Está en la página 1de 8

Pablo González Casanova

Cuentos indígenas

Miguel León-Portilla (prólogo)

Cuarta edición
México
Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto
de Investigaciones Históricas
2001
120 p.
(Serie Cultura Náhuatl - Monografías, 7)
ISBN 968-36-8964-7

Formato: PDF
Publicado en línea: 17 de agosto de 2016
Disponible en:
http://www.historicas.unam.mx/publicaciones/publicadigital/libros/
cuentos_indigenas/iee.html

DR © 2016, Universidad Nacional Autónoma de México-Instituto de


Investigaciones Históricas. Se autoriza la reproducción sin fines lucrativos,
siempre y cuando no se mutile o altere; se debe citar la fuente completa y su
dirección electrónica. De otra forma, requiere permiso previo por escrito de la
institución. Dirección: Circuito Mtro. Mario de la Cueva s/n, Ciudad
Universitaria, Coyoacán, 04510. Ciudad de México
CIZUANTON HUAN YOLCATL

LA DONCELLA Y L A FIERA

DR© 2016. Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto de Investigaciones Históricas


Disponible en: http://www.historicas.unam.mx/publicaciones/publicadigital/libros/cuentos_indigenas/iee.html
O y e y a cente p u c h t e c a t l o q u i p i a y a yeyi i p i l h u a n zuantoton, cosa
c u a c u a l t z i t z i n . N o c h i p a cuac o y a y a t l a n a m a c a t i n o q u i n t l a h t l a -
níaya tlenon o q u i n e q u í a quinhualiquiliz; nochipa oquihtlaniliaya
cecente i t l a q u e n c u a c u a l t z i t z i n . C e c p a , i n o n oc a c h i t z i t z i q u i t z i n ,
y o c m o oquinec h u a l i q u i l i z itlaquen, z a n o q u i h t l a n i l i cente x o c h i t l .
N i m a n p u c h t e c a t l o y a otlanamacato. O i p a n y o h u a c i p a n o h t l i
cuac oquitac cente t l a t l a h u i l l i o m o t a y a h u e h c a ; i n i n o y a ic o m p a
c a n i n oyeya t l a t l a h u i l l i ; oacito o m p a ; o p e n t l a t l a p a l o a h u a n n i a n
a q u i n o q u i n a n q u i l i a y a ; ocalac ictic cente cahuayocalli h u a n o q u i -
tac: oyeya m i a c ca/tw<ryotlacualli. N i m a n i n i n y o c o c h m i q u í a ; o p e n
q u i t e m o a c a n i n cochiz h u a n oquihto:
— T í a a c á huallaz, nictlaxtlahuiliz tlenon yoquicuah nocahuayo.
N i m a n i n i n yoyaya motecaz i m á n oquittac cente t l a t z a c u a l l i
otlapohtaya; ocalac h u a n o q u i n e x t i t o m i a c tlacualli; o p e n tiotlac
tlacua. I n i n i m á n yotlacua, oc c e p a yotlacua, oc c e p a y o q u i n e q u í a
motecaz, cuac oquittac oc cente tlatzacualli; tlapohtica, oc c e p a
ocalac; oquittac cente tlapechtli c u a h c u a l l i . Z a n o q u i h t o ictic i y o -
llixco omotlahtlani:
— T l e n o n nopan nochihua?
N i m a n omotecac; omomahmalli; nochi itzotzoma oquitlali i p a n
cente icpaltontli. N i m a n i n i n omotecac. Yocmo oc cepa oízac. Moztla-
tica oízac; oquitemoaya itzotzoma zolhtic; yocmo onez; oquittac: o m p o
oyeya cente cuacualli tzotzomahtli. O r n e n h u a n o m a q u i i n o n
tzotzomahtli y a n c u i c . Yoyaya, i m á n oquittac tlacualolhtlapechtli;
open o m a c e h u í a ; otlaque h u a n ayac oquittaya. N i n open quihtoa:
— A x a n n e h u a ye n i a h h u a n n i c m a c a m i a c tlazohcamachiliztli.
N i m a n y o q u i z t a y a , i m á n oquitac m i a c x o c h i m e otocataya;
o q u i l h n a m i c cuiquiliz i c o n e n cente x o c h i t l q u i h t o a :
— N e h u a t l n i a h nictequiz cente x o c h i t l .
I m á n yoquitec oquiztiquiz cente y o l h c a t l h u a n o p e n q u i h c a -
huatza, q u i l h u í a :
— A x a n n i a h timitzcuaz.
Oquito puchtecatl:
— A m o x i n e c h c u a , tía x i q u i t t a , n e h u a onictec i n i n x o c h i t l z a n
o n e c h i l h u i no c o n e n n i c - h u i q u i l i z cente x o c h i t l .

90
DR© 2016. Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto de Investigaciones Históricas
Disponible en: http://www.historicas.unam.mx/publicaciones/publicadigital/libros/cuentos_indigenas/iee.html
É s t e e r a u n m e r c a d e r [que] t e n í a tres hijas mujercitas, m u y l i n -
das. C a d a vez que iba a v e n d e r les p r e g u n t a b a q u é cosa q u e r í a n
[que] les trajese, [y] s i e m p r e le p e d í a c a d a u n a u n traje m u y bo-
nito. U n a vez, l a m e n o r y a no quiso [que] le trajese su vestido;
solamente le p i d i ó u n a flor. L u e g o e l m e r c a d e r se fue a h a c e r sus
negocios. L e a n o c h e c i ó e n e l c a m i n o [y] entonces v i o u n a luceci-
ta [que] b r i l l a b a a lo lejos; se d i r i g i ó h a c i a d o n d e estaba l a luce-
cita; [ c u a n d o ] l l e g ó [a l a casa] s a l u d ó y [ e n vista de que] n a d i e le
contestaba, e n t r ó a u n a c a b a l l e r i z a y v i o [que] h a b í a m u c h o fo-
rraje p a r a caballos. L u e g o le e n t r ó s u e ñ o [y] diose a buscar [ u n
lugar e n ] d o n d e acostarse, d i c i e n d o :
— S i alguno viniese, le p a g a r é lo que h a y a c o m i d o m i caballo.
Ya [estaba a p u n t o de] acostarse [ e n e l suelo], c u a n d o v i o u n a
p u e r t a abierta; e n t r ó [ p o r ella] y e n c o n t r ó [ u n a sala c o n ] m u c h a
c o m i d a . E m p e z ó a cenar. E n cuanto c o m i ó , p e n s ó de n u e v o e n
acostarse, y entonces v i o o t r a p u e r t a abierta. E n t r ó p o r e l l a [y]
vio u n a c a m a m u y bonita. Se p r e g u n t ó a sí m i s m o :
— ¿ Q u é es lo que m e pasa?
E n seguida se a c o s t ó , se d e s n u d ó [y] puso toda su r o p a sobre
u n a sillita. A c o s t ó s e y se d u r m i ó t r a n q u i l o . A l a m a ñ a n a s i g u i e n -
te, c u a n d o d e s p e r t ó , b u s c ó sus vestidos viejos [y] y a n o p a r e c i e -
r o n ; e n c a m b i o v i o que h a b í a allí u n traje m u y bonito. Se l e v a n t ó
y se puso a q u e l traje n u e v o . Y a se iba, [y] entonces v i o u n a m e s a
puesta; s e n t ó s e a comer, y a c a b ó de c o m e r y n o v e í a a n a d i e .
E m p e z ó a decir:
— A h o r a y o y a m e voy y doy m u c h a s gracias.
C u a n d o salía, v i o m u c h a s flores sembradas [y] r e c o r d ó [que
d e b í a ] llevar a su h i j a u n a flor; [entonces] dice:
— Y o voy a cortar u n a flor.
E n cuanto l a c o r t ó , v i o salir u n a fiera que e m p e z ó a a m e -
nazarlo diciéndole:
— A h o r a te voy a comer.
[ E n t o n c e s ] le dijo el m e r c a d e r :
— N o m e comas; m i r a : yo c o r t é esa flor s ó l o [ p o r q u e ] m e dijo
m i h i j a [que] le llevara u n a flor.

91
DR© 2016. Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto de Investigaciones Históricas
Disponible en: http://www.historicas.unam.mx/publicaciones/publicadigital/libros/cuentos_indigenas/iee.html
92 C U E N T O S INDÍGENAS

Q u i l h u í a yolhcatl:
— M a amo timitzcuaz tía ticonanatin mo conen: i p a n yeyi
t o n a l h t i n y e n i c a n tica, t l a m o t i h u a l l a z i p a n y e y i t o n a l h t i n , t i -
m i t z a n a t i n h u a n timitzcuaz.
O y a puchtecatl; oacito i c h a n ; o y o l h m a m a n t a y a ; q u i t l a h t l a n í a
cizuonton inon ocachi tzitziquitzin q u i l h u í a :
— T l e n o n m i t z m a c a ? I t l a h mitzcocoa? I t l a h oticpolo? X i ne-
chilhui.
Oquihto:
—Nococonen, nian amo nicnequi timitzilhuiz; tía xiquitta,
onicalaquito ictic cente c a l l i . . .
O p e n quinonotza quenin ipan mochi quilhuía:
— T e h u a o n t i n e c h i l h u i m a n t i m i t z h u a l i q u i l i z cente x o c h i t l :
onictequito h u a n o c u a l a n y o l h c a t l o n e c h i l h u i t í a a m o t i m i t z h u i -
caz, n e c h c u a q u i n .
Oquihto cizuanton:
— T i o h u e m a n techcua t o n e h u a n .
O y a h q u e ; oacito h u a n ayac oquittaya. O p a n o q u e m i a c t o n a l h -
t i n q u i l h u í a itata:
— A x c a n t i a h timitzcahuaz, n i a n n i q u i m i t t a t i n m o c n i h u a n .
Oquicahten icecelton h u a n i n i n cizuanton oquitlapatiliaya
momoztla itlaquen h u a n amo oquimatia aquin oquitlapatiliaya.
N i m a n i m á n yopanoque miac tonalhtin open cuicaqui quilhuía:
— C u a l l i c i z u a n t o n n e h u a n i c n e q u i nitlacuaz c a t e h u a t l .
I n o n oquicaquia itzintla cuahtlatzacualli. I n i n c i z u a n t o n o p e n
m a m a n a h u a n yoquinequia yaz quimittatin itata ca i c n i h u a n . I m á n
ce tonalli, z a n oc huatzinco ornen, oquittac: o m p a c a cente a m a -
tlahcuilolli canin oquilhuitaya inon yolhcatl m a n huia ichan m a n
q u i m i t t a t i i c n i h u a n c a itata; n o i h q u i o q u i l h u i t a y a i p a n itzoncuac
oyeya cente c u a h c u a h u i t l :
T í a t i c n e q u i tiaz, z a n x i q u e h t z o m a i n i n c u a h c u a h u i t l h u a n
n i m a n mitzhuicaz mochan; noihqui n i m a n tihuallaz ipan yeyi
tonalhtin; tía amo tihuallaz i p a n yeyi tonalhtin, tinechnextitin
yonicic.
M e l l a h u a c , z a n oquiquehtzoma i n o n c u a h c u a h u i t l i m á n oquit-
tac, oyeya ca itata h u a n c a i c n i h u a n .
N i m a n i c n i h u a n a m o oquicahque mocuepaz i p a n y e y i t o n a l h -
tin huan i m á n omocuep yolhcatl yomic. N i m a n open choca ci-
zuonton; open quixayacapetzoa, q u i l h u í a :

DR© 2016. Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto de Investigaciones Históricas


Disponible en: http://www.historicas.unam.mx/publicaciones/publicadigital/libros/cuentos_indigenas/iee.html
LA DONCELLA Y LA FIERA 93

D í c e l e l a fiera:
— N o te c o m e r é si vas a traer a tu hija; d e n t r o de tres d í a s y a
e s t a r á s a q u í ; si n o vinieses d e n t r o de tres d í a s , i r é a buscarte y te
comeré.
Fuese e l m e r c a d e r ; l l e g ó a su casa; i b a m u y triste; le p r e g u n -
ta l a m u c h a c h a m á s p e q u e ñ a :
— ¿ Q u é te pasa? ¿Te duele algo? ¿ H a s p e r d i d o a l g u n a cosa?
Dímelo.
Le contestó:
— H i j a m í a , no quisiera d e c í r t e l o ; m i r a : fui a entrar a u n a casa...
— [ y ] c o m e n z ó a c o n t a r l e lo que le p a s ó , d i c i é n d o l e : " T ú m e d i -
j i s t e que te t r a j e r a u n a flor; l a fui a c o r t a r y se e n f u r e c i ó l a fiera
[y] m e dijo [que] si n o te llevaba, v e n d r í a a c o m e r m e . "
[ E n t o n c e s ] le dijo l a d o n c e l l a :
— V a m o s a que nos devore j u n t o s .
Se fueron, l l e g a r o n y no l a v i o . Se p a s a r o n m u c h o s d í a s [y] le
dijo su p a p á :
— A h o r a voy a dejarte, voy a v e r a tus h e r m a n a s .
L a d e j ó sólita, y todos los d í a s le c a m b i a b a n de vestido a aque-
l l a d o n c e l l a , y n o s a b í a q u i é n se lo c a m b i a b a . C u a n d o h a b í a n p a -
sado m u c h o s d í a s , c o m e n z ó a o í r [que] le d e c í a n :
— H e r m o s a d o n c e l l a , y o quiero c o m e r contigo.
T a l o í a [ d e c i r ] debajo de l a p u e r t a de m a d e r a . A q u e l l a d o n -
cella c o m e n z ó a afligirse y q u e r í a i r a v e r a su p a p á y h e r m a n a s .
U n d í a se l e v a n t ó m u y de m a ñ a n a y v i o que allí estaba u n a c a r t a
e n que le d e c í a l a fiera que fuese a su casa a v e r a sus h e r m a n a s y
a su p a p á , y t a m b i é n le d e c í a [que] e n c i m a de su c a b e c e r a h a b í a
una varita.
— S i quieres ir, m u e r d e n a d a m á s esa v a r i t a y e n s e g u i d a te
l l e v a r á a tu casa; a s í t a m b i é n v o l v e r á s dentro de tres d í a s . S i n o
vinieses d e n t r o de tres d í a s , m e e n c o n t r a r á s y a m u e r t o .
Y, de veras, apenas m o r d i ó a q u e l l a v a r i t a , e n s e g u i d a se v i o
con su p a p á y h e r m a n a s .
D e s p u é s , sus h e r m a n a s n o l a d e j a r o n regresar a los tres d í a s ,
y c u a n d o r e g r e s ó , l a fiera y a h a b í a m u e r t o . E n t o n c e s l a d o n c e l l a
se e c h ó a l l o r a r y a a c a r i c i a r l a c a r a [a l a fiera], d i c i e n d o :
— ¿ P o r q u é moriste, fiera bondadosa?
Así d i c i e n d o q u e d ó s e d o r m i d a [y] entonces s o ñ ó que le de-
cía l a fiera:

DR© 2016. Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto de Investigaciones Históricas


Disponible en: http://www.historicas.unam.mx/publicaciones/publicadigital/libros/cuentos_indigenas/iee.html
94 C U E N T O S INDÍGENAS

— T l e c a otimic cualli yolhcatl.


I h q u i oquilhuitaya cuac ocochmic; n i m a n otlatemic nelli
oquilhui yolhcatl:
— X i c t e q u i cente x o c h i t l h u a n tinechchichipiniliz i p a n
noixcuac i n o n atzintli quipia xochitl.
N i m a n oizac h u a n oquitequito x o c h i t l h u a n o q u i c h i c h i p i n i l i
i p a n i x c u a c , n i m a n omehtiquiz i n o n yolhcatl h u a n o m o c u e p cente
pilhtontli cuacualtzin huan omozuahtique.

DR© 2016. Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto de Investigaciones Históricas


Disponible en: http://www.historicas.unam.mx/publicaciones/publicadigital/libros/cuentos_indigenas/iee.html
LA DONCELLA Y LA FIERA 95

— C o r t a u n a flor y r o c í a m e e n e l rostro e l a g u a que c o n t i e n e


la flor.
L u e g o que d e s p e r t ó , fue a c o r t a r u n a flor y le r o c i ó e l rostro;
e n seguida se l e v a n t ó b r u s c a m e n t e a q u e l l a fiera y se t r a n s f o r m ó
e n u n h e r m o s o j o v e n , y se c a s a r o n . 1

1
Publicado en Ethnos, con el título "Cizuonton van Yolhcatl"

DR© 2016. Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto de Investigaciones Históricas


Disponible en: http://www.historicas.unam.mx/publicaciones/publicadigital/libros/cuentos_indigenas/iee.html

También podría gustarte