El Jardin Del Silencio

BIBLIOTECA PARAGUAYA DEL CENTRO E.
D E DERECHO
— V O L II
ELOY FARIÑA NÜÑEZ
EL JARDÍN DEL SILENCÍO
Ensayos filosóficos.
£Z. KRAUS
ASX7JSICION-PAHAOUA Y
J.325
I
El Jardín del Silencio
L a s flores q u e crecen en el j a r d í n del si-

lencio, las voces q u e se alzau en s u s s e n d e -
ros, los s u s p i r o s q u e se escuchan en el á m b i t o ,
los r u m o r e s q u e e s p a r c e n s u s f u e n t e s , l a s
actitudes q u e g u a r d a n s u s e s t a t u a s , son c l a r o s
signos de la belleza de este j a r d í n p o r c u y a s
s e n d a s va a d i v a g a r n u e s t r o p e n s a m i e n t o .
*
* *
A veces, en el silencio de la meditación,
me asalta este p r o b l e m a : la belleza, ¿es u n a
c u a l i d a d esencial, un a t r i b u t o i n t r í n s e c o d e
las cosas? ¿No s e r á p o r v e n t u r a u n a o p e r a -
ción del e n t e n d i m i e n t o , u n a creación de la
inteligencia? ¿No r e s i d i r á la belleza única-
m e n t e en n u e s t r a m e n t e ? ¿ L a s c o s a s son be-
llas p o r q u e lo son en la r e a l i d a d d e s u esen-
cia o p o r q u e n o s o t r o s las v e m o s h e r m o s a s ?
¿O la belleza es el r e s u l t a d o de u n a ecua-
ción perfecta e n t r e el h o m b r e y la n a t u r a l e z a ?
A c a s o con la belleza q u e v e m o s en l a s
cosas s u c e d a lo q u e con el i d e a l i s m o q u e
a t r i b u i m o s a la mujer. L a e x a l t a c i ó n p o é t i c a
2 ELOY FARIÑA NÜÑEZ
q u e nos i n s p i r a la mejor, n o existe en ella,

q u e es la causa, sino en el h o m b r e . Con la
belleza tal vez acontezca lo p r o p i o , es decir
q u e seo una creación de la iuteligencia h u m a -
na, no una p r o p i e d a d de la n a t u r a l e z a . Y
con la felicidad, ¿no p a s a lo mismo? L a dicha-
e s t á en n o s o t r o s , d e n t r o de n o s o t r o s .
En tal hipótesis, el h o m b r e s e r í a el o r i g e n
de toda belleza.
*
* *
T o d o en la n a t u r a l e z a es melodía. El d í a
p r i n c i p i a con un h i m n o y concluye con otro.
La a u r o r a es un c a n t o y el crepúsculo, u n a
plegaria.
H a y en la v a s t a y p r o f u n d a o r q u e s t a h u m a -
n a de B e e t h o v e n u n a voz s o b e r a n a m e n t e
melancólica, q u e se i m p o n e p o r la violencia
del c o n t r a s t e y s e d u c e con el e n c a n t o del
claro o b s c u r o : es la voz dp la i r o n í a , q u e
j u g u e t e a en el «Allegretto» de la s e g u n d a
«sonata q u a s i u n a fantasía» y en el s e g u n d o
tiempo de la Sinfonía VII. L a elevación de
la i r o n í a b e e t h o v e n i a n a nos r e c u e r d a las
altas cimas de r e s i g n a c i ó n y a n g u s t i a d e la.
mística y la p o e s í a
La h o r m i g a llena u n a misión i m p o r t a n t e
con su p e q u e n e z , p o r q u e n o s eleva a la con-
sideración de la g r a n d e z a del U n i v e r s o .
EL JARBIN DEL 3ILHWCIO 3
E l escultor d e b e sentir, m á s q u e n i n g ú n
o t r o artista, la h u m a n i d a d dei arte, la limi-
tación de n u e s t r o s m e d i o s de c r e a c i ó n . Al
m o d e l a r s e r e s casi v i v i e n t e s a i m a g e n y se-
m e j a n z a d e la n a t u r a l e z a , d e b e l l e g a r u n
m o m e n t o en q u e el escultor h a d e c o m p r e n -
d e r q u e la llama vital n o p e r t e n e c e al m u n d o
•de las f o r m a s c r e a d a s p o r el a r t e .
*
Vemos a la n a t u r a l e z a b a j o f o r m a s h u m a -
n a s y n o p o d e m o s concebirla sino h u m a n a d a .
O t r o p u e b l o la c o n t e m p l ó bajo f o r m a s di-
v i n a s y n o p u d o r e p r e s e n t a r l a sino d i v i n i z a d a .
Día l l e g a r á en q u e se v e r á a la n a t u r a l e z a
como tal, libre do las i m á g e n e s h u m a n a s y
d i v i n a s con q u e la h e m o s p o b l a d o .
*
El a n t a g o n i s m o q u e en el siglo p a s a d o se
p r e t e n d i ó d e s c u b r i r e n t r e el a r t e y la ciencia,
n o es m á s q u e u n a a p a r i e n c i a . L a ciencia
es a r t e c u a n d o el p e n s a m i e n t o científico se
t o r n a en las a l t a s c u m b r e s filosófico y el
a r t e es ciencia c u a n d o b u s c a la v e r d a d p o r
la vía de la belleza.
* *
La d i s o n a n c i a es de n a t u r a l e z a h u m a n a y
la a r m o n í a , de n a t u r a l e z a u n i v e r s a l .
*
* *
El g u a r a n í tiene a ú n a l g o d e la f u e r z a del
Verbo, del L o g o s p r i m i t i v o .
ELOY FARIÑA NTJÑEZ
E s posible q u e cada vocal t e n g a un color

p r o p i o ; p e r o es m e n o s i m p r o b a b l e q u e c a d a
civilización t e n g a su vocal. H a y vocales de-
saparecidas.
* *
L a s g r a n d e s leyes m o r a l e s del b u d i s m o
p a r e c e n e s t a r más cerca de la v e r d a d q u e
las de las o t r a s religiones.
* ' *
Desde a q u í , p o r el balcón abierto, v e o

cómo la luz, la flava c l a r i d a d de esta l á n g u i d a
t a r d e de otoño d o r a d u l c e m e n t e el follaje d e
la a l a m e d a con la pálida l u m b r e de un eclipse
n a c i e n t e . Los g o r r i o n e s bulliciosos c o r r e n a
g u a r e c e r s e e n t r e las hojas. Se a l e t a r g a n los
á l a m o s aún v e r d e s . Los j a z m i n e r o s y las
m a d r e s e l v a s de los j a r d i n e s vecinos se a t a v í a n
con s u s flores p o s t r e r a s U n a b a n d a d a -de
n i ñ o s j u g u e t e a p o r las a c e r a s c a n t a n d o tona-
dillas. P o r e n t r e los intersticios de c l a r i d a d
de las f r o n d a s se deja ver el cielo g r i s .
E s el o t o ñ o q u e se a d e l a n t a como u n a
i n m o r t a l a m a d a , e n v u e l t a en los siete velos
de los siete deleites, de los cuales el prime-
ro, y el m a y o r , es la luz, la r u b i a luz de las
m a ñ a n a s y las t a r d e s otoñales q u e a r d e con
la unción de una l á m p a r a votiva, amorti-
g u a n d o la vida de las cosas, sin e x a l t a r l a
como la claridad p r i m a v e r a l . La luz del o t o ñ o
es la semitonal de la claridad solar, el matiz
<ie la luz. D i r í a s e q u e la n a t u r a l e z a la ¡llevara
como un m a n t o , n o como u n a condición e s e n -
EL JARDÍN DEL SILENCIO 5
cial de la vida. Y como u n m a n t o l u m i n o s a

p o r t a e s t a t a r d e o t o ñ a l la s u a v e luz q u e la
dora y desvanece.
El a r t e es a la v i d a lo q u e la luz del o t o ñ o
a la n a t u r a l e z a .
*
* *
L a inteligencia a b a r c a el m u n d o d e s d e u n
plano y proyectado sobre una naturaleza
plana. H a y tantos mundos y tantos planos
como g r a d o s ofrece la inteligencia. A d e m á s ,
tales m u n d o s y tales p l a n o s están s u p e r p u e s -
tos u n o s s o b r e o t r o s . El g e n i o es u n a c u m b r e
n o es u n a simple i m a g e n , s i n o la e x p r e s i ó n
d e un fenómeno real.
H a y ciertos e s p í r i t u s q u e creen h a b e r lle-

g a d o a las a l t a s cimas del p e n s a m i e n t o filo-
sófico c u a n d o a d v i e r t e n de p r o n t o q u e las
p a s i o n e s h u m a n a s son e t e r n a s . F u e r a d e la
e t e r n i d a d , n o p e r c i b e n o t r o s c a r a c t e r e s , ni
v i s l u m b r a n las r e l a c i o n e s visibles de las
causas.
Sólo p o d e m o s a m a r u n a h o r a ; n o podría-
mos a m a r t o d a la vida.
L a m u j e r d e s e m p e ñ a i n s t i n t i v a m e n t e el
p a p e l de u n a rectificación de las ocultas ten-
d e n c i a s e s p i r i t u a l e s q u e d u e r m e n en el fon-
6 ELOY FABIÑA NUÑEZ
d o del h o m b r e . Ella es la s a c e r d o t i s a de la
vida, la g u a r d i a n a de la especie.
¿Por d ó n d e d e b e c o m e n z a r la perfección
de la h u m a n i d a d : p o r la sociedad o p o r el
individuo? H é aqui un problema que debiera
i n s c r i b i r s e en la p o r t a d a de t o d a s las e s c u e l a s
de m o r a l . F o r m i d a b l e i n t e r r o g a c i ó n a n á l o g a
a aquella otra p r e g u n t a que yo g r a b a r í a en
el pórtico de todos los sisteman filosóficos:
¿cuál es el criterio de la v e r d a d ?
P a r e c e q u e h u b i é r a m o s h a l l a d o la solu-
ción del p r o b l e m a , p u e s t o q u e h b l a m o s ú n i c a -
n
m e n t e de r e f o r m a s sociales, p a r t i e n d o del su-

p u e s t o de q u e al m e j o r a r s e la sociedad, se
m e j o r a t a m b i é n el i n d i v i d u o . ¿ H a s t a q u é
p u n t o es cierta tal proposición? ¿ E s v e r d a d
q u e la elevación de la h u m a n i d a d ha d e
venir, como lo creemos en el p r e s e n t e siglo,
p o r la vía de las r e f o r m a s sociales? ¿ P o r
q u é n o h a b r í a de m e j o r a r s e la sociedad en
o t r a forma p o r la r u t a de la r e n o v a c i ó n in-
d i v i d u a l ? ¿Cuál es lo p r i m e r o : la sociedad o
el i n d i v i d u o ? ¿ E n q u é g r a d o y h a s t a q u é
e x t r e m o influye aquella s o b r e éste y vice-
v e r s a ? No c e s a r í a m o s de i n t e r r o g a r si h u b i é -
r a m o s de d e d u c i r t o d a s las c o n s e c u e n c i a s q u e
d e r i v a n de la cuestión p l a n t e a d a .
Lo esencial en ella es q u e al p r e c o n i z a r ,
como p r e c o n i z a n u e s t r a centuria, r e f o r m a s
colectivas, p a r t i m o s de u n a hipótesis, q u e se-
r á v e r d a d e r a o falsa, p e r o q u e t o m a m o s
e r r ó n e a m e n t e p o r axioma. S e r í a en g r a d o
h.L JARDÍN D E L SILENCIO
s u m o i n t e r e s a n t e e s t u d i a r t o d a s las h i p ó t e s i s
q u e h a n p a s a d o a la c a t e g o r í a de v e r d a d e s
e v i d e n t e s , d e c e r t i d u m b r e s p l e n a s ; pero, ciñen-
donos a n u e s t r o p r e s e n t e objeto, n o t e m o s el
c a r á c t e r h i p o t é t i c o de ia p r o p o s i c i ó n en c u y a
v i r t u d a b o g a m o s p o r la i m p l a n t a c i ó n d e r e -
f o r m a s sociales con la m i r a d e p e r f e c c i o n a r
la e s t r u c t u r a d e la sociedad actual.
A p r i m e r a vista, p a r e c e m á s cierta la h i p ó -
tesis i n v e r s a , es decir, la q u e h a c e d e s c a n s a r
la perfección d e la h u m a n i d a d en la perfec-
ción del i n d i v i d u o . Como éste es la u n i d a d
c o n s t i t u t i v a del e n j a m b r e social, al m e j o r a r -
se el i n d i v i d u o , r e s u l t a m e j o r a d o el t o d o
colectivo. Si nos p r o p u s i é r a m o s h a c e r u n a
o b r a perfecta, s a b e m o s d e a n t e m a n o q u e
h a b r í a m o s de e s c o g e r m a t e r i a l e s d e p r i m e r
o r d e n . L u e g o , la s o c i e d a d n o es s u s c e p t i b l e
de m e j o r a si p r e v i a m e n t e n o se perfecciona
el i n d i v i d u o , la p a r t e del t o d o . H a y q u e
principiar, e n t o n c e s , p o r Ja c a u s a p a r a l l e g a r
a un efecto d a d o .
Así r a z o n a r o n y r a z o n a n las r e l i g i o n e s ,
i n d i v i d u a l i s t a s t o d a s . Los r e f o r m a d o r e s re-
ligiosos, q u e fueron g r a n d e s r e n o v a d o r e s
sociales, fijaron p r i m e r o la m i r a d a en el indi
v i d u o p a r a r e c o n s t r u i r el m u n d o s o b r e n u e v o s
f u n d a m e n t o s . M e j o r a r o n de hecho las socie-
d a d e s , h a c i e n d o n a c e r en las a l m a s , al J a d o
de la fe, el t o r m e n t o de la perfección m o r a l
con s u s m o r a d a s i n t e r i o r e s cada vez m á s
puras. El cristianismo, individualista y subje-
tivo m o d e l ó u n a n u e v a civilización, f o r m a n -
do p r i m e r a m e n t e un h o m b r e n u e v o : el cristia-
no. El i n d i v i d u a l i s m o c r i s t i a n o n o s e n s e ñ a
8 EL0T FARIÑA NUÑEZ
q u e el h o m b r e crea la sociedad y s e r á c a p a z
s i e m p r e de c r e a r l a .
E s de r e c o r d a r a este p r o p ó s i t o q u e el
i n d i v i d u a l i s m o religioso nos ha d a d o en todos
los t i e m p o s las flores s u p r e m a s de la indi-
v i d u a l i d a d h u m a n a : el místico, el asceta, el
c o n t e m p l a t i v o , en u n a p a l a b r a , e! h é r o e del
d r a m a de la perfección moral, el s a n t o del
r e n u n c i a m i e n t o y del sacrificio. L o s místicos
son los i n d i v i d u o s m a y o r e s de la especie. Y
el peligro o tal vez el e n c a n t o principal del
i n d i v i d u a l i s m o religioso consiste en q u e s e
precipita en el misticismo, en los é x t a s i s de
las c o n t e m p l a c i o n e s inefables.
H e m o s definido en las l í n e a s a n t e r i o r e s los
dos métodos de perfección q u e se d i s p u t a n
el p r e d o m i n i o de los e s p í r i t u s . El i n d i v i d u a l
t i e n d e a ser s u b j e t i v o ; el social, p r o p e n d e a
ser e x t e r n o . El p r i m e r o se inclina hacia el
misticismo; el s e g a n d o , hacia la acción pací-
fica o r e v o l u c i o n a r i a . El i n d i v i d u a l i s t a con-
v e r g e hacia el idealismo: el colectivista, hacia
el m a t e r i a l i s m o
En este conflicto e n t r e la sociedad y el in-
d i v i d u o , la posición ecléctica se nos a n t o j a
mejor. I n d i v i d u a l i s t a , me inclino a c r e e r q u e
la perfección do la especio d e p e n d e , en pri-
m e r t é r m i u o , de la perfección de c a d a u n a
de las p a r t e s q u e i n t e g r a n el c o n j u n t o social.
C o m u n i s t a , no dejo t a m p o c o do c r e e r en la
eficacia de las r e f o r m a s sociales y en el
influjo de la colectividad s o b r e el i n d i v i d u o ,
como q u e somos, al cabo, hijos del a m b i e n t e .
T e n g o fe en la evolución y n o dejo d e t e n e r l a
t a m b i é n en la revolución. Quizá sean en i g u a l
E L J A E D I N D E L SILENCIO 9
m e d i d a útiles al p r o g r e s o ético de la h u m a -
n i d a d t a n t o el c o n t e m p l a t i v o del i n d i v i d u a -
lismo como el d i n á m i c o del colectivismo. A-
caso el i n d i v i d u a l i s m o no sea sino u n a forma
antitética del colectivismo y éste n o sea, en
s í n t e s i s , sino aquél, si bien se mira, como es
preciso q u e m i r e m o s los conflictos a menudo-
a p a r e n t e s del m u n d o m o r a l . Lo cierto es q u e
la h u m a n i d a d a v a n z a a i m p u l s o s de a m b a s
f u e r z a s c o n v e r g e n t e s al florecimiento de u n a
especie s u p e r i o r . Que el h o m b r e se mejore,
t a n t o mejor p a r a la sociedad; q u e la s o c i e d a d
se eleve, t a n t o mejor p a r a el g é n e r o h u m a n o .
Lo n e c e s a r i o es a s c e n d e r p e r p e t u a m e n t e ,
c a m i n o de la perfección, h a c i a u n a c u m b r e
cada vez m á s d i s t a n t e y m á s alta. A m e d i d a
q u e a d e l a n t a m o s en el s e n d e r o de la perfec-
ción las p r ó x i m a s cimas se a l a r g a n y se
e l e v a n en actitud de c e r r a r n o s el p a s o . A
veces c r e e m o s h a b e r l l e g a d o y a a la cúspi-
de c u a n d o , en más e s p a c i a d o s h o r i z o n t e s ,
a s o m a n c u m b r e s m á s inaccesibles. El á n i m o
desfallece y se fatiga. Q u i s i é r a m o s r e t r o c e d e r ,
d e s a n d a r el c a m i n o , t e n d e r n o s a l o l a r g o del
desfiladero. P e r o las altas cimas de la per-
fección e s t á n allá, m i d i e n d o la distaucia q u e
nos s e p a r a d e su a l t u r a . Y r e a n u d a m o s la
ascensión, sin la e s p e r a n z a de l l e g a r al tér-
mino de la p r u e b a , p e r o g r i t a n d o j a d e a n t e s ,
d e s d e un pico de la m o n t a ñ a , a los q u e vie-
nen d e t r á s : --¡Adelante!... ¡Más arriba!... Y
ellos l l e g a r á n , a l a d o s , p o r los vientos del
espíritu, a la c u m b r e s a n t a , q u e n o s o t r o s
n o v e r e m o s , p e r o q u e h e m o s e n t r e v i s t o en
nuestros sueños.
le E L O T FASIÑÁ NÜÑEZ
C i e r t a s p á g i n a s de B e e t h o v e n son v e r d a -
d e r o s océanos de silencio con un t u m u l t u o s o '
v a i v é n de g i g a n t e s c a s olas m u d a s q u e se
e l e v a n y se d e s p l o m a n sin cesar.
* *
La teología de t o d a s las religiones n o s d e s
cribe m i n u c i o s a m e n t e los a t r i b u t o s de la di-
v i n i d a d . El h o m b r e no se conoce bien a s í
mismo y p r e t e n d e conocer a Dios, clasificarlo
e i n t e r p r e t a r l o . El conocimiento de Dios p o r
la inteligencia h u m a n a n o es sino blasfemia,,
jactancia y s o b e r b i a . E l Dios q u e n u e s t r a
r a z ó n concibe, está m á s allá de la r a z ó n
h u m a n a , a u n q u e sea ésta c a p a z de conce-
birlo, p e r o no d e definir sus a t r i b u t o s .
* *
En el p l a n o m á s bajo del e s p í r i t u h u m a n ó -
se a p o s e n t a la intolerancia, j u n t o al d o g m a t i s -
mo; en el p l a n o más alto, la tolerancia, al l a d o
de la s e r e n i d a d .
* *
E x i s t e u n a justicia s u p e r i o r , u n a a r m o n í a
p r o v i d e n c i a l , u n a ley s u p r e m a de c a u s a l i d a d ,
u n a s u p e r v i d a . q u e no conocemos, p e r o q u e
actúa s o b r e n o s o t r o s
* *
La inspiración, q u e e r a e n t r e los g r i e g o s
y los latinos u n a locura apolínea, es p a r a la
ciencia de n u e s t r o siglo un f e n ó m e n o c e r e -
b r a l m u y claro y m u y sencillo.
EL JARDÍN DEL SILENCIO 11
E l m a t e r i a l i s m o está m á s cerca del esplri-

tualismo, p e s e a s u s cultores, q u e éste de
aquél.
* *
La distancia m á s corta e n t r e dos i d e a s
c o n t r a r i a s es la línea c u r v a ; la m á s l a r g a
es la línea r e c t a .
E l a r t e del r a z o n a m i e n t o n o es u n a r t e
fácil. E s c l a r e c i d a s inteligencias r a z o n a n in-
fantilmente. Casi p o d r í a decirse q u e se h a
p e r d i d o el h á b i t o de r a z o n a r con r e c t i t u d ,
elegancia y p r o f u n d i d a d , a r t e en q u e P l a t ó n ,
el d i v i n o P l a t ó n , brilla como m a e s t r o insu-
p e r a b l e . L o s d i á l o g o s platónicos son y s e r á n
s i e m p r e las g r a n d e s o b r a s m a e s t r a s del a r t e
del r a z o n a m i e n t o .
¿Cuál es la misión del h o m b r e s o b r e la
t i e r r a ? C o m p r e n d e r : c o n t e s t ó siglos há el
divino P i t á g o r a s . ¿De d ó n d e v e n i m o s , q u é
somos y a d ó n d e vamos? P r o b l e m a es éste
q u e se p l a n t e a r á e t e r n a m e n t e la inteligencia
h u m a n a , sin a l c a n z a r , tal vez, n u n c a la so-
lución. P e r o , ¿a q u é venimos? R e s p o n d a m o s
con el filósofo de S a m o s : a c o m p r e n d e r .
«Félix q u i p o t u i t r e r u m c o g n o s c e r e c a u s a s » ,
e x c l a m a Virgilio en u n a de s u s G e ó r g i c a s .
Pero no'podemos abarcarlas todas y hemos
de c o n t e n t a r n o s con conocer u n a porción
limitadísima de c a u s a s , v a l e decir, c o m p r e n -
der u n a s u m a m u y finita de cosas.
12 ELOT TARLÑA NUÑEZ
El m é r i t o principal de las religiones es-

t r i b a en el hecho de ser t e n t a t i v a s de ex-
plicación t r a s c e n d e n t e de los conflictos mo-
r a l e s del m u n d o .
* *
Yo concibo q u e la r e a l i d a d sea la fuente
de la poesía, c o n t e m p l a n d o a la mujer. Ella
es el s e n t i d o mismo de la r e a l i d a d , p e r o re-
p r e s e n t a p a r a el h o m b r e el origen del ideal.
E s un a s t r o q u e d e s p i d e luz, p e r o esta luz
e s p r o p i a de la n a t u r a l e z a s u p e r i o r del h o m -
b r e . Por algo en t o d a s las m i t o l o g í a s , la lu-
n a es u n a d i v i n i d a d f e m e n i n a y el sol, u n
n u m e n masculino.
* *
R a r a vez he visto r e s p l a n d e c e r la justicia
e n t r e los h o m b r e s , a u n q u e he visto m u c h a s
veces la pasión de la justicia.
*
Lo q u e Aristóteles dice de la t r a g e d i a ,
r e s u l t a aplicable a la m ú s i c a : es u n a *kat-
harsis».
¡Qué p o b r e z a de concepción e n c u e n t r o en
aquellos a s t r ó n o m o s q u e no conciben o t r a s
f o r m a s y condiciones de vida q u e las de
n u e s t r o planeta!
*
*
La vida es una serie de d e s c u b r i m i e n t o s
EL JARDÍN D E L SILENCIO 13
A m e d i d a q u e vivimos, v a m o s d e s c u b r i e n d o
el fondo e t e r n o de la n a t u r a l e z a del h o m b r e
y las leyes i n m u t a b l e s de la n a t u r a l e z a del
mundo.
* *
¿Qué relación de afinidad o de a n a l o g í a
existe e n t r e la música y n u e s t r o e s p í r i t u ?
E s t o y p o r c r e e r q u e n u e s t r o e s p í r i t u es un
acorde perfecto.
*
* *
Si f u é r a m o s i n m o r t a l e s , tal vez e n v i d i a r í a -
mos la s u e r t e de las c r i a t u r a s de u n a h o r a
q u e v i v e n total y p l e n a r i a m e n t e su vida efí-
m e r a y se d e s v a n e c e n luego de h a b e r r e a -
lizado los secretos d e s i g n i o s de la n a t u r a l e -
za, con la inconciencia de u n a g o t a de a g u a
q u e se d i s u e l v e en un l a g o .
*
¿ P o r q u é a s o m b r a r s e de la d i v i n i d a d del
ÜDiverso? El h o m b r e es m á s l i m i t a d o q u e
el m u n d o y vive, sin e m b a r g o , como si es
t u v i e r a hecho de la s u s t a n c i a de los d i o s e s .
* *
Los a r t i s t a s q u e falsifican la r e a l i d a d , in-

c u r r e n en el e r r o r de creer q u e son c a p a c e s
de c r e a r u n a r e a l i d a d m á s a r m o n i o s a y sa-
bia q u e la r e a l i d a d m i s m a .
*
La sinceridad s e p a r a , p o r lo común, l a s
almas.
14 ÍÜIÍOT F A R I Ñ A NTTÑEZ
La l i b e r t a d es u n ideal como la perfección.

*
* *
La p a l a b r a es la r e p r e s e n t a c i ó n del p e n -
s a m i e n t o , p e r o n o su e x p r e s i ó n cabal.
*
* *
El a r t i s t a c o n s i g u e la o r i g i n a l i d a d c u a n d o
ve en cada a u r o r a una protoaurora y en
cada crepúsculo un protocrepúsculo.
T o d a s las cosas son simples y claras. L a

complejidad no es u n a t r i b u t o de los fenó-
menos, ni u n a p r o p i e d a d de los hechos, si-
n o un s i g n o de la p o q u e d a d de n u e s t r a
inteligencia, como el misterio es u n d e n o m i -
n a d o r de la imperfección de n u e s t r a m e n t e y
de la limitación de n u e s t r o conocimiento.
L a p a r a d o j a a r g u y e falta de p r o f u n d i d a d
y de o r i g i n a l i d a d . L o s e s p í r i t u s p a r a d o j a l e s
i n v i e r t e n los conceptos, p e r o n o c r e a n pen-
s a m i e n t o s n u e v o s . O t r o s hacen la luz y ellos
le d e s i n t e g r a n en fuegos f a t u o s d e d i v e r s o s
colores.
*
* *
¿En q u é consiste la i n m o r t a l i d a d de la fi-
losofía g r i e g a , q u e fluye sin cesar, bajo di-
verBas d e n o m i n a c i o n e s , en las c o r r i e n t e s d e
los siglos? L a j u v e n t u d i n m a r c e s i b l e de l a s
i d e a s filosóficas g r i e g a s , q u e fluctúan e n t r e
HL JARDÍN DKL SILENCIO 15
«1 g r a n i d e a l i s m o itálico y el g r a n m a t e r i a -
lismo jónico, d é b e s e a los mismos a t r i b u t o s
q u e h a n h e c h o i n m o r t a l e s s u s i d e a s estéti-
cas, y e s t o s a t r i b u t o s son: u n a u n i d a d g r a n -
d i o s a , u n a sencillez s u p r e m a y u n a p r o f u n d i -
dad incomparable.
E l a m o r d e s p i e r t a en n o s o t r o s la r e m i n i s -
cencia, el p r e s e n t i m i e n t o y la a d i v i n a c i ó n .
El silencio es u n j a r d í n i n t e r i o r e n r e p o s o .
L a s leyes q u e r i g e n los f e n ó m e n o s del

u n i v e r s o son i d é n t i c a s a las d e la música.
De a h í q u e u n a sinfonía de B e e t h o v e n n o s
e n s e ñ e a conocer la n a t u r a l e z a en s u s va-
riaciones melódicas, s u s r e l a c i o n e s a r m ó n i c a s
y sus c o m b i n a c i o n e s r í t m i c a s .
L a s u p e r i o r i d a d del g o b i e r n o d e m o c r á t i c o
s o b r e los d e m á s s i s t e m a s de g o b i e r n o cono-
cidos r e s i d e en su m o v i l i d a d , merced a la
cual p u e d e e v o l u c i o n a r i n d e f i n i d a m e n t e , a d a p -
t á n d o s e a t o d a s las t r a n s f o r m a c i o n e s de la
sociedad política. L a s o t r a s f o r m a s d e g o -
b i e r n o son moldes fijos q u e no p u e d e n alte-
r a r s e sin r o m p e r s e el s i s t e m a mismo del go-
b i e r n o , m i e n t r a s q u e la d e m o c r a c i a a d m i t e
u n a v a r i a c i ó n i n c e s a n t e d e n t r o d e los prin-
cipios q u e la establecen. E n b u e n a lógica,
EOOY FARIÑA NUÑEZ
n o d e b e m o s , pues, r e t r o c e d e r ni a n t e las
ú l t i m a s consecuencias de la democracia, o
sea el a u t o g o b i e r n o social del povvenir.
*
* *
¡Qué magnífica a u r o r a la q u e a s o m a s o b r e
las islas de Grecia en la sexta c e n t u r i a a n t e s
de la era cristiana! Los siglos de Pericles y
de A u g u s t o , el R e n a c i m i e n t o y la Enciclo-
pedia son, c i e r t a m e n t e , las g r a n d e s centu-
r i a s de o r o de la h u m a n i d a d ; p e r o n o d e b e
o l v i d a r s e aquella d e s l u m b r a d o r a Juz nacien-
te del siglo VI, en q u e los h o m b r e s comen-
z a r o n a descifrar la a r c a n a s a b i d u r í a d e
los dioses.
*
T o d a «gnosis» c o n d u c e al pesimismo ás-
p e r o de H e r á c l i t o o al pesimismo r i e n t e d e
Demócrito.
* *
E n el fondo del sufrimiento h a y un e s p e -
jo mágico q u e nos hace v e r el dolor del gé-
nero bumano.
La felicidad es un e s t a d o de e s p í r i t u , u n a
s o n r i s a subjetiva, u n a p r i m a v e r a i n t e r i o r .
* *
La p o e s í a es el p a n t e í s m o en el a r t e .
*
* *
Dios es el límite del conocimiento h u m a n o -
EL JAKD1N DEL SILENCIO 17
¿Qué es la filosofía? E s la h i s t o r i a de las

actitudes del p e n s a m i e n t o del h o m b r e fren-
te a los p r o b l e m a s d e los o r í g e n e s , las c a u -
sas y loe fines.
*
H a y u n p a v o r o s o precipicio en el f o n d a
de la conciencia, h a c i a el q u e n o s e m p u j a
c o n s t a n t e m e n t e la r e a l i d a d : la d u d a u n i v e r -
sal.
*
* *
La s o n r i s a : el g e s t o m á s bello d e la mu-
jer, el florecimiento s u p r e m o de la s a b i d u r í a .
*
La d u d a es la actitud m á s filosófica del

e s p í r i t u h u m a n o y la c e r t i d u m b r e es la p o -
sición m á s h u m a n a de la filosofía.
2
II
Habíame filósofo
de los bienes y de los males
El pórtico
¿No os p a r e c e a g r a d a b l e , a m i g o s míos,
l a s o m b r a d e este pórtico a n t i g u o p a r a d e s -
c a n s a r un r a t o y e n t r e g a r n o s a la medita-
ción, leer u n libro i n s t r u c t i v o o m a n t e n e r u n
coloquio e l e v a d o ? A u g u r i o propicio: al lle-
g a r n o s o t r o s , h a n a l z a d o el vuelo las p a l o -
m a s con la l i g e r e z a y la g r a c i a d e u n a b a n -
d a d a de p e n s a m i e n t o s p u r o s . H e allí u n b a n -
co de p i e d r a d o n d e p o d e m o s s e n t a r n o s có
m o d a m e n t e , al a b r i g o d e los r a y o s del sol.
L a m a ñ a n a es s e r e n a é invita a e l e v a r la
m e n t é h a c i a las r e g i o n e s s u p e r i o r e s d e la
n o b l e filosofía. C o m o si me h u b i e r a p u r g a -
do, a imitación d e un g r a v e v a r ó n d e o t r o s
tiempos, con e l é b o r o blanco, mi e s p í r i t u está
l í m p i d o como las cosas. N i n g u n a excitación
de los s e n t i d o s t u r b a a h o r a la c l a r i d a d d e
mi c e r e b r o y la p u r e z a de mi c o r a z ó n . C r e o
e s t a r p r e p a r a d o , p o r c o n s i g u i e n t e , p a r a dis-
c e r n i r con r e l a t i v a c e r t i d u m b r e la v e r d a d
d e l e r r o r y el bien del mal. S e n t é m o n o s ,
p u e s , a m i g o s m í o s a la s o m b r a d e este p ó r -
tico a b a n d o n a d o y c u b i e r t o d e h i e d r a .
20 E L O Y E A K I Ñ A NtTÑEZ
Prometeo encadenado
R a r a s veces he visto, bajo el v e r s á t i l cie-

lo de B u e n o s Aires, u n a t a r d e d e p r i m a v e -
ra, t a n llena de vida y de luz como ésta.
Los a r b u s t o s de la p l a z a del C o n g r e s o h a n
e m p e z a d o a c u b r i r s e de v e r d e s r e t o ñ o s Al-
g u n a s p l a n t a s d a n flores. Mas allá, se cons-
t r u y e a f a n o s a m e n t e el ferrocarril metropoli-
t a n o . Y, en último t é r m i n o , d o m i n a n d o la
zona a m b i e n t e , s e l e v a n t a el P a l a c i o Legis-
lativo, con su b l a n c a c o l u m n a t a y su cúpu-
la r e l e v a n t e .
T o d o es bullicio en el sitio. H a y l a b o r a
flor de t i e r r a y a c t i v i d a d s u b t e r r á n e a . El
h o m b r e m o d e r n o , n o c o n t e n t o con la con-
q u i s t a del espacio en a t r e v i d o r e m o n t e de
ncfelíbata, perfora la t i e r r a y se h u n d e e n
el s e n o de las s o m b r a s . C u a n d o esté termi-
n a d a la o b r a , las m u l t i t u d e s febriles realiza-
r á n p r o s a i c a m e n t e el viaje de Virgilio y del
D a n t e , e n n o b l e c i d o p o r los mitos y r e a l z a -
d o p o r las l e y e n d a s , p o r la r u t a o b s c u r a .
Ofrece s i n g u l a r c o n t r a s t e con la a c t i v i d a d
c i r c u n s t a n t e , el n o b l e r e p o s o del « P e n s a d o r »
d e R o d í n , s e d e n t e n o lejos de la e s t a t u a de
M a r i a n o Moreno, el e n c e n d i d o s e c r e t a r i o de
la J u n t a de Mayo. Vedle: su m i r a d a , en q u e
p a l p i t a el r e s p l a n d o r de la meditación, es-
c r u t a m u n d o s m e n t a l e s desconocidos; su
c u e r p o se a r q u e a bajo la p e s a d u m b r e de
las ideas; su frente está p o b l a d a de concep-
tos m a d u r o s y de l a r v a s de revelaciones-
que esperan encarnarse, sus labios han g u s -
t a d o de toda la miel de la s a b i d u r í a ; s u s
HÁBLAME FILÓSOFO 21
pies conocen el polvo de t o d o s los s e n d e -

r o s ; está c o m p l e t a m e n t e d e s n u d o como u n
p e n s a m i e n t o recién n a c i d o ; u n a inquietud
e n o r m e le a g o b i a , y a u n q u e está sentado
s o b r e un p e d e s t a l y sus pies no s a n g r a n
b a j o el peso de c a d e n a a l g u n a , se a s e m e j a
a P r o m e t e o e n c l a v a d o s o b r e la roca. P o r
m á s q u e lo disimule, t o d o en él d e l a t a al
a u t o r del g r a n crimen, al l a d r ó n del r a y o
d i v i n o del p e n s a m i e n t o . ¡Es él! E s P r o m e -
teo e n c a d e n a d o .
El "homo religiosus"
El s e n t i m i e n t o religioso n o es i n c o m p a t i -
ble con el p r o g r e s o del e s p í r i t u científico,
el cual p u e d n d e s t r u i r los d o g m a s , a n i q u i l a r
los mitos, p u l v e r i z a r las l e y e n d a s , sin con-
m o v e r en lo m á s m í n i m o el f u n d a m e n t o d e
las religiones, o sea la s e n s i b i l i d a d h u m a n a .
La ciencia h a b l a a la r a z ó n y t i e n d e a p r o -
ducir esa p a z i n t e r n a q u e o t o r g a la p o s e s i ó n
de u n a v e r d a d o la inteligencia de u n a ley
d e la n a t u r a l e z a , p e r o e s t a m o s d o t a d o s tam-
bién de s e n t i m i e n t o y éste busca, como la
r a z ó n en v i r t u d d e la c o n v e r g e n c i a u n i v e r -
sal de las cosas h a c i a el equilibrio, u n des-
c a n s o q u e no le p r o p o r c i o n a la i n t e r p r e t a -
ción científica del u n i v e r s o . Desconocen es-
ta v e r d a d los i n g e n u o s q u e i n t e n t a n conci
liar la ciencia con la religión c r e y e n d o q u e
la limitación de la p r i m e r a al e s t u d i o del fe-
n ó m e n o físico c e r c e n a r á de u n g o l p e el m u n -
d o de las c o n j e t u r a s metafísicas. ¿El análisis
químico d e s t r u y e p o r v e n t u r a la p o e s í a del
arco iris?
22 KLOT FARIÑA. NUÑEZ
Lejos de a v e n t a r l a , la ha e n g r a n d e c i d o .
D e igual modo, el i n c e s a n t e a d e l a n t o de
la ciencia r e a l z a r á el p r e s t i g i o i n m e m o r i a l
d e las creencias religiosas.
La ciencia misma c o n s t i t u y e u n a n u e v a re-
ligión p a r a sus i n n u m e r a b l e s a d e p t o s . F i j a o s
en el é x t a s i s con q u e sus iniciados p r e g o -
n a n a los c u a t r o vientos la infalibilidad d e
s u s sacerdotes. T o d o se agita en o c é a n o d e
r e l a t i v i d a d e s en este s i n g u l a r m u n d o cientí-
fico; pero s u s leves son fijas, a b s o l u t a s , eter-
n a s , como aquel principio d e s c u b i e r t o p o r
la filosofía g r i e g a q u e se e n u n c i a diciendo-
q u e todo cambia, menos la ley de los cam-
bios. P a r a los n e g a d o r e s de lo a b s o l u t o ,
todo es r e l a t i v o , m e n o s la ley de las relati-
vidades.
P e r o , ha s u r g i d o u n a religión de la cien-
cia: la teosofía. Y se p r e s e n t a en u n a e d a d
escéptica y p a g a d a de m a t e r i a l i s m o , es de
cir, en el p e r í o d o más propicio á la g e r m i -
nación de un ideal místico, de un c r e d o
idealista. P r o p ó n e s b r e s t a u r a r en n u e s t r o
siglo el m a r i d a j e del n e o - p l a t o n i s m o alejan
d r i n o y del b u d i s m o , i n t e n t a d o con escaso
éxito p o r los neo-platónicos de los p r i m e r o s
siglos de la e r a cristiana. T r á t a s e , s e g ú n se
ve, de u n a d o c t r i n a metafísica, q u e admite
hipótesis t a c h a d a s d e pueriles p o r la ciencia,
q u e a b r e u n a p e r s p e c t i v a de infinito s o b r e
la limitada vida h u m a n a y q u e r e c h a z a de
p l a n o el círculo t e r r e n a l d e n t r o del cual se
d e s v a n e c e como un fuego fatuo el h o m b r e .
Y sin e m b a r g o , m e n t a l i d a d e s r o b u s t a s d e
a m b o s m u n d o s , e n a m o r a d a s de la e x a c t i t u d
HABLA ME FILÓSOFO 23
matemática y del p o s i t i v i s m o científico p o r

a ñ a d i d u r a , se h a n c o n v e r t i d o á la teosofía,
lo cual d e m u e s t r a la e t e r n i d a d del ' h o m o r e -
ligiosus".
Ley h u m a n a y vital: t o d a g n o s i s se con-
v i e r t e , en definitiva en u n a p i s t i s .
La naturaleza y la ciudad
D e n s a niebla cae s o b r e la metrópoli, en"
v o l v i é n d o l a en u n a a t m ó s f e r a blanca q u e
idealiza las siluetas de los edificios monu-
m e n t a l e s y t i e n d e u n velo t r a s l ú c i d o s o b r e
t o d o s los objetos. F r e n t e al balcón, d e s d e
d o n d e c o n t e m p l o el fantástico p a n o r a m a d e
la u r b e s u m i d a en la c e r r a z ó n , á l z a s e u n
g i g a n t e s c o edificio. La b l a n c u r a a m b i e n t e
h a c e r e s a l t a r su m a s a o b s c u r a , s e m b r a d a d e
p u n t o s l u m i n o s o s q u e p e r f o r a n la b r u m a y
brillan á t r a v é s de ella con c l a r i d a d d i r í a s e
lejana. E l e n o r m e palacio d o m i n a con su al-
t u r a u n a z o n a e x t e n s a de la c i u d a d . No p e r -
tenece á o r d e n a r q u i t e c t ó n i c o a l g u n o , y,
visto de cerca, es i n c a p a z de i n s p i r a r n a d a ,
como n o sea cierto s e n t i m i e n t o de s o r p r e s a
a n t e la v a s t e d a d del c o n j u n t o : p e r o , m i r a d o
un poco de lejos, en esta t a r d e b r u m o s a q u e
b a ñ a con u n a p á t i n a de e n s u e ñ o la p e d r a l l a
de la u r b e , c o b r a un a s p e c t o poético y cre-
y é r a s e q u e fuese un palacio de e n c a n t o y de
m a r a v i l l a , tal como u n o de esos t r é m u l o s cas-
tillos e n t r e v i s t o s p o r n u e s t r a i m a g i n a c i ó n en
la e s p e s u r a d e un b o s q u e de l e y e n d a ó en
las p r o f u n d i d a d e s de u n m s r de c u e n t o d e
h a d a s y de s i r e n a s .
H e m e en p r e s e n c i a d e u n "rasca-cielo" q u e
24 ELOY FARIÑA NTJÑEZ
se y e r g u e t r i u n f a l m e n t e en el espacio como
u n victorioso c o r o n a m i e n t o del genio prác-
tico de n u e s t r o siglo, sin la g r a n d e z a idealis-
ta de las t o r r e s góticas, ni la i m p o n e n t e ma-
j e s t a d de las b ó v e d a s r o m a n a s . L a disposi-
ción del edificio con s u s q u i n c e pisos s u p e r -
p u e s t o s á g u i s a de celdillas d e un c o l m e n a r ,
t r a n s c i e n d e á e n c a d e n a m i e n t o l u c r a t i v o del
tiempo y á c o n q u i s t a utilitaria del espacio.
La e t e r n i d a d , q u e r u e d a s o b r e estas g r a n
d e s construcciones de estilo n o r t e a m e r i c a
n o q u e hacen p e n s a r en los f a l a n s t e r i o s de
la R e p ú b l i c a Social del p o r v e n i r ó en las
a g l o m e r a c i o n e s de las c i u d a d e s b a b é l i c a s del
futuro, dista de p a r e c e r s e á la q u e se des
g r a n a s o b r e los templos.
¡Cuánta d i s t a n c i a de la c a v e r n a abierta
en la p e ñ a viva al complejo y m a r a v i l l o s o
rascacielo! ¿Qué n o se va a l c a n z a n d o con el
c o r r e r del tiempo? Casi t o d o s los mitos de
la a n t i g ü e d a d se h a n r e a l i z a d o ó e s t á n en
v í a de r e a l i z a r s e : el dominio del aire es un
h e c h o c o n s u m a d o ; el m i l a g r o de los titanes,
q u e m a q u i n a r o n escalar el Olimpo, tiene lu-
g a r d i a r i a m e n t e a n t e n u e s t r o s ojos; la eter-
nización de la vida s e r á u n a c o n q u i s t a de
m a ñ a n a . El h o m b r e no ha de l l a m a r s e á
sosiego m i e n t r a s la N a t u r a l e z a p o n g a lí-
mites á la e x p a n s i ó n magnífica de su albe-
d r í o y al d e s p l i e g u e s o b e r a n o de su inteli-
gencia. Y en t a n t o q u e el U n i v e r s o siga
a v a s a l l a n d o á la r a z ó n con la a r c a n i d a d de
sus misterios, con el p o d e r de s u s leyes y
con el p r e s t i g i o de sus v e r d a d e s desconoci-
d a s , el t r á g i c o c o m b a t i e n t e no d e s m a y a r á en
HA.BLAME FILÓSOFO 25
la e m p r e s a de s u j e t a r l o a su dominio.
¿ S e r á n e c e s a r i o v o l v e r a la n a t u r a l e z a pa-
r a h a c e r l a n u e s t r a esclava o a l e j a r s e c a d a
vez m á s de ella p a r a c e ñ i r n o s la c o r o n a de
r e y e s de la creación? Si lo p r i m e r o , n o d i v i s a
a s o m o d e este r e t o r n o en la sociedad mo-
d e r n a ; si lo s e g u n d o , la c i u d a d , y d e n t r o de
ella el rascacielo, nos lleva a d m i r a b l e m e n t e
a la vida de artificio. Y acaso sea preciso
r e c o n c i l i a r n o s con la m a d r e común y v o l v e r
a ella como hijos p r ó d i g o s q u e h a n m a l g a s -
t a d o su c a u d a l en las c i u d a d e s , c r e a c i o n e s
artificiales de la civilización y de n i n g ú n
m o d o a p r o p i a d a s a las m o d a l i d a d e s d e la
n a t u r a l e z a h u m a n a , a m i g a de la luz, a d o r a -
d o r a del sol. i d ó l a t r a del aire, a m a n t e del
espacio, nostálgica del árbol.
Anatomía de la paradoja
¿No h a b é i s visto en el e s p e j o de u n a cla-
r a fuente v u e s t r o s i m u l a c r o i n v e r t i d o ? Así
es la p a r a d o j a : y si fuera cierta la afirma-
ción esotérica de q u e la v e r d a d es «vir qui
adest», los e s p í r i t u s p a r a d o j a l e s e n c o n t r a
r í a n s e , con relación a ésta, en la actitud de
las i m á g e n e s i n v e r t i d a s .
L a p a r a d o j a es el s i g n o de d e c a d e n c i a de
u n a c u l t u r a y la e x p r e s i ó n sutil del agota-
m i e n t o de u n a r a z a p a r a c r e a r i d e a s n u e v a s .
C u a n d o el círculo de la o r i g i n a l i d a d se
cierra, llega el ciclo de la p a r a d o j a con su
m a n t o b r i l l a n t e y su i n t e r i o r hueco. Un d í a
en q u e la h u m a n i d a d no p u d o c r e a r u n a
e s t a t u a m á s bella q u e la de V e n u s de Milo,
se c o m p l u g o en a d m i r a r l a m u t i l a d a .
26 ELOY FARIÑA NUÑEZ
La p a r a d o j a d e s l u m h r a con la policromía
del arco iris, sin i l u m i n a r con la u n i d a d
i n t e g r a l de la luz solar. E s bella como la
p a r á b o l a sin p r o b a r ni definir n a d a como
ésta. Su p r o f u n d i d a d es la del r e t r u é c a n o
con a p a r i e n c i a s de concepto. Y d e b e de ser
a la v e r d a d lo q u e u n a saeta d i s p a r a d a al
infinito.
De un estoico á un pesimista
C u a n t o leí la c a r t a del pesimista, cruel y
terrible como la s a b i d u r í a h u m a n a de q u e
e s t a b a i m p r e g n a d a , me vino á la m e m o r i a
a q u e l l a h e r m o s í s i m a escena en q u e el doc-
tor F a u s t o l a n z a t r e m e n d a maldición c o n t r a
el orgullo, el a m o r y la e s p e r a n z a , y u n co-
r o invisible de e s p í r i t u s , sin d u d a los e s p í r i t u s
l u m i n o s o s y b i e n h e c h o r e s q u e velan el s u e ñ o
de los h o m b r e s , l e a d v i e r t e q u e a c a b a b a de des-
t r u i r t o d a s las bellezas del m u n d o . Idéntico cri-
men cometía el pesimista, al d e r r i b a r t o d o s los
a l t a r e s y al n e g a r la existencia de los dioses.
¿Creéis p o r v e n t u r a q u e el g é n e r o humano
p u e d a subsistir sin fe en alguien, sin é x t a s i s
a n t e algo? Nada i m p o r t a q u e este artículo de
fe estribe en la h u m a n i d a d de los dioses ó en
la d i v i n i d a d de los h o m b r e s ; lo capital no es
la v e r d a d , c u y a esencia no c o n o c e m o s ni
c o n o c e r e m o s a c a s o , sino la fe, q u e s e n t i m o s
e n c e n d e r s e en n u e s t r o espíritu como u n a
llama c r e a d o r a .
El m u n d o del pesimista es d e s o l a d o ; pué-
blanio f a u n a s c a r n i c e r a s y floras v e n e n o s a s ;
larvas repugnantes, escarabajos asquerosos,
murciélagos gigantescos, alimañas tentacula-
HABLA ME FILOSOFO 27'
r e s , p o n e n allí e s p a n t o ; p u l u l a n a q u í p e r r o s
hostiles, a u l l a n allá lobos h a m b r i e n t o s ; y en
m e d i o de esta creación e n e m i g a , se a g i t a con
s u s furias y s u s i n s t i n t o s de bestia u n h o m -
b r e elemental y p r i m i t i v o q u e desconfía de
su p r o p i a s o m b r a y sacia su ferocidad en
el e x t e r m i n i o d e sus s e m e j a n t e s .
P a r a h o n o r de la h u m a n i d a d de q u e for-
m a m o s p a r t e , el m u n d o h a b i t a d o p o r ella es
algo distinto: j u n t o á u n a l a r v a h u m a n a ale-
tea u n a c r i a t u r a angelical y al l a d o de un
m o n s t r u o velludo, g e n e r o s o y t e n t a c u l a r se
alza u n ser perfecto y m i e n t r a s cien lobos au-
llan en la selva salvaje, un coro d e v o c e s
p u r a s c e l e b r a la g r a n d e z a de la creación y
la p l e n i t u d de vida d e s d e un círculo l u m i n o -
so.
Mas s u p o n g a m o s p o r un i n s t a n t e q u e el
m u n d o del pesimista no sea u n a d e s o l a d a
u t o p í a . ¿Y qué? ¿ P o d r á s o b r e v e n i r n o s u n
d a ñ o de los o t r o s ? Si n a d a e s p e r o de ellos,
si mi dicha n o d e p e n d e de la felicidad o de
la desdicha de los d e m á s , e s t a r é v e r d a d e r a -
m e n t e m á s allá del bien y del mal.
Si bien se mira, la felicidad es u n e s t a d o
de e s p í r i t u , u n a especie de N i r v a n a en q u e
el e s p í r i t u , e x e n t o de i n q u i e t u d e s y d e s e o s ,
e x p e r i m e n t a la v o l u p t u o s i d a d inefable de su
e m a n c i p a c i ó n de la m a t e r i a q u e le a p o s e n t a .
¿Qué t e n g o q u e ver, entonces, con la risa
de Demócrito ó el llanto de H e r á c l i t o ?
Primor de Primores
S u m o p r i m o r el de la p i e d a d , q u e d i r í a
Gracián en su conceptista e x p r e s i ó n . E l l a es
la triaca del v e n e n o de la i r o n í a ; es la i r o n í a
misma, u n a actitud intelectual, t r a n s f o r m a d a
p o r i n t e r n a química en s e n t i m i e n t o moral,
d e la p r o p i a g u i s a q u e la sal m a r i n a se
c o n v i e r t e en e s p u m a .
L a p i e d a d es u n a c u m b r e ética solita-
ria, d e s d e la cual n o se divisa sino o t r a
c u m b r e espiritual, i g u a l m e n t e solitaria: la
i r o n í a . C a d a vez q u e oigo h a b l a r de la pie-
d a d , i m a g i n ó m e v e r la s o n r i s a de S ó c r a t e s
a l e t e a n d o s o b r e los labios de S a n F r a n c i s c o
d e Asís. E s decir: el s u p r e m o conocimiento
d e las cosas s o b r e la s u m a perfección mo-
r a l de la n a t u r a l e z a h u m a n a .
La religión de la p i e d a d es p o r lo mismo
la m á s e l e v a d a de las r e l i g i o n e s h u m a n a s y
d i v i n a s . E s t á f u n d a d o s o b r e s o n r i s a s , q u e en
el f o n d o p u e d e n ser l á g r i m a s , y tiene p a r a
t o d o s los actos del h o m b r e un i m p u l s o d e
ternura y simpatía.
S o n r i a m o s c o r d i a l m e n t e sin d e j a r de ser
p i a d o s o s . Q u e u n a p i e d a d u n i v e r s a l llene
n u e s t r o c o r a z ó n y q u e , al m a r c h a r p o r la vi-
da, t o d o s ios r í o s a g i t a d o s se s e r e n e n a n u e s -
t r o p a s o y las fieras a c u d a n a lamer n u e s -
t r o s pies.
El idealismo de la naturaleza
O b s e r v a n los a n t i g u o s q u e la s a b i d u r í a
d e la N a t u r a l e z a reside en la economía de
s u s p a r t e s , en el o r d e n de sus r e i n o s y en
la a r m o n í a de s u s relaciones. ¿Quién p o d r á
d e s c o n o c e r tal v e r d a d ? Mas n o t e m o s tam-
bién q u e esta s a b i d u r í a está i m p r e g n a d a de
h o n d o y u n i v e r s a l idealismo Sí, la N a t u r a -
HÁBLAMK FILÓSOFO 29
leza es esencialmente e s p i r i t u a l i s t a .
Analicemos cómo o b r a el i d e a l i s m o de la
N a t u r a l e z a en el a m o r . ¿Qué es el a m o r , en
el fondo? E l deseo v e h e m e n t e de la p o s e -
sión c o r p o r a l y n a d a más. Y, sin e m b a r g o ,
¡con c u á n t a s f o r m a s a l a d a s y velos s a g r a d o s
se complace la N a t u r a l e z a en vestir la des-
n u d e z del deseo¡ Una m i r a d a , u n a s o n r i s a ,
u n s u s p i r o , el lazo m á s e t é r e o de la comu-
nicación e n t r e las a i m a s , b a s t a al a m o r y
la n a t u r a l e z a c u m p l e su o b r a .
Una frase de Sócrates—
Se me p r e g u n t a : «¿Cuál es, a su juicio, el

v e r d a d e r o s e n t i d o de las ú l t i m a s p a l a b r a s
de S ó c r a t e s a su fiel Gritón?»
Manifestaré, d e s d e luego, q u e j a m á s p u s e
en tela de juicio el significado de la súpli-
ca dirijida p o r el filósofo al más d e v o t o d e
s u s discípulos Preciso es v e r en ella un r a s g o
finísimo de la i r o n í a socrática m a s p u r a . A
mi p a r e c e r , n o tiene significación h e r m é t i c a
a l g u n a . El afán intelectual de d e s c u b r i r u n
s e n t i d o oculto en las frases m á s c l a r a s y
sencillas, nos e x t r a v í a . P a r a a b r e v a r n u e s -
t r a insaciable sed de conocimiento, nos acer-
c a m o s con frecuencia a un l a g o cristalino,
c r e y e n d o v e r en el f o n d o de s u s a g u a s
t r a n s p a r e n t e s la invisible p r o f u n d i d a d del
m a r . Y la luz p u e d e ser, sin e m b a r g o , m á s
p r o f u n d a q u e la niebla. D e hecho, la sensi-
llez r e s u l t a más inaccesible q u e la comple-
jidad difícil.
sCritón, d e b e m o s un gallo a E s c u l a p i o > ,
fueron las p o s t r e r a s p a l a b r a s del amante-
3í> ELOY FARIÑA NÜÑEZ
de la s a b i d u r í a , lo cual es como si h u b i e r a
dicho: «Demos g r a c i a s al dios de la salud
p o r h a b e r m e s a n a d o de la v i d a , q u e es u n
mal, d á n d o m e la m u e r t e , q u e es la v e r d a d e r a
salud». El filósofo, en las p o s t r i m e r í a s d e
su vida, n o cesa de r e p e t i r q u e la m u e r t e
es u n bien. E l v a r ó n j u s t o n o la teme y el
s a b i o lá a c e p t a como u n t é r m i n o fatal y nece-
sario Si existe u n m á s allá, la m u e r t e resul-
ta un s u p r e m o bien p a r a la vejez achacosa,
p o b r e e inútil. ¡Y q u é c o n s o l a d o r a perspecti-
va p a r a el h o m b r e de bien a n h e l a n t e de sa-
b i d u r í a la de platicar con las g r a n d e s som-
b r a s del p a s a d o c o n g r e g a d a en u n a silenciosa
p r a d e r a de asfódelos!
Los enfermos, q u e s a n a b a n de u n a dolen-
cia, e s t i l a b a n sacrificar un gallo al dios de
la medicina. S ó c r a t e s , m i n u t o s a n t e s de ex-
h a l a r el último s u s p i r o , r e c u e r d a con g r a v e -
d a d irónica el p i a d o s o voto. A c e r c á b a s e pa-
r a él la h o r a de g o z a r del S o b e r a n o Bien,
m á s allá de la justicia de los h o m b r e s , y
dirigiéndose al discípulo a m a d o , díjole: «De
b e m o s un gallo a Asklepios».
La Fe
Creer lo q u e no vimos, dicen q u e es la fe

religiosa. C r e e r lo q u e no vemos, es la o t r a
fe, la q u e h a c e posible el p r o g r e s o ético
del m u n d o y del h o m b r e . C r e e r lo q u e n o
vimos, n o se me a n t o j a e x t r a o r d i n a r i o , siem-
p r e q u e n o se me obligue a a d m i t i r creencias
i n v e r o s í m i l e s o a b s u r d a s ; c r e e r lo q u e n o
v e m o s , si, me p a r e c e maravilla s i n g u l a r y
un a u d a z desafío a la r a z ó n . U n a r t i s t a ,
HÁBLA.ME FILÓSOFO 31
e n a m o r a d o del p a g a n i s m o , p o d r í a admitir,
sin m e n g u a de su c o r d u r a , la existencia d e
los dioses; p e r o lo t i l d a r í a m o s de i n s e n s a t o
si a c e p t a s e la belleza de un objeto q u e se le
p r e s e n t a s e como h e r m o s o , sin serlo. Y, sin
e m b a r g o , esta fe ciega es la q u e alimen-
la vida.
P e r d e r la fe religiosa d e b e ser, y lo es en
efecto, u n t r e m e n d o d r a m a de la conciencia,
la cual se e n c u e n t r a de p r o n t o con el vacío
en el l u g a r d o n d e a n t e s se e l e v a b a n p r e c e s
d e a m o r y cánticos d e e s p e r a n z a ; p e r d e r la fe
vital es u n a p a v o r o s a t r a g e d i a del espíritu,
el cual se h a l l a de s ú b i t o frente al solilo-
q u i o de H a m l e t .
¿Cuál de e s t a s crisis es m á s d o l o r o s a ? Creo
q u e la crisis de la fe en la vida, p u e s t o
q u e v i v i m o s y ya q u e el r e i n o de la fe re-
ligiosa no es de este m u n d o . P o r el simple
h e c h o de vivir, c r e e m o s lo q u e no vemos,
esto es, la d i v i n i d a d de las c r i a t u r a s h u m a -
n a s y s u s p a s i o n e s y la i n m o r t a l i d a d d e la
vida. Y c u a n d o esta fe h u y e del e s p í r i t u su-
c e d e en el c o r a z ó n del h o m b r e lo q u e acon-
t e c e r í a si la ley del e q u i l i b r i o u n i v e r s a l ce-
s a s e de o b r a r de p r o n t o . El caos fué la
confusión de los e l e m e n t o s ; la p é r d i d a d é l a
fe vital es el caos de los s e n t i m i e n t o s y las
ideas.
E x i s t e , p u e s , u n a creencia q u e el p r o g r e s o
n o m a t a r á j a m á s : la creencia en la belleza
m o r a l del m u n d o , u n a cosa q u e n o vimos,
ni v e m o s ni se v e r á tal vez en siglos veni-
deros.
Del Homúnculus al Superhombre
I m a g i n e m o s una escala infinita, semejan-

te a la q u e en s u e ñ o s vio J a c o b : en el pri-
mer p e l d a ñ o , q u e d e s c a n s a s o b r e la t i e r r a ,
y a c e el h o m ú n c u l u s , q u e es al h o m b r e lo
q u e u n a roca c o m p a r a d a con tina i d e a , y en
el p o s t r e r o , q u e r o z a el f i r m a m e n t o , a l e -
tea el s u p e r h o m b r e , q u e es al h o m b r e ,
t o m a d o como m e d i d a de l a s cosas, según
q u e r í a el filósofo griego, lo q u e u n a estre-
lla de p r i m e r a m a g n i t u d a u n a l u c i é r n a g a .
¡Guantas c r i a t u r a s , h o m u n c u l a r e s , h u m a n a s
y d i v i n a s , en los p e l d a ñ o s i n t e r m e d i o s q u e v a n
p o r n u e s t r a i m a g i n a r i a escala infinita del ho-
m ú n c u l u s al s u p e r h o m b r e ! N u e s t r a débil y ma-
temática r a z ó n no acierta a concebir la in-
m e n s a v a r i e d a d de los seres q u e p u e d e n as
c e n d e r p o r esta escala de evolución y, sin
e m b a r g o , tal es la i m a g e n de la h u m a n i d a d ,
c a m b i a n t e como el m u n d o de las formas, pe-
r o en r e a l i d a d u n a como el reino de las
ideas.
No se s a b r í a decir cuál d e estos dos p r o -
digios es m a y o r : si t a n t a u n i d a d g e n é r i c a
en t a n t a d i v e r s i d a d específica o si t a n t a va-
r i e d a d a p a r e n t e d e n t r o d e t a n t a u n i d a d esen-
cial.
El Misterio d e la Cultura G r i e g a
El conocimiento de la música helénica i n t e -
g r a n u e s t r a visión total de la c u l t u r a a r m o n i o -
sa de aquel p u e b l o q u e p a r e c i ó n a c e r e n la
historia con el g e n i o de la ciencia, del a r t e
y d e la filosofía. L a a u d i e n c i a d e c u a l q u i e -
r a de los escasos m o n u m e n t o s m u s i c a l e s ,
q u e c o n s e r v a m o s de los g r i e g o s , v i e r t e n s o b r e
su civilización la m i s m a c l a r i d a d q u e p r o -
yecta un diálogo platónico, u n a e s t a t u a r o t a ,
u n a c o l u m n a q u e b r a d a , el f r a g m e n t o d e u n a
o d a a n a c r e ó n t i c a o el r e s t o de u n a t r a g e -
dia p e r d i d a .
A n t e s d e emitir juicio, c o n v i e n e a n a l i z a r
el s a b o r d e a n t i g ü e d a d , el e n c a n t o de fres-
c u r a y sencillez melódicas y la t u r b a c i ó n
d e p r o f u n d i d a d religiosa q u e en n u e s t r o
á n i m o c a u s a un t r o z o d e música g r i e g a . I n -
discutiblemente, la inteligencia t o m a p a r t e ac-
tiva en los t r a n s p o r t e s d e n u e s t r a sensibili-
dad, al e s c u c h a r l o . T r á t a s e d e e m o c i o n e s mix-
t a s d e i n t e l e c t u a l e s y d e estéticas, m á s o menos
p a r e c i d a s a las q u e e x p e r i m e n t a n los a m a n -
tes de la música w a g n e r i a n a . Más n o sólo
p a r t i c i p a la inteligencia en el deleite sensi-
ble, s u b l i m á n d o l o , sino q u e t a m b i é n i n t e r v i e -
n e en ello n u e s t r o g u s t o e d u c a d o p o r el ar-
te m o d e r n o en s e n t i d o o p u e s t o al s e n t i m i e n -
to musical de los g r i e g o s , q u e fué esencial-
m e n t e modal o melódico. D e a h í acaece que
e s c u c h e m o s la música g r i e g a con el placer
intelectual del c o n t r a s t e , del propio m o d o
q u e leemos el R o m a n c e r o con una suma de
deleites s o b r e los c u a l e s p r e p o n d e r a el men-
t a l d e la antítesis. T é n g a s e , a d e m á s , p r e s e n t e ,
el c a r á c t e r helénico d e la m ú s i c a gregoria-
n a y se a d v e r t i r á q u e su s o l e m n i d a d religio-
sa d é b e s e e n p a r t e » u n a asociación de ideas.
Más, con todos estos reparos, ¿es p o s i b l e
n e g a r la p r o f u n d i d a d de la música g r i e g a ?
E l carácter de los p u e b l o s retrátase e n la
música con mayor relieve que en cualquier
3
34 ELOY FARIÑA'NUÑEZ
o t r a manifestación artística, de s u e r t e q u e si-

h u b i é r a m o s de j u z g a r del genio helénico p o r
su¿. melopeas, t e n d r í a m o s q u e s u p o n e r l o n o
tan superficial y frivolo como la historia se
complace en pintarlo.
¡El m i l a g r o del p u e b l o g r i e g o ! Sin d u d a ;
m á s r e c o n o z c a m o s q u e h a y m u c h o misterio,
n o e x p l i c a d o t o d a v í a , en este m i l a g r o de
Ja c u l t u r a helénica.
El v a l o r de la s i n c e r i d a d
E s común oir decir: «Aunque !as i d e a s p r o -

f e s a d a s p o r tal h o m b r e , — d e l e t r a s , de go-
b i e r n o o ciencia,—son e r r ó n e a s o faisas, la
s i n c e r i d a d i n d u d a b l e q u e p o n e en ellas, las
hace r e s p e t a b l e s . E s decir, q u e la s i n c e r i d a d
n o s r e d i m e como a g u a l u s t r a l del e r r o r a n t e
la v e r d a d y a n t e el juicio de los h o m b r e s .
Yo q u i e r o i n t e r r o g a r primero: ¿cuál es el
v a l o r de la s i n c e r i d a d ? Un e r r o r , a b r a z a d o
con s i n c e r i d a d o sin ella, ¿es p o r ello m e n o s
c o n t r a r i o a la v e r d a d ? O, en o t r o s t é r m i n o s ,
¿ q u e tiene q u e v e r la s i n c e r i d a d con la
m a y o r o m e n o r r e s p e t a b i l i d a d d e la i d e a s ?
A mi e n t e n d e r , las i d e a s son t a n t o m á s dig-
n a s d s r e s p e t o c u a n t o más nobles, e l e v a d a s
y v e r d a d e r a s son. J u z g o de ellas y las ve-
n e r o p o r su í n t i m a c o n f o r m i d a d con mi ra-
zón y p o r su elevación moral. H a y i d e a s pu-
r a s e i d e a s p e r v e r s a s , conceptos d e bien y
c o n c e p t o s de mal, sencillamente El mérito
de la sinceridad es bien r e l a t i v o . E n t r e ' el
cínico q u e h a c e ostentación d e u n vicio y el
sincero q u e hace g a l a de un e r r o r s u p u e s t o co-
mo v e r d a d existe c i e r t a m e n t e u n a distancia;
HABLA ME FILÓSOFO 35
p e r o a m b o s o c u p a n el mismo p l a n o a n t e
u n a conciencia r e c t a y a n t e la • lógica y la
m o r a l de la i d e a s .
No n e g a r é q u e p u e s t o el histrión frente
al c r e y e n t e sincero, r e s u l t a m á s d i g n o este
último, p o r m e d i a r e n t r e a m b o s la diferen-
cia q u e existe e n t r e la ficción de la comedia
y la r e a l i d a d de la v i d a .
E l p r i m e r o h a c e u n a f a r s a con las i d e a s ;
el s e g u n d o v i v e u n d r a m a , con frecuencia
d o l o r o s o , el d r a m a de s u s p r o p i a s i d e a s , en
p u g n a con las ajenas, a veces con s u s p r o -
pios i n s t i n t o s y h a s t a en ocasiones con su
misma r a z ó n . P e r o n o es lícito d e d u c i r de
a h í la r e s p e t a b i l i d a d de las i d e a s p o r la sin-
c e r i d a d de la v i d a h u m a n a c o n s a g r a d a a
•su culto, p o r q u e ello e q u i v a l d r í a a confun-
d i r dos ó r d e n e s d i a m e t r a l m e n t e distintos, co-
rno ser la sinceridad, q u e p e r t e n e c e a la ór-
bita de los s e n t i m i e n t o s , y la V e r d a d , q u e
es del r e i n o d e las i d e a s .
Los círculos de la vida
E s difícil, p o r n o decir i m p o s i b l e , vivir

sin i n q u i e t u d e s . E x i s t e u n a religión o r i e n t a l
q u e se p r o p o n e e x t i n g u i r las fuentes de la
v i d a en la c r i a t u r a h u m a n a p a r a d a r l e la
felicidad e t e r n a . S e c a r los m a n a n t i a l e s d e l .
mal, del dolor y del d e s e o y ¿ p a r a q u é ? No
me p a r e c e r a z o n a b l e , ni h u m a n o , ni vital, se-
m e j a n t e fin. C u a n d o se e x a m i n a a fondp la
constitución í n t i m a del h o m b r e , n o se s a b e
a ciencia cierta cuál es el objeto q u e persi-
g u e en la vida: si la felicidad o el dolor,
A s p i r a m o s a ser dichosos u n a h o r a ; p e r o
n o e t e r n a m e n t e . A c h a c a m o s a la f a t a l i d a d
o al destino, sin g r a n c o n v e n c i m i e n t o , la
a d v e r s i d a d o la m e d i a n í a de n u e s t r a s u e r t e ,
c u a n d o , en r e a l i d a d , somos n o s o t r o s m i s m o s
q u i e n e s n o s e n c a r g a m o s de complicar el
c u r s o s e r e n o de n u e s t r a s h o r a s apacibles-
con s o b r e s a l t o s y p e s a d u m b r e s . E n la exis-
tencia sin deseos, m o n ó t o m a . p r o s a i c a , n o
está el c e n t r o de n u e s t r a dicha. L a v e r d a d e r a
p a t r i a de n u e s t r a s a l m a s n o es el p a r a í s o
t e r r e n a l p e r d i d o , sino la t i e r r a d o n d e crece
el á r b o l del deseo. A la línea i n a l t e r a b l e de
u n a v i d a rectilínea p r e f e r i m o s el s e n d e r o
s i n u o s o de u n a existencia s e r p e n t e a n t e . E l
b o s q u e tiene p a r a n o s o t r o s el r e c ó n d i t o en-
c a n t o de la e s p e s u r a , de q u e carece el valle.
¿Y p o r q u é somos así? Acaso p o r q u e e n Ja
l l a n u r a , todo es conocido y p e r c e p t i b l e a
simple vistan m i e n t r a s q u e en u n t e r r e n o
q u e b r a d o es s i e m p r e posible la s o r p r e s a de
u n t é r m i n o i m p r e v i s t o o de u n a p e r s p e c t i v a
no imaginada.
Afirman los cultores de la filosofía del a r t e ,
q u e la línea c u r v a es m á s estética q u e la
recta. A g r e g u e m o s q u e la circunferencia, en
la cual culmina la perfección de la c u r v a ,
es d o b l a d a s veces m á s h e r m o s a q u e la lí-
n e a recta. Y en la g e o m e t r í a de la v i d a , Ios-
círculos viciosos del mal, del dolor y del de-
seo n o s ciñen como si f u é r a m o s el p u n t o d e
d o n d e p a r t i e s e n los infinitos r a d i o s de u n a
circunferencia, t a m b i é n infinita.
La aoción y la idea
C a d a vez q u e se encontraban, disputaban*
H Á B L A M S FILÓSOFO 37
el h o m b r e de p e n s a m i e n t o y el h o m b r e de
acción.
— ¡Acción, acción!— exclama con desprecio
el p r i m e r o . — P e r o ¿ c a m i n a n u s t e d e s solos?
¿No tienen n e c e s i d a d acaso d e los e s p í r i t u s
s o ñ a d o r e s y teóricos q u e les p r e p a r a n las
ideas y las fórmulas d e s u s r e i v i n d i c a c i o n e s ?
N u e s t r o sitio n o está en la b a r r i c a d a , sino
en, el g a b i n e t e . P o r eso n o se a d v i e r t e n u e s -
t r a p r e s e n c i a ; m a s n u e s t r a c o l a b o r a c i ó n en
el p r o g r e s o g e n e r a l del m u n d o es t a n g r a n -
de y efectiva como la d e los h o m b r e s d e
acción. No es posible n e g a r e s t a v e r d a d , sin
d e s c o n o c e r la i n t e r v e n c i ó n principalísima
q u e h a n t e n i d o los p e n s a d o r e s de t o d o s los
t i e m p o s en las r e v o l u c i o n e s sociales.
— P e r f e c t a m e n t e b i e n : p e r o ¿ q u e s e r í a do
las más s u b l i m e s i d e a s si n a d i e se encar-
g a s e de l l e v a r l a s a la p r á c t i c a ? - r e p l i c a b a el
otro. — L a s i d e a s tienen el v a l o r q u e la
acción les p r e s t a . L a s q u e n o a g i t a n , ni
•conmueven, a p e n a s tienen un v a l o r relativo.
Preciso os c o n v e n c e r s e : u n h o m b r e de ac-
ción vale p o r ' cien teóricos, incapaces d e
m o v e r j u n t o s u n a sola p i e d r a , p o r q u e , a n t e s
ele decidirse a p o n e r l a en m o v i m i e n t o , per-
d e r á n el tiempo en c o n j e t u r a r cual s e r í a el
medio t e ó r i c a m e n t e ideal p a r a m o v e r l a . A
n i n g u n o de ellos se le o c u r r i r í a la p o s i b i l i d a d
d e h a c e r l a v o l a r en u n s e g u n d o con u n a
b o m b a de d i n a m i t a . E s t a o c u r r e n c i a es p r o -
pia de u n e s p í r i t u objetivo.
La ley de los cambios
—¿Por q u é nos merecen poca estimación

los e s p í r i t u s t o r n a d i z o s y c o n t r a d i c t o r i o s ?
Son los m á s h u m a n o s . Un v a r ó n g r a v e di-
jo: *Tú, q u e v a r í a s , e s t á s en el e r r o r » . H a -
bría q u e a g r e g a r : « P e r o e s t á s en la h u m a -
n i d a d » , y a q u e la p r i m o r d i a l condición d e
la v i d a o r g á n i c a es la evolución sin fin. L a
consecuencia s e n t i m e n t a l o ideológica, c a u s a
de t a n t o s conflictos y d r a m a s , e q u i v a l e en
cierto m o d o a la i n m o v i l i d a d física. Quien n o
se r e n u e v a , quien n o se c o n t r a d i c e al oabo
del t i e m p o q u e d u r a u n a idea a g r a d a b l e en
el espíritu, n o es sincero consigo mismo. L a
ley vital d e s c u b i e r t a p o r la filosofía g r i e g a :
«Todo cambia, m e n o s la ley de los cambios»,
es e x a c t í s i m a y a b s o l u t a . Y es preciso q u e a s í
sea, p o r q u e de o t r o m o d o s e g u i r í a m o s cre-
y e n d o c u a n t o c r e í m o s en la infancia y nin-
g u n a n o v e d a d s e r í a posible en taies condicio-
nes. E l q u e n u n c a v a r í a , el q u e p e r m a n e c e
a d h e r i d o toda la v i d a a u n a sola v e r d a d co-
mete u n p e c a d o m o r t a l c o n t r a el e s p í r i t u hu-
m a n o , al creerse infalible y d u e ñ o de lo a b -
soluto.
Dijo el m a e s t r o , e x p l i c á n d o n o s su ú l t i m a
m e t a m o r f o s i s mental.
La p o e s í a r e l i g i o s a
Aquel escéptico, q u e h a b í a v u e l t o a c r e e r
en la i n m o r t a l i d a d del a l m a y el d e s t i n o , me-
confesó en o t r a c o y u n t u r a :
— D e c a í d o el s e n t i m i e n t o religioso, v a m o s
s i e n d o m á s j u s t o s con el c r i s t i a n i s m o y com-
p r e n d i e n d o mejor su s a b i d u r í a , r e a l m e n t e
d i v i n a . H e a q u í q u e esta h a d a del g é n e r o
h u m a n o h a b í a sido dulce, p i a d o s a y b u e n a .
Sus consejas del cielo y del infierno t e n d í a n

a u n a n o b l e finalidad y su delicioso c u e n t o
dd l i m b o e n c a n t a b a a las m a d r e s , en m e d i o
d e s ú s l á g r i m a s , s o b r e la c u n a vacía. ¡Que
conmovedora concepción la de esta m o r a d a
d é l o s n i ñ o s q u e m u e r e n sin culpa! No p u e -
den ir al cielo, p o r q u e n o r e c i b i e r o n el b a u -
tisno ni al infierno, p o r q u e son i n m a c u l a d o s .
Y s t e r e a e n t o n c e s u n sitio especial p a r a e s t a s
almts p u r a s , un sitio apacible y dichoso don-
de si e n t r e t i e n e n en v o l a r y acaso en vivir
como n o h a b r í a n vivido e n t r e n o s o t r o s . ¿ E s
positle concebir algo m á s c o n m o v e d o r y
poétiío? Lo p o n g o en d u d a . El c r i s t i a n i s m o ,
al (roar este p a r a í s o infantil, no ha h e c h o
otn cosa sino i n t e r p r e t a r ei s e n t i m i e n t o q u e
ermarga a los q u e h a n p e r d i d o un p á r v u l o ,
filis n o se r e s i g n a n a a c e p t a r la idea des-
c o n o l a d o r a de q u e las a l m a s de las c r i a t u -
r a s v a y a n al mismo l u g a r a d o n d e s e g ú r a -
me r.e fueron las d e m á s s o m b r a s q u e r i d a s .
Ni ¡.imiten s i q u i e r a q u e p u e d a n ser som-
b r a s q u e h a y a n t e r m i n a d o tan p r o n t o su
carrea, p u e s >que, a p e n a s a s o m a r o n a la
vida t o r n a r o n a s u m e r g i r s e en la n a d a .
L a r v s de vida se v a n tai vez a u n a r e g i ó n
supeior a e n s a y a r la existencia q u e n o
c o n o e r o n . E l c r i s t i a n i s m o a d i v i n ó esta ea-
vilacii del corazói: a t r i b u l a d o , y en l u g a r
de un tal vez» v a c i l a n t e y seco, colocó u n o
de si «si es» b i e n h e c h o r e s y s o n r i e n t e s .
III
E n la t a r d e s e r e n a
Cielo i n t e n s a m e n t e azul, a t m ó s f e r a d o r a d a
p o r un sol b e n i g n o c u y a luz p a r e c e rielar-
e n el á m b i t o , t a r d e s e r e n a q u e h a c e p e n s a r
en la s u p r e m a b e a t i t u d d e las c o s a s , insen-
sibles a las l u c h a s e f í m e r a s de los s e r e s .
A c e n t ú a p o r leve c o n t r a s t e la s e r e n i d a d
a m b i e n t e un v i e n t o s u a v e q u e altera a p e n a s
la i n m o v i l i d a d de las f r o n d a s . El b o s q u e
d e P a l e r m o dilata, b a j o las caricias del sol,
su o n d u l a n t e palio v e r d e d e j a n d o ver a
t r e c h o s el b l a n c o s i m u l a c r o de u n a dios:i
d e s n u d a . L a s p a l m e r a s q u e b o r d e a n el sen
d e r o p r i n c i p a l del b o s q u e , p e r m a n e c e n in-
móviles. Fiíia lluvia e m e r g e de un s u r t i d o r
aislado que ampara una divinidad diminuta
y g r a c i o s a . P o r e n t r e la e s p e s u r a se divisa
a la d i s t a n c i a el p e d e s t a l q u e s o s t i e n e á
d u r a s p e n a s la a d u s t a y á s p e r a f i g u r a de
S a r m i e n t o , c o m p a c t o como el b l o q u e en q u e
e s t á t a l l a d o y a c u y o a l r e d e d o r r e v o l o t e a su
e s p í r i t u i n m o r t a l . O t r o esclarecido v a r ó n , en
actitud a c a d é m i c a , se d e s t a c a en m e d i o de
un claro cercano. Y o t r o i n m o r t a l a g o b i a d o
y d e c a d e n t e r e p o s a su fatiga en el i n t e r i o r
d e la a r b o l e d a . De r a t o en r a t o p a s a estre-
p i t u s a m e n t e un tren, i n t e r r u m p i e n d o el silen-
cio c i r c u n s t a n t e . U n a inglesa m a g r a y tosca
mira a i n t e r v a l o d e s d e u n b a n c o á u n a
t u r b a de lindos n i ñ o s q u e j u e g a n con s a n t o
aturdimiento. Alguno que otro transeúnte
p a s a frente a la institutriz sin m i r a r l a , como
si se t r a t a r a de u n ser n e u t r o , c o n d e n a d o
a c u i d a r a r r a p i e z o s a j e n o s y a leer e t e r n a -
m e n t e su b r e v i a r i o de S h a k e s p e a r e .
C a r a c t e r í s t i c o r u i d o de m o t o r t u r b a de
r e p e n t e la infinita c a l m a del p a s e o . U n se-
g u n d o m á s y a p a r e c e en la r e g i ó n del aire
un a u d a z nefelíbata a l a d o en un veloz
a e r o p l a n o de a n t e n a s i n m ó v i l e s . E s ni m á s
ni m e n o s q u e u n p á j a r o q u e v u e l a s o s e g a d a -
m e n t e con las alas e x t e n d i d a s . L a enjuta
inglesa, q u e h a a d v e r t i d o la p r e s e n c i a del
p r o d i g i o , lo s e ñ a l a a ios n i ñ o s con su indi-
ce d e s c a r n a d o . La c h i q u i l l e r í a clava la mi-
r a d a en el v u e l o h o r i z o n t a l de la g a l l a r d a
ave mecánica q u e c r u z a b i z a r r a m e n t e el
espacio l u m i n o s o y s e r e n o .
Y oigo el c o m e n t a r i o de un e s t u d i a n t e q u e
p a s a p o r mi l a d o : '«El h o m b r e ha c o n q u i s -
t a d o d e f i n i t i v a m e n t e las alas.* El e s t u d i a n -
te a p r e s u r a s u s p a s o s en c o m p a ñ í a de u n a
e l e g a n t e damisela, de la cual d e b e e s t a r
e n a m o r a d o y con quien ha de ir en b u s c a de
un r e t i r o a p a c i b l e d o n d e o c u l t a r la felicidad
de la p r i m e r a cita tal vez. A m b o s v e n í a n
h a b l a n d o sin d u d a de la única cosa nece-
saria: p e r o he a q u í q u e vieron a u n extra-
ño, y c a m b i a r o n de c o n v e r s a c i ó n , h a c i e n d o
llegar a mis oídos, al p a s a r , la frase suelta
q u e he t r a n s c r i t o . El tono indiferente con-
E N LA TARDE SERENA
q u e la dijo, p e r s u á d e m e de la v e r o s i m i l i t u d
d e mi c o n j e t u r a . R o b u s t é c e l a la p r o g r e s i v a
a p r o x i m a c i ó n d e sus c u e r p o s a m e d i d a
q u e se a l e j a b a n . E l p a r e c í a un efebo y la
a l e g r í a l l e n a b a su r o s t r o , y eíla a s e m e j a b a
a u n a esclava s u m i s a y la emoción tembla-
ba en su s e n o p ú b e r .
La c o n q u i s t a d e las alas p o r el h o m b r e pue-
de c o n s i d e r a r s e , en efecto, como definitiva.
Ksta es la p r i m e r a idpa q u e i n v a d e el espí-
ritu, al c o n t e m p l a r el s o b e r a n o equilibrio
con q u e s u r c a el espacio el a l a d o p e g a s o de
ios n e f e l í b a t a s . El mito icáreo se h a r e a l i z a d o
p o r fin en n u e s t r o siglo, d e s p u é s de m u c h a s
t e n t a t i v a s estériles.
U n a emoción, m á s g r a n d e q u e a q u e l l a
idea, se a p o d e r a del e s p e c t a d o r d e la esce-
n a : la emoción inefable de la g r a n d e z a
del h o m b r e , a p e s a r de su p o q u e d a d i n t r í n -
seca. E s t e r e y p r e c a r i o de la creación q u e
se llama el h o m b r e , t r a b a j a d o p o r la hos-
tilidad p e r m a n e n t e d e s u s s u b d i t o s y la re-
b e l d í a de sus v a s a l l o s m á s p o d e r o s o s q u e él
p e r s e g u i d o p o r las c o n s p i r a c i o n e s y las in-
t r i g a s de su corte, e n g a ñ a d o y escarneci-
do p o r s u s a y u d a s de c á m a r a : s o b e r a n o ilu-
sorio c u y o r e i n o es u n a í n s u l a i n s u r g e n t e ,
c u y a corona es de e s p i n a s y c u y o cetro pe-
sa m e n o s q u e u n a c a ñ a : e m p e r a d o r de ope-
reta d e c u y o p o d e r se befa u n a c o m p a r s a
y c u y o s s u e ñ o s de gloria corea u n a m ú s i c a
bufa, es, sin e m b a r g o , r e l a t i v a m e n t e p o d e r o -
so, h u m a n a m e n t e g r a n d e , d i v i n a m e n t e heroi-
co. Sin d i s p u t a a l g u n a , es m á s a u d a z que 1
g r a n d e , o, mejor dicho su g r a n d e z a está he-

44 ELOY FARIÑA N ü S l i Z
cha de a u d a c i a . Lo q u e p r i n c i p a l m e n t e ma-
r a v i l l a en el vuelo artificial es ¡a t e m e r a r i a
o s a d í a del ser infinitamente débil q u e inten-
ta e n s e ñ o r e a r s e de las f u e r z a s i n c o n m e n s u -
r a b l e s del u n i v e r s o .
I n c l i n ó m e a creer q u e esta c o n q u i s t a n o
ha de ser m á s t r a n s c e n d e n t a l q u e la invención
del telescopio, ojo infinito q u e e s c r u t a atre
v i d a m e n t e el m u n d o de los a s t r o s , ni q u e la
del microscopio, r e t i n a do z a h o r i q u e p e n e
tra en la o s c u r i d a d de las m a s a s celulares.
Pero desde ya nos proporciona una impre
sión n u e v a y única, u n a s e n s a c i ó n desoonoci-
d a q u e completa y en cierta m a n e r a perfeccio-
n a la visión h u m a n a : la plena sensación física
de la p e q u e n e z de n u e s t r o p l a n e t a , experi-
m e n t a d a p o r e x t e n s i ó n del s e n t i m i e n t o de
p o q u e d a d de las cosas s u b l u n a r e s q u e llena
t o t a l m e n t e el á n i m o de los a v i a d o r e s cuaii-
d o a s c i e n d e n a las a l t u r a s . Y digo la sensa-
ción física, p o r q u e i n t e l e c t u a l m e n t e p u e d o
g u s t a r s e de esta emoción, c o n t e m p l a n d o e!
firmamento estrellado.
R e n á n q u e r í a q u e se viese y c o n s i d e r a s e
el e s p e c t á c u l o de la v i d a h u m a n a desde
u n a a t a l a y a cósmica, tal como Sirio, p r o p o -
n i é n d o s e con ello rectificar n u e s t r a visión
'harto a d h e r i d a a la tierra p o r infinitas fuer-
zas c e n t r í p e t a s y asaz p r o p e n s a a m i r a r l a
como el c e n t r o del u n i v e r s o . El a e r o p l a n o
v i e n e a r e a l i z a r en p a r t e el deseo del emi
n e n t e filólogo p o r q u e p e r m i t e e n c a r a r la
comedia t e r r e s t r e d e s d e u n p u n t o de vis-
ta a s t r a l .
M¡?s allá, en la z o n a d é l a s altas n u b e s , r e a -
EN LA TAB.DE SERENA 45
p a r e c e el artefacto a n i m a d o como u n a r e m o t a
libélula p a r d a , en vuelo d e s c e n d e n t e . Si d e s d e
tal elevación se a l c a n z a r e a distinguir
el relieve de la superficie t e r r á q u e a , es de
i m a g i n a r s e el aspecto q u e ofrecerá este
e n o r m e c o l m e n a r h u m a n o , en a p a r e n t e re-
p o s o a esta h o r a . La a n g u l o s a a y a torna
a fijar sus ojillos azules, h a b i t u a d o al p r o -
digio S h a k e s p e a r e a n o , en el p o r t e n t o a l a d o .
Va b a j a n d o éste en dirección o b l i c u a , d e s
l i z á n d o s e más bien como un insecto t e n t a -
cular en el a m b i e n t e p u r o , s a l p i c a d o con
a l g u n a s a v e s q u e n o v u e l a n con t a n í n t e -
g r o equilibrio. E s t e n t ó r e o r u m o r s u r g e del
e s t a d i o i n m e d i a t o y v a a p e r d e r s e en la
a l t u r a d e s d e d o n d e d o m i n a el nefelíbata la
e x t e n s i ó n l í q u i d a , u r b a n a y a g r a r i a . Un hon-
d o e x t r e m e c i m i e n t o s a c u d e el e s p í r i t u del
e s p e c t a d o r , c u a n d o el a e r o p l a n o , y a en
v u e l o h o r i z o n t a l , p a s a p o r encima del b o s -
q u e con el peculiar r u i d o d e su m o t o r , ala
potencial q u e c o m p a r t e con el c ó n d o r el
d o m i n i o del viento. O y e s e i n s t a n t e s d e s p u é s
el clamor triunfal d e la multitud q u e cele-
b r a la magnífica y m o d e r n a p r o e z a .
A poco v u e l v e a c o b r a r la t a r d e su sere-
n i d a d l u m i n o s a . E l b o s q u e de P a l e r m o se'
llena do a n i m a c i ó n y de e n c a n t o . L a clari-
d a d solar cae o b l i c u a m e n t e sobi*e la dimi-
n u t a diosa do la f o n t a n a , r e a l z a n d o su b l a n -
c u r a con un m a n t o d e o r o p á l i d o . L o s á r b o -
les q u e la r o d e a n , a d q u i e r e n u n a majestad
doria. U n t r a n s e ú n t e se p a r a a c o n t e m p l a r
el S a r m i e n t o d e R o d í n , sin c o m p r e n d e r sin*
d u d a el a r t e del cósmico escultor.
Y a p r o p ó s i t o de E o d í n , evoco su i n t e r p r e .
tación e s t a t u a r i a de H u g o q u e es al mis-
mo t i e m p o u n a bella concepción del g e n i o
h u m a n o , i n t e n t o d e esplicaeión inteligente
d e los e n i g m a s del m u n d o . H e allí al g r a n
lírico con su c a r a s a t u r n a l s u r g i e n d o , al pa-
r e c e r , del fondo de un b l o q u e informe, d e
u n f r a g m e n t o de la m a t e r i a e t e r n a q u e le
s i r v e a la vez de lecho. E s el g e n i o c u y a ¿
c a b e z a r o z a el infinito y c u y o pié a r r a i g a
como u n .«armiento en las e n t r a ñ a s de¿la tie-
r r a . P o d r í a r e p r e s e n t á r s e l e y a d o t a d o de
alas o r g á n i c a s , p u e s q u e e s p i r i t u a l e s las t u v o
s i e m p r e el genio b r u j o de p o d e r s o b r e n a t u -
r a l q u e c a b a l g a a h o r c a j a d a s en u n a escoba
mágica.
L a t a r d e declina, y la s e r e n i d a d aléjase con
ella. L a p o b l a c i ó n cosmopolita de B u e n o s Ai-
r e s d e s e m b o c a p o r diferentes v í a s e n P a l e r m o .
N a d a m á s p l a c e n t e r o q u e e x p e r i m e n t a r la
s e n s a c i ó n de la s o l e d a d en medio de m u l t i t u d
t a n h í b r i d a y beocia; p e r o n o es posible
s o ñ a r p o r m u c h o t i e m p o en este flujo y
reflujo de s e r e s a n ó n i m o s q u e pasean
a b u r r i d o s . E l solitario h a de b u s c a r u n a
isla d e silencio p r o p i c i a a la v a g a medita-
ción y el s o ñ a d o r h a de h u i r de este bulli-
cio de feria g r a t o a los m e r c a d e r e s . •
Con la noche, t o r n a el cien veces m i l e n a r i o
secreto de lo celeste. L a n a t u r a l e z a indiferen-
te y p a s i v a h a b i t u a l m e n t e , r e c o b r a en la h o r a
n o c t u r n a su i m p e n e t r a b l e fisonomía d e es
finge. L a arcaica s o m b r a d e s e n v u e l v e eter-
n a m e n t e a n t e la m i r a d a h u m a n a s ü f d e n s a
u r d i m b r e de misterio. La i n m e n s i d a d ñ o s
E N LA TARDE S F R E N A 47
c i r c u n s c r i b e y c o n d e n a a g i r a r d e n t r o de un
•círculo l i m i t a d o q u e n o coincide con su ór-
bita. E n t o n c e s c o m p r e n d e m o s la p r o f u n d a
v e r d a d del p e n s a m i e n t o de F r o t á g o r a s Te-
y o : el h o m b r e es la m e d i d a de las cosas.
U n i d a d infinitesimal, i n c a p a z d e medir, p o r
d e c o n t a d o , la infinitud.
Y, m i e n t r a s dirijo u n a m i r a d a de g r a t i t u d
a la l a m e n t a b l e institutriz q u e a l e g r ó mi
reposo, d í g o m e q u e la n o c h e p a r e c e ser la
a d v e r t e n c i a de la n a t u r a l e z a de q u e n o se
h a e n t r e g a d o a u n p o r completo, con la to-
t a l i d a d de u n a a m a n t e dócil, al dominio del
hombre.
IV
Florentino Amegbíno
H a d e s a p a r e c i d o de n u e s t r a vista, como
decía con h o n d a e x a c t i t u d en t r a n c e p a r e c i d o
ia p r e s i d e n t a de la Sociedad Teosófica, Mine.
Annie B e s a n t , el g r a n c e r e b r o q u e se l l a m ó
en vicia y se llama a h o r a en la vida de la
i n m o r t a l i d a d F l o r e n t i n o A m e g h i n o . De n ú e s
t í a vista digo, p e r o n o de n u e s t r o e s p í r i t u
q u e lo ve a h o r a con m a y o r c l a r i d a d en la
g i g a n t e s c a o b r a p o r él l l e v a d a á c a b o sin
m á s afán q u e el conocimiento de la v e r d a d
y sin m á s l o g r o q u e la posesión de la ver-
d a d p o r el conocimiento.
E s i m b o r r a b l e el r e c u e r d o de este viejeci-
to a m a b l e , de voz s u a v e , modesto, lleno d e
c o r d i a l i d a d y de s a b i d u r í a . E n las diferentes
ocasiones en q u e fui á v e r l o en su g a b i n e t e d e
t r a b a j o del Museo de H i s t o r i a N a t u r a l s i t ú a
do en la calle P e r ú , lo e n c o n t r é s i e m p r e em-
b a r g a d o p o r la resolución de a l g ú n p r o b l e m a
científico, en m e d i o de u n a d e c o r a c i ó n pa-
leontológica. Fósiles y e s q u e l e t o s , clasifica-
dos a t e n t a m e n t e p o r él, se h a l l a b a n a q u í y
allá como o t r a s t a n t a s i n t e r r o g a c i o n e s á la
mirada a n a l í t i c a del sabio. U n a p a z t e n u e
r e i n a b a en el recinto. E l techo a g r i e t a d o d e
4
50 ELOY FARIÑA N ü Ñ E Z
la estancia, a! q u e dirigía la vista de vez

en c u a n d o con cierto p a v o r q u e d e l a t a b a mi
falta de a b n e g a c i ó n científica, t e m i e n d o q u e
de un m o m e n t o á otro se viniera al suelo y
n o s a p l a s t a r a á a m b o s , no p a r e c í a inquie-
t a r l e g r a n cosa.
• - H a c e a ñ o s que v e n g o r e c l a m a n d o del minis-
terio de Instrucción Pública el t r a s l a d o del Mu-
seo á otro local - d e c í a . — P e r o mis g e s t i o n e s
han resultado v a n a s Estoy cansado y voy á
r e n u n c i a r si no se me h a c e caso. E s u n a lás-
tima q u e se esté e c h a n d o á p e r d e r t a n t o te-
s o r o a c u m u l a d o á costa de i n n u m e r a b l e s es-
fuerzos Vea usted la biblioteca d o n d e el
P a r a g u a y está r e p r e s e n t a d o . E s una de las
m á s ricas del m u n d o .
¡ P o b r e g r a n d e h o m b r e ! Se Pié sin h a b e r
l o g r a d o r e a l i z a r su último s u e ñ o : i n s t a l a r el
M u s e o — ¿ n o s e r í a m á s p r o p i o decir Ateneo?
- en un edificio decente y p r e s e n t a b l e . E s t e
p e n s a m i e n t o h a b r á sido su última a m a r g u -
ra, al s u m e r g i r s e en el s e n o del i m p e n e t r a
ble misterio q u e él d i s m i n u y ó con las intui-
ciones y las c o n q u i s t a s de su genio. P o r q u e
él llenó la c é l e b r e ' l a g u n a , q u e p r e s e n t a b a
la teoría de Darwin, con su 'homúnculus
p a t a g ó n i c u s ' , ser concreto concebido y a m a -
;
s a d o en el l a b o r a t o r i o de este doctor W a g -
ner argentino
R e l e y e n d o su o b r a , es decir, la p a r t e de
ella q u e m á s seducción tiene p a r a mí, me
h a n l l a m a d o p r i n c i p a l m e n t e ta atención los
p a s a j e s q u e transcribo» P e r t e n e c e n á su con-
ferencia t i t u l a d a "Mi C r e d o " , la exposición
m á s sintética y sistemática de su o b r a de sa-
51
bio y de p e n s a d o r . Dice en u n o de ellos:

" L a m a t e r i a es ia s u b s t a n c i a p a l p a b l e q u e
llena el Universo, y n o p o d e m o s figurár-
nosla sino o c u p a n d o espacio; es e v i d e n t e q u e
la porción del espacio o c u p a d a p o r u n á t o m o
de materia n o p u e d e ser o c u p a d a á la vez
p o r otro. L a m a t e r i a no t u v o principio, ni ten-
d r á fin.. Q u e es i n d e s t r u c t i b l e , es e v i d e n t e ,
p u e s t o q u e no es concebible la p o s i b i l i d a d de
s a c a r l a fuera del e s p a c i o . "
La m a t e r i a no t u v o principio, ni t e n d r á
fin....¡Oh, Grecia, e t e r n a m e n t e a c t u a l y flo-
reciente, las concepciones de t u s filósofos, en
las cuales n o q u i e r e v e r el b a l b u c e o de la
ciencia positiva de hoy, se confirman y co-
r r o b o r a n c a d a día!
¡Qué magnífica r e h a b i l i t a c i ó n de tu doctri-
na, o h viejo Z e n ó n de Elea, c o n s u m a d o dia-
léctico, d i s c u t i d o r s e m p i t e r n o , m u r m u l l o del
A g o r a , saco de sofismas, o d r e de a r g u c i a s ,
t r a s t r o c a d o r de v e r d a d e s , p r e s t i d i g i t a d o r de
la filosofía, la astucia de Ulises a p l i c a d a á
la c o s m o g o n í a y á la a n t r o p o g e n i a , la con-
tradicción p r o c l a m a d a como principio r a c i o n a l
de la gnosis, la v e r d a d p o l í c r o m a , la justi-
cia c a m b i a n t e , la v i r t u d multiforme, el bien
i r i z a d o ! H a c e m á s de mil a ñ o s , tú. eleata so-
c a r r ó n y circunflejo, dijiste q u e la m a t e r i a
n o t e n í a principio, ni t e n d r í a fin, con g r a n
a l b o r o z o de tus c o n t e m p o r á n e o s q u e n o p o -
d í a n s o p o r t a r tu s u p e r i o r i d a d d i s f r a z a d a de
marrullería.
Dice A m e g h i n o en o t r o p a s a j e : " P u e d e ,
p u e s , concebirse sin q u e sea u n contrasenti-
do n i esté en contradicción con- las leyes
ELOY FARIÑA N U Ñ E Z
n a t u r a l e s " e n v i g e n c i a " , la posibilidad d e

q u e p u d i e r a n existir u n cierto n ú m e r o d a
o r g a n i s m o s i n m o r t a l e s q u e v i v i e r a n constan-
temente á e x p e n s a s del r e s t o del m u n d o
o r g á n i c o " . Y a ñ a d e : " L a tendencia evoluti-
va hacia u n a m a y o r l o n g e v i d a d es g e n e r a l
y m u y a c e n t u a d a en los o r g a n i s m o s supe-
r i o r e s . P e í o el h o m b r e , con su s a b e r p o -
d r í a h a c e r algo m á s : e n c a m i n a r la evolu-
ción, d a r l e dirección y colocarse r e s u e l t a
m e n t e en el c a m i n o de la i n m o r t a l i d a d " .
¡Os veo sonreír, en el fondo d e los siglos,.
P i t á g o r a s de S a m o s y P l a t ó n ! Divinos maes-
tros, ¿no p r e d i c a s t e i s v o s o t r o s las m i s m a s
ideas? Tú, esclarecido hijo de Apolo Pitio,
¿no c r e í a s en la existencia de los o r g a n i s m o s
i n m o r t a l e s de q u e h a b l a A m e g h i n o como
u n a p o s i b i l i d a d científica? Y tú, P l a t ó n el
p i t a g ó r i c o , ¿no s o s t e n í a s t a m b i é n lo mismo?"
H é a q u í q u e la ciencia del siglo XX r a
tífica los p r i m e r o s p e n s a m i e n t o s q u e a c u d i e -
r o n a la m e n t e del h o m b r e a n t e los a r c a n o s
p r o b l e m a s del m u n d o y de la vida. N o t a d
c ó m o p o r diferentes v í a s llegan a n t i g u o s y
m o d e r n o s a las m i s m a s hipótesis; advertid:
cómo ni las p a l a b r a s h a n v a r i a d o ; ved có-
mo ni s i q u i e r a el p e n s a m i e n t o ha encon-
t r a d o u n a forma m á s e l e g a n t e o un giro-
m á s preciso.
N a d a a m e n g u a esta t a n g e n c i a de pareceres-
el v a l o r y la o r i g i n a l i d a d del c r e d o científico'
de A m e g h i n o . E s cierto q u e el círculo de la
o r i g i n a l i d a d a b s o l u t a en los d o m i n i o s de la
ciencia, del arte, de la m o r a l , de la r e l i g i ó n
y de la política, es h a r t o limitado; p e r o no-
FLORENTINO AME&HINO 53
« s m e n o s e v i d e n t e el h e c h o de q u e c a d a día
hacemos verdaderos descubrimientos perso-
nales en t o d a s las esferas del s a b e r h u m a n o .
L a v i d a es u n a serie de r e v e l a c i o n e s y do
h a l l a z g o s p a r a el h o m b r e q u e viene al m u n -
d o , i g n o r a n t e de todo, sin e x p e r i e n c i a de
n a d a , sin r e c u e r d o s de un d o l o r u n i v e r s a l ,
sin r e m i n i s c e n c i a s de u n a vida a n t e r i o r , sin
c o n o c i m i e n t o de un sol q u e n a c e y m u e r e
d i a r i a m e n t e , de u n a r a z ó n q u e vacila á ca-
d a p a s o en su cerebro, de un s e x o q u e eter-
niza su especie y de u n a m u e r t e q u e cons-
t a n t e m e n t e la r e n u e v a .
El adolescente q u e de p r o n t o e m p i e z a á d a r -
se c u e n t a del m u n d o q u e le rodea, al ad-
q u i r i r el pleno u s o de la r a z ó n , d e s c u b r e r e a l -
m e n t e q u e algo divino tiembla en la profun
d i d a d de su conciencia como un s i g n o de su
s u p e r i o r i d a d s o b r e el u n i v e r s o o r g á n i c o . Y
así d e s c u b r e s u c e s i v a m e n t e la vida, el a m o r ,
el placer, la a n g u s t i a , la n a t u r a l e z a y s u s as-
pectos, t o d o el viejo d r a m a , en fin, del vie-
j o h a b i t a n t e de este p l a n e t a . D e s c u b r i m i e n -
tos de M e d i t e r r á n e o s , q u e circulan en los
cinco c o n t i n e n t e s del e s p í r i t u h u m a n o , consti-
tuyen, en definitiva, n u e s t r a existencia.
¿Qué es la e x p e r i e n c i a sino la s u m a de
n u e s t r o s d e s c u b r i m i e n t o s y de n u e s t r a s con-
q u i s t a s s o b r e la n a t u r a l e z a e t e r n a del
h o m b r e ? ¿Qué o t r a cosa es la s a b i d u r í a si-
no la imposibilidad de d e s c u b r i r hemisferios
desconocidos y polos i g n o r a d o s en el pe-
q u e ñ o y en el g r a n d e m u n d o ?
Al h a c e r n o t a r la i d e n t i d a d de la t e o r í a
dei sabio m u e r t o con la de sus a n t e c e s o r e s ,
n o intento, p u e s d i s m i n u i r los méritos del

p r i m e r o . A p u n t o s i m p l e m e n t e un hecho q u e ,
a n t e s q u e u n a c e n s u r a , importa un elogio.-
Su v i d a vale t a n t o como su o b r a . E n un
a m b i e n t e , no hostil, sino indiferente é inca-
paz de c o m p r e n d e r la g r a n d e z a de la inves-
tigación científica, A m e g h i n c se c o n s a g r ó
con u n a a b n e g a c i ó n de p r e d e s t i n a d o á los estu-
dios de la a n t r o p o l o g í a y de la paleontolo-
gía. E n vez de s e g u i r los triviales s e n d e r o s
de la l i t e r a t u r a , ciencia fácil en el s e n t i r de
la m a y o r í a q u e la cultiva en sus r a t o s de
ocio, p e r o no tan fácil p a r a los q u e h e m o s
p a d e c i d o los r i g o r e s de la sed y las fíageia
ciones del h a m b r e p o r ella y p a r a los q u e
h e m o s d a d o n u e s t r o t r i b u t o de l á g r i m a á
la b e l l e z a - ¡ l o a d a sea ella s o b r e la t i e r r a !
—ó los no m e n o s triviales s e n d e r o s del de-
recho, ciencia i g u a l m e n t e llana p a r a los car-
t u l a r i o s q u e s i g u e n r u m i a n d o la j u r i s p r u -
dencia de R o m a y la r a z ó n m e d i o e v a l es-
crita de las Siete P a r t i d a s q u e son a h o r a
oomo siete s u m a s injurias á las n u e v a s ta-
blas del derecho,—el h u m i l d e m a e s t r o de es-
cuela a b r a z ó la a r d u a disciplina de la cien-
cia p u r a , e n t r e los motes de i g n o r a n t e y
de loco con q u e p r e t e n d í a a p l a s t a r l o el ne-
cesario coro de imbéciles q u e a c o m p a ñ a á
los g e n i o s , como u n a zona de s o m b r a p a r a
h a c e r r e s p l a n d e c e r el círculo l u m i n o s o q u e ro-
d e a sus c a b e z a s .
Y este h o m b r e , desconocido y vilipendia-
d o u n día, h a b r í a de d a r m á s t a r d e c a r t a
d e c i u d a d a n í a u n i v e r s a l á su p a í s en los-
círculos científicos de a m b o s m u n d o s .
KL0RÉNT3 , \ 0 AMEUHINO
¡Y á u n v a r ó n de tal m a g n i t u d , no se t r i b u t ó
n i n g ú n h o n o r oficial en el día de su entie-
r r o c u a n d o d e s d e un p u n t o al otro de la
República, la i n t e l e c t u a l i d a d a r g e n t i n a y, con
ella, la ciencia m u n d i a l , l a m e n t a b a su p a r t i -
da sin r e t o r n o !
Mas, ¿qué i m p o r t a e?oV C i e r t a m e n t e , n a d a .
Su o b r a q u e d a ahí, sólida y g i g a n t e s c a co-
mo el e s q u e l e t o de los a n i m a l e s p r i m a r i o s
q u e e s t u d i ó toda su vida. El tiempo d a r á
á la v e r t e b r a c i ó n de sus libros la consisten-
cia calcárea de los fósiles p e r t e n e c i e n t e s á
las f a u n a s m o n s t r u o s a s de las épocas desa-
p a r e c i d a s . L a s g e n e r a c i o n e s v e n i d e r a s reco-
r r e r á n sus p á g i n a s como las lecciones de u n
i n m e n s o Museo. Y su r e c u e r d o ha de p e r d u -
rar y adquirir mayor verdor cuando otras
n o t o r i e d a d e s oficiales se h a y a n d e s v a n e c i d o
ya en el i n m e n s o , en el triste olvido.
V
La herida de Amfortas
H e m o s asistido n u e v a m e n t e este a ñ o a la
r e p r e s e n t a c i ó n de «Parsifal» en el v a s t o r e
cinto municipal del t e a t r o Colón. E s de re-
c o r d a r q u e B u e n o s Aires fué la t e r c e r a o
c u a r t a c i u d a d del m u n d o en q u e se escuchó
la t r a g e d i a mística, a u t o s a c r a m e n t a l o es-
pectáculo s a g r a d o del Maestro, a poco de
h a b e r c a í d o la o b r a en el d o m i n i o pvíblico.
E l éxito q u e o b t u v i e r a el a ñ o p a s a d o a n t e
el d e v o t o y a t e n t o a u d i t o r i o del Coliseo h a
sido ratificado p o r los públicos de las capi-
tales e u r o p e a s y c o r r o b o r a d o por el n u e s t r o .
Q u i e r o h a c e r r e s a l t a r el significado de este
éxito como u n s i g n o del e s t a d o moral de!
m u n d o m o d e r n o y p a r a edificación t a m b i é n
d e los q u e t r a b a j a n p a r a el p o r v e n i r y se
e n c o m i e n d a n a la plena justicia de la pos-
teridad.
Ley c o n s t a n t e y n o t o r i a de las v i d a s ex-
celsas ha sido s i e m p r e la n e g a c i ó n de su
exeelsitud por s u s c o n t e m p o r á n e o s . N u e s t r o s
actos, r e a l i z a d o s en el p r e s e n t e , se a q u i l a t a n
en su total v a l o r en el p o r v e n i r . N u e s t r o s
c o e t á n e o s , e g o í s t a s y miopes, n o n o s p e r d o -
n a n el p e c a d o o r i g i n a l de n u e s t r a humani-
d a d . A s e m e j a n z a de a q u e l p o p u l a c h o q u e
p e d í a a J e s ú s , e n c l a v a d o en el m a d e r o ,
m u e s t r a s t a u m a t ú r g i c a s de su condición de
Dios p a r a creer en él, suelen e x i g i r n o s p r u e -
bas de una d i v i n i d a d q u e no está al alcan-
ce de la n a t u r a l e z a h u m a n a . Si a p e n a s lo-
g r a m o s a l c a n z a r la perfección, m e n o s p o d e -
mos ser p l u s c u a m p e r f e c t o s .
Gracián, con su p r o f u n d o conceptismo ha-
bitual, dice en u n a de sus o b r a s q u e la
presencia es el e n i g m a de la fama». Admi-
rable sentencia, en v e r d a d . F o r z o s o nos es
vivir por esencia o por potencia p a r a ser
j u z g a d o s libre e i m p a r c i a l m e n t e . La luz q u e
i r r a d i e n u e s t r a o b r a , la belleza en q u e res-
pire n u e s t r o p e n s a m i e n t o , la elevación a q u e
ascienda n u e s t r o espíritu, ¿no son o t r a s
tantas interrogaciones a nuestra humana y
c o r p o r a l presencia? Cuesta c o n c e b í ' q u e e l
o r o se e x t r a i g a de la escoria y q u e la flor
d e b a su n a c i m i e n t o a la o b s c u r a faena de
elementos humildes. Cuesta c o m p r e n d e r q u e
la h e r m o s u r a p e r e g r i n a de la m a r i p o s a se
duplica a n t e el hecho de h a b e r s u r g i d o de
una l a r v a , así como la o b r a bella del hom-
bre g a n a en mérito si se c o n s i d e r a la g r o -
sera m a t e r i a p r i m a de d o n d e ha salido. Y
no se s a b e cuál de a m b a s cosas es más ad-
mirable: si ¡a llama q u e b r o t a de la leña
(¿Lcendida o las c h i s p a s de luz q u e d e s p i d e
el b a r r o en el cual p u s o la N a t u r a l e z a un
destello del e s p í r i t u inteligente d i s p e r s o en
sus o b r a s .
No iban d e s c a m i n a d o s en sus juicios los
d e t r a c t o r e s de R i c a r d o W a g n e r c u a n d o cali-
LA HERIDA D E AMFORTAS
ficaron su música d e s p e c t i v a m e n t e de •«mú-

sica del p o r v e n i r » . Del p o r v e n i r de W a g n e r
y d e sus críticos, al m e n o s . L a s a c t u a l e s
.generaciones, q u e c o n s t i t u y e n la p o s t e r i d a d
del c r e a d o r dei d r a m a musical, ¿ g u s t a n por
v e n t u r a de o t r a música q u e de la wagne-
r i a n a ? H a s t a el e s n o b i s m o se ha aliado de-
p a r t e del músico del p o r v e n i r . U n o es aho-
ra w a g n e r i a n o , como era, a y e r no m á s ,
b e e t h o v e n i a n o . No e n t u s i a s m a r s e a n t e la
audiencia de un trozo del m a e s t r o alemán
a r g u y e c a r t a de c i u d a d a n í a beocia. D o r m i r -
se en los l a r g o s p a r l a m e n t o s de «El Anillo
de los Nibelungos» es un acto de herejía,
a u n q u e el b u e n W a g n e r n o deja de d o r m i -
tar en veces, como el p a d r e H o m e r o y el
d e s p a b i l a d o H o r a c i o . ¿Qué falta p a r a com-
pletar la p o s t u m a apoteosis del genio ale-
mán? N a d a . Tiene su templo en su t e a t r o
de B a y r e u t h , se c o m e n t a a p a s i o n a d a y di-
v e r s a m e n t e su o b r a , se f u n d a n en t o d o s los
r i n c o n e s del m u n d o civilizado s o c i e d a d e s
q u e p r o p a g a n su c r e d o artístico como si-
fuera rito e x o t é r i c o y a v i v a n el fuego sa-
g r a d o de la a d m i r a c i ó n por el Maestro. La
música del p o r v e n i r h a triunfado, p u e s , al
cabo ríe medio siglo de a g r i a s d i s p u t a s y
de o b s t i n a d a i n c o m p r e n s i b i l i d a d .
P e r o n o es, p r e c i s a m e n t e , éste el aspecto,
de e n t r e los m u c h o s q u e ofrece el triunfo
de «Parsifal», el q u e i n t e n t o p o n e r en relie-
ve; h a y otro, v i n c u l a d o con el e s t a d o de
conciencia de la h u m a n i d a d c o n t e m p o r á n e a , ,
más i m p o r t a n t e a mi e n t e n d e r y q u e l l a m a
s i n g u l a r m e n t e mi atención.
ELOY FARIÑA NUÑEZ
Conocéis, sin d u d a , el a r g u m e n t o de «Par-

sifal». P u e d e r e s u m i r s e en c u a t r o líneas-: el
r e y Amfortas, d e s i g n a d o por su p a d r e Ti-
t u r e l p a r a s u c e d e r l e como jefe de la o r d e n
<íe c a b a l l e r í a del s a n t o Grial y como ofician-
te, p o r ende, del d i v i n o ministerio de la
E u c a r i s t í a en una capilla o castillo de Mon-
salvat, s i t u a d o en u n a v a g a E s p a ñ a gótica,
d o n d e se c o n s e r v a la l a n z a q u e hirió el
« o s l a d o de Cristo, h á l l a s e en la imposibili-
d a d de cumplir con su s a g r a d o ministerio
p o r h a b e r i n c u r r i d o en p e c a d o . W a g n e r , q u e
g u s t a de h a c e r plásticos los s í m b o l o s y los
mitos, n o s p r e s e n t a este e s t a d o e s p i r i t u a l
del p e c a d o bajo la forma de u n a herida,
s i e m p r e a b i e r t a y s a n g r a n t e , en el c o s t a d o
de A m f o r t a s . ¿Quién s a n a r á la i n c u r a b l e y
s a c r a h e r i d a del r e y ? H i e r b a s medicinales y
b á l s a m o s m a r a v i l l o s o s son i m p o t e n t e s : úni-
c a m e n t e la l a n z a q u e i r a n s p a s ó el costado,
p o d r á c u r a r l a . El r e y A m f o r t a s gime de do-
lor. ¿Deí dolor de la h e r i d a o del sentimien-
to q u e le c a u s a el no p o d e r a l z a r con pu-
reza la copa de la R e d e n c i ó n ? E s m e n e s t e r
oir en el t e a t r o las a m a r g a s q u e j a s del so-
b e r a n o h e r i d o p a r a e x p e r i m e n t a r el inefable
escalofrío del dolor h u m a n o y místico. P e r o
su voz se a p a c i g u a de p r o n t o y a d q u i e r e
inflexión celeste, al a n u n c i a r el a d v e n i m i e n -
to del h é r o e pío p r o m e t i d o q u e h a de sal-
v a r l o . El tema p e r t i n e n t e q u e e n t o n c e s di-
seña la o r q u e s t a es a r r o b a d o r y angélico.
Mas hete a q u í q u e a p a r e c e Parsifal, el lo-
co casto, q u e se a p i a d a , conforme a la p r o -
fecía, del dolor de Amfortas, y r e c o n q u i s t a
LA HERIDA D E AM FORT AS 61
la l a n z a del m a g o Klingsor, d e s p u é s de h a -
ber r e s i s t i d o las t e n t a c i o n e s de K u n d r y , la
salvaje c r i a t u r a , a v a t a r de H e r o d i a s , q u e
ya v a hacia el bien o hacia el mal, s e g ú n
los influjos benéficos o funestos q u e en ella
se dejen sentir. Parsifal, con la s a g r a d a lan-
za r e c u p e r a d a , c u r a la h e r i d a de Amfortas
y sucede a éste en la d i g n i d a d de jefe de
los c a b a l l e r o s del s a n t o Grial. Y m i e n t r a s
alza el cáliz, q u e r e s p l a n d e c e r e p e n t i n a m e n -
te, bajo la cúpula del templo b i z a n t i n o , u n a
b l a n c a p a l o m a , q u e se d i r í a el P a r á c l i t o , se
cierne s o b r e la c a b e z a del elegido y todos
p r o c l a m a n el m i l a g r o de la R e d e n c i ó n .
T a l la fábula, e s e n c i a l m e n t e mística, c o m o
se ve. E n ella se mezcla el misterio euca-
rístico del c r i s t i a n i s m o con la doctrina d e
la r e e n c a r n a c i ó n del b u d i s m o . Más la ten-
dencia e v i d e n t e de la o b r a es la glorifica-
ción del c r i s t i a n i s m o en su e v a n g e l i o de la
r e d e n c i ó n p o r la p i e d a d , la p u r e z a , el d o l o r
y la fe. M a l g r a d o su profesión de fe scho-
p e n h a u e r i a n a , t o c a d a de b u d i s m o m a s o me-
nos p u r o , R i c a r d o W a g n e r p a r e c e h a b e r
q u e r i d o d e s p e d i r s e del m u n d o con u n a o b r a
religiosa q u e c a n t a s e la gloria del cristia-
n i s m o . I n c l i n ó m e a creer q u e s e p r o p u s o
d e s p e r t a r con esta t r a g e d i a s a g r a d a la me-
lodía infinita del s e n t i m i e n t o religioso- W a g '
n e r creía q u e las o b r a s m a e s t r a s del a r t e
musical d e b í a n de ser de c a r á c t e r religioso y
h a b l a n d o d e la V I I y V I I I sinfonías de
B e e t h o v e n , d a a e n t e n d e r su a d m i r a c i ó n
p o r o b r a s q u e c a u s a s e n en el á n i m o senti-
mientos de la r e l i g i o s i d a d m á s e l e v a d a .
•62 ELOY FARIÑA ÑOÑEZ
¿Os h a b l a r é de la p a r t i t u r a de «Parsifal»?
Ello no es n e c e s a r i o a mi p r o p ó s i t o ; p e r o
no r e s i s t o a la tentación de s e ñ a l a r la ma-
g o s t a d dórica del tema del á g a p e , la ento-
nación épica del motivo q u e c a r a c t e r i z a el
h e r o í s m o de Parsifal y el aire triunfal de
la frase q u e p r e c e d e o a c o m p a ñ a a la lanza.
Y es de h a c e r s e n o t a r q u e Wagner echó
m a n o en esta o b r a de u n a g a m a g r i e g a q u e
h a s o b r e v i v i d o en la cantinela de los salmos,
o sea el m o d o hipolidio intenso, q u e d i r í a
G e v a e r t , y el cual e r a el tono fundamental
de la música helénica. ¡ I m a g i n a d u n a melo-
pea a n t i g u a , a r m o n i z a d a p o r W a g n e r ! Veo
a B e e t h o v e n c o m p o n i e n d o su VI sinfonía,
la d i v i n a P a s t o r a l , s o b r e aires p o p u l a r e s
austríacos.
El triunfo de «Parsifal» se d e b e n o sola-
m e n t e a la fascinación de su belleza miste-
riosa, solemne, p r o f u n d a , mística y h u m a n a ,
sino t a m b i é n al e s t a d o de e s p í r i t u del m u n -
do en los actuales m o m e n t o s . El éxito del
e s p e c t á c u l o s a g r a d o del M a e s t r o es t a m b i é n
el éxito, c a d a vez m á s creciente, del misti-
cismo en n u e s t r a época. La h u m a n i d a d de
n u e s t r o siglo lleva en su costado la h e r i d a
d e A m f o r t a s . ¿Y q u é significa A m f o r t a s si-
n o la especie dolorida, a n h e l a n t e de fé en
el e r r o r ? Ved gemir a la sociedad p r e s e n t e
bajo el peso del m a t e r i a l i s m o mas e s t r e c h o
y d e s o l a d o ¿Quien será c a p a z de c u r a r es-
t a p r o f u n d a llaga del m u n d o c o n t e m p o r á -
neo? L a ciencia e x p e r i m e n t a l y o b j e t i v a am-
plía n u e s t r o p o d e r s o b r e la N a t u r a l e z a , p e r o
iio explica s a t i s f a c t o r i a m e n t e n u e s t r o o r i g e n ,
LA HERIDA D E AMFOKTAS 63
ni n u e s t r o destino. E l positivismo científico

ha a h o n d a d o m á s la g r a v e d a d de los pro-
b l e m a s finales. A f i r m a r q u e n o existe el al-
ma, a p o y a d o en la constitución q u í m i c a y
física de n u e s t r o o r g a n i s m o , e q u i v a l e a sos-
t e n e r u n a c o n j e t u r a ; a s e g u r a r q u e existe el
alma y q u e esta alma es i n m o r t a l significa
í.iantener o t r a hipótesis. Y e n t r e dos su
p u e s t o s , q u e a s p i r a n a ser v e r d a d e s , la hu-
m a n i d a d con c e r t e r o i n s t i n t o h a de o p t a r
p o r la hipótesis m á s c o n s o l a d o r a .
P r e c i s o es a d m i t i r u n a sed de idealismo
en todos los e s p í r i t u s e l e v a d o s de n u e s t r o s
d í a s , h a r t o s de las c ó m o d a s y s o c o r r i d a s
explicaciones de u n a ciencia p r e s u n t u o s a
q u e j u e g a a la gallina ciega a orilla del
m u n d o i n m e n s o de lo desconocido. Y este
a n h e l o de h o r i z o n t e s m á s v a s t o s q u e los
finitos del p r o s a í s m o d e n u e s t r a e d a d , mués-
t r a s e p a t e n t e en la b o g a de las doctrinas
h u m a n i t a r i a s y r e l i g i o s a s q u e p r e g o n a n la
f r a t e r n i d a d u n i v e r s a l o el r e t o r n o al ideal
místico y en ia difusión de los s i s t e m a s fi-
losóficos q u e nos h a b l a n del s o b e r a n o p o d e r
de la intuición. Sí, en medio de esta a g u d a
crisis de la conciencia u n i v e r s a l , a p a r e c i e s e
u n a escuela e s p i r i t u a l i s t a sabial, las a l m a s
se a r r o j a r í a n a su s e n o con el é x t a s i s con
q u e el m u n d o a n t i g u o se p r e c i p i t ó en bra-
zos del c r i s t i a n i s m o n a c i e n t e .
E n s e m e j a n t e s c i r c u n s t a n c i a s , la a p a r i c i ó n
de «Parsifal» t e n í a q u e ser a c o g i d a como
u n oasis de fe en algo m e n o s r e l a t i v o q u e
la v e r d a d científica, p u e s t o q u e n o n o s sa-
lisface ni la belleza de K u n d r y , e n c a r n a c i ó n
del placer de los sentidos, ni n o s b a s t a el

p o d e r del m a g o Klingsor, el d u e ñ o del jar-
dín e n c a n t a d o d o n d e m o r a n las m u j e r e s flo-
res.
R e s t a p o r c o n q u i s t a r la l a n z a q u e c u r e
la h e r i d a de n u e s t r o siglo enfermo, s i e m p r e
abierta.
Vi
Nuevo ideal a m e r i c a n o
Yo n o sé p o r q u é me siento i n t e n s a m e n t e
a m e r i c a n o , sin dejar de ser a r d i e n t e m e n t e
p a r a g u a y o , como lo hiciera c o n s t a r en u n
convivio a u g u r a l don Manuel Sosa E s c a l a d a ,
con p a l a b r a s q u e llegaron al fondo de mi
c o r a z ó n . Acaso el espectáculo de las d i v e r s a s
r a z a s f o r á n e a s q u e i m p r i m e n a c e n t u a d o carác-
ter cosmopolita a la c i u d a d d o n d e vivo, h a y a
a f i r m a d o en mí el s e n t i m i e n t o a m e r i c a n o . Lo
cierto es q u e la reciente g u e r r a n o h a h e c h o
sino fortalecerlo. Y hoy, m á s q u e n u n c a , me
siento c i u d a d a n o de América.
C u a n d o en 1914 estalló la g u e r r a y el
m u n d o civilizado c o m e n z ó a d i v i d i r s e en dos
p a r t i d o s , c o m p r e n d í q u e mi actitud, frente a
la lucha e u r o p e a , n o p o d í a ser sino ameri-
cana. E n t e n d í a p o r actitud a m e r i c a n a la se-
ñ a l a d a p o r el p r e s i d e n t e Wilson en su m e n s a j e
al C o n g r e s o s o b r e la p a z sin victoria y creía
c o m p a t i b l e s con ella, mi s i m p a t í a p o r F r a n c i a ,
d e c o r o d e n u e s t r a civilización, mi a d h e s i ó n
a la c a u s a d e Bélgica h o l l a d a y mi a d m i r a -
ción hacia Alemania, p a t r i a de la filosofía y
la m ú s i c a . P e r o , l i m i t a d a , como e s t u v o , la
g u e r r a en s u s comienzos a u n d u e l o m o r t a l
5
entro dos g r a n d e s imperios, militar el u n o

y n a v a l el otro, se s o b r e p o n í a en mí la con-
sideración de q u e se t r a t a b a de un conflicto
e s e n c i a l m e n t e e u r o p e o , frente al cual d e b í a
permanecer neutral.
A ñ o s a n t e s de la convulsión, h a b í a a b r i -
g a d o el deseo de r e c o r r e r las p r i n c i p a l e s na-
ciones del Viejo M u n d o con el i n t e n t o d e
escribir un estudio bien d o c u m e n t a d o s o b r e
la civilización e u r o p e a . D e s d e a q u í p a r e c í a -
me v e r a l g u n o s s i g n o s de d e c a d e n c i a en
los aspectos e x t e r n o s de esta civilización y
q u e r í a c o m p r o b a r , en los c e n t r o s m á s b r i l l a n -
tes de la c u l t u r a e u r o p e a , si tales s í n t o m a s
de d e s c e n s o se e x t e n d í a n t a m b i é n a las p a r t e s
í n t i m a s , d i r é c o n s t i t u t i v a s , de dicha c u l t u r a .
Como c i u d a d a n o del N u e v o M u n d o i n t e r e s á -
b a m e conocer el e s t a d o de la civilización g e n t i -
licia, v e r cuales e r a n sus defectos c o r r i e n t e s
y t e n d e n c i a s y deducir, en fin, hacia q u é
l a d o del m u n d o d i r i g í a su m a r c h a o a q u é
c o n t i n e n t e e n t r e g a r í a la a n t o r c h a s a g r a d a ,
q u e p a r e c í a p r ó x i m a a e x t i n g u i r s e en s u f o c o
s e c u l a r de i r r a d i a c i ó n . Algo d é l a a r r o g a n c i a
de la j u v e n t u d , de la j u v e n t u d de n u e s t r o
C o n t i n e n t e , i n s p i r a b a esta c u r i o s i d a d mía.
No h a b í a desistido de mi p r o y e c t o , c u a n d o
s o b r e v i n o la g u e r r a . Vi i n m e d i a t a m e n t e en
ella la confirmación de mi p a r e c e r . E x a m i n a -
da, en efecto, d e s d e un p u n t o de vista s u p e -
r i o r y con criterio a m e r i c a n o , la g u e r r a e u r o -
p e a significaba la crisis de la civilización en
su faz m o r a l . Si siglos e n t e r o s de c u l t u r a ,
de e s p i r i t u a l i d a d , de ciencia, de religión, de
moral, de filosofía y d e a r t e n o p u d i e r o n
NUEVO I D E A L AMERICANO G7
m e j o r a r el alma de los p u e b l o s , q u e n o en-

c o n t r a r o n o t r o medio mejor p a r a d i r i m i r sus
disidencias q u e la g u e r r a b á r b a r a y cruel,
t a l hecho q u i e r e decir sencillamente q u e h a
f r a c a s a d o su civilización m o r a l . D i g o m o r a l ;
p e r o , civilización, ¿ q u é es? U n a s u m a d e
c u l t u r a s , u n c o n j u n t o de v a l o r e s e s p i r i t u a l e s ,
de los q u e n o está e x c l u i d o el ético. Si en
la s u m a de c u l t u r a s q u e c o n s t i t u y e n la civi-
lización, falta la c u l t u r a moral, la civiliza-
ción no es completa, p o r q u é la civilización
es, a n t e todo, u n a a r m o n í a de c u l t u r a s , u n a
belleza.
La g u e r r a , i m p e r i o de la fuerza y e s t a d o
do b a r b a r i e , d e n o t a el fracnso de la m o r a l
d e u n a civilización. No h a b l o de la m o r a l
a b s t r a c t a , ni de la ética religiosa, sino de esa
m o r a l q u e a b a r c a t o d a s las c o r r i e n t e s éticas
de un p u e b l o en s u s manifestaciones s u p e -
r i o r e s . L a civilización m o r a l no está c o m p u e s t a
tínicamente de la m o r a l religiosa, sino q u e
c o m p r e n d e t a m b i é n la política, la filosófica,
la artística, la científica, la i n t e r n a c i o n a l . Y,
p a r a c o m p l e t a r mi p e n s a m i e n t o , a g r e g o q u e
e m p l e o el t é r m i n o «moral» en la acepción
amplia de la p a l a b r a , sin a l u d i r a las t a b l a s
m o r a l e s d e esta religión o de a q u e l l a filosofía^
L a lucha e n t a b l a d a e n t r e las n a c i o n e s del
Viejo M u n d o a d q u i r i ó de esta s u e r t e p a r a mí
el c a r á c t e r de un v e r d a d e r o d r a m a e u r o p e o ,
c u y o p r o t a g o n i s t a e r a la civilización misma,
la loba greco-latina q u e n o s a m a m a n t ó j u n t a -
m e n t e con el cristianismo. Ya n o p e r c i b í a en
el conflicto la r i v a l i d a d e n t r e F r a n c i a y Ale-
m a n i a , ni el c h o q u e p o s t r e r o e n t r e el feuda-
es ELOY FARIÑA NUÑEZ
lismo y la d e m o c r a c i a , sino q u e d i v i s a b a en
el fondo de la lucha l i b r a d a e n t r e dos c u l t u r a s ,
dos filosofías y dos; s i s t e m a s de g o b i e r n o , u n a
h o n d a y terrible t r a g e d i a e u r o p e a , la crisis
m i s m a de n u e s t r a civilización, vale decir, la
g r a n h o r a decisiva de la h i s t o r i a h u m a n a .
Asi veía yo la g u e r r a e u r o p e a como ciuda-
d a n o de América, e s p e c t a d o r del d r a m a con-
t i n e n t a l q u e iba e x t e n d i é n d o s e a los d e m á s
continentes.
Mas t a r d e , c u a n d o los E s t a d o s U n i d o s de-
cidieron i n t e r v e n i r en la c o n t i e n d a , ésta dejó
de ser p a r a mi un c h o q u e e m i n e n t e m e n t e
e u r o p e o p o r el h e c h o mismo de la p a r t i c i p a -
ción n o r t e a m e r i c a n a en el conflicto. C o m p r e a d í
e n t o n c e s q u e como c i u d a d a n o de la A m é r i c a
l a t i n a n o me c a b í a o t r a actitud q u e la d e
h a c e r c a u s a común con la América del N o r t e ,
nuestra h e r m a n a mayor, por solidaridad con-
tinental. C o m p r e n d í t a m b i é n q u e la i n t e r v e n -
ción de los E s t a d o s U n i d o s en la g u e r r a
e u r o p e a a s i g n á b a l e el c a r á c t e r d e u n a c r u z a -
d a idealista. L a p a l a b r a de Wilson d e b í a me-
r e c e r fe a los d e m ó c r a t a s del m u n d o .
La g u e r r a h a concluido con el a p l a s t a -
miento de A l e m a n i a y s u s a l i a d o s . No es
éste el desenlace q u e nos i n t e r e s a m a y o r -
m e n t e . Lo q u e r e a l m e n t e n o s i m p o r t a es q u e ,
j u n t o con la lucha, h a t e r m i n a d o u n a civili-
zación d e c a d e n t e y e r r ó n e a . Un n u e v o m u n -
d o comienza; un n u e v o ideal s u r g e a n t e la
h u m a n i d a d dignificada p o r el sufrimiento.
Dejemos a los e u r o p e o s q u e b u s q u e n el
s u y o y t r a t e m o s n o s o t r o s de definir el n u e s -
tro. ¿En q u é h a de consistir este n u e v o i d e a l
NUEVO IDEAL" AMERICANO 69
a m e r i c a n o . F i j e m o s p r i m e r o les a n t i g u o s idea-
les c o n t i n e n t a l e s p a r a í o r m u l a r d e s p u é s el
nuevo.
L a h i s t o r i a de a m b a s A m é r i c a s , d e s d e el
d e s c u b r i m i e n t o h a s t a el p r e s e n t e , h a g i r a d o
en t o r n o de dos ideales: el de la l i b e r t a d ,
d u r a n t e el p e r i o d o del coloniaje, y el de la
civilización, d e s d e la c o n q u i s t a de la i n d e -
p e n d e n c i a h a s t a n u e s t r o s d í a s . L o g r a d o el
ideal de la e m a n c i p a c i ó n hacia fines del siglo
X V I I I y p r i n c i p i o s del X I X , el N u e v o M u n d o
se p l a n t e ó a n t e sí mismo el de la civilización,
en el s e n t i d o i n t e g r a l del t é r m i n o , t o m a n d o
como modelo la civilización e u r o p e a . El libro
«Civilización y B a r b a r i e » de S a r m i e n t o fue
la formulación m á s elocuente del n u e v o ideal
q u e s u r g í a a n t e las s o c i e d a d e s a m e r i c a n a s
a g o s t a d a s p o r el d e s i e r t o y la a n a r q u í a , esto
es, p o r la b a r b a r i e de la t i e r r a i n c u l t a y la
b a r b a r i e del caudillaje. L a t e n d e n c i a e u r o -
p e i z a d o r a y e u r o p e i z a n t e fue el l u g a r c o m ú n
de m o d a a la sazón. E s t a t e n d e n c i a n o sólo
se r e f e r í a a las i d e a s , los h o m b r e s y l a s
instituciones, sino q u e a l c a n z a b a t a m b i é n al
r o p a j e . M i e n t r a s A l b e r d i p r o c l a m a b a la nece-
sidad de p o b l a r el d e s i e r t o con g e n t e e u r o p e a ,
S a r m i e n t o se vestía c o r r e c t a m e n t e c o m o u n
militar e u r o p e o en el ejército del g e n e r a l
U r q u i z a . P a r a e s t o s i d ó l a t r a s de lo e u r o p e o ,
la civilización e s t a b a en E u r o p a y la b a r b a r i e ,
e n América. Lo a m e r i c a n o e r a el a d u a r del
indio, F a c u n d o , la m o n t o n e r a .
Merced a la c o r r i e n t e e u r o p e i z a n t e p r o -
m o v i d a p o r los h e r a l d o s df» la civilización
e n América, n o t a r d a m o s m u c h o t i e m p o en
e u r o p e i z a r n o s p o r completo. Del i r r e p r o c h a b l e
uniforme militar e u r o p e o de S a r m i e n t o y de
la correcta ciencia política e u r o p e a de Alberdi,
p a s a m o s a la aclimatación del r o m a n t i c i s m o
de C h a t e a u b r i a n d y de H u g o en la y e r m a
pampa americana e importamos trabajo y
c a p i t a l e u r o p e o s . P o r ello, e u r o p e a es en g r a n
p a r t e la población, e u r o p e a n u e s t r a c u l t u r a
y e u r o p e o n u e s t r o espíritu. ¿Qué h a y de
a m e r i c a n o en n u e s t r a América? Muy poca
cosa, en v e r d a d . C o n t i n e n t e d e s c u b i e r t o y
c o l o n i z a d o p o r e u r o p e o s , no r e s t a vestigio
a l g u n o de a u t o c t o n í a en el N u e v o M u n d o . Y
h a s t a este d i c t a d o de N u e v o M u n d o es u n a
m e r a e x p r e s i ó n geográfica c u a n d o n o u n a
frase poética. E s cierto q u e n u e v a s constela-
ciones e s p l e n d e n en n u e s t r o firmamento, c o m o
en el s o n e t o de H e r e d i a ; p e r o , ¿cuál es el
p a n o r a m a que iluminan aquéllas? Ciudades
e u r o p e a s en medio de u n a n a t u r a l e z a ame-
r i c a n a . La n a t u r a l e z a es lo único q u e h a resis-
tido a la a r r o l l a d u r a c o r r i e n t e de e u r o p e i z a -
ción del c o n t i n e n t e a m e r i c a n o .
Yo estoy lejos de r e n e g a r de la civiliza-
ción occidental, como n o r e n i e g o de las a l t a s
y h e r m o s a s civilizaciones o r i e n t a l e s ; p e r o
t a m p o c o he de r e n e g a r de mi c i u d a d a n í a
a m e r i c a n a y de los d e r e c h o s y d e b e r e s in-
h e r e n t e s a la misma. Y mi p r i m e r d e b e r ,
mi p r i m e r derecho, como c i u d a d a n o del N u e v o
M u n d o , consiste en a n h e l a r p a r a la f u t u r a
h u m a n i d a d a m e r i c a n a u n a civilización q u e
n o concluya, como la e u r o p e a , al c a b o de los
siglos, en un epílogo de s a n g r e . Si la civi-
lización q u e está d e s a r r o l l á n d o s e en la so-
NUEVO IDEAL AMERICANO 71
ciedad a m e r i c a n a h a de t e n e r el mismo des

tino q u e la actual civilización, n o v a l e la
p e n a de p r o s e g u i r p o r la misma r u t a p a r a
l l e g a r a idéntico desenlace.
Rectifiquemos, p o r lo t a n t o , n u e s t r a m a r c h a
y t r a t e m o s en p r i m e r t é r m i n o , de c r e a r u n a
civilización a m e r i c a n a , mejor o s u p e r i o r a la
e u r o p e a . Y o n o creo q u e la civilización hu-
m a n a h a y a a g o t a d o su fuerza a s c e n d e n t e en
la a g u a s del E g e o y del M e d i t e r r á n e o y q u e
n o sea d a b l e concebir u n a civilización m á s
c o m p l e t a y a r m o n i o s a q u e la f r a g m e n t a r i a
y t r u n c a de n u e s t r o siglo. R i n d a m o s justicia
y c o n s a g r e m o s n u e s t r a a d m i r a c i ó n a la bella
civilización latina, q u e n o s ha n u t r i d o g e n e -
r o s a m e n t e y nos ha s e r v i d o de d e c h a d o ;
m á s este r e c o n o c i m i e n t o filial o áulico n o
i m p i d e q u e a b r i g u e m o s la noble ambición
de s o b r e p u j a r l a . ¿ Q u é h a b r í a sido del m u n d o
m o d e r n o si se h u b i e r a l i m i t a d o a i m i t a r al
a n t i g u o ? T e r m i n a d o el siglo do Pericles, n o
h a b r í a n florecido el siglo de A u g u s t o , el Re-
nacimiento, la R e f o r m a , la Revolución, las
á u r e a s c e n t u r i a s de la h i s t o r i a de q u e se
e n o r g u l l e c e el g é n e r o h u m a n o .
H a l l e g a d o la h o r a d e q u e América, sin
r e c h a z a r su í n t i m a s o l i d a r i d a d con la civili-
zación e u r o p e a , ni r o m p e r la c o n t i n u i d a d de
las c u l t u r a s históricas, v i v a su p r o p i a v i d a
y realice su p r o p i o destino. ¿No e r a el m u n d o
a m e r i c a n o p a r a el o r b e civilizado la g r a n
r e s e r v a de la h u m a n i d a d ? Y es la r e s e r v a
d e la civilización, t a m b i é n . Tócale, p o r con-
s i g u i e n t e , como tal, m o d u l a r un t o n o n u e v o ,
c r e a r el específico g e n i o a m e r i c a n o , como los
72 ELOY FAIU.Ñ'A NUÑEZ
d e m á s p u e b l o s c r e a r o n el s u y o . A t e n a s t u v o
el genio de la creación e s p o n t á n e a , de la es-
peculación o r i g i n a l ; R o m a nació, como c a n t a
Virgilio, con el g e n i o político; la civilización
m o d e r n a se c a r a c t e r i z a p o r el m a r i d a j e de
a m b o s genios, y la a m e r i c a n a q u e v e n d r á ,
d e b e r á p o s e e r i g u a l m e n t e u n genio p r o p i o ,
exclusivo, típico. De o t r o m o d o , A m é r i c a p a -
s a r á a la h i s t o r i a como un m u n d o sin c a r á c -
t e r ni e s p í r i t u , algo así como u n a colonia o
u n a p r o v i n c i a de E u r o p a .
M a e s t r a s a b i a y g e n e r o s a fue E u r o p a p a r a
A m é r i c a c u a n d o ésta n e c e s i t a b a de su civi-
lización p a r a e m a n c i p a r s e de la b a r b a r i e
a b o r i g e n y discípula fiel fue A m é r i c a con
E u r o p a mientras aquélla no pudo competir
con ésta en la o b r a c o m ú n de a c r e c e r el
p a t r i m o n i o de la c u l t u r a g r e c o l a t i n a . P e r o
a h o r a el N u e v o M u n d o q u i e r e c o l a b o r a r
con el Viejo C o n t i n e n t e , en esa t a r e a , q u e
p e r t e n e c e a la especie h u m a n a , y r e c l a m a
u n p u e s t o en el taller. T e n d r á a la vista el
a r q u e t i p o de la civilización e u r o p e a , su m a e s -
t r a ; p e r o se p e r m i t i r á la l i b e r t a d de a s p i r a r
a c r e a r u n a o b r a o r i g i n a l . P r o c e d e r e m o s con
r e s p e c t o a E u r o p a en la misma forma con
q u e el a r t e m o d e r n o o b r ó frente al a n t i g u o .
Sin d e j a r de a d m i r a r las o b r a s m a e s t r a s
de la a n t i g ü e d a d clásica y h a c i e n d o s u y o s
los principios e s t a b l e c i d o s p o r ella, el a r t e
m o d e r n o ha c r e a d o o b r a s o r i g i n a l e s i g u a l -
m e n t e h e r m o s a s y a d m i r a b l e s . N o s o t r o s to
m a r e m o s los e l e m e n t o s de la civilización eu-
r o p e a p a r a f o r m a r con ellos u n a civilización
p r o p i a , q u e s e r á a m e r i c a n a , p o r q u e le infun-
NUEVO IDEAL AMERICANO 73
d i r e m o s n u e s t r o p r o p i o e s p í r i t u . Ya n o n o s
c o n c r e t a r e m o s a la imitación s e r v i l de la
c u l t u r a occidental y al calco m e d i o c r e de sus
m a n i f e s t a c i o n e s s u p e r i o r e s , sino q u e a s p i r a -
r e m o s a i m p r i m i r el sello d e n u e s t r a p e r s o -
n a l i d a d a las e x p r e s i o n e s del p e n s a m i e n t o
a m e r i c a n o . Y p a r a f o r m a r e s t a civilización
a m e r i c a n a , q u e se m a n i f e s t a r á en t r e s i d i o m a s
c o n t a m o s , a p a r t e de los m a t e r i a l e s de la
c u l t u r a e u r o p e a , con u n a s c u a n t a s b a s e s p r o -
pias, tales como la d o c t r i n a de Monroe, el
p r i n c i p i o del d o c t o r D r a g o , el i d e a l i s m o de
Wilson, las t e o r í a s científicas de A r n e g h i n o ,
la filosofía de E m e r s o n , la p o e s í a de P o e ,
W a l t W i t m a n y D a r í o y la e s c u l t u r a da Z o n z a
Briano.
E s t o s p o d r í a n ser los cimientos de la f u t u r a
civilización a m e r i c a n a . Se d i r á q u e son p o b r e
cosa a ú n p a r a c o n s t i t u i r u n a civilización;
p e r o a d v i é r t a s e q u e se t r a t a del núcleo r u -
d i m e n t a r i o d e u n sistema de c u l t u r a s supe-
r i o r e s a e s t a b l e c e r s e en u n p o r v e n i r m á s o
m e n o s r e m o t o , m e d i a n t e el esfuerzo s o l i d a r i o
de las g e n e r a c i o n e s del c o n t i n e n t e a m e r i c a n o ,
q u e f o r m a r á n la unión s a g r a d a del N u e v o
Mundo.
Si q u i s i é r a m o s f o r m a r u n a civilización p r o -
pia con p r i m e r a s m a t e r i a s e x c l u s i v a m e n t e
n u e s t r a s , la t a r e a s e r í a m á s e n o r m e , d e s d e
q u e t e n d r í a m o s q u e i n v e s t i g a r el p a s a d o
a m e r i c a n o . E n r e a l i d a d América es un con-
t i n e n t e q u e está p o r d e s c u b r i r s e , p o r q u e n a d a
s a b e m o s del p r e t é r i t o q u e r e m o n t a d e s d e
la fecba del d e s c u b r i m i e n t o h a s t a nuestros
•orígenes r e m o t o s . ¿Conocemos a l g o de las
74 KTJOY F A R I Ñ A NUÑEZ
civilizaciones c u y o s vestigios s o b r e v i v e n en
d i v e r s a s p a r t e s de América? N u e s t r a igno-
r a n c i a de las civilizaciones a m e r i c a n a s es casi
total y p o r o t r a p a r t e , h e m o s r o t o n u e s t r o
vínculo con ellas, a n t e u n a civilización s u p e -
rior q u e las a h o g ó e hizo d e s a p a r e c e r . No
nos q u e d a , p u e s , o t r o c a m i n o q u e el de con-
t i n u a r la c o r r i e n t e de la c u l t u r a q u e nos fue
i m p u e s t a p o r los p u e b l o s q u e n o s d e s c u b r i e -
ron y e d u c a r o n .
F o r m u l o este ideal a la j u v e n t u d a m e r i c a n a
y, con s i n g u l a r e n c a r e c i m i e n t o , a la n u e v a
g e n e r a c i ó n de mi p a í s , en la h o r a m á s s o l e m n e
de la h i s t o r i a h u m a n a y en la crisis m á s
a g u d a de la civilización e u r o p e a , q u e no h a
t e r m i n a d o su d e s t i n o histórico t o d a v í a . L a
luz, d e s l u m b r a n t e luz de la c u l t u r a medi-
t e r r á n e a , brilla con i n t e n s a c l a r i d a d a ú n en
el cielo q u e vio el n a c i m i e n t o de los dioses,
de la d e m o c r a c i a y de la l i b e r t a d ; sin e m b a r g o ,
el N u e v o M u n d o d e b e p r e p a r a r s e p a r a reem-
p l a z a r al Viejo C o n t i n e n t e en la función sa-
g r a d a de m a n t e n e r e n c e n d i d a s con r e n o v a -
do fulgor las l á m p a r a s e t e r n a s de la civili-
zación latina.
VII
La sonrisa de Leonardo
T a n i n t e r e s a n t e como la s o n r i s a de ia
»Gioconda» e n t r e flotante e indecisa y t a n
i n m o r t a l como ella, r e s u l t a p a r a mí la q u e
dirige L e o n a r d o d a Vinci, el florentino, a las
cosas q u e lo r o d e a n o lleva d e n t r o de sí
mismo. Aquella s o n r i s a a d o r a b l e m e n t e feme-
n i n a n o es m á s q u e u n o de los destellos
del dulce s o n r e í r de L e o n a r d o a los n u m e -
r o s o s y e l e v a d o s p r o b l e m a s de a r t e , ciencia,
religión y filosofía, q u e excitan su contem-
plación inteligente. C u r i o s i d a d insaciable,
sed de p l e n i t u d i n e x t i n g u i b l e , a n h e l o d e
perfección n u n c a a g o t a d o , inteligencia activa,
sensibilidad v i b r a n t e , a l b e d r í o libre, m e n t e
poliédrica, r e l i n a á v i d a de luz, llama a r d i e n -
te, e n t e n d i m i e n t o multiforme, alma apasio-
n a d a e inquieta, este p i n t o r es a 1 a vez
poeta, músico, escultor, i n g e n i e r o , físico,
filósofo, a r q u i t e c t o , m a t e m á t i c o , esteta y
s i e m p r e un a r t i s t a q u e a s p i r a a ser u n i v e r -
sal. Le i n t e r e s a todo, q u i e r e c o m p r e n d e r l o
todo. N a d a de lo q u e se refiere a su a r t e y
de lo v i n c u l a d o d i r e c t a o i n d i r e c t a m e n t e con
ella, le es e x t r a ñ o . «El p i n t o r d e b e ser un
h o m b r e u n i v e r s a l y e x t r a e r p r o v e c h o de la
7 ti ELOY FARIÑA NUÑEZ
m e n o r o b s e r v a c i ó n » , dice. E s t u d i a , investiga,
analiza, contempla, o b s e r v a , f o r m u l a h i p ó t e -
sis a u d a c e s , p l a n t e a p r o b l e m a s sutiles, com-
b i n a e l e m e n t o s c o n t r a r i o s , d a lecciones ad-
m i r a b l e s , practica e n s a y o s , p r o d u c e o b r a s
d i v e r s a s , c o n v e r s a , i n v e n t a y s u e ñ a . Su men-
te g u s t a de e s p a c i a r s e en v a s t o s h o r i z o n t e s .
Su s o n r i s a n o d e s d e ñ a p o s a r s e s o b r e el
h u e s o m a s h u m i l d e de n u e s t r a a n a t o m í a pa-
r a e l e v a r s e al a t r i b u t o m a s delicado de la
belleza, tal como la a m b i g ü e d a d , q u e impri-
me a m u c h a s de s u s creaciones, sin excluir
la p r o p i a s o n r i s a de la «Gioconda», e n i g m á -
tica en el t r a n q u i l o misterio de la m i r a d a .
P a r e c e r í a creer, q u e p a r a p i n t a r u n a e x p r e -
sión i n m o r t a l , fuera m e n e s t e r p e n e t r a r la
esencia del m u n d o .
E s t e afán de c o m p r e n s i ó n u n i v e r s a l , este
s o n r e i r a la n a t u r a l e z a e n t e r a , s u r g e en el
h o m b r e del R e n a c i m i e n t o , a p e n a s se descu-
b r e a n t e s u s ojos a t ó n i t o s la belleza de la
antigüedad pagana. Los neo-platónicos de
A l e j a n d r í a r e s u c i t a n en los j a r d i n e s de F l o -
r e n c i a cor. su i n q u i e t u d nóstica, con aquel
g r a c i o s o m a r i p o s e o q u e se a d v i e r t e en los
d i á l o g o s de P l a t ó n s o b r e las i d e a s , los he-
c h o s y los f e n ó m e n o s , al p a r e c e r , indiferen-
tes al p e n s a m i e n t o c e n t r a l . L e o n a r d o d a
Vinci asimila esta c u r i o s i d a d d e s a b e r y n o
cesa de s o n r e i r a las f o r m a s , c l a r a s o enig-
má-ticas, del conocimiento. P o r q u e el cono-
cimiento está en t o d a s p a r t e s y v i e n e p o r
t o d o s los s e n d e r o s . «Yo he e s t u d i a d o la ma-
gia p a r a s a b e r lo q u e h a y de r e a l en esta
v a n a i n v e s t i g a c i ó n » , confiesa. ¿Cuál es la
LA. SONRISA D E LEONARDO 77
consecuencia q u e saca de este estudio? «El

p i n t o r es el v e r d a d e r o mago».
L a c u r i o s i d a d intelectual s i e m p r e d e s p i e r -
ta y n u n c a satisfecha, p a r e c e v a n a y cen-
s u r a b l e , p e r o L e o n a r d o dice: «El b a t i r de
ala del p á j a r o os d a r á el d i s e ñ o de u n p á r -
p a d o y la ola q u e m u e r e s o b r e la a r e n a
e n s e ñ a el m o v i m i e n t o de u n a sonrisa. Y o
he e n c o n t r a d o en el cielo reflejos a p l i c a b l e s
a la m i r a d a y las flores me h a n e n s e ñ a d o
a c t i t u d e s p a r a las manos». A imitación del
a r t i s t a i n c o m p a r a b l e , del m a e s t r o de los
m a e s t r o s , c o n t e m p l e m o s el vuelo d e las a-
ves, el v a i v é n de las olas, los matices cam-
b i a n t e s del cíelo y las a c t i t u d e s de las flo-
r e s p a r a p i n t a r un p á r p a d o , u n a s o n r i s a ,
una mirada, unas manos.
Siglos a n t e s de la a p a r i c i ó n del m é t o d o
e x p e r i m e n t a l , L e o n a r d o lo p r e c o n i z a con
insistencia. C e n t u r i a s a n t e s del a p o g e o del
análisis, L e o n a r d o lo e m p l e a en s u s d i s q u i -
siciones s o b r e la belleza. E n s e ñ a la fórmula
de u n a r t e n u e v o . Dice q u e la e x p r e s i ó n es
lo v a r i a b l e en la p i n t u r a . Y h a s t a llega a
i n d i c a r el m o m e n t o m a s propicio a la crea-
ción artística.
Del t e s o r o de c o n o c i m i e n t o s acumulado
p o r el p i n t o r florentino s u r g e u n o de los
e s p í r i t u s m a s selectos y delicados del R e n a -
cimiento italiano. T o d o el t i e m p o e m p l e a d o
p o r L e o n a r d o en e s p e c u l a c i o n e s e x t r a ñ a s a
su a r t e bien vale la sutileza de u n a s o n r i s a .
No h a b r í a sido el a r t i s t a p o r excelencia si
n o h u b i e s e p e r c i b i d o la «maravillosa a r m o -
n í a de las cosas c r e a d a s .
T o d o a r t i s t a q u e se r e s p e t e y v e n e r e su
a r t e , d e b e i m i t a r la e x p r e s i v a s o n r i s a uni-
v e r s a l de L e o n a r d o da Vinci. A n t e la impo-
sibilidad de a b a r c a r todos los conocimientos
h u m a n o s , p e r c i b a m o s s i q u i e r a su íntima ar-
m o n í a . Como L e o n a r d o , d e s e a r í a m o s escru-
t a r todos los h o r i z o n t e s y p u l s a r las veinti-
d ó s c u e r d a s del i n s t r u m e n t o a c u y o son de-
l e i t a b a con su c a n t o a la corte del d u q u e
de Milán; p e r o , ¿qué q u e d a r á de t a n t o an-
helo de s a b e r ? U n a s o n r i s a imperecedera,
un c a m a f e o i n m o r t a l , un b u s t o e x p r e s i v o ,
un s o n e t o a l a d o , u n a s o n a t i n a s o n r i e n t e . E l
a n s i a de infinitud q u e n o s roe, se e x t i n g u e
bien p r o n t o a n t e la b r e v e d a d de la vida.
Lo único q u e h a c e l a m e n t a r la f u g a c i d a d
de las h o r a s h u m a n a s , casi t o d a s ellas lle-
n a s de congoja, es q u e a p e n a s b a s t a n p a r a
conocer u n a de las infinitas c a u s a s q u e o-
b r a n en el U n i v e r s o . Si f u é r a m o s inmorta-
les, p o d r í a m o s a s p i r a r a c o m p r e n d e r l o t o d o
p a r a p e r d o n a r l o tartfbién todo. P r e c i s o es,
p o r lo t a n t o , sonreír, como c u a t r o siglos h a
s o n r e í a el p i n t o r florentino, al m u n d o , s u s
manifestaciones e n i g m á t i c a s y sus i m á g e n e s
s e d u c t o r a s . Y, al sonreír, n o d e j a r e m o s d e
t e n e r p r e s e n t e el p e n s a m i e n t o de q u e el ar-
te se a p r o x i m a , p o r p r i v i l e g i o a p o l í n e o , a
la clave del e n i g m a , q u e en v a n o t r a t a de
descifrar la ciencia, p o r la vía del m é t o d o
e x p e r i m e n t a l , analítico y positivo, e m p l e a d o
p o r el d i v i n o a r t i s t a de la I t a l i a del R e n a -
cimieto, p i n t o r de S a n J u a n B a u t i s t a y P r e -
c u r s o r él mismo.
VIII
Las ¡deas nuevas
F r e n t e a las i d e a s n u e v a s , q u e p l a n t e a n
acto s e g u i d o problemas consiguientemente
n u e v o s y q u e t r a t a n de c r e a r en n u e s t r o si-
glo h e c h o s sociales, t a m b i é n n u e v o s , la acti-
t u d del p e n s a d o r n o p u e d e ser la h o s c a del
miope, ni la b r u t a l del violento, ni la hostil
del p o s e s o , sino la p r o p i a y c o n v e n i e n t e a
las i d e a s : la a c t i t u d del e x a m e n y de la me-
ditación.
P a r a el h a b i t u a d o a e s t u d i a r las i d e a s de
u n a civilización, de u n a época c u a l q u i e r a ;
p a r a el q u e c u l t i v a c o m o r e c r e o especulati-
vo la filosofía y la c r í t i c a d e las c o r r i e n t e s
i n t e l e c t u a l e s y m o r a l e s de u n a c u l t u r a d a d a ,
las l l a m a d a s i d e a s n u e v a s n o p e r t u r b a n su
r a z ó n ni ofuscan su e n t e n d i m i e n t o . Como to-
d o lo h u m a n o i n t e r e s a p r o f u n d a m e n t e al
h o m b r e , t o d o lo r e l a t i v o al m o v i m i e n t o de
l a s i d e a s a p a s i o n a i n t e n s a m e n t e al p e n s a d o r .
Tal es a mi p a r e c e r la a c t i t u d q u e debe-
m o s a s u m i r en p r e s e n c i a d e las n u e v a s con-
cepciones q u e circulan en el m u n d o , b u s c a n d o
e n c a r n a r s e en r e a l i d a d e s sociales. A n t e s de
rechazarlas de plano, debemos estudiarlas
a t e n t a m e n t e p a r a e s t a b l e c e r , en p r i m e r tér-
mino, su filiación h i s t ó r i c a y a v e r i g u a r lue-

go su g r a d o de posibilidad, de aplicación
i n m e d i a t a a la sociedad p r e s e n t e . No d e b e n
a s u s t a r n o s las i d e a s , p o r m á s a b s u r d a s e in-
s u r g e n t e s q u e s e a n , p o r q u e , si son tales, el
b u e n s e n t i d o se e n c a r g a r á de concluir con
ellas. Más p e l i g r o s o s q u e las concepciones
del nihilismo, sea filosófico o político, son los
h o m b r e s q u e tienen miedo de las i d e a s . E l
miedo es e s p a n t o s o , es el h o r r o r de los ho-
r r o r e s . El r é g i m e n del t e r r o r n a c e del miedo.
P r e d i c a r el e x t e r m i n i o d e las i d e a s p o r
medio de la fuerza, i m p o r t a el m a y o r de
los d e s p r o p ó s i t o s , p o r q u e las ideas m a l a s
se c o m b a t e n con las b u e n a s , y éstas, con
o t r a s m e j o r e s . P r e t e n d e r b o r r a r u n a idea
c u a l q u i e r a del c e r e b r o de u n p u e b l o m e d i a n t e
la violencia o el t e r r o r , e q u i v a l e a i n t e n t a r
poner dique a una catarata disparándole un
c a ñ o n a z o . No h a y a b s u r d o m a y o r q u e éste.
Y l u e g o las ideas p e r s e g u i d a s tienden a con-
v e r t i r s e en s e n t i m i e n t o s . El e s t a d o intelectual
de las i d e a s se t r a n s f o r m a poco a poco en
un e s t a d o de sensibilidad, es decir, la r a z ó n
en p a s i ó n Y c u a n d o las i d e a s sufren esta
metamorfosis, y a n a d i e p u e d e d e s a r r a i g a r l a s
de las a l m a s . Se h a b l a de i d e a s - f u e r z a s : son
i n d u d a b l e m e n t e a q u é l l a s , e v o l u c i o n a d a s en
sentimientos.
P r e c i s o es c o n v e n i r en la i m p o s i b i l i d a d d e
o r g a n i z a r u n a policía de las i d e a s , d e e s t a b l e -
cer u n c o r d ó n s a g i t a r i o a las d i s o l v e n t e s d e
la a r m o n í a social. L a s i d e a s n o son s e r e s
v u l n e r a b l e s ; son m a n i f e s t a c i o n e s e s p i r i t u a l e s ,
e n t i d a d e s invisibles, q u e e s t á n m á s allá del
LAS IDEAS NUEVAS 81
p o d e r de las leyes y de los códigos.

E n p r e s e n c i a de las i d e a s n u e v a s , sean o
no tales, n u e s t r a actitud n o p u e d e ser, p u e s
sino la s e r e n a y c o m p r e n s i v a del filósofo,
q u e e s t u d i a a m o r o s a m e n t e t o d a s la,-> i d e a s p a -
ra fijar su v a l o r y a s i g n a r l e s u n a c a t e g o r í a
moral, c u a n d o n o u n a h i s t o r i a filosófica.
U n a historia o una l e y e n d a filosófica, p o r
q u e en v e r d a d , s o n m u y pocas las ideas q u e
merecen el n o m b r e de n u e v a s . E l q u e se
tome la p e n a de c a t a l o g a r t o d a s las ideas
c o n c e b i d a s y f o r m u l a d a s h a s t a el p r e s e n t e , no
t a r d a r á en a d v e r t i r la escasa f e c u n d i d a d del
p e n s a m i e n t o h u m a n o p a r a c r e a r ideas v e r d a -
d e r a m e n t e o r g i n a l e s y n u e v a s . Y u n o se sien-
te t e n t a d o a p r e g u n t a r por q u é el d o n de
la o r i g i n a l i d a d es el m á s r a r o en el m u n d o
de las ideas. Sin d u d a p o r q u e este m u n d o
se h a f o r m a d o y se f o r m a c o n s t a n t e m e n t e ,
m á s q u e n i n g ú n o t r o , p o r las leyes de la ana-
logía y de la a n t í t e s i s . H a b l a m o s de asocia-
ciones de i d e a s ; las i d e a s n o p u e d e n sino
a s o c i a r s e o disociarse, en v i r t u d do p r o p i e -
d a d e s específicas a n á l o g a s a las de los ele-
m e n t o s químicos. Son también s e m e j a n t e s a
los s o n i d o s q u e se c o m b i n a n o se r e c h a z a n
por afinidades propias. Y justamente muchas
de las l l a m a d a s ideas n u e v a s n o son m á s q u e
variaciones de temas antiguos, desarrollos
últimos d e viejos motivos. H a b l a n d o con ri-
gor, p o d e m o s afirmar, p o r lo t a n t o , q u e el
i d e a r i o d e la civilización m o d e r n a es la últi-
ma consecuencia del i d e a r i o de la a n t i g u a .
E s t a p l a n t e ó t o d a s las p r e m i s a s ; n o s o t r o s
d e d u c i m o s los p o s t r e r o s corolarios.
6
R e c o n o z c a m o s q u e es j u s t a , s a n t a y h u m a -
n a la reacción de dolor, de resistencia y de
a s o m b r o q u e en el fondo d e n u e s t r a s i d e a s
t r a d i c i o n a l e s o c o n s u e t u d i n a r i a s suscitan las
n u e v a s . C u a n d o , aún adolescentes, n o s l a n z a -
mos a la vida con u n a s c u a n t a s i d e a s son-
r i e n t e s y r a d i a n t e s , ¡cómo nos dolió el a l m a
al p a l p a r los p r i m e r o s d e s e n g a ñ o s ! Y d e s -
p u é s , c u a n d o , ya j ó v e n e s , n o s p r e c i p i t a m o s
en el seno del amor, de la a m i s t a d , y de la
justicia, de la v e r d a d y de la razón, ¡cuánto
h e m o s sufrido al h a l l a r el v a c í o a n u e s t r o s
pies! Creíamos s i n c e r a m e n t e q u e el m u n d o
e r a bello; la j u v e n t u d , e t e r n a : la p a s i ó n ,
infinita, y, d e s g r a c i a d a m e n t e , la r e a l i d a d no
h a b í a sido tal. Con a n g u s t i a en el alma,
con el corazón d e s g a r r a d o , nos h e m o s d e s -
p r e n d i d o así de n u e s t r a s p r i m e r a s i d e a s a n t e
o t r a s n u e v a s , m á s h u m a n a s , m á s reales. Y
este d r a m a de las p r i m e r a s ideas q u e t o d o s
h e m o s e x p e r i m e n t a d o , se r e p i t e sin c e s a r
en t o d o s los ciclos de la vida, de la h i s t o r i a
y de la civilización. En la m a d u r e z , e m p e z a -
mos a d u d a r s i s t e m á t i c a m e n t e de las i d e a s
viejas p a r a e n a m o r a r n o s , s i s t e m á t i c a m e n t e
t a m b i é n , de t o d a s las n u e v a s . O t r a actitud
falsa, n o v e l e r í a p u r a . P e r o liega, finalmente,
el p e r i o d o del r e o o s o , de la reflexión, y en<
tonees y a n o r e c h a z a m o s las i d e a s p o r su
a n t i g ü e d a d , ni las a c o g e m o s - p o r su j u v e n t u d .
Nace Ja meditación, el análisis de los p e n s a -
mientos, la filosofía de la i d e a s , las c r e e n c i a s
y las t e o r í a s D e j a m o s de ser los p r o t a g o n i s -
tas de las i d e a s p a r a d i v i s a r l a s como un es*
pectáculo, el m á s a p a s i o n a n t e y h o n d o de la
LAS NUEVAS IDEAS 83
h u m a n i d a d , p e r o espectáculo, al cabo. E n
•esta plenitud de n u e s t r a v i d a m e n t a l , las
i d e a s n o llegan d i r e c t a m e n t e a n u e s t r a inteli-
gencia, sino q u e se a m o n t o n a n o se disemi-
n a n en g r u p o s en u n a l a d e r a del espíritu,
como t e o r í a s de n u b e s r o s a d a s en el cielo
de la t a r d e con p e r s p e c t i v a de s o m b r a a lo
lejos. . .
El p r o g r e s o de la h u m a n i d a d se ha v e n i d o
o p e r a n d o y se realiza a e x p e n s a s de las i d e a s
de c a d a g e n e r a c i ó n , de c a d a siglo. Cuan-
do r e c o r r e m o s todo el c a m p o de la h i s t o r i a ,
v e m o s a lo l a r g o de c a d a j o r n a d a t r a n s p u e s t a
p o r la civilización las huellas de las i d e a s
e x t i n g u i d a s y m u e r t a s , al l a d o de u n o s c u a n -
tos pen a m i e n t o s i n m o r t a l e s . De s u e r t e q u e
p o d r í a m o s concebir la m a r c h a d e la h u m a n i -
d a d como el c u r s o e t e r n a m e n t e móvil de un
c a m b i a n t e m a r de ideas c u y a s olas s u c e s i v a s
fuesen las c r e e n c i a s de las g e n e r a c i o n e s .
E l lado temible d e las i d e a s , d e las i d e a s
e r r ó n e a s , e s t r i b a en el e n o r m e p o d e r cié difu-
sión q u e h a n a l c a n z a d o en n u e t r o d í a s .
D i v ú l g a s e d s un e x t r e m o al o t r o del o r b e
civilizado con p a s m o s a r a p i d e z en a l a s de la
p r e n s a . A n t i g u a m e n t e , su p o d e r de p r o p a g a -
ción n o era m u y g r a n d e ; ¡as ideas, a ú n las
m á s accesibles de la religión, la filosofía y
el arte, sólo l l e g a b a n a u n círculo r e s t r i n g i d o
de e s p í r i t u s selectos. H o y , g r a c i a s a los re-
c u r s o s de la p u b l i c i d a d m o d e r n a , e s t á n al
alcance de t o d o el m u n d o . Y n o sólo a l c a n z a n
a la. g r a n m a y o r í a , sino .'que las i d e a s se
c o n v i e r t e n con m a y o r p r o n t i t u d , merced a la
creciente c u l t u r a g e n e r a l , en n o r m a s de
84 ELOY FARIÑA KÜÑEZ
acción y p a u t a s de c o n d u c t a de e x t e n s o s g r u -
pos h u m a n o s . El m u n d o o b r a c a d a vez m á s
conforme a las ideas, q u e vio n a c e r P l a t ó n
en el siglo de o r o de la filosofía g r i e g a , co-
r o n a d a s de r o s a s i n m o r t a l e s .
P o r ello la r e s p o n s a b i l i d a d de los p e n s a d o -
res y escritores crece, a m e d i d a q u e se ex-
tiende el p o d e r de las i d e a s en el a m b i e n t e
social. Antes de l a n z a r al m u n d o u n a t e o r í a ,
d e b e n e l e v a r la m e n t e sin p e r d e r de v i s t a
las leyes f u n d a m e n t a l e s de la n a t u r a l e z a ética
del h o m b r e y de la sociedad.
P o r lo q u e a mí concierne, y a u n q u e con-
s i d e r o i n n e c e s a r i o definirme, yo c o m p r e n d o
y realizo mi misión, t r a t a n d o de h e r m o s e a r
la v¡da y de i l u m i n a r su s e n t i d o o b s c u r o con
1F s a g r a d a revelación de la belleza. No me
d e s l u m h r a n las p a r a d o j a s , ni me ciegan las
u t o p í a s , ni me a m e d r e n t a n las t e o r í a s a b s u r -
d a s . D e l a n t e de las ideas n u e v a s , siento la
n e c e s i d a d de la r e n o v a c i ó n espiritual, sin de-
j a r de e x p e r i m e n t a r el s e n t i m i e n t o do solida-
r i d a d con las q u e h a n v e n i d o r i g i e n d o mi ser.
Y, a n t e todo, en p r e s e n c i a de las t e o r í a s
n u e v a s , q u e d e s c o n c i e r t a n el m u n d o h a b i t u a l
e í n t i m o d e mis p r o p i a s t e o r í a s , me coloco
en actitud de c o m p r e n d e r , i n d a g a n d o las
fuentes de d o n d e n a c i e r o n y el fin a q u e se
e n c a m i n a n . Como p u n t o de p a r t i d a de mi
afán de c o m p r e n d e r , me asiento s ó l i d a m e n t e
s o b r e este p r i m e r móvil, este p r i m e r princi-
pio: la n a t u r a l e z a h u m a n a . No a b a n d o n o al
h o m b r e c u a n d o t r a t ó d e i n q u i r i r todo lo refe-
r e n t e al h o m b r e , como ser su felicidad f u t u r a .
P o r tal virtud, si se p r e t e n d e d e m o s t r a r m e q u e
LAS ID FAS NUEVAS 85
la redención h u m a n a d e p e n d e de la solución
del p r o b l e m a económico, siento a l e t e a r en mí,
en u n a zona de luz, u n a p e r s o n a l i d a d inma-
terial. Si se i n t e n t a c o n v e n c e r m e de q u e el
h o m b r e actual es la e x p r e s i ó n s u p r e m a de la
especie, del fondo de mis i n s t i n t o s , mis ideas
y mis s e n t i m i e n t o s se alzan a n h e l o s de perfec-
ción.
, No cierro los ojos a la q u i m e r a , por con-
j e t u r a l q u e sea, ni me encojo de h o m b r o s
d e l a n t e de la ilusión, p o r c o n t r a d i c t o r i a q u e
p a r e z c a . P i e n s o q u e en el fondo de las uto-
p í a s y los delirios existe u n v a g o o r e a l
a n h e l o de v e r d a d . No creo q u e lo posible sea
ú n i c a m e n t e lo q u e v e m o s y p a l p a m o s , ni
afirmo q u e los t é r m i n o s de la r e a l i d a d conclu-
yen d o n d e a c a b a mi m i r a d a , No c i r c u n s c r i b o
el infinito a la porción finita d e espacio q u e
a b a r c a mi visión. Sé q u e h a y p o s i b i l i d a d e s
q u e no alcanzo, r e a l i d a d e s q u e no veo, infi-
n i t u d e s q u e no c o n t e m p l o . Sé q u e no d e b o
e x t e n d e r ni aplicar mi limitación al m u n d o
q u e me r o d e a o q u e concibe mi m e n t e . Soy
lo limitado en medio de lo q u e no tiene
límites: soy un fin p a r t i c u l a r d e n t r o de un
o r b e de fines i m p e n e t r a b l e s .
S u m a n e c e d a d fuera, p o r c o n s i g u i e n t e , la
mía si p r e t e n d i e s e e r i g i r m e en j u e z , a r b i t r o
y l e g i s l a d o r de las i d e a s . Lo único q u e me
i n c u m b e es i n t e r r o g a r l a s h u m i l d e m e n t e se-
g ú n el m é t o d o socrático p a r a v e r si r e s p o n -
den a u n a v e r d a d e r a y g r a n d e concepción
filosófica del h o m b r e y s u s i n s t i n t o s sociales.
¿ R e ú n e n tal a t r i b u t o las i d e a s n u e v a s ? No
t a r d a r e m o s en s a b e r l o .
Mientras t a n t o , r e c o n o z c a m o s esta d o l o r o -
sa v e r d a d : el i d e a r i o de n u e s t r a civilización,
q u i e r o decir, de la civilización e u r o p e a con-
t e m p o r á n e a , necesita r e n o v a r s e . H o y m á s
q u e n u n c a d e b e m o s r e v i s a r t o d o s los v a l o r e s
y t r a n s m u t a r l o s o fundir o t r o s n u e v o s .
IX
El escultor de la inquietud
E n la luz p o s t r e r a de la t a r d e p r i m a v e -
r a l , s o b r e el v e r d e r i e n t e de los f e s t o n e s
de c é s p e d y la p ú r p u r a s e n s u a l d e los
g e r a n i o s en flor, a p o y a d a la b a r b a en el
d o r s o de la d i e s t r a , a r q u e a d o el t o r s o , fija
la v i s t a en el suelo, s e n t a d o s o b r e u n a ro-
ca, el fuerte y m u s c u l o s o l u c h a d o r d e s n u d o
está e n g o l f a d o en la e l a b o r a c i ó n de un pen-
s a m i e n t o . T o d a la fuerza de su c u e r p o y de
su e s p í r i i u r e c a e en la p r o f u n d i d a d de su
m i r a d a i n t e r i o r . L a f r e n t e atlética se h u n d e
en el a b i s m o de la meditación, q u e se a b r e
e n t r e las s o m b r a s de s u s cejas s a l i e n t e s . To-
do en él h a b l a d e la potencia de a q u e l l a luz
i n c r e a d a q u e P r o m e t e o r o b ó a los d i o s e s .
C o n t e m p l á n d o l o , se e s p e r i m e n t a !a s e n s a c i ó n
d e u n a fuerza i n t e l i g e n t e c a p a z de d o m i n a r
el m u n d o .
L o s t r a n s e ú n t e s , a t a r e a d o s , p a s a n indife-
r e n t e s cerca de él, sin d i g n a r s e a l z a r la vis
ta, p o r un s e g u n d o s i q u i e r a q u e s e r í a p a r a
elios u n b r e v e p a r é n t e s i s de m e d i t a c i ó n e n t r e
los v u l g a r e s afanes d é l a lucha cotidiana, h a c i a
el p e n s a d o r solitario q u e se alza en el j a r d í n ,
e x t r a ñ o a c u a n t o lo c i r c u n d a . Un g r u p o de
n i ñ o s j u e g a i n o c e n t e m e n t e a su a i r r e d e -
dor. P o r la a m p l i a c a l z a d a circulan los
vehículos con t r e p i d a c i ó n febril. T o d o s llevan
prisa; n a d i e se detiene. ¿Quien como n o
sea un ocioso, v a a p e r d e r el i n s t a n t e q u e
p a s a en este c e n t r o de i n t e n s a a c t i v i d a d
i n c e s a n t e , en la c o n t e m p l a c i ó n a m o r o s a e
inteligente del n o b l e solitario q u e r e p o s a
en este «itio? E n v e r d a d : n a d i e tiene tiem-
po q u e p e r d e r . La vida, la v e r t i g i n o s a vida
m o d e r n a , nos a p r e m i a sin t r e g u a . T o d o n o s
u r g e y precipita en el torbellino de la acti-
v i d a d , en la v o r á g i n e del m o v i m i e n t o , en
la espiral infinita de la acción. La fiebre
nos d o m i n a , la i n q u i e t u d c o n t e m p o r á n e a
n o s a r r o l l a . E s p r e c i s o m a r c h a r sin dete-
n e r s e . ¿Hacia d o n d e ? H a c i a la c o n q u i s t a de
un ideal cuya posesión es o t r a fiebre y
otra inquietud.
Sin e m b a r g o , si t o d a esa m u c h e d u m b r e
q u e p a s a indiferente al lado del g r a n soli-
tario se m i r a s e a d e n t r o , a c a s o v i e r a r e f l e j a d a
p a r t e d e su p r o p i o d e s a s o s i e g o en la i n q u i e t u d
s u p e r i o r de esta bella f i g u r a a g o b i a d a q u e
se llama «El p e n s a d o r » cíe R o d i n . El g e n i a l
artista, m u e r t o r e c i e n t e m e n t e en P a r í s , fué
en p r i m e r t é r m i n o , el e s c u l t o r de la i n q u i e -
tud del p e n s a m i e n t o m o d e r n o , del a l m a
a t o r m e n t a d a de n u e s t r o siglo. Lo q u e W a -
g n e r nos p i n t a r a en «Parsifa!». nos lo m u e s -
tra Rodin en «El P e n s a d o r » . E n la creación
w a g n e r i a n a , vemos el d r a m a de la h u m a n i -
d a d q u e g i m e y s u s p i r a p o r la llegada de
u n r e d e n t o r ; en la o b r a r o d i n i a n a , p r e s e n -
ciamos la oculta a n s i e d a d del e s p í r i t u d e
EL ESCULTOR D E LA I N Q U I E T U D 89
n u e s t r a época, a n h e l a n t e de soluciones. L a
h e r i d a s i e m p r e a b i e r t a del r e y A m f o r t a s
s a n g r a en u n o de los c o s t a d o s del «Pensa-
dor». P e r o en esta h e r m o s a y e s p r e s i v a
e s t a t u a , q u e p o r sí sola c o n s t i t u y e u n m a g
n i ñ e o c o n t r a s t e , p e r c i b i m o s algo m á s a u n :
la i n q u i e t u d del p e n s a m i e n t o m o d e r n o en
e s t a d o de r e p o s o . En efecto, todo es r e p o s o
e n la actitud del p e n s a d o r s e d e n t e ; p e r o es
l a * q u i e t u d de la meditación, la calma del
p e n s a m i e n t o activo. R o d i n s o r p r e n d i ó u n a
a c t i t u d del alma m o d e r n a y la fijó i n m o r -
t a l m e n t e en esta e s t a t u a , h u m a n a n d o en
ella u n e s t a d o d e e s p í r i t u , v a l e decir, cris
í a l i z a n d o un i n s t a n t e de la i n t e l i g e n c i a y
la s e n s i b i l i d a d c o n t e m p o r á n e a s .
C o n s i d e r é m o s l a como un s e r v i v i e n t e y
r e c o n s t r u y a m o s su historia. Un e s t a d o de
alma, u n instante, p r e s u p o n e e s t a d o s e ins-
t a n t e s a n t e r i o r e s y s u g i e r e las a c t i t u d e s pos-
t e r i o r e s . ¿ C u á l p u d o ser la p o s t u r a antece-
d e n t e del p e n s a d o r r o d i n i a n o ? ¿ Q u é j o r n a -
d a a c a b a de r e c o r r e r el d o l o r i d o y f a t i g a d o
c o m b a t i e n t e q u e ha v e n i d o a s e n t a r s e a q u í
p e n s a t i v o ? Viene i n d u d a b l e m e n t e de lejos,
de los o r í g e n e s mismos de n u e s t r a civili
zación, d e las orillas ele los m a r e s s a g r a d o s
de la c u l t u r a h u m a n a . S u s pies n o h a n sa-
c u d i d o a ú n el polvo del c a m i n o , del l a r g o
c a m i n o r e c o r r i d o a t r a v é s da la h i s t o r i a .
D e b i ó c o m e n z a r su m a r c h a a p r i n c i p i o s del
siglo VI a n t e s do nuestra era, c u a n d o
el m u n d o salía de la u n i d a d p i t a g ó r i c a co-
mo u n a a u r o r a s o b r e la h u m a n i d a d j o v e n .
Al iniciar su p e r e g r i n a c i ó n , d e b i ó ser casi
90 ELOY FARIÑA NUÑFZ
adolescente y s o n r e i r í a con la d i v i n a sere-

n i d a d del p e n s a m i e n t o g r i e g o . Verdadera-
mente, este v a r ó n m e d i t a b u n d o , q u e p a r e c e
a r q u e a r s e bajo el g r a v a m e n de las i d e a s
y los años, fue en su infancia s e m e j a n t e a
los dioses En a q u e l p e r í o d o d i a l o g a b a ale-
g r e m e n t e a la s o m b r a d e los p l á t a n o s ru-
m o r o s o s de c i g a r r a s . Y a e n t o n c e s t e n í a el
afán del conocimiento, p e r o desconocía
el dolor gnóstico, q u e v i n o m á s t a r d e . Y a
a la s a z ó n t r a í a la i n q u i e t u d de la ciencia,
p e r o i g n o r a b a el t o r m e n t o d e la s a b i d u r í a
n u n c a satisfecha, q u e nació d e s p u é s . Y su
actitud era la s e r e n a del m u n d o a n t i g u o ,
el g e s t o olímpico del p e n s a m i e n t o helénico.
P e r o , a m e d i d a q u e fué a v a n z a n d o en el
c a m i n o fueron a b r i é n d o s e n u e v o s h o r i z o n t e s
ante sus pupilas y naciendo n u e v a s ideas
en su c e r e b r o . Su m a r c h a se t o r n ó c a d a
vez m á s fatigoso a t r a v é s de un m u n d o c a d a
vez m á s complejo. R o t a la p r i m i t i v a u n i d a d
de la N a t u r a l e z a en haces i n f i n i t a m e n t e pe-
queños e inconmensurablemente grandes, ya
le fué diffci! a b a r c a r la m u l t i p l i c i d a d de los
e l e m e n t o s de q u e se c o m p o n í a esa u n i d a d ,
y el e n j a m b r e de los f e n ó m e n o s , a q u e die-
ron origen dichos e l e m e n t o s . F u é l e t a m b i é n
difícil c o m p e n d i a r t o d o s los s i s t e m a s cons-
t r u i d o s s o b r e las simples y c l a r a s i d e a s
esenciales de la c u l t u r a a n t i g u a . E l u n i v e r s o
q u e c a b í a a n t e s en su m e n t e , e s c a p á b a s e
a h o r a de la r e d de su p e n s a m i e n t o . Y h a s -
ta la concepción del p e n s a m i e n t o mismo re-
p r e s e n t a b a p a r a él, en • esta n u e v a e t a p a
de su m a r c h a , un esfuerzo d o l o r o s o . C r e a r
EL ESCULTOR D E LA I N Q U I E T U D 91
i d e a s en medio de u n a civilización poco

c o m p l i c a d a e r a u n a t a r e a fácil, útil y a g r a -
d a b l e ; c o n c e b i r l a s en el s e n o de u n a socie-
d a d r e f i n a d a y multiforme c o n s t i t u í a , ei>
cambio, u n a l a b o r í m p r o b a y en o c a s i o n e s
peligrosa. A d e m á s , el m u n d o m o d e r n o y a
no se c o n t e n t a b a con el d e s c u b r i m i e n t o d e
u n a idea, sino q u e exigía t a m b i é n u n a fór-
mula de felicidad social o u n a d o c t r i n a d e
r e o r g a n i z a c i ó n colectiva. Y, d e l a n t e de tan-
too p r o b l e m a s q u e resolver, la v i d a c a d a
día m á s febril, c a d a vez m á s b r e v e . . . D e
a h í la i n q u i e t u d del p e n s a m i e n t o contem-
p o r á n e o , el mal de n u e s t r o siglo Y s u r g e ,
p o r último, de las m a n o s de R o d i n , la re-
c o n c e n t r a c i ó n d o l o r o s a y p r o f u n d a del «Pen-
sador», en q u i e n y a no es d a b l e d e s c u b r i r
la e x p r e s i ó n de s e r e n i d a d q u e i r r a d i a b a su
s e m b l a n t e c u a n d o j u g a b a con la N a t u r a l e z a
a orillas del m a r E g e o .
¿Cual s e r á su actitud en el futuro? Si
esta e s t a t u a saliese de su a b s t r a c c i ó n a u s t e
ra, su p r i m e r a p a l a b r a sería u n a a f i r m a c i ó n ,
y su p r i m e r a d e m á n el del c o n t e m p l a t i v o q u e
h a l l e g a d o a a d q u i r i r en la s o l e d a d de l a s
i d e a s el c o n v e n c i m i e n t o de la n e c e s i d a d de
o b r a r . Y su acción s e r í a a n á l o g a a la de los
g r a n d e s p e n s a d o r e s q u e i n f l u y e r o n con s u s
t e o r í a s en la elevación del e s p í r i t u hu-
man o.
T a l e s son las s u g e s t i o n e s a q u e se e n t r e -
ga mi p e n s a m i e n t o , m i e n t r a s c o n t e m p l o p o r
última vez la e s t a t u a a la i n d e c i s a c l a r i d a d
del c r e p ú s c u l o Bajo el cielo p l o m i z o de es-
te ocaso p r i m a v e r a l , su s o l e d a d p a r e c e m á s
92 ELOY FARTÑA NUÑEZ
h o n d a . C r e y é r a s e a r a t o s q u e meditase, n o
en los p r o b l e m a s de la sociedad moderna
sino en los d e s t i n o s de la c i u d a d ¿Cual es
la r a z a q u e v a a s u r g i r en esta u r b e tumul
tuosa? d i r í a s e q u e se i n t e r r o g a r a . P e r o
este p e n s a d o r - q u e t r a t a de a d i v i n a r el se-
creto de la esfinge, es i m p e n e t r a b l e como
ella. Lo único q u e deja t r a s c e n d e r del m u n d o
invisible q u e escruta su m i r a d a espiritual
es la a g u d a i n q u i e t u d de su p r o p i a a l m a ;
en cuyo r e p l i e g u e m á s a r c a n o d e b e r e
s o n a r el oceánico r u m o r del a l m a c o n t e m -
poránea
X
La mujer rehabilitada
H a sido n e c e s a r i o q u e toda la civilización

moderna vacilara sobre sus bases, reciamen-
te s a c u d i d a s p o r la g u e r r a e u r o p e a , p a r a
q u e se hiciese p l e n a justicia a la mujer.
Aludo al reconocimiento de la c i u d a d a n í a
política de la m u j e r en v a r i o s p a í s e s q u e
h a s t a a y e r n e g a b a n a la c o m p a ñ e r a y alia-
da del h o m b r e c a p a c i d a d civil p a r a obrar
i n t e l i g e n t e m e n t e en o t r o s medios fuera del
p r i v a d o del h o g a r .
I g n o r o de d ó n d e salió la d o c t r i n a de la
i n f e r i o r i d a d de la mujer; p e r o lo histórica-
m e n t e cierto es q u e esta d o c t r i n a es c o m ú n
y u n i v e r s a l . E n la sociedad g r i e g a , la m u j e r
es u n a m e n o r r e c l u i d a en el gineceo; en la
familia r o m a n a , ella o c u p a la situación legal
de la p u p i l a y, como p e r s o n a «alienis j u r i s » ,
está b a j o la p o t e s t a d del m a r i d o ; en la or-
g a n i z a c i ó n social m o d e r n a , la m u j e r conti-
n ú a s i e n d o la m e n o r de la familia g r i e g a y
del d e r e c h o r o m a n o .
No o b s t a n t e el triunfo del c r i s t i a n i s m o ,
q u e santificó el a m o r y ennobleció el m a -
trimonio, la condición de la m u j e r n o m e j o -
r ó en l a s s o c i e d a d e s q u e se c o n s t i t u y e r o n
m á s t a r d e s o b r e la e s t r u c t u r a de la sociedad
latina. E s s i n g u l a r m e n t e c u r i o s o el hecho
d e q u e las instituciones j u r í d i c a s de R o m a
h a y a n sido a p l i c a d a s a t r a v é s de la histo-
ria en su o r i g i n a r i a esencia, sin modifica
ción a l g u n a . C r e í a s e sin d u d a , y m u c h o s lo
creen a ú n en n u e s t r o s d í a s , en la i n m u t a b i -
lidad de lo r a z ó n escrita del « C o r p u s j u r i s » .
Lo q u e fue la r a z ó n p a r a los j u r i s c o n s u l t o s ,
t o c a d o s de e l e g a n t e y d e c a d e n t e estoicismo,
q u e fijaron los principios esenciales del de-
r e c h o r o m a n o , n o lo es, ni p u e d e serlo p a r a
n o s o t r o s , y a q u e el concepto de la r a z ó n h a
v a r i a d o , como ha v a r i a d o i g u a l m e n t e la n o -
ción del d e r e c h o .
D e b o rectificar, e m p e r o , esta afirmación,
no del todo cierta: los j u r i s c o n s u l t o s r o m a n o s
p a r e c í a n tener, p o r el c o n t r a r i o , u n a idea
muy e x a c t a y j u s t a del c a r á c t e r de sus ins-
tituciones y s u s leyes. L o s a d o r a d o r e s d e
la s u p r e m a r a z ó n e n c e r r a d a en el c u e r p o
del d e r e c h o r o m a n o d e b i e r o n leer el s a b r o -
so diálogo e n t r e un filósofo o un j u r i s c o n -
sulto a p r o p ó s i t o de las Doce T a b l a s , q u e
f i g u r a en Aulo Gelio. Las m o d e r n a s t e o r í a s
del d e r e c h o positivo y de la evolución del
d e r e c h o , d e s d e la escuela histórica de Sa-
v i g n y h a s t a el i d e a r i o de von I h e r i n g , e s t á n
c o m p e n d i a d a s en dicho d i á l o g o de c u y a lee
t u r a se d e s p r e n d e que los e s p í r i t u s cultos
de a q u e l l a época n o desconocían el princi-
pio de la r e l a t i v i d a d de las leyes, condicio-
n a d a s p o r las c i r c u n s t a n c i a s , de q u e nos.
h a b l a r í a siglos d e s p u é s el g r a n M o n t e s q u i e u
en su «Espíritu de las Leyes». De modoi
LA MUJER REHABILITADA 5)5
pues, q u e p a r a los p r o p i o s r o m a n o s c r e a d o -
r e s del d e r e c h o , la r a z ó n escrita v a r i a b a .
L a sociedad m o d e r n a se h a a f e r r a d o , a
la i n v e r s a , a la d o c t r i n a de la i n m o v i l i d a d
del i d e a r i o j u r í d i c o de R o m a . L a familia
actual está calcada casi l i t e r a l m e n t e s o b r e
el modelo latino, y p o r lo q u e r e s p e c t a a la
situación legal de la mujer en la s o c i e d a d
c o n t e m p o r á n e a , ella s i g u e s i e n d o la r e c l u s a
del gineceo, H i n c a p a z del h o g a r r o m a n o .
E s t a situación s u b a l t e r n a de la mujer,
¿en q u e está f u n d a d a ? Dícese q u e en la na-
t u r a l e z a m i s m a . E s p í r i t u s esclarecidos h u b o
en la a n t i g ü e d a d q u e e m p l e a b a n igual ra-
z o n a m i e n t o p a r a justificar la e s c l a v i t u d . P e
ro es m u c h o a c h a c a r a la N a t u r a l e z a las
d e s i g u a l d a d e s c r e a d a s por el h o m b r e on su
r a z ó n escrita y en su legislación positiva.
N u e s t r a m a d r e c o m ú n n o s hizo diferentes
p a r a la i n m o r t a l i d a d de 1? especie, m a s n o
d e s i g u a l e s . S o m o s la i m a g e n y s e m e j a n z a
de u n a misma c r i a t u r a q u e a s p i r a a ser ca-
da vez m e n o s imperfecta. P o r encima de la
diferencia a n a t ó m i c a , e s t á la u n i d a d o r g á n i -
ca de los sexos. Con m u c h a r a z ó n ha podi-
do decir p o r eso Novalis, q u e el h o m b r e y
la mujer c o n s t i t u y e n en el m a t r i m o n i o un
i n d i v i d u o completo. Y a h o r a se va recono-
c i e n d o q u e c o n s t i t u y e n t a m b i é n en la socie-
d a d política u n a i n d i v i d u a l i d a d completa.
A c e p t a d a esta v e r d a d , la d e m o c r a c i a se
perfecciona o i n t e g r a . Con el r e c o n o c i m i e n t o
de la p e r s o n a l i d a d política de la mujer, és-
ta se r e h a b i l i t a y al p r o p i o t i e m p o el gobier-
n o p o p u l a r c o b r a un s e n t i d o n u e v o , u n a
9C ELOY FARIÑA NUÑFZ
o r i g i n a l i d a d desconocida. Millares de a l m a s ,
q u e c a r e c í a n de voz y voto en la dirección
del E s t a d o , van a i n t e r v e n i r en lo s u c e s i v o
en su m a r c h a . La mujer a p a r e c e como p a r -
to r e s p o n s a b l e y solidaria en el c o n t r a t o so-
cial; la s o b e r a n í a p o p u l a r se amplia; en
u n a p a l a b r a , el sistema g u b e r n a m e n t a l re-
p r e s e n t a t i v o se mejora, e v o l u c i o n a n d o hacia
¡as f o r m a s s u p e r i o r e s de la sociedad f u t u r a .
Una n u e v a fuerza social y política s u r g e
en el e s c e n a r i o de la democracia. H e a q u í
un h e c h o t r a s c e n d e n t a l , q u e p r e s e n t a los
c a r a c t e r e s de un r e n a c i m i e n t o , u n a revolución
y u n a r e f o r m a E s un r e n a c i m i e n t o , p o r q u e
la g e n u i n a concepción del g o b i e r n o p o p u l a r ,
b a s t a r d e a d a d u r a n t e siglos de d e m o c r a c i a
e s p u r i a , r e n a c e e n g r a n d e c i d a ; es u n a r e v o -
luc ón, p o r q u e i m p o r t a la declaración de los
;
d e r e c h o s políticos de la mujer y es u n a re-

forma, p o r q u e cae al suelo el d o g m a de la
i n c a p a c i d a d femenina y se concede el l i b r e
e x a m e n a la mujer en los a s u n t o s públicos
en q u e a n t e s debía callar.
P a r a q u e se h a y a p o d i d o l l e g a r a seme-
jante r e s u l t a d o , ha sido m e n e s t e r q u e u n a
p a v o r o s a g u e r r a de c u a t r o a ñ o s aventara
las i d e a s y d o c t r i n a s establecidas, transfor-
m a n d o el p e n s a r y el s e n t i r de los h o m b r e s
de n u e s t r o siglo. Si no h u b i e s e m e d i a d o tal
circunstancia, las n o r m a s j u r í d i c a s de la fa-
milia latina h a b r í a n s e c o n v e r t i d o en fórmu-
las e t e r n a s y la r a z ó n , la p r e c a r i a razón
g r a b a d a en el d e r e c h o escrito de R o m a , ad-
q u i r i r í a la i n m o v i l i d a d m a r m ó r e a de l a s
r u i n a s del m u n d o a n t i g u o .
LA. MUJEK HEHAhiLITAIJA. 97
E l e v a d a la m u j e r a la d i g n i d a d de electo-
r a , m e n o s e n c u m b r a d a , p o r cierto, q u e la
a u r e o l a de la m a t e r n i d a d , n o creo q u e co-
r r a r i e s g o de disolución n i n g ú n f u n d a m e n t o
o p r i n c i p i o de la sociedad p r e s e n t e . Mas
bien me inclino a s u p o n e r q u e h a de mejo-
r a r s e lo actual y q u e la m u j e r dignificada
h a r á t o d o lo posible por c o n v e r t i r el hogaj*
en u n v e r d a d e r o s a n t u a r i o
H a y m u c h o s q u e m i r a n con recelo la par-
ticipación d e la mujer en los negocios pú-
blicos. Y o sé q u i é n e s son y cómo se l l a m a n :
son los e t e r n o s a s u s t a d i z o s de las realida-
des i n é d i t a s y se l l a m a n los tímidos de to-
d a s las é p o c a s q u e , en p r e s e n c i a d e un con-
c e p t e n u e v o , p r o c l a m a n la piuscuamperfec
ción de la h o r a p r e s e n t e e i n t e n t a n poner
un límite i n f r a n q u e a b l e a la infinita perfec-
tibilidad del h o m b r e y de la o b r a s a l i d a d e
sus m a n o s .
P o r f o r t u n a , el m u n d o a v a n z a , a d e s p e -
cho de las g e n e r a c i o n e s p u s i l á n i m e s , y en
a d e l a n t e a c a s o m a r c h e con m e n o r lentitud,
p u e s t o q u e el h o m b r e , q u e h a c a m i n a d o so-
lo h a s t a h o y en la v i d a pública, irá acom-
p a ñ a d o y s e c u n d a d • en el f u t u r o p o r la
mujer, n u e s t r a n o b l e , a n t i g u a y gentil alia-
da.
7
XI
La ctemocracia
, E s . increíble el n ú m e r o de h o m b r e s ' d e
E s t a d o , de p a r l a m e n t o y de e s t u d i o q u e ca-
r e c e n del c o n c e p t o cabal de la d e m o c r a c i a ,
p e r o es m u c h o m a y o r el de los q u e desco-
n o c e n su evolución histórica e, i g n o r á n d o l a .
<;reen q u e dicho sistema de g o b i e r n o , en su
f o r m a r e p r e s e n t a t i v a actual ha l l e g a d o a la
perfección s u p r e m a , no siendo, p o r lo t a n t o ,
s u s c e p t i b l e de r e f o r m a s y t r a n s f o r m a c i o n e s .
(Jomo tal d e s c o n o c i m i e n t o e n g e n d r a e r r o -
r e s funestos y g r a v e s , r e s u l t a c o n v e n i e n t e y
o p o r t u n o fijar con e x a c t i t u d la noción , r e a l
del g o b i e r n o d e m o c r á t i c o en e s t a s s o c i e d a d e s
. r e p u b l i c a n a s con escasos a n t e c e d e n t e s o ais-
ladas tradiciones democráticas.
. A p e n a el e s p e c t á c u l o d e e s p í r i t u s cultos
q u e h a c e n c a u s a c o m ú n con p r i n c i p i o s con-
t r a r i o s a la evolución de n u e s t r a s institucio-
n e s políticas, a p o s t a t a n d o , sin s o s p e c h a r l o
.tal vez, de. lo q u e c o n s t i t u y e el o r g u l l o del
N u e v o M u n d o , o sea, e l . l i b e r a l i s m o de l a
f o r m a d e g o b i e r n o a d o p t a d a p o r la s o c i e d a d
a m e r i c a n a . T a l . a b e r r a c i ó n sólo se e x c u s a . o
explica p o r la c o m ú n i g n o r a n c i a del r e c t o
s e n t i d o d e la .democracia. . ,
Si a p l i c a m o s el fecundo y l u m i n o s o p r i n -
cipio de la ovolución, q u e t a n h e r m o s o s fru-
tos h a d a d o en las ciencias n a t u r a l e s , a ios
d o m i n i o s de las ciencias sociales y políticas,
c u e s t a c o m p r e n d e r cómo y p o r q u é la evo-
lución de u n o r g a n i s m o v i v o , de u n a insti-
tución vital como el sistema democrático,
h a b r í a de d e t e n e r s e de p r o n t o en su forma
y e s t r u c t u r a p r e s e n t e s . ¿Cómo c o n c e b i m o s
la evolución? Como u n a l í n e a e s p i r a l en re-
volución sin t é r m i n o , como u n a fuerza siem-
p r e a s c e n d e n t e e infinita q u e c o n f u n d i m o s
con el p r o g r e s o indefinido. La idea de la
evolución va a p a r e j a d a a la noción del mo-
v i m i e n t o , al c o n c e p t o del cambio. T o d o l o
q u e se m u e v e y cambia, en c u a l q u i e r senti-
d o vital, evoluciona, no p e r m a n e c e inmóvil ni
se cristaliza. L u e g o , si la d e m o c r a c i a es u n a
idea c a m b i a n t e , u n a forma i n s t a b l e y móvil,
h a d e e v o l u c i o n a r n e c e s a r i a m e n t e y su fiso-
n o m í a a c t u a l n o p u e d e ser la p o s t r e r a de
la evolución del sistema. E s t e principio, q u e
siento a q u í como u n a consecuencia, p r e s i d e
el d e s e n v o l v i m i e n t o histórico del g o b i e r n o
d e m o c r á t i c o , s e g ú n se v e r á m á s a d e l a n t e .
T e n g o o b s e r v a d o en o t r o l u g a r q u e la
s u p e r i o r i d a d del sistema d e m o c r á t i c o r e s i d e
en su movilidad, o, m a s preciso a u n , en s u
ductilidad, al p a s o q u e las o t r a s f o r m a s d e
g o b i e r n o son, en definitiva, inmóviles, a u n
c u a n d o e x t e r n a m e n t e v a r í e n y t i e n d a n hacia
Jas m o d a l i d a d e s del g o b i e r n o d e m o c r á t i c o ,
como la m o n a r q u í a constitucional, p o r ejem-
plo.
Conocemos t o d a s las f o r m a s q u e la d o m o -
LA DEMOCRACIA 101
•cracia h a a s u m i d o s u c e s i v a m e n t e , d e s d e su
a p a r i c i ó n en A t e n a s en el siglo VI a n t e s d e
la e r a c r i s t i a n a h a s t a n u e s t r o s d í a s . Nace,
•como es s a b i d o , en la constitución de Solóíi
•como g o b i e r n o del p u e b l o , vale decir, como
u n a reacción p o p u l a r , s u s c i t a d a , segíín pÉK
rece p o r un m o v i m i e n t o a g r a r i o , c o n t r a el
s i s t e m a u n t a n t o tiránico y aristocrático im-
p e r a n t e h a s t a el citado siglo. ¿ Q u i é n e s com-
p o n í a n el «demos»? E l p u e b l o q u e g o b i e r n a
pn la d e m o c r a c i a a n t i g u a , en la «Oración
F ú n e b r e » de Pericles y el «Panegírico» de
I s ó c r a t e s , n o es el p u e b l o de la d e m o c r a c i a
m o d e r n a . E l «demos» a t e n i e n s e es la m a y o -
r í a gentilicia y libre, de la q u e n o forman
p a r t e los e s c l a v o s y libertos, q u e acaso cons-
t i t u y e r o n la v e r d a d e r a m a y o r í a , como sucedió
•en R e m a , c u a n d o a q u e l l a s u b l e v a c i ó n servil,
q u e se cita como p r i m e r a n t e c e d e n t e de la
h u e l g a . La d e m o c r a c i a nació, p u e s , imperfecta:
•el «demos» g r i e g o e r a u n p u e b l o p r i v i l e g i a d o .
P o s t e r i o r m e n t e , u n a vez a b o l i d a la esclavitud
í>ajo la influencia del cristianismo, el concep-
to d e la d e m o c r a c i a se mejora: el p u e b l o go-
b e r n a n t e es la m a y o r í a civil. Siglos m á s a r d e ,
la forma de la democracia e x p e r i m e n t a u n a
•nueva t r a n s f o r m a c i ó n , c a m b i á n d o s e el concep-
t o del p u e b l o , q u e n o es ya ú n i c a m e n t e la ma-
y o r í a , sino la m i n o r í a t a m b i é n . Llega e n t o n c e s
la r e p r e s e n t a c i ó n de las m i n o r í a s , t a r e a en
q u e n o s e n c o n t r a m o s . P e r o el p u e b l o de la
•democracia m o d e r n a está lejos de ser en ri-
g o r el p u e b l o todo, p u e s t o q u e se h a l l a n
e x c l u i d a s del m i s m o las m u j e r e s Al d í a si-
g u i e n t e d e la terminación de la g u e r r a , se
102 ELOY E'ARIÑA NUÑEZ
c o n s a g r a la c i u d a d a n í a política de la mujer
y el i demos» viene a ser la totalidad de la
sociedad civil, v a r o n e s y m u j e r e s
Como a c a b a de verse, el c o n c e p t o del pue-
blo, del s o b e r a n o de la democracia, ha va-
luado m u c h o en el c u r s o de los siglos: ori-
g i n a r i a m e n t e , fué el núcleo a u t ó c t o n o libre,
u n a porción p o p u l a r ; la m a y o r í a c i u d a d a n a
d e s p u é s ; m á s larde, la m a y o r í a y las mino-
r í a s j u n t a s y, finalmente, la casi t o t a l i d a d
del c o n j u n t o social, incluso las mujeres.
T a l e s t r a n s f o r m a c i o n e s ' s e ñ a l a n las diver-
s a s e t a p a s de la evolución histórica del g o -
b i e r n o p o p u l a r . E n su n a c i m i e n t o y f o r m a s
u l t e r i o r e s , la d e m o c r a c i a d e n o t a el g o b i e r n o
del p u e b l o ; p e r o , ¿quién ejerce el g o b i e r n o ? '
Directa o i n d i r e c t a m e n t e , el pueblo. Mas tar-
de, el E s t a d o r e b a s a los límites de la ciu-
dad, s u r g e n las c o n f e d e r a c i o n e s , se consti-
t u y e n las n a c i o n a l i d a d e s y se i m p o n e la de-
mocracia p o r delegación. L a democracia
m o d e r n a a d q u i e r e así el c a r á c t e r r e p r e s e n -
tativo. Mas como la d e m o c r a c i a significa en
r e a l i d a d el g o b i e r n o del p u e b l o p o r el pue-
blo, la forma m á s a v a n z a d a e i n m e d i a t a del
sistema consiste en la s u p r e s i ó n del gobier-
no constituido m e d i a n t e el tácito c o n t r a t o
social, o sea, el g o b i e r n o del p u e b l o p o r sí
mismo, sin delegación de s o b e r a n í a . E s t a
sería la v e r d a d e r a d e m o c r a c i a directa. ¿Có
rao se llama este ideal de la s o c i e d a d polí-
tica? H o y tiene d i v e r s o s n o m b r e s ; p e r o l a
apelación n o i m p o r t a , sino q u e tal es la con
secuencia lógica, e x a c t a , r í g i d a , de la p r e -
misa del g o b i e r n o democrático.
LA DEMOCRACIA 103
P a r a q u e el g o b i e r n o del p u e b l o p o r el
p u e b l o mismo sea posible, es m e n e s t e r q u e
la sociedad esté de tal modo e d u c a d a , q » e
t o r n e i n n e c e s a r i a la ley y s u p e r f l u a la au-
toridad. De a h í q u e la d e m o c r a c i a p r e s u -
p o n g a , en s e g u n d o t é r m i n o , u n e s t a d o de
c u l t u r a social s u p e r i o r , de civilización pro-
funda, q u e n o h e m o s a l c a n z a d o t o d a v í a . P e -
ro es e v i d e n t e q u e en los e s p í r i t u s , q u e h a n
l a b r a d o p r i m o r o s a m e n t e su c o r a z ó n y su
inteligencia, vive y se r e a l i z a esta alia de-
mocracia directa. Las a l m a s s u p e r i o r e s n o
tienen n e c e s i d a d de ley ni de a u t o r i d a d , ni
de g o b i e r n o , p a r a vivir h o n e s t a m e n t e , n o
d a ñ a r a n a d i e y d a r a c a d a cual lo s u y o ,
según las s a b i a s n o r m a s de la r a z ó n m o r a l .
Si s o m o s sinceros d e m ó c r a t a s , n o p o d e m o s
r e c h a z a r , p o r c o n s i g u i e n t e , las ú l t i m a s con-
secuencias del g o b i e r n o libre. La d e m o c r a -
cia n o es u n a institución inmóvil, un concep-
to i n e r t e . E s u n a r e a l i d a d política palpi-
tante., q u e se d e p u r a y h e r m o s e a como la
r e a l i d a d misma de la vida, a i m p u l s o s de
las a n s i a s de r e n o v a c i ó n de las g e n e r a c i o -
nes. A s p i r a c i o n e s y d o l o r e s de s o c i e d a d e s
e n t e r a s y c u l t u r a s escogidas h a n v e n i d o
t r a b a j a n d o d u r a n t e siglos p a r a h a c e r del
g o b i e r n o d e m o c r á t i c o u n a forma c a d a vez
m e n o s imperfecta. P e n s e m o s en la s u m a
e n o r m e de sufrimiento q u e ha c o s t a d o c a d a
c o n q u i s t a d e m o c r á t i c a . T o r r e n t e s de s a n g r e
se h a n v e r t i d o p a r a l o g r a r el reconocimien-
to de la i g u a l d a d , de la r e p r e s e n t a c i ó n de
¡as m i n o r í a s y de los d e r e c h o s políticos d e
la mujer. Sin e m b a r g o , la d e m o c r a c i a mo-
KM ELOY FARIÑA .M'ÑEZ
d e r n a está d i s t a n t e de h a b e r a l c a n z a d o aun
la p u r e z a formal s u p r e m a . H o n d a s inquie-
t u d e s de perfección la s a c u d e n y a t o r m e n -
tan. I n t e n s o s conflictos sociales e s t a l l a n ás-
p e r a m e n t e en su seno. U n a n u e v a forma
se m o l d a a en los h i r v i e n t e s t r o q u e l e s d é l a s
c o n v u l s i o n e s p o p u l a r e s De la p r o f u n d i d a d
del c l a m o r o s o d e s c o n t e n t o de la sociedad
contemporánea va a surgir una estructura
m á s j u s t a . Al caos social ha de s u c e d e r un
e q u i l i b r i o m á s perfecto
Yo n o sé si de la actual o r g a n i z a c i ó n d e
la d e m o c r a c i a i r e m o s h a c i a el socialismo de
E s t a d o o la d i c t a d u r a del p r o l e t a r i a d o del
r é g i m e n c o m u n i s t a ; lo q u e yo p r e t e n d o con
e s t a s l í n e a s es l l a m a r la atención hacia la
m a l e a b i l i d a d del. g o b i e r n o democrático, q u e
se a d a p t a a las a s p i r a c i o n e s de c a d a siglo
y se m o l d e a sin c e s a r hacia u n a forma ar-
q u e t í p i c a , sin v a r i a r , como d i r í a Montes-
q u i e u , de n a t u r a l e z a .
XII
Aurora Naciente
E s t a b a a p u n t o de escribir un a r t í c u l o con
e s t e título: "El coco del n e g r o " , p o r a l u s i ó n
a u n a de las e s c e n a s b u r l e s c a s de la p a n t o -
mima musical d e l g o r S t r a w i n s k y , el o r i g i n a l í s i
rao c o m p o s i t o r r u s o , e s t r e n a d a poco h a en
el t e a t r o Colón. Al d a r o s c u e n t a del aconte-
cimiento, que constituyó para todos la
revelación de un nuevo a r t e musical,
q u i e r o decir, de u n a n u e v a " m ú s i c a del por-
venir' disponíame a comentar risueñamente
la referida escena, en q u e u n n e g r o , encar-
n a d o m a g i s t r a l m e n t e p o r el a l a d o b a i l a r í n
Nijinsky, r i n d e e x t r a v a g a n t e culto a un coco.
I b a a p o n e r de r e l i e v e el s i m b o l i s m o del g r o
tesco episodio, s u s c e p t i b l e de s e r i n t e r p r e t a -
d o como u n a f o m i d a b l e s á t i r a c o n t r a los
ideales de la h u m a n i d a d b l a n c a , y a q u e la
p a n t o m i m a es u n c a r i c a t u r a de la Vida, re
flejándola con la d e f o r m a c i ó n de un espejo
c ó n c a v o . P r o p o n í a m e , en fin, en este i n s t a n t e
de g e n e r a l escepticismo, p a s a r r e v i s t a a los
v a l o r e s éticos, i n t e l e c t u a l e s y religiosos d e
n u e s t r a civilización. Y e n t r a b a en mi p r o p ó -
sito s o n r e i r un poco con i r o n í a socrática.
M a s h e t e a q u í q u e en tal e s t a d o de á n i m o
me llega de la Asunción u n libro j u v e n i l ,

" E n s a y o s " de J u a n Vicente R a m í r e z , lo abro:,
r e c o r r o s u s p á g i n a s y el p e n s a m i e n t o escép-
tico h u y e de mi m e n t e como un p á j a r o noc-
t u r n o a n t e la p r i m e r a r a d i a c i ó n de la a u r o -
ra. ¿Con q u é v a l o r v o y ..a h a b l a r a los jóve-
nes q u e me e s c u c h a n , de las p r o f u n d a s heri-
d a s de n u e s t r a civilización, d e los dolores de
n u e s t r o siglo? ¿ T e n g o el d e r e c h o de t u r b a r
el e n c a n t o de la p r i m a v e r a n a c i e n t e con u n a
sonrisa b u r l o n a ? No; n o he de ser yo el q u e
ha de h a b l a r de d u d a a la e s p e r a n z a , L í b r e n -
me los dioses de p r o n u n c i a r u n a p a l a b r a d e
d e s e n c a n t o d e l a n t e del e n s u e ñ o . Y, a r r e p e n -
tido de mi i n t e n t o , en l u g a r del p r o y e c t a d o
a r t í c u l o "El coco del n e g r o " , v a el p r é -
sente con título de a u r o r a
Lo son en n u e s t r o p a í s los j ó v e n e s , los re-
cientes, ios n u e v o s , q u e en c u a l q u i e r forma
¡ r a b a j a n i l u m i n a d o s por u n ideal de belleza.
Lo é r a m o s n o s o t r o s c u a n d o s u r g i m o s a y e r
>omo la p r o m e s a de un m u n d o mejor; p e r o a
n u e s t r a g e n e r a c i ó n le tocó vivir la postrime-
ría de un siglo t u r b u l e n t o y el principio d e
una e e n t u r i a d r a m á t i c a , y c u a n d o el a l b a v a
a nacer, p e r t e n e c e m o s ya al p a s a d o . N o s o t r o s
vivimos i n t e n s a m e n t e , a n a l i z a m o s d e m a s i a -
do y e n v e j e c i m o s p r o n t o : casi n o t u v i m o s
j u v e n t u d ; los q u e v i e n e n d e t r á s de n o s o t r o s ,
los q u e hoy f o r m a n el p r e s e n t e , s e r á n m á s
a f o r t u n a d o s , p u e s v e r á n a l z a r s e , s o b r e las.
r u i n a s de u n m u n d o d e c r é p i t o , s o b r e los
e s c o m b r o s de la civilización q u e h a d e
s e p u l t a r s e con n o s o t r o s , las p r o m e t i d a s au-
roras no nacidas todavía. Nosotros repre-
AURORA. NACIENTE 107
s e n t a m o s u n ideal de h u m a n i d a d y de cul-
t u r a en b a n c a r r o t a ; n o s a g i t a m o s febriles en
medio de dos siglos a t o r m e n t a d o s ; las n u e v a s
g e n e r a c i o n e s son el r e t o ñ a r de o t r a cultura,
H.1 a m a n e c e r de o t r o ideal, la p r i m a v e r a de
u n a civilización m á s p u r a q u e florecerá en
u n a e d a d m e n o s i n q u i e t a , en el s e n o de u n a
h u m a n i d a d m á s libre. N u e s t r a era se extin-
g u e c o r r o í d a p o r el escepticismo y b a ñ a d a
en s a n g r e ; la v e n i d e r a se- l e v a n t a r á , en u n a
n u e v a elevación de la especie, a n i m a d a p o r
la fe y r e d i m i d a p o r el sacrificio u n i v e r s a l .
P e r o en la p r e s e n t e ocasión q u i e r o h a b l a r
e s p e c i a l m e n t e , n o do la a u r o r a m u n d i a l próxi-
ma, sino del alba visible en n u e s t r o firma-
m e n t o en el cultivo de las bellas y desinte-
r e s a d a s a r t e s de la paz p o r un núcleo cada
vez m á s n u m e r o s o do j ó v e n e s inteligencias.
Diviso t a m b i é n este a l b o r e a r en la r e o r g a -
nización del I n s t i t u t o P a r a g u a y o y on la
fundación de la A c a d e m i a Nacional de Mú-
sica por la Asociación '"Santa Cecilia'. Son,
a n o d u d a r l o , los p r i m e r o s r a y o s del esplen-
d o r i n t e n s o de la p l e n a a u r o r a futura,
T i e m p o e r a de q u e s u r g i e s e en n u e s t r o
medio a m b i e n t e la h o r a del e s p í r i t u . T o d o
h a v e n i d o p r e p a r á n d o l a , d e s d e l a r g o tiempo,
por los c a m i n o s m á s o p u e s t o s : el p a s a d o con s u s
c o n v u l s i o n e s , la a n a r q u í a con sus desenfre-
nos. D í a l l e g a r á en q u e d e s d e u n a p e r s p e c
ti va de la h i s t o r i a h a de v e r s e en el fondo
de n u e s t r a s l u c h a s i n t e s t i n a s el esfuerzo d e
un p u e b l o i n o r g á n i c o p o r c o n s t i t u i r s e en el
o r d e n y la l i b e r t a d . Se dice q u e h a y u n a lu-
cha p o r el d e r e c h o ; c a b r í a decir t a m b i é n
ELOY KA HIÑA NUNEZ
' q u e existe u n a g u e r r a p o r la paz. C u a n d o

en las r i e n t e s c a m p i ñ a s de n u e s t r a s t i e r r a
• c o m b a t í a m o s p o r e! triunfo de un i d e a l . n o éra-
mos sino los b r a z o s ejecutores de un eleva-
d o disignio de c o n c o r d i a ulterior. P e l e a b a
mos, en definitiva, p o r la c o n q u i s t a p e r m a -
n e n t e de la paz n a c i o n a l . Y p u g n á b a m o s
t a m b i é n p o r el a d v e n i m i e n t o de la a u r o r a
q u e d e s p u n t a en los n o b l e s e n s u e ñ o s de las
g e n e r a c i o n e s actuales.
x
E r a necesario el dolor, todo ese dolor n u e s -
tro, de q u e h a b l a r a en p á g i n a s i m p e r e c e d e -
r a s el i n t e n s o B a r r e t , p a r a q u e b r o t a r a d e
n u e s t r a s l á g r i m a s la s a n t a a l e g r í a q u e n o s
i n v a d e , al v i s l u m b r a r en el h o r i z o n t e la blan-
c u r a i n s i n u a n t e de la m a ñ a n a p r o m e t i d a . El
a u t o r de la Novena S i n f o n í a a n h e l a b a lle-
g a r a la a l e g r í a p o r el sufrimiento. N o s o t r o s
v a m o s l l e g a n d o a ella p o r la v í a de t o d o s
n u e s t r o s i n f o r t u n i o s . No en v a n o h e m o s su-
frido. El d o l o r es s i e m p r e fecundo. Y la lá-
g r i m a q u e hoy se v i e r t e p o r u n a h e r i d a del co-
r a z ó n , v a a r e g a r s i l e n c i o s a m e n t e el o c u l t o
j a r d í n d o n d e n a c e r á m a ñ a n a la p a z del es-
píritu, hacia la cual t i e n d e n las civilizaciones
en su a n h e l o i m p o t e n t e d e h a c e r d e s c e n d e r la
dicha e n t r e los hombres.
Las altas y p u r a s i n q u i e t u d e s del g r u p o
j u v e n i l , a q u e p e r t e n e c e el a u t o r de " E n s a -
y o s ' , nos dicen q u 6 l a a u r o r a e s t á n a c i e n d o .
E s t e libro, d o n d e u n j o v e n n o s s o r p r e n d e
con meditaciones s o b r e t e m a s g r a v e s , al la-
d o de e s a s p á g i n a s q u e t o d o s h e m o s escrito
en h o n o r de la p r i m e r a m a d a , tiene la deli
ciosa frescura de un alba, la t e r s a m e l o d í a
AURORA N A C I E N T E 109
d e u n c a n t o m a t i n a l . Veo r e n o v a d o en s u s
p á g i n a s el s a g r a d o espectáculo de los s u e -
ños, como en las l a m p a d o f o r i a s se v e í a la
r e n o v a c i ó n i n c e s a n t e de las g e n e r a c i o n e s .
H e n o s en p r e s e n c i a de u n a r q u e r o a d o l e s -
cente, de u n s a g i t a r i o efebo, q u e a r r o j a s u s
p r i m e r o s d a r d o s a un l a u r e l d h l a n t e . L o
c o n t e m p l o e r g u i d o , en m e d i o de u n a p r a -
d e r a florida, con el arco t e n s o v i b r a n t e de
e n t u s i a s m o , en la actitud de d i s p a r a r u n a
flecha a u n a i m a g e n fugitiva.
No v a c i l a r é en salir al e n c u e n t r o de e s t a s
a l m a s d e s l u m b r a d a s p o r el e n c a n t o de la
bel.'eza e t e r n a p a r a d a r l e la b i e n v e n i d a y
a g u a r d a r con ellas el n a c i m i e n t o de la au-
r o r a . Y he de decirles en plática cordial ba
j o el pórtico filosófico q u e el h o m b r e tiene
u n d e s t i n o de b l a n c u r a y de luz q u e c u m p l i r
en la vida; q u e este d e s t i n o es t r e s veces
e l e v a d o , si es u n a finalidad de belleza; q u e
la belleza se r e v e l a a las a l m a s por el do-
lor y se e n c a r n a en las o b r a s p o r u n acto
d e v o l u n t a d ; q u e la v o l u n t a d es la potencia
c r e a d o r a del m u n d o , y q u e el m u n d o es u n a
g r a n a r m o n í a p r e e s t a b l e c i d a q n e se m a n t i e n e
en e q u i l i b r o p o r la fe
Y h e d e a g r e g a r l e s q n e la j u v e n t u d desti-
n a d a a c r e a r la civilización f u t u r a , tiene en
la h o r a p r e s e n t e u n a r e s p o n s a b i l i d a d m á s
g r a n d e q u e la n u e s t r a ; un d e b e r a t o d a s lu-
ces m á s alto. N o s o t r o s , hijos de u n a époea
de análisis, n o s e x t r a v i a m o s en la d u d a y
n o s p e r d i m o s en la p e r p l e j i d a d ; los n u e v o »
a b a r c a r á n la vida en g r a n d e s síntesis y h a n
d e v i v i r en la acción. N u e s t r a g e n e r a c i ó n
"110 ELOY FARIÑA NTJNEZ
-nació c u a n d o t o c a b a a su t é r m i n o la a l b o r a -
da r o m á n t i c a , " y , ansiosa de r e n o v a c i ó n , di-
soció el m u n d o con el i n t e n t o de r e c o n s t r u i r -
lo s o b r e n u e v a s b a s e s ; pero, en el c u r s o de
la t a r e a , • nos asaltó la fatiga del e x a m e n y
c o n c l u í m o s p o r c o m p o n e r » acrósticos indolen-
t e s ' . La p r o g e n i e actual asiste a la crisis de
la civilización m o d e r n a y está l l a m a d a a
c r e a r ' a de n u e v o sobre los principios q u e no-
s o t r o s nos limitamos a disecar, rectificando
nuestros errores y modelando otros arque-
tipos.
Vaya, p u e s mi p a l a b r a de aliento a los jóve-
nes q u e e s t u d i a n , s u e ñ a n y c r e a n en la t i e r r a
n a t i v a . Ellos v e r á n el e s p l e n d o r p l e n a r i o d e
la a u r o r a naciente. Más a f o r t u n a d o s q u e no-
s o t r o s , ellos p r e s e n c i a r á n la r e a l i z a c i ó n de
todos n u e s t r o s s u e ñ o s . Y v e r á n s u r g i r e n t r e
las c l a r i d a d e s del a m a n e c e r r a d i a n t e , q u e
coincidirá con la g r a n a u r o r a h u m a n a q u e
se e x t i e n d e s o b r e el m u n d o , la i n m a c u l a d a
b l a n c u r a de las p á g i n a s de la h i s t o r i a pa-
XIII
El Mundo futuro
E n las p o s t r i m e r í a s de la g u e r r a , los vi-

d e n t e s de E u r o p a y América exclamaron
en coro: « ¡ E s t a m o s en la a u r o r a d e un mun-
do n u e v o » ! Creo q u e y o mismo lancé dicha
e x c l a m a c i ó n , tan g r a n d e es el influjo de la
ilusión de n u e s t r a época s o b r e n u e s t r o es-
p í r i t u . L a a u r o r a se h a d e s v a n e c i d o y el
m u n d o n u e v o e n t r e v i s t o no a p a r e c e . L l o y d
G e o r g e , en reciente p r o c l a m a d i r i g i d a al
p u e b l o b r i t á n i c o , t o r n a a d e s a r r o l l a r el «leit
motiv» del m u n d o n u e v o , a n u n c i á n d o l o so-
b r e los e s c o m b r o s del viejo, el n u e s t r o q u e
- s e va.
E s a n t i g u a la o b s e r v a c i ó n de q u e c a d a
g e n e r a c i ó n p r o p e n d e a m a g n i f i c a r los he-
c h o s d e su c e n t u r i a . Virgilio, en sü célebre
é g l o g a al cónsul Polión, decía del siglo de
A,ugusto, p r e d i c i e n d o un n u e v o o r d e n so-
cial:
«Ultima Cumae.i v e n i t j a m c a r m i n i s aetas;
ÍVlagnus a.b i n t e g r o s a e c l o r u m n a s c i t u r o r d o
J a m r e d i t et Virgo, r e d e u n t S a t u r n i a r e g n a ;
J a m n o v a p r o g e n i e s coelo d e m i t t i t u r ajto»
S e g u r a m e n t e , ningún c o n t e m p o r á n e o d u d a
112 ELOY E A RIÑA N'UÑEZ
de q u e n u e s t r a e d a d es la m a s i m p o r t a n t e
de la h i s t o r i a h u m a n a , p o r los g r a n d e s su-
cesos acaecidos ya en lo q u e va t r a n s c u r r i -
do del siglo XX. H o y como en la c e n t u r i a
de A u g u s t o , n o s f i g u r a m o s q u e u n a «nova
p r o g e n i e s » va a d e s c e n d e r de lo alto y q u e
no t a r d a r á en n a c e r « m a g n u s o r d o saeclo-
r u m » . H a de p e r m i t í r s e m e q u e n o a b r i g u e
tal ilusión, p u e s no d e s e o e x p e r i m e n t a r o t r o
iesencanto.
A mi juicio, n o se t r a t a de c r e a r un mun-
do n u e v o , como dice Lloyd G e o r g e , p a r a lo
cual s e r í a m e n e s t e r c r e a r el h o m b r e , tam-
bién n u e v o , sino de o r g a n i z a r un m u n d o
mejor, p a s a b l e m e n t e mejor, s o b r e los prin-
cipios de la justicia social, esto es, s o b r e el
f u n d a m e n t o de la conciliación o reconciliación
del capital y el t r a b a j o .
La sociedad c o m t e m p o r á n e a se halla p r o -
f u n d a m e n t e d i v i d i d a p o r el p r e d o m i n i o del
p r i m e r o s o b r e el s e g u n d o , p o r lo q u e es
preciso r e s t a b l e c e r el a n t i g u o equilibrio en-
tre a m b a s f u e r z a s motrices del m u n d o . Y o
e n t i e n d o q u e la fórmula de solución es la
s i g u i e n t e , sin p r e t e n d e r q u e sea la única,
ni p r e s u m i r q u e sea i n é d i t a : h a c i e n d o q u e
el t r a b a j o se c o n v i e r t a en c a p i t a l y éste en
t r a b a j o , o, en o t r o s t é r m i n o s , m e d i a n t e la
capitalización del t r a b a j o y lo q u e p o d r í a -
mos l l a m a r la l a b o r i z a c i ó n del capital.
A h o r a bien: el t r a b a j o se capitaliza, d a n d o
participación en los beneficios del c a p i t a l
i n d u s t r i a l al o b r e r o , es decir, a s o c i á n d o l o a
las u t i l i d a d e s del capital a m o d o de u n so-
cio i n d u s t r i a l . Y el capital se t r a n s f o r m a en
EL MUNDO FUTURO 113
t r a b a j o , p o r el simple hecho, de la capitaliza-

ción del t r a b a j o , por la cual éste se asimila
al capital y, a su vez, éste se c o n v i e r t e en
un e q u i v a l e n t e del t r a b a j o . E n o t r a s pala-
b r a s , en el f e n ó m e n o de la capitalización del
t r a b a j o es como si capitalista y o b r e r o for-
m a r a n u n a sociedad colectiva o i n t e g r a r a n
p o r p a r t e s i g u a l e s u n capital social, o como
si a m b o s t r a b a j a r a n en u n a e m p r e s a , el
o b r e r o con su l a b o r y el capitalista con su
dinero.
Al identificarse y e q u i v a l e r s e de esta suer-
te capital y t r a b a j o , d e s a p a r e c e el a n t a g o -
n i s m o q u e , en la o r g a n i z a c i ó n a c t u a l de la
sociedad, r e g i d a por la p r e p o n d e r a n c i a del
p r i m e r o , existe ¡atente e n t r e a m b o s . G r a c i a s
a la capitalización del t r a b a j o y la labori-
zación del capital, q u e son r e c í p r o c a s , la
lucha e n t r e las dos f u e r z a s se d e s e n l a z a en
u n a a r m o n í a , c r e á n d o s e e n t r e ellas un vin-
culo de s o l i d a r i d a d . U n a vez s u p r i m i d o el
conflicto e n t r e el capital y el t r a b a j o , la
n e c e s i d a d de la lucha de clases d e s a p a r e c e
y la s o c i e d a d p u e d e o r g a n i z a r s e s o b r e ba-
ses mejores.
E n la capitalización del t r a b a j o , p r o d u c -
ción, p r o p i e d a d , capital y t r a b a j o se socia-
lizan en cierto m o d o , p e r o p e r m a n e c e n in-
d i v i d u a l e s . Y n o sólo se socializa la p r o p i e -
d a d , s i n o q u e s e socializa t a m b i é n el t r a b a -
jo. L a capitalización del t r a b a j o s e r í a , p o r
c o n s i g u i e n t e , u n a t r a n s a c c i ó n e n t r e el siste-
ma d e la p r o p i e d a d i n d i v i d u a l y el r é g i m e n
d e la p r o p i e d a d colectiva.
Gomo se vé, la f ó r m u l a es m u y simple, t a n
8
ELOY 1'AllIXA NTN EZ
T
simple como el e n u n c i a d o de q u e el t r a b a -
jo no es s u s c e p t i b l e do ser c o n s i d e r a d o co-
mo u n a m e r c a d e r í a ; el o b s t á c u l o r e s i d e en
q u e se acepte la t r a n s f o r m a c i ó n q u e s u p o n e
la capitalización del t r a b a j o p o r p a r t e del
capital, ya q u e el t r a b a j o no d e s e a o t r a co-
sa.
R e a l i z a d a esta evolución, q u e s e r á segu-
r a m e n t e uno de los c a r a c t e r e s del m u n d o '
mejor de m a ñ a n a , h a b r í a un i n t e r é s c o m ú n
en r e s o l v e r las d e m á s cuestiones d e r i v a d a s
de la lucha e n t r e el capital y el t r a b a j o . Si
se t r a t a r a de fijar la j o r n a d a m á x i m a de
t r a b a j o , no s e r í a a d m i s i b l e e s t a b l e c e r una
distinción especiosa e n t r e ¡as n a c i o n e s de
i n d u s t r i a l i s m o a v a n z a d o , como los E s t a d o s
Unidos, I n g l a t e r r a , F r a n c i a , A l e m a n i a e l í a -
lia, y las nociones o d o m i n i o s coloniales ele
vida i n d u s t r i a l m e n o s i n t e n s a , como los
p a í s e s s u d a m e r i c a n o s , la I n d i a y el E g i p t o ,
p u e s t o q u e la j o r n a d a m á x i m a de trabajo
d e b e c o n s u l t a r , s o b r e t o d a s las cosas, el lí-
mite de resistencia del o r g a n i s m o h u m a n o ,
q u e es mas o m e n o s igual en t o d a s p a r t e s .
P o r encima de los d e r e c h o s de la i n d u s t r i a ,
están ios d e r e c h o s del h o m b r e . P o r consi-
guiente, la j o r n a d a do 48 h o r a s de t r a b a j o
por s e m a n a d e b e s e r c o n s a g r a d a , como lo h a
sido, como un p r i n c i p i o u n i v e r s a l .
Además, cada nación p u e d e ser d i v i d i d a ,
d e s d e el p u n t o d ° vista i n d u s t r i a l y a los
efectos de la legislación del t r a b a j o , en d o s
o tres z o n a s : la zona fabril o i n d u s t r i a l p r o -
p i a m e n t e dicha, q u e c o m p r e n d r í a las g r a n -
des c i u d a d e s o c e n t r o s m a n u f a c t u r e r o s , de
EL MUNDO FUTURO 115
e l a b o r a c i ó n m a n u a l o fabricación técnica; la
z o n a p r o d u c t o r a o n o fabril, q u e a b a r c a r í a
las r e g i o n e s d e d i c a d a s a la a g r i c u l t u r a y
la g a n a d e r í a y a la p r o d u c c i ó n de m a t e r i a s
p r i m a s , y la z o n a i n t e r m e d i a o m i x t a , q u e
p a r t i c i p a r í a de los c a r a c t e r e s de las d o s
p r i m e r a s z o n a s . E s o b v i o q u e la r e g l a m e n -
tación d e las c o n d i c i o n e s del t r a b a j o no
p u e d e ser u n i f o r m e p a r a las t r e s z o n a s , des-
de q u e lo q u e es c o n v e n i e n t e y a p l i c a b l e a
la fabril, a c a s o no lo fuera a la p r o d u c t o r a
y viceversa. D e n t r o de la u n i d a d de los
p r i n c i p i o s g e n e r a l e s q u e h a n de i n s p i r a r la
legislación del t r a b a j o , la r e g l a m e n t a c i ó n
d e la misma d e b e ofrecer un c a r á c t e r dife-
rencial, s e g ú n las m o d a l i d a d e s y peculiari-
d a d e s de c a d a zona. E n t r e a q u e l l o s princi-
pios g e n e r a l e s , estos dos s e r í a n i n c o n m o v i -
b l e s : la p r o h i b i c i ó n a b s o l u t a dei t r a b a j o de
los n i ñ o s y del n o c t u r n o de las m u j e r e s .
F r e n t e a los d e r e c h o s de la i n d u s t r i a , corres-
p o n d e p r o c l a m a r los d e r e c h o s d é l a especie.
E s t a b l e c i d o el m u n d o v e n i d e r o s o b r e ta-
les o a n á l o g a s n o r m a s de justicia social,
n a c e r í a n acto s e g u i d o p r o b l e m a s de í n d o l e
e s p i r i t u a l y ótico m á s h o n d o s y m á s com-
plejos. T a l e s p r o b l e m a s no se p l a n t e a n hoy,
p o r q u e lo q u e se b u s c a en n u e s t r o s d í a s ,
como c o n q u i s t a p r i m e r a y p r e v i a , es el bie-
n e s t a r económico, el p a n s e g u r o . Más como
no sólo de p a n vive el h o m b r e , s e g ú ' i las
s a b i a s p a l a b r a s , u n a vez n u t r i d o suficiente-
m e n t e el c u e r p o , el e s p í r i t u r e i v i n d i c a r á su
s o b e r a n í a y t e n d r á h a m b r e y sed. E n t o n c e s ,
s e n o s d a r á la r a z ó n a n o s o t r o s , los espi-
116 ELOY FARIÑA XCÑEZ
r i t u a l i s t a s , los i n c o r r e g i b l e s s o ñ a d o r e s d e
t o d o s los siglos. T r a s el «homo economicus>
del m a t e r i a l i s m o histórico, a s o m a r á el s e r
intelectual y e m o t i v o del idealismo filosófico,
artístico y religioso, q u e e x h a l a n las cultu-
r a s s u p e r i o r e s . T a n vital e i m p r e s c i n d i b l e
como el p a n cotidiano, s e r á el a l i m e r t o de
la r a z ó n con la ciencia, de la s e n s i b i l i d a d
con el arte, del s e n t i m i e n t o m o r a l con la r e -
ligión y la filosofía. Y a no se h a b l a r á de
los d e r e c h o s del v i e n t r e y el músculo, su-
p u e s t o q u e e s t a r á n reconocidos, sino de los
de la m e n t e y el c o r a z ó n . L o s s e r e s , e m a n -
c i p a d o s de la obsesión económica, v i v i r á n
en u n a m b i e n t e s u p e r i o r a la a t m ó s f e r a en-
r a r e c i d a de n u e s t r o siglo. S e r á la h o r a del
e s p í r i t u h u m a n o , m e n o s esclavo de los ins-
tintos de la especie y m á s d u e ñ o de s u s
poderes y derechos.
Tal se d i s e ñ a a lo lejos el m u n d o f u t u r o
q u e es d a d o h u m a n a m e n t e concebir y e s p e -
r a r . D i r í a s e un m u n d o n u e v o ; p e r o n o s e r á
m á s q u e un m u n d o r e l a t i v a m e n t e mejor.
XIV
El c a n t o de Ariel
( P r a d e r a i n v a d i d a por el c r e p ú s c u l o en
u n día d e o t o ñ o . Aletean en el á m b i t o le-
g i o n e s de f o r m a s y de i m á g e n e s como flotan-
tes d i s e ñ o s de un p e n s a m i e n t o t r é m u l o . U n
principio de orden, un espíritu de armonía
p r e s i d e la sucesión de las i m á g e n e s y d e
l a s f o r m a s , q u e a veces se c o n f u n d e n con
las n i e b l a s de la p r a d e r a y las s o m b r a s del
c r e p ú s c u l o . Y m i e n t r a s los elfos r o n d a n en
los p l a n o s s u p e r i o r e s del círculo e t é r e o en
t o r n o d e Ariel, el g e n i o d e la luz alza su
canto).
Ariel—Inmortal Razón, Increada Sabiduría,
Celeste Belleza, elevo h a s t a ti mi voz p o r
el a l m a y p o r la o b r a del elegido, q u e , ator-
m e n t a d o p o r la t e r r e n a belleza, la p e r e c e d e -
r a s a b i d u r í a y la h u m a n a r a z ó n , a c a b a d e
v o l a r al s e n o de la e t e r n a a r m o n í a p a r a in-
c o r p o r a r s e al c o r o de los iniciados q u e can-
tan, bajo un f i r m a m e n t o m á s alto y m á s a z u l
q u e el v i s l u m b r a d o d e s d e la tierra, la g l o r i a
de las d i v i n a s c r i a t u r a s q u e t o m a n la e n v o l -
t u r a m o r t a l de las i d e a s .
' Coro de Elfos. — ¡Oh, Ariel, g e n i o del b i e n
y de la luz, dulce es la a r m o n í a de tu c a n -
lis ELOY FAlílXA XL'XF.Z
to, melodioso como el a c o r d e de n u e s t r a s

a r p a s ; p e r o está lleno de melancolía, como
si tu ser fuera c a p a z de sentir, en su i n m o r t a -
lidad l u m i n o s a , del dolor h u m a n o !
Ariel. — R e m o n t a d el vuelo, Elfos, en tor-
n o mío p u l s a n d o s u a v e m e n t e las a r p a s pa-
r a q u e mi e s p í r i t u r e c o b r e la d i v i n a s e r e n i -
d a d , q u e a c o m p a ñ a s i e m p r e a ¡ni c a n t o .
P e r o , n o ¿ h a b é i s visto la ascención del a l m a
del iniciado? Elfos, sois a l a d o s , sois etéreos,
sois sutiles; p e r o v u e s t r o pensamiento no
p e n e t r a m á s allá de la esfera de los e s p í r i t u s
p u r o s , d o n d e está el m u n d o de las f o r m a s
h u m a n a s , Jas cuales, d e s p u é s de h a b e r reali-
z a d o una misión de a m o r o d e belleza en la
tierra, v u e l v e n a la p a t r i a de su e l e v a d o ori-
gen. H e a q u í q u e no t o d a s las c r i a t u r a s son
t o r p e s y ciegas; e x i s t e n t a m b i é n s e r e s p r e -
d e s t i n a d o s , en q u i e n e s u n a m e n t e s o b r e h u m a -
na, como la mía, d e s c u b r i r í a el febril a l e t e o
de los p e n s a m i e n t o s y el a r m o n i o s o vuelo
de las ideas. Y e n t r e estos s e r e s elegidos*
el m á s d e v o t o de mis cultores, el m á s
fiel de mis discípulos, es el q u e a c a b a d e
d e s p e r t a r s e en la luz, d e s p u é s de h a b e r l a
b u s c a d o en la m i r a d a v a c í a de las e s t a t u a s
y en el fondo i n a n i m a d o de las p i e d r a s se-
c u l a r e s . El r e v e l ó a millares de a l m a s d e s o -
r i e n t a d a s la nobleza de mi culto, en u n a
p r o s a q u e s e r í a perfecta si la m a n o del h o m -
bre, p r i s i o n e r o de su p r o p i a impotencia, fue-
so c a p a z d e ' r e a l i z a r algo perfecto. El ense-
ñó a las n u e v a s g e n e r a c i o n e s d é u n c o n t i n e n -
te la p a r á b o l a del idealismo. E l hizo a m a r
la belleza a b s t r a c t a del c o n c e p t o u n i d a a
EL C A N T O I»E A R T E L 119
ta h e r m o s u r a plástica de la forma. P o r q u e
fué a n t e todo un . p e n s a d o r q u e v e r t í a s u s
ideas bellamente. Y estas ideas eran nobles
como q u e las concebía un e s p í r i t u culto,
proteico, en s u m o g r a d o c o m p r e n s i v o . Y to-
d a s ellas e r a n v a r i a c i o n e s de una sola idea,
de un m o t i v o f u n d a m e n t a l único,, de s u e r t e
q u e sus tres o b r a s c a p i t a l e s c o n s t i t u y e n u n a
1 rilogia, u n a a d m i r a b l e t r i a d a , d o n d e el pen-
s a m i e n t o moral, e n g a r z a d o en ei p e n s a m i e n t o
filosófico, forma u n a síntesis o r g á n i c a con el
p e n s a m i e n t o estético. La pasión del análisis
lo llevó con frecuencia a la r e d u n d a n c i a y
la difusión; pero, ¿quien o s a r á desconocer
la s u b i d a calidad de los a s u n t o s d e q u e 1ra-
tt'.ba con la m a j e s t a d de un filósofo q u e diera
lecciones s o b r e belleza? El q u e no h a y a .dor-
m i t a d o en el c u r s o d e la s a g r a d a i n q u i e t u d
por asir el a r a b e s c o melódico de u n a frase o
i a proyección fugitiva de un p e n s a m i e n t o (pie
a r r o j e la p r i m e r a p i e d r a s o b r e la o b r a del
m a e s t r o . ¡Oh, esta o b r a no ha de p e r e c e r
p o r q u e fué c o n c e b i d a en el silencio de Ja
meditación s e r e n a ! T o d o lo q u e lleva, oculto
o visible, el sello del p e n s a m i e n t o solitario
está escrito p o r un d e s i g n i o s u p e r i o r q u e
s o b r e v i v a y existen r a z o n e s a r c a n a s p a r a
q u e la c o n t i n u i d a d de la vida e s p i r i t u a l de
los e l e g i d o s , t r u n c a d a p o r la m u e r t e , siga
o b r a n d o en un p l a n o invisible, q u e es la
p o s t e r i d a d en el o r d e n del tiempo o la.
conciencia m o r a l de u n a nación en el o r d e n
del e s p a c i o . N u n c a o l v i d a r é , p o r o t r a p a r t e ,
el h o m e n a j e q u e me r i n d i ó la porción m á s
selecta de su m e n t e c u a n d o los s e r e s e m p e -
12-0 ELOY FARIÑA NC7ÑEZ
n a d o s en la g r o s e r a t a r e a de n e g a r la d i v i -
n i d a d de mi alto o r i g e n , a m e n a z a b a a p a g a r
las n u e v e l á m p a r a s s a n t a s de la e s p i r i t u a l i d a d
y la llama azul de la i m a g i n a c i ó n q u e sue-
ñ a o del e n t e n d i m i e n t o q u e medita. ¡Lóbre-
g o s d í a s e r a n a q u e l l o s en q u e las h u e s t e s
de C a l i b á n a r r e m e t í a n c o n t r a la milicia sa
g r a d a do Ariel m e n o s n u m e r o s a , p e r o m á s
i n t r é p i d a ¡Vosotros, Elfos, visteis mi congoja
en tales m o m e n t o s ; p a r e c í a q u e la m a t e r i a
iba a s o b r e p o n e r s e a la m e n t e y q u e el ge-
nio a d v e r s o a los principios de belleza, de
e q u i l i b r i o y de a r m o n í a q u e definen mi
culto, p r e v a l e c e r í a en la c o n t i e n d a . P e r o en
un rincón d e s d e e n t o n c e s c a r o a mi e s p í r i t u
se alzó u n a voz p a r a a n u n c i a r a las a l m a s
la celeste d u l z u r a d e mi c a n t o en u n h i m n o
que parece u n a l a r g a oración a P a l a s
A t e n e a . E r a la voz del iniciado q u e , p o r se-
creta disposición mía, se h a e x t i n g u i d o en la
t i e r r a del a r t e , con la p o s t r e r a m i r a d a fija
en la C i u d a d E t e r n a de la belleza p a g a n a ,
ent>'e u n a visión del R e n a c i m i e n t o p l a t ó n i c o
y u n a reminiscencia d e la R o m a latina ¿No
era, p o r v e n t u r a , ese el sitio m á s a p r o p i a d o
p a r a q u e el a r d i e n t e a m a n t e de la civiliza
ción greco-latina, e n g e n d r a d a en la luz y
c o n c e b i d a en el bien, v o i a r a con la a r m o n í a
de un v e r s o de Virgilio al s u e ñ o de la inmor-
talidad? Allí d e b í a a p a g a r s e su vida, frente
a las r u i n a s del p a g a n i s m o y en m e d i o d e las
s o m b r a s de los a n t i g u o s d i o s e s . Tal lo quiso
y o en c u m p l i m i e n t o de u n a ley oculta, q'ue.
Berá o s c u r a p a r a los h o m b r e s , p e r o q u e e s
a d m i r a b l e m e n t e c l a r a p a r a mí.
KL CANTO B K AKIKL 121
Cero de Elfos—Nosotros, m e n s a j e r o s de tu
v o l u n t a d s u p e r i o r , a c a t a m o s tu fallo, Ariel,
sin c o m p r e n d e r l o m u c h a s veces, p o r q u e n o
n o s es d a d o p e n e t r a r en la inteligencia de
a q u e l a q u i e n t o d o s los e s p í r i t u s d e n u e s t r o
c í r c u l o a é r e o r i n d e n pleitesía. P e r o p r o s i g u e
tu c a n t o a n t e s d e q u e las f o r m a s y las imá-
g e n e s q u e n o s r o d e a n , se d e s v a n e z c a n al
p r i m e r r a y o de la c l a r i d a d de la a u r o r a .
Ariel Inmortal Razón, Increada Sabidu-
r í a , Celeste Belleza, a c o g e en tu s e n o el al
ma del i n i c i a d o y h a z q u e s u o b r a , bella
como u n a p a r á b o l a oriental, acreciente el
•caudal de i d e a l i s m o q u e d i s m i n u y e en t o d a s
p a r t e s , a fin de q u e llegue u n día en q u e
los s e r e s p e r c i b a n mi c a n t o en el fondo de
¡su p r o p i a i n t e l i g e n c i a y s i e n t a n a c e r mis
alas en la elevación de sus p r o p i o s p e n s a
mientos.
XV
H u m a n o y Divino
Preludio
El siglo XX s e r á la c e n t u r i a de la s í n t e -
sis, como el X I X lo fué del análisis.
L a n e c e s i d a d de las g r a n d e s síntesis de
arte, ciencia y filosofía v a i m p o n i é n d o s e como
u n a reacción forzosa c o n t r a los tediosos y
porfiados métodos y procedimientos analí-
ticos q u e p r e d o m i n a n h a s t a el p r e s e n t e . D í a
l l e g a r á en q u e no s e r á posible leer los d e n -
sos v o l ú m e n e s q u e h o y a p a r e c e n , como si n o
se c o n c e b i e r a la i n m o r t a l i d a d p e n d i e n t e de
u n p e n s a m i e n t o e t é r e o o s u s p e n s a de u n a
cosita l u m i n o s a y a l a d a . C u a n d o el dibujo, del
mosaico s u c e d a a la construcción de la cate-
d r a l , la flor p r e v a l e z c a s o b r e la f r o n d a y la
esbelta c o l u m n a g r i e g a triunfe s o b r e la maci-
za p i r á m i d e egipcia, b a s t a r á un s o n e t o de
H e r e d i a o el «Vaso roto» de Sully P r o u d -
home.
• :E1 culto del análisis p o r el a n á l i s i s n o s
h a a l e j a d o de la a d m i r a b l e concisión a n t i g u a .
R e t o r n e m o s a ella, c u l t i v a n d o el a n á l i s i s p o r
la síntesis.
124 ELOY FARIÑA NUÑKZ
El Ideal y la Obra
El sol de la tibia m a ñ a n a de p r i m a v e r a
e n t r a b a de lleno en el taller del a r t i s t a , q u e
h a b í a i n t e r r u m p i d o por u n m o m e n t o la ejecu-
ción de su o b r a .
B u s t o s a medio hacer, e s t a t u a s inconclu-
sas, figuras apenas esbozadas que iban sur-
g i e n d o como u n a v a s t a creación d e las m a n o s
del escultor, p o b l a b a n la estancia.
— ¡Ah! — esclamó d e p r o n t o el a r t i s t a —qué
i n g r a t a tarea!. L a o b r a s o ñ a d a , n o lo h a r é
j a m á s . . . La o b r a m a e s t r a definitiva, la ideal
o b r a de aliento, n a d i e lo h a h e c h o todavía...
L o s g r a n d e s m o n u m e n t o s de la e s c u l t u r a n o
son sino e x p r e s i o n e s elocuentes y d r a m á t i c a s
de la impotencia del h o m b r e . ¡Qué e n o r m e
r e s i g n a c i ó n se a d i v i n a en la a r m o n í a s e r e n a
d e las o b r a s i n m o r t a l e s !
G u a r d ó silencio, y n o s o t r o s , p o r r e s p e t o ,
n o n o s a t r e v i m o s a t u r b a r la meditación a
q u e se e n t r e g ó el m a e s t r o , frente a la o b r a
inconclusa q u e h a b í a i n t e r r u m p i d o .
Eironeia
Cierta vez i n t e r r o g a m o s al m a e s t r o :
- - ¿ Q u é cosa es i r o n í a ?
S o n r i ó s e el m a e s t r o y r e p u s o :
— U n a alta p o t e s t a d del espíritu q u e florece
en la S é p t i m a m o r a d a del c o n o c i m i e n t o .
Gomo la r e s p u e s t a fuera h r r t o metafísica,
rogárnosle q u e explicase con m a y o r c l a r i d a d
su p e n s a m i e n t o .
Accedió b e n é v o l a m e n t e a n u e s t r a i n s t a n c i a
diciendo.-
HUMANO Y DIVINO 125
— Conocéis la definición de los textos de

r e t ó r i c a : tácita d i s c o r d a n c i a e n t r e lo q u e s e
escribe y lo q u e se da a s u g e r i r . Más h a y
u n o r d e n de i r o n í a m a s alta, u n a i r o n í a invisi-
ble q u e h a d e ser d e s c u b i e r t a en las e n t r a ñ a s
de t o d a s las cosas. Me refiero, p o r ejemplo,
a la oculta i r o n í a de la N a t u r a l e z a , i m p e r t u r -
b a b l e e indiferente a los h e c h o s de los hom-
b r e s . P a r a el q u e ha l l e g a d o a r e a l i z a r el
a b s u r d o de c o n t e m p l a r el m u n d o , d e s d e cual-
q u i e r a d e las constelaciones del zodíaco, sin
a b a n d o n a r el p l a n e t a , todo lo vital, si bien
se c o n s i d e r a , tiene un á n g u l o , u n a inflexión
irónica. C o m p r e n d e r l o todo es p e r d o n a r l o
todo, y este p e r d ó n ecuménico, u n i v e r s a l , n o
es m á s q u e la forma religiosa y filosófica de
la i r o n í a . ¡Áh, c i t á n d o s e llega a este g r a d o de
perfección e s p i r i t u a l , o el m u n d o , el m u n d o
de Maya, a p a r e c e como u n a s u p r e m a i n t e r r o -
gación, o, si le a s i g n a m o s a l g ú n sentido, cual-
q u i e r a q u e fuese, r e s u l t a u n a i r o n í a s u p r e m a !
La vida de la Especie
R o d e á b a m o s u n a t a r d e p r i m a v e r a l al p o e t a
amado.
—No sé q u é s i n g u l a r emoción de d e s a l i e n t a
me i n v a d e — d i j o al c o n t e m p l a r esa r e n o v a -
ción de las cosas, d e s p u é s de la c o n v a l e s c e n -
cia del o t o ñ o y de la inmovilidad del invier-
no. . . Algo me dice q u e n u n c a l l e g a r á el hom-
b r e a s o b r e p u j a r a la N a t u r a l e z a en s a b i d u -
ría.
P ú s o s e p e n s a t i v o y a ñ a d i ó a poco:
— E n n u e s t r a s a l m a s o, al menos, en la mía, N
n o brilla j a m á s el sol. Llevo c o n m i g o un p e r -

12G ELOY FARIÑA NUÑEZ
p e t u o paisaje n ó r d i c o . T e n g o v e i n t i d ó s a ñ o s
y estoy c a n s a d o de mi, de la vida, de la Natu-
r a l e z a y de los h o m b r e s . El p e s o de mi vida
es a l a d o y ligero como u n a oda y lo sobre-
llevo, p o r consiguiente, con g e s t o fácil; p e r o
es q u e no sólo vivo mi p r o p i a vida, si n o
q u e , como p o e t a , vivo t a m b i é n la v i d a toda
dV la especie.
P ú s o s e otra vez p e n s a t i v o y, m e n e a n d o la
cabeza, repitió:
- ¡ C u a n t a s veces he v i v i d o en un s e g u n d o
la vida de la especie!
I n t e r p r e t a c i ó n H u m a n a d e la N a t u r a l e z a
- E s m e n e s t e r q u e e x i s t a n m u c h a s cosas
i n e x p l i c a b l e s y o b s c u r a s — c o n t e s t ó el m a e s t r o ,
a quien i n t e r r o g á b a m o s s o b r e m u c h o s p r o b l e
m a s o b s c u r o s e inexplicables.—No p r e t e n d a -
mos b u s c a r s i e m p r e la r e c ó n d i t a r a z ó n de las
•aparantes s i n r a z o n e s del m u n d o Cuando
asistimos al triunfo m o m e n t á n e o del mal
s o b r e el bien, no a v e n t u r a m o s n i n g ú n juicio,
que, sea cual fuere, h a b r á de ser s i e m p r e
el r e s u l t a d o de la apreciación de un criterio
h u m a n o . ¿La N a t u r a l e z a os h u m a n a ? El equi-
librio s u p e r i o r , en c u y a v i r t u d se s u c e d e n
las n o c h e s y ios d í a s , las m u e r t e s y las v i d a s ,
¿es acaso h u m a n o ? Miremos, p u e s , entonces,
en c a d a acto el índice de u n a s a b i d u r í a in-
finita, en c a d a d i s o n a n c i a u n a a r m o n í a profun
d a y en c a d a c o n t r a s e n t i d o u n a p r e e s t a b l e -
cida disposición a d m i r a b l e . Los m u s u l m a n e s
son a este r e s p e c t o m á s s a b i o s q u e n o s o t r o s .
Ellos se c o n t e n t a n con s a b e r q u e Alah es
p o d e r o s o , y este solo conocimiento les b a s t a
HUMANO V .MVINO 127
¿Qué m á s , n o s importa saber? Interpretemos

a la N a t u r a l e z a con la s e r e n i d a d s u p r e m a
con q u e ella d e b e i n t e r p r e t a r n o s .
El Enemigo
E l r e v o l u c i o n a r i o n o s p i n t a b a con colores
i d e a l e s la sociedad f u t u r a .
— P e r o p a r a q u e esta g r a n revolución p u e -
da l l e v a r s e a c a b o — a g r e g ó — e s m e n e s t e r
d e s t r u i r p r e v i a m e n t e la disposición del m u n -
do c o n t e m p o r á n e o . La s o c i e d a d a c t u a l : he
allí el e n e m i g o .
—¿La sociedad?
Si, la s o c i e d a d — r e p i t i ó . - • Y si no, a h í
tiene u s t e d el caso histórico de la revolución
francesa, la cual, p a r a p o d e r c r e a r un m u n d o
n u e v o , t u v o q u e h a c e r tabla r a s a del a n t i g u o
y c r e a r u n a n u e v a tabla de v a l o r e s .
El r e v o l u c i o n a r i o , satisfecho de su a r g u m e n -
tación, s o n r i ó maliciosamente, s a b o r e a n d o
el triunfo.
—Yo creo—dijo el m a e s t r o - - q u e el e n e m i g o
q u e se o p o n e al a d v e n i m i e n t o de la h u m a n i -
d a d f u t u r a mejor, no está d o n d e los revolu-
c i o n a r i o s lo ven. Ellos lo ven afuera, en el
a m b i e n t e , en la sociedad, y yo lo e n c u e n t r o
d e n t r o de n o s o t r o s . Yo soy en r i g o r y en
v e r d a d , el e n e m i g o ; es c o n t r a mí la lucha
q u e d e b o e m p r e n d e r y n o c o n t r a la sociedad,
q u e es u n a s u m a de u n i d a d e s . A su g r i t o
d e g u e r r a , o p o n g o y o éste: el h o m b r e : he
allí el e n e m i g o .
— Como s i e m p r e , m í s t i c o — a ñ a d i ó el r e v o -
l u c i o n a r i o y se encogió de h o m b r o s con la
s u p e r i o r i d a d del h o m b r e de acción.
128 El,O Y FARIÑA NUNEZ
El Espíritu Humano
El m u n d o es sin d u d a g r a n d e , no v i s t o
d e s d e Sirio, sino d e s d e n u e s t r o p l a n e t a —
manifestó el m a e s t r o — Y , a p e s a r do ser t a n
g r a n d e el m u n d o y de h a b i t a r l o t a n t a varie-
d a d de r a z a s y de g e n t e s , es curioso q u e el
h o m b r e sea a b s o l u t a m e n t e i g u a l en t o d a s
p a r t e s . E s este u n hecho sencillo q u e me h a
l l a m a d o s i e m p r e la atención: la a b s o l u t a
u n i d a d del e s p í r i t u h u m a n o , la a b r u m a d o r a
i g u a l d a d de los h o m b r e s q u e p u e b l a n t a n t a s
r e g i o n e s d i v e r s a s y h a b l a n l e n g u a s tan dife-
rentes.
La Libertad
- Gentes hay irremisiblemente nacidas

p a r a la esclavitud, i n d i g n a s de g o z a r de u n a
l i b e r t a d q u e no c o n q u i s t a r o n con su s a n g r e
y q u e no p u e d e n a p r e c i a r , e i n d i g n a s de u n a
civilización de c u y o s beneficios disfrutan có-
m o d a m e n t e , sin h a b e r hecho n a d a p o r mere-
cerla, y c o n t r a c u y a s c o n q u i s t a s h a b r í a n
c o n s p i r a d o con Ja fuerza y la fé ciegas de
la r u t i n a . "Verdad q u e la l i b e r t a d , e n t e n d i d a
en la amplia y noble acepción del vocablo,
n o es u n p a t r i m o n i o c o m ú n , ni u n a «res nu-
llius» susceptible de ser p o s e í d a p o r el p r i m e r
o c u p a n t e . R í a n s e , a m i g o s míos, d é l a s consti-
tuciones d e m o c r á t i c a s q u e p r o m u l g a n solem-
n e m e n t e , con el m a n d a t o i m p e r a t i v o de los
d e c á l o g o s y de las leyes, la l i b e r t a d de t o d o s
los h a b i t a n t e s de u n a R e p ú b l i c a . La l i b e r t a d
se a d q u i e r e , como posesión s u p r e m a y p l e n a -
ria q u e es, p o r d e r e c h o de c o n q u i s t a , al ca-
HUMANO V DIVINO 129
b o de u n a d o l o r o s a y l a r g a lucha interior.
E s u n alto e s t a d o de espíritu, de s e n s i b i l i d a d
y de a l b e d r í o , como la tolerancia o la s a n t i -
dad.
Así nos h a b l ó el m a e s t r o u n a t a r d e en q u e ,
s e g ú n p r o p i a confesión, a c a b a b a ds l i b r a r
el ú l t i m o c o m b a t e c o n t r a la p o s t r e r a esclavi-
tud de s u inteligencia o tal vez de s u s ins-
tin tos.
La H u m i l d a d F i l o s ó f i c a
M a r a v i l l á b a n s e del l e n g u a j e t í m i d o del filó-

sofo q u e , en t o d a s l a s c o n t r o v e r s i a s , n o afir-
m a b a ni n e g a b a n a d a c a t e g ó r i c a m e n t e . Más
de u n a vez se le h a b í a visto en el cómico
t r a n c e de a c e p t a r dos i d e a s c o n t r a d i c t o r i a s
y de a d m i t i r luego, con a n á l o g a n a t u r a l i d a d ,
la p a r a d o j a b o r d a d a con m á s i n g e n i o q u e
brillo con e s a s dos i d e a s i n c o m p a t i b l e s .
A n t e la s o n r i s a g e n e r a l , tomó la p a l a b r a
el filósofo:
N a d a afirmo, ni n i e g o en a b s o l u t o — d i j o .
- L a e x p e r i e n c i a me h a e n s e ñ a d o a s e r dis-
creto, como el h é r o e de Gracián. No, n o es
esa la p a l a b r a : me h a e n s e ñ a d o a ser h u m i l -
d e con t o d a s las v e r d a d e s de la t i e r r a . Sé
q u e m u c h o s n o p r o c e d e n de este m o d o . S u s
r a z o n e s t e n d r á n , h a b r á n l l e g a d o tal vez a la
s e g u r i d a d perfecta q u e o t o r g a la perfecta sa-
b i d u r í a . M i e n t r a s n o alcance tal s e g u r i d a d ,
s e g u i r é siendo, como h a s t a hoy, h u m i l d e y me
a b a t i r é h a s t a el p o l v o en p r e s e n c i a de las
i d e a s o r g u l l o s a s y s o l e m n e s q u e c r u z a n como
p a v o s r e a l e s p o r el c a m p o de las e s c a s a s
verdades difinitivamente adquiridas.
9
130 K l i O Y KARTÑA NUÑEZ
M e r c a d o de Almas
- - N o sé por q u é se me figura q u e ese la-

m e n t a b l e episodio de a m o r q u e u s t e d n a r r a
c o n m o v e d o r a m e n t e en su n o v e l a , lo h a vivi-
do—dijo alguien al novelista, c u y o triunfo
c e l e b r á b a m o s esa noche.
El novelista sonrió satisfecho y r e p u s o lue-
go, sin a f i r m a r n a d a : — P o s i b l e m e n t e .
El curioso i m p e r t i n e n t e insistió:
- P o r q u e n o es concebible q u e h a y a podi-
d o escribir ese episodio, sin h a b e r l o v i v i d o
antes. N e c e s a r i a m e n t e h a a m a d o como el
p r o t a g o n i s t a , ha s e n t i d o de igual m a n e r a y
h a sufrido como él.
— Si r e s p o n d o q u e sí, sé q u e n o d i g o u n a
g r a n n o v e d a d — d i j o el n o v e l a d o r . — Y a dijo
H o r a c i o : «si vis me fiero clolendum est pri
mura ipsitibi.» N o s o t r o s , los escritores, s o m o s
los s e r e s i n d i s c r e t o s p o r excelencia y acaso
s e a m o s los mas g e n e r o s o s . C u a n d o q u e r e m o s
p i n t a r la vida de la h u m a n i d a d , c o n t a m o s
n u e s t r a p r o p i a vida. C o m e r c i a m o s con n u e s -
t r o dolor, con n u e s t r o placer p e r s o n a l . Lo
m a s íntimo, s a g r a d o y r e c ó n d i t o d e n ú e s ,
t r a vida, lo e x p o n e m o s en el m e r c a d o públi-
co. V e n d e m o s en c a m b i o de un a p l a u s o q u e
no suele ser m a s d u r a d e r o q u e el b r o n c e ,
n u e s t r a p o b r e alma a t o r m e n t a d a p o r u n a sed
infinita de belleza.
XVI
Isadora D u n c a n
Se alza el telón y, en el fondo del escena-

rio, e n v u e l t a en u n a t e n u e c l a r i d a d l u n a r q u e
i n m a t e r i a l i z a la r e a l i d a d visible, a p a r e c e u n a
f i g u r a h i e r á t i c a con los b r a z o s d e s n u d o s ex-
t e n d i d o s a lo alto en actitud de a r r o b o o de
p l e g a r i a , m i e n t r a s el p i a n o hace r i e l a r s o b r e
la s e m i o b s c u r i d a d , en q u e y a c e s u m e r g i d o el
r e s t o de la sala, el d i v i n o m u r m u l l o de u n a
n o c h e d e l u n a melancólica en q u e se alza un
c a n t o melodioso y p r o f u n d o L a b l a n c a fi-
g u r a h i e r á t i c a , se d i r í a u n a s a c e r d o t i s a con-
s a g r a d a al culto de u n s a n t u a r i o l u n a r , se
a n i m a al a p a g a d o son del c a n t o y a v a n z a en
a c o m p a s a d o s o b r e s a l t o h a c i a el p r o s c e n i o al
r i t m o de las t r i a d a s e t é r e a s de la m e l o d í a
q u e l e v a n t a pov u n i n s t a n t e su q u e j u m b r e
p a r a v o l v e r a m o r i r a h o g a d a con la leve v i :
b r a c i ó n musical de un s u s p i r o . A m e d i d a q u e
la s o n a t a v a a p a g a n d o su voz h a s t a e n t r e -
c o r t a r s e en u n a c o r d e g r a v e , q u e se e x t i n g u e
en el silencio n o c t u r n o , la fantástica criatu-
ra, q u e p a r e c e u n a r e s o n a n c i a c o r p ó r e a d e la
o n d a melódica, d o b l e g a la c a b e z a , l u e g o el
c u e r p o , y en esta actitud, con la m i r a d a h u n d i -
d a en el suelo, q u e d a a r m o n i o s a m e n t e inmo-
vil, c e s a n d o en ella todo ritmo. E s el " A d a -

gio s o s t e n u t o " de la s o n a t a optis 27 n ú m e r o
2 de B e e t h o v e n .
H e a q u í q u e la misma b l a n c a figura hie-
rática del "Claro de l u n a " r e a p a r e c e e n v u e l -
ta en u n a l a r g a túnica y a t r a v i e s a l e n t a m e n -
te el e s c e n a r i o , con el índice, i m p l a c a b l e y
recto como el destino, a p u n t a n d o al cielo, y
con la m i r a d a d e s v a n e c i d a hacia un h o r i z o n t e
invisible. Su gesto, su e x p r e s i ó n , su movi-
miento, su ser t o d o d e s a r r o l l a este "leit motivó-
la fatalidad, y c u a n d o c r u z a n u e v a m e n t e la
escena, como impelida p o r u n a cruel v o l u n -
tad s o b r e h u m a n a , p a r e c e la e x p r e s i ó n p l á s -
tica de la m e l o d í a infinita del dolor, q u e la
orquesta desenvuelve sobre un tema pene-
t r a n t e , l e j a n o eco del s o m b r í o m o t i v o funda-
m e n t a ] de la q u i n t a sinfonía. El l a m e n t o s e
s e r e n a y la d e s o l a d a e x p r e s i ó n d e la d a n -
z a r i n a se a p a c i g u a . P e r o de n u e v o se alza
en la o r q u e s t a el t r á g i c o soplo del d e s t i n o y
la v i v i e n t e i m a g e n de la f a t a l i d a d r e a p a r e c e
con su faz c o n t r a í d a p o r la a n g u s t i a . E s el
i n c o m p a r a b l e ' - a l l e g r e t t o " de la s é p t i m a sin-
fonía de B e e t h o v e n , la glorificación del r i t m o .
P o r t e r c e r a vez la m i s m a f i g u r a de los cua-
d r o s a n t e r i o r e s se p r e s e n t a a n t e n u e s t r a vis-
ta, p e r o n o es y a la f a n t á s t i c a c r i a t u r a del
"Claro de l u n a " ni la r í g i d a e n c a r n a c i ó n d e
la fatalidad del s e g u n d o t i e m p o de la sépti-
ma sinfonía, sino u n a d i v i n i d a d g r i e g a selvá-
tica y libre, como lo deja traslucir la cinta
q u e ciñe su cabellera a d o r n a d a de frescos
p á m p a n o s . A r a t o s se a s e m e j a a u n a b a c a n -
te q u e h u y e r a de la persecución de un fau-
ISA n o RA D U N C A N 133
no y q u e al fin. a m e d r e n t a d a y v a c i l a n t e ,
c a y e r a r e n d i d a en los b r a z o s del Dios; a in-
t e r v a l o s , d a la ilusión d e q u e fuera el p r o p i o
P a n , t o c a n d o u n a a l e g r e d a n z a a r c á d i c a en la
flauta; en ocasiones, el n u m e n a l a d o y son-
r i e n t e se t r a n s f i g u r a en un ser a m b i g u o , sin
s e x o , q u e b r i n c a r a p o r el p r a d o , e b r i o de ale-
g r í a d i o n i s í a c a o p o s e í d o del e s p í r i t u pánico,
y, en t o d o s los m o m e n t o s , ya sea b a c a n t e
m e d r o s a y fugitiva, P a n t o c a n d o la flauta o
n u m e n a m b i g u o , es s i e m p r e el r e t r a t o vivien-
te, el s í m b o l o a n i m a d o de la N a t u r a l e z a li-
bre que juguetea desencadenada y dichosa.
E s el " p r e s t o " de la c i t a d a sinfonía de Bee-
thoven.
Tal es el arte, el e x p r e s i v o y s u g e s t i v o
a r t e de I s a d o r a D u n c a n , la r e s t a u r a d o r a de
La d a n z a clásica, como se h a d a d o en l l a m a r -
la. E s t e a r t e está b a s a d o en un conocimien-
to p r o f u n d o de la a r m o n í a y en u n a eleva-
d a i n t e r p r e t a c i ó n p e r s o n a l í s i m a d e la misma.
L a D u n c a n t r a t a de h a c e r sensible y rítmi-
co el v a g o e indefinible m u n d o del a r t e de
los t o n o s por m e d i o de a c t i t u d e s e s t a t u a r i a s
o d e m o v i m i e n t o s e x p r e s i v o s . Ella r e a l i z a
con el r i t m o lo q u e a l g u n o s p o e t a s h a n en-
s a y a d o con la p a l a b r a , e s t o es, la i n t e r p r e
tación poética de la música, d e s c r i b i e n d o en
forma p i n t o r e s c a y bella los e s t a d o s de áni-
mo y las s o ñ a c i o n e s q u e d e s p i e r t a este a r t e
c o n su i n m e n s o p o d e r d e s u g e s t i ó n .
P o c o i m p o r t a , a mi e n t e n d e r , q u e sea o n o
d a n z a clásica el g é n e r o coreográfico q u e cul-
t i v a la D u n c a n ; lo esencial es q u e se t r a t a
d e u n a p u r a y s a g r a d a forma de arte, q u e
p r o d u c e la emoción d e belleza con los m e d i o s

de q u é ésta se v a l e p a r a m a n i f e s t a r s e en l a s
creaciones estéticas, tales como el ritmo, la
p r o p o r c i ó n , el relieve, el color, la d e s n u d e z ,
la s e r e n i d a d , el silencio, la ligereza, la g r a -
cia y la a m b i g ü e d a d , e l e m e n t o de belleza es-
te u l t i m o e m p l e a d o con f o r t u n a en la p i n t u -
r a p o r L e o n a r d o de Vinci, y r e c o m e n d a d o
p o r él a s u s discípulos p a r a e x p r e s a r los es-
tados superiores d é l a naturaleza h u m a n a .
U n a a r t i s t a s e m e j a n t e , tan n o b l e en s u s
medios de e x p r e s i ó n como r e f i n a d a en su g u s -
to musical, h a b í a d e d e s c o n c e r t a r n e c e s a r i a -
m e n t e a la m u l t i t u d , h a b i t u a d a al baile vio-
lento y g i m n á s t i c o , p u e s tal es el común con-
cepto de la d a n z a . La D u n c a n tiene u n a i d e a
m á s g r a n d e de ella, p u e s la e l e v a a la cate-
g o r í a y el d e c o r o de u n espectáculo a r t í s t i -
co, en el cual la música q u e i n t e r p r e t a , ma-
t e r i a l i z á n d o l a , c o n s t i t u y e p o r sí sola un n ú -
m e r o de a r t e p u r o . Ver d a n z a r al son, y a
p a t é t i c o o a l e g r e , d e la V I I Sinfonía d e Bee-
t h o v e n , e q u i v a l e , en efecto, a un d o b l e de-
leite estético.
I s a d o r a D u n c a n c o m p r e n d e y siente h o n -
d a m e n t e al m a e s t r o de la sinfonía, c u y a mú-
sica a d q u i e r e en su d a n z a la elevación, la
p r o f u n d i d a d y la p u r e z a de las f o r m a s a r t í s -
ticas p r o p i a s de B e e t h o v e n . de s u e r t e q u e
p o d r í a apellidársela, a d e m á s de r e s t a u r a d o -
r a de la d a n z a clásica, i n t é r p r e t e e x q u i s i t a
del g r a n g e n i o a l e m á n .
E n m e d i o de la creciente c o r r u p c i ó n d e l a s
f o r m a s p u r a s del a r t e , la a u d a z t e n t a t i v a d e
la D u n c a n , e n c a m i n a d a r e c t a m e n t e al e n n o -
ISADORA DUNOAN 135
blecimiento de un g é n e r o p r o s t i t u i d o y mer-
ca ntilizado p o r d a n z a r i n a s m e d i o c r e s sin n o -
ción a l g u n a del r i t m o , de la a r m o n í a y de
la belleza del c u e r p o h u m a n o , merece ser sa-
l u d a d a con r e s p e t o , ya q u e c u e n t a cor, la sim-
p a t í a de los dioses.
E n el teatro, todo ficción, la h o n d a y sa-
g r a d a emoción de la belleza suele ser r a r a .
Yo se la d e b o a e s t a s dos g r a n d e s e incom-
p a r a b l e s a r t i s t a s : a E l e o n o r a D u s e , en "Mo-
lina i V a n n a " , de Maeterlinck, y a I s a d o r a
D u n c a n en el '-Claro de l u n a " y la V I I Sin-
fonía, de B e e t h o v e n .
XVII
La guerra a Wagner
E x i s t í a u n a r e g i ó n n e u t r a l sin t é r m i n o s
ni f r o n t e r a s d o n d e la g u e r r a n o h a b í a p e n e -
t r a d o a ú n : el r e i n o del arte, o, si q u e r é i s , la
r e p ú b l i c a u n i v e r s a l d e la belleza. H a s t a a y e r
p a r e c í a n discutibles la cultura, la filosofía, la
r a z a , la l e n g u a y el a l m a d e los p u e b l o s be-
l i g e r a n t e s ; p e r o p o r un c o n v e n i o tácito e n t r e
t o d o s , h a b í a s e r e s p e t a d o i n t e l i g e n t e m e n t e el
a r t e d e c a d a cual. H o y ?a g u e r r a , e m p e ñ a d a
al p r i n c i p i o en los c a m p o s de b a t a l l a , l í b r a s e
con i g u a l porfía en los d o m i n i o s del arte.
E s t a e n o r m e , esta g i g a n t e s c a convulsión
h a s a c a d o de s u quicio al m u n d o . T o d a s las
a l m a s se h a n c o n m o v i d o . Mentes e c u á n i m e s
se h a n p e r t u r b a d o . Muchos e s p í r i t u s s e r e n o s
se h a n p e r d i d o en el e x t r a v í o . H a n de ser
m u y pocos los q u e a e s t a s h o r a s h a n de se-
g u i r a d m i r a n d o p o r i g u a l el g e n i o sajón, la
civilización francosa, el a r t e a l e m á n . Me glo-
r í o de p e r t e n e c e r a estos últimos, y por eso
q u i e r o y p u e d o h a b l a r de la g ü e r a a la o b r a
de Ricardo Wagner.
¿ Q u i é n e s son los q u e l e v a n t a n el e s t a n d a r -
te a n t i w a g n e r i a n o ? Dícese q u e son a r t i s t a s
o r i u n d o s de los p a í s e s en g u e r r a con Alema-
138 E L O Y FAHIÑ A N l ' Ñ E Z
nia. P o r lo m e n o s , se h a a f i r m a d o pública-
m e n t e p o r la e m p r e s a del t e a t r o Colón q u e
los c a n t a n t e s c o n t r a t a d o s so n i e g a n a r e p r e -
sentar óperas de Wagner.
No d i s c u t a m o s el d e r e c h o del a r t i s t a a ne-
g a r s e a t o m a r p a r t e en u n a o b r a c u a l q u i e -
ra. No es a d m i s i b l e o b l i g a r a n a d i e a hacer-
lo q u e no le place. La l i b e r t a d artística es
tan s a g r a d a como c u a l q u i e r a d é l a s l i b e r t a d e s
h u m a n a s . Si u n a r t i s t a francés o i t a l i a n o se
n i e g a a c a n t a r u n a ó p e r a d e W a g n e r , ejercita
un d e r e c h o , u n a l i b e r t a d .
P e r o si ese a r t i s t a i t a l i a n o o f r a n c é s c r e -
y e s e en el a r t e W a g n e r i a n o y se n e g a s e a
t o m a r p a r t e en u n a ó p e r a d e W a g n e r , p o r
ser éste de n a c i o n a l i d a d a l e m a n a , la cuestión
c a m b i a r í a d e a s p e c t o : el d e r e c h o del a r t i s t a
a la n e g a t i v a s e g u i r í a s i e n d o i n v i o l a b l e e
indiscutible, p e r o n o s o t r o s t e n d r í a m o s t a m -
bién el d e r e c h o de d u d a r d e su conciencia
artística, p o r q u e un a r t i s t a d i g n o v e r d a d e r a -
m e n t e de este n o m b r e n o p u e d e o d i a r el
a r t e de n i n g ú n p u e b l o , la o b r a de n i n g ú n ge-
nio. El a r t i s t a q u e o d i a s e a W a g n e r p o r ser éste
g e r m a n o , d e j a r í a de ser artista p a r a c o n v e r -
tirse p o r ese solo h e c h o en un v u l g a r sec-
tario.
D a d a la. violencia de la l u c h a q u e se e n t a -
bla en el c o n t i n e n t e e u r o p e o , s e r í a perfecta-
m e n t e e x c u s a b l e q u e en los t e a t r o s de l o s
p a í s e s hostiles a A l e m a n i a n o se r e p r e s e n t a s e
n i n g u n a o b r a de W a g n e r p o r u n a r a z ó n c u a L
q u i e r a ; p e r o q u e tal hecho esté p o r p r o d u -
cirse a q u í , en u n p a í s n e u t r a l , n o es p o s i b l e
UA GUERRA. A WAliNEJt 139
a c e p t a r l o sin m e n o s c a b o de n u e s t r o decoro y
de n u e s t r a c u l t u r a .
A d m i r a m o s g r a n d e m e n t e el p o d e r í o de la
e n e r g í a b r i t á n i c a y el brillo de la civilización
francesa; m a s n o p o d e m o s a c e p t a r los e x t r a -
v í o s de sus odios y s u s p a s i o n e s . P o r lo d e
m á s , en la m i s m a F r a n c i a , h u b o y h a y espí-
r i t u s suficientemente l i b r e s e i m p a r c i a l e s q u e
r i n d e n plena justicia al a r t e del e n e m i g ó .
R e m y de G o u r m o n t , m e s e s a n t e s de m o r i r
escribía: «La música a l e m a n a es i n d u d a b l e -
mente' s u p e r i o r a la música i t a l i a n a y f r a n e e '
sa.» Y a g r e g a b a : « H a y u n a r a m a d e la acti-
v i d a d intelectual en q u e n o p a r e c e posible so-
b r e p a s a r a los a l e m a n e s . E l p u e b l o q u e h a
p r o d u c i d o a Kant, S e h o u e n h a u e r y N i e t z c h e
está s e g u r a m e n t e en p r i m e r a línea e n t r e
los c r e a d o r e s d e la filosofía. No existe p u n t o
de vista patriótico q u e p u e d a h a c e r m e decir
lo contrario.» H e a q u í un francés q u e l l e v ó
d i g n a m e n t e la r e p r e s e n t a c i ó n del p e n s a m i e n -
to de F r a n c i a en' el último c u a r t o de siglo.
No iba a a t r e v e r m e a decir q u e la g u e r r a
a la música de R i c a r d o W a g n e r p a r e c í a en
c u b r i r u n a pasión b a s t a r d a ; p e r o R e m y d e
G o u r m o n t nos d a la c a u s a de la h o s t i l i d a d
al g r a n g e n i o a l e m á n . Lo q u e se o d i a y
detesta en W a g n e r es la s u p e r i o r i d a d de la
música a l a m a n a ; lo q u e se r e p r o c h a a W a g n e r
es q u e h a y a c r e a d o o b r a de u n a belleza úni-
ca e inimitable como «Tristan» y »Parsifal>;
lo q u e se q u e r í a de W a g n e r es q u e lo h u b i e -
se c o r o n a d o la o b r a g l o r i o s a de Bach, M o z a r t
y B e e t h o v e n con la e s t u p e n d a t e t r a l o g í a d o
«El a n u l o d e los N i b e l u n g o s »
140 KLOV FARIÑA Nt'ÑEZ
¿Qué culpa tiene W a g n e r d e la i n n e g a b l e

s u p e r i o r i d a d d e la música a l e m a n a s o b r e la
i t a l i a n a y la francesa, a q u e se refiere el a u
tor d e «La c u l t u r e des idees»? T a n t a culpa
como A n a t o l e F r a n c e , d e la indiscutible su-
p e r i o r i d a d de la l i t e r a t u r a francesa s o b r e la
a l e m a n a de hoy.
La g u e r r a d e c l a r a d a a la música d e R i c a r
do W a g n e r n o es, p o r c o n s i g u i e n t e , d i g n a de
la t r a d i c i o n a l c o r t e s í a francesa, ni de la cele-
b r a d a gentileza italiana. F r a n c i a e I t a l i a su-
p e r a n a A l e m a n i a en t a n t a s o t r a s r e g i o n e s
del a r t e p r a p r e t e n d e r n e g a r l e su p r i m a c í a
e n la música y la filosofía. F r a n c i a es la m a e s -
tra a m a b l e y s o n r i e n t e de la h u m a n i d a d , Ita-
lia es la escultora y la p i n t o r a de sus a s p i r a
c i o n e s e i n q u i e t u d e s , I n g l a t e r r a es la fuerza
política y económica q u e hace a v a n z a r al mun-
do. L a música a l e m a n a es h e r m o s a ; p e r o ,
¿ q u é s e r í a del g é n e r o h u m a n o si le faltase
la s o n r i s a de F r a n c i a , la d u l z u r a ele Italia
y la e n t e r e z a de I n g l a t e r r a ? ¿ R e s p e t a r í a m o s
la civilización e u r o p e a si no e s t u v i e s e consti-
t u i d a p o r la música de W a g n e r , la escultu-
ra de R o d i n , la p i n t u r a italiana y el genio
p r á c t i c o y al mismo t i e m p o místico de la
•Gran B r e t a ñ a ? Nosotros, los a m e r i c a m o s del
Sud, d e s d e ñ a r í a m o s la c u l t u r a occidental, cu-
yos h e r e d e r o s y d e p o s i t a r i o s s o m o s , si úni-
c a m e n t e a b a r c a s e u n a sola zona del p e n s a -
m i e n t o e u r o p e o , e i r í a m o s a b u s c a r mode-
los de civilizaciones c o m p l e t a s en el siglo
d o Pericles.
La s u p e r i o r i d a d del a r t e musical alemán
s o b r e el francés y el italiano no significa
LA GUERRA A WAGNER
n e c e s a r i a m e n t e q u e éstos s e a n d e s d e ñ a b l e s .
E s t a s u p e r i o r i d a d d e b e e n t e n d e r s e en el
mismo s e n t i d o d e la s u p e r i o r i d a d de la filo-
sofía a l e m a n a s o b r e la d e los d e m á s p u e b l o s ,
e s t o e s , en q u e la música d e Bach, B e e t h o v e n
y W a g n e r es m á s p r o f u n d a , m á s a u s t e r a y
más noble. E n esto e s t r i b a , a mi juicio, la
diferencia q u e existe e n t r e el a r t e a l e m á n
y el i t a l i a n o ; n o en q u e el u n o sea esencial-
m e n t e melódico y el o t r o n o , p u e s t o q u e la
música a l e m a n a es tan melódica, si n o m á s .
q u e la italiana. P o r lo menos, la v e r d a d e r a ,
la p u r a , la g e n u i n a m e l o d í a es m á s frecuen-
te en la o b r a de los m a e s t r o s a l e m a n e s q u e
en la de los i t a l i a n o s y franceses. Un crite-
rio e s t r e c h o p o d r í a afirmar q u e s o l a m e n t e
h a y melodía en W a g n e r , como u n a f a m o s a
d a n z a r i n a s o s t e n í a q u e ú n i c a m e n t e en B e e -
t h o v e n y W a g n e r h a b í a r i t m o . P e r o tal afir-
mación n o s e r í a e n t e r a m e n t e e x a c t a .
L a música a l e m a n a lleva, p u e s , el cetro u n i -
v e r s a l del a r t e , p o r su p r o i u n d i d a d m a y o r .
Y esta p r o f u n d i d a d esencial es t a m b i é n ele-
vación. No s o l a m e n t e p e n e t r a en las r a í c e s
m i s m a s d e las p a s i o n e s de la h u m a n i d a d ,
sino q u e t a m b i é n se r e m o n t a a los últimos
confines del m u n d o ideal q u e se hace sensi-
ble p o r m e d i o de los s o n i d o s .
Como la música es el a r t e q u e está m á s
cerca d e la p o e s í a y de la filosofía, su g r a n d e -
za g u a r d a relación directa con la p r o f u n d i -
d a d y la a l t u r a a q u e p e n e t r a en las a l t a s
y b a j a s ú í a p a s del alma h u m a n a . Y la m ú s i -
ca a l e m a n a es m á s g r a n d e q u e las o t r a s
p o r q u e llega al r e p l i e g u e m á s r e c ó n d i t o , en
142 ELOY FARIÑA. NUÑEZ.
el o r d e n de la p r o f u n d i d a d , y alcanza a la
r e g i ó n m á s e n c u m b r a d a , en el á m b i t o d e la
elevación. A este o c é a n o de p r o f u n d i d a d , a
este f i r m a m e n t o de elevación, p o d r í a llamar-
s e con un vocablo j u s t o m e t a m ú s i c a . La o t r a
música es, a la i n v e r s a , s e n s u a l y epidérmi-
ca. P a r e c i e r a c r e e r q u e la h o n d u r a t e r m i n a
en la superficie que v e m o s y la a l t u r a , en el
espacio q u e d i v i s a m o s . Cuando, en rigor, h a y
o t r a s superficies, q u e no vemos, y o t r o s espa-
cios, q u e no percibimos. Q u e d a s o b r e e n t e n -
dido q u e n o toda la música a l e m a n a es p r o -
funda, ni toda la música italiana o francesa,
es superficial. A q u í a n o t a m o s las c a r a c t e r í s
ticas, como quien dijera el t o n o d o m i n a n t e de
a m b a s escuelas musicales sin p r e t e n d e r q u e
esos c a r a c t e r e s c o n s t i t u y a n el p a t r i m o n i o ex-
clusivo de cada u n a de ellas.
P o r lo d e m á s , a c e p t a r í a m o s de b u e n g r a d o
la proscripción m o m e n t á n e a de las o b r a s
w a g n e r i a n a s del r e p e r t o r i o del t e a t r o Colón,
si, en cambio de ellas, la e m p r e s a nos brin-
d a r a el deleite de oir p r o d u c c i o n e s musica-
les m e j o r e s P e r o , ¿con q u é o b r a s u p l e la
falta de las de W a g n e r ? Con u n a ó p e r a olvi-
d a d a de Rossini y v a r i a s composiciones en
un acto de Puccini. La historia se r e p i t e sin
cesar: a n t e el <culto fariseo» de Rossini, se
olvidó al m a g n o arte de B e e t h o v e n ; h o y
«Tosca» se alza s o b r e «El c r e p ú s c u l o d e los
dioses».
R e a l m e n t e asistimos a la declinación d e
Jos g r a n d e s dioses de la música m o d e r n a ;
m a s e s t e o c f i s o h a de d u r a r lo q u a el c r e p ú s -
LA GUERRA A WAGNER 143
culo d e la r a z ó n , q u e se cierne s o b r e el m u n -
do ensangrentado.
E n t r e t a n t o , los a d o r a d o r e s del a r t e uni-
v e r s a ] y h u m a n o de los i n c o m p a r a b l e s mú-
sicos a l e m a n e s t e n e m o s q u e r e f u g i a r n o s , a n t e
la i n v a s i ó n q u e a v a n z a , en el s a n t u a r i o í n t i m o
d e sus p e n s a m i e n t o s m á s excelsos p a r a reci-
t a r allí, al son de la p l e g a r i a m a t u t i n a de
«Parsil'al», el c r e d o del Maestro, completán-
dole en esta forma: «Creo en Dios, en Mozart,
en B e e t h o v e n y en Wagner.»
XVIII
Parsifal y Klingscr
M. Oamille S a i n t S a e n s , a s u m i e n d o la r e -
p r e s e n t a c i ó n de la música f r a n c e s a c o n t e m p o -
r á n e a , ha e m p r e n d i d o u n a c a m p a ñ a naciona-
lista c o n t r a R i c a r d o W a g n e r , v i e n d o en su
a r t e el triunfo d e u n a especie de p a n g e r m a -
nismo hostil a la belleza y a la l i b e r t a d .
E l a u t o r d e «Sansón y Dalila» n o está
solo en esta p o s t g u e r r a c o n t r a W a g n e r , p u e s
esta es la s e g u n d a vez q u e las ó p e r a s del
m a e s t r o a l e m á n n o s e r á n r e p r e s e n t a d a s en
los t e a t r o s d e B u e n o s Aires m o n o p o l i z a d o s
p o r los c o m p o s i t o r e s franceses e italianos.
La interdicción del a r t e w a g n e r i a n o c o n t i n ú a
como si el m u n d o n a d a p e r d i e s e con la ex-
pulsión de W a g n e r del r e i n o d o n d e legíti-
m a m e n t e o c u p a u n l u g a r n o inferior al de
sus grandes antecesores.
S a i n t S a e n s lucha h e r o i c a m e n t e c o n t r a u n a
s o m b r a , p e r o e s t a s o m b r a p e r t e n e c e a un
g i g a n t e , p o r lo q u e es de t e m e r q u e no le
alcancen los débiles g o l p e s q u e le dirije, a b r o -
q u e l a d o t r a s un n a c i o n a l i s m o tan e r r ó n e o
como estrecho. A f o r t u n a d a m e n t e p a r a el de-
coro de la c u l t u r a francesa, en el p r o p i o
P a r i s se. h a n a l z a d o d i s t i n g u i d o s críticos en
10
ELOY FARIÑA NUÑEZ
defensa de la música de W a g n e r , d a n d o a
e n t e n d e r q u e el mismo S a i n t S a e n s ha a p r o
v e c h a d o f r u c t u o s a m e n t e del influjo del a r t e
w a g n e r i a n o s o b r e la sensibilidad de n u e s t r a
época, p o r q u e es indiscutible q u e el m a e s t r o
alemán creó un e s t a d o de sensibilidad, como
lo c r e a r o n i g u a l m e n t e B e e t h o v e n , S c h u m a n n
y Chopin los c a n t o r e s del r o m a n t i c i s m o .
P o r g r a n d e q u e sea la a u t o r i d a d de M.
Oamille S a i n t S a e n s , s o b r a d o tradicionalista
en música, n o es posible c o m p a r t i r su opi-
nión acerca de la música W a g n e r i a n a , como
t a m p o c o es d a b l e s u s c r i b i r su dictamen respec-
to a la música m o d e r n a , u n o dé c u y o s r e p r e -
s e n t a n t e s m á s o r i g i n a l e s fue D e b u s s y , el re-
finado y culto D e b u s s y .
S a i n t S a e n s tiene r a z ó n cuan J o defiende los
principios c a r d i n a l e s del a r t e c o n t r a las au-
daces t e n t a t i v a s r e v o l u c i o n a r i a s de futuris
tas y excéntricos, lo mismo q u e c u a n d o abo-
ga p o r la o r i g i n a l i d a d y la i n d e p e n d e n c i a de
la música francesa. P e r o y e r r a c u a n d o recha-
za la influencia s a n a y f e c u n d a de la músi-
ca de W a g n e r p o r su sello y esencia alema-
nes. De s e g u r o q u e S a i n t S a e n s n o s e r í a ca
paz de p e d i r la proscripción de Bach, el
músico a l e m á n p o r excelencia. Mas la de
W a g n e r , sí, p o r ser su música, s e g ú n aquéí,
la s o n a t a heroica del p a n g e r m a n i s m o .
¿ D ó n d e está el p a n g e r m a n i s m o en la mú-
sica de W a g n e r ? Sólo Saint S a e n s p o d r í a
indicárnoslo. ¿ E s t a r á en los mitos e m p l e a d o s
p o r W a g n e r en su o b r a ? S e r í a r i d í c u l o asig-
n a r al p a n g e r m a n i s m o un origen mítico, u n a
vinculación mítica. ¿Consistirá en las t e o r í a s
147
a r t í s t i c a s p r e d i c a d a s p o r W a g n e r ? ¿O e s t a r á
e n c e r r a d o en el simbolismo, f r a n c a m e n t e s u b -
versivo, d e la t e t r a l o g í a d é l a s N i b e l u n g o s , o
en el significado, h o n d a m e n t e u n i v e r s a l y
h u m a n o , de «Parsifal»?
Lo único q u e h a y , es este hecho, q u e no
cabe desconocer: el triunfo de la música de
W a g n e r coincidió con el p e r i o d o de la historia
de Alemania p o s t e r i o r a la g u e r r a de 1870.
No es admisible creer q u e e! p u e b l o a l e m á n
h a y a a l i m e n t a d o su s u e ñ o de h e g e m o n í a uni-
versal, o y e n d o las ó p e r a s de W a g n e r , d a d o
q u e en ellas no se hace la a p o l o g í a de ningu-
no ; de los' i d e a l e s p r o f e s a d o s p o r el p a n g e r -
manismo '
Lo q u e el a u t o r de « S a n s ó n y Dalila» ca-
lla y la h u m a n i d a d culta h a d e ver en la músi-
ca de W a g n e r es su p r o f u n d o , su inextingui-
ble h u m a n i s n o Aun en la c o n j e t u r a de q u e
en la o r q u e s t a w a g n e r i a n a v i b r a r a la voz del
p a n g e r m a n i s m o , p a s a r í a éste i n a d v e r t i d o o
s e r í a a h o g a d o p o r la melodía infinita del
h u m a n i s m o s u p e r i o r q u e e n t o n a n t o d a s las
creaciones del g e n i o a l e m á n .
H u m a n a h a s t a l o ^ s o b r e h u m a n o resulta, en
definitiva, la música de W a g n e r . Oid toda
la escala de las p a s i o n e s de la h u m a n i d a d
en la t e t r a l o g í a ; e s c u c h a d las a r r e b a t a d o r a s
voces de a m o r y de dolor de «Tristán<; pres-
tad o í d o al sublime cántico de redención de
«Parsifal». M. Oamille S a i n t S a e n s q u i e r e pri-
v a r a los h o m b r e s de las d i v i n a s voces del
a r t e w a g n e r i a n o , q u i e r a d e s t r u i r un m u n d o
i n c o m p a r a b l e de a r m o n í a , i m p o n i e n d o silen-
cio p e r p e t u o a las c r i a t u r a s míticas o h u m a -
148 ELOY* FARIÑA NUÑEZ
ñ a s q u e c a n t a n o sollozan en la o r q u e s t a
del c o m p o s i t o r — p o e t a . . .
H a y en «Parsifal» dos p e r s o n a j e s antité-
ticos, q u e son el p r o t a g o n i s t a , q u e d a nom-
b r e a la o b r a y Klingsor, m a g o q u e i n t e n t a
seducir a Parsifal, el h é r o e p u r o , y r e t i e n e
en su p o d e r la s a c r a l a n z a de la h e r i d a de
Cristo, de la llaga s i e m p r e a b i e r t a del r e y
Amfortas, de la o r d e n de los C a b a l l e r o s del
S a n t o Grial. Parsifal es el s í m b o l o de la
h u m a n i d a d heroica y r e d e n t o r a , d e los v a r o -
nes p r o m e t i d o s de q u e h a b l a n las r e l i g i o n e s
p r i m i t i v a s . K l i n g s o r es, en cambio, la r e p r e
sentación de t o d o s a q u e l l o s p o d e r e s que, pol-
la m a g i a de la s e n s u a l i d a d o p o r el hechizo
de los i n s t i n t o s c o l a b o r a n n e g a t i v a m e n t e en
la misión de los s a n t o s y los h é r o e s e m b a r a -
z a n d o la realización cíe s u s d e s i g n i o s y el
c u m p l i m i e n t o de s u s o b r a s .
La lucha e n t r e Parsifal y K l i n g s o r se re-
n u e v a a h o r a , n o en la ilusión de las t a b l a s ,
sino en la r e a l i d a d del m u n d o civilizado.
S a i n t S a e n s está en la b a n d a de Klingsor
y d e s e a r í a q u e p r e v a l e c i e r a s o b r e Parsifal
P e r o a S a i n t S a e n s le falta la s a g r a d a lan-
za p a r a h e r i r de m u e r t e al h é r o e p u r o , a
Parsifal. Y Parsifal es W a g n e r , C a b a l l e r o del
S a n i o Grial.
Í N D I C E
Nota Preliminar I
I El Jardín del Silencio 1
IT Habíame, filósofo, de los bienes y do los m a l e s .. .. 19
III E n la tarde serena 41
IV Florentino Ameghino 4 9
V La herida de Amfortas 57
VI Nuevo ideal amoricano •• 85
V I I La sonrisa de Leonardo "ió
VIII Las ideas nuevas ? a
IX E l escultor de la inquietud 87
X La mujer rehabilitada ... •• 93
XI L a democracia 99
X I I Aurora naciente 195
X H I E l mundo futuro 111
X I V El canto de Ariel 117
XV H u m a n o y Divino 123
X V I Isadora D i m e a n 1^1
XVII La guerra a Wagner 13"
X V I I I Parsifal y Klingsor 1*5

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BIBLIOTECA PARAGUAYA DEL CENTRO E.

ELOY FARIÑA NÜÑEZ

EL JARDÍN DEL SILENCÍO

El Jardín del Silencio

L a s flores q u e crecen en el j a r d í n del si-

q u e nos i n s p i r a la mejor, n o existe en ella,

E s posible q u e cada vocal t e n g a un color

Desde a q u í , p o r el balcón abierto, v e o

cial de la vida. Y como u n m a n t o l u m i n o s a

H a y ciertos e s p í r i t u s q u e creen h a b e r lle-

m e n t e de r e f o r m a s sociales, p a r t i e n d o del su-

E l m a t e r i a l i s m o está m á s cerca del esplri-

El m é r i t o principal de las religiones es-

Los a r t i s t a s q u e falsifican la r e a l i d a d , in-

La l i b e r t a d es u n ideal como la perfección.

T o d a s las cosas son simples y claras. L a

L a s leyes q u e r i g e n los f e n ó m e n o s del

¿Qué es la filosofía? E s la h i s t o r i a de las

La d u d a es la actitud m á s filosófica del

de los bienes y de los males

R a r a s veces he visto, bajo el v e r s á t i l cie-

pies conocen el polvo de t o d o s los s e n d e -

matemática y del p o s i t i v i s m o científico p o r

Se me p r e g u n t a : «¿Cuál es, a su juicio, el

Creer lo q u e no vimos, dicen q u e es la fe

Del Homúnculus al Superhombre

I m a g i n e m o s una escala infinita, semejan-

o t r a manifestación artística, de s u e r t e q u e si-

E s común oir decir: «Aunque !as i d e a s p r o -

E s difícil, p o r n o decir i m p o s i b l e , vivir

—¿Por q u é nos merecen poca estimación

Sus consejas del cielo y del infierno t e n d í a n

g r a n d e , o, mejor dicho su g r a n d e z a está he-

la estancia, a! q u e dirigía la vista de vez

bio y de p e n s a d o r . Dice en u n o de ellos:

n a t u r a l e s " e n v i g e n c i a " , la posibilidad d e

n o intento, p u e s d i s m i n u i r los méritos del

ficaron su música d e s p e c t i v a m e n t e de •«mú-

Conocéis, sin d u d a , el a r g u m e n t o de «Par-

ni n u e s t r o destino. E l positivismo científico

del placer de los sentidos, ni n o s b a s t a el

entro dos g r a n d e s imperios, militar el u n o

m e j o r a r el alma de los p u e b l o s , q u e n o en-

ciedad a m e r i c a n a h a de t e n e r el mismo des

consecuencia q u e saca de este estudio? «El

Las ¡deas nuevas

mino, su filiación h i s t ó r i c a y a v e r i g u a r lue-

p o d e r de las leyes y de los códigos.

adolescente y s o n r e i r í a con la d i v i n a sere-

i d e a s en medio de u n a civilización poco

H a sido n e c e s a r i o q u e toda la civilización

d e r e c h o s políticos de la mujer y es u n a re-

me llega de la Asunción u n libro j u v e n i l ,

' q u e existe u n a g u e r r a p o r la paz. C u a n d o

E n las p o s t r i m e r í a s de la g u e r r a , los vi-

t r a b a j o , p o r el simple hecho, de la capitaliza-

to, melodioso como el a c o r d e de n u e s t r a s

— Conocéis la definición de los textos de

n o brilla j a m á s el sol. Llevo c o n m i g o un p e r -

¿Qué m á s , n o s importa saber? Interpretemos

- Gentes hay irremisiblemente nacidas

M a r a v i l l á b a n s e del l e n g u a j e t í m i d o del filó-

- - N o sé por q u é se me figura q u e ese la-