /D
Véase t a m b i é n : Aristóteles 56-63 • Santo Tomás de Aquino 88-95 • Juan Duns Scoto 333 • Benito Spinoza 126-129 •
Immanuel Kant 164-171

tarde» n o es n i v e r d a d e r a n i falsa, o i e s c r i b i r , p o r q u e eso entraría e n c o n -


al menos n o e n la m i s m a m e d i d a q u e flicto c o n lo q u e Dios y a sabe.
«fui a l c i n e ayer». Para resolver el p r o b l e m a . B o e c i o
afirma q u e u n a m i s m a cosa puede
U n Dios más allá d e l t i e m p o c o n o c e r s e d e d i s t i n t a s m a n e r a s e n
Boecio se enfrenta a u n a interpre- función de la n a t u r a l e z a del q u e co-
tación m u c h o más c o m p l i c a d a d e l I noce. M i perro, por ejemplo, conoce el
m i s m o problema. Pensaba que Dios sol sólo c o m o algo c o n u n a s c u a l i d a -
lo sabía t o d o , n o t a n sólo el p a s a d o des q u e p u e d e p e r c i b i r m e d i a n t e la
y el p r e s e n t e , s i n o también el f u t u - v i s t a y la piel. U n a p e r s o n a , e n c a m -
ro. A s í q u e , s i v o y a i r a l c i n e e s t a bio, t a m b i é n p u e d e r a z o n a r sobre
t a r d e , D i o s y a lo s a b e a h o r a . Por lo q u é t i p o d e c o s a es el sol, y q u i z á s
t a n t o , parecería q u e , e n r e a l i d a d , no sepa qué e l e m e n t o s lo c o m p o n e n , a
soy l i b r e d e e s c o g e r e n t r e i r a l c i n e o qué d i s t a n c i a está d e la Tierra, etc.
B o e c i o e n t i e n d e el t i e m p o d e u n a
manera parecida. Como vivimos en L a Filosofía y Boecio hablan del Ubre
u n flujo t e m p o r a l , sólo p o d e m o s co- I albedrío, del determinismo y de la visión

éé nocer los hechos c o m o pasados (si y a


h a n sucedido), presentes (si están s u -
c e d i e n d o ) o f u t u r o s (si h a n d e pasar).
divina del presente eterno en su influyente
obra La consolación de la ñlosofía.

Todo se conoce, N o p o d e m o s conocer el r e s u l t a d o d e p a r a l e v a n t a r s e , el c o n o c i m i e n t o d e


no por sí m i s m o , sino lo q u e no es s e g u r o q u e s u c e d a e n el Dios de nuestras acciones futuras,
por la capacidad de futuro. Por el contrario, Dios n o e x i s t e c o m o s i f u e r a n p r e s e n t e s , n o nos i m -
q u i e n conoce. en u n flujo t e m p o r a l : v i v e e n u n p r e - p i d e ser l i b r e s .
Boecio s e n t e e t e r n o , y c o n o c e lo q u e p a r a A l g u n o s p e n s a d o r e s a c t u a l e s ar-
n o s o t r o s es pasado, p r e s e n t e y f u t u - gumentarían q u e , c o m o n o h e d e c i -
ro d e l m i s m o m o d o e n q u e n o s o t r o s d i d o aún s i iré a l c i n e e s t a t a r d e , n o
c o n o c e m o s el presente. Y así c o m o el hay n a d a q u e conocer al respecto, por
h e c h o d e q u e yo sepa q u e u s t e d está lo q u e i n c l u s o u n D i o s o m n i s c i e n t e
s e n t a d o n o interfiere c o n s u l i b e r t a d no sabe, n i p u e d e saber, s i iré o no. •

A n i c i o B o e c i o e r a u n aristócrata c i n c o años d e s p u é s , B o e c i o f u e
r o m a n o c r i s t i a n o q u e nació c u a n d o víctima d e i n t r i g a s c o r t e s a n a s ; se
e l I m p e r i o r o m a n o y a se e s t a b a le acusó f a l s a m e n t e d e traición y
d e s i n t e g r a n d o y los ostrogodos fue c o n d e n a d o a m u e r t e . Escribió
d o m i n a b a n I t a l i a . Q u e d ó huérfano L a consolación de la ñlosofía, s u
a l o s s i e t e a ñ o s d e e d a d y se crió obra más conocida, m i e n t r a s
c o n u n a f a m i l i a aristocrática e n e s t a b a e n prisión e s p e r a n d o
R o m a . Recibió u n a e x t r a o r d i n a r i a a ser ejecutado.
educación y h a b l a b a c o n f l u i d e z e l
griego, además de contar c o n u n Obras principales
vasto conocimiento de la literatura
y l a filosofía g r i e g a y l a t i n a . Dedicó C. 510 Comentarios a las
su vida a traducir y a comentar «Categorías» de Aristóteles.
t e x t o s griegos, sobre t o d o las obras C. 5 1 3 - 5 1 6 Comentarios a «Sobre
d e A r i s t ó t e l e s s o b r e lógica, h a s t a la interpretación» de Aristóteles.
q u e f u e n o m b r a d o asesor p r i n c i p a l C. 5 2 3 - 5 2 6 L a consolación
del rey ostrogodo Teodorico. Unos I d e la ñlosofía.
76
EN CONTEXTO

EL ALMA Y EL
RAMA
Metafísica

ORIENTACIÓN
A r i s t o t e l i s m o árabe

CUERPO SON
ANTES
C. 4 0 0 a . C . Platón afirma que
las sustancias del cuerpo y
de la mente son distintas.

DISTINTOS
Siglo iv a . C . Aristóteles
afirma q u e la m e n t e es la
«forma» del cuerpo.

C. 8 0 0 - 9 5 0 d . C . L a obra de

AVICENA (980-1037) Aristóteles se traduce al árabe


por p r i m e r a vez.

DESPUÉS
1 2 5 9 - 1 2 7 3 Tomás de A q u i n o
adapta la explicación aristotélica
de la mente y del cuerpo.
1640 Rene Descartes defiende el
dualismo en sus Meditaciones.
1949 El dualismo es para Gilbert
Ryle, en El concepto de lo mental,
u n «error de categorización».

A
vicena, también conocido
como I b n Sina, es sin duda
el filósofo más importante
de la tradición árabe y uno de los
mayores pensadores del mundo. A l
igual que sus predecesores, Al-Kindi
y Al-Farabi, y también que su suce-
sor, Averroes, Avicena se autopro-
clamó conscientemente como filóso-
fo, no como teólogo del islam, ya que
escogió seguir la manera de pensar
griega y la vía del razonamiento y
de la demostración. En concreto, se
consideraba seguidor de Aristóteles
y sus principales obras son enciclo-
pedias de filosofía aristotélica.
Sin embargo, estas obras trans-
miten la filosofía de Aristóteles pasa-
da por el tamiz del pensamiento de
EL MUNDO MEDIEVAL 77
Véase también: Platón 50-55 • Aristóteles 56-63 • Al-Kindi 332 • Al-Farabi 332
Santo Tomás de Aquino 88-95 • Rene Descartes 116-123 • Gilbert Ryle 337

Avicena

I b n Sina, o A v i c e n a , n o m b r e c o n
q u e se le c o n o c e e n l a tradición
o c c i d e n t a l , nació e l año 9 8 0 e n
u n p u e b l o c e r c a d e Bujará,
hoy e n Uzbequistán. A u n q u e
escribió f u n d a m e n t a l m e n t e e n
árabe, e l l e n g u a j e d e l s a b e r
e n e l m u n d o islámico, s u l e n g u a
n a t i v a e r a e l p e r s a . F u e u n niño
p r o d i g i o q u e p r o n t o superó a
El alma y
sus m a e s t r o s e n lógica, filosofía
el cuerpo s o n y e n m e d i c i n a . Siendo todavía
distintos. adolescente, s u prestigio como
m é d i c o l l e g ó a oídos d e l e m i r
samánida N u h i b n M a n s u r ,
q u e l e abrió l a s p u e r t a s d e
su magnífica b i b l i o t e c a .
Pasó s u v i d a a l servicio de
v a r i o s príncipes, c o m o m é d i c o
A v i c e n a , q u e las s i n t e t i z a . E n a l g u - t a l , es r e s p o n s a b l e d e t o d a s las ac-
y c o n s e j e r o político. C o m e n z ó
nas d o c t r i n a s , c o m o la idea de q u e el t i v i d a d e s q u e p u e d e llevar a c a b o el
a e s c r i b i r a l o s 2 1 años y firmó
u n i v e r s o h a e x i s t i d o siempre, A v i c e - ser h u m a n o , i n c l u s o d e l p e n s a m i e n - más d e 2 0 0 t e x t o s , sobre t e m a s
n a s i g u e la opinión de Aristóteles, a t o . Por ello, Aristóteles no cree p o s i - t a n d i v e r s o s c o m o mecánica de
pesar d e q u e c h o c a b a c o n la o r t o d o - b l e q u e n a d a p u e d a s o b r e v i v i r a la los sólidos, metafísica, fisiología
x i a islámica; pero e n otros a s p e c t o s m u e r t e d e l cuerpo. a n i m a l o s i n t a x i s árabe. Falleció
difiere r a d i c a l m e n t e de la p e r s p e c t i - Por el c o n t r a r i o , A v i c e n a , u n o de d u r a n t e u n a campaña c o n A l a
v a aristotélica. U n ejemplo m a n i f i e s - los «dualistas» m á s f a m o s o s e n l a a l - D a w l a , s u patrón, c u a n d o s u s
t o de ello es s u explicación de la rela- h i s t o r i a d e l a filosofía, o p i n a q u e el r e m e d i o s p a r a e l cólico f u e r o n
ción entre m e n t e (o alma) y cuerpo. c u e r p o y la m e n t e s o n d o s s u s t a n - manipulados, posiblemente
c o n m a l a intención.
c i a s d i s t i n t a s . S u mayor predecesor
L a mente y el e n e s t e a s p e c t o fue Platón, q u e e n -
Obras principales
cuerpo son distintos tendía la m e n t e c o m o u n a s u s t a n c i a
Aristóteles defiende q u e el c u e r p o i n d e p e n d i e n t e y atrapada e n el cuer-
C. 1 0 1 4 - 1 0 2 0 Libro
y la m e n t e de los seres h u m a n o s (y po. Platón creía q u e , a l m o r i r l a per-
de la curación.
de otros a n i m a l e s ) no s o n d o s cosas sona, la m e n t e se l i b e r a de s u prisión
C. 1015 Canon de medicina.
(o «sustancias») diferentes, s i n o u n a y p u e d e reencarnarse e n otro cuerpo. C. 1030 Indicaciones
única u n i d a d , y q u e l a m e n t e es l a E n s u i n t e n t o por d e m o s t r a r la y recordatorios.
«forma» d e l c u e r p o h u m a n o . C o m o n a t u r a l e z a s e p a r a d a de la m e n t e y
78 AVICENA
el cuerpo, Avicena proyectó u n ex- También nos pide imaginar que tene-
perimento teórico conocido como el mos los ojos vendados y estamos sus-
«hombre volador». Este aparece en
forma de tratado en Sobre el alma,
en el Libro de la curación, y tiene el
pendidos en el aire y con las extremi-
dades alejadas del cuerpo, por lo que
no podemos tocar nada. Supongamos
éé
objetivo de deshacerse de todo co- ahora que no tenemos n i n g u n a sen- La conversación secreta
n o c i m i e n t o que pudiera falsarse y sación. Sin embargo, sabemos que es u n encuentro directo
dejarnos únicamente con verdades existimos. Entonces, ¿qué somos? No entre Dios y el alma,
absolutas. A n t i c i p a de manera ex- puede ser n i n g u n a parte del cuerpo, abstraída de toda
t r a o r d i n a r i a la m u y posterior obra porque no sabemos que las tenemos. limitación material.
de Descartes, el famoso d u a l i s t a del El yo cuya existencia afirmamos no Avicena

99
siglo XVII, que también tomó la deci- tiene n i anchura, n i l o n g i t u d n i pro-
sión de no creer en nada excepto en fundidad. No tiene extensión n i enti-
lo que pudiera saber con seguridad. dad física. Y, si pudiéramos imaginar,
Tanto A v i c e n a como Descartes q u i - por ejemplo, u n a mano, no pensaría-
sieron demostrar que la mente, o el mos que pertenece a ese yo que ya
alma, e x i s t e porque sabe q u e exis- sabemos que existe.
te; y eso la diferencia del cuerpo. Por t a n t o , el alma, lo que soy, es nocimiento intelectual que alcanza la
diferente del cuerpo o de c u a l q u i e r mente no puede contenerse en nada
E l hombre volador cosa física. A v i c e n a defiende que el material. Es fácil ver cómo las partes
Con el e x p e r i m e n t o del h o m b r e vo- experimento del hombre volador nos de objetos físicos y con forma enca-
lador, A v i c e n a i n t e n t a averiguar qué p e r m i t e ser conscientes y recordar j a n con la forma de los órganos sen-
podemos saber si se nos priva de to- que la m e n t e e x i s t e como algo d i s - soriales: la i m a g e n de la pared que
dos nuestros sentidos y no podemos t i n t o y separado del cuerpo. veo se extiende sobre la retina de m i
recurrir a ellos en busca de informa- Avicena encuentra otras maneras ojo, y cada p a r t e de la pared corres-
ción. Nos pide que i m a g i n e m o s que de demostrar que la mente no puede ponde a una parte de la retina. Pero la
acabamos de nacer, pero que ya con- ser algo m a t e r i a l . Casi todas se ba- m e n t e no es u n órgano sensorial; lo
tamos con toda nuestra inteligencia. san en el hecho de que el t i p o de co- que conoce son definiciones, del tipo
«el hombre es u n a n i m a l m o r t a l y ra-
cional)). Las partes de esta frase deben
asimilarse de u n a vez, juntas. Por lo
tanto, la mente no puede ser en abso-
luto parte del cuerpo, n i s i m i l a r a él.

E l a l m a inmortal
A v i c e n a llega a la conclusión de que
la m e n t e no se d e s t r u y e al m o r i r el
cuerpo y de que es inmortal. Esto no
contribuyó a que su modo de pensar
fuera aceptable para la ortodoxia mu-
sulmana, que cree que toda la perso-
na, cuerpo y mente, resucita y disfru-
ta de u n a v i d a más allá de la muerte.
Por ello, por abandonar la idea cen-
tral islámica de la resurrección tras

E l conocimiento médico de Avicena


era tan dilatado que le hizo obtener el
patrocinio real. Su Canon de medicina
influyó en las facultades de medicina
europeas hasta mediados del siglo xvn.
EL MUNDO MEDIEVAL 79
único sobre lo q u e no puede confun- científicas de q u e disponían. A h o r a
d i r l e es sobre s u propia e x i s t e n c i a . podemos explicar con b a s t a n t e pre-

éé
Este yo es exactamente el m i s m o del cisión los procesos cognitivos en dis-
que t a n seguro está el h o m b r e vo- t i n t a s partes del cerebro; lo que no
lador de A v i c e n a . Y, como A v i c e n a , está t a n claro es si eso significa q u e
Descartes concluye que el «Yo», o el podemos explicar el pensamiento sin
Pero, a l m a , es c o m p l e t a m e n t e d i s t i n t o al r e c u r r i r a u n yo. G i l b e r t Ryle, i n f l u -
¿qué soy? cuerpo y q u e ha de ser i n m o r t a l . yente filósofo británico del siglo xx.
Un ser pensante. caricaturizó el yo de los dualistas co-
Rene Descartes E l fantasma en l a máquina mo «un fantasma en la máquina», y
U n a de las mayores refutaciones al trató de demostrar que podemos ex-
d u a l i s m o de A v i c e n a y de Descartes plicar cómo p e r c i b i m o s y funciona-
es el a r g u m e n t o q u e empleó santo mos los seres h u m a n o s s i n r e c u r r i r
Tomás de A q u i n o . Él afirma q u e el a ese «fantasma» que es el yo.
yo q u e piensa es el m i s m o que per- Hoy los filósofos están d i v i d i d o s
c i b e las sensaciones del cuerpo. Por entre u n pequeño grupo de dualistas;
ejemplo, no observo el dolor e n u n a u n grupo más numeroso de pensado-
la muerte, el g r a n teólogo islámico del pierna del m i s m o modo que u n m a r i - res para los q u e la m e n t e no es más
siglo X I I A l - G h a z a l i le atacó y le d e - nero observa u n agujero en el casco que el cerebro; y una mayoría que co-
claró hereje. Sin embargo, ese m i s m o de s u nave. El dolor me pertenece, del incide en que el pensamiento es resul-
siglo la obra de A v i c e n a se tradujo al m i s m o modo que m i s pensamientos tado de la actividad física del cerebro,
latín y s u d u a l i s m o se hizo p o p u l a r sobre la filosofía o sobre lo que quiero pero que insiste en que hay una dife-
entre los filósofos y los teólogos cris- para cenar. rencia entre la materia física del cere-
tianos, a q u i e n e s gustó s u i n t e r p r e - Hoy en día, casi todos los filósofos bro (la materia gris, las neuronas, etc.)
tación de los textos de Aristóteles, ya rechazan el d u a l i s m o mente-cuerpo, y el pensamiento que resulta de ella.
que los hacía m u y compatibles c o n la sobre todo por el c o n o c i m i e n t o cada M u c h o s filósofos, especialmente
idea de u n a l m a i n m o r t a l . vez mayor q u e tenemos del cerebro. los del c o n t i n e n t e europeo, s i g u e n
A Avicena y a Descartes les interesa- aceptando los resultados del experi-
E l yo incuestionable b a m u c h o la fisiología y presentaron m e n t o de A v i c e n a en c u a n t o a u n a
Unos 200 años después, santo Tomás explicaciones científicas de activida- cuestión f u n d a m e n t a l . A f i r m a n q u e
de A q u i n o defendió u n a i n t e r p r e t a - des c o m o el m o v i m i e n t o y la sensa- demuestra que todos tenemos u n yo
ción más fiel del pensamiento aristo- ción. No obstante, en aquel momento con u n a p e r s p e c t i v a del m u n d o e n
télico, e n q u e m e n t e y c u e r p o están el proceso del p e n s a m i e n t o racional primera persona, que las teorías cien-
mucho más unidos. Esta opinión fue era inexplicable c o n las herramientas tíficas no consiguen explicar. •
a m p l i a m e n t e aceptada por los teólo-
gos de los siglos xvi y xvn. N o obstan-
te, en 1640, Rene Descartes recupe-
ró u n d u a l i s m o más próximo a Platón
que a Aristóteles y con u n a argumen-
tación m u y s i m i l a r a la de Avicena.
Descartes i m a g i n a q u e h a y u n
demonio q u e i n t e n t a c o n f u n d i r l e so-
bre todo lo q u e es susceptible de ser
c o n f u n d i d o . Se d a c u e n t a de q u e lo

Luces del norte, de Philip Pullman,


recoge la idea de la antigua Grecia según
la cual el alma de la persona, o daimon,
está separada del cuerpo, y la presenta
en forma de animal independiente, como
puede ser un gato.
ou

LA RAZÓN BASTA
PARA DEMOSTRAR LA
EXISTENCIA
SAN ANSELMO (1033-1109)
DE DIOS

E
ntre los pensadores c r i s t i a - puede ser concebido»; y la segunda
EN CONTEXTO nos, la existencia de Dios es es que la existencia es superior a la
cuestión de fe, pero durante la no existencia. A l finalizar s u argu-
RAMA
Edad Media manifestaron u n gran i n - mentación, el ignorante se ve obliga-
Filosofía d e l a religión
terés en encontrar u n argumento on- do o bien a adoptar una postura con
ORIENTACIÓN tológico que demostrara la existencia la que se contradice a sí mismo, o
Platonismo-aristotelismo de Dios. San Anselmo, u nfilósofodel bien a a d m i t i r la existencia de Dios.
siglo xi cuyo pensamiento se basaba El argumento fue aceptado por u n
ANTES en la lógica aristotélica, en el plato- gran número de destacados filósofos,
C. 4 0 0 d . C . Agustín de Hipona nismo y en su propia genialidad, de- como Rene Descartes y Benedictus
defiende l a e x i s t e n c i a de Dios sarrolló el argumento ontológico po- de Spinoza, pero muchos otros toma-
en base a nuestra comprensión siblemente más conocido de todos. ron partido por el ignorante. Gaunilo
de verdades i n m u t a b l e s . San A n s e l m o i m a g i n a que habla de Marmoutiers, coetáneo de san An-
con u n ignorante que niega la exis- selmo, decalaró que ese m i s m o argu-
1075 E n s u Monologion, s a n
tencia de Dios (véase p. 81). Su argu- mento se podía utilizar para demos-
A n s e l m o desarrolla la p r u e b a
mento se basa en la aceptación de trar que existe u n a isla maravillosa,
de la existencia de Dios de san
dos premisas: la primera es que Dios mayor que cualquier otra imaginable.
Agustín de Hipona.
«es algo t a n grande que nada mayor En el siglo xvm, Immanuel Kant objetó
DESPUÉS que el argumento trataba la existencia
D é c a d a d e 1 2 6 0 Santo como si fuera u n atributo, por lo que se
podría describir una chaqueta dicien-

éé
Tomás de A q u i n o rechaza el
argumento de san Anselmo. do: «es verde, de lana y existe». Existir
no es lo mismo que ser verde: si la cha-
1 6 4 0 Rene Descartes u t i l i z a queta no existiera, no se la podría ca-
el a r g u m e n t o de s a n A n s e l m o Creemos que lificar de verde o hecha de lana.
en sus Meditaciones. el Señor es algo tan Kant sostiene q u e san Anselmo
grande que nada mayor se equivoca también al afirmar que lo
1979 A l v i n Plantinga, filósofo
puede ser concebido. que existe en la realidad además de
estadounidense, reformula el
San Anselmo en la mente es superior a lo que exis-
argumento de san A n s e l m o
te sólo en la mente, pero hay filósofos
m e d i a n t e u n a forma de lógica
que discrepan. ¿Acaso no es sensato
modal, c o n elfinde d e t e r m i n a r
decir que u n cuadro real es superior
s u veracidad.
al concepto mental que de él tenía el
pintor antes de empezar a trabajar? •
EL MUNDO MEDIEVAL 81
Véase también: Platón 50-55 • San Agustín de Hipona 72-73 • Santo Tomás
de Aquino 88-95 • Rene Descartes 116-123 • Benedictus de Spinoza 126-129

San Anselmo

f ¿Aceptas q u e , s i Dios existe,


h a d e ser «tan g r a n d e q u e n a d a
V m a y o r p u e d a ser concebido»?
v
San Anselmo

San A n s e l m o de C a n t e r b u r y
nació e n A o s t a (Italia) e n 1033.
H a c i a los v e i n t e años de e d a d ,
ingresó e n el m o n a s t e r i o de
Bec (Francia) p a r a e s t u d i a r c o n
L a n f r a n c o , e l e m i n e n t e lógico,
gramático y c o m e n t a r i s t a de
la B i b l i a . E n 1060, A n s e l m o
se convirtió e n m o n j e e n Bec,
a continuación f u e n o m b r a d o
p r i o r y, finalmente, a b a d e n e l
año 1078. Viajó a I n g l a t e r r a y e n
1093 f u e n o m b r a d o a r z o b i s p o
de C a n t e r b u r y , a pesar de sus
alegaciones de m a l a s a l u d y
d e e s c a s a h a b i l i d a d política.
S u d e f e n s a d e l a l i b e r t a d de l a
Iglesia a n t e e l p o d e r r e a l le h i z o
e n t r a r e n c o n f l i c t o c o n los reyes
anglonormandos Guillermo I I
y E n r i q u e I . E s t a s d i s p u t a s le
f o r z a r o n a sufrir dos períodos de
e x i l i o , d u r a n t e los q u e visitó a l
p a p a p a r a p r e s e n t a r l a situación
de l a iglesia i n g l e s a y p a r a p e d i r
q u e se l e l i b e r a r a d e l c a r g o . A l
final, se reconcilió c o n E n r i q u e I
y falleció e n C a n t e r b u r y a l o s
76 años d e e d a d .

Obras principales
E x a c t a m e n t e . Y el único
m o d o de resolver la contradicción 1075-1076 Monologion.
es a c e p t a n d o la e x i s t e n c i a d e Dios 1077-1078 Proslogion.
(aquello «tan g r a n d e q u e n a d a m a y o r E l a r g u m e n t o ontológico 1 0 8 0 - 1 0 8 6 De casu diaboli
p u e d e ser c o n c e b i d o » ) , t a n t o e n el de s a n A n s e l m o fue escrito (La caída del diablo).
p e n s a m i e n t o c o m o e n la realidad. entre 1077 y 1078, pero fue 1 0 9 5 - 1 0 9 8 C u r Deus Homo
Immanuel Kant quien lo (Por qué Dios se hizo hombre).
llamó así en 1781.
m LA FILOSOFÍA Y LA
i RELIGIÓN NO SON
INCOMPATIBLES
AVERROES (1126-1198)

A
verroes era u n e s t u d i o s o d e l q u e t o d o s los demás t i e n e n la obli-
EN CONTEXTO d e r e c h o y ejerció c o m o cadí gación d e a c e p t a r l i t e r a l m e n t e las
(juez musulmán) d u r a n t e la enseñanzas coránicas Averroes no
RAMA
dinastía a l m o h a d e , u n o d e l o s regí- c r e e q u e el Corán p r e s e n t e u n a e x p l i -
Filosofía d e l a religión
m e n e s m u s u l m a n e s más e s t r i c t o s d e cación p r e c i s a d e l u n i v e r s o s i se en-
ORIENTACIÓN la E d a d M e d i a . S i n e m b a r g o , d e d i c a - tiende literalmente, pero afirma que
Aristotelismo árabe ba las noches a c o m e n t a r la obra d e es u n a aproximación poética a la ver-
u n a n t i g u o filósofo p a g a n o , A r i s t ó t e - d a d y q u e e s o e s lo m á s q u e p u e d e n
ANTES les. U n o d e los lectores más ávidos d e l l e g a r a e n t e n d e r los n o e d u c a d o s
D é c a d a d e 1090 Al-Ghazali estos c o m e n t a r i o s n o era otro q u e el Sin embargo, Averroes cree que
(Algazael) lanza u n a t a q u e califa almohade A b u Yaqub Yusuf las p e r s o n a s e d u c a d a s t i e n e n la obli-
contra los filósofos aristotélicos Averroes r e c o n c i l i a l a religión g a c i ó n r e l i g i o s a d e u t i l i z a r e l razona-
islámicos. c o n la filosofía p o r m e d i o d e u n a t e o - m i e n t o filosófico. D e f i e n d e q u e , s i el
ría jerárquica d e l a s o c i e d a d . P i e n s a r a z o n a m i e n t o d e m u e s t r a q u e el senti-
D é c a d a d e 1120 A v e m p a c e
q u e t a n sólo l a élite e d u c a d a e s c a - d o literal d e l Corán es falso, el t e x t o ha
instaura la filosofía aristotélica
paz d e pensar filosóficamente, p o r lo d e «interpretarse»; e s d e c i r , s e h a d e
en al-Ándalus.

DESPUÉS

]
1270 Santo Tomás de A q u i n o
reprueba a los averroístas por ^ AAcceeppt taam o s q u e el Corán es v e r d a d
aceptar verdades contradictorias
de la filosofía aristotélica y d e l
cristianismo.

[ 3v
D é c a d a d e 1340 Moisés d e Pero es p o s i b l e d e m o s t r a r q u e
Narbona p u b l i c a comentarios algunas partes son falsas
sobre la obra de Averroes.

1852 E l filósofo francés E r n e s t


Renán publica u n estudio sobre
Averroes q u e ejerce u n a g r a n L a filosofía y l a El texto es u n a
v e r d a d poética y h a
influencia sobre el pensamiento religión n o s o n
de interpretarse mediante
político islámico actual. incompatibles. el r a z o n a m i e n t o filosófico
EL MUNDO MEDIEVAL 83
Véase también: Platón 50-55 > Aristóteles 56-63 • Al-Ghazali 332 • Avempace 333 • Santo Tomás de Aquino 88-95 >
Moisés de Narbona 334

bargo, le c u e s t a más i n t e g r a r e n u n de Averroes recibieron el n o m b r e de


u n i v e r s o aristotélico la resurrección averroístas; entre ellos se c o n t a b a n

éé
Los filósofos creen que
de los m u e r t o s , u n p r e c e p t o islámi-
co básico. Averroes acepta q u e debe-
m o s creer e n la i n m o r t a l i d a d personal
eruditos judíos, como Moisés de Nar-
bona, y latinos, como Boecio de Dacia
o Sigerio de B r a b a n t e . Los averroís-
y q u e q u i e n q u i e r a q u e la n i e g u e es t a s l a t i n o s a c e p t a b a n la i n t e r p r e t a -
las leyes religiosas son u n u n hereje q u e m e r e c e la m u e r t e . N o ción de Averroes de la obra de Aristó-
arte político necesario. obstante, adopta u n a postura d i s t i n t a teles c o m o la verdad según la razón,
Averroes a la de sus predecesores y afirma q u e pese a q u e también a f i r m a b a n t o d a
el tratado de Aristóteles Sobre el alma u n a serie d e «verdades» c r i s t i a n a s
no d i c e q u e el a l m a del ser h u m a n o a p a r e n t e m e n t e c o n t r a d i c t o r i a s . Se
sea i n m o r t a l . Según la interpretación h a d i c h o de ellos q u e defendían u n a
de Averroes, Aristóteles a f i r m a q u e «doble verdad», pero s u p o s t u r a es
la h u m a n i d a d es i n m o r t a l sólo gra- más b i e n q u e la verdad es relativa a l
d e s c a r t a r el s e n t i d o o b v i o de las p a - cias a u n i n t e l e c t o común. Averroes contexto del estudio. •
labras y, e n s u lugar, aceptar la teoría parece decir que hay verdades que
científica demostrada por Aristóteles. el h o m b r e p u e d e alcanzar y q u e s o n
válidas p a r a s i e m p r e , p e r o q u e las
E l intelecto i n m o r t a l personas, c o m o i n d i v i d u o s , p e r e c e n
Averroes está d i s p u e s t o a sacrificar c u a n d o el c u e r p o muere.
a l g u n a s de las d o c t r i n a s islámicas
a m p l i a m e n t e aceptadas a c a m b i o de Averroístas posteriores
m a n t e n e r la c o m p a t i b i l i d a d entre fi- Los m u s u l m a n e s coetáneos de A v e -
losofía y religión. Por ejemplo, c a s i rroes desdeñaron s u defensa de la fi-
t o d o s los m u s u l m a n e s c r e e n q u e el losofía aristotélica (aunque sólo fuera
universo t u v o u n p r i n c i p i o , pero A v e - p a r a u n a élite), p e r o s u obra, t r a d u -
Algunos musulmanes, en el siglo xn,
rroes c o i n c i d e c o n Aristóteles e n la c i d a a l hebreo y a l latín, ejerció u n a
consideraban que la filosofía no era un
idea d e q u e s i e m p r e h a e x i s t i d o , y t r e m e n d a i n f l u e n c i a d u r a n t e los s i - objeto de estudio legítimo, pero Averroes
a f i r m a q u e n o h a y n a d a e n el Corán glos xin y xiv. Los estudiosos q u e de- afirmó que era fundamental para entender
que c o n t r a d i g a esta postura. S i n e m - fendían las p o s t u r a s de Aristóteles y la religión de manera crítica y filosófica.

Averroes A v e r r o e s nació e n 1126 e n Córdoba, de los a l m o h a d e s cada vez era


que en aquel momento formaba más l i b e r a l , l a población e m p e z ó
parte del territorio de al-Andalus. a desaprobar la heterodoxa
D e s c e n d i e n t e de u n a f a m i l i a de filosofía de A v e r r o e s y l a presión
d i s t i n g u i d o s estudiosos de las llevó a l a prohibición d e s u o b r a
leyes, estudió derecho, c i e n c i a y a s u e x i l i o e n 1195. F i n a l m e n t e ,
y filosofía. S u a m i s t a d c o n o t r o d o s años después se le perdonó
m é d i c o y filósofo, I b n T u f a i l , l e y regresó a Córdoba, p e r o falleció
llevó a conocer a l c a l i f a A b u Y a q u b a l año s i g u i e n t e .
Yusuf, q u i e n nombró a A v e r r o e s
cadí y, p o s t e r i o r m e n t e , médico d e Obras principales
l a c o r t e . A b u Y a q u b compartía c o n
A v e r r o e s e l interés p o r Aristóteles 1178 Tratado decisivo.
y le encargó q u e e s c r i b i e r a u n a 1180-1184 Refutación de la
serie d e c o m e n t a r i o s sobre s u obra, refutación.
pero destinados a no especialistas, C. 1186 Comentario mayor al libro
c o m o él. A p e s a r d e q u e l a p o s t u r a «Sobre el alma» de Aristóteles.
DIOS NO TIENE
ATRIBUTOS
MOISÉS MAIMÓNIDES (1135-1204)

M
aimónides escribió sobre Defiende que quien lo piense ha de
EN CONTEXTO temas talmúdicos (en he- ser excluido de la comunidad judía.
breo) y acerca del pensa- Sin embargo, en la Guía de perplejos
RAMA
miento de Aristóteles (en árabe). En Maimónides lleva esta idea al extre-
Filosofía d e l a religión
ambas áreas, una de sus preocupa- mo y da lugar a una forma de pensa-
ORIENTACIÓN ciones principales fue la de evitar la miento conocido como «teología ne-
A r i s t o t e l i s m o judío concepción antropomórfica de Dios, gativa», que ya existía en la teología
es decir, que no se viera a Dios como cristiana y que se centra en descri-
ANTES si fuera u n ser humano. Para M a i - bir a Dios solamente en términos de
C. 4 0 0 d . C . El filósofo Pseudo mónides, el peor de los errores es en- lo que no es.
Dionisio funda la tradición de la tender la Tora (la primera parte de la Dios, según Maimónides, no po-
teología negativa cristiana, que Biblia judía) como una verdad literal see atributos y no podemos decir
afirma que Dios es no ser, pero y pensar que Dios es algo material. verdaderamente que sea «bueno» o
más que ser.
Década d e 8 6 0 Juan Escoto
Erígena sugiere que Dios crea
el universo a partir de la nada
que es él mismo.

DESPUÉS
Década d e 1260 Santo Tomás
de A q u i n o modera la teología
negativa de Maimónides en
su Summa Theologica.
P r i n c i p i o s d e l siglo xiv
El Maestro Eckhart desarrolla
su teología negativa.
1 8 4 0 - 1 8 5 0 Soren Kierkegaard
manifiesta q u e es imposible
presentar cualquier forma de
descripción externa de Dios.
EL MUNDO MEDIEVAL 85
V é a s e t a m b i é n : Juan Escoto Erígena 332 • Santo Tomás de A q u i n o 88-95 •
Maestro Eckhart 333 • Seren Kierkegaard 194-195

«poderoso». E s t o es así p o r q u e u n
a t r i b u t o es o b i e n a c c i d e n t a l (capaz
de cambio) o b i e n esencial. Uno de
m i s a t r i b u t o s a c c i d e n t a l e s es, p o r
ejemplo, q u e e s t o y s e n t a d o ; otros,
éé
q u e t e n g o c a n a s y u n a n a r i z larga. Guando el intelecto
S i n e m b a r g o , continuaría s i e n d o e n contempla la esencia de
esencia lo q u e soy a u n q u e e s t u v i e r a Dios, la aprensión se torna
e n pie, fuera pelirrojo y m i n a r i z fuera en incapacidad.
c h a t a . Ser h u m a n o , es d e c i r , ser u n Maimónides
a n i m a l r a c i o n a l y m o r t a l , es m i a t r i - Moisés Maimónides
b u t o esencial: define lo q u e soy. Por
lo general, a c e p t a q u e D i o s n o t i e n e
a t r i b u t o s a c c i d e n t a l e s p o r q u e es i n -
tt Moisés Maimónides (también
c o n o c i d o c o m o R a m b a m ) nació
e n Córdoba e n 1135 e n e l s e n o
m u t a b l e . A d e m á s , a f i r m a Maimóni-
d e u n a f a m i l i a judía. T u v o u n a
des, t a m p o c o p u e d e t e n e r a t r i b u t o s
infancia m u y rica e n influencias
e s e n c i a l e s , p u e s serían d e f i n i t o r i o s Por lo t a n t o , c u a n d o nos d i c e n q u e m u l t i c u l t u r a l e s : se e d u c ó e n
y Dios es i n d e f i n i b l e . Por t a n t o , D i o s «Dios es u n creador», d e b e m o s enten- h e b r e o y árabe y s u p a d r e , u n
no t i e n e a t r i b u t o s . der q u e lo q u e se a f i r m a es aquello j u e z rabínico, le e n s e ñ ó l a l e y
q u e D i o s hace, n o q u é es. S i p e n s a - judía e n e l c o n t e x t o musulmán
H a b l a r de D i o s m o s e n la frase «Juan es u n escritor)), d e al-Ándalus. S u f a m i l i a t u v o
Maimónides defiende q u e p o d e m o s n o r m a l m e n t e entenderíamos q u e esa q u e h u i r d e al-Ándalus c u a n d o
d e c i r cosas acerca de Dios, pero q u e es la profesión de J u a n . S i n e m b a r g o , l a dinastía b e r é b e r a l m o h a d e
deben entenderse como explicacio- Maimónides nos p i d e q u e p e n s e m o s asumió e l p o d e r e n 1148 y vivió
nes d e s u s a c c i o n e s , más q u e d e lo sólo e n lo q u e y a se h a hecho: e n este d e f o r m a nómada h a s t a q u e se
asentó, p r i m e r o e n Fez ( a h o r a
q u e es. L a mayoría d e d i s c u s i o n e s caso, J u a n h a e s c r i t o p a l a b r a s , pero
en Marruecos) y luego en El
de la Tora deberían e n t e n d e r s e así. lo q u e h a e s c r i t o n o n o s d i c e n a d a
C a i r o . L o s a p u r o s económicos
sobre él.
de s u f a m i l i a condujeron a
Maimónides también a c e p t a q u e Maimónides a formarse como
las a f i r m a c i o n e s q u e p a r e c e n a t r i - médico. G r a c i a s a s u h a b i l i d a d ,
buir cualidades a Dios p u e d e n en- logró ser n o m b r a d o médico r e a l
t e n d e r s e s i se t o m a n c o m o d o b l e s e n t a n sólo u n o s años. También
n e g a c i o n e s . «Dios es poderoso» d e - ejerció d e j u e z rabínico, a u n q u e
bería e n t e n d e r s e c o m o q u e Dios n o consideraba q u e no era correcto
es i m p o t e n t e . I m a g i n e m o s u n j u e g o a c e p t a r ningún p a g o p o r esta
e n el q u e yo p i e n s e e n u n a cosa y le a c t i v i d a d . Se le reconoció c o m o
d i g o q u é n o es (no es g r a n d e , no es c a b e z a d e l a c o m u n i d a d judía
d e E l C a i r o e n 1191 y, t r a s s u
rojo...) h a s t a q u e u s t e d a d i v i n a d e
m u e r t e , s u t u m b a se convirtió
qué se t r a t a . L a d i f e r e n c i a , e n el caso
e n u n lugar de peregrinación
de Dios, es q u e sólo d i s p o n e m o s de

.11
p a r a l o s judíos.
las n e g a c i o n e s c o m o guía: no p o d e -
m o s d e c i r q u é es D i o s . •
Obras principales

E l Mishné Tora fue una compilación 1168 Comentario sobre


completa de la Ley Hebrea Oral escrita la Mishná.
por Maimónides en hebreo llano para que 1168-1178 Mishné Tora.
«jóvenes y mayores» pudieran conocer 1190 Guía de perplejos.
v entender todas las prácticas judías.
86

NO LLORES.
TODO LO QUE
PIERDAS REGRESARÁ
DE OTRA FORMA
YALAL AD-DIN MUHHAMAD RUMI (1207-1273)

EN CONTEXTO
RAMA
Filosofía m u s u l m a n a

ORIENTACIÓN
Sufismo

ANTES
610 E l profeta M a h o m a
f u n d a el i s l a m .

6 4 4 Alí i b n A b i Talib, p r i m o
y sucesor de M a h o m a , es
n o m b r a d o califa.

S i g l o x L a interpretación
mística que Alí hace del Corán
pasa a ser la base del sufismo.

DESPUÉS
1273 Los seguidores de R u m i
f u n d a n la orden sufí mevleví.

E
1925 Tras la instauración de
u n a república t u r c a secular, l sufismo, u n a interpretación familia se trasladó desde los límites
la o r d e n mevleví se p r o h i b e . mística y estética del Corán, orientales de Persia a Anatolia, a me-
C o n t i n u a siendo i l e g a l h a s t a había formado parte del islam diados del siglo xui. El concepto sufí
1954, año e n q u e finalmente se desde su fundación en el siglo vn, aun- de la unión con Dios a través del amor
le concede el derecho de actuar que no siempre había sido aceptado cautivó su imaginación y, a partir de
por los estudiosos musulmanes tra- ahí, desarrolló una versión del sufis-
e n d e t e r m i n a d a s ocasiones.
dicionales. Yalal ad-Din M u h a m m a d mo que pretendía explicar la relación
A c t u a l i d a d L a obra de R u m i Rumi, más conocido sencillamente del hombre con lo divino.
sigue traduciéndose a diversos como R u m i , creció en la ortodoxia R u m i se convirtió en profesor de
i d i o m a s e n todo el m u n d o . musulmana y estableció contacto con una orden sufí y, como tal, creía que
el sufismo por primera vez cuando su era mediador entre Dios y el hombre.
EL MUNDO MEDIEVAL
Véase también: Siddharta Gautama 30-33 • Avicena 76-79 • Averroes 82-83
Hajime Tanabe 244-245 • Arne Naess 282-283

embargo, para poder asegurarnos de


crecer e n nuestro paso de u n a forma
a otra, debemos hacer u n esfuerzo
por desarrollarnos espiritualmente y
entender la relación entre el hombre
y Dios. R u m i cree que esta compren-
sión procede de la emoción, no de la
razón; de u n a emoción intensificada
por la música, las canciones y el baile.

E l legado de R u m i Yalal ad-Din


Los elementos místicos de las ideas Muhammad Rumi
de R u m i supusieron u n a inspiración
para el sufismo e influyeron además E l e r u d i t o Yalal a d - D i n R u m i ,
Los derviches giróvagos danzan también c o n o c i d o bajo e l
en el i s l a m i s m o tradicional. Resulta-
como parte de la ceremonia sufí Sema. n o m b r e de M a v l a n a (Nuestro
La danza representa el viaje espiritual ron i g u a l m e n t e cruciales a la hora de
Guía) o s e n c i l l a m e n t e R u m i ,
del hombre que gracias al amor va de convertir a g r a n parte de Turquía del
nació e n B a l j , u n a p r o v i n c i a
la ignorancia a la perfección. c r i s t i a n i s m o ortodoxo al i s l a m . S i n
persa. C u a n d o las invasiones
embargo, este aspecto de s u pensa- mongolas amenazaron dicha
Contrariamente a la práctica m u s u l - m i e n t o no tuvo m u c h a aceptación en región, s u f a m i l i a se asentó
mana general, dio más énfasis al dhikr Europa, donde i m p e r a b a el raciona- e n A n a t o l i a (Turquía), d o n d e
(oración o letanía ritual) q u e al aná- lismo. No obstante, e n el siglo xx sus R u m i conoció a los p o e t a s
lisis racional del Corán para obtener ideas a l c a n z a r o n g r a n p o p u l a r i d a d persas A t t a r y Shams al-Din
orientación d i v i n a , y llegó a ser cono- en O c c i d e n t e , sobre t o d o p o r q u e s u T a b r i z i . Decidió d e d i c a r s e
cido por sus revelaciones en éxtasis. mensaje de amor coincidió c o n los a l sufismo y escribió m i l e s de
valores de la Nueva Era durante la dé- versos de poesía árabe y persa.
Creía que su labor consistía en t r a n s -
m i t i r las visiones que experimentaba, cada de 1960. Seguramente, su mayor E n 1244 se convirtió e n e l
así q u e las escribió e n forma de poe- admirador en el siglo xx fuera el poeta shaij (maestro) de u n a o r d e n
y político M u h a m m e d Iqbal, asesor sufí y enseñó s u interpretación
sías. Una de las bases de s u filosofía
de M u h a m m a d Alí J i n n a h , q u e de- místico-emocional d e l Corán,
visionaria es la idea de q u e el univer-
fendió u n estado islámico e n Paquis- así c o m o l a i m p o r t a n c i a de l a
so, y todo lo q u e hay e n él, es u n flujo música y d e l a d a n z a e n l a s
tán d u r a n t e la década de 1930. •
de v i d a eterno en el q u e Dios es u n a ceremonias religiosas. Tras
presencia también eterna. El hombre, s u m u e r t e , los s e g u i d o r e s d e
como parte del universo, forma parte R u m i f u n d a r o n la orden sufista

éé
del c o n t i n u o y el objetivo de R u m i es mevleví, también l l a m a d a
explicar el lugar q u e ocupamos e n él. de los d e r v i c h e s giróvagos,
R u m i cree q u e el h o m b r e es u n que llevan a cabo u n a danza
nexo entre el pasado y el futuro e n el característica e n l a c e r e m o n i a
Morí como mineral y de l a Sema, u n a forma de dhikr
proceso c o n t i n u o de v i d a , m u e r t e y me convertí en una planta; única de esta secta.
renacimiento, v i s t o t a l proceso no co- morí como planta y ascendí
mo u n ciclo, sino como progresión de a animal; morí como animal Obras principales
u n a forma a otra h a s t a la e t e r n i d a d .
y fui hombre.
La muerte y el deterioro son u n a par-
Yalal ad-Din R u m i Mediados del siglo x r n
te i n e v i t a b l e del flujo c o n t i n u o de la
Coplas espirituales.
vida, pero cuando algo deja de exis- La obra de Shams s de de l Tabriz.
aonz.
t i r e n u n a forma, renace e n otra. Por En lo que hay en ello.
ello.
tanto, no d e b e m o s t e m e r a la muer- Siete sesiones.
te y t a m p o c o llorar las pérdidas. S i n
90 SANTO TOMÁS DE AQUINO

E
n la a c t u a l i d a d continúa la los perros o los caballos. Proclamaba
EN CONTEXTO división de opiniones entre que el universo c a m b i a y se mueve.
aquellos q u e sostienen q u e ' y eso sólo puede ser consecuencia
RAMA
el universo t u v o u n p r i n c i p i o y q u i e - ' del c a m b i o y del m o v i m i e n t o . Por lo
Metafísica
nes o p i n a n q u e siempre ha existido. tanto, no es posible q u e hubiera u n
ORIENTACIÓN Hoy tendemos a r e c u r r i r a la astro- primer c a m b i o o m o v i m i e n t o : el u n i -
Aristotelismo cristiano nomía y a la física en busca de res- verso ha tenido que estar cambiando
puestas, pero, en el pasado, era u n a y moviéndose siempre.
ANTES p r e g u n t a q u e o c u p a b a t a n t o a filó- Los grandes filósofos árabes A v i -
C . 3 4 0 a . C . Aristóteles d i c e I sofos como a teólogos. La respuesta ! cena y Averroes se m o s t r a r o n d i s -
q u e el u n i v e r s o es e t e r n o . que aportó el filósofo y fraile católico puestos a aceptar la postura de A r i s -
Tomás de A q u i n o , el más famoso de : tóteles, a pesar de que contradecía la
C . 5 4 0 d . C . J u a n Filópono
todos los filósofos c r i s t i a n o s m e d i e - ortodoxia m u s u l m a n a . Sin embargo,
sostiene q u e el u n i v e r s o t i e n e
vales, resulta especialmente intere- los pensadores medievales judíos y
q u e haber t e n i d o u n p r i n c i p i o . sante. Aún es u n a m a n e r a plausible cristianos t u v i e r o n más dificultades
Décadas de 1250 y 1260 de pensar sobre el problema y t a m - para aceptar esta idea, pues soste-
Teólogos franceses a d o p t a n bién nos dice mucho de cómo este fi- nían que, según la Biblia, el universo
el a r g u m e n t o d e Filópono. lósofo combinó la fe y el razonamien- tenía u n principio, por lo q u e Aristó-
to filosófico, a pesar de las aparentes teles tenía que estar equivocado: el
DESPUÉS contradicciones entre ambos. universo no había existido siempre.
Década d e 1290 Enrique de Sin embargo, ¿era algo q u e se debía
G a n t e , filósofo francés, a f i r m a L a influencia de Aristóteles aceptar como cuestión de fe o podía
q u e el universo no puede haber L a f i g u r a c e n t r a l d e n t r o del pensa- refutarse m e d i a n t e el razonamiento?
existido siempre. | m i e n t o de santo Tomás de A q u i n o es Juan Filópono, u n escritor cristia-
1781 I m m a n u e l K a n t dice poder Aristóteles, el antiguo filósofo griego no griego del siglo vi, creía haber en-
demostrar t a n t o q u e el universo cuya obra fue intensamente estudia- contrado u n a r g u m e n t o q u e demos-
da por los pensadores medievales. traba q u e Aristóteles se equivocaba
ha existido siempre como q u e no.
Aristóteles estaba seguro de q u e el y q u e el u n i v e r s o no había e x i s t i d o
1931 Para e x p l i c a r el o r i g e n d e l universo siempre había existido y de siempre. Varios pensadores copiaron
universo, el científico y sacerdote que siempre había albergado d i s t i n - y desarrollaron s u razonamiento en
belga Georges L e m a i t r e propone tos elementos, desde objetos i n a n i - el siglo xin p o r q u e n e c e s i t a b a n ha-
la teoría d e l b i g b a n g . mados, como las rocas, h a s t a espe- llar algún error en el r a z o n a m i e n t o
cies vivas como los seres h u m a n o s , aristotélico para poder proteger las

Santo Tomás de A q u i n o Santo Tomás de A q u i n o nació E n 1273 experimentó lo q u e se


e n 1225 e n R o c c a s e c c a ( I t a l i a ) . h a considerado t a n t o u n a especie
Se formó e n l a U n i v e r s i d a d d e de visión c o m o u n p o s i b l e i c t u s ,
Ñapóles y l u e g o tomó e l hábito t r a s lo q u e dijo q u e lo q u e había
d o m i n i c o (una nueva orden de h e c h o h a s t a e n t o n c e s «no e r a
frailes m u y intelectual), e n c o n t r a más q u e paja» y y a n o volvió a
de los deseos de s u f a m i l i a . Como e s c r i b i r más. Falleció a l a e d a d
novicio, estudió e n París y también de 4 9 años y l a i g l e s i a católica
e n C o l o n i a , j u n t o a l g r a n teólogo le canonizó e n 1323.
aristotélico alemán A l b e r t o e l
G r a n d e . R e g r e s ó a París, d o n d e Obras principales
se convirtió e n profesor de teología
a n t e s d e p a r t i r p a r a enseñar p o r 1256-1259 Cuestión disputada
t o d a I t a l i a d u r a n t e diez años. Se sobre la verdad.
le ofreció e n t o n c e s u n s e g u n d o C. 1265-1274 Summa Theologica.
p e r i o d o c o m o m a e s t r o e n París, 1271 Sobre la eternidad
I algo m u y poco habitual. del universo.
EL MUNDO MEDIEVAL 91
Véase también: Aristóteles 56-63 • Avicena 76-79 • Averroes 82-83 • Juan Filópono 332 • Juan Duns Escoto 333 •
Pedro Abelardo 333 • Guillermo de Ockham 334 • Immanuel Kant 164-171

Santo Tomás de Aquino aparece


flanqueado por Aristóteles y Platón en Por el contrario, Filópono y sus se- pio Aristóteles, Filópono y sus segui-
El triunfo de Santo Tomás de Aquino. guidores en el siglo xm piensan que dores e s t a b a n seguros de haber de-
Se consideraba que su comprensión de este argumento presenta problemas mostrado que el universo no puede
la filosofía antigua era superior a la que Aristóteles no había detectado. haber existido siempre. Aristóteles,
de Averroes, que yace a sus pies. Señalan q u e creía q u e todos los se- pues, se equivocaba: el universo no
res vivos que hay en el universo h a n es eterno, y eso encaja perfectamen-
enseñanzas de la Iglesia. Su línea de e x i s t i d o siempre. Si esto fuera cier- te con la d o c t r i n a c r i s t i a n a según la
argumentación era p a r t i c u l a r m e n t e to, dicen, significaría q u e ya había cual Dios creó el mundo.
aguda puesto que, aunque partía de u n número i n f i n i t o de seres h u m a - Santo Tomás de A q u i n o desoye
la idea sobre el i n f i n i t o q u e tenía el nos cuando nació Sócrates, porque si este razonamiento. Señala que, aun-
propio Aristóteles, luego la utilizaban siempre h a n existido, ya existían en- que el universo puede haber e x i s t i -
en contra de su concepción del u n i - tonces. Sin embargo, desde la época do desde siempre, especies como el
verso como algo eterno. de Sócrates h a n nacido muchos seres ser humano y otros animales pueden
humanos, por lo q u e el número de haber tenido u n principio, por lo que
Una infinidad de humanos seres humanos nacidos hasta ahora
Según la concepción de Aristóteles, ha de ser mayor que el infinito. Pero
nada puede ser mayor que el infinito.

éé
el infinito es aquello q u e no tiene lí-
mites. Por ejemplo, la secuencia n u - Además, añaden estos escritores,
mérica es i n f i n i t a porque por cada los pensadores cristianos creen que
número, hay otro q u e le sigue. Del el a l m a es i n m o r t a l . Si esto es así y
m i s m o modo, el universo h a e x i s t i - ya h a existido u n número i n f i n i t o de Nunca ha habido
do durante u n tiempo infinito, porque seres h u m a n o s , tiene q u e haber u n una era en que no
por cada día, siempre hay uno ante- número infinito de almas en la actua- hubiera movimiento.
rior. Sin embargo, en opinión de A r i s - lidad. Por lo tanto, hay u n infinito real Aristóteles
tóteles, es u n a i n f i n i d a d «en poten- de almas, no u n infinito en potencia;
cia», pues esos días no c o e x i s t e n al y Aristóteles defendió que el i n f i n i t o
m i s m o t i e m p o ; u n i n f i n i t o «real», e n real es imposible.
el q u e u n número i n f i n i t o de cosas Gracias a estos dos argumentos,
existe al m i s m o tiempo, es imposible. que p a r t e n de los principios del pro-
92 SANTO TOMÁS DE AQUINO
sin embargo, no piensa que la postu- es u n a verdad necesaria (innegable)
ra de Aristóteles sea ilógica. A l igual según la lógica. Todos a c e p t a n que

éé que Filópono y sus seguidores, de- Dios creó el u n i v e r s o c o n u n p r i n -


sea demostrar q u e el universo t u v o cipio, pero podría haber creado uno
u n p r i n c i p i o , pero también q u e el eterno. Si algo es creado por Dios,
Dios pudo haber razonamiento aristotélico no tiene ese algo le debe a él toda su existen-
creado el universo sin fallos. A f i r m a q u e sus contemporá- cia, pero eso no significa que hubiera
neos cristianos h a n confundido dos necesariamente u n tiempo en que no
seres humanos, y luego
cuestiones m u y d i s t i n t a s : u n a cosa existiera en absoluto. Por lo tanto, es
crearlos a ellos.
es que Dios creara el universo y otra posible creer en u n u n i v e r s o eterno
S a n t o Tomás de A q u i n o
que el universo tuviera u n principio. creado por Dios.
Santo Tomás de A q u i n o demuestra Santo Tomás de A q u i n o lo ilus-
que, de hecho, la p o s t u r a de Aristó- tra con u n ejemplo. Supongamos que
teles según la cual el universo siem- u n p i e deja u n a huella e n la arena y
pre h a existido, podría ser cierta i n - q u e esta h a estado ahí desde siem-
cluso s i también es cierto q u e Dios pre. A u n q u e n u n c a h u b i e r a h a b i d o
las distintas objeciones presentadas creó el universo. u n m o m e n t o e n q u e la huella no es-
por Filópono y sus seguidores pue- t u v i e r a ahí, aún reconoceríamos el
den salvarse. A pesar de su defensa Crear lo eterno pie como la causa de la huella: s i no
del razonamiento aristotélico, A q u i - Santo Tomás de A q u i n o se aleja de fuera por el pie, no habría huella.
no rechaza la afirmación de Aristó- Filópono y de sus seguidores e insis-
teles de que el universo es eterno, ya te en que aunque el universo tuvo u n Santo Tomás y l a síntesis
que la fe c r i s t i a n a dice lo contrario; principio, tal y como dice la Biblia, no Los historiadores dicen, a veces, que
santo Tomás de A q u i n o «sintetizó»
el c r i s t i a n i s m o y la filosofía a r i s t o -
télica como s i h u b i e r a adoptado los
fragmentos q u e más le convenían de
cada u n o y los hubiera mezclado. E n
realidad, para santo Tomás de A q u i -
no, como para la mayoría de c r i s t i a -
nos, se d e b e n aceptar todos los pre-
ceptos de la Iglesia, s i n excepción n i
enmienda. Sin embargo, fue u n pen-
sador excepcional porque creía que,
e n t e n d i d o c o r r e c t a m e n t e , Aristóte-
les no contradecía las enseñanzas
c r i s t i a n a s . L a cuestión de s i el u n i -
verso h a e x i s t i d o siempre o no es la
excepción q u e c o n f i r m a la regla. E n
este caso concreto, o p i n a q u e A r i s -
tóteles se e q u i v o c a b a , pero no en su
r a z o n a m i e n t o n i en sus p r i n c i p i o s .
Es p o s i b l e q u e el u n i v e r s o h u b i e r a
e x i s t i d o r e a l m e n t e desde siempre,

Santo Tomás creía en la creación


como cuestión de fe, aunque afirmaba
que ciertos elementos del cristianismo
podían demostrarse racionalmente
y que la Biblia y la razón no tenían
por qué ser contradictorias.
EL MUNDO MEDIEVAL 93
Aristóteles creía que el universo era infinito, ya que a
cada hora y día ¡e sucede otro. Santo Tomás no estaba de
acuerdo porque creía que el universo tuvo un principio,

por lo q u e sabían los a n t i g u o s filóso- tión de fe, por ejemplo q u e t o d o s t e - y de seres vivos. Santo Tomás l l a m a a
fos. L o q u e s u c e d e es q u e Aristóte- nemos u n a l m a i n m o r t a l , pero m a n - esto «conocimiento intelectual», por-
les n o p u d o a c c e d e r a l a revelación tener a l m i s m o t i e m p o q u e la razón q u e lo obtenemos u t i l i z a n d o el poder
c r i s t i a n a , p o r lo q u e n o tenía m o d o era capaz d e d e m o s t r a r la f a l s e d a d i n n a t o del i n t e l e c t o p a r a aprehender,
de saber q u e no había sido así. Santo de las m i s m a s . en b a s e a las i m p r e s i o n e s sensoria-
Tomás de A q u i n o cree q u e h a y v a - les, la r e a l i d a d q u e h a y detrás de las
rias de las d o c t r i n a s c r i s t i a n a s f u n - Cómo a d q u i r i m o s m i s m a s . L o s seres h u m a n o s somos
d a m e n t a l e s q u e los a n t i g u o s filóso- conocimiento los únicos a n i m a l e s q u e tenemos esa
fos n o c o n o c i e r o n y no podían h a b e r Santo Tomás de A q u i n o m a n t i e n e c a p a c i d a d , por lo q u e el c o n o c i m i e n -
conocido, c o m o la c r e e n c i a d e q u e estos p r i n c i p i o s a lo largo de t o d a s u t o del resto no p u e d e i r más allá de
Dios es u n a t r i n i d a d y q u e u n o d e obra, pero se h a c e n e s p e c i a l m e n t e los sentidos. T o d a n u e s t r a c o m p r e n -
los elementos de la m i s m a , el Hijo, se e v i d e n t e s e n d o s áreas p r i n c i p a l e s sión científica d e l m u n d o está basa-
hizo h o m b r e . N o o b s t a n t e , e n s u opi- de s u p e n s a m i e n t o : s u explicación d a en este c o n o c i m i e n t o i n t e l e c t u a l .
nión, s i los h o m b r e s r a z o n a n correc- acerca de cómo a d q u i r i m o s el cono- E s t a teoría le d e b e m u c h o a Aristó-
t a m e n t e n o p u e d e n llegar a n i n g u n a c i m i e n t o y s u t r a t a m i e n t o de la rela- teles, a u n q u e s a n t o Tomás la aclara
conclusión q u e c o n t r a d i g a la d o c t r i - ción e n t r e el c u e r p o y el a l m a . Para y elabora el p e n s a m i e n t o de este.
na c r i s t i a n a . E s t o es p o r q u e la razón él, el ser h u m a n o a d q u i e r e c o n o c i -
h u m a n a y las enseñanzas c r i s t i a n a s m i e n t o m e d i a n t e los sentidos: v i s t a ,

éé
t i e n e n el m i s m o o r i g e n , Dios, p o r lo oído, olfato, t a c t o y g u s t o . Por ejem-
que n u n c a p u e d e n c o n t r a d e c i r s e . plo, d e s d e d o n d e J u a n está sentado,
Santo Tomás d e A q u i n o enseñó t i e n e u n a impresión v i s u a l de u n ob-
en conventos y e n u n i v e r s i d a d e s e n j e t o c o n f o r m a d e árbol, verde y m a - Debiéramos
F r a n c i a e I t a l i a , y la i d e a d e q u e la rrón. Yo, por otro lado, e s t o y j u n t o a l examinar s i hay u n a
razón h u m a n a no podía entrar n u n c a árbol y p u e d o notar la r u g o s i d a d d e l
contradicción entre que algo
en c o n f l i c t o c o n l a d o c t r i n a c r i s t i a - t r o n c o y p e r c i b i r el a r o m a d e l b o s -
sea creación d i v i n a y que
na le enfrentó i n t e n s a m e n t e c o n s u s q u e . S i J u a n y y o fuéramos perros,
haya existido siempre.
contemporáneos, e s p e c i a l m e n t e c o n el árbol se limitaría a estas i m p r e -
Santo Tomás de Aquino
aquellos especializados e n ciencias, siones sensoriales. S i n e m b a r g o , e n
que e n aquel m o m e n t o procedían de t a n t o q u e seres h u m a n o s , somos ca-
la obra d e Aristóteles. Santo Tomás paces de entender de m a n e r a racio-
de A q u i n o a c u s a b a a s u s colegas de n a l qué es u n árbol, d e f i n i r l o y d i -
aceptar c i e r t a s p o s t u r a s c o m o cues- ferenciarlo d e otros t i p o s d e p l a n t a s
94 SANTO TOMÁS DE AQUINO
Como pensador cristiano, para santo v i d a d vital», como crecer y reprodu- lecto y el cuerpo para no contradecir
Tomás los seres humanos no somos cirse, en el caso de las plantas; m o - la enseñanza cristiana de q u e el alma
los únicos seres capaces de conocer verse, sentir, buscar y evitar, en el de h u m a n a sobrevive a la muerte. Por el
intelectualmente: las almas separa- los a n i m a l e s ; y pensar, en el de los contrario, santo Tomás se niega a al-
das del cuerpo después de la muerte, seres humanos. terar la postura de Aristóteles, hecho
los ángeles y el propio Dios también Aristóteles opina que la «forma» que le complicó defender (como de-
están capacitados. Estos otros seres es lo q u e convierte la m a t e r i a en lo fendió) la i n m o r t a l i d a d del alma hu-
que conocen no necesitan los senti- que es. E n el caso del cuerpo h u m a - mana, otro ejemplo de su determina-
dos para adquirir conocimiento, pue- no, esa forma es el alma, q u e con- ción de ser b u e n aristotélico y buen
den entender d i r e c t a m e n t e las defi- v i e r t e al c u e r p o en el ser v i v o q u e filósofo además de c r i s t i a n o fiel.
niciones de las cosas. Esta faceta de es otorgándole unas actividades v i -
la teoría de santo Tomás no encuen- tales concretas. Por lo tanto, el a l m a Después de santo
tra paralelo en Aristóteles, pero es u n se halla ligada al cuerpo y Aristó- Tomás de Aquino
desarrollo coherente de los principios teles cree que, i n c l u s o s i h a b l a m o s Desde la E d a d M e d i a se ha conside-
aristotélicos. De nuevo, santo Tomás de los seres humanos, esta sólo vive rado a santo Tomás de A q u i n o como
puede mantener las creencias cris- mientras a n i m a al cuerpo y que, a su el filósofo ortodoxo oficial de la igle-
tianas no contradiciendo a Aristóte- muerte, perece también. sia católica. E n s u época, m i e n t r a s
les, sino yendo más allá. Santo Tomás de A q u i n o acepta los e r u d i t o s árabes traducían y co-
las enseñanzas de Aristóteles sobre m e n t a b a n la filosofía griega, fue uno
El alma humana los seres vivos e insiste en que el ser de los pensadores más deseosos de
Según Aristóteles, el intelecto es el h u m a n o t a n sólo tiene u n a forma: la seguir el razonamiento filosófico ela-
p r i n c i p i o v i t a l o «alma» del ser h u - de su intelecto. A u n q u e otros pen- borado por Aristóteles, incluso cuan-
mano. Cree que todos los seres vivos sadores de los siglos xm y xiv adopta- do no encajaba d e l t o d o c o n la doc-
tienen u n alma, lo que explica su ca- ron también las líneas generales de t r i n a c r i s t i a n a . A u n q u e permaneció
p a c i d a d para llevar a cabo d i s t i n t o s la p o s t u r a aristotélica, s u p r i m e n la siempre fiel a las enseñanzas de la
niveles de lo que él d e n o m i n a «acti- relación q u e esta hace entre el i n t e - Iglesia, eso no impidió q u e sus ideas

Las leyes de causa y efecto nos llevan a buscar la causa de


todo, incluso del principio del universo. Aristóteles supuso que
Dios otorgó movimiento al universo y santo Tomás coincidía
con él, pero añadió que «la causa primigenia» (Dios) no podía Alguien tiene que
tener causa. haber puesto en m a r c h a este
péndulo de N e w t o n . Pero, ¿la
existencia del universo tiene
también u n a causa?
EL MUNDO MEDIEVAL 95
La radiación cósmica de fondo
aporta pruebas del big bang que
originó el universo, pero aún podemos
plantear, como hizo santo Tomás, que
no es el único modo en que este pudo
haber llegado a existir.

se condenaran como heréticas poco I


después de su muerte. Los grandes
pensadores y profesores del siguien-
te siglo, como el filósofo secular Enri-
que de Gante y los franciscanos Juan
Duns Escoto y Guillermo de Ockham,
se mostraron mucho más dispuestos
a defender que el razonamiento me-
ramente filosófico, cuyo mejor expo-
nente eran los argumentos de Aristó-
teles, suele estar equivocado.
Escoto pensaba que la perspec- afirman que la filosofía es capaz de A u n q u e hoy la mayoría de noso-
tiva aristotélica que m a n t u v o santo demostrar que aunque algunos cre- tros acudimos a la ciencia para que
Tomás de A q u i n o era inadecuada y yentes sostengan ciertas doctrinas nos explique el principio del universo,
Ockham rechazó casi completamen- como cuestiones de fe, sus opiniones los argumentos de santo Tomás de-
te la explicación aristotélica acerca generales no son menos racionales n i muestran que la filosofía sigue sien-
del conocimiento. Por su parte, Enri- coherentes que las de los agnósticos do relevante a la hora de pensar sobre
que de Gante criticó explícitamente o las de los ateos. Esta postura es una el tema, pues dejan claro que la filo-
a santo Tomás por afirmar q u e Dios extensión y u n desarrollo del esfuer- sofía puede aportar las herramientas
pudo haber creado u n universo q u e zo constante de santo Tomás de de- necesarias para u n examen inteligen-
existía desde siempre. Si ha e x i s t i - sarrollar u n sistema de pensamiento te, lo que nos p e r m i t e no sólo inves-
do siempre, afirmaba, no es posible filosófico coherente que no entrara en tigar qué es posible e imposible, sino
que no haya existido, y por lo t a n t o conflicto c o n sus creencias cristia- plantear preguntas inteligentes. ¿Es o
Dios no habría tenido l i b e r t a d para nas. La obra de santo Tomás es, en no es coherente creer que el universo
crearlo o no. La s e g u r i d a d suprema definitiva, toda u n a lección de tole- tuvo u n principio? Esta es todavía una
de santo Tomás de A q u i n o en el po- rancia, tanto para los cristianos como pregunta para los filósofos, y no hay fí-
der de la razón le a p r o x i m a b a más para los que no lo son. sica teórica que pueda responderla. •
al mayor filósofo del siglo anterior, el
teólogo francés Pedro Abelardo, que
L a función de la filosofía
a sus contemporáneos y sucesores.
Hoy en día ya no pretendemos que

Creencias coherentes
Tanto la p o s t u r a general de santo
la filosofía nos confirme si el universo
ha e x i s t i d o siempre o no, y la mayo-
ría de nosotros tampoco buscamos la
éé
Tomás de A q u i n o con respecto a la respuesta en la Biblia, como hicieron Se podría decir
relación entre la filosofía y la d o c t r i - santo Tomás y otros pensadores me- que el tiempo empezó
na c r i s t i a n a , como su t r a t a m i e n t o dievales. Hoy recurrimos a la física y, con el big bang, en el sentido
especial de la eternidad del univer- en concreto, a la teoría del b i g bang, de que el tiempo anterior al
so continúan siendo relevantes en el propuesta por científicos modernos mismo no estaría definido.
siglo xxi. E n la actualidad, pocos f i - como el físico y cosmólogo Stephen Stephen H a w k i n g

tf
lósofos creen q u e las posturas reli- H a w k i n g . Dicha teoría afirma que el
giosas, como la e x i s t e n c i a de Dios universo se expandió en u n momen-
o la i n m o r t a l i d a d del alma, p u e d a n to concreto desde u n estado de tem-
demostrarse m e d i a n t e razonamien- peraturas y de densidad extremada-
tos filosóficos. Sin embargo, algunos mente elevadas.
96

DIOS ES
EL NO OTRO
NICOLÁS DE CUSA (1401-1464)

N
icolás de Cusa pertenece a algunos de los primeros teólogos cris-
EN CONTEXTO la larga tradición de filóso- tianos hablan de Dios como «por en-
fos medievales que h a n i n - cima del ser». Nicolás de Cusa, que
RAMA
tentado d e s c r i b i r la naturaleza de escribe en torno a 1440, va más allá
Filosofía d e l a religión
Dios, haciendo énfasis en lo d i s t i n t o al afirmar que Dios existe antes que
ORIENTACIÓN que es a cualquier otra cosa q u e la cualquier otra cosa, antes incluso de
Platonismo cristiano mente humana pueda comprender. A la posibilidad de que nada existiera.
partir de la idea de que aprendemos Sin embargo, la razón nos dice que la
ANTES utilizando la razón para definir cosas, posibilidad de que u n fenómeno exis-
3 8 0 - 3 6 0 a . C . Platón e s c r i b e De Cusa deduce que, para poder co- ta debe preceder a su existencia real.
sobre «el Bien» o «el Uno» como nocer a Dios, debemos intentar defi- Es imposible que algo llegue a existir
la f u e n t e última d e l a razón, nir s u naturaleza básica. si antes no ha existido la posibilidad
del c o n o c i m i e n t o y d e t o d o Según Platón, «el Bien» o «el Uno» de esa m i s m a existencia. E n conse-
lo q u e existe. es la fuente d e f i n i t i v a de t o d a s las cuencia, Nicolás de Cusa concluye
formas y de todo el conocimiento, y q u e u n a cosa de la q u e se dice esto
F i n a l e s d e l siglo v d.C.
h a de describirse como «no otro».
Pseudo Dionisio, teólogo y
filósofo griego, describe a Dios

éé
Más allá de l a comprensión
c o m o «por e n c i m a d e l ser».
No obstante, el empleo de la palabra
C . 8 6 0 J u a n Escoto Erígena «cosa» e n la línea de razonamiento
d i v u l g a las ideas del Pseudo Lo que sé no adoptada por Nicolás de Cusa es en-
Dionisio. es Dios y lo que gañoso, porque el «no otro» no tiene
pueda concebir no sustancia. A f i r m a que está «más allá
DESPUÉS de nuestra comprensión» y q u e es
1 4 9 2 L a obra Sobre el ser y
se parece a Dios.
antes de todas las cosas de tal modo
el Uno, de G i o v a n n i Pico della
Nikolaus von Kues
que «estas no existen después de él,
Mirándola, m a r c a u n p u n t o de sino a través de él». Por este motivo,
inflexión e n el p e n s a m i e n t o Nicolás de Cusa cree q u e «no otro»
r e n a c e n t i s t a sobre Dios. se acerca más a la definición de Dios
que cualquier otro término. •
1991 E l filósofo francés
Jean-Luc Marión explora e l
Véase también: Platón 5 0 - 5 5 • J u a n Escoto Erígena 332 • M a e s t r o E c k h a r t
t e m a de Dios c o m o e l n o ser.
333 • G i o v a n n i P i c c o della Mirándola 334
EL MUNDO MEDIEVAL 97

LA FELICIDAD
CONSISTE EN
NO SABER NADA
ERASMO DE ROTTERDAM (1466-1536)

E
l tratado Elogio de la locura, no, pues lo entiende como u n a inte-
EN CONTEXTO escrito en 1509 por Erasmo lectualización teológica y la causa
de Rotterdam, es u n reflejo principal de la corrupción de la fe re-
RAMA
de las ideas humanistas que empe- ligiosa. Lo que Erasmo defiende es
Filosofía d e l a religión
zaban a inundar Europa en los pri- u n regreso a las creencias sencillas
ORIENTACIÓN meros años del Renacimiento y que y sinceras, en que cada uno estable-
Humanismo desempeñarían u n papel crucial en ce u n vínculo personal con Dios, en
la Reforma. Es una sátira aguda de la lugar de seguir aquellas que pres-
ANTES corrupción y de las discusiones doc- cribe la doctrina católica.
3 5 4 - 4 3 0 d . C . San Agustín de trinales en el seno de la iglesia cató- Erasmo aconseja que aceptemos
H i p o n a i n t e g r a el p l a t o n i s m o lica. Sin embargo, también transmi- lo que él entiende como el verdadero
y el cristianismo. te u n mensaje serio y afirma que la espíritu de las Escrituras: sencillez,
locura (la ignorancia, según Erasmo) inocencia y humildad. Para él, estos
C . 1 2 6 5 - 1 2 7 4 Santo Tomás de
es u n a parte esencial del ser huma- son los rasgos humanos fundamen-
A q u i n o c o m b i n a aristotelismo no y es lo que, en definitiva, nos trae tales que llevan a una vida feliz. •
y c r i s t i a n i s m o e n s u Sumiría la mayor felicidad y satisfacción; el
Theologica. conocimiento, por el contrario, pue-

éé
de ser u n a carga que entorpezca y
DESPUÉS
complique nuestras vidas.
1517 El teólogo Martín Lutero
redacta sus Noventa y cinco
tesis y protesta por los abusos L a fe y l a locura La persona
del clero, lo q u e dará lugar a La religión también es una forma de logra la felicidad
locura, según Erasmo, puesto que la cuando está dispuesta
la Reforma.
creencia sincera sólo puede basarse a ser lo que es.
1637 Rene Descartes escribe en la fe, nunca en la razón. Erasmo E r a s m o de R o t t e r d a m
su Discurso del método, obra se niega a combinar el racionalis-
q u e coloca a l ser h u m a n o e n mo de la antigua Grecia y la teología
el centro de l a filosofía. cristiana como lo habían hecho filó-
sofos medievales como san Agustín
1689 J o h n Locke defiende de Hipona o santo Tomás de A q u i -
la separación de gobierno
y religión en Carta sobre la
Véase también: San Agustín de H i p o n a 72-73 • Santo Tomás de A q u i n o
tolerancia. 8 8 - 9 5 • Rene Descartes 116-123 • John Locke 130-133
104 NICOLÁS MAQUIAVELO

EN CONTEXTO
RAMA
Filosofía política

ORIENTACIÓN
Realismo

ANTES
S i g l o v a . C . E n la República,
Platón afirma que el Estado debe
ser gobernado por u n filósofo-rey.

Siglo i a . C . E l escritor y filósofo


romano Cicerón defiende q u e la
república r o m a n a es la mejor
forma de gobierno.

DESPUÉS
Siglo xvi Los contemporáneos
de Maquiavelo empiezan a usar
el término «maquiavélico» para
describir aquellos actos de u n a
astucia enrevesada.

1762 Jean-Jacques Rousseau


afirma q u e el pueblo tiene que
aferrarse a la libertad y resistirse
al gobierno de los príncipes.

1928 E l dictador i t a l i a n o
Benito M u s s o l i n i describe
El príncipe como «la guía
suprema para el gobernante».

P
ara lograr comprender ple- Florencia. En 1492, Lorenzo fue suce- gado y quemado en la hoguera por
namente la postura de Ma- dido por su hijo Piero (conocido como hereje. Esto llevó a Maquiavelo a im-
quiavelo respecto al poder, el Infortunado), cuyo reinado fue muy plicarse por primera vez en la política
es necesario conocer los anteceden- breve. El rey francés Carlos V I I I i n - florentina, y en 1498 se convirtió en
tes de sus preocupaciones políticas. vadió Italia con fuerza considerable secretario de la Segunda Cancillería.
Maquiavelo nació en Florencia (Ita- en 1494 y Piero, tras rendirse, huyó
lia) en u n a época de agitación casi de la ciudad cuando los ciudadanos Carrera e influencia
permanente. La f a m i l i a Médici os- se rebelaron contra él. Florencia se La invasión de Carlos V I I I en 1494
tentaba el poder, de manera abierta declaró república ese mismo año. dio inicio a u n período turbulento en
pero oficiosa, sobre la ciudad-estado El prior dominico del monasterio la historia de Italia, que entonces se
desde hacía unos 35 años. El año en de San Marco, Girolamo Savonarola, dividía en cinco poderes: el papado,
que nació Maquiavelo fue el mismo pasó a dominar la vida política de la Ñapóles, Venecia, Milán y Florencia.
en que Lorenzo de Médici (Lorenzo el ciudad-estado. Bajo su mandato, Flo- Varias potencias extranjeras, sobre
Magnífico) sucedió a su padre como rencia entró en u n periodo democrá- todo Francia, España y el Sacro I m -
mandatario e inició u n periodo de tico; pero Savonarola acusó al papa perio Romano, se disputaban el país.
extraordinaria actividad artística en de corrupción, lo que le valió ser juz- Florencia era militarmente inferior a
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 105
Véase también: Platón 5 0 - 5 5 • F r a n c i s Bacon 110-111 • Jean-Jacques Rousseau 154-159 • K a n M a r x 196-203

Lorenzo el Magnífico (1449-1492)


dirigió eficazmente Florencia d e s d e
la m u e r t e de s u padre en 1469 hasta la
suya. A pesar d e q u e era u n déspota,
la república floreció bajo s u m a n d a t o .

emplearle eran muy escasas y sus i n -


tentos por encontrar u n nuevo cargo
político fueron infructuosos. Decidió
entonces agasajar a Giuliano, cabe-
za de la f a m i l i a Médici en Floren-
cia, con u n libro. Cuando lo terminó,
Giuliano ya había muerto, por lo que
Maquiavelo cambió la dedicatoria a
su sucesor, Lorenzo. La temática del
libro era m u y h a b i t u a l en la época:
consejos a u n príncipe.

«El príncipe»
El príncipe era u n libro ingenioso y
cínico, y demostraba u n a profunda
comprensión de Italia en general y
de Florencia en particular. E n él, M a -
quiavelo arguye q u e los objetivos de
u n gobernante justifican los medios
que emplea para alcanzarlos. El prín-
cipe era m u y d i s t i n t o a otros libros
estos ejércitos, lo que llevó a M a q u i a - hombre fuerte y exitoso que i m p r e - de su clase porque se alejaba deci-
velo a pasar catorce años viajando en sionó a Maquiavelo, tanto por s u ca- didamente de la moralidad cristiana.
misión diplomática a varias ciudades pacidad militar como por su astucia. Maquiavelo ofrece consejos despia-
en u n i n t e n t o por mantener a flote a Sin embargo, la tensión entre Francia dadamente prácticos a u n príncipe,
la a t r i b u l a d a república. y el papado llevó a Florencia a aliarse así que, t a l y como había aprendido
En el transcurso de sus activida- con los franceses en contra del papa
des diplomáticas, M a q u i a v e l o cono- y sus aliados españoles. Los france-
ció a César Borgia, hijo ilegítimo del ses perdieron, y Florencia c o n ellos.
papa A l e j a n d r o V I . E l p a p a era u n a E n 1512, España disolvió el gobierno
figura i m p o r t a n t e en el norte de Ita- de la ciudad-estado y los Médici re-
lia y suponía una amenaza importan- gresaron e instalaron lo que fue u n a
éé
te para Florencia. A u n q u e César era tiranía de facto bajo el cardenal Mé- ¡Cuan difícil es para
enemigo de Florencia y Maquiavelo d i c i . M a q u i a v e l o fue relevado de su un pueblo acostumbrado
defensor de u n a postura republicana, cargo político y se exilió a su granja a u n príncipe preservar
este último quedó impresionado por de Florencia. Su carrera política po- su libertad!
la fortaleza, inteligencia y capacidad dría haber resurgido con los Médici, Nicolás M a q u i a v e l o
del primero. E n este personaje vemos pero se le implicó falsamente e n u n
u n a de las fuentes para la conocida complot contra la familia, por lo q u e
obra de Maquiavelo, El príncipe. fue torturado, multado y encarcelado.
Fue liberado al cabo de u n mes, pero
Alejandro V I falleció e n 1503, y
las posibilidades de que volvieran a
su sucesor, el papa Julio I I , fue otro
106 NICOLÁS MAQUIAVELO
durante su experiencia con papas y Parte de la argumentación de Ma- muy probable que ese odio conduzca
cardenales de éxito excepcional, los quiavelo se centra en que u n gober- a u n a rebelión. Además, u n príncipe
valores cristianos debían dejarse a u n nante no puede verse limitado por la que maltrata innecesariamente a su
lado si se interponían en el camino. moralidad, sino que debe hacer todo pueblo es merecedor de desprecio: ha
La postura de Maquiavelo se cen- lo necesario para garantizar su pro- de tener reputación de ser compasivo,
tra en la idea de viitú, pero no se trata pia gloria y el éxito del Estado que go- no cruel. Esto puede implicar que, en
del concepto moderno de virtud moral. bierna, una postura que luego se co- ocasiones, se castigue duramente a
Se acerca más al concepto medieval nocería como realismo. Sin embargo, unos pocos para lograr u n orden so-
de ¡as virtudes concebidas como las según Maquiavelo, el fin no justifica cial general que beneficie a más per-
capacidades o funciones de las cosas, los medios en todos los casos. Hay al- sonas a largo plazo.
como el poder sanador de minerales gunos medios que el príncipe sabio En los casos en que Maquiave-
y plantas. Maquiavelo escribe sobre debe evitar, pues aunque le puedan lo afirma que el fin justifica los me-
las virtudes de los príncipes, que eran ayudar a obtener sus fines, también dios, esta norma sólo es aplicable a
los poderes y funciones que tenían pueden conducirle a futuros peligros. los príncipes. La conducta adecuada
que ver con el gobierno. La raíz latina Los medios que h a n de evitarse para los ciudadanos del Estado nun-
de virtú también se asocia a la hom- son aquellos que pueden hacer que ca es la misma que para el príncipe.
bría (como en «viril»), y eso entronca el pueblo odie a su príncipe. Pueden Sin embargo, incluso en el caso de
con lo que Maquiavelo afirma en rela- amarle o temerle, o, preferiblemen- ciudadanos normales, Maquiavelo
ción al príncipe y al Estado, en el que te, ambas cosas, afirma Maquiave- desdeña la moralidad cristiana con-
en ciertos casos virtú se utiliza como lo, aunque es más importante que el vencional, a la que considera débil e
sinónimo de «éxito» y define u n Esta- príncipe sea temido que amado. Pero inadecuada para u n a ciudad fuerte.
do que debe ser admirado e imitado. el pueblo no debe odiarle, porque es
Príncipe o república
Existen motivos para sospechar que
El gobernante debe saber actuar
El príncipe no recoge la opinión per-
como u n a bestia, afirma Maquiavelo en
El príncipe, y debe i m i t a r las cualidades sonal de Maquiavelo. Quizás la dis-
del zorro y del león. paridad más importante es la que se
encuentra entre las ideas que con-
tiene este t e x t o y las que manifies-
ta en su otra obra fundamental, Dis-
cursos sobre la primera década de
Tito Livio. En los Discursos, Maquia-
velo afirma que la república es el ré-
gimen ideal y que debería instituirse

éé
Debe entenderse
que u n príncipe no
puede observar todo
aquello que se considera
bueno en los hombres.
Nicolás M a q u i a v e l o

99
tL KbNAUIMItNIU Y LA EDAD DE LA RAZON 1D7

siempre que exista, o pueda estable- L a dureza h a sido u n a v i r t u d de los


cerse, u n grado razonable de igual- líderes a lo largo de la historia. El dictador
dad. El principado sólo es adecuado fascista B e n i t o M u s s o l i n i , en el siglo xx,
utilizó u n a mezcla de amor y miedo para
cuando no existe igualdad n i puede
mantenerse en el poder en Italia.
ser instaurada en u n Estado. Sin em-
bargo, puede también argumentarse
que El príncipe presenta las verdade-

éé
ras ideas de M a q u i a v e l o respecto a
cómo se debe gobernar en ese caso;
si el principado es, en ocasiones, u n
mal necesario, debe gobernarse de la El mundo ha llegado
mejor manera posible. Además, M a - a parecerse mucho
quiavelo creía que Florencia estaba
al de Maquiavelo.
inmersa en tal agitación política que
Bertrand Russell
necesitaba de u n gobernante fuerte
para llevarla a buen puerto.

Agradar a los lectores


Otro motivo por el q u e debemos tra-
tar el contenido de El príncipe con
cautela es que M a q u i a v e l o lo escri- mercenarios. El problema reside en lengua de la élite, sino en italiano,
bió para congraciarse con los Médici. saber d i s c e r n i r qué partes reflejan la lengua del pueblo. Ciertamente, en
No obstante, también dedicó los Dis- sus creencias y cuáles no. Resulta ocasiones El príncipe se lee como una
cursos a varios miembros del gobier- tentador separarlas en función de lo sátira, como si se esperara que el lec-
no republicano de Florencia. Podría bien que encajan con la ideología del tor llegara a la conclusión de que «si es
argumentarse, pues, que M a q u i a v e - lector objetivo, pero es poco probable así como debe comportarse u n prín-
lo escribía lo que las personas a quie- que el resultado fuera acertado. cipe, hay que evitar a toda costa ser
nes dedicaba su obra querían leer. También se ha sugerido que M a - gobernado por uno». Si Maquiavelo
Sin embargo, El príncipe contie- quiavelo pretendía escribir u n a sá- satirizaba también la idea de que «el
ne gran parte de lo que se cree eran tira y que su verdadero público obje- fin justifica los medios», el objetivo de
las verdaderas creencias de M a q u i a - tivo eran los republicanos, no la élite esta breve y engañosamente sencilla
velo, como la necesidad de u n a m i - en el poder. Esta idea se basa en que obra es mucho más enigmático de lo
licia ciudadana para no depender de Maquiavelo no lo escribió en latín, la que cabría pensar en u n principio. •

Nicolás M a q u i a v e l o M a q u i a v e l o nació e n Florencia e n la escena política. F i n a l m e n t e


1469. Se conoce m u y p o c o de sus logró r e c u p e r a r l a confianza de
primeros 28 años de vida; aparte de la f a m i l i a Médici, y e l c a r d e n a l
a l g u n a s menciones poco definidas Giulio de Médici le encargó q u e
e n e l d i a r i o de s u padre, la p r i m e r a escribiera la historia de Florencia.
p r u e b a directa es u n a c a r t a escrita A c a b ó e l l i b r o e n 1525, después
e n 1497. Sin e m b a r g o , a p a r t i r de de q u e e l cardenal se c o n v i r t i e r a
sus escritos se hace e v i d e n t e q u e e n e l papa Clemente V I L Nicolás
recibió u n a buena educación, quizás M a q u i a v e l o falleció e n 1527, s i n
e n la U n i v e r s i d a d de Florencia. haber conseguido su ambición de
E n 1498, M a q u i a v e l o se había volver a la v i d a pública.
convertido e n político y diplomático
de l a república de F l o r e n c i a . Tras Obras principales
su retiro forzoso e n 1512, a l regreso
de los Médici a Florencia, se dedicó 1513 El príncipe.
a diversas actividades literarias, 1517 Discursos sobre la primera
además de a i n t e n t a r r e g r e s a r a década de Tito Livio.
LA FAMA Y LA
TRANQUILIDAD
NO SOliBUENAS
COMPAÑERAS
MICHEL DE MONTAIGNE (1533-1592)

E
n el ensayo titulado «De la
EN CONTEXTO soledad» (en el primer volu-
La t r a n q u i l i d a d depende men de sus Ensayos), M i -
RAMA
del desinterés por la chel de Montaigne aborda u n tema
Ética
opinión de los demás popular desde la antigüedad: los dis-
ORIENTACIÓN tintos peligros morales e intelectua-
Humanismo les de vivir con los demás, y el valor
de la soledad. Montaigne no enfatiza
ANTES la importancia de la soledad física,
S i g l o i v a . C . Aristóteles, e n sino la de desarrollar la capacidad de
s u Ética a Nicómaco, afirma resistir la tentación de adoptar sin
que para ser virtuoso, uno debe Si buscamos la fama, que pensar las opiniones y las conduc-
ser sociable y forjar relaciones es la gloria a ojos de los tas de la m u l t i t u d . Compara nuestro
demás,debemos buscar deseo de aprobación por parte de
estrechas c o n los demás; sólo
su b u e n a opinión
u n h o m b r e b e s t i a l o u n dios los demás con el apego a los bienes
puede florecer e n soledad. y a las riquezas materiales. Ambas
pasiones nos empequeñecen, pro-
DESPUÉS clama Montaigne, aunque tampoco
F i n a l e s d e l siglo x v i n El concluye que debamos abandonar-
sacerdote anglicano evangélico las, sino que deberíamos cultivar el
R i c h a r d C e c i l proclama: «La Si buscamos la fama, desapego hacia ellas. De ese modo
soledad nos m u e s t r a lo q u e no podemos lograr podríamos disfrutarlas, e incluso be-
deberíamos ser; la sociedad el desinterés neficiarnos de ellas, sin acabar emo-
nos muestra lo q u e somos». cionalmente esclavizados n i destro-
zados si las perdemos.
F i n a l e s d e l s i g l o xix
«De la soledad» pasa a conside-
F r i e d r i c h Nietzsche describe
rar que nuestro deseo de aprobación
la soledad como algo necesario
está asociado a la búsqueda de glo-
para la introspección, q u e es
ria y de fama. Contrariamente a otros
lo único q u e puede liberar a l
pensadores como Nicolás Maquiave-
ser humano de la tentación de
lo, para quienes la gloria es u n objeti-
seguir ciegamente a la multitud. vo válido, Montaigne cree que la bús-
queda constante de fama es el mayor
impedimento a la hora de conseguir
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 109
Véase también: Aristóteles 56-63 • Nicolás Maquiavelo 102-107
Friedrich Nietzsche 214-221

la paz de espíritu y l a t r a n q u i l i d a d . declara que preocuparse demasia-


Afirma q u e aquellos q u e presentan d o por la opinión de q u i e n e s nos ro-
la gloria c o m o u n o b j e t i v o d e s e a b l e d e a n nos corrompe, b i e n porque aca-
«sólo h a n sacado los brazos y las pier- bamos i m i t a n d o a quienes hacen el
nas de la m u l t i t u d ; s u a l m a y s u v o - m a l , b i e n p o r q u e el o d i o h a c i a ellos
l u n t a d están más e n r e d a d o s e n ella nos c o n s u m e h a s t a hacernos perder
que nunca». la razón.
A M o n t a i g n e no le preocupa s i
a l c a n z a m o s o n o la g l o r i a . Defiende L o s peligros de l a gloria
que debiéramos d e s p r e n d e r n o s d e l M i c h e l de M o n t a i g n e vuelve a ata-
deseo de o b t e n e r la g l o r i a a ojos d e car la búsqueda de gloria en escritos Michel de Montaigne
los demás y q u e n o debiéramos p e n - p o s t e r i o r e s y señala q u e c o n s e g u i r -
sar siempre e n la aprobación o la a d - M i c h e l E y q u e m de M o n t a i g n e
la es t a n a m e n u d o u n a cuestión d e
nació y creció e n e l c a s t i l l o d e
miración de t e r c e r o s c o m o a l g o v a - s u e r t e q u e no t i e n e s e n t i d o s e n t i r t a l
su acomodada f a m i l i a cerca
lioso. R e c o m i e n d a q u e e n l u g a r d e r e v e r e n c i a por ella. «Muchas v e c e s
de B u r d e o s . Sin e m b a r g o , le
buscar la aprobación de q u i e n e s nos he v i s t o a la f o r t u n a alejarse d e l mé-
enviaron a vivir junto a una
rodean, debiéramos t r a t a r d e i m a g i - rito, c o n frecuencia, a g r a n d i s t a n - familia pobre de campesinos
nar q u e c o n s t a n t e m e n t e n o s a c o m - cia», e s c r i b e . También s u b r a y a q u e h a s t a l o s t r e s años d e e d a d
paña u n ser v e r d a d e r a m e n t e g r a n d e a l e n t a r a los líderes políticos y a los para que conociera la vida
y noble, capaz de observar n u e s t r o s e s t a d i s t a s a valorar la g l o r i a por en- de los t r a b a j a d o r e s n o r m a l e s .
pensamientos más íntimos y e n c u y a c i m a d e t o d o , t a l y c o m o decía M a - Recibió t o d a s u educación e n
presencia i n c l u s o los locos esconde- q u i a v e l o , l e s enseña a n o i n t e n t a r casa y h a s t a los seis años sólo
rían sus fallos. A s í aprenderíamos a n a d a a no ser q u e h a y a u n a a u d i e n - se l e permitió h a b l a r e n latín.
pensar c o n c l a r i d a d y o b j e t i v i d a d , y c i a aprobadora cerca d i s p u e s t a a ser E l francés fue, e n r e a l i d a d , s u
también a c o m p o r t a r n o s de m a n e r a t e s t i g o de la e x t r a o r d i n a r i a n a t u r a l e - segunda lengua.
más reflexiva y r a c i o n a l . M o n t a i g n e za de s u s poderes y logros. • A p a r t i r d e 1557, M o n t a i g n e
fue, d u r a n t e 13 años, m i e m b r o
del p a r l a m e n t o local, pero en
1571 d e c i d i ó d i m i t i r , c u a n d o

éé
heredó e l p a t r i m o n i o f a m i l i a r .
E n e l año 1580 M o n t a i g n e
publicó s u p r i m e r v o l u m e n d e
Ensayos, y aún escribió d o s más
El contagio de la m u l t i t u d antes de s u m u e r t e , e n 1592.
es m u y peligroso. Uno debe E n 1 5 8 0 inició u n e x t e n s o
o b i e n i m i t a r o b i e n odiar viaje por E u r o p a , e n p a r t e
el ejemplo de los malvados. para buscar u n a c u r a para sus
Michel de Montaigne p i e d r a s e n e l riñon. R e g r e s ó
a l a política e n 1581 a l s e r
elegido alcalde de Burdeos,
c a r g o q u e ocupó h a s t a 1 5 8 5 .

Obras principales

1569 Apología de Raimundo


M o n t a i g n e presenció los resultados Sabunde.
de la violencia ciega de la m u l t i t u d 1580-1581 Diario de viaje.
durante la guerra de religiones francesa 1580, 1588 y 1595 Ensayos
(1562-1598), como las atrocidades de la (tres volúmenes).
Masacre de san Bartolomé en 1572.
EL CONOCIMIENTO
ES PODER
FRANGIS BACON (1561-1626)

S
e suele considerar a Bacon el a una asombrosa cantidad de pensa-
EN CONTEXTO primero de u n a tradición de dores científicos, como Galileo Gali-
pensamiento conocida como lei, William Harvey, Robert Boyle, Ro-
RAMA
empirismo británico, que se carac- bert Hooke o Isaac Newton.
Filosofía d e l a c i e n c i a
teriza por la opinión de que todo el A u n q u e durante el periodo me-
ORIENTACIÓN conocimiento ha de proceder de la dieval la Iglesia ya había aceptado la
Empirismo experiencia sensorial. Bacon nació ciencia en general, esta se vio seria-
en u n momento en que se pasaba mente entorpecida a causa de la opo-
ANTES de la preocupación renacentista por sición de la autoridad vaticana en el
S i g l o iv a . C . Aristóteles los logros redescubiertos de la anti- Renacimiento. Varios reformistas re-
afirma que la observación y el güedad a u n enfoque más científico ligiosos, como Martín Lutero, se ha-
razonamiento inductivo son la del conocimiento. Los científicos re- bían quejado de que la Iglesia había
base del pensamiento científico. nacentistas ya habían logrado u n a sido demasiado laxa a la hora de con-
serie de avances innovadores, como trarrestar el cuestionamiento cientí-
S i g l o xni Roger Bacon y
el anatomista Andrés Vesalio o el fico de las explicaciones del mundo
Robert Grosseteste añaden al
astrónomo Nicolás Copérnico, pero basadas en la Biblia. E n respuesta,
método inductivo de Aristóteles
este nuevo período, a veces llamado la iglesia católica, que ya había perdi-
la experimentación para llegar de la revolución científica, dio lugar do a numerosos seguidores en favor
al c o n o c i m i e n t o científico.

DESPUÉS
1739 D a v i d H u m e rechaza
Avanza c o n s e g u r i d a d
en el Tratado de la naturaleza
El conocimiento y acumulativamente,
humana la r a c i o n a l i d a d d e l
científico se b a s a descubriendo l e y e s nuevas
pensamiento inductivo. y facilitando nuevas
e n sí m i s m o
1843 John Stuart M i l i desarrolla invenciones

T
en Un sistema de la lógica los
cinco principios i n d u c t i v o s
que r e g u l a n las ciencias.

1934 Karl Popper afirma que la


falsación, no la inducción, es lo E l conocimiento Permite que las personas


hagan cosas que, de otro
que define al método científico. es poder. modo, serían i m p o s i b l e s
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZON 111
Véase también: Aristóteles 56-63 • Robert Grosseteste 333 • David Hume
148-153 • John Stuart M i l i 190-193 • Karl Popper 262-265

de l a n a t u r a l e z a e n l u g a r d e obser-
var lo q u e h a y realmente; los «ídolos
d e l mercado», o n u e s t r a t e n d e n c i a a
p e r m i t i r q u e las convenciones socia-
les d i s t o r s i o n e n n u e s t r a experiencia;
y los «ídolos d e l teatro», o la i n f l u e n -
c i a d i s t o r s i o n a d o r a de las d o c t r i n a s
científicas y filosóficas i m p e r a n t e s .
Según F r a n c i s Bacon, el b u e n cientí-
fico d e b e c o m b a t i r c o n t r a todos ellos
p a r a llegar a conocer el m u n d o .
Francis Bacon
E l método científico Nació e n L o n d r e s y recibió u n a
B a c o n p r o c l a m a q u e el p r o g r e s o e n educación p r i v a d a antes de q u e
L a ciencia, y no l a religión, a partir
la c i e n c i a está s u b o r d i n a d o a q u e se le e n v i a r a n a l T r i n i t y C o l l e g e
del siglo xvi, se vio cada vez más como la
vía hacia el conocimiento. Esta imagen p u e d a n f o r m u l a r leyes c a d a vez más d e C a m b r i d g e a los 12 años d e
representa el observatorio del astrónomo generales y p r o p o n e u n n u e v o mé- edad. Tras graduarse, empezó
danés Tycho Brahe (1546-1601). t o d o científico q u e i n c l u y e u n a v a - a formarse como abogado, pero
riación d e e s t e enfoque. E n lugar de abandonó sus e s t u d i o s p a r a
de la nueva f o r m a de c r i s t i a n i s m o de realizar u n a serie d e observaciones, o c u p a r u n c a r g o diplomático e n
por ejemplo d e metales q u e c o n e l Francia. L a muerte de su padre
Lutero, cambió de p o s t u r a y se volvió
calor se e x p a n d e n , y l u e g o c o n c l u i r e n 1579 le sumió e n l a p o b r e z a ,
e n c o n t r a de los a v a n c e s científicos.
q u e el calor h a c e q u e t o d o s los m e - viéndose obligado a r e t o m a r l a
E s t a oposición p o r p a r t e d e a m b a s
profesión l e g a l .
p o s t u r a s religiosas, dificultó el desa- tales se e x p a n d a n , enfatiza la n e c e -
E n 1584, B a c o n f u e e l e g i d o
rrollo de la c i e n c i a . s i d a d de probar u n a nueva teoría q u e
al parlamento, pero s u a m i s t a d
B a c o n a f i r m a q u e a c e p t a las e n - b u s q u e ejemplos negativos, es decir,
con el traidor duque de Essex
m e t a l e s q u e no se e x p a n d a n c u a n d o
señanzas de la iglesia c r i s t i a n a , pero truncó s u c a r r e r a política h a s t a
se c a l i e n t a n .
al m i s m o t i e m p o asegura q u e la c i e n - el acceso a l t r o n o de Jacobo I
c i a y la religión d e b e n separarse p a r a L a i n f l u e n c i a d e B a c o n provocó e n 1603. E n 1618 le n o m b r a r o n
q u e la adquisición d e l c o n o c i m i e n t o q u e la c i e n c i a se centrara e n la e x p e - canciller de I n g l a t e r r a , pero dos
sea más fácil y rápida y p u e d a m e j o - rimentación práctica. S i n e m b a r g o , años d e s p u é s p e r d i ó e l c a r g o ,
rar la c a l i d a d de v i d a de las personas. se le criticó por rechazar la i m p o r t a n - acusado de aceptar sobornos.
E n f a t i z a la c a p a c i d a d t r a n s f o r m a d o - c i a de la imaginación a la hora de i m - Dedicó e l resto de s u v i d a
ra d e la c i e n c i a y se l a m e n t a de q u e p u l s a r los a v a n c e s científicos. • a l o s e s t u d i o s científicos y l a
e s c r i t u r a . Murió a consecuencia
a n t e r i o r m e n t e se h u b i e r a r e c h a z a d o
d e u n a neumonía, q u e contrajo
esa f a c u l t a d p a r a mejorar la e x i s t e n -
al rellenar u n pollo con nieve,
c i a h u m a n a e n aras de la gloria aca-

éé
como parte de u n experimento
démica y personal.
s o b r e l a conservación d e l o s
B a c o n p r e s e n t a u n a l i s t a d e las alimentos.
d i f e r e n t e s b a r r e r a s psicológicas a
la adquisición de c o n o c i m i e n t o , a las La experiencia es la
demostración más decisiva. Obras principales
q u e l l a m a c o l e c t i v a m e n t e «ídolos d e
la mente». E s t o s son: los «ídolos de la Francis Bacon
1597 Ensayos.

99
tribu», o la t e n d e n c i a de los seres h u - 1605 El avance del
m a n o s c o m o e s p e c i e (o «tribu») a ge- conocimiento.
neralizar; los «ídolos de la caverna», o 1620 Novum Organum
la t e n d e n c i a d e l ser h u m a n o a i m p o - 1624 Nueva Atlántida.
ner s u s i d e a s p r e c o n c e b i d a s acerca
112
EN CONTEXTO

EL HOMBRE
RAMA
Metafísica

ORIENTACIÓN
Fisicalismo

ES UNA
ANTES
S i g l o i v a . C . Aristóteles
d i s p u t a l a teoría d u a l i s t a de
Platón y a f i r m a q u e el a l m a

MÁQUINA
es u n a forma, o función, d e l
cuerpo.

1641 E n la obra Meditaciones


metafísicas, Rene D e s c a r t e s
argumenta que mente y cuerpo

THOMAS HOBBES (1588-1679) son entidades c o m p l e t a m e n t e


d i s t i n t a s e independientes.

DESPUÉS
1748 Bajo el título El hombre
máquina, J u l i e n Offray de la
M e t t r i e p r e s e n t a u n a visión
m e c a n i c i s t a d e l ser h u m a n o .

1949 Gilbert Ryle afirma que la


idea cartesiana de que la mente
y el cuerpo son dos «sustancias»
distintas es u n «error categorial».

A
unque es sobre todo cono-
cido por s u filosofía políti-
ca, Thomas Hobbes escri-
bió acerca de u n a gran cantidad de
temas. Muchas de sus opiniones son
controvertidas, como su defensa del
fisicalismo, teoría según la cual la
naturaleza de todo lo que existe en
el mundo es exclusivamente física y
que no deja espacio a la existencia
de otras entidades naturales, como
la mente, n i sobrenaturales. Según
Hobbes, todos los animales, inclusi-
ve los humanos, no son más que má-
quinas de carne y hueso.
A mediados del siglo xvn, época
en la que Hobbes escribía, el tipo de
teoría metafísica que este defendía
cada vez gozaba de una mayor acep-
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 113
Véase t a m b i é n : Aristóteles 56-63 • Francis Bacon 110-111 • Rene Descartes
116-123 • Julien Offray de la Mettrie 335 • Gilbert Ryle 337

Thomas Hobbes

De niño, T h o m a s H o b b e s quedó
huérfano; p o r f o r t u n a , u n o d e
s u s tíos, q u e e r a r i c o , l o t o m ó a
s u c a r g o y l e proporcionó u n a
b u e n a educación. Se licenció e n
la U n i v e r s i d a d d e O x f o r d , l o q u e
le permitió ser t u t o r d e l o s hijos
del conde de Devonshire. Este
tación. E l c o n o c i m i e n t o d e l a s c i e n - las cosas q u e son, es corpóreo, es de- e m p l e o le ofreció l a o p o r t u n i d a d
cias físicas a u m e n t a b a a g r a n v e l o - cir, t i e n e u n cuerpo». A continuación de viajar p o r t o d a E u r o p a y, a s u
cidad y aportaba explicaciones cada defiende la i d e a de q u e c a d a u n o d e vez, d e c o n o c e r a i m p o r t a n t e s
vez más claras sobre fenómenos q u e e s t o s c u e r p o s p o s e e «longitud, a n - científicos y p e n s a d o r e s , c o m o
antes e r a n confusos o m a l i n t e r p r e t a - c h u r a y profundidad», y q u e «aquello el astrónomo i t a l i a n o Galileo
dos. H o b b e s había c o n o c i d o a l astró- que no tiene cuerpo, no forma parte G a l i l e i , o filósofos f r a n c e s e s
n o m o i t a l i a n o G a l i l e o , a q u i e n suele d e l universo». A u n q u e H o b b e s afir- como M a r i n Mersenne, Pierre
considerarse c o m o «padre d e la c i e n - m a q u e la n a t u r a l e z a d e t o d o es p u - Gassendi o Rene Descartes.
r a m e n t e física, no d i c e q u e el h o m b r e E n 1640 huyó d e l a g u e r r a
cia moderna», y e s t a b a m u y v i n c u l a -
p u e d a p e r c i b i r ese t o d o físico. Decla- c i v i l i n g l e s a , y s e refugió e n
do a F r a n c i s Bacon, c u y o p e n s a m i e n -
ra q u e a l g u n o s c u e r p o s y objetos, a Francia, donde vivió d u r a n t e
t o había c o n t r i b u i d o a r e v o l u c i o n a r
o n c e años. S u p r i m e r l i b r o , Del
la práctica científica. los q u e l l a m a «espíritus», s o n i m p e r -
ciudadano (De Cive), se publicó
E n el c a m p o de las c i e n c i a s y d e ceptibles aunque ocupen espacio y
p o r p r i m e r a v e z e n París e n
las matemáticas, H o b b e s v i o l a c o n - t e n g a n d i m e n s i o n e s físicas. A l g u n o s
1642. S i n e m b a r g o , f u e r o n s u s
t r a p a r t i d a p e r f e c t a p a r a l a filosofía de ellos s o n «espíritus animales»
ideas sobre m o r a l , política y las
escolástica m e d i e v a l , q u e había t r a - funciones de la sociedad y del
tado de r e c o n c i l i a r las aparentes con- E s t a d o , p l a s m a d a s e n Leviatán,

éé
t r a d i c c i o n e s e n t r e la c i e n c i a y la fe. las q u e le h i c i e r o n famoso.
A l i g u a l q u e m u c h o s pensadores d e También fue m u y r e s p e t a d o
la época, creía q u e la c i e n c i a no tenía c o m o t r a d u c t o r y matemático,
límites y q u e g r a c i a s a ella c u a l q u i e r y siguió e s c r i b i e n d o h a s t a s u
La vida no es más m u e r t e a l a e d a d d e 9 1 años.
fenómeno d e la n a t u r a l e z a del m u n d o que el movimiento
podía r e c i b i r u n a explicación f o r m u - de las extremidades. Obras principales
lada científicamente.
Thomas Hobbes
1642 Del ciudadano.
L a teoría d e H o b b e s 1651 Leviatán.
E n Leviatán, s u p r i n c i p a l o b r a polí- 1656 De Corpore.
t i c a , T h o m a s H o b b e s a f i r m a q u e «el 1658 De Homine.
u n i v e r s o , es d e c i r , t o d a la m a s a d e
114 THOMAS HOBBES
Hobbes creía q u e unos «espíritus»
transmitían la información necesaria
para el f u n c i o n a m i e n t o d e l c u e r p o .
H o y e n día s a b e m o s q u e esta es la
función de las señales eléctricas que
t r a n s m i t e n las neuronas.

I australiano a c t u a l , h a denominado
«el g r a n problema de la conciencia».
Chalmers señala q u e algunas fun-
ciones de la conciencia, como el uso
I del lenguaje y el procesamiento de la
información, pueden ser explicados
con relativa facilidad en términos de
los m e c a n i s m o s que llevan a cabo
dichas funciones, y que los filósofos
fisicalistas h a n aportado variantes
de estas explicaciones desde hace
siglos. S i n embargo, siguen s i n dar
una explicación al g r a n problema de
la naturaleza de lo subjetivo, de la
conciencia de la experiencia en p r i -
mera persona. Parece haber u n des-
(muy en línea con u n a postura habi- creto, seguirá estando siempre más fase intrínseco entre los objetos de
t u a l en la época) y son responsables allá de nuestra comprensión. Todo lo las ciencias físicas, por u n lado, y los
de la mayoría de la a c t i v i d a d a n i m a l , que el ser h u m a n o puede saber de objetos de la experiencia consciente,
especialmente de la h u m a n a . Estos Dios es que existe y que es la causa por el otro, algo de lo que Hobbes no
espíritus animales se mueven alre- primera, o creador, de todo lo que hay parece percatarse.
dedor del cuerpo y t r a n s m i t e n infor- en el universo. La explicación que Hobbes pro-
mación, de u n modo m u y parecido a pone acerca de sus creencias ofrece
como entendemos el sistema nervio- ¿Qué e s l a c o n c i e n c i a ? una base m u y pobre a su convicción
so en la actualidad. Dado q u e Hobbes defiende el con- de q u e todo en el m u n d o , inclusive
Hay ocasiones en las que parece cepto de que los seres humanos son los seres humanos, es enteramente
que T h o m a s Hobbes i n t e n t a aplicar puramente físicos y que, por consi-
a Dios y a otras entidades religiosas, guiente, no son más q u e máquinas

éé
como los ángeles, el concepto de es- biológicas, tiene que enfrentarse al
píritu animal. Sin embargo, defiende problema de cómo interpretar nues-
que únicamente Dios, y ningún otro t r a naturaleza mental. S i n hacer i n -
espíritu físico, se puede d e t e r m i n a r t e n t o a l g u n o por esclarecer qué es ¿Qué es en realidad el
como «incorpóreo». Según Hobbes, la mente, se l i m i t a a presentar u n a corazón sino un resorte;
la naturaleza d i v i n a de los atributos visión general y bastante esquemá-
y qué los nervios sino
de Dios no es algo q u e el i n t e l e c t o t i c a de lo q u e pensaba que la cien-
diversas fibras; y qué las
h u m a n o pueda llegar a comprender cia acabaría revelando. Incluso así,
articulaciones sino ruedas
íntegramente, por lo q u e el término t a n sólo consigue cubrir ciertas ac-
que dan movimiento
«incorpóreo» es el único capaz de re- t i v i d a d e s mentales como el apetito,
conocer y honrar la sustancia incog- la aversión y la m o t r i c i d a d volunta- a todo el cuerpo?
noscible de Dios. De todas formas, ria, todos ellos fenómenos q u e se T h o m a s Hobbes
deja claro q u e cree que la existencia pueden explicar desde u n p u n t o de
y la naturaleza de todas las entida- v i s t a m e c a n i c i s t a . Hobbes, además,
des religiosas son u n a cuestión de no tiene nada que manifestar acerca
fe, no de ciencia, y q u e Dios, en con- de lo que David Chalmers, u n filósofo
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 115
físico. Parece no darse cuenta de que opinión de que todas las sustancias
su argumentación sobre la existen- son cuerpos; por lo tanto, lo que para
cia de espíritus materiales imper-
ceptibles podría ser i g u a l m e n t e vá-
lida a la hora de defender la creencia
en sustancias no materiales. Para la
Hobbes es u n argumento que apoya
su postura de que no puede haber
mentes incorpóreas, en realidad de-
éé
pende de su presunción equivocada Aparte de los sentidos,
mayoría de las personas, algo imper- de que la única forma de sustancia de los pensamientos y
ceptible se corresponde más con u n es el cuerpo, y que no es posible que de la razón, la mente
concepto mental que con uno físico. exista nada incorpóreo. humana no tiene
Además, dado que los espíritus ma-
más movimiento.
teriales de Hobbes únicamente pue- Poco más que u n prejuicio T h o m a s Hobbes
den poseer las m i s m a s propiedades

tt
En la definición que Hobbes ofrece
que otros tipos de objetos físicos, no de los espíritus, no queda m u y claro
contribuyen a explicar la naturaleza
qué entendía por «físico» o «corpó-
mental del ser humano.
reo)). Si era sencillamente todo aque-
llo q u e t u v i e r a tres dimensiones es-
Dualismo cartesiano paciales, excluiría a u n a gran parte
Hobbes también se enfrentó c o n la de lo q u e nosotros, a p r i n c i p i o s del tífico y afilosófico contra lo mental.
concepción t a n d i s t i n t a de la mente siglo xxi, consideramos «físico». Por Sin embargo, sus conjeturas meca-
y el cuerpo que, en 1641, el filósofo ejemplo, sus teorías sobre el m u n d o nicistas acerca de la naturaleza del
francés Rene Descartes presentó en natural no dejan lugar a la ciencia de m u n d o s i n t o n i z a b a n a la perfección
su obra Meditaciones. Descartes de- la física subatómica. con el espíritu de u n a era que desa-
fiende u n a «distinción real» entre la En ausencia de u n a noción real- fió prácticamente todas las posturas
mente y el cuerpo, q u e para él son mente clara de lo que significa este predominantes sobre la naturaleza
dos sustancias completamente d i - término clave, la insistencia de Tho- h u m a n a y el orden social, además de
ferentes. Entre las d i s t i n t a s objecio- mas Hobbes en que todo lo q u e se las relacionadas con la sustancia y
nes que Hobbes plantea al análisis halla en el m u n d o puede explicarse el f u n c i o n a m i e n t o del universo que
de Descartes en la época, no aparece en términos físicos, empieza a pare- habitamos. Esta revolución del pen-
mención a l g u n a a d i c h a distinción. cerse cada vez menos a u n principio samiento sentó las bases del m u n d o
Sin embargo, catorce años después, científico y más a u n prejuicio acien- moderno. •
aborda de nuevo esta problemática
bajo el título De Corpore, obra donde
presenta y c r i t i c a lo q u e parece ser
una forma confusa de parte del argu-
mento cartesiano. I m p u g n a la con-
clusión a la q u e llega Descartes de
que la mente y el cuerpo son dos sus-
tancias distintas, basándose en que
su utilización de la expresión «sus-
tancia incorpórea» es u n claro ejem-
plo de lenguaje insignificante o vacío.
Hobbes lo entiende como «cuerpo s i n
cuerpo», lo q u e parece no tener sen-
tido. Sin embargo, se trata de una de-
finición f u n d a m e n t a d a en su propia

M i e n t r a s Hobbes f o r m u l a b a sus
ideas mecanicistas, científicos como
el médico William Harvey empleaban
técnicas empíricas para estudiar el
funcionamiento del cuerpo humano.
118 RENE DESCARTES

R
ene Descartes vivió a princi- a conocer su obra, era el deseo de li-
EN CONTEXTO pios del siglo xvn, d u r a n t e el brar a la ciencia de la carga del escep-
periodo que en ocasiones se ticismo de u n a vez y para siempre.
RAMA
d e n o m i n a revolución científica por En sus Meditaciones metafísicas.
Epistemología
la rapidez con q u e avanzó la ciencia su trabajo más completo y riguroso
ORIENTACIÓN d u r a n t e el m i s m o . El científico y fi- sobre metafísica (el estudio del ser y
Racionalismo lósofo británico Francis Bacon había de la realidad) y epistemología (el es-
logrado establecer u n nuevo méto- tudio de la naturaleza y de los límites
ANTES do para llevar a cabo e x p e r i m e n t o s del conocimiento), Descartes inten-
S i g l o i v a . C . Para Aristóteles, científicos, q u e se basaba en la ob- ta demostrar que el conocimiento es
c u a n d o realizamos c u a l q u i e r servación m i n u c i o s a y en el razona- posible, incluso desde la más escép-
acción, i n c l u s o la d e pensar, m i e n t o deductivo, y su metodología
somos c o n s c i e n t e s d e ella, y, había proporcionado u n nuevo mar-
así, s o m o s c o n s c i e n t e s d e co desde el que investigar el mundo.
nuestra existencia. Descartes compartía su entusiasmo
y o p t i m i s m o , a u n q u e por diferentes
C. 4 2 0 d . C . E n La ciudad de
motivos. Bacon consideraba que las
Dios, s a n A g u s t í n d e H i p o n a
aplicaciones prácticas de los descu-
p r o c l a m a q u e está s e g u r o d e brimientos científicos eran su justifi-
existir, pues incluso estar e n u n cación y sufinúnico, pero Descartes
error sería u n a demostración sentía fascinación por el proyecto de
de s u existencia: para poder poder i n c r e m e n t a r el c o n o c i m i e n t o
equivocarse, hay que existir. y la comprensión del mundo.
D u r a n t e el Renacimiento, la épo-
DESPUÉS
ca histórica precedente, se produjo
1781 E n s u obra Crítica de la
u n a u m e n t o considerable del escep-
razón pura, I m m a n u e l K a n t
t i c i s m o sobre la ciencia y la p o s i b i l i -
c o n t r a d i c e a Descartes, pero
dad de a d q u i r i r c o n o c i m i e n t o en ge-
a c e p t a la p r i m e r a certeza,
neral. E n t i e m p o s de Descartes esta
«pienso, luego existo», c o m o E l l i b r o de Descartes De Homine
postura seguía siendo influyente, por
núcleo y p u n t o d e p a r t i d a Figuiis explica las causas biológicas
lo que u n a de las mayores motivacio- del conocimiento. En él sugiere que la
d e s u filosofía i d e a l i s t a . nes en s u «proyecto de la investiga- glándula pineal es el nexo entre la visión
ción pura», t a l y como se ha llegado y la acción consciente.
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 119
Véase también: Aristóteles 56-63 • San Agustín de Hipona 72-73 • Thomas Hobbes 112-115 • Blaise Pascal 124-125 •
Benedictus de Spinoza 126-129 • John Locke 130-133 • Gottfried Leibniz 134-137 • Immanuel Kant 164-171

t i c a de las p o s t u r a s ; a p a r t i r de ahí, to no es p o s i b l e fiarnos de ellos. Q u i -


t r a t a de s e n t a r u n o s c i m i e n t o s sóli- zás, e n u n c i a , soñamos y lo q u e nos

éé
dos p a r a las ciencias. L a s Meditacio- parece el m u n d o real no es más q u e
nes están e s c r i t a s e n p r i m e r a perso- u n sueño. Esto, a f i r m a , sería f a c t i b l e
na («pienso») p o r q u e no se p r e s e n t a n y a q u e no h a y señales inequívocas
a r g u m e n t o s p a r a d e m o s t r a r o refu- q u e nos d i g a n s i e s t a m o s d e s p i e r t o s
tar a f i r m a c i o n e s , s i n o q u e lo q u e se
Es necesario dudar
o d o r m i d o s ; pero a u n así, d i c h a s i -
desea es g u i a r a l lector por el c a m i - tuación dejaría a b i e r t a la p o s i b i l i d a d
de todo y tanto como
no q u e el p r o p i o autor h a e m p r e n d i - de conocer a l g u n a s verdades, c o m o
sea posible al menos
do. D e ese m o d o , el lector se v e o b l i - los a x i o m a s matemáticos, a u n q u e no u n a vez en la vida.
g a d o a a d o p t a r la p o s t u r a de q u i e n m e d i a n t e nuestros sentidos. Sin em- Rene Descartes
m e d i t a y a reflexionar y d e s c u b r i r la bargo, i n c l u s o esas «verdades» p o -
v e r d a d , i g u a l q u e había h e c h o Des-
c a r t e s . E s t a técnica r e c u e r d a a l mé-
t o d o socrático e n q u e , p o c o a poco,
drían ser falsas, y a q u e Dios, q u e es
o m n i p o t e n t e , estaría en c a p a c i d a d de
c o n f u n d i r n o s h a s t a ese p u n t o . A u n -
ft
el filósofo v a g u i a n d o la comprensión q u e p e n s e m o s q u e Dios es bueno,
d e la p e r s o n a , e n l u g a r d e p r e s e n t a r
u n c o n o c i m i e n t o y a prefabricado.
U n a ilusión óptica de líneas paralelas que
parecen doblarse puede engañar a nuestros
E l m u n d o de l a s i l u s i o n e s sentidos. Descartes cree que no debemos aceptar
Para defender q u e s u s c r e e n c i a s t e - nada como cierto y sí eliminar todos ios prejuicios
nían e s t a b i l i d a d y c o n s i s t e n c i a , d o s antes de poder alcanzar el conocimiento.

• •• •
características d e l c o n o c i m i e n t o q u e
considera f u n d a m e n t a l e s , D e s c a r t e s
u t i l i z a la «duda metódica», e n q u e la
persona deja a u n lado t o d a c r e e n c i a

• •• •
de cuya verdad se p u e d a dudar, y a
sea p a r c i a l o c o m p l e t a m e n t e . E l o b -
jetivo de Descartes es d e m o s t r a r q u e

••
p o d e m o s llegar a l c o n o c i m i e n t o i n -
c l u s o s i p a r t i m o s d e l a p o s t u r a más
escéptica posible y d u d a m o s de todo.
L a d u d a es hiperbólica (exagerada) y
solamente se u t i l i z a c o m o h e r r a m i e n -

••
t a filosófica. T a l y c o m o él m i s m o se-
ñala: «Nadie e n s u sano j u i c i o h a d u -
dado n u n c a de e s t a s cosas».
Rene D e s c a r t e s c o m i e n z a por so-
meter s u s creencias a u n a serie de ar-
g u m e n t o s escépticos c a d a vez más
rigurosos para plantearse cómo p o -
demos estar seguros de la e x i s t e n c i a
de n a d a e n absoluto. ¿Es p o s i b l e q u e
el m u n d o q u e c o n o c e m o s no sea más
q u e u n a ilusión? N o p o d e m o s confiar
en nuestros sentidos porque a todos
nos h a n «engañado» a l g u n a vez, p o r
lo q u e p a r a a l c a n z a r el c o n o c i m i e n -
120 RENE DESCARTES

Imaginaré que
un demonio maligno,
poderoso y astuto ha
empleado toda su energía
en engañarme.
Rene Descartes

99
I demos pensar o decir «soy, existo» y
mientras lo pensamos o lo decimos,
no podemos equivocarnos al respec-
to. Cuando Descartes intenta aplicar
la prueba del demonio a esta creen-
cia, se da cuenta de que sólo podría
hacerle creer que existe si, efectiva-
mente, existe: ¿cómo podría dudar
de su existencia a no ser que exista
para poder dudar?
Este axioma, «soy, existo», es la
U n d e m o n i o m a l i g n o , capaz de do pondera u n a creencia, se pregun- p r i m e r a certeza cartesiana. Si bien
engañar a la h u m a n i d a d sobre todo, ta: «¿Es posible que el demonio me en su obra anterior, el Discurso del
no conseguiría h a c e r m e d u d a r de m i haga creer esto aunque sea falso?». método, lo había presentado como
existencia; s i lo i n t e n t a r a y m e obligara
Si la respuesta es que sí, rechaza la «pienso, luego existo», decidió aban-
a cuestionarla, en realidad no haría más
q u e confirmarla. creencia como abierta a la duda. donar d i c h a formulación cuando es-
En este punto, parece que Des- cribió las Meditaciones, puesto que
cartes se ha colocado en u n a posi- la inclusión de «luego» hace que la
podría habernos creado de t a l modo ción imposible: aparentemente nada frase se asemeje a u n a premisa y a
que tengamos una tendencia a equi- está más allá de t o d a duda, por lo u n a conclusión. Descartes pretende
vocarnos al razonar. O, quizás, Dios que carece de u n argumento sólido que el lector, el «yo» que reflexiona,
no existe, lo que aumentaría las pro- al que aferrarse. Se describe sintién- se percate de que, en el m i s m o mo-
babilidades de que fuéramos seres dose indefenso y s u m i d o en u n tor- mento en que piensa sobre su exis-
imperfectos (en tanto que fruto de la bellino de duda universal, incapaz tencia, sabe que es verdad. Es una
casualidad) y susceptibles de estar de encontrar asidero. Parece que el verdad instantánea; no se trata de la
equivocados continuamente. escepticismo no le ha p e r m i t i d o em- conclusión de u n argumento sino de
Una vez llegado a u n estado e n prender siquiera el c a m i n o hacia el u n a intuición directa.
el que se diría que no hay nada de lo conocimiento y la verdad. A pesar de que Descartes modi-
que pueda estar seguro, Descartes ficó la expresión afinde esclarecerla,
idea u n a herramienta ingeniosa que L a primera certeza la formulación anterior era t a n pega-
le p e r m i t e evitar recaer en u n a opi- Es en ese m o m e n t o cuando Descar- diza que permaneció en la memoria
nión preconcebida: i m a g i n a que hay tes se da cuenta de que existe algo de las personas y, aún ahora, la pri-
u n potente demonio m a l i g n o capaz de lo que no puede dudar en abso- mera certeza se suele conocer como
de engañarle acerca de todo. C u a n - luto: su propia existencia. Todos po- «el cogito», del latín cogito ergo sum,
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 121
Pero, ¿de qué sirve u n a única cer- u n p u n t o de apoyo a l c o n o c i m i e n t o ,
teza? E l a r g u m e n t o lógico más senci- D e s c a r t e s se da c u e n t a de q u e t a m -

éé llo es el silogismo, en el q u e p a r t i e n d o
de dos p r e m i s a s se llega a u n a c o n -
clusión, por ejemplo; todos los pájaros
1
bien podemos a d q u i r i r c o n o c i m i e n t o
a p a r t i r de ella. E s t o es así p o r q u e el
c o n o c i m i e n t o q u e estoy pensando se
La proposición t i e n e n alas; el p e t i r r o j o es u n pájaro; e n c u e n t r a ligado al c o n o c i m i e n t o de
«pienso, existo» es por t a n t o , t o d o s los p e t i r r o j o s t i e n e n m i propia existencia. Por c o n s i g u i e n -
necesariamente cierta alas. C i e r t a m e n t e , no podemos llegar te, «pensar» es algo de lo q u e no pue-
cuando la formulo yo o a ningún s i t i o p a r t i e n d o t a n solo de do d u d a r r a c i o n a l m e n t e , p u e s t o q u e
la concibe m i mente. u n a c e r t i d u m b r e . Sin e m b a r g o , Des- la d u d a es u n t i p o de p e n s a m i e n t o :
Rene Descartes c a r t e s no pretendía llegar a este t i p o d u d a r q u e p i e n s o ya es pensar e n sí
de c o n c l u s i o n e s p a r t i e n d o d e la p r i - m i s m o . Rene D e s c a r t e s s a b e a h o r a
mera certeza. Tal y como explicó: «Ar- q u e e x i s t e y q u e piensa, por lo q u e él,
químedes solía e x i g i r u n único p u n - y c u a l q u i e r otro q u e piense, también
t o de apoyo sólido e i n a m o v i b l e para sabe q u e es u n ser p e n s a n t e .
poder m o v e r la Tierra». Para Descar- Sin embargo, Descartes deja m u y
tes, la c e r t e z a de s u p r o p i a e x i s t e n - claro q u e e s t o es lo más q u e p u e d e
q u e q u i e r e d e c i r «pienso, luego exis- c i a es lo m i s m o : le s a l v a del t o r b e l l i - razonar a p a r t i r de la p r i m e r a certeza.
to». S a n A g u s t í n d e H i p o n a y a había no de dudas, le da u n p u n t o de apoyo Está convencido de q u e no puede de-
empleado u n a r g u m e n t o m u y pare- sólido, lo q u e le p e r m i t e i n i c i a r el ca- c i r q u e t a n sólo es u n ser p e n s a n t e
m i n o d e s d e el e s c e p t i c i s m o h a c i a el (una mente), y a q u e no tiene m a n e r a
c i d o e n La ciudad de Dios a l a f i r m a r :
c o n o c i m i e n t o . E s t a idea es c r u c i a l e n de saber qué más p u e d e ser. P u e d e
«porque s i yerro, existo», c o n lo q u e
s u proyecto de investigación, pero no ser algo físico q u e p o s e e la c a p a c i -
quería d e c i r q u e s i n o e x i s t i e r a , n o
es la b a s e de s u epistemología. d a d de pensar, o p u e d e ser algo d i s -
se podría e q u i v o c a r . S i n e m b a r g o ,
s a n A g u s t í n n o usó d e m a s i a d o este t i n t o , algo q u e aún no h a c o n c e b i d o
a r g u m e n t o e n s u o b r a y, c i e r t a m e n - ¿Qué es este «yo»? s i q u i e r a . L a cuestión es q u e , e n e s t a
te, n o lo desarrolló d e l m o d o e n q u e A p e s a r de q u e la función p r i n c i p a l fase de sus m e d i t a c i o n e s , sólo s a b e
lo h i z o D e s c a r t e s . d e la p r i m e r a certeza es l a de ofrecer q u e es u n ser p e n s a n t e ; t a l y c o m o

L a única pregunta a la que Descartes puede


responder definitivamente mediante la duda
metódica es si piensa o no. No puede demostrar
la existencia del cuerpo o del mundo exterior.
122 RENE DESCARTES
c e p t i c i s m o es errónea ya d e s d e u n ejemplo. Pablo tiene el p e n s a m i e n t o
comienzo. Uno de los p r i n c i p a l e s ar- «todos los hombres son mortales» y

éé g u m e n t o s en contra p a r t e de la u t i -
lización d e la p r i m e r a persona e n e l
a x i o m a «pienso, existo». A pesar de
Patricia piensa q u e «Sócrates e s u n
hombre», n i n g u n o de ellos puede lle-
gar a u n a conclusión Sin embargo,
Cuando alguien que Descartes no puede equivocarse si Paula tiene a m b o s pensamientos,
dice «pienso, luego al decir q u e el p e n s a m i e n t o ocurre, podrá concluir q u e «Sócrates es mor-
existo», reconoce que ¿cómo sabe q u e hay u n «pensador», tal». Que los pensamientos «todos los
es algo autoevidente ¡ u n a única c o n c i e n c i a u n i t a r i a q u e h o m b r e s son mortales» y «Sócrates
mediante la simple piensa? ¿Qué le da derecho a afirmar 1
es u n hombre» sean flotantes, e q u i -
intuición mental. la e x i s t e n c i a de nada más allá de los vale a q u e los p e n s a r a n dos perso-
Rene Descartes propios pensamientos? Por otro lado, :
ñas d i s t i n t a s ; para q u e la razón sea
¿tiene sentido la idea de p e n s a m i e n - posible, los p e n s a m i e n t o s deben r e -
tos flotantes s i n pensador alguno? ! lacionarse entre ellos y d e la mane-
ra apropiada. Q u e los p e n s a m i e n t o s
N o r e s u l t a fácil i m a g i n a r pensa-
m i e n t o s coherentes y s i n pensador, . se relacionen c o n cualquier otra cosa
y D e s c a r t e s defiende la i m p o s i b i l i -que no sea u n pensador (por ejemplo.
dad de concebir t a l estado de cosas. | u n lugar o u n tiempo) no es suficien-
lo a r g u m e n t a , sólo sabe q u e es u n Sin embargo, s i pretendiéramos es- ¡ te. Y c o m o el r a z o n a m i e n t o sí es po-
ser pensante «únicamente en el sen- tar en desacuerdo y creer e n la p o s i - sible, Descartes puede c o n c l u i r q u e
t i d o estricto». P o s t e r i o r m e n t e , e n e l b i l i d a d de u n m u n d o lleno de pensa- ¡ es u n pensador.
sexto libro de las Meditaciones, pre- m i e n t o s s i n pensadores, Descartes A l g u n o s filósofos modernos h a n
senta el a r g u m e n t o de q u e la m e n t e no podría afirmar creer en s u propia negado q u e la certeza d e Descartes
y e l c u e r p o s o n dos cosas d i s t i n t a s e x i s t e n c i a , por lo q u e n u n c a podría acerca de su propia existencia tenga
(sustancias diferentes), pero en este llegar a la p r i m e r a certeza. L a exis- la u t i l i d a d q u e él le otorga. A f i r m a n
p u n t o todavía no está en posición de t e n c i a d e p e n s a m i e n t o s no le daría • q u e «existo» carece de todo conteni-
afirmarlo. el p u n t o de apoyo q u e necesitaba. I do y q u e , s e n c i l l a m e n t e , alude a u n
El d i l e m a c o n el c o n c e p t o d e los ! sujeto, pero no aporta nada significa-
Descartes y l a d u d a p e n s a m i e n t o s flotantes y s i n pensa- t i v o n i i m p o r t a n t e al respecto, s i m -
La p r i m e r a certeza h a sido objeto de ', dor es q u e de ser así el r a z o n a m i e n t o p l e m e n t e , lo señala. A s í pues, nada
críticas por p a r t e de u n g r a n núme- sería i m p o s i b l e . Para poder razonar, puede deducirse de ello y el proyecto
ro de pensadores q u e sostienen q u e es preciso poder relacionar las ideas , d e Descartes falla ya desde u n p r i n -
la aproximación de D e s c a r t e s al es- I de u n a d e t e r m i n a d a m a n e r a . Si, por i cipio. Sin embargo, esta crítica pare-

René D e s c a r t e s I R e n e D e s c a r t e s nació c e r c a d e J d o n d e pasó casi t o d a s u v i d a . E n


i T o u r s (Francia), y se educó e n e l i 1649, la r e i n a C r i s t i n a l e invitó a
c e n t r o jesuíta C o l l é g e R o y a l d e j Suecia p a r a h a b l a r de filosofía; se
L a Fleche. D e b i d o a s u m a l a s a l u d , i esperaba que m a d r u g a r a mucho,
i se le permitía p e r m a n e c e r e n c a m a | a lo q u e n o e s t a b a a c o s t u m b r a d o
h a s t a t a r d e p o r l a mañana, y así en absoluto. Descartes creyó q u e
adquirió l a c o s t u m b r e d e m e d i t a r . e s t e n u e v o régimen, además d e l
A p a r t i r d e los dieciséis años, se d u r o c l i m a sueco, le hizo contraer
j concentró e n e l e s t u d i o d e l a s neumonía, d e l a q u e falleció sólo
I matemáticas, p e r o interrumpió u n año después.
| s u formación d u r a n t e c u a t r o años
| para presentarse como voluntario Obras principales
i e n la g u e r r a de los T r e i n t a Años.
E n e s t e p e r i o d o , sintió l a l l a m a d a 1637 Discurso del método.
de l a filosofía y, t r a s a b a n d o n a r 1641 Meditaciones metafísicas.
el ejército, se instaló p r i m e r o e n 1644 Principios de ñlosofía.
París y l u e g o e n los Países Bajos, 1662 De Homine Figuris.
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZON 123
I
ce omitir el razonamiento de Descar- de W i l l i a m Shakespeare, piensa m u - recurrir a ningún dogma o autoridad
tes, pues, t a l y como ya hemos visto, chísimo, a u n q u e es evidente que no y establecer u n a base firme y racio-
este no hace uso de la p r i m e r a cer- existió; por lo tanto, no es cierto que n a l para alcanzar el c o n o c i m i e n t o .
teza como u n a p r e m i s a a p a r t i r de la todo lo que piensa, existe. También se le conoce por haber pro-
cual derivar más conocimiento; úni- Podríamos considerar que, como puesto que la mente y el cuerpo son
camente necesita que haya u n yo al H a m l e t pensaba en el m u n d o ficti- dos sustancias diferentes (una ma-
que señalar. Por lo tanto, que «existo» cio de u n a obra de teatro, existía en terial, el cuerpo, y otra i n m a t e r i a l , la
apunte a q u i e n m e d i t a es todo lo que ese m u n d o de ficción; si no existía, mente) que interactúan. Su conocida
requiere p a r a poder escapar del tor- no existía en el m u n d o real. Su «rea- distinción, tratada en la Sexta medi-
bellino de dudas. lidad» y su p e n s a m i e n t o t i e n e n que tación, ha pasado a conocerse como
ver c o n el m i s m o m u n d o de ficción. dualismo cartesiano.
Un pensador irreal Los críticos a la máxima de Descar- Sin embargo, es probable que el
Para quienes h a n m a l i n t e r p r e t a d o a tes podrían responder que esa es pre- legado más importante de Descartes
Descartes, creyendo que este i n t e n - c i s a m e n t e la cuestión: saber que al- sea el rigor de su p e n s a m i e n t o y su
ta hacer de s u pensamiento u n argu- g u i e n llamado H a m l e t pensaba (sin negativa a depender de la autoridad.
mento que demuestre s u existencia, saber nada más) no es u n a garantía Los siglos que s i g u i e r o n a s u muer-
señalaremos que la p r i m e r a certeza de que ese a l g u i e n exista en el m u n - te estuvieron dominados por filósofos
es una intuición directa, no u n argu- do real; para ello, tendríamos que sa- que, o b i e n consagraron su trabajo a
mento lógico. Sin embargo, ¿por qué ber si piensa en el m u n d o real. Saber desarrollar las ideas de Descartes, o
sería u n problema que Descartes lo que algo o alguien, como Descartes, bien se dedicaron a refutarlas, como
utilizara como argumento? piensa, no es suficiente para demos- Thomas Hobbes, Benedictus de Spi-
Lo que sucede es que a la aparen- trar su realidad en este mundo. noza o Gottfried Leibniz. •
te inferencia «pienso, luego existo», La respuesta a este problema se
le falta u n a p r e m i s a m u y i m p o r t a n - halla en el estilo en p r i m e r a persona
te, como «algo q u e piensa, existe», de las Meditaciones, y es aquí donde
para poder funcionar. Hay ocasiones q u e d a claro el m o t i v o que empuja a
en que, si u n a p r e m i s a resulta obvia, Rene Descartes a utilizar el «yo». Por
no se explícita en el a r g u m e n t o y, en- m u c h o que n u n c a consiga tener la
tonces, recibe el nombre de p r e m i s a certeza de s i H a m l e t p e n s a b a o no,
s u p r i m i d a . Sin embargo, algunos de y por lo t a n t o de si existía o no, e n
los críticos de Descartes se quejan u n m u n d o de ficción o en el real, no
de que esta premisa s u p r i m i d a no es puedo dudar de mí m i s m o .
obvia en absoluto. H a m l e t , en la obra
Filosofía moderna
E n el «Prefacio a l lector» de las Me-

éé
ditaciones, Descartes predice m u y
c e r t e r a m e n t e que m u c h o s lectores
abordarían s u t r a t a d o de t a l forma
Debemos investigar q u e «no se molestarán en entender
el orden correcto de m i s a r g u m e n -
qué tipo de conocimiento
t a n i la relación entre ellos, sino que
puede alcanzar la mente
se limitarán a c r i t i c a r frases suel-
humana antes de intentar
tas, c o m o suele hacerse». Por otro
adquirir conocimiento lado, también escribió q u e «no es-
de las cosas en pero la aprobación popular, n i t a m -
particular. p o c o u n público amplio», pero en este
Rene Descartes p u n t o se equivocó, pues es común
que se le defina como el padre de la La separación de mente y cuerpo que
plantea Descartes deja abierta una duda:
filosofía moderna. Con s u obra, Des-
si todo lo que podemos ver de nosotros
cartes q u i s o otorgar a la filosofía la
mismos es el cuerpo, ¿cómo demostramos
c e r t i d u m b r e de las matemáticas s i n que un robot no tiene conciencia?
E
l libro más conocido de Blai-
EN CONTEXTO se Pascal, Pensamientos, no
La imaginación es es en sí m i s m o u n tratado
RAMA una f u e r z a p o d e r o s a sobre filosofía, sino una compilación
Filosofía d e l a m e n t e en el ser humano. de fragmentos de las notas que ela-
ORIENTACIÓN
Voluntarismo

ANTES
T boró para u n libro que proyectaba
escribir sobre teología cristiana. D i -
rigía sus ideas sobre todo a quienes
denominaba «libertinos», que eran
C . 3 5 0 a . C . Según Aristóteles, Puede i m p o n e r s e ex católicos que habían abandonado
«la imaginación es el proceso a l a razón la religión a consecuencia del libre-
por el q u e decimos q u e se nos pensamiento fomentado por escrito-
presenta u n a imagen» y declara res como Montaigne. E n uno de los
q u e «el a l m a n u n c a piensa s i n fragmentos más largos, Pascal habla
u n a i m a g e n mental». de la imaginación. Allí apenas ofrece
argumentos que sustenten sus afir-
1641 Rene Descartes sostiene Pero puede llevar
maciones, pues solamente pretendía
que el filósofo tiene que entrenar tanto a verdades
como a equívocos presentar su opinión sobre el tema.
la imaginación para favorecer la
Pascal afirma que la imaginación
adquisición de c o n o c i m i e n t o . es la fuerza más poderosa del ser hu-
DESPUÉS mano, además de u n a de las mayo-
1740 E n su obra Tratado de la res fuentes de error. La imaginación,
según él, hace que confiemos en la
naturaleza humana, el filósofo
Podemos ver belleza, justicia gente en contra de lo que pueda dic-
escocés David H u m e afirma que
o felicidad allí d o n d e e n tar la razón. Por ejemplo, como médi-
«nada de lo q u e i m a g i n a m o s r e a l i d a d no e x i s t e cos y abogados visten de una mane-
es a b s o l u t a m e n t e imposible».
ra especial, tendemos a confiar más
1787 I m m a n u e l K a n t cree q u e en ellos. Por el contrario, prestaremos
por m e d i o de la imaginación menos atención a alguien desaliña-
sintetizamos los incoherentes do o extravagante, aunque hable con
mensajes d e los s e n t i d o s e n sentido común.
L a imaginación
f o r m a de imágenes y luego Para empeorar las cosas, la ima-
n o s l l e v a a error.
en c o n c e p t o s . ginación, que normalmente nos lleva
a equívoco, a veces conduce a la ver-
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 125
Véase t a m b i é n : Aristóteles 56-63 • Michel de Montaigne 108-109 • Rene Descartes 116-123 • David Hume 148-153 •
Immanuel Kant 164-171

dad. Si s i e m p r e errara, la podríamos belleza, la j u s t i c i a y l a f e l i c i d a d q u e


utilizar como fuente de certezas, l i - p r o d u c e son, n o r m a l m e n t e , falsas.
mitándonos a a c e p t a r s u c o n t r a r i o . E n el c o n t e x t o más a m p l i o d e u n a
Después d e o b j e t a r e n c o n t r a d e o b r a d e teología c r i s t i a n a , y e n v i s t a
la imaginación c o n b a s t a n t e detalle, d e l énfasis d e P a s c a l sobre el u s o d e
Pascal t e r m i n a a b r u p t a m e n t e s u co- la razón p a r a l l e v a r a l a s p e r s o n a s a
m e n t a r i o sobre el t e m a d i c i e n d o : «La creer e n la religión, p o d e m o s ver q u e
imaginación lo d e c i d e t o d o : p r o d u c e s u objetivo es d e m o s t r a r a los l i b e r t i -
belleza, j u s t i c i a y f e l i c i d a d , q u e es lo nos q u e la v i d a d e p l a c e r e s q u e h a n
más g r a n d e e n e s t e mundo». F u e r a e s c o g i d o n o es lo q u e p i e n s a n . A u n -
de c o n t e x t o , d a l a impresión d e q u e q u e c r e a n h a b e r elegido el c a m i n o de
elogia la imaginación, p e r o la l e c t u r a la razón, d e h e c h o se h a n e q u i v o c a d o
del párrafo p r e c e d e n t e m u e s t r a q u e d e b i d o a l p o d e r d e l a imaginación.
s u intención es m u y d i s t i n t a . C o m o
la imaginación suele llevar a error, la L a a p u e s t a de P a s c a l
E s t a p o s t u r a es i m p o r t a n t e e n el fa- Según Pascal, la imaginación nos
moso a r g u m e n t o conocido como la engaña constantemente y nos lleva a
hacer juicios erróneos, como juicios

éé
a p u e s t a d e Pascal, u n a d e las n o t a s
sobre personas basados en cómo visten.
más c o m p l e t a s d e Pensamientos. La
apuesta, diseñada p a r a m o t i v a r a los
El hombre no es más l i b e r t i n o s a r e g r e s a r a l a Iglesia, es a p u e s t a sobre la e x i s t e n c i a d e Dios.
que u n junco, el más débil también u n ejemplo d e «voluntaris- S e g ú n Pascal, s i se a p u e s t a e n c o n -
mo», la i d e a d e q u e l a fe es cuestión t r a de la e x i s t e n c i a d e Dios, u n o p u e -
de la naturaleza; pero u n
de v o l u n t a d . A u n q u e P a s c a l a d m i t e de p e r d e r m u c h o (la f e l i c i d a d i n f i n i t a
junco que piensa.
q u e es i m p o s i b l e h a l l a r a r g u m e n t o s e n e l Cielo) y g a n a r p o c o ( u n a s e n -
Blaise Pascal
r a c i o n a l e s sólidos q u e s u s t e n t e n la sación f i n i t a d e i n d e p e n d e n c i a e n el
c r e e n c i a religiosa, i n t e n t a ofrecer ra- mundo); s i n embargo, al apostar q u e
zones sólidas q u e j u s t i f i q u e n q u e r e r Dios e x i s t e , u n o se a r r i e s g a a perder
creer. E s t a s c o n s i s t e n e n valorar las p o c o y g a n a r m u c h o . Por lo t a n t o , es
posibles g a n a n c i a s y pérdidas e n u n a más r a c i o n a l creer e n Dios. •

Blaise P a s c a l B l a i s e P a s c a l nació e n l a c i u d a d t a r d e se declaró herética) y l u e g o


francesa de Clermont-Ferrand. Su al cristianismo convencional.
padre, u n funcionario del gobierno Esto le condujo a abandonar s u
c o n g r a n interés p o r l a c i e n c i a y p o r o b r a m a t e m á t i c a y científica e n
las matemáticas, lo educó a él y a favor de obras religiosas, como
sus h e r m a n a s . Pascal publicó s u s u s Pensamientos. E n t r e 1660 y
p r i m e r artículo s o b r e m a t e m á t i c a s 1662, instauró e l p r i m e r s e r v i c i o
a l a e d a d d e 16 años, e inventó u n a de t r a n s p o r t e público d e l m u n d o ,
c a l c u l a d o r a d i g i t a l a n t e s d e l o s 18. c u y o s b e n e f i c i o s cedió p o r e n t e r o
T a m b i é n s e escribía c o n e l f a m o s o a los pobres, a pesar de sufrir de
matemático Pierre F e r m a t , j u n t o a pésima s a l u d d e s d e 1650 h a s t a
q u i e n sentó l a s b a s e s d e l a teoría q u e falleció e n 1 6 6 2 .
de la probabilidad.
A lo l a r g o d e s u v i d a , Blaise Obras principales
Pascal pasó p o r dos conversiones
religiosas: primero a l jansenismo 1657 Cartas provinciales.
( u n a f o r m a d e c r i s t i a n i s m o q u e más 1670 Pensamientos.
126
EN CONTEXTO

DIOS ES
RAMA
Metafísica

LA CAUSA DE
ORIENTACIÓN
Monismo sustancial

ANTES

TODAS LAS COSAS,


C. 1190 Moisés Maimónides,
filósofo judío, traza una versión
desmitificada de la religión

QUE ESTÁN EN ÉL
que posteriormente influirá
en Spinoza.
Siglo xvi El científico italiano

DENEDICTUS DE SPINOZA (1632-1677) Giordano Bruno desarrolla u n a


forma de panteísmo.
1641 El francés Rene Descartes
publica sus Meditaciones, que
serán otra de las influencias de
Spinoza.

DESPUÉS
F i n a l e s d e l siglo xx Stuart
H a m p s h i r e , Donald Davidson
y Thomas Nagel desarrollan
enfoques sobre la filosofía de la
mente similares al pensamiento
monista de Spinoza.

A
l igual que la gran mayoría
de las filosofías del siglo xvn,
el sistema filosófico de Spi-
noza está basado en el concepto de
«sustancia», que se remonta a A r i s -
tóteles, quien se preguntaba: «¿Qué
hay en el objeto que permanezca in-
mutable cuando el objeto cambia?».
Por ejemplo, la cera puede fundirse y
su forma, tamaño, color, olor y textura
cambiarán, pero seguirá siendo cera.
Esto nos lleva a plantear otra pregun-
ta: ¿a qué nos referimos cuando ha-
blamos de «cera»? Cómo es capaz de <l^..
cambiar de todas las maneras en que
podemos percibirla, la cera debe ser
algo que trasciende sus propiedades
perceptibles y que, para Aristóteles,
es la «sustancia» de la cera. Mes en
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 127
r
éase también: Aristóteles 5 6 - 6 3 • Moisés Maimónides 8 4 - 8 5 • Rene Descartes 116-123 • Donald Davidson 338

general, la s u s t a n c i a es todo lo q u e como únicamente existe una sustan- sus d i s t i n t o s atributos. A u n q u e no


tiene propiedades, o lo que subyace cia así, no puede haber nada excep- llega a especificar cuántos atributos
al mundo de la apariencia. to ella, por lo q u e todo lo demás es, puede tener la sustancia, argumenta
Spinoza u t i l i z a el término «sus- en cierto sentido, parte de esa m i s - que los seres humanos pueden con-
tancia» de u n a manera parecida, y lo m a sustancia. La postura de Spinoza cebir al menos dos: la extensión (fi-
define como aquello q u e se explica se denomina «monismo sustancial», sicalidad) y el pensamiento (menta-
a sí m i s m o , o q u e puede ser enten- según el c u a l todas las cosas son, lidad); por ello, también suele decirse
dendido s i se conoce su naturaleza, en última instancia, d i s t i n t a s face- que Spinoza defiende el «dualismo de
en contraposición c o n otras cosas. tas de u n a única cosa, en oposición atributos». Además, afirma que estos
Por ejemplo, el concepto «carro» t a n al «dualismo sustancial», que defien- dos atributos no pueden explicarse
sólo puede entenderse en relación a de q u e hay dos tipos de cosas en el m u t u a m e n t e y que se deben incluir
otros conceptos, como «movimien- universo, que suelen definirse como en toda explicación del m u n d o que
to», «transporte», etc. Además, para «mente» y «materia». quiera ser completa. E n cuanto a la
Spinoza sólo puede haber u n a sus- sustancia, Spinoza dice que es co-
t a n c i a de ese tipo, puesto que s i h u - L a sustancia es rrecto llamarla «Dios» o «naturaleza»
biera dos, comprender u n a i m p l i c a - Dios o l a naturaleza (Deus sive natura), eso que se define
ría entender su relación con la otra, lo Para Spinoza, pues, la sustancia sub- a sí m i s m o y que, e n la forma h u m a -
que contradice la definición de sus- yace a nuestra experiencia, aunque na, se observa bajo los atributos del
tancia. L o q u e es más, afirma que, también puede conocerse mediante cuerpo y la mente.
128 BENEDICTUS DE SPINOZA
cosa m e n t a l (en t a n t o q u e concebida
bajo el a t r i b u t o del pensamiento). E n

éé
concreto, la m e n t e h u m a n a es u n a
modificación de la s u s t a n c i a conce-
b i d a bajo el a t r i b u t o del p e n s a m i e n -
to, y el cerebro es esa m i s m a m o d i -
La mente y el
ficación de la s u s t a n c i a , c o n c e b i d a
bajo el a t r i b u t o de la extensión. Así,
cuerpo son uno.
Spinoza evita cualquier p r e g u n t a so-
B e n e d i c t u s de S p i n o z a

M
bre la interacción entre la m e n t e y el
cuerpo: no existe interacción alguna,
sólo u n a correspondencia u n o a uno.
Sin embargo, la teoría de Spinoza
le compromete c o n la postura de q u e
Todos los cambios, desde el cambio no sólo los seres h u m a n o s son m e n -
de estado de ánimo hasta el cambio de tes además de cuerpos, sino que todo es el m u n d o y el m u n d o es Dios. E l
la forma de una vela, son, para Spinoza, lo demás también lo es. Las mesas, panteísmo suele ser objeto de crítica
alteraciones que ocurren a una única las rocas, los árboles... son modifica- para los teístas (personas q u e creen
sustancia que tiene atributos tanto
ciones de la s u s t a n c i a única bajo los en Dios), p o r q u e s o s t i e n e n q u e es lo
mentales como físicos.
atributos del p e n s a m i e n t o y de la ex- m i s m o q u e el ateísmo, c o n otro n o m -
tensión. Por c o n s i g u i e n t e , son t a n t o bre. S i n embargo, la teoría de Spino-
físicos como mentales, pese a q u e s u
E n c u a n t o a las cosas i n d i v i d u a - za es m u c h o más próxima al panen-
les, c o m o los seres h u m a n o s , el dua- mentalidad es m u y simple y no son lo teísmo, la p o s t u r a de q u e a u n q u e el
que deberíamos llamar mentes. Este
l i s m o de a t r i b u t o s de Spinoza i n t e n - m u n d o es Dios, Dios es m u c h o más
t a explicar en p a r t e de qué m o d o se aspecto de la teoría de Spinoza resul- q u e el m u n d o . E n el s i s t e m a de Spi-
relacionan cuerpo y mente. Las cosas t a m u y difícil de aceptar o de enten- noza, el m u n d o no es sólo u n a masa
q u e e x p e r i m e n t a m o s c o m o cuerpos der para m u c h a s personas. de cosas materiales y mentales, sino
o mentes i n d i v i d u a l e s son, de hecho, que el m u n d o de las cosas materiales
modificaciones de la sustancia única E l m u n d o es Dios es u n a forma de Dios concebida bajo
c o n c e b i d a bajo u n o de los a t r i b u t o s . L a teoría de Spinoza, q u e en s u Ética el a t r i b u t o de extensión, y el m u n d o
Cada modificación es a la vez u n a desglosa c o n g r a n detalle, a c o s t u m - de las cosas mentales es esa m i s m a
cosa física (en t a n t o q u e c o n c e b i d a j b r a a describirse como u n a forma de forma de Dios concebida bajo el atri-
bajo el atributo de la extensión) y u n a I panteísmo, o la creencia de q u e Dios b u t o del pensamiento. Por lo tanto, la

Benedictus de Spinoza B e n e d i c t u s (o B a r u c h ) d e Spinoza Spinoza fue u n h o m b r e m u y


nació e n 1632, e n Á m s t e r d a m modesto e intensamente moral
(Países Bajos). A los 23 años, fue q u e rechazó l u c r a t i v a s o f e r t a s
excomulgado por l a sinagoga de como docente para preservar
judíos p o r t u g u e s e s de Ámsterdam s u l i b e r t a d i n t e l e c t u a l . Escogió
q u e , m u y p r o b a b l e m e n t e , querían vivir una vida frugal en distintos
d i s t a n c i a r s e d e s u s enseñanzas. p u n t o s d e los Países Bajos y se
E l Tratado teológico-político de ganó l a v i d a i m p a r t i e n d o clases
Spinoza fue más t a r d e d u r a m e n t e p r i v a d a s d e filosofía y t a l l a n d o
a t a c a d o p o r teólogos c r i s t i a n o s y lentes. Falleció de t u b e r c u l o s i s
se prohibió e n 1674, d e s t i n o q u e e n 1677.
c o n a n t e r i o r i d a d y a había s u f r i d o
l a o b r a d e l filósofo francés R e n e Obras principales
D e s c a r t e s . E l escándalo le llevó a
r e t e n e r l a publicación d e s u o b r a 1670 Tratado teológico-político.
p r i n c i p a l , l a Ética, h a s t a después 1677 Ética demostrada según
de s u m u e r t e . el orden geométrico.
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 129
S e g ú n S p i n o z a , todos los objetos, ya sean animales, vegetales
o minerales, tienen mentalidad. Tanto sus cuerpos como sus

éé
mentalidades son parte de Dios, que es mayor que todos los
atributos físicos y mentales del mundo. Para él, Dios es la
«sustancia» que subyace a la realidad.

La m e n t e h u m a n a
es p a r t e del intelecto
i n f i n i t o de Dios.
B e n e d i c t u s de S p i n o z a

s u s t a n c i a única, o D i o s , e s m á s q u e
el m u n d o , p e r o e l m u n d o sí e s e n t e -
ramente s u s t a n c i a , o Dios.
S i n e m b a r g o , el D i o s d i b u j a d o p o r
Spinoza es c o m p l e t a m e n t e d i s t i n t o
al Dios de la teología j u d e o c r i s t i a n a
t r a d i c i o n a l . N o sólo n o es u n a p e r s o -
na, s i n o q u e t a m p o c o p u e d e ser c o n -
siderado c o m o el creador del m u n d o
en el s e n t i d o del L i b r o del Génesis.
El Dios de B e n e d i c t u s de Spinoza no
e x i s t e sólo a n t e s d e la Creación, p a r a
a continuación t r a e r l a a la e x i s t e n c i a .

Dios como l a c a u s a
E n t o n c e s , ¿qué q u i e r e d e c i r S p i n o z a
al e n u n c i a r q u e D i o s e s la s u s t a n c i a
de t o d o ? L a s u s t a n c i a única es «Dios
o naturaleza», p o r l o q u e i n c l u s o s i
D i o s es a l g o m á s q u e esas m o d i f i c a - u n a c a u s a e f i c i e n t e , o q u é e s lo q u e c o m o c a u s a d e t o d a s las cosas, q u i e -
c i o n e s d e la s u s t a n c i a q u e c o m p o n e c o n d u c e a la e x i s t e n c i a de esa cosa re d e c i r q u e t o d a s las c o s a s e n c u e n -
el m u n d o , ¿cómo p u e d e ser c a u s a l la (el p r o c e s o d e e s c u l t u r a ) ; y u n a c a u s a t r a n e n D i o s s u explicación.
relación e n t r e D i o s y l a n a t u r a l e z a ? final, o e l propósito d e s u e x i s t e n c i a E n c o n s e c u e n c i a , Dios n o es lo
E n p r i m e r lugar, d e b e m o s e n t e n - (la creación d e u n a o b r a artística, e l q u e S p i n o z a d e n o m i n a c a u s a «tran-
der q u e S p i n o z a , a l i g u a l q u e l a m a - d e s e o d e d i n e r o , etc.). sitiva», a l g o e x t e r n o q u e h a c r e a d o
yoría d e filósofos a n t e r i o r e s a él, e m - Para Aristóteles y Spinoza, t o d o el m u n d o . Por el c o n t r a r i o , D i o s es l a
plea l a p a l a b r a «causa» e n u n s e n t i d o e s t o j u n t o d e f i n e «causa» y p r o p o r c i o - causa «inmanente» del m u n d o . Esto
m u c h o más a m p l i o d e l q u e le d a m o s n a u n a explicación c o m p l e t a d e l o b - q u i e r e d e c i r q u e D i o s e s e n el m u n -
ahora, u n s i g n i f i c a d o c u y o o r i g e n se j e t o , a d i f e r e n c i a d e l a utilización ac- do, q u e el m u n d o es e n D i o s y q u e l a
h a l l a e n la definición aristotélica d e t u a l , q u e t i e n d e a aludir únicamente e x i s t e n c i a y la esencia del m u n d o se
los c u a t r o t i p o s d e c a u s a . E s t o s s o n a l a s c a u s a s finales y e f i c i e n t e s . Por e x p l i c a n por la existencia y la esen-
(tomando el ejemplo de u n a estatua): consiguiente, cuando Spinoza habla c i a d e D i o s . Para S p i n o z a , el a p r e c i a r
u n a c a u s a f o r m a l , o l a relación e n t r e d e D i o s o d e l a s u s t a n c i a c o m o «au- esto p l e n a m e n t e supone alcanzar el
las p a r t e s d e u n e l e m e n t o (la f o r m a ) ; tocausados» q u i e r e d e c i r q u e se d e - e s t a d o más elevado de l i b e r t a d y de
u n a c a u s a m a t e r i a l , o d e lo q u e e s t á finen a sí m i s m o s , n o q u e se g e n e r a n salvación p o s i b l e , u n e s t a d o a l q u e
h e c h a la c o s a (mármol, b r o n c e , etc.); a sí m i s m o s . Y, c u a n d o h a b l a d e D i o s d e n o m i n a «santidad». •
130
EN CONTEXTO

EL CONOCIMIENTO
RAMA
Epistemología

ORIENTACIÓN

DEL HOMBRE NO Empirismo

ANTES

PUEDE IR MAS ALLÁ


C . 3 8 0 a . C . Platón, e n el diálogo
Menón, afirma q u e recordamos
c o n o c i m i e n t o de otras vidas.

DE SU EXPERIENCIA M e d i a d o s d e l siglo xm Santo


Tomás de A q u i n o defiende q u e
«lo que está en nuestro intelecto
JOHN LOCKE (1632-1704) t i e n e q u e haber estado antes
en nuestros sentidos».

DESPUÉS
F i n a l e s d e l siglo xvii Según
G o t t f r i e d L e i b n i z , pese a q u e
la m e n t e p u e d a parecer u n a
tabula rasa (tabla rasa) al nacer,
cuenta con u n conocimiento
innato que la experiencia
descubre gradualmente.

1966 N o a m C h o m s k y presenta
su teoría de la gramática i n n a t a
en Lingüística cartesiana.

T
radicionalmente, se incluye
a John Locke dentro del gru-
po de los empiristas británi-
cos, junto a dos filósofos posteriores,
George Berkeley y David Hume. Por
lo general, se entiende q u e los em-
piristas m a n t i e n e n que la totalidad
| del conocimiento humano tiene que
proceder, de una manera directa o i n -
directa, de la experiencia del mundo
que únicamente a d q u i r i m o s a tra-
vés de los sentidos. Este argumen-
to contrasta con el razonamiento de
los filósofos racionalistas, como Rene
Descartes, Benedictus de Spinoza o
Gottfried Leibniz, que afirman que,
al menos en principio, es posible ad-
q u i r i r conocimiento exclusivamente
por medio de la razón.
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 131
Véase también: Platón 5 0 - 5 5 • Santo Tomás d e A q u i n o 8 8 - 9 5 • Rene Descartes 116-123 • B e n e d i c t u s de Spinoza
126-129 • G o t t f r i e d L e i b n i z 134-137 • George Berkeley 138-141 • D a v i d H u m e 148-153 • N o a m C h o m s k y 3 0 4 - 3 0 5

éé
Si examinamos
atentamente a un recién
nacido, tendremos pocos
motivos para pensar que
trae muchas ideas al
mundo con él.
John Locke

humano, Locke rebate ampliamente


la teoría que proponen los raciona-
listas para explicar cómo se puede
acceder al conocimiento sin la expe-
riencia: la teoría de las ideas innatas.
La opinión de que los seres huma-
nos nacemos con u n a serie de ideas
innatas que p e r m i t e n que conozca-
mos el m u n d o que nos rodea, inde-
pendientemente de cuál sea nuestra
experiencia, se remonta a los p r i n c i -
E n realidad, la división existente lar, según la cual todo está compues- pios de la filosofía. Platón ya desarro-
entre ambos grupos no es t a n clara to por partículas submicroscópicas, lló u n juicio según el cual tenemos en
como acostumbra a darse por senta- o corpúsculos, que no podemos co- nuestro interior todo el conocimien-
do; por ejemplo, todos los racionalis- nocer directamente, pero cuya exis- to genuino, pero cuando m o r i m o s el
tas aceptan que, en la práctica, nues- tencia explica fenómenos que de otro a l m a se reencarna en otro cuerpo y
tro conocimiento del mundo procede modo resultaría muy difícil, si no i m - el t r a u m a del n a c i m i e n t o hace q u e
de la experiencia, y sobre todo de la posible, explicar. La teoría corpuscu- lo olvidemos todo. Por consiguiente,
investigación científica. Locke llega lar fue ampliamente aceptada por el la educación no consiste en adquirir
a sus opiniones características sobre pensamiento científico del siglo xvn y información nueva, sino en recordar,
la naturaleza del mundo aplicando a es fundamental en la explicación del y el educador es más una comadrona
los datos obtenidos por m e d i o de la m u n d o físico que ofrece Locke. que u n maestro.
experiencia sensorial u n proceso de No obstante, u n g r a n número de
razonamiento que posteriormente se Ideas innatas pensadores posteriores rebatieron la
denominó abducción (inferir la mejor A t r i b u i r a Locke la afirmación de que teoría de Platón y propusieron q u e
explicación p a r t i e n d o del conjunto el ser h u m a n o no es capaz de cono- no todo el c o n o c i m i e n t o puede ser
de pruebas disponibles). Locke, por cer nada más allá de su experiencia innato y que únicamente existe u n a
ejemplo, se propone demostrar que la puede, por lo tanto, parecer erróneo c a n t i d a d l i m i t a d a de conceptos que
mejor explicación del m u n d o que ex- o, al menos, exagerado. Sin embargo, pueden serio, por ejemplo el concep-
perimentamos es la teoría corpuscu- en su Ensayo sobre el entendimiento I to de Dios y de u n a figura geométrica
132 JOHN LOCKE
perfecta, como el triángulo equiláte- información q u e obtenemos a través
ro. E n s u opinión, este t i p o de cono- de los sentidos. Sostiene q u e no hay
c i m i e n t o puede a d q u i r i r s e s i n expe-
r i e n c i a s sensoriales d i r e c t a s , e n el
s e n t i d o de q u e p o d e m o s idear u n a
la menor p r u e b a empírica capaz de
demostrar q u e la m e n t e de u n recién
nacido no esté t o t a l m e n t e e n blanco,
éé
fórmula matemática u t i l i z a n d o úni- y añade q u e lo m i s m o puede decirse M e parece
c a m e n t e el poder de la razón y de la acerca de los d i s c a p a c i t a d o s menta- casi una contradicción
lógica. Rene Descartes, por ejemplo, les, de los q u e cree q u e «no t i e n e n la decir que hay verdades
declara que, a u n q u e cree q u e t o d o s menor comprensión n i pensamiento». grabadas en el alma, que
poseemos u n a idea de Dios g r a b a d a De ahí que declare que t o d a d o c t r i n a carece de percepción y
e n nosotros, c o m o la m a r c a del a r t e - q u e apoye la e x i s t e n c i a de ideas i n - de entendimiento.
sano en u n a vasija de arcilla, el cono- natas es n e c e s a r i a m e n t e falsa. John Locke
c i m i e n t o de la existencia de Dios sólo L o c k e también rebate el concep-
p u e d e llegar a n u e s t r a m e n t e cons-
ciente a través de la razón.
t o m i s m o de idea i n n a t a , que, e n s u
opinión, es incoherente. A f i r m a que,
I
para q u e algo p u e d a ser considera-
L a s objeciones de L o c k e do u n a idea, p r i m e r o debe haber es-
L o c k e e s t a b a e n desacuerdo c o n la t a d o e n la m e n t e de u n a persona e n
creencia de que el ser h u m a n o posea algún m o m e n t o . S i n e m b a r g o , s u b - algún modo y en algún lugar, con an-
ningún t i p o de c o n o c i m i e n t o i n n a t o . raya, c u a l q u i e r idea v e r d a d e r a m e n t e t e r i o r i d a d a c u a l q u i e r t i p o de meca-
Parte de la i d e a de q u e , c u a n d o n a - i n n a t a debería preceder a t o d a forma n i s m o capaz de concebirlas y de lle-
cemos, n u e s t r a m e n t e es u n a tabula de experiencia h u m a n a . Locke acep- varlas a la conciencia.
rasa, u n a pizarra o u n a hoja de papel t a que, t a l y como sostiene G o t t f r i e d Q u i e n e s defienden la e x i s t e n c i a
en blanco sobre la q u e se escribe la L e i b n i z , u n a idea puede e x i s t i r e n la de las ideas i n n a t a s suelen a f i r m a r
e x p e r i e n c i a , de la m i s m a f o r m a q u e m e m o r i a a t a l p r o f u n d i d a d q u e acce- también q u e , c o m o están presentes
la luz crea imágenes sobre u n a pelí- der a ella d u r a n t e u n t i e m p o p u e d a e n todos los seres h u m a n o s c u a n d o
c u l a fotográfica. Según Locke, el ser ser difícil o, incluso, i m p o s i b l e , por lo nacen, deben ser universales por na-
h u m a n o no aporta nada a este proce- q u e la m e n t e consciente no es capaz turaleza, lo q u e s i g n i f i c a q u e se en-
so, a excepción de la c a p a c i d a d h u - de llegar h a s t a ella. Por otro lado, se
c u e n t r a n e n todas las sociedades h u -
m a n a básica de aplicar la razón a la cree que las ideas i n n a t a s e x i s t e n de
m a n a s y en t o d o s los m o m e n t o s de
la h i s t o r i a . Platón, por ejemplo, pro-
c l a m a q u e , p o t e n c i a l m e n t e , todo el
L o c k e creía q u e l a m e n t e h u m a n a es
m u n d o t i e n e acceso a l m i s m o cuer-
como un lienzo en blanco, o tabula rasa, al
nacer. Afirma que nuestro conocimiento del po de c o n o c i m i e n t o , por lo que niega
mundo sólo puede proceder de la experiencia, c u a l q u i e r diferencia entre hombres y
a través de los sentidos. Entonces somos mujeres o entre esclavos y h o m b r e s
capaces de racionalizar ese conocimiento libres. Del m i s m o modo, e n t i e m p o s
para formular ideas nuevas. de Locke, solía plantearse la teoría de
q u e c o m o las ideas i n n a t a s t a n sólo
p u e d e n llegar a nosotros a través de
Dios, t i e n e n q u e ser universales, por-
q u e Dios no sería t a n injusto de ofre-
cérselas únicamente a u n a élite.
L o c k e refuta el a r g u m e n t o de las
ideas universales haciéndonos notar,
u n a vez más, q u e u n a s i m p l e obser-
vación del m u n d o q u e nos rodea nos
m u e s t r a q u e tales ideas no e x i s t e n .
Defiende que, incluso s i hubiera con-
ceptos, o ideas, c o m u n e s a todos los
seres h u m a n o s , t a m p o c o podríamos
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 133
m i e n t o no basado en la experiencia,
y q u e Locke se e q u i v o c a al afirmar
s u i m p o s i b i l i d a d . El debate sobre s i
el ser humano puede llegar a conocer
nada más allá de lo q u e percibe c o n
Supongamos los cinco sentidos aún continúa.
que la mente fuera u n
papel en blanco, vacío E l lenguaje como
de inscripciones, capacidad innata
vacío de ideas; ¿cómo A u n q u e Locke se opone a la existen-
llega a tenerlas'? cia de las ideas i n n a t a s , no rechaza
John Locke el concepto de que el ser humano de-
tente capacidades i n n a t a s . Es más,

tf
Como la mente es u n a pizarra en
la existencia de ciertas capacidades blanco, o tabula rasa, John Locke cree
como la percepción y el razonamien- q u e u n a b u e n a educación, u n a q u e
to son fundamentales en su explica- fomente el p e n s a m i e n t o racional y el
t a l e n t o personal, p u e d e t r a n s f o r m a r
ción del mecanismo del conocimiento
a c u a l q u i e r persona.
y del e n t e n d i m i e n t o humano. A fina-
concluir categóricamente que, ade- les del siglo xx, el filósofo estadouni-
más de universales, son innatas. De- dense N o a m Chomsky llevó aún más el conocimiento que este poseía so-
clara q u e siempre podríamos hallar lejos esta idea al defender q u e t o d a bre el m u n d o se expandía a u n r i t m o
otras explicaciones a s u u n i v e r s a l i - mente h u m a n a cuenta con u n proce- sin precedentes. Filósofos anteriores,
dad, como, por ejemplo, q u e se d e r i - so de p e n s a m i e n t o i n n a t o capaz de p r i n c i p a l m e n t e algunos pensadores
van de la forma más básica en q u e el generar u n a «estructura profunda» y escolásticos medievales como santo
hombre e x p e r i m e n t a el m u n d o q u e universal del lenguaje. Chomsky cree Tomás de A q u i n o , habían concluido
le rodea, algo q u e todos los seres h u - i que, al margen de las diferencias es- que algunos aspectos de la realidad
manos debemos compartir. tructurales aparentes, todos los idio- superaban el alcance de la mente h u -
mas h u m a n o s s u r g e n de u n a única m a n a . S i n embargo, Locke llevó esa
E n 1704, G o t t f r i e d L e i b n i z atacó
base común. postura todavía más lejos y quiso de-
la argumentación empírica de J o h n
Locke en Nuevos ensayos sobre el Locke desempeñó u n papel fun- terminar los límites exactos de lo que
entendimiento humano. Leibniz sos- d a m e n t a l en el debate sobre de qué es cognoscible m e d i a n t e u n análisis
tiene allí que las ideas i n n a t a s son el manera logra adquir conocimiento el detallado de las facultades mentales
único modo claro de a d q u i r i r conocí- i ser h u m a n o , en u n m o m e n t o en q u e del ser humano. •

John Locke J o h n Locke nació e n 1632, hijo de y l a idea d e l derecho n a t u r a l a l a


u n a b o g a d o inglés de p r o v i n c i a s . propiedad privada. Locke huyó de
Contó c o n p a t r o n o s a c o m o d a d o s , i I n g l a t e r r a e n dos ocasiones como
hecho q u e le permitió r e c i b i r u n a exiliado político, pero regresó e n
b u e n a educación, p r i m e r o e n l a 1688, t r a s e l acceso a l t r o n o de
W e s t m i n s t e r School de L o n d r e s y Guillermo y María. Permaneció e n
luego e n Oxford. Impresionado con Inglaterra, donde escribió y ocupó
la orientación empírica de la ciencia v a r i o s cargos g u b e r n a m e n t a l e s ,
q u e había a d o p t a d o e l p i o n e r o de h a s t a q u e falleció e n 1704.
la química R o b e r t Boyle, l e ayudó
e n sus trabajos e x p e r i m e n t a l e s y Obras principales
contribuyó a d i f u n d i r sus ideas.
A u n q u e las ideas empíricas de 1689 Ensayo sobre la tolerancia.
L o c k e s o n i m p o r t a n t e s , lo q u e l e 1690 Ensayo sobre el
h i z o famoso fue s u o b r a política. entendimiento humano.
P r o p u s o u n a teoría d e l c o n t r a t o 1690 Tratados sobre el
social para l e g i t i m a r al gobierno gobierno civil.
134
EN CONTEXTO

HAY DOS CLASES


RAMA
Epistemología

ORIENTACIÓN

DE VERDADES: Racionalismo

ANTES

VERDADES DE
1340 Nicolás de Autrecourt
afirma q u e no hay verdades
necesarias sobre el mundo, sólo

RAZÓN Y VERDADES
hay verdades contingentes.
Década de 1600 Según Rene
Descartes, las ideas llegan

DE HECHO a nosotros de tres maneras:


la experiencia, l a razón o el
conocimiento innato (que Dios

GOTTFRIED LEIBNIZ (1646-1716) graba en nuestra mente).

DESPUÉS
1748 D a v i d H u m e explora
la diferencia entre verdades
necesarias y contingentes.
1927 E l filósofo A l f r e d N o r t h
Whitehead postula «entidades
reales», q u e se asemejan a las
mónadas de Leibniz y que son
u n reflejo de todo el universo.

E
1 inicio de la filosofía moder-
na acostumbra a presentarse
como una escisión entre dos
escuelas: la racionalista (que inclu-
ye a Rene Descartes, Benedictus de
Spinoza e Immanuel Kant) y la em-
pirista (donde destacan John Locke,
George Berkeley y David Hume). Sin
embargo, ningún filósofo pertenecía
claramente a u n grupo en particular,
ya que las diferencias y las similitu-
des entre todos ellos eran muy com-
plejas. De todos modos, la diferencia
fundamental entre ambas escuelas
tenía u n carácter epistemológico, es
decir, mantenían posturas muy d i -
ferentes acerca de lo que podemos
conocer y sobre cómo llegamos a co-
nocer lo que conocemos. Para decir-
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 135
Véase t a m b i é n : Nicolás de Autrecourt 334 • Rene Descartes 116-123 •
David Hume 148-153 > Immanuel Kant 164-171 i Alfred North Whitehead 336

Gottfried Leibniz

Filósofo y matemático alemán,


Gottfried Wilhelm Leibniz
nació e n L e i p z i g . Después d e
la u n i v e r s i d a d , trabajó p a r a e l
elector de M a g u n c i a d u r a n t e
c i n c o años, é p o c a e n l a q u e
escribió p r i n c i p a l m e n t e sobre
t e m a s políticos. T r a s v i a j a r
u n tiempo, fue bibliotecario
del d u q u e de B r u n s w i c k , e n
Hanover, donde vivió h a s t a
su m u e r t e . E n este período
desarrolló l a m a y o r p a r t e d e
s u s i s t e m a filosófico único.
Su f a m a e n m a t e m á t i c a s
viene por haber inventado el
Estas son las Estas son las cálculo i n f i n i t e s i m a l y p o r las
d i s p u t a s q u e siguieron a este,
v e r d a d e s d e razón. verdades de hecho.
y a q u e t a n t o él c o m o N e w t o n
se atribuían e l d e s c u b r i m i e n t o .
A u n q u e parece claro que, de
hecho, a m b o s l l e g a r o n a l m i s m o
lo de u n a m a n e r a s e n c i l l a , los e m p i - p u n t o de modo independiente,
ristas o p i n a b a n q u e el c o n o c i m i e n t o e l s i s t e m a d e notación i d e a d o
p r o c e d e de la e x p e r i e n c i a , m i e n t r a s
que los r a c i o n a l i s t a s a f i r m a b a n q u e
se podía a d q u i r i r c o n o c i m i e n t o úni-
éé por L e i b n i z era m u c h o más
práctico, y es e l q u e se s i g u e
utilizando en la actualidad.
c a m e n t e m e d i a n t e la razón. Apenas conocemos
L e i b n i z era racionalista, y s u dife- nada suficientemente, pocas Obras principales
renciación entre verdades de razón y cosas a priori, y la mayoría
verdades de hecho, m a r c a u n c a m b i o gracias a la experiencia. 1673 L a profesión de fe
del ñlósofo.
i n t e r e s a n t e e n el d e b a t e e n t r e el r a - Gottfried Wilhelm
1685 Discurso de metafísica.
cionalismo y el e m p i r i s m o . E n s u obra Leibniz 1695 Nuevo sistema de la
más c o n o c i d a , la Monadología, afir-
naturaleza y comunicación
ma q u e , e n p r i n c i p i o , la razón p e r m i -
de las sustancias.
te a c c e d e r a t o d o e l c o n o c i m i e n t o . 1710 Teodicea.
Sin e m b a r g o , sostiene, n u e s t r a s fa- 1714 Monadología.
cultades racionales s o n l i m i t a d a s ,
136 GOTTFRIED LEIBNIZ
U n m a p a de I n t e r n e t muestra las
infinitas relaciones entre usuarios.
La teoría de las mónadas de Leibniz
sugiere que todas nuestras mentes
están conectadas de manera similar.

L e i b n i z defiende q u e c a d a m e n t e
h u m a n a es u n a mónada y, e n conse-
c u e n c i a , c o n t i e n e e n sí u n a represen-
tación d e t o d o e l u n i v e r s o . E n t o n c e s ,
e n p r i n c i p i o , p a r e c e p o s i b l e conocer
t o d o acerca d e l m u n d o y más allá so-
lamente c o n explorar nuestras men-
tes. Por ejemplo, t a n sólo c o n analizar
m i noción sobre l a estrella B e t e l g e u -
se, a l final sería capaz d e d e t e r m i n a r
la t e m p e r a t u r a r e a l d e s u s u p e r f i c i e .
N o o b s t a n t e , e n l a práctica, el análi-
s i s n e c e s a r i o p a r a p o d e r l l e g a r a esa
información es d e u n a c o m p l e j i d a d
i m p o s i b l e («infinita», e n p a l a b r a s de
L e i b n i z ) y, c o m o n o lo p u e d o comple-
tar, la única m a n e r a e n q u e podría
c o n o c e r la t e m p e r a t u r a d e B e t e l g e u -
se sería midiéndola empíricamente
c o n i n s t r u m e n t o s astronómicos.
¿Es la t e m p e r a t u r a de Betelgeuse
p o r lo q u e n e c e s i t a m o s a c u d i r t a m - S i n e m b a r g o , la m e n t e h u m a n a sólo u n a v e r d a d d e razón o u n a v e r d a d de
bién a la e x p e r i e n c i a afind e p o d e r puede concebir u n a pequeña p a r t e hecho? A u n q u e sea cierto q u e nece-
adquirirlo. de esas v e r d a d e s (como las matemá- s i t e métodos empíricos p a r a conocer
ticas), por lo q u e d e b e r e c u r r i r a la ex- la r e s p u e s t a , s i m i c a p a c i d a d r a c i o -
E l universo en la mente p e r i e n c i a , q u e nos c o n d u c e a «verda- n a l h u b i e r a s i d o mejor podría h a b e r
Para lograr c o m p r e n d e r cómo llega des d e hecho». l l e g a d o h a s t a ella por m e d i o d e la re-
G o t t f r i e d L e i b n i z a e s t a conclusión, E n t o n c e s , ¿cómo se p u e d e p a s a r flexión. Por lo t a n t o , q u e sea u n a ver-
hemos de conocer p a r t e de s u meta- d e c o n o c e r q u e n i e v a , p o r ejemplo, a d a d d e h e c h o o u n a v e r d a d de razón,
física, o s u concepción d e l u n i v e r s o . saber lo q u e v a a suceder mañana e n
Leibniz sostiene q u e t o d a parte del c u a l q u i e r otro l u g a r d e l m u n d o ? Para
m u n d o , t o d o objeto i n d i v i d u a l , t i e n e Leibniz, la respuesta reside e n q u e
u n c o n c e p t o diferenciado, o «noción»,
a s o c i a d o a él y q u e c o n t i e n e t o d o lo
q u e es c i e r t o d e sí m i s m o , i n c l u y e n -
el u n i v e r s o está c o m p u e s t o p o r s u s -
t a n c i a s simples e i n d i v i d u a l e s a las
q u e d e n o m i n a «mónadas». L a s m ó -
éé
do s u s correlaciones c o n otras cosas. n a d a s están a i s l a d a s las u n a s d e l a s Cada s u s t a n c i a singular
Como t o d o e n el universo se halla otras, y c a d a u n a d e ellas c u e n t a c o n expresa todo el universo
c o n e c t a d o , a f i r m a , t o d a noción está u n a representación c o m p l e t a d e l u n i - a s u manera.
relacionada con cualquier otra no- verso e n s u estado pasado, presente Gottfried Wilhelm
ción, p o r lo q u e es p o s i b l e , a l m e n o s y f u t u r o . D i c h a representación es s i n - Leibniz
e n principio, seguir estas relaciones crónica e n t o d a s las mónadas, p o r lo
y d e s c u b r i r verdades sobre el u n i v e r - q u e t o d a s t i e n e n el m i s m o c o n t e n i -
so sólo a través d e la reflexión r a c i o - do. Según L e i b n i z , es así c o m o D i o s
n a l . E s t a reflexión c o n d u c e a lo q u e creó las cosas, e n u n e s t a d o d e «ar-
L e i b n i z l l a m a «verdades d e razón». monía preestablecida».
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZÓN 137
depende, al parecer, de cómo llego a nal. N o obstante, s i las verdades de
la respuesta; pero, ¿es eso lo que afir- razón son verdades necesarias, ¿por
ma Leibniz? qué es imposible que la temperatura
de Betelgeuse sea de 2,401 grados
Verdades necesarias K e l v i n y no de 2,400? Ciertamente,
El problema de L e i b n i z es q u e sos- no es i m p o s i b l e en el m i s m o sentido
tiene q u e las verdades de razón son q u e la proposición 2 + 2 = 5, ya q u e
verdades «necesarias», es decir, q u e esta última simplemente es u n a con-
resulta t o t a l m e n t e i m p o s i b l e recha- tradicción lógica.
zarlas; mientras que las verdades de Del m i s m o modo, s i s e g u i m o s la
hecho son verdades «contingentes», conjetura de L e i b n i z y establecemos La c a l c u l a d o r a mecánica fue uno
que p u e d e n negarse s i n entrar e n u n a distinción entre verdades nece- de los numerosos inventos de Leibniz.
contradicciones lógicas. U n a verdad sarias y verdades contingentes, aca- Su creación es testimonio de su interés
matemática es u n a verdad necesa- bamos con el siguiente problema: se por las matemáticas y la lógica, ámbitos
ria, puesto que negar sus conclusio- en los que fue un gran innovador.
puede d e s c u b r i r el teorema de Pitá-
nes c o n t r a d i c e el s i g n i f i c a d o de sus goras reflexionando sobre el concep-
propios términos. E n cambio, la pro- to de triángulo, por lo que el teorema verdades cuya necesidad somos ca-
posición «está lloviendo e n Grecia» de Pitágoras ha de ser u n a verdad de paces de d e s c u b r i r y verdades cuya
es de naturaleza c o n t i n g e n t e , pues razón. Sin embargo, la t e m p e r a t u r a necesidad t a n sólo conoce Dios. Sa-
negarla no implica una contradicción de Betelgeuse y el teorema de Pitá- bemos (si acatamos la tesis de L e i b -
de sus términos a u n q u e pueda ser goras son verdades i g u a l m e n t e cier- niz) que el futuro del m u n d o está de-
incorrecta. tas y a m b a s f o r m a n p a r t e de la mó- t e r m i n a d o por u n dios omnisciente y
La distinción q u e L e i b n i z hace nada q u e es m i mente, así que, ¿por benevolente, que, por tanto, ha crea-
entre verdades de razón y verdades qué debo considerar que una es con- do el mejor m u n d o posible. S i n e m -
de hecho es, además de epistemoló- t i n g e n t e y la otra necesaria? bargo, decimos q u e el futuro es con-
gica (determina los límites del cono- Además, L e i b n i z m e n c i o n a que, t i n g e n t e , o i n d e t e r m i n a d o , pues, en
cimiento humano), también metafísi- a u n q u e n a d i e puede llegar al final t a n t o q u e seres h u m a n o s , no alcan-
ca (explica la naturaleza del mundo), del análisis infinito, Dios puede con- zamos a ver todo s u contenido.
pero no q u e d a claro s i sus a r g u m e n - cebir todo el universo a la vez, por lo
tos sustentan el elemento metafísico. que, para él, todas las verdades son E l legado de Leibniz
La teoría de las mónadas de L e i b n i z necesarias. Por consiguiente, la dife- A pesar de las d i f i c u l t a d e s i n h e r e n -
parece sugerir q u e todas las verda- rencia entre las verdades de razón y tes a la teoría de L e i b n i z , sus ideas
des son verdades de razón, a las que las de hecho parece residir en cómo ejercieron u n a g r a n i n f l u e n c i a sobre
podríamos acceder s i fuésemos ca- se llega h a s t a ellas, y s i es así, cues- la obra de numerosos filósofos, como
paces de completar el análisis racio- t a ver por qué las p r i m e r a s h a n de D a v i d H u m e o I m m a n u e l Kant. Kant
ser necesariamente verdad mientras perfeccionó las verdades de razón y
que las segundas no. de hecho de Leibniz, y las diferenció

éé
en afirmaciones «analíticas» y «sin-
Un futuro incierto téticas», u n a distinción que ha sido
A l afirmar q u e u n Dios o m n i s c i e n t e f u n d a m e n t a l e n la filosofía europea
y o m n i p o t e n t e ha creado todo el u n i - desde entonces.
Dios entiende todo
mediante la verdad eterna verso, L e i b n i z se enfrenta, forzosa- Sin embargo, su teoría de las mó-
mente, a la problemática del libre al- nadas no corrió la m i s m a suerte y fue
puesto que no necesita
bedrío. ¿Cómo puedo d e c i d i r actuar d u r a m e n t e c r i t i c a d a por s u extrava-
de la experiencia.
de u n a m a n e r a d e t e r m i n a d a s i Dios g a n c i a metafísica. A pesar de esto,
Gottfried Wilhelm
ya sabe qué voy a hacer? De hecho, en el siglo xx algunos científicos re-
Leibniz el problema es aún más profundo, cuperaron su idea, i n t r i g a d o s por la
p o r q u e parece q u e no deja m a r g e n concepción del espacio y el t i e m p o
a l g u n o a la verdadera c o n t i n g e n c i a . como u n s i s t e m a de relaciones, e n
L a teoría de G o t t f r i e d L e i b n i z sola- vez de como los absolutos de la físi-
m e n t e p e r m i t e u n a distinción entre ca n e w t o n i a n a tradicional. •
138
EN CONTEXTO

EXISTIR
RAMA
Metafísica

ORIENTACIÓN
Idealismo

ES SER
ANTES
C. 380 a . C . E n la República,
Platón presenta su teoría de
las formas, que afirma que el

PERCIBIDO
mundo de nuestra experiencia
es u n a forma imperfecta de
la realidad.

DESPUÉS
1781 El filósofo Immanuel
GEORGE BERKELEY (1685-1753) Kant transforma la teoría
de Berkeley en u n «idealismo
trascendental)), según el cual
todo lo que experimentamos
no es más que apariencia.

1807 Georg Hegel sustituye


el idealismo de Kant por u n
«idealismo absoluto», en que la
realidad absoluta es espíritu.
1982 El filósofo británico John
Foster defiende u n a versión
del idealismo de Berkeley en
su libro The Case for Idealism.

G
eorge Berkeley, al igual que
John Locke antes que él, fue
un empirista, es decir, pen-
saba que la experiencia era la prin-
cipal fuente de conocimiento. Dicha
postura, que se remonta a Aristóte-
les, contrasta con la visión raciona-
lista, para la que, en principio, es la
razón la que permite acceder a todo
el conocimiento. Berkeley partió de
los mismos presupuestos que Locke,
pero llegó a conclusiones muy dis-
tintas. Según Berkeley, el empirismo
de Locke era moderado, pues admi-
tía la posibilidad de que existiera un
mundo independiente de los sentidos
y, además, compartía la visión dua-
un 109
Véase también: Platón 50-55 • Aristóteles 56-63 • Rene Descartes 116-123
John Locke 130-133 • Immanuel Kant 164-171 • Georg Hegel 178-185

George Berkeley

G e o r g e B e r k e l e y nació y creció
en D y s a r t Castle, cerca de la
c i u d a d de K i l k e n n y (Irlanda).
Estudió p r i m e r o e n e l K i l k e n n y
College y posteriormente en
e l T r i n i t y C o l l e g e d e Dublín.
E n 1707 fue d e s i g n a d o profesor
y se ordenó c o m o s a c e r d o t e
a n g l i c a n o . E n 1714, c u a n d o y a
había e s c r i t o s u p r i n c i p a l o b r a
filosófica, dejó s u t i e r r a n a t a l
p a r a viajar p o r Europa, a u n q u e
pasó l a m a y o r p a r t e d e l t i e m p o
U n a c o s a s ó l o existe
en Londres.
e n t a n t o que p e r c i b e
C u a n d o regresó a I r l a n d a
o es percibida. le n o m b r a r o n d e c a n o d e Derry,
pero el objetivo p r i n c i p a l de
Berkeley era u n proyecto para
c o n s t r u i r u n s e m i n a r i o e n las
I s l a s B e r m u d a s . E n 1728 viajó
a N e w p o r t , en Rhode Island,
l i s t a de Rene D e s c a r t e s , p a r a q u i e n c o n s u esposa, A n n e Foster,
el ser h u m a n o t i e n e d o s s u s t a n c i a s y dedicó t r e s años a r e c a u d a r

éé
d i s t i n t a s , la m e n t e y el cuerpo. fondos para el seminario. E n
Por el c o n t r a r i o , e i e m p i r i s m o d e 1731, c u a n d o se h i z o e v i d e n t e
Berkeley era m u c h o más r a d i c a l y le q u e n o conseguiría r e u n i r e l
condujo h a s t a u n a p o s t u r a c o n o c i d a d i n e r o , volvió a L o n d r e s . T r e s
como «idealismo subjetivo». E s t o sig- La sustancia años d e s p u é s , l e n o m b r a r o n
nifica q u e era m o n i s t a y creía q u e e n material de que o b i s p o de C l o y n e (Dublín); allí
vivió el resto de s u v i d a .
el u n i v e r s o h a y u n único t i p o de sus- hablan los filósofos,
t a n c i a ; c o m o era i d e a l i s t a , creía q u e no existe.
Obras principales
esa s u s t a n c i a única era l a m e n t e , o George Berkeley
el p e n s a m i e n t o , no la m a t e r i a .
1710 Tratado sobre los
L a p o s t u r a d e Berkeley suele re- principios del entendimiento
s u m i r s e e n la frase e n latín esse est humano.
oercipi («existir es ser percibido»), 1713 Tres diálogos entre Hylas
pero, quizás, sería más e x a c t o d e c i r y Philonus.
Bsse est aut percipeh aut percipi
140 GEORGE BERKELEY
asemejarse a otras ideas. Y como la
experiencia que tenemos del mundo

éé éé
únicamente proviene de las ideas,
cualquier sugerencia de que poda-
mos siquiera llegar a comprender el
Si h u b i e r a U n a idea no puede parecerse a concepto de «cosa física)) está errada.
cuerpos externos, n a d a q u e n o sea otra idea; u n Lo que entendemos en realidad son
c o l o r o u n a figura n o p u e d e n las entidades mentales. E l mundo se
sería i m p o s i b l e q u e
parecerse a nada q u e n o sea compone exclusivamente de pensa-
pudiéramos llegar
o t r o color u o t r a figura. mientos, y aquello que no se percibe
a conocerlos.
a sí m i s m o existe sólo como u n a de
George B e r k e l e y George B e r k e l e y
nuestras percepciones.

L a c a u s a de l a percepción
Entonces, s i las cosas q u e no pue-
den percibir únicamente existen en
tanto que son percibidas, parecería
(«existir es percibir o ser percibido»). Berkeley manifiesta dos objecio- que, si salgo del despacho, la mesa,
Según Berkeley, el mundo está com- nes fundamentales a esto. E n primer los libros, el ordenador, etc., dejan de
puesto únicamente por mentes que lugar, afirma que nuestra compren- existir porque ya no son percibidos.
perciben y por sus ideas. Dicha afir- sión de la causalidad (el hecho de que Berkeley responde que no hay nada
mación no significa que rechace la a u n a causa le suceda u n efecto) se que no sea percibido, porque cuan-
existencia del mundo externo, n i de- basa íntegramente en la experiencia do salgo de m i despacho, Dios sigue
fienda que este es distinto de lo que que tenemos de nuestras voliciones percibiéndolo. Por consiguiente, su
percibimos. Lo que Berkeley trata de (cómo, con la voluntad, hacemos que teoría no sólo depende de la existen-
exponer es que todo el conocimien- sucedan cosas). No dice que proyec- cia de u n Dios, sino de la de u n Dios
to se origina necesariamente en la tar nuestra experiencia de acciones muy concreto, cuya participación en
experiencia y que todo lo que pode- volitivas sobre el mundo sea erróneo, el mundo es continua.
mos llegar a concebir son nuestras que es lo que hacemos al decir que Para George Berkeley, la p a r t i c i -
propias percepciones. Y, como estas el mundo nos hace tener ideas acer- pación de Dios en el mundo es toda-
percepciones son «ideas» (o repre- ca de él. Lo que dice es que no exis- vía más profunda. Tal y como hemos
sentaciones mentales), no hay base ten «causas físicas», debido a que no visto, afirma que no hay causas físi-
para creer que exista n i n g u n a otra existe u n mundo físico más allá del cas, sino únicamente «voliciones», o
cosa que no sean esas ideas y quie- mundo de las ideas que pueda ser
nes las perciben. la causa de estas ideas. Según Ber-
keley, el único tipo de causa que hay
Causación y volición en el mundo es, precisamente, el tipo
Berkeley tenía en su p u n t o de m i r a volitivo de causa que supone el ejer-
la perspectiva cartesiana elaborada cicio de la voluntad.
por John Locke y el científico Robert La segunda objeción que presen-
Boyle, la cual establece que el mundo ta es que, como las ideas son entida-
está compuesto por u n g r a n núme- des mentales, no se pueden parecer
ro de partículas físicas, o «corpúscu- a las entidades físicas, debido a que
los», cuya naturaleza e interacciones las propiedades de ambas son com-
dan lugar al mundo t a l y como lo en- pletamente diferentes. Una fotogra-
tendemos. Para George Berkeley, lo fía o u n cuadro se pueden asemejar
más d i s c u t i b l e de d i c h a perspecti- a u n objeto físico dado que son enti-
va es que también mantiene que el dades físicas, pero pensar q u e u n a Las ilusiones ópticas no existen para
Berkeley porque u n objeto es siempre lo
mundo causa las ideas perceptuales idea pueda ser s i m i l a r a u n objeto
que parece ser. Así, u n a pajita sumergida
que tenemos de él mediante su inter- físico es confundirla con u n a cosa fí- en agua, por ejemplo, está doblada y u n
acción con los sentidos. sica. Las ideas, pues, t a n sólo pueden objeto bajo la lupa a u m e n t a s u tamaño.
EL RENACIMIENTO Y LA EDAD DE LA RAZON 141
a c t o s d e v o l u n t a d , por lo q u e única- ¿Un árbol p u e d e caer si no hay nadie
m e n t e u n a c t o d e v o l u n t a d es c a p a z para ver cómo cae? Según Berkeley,
de p r o d u c i r las i d e a s q u e p o s e e m o s los objetos sólo existen mientras
sean percibidos. Sin embargo,
sobre e l m u n d o q u e nos r o d e a . S i n
el árbol puede caer, porque,
embargo, n o p o d e m o s d o m i n a r nues-
al i g u a l que el resto del
tra experiencia del mundo, n i t a m - mundo, siempre es
poco escoger qué e x p e r i m e n t a m o s ; percibido por Dios.
el m u n d o se n o s p r e s e n t a t a l y c o m o
es, nos c o m p l a z c a o n o . Por lo t a n t o ,
las v o l i c i o n e s q u e c a u s a n m i s i d e a s
sobre e l m u n d o n o m e p e r t e n e c e n ;
son d e D i o s . Para Berkeley, p o r ende,
Dios n o s o l a m e n t e nos h a c r e a d o e n
tanto que entidades que perciben,
s i n o q u e e s la c a u s a y e l g e n e r a d o r
c o n s t a n t e de t o d a s n u e s t r a s p e r c e p -
ciones. E s t o p l a n t e a n u m e r o s a s p r e -
g u n t a s , y u n a d e las más i m p e r i o s a s
es: ¿por qué e n ocasiones p e r c i b i m o s
las cosas i n c o r r e c t a m e n t e ? , ¿por qué
D i o s querría c o n f u n d i r n o s ?
Berkeley i n t e n t a responder d i c i e n -
do q u e n u e s t r a s p e r c e p c i o n e s n u n c a
s o n erróneas; n o s e q u i v o c a m o s a la
hora de e m i t i r j u i c i o s sobre lo q u e h e - C o m o u n r e m o n o p u e d e ser r e c t o y nos conduce al problema del solip-
m o s p e r c i b i d o . Por e j e m p l o , s i c u a n - estar d o b l a d o a l m i s m o t i e m p o , t i e n e s i s m o , la p o s i b i l i d a d d e q u e lo único
d o m e t o m e d i o r e m o e n el a g u a m e que haber dos remos: el q u e p u e d o de cuya e x i s t e n c i a puedo estar ple-
p a r e c e q u e está d o b l a d o , la r e a l i d a d ver y el q u e p u e d o t o c a r . Pero r e s u l t a n a m e n t e s e g u r o (o lo único q u e q u i -
es q u e lo está; m e e q u i v o c o a l p e n - aún más problemático q u e , p a r a Ber- zás e x i s t a ) soy y o m i s m o .
sar q u e sólo p a r e c e e s t a r d o b l a d o . keley, s i d o s p e r s o n a s v e n el m i s m o U n a p o s i b l e solución a l s o l i p s i s -
S i n e m b a r g o , ¿qué o u r r e s i m e t o remo, de hecho o b s e r v a n dos remos m o es l a s i g u i e n t e : d a d o q u e p u e d o
la m a n o e n e l a g u a y t o c o e l r e m o ? diferentes, puesto q u e no existe u n p r o m o v e r c a m b i o s e n el m u n d o (por
C i e r t a m e n t e , notaré q u e está r e c t o . r e m o «real» «ahí fuera» s o b r e e l q u e ejemplo, l e v a n t a r u n a m a n o ) , y c o m o
las p e r c e p c i o n e s p u e d a n converger. puedo percibir cambios similares en
los c u e r p o s d e otras personas, p u e d o
E l problema del solipsismo i n f e r i r q u e a esos c u e r p o s t a m b i é n

éé Por lo t a n t o , u n h e c h o i n e x o r a b l e e n
el s i s t e m a de George Berkeley pare-
ce ser q u e n u n c a p o d e m o s l l e g a r a
los m o d i f i c a u n a « c o n c i e n c i a » i n t e -
rior. S i n e m b a r g o , el d i l e m a p a r a Ber-
k e l e y es q u e n o h a y u n a m a n o «real»
Todo lo que hay en el p e r c i b i r lo m i s m o . C a d a u n o d e n o s o - q u e alzar, t o d o lo más q u e p o d e m o s
cielo y en la tierra; en u n a t r o s está e n s u p r o p i o m u n d o , d i s t i n - h a c e r es ser l a c a u s a d e l a i d e a d e le-
palabra, todos los cuerpos t o a l d e los d e m á s . E l h e c h o d e q u e v a n t a r la m a n o ; y sólo de l a i d e a p r o -
que componen el mundo, Dios t e n g a u n a idea propia de remo pia, no d e la del otro. E n otras pala-
no p u e d e n s u b s i s t i r n o nos a y u d a , p u e s esa es u n a t e r c e - bras, sigo d e p e n d i e n d o d e D i o s p a r a
s i n u n a mente. ra i d e a y, e n c o n s e c u e n c i a , u n t e r - q u e m e c o n c e d a la i d e a d e q u e o t r a
George Berkeley cer r e m o . D i o s h a c a u s a d o t a n t o m i p e r s o n a l e v a n t a u n a m a n o . Así, lejos
i d e a d e r e m o c o m o l a de u s t e d , pero, d e p r o p o r c i o n a r n o s c e r t e z a s empíri-
a n o ser q u e u s t e d , D i o s y y o c o m - cas, B e r k e l e y deja e n m a n o s d e la fe
partamos u n a m i s m a mente, sigue e n u n Dios q u e n u n c a nos engañaría,
h a b i e n d o t r e s i d e a s d i s t i n t a s , p o r lo n u e s t r o c o n o c i m i e n t o del m u n d o y la
que hay tres remos diferentes. Esto e x i s t e n c i a de otras mentes. •
LA DUDA NO
ES UNA CONDICIÓN
PLACENTERA, PERO LA
CERTEZA ES ABSURDA
VOLTAIRE (1694-1778)

F
rangois-Marie Arouet, más las explicaciones de la Iglesia acerca
EN CONTEXTO conocido como Voltaire, fue de lo existente y de cómo y por qué
u n intelectual francés perte- había llegado a existir, pero tanto los
RAMA
neciente a la era de la Ilustración, u n filósofos como los científicos habían
Epistemología
periodo histórico que se caracterizó comenzado a tantear distintas pers-
ORIENTACIÓN por su constante cuestionamiento del pectivas que les p e r m i t i e r a n hallar
Escepticismo mundo y de cómo viven en él sus ha- la verdad. E n 1690, el filósofo John
bitantes. Los filósofos y literatos eu- Locke afirmó que no había ideas i n -
ANTES ropeos se ocuparon de la autoridad natas y q u e todas las ideas proce-
3 5 0 a . C . Primera referencia establecida - E s t a d o e Iglesia- para den solamente de la experiencia. Se
por Aristóteles a la m e n t e discutir su validez y sus ideas, mien- vio respaldado por el científico Isaac
de los niños como vacía de tras buscaban perspectivas nuevas. Newton, cuyos experimentos aporta-
cualidades i n n a t a s (luego Hasta el siglo xvn, por lo general en ron modos nuevos de descubrir ver-
l l a m a d a tabula rasa). Europa se habían dado por válidas dades acerca del mundo. Fue en este

Década d e 1690 John Locke


a f i r m a q u e niños y a d u l t o s
obtienen c o n o c i m i e n t o fiable
del m u n d o e x t e r n o por l a Todos los datos y teorías han No nacemos con ideas y
experiencia de los sentidos. sido r e v i s a d o s en algún conceptos y a f o r m a d o s
momento de la historia. en nuestras cabezas
DESPUÉS
1859 S t u a r t M i l i plantea q u e
no debemos dar por supuesta
nuestra i n f a l i b i l i d a d e n Sobre
Toda idea y teoría puede
la libertad.
ser c u e s t i o n a d a .
D é c a d a d e 1900 Hans-Georg
Gadamer y los posmodernos
a p l i c a n a t o d a s las formas \J/
de c o n o c i m i e n t o , i n c l u i d a la
información empírica (basada L a duda no es u n a
en los sentidos), el razonamiento condición p l a c e n t e r a , p e r o
escéptico. la certeza es absurda.
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 147
Véase t a m b i é n : Aristóteles 56-63 • John Locke 130-133 • David Hume 148-153 • John Stuart M i l i 190-193 •
Hans-Georg Gadamer 260-261 • Karl Popper 262-265

P a r a Voltaire, los e x p e r i m e n t o s
cientíñcos de la era de la Ilustración
parecían conducir hacia u n mundo
mejor, basado en pruebas empíricas
y una curiosidad sin cortapisas.

c o n t e x t o d e rebellón c o n t r a las t r a -
diciones aceptadas cuando Voltaire
declaró q u e la c e r t e z a es a b s u r d a .
Son d o s los c a m i n o s q u e t o m a a
fin de refutar el c o n c e p t o d e certeza:
en p r i m e r lugar, s u b r a y a q u e , a p a r t e
de u n a s p o c a s v e r d a d e s n e c e s a r i a s
en el m u n d o d e las matemáticas y la
lógica, t o d o s los d a t o s y teorías h a n
sido revisados e n algún m o m e n t o d e
la h i s t o r i a . A s í , lo q u e p a r e c e n «he-
chos)) r e s u l t a n ser p o c o más q u e h i -
pótesis de trabajo. S e g u n d o , V o l t a i r e c o n s e c u e n c i a , s o s t i e n e q u e la d u d a por u n o m i s m o . O p i n a q u e se d e b e
se m u e s t r a d e acuerdo c o n L o c k e e n es la única p o s t u r a lógica. D a d o q u e d u d a r d e t o d o s los «hechos)) y desa-
q u e n o h a y i d e a s i n n a t a s y q u e las el d e s a c u e r d o s i n fin p a r e c e i n e v i t a - fiar a t o d a a u t o r i d a d ; m a n t i e n e q u e
ideas q u e p a r e c e m o s tener por cier- ble, V o l t a i r e d i c e q u e es i m p o r t a n t e el g o b i e r n o d e b e ser l i m i t a d o , q u e la
tas d e s d e q u e n a c e m o s p u e d e n estar desarrollar u n s i s t e m a , c o m o la c i e n - expresión de o p i n i o n e s e ideas d e b e
m e d i a d a s p o r la c u l t u r a , p u e s varían cia, p a r a poder alcanzar acuerdos. estar l i b r e de c e n s u r a y q u e la c i e n c i a
de u n o s países a otros. Cuando proclama q u e la certeza y la educación c o n d u c e n a l progreso
r e s u l t a más a g r a d a b l e q u e la d u d a , material y moral. Estos fueron idea-
Duda revolucionaria V o l t a i r e alude a c u a n fácil es l i m i t a r - les f u n d a m e n t a l e s t a n t o de la Ilustra-
Voltaire no defiende q u e no e x i s t a n se a a c e p t a r lo q u e a f i r m e u n a a u t o - ción c o m o de la Revolución Francesa,
verdades a b s o l u t a s , pero n o e n c u e n - r i d a d , c o m o la monarquía o la Iglesia, q u e se inició o n c e años después d e
tra m e d i o alguno de alcanzarlas. E n comparado c o n desafiarla y razonar la m u e r t e d e Voltaire. •

Voltaire Voltaire fue el pseudónimo se e n r i q u e c i ó p o r m e d i o d e l a


d e l e s c r i t o r y p e n s a d o r francés especulación, y e n a d e l a n t e p u d o
Francois Marie Arouet, nacido dedicarse por entero a escribir.
e n u n a f a m i l i a de clase m e d i a e n Tuvo varios romances largos y
París y e l m e n o r d e t r e s h e r m a n o s . e s c a n d a l o s o s y viajó p o r t o d a
Estudió d e r e c h o e n l a u n i v e r s i d a d , E u r o p a . H a c i a e l final d e s u v i d a ,
p e r o prefirió s i e m p r e d e d i c a r s e a l a V o l t a i r e h i z o campaña a f a v o r d e
l i t e r a t u r a , e n l a q u e se h i z o f a m o s o reformas legales y e n contra de l a
g r a c i a s a s u i n g e n i o y a e n 1715. Su intolerancia religiosa en Francia
o b r a satírica l e acarreó f r e c u e n t e s y e n otros países.
complicaciones: fue encarcelado
varias veces por haber i n s u l t a d o a Obras principales
la nobleza, y desterrado de F r a n c i a
e n u n a ocasión. E l r e s u l t a d o f u e 1733 Cartas ñlosóñcas.
u n a estancia en Inglaterra, donde 1734 Tratado de metafísica.
le i n f l u y e r o n l a filosofía y l a c i e n c i a 1759 Cándido.
inglesas. Tras s u regreso a Francia 1764 Diccionario ñlosóñco.
150 DAVID HUME

D
avid H u m e nació en u n tiem- I tales en dos tipos de fenómenos, y se
EN CONTEXTO po en que en la filosofía euro- I pregunta por la relación entre unos y
pea p r e d o m i n a b a el debate otros. Se trata, por u n a parte, de las
RAMA
sobre la naturaleza del conocimiento. «impresiones», o percepciones direc-
Epistemología
Rene Descartes ya había preparado I tas, a las que H u m e l l a m a las «sensa-
ORIENTACIÓN el terreno para la filosofía moderna en ciones, pasiones y emociones»; y por
Empirismo Discurso del método, e i n s t i g a d o u n otra, de las «ideas», t a n sólo pálidas
movimiento racionalista europeo con- copias de nuestras impresiones, t a -
ANTES forme al cual el conocimiento se podía les como pensamientos, reflexiones e
1637 Rene Descartes expone alcanzar por la sola reflexión racional. imaginaciones. Es al analizar t a l dis-
el r a c i o n a l i s m o e n s u obra En Gran Bretaña, J o h n Locke opuso tinción cuando H u m e extrae una con-
Discurso del método. a esto el argumento empírico de que clusión desalentadora que cuestiona
el c o n o c i m i e n t o t a n sólo puede pro- nuestras creencias, no sólo acerca de
1690 J o h n Locke plantea el
ceder de la experiencia. George Ber- la lógica y la ciencia, sino sobre la na-
e m p i r i s m o e n Ensayo sobre
keley terció con s u propia versión del turaleza del m u n d o que nos rodea.
el entendimiento humano.
empirismo, por la cual el mundo sola-
DESPUÉS mente existe en la m e d i d a en q u e es
p e r c i b i d o . S i n embargo, fue H u m e ,

éé
1781 I m m a n u e l K a n t e s c r i b e
s u obra más famosa, Crítica el tercero de los grandes e m p i r i s t a s
británicos, q u i e n propinó al raciona-
de la razón pura, i n s p i r a d o
lismo el golpe más duro, con u n argu-
por H u m e .
m e n t o presentado en s u Tratado de En nuestros razonamientos
1 8 4 4 A r t h u r Schopenhauer la naturaleza humana. acerca de los hechos, hay
reconoce s u d e u d a c o n H u m e todos los grados imaginables
en El mundo como voluntad L a horquilla de Hume de certeza. Por ello, el hombre
y representación. I H u m e dirige, con u n a extraordinaria sabio hace que su creencia sea
1934 K a r l Popper propone I claridad de lenguaje, u n a m i r a d a es- proporcional a sus pruebas.
la f a l s a b i l i d a d c o m o b a s e d e l ! céptica al problema del c o n o c i m i e n - David Hume
to, y presenta argumentos demoledo-
método científico, e n lugar de
res contra la idea de q u e vengamos
la observación y la inducción.
al mundo con «ideas innatas» (postu-
lado central del racionalismo). Prime-
ro, H u m e d i v i d e los contenidos m e n -

David Hume Nacido e n E d i m b u r g o (Escocia) más c o n o c i d o c o m o filósofo.


e n 1711, H u m e fue u n niño precoz Los polémicos Diálogos sobre
q u e ingresó e n l a U n i v e r s i d a d de la religión natural o c u p a r o n los
E d i m b u r g o c o n sólo doce años. E n años finales de H u m e , y d e b i d o
t o r n o a 1729 d e d i c a b a s u t i e m p o a l o q u e él m i s m o d e n o m i n a b a
a h a l l a r «algún m e d i o p o r e l q u e s u «abundante cautela», sólo se
se p u e d a d e t e r m i n a r l a v e r d a d » , p u b l i c a r o n después de s u muerte,
y tras sufrir u n colapso nervioso a c e c i d a e n E d i m b u r g o e n 1776.
se trasladó a L a Fleche, e n A n j o u
(Francia). Allí escribió Tratado de la Obras principales
naturaleza humana, donde planteó
c a s i t o d a s s u s i d e a s filosóficas 1739 Tratado de la naturaleza
antes de su regreso a E d i m b u r g o . humana.
E n 1763, H u m e fue a d s c r i t o 1748 Investigación sobre
a l a e m b a j a d a de París, d o n d e el entendimiento humano.
entabló a m i s t a d c o n e l filósofo 1779 Diálogos sobre la religión
Jean-Jacques Rousseau y se hizo natural.
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 151
Véase también: Platón 50-55 • Aristóteles 56-63 • Rene Descartes 116-123 • John Locke 130-133 •
George Berkeley 138-141 • Immanuel Kant 164-171 • L u d w i g Wittgenstein 246-251 • Karl Popper 262-265

E l p r o b l e m a , p a r a H u m e , es q u e
en m u c h a s ocasiones t e n e m o s ideas
q u e carecen-del respaldo de nuestras
A d q u i e r o el hábito
i m p r e s i o n e s , por lo q u e se o c u p a e n de e s p e r a r q u e e l
averiguar h a s t a qué p u n t o es este el s o l s a l g a todas
caso. Para c o m p r e n d e r lo q u e q u i e r e las mañanas.
decir, d e b e m o s c o n s i d e r a r q u e p a r a
él h a y sólo dos t i p o s de e n u n c i a d o s :
«demostrativos)) y «probables», y q u e
e n la e x p e r i e n c i a c o t i d i a n a c o n f u n -
d i m o s los dos t i p o s d e c o n o c i m i e n t o
que expresan.
El e n u n c i a d o d e m o s t r a t i v o se ca-
r a c t e r i z a p o r q u e s u v e r d a d o false-
d a d r e s u l t a e v i d e n t e por sí m i s m a .
Tómese, c o m o ejemplo, el e n u n c i a d o
2 + 2 = 4. N e g a r l o s u p o n e u n a c o n -
tradicción lógica; e n otras p a l a b r a s ,
afirmar q u e 2 + 2 no es i g u a l a 4 s u -
pone no comprender el significado de
los términos «2» o «4» (o d e « + » o «=»).
Los e n u n c i a d o s d e m o s t r a t i v o s e n la
lógica, las matemáticas y el razona-
m i e n t o d e d u c t i v o se s a b e n c i e r t o s o
falsos a p r i o r i o, d i c h o c o n o t r a s p a -
labras, «independientemente d e la
experiencia». S i n e m b a r g o , la v e r d a d
de u n e n u n c i a d o p r o b a b l e no r e s u l t a
e v i d e n t e p o r sí m i s m a , y a q u e h a c e
referencia a c u e s t i o n e s empíricas.

L a c o s t u m b r e es l a
g r a n g u í a de l a vida.
Matemáticas y lógica ofrecen lo que
Hume llama verdades «demostrativas»,
que no pueden negarse sin contradicción.
En la filosofía de Hume, estas son las
únicas verdades (incontrovertibles).
152 DAVID HUME
Por ejemplo, todo enunciado acerca E l razonamiento inductivo ya q u e afirmar lo contrario no supo-
del m u n d o del tipo «Jaime está en el No hay sorpresas en el razonamiento ne contradicción lógica alguna. Tam-
ático» es probable, pues constatar su de H u m e hasta aquí, pero las cosas poco es u n enunciado probable, pues
verdad o falsedad requiere u n a prue- adquieren u n cariz extraño c u a n d o no podemos tener experiencia de fu-
ba empírica. Es decir, su verdad o s u aplica s u a r g u m e n t o a la i n f e r e n c i a turas salidas del sol.
falsedad sólo p u e d e n conocerse por inductiva, es decir, a nuestra capaci- Ese m i s m o p r o b l e m a se plantea
m e d i o de u n experimento de alguna d a d para inferir cosas sobre la base si aplicamos la h o r q u i l l a de H u m e a
clase, como lo sería s u b i r al ático a de pruebas del pasado. Observamos las pruebas a favor de la causalidad.
ver si Jaime está. u n patrón invariable e inferimos q u e El enunciado «el hecho A causa el he-
A la luz de esto, p o d r e m o s pre- 1 continuará i g u a l e n el futuro, supo- cho B» parece en p r i n c i p i o algo q u e
guntar acerca de cualquier enuncia- niendo tácitamente q u e la naturale- podemos verificar, pero esto lo des-
do s i es probable o demostrativo. Si za seguirá comportándose de modo carta u n e x a m e n más atento. No hay
no es n i lo u n o n i lo otro, no podemos uniforme. Por ejemplo, todas las m a - u n a contradicción lógica e n negar
saber s i es cierto o falso, y por tanto, ñanas v e m o s salir el sol y supone- q u e A cause B (como la q u e habría
para H u m e , carece de sentido. Esta mos q u e volverá a hacerlo mañana. en negar q u e 2 + 2 = 4), por lo que no
división de todos los enunciados en ¿Pero está j u s t i f i c a d o suponer q u e puede ser u n e n u n c i a d o d e m o s t r a t i -
dos t i p o s posibles, como la b i f u r c a - la naturaleza sigue t a l patrón unifor- vo. T a m p o c o puede ser u n e n u n c i a -
ción de u n camino, se conoce usual- me? A f i r m a r q u e el sol saldrá maña- do probable pues no puede demos-
mente como la «horquilla de Hume». na no es u n enunciado demostrativo, trarse de manera empírica, ya q u e no
podemos observar todos los hechos
A para saber s i les sigue siempre B.
El fundamento para nuestra
creencia de que el sol saldrá mañana, El hecho de que, en nuestra l i m i t a d a
o que de un grifo saldrá agua y no fruta, experiencia, B siga i n v a r i a b l e m e n t e
no es lógico, según Hume. Es un simple a A no c o n s t i t u y e base n i n g u n a ra-
resultado de nuestro condicionamiento, cional para creer q u e A será siempre
que nos enseña que mañana el mundo seguido por B, n i q u e A causa B.
será igual a como es hoy.
Si n u n c a h a y u n a base r a c i o n a l
para inferir la causa y el efecto, ¿qué
justificación tenemos para establecer
d i c h a relación? H u m e lo explica s i m -
plemente como la «naturaleza h u m a -
na», u n hábito m e n t a l q u e e n t i e n d e
la repetición regular como u n i f o r m i -
d a d , y lo q u e él d e n o m i n a «conjun-
ción constante» de los acontecimien-

éé
La naturaleza, por una
necesidad absoluta e
incontrolable, nos obliga a
hacer juicios tanto como
a respirar y sentir.
David Hume
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 153
La ciencia aporta información cada
vez más detallada acerca del mundo. Sin
embargo, según H u m e , la c i e n c i a sólo
se ocupa de teorías, y no podrá ofrecer
nunca u n a «ley de la naturaleza».

tos como relación causal. De hecho,


este tipo de razonamiento inductivo
es el fundamento de la ciencia, y lo
que nos tienta a interpretar nuestras
inferencias como «leyes» de la natu-
raleza. Sin embargo, y pese a lo que
podamos pensar, no se trata de u n a
práctica justificable por medio de ar-
gumentos racionales.
A l afirmar esto, H u m e construye
el argumento más potente en contra
del racionalismo, pues está diciendo
que no es la razón, sino la creencia
(definida como «una idea vivida rela-
cionada o asociada a u n a impresión
presente»), g u i a d a por el hábito, lo
que se esconde tras nuestras preten-
siones de conocimiento. narán uno después del otro, pero al no siendo una influencia importante en-
haber conexión evidente entre ellos, tre los filósofos alemanes del siglo xix
E l hábito como guía no debemos inferir que el sonido de y los positivistas lógicos del xx, que
En este punto, H u m e pasa a recono- uno sea la causa del sonido del otro. sostenían que únicamente se podían
cer que pese a que las inferencias i n - La forma en que trata el llamado verificar los enunciados con sentido.
ductivas no sean demostrables, esto «problema de la inducción)) m i n a los La exposición por parte de H u m e so-
no significa que no resulten útiles. A l supuestos del racionalismo y ensalza bre el problema de la inducción no fue
fin y al cabo, no deja de ser razonable el papel de la creencia y el hábito en d i s c u t i d a durante todo ese tiempo,
esperar que ocurra una cosa sobre la nuestras vidas. Como él dice, las con- y resurgió en la obra de Karl Popper,
base de la observación y la experien- clusiones procedentes de creencias q u i e n la empleó para respaldar que
cia pasadas. A falta de justificación son «tan satisfactorias para la mente una teoría t a n sólo puede considerar-
racional para la inferencia inductiva, [...] como las de tipo demostrativo». se científica si es falsable. •
el hábito no es mala guía.
Sin embargo, Hume añade que tal Una idea revolucionaria

éé
«hábito mental» debe ser aplicado con A pesar de c o n s t i t u i r la c u m b r e del
cautela. Antes de inferir causa y efec- empirismo británico, las ideas i n n o -
to entre dos hechos, debiéramos con- vadoras y la argumentación brillante
tar con pruebas, tanto de que la suce- que encierra el Tratado de la naturale-
sión de esos hechos ha sido invariable za humana fueron prácticamente i g - Hume tenía toda la
en el pasado como de que existe entre noradas al publicarse en 1739. E n su razón al señalar que
ellos u n a conexión necesaria. Pode- país, H u m e fue más conocido como la inducción no tiene
mosrazonablementepredecirque.al autor de u n a Historia de Gran Breta- justificación lógica.
soltar u n objeto, este caerá al suelo, ña que por su filosofía; en Alemania, K a r l Popper

99
porque así ha sucedido siempre en en cambio, la i m p o r t a n c i a de su teo-
3l pasado, y hay u n a relación eviden- ría del conocimiento tuvo u n impac-
;e entre soltar el objeto y su caída. Por to mayor. I m m a n u e l Kant reconoció
5tro lado, dos relojes puestos en hora haber despertado de su «sueño dog-
:on unos segundos de diferencia so- mático» al leer a Hume, q u i e n siguió
156 JEAN-JACQUES ROUSSEAU

EN CONTEXTO
El hombre en A l desarrollarse la idea
RAMA de la propiedad privada, la
«estado de naturaleza»
Filosofía política sociedad tuvo que desarrollar
es f u n d a m e n t a l m e n t e
bueno un sistema para
ORIENTACIÓN
protegerla
Teoría d e l contrato s o c i a l

ANTES
1651 Thomas Hobbes expone
la idea de u n contrato social
en s u obra Leviatán.

1689 Dos tratados sobre el Este sistema


gobierno civil de J o h n Locke evolucionó en forma
recoge el derecho natural del de l e y e s i m p u e s t a s por
hombre a defender «su vida, q u i e n e s tenían propiedad
salud, libertad o posesiones». a quienes carecían de ella.

DESPUÉS
1791 E n Los derechos del
hombre, Thomas Paine afirma
que el único f i n del gobierno
es salvaguardar los derechos
del i n d i v i d u o .
1848 Karl M a r x y F r i e d r i c h
Engels p u b l i c a n el Maniñesto
E l h o m b r e n a c e libre,
comunista.
pero e n t o d a s p a r t e s
vive e n c a d e n a d o .
1971 John Rawls desarrolla
la idea de «la j u s t i c i a como
>mo
equidad» e n s u obra Teoría oría
de la justicia.

R
ousseau es u n afiguram u y cuestionar lo establecido, m i n a n d o A l igual que ellos, Rousseau com-
representativa del periodo así la autoridad de la Iglesia y de la paró u n a idea de la h u m a n i d a d en
de la Ilustración, concreta- aristocracia, y los defensores de las u n hipotético «estado natural» con el
mente entre mediados y finales del reformas sociales, como Voltaire, se modo en que de hecho vivía la gente
siglo xvni, y viene a encarnar la filo- enfrentaban constantemente a u n a en una sociedad civil. Su perspecti-
sofía europea continental de su tiem- censura asfixiante. E n t a l contexto va de tal estado natural y el modo en
po. E n su juventud, Rousseau trató no resulta sorprendente que la filoso- que la sociedad lo modifica, s i n em-
de hacerse u n nombre como músico fía política fuese el principal ámbi- bargo, era t a n radicalmente diferente
y compositor, pero en 1740 conoció to de interés para Rousseau. Su pen- que puede tenerse por una forma de
a Denis Diderot y Jean d A l e m b e r t , samiento mostraba la influencia de pensamiento antiilustrado que con-
los filósofos ocupados en confeccio- sus contemporáneos franceses, pero tenía en sí la semilla del siguiente
nar la nueva Enciclopedia, y se i n - también de las obras de los filósofos gran movimiento, el romanticismo.
teresó por la filosofía. Era u n tiempo ingleses, especialmente la idea del
de tribulaciones políticas en Francia, contrato social propuesta por Tho- Ciencia y arte corrompen
los pensadores ilustrados de ese país mas Hobbes y perfeccionada luego Hobbes había concebido la vida en
y de Inglaterra habían comenzado a por John Locke. estado natural como «solitaria, pobre,
LA ERA DE LA REVOLUCION 157
Véase también: Thomas Hobbes 112-115 • John Locke 130-133 • Edmund Burke
172-173 • John Stuart M i l i 190-193 • Karl Marx 196-203 • John Rawls 294-295

desagradable, b r u t a l y breve», p u e s y las artes, t e x t o c o n el q u e ganó e l


consideraba a la h u m a n i d a d i n s t i n - concurso, Rousseau presenta la polé-
t i v a m e n t e egoísta e i n t e r e s a d a , y a m i c a idea de q u e las artes y las cien-
la civilización c o m o u n a n e c e s i d a d cias c o r r o m p e n y m e r m a n l a m o r a l ,
para poner c o t o a d i c h o s i n s t i n t o s . y q u e lejos d e mejorar la m e n t e y la
Rousseau, e n c a m b i o , t i e n e u n a v i - v i d a h u m a n a s , operan e n d e t r i m e n t o
sión más a m a b l e sobre la n a t u r a l e z a de la v i r t u d y la felicidad.
h u m a n a , y e n t i e n d e la s o c i e d a d c i v i l
como u n p o d e r m u c h o m e n o s bené- L a d e s i g u a l d a d de l a s leyes
fico q u e Hobbes. T r a s h a b e r r o t o c o n el p e n s a m i e n -
L a i d e a de la s o c i e d a d c o m o i n - t o d o m i n a n t e e n s u a c l a m a d o ensa- Jean-Jacques Rousseau
fluencia dañina se le ocurrió por p r i - yo, Rousseau llevó s u i d e a u n paso
m e r a vez a R o u s s e a u a l e s c r i b i r u n más allá e n u n n u e v o t e x t o , Discur- J e a n - J a c q u e s R o u s s e a u nació
e n Ginebra, e n el seno de u n a
ensayo para u n c o n c u r s o organizado so sobre el origen y los fundamen-
f a m i l i a c a l v i n i s t a . Su m a d r e
por la A c a d e m i a d e D i j o n e n el q u e tos de la desigualdad entre los hom-
murió p o c o s días d e s p u é s d e
se p l a n t e a b a la p r e g u n t a : «¿Ha c o n - bres. E l t e m a de e s t a obra e s t a b a a
n a c e r él; s u p a d r e huyó p o r u n
t r i b u i d o a retinar los c o m p o r t a m i e n - t o n o c o n los t i e m p o s , e n t a n t o q u e d u e l o años después, dejándole
tos m o r a l e s l a restauración de las se hacía eco de los l l a m a m i e n t o s a l c u i d a d o de u n tío suyo.
artes y las ciencias?». L a r e s p u e s t a C o n sólo dieciséis años se
que se e s p e r a b a d e los p e n s a d o r e s trasladó a F r a n c i a y se convirtió
E l m o v i m i e n t o romántico en arte y
de la época, sobre t o d o d e u n músi- al catolicismo. M i e n t r a s t r a t a b a
literatura que dominó el final del siglo xvm
co c o m o Rousseau, era la a f i r m a t i v a y el inicio del xix reflejaba la visión de de conseguir r e n o m b r e como
entusiasta, pero él defendió lo contra- Rousseau del estado de naturaleza como compositor, fue f u n c i o n a r i o y le
rio. E n s u Discurso sobre las ciencias hermoso, inocente y virtuoso. destinaron a Venecia durante
dos años. A l r e g r e s a r comenzó
a escribir literatura filosófica.
Sus polémicas p o s t u r a s y tesis
r e s u l t a r o n e n l a prohibición d e
sus l i b r o s e n Suiza y F r a n c i a y
e n u n a o r d e n de a r r e s t o . Se v i o
o b l i g a d o a a c e p t a r l a invitación
de D a v i d H u m e y v i v i r p o r u n
tiempo e n Inglaterra, pero tras
d i s c u t i r c o n él regresó a F r a n c i a
c o n u n n o m b r e falso. M á s t a r d e
se l e permitió r e g r e s a r a París,
donde vivió h a s t a s u m u e r t e
a l o s 66 años.

Obras principales

1750 Discurso sobre


las ciencias y las artes.
1755 Discurso sobre el
origen y los fundamentos de la
desigualdad entre los hombres.
1755 Discurso sobre
la economía política.
1762 El contrato social.
158 JEAN-JACQUES ROUSSEAU
a la reforma social de autores como mienza a separar al hombre del resto

éé
Voltaire, pero una vez más Rousseau de la naturaleza, este pierde el con-
llevaba la contraria al pensamiento tacto con sus virtudes naturales. La
convencional en su análisis. La con- imposición de la sociedad civil sobre
dición egoísta, salvaje e injusta del el estado de naturaleza supone por La tranquilidad puede
estado natural descrita por Hobbes, lo t a n t o u n alejamiento de la v i r t u d hallarse también e nlas
no caracteriza, según Rousseau, al hacia el vicio, y de la felicidad idílica m a z m o r r a s , ¿pero b a s t a eso
«hombre natural» sino al civilizado. ! a la infelicidad. p a r a h a c e r d e ellas lugares
De hecho, es la sociedad c i v i l la que Rousseau considera lamentable,
deseables para vivir?
induce el estado salvaje. E l estado aunque al m i s m o tiempo inevitable,
natural de la h u m a n i d a d es de ino-
Jean-Jacques
la pérdida del estado de naturaleza
cencia, felicidad e independencia: el
Rousseau
y el establecimiento de la sociedad
hombre nace libre. civil, ya que es el resultado de la ca-
pacidad racional humana. El proce-
L a sociedad corrompe so habría comenzado en el momento
El estado de naturaleza descrito por en que a l g u i e n separó u n a parcela
Rousseau es el de u n i d i l i o pastoril, de tierra para sí, introduciendo c o n
en el que el hombre es bueno por na- ello la noción de propiedad. A m e d i - repleta de desigualdades y de injus-
turaleza (la noción de Rousseau que- da que los grupos humanos comen- ticias encajaba con el creciente des-
dó ejemplificada y se difundió en la fi- zaron a v i v i r de esta manera, fueron contento de la década de 1750, sobre
gura idealizada del «buen salvaje»). La formando sociedades que sólo se po- todo en Francia. Rousseau no se con-
h u m a n i d a d está dotada de u n a vir- dían mantener mediante u n sistema formó con plantear el problema, sino
t u d innata y, lo que es más importan- de leyes. Como toda sociedad pierde que además propuso u n a solución en
te, de compasión y empatia. Una vez el contacto con las virtudes naturales la q u e es para muchos s u obra más
que dicho estado de inocencia se ve humanas, entre ellas la empatia, i m - influyente, El contrato social.
perturbado y el poder de la razón co- pone leyes que no son justas, sino de Rousseau comienza su libro con
carácter egoísta. Su fin es proteger la declaración desafiante «el hombre
la propiedad, y son i m p u e s t a s a los nace libre, pero en todas partes vive
pobres por los ricos. El paso del es- encadenado», r e c i b i d a como llama-
tado de naturaleza al civilizado, por m i e n t o a u n c a m b i o t a n r a d i c a l que
tanto, trajo consigo no sólo u n cam- sirvió como d i v i s a d u r a n t e la Revo-
bio de la v i r t u d al vicio, sino también lución Francesa 27 años más tarde.
de la inocencia y la l i b e r t a d a la i n - Tras lanzar su desafío, Rousseau ex-
justicia y la esclavitud. Si b i e n la h u - pone su visión de u n a sociedad c i v i l
m a n i d a d es v i r t u o s a por naturaleza, alternativa, d i r i g i d a no por la aristo-
la sociedad la corrompe, y aunque cracia, la monarquía y la Iglesia, sino
el hombre nazca libre, las leyes i m - por todos los ciudadanos, los cuales
puestas por la sociedad le condenan participarían en los asuntos legisla-
a v i v i r encadenado. tivos. E n lo que respecta al mode-
lo de las ideas republicanas clásicas
E l contrato social de la democracia, Rousseau i m a g i -
El segundo Discurso de Rousseau na la creación de u n cuerpo u n i t a r i o
provocó aún mayor indignación que de ciudadanos q u e p r e s c r i b e leyes
el primero, a la vez que le hacía ganar conformes a la voluntad general. Las
prestigio y adeptos. Su retrato del es- leyes procederían de todos y se apli-
tado de naturaleza como deseable y carían a todos, ya q u e todos serían
no brutal fue parte v i t a l del emergen- considerados iguales. E n contraste
Adán y Eva representan a la h u m a n i d a d
te movimiento literario romántico. E l con el contrato social concebido por
«natural» perfecta q u e precedió a la
l l a m a m i e n t o de Rousseau a la vuel- Locke, pensado para proteger los de-
sociedad. Como a ellos, Rousseau afirma
que nos corrompió el conocimiento y nos t a a la naturaleza y su análisis pesi- rechos y la p r o p i e d a d de los i n d i v i -
volvimos más egoístas e infelices. m i s t a de la sociedad moderna como duos, Rousseau defiende la entrega
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 159
ende para la libertad y la felicidad. En de Rousseau fue más notoria duran-
lugar de la educación del intelecto, te el periodo revolucionario inmedia-

éé propone una educación para los sen-


tidos, y sugiere una fe religiosa guia-
da por el corazón y no por la cabeza.
tamente posterior a su muerte, pero
su influencia filosófica, en la filosofía
política en particular, se manifestó
más claramente en el siglo xix. Georg
La voluntad general debe
proceder de todos para Influencia política Hegel integró las ideas sobre el con-
En Francia, la mayoría de los escritos trato social de Rousseau en el seno
aplicarse a todos. de su propio sistema filosófico, y más
de Rousseau fueron inmediatamente
Jean-Jacques tarde y de manera más importante, a
prohibidos, con el resultado de acre-
Rousseau Karl M a r x le impactó parte de su tra-
centar tanto su fama, en parte mala,
como el número de sus seguidores. bajo sobre la desigualdad y la injusti-
Cuando murió en 1778, la revolución cia. A diferencia de Robespierre, uno
en Francia y otros lugares era i n m i - de los líderes de la Revolución Fran-
nente, y su idea de u n contrato social cesa que se apropió de la filosofía de
en el que la voluntad general de los Rousseau para sus propios fines d u -
ciudadanos controlara el proceso le- rante el violento periodo del Terror,
del poder legislativo al pueblo como gislativo ofrecía a los revolucionarios M a r x comprendió plenamente y de-
u n todo, para el beneficio de todos y una alternativa viable a la corrupción sarrolló las tesis de Rousseau sobre
a d m i n i s t r a d o por la voluntad gene- de los sistemas establecidos. Su filo- la sociedad capitalista y los medios
ral. Rousseau considera que la liber- revolucionarios para reemplazarla, El
sofía, s i n embargo, i b a a contrapelo
tad de participar en el proceso legis- Manifíesto comunista de M a r x fina-
del pensamiento contemporáneo, y
liza c o n u n a referencia a Rousseau,
lativo resultaría en la eliminación de su insistencia en u n estado de natu-
al animar a los proletarios con la idea
la desigualdad y la injusticia, y que raleza superior al civilizado le alejó
de que «no tienen nada que perder
esto daría lugar a u n sentimiento de de otros reformadores como Voltaire
salvo sus cadenas». •
pertenencia a la sociedad, que aca- y David Hume. La influencia política
baría conduciendo de forma inevita-
ble a la libertad, igualdad y fraterni-
dad que i b a n a convertirse en lema
de la nueva República Francesa.

Los males de l a educación


En otro libro publicado en ese m i s m o
año, llamado Emilio, o De la educa-
ción, Rousseau amplía la cuestión y
explica que fue la educación la res-
ponsable de corromper el estado de
naturaleza y de perpetuar los males
de la sociedad moderna. E n otros l i -
bros y ensayos centró su atención en
los efectos adversos t a n t o de la reli-
gión convencional como del ateísmo,
y en todas sus obras ocupa u n lugar
destacado la noción de la razón como
una amenaza para la inocencia, y por

La Revolución Francesa, iniciada


once años después de la m u e r t e de
Rousseau, se inspiró e n s u afirmación
de q u e era i n j u s t o q u e los pocos ricos
gobernaran a los pobres s i n voz n i poder.
EN CONTEXTO

EL HOMBRE
RAMA
Filosofía política

ORIENTACIÓN
Economía clásica

ES
ANTES
C. 350 a . C . Aristóteles señala
la i m p o r t a n c i a de la economía
(((gobierno de la casa») y explica

ANIMAL QUE
el papel del dinero.
Década de 1700 Bernard
Mandeville afirma que el interés
particular produce resultados

NEGOCIA
socialmente deseables.

DESPUÉS
Década de 1850 El escritor
británico John Ruskin afirma
que las opiniones de S m i t h son
ADAM SMITH (1723-1790) demasiado materialistas y por T

ello, anticristianas.
Década de 1940 e n adelante
La filosofía aplica la idea de los
negocios a las ciencias sociales
como modelo para explicar el
comportamiento humano.

E
l autor escocés A d a m Smith
es con frecuencia considerado
como el economista más i m -
portante que ha conocido el mundo.
Los conceptos de negocio e interés
propio que analizó, y la posibilidad
de diversos tipos de acuerdo e intere-
ses -tales como el «interés general»-,
tienen u n atractivo recurrente entre
los filósofos. Sus escritos son nota-
bles también porque dan una forma
más general y abstracta a la idea de
la sociedad de comercio desarrollada
por su amigo David Hume.
A l igual que su contemporáneo
suizo Jean-Jacques Rousseau, Smith
supone que las motivaciones de los
seres humanos son en parte bienin-
tencionadas y en parte interés propio,
LA ERA DE LA REVOLUCION 161
Véase también: D a v i d H u m e 148-153 • Jean-Jacques Rousseau 154-159
E d m u n d B u r k e 172-173 • Karl M a r x 196-203 • N o a m C h o m s k y 3 0 4 - 3 0 5

Adam Smith

Padre de l a ciencia económica


m o d e r n a , A d a m S m i t h nació
e n K i r k c a l d y (Fife, Escocia) e n
1723. Este b r i l l a n t e académico,
fue profesor de la U n i v e r s i d a d
de E d i m b u r g o y la d e Glasgow,
d o n d e o b t u v o l a cátedra e n
1750. E n l a década d e 1760
pero piensa q u e este es el rasgo pre- ayuda, p u e s t o q u e l a v i d a r e q u i e r e t u v o u n lucrativo empleo como
d o m i n a n t e , por lo q u e e x p l i c a mejor «la cooperación y asistencia de gran- t u t o r p e r s o n a l d e H e n r y Scott,
la conducta h u m a n a . S m i t h sostiene des multitudes». Por ejemplo, pasar u n j o v e n aristócrata escocés,
q u e esto lo c o n f i r m a la observación cómodamente la noche en u n hostal j u n t o a q u i e n visitó F r a n c i a y
de la sociedad, por t a n t o s u enfoque requiere el concurso de diversas per- Suiza. Ya t r a t a b a a D a v i d H u m e
es, en términos generales, empírico. sonas, para preparar y servir la comi- y otros pensadores ilustrados
E n u n o de sus pasajes más famosos da, encargarse de las habitaciones y escoceses, y no desperdició l a
acerca de la psicología d e los nego- así sucesivamente. N i n g u n o de tales ocasión d e e n t r a r e n c o n t a c t o
cios, a f i r m a q u e la táctica más fre- c o n o t r a s figuras d e s t a c a d a s
servicios se puede obtener gracias a
de l a ilustración e u r o p e a .
cuente e n las negociaciones es q u e la mera buena voluntad. Por este m o -
A s u regreso a Escocia
u n a p a r t e d i g a a la otra q u e la mejor tivo, «el hombre es u n a n i m a l que ne-
pasó u n a década e s c r i b i e n d o
m a n e r a de q u e esta o b t e n g a lo q u e gocia», y el acuerdo se alcanza pro-
L a riqueza de las naciones,
desea es conceder lo q u e necesita la poniendo u n trato q u e beneficie a las
volviendo al funcionariado
primera. Dicho de otro modo, «apela- dos partes. después c o m o d i r e c t o r d e
mos no a la h u m a n i d a d del otro, sino A d u a n a s , cargo desde e l q u e
a su egoísmo». L a división del trabajo asesoró a l g o b i e r n o británico
S m i t h pasa luego a afirmar q u e el E n s u relato acerca del s u r g i m i e n t o e n varias políticas económicas.
i n t e r c a m b i o de objetos útiles es u n a de las economías de mercado, A d a m F i n a l m e n t e , e n 1787 volvió a
característica definitoria de lo h u m a - S m i t h afirma q u e nuestra capacidad la Universidad de Glasgow,
no, señalando para demostrarlo q u e para negociar y comerciar puso fin a d o n d e pasó los últimos t r e s
nunca se ha v i s t o a perros i n t e r c a m - la necesidad antes u n i v e r s a l de q u e años d e s u v i d a c o m o rector.
biar huesos, y q u e cuando u n a n i m a l todas las personas, o al menos todas
desea obtener algo, la única m a n e - las f a m i l i a s , fuesen económicamen- Obras principales
ra q u e t i e n e d e hacerlo es «ganarse te autosuficientes. Gracias a eso fue
1759 Teoría de los sentimientos
el favor de aquellos d e cuyo s e r v i c i o p o s i b l e concentrarse e n la p r o d u c -
morales.
precisa». Los seres h u m a n o s pueden ción d e bienes c a d a vez menos d i -
1776 L a riqueza de las naciones.
depender también de t a l atención «li- versos, para f i n a l m e n t e dedicarse a 1795 Ensayos sobre temas
sonjera o servil», pero no p u e d e n re- producir u n o solo, u ofrecer u n único filosóficos.
c u r r i r a ella siempre q u e n e c e s i t e n servicio, e intercambiarlo por todas
162 ALiM SMITH
las demás cosas q u e necesitábamos.
L a invención d e l d i n e r o revolucionó
todo el proceso al acabar c o n la nece-
s i d a d del t r u e q u e . A p a r t i r de e n t o n -
ces, según lo entiende de S m i t h , t a n
sólo aquellos q u e fuesen i n c a p a c e s La mayor mejora en La sociedad
de trabajar dependerían de la caridad. las fuerzas productivas civilizada requiere
Los demás podían a c u d i r al mercado del trabajo parece en todo momento la
para c a m b i a r s u trabajo - o el d i n e r o haber sido efecto de la cooperación y asistencia
ganado por m e d i o del m i s m o - por los división del trabajo. de una gran multitud.
frutos d e l trabajo de otros. Adam Smith Adam Smith
Esta eliminación de la necesidad
de obtenerlo t o d o por nosotros m i s -
m o s d i o l u g a r a la aparición d e h a -
b i l i d a d e s p a r t i c u l a r e s (como las d e l
panadero o el carpintero), y luego, a
lo q u e S m i t h l l a m a «división d e l tra-
bajo» e n t r e los trabajadores. A s í es S m i t h ilustra la i m p o r t a n c i a de la es- a la c a b e z a - era capaz, e n la época
como se refiere a la especialización, pecialización al c o m i e n z o de s u obra d e S m i t h , d e f a b r i c a r a l día más d e
por la q u e u n i n d i v i d u o no sólo se de- maestra, La riqueza de las naciones, 48,000 alfileres.
d i c a a u n único t i p o de trabajo, sino al m o s t r a r cómo la fabricación de u n A S m i t h le i m p r e s i o n a r o n las i m -
q u e realiza u n a sola tarea de u n tra- sencillo alfiler mejora r a d i c a l m e n t e al p o r t a n t e s mejoras e n la p r o d u c t i v i -
bajo c o m p a r t i d o por varias personas. adoptar el s i s t e m a fabril. Si u n h o m - d a d d e l t r a b a j o q u e trajo c o n s i g o la
bre t r a b a j a n d o solo difícilmente p o - revolución i n d u s t r i a l , q u e dotó a los
dría p r o d u c i r v e i n t e alfileres perfec- trabajadores d e mejores máquinas,
E l mercado es la clave para establecer
tos a l día, u n g r u p o de diez h o m b r e s y q u e e n m u c h o s casos llegó a r e e m -
una sociedad equitativa según Smith.
La libertad que proporciona la compra y ocupados e n tareas d i s t i n t a s - d e s d e plazarlos por ellas.
venta de bienes ofrece a los individuos tirar del alambre, enderezarlo, cortar- El h o m b r e «multioficios» no podía
una vida de «libertad natural». lo, darle p u n t a y l i m a r l o h a s t a u n i r l o s o b r e v i v i r e n u n s i s t e m a semejante,
LA ERA DE LA REVOLUCION 163
e incluso los filósofos comenzaron a ras nacionales, pueden hacerlo t a m -
especializarse en las diversas ramas bién más allá de las m i s m a s , con el
de su campo, como la lógica, la ética, resultado de u n comercio internacio-
la epistemología y la metafísica. nal - q u e en la época de Smith estaba
en plena expansión.
E l mercado libre A d a m Smith reconocía que había
Dado que la mencionada división del problemas con la noción de mercado
trabajo incrementa la p r o d u c t i v i d a d libre, en particular con las cada vez
y hace posible q u e todos p o d a m o s más frecuentes negociaciones de sa-
optar a algún empleo (al vernos libe- larios por tiempo de trabajo. También
rados de la formación en u n oficio), reconocía que, aun suponiendo gran-
Smith argumenta que puede condu- des beneficios económicos, el trabajo
cir a la riqueza u n i v e r s a l en u n a so- repetitivo derivado de la división del
ciedad bien organizada. Aún es más, trabajo, además de ser aburrido para
afirma que en condiciones de perfec- el trabajador, podía llegar a destruir a
ta l i b e r t a d el mercado puede llevar u n ser humano, por lo q u e recomen-
a u n estado de igualdad perfecta, en dó que los gobiernos restringieran el
el q u e todos sean libres de cultivar grado en que se recurre a la produc-
sus propios intereses a su manera, ción en cadena. Sin embargo, al p u -
siempre que sea conforme a la j u s t i - blicarse por p r i m e r a vez La riqueza
cia. A l hablar de igualdad, Smith no de las naciones, su d o c t r i n a de mer-
se refiere a u n a i g u a l d a d de oportu- cado libre y s i n restricciones se con- L a producción en cadena es una
nidades sino de condición. E n otras sideró revolucionaria, tanto por atacar increíble máquina de hacer d i n e r o ,
palabras, su m e t a no es la creación privilegios y monopolios comerciales pero S m i t h a d v i e r t e sobre sus efectos
de una sociedad d i v i d i d a por la com- d e s h u m a m z a d o r e s en los trabajadores
y agrícolas establecidos, como por ar-
si se aplica s i n regulación.
petitividad sino v i n c u l a d a por acuer- g u m e n t a r que la riqueza de u n a na-
dos sobre la base del interés mutuo. ción no depende de sus reservas de
A d a m S m i t h no defiende q u e el oro sino del trabajo, una postura con- realizado fundamentalmente por m u -
ser h u m a n o tenga que ser libre s i m - traria a todo el p e n s a m i e n t o econó- jeres y que contribuía al buen funcio-
plemente porque se lo merezca, sino m i c o europeo de su tiempo. namiento de la sociedad.
porque la sociedad en su conjunto se La reputación de S m i t h como re- Por todo ello, y con el ascenso del
beneficia de que los i n d i v i d u o s bus- volucionario se consolidó d u r a n t e el socialismo en el siglo xix, la reputa-
q u e n u n beneficio propio. L a «mano largo debate acerca de la naturaleza ción de S m i t h quedó menoscabada.
invisible» del mercado, con sus leyes de la sociedad que siguió a la Revo- Sin embargo, u n interés renovado por
de la oferta y la d e m a n d a , r e g u l a la lución Francesa de 1789, moviendo el mercado libre a finales del siglo pa-
cantidad de los bienes disponibles y al historiador Victoriano H.T. Buckle sado traería consigo una reactualiza-
les pone precio de modo mucho más a describir La riqueza de las naciones ción de sus ideas. Sólo hoy podemos
eficaz de lo que podría hacer gobier- como «probablemente el libro más i m - apreciar con p l e n i t u d su afirmación
no alguno. Dicho de forma sencilla, la portante que se ha escrito nunca». más visionaria, la de que el mercado
búsqueda del propio interés, lejos de es más q u e u n lugar. El mercado es
ser i n c o m p a t i b l e c o n u n a sociedad E l legado de Smith u n concepto, y como t a l puede exis-
equitativa, es, al entender de Smith, Los críticos de S m i t h h a n sostenido tir en cualquier parte, no solamente
la única manera de garantizarla. que se equivocó al suponer que el i n - en u n lugar designado, como la plaza
En u n a sociedad t a l , el gobierno terés general y el de los consumidores de una ciudad. Con ello, A d a m Smith
puede l i m i t a r s e a desempeñar unas eran lo mismo, y que el mercado libre anunciaba el tipo de mercado v i r t u a l
cuantas funciones esenciales, como beneficia a todos. Es cierto que aun- que sólo ha sido posible desde el de-
la defensa, la j u s t i c i a penal y la edu- que Smith simpatizó con las víctimas sarrollo de la tecnología de las comu-
cación, c o n lo q u e en consecuencia de la pobreza, nunca logró equilibrar nicaciones. Los mercados financie-
los impuestos y aranceles se pueden los intereses de productores y consu- ros actuales y el comercio online son
reducir. Y a l i g u a l q u e los negocios midores en su modelo social, n i i n t e - testigos del carácter visionario de las
pueden florecer dentro de las fronte- grar en el mismo al trabajo doméstico, ideas planteadas por Smith. •
166 IMMANUEL KANT
contradecía este p u n t o de v i s t a es-
EN CONTEXTO céptico c o n u n a r g u m e n t o q u e i n t e n -
t a b a p r o b a r la e x i s t e n c i a de D i o s y,
RAMA
e n c o n s e c u e n c i a , de u n m u n d o ex-
Metafísica
terior. S i n e m b a r g o , m u c h o s filóso-
ORIENTACIÓN fos ( i n c l u i d o K a n t ) n o c o n s i d e r a b a n
Idealismo trascendental válido el r a z o n a m i e n t o de Descartes
para probar la e x i s t e n c i a de Dios.
ANTES Por s u p a r t e , George Berkeley de-
1641 R e n e D e s c a r t e s p u b l i c a fendía q u e el c o n o c i m i e n t o es p o s i -
Meditaciones metafísicas, ble, pero q u e p r o v i e n e de e x p e r i e n -
donde pone en duda todo cias q u e p e r c i b e n u e s t r a c o n c i e n c i a ,
c o n o c i m i e n t o q u e no sea así q u e no está j u s t i f i c a d o creer q u e
el d e s u p r o p i a c o n c i e n c i a . d i c h a s experiencias e x i s t e n fuera de Según K a n t , únicamente podemos
nuestras propias m e n t e s . experimentar el tiempo a través de
1739 H u m e publica Tratado cosas del mundo que se mueven o
de Ja naturaleza humana, e n el cambian, como las manecillas de un
E l tiempo y la conciencia reloj. Así, sólo experimentamos el
q u e señala l i m i t a c i o n e s e n l a K a n t quiere demostrar q u e e x i s t e u n tiempo de modo indirecto.
f o r m a e n q u e la m e n t e h u m a n a m u n d o exterior, m a t e r i a l , y q u e no se
p e r c i b e la r e a l i d a d . p u e d e d u d a r de q u e e x i s t e . S u t e s i s
empieza diciendo: para q u e algo exis- t e m o s a mí e n el e s p a c i o ( i n c l u y e n d o
DESPUÉS
t a , h a y q u e poder d e t e r m i n a r l o en el m i propio cuerpo). Decir q u e yo existo
Siglo xix E l m o v i m i e n t o
t i e m p o , es decir, t i e n e q u e p o d e r s e e x i g e u n i n s t a n t e d e t e r m i n a d o en el
i d e a l i s t a alemán s u r g e c o m o
decir cuándo e x i s t e y d u r a n t e cuán- t i e m p o que, a su vez, exige u n m u n d o
r e s p u e s t a a la filosofía k a n t i a n a .
t o t i e m p o . Pero, ¿cómo se aplica esto exterior q u e e x i s t e y en el q u e ocurre
S i g l o x x E d m u n d Husserí en el caso de m i p r o p i a conciencia? el t i e m p o . A s í pues, m i grado de cer-
d e s a r r o l l a l a fenomenología, A u n q u e parece q u e la c o n c i e n c i a teza sobre la existencia del m u n d o ex-
el e s t u d i o d e los o b j e t o s d e esté c a m b i a n d o c o n s t a n t e m e n t e , en t e r i o r es e x a c t a m e n t e el m i s m o q u e
la e x p e r i e n c i a , a p a r t i r d e la u n flujo de s e n s a c i o n e s y de p e n s a - m i grado de certeza sobre la e x i s t e n -
m i e n t o s , p o d e m o s u t i l i z a r el término c i a de l a c o n c i e n c i a , q u e D e s c a r t e s
concepción k a n t i a n a de
«ahora» p a r a referirnos a lo q u e o c u - tenía por u n a certeza a b s o l u t a .
la c o n c i e n c i a .
rre e n n u e s t r a c o n c i e n c i a e n u n m o -
m e n t o dado. S i n embargo, «ahora» no E l p r o b l e m a de l a c i e n c i a
es u n i n s t a n t e o u n a fecha d e t e r m i - K a n t también q u i s o e x a m i n a r cómo

I
m m a n u e l K a n t consideraba ((es- nados. Cada vez q u e d i g o «ahora», m i la c i e n c i a concebía el m u n d o exterior.
candaloso» q u e n a d i e , e n más c o n c i e n c i a es diferente. A d m i r a b a los e x t r a o r d i n a r i o s progre-
de dos m i l años d e p e n s a m i e n t o A h í es d o n d e reside el p r o b l e m a : sos de las ciencias n a t u r a l e s d u r a n t e
filosófico, h u b i e r a sido capaz de desa- ¿qué es lo q u e p e r m i t e especificar el los dos siglos anteriores c o m p a r a d o s
rrollar u n a r g u m e n t o q u e probase q u e «cuándo» de m i propia existencia? No c o n s u relativo e s t a n c a m i e n t o desde
realmente había u n m u n d o externo a p o d e m o s e x p e r i m e n t a r el t i e m p o e n la antigüedad h a s t a e n t o n c e s . K a n t ,
nosotros. E n p a r t i c u l a r , K a n t pensa- sí m i s m o , d i r e c t a m e n t e , sino a través j u n t o c o n otros filósofos, se p r e g u n t a -
b a e n las teorías de Rene Descartes de las cosas q u e se mueven, c a m b i a n b a qué era lo que, súbitamente, había
y G e o r g e Berkeley, q u e i m p l i c a b a n o p e r m a n e c e n . P e n s e m o s e n las m a - p a s a d o a h a c e r s e b i e n e n la i n v e s t i -
dudas acerca de la e x i s t e n c i a de u n n e c i l l a s de u n reloj q u e g i r a n c o n s - gación científica.
m u n d o externo. t a n t e m e n t e : e n sí m i s m a s , s o n inúti- L a respuesta p a r a m u c h o s pensa-
A l p r i n c i p i o de sus Meditaciones, les para d e t e r m i n a r la hora; n e c e s i t a n dores d e la época fue q u e había sido
Rene D e s c a r t e s sostenía q u e t e n e - u n fondo contra el q u e moverse, como el e m p i r i s m o . L o s e m p i r i s t a s , c o m o
mos que dudar de todo conocimien- los números e n la esfera del reloj. Cual- L o c k e o H u m e , m a n i f e s t a b a n q u e no
t o , e x c e p t o de q u e e x i s t i m o s c o m o quier cosa q u e m e sirva para d e t e r m i - hay otro c o n o c i m i e n t o q u e el q u e nos
seres pensantes, i n c l u y e n d o el cono- nar m i «ahora», siempre c a m b i a n t e , la llega a través de n u e s t r a e x p e r i e n c i a
c i m i e n t o d e l m u n d o exterior. L u e g o e n c u e n t r o e n objetos m a t e r i a l e s ex- d e l m u n d o . Se oponían así a los filó-
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 167
Véase también: Rene D e s c a r t e s 116-123 • J o h n L o c k e 130-133 • George Berkeley 138-141 • D a v i d H u m e 148-153 •
J o h a n n G o t t l i e b F i c h t e 176 • G e o r g H e g e l 178-185 • F r i e d r i c h S c h e l l i n g 335 • A r t h u r Schopenhauer 186-188

sofos racionalistas, como Descartes o


Leibniz, q u e a f i r m a b a n q u e para el
conocimiento la capacidad mental de
Nuestro e n t e n d i m i e n t o
razonar y manejar conceptos es más
es la capacidad de pensar
i m p o r t a n t e q u e la e>' leriencia. acerca de las cosas.
Los empiristas p r o c l a m a b a n que
los recientes éxitos de la ciencia se
debían a q u e los científicos e s t a b a n
siendo m u c h o más cuidadosos q u e
antes en sus observaciones del m u n -
do, y a q u e realizaban menos supo-
siciones injustificadas basadas sólo
en la razón. K a n t contesta que, pese
a q u e no c a b e n i n g u n a d u d a d e q u e
esto es cierto en parte, no es u n a res-
puesta completa, pues no es verdad
que no hubiese observación c u i d a -
dosa y empírica antes del siglo xvi.
Para K a n t la verdadera cuestión
era q u e había aparecido u n nuevo
método científico q u e había dado re-
levancia a la observación científica.
Dicho método i m p l i c a b a dos elemen-
tos: primero, aseguraba q u e algunos
conceptos como fuerza o m o v i m i e n -
to podían describirse perfectamente
en términos matemáticos; y segundo,
ponía a p r u e b a sus propias concep-
ciones del m u n d o m e d i a n t e p r e g u n -
tas específicas acerca d e la n a t u r a -
leza y observando las respuestas. Por
ejemplo, cuando el físico Galileo Ga-
lilei q u i s o comprobar la hipótesis

éé
La filosofía existe
precisamente en cuanto J4m Hay dos
que conoce sus límites. mundos: el mundo
Immanuel Kant de l a experiencia que
sienten nuestros cuerpos
y el mundo t a l como
s e n sí m i s m o .
168 IMMANUEL KANT
nes)). El segundo es lo q u e l l a m a «en- I n o c i m i e n t o de algún t i p o de cosa (los
tendimiento»: n u e s t r a c a p a c i d a d d e libros) y m i concepto de u n a «cosa» en

éé d i s p o n e r de c o n c e p t o s y de usarlos. c u a n t o t a l (la sustancia). U n concep-


Para Kant, u n concepto es u n contac- t o c o m o el de s u s t a n c i a define lo q u e
t o i n d i r e c t o c o n las cosas c o n c e b i - significa ser algo, en general, e n lugar
das como ejemplos de u n t i p o de cosa, de definir algún t i p o de cosa, como u n
Las intuiciones, c o m o sería el c o n c e p t o de «libro» e n libro. M i intuición de u n libro y el con-
sin conceptos, son ciegas; general. S i n conceptos, no podríamos c e p t o de l i b r o s o n empíricos, y a q u e
los conceptos, s i n intuiciones, saber q u e n u e s t r a intuición es l a de ¿cómo podría saber n a d a a c e r c a de
son vacíos. u n libro; y, s i n i n t u i c i o n e s , n i siquiera los l i b r o s s i no h u b i e r a t e n i d o e x p e -
Immanuel Kant podríamos saber q u e hay libros. r i e n c i a de ellos e n el m u n d o ? Pero m i
Cada u n o de estos elementos p o - intuición del espacio y d e l t i e m p o , del
see, a s u vez, dos caras. Respecto a la m i s m o m o d o q u e el concepto de sus-
sensibilidad, está m i intuición de u n a t a n c i a , e x i s t e n a p r i o r i , lo c u a l s i g n i -
cosa en particular en el espacio y en el fica q u e los c o n o z c o i n d e p e n d i e n t e -
t i e m p o (el libro) y m i intuición del es- m e n t e de t o d a e x p e r i e n c i a .
p a c i o y del t i e m p o c o m o tales ( m i re- U n verdadero e m p i r i s t a objetaría
de q u e dos cosas c o n d i s t i n t o s pesos c o n o c i m i e n t o de lo q u e son el espacio e n c o n t r a de K a n t q u e t o d o c o n o c i -
caerían por el aire a la m i s m a veloci- y el t i e m p o e n general). E n lo concer- m i e n t o procede de la experiencia, en
dad, diseñó u n e x p e r i m e n t o concebi- n i e n t e al e n t e n d i m i e n t o , está m i co- o t r a s p a l a b r a s , q u e n a d a es a p r i o r i .
do de m a n e r a q u e la única e x p l i c a -
ción p o s i b l e d e l resultado observado
K a n t d i v i d e e l c o n o c i m i e n t o en intuiciones, Clave
d e t e r m i n a s e la v e r d a d o falsedad de
procedentes de una sensibilidad directa del mundo,
la hipótesis. Conocimiento
y en conceptos, procedentes indirectamente del
empírico
K a n t reconoció la naturaleza e i m - entendimiento. La evidencia empírica aporta parte
p o r t a n c i a del método científico. Creía de nuestro conocimiento - d e la sensibilidad y del Conocimiento
q u e ese método había p u e s t o a la fí- entendimiento-; la otra parte la conocemos a priori. a priori
sica y a otros saberes en la «vía segu-
ra de la ciencia». Sin embargo, sus i n - el concepto «libro»
v e s t i g a c i o n e s no se l i m i t a r o n a eso.
Su s i g u i e n t e p r o b l e m a fue: «¿Por qué
nuestra e x p e r i e n c i a del m u n d o es t a l
intuición
q u e p e r m i t e q u e f u n c i o n e el método de u n libro
científico?». Dicho de otro modo, ¿por en particular
qué n u e s t r a e x p e r i e n c i a d e l m u n d o
es s i e m p r e de índole matemática, y
cómo es p o s i b l e q u e la razón h u m a -
n a p u e d a siempre plantearle cuestio-
nes a la naturaleza?
i^^í^S?^:
Intuiciones y conceptos
E n s u obra más famosa, Crítica de la
razón pura, K a n t p r o p o n e q u e n u e s -
t r a experiencia sobre el m u n d o i m p l i -
ca dos elementos. E l p r i m e r o es lo q u e
l l a m a «sensibilidad»: n u e s t r a c a p a c i - intuición
d a d de estar e n c o n t a c t o d i r e c t o c o n del espacio
cosas p a r t i c u l a r e s e n el espacio y e n y del tiempo
el t i e m p o , t a l c o m o el l i b r o q u e está
u s t e d leyendo ahora; a estos contac-
tos d i r e c t o s los d e n o m i n a «intuicio- el concepto de sustancia
LA ERA DE LA REVOLUCION 169
q u e las cosas están e n el espacio es • d a m o s tener algún t i p o de e x p e r i e n -
u n a característica de la s e n s i b i l i d a d ¡ cía del m u n d o . Y, como nuestro cono-
h u m a n a ; así pues, u n a «cosa e n sí», c i m i e n t o empírico sólo puede darse a
el término k a n t i a n o para algo q u e se través de la experiencia, el concepto
c o n c i b e como ajeno a la s e n s i b i l i d a d de s u s t a n c i a no puede serlo, sino q u e
y, por t a n t o , exterior a nuestra mente, t i e n e q u e e x i s t i r a priori.
puede no tener n i n g u n a relación c o n
el espacio. K a n t u t i l i z a u n a r g u m e n - L o s límites
t o semejante para d e m o s t r a r lo m i s - del c o n o c i m i e n t o
m o acerca del t i e m p o . A u n a posición filosófica q u e defien-
A continuación, K a n t trata de pro- de q u e algún estado o a c t i v i d a d de la
bar la e x i s t e n c i a de conceptos a prio- m e n t e tiene q u e preceder a las cosas
r i , c o m o el de s u s t a n c i a . E m p i e z a por ! q u e e x p e r i m e n t a m o s , o q u e son más
Según K a n t , n u e s t r a comprensión p e d i r n o s q u e d i s t i n g a m o s entre dos básicos q u e estas, se la conoce c o m o
de que entes como los árboles sufran tipos de alteración: variación y c a m - idealismo; K a n t l l a m a a s u propia po-
cambios presupone u n conocimiento bio. La variación afecta a las propieda- sición «idealismo trascendental». I n -
a priori del concepto «sustancia». Ese
des q u e t i e n e n las cosas: por ejemplo, siste en que el espacio, el t i e m p o y al-
tipo de conceptos son la condición
las hojas de u n árbol p u e d e n ser ver- g u n o s conceptos son características
previa de nuestra experiencia.
des o m a r r o n e s . E l c a m b i o es lo q u e del m u n d o q u e e x p e r i m e n t a m o s (es
ocurre al árbol: en el m i s m o árbol, las lo q u e K a n t d e n o m i n a ((mundo feno-
Podría aducir q u e aprendemos lo q u e hojas p a s a n del verde al marrón. Efec- [ ménico»), e n lugar de características
es el espacio a l observar las cosas en t u a r e s t a distinción presupone la no- ¡ del m u n d o en sí m i s m o , considerado
el espacio, y q u e a p r e n d e m o s lo q u e ción de sustancia: el árbol {como sus- como exterior a la experiencia (lo q u e
es la s u s t a n c i a al observar q u e las ca- t a n c i a ) c a m b i a , pero las hojas (como K a n t l l a m a «mundo nouménico»).
racterísticas de las cosas c a m b i a n s i n propiedades de la s u s t a n c i a ) varían. L a afirmación, en Kant, de u n co-
q u e la cosa q u e les s u b y a c e c a m b i e Si no a c e p t a m o s e s t a distinción, n o n o c i m i e n t o a priori, tiene consecuen-
en sí m i s m a . Por ejemplo, a u n q u e las p o d e m o s a c e p t a r la v a l i d e z del c o n - cias t a n t o p o s i t i v a s c o m o negativas.
hojas de u n árbol pasen de ser verdes c e p t o de s u s t a n c i a : estaríamos afir- L a consecuencia más p o s i t i v a es q u e
a ser marrones, y se le a c a b e n cayen- m a n d o q u e c a d a vez q u e se p r o d u c e i la n a t u r a l e z a a p r i o r i del espacio, del
do, el árbol s i g u e siendo el m i s m o . u n a alteración algo empieza a e x i s t i r ! t i e m p o y de a l g u n o s c o n c e p t o s es lo
o deja d e hacerlo; e l árbol c o n hojas q u e hace q u e nuestra experiencia del
verdes desaparecería a l m i s m o t i e m - m u n d o sea p o s i b l e y fiable. E l espa-
Espacio y sustancia 1

po q u e el árbol de hojas marrones co- cio y el t i e m p o h a c e n que nuestra ex-


E n c a m b i o , los a r g u m e n t o s d e K a n t
m i e n z a a e x i s t i r a p a r t i r de la nada. p e r i e n c i a sea de naturaleza matemá-
m u e s t r a n q u e el espacio es u n a i n t u i -
ción a p r i o r i . Para poder conocer las K a n t se ve o b l i g a d o a p r o b a r q u e ' t i c a y q u e p o d a m o s m e d i r l a respecto
cosas q u e están fuera de mí, tendría d i c h a p e r s p e c t i v a es i m p o s i b l e , y l a i a valores c o n o c i d o s . L o s c o n c e p t o s
q u e saber q u e están fuera de mí. Pero clave está e n la determinación t e m -
esto deja ver que, de e s t a m a n e r a , es i poral: el t i e m p o no p u e d e e x p e r i m e n -
i m p o s i b l e saber lo q u e es el espacio: tarse d i r e c t a m e n t e (ya q u e no es u n a
¿cómo podría s i t u a r algo fuera de mí
s i n saber y a lo q u e s i g n i f i c a «fuera de
mí))? Parte del c o n o c i m i e n t o del espa-
cosa); e n c a m b i o , e x p e r i m e n t a m o s el
t i e m p o a través de las cosas q u e se
alteran o no, como ya había mostrado.
éé
cio d e b e p r e s u p o n e r s e antes de q u e Si experimentásemos el t i e m p o a tra- Sólo se puede hablar del
se pueda estudiar el espacio de forma vés d e l árbol de las hojas v e r d e s y a espacio desde u n punto
empírica: t e n e m o s q u e estar f a m i l i a - través del árbol de las hojas marrones de vista humano.
rizados a p r i o r i c o n el espacio. s i n q u e h u b i e s e conexión a l g u n a en- Immanuel Kant
tre ambos, estaríamos e x p e r i m e n t a n -

99
De d i c h o a r g u m e n t o se d e s p r e n -
de u n a c o n s e c u e n c i a e x t r a o r d i n a r i a : do dos t i e m p o s diferentes. Como esto
d a d o q u e el e s p a c i o e n sí es a p r i o r i , es a b s u r d o , K a n t cree h a b e r d e m o s -
no pertenece a las cosas en el m u n d o . trado q u e el concepto de s u s t a n c i a es
S i n embargo, n u e s t r a e x p e r i e n c i a de a b s o l u t a m e n t e esencial p a r a q u e po-
170 IMMANUEL KANT
a priori, como el de sustancia, hacen
posible plantearse cuestiones acerca
de la naturaleza, tales como «¿es eso
u n a sustancia?)) o «¿qué propiedades
nos muestra y de acuerdo con qué le-
yes?)). E n otras palabras, el idealismo
éé éé
La razón humana se La razón sólo puede
trascendental de Kant es lo que hace
preocupa por problemas a penetrar en aquello que
q u e nuestra experiencia p u e d a con-
los que no puede renunciar, produce según pautas
siderarse útil para la ciencia.
pero tampoco responder. que le son propias.
El aspecto negativo es q u e exis-
Immanuel Kant Immanuel Kant
ten algunos tipos de pensamiento que
se autodenominan ciencia, y hasta se
parecen a la ciencia, pero fracasan sin
remedio. Esto sucede porque aplican
a las «cosas en sí» intuiciones sobre el
espacio y el tiempo, o conceptos como
el de sustancia que, según Kant, son
válidos para la e x p e r i e n c i a pero n o cia, causa y efecto también son con- consecuencia negativa de la filosofía
t i e n e n validez respecto a las «cosas ceptos a priori que Kant juzga perfec- de Kant es que restringe enormemen-
en sí». Como se parecen a la ciencia, t a m e n t e válidos para el m u n d o q u e te los límites del c o n o c i m i e n t o .
estos tipos de p e n s a m i e n t o nos t i e n - experimentamos, pero no respecto a El idealismo t r a s c e n d e n t a l ofrece
t a n continuamente y son u n a t r a m p a las «cosas en sí». Por tanto, la existen- u n m o d o m u c h o más radical de esta-
e n la que m u c h o s caen s i n saberlo. cia de Dios (si se lo considera, c o m o blecer la distinción entre nosotros y el
Por ejemplo, podríamos querer afir- habitualmente, u n ser independiente m u n d o exterior. Lo externo a mí no se
mar que Dios es la causa del m u n d o ; del m u n d o q u e e x p e r i m e n t a m o s ) no interpreta t a n sólo como externo a mí
ahora bien, al i g u a l que el de sustan- es algo cognoscible. De este modo, la e n el espacio, sino e x t e r n o respecto
al espacio e n sí m i s m o (y respecto al
t i e m p o y a todos los conceptos a prio-
ri que hacen posible m i experiencia
del mundo). Hay, pues, dos m u n d o s :
el «mundo» de la experiencia, que i n -
cluye t a n t o m i s p e n s a m i e n t o s como
m i s s e n t i m i e n t o s y la experiencia de
las cosas m a t e r i a l e s , como m i cuer-
po o los l i b r o s ; y el «mundo» de las
«cosas e n sí» que, e s t r i c t a m e n t e , no
se puede e x p e r i m e n t a r n i , en conse-
cuencia, conocer, y contra el c u a l te-
nemos q u e l u c h a r c o n t i n u a m e n t e a
fin de evitar engañarnos.
E n este asunto, nuestros cuerpos
t i e n e n u n papel curioso: por u n lado,
m i cuerpo, e n c u a n t o cosa m a t e r i a l ,
es p a r t e del m u n d o exterior; por otro,

E n el g r a b a d o F l a m m a r i o n , un
hombre observa fuera del espacio y
del tiempo. Para Kant, lo que nos es
externo lo es también al espacio y
al tiempo, y nunca se puede conocer
como «algo en sí mismo».
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 171
Racionalismo
Los racionalistas creían que el uso
d e la razón, y no la e x p e r i e n c i a ,
llevaba al c o n o c i m i e n t o d e los
objetos d e l m u n d o .

1 Empirismo
Los e m p i r i s t a s pensaban q u e el
conocimiento viene de nuestra
e x p e r i e n c i a de los objetos d e l
m u n d o , y n o d e la razón.

Immanuel Kant

Idealismo trascendental I m m a n u e l K a n t nació e n 1724


La teoría k a n t i a n a del idealismo en u n a f a m i l i a de artesanos
trascendental afirmaba q u e tanto c o n d i f i c u l t a d e s económicas.
la razón como la experiencia eran Vivió y trabajó t o d a s u v i d a e n
necesarias para comprender e l c o s m o p o l i t a p u e r t o báltico
el m u n d o . de Konigsberg, por entonces
p a r t e de P r u s i a . A u n q u e n u n c a
salió de s u p r o v i n c i a n a t a l , f u e
u n filósofo i n t e r n a c i o n a l m e n t e
el c u e r p o f o r m a p a r t e de nosotros, y, Después de K a n t , la filosofía ale- f a m o s o e s t a n d o aún v i v o .
aún más, es el m e d i o a través d e l c u a l m a n a e n p a r t i c u l a r progresó rápida- K a n t e s t u d i ó filosofía,
nos t o p a m o s c o n otras cosas (usando m e n t e . Los idealistas J o h a n n Fichte, física y m a t e m á t i c a s e n l a
n u e s t r a piel, nervios, ojos, oídos, etc.). F r i e d r i c h Schelling y Georg Hegel de- Universidad de Konigsberg, y
Esto nos p r o p o r c i o n a u n a m a n e r a de sarrollaron los a r g u m e n t o s k a n t i a n o s enseñó e n l a m i s m a institución
entender la distinción entre los cuer- en nuevas direcciones, influyendo a d u r a n t e los 27 años s i g u i e n t e s .
pos y el m u n d o exterior: el cuerpo, e n s u vez en el p e n s a m i e n t o del siglo xix, E n 1792, F e d e r i c o G u i l l e r m o I I
c u a n t o m e d i o de m i s sensaciones, es desde el r o m a n t i c i s m o h a s t a el mar- le prohibió l a d o c e n c i a d e b i d o
diferente de otras cosas exteriores y x i s m o . L a sofisticada crítica k a n t i a n a a sus ideas poco ortodoxas,
materiales. del p e n s a m i e n t o metafísico también pero volvió a l a m i s m a cinco
años más t a r d e , t r a s l a m u e r t e
resultó i m p o r t a n t e p a r a e l p o s i t i v i s -
d e l rey. A u n q u e K a n t publicó
I n f l u e n c i a posterior mo, q u e mantenía q u e cualquier afir-
a lo l a r g o de t o d a s u carrera,
Se p u e d e afirmar q u e Crítica déla ra- mación j u s t i f i c a b l e t i e n e q u e poder
es más c o n o c i d o p o r las o b r a s
zón pura es la o b r a más i m p o r t a n t e verificarse científica o lógicamente.
r e v o l u c i o n a r i a s q u e desarrolló
de la h i s t o r i a de la filosofía m o d e r n a . El hecho de q u e Kant concibiese lo e n l a s décadas d e 1750 y 1760.
De hecho, muchos pensadores a c t u a - a priori incluso en nuestras intuicio- Pese a p o s e e r u n a p e r s o n a l i d a d
les d i v i d e n el p e n s a m i e n t o filosófico nes sobre el m u n d o , tendría u n a g r a n sociable e ingeniosa, n u n c a
entre el anterior y el posterior a Kant. i m p o r t a n c i a e n la fenomenología d e l l l e g ó a c a s a r s e , y murió a l a
Antes de Kant, empiristas como siglo xx, c o m o e n el caso de E d m u n d e d a d d e 8 0 años.
J o h n Locke hacían hincapié e n lo q u e H u s s e r l o M a r t i n Heidegger, .que tra-
Kant d i o en llamar sensibilidad, m i e n - t a r o n de e x a m i n a r los objetos de la Obras principales
tras q u e los r a c i o n a l i s t a s c o m o Des- e x p e r i e n c i a i n d e p e n d i e n t e m e n t e de
c a r t e s tendían a hacerlo e n el e n t e n - c u a l q u i e r p r e s u p u e s t o q u e pudiése- 1781 Crítica de la razón pura.
m o s tener acerca de ellos. L a obra de 1785 Fundamentación de la
d i m i e n t o . K a n t defiende q u e n u e s t r a
metafísica de las costumbres.
experiencia del m u n d o siempre i m p l i - K a n t s i g u e siendo u n a referencia bá-
1788 Crítica de la razón
ca a m b a s cosas, de forma q u e es fre- sica p a r a los filósofos actuales, espe-
práctica.
cuente oír q u e K a n t combinó el racio- c i a l m e n t e e n las r a m a s de la metafí-
1790 Crítica del juicio.
n a l i s m o y el e m p i r i s m o . s i c a y de la epistemología. •
LA SOCIEDAD ES,
CIERTAMENTE,
J
UN CONTRATO
EDMUND BURKE (1729-1797)

C
on frecuencia los desafectos ciedad era u n acuerdo mutuo entre
EN CONTEXTO se lamentan al son de «no es sus miembros - a l modo de una em-
culpa mía... la culpa la tiene presa comercial- era generalmente
RAMA
la sociedad». Pero el significado del aceptada. Sin embargo, esto implica
Filosofía política
término «sociedad» no está del todo que solamente las cosas materiales
ORIENTACIÓN claro, y ha ido variando con el tiem- son importantes en la vida. Burke in-
Conservadurismo po. Durante el siglo xvm, cuando es- tenta reequilibrar la balanza recor-
cribía el filósofo y estadista irlandés dando que las personas también en-
ANTES Edmund Burke, Europa vivía un auge riquecen su vida con la virtud, el arte
C . 3 5 0 a . C . Aristóteles afirma del comercio, y la idea de que la so- y la ciencia, y que si bien la sociedad
que la sociedad es como u n
organismo y el hombre es, por
naturaleza, u n a n i m a l político.
Los seres humanos
tienen necesidades materiales,

)
Siglo v San Agustín de Hipona
afirma que el gobierno es u n a científicas, artísticas y morales.
forma de castigo por el pecado
original.

A K
Siglo xvn Thomas Hobbes y
No pueden satisfacer todas
John Locke desarrollan la idea
estas necesidades por sí mismos.
del contrato social.

DESPUES
Siglo xix El filósofo francés
Joseph de M a i s t r e señala las Se apoyan en l a s Acuerdan ayudarse unos
derivaciones antidemocráticas costumbres y l a religión a otros, ya que esta es la
de E d m u n d Burke a partir de de sus ancestros siempre mejor manera de satisfacer
la Revolución Francesa. que sea posible. sus mutuas necesidades.

Siglo xx El filósofo británico

w¡7
Michael Oakeshott desarrolla
u n a variante más liberal del
L a sociedad es
conservadurismo.
ciertamente, u n contrato,
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 173
Véase también: John Locke 130-133 • David Hume 148-153 •
Jean-Jacques Rousseau 154-159 • Adam Smith 160-163 • John Rawls 294-295

es desde luego u n c o n t r a t o o acuer- social afirmaba que el contrato entre


do, no se t r a t a de m e r a economía, o, los ciudadanos y el Estado se puede
según sus palabras, de «simple exis- romper e n todo m o m e n t o en función
tencia animal». La sociedad encarna de la v o l u n t a d del pueblo. Otra d i a n a
el b i e n común (el acuerdo sobre cos- h a b i t u a l para los dardos de E d m u n d
tumbres, normas y valores), pero para Burke fue Joseph Priestley, científico
Burke «sociedad» s i g n i f i c a algo más y filósofo inglés, q u i e n aplaudió la Re-
que la gente que vive e n u n m o m e n t o volución Francesa y ridiculizó la no-
dado, pues incluye a los antepasados ción de pecado o r i g i n a l .
y descendientes. Más aún, dado q u e A pesar de s u e s c e p t i c i s m o ante
toda constitución política forma par- el m a t e r i a l i s m o de la s o c i e d a d m o - E d m u n d Burke
t e del «gran c o n t r a t o p r i m i g e n i o de derna, Burke era u n g r a n defensor de
la sociedad eterna», el propio Dios es la p r o p i e d a d privada, y c o n t e m p l a b a E l político angloirlandés
el garante último de la sociedad. E d m u n d B u r k e nació y se
el m e r c a d o l i b r e c o n o p t i m i s m o . Por
formó e n Dublín. D e s d e j o v e n
E n el c e n t r o d e la concepción de eso a c o s t u m b r a a ser aclamado como
estuvo convencido de q u e la
Burke está la d o c t r i n a del pecado ori- padre del conservadurismo moderno,
filosofía era u n a preparación
g i n a l (la idea de q u e n a c e m o s peca- filosofía que valora t a n t o la l i b e r t a d útil p a r a l a política, y d u r a n t e
dores), y p o r lo t a n t o s i e n t e escasa económica como la tradición. Incluso la d é c a d a de 1750 escribió
simpatía por q u i e n c u l p e a la socie- en la a c t u a l i d a d , muchos socialistas v a r i o s n o t a b l e s ensayos sobre
d a d de s u propia c o n d u c t a . Además, se mostrarían de acuerdo c o n Burke estética y s o b r e los orígenes
rechaza la idea de J o h n Locke de q u e en q u e la p r o p i e d a d p r i v a d a es u n a de l a s o c i e d a d . F u e m i e m b r o
la educación nos p u e d a hacer mejo- institución f u n d a m e n t a l , pero no e n d e l p a r l a m e n t o inglés e n t r e
res, c o m o s i naciéramos i n o c e n t e s y qué valor tiene. A s i m i s m o , los filóso- 1766 y 1794, así c o m o m i e m b r o
sólo fuera preciso r e c i b i r las i n f l u e n - fos preocupados por la ecología com- d e s t a c a d o d e l p a r t i d o whig, e l
cias adecuadas. Según Burke, la fali- p a r t e n s u visión sobre los deberes de más l i b e r a l de los dos p a r t i d o s
u n a generación para c o n las siguien- aristocráticos d e l a época.
b i l i d a d del j u i c i o i n d i v i d u a l es lo q u e
hace n e c e s a r i a la tradición, q u e nos tes, pero c o n el nuevo p r o g r a m a de B u r k e simpatizó c o n l a
d a los f u n d a m e n t o s morales necesa- crear u n a «sociedad sostenible». • causa de la independencia de
rios, lo q u e r e c u e r d a a D a v i d H u m e las c o l o n i a s n o r t e a m e r i c a n a s ,
c u a n d o a f i r m a b a q u e el hábito es el que, bajo s u p u n t o de v i s t a , d i o
l u g a r a u n a revolución d e l t o d o
g r a n guía de la v i d a h u m a n a .
j u s t i f i c a d a . Más t a r d e participó
e n e l proceso j u d i c i a l de W a r r e n
Tradición y c a m b i o Hastings, gobernador general
A l ser la sociedad u n a e s t r u c t u r a or- de I n d i a . A l o l a r g o d e t o d a
gánica q u e h u n d e raíces p r o f u n d a s s u v i d a B u r k e fue m u y crítico
en el pasado, B u r k e o p i n a b a q u e s u con los abusos coloniales, lo
organización política debía desarro- q u e le h i z o g a n a r la reputación
llarse de m o d o n a t u r a l a lo largo del de ser l a conciencia d e l I m p e r i o
británico.
t i e m p o . Rechazaba los c a m b i o s polí-
ticos radicales o a b r u p t o s q u e p u d i e -
r a n i n t e r r u m p i r d i c h o proceso, por lo Obras principales
que se opuso a la Revolución France-
sa de 1789, de la q u e predijo los p e l i - 1756 Vindicación de la sociedad
natural.
gros m u c h o antes de la ejecución del
Burke condenó la Revolución Francesa 1770 Pensamientos sobre las
rey y d e l p e r i o d o c o n o c i d o c o m o el
d e b i d o a s u rechazo i n d i s c r i m i n a d o d e l causas del actual descontento.
Terror. D e b i d o a ello también criticó
p a s a d o . Creía q u e el c a m b i o debía ser 1790 Refíexiones sobre
en v a r i a s ocasiones a Jean-Jacques g r a d u a l , u n a idea q u e sería f u n d a m e n t a l la revolución en Francia.
Rousseau, e n c u y a obra El contrato p a r a el c o n s e r v a d u r i s m o m o d e r n o .
,.'¿'&;. r LA MAYOR
FELICIDAD PARA
#
EL MAYOR NUMERO
Af •••2SS J E R E M Y B E N T H A M
(1748-1832)

J
eremy B e n t h a m , filósofo y re- terpretaciones de sistemas políticos
EN CONTEXTO formador legal, estaba plena- más complejos, c o n sus c o n s i g u i e n -
mente convencido de que toda tes injusticias y agravios.
RAMA
a c t i v i d a d h u m a n a t a n sólo responde
Ética a dos fuerzas motivadoras: la evita- E l cálculo del placer
ORIENTACIÓN ción del dolor y la búsqueda del pla- M u c h o más polémica resultó la pro-
Utilitarismo cer. E n s u obra Los principios de la puesta de B e n t h a m sobre u n «cálcu-
moral y la legislación (1789), sostuvo lo felicífico» capaz de expresar m a -
ANTES que todas las decisiones sociales y temáticamente el grado de felicidad
F i n a l e s d e l siglo iv a . C . políticas tienen que tener como fina- que e x p e r i m e n t a cada u n o de los i n -
E p i c u r o s o s t i e n e q u e el fin lidad proporcionar la mayor felicidad d i v i d u o s . Este método preciso, afir-
p r i n c i p a l d e la v i d a d e b e ser al mayor número posible de perso- maba, proporcionaría u n a base obje-
la búsqueda de l a f e l i c i d a d . nas. B e n t h a m creía que el valor moral tiva para resolver conflictos éticos, al
de dichas decisiones guarda u n a re- t o m a r s e las decisiones a favor de la
Principios d e l siglo xvn lación d i r e c t a c o n s u u t i l i d a d , o efi- opción para la q u e se haya calculado
Hobbes afirma que u n sistema cacia, para generar felicidad o placer. u n mayor grado de placer.
legal con penas duras para E n u n a sociedad basada en t a l enfo- B e n t h a m i n s i s t e también en que
los d e l i n c u e n t e s p r o d u c e u n a que utilitario, enuncia, los conflictos
todas las fuentes de placer t i e n e n u n
s o c i e d a d más estable y mejor. de interés entre i n d i v i d u o s p u e d e n
valor i g u a l , por t a n t o la felicidad ob-
ser resueltos por legisladores q u e se
M e d i a d o s d e l siglo xvm t e n i d a gracias a u n a b u e n a c o m i d a
guíen por el p r i n c i p i o de c o n t e n t a r
H u m e afirma q u e las emociones o a u n a a m i s t a d estrecha es del m i s -
a c u a n t o s sea posible. Si es posible
g o b i e r n a n nuestro j u i c i o m o r a l mo t i p o q u e la de u n a a c t i v i d a d q u e
contentar a todos, t a n t o mejor, pero
puede requerir esfuerzo o formación,
DESPUÉS si fuera necesario elegir, siempre es
tal como tomar parte en u n debate fi-
M e d i a d o s d e l s i g l o xix preferible favorecer a los más antes
losófico o leer poesía. E n consecuen-
que a los menos.
J o h n S t u a r t M i l i defiende l a cia, B e n t h a m supone q u e todos los
educación p a r a todos c o n el fin Una de las grandes ventajas d e l seres h u m a n o s son iguales, y q u e la
de mejorar l a f e l i c i d a d general. sistema propuesto, dice B e n t h a m , es felicidad completa es algo accesible
su s i m p l i c i d a d . A l adoptar sus ideas a todos, sea c u a l sea s u clase social
F i n a l e s d e l s i g l o xix Según
se e v i t a n las confusiones y malas i n - o sus capacidades. •
Henry Sidgwick, la moralidad
de los actos es p r o p o r c i o n a l a l
Véase también: Epicuro 64-65 • Thomas Hobbes 112-115 •
g r a d o d e placer q u e a p o r t a n .
David Hume 148-153 • John Stuart Mili 190-193 • Henry Sidgwick 336
LA ERA DE LA REVOLUCION 175

LA MENTE NO
TIENE GÉNERO
MARY WOLLSTONECRAFT (1759-1797)

D
urante la mayor parte de la respuesta a Emilio, de Jean-Jacques
EN CONTEXTO historia, la mujer ha vivido Rousseau (1762), donde recomienda
subordinada al hombre. Sin una educación distinta para niños y
RAMA
embargo, durante el siglo xvm tal es- niñas, y que estas aprendan a tratar
Filosofía política
tado de cosas comenzó a ser puesto a los primeros con deferencia.
ORIENTACIÓN en entredicho, y entre las voces más La reclamación de Wollstonecraft
Feminismo destacadas que denunciaron esta in- de que las mujeres fueran tratadas
justicia estuvo la de la radical ingle- como ciudadanas iguales a los hom-
ANTES sa Mary Wollstonecraft. bres - c o n los mismos derechos lega-
Siglo i v a . C . Platón aconseja Un importante número de erudi- les, sociales y políticos- siguió sien-
que la educación de las niñas tos anteriores habían justificado en do vista generalmente con desprecio
sea similar a la de los niños. la diferencia física entre los sexos la a finales del siglo xvm, pero sembró
desigualdad social entre hombres y la semilla de los movimientos sufra-
S i g l o i v d . C . E n Alejandría
mujeres. Sin embargo, a la luz de las gistas y feministas que surgieron con
(Egipto), la destacada filósofa
nuevas ideas surgidas en el siglo xvn, fuerza en los siglos xix y xx. •
y matemática H i p a t i a practica
como la de John Locke en el sentido
la docencia.
de que prácticamente todo el conoci-

éé
1790 En Letters on Education, la miento procedía de la experiencia y
historiadora británica Catherine la educación, la validez de dicha pos-
Macaulay afirma que la aparente tura se empezó a cuestionar.
inferioridad de las mujeres se
debe a u n a educación errónea. Una educación igualitaria Que la mujer comparta
Wollstonecraft defiende que si hom- los d e r e c h o s d e l h o m b r e
DESPUÉS bres y mujeres reciben la misma edu- y emulará s u s v i r t u d e s .
1869 John Stuart M i l i defiende cación, adquirirán el mismo buen ca- M a r y Wollstonecraft
la i g u a l d a d de los sexos en El rácter y enfoque racional ante la vida,
sometimiento de la mujer. ya que sus mentes y cerebro son en lo
fundamental similares. Su libro Vin-
F i n a l e s d e l siglo xx Una ola
dicación de los derechos de la mujer,
de activismo feminista empieza
publicado en 1792, era en parte una
a lograr cambios en muchas de
las desigualdades sociopolíticas
Véase también: Platón 50-55 • Hipatia de Alejandría 331 • John Stuart M i l i
entre los sexos en Occidente.
190-193 • Simone de Beauvoir 276-277 • Luce Irigaray 320 • Héléne Cixous 322
EL TIPO DE FILOSOFÍA
QUE UNO ELIGE DEPENDE
DEL TIPO DE PERSONA QUE
UNO ES
JOHANN GOTTLIEB FICHTE (1762-1814)

J
ohann Gottlieb Fichte fue u n te más allá de los influjos causales y
EN CONTEXTO filósofo alemán del siglo xvm, que es capaz de pensar y elegir libre,
discípulo de Kant. Se interesó independiente y espontáneamente.
RAMA
en cómo nos es posible existir como Fichte considera que el idealis-
Epistemología
seres éticos con libre albedrío si vivi- mo y el dogmatismo son dos puntos
ORIENTACIÓN mos en u n mundo que parece estar de partida absolutamente diferentes
Idealismo determinado de u n modo causal, es que, sostiene, nunca podrían «com-
decir, en u n mundo donde todo acon- binarse» en u n sistema filosófico. N i
ANTES tecimiento sigue necesariamente a hay manera de probar filosóficamen-
1641 Rene Descartes acontecimientos y condiciones pre- te cuál es correcto, n i se puede usar
establece q u e es i m p o s i b l e vios, de acuerdo con las inmutables uno para refutar el otro, lo que hace
dudar q u e «yo existo». Así, la leyes de la naturaleza. que uno no pueda «elegir» en qué fi-
única cosa de la que se puede La idea de que existe u n mundo losofía cree por razones objetivas o
estar seguro es de u n o mismo. como este «ahí afuera», más allá de racionales sino exclusivamente por
nuestras conciencias e independien- «el tipo de persona que uno es». •
Siglo x v m Immanuel Kant
te de nosotros, se denomina «dogma-
desarrolla u n a filosofía idealista
tismo)). Dicha idea fue ganando terre-
y u n yo trascendental: el «yo»
no durante la época de la Ilustración,
que s i n t e t i z a la información.
Esto c o n s t i t u y e la base d e l
idealismo de Fichte y la noción
pero Fichte cree que no deja lugar a
las elecciones n i a los valores mo-
rales. ¿Cómo puede considerarse, se
éé
de autoconciencia. pregunta, que la gente tiene libre al- Piensa
DESPUES
bedrío si todo está determinado por el «yo» y observa
S i g l o x x Las ideas
algo que existe fuera de nosotros? qué implica hacerlo.
n a c i o n a l i s t a s de F i c h t e se Fichte defiende, en cambio, u n a J o h a n n Gottlieb Fichte
asocian con M a r t i n Heidegger versión del idealismo similar a la de
Kant, en la cual nuestra mente crea
y el régimen n a z i alemán.
lo que creemos que es la realidad. En
Década d e 1950 Isaiah Berlín ese mundo idealista, la conciencia es
considera que la idea de Fichte una entidad o esencia activa que exis-
sobre l a verdadera l i b e r t a d de
la c o n c i e n c i a es responsable Véase también: Rene Descartes 116-123 • Benedictus de Spinoza 126-129
del a u t o r i t a r i s m o a c t u a l . I m m a n u e l K a n t 164-171 • M a r t i n Heidegger 252-255 • Isaiah Berlín 280-281
LA ERA DE LA REVOLUCION 177

NO HAY TEMA SOBRE EL QUE


SE FILOSOFE MENOS QUE
SOBRE LA FILOSOFÍA
FRIEDRICH SCHLEGEL (1772-1829)

S
e suele considerar que el his- románticas sobre el arte y la vida, en
EN CONTEXTO toriador y poeta alemán Frie- las que da más valor a la emoción i n -
drich Schlegel introdujo el uso d i v i d u a l que a la reflexión racional,
RAMA
de aforismos (dichos breves y ambi- en contra de la mayoría del pensa-
Metañlosofía
guos) en la filosofía moderna. En 1798 miento ilustrado. A u n q u e su ataque
ORIENTACIÓN observó que se filosofaba m u y poco contra la filosofía anterior no era ne-
Reflexividad acerca de la filosofía (metafilosofía), cesariamente correcto, su contem-
por lo que debiéramos poner en duda poráneo Georg Hegel adoptó la causa
ANTES tanto el modo de funcionar de la filo- de la reflexividad, que es el término
C - 4 5 0 a . C . Protágoras defiende sofía occidental como su suposición actual para la aplicación de métodos
que no hay primeros principios o de que el mejor enfoque sea la argu- filosóficos a la propia filosofía. •
verdades absolutas: «El hombre mentación lineal.
es la medida de todas las cosas». Friedrich Schlegel no estaba de
acuerdo con los enfoques de Aristó-
1641 Rene Descartes afirma
teles y de Descartes. Aseguraba que
haber encontrado u n p r i m e r
se equivocaron al suponer que exis-
principio sobre el q u e basar las
tían unos «primeros principios» só-
creencias sobre la existencia: lidos que podían servir como punto
«Pienso, luego existo». de partida. Tampoco creía en las res-
DESPUÉS puestas definitivas, pues toda conclu-
sión de una argumentación se podía
1830 Georg Hegel piensa que
perfeccionar infinitamente. A l descri-
«la filosofía e n s u t o t a l i d a d se
bir su propio enfoque, Schlegel dice
parece a u n círculo de círculos».
que la filosofía siempre «debe empe-
Década d e 1920 M a r t i n zar por el medio... que es u n todo, y
Heidegger dice q u e la filosofía que el camino al reconocimiento no
es una línea recta sino u n círculo». L a ñlosofía es el arte de pensar,
es cuestión de nuestra relación
y Schlegel señala que sus métodos
c o n nuestra propia existencia. La concepción holística de Schle- afectan a las respuestas q u e puede
gel (ver la filosofía como u n todo) se ofrecer. Las filosofías o c c i d e n t a l y
1967 Jacques Derrida defiende
integra en el contexto de sus teorías oriental usan enfoques m u y diferentes.
que el análisis filosófico sólo se
puede llevar a cabo en el plano
Véase también: Protágoras 42-43 • Aristóteles 56-63 • Rene Descartes 116-123
del lenguaje y del texto.
Georg Hegel 178-185 • M a r t i n Heidegger 252-255 • Jacques Derrida 308-313
180 GEORG HEGEL

H
egel fue el filósofo más céle-
EN CONTEXTO bre en A l e m a n i a durante la
primera m i t a d del siglo xix.
RAMA
Su idea fundamental fue que todos
Metafísica
los fenómenos, desde la conciencia
ORIENTACIÓN hasta las instituciones políticas, eran
Idealismo aspectos de u n único espíritu (que
significa tanto «mente» como «idea»).
ANTES Con el paso del tiempo, el espíritu re-
S i g l o v i a . C . Según Heráclito, conoce esos fenómenos como aspec-
todas las cosas se convierten en tos de sí mismo y los reintegra. Hegel
sus contrarios, u n i m p o r t a n t e denomina a este proceso de reinte-
factor en la dialéctica de Hegel. gración ((dialéctica)), y es lo que noso-
tros (que somos aspectos del espíri-
1781 I m m a n u e l K a n t p u b l i c a tu) conocemos como «historia». A s í
Crítica de la razón pura, obra pues, Hegel es u n monista, porque
en la q u e establece los límites cree que todas las cosas son aspec-
del c o n o c i m i e n t o h u m a n o . tos de una única cosa, y u n idealista, Algunos cambios, como los que trajo
ya que opina que, en último término, la independencia de EE UU, los explica
D é c a d a d e 1790 L a s obras
la realidad no es material (sino espi- Hegel como un progreso desde una
de J o h a n n F i c h t e y F r i e d r i c h etapa más baja del desarrollo del
ritual). La idea de Hegel alteró radi-
Schelling establecen las bases espíritu hacia una más alta-
calmente el paisaje filosófico, y para
del i d e a l i s m o alemán.
entender completamente sus i m p l i -
DESPUÉS caciones necesitamos remontarnos aprendemos y cambiamos según lo
a las bases de su pensamiento.
1 8 4 6 Karl M a r x escribe La vamos usando, y lo m i s m o es cierto
ideología alemana, q u e u s a para la ciencia: los científicos parten
el método dialéctico de Hegel. Historia y conciencia de u n a teoría y, después, la confir-
Son pocos los filósofos que negarían m a n o refutan. También ocurre esto
1943 L a obra e x i s t e n c i a l i s t a
que el ser humano es, en gran medi- con las i n s t i t u c i o n e s sociales, como
de Jean-Paul Sartre El ser y
da, histórico: heredamos cosas del la f a m i l i a , el Estado, los bancos, la
la nada se b a s a e n l a noción pasado, las cambiamos y las t r a n s - Iglesia, etc., la mayoría de las cua-
h e g e l i a n a d e dialéctica. m i t i m o s a las generaciones futuras. les son formas modificadas de prác-
Por ejemplo, el lenguaje es algo que ticas o instituciones anteriores.

Georg Hegel H e g e l nació e n 1770 e n S t u t t g a r t de u n periódico y d i r e c t o r d e


( A l e m a n i a ) y estudió teología i n s t i t u t o a n t e s d e ser n o m b r a d o
e n T u b i n g a , donde se hizo a m i g o catedrático de filosofía, p r i m e r o
d e l poeta F r i e d r i c h Hólderlin y e l e n H e i d e l b e r g y, más t a r d e , e n la
filósofo F r i e d r i c h Schelling. Pasó prestigiosa Universidad de Berlín.
varios años t r a b a j a n d o de t u t o r A los 41 años se casó con M a r i e
a n t e s de q u e u n a h e t e n c i a l e v o n Tucher, c o n q u i e n t u v o tres
permitiese reunirse c o n Schelling hijos. Falleció e n 1831 d u r a n t e
e n l a U n i v e r s i d a d de Jena. H e g e l u n a e p i d e m i a de cólera.
se v i o forzado a a b a n d o n a r Jena
c u a n d o las t r o p a s de Napoleón Obras principales
o c u p a r o n l a c i u d a d , y apenas
p u d o rescatar s u obra p r i n c i p a l , 1807 L a fenomenología
L a fenomenología del espíritu, del espíritu.
que lo catapultó a u n a posición 1812-1816 Ciencia déla lógica.
dominante e n la filosofía alemana. 1817 Enciclopedia de las ciencias
Necesitado d e fondos, fue e d i t o r filosóficas.
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 181
Véase también: Heráclito 40 • Johann Gottlieb Fichte 176 • Friedrich Schelling 335 • Arthur Schopenhauer 186-188 •
Karl Marx 196-203 • Jean-Paul Sartre 268-271

A s í pues, los seres h u m a n o s no c i m i e n t o acerca del m u n d o exterior,


empiezan su existencia a partir de pero n i n g u n a p a r t e de n u e s t r a expe-

éé
cero, s i n o e n u n c o n t e x t o y a deter- r i e n c i a nos p e r m i t e ver qué h a y e n
m i n a d o y c a m b i a n t e ; e n ocasiones d i c h o m u n d o e x t e r i o r , por ejemplo,
i n c l u s o r a d i c a l m e n t e y e n u n a sola c o m o causas o efectos. Para Kant, el
generación. A u n así, a l g u n a s cosas c o n o c i m i e n t o de la e s t r u c t u r a bási-
a p r i m e r a v i s t a no p a r e c e n ser h i s -
Comprender cuál es la
c a del m u n d o e x t e r i o r es u n c o n o c i -
tóricas o estar sujetas a c a m b i o s . m i e n t o a p r i o r i q u e únicamente es
tarea de la filosofía, para
U n ejemplo de este t i p o de cosas posible porque todos hemos nacido
qué sirve, es la razón.
es la c o n c i e n c i a . Pese a estar c o n - c o n categorías q u e nos p r o p o r c i o n a n Georg Hegel
v e n c i d o s d e q u e a q u e l l o de lo q u e u n marco para nuestra experiencia,
somos conscientes acabará por c a m - entre las cuales se i n c l u y e la s u p o s i -
biar, t e n d e m o s a creer q u e ser c o n s - ción de q u e h a y u n m u n d o exterior.
ciente - e s t a r despierto, darse cuen- S i n e m b a r g o , este m a r c o a p r i o r i s u -
t a de las cosas, ser capaz de pensar pone q u e el m u n d o t a l c o m o se nos
y tomar decisiones- ha sido siem-
pre lo m i s m o p a r a t o d o el m u n d o . De
i g u a l f o r m a , nos p a r e c e d e f e n d i b l e
q u e las e s t r u c t u r a s del p e n s a m i e n -
t o no s o n históricas: q u e el t i p o d e
a c t i v i d a d a l q u e l l a m a m o s pensar y
las facultades m e n t a l e s q u e i m p l i c a
(memoria, percepción, e n t e n d i m i e n -
to, etc.) h a n sido las m i s m a s a lo largo
de la h i s t o r i a para t o d o el m u n d o . S i n
d u d a e s t o es lo q u e o p i n a b a el g r a n
predecesor idealista de Hegel, I m m a -
nuel K a n t . Para c o m p r e n d e r a Hegel,
d e b e m o s e s t u d i a r lo q u e este pensa-
ba sobre la obra de K a n t .

L a s categorías k a n t i a n a s
Para K a n t , t a n t o las f o r m a s básicas
de f u n c i o n a m i e n t o d e l p e n s a m i e n t o
c o m o las e s t r u c t u r a s básicas d e la
c o n c i e n c i a s o n a p r i o r i , es decir, n o
d e r i v a n de la experiencia. E s t o s i g n i -
fica q u e no sólo son i n d e p e n d i e n t e s
de a q u e l l o e n lo q u e p e n s a m o s o d e
lo q u e somos c o n s c i e n t e s , s i n o t a m -
bién de c u a l q u i e r t i p o de i n f l u e n c i a o
de desarrollo históricos.
I m m a n u e l K a n t d e n o m i n a a estas
e s t r u c t u r a s d e l p e n s a m i e n t o «cate-
gorías», q u e i n c l u y e n los c o n c e p t o s
de «causa», «sustancia», «existencia» T o d a l a realidad es
y «realidad». Por ejemplo, la experien- u n proceso h i s t ó r i c o .
c i a p u e d e p r o p o r c i o n a r n o s u n cono-
182 GEORG HEGEL
L a dialéctica de Hegel m u e s t r a cómo se s u p e r a n los están sujetas a cambios. Ahí donde
opuestos. Por ejemplo, u n estado de tiranía crea la necesidad Kant sostiene que el marco de la ex-
de l i b e r t a d ; pero u n a vez c o n s e g u i d a esta, t a n sólo puede periencia no cambia, Hegel piensa
haber anarquía, hasta que u n elemento de tiranía se c o m b i n a que está sujeto a cambios, al menos
con la l i b e r t a d para crear la síntesis «ley». tanto como el mundo que experimen-
tamos. E n consecuencia, la concien-
TESIS ANTÍTESIS
cia, y no sólo aquello de lo que somos
conscientes, forma parte de u n pro-
ceso evolutivo «dialéctico», concepto
este último que tiene u n significado
m u y preciso dentro del pensamiento
filosófico de Hegel.

L a dialéctica hegeliana
La noción de dialéctica resulta i m -
prescindible para la descripción que
Hegel d e n o m i n a i n m a n e n t e (inter-
na) del desarrollo de las cosas y que,

Eli
afirma, garantiza cuatro puntos. Pri-
mero, que no se ha a d m i t i d o ningún
presupuesto; segundo, q u e sólo se
han usado las nociones más genéri-
cas, c o n lo que se evita afirmar algo
sin que esté justificado; tercero, que
LEY muestra cómo u n a noción genérica
da lugar a otras nociones más espe-
SÍNTESIS cíficas; y, cuarto, que dicho proceso
sucede desde «dentro» de la noción
aparece depende de la naturaleza de temente adecuado. E n primer lugar, misma. Este cuarto requisito revela
la mente humana, y no representa el Hegel considera que la noción kan- el núcleo de la lógica de Hegel: que
mundo t a l y como es; en otras pala- t i a n a de «mundo en sí» es u n a abs- toda noción, o «tesis», contiene en sí
bras, el «mundo en sí». Este «mundo tracción vacía que no significa nada. m i s m a s u contradicción, o «antíte-
en sí» es el que Kant da en llamar En la filosofía de Hegel, existe cual- sis», q u e únicamente se supera con
«mundo nouménico», y afirma de él quier cosa que se manifieste en la el surgir de u n a nueva noción, más
que es incognoscible. Según Kant, conciencia: cualquier cosa, por ejem- rica, l l a m a d a «síntesis», a p a r t i r de
lo que podemos conocer no es más plo, que se sienta o se piense. El se- la noción original. Una de las conse-
que el mundo t a l como se nos apare- gundo error de Kant, según Hegel, es cuencias de este proceso inmanente
ce a través del marco de las catego- que acepta demasiados presupues- es que, cuando nos hacemos cons-
rías: lo que Kant denomina «mundo tos acerca de la naturaleza y el origen cientes de la síntesis, también nos
fenoménico» o m u n d o de la expe- de las categorías. percatamos de que la contradicción
riencia cotidiana. El objetivo que Hegel se propo- que habíamos v i s t o previamente en
ne es comprender las categorías s i n la tesis no era más que aparente y
L a crítica de Hegel a Kant aceptar ningún tipo de presupuesto, no provenía más que de alguna l i m i -
Hegel piensa que Kant dio grandes y el más grave de los presupuestos tación en nuestra comprensión de la
pasos hacia la eliminación de la i n - que observa en Kant tiene q u e ver noción original.
genuidad en la filosofía, pero que sus con las relaciones entre las catego- U n ejemplo sobre esta progresión
concepciones del «mundo en sí» y de rías. Kant supone que las categorías lógica lo encontramos al comienzo de
las categorías todavía dejan ver pre- son originales, independientes y que la Ciencia de la lógica, donde Georg
supuestos acríticos. Hegel sostiene están totalmente separadas entre sí, Hegel introduce el concepto más ge-
que en el análisis kantiano fallan dos mientras que, para Hegel, son «dialéc- neral e indeterminado del «ser puro»,
aspectos para que resulte suficien- ticas», lo que significa que siempre que incluye cualquier cosa de la que
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 183
«no ser», el c o n c e p t o q u e los supera se ve superada m e d i a n t e u n a noción
es el de «devenir»: c u a n d o d e c i m o s «más alta», más rica. H e g e l cree q u e

éé q u e algo «deviene», queremos m a n i -


festar q u e c a m b i a de u n estado de no
ser a u n e s t a d o de ser, lo q u e m u e s -
t o d a s las ideas se h a l l a n c o n e c t a d a s
entre sí de e s t a m a n e r a , y el proceso
q u e v a revelando esas conexiones es
Cada una de las partes tra q u e el concepto «ser» del q u e par- lo q u e l l a m a «método dialéctico».
de la filosofía es u n todo t i m o s no era r e a l m e n t e u n c o n c e p - A s í , c u a n d o defiende q u e las es-
filosófico, u n círculo cerrado t o s i m p l e , s i n o t a n sólo u n a s p e c t o tructuras del pensamiento son dia-
y completo en sí mismo. de la noción t r i p a r t i t a de «devenir». lécticas, H e g e l está i m p l i c a n d o q u e
Georg Hegel E l p u n t o p r i n c i p a l es q u e el c o n c e p - no s o n i n d e p e n d i e n t e s n i i r r e d u c t i -
t o de «devenir» no se h a i n t r o d u c i d o

99
bles entre sí, sino q u e s u r g e n de las
desde «fuera» a fin de resolver la con- nociones más genéricas y vacías por
tradicción entre «ser» y «no ser», sino m e d i o de este m o v i m i e n t o de contra-
q u e el análisis de Hegel m u e s t r a q u e dicción y superación.
«devenir» era d e s d e u n c o m i e n z o el
s i g n i f i c a d o de «ser» y «no ser», y q u e L a dialéctica y el m u n d o
se p u e d a d e c i r en algún s e n t i d o q u e t o d o lo q u e teníamos q u e h a c e r era L a exposición p r e c e d e n t e sobre la
«es». A c t o s e g u i d o m u e s t r a q u e este analizar dichos conceptos para cap- dialéctica de H e g e l c o n t i e n e v a r i o s
c o n c e p t o i m p l i c a u n a contradicción, tar la lógica q u e los s u b y a c e . términos c o m o «surgir», «desarrollo»
pues necesita el concepto opuesto de E s t a superación de u n a tesis (ser) o «movimiento». Por u n lado, d i c h o s
«nada» o de «no ser» p a r a q u e se lo y de s u antítesis (no ser) e n u n a sín- términos reflejan algo m u y i m p o r -
pueda entender plenamente. Hegel tesis (devenir) es apenas el comienzo t a n t e acerca de s u método filosófico:
prosigue mostrando que dicha con- del proceso dialéctico, q u e se s i g u e q u e no p a r t e de p r e s u p u e s t o s , s i n o
tradicción no es más q u e u n conflic- r e p i t i e n d o e n u n n i v e l c a d a vez más de los c o n c e p t o s m e n o s controver-
t o e n t r e d o s a s p e c t o s d e u n único alto. Es decir, q u e c a d a n u e v a sínte- tidos, y que p e r m i t e que, m e d i a n -
concepto, más alto, e n el q u e a m b o s sis, c u a n d o es a n a l i z a d a , i m p l i c a s u t e el proceso de desarrollo dialécti-
se s u p e r a n . E n el caso d e l «ser» y e l p r o p i a contradicción, q u e , a s u vez, co, se v a y a n r e v e l a n d o c o n c e p t o s

Para Hegel, la síntesis que surge de


la contradicción entre tesis y antítesis se
convierte a su vez en una nueva tesis, que
implica su propia antítesis y que acaba por
dar lugar a una nueva síntesis. Mediante
este proceso dialéctico, el espíritu
alcanza una comprensión cada vez
más precisa de sí mismo, la cual
culmina en la filosofía del propio
Hegel, que consigue una
comprensión absoluta.

TI 1
A

SI / T2 A2

CLAVE S2/T3 A3
T = TESIS
A = ANTÍTESIS
S - SÍNTESIS S3/T<
184 GEORG HEGEL
cada vez más ricos y verdaderos. Por lo hace de t a l manera que demues-
otra parte, s i n embargo, Hegel deja tra cómo dichos tipos de conciencia
m u y claro que estos desarrollos no
son únicamente hechos lógicos rele-
vantes, sino desarrollos reales que se
pueden constatar en la historia. Por
se v a n a encontrar exteriorizados en
períodos o a c o n t e c i m i e n t o s históri-
cos determinados, como por ejemplo
durante la Revolución Francesa o la
éé
Cada etapa de la historia
ejemplo, es evidente que u n hombre independencia de EE UU.
del mundo es u n momento
de la Grecia a n t i g u a y u n o que v i v a De hecho, Hegel incluso llega a
necesario en la idea del
en el m u n d o moderno pensarán e n sostener que, en determinados m o -
espíritu del mundo.
cosas diferentes, pero Georg Hegel mentos de la h i s t o r i a , la s i g u i e n t e
defiende que su manera de razonar revolución del espíritu se puede ma-
Georg Hegel
también será diferente y que repre- nifestar en u n i n d i v i d u o (como es el
sentan dos tipos d e conciencia d i s - caso de Napoleón Bonaparte) que,
tintos, o etapas diferentes dentro del en c u a n t o conciencia i n d i v i d u a l , es
desarrollo histórico del pensamiento totalmente inconsciente de su papel
y la conciencia. en la h i s t o r i a del m i s m o . El progre-
Bajo el título La fenomenología so que e n c a r n a n d i c h o s i n d i v i d u o s
del espíritu, la obra más i m p o r t a n - viene siempre caracterizado por la l i - Esta e x t r a o r d i n a r i a idea - q u e la
te de Hegel da cuenta del desarrollo beración de aspectos del espíritu (en naturaleza de la conciencia se ha ido
dialéctico d e estas formas de con- forma h u m a n a ) a p a r t i r d e estados t r a n s f o r m a n d o con el paso del t i e m -
ciencia. C o m i e n z a por los t i p o s de recurrentes de opresión; por el derri- po siguiendo u n patrón que se puede
conciencia que puede poseer u n i n - bo de tiranías que, a su vez, pueden rastrear en la h i s t o r i a de la h u m a n i -
d i v i d u o h u m a n o y las amplía a for- haber sido el resultado de d e r r i b a r d a d - significa que no existe nada en
mas colectivas d e conciencia. Esto tiranías precedentes. los seres h u m a n o s que no posea u n
carácter histórico. Aún es más, este
desarrollo histórico de la conciencia
no puede haber tenido lugar por puro
azar: dado que se trata de u n proceso
| dialéctico, de alguna forma tiene que
tener algún s e n t i d o y a l g u n a m e t a
determinados. Hegel da el nombre de
«espíritu absoluto) a d i c h a meta, por
lo q u e se refiere a u n a f u t u r a etapa
de c o n c i e n c i a que ya no pertenece-
rá a los i n d i v i d u o s , sino a la realidad
como u n todo.

Llegados a este p u n t o d e s u de-


sarrollo, e l c o n o c i m i e n t o será total;
de acuerdo con la filosofía de Hegel,
| esto d e b e ser así y a que, según la
síntesis dialéctica, el espíritu inclu-
ye t a n t o al conocedor como a lo co-
nocido, Es más, el espíritu a d q u i e -
re este c o n o c i m i e n t o n a d a más que
como s u propia y c o m p l e t a esencia,

Napoleón B o n a p a r t e , según Hegel,


encarnaba perfectamente el Zeitgeist
(espíritu de la época) y fue capaz, por
medio de sus actos, de llevar la historia
a la siguiente etapa de su desarrollo.
L H C R H U t ILM I l L I U k U U i u n i v v

píritu» (la n a t u r a l e z a c o m o u n t o d o c u a n d o vemos q u e sólo hay u n a rea-


que ahora, cuando se la entiende co- lidad, la del espíritu, que se conoce y

éé
r r e c t a m e n t e , se revela q u e s i e m p r e reflexiona sobre sí m i s m o , y que es a
fue espíritu). la vez p e n s a m i e n t o y aquello sobre lo
Es en esta etapa de la naturaleza que se piensa.
donde comienza u n a dialéctica dife- La «totalidad del espíritu» o «es-
Del absoluto, hay que
rente, la de la conciencia m i s m a , la píritu absoluto» es la m e t a de la d i a -
decir que es esencialmente
de las formas q u e a d o p t a el espíritu léctica hegeliana. A u n así, las etapas
u n resultado, que sólo al final
absoluto en s u progresión dialéctica precedentes no son desechadas, sino
es lo que verdaderamente es. h a c i a la autorrealización. L a exposi- q u e se revelan c o m o a s p e c t o s i n s u -
Georg Hegel ción q u e hace H e g e l sobre este pro- ficientemente analizados del espíri-
greso empieza por la conciencia que, t u en s u t o t a l i d a d . De hecho, lo q u e
en u n principio, se piensa a sí m i s m a pensamos en tanto que individuos
como algo i n d i v i d u a l entre otros i n d i - no es u n elemento separado de la rea-
v i d u o s y o c u p a n d o u n espacio sepa- l i d a d , s i n o u n a s p e c t o del desarrollo
rado de la m a t e r i a del m u n d o natural. del espíritu, o de cómo este «se vacía
Sin embargo, las etapas posteriores en el tiempo». Por eso, Hegel escribe:
m e d i a n t e u n a asimilación de t o d a s de la c o n c i e n c i a ya no son las de i n - «Lo verdadero es el todo, pero el todo
las formas de «ser otro», q u e siempre d i v i d u o s , sino las de g r u p o s sociales no es sino la esencia consumándose
fueron p a r t e de sí m i s m o a u n q u e no o políticos, de forma q u e la dialécti- ella m i s m a a través de s u desarrollo».
se supiese. E n otras palabras, el es- ca continúa retinándose a sí m i s m a L a r e a l i d a d es espíritu, t a n t o pensa-
píritu no sólo acaba por incluir la rea- h a s t a q u e alcanza la etapa del espí- m i e n t o c o m o lo q u e se conoce a t r a -
lidad, sino también por ser conscien- r i t u absoluto. vés del p e n s a m i e n t o , y sufre u n pro-
t e de sí m i s m o únicamente c o m o e l ceso de desarrollo histórico. •
m o v i m i e n t o h a c i a esa inclusión d e E l espíritu y l a mente
la r e a l i d a d . T a l y c o m o a r g u m e n t a E n la época en la que escribió Hegel,
G e o r g H e g e l en s u t r a t a d o La feno- el p u n t o de v i s t a d o m i n a n t e en filo-
menología del espíritu: «La h i s t o r i a sofía era q u e en el m u n d o había dos
es u n proceso c o n s c i e n t e , a u t o m e - t i p o s de entes: las cosas que e x i s t e n
diador, [... es] el espíritu vaciándose en el m u n d o físico y los p e n s a m i e n -
e n el tiempo». tos acerca de esas cosas, q u e se con-
s i d e r a b a n c o m o representaciones o
E l espíritu y l a n a t u r a l e z a imágenes de las m i s m a s . H e g e l sos-
Pero, ¿qué sucede c o n e l m u n d o en t i e n e q u e t o d a s las versiones d e t a l
q u e v i v i m o s , q u e parece s e g u i r s u distinción s o n errores q u e i m p l i c a n
c a m i n o i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e l a el ridículo supuesto de que dos cosas
h i s t o r i a h u m a n a ? ¿Qué q u i e r e decir sean absolutamente diferentes entre
q u e la r e a l i d a d m i s m a es histórica? sí (cosas y pensamientos) y, al m i s m o
Según Hegel, lo q u e h a b i t u a l m e n t e t i e m p o , de a l g u n a manera, s i m i l a r e s
d e n o m i n a m o s «naturaleza» o «mun- (pues los p e n s a m i e n t o s son imáge-
do» también es espíritu. «Hay q u e nes de las cosas).
ver l a n a t u r a l e z a c o m o u n s i s t e m a H e g e l a r g u m e n t a q u e los objetos
de etapas», e s c r i b e , «en el q u e c a d a del p e n s a m i e n t o son d i f e r e n t e s del
una surge n e c e s a r i a m e n t e de la a n - p e n s a m i e n t o m i s m o únicamente en
terior y es la v e r d a d c o n s i g u i e n t e a a p a r i e n c i a . Para él, la ilusión de q u e
la etapa de la que es resultado». Con- estos dos «mundos» a p a r e n t e s son
tinúa e x p l i c a n d o H e g e l q u e u n a d e diferentes y están separados se des-
las etapas de la naturaleza es el paso vela como t a l c u a n d o t a n t o el pensa- Según Hegel, la historia alemana
había alcanzado su meta con el Estado
de aquello q u e es «sólo v i d a » (la n a - m i e n t o como la naturaleza se revelan
prusiano. Sin embargo, había entonces
t u r a l e z a c o m o u n t o d o vivo) a a q u e - como aspectos del espíritu. D i c h a ilu- un gran fervor por una Alemania unida,
llo q u e posee «existencia c o m o es- sión se supera en el espíritu absoluto, personificada en la figura de Germania.
186
EN CONTEXTO

TODO HOMBRE
RAMA
Metafísica

ORIENTACIÓN

TOMA LOS LÍMITES Idealismo

ANTES

DE SU PROPIO
1690 John Locke p u b l i c a el
Ensayo sobre el entendimiento
humano, donde expone q u e

CAMPO DE VISIÓN
todo nuestro c o n o c i m i e n t o
proviene de la experiencia.

1781 E n su Crítica de la razón

POR LOS LÍMITES pura, Immanuel Kant introduce


el concepto de «cosa en sí», que
Schopenhauer empleará como

DEL MUNDO punto de partida para sus ideas.

DESPUÉS
F i n a l e s d e l siglo xix
ARTHUR SCHOPENHAUER (1788-1860) Nietzsche avanza la noción
de «voluntad de poder» para
explicar los motivos humanos.
P r i n c i p i o s d e l siglo xx E l
psicoanalista austríaco Sigmund
Freud investiga qué hay tras las
necesidades básicas humanas.

A
rthur Schopenhauer no per-
tenció a la corriente princi-
pal de la filosofía alemana
del inicio del siglo xix. Si bien reco-
nocía a Immanuel Kant, a quien ido-
latraba como u n a influencia funda-
mental, despreciaba a los idealistas
de su propia generación, por erigir-
se en defensa de una realidad en úl-
t i m o término inmaterial. Principal-
mente, detestaba al idealista Georg
Hegel por su seco estilo literario y su
filosofía optimista.
Schopenhauer desarrolló su pro-
pia concepción acerca del mundo a
partir de la metafísica kantiana y la
desarrolló en u n lenguaje muy claro
y literario. Adoptó el punto de vista
kantiano de que el mundo se divide
LA ERA DELA REVOLUCIÓN 187
Véase también: Empédocles 330 • J o h n Locke 130-133 • I m m a n u e l K a n t
164-171 • Georg H e g e l 178-185 • F r i e d r i c h Nietzsche 214-221

I M i versión d e l m u n d o
está l i m i t a d a por...

v
]
las o b s e r v a c i o n e s mi experiencia limitada
l i m i t a d a s que puedo de u n a vasta v o l u n t a d
hacer del vasto universo. universal, de la cual m i
voluntad es sólo una parte. Arthur Schopenhauer

Schopenhauer nació e n u n a
familia rica y cosmopolita de
D a n z i g (hoy Gdansk, Polonia),
y, a l i g u a l que su padre, estaba
M i versión del m u n d o no d e s t i n a d o a ser c o m e r c i a n t e .
incluye cosas que yo n o h a y a Viajó p o r F r a n c i a e I n g l a t e r r a
percibido, n i la voluntad universal antes de q u e e n 1793 su f a m i l i a
que n o h e e x p e r i m e n t a d o se estableciese e n H a m b u r g o .
E n 1805, después de la m u e r t e
de su p a d r e - p o s i b l e m e n t e u n
suicidio-, vio la oportunidad
de dejar de t r a b a j a r e i r a l a
universidad, donde se formó e n
C o n f u n d o l o s límites d e m i propio c a m p o filosofía y psicología. M a n t u v o
d e visión c o n l o s límites d e l m u n d o . u n a relación c o m p l i c a d a c o n
s u m a d r e , q u e c r i t i c a b a sus
pe- logros c o n s t a n t e m e n t e .
Tras finalizar sus estudios,
A r t h u r Schopenhauer impartió
entre lo que p e r c i b i m o s a través de La idea de que el c o n o c i m i e n t o
clases e n l a U n i v e r s i d a d de
nuestros sentidos (fenómenos) y las está l i m i t a d o por nuestra experien- Berlín. Adquirió l a reputación
«cosas en sí» (noúmenos), pero quiso c i a no era del todo nueva: el preso- de mujeriego y misógino; t u v o
explicar la naturaleza de los mundos crático Empédocles y a había dicho v a r i a s a v e n t u r a s pero n u n c a
fenoménico y nouménico. que «cada hombre sólo cree e n s u se casó y, e n u n a ocasión, f u e
experiencia», y en el siglo xvn Locke c o n d e n a d o p o r acosar a u n a
L a interpretación de K a n t afirmó que «el conocimiento de n i n - mujer. E n 1831 se trasladó a
Según la creencia de Kant, cada uno gún hombre puede ir más allá de su Frankfurt, donde vivió hasta su
construye u n a versión del m u n d o a experiencia». Pero la explicación de m u e r t e rodeado d e caniches a
partir de sus percepciones, el m u n d o Schopenhauer para esta limitación es los que llamaba A t m a n («alma»
nueva, y deriva de su interpretación e n e l h i n d u i s m o y el b u d i s m o )
fenoménico, pero nunca podemos ex-
o B u t z («duende» e n alemán).
perimentar el m u n d o nouménico «en de los mundos fenoménico y noumé-
sí». De este modo, cada u n o posee nico de Kant. L a g r a n diferencia en-
tre Kant y Schopenhauer es que para Obras principales
u n a visión l i m i t a d a del mundo, pues
nuestras percepciones se construyen este último lo fenoménico y lo nou-
1818 y 1844 El mundo como
a p a r t i r de u n conjunto l i m i t a d o de ménico no son dos realidades o m u n -
voluntad y representación.
sensaciones: «Todo hombre toma los dos diferentes, sino el m i s m o m u n d o
1851 Parerga y paralipomena
límites de su propio campo de visión experimentado de manera diferente,
por los límites del mundo». u n solo m u n d o bajo dos aspectos:
188 ARTHUR SCHOPENHAUER
voluntad y representación La mejor tad del mundo no regula el tiempo n i I
prueba de ello son nuestros cuerpos, sigue las leyes causales o espaciales.
que experimentamos de dos mane-
ras: como objetos (representaciones)
y desde dentro (como voluntad).
:
Esto significa que debe ser atempo-
ral e indivisible, al igual que nuestras
voluntades individuales. De aquí se
éé
La base sobre la que
Schopenhauer manifiesta que u n deriva que la voluntad del universo
acto de voluntad, como querer levan- I y la voluntad individual son una y la se apoyan todo nuestro
tar m i brazo, y el m o v i m i e n t o resul- ! misma cosa, y que el mundo fenomé- conocimiento y aprendizaje
tante, no están en dos mundos dife- nico se ve controlado por esta volun- | es lo inexplicable.
rentes, el nouménico y el fenoménico, j t a d vasta, intemporal e inmotivada. Arthur Schopenhauer
sino que son el mismo hecho experi-
mentado de dos maneras diferentes. Influencia oriental
Una se experimenta desde dentro, la Es en este punto donde hace apari-
otra se observa desde fuera. A l ob- : ción el pesimismo de A r t h u r Scho-
servar las cosas externas a nosotros, penhauer. Ahí donde sus coetáneos,
pese a que sólo vemos su representa- \ como Hegel, veían la voluntad como
ción objetiva y no su realidad interior, una fuerza positiva, Schopenhauer ve capaces de a s u m i r que nuestro dis-
o voluntad, el mundo en conjunto no que la h u m a n i d a d está a merced de t a n c i a m i e n t o del universo es esen-
deja de tener una existencia interna una voluntad universal s i n concien- cialmente una ilusión, ya que cada
y otra externa a la vez. cia n i finalidad que, subraya, se halla u n a de nuestras voluntades i n d i v i -
tras nuestras necesidades más bási- duales y la voluntad del universo son
Una voluntad universal cas y que hace que, al intentar aliviar una y la misma, podemos aprender
Schopenhauer usa el término «volun- nuestros deseos, vivamos una v i d a a comprender a todo el mundo y to-
tad» para referirse a una energía pura de decepción y frustración constan- das las cosas, de modo que la bondad
sin dirección determinada y que, sin te. Para Schopenhauer, el mundo no moral puede surgir de ese sentimien-
embargo, es responsable de todo lo es bueno n i malo, sino carente de to universalmente compartido. Aquí,
que se manifiesta en el mundo feno- sentido, de manera que los hombres de nuevo, su pensamiento refleja los
ménico. Defiende, como Kant, que el que luchan por ser felices logran, en ideales de las filosofías orientales.
espacio y el tiempo forman parte del el mejor de los casos, gratificaciones
mundo fenoménico, son dos concep- y, en el peor, dolor y sufrimiento. Legado posterior
tos de nuestra mente, no cosas ex- Según Schopenhauer, la única sa- Durante su vida, Schopenhauer fue
ternas a esta, de forma que la volun- lida a esta condición miserable es no prácticamente ignorado por el resto
existir o, en todo caso, eliminar la vo- de los filósofos alemanes, y sus ideas
luntad de gratificación. Propone que se vieron ensombrecidas por las de
el alivio puede encontrarse a través Hegel. Sin embargo, sí ejerció su i n -
de la contemplación estética, sobre fluencia entre escritores y músicos.
todo en el caso de la música, que es Hacia finales del xix, la primacía que
el arte que no intenta representar el había otorgado a la voluntad volvió a
mundo fenoménico. En este punto, la ser u n t e m a relevante de la filosofía.
filosofía de Schopenhauer es u n eco En particular, Friedrich Nietzsche re-
del concepto b u d i s t a de n i r v a n a (un conoció su influencia, y t a n t o Henri
estado trascendente libre de deseo o Bergson como los pragmatistas esta-
i sufrimiento), que conoció como parte dounidenses están en deuda con sus
de su estudio detallado de los pensa- tesis sobre el m u n d o como voluntad.
dores y las religiones orientales. A u n así, t a l vez el mayor influjo de
A partir de su idea de u n a volun- Schopenhauer haya sido en el campo
t a d universal, Schopenhauer desa- de la psicología, en el que sus ideas
Schopenhauer estudió el Bhagavad acerca de nuestras necesidades bá-
Guita h i n d u i s t a , e n el q u e el a u r i g a
rrolla u n a filosofía moral que puede
parecer sorprendente, si tenemos en sicas y su frustración influyeron en
Krishna le dice a A r j u n a q u e el hombre
es u n esclavo de sus deseos, a menos cuenta su carácter misántropo y pe- las teorías psicoanalíticas t a n t o de
que se libre de ellos. simista. Se percata de que s i somos Sigmund Freud como de Cari Jung. •
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 189

LA TEOLOGÍA ES
ANTROPOLOGÍA
LUDWIG ANDREAS FEUERBACH (1804-1872)

L
a obra más conocida del filó- de Dios), no es, pues, más q u e a n -
EN CONTEXTO sofo alemán del siglo xix Lud- tropología (el estudio de la h u m a n i -
w i g Feuerbach porta el título dad). No sólo nos hemos engañado
RAMA
de La esencia del cristianismo (1841), pensando q u e existe u n ser d i v i n o ,
Filosofía d e l a religión
y se convirtió e n u n a fuente de i n s - sino q u e además hemos olvidado lo
ORIENTACIÓN piración para algunos pensadores re- que somos. Hemos perdido de v i s t a
Ateísmo volucionarios como F r i e d r i c h Engels el hecho de que esas virtudes están
y Karl M a r x . A u n q u e el libro a d m i t e en nosotros, no en los dioses. Por ello,
ANTES u n a gran parte de los razonamientos deberíamos preocuparnos menos por
C . 6 0 0 a . C . Tales es el p r i m e r de Georg Hegel, allí donde Hegel veía la r e c t i t u d religiosa y más por la jus-
filósofo o c c i d e n t a l q u e n i e g a u n espíritu absoluto como la fuerza t i c i a h u m a n a : es la gente q u e vive,
q u e el u n i v e r s o h a y a sido que g u i a b a la naturaleza, Feuerbach la que está sobre la Tierra, la que me-
creado p o r u n d i o s . no encuentra n i n g u n a razón para ir rece nuestra atención. •
más allá de nuestra experiencia con
C. 5 0 0 a . C . Se i n s t i t u y e e n
el fin de explicar la existencia. Desde
I n d i a l a escuela C a r v a k a
su punto de vista, los hombres no son
de filosofía atea.
u n a forma externa de u n espíritu ab-
C . 4 0 0 a . C . E l filósofo g r i e g o soluto sino precisamente lo contrario:
Diágoras d e M e l o s e x p o n e hemos creado la idea de u n espíritu
superior, de u n dios, a partir de nues-
a r g u m e n t o s e n defensa d e l
tros anhelos y deseos.
ateísmo.

DESPUÉS Imaginar a Dios


M e d i a d o s d e l s i g l o xix K a r l Feuerbach sugiere que, e n nuestras
M a r x usa los razonamientos d e aspiraciones a todo lo mejor que hay
F e u e r b a c h e n s u filosofía d e la en la h u m a n i d a d -amor, compasión,
E n l a B i b l i a , los israelitas, perdidos
revolución política. bondad, etc.-, hemos i m a g i n a d o u n e inseguros, crean u n falso dios a l q u e
ser que posee todas esas cualidades venerar, el Becerro d e Oro. Feuerbach
F i n a l e s d e l siglo xix El
en el más alto grado y lo hemos lla- a f i r m a q u e todos los dioses h a n sido
psicoanalista Sigmund Freud mado «Dios». L a teología (el estudio creados de esa m i s m a m a n e r a .
a f i r m a q u e l a religión es u n a
proyección d e los a n h e l o s y
Véase también: Tales de M i l e t o 2 2 - 2 3 • Georg H e g e l 178-185 •
deseos h u m a n o s . Karl M a r x 196-203
190
EN CONTEXTO

SOBRE SU PROPIO
RAMA
Filosofía política

ORIENTACIÓN

CUERPO Y MENTE, Utilitarismo

ANTES

EL INDIVIDUO ES
1651 E n Leviatán, Thomas
Hobbes afirma q u e el hombre
es «bruto» y debe ser controlado

SOBERANO
por u n contrato social.

1689 E n Dos tratados sobre el


gobierno civil, Locke e x a m i n a

JOHN STUART MILL (1806-1873) la teoría del contrato social e n


el contexto del empirismo.

1789 Jeremy Bentham habla del


principio de la «mayor felicidad».

DESPUÉS
D é c a d a d e 1930 Influido por
M i l i , el economista J.M. Keynes
desarrolla unas serie de teorías
económicas liberales.

1971 J o h n Rawls p u b l i c a
Teoría de la justicia, basado en
la idea de q u e las leyes deben
ser las q u e todos aceptarían.

E
l filósofo John Stuart M i l i na-
ció en el seno de una familia
intelectualmente privilegia-
da, y desde m u y temprana edad se
familiarizó con las tradiciones de la
filosofía británica surgidas durante
la Ilustración, en el siglo xvni. John
Locke y David H u m e habían funda-
do una filosofía cuyo nuevo empiris-
mo presentaba u n marcado contras-
te con el racionalismo de los filósofos
de la Europa continental. Sin embar-
go, a finales del siglo xvm las ideas
románticas europeas comenzaron a
influir en la moral y la filosofía políti-
ca británicas. El producto más obvio
de dicha influencia fue s i n lugar a
dudas el utilitarismo, interpretación
muy británica de la filosofía política
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 191
Véase también: Thomas Hobbes 112-115 • John Locke 130-133 > Jeremy B e n t h a m
174 • B e r t r a n d Russell 236-239 • K a r l Popper 262-265 • J o h n Rawls 2 9 4 - 2 9 5

M i l i nació e n Londres e n 1806.


Su p a d r e era el h i s t o r i a d o r y
filósofo escocés J a m e s M i l i ,
f u n d a d o r d e l m o v i m i e n t o de
los r a d i c a l e s filosóficos j u n t o
con Jeremy Bentham. John
fue educado por s u padre, cuyo
exigente p r o g r a m a empezó por
la enseñanza d e l g r i e g o c u a n d o
J o h n c o n t a b a sólo tres años d e
e d a d . A los v e i n t e , t r a s años
de e s t u d i o i n t e n s o , M i l i sufrió
u n colapso. Dejó la u n i v e r s i d a d
p a r a t r a b a j a r e n l a Compañía
de las I n d i a s O r i e n t a l e s , e n
la q u e se g a n a b a l a v i d a y le
dejaba tiempo para escribir;
allí permaneció h a s t a j u b i l a r s e
e n 1857. E n esta época conoció
a H a r r i e t Taylor, defensora d e
los derechos de l a mujer, q u i e n
c o n e l t i e m p o - v e i n t e años d e
relación- acabó convirtiéndose
e n s u esposa. D e 1865 a 1868,
que había conformado las revolucio- D a v i d H u m e (para q u i e n todo el co- M i l i fue p a r l a m e n t a r i o y como
nes de aquel siglo t a n t o e n E u r o p a n o c i m i e n t o procede de la experien- t a l p u s o e n práctica s u m o r a l
como en América, Jeremy B e n t h a m , cia de los sentidos y nada es seguro), y filosofía política.
iniciador del utilitarismo, era además y menos dogmático q u e el de Jere-
u n b u e n a m i g o de la f a m i l i a de M i l i , m y B e n t h a m (quien insistía e n q u e Obras principales
e influyó e n la educación q u e J o h n todo se juzgara en función de su u t i l i -
Stuart M i l i recibió e n el hogar. dad), pero el empirismo y u t i l i t a r i s m o 1843 Un sistema de la lógica.
de u n o y otro i n f o r m a b a n s u pensa- 1848 Principios de economía
política.
E l liberalismo Victoriano miento. La moral y la filosofía política
1859 Sobre la libertad.
Como filósofo, S t u a r t M i l i a s u m e la de M i l i es menos e x t r e m a q u e la de
1861 El utilitarismo.
tarea de s i n t e t i z a r u n a valiosa h e - sus predecesores, pretende la refor-
1869 El sometimiento
rencia i n t e l e c t u a l c o n el nuevo r o - m a antes q u e la revolución, y consti- de la mujer.
m a n t i c i s m o del siglo xix. Su enfoque tuyó la base del liberalismo v i c t o r i a - 1874 La naturaleza.
resulta menos escéptico q u e el de no británico.
192 JOHN STUART MILL
Después de haber completado s u idea dependía de u n a b s t r a c t o ((cál-
p r i m e r a obra filosófica, la e x h a u s t i v a culo felicífico» (un a l g o r i t m o q u e per-
Un sistema de la lógica e n seis vo-
lúmenes, M i l i dirigió s u atención a
la filosofía moral, e n p a r t i c u l a r h a c i a
m i t i e r a calcular la felicidad), pero lo
que M i l i desea es saber de qué m o d o
se podía aplicar a l m u n d o real. L e i n -
éé
las teorías u t i l i t a r i a s de B e n t h a m . Le teresan las i m p l i c a c i o n e s sociales y Mejor
había i m p a c t a d o la elegante s i m p l i - políticas d e l p r i n c i p i o , y n o t a n t o s u ser Sócrates
c i d a d d e l p r i n c i p i o «la mayor felici- m e r a u t i l i d a d a la hora de t o m a r d e - insatisfecho que
d a d p a r a el m a y o r número», de c u y a cisiones de t i p o moral. ¿Cómo podría u n necio satisfecho
u t i l i d a d estaba firmemente conven- afectar al i n d i v i d u o u n a legislación John Stuart Mili
cido. M i l i d e s c r i b e s u interpretación t e n d e n t e a «la mayor felicidad para el
de cómo se podría a p l i c a r el u t i l i t a - mayor número»? ¿Podrían tales leyes,
r i s m o c o m o algo s i m i l a r a la regla de al i m p o n e r el c r i t e r i o d e la mayoría,
oro d e Jesús de Nazaret: haz por los i m p e d i r de hecho a a l g u n o s alcanzar
otros lo q u e quieras q u e h a g a n por t i , la felicidad?
y ama a t u vecino como a t i mismo. M i l i defiende q u e la solución con-
Para él esto c o n s t i t u y e (da perfección siste en q u e la educación y la opinión a c t u a r n o t a n sólo e n beneficio p r o -
ideal de la m o r a l utilitaria». pio, s i n o e n el d e todos. M i l i concluye
pública trabajen c o n j u n t a m e n t e e n el
e s t a b l e c i m i e n t o d e u n a «asociación q u e por t a n t o la s o c i e d a d d e b e per-
Legislar para la libertad indisoluble» entre la f e l i c i d a d d e l i n - m i t i r a t o d o s los i n d i v i d u o s la liber-
M i l i apoya el p r i n c i p i o de la f e l i c i d a d d i v i d u o y el b i e n de la s o c i e d a d e n t a d de b u s c a r la f e l i c i d a d a través de
de B e n t h a m , pero lo e n c u e n t r a p o c o s u conjunto. E l r e s u l t a d o sería q u e la m e t a s personales, y q u e t a l derecho
práctico. Según Jeremy B e n t h a m , la gente estaría siempre m o t i v a d a para d e b e ser p r o t e g i d o c o n leyes por el
gobierno. Hay, s i n e m b a r g o , u n a s i -
tuación e n la q u e d i c h a l i b e r t a d debe
ser l i m i t a d a : c u a n d o la acción de u n o
p e r j u d i c a la f e l i c i d a d d e otro. Esto se
c o n o c e c o m o «principio d e l daño», y
M i l i lo s u b r a y a d i c i e n d o q u e e n tales
casos el p r o p i o b i e n d e u n a persona,
y a sea físico o m o r a l , n o es u n aval
suficiente.

Cuantifícar l a felicidad
A continuación, M i l i d i r i g e s u aten-
ción a l a mejor m a n e r a p a r a m e d i r
la f e l i c i d a d . B e n t h a m había conside-
rado l a duración y l a i n t e n s i d a d de
los placeres p a r a s u cálculo felicífi-
co, pero M i l i c o n s i d e r a también i m -
p o r t a n t e la c a l i d a d d e l placer. Con
ello se refiere a las diferencias entre
u n a m e r a satisfacción d e los deseos
y placeres sensuales, y la felicidad

L a parábola d e l b u e n s a m a r i t a n o
que ayuda a su enemigo ejemplifica la
regla de oro de M i l i : trata a los demás
como quisieras que te trataran a t i .
Con ello creía que la sociedad en su
conjunto sería más feliz.
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 193
obtenida por empeños intelectuales su propio cuerpo y mente». Sus teo-
y culturales. E n s u «ecuación de la rías v i n i e r o n a encarnar el liberalis-
felicidad», M i l i concede mayor peso mo Victoriano, suavizando las ideas
a los placeres más elevados e i n t e - radicales que habían desembocado
lectuales que a los viles y físicos. en las revoluciones de Europa y Amé-
De acuerdo a su formación empí- rica, y combinándolas con la p r e m i -
rica, M i l i trata luego de establecer la sa de liberarse de la injerencia de la
esencia de la felicidad. Se p r e g u n t a autoridad. Esta es para M i l i la base
qué es lo que se esfuerza por conse- ¡ del gobierno justo y el medio hacia el
g u i r cada i n d i v i d u o y qué provoca j progreso social, ideal Victoriano i m -
la felicidad, para finalmente decidir portante. M i l i opinaba q u e s i la so-
que «la única p r u e b a q u e es posi- | ciedad permite a los individuos v i v i r
ble encontrar de que u n a cosa es de- de u n modo que los haga felices, les
seable, es q u e la gente de hecho la L a Sociedad Nacional por el Sufragio p e r m i t e alcanzar su potencial. Esto,
desea». Esta parece u n a explicación Femenino se constituyó en Gran Bretaña a s u vez, beneficia a la sociedad, ya
más bien insatisfactoria, pero luego en 1868, u n año después de q u e J o h n que los logros del talento i n d i v i d u a l
S t u a r t M i l i a b o g a r a por el derecho a l
pasa a d i s t i n g u i r entre dos tipos de contribuyen al bien común.
voto femenino c o n u n a e n m i e n d a a la
deseos: los inmotivados (aquellas co- ley de reforma de 1867. E n v i d a M i l i fue tenido por u n fi-
sas que deseamos y que nos darán lósofo i m p o r t a n t e , y a c t u a l m e n t e es
placer) y las acciones conscientes considerado como el a r q u i t e c t o del
(las cosas q u e hacemos por u n sen- hasta mucho más tarde, pero sus dis- liberalismo Victoriano. Su filosofía de
tido del deber o por caridad, a me- cursos consiguieron atraer la aten- inspiración u t i l i t a r i a ejerció u n a i n -
nudo en contra de nuestras propias ción de u n cuantioso público hacia fluencia directa sobre el pensamien-
inclinaciones, y que en último térmi- las aplicaciones liberales de su filo- to social, político, filosófico y econó-
no nos causan placer). E n el primer sofía u t i l i t a r i a . Como filósofo y políti- m i c o hasta b i e n entrado el siglo xx.
caso, deseamos algo como p a r t e de co, M i l i fue u n defensor decidido de Diversas interpretaciones en torno a
nuestra felicidad, pero en el segun- la l i b e r t a d de expresión, los derechos su aplicación del u t i l i t a r i s m o al mer-
do lo deseamos como medio hacia la h u m a n o s básicos y de abolir la es- cado libre h a n dado forma a la cien-
misma, la c u a l se siente sólo c u a n - clavitud, todo ello aplicaciones prác- cia económica moderna, en p a r t i c u -
do el acto alcanza su fin virtuoso. ticas de s u u t i l i t a r i s m o . M u y i n f l u i - lar la del economista británico John
do por su esposa Harriet Taylor-Mill, M a y n a r d Keynes. Dentro del campo
Utilitarismo práctico fue el p r i m e r p a r l a m e n t a r i o británi- de la ética, filósofos como B e r t r a n d
M i l i n u n c a fue u n filósofo p u r a m e n - co q u e propuso conceder el voto a la Russell, Karl Popper, W i l l i a m James
te académico, sino que pensaba que mujer como parte de sus reformas de y J o h n Rawls t o m a r o n a M i l i como
sus teorías debían ser llevadas a la gobierno. Su filosofía liberal abarca- p u n t o de partida. •
práctica. Por esa razón consideró lo b a también lo económico, y, contra-
que ello podría suponer en términos riamente a las teorías económicas de
de gobierno y legislación. Considera- s u padre, defendió siempre u n a eco-
ba tiranía toda restricción a la liber- nomía de mercado libre con u n a mí-
t a d del i n d i v i d u o para buscar la feli- n i m a intervención estatal.
cidad, ya fuese la tiranía colectiva de
éé
la mayoría (por medio de elecciones Una revolución más blanda Una persona con una
democráticas) o el gobierno personal John Stuart M i l i sitúa al individuo, en convicción es una fuerza
de u n déspota. Por lo tanto, propuso lugar de a la sociedad, en el epicentro social igual a 99 que
medidas prácticas para restringir el de su filosofía utilitaria. Lo i m p o r t a n - tengan sólo intereses.
poder de la sociedad sobre el i n d i v i - te es q u e los i n d i v i d u o s sean libres John Stuart Mili

99
duo y proteger los derechos de este para pensar y actuar como deseen,
a la l i b e r t a d de expresión. sin interferencias, incluso cuando lo
M i e n t r a s fue m i e m b r o del parla- q u e h a g a n les sea perjudicial. Todo
mento, Stuart M i l i propuso numero- individuo, sostiene M i l i en su ensayo
sas reformas que no fueron aplicadas Sobre la libertad, «es soberano sobre
194

LA ANGUSTIA ES
EL VÉRTIGO DE
LA LIBERTAD
S0REN KIERKEGAARD (1813-1855)

EN CONTEXTO Cuando tomamos


decisiones, tenemos una
RAMA
absoluta libertad
Metafísica de elección.
ORIENTACIÓN
Existencialismo

ANTES
1788 I m m a n u e l Kant subraya
la i m p o r t a n c i a de la l i b e r t a d
para la filosofía m o r a l e n la
Crítica de la razón práctica.

1 8 0 7 - 1 8 2 2 Georg Hegel
defiende u n a c o n c i e n c i a
histórica, o Geist, q u e pone
en relación la conciencia del
h o m b r e c o n el m u n d o e n el
La angustia
q u e vive.
es e l vértigo d e
la libertad.
DESPUES
1927 M a r t i n Heidegger
e s t u d i a los conceptos d e

L
Angst y de culpa existencial
en s u obra El ser y el tiempo. a filosofía de Kierkegaard se defendía u n enfoque más subjetivo.
desarrolló como una reacción Quería analizar «lo que significa ser
1938 Jean-Paul Sartre al idealismo alemán, especial- u n hombre», no como parte de u n
establece las bases d e mente el de Georg Hegel, que domi- sistema filosófico grandioso sino en
su filosofía existencialista. nó la Europa continental a mediados cuanto individuo autodeterminado.
del siglo xix. Kierkegaard quería refu- Para Kierkegaard, nuestras vidas
1946 L u d w i g W i t t g e n s t e i n
tar la idea hegeliana de u n sistema se hallan determinadas por nuestras
alaba la obra de Kierkegaard
filosófico absoluto que definía la h u - acciones, que, a su vez, lo están por
en Cultura y valor.
m a n i d a d como parte de u n desarro- nuestras elecciones, de modo que
llo histórico ineluctable, por lo q u e cómo llevamos a cabo dichas eleccio-
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 195
Véase t a m b i é n : Immanuel Kant 164-171 • Georg Hegel 178-185 • Friedrich Nietzsche 214-221 • M a r t i n Heidegger
252-255 • Jean-Paul Sartre 268-271 - Simone De Beauvoir 276-277 • A l b e r t Camus 284-285

nes es d e c i s i v o p a r a n u e s t r a s v i d a s . | m i s m a a n g u s t i a ante todas nuestras


C o m o Hegel, v e las d e c i s i o n e s m o r a - elecciones morales, c u a n d o nos hace-
les c o m o u n a elección e n t r e lo h e d o - m o s c o n s c i e n t e s de q u e somos l i b r e s
n i s t a (autogratificante) y lo ético; pero, de t o m a r h a s t a las decisiones más t e -
m i e n t r a s H e g e l creía q u e esa elección rribles. D e s c r i b e esta a n g u s t i a c o m o
estaba d e t e r m i n a d a e n g r a n p a r t e por «el vértigo d e la libertad» y s o s t i e n e
las condiciones históricas y el entorno que, a u n q u e p r o d u c e desesperación,
de cada época. Kierkegaard o p i n a q u e también p u e d e a l e r t a r n o s de u n a re-
las e l e c c i o n e s m o r a l e s s o n a b s o l u t a - acción p r e c i p i t a d a a l h a c e r n o s más
m e n t e l i b r e s y, a n t e t o d o , s u b j e t i v a s : conscientes d e las opciones posibles.
es únicamente n u e s t r a v o l u n t a d la E n este sentido, a u m e n t a nuestra con-
q u e d e t e r m i n a n u e s t r o juicio. S i n e m - c i e n c i a de nosotros m i s m o s y nuestro
bargo, e n lugar d e ser u n a razón p a r a s e n t i d o de r e s p o n s a b i l i d a d personal.
la felicidad, e s t a a b s o l u t a l i b e r t a d d e
elección nos p r o d u c e u n s e n t i m i e n t o E l padre del
de a n s i e d a d o e s p a n t o . existencialismo
K i e r k e g a a r d e x p l i c a e n El concep- Las ideas de Kierkegaard t o p a r o n c o n
to de la angustia d i c h o s e n t i m i e n t o . el rechazo de s u s coetáneos, pero t u - H a m l e t se v e a t r a p a d o ante una
C o m o ejemplo, n o s p r o p o n e i m a g i - v i e r o n m u c h a i n f l u e n c i a e n las gene- terrible elección: matar a su tío o dejar sin
nar u n h o m b r e e n lo a l t o d e u n p r e c i - raciones posteriores. Su i n s i s t e n c i a vengar la muerte de su padre. El drama
de Shakespeare muestra la angustia de
p i c i o o u n e d i f i c i o a l t o . S i e s t e se i n - e n la i m p o r t a n c i a y l i b e r t a d de nues-
la verdadera libertad de elección.
c l i n a sobre el borde, e x p e r i m e n t a dos t r a s elecciones, así c o m o e n la b u s c a
t i p o s d e m i e d o : el m i e d o a c a e r s e y c o n t i n u a d e s e n t i d o y propósito, p r o -
el m i e d o p r o d u c i d o p o r s u i m p u l s o a porcionaría el m a r c o p a r a el e x i s t e n - es u n a elección, e x c e p t o el d e n u e s -
tirarse. Este segundo t i p o de miedo, c i a l i s m o . E s t a filosofía, d e s a r r o l l a d a tro propio n a c i m i e n t o . A diferencia de
o a n g u s t i a , surge d e la c o n c i e n c i a d e por F r i e d r i c h Nietzsche y M a r t i n H e i - estos pensadores posteriores, Kierke-
q u e t i e n e a b s o l u t a l i b e r t a d d e elegir degger, y p o s t e r i o r m e n t e d e f i n i d a por gaard no abandonó s u fe e n Dios, pero
s i q u i e r e t i r a r s e o no, y ese m i e d o es J e a n - P a u l S a r t r e , e x p l o r a las f o r m a s fue el p r i m e r o e n d a r r e l e v a n c i a a l a
t a n m a r e a d o r c o m o el vértigo. Kier- en q u e cobra sentido v i v i r e n u n u n i - c o n c i e n c i a de u n o m i s m o y a l «vérti-
k e g a a r d s u g i e r e q u e p e r c i b i m o s esa v e r s o s i n d i o s , e n el q u e c a d a a c t o g o » o m i e d o de la l i b e r t a d a b s o l u t a . •

Soren Kierkegaard S o r e n K i e r k e g a a r d nació e n s i g u i e n t e rompió e l c o m p r o m i s o


C o p e n h a g u e e n 1813, d u r a n t e l o a l e g a n d o q u e s u melancolía lo
q u e se conoció c o m o E d a d D o r a d a hacía i n a d e c u a d o p a r a l a v i d a
de l a c u l t u r a danesa. Su p a d r e , u n matrimonial. Aunque nunca
r i c o c o m e r c i a n t e , e r a d e carácter l l e g ó a p e r d e r s u fe e n D i o s ,
p i a d o s o y melancólico, d o s r a s g o s criticaba continuamente a la
q u e heredó s u hijo y q u e t u v i e r o n Iglesia Nacional Danesa por
u n a enorme influencia sobre s u s u hipocresía. E n 1855 cayó
filosofía. E s t u d i ó t e o l o g í a e n l a i n c o n s c i e n t e e n l a c a l l e y murió
Universidad de Copenhague, u n m e s más tarde.
a u n q u e t a m b i é n asistió a c l a s e s
d e filosofía. D e s p u é s d e h e r e d a r Obras principales
u n a f o r t u n a c o n s i d e r a b l e , decidió
c o n s a g r a r s u v i d a a l a filosofía. 1843 Temor y temblor.
E n 1 8 3 7 se e n a m o r ó d e R e g i n e 1843 O lo uno o lo otro.
O l s e n , c o n l a q u e se c o m p r o m e t i ó 1844 El concepto de la angustia.
t r e s años m á s t a r d e , p e r o a l a ñ o 1847 Las obras del amor.
198 KARL MARX
enfoques históricos anteriores s u -
EN CONTEXTO brayaban el papel de héroes o d i r i -
gentes individuales, o, también, el de
RAMA
las ideas. M a r x , en cambio, se cen-
Filosofía política traba en u n a larga sucesión de con-
ORIENTACIÓN flictos de grupos, incluyendo aque-
Comunismo llos de amos con esclavos, señores
feudales con siervos, y empresarios
ANTES con empleados; y afirmaba que eran
C . 1513 E n Discursos sobre la los conflictos entre dichas clases los
primera década de Tito Livio, que habían causado los cambios re-
M a q u i a v e l o t r a t a la l u c h a d e volucionarios.
clases e n la a n t i g u a Roma y
en la I t a l i a d e l Renacimiento. E l «Manifiesto comunista»
Karl M a r x escribió el Manifiesto co- 1

1789 L a Revolución Francesa


munista junto con el filósofo alemán
será modelo de muchos debates
Friedrich Engels, al que conoció en
del siglo x i x sobre revolución.
A l e m a n i a a finales de la década de
P r i n c i p i o s d e l s i g l o xix 1830, mientras e s t u d i a b a n filosofía E l debate i n t e l e c t u a l fue algo muy
Georg H e g e l desarrolla u n a académica. Engels ofrecía apoyo fi- generalizado en Alemania en el tiempo
nanciero, ideas y mayor destreza l i - en que escribió Marx, aunque él pensaba
teoría del c a m b i o histórico a
teraria, pero se acepta que M a r x era que la tarea de lafilosofíano era discutir
través del conflicto i n t e l e c t u a l . ideas, sino lograr cambios reales.
el verdadero genio de sus publicacio-
DESPUÉS nes conjuntas.
Década d e 1880 Engels intenta E n sus m a n u s c r i t o s privados de s i n pertenecer a la nobleza, ha con-
desarrollar las teorías m a r x i s t a s principios y mediados de la década seguido enriquecerse hasta poseer y
en u n a filosofía sistemática del de 1840, M a r x y Engels hacen hinca- d i r i g i r su propio negocio. Karl M a r x
m a t e r i a l i s m o histórico. pié en que, a diferencia de muchos describe cómo el d e s c u b r i m i e n t o y
filósofos anteriores q u e únicamente la colonización de América, la aper-
D é c a d a d e 1930 E l m a r x i s m o
i n t e n t a b a n i n t e r p r e t a r el mundo, lo tura de los mercados i n d i o y chino, y
pasa a ser la filosofía oficial de la
más importante de lo que ellos hacen el incremento de la c a n t i d a d de mer-
URSS y otros países comunistas. es para tratar de cambiarlo. Durante cancías q u e se podían intercambiar
las dos décadas siguientes, M a r x fue provocaron u n rápido desarrollo t a n -
retinando sus ideas en breves docu- to del comercio como de la industria
• Se puede reducir a u n a simple mentos como el Manifiesto comunis- hacia mediados del siglo xix. Puesto

6 fórmula la compleja historia de


la especie humana? Karl Marx,
uno de los más grandes pensadores
ta, u n panfleto de apenas cuarenta
páginas.
Con el Manifiesto ambos filóso-
que los artesanos ya no eran capaces
de producir mercancías suficientes
para satisfacer la demanda del nuevo
del siglo xix, creía que sí. M a r x abre fos pretenden explicar los valores y mercado, se vieron sustituidos por el
el primer capítulo de su obra más fa- los planes políticos del c o m u n i s m o , sistema de manufacturas. Como des-
mosa, el Manifiesto comunista, afir- u n nuevo sistema de creencias crea- cribe el propio Manifiesto: «Los mer-
mando que todo cambio histórico es do por u n grupo pequeño y relativa- cados crecían s i n cesar, la demanda
siempre resultado de u n a lucha con- mente nuevo de socialistas alema- iba siempre en aumento».
tinua entre clases sociales'opresoras nes. E n él se afirma q u e la sociedad
(altas) y oprimidas (bajas) y q u e las se había simplificado en dos clases Los valores d el a burguesía
raíces de t a l conflicto son de natura- en lucha abierta: la burguesía (la cla- M a r x sostiene q u e los valores de la
leza económica. se detentora del capital) y el proleta- burguesía, q u e controlaba este co-
M a r x creía haber alcanzado así riado (la clase trabajadora). mercio, no habían dejado otro vínculo
una comprensión de decisiva impor- La palabra «burguesía» se deriva entre los hombres que «el frío interés,
tancia respecto a la naturaleza de la del antiguo francés burgeis (ciudada- el cruel "pago al contado"». Anterior-
sociedad en todos los tiempos. Los no de u n burgo): u n comerciante que, mente, las personas eran valoradas
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 199
Véase también: Nicolás M a q u i a v e l o 102-107 • Jean-Jacques Rousseau 154-159 • A d a m S m i t h 160-613 •
Georg H e g e l 178-185 • L u d w i g A n d r e a s Feuerbach 189 « F r i e d r i c h N i e t z s c h e 214-221

por lo que eran, pero la clase burgue-


sa «ha hecho de la l i b e r t a d personal
u n simple valor de cambio». Los valo-
res morales, religiosos e incluso sen-
timentales se habían visto ahogados,
mientras a las personas, de los cientí-
ficos y los abogados a los sacerdotes
y los poetas, las había convertido en
servidores asalariados. Igualmente,
la explotación velada por «ilusiones»
religiosas y políticas «la ha sustituido
por [otra] abierta, descarada, d i r e c t a
y brutal»; «ha s u s t i t u i d o las l i b e r t a -
des escrituradas [...] por u n a única y
desalmada l i b e r t a d de comercio».
Según M a r x , la única solución al
mencionado conflicto pasaba por la
transformación de todos los medios
de producción (la tierra, las materias
primas, las herramientas o las fábri-
cas) en propiedad colectiva, de mane-
ra que cada m i e m b r o de la sociedad
pudiera trabajar según sus capaci-
dades y c o n s u m i r según sus nece-
sidades. Esta sería la única forma de
i m p e d i r q u e los ricos v i v i e s e n a ex-
pensas de los pobres.

E l cambio dialéctico
La filosofía q u e aplica M a r x e n s u
idea del proceso de cambio está ba-
sada en gran m e d i d a en la de su pre-
decesor Georg Hegel, q u i e n había

éé
De cada uno, según sus
capacidades; a cada uno,
según sus necesidades. L a historia
Karl Marx es el resultado

99
de estas luchas y
desplazamientos
de c l a s e s .
200 KARL MARX
d e s c r i t o la r e a l i d a d no c o m o u n es- L a formación de c l a s e s
t a d o de cosas, sino c o m o u n proceso E n periodos anteriores, las personas

éé
de c a m b i o p e r m a n e n t e p r o v o c a d o eran responsables de producir todo
por el h e c h o d e q u e c a d a idea o es- aquello q u e n e c e s i t a b a n - v e s t i m e n -
t a d o de cosas (la «tesis») c o n t i e n e e n ta, a l i m e n t o s o v i v i e n d a - , pero c o n
sí m i s m o u n conflicto i n t e r n o (la «an- la formación de las p r i m e r a s socieda-
títesis») que, en última i n s t a n c i a , s u - des empezaron a depender más unos Las ideas rectoras de cada
pone u n c a m b i o q u e c o n d u c e a u n a de otros. E s t o condujo al s i s t e m a d e época siempre han sido las
nueva idea o estado de cosas (la «sín- «trueque» d e s c r i t o por el e c o n o m i s - ideas de la clase opresora.
tesis»). Este proceso se conoce c o m o ta y filósofo escocés A d a m S m i t h , e n Karl Marx
«dialéctica». el q u e la gente i n t e r c a m b i a b a bienes

99
H e g e l p e n s a b a q u e no p o d e m o s o trabajo. M a r x está de acuerdo c o n
e x p e r i m e n t a r las cosas d e l m u n d o S m i t h e n q u e este s i s t e m a d e inter-
t a l c o m o son, s i n o únicamente c o m o c a m b i o llevó a q u e la gente se espe-
se nos aparecen. Para él, la e x i s t e n - c i a l i z a r a e n u n trabajo d e t e r m i n a d o ,
cia es a n t e t o d o m e n t e o espíritu, d e pero añade q u e esta nueva especiali-
f o r m a q u e la h i s t o r i a , a través de los zación (o «profesión») había acabado
i n c o n t a b l e s ciclos de la dialéctica, es por definirlos: fuese c u a l fuese la es- propiedad: el s i s t e m a t r i b a l o r i g i n a r i o
f u n d a m e n t a l m e n t e el desarrollo d e l pecialización o profesión de a l g u i e n , de p r o p i e d a d común, el a n t i g u o sis-
espíritu, o Geist, h a c i a u n e s t a d o de ya fuese trabajador agrícola o terrate- t e m a de p r o p i e d a d c o m u n a l o estatal
armonía absoluta, E n esta cuestión, n i e n t e hereditario, esta d i c t a m i n a b a (en el q u e t i e n e n c o m i e n z o la esclavi-
M a r x se s e p a r a de Hegel, y a q u e i n - dónde vivía, qué comía y cómo v e s - t u d y la propiedad privada), el sistema
s i s t e e n q u e el desarrollo no es espi- tía, así como c o n quién compartía i n - de propiedad feudal o p a t r i m o n i a l y el
r i t u a l s i n o u n c a m b i o histórico real, tereses sociales y c o n quién e n t r a b a a c t u a l s i s t e m a de producción capita-
y a f i r m a q u e el e s t a d o d e f i n i t i v o , l i - en c o n f l i c t o a causa d e estos. C o n el lista. Cada u n a de estas etapas repre-
berado de conflictos, q u e se e n c u e n - tiempo, esto provocó la formación d e senta u n a forma diferente de sistema
t r a a l final del proceso, n o es la d i c h a clases socioeconómicas d e t e r m i n a - económico o «modo de producción»,
e s p i r i t u a l p r o m e t i d a por Hegel, sino das q u e l u c h a b a n entre ellas. y las t r a n s i c i o n e s e n t r e ellas están
la s o c i e d a d perfecta, e n la q u e cada Según M a r x , la h i s t o r i a h u m a n a m a r c a d a s e n la h i s t o r i a por periodos
u n o t r a b a j a e n armonía p o r e l b i e n ha t e n i d o c u a t r o g r a n d e s etapas b a - políticos agitados, c o m o guerras y re-
de u n t o d o superior. sadas e n c u a t r o formas diferentes de voluciones, e n los q u e u n a clase opre-
sora se ve s u s t i t u i d a por otra. E l Ma-
niñesto comunista popularizó la idea
de q u e la comprensión del s i s t e m a de
propiedad de cualquier sociedad, y
e n c u a l q u i e r época, nos proporciona
la clave p a r a llegar a comprender sus
relaciones sociales.

E l surgimiento de las
instituciones culturales
M a r x o p i n a también q u e el análisis
de los f u n d a m e n t o s económicos de
c u a l q u i e r s o c i e d a d n o s p e r m i t e ver
q u e las a l t e r a c i o n e s e n s u s i s t e m a

A ñnales d e l s i g l o x v m y en el xix,
la alta burguesía disfrutaba de todos
los lujos mientras los trabajadores de
sus fábricas o posesiones padecían
una terrible pobreza.
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 201
píritu a uno de las formas de produc- clases burguesa y proletaria, el Ma-
ción sociales y económicas, se vio nifiesto comunista incluye otras ex-

éé también influida por otro filósofo ale- posiciones acerca de la sociedad, la


mán, L u d w i g Feuerbach, quien creía política y la economía. Por ejemplo,
que la religión tradicional es falsa i n - argumenta que el sistema capitalis-
telectualmente - n o se ve corrobora- ta no es meramente explotador, sino
La verdadera felicidad
da por ningún tipo de razonamiento- financieramente inestable por natu-
implica la abolición de la
y contribuye a la miseria humana. raleza, lo que lleva a la repetición de
religión en cuanto felicidad
Feuerbach afirma que el hombre crea crisis comerciales cada vez más gra-
ilusoria para el pueblo.
a los dioses a su imagen, a partir de ves, a la pobreza cada vez mayor de
Karl Marx una mezcolanza de las virtudes su- los trabajadores y a la emergencia del
premas de la humanidad, y que, des- proletariado como única clase genui-
pués, se ata a estos dioses e inventa namente revolucionaria. Por primera
religiones, prefiriendo estos «sueños» vez en la historia, la clase revolucio-
al mundo real. Así, la gente se alie- naria representa a la gran mayoría de
na al compararse a sí m i s m a con u n la humanidad.
dios que ha olvidado que creó. Dichos acontecimientos se ven
de propiedad hacen variar, a su vez, Marx también opina que la gente respaldados por la creciente comple-
las de sus ((superestructuras»: la po- se ata a la religión porque busca u n jidad de los procesos de producción.
lítica, el derecho, la religión, la filoso- lugar en el que el individuo no se vea M a r x predijo que el desarrollo de la
fía y el arte, que se desarrollan para despreciado o alienado, pero explica \ tecnología llevaría a u n aumento del
servir a los intereses de la clase opre- que esto no es debido a ningún dios | desempleo, lo que alienaría cada vez
sora, promoviendo sus valores e inte- autoritario, sino a hechos materiales • a más gente de los medios de produc-
reses y desviando la atención respec- en la vida diaria de cada cual. Para ción, y a la división de la sociedad en
to a las realidades políticas. A u n así, él, la respuesta no está sólo en la eli- dos: u n a gran masa de gente empo-
la clase opresora tampoco es q u i e n minación de la religión, sino en u n brecida y unos pocos que poseerían
determina los acontecimientos o las cambio político y social total. y controlarían los medios de produc-
instituciones. Hegel había explicado ción. Siguiendo las reglas de la dia-
que cada época se ve arrastrada por Una utopía marxista léctica, este conflicto terminaría en
el Zeitgeist, o «espíritu de la época», Además de su relato sobre la histo- una revolución violenta que implanta-
idea con la que M a r x está de acuer- ria humana hasta la aparición de las ría u n a nueva sociedad s i n clases.
do. Ahora bien, donde Hegel veía el 1

Zeitgeist determinado por u n espíri-


t u absoluto que se desarrollaba en el
tiempo, M a r x lo ve determinado por
las relaciones sociales y económicas
de la época, que son las que definen I
las ideas o ((conciencia» de los i n d i -
viduos y las sociedades. E n la pers-
pectiva marxista, la gente no deja s u
sello en la época que habita, dándole
forma, sino que es la época la que de- 1
fine a las personas.
La revisión m a r x i s t a de la filoso-
fía de Hegel, de u n desarrollo del es- I

La Revolución I n d u s t r i a l dispuso
la especialización en forma de empleos
remunerados. Así, la gente formó grupos
o clases i n t e g r a d a s por aquellos q u e
compartían categoría socioeconómica.
202 KARL MARX

I Revoluciones de inspiración
socialista se e x t e n d i e r o n por Europa
después de la publicación del Manifiesto
comunista. Entre ellas, la revolución de
febrero de 1848 en París.

M a r x veía los partidos y los intere-


ses políticos como meros vehículos
de las ambiciones económicas de las
clases opresoras, que estaban obli-
gadas a aparentar que actuaban en
nombre del interés general para al-
canzar el poder o mantenerlo.

E l c a m i n o a l a revolución
La originalidad de M a r x radica más
en su combinación de ideas preexis-
tentes que en la creación de nuevas
ideas. Su sistema reúne visiones de
los idealistas alemanes, sobre todo
de Georg Hegel y de L u d w i g Feuer-
bach; de teóricos políticos franceses,
como Jean-Jacques Rousseau; y de
los economistas políticos británicos,
Esta sería la sociedad utópica y libre jadora asalariada se haría evidente en particular A d a m Smith. Durante
de conflictos que marcaría el final de t a n sólo cuando la gran mayoría de la primera m i t a d del siglo xix, el so-
la dialéctica. M a r x opinaba que esa la gente careciese de propiedad y se cialismo se había convertido en una
sociedad perfecta no necesitaría u n viese obligada a vender su fuerza de doctrina política reconocida, y de ahí
gobierno, sino t a n sólo una adminis- trabajo a cambio de u n salario. Creía derivó M a r x perspectivas acerca de
tración que pondrían en marcha los que la desproporción entre la pobre- la propiedad, las clases, la explota-
líderes de la revolución: el «partido» za y la gran riqueza de unos pocos se ción y las crisis comerciales.
comunista (con lo que se refería más iría haciendo cada vez más obvia y Cuando Karl M a r x publicó el Ma-
a quienes se adhiriesen a la causa el comunismo se iría volviendo cada nifiesto comunista, el conflicto entre
que a ninguna organización específi- vez más atractivo. clases era evidente. Lo escribió justo
ca). En este nuevo tipo de Estado (que Sin embargo, M a r x no esperaba antes de que u n a serie de revolucio-
Marx llamó «dictadura del proletaria- que los opositores del comunismo ce-
do»), la gente disfrutaría de una de- diesen fácilmente sus privilegios. En
mocracia genuina y de una propiedad cada periodo histórico, la clase opre-
socializada de la riqueza. M a r x pen-
saba que, poco después de este últi-
mo cambio en el modo de producción
sora siempre ha gozado de la ventaja
de controlar tanto el gobierno como la
justicia para reforzar su dominio eco-
éé
hacia una sociedad perfecta, desapa- nómico. Así, el Estado moderno era, Un espectro se cierne
recería el poder político t a l como se en palabras del propio Marx, «un co-
sobre Europa: el espectro
había entendido hasta entonces, ya mité para la gestión de los asuntos
del comunismo.
que no habría n i n g u n a razón para la de la clase burguesa», y las luchas de
Karl Marx
disensión política o el crimen. grupos excluidos para que se t u v i e -
ran en cuenta sus propios intereses
E l poder político -como la batalla para extender el de-
M a r x predijo que el resultado de las recho al v o t o - no eran sino maneras
intensas luchas de clases en Europa en las que se expresaba a corto plazo
entre la burguesía y la clase traba- el conflicto económico subyacente.
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 203
nes en contra de las monarquías de I no dejan de merecer una variedad de
muchos países europeos estallasen críticas. E n primer lugar, Karl M a r x i
en 1848 y 1849. Durante las décadas sostuvo siempre que la revolución era
anteriores, u n enorme número de per- inevitable, una parte esencial de su
sonas había emigrado del campo a dialéctica que resulta, evidentemen-
las ciudades en busca de trabajo, aun te, m u y simplista, dado que la crea-
cuando la Europa continental todavía t i v i d a d h u m a n a siempre es capaz de
no había sufrido el desarrollo indus- : producir múltiples soluciones, mien-
t r i a l que había tenido lugar en Gran tras que la dialéctica no admite la po-
Bretaña. Una ola de descontento por sibilidad de mejoras a través de refor-
parte de las clases pobres contra el mas graduales.
status quo se vio explotada por diver- En segundo lugar, M a r x tendía a
sos políticos liberales o nacionalistas, adjudicarle al proletariado atributos
con lo que por toda Europa afloraron sólo positivos y a sugerir que una so- Karl Marx
revoluciones, aunque, en último tér- I ciedad c o m u n i s t a daría lugar, de al-
mino, dichos levantamientos fueron ! g u n a manera, a u n nuevo tipo de ser El pensador revolucionario más
aplastados y produjeron pocos cam- humano, pero nunca esclareció cómo famoso d e l siglo xix nació en la
bios permanentes. c i u d a d a l e m a n a de Trier. Hijo
la dictadura de este proletariado per-
de u n abogado judío convertido
Pese a esto, d u r a n t e el siglo xx el fecto podría ser diferente de las an- 1

a l c r i s t i a n i s m o , M a r x estudió
Manifiesto se convirtió en u n símbo- teriores formas brutales de d i c t a d u -
derecho e n l a U n i v e r s i d a d de
lo, inspirando revoluciones en Rusia, ra, n i de qué modo podría evitar los
Bonn, donde conoció Jenny v o n
China y muchos otros países. Sin em- efectos corruptores del poder.
W e s t p h a l e n , su f u t u r a esposa.
bargo, la brillantez de las teorías de Por último, M a r x apenas discutió P o s t e r i o r m e n t e estudió e n l a
M a r x se vio ensombrecida en la prác- que después de una revolución triun- Universidad de Berlín, antes de
tica: la fuerte represión en la Rusia fante podrían surgir nuevas amena- t r a b a j a r como p e r i o d i s t a . Sus
estalinista, en la China maoísta o en zas para la l i b e r t a d : d i o por sentado escritos fueron censurados por
la Camboya de Pol Pot ha desacredi- que la pobreza era la única causa de la monarquía p r u s i a n a a l ser
tado profundamente sus teorías po- la c r i m i n a l i d a d . Sus críticos h a n ale- favorables a l a democracia, y
líticas e históricas. i gado también que n u n c a llegó a en- se v i o o b l i g a d o a e x i l i a r s e e n
tender bien las fuerzas del naciona- Francia y Bélgica. Fue d u r a n t e
esta época c u a n d o K a r l M a r x
L a c r í t i c ad e l m a r x i s m o lismo y que, además, n u n c a tuvo en
elaboró u n a teoría única sobre
A u n q u e M a r x no pudo prever que el cuenta el papel del liderazgo i n d i v i -
el c o m u n i s m o e n colaboración
comunismo se implantaría de forma dual en el m u n d o de la política. De
con su compatriota Friedrich
t a n b r u t a l en esas sociedades, fun- hecho, el m o v i m i e n t o comunista del
Engels.
damentalmente agrícolas, sus ideas siglo xx acabaría produciendo «cul-
D u r a n t e las revoluciones de
tos a la persona» inmensamente po-
1848 y 1849 volvió a A l e m a n i a ,
derosos en casi todos los países go- p e r o t r a s las d e r r o t a s vivió e l
bernados por los comunistas. r e s t o de s u v i d a e x i l i a d o e n
L o n d r e s j u n t o a s u esposa y
I n f l u e n c i a p o s t e r i o r e n u n a pobreza extrema. M a r x
Las ideas de M a r x h a n sido enorme- murió, s i n p a t r i m o n i o a l g u n o ,
mente influyentes a pesar de las crí- a los 64 años, y t a n sólo once
ticas y las crisis provocadas por sus personas a s i s t i e r o n a l
teorías. Como crítico del capitalismo funeral.
de mercado y como teórico de la eco-
Obras principales
nomía y el socialismo, M a r x es aún
relevante en la política y la economía
Los estados marxistas del siglo x x 1846 L a ideología alemana.
de hoy. Muchos estarían de acuerdo
se sirvieron de u n a propaganda utópica, 1847 L a miseria de la filosofía.
produciendo g r a n c a n t i d a d de p i n t u r a s con el filósofo ruso-británico Isaiah 1848 Manifiesto comunista.
y estatuas que glorificaban los logros de Berlín en que el Manifiesto comunis- 1867 El capital. Tomo I .
sus felices ciudadanos recién liberados. ta es «la obra de u n genio». •
¿DEBE ALGUNA VEZ EL
CIUDADANO SOMETER
SU CONCIENCIA AL
LEGISLADOR?
HENRY DAVID THOREAU (1817-1862)

C
asi u n siglo después de q u e Thoreau p r e s e n t a n u n marcado con-
EN CONTEXTO Jean-Jacques Rousseau de- t r a s t e c o n las de s u contemporáneo
fendiera el carácter esencial- Karl M a r x y el espíritu revolucionario
RAMA
mente benigno de la naturaleza, el fi- de la E u r o p a de la época, favorables
Filosofía política
lósofo estadounidense Henry Thoreau a la acción violenta, pero más adelan-
ORIENTACIÓN amplió esta idea al afirmar q u e «todo t e fueron adoptadas por numerosos
Inconformismo lo bueno es libre y salvaje», y que las líderes de m o v i m i e n t o s de resisten-
leyes del hombre suprimen, más que cia, como M a h a t m a G a n d h i y M a r t i n
ANTES protegen, las libertades civiles. Tho- Luther K i n g . •
C. 3 4 0 a . C . Aristóteles a f i r m a reau veía a los partidos políticos como
q u e l a c i u d a d - e s t a d o está p o r i n e v i t a b l e m e n t e parciales, y sus p o -
encima del individuo. líticas a menudo como inmorales. Por
ello creía que era deber del ciudada-
1651 T h o m a s H o b b e s sostiene
no protestar contra las leyes injustas,
q u e u n a s o c i e d a d s i n gobierno y q u e p e r m i t i r s u aplicación pasiva-
fuerte r e v i e r t e e n l a anarquía. mente les facilitaba u n a justificación
de hecho. «Cualquier necio puede i n -
1762 J e a n - J a c q u e s Rousseau
ventar u n a norma, y cualquier necio
propone, e n El contrato social,
la cumplirá», dijo hablando de la gra-
el g o b i e r n o p o r l a v o l u n t a d
mática inglesa, pero el principio t a m -
popular.
bién recorre s u filosofía política.
DESPUES E n su ensayo Desobediencia civil,
1907 M a h a t m a G a n d h i cita escrito en 1849, T h o r e a u propone el
a Thoreau como influencia en derecho de los c i u d a d a n o s a la obje-
s u campaña de r e s i s t e n c i a no ción de conciencia por medio de la no
v i o l e n t a e n Sudáfrica. cooperación y la r e s i s t e n c i a no v i o -
L a campaña de d e s o b e d i e n c i a
lenta, lo c u a l puso en práctica al ne-
1964 M a r t i n Luther K i n g civil de Mahatma Gandhi contra el poder
garse a pagar impuestos destinados
r e c i b e el p r e m i o N o b e l d e británico en India incluyó la Marcha de
a sufragar la guerra contra México y la sal de 1930, realizada en protesta por
la p a z p o r s u campaña p a r a
perpetuar la esclavitud. Las ideas de las leyes injustas de la producción de sal.
a c a b a r c o n l a discriminación
racial a través l a desobediencia
Véase también: Jean-Jacques Rousseau 154-159 • Adam Smith 160-163 • Edmund
c i v i l y l a n o cooperación.
Burke 172-173 • Karl Marx 196-203 • Isaiah Berlin 280-281 • John Rawls 294-295
LA ERA DE LA REVOLUCION 205

TEN EN CUENTA QUÉ


EFECTOS TIENEN
LAS COSAS
CHARLES SANDERS PEIRCE (1839-1914)

C
harles Sanders Peirce fue el Dicha idea, la de que el significa-
EN CONTEXTO científico, lógico yfilósofode do de u n concepto es el efecto sen-
la c i e n c i a q u e encabezó el sorial de su objeto, se conoce como
RAMA
m o v i m i e n t o filosófico conocido como la máxima pragmática, y fue el p r i n -
Epistemología
pragmatismo. M u y escéptico ante las cipio fundador del p r a g m a t i s m o : la
ORIENTACIÓN ideas metafísicas, como la de que hay creencia de que la «verdad)) es la ver-
Pragmatismo u n m u n d o «real» más allá del que ex- sión de la realidad que mejor funcio-
perimentamos, en u n a ocasión pidió na para nosotros.
ANTES a sus lectores q u e considerasen qué Entre los principales objetivos de
S i g l o X V I I J o h n L o c k e se había de erróneo en la teoría siguien- Peirce estaba el de mostrar que m u -
enfrenta a l racionalismo al te: en realidad, u n d i a m a n t e es blan- chas discusiones científicas, filosófi-
r e m i t i r el o r i g e n de las ideas a do, y sólo se vuelve duro al tocarlo. cas o teológicas carecían de sentido;
las impresiones de los sentidos. Peirce afirma que en esa manera eran discusiones acerca de palabras,
de pensar «no hay falsedad», ya q u e no de la realidad, y a q u e eran deba-
Siglo x v m Immanuel Kant
no se puede probar q u e es falsa. A l tes en los que no se podía determinar
e x p o n e q u e l a especulación
m i s m o tiempo, sostiene que el signifi- ningún efecto sobre los sentidos. •
sobre lo q u e está más allá d e
cado de u n concepto (como «diaman-
la e x p e r i e n c i a n o t i e n e sentido.
te» o «duro») se deriva del objeto o l a
c u a l i d a d c o n la q u e este se relaciona

éé
DESPUÉS
Década de 1890 William y de los efectos que tiene en nuestros
sentidos. Así pues, es irrelevante que
James y J o h n D e w e y a d o p t a n
pensemos que, antes de e x p e r i m e n -
la filosofía pragmática.
tarlo, el d i a m a n t e es «blando h a s t a Nada es vital para la
D é c a d a d e 1 9 2 0 E n Viena, los que se lo toca» o «siempre duro». Con ciencia. Nada puede serlo.
p o s i t i v i s t a s lógicos f o r m u l a n ambas teorías, la sensación produci- Charles Sanders Peirce
la teoría d e l a verificación: e l d a por el d i a m a n t e es i g u a l y s u uso
significado de u n enunciado
es el método p a r a verificarlo.

D é c a d a d e 1980 L a versión del


es exactamente el mismo. Sin embar-
go, es m u c h o más difícil operar c o n
la p r i m e r a teoría, por lo que para no-
tt
sotros tiene menos valor.
p r a g m a t i s m o de R i c h a r d Rorty
a f i r m a q u e se p u e d e p r e s c i n d i r
Véase también: John Locke 130-133 • Immanuel Kant 164-171 • William James
de l a noción d e v e r d a d .
206-209 • John Dewey 228-231 • Richard Rorty 314-319
206
EN CONTEXTO

ACTÚA COMO
RAMA
Epistemología

ORIENTACIÓN
Pragmatismo

SI TUS ACTOS
ANTES
1843 Un sistema de Ja lógica,
de John Stuart M i l i , estudia
el modo e n que llegamos a

HICIERAN LA
creer que algo es cierto.
Década d e 1870 Charles
Sanders Peirce describe su
nueva filosofía pragmática en

DIFERENCIA
Cómo esciarecer nuestras ideas.

DESPUÉS
1907 La evolución creadora, de
Henri Bergson, dibuja la realidad
como flujo en lugar de estado.
WILLIAM JAMES (1842-1910) 1921 Bertrand Russell explora
la realidad como experiencia
pura en El análisis de la mente.
1925 John Dewey desarrolla
el «instrumentalismo», versión
personal del pragmatismo, en
La experiencia y la naturaleza.

A
lo largo del siglo xix, a me-
dida que EE UU iba encon-
trando su lugar como nación
independiente, algunos filósofos de
Nueva Inglaterra como Henry David
Thoreau y Ralph Waldo Emerson die-
ron u n sesgo reconociblemente nor-
teamericano a las ideas románticas
europeas. Sin embargo, fue la gene-
ración siguiente de filósofos, casi un
siglo después de la Declaración de In-
dependencia del país, la que aportó
algo verdaderamente original.
El primero de ellos, Charles San-
ders Peirce, formuló una teoría del co-
nocimiento a la que llamó pragmatis-
mo, pero su obra pasó desapercibida
en su época, Fue su amigo de toda la
vida, William James, ahijado de Ralph
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 207
Véase también: John Stuart M i l i 190-193 • Charles Sanders Peirce 205 • Henri Bergson 226-227 • John Dewey 228-231
Bertrand Russell 236-239 • Ludwig Wittgenstein 246-251 • Richard Rorty 314-319

... que m e
llevará adonde hay
ninguna
alimento y refugio

Actúa como
si tus actos
hicieran la
diferencia.
L a hacen.

Emerson, q u i e n defendió y desarrolló cómo nuestras ideas sobre el m u n d o


las ideas de Peirce. h a n c a m b i a d o s i n cesar: de creer que

Verdad y utilidad
E n el p r a g m a t i s m o de Peirce era f u n -
la T i e r r a era plana, a saber que es re-
donda; de pensar q u e es el centro del
universo, a d a r n o s c u e n t a de q u e es
éé
d a m e n t a l la teoría de q u e no a d q u i - u n p l a n e t a más e n el v a s t o cosmos. Toda manera de
r i m o s c o n o c i m i e n t o p o r la m e r a o b - Los supuestos a n t i g u o s fueron e x p l i - clasificar algo no es
servación sino por la acción, y que nos caciones perfectamente adecuadas más que una forma
servimos de ese conocimiento sólo en en s u t i e m p o , pero no son ciertos, y el de manejarlo con u n
t a n t o q u e nos es útil, e n el s e n t i d o de u n i v e r s o m i s m o no h a c a m b i a d o . Lo fin determinado.
que nos explica las cosas de la m a n e - que esto demuestra es q u e el conoci- William James
ra adecuada. Cuando deja de c u m p l i r m i e n t o como herramienta explicativa
esta función, o u n a explicación mejor
lo hace superfluo, s u s t i t u i m o s d i c h o
c o n o c i m i e n t o . Por ejemplo, volviendo
es algo d i s t i n t o de los hechos. Peirce
analizó de este modo la naturaleza del
conocimiento, pero James aplicaría el
99
razonamiento a la noción de verdad,
la m i r a d a a la h i s t o r i a , o b s e r v a m o s
208 WILLIAM JAMES
L a i d e a de l a T i e r r a p l a n a sirvió
como «verdad» útil durante varios miles
de años, pese al hecho de que la Tierra es
una esfera. Para James, es la utilidad de
las ideas lo que determina su veracidad.

llevarla a la práctica es el proceso m e -


d i a n t e el c u a l se vuelve c i e r t a .
J a m e s c o n s i d e r a también q u e la
c r e e n c i a e n u n a i d e a es u n factor i m -
p o r t a n t e al escoger actuar e n función
de ella; así la creencia forma p a r t e del
p r o c e s o q u e h a c e c i e r t a s las ideas.
Si m e e n f r e n t o a u n a decisión difícil,
m i creencia en u n a idea d e t e r m i n a d a
m e encaminará h a c i a u n a acción de-
t e r m i n a d a , c o n t r i b u y e n d o así al éxito
de esta. Este es el r a z o n a m i e n t o q u e
lleva a J a m e s a d e f i n i r las «creencias
auténticas)) c o m o aquellas q u e resul-
t a n útiles a q u i e n las tiene. De nuevo,
Para James, la verdad de u n a idea de- E s t a concepción de la v e r d a d no d i s t i n g u e c o n s u m o c u i d a d o estas
pende de s u u t i l i d a d , es decir, de q u e sólo la d i s t i n g u e de los hechos, ade- de los hechos, de los q u e dice q u e «no
sea a p t a o no p a r a lo q u e de ella se más movió a J a m e s a a f i r m a r q u e «la son ciertos. S i m p l e m e n t e son. L a ver-
espera. C u a n d o u n a i d e a no c o n t r a - v e r d a d de u n a idea no es u n a propie- d a d es la función de las creencias que
d i c e los hechos c o n o c i d o s - c o m o las d a d inherente y estancada de la idea. c o m i e n z a n y t e r m i n a n entre ellos».
leyes de la c i e n c i a - y ofrece u n m e d i o L a v e r d a d es algo q u e les o c u r r e a las
para predecir las cosas c o n precisión ideas, q u e se t o r n a n ciertas, a las q u e E l derecho a creer
suficiente para nuestros objetivos, no los a c o n t e c i m i e n t o s h a c e n c i e r t a s . Sería útil q u e c a d a vez q u e quisiéra-
hay razón p a r a n o c o n s i d e r a r l a cier- Su v e r d a d es en realidad u n aconteci- mos asentar u n a n u e v a creencia con-
ta, del m i s m o m o d o q u e Peirce veía el m i e n t o , u n proceso». C u a l q u i e r idea, táramos c o n t o d a s las p r u e b a s d i s -
c o n o c i m i e n t o como h e r r a m i e n t a útil, s i se actúa e n función de ella, r e s u l t a p o n i b l e s y el t i e m p o s u f i c i e n t e p a r a
c o n i n d e p e n d e n c i a de los hechos. ser cierta e n v i r t u d de nuestra acción: t o m a r u n a decisión p o n d e r a d a , pero,

William James N a c i d o e n N u e v a York, J a m e s se u n p u e s t o d o c e n t e e n fisiología


crió e n u n a a c o m o d a d a f a m i l i a , e n l a U n i v e r s i d a d de H a r v a r d . Su
dedicada a actividades de t i p o c r e c i e n t e interés p o r l o s t e m a s
i n t e l e c t u a l . Su p a d r e fue u n teólogo p s i c o l ó g i c o s y filosóficos a c a b ó
célebre p o r s u e x c e n t r i c i d a d , y s u fructificando en publicaciones
h e r m a n o H e n r y se convirtió e n aclamadas, y e n 1880 l a m i s m a
u n renombrado escritor. Junto a u n i v e r s i d a d le otorgó u n a cátedra
s u f a m i l i a , pasó v a r i o s años de s u d e filosofía. A l l í enseñaría h a s t a
i n f a n c i a e n E u r o p a , d o n d e cultivó s u jubilación e n 1907.
s u afición a l a p i n t u r a , p e r o a l o s
19 años de e d a d l a abandonó p a r a Obras principales
e s t u d i a r c i e n c i a s . Sus e s t u d i o s e n
la E s c u e l a M é d i c a d e H a r v a r d s e 1890 Principios de psicología.
vieron truncados por mala salud y 1896 L a voluntad de creer.
depresión, las c u a l e s le impedirían 1902 L a s variedades de
l a práctica d e l a m e d i c i n a ; a u n así la experiencia religiosa.
logró l i c e n c i a r s e , y e n 1872 ocupó 1907 El pragmatismo.
LA ERA DE LA REVOLUCIÓN 209
por lo general, la v i d a nos n i e g a ese Debemos, s i n e m b a r g o , conside-
lujo. O no hay t i e m p o suficiente para rar d i c h a i d e a c o n cautela: u n a inter-

éé
e x a m i n a r los datos conocidos, o b i e n pretación superficial de lo q u e James
no tenemos b a s t a n t e s pruebas, y nos s o s t i e n e podría d a r la impresión d e
vemos en la obligación de t o m a r u n a q u e cualquier creencia, por estrafala-
decisión. Debemos basarnos en nues- ria q u e resulte, puede hacerse c i e r t a
tras creencias para g u i a r nuestras ac-
El método pragmático
s i se actúa p a r t i e n d o de ella, y no es
ciones; James dice q u e en tales casos
supone apartar la mirada
eso lo q u e James afirma. H a y ciertas
tenemos el «derecho a creer». condiciones que debe cumplir u n a
de los principios y dirigirla
J a m e s i l u s t r a esto c o n el ejemplo i d e a antes de q u e p u e d a tenerse por
hacia las consecuencias.
de u n h o m b r e p e r d i d o y h a m b r i e n t o u n a creencia justificable: las pruebas William James

99
en el bosque: c u a n d o vea u n c a m i n o , d i s p o n i b l e s d e b e n estar a s u favor y
es i m p o r t a n t e q u e crea q u e le p e r m i - la idea d e b e p o d e r r e s i s t i r la crítica.
tirá salir de allí y llegar a u n lugar h a - E n el proceso de a c t u a r p a r t i e n d o de
b i t a d o , pues s i no lo cree n o lo t o m a - u n a creencia d e t e r m i n a d a , esta debe
rá, y seguirá p e r d i d o y h a m b r i e n t o . justificarse c o n t i n u a m e n t e por m e d i o
Si lo t o m a , e n c a m b i o , se salvará. A l de s u u t i l i d a d a la hora de i n c r e m e n -
actuar de acuerdo c o n la idea de q u e tar n u e s t r o c o n o c i m i e n t o o p r e d e c i r más allá al afirmar q u e «para el prag-
el c a m i n o le llevará a u n lugar seguro, r e s u l t a d o s , y aún así, sólo e n retros- m a t i s m o [la r e a l i d a d ] está aún h a -
la idea se vuelve cierta. Así, nuestros pectiva podremos afirmar con segu- ciéndose», así c o m o a la v e r d a d se la
actos y decisiones h a c e n q u e nuestra r i d a d q u e la creencia se h a hecho ver- hace o c u r r i r c o n t i n u a m e n t e . T a m p o -
creencia e n u n a idea se t o r n e c i e r t a , dadera por a c t u a r basándose en ella. co esta «corriente» de realidad es sus-
y este es el sentido de su frase «actúa c e p t i b l e para J a m e s de análisis e m -
como s i t u s actos h i c i e r a n la diferen- L a r e a l i d a d como proceso pírico, t a n t o p o r q u e está e n u n fluir
cia», a la q u e añadía la c o n c i s a y ca- James, además de filósofo, era psicó- constante como porque el acto de ob-
racterística coletilla: «la hacen». logo, y c o n t e m p l a b a las i m p l i c a c i o - servarla afecta al análisis. E n el empi-
nes de s u s ideas e n términos de p s i - r i s m o r a d i c a l de James, la s u s t a n c i a
cología h u m a n a t a n t o como de teoría última de la r e a l i d a d es la e x p e r i e n -
del c o n o c i m i e n t o . Reconocía por ello c i a p u r a , y a p a r t i r de ella se f o r m a n
la n e c e s i d a d de tener d e t e r m i n a d a s t a n t o la m e n t e c o m o la m a t e r i a .
creencias, en p a r t i c u l a r las religiosas.
A u n q u e o p i n a r a q u e la c r e e n c i a e n Influencia posterior
u n dios no es justificable como hecho, El p r a g m a t i s m o , propuesto por Peirce
sí resulta útil para el creyente s i le per- y desarrollado luego por James, h i z o
m i t e v i v i r u n a v i d a más p l e n a o s u - de E E U U u n c e n t r o i m p o r t a n t e d e l
perar el m i e d o a la m u e r t e . U n a v i d a p e n s a m i e n t o filosófico e n el siglo xx.
más p l e n a o el n o t e m e r a la m u e r t e , L a interpretación pragmática de la
se v u e l v e n cosas c i e r t a s c o m o resul- v e r d a d de J a m e s influyó e n la filo-
t a d o de u n a creencia y de las decisio- sofía de J o h n D e w e y y engendró u n a
nes y actos basados e n la m i s m a . escuela «neopragmática» de p e n s a -
J u n t o c o n s u noción pragmática m i e n t o en E E U U , c o n filósofos c o m o
de l a v e r d a d , y e n e s t r e c h a relación R i c h a r d Rorty. E n E u r o p a , la m e t a -
c o n ella, W i l l i a m J a m e s p r o p o n e u n física de James influyó e n B e r t r a n d
t i p o de metafísica a l q u e l l a m a «em- Russell y L u d w i g W i t t g e n s t e i n ; s u
p i r i s m o radical». E s t e e n f o q u e t o m a t r a b a j o e n psicología, a m e n u d o ín-
la r e a l i d a d por u n proceso dinámico t i m a m e n t e l i g a d o a s u filosofía, fue
y activo, al i g u a l q u e la verdad. Como a s i m i s m o m u y influyente, sobre todo
L a c r e e n c i a r e l i g i o s a puede producir los e m p i r i s t a s t r a d i c i o n a l e s prece- p o r lo q u e se refiere a l c o n c e p t o d e l
cambios extraordinarios en la vida de fluir de la conciencia, i m p o r t a n t e e n
dentes, J a m e s r e c h a z a la idea racio-
las personas, tales como la sanación en
n a l i s t a de q u e e l m u n d o c a m b i a n t e la obra d e e s c r i t o r e s c o m o V i r g i n i a
lugares de peregrinaje. Esto ocurre con
sea de a l g u n a m a n e r a i r r e a l , pero v a Woolf y James Joyce. •
independencia de que exista o no un dios.
216 FRIEDRICH NIETZSCHE

EN CONTEXTO
RAMA
Ética

ORIENTACIÓN
Existencialismo

ANTES
3 8 0 a . C . Platón e s t u d i a la
distinción e n t r e r e a l i d a d
y a p a r i e n c i a e n s u obra
t i t u l a d a República.

S i g l o i d . C . E l «Sermón d e la
montaña», del Evangelio según
Mateo, i n s t a a apartarse de
este m u n d o e n favor del m u n d o
superior q u e está por venir.

1781 K a n t , e n s u Crítica de
la razón pura, e x p o n e q u e n o
p o d e m o s conocer cómo es e l
«mundo e n sí».

DESPUÉS
D é c a d a d e 1 9 3 0 L a obra
de Nietzsche es objeto de u n a
tergiversación p a r a c o n s t r u i r
La idea cristiana
u n a mitología d e l n a z i s m o .
del «hombre» nos
1 9 6 6 M i c h e l Foucault e x a m i n a debilita
la superación d e l «hombre» e n
El orden de las cosas.

L
a idea nietzscheana de que el E n otro libro, Nietzsche habla de exponer u n a concepción sumamente
hombre es algo que tiene que filosofar «con el martillo» y, s i n duda, coherente y m u y provocadora.
ser superado aparece refleja- en Así habló Zaratustra intenta hacer
da en su obra posiblemente más co- añicos las concepciones más común- E l descenso de Zaratustra
nocida, Así habló Zaratustra, la cual mente aceptadas de la tradición filo- Zaratustra, nombre dado al protago-
escribió en tres partes entre 1883 y sófica occidental, en especial las tres n i s t a de Nietzsche, es u n nombre al-
1884, c o n u n a c u a r t a parte añadida ideas citadas. L o hace m e d i a n t e u n ternativo al del antiguo profeta persa
en 1885. E l filósofo alemán lanza e n estilo extraordinariamente i m p e t u o - Zoroastro. El libro comienza por con-
ella u n ataque s i n c u a r t e l contra la so y enfebrecido, por lo que, en oca- tarnos que a los treinta años Zaratus-
historia del pensamiento occidental. siones, el libro parece más cercano tra se fue a v i v i r a las montañas. Du-
E n particular, se fija en tres ideas i n - a la profecía que a la filosofía. Nietz- rante diez años goza de s u soledad,
terrelacionadas: primero, la que tene- sche escribió esta obra rápidamente: pero u n amanecer se levanta hastia-
mos sobre el «hombre» o la naturale- la primera parte apenas le llevó unos do de la sabiduría que ha acumulado
za humana; segundo, la que tenemos días. A u n q u e no tiene el tono calma- solo en la montaña y decide bajar a la
de Dios y, por último, las q u e tene- do y analítico que suele suponerse en plaza pública para compartirla con el
mos acerca de la moral. las obras filosóficas, el libro consigue resto de los hombres.
EL MUNDO MODERNO 217
V é a s e t a m b i é n : Platón 50-55 • Immanuel Kant 164-171 • Soren Kierkegaard 194-195 • Albert Camus 284-285 •
Michel Foucault 302-303 • Jacques Derrida 308-313

E n s u c a m i n o h a c i a la c i u d a d , a l es algo q u e tiene q u e ser superado y


pie de las montañas, se e n c u e n t r a a c o n s u p a r t i c u l a r comprensión de la
u n e r e m i t a q u e había c o n o c i d o diez m o r a l . L a relación entre estos t e m a s
años atrás, a n t e s de s u b i r . E i e r e m i - se va aclarando según avanza la h i s -
t a se d a c u e n t a de q u e Z a r a t u s t r a se t o r i a de Z a r a t u s t r a .
ha transformado d u r a n t e ese tiempo; C u a n d o llega a la c i u d a d , Zara-
le dice que, c u a n d o subió a la m o n t a - tustra encuentra u n a muchedumbre
ña, l l e v a b a c e n i z a y q u e , ahora, baja r e u n i d a p a r a ver a u n funámbulo y
con fuego. d e c i d e u n i r s e a ella. A n t e s de q u e el
El e r e m i t a le p r e g u n t a a Z a r a t u s - acróbata s u b a a la c u e r d a floja, Z a -
tra por qué se m o l e s t a e n c o m p a r t i r r a t u s t r a h a b l a a l pueblo: ((¡Contem-
s u sabiduría, y le r e c o m i e n d a q u e se plad! jOs enseño al superhombre!». Y
q u e d e en las montañas, advirtiéndo- continúa diciéndole a la m u l t i t u d lo
le de q u e n a d i e entenderá s u mensa- q u e e n r e a l i d a d le interesa: «El h o m -
je. Z a r a t u s t r a p r e g u n t a a s u vez qué bre es algo q u e debe ser superado...».
es lo q u e h a c e el e r e m i t a e n el b o s - E s t o v i e n e acompañado por u n largo
que, y este responde q u e canta, llora, d i s c u r s o , pero, c u a n d o llega a su fin,
ríe y gruñe, y así a l a b a a Dios. A l oír la gente se ríe, creyendo q u e el profe-
esto, Z a r a t u s t r a ríe, s a l u d a a l e r e m i - t a es otro acróbata o, quizá, u n a n u n -
t a y continúa s u c a m i n o . A l q u e d a r - ciador del funámbulo.
se solo, se d i c e : «¡Será p o s i b l e ! E s t e A l c o m e n z a r s u l i b r o de u n a m a -
viejo e r e m i t a todavía no h a oído q u e nera t a n i n u s u a l , N i e t z s c h e p a r e c e
Dios h a muerto!». dejar entrever s u s d u d a s acerca d e l
r e c i b i m i e n t o reservado a s u propia
Contemplad filosofía, c o m o s i t e m i e s e ser r e c i b i -
al superhombre d o c o m o u n bufón filosófico q u e , e n
E l profeta Z o r o a s t r o (c 628-551 a.C),
La de la m u e r t e de Dios es, probable- r e a l i d a d , no t i e n e n a d a q u e decir. Si
también llamado Zaratustra, fundó una
mente, u n a de las ideas más famosas queremos e v i t a r i n c u r r i r en el m i s m o
religión basada en la lucha entre el bien
de N i e t z s c h e , y está í n t i m a m e n t e error q u e la m u l t i t u d q u e rodea a Za- y el mal. El Zaratustra de Nietzsche se
relacionada c o n la de que el hombre r a t u s t r a y c o m p r e n d e r de v e r d a d lo sitúa «más allá del bien y del mal».

Friedrich Nietzsche N i e t z s c h e nació e n 1 8 4 4 e n a p a r t i r de lo c u a l n o volvió a


el seno de u n a piadosa f a m i l i a g o z a r d e b u e n a s a l u d . E n 1879
p r u s i a n a : s u p a d r e , tío y a b u e l o s se v i o o b l i g a d o a a b a n d o n a r l a
fueron todos pastores luteranos. d o c e n c i a y, d u r a n t e d i e z años,
Su p a d r e y s u h e r m a n o m e n o r viajó p o r E u r o p a . E n 1 8 8 9 s e
m u r i e r o n c u a n d o él era todavía desplomó e n l a calle m i e n t r a s
u n niño, y f u e e d u c a d o p o r s u intentaba impedir que azotasen
m a d r e , s u a b u e l a y d o s tías. A a u n c a b a l l o y sufrió u n a c r i s i s
los 2 4 años y a e r a p r o f e s o r e n l a m e n t a l de la q u e n u n c a llegó a
Universidad deBasilea, donde r e c u p e r a r s e . Murió e n 1 9 0 0 .
conoció a l c o m p o s i t o r R i c h a r d
W a g n e r , q u i e n ejerció u n a g r a n Obras principales
i n f l u e n c i a s o b r e él, h a s t a q u e e l
a n t i s e m i t i s m o de W a g n e r llevó 1872 El nacimiento de la tragedia
a N i e t z s c h e a p o n e r fin a a q u e l l a 1883-1885 Así habló Zaratustra.
a m i s t a d . E n e l año 1870 cayó 1886 Más allá del bien y del mal.
e n f e r m o d e d i f t e r i a y disentería, 1888 Crepúsculo de los ídolos.
218 FRIEDRICH NIETZSCHE
que afirma Nietzsche, tenemos que temas éticos o sobre el propósito y el la religión: en el pasado, la mayor de
estudiar algunos de sus pensamien- sentido de la vida. Nietzsche insiste las blasfemias era aquella dicha con-
tos fundamentales. una y otra vez en que, de esa forma, tra Dios; ahora, en cambio, lo es blas-
está construyendo una filosofía de la femar en contra de la vida. Este es el
L a i n v e r s i ó n d e alegría que, a pesar de invertir todo lo error que cree haber cometido es-
los antiguos valores que se ha pensado hasta el momento tando en las montañas: al apartarse
Friedrich Nietzsche parte de la pers- sobre el bien y el mal, busca la afirma- del mundo y alabar a u n Dios que no
pectiva de que ciertos conceptos se ción de la vida. Así, sostiene que mu- existe, estaba pecando contra la vida.
han entremezclado inextricablemen- chas de las cosas que consideramos La historia de la muerte de Dios,
te: la humanidad, la moral y Dios. De «buenas» son, en realidad, formas de o de la pérdida de la fe en los valores
manera que cuando Zaratustra dice limitar la vida, de darle la espalda. superiores, aparece detallada en un
que Dios ha muerto, no sólo arreme- Podemos creer que no es «bueno» ensayo titulado «Cómo el "mundo ver-
te contra la religión, sino que hace hacer el tonto en público y, por eso, dadero" acabó convirtiéndose en una
algo mucho más audaz: con «Dios» no reprimir nuestras ganas de bailar ale- fábula», publicado dentro de la obra
se refiere únicamente a aquel sobre gremente por las calles. O que el deseo Crepúsculo de los ídolos con el subtí-
el que discuten los filósofos o al que carnal es pecaminoso y castigarnos tulo «Historia de u n error». Se trata de
le rezan los piadosos, se trata de la cuando nos asalta. Podemos perma- una historia de la filosofía occidental
suma de todos los valores superiores necer en empleos que nos atontan, no condensada en una sola página. Para
que mantenemos. La muerte de Dios ya porque los necesitemos sino por- Nietzsche, esa historia empieza con
no es, por lo tanto, t a n sólo la muerte que pensamos que es nuestro deber. el filósofo griego Platón.
de una deidad, se trata también de la Nietzsche quisiera terminar con t o -
muerte de los llamados «valores su- das esas concepciones negadoras de E l m u n d o r e a l
periores» que hemos heredado. la vida, de modo que los hombres pu- Platón estableció u n a división del
Uno de los propósitos fundamen- dieran verse de otra manera. mundo entre uno «aparente» que se
tales de la filosofía de Nietzsche es lo presenta a nuestros sentidos y uno
que él denomina «transvaloración de B l a s f e m a r c o n t r a l a v i d a «real» que podemos llegar a conocer
todos los valores», u n intento de cues- Después de haber proclamado el ad- por medio del intelecto. Para Platón,
tionar todas las formas en las que es- v e n i m i e n t o del superhombre, Zara- el mundo que captan nuestros sen-
tamos acostumbrados a pensar sobre tustra pasa rápidamente a condenar tidos no es «real», puesto que cambia

éé
El h o m b r e es u n a cuerda
t e n d i d a entre el a n i m a l
y el superhombre, u n a
c u e r d a sobre u n abismo.
Friedrich Nietzsche

Según Nietzsche, entre el a n i m a l


y el superhombre, la v i d a h u m a n a es
«un peligroso deambular, u n peligroso
m i r a r atrás, u n peligroso estremecerse
y detenerse».
EL MUNDO MODERNO 219
y está sujeto a la corrupción. J u n t o A l g u n a s r e l i g i o n e s y filosofías i n s i s t e n en q u e hay u n
a este, Platón defiende la e x i s t e n - «mundo real», más i m p o r t a n t e , en otra parte. Nietzsche ve en
cia de u n «mundo real» i n m u t a b l e y ello u n m i t o desafortunado q u e nos i m p i d e v i v i r p l e n a m e n t e
el ahora, en este m u n d o .
permanente que podemos alcanzar
con la ayuda del intelecto. Esta idea
provenía de sus investigaciones ma-
temáticas: por e]emplo, la forma o la
idea de u n triángulo es eterna y, ade-
más, es posibe alcanzarla intelectual-
mente, ya que se sabe que u n trián-
gulo es u n a figura bidimensional de
tres lados cuyos ángulos s u m a n 180°,
y esto es verídico con independencia
de que uno esté pensando acerca de
ello o no, o de la c a n t i d a d de triángu-
los que puedan existir en el mundo;
por otro lado, todas las cosas t r i a n g u -
lares que se encuentran en el mundo
(como sandwiches, pirámides o figu-
ras triangulares dibujadas en una p i -
zarra) únicamente lo son en la m e d i -
da en que son reflejos de la idea o la
forma del triángulo.
Influido así por las matemáticas,
Platón expuso q u e el i n t e l e c t o es
capaz de alcanzar todo u n m u n d o
de formas ideales, que es permanen-
te e inmutable, mientras que los sen-
tidos solamente c a p t a n el m u n d o de
las apariencias, de m a n e r a que, por
ejemplo, s i quisiésemos saber acer-
ca de lo bueno, para ello necesitaría-
mos u n c o n o c i m i e n t o i n t e l e c t u a l de lugar del «mundo real» de las formas Tanto la versión platónica como
la forma «bondad», de la c u a l los d i - platónicas, el c r i s t i a n i s m o sitúa otro la c r i s t i a n a de q u e el m u n d o se en-
versos ejemplos e n el m u n d o en q u e «mundo real»; el futuro m u n d o celes- cuentra d i v i d i d o en u n o «real» y otro
v i v i m o s son sólo reflejos suyos. E s t a t i a l prometido a los virtuosos. Nietz- «aparente» h a n afectado profunda-
idea ha tenido efectos de largo alcan- sche ve que la concepción del cristia- m e n t e nuestras concepciones sobre
ce en nuestra concepción del mundo, n i s m o sobre el m u n d o que nos rodea nosotros m i s m o s . La implicación de
en g r a n m e d i d a porque, t a l y como es algo menos real q u e la del cielo, que todo aquello que tiene valor en el
señala Nietzsche, esta manera de d i - pero en esta versión de los «dos m u n - m u n d o está, en alguna medida, «más
vidirlo hace que, al ser el «mundo ver- dos», el «mundo real» puede alcanzar- allá» de este m u n d o lleva a u n a forma
dadero» del i n t e l e c t o el lugar donde se, aunque sea tras la muerte y con la de pensar que es fundamentalmente
reside todo lo valioso, por contraste, condición de haber seguido los m a n - negadora de la vida. Como resultado
el «mundo aparente» de los sentidos d a m i e n t o s cristianos d u r a n t e nues- de esta herencia platónica y c r i s t i a -
pase a no tener i m p o r t a n c i a . tras vidas. Como en el caso de Platón, na, hemos acabado por ver el m u n d o
el m u n d o presente es devaluado, ex- en el que v i v i m o s como algo ofensi-
Los valores cristianos cepto e n la m e d i d a e n q u e sirve de vo y q u e merece ser despreciado,
Nietzsche rastrea la evolución de d i - escalón hacia el más allá. Nietzsche algo de lo q u e nos debemos apartar,
r e c r i m i n a al c r i s t i a n i s m o su petición que hay q u e trascender y no d i s f r u -
cha t e n d e n c i a a d i v i d i r el m u n d o en
de que reneguemos de la v i d a presen- tar. A h o r a bien, a l hacer esto, nos
dos y e n c u e n t r a la m i s m a idea den-
te en favor de u n a v i d a por venir. hemos apartado de la v i d a m i s m a
tro del p e n s a m i e n t o c r i s t i a n o . E n el
220 FRIEDRICH NIETZSCHE
El s u p e r h o m b r e está dotado de u n a
e n o r m e fuerza e i n d e p e n d e n c i a d e
m e n t e y cuerpo. Nietzsche n i e g a que
haya h a b i d o n i n g u n o , pero n o m b r a a
Napoleón, S h a k e s p e a r e y Sócrates
c o m o modelos.

dudas, s o n las huellas d a c t i l a r e s de


I m m a n u e l K a n t las q u e aparecen en
el a r m a del c r i m e n .

E l error más duradero


de l a filosofía
U n a vez q u e nos hemos librado del
«mundo real», la a n t i g u a distinción
entre u n «mundo real» y u n «mundo
aparente» se c o m i e n z a a d i f u m i n a r .
N i e t z s c h e continúa s u a r g u m e n t a -
ción e n el ensayo «Cómo el "mundo
verdadero" acabó convirtiéndose en
u n a fábula», donde a f i r m a : «Hemos
e l i m i n a d o el m u n d o verdadero: ¿qué
m u n d o ha quedado?, ¿acaso el apa-
rente?... ¡No! ¡Al e l i m i n a r el mundo
real h e m o s e l i m i n a d o también el
aparente!». Nietzsche v i s l u m b r a en
ese m o m e n t o el comienzo delfindel
«error más duradero» d e la filosofía:
su obsesión c o n la distinción entre
«apariencia)) y «realidad)) y la idea de
a c a m b i o de u n a fábula, de u n «mun- había e s t a b l e c i d o q u e no podemos que e x i s t e n dos m u n d o s . Nietzsche
do real» i m a g i n a r i o q u e siempre se conocer el m u n d o t a l y como es «en considera q u e acabar c o n e l c i t a -
halla en otra parte. Nietzsche l l a m a a sí». N o podemos alcanzarlo por m e - do error es el cénit de la h u m a n i d a d ,
los sacerdotes de todas las religiones dio del intelecto, como defendió Pla- su p u n t o álgido. E n este ensayo, es-
«predicadores de la muerte)), porque tón, n i es u n a promesa tras la muer- crito seis años después de Así habló
con sus enseñanzas nos e m p u j a n a te, como creen los c r i s t i a n o s . E x i s t e Zaratustra, N i e t z s c h e e s c r i b e «Co-
alejarnos del m u n d o y de la vida, para (se supone), pero se e n c u e n t r a fuera m i e n z a Zaratustra».
acércanos a la muerte. Pero, ¿Qué es de nuestro alcance para siempre. Los Este es u n m o m e n t o clave para el
lo q u e mueve a Nietzsche a i n s i s t i r razones por las q u e K a n t llega h a s t a r a z o n a m i e n t o de Nietzsche, y a que
en que Dios ha muerto? Para respon- esta conclusión son complejas, pero c u a n d o nos p e r c a t a m o s de q u e úni-
der a esto, tenemos que e x a m i n a r la lo q u e es i m p o r t a n t e desde el p u n t o camente hay u n mundo, de i n m e d i a -
obra del filósofo alemán del siglo xvm de v i s t a d e Nietzsche es que, s i se t o v e m o s el error c o m e t i d o al situar
I m m a n u e l Kant, cuyas ideas resultan confirma que el m u n d o es absoluta- más allá de este todos los valores, lo
imprescindibles a la hora de entender m e n t e inalcanzable, i n c l u s o p a r a e l que nos obliga a reconsiderarlo todo,
la filosofía nietzscheana. sabio o el v i r t u o s o , en este m u n d o o i n c l u s o lo q u e s i g n i f i c a ser h u m a -
en el que está por venir, entonces «se no. U n a vez q u e hayamos abando-
Un mundo más allá vuelve u n a idea inútil, superflua», es n a d o estas i l u s i o n e s filosóficas, la
de nuestro alcance decir, q u e se c o n v i e r t e e n u n a idea a n t i g u a idea del «hombre» podrá ser
K a n t e s t a b a m u y interesado por los que tenemos que eliminar. Si Dios ha superada. E l superhombre es la con-
límites del conocimiento. E n s u obra muerto, quizá fuera Nietzsche q u i e n cepción n i e t z s c h e a n a de u n a forma
más famosa, Crítica de la razón pura, encontró el cadáver, pero s i n lugar a de ser f u n d a m e n t a l m e n t e afirmado-
EL MUNDO MODERNO 221
ra de la v i d a que puede convertirse la violencia a g r a n escala. Todos los
en portadora de sentido no en u n más expertos están de acuerdo en q u e a
allá, sino aquí: el superhombre «es el
sentido de la tierra».

Crearnos a
Nietzsche le hubiera horrorizado una
perspectiva semejante: en una época
de expansión colonial, nacionalismo
éé
y patriotismo exacerbados, fue uno de El grado de introspección
nosotros mismos los pocos pensadores en enfrentarse a que consiguió Nietzsche
Los escritos de Nietzsche no consi- tales concepciones. E n u n pasaje de nunca lo ha conseguido
guieron u n a g r a n audiencia durante Así habló Zaratustra, Nietzsche deja nadie más.
su v i d a h a s t a el p u n t o de q u e se v i o claro q u e considera el nacionalismo Sigmund Freud
obligado a pagar de su propio bolsi- u n a forma de alienación o de fracaso:
llo la publicación de la última p a r t e «Sólo donde acaba el Estado empie-
del Zaratustra; s i n embargo, t r e i n t a za el ser h u m a n o q u e no es super-
años después de s u fallecimiento, la fluo», nos d i c e Zaratustra.
idea del superhombre fue incorpora- L a idea general de Nietzsche so-
da a la retórica nazi debido a la inter- bre las posibilidades del hombre fue
pretación que Hitler hizo de su obra. i m p o r t a n t e para u n g r a n número de sófica o c c i d e n t a l no solamente h a n
Las nociones de Nietzsche acerca del filósofos después de la Segunda Gue- tenido u n enorme i m p a c t o dentro de
superhombre y, en particular, su pro- rra M u n d i a l . Sus juicios acerca de la la filosofía, sino también en la cultura
puesta de erradicación de la moral ju- religión y de la i m p o r t a n c i a de la au- europea y en la universal, influyendo
deocristiana q u e d o m i n a b a en t o d a toevaluación se p u e d e n rastrear es- en el trabajo de incontables a r t i s t a s
Europa, pudieron resultar atractivas pecialmente en las obras de existen- y escritores del siglo xx. •
para Hitler, e incluso útiles, a la hora c i a l i s t a s como el francés Jean-Paul
de avalar sus propios objetivos; pero Sartre, q u i e n del m i s m o modo que el
ahí donde Nietzsche parece abogar superhombre nietzscheano, defiende L a hermana de Nietzsche, Elizabeth,
por u n a vuelta a los valores más rús- que era antisemita y se hizo cargo del
que cada uno debe decidir el sentido
archivo de su hermano cuando este se
ticos y afirmadores de la v i d a de la de su propia existencia.
volvió loco, editó y censuró sus escritos,
Europa pagana, Hitler utiliza su obra Por otro lado, las críticas de Nietz- lo que permitió a los nazis tergiversarlos
como excusa para ejercer el c r i m e n y sche q u e c o n d e n a n la tradición filo- a su gusto.
EL HOMBRE

SUE CONFIA EN Sí
IISMO VIENE, YE
Y VENCE
AHAD HA'AM (1856-1927)

A
had Ha'am fue el pseudóni- de esta perspectiva, t e m i e n d o quizá
EN CONTEXTO mo literario del filósofo judío que se t o m a s e por u n a intención so-
u c r a n i a n o Asher Ginzberg, lemne lo que había sido escrito esen-
RAMA
u n destacado pensador sionista, de- cialmente como u n ejercicio satírico.
Ética
fensor de u n renacimiento e s p i r i t u a l L a confianza solamente está justifi-
ORIENTACIÓN judío. E n 1890 proclamó en u n ensayo cada, aclararía más adelante, cuando
Sionismo cultural semisatírico que, aunque veneramos se comprenden y evalúan plenamen-
el saber, es todavía más i m p o r t a n t e te las dificultades de la empresa que
ANTES la confianza en u n o m i s m o . se va a acometer.
S i g l o v a . C . Sócrates E n toda situación difícil o peligro- A H a ' a m le complacía c i t a r este
c o m b i n a l a c o n f i a n z a e n sí sa, según Ha'am, el sabio, en lugar de a n t i g u o proverbio y i d d i s h : «Una i m -
m i s m o c o n el reconocimiento actuar, decide sopesar las ventajas y prudencia que sale b i e n sigue siendo
de s u p r o p i a i g n o r a n c i a . las desventajas de las opciones dispo- u n a imprudencia». E n ocasiones ac-
nibles. Por s u parte, el q u e confía en t u a m o s de u n a m a n e r a imprudente,
1511 Erasmo de R o t t e r d a m
sí m i s m o actúa y, pese a ser objeto de sin comprender del todo las dificulta-
escribe Elogio de la locura, obra
la desaprobación del sabio por hacer- des q u e i m p l i c a aquello a lo que nos
satírica e n aparente alabanza
lo, a m e n u d o logra los objetivos q u e enfrentamos, y s i n embargo la suerte
del c o m p o r t a m i e n t o insensato.
se ha propuesto. Lo que H a ' a m q u i e - nos favorece. H a ' a m afirma que, con
1711 E l p o e t a inglés A l e x a n d e r re proponer - y al leerle conviene re- todo, esto no hace loable nuestra i m -
Pope e s c r i b e q u e «el loco se cordar q u e es u n a proposición entre p r u d e n c i a e n modo alguno.
arroja a d o n d e t e m e n h o l l a r seria y satírica- es que la locura i n d i - Si queremos q u e nuestros actos
los ángeles». v i d u a l a m e n u d o produce resultados produzcan resultados, b i e n puede ser
gracias a la confianza en u n o m i s m o que t e n g a m o s q u e desarrollar y em-
1 8 4 3 E n s u l i b r o Temor y que a menudo la acompaña. plear la clase de confianza q u e se da
temblor, Soren K i e r k e g a a r d
en ocasiones en los actos i m p r u d e n -
h a b l a de f u n d a m e n t a r l a fe
Sabiduría y confianza tes, pero a s u vez d e b e m o s templar
«en l a fuerza d e l absurdo».
en uno m i s m o d i c h a confianza en nosotros mismos
DESPUÉS A u n q u e en su original ensayo Ha'am con sabiduría, ya q u e de lo contrario
1961 E l francés M i c h e l parezca celebrar las ventajas de la i m - nuestra acción en el m u n d o carecerá
Foucault escribe Locura y prudencia, más adelante se distanció de verdadera eficacia. •
civilización, estudio filosófico
de la historia de la locura. Véase también: Sócrates 46-49 • Soren Kierkegaard 194-195 • Michel Foucault
302-303 • Luce Irigaray 320
EL MUNDO MODERNO 223

TODO MENSAJE
ESTA HECHO
DE SIGNOS
FERDINAND DE SAUSSURE (1857-1913)

F
erdinand de Saussure fue un estructura de relaciones entre imáge-
EN CONTEXTO lingüista suizo del siglo xix nes acústicas y conceptos. Sin em-
que defendía que el lengua- bargo, Saussure defiende que la rela-
RAMA
je estaba formado por sistemas de ción establecida entre significante y
Filosofía d e l l e n g u a j e
«signos» que funcionaban como sus significado es arbitraria, es decir, que
ORIENTACIÓN elementos más básicos. Sus estudios el sonido «perro» no tiene nada que ver
Semiótica formaron la base de una nueva teoría, con la «perrunidad», hecho que expli-
conocida como semiótica. Durante el ca que la palabra pueda pronunciar-
ANTES siglo xx, otros lingüistas estudiaron se chien en francés o gou en chino.
C . 4 0 0 a . C . Platón se plantea la y desarrollaron dicha teoría, como el Los trabajos de Saussure sobre el
relación entre nombres y cosas. ruso Román Jakobson, que resumió lenguaje se han convertido en la base
el enfoque semiótico en la expresión de la lingüística moderna, y han i n -
C . 2 5 0 a . C . Los estoicos
«todo mensaje está hecho de signos». fluido en muchos filósofos y teóricos
desarrollan u n a teoría d e
Saussure decidió descomponer el de la literatura. •
los signos lingüísticos.
signo en dos elementos: u n «signifi-
1632 E l filósofo portugués cante», que es una imagen acústica

éé
J o h n Poinsot e s c r i b e s u (no el sonido mismo, sino la «imagen»
Tratado sobre los signos. mental de dicho sonido); y u n «signi-
ficado», o concepto. En esto, Saussu-
DESPUÉS
re se apartaba de una larga tradición
D é c a d a d e 1 9 5 0 E l análisis que creía que el lenguaje establecía En las vidas de los
saussureano de las estructuras relaciones entre palabras y cosas, ya individuos y las sociedades,
lingüísticas influye en la teoría que lo que afirmaba era que los dos el lenguaje es el factor de
de la gramática generativa d e aspectos del signo son mentales (por mayor importancia.
Chomsky, q u e i n t e n t a exponer ejemplo, tanto nuestro concepto de Ferdinand de Saussure
las reglas q u e g o b i e r n a n las «perro» como la imagen acústica del
c o m b i n a c i o n e s d e palabras sonido «perro»). Saussure declara que
posibles e n el lenguaje. cualquier mensaje (como «mi perro se
llama Bruno») es u n sistema de sig-
D é c a d a d e 1 9 6 0 E l francés
nos, lo que quiere decir que es u n a
Roland Barthes i n v e s t i g a las
implicaciones literarias de los
Véase también: Platón 5 0 - 5 5 • Charles Sanders Peirce 205 • L u d w i g
signos y la semiótica. W i t t g e n s t e i n 246-251 • Roland Barthes 290-291 • Julia Kristeva 323
LA EXPERIENCIA,
POR Sí MISMA,
NO ES CIENCIA
EDMUND HUSSERL (1859-1938)

E
dmund Husserl fue un filóso-
E N C O N T E X T O fo obsesionado por un sueño
que, ya desde el antiguo filó-
RAMA
sofo griego Sócrates, ha preocupado
Ontología
a los pensadores a lo largo de la his-
ORIENTACIÓN toria: el sueño de la certeza. Para Só-
Fenomenología crates el problema era que, aunque
nos ponemos fácilmente de acuerdo
ANTES respecto a cosas que podemos me-
Siglo v a . C . Sócrates usa la dir (por ejemplo, ((¿cuántas aceitunas
argumentación para intentar hay en este recipiente?»), al pasar a
responder con certeza a las las preguntas filosóficas como «¿qué
preguntas filosóficas. es la justicia?» o «¿qué es la belleza?»,
parece que no hay una manera clara
Siglo x v n Rene Descartes
de alcanzar un acuerdo. Y si no pode-
utiliza la duda como punto de
mos saber lo que es verdaderamen-
partida de su método filosófico.
te la justicia, ¿como podríamos decir
1874 Franz Brentano, profesor de nada sobre ella?
Husserl, reclama para la filosofía
u n nuevo método científico. E l p r o b l e m a d e l a v e r d a d
Husserl empezó su carrera como ma-
DESPUÉS
temático. Creía que problemas como
A p a r t i r d e 1920 M a r t i n
el de qué es la justicia se podrían re-
Heidegger, alumno de Husserl,
solver con el mismo grado de certeza
desarrolla la fenomenología de con el que resolvemos problemas ma-
este, dando lugar al nacimiento temáticos como el de cuántas acei-
del existencialismo. tunas hay en u n recipiente. En otras
A p a r t i r d e 1930 Llega a palabras, esperaba poder establecer
Francia la fenomenología de De modo q u e l a un fundamento absolutamente sólido
para todas las ciencias, que, para él,
Husserl e influye en pensadores experiencia, por sí
implicaban todas las ramas del co-
como Emmanuel Lévinas y m i s m a , no es ciencia.
Maurice Merleau-Ponty. nocimiento y la actividad humanas,
desde las matemáticas, la química y
la física, hasta la ética y la política.
EL MUNDO MODERNO 225
Véase también: Rene Descartes 116-123 • Franz Brentano 336 « Martín
Heidegger 252-255 • Emmanuel Lévinas 273 • Maurice Merleau-Ponty 274-275

A u n q u e las teorías científicas se


b a s a n en la experiencia, Husserl o p i -
naba q u e la e x p e r i e n c i a sola no llega-
b a a ser c i e n c i a , p o r q u e , c o m o c u a l -
q u i e r científico sabe, la e x p e r i e n c i a
éé
está llena de t o d o t i p o de presupues- Carecemos del
tos, p u n t o s de v i s t a y c o n c e p c i o n e s todo de una ciencia
erróneas. H u s s e r l quería l i b r a r s e de racional del hombre y la
todas estas falsedades p a r a propor- comunidad humana.
cionar a la c i e n c i a u n a b a s e a b s o l u - E d m u n d Husserl
t a m e n t e verdadera. E d m u n d Husserl
Para lograrlo recurrió a la filosofía
del pensador d e l siglo x v n Rene Des-
cartes. Como Husserl, Descartes q u i -
tt E d m u n d H u s s e r l nació e n 1859
e n M o r a v i a , p o r entonces p a r t e
so librar a la filosofía de todos los pre- d e l I m p e r i o austríaco. A u n q u e
empezó s u carrera dedicándose
supuestos, p u n t o s de v i s t a y d u d a s .
a l e s t u d i o d e l a s matemáticas
Descartes afirmó q u e , pese a q u e se puede empezar a filosofar desde cero,
y l a astronomía, t r a s t e r m i n a r
puede d u d a r de prácticamente todo, libre de t o d o supuesto, A d i c h o enfo- s u d o c t o r a d o e n matemáticas,
él no podía d u d a r de q u e d u d a b a . que, Husserl lo l l a m a fenomenología: decidió d e d i c a r s e p o r c o m p l e t o
u n a investigación filosófica de los fe- a l a filosofía.
L a fenomenología nómenos de la e x p e r i e n c i a . C o n s i s t e E n 1887 contrajo m a t r i m o n i o
Husserl adopta u n enfoque semejan- e n o b s e r v a r la e x p e r i e n c i a c o n u n a con M a l v i n e Steinschneider, y
t e a l de D e s c a r t e s , pero lo a p l i c a de a c t i t u d científica, dejando a u n lado t u v o c o n e l l a t r e s hijos. O b t u v o
u n m o d o diferente: sugiere que, s i se (o, c o m o él dice, «poniendo entre p a - u n trabajo como Privatdozent
a d o p t a u n a a c t i t u d científica f r e n t e réntesis») todos nuestros presupues- (profesor no t i t u l a r ) e n Halle,
a la e x p e r i e n c i a q u e a b a n d o n e abso- tos, de f o r m a q u e s i observamos c o n d o n d e permaneció h a s t a 1 9 0 1 ,
l u t a m e n t e t o d o p r e s u p u e s t o q u e se s u f i c i e n t e atención y p a c i e n c i a , p o - c u a n d o aceptó u n a p l a z a e n l a
d e m o s c o n s t r u i r u n f u n d a m e n t o só- U n i v e r s i d a d de Góttingen c o m o
tenga (incluyendo el de q u e e x i s t e u n
profesor asociado. E n 1916 pasó
m u n d o exterior fuera de nosotros), se lido del c o n o c i m i e n t o , el c u a l podría
a ser profesor d e filosofía e n l a
a y u d a r n o s a a f r o n t a r los p r o b l e m a s
U n i v e r s i d a d de F r i b u r g o , d o n d e
filosóficos q u e nos h a n acompañado
M a r t i n Heidegger fue u n o de
desde los orígenes de la filosofía. sus a l u m n o s . E n 1933, H u s s e r l
No obstante, los diversos filósofos fue e x p u l s a d o de l a u n i v e r s i d a d
q u e h a n aplicado el método propues- a causa de s u ascendencia
t o por H u s s e r l h a n llegado a r e s u l t a - judía, u n a decisión e n l a q u e
dos diferentes y discrepado respecto estuvo implicado Heidegger.
a cuál era de hecho el método o cómo H u s s e r l continuó e s c r i b i e n d o
h a s t a s u m u e r t e e n 1938.
ponerlo e n práctica. H a c i a el final de
s u carrera, Husserl afirmó q u e el sue-
ño de f u n d a m e n t a r firmemente todas Obras principales
las ciencias se había acabado. Pese a
q u e la fenomenología de H u s s e r l no 1901 Investigaciones lógicas.
consiguió proporcionar a los filósofos 1907 La idea de la
u n enfoque científico de la e x p e r i e n - fen om en ología.
P a r a llegar a s u s conclusiones, las 1911 La filosofía como ciencia
c i a o resolver los p r o b l e m a s más d u -
matemáticas no dependen de la evidencia estricta.
raderos de la filosofía, engendró u n a
empírica, repleta de presupuestos. Husserl 1913 Ideas relativas a una
de las corrientes de pensamiento más
quiso u n fundamento similar para toda fenomenología pura.
la ciencia y todo el conocimiento. fructíferas del siglo xx. •
226

LA INTUICION
VA EN LA DIRECCION
DE LA VIDA
HENRI BERGSON (1859-1941)

EN CONTEXTO
RAMA
Epistemología

ORIENTACION
Vitalismo

ANTES
Siglo xin John Duns Escoto
distingue entre el pensamiento
intuitivo y el abstracto, y afirma
que el intuitivo es previo.
1781 E n su obra Crítica de
la razón pura, Immanuel Kant
sostiene que el conocimiento
absoluto es imposible.

DESPUES
Década de 1890 W i l l i a m
James empieza a investigar
la filosofía de la experiencia
diaria, popularizando el
pragmatismo.
1927 El británico Alfred North
Whitehead escribe Proceso y
realidad, obra en la que sugiere
L a intuición v a
que la existencia del m u n d o
e n l a dirección
natural debería entenderse en
de l a v i d a .
términos de proceso y cambio,
no de cosas o estabilidad fijas.
EL MUNDO MODERNO 227
Véase t a m b i é n : John Duns Escoto 333 • Immanuel Kant 164-171 • William James 206-209 • Alfred North Whitehead 336 •
Gilíes Deleuze 338

B
ajo el título La evolución crea- intuición. S e g ú n él, e l e r r o r d e K a n t
dora (1910), e s t e l i b r o d e Berg- es n o r e c o n o c e r t o d a l a i m p o r t a n c i a
s o n p l a n t e a s u teoría sobre la de n u e s t r a f a c u l t a d d e i n t u i r , q u e n o s
vida, o v i t a l i s m o , c o n la q u e i n t e n t a b a p e r m i t e aprehender la s i n g u l a r i d a d
d e s c u b r i r s i es p o s i b l e c o n o c e r r e a l - de u n a cosa a través d e u n a conexión
m e n t e algo: n o sólo s a b e r s o b r e ello, d i r e c t a . N u e s t r a intuición está l i g a d a
s i n o c o n o c e r l o c o m o d e h e c h o es. a l o q u e B e r g s o n l l a m a élan vital, u n
Desde q u e I m m a n u e l K a n t p u b l i - i m p u l s o v i t a l (vitalismo) q u e i n t e r p r e -
có la Crítica de la razón pura e n 1781, t a el flujo d e la e x p e r i e n c i a e n térmi-
m u c h o s filósofos h a n d e f e n d i d o la i m - n o s d e t i e m p o y n o d e espacio.
p o s i b i d a d d e c o n o c e r las c o s a s c o m o Supongamos que viajamos a u n a
en r e a l i d a d son. K a n t demostró q u e c i u d a d p a r a conocerla. Podríamos re-
p o d e m o s c o n o c e r c ó m o s o n las c o - copilar u n e x t e n s o a r c h i v o d e esta sa- C a p t a r l a e s e n c i a de una ciudad,
sas p a r a n o s o t r o s , t e n i e n d o e n c u e n - c a n d o fotografías d e c a d a l u g a r d e s - de una persona o de u n objeto t a n sólo
t a c ó m o es n u e s t r a m e n t e ; p e r o q u e de t o d a s las p e r s p e c t i v a s posibles es posible mediante u n conocimiento
no p o d e m o s salir d e nosotros m i s m o s a n t e s d e m o n t a r las i m á g e n e s p a r a directo a través de la intuición, no del
análisis. H e n r i Bergson defiende que
p a r a c o n s e g u i r u n a visión a b s o l u t a obtener u n a idea de la c i u d a d como
subestimamos el valor de la intuición.
de las «cosas e n sí» d e l m u n d o . u n t o d o , p e r o así estaríamos captán-
dola de forma distanciada, no como
Dos f o r m a s de c o n o c i m i e n t o u n a c i u d a d v i v a . Por o t r a p a r t e , s i t a n nos d e n u e s t r a sensación d e cómo se
S i n e m b a r g o , H e n r i B e r g s o n n o está sólo p a s e á s e m o s p o r las calles, pres- d e s p l i e g a el t i e m p o : m i e n t r a s pasea-
de a c u e r d o c o n K a n t , y d i c e q u e h a y t a n d o atención d e l m o d o a d e c u a d o , mos por la ciudad, sentimos nuestro
dos t i p o s diferentes d e c o n o c i m i e n t o : adquiriríamos u n c o n o c i m i e n t o d e la propio t i e m p o interior, y también t e -
uno relativo, q u e i m p l i c a conocer algo ciudad misma: u n conocimiento d i - n e m o s u n a sensación i n t e r i o r d e los
desde n u e s t r a p e r s p e c t i v a p a r t i c u l a r ; r e c t o d e la c i u d a d t a l y c o m o es. Para v a r i o s t i e m p o s e n q u e se d e s p l i e g a la
y u n o absoluto, q u e es conocer las co- H e n r i Bergson, e s t e c o n o c i m i e n t o d i - c i u d a d por la q u e c a m i n a m o s . C u a n -
sas t a l y c o m o s o n . B e r g s o n c r e e q u e r e c t o es e l d e la e s e n c i a d e la c i u d a d . do estos t i e m p o s se solapan, B e r g s o n
se llega a ellos d e m a n e r a s diferentes: A h o r a b i e n , ¿de q u é m o d o p r a c - piensa q u e podemos establecer u n a
al p r i m e r o p o r m e d i o d e l análisis o e l t i c a m o s la intuición? E s e n c i a l m e n - conexión d i r e c t a c o n l a e s e n c i a d e la
i n t e l e c t o , y a l s e g u n d o a través d e la t e , se t r a t a d e v e r e l m u n d o e n térmi- vida misma. •

Henri Bergson H e n r i B e r g s o n fue u n o de los y 1925, a l g o b i e r n o francés e n l a


filósofos f r a n c e s e s m á s célebres Sociedad de Naciones. L a obra
e i n f l u y e n t e s d e s u época. Nació de Bergson fue m u y t r a d u c i d a
e n F r a n c i a e n 1859, hijo de m a d r e e influyó e n u n g r a n n ú m e r o d e
inglesa y padre polaco. Su p r i m e r filósofos y p s i c ó l o g o s , i n c l u i d o
interés i n t e l e c t u a l recayó sobre W i l l i a m J a m e s . Se l e c o n c e d i ó
las matemáticas, e n las q u e se el Premio N o b e l de L i t e r a t u r a e n
mostró sobresaliente. A pesar de 1927, y murió e n 1 9 4 1 , a l a e d a d
e s t o , inició u n a c a r r e r a filosófica de 8 1 años.
q u e comenzó i m p a r t i e n d o clases
en los colegios. E n 1896, c o n l a Obras principales
p u b l i c a c i ó n d e s u o b r a Materia y
memoria, fue n o m b r a d o profesor 1896 Materia y memoria.
en el College de France y pasó a 1903 Introducción a la metafísica.
ser p r o f e s o r u n i v e r s i t a r i o . T a m b i é n 1907 L a evolución creadora.
t u v o u n a c a r r e r a política d e é x i t o , 1932 Las dos fuentes de la moral
l l e g a n d o a representar, e n t r e 1922 y la religión.
228
EN CONTEXTO

SÓLO PENSAMOS
RAMA
Epistemología

ORIENTACIÓN

CUANDO NOS Pragmatismo

ANTES

ENFRENTAMOS
1859 El origen de las especies
de Charles D a r w i n pone a los
seres humanos en una nueva

A LOS PROBLEMAS
perspectiva naturalista.
1878 El ensayo escrito por
Charles Sanders Peirce, Cómo
JOHN DEWEY (1859-1952) esclarecer nuestras ideas, pone
los cimientos del pragmatismo.
1907 W i l l i a m James publica
Pragmatismo: Un nuevo nombre
para viejas formas de pensar,
que difunde el término filosófico
«pragmatismo».

DESPUÉS
A p a r t i r d e 1970 Jürgen
Habermas aplica los principios
pragmáticos a la teoría social.
1979 Richard Rorty combina
el pragmatismo con la filosofía
analítica en La ñlosofía y el
espejo de la naturaleza.

J
ohn Dewey pertenece a la es-
cuela filosófica conocida como
pragmatismo, surgida a fina-
les del siglo xix en EE UU. Se suele
considerar como su fundador al filó-
sofo Charles Sanders Peirce, autor de
u n innovador e influyente ensayo es-
crito en 1878 y titulado Cómo escla-
recer n uestras ideas.
El pragmatismo parte de la premi-
sa de que el propósito de la filosofía,
o el pensamiento, no es proporcionar-
nos una imagen verdadera del mun-
do, sino ayudarnos a actuar con ma-
yor eficacia en él mismo. A l adoptar
una perspectiva pragmática, la pre-
gunta que nos debemos hacer no es
EL MUNDO MODERNO 229
Véase t a m b i é n : Heráclito 40 » Charles Sanders Peirce 205 • W i l l i a m James
206-209 • Jürgen Habermas 306-307 • Richard Rorty 314-319

J o h n D e w e y nació e n V e r m o n t
( E E U U ) e n 1859. Estudió e n l a
U n i v e r s i d a d de V e r m o n t y l u e g o
fue m a e s t r o de e s c u e l a d u r a n t e
t r e s años a n t e s de v o l v e r p a r a
a m p l i a r sus e s t u d i o s de filosofía
y psicología. Ejerció l a d o c e n c i a
en diversas universidades de
r e n o m b r e a lo l a r g o d e s u v i d a y
escribió s o b r e u n a a m p l i a serie
de t e m a s , d e s d e la educación
hasta la democracia, el arte y la
psicología. A d e m á s de s u l a b o r
a c a d é m i c a , fundó l a E s c u e l a
L a b o r a t o r i o de la U n i v e r s i d a d
d e C h i c a g o , institución d o n d e
l l e v ó a l a práctica s u filosofía
e d u c a t i v a b a s a d a e n «aprender
haciendo» y que a c t u a l m e n t e
sigue en funcionamiento. La
d i v e r s i d a d de los a s u n t o s q u e
«¿es así c o m o s o n l a s cosas?», s i n o prácticas a t a l e s p r o b l e m a s , y q u e fi- interesaron a Dewey, junto a
más b i e n «¿qué i m p l i c a c i o n e s prácti- losofar n o c o n s i s t e e n ser u n e s p e c - su enorme capacidad como
cas t i e n e a d o p t a r e s t a perspectiva?» t a d o r q u e c o n t e m p l a el m u n d o d e s d e comunicador, difundieron su
Según Dewey, los p r o b l e m a s de la u n lugar apartado, s i n o e n i m p l i c a r s e i n f l u e n c i a sobre l a v i d a púbüca
filosofía no s o n c u e s t i o n e s a b s t r a c t a s e n los p r o b l e m a s de la v i d a . e s t a d o u n i d e n s e m u c h o más
separadas d e la v i d a d e las personas; allá d e l a E s c u e l a L a b o r a t o r i o .
Escribió sobre t e m a s filosóficos
son p r o b l e m a s q u e se d a n p o r q u e las S e r e s e n evolución
y sociales h a s t a su m u e r t e en
p e r s o n a s s o n seres v i v o s q u e t r a t a n D e w e y se v i o m u y i n f l u i d o por el p e n -
1 9 5 2 , a l o s 92 años.
de c o m p r e n d e r s u m u n d o y se esfuer- samiento evolutivo del naturalista
zan por d e c i d i r sobre la mejor m a n e - C h a r l e s D a r w i n , c u y a o b r a El origen
Obras principales
ra de a c t u a r e n él. L a filosofía s u r g e de las especies se publicó e n 1859.
de n u e s t r a s e s p e r a n z a s y q u e r e n c i a s D a r w i n r e t r a t a a los seres h u m a n o s
1910 Cómo pensamos.
c o t i d i a n a s , así c o m o de los c o n f l i c t o s como u n a p a r t e i n t e g r a n t e del m u n d o
1925 La experiencia
que s u r g e n e n el t r a n s c u r s o de n u e s - n a t u r a l y c o m o seres q u e h a n evolu-
y la naturaleza.
t r a s v i d a s . S i e n d o e s t o así, D e w e y cionado e n r e s p u e s t a a u n o s m e d i o s
1929 La búsqueda de la certeza.
cree q u e la filosofía d e b e ser también c a m b i a n t e s , de la m i s m a f o r m a q u e 1934 El arte como experiencia.
u n a m a n e r a de e n c o n t r a r r e s p u e s t a s lo h a n h e c h o los d e m á s a n i m a l e s .
230 JOHN DEWEY
Para Dewey, u n a de las i m p l i c a c i o - siempre cambiando, lo cual sucede
nes del p e n s a m i e n t o de D a r w i n es además de u n modo i m p r e d e c i b l e .
que no debemos concebir a los seres Puede haber, por ejemplo, b u e n a s
h u m a n o s como esencias fijas crea- c o s e c h a s de t r i g o d u r a n t e v a r i o s
das por Dios, sino como entes natura- años seguidos hasta que, de repen-
les. No somos almas pertenecientes te, llega u n m a l año. U n barco puede
a algún m u n d o no m a t e r i a l : somos zarpar con tiempo favorable y topar
organismos producto de la evolución con u n a t o r m e n t a inesperada. Go-
que nos esforzamos por sobrevivir en zamos de buena salud durante años,
u n m u n d o del que irremediablemen- pero la enfermedad nos sacude cuan-
te formamos parte. do menos lo esperamos.
A n t e esta i n c e r t i d u m b r e , Dewey
Todo c a m b i a nos dice que existen dos estrategias
Dewey toma también de D a r w i n la que se pueden adoptar: una, apelar a
idea de que la naturaleza en su con- los seres superiores y fuerzas ocultas
j u n t o es u n s i s t e m a que se halla en en busca de socorro, o b i e n tratar de
constante cambio, idea que a su vez comprender el m u n d o a fin de lograr Ya n o r e c u r r i m o s a l sacrificio como
es eco del p e n s a m i e n t o del a n t i g u o controlar nuestro medio. forma de pedir ayuda a los dioses, pero
filósofo griego Heráclito. A l conside- muchas personas prometen en silencio
buen comportamiento a cambio de la
rar qué son y cómo aparecen los pro- Aplacar a los dioses ayuda de algún ser superior.
blemas filosóficos, D e w e y t o m a esta L a p r i m e r a de las e s t r a t e g i a s m e n -
idea como p u n t o de p a r t i d a . cionadas consiste en tratar de influir
E n el artículo t i t u l a d o Kant y el sobre el m u n d o mediante ritos, cere- manera más sencilla, cómoda y tran-
método ñlosóñco (1884), D e w e y de- monias y sacrificios mágicos. A l en- quila. Podemos aprender las artes de
fiende q u e únicamente p e n s a m o s tender de Dewey, dicho enfoque ante predecir el t i e m p o , de c o n s t r u i r ca-
c u a n d o nos e n f r e n t a m o s a los pro- la i n c e r t i d u m b r e del m u n d o c o n s t i - sas para que nos protejan de sus i n -
blemas. Somos, afirma, o r g a n i s m o s tuye la base tanto de la religión como clemencias, y así sucesivamente. En
que se ven obligados a responder a de la ética. lugar de tratar de aliarnos con los po-
u n m u n d o sujeto a u n c a m b i o y fluir E n el relato de J o h n Dewey, nues- deres o c u l t o s del universo, esta es-
constantes. La existencia es u n ries- tros antepasados veneraban a los es- t r a t e g i a i m p l i c a hallar maneras de
go, u n a apuesta, y el m u n d o es fun- píritus y a los dioses como u n m e d i o revelar cómo funciona el medio para
d a m e n t a l m e n t e inestable. Depen- para aliarse con «los poderes dispen- luego encontrar la forma de transfor-
demos del m e d i o p a r a s o b r e v i v i r y sadores de la fortuna», lo que se m a - marlo en nuestro beneficio.
prosperar, pero los variados m e d i o s nifiesta en relatos de todo el m u n d o , D e w e y señala la i m p o r t a n c i a de
en los que nos desenvolvemos están en m i t o s y leyendas como las de los llegar a comprender q u e n u n c a po-
desgraciados navegantes que rezan dremos controlar el m e d i o por com-
y se e n c o m i e n d a n a dioses o santos pleto n i transformarlo hasta el punto
para que h a g a n a m a i n a r la t o r m e n t a de e l i m i n a r t o d a i n c e r t i d u m b r e . En

éé y así poder sobrevivir. De la m i s m a


manera, piensa Dewey, la ética surge
de los intentos de nuestros ancestros
el mejor de los casos, podemos mo-
dificar el carácter arriesgado e i n -
cierto del m u n d o en que nos encon-
Los problemas por apaciguar las fuerzas ocultas de tramos, pero el riesgo m i s m o es algo
filosóficos no se la vida. Ellos hacían sacrificios, y no- inevitable.
resuelven, se superan. sotros tratos con la d i v i n i d a d , prome-
John Dewey t i e n d o ser buenos a c a m b i o de que U n a filosofía l u m i n o s a
nos libren del m a l . D u r a n t e u n a g r a n p a r t e de la histo-
L a respuesta alternativa a las i n - ria de la h u m a n i d a d , escribe Dewey,
c e r t i d u m b r e s que se d a n en nuestro estos dos m o d o s de enfrentarse al
m u n d o c a m b i a n t e consiste en desa- riesgo de v i v i r h a n e x i s t i d o en ten-
rrollar técnicas diversas a fin de do- sión el u n o c o n el otro, d a n d o lugar a
minarlo y así poder v i v i r en él de u n a dos t i p o s d i s t i n t o s de c o n o c i m i e n -
EL MUNDO MODERNO 231
Los experimentos científicos como el
de Benjamin F r a n k l i n con la electricidad
en la década de 1740, aumentan nuestro
control sobre el mundo. Dewey pensaba
que la filosofía debía ser igualmente útil.

tra m u y crítico con cualquier enfo-


que filosófico que haga más descon-
certante nuestra experiencia, o más
misterioso el mundo.
En segundo lugar, debemos juz-
gar u n a teoría filosófica preguntán-
donos hasta qué punto ayuda a en-
frentar los problemas que nos plantea
la vida. ¿Resulta útil para la vida co-
tidiana?, ¿nos «enriquece y aumen-
ta nuestro poder», por ejemplo, de la
manera que hemos llegado a esperar
de las nuevas teorías científicas?

Influencia práctica
Algunos filósofos, como es el caso de
Bertrand Russell, criticaron el prag-
matismo alegando que simplemente
había abandonado la histórica bús-
queda filosófica de la verdad. Sin em-
bargo, la filosofía de Dewey ha sido
enormemente influyente en EE UU, y
debido a q u e prestaba una atención
predominante a la respuesta de los
problemas prácticos de la vida, no re-
sulta sorpendente que gran parte de
d i c h a influencia se haya producido
to: por u n a parte, el de la ética y la diar las ciencias. E n este contexto, la en ámbitos prácticos como la educa-
religión, y por otra, el de las artes y filosofía puede verse como el arte de ción y la política. •
la tecnología; o dicho más sencilla- encontrar respuestas tanto teóricas
mente, el de la tradición y el de la como prácticas a tales problemas y
ciencia. Según Dewey, la filosofía es contradicciones.
el proceso por m e d i o del c u a l trata-
mos de resolver las contradicciones
entre las dos clases de respuesta a
Existen dos maneras de juzgar si
u n a forma d e t e r m i n a d a de filosofía
tiene éxito: en primer lugar, hay que
éé
los problemas de la vida. Estas con- preguntarse s i ha hecho más inteli- La educación no es cuestión
tradicciones no son exclusivamente gible el mundo. ¿Hace u n a determi- de contar y que te cuenten,
teóricas, sino también prácticas. Por nada teoría filosófica más ((luminosa» sino u n proceso activo
ejemplo, puedo haber heredado i n - o más «opaca» nuestra experiencia?, y constructivo.
numerables creencias tradicionales pregunta Dewey, quien en este pun- John Dewey
acerca de la ética, el significado y lo to coincide con Charles Sanders Peir-
que constituye u n a v i d a recta, pero ce en que el propósito de la filosofía
tales creencias pueden encontrarse es esclarecer nuestras ideas y facili-
en tensión con los conocimientos y tar la comprensión de nuestras expe-
la comprensión a d q u i r i d o s al estu- riencias cotidianas. Dewey se mues-
QUIENES NO PUEDEN
RECORDAR EL PASADO
ESTÁN CONDENADOS
A REPETIRLO
GEORGE SANTAYANA (1863-1952)

E
n La vida de la razón (1905), recuerdan» el pasado están conde-
EN CONTEXTO George Santayana proclamó nados a repetirlo, lo cual se entiende
que aquellos que no pueden como que es necesario hacer el es-
RAMA
recordar el pasado están condenados fuerzo de recordar las atrocidades del
Filosofía d e l a h i s t o r i a
a repetirlo. El enfoque naturalista de pasado. En realidad, es de progreso
ORIENTACIÓN este filósofo hispanoestadounidense de lo que habla Santayana: para que
Naturalismo implica una concepción del conoci- el progreso sea posible, hay que re-
miento y la creencia como surgidos cordar las experiencias pasadas, ser
ANTES no del razonar sino de la interacción capaces de aprender de ellas y saber
55 a.C. Lucrecio, poeta romano, entre nuestras mentes y el medio apreciar maneras distintas de hacer
estudia los orígenes de las material. Con frecuencia se le cita las cosas. La psique estructura nue-
sociedades y civilizaciones. mal, atribuyéndole que quienes «no vas creencias a través de las expe-
riencias, y así es como evitamos re-
Década d e 1730 El filósofo
petir los errores.
italiano Giovanni Vico afirma
El verdadero progreso, cree San-
que todas las civilizaciones
tayana, no es tanto cuestión de revo-
pasan por tres edades debidas
lución como de adaptación, de tomar
a u n orden ininterrumpido de
aquello que hemos aprendido del pa-
causas y efectos: la de los
sado y usarlo para construir el futuro.
dioses, la de los aristócratas y
La civilización es algo acumulativo,
héroes, y la de la democracia.
construido siempre sobre lo anterior;
1807-1822 Georg Hegel escribe como una sinfonía que, nota a nota,
sobre la historia como progreso acaba formando u n todo. •
continuo de mente y espíritu.

DESPUÉS E l progreso sólo es posible si se


comprende el pasado y se perciben
2004 E n su libro La memoria,
también las a l t e r n a t i v a s posibles.
la historia, el olvido, el filósofo El edificio de A T & T en Nueva York
francés Paul Ricoeur explora usa diseños arquitectónicos antiguos
la necesidad, no solamente de u n modo nuevo.
de recordar, sino también de
olvidar el pasado. Véase también: Georg Hegel 178-185 • Karl M a r x 196-203 • W i l l i a m James
206-209 • B e r t r a n d Russell 236-239
EL MUNDO MODERNO 233

SOLO SUFRIENDO
SE ES PERSONA
MIGUEL DE UNAMUNO (1864-1936)

M
iguel de Unamuno, poeta, i sustancia a nuestras vidas es abra-
EN CONTEXTO filósofo y novelista espa- zar el s u f r i m i e n t o . Si d e c i d i m o s re-
ñol, posiblemente sea co- huirlo, no solamente nos apartamos
RAMA
nocido sobre todo por el tratado Del de aquello q u e nos hace h u m a n o s ,
Ontología
sentimiento trágico déla vida (1913). sino q u e nos apartamos también de
ORIENTACIÓN E n s u obra, U n a m u n o defiende q u e la propia conciencia.
Existencialismo t o d a conciencia es conciencia de la
muerte (somos dolorosamente cons- Amor o felicidad
ANTES cientes de no ser inmortales) y del su- Las ideas de U n a m u n o acerca de la
C. 5 0 0 a . C . B u d a a f i r m a q u e frimiento. Lo que nos hace humanos cuestión del s u f r i m i e n t o t i e n e n ade-
t o d a la v i d a está m a r c a d a es el hecho de sufrir. más u n a dimensión ética, pues sos-
por el s u f r i m i e n t o , y p r o p o n e A p r i m e r a v i s t a , esta puede pa- tiene que es f u n d a m e n t a l reconocer
el Óctuple Sendero c o m o vía recer u n a idea próxima a la de Sidd- nuestro dolor: solamente cuando nos
p a r a l i b e r a r s e d e s u s causas. harta Gautama, Buda, q u i e n m a n t u - enfrentamos al hecho de nuestro pro-
vo también que el sufrimiento es u n a pio s u f r i m i e n t o nos volvemos capa-
C . 4 0 0 d . C . San A g u s t í n se
p a r t e i n e l u d i b l e de t o d a e x i s t e n c i a ces de amar verdaderamente a otros
p r e g u n t a p o r qué h a y dolor e n
h u m a n a . L a respuesta de U n a m u n o seres sufrientes. Ello nos plantea la
u n m u n d o creado p o r u n Dios
al sufrimiento, s i n embargo, es m u y dura elección de, por u n lado, elegir
bueno y todopoderoso. diferente, puesto que no lo considera la felicidad y hacer lo posible por elu-
DESPUÉS como u n problema a superar por me- dir el sufrimiento o, por otro, optar por
d i o d e l desapego. E n lugar de esto, el sufrimiento y el amor.
1940 E l escritor y estudioso
sostiene que el sufrimiento constitu- La primera opción bien puede re-
irlandés C.S. L e w i s explora l a
ye u n a p a r t e esencial de lo q u e sig- sultar más sencilla, aunque en últi-
cuestión d e l s u f r i m i e n t o e n
nifica existir como ser h u m a n o y que mo término nos limita; de hecho, am-
s u obra El problema del dolor.
es u n a experiencia vital. p u t a u n a p a r t e esencial de nosotros
S i g l o x x L a filosofía d e l Si t o d a conciencia es e n definiti- mismos. L a segunda opción es más
sufrimiento de Unamuno va conciencia de la m o r t a l i d a d y del difícil, no obstante es la que despeja
i n f l u y e a otros e s c r i t o r e s s u f r i m i e n t o , y s i la c o n c i e n c i a es lo el c a m i n o y nos conduce hacia u n a
españoles c o m o F e d e r i c o que nos caracteriza como humanos, experiencia de v i d a más profunda y
García L o r c a y J u a n Ramón entonces la única manera de aportar significativa. •
Jiménez, así c o m o a l a u t o r
británico G r a h a m Greene. Véase t a m b i é n : Siddharta Gautama 30-33 • San Agustín de Hipona 72-73 •
Martin Heidegger 252-255 • Albert Camus 284-285 • Jean-Paul Sartre 268-271
CREE EN LA VIDA
WILLIAM DU BOIS (1868-1963)

E
n 1957, hacia el final de su lar- gresarán hacia u n a vida mejor, más
EN CONTEXTO ga vida, el académico, político rica y más plena». Esta es más una
radical y activista por los de- afirmación de fe que la constatación
RAMA
rechos civiles W i l l i a m D u Bois escri- de u n hecho, y lo que aquí D u Bois
Ética
bió el que sería su último mensaje al parece decir es que debemos creer
ORIENTACIÓN mundo. Sabedor de que le quedaba en la p o s i b i l i d a d de lograr una vida
Pragmatismo poco tiempo de vida, preparó u n texto más plena, o en la posibilidad del pro-
breve para que fuera leído en su fune- greso, para que el progreso se pueda
ANTES ral, cuyas palabras manifestaban su dar. Esta idea muestra la influencia
S i g l o i v a . C . Aristóteles deseo de que, si algún bien había he- del movimiento filosófico estadouni-
e s t u d i a el a n t i g u o concepto cho, este perdurase lo suficiente para dense conocido como pragmatismo,
ético griego de eudaimonia justificar su vida, y que lo que hubiese según el c u a l lo i m p o r t a n t e son no
o «plenitud de ser». dejado inacabado o hiciera mal fuese sólo nuestros pensamientos y creen-
completado o mejorado por otros, cias, sino también las implicaciones
1845 L a publicación de Vida
«Los seres humanos», escribe Wi- prácticas que dichos pensamientos
de un esclavo americano d e
lliam Du Bois, «siempre vivirán y pro- y creencias tienen.
Frederick Douglass refuerza
el apoyo a l a abolición d e la
e s c l a v i t u d e n EE U U .

F i n a l e s d e l siglo x i x
y p r i n c i p i o s d e l x x Charles
Sanders Peirce, W i l l i a m James
y otros pragmáticos m a n t i e n e n
q u e el valor d e las ideas debe
juzgarse según s u u t i l i d a d .

DESPUÉS
D é c a d a s d e 1950 y 1 9 6 0
M a r t i n Luther King, líder de los
derechos de los afroamericanos,
adopta u n a estrategia de acción
directa no violenta c o n elfinde
combatir la segregación racial.
EL MUNDO MODERNO 235
Véase t a m b i é n : Aristóteles 56-63 • Charles Sanders Peirce 205 • William James 206-209 • John Dewey 228-231

éé
El problema del
siglo x x es el problema
de la línea de color.
William D u Bois

A continuación, D u Bois sostiene cia. Rechazó el racismo científico (la M a r t i n L u t h e r K i n g citó los escritos
que la «única m u e r t e posible» c o n - idea de q u e la raza n e g r a es genéti- de Du Bois como influencia clave tras
siste en perder t o d a confianza en las c a m e n t e inferior a la blanca) predo- su decisión de implicarse activamente
p e r s p e c t i v a s d e l progreso h u m a n o , m i n a n t e a lo largo de la mayor p a r t e en la batalla por establecer la igualdad
social y terminar con la segregación
visión que también insinúa unas raí- de s u v i d a . C o m o la d e s i g u a l d a d ra-
racial en EE UU.
ces filosóficas más profundas q u e se c i a l carece de base en la biología, D u
remontan a la a n t i g u a idea griega de Bois la considera c o m o u n problema
eudaimonia o «plenitud de ser». Para p u r a m e n t e social, c u y a superación de educación y empleo t i e n e n corre-
Aristóteles, esta consistía e n saber sólo puede darse a través del a c t i v i s - lación con índices elevados de c r i m i -
v i v i r u n a v i d a de e x c e l e n c i a c i m e n - m o sociopolítico y el c o m p r o m i s o . n a l i d a d . Su mensaje final a l m u n d o ,
tada en la v i r t u d y la razón. W i l l i a m d u Bois se mostró, ade- nos r e c u e r d a q u e la tarea de c o n s -
más, i n c a n s a b l e e n s u búsqueda de t r u i r u n a s o c i e d a d más j u s t a s i g u e
A c t i v i s m o político posibles soluciones a las desigualda- s i n completar, y q u e c o n c i e r n e a las
Para D u Bois el racismo y la desigual- des sociales de t o d a clase: manifestó generaciones futuras creer en la v i d a
d a d s o c i a l s o n d o s d e los mayores que eran u n a de las p r i n c i p a l e s cau- para que podamos contribuir a alcan-
obstáculos para u n a v i d a de excelen- sas de la d e l i n c u e n c i a , y q u e la falta zar la «plenitud de ser». •

W i l l i a m D u Bois D e s d e u n a edad temprana, D u Bois de l a figura de Iósif S t a l i n a la


fue u n a l u m n o e x c e p c i o n a l m e n t e m u e r t e de e s t e . S i n e m b a r g o ,
prometedor. Obtuvo u n a b e c a p a r a no h a dejado de ser u n a figura
la Universidad F i s k y pasó dos años clave e n la lucha por la igualdad
en Berlín antes de asistir a Harvard, racial, g r a c i a s a lo q u e M a r t i n
donde firmó u n a disertación sobre L u t h e r K i n g llamó s u «divina
el tráfico de esclavos. F u e el primer insatisfacción c o n t o d a forma
estudiante afroamericano que logró de injusticia».
obtener e l doctorado e n H a r v a r d .
Además de s u a c t i v a c a r r e r a Obras principales
profesional como escritor y docente
universitario, D u Bois participó e n el 1903 Las almas del pueblo negro.
movimiento por los derechos civiles 1915 The Negro.
y e n e l ámbito político r a d i c a l . E n 1924 The Gift of Black Folk.
ocasiones s u juicio político h a sido 1940 Dusk ofDawn: An Essay
c u e s t i o n a d o , p r i n c i p a l m e n t e por Toward an Autobiography of
haber escrito u n encendido elogio a Race Concept.
236
EN CONTEXTO

EL CAMINO A LA
RAMA
Ética

ORIENTACIÓN

FELICIDAD RESIDE Filosofía analítica

ANTES

EN UNA DISMINUCIÓN
1867 Karl M a r x p u b l i c a el
primer volumen de El capital.
1905 E n La ética protestante

ORGANIZADA DEL y el espíritu del capitalismo,


el sociólogo alemán M a x
Weber sostiene que la ética

TRABAJO protestante explica en parte


el desarrollo del capitalismo.

DESPUÉS
BERTRAND RUSSELL (1872-1970) Década de 1990 Crece la
tendencia a la reducción de
la jornada laboral.
2 0 0 5 T o m Hodgkinson,
editor de la revista británica
The Idler, p u b l i c a su libro
Elogio de la pereza.
2 0 0 9 El filósofo británico
A l a i n de Botton estudia nuestra
v i d a en relación con el trabajo
en Los placeres y los pesares
del trabajo.

B
ertrand Russell, filósofo bri-
tánico, no fue ajeno al trabajo
duro: su obra completa abar-
ca incontables volúmenes, y fue res-
ponsable de algunos de los desarro-
llos más significativos de la filosofía
del siglo xx, entre ellos la fundación
de la escuela analítica de filosofía.
Además, durante toda su larga vida
-murió a los 97 años- fue u n activis-
ta social incansable. ¿Cómo, enton-
ces, propone u n pensador tan activo
que trabajemos menos?
El ensayo de Russell, titulado Elo-
gio de la ociosidad, se publicó en el
año 1932, en plena Gran Depresión,
un periodo de profunda crisis econó-
EL MUNDO MODERNO 237
Véase también: Jean-Jacques Rousseau 154-159 • Adam Smith 160-163 • Edmund Burke 172-173 • Jeremy Bentham 174 •
John Stuart M i l i 190-193 • Karl Marx 196-203 • Henry David Thoreau 204 - Isaiah Berlin 280-281 • John Rawls 294-295

m i c a q u e siguió a l crac del 29 y d u - I cera que, según él, t i e n e m u c h o d e


rante e l c u a l , e n a l g u n a s p a r t e s del lo q u e responder: la del t e r r a t e n i e n -
m u n d o , el desempleo llegó a afectar t e desocupado q u e e v i t a el trabajo de
a u n tercio de la población activa. Po- cualquier clase, y que depende de los
dría parecer u n m o m e n t o i n o p o r t u n o otros p a r a sufragar s u ocio.
p a r a d i f u n d i r las v i r t u d e s d e l ocio, Para B e r t r a n d Russell, la h i s t o r i a
pero p a r a Russell e l caos económico rebosa de ejemplos de personas q u e
de la época era el r e s u l t a d o de u n a s t r a b a j a n duro d u r a n t e t o d a s u v i d a y
actitudes ante el trabajo m u y arrai- a las q u e se p e r m i t e obtener lo j u s t o
gadas y erróneas. M u c h a s d e n u e s - p a r a s o b r e v i v i r ellos y sus f a m i l i a s ,
tras ideas al r e s p e c t o s o n p o c o más m i e n t r a s q u e t o d o el e x c e d e n t e q u e
que supersticiones, según Russell, y c o n s i g u e n se lo a p r o p i a n guerreros,
deberían ser b a r r i d a s por u n pensa- sacerdotes y las clases d o m i n a n t e s
L a G r a n Depresión fue la crisis
miento riguroso. ociosas. Y es s i e m p r e a estos benefi-
económica más grave del siglo xx.
c i a r i o s del s i s t e m a a q u i e n e s se oye Para Russell, subrayó la necesidad
¿Qué es el trabajo? alabar las v i r t u d e s del «trabajo h o n - de articular la crítica al capitalismo
Russell c o m i e n z a p o r d e f i n i r e l t r a - rado», p a r a dar así u n l u s t r e m o r a l y de reevaluar la ética del trabajo.
bajo, del q u e a f i r m a hay dos tipos: e l
primero c o n s i s t e e n u n trabajo cuyo
fin es «alterar la posición de la m a t e -
ria de o cerca de la superficie terres- Nuestras a c t i t u d e s
tre en relación c o n otra m a t e r i a tal». h a c i a el trabajo s o n
irracionales
Esto, p a r a Russell, es trabajo e n e l
sentido más f u n d a m e n t a l del térmi-
no, el del trabajo m a n u a l . E l s e g u n d o
t i p o de trabajo c o n s i s t e e n «decirle a
otra gente q u e altere la posición de la
m a t e r i a e n relación c o n o t r a m a t e r i a
tal». Este otro t i p o de trabajo se puede D a m o s por s u p u e s t o q u e Valoramos d i s t i n t o s
extender i n d e f i n i d a m e n t e , p u e s n o el trabajo es b u e n o tipos de trabajo de
sólo se p u e d e emplear gente p a r a s u - e n sí m i s m o m o d o diferente.
p e r v i s a r a los q u e m u e v e n m a t e r i a ,
sino además a otros q u e s u p e r v i s e n

7
a los supervisores, o q u e asesoren so-
bre cómo d a r e m p l e o a o t r a s p e r s o -
nas, pudiéndose emplear a otros más
p a r a d i r i g i r a los q u e a s e s o r a n acer- Estas a c t i t u d e s
ca de cómo e m p l e a r a más g e n t e , y nos llevan a la
así s u c e s i v a m e n t e . E l trabajo del p r i - infelicidad
mer t i p o t i e n d e a ser d e s a g r a d a b l e y
a estar m a l pagado, y el del s e g u n d o ,
más a g r a d a b l e y mejor r e m u n e r a d o .
Estas dos clases de trabajo d e f i n e n a
los dos t i p o s de trabajadores - e l obre-
ro y el s u p e r v i s o r - q u e , a s u vez, es- Deberíamos identificar qué Trabajar menos
tán v i n c u l a d o s a dos clases sociales, trabajo es v e r d a d e r a m e n t e i n c r e m e n t a r á la
la clase trabajadora y la clase m e d i a . v a l i o s o , y realizar sólo este. elicidad h u m a n a .
fe
A estas clases Russell añade u n a ter-
238 BERTRAND RUSSELL
a u n s i s t e m a m a n i f i e s t a m e n t e injus- e n función d e l concepto q u e se tiene
to. E s t o por sí solo, n o s d i c e Russell, de s u v i r t u d y no en función de lo q u e
debiera movernos a reevaluar la ética ; p r o d u c e n . D a d o q u e t e n e m o s el t r a -
del trabajo, y a q u e a l a c e p t a r la n o - bajo m i s m o por i n h e r e n t e m e n t e v i r -
ción del «trabajo honrado» c o n s e n t i - tuoso, también v e m o s a los d e s e m -
éé
mos y a u n f o m e n t a m o s n u e s t r a p r o - pleados c o m o carentes de v i r t u d . La idea de
p i a opresión. C u a n t o más lo m e d i t a m o s , más que el trabajo es
L a visión de Russell sobre la so- parece q u e nuestras a c t i t u d e s h a c i a virtuoso ha hecho
ciedad, c o n s u énfasis e n la l u c h a de el trabajo s o n t a n complejas c o m o i n - u n daño inmenso.
clases, algo d e b e al p e n s a m i e n t o d e l i coherentes. ¿Qué hacer e n t a l caso? B e r t r a n d Russell
filósofo del siglo x i x K a r l M a r x , a u n - Russell p r o p o n e e n t e n d e r el t r a b a j o
q u e Russell n u n c a se s i n t i e r a cómo- no c o n arreglo a estas curiosas ideas
do c o n el m a r x i s m o , y e n s u e n s a y o m o r a l e s q u e s o n r e l i q u i a s d e otros
se m o s t r a r a t a n crítico c o n los esta- tiempos, sino en términos c o n d u c e n -
dos s o c i a l i s t a s c o m o c o n los c a p i t a - tes a u n a v i d a h u m a n a plena y satis-
l i s t a s . También es deudor de la obra factoria. C u a n d o lo v e m o s así, piensa
de M a x W e b e r La ética protestante Russell, r e s u l t a difícil e v i t a r la c o n - ñera puede ser u n o de los fines de la
y el espíritu del capitalismo, q u e fue clusión de que, s e n c i l l a m e n t e , debié- v i d a humana». Si p e r m i t i m o s q u e el
p u b l i c a d a por p r i m e r a vez e n 1905, r a m o s trabajar menos. ¿Y s i la j o r n a - trabajo o c u p e t o d o el t i e m p o q u e pa-
y en p a r t i c u l a r de s u e x a m e n de las da laboral fuese de sólo cuatro horas? samos despiertos, no v i v i m o s plena-
p r e t e n s i o n e s morales q u e s u b y a c e n El s i s t e m a a c t u a l es t a l q u e p a r t e de m e n t e . Russell cree q u e el ocio, antes
a n u e s t r a s a c t i t u d e s h a c i a el t r a b a - la población t r a b a j a e x c e s i v a m e n t e , reservado únicamente a unos pocos
jo, las cuales Russell i n s i s t e en poner y es por t a n t o desgraciada, m i e n t r a s p r i v i l e g i a d o s , es n e c e s a r i o para u n a
en tela de j u i c i o . q u e otra no tiene empleo a l g u n o , y es v i d a p l e n a y c o n s i g n i f i c a d o . Podría
también d e s g r a c i a d a por ello. N o p a -
Por ejemplo, no s o l a m e n t e v e m o s objetarse q u e la gente no sabría qué
rece q u e esto beneficie a n a d i e .
el trabajo c o m o u n deber y u n a o b l i - hacer c o n s u t i e m p o l i b r e s i t r a b a -
gación, s i n o q u e a d e m a s v e m o s los ' j a r a apenas c u a t r o horas a l día, pero
d i f e r e n t e s t i p o s de t r a b a j o d i s p u e s - L a importancia del juego • Russell encuentra esto lamentable.
tos e n u n a jerarquía de la v i r t u d . L o s B e r t r a n d Russell p i e n s a q u e r e d u c i r Si eso es cierto, dice, «es u n a conde-
trabajos m a n u a l e s s u e l e n ser c o n s i - la j o r n a d a l a b o r a l nos permitiría d e - n a de n u e s t r a civilización», pues i n -
derados m e n o s v i r t u o s o s q u e el t r a - d i c a r n o s a otros intereses q u e f u e r a n dicaría q u e n u e s t r a c a p a c i d a d para
bajo c u a l i f i c a d o o el i n t e l e c t u a l , y se más creativos. «Mover m a t e r i a d e u n el juego y la alegría h a sido eclipsada
t i e n d e a r e c o m p e n s a r a las personas lado a otro», afirma, «de n i n g u n a m a - por el c u l t o a la eficiencia. U n a socie-

Bertrand Russell B e r t r a n d R u s s e l l nació e n 1872 I p a c i f i s t a , d e f e n s o r d e l ateísmo


e n Gales, e n e l seno de u n a f a m i l i a | y l a educación, e h i z o c a m p a ñ a
aristocrática. A u n a e d a d t e m p r a n a | e n c o n t r a d e las a r m a s nucleares,
se interesó p o r l a s m a t e m á t i c a s , además de escribir numerosas
q u e estudió e n C a m b r i d g e . Allí o b r a s filosóficas b i e n c o n o c i d a s .
c o n o c i ó a l filósofo A l f r e d N o r t h M u r i ó d e g r i p e e n 1970.
W h i t e h e a d , c o n q u i e n colaboró e n
Principia Mathematica, libro que Obras principales
h i z o d e él u n o de los filósofos más
d e s t a c a d o s d e s u t i e m p o . También 1903 Los principios de la
f u e e n C a m b r i d g e d o n d e conoció matemática.
a l filósofo L u d w i g W i t t g e n s t e i n , 1910, 1912 y 1913 (3 volúmenes)
s o b r e e l q u e ejerció u n a p r o f u n d a Principia Mathematica.
influencia. 1914 Nuestro conocimiento
R u s s e l l quería q u e l a filosofía del mundo exterior.
fuese a t r a c t i v a p a r a l a g e n t e de a 1927 Análisis de la materia.
p i e . Destacó c o m o a c t i v i s t a s o c i a l , 1956 Lógica y conocimiento.
EL MUNDO MODERNO 239
t a e n q u e la industrialización puede mejor r e m u n e r a d o s q u e otros. Para
liberarnos del trabajo m a n u a l , pues m u c h o s de nosotros n i el trabajo n i el

éé de algún manera hay que obtener las


m a t e r i a s p r i m a s para la producción
i n d u s t r i a l : h a y q u e extraerlas de ya-
ocio resultan t a n satisfactorios como
c r e e m o s q u e deberían ser, y a la vez
no p o d e m o s e v i t a r ver la o c i o s i d a d
La moralidad del trabajo c i m i e n t o s , refinadas y e x p o r t a r l a s a como u n v i c i o . Russell nos recuerda
es la de los esclavos, y s u l u g a r d e producción, y t o d o ello con esta idea q u e d e b e m o s someter
el mundo moderno no depende d e l trabajo m a n u a l . Pese a a e s c r u t i n i o el trabajo en nuestras v i -
necesita la esclavitud. dichos problemas, el recordatorio de das, pero también señala q u e e x i s t e
Bertrand Russell Russell de la necesidad de e x a m i n a r v i r t u d y u t i l i d a d e n descansar y hol-
más a t e n t a m e n t e nuestras actitudes gazanear: «Hasta hoy hemos seguido
hacia el trabajo sigue siendo relevan- siendo t a n activos como antes de q u e
t e h o y en día. C o n s i d e r a m o s «natu- h u b i e r a máquinas; hemos sido estú-
ral» la jornada d e trabajo s e m a n a l y pidos, pero no h a y razón p a r a q u e lo
el q u e d e t e r m i n a d o s trabajos estén s i g a m o s siendo siempre». •

d a d q u e t o m a s e e n serio el o c i o t o -
maría e n serio la educación, piensa
Russell, pues esta tiene q u e consistir
en algo más q u e formación para lo-
grar u n p u e s t o de trabajo. Sería u n a
sociedad q u e tomaría en serio las ar-
tes, ya q u e habría t i e m p o para crear
obras de c a l i d a d s i n q u e los a r t i s t a s
se v i e r a n obligados a u n a l u c h a difí-
cil por la i n d e p e n d e n c i a económica.
Más aún, sería u n a sociedad q u e da-
ría la i m p o r t a n c i a debida a la necesi-
dad de d i s f r u t a r . Russell cree q u e en
una sociedad t a l perderíamos el ape-
t i t o por la g u e r r a , pues, c u a n d o m e -
nos, e s t a implicaría «trabajo d u r o y
prolongado p a r a todos».

La vida equilibrada
Se podría a r g u m e n t a r q u e el ensayo
de Russell presenta u n a visión utópi-
ca de u n m u n d o e n el q u e el t r a b a -
jo se h a reducido a l mínimo. No está
del todo claro, a u n q u e fuese posible
reducir la jornada laboral a cuatro ho-
ras, cómo esto podría c o n d u c i r a u n a
revolución social c o m o la q u e descri-
be Russell. T a m p o c o resulta del t o d o
convincente la fe q u e Russell deposi-

E l t i e m p o de ocio no debe limitarse


a ser u n mero descanso del trabajo,
según Russell, sino que debe constituir
lo principal de nuestras vidas y ser el
ámbito de los juegos y de la creatividad.
EL AMOR ES
UN PUENTE DE UN
CONOCIMIENTO MENOR
HACIA OTRO MAYOR
MAX SGHELER (1874-1928)

E
l filósofo alemán M a x Sche- sus palabras, «una especie de coma-
EN CONTEXTO ler se inscribe dentro del mo- drona espiritual» capaz de llevarnos
v i m i e n t o filosófico conocido hacia el c o n o c i m i e n t o , t a n t o de no-
RAMA
como fenomenología, q u e se centra sotros m i s m o s como del mundo. Se
Ética
en investigar todos los fenómenos de trata del «determinante primario» de
ORIENTACIÓN nuestra experiencia interior, es decir, la ética, las posibilidades y el destino
Fenomenología la conciencia y sus estructuras. de las personas.
Scheler mantiene que la fenome- E n lo fundamental, según la tesis
ANTES nología se ha centrado excesivamen- de M a x Scheler, ser h u m a n o no con-
C . 3 8 0 a . C . Platón e s c r i b e te en el intelecto al e x a m i n a r las es- siste en ser u n a «cosa pensante», tal
el Banquete, diálogo filosófico t r u c t u r a s de la conciencia, pasando y como afirmó el filósofo francés Rene
sobre la naturaleza d e l amor por alto u n a noción f u n d a m e n t a l : la Descartes en el siglo xvn, sino u n ser
y el c o n o c i m i e n t o . experiencia del amor, o del corazón que ama. •
humano. Introdujo la idea de q u e el
S i g l o x v u Blaise Pascal
amor constituye u n puente de u n co-
e s c r i b e sobre la lógica d e l
n o c i m i e n t o menor hacia otro mayor

éé
corazón.
en u n ensayo t i t u l a d o Amor y cono-
P r i n c i p i o s d e l siglo xx cimiento (1923).
E d m u n d Husserl desarrolla s u El p u n t o de p a r t i d a para Scheler,
nuevo método fenomenológico cimentado en la filosofía del e r u d i t o La filosofía es u n
para estudiar la experiencia francés del siglo xvn Blaise Pascal, movimiento determinado por
de la m e n t e h u m a n a . es que el corazón h u m a n o está dota- el amor hacia la participación
do de u n a lógica específica, q u e d i - en la realidad esencial de
DESPUÉS fiere de la del intelecto. todos los posibles.
1953 E l filósofo polaco Karol Max Scheler
Wojtyla (luego conocido c o m o Una comadrona espiritual
p a p a J u a n Pablo II) r e d a c t a Para Scheler, es el amor lo q u e hace
s u tesis doctoral sobre Scheler, manifiestas las cosas a n u e s t r a ex-
donde reconoce s u i n f l u e n c i a periencia permitiéndonos así llegar
sobre el c a t o l i c i s m o romano. hasta el conocimiento. El amor es, en

Véase t a m b i é n : Platón 5 0 - 5 5 • Blaise Pascal 124-125 • Edmund Husserl


224-225
• • • ' 1

EL MUNDO MODERNO 241

SOLO COMO
PUEDE EL HOMBRE
CONVERTIRSE
EN FILÓSOFO
KARL JASPERS (1883-1969)

P
ara algunos, la filosofía es el demos filosofar como i n d i v i d u o s ; no
EN C O N T E X T O m e d i o para descubrir verda- podemos volvernos hacia nadie más
des objetivas sobre el mundo; para que nos diga la verdad, sino que
RAMA
en cambio, para el filósofo y p s i q u i a - debemos d e s c u b r i r l a nosotros m i s -
Epistemología
tra alemán Karl Jaspers se trata de mos, con nuestro propio esfuerzo.
ORIENTACIÓN una lucha personal. M u y influido por
Existencialismo los filósofos Kierkegaard y Nietzsche, Comunidad de individuos
Jaspers es u n existencialista que su- A u n q u e , en este sentido, la verdad es
ANTES giere q u e la filosofía g u a r d a relación algo a lo que llegamos solos, es en co-
Mediados d e l siglo xix con nuestro i n t e n t o por comprender municación con otros como nos per-
S0ren K i e r k e g a a r d c o n s i d e r a la verdad. E n su libro de 1941, Sobre catamos de los frutos de nuestro es-
la filosofía c o m o u n a l u c h a d e l mi filosofía, dice que dado que la filo- fuerzo y logramos que la conciencia
individuo con la verdad. sofía es una lucha individual, sólo po- trascienda sus límites. Jaspers con-
sidera su propia filosofía «verdadera»
Década d e 1880 Para Friedrich
sólo en t a n t o que ayuda a comunicar-
Nietzsche «Dios h a muerto»; s i n
se c o n otros, y a u n q u e los demás no
verdades a b s o l u t a s , t e n e m o s
nos pueden proporcionar u n a verdad
que i n v e r t i r n u e s t r o s valores.
«a medida», la filosofía sigue siendo
Década d e 1920 Según M a r t i n una empresa colectiva. Para Jaspers,
Heidegger, l a filosofía se o c u p a la búsqueda de la verdad por parte de
cada i n d i v i d u o se lleva a cabo en co-
de nuestra relación c o n n u e s t r a
m u n i d a d c o n los «compañeros en el
propia e x i s t e n c i a .
pensamiento» que h a n pasado por la
DESPUÉS m i s m a lucha personal. •
A p a r t i r d e 1940 Las ideas
de H a n n a h A r e n d t acerca d e
El filósofo v i v e en el m u n d o invisible
la l i b e r t a d se v e n i n f l u i d a s del espíritu, l u c h a n d o por comprender
por la filosofía d e Jaspers. la verdad. Los pensamientos de los otros,
compañeros, filósofos, sirven como señales
A partir d e 1950 Hans-Georg hacia posibles vías de e n t e n d i m i e n t o .
Gadamer e s t u d i a l a idea de q u e
la filosofía avanza por l a fusión Véase t a m b i é n : S 0 r e n K i e r k e g a a r d 194-195 • F r i e d r i c h N i e t z s c h e 2 1 4 - 2 2 1 •
de p e r s p e c t i v a s i n d i v i d u a l e s . M a r t i n Heidegger 252-255 • H a n s - G e o r g Gadamer 2 6 0 - 2 6 1 • H a n n a h A r e n d t 272
LA VIDA ES UNA
SERIE DE COLISIONES
CON EL FUTURO
JOSÉ ORTEGA Y GASSET (1883-1955)

L
a filosofía del madrileño José En sus Meditaciones del Quijote,
EN CONTEXTO Ortega y Gasset es u n a filo- publicado en 1914, Ortega proclamó
sofía de la vida. No le intere- «yo soy yo y m i circunstancia». Des-
RAMA
sa analizar el mundo de u n a forma cartes dijo que era posible imaginar-
Ontología
fría y desapegada, sino que trata de nos a nosotros m i s m o s como seres
ORIENTACIÓN explorar cómo la filosofía puede i n - pensantes y aun así dudar de la exis-
Perspectivismo teractuar con la vida de u n a manera tencia del mundo exterior, incluidos
creativa. La razón, en el pensamien- nuestros cuerpos, pero para Ortega
ANTES to de Ortega, no es algo pasivo sino no tiene sentido vernos como algo se-
1641 Rene Descartes afirma activo, algo que p e r m i t e a l ser h u - parado del mundo. Si queremos pen-
en sus Meditaciones que hay mano lidiar con las circunstancias en sar en serio sobre nosotros mismos,
dos m u n d o s : el d e l a m e n t e las que nos encontramos y cambiar debemos ver que estamos siempre
y el d e la m a t e r i a . nuestras vidas para mejor. inmersos en circunstancias particu-

P r i n c i p i o s d e l siglo xx
E d m u n d Husserl, a p a r t i r de
s u fenomenología, m a n t i e n e
Estamos siempre i n m e r s o s e n
q u e los filósofos d e b e n m i r a r
c i r c u n s t a n c i a s p a r t i c u l a r e s , tales
de nuevo el m u n d o , dejando a como dónde vivimos, qué hacemos y
u n lado lo preconcebido. las cosas que damos por supuestas.
DESPUÉS
D é c a d a d e 1920 M a r t i n

Y
Heidegger estudia cuestiones
sobre lo q u e s i g n i f i c a n u e s t r a Podemos aceptar o rechazar Las nuevas posibilidades
dichas circunstancias, c o l i s i o n a n con las
existencia para nosotros, y cita
imaginando nuevas circunstancias del
a Ortega como influencia.
posibilidades momento.
Década d e 1930 e n a d e l a n t e
La filosofía de Ortega se difunde
por España y Latinoamérica, e
influye a los filósofos José Gaos,
L a 'v i d a e s u n a s e r l e d e
Xavier Z u b i r i , Ignacio Ellacuría
y María Zambrano, entre otros.
coa.
c o l i s i o n e s c o n e l futuro.
EL MUNDO MODERNO 243
Véase también: Rene Descartes 116-123 • Immanuel Kant 164-171 • Edmund
Husserl 224-225 • M a r t i n Heidegger 252-255 • Jean-Paul Sartre 268-271

lares, c i r c u n s t a n c i a s q u e a m e n u d o
nos o p r i m e n y l i m i t a n . D i c h a s l i m i -

éé
taciones n o s o n t a n sólo las del entor-
no físico, s i n o también las d e n u e s -
tros p e n s a m i e n t o s , entre los q u e h a y
prejuicios, y las de nuestro c o m p o r t a -
m i e n t o , a l q u e d a f o r m a el hábito.
Yo soy yo y
M i e n t r a s q u e h a y m u c h a s perso-
m i circunstancia.
nas q u e v i v e n s i n r e f l e x i o n a r sobre
José O r t e g a y G a s s e t
la n a t u r a l e z a d e s u s c i r c u n s t a n c i a s ,
O r t e g a a f i r m a q u e los filósofos se d e - José O r t e g a y G a s s e t
b e n esforzar t a n t o por comprenderlas
como por tratar a c t i v a m e n t e d e c a m - José O r t e g a y G a s s e t nació e n
biarlas. M á s aún, m a n t i e n e q u e es el M a d r i d e n 1883. Allí estudió
deber d e l filósofo d e s e n m a s c a r a r los filosofía, c o n t i n u a n d o l u e g o e n
s u p u e s t o s sobre los q u e se a s i e n t a n varias universidades alemanas
Sin embargo, la m e d i d a e n la q u e
- d o n d e recibiría l a i n f l u e n c i a
n u e s t r a s creencias. s o m o s c a p a c e s d e c a m b i a r el m u n -
d e l a filosofía d e I m m a n u e l
do t i e n e u n límite. N u e s t r a f o r m a h a - K a n t - . P o s t e r i o r m e n t e volvió
L a energía v i t a l b i t u a l d e pensar está m u y arraigada, a E s p a ñ a , d o n d e trabajó
Para l o g r a r t r a n s f o r m a r e l m u n d o e y a u n c u a n d o n o s l i b e r e m o s lo s u f i - como profesor universitario.
implicarnos creativamente en nues- ciente como para imaginar nuevas A lo largo de s u vida, Ortega
tra p r o p i a e x i s t e n c i a , O r t e g a declara p o s i b i l i d a d e s y f u t u r o s , las c i r c u n s - y G a s s e t se g a n ó l a v i d a c o m o
que hay q u e ver la v i d a c o n nuevos tancias externas pueden i m p e d i r su filósofo, p e r o t a m b i é n l o h i z o
ojos. E s t o i m p l i c a n o sólo u n a n u e v a realización. L o s f u t u r o s q u e i m a g i - como periodista y ensayista.
m i r a d a sobre nuestras c i r c u n s t a n - n a m o s chocarán siempre c o n la reali- H i z o p a r t e a c t i v a d e l a política
cias e x t e m a s , s i n o también u n a m i - d a d de las c i r c u n s t a n c i a s e n las q u e española d u r a n t e las décadas
rada i n t r o s p e c t i v a p a r a r e c o n s i d e r a r nos hallamos, y esta es la razón por la d e 1920 y 1930, p e r o t u v o q u e
que O r t e g a c o n c i b e la v i d a c o m o u n a p o n e r fin a s u participación e n
n u e s t r a s c r e e n c i a s y p r e j u i c i o s . Sólo
serie de colisiones c o n el futuro. 1936, a l e s t a l l a r l a G u e r r a C i v i l .
u n a vez h a y a m o s h e c h o e s t o p o d r e -
Totalmente desilusionado de la
mos c o m p r o m e t e r n o s a crear n u e v a s L a i d e a de O r t e g a p l a n t e a v a r i o s
política, O r t e g a marchó a l e x i l i o
posibilidades. desafíos t a n t o a n i v e l p e r s o n a l c o m o
e n A r g e n t i n a , d o n d e vivió h a s t a
político; nos recuerda q u e t e n e m o s el 1945. T r a s u n a e s t a n c i a d e t r e s
deber d e t r a t a r de c a m b i a r n u e s t r a s años e n P o r t u g a l , regresó a
circunstancias aunque podamos to- M a d r i d e n 1948, f u n d a n d o allí
p a r c o n d i f i c u l t a d e s a l hacerlo, e i n - el Instituto de Humanidades.
cluso a u n q u e nuestros i n t e n t o s no E l r e s t o d e s u v i d a continuó
s i e m p r e t e n g a n éxito. E n L a rebelión d e d i c á n d o s e a l a filosofía y
de ¡as masas, a d v i e r t e d e q u e l a d e - al periodismo.
m o c r a c i a c o n l l e v a la a m e n a z a d e la
tiranía d e l a mayoría, y q u e v i v i r a l Obras principales
d i c t a d o d e u n a mayoría - v i v i r «como
los d e m á s » - es v i v i r s i n visión per- 1914 Meditaciones del Quijote.
s o n a l n i c ó d i g o m o r a l . A n o ser q u e 1925 L a deshumanización
nos i m p l i q u e m o s creativamente e n del arte.
Todo acto de esperanza, como celebrar n u e s t r a s v i d a s , a p e n a s se p u e d e d e - 1930 L a rebelión de
la Navidad en u n frente durante la Primera c i r q u e v i v a m o s , y p o r e s t o p a r a Or- las masas.
Guerra Mundial, delata nuestra capacidad 1935 Historia como sistema.
t e g a la razón es v i t a l , p u e s c o n t i e n e
para superar las circunstancias. Para 1957 ¿Qué es la ñlosofía?
la energía d e la v i d a m i s m a . •
Ortega, esto es «razón vital» en acción.
PARA FILOSOFAR
PRIMERO HAY QUE
CONFESAR
HAJIME TANABE (1885-1962)

A
ntes de seguir con esta lec- Para contestar a estas preguntas te-
EN CONTEXTO tura, ¡confiesa! Aunque pue- nemos que ver las raíces de la filoso-
de que esta idea nos resulte fía de Tanabe en la tradición filosófi-
RAMA
chocante, el filósofo japonés Hajime ca tanto europea como japonesa. En
Ética
Tanabe quiere que nos la tomemos relación con la primera de ellas, Ta-
ORIENTACIÓN en serio. Si pretendemos filosofar, se- nabe hace remontar su pensamiento
Fenomenología gún Tanabe, no podemos hacerlo sin al filósofo griego Sócrates, que vivió
una confesión previa. Pero, ¿qué es lo en el siglo v a.C. Para Tanabe, Sócra-
ANTES que tenemos que confesar y por qué? tes es importante por la franqueza
Siglo v a . C , Sócrates proclama
ser u n sabio porque a d m i t e
lo l i m i t a d o de s u sabiduría al
afirmar «sólo sé que no sé nada».
Siglo i v San Agustín de
Hipona escribe sus Confesiones,
obra autobiográfica q u e es, a
la vez, u n tratado filosófico.
Principios del siglo x m El
monje b u d i s t a S h i n r a n afirma
que la salvación sólo es posible
a través de «otro poder».
Década d e 1920 M a r t i n
Heidegger escribe q u e la
filosofía es u n a cuestión de
relación con nuestro propio ser.

DESPUÉS
D é c a d a d e 1990 I n f l u i d o
por la fenomenología, Jacques ues
Derrida e s t u d i a t e m a s como
la confesión y el perdón.
EL MUNDO MODERNO 245
Véase t a m b i é n : Siddharta Gautama 30-33 • Sócrates 46-49 • San Agustín de Hipona 72-73 • Edmund Husserl 224-225 •
Martin Heidegger 252-255 • Jacques Derrida 308-313

Por o t r a p a r t e , las raíces japone-


sas de la idea de T a n a b e se e n c u e n -
t r a n e n el p e n s a m i e n t o del monje b u -
d i s t a S h i n r a n , perteneciente a lo q u e
se c o n o c e c o m o escuela b u d i s t a d e
éé
la T i e r r a Pura. L a n o v e d a d de S h i n - Para que u n
r a n fue la afirmación de q u e la i l u m i - problema concierna a
nación es i m p o s i b l e si c o n t a m o s solo la filosofía, debe tener
c o n n u e s t r a s p r o p i a s fuerzas. D e b e - algo de inconcebible.
m o s por t a n t o confesar n u e s t r a p r o - Hajime Tanabe
p i a i g n o r a n c i a y l i m i t a c i o n e s , c o n el
fin de e s t a r a b i e r t o s a lo q u e t a n t o
S h i n r a n c o m o T a n a b e l l a m a n taríki,
u «otro poder». E n el c o n t e x t o del b u -
E l B u d a A m i t a b h a . acompañado
de Kannon (Compasión) y de Seishi d i s m o d e la T i e r r a Pura, este otro po-
(Sabiduría), es el buda principal de der es el d e l B u d d h a A m i t a b h a . E n
la escuela budista de la Tierra Pura, el c o n t e x t o de la filosofía de T a n a b e , Heidegger. Únicamente m e d i a n t e la
a la que perteneció Shinran. la confesión nos c o n d u c e a u n reco- confesión, defiende Tanabe, seremos
n o c i m i e n t o de la «nada absoluta» y, capaces d e r e d e s c u b r i r n u e s t r o ver-
con la q u e supo reconocer q u e no sa- en último término, al d e s p e r t a r y a dadero ser, u n proceso q u e d e s c r i b e
bía n a d a . Según c u e n t a el relato, el la sabiduría. en términos d i r e c t a m e n t e religiosos
oráculo d e Delfos d i j o q u e Sócrates c o m o u n a f o r m a de m u e r t e y d e r e -
era el h o m b r e más s a b i o d e A t e n a s ; La renuncia a uno mismo surrección. D i c h a m u e r t e y resurrec-
Sócrates, q u e e s t a b a c o n v e n c i d o d e Para T a n a b e , pues, la filosofía no es ción es el r e n a c i m i e n t o de la m e n t e
su propia i g n o r a n c i a , se p r o p u s o de- d i s c u t i r o d e b a t i r sobre lógica n i so- a través de «otro poden) y s u paso de
mostrar q u e se e q u i v o c a b a . Tras i n - bre cuestión alguna. De hecho, no se la p e r s p e c t i v a l i m i t a d a d e l y o a l a
numerables conversaciones c o n otros t r a t a de u n a d i s c i p l i n a ((intelectual», de la iluminación. S i n e m b a r g o , t a l
atenienses, Sócrates llegó a la conclu- s i n o de algo m u c h o más f u n d a m e n - c a m b i o no es u n a mera preparación
sión d e q u e a l fin y a l c a b o el orácu- tal: u n proceso de relación, e n el sen- p a r a la filosofía, s i n o q u e , por el con-
lo e s t a b a e n lo c i e r t o , p u e s él era e l t i d o más profundo posible, c o n nues- t r a r i o , es obra d e la filosofía m i s m a ,
único q u e e s t a b a d i s p u e s t o a a d m i - t r o p r o p i o ser, u n a i d e a f o r m a d a e n enraizada e n el escepticismo y (da re-
tir q u e no sabía nada. p a r t e gracias a la l e c t u r a de M a r t i n n u n c i a a nosotros m i s m o s por la gra-
c i a d e otro poder». Es decir, la filoso-
fía n o es u n a a c t i v i d a d a la q u e n o s
Hajime Tanabe n o m b r a d o catedrático. Q u e d ó
h o n d a m e n t e afectado por l a d e d i c a m o s , s i n o algo q u e nos o c u r r e
Segunda Guerra Mundial, tras cuando logramos acceder a nuestro
H a j i m e T a n a b e nació e n T o k i o
(Japón) e n 1885. Estudió e n l a l a c u a l dejó d e enseñar filosofía. v e r d a d e r o ser r e n u n c i a n d o a l yo, e n
Universidad de Tokio, donde L a o b r a d e T a n a b e La filosofía I u n fenómeno q u e T a n a b e l l a m a «ac-
o b t u v o u n trabajo c o m o profesor como metanoética fue p u b l i c a d a ción s i n sujeto actuante)).
a d j u n t o d e filosofía; t a m b i é n f u e sólo u n año más t a r d e , e n 1 9 4 6 . L a confesión c o n t i n u a , m a n i f i e s -
miembro activo y destacado de Después de j u b i l a r s e , T a n a b e t a H a j i m e T a n a b e , es la «conclusión
l a q u e m á s t a r d e se conocería dedicó e l r e s t o d e s u v i d a a l a
última» a l a q u e c o n d u c e reconocer
c o m o e s c u e l a filosófica d e K i o t o . meditación y a e s c r i b i r .
nuestras limitaciones. Dicho de otra
E n l a d é c a d a d e 1920, T a n a b e
m a n e r a , T a n a b e no nos p i d e q u e e n -
pasó u n t i e m p o e n A l e m a n i a , Obras principales c o n t r e m o s n u e v a s r e s p u e s t a s a las
d o n d e estudió j u n t o a E d m u n d
viejas cuestiones filosóficas, sino q u e
Husserl y a M a r t i n Heidegger, 1946 L a filosofía como
reevaluemos la n a t u r a l e z a m i s m a de
y c u a n d o r e g r e s ó a Japón f u e metanoética.
la filosofía. •
248 LUDWIG WITTGENSTEIN

EN CONTEXTO
El l e n g u a j e está compuesto de El m u n d o está compuesto
RAMA p r o p o s i c i o n e s : asertos acerca
de h e c h o s : las cosas son de
Filosofía d e l l e n g u a j e de las cosas, que p u e d e n
u n a manera determinada.
ser verdaderos o falsos.
ORIENTACIÓN
Lógica

ANTES
S i g l o i v a . C . Aristóteles sienta
los f u n d a m e n t o s d e la lógica.
Las proposiciones son
F i n a l e s d e l siglo xix
«figuras» de los hechos, de la
G o t t l o b F r e g e d e s a r r o l l a las
m i s m a forma en q u e los m a p a s
b a s e s d e la lógica m o d e r n a . son figuras del m u n d o .
Principios d e l siglo xx
B e r t r a n d Russell desarrolla
u n a notación q u e p e r m i t e
transliterar el lenguaje n a t u r a l
e n p r o p o s i c i o n e s lógicas.
Cualquier proposición E n consecuencia,
DESPUÉS que n o figure hechos m i lenguaje s e U m i t a a
D é c a d a d e 1920 M i e m b r o s del c a r e c e de s e n t i d o . Por a f i r m a c i o n e s de hechos
Círculo d e V i e n a c o m o M o r i t z ejemplo, «matar es malo». sobre el m u n d o .
Schlick o Rudolph Carnap u s a n
algunas ideas del Tractatus para
desarrollar el p o s i t i v i s m o lógico.

A p a r t i r d e 1930 W i t t g e n s t e i n
reniega del Tractatus y empieza
a estudiar m o d o s m u y d i s t i n t o s
L o s límites d e m i l e n g u a j e
de c o n c e b i r el lenguaje.
s o n l o s límites d e m i m u n d o .

E
l Tratado lógico fílosóñco d e tes del c o n o c i m i e n t o planteándose El Tratado se e n f r e n t a a la m i s -
W i t t g e n s t e i n es quizá u n o p r e g u n t a s como «¿qué puedo cono- m a t a r e a q u e I m m a n u e l Kant, pero
de los t e x t o s más e s t r i c t o s cer?» o «¿qué quedará siempre fuera de u n a manera m u c h o más radical.
de la filosofía del siglo xx. El libro, de del entendimiento humano?». Una de L u d w i g W i t t g e n s t e i n afirma que se
unas ochenta páginas, se compone las razones por las q u e K a n t se plan- propone dejar claro qué se puede de-
de u n a serie de comentarios breves teó esos problemas fue porque creyó cir con sentido: de u n modo semejan-
numerados técnicamente. q u e m u c h o s de los problemas de la t e a como K a n t intentó establecer los
Para apreciar t o d a s u i m p o r t a n - filosofía se d e r i v a b a n de n u e s t r a i n - límites de la razón, W i t t g e n s t e i n de-
cia, es i m p o r t a n t e situar el Tratado c a p a c i d a d p a r a p e r c i b i r los límites sea establecer los del lenguaje y, en
en s u contexto filosófico. El hecho de del e n t e n d i m i e n t o humano. Volvien- consecuencia, los del pensamiento.
que W i t t g e n s t e i n hable de los «lími- do n u e s t r a atención h a c i a nosotros Y lo hace porque sospecha que una
tes» del lenguaje y del m u n d o , lo i n - m i s m o s y preguntándonos acerca de g r a n p a r t e de las d i s c u s i o n e s y los
cluye en la tradición que deriva del fi- los límites necesarios de nuestro co- desacuerdos filosóficos provienen de
lósofo alemán del siglo xvm I m m a n u e l nocimiento, podríamos resolver, o i n - u n a serie de errores básicos acerca
Kant, q u i e n , en s u Critica de la razón cluso eliminar, casi todos los proble- de cómo pensamos o hablamos acer-
pura, se propuso investigar los lími- mas filosóficos del pasado. ca del m u n d o .
EL MUNDO MODERNO 249
Véase t a m b i é n : Aristóteles 5 6 - 6 3 • I m m a n u e l K a n t 164-171 - G o t t l o b Frege 336 • B e r t r a n d Russell 2 3 6 - 2 3 9 • Rudolf
Carnap 257

el filósofo británico Bertrand Russell, a lo que pretende decir con «mundo».


una figura e m i n e n t e en el desarrollo El Tratado comienza d i c i e n d o «el

éé de la lógica filosófica y para q u i e n el


lenguaje natural resultaba inadecua-
do a la hora de hablar de manera cla-
m u n d o es todo lo que acaece». Esto
puede parecer u n a evidencia clara y
sólida, pero si lo tomamos de una ma-
La solución del ra y precisa acerca del m u n d o . Rus- nera aislada, no está t a n claro lo que
problema de la vida sell defendía la idea de q u e la lógica Wittgenstein quiere decir con ello. A
está en la desaparición era u n ((lenguaje perfecto» que evita- continuación, dice que «el mundo es
de este problema. ba toda ambigüedad, por lo que de- la t o t a l i d a d de los hechos, no de las
Ludwig Wittgenstein sarrolló u n a forma de transliterar el cosas», lo que deja ver u n paralelis-

tt
lenguaje natural en lo que él llamaba mo entre la forma en que considera el
«forma lógica». lenguaje y la forma en que considera
La lógica trata de lo que en filoso- el mundo. Por ejemplo, que el elefante
fía se denomina «proposiciones». Las esté enfadado o que haya u n elefante
proposiciones pueden definirse como en la habitación, pueden ser hechos,
asertos de los que podemos juzgar s i pero u n elefante en sí m i s m o n u n c a
L a estructura lógica son verdaderos o falsos. Por ejemplo, es u n hecho.
Por m u y complejas q u e p u e d a n pa- este enunciado: ((El elefante está muy A p a r t i r de aquí, empieza a que-
recer, las ideas centrales del Tratado enfadado», es u n a proposición, pero dar claro cómo p u e d e n estar e n re-
están basadas e n u n p r i n c i p i o bas- i la palabra «elefante» no lo es. Según lación la e s t r u c t u r a del lenguaje y la
tante sencillo: q u e t a n t o el lenguaje | el Tratado de W i t t g e n s t e i n , el len- del m u n d o . Según W i t t g e n s t e i n , el
como el m u n d o están estructurados guaje con sentido sólo puede consis- lenguaje «es u n a figura» del mundo.
formalmente y que dichas estructu- tir en proposiciones: «La totalidad de Dicha idea se le ocurrió d u r a n t e la
ras se p u e d e n descomponer e n sus las proposiciones es el lenguaje». Primera Guerra M u n d i a l , tras haber
elementos constituyentes. Wittgens- Una vez que ya sabemos u n poco leído u n a n o t i c i a acerca de u n juicio
tein intenta analizar t a n t o la estruc- acerca de lo que W i t t g e n s t e i n quiere celebrado en París. E n el t r a n s c u r s o
tura del lenguaje como la del m u n d o decir con «lenguaje», podemos pasar de la causa, que guardaba relación
para, a continuación, mostrar de qué
modo se relacionan entre sí. Una vez
hecho esto, intenta extraer del citado
hallazgo u n a m p l i o espectro de con-
clusiones filosóficas.
Si queremos entender lo que quie-
re decir W i t t g e n s t e i n cuando afirma
que los límites de m i lenguaje sig-
nifican los límites de m i m u n d o , t e -
nemos que plantearnos lo que quie-
re decir con los términos «mundo» y
«lenguaje», y a q u e no u t i l i z a dichos
términos en s u sentido más habitual.
Cuando W i t t g e n s t e i n habla del len-
guaje, se ve claramente la deuda con

Los a n t i g u o s egipcios disponían


de símbolos e imágenes estilizadas de
los objetos del mundo en secuencias
estructuradas lógicamente para crear una
forma de lenguaje escrito: los jeroglíficos.
250 LUDWIG WITTGENSTEIN

éé
La lógica no
es una doctrina,
sino u n reflejo
del mundo.
L u d w i g Wittgenstein

Una imagen digital no es el m i s m o tipo


de objeto q u e r e p r e s e n t a , pero sí tiene
su «forma lógica». Así, para Wittgenstein,
las palabras sólo representan la realidad
s i a m b a s t i e n e n la m i s m a forma lógica

con u n accidente de tráfico, se llevó a m i s m a forma lógica. Tal y como sos- es u n a figura de n a d a q u e se halle
cabo u n a reconstrucción de los acon- tiene W i t t g e n s t e i n , «[una figura] es en el m u n d o según la concepción de
tecimientos para los presentes en el como u n a escala aplicada a la rea- W i t t g e n s t e i n . Lo q u e puede decirse,
t r i b u n a l m e d i a n t e m a q u e t a s de co- lidad»; esa es la razón por la puede lo que W i t t g e n s t e i n denomina «la to-
ches y peatones q u e representaban describir el m u n d o . t a l i d a d de las proposiciones verda-
a los coches y a los peatones reales. Desde luego, nuestra figura pue- deras)), es solamente la s u m a de todo
Que las m a q u e t a s de coches y pea- de ser i n c o r r e c t a . Es p o s i b l e q u e no lo que acaece, «las proposiciones de
tones pudieran representar a sus co- sea acorde con la realidad: por ejem- las ciencias naturales».
rrelatos, se debía a que las relaciones plo s i nos deja ver q u e el elefante no Para L u d w i g W i t t g e n s t e i n , el de-
que tenían entre sí eran e x a c t a m e n - está enfadado cuando, en realidad, sí bate sobre valores religiosos o mora-
te las m i s m a s que las que habían te- q u e lo está. A este respecto, e n opi- les carece e s t r i c t a m e n t e de sentido,
nido los coches y los peatones reales nión de W i t t g e n s t e i n no hay u n tér- ya q u e aquello acerca de lo que i n -
en el accidente. De i g u a l modo, todos m i n o medio: dado q u e p a r t e de q u e t e n t a m o s hablar al debatir esas ma-
los elementos representados e n u n las proposiciones p u e d e n ser, por s u terias está más allá de los límites del
m a p a están relacionados entre ellos naturaleza, o b i e n verdaderas o b i e n m u n d o y, también, de los del lengua-
exactamente de la m i s m a manera en falsas, las figuras también s o n ver- je. E n palabras del propio Wittgens-
que lo están en el territorio represen- daderas o falsas. t e i n : «Está claro q u e la ética no se
t a d o por el mapa. W i t t g e n s t e i n afir- A s í pues, t a n t o el lenguaje c o m o puede expresar».
m a que la forma lógica es lo que la fi- el m u n d o p o s e e n u n a forma lógica,
g u r a c o m p a r t e c o n aquello q u e está y el lenguaje puede hablar del m u n - Más allá de l a s palabras
representando. do figurándolo, lo q u e es p o s i b l e de Como c o n s e c u e n c i a de estos razo-
Llegados a este p u n t o , es impor- u n a m a n e r a acorde c o n la r e a l i d a d . n a m i e n t o s filosóficos, algunos lecto-
t a n t e recordar q u e e s t a m o s t r a t a n - Es e n este m o m e n t o c u a n d o la idea res de W i t t g e n s t e i n h a n considera-
do con figuras lógicas y no visuales. de W i t t g e n s t e i n se vuelve r e a l m e n - do que es u n defensor de las ciencias
W i t t g e n s t e i n da u n ejemplo útil para t e i n t e r e s a n t e y q u e d a claro q u e e n q u e t r a t a de e l i m i n a r los conceptos
explicarlo: las ondas sonoras genera- lo q u e está interesado es en los lími- vagos usados en la ética, la religión,
das por la interpretación de u n a sin- tes del lenguaje. etc.; pero lo q u e ocurre es más com-
fonía, la p a r t i t u r a de la sinfonía y el E x a m i n e m o s ahora el s i g u i e n t e plejo: W i t t g e n s t e i n no considera q u e
relieve i n s c r i t o en los surcos de u n concepto: «Debieras dar la m i t a d de los «problemas de la vida» carezcan
v i n i l o de esa sinfonía c o m p a r t e n la t u salario a la beneficencia». E s t a c o de sentido, sino, más b i e n al contra-
EL MUNDO MODERNO 251
de sacar esa conclusión, y reconoció
q u e la r e s p u e s t a a d i c h a p r e g u n t a

éé tenía q u e ser q u e sí. Según él, q u i e n


quiera que comprenda correctamen-
t e e l Tratado t i e n e q u e a c a b a r por
De lo que ver que las proposiciones que contie-
no se puede ne también c a r e c e n de sentido: son
hablar, mejor como los peldaños de u n a escalera fi-
es callar. losófica q u e nos p e r m i t e ir más allá
Ludwig Wittgenstein de los problemas de la filosofía y de la
c u a l nos p o d e m o s librar u n a vez he-

tf m o s subido.

C a m b i o d e d i r e c c i ó n Ludwig Wittgenstein
T r a s a c a b a r el Tratado, Wittgens-
t e i n pensó q u e y a no q u e d a b a n pro- W i t t g e n s t e i n nació e n 1889 e n
e l seno de u n a f a m i l i a v i e n e s a
rio, q u e son los más i m p o r t a n t e s de blemas filosóficos por resolver, por lo
económicamente p r i v i l e g i a d a .
todos. L o q u e sucede es q u e no se los q u e abandonó la materia. S i n embar-
Estudió ingeniería y e n 1908
puede e n u n c i a r , p o r lo q u e n o p u e - go, d u r a n t e los años v e i n t e y t r e i n t a ,
se trasladó a M a n c h e s t e r p a r a
den formar p a r t e de la filosofía. Por empezó a cuestionar s u s concepcio- continuar sus estudios, pero
ese m o t i v o e s c r i b e q u e «hay lo inex- nes previas, volviéndose u n o de sus p r o n t o se interesó p o r la lógica
presable», q u e , de t o d a s formas, «se críticos más acérrimos. E n p a r t i c u - y, e n 1911, f u e a C a m b r i d g e
m u e s t r a a sí mismo», a lo q u e añade lar, descartó la idea, q u e p r e v i a m e n - p a r a e s t u d i a r c o n e l filósofo
que «esto es lo místico». t e había defendido, de q u e el lengua- B e r t r a n d Russell.
Estas afirmaciones t i e n e n i m p o r - je consista t a n sólo en proposiciones, Durante la Primera Guerra
t a n t e s r e p e r c u s i o n e s p a r a las p r o - p u e s ese p u n t o de v i s t a i g n o r a g r a n M u n d i a l , W i t t g e n s t e i n sirvió e n
posiciones q u e c o n t i e n e el Tratado, p a r t e de lo q u e hacemos c u a n d o h a - el frente r u s o y e n I t a l i a , d o n d e
dado que, a lfiny a l cabo, no s o n pro- b l a m o s : desde contar c h i s t e s , h a s t a fue h e c h o p r i s i o n e r o . Por e s a
posiciones q u e figuren el m u n d o . N i adular, p a s a n d o por reñir. é p o c a c o m e n z ó e l Tratado
lógico filosófico, q u e publicó
siquiera la lógica, u n a d e las herra- A u n así, pese a sus problemas, el
en 1921.
m i e n t a s más i m p o r t a n t e s d e n t r o d e l Tratado continúa siendo u n a de las
Convencido de q u e su
razonamiento de W i t t g e n s t e i n , m e n - obras más e s t i m u l a n t e s y cautivado-
Tratado había r e s u e l t o t o d o s
ciona n a d a acerca del m u n d o . E n t o n - ras de la filosofía o c c i d e n t a l , y e n úl-
los p r o b l e m a s de l a filosofía, se
ces, ¿carece d e s e n t i d o e l Tratado? t i m a i n s t a n c i a , también u n a de las
embarcó e n v a r i a s a c t i v i d a d e s
W i t t g e n s t e i n n o se arredró a la hora más m i s t e r i o s a s . • inconexas: m a e s t r o de escuela,
j a r d i n e r o o a r q u i t e c t o . E n 1929,
después de volverse crítico c o n
La filosofía exige u n lenguaje lógico y no
ambiguo, de lo que Wittgenstein concluye que sus ideas anteriores, volvió a
solamente puede estar formado de proposiciones, trabajar en Cambridge, donde
descripciones de hechos, tales como «el gato está llegó a ser catedrático e n 1939.
en la alfombra», que pueden descomponerse en Murió e n 1951.
sus elementos constituyentes.
Obras principales

1921 Tratado lógico filosófico.


1953 Investigaciones filosóficas.
1958 Los cuadernos azul
y marrón.
1977 Observaciones sobre
los colores.
252

E N C O N T E X T O

NOSOTROS MISMOS
RAMA
Ontología

ORIENTACIÓN

SOMOS LOS ENTES Fenomenología

ANTES

QUE HAN DE SER


C. 350 a.C. Diógenes de Sínope
usa u n pollo desplumado para
parodiar la afirmación de los

ANALIZADOS platónicos de que «el hombre


es u n bípedo implume».
1900-1913 El alemán Edmund
MARTIN HEIDEGGER (1889-1976) Husserl propone la teoría y el
método fenomenológicos en
las Investigaciones lógicas y
en Ideas I.

DESPUÉS
1943 Jean-Paul Sartre publica
El ser y la nada, que examina
la relación entre «ser» y libertad
humana.
1960 Inspirado por Heidegger,
Hans-Georg Gadamer investiga
la naturaleza del entendimiento
humano en Verdad y método.

S e dice que en la antigua Ate-


nas, estando un día reunidos
los discípulos de Platón, de-
cidieron plantearse al dilema de qué
es un hombre. Después de mucho ca-
vilar, propusieron una respuesta: «el
hombre es un bípedo implume». To-
dos parecieron contentarse con esta
respuesta hasta que Diógenes el Cí-
nico se presentó en la Academia con
un pollo desplumado entre las manos
y gritando: «¡Mirad! Os presento un
hombre». Una vez pasada la conmo-
ción, los filósofos volvieron a reunir-
se y refinaron su definición diciendo
que u n hombre es u n bípedo implu-
me con uñas planas.
Esta anécdota de la historia de la
filosofía antigua demuestra la clase
EL MUNDO MODERNO 253
Véase también: Platón 5 0 - 5 5 - Diógenes de Sínope 66 • E d m u n d Husserl 224-225 • Hans-Georg Gadamer 2 6 0 - 2 6 1 •
Ernst Cassirer 337 • Jean-Paul Sartre 2 6 8 - 2 7 1 • H a n n a h A r e n d t 272 • R i c h a r d Rorty 314-319

La pregunta por el ser no


puede plantearse salvo
a través del ser mismo.
Martin Heidegger

ta «¿qué es u n ser humano?», sino de


«¿cómo es ser humano?».
ca
na
L a existencia h u m a n a
tad Nosotros m i s m o s
Dentro del p e n s a m i e n t o de Heideg-
s o m o s los e n t e s
ger, esta es una pregunta fundamen-
que h a n de ser tal de la filosofía. Su principal interés
analizados. filosófico era la ontología {del térmi-
no griego ontos, ser), que se preocu-
pa por el ser o la existencia. Algunos
ejemplos clásicos de preguntas onto-
lógicas serían «¿qué sentido tiene de-
cir que algo existe?» o «¿cuáles son
de dificultades a las que se h a n te- cer u n a definición abstracta que de- los tipos de cosas que existen?». E n
nido que enfrentar a menudo los filó- finiese la v i d a h u m a n a desde fuera, cambio, Heidegger quiere p a r t i r de
sofos c u a n d o h a n i n t e n t a d o ofrecer intentó realizar u n análisis más con- la p r e g u n t a «¿cómo es ser humano?»
definiciones abstractas y generales, creto d e l «ser» desde lo q u e se p o - para poder d e t e r m i n a r la existencia
acerca de lo q u e es ser h u m a n o . I n - dría llamar una perspectiva interior. del hombre y, a partir de ahí, respon-
cluso s i n la oportuna intervención de A f i r m a Heidegger que, puesto q u e der a la cuestión sobre el ser.
Diógenes, parece evidente que des- somos u n «ser e n el mundo», e n la En su libro El ser y el tiempo, Hei-
cribirnos como unos bípedos implu- c o t i d i a n i d a d de la vida, si queremos degger dice que cuando otros filóso-
mes no guarda mucha relación con lo entender lo q u e es ser h o m b r e t e - fos se h a n planteado preguntas onto-
que significa ser u n hombre. nemos que hacerlo desde u n a pers- lógicas, lo h a n hecho desde enfoques
p e c t i v a interior a la vida h u m a n a . excesivamente abstractos y vacíos,
Una perspectiva interior Heidegger había sido a l u m n o de y que, s i verdaderamente queremos
Es esta p r e g u n t a - c ó m o pudiéramos Husserl, y empleaba su método feno- saber lo que significa decir que algo
hacer para analizar qué es ser h o m - menológico, que observa los fenóme- existe, tenemos q u e comenzar por
b r e - l a que preocupaba al filósofo ale- nos - l a forma e n que se nos apare- plantear la p r e g u n t a desde la pers-
mán M a r t i n Heidegger. Cuando se la cen las c o s a s - a través del examen pectiva de los entes para los cuales
planteó, lo hizo de u n a manera r a d i - de nuestra experiencia de ellos. Por es posible preguntarse qué es ser.
calmente diferente a la de sus pre- ejemplo, la fenomenología no se pre- Damos por sentado que aunque los
de la decesores: en lugar de intentar ofre- ocuparía directamente de la pregun- gatos, los perros y los sapos son entes,
:lase
254 MARTIN HEIDEGGER

éé
Hay que plantear de
nuevo la pregunta por
el sentido del ser.
M a r t i n Heidegger

u n m u n d o q u e e s t a b a en marcha an-
tes de nosotros, d e f o r m a que, al na-
cer, nos e n c o n t r a m o s e n u n entorno
histórico, m a t e r i a l y e s p i r i t u a l ya de-
t e r m i n a d o . I n t e n t a m o s darle sentido
al m u n d o involucrándonos en distin-
t a s a c t i v i d a d e s : a p r e n d e r latín, bus-
car el a m o r verdadero o construirnos
u n a casa. A través d e estos proyec-
tos q u e nos p e r m i t e n pasar el tiempo
nos p r o y e c t a m o s h a c i a diversos fu-
t u r o s posibles. E n otras palabras, de-
finimos n u e s t r a e x i s t e n c i a . Sin em-
bargo, a v e c e s nos d a m o s cuenta de
q u e e x i s t e u n límite d e f i n i t i v o para
n u e s t r o s p r o y e c t o s , u n p u n t o en el
q u e c u a l q u i e r p r o y e c t o llega a su fin,
a c a b a d o o i n a c a b a d o : ese p u n t o es
n u e s t r a m u e r t e . H e i d e g g e r conside-
I n t e n t a m o s d a r s e n t i d o al mundo d e t e r m i n a r lo q u e es «ser» p a r a noso- ra q u e la m u e r t e es el horizonte últi-
involucrándonos en proyectos y tareas tros m i s m o s . m o de n u e s t r o ser: t o d o lo q u e somos
que proporcionan unidad a la vida. c a p a c e s de hacer, ver o pensar tiene
Heidegger dice que ser hombre es
estar inmerso en la vida diaria.
E l ser y e l t i e m p o l u g a r d e n t r o de d i c h o horizonte, y no
C u a n d o H e i d e g g e r se p l a n t e a l a p r e - p o d e m o s ver más allá.
g u n t a p o r el s e n t i d o d e l ser, no está L a c o n o c i d a y c o m e n t a d a dificul-
no se c u e s t i o n a n acerca de s u ser; es buscando conceptos abstractos, sino t a d d e e n t e n d e r el v o c a b u l a r i o téc-
decir, no se p l a n t e a n p r e g u n t a s onto- algo m u y d i r e c t o e i n m e d i a t o . E n las n i c o q u e H e i d e g g e r emplea, se debe,
lógicas, no se p r e g u n t a n «¿qué s e n t i - páginas q u e a b r e n s u libro, a f i r m a e n g r a n m e d i d a , a q u e i n t e n t a explo-
do tiene decir q u e algo existe?)). Pero q u e el sentido del ser únicamente se rar problemas filosóficos complejos de
Heidegger subraya que hay u n ente p u e d e i n t e r p r e t a r a p a r t i r del t i e m p o : u n a m a n e r a c o n c r e t a , no abstracta,
q u e se p r e g u n t a eso: el ser h u m a n o . somos, e n esencia, seres temporales. q u e q u i e r e relacionar c o n nuestra ex-
A l afirmar q u e nosotros somos los en- C u a n d o n a c e m o s , nos e n c o n t r a m o s p e r i e n c i a de hecho. D e c i r q u e «el ho-
tes q u e h a n de ser analizados, lo q u e e n el m u n d o c o m o s i nos h u b i e s e n r i z o n t e m á x i m o d e n u e s t r o ser es la
q u i e r e d e c i r es q u e s i q u e r e m o s i n - arrojado en u n a t r a y e c t o r i a q u e noso- muerte» es d e c i r algo sobre qué es vi-
vestigar la p r e g u n t a por el ser, tene- tros no h e m o s elegido; t a n sólo v e m o s v i r u n a v i d a h u m a n a , y e x p r e s a una
mos q u e comenzar por nosotros, por q u e h e m o s v e n i d o a la e x i s t e n c i a e n i d e a d e lo q u e s o m o s q u e p a s a n por
EL MUNDO MODERNO 255
alto numerosas definiciones filosófi-
cas: por ejemplo, «bípedo implume» o

éé
«animal político».

Vivir de m a n e r a auténtica
Le d e b e m o s a la obra de M a r t i n Hei- Morir no es u n acontecimiento;
degger la distinción filosófica entre es u n fenómeno a comprender
existencia auténtica y e x i s t e n c i a i n - existencialmente.
auténtica. D u r a n t e la mayor p a r t e de Martin Heidegger
nuestras vidas estamos inmersos en
diferentes p r o y e c t o s y o l v i d a m o s la
muerte; pero, a l ver la v i d a solamen-
te en términos de los p r o y e c t o s q u e
tenemos, e s t a m o s p a s a n d o por alto Martin Heidegger
una dimensión más f u n d a m e n t a l de
a añ- nuestra propia existencia y, en la m i s - forma q u e podríamos c a m b i a r nues- H e i d e g g e r , n a c i d o e n 1889
il na- ma medida, según Heidegger, e x i s t i - e n M e s s k i r c h ( A l e m a n i a ) , es
tras prioridades y proyectarnos hacia
;orno mos de m a n e r a inauténtica. C u a n d o considerado u n o de los filósofos
futuros diferentes.
nos hacemos conscientes de la muer- más i m p o r t a n t e s d e l s i g l o x x .
a de-
I n i c i a l m e n t e t u v o l a aspiración
ludo te c o m o límite m á x i m o de n u e s t r a s U n lenguaje más profundo de ordenarse sacerdote, pero
stin- posibilidades, e m p e z a m o s a alcanzar L a filosofía p o s t e r i o r d e H e i d e g g e r t r a s leer a H u s s e r l se dedicó a
bus- una comprensión más profunda de lo siguió ocupándose de p r e g u n t a s so- l a filosofía. P r o n t o se g a n ó l a
rnos que s i g n i f i c a e x i s t i r . bre el ser, pero se alejó de la precisión f a m a de ser u n e x t r a o r d i n a r i o
yec- Por ejemplo, c u a n d o nos enfrenta- de s u e n f o q u e anterior p a r a adoptar profesor y el sobrenombre d e
mpo mos a la m u e r t e d e u n ser q u e r i d o , u n a visión más poética de la m i s m a «el m a g o de Messkirch». E n
3fu- puede q u e o b s e r v e m o s n u e s t r a pro- clase de problemas. Empezó a sospe- los años t r e i n t a se convirtió
,de- pia v i d a y nos d e m o s c u e n t a de q u e c h a r q u e la filosofía no era capaz de e n r e c t o r d e l a U n i v e r s i d a d de
los proyectos q u e a b s o r b e n nuestro reflexionar t a n p r o f u n d a m e n t e acer- Friburgo y miembro del partido
em-
nazi. T a n t o la n a t u r a l e z a como
ade día a día p a r e c e n carecer de s e n t i - ca de nuestro ser, de forma que, para
el alcance de s u compromiso
)ara do, y q u e e x i s t e u n a dimensión más p r e g u n t a r n o s sobre la e x i s t e n c i a h u -
c o n e l n a z i s m o s o n cuestiones
n el profunda de la v i d a q u e nos falta, de m a n a , d e b e m o s r e c u r r i r a l lenguaje
debatidas, c o m o también lo
.fin, de la poesía, más rico, más profundo, es l a d e h a s t a q u é p u n t o s u
3 es y q u e nos t o c a de u n a f o r m a q u e v a filosofía está i m p l i c a d a e n l a
ide- más allá d e l s i m p l e i n t e r c a m b i o d e ideología n a c i o n a l s o c i a l i s t a .
ilti- información.
H e i d e g g e r pasó los últimos
1
9k M a r t i n H e i d e g g e r fue u n o de los
nos t r e i n t a años de s u v i d a viajando

m
ene filósofos más influyentes del siglo xx. y escribiendo, intercambiando
'no Su análisis i n i c i a l acerca d e l sentido ideas con sus amigos como el
de ser h o m b r e y de cómo es p o s i b l e físico W e r n e r H e i s e n b e r g o l a
fl- v i v i r u n a v i d a auténtica sirvió de i n s - filósofa H a n n a h A r e n d t . Murió
piración a n u m e r o s o s filósofos c o m o e n F r i b u r g o e n 1976.
ec-
he, Sartre, Lévinas y Gadamer, y c o n t r i -
buyó a l n a c i m i e n t o d e l m o v i m i e n t o Obras principales
)lo-
;de filosófico existencialista. Su obra pos-
terior, más poética, también h a t e n i - 1927 El ser y el tiempo.
¡ta,
do g r a n i n f l u e n c i a sobre los filósofos 1 9 3 6 - 1 9 4 6 Superación de
ex- la metafísica.
ecologistas, q u i e n e s consideran q u e
tio- 1 9 5 5 - 1 9 5 6 El principio
Todo ser es u n «ser hacia la muerte», y ofrece u n a f o r m a d e p e n s a r a c e r c a
jla sólo los seres humanos son conscientes de razón.
d e l s e n t i d o de ser h o m b r e d e n t r o de
vi- de ello. Nuestras vidas son temporales, y 1955-1957 Identidad
u n m u n d o amenazado por la destruc-
na sólo si lo asumimos viviremos una vida y diferencia.
auténtica y con sentido. ción m e d i o a m b i e n t a l . •
)or
256

LA UNICA OPCION MORAL


A h\ >K A\ /t, /i. ÍK, As VÁLIDA PARA EL INDIVIDUO
ES EL SACRIFICIO POR
LA COMUNIDAD
TETSURO WATSUJI (1889-1900)

U
no de los filósofos más desta- laciones con la comunidad, que con-
EN CONTEXTO cados de Japón a principios forman el entramado en que vivimos,
del siglo xx, Tetsuro Watsuji y al que llama con u n término tradu-
RAMA
escribió sobre filosofía tanto oriental cible como «relacionalidad». Para él,
Ética
como occidental. Se formó en Japón la ética no es cuestión de acción in-
ORIENTACIÓN y Europa, y su obra, como la de m u - dividual, sino de olvido o sacrificio de
Existencialismo chos filósofos japoneses de su tiem- uno mismo para que el individuo be-
po, contiene una síntesis creativa de neficie al conjunto de la comunidad.
ANTES t a n distintas tradiciones. La ética nacionalista de Watsuji
S i g l o xin El filósofo japonés y su defensa de la superioridad racial
Dógen escribe sobre el «olvido E l o l v i d o d e u n o m i s m o de los japoneses le hizo caer en des-
de u n o mismo». Los estudios de Watsuji de las pers- gracia tras la Segunda Guerra Mun-
pectivas occidentales sobre la ética dial, aunque más adelante se distan-
F i n a l e s d e l s i g l o xix E l
le convencieron de que los pensado- ció de tales puntos de vista. •
alemán F r i e d r i c h Nietzsche
res de Occidente tienden a adoptar
escribe sobre la influencia del
u n enfoque i n d i v i d u a l i s t a de la na-
«clima» en la filosofía, u n a idea
turaleza humana y de la propia ética.
i m p o r t a n t e e n el pensamiento
Para él, en cambio, los individuos sólo
de Watsuji.
se pueden entender como expresio-
1927 M a r t i n Heidegger nes de su época, relaciones y contex-
p u b l i c a El ser y el tiempo. to social particulares, que combina-
Tetsuro W a t s u j i repiensa la dos forman u n «clima» o «ambiente».
obra de Heidegger a la luz de Watsuji explora la idea de naturaleza
humana en términos de nuestras re-
sus ideas sobre el «clima».

DESPUÉS
Los guerreros samurais a menudo
F i n a l e s d e l s i g l o xx E l
sacrificaban su v i d a e n la lucha para
filósofo japonés Yuasa Yasuo salvar al Estado, en u n acto de extrema
desarrolla la ética c o m u n i t a r i a lealtad y entrega al que Watsuji llamó
de W a t s u j i . kenshin, o «autosacrificio absoluto».

Véase también: S 0 r e n Kierkegaard 194-195 • F r i e d r i c h Nietzsche 214-221 •


N i s h i d a Kitaro 336-337 • Hajime Tanabe 244-245 • M a r t i n Heidegger 252-255
EL MUNDO MODERNO 257

LA LÓGICA ES EL
ÚLTIMO INGREDIENTE
CIENTÍFICO DE LA
FILOSOFÍA
RUDOLF CARNAP (1891-1970)

E
ntre los problemas de la filo-
EN CONTEXTO sofía d e l siglo xx, se c u e n t a

éé
el de d e t e r m i n a r cuál puede
RAMA
ser su papel frente al desarrollo de las
Filosofía d e l a c i e n c i a
ciencias naturales. El alemán Carnap
ORIENTACIÓN se preocupa por d i c h a cuestión e n el
artículo «El lenguaje físico como len-
En la lógica
P o s i t i v i s m o lógico
guaje universal de la ciencia» (La uni-
no hay moral.
ANTES dad de la ciencia, 1934), donde sugie- Rudolf C a r n a p
1890 G o t t l o b Frege empieza a re que la función propia de la filosofía,
estudiar las estructuras lógicas y su p r i n c i p a l contribución a la cien-
del lenguaje. cia, es el análisis y la clarificación ló-
gicos de los conceptos científicos.
1921 L u d w i g W i t t g e n s t e i n
Rudolf Carnap opina que muchos
p r o c l a m a q u e la filosofía es
problemas filosóficos aparentemente
el e s t u d i o d e los límites d e l
profundos, como los metafísicos, ca- problemas que, al pie de la letra, ca-
lenguaje.
recen de sentido, pues la experiencia recen de s e n t i d o - y la búsqueda de
DESPUÉS no puede confirmarlos n i refutarlos, nuevas formas de hablar claramente
D é c a d a d e 1 9 3 0 K a r l Popper y los considera, de hecho, pseudo- y sin ambigüedad sobre las ciencias.
propone la falsabilidad como problemas causados por confusiones Van O r m a n Q u i n e y Popper, j u n -
método científico: n i n g u n a lógicas e n el uso del lenguaje. t o a otros filósofos, h a n objetado q u e
cantidad de confirmaciones los requisitos de Carnap acerca de lo
prueba q u e algo sea verdadero, E l lenguaje lógico que se puede decir con sentido resul-
El p o s i t i v i s m o lógico t a n sólo acep- t a n excesivos e implican una concep-
m i e n t r a s q u e b a s t a u n a sola
t a como verdaderos los e n u n c i a d o s ción del funcionamiento de la ciencia
refutación p a r a demostrar q u e
estrictamente lógicos que se pueden que, e n l a práctica, no se corrobora.
la teoría es falsa.
verificar de forma empírica. Así, para A u n así, sigue siendo i m p o r t a n t e la
Década de 1960 Thomas Carnap, la verdadera tarea de la filo- advertencia de Carnap de que el len-
K u h n e s t u d i a l a dimensión sofía es el análisis lógico del lenguaje guaje puede llevarnos a hallar proble-
social del progreso científico, - a fin de d e s c u b r i r y de e l i m i n a r los mas donde no los hay. •
lo q u e d e b i l i t a a l g u n o s d e los
principios del positivismo lógico. Véase también: Gottlob Frege 336 • Ludwig Wittgenstein 246-251 • Karl
Popper 262-265 • Willard Van Orman Quine 278-279 • Thomas Kuhn 293
LA ÚNICA FORMA
DE CONOCER A UNA
PERSONA ES AMARLA
SIN ESPERANZA
WALTER BENJAMIN (1892-1940)

E
l filósofo alemán Walter Benja- E n este ensayo, Benjamin no trata
EN CONTEXTO mín fue u n o de los m i e m b r o s de exponer u n a teoría profunda, sino
de la Escuela de Frankfurt, u n q u e i n t e n t a sorprendernos con ideas
RAMA
g r u p o de teóricos sociales neomar- de la m i s m a m a n e r a q u e nos podría
Ética suceder c o n c u a l q u i e r otra cosa que
x i s t a s q u e se preocupó por las c o n -
ORIENTACIÓN secuencias de la cultura y la c o m u n i - reclamase nuestra atención mientras
E s c u e l a de F r a n k f u r t cación de masas. Además, B e n j a m i n estamos paseando. H a c i a el final de
estaba fascinado por las técnicas l i - la obra dice que «en m i obra, las citas
ANTES t e r a r i a s y cinematográficas; s u en- son como atracadores que, blandien-
C. 3 8 0 a . C . Platón e s c r i b e sayo Calle de sentido único (1928) es do sus armas, asaltan al aletargado y
el Banquete, obra considerada u n experimento de construcción lite- lo despojan de sus certezas».
la p r i m e r a reflexión filosófica raria q u e recoge u n a serie de obser-
sobre el amor. vaciones, i n t e l e c t u a l e s y empíricas, E l amor i l u m i n a d o r
q u e le a s a l t a n m i e n t r a s recorre u n a L a noción de q u e la única manera de
1 8 6 3 E l p o e t a francés Charles
calle de u n a c i u d a d i m a g i n a r i a . conocer a u n a persona es amarla sin
B a u d e l a i r e e s c r i b e sobre e l
esperanza aparece hacia la m i t a d del
Üáneur, «alguien q u e recorre
ensayo, en el epígrafe «Arco voltaico»:
la c i u d a d p a r a vivirla».

éé
en el resplandor de u n a luz, Benjamín
DESPUÉS se detiene y piensa eso, nada más; el
1955 G u y Debord funda la ensayo pasa de i n m e d i a t o a otra sec-
psicogeografía, el e s t u d i o d e Comúnmente, la construcción ción. Nos v e m o s así obligados a su-
poner lo q u e quiere decir: ¿que el co-
los e f e c t o s d e l a geografía de la vida está mucho más en
n o c i m i e n t o nace del amor?, ¿que sólo
sobre el c o m p o r t a m i e n t o y manos de los hechos que
c u a n d o a b a n d o n a m o s la esperanza
las e m o c i o n e s d e l i n d i v i d u o . en las de las convicciones.
de u n resultado podemos ver con cla-
Walter Benjamin
1972 E l n o v e l i s t a i t a l i a n o Italo r i d a d a l amado? N o p o d e m o s saber-

99
C a l v i n o e x p o n e l a s relaciones lo. Todo lo q u e podemos hacer es pa-
entre ciudades y signos en s u searnos por la calle junto a Benjamín
l i b r o Las ciudades invisibles. y experimentar la iluminación de sus
p e n s a m i e n t o s pasajeros. •

Véase t a m b i é n : Platón 50-55 • Karl Marx 196-203 • Theodor Adorno 266-267 •


Roland Barthes 290-291
EL MUNDO MODERNO 259

LOQUEES
NO PUEDE SER
VERDADERO
HERBERT MARCUSE (1898-1979)

A
io trata simple vista, nada parecería armonía de l i b e r t a d y opresión, pro-
a, sino EN CONTEXTO más irracional que la afirma- d u c t i v i d a d y destrucción, crecimien-
i ideas ción de M a r c u s e de q u e «lo to y regresión». Damos por hecho que
RAMA
podría que es» no puede ser verdadero, q u e las sociedades en las que v i v i m o s se
Filosofía política
saque aparece en su tratado Razón y revolu- basan en la razón y la j u s t i c i a , pero,
¡entras ORIENTACIÓN ción (1941). Si lo que es no puede ser si las examinamos, podemos ver q u e
inal de Escuela deFrankfurt verdadero, el lector estaría tentado a no son t a n justas n i t a n razonables
>s citas preguntarse: en ese caso, ¿qué puede como creemos.
ndien- ANTES serlo? Lo que i n t e n t a M a r c u s e es, en Herbert Marcuse no desea recha-
gadoy 1821 G e o r g H e g e l a f i r m a e n parte, darle la vuelta a la afirmación zar la razón, sino que intenta señalar
s u Filosofía del derecho q u e del filósofo alemán Hegel de que todo que esta es subversiva y la podemos
t o d o lo real es r a c i o n a l y t o d o lo racional es real y de que todo lo real usar para cuestionar la sociedad en
lo r a c i o n a l es real. es racional. que v i v i m o s . Para él, la meta de la fi-
lera de M a r c u s e opina que d i c h a idea es losofía es u n a «teoría racionalista de
1867 Karl M a r x p u b l i c a
irla sin peligrosa, p u e s t o q u e nos llevaría a la sociedad». •
el p r i m e r t o m o d e £7 capital,
tad del creer que lo q u e hay de hecho, como
donde expresa s u concepción d e
ltaico»: el sistema político actual, es necesa-
las «leyes del movimiento)) de las
njamin riamente racional. También hace h i n -
sociedades capitalistas, y c u l p a capié en que lo que consideramos ra-
más; el
al c a p i t a l i s m o d e l a explotación zonable puede resultar bastante más
.ra sec-
de los seres h u m a n o s . irrazonable de lo que querríamos ad-
is a su-
e el co- D é c a d a d e 1 9 4 0 E l filósofo m i t i r , y defiende la necesidad de que
ue sólo adquiramos conciencia de la natura-
M a r t i n Heidegger empieza a
eranza leza irracional de muchas de las cosas
i n t e r e s a r s e p o r los p r o b l e m a s
;on cla- que aceptamos s i n más.
de l a tecnología.
saber- Los coches veloces son el tipo de
r es pa- DESPUÉS L a razón subversiva p r o d u c t o que, según M a r c u s e , u s a m o s
njamin 2 0 0 0 Slavoj Z i z e k e s t u d i a En particular, Marcuse se sentía m u y para reconocernos: encontramos «nuestra
. de sus las d i s t i n t a s relaciones e n t r e a d i s g u s t o con las sociedades capita- alma» e n estos objetos, convirtiéndonos
tecnología, sociedad c a p i t a l i s t a listas y lo que l l a m a b a «su terrorífica en meras extensiones de lo q u e creamos.
y totalitarismo.
Véase t a m b i é n : Georg Hegel 178-185 • Karl M a r x 196-203 • M a r t i n Heidegger
-267
252-255 • Slavoj Zizek 326
LA HISTORIA NO
NOS PERTENECE,
SINO QUE NOSOTROS
PERTENECEMOS A ELLA
HANS-GEORG GADAMER (1900-2002)

L
a figura de Gadamer suele es- sión i n i c i a l ; s i nos encontramos con
EN CONTEXTO tar relacionada con el enfoque u n verso q u e sea extraño o llamativo,
filosófico llamado ((hermenéu- p o s i b l e m e n t e necesitaremos pasar
RAMA
tica» (del griego hermeneuo, inter- a u n n i v e l d e comprensión más pro-
Filosofía d e l a h i s t o r i a
pretar), q u e e s t u d i a la forma e n q u e fundo; según vayamos interpretando
ORIENTACIÓN las personas i n t e r p r e t a n el m u n d o . cada verso, nuestro s e n t i m i e n t o del
Hermenéutica Gadamer estudió filosofía junto a poema en s u conjunto se modificará,
M a r t i n Heidegger, q u i e n considera- y, según vaya c a m b i a n d o el citado
ANTES ba q u e la tarea de la filosofía era la s e n t i m i e n t o , también lo irá hacien-
P r i n c i p i o s d e l siglo xix de i n t e r p r e t a r n u e s t r a e x i s t e n c i a , lo do nuestra comprensión de cada ver-
E l filósofo alemán F r i e d r i c h cual se hace posible a través de u n a so. Dicho proceso es conocido como
Schleiermacher establece las comprensión profunda, partiendo de «círculo hermenéutico».
b a s e s d e l a hermenéutica. aquello que ya conocemos. El proce- El enfoque filosófico de Heideg-
so es semejante al de i n t e r p r e t a r u n ger se movía e n esta forma circular,
D é c a d a d e 1 8 9 0 E l filósofo
poema: comenzamos por leerlo aten- y es el enfoque q u e Gadamer adop-
alemán W i l h e l m D i l t h e y a f i r m a
t a m e n t e a la luz de nuestra compren- taría más t a r d e en su libro Verdad y
q u e la interpretación se d a e n el
seno del ((círculo hermenéutico».

1927 M a r t i n Heidegger explora


la interpretación d e l ser e n s u
Esto siempre t i e n e lugar en u n a
o b r a 223 ser y el tiempo. época histórica d e t e r m i n a d a
q u e nos i m p o n e d e t e r m i n a d o s
DESPUÉS
prejuicios y perspectivas
1 9 7 9 E n La ñlosofía y el espejo
de la naturaleza, R i c h a r d R o r t y
u s a el e n f o q u e hermenéutico.

1 9 8 3 - 1 9 8 5 E l filósofo francés
V
Paul Ricoeur escribe Tiempo
L a historia no
y narración, d o n d e e x a m i n a l a No podemos entender
nos pertenece,
capacidad de la narrativa para las cosas si nos salimos
sino que noso
representar nuestro s e n t i m i e n t o de esos prejuicios y
pertenecemos perspectivas.
del tiempo.
a ella.
EL MUNDO MODERNO 261
Véase t a m b i é n : Immanuel Kant 164-171 - Georg Hegel 178-185 - M a r t i n Heidegger 252-255 - Jürgen Habermas
306-307 • Jacques Derrida 308-313 • Richard Rorty 314-319

el t i p o d e respuestas q u e nos satisfa- a m p l i a r la comprensión de n u e s t r a s


c e n s o n s i e m p r e r e s u l t a d o d e nues- v i d a s e n el presente y a profundizar
tra h i s t o r i a . No p o d e m o s sustraernos en ella. Por ejemplo, s i leo c o n a t e n -
de la h i s t o r i a y la c u l t u r a , por lo q u e ción u n a obra d e Platón, p u e d e q u e
n u n c a p o d r e m o s a d o p t a r u n a pers- además d e p r o f u n d i z a r e n m i c o m -
p e c t i v a a b s o l u t a m e n t e objetiva. prensión del autor, también m e q u e -
A h o r a bien, no hay por qué ver los d e n claros m i s propios prejuicios y
p r e j u i c i o s c o m o algo negativo; a l fin perspectivas, q u e quizá e m p i e c e n a
y a l cabo, c o n s t i t u y e n nuestro p u n t o c a m b i a r e n ese i n s t a n t e : no sólo yo
de p a r t i d a : nuestra comprensión ac- leo a Platón, sino q u e Platón m e lee a
t u a l y n u e s t r a concepción d e lo q u e m i . A través de este diálogo, o lo q u e
t i e n e s e n t i d o se b a s a n e n esos pre- Gadamer d a e n llamar «fusión de ho-
j u i c i o s y p e r s p e c t i v a s . Si acaso fue- rizontes», m i comprensión del m u n d o
ra p o s i b l e l i b r a r s e d e t o d o s los pre- se profundiza, se enriquece. •
ios con juicios, t a m p o c o podríamos apreciar
mativo, las cosas c o n c l a r i d a d , y a q u e s i n la
s pasar a y u d a de u n m a r c o interpretativo, no
íás pro-
retando
ffltodal
A l o b s e r v a r objetos históricos no
debiéramos ver el tiempo como u n
abismo que hay que atravesar, dice
podríamos ver n a d a en absoluto.

Conversar con la historia


éé
lificará; Gadamer, ya que esa distancia la Dado que una experiencia
H a n s - G e o r g G a d a m e r c o n t e m p l a el
salva la continuidad de la tradición,
. citado proceso d e comprender n u e s t r a s v i - está en el seno de la vida,
que ilumina nuestra comprensión.
riacien- das y a nosotros m i s m o s c o m o u n a la totalidad de la vida está
ioa ver especie d e «conversación c o n la h i s - presente también en ella.
o como método, d o n d e defiende q u e n u e s t r a toria)). A l leer t e x t o s históricos q u e Hans-Georg Gadamer
llevan ahí siglos, el darnos c u e n t a d e

ft
comprensión sobre el m u n d o siempre
leídeg- depende del p u n t o de v i s t a de u n m o - q u e sus t r a d i c i o n e s y supuestos s o n
ircular. m e n t o histórico d e t e r m i n a d o : n u e s - d i f e r e n t e s nos h a c e ser c o n s c i e n t e s
•r adop- tros prejuicios y creencias, el t i p o de de las n o r m a s y p r e j u i c i o s d e n u e s -
eidadj cuestiones q u e creemos relevantes y t r a p r o p i a c u l t u r a , lo q u e nos lleva a

Hans-Georg Gadamer G a d a m e r nació e n M a r b u r g o e n E n ella se oponía a l a i d e a d e q u e


1900, a u n q u e se crió e n B r e s l a u l a c i e n c i a s u p u s i e s e l a única v í a
(Alemania), l a actual Wroclaw h a c i a l a v e r d a d , y s u publicación
(Polonia). Estudió filosofía p r i m e r o le reportó f a m a i n t e r n a c i o n a l .
e n B r e s l a u y, p o s t e r i o r m e n t e , e n P e r s o n a d e carácter s o c i a b l e y
M a r b u r g o , d o n d e escribió u n a a n i m a d o , G a d a m e r siguió a c t i v o
segunda tesis doctoral d i r i g i d a hasta su muerte, en Heidelberg,
por M a r t i n Heidegger, maestro q u e a los 102 años.
t u v o u n a enorme influencia sobre
su obra. Como profesor asociado Obras principales
e n M a r b u r g o , inició u n a d i l a t a d a
carrera académica e n l a q u e llegaría 1960 Verdad y método.
a ser sucesor d e K a r l J a s p e r s c o m o 1976 Seminario: hermenéutica
profesor d e filosofía e n H e i d e l b e r g ñlosóñca ( c o n G o t t f r i e d Bóhm).
e n 1949. L a más i m p o r t a n t e d e sus 1980 Diálogo y dialéctica.
obras, t i t u l a d a Verdad y método, se 1981 L a razón en la época
publicó c u a n d o c o n t a b a 6 0 años. de la ciencia.
262
EN CONTEXTO

PARA QUE
RAMA
Filosofía de l a c i e n c i a

ORIENTACIÓN

UN ENUNCIADO Filosofía analítica

ANTES

CIENTIFICO HABLE
Siglo i v a . C . Aristóteles
subraya la i m p o r t a n c i a de la
observación y la medida para

DE LA REALIDAD,
comprender el mundo.

1620 Francis Bacon, en el


Novum Organum, establece el

TIENE QUE SER método inductivo de la ciencia.

1 7 4 8 E n la Investigación

FALSABLE sobre el entendimiento


humano, David H u m e plantea
el problema de la inducción.

KARL POPPER (1902-1994) DESPUÉS


1962 T h o m a s K u h n critica
a Popper en La estructura de
las revoluciones cientíñcas.

1 9 7 8 E n Contra el método, Paul


Feyerabend cuestiona la idea
m i s m a de método científico.

C
on frecuencia pensamos que
la ciencia funciona ((proban-
do» verdades sobre el mun-
do, y que una teoría científica correc-
ta es aquella que permite comprobar
que es verdadera. Sin embargo, el fi-
lósofo austríaco Karl Popper insistía
en que esto no es así: para él, lo que
hace que una teoría sea científica es
que pueda ser falsada, que la expe-
riencia pueda refutarla.
El interés de Popper recae en el
método que sigue la ciencia para co-

1^
nocer el mundo. La ciencia depende
de la experimentación y la experien-
cia, y si queremos actuar de manera
científica, tenemos que fijarnos en lo
que el filósofo David Hume llamaba
«regularidades» de la naturaleza - e l
EL MUNDO MODERNO 263
Véase t a m b i é n : Sócrates 46-49 - Aristóteles 56-63 - Francis Bacon 110-111 - David Hume 148-153 - Rudolf Carnap
257 • Thomas Kuhn 293 • Paul Feyerabend 297

e la
^ara

3l
ce el
íncia.

Los europeos vieron cisnes negros


ntea por primera vez en el siglo xvn. Esto
refutó la idea de que todos los cisnes
3n.
son blancos, entonces considerada
universalmente verdadera.

ca
de P a r a que u n capaces de calcular la v e l o c i d a d a la
is. e n u n c i a d o científico q u e caerá la pelota. N o parece haber
hable de la realidad, m u c h o m i s t e r i o en este hecho.
>,Paul tiene que ser A u n así, se p u e d e s e g u i r c o n la
idea ^ falsable p r e g u n t a : ¿podemos estar absoluta-
ico. m e n t e s e g u r o s d e q u e , la s i g u i e n t e
vez q u e la soltemos, la pelota caerá?
I n d e p e n d i e n t e m e n t e del número de
v e c e s q u e llevemos a cabo este ex-
nos que hecho de q u e , e n el m u n d o , los acon- c i r : «Un m o m e n t o , ¿estás a b s o l u t a - p e r i m e n t o y de la confianza q u e t e n -
proban- t e c i m i e n t o s se p r o d u c e n s i g u i e n d o m e n t e seguro d e q u e caerá?)*. A h o r a g a m o s en s u resultado, no podremos

el mun- unos patrones y secuencias d e t e r m i - b i e n , ¿cómo s a b e m o s q u e eso es lo probar n u n c a q u e s u r e s u l t a d o vaya


nados s u s c e p t i b l e s d e ser e s t u d i a - q u e sucederá s i s o l t a m o s la pelota? a ser e l m i s m o e n el futuro.
correc-
dos d e m a n e r a sistemática. E n otras ¿Qué t i p o de c o n o c i m i e n t o es ese?
nproba:
palabras, la c i e n c i a es empírica, está La respuesta i n m e d i a t a es q u e lo E l r a z o n a m i e n t o i n d u c t i v o
30, el fi-
basada en la e x p e r i e n c i a , y, p a r a sa- s a b e m o s p o r q u e eso es lo q u e o c u - L a i n c a p a c i d a d d e prever e l f u t u r o
insistia
ber cómo opera, t e n e m o s q u e averi- rre siempre. Dejando de lado los aza- c o n a b s o l u t a s e g u r i d a d es reflejo del
., lo que guar cómo la e x p e r i e n c i a en general res i m p r e v i s t o s , n a d i e h a v i s t o n u n - p r o b l e m a d e la inducción, q u e p l a n -
:ífica es lleva a l c o n o c i m i e n t o . ca q u e la p e l o t a q u e d e s u s p e n d i d a , teó D a v i d H u m e por p r i m e r a vez e n
a expe- Reflexionemos sobre e s t e e n u n - o b i e n se eleve e n el aire a l soltarla. el siglo xvin. Pero, ¿qué es u n razona-
le en el ciado: «Si sueltas u n a pelota d e t e - S a b e m o s q u e caerá a l suelo g r a c i a s miento inductivo?
jaraco- n i s desde la v e n t a n a d e u n s e g u n d o a q u e la e x p e r i e n c i a nos h a d e m o s - L a inducción es la operación m e -
epende piso, caerá h a s t a e l suelo». D e j a n d o trado q u e eso es lo q u e sucederá. Y, d i a n t e la c u a l pasamos de u n conjun-
:perien- a u n lado azares i m p r e v i s t o s (como no sólo e s t a m o s seguros de q u e cae- t o d e h e c h o s observados e n e l m u n -
manera q u e u n águila a t r a p e la bola), p o d e - rá h a s t a e l suelo, s i n o q u e también do a elaborar conclusiones generales
os en lo mos estar b a s t a n t e seguros de q u e la s a b e m o s cómo lo hará: por ejemplo, acerca del m u n d o . Suponemos q u e si
lamaba afirmación es razonable; únicamente s i c o n o c e m o s e l t i e m p o d e caída y soltamos la pelota esta caerá porque,
leza -el a a l g u i e n m u y raro se le ocurriría de- la c o n s t a n t e g r a v i t a c i o n a l , seremos al m e n o s según las tesis de H u m e ,
264 KARL POPPER
estamos generalizando a partir de q». E n nuestro ejemplo, «p» representa
innumerables experiencias del m i s - «Es u n a manzana», y «q», «Es u n a fru-
m o género, e n las q u e h e m o s v i s t o
q u e c o s a s c o m o las p e l o t a s caían a l
suelo c u a n d o se las s o l t a b a .
ta». D a d o q u e p a r t i m o s d e q u e «Si p,
entonces q » y de q u e «p», entonces la
conclusión « q » es u n a v e r d a d necesa-
éé
ria, i n e l u d i b l e . O t r o ejemplo: «Si l l u e - Toda solución a
Razonamiento deductivo ve, el g a t o v a a m a u l l a r (dado q u e t o - u n problema crea nuevos
A l r a z o n a m i e n t o i n d u c t i v o , los filóso- dos los gatos m a u l l a n c u a n d o llueve); problemas por resolver.
fos h a n c o n t r a p u e s t o f r e c u e n t e m e n - llueve, luego el gato v a a maullar». Karl Popper
t e el r a z o n a m i e n t o d e d u c t i v o : m i e n - Los filósofos o p i n a n q u e t o d o s los
t r a s l a inducción p a s a d e los c a s o s r a z o n a m i e n t o s d e e s t e t i p o s o n váli-
p a r t i c u l a r e s a lo g e n e r a l , l a d e d u c - dos, p u e s t o q u e s u s c o n c l u s i o n e s se
ción p a s a d e l p r i n c i p i o u n i v e r s a l a l s i g u e n i n d e f e c t i b l e m e n t e d e s u s pre-
c a s o p a r t i c u l a r . U n e j e m p l o d e razo- m i s a s . S i n e m b a r g o , el h e c h o d e q u e
n a m i e n t o d e d u c t i v o p u e d e p a r t i r d e u n r a z o n a m i e n t o sea válido, n o s i g -
dos p r e m i s a s como: «Si es u n a m a n - nifica q u e s u s conclusiones s e a n ver- n o s i e m p r e h u e l e n a plátano. E n otras
zana es u n a f r u t a (puesto q u e t o d a s daderas. Por ejemplo, el r a z o n a m i e n - palabras: a u n q u e el r a z o n a m i e n t o es
las m a n z a n a s s o n frutas)» y «Esto es t o «Si esto es u n gato, e n t o n c e s huele válido, c o m o s u p r e m i s a es falsa, su
u n a manzana»; d a d a la f o r m a d e las a plátano; esto es u n gato, luego h u e - conclusión también lo es. Se pueden
p r e m i s a s , el e n u n c i a d o «Esto es u n a le a plátano» es válido, d a d o q u e s u i m a g i n a r otros m u n d o s e n los q u e los
manzana» lleva i n d e f e c t i b l e m e n t e a f o r m a lo es, pero la m a y o r p a r t e d e la g a t o s s i e m p r e h u e l a n a plátano, por
la conclusión «es u n a fruta». g e n t e estará d e a c u e r d o e n q u e l l e g a lo q u e se c o n s i d e r a q u e e l e n u n c i a -
L o s filósofos h a n t r a t a d o d e s i m - a u n a conclusión errónea. U n e x a m e n do «Los gatos n o siempre huelen a
plificar los razonamientos d e d u c t i v o s más a t e n t o n o s deja ver q u e , d e s d e el plátano» es u n a v e r d a d c o n t i n g e n t e y
representándolos m e d i a n t e u n a n o - p u n t o d e v i s t a empírico, la p r e m i s a n o u n a v e r d a d n e c e s a r i a o lógica, la
tación, d e m o d o q u e la f o r m a g e n e - «Si esto es u n gato, e n t o n c e s huele a c u a l exigiría ser v e r d a d e r a e n todos
ral del r a z o n a m i e n t o anterior sería «Si plátano» es problemática, p o r q u e , a l los m u n d o s p o s i b l e s . Por esto, a los
p, e n t o n c e s q; d a d o q u e p, por t a n t o m e n o s e n n u e s t r o m u n d o , los g a t o s r a z o n a m i e n t o s válidos y c o n p r e m i -

E s t e es u n ejemplo del
Experimento A Experimento B Experimento C
problema de la inducción
independientemente de
que sepamos cómo se
comporta una pelota de
tenis en el presente, no
podemos estar seguros
de cómo se comportará
en el futuro.
EL MUNDO MODERNO 265
«Si esto se da. entonces se da» Si se

éé
quiere usar para la ciencia, hay que
seguir usando la inducción a la hora
de establecer las premisas, por lo que
La ciencia puede la ciencia continúa lastrada a causa
del problema de la inducción.
definirse como el arte de
Por esta razón, según Popper, re-
la supersimplificación
sulta imposible probar que una teo-
sistemática.
ría es verdadera; es más, lo que hace
Karl Popper
que una teoría sea científica no tiene

ff nada que ver con que se pueda pro-


bar, sino con que se pueda contrastar
con la realidad y quede claro que po-
dría ser falsa. E n otras palabras, que
una teoría sea falsable no quiere de- Los e x p e r i m e n t o s pueden revelar
sas verdaderas se los d e n o m i n a «ve- cir que sea falsa, sino que puede ser que ciertos fenómenos siguen a otros de
rificados». Como hemos observado, el refutada por la observación. modo fiable. Pero, según Popper, ningún
razonamiento sobre el gato que hue- experimento puede verificar una teoría, m
Las teorías incontrastables (como
siquiera puede mostrar que es probable
le a plátano es válido pero no verifica- por ejemplo que Dios creó el universo
do, mientras que el razonamiento so- o que tenemos u n guía espiritual i n -
bre las m a n z a n a s y la fruta es t a n t o visible) no pertenecen a las ciencias posibilidad de que u n nuevo resulta-
válido como verificado. naturales. Esto no significa que sean do pruebe que son falsas
inútiles, sino que no son la clase de No le han faltado críticos a la obra
La falsabilidad teorías con las que opera la ciencia. de Popper; algunos científicos alegan
Se podría decir que los razonamien- La idea de falsabilidad no i m p l i - que presenta u n a imagen idealizada
tos deductivos son como los progra- ca que esté injustificado aceptar las de la forma en que realizan su traba-
mas informáticos: sus resultados no teorías q u e no p u e d e n ser falsadas: jo y que la ciencia opera de u n modo
pueden tener más valor que los da- se pueden considerar aceptables las m u y d i s t i n t o al que describe Popper.
tos que se les proporcionan. Pese a teorías mientras se verifiquen u n a y A u n así, su principio de falsabilidad
que el razonamiento deductivo c u m - otra vez al contrastarlas o resistan to- se sigue usando para d i s t i n g u i r en-
ple una función de primer orden en la dos los esfuerzos por falsarias; pero, tre enunciados científicos y acientífi-
ciencia, por sí mismo, no puede decir para que las teorías sean sólidas, tie- cos, y quizá haya sido el filósofo de la
nada acerca del m u n d o , solamente: nen q u e estar siempre abiertas a la ciencia más relevante del siglo xx. •

Karl Popper K a r l P o p p e r nació e n 1902, e n Londres. E n 1965 fue n o m b r a d o


V i e n a ( A u s t r i a ) . Estudió filosofía caballero, y siguió e n I n g l a t e r r a
e n la U n i v e r s i d a d de Viena, t r a s lo el r e s t o de s u v i d a . A u n q u e se
c u a l pasó seis años como profesor retiró e n 1969, Popper continuó
de s e c u n d a r i a . D u r a n t e esa época escribiendo y publicando hasta
publicó La lógica de la investigación s u m u e r t e , e n 1994.
cientíñca, q u e lo convirtió e n u n o
de los más destacados filósofos de Obras principales
la ciencia. E n 1937 emigró a N u e v a
Z e l a n d a , d o n d e vivió h a s t a e l fin 1934 L a lógica de la
de l a S e g u n d a G u e r r a M u n d i a l investigación cientíñca.
y escribió s u e s t u d i o acerca d e l 1945 La sociedad abierta
t o t a l i t a r i s m o , L a sociedad abierta y sus enemigos.
y sus enemigos. E n 1946 viajó a 1957 L a miseria del historicismo.
Inglaterra para d a r clases, p r i m e r o 1963 El desarrollo del
e n l a L o n d o n School of Economics conocimiento científico:
y más t a r d e e n l a U n i v e r s i d a d de Conjeturas y refutaciones.
LA INTELIGENCIA
ES UNA
CATEGORÍA MORAL
THEODOR ADORNO (1903-1969)

E
n Occidente la figura del loco dad atañe a todo nuestro ser, tanto al
EN CONTEXTO santo goza de una larga tradi- s e n t i m i e n t o como al entendimiento.
ción, pues se r e m o n t a h a s t a El p r o b l e m a c o n la idea del necio
RAMA
la epístola de s a n Pablo a los c o r i n - o loco santo, según Adorno, es que
Ética nos d i v i d e en partes diferentes, y con
tios e n la q u e pide a sus seguidores
ORIENTACIÓN que sean «necios por Cristo». A lo lar- ello nos vuelve i n c a p a c e s de actuar
E s c u e l a de Frankfurt go de la Edad M e d i a esta idea acabó c o n b u e n criterio, cuando, de hecho,
t o m a n d o la forma del santo insensa- el j u i c i o se m i d e e n función del gra-
ANTES t o o carente de inteligencia, pero mo- do e n q u e logramos c o n c i l i a r senti-
S i g l o i d . C . San Pablo e s c r i b e ralmente v i r t u o s o o puro. miento y entendimiento. L a perspec-
y r e f l e x i o n a sobre ser «necio E n s u l i b r o Minima Moralia, el fi- tiva de Adorno i m p l i c a q u e los actos
p o r Cristo». lósofo alemán Theodor A d o r n o cues- malvados no son meros fracasos del
tiona esta a n t i g u a tradición, encuen- sentimiento, sino también de la inte-
5 0 0 - 1 4 5 0 E n la Europa
t r a sospechoso todo afán de, según ligencia y el e n t e n d i m i e n t o .
m e d i e v a l se p o p u l a r i z a l a
sus palabras, «absolver y beatificar al A d o r n o fue m i e m b r o de la Escue-
visión a l t e r n a t i v a d e l m u n d o
tonto», y quiere proponer q u e la bon- la de F r a n k f u r t , u n g r u p o de filósofos
representada por la idea de
«locura santa» .

i
S i g l o x x E l auge global
de los diversos m e d i o s de Emoción
comunicación d e m a s a s
plantea nuevas cuestiones
éticas.
Necesito ambas para
DESPUÉS realizar juicios sobre lo
1 9 9 4 E l neurólogo portugués que está b i e n o m a l
A n t o n i o D a m a s i o p u b l i c a El
error de Descartes: la emoción,
la razón y el cerebro humano.

S i g l o x x i Slavoj Z i z e k e s t u d i a Así, para actuar con criterio


moral d e p e n d o t a n t o de
L a inteligencia
la dimensión política, s o c i a l y
m i i n t e l i g e n c i a como e s u n a categoría
ética d e la c u l t u r a p o p u l a r . moral.
de m i s emociones.
EL MUNDO MODERNO 267
V é a s e t a m b i é n : Rene Descartes 116-123 Georg Hegel 178-185 • Karl M a r x
196-203 • Slavoj Zizek 326

interesados e n el desarrollo del capi-


t a l i s m o . Por ello, condenó los m e d i o s
de c o m u n i c a c i ó n d e m a s a s c o m o l a
televisión y la r a d i o , s o s t e n i e n d o q u e
habían c a u s a d o u n a erosión t a n t o d e
la i n t e l i g e n c i a c o m o d e l s e n t i m i e n t o ,
así c o m o u n a pérdida d e l a c a p a c i -
d a d d e elegir y h a c e r j u i c i o s m o r a l e s .
Si o p t a m o s p o r a p a g a r n u e s t r o s c e -
r e b r o s v i e n d o los g r a n d e s éxitos d e
t a q u i l l a (en l a m e d i d a e n s e a m o s ca- Theodor A d o r n o
paces ya de optar, dadas las condi-
ciones c u l t u r a l e s e n las q u e v i v i m o s ) , E l e n t r e t e n i m i e n t o t e l e v i s i v o es, Nacido e n F r a n k f u r t e n 1903,
p a r a A d o r n o se t r a t a d e u n a opción según Adorno, intrínsecamente peligroso las dos pasiones de T h e o d o r
moral. La cultura popular, en s u opi- porque distorsiona el mundo y nos imbuye Adorno desde temprana edad
de estereotipos y visiones sesgadas que f u e r o n l a filosofía y l a música, a
nión, n o s o l a m e n t e n o s v u e l v e estú-
vamos adoptando como propios. l a q u e se d e d i c a r o n s u m a d r e
pidos, s i n o también i n c a p a c e s d e ac-
y s u tía. Y a e n l a u n i v e r s i d a d ,
tuar con u n criterio moral.
A d o r n o estudió musicología y
t o m a r decisiones o e m i t i r juicios co- filosofía, licenciándose e n 1924.
Emociones esenciales rrectos si p r e s c i n d i m o s de las emo- A u n q u e tenía a m b i c i o n e s c o m o
A d o r n o d e f i e n d e q u e el error c o n t r a - c i o n e s q u e s i p r e s c i n d i m o s d e la i n - c o m p o s i t o r , los reveses e n s u
rio a i m a g i n a r q u e p u e d e e x i s t i r t a l t e l i g e n c i a . C u a n d o el último r a s t r o d e carrera m u s i c a l le i n c l i n a r o n
cosa c o m o u n n e c i o s a n t o es i m a g i - emoción h a s i d o e l i m i n a d o d e n u e s - c a d a v e z m á s h a c i a l a filosofía.
n a r q u e p o d e m o s r e a l i z a r j u i c i o s so- tro pensamiento, escribe, y a no que- Sus d o s p a s i o n e s c o n v e r g i e r o n
e n e l á m b i t o d e l a crítica a l a
bre la sola b a s e d e la i n t e l i g e n c i a , s i n da n a d a e n q u e pensar, y la idea de
industria que rodea a la cultura
tener e n c u e n t a l a emoción. E l caso q u e la i n t e l i g e n c i a p u e d a beneficiar-
p o p u l a r , m a n i f i e s t a e n Über
puede darse en u n tribunal, cuando se d e la a u s e n c i a d e emoción es s i m -
Jazz (Sobre el Jazz), c o n o c i d o y
los j u e c e s p i d e n a l j u r a d o q u e d e j e n p l e m e n t e errónea. E n c o n s e c u e n c i a ,
polémico ensayo q u e A d o r n o
a u n l a d o t o d a e m o c i ó n c o n e lfind e A d o r n o o p i n a q u e l a c i e n c i a , q u e es publicó e n 1936.
alcanzar u n veredicto ecuánime. A l u n t i p o de c o n o c i m i e n t o q u e no hace
E n 1938, e n p l e n o auge d e l
entender de Adorno, s i n embargo, t e - referencia a las e m o c i o n e s , h a t e n i d o
nazismo en A l e m a n i a , emigró
n e m o s las m i s m a s p o s i b i l i d a d e s de sobre n o s o t r o s u n efecto d e s h u m a n i -
a N u e v a York, trasladándose
zador, a l i g u a l q u e l a c u l t u r a p o p u l a r . luego a Los Ángeles, donde fue
De u n a forma inesperada, puede profesor de l a U n i v e r s i d a d de
q u e sea la c i e n c i a la q u e a c a b e de- California. Regresó a A l e m a n i a

éé m o s t r a n d o el acierto de la p o s t u r a de u n a vez acabada la S e g u n d a


A d o r n o e n relación c o n la separación G u e r r a M u n d i a l y ocupó u n a
e n t r e i n t e l i g e n c i a y emoción: d e s d e cátedra e n F r a n k f u r t . A d o r n o
la d é c a d a d e 1990, científicos c o m o falleció a l o s 6 6 a ñ o s d u r a n t e
L a c a p a c i d a d de u n a s vacaciones e n Suiza.
A n t o n i o D a m a s i o h a n e s t u d i a d o las
juzgar se m i d e por la
e m o c i o n e s y el cerebro, y h a n a p o r t a -
cohesión del yo. Obras principales
do p r u e b a s crecientes de los n u m e -
Theodor A d o r n o r o s o s m e c a n i s m o s p o r m e d i o d e los
1949 Filosofía de la nueva
cuales las emociones guían la t o m a
música.
d e d e c i s i o n e s . E n d e f i n i t i v a , afind e
1951 Mínima Mor alia.
juzgar acertadamente o sencillamen-
1966 Dialéctica negativa.
t e p o d e r j u z g a r , d e b e m o s e m p l e a r la
1970 Teoría estética.
emoción y l a i n t e l i g e n c i a . •
268
EN CONTEXTO
RAMA

LA EXISTENCIA
Ética

ORIENTACIÓN
Existencialismo

PRECEDE A
ANTES
Siglo i v a . C . Aristóteles se
p r e g u n t a cómo debería vivir
el ser h u m a n o .

LA ESENCIA D é c a d a d e 1840 S0ren


Kierkegaard escribe O lo uno o
lo otro, obra en la que investiga
el papel de la elección en la
JEAN-PAUL SARTRE (1905-1980) determinación de nuestra vida.

Década d e 1920 M a r t i n
Heidegger defiende que lo
importante es nuestra relación
con nuestra existencia.

DESPUÉS
1949 L a pareja de Sartre,
Simone de Beauvoir, publica
El segundo sexo, donde aplica
las ideas sartrianas al problema
de las relaciones entre hombres
y mujeres.

D
esde tiempos remotos, una
de las principales preocu-
paciones de losfilósofosha
sido qué significa ser humano y qué
nos hace t a n diferentes de los otros
seres. Su enfoque del problema su-
pone que hay una naturaleza propia-
mente humana, o una esencia del ser
humano, y, además, tiende a impli-
car que dicha naturaleza humana es
la misma sin importar el tiempo y el
espacio. En otras palabras, presume
que existe una esencia universal del
ser humano y que dicha esencia se
puede encontrar en cada uno de los
humanos que ya haya existido o que
vaya a existir. Según este punto de
vista, todos los seres humanos, inde-
pendientemente de sus circunstan-
EL MUNDO MODERNO 269
Véase t a m b i é n : Aristóteles 56-63 • Saren Kierkegaard 194-195 • Martin
Heidegger 252-255 • Simone de Beauvoir 276-277 • Albert Camus 284-285

e
/ir

30
iga Jean-Paul Sartre
a
Sartre nació e n París, y a p e n a s
da.
tenía 15 m e s e s c u a n d o murió
su padre. Criado por su madre
y s u abuelo, fue u n e s t u d i a n t e
s o b r e s a l i e n t e , l o q u e l e valió
on e n t r a r e n l a p r e s t i g i o s a École
N ó r m a l e Supérieure; f u e allí
d o n d e conoció a l a q u e sería
s u compañera t o d a l a v i d a , l a
filósofa S i m o n e d e B e a u v o i r .
Tras c o m p l e t a r sus estudios
ca ...por l o q u e n u e s t r a f u e profesor d e s e c u n d a r i a y,
na existencia precede a a p a r t i r de 1931, profesor de
nuestra esencia. filosofía e n l a U n i v e r s i d a d
res
de L e H a v r e .
Durante la Segunda Guerra
M u n d i a l , S a r t r e fue a l i s t a d o e n
el ejército y pasó algún t i e m p o
e n prisión. A s u liberación, e n
una cías, p o s e e n las m i s m a s c u a l i d a d e s i n c l u s o m a d e r a ; pero no c o n m a n t e -
1941, se unió a l a R e s i s t e n c i a .
ocu- básicas y s e guían por los m i s m o s q u i l l a , ceras o p l u m a s ) ; y h a de estar
A p a r t i r d e 1945, s u o b r a se
•s ha valores f u n d a m e n t a l e s . S i n embargo, diseñado p a r a f u n c i o n a r eficazmen- volvió m á s política, y fundó l a
qué Sartre a f i r m a q u e semejante concep- te. Sartre a r g u m e n t a q u e es inconce- r e v i s t a l i t e r a r i a y política Les
itros ción de la n a t u r a l e z a h u m a n a t i e n d e bible que exista u n abrecartas cuyo Temps modernes. E n 1964 se
i su- a i g n o r a r lo más i m p o r t a n t e , q u e es p r o d u c t o r i g n o r e p a r a qué será usa- le concedió e l P r e m i o N o b e l
pa- nuestra l i b e r t a d . do; e n c o n s e c u e n c i a , l a e s e n c i a d e de L i t e r a t u r a , q u e rechazó. S u
Para aclarar lo q u e s i g n i f i c a esto, u n abrecartas, o de t o d o aquello q u e fama e influencia fueron tales
lser
Sartre p r o p o n e u n ejemplo. N o s p i d e lo haga ser u n abrecartas y no u n c u - q u e más d e 5 0 , 0 0 0 p e r s o n a s
rpli-
que i m a g i n e m o s u n abrecartas he- c h i l l o de c o c i n a o u n avión de papel, a s i s t i e r o n a s u f u n e r a l , e n 1980.
aes
cho por u n a r t e s a n o q u e haya t e n i - p r e c e d e a la e x i s t e n c i a de c u a l q u i e r
y el
do la i d e a d e crear d i c h o u t e n s i l i o y abrecartas. Obras principales
íme
que sepa p e r f e c t a m e n t e lo q u e e x i g e O b v i a m e n t e , los seres h u m a n o s
[del 1938 La náusea.
p r o d u c i r l o : t i e n e q u e ser lo s u f i c i e n - no son abrecartas. E n opinión de Sar-
ase 1943 El ser y la nada.
t e m e n t e afilado c o m o para cortar p a - tre, no hay ningún p l a n preconcebido
¡los 1946 El existencialismo
pel, pero no t a n t o c o m o para resultar q u e nos haga ser lo q u e somos; no he-
gue es un humanismo.
peligroso; d e b e ser fácil d e manejar; mos sido hechos c o n n i n g u n a finali-
)de 1960 Critica de la razón
t i e n e q u e ser e l a b o r a d o c o n u n m a - d a d d e t e r m i n a d a . A u n q u e existimos,
.de- dialéctica.
t e r i a l a p r o p i a d o (de m e t a l , bambú o no es a c a u s a d e n u e s t r a finalidad
án-
270 JEAN-PAUL SARTRE
o de n u e s t r a esencia, como en el caso del a b r e c a r t a s está e n la m e n t e d e l h a y ningún D i o s q u e p u e d a diseñar
de u n abrecartas: n u e s t r a e x i s t e n c i a a r t e s a n o q u e lo crea. D e s d e s u pers- dicha naturaleza.
p r e c e d e a n u e s t r a esencia. p e c t i v a , i n c l u s o m u c h a s teorías so- L a definición de naturaleza huma-
bre la n a t u r a l e z a h u m a n a q u e n o son n a q u e utiliza aquí Sartre es m u y par-
Definirse a sí m i s m o r e l i g i o s a s aún t i e n e n s u s raíces e n t i c u l a r , y a q u e i d e n t i f i c a la naturale-
A h o r a se p u e d e ver la relación e n t r e c o n c e p c i o n e s d e ese o r d e n , y a q u e za de a l g o c o n s u finalidad; es decir,
la afirmación de Sartre «la e x i s t e n - s i g u e n i n s i s t i e n d o en q u e la esencia q u e rechaza la p o s i b i l i d a d de aplicar
c i a p r e c e d e a la esencia» y s u ateís- p r e c e d e a la e x i s t e n c i a o e n q u e he- a la n a t u r a l e z a h u m a n a el concepto
m o . Sartre s o s t i e n e que, a m e n u d o , m o s s i d o creados c o n u n a finalidad d e n o m i n a d o teleología por los filóso-
las r e l i g i o n e s h a n t r a t a d o el proble- d e t e r m i n a d a . A l a f i r m a r q u e la e x i s - fos, q u e es pensar algo desde el pun-
m a de la n a t u r a l e z a del h o m b r e por t e n c i a p r e c e d e a la e s e n c i a , S a r t r e t o d e v i s t a d e s u finalidad. De todas
m e d i o de u n a analogía c o n las crea- se sitúa en la p e r s p e c t i v a q u e c o n s i - f o r m a s , e n u n c i e r t o s e n t i d o , Sartre
c i o n e s h u m a n a s : la n a t u r a l e z a h u - dera más coherente c o n s u ateísmo: e x p o n e u n a teoría sobre la naturale-
m a n a estaría e n la m e n t e de Dios de según a f i r m a , no h a y u n a n a t u r a l e - za h u m a n a desde el m o m e n t o en que
forma análoga a c o m o la naturaleza za h u m a n a u n i v e r s a l , fija, y a q u e no s o s t i e n e q u e s o m o s seres obligados
a encontrarle u n a finalidad a nuestra
v i d a : d a d o q u e no e x i s t e ningún po-
E l uso o finalidad de un utensilio, como
der d i v i n o q u e nos i m p o n g a u n a fina-
unas tijeras, prefigura su forma. Para Sartre,
como los humanos no tienen una finalidad l i d a d , somos nosotros m i s m o s quie-
determinada, son libres de configurarse nes d e b e m o s d e f i n i r n o s .
a sí mismos. S i n e m b a r g o , d e f i n i r n o s nosotros
m i s m o s no sólo se reduce a ser capa-
ces de decir qué somos en cuanto se-
res h u m a n o s , s i n o q u e i m p l i c a irnos
c o n f i g u r a n d o c o m o la clase de seres
e n q u e h e m o s e s c o g i d o convertirnos.
Esto es lo q u e nos h a c e radicalmente
d i f e r e n t e s d e t o d o s los demás seres
q u e h a y e n el m u n d o : p o d e m o s con-
v e r t i r n o s e n lo q u e elijamos. Una roca
n o es más q u e u n a roca, y u n a coliflor
t a n sólo es u n a coliflor, pero los seres
h u m a n o s e s t a m o s c a p a c i t a d o s para
c o n f i g u r a r n o s a nosotros m i s m o s de
manera activa.

éé
A n t e s de nada, el hombre
existe, surge, aparece en
escena; sólo después se
define a sí m i s m o .
Jean-Paul Sartre
EL MUNDO MODERNO 271
La idea s a r t r i a n a de que somos libres
de configurar nuestra vida influyó en
oía- los estudiantes que tomaron las calles
par-
de París en mayo de 1968 en protesta
contra los excesos de las autoridades
ale-
universitarias.
¡cir,
icar
L a de Sartre es u n a filosofía de la
libertad, puesto q u e nos libera de las
'Z- constricciones de u n a naturaleza h u -
ias m a n a p r e c o n c e b i d a : somos libres de
escoger cómo configurarnos, a u n q u e
debamos plegarnos a c i e r t a s l i m i t a -
iue ciones - p o r m u c h o q u e m e esfuerce
ios en tener alas, por ejemplo, no v o y a
¡tía lograr q u e m e c r e z c a n - . A u n así, i n -
po- cluso limitándonos a decisiones rea-
na- listas, solemos vernos constreñidos,
iie- de m a n e r a q u e t o m a m o s d e c i s i o n e s
basándonos en la c o s t u m b r e o a cau-
ros sa del m o d o en el q u e nos hemos ha-
bituado a pensarnos.
Sartre nos i n v i t a a l i b e r a r n o s de
las formas h a b i t u a l e s de pensar y nos
i n c i t a a a f r o n t a r las c o n s e c u e n c i a s d e c i d o sobre mí, s i n o q u e también Las ideas de Sartre t u v i e r o n u n a
de v i v i r e n u n m u n d o d o n d e no h a y estoy i m p l i c a n d o q u e filosofar es u n a influencia destacada en la obra de s u
nada p r e f i g u r a d o . Cree q u e , p a r a n o a c t i v i d a d valiosa. Esto supone q u e la pareja y colega Simone de Beauvoir,
ser a r r a s t r a d o s por p a u t a s de c o m - l i b e r t a d es la mayor responsabilidad: y causaron u n enorme i m p a c t o en la
p o r t a m i e n t o i n c o n s c i e n t e s , no pode- somos responsables del i m p a c t o q u e v i d a c u l t u r a l y c o t i d i a n a e n Francia.
mos ignorar el elegir cómo actuar. nuestras decisiones p u e d a n tener so- E n p a r t i c u l a r , los jóvenes se e n t u -
bre nosotros m i s m o s , así c o m o t a m - siasmaron con la invitación a usar s u
L a libertad responsable bién del q u e p u e d a n tener sobre t o d a libertad para configurar su existen-
Elegir i m p l i c a tener nociones acerca la h u m a n i d a d . Y, p u e s t o q u e no h a y cia. Los inspiró a q u e se e n f r e n t a r a n
de lo q u e debería ser la v i d a h u m a - p r i n c i p i o s n i reglas ajenos q u e r i j a n a las a c t i t u d e s t r a d i c i o n a l i s t a s y au-
na: s i decido h a c e r m e filósofo, no sólo nuestros actos, no t e n e m o s excusas t o r i t a r i a s q u e i m p e r a b a n e n la F r a n -
c o n las q u e poder j u s t i f i c a r nuestras c i a de los años c i n c u e n t a y sesenta,
elecciones. Por eso, Sartre afirma que y se lo considera u n a de las p r i n c i p a -
estamos «condenados a ser libres». les i n f l u e n c i a s e n las m a n i f e s t a c i o -

éé El hecho de q u e la filosofía de Sar-


tre v i n c u l e la l i b e r t a d con la responsa-
b i l i d a d ha llevado a que se la califique
nes callejeras de París d u r a n t e el pe-
riodo conocido como M a y o del 68, las
cuales colaboraron en la caída del go-
De los hombres no es lo de p e s i m i s t a , algo q u e él rechaza; es b i e r n o conservador y p r o p i c i a r o n u n
que son lo que me interesa, más, sostiene q u e es la más o p t i m i s - c l i m a más l i b e r a l por t o d a Francia.
sino lo que pueden t a de t o d a s las filosofías, y a q u e , a E n la v i d a de Sartre t u v o g r a n i m -
llegar a ser. pesar de q u e nos hace responsables p o r t a n c i a el c o m p r o m i s o con las cau-
Jean-Paul Sartre de los efectos q u e nuestros actos t i e - sas políticas. Sus c o n t i n u o s c a m b i o s
n e n sobre los demás, nos ofrece l a de afiliación, así como su m o v i m i e n t o
l i b e r t a d de ejercer u n c o n t r o l i n c o n - perpetuo entre política, filosofía y lite-
d i c i o n a d o sobre n u e s t r a s decisiones ratura son quizá t e s t i m o n i o s de u n a
acerca de cómo c o n f i g u r a r el m u n d o v i d a v i v i d a con la convicción de q u e
y a nosotros m i s m o s . la e x i s t e n c i a precede a la esencia. •
LA BANALIDAD
DEL MAL
HANNAH ARENDT (1906-1975)

E
n 1961, H a n n a h A r e n d t asis-
EN CONTEXTO tió al j u i c i o de A d o l p h E i c h -
m a n n , u n o de los arquitectos
RAMA
del holocausto. E n su libro Eichmann
Ética
en Jerusalén, la filósofa hace referen-
ORIENTACIÓN cia a la aparente «cotidianeidad» de
Existencialismo E i c h m a n n : la figura sentada frente a
ella, en el banquillo, no se parecía, t a l
ANTES y como cabría i m a g i n a r , a u n mons-
C . 3 5 0 S a n Agustín de H i p o n a truo, sino que, de hecho, hubiera pa-
c o n s i d e r a q u e l a m a l d a d n o es sado totalmente desapercibido en u n
u n a fuerza, s i n o q u e p r o c e d e café o en la calle.
de u n a c a r e n c i a d e b o n d a d .
Un error de juicio
S i g l o x i n Santo Tomás de
Tras asistir a l juicio, A r e n d t llegó a la E i c h m a n n no perpetró atrocidades
A q u i n o escribe Cuestiones por odio a los judíos, sostiene Arendt,
conclusión de q u e el m a l no provie-
disputadas sobre el mal, donde sino porque cumplió órdenes de un
ne de la malevolencia n i de u n d i s -
reflexiona sobre l a idea d e l m a l modo irreflexivo, desentendiéndose
frute al hacer daño. Más bien, sugie-
c o m o c a r e n c i a d e algo, más de sus efectos.
re, la razón por l a q u e l a g e n t e actúa
q u e c o m o algo e n sí.
de d i c h o m o d o p r o v i e n e de e q u i v o -
DESPUÉS caciones e n s u reflexión o e n s u j u i - considerar como «monstruos» a quie-
1971 E l investigador y científico cio. Los sistemas políticos opresivos nes p e r p e t r a n actos terribles, acerca
social estadounidense Philip se aprovechan de n u e s t r a t e n d e n c i a dichos actos a n u e s t r a v i d a cotidia-
a cometer dichos errores, de m a n e r a na, obligándonos a plantearnos que
George Z i m b a r d o lleva a c a b o
que pueden conseguir q u e parezcan c u a l q u i e r a de nosotros es capaz de
el f a m o s o E x p e r i m e n t o d e l a
actos ordinarios q u e h a b i t u a l m e n t e hacer el m a l . Por esa razón, sostiene
Cárcel d e Stanford, e n el q u e
se considerarían «inconcebibles». A r e n d t , deberíamos tratar de evitar
se convenció a e s t u d i a n t e s
La idea de que el m a l es b a n a l no las faltas de nuestros regímenes polí-
normales para participar en
intenta despojar de su horror a los ac- ticos y los posibles errores en nuestra
u n a serie de actos «malvados»
tos malvados, sino que, al negarse a reflexión o nuestro juicio. •
q u e , u s u a l m e n t e , resultarían
i n c o n c e b i b l e s t a n t o p a r a ellos
V é a s e t a m b i é n : San Agustín de Hipona 72-73 Santo Tomás de Aquino
c o m o p a r a los demás.
88-95 « Theodor Adorno 266-267
EL MUNDO MODERNO 273

LA RAZÓN VIVE
EN EL LENGUAJE
EMMANUEL LÉVINAS (1906-1995)

L
as ideas d e E m m a n u e l Lévi- la razón s u r g e d e las relaciones cara
EN CONTEXTO nas se c o m p r e n d e n más fácil- a cara c o n los demás: las j u s t i f i c a c i o -
m e n t e a través de u n ejemplo: nes q u e ofrecemos de nuestros actos
RAMA
i m a g i n e m o s q u e e n u n a gélida noche s u r g e n d e e n f r e n t a r n o s a las necesi-
Ética
de i n v i e r n o vamos por la calle y vemos dades d e otros seres h u m a n o s . A u n -
ORIENTACIÓN u n a m e n d i g a a c u r r u c a d a e n u n por- q u e n o le d e m o s l i m o s n a a esa m e n -
Fenomenología tal; puede q u e n i siquiera pida l i m o s - diga, nos e n c o n t r a m o s t e n i e n d o q u e
na, pero, de algún modo, no podemos justificar nuestra elección. •
ANTES e v i t a r s e n t i r n o s obligados a reaccio-
Década d e 1920 Edmund nar a n t e las necesidades de esta ex-
Husserl estudia, desde u n a traña. Podemos elegir ignorarla, pero,
p e r s p e c t i v a fenomenológica, incluso así, y a se nos h a c o m u n i c a d o
n u e s t r a relación c o n los demás. algo: el hecho d e q u e esa es u n a per-
sona q u e necesita nuestra ayuda.
D é c a d a d e 1 9 2 0 E l filósofo
austríaco M a r t i n B u b e r a f i r m a
L a comunicación inevitable
q u e d e n u e s t r a relación c o n los
Lévinas f u e u n judío l i t u a n o q u e so-
demás s u r g e e l s e n t i d o .
brevivió a l holocausto. E n Totalidad
DESPUÉS e infinito (1961), d i c e q u e la razón
A p a r t i r d e 1 9 6 0 L a obra d e v i v e e n el lenguaje, e l cual, e x p l i c a ,
aquie- es la m a n e r a e n q u e nos c o m u n i c a -
Lévinas sobre las relaciones
m o s c o n los demás, a n t e s , i n c l u s o ,
acerca influye e n algunas filósofas
de haber hablado. C u a n d o c o n t e m -
;otidia- feministas francesas, como
p l a m o s el rostro d e otra persona, se
íos que Luce Irigaray y Julia Kristeva.
nos c o m u n i c a d e f o r m a instantánea
ipaz de
A p a r t i r d e 1970 L a s ideas d e q u e se t r a t a d e otro ser h u m a n o y
ostiene N a d a en nuestra vida nos altera tanto
Lévinas sobre la r e s p o n s a b i l i d a d que tenemos u n a responsabilidad
3 evitar la conciencia como un encuentro con
h a c i a él. P o d e m o s d a r l e la e s p a l d a a
íes poli- influyen e n la psicoterapia. otra persona que, sólo con estar ahí,
esa r e s p o n s a b i l i d a d , pero no lograre- nos interpela y nos demanda que
nuestra
2001 Jacques Derrida estudia mos librarnos d e ella. Es por esto q u e demos cuenta de nosotros mismos.
la r e s p o n s a b i l i d a d e n relación
con cuestiones humanitarias V é a s e t a m b i é n : Edmund Husserl 224-225 • Roland Barthes 290-291
mo Luce Irigaray 320 • Héléne Cixous 322 • Julia Kristeva 323
c o m o e l a s i l o político.
PARA PODER VER
EL MUNDO ES PRECISO
ROMPER NUESTRA ,
FAMILIARIDAD CON EL
MAURICE MERLEAU-PONTY (1908-1961)

L
a idea de que la filosofía surge en el de nuestra propia experiencia; al
EN CONTEXTO de la capacidad humana para fin y al cabo, ¿de qué podríamos fiar-
asombrarse ante el mundo se nos más que de nuestra percepción
RAMA
remonta a la Grecia antigua. Normal- directa?
Epistemología
mente, solemos dar por hecho nues- El filósofo francés Merleau-Ponty
ORIENTACIÓN tra vida cotidiana, pero Aristóteles sentía u n enorme interés por exami-
Fenomenología defendía que, para llegar a conocer nar con mayor detenimiento nuestra
el mundo en profundidad, tenemos experiencia del mundo y cuestionar
ANTES que dejar a u n lado nuestra familiari- nuestros presupuestos cotidianos. Di-
Siglo i v a . C . Para Aristóteles, dad con las cosas. Quizá en ningún cha perspectiva lo sitúa en la tradi-
la filosofía surge d e l asombro. terreno es más difícil hacer esto que ción conocida como fenomenología.
1641 Rene Descartes expone
en las Meditaciones metafísicas
u n dualismo entre la mente y el
Nuestra e x p e r i e n c i a Nuestros p r e s u p u e s t o s
cuerpo q u e será rechazado por
rebosa enigmas y cotidianos nos i m p i d e n v e r
Merleau-Ponty.

L
contradicciones. esos enigmas y contradicciones.
P r i n c i p i o s d e l s i g l o xx E l
filósofo alemán E d m u n d Husserl
f u n d a la escuela filosófica de
la fenomenología. Tenemos que.
1927 M a r t i n Heidegger escribe

]
£7 ser y el tiempo, obra de g r a n

I
influencia en Merleau-Ponty. r e a p r e n d e r cómo
...dejar de lado nuestros
observar nuestra
DESPUÉS p r e s u p u e s t o s cotidianos.
experiencia
1979 H u b e r t Dreyfus se basa
en las obras de W i t t g e n s t e i n ,
Heidegger y Merleau-Ponty para
estudiar los problemas filosóficos
planteados por la inteligencia
Para poder ver el mundo,
artificial y la robótica.
es preciso romper nuestra
familiaridad con él.
EL MUNDO MODERNO 275
Véase t a m b i é n : Aristóteles 56-63 • Edmund Husserl 224-225 • Ludwig
Wittgenstein 246-251 • Martin Heidegger 252-255 • Jean-Paul Sartre 268-271

L a ciencia cognitiva
E n s u i n t e n t o de ver el m u n d o «como

éé
El hombre está en el mundo,
s i fuese nuevo», Merleau-Ponty e m -
pezó a interesarse por casos de expe-
riencias anómalas. Por ejemplo, creía
q u e el fenómeno del m i e m b r o fantas-
y sólo en el m u n d o se m a (cuando u n a m p u t a d o «siente» el
conoce a sí mismo. m i e m b r o q u e le falta) m o s t r a b a q u e
Maurice Merleau-Ponty el c u e r p o no p u e d e ser sólo u n a má-
q u i n a , pues, s i lo fuera, el c u e r p o y a
no podría reconocer el m i e m b r o a m - Maurice Merleau-Ponty
p u t a d o : s i aún e x i s t e p a r a el sujeto
es porque el m i e m b r o siempre estuvo E l filósofo francés M a u r i c e
v i n c u l a d o a s u v o l u n t a d . Es decir, e l M e r l e a u - P o n t y nació e n 1908
•encía; al e n R o c h e f o r t - s u r - M e r . Estudió
u n e n f o q u e filosófico q u e e l filósofo cuerpo n u n c a es «tan solo» u n cuerpo,
j u n t o con Simone de Beauvoir
mos fiar- E d m u n d H u s s e r l inició a p r i n c i p i o s es siempre u n c u e r p o «vivido».
y J e a n - P a u l S a r t r e e n l a École
cepciór. del siglo xx. H u s s e r l quería e s t u d i a r L a relevancia q u e Merleau-Ponty N ó r m a l e Supérieure, y o b t u v o
de manera sistemática la experiencia dio al papel del cuerpo en la experien- s u título d e filosofía e n 1930.
lu-Ponty en p r i m e r a persona, dejando de lado cia y sus concepciones sobre la natu- Trabajó como profesor e n varios
r exami- c u a l q u i e r p r e s u p u e s t o al respecto. raleza p r i n c i p a l m e n t e corpórea de la i n s t i t u t o s h a s t a q u e se alistó e n
i nuestra m e n t e h a n llevado a q u e s u obra co- e l ejército d u r a n t e l a S e g u n d a
estionai E l cuerpo-sujeto bre de nuevo interés entre la c i e n c i a G u e r r a M u n d i a l . S u o b r a más
anos. Di- M e r l e a u - P o n t y a d o p t a el e n f o q u e d e c o g n i t i v a : m u c h o s de los últimos de- destacada, la Fenomenología
la tradi- sarrollos p a r e c e n apoyar s u i d e a de de la percepción, fue p u b l i c a d a
Husserl, a u n q u e c o n u n a i m p o r t a n t e
e n 1945, t r a s l o c u a l c o m e n z ó
¡nología. diferencia derivada de s u preocupa- que, tras librarnos de nuestra fami-
a i m p a r t i r c l a s e s d e filosofía
ción p o r q u e a q u e l h u b i e s e i g n o r a d o l i a r i d a d c o n el m u n d o , la e x p e r i e n c i a
en la Universidad de Lyon.
lo más i m p o r t a n t e d e n u e s t r a e x p e - se vuelve r e a l m e n t e m u y extraña. •
Los intereses de M a u r i c e
r i e n c i a : el h e c h o de q u e e s t a n o sólo
M e r l e a u - P o n t y i b a n m á s allá
)S es m e n t a l , s i n o también corporal. E n
d e l a filosofía, e incluían o t r a s
ver su obra más i m p o r t a n t e , Fenomeno-
m a t e r i a s c o m o l a educación o
ones. logía de la percepción, Merleau-Ponty l a psicología i n f a n t i l . También
desarrolla esa idea y llega a la conclu- fue u n colaborador asiduo de
sión d e q u e la m e n t e y e l c u e r p o n o la r e v i s t a Les Temps modernes,
son dos e n t i d a d e s d i s t i n t a s , noción f u n d a d a por Sartre. E n 1952 se
q u e se opone a u n a larga tradición fi- convirtió e n e l catedrático d e
losófica r e p r e s e n t a d a por Descartes. filosofía más j o v e n d e l C o l l e g e
Según M e r l e a u - P o n t y , t e n e m o s q u e d e F r a n c e , p u e s t o e n e l q u e se
darnos c u e n t a de q u e el p e n s a m i e n - mantuvo hasta su muerte,en
t o y la percepción s o n ((corpóreos» y 1961, a l a e d a d d e 53 años.
mo
a de q u e e l m u n d o , l a c o n c i e n c i a y e l
cuerpo f o r m a n p a r t e de u n único sis- Obras principales
tema. L a a l t e r n a t i v a a la m e n t e incor-
pórea p r o p u e s t a por D e s c a r t e s es lo 1942 La estructura del
q u e d e n o m i n a el «cuerpo-sujeto». E n comportamiento.
Las r e s o n a n c i a s magnéticas d e l 1945 Fenomenología
otras p a l a b r a s , r e c h a z a la p e r s p e c t i -
c e r e b r o dan información que puede de la percepción.
va d u a l i s t a según la c u a l e n el m u n -
salvar vidas, pero, según Merleau-Ponty, 1964 L o visible y ¡o
do e x i s t e n d o s e n t i d a d e s d i s t i n t a s :
no hay información física que pueda dar invisible.
la m e n t e y la m a t e r i a . cuenta completa de nuestra experiencia.
AL HOMBRE SE
LE DEFINE COMO
SER HUMANO, Y A LA
MUJER COMO HEMBRA
SIMONE DE BEAUVOIR (1908-1986)

E
n s u l i b r o El segundo sexo, de Beauvoir m a n t i e n e que el «yo» del
EN CONTEXTO la filósofa francesa Simone de c o n o c i m i e n t o filosófico es por defec-
Beauvoir escribe que a lo lar- to masculino, y que s u pareja binaria
RAMA
go de la h i s t o r i a , la referencia p a r a - l a h e m b r a - es otra cosa, a la que lla-
Ética
medir lo humano - t a n t o en la filosofía m a «el otro». El «yo» es activo y cono-
ORIENTACIÓN c o m o e n la sociedad e n g e n e r a l - h a cedor, mientras q u e el otro es todo lo
Feminismo p a r t i d o de u n a p e r s p e c t i v a e x c l u s i - que el «yo» rechaza: la pasividad, la
v a m e n t e m a s c u l i n a . A l g u n o s filóso- falta de voz y la i m p o t e n c i a .
ANTES fos, como Aristóteles, plantearon u n a De Beauvoir trata también la ma-
C. 3 5 0 a . C . Para Aristóteles, «la correspondencia m a n i f i e s t a entre l a nera e n q u e a las mujeres se las tie-
h e m b r a es h e m b r a e n v i r t u d de h u m a n i d a d y la m a s c u l i n i d a d . Otros ne por i g u a l e s t a n sólo en la medida
u n a c i e r t a falta d e cualidades». no h a n i d o t a n lejos, pero sí h a n t o - en que sean como los hombres. Inclu-
mado la m a s c u l i n i d a d como referen- so quienes h a n escrito e n defensa de
1792 M a r y Wollstonecraft
cia para juzgar la h u m a n i d a d . Por ello la i g u a l d a d de la mujer, dice, h a n ar-
p u b l i c a Vindicación de los
derechos de la mujer.

Década d e 1920 A l plantear


u n a «filosofía d e l a existencia», La mayoría de quienes h a n escrito
sobre la naturaleza h u m a n a
M a r t i n Heidegger a n u n c i a el
h a n sido hombres.
existencialismo.

D é c a d a d e 1 9 4 0 Jean-Paul
Sartre a f i r m a q u e «la existencia
p r e c e d e a l a esencia».
Los hombres h a n t o m a d o Los h o m b r e s h a n definido
DESPUÉS la masculinidad como a l a m u j e r e n función
r e f e r e n c i a para juzgar de cuánto difieren de
D é c a d a d e 1970 L u c e Irigaray
la naturaleza h u m a n a . tal referencia.
explora implicaciones filosóficas
de l a diferencia entre los sexos.

7
A p a r t i r d e 1980 Juña Kristeva
d e s c o m p o n e las n o c i o n e s d e o m b r e s e l e define
m a s c u l i n o y femenino definidas como ser humano, y a l a
por Simone de Beauvoir.
mujer como hembra.
EL MUNDO MODERNO 277
Véase t a m b i é n : Hipatia de Alejandría 331 • Mary Wollstonecraft 175 • Jean-Paul
Sartre 268-271 • Luce Irigaray 320 - Héléne Cixous 322 • Martha Nussbaum 339

hay m u c h a s maneras de «ser mujer»,

éé
es decir, q u e h a y lugar p a r a la elec-
ción e x i s t e n c i a l . E n l a introducción
a El segundo sexo, De Beauvoir seña-
La representación del la cómo la sociedad no desconoce la
mundo ha sido obra de los c i t a d a fluidez: «Se nos e x h o r t a a ser
hombres, que lo describen mujeres, a permanecer mujeres, con-

\ desde su punto de vista. vertirnos en mujeres. Parece, por t a n -


Simone de Beauvoir to, q u e no todo ser h u m a n o femenino
es n e c e s a r i a m e n t e u n a mujer». Lue-
go lo afirma de modo más explícito al Simone de Beauvoir
decir q u e «no se nace mujer, sino q u e
se c o n v i e r t e u n a en mujer». S i m o n e d e B e a u v o i r nació e n
París e n 1908. Estudió filosofía
S i m o n e de Beauvoir d i c e q u e las
e n l a S o r b o n a y más t a r d e e n
<yo» del g u m e n t a d o q u e las mujeres s o n ca- mujeres d e b e n l i b e r a r s e t a n t o d e la
l a École N ó r m a l e Supérieure,
i defec- paces de ser y de hacer lo m i s m o q u e idea de q u e d e b e n ser como los h o m -
d o n d e conoció a Jean-Paul
binaria los h o m b r e s . E s t o es erróneo según bres, como de la p a s i v i d a d q u e les h a S a r t r e , c o n q u i e n inició u n a
que 11a- de Beauvoir, pues i g n o r a el hecho de sido i n d u c i d a por la s o c i e d a d . V i v i r relación q u e duraría t o d a l a
y cono- que mujeres y h o m b r e s son d i s t i n t o s . u n a e x i s t e n c i a r e a l m e n t e auténtica v i d a . N o v e l i s t a además d e
todo lo La formación filosófica de Simone d e c o n l l e v a mayores riesgos q u e acep- filósofa, a m e n u d o e x a m i n ó
dad, la Beauvoir se desarrolló dentro del ám- tar el p a p e l a d j u d i c a d o por la socie- t e m a s filosóficos e n s u s o b r a s
b i t o de la fenomenología, el e s t u d i o dad, pero es el único c a m i n o h a c i a la d e ficción c o m o La invitada y
i la ma- de cómo se m u e s t r a n las cosas a n t e i g u a l d a d y la l i b e r t a d . • Los mandarines. S u o b r a más
nuestra experiencia. T a l p e r s p e c t i v a célebre, El segundo sexo, aportó
las tie-
considera q u e c a d a u n o c o n s t r u y e el u n enfoque existencialista a
nedida
m u n d o en función del m a r c o de la pro- las ideas f e m i n i s t a s . Pese a ser
;. Inclu- vilipendiado en u n principio
pia conciencia; c o n s t i t u i m o s cosas y
¡nsa de p o r políticos d e d e r e c h a y d e
significados a p a r t i r del fluir de nues-
han ár- i z q u i e r d a y ser i n c l u i d o e n e l
tras e x p e r i e n c i a s . E n c o n s e c u e n c i a ,
índice d e l i b r o s p r o h i b i d o s d e l
De Beauvoir sostiene q u e nuestra re- V a t i c a n o , e l l i b r o se convirtió
lación c o n el propio cuerpo, c o n otros, e n u n a d e las o b r a s f e m i n i s t a s
con el m u n d o y c o n la propia filosofía más i m p o r t a n t e s d e l s i g l o x x .
está m u y m a r c a d a por el hecho de ser Simone de Beauvoir fue u n a
h o m b r e o mujer. e s c r i t o r a prolífica, a l o l a r g o
d e s u v i d a escribió l i b r o s d e
viajes, u n a autobiografía e n
E l feminismo existencial c u a t r o volúmenes y ensayos
De Beauvoir era también existencia- políticos. Murió a los 78 años
ido lista, creía q u e v e n i m o s al m u n d o s i n d e e d a d , y fue e n t e r r a d a e n e l
n i n g u n a finalidad y q u e tenemos q u e c e m e n t e r i o de M o n t p a r n a s s e .
crearnos u n a e x i s t e n c i a auténtica eli-

f
g i e n d o lo q u e q u e r e m o s ser. A l apli-
Obras principales
car e s t a noción a la i d e a d e «mujer»,
pide q u e separemos el ente biológico
1944 Pirro y Cineas.
(la forma corporal e n la q u e n a c e n las
Los m u c h o s m i t o s de la mujer como 1947 Para una moral
mujeres) d e la f e m i n i d a d , q u e es u n de la ambigüedad.
madre, esposa, virgen, símbolo de la
constructo social. Dicho constructo, naturaleza y otros, atrapan a las mujeres 1949 El segundo sexo.
q u e c o m o t a l está a b i e r t o al c a m b i o en ideales imposibles, negando su propio 1954 Los mandarines.
y la interpretación, d a a entender q u e yo y su situación individual.
EL LENGUAJE ES
UN ARTE SOCIAL
WILLARD VAN ORMAN QUINE (1908-2000)

EN CONTEXTO porque nos acostumbramos


Las palabras tienen
al modo en que las
RAMA sentido para nosotros...
emplean otros
Filosofía d e l lenguaje

ORIENTACIÓN
Filosofía analítica
El modo en que el lenguaje .. .no porque haya
ANTES
se emplea s o c i a l m e n t e vínculo alguno entre
C . 4 0 0 a . C . Platón estudia la palabras y cosas.
es lo que le da significado.
relación entre las palabras y
las cosas e n Crátilo.
Siglo xix Soren Kierkegaard
insiste en la i m p o r t a n c i a del E l lenguaje e s
estudio del lenguaje para la u n arte s o c i a l .
filosofía.

Década de 1950 Para L u d w i g

S
Wittgenstein, no puede haber tal egún algunos filósofos, el en común. Estando en su compañía,
cosa como u n lenguaje privado. lenguaje consiste en la re- aparece u n conejo y uno de ellos pro-
lación entre las palabras y nuncia el vocablo gavagai. Nos pre-
DESPUÉS
las cosas. Quine, en cambio, disien- guntamos si hay relación entre lo su-
Década de 1980 Richard Rorty te de t a l noción. E n su opinión, el cedido - l a aparición del conejo- y el
propone que el conocimiento es lenguaje no es cosa de la relación que el nativo haya pronunciado dicha
más una «conversación» que una entre objetos y significantes verba- palabra. A medida que pasa el tiem-
representación de la realidad. les, sino de saber qué decir y cuán- po, vemos que cada vez que hay un
Década de 1990 E n la obra do decirlo, es decir, es u n arte social, conejo alguien dice gavagai, de modo
La conciencia explicada, Daniel como afirma en su ensayo de 1968 que concluimos que «conejo) debe ser
titulado La relatividad ontológica. la traducción fiable del término. Sin
Dennett, u n antiguo alumno de
Quine nos plantea el siguiente ex- embargo, Quine insiste en que erra-
Quine, afirma que el sentido y la
perimento de pensamiento: imagine- mos, ya que gavagai podría significar
experiencia interior sólo pueden
mos que nos encontramos con un gru- cosas de todo tipo, tales como «mira,
entenderse como actos sociales.
po de nativos procedentes de otro país ¡ya tenemos cena!» o «¡qué pelo tan
con quienes no tenemos una lengua suave tiene ese animal!».
EL MUNDO MODERNO 279
Véase t a m b i é n : Platón 50-55 • Saren Kierkegaard 194-195 • Ferdinand de Saussure 223 . Ludwig Wittgenstein 246-251 -
Roland Barthes 290-291 • Daniel Dennett 339

Si quisiésemos d e t e r m i n a r c u a l
es el verdadero significado del térmi-
no gavagai, podríamos recurrir a otro
sistema: señalar a otras criaturas q u e
tengan u n pelo suave o a cosas perte-
necientes al menú de la cena para ver
si al d e c i r nosotros gavagai los n a t i -
vos asienten o n i e g a n . Pero n i a u n es-
t a n d o e n situación de d e c i r «conejo»
cada vez q u e se p r o n u n c i a r a la p a l a -
bra gavagai, tendríamos la certeza de
que fuese u n a traducción apropiada.
Gavagai podría querer decir «conjun-
to de p a r t e s de u n conejo», o «conejo
de los bosques», o «conejo o liebre»;
incluso podría ser u n a oración r i t u a l
breve q u e se d e b e p r o n u n c i a r c a d a
vez q u e se ve u n conejo.

Lenguaje d e s e s t a b i l i z a d o
A l t r a t a r de d e t e r m i n a r el s i g n i f i c a -
do preciso de ese m i s t e r i o s o vocablo, t a r s e g u r o s de q u e las demás p a l a - El sentido de q u e a l g u i e n d i g a gava-
por t a n t o , podríamos también p e n - bras q u e u t i l i z a m o s p a r a e x p l i c a r el gai (o, para el caso, «conejo»), y de que
sar q u e la solución sería aprender a s i g n i f i c a d o de gavagai s o n a s u vez lo d i c h o t e n g a s i g n i f i c a d o , no proce-
c o n c i e n c i a el i d i o m a de n u e s t r o s i n - t r a d u c c i o n e s precisas. de de ningún vínculo m i s t e r i o s o en-
formantes, c o n lo q u e sabríamos c o n Q u i n e l l a m a a este p r o b l e m a «in- t r e las p a l a b r a s y las cosas, s i n o de
certeza a b s o l u t a los c o n t e x t o s e n los determinación d e la traducción», y nuestros patrones de c o m p o r t a m i e n -
que se p r o n u n c i a . S i n e m b a r g o , esto tiene i m p l i c a c i o n e s desestabilizado- to y del hecho de que hemos aprendi-
no haría más q u e m u l t i p l i c a r el pro- ras por sugerir q u e en último término do a p a r t i c i p a r e n el lenguaje c o m o
blema, p u e s t o q u e no podríamos es- las p a l a b r a s c a r e c e n de s i g n i f i c a d o . u n arte social. •

Willard V a n N a c i d o e n 1 9 0 8 e n O h i o ( E E U U ) , i d e E E U U . I n c a n s a b l e viajero, d e
Q u i n e estudió e n H a r v a r d j u n t o a él se decía q u e se sentía aún más
Orman Quine
A l f r e d N o r t h W h i t e h e a d , filósofo o r g u l l o s o de h a b e r l o g r a d o v i s i t a r
l ó g i c o y matemático. A l l í conoció 118 países q u e de sus n u m e r o s o s
también a B e r t r a n d R u s s e l l , q u i e n p r e m i o s y títulos u n i v e r s i t a r i o s .
influyó p r o f u n d a m e n t e e n s u o b r a Q u i n e se convirtió e n catedrático
y pensamiento. Tras doctorarse en de Filosofía e n H a r v a r d e n 1956,
1932, Q u i n e viajó p o r t o d a E u r o p a y allí e n s e ñ ó h a s t a s u m u e r t e
y conoció a m u c h o s de sus filósofos e n 2 0 0 0 , a l o s 92 años.
más e m i n e n t e s , e n t r e ellos a v a r i o s
m i e m b r o s d e l Círculo de V i e n a . Obras principales
Tras regresar a la docencia e n
H a r v a r d , l a c a r r e r a filosófica d e 1952 Los métodos de la lógica.
Q u i n e se v i o i n t e r r u m p i d a p o r l a 1953 Desde un punto de vista
Segunda Guerra Mundial, durante lógico.
la c u a l pasó c u a t r o años descifrando 1960 Paia¿ra y objeto.
mensajes p a r a l a i n t e l i g e n c i a n a v a l 1990 La búsqueda de la verdad.
EL SENTIDO
FUNDAMENTAL DE LA
LIBERTAD ES ESTAR
LIBRE DE CADENAS
ISAIAH BERLIN (1909-1997)

EN CONTEXTO L a libertad es tanto


positiva como negativa.
RAMA
Ética
JA/
ORIENTACIÓN Positiva porque somos libres N e g a t i v a porque nos vemos
Filosofía analítica de controlar nuestro propio libres de impedimentos
destino y escoger nuestras externos y dominación,
ANTES
propias metas. o «cadenas».
1651 E n su obra Leviatán,
Thomas Hobbes considera
la relación entre la l i b e r t a d
y el poder del Estado.
Pero nuestras metas Cuando nuestra propia libertad
1844 Soren Kierkegaard individuales a veces entran positiva lleva a una m e r m a de
arguye que nuestra libertad de en conflicto o resultan en la la libertad negativa de otros,
tomar decisiones morales es una dominación sobre otros. se convierte en opresión.
causa principal de infelicidad.
1859 E n su obra Sobre la
libertad, John Stuart M i l i
distingue entre libertad con E l sentido f u n d a m e n t a l de
coerción y libertad de actuar. l a l i b e r t a d es estar libre
1941 El psicoanalista Erich de c a d e n a s .
F r o m m explora la l i b e r t a d
positiva y negativa e n su
libro El miedo a la libertad. 11 Qué significa ser libre? Esta es hizo de manera muy original, y la em-
DESPUÉS
E n l a a c t u a l i d a d El desarrollo 6 1a cuestión analizada por el filó-
sofo británico Isaiah Berlín en
su reputado ensayo de 1958 Dos con-
pleó para poner de manifiesto las con-
tradicciones aparentes de nuestra no-
ción cotidiana de la libertad.
de las nuevas tecnologías de
ceptos de libertad, donde distingue Para Berlín, la libertad negativa es
vigilancia plantea cuestiones
entre lo que denomina libertad posi- lo que él llama nuestro «sentido fun-
relacionadas con la libertad.
tiva y negativa. Aunque no fue el pri- damental» de la libertad, y consiste
mero en establecer esta distinción, lo en estar libre de obstáculos exterio-
EL MUNDO MODERNO 281
Véase t a m b i é n : Jean-Jacques Rousseau 154-159 • John Stuart M i l i 190-193
S 0 r e n Kierkegaard 194-195 • Karl Marx 196-203 • Jean-Paul Sartre 268-271

l i b e r t a d se h a l l a n en conflicto. Pense-
mos, por ejemplo, en la l i b e r t a d q u e
resulta de la d i s c i p l i n a de aprender a
tocar la t u b a . Como p r i n c i p i a n t e soy
capaz de poco más q u e forcejear c o n
m i i n c a p a c i d a d de tocar, pero c o n el
t i e m p o alcanzo u n a especie de l i b e -
ración que m e p e r m i t e tocar con gus-
to. O c o n s i d e r e m o s el hecho de q u e
la g e n t e c o n frecuencia ejercita s u l i -
b e r t a d p o s i t i v a votando por u n p a r t i - Isaiah Berlin
do dado, a sabiendas de q u e s u liber-
t a d negativa será r e s t r i n g i d a c u a n d o I s a i a h B e r l i n nació e n 1909
d i c h o p a r t i d o ocupe el poder. e n R i g a ( L e t o n i a ) . Pasó l a
primera parte de s u vida en
Rusia, p r i m e r o bajo e l I m p e r i o
L a s m e t a s de l a v i d a r u s o y p o s t e r i o m e n t e bajo e l
B e r l i n subraya otro problema: ¿quién régimen c o m u n i s t a . A causa
puede decir cuál es la m e t a apropiada del creciente antisemitismo
C :Afc>M0M rOAObUIMHI
para la l i b e r t a d positiva? Los regíme- e n e l país y a p r o b l e m a s c o n
K T H E P b C KO Ú
nes autoritarios o totalitarios tienen a las a u t o r i d a d e s soviéticas, s u
V P C 0 O A K> Lj H H
m e n u d o concepciones inflexibles so- f a m i l i a emigró a G r a n Bretaña
La p r o p a g a n d a soviética mostraba a bre los fines de la v i d a h u m a n a , y por en 1921. I s a i a h B e r l i n fue u n
los obreros liberados del capitalismo. Sin lo t a n t o r e s t r i n g e n las libertades ne- e s t u d i a n t e sobresaliente e n l a
embargo, desde la perspectiva capitalista, g a t i v a s en beneficio de s u noción de U n i v e r s i d a d de O x f o r d , c e n t r o
tales imágenes celebran un triunfo de la la felicidad. De hecho, la opresión po- e n e l q u e permanecería c o m o
libertad negativa sobre la positiva. d o c e n t e . F u e u n filósofo c o n
lítica nace c o n frecuencia de u n a idea
amplios intereses, del arte y
a b s t r a c t a de cómo d e b e ser la v i d a ,
la l i t e r a t u r a a l a política. S u
res: soy l i b r e p o r q u e n o e s t o y enca- s e g u i d a de la intervención estatal d i -
e n s a y o Dos conceptos de Ja
denado a u n a roca, o p o r q u e no es- r i g i d a a hacer realidad d i c h a idea. libertad, q u e fue leído e n 1958
toy encarcelado, por ejemplo. Esto es L a respuesta q u e d a B e r l i n a esto en la U n i v e r s i d a d de Oxford,
l i b e r t a d c o n r e s p e c t o a algo q u e está t i e n e dos aspectos: p r i m e r o , es i m - es h o y c o n s i d e r a d o u n o d e los
fuera. Pero B e r l i n señala q u e c u a n d o p o r t a n t e comprender q u e las d i s t i n - clásicos d e l a teoría política
h a b l a m o s de l i b e r t a d , n o r m a l m e n t e t a s l i b e r t a d e s q u e p o d e m o s desear d e l siglo xx. B e r l i n es, además,
nos r e f e r i m o s a algo más s u t i l : l a l i - estarán s i e m p r e e n c o n f l i c t o , y a q u e reconocido como u n o de los
b e r t a d es también u n a cuestión d e no h a y ningún «propósito de la vida», estudiosos más destacados
del liberalismo.
autodeterminación, de ser u n a per- sino sólo las m e t a s y los fines de los
sona c o n esperanzas, i n t e n c i o n e s y individuos particulares. Esto queda
metas propias. Tal l i b e r t a d positiva e n s o m b r e c i d o , según I s a i a h B e r l i n , Obras principales
t i e n e q u e ver c o n c o n t r o l a r el p r o p i o por los filósofos q u e b u s c a n u n funda-
d e s t i n o ; después de t o d o , no soy l i - m e n t o universal de la moral, pero con- 1953 El erizo y la zorra: Tolstoi
bre sólo p o r q u e no h a y cerrojos en las f u n d e n la acción v i r t u o s a c o n el pro- y su visión de la historia.
sm- 1958 Dos conceptos de libertad.
p u e r t a s d e m i hogar. A d e m á s , la l i - pósito de la v i d a m i s m a . E n s e g u n d o
:on- 1990 El fuste torcido de la
b e r t a d p o s i t i v a n o es algo e x c l u s i - lugar, debemos mantener vivo el sen-
no- humanidad: capítulos de
vamente personal, y a q u e a la au- t i d o f u n d a m e n t a l de la l i b e r t a d c o m o
historia de las ideas.
todeterminación se p u e d e aspirar a a u s e n c i a de intimidación y d o m i n a -
aes 2000 El poder de las ideas.
escala de g r u p o o de Estado. ción, de f o r m a q u e n u e s t r o s ideales
un- 2006 Ideas políticas en la era
no se c o n v i e r t a n en cadenas para no-
iste Según B e r l i n , el p r o b l e m a es q u e , romántica.
sotros m i s m o s y para los demás. •
rio- con frecuencia, estas dos formas de
PIENSA COMO
UNA MONTAÑA
ARNE NAESS (1912-2009)

E
l llamamiento a pensar como Mientras trabajaba como guarda
EN CONTEXTO una montaña se ha asociado forestal en el monte de Nuevo Méxi-
al término «ecología profun- co, Aldo Leopold disparó a una loba.
RAMA
da», acuñado en 1973 por el filósofo ((Llegamos a tiempo de ver cómo mo-
Ética
noruego Arne Naess, promotor de d i - ría una fiera luz verde en los ojos del
ORIENTACIÓN versas campañas medioambientales. viejo animal», escribió. «Comprendí,
Filosofía d e l Naess lo emplea para subrayar que si y desde entonces lo he sabido siem-
medio a m b i e n t e debemos evitar cualquier catástrofe pre, que había algo nuevo para mí en
medioambiental, antes tenemos que aquellos ojos, algo que sólo sabían la
ANTES reconocer que somos parte de la na- loba y la montaña». Fue después de
C. 1660 Benedictus de Spinoza turaleza, no algo separado de ella. La esta experiencia cuando Leopold dio
desarrolla su filosofía de la noción de pensar como una monta- con la idea de que tenemos que pen-
naturaleza como extensión ña, sin embargo, se remonta a 1949, sar como una montaña, reconociendo
de Dios. cuando la expresó el ecologista esta- no sólo nuestras propias necesidades
dounidense Aldo Leopold en Alma- o las de nuestros congéneres huma-
1949 A l d o Leopold publica
naque del condado arenoso. nos, sino también las de todo el mun-
Almanaque del condado arenoso.
1960 El científico británico
James Lovelock propone la
hipótesis de Gaia, que estudia Pensar como
el m u n d o natural como u n u n a montaña es.
sistema único y autorregulado.
1962 La bióloga Rachel Carson
publica Primavera silenciosa, .. .comprender nuestra
obra enormemente influyente comprender que formamos
r e s p o n s a b i l i d a d para con
parte de la biosfera.
en el pensamiento de Naess. todos los demás seres vivos.

DESPUÉS
1984 El maestro zen y profesor
Debemos p e n s a r en

1/
Robert A i t k e n Roshi combina la
ecología profunda con las ideas los i n t e r e s e s a largo
del budista japonés Dógen. plazo del medio ambiente
en su conjunto.
EL MUNDO MODERNO 283
Véase t a m b i é n : Lao Tsé 24-25 • Benedictus de Spinoza 126-129 - Friedrich Schelling 335

escribió Leopold. Naess nos exhorta

éé
a vernos como parte de la biosfera en
su conjunto. E n lugar de ver el mundo
con desapego, debemos hallar nues-
tro lugar en la naturaleza, reconocien-
El pensamiento para do el valor intrínseco de todos los ele-
el futuro debe ser leal mentos del mundo que habitamos.
a la naturaleza. A r n e Naess introduce la idea del
Arne Naess «yo ecológico», una percepción del yo
enraizada en la conciencia de nuestra
relación con la c o m u n i d a d mayor de
todos los seres vivos, y sostiene que
ampliar nuestra identificación con el
m u n d o e incluir a lobos, ranas, ara-
do natural. Lo que Leopold plantea es ñas, y quizá incluso montañas, con-
que solemos ignorar lo que i m p l i c a n duce a una vida de mayor significado
en u n a p e r s p e c t i v a a m p l i a nuestras y profundo disfrute.
acciones al no tener en c u e n t a más La ecología profunda de Naess ha
que los beneficios i n m e d i a t o s para tenido u n a honda influencia sobre la
nosotros mismos. «Pensar como u n a filosofía del m e d i o a m b i e n t e y el ac-
montaña» es identificarse con el me- t i v i s m o ecológico. Para el u r b a n i t a ,
dio más amplio y ser conscientes de puede parecer difícil e incluso i m p o -
su papel en nuestra vida. sible acceder a u n yo ecológico, pero,
con todo, es posible. Como escribió el
Armonía c o n l a naturaleza maestro zen Robert Aítken Roshi en
Naess toma la idea de Leopold al pro- 1984, «cuando u n o piensa como u n a
montaña, piensa también como el oso E l m u n d o natural, según Naess, no
poner la ecología profunda, afirman-
es algo que debamos esforzarnos por
do que sólo podemos proteger el me- negro, de modo que la m i e l corre por
controlar y manipular en beneficio propio.
dio a m b i e n t e s i e x p e r i m e n t a m o s la su pelaje m i e n t r a s sube al autobús Vivir bien implica vivir como iguales con
clase de transformación sobre la que para i r al trabajo». • todos los elementos de nuestro medio.

Arne Naess A m p l i a m e n t e reconocido como e l n o r u e g a de M a r d a l s f o s s e n p a r a


filósofo noruego más destacado d e l p r o t e s t a r c o n t r a la construcción
siglo xx, A r n e Naess se convirtió a de u n a p r e s a cercana. E n 1988
sus 27 años e n e l catedrático más Naess fue e l e g i d o p r e s i d e n t e
joven de la Universidad de Oslo. Fue de Greenpeace N o r u e g a y e n
también u n montañero renombrado, 2005 fue n o m b r a d o c a b a l l e r o .
y dirigió c o n éxito u n a expedición
a la c i m a d e l T i r i c h M i r , e n e l n o r t e Obras principales
de Pakistán, e n 1950.
Sólo después de j u b i l a r s e 1968 Scepticism.
de s u p u e s t o d o c e n t e e n 1970, 1974 Ecology, Society
Naess desarrolló a c t i v a m e n t e s u and Lifestyle.
p e n s a m i e n t o acerca d e l m u n d o 1988 Thinking Like a Mountain
n a t u r a l y comenzó a i m p l i c a r s e (con J o h n Seed, Pat F l e m i n g
e n la acción d i r e c t a e n cuestiones y J o a n n a Macy).
m e d i o a m b i e n t a l e s . E n 1970 se 2002 Life's Phüosophy: Reason
encadenó a las rocas de la cascada and Feeling in a Deeper World.
LA VIDA SE VIVIRA
TANTO MEJOR SI
NO TIENE SENTIDO
ALBERT GAMUS (1913-1960)

EN CONTEXTO
Porque tenemos conciencia Pero sabemos q u e e l
RAMA sentimos que la vida u n i v e r s o en su conjunto
Ética tiene sentido carece de sentido

ORIENTACIÓN
Existencialismo

ANTES
1 8 4 3 Soren K i e r k e g a a r d
Para v i v i r b i e n , debemos Nuestras vidas son
e x a m i n a la i d e a d e l a b s u r d o
superar tal contradicción. u n a contradicción
e n s u obra Temor y temblor.

1 8 6 4 E l e s c r i t o r r u s o Fiódor
D o s t o y e v s k i p u b l i c a Memorias
del subsuelo, donde trata t e m a s
de c o r t e e x i s t e n c i a l i s t a .

1901 E n los escritos p o s t u m o s Esto lo podemos hacer L a v i d a s e vivirá


de F r i e d r i c h N i e t z s c h e s e asumiendo la ausencia 7 tanto mejor si no
recoge q u e «nuestra e x i s t e n c i a
de s e n t i d o de la existencia. tiene sentido.
(acción, s u f r i m i e n t o , v o l u n t a d ,
sentimiento) carece de sentido».

A
1 9 2 7 El ser y el tiempo, d e
lgunos o p i n a n q u e la tarea La idea de C a m u s aparece refle-
M a r t i n H e i d e g g e r , p o n e los
de la filosofía es dar c o n e l jada e n s u ensayo El mito de Sísifo.
c i m i e n t o s p a r a el d e s a r r o l l o sentido de la vida. El filósofo Sísifo fue u n rey g r i e g o caído en des-
de l a filosofía e x i s t e n c i a l . y novelista francés A l b e r t Camus, en gracia ante los dioses y condenado a
DESPUÉS c a m b i o , pensó q u e la filosofía debía u n destino terrible e n el inframundo.
reconocer que la v i d a carece por de- Su c o m e t i d o era el de empujar una
1971 E l filósofo T h o m a s
finición de sentido. Si b i e n a p r i m e r a g i g a n t e s c a p i e d r a h a s t a la c i m a de
N a g e l p l a n t e a q u e el a b s u r d o
v i s t a puede parecer u n a p e r s p e c t i - u n a colina, desde donde invariable-
s u r g e d e u n a contradicción
va deprimente, Camus cree q u e sólo mente la veía bajar rodando de nuevo.
en nuestro interior.
a s u m i e n d o esta idea podremos v i v i r E n t o n c e s debía comenzar otra vez,
lo más plenamente posible. repitiendo el trabajo por toda la éter-
EL MUNDO MODERNO 285
Véase t a m b i é n : Soren Kierkegaard 194-195 - Friedrich Nietzsche 214-221 . M a r t i n Heidegger 252-255 - Jean-Paul
Sartre 268-271

C a m u s a d m i t e q u e g r a n p a r t e de
lo q u e hacemos tiene desde luego u n a
apariencia de sentido, pero lo q u e pro-
pone es b a s t a n t e sutil: por u n a parte,
somos seres conscientes q u e no p u e -
éé
d e n evitar v i v i r c o m o s i sus v i d a s t u - El esfuerzo por alcanzar
v i e r a n sentido; por otra, el s e n t i d o no las alturas basta para llenar
r e s i d e allá fuera e n el u n i v e r s o , s i n o el corazón de u n hombre.
sólo d e n t r o de n u e s t r a m e n t e . E l u n i - Albert C a m u s
v e r s o e n s u c o n j u n t o c a r e c e de sen-
t i d o y de propósito, s e n c i l l a m e n t e es.
S i n e m b a r g o , y a d i f e r e n c i a d e l resto
de seres vivos, p o s e e m o s conciencia,
tf
y somos la clase de seres q u e encuen-
t r a n s e n t i d o y propósito e n todo.
v i d a es a b s u r d a y c a r e n t e d e s e n t i -
Reconocer el absurdo do, e s t a r e m o s preparados p a r a v i v i r
Sísifo e s t a b a eternamente condenado E l a b s u r d o , según C a m u s , es el sen- c o n p l e n i t u d . A l a s u m i r el a b s u r d o ,
a subir una gran roca a una colina, pero t i m i e n t o q u e t e n e m o s al reconocer n u e s t r a s v i d a s se c o n v i e r t e n e n u n a
Camus pensó que hasta en tan deplorable q u e los sentidos q u e d a m o s a la v i d a rebelión p e r m a n e n t e a n t e la falta de
situación podía encontrar la libertad si
no e x i s t e n más allá d e n u e s t r a p r o - s e n t i d o d e l universo, y p o d e m o s v i v i r
aceptaba el sinsentido de su tarea.
pia conciencia. Es el resultado de u n a libremente.
contradicción entre nuestra impresión E s t e c o n c e p t o fue d e s a r r o l l a d o
n i d a d . C a m u s sentía fascinación por del s e n t i d o de la v i d a y n u e s t r o cono- por e l filósofo T h o m a s Nagel, q u i e n
este m i t o p u e s parecía contener algo c i m i e n t o de que, pese a ella, el univer- dijo q u e el a b s u r d o d e la v i d a reside
del s i n s e n t i d o y el a b s u r d o de n u e s - so e n s u c o n j u n t o c a r e c e de s e n t i d o . en la naturaleza de la conciencia, pues
tras v i d a s , y p o r q u e él m i s m o veía la C a m u s e x a m i n a lo q u e podría s u - por m u y e n serio q u e nos t o m e m o s la
v i d a c o m o u n a l u c h a por desempeñar poner v i v i r a la luz de d i c h a p a r a d o - v i d a , s a b e m o s siempre q u e hay a l g u -
una serie de c o m e t i d o s f u n d a m e n t a l - ja, y a f i r m a q u e , s o l a m e n t e después n a perspectiva desde la q u e se puede
m e n t e c a r e n t e s de s e n t i d o . de haber a c e p t a d o el hecho de q u e la cuestionar dicha seriedad. •

Albert C a m u s C a m u s nació e n A r g e l i a e n 1913. n o v e l a s m á s célebres, e n t r e e l l a s


S u p a d r e murió a l año s i g u i e n t e El extranjero. C a m u s fue a u t o r d e
en la Primera Guerra Mundial, y numerosas novelas, ensayos y
fue criado por s u m a d r e e n u n a o b r a s d e t e a t r o , y e n 1957 recibió
e x t r e m a p o b r e z a . Estudió filosofía el premio Nobel de L i t e r a t u r a .
en la Universidad de Argel, donde Murió e n u n a c c i d e n t e d e tráfico
afle- sufrió e l p r i m e r a t a q u e d e u n a a l o s 4 6 años, t r a s d e s e c h a r u n
t u b e r c u l o s i s q u e arrastraría d e b i l l e t e de t r e n y a c e p t a r l a o f e r t a
siío.
p o r v i d a . C o n 2 5 años f u e a v i v i r d e v i a j a r a París c o n u n a m i g o .
des-
a F r a n c i a , y se implicó e n política.
doa
Ingresó e n el Partido C o m u n i s t a Obras principales
ndo. Francés e n 1935, a u n q u e e n 1937
una fue e x p u l s a d o . D u r a n t e l a S e g u n d a 1942 El mito de Sísifo.
a de G u e r r a M u n d i a l colaboró c o n l a 1942 El extranjero.
ible- Resistencia francesa, p u b l i c a n d o 1947 La peste.
Levo. u n periódico c l a n d e s t i n o . E n e s t e 1951 El hombre rebelde.
vez, p e r i o d o escribió m u c h a s d e s u s 1956 La caída.
3ter-
EL LENGUAJE
ES UNA PIEL
ROLAND BARTHES (1915-1980)

EN CONTEXTO
Toda filosofía sobre el amor
El lenguaje d e l a m a n t e
RAMA se d i r i g e a u n objeto d e
«tiembla d e d e s e o
Filosofía d e l l e n g u a j e deseo determinado.

ORIENTACIÓN
Semiótica

ANTES Cuando escribo o hablo


3 8 0 a . C . E l Banquete d e Platón sobre el amor, m i lenguaje
es el p r i m e r d e b a t e o c c i d e n t a l «se frota» c o n t r a el objeto
c e n t r a d o e n e l t e m a d e l amor. secreto de m i deseo.

S i g l o iv San Agustín de
Hipona escribe extensamente

>
sobre l a n a t u r a l e z a d e l amor.
El lenguaje afecta al otro E1 l e n g u a j e
1916 F e r d i n a n d de Saussure,
lingüista suizo, e s t a b l e c e e n
s u o b r a Curso de lingüística
como u n contacto piel a piel. es u n a piel.
i
E
general, l a semiótica m o d e r n a
y el e s t u d i o d e l lenguaje c o m o l libro más extraño, y a la vez se parezca a u n a t r a m a ; únicamen-
conjunto de signos. el más famoso, d e l filósofo y t e las reflexiones de u n a m a n t e en lo
crítico l i t e r a r i o Roland Bar- que Barthes califica de «una soledad
1 9 6 6 E l p s i c o a n a l i s t a francés thes es s i n d u d a Fragmentos de un extrema».
Jacques Lacan e x a m i n a e n discurso amoroso. Como sugiere s u E n el comienzo del libro, Barthes
s u s Escritos l a relación e n t r e título, está c o m p u e s t o por f r a g m e n - deja claro q u e no es posible que haya
Alcibíades, Sócrates y Agatón. tos y aforismos, u n poco a la manera t r a m a puesto q u e los pensamientos
del ensayo d e l filósofo alemán W a l - solitarios de u n a m a n t e aparecen en
DESPUÉS
ter B e n j a m i n Calle de sentido único. arrebatos a menudo contradictorios y
D é c a d a d e 1 9 9 0 J u l i a Kristeva
Fragmentos de un discurso amoroso carentes de u n orden claro. E n cuan-
e s t u d i a l a relación entre amor,
no es t a n t o u n libro de filosofía como t o a m a n t e , d i c e B a r t h e s , u n o puede
semiótica y psicoanálisis.
u n a h i s t o r i a de amor, pero se t r a t a incluso t e r m i n a r conspirando contra
de u n a h i s t o r i a de amor s i n h i s t o r i a u n o m i s m o . Se podría describir afec-
real: no h a y personajes n i n a d a q u e t u o s a m e n t e al a m a n t e como alguien
FILOSOFIA CONTEMPORÁNEA 291
Véase t a m b i é n : Platón 50-55 - San Agustín de Hipona 72-73 - Ferdinand de Saussure 223 - Walter Benjamín 258
Jacques Derrida 308-313 • Julia Kristeva 323

el d e l a m a n t e , no h a b l a s i m p l e m e n - guaje de Alcibíades se frota entonces


t e d e l m u n d o de m a n e r a neutra, sino c o n t r a Agatón.

éé que, como d i c e Barthes, «tiembla de


deseo». Así, e s c r i b e cómo «froto m i
lenguaje c o n t r a el otro. Es c o m o s i
Pero, ¿qué o c u r r e c o n el l e n g u a -
je q u e u t i l i z a m o s a la hora de h a b l a r
sobre otras cosas? E l del a m a n t e , ¿es
Todo amante t u v i e s e palabras en lugar de dedos, acaso el único lenguaje q u e t i e m b l a
está loco. o dedos en la p u n t a de m i s palabras)?. de deseo o c u l t o o se p u e d e a f i r m a r
Roland Barthes Según él, incluso a u n q u e se escribie- lo m i s m o de otros t i p o s de lenguaje?
se u n a filosofía d e l a m o r c a l m a d a y B a r t h e s no responde a esta p r e g u n -
d i s t a n t e , dentro de esa c a l m a filosó- ta, y deja q u e sopesemos la idea no-
fica yacería enterrada u n a apelación sotros m i s m o s . •
secreta a u n a persona d e t e r m i n a d a ,
a u n objeto de deseo, a u n en el caso
de q u e este fuera «un fantasma o u n a
c r i a t u r a aún por llegar».
que «ha p e r d i d o el h i l o de la trama». Barthes ofrece u n ejemplo de esta
De m o d o q u e e n lugar de u n a t r a m a , apelación secreta (aunque es f u n d a -
de u n a h i s t o r i a , B a r t h e s t o m a la de-
m e n t a l dejar claro q u e no dentro del
cisión de c o m p o n e r s u l i b r o c o m o s i c o n t e x t o de u n a discusión filosófica
se t r a t a s e de u n a e n c i c l o p e d i a ex-particularmente distanciada) toma-
t r a o r d i n a r i a de a r r e b a t o s c o n t r a d i c -
do del diálogo platónico el Banquete,
torios y desordenados, c u a l q u i e r a de u n a discusión acerca d e l a m o r q u e
los cuales podría llevar a q u e el lec- t i e n e lugar e n la casa del p o e t a A g a -
tor exclame: «Eso es v e r d a d . Reco- tón: Alcibíades, u n político, llega a la
nozco esa escena...». discusión t a r d e y borracho y se echa
e n u n diván c o n A g a t ó n y el filósofo
E l lenguaje d e l a m a n t e , dice Barthes,
E l lenguaje d e l a m o r Sócrates; e n t o n a u n d i s c u r s o e b r i o
es como una piel habitada por el propio
La afirmación de R o l a n d B a r t h e s «el y repleto de a l a b a n z a s h a c i a Sócra-
amante. Sus palabras son capaces de
lenguaje es u n a piel», t i e n e l u g a r e n tes, pero es a Agatón a q u i e n desea. conmover al amado, y t a n sólo a este,
este c o n t e x t o . E l lenguaje, a l m e n o s I Por decirlo de a l g u n a manera, el len- de manera prácticamente física o táctil.

Roland Barthes R o l a n d B a r t h e s nació e n C h e r b u r g o L a reputación d e B a r t h e s


( F r a n c i a ) e n 1915. Estudió e n l a creció e n o r m e m e n t e d u r a n t e los
U n i v e r s i d a d de l a Sorbona, e n París, años s e s e n t a t a n t o e n F r a n c i a
de 1935 a 1939, época e n l a q u e y a como en el resto del m u n d o , por
había contraído l a t u b e r c u l o s i s q u e lo q u e d i o c u r s o s e n s u país así
padecería el resto de s u v i d a . Su c o m o e n e l e x t r a n j e r o . Murió a
enfermedad supuso u n a dificultad los 6 4 años, a t r o p e l l a d o p o r l a
p a r a c o n s e g u i r títulos d e d o c e n t e , c a m i o n e t a d e u n a lavandería
pero durante la Segunda Guerra después de u n a l m u e r z o c o n
M u n d i a l l o libró d e l ejército. T r a s el presidente M i t e r r a n d .
la g u e r r a , consiguió f i n a l m e n t e ser
profesor, y d i o clases e n F r a n c i a , Obras principales
R u m a n i a y E g i p t o . Volvió a v i v i r
e n F r a n c i a de m o d o p e r m a n e n t e e n 1957 Mitologías.
1952, c u a n d o e m p e z ó a e s c r i b i r los 1973 El placer del texto.
artículos q u e , e n 1957, se p u b l i c a r o n 1977 Fragmentos de un discurso
r e u n i d o s bajo e l título Mitologías. amoroso.
¿GOMO VIVIRÍAMOS
SIN CULTURA?
MARY MIDGLEY (n. en 1919)

E
n s u l i b r o Bestia y hombre, de los otros a n i m a l e s como en aque-
EN CONTEXTO publicado en 1978, la filósofa llo q u e c o m p a r t i m o s c o n el resto del
británica M a r y M i d g l e y eva- reino a n i m a l .
RAMA
luó el i m p a c t o de las ciencias n a t u - Uno de los temas de los que Mid-
Filosofía d e l a c i e n c i a
rales sobre nuestra comprensión de gley se ocupa es la relación entre na-
ORIENTACIÓN la naturaleza h u m a n a . Con frecuen- turaleza y c u l t u r a en la v i d a humana,
Filosofía analítica cia se afirma q u e los d e s c u b r i m i e n - a t e n d i e n d o al hecho de q u e muchas
tos científicos, en p a r t i c u l a r los de la personas las entienden como contra-
ANTES paleontología y la biología evolutiva, puestas, como s i la cultura fuese algo
S i g l o i v a . C . Aristóteles define m i n a n nuestras nociones acerca d e no natural q u e se ha añadido a nues-
al h o m b r e c o m o u n «animal lo h u m a n o . M i d g l e y trata de respon- tra naturaleza a n i m a l .
político»: n o sólo s o m o s seres der a dichos temores, y lo hace cen- M i d g l e y está e n desacuerdo con
naturales, crear c u l t u r a forma trándose t a n t o en lo q u e nos separa la idea de q u e la c u l t u r a sea algo de
parte de nuestra naturaleza. carácter enteramente d i s t i n t o a lo na-
tural, y quiere representarla como fe-
Siglo i a . C . El poeta romano
nómeno n a t u r a l . Dicho de otro modo,

éé
T i t o L u c r e c i o Caro e s c r i b e De
el ser h u m a n o h a evolucionado para
Rerum Natura (De la naturaleza
ser u n a c r i a t u r a d o t a d a d e cultura.
de las cosas), donde e x a m i n a las
Podría decirse q u e tejemos nuestra
raíces n a t u r a l e s d e la c u l t u r a . Nos equivocamos al cultura de forma t a n natural como las
1859 E l n a t u r a l i s t a Charles vernos como separados de arañas tejen sus telarañas. Si esto es
D a r w i n p u b l i c a El origen de las los demás animales y no así, somos t a n incapaces de prescin-
especies, d o n d e e x p o n e cómo creer que tenemos una d i r de la c u l t u r a como lo son las ara-
t o d a v i d a h a e v o l u c i o n a d o por naturaleza animal. ñas d e p r e s c i n d i r d e s u s telarañas:
u n proceso de selección natural. Mary Midgley nuestra necesidad de c u l t u r a es a la
vez i n n a t a y natural. Así, Midgley es-
DESPUÉS
D é c a d a d e 1980 e n a d e l a n t e
Richard Dawkins y M a r y
99 pera poder dar c u e n t a de la singula-
r i d a d h u m a n a , y también situarnos
en el contexto más amplio de nuestro
M i d g l e y d e b a t e n sobre las pasado evolutivo. •
implicaciones del d a r w i n i s m o
p a r a n u e s t r a concepción de la V é a s e t a m b i é n : Platón 50 •55 • Aristóteles 56-63 • Ludwig Wittgenstein
naturaleza h u m a n a . 246-251
FILOSOFÍA CONTEMPORÁNEA 293

LA CIENCIA NORMAL
NO TIENDE HACIA
NOVEDADES FÁCTICAS
0 TEÓRICAS
THOMAS KUHN (1922-1996)

L
que-
a obra más conocida del físico u n umbral crítico; a partir de ahí, si se
EN CONTEXTO e historiador de la ciencia es- formula una nueva teoría, se produce
tadounidense Thomas Kuhn u n cambio de paradigma, y un nuevo
RAMA
es La estructura de las revoluciones marco teórico reemplaza el a n t i g u o
Filosofía d e l a c i e n c i a
cientíñcas, p u b l i c a d a en 1962. Es. a Con el tiempo, el nuevo marco deja
ORIENTACIÓN la vez, u n e x a m e n de los puntos de de cuestionarse, y la ciencia normal
Historia de l aciencia inflexión e n la h i s t o r i a de la ciencia vuelve a ocupar s u puesto... hasta
y u n i n t e n t o de proponer u n a teoría que aparecen nuevas anomalías. Un
ANTES acerca de cómo se producen las re- ejemplo de este tipo de cambio fue el
1543 Copérnico p u b l i c a Sobre voluciones en la ciencia. abandono de las concepciones clási-
las revoluciones de las esferas cas del espacio y del t i e m p o a partir
celestes, q u e supuso u n c a m b i o Los cambios de paradigma de la confirmación de las teorías de la
de p a r a d i g m a e n l a concepción Según el propio K u h n , en la h i s t o r i a relatividad de Einstein. •
h u m a n a d e l s i s t e m a solar. de la ciencia se suceden periodos de
«ciencia normal» y otros de «crisis».
1934 K a r l Popper, e n La lógica
La ciencia n o r m a l es el proceso r u t i -
de la investigación cientíñca,
nario m e d i a n t e el cual los científicos
establece l a f a l s a b i l i d a d c o m o
que trabajan dentro de u n marco teó-
c r i t e r i o d e lo q u e es c i e n c i a . rico (o «paradigma») determinado van
acumulando resultados que no cues-
DESPUÉS
t i o n a n los f u n d a m e n t o s teóricos de
1975 Paul Feyerabend, e n
dicho marco. Obviamente, de vez e n
Contra el método, defiende u n
cuando, se producen resultados anó-
«anarquismo epistemológico».
malos o desconocidos, pero se suelen
1976 E n Pruebas y refutaciones, achacar a errores de los científicos,
I m r e L a k a t o s t r a t a d e conjugar lo que, según K u h n es una prueba de
que la ciencia normal no está intere- La afirmación de Copérnico de que la
la f a l s a b i l i d a d d e K a r l Popper
Tierra gira en torno al Sol revolucionó el
y la obra d e T h o m a s K u h n . sada en las novedades. Sin embargo,
pensamiento científico, pues llevó a los
al i r pasando el t i e m p o , la a c u m u l a - científicos a abandonar la creencia de que
En la actualidad Las visiones ción de resultados anómalos alcanza nuestro planeta era el centro del universo.
e n f r e n t a d a s d e los fenómenos
cuánticos s u p o n e n p a r a d i g m a s
Véase t a m b i é n : Francis Bacon 110-111 • Rudolf Carnap 257 Karl Popper
opuestos del m u n d o subatómico.
262-265 • Paul Feyerabend 297 • Richard Rorty 314-319
LOS PRINCIPIOS
DE LA JUSTICIA SE
ESCOGEN TRAS UN
VELO DE IGNORANCIA
JOHN RAWLS (1921-2002)

EN CONTEXTO I Todos queremos f a v o r e c e r Para hacerlo, debemos


nuestros propios intereses. trabajar juntos
RAMA
Filosofía política

ORIENTACIÓN
Teoría d e l contrato s o c i a l Unas normas equitativas y justas
Esto exige

(
deben aplicarse a todos p o r i g u a l ,
ANTES normas.
al margen de la condición social.
C. 380 a . C . Platón trata la
justicia y la sociedad justa
en la República.
L o s principios de l a j u s t i c i
1651 Thomas Hobbes expone deben escogerse t r a s u n
u n a teoría del contrato social velo de i g n o r a n c i a .
en su obra Leviatán.
1689 John Locke desarrolla la

E
teoría de Hobbes en el Segundo n Teoría de la justicia, libro que él llama la ((posición original» en
tratado sobre el gobierno civil. publicado por primera vez en la que se acuerda el contrato. A partir
1971, el filósofo político John de aquí, Rawls establece unos prin-
1762 Jean-Jacques Rousseau Rawls defiende u n replanteamiento cipios de justicia con los que afirma
escribe El contrato social. Sus de la justicia en términos de lo que que todo ser racional debiera estar de
posturas serán adoptadas por denomina «justicia como equidad». acuerdo.
los revolucionarios franceses. Su enfoque se encuadra dentro de la
tradición conocida como teoría del L a posición o r i g i n a l
DESPUÉS
contrato social, que considera el i m - Imagine u n grupo de extraños aban-
1974 Robert Nozick critica la
perio de la ley como forma de contra- donados en una isla desierta, quie-
«posición original» de Rawls
to aceptado por los individuos porque nes, tras perder toda esperanza de
en su influyente obra Anarquía,
sus beneficios superan lo que son ca- rescate, deciden formar una nueva
Estado y utopía.
paces de obtener por sí mismos. La sociedad. Cada superviviente desea
2001 Rawls defiende sus tesis en versión de Rawls de la teoría propone favorecer sus propios intereses, pero
su último libro, La justicia como u n experimento de pensamiento en todos comprenden que eso sólo será
equidad: una reformulación. el que la gente desconozca su lugar posible si cooperan; es decir, si acuer-
en la sociedad, o sea colocada en la dan u n contrato social. ¿Cómo harán
FILOSOFIA CONTEMPORANEA 295
Véase t a m b i é n : Platón 50-55 • Thomas Hobbes 112-115 • John Locke 130-133
Jean-Jacques Rousseau 154-159 • Noam Chomsky 304-305

p a r a e s t a b l e c e r l o s p r i n c i p i o s d e l a h a g a n honor a la i m p a r c i a l i d a d y q u e
justicia?, ¿qué n o r m a s acordarán? S i n o t e n g a n e n c u e n t a la raza, l a clase,
desean u n a j u s t i c i a v e r d a d e r a m e n t e el c r e d o , e l t a l e n t o n a t u r a l n i la d i s -
racional e i m p a r c i a l , h a y i n n u m e r a - capacidad. E n otras palabras, s i no
bles n o r m a s q u e h a y q u e d e s c a r t a r sé cuál será m i l u g a r e n la s o c i e d a d ,
de plano. Por e j e m p l o , la n o r m a «si t e m i interés p r o p i o r a c i o n a l m e m o v e -
l l a m a s J u a n , c o m e r á s s i e m p r e e l úl- rá a v o t a r por u n m u n d o e n e l q u e a
timo» n o e s n i r a c i o n a l n i i m p a r c i a l , t o d o s se les t r a t e c o n e q u i d a d .
a u n q u e lo q u e s e d e r i v a r a d e l h e c h o
de l l a m a r s e J u a n fuera u n a v e n t a j a . Racionalidad
E n t a l situación, d i c e R a w l s , e s frente a c a r i d a d
n e c e s a r i o c u b r i r c o n u n «velo d e i g - Es i m p o r t a n t e p u n t u a l i z a r q u e , p a r a John Rawls
norancia» los d a t o s y h e c h o s d e n u e s - Rawls, e s t e n o es u n relato a c e r c a d e
tras v i d a s , tales c o m o quiénes s o m o s c ó m o surgió históricamente la j u s t i - J o h n R a w l s nació e n M a r y l a n d
o dónde n a c i m o s , y p r e g u n t a r n o s qué cia e n el m u n d o , sino u n rasero i m p a r - (EE U U ) e n 1 9 2 1 . T r a s e s t u d i a r
n o r m a s serían las más c o n v e n i e n t e s . e n P r i n c e t o n , se alistó e n e l
cial q u e nos p e r m i t e poner a prueba

D
ejército y sirvió e n e l Pacífico
Rawls p l a n t e a q u e las únicas n o r m a s n u e s t r a s teorías s o b r e la j u s t i c i a . S i
durante laSegunda Guerra
sobre l a s q u e t o d a s l a s p a r t e s p u e - e s t a s no d a n la talla, según Rawls, n o
Mundial. Acabada la guerra
den ponerse r a c i o n a l m e n t e d e acuer- es sólo n u e s t r o s e n t i d o d e la c a r i d a d visitó l a s r u i n a s d e H i r o s h i m a ,
do s o n a q u e l l a s q u e v e r d a d e r a m e n t e lo q u e h a fallado, s i n o n u e s t r a razón. • a b a n d o n ó e l ejército y v o l v i ó a

1
e s t u d i a r filosofía, doctorándose
e n P r i n c e t o n e n 1950.
La i m a g e n de la justicia
R a w l s amplió s u s e s t u d i o s
como mujer con los ojos
vendados y una balanza en la Universidad de Oxford,
expresa la idea de q u e d o n d e conoció a l filósofo I s a i a h
nadie está por encima Berlin; luego regresó a EE U U
de la ley. p a r a ejercer l a docencia. Tras
u n período e n C o r n e l l y e l M I T ,
se t r a s l a d ó a H a r v a r d , d o n d e
e s c r i b i ó s u o b r a Teoría de la
justicia. Durante su estancia
en H a r v a r d fue maestro d e los
ial» en filósofos e m e r g e n t e s T h o m a s
ípartii Nagel y M a r t h a Nussbaum.
s prin- E n 1 9 9 5 J o h n R a w l s sufrió
afirma el p r i m e r o de varios ictus, pero
starde continuó t r a b a j a n d o h a s t a s u
muerte, e n 2002.

Obras principales

aban- 1971 Teoría de la justicia.


quie- 1993 Debate sobre el liberalismo
íza de político.
nueva 1999 El derecho de gentes.
desea 2 0 0 0 Lecciones sobre la historia
3, pero de la filosofía moral.
2001 L a justicia como equidad:
[o será
una re formulación.
acuer-
narán
EL ARTE ES UNA
FORMA DE VIDA
RICHARD WOLLHEIM (1923-2003)

E
l británico y filósofo del arte
EN CONTEXTO Richard W o l l h e i m opina q u e
debemos resistirnos a la t e n -
RAMA
dencia a ver el arte como u n concep-
Estética
to abstracto q u e requiere análisis y
ORIENTACIÓN explicación. Para comprender plena-
Filosofía analítica mente el arte, nos dice, debemos de-
finirlo siempre en relación con su con-
ANTES texto social. A l describir el arte como
C. 3 8 0 a . C . Platón e x p l o r a e n «forma de vida» en El arte y sus obje-
s u obra la República la relación tos (1968), u t i l i z a u n a expresión acu-
entre las formas artísticas y las ñada por el filósofo L u d w i g W i t t g e n s -
i n s t i t u c i o n e s políticas. t e i n para d e s c r i b i r la n a t u r a l e z a d e l
lenguaje. Según W i t t g e n s t e i n , el len-
1 9 5 3 E n las Investigaciones
guaje es u n a «forma de vida», pues el Lo q u e t o m a m o s p o r a r t e depende
ñlosóñcas, L u d w i g W i t t g e n s t e i n
m o d o e n q u e lo empleamos siempre del contexto en el que se dé. 32 latas
presenta y e s t u d i a s u c o n c e p t o de sopa Campbell's, de Andy Warhol,
refleja nuestras experiencias, hábitos
de «forma d e vida». convierte en arte unas imágenes por
y capacidades individuales. Con esta
lo general asociadas al comercio.
1964 A r t h u r Danto publica s u visión, trata de resistirse a la tenden-
ensayo filosófico T h e Artworld, cia de la filosofía a las generalizacio-
donde e x a m i n a la actividad nes s i m p l i s t a s sobre el lenguaje; e n cias, h i s t o r i a , carácter, necesidades
lugar de estas, a p u n t a a los m u y d i - físicas, emociones y comunidades-,
artística d e s d e u n p u n t o d e
versos papeles q u e el lenguaje des- y e l m u n d o q u e r e p r e s e n t a n es un
vista institucional.
empeña en nuestras vidas. m u n d o e n c o n s t a n t e cambio. Según
DESPUÉS W o l l h e i m , u n a de las implicaciones
1 9 6 9 George D i c k i e , filósofo Medio s o c i a l que esto tiene es que no puede haber
estadounidense, desarrolla Wollheim plantea lo m i s m o q u e W i t t - u n «impulso artístico» general o ins-
la teoría i n s t i t u c i o n a l d e l a genstein, pero en relación c o n el arte. t i n t o p a r a crear a r t e q u e sea total-
c r e a t i v i d a d artística e n s u Los artistas, sostiene, se h a l l a n con- m e n t e i n d e p e n d i e n t e de las institu-
ensayo Defíning Art. dicionados por s u m e d i o - s u s creen- ciones entre las cuales opera. •

Véase t a m b i é n : Platón 50-55 • Ludwig Wittgenstein 246-251


FILOSOFÍA CONTEMPORÁNEA 297

TODO VALE
PAUL FEYERABEND (1924-1994)

EN CONTEXTO
RAMA
Filosofía d e l a c i e n c i a
F eyerabend, nacido e n A u s -
tria, fue a l u m n o de Karl Po-
pper e n la L o n d o n School of
Economics, aunque terminó aleján-
fía que trata los problemas y teorías
acerca del conocimiento, y el «anar-
quismo» de Paul Feyerabend hunde
sus raíces en la idea de que todas las
dose mucho del modelo racional de metodologías de la ciencia tienen u n
ORIENTACIÓN la ciencia que este defendía. Duran- alcance l i m i t a d o , de manera que no
Filosofía analítica t e s u estancia e n la Universidad de existe u n único «método científico».
California, en las décadas de 1960 Si nos fijamos e n cómo se ha desa-
ANTES y 1970, se hizo amigo del filósofo de rrollado y ha avanzado la ciencia en
1934 Karl Popper, e n La lógica origen alemán Thomas Kuhn, q u i e n la práctica, el único «método» que se
de la investigación cientíñca, sostenía q u e el progreso científico puede observar es q u e «todo vale».
plantea la falsabilidad como no es gradual, sino q u e avanza por Feyerabend defiende q u e la ciencia
criterio p a r a tener por científica m e d i o de «cambios de paradigma» n u n c a ha progresado siguiendo re-
u n a teoría. o revoluciones q u e llevan a marcos glas estrictas, y q u e s i la filosofía de
teóricos completamente nuevos en el la ciencia exige reglas, no hará sino
1962 T h o m a s K u h n afirma q u e
razonamiento científico. Feyerabend l i m i t a r el progreso científico. •
hay «cambios d e p a r a d i g m a » va aún más lejos, y afirma que, cuan-
en la c i e n c i a e n L a estructura do esto sucede, todos los conceptos
de las revoluciones cientíñcas. y todo el léxico científicos se v e n al-
Década d e 1 9 6 0 y p r i n c i p i o s
d e l a d e 1970 Paul Feyerabend
desarrolla s u s ideas e n debates
terados, de forma que no hay ningún
marco semántico permanente. éé
c o n s u a m i g o e l filósofo d e l a L a anarquía en l a ciencia Ciencia y mito se
ciencia Imre Lakatos. La obra más famosa de Feyerabend, solapan de muchos modos.
Contra el método: esbozo de una teo- Paul Feyerabend
DESPUÉS ría anarquista del conocimiento, fue
D é c a d a d e 1980 e n a d e l a n t e p u b l i c a d a e n 1975. E n ella formula
Las ideas d e P a u l F e y e r a b e n d su concepción de lo él que d e n o m i -
c o n t r i b u y e n a las teorías sobre na «anarquismo epistemológico». L a
la m e n t e p r o p u e s t a s p o r los epistemología es la rama de la filoso-
filósofos e s t a d o u n i d e n s e s
Patricia y Paul C h u r c h l a n d . Véase también: Karl Popper 262-265 • Thomas Kuhn 293
298

EL CONOCIMIENTO
SE PRODOCE PARA
SER VENDIDO
JEAN-FRANCOIS LYOTARD (1924-1998)

L
a idea de que el conocimiento libro fue el responsable de ampliar su
EN CONTEXTO se produce para ser vendido aplicación y de aumentar su popula-
aparece en el libro de Lyotard ridad. Suele decirse que su uso de la
RAMA
La condición posmoderna: informe palabra en el título marca el inicio del
Epistemología
sobre el saber, que escribió por en- pensamiento posmoderno.
ORIENTACIÓN cargo del Consejo de Universidades Desde entonces, el término «pos-
Posmodernismo de Quebec, en Canadá. El empleo del modernismo» se ha utilizado con tan-
término «posmoderno» en su título tos sentidos que ahora se hace difí-
ANTES es significativo, pues aunque él no lo cil saber exactamente qué significa,
P r i n c i p i o s d e 1870 El término inventó - y a había sido usado por va- pero la definición de Lyotard es muy
«posmoderno» se emplea por rios críticos de arte desde 1870-, su clara: el posmodernismo trata de la
primera vez en la crítica de arte.
1 9 3 9 - 1 9 4 5 Los avances
tecnológicos logrados durante la
Segunda Guerra M u n d i a l ponen La tecnología informática ha
convertido el c o n o c i m i e n t o
los cimientos de la revolución
e n información que
informática del siglo xx.

1953 L u d w i g Wittgenstein habla


en sus Investigaciones ñiosóñcas . .está a l m a c e n a d a
de «juegos de lenguaje», idea que en inmerisas bases p o s e e n las
retomará Lyotard en s u noción
de «metarrelatos».
de datos. grandes empresas
L)
DESPUÉS
1984 Fredric Jameson, crítico Dicha información se juzga
literario estadounidense, escribe por su v a l o r c o m e r c i a l ,
no por su verdad.
El posmodernismo, o la lógica
cultural del capitalismo avanzado.
A p a r t i r de l a década de 1990
Internet ofrece u n acceso s i n
E l conocimiento se
precedentes a la información.
produce p a r a ser vendido.
FILOSOFIA CONTEMPORANEA 299
V é a s e t a m b i é n : Immanuel Kant 164-171 - Georg Hegel 178-185 - Friedrich Nietzsche 214-221 • Ludwig Wittgenstein
246-251 • M a r t i n Heidegger 252-255 - Gilíes Deleuze 338

A l c o n v e r t i r s e el c o n o c i m i e n t o en
datos, ya no es la materia indefinible de la
mente, sino una mercancía que se puede
transferir, almacenar, comprar o vender.

«incredulidad frente a los metarrela- |


tos». Los m e t a r r e l a t o s son n a r r a c i o -
nes g e n e r a l i z a d o r a s y s i m p l i f i c a d a s
q u e t r a t a n de a b a r c a r la h i s t o r i a e n
su t o t a l i d a d o reducir todo nuestro
c o n o c i m i e n t o a u n único m a r c o c o n -
ceptual. E l m a r x i s m o , e n c u a n t o idea
de q u e la h i s t o r i a p u e d e entenderse
como u n a serie de luchas entre clases I
sociales, es u n ejemplo de metarrela-
to. Otro sería la idea de q u e la h i s t o r i a denadores h a n transformado radical- los problemas v i n c u l a d o s a la verdad:
de la h u m a n i d a d es la de u n progre- m e n t e n u e s t r a s a c t i t u d e s , y a q u e el ya no se lo juzga en términos de ver-
so h a c i a u n c o n o c i m i e n t o superior y c o n o c i m i e n t o se ha convertido en i n - d a d , s i n o de h a s t a qué p u n t o p u e d e
hacia la j u s t i c i a social, g r a c i a s a u n formación q u e puede almacenarse en ser útil para d e t e r m i n a d o s intereses.
mayor c o n o c i m i e n t o científico. bases de datos y mover de u n lugar a F i n a l m e n t e , a l dejar de c u e s t i o n a r -
otro, aparte de poder ser c o m p r a d a y nos acerca de s i el c o n o c i m i e n t o es
Conocimiento externalizado v e n d i d a . A esto lo l l a m a la «mercan- verdad para empezar a p r e g u n t a r n o s
La i n c r e d u l i d a d h a c i a los m e t a r r e l a - tilización» del c o n o c i m i e n t o . cómo venderlo, el c o n o c i m i e n t o pasa
to.s i m p l i c a u n n u e v o e s c e p t i c i s m o , Todo esto c o m p o r t a diversas con- a ser mercancía, y a Lyotard le i n q u i e -
que, según Lyotard, se debe al t i p o de secuencias. Para empezar, el c o n o c i - t a que, u n a vez q u e esto suceda, las
relación q u e m a n t e n e m o s c o n el co- m i e n t o se está externalizando: y a no empresas privadas p u e d a n proponer-
n o c i m i e n t o desde la Segunda Guerra i es algo q u e nos a y u d a a desarrollar se controlar el flujo del c o n o c i m i e n t o
M u n d i a l , así c o m o a l i n m e n s o c a m - nuestra mente, q u e sería susceptible y d e c i d i r quién, y en qué c i r c u n s t a n -
bio p r o d u c i d o e n las tecnologías q u e de t r a n s f o r m a r n o s . Además, el cono- cias, p u e d e tener acceso a d e t e r m i -
e m p l e a m o s p a r a g e s t i o n a r l o . Los or- I c i m i e n t o se está d e s c o n e c t a n d o de nados t i p o s de c o n o c i m i e n t o . •

Jean-Francois Lyotard J e a n - F r a n c o i s L y o t a r d nació para Lyotard u n nuevo periodo


e n Versalles (Francia) e n 1924. e n e l q u e trabajó c o m o profesor
Estudió filosofía y l i t e r a t u r a e n universitario, enseñando filosofía
la S o r b o n a , d o n d e se h i z o a m i g o e n l a S o r b o n a y, más t a r d e , e n
d e Gilíes D e l e u z e . A l a c a b a r sus m u c h o s países, c o m o E E U U ,
e s t u d i o s , d i o c l a s e s d e filosofía G a n a d a , B r a s i l y F r a n c i a . Se
e n c o l e g i o s de F r a n c i a y A r g e l i a retiró c o m o p r o f e s o r e m é r i t o
d u r a n t e v a r i o s años. de l a U n i v e r s i d a d d e París V I I I
D u r a n t e l a d é c a d a d e 1950, y murió de l e u c e m i a e n 1998.
L y o t a r d e s t u v o i m p l i c a d o e n las
políticas d e l a i z q u i e r d a r a d i c a l Obras principales
y fue u n reconocido defensor de
la i n d e p e n d e n c i a de A r g e l i a . S i n 1971 Discurso, ñgura.
e m b a r g o , s u d e s a r r o l l o filosófico 1974 Economía iibidinal
acabó p o r d e s i l u s i o n a r l o r e s p e c t o 1979 La condición posmoderna:
a los m e t a r r e l a t o s d e l m a r x i s m o . informe sobre el saber.
E n l a d é c a d a d e 1970 c o m e n z ó 1983 La diferencia.
300

PARA EL HOMBRE
NEGRO HAY UN
SOLO DESTINO,
Y ES BLANCO
FRANTZ FANON (1925-1961)

E
l filósofo y psiquiatra Frantz aspiraciones de muchos de los pue-
EN CONTEXTO Fanón publicó en 1952 su es- blos colonizados. Las culturas colo-
tudio psicoanalítico sobre el niales europeas tendían a identifi-
RAMA
colonialismo y el racismo Piel negra, car la «negritud» con la impureza, lo
Filosofía política
máscaras blancas. En el libro, Fanón cual conformó la imagen de sí mis-
ORIENTACIÓN trata de examinar el legado psicoló- mos de los sometidos al dominio co-
Existencialismo gico y social que el racismo ha teni- lonial, quienes llegaron a percibir el
do entre las comunidades no blan- color de su piel como u n signo de in-
ANTES cas de todo el mundo. ferioridad.
Siglo i v a . C . En su Ética Cuando dice que para el hombre La única salida ante semejante
a Nicómaco, Aristóteles negro existe u n único destino, y es situación parece ser la de aspirar a
sostiene que la esclavitud blanco, Fanón sostiene al menos dos vivir como blancos, pero dicha sali-
es u n estado natural. cosas: primero, está afirmando que da está condenada al fracaso, puesto
el hombre negro quiere ser como el que el hecho de tener la piel oscura
Siglo x i x Los países europeos
blanco, es decir, que la cultura colo- siempre impedirá que a alguien se
se reparten y colonizan África.
nial dominante ha dado forma a las le acepte como blanco. Para Fanón,
Década d e 1930 E l
m o v i m i e n t o francés de la
negritud llama a la unificación Las culturas coloniales
blancas identifican Los pueblos colonizados
de la conciencia negra.
«negritud» con desean e s c a p a r de tal
DESPUÉS inferioridad posición inferior.
1977 Steve Biko, a c t i v i s t a
antiapartheid inspirado por
Fanón, muere bajo c u s t o d i a Los pueblos colonizados
La única vía
policial e n Sudáfrica. comienzan a asumir la
es r e c h a z a r l a
s u p u e s t a superioridad
1978 Influido por la obra de «negritud»
de las culturas coloniales.
Frantz Fanón, E d w a r d Said
escribe Orientalismo, estudio
poscolonial de las perspectivas
P a r a el hombre negro
occidentales sobre Oriente
h a y u n solo destino,
M e d i o en el siglo xix.
y es blanco.
FILOSOFIA CONTEMPORÁNEA 301
Véase t a m b i é n : Aristóteles 56-63 - Jean-Paul Sartre 268-271 - Maurice Merleau-Ponty 274-275 • Edward Said 321

otras p a r t e s de s u libro, Fanón escri- dos en la idea de raza, no seremos ca-

éé
b e q u e «el a l m a del h o m b r e negro es p a c e s d e resolver estas i n j u s t i c i a s .
u n p r o d u c t o fabricado por el h o m b r e Hacia el final de la obra, escribe: « M e
blanco». D i c h o d e otra m a n e r a , q u e e n c u e n t r o e n e l m u n d o y reconozco
la idea d e lo q u e s i g n i f i c a ser n e g r o q u e tengo u n solo derecho: el de e x i -
He aquí u n hecho:
es u n a creación a p a r t i r de los patro- g i r d e l otro u n c o m p o r t a m i e n t o h u -
los blancos se consideran nes de u n p e n s a m i e n t o europeo fun- mano». E l p e n s a m i e n t o de Fanón h a
superiores a los negros. d a m e n t a l m e n t e racista. sido de v i t a l i m p o r t a n c i a para los m o -
F r a n t z Fanón A q u í Fanón responde, e n p a r t e , v i m i e n t o s anticoloniales y antirracis-
a lo q u e e n F r a n c i a se d i o e n l l a m a r tas, y h a i n f l u i d o en figuras c o m o e l
«la negritud», m o v i m i e n t o d e e s c r i - a c t i v i s t a a n t i a p a r t h e i d Steve B i k o y
tores negros franceses y francófonos en estudiosos como E d w a r d Said. •
de la década de 1930 q u e rechazaba
t a n t o el r a c i s m o c o m o el c o l o n i a l i s -
3s pue- t a l aspiración d e obtener u n a «exis- mo de la corriente p r i n c i p a l de la cul-
is coló- t e n c i a blanca» no sólo fracasa c o m o t u r a francesa, y defendía u n a c u l t u r a
dentifi- r e m e d i o f r e n t e a l r a c i s m o y l a des- negra independiente y compartida.
reza. 1c i g u a l d a d , s i n o q u e además e n m a s - S i n e m b a r g o , Fanón c o n s i d e r a q u e
sí mis- cara y h a s t a c o n d o n a d i c h o e s t a d o el concepto de n e g r i t u d no sirve para
mío co- de cosas a l i m p l i c a r q u e u n a «exis- enfrentarse a los problemas del racis-
tencia blanca» goza de algún t i p o d e m o q u e p r e t e n d e superar, y a q u e la
'cibira
superioridad indiscutible. forma en q u e piensa lo negro no hace
o de m-
A l m i s m o t i e m p o , Fanón a f i r m a más q u e r e p r o d u c i r las fantasías de
aquí algo más complejo. Podría p e n - la c u l t u r a b l a n c a d o m i n a n t e .
nejante
sarse q u e , d a d a la t e n d e n c i a a a s p i -
spirara
hasah-
rar a u n a «existencia blanca», la so- Derechos h u m a n o s
La i n f e r i o r i d a d asociada al ser negro
lución r e s i d e e n defender u n p u n t o E n c i e r t o sentido, Fanón p i e n s a q u e
, pueste llevó a muchos colonizados a adoptar
de v i s t a i n d e p e n d i e n t e sobre lo q u e la solución sólo podrá llegar c u a n d o las referencias culturales de la potencia
OSCUIá
supone ser negro. Esto, s i n embargo, logremos superar el p e n s a m i e n t o de dominante, según Fanón, y a aspirar
uiense
plantea problemas de todo tipo. E n t i p o racial: m i e n t r a s sigamos atrapa- a una «existencia blanca».
Fanor.

]
F r a n t z Fanón e n l a conformación d e s u filosofía. d u r a n t e l a c u a l escribió s u último
U n año después d e o b t e n e r e l título l i b r o , Los condenados de la tierra,
F r a n t z Fanón nació e n 1925 e n d e p s i q u i a t r a , e n 1952, publicó s u e n defensa de u n m u n d o d i s t i n t o .
M a r t i n i c a , isla d e l C a r i b e q u e p o r l i b r o Piel negra, máscaras blancas. Se publicó e l año d e s u m u e r t e
entonces era u n a colonia francesa. E n 1953 Fanón tomó l a decisión c o n prefacio d e Jean-Paul Sartre,
Abandonó M a r t i n i c a para luchar de trasladarse a Argelia, donde amigo e influencia original de
por la Francia Libre d u r a n t e l a trabajó e n u n h o s p i t a l psiquiátrico. Fanón y, más a d e l a n t e , i n f l u i d o
Segunda Guerra M u n d i a l , y luego Después d e d o s años e s c u c h a n d o a s u v e z p o r él.
estudió m e d i c i n a y psiquiatría e n los r e l a t o s d e s u s p a c i e n t e s s o b r e
Lyon. Asistió también a clases las t o r t u r a s padecidas d u r a n t e l a Obras principales
d e l i t e r a t u r a y filosofía, e n t r e g u e r r a de i n d e p e n d e n c i a de A r g e l i a
ellas las i m p a r t i d a s p o r e l filósofo ( 1 9 5 4 - 1 9 6 2 ) , renunció a s u p u e s t o 1952 Piel negra, máscaras
M e r l e a u - P o n t y . E l j o v e n Fanón d e f u n c i o n a r i o , se marchó a Túnez blancas.
venía considerándose a sí m i s m o y allí se implicó e n e l m o v i m i e n t o 1959 A Dying Colonialism.
francés, pero e l r a c i s m o c o n e l q u e por la independencia argelina. 1961 Los condenados de la tierra.
se encontró a l l l e g a r a F r a n c i a l e A finales d e l a década d e 1950 1969 Por la revolución africana
impactó, y t u v o u n p a p e l e n o r m e contrajo leucemia, enfermedad (colección de obras breves).
EL HOMBRE ES
UNA INVENCIÓN
RECIENTE
MICHEL FOUCAULT (1926-1984)

EN CONTEXTO
RAMA
Epistemología

ORIENTACIÓN
Arqueología d e l d i s c u r s o

ANTES
F i n a l e s d e l siglo x v m
I m m a n u e l K a n t establece
las bases del concepto de
«hombre» para el siglo xix.

1859 El origen de las especies,


de Charles D a r w i n , supone u n a
revolución e n la concepción
h u m a n a de nosotros mismos.
•pto de que el hombre diciones históricas en las que nos en-
1883 F r i e d r i c h Nietzsche, e n H | es una invención de fecha re- contramos; unas reglas y condiciones
Así habló Zaratustra, a n u n c i a • • H ciente aparece en Las pala- que, de hecho, configuran el fondo de
q u e el h o m b r e es algo q u e bras y las cosas. Una arqueología de «sentido común» que enmarca nues-
tiene q u e ser superado. las ciencias humanas, obra del filó- tra manera de pensar y hablar sobre
sofo francés M i c h e l Foucault. Para el mundo. Dado que las reglas y con-
DESPUÉS entender lo que el autor quiere decir diciones cambian con el tiempo, tam-
1985 Donna Haraway, filósofa con esto, tenemos que comprender bién se modifica nuestro discurso,
estadounidense, i m a g i n a u n lo que para él significa «arqueología» por lo que se necesita u n a «arqueo-
futuro p o s t h u m a n o en s u obra y por qué cree que deberíamos apli- logía)) para desenterrar tanto los lími-
Manifiesto para ciborgs. carla a la historia del pensamiento. tes como las condiciones de la mane-
A Foucault le interesa la manera ra en que la gente pensaba y hablaba
1991 L a conciencia explicada,
en la que nuestro discurso, nuestra del mundo en épocas anteriores. No
de D a n i e l D e n n e t t , c u e s t i o n a
forma de hablar y de razonar sobre se pueden tomar los conceptos que
m u c h a s de las nociones más
las cosas, se ve configurado por u n a utilizamos en el contexto actual (por
aceptadas sobre lá conciencia. serie de reglas, en gran medida i n - ejemplo, el de «naturaleza humana»)
conscientes, que surgen de las con- y dar por sentado que valen eterna-
FILOSOFIA CONTEMPORÁNEA 303
Véase t a m b i é n : Immanuel Kant 164-171 . Friedrich Nietzsche 214-221 - M a r t i n Heidegger 252-255 - Maurice
Merleau-Ponty 274-275 • Daniel Dennett 339

E l s i g l o x i x vio una revolución en ia dose a s u fin y q u e no tardará en ver-


anatomía, como muestra esta ilustración
se borrada «como u n rostro de arena
de u n libro de texto médico. Foucault
al borde del mar».
cree que nuestro concepto actual de
«hombre» procede de esa época. ¿Está en lo cierto? E n u n a época
de grandes avances en informática y
e n las interfaces hombre-máquina,
d i o u n g i r o a la filosofía cuando c a m - y e n la q u e filósofos especialistas en
bio la a n t i g u a p r e g u n t a «¿por qué es las ciencias c o g n i t i v a s , como D a n i e l
el m u n d o c o m o es?» por «¿por qué D e n n e t t o D a n Wagner, están cues-
vemos el m u n d o como lo vemos?». A t i o n a n d o la naturaleza de la s u b j e t i -
pesar de q u e c r e e m o s q u e n u e s t r a v i d a d , es difícil no pensar que, a u n -
idea de lo q u e es ser h u m a n o es a b - que el rostro de arena no esté a p u n t o
s o l u t a e i n m u t a b l e , en r e a l i d a d es de borrarse, la marea está s u b i e n d o
u n a invención reciente. F o u c a u l t la a l a r m a n t e m e n t e a s u alrededor. •
sitúa a i n i c i o s del siglo xix, época del
n a c i m i e n t o de las ciencias naturales,
y la c o n s i d e r a paradójica, pues nos

mente, y q u e t o d o lo q u e se precisa
es u n a «historia de las ideas» p a r a
vemos, por u n lado, c o m o objetos en
el m u n d o (y, por lo t a n t o , objetos de
estudio) y, por otro, como sujetos q u e
éé
trazar s u genealogía. Para F o u c a u l t , e x p e r i m e n t a n y e s t u d i a n el m u n d o . . . El hombre no es el
creer q u e nuestras ideas actuales se c r i a t u r a s extrañas q u e m i r a n en dos problema más antiguo n i el
pueden aplicar de forma fructífera a d i r e c c i o n e s al m i s m o t i e m p o . más constante que se haya
u n periodo histórico anterior, es u n a planteado el saber humano.
noción e q u i v o c a d a : las m a n e r a s e n L a imagen humana Michel Foucault
las q u e u s a m o s los términos «hom- de u n o m i s m o
bre», «género humano» o «naturaleza F o u c a u l t no sólo considera q u e esta
humana» s o n ejemplos de esto. i d e a d e l «hombre» es u n a invención
D i c h a i d e a t i e n e s u s raíces e n e l r e c i e n t e , s i n o también q u e se t r a t a
p e n s a m i e n t o de I m m a n u e l Kant, q u e de u n a invención q u e está acercán-

Michel Foucault M i c h e l F o u c a u l t nació e n 1926, e n huelgas estudiantiles ocurridas


e l s e n o d e u n a f a m i l i a de m é d i c o s e n e l año 1968 e n París, inició
de P o i t i e r s ( F r a n c i a ) . Después de s u a c t i v i s m o político, q u e , j u n t o
l a S e g u n d a G u e r r a M u n d i a l , entró a s u l a b o r d o c e n t e , continuó e l
e n l a École N ó r m a l e Supérieure, r e s t o de s u v i d a .
d o n d e fue a l u m n o d e l r e c o n o c i d o
filósofo M a u r i c e M e r l e a u - P o n t y . Obras principales
E n 1954, F o u c a u l t pasó u n t i e m p o
e n U p p s a l a (Suecia) y más t a r d e 1961 Historia de la locura
vivió e n P o l o n i a y A l e m a n i a , antes I en la época clásica.
d e v o l v e r a F r a n c i a e n 1960. I 1963 El nacimiento de la clínica.
Consiguió e l d o c t o r a d o e n 1961 i Una arqueología de la mirada
g r a c i a s a s u e s t u d i o Historia de la ' médica.
locura en la época clásica, d o n d e 1966 Las palabras y las cosas.
F o u c a u l t e x p o n e q u e l a distinción Una arqueología de las ciencias
e n t r e l o c u r a y c o r d u r a n o es m á s humanas.
q u e u n c o n s t r u c t o s o c i a l . T r a s las 1975 Vigilar y castigar.
SI LO ELEGIMOS,
PODEMOS VIVIR EN
UN MUNDO DE ILUSIÓN
RECONFORTANTE
NOAM CHOMSKY (n. en 1928)

A
unque conocido en un prin- tales declaraciones por parte de los
EN CONTEXTO cipio por su trabajo en lin- gobiernos son insuficientes para que
güística, hoy en día Noam nos enteremos de la verdad sobre el
RAMA
Chomsky es más famoso gracias a poder político. Puede que los gobier-
Ética
sus análisis del poder político. Desde nos utilicen el lenguaje de los «he-
ORIENTACIÓN la publicación de su primer libro po- chos» como forma de justificar sus
Universalismo lítico, El poder estadounidense y los actos; pero, a menos que sus decla-
nuevos mandarines, en 1969, ha rei- raciones se vean apoyadas por prue-
ANTES terado que, con frecuencia, la forma bas, se tratará sólo de ilusiones, y los
C . 380 a . C . E n la República, en que los estados ejercen el poder actos que generen carecerán de justi-
Platón sostiene q u e muchos no coincide en absoluto con sus de- ficación. Si queremos entender mejor
vivimos en u n mundo ilusorio. claraciones retóricas y mantiene que cómo opera un Estado, tenemos que
1739 David H u m e publica
su Tratado de la naturaleza
humana. A u n q u e es empirista,
...estamos
defiende q u e tiene q u e haber
eligiendo vivir
algunos principios fijos de los
en u n mundo
que se derive la moral.
de ilusión
1785 I m m a n u e l Kant, en su reconfortante.
obra Fundamentación de la
metafísica de las costumbres,
afirma que la moral se debe
basar en la universalidad.
P r i n c i p i o s d e l siglo xx Para
John Dewey, la política es la
sombra que las multinacionales
arrojan sobre la sociedad.

1971 E n Teoría de la justicia,


John Rawls retoma la noción
kantiana de universalidad.
FILOSOFIA CONTEMPORÁNEA 305
Véase t a m b i é n : Platón 50-55 • David Hume 148-153 Immanuel Kant
164-171 • John Dewey 228-231 • John Rawls 294-295

E n s u opinión, s i a l g u i e n realiza u n a
declaración m o r a l q u e no r e s p e t a la

éé u n i v e r s a l i d a d , esta no p u e d e ser t o -
m a d a en serio y debe ser rechazada.
Si q u e r e m o s ir más allá de la re-
Los estados no son agentes tórica y e x a m i n a r la m o r a l política de
morales; la gente, sí. u n a manera rigurosa, parece q u e el
Noam Chomsky p u n t o de p a r t i d a i n e l u d i b l e es la u n i -
versalidad. A l g u n a s de las opiniones
c o n c r e t a s d e N o a m C h o m s k y acer-
ca de la n a t u r a l e z a d e l poder global Noam Chomsky
h a n desencadenado notables contro-
versias; s i n embargo, esto no i n v a l i d a C h o m s k y nació e n 1928 e n
s u p e r s p e c t i v a f u n d a m e n t a l , ya que, F i l a d e l f i a (EE U U ) y creció e n
'arte dele; u n a f a m i l i a judía multilingüe.
ir más allá d e l e n f r e n t a m i e n t o entre s i q u e r e m o s c u e s t i o n a r esas o p i n i o -
» paiaq* Estudió matemáticas, filosofía
formas r i v a l e s de retórica; d e b e m o s nes, d e b e m o s hacerlo a la luz d e la
y lingüística e n l a U n i v e r s i d a d
ad sobree. fijarnos en las e s t r u c t u r a s i n s t i t u c i o - u n i v e r s a l i d a d y de todas las pruebas
de Pensilvania, d o n d e presentó
¡ los gobie:- nales, e n la h i s t o r i a , en los d o c u m e n - d i s p o n i b l e s . Si se demuestra q u e sus u n a t e s i s r e v o l u c i o n a r i a sobre
de los lie- tos sobre las políticas oficiales, etc. opiniones son erróneas, deberían ser lingüística filosófica. E n 1957,
¡tífica n rechazadas o m o d i f i c a d a s ; a u n q u e , s u l i b r o Estructuras sintácticas
i sus decir Ética y u n i v e r s a l i d a d s i r e s u l t a n verdaderas, entonces ha- apuntaló s u reputación c o m o
is por pro Los análisis éticos de N o a m C h o m s - bría q u e a c t u a r a l respecto. • u n a d e las más s o b r e s a l i e n t e s
¡iones, fa ky están b a s a d o s e n l o q u e él d e - f i g u r a s de l a lingüística, c a m p o
rándejus:- n o m i n a ((principio de universalidad», q u e revolucionó.
Bride:--: que es e n esencia relativamente s i m - A u n q u e siguió enseñando
¡nemosci ple: dice que, como mínimo, debemos lingüística y p u b l i c a n d o sobre
e s t e t e m a , c a d a vez se implicó
aplicarnos el m i s m o rasero q u e a p l i -
más e n política: f u e u n n o t o r i o
camos a los demás. Según Chomsky,
opositor a l a g u e r r a de V i e t n a m ,
este p r i n c i p i o s i e m p r e h a e s t a d o e n
lo q u e l e c o n d u j o a p u b l i c a r l a
el núcleo de t o d o s i s t e m a ético res-
o b r a L a responsabilidad de los
ponsable. L a p e r s p e c t i v a psicológica intelectuales (1967), u n a d u r a
f u n d a m e n t a l e n este caso es q u e es- crítica de la c u l t u r a i n t e l e c t u a l
t a m o s d i s p u e s t o s a usar el lenguaje estadounidense. H o y día, sigue
ético p a r a protestar de los demás, s i n e s c r i b i e n d o y enseñando sobre
q u e lo e s t e m o s t a n t o p a r a j u z g a r n o s lingüística, filosofía, política y
a nosotros m i s m o s ; pero, s i d e c i m o s asuntos internacionales.
q u e nos atenemos a a l g u n a escala de
valores éticos o morales y q u e r e m o s Obras principales
ser coherentes, e s t a m o s o b l i g a d o s a
aplicarles a los demás la escala q u e 1967 L a responsabilidad
nos aplicamos a nosotros m i s m o s . E n de los intelectuales.
lo q u e se refiere a l gobierno, esto sig- 1969 El poder estadounidense
nifica q u e debemos analizar c o n rigor y los nuevos mandarines.
n u e s t r a s a c c i o n e s políticas e n l u g a r 2001 11/09/2001.
stro
E l Tío Sam, personificación de EE UU, 2 0 0 6 Estados fallidos. El
irincii de dejarnos cegar por la retórica.

y
es uno de los innumerables artificios que abuso de poder y el ataque
mos Para Chomsky, este es u n i m p e r a - usan los gobiernos para alimentar el apoyo a la democracia.
tivo t a n t o m o r a l como i n t e l e c t u a l , dos popular. Chomsky advierte de que estos
aspectos íntimamente relacionados. iconos pueden distraernos de la verdad.
LA SOCIEDAD
DEPENDE DE UNA
CRÍTICA DE SUS
PROPIAS TRADICIONES
JÜRGEN HABERMAS (n. en 1929)

S
egún la creencia del filósofo Para él, la razón no consiste en des-
EN CONTEXTO alemán Jürgen Habermas, la cubrir verdades abstractas, sino en
sociedad m o d e r n a depende la necesidad que tenemos de justifi-
RAMA
no sólo de los avances tecnológicos, carnos ante los demás.
Filosofía política
sino también de nuestra capacidad
ORIENTACIÓN de criticar y razonar colectivamente Crear u n a esfera pública
Teoría s o c i a l acerca de nuestras propias tradicio- E n las décadas de 1960 y 1970, Ha-
nes. Habermas sostiene que la razón bermas concluyó q u e existe u n vín-
ANTES se encuentra en el núcleo de nuestras culo entre la razón comunicativa y
1789 Comienza la Revolución comunicaciones cotidianas. A l g u i e n lo q u e llamó la esfera pública. Hasta
Francesa, q u e marcará el fin dice o hace algo y preguntamos «¿por el siglo xvm, dice, la cultura europea
d e la e s t r u c t u r a de poder qué has hecho eso?», o «¿por qué lo era en g r a n m e d i d a «representati-
«representativo» en Francia. dices?)). Continuamente pedimos jus- va» o «figurativa», es decir, que las
tificaciones, por lo cual Jürgen Haber- clases d o m i n a n t e s procuraban «re-
1791 Jeremy B e n t h a m escribe
mas habla de razón «comunicativa». presentarse)) ante el pueblo llano por
OfPublicity, estudio t e m p r a n o
m e d i o de alardes de poder que no
sobre la idea de lo «público».
requerían ningún t i p o de justifica-
1842 Karl M a r x firma u n ensayo ción, tales como desfiles o proyectos
acerca de la l i b e r t a d de prensa. arquitectónicos de gran envergadu-
ra. E n el siglo xvm, s i n embargo, sur-
DESPUÉS gieron u n a serie de espacios públi-
1 9 8 6 E d w a r d Said c r i t i c a la cos fuera del ámbito controlado por
visión eurocéntrica, y el silencio el poder estatal, como los salones li-
respecto al i m p e r i a l i s m o y las terarios y los cafés. Estos eran luga-
teorías racistas, de H a b e r m a s res en los q u e se podía uno dedicar
y de la Escuela de F r a n k f u r t . a conversar o a debatir de forma ra-
1999 No logo, ensayo de la zonada. T a l c r e c i m i e n t o de la esfera
pública dio pie a cuestionar la autori-
autora canadiense N a o m i Klein,
dad de la c u l t u r a del Estado «repre-
estudia el porvenir de la esfera
sentativo». La esfera pública se con-
pública e n u n a era d o m i n a d a Los cafés fueron u n foco de v i d a social
virtió en u n tercer espacio, u n coto
por la p u b l i c i d a d y los m e d i o s y política e n las c i u d a d e s de la E u r o p a
entre el ámbito privado de la familia
de comunicación de masas. del siglo xvm. A m e n u d o fueron cerrados
por su reputación como lugares de reunión y las amistades próximas y el espa-
de los desafectos a l régimen imperante. cio ocupado por el control del Estado.
FILOSOFÍA CONTEMPORÁNEA 307
Véase t a m b i é n : Jeremy B e n t h a m 174 • Karl M a r x 196-203 • Theodor A d o r n o 2 6 6 - 2 6 7 • Edgar M o r i n 338 • N i k l a s
L u h m a n n 339 • N o a m C h o m s k y 3 0 4 - 3 0 5 • E d w a r d Said 321

Con el establecimiento de una es-


fera pública, se da también la ocasión
de constatar q u e c o m p a r t i m o s d i s - L o s i n d i v i d u o s deben
tintos intereses con otras personas, poder cuestionar y cambiar
intereses a los q u e quizás el Estado tales t r a d i c i o n e s .
no atiende, hecho que puede llevar a
que los actos de este sean cuestion-
dos. Jürgen Habermas opina que el
desarrollo de la esfera pública contri-
buyó a desencadenar la Revolución
Francesa e n 1789.
L a rápida expansión de la esfera
pública a p a r t i r del siglo xvm ha con-
llevado el desarrollo de instituciones
democráticas, declaraciones de de-
rechos y t r i b u n a l e s independientes.
Sin embargo, Habermas afirma que
tales frenos al poder arbitrario se en-
cuentran a c t u a l m e n t e amenazados. .. .refuerza a
Los periódicos, por ejemplo, pueden la s o c i e d a d
dar pie a u n diálogo razonado entre
personas de ámbitos privados, pero
si la prensa es controlada por g r a n -
des corporaciones, la ocasión para
ello será menor. El debate informado
sobre cuestiones de calado se susti-
tuye por el cotilleo sobre famosos, y
de agentes críticos y racionales pasa-
mos a convertirnos en consumidores
descerebrados. •

Jürgen H a b e r m a s E l filósofo Jürgen H a b e r m a s creció Más r e c i e n t e m e n t e , H a b e r m a s


e n A l e m a n i a d u r a n t e e l régimen h a a s u m i d o u n p a p e l activo e n
n a z i . Comprender, t r a s los j u i c i o s la esfera pública, p a r t i c i p a n d o
de N u r e m b e r g (1945-1946), q u e en debates sobre l a negación d e l
«habíamos v i v i d o bajo u n s i s t e m a holocausto y el terrorismo global.
criminal» t u v o u n efecto duradero
sobre s u filosofía. Obras principales
A l completar e l doctorado e n
1954, estudió c o n m i e m b r o s de l a 1962 Historia y crítica
Escuela d e F r a n k f u r t , e n t r e ellos de la opinión pública. La
M a x Horkheimer y Theodor Adorno. transformación estructural
E n las décadas d e 1960 y 1970 d i o de la vida pública.
clase e n las universidades de B o n n 1981 Teoría de la acción
y G o t t i n g e n . E n 1982 se convirtió comunicativa.
e n catedrático d e filosofía d e l a 1985 El discurso ñlosóñco
U n i v e r s i d a d de F r a n k f u r t , d o n d e de la modernidad.
enseñó hasta s u jubilación en 1993. 2005 Entre naturalismo y religión
310 JACQUES DERRIDA
que salgan a la luz todas las aporías
EN CONTEXTO ocultas. Pero este enfoque de Derrida

RAMA
Epistemología éé no es únicamente una manera de leer
filosofía o literatura, sino que contie-
ne varias implicaciones de gran al-

ORIENTACIÓN Todos somos mediadores, cance que cuestionan las relaciones


traductores. entre el lenguaje, el pensamiento e,
Deconstruccionismo
Jacques Derrida incluso, la ética.
ANTES Llegados a este punto, conven-
S i g l o iv a . C . Platón e x a m i n a dría introducir u n término técnico
la idea de «aporía» en el Menón. de gran importancia en el léxico de
Derrida: différance. En francés, dicho
P r i n c i p i o s d e l siglo x x
término se pronuncia igual que diffé-
Charles Sanders Peirce rence, que equivale al español «dife-
y F e r d i n a n d de Saussure
novela, tendemos a suponer que t e - rencia», pero antes de que lo acuñase
i n a u g u r a n el estudio de los
nemos entre las manos algo que so- Derrida no significaba nada en fran-
signos y símbolos (semiótica), mos capaces de comprender o inter- cés. Incluso se cuenta la anécdota
una de las grandes influencias pretar como u n todo en sí mismo. Si de que su madre le llamó la atención
sobre De la gramatología. es de filosofía, se puede esperar que por haberlo escrito mal. Derrida jus-
1 9 6 1 A Totalidad e infinito, obra supongamos que será especialmen- tifica la creación de este término por-
de E m m a n u e l Lévinas, Derrida te sistemático y lógico. Imaginemos que auna u n a serie de sentidos que
responderá e n La escritura y la ir a una librería y tomar u n ejemplar le son útiles para expresar algo com-
de De la gramatología: se podría pen- plejo acerca del lenguaje.
diferencia. Lévinas será cada vez
sar que una vez leído el libro tendre- En resumen, el neologismo diffé-
más influyente en las posteriores
mos una noción razonable de qué sea rance, pretende dar cuenta de tres
indagaciones éticas de Derrida.
la «gramatología», de las principales sentidos que se encuentran conteni-
DESPUÉS ideas de Derrida al respecto y de lo dos en el verbo différer (en español di-
1992 E l filósofo inglés Simón que esto dice sobre el mundo; para ferir): aplazar, ser diferente y, de este
Critchley e s t u d i a en Ethics of Derrida, s i n embargo, los textos no último, discrepar, q u e Jacques De-
deconstruction ciertos aspectos funcionan así. rrida considera respectivamente una
de la obra de Derrida. «temporización», u n «espaciamiento»
Aporía y «différance» y u n a «polémica». Puesto que el sus-
Incluso los textos más simples (y De tantivo différence no expresaba nin-
la gramatología, desde luego, no lo

J
acques Derrida es uno de los es) están plagados de lo que Jacques
filósofos más polémicos del Derrida denomina «aporías» (que en
siglo xx. Su nombre está aso- griego antiguo significa «sin c a m i -
ciado, ante todo, con la «deconstruc- no» o «sin salida», de donde deriva en
ción», u n tipo de examen complejo y «irresoluble» o «imposible»): son ren-
minucioso sobre cómo leemos e i n - dijas, huecos o contradicciones que
terpretamos los textos escritos. Si la deconstrucción, como forma de
queremos entender lo que dice De- lectura, trata de identificar. E x a m i -
rrida en su libro De la gramatología nando las aporías que aparecen e n
de que no hay nada fuera del t e x t o los diferentes textos, Derrida i n t e n -
(en el original francés «iln'ya pas de ta ampliar nuestros horizontes res-
hors-texte», traducible por «no hay pecto a lo que son los textos y lo que
u n "fuera del texto"»), debemos exa- hacen, así como poner de manifies-
minar primero s u enfoque decons- to la complejidad que subyace inclu- U n cajista puede revisar las planchas
tructivo en general. so a las producciones aparentemente tipográficas antes de imprimirlas, pero las
ideas que en ellas se expresan están llenas
Con frecuencia, cuando leemos más sencillas. La deconstrucción es
de «aporías» o contradicciones que, dice
u n libro, ya sea uno de filosofía o una una forma de leer los textos de modo
Derrida, ningún análisis puede eliminar.
FILOSOFIA CONTEMPORANEA 311
^apotas V é a s e t a m b i é n : Platón 50-55 • Charles Sanders Peirce 205 • Ferdinand de Saussure 223 Emmanuel Lévinas 273
^Derrida Louis Althusser 338 • Rene Girard 338 • Michel Foucault 302-303

d e
granal-
3
relaciones
Yo i n t e n t o explicar l o
¡amiento e.
que D e r r i d a quiere decir con
«no hay n a d a fuera d e l texto».
t0
- conven-
go técnicr
el léxico de
mcés,dicfe
alquedifc
¡pañol «tfe.
e lo acuñase
ada en fe-
la anécdo*¿
3 la atentó:
Derrida^ Para Jacques D e r r i d a , el significado
ténninopa- de lo escrito es alterado por lo que se
sentidos IR escribe a continuación. En su opinión, el
hecho aparentemente simple de escribir
¡ar algo cor-
una carta puede llevar a u n diferir del
e.
significado en el mismo texto.
Dgismo (Mi-
lenta de ta
.trancóme:- g u n o de estos sentidos, D e r r i d a creó
2n español- la nueva voz a p a r t i r de différant («que
inte y, de es-,; está difiriendo»); différent (diferente),
Jacques q u e se p r o n u n c i a i g u a l e n francés;
y différend (discrepancia), para c o n -
jpaciamiein- s e g u i r u n término q u e c o n j u g a r a e l
jtocnieels"^ triple significado.
xpresaban Para e n t e n d e r d e qué m o d o f u n -
c i o n a n la temporización y el espacia-
m i e n t o d e différance e n l a práctica,
i m a g i n e m o s q u e e n u n c i o «El gato...»
y añado «que v i o m i amigo...» y, des-
pués de u n a pausa, sigo «en el jardín
era b l a n c o y negro...», etc. E l s i g n i -
ficado de «gato» se v e d i f e r i d o según
se añade información, y r e s u l t a dife-
rente a c a d a m o m e n t o . E n otras p a -
labras, c u a n t o más voy añadiendo a
lo q u e d i g o , más «difiero» (en a m b o s
sentidos) el s i g n i f i c a d o de lo q u e h e
ido d i c i e n d o .
Por otra p a r t e , y s i g u i e n d o a Fer-
sallase d i n a n d de Saussure, D e r r i d a e s t i m a
q u e la p a l a b r a , e n e s t e caso «gato»,
presan están^ adquiere su significado dependien-
ccionesQ*' do d e l a posición q u e o c u p e d e n t r o
s pueden
312 JACQUES DERRIDA
dadera. Las pocas ocasiones e n q u e Lo q u e nos p e r m i t e liberarnos de
los filósofos h a n reflexionado sobre la la creencia i n g e n u a e n la necesidad

éé escritura, h a n t e n d i d o a considerar- de la presencia es, p a r a Derrida, el


la u n pálido reflejo de la p a l a b r a h a - texto escrito. Sin la necesidad de nin-
blada, que se ha tomado como medio g u n a presencia ajena al t e x t o m i s m o
Sólo pensamos en signos. p r i m o r d i a l de comunicación. Derrida para significar, la e s c r i t u r a nos pro-
porciona u n a nueva y compleja pers-
Jacques Derrida se propone invertir este concepto: se-
gún él, la palabra e s c r i t a nos p e r m i - p e c t i v a sobre el lenguaje.
t e ver algo acerca del lenguaje que la
palabra hablada nos oculta. Cuestionar el significado
Platón, e n s u crítica d e la e s c r i - C u a n d o D e r r i d a a f i r m a q u e no hay
t u r a , c o n t e m p l a la idea d e que, s i n nada fuera del t e x t o , no quiere decir
la presencia del autor, del padre del q u e sólo i m p o r t e lo q u e está e n los
del conjunto del sistema de la lengua; texto, este último no puede explicar- libros, q u e no i m p o r t e el m u n d o «de
de manera que, cuando digo «gato», se n i aclarar las aporías q u e p u e d a carne y hueso», n i q u i e r e m i n i m i z a r
su significado no proviene de u n vín- contener. Así, creemos q u e el s e n t i - la i m p o r t a n c i a de los problemas so-
culo misterioso entre la palabra y u n do del texto depende de la presencia ciales q u e r o d e a n al t e x t o . ¿Qué es,
gato q u e esté presente, sino de q u e de s u autor, q u e puede aclararlo; del pues, lo q u e i n t e n t a expresar?
ese término es diferente de otros que m i s m o modo que suponemos que el Primero, q u e s i a d m i t i m o s que el
podrían ocupar s u posición; «perro», s i g n i f i c a d o de «gato» depende de la significado depende de la différance,
«león» o «cebra». presencia de u n gato. S i n embargo, en sus dos sentidos, entonces tene-
Tomando en consideración estos D e r r i d a nos recuerda q u e la defini- mos que cuestionarnos el cómo pen-
dos sentidos d e différance, a d q u i r i - ción habitual de signo es «lo que está samos sobre el m u n d o , ser conscien-
mos u n a nueva p e r s p e c t i v a sobre el en lugar d e la cosa», de forma que, tes d e q u e e l s i g n i f i c a d o no es t a n
lenguaje: por u n a parte, el significa- de algún modo, el s i g n o representa directo como parece y que este siem-
do de c u a l q u i e r cosa q u e se d i g a se la presencia d e la cosa e n ausencia pre es s u s c e p t i b l e d e ser desvelado
ve siempre diferido, ya q u e depende de esta: ahí ya hay u n a différance, en por la deconstrucción.
de lo q u e se d i g a a continuación, lo el doble sentido de d i s t a n c i a t e m p o - E n s e g u n d o lugar, q u e nuestras
cual, a s u vez, depende de lo q u e se ral y de ser diferente. Pues b i e n , e n formas de pensar, de hablar o de es-
diga después, etc.; por otra, el signifi- opinión de Jacques Derrida, lo q u e c r i b i r i m p l i c a n a s u vez cuestiones
cado de cada término p a r t i c u l a r que se dice del signo se puede decir, aún políticas, históricas y éticas q u e no
u t i l i c e m o s depende de sus diferen- con mayor razón, del texto. siempre reconocemos o a d m i t i m o s .
cias c o n los términos q u e no hemos
usado. Así, el s i g n i f i c a d o no se con-
La tesis de D e r r i d a acerca de que no hay nada
tiene a sí m i s m o dentro del t e x t o e n
fuera del texto está abierta a ser analizada usando
sí, a la vez que, siendo todo texto, no su propio método deconstructivo: incluso lo que
hay nada fuera de él. explica en sus textos está sometido a la différance.

L a palabra escrita
Différance, que en francés se pronun-
cia igual que différence pero se escri-
be con alteración e n u n a vocal, es u n
aspecto del lenguaje del q u e sólo da
cuéntala escritura. Desde la a n t i g u a
Grecia, los filósofos h a n sospechado
del lenguaje escrito: por ejemplo, e n
el diálogo platónico Fedro, Sócrates
c u e n t a u n m i t o acerca de la i n v e n -
ción d e la e s c r i t u r a y d i c e q u e esta
sólo proporciona «apariencia d e sa-
biduría», m a s no u n a sabiduría ver-
FILOSOFIA CONTEMPORÁNEA 313
arnosde '

•rrida, ei
ddenin-
omismo ;

nos pro-
eja pers-

ado
3 no hay
aedecii
-á en los
indo «de
inirnizai
¡mas so- D e r r i d a , de padres judíos, nació
¿Qué es, en Argelia, que por entonces
ir? e r a u n a c o l o n i a f r a n c e s a . Ya
asquea a m u y t e m p r a n a e d a d mostró
u n g r a n interés p o r l a filosofía,
ffirance. D e r r i d a manifestó s u oposición q u e este t r a t a b a de defender. Q u i - a u n q u e t a m b i é n soñaba c o n

a
t
es teñe- a la guerra de Vietnam durante una zás D e r r i d a h u b i e r a respondido q u e ser f u t b o l i s t a p r o f e s i o n a l . A l
TOO per.- conferencia dictada en 1968 en EE UU, y la idea de defender u n a t e s i s está, final, l a filosofía se i m p u s o y,
onscier.-
mostró su compromiso con numerosos
a su vez, basada en la idea de «pre- e n 1 9 5 1 , ingresó e n l a École
problemas y debates políticos en muchas
o es sencia» q u e él i n t e n t a b a cuestionar. N ó r m a l e Supérieure d e París.
de sus obras posteriores.
Pesien:- Podría parecer q u e esto es sólo sos- Allí entabló a m i s t a d c o n L o u i s
ísveladc layar el problema; pero, s i t o m a m o s A l t h u s s e r , también a r g e l i n o y
Por esta razón, a l g u n o s filósofos h a n e n serio el r a z o n a m i e n t o de Derrida, q u e , c o m o él, acabaría siendo
mesuas s u g e r i d o q u e la deconstrucción es, hay q u e a d m i t i r q u e la idea de q u e u n o de los p e n s a d o r e s más
p r o m i n e n t e s de l a época.
o de es- a n t e todo, u n a práctica ética: a l leer no hay n a d a fuera d e l t e x t o no puede
es::c:.r: u n t e x t o de m a n e r a d e c o n s t r u c t i v a , estar fuera d e l t e x t o , por lo q u e se la « L a publicación e n 1967 de
nos c u e s t i o n a m o s s u s a f i r m a c i o n e s p u e d e t r a t a r de u n m o d o escéptico: los títulos De la gramatología,
s quenc
La escritura y la diferencia
y, a la vez, p l a n t e a m o s c o m p l i c a d o s se la p u e d e d e c o n s t r u i r y se p u e d e n
y L a voz y el fenómeno inició
p r o b l e m a s éticos q u e podían h a b e r e x a m i n a r las aporías que, según el
la reputación i n t e r n a c i o n a l de
p e r m a n e c i d o o c u l t o s . Es c i e r t o q u e , p r o p i o J a c q u e s D e r r i d a , h a y agaza-
D e r r i d a . Tras i m p a r t i r clases
h a c i a el final de s u v i d a , D e r r i d a se padas en d i c h a idea. •
c o m o profesor v i s i t a n t e e n u n
dedicó a e x a m i n a r p r o b l e m a s y c o n - g r a n número de universidades
t r a d i c c i o n e s m u y reales q u e s u r g e n europeas y estadounidenses,
de ideas c o m o las de «la h o s p i t a l i - aceptó e l p u e s t o de profesor de
dad» o «el perdón».

L a crítica a D e r r i d a
éé h u m a n i d a d e s e n la U n i v e r s i d a d
de C a l i f o r n i a e n I r v i n e , e n 1986.
Sus últimas o b r a s , e n p a r t e
Nunca he p o r l a i n f l u e n c i a de E m m a n u e l
Dado q u e D e r r i d a p r o c l a m a q u e el
cedido a la tentación Lévinas, t r a t a r o n t e m a s éticos.
s e n t i d o d e l t e x t o s i e m p r e se le esca-
p a a l t e x t o , no r e s u l t a s o r p r e n d e n t e de ser difícil sólo
por ser difícil. Obras principales
q u e sus libros sean a m e n u d o difíci-
les de comprender. M i c h e l Foucault, Jacques Derrida
1967 D e la gramatología.
u n o de s u s contemporáneos, acusa-
1967 L a escritura y la
b a a la obra de D e r r i d a de ser v o l u n -
diferencia.
t a r i a m e n t e o s c u r a , y se q u e j a b a d e
1967 L a voz y el fenómeno.
que, c o n frecuencia, r e s u l t a b a i m p o - 1994 Políticas de la amistad.
sible saber c o n e x a c t i t u d qué era lo
316 RICHARD RORTY

E
l alma es algo curioso: pese
EN CONTEXTO a que no podamos decir m u -

RAMA
Ética
cho acerca de nuestras almas
o describirlas, muchos mantenemos
que, en lo profundo de nuestro inte-
éé
ORIENTACIÓN rior, poseemos una; es más, también Lafilosofíano
Pragmatismo podríamos decir que es nuestra iden- avanza haciéndose
t i d a d fundamental («yo») y, al mismo más rigurosa, sino más
ANTES tiempo, algo conectado directamen- imaginativa.
Siglo v a . C . Sócrates dialoga te con la verdad o realidad. R i c h a r d Rorty

tf
sobre la naturaleza de justicia, La tendencia humana a concebir-
b o n d a d y otros conceptos c o n nos como si tuviésemos una especie
los ciudadanos de A t e n a s . de «doble», u n alma o u n a i d e n t i d a d
profunda que «usa el lenguaje mismo
S i g l o i v a . C . Aristóteles
de la realidad», la estudia el filósofo
escribe u n tratado acerca
estadounidense Richard Rorty en su
de la naturaleza del a l m a .
libro Consecuencias del pragmatis- pragmatistas consideran las afirma-
1878 E l filósofo de la c i e n c i a mo (1982), donde argumenta que, en ciones de u n modo m u y diferente, y
Charles Sanders Peirce acuña la m e d i d a en que tenemos u n alma, lo que se p r e g u n t a n es: «¿Cuáles son
el término «pragmatismo». esta no es sino una invención huma- las implicaciones prácticas de acep-
na, algo que hemos puesto ahí noso- tar que esto es verdadero?».
1956 W i l f r i d Sellars, filósofo tros mismos. La obra más i m p o r t a n t e de Rorty,
estadounidense, publica la obra La ñlosofía y el espejo de la naturale-
Empiiicism and the Philosophy E l conocimiento za, publicada en 1979, es u n intento
ofMind, donde se cuestiona el como espejo de oponerse a la idea de que el co-
«mito de lo dado». Rorty pertenecía a la tradición filosó- nocimiento consista en representar-
fica estadounidense conocida como se correctamente el mundo, como en
DESPUÉS
pragmatismo. A la hora de examinar una especie de espejo mental. Rorty
1994 E l filósofo sudafricano
una afirmación, la mayoría de las tra- considera q u e no se puede mante-
John M c D o w e l l p u b l i c a Mente
diciones filosóficas preguntan: «Esto, ner esta concepción del conocimien-
y mundo, u n libro m u y influido
¿es verdad?», en el sentido de «¿re- to por dos razones: primero, porque
por la obra d e R i c h a r d Rorty.
presenta correctamente la forma en supone que nuestra experiencia del
que son las cosas?)). Sin embargo, los mundo «se nos da» directamente, que

Algunas teorías del conocimiento afirman que conocemos


procesando «datos crudos», como u n a cámara capta la luz,
FILOSOFÍA CONTEMPORÁNEA 317
Véase t a m b i é n : Sócrates 46-49 - Aristóteles 56-63 - Charles Sanders Peirce 205 • William James 206-209 - John
Dewey 228-231 • Jürgen Habermas 306-307

lo q u e e x p e r i m e n t a m o s son los datos


crudos de cómo es el m u n d o ; s e g u n -
do, p o r q u e supone que, u n a vez q u e
se h a n captado estos datos crudos,
nuestra razón, o a l g u n a otra facultad
m e n t a l , se pone a trabajar c o n ellos,
reconstruyendo la forma en que el co-
n o c i m i e n t o opera como u n todo y re-
flejando lo q u e h a y e n el m u n d o .
Rorty sigue al filósofo W i l f r i d Se-
llars c u a n d o a f i r m a q u e la experien-
c i a como «algo dado» no es más q u e
u n m i t o . N u n c a podríamos tener ac-
ceso a datos crudos: por ejemplo, no
nos es p o s i b l e tener e x p e r i e n c i a de
u n perro e x t e r i o r a n u e s t r o pensa-
m i e n t o o a nuestro lenguaje. Sólo nos
h a c e m o s c o n s c i e n t e s de algo c o n -
ceptualizándolo, y aprendemos nues-
tros conceptos a través del lenguaje.
E n c o n s e c u e n c i a , nuestras percep-
ciones se h a l l a n i n e x t r i c a b l e m e n t e
enredadas c o n las formas habituales
e n q u e u s a m o s el lenguaje para d i s -
cernir el m u n d o .
Rorty sugiere q u e el c o n o c i m i e n -
t o no es t a n t o u n a f o r m a de reflejar
la naturaleza como «una cuestión de
conversación y de práctica social».
A la hora de d e c i d i r qué considera-
mos c o n o c i m i e n t o , nuestro j u i c i o no
se basa en hasta qué p u n t o u n «he-
cho» se corresponde c o n el m u n d o ,
sino e n h a s t a qué p u n t o se t r a t a de
u n hecho «que la sociedad nos deja
decir». Así, lo q u e consideramos co-
n o c i m i e n t o , o no, se ve l i m i t a d o por
el c o n t e x t o s o c i a l e n q u e v i v i m o s ,
por nuestra h i s t o r i a personal y por lo
q u e nos p e r m i t e n defender q u i e n e s
nos rodean. Rorty afirma q u e «la ver-
d a d es lo q u e t u s contemporáneos t e
No h a y n a d a en l o m á s
dejan decir».
profundo de nosotros que
n o h a y a m o s p u e s t o ahí
L a s razones p a r a juzgar nosotros mismos.
A h o r a b i e n , ¿realmente la v e r d a d se
reduce a u n a cuestión de qué pode-
mos p e r m i t i r n o s ? R i c h a r d Rorty es
318 RICHARD RORTY
Primero, parece que cuando deci-
mos «sé, en m i fuero interno, que eso

éé está mal», estamos hablando como si


hubiese algo ahí afuera, en el mundo,
que fuese «la maldad», y que se trata
de algo cognoscible; o, t a l y como lo
¿Qué tipo de mundo
podemos dejarles a exponen algunos filósofos, hablamos
nuestros bisnietos? como si h u b i e r a u n a esencia de «la
Richard Rorty maldad» con la c u a l se corresponde
esta m a l d a d p a r t i c u l a r .
Segundo, al enunciar que «lo sa-
bemos» en nuestro fuero interno, es-
tamos i m p l i c a n d o que esa misterio-
sa entidad a la que llamamos el fuero
interno es algo que, por razones des-
o a las personas): al principio, podría- conocidas, t i e n e u n a forma p a r t i c u -
mos aducir numerosas razones, pero, lar de captar la verdad.
tal como es la filosofía y como son los Tercero, parece q u e al hablar, lo
filósofos morales, podríamos encon- hacemos como si h u b i e s e u n a rela-
trarnos que, por cada razón aducida, ción d i r e c t a entre nuestro «fuero i n -
el filósofo tiene u n a razón opuesta, o terno» y esa «maldad» q u e está ahí
Usar a niños como soldados parece nos lleva a caer en algún tipo de con- afuera, en el mundo; de forma que, si
intrínsecamente malo, pero Rorty cree tradicción. sabemos algo en nuestro fuero inter-
que no hay absolutos en la ética, que de De hecho, esto era e x a c t a m e n t e no, estamos accediendo a u n tipo de
lo que se trata es de hacer lo mejor que c o n o c i m i e n t o absolutamente verda-
lo que hacía el filósofo Sócrates en la
podamos, en solidaridad con otros, para dero. Dicho de otro modo, se trata de
a n t i g u a Atenas. Sócrates t r a t a b a de
conseguir un mundo mejor.
averiguar qué eran en realidad con- otra versión de la idea de que el co-
ceptos como «bondad» o «justicia», n o c i m i e n t o es u n a f o r m a de reflejar
consciente de q u e esto t i e n e u n a s así que p r e g u n t a b a a la gente que los el mundo; y esto, para Richard Rorty,
implicaciones perturbadoras, sobre usaba, para ver si realmente sabían es inaceptable.
todo en problemas relacionados con qué eran esas cosas. Como muestran
la ética. I m a g i n e m o s , por ejemplo, los diálogos de Platón, la mayoría de Un mundo s i n absolutos
que secuestramos al hámster del ve- quienes hablaban con Sócrates tenía Para que sus creencias t e n g a n cohe-
cino y lo sometemos a todo t i p o de nociones m u y confusas sobre aque- rencia, Rorty tiene que abandonar la
torturas, t a n sólo por el placer de oírlo llo de lo q u e hablaba, a pesar de su idea de q u e haya verdades morales
chillar: todos estaríamos de acuerdo convicción i n i c i a l de que entendían definitivas. Si el c o n o c i m i e n t o es «lo
en que hacerle eso al pobre hámster, perfectamente dichos conceptos. De
y ya no digamos a nuestro vecino, es la m i s m a manera, después de u n a o
u n acto m o r a l m e n t e reprobable, e n dos horas de ser interrogados por u n
que hay algo absoluta y f u n d a m e n -
t a l m e n t e malo en hacerle eso a otro
ser v i v i e n t e y en que no debiéramos
Sócrates de nuestra época, podríamos
acabar exclamando, de pura frustra-
ción: «Pero es que sé, en m i fuero i n -
terno, que eso está mal».
éé
permitir que otros hagan tales cosas. Si podemos confiar en los
Ahora bien, cuando examinamos demás, ya no necesitamos
las razones que a d u c i m o s para juz- Nuestro fuero interno confiar en nada más.
gar dicho acto como reprobable, las D e c i m o s o pensamos esto con bas- Richard Rorty
cosas c o m i e n z a n a ponerse intere-

99
tante frecuencia, aunque no está t a n
santes. Por ejemplo, imaginemos que claro lo que queremos decir con ello.
u n filósofo de extraña moral nos pre- Para examinar más minuciosamente
g u n t a por qué está m a l tratar de esa esta idea, la podemos descomponer
forma a los hámsters (o a los caballos, en tres partes.
FILOSOFÍA CONTEMPORÁNEA 319
q u e la s o c i e d a d n o s deja decir», no go, e s t o n o s i g n i f i c a q u e los proble-
puede haber n i bien n i m a l absolu- m a s de la v i d a h a y a n desaparecido o
t o s . R o r t y a d m i t e q u e e s t o es difícil dejado d e ser i m p o r t a n t e s , s i n o q u e
de a c e p t a r , pero, ¿es i n d i s p e n s a b l e s i g u e n acompañándonos y, e n a u -
creer q u e , a l h a c e r a l g o m o r a l m e n t e sencia de u n a s leyes morales absolu-
malo, u n o t r a i c i o n a a l g o e n s u fuero tas, nos dejan e n m a n o s de nuestros
i n t e r n o ? A fin de m a n t e n e r u n míni- propios recursos. Quedamos pues, es-
m o de d e c e n c i a h u m a n a , ¿debemos c r i b e Rorty, c o n «nuestras lealtades
considerar que, c u a n d o a l g u i e n hace h a c i a los demás aferrándose u n a s a
algo m a l o , «está v i o l a n d o u n a v e r d a d las otras entre las tinieblas». N o h a y
acerca de l a v i d a o u n a ley m o r a l a b - ningún sentido absoluto del b i e n o del
soluta»? R o r t y cree q u e no. Defiende m a l q u e haya q u e descubrir, así q u e
q u e s o m o s seres finitos, c u y a e x i s - no nos q u e d a sino mantener nuestras
t e n c i a está l i m i t a d a a u n c o r t o p e - esperanzas y lealtades, y s e g u i r par- Richard Rorty
ríodo e n la T i e r r a , y q u e n i n g u n o d e t i c i p a n d o e n diálogos comprometidos
n o s o t r o s t i e n e u n a conexión e s p e - acerca de estos difíciles problemas. N a c i d o e n N u e v a York e n 1931
c i a l c o n n i n g u n a v e r d a d m o r a l más e h i j o d e a c t i v i s t a s políticos,
R o r t y m e n c i o n a q u e , t a l vez, sea
profunda o fundamental. Sin embar- R o r t y pasó s u s p r i m e r o s años
s u f i c i e n t e c o n esto: la h u m i l d a d de
leyendo a l revolucionario ruso
reconocer q u e n o h a y u n c r i t e r i o a b -
L e ó n T r o t s k y . Ya a los 12 años
s o l u t o d e v e r d a d , la s o l i d a r i d a d c o n sabía q u e l o i m p o r t a n t e p a r a
N o necesitamos creer en una ley moral
los demás, y la esperanza de ser ca- ser p e r s o n a es «dedicar l a v i d a
absoluta para vivir como seres éticos:
la conversación, la esperanza social y la paces de contribuir a conseguir u n a luchar contra la injusticia
solidaridad con los demás permiten crear m u n d o e n el q u e v a l g a la p e n a v i v i r social». A los 15 años ingresó
una concepción operativa de «lo bueno». y legárselo a q u i e n e s nos s u c e d a n . • en la U n i v e r s i d a d de Chicago
y e n 1956 se doctoró p o r Yale.
Fue reclutado y d u r a n t e dos
años sirvió e n e l ejército a n t e s
de ser p r o f e s o r u n i v e r s i t a r i o .
Siendo profesor d e filosofía e n
P r i n c e t o n r e d a c t ó La filosofía
y el espejo de la naturaleza, su
o b r a más i m p o r t a n t e . Escribió
numerosas obras sobre filosofía,
l i t e r a t u r a y política, t o m a n d o
c o n c e p t o s t a n t o de l a tradición
l l a m a d a «analítica» como de
l a «continental», a l g o i n u s u a l
e n t r e l o s filósofos d e l s i g l o x x .
Murió d e cáncer a l o s 75 años.

Obras principales

1979 L a filosofía y el espejo


de la naturaleza.
1989 Contingencia, ironía
y solidaridad.
1998 Forjar nuestro país. El
pensamiento de izquierdas en
los Estados Unidos del siglo xx.
1999 Philosophy and Social
Hope.
TODO DESEO
GUARDA RELACIÓN
CON LA LOCURA
LUCE IRIGARAY (n. en 1932)

L
uce Irigaray, filósofa y a n a l i s - m e n t e f e m e n i n a s de hablar, soñar y
EN CONTEXTO t a belga, está e s p e c i a l m e n t e desear q u e no estén centradas e n lo
interesada en la idea de la d i - masculino.
RAMA
ferencia sexual. A l u m n a de Jacques
Filosofía política
Lacan, p s i c o a n a l i s t a célebre por ha- Saber y deseo
ORIENTACIÓN ber explorado la e s t r u c t u r a lingüís- Para hacer frente a d i c h a problemá-
Feminismo t i c a del inconsciente, Irigaray afirma tica, Luce Irigaray propone q u e a t o -
q u e todo el lenguaje es de n a t u r a l e - do p e n s a m i e n t o - i n c l u i d a la filosofía
ANTES za esencialmente m a s c u l i n a . más aparentemente cabal y objetiva,
1792 L a obra Vindicación de ios E n s u libro t i t u l a d o Sexes et pa- con todas sus referencias al saber, la
derechos de la mujer, d e M a r y rentés (1987), escribió: «En todas par- certeza, la r e c t i t u d y la moderación-,
Wollstonecraft, abre u n d e b a t e tes y en todo, el discurso de los h o m - subyace el deseo. A l no reconocer t a l
p r o f u n d o sobre e l l u g a r d e la bres, s u habla, sus valores, sueños y deseo s u b y a c e n t e , la filosofía t r a d i -
mujer e n la sociedad. deseos son ley». E l trabajo f e m i n i s t a c i o n a l c e n t r a d a siempre e n lo mas-
de Irigaray se puede entender c o m o c u l i n o h a sido también i n c a p a z de
D é c a d a d e 1 8 9 0 E l psicólogo
u n a lucha por hallar formas genuina- reconocer q u e bajo s u aparente ra-
austriaco S i g m u n d F r e u d f u n d a
cionalidad bullen impulsos irracio-
el método psicoanalítico, q u e
nales de t o d o t i p o .
tendrá u n a e n o r m e i n f l u e n c i a
I r i g a r a y defiende la idea de q u e

éé
sobre la o b r a d e Irigaray.
cada u n o de los sexos m a n t i e n e u n a
1 9 4 9 El segundo sexo, d e relación propia con el deseo y, en con-
S i m o n e d e Beauvoir, a n a l i z a secuencia, u n a relación propia con la
las d i v e r s a s i m p l i c a c i o n e s d e
El rol femenino se debe locura. Con ello pone e n tela de juicio
la d i f e r e n c i a e n t r e los sexos.
asumir deliberadamente. la larga tradición q u e h a identificado
Luce Irigaray m a s c u l i n i d a d c o n r a c i o n a l i d a d y fe-
DESPUÉS


m i n i d a d c o n irracionalidad, y despe-
1993 Luce Irigaray utiliza ja a s i m i s m o el c a m i n o a la p o s i b i l i -
modalidades no occidentales d a d de nuevas maneras de escribir y
de p e n s a r sobre la d i f e r e n c i a pensar la filosofía t a n t o para las m u -
s e x u a l e n s u o b r a Ética de jeres como para los hombres. •
la diferencia sexual.
V é a s e t a m b i é n : Mary Wollstonecraft 175 • Ludwig Wittgenstein 246-251
Simone de Beauvoir 276-277 • Héléne Cixous 322 • Julia Kristeva 323
FILOSOFIA CONTEMPORÁNEA 321

TODO IMPERIO SE DICE A


Sí MISMO Y AL MUNDO QUE
ES DISTINTO DE LOS
DEMÁS IMPERIOS
EDWARD SAID (1935-2003)

E
l palestino Edward Said fue no compartida por aquellos pueblos a
EN CONTEXTO uno de los críticos del impe- los que presuntamente beneficiaban.
rialismo más destacados del Los imperios saquean y dominan, al
RAMA
siglo xx. En 1978 publicó Orientalis- tiempo que enmascaran sus abusos
Filosofía política
mo, u n estudio acerca de la estrecha de poder tras una supuesta misión ci-
ORIENTACIÓN relación entre los escritos de los eru- vilizadora. En tal caso, advierte Said,
Poscolonialismo ditos europeos del siglo xix sobre las conviene desconfiar de las justifica-
sociedades islámicas y la ideología ciones esgrimidas por cualquier Es-
ANTES imperialista europea. tado que intervenga militarmente en
S i g l o xix Los intelectuales En su obra posterior, Said siguió otros países. •
europeos e s t u d i a n la h i s t o r i a siendo crítico con toda forma de i m -
de los pueblos colonizados por perialismo, pasado o actual, y señala
E l imperio británico fue uno de
países de s u continente. que, aunque seamos críticos con los
los varios imperios del siglo xix que
imperios del pasado, dichos imperios enarboló la idea de que llevaba las
1945 Después de la Segunda
se veían a sí mismos como portadores ventajas de la civilización a los países
Guerra M u n d i a l c o m i e n z a la
de civilización para el mundo, noción colonizados, como India.
fragmentación y el colapso de
los imperios coloniales europeos.

1952 Frantz Fanón escribe


Piel negra, máscaras blancas,
estudio pionero sobre el daño
causado por el colonialismo.

DESPUÉS
1988 L a filósofa i n d i a G a y a t r i
Spivak p u b l i c a su estudio del
poscolonialismo, bajo el título
Can the Subaltern Speak?
A p a r t i r d e 2 0 0 0 Estudiosos
como N o a m Chomsky analizan
el poder global de EE U U c o n Véase también: Frantz Fanón 300-301 • M i c h e l Foucault 302-303 Noam
arreglo a u n modelo i m p e r i a l . Chomsky 304-305
EL PENSAMIENTO HA
FUNCIONADO SIEMPRE
POR OPOSICIÓN
HELENE CIXOUS (n. en 1937)

E
n 1975, la autora teatral, poe-
EN CONTEXTO

éé
ta, novelista y filósofa Héléne
Cixous escribió Sorties, influ-
RAMA
yente estudio de las oposiciones que
Epistemología
suelen definir la forma en que pen-
L a mujer debe escribir
ORIENTACIÓN samos sobre el mundo. Para Cixous,
ella m i s m a y traer a l a
Feminismo uno de los hilos que recorre siglos de
mujer a la literatura.
pensamiento es la tendencia a agru-
ANTES par los elementos de nuestro mundo Héléne C i x o u s

99
1949 E n El segundo sexo en pares opuestos, tales como cultu-
Simone de Beauvoir e s t u d i a ra/naturaleza, cabeza/corazón o día/
las i m p l i c a c i o n e s filosóficas noche. Según Cixous dichos pares se
de la diferencia entre los sexos. hallan siempre, por implicación, e n
una disposición jerárquica, al subya-
1962 El pensamiento salvaje, del
cer la tendencia a considerar uno de instituciones sociales y políticas. La
antropólogo Claude Lévi-Strauss
los elementos como dominante o su- propia Cixous, sin embargo, se niega
estudia las oposiciones binarias perior y asociado a lo masculino y a la a prestarse al juego de erigir oposi-
en la cultura. actividad, mientras que el otro se ve ciones binarias, de ganadores y per-
1967 El polémico filósofo francés como más débil y asociado a lo feme- dedores, como marco estructural de
nino y a la pasividad. pensamiento. En lugar de ello, propo-
Jacques Derrida p u b l i c a De la
gramatología, donde introduce ne la imagen de «millones de espe-
el concepto de deconstrucción, Hora de cambiar cies de topo aún no clasificadas» que
Cixous sostiene que la autoridad de excavan túneles bajo los edificios de
aplicado por Cixous a s u estudio
este patrón jerárquico de pensamien- nuestra concepción sobre el mundo.
del género.
to está siendo puesta en duda por u n Y, ¿qué pasará cuando esos edificios
DESPUES nuevo florecimiento del pensamiento empiecen a derrumbarse? Cixous no
Década de 1970 El mov feminista. Cuestiona a su vez las po- nos ofrece respuesta; es como si nos
literario francés de escritura sibles implicaciones de t a l cambio, dijera que no podemos suponer nada,
femenina explora, inspirándose no sólo para nuestros sistemas filo- y que lo único que podemos hacer es
en Cixous, el empleo adecuado sóficos, sino también para nuestras esperar y ver. •
del lenguaje e n el pensamiento
feminista. Véase también: M a r y Wollstonecraft 175 • Simone de Beauvoir 276-277
Jacques Derrida 308-313 • Julia K r i s t e v a 323 • M a r t h a N u s s b a u m 339
FILOSOFÍA CONTEMPORÁNEA 323

¿QUIEN HACE
DE DIOS EN EL
FEMINISMO ACTUAL?
JULIA KRISTEVA (n. en 1941)

L
a filósofa y p s i c o a n a l i s t a d e u n a verdadera emancipación, cons-
EN CONTEXTO origen búlgaro J u l i a K r i s t e v a tantemente tiene que cuestionar s u
es considerada a m e n u d o co- relación c o n el poder y c o n los siste-
RAMA
m o u n a de las voces p r i n c i p a l e s d e l m a s sociales establecidos, y, en caso
F i l o s o f í a política
f e m i n i s m o francés. A u n así, la cues- de q u e fuese necesario, «renunciar a
ORIENTACIÓN tión de s i es u n a pensadora f e m i n i s - la c r e e n c i a e n s u p r o p i a identidad».
Feminismo ta, y e n qué s e n t i d o , se h a v i s t o s u - K r i s t e v a t e m e q u e s i el m o v i m i e n t o
jeta a u n a g r a n controversia, e n p a r t e f e m i n i s t a no c o n s i g u e dar estos pa-
ANTES p o r q u e la p r o p i a K r i s t e v a o p i n a q u e sos, corra el peligro de no desarrollar
1 7 9 2 Vindicación de los la noción m i s m a de f e m i n i s m o resul- otra cosa q u e u n a c o r r i e n t e más en
derechos de la mujer, obra d e t a problemática. E l f e m i n i s m o surgió el c o n t i n u o juego por el poder. •
M a r y Wollstonecraft, inaugura d e l c o n f l i c t o q u e , a lo largo de la h i s -
el d e b a t e s e r i o s o b r e e l o r i g e n t o r i a , las mujeres h a n t e n i d o c o n las
del rol social q u e la mujer se e s t r u c t u r a s asociadas al d o m i n i o o al
ve obligada a representar. p o d e r m a s c u l i n o s . A causa de esas
raíces, a d v i e r t e K r i s t e v a , el f e m i n i s -
1807 Georg Hegel e x a m i n a m o tiende a arrastrar consigo algu-
la dialéctica entre «amo» y nos de los presupuestos m a s c u l i n o s
«esclavo» e n Fenomenología q u e se supone t r a t a de cuestionar.
del espíritu. K r i s t e v a cree q u e s i el m o v i m i e n -
1 9 4 9 Se p u b l i c a El segundo t o f e m i n i s t a a s p i r a a alcanzar plena-
m e n t e s u s objetivos, es i n d i s p e n s a -
sexo, d e S i m o n e d e Beauvoir,
ble q u e sea más autocrítico. A d v i e r t e
q u e r á p i d a m e n t e p a s a a ser
q u e a l i n t e n t a r l u c h a r c o n t r a lo q u e
el t e x t o c l a v e d e l m o v i m i e n t o
d e n o m i n a «el p r i n c i p i o de poder» de
f e m i n i s t a francés.
u n m u n d o d o m i n a d o por los varones,
M a r g a r e t T h a t c h e r , como muchas
DESPUÉS el f e m i n i s m o corre el riesgo de adop-
mujeres que alcanzan cargos de poder,
1 9 9 7 L o s profesores d e física t a r u n a n u e v a f o r m a de d i c h o p r i n c i - modificó su comportamiento en público
pio. También está convencida de q u e para incorporar conceptos típicamente
A l a n Sokal y Jean Bricmont, e n
para q u e algún m o v i m i e n t o c o n s i g a masculinos de fuerza y autoridad.
s u obra Imposturas intelectuales,
c r i t i c a n el m a l u s o d e l l e n g u a j e
V é a s e t a m b i é n : Mary Wollstonecraft 175 • Georg Hegel 178-185 • Simone
científico p o r p a r t e d e K r i s t e v a .
de Beauvoir 276-277 • Héléne Cixous 322 • Martha Nussbaum 339
LA FILOSOFÍA
NO ES SÓLO UNA
EMPRESA ESCRITA
HENRY ODERA ORUKA (1944-1995)

H
enry Odera Oruka nació en en general tiende a basarse en tex-
EN CONTEXTO Kenia en 1944 y se intere- tos escritos. Hay quien ha defendido
só por la metañlosofía, o el que la filosofía debe estar necesaria-
RAMA
filosofar sobre la propia filosofía. E n mente vinculada a los registros es-
Metañlosofía
su obra Sage Phiiosophy (1994) exa- critos, pero Oruka disiente de ello.
ORIENTACIÓN m i n a las diferentes razones por las Para investigar la filosofía en las
Etnografía que se ha ignorado lafilosofías u b - tradiciones orales africanas, Oruka
sahariana, concluyendo que se debe propuso u n enfoque al que denomi-
ANTES a su condición de tradición esencial- nó «sagacidad filosófica», para el cual
6 0 0 - 4 0 0 a . C . Pensadores mente oral, mientras que la filosofía tomó prestado el enfoque etnográfi-
griegos como Tales, Pitágoras co de la antropología, que observa a
y Platón e s t u d i a n e n Egipto, los pueblos en su entorno cotidiano,
u n foco de e s t u d i o filosófico así como registra sus pensamientos
en el m u n d o a n t i g u o . y actos en contexto. El propio Oruka
viajó por las aldeas y grabó conver-
DESPUÉS saciones con aquellos tenidos por sa-
S i g l o xx Tras l a r e t i r a d a bios en su comunidad local, con el fin
del poder colonial europeo, la de averiguar s i había concepciones
filosofía a f r i c a n a c o m i e n z a a sistemáticas subyacentes a las pers-
florecer por todo el continente. pectivas que expresaban. Los sabios
El desarrollo de la antropología que habían examinado críticamente
y la etnografía conduce a u n a sus ideas sobre distintos temas filo-
comprensión más p r o f u n d a sóficos tradicionales, tales como Dios
de las tradiciones indígenas o la libertad, y hallado fundamentos
africanas d e p e n s a m i e n t o . racionales para las mismas, podían,
en opinión de Oruka, ser considera-
F i n a l e s d e l s i g l o xx K w a s i Según Oruka, la filosofía ha decretado dos sabios filósofos. Tales concepcio-
Wiredu, filósofo ghanés, afirma como más importante el pensamiento de
nes sistemáticas merecen ser estu-
que es necesario d i s t i n g u i r la unas razas que el de otras, pero debiera
abarcar lo que dicen los sabios africanos
diadas a la luz de preguntas y temas
filosofía propiamente d i c h a de filosóficos más amplios. •
igual que lo dicho por los sabios griegos.
la sagacidad filosófica y de l a
sabiduría popular.
Véase también: Sócrates 4 6 - 4 9 • F r i e d r i c h Schlegel 177 • Jacques Derrida
308-313
FILOSOFÍA CONTEMPORÁNEA 325

EN EL SUFRIMIENTO,
LOS ANIMALES SON
NUESTROS IGUALES
PETER SINGER (n. en 1946)

E
n 1975, después de la publi- que provoquen tal dolor. Sin embar-
EN CONTEXTO cación de su obra Liberación go, al igual que todos los utilitarios,
animal, el filósofo australianoSinger aplica el principio de la mayor
RAMA
Peter Singer se dio a conocer como felicidad, según el cual nuestras de-
Ética
uno de los defensores más activos cisiones deben encaminarse a pro-
ORIENTACIÓN de los derechos de los animales. Sin- curar la mayor felicidad para el mayor
Utilitarismo ger adopta un enfoque utilitario de la número. Singer aclara que nunca ha
ética, dentro de la tradición desarro- dicho que ningún experimento rea-
ANTES llada por el inglés Jeremy Bentham a lizado con animales esté justificado;
C . 560 a . C . E l sabio y líder finales del siglo xvm. más bien, lo que sostiene es que de-
j a i n i s t a indio M a h a v i r a llama El utilitarismo nos insta a juzgar bemos juzgar todos los actos por sus
al v e g e t a r i a n i s m o e s t r i c t o . el valor moral de los actos en función consecuencias, y que «los intereses
de sus resultados. Para Bentham, el de los animales figuran entre tales
1789 Jeremy Bentham plantea
modo de hacer esto consistía en cal- consecuencias», es decir, son parte
la teoría d e l u t i l i t a r i s m o en
cular la suma de placer o de dolor que de la ecuación. •
s u l i b r o Los principios de la
se desprende de nuestros actos como
moral y la legislación, c o n el en una ecuación matemática.
l e m a «que c a d a u n o cuente
como uno, y n i n g u n o como
más de uno».

1861 E n s u libro El utilitarismo,


Los animales son sensibles
El utilitarismo de Singer se basa en
lo que denomina «una consideración
éé
igual de los intereses». El dolor, dice, El valor de la vida
J o h n S t u a r t M i l i desarrolla el
es dolor, ya sea el tuyo, el mío o el de es una cuestión ética
utilitarismo de B e n t h a m desde notoriamente difícil.
cualquier otro. La medida en que los
el enfoque q u e considera los Peter Singer
animales no humanos puedan sen-
actos individuales hasta el que
tir dolor es la medida en que debié-
considera las normas morales. ramos tener en consideració sus i n -
DESPUÉS tereses a la hora de tomar decisiones
que afectan a sus vidas, y tendría-
1983 T o m Regan, filósofo
mos que abstenernos de actividades
estadounidense, p u b l i c a
The Case for Animal Rights.
Vóase también: Jeremy Bentham 174 • John Stuart Mili 190-193
LOS MEJORES ANÁLISIS
MARXISTAS SON SIEMPRE
ANÁLISIS DE FRACASOS
SLAVOJ ZIZEK (n. en 1949)

L
a idea de que los mejores aná-
EN CONTEXTO lisis marxistas han sido siem-
pre análisis de fracasos apa-
RAMA
rece en u n a entrevista realizada en
Filosofía política
2008 al filósofo esloveno Slavoj Zizek.
ORIENTACIÓN En ella se le preguntó a Zizek por lo
Marxismo ocurrido en 1968 en Checoslovaquia,
cuando la Unión Soviética y sus alia-
ANTES dos decidieron poner brutalmente fin
1807 Georg H e g e l p u b l i c a a u n periodo de reforma para descen-
La fenomenología del espíritu, tralizar y democratizar el país.
obra q u e pone los c i m i e n t o s Slavoj Zizek defiende la idea de
del p e n s a m i e n t o m a r x i s t a . que el aplastamiento de las reformas
se debió a lo m i s m o que más tarde E n 1968, l a invasión soviética de
1848 K a r l M a r x y F r i e d r i c h Checoslovaquia puso fin al breve periodo
sostuvo u n m i t o defendido por la iz-
Engels p u b l i c a n el Manifiesto quierda política, concretamente, que liberalizador de la P r i m a v e r a de Praga.
comunista. de haber salido adelante todas aque- Toda i n i c i a t i v a por la democracia quedó
s u p r i m i d a h a s t a 1989.
1867 M a r x p u b l i c a el p r i m e r llas reformas, el resultado habría sido
alguna especie de paraíso social y
v o l u m e n d e El Capital, u n
político. Según Zizek, la izquierda es a c t i t u d como «una postura de resis-
tratado de economía política.
propensa a centrarse mucho en sus tencia cómoda», que permite evitar
1 8 9 9 E n La interpretación fracasos, ya que eso permite generar lidiar con aquellas cuestiones que
de los sueños, el p s i c o a n a l i s t a m i t o s sobre lo que habría sucedido son realmente importantes, como la
S i g m u n d Freud afirma q u e u n a de lograrse el éxito. Zizek, además, de reevaluar la naturaleza de la revo-
g r a n parte del c o m p o r t a m i e n t o afirma que dichos fracasos permiten lución política. Según Zizek, marxis-
h u m a n o está m o t i v a d o por a las personas de izquierda mantener ta devoto, las cuestiones serias acer-
fuerzas i n c o n s c i e n t e s . una «actitud moral segura», pues su- ca de la naturaleza del poder político
ponen que nunca alcancen el poder quedan oscurecidas por el afán ince-
1966 El teórico psicoanalítico n i sean puestos realmente a prueba sante de justificar la dificultad de al-
Jacques L a c a n , u n a d e las por la acción. También describe esta
canzar la utopía. •
mayores influencias de Zizek,
revisa las ideas de Freud e n Véase t a m b i é n : I m m a n u e l Kant 164-171 Georg H e g e l 178-185 • Karl M a r x
su obra Escritos. 196-203 • M a r t i n Heidegger 252-255

También podría gustarte