Está en la página 1de 37

PODER POLI TI CO

Y CLASES SOCI ALES


EN EL ESTADO
CAPI TALI STA
NICOS POULANTZAS
W l  ™
x y W le d ito r e s
tradu c c ió n de
FL O R E N T IN O M . T O R N ER
PO D ER PO LITICO
Y CLA SES SO CIA LES EN EL
ESTA D O CA PITA LISTA

por
NI COS POULANTZAS

siglo
veintiuno
editores
)$a
sig lo xxi e d it or e s, s.a . de c.v.
C E R R O D E L A Q U A 2 4 « . R O M E R O D E T E R R E R O S , 0 4 3 1 0 , M É X I C O , D. F.

si g l o xxi e di t or e s, s. a .
TUCU M AN 1621, 7° N, C1 0 6 0 A A Q , B U EN O S A I R ES, A R G EN T I N A

sigio xxi de espana editores, s.a.


M E N É N D E Z P I O A L 3 B I S , 2 8 0 3 6 , M A D R I D , E 8 P A ft A

n s m a i
flCflt lflN

portada de maria luisa martfnez passarge

primera edición en español, 1969


trigésima edición en español, 2 0 0 7
O siglo xxi editores, s.a. de c.v.
isbn 10: 9 6 8 - 2 3 - 1 6 7 6 - 6
isbn 13: 9 7 8 - 9 6 8 - 2 3 - 1 6 7 6 - 0

primera edición en francés, 1968


O librairie franfois maspero
título original: po uv ierpo litique et clases
jo ciales de l 'état capitaliste

derechos reservados conform e a la ley


impreso y hecho en m éxico/printed and made in m exico
I NDI CE JKD 3 4 3 8 3 5

IN T R O D U C C IO N

P R IM E R A P A R T E: C U E S T IO N E S G EN E­
R A L ES

1. SO B R E EL C O N C EP T O DE P O L IT IC A 33
i. Po l ítica e h isto ria. L o p o lítico y la p o l ítica, 3 3 ; n.·
L a f u n ció n g en eral d el Es tad o , 4 3 ; m . M o d alid ad es
d e l a f u n ció n del E s tad o , 5 2

2. P O L ÍT IC A Y C L A SES S O C IA L E S 60
i. E l p ro b lem a d el e s tatu to teó rico d e las clases, 6 2 ;
ii. L a s clases en un m o d o d e p ro d u cció n y en u n a
f o rm ació n so cial, 7 8 ; m . Pap el d e l a lu ch a p o lítica
d e clases en su d ef in ició n , 8 3 ; rv. L as clases d if eren tes
y las f raccio n e s au tó n o m as d e clase, 8 8 ; v . Fraccio n e s .
C ate g o rías . Es trato s , 9 8 ; v i. Es tru ctu ras y p rácticas
d e clase, 100; v i i i . C o y u n tu ra. Fu e rz as so ciales. Pre ­
visión p o l ítica, 110.

3. SO B R E EL C O N C EP T O DE P O D ER 117
i. El p ro b l em a, 1 1 7 ; n . El p o d er, las clases y los in ­
tereses d e clase, 1 2 4 ; m . Po d e r del Es tad o . A p arato
d e Es tad o . C en tro s d e p o d er, 1 3 9 ; iv. L a co n cep ció n
d el p o d er “ s u m a- cero ” , 14 3

SEG U N D A P A R T E: EL E ST A D O C A P IT A ­
L IS T A

1. EL P R O BL EM A 149
i. E l Es tad o cap ital is ta y las relacio n es d e p ro d u cció n ,
152; n. El Es tad o cap ital is ta y la lu ch a d e clases,
1 5 9 ; m . S o b re el co n ce p to d e h eg em o n ía, 1 69

2. T IP O L O G ÍA Y T IP O DE EST A D O C A P IT A L IS T A 176
i. L a tip o lo g ía d e M . W e b e r, 1 8 0 ; n . T ip o s d e Es ­
tad o , f o rm as d e Es tad o y p erio d iz ació n d e u n a f o r­
m ació n so cial, 1 8 4 ; m . Fo rm as d e rég im en y p erio d i­
z ació n d e lo p o lítico , 192

[ V ]
VI IN D IC E

3. E L E ST A D O A B S O L U T IS T A , E S T A D O D E T R A N S IC IO N 197
i. T ip o d e Es tad o y p ro b lem as d e tran sició n , 197;
n . El Es tad o ab so lu tista, Es tad o cap ital is ta, 202

4. SO BR E LO S M O D EL O S DE LA R E V O L U C IÓ N BU R ­

G U E SA 212
i. El caso inglés, 2 1 3 ; u. El caso f ran cés, 2 1 9 ; m . El
caso al e m án , 2 2 8

T ER C ER A P A R T E: L O S R A SG O S FU N D A ­
M EN T A L ES D EL E ST A D O C A P IT A L IS T A

1. EL EST A D O C A P IT A L IST A Y LO S IN T E R E S E S DE

LA S C L A SES D O M IN A D A S 241

'i.. EL EST A D O C A P IT A L IS T A Y L A S ID E O L O G IA S 247


i. L a co n cep ció n h isto ricista d e las id eo lo g ías, 2 4 7 ;
ii. Id eo lo g ía d o m in an te , clase d o m in an te y f o rm ació n
so cial, 2 5 6 ; n i. L a co n cep ció n m an tista d e las id eo ­
lo g ías, 2 6 3 ; iv. La id eo lo g ía p o l ítica b u rg u esa y la
l u ch a d e clases, 269; v. El p ro b lem a de la leg iti­
m id ad , 2 8 4

3. EL E ST A D O C A P IT A L IS T A Y LA FU E R Z A 290

4. EL E ST A D O C A P IT A L IST A Y LA S C L A SES D O M I­

N A N T ES 295
i. El b lo q ue en el p o d er, 2 9 5 ; u. Blo q u e en el p o d er,
h eg em o n ía y p crio d iz ació n d e u n a f o rm ació n ; los a n á ­
lisis p o lítico s d e M arx, 3 0 2 ; n i. Blo q u e en el p o d er.
A lian z as. C lases- ap o y o s, 3 1 1 ; iv . Perio d iz ació n p o lí­
tica. Es ce n a p o lítica. C lases rein an tes. C lases m an te ­
n ed o ras d el Es tad o , 3 1 7

C U A R T A P A R T E : L A U N ID A D D E L P O D E R
Y L A A U T O N O M ÍA R E L A T IV A D E L E ST A ­
D O C A P IT A L IS T A

1. E l. P R O BL EM A Y SU P L A N T E A M IE N T O T E O R IC O

PO R LO S C L Á S IC O S D EL M A R X IS M O 331

2. A L G U N A S IN T E R P R E T A C IO N E S Y S U S C O N S E C U E N ­

C IA S 342
i. L a te o ría p o lítica g en e ral, 3 4 2 ; n . L a teo ría p olí­
tica m arxis ta, 3 5 0
Í N D IC E

3. EL E ST A D O C A P IT A L IS T A Y EL C A M PO D E LA LU ­

CHA D E C L A SES

i. El p ro b lem a g en e ral, 3 5 8 ; 11. L o s an álisis d e M arx,


3 6 4 ; ni. El l lam ad o f en ó m en o to tal itario , 3 7 9

4. EL EST A D O C A P IT A L IST A Y I.A S C IT A SES D O M I­

N A N T ES

i. El b lo q ue en el p o d er, 3 8 7 ; u. L a s ep aració n d e
los p o d eres, 3 9 6

5. EL P R O BL EM A EN LA S FO R M A S D E EST A D O Y EN

LA S FO R M A S D E R E G IM E N : EL E JE C U T IV O Y EL

L E G IS L A T IV O

i. Fo rm as d e Es tad o . Fo rm as d e leg itim id ad , 4 0 3 ; n .


Fo rm as d e rég im en . Partid o s p o lítico s, 4 1 6

Q U IN T A P A R T E : S O B R E L A B U R O C R A C IA
Y L A S É L IT E S

1. EL P R O BL EM A Y LA S T E O R IA S D E L A S É L IT E S

2. LA P O S IC IÓ N M A R X IS T A Y LA C U E S T IO N DE LA

P E R T E N E N C IA D E C L A S E D E L A P A R A T O D E E ST A D O

3. E ST A D O C A P IT A L IS T A . B U R O C R A T IS M O . BU R O C R A ­

C IA

4. LA BU R O C R A C IA Y LA LU C H A DE C L A SES
C A P ÍT U L O 3

SO B R E E L C O N C E P T O D E P O D E R

I. E l. P R O BL EM A

Las co n sid erac io n es q u e p re ce d en no s llev an a p lan te ar


el p ro b lem a, c ap ital p ara la te o ría p o lític a, d el p o d er,
liste p ro b lem a es tan to m ás im p o rtan te ^cuanto q u e
M arx , En g els, L e n in y G ram sc i no p ro d u je ro n te ó ric a­
m ente u n c o n c ep to d e p o d er. Po r lo d em ás, e n la te o ría
p o lítica, este c o n c e p to d e p o d e r es ac tu alm e n te u no d e
los m ás co n tro v ertid o s.
Pu ed e co m enz arse p o r d e lim itar el c am p o d e ese c o n -
(v p to : h ab rá q u e re fe rirse , p ara eso , a lo s estu d io s e f e c ­
tuad o s m ás arrib a relativ o s a la d istin ció n e n tre niv eles
estru ctu rales d e u n a fo rm ac ió n so cial y niv eles d e lu c h a
— d e p rác tic a— d e clases, en su m a a la d istin ció n en tre
estru ctu ras y re lac io n es so ciales. El c o n c e p to d e p o d er
tien e c o m o lu g ar d e c o n st it u c ió n e l c am p o de las p r ác ­
ticas d e c lase. En e fe c to , siem p re q u e M a rx o Eng els
so re fieren a lo s c o n cep to s d e p o d e r o d e au to rid ad ,
así c o m o a lo s co n c ep to s afine s, c o m o el d e d o m inio , e tc .,
los sitú an en el c am p o d e las relac io n es d e c lase : el
caso es aú n m ás c laro e n L e n in , p ara q u ie n el c am p o
d e la “ ac c ió n d e las fu erz as so ciales” , d e las “ re lac io ­
nes d e fu e rz a” o d e las r e lac io n e s d e p o d e r , e stá c irc u n s­
crito c o m o c am p o d e la lu c h a d e clases.
A sí, p u es, y a se p u ed en sac ar c ie rtas co n clu sio n es en
lo q u e c o n c ie rn e al p ro b lem a d e las re lac io n es e n tre el
p o d er y las clases so ciales. L as r e lac io n e s d e las c lases
son relac io n e s d e p o d e r . L o s co n c ep to s d e c lase y d e
p o d er so n afin es, en la m ed id a en q u e tien en co m o lu ­
g ar d e c o n stitu ció n el c am p o c irc u n sc rito p o r las re la­
cio nes so ciales. El p are n tesco d e eso s d o s c o n c ep to s no

[ 117]
118 S O BR E EL C O N C EPT O DE PO D I H

in d ic a, sin em b arg o , u n a re lac ió n d e b ase o fund am ente·


d el u n o resp ec to d el o tro , sino la h o m o g e neid ad drl
c am p o : las relacio n es d e clase n o so n la b ase d e Iii»
re lac io n es d e p o d e r, así c o m o las re lac io n es d e po d rí
n o lo so n d e las relac io n es d e clase. A sí c o m o el co n
c e p to d e clase in d ic a lo s e fe c to s d el c o n ju n to d e lo s ul
v eles d e la e stru c tu ra so b re lo s so p o rtes, el c o n c e p to (Ir
p o d e r esp e c ifica lo s efe c to s d el c o n ju n to d e eso s nivele»
so bre las re lac io n es e n tre clases so ciales e n lu c h a : iridien
lo s e fe c t o s d e la est ru c t u ra s o br e las r e lac io n e s c o n flic ­
tiv as d e las p r ác t ic as d e las div ersas c lases en “ lu cha" .
D ic h o d e o tra m an e ra, el p o d e r n o está situ ad o e n lo·
niv eles d e las estru c tu ras, es u n e fe c to d el c o n ju n to dn
eso s niv eles, y , sin em b arg o , c arac te riz a a c ad a un«
d e lo s niv eles d e la lu c h a d e clases. El c o n c e p to d e [x>-
d er n o p u ed e, p ues, ap lic arse a u n niv el d e la e stru c tu ra:
c u an d o se h ab la, p o r e je m p lo , d e p o d e r d e l Estado,
n o p u ed e in d ic arse c o n eso el m o d o d e artic u lac ió n y
d e in terv en ció n d el Estad o en lo s o tro s niv eles d e la
e stru c tu ra, sin o e l p o d e r d e u n a c lase d e t e r m in ad a a
cuy o s intereses c o rre sp o nd e el Estad o , so b re o tras clases
so ciales.

Estas c o nsid eracio nes p relim in are s tien en su im p o rtan ­


c ia. En e fe c to , la co n fu sió n d e las estru c tu ras y d e las
re lac io n e s d e las p rác tic as — lu c h a— d e clase, d e las re­
lac io n es d e p o d e r, p u ed e d ar lu g ar a d iv ersas in te rp re ­
tac io n es erró n e as d el m arx ism o . V e am o s aq u í u n a de
las m ás im p o rtan te s ac tu alm e n te : e stá re p re se n tad a p o r
p ensad o res ex p re sam en te influ id o s p o r el m arx ism o , c o ­
m o , p o r e je m p lo , K . R e n n e r,1 J. Sc h u m p e te r,2 R.
D ah re n d o rf,3 y au n R iz z i, Bu rn h am , M . D jilas, e tc ., así
co m o p o r nu m ero so s “ teó rico s” d e la c lase dirig en t e,
cuy o e x am e n rean u d arem o s m ás lejo s. El o b je tiv o c e n ­
tral d e esas teo rías es tra ta r d e re b asar u n a c o n c ep c ió n

1. M e n s ch u n d G es ells chaft , V ie n a, 1952: W a nd lungen d er


m o d e rn e n G es ells chaft , V i e n a, 1953.
2 . C apit alis m o , so cialism o y dem o cracia.
3 . O p . cit .
i :l pr o bl e m a 119

"e c o n o m ista” d e las clases so ciales seg ú n la c u al éstas


» crían d efin id as e x c lu siv am en te e n el niv el ec o n ó m ic o
d e las re lac io n es d e p ro d u c c ió n , y p rin c ip alm e n te en
fu nció n d e su re lac ió n c o n la p ro p ied ad d e lo s m ed io s
ile p ro d u c c ió n : esas te o rías v en e n la p ro p ied ad f o r­
m al d e lo s m ed io s d e p ro d u c c ió n la exp re sió n in m e­
d iata d e lo ec o n ó m ic o . Se g ú n lo s au to re s q u e h e c itad o ,
las clases y e l c o n f lic to d e clases, le jo s d e fu n d arse
n i las re lacio n es d e p ro d u c ció n , se fu n d arían e n la d is­
trib u ció n g lo b al, en to d o s lo s niv eles, d el p o d e r e n el
interio r d e las so cied ad es “ au to ritarias” , es d e c ir, so cie­
d ad es c arac te riz ad as p o r u n a o rg an iz ac ió n g lo b al d e
d o m inio -su b o rd inació n co n sistente en u n a d istrib u c ió n
"d e sig u alitaria” , en to d o s lo s niv eles, d e aq u e l p o d er.
A d em ás, el p ro b le m a d e la re lac ió n e n tre las re lac io ­
nes d e p ro d u c c ió n — red u cid as aq u í a la p ro p ied ad fo r­
m al d e lo s m ed io s d e p ro d u c c ió n — , p o r u n a p arte , y
las relac io n es d e p o d e r y la lu c h a d e clases, p o r o tra, lo
fo rm u lará esa te n d e n c ia id e o ló g ic a e n lo s térm ino s si­
g u ien te s: o b ien las re lac io n es d e p ro d u c c ió n (e s d ec ir,
•legún e lla, la p ro p ied ad d e lo s m ed io s d e p ro d u c c ió n )
io n u n c as o e s p e c ial d e p o d er, o b ien el p o d e r en u n
c aso e s p e c ial d e las relac io n es d e p ro d u c c ió n .4 Pro b lem a
m al p lan te ad o en la m ed id a en q u e im p lic a u n a c o n ­
fusió n e n tre las estru c tu ras y las p rác tic as d e c lase, y
q ue e n c ie rra así la resp u esta d e la c ie n c ia m arx ista en
un d ilem a id eo ló g ico . En e fe c to , si se tratara d e resp o n­
d er q u e las relacio n es d e p o d e r, las re lac io n es d e clase,
so n u n caso esp ecial d e las re lac io n es d e p ro d u c c ió n ,
¿ q u é q u e rría d e c ir esto ? Se e n te n d e ría p o r e llo q u e las
relacio nes d e p ro d u c ció n so n el fu n d am e n to exclu siv o
d e las clases so ciales, y q u e lo s o tro s niv eles d e la lu ­
ch a d e clases, p o r e je m p lo el p o d e r p o lític o o el p o d e r
id eo ló g ico , n o so n m ás q u e el sim p le fe n ó m e n o d e lo
eco nó m ic o . L as re lacio n es d e p o d e r p are c e rían fu n d a­
d as, e n u n a re lac ió n d e fe n ó m en o a e sen c ia, so b re las
relacio nes d e p ro d u c c ió n c o n s ide r adas d ir e c t am e n t e co -

4. A este res p e cto , v éase l a exp o sició n s in té tica d e l a cu es­


tió n en D ah re n d o rf , o p . cit ., p . 2 1 .
120 S O BRE EL C O N C EPT O DE PO D EK

m o relacio n es d e p o d e r. In v e rsam e n te , ¿ c u ále s serían


las c o n sec u en cias q u e im p lic a la resp u esta d e q u e las
relacio n es d e p ro d u c c ió n , así co m o la p ro p ied ad fo rm al
d e lo s m ed io s d e p ro d u c c ió n , so n u n caso esp ec ial d e
las relac io n es d e p o d e r? Se trataría d e re d u c ir aquí
tam b ién las relac io n es d e p ro d u c ció n y el sistem a ju rí­
d ico a re lac io n es d e p o d er. L as relac io n es d e p ro d u cció n (
y, p o r lo d em ás, las d e p ro p ied ad fo rm al d e lo s m ed io s
d e p ro d u c c ió n , n o se p e rc ib irían co m o estru ctu ras, co m o
fo rm as d e c o m b in ac ió n e n tre ag en tes d e p ro d u c ció n y
m ed io s d e p ro d u cc ió n , sino o rig in ariam e n te co m o re la­
jo n e s d e p o d e r e n tre “ c ap italistas” , q u e im p o nen, p o r un
“ c o n tro l” exclu siv o d e eso s m ed io s, sus “ d ecisio nes” a
lo s “ o b rero s” , tan to en el m arc o d e c ad a u nid ad do .
p ro d u c ció n c o m o a e scala so cial.

L o q u e im p o rta se ñ alar aq u í, d esd e e l p u nto d e v ista


ri 1 m éto d o , es la co n fu sió n q u e im p lic a la cuestió n
p lan te ad a e n tre e stru c tu ras y niv eles d e la lu c h a d e
clases. D e h ech o , las relac io n es d e clase so n, d esd e lueg o ,
en t o do s lo s n iv eles, relac io n e s d e p o d e r , y el p o d er no
es, sin em b arg o , m ás q u e u n c o n c e p to q u e in d ic a el
e fe c to d el c o n ju n to d e las estru c tu ras so b re las r e lac io ­
n es d e las p r ác t ic as d e las div ersas clases en lu c ha. En
ese sentid o , y a p u ed e elim inarse u n a te n tativ a d e salir
d el d ilem a id eo ló g ico p lan te ad o arrib a, q u e im p lic aría,
n o o b stan te , la m ism a co n fu sió n. Ésta co nsistiría en ne­
g ar las relacio n es d e p o d er al niv el d e las relac io n es d e
p ro d u c c ió n , a c am b io d e in tro d u c irlas e n lo s o tro s niv e­
les d e la estru c tu ra, p o r e je m p lo e n e l niv el p o lítico .
Se d iría, p u es, q u e las relacio n es d e p ro d u c ció n no
p u ed en c o n stitu ir u n caso esp ec ial d e las relac io n es d e
p o d e r, e n la m ism a m ed id a e n q u e e l niv el ec o n ó m ic o
— o b je to d e las “ leyes” eco nó m ic as— no co nsiste en re­
lacio nes d e p o d er. L as clases d efin id as “ en sí” en el
niv el ec o nó m ic o serían ind ep end ien tes, en ese niv el, d e
las relac io n es d e p o d er. L as relacio n es d e p o d er só lo
EL PR O B L EM A 121

existirían en el niv el d e lo p o lític o o d e lo id eo ló g ico ,


en lo s niv eles en q u e se situ aría fin alm e n te la “ lu c h a d e
clases” , d e clases p ara sí. Sin em b arg o , esta resp u esta
d ep end e d e u n a p e rsp e ctiv a erró n e a, q u e h ab ría d efi­
nid o la “ situ ació n d e clase” e n el niv el d e las estru ctu ras
eco nó m icas — re lac io n es d e p ro d u c ció n — , y la “ lu ch a
d e clases” , las relacio n es d e p o d er, en el niv el d e las
est ru c tu ras p o lític as. L o e c o n ó m ic o se co n v e rtiría así en
el c am p o en q u e “ a c tú a” la p o lític a, la lu c h a d e clases.
Parale lam e n te , lo s niv eles d istinto s d e lo e c o n ó m ic o , p o r
e je m p lo las e stru ctu ras d el Estad o , se red u c irían a re la­
cio nes d e p o d e r, o sea só lo al p o d e r d e l E st ado .
L o e x ac to es q u e la e stru c tu ra d e las re lac io n es d e
p ro d u c ció n , lo m ism o q u e la d e lo p o lític o o d e lo id e o ­
ló g ico , n o p u ed e c ap tarse d ire c tam e n te co m o relac io n es
d e clases o re lac io n es d e p o d er. Po r o tro lad o , sin em ­
b arg o , es ig u alm en te e x ac to q u e las relac io n es d e clase
(o n stitu y e n , en to d o s lo s niv eles d e las p rác tic as, re la­
cio nes d e p o d er. Si las relac io n es d e p ro d u cc ió n n o so n
un caso esp ecial d e relac io n es d e p o d e r, n o es q u e lo
“ ec o n ó m ic o ” , al c o n trario d e lo p o lítico , no p u ed a c o ns­
tar d e relac io n es d e p o d e r: es q u e ning ú n niv el estru c ­
tu ral p u ed e se r te ó ricam e n te p e rc ib id o co m o relac io n es
d e p o d er. Po r el c o n trario , lo e c o n ó m ic o , en c u an to n i­
v el d e o rg an iz ac ió n d e u n a clase o niv el e sp e c ífic o d e
la p rác tic a ec o n ó m ica d e u n a clase e n re lac ió n co n la
d e las o tras clases, lo caliz ad o , p u es, en el c am p o , d e fi­
nid o arrib a, d e la “ lu c h a” — re lac ió n d e las p rác tic as—
d e clases, co nsiste c ie rtam e n te en relac io n es d e p o d eres.

Se trata aq u í d el p ro b lem a d el “ p o d er e c o n ó m ic o ” y d e
sus relac io n es c o n las “ ley es ec o n ó m ic as” : asu nto tra­
tad o m u c has v eces y cu y as so lu cio nes p ro p u estas p re ­
sentan c o n trad ic c io n e s inso lu bles, p u esto q u e se id e n ti­
fic an lo s d o s d o m inio s se ñalad o s.5 ¿ U n a p ersp ectiv a
c ie n tíf ic a d e las leyes eco n ó m ic as p u ed e co n c illarse co n

5. V éan s e, e n tre o tro s, so b re el al can ce d el p ro b l e m a: J.


L h o m m e : P o uuo ir et s o ciét é é co no m iq ue, París, 1 9 6 5 , p p . 7 0 í í :
F. P e rro u x: Es quis s e d’ u n e t héo rie de l’é co no m ie do m ina nt e,
122 S O BRE EL C O N C EPT O DE PO D KK

la p e rsp ectiv a d e u n p o d er ec o n ó m ic o . Pero , sin q uerei


e n trar en la d iscu sió n, se v e c laram e n te q u e en la reía
ció n e stru c tu ras-re lac io n e s so ciales, las ley es eco nó m ica*
d e lo e c o n ó m ic o - e s t r u c t u r a d e nin g ú n m o d o im p id en la*
re lac io n es d e p o d e r e n el niv el d e la lu c h a ec o n ó m ic a
d e clases, q u e in d ic a lo s efe c to s d e la e stru c tu ra d e eso
niv el so b re lo s so p o rtes. En este se ntid o , e l p o d e r e c o ­
n ó m ic o situ ad o e n e l niv el d e la lu c h a e c o n ó m ic a de
clases, es u n c o n c e p to u tiliz ad o c o n fre c u e n c ia p o r M arx ,
q u ie n no s h ab la fre c u e n te m e n te d el p o d e r eco nó m ico
d e la clase c ap italista, y , p o r o tra p arte , e n ese co n ­
te x to se sitú a la frase , q u e M a rx em p le a a m enud o ,
d e d o m in ac ió n e c o n ó m ic a, y q u e, p o r lo d em ás, se d is­
ting u e d e la d o m in ac ió n p o lític a y d e la d o m inació n
id e o ló g ica. P o d e r e c o n ó m ic o q u e p u ed e p e rcib irse en
nu m ero sas m an ifestac io n es y q u e es u n e fe c to so bre-
d ete rm in ad o d e las relac io n es d e p ro d u c c ió n : au to rid ad
d el c ap italista en el p ro ceso d e p ro d u c ció n — a la vez
d iv isió n té c n ic a y d iv isió n so cial d el trab ajo — , es la
n eg o c iac ió n p re lim in ar d el c o n trato d e trab ajo , e tc . Po r
o tra p arte , p u ed en p e rcib irse e n las relacio n es d e las
p rác tic as p o lític as d e c lase , e n la lu c h a p o lític a d e c la­
ses, relacio n es d e p o d e r p o lític o , d e d o m in ac ió n p o lític a,
e fe c to s a su v ez d e la e stru c tu ra re g io n al d e lo p o lítico
so b re la p rác tic a p o lític a d e c lase ; lo m ism o su ced e en
lo q u e c o n c ie rn e a lo id eo ló g ico .
A sí, p ues, afirm ar q u e las relacio n es d e c lase so n, en
to d o s lo s niv eles, relacio n es d e p o d e r, n o es d e n in g ú n
m o d o adm it ir q u e las c lases s o c iale s se fu n d an en r e la­
c io n e s d e p o d e r o q u e p u e d e n deriv arse d e ellas. Las
relac io n es d e p o d e r, q u e tien en c o m o c am p o las relac io ­
nes so ciales, so n relac io n es d e clase, y las relac io n es d e
clase so n re lacio n es d e p o d e r, e n la m ed id a e n q u e el
c o n c e p to d e clase so cial in d ic a lo s efec to s d e la estru c­
tu ra so b re las p rác tic as, y el d e p o d e r lo s efe cto s d e la

en E . A ., 1948, pp. 2 4 3 « ; M o rg e n s te rn : The lim its o f E co ­


no m ics , 1 9 3 7 , p p . 6 7 s s : Bo eh m - B aw erk , en G es am m elt e Schrif-
t e n, 1 9 2 4 , p p . 1 0 0 « , e tc.
Iti, PR O B L EM A 123

m tru c tu ra s o br e las relac io n e s d e las p rác t ic as d e las c la­


ses en “ lu c h a” .

N o p o d ría su b estim arse la im p o rtan c ia d e estas o b ser­


v acio nes. En e f e c to ,6 la c o rrie n te m arx ic iz an te d e las teo ­
rías d e las élit es p o lít ic as y d e la c lase p o lít ic a se fu nd ó
en el sen tid o d e u n a p re te n d id a c o n c e p c ió n m arx ista
sccfún la c u al, p re cisam e n te , lo e co n ó m ic o n o p o d ría,
hab land o ap ro p iad am e n te , c o n star d e relacio n es d e p o ­
d e r: c o n c e p c ió n q u e no es m ás q u e la “ p are ja” d e la
c o n ce p c ió n ec o n o m ista d e las clases so ciales. A sí, d e fi­
niend o la clase só lo d esd e el p u n to d e v ista eco n ó m ic o ,
p o r u n a p arte , y co n sistiend o las relac io n es p o lític as en
re lacio n es d e p o d e r, p o r o tra, la c o n clu sió n d e esa c o ­
rrien te d e las élite s y d e la clase p o lític a v ien e p o r sí
so la: lo s g ru p o s q u e p artic ip an e n las relacio n es p o líticas
— relac io n es d e p o d er— d ifie r e n , en su p o sic ió n t e ó r ic a,
d e las clases so ciales e c o n ó m ic as, cu y a ex iste n c ia, p o r
lo d em ás, se ad m ite . L a d ife re n c ia co nsiste en q u e lo s
g ru p o s se d e lim itan p o r re lac io n e s d e p o d er — p o líti­
co — , y seg ú n la d e fin ic ió n q u e c ad a au to r d a a esta
p alab ra, p e ro cu y a re lac ió n c o n lo e c o n ó m ic o no rec ib e
— ni p u ed e re c ib ir— situ ac ió n c ie n tíf ic a. Se tra ta ah í,
m u y e x ac t am e n t e , d el n ú c le o m ism o d e la p ro b le m átic a
d e lo s g ru p o s est at u t ario s d e W e b e r, d e la c lase p o lít i­
ca de R . M ic h e ls, d e las m in o rías d e l p o d e r d e C .
W rig h t M ills, e tc ., teó rico s q u e ad m ite n la ex iste n c ia
p ar ale la d e las clases so ciales ec o n ó m ic as en un sentid o
m arx ista d e fo rm ad o : “ situ ac ió n d e clase” e c o n ó m ic a
q u e n o im p lic a re lac io n e s d e p o d e r.7 L a te n tativ a id eo -

6 . V é as e infra , p . 4 2 7 .
7. El p ro b lem a está cl aram e n te p lan te ad o por C . W rig h t
M ills en su crí ti ca del co n ce p to m arxis ta d e “ clase d o m in an te ” ,
d o n d e e xp lica p o r q u é lo su stitu y ó p o r l a exp resió n “ élites del
p o d er” : “ ‘ C lase d o m in an te’ es u n a exp resió n p esad am en te ca r­
g ad a. ‘C l as e ’ es un térm in o e co n ó m ico ; ‘d o m in io ’ es un térm in o
p o lítico . L a f rase ‘ clase d o m in an te ’ im p lica, p ues, el co n ce p to
d e q ue u n a clase eco n ó m ica d o m in a p o l i ti c a m e n te . . . ”
124 S O BR E EL C O N C EPT O DE PO D ER

ló g ic a m e n c io n ad a, q u e co n sistía e n su p erar u n a d efi­


n ic ió n ec o n o m ista d e las clases so ciales d escu b riend o un
c o n c e p to d e c lase fu n d ad o en las relac io n es, en to d o s
lo s niv eles, d e p o d er, p ero q u e llev ab a a la co nfu sió n
d e las estru ctu ras y d el c am p o d e las p rác tic as — d e
p o d er— , d ifiere d e é sta: en este ú ltim o caso se tratará,
m ás p re cisam en te , d e u n a ru p tu ra d e situ ac ió n e n tre los
“ g ru p o s” ec o nó m ic o s — las clases— y lo s “ g ru p o s” p o lí­
tico s, y es, p o r lo d em ás, el fin co n sec u en te d e la p ers­
p ec tiv a d e la “ clase en sí” y d e la “ clase p ara sí” . Lo s
in c o nv en ien tes d e esta c o rrie n te se h ac e n m anifiesto s en
las co nfu sio nes q u e resu ltan c u an d o in te n ta e stab lec e r las
relac io n es e n tre esas “ clases ec o n ó m ic as” y lo s “ g rup o s
p o lítico s” .

ir. EL P O D ER , L A S G L A SES Y L O S IN T E R E S E S D E C L A SE

Pu ed e in te n tarse, p artie n d o d e estas o b serv acio nes, p ro ­


p o n er u n c o n c ep to d e p o d e r: se d esig nará p o r p o d e r la
c ap ac id ad d e u n a c lase s o c ial p ar a realiz ar su s in tereses
o b je t iv o s e s p ec ífic o s. Este c o n c e p to no d e ja d e o fre cer
alg u n as d ificu ltad es, en la m e d id a, m ás p artic u larm e n te ,
en q u e in tro d u c e el c o n c e p to d e “ intereses” . C o n o cid a
es, no o b stan te , la im p o rtan c ia d e este c o n c ep to en M arx
y L e n in , p ues la c o n c ep c ió n m arx ista d e las clases y
d el p o d er está en laz ad a co n la d e “ in tereses d e clase” .
Im p o rta, sin em b arg o , situ ar m u y b re v em en te esta d e­
fin ic ió n d el p o d e r en re lac ió n c o n alg u n as o tras, q ue
tu v iero n u n a rep ercu sió n im p o rtan te en la te o ría p o lític a:
1] Se d isting u e d e la d efin ic ió n d e Lassw ell,8 p ara
q u ie n el p o d e r es “ el h e c h o d e p artic ip ar en la ad o p ció n
d e d ecisio nes” : se trata aq u í d e u n a d efin ic ió n c o rrien te
p ara la serie d e las te o rías d el p r o c e s o d e ad o p c ió n de
dec isio n es. El v icio fu n d am e n tal d e esta c o n c ep c ió n , p o r

8. Lassw ell y K a p l a n : P o w er a nd So ciet y , a Fram ew o rk fo t


So cia l E nq uiry , 1 950, pp. 7 0 « ; L assw ell: Po litics· . W / io g eti
w hat , w hen, ho w , 1 9 3 6 , p p . 4 0 s.
PO D ER , C LA S ES , IN T ER ES ES DE C LA S E 125

lo m eno s en el m arc o d e u n a so cied ad c arac te riz ad a p o r


un c o n flic to d e clase, es, p o r u n a p arte , v erterse e n u n a
c o n ce p c ió n v o lu n tarista d el p ro ceso d e las “ d ecisio nes” ,
d esc o n o c iend o la e fic ac ia d e las estru ctu ras, y no p o d e r
lo caliz ar e x ac tam e n te , b a jo las ap arie n c ias, lo s cen tro s
efectiv o s d e d ecisió n en cuy o in te rio r ju e g a la d istrib u ­
ció n d el p o d e r; p o r o tra p arte , to m ar c o m o p rin cip io
la c o n c ep c ió n “ in te g rac io n ista” d e la so cied ad , d e d o nd e
se d eriv a el c o n c e p to d e “ p artic ip ac ió n ” en las d ec i­
sio nes.
2] L a d efin ic ió n d el p o d e r q u e yo p ro p o ng o se d is­
ting u e d e la d e M . W e b e r,9 p ara q u ie n el p o d er ( l íe r r s -
c lia/t ) es “ la p ro b ab ilid ad d e q u e c ie rta o rd e n d e c o n ­
tenid o esp ecífic o sea o b ed ec id a p o r d eterm in ad o g ru p o ” :
y esto en la m ed id a en q u e esa d efin ic ió n e stá situ ad a
en la p ersp ec tiv a h isto ric ista d e u n a so cie d ad -su jeto ,
p ro d u cto d e lo s c o m p o rtam ie n to s no rm ativ o s d e lo s su­
je to s-ag en tes, p ersp ec tiv a q u e sirv e p re cisam en te d e fu n ­
d am ento a la c o n c e p c ió n w eb eriana d e la “ p ro b ab ilid ad ”
y d e “ o rd e n esp e c ifica” . Esta o rd e n e stá c o n c e b id a c o ­
m o e je rc id a e n el in te rio r d e u n a “ aso ciac ió n au to rita­
ria” , c ristaliz ac ió n d e lo s v alo re s-fine s d e lo s ag entes,
red u ciénd o se así el co n c e p to d e p o d e r en la p ro b le m átic a
w eb eriana d e la leg itim id ad .
3] L a d efin ic ió n p ro p u esta se d isting u e d e la d e T .
I’ arso ns,10 p ara q u ien el p o d er es “ la c ap ac id ad d e e je r­
cer c iertas fu nc io n es e n p ro v ech o d el sistem a so cial c o n -
» ¡d erad o e n su c o n ju n to ” : esta d efin ic ió n es en realid ad
exp resam ente so lid aria d e la c o n c e p c ió n “ fu n c io n alista-
integ racio nista” d el sistem a so cial.
N o se p u ed e, en tié n d ase b ien , em p re nd e r aq u í u n a
c ritic a d e tallad a d e lo s num ero so s co n c ep to s d e p o d er
ip ic se e n c u e n tran en la c ie n c ia p o lític a: estas p o cas
referencias só lo te n d ían a in d ic ar la c o m p le jid ad d el
p ro blem a. Si se ac e p ta el c o n c e p to p ro p u esto d e p o d er,

9. W irt s cha¡ l u n d G es ells chajt , T u b in g a, 1 9 4 7 , p p. 2 8 s.


10. S t ru ct u re a nd P ro ces s in M o d e rn So ciet ies , G len co e,
IWiO, p p. 199 s s : “ O n th e co n ce p t o f Po w er” , en P ro ceed ings
ii/ t he A m e rica n p hilo s o p hical So cie t y , v o l. 1 0 7 , n úm . 3 , 1963.
126 S O BR E EL C O N C EPT O DE PO D ER

se v e rá q u e p u ed e e x p lic ar el c o n ju n to d e lo s estud io »
m arx istas relativ o s a este p ro b lem a.

A . Este c o n c e p to se re lac io n a p re cisam en te c o n e l cam p o


d e las p rác tic as d e “ c lase” , y au n c o n e l c am p o d e la
lu c h a d e c lase s: tien e c o m o m ar c o d e r e fe r e n c ia la lu cha
d e clases d e u n a so cied ad d iv id id a en clases. Eso ind ica
q u e , e n esas so cied ad es, lo s efec to s d e la e stru c tu ra se
c o n c e n tran e n las p rác tic as d e eso s c o n ju n to s p artic u ­
lares q u e so n las clases so ciales. Es ne ce sario p u ntu ali-
; a r aq u í u n a p rim e ra c o sa: el c o n c e p to d e p o d er se re ­
fie re a ese tip o p reciso d e re lac io n es so ciales q u e se
c arac te riz a p o r el " c o n flic t o ” , p o r la lu c h a d e clases,
es d e c ir, a u n c am p o en cu y o in te rio r, p re cisam e n te p o r
la ex iste n c ia d e las clases, la c ap ac id ad d e u n a d e ellas
p ara re aliz ar p o r su p rác tic a sus intereses p ro p io s está
en o p o sic ió n co n la c ap ac id ad — y lo s intereses— d e
o tras clases. Esto d e te rm in a u n a re lac ió n e s p e c ífic a d e d o ­
m in io y d e s u bo rdin ac ió n d e las p rác tic as d e c lase, q ue
se c arac te riz a p re cisam en te c o m o re lac ió n d e p o d er. L a
re lac ió n d e p o d er im p lic a, p u es, la p o sib ilid ad d e d e­
m arc ac ió n d e u n a lín e a c lara, p artie n d o d e e sta o p o si­
c ió n , e n tre lo s lu g ares d e d o m inio y d e su b o rd inació n.
En el m arc o d e so cied ad es d o nd e n o existe esa d iv i­
sió n en clases — y se ría in teresan te e x am in ar en q u é
m ed id a esto es ap lic ab le tam b ién a re lac io n es n o an ta­
g ó nicas d e clase en la tran sic ió n d el so cialism o al c o ­
m u nism o —-, y d ó n d e, p u es, esas relac io n es no p u ed en
se r esp ec ificad as p o r esa lu c h a c o m o re lac io n es d e d o ­
m in io y d e su b o rd in ació n d e clases, d e b e ría re ten erse el
em p leo d e u n c o n c e p to d ife re n te , q u e sería fin alm e nte
el d e au t o r id ad .11

11. D eb ería ad v ertirse aq u í q ue la p ro b l e m ática del co n ­


cep to d e “ p o d er” re f e rid a a l a d e u n a rel ació n esp ecíf ica ca­
racte riz ad a p o r u n a d e m arcació n d e los lu g ares d e su b o rd in a­
ció n y d e d o m in io en co n d icio n es p articu l are s d e un “ co n f l ic­
to ” f u e s eñ alad a p o r M . W e b e r ( W irt s chajt u n d G es ells chaft ,
I'O D ER, C LA S ES , IN T ER ES ES DE C LA S E 127

Po r lo d em ás, el c o n c e p to d e p o d e r no p u ed e ap li­
carse a las relacio n es “ interind iv id u ales” 12 o a las re la­
cio nes c u y a co n stitu ció n se p re se n ta, seg ú n c irc u n stan ­
cias d eterm in ad as, in d ep en d ien te d e su lu g ar en el
p ro ceso d e p ro d u c c ió n , es d ecir, en las so cied ad es d i­
v id id as en clases, d e la lu c h a d e c lase s: p o r e je m p lo ,
relacio nes d e am istad , o re lac io n es d e lo s so cio s d e u na
aso ciac ió n d ep o rtiv a, e tc . Pu ed e em p learse e n su caso
el c o n c e p to d e p o t e n c ia: este c o n c e p to h a sid o em p lead o
« o bre to d o en la c ie n c ia p o lític a p ara in d ic ar el ele m en to
d e “ fu erz a” , em p leán d o se e l c o n c e p to d e p o d e r e n el
raso d e u n a fu e r z a le g it im ad a , es d ecir* e je rc id a en
el m arc o re fe re n c ial d e u n m ín im o d e “ c o n se n tim ie n to ”
p o r p arte d e aq u ello s so b re q u ienes se e je rc e el p o d e r.13

o p. cit ., pp. 50 j ) . D esig n a esa re l ació n co m o una “ H errs -


s chaft s uerb and” , p ro d u cto ra d e legit im id ad p ro p ia p a ra en g en ­
d rar relacio n es d e “ p o d er” , y la d istin g u e d e la rel ació n g en e­
ral “ d irig en tes- d irig id o s” , rel ació n q ue p u ed e e n co n trars e en
to da o rg an iz ació n so cial y q ue no p u ed e ser ca p ta d a p o r el
m ism o co n ce p to q u e l a relació n es p ecífica d o m in io - su b o rd in a­
ció n , sino p o r el d e “ M a ch t ” . L o q u e es im p o rtan te añ ad i r aq u í
es q ue lo q ue d ib u j a la d e m arcació n d e la relació n d o m in io -
s u b o rd in ació n y s itú a el “ co n f l icto ” , en realid ad se e n cu e n tra
o rig in ariam en te en u n luga r ex t erio r a e sa re l ació n m is m a: esc
“ co n f licto ” e s tá d elim itad o p o r la e s tru ctu ra. En ese sen tid o ,
no to d a rel ació n “ d irig en tes- d irig id o s” im p lica, p o r su n atu ra­
leza in trín s eca m ism a, u n “ co n f l icto ” , o d ich o d e o tro m o d o , en
térm in o s m arxis tas , u n a “ lu ch a” d e cl as e s : p o r o tra p arte , sólo
u n co n f l icto ras tre ad o a p a rti r d e las e s tru ctu ras , en térm in o s
m arxistas, u n a lu ch a d e clases, p u ed e cre a r u n a rel ació n p a r­
ticu l ar d e d o m in io - su b o rd in ació n co m p re n d id a en el co n ce p to
d e p o d er.
12. E s in ú til señ alar aq u í el e rro r cap ital de las d iv ersas
id eo lo g ías q u e sitú an el p o d e r co m o f en ó m en o “ in terp erso n al” ,
d esd e R . D ah l h asta K . L ew in , p asan d o p o r el co n ju n to de
d ef in icio n es d e f a ctu ra p sico so cio ló g ica d el ti p o : “ E l p o d er d e
u n a p erso n a A sob re u n a p erso n a B , es l a cap acid ad d e A p ara
co n seg u ir q ue B h ag a al g o q ue n o h aría sin l a in terv en ció n d e
A” ( R . D a h l : “ T h e C o n ce p t o f Po w er” , en B ehav io ral S cie n c e ,
2, 1 9 5 7 , p p . 2 0 1 - 2 1 5 ) . Pare ce q u e d eb e co l o cars e a F . B o u rri-
cau d en l a m ism a lín ea te ó rica.
13. E n tre o tro s , R . A ro n : “ M a ch t, Po w er, Pu issan ce: p ro se
d é m o cratiq u e ou p oésie d é m o n iaq u e ? ” , en A .E .S ., núm . 1,
128 S O BRE EL C O N C EPT O DE PO lll N

Sin em b arg o , esta d istin ció n, q u e p o r lo d em ás punlt·


ser m u y ú til, es en realid ad u n a d istinc ió n c o n c e rn id it»
a las fo r m as d e p o d e r , las fo rm as d el d o m inio -su ho nll
n ac ió n im p lícito en las relac io n es d e p o d er. R eten g aim *
p o r el m o m en to q u e la d istinció n en tre p o d er y p o teiii m
c o n c ie rn e al m arc o re fe re n c ia! en cuy o in te rio r estAn
situ ad o s esto s fen ó m en o s: el d el p o d er se sitú a en rl
m arc o d e la lu c ha d e clases, q u e re f le ja lo s efecto s «Ir
la u nid ad d e las estru ctu ras d e u na fo rm ac ió n so bre 1<m»
so p o rtes. En este sentid o , p u ed e d ecirse q u e el p o d rí
es u n fen ó m en o típ ic o , y q u e p u ed e rastreársele par·
tiend o d e las estru ctu ras, y e l d e p o te n c ia u n fenó m eno
c arac te riz ad o p o r u n am o rfism o so cio ló g ico .

■ i. El c o n c e p to d e p o d e r se re fie re a la c ap ac id ad d e una
clase p ara re aliz ar intereses o b je tiv o s esp ecífico s. Esto
ele m en to d el c o n c e p to d e p o d er se re fie re , m ás p artic u ­
larm e nte, a lo s estu d io s d e M a rx y d e L e n in relativ o »
a la o rg an iz ac ió n d e clase.
El p ro b lem a es im p o rtan te y h ab ría q u e d etenerse en
él, in tro d u c ien d o aq u í d istincio nes q u e im p id ie ran « o n-
fusio nes. En el c ap ítu lo so b re las clases se señaló q ue
u n a clase p u ed e existir, en u n a fo rm ac ió n so cial, co m o
clase dist in t a, au n en el caso en q u e esté su bdet erm i·
n ad a, au n c u an d o n o p o sea lo q u e se h a co n v enid o en
d esig n ar o rg an iz ac ió n p o lític a e id e o ló g ic a p r o p ia: y esto
siem p re q u e su e x isten c ia en el niv el ec o n ó m ic o se tra­
d uz ca en lo s niv eles d e sus p rác tic as p o lític as e id eo ló ­
g icas p o r u n a p re sen cia esp e cífic a, q u e es la d e “ efecto s
p e rtin e ntes” . A h o ra b ien , esa p r e s e n c ia d e ex ist en c ia d e
u n a clase en c u an to fu e r z a s o c ial su p o ne efe c tiv am e n te
c ie rto u m br al d e o rg an iz ac ió n en el sentid o am p lio d e
la p alab ra. En el caso , p o r e je m p lo , d e lo s cam p esino s
p arc elario s, M a rx se nie g a a atrib u irle s en g en eral el c a-

1964; G. L av au : “ La d isso ciatio n du p o u v o ir” , en E s p rit ,


ju n io d e 1 9 5 3 , n ú m ero d e d icad o a la cu e s tió n : “ Po d e r p olí­
tico y p o d er e co n ó m ico ” .
1‘O D KR, C LA S ES , IN T ER ES ES DE C LA SE 129

lA rter d e clase d istin ta, en v ista d e su aislam ie n to , q u e


M r luye las p o sib ilid ad es d e o rg an iz ac ió n e n c u an to co n-
illi io nes d e ex iste n c ia c o m o clase d istinta. Esa o rg an iz a-
i Mu, en el sentid o am p lio d e la p alab ra, les fu e atrib u id a,
en el caso d el Se g u n d o Im p e rio , p o r Lu is Bo n ap arte .
I'.ti ese sentid o am p lio , la p alab ra o rg an iz ac ió n c o m -
Iiicnd e sim p lem ente las co nd icio nes d e u n a p rác tic a d e
i ln.se c o n “ efec to s p e rtine ntes” . Sin em b arg o , la te o ría
ilr la o rg an iz ac ió n , e n el sentid o estric to d e la p alab ra,
n i M arx , y so b re to d o en L e n in , n o c o m p re nd e sim p le-
nicnte las p rác tic as d e c lase, las c o nd icio ne s d e ex iste n-
ria d e c lase en c u an to clase d istin ta — fu e rz a so cial— ,
lino las c o n dic io n e s d e p o d e r d e c lase, es d e c ir , las c o n ­
dicion es de u n a p r ác t ic a qu e c o n du c e a u n p o d e r d e
ilase. Po r e je m p lo , en M a rx lo s texto s c o n c e rn ie n te s a
la o rg an iz ac ió n p o lític a e id e o ló g ica “ p ro p ias” no se re ­
fieren en realid ad a su fu n c io n am ie n to en c u an to clase
d istinta. D ic h as o rg aniz acio n es co n se rv an , n o o b stan te ,
su v alo r en lo q u e c o n c ie rn e al p o d e r d e clase, la o rg a­
niz ació n en c u an to c o n d ic ió n d e ese p o d e r, lo q u e M a rx
exp resa d ic ié n d o n o s: “ A sí, un m o v im ie n to p o lític o . . .
es un m o v im iento d e la clase p ar a realiz ar su s in tereses
rn u n a fo rm a g en eral, en u n a fo r m a q u e p o s e e u n a
ju ez a s o c ial ap r e m ian t e u n iv ersal” .14
Está c laro , p o r lo d em ás, q u e esta lín ea te ó ric a rig e
los estu d io s leninistas d e la o rg an iz ac ió n , m ás p artic u ­
larm en te d e la o rg an iz ac ió n d el p artid o d e la clase
o b rera. Q u e la p rác tic a p o lític a e id e o ló g ica d e clase no
co m p rend e u n a p rác tic a o rg an iz ad a c o m o co n d ic ió n d el
p o d er d e c lase, lo señaló L e n in co n e! c o n c e p to d e ac ­
ció n ab ie rta o ac c ió n d e c larad a, q u e n o d elim ita el d e
p rác tic a. L a o rg an iz ac ió n d e p o d e r d e u n a clase ap are ce
co n fre c u e n c ia, e n L e n in , c o m o c o n dic ió n d e su ac c ió n
abie r t a — no siend o n ec e sariam e n te c ie rta la inv ersa,
p ues u n a o rg aniz ac ió n d e p o d e r d e clase p u ed e no c o n ­
d u c ir a u n a ac c ió n d e c larad a, c u an d o su p o d e r d ep end e

14. C a rta a B o l tc d e n o v iem b re d e 1871, a p ro p ó sito de)


p ro g ram a d e G o th a (el su b ray ad o es m í o ) .
13q so br e e l c o n c e pt o DE PODER

<fe su o cultació n p o lítica d e c lase : e je m p lo , l a bu rg u esía


et> el Seg und o Im p erio . T am b ié n co m p ro b arno s una
diferencia esencial e im p o rtantes d ife ren cias d e d esarro ·
lio entre |a o rg aniz ació n d e clase e n sentid o am p lio , que
delimita el co ncep to d e p rác tic a co n “ efe c to s p e rtine n­
tes” vía o r g a n i z a c i ó n de p o d e r : e je m p lo , lo s cam p esino *
Parcelarios d e FA B r u m a r i o re c ib e n d e L . Bo n ap arte
«na o r g a n i z a c i ó n d e existe ncia, sin ten er p o r eso ning ún
P o d e r p u e s B o n a p a ^ no satisfiz o ning ú n in terés d e esa

ckse.

Mas, por o tra p arte, si esa o rg an iz ació n esp e c ífic a d e


ula clase es la c o n d i c i ó n n ec e saria d e su p o d er, no p o r
eso es la c o n d i c i ó n su ficiente. Esta o b serv ació n no s p er-
mite ver m e jo r las raz o nes d e la d istinc ió n e n tre la
práctica co n “ efecto s p e rtin en tes” d e u n a clase y su
orí?anización d e p o d er. L a o rg an iz ac ió n d e p o d e r d e u na
clase no b asta p ara su p o d er, p o rq u e, en p rim er lug ar,
ese poder se o b tiene en lo s lím ite s, en c u an to efec to s,
de ias e s t r u c t u r a s en el c am p o d e las p rác tic as: el co n ­
g rio de u n a co nc ep ció n “ v o lu n tarista” , p u ed e v erse
q u e ]a r e a l i z a c i ó n e fe c tiv a d e lo s intereses d ep end e de

«os limites. H ay tam bién, sin em b arg o , o tra raz ó n q ue


"os revela p o r o tra p arte, el fu n d am en to d e la d istinció n
entre la p rác tic a co n “ efecto s p e rtin e ntes” y la o rg an i­
zación d e p o d e r : el co n cep to d e p o d e r esp e c ific a los
cf«ctos co m o lím ites, d e la e stru c tu ra en las relac io n es
ie ias '¿ iv ersas p rác t ic as d e las c lases en lu c ha. En este
^ntido el p o d er ind ica relac io n es n o d ire c tam e n te d e­
z m a d a s p o r la estru ctu ra, y d ep end e d e la relac ió n
exacta je las fuer/ as so ciales p resentes en l a lu c h a d e
clases j a c a p a c i d a d d e u na clase p ara re aliz ar sus inte-
reses, cuy a c o n d ic ió n n ece saria es la o rg an iz ac ió n de
M e r d e p e n d e de la cap ac id ad d e o tras clases p ara
rral¡zár sus i n t e r e s e s . El g rad o d e p o d e r efec tiv o d e u na
c!asc d ep end e d irectam en te d el g rad o d e p o d er d e las
olras clases en el m arco d e l a d eterm in ació n d e las p rác -
ticas c|c f |’ase ¿ e n tro d e lo s lím ites señalad o s p o r las
Prárticas d e las o tras clases. Estric tam e n te h ab lan d o , el
PO D ER , G L A S ES , IN T ER ES ES DE C LA S E 131

p o d e r ab ar c a esos lím it es en e l seg u n do g r ad o e in d ic a


el m o d o d e in terv en c ió n d e la p rác tic a d e u n niv el d e
u na clase , n o d ire c tam e n te so b re las p rác tic as d e o tro s
niv eles d e la m ism a c lase, sino so b re las d el m ism o niv el
d e las o tras clases, e n lo s lím ites q u e c ad a p rác tic a d e
clase p o ne a la d e las o tras. E st e sen t ido p r e c is o d e lo s
lím ites, es, p o r o tra p arte , p artic u larm e n te im p o rtan te ,
y tie ne c o n sec u en cias so b re o tro s p ro b lem as q u e el d el
p o d e r: p o r e je m p lo , en lo q u e c o n c ie rn e al niv el p o lític o
y al p ro b lem a d e la e strateg ia, se m an ifie sta en lo s e f e c ­
to s esp ecífico s q u e tien e so bre la p rác tic a p o lític a d e u n a
clase la d e o tra clase, e n su m a la est rat eg ia d e l adv ersario .

v„ A b o rd em o s ah o ra la cu estió n d e lo s “ intereses” y d e
lo s “ intereses o b je tiv o s” d e c lase : está c laro q u e este
p ro b le m a es m u y v asto , y aq u í n o d aré m ás q u e alg u nas
ind ic ac io nes. C e n traré la cu estió n en to rn o d el te m a si­
g u ie n te : ¿ C u ále s so n las relac io n es d e lo s “ intereses” -
d e clase c o n las estru c tu ras y c o n las p rác tic as? ¿ Q u é
sentid o tie ne la frase “ intereses o b jetiv o s” d e c lase ? Y
esto a f in d e lleg ar a u n c o n c e p to ad ec u ad o d e interés.
Es nec esario an te to d o p ro ce d e r a la elim in ac ió n d e
cie rtas in terp re tac io n es erró ne as. En p rim e r lu g ar, lo s
intereses d e c lase están situ ad o s e n el c am p o d e las p rác ­
tic as, en el c am p o d e la lu c h a d e clases. En e fe c to , sin
riesg o d e c ae r e n u n a in te rp re tac ió n an tro p o ló g ic a d el
m arxism o , no sim p lem ente e n la d e lo s ind iv id u o s-su je­
to s, sino au n en la d e las clases-su jeto s, no p u ed en d es­
c u b rirse intereses en las estru c tu ras. En realid ad lo s in ­
tereses, au nq u e n o p o r eso so n u n a n o ció n “ p sico ló g ica” ,
só lo p u ed en ser lo caliz ad o s en el c am p o p ro p io d e las
p rác tic as y d e las clases. En las estru ctu ras, p o r e je m p lo ,
el salario o la g an an c ia no exp re san el in terés d el c ap i­
talista — p o r e je m p lo el “ c eb o d e la g an an c ia” — o d el
o b re ro , sino q u e co n stitu y en c ate g o rías eco n ó m ic as re ­
ferid as a fo rm as d e co m b in ac ió n . D e c ir, no o b stan te,
q u e lo s intereses só lo p u ed en co n c eb irse p o r re fe re n c ia
132 S O BRE EL C O N C EPT O DE PO D KK

te ó ric a a u n a p rác tic a, no es asig n ar a lo s intereses una


re lac ió n co n e l “ c o m p o rtam ie n to ind iv id u al” : en un
p rim er m o m en to , es e x c lu ir q u e lo s intereses estén lo ca­
liz ad o s e n las estru ctu ras.
Esa exc lu sió n es im p o rtan te . En e fe c to , en co n tram o s a
v eces estu d io s d e lo s clásico s d el m arx ism o q u e , a la
p rim e ra le c tu ra, p are c e n situ ar lo s intereses d e clase
en las relacio n es d e p ro d u c c ió n . Ése es el tip o d e in ter­
p re tac ió n q u e id e n tific a las e stru c tu ras y las p rác tic a*,
y q u e v e en las relac io n es d e p ro d u c c ió n la clase-en-sl
— intereses d e clase— al c o n trario d e lo s niv eles p o lítico
e id eo ló g ico , q u e co n sistirían en la p rác tic a — la o rg a­
niz ac ió n— d e la c lase-p ara-sí. M a rx lle g ará a d ec ir q ur
lo s intereses d e c lase, e n la lu c h a d e clases, p reexisten
en c ie rto m o d o e n la fo rm ac ió n m ism a resp ec to d e la
p rác tic a d e u n a clase. A p ro p ó sito d e lo s intereses d rl
p ro le tariad o no s d ice, au n q u e c ie rtam e n te lo h ac e en
q u e : “ A sí, la b u rg u esía alem ana
L a id e o lo g ía ale m an a,
está en o p o sició n co n e l p ro letariad o au n an tes d e qur
éste se h ay a o rg an iz ad o c o m o clase” .
Sin em b arg o , p o d ría v erse, rem itiénd o se a lo s estud ien
q u e p re ce d e n , q u e en realid ad lo s intereses d e clase no
están , en lo q u e c o n c ie rn e a su re lac ió n co n las p rác ti­
c as, c o n la lu c h a d e clases, en u n a relac ió n d e estru c­
tu ras a p rác tic as. L o q u e no s c o n d u c e a p lan te ar el
p ro b lem a d e las re lac io n es e n tre lo s intereses y las es­
tru c tu ras. N o será in ú til se ñ alar aq u í q u e esta p reo cu ­
p ac ió n fu e p rim o rd ial e n la c o rrie n te “ fu n c io n alista” <lr
la so cio lo g ía ac tu al, y u no d e sus m érito s es h ab e r p lan ­
te ad o el p ro b lem a. Sab id o es q u e esa c o rrie n te , q u e se
re m o n ta, e n ú ltim o análisis, a u n a p ro b le m átic a histo -
ric ista d el asu n to , y q u e co n d u c e así a u n a p ersp ectiv a
q u e d e fin e la p rác tic a co m o c o m p o rtam ie n to -c o nd u cta
d e lo s ag en tes, p lan te ó el p ro b lem a d e la m an e ra sig u ien­
te : el lu g ar d e lo s ag en tes en re lac ió n c o n la estru ctu ra
e staría d eterm in ad o p o r in t ereses o bje t iv o s q u e co n stitu ­
y en e l p ap e l d e los ag en t es .15 El c o n c e p to d e in terés está
15. E s ta lín ea g en eral se e n cu e n tra en Parso n s, M erto n ,
D ah re n d u rf , etc.
PO D ER , C LA S ES , IN T ER ES ES DE C LA S E 133

así, a p rim e ra v ista, d esnu d o d e c o n n o tac io n e s p sico ló ­


g icas. Sin em b arg o , co n cib ién d o se aq u í la estru c tu ra
co m o el su strato y el p ro d u c to d e la c o n d u c ta-c o m p o r-
tam ien to d e lo s ag en tes, d e lo s intere se s-estru ctu ras, el
/ »«/ »¿/ -situación c o n sta d e e x p e ctativ as — p ro b ab ilid a­
d es— · d e c ie rtas c o n d u c tas p o r p arte d e lo s ag en tes, en
fu n ció n d e su p ap e l estru ctu ral. L o q u e no s im p o rta
aq u í so b re to d o es q u e esa lo c aliz ac ió n d e lo s intereses
o b jetiv o s en las estru ctu ras — la “ situ ac ió n ” — d ep end e
g lo b alm en te d e u n a p ro b le m átic a d el asu n to , q u e v e en
las estru c tu ras el p ro d u c to d e lo s ag entes. Eso s intereses
so n “ o b je tiv o s” en la m ed id a en q u e están lo caliz ad o s
oí) las estru ctu ras, q u e d an d o red u cid as las p rác tic as a
c o n d u c tas-c o m p o rtam ie n to s.
Este p lan te am ie n to d el p ro b lem a d e lo s intereses c o n ­
d u jo a la c o rrie n te fu n c io n alista a c alle jo n e s sin salid a,
nsi q u e in te n tó p lan te ar d e u n a m an e ra rig u ro sa el p ro ­
b lem a d e las estru ctu ras. N o p u d iend o lo s intereses ser
"fe c tiv am e n te p ercib id o s m ás q u e en e l c am p o d e lo s
so p o rtes — d e lo s ag en tes— , se in tro d u c e d e b u e n g rad o
la no ció n d e “ intereses laten tes” , q u e d e te rm in an e l p a­
pel e stru c tu ral d e lo s ag en tes, y d e “ intereses m an ifie s­
tos” , lo s q u e están lo caliz ad o s, d ig am o s, e n el c am p o d e
las p rác tic as.18 En lo q u e c o n c ie rn e a la situ ació n te ó ­
rica d el “ g ru p o ” , lo s intereses laten tes h ab rían d ad o
nacim iento a “ c u asi-g ru p o s” — a g ru p o s-en-sí— , y lo s
Intereses m an ifiesto s a “ g ru p o s d e intereses” — a g ru p o s-
p ara-sí.17 Esta p ersp ectiv a, d e jan d o a u n lad o e l em p leo
<lo la p alab ra g ru p o e n v ez d e c lase, c o n d u c e m uy
rx ac tam e n te a lo s m ism o s resu ltad o s q u e la p e rsp ec tiv a
rco n o m ista-h isto ric ista d el m arx ism o , q u e v e e n la es­
tru ctu ra e c o n ó m ic a lo s intereses ec o nó m ic o s — la “ si-

16. E s to está p articu l arm e n te cl aro en la ap licació n d e los


co n cep to s de “ f u n cio n es m an if iestas” y “ f u n cio n es l aten tes”
|Mtr R . M e rto n en el estu d io d e las “ p o l íticas d e j ef e” e n E s ­
tados U n id o s . V é as e So cial T h e o ry a nd So cia l St ru ct u re s ,
1957, p p . 7 3 s.
17. M ás p articu l arm e n te M. G in s b e rg : So cio lo gy , 1953,
|ip. 4 0 s.
134 S O BR E EL C O N C EPT O DE PO D KK

tu ac ió n ” — d e la clase en sí. R e su ltad o ho m ó lo g o , aquí


tam b ién , al d e la escisió n d e la “ clase” en u n a d o ble
situ ac ió n , c o n c e p tu alm e n te d e m arc ad a: clase en sí, si­
tu ació n d e c lase, intereses laten te s — cu asi-g ru p o s-- por
u na p arte , o tro s g ru p o s p ara sí, g ru p o s estatu tario s, m i­
no rías p o líticas, intereses m anifiesto s — g ru p o s d e in­
tereses— , p o r o tra p arte.

Es ev id ente, p o r lo tan to , q u e las te n tativ as d e lo cali­


z ar lo s intereses d e clase en las estru c tu ras n o p ued en
ser co m p atib le s co n u n a c o n c e p c ió n c ie n tífic a. El co n­
c ep to d e intereses só lo p u ed e re fe rirse al c am p o d e las
p rác tic as, e n la m ed id a en q u e lo s intereses so n siem p re
intereses d e u n a c lase, d e lo s so p o rtes d istribu id o s en
clases so ciales. Pero esto n o q u ie re d e c ir q u e lo s inte­
reses co n sten d e m o tiv acio nes d e c o m p o rtam ie n to , lo
m ism o q u e el h e c h o d e situ ar las p rác tic as en las rela­
cio nes so ciales n o q u ie re d ec ir q u e se v u elv a a una
p ro b le m átic a d el su je to . Si el c o n c e p to d e clase ind ica
lo s efe cto s d e la estru c tu ra so b re lo s so p o rtes, si ad c m ái
el c o n c e p to d e p rác tic a n o c o m p ren d e co m p o rtam iento s,
sino u n trab ajo e je rc id o en lo s lím ites im p u esto s p o r la
estru c tu ra, lo s intereses in d ic an eso s lím ites, p e ro co m o
la ex t en sió n d e l c am p o , e n u n niv el p artic u lar, d e la
p rác tic a d e u n a clase en re lac ió n co n las d e o tras clases,
en resu m en la extensió n d e la “ ac c ió n ” d e las clases en
las relac io n es d e p o d er. Esto , p o r lo d em ás, no co nsti­
tuy e u n ju e g o m e tafó ric o co n las p alab ras lím ites y
c am p o , sino u n resu ltad o d e la c o m p le jid ad d e las reía«
cio nes q u e esas p alab ras ab arc an .
Po r o tra p arte , el p ro b lem a no s es in d ic ad o , a p ro ­
p ó sito d e la c o y u n tu ra p o lític a, p o r lo s estu d io s de
L e n in . L o q u e en e fe c to c arac te riz a en L e n in al m o ­
m en to ac tu al so n : a] c lases so c iales, p rác tic as p o líticas
d e clase — las fuerz as so ciales— , y b] relac io n es d e in t e­
reses, lo q u e, v isto d el lad o d e la p rác tic a p o lític a d e la
clase o b re ra,18 se exp resa c o m o “ lo s intereses a larg o p la-

18. “ C artas de lejos” , O e u v r e s , t. 23, pp. 3 3 0 s.


PO D ER , C LA S ES , IN T ER ES ES DE C LA S E 135

zo d el p ro letariad o ” . Estas d o s d en o m in acio n es — fuerz as


so ciales e intereses— , au n q u e se sitú an en el c am p o d e
las p rác tic as p o líticas d e c lase, n o p o r eso son t au t o ló g i­
cas. Las fu erz as so ciales c o n c ie rn e n a la p re sen cia esp ecí­
fic a d e u n a clase, p o r “ e fe c to s p e rtin e ntes” , en el p lano
d e las p rác tic as p o líticas d e las clases. D ic h o d e o tro m o ­
d o , lo s efe c to s d e las estru c tu ras so b re el c am p o d e la lu ­
c h a d e clases se re fle jan aq u í c o m o u n u m br al d e ex ist en ­
c ia d e u n a clase en tan to clase d istin ta, co m o fu erz a
so cial. Eso s efe c to s se re f le jan t am b ié n , sin em b arg o , c o ­
m o ex t en sió n d e l t er r e n o q u e esa clase p u ed e c u b rir seg ún
lo s g rad o s d e o rg an iz ació n e sp e c ífic a q u e p u ed e alc an z ar
o rg an iz ac ió n d el p o d er— : ese te rre n o se e x tien d e has­
ta sus intereses o b jetiv o s. Si no s re ferim o s así a ese d o b le
lím ite d e c am p o — p ues to d o c am p o tien e u n m ás ac á
y u n m ás allá— lo s intereses o b je tiv o s d e clase ap are ce n
110 d ire c tam e n te co m o el u m br al d e su e x iste n c ia en
c u an to clase d istin ta — u n a “ situ ac ió n ” c u alq u ie ra d e
clase “ e n sí” — , sino co m o el ho riz o n t e d e su ac c ió n
co m o fu erz a so cial. Esto v ale, p o r lo d em ás, p ara to d o s
lo s niv eles p artic u lare s d e p rác tic as d el c am p o d e la lu ­
c h a d e clases. A d em ás, así c o m o lo s intereses eco n ó m ico s
no co n stitu y en la “ situ ac ió n ” d e u n a clase en-sí e n el
niv el e c o n ó m ic o — sino e l ho riz o n te d e su ac c ió n e c o ­
nó m ica— -, lo s intereses p o lítico s no p u ed en p ercib irse
c o m o la “ fin alid ad ” d e la “ p rax is” d e u n a clase p ara-sí:
so n, en e l niv el d e la p rác tic a p o lític a, e l ho riz o n te q u e
d elim ita el te rre n o d e la p rác tic a p o lític a d e u n a clase.

Lo s intereses d e c lase, c o m o lím ite s d e la exten sió n d e


u na p rác tic a esp e c ífic a d e c lase, s e desp laz an seg ú n lo s
intereses d e las o tras clases en p resen cia. Se tra ta aq u í
siem p re d e relac io n es, p ro p iam en te h ab lan d o d e o p o si­
cio nes e stratég ic as d e intereses d e c la se ; en esta p ers­
p ectiv a se sitú a la d istinc ió n e straté g ic a — e n el sentid o
p ro p io d e la p alab ra— e n tre in t ereses a lar g o y a c o r t o
plaz o. D ic h o d e o tra m an e ra, eso s lím ites d e extensió n
co n stitu y en a la v ez lím ite s-efe cto s d e la e stru c tu ra y
lím ite s-efe cto s e n el seg u nd o g rad o , im p u esto s p o r la
136 S O BRE EL C O N C EPT O DE PODKM

in terv en c ió n d e las p rác tic as d e las d iv ersas clases — lu ­


c h a d e clases— en u n niv el p artic u lar d e p rác tic as. Kit
ese se ntid o , es tam b ié n la m ed id a o g rad o en q u e una
p rác tic a d e clase ab arc a efe c tiv am e n te el te rren o d ib u ­
ja d o p o r sus intereses d e clase lo q u e d ep end e d e can
m ed id a o d e ese g rad o en el ad v e rsario : la cap acid ad
d e u n a c lase p ara re aliz ar sus intereses o b je tiv o s, n i
c o n se c u en c ia su p o d e r d e clase, d ep end e d e la cap acid ad
d el ad v ersario , p o r lo tan to d el p o d er d el ad v ersario ,
Se h a d ich o aq u í q u e lo s intereses d e clase so n intr-
reses “ o b jetiv o s” , a fin d e m arc ar q u e n o se trata «Ir
m o tiv acio n es d e c o m p o rtam ie n to . En ese sentid o , M ar*
no s d ic e en L a id e o lo g ía ale m an a q u e “ lo s intereses c o ­
m u n es. . . d e c lase . . . existen n o só lo en la im ag inació n
c o m o u n a g e n e ralid ad , sino so b re to d o en la realid ad
c o m o d ep e nd e nc ia m u tu a d e ind iv id u o s e n tre lo s c u alri
se d iv id e el tra b a jo so cial” . Es ev id ente, sin em b arg o ,
q u e , en el c am p o d e las p rác tic as, lo s intereses co m o
lím ites p u ed en d ife rir, v isto el fu n c io n am ie n to a eslr
resp ecto d e la id e o lo g ía, d e la re p resen t ac ió n q u e lo»
ag entes o h asta las clases se h ace n d e tales intereses. Ksn
n o q u ie re d e c ir q u e lo s intereses rep resen tad o s o v iv i­
d o s, e n su d if e re n c ia d e d esarro llo ev en tu al c o n lo s in­
tereses-lím ites, so n intereses “ su b jetiv o s” : tan c ie rto r»
q u e la e f ic ac ia d e lo id eo ló g ico , e n este caso la o cu lta­
ció n a lo s ag en tes d e lo s lím ites, n o p u ed e c ap tarse b ajo
la c ate g o ría d e lo “ su b jetiv o ” . En este resp ecto , el em ­
p leo d e la p alab ra “ o b je tiv o ” p u ed e co n sid erarse v erd a­
d eram en te su p erflu o y no se le re tie n e aq u í sino p ara
m arc ar e l h ec h o d e q u e el c o n c e p to d e lo s interese·
p u ed e y d eb e ser d e sp o jad o d e to d o sentid o p sico ló g ico ,
Es ind u d ab le, sin em b arg o , q u e en el terren o d e Ion
intereses la fu n c ió n d e la id eo lo g ía p u ed e d ar lu g ar a
nu m ero sas fo rm as d e ilusió n. R e te n g am o s sim p lem ente
q u e el p o d e r en c u an to c ap acid ad p ara re aliz ar in te re ­
ses se re fie re n o a lo s intereses rep resentad o s, en el caso
e n q u e, p o r raz ó n d e la id eo lo g ía, d ifie re n d e lo s in­
tereses lím ites, sino a esto s ú ltim o s en sí m ism o s.
I'O D ER, C LA S ES , IN T ER ES ES DE C LA S E 137

i). El ú ltim o e le m en to d el c o n c ep to d e p o d e r es el d e
I» e s p e c ific id ad d e lo s intereses d e clase q u e hay q u e
realiz ar. En e fe c to , si lo s intereses no están lo caliz ad o s
en las estru ctu ras c o m o la “ situ ac ió n ” d e clase en las
relacio nes d e p ro d u c c ió n , sino c o m o lím ites d e lo s n iv e ­
le» d el c am p o d e las p rác tic as, m u y b ien p u ed e c o n c e ­
birse q u e sea p o sib le h ab lar d e intereses relativ am e n te
rtutó no m o s d e u n a clase en lo e c o n ó m ic o , lo p o lític o y
lo id eo ló g ico . El p o d e r se sitú a e n e l niv el d e las div er­
gís p rác tic as d e c lase, en la m ed id a en q u e existen in ­
tereses d e clase c o n c e rn ie n te s a lo ec o n ó m ic o , lo p o lític o
y lo id eo ló g ico . M ás p artic u larm e n te , en u n a fo rm ac ió n
cap italista c arac te riz ad a p o r la au to n o m ía esp e c ífic a d e
los niv eles d e estru ctu ras y d e p rác tic as, y d e lo s in te re -
nes resp ectiv o s d e c lase, p u ed e v erse c laram e n te la d is­
tinció n d el p o d e r e c o n ó m ic o , d el p o d e r p o lít ic o , d el
p o dar id e o ló g ic o , e tc ., seg ú n la c ap ac id ad d e u n a clase
p ara re aliz ar sus intereses re lativ am e n te au tó no m o s en
n u la n iv el.19 D ic h o d e o tro m o d o , las relacio n es d e p o ­
d er n o están situ ad as só lo en el niv el p o lític o así co m o
los intereses d e clase no están situ ad o s só lo e n el niv el
eco nó m ico . L as relacio n es d e esto s d iv erso s p o d eres -— su
Ind ice d e e fic ac ia, e tc .— se re fieren a la artic u lac ió n
de las d iv ersas p rác tic as — d e lo s intereses— ■ d e clase
(|ue re f le jan , d e u n m o d o d ife re n c iad o , la artic u lac ió n
de las d iv ersas estru c tu ras d e u n a fo rm ac ió n so cial, d e
una d e sus etap as o fases.
En resu m en, lo m ism o q u e las estru c tu ras o las p rác ­
ticas, las relac io n es d e p o d er n o co nstitu y en u n a to tali­
d ad exp resiv a sim p le, sino relac io n es c o m p le jas y d ife­
renciad as d eterm in ad as, en ú ltim a in stan c ia, p o r el
|H>der e c o n ó m ic o : lo s p o d eres p o lític o e id eo ló g ico n o

19. Es in ú til insistir aq u í so b re la cl a ra .d istin ció n en


M nrx, L e n in y G ram sci e n tre los intereses eco n ó m ico s (L e -
n in ), los in tereses e co n ó m ico - co rp o rativ o s (G ra m s ci ) , y lo;
Intereses eco n ó m ico s p riv ad o s ( M a rx ) , por una p arte , y los
Intereses p o lítico s p o r o tra p a rte : tal d istin ció n se re l acio n a
ron la d istin ció n señ alad a e n tre lu ch a eco n ó m ica y l u ch a p o ­
lítica.
138 S O BR E EL C O N C EPT O DK l'< MlUO

so n la sim p le exp resió n d el p o d er eco nó m ico . I'it:-iíO«O0


c itarse nu m ero so s e je m p lo s e n q u e u n a clase pued e oy¡
e c o n ó m ic am e nte d o m in an te sin ser p o líticam en te
n an te,20 id e o ló g ic am en te d o m in an te sin serlo
o p o lític am e n te, etc . Po r lo d em ás, u n a clase p u rd e inHQ
cap acid ad p ara re aliz ar intereses eco nó m ico s |nnlijai
m a d el sind icalism o o b rero — ■ sin te n er cap acid .nl |nt»C
realiz ar intereses p o lític o s: p u ed e te n e r un p o d rí ii;wi
nó m ico sin te n e r u n p o d er p o lític o “ co rresp o nd iente'', t
tam b ién u n p o d e r p o lítico sin te n e r u n p o d er ideolnn!:<(
“ co rresp o n d iente” , etc.

U n a o b serv ació n fin al a p ro p ó sito d el p ro b lem a de |g

20. C aso clásico de la b u rg u esía en In g l ate rra »» (« '« .0


1 6 8 8 . Es la clase eco nó m ica m ent e d o m ina nt e, p ero la uiliiit
cracia te rrate n ie n te sigue siend o la clase p o lít icam ent e iluml
nant e, a p esar d e l a rev o lu ció n d e 1 6 4 0 ; en 1 6 8 8 la b iu » iii· ^ !
inglesa, sin co n v ertirse en la clase h eg em ó n ica (v o l v rn ..... 3
sob re e s to ), e n tra, sin em b arg o , en el b lo q ue q ue está cu *(
p od er, y su h eg em o n ía se af irm a en él m ás tard e . Este m sc
p articu lar d e In g l ate rra es tratad o por M arx, p ero tam lil ¿8
p or En g els so b re to d o en el Pre f acio d e 1892 a la p rim n »
ed ición ing lesa d e So cialis m o ut ó p ico y so cialism o cienll/ lt s
— citad o seg ú n l a ed ició n D ietz , En g e l s : D ie E nt w ick lung <la
So z ialism us v o n U t o p ie z ur W is s ens chaft , 1 8 6 6 , p p . 2 0 s. A <I»
m ás, sob re este te m a en g en e ral, ten em o s los n um ero so s lrxl» e
de En g els so b re el Es tad o ab so lu tista en g en eral en cu an to in
f leja el “ eq uilib rio ” d e las d os clases, la n o b lez a terraten ien te
y la b u rg u esía. M a rx ap o rta a esto l a p recisió n d e q ue, en *1
caso d e In g l ate rra d u ran te el p erío d o en cu estió n , n o se liul*
de un eq uilib rio p o lítico d e las d os clases — co m o en Fram U
en el p erío d o q ue p reced ió a la R ev o lu ció n — sino d el h rt lm
de q ue la “ p o te n cia p o l ítica y la f u erz a e co n ó m ica n o oaUii
reunid as en las m ism as m an o s” ( O euv res p o lit iq ues , o p. ctl ,
t. ii, p . 1 8 ) . T e n e m o s ad em ás el caso d e Pru sia h acia el fiintl
del Es tad o b ism arek ian o : a este res p ecto , En g els, L a cuestió n
del alo jam ient o (1 8 7 2 ), 2* p arte , 2* secció n - - d o m in ació n
eco n óm ica d e l a b u rg u esía, y d o m in ació n p o l ítica d e la nci
bleza te rraten ien te— (n o me ref iero aq u í a sus artícu lo s «Ir
1851-1852 en el N ew - Y o rk D aily T ri b u n e , co n o cid o co n rl
título d e R ev o lució n y co nt rarrev o lució n en A lem a nia , p o rq u r
je ref ieren a un f en ó m en o d if e re n te ). V éan s e tam b ién , a cuta
respecto, las o b serv acio n es de R. M ilib an d : “ M a rx an d tlm
State” , en So cialist R egis t e r, 1964, pp. 2 8 3 s.
• ’OI l( Y A PA R A T O DE ES T A D O 139

1 - m i i lició n d e lo s lu g ares d e d o m inio en lo s d ifere nte s


■ ■ >1' i, « pie p u ed en e star o cu p ad o s p o r clases d iferentes,
i ni no q u iere d e c ir q u e n o se p u ed a d e fin ir rig u ro sa-
m. « iiáles so n la o las clases d o m inantes en u n a fo r-
¡i li'm, o , d ich o d e o tra m an e ra, q u é lu g ar d e do m in io
...... f l p r e do m in io s o b r e las otras. Si se tie n e en c u e n ta
í iiin jiin to d e esas relacio n es c o m p le jas, se v e rá q u e
•i i'l cuso d e u n a d esc e n trac ió n se m e jan te , la o las c la-
• ilu m inantes en u n a fo rm ac ió n so n, e n ú ltim o an á-
>ii*, lu o las q u e o c u p an lo s lu g ares d o m in an tes d el
niM‘1 d e la lu c h a d e clases y q u e d e te n tan , e n el to d o
>m|ilcjo d e la fo rm ac ió n , el p ap el p re d o m in an te : so n,
|im», la o las clases q u e d e te n tan e l p o d e r p r e d o m i-
Po r e je m p lo , en la d iso ciació n d e lo s lu g ares d e
ilum inació n e n G ran Bre ta ñ a an tes d e 1688, la b u rg u e-
«U, q u e tiene e l lu g ar e c o n ó m ic am e n te p re d o m in an te ,
í ! U ntad a c o n f re c u e n c ia p o r M a rx co m o la “ clase
ilum inante” , au n q u e n o tien e el “ d o m inio d ire c to ” — en -
!■ m linnd o p o r éste el d o m inio p o lític o — : es q u e, e n el
■ 'imi c o n c re to d e G ran Bre tañ a, lo e c o n ó m ic o ap are c e
ilili ntand o el p ap el p re d o m in an te. Po r el c o n trario , en
I· iliKoi'.iación d e lo s lu g ares d e p re d o m in io en Pru sia a
llnr» d el rég im en b ism are k ian o , es la no b lez a te rrate ­
niente — p re d o m in io p o lític o — la q u e p o r re g la g en eral
- tratad a c o m o la clase d o m in an te : lo p o lític o p are ce
ili'ii’ iitar allí el p ap el d o m in an te .21

III. P O D ER D EL EST A D O . A PA RA TO DE EST A D O .

IT N T R O S DE P O D ER

Nr p u ed e así, ad m itie n d o este c o n c e p to d e p o d er, d ilu -


i itlar el sentid o d e exp resio nes c o m o “ p o d e r d el Esta­
llo ’ ’ , e tc ., en su m a, d e las exp resio nes q u e p are c e n atri­
buir el p o d er a in stitu cio n es. L as d iv ersas institu cio nes
no riales, y m ás p artic u larm e n te la in stitu c ió n d el Estad o ,

21. V éan s e los texto s d e M a rx y d e En g els q ue y a señ alé.


140 S O BRE EL C O N C EPT O DE PO D ER

no tien en p o d er, p ro p iam en te h ab land o . L as institu cio ­


nes, co nsid erad as d esd e el p u nto d e v ista d el p o d e r, no
p u ed en sino ser referid as a las c lases so c iales qu e d e t e n ­
tan e l p o d e r . Ese p o d er d e las clases so ciales está o rg a­
niz ad o , en su e je rc ic io , e n institu cio nes esp ecífic as, en
c en t ro s d e p o d e r , siend o el Estad o en ese c o n te x to e l c en ­
t ro d e e je r c ic io d e l p o d e r p o lít ic o , lo c u al n o q u iere
d ec ir, sin em b arg o , q u e lo s c en tro s d e p o d er, las d iv er­
sas institu cio nes d e c arác te r ec o n ó m ic o , p o lític o , m ilitar,
c u ltu ral, e tc ., so n sim p les instru m ento s, ó rg an o s o ap é n­
d ices d el p o d er d e las clases so ciales. D ic h as institu cio nes
p o seen su au to n o m ía y esp e cificid ad est ru c t u ral q u e, en
c u an to tal, n o p u ed e ser in m ed iatam en te re d u c tib le a
u n análisis en térm in o s d e p o d er.22
Pero , p o r o tro lad o , en el m arc o d e u n ex am e n d e
las d iv ersas institu cio nes so ciales en re lac ió n c o n el
p o d er, éstas d eb en ser co nsid erad as seg ú n su im p acto
e n el c am p o d e la lu c h a d e clases, p ues el p o d e r c o n ­
c e n trad o en u n a institu ció n es u n p o d er d e clase. D ic h o
d e o tro m o d o , la au to n o m ía re lativ a d e las d iv ersas
institu cio nes — ce n tro s d e p o d er— en re lac ió n co n las

22. E s t ruct ura - Ins t it ució n: d eb en d istin g u irse b ien esto s dos
co n cep to s. S e en te n d e rá p o r ins t it ució n u n sistem a d e n o rm as o
de reg las so cialm en te san cio n ad o . El co n ce p to de in stitu ció n
no d eb e, p ues, reserv arse, según un sen tid o co rrie n te y, p or
lo d em ás, ad m itid o co n f re cu e n cia p o r el m arxism o — in stitu ­
cio n es su p erestru ctu rales— , sólo a las in stitu cio n es ju ríd ico -
p o l iticas : la em p res a, la escu ela, l a Ig lesia, e tc., co n stitu y en
ig u alm en te in stitu cio n es. Po r el co n trario , el co n ce p to d e es­
tru ctu ra co m p ren d e la m at riz o rganiz ado ra d e las institu cio n es.
P o r el f u n cio n am ien to d e lo id eo ló g ico , la e s tru ctu ra siem p re
p erm an e ce o cult a en — y p o r— el sistem a in stitu cio n al q ue
ella o rg an iz a. E n ad e lan te d eb en ten erse e n cu e n ta estas ob ­
serv acio n es en el em p leo q u e se h a rá d e esos co n cep to s. H ay
q ue añ ad ir, sin em b arg o , q ue la e s tru ctu ra no es el s im ple
p rincip io de o rganiz ació n e x t e rio r a la in s titu ció n : la e stru c­
tu ra está p resen te, en f o rm a alu siv a e in v ertid a, en la in stitu ­
ció n m ism a, y en la re ite ració n d e esas p resen cias — en m as­
carad as — sucesivas p u ed e d escu b rirse el p rin cip io de d ilu ci­
d ació n d e las in stitu cio n es. Es to d eb erá to m arse ig u alm en te en
co n sid eració n cu an d o se em p lee el co n ce p to d e e s tru ctu ra p ara
d esig n ar lu g ares in stitu cio n ales.
PO D ER Y A PA R A T O DE ES T A D O 141

clases so ciales, no se d eb e a q u e p o sean u n p o d er p r o ­


p io d iferen te d el p o d er d e clase , sino a su re lac ió n co n
las estru ctu ras. En este sentid o es co m o las d iv ersas
institu cio nes no co nstitu y en , en c u an to a p o d er, “ ó rg a­
no s d e p o d er” , instru m ento s d el e je rc ic io d e un p o d er
d e clase q u e las p reexiste y q u e las c re a p ara lo s fines d e
su c u m p lim ie n to eficaz , sino centro s d e p o d er. En la
m ed id a en q u e p u ed e d isting u irse en tre v arias fo rm as
d e p o d er, tam b ién p u ed e p ro ced erse así a u n ex am en
c o n c re to , seg ú n las situ acio ne s c o n c re tas, d e la p lu r a­
lid ad ex ist en t e d e c en t ro s d e p o d e r — in stitu cion es en
un m o m e n t o d ad o — y d e su s r e lac io n e s : p o r e je m p lo ,
em p resas, Estad o , institu c io nes c u ltu rale s, e tc. Está c laro
q u e , p o r la d ife re n c ia q u e c arac te riz a lo s d iv erso s n i­
v eles d e la lu ch a d e clases y lo s d iv erso s d o m inio s d e
p o d er, d ep e nd ie nd o las re lac io n es d e p o d er d e las c la ­
ses d e un niv el d ad o en u n c e n tro d e p o d e r, n o p u e de n
t radu c irse d e u n a m an e r a s im p le , t al c u al ap ar e c e n , en
ce n tro s d e p o d e r d e p end ientes d e o tras instan cias. Está
ig u alm ente c laro q u e la o rg an iz ació n je rárq u ic a d e eso s
cen tro s d e p o d e r (v éan se , p o r e je m p lo , las v ariacio nes
c arac te rístic as d e la c o m b in ac ió n Estad o -Ig le sia — Es­
cu ela o Estad o — Esc u e la-Ig le sia) d ep end e a la v ez <.K
la artic u lac ió n d e las in stan c ias y d e la re lac ió n d e las
fuerz as e n la lu c h a d e clases.

I’o r o tra p arte , en ese m arc o p u ed en estab lece rse d is­


tincio nes c o m o p o d e r fo r m al o p o d e r r e al, referid as a
las institu cio nes — ce n tro s d e p o d er y el m o d elo d e cu y o
análisis no s d a L e n in , a p ro p ó sito d el p o d er p o lític o , en
i u s tex to s relativ o s al “ d o b le p o d e r” , d el Estad o b u r­

gués y d e lo s so v iets, en R u sia.28 Esa d istinció n no ab ar­


en u n a d istinció n e n tre institu c io nes q u e p o s e e n p o d e r ,
una d e las c u ales p o s e e , al c o n t rario qu e la o t ra, e l
fio der e fe c t iv o . Esta d istinc ió n in d ic a q u e las relacio n es
<|c p o d er d e las clases p u ed en p ro v o car u n d esp laz a­

23. O euv res , t. 2 5 , sob re to d o “ U n a d e las cu estio n es f u n ­


d am en tales d e la R ev o lu ció n ” , p p . 398 s; y “A p ro p ó sito de
Ina co n sig n as” , p p . 1 9 8 s.
142 S O BR E El, C O N C EPT O DE PO D ER

m ie n to d e la g rav ed ad e n tre lo s “ c e n tro s” q u e co n cen ­


tran d ich o p o d er, e n el sentid o d e q u e las relacio nes
reales d e p o d e r d e las clases se re f le ja n m ás en un
c e n tro q u e en o tro . Ese d esp laz am iento real d ep end e
tan to d el lu g ar d e u n c e n tro d e p o d er en re lac ió n co n
las estru ctu ras d e u n a fo rm ac ió n so cial co m o d e las
relacio nes d e p o d e r en el c am p o d e la lu c h a d e clases.

En ese sentid o p re cisam en te p u ed e in terp re tarse la d is­


tin c ió n q u e h ac e L e n in en tre p o d e r d e E s t ado y ap a­
rat o d e E s t ado .2* Po r ap ar at o d e E s t ad o in d ic a Len in
d o s c o sas: a ] e l lu g ar d el Estad o en e l c o n ju n to d e las
estru c tu ras d e u n a fo rm ac ió n so cial, en su m a, las d i­
v ersas fu n cio n es té c n ic o -e c o n ó m ic a, p o lític a e n sentid o
e stric to , id eo ló g ica, e tc ., d el Estad o .; b] e l p e r s o n al del
E s t ado , lo s cu ad ro s d e la ad m in istrac ió n , d e la b u ro ­
c rac ia, d el e jé rc ito , e tc . Po r p o d e r d e l E s t ado Len in
in d ic a, p o r el c o n trario , la c lase so c ial o fr ac c ió n de
c lase qu e d e t e n t a e l p o d e r .
En el p rim er sentid o d e ap arato d e Estad o , el d es­
p laz am ien to d el p o d e r re al d e u n c e n tro d e p o d e r a o tro
( e n aq u e l caso , d el Estad o o fic ial al Estad o -so v iets)
in d ic a p re cisam en te el d esp laz am iento d el lu g ar q u e
c o n c e n tra las relac io n es efectiv as d e p o d e r p o lític o d e
las clases. Esto , n o o b stan te , en la m ed id a en q u e co ­
rresp o nd e a u n d esp laz am iento d e las fu ncio ne s d e la
su p e re stru ctu ra p o lític a d e u n a institu ció n a o tra,2B d o n­
d e d ic h o d esp laz am iento co rresp o n d e, e n co n sec u en cia,
a u n a reo rg an iz ació n d el Estad o en el c o n ju n to d e las
estru ctu ras, a c ie rto lu g ar d e la n u e v a institu ció n d e
“ p o d er re al” e n tre lo s o tro s ce n tro s d e p o d er. Lo s so ­
v iets so n el “ p o d er real” en la m ed id a en q u e so n un
E st ado — p u nto im p o rtan te so b re el c u al insiste L e ­
nin— , al q u e so n tran sferid as cie rtas fu nc io n es d el

2 4 . O euv res , t. 3 3 , p p . 2 8 4 s, 4 4 0 i , 5 0 1 s.
25. A I co n trario d e u n a an tig u a co n f u sió n q ue d esig n a las
f u n cio n es del Es tad o b ajo la f o rm a d e p o d er.
C O N C EPC IÓ N D EL PO D ER “ S U M A - C ER O ” 143

ap arato o fic ial d el Estad o , y e n la m ed id a e n q u e las


relacio nes e fec tiv as d e p o d er d e las clases están así c o n ­
c en trad as en lo s so v iets. El c o n c e p to d e ap arato d e Es­
tad o en su seg u nd o sentid o , q u e in d ic a el p erso nal
d el Estad o , se re fie re a la v ez al p ro b lem a d e la re la­
ció n d e la c lase q u e d e te n ta el p o d e r y d e ese p erso nal
— “ m an te n e d o r” d el Estad o — , y el d e la re lac ió n d e
ese p erso nal c o n el Estad o : v o lv erem o s m ás d e tallad a­
m ente so b re este ú ltim o p u nto . L o q u e se trata, p ues,
d e re te n e r es q u e la exp re sió n leninista d e ap arato d e
listad o n o se re d u ce d e ning ú n m o d o a u na c o n c ep c ió n
“ in stru m en talista” d el Estad o c o m o ó rg an o o in stru ­
m ento d e p o d er, sino q u e sitú a, en p rim er lu g ar, la
su p e re stru c tu ra p o lític a seg ún su lo c aliz ació n , y su fu n ­
ció n, e n u n c o n ju n to d e estru c tu ras. t

IV . I.A C O N C E P C IÓ N D EL FO D K R “ SU M A - C K R O ”

T am b ié n se p u ed e, p artie nd o d e estas o b serv acio nes,


tratar d e c e rn ir u n o d e lo s m ás im p o rtantes sup uesto s
p rev io s erró neo s, c o n f re c u e n c ia im p lícito , d e la m ay o r
p arte d e las teo rías ac tu ale s d el p o d e r: esto no s será
ú til, en la m ed id a en q u e m u c h as d e las teo rías q u e
tratan p ro b lem as d e las so cied ad es cap italistas ac tu ale s,
las te o rías d e las “ clases d irig entes” , d e lo s “ p o d eres-
o o ntrap o d eres” , d e lo s “ p o d eres co m p ensad o res” , e tc .,
im p lican ese su p u esto p rev io . Fu e c laram e n te fo rm u ­
lad o p o r W rig h t M ills,28 y co nsiste e n la c o n c ep c ió n
d el p o d er c o m o su m a- c ero . Se trata d e c o n sid erar en c ie r­
to m o d o el p o d er co m o u n a c an t id ad d ad a d e n tro d e u n a
so cied ad . A sí, to d a clase o g ru p o so cial t e n dr ía t o d o e l
p o d e r qu e n o t u v iera o t r a, trad u c ién d o se, d ig am o s, to d a
red u cc ió n d el p o d er d e u n g ru p o d ad o d ire c tam e n te
en el au m e n to d el p o d er d e o tro g ru p o , y así su cesiv a­
m en te, d e m an e ra q u e si la re p artic ió n d el p o d er c am ­

26. T h e P o w er E lit e , 1956, In tro d u cci ó n ; P o w er, P o lit ics,


and p eo p le, p p . 2 3 s, 7 2 s.
144 S O BR E EL C O N C EPT O DE PO D ER

b ia, éste sig ue siend o siem p re u n a c an tid ad inv ariab le.


Esta c o n c ep c ió n , q u e sirv e d e b ase a v arias fo rm as ac ­
tu ales d el refo rm ism o ,27 se re m o n ta, c o m o se v erá en
o tro lu g ar co n m ay o r p re cisió n, a lo s sup uesto s p revio »
id eo ló g ico s d e c ierto s estu d io s, q u e no s hem o s lim itad o
a e n u m e rar, relativ o s al p o d er. Se re m o n ta a u n a co n ­
c e p c ió n “ fu n c io n alista” d el to d o so cial, co m p u esto d e
elem ento s eq u iv alen tes q u e m an tie n e n relacio n es en un
eq u ilib rio d e in te g rac ió n ,28 y al d esc o no cim ien to d el
p ro b lem a d e las estru c tu ra d e u n a fo rm ac ió n . Éstas
so n reab so rb id as en la c o n d u c ta-c o m p o rtam ie n to d e los
g ru p o s so ciales c o n ceb id o s co m o “ ag en tes” d el p ro g reso
so cial, estan d o fu n d ad o el p arale lo g ram o d e las fuerz as
d e las relacio n es d e p o d e r so b re la lim itac ió n m u tu a d e
esas co n d u c tas.

V eam o s p o r q u é no p u ed e ser reten id a la co n cep ció n


d el p o d er c o m o su m a-cero .
a\ Si se co n sid era el p o d er c o m o e fe c to d e las estru c­
tu ras en el c am p o d e la lu c h a d e clases, p o d rá v erse
q u e la c ap ac id ad d e u n a clase p ara re aliz ar sus in te re ­
ses, q u e d ep en d e d e la lu c h a d e o tra c lase, d ep end e p o r
ello d e las estru ctu ras d e u n a fo rm ac ió n so cial en c u an ­
to lím ites d el c am p o d e las p rác tic as d e clase. L a d is­
m in u ció n d e esa c ap ac id ad en u n a clase no se trad u c e
au to m átic am e n te en el au m e nto d e la c ap ac id ad d e
o tra clase, p u es la red istrib u ció n fin al d el p o d e r d ep en­
d e d e las estru c tu ras: la p érd id a, p o ng am o s p o r caso ,
d e p o d er d e la clase b u rg u esa no sig n ific a q u e ese
p o d er se su m e p o r ello al p o d e r d e la c lase o b re ra.
Es, p o r lo d em ás, lo q u e está im p lícito en la frase d e
M arx en L a g u erra c iv il en F r an c ia, q u e re fie re el fen ó ­
m en o d el b o n ap artism o al h e c h o d e q u e . . . “ éste era
la ú n ic a fo rm a p o sible d e g o b ierno e n u n m o m ento en
q u e la b u rg u esía h ab ía p erd id o , y la clase o b re ra to d a­

27. V éase injra, p. 3 5 0 .


28. N ad a m ás sig n if icativ o a este res p ecto q ue la crítica
d e M ills p o r Parso n s: “ T h e d istrib u tio n of Po w er in A m erican
S o ciety ” , W o rld P o lit ics, n ú m . 1, o ctu b re d e 1 9 5 7 .
C O N C EPC IÓ N D EL PO D ER “ S U M A -C ER O ” 145

v ía n o h ab ía ad q u irid o la c ap ac id ad d e d irig ir la n a­
c ió n ” .
b\ L a c o n c e p c ió n d el p o d er co m o su m a-c ero , ap lic a­
d a a la e s c ala g lo b al d e u n a fo r m ac ió n s o c ial, d esco no ce
la esp e cificid ad d e las d iv ersas fo rm as d e p o d eres d e lo s
d iv erso s niv eles, y sus d iferen cias d e d esarro llo . L a p é r­
d id a d e p o d e r en el niv el e c o n ó m ic o , la d ism inu ció n
d e la c ap ac id ad d e u n a clase p ara re aliz ar sus intereses
eco nó m ic o s e s p e c ífic o s , n o se trad u c e d ire c tam e n te en
la p érd id a d e p o d e r p o lític o o id e o ló g ico , y v icev ersa.
Po r o tra p arte , el au m e nto d el p o d e r ec o n ó m ic o d e
u n a clase no sig n ific a d ire c tam e n te e l au m e n to d e su
p o d er p o lític o o id eo ló g ico . Po r lo tan to , si la c o n c e p ­
c ió n d el p o d e r su m a-c ero es in e x ac ta au n en lo q u e
c o n c ie rn e a u n niv el esp e c ífic o d e re lac io n es d e p o d e r
— eco n ó m ic o , p o lític o , id e o ló g ico — , lo es tan to m ás en
lo q u e c o n c ie rn e al p o d e r en la e sc ala g lo b al d e u n a
fo rm ac ió n so cial, v istas las d ife re n c ias c arac te rístic as
d e lo s d iv erso s niv eles d e p o d er.
c] Fu e ra d e estas o b je c io n e s a la co n c e p c ió n su m a-
ce ro d el p o d e r, q u e se re fie re n al p ro b lem a d el re fle jo
d e las e stru c tu ras c o m o lím ites d el c am p o d e las p rác ­
ticas, es nec esario v er q u e ésta se re m o n ta a u n a c o n ­
cep ció n d e la d istin ció n d e lo s g ru p o s o clases fu n d ad a
en las relacio n es d e p o d er. Se trata d e la c o n c ep c ió n
q u e hem o s señ alad o e n W eb er d e u n a d ic o t o m ía d e las
so cied ad es o d e las o rg an iz ac io n es d e tip o au t o rit ario
en d o s g ru p o s fu n d am e n tale s: el g ru p o d o m in an te y el
g ru p o d o m inad o . En u n a ad ap tac ió n fu n c io n alista d e
esa te o ría, se e n c u e n tra la c o n c e p c ió n d e la d ic o to m ía
d e lo s d o s “ p ap eles” d e p o d e r: el d e m an d o y el d e
o b ed ie nc ia. Esta p e rsp ec tiv a es la q u e rig e la m ay o r
p arte d e las te o rías ac tu ale s so b re la clase d irig en te.
En este sentid o , y en el in te rio r d e o rg an iz ac io n es o
so cied ad es d el tip o au to ritario , el d esp laz am ie nto d el
p o d er c o n sistiría en u n in te rc am b io d e p o d er su m a-c ero
e n tre do s g ru p o s, y to d a p é rd id a d e p o d e r d e u n g ru p o
sig n ific aría au m e n to d el p o d e r d el o tro g ru p o . A h o ra
b ien , sab em o s q u e se trata siem p re, en u n a fo rm ac ió n
146 S O BR E EL C O N C EPT O DE PO D KK

so cial c o m p le ja, no d e d o s sino d e v arias clases so ciales,


re fe rid as a la im b ricac ió n d e v ario s m o d o s d e p ro d u c­
c ió n . En este se ntid o , no p u ed e estab lec erse, en ning ún
niv el, d ic o to m ía d e re lac io n es d e p o d er su m a-cero . La
p érd id a d e p o d e r d e u n a c lase, o frac c ió n d e clase,
p u ed e o n o co rre sp o n d e r a u n a g an an c ia d e p o d e r no
só lo d e la clase o b re ra, sino tam b ién d e o tra clase d o ­
m in ad a, o n o só lo d e las d iv ersas clases d o m inad as,
sino , fin alm e n te , d e las o tras clases o frac c io n es d o m i­
nantes. D ic h o d e o tra m an e ra, la lín ea d e d e m arc ac ió n
d e la re lac ió n c o n flic tiv a esp e c ífic a e n tre d o m inio y
su b o rd in ac ió n , q u e c arac te riz a d e m o d o efe c tiv o las
relac io n es d e p o d e r, no p o r eso sig n ific a d e nin g u na
m an e ra y en nin g ú n niv el u n a d ic o to m ía d e d o s g ru p o s-
su je to s q u e in te rc am b ian p o d er su m a-c ero .
d\ En fin , esa c o n c e p c ió n , ap lic ad a m ás p artic u lar­
m e n te al niv el d el p o d e r p o lítico , o lv id a el p ro b lem a
d e la u nid ad d e este p o d er e n sus relacio n es co n el
Estad o , fac to r d e co hesió n d e la u nid ad d e u n a fo rm a­
c ió n. El p o d er p o lític o es c o n c e b id o c o m o u n c o n ju n to
d e “ p arc elas” au tó no m as, y la c o n q u ista d e u n a d e esas
p arc elas p o r la clase o b re ra sig n ific a q u e fu e arran c ad a
al p o d er d e la clase b u rg u esa y u n id a al d e la clase
o b re ra. Pro b le m a q u e no s o c u p ará en la c u arta p arte
d e este ensay o .

También podría gustarte