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Uso do EPI

Deve-se ponderar que a utilização de equipamentos de proteção


individual (EPI) é considerada irrelevante para o reconhecimento da especialidade das atividades
exercidas sob exposição a agentes nocivos até 03/12/1998, data da publicação da MP 1.729/98,
convertida na Lei 9.732/98, que alterou o § 2.º do artigo 58 da Lei 8.213/91.

O próprio INSS já adotou esse entendimento na Instrução Normativa


n° 45/2010 (artigo 238, § 6º).

Para os períodos posteriores, merece observância o decidido peloNo


caso do Considerando que o direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do
trabalhador a agente nocivo à sua saúde Supremo Tribunal Federal, no julgamento do ARE
664.335/SC em 04/12/2014, que fixou duas (02) teses distintas, que servirão para o
reconhecimento de tempo de serviço sob condições prejudiciais à saúde ou a integridade física.

1) o direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do


trabalhador a agente nocivo à sua saúde, de modo que, se o EPI for realmente capaz de
neutralizar a nocividade não haverá respaldo constitucional à aposentadoria especial;

2) na hipótese de exposição do trabalhador a ruído acima dos limites


legais de tolerância, a declaração do empregador, no âmbito do Perfil Profissiográfico
Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia do Equipamento de Proteção Individual (EPI), não
descaracteriza o tempo de serviço especial para aposentadoria.

Nos casos de exposição habitual e permanente a ruído acima dos limites


de tolerância sempre caracteriza a atividade como especial, independentemente da utilização ou
não de EPI, ou de menção em laudo pericial à neutralização de seus efeitos nocivos, uma vez
que os equipamentos eventualmente utilizados não detêm a progressão das lesões auditivas
decorrentes

Consoante já identificado pela medicina do trabalho, a exposição a


níveis elevados de ruído não causa danos apenas à audição, de sorte que protetores auriculares
não são capazes de neutralizar os riscos à saúde do trabalhador. Os ruídos ambientais não são
absorvidos apenas pelos ouvidos e suas estruturas condutivas, mas também pela estrutura óssea
da cabeça, sendo que o protetor auricular reduz apenas a transmissão aérea e não a óssea, daí
que a exposição, durante grande parte do tempo de serviço do segurado produz efeitos nocivos
a longo prazo, como zumbidos e distúrbios do sono.

Em relação aos demais agentes, a desconfiguração da natureza especial


da atividade em decorrência da utilização de EPI’s é admissível, desde que estejam demonstradas
no caso concreto a existência de controle e peridiocidade do fornecimento dos equipamentos, a
sua real eficácia na neutralização da insalubridade e, ainda, que o respectivo uso era, de fato,
obrigatório e continuamente fiscalizado pelo empregador.
A matéria foi objeto de exame pelo Tribunal Regional Federal da 4ª
quarta Região no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas nº 5054341-
77.2016.4.04.0000/SC (IRDR Tema 15), que estabeleceu a seguinte tese jurídica: 'a mera juntada
do PPP referindo a eficácia do EPI não elide o direito do interessado em produzir prova em sentido
contrário'.

Conforme estabelecido no precedente citado, há hipóteses em que é


reconhecida a ineficácia dos EPIs ante a determinados agentes nocivos, como em caso de
exposição a ruído, a agentes biológicos, a agentes cancerígenos e à periculosidade. Nessas
circunstâncias, torna-se despiciendo o exame acerca do fornecimento e da utilização de EPIs.

Nos demais casos, a eficácia dos equipamentos de proteção individual


não pode ser avaliada a partir de uma única via de acesso do agente nocivo ao organismo, mas
a partir de toda e qualquer forma pela qual o agente agressor externo possa causar danos à
saúde física e mental do segurado trabalhador ou risco à sua vida.

Conforme estabelecido no precedente citado, restou garantida ao


segurado a possibilidade de discutir a matéria e produzir provas no sentido de demonstrar a
ineficácia do EPI e a permanência da especialidade do labor, razão pela qual, nesta oportunidade
o autor impugna a anotação aposta pela empresa no item 15.7 do formulário padrão (PPP1), e
requer a oportunidade de comprovar a ineficácia do EPI fornecido pela empregadora.

MUDAR FATOR DE RISCO E SE POSSÍVEL DISCUTIR O AGENTE!!

Assim, comprovada a ineficácia do epi no presente caso onde o autor


exerceu atividade laboral exposto ao agente nocivo ruído em intensidades superiores aos limites
legais, previstos no conjunto normativo que rege a matéria; e, a agentes químicos que tem
potencial carcinógeno, há de ser reconhecido, portanto, o exercício de atividade especial pelo
autor nos períodos ora discutidos.

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