Cien Años de Novedad001

C I E N AÑOS D E N O V a O A D
" L a moral sexual 'cultural' y la nerviosidad moderna"

de Sigmund Freud (1908-2008)
NÉSTOR A . B R A U N S T E I N ^ B E T T Y B. F U K S
(coordinadores)
SIGMUND F R E U D
NÉSTOR A. B R A U N S T E I N
MARCO ANTONIO COUTINHO J O R G E
C A R L O S L . FERNÁNDEZ GAOS
B E T T Y B. F U K S
MARTA G E R E Z AMBERTÍN
DATMIELKOREN
ANA MARIA R U D G E
A L E J A N D R O SALAMONOVITZ WEINSTOCK
SERGIO T E L L E S
URANIA TOURINHO P E R E S
C I E N AÑOS DE N O V E D A D
"La moral sexual 'cultural'
y la nerviosidad moderna"
e Sigmund Freud (1908-2008)
coordinado por
NÉSTOR A. BRAUNSTEIN
B E T T Y B. F U K S
por
NÉSTOR A. B R A U N S T E I N
MARCO ANTONIO COUTINHO JORGE
C A R L O S L . FERNÁNDEZ G A O S * BETTY B. F U K S
MARTA GEREZ AMBERTÍN
DANIEL KOREN * ANA MARIA RUDGE
ALEJANDRO SALAMONOVITZ WEINSTOCK
SERGIO TELLES * URANIA TOURINHO PERES
siglo
veintiuno
editores
MÉXICO
ARGENTINA
ESPAÑA
siglo xxi editores, s.a. de c.v.
C E R R O D E L A G U A 2 4 8 , R O M E R O D E T E R R E R O S , 0 4 3 1 0 , MÉXICO, D.F.
s i g l o xxi e d i t o r e s , s.a.
TUCUMÁN 1 6 2 1 , 7° N, C 1 0 5 0 A A G , B U E N O S A I R E S , A R G E N T I N A
siglo xxi de españa editores, s.a.

MENÉNDEZ PIDAL 3 BIS,28036, MADRID, ESPAÑA
BF692
C54
2008 Cien años de novedad. "La moral sexual 'cultural'y la nerviosidad
moderna" de Sigmund Freud (1908-2008) / coordinado por
Néstor A. Braunstein,.Betty B. Fuks-; por Néstor A .
Braunstein ... [et a l . ] . — México^: Siglo X X I , 2008
'217 p. — (Psicología y psicoanálisis)
I S B N 978-607-3-00023-9
1. Freud, Sigmund, 1856-1939. 2. Sexo (Psicología)

3. Ética sexual. 4. Cultura. 5. Nervios. I . Braunstein, Néstor A., ed.
I I . Fuks, Betty B., ed. I I I . Ser.
primera edición, 2008
© siglo x x i editores, s.a. de c.v.
isbn 978-607-3-00023-9
derechos reservados conforme a la ley

impreso e n impresora gráfica Hernández
capuchinas 378
col. evolución
57700 estado de méxico
3 de noviembre de 2008
PRELUDIO
¡ Q u é título más e x t r a v a g a n t e p a r a u n artículo escrito hace c i e n años!

¡Qué m a n e r a de u n i r lo discordante!
L a m o r a l sexual " c u l t u r a l " . D o s adjetivos, u n o de ellos t a n extraño
e n su u n i ó n c o n el sustantivo c o m o p a r a p o n e r l o e n t r e c o m i l l a s . Si
n o fuese p o r e l artículo e n e l c o m i e n z o d e l l a r g o título u n o p o d r í a
p e n s a r q u e se t r a t a d e t r e s a d j e t i v o s : m o r a l , s e x u a l y " c u l t u r a l " . ¿ C ó m o
y q u i é n p o d r í a ser m o r a l , s e x u a l y t a m b i é n c u l t u r a l ?
Después de a f i r m a r en c u a t r o palabras la existencia de u n sujeto
así d e e x c e p c i o n a l ( o i n c o n g r u e n t e ) v i e n e u n a c o n j u n c i ó n , " y " , p a r a
l i g a r ese s u j e t o c o n o t r o : " l a n e r v i o s i d a d m o d e r n a " . E s t e s e g u n d o s u -
j e t o i n c l u y e u n a p r e s u p o s i c i ó n t a m b i é n insólita: h a y u n a n u e v a f o r m a
d e l a n e r v i o s i d a d , " m o d e r n a " , q u e d e b e d i f e r e n c i a r s e d e o t r a q u e se-
ría a n t i g u a o p a s a d a d e m o d a . L a p a t o l o g í a "de los n e r v i o s " c a m b i a
c o n e l t i e m p o ; l a d e h o y ( 1 9 0 8 ) n o es l a d e a y e r y e l c a m b i o estaría
e n r e l a c i ó n c o n las n o r m a s m o r a l e s d e l a " c u l t u r a " . (¿Es q u e h a y o t r a s
n o r m a s q u e las c u l t u r a l e s ? )
A c e p t e m o s t o d a s estas s i n g u l a r i d a d e s d e l t í t u l o f r e u d i a n o y d i s p o n -
g á m o n o s a r e f l e x i o n a r e n l o q u e h a p a s a d o e n estos c i e n a ñ o s : ¿ t e n e -
m o s l a m i s m a " m o r a l s e x u a l c u l t u r a l " ? , ¿es l a m i s m a l a " n e r v i o s i d a d
m o d e r n a " ? H a b i e n d o c a m b i a d o t a n t o los dos términos ¿ q u é pasa c o n
l a c o n j u n c i ó n d e a m b o s ? ¿ C ó m o se c o n e c t a r í a n h o y ( 2 0 0 8 ) ?
F r e u d n o m b r ó c o n precisión y a r r o j o los t é r m i n o s d e l p r o b l e m a :
las c a r a c t e r í s t i c a s d e l a v i d a u r b a n a , l a d o b l e m o r a l s e x u a l p a r a h o m -
bres y mujeres, la maldición de la relación inflexible entre sexualidad
y r e p r o d u c c i ó n , l a e x c l u s i ó n d e las s a l i d a s (así l l a m a d a s ) " p e r v e r s a s " ,
la p r o l o n g a c i ó n i n d e b i d a de l a castidad, la exclusión — m á s p e r f o r -
mativa que p r a c t i c a d a — de la infidelidad conyugal, la hipocresía e n
la alcoba, la neurosis c o m o protección de la " v i r t u d " , la c o n d e n a a
los h o m o s e x u a l e s q u e d e m o s t r a b a n tantas a p t i t u d e s p a r a l a s u b l i m a -
ción y el enriquecimiento de la vida cultural, el desconocimiento de la
sexualidad i n f a n t i l , la i n d i s o l u b i l i d a d d e l vínculo m a t r i m o n i a l , la r e -
l e g a c i ó n d e las p o t e n c i a l i d a d e s d e l g o c e f e m e n i n o . ¿ C o n s e c u e n c i a s ?
L a neurosis generalizada, la acrimonia entre hombres y mujeres, la
[7]
8 N É S T O R A. B R A U N S T E I N / B E T T Y B . F U K S
a n u l a c i ó n d e las p o s i b i l i d a d e s d e u n a v i d a f u e r a d e l o s c á n o n e s e s t a -
blecidos c o m o "normales" que son de penoso c u a n d o n o quimérico
cumplimiento.
H o y e n d í a t o d o eso h a c a m b i a d o . . . ¿ h a c a m b i a d o t a n t o c o m o p a r a
q u e d i g a m o s q u e el vínculo social h a m e j o r a d o , q u e el malestar e n
l a c u l t u r a d i a g n o s t i c a d o e n 1 9 3 0 h a d i s m i n u i d o ? T o d o es d i s t i n t o . . .
y t o d o sigue s i e n d o causa d e p r e o c u p a c i ó n . L a c o n d i c i ó n d e l a m u -
j e r es r a d i c a l m e n t e d i s t i n t a p e r o l a i g u a l d a d d e o p o r t u n i d a d e s s i g u e
s i e n d o u n a m e t a a alcanzar y l a d i f e r e n c i a j e r á r q u i c a e n t r e los roles
m a s c u l i n o y f e m e n i n o sigue s i e n d o opresiva. L a organización f a m i l i a r
patriarcal h a d a d o paso a u n a caótica anarquía q u e deja c o n frecuen-
c i a e n l a i n d e f i n i c i ó n a l l u g a r d e l o s h i j o s . L a n e u r o s i s o r d i n a r i a se h a
t r a n s f o r m a d o e n p e r v e r s i ó n c u a n d o n o e n psicosis o r d i n a r i a . L o s n i -
ños t o m a n el lugar de objetos transicionales e n m a n o s de padres que
siguen siendo niños ("época del niño generalizado", decía Lacan). E l
r e c o n o c i m i e n t o de la capacidad de elegir el m o d o de ejercicio de la
s e x u a l i d a d h a d a d o l u g a r a l a m e r c a n t i l i z a c i ó n d e las m o d a l i d a d e s d e
c o n s u m o s e x u a l y a u n a d e s v a l o r i z a c i ó n d e las p o s i b i l i d a d e s d e l a m o r
c o m o f o r m a d e l v í n c u l o e n t r e seres d e l m i s m o o d e o t r o sexo. L a p r e -
c o c i d a d e n el c o m i e n z o de la vida erótica t e r m i n a p o r manifestarse
c o m o indiferencia ante la pareja. L a independencia entre sexualidad
y r e p r o d u c c i ó n c o m o ausencia d e r e s p o n s a b i l i d a d p o r los h i j o s q u e
se e n g e n d r a n .
E n e l p l a n o d e las r e p r e s e n t a c i o n e s y d e las c o n c e p c i o n e s s o b r e l a
sexualidad r e i n a la m a y o r confusión y lo esencial d e l mensaje freu-
d i a n o a c e r c a d e las p u l s i o n e s , s i e m p r e p a r c i a l e s , es d e s c o n o c i d o y
t r a n s f o r m a d o e n intentos de soluciones sexológicas ante lo que L a c a n
d e f i n i ó , p a r a e s c á n d a l o d e t o d o s l o s q u e n o se d e t u v i e r o n a e n t e n d e r
el mensaje f r e u d i a n o , c o m o la inexistencia de la relación sexual. L a
m i s t i f i c a c i ó n d e l a a c t i v i d a d d e las p u l s i o n e s e n e l m u n d o c o n t e m p o -
r á n e o es f a v o r e c i d a p o r e l é x i t o d e u n p s i c o a n á l i s i s " m e d i á t i c o " q u e se
d i f u n d e c o n t a n t a m á s f a c i l i d a d c u a n t o m a y o r es l a f a l s i f i c a c i ó n q u e se
p r o p o n e . L a invasión d e l a d i m e n s i ó n i m a g i n a r i a e n l a televisión y l a
I n t e r n e t p e r m i t e la ocultación de lo real sexual al preservar la confii-
sión e n t r e l a satisfacción de l a d e m a n d a c o n o b j e t o s d e c o n s u m o y l a
insatisfacción e s t r u c t u r a l d e l deseo. L a insistencia e n l a globalización
de l a v i d a sirve p a r a e n c u b r i r l a segregación de los goces clandestinos
q u e s i g u e n s i e n d o r e p u d i a d o s p o r los discursos falaces d e l a "libe-
r a c i ó n " . E s v e r d a d t a m b i é n q u e e n e l p e n s a m i e n t o a c a d é m i c o se h a
P R E L U D I O 9
operado u n r e t r o c e s o q u e p a r e c e d e f i n i t i v o e n las m a n i f e s t a c i o n e s
reaccionarias y q u e u n aire v i v i f i c a d o r p r o v e n i e n t e d e los discursos d e
los " c o n d e n a d o s de la tierra" h a t o m a d o los l u g a r e s d e p r e e m i n e n c i a
a l a v e z q u e las p o s i c i o n e s q u e p o d r í a n p r e t e n d e r e l r e t r o c e s o a l o s
tiempos patriarcales h a n pasado a actuar e n la p e n u m b r a y e n la reta-
g u a r d i a d e l m u n d o a c a d é m i c o . E l p r e j u i c i o tiene h o y m a l a p r e n s a .
E n e s t o s t e r r e n o s e l p s i c o a n á l i s i s es p r e s e n t a d o c o m o u n a r e s p u e s -
ta respetable e n su m o m e n t o p e r o superada p o r el tiempo transcu-
r r i d o , c o m o si n o t u v i e r a y a n a d a q u e d e c i r , c o m o si s u " n o v e d a d " se
h u b i e s e a g o t a d o . L o e s e n c i a l d e l p l a n t e o d e estos o c h o t e x t o s , c u a t r o
e s c r i t o s e n e s p a ñ o l , c u a t r o e n p o r t u g u é s , es l a d e m o s t r a c i ó n d e que
la " n o v e d a d " sigue e n p i e , q u e t o d o s los " p r o g r e s o s " alcanzados en
la sexualidad e n occidente p o n e n de manifiesto c o n m a y o r claridad
q u e n u n c a l o q u e f a l t a p o r l o g r a r e n c u a n t o a las r e l a c i o n e s e q u i t a -
tivas e n t r e h o m b r e s y m u j e r e s , e n c u a n t o a l r e c o n o c i m i e n t o d e las
p e c u l i a r i d a d e s sexuales, e n c u a n t o a l a n o c o n f u s i ó n d e l sexo con
l a g e n i t a l i d a d y m u c h o m e n o s c o n las d i f e r e n c i a s d e g é n e r o . L o q u e
c o s q u i l l e a los espíritus c o n e l sabor d e l a n o v e d a d q u e r e d o b l a e n los
t a m b o r e s p l a n e t a r i o s d e l o s m e d i o s d e d i f u s i ó n d e m a s a s s u e l e ser l o
t r a d i c i o n a l reciclado. M i e n t r a s q u e l o n u e v o n u n c a envejece. L o n u e -
v o s i g u e s i é n d o l o ; se r e n u e v a c a d a d í a , a l p l a n t e a r s i n c e s a r l a f a l s e d a d
d e las p r e s u n t a s " r e v o l u c i o n e s " ( c o m o l a s e x u a l ) q u e , c o n f o r m e a s u
e t i m o l o g í a , n o h a c e n s i n o r e - v o l v e r l a s cosas a l e s t a d o a n t e r i o r .
L a " n e r v i o s i d a d m o d e r n a " h a c a m b i a d o d e r o s t r o y t p d o s se c o m -
p l a c e n e n destacar c o n u n g o c e r e c ó n d i t o los "avances" d e l a d e p r e -
s i ó n y e l s u i c i d i o , d e las p a t o l o g í a s a l i m e n t i c i a s c o n l a b u l i m i a y l a
a n o r e x i a a l a c a b e z a y e n l a c a b e z a , d e las t o x i c o m a n í a s t r a d i c i o n a l e s
y d e las a - d i c c i o n e s novedosas a los j u e g o s , a l a s e x u a l i d a d o a los
d e p o r t e s d e alto riesgo, d e l a i n d i f e r e n c i a masiva d e los adolescen-
tes, d e l a a n e s t e s i a d a c r u e l d a d d e los n i ñ o s , d e l d e s a m p a r o anímico
y m a t e r i a l d e l a t e r c e r a e d a d , d e l a p r e c a r i e d a d d e l o s v í n c u l o s e n las
parejas y d e l desinterés p o r l a v i d a c o m u n i t a r i a e n g e n e r a l y política
e n p a r t i c u l a r . Estos t e m a s e s t a b a n casi t o t a l m e n t e ausentes e n l a o b r a
d e F r e u d y se p r e s e n t a n c o m o e f e c t o s d e l o s c a m b i o s e n l a v i d a s o c i a l
p r o d u c i d o s e n las últimas d é c a d a s . L a c u e s t i ó n , p a r a los d i e z a u t o r e s
d e e s t o s e n s a y o s , es l a d e s a b e r s i esa n u e v a " n e r v i o s i d a d m o d e r n a " es
t a m b i é n u n e f e c t o d e las n u e v a s f o r m a s d e l a m o r a l s e x u a l y d e q u é
m a n e r a p u e d e n vincularse los dos aspectos t a n diversos d e l i n a u d i t o y
s e r e n d í p i c o título d e F r e u d .
10 N É S T O R A. B R A U N S T E I N / B E T T Y B . F U K S
C o m o n o p o d í a ser d e o t r a m a n e r a , los n u e v e artículos t i e n e n su

m a j e s t u o s a cabeza, l a i m p r e s c i n d i b l e , e l artículo s e ñ e r o de 1908. E n
u n acto de inconcebible egoísmo cultural, la editorial A m o r r o r t u de
B u e n o s Aires h a n e g a d o la autorización p a r a r e p r o d u c i r el texto de su
t r a d u c c i ó n e n las Obras completas i m p r e s a p o r esa casa d e p u b l i c a c i o -
nes. E l c o o r d i n a d o r d e l a e d i c i ó n e n e s p a ñ o l d e b i ó p o r eso r e c u r r i r a l
texto f r e u d i a n o en la bella traducción de Luis L ó p e z Ballesteros y de
Torres editada por Santiago Rueda en Buenos Aires, la p r i m e r a verda-
d e r a t r a d u c c i ó n c o m p l e t a d e las o b r a s d e F r e u d a u n i d i o m a e x t r a n -
j e r o que c o n t ó con el auxilio inestimable de L u d o v i c o Rosenthal. L a
t r a d u c c i ó n d e l a r t í c u l o d e S i g m u n d F r e u d q u e a q u í se i n c l u y e h a s i d o
l i g e r a m e n t e retocada p a r a hacer lugar a u n a necesaria actualización:
e l t é r m i n o a l e m á n Trieb y sus d e r i v a d o s h a s i d o v e r t i d o , d e a c u e r d o
c o n e l u s o c o n t e m p o r á n e o e n t o d a s las l e n g u a s , c o m o pulsión (fran-
c é s : pulsión, i n g l é s drive) y sus d e r i v a d o s (pulsional, etc.).
N É S T O R A. B R A U N S T E I N
B E T T Y B . F U K S
LA MORAL SEXUAL "CULTURAL"
Y LA NERVIOSIDAD M O D E R N A
S I G M U N D F R E U D
E n s u Etica sexual, r e c i e n t e m e n t e p u b l i c a d a , e s t a b l e c e E h r e n f e l s u n a
distinción entre m o r a l sexual " n a t u r a l " y m o r a l sexual "cultural".
Por m o r a l sexual natural, entiende aquella bajo cuyo régimen pue-
de u n a raza conservarse d u r a d e r a m e n t e en p l e n a salud y capacidad
v i t a l . M o r a l s e x u a l c u l t u r a l sería, e n c a m b i o , a q u e l l a c u y o s d i c t a d o s
i m p u l s a n al h o m b r e a u n a o b r a de c u l t u r a más p r o d u c t i v a e i n t e n -
sa. E s t a a n t í t e s i s se n o s h a r á m á s t r a n s p a r e n t e si p o n e m o s e n t r e sí
e l a c e r v o constitutivo d e u n p u e b l o y s u a c e r v o cultural. Remitiendo
a l a c i t a d a o b r a d e E h r e n f e l s , a a q u e l l o s l e c t o r e s q u e q u i e r a n se-
g u i r h a s t a s u fin e s t e i m p o r t a n t e p r o c e s o m e n t a l , m e l i m i t a r é aquí
a d e s a r r o l l a r l o l o e s t r i c t a m e n t e n e c e s a r i o p a r a e n l a z a r a él a l g u n a s
aportaciones personales.
N o es a r r i e s g a d o s u p o n e r q u e b a j o e l i m p e r i o d e u n a m o r a l s e x u a l
c u l t u r a l p u e d e n q u e d a r expuestas a ciertos daños la salud y la energía
v i t a l i n d i v i d u a l e s , y q u e este d a ñ o i n f l i g i d o a los i n d i v i d u o s p o r los
s a c r i f i c i o s q u e les s o n i m p u e s t o s , a l c a n z a , p o r ú l t i m o , t a n a l t o g r a d o ,
q u e l l e g a a c o n s t i t u i r t a m b i é n u n p e l i g r o p a r a e l fin s o c i a l . E h r e n -
f e l s s e ñ a l a , r e a l m e n t e , t o d a u n a s e r i e d e d a ñ o s , d e l o s q u e se h a d e
hacer responsable a la m o r a l sexual d o m i n a n t e e n nuestra sociedad
occidental contemporánea, y aunque la reconoce m u y apropiada
para el progreso de la cultura, concluye postulando la necesidad de
r e f o r m a r l a . Las características d e l a m o r a l s e x u a l c u l t u r a l b a j o c u y o
r é g i m e n v i v i m o s , serían — s e g ú n n u e s t r o a u t o r — l a t r a n s f e r e n c i a d e
las r e g l a s d e l a v i d a s e x u a l f e m e n i n a , a l a m a s c u l i n a , y l a p r o h i b i c i ó n
de t o d o comercio s e x u a l f u e r a d e l a m o n o g a m i a c o n y u g a l . P e r o las
d i f e r e n c i a s n a t u r a l e s de los sexos habrían i m p u e s t o u n a m a y o r t o l e -
r a n c i a p a r a las t r a n s g r e s i o n e s s e x u a l e s d e l h o m b r e , c r e á n d o s e , así,
a f a v o r d e éste, u n a s e g u n d a m o r a l . A h o r a b i e n , u n a s o c i e d a d que
' S i g m u n d F r e u d (1908), traducción de José Luis Ballesteros y de Torres, Obras com-

pletas, Buenos Aires, Santiago Rueda, 1952.
[11]
12 S I G M U N D F R E U D
t o l e r a e s t a doble m o r a l , n o p u e d e s u p e r a r u n a c i e r t a m e d i d a , h a r -
to limitada, de " a m o r a la verdad, honradez y h u m a n i d a d " y ha de
i m p u l s a r a sus m i e m b r o s a o c u l t a r l a v e r d a d , a p i n t a r l a s cosas c o n
f a l s o s c o l o r e s , a e n g a ñ a r s e a sí m i s m o s y a e n g a ñ a r a l o s d e m á s . O t r o
d a ñ o , a ú n m á s g r a v e , i m p u t a b l e a l a m o r a l s e x u a l c u l t u r a l , sería e l
d e p a r a l i z a r — c o n l a e x a l t a c i ó n d e l a m o n o g a m i a — l a selección viril,
ú n i c o i n f l u j o susceptible de p r o c u r a r u n a m e j o r a de la constitución,
ya q u e los p u e b l o s civilizados h a n r e d u c i d o a u n m í n i m u m , p o r h u -
m a n i d a d y p o r h i g i e n e , l a selección vital.^
E n t r e estos p e r j u i c i o s i m p u t a d o s a l a m o r a l s e x u a l c u l t u r a l , h a d e
echar d e m e n o s el m é d i c o , u n o , cuya i m p o r t a n c i a analizaremos aquí
d e t e n i d a m e n t e . M e refiero a la difusión, a ella i m p u t a b l e , de la ner-
v i o s i d a d , e n n u e s t r a s o c i e d a d m o d e r n a . E n o c a s i o n e s , es e l m i s m o e n -
f e r m o n e r v i o s o q u i e n l l a m a l a a t e n c i ó n d e l m é d i c o s o b r e l a antítesis,
observable e n la causación de la e n f e r m e d a d , entre la constitución y
las e x i g e n c i a s c u l t u r a l e s , d i c i é n d o l e : " E n n u e s t r a f a m i l i a t o d o s h e m o s
e n f e r m a d o d e l o s n e r v i o s p o r h a b e r q u e r i d o l l e g a r a ser a l g o m á s d e l o
q u e n u e s t r o o r i g e n n o s p e r m i t í a . " N o es t a m p o c o r a r o q u e e l m é d i c o
se v e a m o v i d o a r e f l e x i o n a r , p o r l a o b s e r v a c i ó n d e q u e p r e c i s a m e n t e
s u c u m b e n a l a n e r v i o s i d a d los descendientes de aquellos h o m b r e s de
o r i g e n campesino, sencillo y sano, procedentes de familias rudas p e r o
fuertes, q u e e m i g r a r o n a la c i u d a d y c o n q u i s t a r o n e n ella posición y
f o r t u n a , h a c i e n d o q u e sus h i j o s se e l e v a s e n e n u n c o r t o e s p a c i o d e
t i e m p o , a u n a l t o n i v e l c u l t u r a l . P e r o a d e m á s , los m i s m o s n e u r ó l o g o s
p r o c l a m a n ya la relación d e l " i n c r e m e n t o de la n e r v i o s i d a d " con la
m o d e r n a v i d a c u l t u r a l . A l g u n a s m a n i f e s t a c i o n e s d e los observadores
m á s a u t o r i z a d o s e n e s t e s e c t o r , n o s i n d i c a r á n d ó n d e se c r e e v e r e l
f u n d a m e n t o de u n a tal dependencia.
W . E r b : ^ " L a c u e s t i ó n p l a n t e a d a es l a d e si las c a u s a s d e l a n e r v i o s i -
d a d a n t e s e x p u e s t a s se h a l l a n r e a l m e n t e d a d a s e n l a v i d a m o d e r n a e n
tan elevada m e d i d a , que e x p l i q u e n el extraordinario i n c r e m e n t o de
tal e n f e r m e d a d , y a esta interrogación h e m o s d e contestar, e n e l acto,
a f i r m a t i v a m e n t e , pues nos basta, p a r a ello, echar u n a rápida ojeada
sobre nuestra vida m o d e r n a y su particular estructura.
" L a s i m p l e e n u n c i a c i ó n d e u n a serie d e h e c h o s generales basta
y a p a r a d e m o s t r a r n u e s t r o p o s t u l a d o : las e x t r a o r d i n a r i a s c o n q u i s t a s
2 Ibid., pp. 32 ss.

' " U b e r die wachsende Nervositát unserer Zeit", 1893.
L A M O R A L S E X U A L " C U L T U R A L " Y L A N E R V I O S I D A D M O D E R N A 13
d e l a e d a d m o d e r n a , los d e s c u b r i m i e n t o s e i n v e n c i o n e s e n t o d o s los
sectores y la c o n s e r v a c i ó n d e l t e r r e n o c o n q u i s t a d o c o n t r a l a c o m p e -
t e n c i a c a d a v e z m a y o r , n o se h a n a l c a n z a d o s i n o m e d i a n t e u n a e n o r -
m e l a b o r i n t e l e c t u a l y s ó l o m e d i a n t e e l l a p u e d e n ser m a n t e n i d o s . L a s
exigencias planteadas a nuestra capacidad funcional e n la lucha p o r
la e x i s t e n c i a , s o n c a d a vez m á s altas, y s ó l o p o d e m o s satisfacerlas p o -
n i e n d o e n el e m p e ñ o la t o t a l i d a d de nuestras energías anímicas. A l
m i s m o t i e m p o , las n e c e s i d a d e s i n d i v i d u a l e s y e l a n s i a d e g o c e s , h a n
c r e c i d o e n t o d o s l o s s e c t o r e s ; u n l u j o i n s ó l i t o se h a e x t e n d i d o h a s t a
p e n e t r a r e n c a p a s s o c i a l e s a las q u e j a m á s h a b í a l l e g a d o a n t e s ; l a i r r e -
ligiosidad, el descontento y la ambición, h a n a u m e n t a d o en amplios
s e c t o r e s d e l p u e b l o ; e l e x t r a o r d i n a r i o i n c r e m e n t o d e l c o m e r c i o y las
redes de telégrafos y teléfonos q u e e n v u e l v e n e l m u n d o , h a n m o d i f i -
c a d o t o t a l m e n t e e l r i t m o d e l a v i d a : t o d o es p r i s a y a g i t a c i ó n ; l a n o c h e
se a p r o v e c h a p a r a v i a j a r , e l d í a p a r a l o s n e g o c i o s , y h a s t a l o s ' V i a j e s d e
r e c r e o " e x i g e n u n esfuerzo a l sistema n e r v i o s o . Las g r a n d e s crisis p o -
líticas, i n d u s t r i a l e s o financieras, l l e v a n su agitación a círculos sociales
m u c h o m á s e x t e n s o s . L a p a r t i c i p a c i ó n e n l a v i d a p o l í t i c a se h a h e c h o
g e n e r a l . Las l u c h a s sociales, políticas y religiosas, l a a c t i v i d a d d e los
partidos, la agitación electoral y la vida corporativa, intensificada has-
t a l o i n f i n i t o , a c a l o r a n los c e r e b r o s e i m p o n e n a los espíritus u n n u e -
vo esfuerzo cada día, r o b a n d o e l t i e m p o al descanso, a l sueño y a l a
r e c u p e r a c i ó n d e e n e r g í a s . L a v i d a d e las g r a n d e s c i u d a d e s es c a d a v e z
más refinada e i n t r a n q u i l a . Los nervios, agotados, buscan fuerzas e n
e x c i t a n t e s c a d a vez m á s f u e r t e s , e n p l a c e r e s i n t e n s a m e n t e e s p e c i a d o s ,
f a t i g á n d o s e a ú n m á s e n e l l o s . L a l i t e r a t u r a m o d e r n a se o c u p a p r e f e -
r e n t e m e n t e d e p r o b l e m a s s o s p e c h o s o s , q u e h a c e n f e r m e n t a r t o d a s las
pasiones y f o m e n t a n la sensualidad, el ansia de placer y el desprecio
d e t o d o s los p r i n c i p i o s éticos y t o d o s los ideales, p r e s e n t a n d o a los
lectores figuras patológicas y cuestiones psicopáticosexuales y revo-
l u c i o n a r i a s . N u e s t r o o í d o es s o b r e e x c i t a d o p o r u n a m ú s i c a r u i d o s a y
v i o l e n t a ; l o s t e a t r o s c a p t a n t o d o s l o s s e n t i d o s c o n sus r e p r e s e n t a c i o -
n e s e x c i t a n t e s , e i n c l u s o las a r t e s p l á s t i c a s se o r i e n t a n c o n p r e f e r e n c i a
hacia lo feo, r e p u g n a n t e o excitante, sin espantarse de presentar a
nuestros ojos, c o n u n r e p u g n a n t e r e a l i s m o , l o más h o r r i b l e q u e l a
realidad puede ofrecernos.
"Este c u a d r o g e n e r a l , q u e n o s señala ya e n n u e s t r a c u l t u r a m o d e r -
n a t o d a u n a s e r i e d e p e l i g r o s , p u e d e ser a ú n c o m p l e t a d o c o n l a a d i -
ción de algunos detalles."
B i n s w a n g e r : ' * "Se i n d i c a e s p e c i a l m e n t e l a n e u r a s t e n i a c o m o u n a
e n f e r m e d a d p o r c o m p l e t o m o d e r n a , y B e a r d , a q u i e n d e b e m o s su
p r i m e r a descripción detallada, creía h a b e r descubierto u n a n u e v a
e n f e r m e d a d n e r v i o s a n a c i d a e n suelo a m e r i c a n o . Esta hipótesis era,
n a t u r a l m e n t e , errónea; pero el hecho de haber sido u n m é d i c o ame-
r i c a n o q u i e n p r i m e r a m e n t e p u d i e s e a p r e h e n d e r y r e t e n e r , c o m o se-
c u e l a d e u n a a m p l i a e x p e r i e n c i a clínica, los s i n g u l a r e s rasgos d e esta
e n f e r m e d a d , demuestra la íntima c o n e x i ó n de la m i s m a c o n la vida
m o d e r n a , c o n l a fiebre d e d i n e r o y c o n l o s e n o r m e s p r o g r e s o s t é c n i -
cos q u e h a n e c h a d o p o r t i e r r a t o d o s l o s o b s t á c u l o s d e t i e m p o y e s p a -
cio opuestos antes a la vida de relación."
K r a f f t - E b i n g : ^ " E n n u e s t r a s m o d e r n a s s o c i e d a d e s c i v i l i z a d a s , es i n -
finito el n ú m e r o de h o m b r e s cuya vida integra u n a p l e n i t u d de facto-
res antihigiénicos m á s q u e s u f i c i e n t e p a r a e x p l i c a r e l i n c r e m e n t o d e
la n e r v i o s i d a d , pues tales factores actúan p r i m e r a y p r i n c i p a l m e n t e
s o b r e e l c e r e b r o . L a s c i r c u n s t a n c i a s s o c i a l e s y p o l í t i c a s , y m á s a ú n las
m e r c a n t i l e s , i n d u s t r i a l e s y a g r a r i a s , d e las n a c i o n e s c i v i l i z a d a s , h a n s u -
f r i d o , e n el curso d e l último decenio, modificaciones q u e h a n trans-
f o r m a d o p o r c o m p l e t o l a p r o p i e d a d y las a c t i v i d a d e s p r o f e s i o n a l e s y
c i u d a d a n a s , t o d o e l l o a c o s t a d e l s i s t e m a n e r v i o s o , q u e se v e o b l i g a d o
a r e s p o n d e r a l i n c r e m e n t o d e las e x i g e n c i a s s o c i a l e s y e c o n ó m i c a s ,
c o n u n g a s t o m a y o r d e e n e r g í a , p a r a c u y a r e p o s i c i ó n n o se l e c o n c e -
de, además, descanso suficiente."
D e estas t e o r í a s , así c o m o d e o t r a s m u c h a s d e a n á l o g o c o n t e n i d o ,
n o p o d e m o s d e c i r q u e s e a n t o t a l m e n t e i n e x a c t a s , p e r o sí q u e r e s u l -
t a n i n s u f i c i e n t e s p a r a e x p l i c a r las p e c u l i a r i d a d e s d e las p e r t u r b a c i o -
n e s n e r v i o s a s y, s o b r e t o d o , q u e d e s a t i e n d e n p r e c i s a m e n t e e l f a c t o r
e t i o l ó g i c o más i m p o r t a n t e . P r e s c i n d i e n d o , e n efecto, de los estados
i n d e t e r m i n a d o s d e " n e r v i o s i d a d " y a t e n i é n d o n o s t a n s ó l o a las f o r m a s
neuropatológicas p r o p i a m e n t e dichas, vemos reducirse la influencia
perjudicial de la cultura, a u n a coerción nociva de la vida sexual de
los p u e b l o s civilizados ( o d e los estratos sociales c u l t o s ) , p o r l a m o r a l
sexual c u l t u r a l e n ellos i m p e r a n t e .
E n u n a serie de escritos profesionales, h e t r a t a d o ya de a p o r t a r l a
p r u e b a d e e s t a a f i r m a c i ó n . N o h e d e r e p e t i r l a a q u í , p e r o sí e x t r a c t a r é
los a r g u m e n t o s principales, d e d u c i d o s de m i s investigaciones.
* " D i e Pathologie u n d Therapie d e r Neurasthenie", 1896.

^ "Nervositát u n d neurasthenische Zustánde", 1895.
U n a c o n t i n u a y p e n e t r a n t e observación clínica nos autoriza a dis-

t i n g u i r e n l o s e s t a d o s n e u r o p a t o l ó g i c o s , d o s g r a n d e s g r u p o s : las neuro-
sis p r o p i a m e n t e d i c h a s y las psiconeurosis. E n las p r i m e r a s , l o s s í n t o m a s ,
s o m á t i c o s o p s í q u i c o s , p a r e c e n ser d e n a t u r a l e z a tóxica, c o m p o r t á n d o -
se i d é n t i c a m e n t e a l o s f e n ó m e n o s c o n s e c u t i v o s a u n a i n c o r p o r a c i ó n
exagerada o a u n a privación r e p e n t i n a de ciertos tóxicos d e l sistema
n e r v i o s o . Estas n e u r o s i s — s i n t e t i z a d a s g e n e r a l m e n t e b a j o e l c o n c e p t o
d e n e u r a s t e n i a — p u e d e n s e r o r i g i n a d a s , s i n q u e sea i n d i s p e n s a b l e l a
colaboración de u n a tara hereditaria, p o r ciertas a n o r m a l i d a d e s n o -
civas d e l a v i d a s e x u a l , c o r r e s p o n d i e n d o p r e c i s a m e n t e l a f o r m a d e l a
e n f e r m e d a d a la naturaleza especial de dichas a n o r m a l i d a d e s , y ello
de tal m a n e r a , q u e d e l c u a d r o clínico puede deducirse d i r e c t a m e n t e ,
m u c h a s veces, l a especial e t i o l o g í a sexual. A h o r a b i e n , e n t r e l a f o r -
m a d e l a e n f e r m e d a d n e r v i o s a y las r e s t a n t e s i n f l u e n c i a s n o c i v a s d e
la c u l t u r a , señaladas p o r los distintos autores, n o aparece j a m á s u n a
tal c o r r e s p o n d e n c i a regular. H a b r e m o s , pues, de considerar el factor
s e x u a l c o m o e l m á s e s e n c i a l e n l a c a u s a c i ó n d e las n e u r o s i s p r o p i a -
m e n t e dichas.
E n las p s i c o n e u r o s i s , es m á s i m p o r t a n t e l a i n f l u e n c i a h e r e d i t a r i a
y m e n o s transparente la causación. U n m é t o d o singular de investi-
g a c i ó n , c o n o c i d o c o n e l n o m b r e d e psicoanálisis, h a p e r m i t i d o des-
c u b r i r q u e los s í n t o m a s d e estos p a d e c i m i e n t o s ( h i s t e r i a , n e u r o s i s
o b s e s i v a , e t c . ) s o n d e c a r á c t e r psicógeno y d e p e n d e n d e l a a c c i ó n d e
c o m p l e j o s i n c o n s c i e n t e s ( r e p r i m i d o s ) d e r e p r e s e n t a c i o n e s . Este m i s -
m o m é t o d o n o s h a l l e v a d o t a m b i é n a l c o n o c i m i e n t o d e tales c o m -
plejos, revelándonos que integran, e n general, u n c o n t e n i d o sexual,
p u e s n a c e n d e las n e c e s i d a d e s s e x u a l e s d e i n d i v i d u o s i n s a t i s f e c h o s y
r e p r e s e n t a n , p a r a e l l o s , u n a e s p e c i e d e satisfacción s u s t i t u t i v a . D e este
m o d o , h a b r e m o s de ver e n todos aquellos factores q u e dañan la vida
s e x u a l , c o h i b e n s u a c t i v i d a d o d e s p l a z a n sus fines, f a c t o r e s p a t ó g e n o s
t a m b i é n d e las p s i c o n e u r o s i s .
E l v a l o r d e l a diferenciación teórica e n t r e n e u r o s i s tóxicas y n e u -
rosis psicógenas n o q u e d a d i s m i n u i d o p o r e l h e c h o d e q u e e n l a m a -
y o r í a d e las p e r s o n a s n e r v i o s a s p u e d a n o b s e r v a r s e p e r t u r b a c i o n e s d e
ambos orígenes.
A q u e l l o s q u e se h a l l a n d i s p u e s t o s a b u s c a r c o n m i g o l a e t i o l o g í a
de la n e r v i o s i d a d e n ciertas a n o r m a l i d a d e s nocivas de la vida sexual,
leerán c o n interés los d e s a r r o l l o s q u e s i g u e n , destinados a insertar e l
tema d e l i n c r e m e n t o de la nerviosidad en u n más a m p l i o contexto.
N u e s t r a c u l t u r a d e s c a n s a t o t a l m e n t e e n l a c o e r c i ó n d e las p u l s i o -
nes. T o d o s y cada u n o h e m o s r e n u n c i a d o a u n a p a r t e d e n u e s t r o p o -
d e r í o , a u n a p a r t e d e las t e n d e n c i a s a g r e s i v a s y v i n d i c a t i v a s d e n u e s t r a
p e r s o n a l i d a d , y d e estas a p o r t a c i o n e s , h a n a c i d o l a c o m ú n p r o p i e d a d
c u l t u r a l d e bienes materiales e ideales. L a v i d a m i s m a , y quizá m u y
p r i n c i p a l m e n t e los s e n t i m i e n t o s f a m i l i a r e s , d e r i v a d o s d e l e r o t i s m o ,
h a n sido los factores q u e h a n m o v i d o a l h o m b r e a t a l r e n u n c i a , l a
c u a l h a i d o h a c i é n d o s e cada vez m á s a m p l i a e n e l c u r s o d e l d e s a r r o l l o
d e l a c u l t u r a . P o r s u p a r t e , l a r e l i g i ó n se h a a p r e s u r a d o a s a n c i o n a r
i n m e d i a t a m e n t e tales l i m i t a c i o n e s progresivas, o f r e n d a n d o a l a d i v i -
n i d a d , c o m o u n s a c r i f i c i o , c a d a n u e v a r e n u n c i a a l a s a t i s f a c c i ó n d e las
p u l s i o n e s y d e c l a r a n d o " s a g r a d o " e l n u e v o p r o v e c h o así a p o r t a d o a
la colectividad. Aquellos i n d i v i d u o s a quienes u n a constitución i n d o -
m a b l e i m p i d e i n c o r p o r a r s e a esta r e p r e s i ó n g e n e r a l d e las p u l s i o n e s ,
son considerados, p o r la sociedad, c o m o "delincuentes" y declarados
f u e r a d e l a l e y , a m e n o s q u e s u p o s i c i ó n s o c i a l o sus c u a l i d a d e s s o b r e -
salientes les p e r m i t a n i m p o n e r s e c o m o " g r a n d e s h o m b r e s " o como
"héroes".
L a p u l s i ó n s e x u a l — o m e j o r d i c h o , las p u l s i o n e s s e x u a l e s , p u e s l a
i n v e s t i g a c i ó n a n a l í t i c a e n s e ñ a q u e l a p u l s i ó n s e x u a l es u n c o m p u e s t o
d e m u c h a s p u l s i o n e s p a r c i a l e s — se h a l l a p r o b a b l e m e n t e m á s d e s a r r o -
l l a d a e n e l h o m b r e q u e e n l o s d e m á s a n i m a l e s s u p e r i o r e s y es, d e s d e
l u e g o , e n él, m u c h o m á s c o n s t a n t e , p u e s t o q u e h a s u p e r a d o casi p o r
c o m p l e t o l a p e r i o d i c i d a d a l a c u a l aparece sujeto e n los a n i m a l e s . P o n e
a l a disposición de la labor cultural, grandes m a g n i t u d e s de energía,
pues posee e n alto grado, la p e c u l i a r i d a d de p o d e r desplazar su fin
sin p e r d e r g r a n d e m e n t e e n i n t e n s i d a d . Esta p o s i b i l i d a d d e c a m b i a r e l
fin s e x u a l p r i m i t i v o p o r o t r o , y a n o s e x u a l , p e r o p s í q u i c a m e n t e afín
a l p r i m e r o , es l o q u e d e s i g n a m o s c o n e l n o m b r e d e c a p a c i d a d d e su-
blimación. C o n t r a s t a n d o c o n u n a t a l f a c u l t a d d e d e s p l a z a m i e n t o , q u e
c o n s t i t u y e s u v a l o r c u l t u r a l , es t a m b i é n s u s c e p t i b l e , l a p u l s i ó n s e x u a l ,
de tenaces fijaciones, q u e l o i n u t i l i z a n p a r a t o d o fin c u l t u r a l y l o d e -
generan conduciéndole a las l l a m a d a s a n o r m a l i d a d e s sexuales. L a
e n e r g í a o r i g i n a l d e l a p u l s i ó n s e x u a l varía, p r o b a b l e m e n t e , c o n e l s u -
j e t o , e i g u a l m e n t e , desde l u e g o , su p a r t e susceptible d e sublimación.
A n u e s t r o j u i c i o , l a o r g a n i z a c i ó n c o n g é n i t a es l a q u e p r i m e r a m e n t e
d e c i d e q u é p a r t e d e l a p u l s i ó n p o d r á ser s u s c e p t i b l e d e sublimación
e n c a d a i n d i v i d u o ; p e r o a d e m á s las i n f l u e n c i a s d e l a v i d a y l a a c c i ó n
d e l intelecto sobre el aparato anímico, consiguen s u b l i m a r otra nueva
p a r t e . C l a r o e s t á q u e este p r o c e s o d e d e s p l a z a m i e n t o n o p u e d e ser
c o n t i n u a d o hasta lo i n f i n i t o , c o m o t a m p o c o p u e d e serlo la transfor-
mación d e l calor en trabajo mecánico, en nuestras maquinarias. Para
l a i n m e n s a m a y o r í a d e las o r g a n i z a c i o n e s , p a r e c e i m p r e s c i n d i b l e u n a
c i e r t a m e d i d a d e satisfacción s e x u a l d i r e c t a , y l a p r i v a c i ó n de esta m e -
d i d a , i n d i v i d u a l m e n t e v a r i a b l e , se p a g a c o n f e n ó m e n o s , q u e p o r s u
d a ñ o f u n c i o n a l y su carácter s u b j e t i v o d i s p l a c i e n t e , h e m o s de c o n s i -
derar c o m o patológicos.
A ú n se n o s a b r e n n u e v a s p e r s p e c t i v a s a l a t e n d e r a l h e c h o d e q u e
l a p u l s i ó n s e x u a l d e l h o m b r e n o t i e n e o r i g i n a r i a m e n t e c o m o fin, l a
reproducción, sino d e t e r m i n a d a s formas de la consecución de pla-
cer.^ A s í se m a n i f i e s t a e f e c t i v a m e n t e e n l a n i ñ e z i n d i v i d u a l , e n l a q u e
a l c a n z a t a l c o n s e c u c i ó n d e p l a c e r , n o s ó l o e n los ó r g a n o s g e n i t a l e s ,
sino también e n otros lugares d e l c u e r p o (zonas erógenas) y p u e d e ,
por lo tanto, prescindir de todo o t r o objeto erótico menos c ó m o d o .
D a m o s a e s t a fase e l n o m b r e d e e s t a d i o d e l autoerotismo y a d s c r i b i m o s
a l a e d u c a c i ó n l a l a b o r d e l i m i t a r l o , pues l a p e r m a n e n c i a e n él, d e
la pulsión sexual, le haría i n c o e r c i b l e e i n a p r o v e c h a b l e u l t e r i o r m e n -
te. E l d e s a r r o l l o de l a p u l s i ó n s e x u a l pasa l u e g o , d e l a u t o e r o t i s m o ,
a l a m o r a u n o b j e t o , y d e l a a u t o n o m í a d e las z o n a s e r ó g e n a s , a l a
s u b o r d i n a c i ó n d e las m i s m a s a l a p r i m a c í a d e l o s g e n i t a l e s , p u e s t o s a l
s e r v i c i o d e l a r e p r o d u c c i ó n . E n e l c u r s o d e esta e v o l u c i ó n , u n a p a r t e
d e l a e x c i t a c i ó n s e x u a l e m a n a d a d e l p r o p i o c u e r p o es i n h i b i d a c o m o
i n a p r o v e c h a b l e p a r a l a r e p r o d u c c i ó n , y e n e l caso m á s f a v o r a b l e , c o n -
d u c i d a a l a s u b l i m a c i ó n . R e s u l t a así, q u e m u c h a p a r t e d e las e n e r g í a s
u t i l i z a b l e s p a r a l a l a b o r c u l t u r a l tiene s u o r i g e n e n l a r e p r e s i ó n d e l o s
elementos perversos de la excitación sexual.
A t e n i é n d o n o s a estas fases e v o l u t i v a s d e l a p u l s i ó n s e x u a l p o d r e -
m o s d i s t i n g u i r tres g r a d o s d e c u l t u r a : u n o , e n el c u a l l a a c t i v i d a d d e
l a p u l s i ó n s e x u a l v a l i b r e m e n t e m á s allá d e l a r e p r o d u c c i ó n ; o t r o , e n
e l q u e l a p u l s i ó n s e x u a l q u e d a c o a r t a d a e n s u t o t a l i d a d , salvo e n l a
p a r t e p u e s t a a l s e r v i c i o d e l a r e p r o d u c c i ó n , y u n t e r c e r o , e n fin, e n e l
c u a l s ó l o l a r e p r o d u c c i ó n l e g í t i m a es c o n s i d e r a d a y p e r m i t i d a c o m o
fin s e x u a l . A e s t e t e r c e r e s t a d i o c o r r e s p o n d e n u e s t r a p r e s e n t e m o r a l
sexual " c u l t u r a l " .
T o m a n d o c o m o n i v e l e l s e g u n d o d e estos estadios, c o m p r o b a m o s
^ Cf. Tres ensayos de teoría sexual. Obras completas, vol. v u , Buenos Aires, Amorrortu,
1976.
ya l a existencia de m u c h a s personas a q u i e n e s su organización no

p e r m i t e p l e g a r s e a las n o r m a s e n é l i m p e r a n t e s . H a l l a m o s , e n e f e c -
to, series enteras d e i n d i v i d u o s , e n los cuales, l a c i t a d a e v o l u c i ó n d e
la pulsión sexual desde el a u t o e r o t i s m o al a m o r a u n o b j e t o , c o n la
r e u n i ó n d e l o s g e n i t a l e s c o m o fin, n o h a t e n i d o e f e c t o d e u n m o d o
c o r r e c t o y c o m p l e t o , y d e estas p e r t u r b a c i o n e s d e l d e s a r r o l l o , r e s u l -
t a n dos distintas d e r i v a c i o n e s nocivas d e la s e x u a l i d a d n o r m a l , esto
es, p r o p u l s o r a d e l a c u l t u r a , d e s v i a c i o n e s q u e se c o m p o r t a n e n t r e sí
c o m o u n p o s i t i v o y u n n e g a t i v o . Trátase aquí — e x c e p t u a n d o a a q u e -
llas p e r s o n a s q u e p r e s e n t a n u n a pulsión sexual e x a g e r a d a m e n t e i n -
t e n s a e i n d o m a b l e — d e las d i v e r s a s e s p e c i e s d e perversos, e n los q u e
una fijación i n f a n t i l a u n fin s e x u a l p r o v i s i o n a l , h a d e t e n i d o l a p r i -
m a c í a d e l a f u n c i ó n r e p r o d u c t o r a , y e n s e g u n d o l u g a r , d e l o s homo-
sexuales o invertidos, e n los cuales y d e u n m o d o a ú n n o e x p l i c a d o p o r
c o m p l e t o , la pulsión sexual h a q u e d a d o desviada d e l sexo c o n t r a r i o .
Si e l d a ñ o d e estas d o s clases d e p e r t u r b a c i o n e s d e l d e s a r r o l l o es, e n
r e a l i d a d , m e n o r d e l o q u e p o d r í a e s p e r a r s e , e l l o se d e b e s i n d u d a a l a
c o m p l e j a c o m p o s i c i ó n de la pulsión sexual, que p e r m i t e u n a estructu-
ración final aprovechable de la vida sexual, a u n c u a n d o u n o o varios
c o m p o n e n t e s de la pulsión hayan q u e d a d o excluidos d e l desarrollo.
A s í , l a c o n s t i t u c i ó n d e l o s i n v e r t i d o s u h o m o s e x u a l e s se c a r a c t e r i z a
f r e c u e n t e m e n t e p o r u n a especial a p t i t u d de la pulsión sexual para la
sublimación cultural.
D e t o d o s m o d o s , u n d e s a r r o l l o i n t e n s o o h a s t a e x c l u s i v o d e las p e r -
versiones o de la h o m o s e x u a l i d a d hace desgraciado al sujeto corres-
p o n d i e n t e y l e i n u t i l i z a s o c i a l m e n t e , r e s u l t a n d o así q u e y a las e x i g e n -
c i a s c u l t u r a l e s d e l s e g u n d o g r a d o h a n d e ser r e c o n o c i d a s c o m o u n a
f u e n t e de d o l o r p a r a u n c i e r t o sector de la h u m a n i d a d . L o s destinos
d e estas p e r s o n a s c u y a c o n s t i t u c i ó n d i f i e r e d e l a d e sus c o n g é n e r e s ,
s o n m u y diversos, según la m a y o r o m e n o r energía d e su pulsión
sexual. D a d a u n a pulsión sexual débil, p u e d e n los perversos alcanzar
una c o e r c i ó n t o t a l d e a q u e l l a s t e n d e n c i a s q u e les sitúan e n c o n f l i c -
t o c o n las e x i g e n c i a s m o r a l e s d e s u g r a d o d e c u l t u r a . P e r o é s t e es
t a m b i é n s u ú n i c o r e n d i m i e n t o , p u e s a g o t a n e n t a l i n h i b i c i ó n d e sus
p u l s i o n e s s e x u a l e s t o d a s las e n e r g í a s q u e d e o t r o m o d o a p l i c a r í a n a l a
labor cultural. Q u e d a n reducidos a su p r o p i a l u c h a i n t e r i o r y parali-
z a d o s p a r a t o d a a c c i ó n e x t e r i o r . Se d a e n e l l o s e l m i s m o c a s o q u e m á s
adelante volveremos a hallar al ocuparnos de la abstinenciaexigida e n
el t e r c e r g r a d o c u l t u r a l .
D a d a u n a pulsión sexual m u y intensa, p e r o p e r v e r s a , p u e d e n espe-

r a r s e d o s d e s e n l a c e s . E l p r i m e r o , q u e b a s t a r á c o n e n u n c i a r , es q u e e l
s u j e t o p e r m a n e z c a p e r v e r s o y c o n d e n a d o a s o p o r t a r las c o n s e c u e n -
cias d e s u d i v e r g e n c i a d e n i v e l c u l t u r a l . E l s e g u n d o es m u c h o más
interesante y consiste e n q u e , bajo la i n f l u e n c i a de la e d u c a c i ó n y
d e las e x i g e n c i a s s o c i a l e s , se a l c a n z a , sí, u n a c i e r t a i n h i b i c i ó n d e las
pulsiones perversas, p e r o u n a inhibición que e n realidad n o l o g r a p o r
c o m p l e t o s u fin, p u d i e n d o c a l i f i c a r s e d e i n h i b i c i ó n firustrada. Las p u l -
s i o n e s s e x u a l e s c o a r t a d a s n o se e x t e r i o r i z a n y a , d e s d e l u e g o , c o m o t a -
les —^y e n e s t o c o n s i s t e e l é x i t o p a r c i a l d e l p r o c e s o i n h i b i t o r i o — p e r o
sí e n o t r a f o r m a i g u a l m e n t e n o c i v a p a r a e l i n d i v i d u o y q u e l e i n u t i l i z a ,
p a r a t o d a l a b o r s o c i a l , t a n e n a b s o l u t o c o m o le h u b i e r a i n u t i l i z a d o l a
s a t i s f a c c i ó n i n m o d i f i c a d a d e las p u l s i o n e s i n h i b i d a s . E n e s t o ú l t i m o
consiste e l fracaso p a r c i a l de procesos, fracaso q u e a l a larga, a n u l a
e l é x i t o . L o s f e n ó m e n o s s u s t i t u t i v o s p r o v o c a d o s e n este c a s o , p o r l a
i n h i b i c i ó n d e las p u l s i o n e s , c o n s t i t u y e n a q u e l l o q u e d e s i g n a m o s c o n
el n o m b r e de n e r v i o s i d a d y más especialmente, c o n el de psiconeu-
rosis. L o s n e u r ó t i c o s son a q u e l l o s h o m b r e s q u e p o s e y e n d o u n a o r g a -
n i z a c i ó n d e s f a v o r a b l e , l l e v a n a c a b o , b a j o e l i n f l u j o d e las e x i g e n c i a s
c u l t u r a l e s , u n a i n h i b i c i ó n a p a r e n t e y e n e l f o n d o f r a c a s a d a , d e sus
p u l s i o n e s y q u e , p o r ello, sólo c o n u n e n o r m e gasto de energías y su-
f r i e n d o u n c o n t i n u o e m p o b r e c i m i e n t o interior, p u e d e n sostener su
colaboración en la obra cultural o tienen que abandonarla temporal-
m e n t e , p o r e n f e r m e d a d . C a l i f i c a m o s a las n e u r o s i s , d e " n e g a t i v o " d e
las p e r v e r s i o n e s , p o r q u e c o n t i e n e n , e n e s t a d o d e " r e p r e s i ó n " las m i s -
m a s t e n d e n c i a s , las c u a l e s , d e s p u é s d e l p r o c e s o r e p r e s o r , c o n t i n ú a n
a c t u a n d o desde lo inconsciente.
L a e x p e r i e n c i a enseña, q u e p a r a la mayoría de los h o m b r e s , existe
u n a f r o n t e r a , m á s allá d e l a c u a l n o p u e d e n s e g u i r s u c o n s t i t u c i ó n
las e x i g e n c i a s c u l t u r a l e s . T o d o s a q u e l l o s q u e q u i e r e n ser m á s n o b l e s
d e l o q u e s u c o n s t i t u c i ó n les p e r m i t e , s u c u m b e n a l a n e u r o s i s . Se e n -
c o n t r a r í a n m e j o r si les h u b i e r a s i d o p o s i b l e ser p e o r e s . L a a f i r m a c i ó n
d e q u e l a p e r v e r s i ó n y l a n e u r o s i s se c o m p o r t a n c o m o u n p o s i t i v o y
u n negativo, encuentra, con frecuencia, u n a p r u e b a inequívoca en la
o b s e r v a c i ó n d e s u j e t o s p e r t e n e c i e n t e s a u n a m i s m a g e n e r a c i ó n . N o es
r a r o e n c o n t r a r u n a p a r e j a d e h e r m a n o s e n l a q u e e l v a r ó n es u n p e r -
verso sexual y la h e m b r a , dotada, c o m o tal, de u n a pulsión sexual más
d é b i l , u n a n e u r ó t i c a , p e r o c o n l a p a r t i c u l a r i d a d d e q u e sus s í n t o m a s
e x p r e s a n las m i s m a s t e n d e n c i a s q u e las p e r v e r s i o n e s d e l h e r m a n o .
más activamente sexual. Correlativamente, e n m u c h a s familias, son

l o s h o m b r e s sanos, p e r o i n m o r a l e s h a s t a u n p u n t o i n d e s e a b l e , y las
mujeres, nobles y refinadas, p e r o gravemente nerviosas.
U n a d e l a s m á s e v i d e n t e s i n j u s t i c i a s s o c i a l e s es l a d e q u e e l e s t á n d a r
c u l t u r a l e x i j a d e t o d a s las p e r s o n a s l a m i s m a c o n d u c t a s e x u a l , q u e , f á -
c i l d e o b s e r v a r p a r a a q u e l l o s c u y a c o n s t i t u c i ó n se l o p e r m i t e , i m p o n e
a o t r o s los m á s graves s a c r i f i c i o s p s í q u i c o s . A u n q u e c l a r o está q u e esta
i n j u s t i c i a q u e d a e l u d i d a e n l a m a y o r p a r t e d e los casos, p o r l a t r a n s -
gresión de los preceptos morales.
Hasta aquí, hemos desarrollado nuestras observaciones refirién-
d o n o s a las e x i g e n c i a s p l a n t e a d s i s a l i n d i v i d u o e n e l s e g u n d o d e l o s
grados d e c u l t u r a p o r nosotros supuestos, e n e l cual sólo q u e d a n p r o -
h i b i d a s las a c t i v i d a d e s s e x u a l e s l l a m a d a s p e r v e r s a s , c o n c e d i é n d o s e , e n
cambio, amplia libertad, al comercio sexual considerado c o m o n o r -
m a l . H e m o s c o m p r o b a d o , q u e y a c o n e s t a d i s t r i b u c i ó n d e las l i b e r t a -
des y las r e s t r i c c i o n e s sexuales, q u e d a s i t u a d o a l m a r g e n , c o m o p e r -
verso, t o d o u n g r u p o de individuos, y sacrificado a la nerviosidad otro,
f o r m a d o p o r a q u e l l o s s u j e t o s q u e se e s f u e r z a n e n n o s e r p e r v e r s o s ,
d e b i é n d o l o s e r p o r s u c o n s t i t u c i ó n . N o es d i f í c i l p r e v e r e l r e s u l t a d o
q u e habrá de obtenerse al restringir aún más la libertad sexual, p r o -
h i b i e n d o t o d a a c t i v i d a d d e este o r d e n f u e r a d e l m a t r i m o n i o l e g í t i m o ,
c o m o sucede e n e l t e r c e r o d e los g r a d o s de c u l t u r a antes supuestos. E l
n ú m e r o d e i n d i v i d u o s f u e r t e s q u e h a b r á n d e s i t u a r s e e n firanca r e b e l -
d í a c o n t r a las e x i g e n c i a s c u l t u r a l e s , a u m e n t a r á d e u n m o d o e x t r a o r -
d i n a r i o , e i g u a l m e n t e , e l d e los débiles q u e e n su c o n f l i c t o e n t r e l a
p r e s i ó n d e las i n f l u e n c i a s c u l t u r a l e s y l a r e s i s t e n c i a d e l a c o n s t i t u c i ó n ,
se r e f u g i a r á n e n l a e n f e r m e d a d n e u r ó t i c a .
S u r g e n a q u í t r e s i n t e r r o g a c i o n e s : 1 ] C u á l es l a l a b o r q u e las e x i g e n -
cias d e l t e r c e r g r a d o d e c u l t u r a p l a n t e a n a l i n d i v i d u o ; 2 ] Si l a satisfac-
c i ó n sexual legítima p e r m i t i d a consigue ofrecer u n a c o m p e n s a c i ó n
a c e p t a b l e d e l a r e n u n c i a e x i g i d a , y 3 ] C u á l es l a p r o p o r c i ó n e n t r e l o s
d2iños e v e n t u a l e s d e t a l r e n u n c i a y sus p r o v e c h o s c u l t u r a l e s .
L a r e s p u e s t a a l a p r i m e r a c u e s t i ó n r o z a u n p r o b l e m a varias veces
t r a t a d o y a y c u y a d i s c u s i ó n n o es p o s i b l e a g o t a r a q u í : e l p r o b l e m a d e
la abstinencia sexual. L o q u e nuestro tercer g r a d o de cultura exige
a l i n d i v i d u o es, e n a m b o s s e x o s , l a a b s t i n e n c i a h a s t a e l m a t r i m o n i o o
h a s t a e l fin d e l a v i d a p a r a a q u e l l o s q u e n o l o c o n t r a i g a n . L a a f i r m a -
c i ó n , g r a t a a t o d a s las a u t o r i d a d e s , d e q u e l a a b s t i n e n c i a s e x u a l n o
t r a e c o n s i g o d a ñ o a l g u n o , n i es s i q u i e r a difi^cil d e o b s e r v a r , h a s i d o
s o s t e n i d a t a m b i é n p o r m u c h o s m é d i c o s . P e r o n o es a r r i e s g a d o a s e g u -
r a r q u e l a tarea d e d o m i n a r , p o r m e d i o s d i s t i n t o s d e l a satisfacción,
u n i m p u l s o t a n p o d e r o s o c o m o e l d e l a p u l s i ó n s e x u a l , es t a n a r d u a ,
q u e p u e d e a c a p a r a r t o d a s las e n e r g í a s d e l i n d i v i d u o . E l d o m i n i o p o r
m e d i o d e l a , s u b l i m a c i ó n , e s t o es, p o r l a d e s v i a c i ó n d e las f i i e r z a s i n s -
tintivas s e x u a l e s h a c i a fines c u l t u r a l e s e l e v a d o s , n o es a s e q u i b l e s i n o a
u n a l i m i t a d a m i n o r í a , y a u n a ésta, s ó l o t e m p o r a l m e n t e , y c o n m á x i -
m a dificultad dursmte la fogosa é p o c a j u v e n i l . L a inmensa mayoría
s u c u m b e a l a n e u r o s i s o sufi-e o t r o s d i s t i n t o s d a ñ o s . L a e x p e r i e n c i a
d e m u e s t r a q u e l a m a y o r p a r t e d e las p e r s o n a s q u e c o m p o n e n n u e s t r a
sociedad n o poseen el t e m p l e constitucional necesario para la labor
que plantea la observación de la abstinencia.Aquellos que hubieran
e n f e r m a d o d a d a u n a m e n o r restricción sexual, e n f e r m a n antes y más
i n t e n s a m e n t e b a j o las e x i g e n c i a s d e n u e s t r a m o r a l s e x u a l c u l t u r a l
contemporánea, pues c o n t r a la amenaza de la tendencia sexual nor-
m a l p o r disposición defectuosa o trastornos d e l desarrollo, n o cono-
c e m o s garantía más s e g u r a q u e l a m i s m a satisfacción sexual. C u a n t o
m a y o r es l a d i s p o s i c i ó n d e u n a p e r s o n a a l a n e u r o s i s , p e o r s o p o r t a l a
a b s t i n e n c i a , t o d a v e z q u e l a s p u l s i o n e s p a r c i a l e s q u e se s u s t r a e n a l d e -
s a r r o l l o n o r m a l a n t e s d e s c r i t o , se h a c e n , a l m i s m o tiempo, tanto más
i n c o e r c i b l e s . P e r o t a m b i é n a q u e l l o s s u j e t o s q u e b a j o las e x i g e n c i a s d e l
s e g u n d o g r a d o d e c u l t u r a h u b i e r a n p e r m a n e c i d o sanos, s u c u m b e n
aquí a l a neurosis e n g r a n n ú m e r o , pues l a prohibición eleva c o n -
s i d e r a b l e m e n t e e l v a l o r p s í q u i c o d e l a satisfacción sexual. L a l i b i d o
e s t a n c a d a se h a c e a p t a p a r a p e r c i b i r a l g u n o d e l o s p u n t o s d é b i l e s q u e
j a m á s f a l t a n e n l a e s t r u c t u r a d e u n a vita sexuaüs y se a b r e p a s o , p o r
él, h a s t a l a satisfacción sustitutiva n e u r ó t i c a , e n f o r m a d e síntomas
p a t o l ó g i c o s . A p r e n d i e n d o a p e n e t r a r e n l a c o n d i c i o n a l i d a d d e las
e n f e r m e d a d e s n e r v i o s a s , se a d q u i e r e p r o n t o l a c o n v i c c i ó n d e q u e s u
incremento e n nuestra sociedad m o d e r n a , procede del a u m e n t o de
las r e s t r i c c i o n e s s e x u a l e s .
T ó c a n o s e x a m i n a r , a h o r a , l a c u e s t i ó n d e si e l c o m e r c i o s e x u a l d e n -
t r o d e l m a t r i m o n i o l e g í t i m o p u e d e ofi"ecer u n a c o m p e n s a c i ó n t o t a l
de l a restricción sexual a n t e r i o r a l m i s m o . E l m a t e r i a l e n q u e fun-
d a m e n t a r u n a r e s p u e s t a n e g a t i v a se n o s o f i ' e c e t a n a b u n d a n t e , q u e
sólo m u y sintéticamente p o d r e m o s e x p o n e r l o . R e c o r d a r e m o s ante
todo, que nuestra m o r a l sexual cultural restringe también el comercio
sexual a u n d e n t r o d e l m a t r i m o n i o m i s m o , o b l i g a n d o a los cónyuges
a satisfacerse c o n u n n ú m e r o p o r l o g e n e r a l m u y l i m i t a d o d e c o n c e p -
c i o n e s . P o r esta c i r c u n s t a n c i a , n o existe t a m p o c o , e n e l m a t r i m o n i o ,
u n c o m e r c i o sexual satisfactorio más q u e d u r a n t e a l g u n o s años, de los
cuales hay q u e d e d u c i r , además, aquellos p e r i o d o s e n los q u e l a m u j e r
d e b e ser r e s p e t a d a p o r r a z o n e s higiénicas. A l c a b o d e estos tres, c u a t r o
o cinco años, el m a t r i m o n i o falla p o r c o m p l e t o e n cuanto h a p r o m e -
t i d o l a s a t i s f a c c i ó n d e las n e c e s i d a d e s s e x u a l e s , p u e s t o d o s l o s m e d i o s
i n v e n t a d o s hasta el día p a r a evitar la c o n c e p c i ó n d i s m i n u y e n el placer
s e x u a l , r e p u g n a n a l a s e n s i b i l i d a d d e los c ó n y u g e s o s o n d i r e c t a m e n t e
p e r j u d i c i a l e s p a r a l a s a l u d . E l t e m o r a las c o n s e c u e n c i a s d e l c o m e r c i o
s e x u a l h a c e d e s a p a r e c e r p r i m e r o l a t e r n u r a física d e l o s e s p o s o s y m á s
t a r d e , casi s i e m p r e , t a m b i é n l a m u t u a i n c l i n a c i ó n p s í q u i c a d e s t i n a d a
a recoger la herencia de la intensa pasión inicial. Bajo la desilusión
a n í m i c a y l a p r i v a c i ó n c o r p o r a l q u e es así e l d e s t i n o d e l a m a y o r p a r t e
d e l o s m a t r i m o n i o s , se e n c u e n t r a n d e n u e v o t r a n s f e r i d o s l o s c ó n y u g e s
al e s t a d o a n t e r i o r a su enlace, p e r o c o n u n a ilusión m e n o s y sujetos d e
n u e v o a la tarea de d o m i n a r y desviar su pulsión sexual.
N o hemos de entrar a investigar en qué m e d i d a lo logra el h o m -
b r e llegado a p l e n a m a d u r e z ; la experiencia nos m u e s t r a que hace
uso f r e c u e n t e de la p a r t e de l i b e r t a d sexual q u e a u n el más r i g u r o s o
o r d e n s e x u a l l e c o n c e d e , si b i e n e n s e c r e t o y a d i s g u s t o . L a "doble"
m o r a l s e x u a l e x i s t e n t e p a r a e l h o m b r e e n n u e s t r a s o c i e d a d es l a m e j o r
c o n f e s i ó n d e q u e l a s o c i e d a d m i s m a q u e h a p r o m u l g a d o los p r e c e p t o s
respectivos n o cree posible su observancia.
P o r s u p a r t e , las m u j e r e s , q u e e n c a l i d a d d e s u s t r a t o s p r o p i a m e n t e
d i c h o s d e los intereses sexuales d e los h o m b r e s , n o p o s e e n sino e n m u y
escasa m e d i d a , e l d o n d e l a s u b l i m a c i ó n y p a r a las c u a l e s s ó l o d u r a n t e
la l a c t a n c i a p u e d e n c o n s t i t u i r los hijos u n a sustitución suficiente d e l
o b j e t o s e x u a l ; las m u j e r e s , r e p e t i m o s , l l e g a n a c o n t r a e r , b a j o e l i n f l u j o
d e las d e s i l u s i o n e s aportadas p o r la v i d a c o n y u g a l , graves neurosis,
q u e p e r t u r b a n d u r a m e n t e s u e x i s t e n c i a . B a j o las a c t u a l e s n o r m a s c u l -
t u r a l e s , e l m a t r i m o n i o h a c e s a d o d e ser, h a c e m u c h o t i e m p o , e l r e m e -
d i o g e n e r a l d e tod2is las a f e c c i o n e s n e r v i o s a s d e l a m u j e r . L o s m é d i c o s
s a b e m o s ya, p o r e l c o n t r a r i o , q u e p a r a " s o p o r t a r " e l m a t r i m o n i o h a n
d e p o s e e r las m u j e r e s u n a g r a n s a l u d , y t r a t a m o s d e d i s u a d i r a n u e s -
tros clientes, d e c o n t r a e r l o c o n j ó v e n e s q u e ya de solteras h a n d a d o
muestras de nerviosidad. Inversamente, el r e m e d i o de la nerviosidad
o r i g i n a d a p o r e l m a t r i m o n i o sería la i n f i d e l i d a d c o n y u g a l . P e r o c u a n -
t o m á s s e v e r a m e n t e e d u c a d a h a s i d o u n a m u j e r y m á s s e r i a m e n t e se
h a s o m e t i d o a las e x i g e n c i a s d e l a c u l t u r a , t a n t o m á s t e m o r l e i n s p i r a
este r e c u r s o , y e n s u c o n f l i c t o e n t r e sus d e s e o s y sus d e b e r e s , b u s c a u n

r e f u g i o e n l a n e u r o s i s . N a d a p r o t e g e t a n s e g u r a m e n t e su v i r t u d c o m o
la e n f e r m e d a d . E l m a t r i m o n i o , o f r e c i d o c o m o perspectiva consolado-
ra a la pulsión sexual del h o m b r e culto durante toda laj u v e n t u d , n o
llega, pues, a c o n s t i t u i r s i q u i e r a u n a solución d u r a n t e su t i e m p o . N o
d i g a m o s ya a compensar la r e n u n c i a anterior.
A u n r e c o n o c i e n d o estos p e r j u i c i o s d e l a m o r a l s e x u a l c u l t u r a l , se
p u e d e todavía r e s p o n d e r a nuestra tercera interrogación, a l e g a n d o
q u e las c o n q u i s t a s c u l t u r a l e s c o n s i g u i e n t e s a u n a t a n s e v e r a r e s t r i c -
c i ó n s e x u a l , c o m p e n s a n e i n c l u s o s u p e r a n tales p e r j u i c i o s i n d i v i d u a -
les, q u e e n d e f i n i t i v a , s ó l o l l e g a n a a l c a n z a r c i e r t a g r a v e d a d e n u n a
l i m i t a d a minoría. P o r m i parte, m e declaro incapaz de establecer aquí
u n balance de pérdidas y ganancias. Sólo podría aportar aún n u m e r o -
sos d a t o s p a r a l a v a l o r a c i ó n d e las p é r d i d a s . V o l v i e n d o a l t e m a , a n t e s
i n i c i a d o , de la abstinencia, h e de afirmar, que l a m i s m a trae aún consi-
g o o t r o s p e r j u i c i o s d i f e r e n t e s d e las n e u r o s i s , las c u a l e s i n t e g r a n , a d e -
m á s , m u c h a m a y o r i m p o r t a n c i a d e l a q u e e n g e n e r a l se les c o n c e d e .
L a d e m o r a d e l d e s a r r o l l o y de la actividad sexuales a la q u e aspiran
n u e s t r a e d u c a c i ó n y nuestra c u l t u r a , n o trae consigo, e n u n p r i n c i -
p i o , p e l i g r o a l g u n o e i n c l u s o c o n s t i t u y e u n a n e c e s i d a d si t e n e m o s e n
c u e n t a c u a n t a r d e c o m i e n z a n l o s j ó v e n e s d e n u e s t r a s clases i l u s t r a d a s
a v a l é r s e l a s p o r sí m i s m o s y a g a n a r s u v i d a , c i r c u n s t a n c i a e n q u e se n o s
m u e s t r a , además, la íntima relación de todas nuestras instituciones c u l -
t u r a l e s y l a d i f i c u l t a d d e m o d i f i c a r a l g u n o d e sus e l e m e n t o s s i n a t e n d e r
a l o s r e s t a n t e s . P e r o p a s a d o s l o s v e i n t e a ñ o s , l a a b s t i n e n c i a n o está y a
exenta de peligros para el h o m b r e y cuando n o conduce a la nerviosi-
d a d , trae consigo otros distintos daños. Suele decirse, q u e l a l u c h a c o n
la p o d e r o s a pulsión sexual y la necesaria acentuación e n ella, de todos
los p o d e r e s éticos y estéticos d e l a v i d a anímica, " a c e r a n " e l carácter.
E s t o es e x a c t o p a r a a l g u n a s n a t u r a l e z a s f a v o r a b l e m e n t e o r g a n i z a d a s .
A s i m i s m o , h a d e c o n c e d e r s e q u e l a diferenciación d e los caracteres
i n d i v i d u a l e s , t a n a c e n t u a d a h o y e n día, h a sido h e c h a posible p o r l a
r e s t r i c c i ó n s e x u a l . P e r o e n l a i n m e n s a m a y o r í a d e l o s casos, l a l u c h a
c o n t r a l a s e n s u a l i d a d z ^ o t a las e n e r g í a s d i s p o n i b l e s d e l c a r á c t e r , y e l l o
e n u n a é p o c a e n l a q u e e l j o v e n p r e c i s a d e t o d a s sus f u e r z a s , p a r a c o n -
quistar su participación y su puesto e n l a sociedad. L a relación entre l a
sublimación posible y la actividad sexual necesaria oscila, n a t u r a l m e n -
te, m u c h o , según el i n d i v i d u o e incluso según l a profesión. U n artista
a b s t i n e n t e es a l g o a p e n a s p o s i b l e . P o r e l c o n t r a r i o , n o s o n n a d a r a r o s
l o s casos d e a b s t i n e n c i a e n t r e l o s j ó v e n e s c o n s a g r a d o s a u n a d i s c i p l i n a
científica. Estos últimos p u e d e n e x t r a e r d e la a b s t i n e n c i a nuevas e n e r -
gías p a r a e l e s t u d i o . E n c a m b i o , e l artista hallará e n l a a c t i v i d a d sexual,
u n excitante de la función creadora. E n general, tengo la impresión de
que la abstinencia n o c o n t r i b u y e a f o r m a r h o m b r e s de acción, enérgi-
cos e i n d e p e n d i e n t e s , n i p e n s a d o r e s o r i g i n a l e s , o v a l e r o s o s r e f o r m a -
d o r e s , s i n o m á s b i e n h o n r a d a s m e d i a n í a s q u e se s u m e r g e n l u e g o e n l a
g r a n masa, a c o s t u m b r a d a a seguir, c o n c i e r t a resistencia, los i m p u l s o s
iniciados p o r individuos enérgicos.
E n l o s r e s u l t a d o s d e l a l u c h a p o r l a a b s t i n e n c i a se r e v e l a t a m b i é n
la c o n d u c t a v o l u n t a r i o s a y r e b e l d e de la pulsión sexual. L a e d u c a c i ó n
c u l t u r a l n o tendería quizá sino a su c o e r c i ó n t e m p o r a l , hasta e l m a -
t r i m o n i o , c o n l a i n t e n c i ó n d e d e j a r l o l u e g o l i b r e , p a r a s e r v i r s e d e él.
P e r o c o n t r a l a p u l s i ó n t i e n e n m á s é x i t o las m e d i d a s e x t r e m a s q u e las
c o n t e m p o r i z a c i o n e s . L a c o e r c i ó n va c o n f r e c u e n c i a d e m a s i a d o lejos,
d a n d o lugar a que al llegar el m o m e n t o de conceder libertad a la
p u l s i ó n s e x u a l , p r e s e n t e ésta y a d a ñ o s d u r a d e r o s , r e s u l t a d o a l q u e n o
se t e n d í a c i e r t a m e n t e . D e a q u í q u e l a c o m p l e t a a b s t i n e n c i a d u r a n t e
l a j u v e n t u d n o sea, p a r a e l h o m b r e , l a m e j o r p r e p a r a c i ó n a l m a t r i m o -
n i o . A s í l o s o s p e c h a n las m u j e r e s y p r e f i e r e n e n t r e sus p r e t e n d i e n t e s
aquellos q u e h a n d e m o s t r a d o ya, c o n otras m u j e r e s , su m a s c u l i n i d a d .
L o s p e r j u i c i o s d e l a s e v e r a a b s t i n e n c i a e x i g i d a a las m u j e r e s a n t e s d e l
m a t r i m o n i o son especialmente evidentes. L a educación n o debe de
c o n s i d e r a r n a d a fácil l a l a b o r d e c o a r t a r l a s e n s u a l i d a d d e l a j o v e n
hasta su m a t r i m o n i o , pues r e c u r r e , p a r a e l l o , a los m e d i o s más p o d e -
rosos. N o s ó l o p r o h i b e e l c o m e r c i o sexual y ofrece elevadas p r i m a s a
l a c o n s e r v a c i ó n d e l a i n o c e n c i a , s i n o q u e t r a t a d e e v i t a r a las a d o l e s -
centes t o d a tentación, manteniéndolas e n la i g n o r a n c i a d e l p a p e l que
les e s t á r e s e r v a d o y n o t o l e r á n d o l e s i m p u l s o a m o r o s o a l g u n o q u e n o
p u e d a c o n d u c i r a l m a t r i m o n i o . E l r e s u l t a d o es q u e las m u c h a c h a s ,
c u a n d o d e p r o n t o se v e n a u t o r i z a d a s a e n a m o r a r s e p o r las a u t o r i d a d e s
familiares, n o llegan a p o d e r realizar la función psíquica correspon-
d i e n t e y v a n a l m a t r i m o n i o s i n l a s e g u r i d a d d e sus p r o p i o s s e n t i m i e n -
tos. A c o n s e c u e n c i a d e l a d e m o r a a r t i f i c i a l d e l a f u n c i ó n erótica, sólo
desilusiones p r o c u r a n al h o m b r e q u e h a a h o r r a d o p a r a ellas todos
sus d e s e o s . Sus s e n t i m i e n t o s a n í m i c o s p e r m a n e c e n a ú n l i g a d o s a sus
p a d r e s , c u y a a u t o r i d a d c r e ó e n ellas l a c o e r c i ó n s e x u a l , y su c o n d u c t a
c o r p o r a l adolece de frigidez, c o n lo cual q u e d a el h o m b r e p r i v a d o de
t o d o p l a c e r s e x u a l i n t e n s o . I g n o r o si e l t i p o d e m u j e r a n e s t é s i c a e x i s t e
fuera de nuestras civilizaciones, a u n q u e lo creo m u y probable, p e r o

l o c i e r t o es q u e n u e s t r a e d u c a c i ó n c u l t u r a l se e s f u e r z a p r e c i s a m e n t e
e n c u l t i v a r l o , y estas m u j e r e s , q u e c o n c i b e n s i n p l a c e r , n o se m u e s t r a n
m u y d i s p u e s t a s a p a r i r f r e c u e n t e m e n t e c o n d o l o r . R e s u l t a , así, q u e l a
p r e p a r a c i ó n a l m a t r i m o n i o n o c o n s i g u e s i n o h a c e r firacasar l o s fines
d e l m i s m o . Más tarde, c u a n d o l a m u j e r vence ya la d e m o r a artificial-
m e n t e i m p u e s t a a su d e s a r r o l l o sexual, llega a l a c i m a d e su existencia
f e m e n i n a y s i e n t e d e s p e r t a r e n e l l a l a p l e n a c a p a c i d a d d e a m a r , se
e n c u e n t r a c o n q u e las r e l a c i o n e s c o n y u g a l e s se h a n e n f i - i a d o h a c e y a
t i e m p o , y c o m o p r e m i o a su d o c i l i d a d a n t e r i o r le q u e d a l a elección
entre el deseo insatisfecho, la i n f i d e l i d a d o la neurosis.
L a c o n d u c t a s e x u a l d e u n a p e r s o n a c o n s t i t u y e e l prototipo d e t o d a s
sus d e m á s r e a c c i o n e s . A a q u e l l o s h o m b r e s q u e c o n q u i s t a n e n é r g i c a -
m e n t e s u o b j e t o s e x u a l les s u p o n e m o s a n á l o g a e n e r g í a e n l a p e r s e c u -
c i ó n d e o t r o s fines. E n c a m b i o , a q u e l l o s q u e p o r a t e n d e r a t o d a c l a s e
d e c o n s i d e r a c i o n e s , r e n u n c i a n a l a s a t i s f a c c i ó n d e sus p o d e r o s a s p u l -
s i o n e s s e x u a l e s , s e r á n , e n l o s d e m á s casos, m á s c o n c i l i a d o r e s y r e s i g -
n a d o s q u e a c t i v o s . E n las m u j e r e s , p u e d e c o m p r o b a r s e f á c i l m e n t e u n
caso e s p e c i a l d e este p r i n c i p i o d e l a c o n d i c i ó n p r o t o t í p i c a d e l a v i d a
s e x u a l c o n r e s p e c t o a l e j e r c i c i o d e las d e m á s f u n c i o n e s . L a e d u c a c i ó n
les p r o h i b e t o d a e l a b o r a c i ó n i n t e l e c t u a l d e l o s p r o b l e m a s s e x u a l e s ,
l o s c u a l e s les i n s p i r a n s i e m p r e m á x i m a c u r i o s i d a d , y las a t e m o r i z a c o n
l a a f i r m a c i ó n d e q u e t a l c u r i o s i d a d es p o c o f e m e n i n a y d e n o t a u n a
disposición viciosa. Esta intimidación c o a r t a su actividad i n t e l e c t u a l
y rebaja e n su ánimo el valor de t o d o c o n o c i m i e n t o , pues la p r o h i -
b i c i ó n d e p e n s a r se e x t i e n d e m á s a l l á d e l a e s f e r a s e x u a l , e n p a r t e
a consecuencia de relaciones inevitables y e n parte automáticamen-
te, p r o c e s o a n á l o g o al q u e p r o v o c a n los d o g m a s e n e l p e n s a m i e n t o
d e l h o m b r e r e l i g i o s o o las ideas dinásticas e n e l d e los m o n á r q u i c o s
i n c o n d i c i o n a l e s . N o c r e o q u e l a antítesis b i o l ó g i c a e n t r e t r a b a j o i n t e -
lectual y actividad sexual explique la "debilidad m e n t a l fisiológica" de
la m u j e r , c o m o p r e t e n d e M o e b i u s e n su d i s c u t i d a o b r a . E n c a m b i o ,
o p i n o q u e la i n d u d a b l e i n f e r i o r i d a d intelectual de tantas mujeres, h a
de atribuirse a la coerción m e n t a l necesaria para la coerción sexual.
A l t r a t a r d e l a a b s t i n e n c i a , n o se s u e l e d i s t i n g u i r s u f i c i e n t e m e n t e
dos f o r m a s de l a m i s m a . L a abstención de t o d a actividad sexual e n
general y la abstención d e l c o m e r c i o sexual c o n el sexo contrario.
M u c h a s p e r s o n a s q u e se v a n a g l o r i a n d e s u a b s t i n e n c i a , n o l a m a n -
t i e n e n , quizá, s i n o c o n e l a u x i l i o d e l a masturbación o d e prácticas
a n á l o g a s r e l a c i o n a d a s c o n las a c t i v i d a d e s s e x u a l e s a u t o e r ó t i c a s d e l a
p r i m e r a i n f a n c i a . P e r o p r e c i s a m e n t e a causa d e esta r e l a c i ó n n o s o n
tales m e d i o s sustitutivos d e satisfacción s e x u a l , n a d a i n o f e n s i v o s , p u e s
crean u n a disposición a aquellas numerosas f o r m a s de neurosis y psi-
c o s i s , q u e t i e n e n p o r c o n d i c i ó n l a r e g r e s i ó n d e l a v i d a s e x u a l a sus
f o r m a s i n f a n t i l e s . T a m p o c o l a m a s t u r b a c i ó n c o r r e s p o n d e a las e x i g e n -
cias i d e a l e s d e l a m o r a l s e x u a l c u l t u r a l y p r o v o c a e n e l á n i m o d e los
j ó v e n e s , a q u e l l o s m i s m o s c o n f l i c t o s c o n e l i d e a l e d u c a t i v o a los q u e
i n t e n t a b a n sustraerse p o r m e d i o de la a b s t i n e n c i a . A d e m á s , p e r v i e r t e
el carácter e n más de u n sentido, haciéndole a d q u i r i r hábitos p e r j u -
d i c i a l e s , p u e s e n p r i m e r l u g a r , y c o n f o r m e a l a condición prototípica d e
l a s e x u a l i d a d , l e a c o s t u m b r a a a l c a n z a r fines i m p o r t a n t e s s i n e s f u e r z o
a l g u n o , p o r c a m i n o s fáciles y n o m e d i a n t e u n i n t e n s o d e s a r r o l l o d e
e n e r g í a , y e n s e g u n d o , e l e v a e l o b j e t o s e x u a l , e n las fantasías c o n c o -
m i t a n t e s a l a satisfacción, a p e r f e c c i o n e s difíciles d e h a l l a r l u e g o e n l a
r e a l i d a d . D e este m o d o , h a p o d i d o p r o c l a m a r u n i n g e n i o s o e s c r i t o r
( K a r l K r a u s ) i n v i r t i e n d o l o s t é r m i n o s , q u e " e l c o i t o n o es s i n o u n s u -
brogado insuficiente del onanismo".
L a s e v e r i d a d d e las n o r m a s c u l t u r a l e s y l a d i f i c u l t a d d e o b s e r v a r l a
a b s t i n e n c i a h a n c o a d y u v a d o a c o n c r e t a r esta última e n l a a b s t e n c i ó n
d e l c o i t o c o n personas de sexo d i s t i n t o y a f a v o r e c e r otras prácticas
s e x u a l e s , e q u i v a l e n t e s , p o r d e c i r l o así, a u n a s e m i o b e d i e n c i a . D a d o
q u e e l c o m e r c i o s e x u a l n o r m a l es i m p l a c a b l e m e n t e p e r s e g u i d o p o r
l a m o r a l —^y t a m b i é n p o r l a h i g i e n e , a c a u s a d e l a p o s i b i l i d a d d e c o n -
t a g i o — h a n a u m e n t a d o c o n s i d e r a b l e m e n t e e n i m p o r t a n c i a social,
a q u e l l a s p r á c t i c a s s e x u a l e s e n t r e i n d i v i d u o s d e s e x o d i f e r e n t e a las
q u e se d a e l n o m b r e d e p e r v e r s a s y e n las c u a l e s es u s u r p a d a p o r o t r a s
p a r t e s d e l c u e r p o , l a f u n c i ó n d e l o s g e n i t a l e s . P e r o estas p r á c t i c a s n o
p u e d e n ser c o n s i d e r a d a s t a n i n o c u a s c o m o o t r a s a n á l o g a s t r a n s g r e s i o -
nes c o m e t i d a s e n el c o m e r c i o sexual; son condenables desde el p u n t o
d e v i s t a é t i c o , p u e s t o q u e c o n v i e r t e n las r e l a c i o n e s e r ó t i c a s e n t r e d o s
seres, d e a l g o m u y f u n d a m e n t a l , e n u n c ó m o d o j u e g o s i n p e l i g r o n i
p a r t i c i p a c i ó n a n í m i c a . O t r a d e las c o n s e c u e n c i a s d e l a r e s t r i c c i ó n d e
la v i d a s e x u a l n o r m a l , h a sido e l i n c r e m e n t o de l a satisfacción h o m o -
sexual. A todos aquellos q u e ya son homosexuales p o r su organización
o h a n pasado a serlo e n la niñez, viene a agregarse u n g r a n n ú m e r o
de i n d i v i d u o s de e d a d adulta, cuya l i b i d o , v i e n d o d i f i c u l t a d o su curso
principal, deriva p o r el canal secundario homosexual.
T o d a s estas s e c u e l a s i n e v i t a b l e s e i n d e s e a d a s d e l a a b s t i n e n c i a i m -
puesta p o r n u e s t r a civilización c o n f l u y e n e n u n a c o n s e c u e n c i a c o m ú n
consistente e n trastornar f u n d a m e n t a l m e n t e la preparación al m a t r i -
m o n i o , e l c u a l h a b í a d e ser, n o o b s t a n t e , s e g ú n l a i n t e n c i ó n d e l a m o -
r a l s e x u a l c u l t u r a l , e l ú n i c o h e r e d e r o d e las t e n d e n c i a s s e x u a l e s . T o d o s
aquellos h o m b r e s q u e a c o n s e c u e n c i a de prácticas sexuales o n a n i s t a s
o perversas, h a n e n l a z a d o su l i b i d o a situaciones y c o n d i c i o n e s dis-
t i n t a s d e las n o r m a l e s , d e s a r r o l l a n e n e l m a t r i m o n i o u n a p o t e n c i a
d i s m i n u i d a . I g u a l m e n t e , las m u j e r e s q u e s ó l o m e d i a n t e t a l e s a y u d a s
h a n c o n s e g u i d o conservar su v i r g i n i d a d , m u e s t r a n e n el m a t r i m o n i o ,
u n a anestesia t o t a l p a r a e l c o m e r c i o s e x u a l n o r m a l . Estos m a t r i m o -
n i o s , e n los q u e a m b o s c ó n y u g e s a d o l e c e n ya, d e s d e u n p r i n c i p i o ,
d e u n a d i s m i n u c i ó n d e sus f a c u l t a d e s e r ó t i c a s , s u c u m b e n m u c h o m á s
r á p i d a m e n t e a l p r o c e s o d e d i s o l u c i ó n . A c a u s a d e l a escasa p o t e n c i a
d e l h o m b r e , l a m u j e r q u e d a insatisfecha y p e r m a n e c e anestésica a u n
e n a q u e l l o s casos e n q u e s u d i s p o s i c i ó n a l a f r i g i d e z , o b r a d e l a e d u -
cación, h u b i e r a c e d i d o a la a c c i ó n de intensas experiencias sexuales.
P a r a t a l e s p a r e j a s r e s u l t a a ú n m á s d i f í c i l q u e p a r a las sanas e v i t a r l a
c o n c e p c i ó n , pues la potencia d i s m i n u i d a del h o m b r e soporta m a l el
e m p l e o d e m e d i d a s p r e v e n t i v a s . E n esta p e r p l e j i d a d , e l c o m e r c i o c o n -
yugal q u e d a p r o n t o i n t e r r u m p i d o , c o m o f u e n t e de preocupaciones y
m o l e s t i a s , y a b a n d o n a d o , así, e l f u n d a m e n t o d e l a v i d a m a t r i m o n i a l .
T o d a s las p e r s o n a s p e r i t a s e n estas m a t e r i a s h a b r á n d e reconocer
que n o exagero lo más m í n i m o , sino que m e l i m i t o a describir he-
chos c o m p r o b a b l e s e n t o d o m o m e n t o . P a r a los n o i n i c i a d o s h a d e
r e s u l t a r i n c r e í b l e l o r a r o q u e es h a l l a r e n l o s m a t r i m o n i o s s i t u a d o s
bajo el i m p e r i o de nuestra m o r a l sexual cultural, u n a potencia n o r -
m a l d e l m a r i d o y l o frecuente, e n c a m b i o , de la frigidez de la mujer.
N o sospechan, c i e r t a m e n t e , cuántos r e n u n c i a m i e n t o s trae consigo, a
veces p a r a a m b a s p a r t e s , e l m a t r i m o n i o , n i a l o q u e q u e d a r e d u c i d a
la f e l i c i d a d d e la v i d a c o n y u g a l , t a n a p a s i o n a d a m e n t e deseada. Ya i n -
d i c a m o s , q u e e n t a l e s c i r c u n s t a n c i a s , e l d e s e n l a c e m á s p r ó x i m o es l a
e n f e r m e d a d nerviosa. D e s c r i b i r e m o s a h o r a e n qué f o r m a actúa u n
tal m a t r i m o n i o sobre e l h i j o ú n i c o o los p o c o s h i j o s d e él n a c i d o s . A
p r i m e r a v i s t a , n o s p a r e c e e n c o n t r a r n o s e n e s t o s casos, a n t e u n a t r a n s -
ferencia hereditaria, q u e d e t e n i d a m e n t e examinada, resulta n o ser
sino e l efecto d e intensas i m p r e s i o n e s i n f a n t i l e s . L a m u j e r n o satisfe-
c h a p o r su m a r i d o y a c o n s e c u e n c i a d e e l l o , neurótica, hace o b j e t o
a sus h i j o s , d e u n a e x a g e r a d a t e r n u r a , a t o r m e n t a d a p o r c o n s t a n t e s
zozobras, pues c o n c e n t r a e n ellos su necesidad de a m o r y d e s p i e r t a
e n ellos u n a p r e m a t u r a m a d u r e z sexual. Por o t r o lado, el desacuerdo

r e i n a n t e e n t r e los padres e x c i t a l a v i d a s e n t i m e n t a l d e l n i ñ o y le h a c e
e x p e r i m e n t a r , ya e n l a más t i e r n a e d a d , a m o r , o d i o y celos. L u e g o , l a
severa e d u c a c i ó n , q u e n o t o l e r a a c t i v i d a d a l g u n a a esta v i d a s e x u a l
t2ui t e m p r a n a m e n t e d e s p e r t a d a , i n t e r v i e n e c o m o p o d e r r e p r e s o r y e l
c o n f l i c t o s u r g i d o así e n e d a d t a n t i e r n a d e l s u j e t o i n t e g r a t o d o s l o s
factores precisos p a r a la causación de u n a nerviosidad q u e ya n o le
abandonará e n t o d a su vida.
V u e l v o a h o r a a m i a f i r m a c i ó n a n t e r i o r d e q u e a l j u z g a r las n e u r o s i s ,
n o se l e s c o n c e d e , p o r l o g e n e r a l , t o d a s u v e r d a d e r a i m p o r t a n c i a . A l
h a b l a r así, n o m e r e f i e r o a a q u e l l a e q u i v o c a d a a p r e c i a c i ó n d e estos
e s t a d o s , q u e se m a n i f i e s t a e n u n d e s c u i d o a b s o l u t o p o r p a r t e d e l o s
f a m i l i a r e s d e l e n f e r m o y e n las s e g u r i d a d e s e v e n t u a l m e n t e d a d a s p o r
los m é d i c o s , de q u e unas cuantas semanas de t r a t a m i e n t o hidroterá-
p i c o o a l g u n o s meses de r e p o s o conseguirán d a r a l traste c o n l a enfer-
m e d a d . E s t a a c t i t u d n o es a d o p t a d a h o y e n d í a , m á s q u e p o r gentes
i g n o r a n t e s , sean o n o m é d i c o s , o tiende tan sólo a p r o c u r a r al pa-
c i e n t e u n c o n s u e l o d e c o r t a d u r a c i ó n . P o r l o g e n e r a l , se s a b e y a , q u e
u n a n e u r o s i s c r ó n i c a , si b i e n n o d e s t r u y e p o r c o m p l e t o las fecultades
d e l e n f e r m o , r e p r e s e n t a p a r a él u n a pesada carga, t a n pesada, quizá,
c o m o u n a tuberculosis o u n a e n f e r m e d a d del corazón. A ú n podría-
m o s d a r n o s e n c i e r t o m o d o p o r c o n f o r m e s , s i l a s n e u r o s i s se l i m i t a r a n
a excluir de la labor cultural, a u n cierto número de individuos, de to-
dos m o d o s débiles, c o n s i n t i e n d o p a r t i c i p a r e n e l l a a los d e m á s , a l p r e -
cio, sólo, de algunas molestias subjetivas. P e r o l o q u e sucede, y a ello
se r e f i e r e p r e c i s a m e n t e m i a f i r m a c i ó n i n i c i a l , es q u e l a n e u r o s i s , sea
c u a l q u i e r a e l i n d i v i d u o a q u i e n a t a q u e , s a b e h a c e r fi-acasar, e n t o d a l a
a m p l i t u d d e s u r a d i o d e a c c i ó n , l a i n t e n c i ó n c u l t u r a l , e j e c u t a n d o , así,
l a l a b o r d e las f u e r z a s a n í m i c a s e n e m i g a s d e l a c u l t u r a y p o r e l l o r e p r i -
m i d a s . D e este m o d o , si l a s o c i e d a d p a g a c o n u n i n c r e m e n t o d e l a n e r -
v i o s i d a d , l a d o c i l i d a d a sus p r e c e p t o s r e s t r i c t i v o s , n o p o d r á hablarse
d e u n a ventaja social o b t e n i d a m e d i a n t e sacrificios individuales, sino
d e u n s a c r i f i c i o t o t a l m e n t e inútil. E x a m i n e m o s , p o r e j e m p l o , e l caso
fi-ecuentísimo d e u n a m u j e r q u e n o q u i e r e a s u m a r i d o p o r q u e las c i r -
cunstancias que presidieron su enlace y la experiencia de su ulterior
v i d a c o n y u g a l n o le h a n a p o r t a d o m o t i v o a l g u n o p a r a q u e r e r l o , p e r o
q u e desearía p o d e r a m a r l e p o r ser esto l o ú n i c o q u e c o r r e s p o n d e al
i d e a l d e l m a t r i m o n i o e n e l q u e f u e educada. Sojuzgará, pues, todos
los i m p u l s o s q u e tienden a expresar la v e r d a d y c o n t r a d i c e n su ideal, y
L A M O R A L S E X U A L " C U L X U R A L " Y L A N E R V I O S I D A D M O D E R N A 29
se e s f o r z a r á e n r e p r e s e n t a r e l p a p e l d e e s p o s a a m a n t e , t i e r n a y c u i d a -
dosa. C o n s e c u e n c i a d e esta a u t o i m p o s i c i ó n será l a e n f e r m e d a d n e u -
rótica, l a c u a l tomará e n breve plazo, c o m p l e t a v e n g a n z a d e l esposo
insatisfactorio, haciéndole víctima de tantas molestias y preocupacio-
n e s c o m o l e h u b i e r a c a u s a d o l a f r a n c a c o n f e s i ó n d e l a v e r d a d . Es é s t e
u n o d e los e j e m p l o s más típicos d e los r e n d i m i e n t o s d e l a neurosis.
L a represión d e o t r o s i m p u l s o s n o d i r e c t a m e n t e sexuales, enemigos
de la cultura, va seguida de u n análogo fracaso de la compensación.
Así, u n i n d i v i d u o q u e s o j u z g a n d o v i o l e n t a m e n t e su inclinación a la
d u r e z a y a l a c r u e l d a d , h a l l e g a d o a ser e x t r e m a d a m e n t e b o n d a d o s o ,
p i e r d e e n t a l p r o c e s o , m u c h a s v e c e s , t a n g r a n p a r t e d e sus e n e r g í a s ,
q u e n o l l e g a a p o n e r e n o b r a t o d o l o c o r r e s p o n d i e n t e a sus i m p u l s o s
compensadores y hace, e n definitiva, menos bien del que h u b i e r a he-
c h o s i n y u g u l a r sus t e n d e n c i a s c o n s t i t u c i o n a l e s .
Agregaremos aún, que al limitar la actividad sexual de u n p u e b l o
se i n c r e m e n t a e n g e n e r a l e l t e m o r a l a v i d a y e l m i e d o a l a m u e r t e ,
factores que p e r t u r b a n la capacidad individual de goce, s u p r i m e n la
disposición i n d i v i d u a l a arrostrar la m u e r t e p o r la consecución de u n
fin, d i s m i n u y e n el deseo de engendrar descendencia y excluyen, e n
fin, a l p u e b l o o a l g r u p o d e q u e se t r a t e , d e t o d a p a r t i c i p a c i ó n en el
p o r v e n i r . A n t e e s t o s r e s u l t a d o s , h a b r e m o s d e p r e g u n t z u r n o s si n u e s t r a
m o r a l sexual c u l t u r a l vale la p e n a d e l sacrificio q u e nos i m p o n e , sobre
t o d o si n o n o s h e m o s l i b e r t a d o a ú n s u f i c i e n t e m e n t e d e l hedonismo
p a r a n o i n t e g r a r e n t r e l o s fines d e n u e s t r a e v o l u c i ó n c u l t u r a l u n a c i e r -
t a d o s i s d e f e l i c i d a d i n d i v i d u a l . N o es, c i e r t a m e n t e , l a b o r d e l m é d i c o ,
l a d e p r o p o n e r r e f o r m a s sociales, p e r o h e c r e í d o p o d e r a p o y a r su u r -
g e n t e necesidad a m p l i a n d o l a exposición h e c h a p o r E h r e n f e l s , de los
daños imputables a nuestra m o r a l sexual cultural, c o n la indicación
de su responsabilidad e n el i n c r e m e n t o de la nerviosidad m o d e r n a .
48 V A R I A C I O N E S S O B R E E L T E M A
DE L A "MORAL SEXUAL"
E l " t e m a " es e l c o n s a b i d o a r t í c u l o d e F r e u d . ^ R e v e r b e r a e n n u e s t r o s
oídos.
1. N o existe n i n g u n a m o r a l sexual " n a t u r a l " : e l s i n t a g m a de v o n
E h r e n f e l s , q u e n o d e F r e u d ^ ( p . 2 7 ) , es u n o x í m o r o n . L a n a t u r a l e z a
( l o r e a l ) es a m o r a l . P o r e l c o n t r a r i o , l a o t r a e x p r e s i ó n , " m o r a l s e x u a l
'cultural'", también de v o n Ehrenfels, r e t o m a d a y citada p o r F r e u d
e n t r e c o m i l l a s , n o es o x í m o r o n . Es a l g o p e o r : es u n p l e o n a s m o . L a
oposición "natural" / "cultural", o x í m o r o n de u n lado y pleonasmo
del o t r o , tenía sentido e n discusiones aún vigentes e n 1908 p e r o su-
p e r a d a s h o y e n d í a . L o s d e s c u b r i m i e n t o s y las d e f i n i c i o n e s d e F r e u d
p e r m i t i e r o n u n a i m p u g n a c i ó n d e c i s i v a d e esa d i c o t o m í a e l e m e n t a l .
S o b r a d e c i r l o y hay q u e r e p e t i r l o : e l psicoanálisis n o p r o p u g n a c a m -
b i o s e n l a " m o r a l " ; n o es u n a d i s c i p l i n a n o r m a t i v a . Y m u c h o m e n o s se
i n t e r e s a e n c a m b i a r l a " s e x u a l i d a d " : e l a n a l i s t a sabe b i e n q u e los g o c e s
del c u e r p o c o n f i g u r a n u n c a m p o privilegiado d o n d e el sujeto debe
d e c i d i r l o q u e q u i e r e p a r a sí e n f u n c i ó n d e l o q u e l l e g a a d e v e l a r d e
su d e s e o i n c o n s c i e n t e , d e m o d o q u e n o p o d r í a e q u i v o c a r s e o, p o r l o
m e n o s , n o h a b r í a q u i é n p u d i e r a d e c i r l e q u e se e q u i v o c ó , c u a l q u i e r a
q u e sea e l r e s u l t a d o . A p a r t i r d e s u p r á c t i c a , e l p s i c o a n á l i s i s se i n t e -
r e s a p o r t o m a r e n c u e n t a las d i s t i n t a s m o d a l i d a d e s d e l a e x i s t e n c i a
de los sujetos e n el t i e m p o histórico y r e f l e x i o n a r sobre ellas e n u n a
p e r s p e c t i v a q u e n o p o d r í a ser a j e n a a l espíritu d e l a é p o c a . S u a g e n d a
n o es p o l í t i c a p e r o l a p o l í t i c a , a r t e d e l g o b i e r n o d e l o s c u e r p o s e n l a
v i d a social, b i e n p u e d e servirse d e c u a n t o e l psicoanálisis a p r e n d e y
p e r m i t e saber e n m a t e r i a de subjetividad y de sexualidad.
^ E n este volumen, S. F r e u d , " L a moral sexual 'cultural' y l a nerviosidad m o d e r n a " ,

pp. 11-29, traducción de José Luis Ballesteros y de Torres, Buenos Aires, Santiago Rue-
da, 1952. Traducido también al español e n Obras completas, Buenos Aires, A m o r r o r t u ,
vol. I X , 1979, pp. 159-182. T r a d . de J . L . Etcheverry.
^ L a s cifras entre paréntesis corresponden a las páginas de la edición de Santiago
Rueda (SR).
[31]
32 N É S T O R A. B R A U N S T E I N
2 . L a " m o r a l " es s e n s i b l e a l o s tiempos y se i n t e g r a a l o s d i s t i n t o s

r e g í m e n e s d e h i s t o r i c i d a d . Es u n a c o n s t r u c c i ó n d i s c u r s i v a c o n ínfulas
p r e s c r i p t i v a s . N o es n e u t r a l : a s p i r a a o r i e n t a r l a v i d a d e l o s s u j e t o s y
a c o m p a ñ a c o m o u n a sombra a t o d a organización de la cultura. E l
p s i c o a n á l i s i s se o c u p a d e o t r a c o s a , d e l a pulsión (Trieb), ese i n s ó l i t o
o b j e t o q u e es s u a p o r t a c i ó n c o n c e p t u a l e s p e c í f i c a . P o r s e r u n d i s c u r s o
s o b r e las p u l s i o n e s y sus d e s t i n o s está s e p a r a d o d e l r e s t o d e l o s s a b e r e s .
N o es e l m o m e n t o d e r e p e t i r l o d e t o d o s c o n o c i d o : Trieb n o es Instinkt.
L a p u l s i ó n es ese s e r m í t i c o , m a g n o e n s u i n d e t e r m i n a c i ó n , q u e n o
d e p e n d e d e las r e a l i d a d e s h i s t ó r i c a s . Es a n h i s t ó r i c a y a m o r a l . L a c u l t u -
r a , e l l a sí, se i n t e r e s a e n c a l i f i c a r y p r e t e n d e a r b i t r a r s o b r e l o s d e s t i n o s
d e las p u l s i o n e s i m p o n i e n d o l a " r e n u n c i a p u l s i o n a l " (Triebverzicht).
Se d e s e m b o c a así e n e l " m a l e s t a r e n l a c u l t u r a " . ¿ E n e s t a c u l t u r a ? ¡ E n
t o d a s ! ¿ S i e m p r e e l m i s m o m a l e s t a r — U n b e h a g e n in der Kultur? N o ; de
a h í e l i n t e r é s e n c o n s t a t a r y r e f l e x i o n a r c ó m o l o s c a m b i o s d e estos
últimos c i e n a ñ o s h a n i n f l u i d o e n los destinos subjetivos d e l o q u e a
comienzos d e l siglo x x fue la " n e r v i o s i d a d m o d e r n a " y q u e hoy lla-
m a n "nuevas realidades de la clínica" e i n c l u s o "nuevas e n f e r m e d a d e s
d e l a l m a " . E l p s i c o a n á l i s i s se a p l i c a a e s c u c h a r a u n s u j e t o q u e l l e v a las
m a r c a s d e l a é p o c a , es d e c i r , d e l o s d i s c u r s o s a l o s c u a l e s e s t e s u j e t o ,
c o n s u e x - s i s t e n c i a , r e s p o n d e . O se c a l l a y e n t r a e n l a a - d i c c i ó n .
3. R e c u r r a m o s a l a a r q u e o l o g í a d e l s a b e r : d u r a n t e m i l e n i o s e l d i s c u r -
so j u r í d i c o e s t u v o c e n t r a d o e n t o r n o a u n s u p u e s t o " d e r e c h o n a t u r a l "
q u e emanaría de la omnisciente divinidad c u a n d o n o de u n a invariable
"naturaleza h u m a n a " . L o " n a t u r a l " y su oposición a l o " c u l t u r a l " o " n u r -
t u r a l " {nurture, d e r i v a d o d e nutritura, nutrir, conjunto de influencias
e x t e r i o r e s q u e m o d i f i c a n las p o t e n c i a l i d a d e s g e n é t i c a s ) f u e u n t e m a
d e discusión hasta m u y e n t r a d o e l siglo x x . L o s juristas y los historia-
dores d e l d e r e c h o llegaron a la conclusión d e q u e sólo hay u n derecho
d i g n o d e ese n o m b r e : e l " d e r e c h o p o s i t i v o " , e s c r i t o y n o e s p e c u l a t i v o ,
sancionado p o r autoridades terrenales, q u e f u n d a el estatuto jurídico
d e l o s seres d e l a e s p e c i e , sus r e l a c i o n e s c o n o t r a s e s p e c i e s y c o n e l
m e d i o a m b i e n t e . L a s leyes n o p r o c e d e n d e u n a e n t i d a d t r a s c e n d e n t a l :
s o n u n a c o n s e c u e n c i a d e los discursos d o m i n a n t e s e n u n d e t e r m i n a d o
m o m e n t o e n la evolución de u n a sociedad. N o hay derecho "natural" y
d e r e c h o " c u l t u r a l " . E l d e r e c h o es, s i e m p r e , u n a c o n s t r u c c i ó n , u n e f e c t o
d e l a historia. C o m o su p r i m a h e r m a n a , l a m o r a l . E l d e r e c h o o r d e n a , la
m o r a l aconseja. E l d e r e c h o escribe, l a m o r a l h a b l a ; los d o s p r e s c r i b e n y
p r o s c r i b e n . L a m a t e r i a p r i m a d e a m b o s es e l s i g n i f i c a n t e . N i e l u n o n i
48 V A R I A C I O N E S S O B R E E L T E M A D E L A " M O R A L S E X U A L "
33
l a o t r a r e n u n c i a r o n j a m á s a h a c e r d e la sexualidad u n o d e sus c a m p o s
p r i v i l e g i a d o s d e i n t e r v e n c i ó n . D e n t r o d e esos límites se d e s e n v u e l v e e l
plausible proyecto de la "historia de la sexualidad", ligada, puede que
para siempre, al n o m b r e de M i c h e l Foucault.
4. L a s e x u a l i d a d , e n l o s s e n t i d o s a p u n t a d o s d e l a m o r a l y e l d e r e -
c h o , t i e n e h i s t o r i a ; l a p u l s i ó n n o . L a s e x u a l i d a d es m a l e a b l e : t a l c o m o
l a e n t i e n d e n esos d o s p a r i e n t e s c o n s a n g u í n e o s q u e s o n e l d i s c u r s o
legal y el m o r a l , n o presenta u n a "esencia" o u n a "naturaleza" i n m u t a -
b l e . E n t a n t o q u e a c t i v i d a d d e l o s c u e r p o s , l a s e x u a l i d a d está r e g u l a d a
p o r e l l e n g u a j e y s o m e t i d a a sus d e t e r m i n a c i o n e s q u e t i e n e n como
f u n d a m e n t o l a u n i v e r s a l L e y d e p r o h i b i c i ó n d e l i n c e s t o . Es u n e f e c t o
de la separación necesaria, estructural, n o c o n t i n g e n t e , de "la Cosa"
p r o h i b i d a , c u e r p o d e l a m a d r e si se q u i e r e , q u e h a c e a l g o c e i n a c c e -
s i b l e a l ser q u e h a b l a c o m o t a l . L a s p r á c t i c a s s e x u a l e s s o n , e n t o d o s
l o s casos, p r o d u c t o s " d e s n a t u r a l i z a d o s " , " c u l t u r a l e s " , h i s t ó r i c o s ; s o n
sensibles a los afanes de regularlas m e d i a n t e decretos q u e i n t e n t a n
someterlas a obligaciones diceológicas o deontológicas. Son m a n i p u -
l a b l e s . E x i s t e , s i n e m b a r g o , a l g o q u e las e x c e d e : l o i n g o b e r n a b l e , d e s -
c u b i e r t o p o r los poetas y e l e v a d o p o r e l psicoanálisis a l a d i g n i d a d d e
l a c i e n c i a : L'amourest enfant de Boheme, il n'ajamáis, jamáis, connu de loi.
P e r o las l e y e s y las c o s t u m b r e s se i n t e r p o n e n e n e l d e r r o t e r o d e l a m o r
y l o e m p u j a n p o r el c a m i n o de la transgresión. P a r a b i e n y p a r a m a l .
E l a m o r es, así, u n a g e n t e c i v i l i z a d o r q u e t r a b a j a e n l o s l í m i t e s e n t r e e l
pasado consagrado p o r la convención y el imprevisible f u t u r o . Lleva a
l a c u l t u r a h a s t a sus l í m i t e s . . . y l a e m p u j a m á s allá. H a c i a e l g o c e , m á s
allá d e l p r i n c i p i o d e l p l a c e r . A l l í d o n d e t e r m i n a n l o s " e s t u d i o s c u l t u -
rales" e l psicoanálisis e m p i e z a .
5. L a biología, p o r u n l a d o , s i g u i e n d o s u v o c a c i ó n d e " c i e n c i a d u r a " ,
l a sociología, p o r e l o t r o , a d m i t i e n d o a r e g a ñ a d i e n t e s q u e es " c i e n c i a
b l a n d a " , i g n o r a n a l a p u l s i ó n . P o r eso, l a sexualidad, e n sus r e s p e c t i v o s
d i s c u r s o s —^y t a m b i é n e n e l d e F o u c a u l t — es a l g o d i s t i n t o q u e e l sexo
t a l c o m o l o a b o r d a e l d i s c u r s o d e l p s i c o a n a l i s t a . A s í es, así s e r á , así
d e b e ser.
6. E l p s i c o a n á l i s i s a b o r d a a las p u l s i o n e s a través d e sus m a n i f e s t a -
c i o n e s e n e l f a n t a s m a y d e las e x p r e s i o n e s c l í n i c a s d e sus r e p r e s e n t a n -
tes. D e las p u l s i o n e s s ó l o se l l e g a a s a b e r d e m o d o i n d i r e c t o : p o r sus
f u e n t e s , p o r sus o b j e t o s y p o r sus d e s t i n o s e n l o s c a m i n o s h a c i a e l g o c e
q u e pasan p o r el síntoma y la sublimación. E l saber d e l psicoanalista
es s i e m p r e i n d u c t i v o ; d e d u c t i v o , j a m á s .
7. N o se p u e d e i g n o r a r q u e l o s d o s d e s c u b r i m i e n t o s c a p i t a l e s d e
F r e u d , e l d e l i n c o n s c i e n t e y e l d e las p u l s i o n e s p a r c i a l e s , a c é f a l a s , i n -
d o m e ñ a b l e s , i m p r e g n a d a s de u n a aspiración a la destrucción (pulsión
d e m u e r t e ) , o b l i g a n a r e c o n s i d e r a r l a a p a r e n t e y c l a r a distinción esta-
b l e c i d a d u r a n t e siglos e n t r e " n a t u r a l " y " c u l t u r a l " . F r e u d h a c e estallar
esa c ó m o d a d i s t i n c i ó n b i p o l a r . A p a r t i r d e é l l o s t é r m i n o s n o s o n d o s :
s o n tres. N i l a a n a t o m í a ( l a n a t u r a l e z a ) n i l a c o n v e n c i ó n ( e n l a v i d a
s o c i a l ) s o n s u f i c i e n t e s p a r a d a r c u e n t a d e l s e x o q u e se e s c u r r e m á s
allá d e las d o s . H a b r á q u e e s c u c h a r a l s u j e t o q u e h a b l a y q u e e x p r e s a
c o m o p u e d e , e n su m e d i o d e c i r , l a n o c o m p l e m e n t a r i e d a d e n t r e los
s e x o s , esa i n c o m p a t i b i l i d a d e n t r e l o s s e x o s ( d o s ) y e l l o g o s , q u e se
llama inconsciente.
8. P a r a F r e u d ^ l a p u l s i ó n e r a " u n c o n c e p t o f r o n t e r i z o (Grenzbegrifj)
entre lo anímico y lo somático... u n a m e d i d a de la exigencia de traba-
j o q u e es i m p u e s t a a l o a n í m i c o a c o n s e c u e n c i a d e s u t r a b a z ó n c o n l o
c o r p o r a l " . Estas p a l a b r a s , t a n t a s v e c e s c i t a d a s , s o n l e í d a s c o n a l g u n a s
salvedades p o r quienes nos c o n s i d e r a m o s e m a n c i p a d o s d e l d u a l i s m o
a l m a - c u e r p o d e r a i g a m b r e c a r t e s i a n a . E l c u e r p o v i v i e n t e n o es res ex-
tensa ( m u c h o m e n o s res cogitans) sino u n a tercera sustancia, sustancia
gozante. Las aspiraciones al goce tropiezan c o n el o r d e n significan-
te, c o n e l O t r o , q u e l i m i t a y r e g u l a la satisfacción t a c h á n d o l a d e i m -
posible y p r o h i b i e n d o el r e e n c u e n t r o d e l sujeto c o n el objeto real
{das Ding) q u e está p e r d i d o d e s d e e l o r i g e n . E n t r e c u e r p o y l e n g u a j e
hay u n a imbricación p e r p e t u a pues el c u e r p o sólo llega a serlo p o r la
intervención d e l significante y e l significante sólo existe a n c l a d o e n
c u e r p o s vivos. C u e r p o y l e n g u a j e , m o r d i e n d o cada u n o p o r su l a d o de
l a c i n t a d e M o e b i u s , s o n c o n s u s t a n c i a l e s c o m o dos caras d e u n a m o -
n e d a q u e se c o n t i n u a s e n l a u n a e n l a o t r a . E l m a l e s t a r , s i n e m b a r g o ,
p a r e c e {es) i n e l u d i b l e y se e x p r e s a e n esa m u l t i t u d d e f e n ó m e n o s q u e
l l a m a m o s " c l í n i c a d e l s u j e t o " . E l s u j e t o es c o n j u r a d o p a r a h a c e r u n a
e l e c c i ó n : l a b o l s a o l a v i d a , e l c u e r p o o e l l e n g u a j e . C o m o c a d a u n o es
consustancial con el o t r o n o podrá optar sin padecer u n a pérdida, sin
( f o r m a c i ó n de) c o m p r o m i s o . D e b e r á pagar c o n su goce.
9. L a c u l t u r a n o es u n o d e l o s p o l o s d e l c o n f l i c t o ; n o se i d e n t i f i c a
n i c o n e l c u e r p o n i c o n e l lengu2ije. C o n f u n d i r c u l t u r a y l e n g u a j e es
e r r o r f r e c u e n t e ; p o r e s o , d e m a y o r g r a v e d a d . L a c u l t u r a es u n a o r g a -
n i z a c i ó n t e n d i e n t e a p a l i a r l a f a l l a q u e se p r o d u c e p a r a e l s u j e t o p o r
' S. F r e u d [1915], " Pulsiones y destinos de pulsión", O.C., cit., vol. x i v , p. 117.
35
l a i n c a p a c i d a d d e l s i g n i f i c a n t e p a r a d o m e ñ a r o e n c a u z a r las a s p i r a -
c i o n e s p u l s i o n a l e s . L a c u l t u r a n o es e l m a l o l a e n f e r m e d a d d e l s u j e t o
" n a t u r a l " ; es u n i n t e n t o , s i e m p r e f a l l i d o , p a r a r e m e d i a r l o s e f e c t o s d e
l a f a l l a g e o l ó g i c a q u e se e x c a v a e n t r e c u e r p o y l e n g u a j e . E l r e s u l t a d o
d e e s t a i m p o s i b i l i d a d q u e d e j a s i e m p r e u n s a l d o d e i n s a t i s f a c c i ó n es
e l s u j e t o d e l i n c o n s c i e n t e . E s t e s u j e t o es d e s d e u n p r i n c i p i o u n s u -
j e t o d i v i d i d o e n t a n t o q u e sexuado. L a falla tiene dos m o d a l i d a d e s
de existencia, dos m a n e r a s diferenciadas de presentarse: u n a m a n e r a
h o m b r e y u n a m a n e r a m u j e r . D i s c u t i r e m o s esto d e l a m a n o de q u i e n
lo supo plantear: Lacan.
1 0 . N i n g u n a m u j e r es h o m b r e . N i n g ú n h o m b r e es m u j e r . L o s d o s
existen e n u n planeta c o n dos hemisferios que n o t i e n e n v e c i n d a d
n i límites d a d a l a i n c o m p l e t u d q u e los segrega y los d i s t i n g u e e n e l
t e r r e n o d e l a s e x u a c i ó n . M u j e r e s y h o m b r e s se c o n s t i t u y e n a l r e d e d o r
de u n n ú c l e o de i g n o r a n c i a : saben q u e existe e l O t r o p e r o n o p u e d e n ,
p o r e l d i s c u r s o , s a b e r c ó m o es ese O t r o ( s e x o ) . E s a i g n o r a n c i a n o se
salva n i e s t u d i a n d o b i o l o g í a n i y e n d o c o n e l p s i c o a n a l i s t a . T a m p o c o
c a m b i a n d o d e s e x o , q u e es u n a d e las o f e r t a s q u e h o y l a c u l t u r a p u e d e
p r o p o n e r a l ser s e x u a d o . E l s e x o es l o q u e n o p u e d e d e c i r s e , l o i m -
posible, l o real, p o r u n a división q u e antecede a l a f a m o s a " i d e n t i d a d
d e g é n e r o " q u e d e r i v a d e e l l a . E l s e x o es e l c o r t e q u e l a c i r u g í a d e l o s
dioses h i z o e n e l a n d r ó g i n o p l a t ó n i c o . P o r e l h e c h o d e ser s e x u a d o
e l parletre, habiente, es i n a c a b a d o , l i m i t a d o . E l s u j e t o n a c e en y por esa
falla.
1 1 . E l i n t e n t o d e n o r m a l i z a r l a s e x u a l i d a d q u e se c o n s t a t a e n O c -
c i d e n t e d e s d e s i e m p r e ^ y, m u y e n p a r t i c u l a r , d e s d e l o s t i e m p o s d e l
t r i u n f o de la religión monoteísta, p e r m i t i e n d o la presencia de la a u -
t o r i d a d r e l i g i o s a y política e n los asuntos de a l c o b a , c o n s p i r a cdñtra l a
i d e a m i s m a d e ' j u s t i c i a " . F r e u d : " U n a d e las m á s e v i d e n t e s i n j u s t i c i a s
s o c i a l e s es l a d e q u e e l e s t á n d a r c u l t u r a l e x i j a d e t o d a s las p e r s o n a s
l a m i s m a c o n d u c t a s e x u a l q u e , fácil d e o b s e r v a r p a r a a q u e l l o s c u y a
c o n s t i t u c i ó n se l o p e r m i t e , i m p o n e 2c o t r o s l o s m á s g r a v e s s a c r i f i c i o s
p s í q u i c o s " ( S R , 3 6 ) . ^ L a c i v i l i z a c i ó n — é s a es s u f u n c i ó n e s e n c i a l — i n -
tenta regular y ofrecer alternativas, m o d o s de negociación, sobornos,
amenazas c u a n d o los s o b o r n o s n o a l c a n z a n , p a r a a t e n u a r y d i s i m u l a r
1
^ P. Quignard, Le sexe et l'effroi, París, Gallimard, 2002.

^ E l argumento sobre la "injusticia" retorna, casi en los mismos términos, en 1930.
(Cf. " E l malestar en l a cultura", e n O. C, cit., vol. x x i , p. 102.)
e l s a c r i f i c i o p u l s i o n a l i n i c i a l e i n e v i t a b l e q u e c o n f i g u r a a los sujetos
a b o c á n d o l o s a l a i n s a t i s f a c c i ó n . P o r eso se t i e n e l a i m p r e s i ó n , e m p í r i -
c a m e n t e , c o m o le s u c e d i ó a l p r o p i o F r e u d , d e q u e h a y u n a a n t i n o m i a
e n t r e c u l t u r a y p u l s i ó n . A l i g u a l q u e e n t r e p u l s i ó n e i n s t i n t o . Se v e n
oposiciones d o n d e n o hay sino c o n t i n u i d a d .
12. L a v o l u n t a d d e transgresión, efecto d e l a Ley, a g r e g a u n a d i m e n -
sión gocera n a d a desdeñable al ejercicio de la sexualidad de modo
t a l q u e si se s u p r i m i e s e n t o d a s las r e s t r i c c i o n e s c o n o c i d a s h a b r í a q u e
i n v e n t a r o t r a s n u e v a s . Es r e l a t i v o y h a s t a i n e x a c t o r e p e t i r c o n l a b e l l a
g i t a n a l l a m a d a C a r m e n el estribillo de q u e el a m o r n u n c a c o n o c i ó
l a ley: e r a necesario q u e el a m o r supiese d e l a m o r a l y de l a ley p a r a
p o n e r e n m a r c h a las e s t r a t a g e m a s q u e las s u b v i e r t e n . E l r e s u l t a d o es
u n plus, plus de goce. E l inconsciente, de n o c h e e n la vida onírica,
d e d í a e n l o s a v a t a r e s d e l s u j e t o d e s e a n t e , es u n a b r ú j u l a q u e m a r c a
siempre el invariable norte: la apetencia gocera. L a cultura, tanto en
1908 c o m o e n 2008, e n V i e n a c o m o e n Shanghai, r e g i o n a l o global,
c o n d i f e r e n t e s v e s t i m e n t a s y m a q u i l l a j e s , es u n c o n v e n i e n t e c o n j u n t o
d e v a l l a s q u e e l i n c o n s c i e n t e se e m p e ñ a e n s o r t e a r a r r i e s g a n d o l a v i d a
y n o p o c a s v e c e s m u r i e n d o e n e l i n t e n t o . N o es l a a n t a g o n i s t a y e n e m i -
g a d e l a p u l s i ó n ; es, e n t o d o c a s o , s u c ó m p l i c e , the secret sharer.
1 3 . F r e u d p u s o d e m a n i f i e s t o las r e l a c i o n e s e x i s t e n t e s e n t r e las
constricciones para el ejercicio de la sexualidad y lo que hoy vemos
r e t r o s p e c t i v a m e n t e c o m o l a p a t o l o g í a d o m i n a n t e e n su t i e m p o : l a
" n e u r o s i s o r d i n a r i a " , l a q u e é l e x p l o r ó y t r a t ó d e c u r a r e n sus " e n f e r -
mos". T a l era, hace cien años, la "nerviosidad m o d e r n a " . H o y pode-
m o s r e c o n o c e r e n esa n e u r o s i s g e n e r a l i z a d a l a c o n d i c i ó n d e s u é p o c a ,
efecto d e l proceso de la incorporación de la carne h u m a n a al cuerpo
d e l O t r o p a s a n d o p o r las e n c r u c i j a d a s q u e é l r e u n i ó c o n l o s n o m b r e s
d e E d i p o y castración a los q u e h i z o " c o m p l e j o s " . F r e u d a d u j o q u e e r a
i n e v i t a b l e e l c o n f l i c t o e n t r e las p u l s i o n e s — q u e se e m p e ñ a n e n l o g r a r
sus fines— y las b a r r e r a s q u e l a c u l t u r a i m p o n e . L u e g o p u d o c o n s t a t a r
q u e e l p a r n a t u r a l e z a - c u l t u r a se v e d e s a f i a d o p o r l a b ú s q u e d a d e u n
g o c e q u e se u b i c a " m á s a l l á " d e l o s p r i n c i p i o s c o m p l e m e n t a r i o s d e l
placer y la realidad. Las consignas de postergación, clandestinidad y
fijación d e l í m i t e s así c o m o l o s c o n c e p t o s d e p e c a d o , d e g e n e r a c i ó n y
l i b e r t i n a j e se m a n i f e s t a b a n e n r e l a t o s c o n p e r s o n a j e s p a r a d i g m á t i c o s
q u e a c a b a b a n p a g a n d o la c u l p a p o r su transgresión c o n u n a c u o t a de
goce a d i c i o n a l . ( D o n j u á n , de Sade, Francesca y Paolo d a R i m i n i , A b e -
l a r d o y Eloísa, Tristán c o n su I s o l d a , R o m e o y J u l i e t a , W i l d e compo-
37
^8 V A R I A C I O N E S S O B R E E L T E M A D E L A " M O R A L S E X U A L "
n i e n d o s u b a l a d a e n l a c á r c e l d e R e a d i n g , N i e t z s c h e c o n s u sífilis.) E l
h o m b r e e d í p i c o , s o m e t i d o a las i m p o s i c i o n e s c u l t u r a l e s , d e n u n c i a d o
p o r e l p o e t a G h e r a s i m L u c a ^ y, d e s p u é s , p o r D e l e u z e y G u a t t a r i , ^ ese
i n v e n t o s u r g i d o d e l s u e ñ o d e F r e u d , ^ es e l d e l a " n e u r o s i s o r d i n a r i a " ,
"el h o m b r e sin atributos"^ h e c h o p a r a desear e n v a n o .
14. S i . . . Si e l c o n j u n t o d e o b s t á c u l o s q u e i m p i d e n l a satisfacción
fuese t a n s ó l o u n a c o n s t r u c c i ó n q u e r e s p o n d i e s e a los intereses d o m i -
nantes e n u n a c u l t u r a e n p a r t i c u l a r y n o a u n a serie d e i m p o s i c i o n e s
p r o c e d e n t e s d e las t r e s i n s t a n c i a s q u e h e m o s s e ñ a l a d o : d e l a n a t u r a -
leza o d e l a pulsión o de l a s o c i e d a d c o n s i d e r a d a d e m o d o a b s t r a c t o ,
e n t o n c e s , e n t a l c a s o , c a b r í a p e n s a r e n u n análisis r a c i o n a l d e esas
b a r r e r a s q u e hiciese p o s i b l e l a d e s c o n s t r u c c i ó n d e tales trabas. E l psi-
coanálisis tendría u n a f u n c i ó n m o r a l i z a d o r a y p o d r í a o r i e n t a r a los
extraviados de la b u e n a senda para alcanzar el goce sin la culpabili-
d a d . N o es así. L a t a r e a d e d e s c o n s t r u c c i ó n d e las " m o r a l e s s e x u a l e s "
prosigue hasta e n c o n t r a r a la castración c o m o c o n d i c i ó n estructural
q u e m a r c a e l límite, a l g o q u e h a c e d e u n a b a r r e r a "casi natural",^^ l a
d e l placer, el o b j e t o de u n a p r o h i b i c i ó n i m p o s i b l e d e rebasar, ¿ C ó m o
i r m á s allá d e l g o c e f á l i c o , r e g u l a d o p o r l a a n g u s t i a d e c a s t r a c i ó n ?
15. S i . . . Si e l r e s u l t a d o d e l a s e x u a l i d a d " c u l t u r a l " p l a n t e a d a e n los
términos d e l F r e u d de 1908 fuese u n a e n f e r m e d a d colectiva, habría
lugar para que u n "médico, u n verdadero m é d i c o " (Nietzsche" decía)
p r o p o n g a los r e m e d i o s . L o s r e m e d i o s , p o d í a pensarse e n u n p r i m e r
m o m e n t o , consistían e n f a c i l i t a r e l acceso al p l a c e r sexual e l i m i n a n d o
las t r a b a s i n t e r p u e s t a s p o r l a c u l t u r a . E n ese p r o y e c t o ( h i g i é n i c o e i l u -
m i n i s t a ) d e s t a c a n e l n o m b r e y e l a r t í c u l o d e 1 9 0 8 , c u a n d o F r e u d sos-
^ G h . L u c a [1945], L'inventeur de l'amour, París, José Corti, 1994. E n español: El in-

ventor del amor. La muerte muerta, Barcelona, L a poesía, Señor Hidalgo, 2007. Traducción
(defectuosa) de Eugenio Castro.
' G . Deleuze y R. Guattari, L'anti-Oedipe. Capitalisme et schizophrenie, París, Minuit,
1972. Hay traducción española de F. Monge: ElAntiedipo. Capitalismo y esquizofrenia, Bar-
celona, Barral, 1973.
^ J . L a c a n [15 de abril de 1970], Le Séminaire. Livre XVJL L'envers de la psychanalyse,
París, Seuil, 1991, p. 159.
^ R. Musll [1930, 1933], Der Mann ohne Eigenschafien. Hay traducción al español: El
hombre sin atributos, Barcelona, Sebe Barral, 1969, trad. de José M. Sáenz.
^° J . L a c a n , "Subversión d u sujet et dialectique d u désir", Ecrits, París, Seuil, 1966, p.
821. E n español. Escritos 2, México, Siglo X X I , 1975, p. 801.
" F. Nietzsche [1886], "Prólogo a la segunda edición de La gaya ciencia". Obras com-
pletas, tomo I I I , Madrid, Aguilar, 1964, p. 25.
tenía p o s i c i o n e s q u e él m i s m o dejaría e n e l c a m i n o c o n e l g i r o h a c i a
e l g o c e y las p u l s i o n e s d e m u e r t e q u e h a c e n d e l a d i f e r e n c i a e n t r e l o s
sexos u n a " r o c a v i v a " n o pasible d e d e s c o n s t r u c c i ó n . E l psicoanálisis
n o es p r o f i l á c t i c o .
1 6 . F r e u d n o se q u e d ó p a r a r e p e t i r l a m i s m a m e l o d í a . I n s i s t i ó e n
d e f e n d e r l a o r i g i n a l i d a d d e su p l a n t e a m i e n t o c o n t r a u n a p o s i b l e des-
v i a c i ó n " c u l t u r a l i s t a " d e sus tesis. Criticaba a J u n g y a su c o n c e p c i ó n
d e l a l i b i d o e n estos t é r m i n o s : " d e l a s i n f o n í a d e l a c a e c e r u n i v e r s a l
se a l c a n z a r o n a e s c u c h a r s ó l o u n p a r d e a c o r d e s c u l t u r a l e s y se d e s -
o y ó d e n u e v o l a p o t e n t e , p r i m o r d i a l m e l o d í a d e las p u l s i o n e s " . L a
acusación c o n t r a su a n t i g u o discípulo era la de despojar a la l i b i d o
d e su í n d o l e sexual p a r a asociarla t a n sólo c o n ciertos procesos de
la c u l t u r a y desviarla p a r a q u e sirva a los intereses d e l a m o r a l y de l a
r e l i g i ó n . A p r o v e c h a n d o l a r e c o n o c i d a m a l e a b i l i d a d d e l o s fines p u l -
sionales y subrayando, e n particular, la c o n c e p c i ó n a m b i g u a de ese
d e s t i n o t a n n e c e s i t a d o d e u n fino análisis q u e es l a s u b l i m a c i ó n , J u n g
pretendía afinar la miisica discordante de lo sexual a l r e d e d o r de " u n
p a r de acordes culturales". Para F r e u d el sexo n o p u e d e entenderse
c o m o u n a manifestación e s p i r i t u a l n i e n su o r i g e n n i e n su d e s t i n o .
N o es u n a m e r a c o n s t r u c c i ó n d e l s i g n i f i c a n t e c o n e f e c t o s i m a g i n a r i o s ;
p e r t e n e c e también, y e n esencia, al registro de l o real. N o tiene u n
o r i g e n "de a n t i g u o a b o l e n g o " d e l q u e habría caído n i u n a finalidad
" s u b l i m e " a d a p t a b l e " a las i l a c i o n e s d e p e n s a m i e n t o s a b s t r a c t o s d e
la ética y de l a mística religiosa" (cit.). E l sexo n o f o r m a p a r t e de la
c u l t u r a s i n o q u e se m a n i f i e s t a a n t e e l l a c o m o s u " o t r o " . ^ ^ L a c u l t u r a
p r e t e n d e a p r o p i a r s e d e él, e n c a u z a r l o c o m o " s e x u a l i d a d " , e n t u b a r l o
c o m o a u n río q u e t i e n d e a salir de su cauce, "civilizarlo", o f r e c i é n d o -
le de p r e f e r e n c i a — ¿ p o r q u é n o ? — t o d a clase d e d e s a g ü e s . P e r o l a
p u l s i ó n , a d i f e r e n c i a d e l a s e x u a l i d a d , n o es n i n a t u r a l n i c u l t u r a l : n o
se d e j a g o b e r n a r , c o m p r a r n i a d u l t e r a r , n o es u n a s u s t a n c i a p l á s t i c a
s u s c e p t i b l e d e m a n i p u l a c i ó n y s o m e t i d a a las l e y e s b i o q u í m i c a s d e l o s
c i r c u i t o s n e u r o n a l e s d e r e c o m p e n s a . E s o es l o q u e s i g n i f i c a e s t a r " m á s
allá d e l p l a c e r " y d e l o s i n t e r e s e s y o i c o s d e l a a u t o c o n s e r v a c i ó n . Di-
S. F r e u d [1914], "Contribución a l a historia del movimiento psicoanzilítico", e n

Obras completas, cit., vol. x i v , p. 60.
J . Copjec, Read my desire: Lacan against the historicists, Cambridge (Mass.) y Londres
( R U ) , Massachusetts Institute of Technology, 1994, pp. 201-217. Traducción al español
(de G . U b a l d i n i ) , El sexo y la eutanasia de la razón, Buenos Aires, Paidós, 2006, pp. 19-
64.
48 V A R I A C I O N E S S O B R E E L T E M A D E L A " M O R A L S E X U A L " 39
gamos, r e s u m i e n d o y confesando el pecado de la reiteración: el sexo

n o es n a t u r a l n i c u l t u r a l : es g o c e r o y v i v e f u e r a d e l a h i s t o r i a . P o r e s o
e l p s i c o a n á l i s i s n o es n i s i q u i e r a u n a " e r o t o l o g í a " , p a l a b r a q u e L a c a n
p r o p u s o e n s u s e m i n a r i o d e l 16 d e d i c i e m b r e d e 1 9 6 2 : s u D i o s n o es
E r o s . E l s a b e r f r e u d i a n o h a d a d o p i e , eso sí, a u n a " g o z o l o g í a " . ^ ^
17. E l psicoanálisis n a c e c o m o d i s c i p l i n a a u t ó n o m a a p a r t i r d e l a
e s c u c h a d e l i n c o n s c i e n t e y e l l o s i g n i f i c a a b o l i r las p r e t e n s i o n e s d e
"la anatomía o la c o n v e n c i ó n " p a r a d a r c u e n t a de la s e x u a l i d a d . E l
d u r o naturalismo biologista y el b l a n d o culturalismo p u e d e n esgrimir,
c o m o F r e u d l o h i c i e r a e n u n p r i n c i p i o , l a tesis d e l a bisexualidad. Esta
tesis f u e r e l a t i v i z a d a p o r F r e u d m i s m o c u a n d o p r o p u s o l a u n i v e r s a l i -
d a d d e l c o m p l e j o d e castración. P o r la castración, l a d i f e r e n c i a e n t r e
l o s s e x o s d e j a d e ser u n a c u e s t i ó n d e g r a d o s , d e c a n t i d a d e s r e l a t i v a s
d e c o m p o n e n t e s m a s c u l i n o s o f e m e n i n o s y p a s a a ser l a l í n e a d i v i s o r i a
q u e h a c e p o s i b l e a l d i s c u r s o , a t o d o d i s c u r s o . E l s e x o es a l é r g i c o a l o s
p o r c e n t a j e s . N o es u n a v a r i a b l e e s t a d í s t i c a . D e j a m u d o a K i n s e y y a h o -
g a e l t a ñ i d o d e las c a m p a n a s d e G a u s s .
18. C o n v i e n e e v o c a r los arcaicos a c o r d e s d e l a s u p u e s t a s e x u a l i d a d
" n a t u r a l " . E n e l l a es c a p i t a l l a d i s o c i a c i ó n e n t r e d o s m o d o s d e o r g a n i -
z a c i ó n física y p s i c o l ó g i c a d e l o s s e r e s h u m a n o s : u n a m a s c u l i n a y u n a
f e m e n i n a , derivada de la distinción zoológica entre m a c h o s y h e m -
b r a s . P a r a esa c o n c e p c i ó n " n a t u r a l " es l e g í t i m o b u s c a r e n t r e ambos
s e x o s l a c o m p l e m e n t a r i e d a d . Freud^*^ s e r á e l p r i m e r o e n i n d i c a r q u e ,
e n e l n i v e l d e l a o r g a n i z a c i ó n s u b j e t i v a , es d e c i r , e n e l i n c o n s c i e n t e ,
la distinción e n t r e " m a s c u l i n o " y " f e m e n i n o " n o e n c u e n t r a ningíin
s u s t r a t o p r e c i s o y l o m á s a p r o x i m a d o a e l l a q u e p u e d e s e ñ a l a r es l a
o p o s i c i ó n e n t r e " a c t i v i d a d " y "pasividad". D e s p u é s será todavía más
t a j a n t e : " A q u e l l o q u e c o n s t i t u y e l a m a s c u l i n i d a d o l a f e m i n i d a d es u n
carácter d e s c o n o c i d o q u e l a anatomía n o p u e d e a p r e h e n d e r . ¿Podrá
h a c e r l o l a p s i c o l o g í a ? . . . D e c i m o s q u e u n ser h u m a n o se c o m p o r t a
e n este p u n t o d e m a n e r a m a s c u l i n a y e n o t r o f e m e n i n a m e n t e . P e r o
p r o n t o se v e r á q u e l o h a c e m o s p o r m e r a d o c i l i d a d a l a a n a t o m í a y a l a
c o n v e n c i ó n . N o es p o s i b l e d a r ningún c o n t e n i d o n u e v o a l o s c o n c e p -
tos d e m a s c u l i n o y f e m e n i n o . . . E n e l c a m p o d e l a v i d a s e x u a l h u m a n a
^* N . A . Braunstein, El goce. Un concepto lacaniano, Buenos Aires, Siglo X X I , 2006, p.

145. Hay traducción al portugués: Gozo, Sao Paulo, Escuta, 2007.
1^ S. F r e u d [1932], " L a feminidad", O. C, c i L , vol. x x i i , pp. 106, 107 y 108.
S. F r e u d [1923], " L a organización genital infantil". Obras completas, cit., vol. x i x ,
p. 149.
I
n o t a r á n e n s e g u i d a c u a n i n s u f i c i e n t e es h a c e r c o r r e s p o n d e r c o n d u c t a
mascuHna c o n actividad y f e m e n i n a c o n pasividad." Explícitamente
d e s a c o n s e j a b a d e j a r s e l l e v a r p o r esa e q u í v o c a a n a l o g í a : " M e p a r e c e
i n a d e c u a d o y n o a p o r t a n i n g ú n d i s c e r n i m i e n t o n u e v o [...] P o r eso
t a m p o c o la psicología resuelve el e n i g m a de la feminidad."^^
1 9 . ¿Es l a d i f e r e n c i a s e x u a l u n a c o n s t r u c c i ó n s u s c e p t i b l e d e d e s -
c o n s t r u c c i ó n discursiva? ¿Pertenece al c a m p o de l a " s e x u a l i d a d " q u e
h e m o s v e n i d o d i s t i n g u i e n d o c u i d a d o s a m e n t e d e l "sexo" c o m o aque-
l l o d e l o q u e se o c u p a e l p s i c o a n á l i s i s ? L a p r e g u n t a se h a h e c h o c a n -
d e n t e e n las d o s ú l t i m a s d é c a d a s p o r l a p r e s e n c i a d e c i e r t o s d i s c u r s o s
" c o m p r o m e t i d o s " c o n los c a m b i o s c u l t u r a l e s e n m a r c h a q u e p l a n t e a n
e l v a l o r p o l í t i c o d e l a i m p u g n a c i ó n d e l a d i f e r e n c i a e n t r e los sexos y
q u e b u s c a n e n l a teoría y práctica d e l psicoanálisis a r g u m e n t o s p r o p i -
cios p a r a su f u n d a m e n t a c i ó n teórica. H a b l a m o s d e l " f e m i n i s m o de los
a ñ o s s e s e n t a y s e t e n t a , d e l o s gay and lesbian studies d e l o s a ñ o s s e t e n t a
y o c h e n t a , d e l a queer theory d e l o s n o v e n t a y d o s m i l .
2 0 . L a s d i f e r e n c i a s p s i c o l ó g i c a s e n t r e los sexos — p a r a e l F r e u d d e
1 9 2 5 — s o n u n d e r i v a d o d e las d i f e r e n c i a s a n a t ó m i c a s y d e p e n d e n d e
los distintos m o d o s de atravesar p o r el E d i p o y la castración (el E d i p o ,
a f i r m a b a , es p r i m a r i o e n l o s v a r o n e s y s e c u n d a r i o e n las m u j e r e s ) . L a s
diferencias n o son u n efecto " c u l t u r a l " regulado p o r la historia para
e n c a u z a r a los c u e r p o s m e d i a n t e ciertas ideas p r e c o n c e b i d a s sobre l a
n a t u r a l e z a d e l h o m b r e y d e l a m u j e r . Estas " c o n s e c u e n c i a s p s í q u i c a s "
l l e v a r o n a "algunas consecuencias políticas de l a d i f e r e n c i a psíquica
e n t r e los sexos" ( F r i d a Saal) q u e n o p u e d e n ser d e s a t e n d i d a s p o r e l
p e n s a m i e n t o psicoanalítico a u n q u e n o sean su c a m p o específico de
acción y reflexión. L a diferencia sexual fue utilizada c o m o racionali-
zación de la d o m i n a c i ó n de u n a m i t a d de la h u m a n i d a d sobre la otra.
E l p s i c o a n a l i s t a d a c u e n t a d e esta situación histórica p r o m o t o r a d e l a
f a l o c r a c i a y, e n l o s n i v e l e s p e r s o n a l e i n s t i t u c i o n a l , p u e d e " c o m p r o m e -
t e r s e " e n l a m o v i l i z a c i ó n p o l í t i c a p o r l a a b o l i c i ó n d e l a d i f e r e n c i a legal
y normativa e n t r e los sexos y p o r l a i m p u g n a c i ó n d e t o d o c u a n t o h u e l a
a i d e o l o g í a heterosexista sin a b d i c a r p o r ello de los d e s c u b r i m i e n t o s
f r e u d i a n o s relativos a la naturaleza asexuada de la pulsión. H a y q u e
S. F r e u d [1932], " L a feminidad", O. C. cit., vol. x x i i , p. 106.

S. F r e u d , [1925], "Algunas consecuencias psíquicas de las diferencias anatómicas
entre los sexos", O. C, cit., vol. x i x , pp. 267-276.
F. Saal [1981], "Algunas consecuencias políticas de las diferencias psíquicas entre
los sexos", e n Palabra de analista, México, Siglo X X I , 1998, pp. 15-40.
^8 V A R I A C I O N E S S O B R E E L T E M A D E L A " M O R A L S E X U A L " 41
d e c i r l o p a r a c a m b i a r los t é r m i n o s d e u n a a ñ e j a y estéril d i s c u s i ó n : e l
s a b e r n o e x c l u y e l a m i l i t a n c i a y l a m i l i t a n c i a n o e x c l u y e e l saber.
2 1 . E l j a r d í n d o n d e los m a l e n t e n d i d o s florecen c u a n d o se e n f r e n -
t a n los p a r t i d a r i o s d e u n " n u e v o d e s o r d e n s e x u a l " c o n t r a a q u e l l o s q u e
l o l a m e n t a n , e l c o r a z ó n d e l d e b a t e , es l a d i s c u s i ó n y l a c o n f u s i ó n e n -
t r e l o s c o n c e p t o s d e género y sexo m a s c u l i n o o f e m e n i n o . O b v i e m o s
los r u d o s t é r m i n o s d e l e n f r e n t a m i e n t o y r e c o n o z c a m o s dos e n t i d a d e s
d i f e r e n t e s : e l género es u n a c o n s t r u c c i ó n l e n g u a j e r a , u n e f e c t o d e l s i g -
n i f i c a n t e , e l r e s u l t a d o d e u n a d e f i n i c i ó n d e l s u j e t o q u e se i d e n t i f i c a
c o n ciertos significantes ofrecidos p o r la c u l t u r a y q u e le p e r m i t e n
c a l i f i c a r s e y ser c a l i f i c a d o c o m o " h o m b r e " o c o m o " m u j e r " y a c t u a r e n
c o n s e c u e n c i a . E n ese s e n t i d o es u n a o p c i ó n i d e n t i t a r i a . ^ ^ E l g é n e r o
es a l g o q u e h a s i d o h e c h o y p o r l o t a n t o p u e d e ser d e s h e c h o m e -
d i a n t e u n a e x p a n s i ó n d e l a c o n c i e n c i a , m e d i a n t e u n a d e n u n c i a d e las
c o a c c i o n e s sexistas y m e d i a n t e las c o r r e l a t i v a s b a t a l l a s c u l t u r a l e s q u e
s i e m b r a n u n a "confusión subversiva" (Butler, cit.) e n t o r n o alas i m p o -
siciones heterosexistas d e los sectores t r a d i c i o n a l m e n t e d o m i n a n t e s
e n la c u l t u r a . Hay, efectivamente, u n a legítima política de g é n e r o y
u n interés p o r p r o f u n d i z a r e n los "estudios d e g é n e r o " d e n t r o de los
" e s t u d i o s c u l t u r a l e s " . E l p s i c o a n á l i s i s n o se u b i c a e n c o n t r a d e estas
posiciones o c o m o u n a alternativa; s i m p l e m e n t e sostiene que su obje-
t o y su d i s c u r s o s o n o t r o s y q u e g i r a e n o t r a órbita. Es u n i n t e r l o c u t o r .
P r i v i l e g i a d o p o r su saber escuchar.
2 2 . C a b e a l a n a l i s t a r e c o n o c e r y d e n u n c i a r —^y l o h a c e d e s d e e l
a r t í c u l o d e F r e u d d e 1 9 0 8 q u e d a p i e a este l i b r o c o n m e m o r a t i v o — l a
p r e s e n c i a d e los m e n c i o n a d o s efectos d e l significante e n la c o n f i g u -
r a c i ó n s u b j e t i v a d e l o s h o m b r e s y las m u j e r e s . D e t a l m o d o e l p s i c o a -
nálisis p u e d e s u s t a n c i a r las l u c h a s d e l o s m a r g i n a d o s ( m u j e r e s , m i n o -
rías s e x u a l e s y r a c i a l e s , d i s c r i m i n a d o s y queers) p o r l a i g u a l d a d e n sus
d e r e c h o s . S o s t i e n e s i n e m b a r g o , y es d e a h í d e d o n d e l a d i s c r e p a n c i a
a r r a n c a , q u e e l e s t r u e n d o d e l a b a t a l l a e n t o r n o a las l i m i t a c i o n e s
impuestas p o r la cultura n o hace sino subrayar u n p u n t o irreductible,
u n a d i f e r e n c i a q u e es i n d e p e n d i e n t e d e l a i n t e r v e n c i ó n d e l s i g n i f i c a n -
t e y q u e , p o r l o t a n t o , n o es s u s c e p t i b l e d e d e s c o n s t r u c c i ó n . E l sexo n o
es u n a l i m i t a c i ó n s e c u n d a r i a , h i s t ó r i c a , i m p u e s t a c u l t u r a l m e n t e . E s ,
p o r el contrario, la posibilidad de existencia de la cultura. E n efecto,
Esta posición está representada de modo ejemplar por Judith Butler y e n particu-
lar su obra Gender trouble, Nueva York y Londres, Routledge, 1990.
e l s u j e t o , m á s allá d e l a n a t u r a l e z a o d e l o s c r o m o s o m a s , m á s allá d e
t o d o p r e j u i c i o o l e g i s l a c i ó n f a l o c é n t r i c a , es s i e m p r e y d e s d e u n p r i n -
c i p i o u n s u j e t o s e x u a d o . S ó l o es p o s i b l e h a b l a r d e s d e u n a p o s i c i ó n
s e x u a d a q u e está m á s allá d e l s e n t i d o d e las f r a s e s q u e se e n u n c i a n .
P o r e s o se p l a n t e a q u e e l s e x o n o es u n a limitación q u e p u e d e h a c e r s e
r e t r o c e d e r s i n o u n límite ( l a d i s t i n c i ó n e n t r e limitaciones (Schranken) y
límite (Grenze) es k a n t i a n a ) q u e t i e n e f u n d a m e n t o r e a l y v a m á s allá
d e las i d e n t i f i c a c i o n e s i m a g i n a r i a s y s i m b ó l i c a s e s t a b l e c i d a s p o r l a c u l -
t u r a . D e c i r q u e e l s e x o — o l a p u l s i ó n : r e c o r d e m o s , Grenzbegñff-— es u n
límite i m p l i c a q u e n o es u n o b j e t o q u e f o r m a p a r t e d e l a c u l t u r a s i n o
q u e es l a f r o n t e r a d e l a c u l t u r a a p a r t i r d e l a c u a l l a c u l t u r a e x i s t e : es
su c o n d i c i ó n de p o s i b i l i d a d , el f u n d a m e n t o de la participación e n ella
d e c a d a u n o de los h a b i e n t e s q u e l o h a c e p o r f u e r z a desde u n a p o s i -
c i ó n s e x u a d a e n e l c a m p o h o m b r e o m u j e r d e f i n i d a p o r las f ó r m u l a s
lacanianas de la sexuación e n relación c o n el significante fálico.El
falo o r d e n a dos m o d o s de l a i n c o m p l e t u d — d e la castración, de la
f a l l a — p a r a e l ser q u e h a b l a . Es p o r e s o p o r l o q u e e l s e x o c o n s t i t u y e
una frontera y u n a barrera a toda completud en lo imaginario o en lo
s i m b ó l i c o . E l d i s c u r s o , esa c o m p o s i c i ó n s i g n i f i c a n t e q u e c a r a c t e r i z a
a l a p a r t i c i p a c i ó n d e l s u j e t o e n l a c u l t u r a , se h a c e s i e m p r e d e s d e u n a
posición enunciativa sexuada. Los serafines n o h a b l a n .
23. N o existe p r i m e r o u n sujeto asexuado p e r o ya i n c l u i d o e n e l
c a m p o d e l l e n g u a j e a l q u e l u e g o se l e a g r e g a r í a , c o m o u n a d i t a m e n -
to más o menos arbitrario, la cualidad de masculino o f e m e n i n o . E l
s u j e t o d e l a e n u n c i a c i ó n es, d e s d e u n p r i n c i p i o , s e x u a d o : " h o m b r e "
o " m u j e r " , y es e n t r e u n a y o t r a p o s i c i ó n d i s c u r s i v a , q u e n o s o n p o -
s i c i o n e s i l u s t r a d a s e n e l Kama Sutra, d o n d e tiene vigencia la p r o p o -
sición de que "la relación sexual n o existe". L a relación sexual n o
p u e d e escribirse^^ y e s t a i m p o s i b i l i d a d se m u e s t r a e n " d o s f o r m a s d e
f a l l a r (rater) e l a s u n t o , l a r e l a c i ó n s e x u a l " : u n a m a s c u l i n a y u n a f e m e -
nina.^"* " E s o f r a c a s a . Es a l g o o b j e t i v o . . . E l f r a c a s o , é s e es e l o b j e t o . . .
L a e s e n c i a d e l o b j e t o es e l f r a c a s o (ratage)." L a c u l t u r a es l a o r g a n i z a -
ción significante q u e tiende a canalizar la i m p o s i b i l i d a d de la relación
sexual h a c i e n d o , de la necesidad —es decir, de la i n c o m p l e t u d y de
21 E . K a n t [1783], Prolegomena# 57 y 59.

22 N . A . Braunstein [1996], " E l falo como S . O . S . (significante, órgano, semblante)".
Por el camino de Freud, México, Siglo X X I , 2001, pp. 112-120.
2^ G . Morel, Ambigüités sexuelles, París, Anthropos, 2000, p. 19.
2 * J . L a c a n [197S], Le Séminaire. Livre XX. Encare, París, Seuil, 1975, pp. 53, 54 y 55.
l a i m p o s i b i l i d a d — v i r t u d . C o m o d i j i m o s , u n r e m e d i o , fármakon, que
m u c h a s v e c e s a c a b a p o r a g r a v a r e l m a l q u e p r e t e n d e m i t i g a r y q u e es
inherente a la condición humana.
24. U n a innovación d i s o n a n t e . Cabe insistir e n l a c l a r i d a d ¿o p r e -
m o n i c i ó n ? f r e u d i a n a m a n i f e s t a d a h a c e 1 0 0 a ñ o s a l d i s t i n g u i r u n as-
p e c t o positivo e n l a s e x u a l i d a d ( l a " p e r v e r s i ó n " ) y o t r o q u e es s u ne-
gativo ( l a n e u r o s i s ) . U n a l e c t u r a s i m p l i f i c a d o r a d i r í a q u e e l p e r v e r s o
a c t ú a l o q u e e l n e u r ó t i c o f a n t a s e a y se a b s t i e n e d e r e a l i z a r , q u e l a
d i s t i n c i ó n es m e r a m e n t e f e n o m e n o l ó g i c a e n t r e u n o q u e h a c e y o t r o
q u e se a b s t i e n e d e h a c e r . O t r a l e c t u r a , i g u a l m e n t e r e d u c c i o n i s t a , sos-
t e n d r í a q u e l a o p o s i c i ó n e n t r e " p o s i t i v o " y " n e g a t i v o " es u n a m e t á f o r a
cuyo o r i g e n h a de buscarse e n l a fotografía. Pero F r e u d n o deja l u g a r
a d u d a s : l a a p t i t u d p a r a l a p e r v e r s i ó n y su a c t u a c i ó n p e r m i t e n escapar
a l a e n f e r m e d a d y se c a r g a n así d e u n v a l o r " m o r a l " y h a s t a h i g i é n i c o ,
de u n a m o r a l y de u n a higiene a contracorriente de la n o r m a t i v i d a d
m o n o g á m i c a y h e t e r o s e x i s t a . P o s i t i v o y n e g a t i v o : si a l fin d e l análisis e l
s u j e t o se e n c u e n t r a c o n l a l i b e r t a d p a r a e l a c t o p e r v e r s o . . . l a p o s i b i -
l i d a d m i s m a d e c o n s i d e r a r a ese r e s u l t a d o c o m o f a v o r a b l e o d e s e a b l e
i l u s t r a l o q u e F r e u d i n d i c a b a a l s e ñ a l a r e l " p o s i t i v o " d e ese " n e g a t i v o "
q u e es l a n e u r o s i s .
2 5 . S i g u e n las n o t a s d i s o n a n t e s . O i g a m o s l a p e r s p i c a c i a d e F r e u d
a l r e f e r i r s e s i e m p r e a l a "así l l a m a d a " (sogenannte) perversión y a la
"así l l a m a d a " n o r m a l i d a d ( S R , p p . 3 3 y 3 6 ) , así c o m o s u s a g a c i d a d a l
d i s t i n g u i r , m á s allá d e l a p r e t e n d i d a " n o r m a l i d a d " n e u r ó t i c a , por una
parte, a l a p e r v e r s i ó n y, por otra, a l a h o m o s e x u a l i d a d ( S R , p . 3 4 ) , r e -
c h a z a n d o a s i m i l a r l a s e n t r e sí a l i g u a l q u e e m i t i r c u a l q u i e r j u i c i o v a l o -
r a t i v o d e u n a d e ellas. Señalaba t a m b i é n F r e u d " l a especial a p t i t u d d e
la pulsión s e x u a l e n los h o m o s e x u a l e s p a r a l a s u b l i m a c i ó n c u l t u r a l "
(id.). N o deducía de ello que hubiese pulsiones h o m o o heterosexua-
les, m a s c u l i n a s o f e m e n i n a s , p o s i t i v a s o n e g a t i v a s . E s c l a r o : l a p u l s i ó n
es a s e x u a d a o , c o m o l o e s c r i b i r í a m o s h o y , a s e x u a d a . E l o b j e t o d e l a
p u l s i ó n , e l o b j e t o a, p l u s d e g o c e y c a u s a d e l d e s e o , es i m p e r m e a b l e
a l a d i f e r e n c i a e n t r e los sexos. N o h a y p u l s i ó n g e n i t a l . L a p e r s o n a d e l
m i s m o o d e l o t r o s e x o , e l partenaire, n o es o b j e t o d e l a p u l s i ó n p u e s
las p u l s i o n e s t i e n d e n a l p l a c e r d e ó r g a n o y s o n s i e m p r e p a r c i a l e s . E l
o b j e t o d e l a m o r n o se c o n f u n d e c o n e l o b j e t o d e l a p u l s i ó n .
26. N o escapaba a l f u n d a d o r d e l psicoanálisis e l e f e c t o mórbido
q u e p r o v o c a b a l a o b l i g a c i ó n d e o c u l t a r sus t e n d e n c i a s q u e se i m p o -
nía a perversos y homosexuales, volviéndolos " s o c i a l m e n t e i n e p t o s y
desdichados" e " i n h i b i d o s e n su i n t e r i o r y parahzados hacia f u e r a "

e n c u a n t o a s u c a p a c i d a d p a r a i n t e n t a r r e a h z a r sus p o s i b i l i d a d e s v i t a -
les. L a h o m o s e x u a l i d a d c o m o c o n d i c i ó n i n f a m a n t e y v i v i d a d e modo
o p r o b i o s o c o n e n o r m e s s u f r i m i e n t o s q u e llevó a m i l e s a l a desgracia
y a l s u i c i d i o es u n a c a r a c t e r í s t i c a d e las s o c i e d a d e s o c c i d e n t a l e s h a s t a
m u y avanzado el siglo x x . E l racisexismo, t é r m i n o c o n el que l i g a m o s
las d o s f o r m a s m á s d i f u n d i d a s d e l a d i s c r i m i n a c i ó n y q u e p r e f e r i m o s
al d i f u n d i d o vocablo " h o m o f o b i a " , fue y sigue siendo feroz.
2 7 . E l r a c i s e x i s m o es u n a c o n s e c u e n c i a p o l í t i c a i n e l u d i b l e d e l a
i m p o s i c i ó n y l a i m p o s t u r a d e n o r m a s sexuales. E n l a h i s t o r i a d e Oc-
c i d e n t e , u n a o p r o b i o s a m a n i f e s t a c i ó n d e esa h e t e r o n o r m a t i v i d a d t a n
d e n u n c i a d a p o r F r e u d , p o r F o u c a u l t y p o r l a t e o r í a queer}^ E l p s i c o a -
nálisis n o es n o r m a t i v o p e r o , p o r r a z o n e s é t i c a s , e s t é t i c a s y c i e n t í f i c a s ,
n o p u e d e c o n t e m p o r i z a r c o n l a i n j u s t i c i a . La justicia (a d i f e r e n c i a d e l
d e r e c h o ) , como el sexo, ( a d i f e r e n c i a d e l a s e x u a l i d a d ) , pertenece a lo real:
ni la una ni el otro son susceptibles de des construcción.^^ P o r eso l a j u s t i c i a y
el sexo son ajenos a la m o r a l , a c u a l q u i e r m o r a l .
2 8 . E l d e s e o h u m a n o n o es e n u n p r i n c i p i o n i h o m o n i h e t e r o -
s e x u a l c o m o u n a v a n a p o l é m i c a t i e n d e a p r o m o v e r h o y e n día t o m a n -
d o p a r t i d o a f a v o r d e u n o u o t r o . " E l d e s e o n o está d e t e r m i n a d o p o r
el sexo opuesto sino p o r el objeto a que necesariamente precede al
g é n e r o " ( D e a n , cit., p. 2 4 5 ) . D e s d e e l p u n t o d e vista d e l i n c o n s c i e n t e
n o tiene sentido hablar de elecciones de objeto hetero u homosexua-
les. E n esta l í n e a d e p e n s a m i e n t o p u e d e m u y b i e n d e c i r s e q u e c u a n d o
F r e u d r e c h a z a l a i d e a c o n v e n c i o n a l d e q u e e l d e s e o a m o r o s o se o r i e n -
ta d e m a n e r a c o n g é n i t a h a c i a o b j e t o s d e l o t r o sexo está p l a n t e a n d o
u n desafío específico a l a h e t e r o n o r m a t i v i d a d e n el p l a n o sexual y q u e
p o r l o t a n t o es F r e u d y n o F o u c a u l t e l f u n d a d o r i n t e l e c t u a l d e l a queer
theory q u e t i e n e v i g e n c i a e n e l t e r r e n o a c a d é m i c o d e s d e 1 9 9 0 y q u e
m u e s t r a ya signos de a g o t a m i e n t o .
29. Desde u n a perspectiva clínica habrá q u e i m p u g n a r el signifi-
c a n t e " h o m o f o b i a " p u e s las l l a m a d a s " f o b i a s " p e r t e n e c e n a l d i s c u r s o
m é d i c o , s o n s i e m p r e vistas c o m o " e n f e r m e d a d e s " q u e c o l o c a n a l s u -
j e t o e n u n a situación de m a l e s t a r y de b ú s q u e d a de a u x i l i o p a r a u n
25 T i m Dean, " L a c a n and queer theory", e n J . - M . Rabaté (ed.), Cambridge Companion

to Lacan, Cambridge ( U K ) , 2003, pp. 238-252.
2^ J . D e r r i d a [1994], Fuerza de ley. El "fundam£nto místico de la autoridad", Madrid,
Tecnos, 1996.
" m a l " c u y a s u s t a n c i a es e l m i e d o y q u e l o s l l e v a a h u i r d e a q u e l l o a l o
q u e t e m e n . L o s m a l l l a m a d o s " h o m o f ó b i c o s " e x p r e s a n su racisexismo
p o r m e d i o d e l o d i o , n o se s i e n t e n a f e c t a d o s d e n i n g ú n p a d e c i m i e n t o ,
n o s u f r e n p o r e l l o , n o b u s c a r í a n a y u d a , se u n e n a q u i e n e s p u e d e n
p a r t i c i p a r d e sus p r e j u i c i o s y a p o n e r l o s e n a c t o p o r m e d i o d e l a h u m i -
llación, l a c r u e l d a d y hasta e l e x t e r m i n i o d e los b l a n c o s d e su a n i m o -
s i d a d . N i n g ú n a r a c n o f ó b i c o b u s c a a las a r a ñ a s p a r a d e s t r u i r l a s ; a l c o n -
t r a r i o , e s c a p a d e e l l a s . " R a c i s e x i s m o " es e l t é r m i n o q u e p r o p o n e m o s
p a r a d e s i g n a r a los m i s ó g i n o s y a los q u e d i s c r i m i n a n a n e g r o s , j u d í o s ,
h o m o s e x u a l e s , e t c . e n f u n c i ó n d e l o q u e e l l o s s o n o p r e f i e r e n ser.^^
3 0 . Tempo piimo. F r e u d m e n c i o n a la diferencia de destinos de la
sexualidad m a s c u l i n a ( c o n la perversión c o m o algo hasta cierto p u n -
to aceptable para la sociedad) y la f e m e n i n a , puesta ante la o p c i ó n en-
tre l a m a t e r n i d a d y l a n e u r o s i s . " E n m u c h a s f a m i l i a s s o n los h o m b r e s
sanos, p e r o i n m o r a l e s hasta u n p u n t o i n d e s e a b l e p a r a l a s o c i e d a d , y
las m u j e r e s s o n n o b l e s y r e f i n a d a s , p e r o g r a v e m e n t e n e r v i o s a s " ( S R , p .
3 6 ) . L a s a l i d a p a r a e l l a s s e r í a l a i n f i d e l i d a d c o n y u g a l , p e r o , c u a n d o se
s o m e t e n a l " r e c l a m o c u l t u r a l " d e b e n buscar, o t r a vez, u n a m p a r o e n
l a n e u r o s i s . E n este p u n t o , e l p s i c o a n a l i s t a se p e r m i t e a r r o j a r l a g r u e s a
p i e d r a d e l a m á s fina i r o n í a : " N a d a p r o t e g e t a n s e g u r a m e n t e s u v i r t u d
c o m o l a e n f e r m e d a d " (SR p . 3 9 ) .
3 1 . F r e u d —así l o evocamos e n u n a variación a n t e r i o r — definió la
situación clínica q u e e n c o n t r a b a e n los sujetos q u e l l e g a b a n a analizar-
se c o n é l e n t é r m i n o s q u e h o y l l a m a r í a m o s d e " n e u r o s i s o r d i n a r i a " , l a
d e sus c o n t e m p o r á n e o s . D i s t i n t a es l a s i t u a c i ó n q u e se c o n s t a t a e n e l
a ñ o 2 0 0 8 t a n t o e n t é r m i n o s estadísticos c o m o e n t é r m i n o s n o r m a t i v o s .
Es p o r eso p o r l o q u e t o p a m o s c o n d i s t i n t o s a u t o r e s q u e h a b l a n d e
" p e r v e r s i ó n o r d i n a r i a " ^ ^ Q-P- L e b r u n , 2 0 0 7 ) y d e "psicosis o r d i n a r i a " ^ ^
(J.-A. M i l l e r , 2 0 0 3 ) . M u c h o s a n a l i s t a s c o r r o b o r a n q u e las p s i c o n e u r o s i s
q u e p o b l a b a n e l c o n s u l t o r i o d e F r e u d se h a c e n p o c o f r e c u e n t e s , q u e
las d e m a n d a s d e a t e n c i ó n p o r f r i g i d e z y p o r t r a s t o r n o s d e l a p o t e n c i a
sexual, antes m u y c o m u n e s , son a h o r a más b i e n raras. E l c a m b i o e n
la f e n o m e n o l o g í a clínica c o r r e s p o n d e a c a m b i o s e n los m o d o s c u l t u -
r a l e s d e e j e r c i c i o d e las p u l s i o n e s s e x u a l e s , esa " s u b v e r s i ó n s e x u a l a
^'^ N . A . Braunstein, "Homofobia y lenguaje", Metapolítica (54), pp. 110-112, agosto

de 2007.
2^J.-P. L e b r u n , La perversión ordinnaire, París, Denoél, 2007.
29 J.-A. Miller, La psicosis ordinaria, Buenos Aires, Paidós, 2003.
escala s o c i a l ( L a c a n , 1 9 7 0 ) q u e e l p s i c o a n a l i s t a f r a n c é s l i g a b a a los
d e s a r r o l l o s d e l a c i e n c i a y a sus e f e c t o s d i r e c t o s e i n d i r e c t o s . H a y o t r a
normatividad.
32. L a sexualidad, n o p o r h a b e r c a m b i a d o la f e n o m e n o l o g í a , h a
d e j a d o d e ser f u e n t e d e c o n f l i c t o s p a r a e l s u j e t o n i se h a d e s d i b u j a d o
l a c o n t r a p o s i c i ó n f r e u d i a n a d e las f o r m a s d e e j e r c i c i o d e l a f u n c i ó n
g e n i t a l y las c o e r c i o n e s a las q u e esas m o d a l i d a d e s e s t á n s o m e t i d a s
e n las d i v e r s a s c u l t u r a s . C a s i n a d i e —^y F r e u d m e n o s q u e n a d i e — p r e -
t e n d i ó jamás alcanzar, a m o r o s e x u a l i d a d m e d i a n t e , l a felicidad de
l o s i n d i v i d u o s o d e l a e s p e c i e . H o y , c o m o h a c e 1 0 0 a ñ o s , es u n d e b e r
a n a l i z a r las f o r m a s e n q u e las m a n i f e s t a c i o n e s s e x u a l e s s i g u e n s i e n d o
c o n s i d e r a d a s c o m o sospechosas c u a n d o n o hostiles p a r a la c u l t u r a y
s o n causa de s u f r i m i e n t o s , n o los m i s m o s , n o m e n o r e s . L a " n e r v i o -
s i d a d m o d e r n a " d e los h é r o e s d e n u e s t r o t i e m p o sigue l i g a d a a l a
s e x u a l i d a d . . . p e r o su rostro h a c a m b i a d o . L a c o n s i g n a lanzada p o r el
discurso d e l a m o — a la q u e r e s p o n d í a n sin saberlo los pacientes de
F r e u d — o r d e n a b a la represión y el sujeto sólo p o d í a r e s p o n d e r a ella
c o n e l l e n g u a j e d e l s í n t o m a , "satisfacción s e x u a l sustitutiva".^^
33. H a c i a 1950, c u a n d o c o m i e n z a l a enseñanza d e L a c a n , la co-
y u n t u r a d i s c u r s i v a h a c a m b i a d o y e l p r i n c i p a l s i g n o d e e l l o es l a
decadencia de la figura y de la autoridad paterna. E l discurso del
capitalista, v a r i a n t e d e l discurso d e l a m o , p r e c o n i z a b a e n los años
siguientes a la segunda g u e r r a m u n d i a l la "tolerancia" c o n "desu-
blimación r e p r e s i v a " . C u a n d o el yo asume la representación del
s u j e t o y se p r e s e n t a c o m o e l a g e n t e d e l d i s c u r s o , e l s u j e t o es c o n m i -
n a d o a v i v i r o b e d e c i e n d o las c o n s i g n a s p r o c l a m a d a s p o r e l l i b e r a l i s -
m o e c o n ó m i c o , p o l í t i c o y s e x u a l . E l énfasis pasa d e l a p r o d u c c i ó n
a l c o n s u m o ; l a r e p r e s i ó n se h a c e a n t i e c o n ó m i c a y d i s f u n c i o n a l . L a
s e x u a l i d a d se c o n v i e r t e e n v á l v u l a d e e s c a p e e i n s t r u m e n t o d e n u e -
vas y r e n t a b l e s f o r m a s d e c o h e s i ó n s o c i a l . Se l a p u e d e c o n s e n t i r , i n -
cluso recomendar.
^° J . L a c a n [1970], "Radiophonie", e n Autres écrits, París, Seuil, 2001, p. 436. Hay

traducción al español, Radiofonía. Televisión, Barcelona, Anagrama, 1977 , p. 61.
" S. Freud [1911], "Sobre psicoanálisis", O. C, cit., vol. x i i , p. 213. L a sexualidad
que se satisface c o n la enfermedad es u n o de los tópicos de l a teoría freudiana.
^2 H . Míircuse [1953], Eros y civilización, México, Mortiz, 1965, cap. i i i , " L a conquista
de la conciencia infeliz", y H . Marcuse [1964], El hombre unidimensional, México, Mortiz,
1968, cap. X, " L a transformación de l a realidad e n E r o s " . Traducciones de J . García
Ponce.
34. E n nuestra é p o c a , c e n t r a d a de m a n e r a emblemática y a r b i t r a r i a

a l r e d e d o r d e l a ñ o 2 0 0 0 , u n n u e v o d i s c u r s o se h a c e o í r . E l s u j e t o " a u -
t ó n o m o " , e l "yo f u e r t e " a m u r a l l a d o detrás de u n a p a n o p l i a d e " m e c a -
n i s m o s d e d e f e n s a " ve c u e s t i o n a d a su soberanía. E l n u e v o discurso de
los m e r c a d o s , s u r g i d o , c o m o e l a n t e r i o r , d e u n a s e g u n d a " r e v o l u c i ó n
industrial" (la cibernética), o r d e n a "gozar" e i n d i c a el c a m i n o de la
a c t u a c i ó n d e l o s i m p u l s o s , e l a p r o v e c h a m i e n t o d e las o p o r t u n i d a d e s
y la c u l p a b i l i d a d (depresiva) p o r la contención. L o q u e , e n el c a m -
po de la sexualidad, p r i m e r o era condenado (Freud, 1900), y luego
t o l e r a d o ( L a c a n y M a r c u s e , 1 9 5 0 ) , a h o r a ( 2 0 0 0 ) es i m p u e s t o : ¡Goza!
E l p e c a d o , e l d e l a l u j u r i a o e l d e l a a b s t e n c i ó n , es d e t o d o s m o d o s l a
c a t e g o r í a fija q u e h a c e a l s u j e t o c u l p a b l e . L a s t a b l a s d e l a L e y s i g u e n
siendo inquebrantables, digan lo que digan. L a sexualidadresponde a
los r e q u e r i m i e n t o s d e l p e d a g o g o q u e insiste e n l a " e d u c a c i ó n s e x u a l "
d e s d e l a i n f a n c i a . N o p o r eso e l s e x o se h a c e " m á s n a t u r a l " . U n a c o n -
v e n c i ó n d e j a su l u g a r a o t r a p e r o e l i m p e r i o de l a c o n v e n c i ó n sigue
i n c ó l u m e . ¿Y l a pulsión? E l l a insiste.
35. E l c a m b i o histórico más i m p o r t a n t e para l a transformación e n
e l p a i s a j e d e l a v i d a s e x u a l , es l a d i s o c i a c i ó n e n t r e l a s e x u a l i d a d y l a
procreación que el pensamiento tradicional pensaba c o m o u n a amal-
gama indisoluble. Q u e d ó claro para todos que el acto genital n o tiene
relación a l g u n a c o n l a p r o c r e a c i ó n . . . n i siquiera e n t r e los a n i m a l e s
p a r a los cuales, p o r estar f u e r a d e l l e n g u a j e , n o existe v í n c u l o causal
e n t r e e l c o i t o y e l p a r t o . Y e n l a h u m a n i d a d , e n este m o m e n t o , n i si-
q u i e r a h a c e f a l t a q u e sean dos (dos c u e r p o s v i v i e n t e s ) los necesarios
para q u e la r e p r o d u c c i ó n tenga lugar.
36. " L a n e r v i o s i d a d m o d e r n a " q u e e n los t i e m p o s d e l c o m e n t a r i o
de F r e u d tenía c o m o manifestación emblemática a la "neurastenia",
h o y r e l e g a d a a l o s a r c h i v o s d e l a h i s t o r i a d e l a m e d i c i n a , h a l l a sus
e q u i v a l e n t e s e n las l l a m a d a s " n u e v a s p a t o l o g í a s " r e l a c i o n a d a s c o n
e l c a r á c t e r , las p e r s o n a l i d a d e s narcisistas,^^ l o s e s t a d o s borderline,
l o s t r a s t o r n o s a l i m e n t a r i o s , l a d e p r e s i ó n , las t o x i c o m a n í a s , las c o n -
d u c t a s y r e l a c i o n e s a - d i c t i v a s , etc.^^ L a r e l a c i ó n d e esas e x p r e s i o n e s
L a patología del carácter y la del narcisismo son manifestaciones clínicas que se

destacan e n el periodo entre las dos guerras mundiales y que signan la presencia sub-
jetiva del discurso del Capitalista e n sus propuestas alternativas al hasta entonces único
vínculo social dominante que era el discurso del Amo.
^ U n a clínica centrada en el concepto de rechazo del lazo social, es decir, e n la idea
de a-dicción, es correlativa de la aparición del nuevo "discurso de los Mercados" que
"patológicas"^^ c o n l a s e x u a l i d a d , e n t e n d i d a e n s e n t i d o psicoanalítico
y n o c o g n i t i v o - c o n d u c t u a l , sigue s i e n d o u n a tarea esencial p a r a e l clí-
n i c o . E l s u j e t o d e l a c l í n i c a f r e u d i a n a " d e c í a " s u r e b e l i ó n a los s o f o c a n -
tes d i c t a d o s d e l a m o a través d e u n s í n t o m a q u e e r a i n t e r p r e t a b l e . E l
d e l a clínica d e los t i e m p o s d e L a c a n era víctima d e los espejismos d e
l o i m a g i n a r i o y d e l " y o a u t ó n o m o " , d u e ñ o d e sí, l i b r a d o a sus f u e r z a s ,
c a p a z d e s a l i r d e l p a n t a n o d e l a n e u r o s i s j a l a n d o d e sus p r o p i o s c a b e -
llos. E l de la clínica c o n t e m p o r á n e a h a o p t a d o , p o r razones p r o f u n d a s
q u e los psicoanalistas d e b e m o s investigar, p o r l a a-dicción.
37. Las f o r m a s de e j e r c i c i o d e l psicoanálisis ("práctica", "técnica")
y h a s t a los m e c a n i s m o s d e f o r m a c i ó n d e los analistas, d e su o r g a n i -
z a c i ó n i n s t i t u c i o n a l , e t c . d e b í a n y d e b e n r e s p o n d e r a estas sucesivas
m e t a m o r f o s i s de la clínica c o m p r e n d i e n d o q u e l a e m e r g e n c i a d e los
n u e v o s discursos n o s i g n i f i c a q u e los a n t e r i o r e s h a y a n d e j a d o d e exis-
tir o de manifestarse,de m o d o conflictivo, e n quienes acuden buscan-
d o las r e s p u e s t a s d e l p s i c o a n a l i s t a y q u e é s t e n o h a c e s i n o c o n f i r m a r
q u e , p e s e a las m u t a c i o n e s h i s t ó r i c a s , s u c a m p o d e a c c i ó n es e l d e l a
"función y c a m p o de la p a l a b r a y el lenguaje". P u e d e n algunos creer
q u e , p o r p e d i r q u e se l e h a b l e , e l p s i c o a n a l i s t a es u n i n v e n t o a h o r a
anacrónico. Obsoleto.
38. E l saber científico sobre l a s e x u a l i d a d h a r e s p o n d i d o a múlti-
ples e n i g m a s y h a d e j a d o e n c l a r o c ó m o los l o g r o s e n e l c a m p o epis-
t é m i c o y e l a t r a v e s a m i e n t o c o n s t a n t e d e c i e r t a s limitaciones e n e l s a b e r
d a n l u g a r a i n n o v a c i o n e s tecnológicas q u e n o h a c e n sino subrayar los
límites q u e l a p u l s i ó n s e x u a l e n c u e n t r a p a r a u n a s a t i s f a c c i ó n c o m p l e t a
q u e f u e r o n e n t r e v i s t o s y e x p l i c i t a d o s p o r F r e u d . E l p l a c e r p o d r á ser
o r d e ñ a d o c o n p r o d u c t o s a d q u i r i d o s e n u n sex-shop o d i g i t a d o s e n I n -
t e r n e t . D e t o d o s m o d o s , los a p o t e g m a s l a c a n i a n o s : " n o hay relación
s e x u a l " y " L a m u j e r n o e x i s t e " se c o n f i r m a n c o m o i n d i c a d o r e s d e esos
l í m i t e s . Se a b r e así, t o d a v í a , u n m a r g e n p a r a e l d e s e o .
3 9 . Prestísimo. L a c i e n c i a c o n t e m p o r á n e a h a e n c o n t r a d o r e s p u e s t a s
q u e f a l t a b a n e n t i e m p o s d e F r e u d acerca d e los ciclos y m e c a n i s m o s
de la reproducción, acerca d e l f u n c i o n a m i e n t o gametogénico y e n -
d o c r i n o d e las g l á n d u l a s g e n i t a l e s , a c e r c a d e l o s m e c a n i s m o s m o l e -
coexiste con los remanentes de los otros dos discursos anteriormente desarrollados: el
del A m o y el del Capitalista.
^5 Cabe aclarar: "patológicas", connotando pathos, vale decir, sentidas como sufri-
miento, no "nosológicas", e n el sentido de enfermedades calificadas como tales por l a
medicina.
calares d e l a d i f e r e n c i a c i ó n s e x u a l , acerca d e los m o d o s e n q u e los

hemisferios cerebrales participan en las e x p e r i e n c i a s p l a c e n t e r a s
y d i s p l a c e n t e r a s d e m o d o d i f e r e n c i a d o p a r a l o s h o m b r e s y p a r a las
m u j e r e s , a c e r c a d e l o s m o d o s d e p r e v e n i r y t r a t a r las e n f e r m e d a d e s
v e n é r e a s , e t c . S e g u r a m e n t e ese s a b e r es a ú n e m b r i o n a r i o e n r e l a c i ó n
c o n los desarrollos q u e p r e s e n c i a r e m o s e n el f u t u r o . Las l i m i t a c i o n e s
se i r á n s u p e r a n d o ; e l l í m i t e está d a d o p o r q u e " n o e x i s t e — e n t r e l o s
seres q u e h a b l a n — l a r e l a c i ó n s e x u a l " — ^ y p o r q u e l a d i f e r e n c i a e n t r e
los sexos, l a o p o s i c i ó n e n e l i n c o n s c i e n t e e n t r e los c a m p o s " h o m b r e "
y " m u j e r " d e l a s e x u a c i ó n , persistirá. E s a o p o s i c i ó n n o es h i s t ó r i c a ; es
e s t r u c t u r a l y c o n s t i t u t i v a d e l sujeto. N i n g ú n " a d e l a n t o " salido de los
l a b o r a t o r i o s y n i n g ú n c a m b i o e n la moral sexual — q u e p o d r á , o r a a l e -
grarnos, o r a p r e o c u p a r n o s — logrará disolverla.
4 0 . Piú presto que possibile. E l c o n o c i m i e n t o c i e n t í f i c o h a p e r m i t i d o
a p l i c a c i o n e s t e c n o l ó g i c a s q u e m o d i f i c a n e l p a i s a j e d e las f o r m a s d e
e j e r c i c i o d e l a s e x u a l i d a d g e n i t a l . T o d o i n d i c a q u e l a c i e n c i a se h a
a p r o p i a d o d e l a s e x u a l i d a d e n sus d i v e r s a s f o r m a s y q u e s e g u i r á h a -
c i é n d o l o d e u n m o d o c a d a vez m á s d e c i s i v o . Este p r o c e s o está e n m a r -
cha desde la producción industrial de condones, la manipulación de
la f e r t i l i d a d y l a e s t e r i l i d a d p o r m e d i o d e p i l d o r a s d e l d í a antes y d e l
d í a d e s p u é s , l a s u p r e s i ó n v o l u n t a r i a d e las m e n s t r u a c i o n e s , l a r e p r o -
d u c c i ó n a r t i f i c i a l y asistida, l a p r o m o c i ó n de f á r m a c o s q u e c o r r i g e n l a
d i s f u n c i ó n eréctil, l a c i r u g í a p a r a los estados i n t e r s e x u a l e s , etc., hasta
el previsible d e s c u b r i m i e n t o de sustancias capaces de i n d u c i r orgas-
mos q u e n a d a tendrán q u e envidiar a los "espontáneos". L o s p r e t e n -
d i d o s c i m i e n t o s " n a t u r a l e s " d e l a s e x u a l i d a d se h a n d e s m o r o n a d o y
l l e g a r á n a ser c e n i z a s c u a n d o s e a n r e m p l a z a d o s p o r a r t e f a c t o s q u í m i -
cos y t e c n o l ó g i c o s q u e p r e t e n d e r á n ser l o s s u c e d á n e o s d e l a i m p o s i b l e
r e l a c i ó n s e x u a l . H a c i a allí " a v a n z a " l a c u l t u r a . E l l a n o se d e t e n d r á . . . y
t a m p o c o l o hará el malestar.
4 1 . P o r l a c i e n c i a se h a n t r a n s f o r m a d o las f o r m a s d e e j e r c i c i o d e l a
s e x u a l i d a d y t a m b i é n l a r e a c c i ó n d e l O t r o de l a c u l t u r a f r e n t e a ellas.
" L i b e r a l i z a c i ó n " , l e d i c e n . Estas v i c i s i t u d e s j u r í d i c a s e i n s t i t u c i o n a l e s
n o son indicadores de nuevas condiciones estructurales; son conse-
c u e n c i a s f e n o m e n o l ó g i c a s , c o n d u c t u a l e s , d e c a m b i o s q u e m u c h o s se
apresuran a considerar asombrosos y "revolucionarios". E l derecho
n o crea nuevas realidades sino que llega para sancionar y legitimar
eso q u e d e h e c h o y a e x i s t e y q u e v i e n e s u c e d i e n d o c o r i l o s c u e i ^ b s d e
los h u m a n o s . Las i n s t i t u c i o n e s d e b e n a c e l e r a r e l p a s o p a r a n q p e r d e r
c o n t a c t o c o n e l arbitro final q u e es, e n n u e s t r o t i e m p o , l a r a z ó n c i e n -

t í f i c a , c u a n t i t a t i v a y o b j e t i v a n t e ; u n a r a z ó n a l a q u e es i r r a c i o n a l o p o -
n e r s e , l a q u e m a r c a l a h o r a d e l c r e p ú s c u l o p a r a las r a z o n e s religiosas,
filosóficas, d o c t r i n a r i a s y p o n e e n h o r a s u r e l o j c o n s u l t a n d o e l d e las
bolsas de O r i e n t e y O c c i d e n t e . U n a "razón i n s t r u m e n t a l " . L a i d e o -
logía d o m i n a n t e (la científica) p r o p o n e e i m p o n e l a supresión d e l
sujeto. L a c o n s t r u c c i ó n " c u l t u r a l " de l a s e x u a l i d a d d e b e plegarse a los
r e s u l t a d o s d e l a i n v e s t i g a c i ó n b i o l ó g i c a . E n ese t e r r e n o e l p s i c o a n á l i -
sis s e g u i r á i n s i s t i e n d o e n q u e l a d i s t a n c i a es i n s a l v a b l e . Es i m p o s i b l e
i n s t i t u c i o n a l i z a r e l d e s o r d e n , l a d e s a r m o n í a p u l s i o n a l q u e se o p o n e
a las m e l o d í a s c u l t u r a l e s . E n l a a l d e a g l o b a l se p r e t e n d e , p o r d e c r e t o ,
o c u l t a r a T á n a t o s , t a n t o m á s c u a n t o m á s e v i d e n t e es s u p r e s e n c i a . N o
es a n e c d ó t i c o v e r q u e r e a p a r e c e c o m o t e r r o r i s m o , fiindamentalismo,
arte de l a mutilación c o r p o r a l , c u l t o d e l a catástrofe, masacre psicoló-
g i c a d e las m a s a s , a s e s i n a t o s e n s e r i e , pascijes a l a c t o , d e c a d e n c i a d e l a
p a l a b r a h a b l a d a y escrita, e n t r e g a al c o n s u m o de drogas q u e r o m p e n
la alianza d e l sujeto c o n el sexo. N a d a t i e n e n q u e ver la p r e c o c i d a d y la
f r e c u e n c i a d e l o s e n c u e n t r o s g e n i t a l e s y d e las d e m á s z o n a s e r ó g e n a s
c o n esa c é l e b r e " r e l a c i ó n s e x u a l " q u e n o e x i s t e s e g ú n L a c a n . P r e c o c i -
d a d y habituación n o i m p l i c a n necesariamente u n a ganancia o traen
consigo l a atenuación de los aspectos traumáticos de l a sexualidad.
E l e r o t i s m o se d i f u m i n a y l a s e x u a l i d a d , b a n a l i z a d a , se e n s e ñ a e n l a s
escuelas c o m o u n a m a t e r i a más. E l acceso a l placer, c u a n d o l a f u n c i ó n
g e n i t a l h a p e r d i d o s i g n i f i c a c i ó n y es t a n s ó l o u n a f o r m a d e s o c i a b i l i -
d a d q u e se i n i c i a a l final d e l a i n f a n c i a o a l c o m i e n z o d e l a a d o l e s c e n -
c i a , p u e d e t r a e r c o n s i g o l a d e v a l u a c i ó n d e esa m i s m a s e x u a l i d a d q u e
t a n t o se e n c a r e c e . L o s e ñ a l a b a A d o r n o , ^ ® a l c o n s t a t a r e l c a m b i o q u e
se h a b í a p r o d u c i d o d e s d e e l a r t í c u l o d e F r e u d y d e s d e l a n o v e l a d e
P r o u s t , h a b l a n d o e n s u m o m e n t o d e las m u j e r e s d e u n m o d o q u e es
i g u a l m e n t e válido p a r a los h o m b r e s : " L a s e x u a l i d a d , a l r e d e d o r de l a
c u a l s u p u e s t a m e n t e g i r a t o d a e s t a a l h a r a c a , se h a t r a n s f o r m a d o e n u n
e n g a ñ o q u e sustituye al a n t e r i o r de l a r e n u n c i a . A l n o q u e d a r ya t i e m -
p o e n las r e s o l u c i o n e s v i t a l e s p a r a u n g o c e c o n s c i e n t e d e sí m i s m o y a l
sustituirlo p o r ejercicios fisiológicos, la sexualidad n o i n h i b i d a acaba
T h . W. A d o r n o [1951], Mínima moralia, aforismo 107. Cito traduciendo de l a ver-

sión electrónica e n inglés, p. 100. Traducción, de Dennis R e d m o n d , www.maxx;ists,org/
a r c h i v e / a d o r n o / 1 9 5 1 . Minima moralia, Reflections From Damaged Life, Londres, Verso,
1981, p. 141. T r a d . de E . E Jephcott. H a y traducción al espziñol, Madrid, Akal, 2005.
V A R I A C I O N E S S O B R E E L T E M A D E L A " M O R A L S E X U A L " 51
p o r ser e n sí m i s m a d e s e x u a l i z a d a . E n e l f o n d o e l l a s y a n o b u s c a n l a
e u f o r i a s i n o t a n s ó l o l a c o m p e n s a c i ó n q u e j u s t i f i q u e ese e s f u e r z o d e l
que querrían, más que nada, librarse c o m o de algo superfluo."
4 2 . E n t r e las " n u e v a s r e a l i d a d e s " , h a y u n a e n p a r t i c u l a r q u e t r a s -
ciende l o anecdótico: la referida al lugar de la m u j e r e n la cultura, la
transformación más notable e n la vida de O c c i d e n t e a p o r t a d a p o r el
s i g l o X X , u n c a m b i o q u e a ú n está l e j o s d e c o n c l u i r . L o s s e c t o r e s d o -
m i n a n t e s h a n d e b i d o h a c e r l e u n l u g a r a este h e c h o h i s t ó r i c o r e c o n o -
c i e n d o y a d m i t i e n d o a regañadientes su r e a l i d a d e n e l o r d e n j u r í d i c o :
leyes d e d i v o r c i o , fin d e l a d i f e r e n c i a c i ó n e n t r e l o s h i j o s " l e g í t i m o s "
y "naturales", r e c o n o c i m i e n t o de parejas consensúales u n i d a s p o r
pactos distintos d e l m a t r i m o n i o bisexual, cambios e n e l sistema de
n o m i n a c i ó n p a t r i l i n e a l , a b o l i c i ó n de los p r i v i l e g i o s p a t e r n o s , p r i v a -
tización d e l o relativo a l a v i d a sexual, discusión a b i e r t a d e t o d o s los
a s p e c t o s r e l a t i v o s a l a v i d a í n t i m a d e l o s i n d i v i d u o s y las p a r e j a s . F r e u d
ya n o tendría q u e j u s t i f i c a r su d e c i s i ó n d e h a b l a r f r a n c a m e n t e s o b r e
la s e x u a l i d a d de u n a adolescente, c o m o d e b i ó h a c e r l o al presentar a
" D o r a " a u n q u e el m i s t e r i o d e l a m a d o n a d e l s e g u n d o s u e ñ o subsista.
Es u n p u n t o d e n o r e t o r n o : l a p o l í t i c a n o v o l v e r á a s e r u n a m á s c a r a d e
l a d o m i n a c i ó n n o r m a t i v a d e u n o d e l o s sexos.
43. A l a e v i d e n t e privatización (y " m e d i c a l i z a c i ó n " ) d e l a v i d a e r ó -
t i c a se a g r e g a u n a e x p l í c i t a p o l i t i z a c i ó n d e l a m o r a l s e x u a l . L o q u e e l
s u j e t o p u e d e o n o h a c e r c o n s u c u e r p o ( y a q u é e d a d ) p a s a a ser u n
asunto político. Quienes antes cargaban c o n e l m a r b e t e de la "perver-
sión" y d e b í a n p r o t e g e r s e d e l j u i c i o adverso d e los " n o r m a l e s " h o y t o -
m a n u n a p o s i c i ó n q u e r e i v i n d i c a sus d e r e c h o s . S i P r o u s t d e b í a h a b l a r
d e sus p r o p i a s i n c l i n a c i o n e s c o m o ' V i c i o s " y " a b e r r a c i o n e s " , h o y se e n -
tiende q u e la homosexualidad puede manifestarse c o n "orgullo". E n
l a v i d a a c a d é m i c a s o n los o t r o s , los d e f e n s o r e s d e u n a " n o r m a l i d a d "
a r c a i c a , l o s q u e t i e n e n q u e e s c o n d e r sus r e c h a z o s y p r e j u i c i o s . T o d o l o
s e x u a l se h a h e c h o p o l í t i c o y e l c a m i n o a b i e r t o p o r W i l h e l m Reich^"^,
e l d e l a " s e x p o l " , q u e l e v a l i ó l a e x p u l s i ó n d e las i n t e r n a c i o n a l e s d e l
c o m u n i s m o y d e l p s i c o a n á l i s i s , es l a b a s e d e u n a n u e v a o r t o d o x i a q u e
casi n a d i e d i s c u t i r í a .
44. C o m o h e m o s expuesto e n trabajos anteriores y a los que h i c i -
m o s a l u s i ó n e n a l g u n a s d e las v a r i a c i o n e s y a c o m p u e s t a s e n e s t e o p u s y
I. Ollendorff Reich, Latmtadeun heterodoxo, México, Gedisa, 1988, p. 47. \j&Sexpoh

VerlagÍMe fundada e n Berlín; en 1931.
el sujeto c o n t e m p o r á n e o se m u e v e e n e l á r e a d e c o n f l i c t o e x i s t e n t e
e n t r e tres discursos sucesivamente d o m i n a n t e s : e l discurso d e l A m o
( F r e u d , a p a r t i r de 1900) el discurso d e l Capitalista (Lacan, a partir de
1 9 5 0 ) y, p o r fin, e l d i s c u r s o d e l o s M e r c a d o s ( a p a r t i r d e 2 0 0 0 ) . L a s f e -
chas p r o p u e s t a s son, p o r c i e r t o , a p r o x i m a d a s . L o s procesos subjetivos
y s o c i a l e s q u e s o n e f e c t o d e esas t r e s d o m i n a n c i a s h a b í a n comenzado
a r e f l e j a r l a o p e r a c i ó n d e tales discursos desde m u c h o antes. Las tres
épocas, caracterizadas p o r la e m e r g e n c i a de u n discurso específico
p a r a c a d a u n a , se h a c e n p a t e n t e s a l c o n s i d e r a r las f o r m a s c l í n i c a s d e l
i j n a l e s t a r e n l a c u l t u r a . Se las p i e n s a s i e m p r e a partir de c a m b i o s q u e y a
se h a n p r o d u c i d o e n l a s o c i e d a d . E l p s i c o a n a l i s t a l l e g a d e s p u é s , n e c e -
sariamente d e s p u é s , d e l p r o g r e s o e n e l saber, d e las t r a n s f o r m a c i o n e s
e c o n ó m i c a s q u e s o n s u c o n s e c u e n c i a , d e las i n n o v a c i o n e s tecnológi-
cas y d e l o s c a m b i o s e n l a v i d a d e l o s s u j e t o s . E s t a p e r i o d i z a c i ó n que
s o s t e n e m o s s i g u e l a l í n e a t e ó r i c a i n a u g u r a d a p o r L a c a n c o n s u tesis d e
l o s c u a t r o discursos^^ ( 1 9 6 9 ) y e l r e c o n o c i m i e n t o a m b i g u o f o r m u l a d o
a l g u n a vez d e u n q u i n t o d i s c u r s o , e l d e l c a p i t a l i s t a . ^ ^
4 5 , M a r c u s e ^ ° e n 1 9 5 6 h a b l ó d e l antiguamiento d e l psicoanálisis y
s o s t u v o q u e c u a n d o F r e u d c o m e n z ó sus r e f l e x i o n e s c e n t r a d a s e n e l
d o m i n i o de la figura p a t e r n a , éstas y a e r a n a n t i c u a d a s . E n 1 9 1 9 , e n
A l e m a n i a , c o m o b i e n r e c u e r d a C l a u s D . Rath,"*^ y a se h a b l a b a d e l a
s o c i e d a d s i n p a d r e s (vaterlose Gesselschafi). L a c a n d e s d e 1938^^ v e n í a
s e ñ a l a n d o l o s e f e c t o s c l í n i c o s d e l a d e c l i n a c i ó n d e l a figura d e l p a d r e .
Es p o s i b l e q u e L a c a n m i s m o e s t u v i e s e h a b l a n d o a t o r o p a s a d o c u a n -
d o e n u n c i a b a sus r e f e r e n c i a s a l d i s c u r s o d e l C a p i t a l i s t a ( c i t . , 1 9 7 1 y
1 9 7 2 ) . E l c l í n i c o s i e m p r e está a d e s t i e m p o e n r e l a c i ó n c o n l o s c a m -
J . L a c a n [1969-1970], Le Séminaire. Livre XVIL L'envers de la psychanalyse, Seuil,

París, 1991. L a primera vez que L a c a n usó el sintagma "discurso del capitalista" fue en
ese seminario, el 11 de marzo de 1970 (cit., p. 126), sin proponer aún u n a escritura
específica para el mismo. L o retomó en j u n i o de ese mismo año en Radiophonie {Autres
écrits, cit., p. 424).
^® J . L a c a n , Conferencia en la Universidad de Milán, 12 de mayo de 1972. E n Lacan
en Italia (1953-1978), Roma, L a Salamandra, pp. 32-55. Versión electrónica en francés:
www. pas-tout-Lacan.
**' H . Marcuse [1956], " E l antiguamiento del psicoanálisis", en Etica de la revolución,
Madrid, Taurus, 1970.
C.-D. Rath, " L a société sans pére. De Paul Federn a Alexander Mitscherlich", Es-
saim (5), Ramonville, Érés, 2000, pp. 139-152.
•*2J. L a c a n [1938], " L e s complexes familiaux dans la formation de l'individu". Autres
écrits, París, Seuil, 2001, pp. 56-59.
bios históricos: somos s i e m p r e anacrónicos y la vida c o r r e p o r d e l a n t e

d e n o s o t r o s . P o r esa r a z ó n , es p o c o p r o b a b l e q u e e s t e m o s e n c o n d i -
c i o n e s d e r e c o n o c e r las n u e v a s m o d a l i d a d e s c l í n i c a s q u e se p e r f i l a n .
E s t o s c a m b i o s d e d i s c u r s o s d o m i n a n t e s así c o m o s u c o e x i s t e n c i a r e a l
se m a n i f i e s t a n e n t o d o s l o s t e r r e n o s p e r o a n o s o t r o s n o s i m p o r t a a h o -
r a s u b r a y a r l a i n f l u e n c i a d e c a d a u n o d e esos t r e s d i s c u r s o s s o b r e las
m a n i f e s t a c i o n e s d e l a s e x u a l i d a d y s o b r e las f o r m a s " m o d e r n a s " d e l a
"nerviosidad". N a d a cambia al llamarlas "posmodernas".
4 6 . Coda. R e c a p i t u l a c i ó n : l a s e x u a l i d a d e n n u e s t r o t i e m p o está c o n -
figurada, c o m o s i e m p r e l o e s t u v o , p o r e l l e n g u a j e . Es c u l t u r a l . C a b e
d e s t a c a r e n t r e l o s f a c t o r e s d e l c a m b i o e n estos c i e n a ñ o s : a ] l a c i e n c i a
y sus a p l i c a c i o n e s t e c n o l ó g i c a s ; b ] l a m e d i c i n a y sus p r o g r e s o s e n e l
c a m p o de la f a r m a c o l o g í a y de l a cirugía; c] l a difusión social d e l
p r o p i o psicoanálisis c o m o teoría y c o m o práctica; d ] e l f e m i n i s m o y
sus l u c h a s p o r l a i g u a l d a d j u r í d i c a , e ] las m o v i l i z a c i o n e s d e g r u p o s
s o c i a l e s e n p r o d e l r e c o n o c i m i e n t o d e las m i n o r í a s r a c i a l e s y s e x u a l e ;
f] la l u c h a c o n t r a e l racisexismo; g] los c a m b i o s e n l a organización
e c o n ó m i c a d e l m u n d o i n c l u y e n d o la globalización financiera; h] la
filosofía de la desconstrucción que reconoce que la sexualidad "cultu-
r a l " r e s u l t a d e a v a t a r e s h i s t ó r i c o s . . . l a l i s t a n o es e x h a u s t i v a . D e t o d o s
modos, el a c o n t e c i m i e n t o decisivo, el g r a n g i r o d e l siglo x x , fue la d i -
sociación manifiesta, proclamada, de la sexualidad y la reproducción,
de la q u e F r e u d fue el p r i m e r a d e l a n t a d o .
4 7 . L a d e m o l i c i ó n d e las p r o h i b i c i o n e s y t a b ú e s q u e a s o l a r o n a l
i m a g i n a r i o social hasta t i e m p o s recientes m e r e c e u n a penúltima va-
r i a c i ó n . A s í c o m o se p a s ó d e l a r e p r e s i ó n a l a o r d e n d e g o z a r , e n O c -
c i d e n t e se h a p a s a d o d e s d e l a c e n s u r a casi m a h o m e t a n a d e l a s e x u a -
l i d a d q u e r e c a í a s o b r e las r e p r e s e n t a c i o n e s , t r a n s m i t i d a p o r l o s o j o s y
l o s o í d o s , p o r las i m á g e n e s y e l l e n g u a j e , a l a e x h i b i c i ó n q u e c o m e n z ó
p o r ser p r o v o c a t i v a y es a h o r a p r e s e n c i a c o n s t a n t e d e u n a v u l g a r i d a d
pornográfica sin fronteras. L a sexualidad h a c o p a d o el espacio virtual.
Es c l a r o q u e n a d i e p e d i r í a e l r e t o r n o d e l a c e n s u r a , p e r o es l e g í t i m o
r e f l e x i o n a r a c e r c a d e l a p é r d i d a q u e s i g n i f i c a l a a b o l i c i ó n d e esa p u -
d o r o s a p a n t a l l a q u e d e s d e s i e m p r e se i n t e r p u s o e n t r e e l ó r g a n o de
l a v i s i ó n y e l s e x o {pace C o u r b e t ) y q u e d a b a p a s t o a l o s c o r c e l e s d e l
f a n t a s m a . E l d e s n u d o es c a s i s i e m p r e i n t r a s c e n d e n t e . L a s u g e r e n c i a
d e l o q u e n o se m u e s t r a l l a m a a l a i m a g i n a c i ó n . N a d i e p o d r í a , e n estos
tiempos de exhibición desenfrenada, reinstaurar el velo dibujado p o r
e l p i n t o r P a r r a s i o q u e llevó a su c o l e g a Z e u x i s (y a l h a b i t a n t e d e l m u n -
54 N É S T O R A . B R A U N S T E I N
d o c o n t e m p o r á n e o ) a p r e g u n t a r s e q u é se o c u l t a b a d e t r á s d e ese v e l é
i n t e r p u e s t o e n t r e e l o j o y e l o b j e t o d e l a p u l s i ó n escópica."*^ A l a b o l i r s e
l a f u n c i ó n d e l trompe Voeil ( t r a m p a n t o j o ) t o d o es leurre ( e n g a ñ o ) . L a
i m a g i n e r í a s e x u a l q u e e n n u e s t r o t i e m p o t o d o l o i n u n d a no es real
E s mrtual E l d e s e o es e l e n g a ñ a d o a n t e l a p r o m e s a d e l a s a t i s f a c c i ó n
s i e m p r e r e n o v a d a d e d e m a n d a s q u e t a m b i é n se r e n u e v a n s i n cesar. E l
sujeto, a t i b o r r a d o de imágenes y mensajes dirigidos a la sexualidad,
r e a c c i o n a a m e n u d o c o n u n a v e r d a d e r a anorexia a n t e las i m á g e n e s
que, después d e l diluvio, h a n dejado de significar y h a n dejado de
c o n v o c a r a l deseo. D i g a m o s q u e u n o d e los r e t o ñ o s d e l a s e x u a l i d a d
m o d e r n a es la anorexia sexual d e s u j e t o s m á s a t i b o r r a d o s q u e s a t i s f e -
c h o s . D i c h o c o n o t r a s p a l a b r a s , q u e l a afánisis ( l a d e s a p a r i c i ó n d e l
d e s e o s e x u a l ) y a n o es o b j e t o d e l t e r r o r s i n o d e u n o s c u r o d e s e o d e
escapar al " m a t r i m o n i o c o n e l p i p í " ^ q u e los t o x i c ó m a n o s p o n e n e n
p r á c t i c a . P o r los f á r m a c o s a las estrellas.
4 8 . A c o r d e c o n c l u s i v o , mesto. M a n i f e s t a c i ó n d e e s t e m i s m o c a m b i o
e n las f o r m a s d e e j e r c i c i o d e l a s e x u a l i d a d , c o n o b l i t e r a c i ó n d e l d e s e o
d e v e r l o q u e se e s c o n d e detráls d e l v e l o , es e l é x i t o m e r c a d o t é c n i c o
d e las p s i c o t e r a p i a s q u e o f r e c e n s a t i s f a c c i ó n d e l a d e m a n d a e n v e z d e l
psicoanálisis q u e aspira a l a e x p l o r a c i ó n d e l deseo i n c o n s c i e n t e . L a
p a n t a l l a d e l a televisión h a s u s t i t u i d o a l a p a n t a l l a d e l s u e ñ o .
J . L a c a n [1963-1964], Le Séminaire. Livre XI. Les quatre concepts fondamentaux de la

psychanalyse, París, Seuil, 1973. Hay traducción al español, Buenos Aires, Paidós, 1977.
J . L a c a n [1975], "Séance de Clausure de lajournée des Cartels de l'École F r e u -
d i e n n e " , Lettres de l'École Freudienne (18), 1976.
1905-1908: L A SUBVERSIÓN F R E U D I A N A .
D E L O S "TRES ENSAYOS" A " L A M O R A L S E X U A L ' C U L T U R A L ' " * '
M A R C O A N T O N I O C O U T I N H O J O R G E
I N T R O D U C C I Ó N
E n S U artículo sobre " L a m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' y la n e r v i o s i d a d m o -

derna" ( 1 9 0 8 ) , F r e u d h a c e u n a ú n i c a r e f e r e n c i a a l o s Tres ensayos de
teoría sexual ( 1 9 0 5 ) ; e n ella a p u n t a hacia los desarrollos q u e haría,
tres a ñ o s d e s p u é s , a l r e d e d o r d e u n o d e los e l e m e n t o s f u n d a m e n t a l e s
r e u n i d o s e n l o s Tres ensayos q u e s u s t e n t a r í a l a d i f e r e n c i a c o n c e p t u a l
e n t r e instinto y pulsión. S u b r a y a l a f a l t a d e c o n e x i ó n u n í v o c a , e n l a
sexualidad h u m a n a , entre la pulsión y la actividad r e p r o d u c t i v a q u e
constituye la dimensión esencialmente autoerótica d e la pulsión. Si
e n 1 9 0 5 , c u a n d o a b o r d ó las fases d e d e s a r r o l l o d e l a o r g a n i z a c i ó n
i n f a n t i l , F r e u d ya había h e c h o hincapié e n q u e la v i d a sexual i n f a n t i l
"es e s e n c i a l m e n t e a u t o e r ó t i c a ( s u o b j e t o se e n c u e n t r a e n e l c u e r p o
p r o p i o ) y sus p u l s i o n e s p a r c i a l e s s i n g u l a r e s a s p i r a n a c o n s e g u i r p l a -
c e r c a d a u n a p o r s u c u e n t a , e n t e r a m e n t e d e s c o n e c t a d a s e n t r e sí",^ e n
1 9 0 8 s u b r a y a b a : "Se n o s a b r e n n u e v a s p e r s p e c t i v a s a l a t e n d e r a l h e c h o
de q u e la pulsión sexual d e l h o m b r e n o tiene o r i g i n a r i a m e n t e c o m o
fin l a r e p r o d u c c i ó n , s i n o d e t e r m i n a d a s f o r m a s d e l a c o n s e c u c i ó n d e
placer"^ (SR, 3 3 ) .
A u n q u e é s t a sea l a ú n i c a r e f e r e n c i a a l o s Tres ensayos, l a i m p o r t a n -
* Traducción de Sonia Radaelli.

^ Parte de este texto fue presentada e n la Conferencia de A b e r t u r a del I I I Congresso
Nacional de Psicanálise de la Universidad Federal de Ceará ( u F c ) , organizada por el
Taller de Psicoanálisis de la U F C , Fortaleza, mayo de 2005. U n a versión resumida d e l
mismo fue presentada e n e l CoUoquio Internazionale " L ' i n c o n s c i o nella modernita.
L a pratica psicaníditica nella cultura contemporánea", organizado por la Asociación
N o d d i Freudiani, Roma, mayo de 2006.
^ Sigmund F r e u d , Tres ensayos de teoría sexual. Obras completas, vol. v i i , Buenos Aires,
A m o r r o r t u , 1976, p. 179.
' Sigmund F r e u d , " L a moral sexual 'cultural' y l a nerviosidad m o d e r n a " , e n este
volumen, pp. 11-29.
[55]
56 M A R C O A N T O N I O C O U T H I N H O J O R G E
c i a d e esta o b r a p a r a e l artículo s o b r e l a " M o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' " n o

p o d r í a ser m a y o r y, s e g ú n J a m e s S t r a c h e y , e l e d i t o r i n g l é s d e las Obras
completas d e F r e u d , este ú l t i m o p a r e c e ser e n g r a n p a r t e , u n a síntesis
d e los d e s c u b r i m i e n t o s p l a n t e a d o s e n aquéllos. E n efecto, e l artículo
d e 1 9 0 8 se l e e c o m o e l d e s a r r o l l o d e u n a a f i r m a c i ó n q u e se e n c u e n -
t r a a l final d e l o s Tres ensayos: e l " v í n c u l o d e o p o s i c i ó n e x i s t e n t e e n t r e
l a c u l t u r a y e l l i b r e d e s a r r o l l o d e l a s e x u a l i d a d " . ^ E n ese s e n t i d o , c o m o
contribución al debate e n t o r n o a " L a m o r a l sexual 'cultural'", pre-
s e n t a r é e n este a r t í c u l o u n a l e c t u r a d e l o s Tres ensayos, l i b r o e n e l c u a l
F r e u d e s t a b l e c i ó las bases d e l a c o n c e p c i ó n p s i c o a n a l í t i c a d e l a s e x u a -
l i d a d y p r o d u j o u n a s u b v e r s i ó n c u y o a l c a n c e p o l í t i c o se e x t e n d e r í a a
t o d o lo largo d e l siglo x x .
E L C O R T E F R E U D I A N O
E s c r i t o e n 1 9 0 5 , Tres ensayos de teoría sexuales la segunda gran obra de

F r e u d . L a p r i m e r a . La interpretación de los sueños, f u e e s c r i t a y p u b l i c a d a
a l g u n o s años antes. James Strachey expresa la m i s m a o p i n i ó n : "No
h a y d u d a d e q u e l o s Tres ensayos de teoría sexual s o n , j u n t o a La interpre-
tación de los sueños, las m á s t r a s c e n d e n t e s y o r i g i n a l e s c o n t r i b u c i o n e s
de F r e u d al c o n o c i m i e n t o de lo h u m a n o . " ^ C o m o p o d e m o s leer e n
u n a c a r t a d e F r e u d a A b r a h a m d e 1 9 0 8 , t a m b i é n él c o m p a r t í a esa
idea: " L a resistencia a la sexualidad i n f a n t i l fortalece e n mí la opinión
d e q u e l o s t r e s e n s a y o s s o n u n l o g r o d e v a l o r c o m p a r a b l e a l d e La in-
terpretación de los sueños."^ ¿ R e p r e s e n t a n l o s Tres ensayos e l h a l l a z g o d e l
famoso caballo de u n a T r o y a desenterrada, según F r e u d , e n el libro
d e los sueños?
D e h e c h o , se t r a t a d e d o s t e x t o s q u e c o n s t i t u y e n l a f u n d a c i ó n d e l
p s i c o a n á l i s i s , y si p o d e m o s a f i r m a r l o , es p o r q u e e n a m b o s f u e r o n i n -
t r o d u c i d a s sus bases c o n c e p t u a l e s : e n e l l i b r o d e l o s s u e ñ o s , F r e u d
i n t r o d u c e e l c o n c e p t o d e inconsciente, m i e n t r a s q u e e n Los tres ensayos,
a s i s t i m o s a l a i n t r o d u c c i ó n d e l c o n c e p t o d e pulsión. E n e l l i b r o Fun-
* Sigmund Freud, Tres ensayos de teoría sexual, op. cit., p. 221.

ajames Strachey, "Nota introductoria", Sigmund Freud, ibid., p. 112.
® Cf. Peter Gay, Freud - urna vida para o nosso tempo, Río de Janeiro, C o m p a n h i a das
Letras, 1989, p. 146. (Freud - una vida de nuestro tiempo, México, Paidós, p. 178).
1905-1908- L A S U B V E R S I Ó N F R E U D I A N A 57
damentos da psicoanálise - vol.l: as bases conceituais,^ t u v e l a o p o r t u n i d a d

de d e m o s t r a r q u e i n c o n s c i e n t e y pulsión son los dos c o n c e p t o s f u n d a -
m e n t a l e s d e l a teoría psicoanalítica; s i n ellos n o estaría c o m p l e t a d a l a
articulación e n t r e l e n g u a j e y s e x u a l i d a d q u e e l psicoanálisis d e m u e s -
t r a a p a r t i r d e s u clínica,^ y q u e l l e v a a L a c a n a a f i r m a r e n e l s e m i n a r i o
s o b r e Los cuatro conceptos fundamentales del psicoanálisis q u e " L a r e a l i -
d a d d e l i n c o n s c i e n t e es — ^ v e r d a d i n s o s t e n i b l e — l a r e a l i d a d s e x u a l " . ^
C u a n d o e n este m i s m o s e m i n a r i o L a c a n r e t o m a l o s f u n d a m e n t o s d e l
p s i c o a n á l i s i s , a f i r m a q u e e n e l m e d i o p s i c o a n a l í t i c o d e s u é p o c a se
r e g i s t r a b a u n a especie d e " r e c h a z o d e l c o n c e p t o " . S o n los c o n c e p t o s
f r e u d i a n o s los q u e o t o r g a n e s p e c i f i c i d a d al psicoanálisis, t a n t o p a r a su
teoría c o m o p a r a su clínica.
E n e l " P r ó l o g o a l a s e g u n d a e d i c i ó n " ( 1 9 0 9 ) d e Tres ensayos, F r e u d
a f i r m a q u e "es s u f e r v i e n t e d e s e o q u e este l i b r o e n v e j e z c a r á p i d a m e n -
te, a causa d e l a a c e p t a c i ó n u n i v e r s a l d e l o q u e a n t a ñ o f u e su n u e v o
a p o r t e , y d e l r e e m p l a z o d e las d e f i c i e n c i a s q u e c o n t i e n e p o r las tesis
c o r r e c t a s " . E s i n n e g a b l e q u e e s t e d e s e o d e F r e u d se e n c u e n t r a p a r -
cialmente realizado en nuestra cultura.
E l g r a n c o m b a t e q u e se l i b r a e n t r e b a s t i d o r e s e n l o s Tres ensayos
es e l d e l a o p o s i c i ó n e n t r e l o n o r m a l y l o p a t o l ó g i c o e n c u a n t o a l a
s e x u a l i d a d , e s p e c i a l m e n t e suscitado p o r los trabajos d e los s e x ó l o g o s
p r e f r e u d i a n o s s o b r e l a l l a m a d a inversión sexual, e l b l a n c o p r i n c i p a l d e
las r e f l e x i o n e s d e l a s e x o l o g í a d e l a é p o c a , s u s t e n t a d a s i n c l u s o p o r
autores declaradamente homosexuales c o m o p o r ejemplo, M a g n u s
H i r s c h f e l d , u n o de los f u n d a d o r e s de l a A s o c i a c i ó n Psicoanalítica d e
Berlín, e n 1908. M é d i c o j u d í o , H i r s c h f e l d , q u e recibió de la prensa
a m e r i c a n a e l a p o d o d e " e l E i n s t e i n d e l sexo",^^ vivía e n B e r l í n , e n
d o n d e f u n d ó e l I n s t i t u t o d e l a C i e n c i a S e x u a l , q u e subsisitió h a s t a q u e
f u e d i s u e l t o p o r los nazis.
'' Marco Antonio Coutinho Jorge, Fundamentos da psicanálise de Freud a Lacan - vol.1:
As bases conceituais, Río de Janeiro, Jorge Zahar, 2000.
^ E n m i libro abordo los dos grandes conceptos de modo opuesto al de la cronolo-
gía de su surgimiento, primero la pulsión y después el inconsciente. Ibid.
^Jacques L a c a n , O seminario, limo 11: os quatro conceitos fundamentáis da psicanálise,
Río de Janeiro, Jorge Zahar, 1979, p. 143 (El Seminario, Libro 11, Los cuatro conceptos fun-
damentales del psicoanálisis, Buenos Aires, Paidós, 2006, p. 156).
^"Jacques L a c a n , ibid., p. 26.
Sigmund F r e u d , "Prólogo a l a segunda edición", op. cit., p. 117.
Cf. la película de Rosa von Praunheim, The Einstein of sex, 2002.
Cf. Elisabeth Roudinesco y Michel Plon, Dicionário de Psicanálise, Río de Janeiro,
F r e u d e n t r a e n ese d e b a t e a r m a d o d e u n a n u e v a y p o d e r o s a a r m a ,
e l c o n c e p t o d e i n c o n s c i e n t e , y es c o n e l l a c o n l a q u e i r á a e n f r e n t a r
la avalancha de problemas planteados p o r la sexualidad. C o m o for-
m u l a Elisabeth Roudinesco en la presentación a la segunda edición
f r a n c e s a d e l a o b r a d e H e n r i E l l e n b e r g e r , Histoire de la découverte de
l'inconscient, l o s h i s t o r i a d o r e s n o l l e g a r o n a e v i d e n c i a r , e n las i n v e s -
t i g a c i o n e s h e c h a s s o b r e las f u e n t e s u t i l i z a d a s p o r F r e u d e n su t e o r í a
d e l a s e x u a l i d a d , e l a u t é n t i c o corte epistemológico q u e F r e u d p r a c t i c ó
e n los estudios d e su é p o c a . Según la autora, Ellenberger sumer-
gió la obra de F r e u d en la p r o l o n g a d a duración de la historia del
d e s c u b r i m i e n t o d e l i n c o n s c i e n t e , p e r o "a costa d e d e s c o n o c e r l a n o -
c i ó n d e r u p t u r a t a l c o m o es e m p l e a d a p o r l a t r a d i c i ó n f r a n c e s a d e
l a h i s t o r i a d e las c i e n c i a s — d e s d e G a s t ó n B a c h e l a r d h a s t a M i c h e l
Foucault, pasando por Georges Canguilhem".^^ T o d a la historiogra-
fía a m e r i c a n a r e c h a z ó esta c o n c e p c i ó n e p i s t e m o l ó g i c a y d e s e m b o c ó
así e n l a e s c u e l a r e v i s i o n i s t a c u y o p r i n c i p a l r e p r e s e n t a n t e es F r a n k
J . S u l l o w a y c o n s u o b r a Freud, biologiste de l'esprit, p u b l i c a d a e n 1 9 7 9 .
I n c l u s o , según R o u d i n e s c o , c r i t i c a n d o a E r n e s t J o n e s p o r su b i o g r a -
fía q u e r e t r a t a a F r e u d c o m o a u n h é r o e s o l i t a r i o y a c e n t ú a l a h o s -
t i l i d a d d e l m e d i o científico c o n relación a su trabajo, Sulloway llega
a n e g a r q u e F r e u d sea e l i n i c i a d o r d e u n a n u e v a c o n c e p c i ó n del
inconsciente y de la sexualidad y a a f i r m a r q u e habría sido t a n sólo
" e l p o r t a v o z d e l a c i e n c i a d e s u é p o c a . "^^
L a n o v e d a d i n h e r e n t e a l a o b r a f r e u d i a n a q u e d a o l v i d a d a y si, p o r
u n a p a r t e , los revisionistas c r i t i c a r o n d u r a m e n t e a los biógrafos q u e
d i b u j a r o n u n r e t r a t o h e r o i c o d e F r e u d , p o r la otra, los e m u l a n en
i n v e r o s i m i l i t u d al destituir a su o b r a de toda y c u a l q u i e r originalidad.
R o u d i n e s c o r e s u m e esa p o l é m i c a d i c i e n d o q u e es n e c e s a r i o o p o n e r a
la a r g u m e n t a c i ó n q u e r e t i r a d e la o b r a de F r e u d su f e c u n d a r u p t u r a ,
" u n a i n t e r p r e t a c i ó n d i f e r e n t e d e l m i s m o f e n ó m e n o : a finales d e l s i g l o
p a s a d o , t o d o s l o s e s p e c i a l i s t a s d e l a s u b c o n c i e n c i a y d e las e n f e r m e -
dades nerviosas habían r e c o n o c i d o la i m p o r t a n c i a d e l factor sexual
Jorge Zahar, 1998, p. 702 (Diccionario de psicoanálisis, Argentina, Paidós, 1998, p. 462) y
Philippe Aries y André Bejín (orgs.), Sexualidades oádentais, Sao Paulo, Brasiliense, 1986
(Sexualidades occidentales, México, Paidós, 1987).
Elisabeüi Roudinesco, "Présentaüon", H e n r i F. Ellenberger, Histoire de la découverte
de l'inconscient, París, Fayard, 1994, p. 24 (El descubrimiento del inconsciente. Historia y evo-
lución de la psiquiatría dinámica, México, C r e d o s , 1960).
Elisabeth Roudinesco, op. cit., p. 24.
1905-1908: L A S U B V E R S I Ó N F R E U D I A N A 59
e n l a e t i o l o g í a d e las n e u r o s i s . F r e u d n o e r a , p o r l o t a n t o , u n ' h é r o e
s o l i t a r i o ' . S i n e m b a r g o , f u e e l ú n i c o e n e f e c t u a r u n a síntesis f e c u n d a
d e t o d a s las c o r r i e n t e s p a r a t r a d u c i r l a e v i d e n c i a b i o l ó g i c a a u n n u e v o
l e n g u a j e c o n c e p t u a l . "^^
Se t r a t a e n t o n c e s , e n e l p s i c o a n á l i s i s , d e l a d v e n i m i e n t o d e u n a n u e -
va c o n c e p c i ó n d e l a s e x u a l i d a d , esta n o v e d a d q u e c u m p l e c i e n a ñ o s .
F r e u d h a b l a d e u n a " t e o r í a d e l a s e x u a l i d a d " , allí d o n d e l o s a u t o r e s so-
l a m e n t e p r e s e n t a b a n l a r g a m e n t e sus casos c l í n i c o s s i n n i n g u n a t e o r i -
zación al respecto. Antes de F r e u d , n o hay p r o p i a m e n t e u n concepto
clínico de la sexualidad. L a "degeneración" de Krafft-Ebing y la "psi-
c o l o g í a a s o c i a t i v a " d e B i n e t , q u e se o p o n í a a e l l a , s o n d o s c o n c e p c i o -
n e s e x t r e m a d a m e n t e s i m p l i s t a s q u e se l i m i t a b a n a a p l i c a r l a a n t i g u a
d i c o t o m í a m é d i c a h e r e d i t a r i o / a d q u i r i d o a los p r o b l e m a s p l a n t e a d o s
p o r l a s e x u a l i d a d . P e r o n i n g ú n c o n c e p t o e m a n a d e esas d i s c u s i o n e s
q u e e m p r e n d i e r o n los s e x ó l o g o s p r e f r e u d i a n o s .
E l m é r i t o d e esos a u t o r e s f u e , e n p r i m e r l u g a r , h a b e r i n a u g u r a d o e l
d i á l o g o s o b r e l a s e x u a l i d a d e n e l c a m p o d e l a c i e n c i a , y, e n s e g u n d o
l u g a r , h a b e r e v i d e n c i a d o , c o n sus p u b l i c a c i o n e s , l a a l t a frecuencia de
las l l a m a d a s " a b e r r a c i o n e s s e x u a l e s " . N o e n b a l d e é s t e es e l t í t u l o d e l
p r i m e r o d e los tres ensayos d e F r e u d e n d o n d e h a c e r e f e r e n c i a a los
a u t o r e s m á s i m p o r t a n t e s d e s u é p o c a q u e t r a t a b a n e l t e m a . Es s o b r e
esos t r a b a j o s p r e c u r s o r e s q u e F r e u d v a a i n s t a u r a r u n c o r t e . E s t e c o r t e
es c o n c e p t u a l y t i e n e u n n o m b r e : p u l s i ó n .
L A E X C E P C I Ó N L A C A N
Es i n t e r e s a n t e o b s e r v a r q u e a q u e l l o q u e F r e u d s e ñ a l ó c o m o u n a d e
las f o r m a s m á s frecuentemente asumidas p o r la resistencia al psicoa-
nálisis — l a d e q u e l a t e o r í a p s i c o a n a l í t i c a e x a g e r a b a e n c u a n t o a l a
i m p o r t a n c i a d e l sexo p a r a la v i d a p s í q u i c a — r e t o r n a viva, aún hoy,
bajo la p l u m a de u n psicoanalista brasileño. E n u n texto consagra-
d o n a d a más y nada menos que a criticar la "noción" de pulsión (se
trata de la m i s m a oposición al concepto de la que hablaba L a c a n ) ,
cuya " f r a g i l i d a d " , " r e d u n d a n c i a " y carácter " c o n t r a d i c t o r i o " él a f i r m a
Elisabeth Roudinesco, op. dt.,p. 25.

c o m o e v i d e n t e , ^ ^ J u r a n d i r F r e i r é C o s t a p o s t u l a q u e " l a c a u s a s e x u a l es
u n a d e las c a u s a s p o s i b l e s d e n u e s t r a v i d a m e n t a l y d e sus c o n f l i c t o s .
E s m u c h o , p e r o es s ó l o e s o " . S i n p r e c i s a r q u é o t r a s p u l s i o n e s s e r í a n
éstas, e l m i s m o a u t o r a f i r m a q u e " l a s e x u a l i d a d es u n a p u l s i ó n n i m á s
n i m e n o s e l e m e n t a l q u e tantas otras q u e p o d e m o s v e n i r a valorizar e n
la clínica", p a r a c o n c l u i r q u e "la i m p o r t a n c i a q u e F r e u d le atribuye al
s e x o es e n t e n d i b l e n o p o r ser él e l r e p r e s e n t a n t e d e las c u a l i d a d e s e l e -
m e n t a l e s u o r i g i n a r i a s d e l p s i q u i s m o , s i n o p o r los f a c t o r e s históricos
l i g a d o s a l a i n v e n c i ó n d e l psicoanálisis".^^
Ese e s c r i t o r e c i e n t e d e C o s t a , s o r p r e n d e n t e p o r s u v i o l e n c i a c o n
relación a la d e l i c a d a construcción c o n c e p t u a l f r e u d i a n a , r e t o m a ín-
t e g r a m e n t e , c o n v e i n t e a ñ o s de r e t r a s o , los p l a n t e a m i e n t o s q u e h i z o
J e a n - B e r t r a n d P o n t a l i s e n 1 9 8 4 , e n e l e d i t o r i a l d e l a Nouvelle Revue
de Psychanalyse,^^ e n u n n ú m e r o d e d i c a d o a La chose sexuelle. A f i r m a -
b a allí q u e l o s s u c e s o r e s d e F r e u d e s t a b l e c i e r o n , e n s u m a y o r í a , u n a
limitación e n el c a m p o de la sexualidad. Pontalis postulaba que n o
hay e n F r e u d u n a nítida distinción e n t r e el sentido trivial de la pala-
b r a "sexualidad", el " c o m p o r t a m i e n t o sexual p r o p i a m e n t e d i c h o " y
e l s e n t i d o p s i c o a n a l í t i c o d e " p s i c o s e x u a l i d a d " q u e se r e f i e r e a v a r i o s
e l e m e n t o s , c o m o , p o r e j e m p l o , los síntomas q u e a p a r e n t e m e n t e n a d a
tienen que ver con la sexualidad e n el sentido c o m ú n del término.
P o n t a l i s a g r e g a b a q u e l a distinción tardía e n t r e r e p r e s i ó n p r i m o r d i a l
( Unterdrückung) y r e p r e s i ó n (Verdrángung) i n t r a p s í q u i c a d e l a s e x u a l i -
d a d e s t á e n l a b a s e d e l a i n d e t e r m i n a c i ó n e n t r e las p r á c t i c a s s e x u a l e s
p r o p i a m e n t e d i c h a s y los e l e m e n t o s q u e estarían l i g a d o s a l a p u l s i ó n
sexual p o r la mediación de representaciones sin c o n t e n i d o sexual m a -
nifiesto.
Pontalis e n u m e r a c o n d e s e n v o l t u r a e l listado de los p o s f r e u d i a n o s
q u e , según él, p r o d u j e r o n u n a restricción teórica d e l a s e x u a l i d a d e n
e l c a m p o d e l psicoanálisis: M e l a n i e K l e i n , al h a b l a r de l a primacía d e
las p u l s i o n e s d e d e s t r u c c i ó n ; F a i r b a i r n y l o s t e ó r i c o s d e l a r e l a c i ó n
de objeto, que d e f i n e n el m o v i m i e n t o de la libido c o m o object-seeking
y n o c o m o pleasure-seeking, W i n n i c o t t , que disminuyó la i m p o r t a n c i a
d e l a s e x u a l i d a d i n f a n t i l c o n l a n o c i ó n d e " p r i m e r o , s e r " {first, being);
Jurandir Freiré Costa, " A comedia do demonio sexual", O vestido e a aura, Río de
Janeiro, Garamond, 2004, pp. 32, 34-35.
^« JUd., p. 51.
'^Jean-Bertrand Pontalis, "Argument", Nouvelle Revue de Psychanalyse, núm. 29, París,
Gallimard, 1984, pp. 5-10.
K o h u t , c o n e l e s t u d i o d e l d e s a r r o l l o narcisista, i n d e p e n d i e n t e d e l de-
sarrollo sexual. Y Pontalis concluye: "Sin duda, L a c a n constituye u n a
excepción.No sin añadir q u e L a c a n desprecia los datos clínicos
y, a d e m á s , s u b o r d i n a l a s e x u a l i d a d a l a s u p r e m a c í a d e l s i g n i f i c a n t e .
A u n q u e P o n t a l i s c o n s i d e r e esa s u b o r d i n a c i ó n c o m o u n d e m é r i t o , n o -
sotros v e m o s e n ella u n gesto fi~eudiano de articular lo real de la p u l -
sión c o n l o simbólico d e l inconsciente.^^ Por supuesto q u e , c o n su teo-
ría d e l a " p u l s i ó n s i n c u a l i d a d e s " , e n e l f o n d o , F r e u d a p u n t a h a c i a l a
i r r e d u c t i b i l i d a d de lo real — i n h e r e n t e a la pulsión— a lo simbólico.
¿ C u á l e s s o n l o s d a t o s c l í n i c o s a l o s q u e se r e f i e r e P o n t a l i s ? E n r e -
s u m e n : l a m u l t i p l i c a c i ó n d e d e m a n d a s d e análisis y d e f o r m a s p a t o -
lógicas q u e , e n a p a r i e n c i a , p o c o d e b e n a los c o n f l i c t o s sexuales, tales
c o m o l o s d i s t u r b i o s d e l c a r á c t e r , n e u r o s i s n a r c i s i s t a s , casos f r o n t e r i -
zos, a f e c c i o n e s p s i c o s o m á t i c a s , p e r s o n a l i d a d e s " c o m o s i " . I n c l u s o , se-
g ú n é l , l a n e u r o s i s o b s e s i v a y l a p e r v e r s i ó n p a s a r o n a ser c o n s i d e r a d a s
m e n o s c o m o u n c o n f l i c t o e n t r e las p u l s i o n e s s e x u a l e s y e l s u p e r y ó
q u e c o m o d i s f r a c e s d e u n " n ú c l e o p s i c ó t i c o " , así c o m o l a h i s t e r i a v i o
reevaluado el papel d e s e m p e ñ a d o e n ella p o r la sexualidad que fue
c o n s i d e r a d o c o m o t a n sólo u n a máscara. Los últimos a r g u m e n t o s
c l í n i c o s q u e L a c a n habría d e s p r e c i a d o , s e g ú n P o n t a l i s , serían los tras-
t o r n o s m a n i f i e s t a m e n t e sexuales, tales c o m o l a i m p o t e n c i a , e y a c u l a -
c i ó n p r e c o z y frigidez q u e salieron de la investigación psicoanalítica
p a r a d i r i g i r s e a las t e r a p i a s f u n c i o n a l e s y s e x u a l e s c o n u n a b o r d a j e
p u r a m e n t e técnico.
¿Cómo c o m e n t a r t o d a s estas o b s e r v a c i o n e s infiltradas p o r u n a
n o t a b l e n e g l i g e n c i a d e l t e x t o f r e u d i a n o q u e a s o m a e n las s u p u e s t a s
"actualizaciones"? ¿ C ó m o e n t e n d e r q u e Costa y Pontalis desprecien
tan m a r c a d a m e n t e la insistente observación freudiana, f o r m u l a d a a
p a r t i r d e l o s Tres ensayos^'^ d e q u e , p a r a e l p s i c o a n á l i s i s , l o s e x u a l n o es
l o m i s m o q u e l o g e n i t a l , y q u e es s ó l o p o r eso p o r l o q u e F r e u d p u d o
i n t r o d u c i r la noción inicialmente tan rechazada de "sexualidad infan-
til"? Así l o señala F r e u d e n e l " P r ó l o g o a l a c u a r t a e d i c i ó n " ( 1 9 2 0 ) , d e
s u o b r a : " P e r o , a d e m á s , es p r e c i s o r e c o r d a r q u e u n a p a r t e d e l c o n t e n i -
do im., p. 8.
d' D e hecho, para L a c a n las pulsiones constituyen "el eco e n el cuerpo del hecho de
que hay u n decir", asimismo hace hincapié en que a él le fue dado el mérito de explici-
tar esa vía "de l a relación entre lenguaje y sexo". Jacques L a c a n , Le sinthome. Livre XXIII,
París, Seuil, 2005, lecciones del 1 8 / 1 1 / 1 9 7 5 y 1 6 / 3 / 1 9 7 6 .
Sigmund Freud, Tres ensayos de teoría sexual, op. dt., p. 164.
d o d e este t r a b a j o , a s a b e r , s u i n s i s t e n c i a e n l a i m p o r t a n c i a d e l a v i d a
s e x u a l p a r a t o d a s las a c t i v i d a d e s h u m a n a s y s u i n t e n t o d e a m p l i a r e l
c o n c e p t o de sexualidad constituyó desde s i e m p r e el m o t i v o más fuer-
t e d e r e s i s t e n c i a a l psicoanálisis".^^
Además, ¿ c ó m o hacerles ver que la dimensión p r o p i a m e n t e sexual
d e l a p u l s i ó n f u e l a p r i m e r a e n ser e v i d e n c i a d a p o r F r e u d p o r su ca-
rácter r u i d o s o , escandaloso, i n c l u s o estridente?^* E n u n s e g u n d o m o -
m e n t o , la dimensión narcisista i n h e r e n t e a l o sexual fue destacada p o r
F r e u d c o m o u n e l e m e n t o esencial a c l a r a n d o q u e su manifestación n o
es t a n e v i d e n t e c o m o l a l i g a d a a las r e l a c i o n e s d e o b j e t o — a u n q u e
sea d e g r a n i m p o r t a n c i a p a r a e v i d e n c i a r h a s t a q u é p u n t o e l y o es é l
m i s m o u n o b j e t o p a s i b l e d e ser i n v e s t i d o p o r l a l i b i d o , a l i g u a l q u e los
o b j e t o s d e l a f a n t a s í a y l o s o b j e t o s e x t e r n o s . Y, p o r ú l t i m o , l a p o s t r e r a
aprensión f r e u d i a n a respecto a l a pulsión e n su d i m e n s i ó n mortífe-
r a , q u e es e l n ú c l e o m á s i m p o r t a n t e p e r o e l m e n o s p e r c e p t i b l e d e l a
pulsión; de ahí la célebre f ó r m u l a de F r e u d según l a cual la pulsión
d e m u e r t e o p e r a e n s i l e n c i o . Ésta es l a ú l t i m a a p o r t a c i ó n d e F r e u d
e n Más allá del principio del placer. "También tiene que llamarnos la
a t e n c i ó n q u e las p u l s i o n e s d e v i d a [ l é a s e p u l s i o n e s s e x u a l e s ] t e n g a n
m u c h í s i m o m á s q u e v e r c o n n u e s t r a p e r c e p c i ó n i n t e r n a ; e n e f e c t o , se
p r e s e n t a n c o m o revoltosas, s i n cesar a p o r t a n tensiones cuya t r a m i t a -
c i ó n es s e n t i d a c o m o p l a c e r , m i e n t r a s q u e las p u l s i o n e s d e m u e r t e p a -
r e c e n realizar su t r a b a j o e n f o r m a i n a d v e r t i d a . E l p r i n c i p i o d e l p l a c e r
p a r e c e estar d i r e c t a m e n t e a l s e r v i c i o d e las p u l s i o n e s d e m u e r t e . " ^ ^
T a l f o r m u l a c i ó n será a ú n m á s p r e c i s a d a p o r F r e u d c u a n d o , e n " E l
problema económico del masoquismo", llegue a formular la distin-
c i ó n e n t r e los p r i n c i p i o s d e c o n s t a n c i a y d e N i r v a n a .
P a r a F r e u d , n o se t r a t a d e a b o r d a r a l o s e x u a l e n t a n t o p r á c t i c a o
c o m p o r t a m i e n t o sexual sino d e a b o r d a r l o e n su alcance y a r r a i g o i n -
c o n s c i e n t e s . L a c a n , e n e l s e m i n a r i o d e Los cuatro conceptos, a f i r m a q u e
" t o d a p u l s i ó n es p u l s i ó n d e m u e r t e " , y así i n t e n t a t r a n s m i t i r q u e l o
s e x u a l está r a d i c a l m e n t e l i g a d o a l a m u e r t e ; d e a h í e l s e g u n d o d u a l i s -
m o pulsional f r e u d i a n o q u e o p o n e vida, Eros, y m u e r t e , Tánatos.
H a y q u e d e c i r , d e u n a vez p o r t o d a s , q u e l a a m p l i a c i ó n d e l c o n c e p -
^ S i g m u n d F r e u d , "Prólogo a l a cuarta edición", ibid., p. 121.

^* E l término galinhagem empleado e n portugués para designar l a actividad- sexual,,
parece indicarnos ese tumulto a ella inherente.
S i g m u n d F r e u d , Más allá del principio de placer, O. C, vol. x v i i i , p. 61.
t o d e s e x u a l i d a d se b a s ó e n l a c o n c e p c i ó n freudiana de sexualidad
infantil — o b j e t o d e investigación e n e l s e g u n d o e n s a y o — q u e , d e f i -
n i d a c o m o p e r v e r s o - p o l i m o r f a , constituyó el p u e n t e e n t r e la sexua-
l i d a d l l a m a d a n o r m a l y l a p a t o l ó g i c a o p e r v e r s a . Es c o n e l l a c o n l a
q u e F r e u d , m a t a n d o dos pájaros de u n solo t i r o , p u d o d e c i r q u e n o ,
s i m u l t á n e a m e n t e , a las t e o r í a s q u e a b o r d a n l o s a s p e c t o s c o n g é n i t o s ,
i n n a t o s , c o m o l a d e g e n e r a c i ó n , y a aquellas q u e a b o r d a n los aspectos
adquiridos, c o m o la relativa al t r a u m a sexual.
Es p r e c i s o q u e r e c o r d e m o s l a i m p o r t a n t e a n o t a c i ó n d e F o u c a u l t
c u a n d o afirmó q u e e l g r a n escándalo p r o m o v i d o p o r e l psicoanálisis
n o fue t a n sólo h a b l a r de sexo, sino h a b l a r de sexo d e n t r o de u n a
c i e r t a l ó g i c a , d e n t r o d e c i e r t o a p a r a t o c o n c e p t u a l c o n s i s t e n t e . Y es
este a p a r a t o e l q u e , s e g u r a m e n t e , l o s d e t r a c t o r e s d e l p s i c o a n á l i s i s p r e -
t e n d e n d e m o l e r . L a c a n a s u v e z v a l o r ó e n o r m e m e n t e este t e x t o f r e u -
d i a n o : e n su s e m i n a r i o f u e l a séptima o b r a más c i t a d a e n g e n e r a l , y l a
c u a r t a o b r a f r e u d i a n a , e n particular.^^
L A F U N D A C I Ó N D E L P S I C O A N Á L I S I S
S e g í i n H e n r i E l l e n b e r g e r , l o s Tres ensayos s u f r i e r o n t a n t o s a ñ a d i d o s a
l o l a r g o d e las sucesivas e d i c i o n e s q u e s e r í a p r e c i s o l e e r l a e d i c i ó n d e
1905 p a r a p o d e r c o m p r e n d e r la teoría o r i g i n a l . F r e u d abría el p r i m e r
e n s a y o a d v i r t i é n d o n o s q u e e l c a p í t u l o e s t a b a b a s a d o e n las o b r a s d e
v a r i o s a u t o r e s , h o y t o t a l m e n t e d e s c o n o c i d o s p a r a los p s i c o a n a l i s t a s . Es
i m p r e s i o n a n t e l a sinopsis q u e F r e u d h i z o d e los trabajos d e los a u t o r e s
de su é p o c a , m o s t r a n d o su m e t o d o l o g í a h a b i t u a l de r e t o m a r la t r a d i -
ción respecto a u n t e m a antes de a b o r d a r l o de m o d o i n n o v a d o r .
F r e u d e n u m e r a , u n o tras o t r o , los s i g u i e n t e s n o m b r e s : K r a f f t - E b i n g ,
A l b e r t M o l í , M o e b i u s , H a v e l o c k EUis, S c h r e n c k - N o t z i n g , L ó w e n f e l d ,
E u l e n b u r g , B l o c h , M a g n u s H i r s c h f e l d , y a d e m á s , l a r e v i s t a Anuario de
las etapas sexuales intermedias. E l o r d e n d e p r e s e n t a c i ó n n o es a l f a b é t i -
c o y t a l v e z r e v e l e p o r sí s o l o c i e r t o é n f a s i s e n l a e l e c c i ó n h e c h a p o r
Después de La interpretación de los srieños. El banquete. Más allá del principio de pla-
cer. La fenomenología del espíritu. Tótem y tabú. Función y campo de la palabra y. del lenguaje
en el psicoanálisis. Cf. Éeole Laeanienne de Psychanalyse, Index des noms propres et titres
d'ouvrages dans l'emsemble des séminaires deJacques Lacan, París, E P E L , 1998, p. 66.
F r e u d . A d e m á s , n i n g u n o d e esos a u t o r e s f o r m ó p a r t e d e l m o v i m i e n t o
p s i c o a n a l í t i c o ; es l a l i s t a d e u n g r u p o d e s e x ó l o g o s q u e , a finales d e l s i -
g l o X I X , i n v e s t i g a b a n los p r o b l e m a s relativos a l a s e x u a l i d a d . E n 1910,
F r e u d a ñ a d e e l n o m b r e d e I s i d o r Sadger c o n r e l a c i ó n a los datos r e f e -
rentes a la inversión sexual p e r o d i c h o a u t o r n o figura en la bibliogra-
fía a l final d e l v o l u m e n . Sabemos que frecuentó el círculo f r e u d i a n o
r e u n i d o e n l a S o c i e d a d de los Miércoles a p a r t i r d e 1906.
A p r o p ó s i t o , l a h i s t o r i a d e e s t a s o c i e d a d es, e n r e s u m e n , l a s i g u i e n -
te: e n el o t o ñ o de 1902, a l g u n o s p a r t i d a r i o s de F r e u d c o m e n z a r o n a
r e u n i r s e bajo la simpática n o m i n a c i ó n de Círculo Psicológico de los
M i é r c o l e s p o r l a N o c h e ; c o n e l paso d e los a ñ o s e l n ú m e r o de p a r t i c i -
p a n t e s f u e c r e c i e n d o . E l g r u p o i n i c i a l , q u e se r e u n í a e n l a sala d e es-
p e r a d e B e r g g a s s e 19,^' c o m p r e n d í a , a d e m á s d e F r e u d , a S t e k e l , A d l e r ,
R e i t l e r y K a h e n e . E l n ú c l e o se v i o a c r e c e n t a d o e n 1 9 0 3 p o r o t r o s , e n -
tre ellos, Paul F e d e r n , E d u a r d H i t s c h m a n n presentado al g r u p o e n
1 9 0 5 , O t t o R a n k y S a d g e r , e n 1 9 0 6 . E n este a ñ o , l a o r g a n i z a c i ó n c o n t a -
b a c o n diecisiete m i e m b r o s , c o n u n a asistencia p r o m e d i o de o n c e p o r
l a s e m a n a y se l l a m a b a S o c i e d a d P s i c o l ó g i c a d e l o s M i é r c o l e s . E n 1 9 0 8
t u v i e r o n su p r i m e r c o n t a c t o c o n F r e u d Ernest Jones, Sándor Ferenczi
y A. A. Brill.
A d e m á s , desde 1904, el e m i n e n t e psiquiatra de Zúrich, E u g e n
B l e u l e r e s c r i b i ó a F r e u d p a r a c o m u n i c a r l e e l i n t e r é s q u e sus t e o r í a s
despertaban e n la clínica Burghólzli, d o n d e J u n g , A b r a h a m , R i k l i n y
E i t i n g o n c o m e n z a b a n a a p l i c a r los p r o c e d i m i e n t o s terapéuticos f r e u -
dianos. E n 1906, J u n g i n i c i a su c o r r e s p o n d e n c i a c o n F r e u d , m i s m a
q u e se e x t i e n d e h a s t a l a r u p t u r a e n t r e e l l o s e n 1 9 1 3 - 1 9 1 4 .
C u a n d o , e n 1908, l a S o c i e d a d Psicológica d e los M i é r c o l e s fue
r e b a u t i z a d a o f i c i a l m e n t e c o m o S o c i e d a d d e Psicoanálisis d e V i e n a ,
F r e u d y su escuela estaban ya a u n paso de la c e l e b r i d a d m u n d i a l . L a
r e f u n d a c i ó n se h i z o a las p r i s a s , a t a n s ó l o d i e z d í a s d e l C o n g r e s o de
P s i c o a n á l i s i s d e S a l z b u r g o d e l a I P A , es d e c i r , c u a n d o e l p s i c o a n á l i s i s se
i n i c i a b a c o m o m o v i m i e n t o i n t e r n a c i o n a l . ^ ^ L o i n t e r e s a n t e a destacar,
d e s d e n u e s t r o p u n t o d e v i s t a , es q u e e l p s i c o a n á l i s i s se f u n d a c o m o
Ésta es la única sala del departamento de la Berggasse 19, e n Viena, que hoy se
encuentra amueblada exactamente como en la época e n que los F r e u d ahí vivieron. Y
eso debido a que, cuando la ciudad de V i e n a compró el inmueble para transformarlo
en museo, e n l a década de 1970, A n n a F r e u d envió desde L o n d r e s el mobiliario de l a
sala de espera para recomponerlo íntegramente.
Giancarlo Ricci, As cidades de Freud, Río de Janeiro, Jorge Zahar, 2005, p. 125.
u n v e r d a d e r o m o v i m i e n t o de a m p l i o alcance i n t e r n a c i o n a l a p a r t i r
d e l m o m e n t o e n e l q u e s o n c o n s t r u i d a s sus bases teóricas conceptuales^
p r i m e r o , e n 1 9 0 0 c o n e l c o n c e p t o d e i n c o n s c i e n t e p r e s e n t a d o e n La
interpretación de los sueños y, p o c o d e s p u é s , c o n e l c o n c e p t o d e p u l s i ó n ,
i n t r o d u c i d o p o r p r i m e r a v e z e n 1 9 0 5 , e n los Tres ensayos.
L a f u n d a c i ó n d e l psicoanálisis p a r e c e c o n s o l i d a r s e c o n el a d v e n i -
m i e n t o d e l c o n c e p t o de pulsión y su articulación c o n e l i n c o n s c i e n -
t e . Se p u e d e i n c l u s o d e c i r q u e e l c o n c e p t o d e p u l s i ó n c o n v i e r t e a l
i n c o n s c i e n t e e n u n a c o n q u i s t a teórica d e f i n i t i v a y le c o n f i e r e su ver-
d a d e r o a l c a n c e . E l p r i m e r e n s a y o d e F r e u d , d e d i c a d o a las l l a m a d a s
a b e r r a c i o n e s s e x u a l e s , t e r m i n a c o n l a i n t r o d u c c i ó n d e ese concepto,
m i s m o q u e p a r e c e ser p r e s e n t a d o c o m o u n v e r d a d e r o c o r o l a r i o d e l o
q u e F r e u d a p o r t a e n ese p r i m e r e n s a y o s o b r e las p e r v e r s i o n e s .
L A C O M P L E M E N T A R I E D A D M Í T I C A
C a b e d e s t a c a r q u e e l t ó p i c o d e l a h o m o s e x u a l i d a d , o c o m o a h í es
d e n o m i n a d a , d e l a " i n v e r s i ó n sexual",^^ es c e n t r a l e n l o s Tres ensayos,
al i g u a l q u e l o e r a e n i n n u m e r a b l e s trabajos d e los s e x ó l o g o s d e l siglo
x i x . N o p o r c a s u a l i d a d e l l i b r o d e F r e u d se a b r e y se c i e r r a c o n ese
t e m a y es j u s t a m e n t e e l p u n t o q u e p a r e c e c o n s t i t u i r e l m ó v i l p r i n c i p a l
de los d e s a r r o l l o s ahí c o n t e n i d o s .
E n l a sección d e d i c a d a a "Las aberraciones sexuales", l a p r i m e r a
sección d e l p r i m e r ensayo, e l t e m a d e la inversión sexual o c u p a l a
casi t o t a l i d a d d e las p á g i n a s d e d i c a d a s a las d e s v i a c i o n e s r e l a t i v a s a l
o b j e t o s e x u a l . L a s e c c i ó n s o b r e las " D e s v i a c i o n e s c o n r e s p e c t o a l o b j e -
t o s e x u a l " d e l p r i m e r e n s a y o , c o n s t a d e d o c e p á g i n a s , d e las q u e d i e z
páginas y m e d i a están d e d i c a d a s a " l a inversión" s e x u a l y u n a p á g i n a
y m e d i a a las " p e r s o n a s g e n é s i c a m e n t e i n m a d u r a s y a n i m a l e s c o m o
objeXos s e x u a l e s " .
E l ú l t i m o t ó p i c o d e l t e r c e r ( y ú l t i m o ) e n s a y o se t i t u l a " P r e v e n c i ó n
de l a i n v e r s i ó n " . E n él p o d e m o s o b s e r v a r l a m a n e r a s u b r e p t i c i a e n l a
d^ Cf. Marco Antonio Coutinho Jorge, op. dt.

^0 S i g m u n d F r e u d , Tres ensayos de teoría sexual, op. dt., p. 152.
E n 1910, en el ensayo sobre L e o n a r d o da V i n c i , F r e u d deja de utilizar el término
inversión sexual y pasa a utilizar la palabra homosexualidad.
q u e F r e u d , prácticamente, trae a la h o m o s e x u a l i d a d al c a m p o de la
n o r m a l i d a d . O b s e r v a n d o q u e l a atracción q u e los caracteres sexuales
a n t a g ó n i c o s e j e r c e n u n o s o b r e e l o t r o n o es s u f i c i e n t e p a r a e x c l u i r a
l a i n v e r s i ó n , F r e u d p o s t u l a q u e l a i n t e r d i c c i ó n d e ésta p o r l a s o c i e d a d
es u n f a c t o r p r e e m i n e n t e p a r a q u e se r e a l i c e e s t a e x c l u s i ó n . Y a ñ a -
d e : " d o n d e l a i n v e r s i ó n n o es c o n s i d e r a d a u n c r i m e n , p u e d e v e r s e
q u e r e s p o n d e c a b a l m e n t e a las i n c l i n a c i o n e s s e x u a l e s d e n o p o c o s
individuos".^^
C a b e q u e n o s d e t e n g a m o s b r e v e m e n t e e n este p u n t o d e l t e x t o " L a
m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' y la n e r v i o s i d a d m o d e r n a " . E n p r i m e r lugar,
l l a m a la atención que el término "cultural" aparezca entre comillas,
señal gráfica q u e p u e d e i n d i c a r u n a cita o u n uso figurativo d e l térmi-
n o . E n u n p r i m e r p l a n o , las c o m i l l a s p a r e c e n a q u í r e f e r i r s e a l p r é s -
t a m o que Freud hace de la oposición i n t r o d u c i d a p o r V o n Ehrenfels
e n t r e m o r a l s e x u a l n a t u r a l y m o r a l s e x u a l c u l t u r a l , c i t a d a p o r él a l
i n i c i o d e l t e x t o c o n c o m i l l a s e n las p a l a b r a s " n a t u r a l " y " c u l t u r a l " . S i n
e m b a r g o , t e n i e n d o e n c u e n t a q u e F r e u d u t i l i z a n u e v a m e n t e las c o m i -
l l a s t r e s v e c e s a l o l a r g o d e l texto^^ ¿ p o d e m o s s u p o n e r t a m b i é n q u e
son empleadas p a r a sugerir u n uso figurativo del término "cultural",
c u e s t i o n a n d o así l o q u e es c u l t u r a l y l o q u e n o ? O b s é r v e s e q u e esta
f o r m a d e u t i l i z a r las c o m i l l a s , q u e c o n n o t a a l g o e n e l t é r m i n o e n u n -
c i a d o m á s allá d e s u s i g n i f i c a d o h a b i t u a l , es h e c h a p o r F r e u d e n este
m i s m o t e x t o , c u a n d o h a b l a d e l a m o r a l doble,^"* v á l i d a p a r a l o s h o m -
bres e n nuestra sociedad.
E n s e g u n d o l u g a r , u n o d e l o s p u n t o s c e n t r a l e s d e l t e x t o se e n -
c u e n t r a e n l a c o n s t r u c c i ó n f r e u d i a n a s e g ú n l a c u a l , a l n o estar v i n -
c u l a d a l a p u l s i ó n s e x u a l a l a r e p r o d u c c i ó n s i n o a l p l a c e r , se p u e d e n
d i f e r e n c i a r tres estadios culturales en lo que respecta a la historia del
d e s a r r o l l o d e la pulsión sexual: " P o d r e m o s d i s t i n g u i r tres grados de
cultura: u n o , e n el cual la actividad de la pulsión sexual va libre-
m e n t e m á s allá d e l a r e p r o d u c c i ó n ; o t r o e n e l q u e l a p u l s i ó n s e x u a l
q u e d a c o a r t a d a e n su t o t a l i d a d , salvo e n l a p a r t e p u e s t a a l s e r v i c i o d e
l a r e p r o d u c c i ó n , y u n t e r c e r o , e n fin, e n e l c u a l s ó l o l a r e p r o d u c c i ó n
*d S i g m u n d Freud, Tres ensayos de teoría sexual, op. cit, p. 209.

Sigmund Freud, " L a moral sexual 'cullxiral' y la nerviosidad m o d e r n a " , op. dt, SR,
34 y 45, dos veces.
S i g m u n d Freud, ibid., SR, p. 38. Cf. sobre el tema, e n este volumen, el texto de
Marta Gerez Ambertín, pp. 97-106.
la legítima es c o n s i d e r a d a y p e r m i t i d a c o m o fin s e x u a l . " ^ ^ S e g ú n F r e u d ,
e l t e r c e r e s t a d i o s e r í a e l a c t u a l , o sea, e l d e 1 9 0 8 . Es p r e c i s o s u b r a -
a yar q u e F r e u d c o n s i d e r a a los tres estadios c o m o p a r t e d e la c u l t u r a
id y q u e l a h o m o s e x u a l i d a d se i n c l u y e e n e l p r i m e r e s t a d i o . P o r eso
a- c o m e n t a r e s p e c t o a e l l a " q u e las e x i g e n c i a s c u l t u r a l e s d e l s e g u n d o
5e g r a d o h a n d e ser r e c o n o c i d a s c o m o u n a ftiente de d o l o r para cierto
sector de la h u m a n i d a d " .
V o l v i e n d o a l o s Tres ensayos. T o d o l a o b r a e s t á p u n t u a d a p o r a g u -
â das o b s e r v a c i o n e s s o b r e l a h o m o s e x u a l i d a d . P o r e j e m p l o , c u a n d o
ir, a b o r d a l a e v o l u c i ó n s e x u a l d e las n i ñ a s , e n c u e n t r a u n a m a n e r a p a r a
is, d e c i r las cosas s i n d e f i n i r l o q u e es n o r m a l o n o . " E l r e s u l t a d o es u n
li- v í n c u l o h o s t i l c o n su m i s m o sexo l o q u e i n f l u y e d e c i s i v a m e n t e p a r a
ÍS- q u e l a e l e c c i ó n d e o b j e t o se h a g a en el sentido considerado normal."^''
íls L a fi-ase d e F r e u d es c l a r a : l a d i r e c c i ó n h e t e r o s e x u a l es n o r m a l p o r
al m e r a c o n v e n c i ó n . E s t a m i s m a m a n e r a d e e x p r e s a r s e se r e p i t e e n o t r o
in p a s a j e c u a n d o h a b l a d e l o s "casos c o n s i d e r a d o s a n o r m a l e s " . U n a
ai- l a r g a n o t a a l p i e d e p á g i n a a ñ a d i d a a l o s Tres ensayos en 1 9 1 5 , s i m u l t á -
ae nea a la redacción d e l artículo metapsicológico "Pulsiones y destinos
1", d e p u l s i ó n " , m e r e c e ser l e í d a c o n d e t e n i m i e n t o : " L a i n v e s t i g a c i ó n
ita p s i c o a n a l í t i c a se o p o n e t e r m i n a n t e m e n t e a l a t e n t a t i v a d e s e p a r a r
m- a los h o m o s e x u a l e s c o m o u n a especie p a r t i c u l a r de seres h u m a n o s .
»te E n l a m e d i d a e n q u e estudia otras excitaciones sexuales además de
m- las q u e se d a n a c o n o c e r d e m a n e r a m a n i f i e s t a , s a b e q u e t o d o s l o s
h o m b r e s son capaces de elegir u n o b j e t o de su m i s m o sexo, y a u n l o
tn- h a n c o n s u m a d o e n el i n c o n s c i e n t e . P o r o t r a parte, los s e n t i m i e n t o s
in- libidinosos e n vinculación c o n personas d e l m i s m o sexo n o desem-
en p e ñ a n escaso p a p e l c o m o f a c t o r e s d e l a v i d a s e x u a l , y ese p a p e l es
iel m a y o r q u e el de los d i r i g i d o s al sexo opuesto e n c u a n t o m o t o r e s de
de c o n t r a c c i ó n d e neurosis. E l psicoanálisis c o n s i d e r a más b i e n q u e l o
re- o r i g i n a r i o a p a r t i r d e l o c u a l se d e s a r r o l l a n l u e g o , p o r r e s t r i c c i ó n h a -
aal c i a u n o u o t r o l a d o , t a n t o e l t i p o n o r m a l c o m o e l i n v e r t i d o es l a i n d e -
de
ón
Sigmund F r e u d , ibid., SR, p. 34. E s interesante observar las cursivas de F r e u d en
la palabra "legítima".
^« Sigmund F r e u d , ibid., SR, p. 34.
^'^ Sigmund F r e u d , Tres ensayos de teoría sexual, op. cit., p. 209 (cursivas de este autor)
SR, *® Sigmund F r e u d , ibid., p. 134. L a misma sutil estrategia de desconstrucción de la
barrera entre lo n o r m a l y lo patológico se encuentra también en el texto " L a moral
. de sexual 'cultural' y la nerviosisdad m o d e r n a " . Cf. por ejemplo, las expresiones "llamadas
anormalidades", S R p. 33 y "considerado como n o r m a l " , p. 36.
I
p e n d e n c i a d e l a e l e c c i ó n d e o b j e t o r e s p e c t o d e l s e x o d e este ú l t i m o ,
la posibilidad abierta de d i s p o n e r de objetos tanto masculinos c o m o
f e m e n i n o s , t a l c o m o se l a p u e d e o b s e r v a r e n l a i n f a n c i a , e n e s t a d o s
p r i m i t i v o s y e n é p o c a s prehistóricas. E n e l s e n t i d o d e l psicoanálisis,
entonces, n i siquiera el interés sexual exclusivo d e l h o m b r e p o r la
m u j e r es a l g o o b v i o , s i n o u n p r o b l e m a q u e r e q u i e r e e s c l a r e c i m i e n t o ,
r e s p e c t o d e l o c u a l c a b e s u p o n e r u n a a t r a c c i ó n q u e es e n e l f o n d o d e
carácter químico."^^
El q u i e b r e de valoración de la h o m o s e x u a l i d a d c o m o a n o r m a l i d a d
es i g u a l m e n t e e m p r e n d i d a p o r F r e u d , d e m o d o i n d i r e c t o , c u a n d o h a -
b l a d e las n e u r o s i s c o m o " p e r v e r s i o n e s n e g a t i v a s " y d e las p e r v e r s i o -
n e s c o m o " p e r v e r s i o n e s p o s i t i v a s " . * " F r e u d l l e v a l e j o s s u diktat d e q u e
" l a n e u r o s i s es e l n e g a t i v o d e l a p e r v e r s i ó n " . E l p r i m e r o d e l o s t r e s
aspectos sobre el q u e F r e u d l l a m a la atención, c u a n d o h a b l a de la re-
lación e n t r e neurosis y perversión y e n u m e r a los p u n t o s q u e acercan a
a m b a s , es l a h o m o s e x u a l i d a d . * ^ Es m á s , es p o r l a m a n e r a e n q u e F r e u d
a b o r d a la categoría novecentista de perversión, q u e llega a retirar a la
h o m o s e x u a l i d a d d e l c a m p o de la patología. A d e m á s de i n t r o d u c i r la
categoría inédita de "perversión p o l i m o r f a " p a r a designar a la sexua-
lidad infantil utiliza el término "perversión" c o n e x t r e m o cuidado:
p a r a é l e s t a p a l a b r a n o p u e d e ser u s a d a c o m o c e n s u r a y s u u t i l i z a c i ó n
n o conlleva u n a coloración moral.*^
L a c l a s i f i c a c i ó n f r e u d i a n a d e las a b e r r a c i o n e s s e x u a l e s , q u e e n e l
p r i m e r ensayo están d i v i d i d a s e n "desviaciones c o n r e s p e c t o a l o b j e t o "
y " d e s v i a c i o n e s c o n r e s p e c t o a l a m e t a " , es y a e n sí m i s m a t r i b u t a r i a d e
la conceptualización de l a pulsión ahí i n t r o d u c i d a . A l presentar cua-
t r o e l e m e n t o s — f u e n t e , e m p u j e , o b j e t o y m e t a — se v e q u e l a e s t r u c -
t u r a d e l a p u l s i ó n c o m p o r t a u n a r e l a c i ó n c o n l a m e t a , l a satisfacción;
se r e c o n s i d e r a así e l s a b e r s e x o l ó g i c o v i g e n t e e n l a é p o c a : l a b ú s q u e d a
d e s a t i s f a c c i ó n es i n h e r e n t e a l a p r o p i a p u l s i ó n y n o d e p e n d e d e l o b -
j e t o , d a d o q u e é s t e es t o t a l m e n t e v a r i a b l e .
L l a m a l a atención q u e e n e l i n i c i o d e l p r i m e r ensayo F r e u d cita el
m i t o d e A r i s t ó f a n e s e n El banquete d e P l a t ó n d e m a n e r a p a r c i a l : " L a fá-
b u l a p o é t i c a d e l a p a r t i c i ó n d e l ser h u m a n o e n d o s m i t a d e s — m a c h o
'® S i g m u n d Freud, Tres ensayos de teoría sexual, op. dt, p. 132.

Ibid., p. 152.
« IHd., p. 151.
Ibid., p. 146.
y h e m b r a - q u e a s p i r a n a r e u n i r s e d e n u e v o e n e l a m o r se c o r r e s p o n d e
a m a r a v i l l a c o n l a t e o r í a p o p u l a r d e l a p u l s i ó n s e x u a l " . * ^ N o es d e ese
m o d o s i m p l i s t a c o m o A r i s t ó f a n e s n a r r a s u m i t o : a l c o n t r a r i o , l o s seres
o r i g i n a r i o s e r a n esferas c o m p u e s t a s p o r d o s p o r c i o n e s y d e t r e s t i p o s
d i f e r e n t e s , m a s c u l i n a s , f e m e n i n a s y andróginas.** Aristófanes describe
m i n u c i o s a m e n t e q u e , h a b i e n d o s i d o p a r t i d o s a l a m i t a d , t a l e s seres
p a s a r o n a b u s c a r sus m i t a d e s d e l a c u a l f u e r o n e s c i n d i d o s y s u r g i e r o n
seres h o m b r e s q u e b u s c a b a n sus m i t a d e s m a s c u l i n a s , seres m u j e r e s
q u e b u s c a b a n sus m i t a d e s f e m e n i n a s y seres h o m b r e - m u j e r e s q u e b u s -
c a b a n sus m i t a d e s o p u e s t a s . L o q u e t a l vez d e b a m o s r e s a l t a r es q u e , e n
e l m i t o d e A r i s t ó f a n e s s o b r e e l a m o r , ¡la h e t e r o s e x u a l i d a d es p r o d u c t o
de u n a a n d r o g i n i a o r i g i n a l ! Y h e m o s de p r e g u n t a r n o s p o r q u é F r e u d
narra el m i t o amputándolo de u n pedazo tan relevante. Suponemos
q u e l o h a c e e n l a m e d i d a e n q u e eso r e f u e r z a l a i d e a d e q u e l a c o m -
p l e m e n t a r i e d a d d e l o s s e x o s m a s c u l i n o y f e m e n i n o es m í t i c a , l e g e n d a -
r i a , y es e l l a l a q u e d e b e ser d e s t a c a d a e n e l r e l a t o d e l m i t o .
L a c o n c l u s i ó n g e n e r a l a l a q u e F r e u d es l l e v a d o a l c e r r a r s u a b o r -
d a j e s o b r e las d e s v i a c i o n e s e n c u a n t o a l o b j e t o se r e f i e r e a l a v a r i a b i -
l i d a d d e l o b j e t o s e x u a l : "Bsyo g r a n c a n t i d a d d e c o n d i c i o n e s , y e n u n
n i i m e r o s o r p r e n d e n t e m e n t e e l e v a d o d e i n d i v i d u o s , l a clase y e l v a l o r
d e l o b j e t o s e x u a l p a s a n a u n s e g u n d o p l a n o . A l g u n a o t r a c o s a es l o
esencial y l o c o n s t a n t e e n l a p u l s i ó n sexual".*^
E l m i s m o q u i e b r e d e l a b a r r e r a e n t r e l o n o r m a l y l o p a t o l ó g i c o es
a f i r m a d o p o r F r e u d al insistir e n la n o c i ó n de "condición fetichista"
i n h e r e n t e a t o d a y c u a l q u i e r e l e c c i ó n d e objeto.*^ Más a i i n c u a n d o
a f i r m a , c i t a n d o a M o e b i u s , q u e e n c i e r t a f o r m a , t o d o s s o m o s histéri-
cos...
A s í , e l p r i m e r e n s a y o se d i r i g e a l a d e m o l i c i ó n d e l a b a r r e r a e n t r e
lo n o r m a l y lo patológico y t e r m i n a con la argumentación freudiana
de crítica a l a teoría d e l i n n a t i s m o p a r a l a p e r v e r s i ó n (Krafft-Ebing)
y también a l a teoría de l o a d q u i r i d o ( B i n e t ) . F r e u d e n c a m i n a su
p l a n t e a m i e n t o para p o d e r llegar a afirmar que, e n efecto, hay algo
d e i n n a t o e n las p e r v e r s i o n e s , p e r o d e m o d o u n i v e r s a l : " e n l a b a s e
d e las p e r v e r s i o n e s h a y e n t o d o s l o s casos a l g o i n n a t o , p e r o algo que
« Ibid., p. 124.
Platón, Le banquet/Phedre, trad., noticia y notas de Émile Chambry, París, Garnier-
Flammarion, 1964, p. 49 [ElBanquete, Madrid, Alianza Editorial, 2001, p. 81].
Sigmund Freud, Tres ensayos de teoría sexual, op. cit., pp.135-136.
^''md., p. 139.
es innato en todos los hombres, p o r más q u e su i n t e n s i d a d fluctúe y

p u e d a c o n e l t i e m p o s e r r e a l z a d a p o r i n f l u e n c i a s v i t a l e s " . * ' Se t r a t a
d e l a b i s e x u a l i d a d , e l e m e n t o t e ó r i c o q u e atravesó e l d i á l o g o e n t r e
F r e u d y Fliess, y q u e p e r m i t e a F r e u d situar a l a p e r v e r s i ó n p o l i m o r f a
c o m o c o n s t i t u y e n t e y e v i d e n t e e n las m a n i f e s t a c i o n e s d e l a s e x u a l i -
dad infantil.
F r e u d l o g r a p r o d u c i r u n a v e r d a d e r a torsión e n e l c o n f l i c t o t e ó r i -
co de la época. L a polémica parece haber t o m a d o el siguiente hilo.
I n i c i a l m e n t e K r a f f t - E b i n g c o n s i d e r a q u e l a c a u s a d e las p e r v e r s i o n e s
e n g e n e r a l es l a degeneración, n o c i ó n q u e p r o v i e n e d e M o r e l , e x t r e m a -
d a m e n t e vaga y s i n p r e c i s i ó n . B i n e t y a l g u n o s o t r o s d i s c u t i e r o n esta
visión y s u s t e n t a r o n l a hipótesis d e l d e t e r m i n i s m o a d q u i r i d o . F r e u d
r e s o l v i ó l a c u e s t i ó n d e s d e u n p u n t o d e v i s t a v e r d a d e r a m e n t e tercero:
n o s i g n i f i c a q u e n o h a y a a l g o h e r e d i t a r i o , i n n a t o , s i n o q u e este factor es
común a todos los sujetos. E s t a es l a n o c i ó n f r e u d i a n a d e disposición neu-
ropática general, p r e s e n t e e n t o d o y c u a l q u i e r i n d i v i d u o s i n e x c e p c i ó n ,
q u e e s t á e n l a b a s e d e l p o s i b l e d e s e n c a d e n a m i e n t o d e las l l a m a d a s
p e r v e r s i o n e s sexuales.*^ F r e u d i n c l u y e e n s u a b o r d a j e a l i n c o n s c i e n t e ,
y esa i n c l u s i ó n s u b v i e r t e r a d i c a l m e n t e l a o p o s i c i ó n n o r m a l - p a t o l ó g i -
co, de t a l m o d o q u e p e r m i t e q u e L a c a n t e r m i n e p o r a f i r m a r q u e " l a
v e r d a d e r a e n f e r m e d a d m e n t a l d e l h o m b r e " es e l i n c o n s c i e n t e .
Este e p i s o d i o o c u p a u n l u g a r f u n d a m e n t a l e n l a h i s t o r i a d e l psi-
c o a n á l i s i s . F r e u d l l e g ó a este p o s i c i o n a m i e n t o d e s p u é s d e muchos
avatares, n a r r a d o s p o r él m i s m o e n e l b r e v e p e r o l u m i n o s o artículo
" M i s tesis s o b r e e l p a p e l d e l a s e x u a l i d a d e n l a e t i o l o g í a d e las n e u -
r o s i s " ( 1 9 0 6 ) . E n l o s Tres ensayos, F r e u d a s e v e r a p e r e n t o r i a m e n t e q u e
"es i m p o s i b l e n o r e c o n o c e r a l g o c o m ú n a t o d o s l o s seres h u m a n o s ,
a l g o q u e t i e n e sus o r í g e n e s e n l a u n i f o r m e d i s p o s i c i ó n a t o d a s las
perversiones".*^
IHd., p. 156.
*^ Sigmund F r e u d , "Mis tesis sobre el papel de la sexualidad e n la etiología de las
neurosis", op. cit.
Sigmund F r e u d , Tres ensayos de teoría sexual, op. cit, p. 174.
D E L A B I S E X U A L I D A D A L O B J E T O A
L a b i s e x u a l i d a d f u e u n o d e los n o m b r e s e n c o n t r a d o s p o r F r e u d e n
la c u l t u r a científica d e l siglo x i x p a r a e x p r e s a r la i m p o s i b i l i d a d d e l a
r e l a c i ó n s e x u a l . S i l a i n v e r s i ó n e x i s t e es p o r q u e h a y u n a " d i s p o s i c i ó n
bisexual".^*^ S i n e m b a r g o , F r e u d r e f u t a l a h i p ó t e s i s d e u n a r e l a c i ó n
entre el hermafroditismo somático y u n supuesto hermafroditismo
p s í q u i c o q u e estaría e n e l o r i g e n d e l a i n v e r s i ó n . E n v e r d a d , l a t e o r í a
d e l a b i s e x u a l i d a d es u n v e r d a d e r o embrollo t e ó r i c o d e l c u a l a F r e u d
le c u e s t a d e s e m b a r a z a r s e . Y e s e n ese s e n t i d o q u e l a c r e a c i ó n d e l c o n -
cepto de pulsión, e n 1905, surge c o m o resultado d e l l a r g o diálogo
e s t a b l e c i d o e n t r e él y F l i e s s s o b r e l a n o c i ó n d e b i s e x u a l i d a d , p u e s es
e x a c t a m e n t e tras l a r u p t u r a e n t r e ellos, d e s p u é s d e los d i e c i s i e t e a ñ o s
q u e v a n de 1887 a 1904, c u a n d o F r e u d crea e l c o n c e p t o de pulsión.
1887 1904 1905

/ / /
bisexualidad pulsión
L a p u l s i ó n es l a r e s p u e s t a c o n c e p t u a l f o r j a d a p o r F r e u d p a r a d a r
c o n s i s t e n c i a a las o b s e r v a c i o n e s p l a n t e a d a s p o r d i f e r e n t e s a u t o r e s d e
la é p o c a sobre la bisexualidad. F r e u d jamás dejó de hablar de l a b i -
sexualidad hasta el final d e su o b r a y l a definió e n su relación con
la elección de objeto, descartando t o d a y c u a l q u i e r referencia a la
b i s e x u a l i d a d b i o l ó g i c a t a l y c o m o l a sostenía Fliess. L a d i s c u s i ó n e n -
t r e e l l o s s o b r e ese p u n t o i n c i d í a m á s p r e c i s a m e n t e s o b r e l a r e l a c i ó n
e n t r e l a b i s e x u a l i d a d y l a r e p r e s i ó n : Fliess c r e í a q u e l a p r i m e r a e x p l i -
caba a la s e g u n d a e n el sentido de que el h o m b r e reprimía e l e m e n t o s
f e m e n i n o s y l a m u j e r e l e m e n t o s m a s c u l i n o s . S i F r e u d se s u b l e v a e n
c o n t r a d e e s t a c o n c e p c i ó n es e n l a m e d i d a e n q u e , d e e s t e m o d o , e l
sexo b i o l ó g i c o prevalece y e n g e n d r a , c o m o v e r d a d e r a p a l a b r a final,
los p r o c e s o s psíquicos l i g a d o s a l a represión.
A l contrario, para F r e u d la bisexualidadera u n a disposición psico-
l ó g i c a r e s p o n s a b l e d e las d i f e r e n t e s e l e c c i o n e s d e o b j e t o , h o m o s e x u a l
y h e t e r o s e x u a l , ya q u e e n t o d o sujeto e n c o n t r a m o s ambas f o r m a s de
e l e c c i ó n d e o b j e t o e n p r o p o r c i o n e s diversas. E n 1908, p a r a citar u n o
Ibid., p. 131.
d e los m á s i m p o r t a n t e s pasajes f r e u d i a n o s s o b r e e l t e m a , e n e l t e x t o
s o b r e " L a s fantasías h i s t é r i c a s y s u r e l a c i ó n c o n l a b i s e x u a l i d a d " , F r e u d
e n u n c i a que hay u n a "disposición bisexual i n n a t a e n el hombre".^^
V o l v e r e m o s m á s a d e l a n t e a este a s p e c t o c u a n t i t a t i v o e n l a c o n c e p c i ó n
freudiana de la sexualidad.
S i h o y y a n o h a b l a m o s d e b i s e x u a l i d a d es p o r q u e t e n e m o s e l c o n -
cepto de objeto a i n t r o d u c i d o p o r L a c a n e n 1960 e n el s e m i n a r i o
s o b r e La angustia. E l o b j e t o a representa u n a especie de conclusión,
s e g u r a m e n t e a n h e l a d a p o r F r e u d , d e l a t e o r í a d e las p u l s i o n e s ; c o n é l
p o d e m o s prescindir de la tematización i m a g i n a r i a sobre la elección
d e o b j e t o . E l o b j e t o a, d i g á m o s l o así, v a a l a raíz d e l p r o b l e m a y, e n
v e z d e a b o r d a r l a c u e s t i ó n p o r l a vía d e l o i m a g i n a r i o , l o h a c e p o r l a
dimensión de lo real.
E l o b j e t o a es l a m í n i m a d e n o m i n a c i ó n e s t a b l e c i d a p o r L a c a n , c o n
l a p r i m e r a l e t r a d e l a l f a b e t o — d e c í a él: "Si f u e r a t a n fácil h a b l a r d e
é l , l e p o n d r í a m o s o t r o n o m b r e y n o o b j e t o « " — p a r a h a b l a r d e ese
o b j e t o q u e n o e x i s t e y q u e , p o r l o m i s m o , a n t e s d e ser e l o b j e t o d e l
d e s e o , s e g ú n a f i r m a e n e l s e m i n a r i o R.S.I., es e l objeto causa del deseo.^^
L a c a n f o r m u l a r í a e n e l s e m i n a r i o Aun: " E l h o m b r e es q u i e n a b o r d a a
l a m u j e r , o c r e e a b o r d a r l a . [...] S i n e m b a r g o , s ó l o a b o r d a l a causa d e
s u d e s e o , q u e d e s i g n é c o n e l a."^*
Las diferentes elecciones imaginarias de objeto, tematizadas p o r
F r e u d e n el r i g o r de su p e n s a m i e n t o clínico, son reducidas p o r L a -
can a l a lógica de lo real i n h e r e n t e a la falta d e l objeto. L a c a n ya
a n u n c i a b a t a l c o n f u s i ó n e n e l s e m i n a r i o s o b r e La relación de objeto a l
l l a m a r l a a t e n c i ó n h a c i a a q u e l p a s a j e s i t u a d o u b i c a d o a l final d e l o s
Tres ensayos, e n l a s e c c i ó n s o b r e " E l h a l l a z g o d e o b j e t o " , d o n d e F r e u d
p l a n t e a q u e " e l h a l l a z g o [ e n c u e n t r o ] d e o b j e t o es p r o p i a m e n t e u n
r e e n c u e n t r o " . ^ ^ E l s e n o c o m o o b j e t o p e r d i d o e n e l d e s t e t e es p r o t o t í -
p i c o d e l o b j e t o a.
H a y q u e r e s a l t a r q u e e l o b j e t o a es p r e f i g u r a d o e n F r e u d d e d i -
Sigmund Freud, "Las fantasías histéricas y su relación con la bisexualidad", O. C,

p. 146.
Jacques L a c a n , "Alocugáo sobre as psicoses da crianga", Outros escritos, Río d*e Janei-
ro, Jorge Zahar, 2003, p. 364. ("Alocución sobre las psicosis de niños". Otros escritos).
53 Jacques L a c a n , RS.I., curso del 2 1 / 1 / 1 9 7 5 .
5* Jacques L a c a n , El Seminario, libro 20, Aun, Buenos Aires, Paidós, p. 88.
55 Jacques L a c a n , El seminario, libro 4, La relación de objeto, Buenos Aires, Paidós, p. 15.
S i g m u n d Freud, Tres ensayos de teoría sexual, op. dt., p. 203.
1905"190^' ^ S U B V E R S I Ó N F R E U D I A N A 73
versos m o d o s , p o r e j e m p l o , c u a n d o a f i r m a q u e " d e b e m o s a f l o j a r , e n
n u e s t r a c o n c e p c i ó n , los lazos e n t r e p u l s i ó n s e x u a l y o b j e t o . P r o b a b l e -
m e n t e l a p u l s i ó n s e x u a l es, a l c o m i e n z o , i n d e p e n d i e n t e d e s u o b j e t o y
t a m p o c o d e b e s u g é n e s i s a l o s e n c a n t o s d e éste".^^
C o m o u n a d e sus e s t r a t e g i a s p a r a q u e b r a r l a b a r r e r a e n t r e l o n o r -
mal y lo patológico e n el ámbito de la sexualidad F r e u d valora explí-
c i t a m e n t e el p u n t o d e vista c u a n t i t a t i v o e n d e t r i m e n t o d e l c u a l i t a t i v o :
" P o r m á s q u e las d i f e r e n c i a s e n l o s r e s u l t a d o s p u e d a n ser d e n a t u r a l e -
za c u a l i t a t i v a , e l análisis m u e s t r a q u e las d i f e r e n c i a s e n las c o n d i c i o n e s
s o n s ó l o c u a n t i t a t i v a s " , ^ ' eso es l o q u e d i c e a l t r a t a r e l o b j e t o s e x u a l
d e l o s i n v e r t i d o s . L a p r o p i a p u l s i ó n es c a r a c t e r i z a d a p o r F r e u d c o m o
sin c u a l i d a d .
H O M O S E X U A L I D A D : ¿ I N V E R S I Ó N , P E R V E R S I Ó N O S U B V E R S I Ó N ?
E n t o d o m o m e n t o se o b s e r v a e n l a c u l t u r a e l p a p e l s u b v e r s i v o d e s e m -
p e ñ a d o desde siempre p o r la sexualidad h u m a n a y m u y especialmen-
te p o r l a h o m o s e x u a l i d a d . E n s u e n s a y o " S e x o é p o l í t i c a " , G o r e V i d a l
y a p o s t u l a b a h a c e m u c h o q u e " l a s a c t i t u d e s s e x u a l e s e n c u a l q u i e r so-
c i e d a d s o n e l r e s u l t a d o d e d e c i s i o n e s políticas".^^
E m b l e m á t i c o d e eso f u e l a r e e l e c c i ó n d e G e o r g e W . B u s h , h a c e
a l g u n o s años, p a r a e l g o b i e r n o de Estados U n i d o s , l a cual, según los
e s p e c i a l i s t a s , se d i o e s e n c i a l m e n t e e n v i r t u d d e l a p o y o d e l a m a s a c o n -
s e r v a d o r a d e l a p o b l a c i ó n a l c a n d i d a t o q u e se o p o n í a a l a a p r o b a -
ción de l a ley q u e a u t o r i z a b a el m a t r i m o n i o entre personas d e l m i s m o
s e x o , e l same sex marriage, c o m o se l e d e n o m i n a e n i n g l é s . M i e n t r a s
se e s p e r a b a q u e m u c h o s e l e c t o r e s q u e j a m á s a c u d i e r o n a las u r n a s
n o obligatorias estadunidenses lo hiciesen para resguardar al m u n d o
de los m a l e f i c i o s de la p o d e r o s a c a p a c i d a d destructiva d e l g o b i e r n o
r e p u b l i c a n o recién e x h i b i d a p o r Bush e n Iraq, tuvimos la sorpresa
de ver a l a cuestión sexual o c u p a r el p r i m e r p l a n o e n l a m e n t e de los
ciudadanos norteamericanos. Ellos prefirieron optar p o r exterminar
Sigmund Freud, Tres ensayos de teoría sexual, op.cit., p. 134.

5' Sigmund Freud, ibid., p. 132.
5^ Sigmund Freud, ibid., pp. 146 y 153.
5^ G o r e Vidal, "Sexo é política". De fato e deficQoo - ensaios contra a corrente, Sao Paulo,
C o m p a n h i a das Letras, 1987, p. 229.
a Otros p u e b l o s y v e r m o r i r a sus h i j o s q u e a d m i t i r l a d i f e r e n c i a p u e s -
t a e n j u e g o p o r e l d e s e o h o m o s e x u a l . D i f e r e n c i a q u e se r e s u m e e n
la f o r m u l a c i ó n lacaniana: "la relación sexual n o existe". R e p u d i a r el
m a t r i m o n i o d e h o m o s e x u a l e s es u n a e x c e l e n t e m a n e r a d e s u s t e n t a r
e l m i t o d e l a r e l a c i ó n s e x u a l : o sea, e l d e q u e l a c o m p l e m e n t a r i e d a d
e n t r e l o s s e x o s e x i s t e . E n ese s e n t i d o , es i m p o r t a n t e o b s e r v a r c ó m o e l
d e b a t e s u s c i t a d o e n los E U A p o r esta c u e s t i ó n p r o m o v i ó e x p r e s i o n e s
c o m o : "unión n a t u r a l " , " m a t r i m o n i o sagrado", etcétera.
E n t a l s e n t i d o , c o m o y a i n d i q u é , es b a s t a n t e s i g n i f i c a t i v o q u e F r e u d ,
a l a b r i r l o s Tres ensayos, c i t e e l m i t o d e A r i s t ó f a n e s r e l a t a d o e n El ban-
quete d e P l a t ó n d e m a n e r a s o r p r e n d e n t e m e n t e p a r c i a l . R e t i r a d e l m i t o
s u c o s t a d o s u b v e r s i v o , l a i d e a d e q u e h a y seres h o m o s e x u a l e s y h e -
terosexuales, y l o p r e s e n t a e x c l u s i v a m e n t e e n su aspecto romántico,
d i f u n d i d o e n la cultura, de búsqueda de la c o m p l e m e n t a r i e d a d entre
l o s s e x o s o p u e s t o s . S i e s o es así, c i e r t a m e n t e es s i g u i e n d o u n a e s t r a -
t e g i a : e l l i b r o d e F r e u d es u n r a d i c a l c u e s t i o n a m i e n t o d e e s t a m i s m a
idea y desarrolla precisamente lo que L a c a n terminará p o r resumir d i -
c i e n d o : l a r e l a c i ó n s e x u a l n o e x i s t e . O sea, n o e x i s t e c o m p l e m e n t a r i e -
d a d e n t r e l o s s e x o s . Y si e n l a é p o c a se h a b l a b a d e " i n v e r s i ó n s e x u a l " ,
es p o r q u e se c r e í a q u e h a b í a u n a " v e r s i ó n " s e x u a l . T o d o i n d i c a q u e
F r e u d e x p l o r a la faceta d e l m i t o más aceptada p o r la cultura para po-
d e r d e s a r r o l l a r s u c r í t i c a c o n r e l a c i ó n a e l l a . A l r e s p e c t o , es b a s t a n t e
s i g n i f i c a t i v o q u e F r e u d i g u a l m e n t e c i e r r e l o s Tres ensayos r e f i r i é n d o s e
a la Antigüedad griega...
O t r a manifestación de prejuicios referidos a la sexualidad e n la cul-
t u r a fue el i n t e n t o de la ex g o b e r n a d o r a d e l estado de Río de Janei-
r o , R o s i n h a G a r o t i n h o ( c u y o n o m b r e es g r a c i o s a m e n t e b i s e x u a l )
d e p r o m o v e r a través d e l e s t a d o e l t r a t a m i e n t o g r a t u i t o p a r a l o s h o -
m o s e x u a l e s q u e d e s e a s e n c u r a r s e . Se t r a t a d e l p r o y e c t o d e l e y n ú m .
7 1 7 / 2 0 0 3 p r o p u e s t o p o r e l d i p u t a d o estatal evangélico E d i n o Fonse-
ca. L o s m a y o r e s de e d a d p o d r í a n b u s c a r t r a t a m i e n t o ' V o l u n t a r i a m e n -
t e " y los m e n o r e s , ¡ p o r l a v o l u n t a d d e los p a d r e s ! T a l p r o y e c t o — q u e
p a r t í a d e l s u p u e s t o d e q u e l a h o m o s e x u a l i d a d es u n a e n f e r m e d a d q u e
p u e d e , y, p o r l o t a n t o , d e b e s e r t r a t a d a — a m a l g a m a b a l o s p r e j u i c i o s
d e l o s e v a n g e l i s t a s a f i l i a d o s a l a A s a m b l e a d e D i o s c o n las f u e r z a s r e -
^ Rosinha es u n nombre que denota el género femenino mientras que Garotinho,

cuya acepción es "chavito", pertenece al género masculino. D e ahí l a observación d e l
autor entre paréntesis e n el texto, [ T . ]
RGE 1 905- 1 908: L A S U B V E R S I Ó N FREUDIANA 75
mes- presivas d e l e s t a d o p e r o n o obtuvo la a c e p t a c i ó n y f u e r e p u d i a d o e n l a

en m e d i d a e n q u e a l g u n o s sectores de l a c u l t u r a se m a n i f e s t a r o n c o n c l a -
r el r i d a d a través d e a r t í c u l o s e n l a p r e n s a y d e p r o t e s t a s e n l a C á m a r a .
itar E n ese m o m e n t o l o s psicoanalistas se p r o n u n c i a r o n p a r a s u s t e n t a r
dad l a p o s i c i ó n p r e s e n t a d a e n los Tres ensayos y d e s a r r o l l a d a p o r F r e u d a
o el lo l a r g o d e t o d a su o b r a . Acyr Maya manifestó su r e p u d i o a l a A s o -
nes ciagáo d e A p o i o ao Ser H u m a n o e á F a m i l i a ( A B R A C E H ) , g r u p o lidera-
d o p o r l a p s i c ó l o g a evangélica Rosángela Alves J u s t i n o , c u y o o b j e t i v o
ud, e r a " o f r e c e r a p o y o a los homosexuales q u e v o l u n t a r i a m e n t e deseasen
ban- a b a n d o n a r la h o m o s e x u a l i d a d " . Maya c o n s i d e r ó t a l institución — q u e
lito c o n t r a r í a u n a d e las i n s t r u c c i o n e s d e l C o n s e j o F e d e r a l d e P s i c o l o g í a ,
he- s e g í í n l a c u a l " l a é t i c a d e los p s i c ó l o g o s es l a i c a y, p o r l o t a n t o , e l e j e r c i -
ico, c i o d e l a p r o f e s i ó n n o p u e d e ser c o n f u n d i d o c o n c r e e n c i a s r e l i g i o s a s
itxe que los p s i c ó l o g o s quizá p r o f e s e n " — c o m o u n a " c o e r c i ó n disfrazada
tra- d e t e r a p i a " . E n e l f o n d o l o q u e se b u s c a b a , c o n l a p r e t e n d i d a c o r r o -
íma b o r a c i ó n de la ciencia, era "anular la l e g i t i m i d a d de la existencia de
-di- los h o m o s e x u a l e s y e s t a n c a r e l p r o c e s o d e l u c h a p o r sus d e r e c h o s " . 6 1
rie- A n t o n i o Q u i n e t d e n u n c i ó i g u a l m e n t e esa p r o p u e s t a c o m o " u n d i s p o -
al", sitivo h e t e r o s e x i s t a y h o m o f ó b i c o q u e favorecía l a h o m o f o b i a i n t e r n a -
qûe l i z a d a [ d e t o d o s ] a l a l i m e n t a r l a fantasía d e c o n v e r s i ó n [ s i g u i e n d o e l
po- m o d e l o d e l a conversión religiosa e s p e c t a c u l a r m e n t e escenificada e n
nte los t e m p l o s e v a n g é l i c o s ] y a l p r o m e t e r l o i m p o s i b l e : l a o r t o p e d i a d e
ose l a p u l s i ó n sexual".^^
N o f u e l o q u e o c u r r i ó e n F r a n c i a : e n ese p a í s e l d e b a t e s o b r e l a
cul- a d o p c i ó n de niños p o r padres homosexuales p r o d u j o u n a manifesta-
íiei- ción c o n t r a r i a de algunos psicoanalistas, v e h e m e n t e m e n t e d e n u n c i a -
da p o r Elisabeth Roudinesco como u n a v e r d a d e r a c r u z a d a e n c o n t r a
ho- d e los h o m o s e x u a l e s e n n o m b r e d e l p s i c o a n á l i s i s . E n u n d e b a t e p u b l i -
im. c a d o e n 2 0 0 2 p o r l a r e v i s t a Le Nouvel Observateur, J e a n - P i e r r e W i n t e r
ise- se d e c l a r ó e n c o n t r a y a f i r m ó q u e las p a r e j a s h o m o s e x u a l e s q u i e r e n
en- fabricar "niños simbólicamente modificados".
:jue Otros psicoanalistas quisieron hacer valer e l peso de su a u t o r i d a d
ûe para p o n t i f i c a r sobre el asunto: Charles M e l m a n acusó a los padres
ños h o m o s e x u a l e s d e ser a d e p t o s d e u n t i p o d e n a r c i s i s m o p r i m a r i o d e l
re- cual quedaría excluida toda verdadera relación c o n el o t r o . Pierre
nho, ®' Acyr Maya, "Coergáo disfrazada de terapia",/omaZ O Globo, 1 9 / 6 / 2 0 0 4 , 1er. cua-
del derno, p. 7.
«2 Antonio Quinet,/omaZ O Globo, 1 5 / 1 1 / 2 0 0 4 , 1er. cuaderno, p. 7.
I
L e g e n d r e c o n s i d e r ó e l deseo d e n o r m a l i z a c i ó n d e los h o m o s e x u a l e s
c o m o tributario de u n h e d o n i s m o ilimitado, heredero del nazismo.
A l r e s p e c t o , R o u d i n e s c o p r e g u n t a : "¿Por q u é los h o m o s e x u a l e s serían
r e s p o n s a b l e s p o r este h e d o n i s m o q u e e x i s t e e n t o d a s p a r t e s e n las
sociedades llamadas p o s m o d e r n a s y que, de h e c h o , p o d e m o s criticar?
¿Y p o r q u é d e s i g n a r este h e d o n i s m o c o m o u n h e r e d e r o d e l n a z i s m o ,
c u a n d o esta c o r r i e n t e filosófica e x i s t e d e s d e l a a r c a i c a G r e c i a ? "^^
Estar b a j o l a p r o t e c c i ó n d e l n o m b r e d e "psicoanálisis" o d e cual-
q u i e r a d e sus i n s t i t u c i o n e s , o a ú n d e c i r s e l a c a n i a n o , n o es e n l o m á s
m í n i m o s u f i c i e n t e p a r a s u s t e n t a r s u d i s c u r s o . Se t r a t a d e a l g o m u y
d i s t i n t o . C u r i o s a m e n t e , e s t o s p s i c o a n a l i s t a s i n t e n t a r o n j u s t i f i c a r sus
p o s i c i o n e s a b s o l u t a m e n t e p r e f i r e u d i a n a s a través d e s e u d o t e o r í a s y
fijeron bombardeados p o r u n a cultura liberal en la cual, felizmente,
n o hay l u g a r p a r a la h o m o f o b i a trasvestida c o m o discurso científico.
A f o r t u n a d a m e n t e Elisabeth Roudinesco tuvo el suficiente valor para
l e v a n t a r l a b a n d e r a d e l psicoanálisis e n l a p r e n s a y a l l a d o d e i n t e l e c -
t u a l e s , r e c o r d a n d o q u e , si l a c u l t u r a h a l o g r a d o h o y m a y o r l i b e r t a d e n
m a t e r i a s e x u a l , e l l o se d e b e e n g r a n p a r t e a l a o b r a d e l c r e a d o r d e l
psicoanálisis.
^3 Elisabeth Roudinesco, "Psychanalyse et homosexualite: réflexions sur le désir per-

vers, l'injure et la fonction paternelle", Cliniques Méditerranéennes, núm. 65, 2002, p.32.
FREUD: U N A CRÍTICA D E L A RAZÓN S E X U A L *
lo
A N A M A R I A R U D G E
las
B E T T Y B E R N A R D O F U K S
ir?
LO,
P o c o s a ñ o s d e s p u é s d e i n a u g u r a r e l p s i c o a n á l i s i s c o n La interpretación
de los sueños ( 1 9 0 0 ) , t e x t o c l a v e p a r a c o m p r e n d e r l a e s c r i t u r a d e l i n -
consciente, F r e u d firma su p r i m e r a crítica a la c u l t u r a e n " n u e s t r o "
artículo acerca de " L a m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' y la n e r v i o s i d a d m o d e r -
n a " ( 1 9 0 8 ) . P a r e c e ser u n s a l t o p r e m a t u r o d e l fijindador de la ciencia
de los s u e ñ o s , s u m e r g i d o p o r e n t o n c e s e n l a t a r e a d e a r t i c u l a r dos
d e sus p r i n c i p a l e s c o n c e p t o s : i n c o n s c i e n t e y p u l s i ó n . S i n e m b a r g o ,
u n análisis r i g u r o s o d e m u e s t r a q u e e l t e m a d e l a r e l a c i ó n d e l s u j e t o
c o n la c u l t u r a ya estaba p r e f i g u r a d o e n e l "Proyecto de u n a psicología
p a r a n e u r ó l o g o s " ( 1 8 9 5 ) . A l l í , d e s i g n a n d o c o m o complejo del prójimo
el j u e g o q u e o c u r r e e n l a e m e r g e n c i a d e l o h u m a n o , F r e u d d e s c r i b e
u n a escena i n i c i a l e n d o n d e e l recién n a c i d o establece el p r i m e r y
r u d i m e n t a r i o l a z o s o c i a l c o n e l ser c e r c a n o (Nebenmensch), el p r i m e r
o t r o q u e a t i e n d e a su g r i t o de s o c o r r o , satisfaciendo su sed y su h a m -
b r e . T o d o q u e d a r í a a h í si e l b e b é n e c e s i t a s e d e l o t r o t a n s ó l o c o m o u n
i n s t r u m e n t o adecuado para reparar u n a falta localizable e n el cuerpo.
M á s allá d e l a m e r a e x p r e s i ó n d e u n i m p e r a t i v o b i o l ó g i c o , e n t r e t a n t o ,
el g r i t o pasará a a c t u a r c o m o l l a m a d o d e s o c o r r o e i n v o c a c i ó n de l a
presencia materna.
U n a p r i m e r a i n t e r l o c u c i ó n se e s t a b l e c e e n t r e e l b e b é y a q u é l , p o r
lo general la m a d r e , que ocupa el lugar del O t r o del lenguaje, signifi-
c a y n o m b r a s u d o l o r , l o i m p u l s a a j u z g a r y r e c o n o c e r las e x c i t a c i o n e s
i n t e r n a s q u e e m a n a n de su p r o p i o c u e r p o , y a separarse de l a f u e n t e
de excitaciones externas q u e fluyen s o b r e sí, d e l m u n d o e x t e r i o r . E l
s i n t a g m a c o n e l q u e F r e u d d e s i g n a esa a s i s t e n c i a , i n d i s p e n s a b l e a l a d -
v e n i m i e n t o d e l infans c o m o ser h a b l a n t e , es auxilio ajeno.
E l t é r m i n o " a j e n o " r e m i t e a l o n o f a m i l i a r , l o e x t r a ñ o , l o q u e se
a p r e n d e c o n h o r r o r . M i e n t r a s t a n t o , e l psicoanálisis r e v e l a u n a p a -
[77]
I
78 A N A M A R I A R U D G E / B E T T Y B. F U K S
r a d o j a : p a r a este ser m i n ú s c u l o , e l o t r o es u n d e s c o n o c i d o s i t u a d o
e n u n a r e l a c i ó n d e e x t r e m a c e r c a n í a . E l p r ó j i m o es, a l m i s m o t i e m -
p o , su p r i m e r o b j e t o d e satisfacción, f u e n t e d e l a e x p e r i e n c i a mítica
de placer absoluto que el niño intenta reproducir posteriormente y
también el p r i m e r objeto hostil, presencia extraña y amenazadora;
única p o t e n c i a capaz de prestar s o c o r r o , a q u e l q u e acoge y r e s p o n d e
a f e c t i v a m e n t e a s u n e c e s i d a d d e c o n f o r t , o r d e n a n d o sus m a n i f e s t a -
ciones pulsionales. O b j e t o a m b i g u o , puesto q u e p o l o de fascinación y
r e p u l s i ó n , e l o t r o , e n l a p e r s p e c t i v a f r e u d i a n a , se c o n s t i t u y e c o m o l o
"familiar-extraño" (Unheimlich).
E n r e s u m e n , f e r t i l i z a d a p o r la l i b i d o y p o r e l l e n g u a j e , la socia-
b i l i d a d c o m i e n z a e x a c t a m e n t e e n ese p u n t o d e i n t u i c i ó n d e l a e x -
trañeza d e l p r ó j i m o . M o m e n t o d e l n a c i m i e n t o de u n a relación de
p a r e n t e s c o , m á s a l l á d e t o d a b i o l o g í a , c o n a l g u i e n q u e es, a l m i s m o
t i e m p o , el semejante — i m a g e n del yo del sujeto—, y aquello que hay
d e m á s e x t r a ñ o y a j e n o d e n t r o d e sí; l o i m p o s i b l e d e m e t a b o l i z a r , e l
r e s t o n o s u s c e p t i b l e d e ser a l c a n z a d o e n los m e a n d r o s d e l a c u l t u r a .
Este l l e g a a ser u n p u n t o c r u c i a l p a r a los f u t u r o s p r o c e s o s d e s u b j e -
tivación d e l n i ñ o .
L a experiencia subjetiva i m p l i c a , necesariamente, la referencia d e l
sujeto al o t r o — o b j e t o de a m o r ( m o d e l o ideal) y de o d i o (obstáculo
i n s a l v a b l e ) — , y a l l e n g u a j e . P a r a u b i c a r a ese " o t r o " q u e F r e u d i d e n -
tificó c o m o b i s a g r a e n t r e e l sujeto i n d i v i d u a l y e l c o l e c t i v o , L a c a n i n -
t r o d u c e los términos Sujeto y O t r o , a r t i c u l a n d o c o n precisión l o q u e
designó c o m o la transindividualidad p r i m o r d i a l d e l inconsciente: más
allá d e las m a r c a s l i b i d i n a l e s q u e r e c i b e d e sus p r ó j i m o s , e l s u j e t o es
m a r c a d o , d e f o r m a i n d e l e b l e , p o r ciertas r e p r e s e n t a c i o n e s sociales y
políticas de su t i e m p o . L a o r i g i n a l i d a d de la l e c t u r a de L a c a n refuerza
l a v e r d a d d e l d e s t i n o q u e F r e u d r e s e r v ó a sus h e r e d e r o s : a ñ a d i r a l a
práctica clínica, de u n o e n u n o , la f u n c i ó n de críticos de la c u l t u r a
q u e p r o d u c e n t e s t i m o n i o s d e l o q u e o b s e r v a n . T a l f u n c i ó n es c e n t r a l ,
indispensable, para el quehacer d e l psicoanalista. Advierte Lacan:
" M e j o r pues q u e r e n u n c i e [a p r a c t i c a r el psicoanálisis] q u i e n n o p u e -
d a u n i r a s u h o r i z o n t e l a s u b j e t i v i d a d d e s u é p o c a . "^
A d v e r t e n c i a q u e p a r e c e ajustarse c o m o a n i l l o a l d e d o e n los lec-
tores de " L a m o r a l sexual". E l artículo instiga al lector a interesarse
> Jacques L a c a n , "Función y campo de la palabra y del lenguaje e n psicoanálisis".

Escritos 1, México, Siglo X X I , 1998, p. 309.
F R E U D : U N A C R Í T I C A D E L A R A Z Ó N S E X U A L 79
por el tiempo histórico-cultural e n q u e f u e escrito, y seguir de cerca

e l m o d o e n q u e F r e u d t e j e s u análisis c r í t i c o d e l a é p o c a a p a r t i r d e l o
que p u d o a p r e n d e r e n l a clínica, vale decir, acerca d e l i n c o n s c i e n t e
en su r e a l i d a d sexual. A f i r m a al m i s m o tiempo q u e e l p s i c o a n á l i s i s se
r e f i e r e a l s u j e t o e n s u s i n g u l a r i d a d , p e r o este s i n g u l a r , p o r e s t a r l i g a d o
al l e n g u a j e , f o r m a p a r t e d e l a g r a n H i s t o r i a . L o s lectores d e la o b r a d e
F r e u d d e b e m o s e s t a r a t e n t o s a e s t a d o b l e r e f e r e n c i a si q u e r e m o s t r a e r
u n n u e v o esclarecimiento al texto de 1908, y evaluar su relevancia y
actualidad clínica u n siglo después.
¿ B a j o q u é p r e m i s a s h i s t ó r i c o - c u l t u r a l e s F r e u d f o r m a l i z ó las tesis
d e s a r r o l l a d a s e n este a r t í c u l o ? D e s d e finales d e l siglo x i x hasta la
llegada de los nazis e n 1938, V i e n a fue el e s c e n a r i o d e cuestiones,
i n t r o d u c i d a s desde los m á s diversos sectores d e l a c u l t u r a , r e l a c i o -
n a d a s c o n e l p r o y e c t o d e l a m o d e r n i d a d ; esa p r o d u c c i ó n históri-
ca r o m p i ó c o n m u c h a s l i g a d u r a s d e l h o m b r e a c i e r t a s v i s i o n e s d e l
c o s m o s y a las t r a d i c i o n e s , a l e l e v a r e l d i s c u r s o d e l a c i e n c i a a l a
posición de representante de la verdad. E l m o v i m i e n t o m o d e r n i s -
ta p r o v e n i e n t e d e l a f u e r t e crisis i n s t a l a d a p o r e l n u e v o p a r a d i g m a ,
e r a l a c o n c i e n c i a c r í t i c a d e l p r o c e s o d e m o d e r n i z a c i ó n y d e sus r e -
s u l t a d o s . E n t r e l o s i n n u m e r a b l e s i n t e n t o s d e r e e s c r i b i r las b a s e s d e
i n s e r c i ó n d e l s u j e t o m o d e r n o , t a l vez e l psicoanálisis f u e l a m á s fiel
d e las p r o d u c c i o n e s d e l m o d e r n i s m o . Se s a b e q u e F r e u d d e s c e n t r ó
a l h o m b r e d e sí m i s m o , d e n u n c i a n d o c o m o i l u s i ó n l a i d e n t i d a d e n -
t r e c o n c i e n c i a y m e n t e , y r e c o n o c i e n d o su f r a g i l i d a d . A pesar d e ser
u n pensador proveniente del i l u m i n i s m o , mostró que era posible
d i s i p a r l a s s i g n i f i c a c i o n e s fijas y c o m p l e t a s p a r a d a r l u g a r a l a e m e r -
g e n c i a d e l s e n t i d o , s i e m p r e l a c u n a r i o . L a e x p l o r a c i ó n d e l país d e l
O t r o — e l inconsciente— pone en evidencia, de f o r m a contundente,
el esfuerzo f r e u d i a n o d e u b i c a r al psicoanálisis e n l a f r o n t e r a e n t r e
lo d i c h o y lo n o dicho.
E l t e m a de l a n e r v i o s i d a d m o d e r n a constituía el telón de fondo
d e l a l i t e r a t u r a artístíca-cultural d e O c c i d e n t e , a m e d i a d o s d e l s i g l o
X I X . E l estado d e l a l m a d e q u i e n e f e c t i v a m e n t e p a d e c í a los efectos d e l
p r o g r e s o d e l a civilización i l u m i n i s t a , era d e s c r i t o c o m o " n e r v i o s o "
t a n t o e n las a r t e s c o m o e n l a filosofía. C o m o l o expresa e l crítico lite-
r a r i o J a c q u e s L e R i d e r e n La modernidad vienesa y las crisis de identidad
(1992), en el pensamiento filosófico crítico de l a d e c a d e n c i a m o d e r -
n a i n i c i a d o p o r N i e t z s c h e , s o b r e t o d o e n Humano, demasiado humano,
l o s s i g n i f i c a n t e s " m o d e r n i d a d " y " n e r v i o s i d a d " , s o n u s a d o s casi c o m o
s i n ó n i m o s . ^ P a r a este filósofo, el peso de la cultura, la exigencia que

é s t a i m p o n e a l i n d i v i d u o d e t o d o c o n o c e r y d o m i n a r , l l e g ó a ser u n a
f á b r i c a d e n e u r o s i s q u e a f e c t a b a p r i n c i p a l m e n t e a las clases c u l t a s d e
los países e u r o p e o s . M u c h o s textos l i t e r a r i o s q u e s i g u i e r o n a la o b r a
d e N i e t z s c h e r e v e l a b a n i n t e n s a p e r p l e j i d a d y los autores a p e l a b a n a
l a r e g e n e r a c i ó n d e l a h u m a n i d a d q u e se h a b r í a p e r d i d o e n t r e l o s c o -
m i e n z o s d e l fracaso d e l p r o y e c t o i l u m i n i s t a y los síntomas derivados
d e l " p r o g r e s o " . A l t o m a r e n c u e n t a l a a t m ó s f e r a d e l a q u e V i e n a es-
t a b a i m p r e g n a d a . L e R i d e r e x p o n e q u e las i n q u i e t u d e s d e a l g u n o s
a u t o r e s p o r su p r o p i a n e r v i o s i d a d e r a u n a figura r e c u r r e n t e e n sus
d i s c u r s o s y sus o b r a s .
E n e l á m b i t o d e estas m i s m a s c r í t i c a s , las h i p ó t e s i s s u r g i d a s e n c a m -
pos diversos, c o m o los d e l a m e d i c i n a , l a p s i c o l o g í a y l a psiquiatría,
g a n a r o n primacía: W . E r b , e n su o b r a sobre la n e r v i o s i d a d c o n t e m p o -
ránea, Binswanger, e n el ensayo sobre l a n e u r a s t e n i a y el p r o g r e s o e n
l a c u l t u r a a m e r i c a n a , y K r a f t - E b i n g , f u n d a d o e n sus p r o p i a s r e f l e x i o -
nes sobre la d e g e n e r a c i ó n , l a neurosis y l a neurastenia, r e c o n o c í a n y
resaltaban la e n f e r m e d a d nerviosa m o d e r n a c o m o u n efecto "del i n -
c r e m e n t o d e las e x i g e n c i a s s o c i a l e s y e c o n ó m i c a s , c o n u n g a s t o m a y o r
d e e n e r g í a , p a r a c u y a r e p o s i c i ó n n o se l e c o n c e d e , a d e m á s , d e s c a n s o
s u f i c i e n t e " . ^ C o m o se s a b e , p a r t e s d e estas c r í t i c a s se e n c u e n t r a n t r a n s -
critas e n " L a m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' y l a n e r v i o s i d a d m o d e r n a " . F r e u d
n o las d e s c a r t a c o m p l e t a m e n t e , a u n q u e i m p o n e u n c o r t e e n esas t e o -
rías, c u a n d o a f i r m a q u e e l s u f r i m i e n t o d e l h o m b r e m o d e r n o d e p e n -
d e d e u n f a c t o r f u n d a m e n t a l — l a s e x u a l i d a d — . C o n esto, a d e m á s de
marcar u n a r u p t u r a con el m o d o de pensar el sufrimiento vigente
e n l a é p o c a , e l f u n d a d o r d e l psicoanálisis circunscribía e l c a m p o y l a
especificidad de su disciplina.
Curiosamente, la idea de vincular a la nerviosidad c o n la sexuali-
d a d n o f u e p r o p i a m e n t e e l g r a n h a l l a z g o d e F r e u d . S e g ú n P e t e r Gay,*
m u c h o s escritores románticos y n o pocos psicólogos de la é p o c a ya
habían establecido algún t i p o de vínculo entre depravación sexual y
nerviosidad. Observa el historiador (Gay) que la genialidad de F r e u d
^ J . Rider, A Modemidade vienense e as crises de identidade, Río de Janeiro, Civilizagáo

Brasileira, 1992, p. 68 {Modernité viennoise et crise de l'identité, P U F , 1990).
* Sigmund Freud, " L a moral sexual 'cultural' y la nerviosidad m o d e r n a " . Obras com-
pletas, Buenos Aires, SR, p. 30. E n este volumen pp. 11-29.
^ Peter Gay, The bourgeois experience, Victoria to Freud, Nueva "ibrk, Nueva York - Oxford,
1986, p. 351.
fue a t r e v e r s e a r e v e r t i r esta p e r s p e c t i v a y a f i r m a r q u e l a r e p r e s i ó n d e
l a s e x u a l i d a d , es d e c i r , l a r e g u l a c i ó n y c o d i f i c a c i ó n d e l s e x o y d e l l a z o
s o c i a l e n t r e l o s h o m b r e s , sería, e n v e r d a d , l a g r a n f u e n t e d e e n f e r m e -
dades d e l a l m a d e l h o m b r e m o d e r n o . A l r e c o n o c e r q u e l a represión
de l a s e x u a l i d a d c o r r e s p o n d e a u n a o p e r a c i ó n psíquica d e l p r o p i o
s u j e t o f r e n t e a las e x i g e n c i a s d e l a c u l t u r a , a n u n c i a b a u n o d e l o s d e s t i -
nos d e l a e n e r g í a p u l s i o n a l . U n p o c o más t a r d e , a p a r t i r d e l d e s a r r o l l o
l ó g i c o d e las tesis d e l t e x t o d e 1 9 0 8 , c o n s t r u i d a s a p a r t i r d e l a e s c u c h a
c l í n i c a , a p e l a F r e u d a l a " h e c h i c e r a " {die Hexe) (la metapsicología)
para p r o p o n e r el concepto de represión originaria. C o n m u c h a "he-
c h i c e r í a " , c r e a e l m i t o d e Tótem y tabú, e l m i t o " c i e n t í f i c o " , u n a n a r r a -
tiva s o b r e e l o r i g e n d e l s u j e t o y d e l a c u l t u r a . Tótem y tabú ( 1 9 1 3 ) , t e x t o
del q u e F r e u d j a m á s o c u l t ó su p r e d i l e c c i ó n p e r s o n a l , m a p e a c o n p r e -
c i s i ó n l o s p r e s u p u e s t o s p s i c o a n a l í t i c o s d e las bases y c o n d i c i o n e s d e l a
c i v i l i z a c i ó n : á\n d e l a figura d e p o d e r e x c e s i v o y o m n i p o t e n -
te, e l P a d r e p r i m i t i v o q u e d e t e n t a e l g o c e a b s o l u t o ; ¿>] o b e d i e n c i a a las
leyes e i n s t i t u c i o n e s q u e a s e g u r a n e l l e n g u a j e y e l l a z o s o c i a l . ^ P o r l o
q u e se p u e d e c o n c l u i r q u e " L a m o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' y l a n e r v i o s i d a d
m o d e r n a " f u e u n a o b r a p r e p a r a t o r i a d e l necesario salto al f u t u r o r e -
servado a la teoría psicoanalítica de la cultura.
E n e l c o n t e x t o histórico de la o b r a de F r e u d , la i d e a de q u e la
represión de l a sexualidad producía la n e r v i o s i d a d m o d e r n a p u e d e
c o n s i d e r a r s e c o m o t r i b u t a r i a d e l a n o c i ó n m i s m a d e pulsión i n t r o d u c i -
d a e n l o s Tres ensayos de teoría sexual ( 1 9 0 5 ) . A q u í , d e s p r o v i s t o d e c u a l -
q u i e r m o r a l i s m o o m a r c a s i d e o l ó g i c a s , F r e u d u b i c a r á a las p u l s i o n e s
p a r c i a l e s c o m o a q u e l l o q u e n o tiene r e m e d i o n i n u n c a l o t e n d r á . L a s
caracteriza n o sólo c o m o parciales, sino también c o m o p o l i m o r f a s y
perversas. A p a r t i r de l a n o c i ó n de perversión p a r a c o n c e p t u a l i z a r a
la s e x u a l i d a d i n f a n t i l , F r e u d r o m p e e n t e r a m e n t e c o n l o s p r e s u p u e s t o s
en los q u e descansaba d i c h a n o c i ó n , e n su tiempo. Para el sentido
c o m i i n , e l s i g n i f i c a n t e perversión e n g l o b a b a las i d e a s d e s e x u a l i d a d
a n o r m a l y d e f e c t o m o r a l , ideas q u e venían c o n q u i s t a n d o cierta legi-
timidad científica y consistencia c o n c e p t u a l e n la m e d i c i n a legal d e l
siglo X I X .
L a s e x u a l i d a d n o r m a l , d e l a c u a l l a p e r v e r s a sería u n a d e s v i a c i ó n ,
es l a q u e s i r v e p a r a l a c o n s e r v a c i ó n d e l a e s p e c i e , e n e l m a r c o d e u n
ideario evolucionista. A l caracterizar a la sexualidad i n f a n t i l c o m o u n i -
5 Betty B. Fuks, Freud ár' a cultura, Río de Janeiro, Jorge Zahar, 2003, p. 28.
82 A N A M A R I A R U D G E / B E T T Y B. FURS
v e r s a l m e n t e p o l i m o r f a y p e r v e r s a , F r e u d s u b v i e r t e esa n o c i ó n , u n a vez
q u e el t é r m i n o perversión ya n o designa solamente a u n a anomalía o
desviación de la n o r m a , sino a la sexualidad i n f a n t i l n o r m a l . L a ten-
d e n c i a a l a p e r v e r s i ó n es p e r c i b i d a c o m o p a r t e d e l a c o n s t i t u c i ó n d e l
s u j e t o h u m a n o , l o q u e s i g n i f i c a q u e se d e b e r á a b a n d o n a r l a n o c i ó n
d e i n s t i n t o . L a pulsión sexual, d a d a s su i n d e t e r m i n a c i ó n , su e x t r e m a
p l a s t i c i d a d y su "desadaptación", f u e r z a a u n a l e j a m i e n t o completo
del paradigma del instinto.
A d i f e r e n c i a d e l i n s t i n t o , l a p u l s i ó n n o p o s e e u n o b j e t o n a t u r a l al
cual adaptarse. L a teoría de la pulsión, a u n q u e enigmática, d e f i n i d a
de f o r m a a m b i g u a e i n t e r p r e t a d a de muchas maneras discordantes,
a l g u n a s d e e l l a s r e d u c c i o n i s t a s , es u n a i n n o v a c i ó n i m p o r t a n t e e n l a
n o c i ó n d e s e x u a l i d a d h e g e m ó n i c a h a s t a ese e n t o n c e s . A l conceptua-
l i z a r a l a s e x u a l i d a d d e f o r m a i n é d i t a , y a l r e p r e s e n t a r l a a través d e
los destinos de la pulsión, F r e u d firmaba l a tesis d e q u e l a s e x u a l i d a d
h u m a n a es e s t r u c t u r a l m e n t e d e s n a t u r a l i z a d a y h a s t a a n t i n a t u r a l .
L a s p u l s i o n e s n o p u e d e n ser r e d u c i d a s a l a b i o l o g í a . Se c o n s t i t u y e n
a p u n t a l á n d o s e e n l a s a t i s f a c c i ó n d e las n e c e s i d a d e s , y s o n , p o r l o t a n -
t o , t r a z o s y r e s i d u o s d e las v i v e n c i a s c o n e l O t r o m a t e r n o e n l o s i n i c i o s
de la v i d a ( e x p e r i e n c i a de satisfacción), vivencias q u e causaron placer
y q u e se d e s e a c o n s e r v a r p a r a s i e m p r e . S o n , p o r l o t a n t o , e l f u n d a -
m e n t o y e l c o r r e l a t o d e los p r i m e r o s lazos sociales q u e describimos
e n e l i n i c i a d e e s t e t e x t o , y l a m a t e r i a b r u t a d e l a q u e E r o s se s i r v e , e n
su búsqueda de j u n t a r individuos, familias, pueblos, en u n a u n i d a d ,
y a q i i e l a ' ' c u l t u r a es u n p r o c e s o a l s e r v i c i o d e E r o s " . ^ E n este s e n t i d o ,
se p u e d e d e c i r q u e e l c o n c e p t o d e p u l s i ó n f u e u n a h e r r a m i e n t a c o n -
c e p t u a l i m p o r t a n t e u t i l i z a d a p o r F r e u d e n su m o v i m i e n t o t e n d i e n t e
a invalidar toda y cualquier diferencia entre psicología individual y
c o l e c t i v a , t o m a n d o a l h o m b r e c o m o u n ser d e l a c u l t u r a , así c o m o d e
d e s c o n s t r u i r l a c o n t i n u i d a d e n t r e p s i c o l o g í a h u m a n a y a n i m a l , base
de m u c h a s teorías y reflexiones d e l c a m p o de l a psicología.
E n " L a t n o r a l sexual ' c u l t u r a l ' y la nerviosidad m o d e r n a " , e l autor,
e n u n p r i m e r m o m e n t o , i m p r e g n a d o p o r las m i s m a s p r e o c u p a c i o n e s
d e sus c o n t e m p o r á n e o s , i n d a g a e l m o d o p o r e l c u a l las b a r r e r a s h i s t ó -
ricas impuestas a l a sexualidad p o r el m o v i m i e n t o civilizatorio (lo q u e
d e l a p u l s i ó n está r e g u l a d o p o r e l l e n g u a j e y, p o r l o t a n t o , s o m e t i d o a
la L e y de de prohibición d e l incesto) e n f e r m a al sujeto. A l respecto.
® S i g m u n d F r e u d , Tres ensayos de teoría sexual (1905), A E - , vol. v i i , p. 106.

e l l e c t o r a d v e r t i d o c a p t a r á este e f e c t o e n l a t r z m s c r i p c i ó n d e l h a b l a d e
u n o d e sus p a c i e n t e s s u m e r g i d o e n l o s d i c t á m e n e s m o r a l e s d e l a é p o c a :
" E n nuestra f a m i l i a h e m o s e n f e r m a d o todos d e los n e r v i o s p o r h a b e r
q u e r i d o l l e g a r a ser a l g o m á s d e l o q u e n u e s t r o o r i g e n n o s p e r m i t í a . " '
¿ U n a e x i g e n c i a d e l a c u l t u r a m o d e r n a ? P a r e c e q u e sí, r e s p o n d e F r e u d
a l u d i e n d o a los datos d e l a investigación d e W . E r b , a u n q u e tales fac-
t o r e s d e p r e d i s p o s i c i ó n a l a n e u r o s i s p u e d a n o n o e j e r c e r ese efecto.
" L a l u c h a p o r la existencia exige d e l i n d i v i d u o m u y altos r e n d i m i e n t o s
[ . . . ] ; a l m i s m o t i e m p o , las n e c e s i d a d e s i n d i v i d u a l e s y e l a n s i a d e g o c e s
h a n c r e c i d o e n t o d o s l o s s e c t o r e s , u n l u j o i n s ó l i t o se h a e x t e n d i d o h a s t a
p e n e t r z i r e n c a p a s s o c i a l e s a las q u e j a m á s h a b í a l l e g a d o a n t e s . "^
L o s o r p r e n d e n t e es q u e e l t e x t o e s c r i t o h a c e u n s i g l o d a l a i m p r e s i ó n
d e ser u n c o m e n t a r i o s o b r e l o s impasses d e l a é p o c a e n l a q u e v i v i m o s .
M o d e r n i d a d : goce excesivo, l u j o , i r r e l i g i o s i d a d , músicas ruidosas, n u e -
vos m e d i o s d e c o m u n i c a c i ó n , p r i s a , a g i t a c i ó n , e t c . . . C o n m u c h a r a z ó n ,
la l i t e r a t u r a acerca de l a m o d e r n i d a d de l a V i e n a d e F r e u d insinúa q u e
ella adelantó, e n m u c h o s aspectos, n u e s t r a p o s m o d e r n i d a d . S i n e m b a r -
g o , e n t r e é s t o s n o se e n c u e n t r a l a m o r a l s e x u a l c i v i l i z a d a d e l a é p o c a ,
s o b r e l a c u a l F r e u d t e j e severas críticas, s e ñ a l á n d o l a c o m o l a p r i n c i p a l
r e s p o n s a b l e d e las n e u r o s i s q u e e n c o n t r a b a e n s u c l í n i c a . P o r ese m o -
t i v o , h a y q u i e n e s l o a c u s a n d e c e d e r a n t e l a u t o p í a , a l s u p o n e r q u e , si
esa m o r a l f u e s e m e n o s r í g i d a , l o s h o m b r e s s e r í a n m á s f e l i c e s . Se h a
d i c h o q u e más tarde, al escribir " E l malestar e n la cultura", F r e u d h a -
b r í a a d m i t i d o q u e e l m a l e s t a r es i r r e d u c t i b l e , y a q u e l a c u l t u r a d e s c a n s a
necesariamente sobre la supresión d e nuestras t e n d e n c i a s sexuales y
d e s t r u c t i v a s . D i r e m o s , s i n e m b a r g o , q u e é s a es u n a l e c t u r a a p r e s u r a d a
de " L a morzil sexual", ya que la c o m p l e j i d a d d e l a r g u m e n t o e n ella d e -
s a r r o l l a d o n o a u t o r i z a l a e s p e r a n z a u t ó p i c a d e a l g ú n happy ending.
U n a l e c t u r a m á s c u i d a d o s a d e l t e x t o d e 1 9 0 8 r e v e l a q u e e l análisis
d e l s u f r i m i e n t o p s í q u i c o n o se p u e d e b a s a r e n l a c o n c e p c i ó n d e u n a
simple oposición entre cultura y sexualidad. L a aporía p e r m e a el tex-
t o : si p o r u n l a d o l a c u l t u r a e x i g e l a r e p r e s i ó n d e l a s e x u a l i d a d p a r a s u
b e n e f i c i o , p o r e l o t r o , e s t o n o i m p i d e q u e e s t e m i s m o m e c a n i s m o sus-
traiga de la c u l t u r a ciertas preciosas aportaciones. P o r e j e m p l o , F r e u d
o b s e r v a q u e , c o m o las m u j e r e s e r a n i n s t r u i d a s , p o r l a e d u c a c i ó n q u e
recibían, para n o ocuparse intelectualmente d e l sexo y para n o ceder
' Sigmund F r e u d , " L a moral sexual 'cultural' y l a nerviosidad m o d e r n a " , S R , p. 28.

^ Ibid., SR, p. 29.
84 A N A M A R I A R U D G E / B E T T Y B . F U K S
a SU c u r i o s i d a d , m u c h a s v e c e s l a s u p r e s i ó n d e l a c u r i o s i d a d s e x u a l n o
l o g r a b a sus e f e c t o s s i n q u e se p r o d u j e s e u n a i n h i b i c i ó n g e n e r a l d e l
p e n s a m i e n t o . A s í , l a i n f e r i o r i d a d i n t e l e c t u a l d e las m u j e r e s s e r í a u n a
d e las c o n s e c u e n c i a s d e ese e s t a d o d e cosas. D e l a m i s m a f o r m a , F r e u d
o b s e r v a q u e u n h o m b r e q u e r e p r i m e sus i n c l i n a c i o n e s a l a d u r e z a y a
la c r u e l d a d , volviéndose b o n d a d o s o e n compensación, p r o b a b l e m e n -
t e h a r á m u c h o m e n o s p o r l o s o t r o s , d e b i d o a l a i n h i b i c i ó n , q u e si n o
hubiese r e p r i m i d o la hostilidad.
T o d a s esas c o n s i d e r a c i o n e s l l e v a r o n a F r e u d a i n s i s t i r e n q u e las
n e u r o s i s l o g r a n s i e m p r e f r u s t r a r los p r o p ó s i t o s de l a c u l t u r a y q u e ,
e f e c t i v a m e n t e , h a c e n e l t r a b a j o d e las f u e r z a s m e n t a l e s r e p r i m i d a s ,
hostiles a la cultura.
Genéticamente, l a n a t u r a l e z a asocial d e las n e u r o s i s r e s u l t a d e s u t e n d e n c i a más

o r i g i n a r i a : r e f u g i a r s e d e u n a r e a l i d a d insatisfactoria e n u n p l a c e n t e r o m u n d o
d e fantasía. E n e s e m u n d o r e a l q u e e l neurótico evita g o b i e r n a n l a s o c i e d a d d e
los h o m b r e s y las i n s t i t u c i o n e s q u e e l l o s h a n c r e a d o e n c o m ú n ; p o r eso d a r l a
e s p a l d a a l a r e a l i d a d es a l m i s m o t i e m p o salirse d e l a c o m u n i d a d h u m a n a . ^
D e ahí q u e e l s í n t o m a d e b a ser c o n s i d e r a d o c o m o u n a a c c i ó n d e
p r o t e s t a e n c o n t r a d e l a a c c i ó n c o e r c i t i v a d e l a c i v i l i z a c i ó n . Es s u g e s -
t i v o o b s e r v a r e l u s o d e las m e t á f o r a s b é l i c a s y d i s c i p l i n a r i a s p o r p a r t e
de F r e u d p a r a esclarecer el m e c a n i s m o de la neurosis — d e f e n s a , r e -
s i s t e n c i a , f r e n o , r e p r e s i ó n , c e n s u r a , etc.—-; e l l a s r e v e l a n e l e s t a d o d e
t e n s i ó n e n t r e e l sujeto y e l O t r o d e l a c u l t u r a . N o s i n r a z ó n , los " E s t u -
d i o s sobre l a h i s t e r i a " son u n t r a t a d o sobre los efectos d e l a política
d e r e p r e s i ó n s e x u a l n o v e c e n t e r a s o b r e l a m u j e r . A l l í e l p s i c o a n á l i s i s es
p r e s e n t a d o a l l e c t o r c o m o u n saber, u n b i e n d e l a c u l t u r a , capaz d e
i n c e n t i v a r e l r e g r e s o d e las p a s i o n e s a l a e s c e n a d e l o s o c i a l .
D e m a n e r a g e n e r a l , e l m o v i m i e n t o d e l f r e u d i s m o consistió e n d i -
l u i r las f r o n t e r a s e n t r e n o r m a l i d a d y p a t o l o g í a p s í q u i c a , d e j a n d o v e r
q u e s o n las m i s m a s l e y e s las q u e g o b i e r n a n e l p s i q u i s m o , y q u e , a t o d a
patología, corresponde u n a contrapartida en la psicopatología de la
vida cotidiana. Mientras tanto, F r e u d t o m a sin d u d a r el mecanismo
d e inhibición c o m o u n a línea divisoria e n t r e neurosis y n o r m a l i d a d ,
c o m o se p u e d e l e e r e n l a c a r t a e s c r i t a a A b r a h a m e l 3 d e j u n i o de
1 9 1 2 , s o b r e e l F a r a ó n A m e n h o t e p I V ( 1 3 6 0 a 1 3 4 3 a . C ) , a q u i e n este
^ Sigmund F r e u d , Tótem y tabú, A E , vol. x i i i , p. 78.

amigo de F r e u d considerababa c o m o u n neurótico, a cuenta de la

r i v a l i d a d edípica y de la i n t e n s a rebeldía e n c o n t r a de su p a d r e , q u e
p o d r í a d e s p r e n d e r s e d e su h i s t o r i a :
. . . t e n g o d u d a s si r e p r e s e n t a r tan d e f i n i d a m e n t e a l r e y c o m o u n neurótico, l o
q u e c o n t r a s t a nítidamente c o n s u energía y actos e x c e p c i o n a l e s , p u e s a s o c i a -
m o s l a n e u r o s i s . . . c o n l a inhibición. T o d o s t e n e m o s e s o s c o m p l e j o s y d e b e -
m o s evitar l l a m a r neurótico a t o d o e l mundo.^°
L a i n h i b i c i ó n n o es t a n s ó l o u n a c o n s e c u e n c i a d e l a p é r d i d a d e
e n e r g í a q u e , e n t o d a n e u r o s i s , t i e n e q u e ser e m p l e a d a p a r a e l m a n -
t e n i m i e n t o de la represión. C o m o quedará claro más tarde, el p r i -
m e r m o v i m i e n t o d e l a n e u r o s i s es u n a l e j a m i e n t o d e l a r e a l i d a d p o r
l a i n t r o v e r s i ó n d e l a l i b i d o ( F r e u d , 1 9 2 4 ) , y ese a l e j a m i e n t o s u b y a c e
a t o d a sintomatología neurótica. F r e u d interpreta el término i n t r o -
versión, f o r j a d o p o r J u n g , e n tanto q u e retracción de la investidura
l i b i d i n a l d e los objetos de la r e a l i d a d y de l o c o t i d i a n o , y su e m p l e o
e n l a i n v e s t i d u r a d e c i e r t o s o b j e t o s i m a g i n a r i o s . L a i n t r o v e r s i ó n es l a
contrapartida de la represión, p r o d u c i d a p o r el yo bajo la i n f l u e n -
c i a d e l c o n f l i c t o d e las p u l s i o n e s c o n l a r e a l i d a d . L a c o n s e c u e n c i a es
q u e l o s o b j e t o s i m a g i n a r i o s p a s a n a ser i n v e s t i d o s , y l a l i b i d o q u e d a
e n p a r t e r e s t r i n g i d a a l m u n d o d e l a fantasía: las s a t i s f a c c i o n e s s e r á n
p r e d o m i n a n t e m e n t e i m a g i n a r i a s , y la b ú s q u e d a d e satisfacciones e n
l a r e a l i d a d q u e d a r e l e g a d a a s e g u n d o t é r m i n o . Esa f o r m a d e satisfac-
c i ó n i m a g i n a r i a d e l a p u l s i ó n es l a o t r a c a r a d e l a i n h i b i c i ó n d e l a c t o .
E l y o intentará i m p e d i r q u e l a satisfacción sustitutiva d e l a p u l s i ó n
r e p r i m i d a tenga cualquier efecto e n l a realidad. E l síntoma neuróti-
c o , e n t a n t o q u e s a t i s f a c c i ó n p u l s i o n a l s u s t i t u t i v a , d e g r a d a y d e s v í a las
satisfacciones pulsionales hacia e l p l a n o de l o i m a g i n a r i o , al r e h u i r la
acción en la realidad. M u y p o r el contrario, el otro destino de la pul-
sión alternativo a la represión, l a sublimación, coloca fuertes sumas de
energía a disposición del trabajo en favor de la cultura.
U n a o r i g i n a l contribución d e l texto de 1908 reside e n la aplicación
d e l a i d e a d e q u e l a p u l s i ó n s e x u a l , q u e está i n h i b i d a e n l a n e u r o s i s y
a p e n a s se s a t i s f a c e , y a q u e s ó l o l o h a c e i m a g i n a r i a m e n t e , p u e d e e f e c -
t i v a m e n t e e n c o n t r a r satisfacción e n l a s u b l i m a c i ó n . A d i f e r e n c i a d e l a
^° H i l d a A b r a h a m (1974), "Karl Abraham: A n Unfinished Biography", Int. K Psycho-

analysis, pp. 17-72, carta del 3 de j u n i o de 1912, p. 44.
86 A N A M A R I A R U D G E / B E T T Y B . FUKS
represión, la sublimación incita al sujeto a sobrepasar el narcisismo, a

d e s o b e d e c e r l o s m a n d a t o s d e l s u p e r y ó . Se t r a t a d e u n m o d o d e c o n -
q u i s t a d e l e r o t i s m o p o r l a vía d e l a e l e v a c i ó n estética y ética:
A q u e l l o s i n d i v i d u o s a q u i e n e s u n a constitución i n d o m a b l e i m p i d e i n c o q j o -
r a r s e a e s t a represión g e n e r a l d e las p u l s i o n e s , s o n c o n s i d e r a d o s , p o r l a so-
c i e d a d , c o m o " d e l i n c u e n t e s " y d e c l a r a d o s f u e r a d e l a ley, a m e n o s q u e su
posición s o c i a l o sus c u a l i d a d e s s o b r e s a l i e n t e s les p e r m i t a n i m p o n e r s e c o m o
"grandes hombres" o como "héroes"."
H é r o e s , c r e a d o r e s y artistas s o n q u i e n e s , d e algún m o d o , s u b o r d i -
n a n l a a c t i v i d a d p u l s i o n a l a l c u m p l i m i e n t o d e su o b r a . L a o b r a crea-
tiva s i e m p r e i m p l i c a u n a transgresión, e l e n c u e n t r o d e l o n u e v o , de
l o q u e n o e s t a b a s u b s u m i d o e n e l statu quo. C o n t i n u a n d o c o n e l t e m a
d e l a s u b l i m a c i ó n , e n El malestar en la cultura, F r e u d m u e s t r a c ó m o la
c r e a c i ó n artística c o n t r i b u y e a a m i n o r a r l o s p o d e r e s d e l a r e p r e s i ó n
s o c i a l s o b r e las p u l s i o n e s . E l i m p a c t o d e d e t e r m i n a d a s o b r a s plásticas
sobre l a civilización, c o n su e v e n t u a l valor subversivo, t e s t i m o n i a d e l
v i g o r de l a sublimación sobre l a v i d a social.
L a v í a d e r e a l i z a c i ó n d e l d e s e o p r e s e n t e e n las f a n t a s í a s y q u e f u n -
d a m e n t a l o s s í n t o m a s n e u r ó t i c o s , o sea, l a q u e se m a n t i e n e e n e l p l a -
n o i m a g i n a r i o y tiene c o m o p a r a d i g m a l a s a t i s f a c c i ó n a l u c i n a t o r i a , es
c o n s i d e r a d a p o r L a c a n , e n e l s e m i n a r i o X X , c o m o u n a "satisfacción"
p a r a d ó j i c a . E l o b j e t o i m a g i n a r i o c o n e l q u e e l l a se c o n t e n t a , n o está
b i e n m o l d e a d o p a r a l a satisfacción p u l s i o n a l . Las satisfacciones i m a g i -
narias, p o r evitar los riesgos de displacer, son satisfacciones insuficien-
tes d e s d e e l p u n t o d e v i s t a d e l goce.^^ Es e n e l a c t o d o n d e l a p u l s i ó n
p u e d e e n c o n t r a r su (relativa) satisfacción.
P o r l o t a n t o , e l t e r r e n o d e l a p u l s i ó n es e l d e l a c t o ; p o r eso e l l a es
d e f i n i d a p o r F r e u d c o m o u n a pieza de actividad, idea desarrollada
p o r L a c a n c u a n d o localiza e n el trazado d e l acto la esencia de la p u l -
s i ó n . E x p o n e r s e a l a a n g u s t i a es l a c o n t r a p a r t i d a d e n o i n h i b i r e l a c t o ,
de n o h u i r frente a la exigencia pulsional. F r e u d n o llegó a desarrollar
s i s t e m á t i c a m e n t e l a n o c i ó n d e s u b l i m a c i ó n , o tal vez l o h a y a h e c h o e n
" L a moral sexual "cultural" y la nerviosidad moderna (1908), SR, p. 32.

J . B e k e r m a n , "Raíces del concepto de acto en el seminario V I I y en la primera
tópica: placer, realidad y más allá", Acerca de la ética del psicoanálisis, Buenos Aires, Ma-
nantial, 1990, p. 77.
el ensayo p e r d i d o q u e a ella habría d e d i c a d o . S i n e m b a r g o , a b o r d ó e l

tema c o m o para que n o quedasen dudas sobre e l p a p e l de f u n d a m e n -
tal i m p o r t a n c i a q u e e l psicoanálisis le a t r i b u y e . P o r u n l a d o , l a s u b l i -
m a c i ó n es c o n s e c u e n c i a d i r e c t a d e l a e x t r e m a p l a s t i c i d a d p u l s i o n a l ,
de la polimorfía perversa c o n la cual F r e u d describió a la sexualidad
h u m a n a , a l c o n t r a r i o d e l a s e x u a l i d a d " t i p o " d e las o t r a s e s p e c i e s a n i -
m a l e s , c u y o r e p e r t o r i o es b a s t a n t e p r e v i s i b l e , y q u e se a d a p t a b i e n a
su o b j e t o n a t u r a l . A l c o n t r a r i o , e n c u a n t o a l a p u l s i ó n , e l o b j e t o es l o
q u e h a y d e m á s c o n t i n g e n t e . P o r eso se p u e d e t r a s m u t a r , v o l v i é n d o s e
hacia metas y objetos q u e p a r e c e n n o t e n e r n a d a d e sexuales y q u e r e -
p r e s e n t a n a l g o d e v a l o r p a r a l a c u l t u r a . F u e r a d e esa d e f í n i c i ó n , p o c o
nos l e g ó F r e u d , e x c e p t o la clara indicación e n "Pulsiones y destinos
d e p u l s i ó n " , d e q u e l a s u b l i m a c i ó n es u n d e s t i n o i n d e p e n d i e n t e d e
l a p u l s i ó n q u e n o se c o n f u n d e c o n l a r e p r e s i ó n , l o q u e n o s p e r m i t e
c o n c l u i r q u e sus e f e c t o s n o s o n s i n t o m á t i c o s , n o c o m p a r t e n c o n l o s
síntomas su e s t r u c t u r a d e f o r m a c i ó n d e c o m p r o m i s o , y n o c o n s t i t u -
y e n u n a f o r m a d e satisfacción d e f o r m a d a o c i f r a d a , d e s c o n o c i d a p o r
e l s u j e t o , y q u e se m a n t i e n e p r e d o m i n a n t e m e n t e e n e l p l a n o d e l o
imaginario, aunque n o sin incidencias sobre lo real, a diferencia de
los s í n t o m a s n e u r ó t i c o s .
Regresemos al faraón A m e n h o t e p , los egiptólogos l o l l a m a b a n "el
r e y h e r e j e " , a q u i e n F r e u d r e h u s ó e l e p í t e t o d e n e u r ó t i c o . Él n o f u e
u n g r a n p o l í t i c o o c o n q u i s t a d o r , c o m o sus a n c e s t r o s ; s u i m p e r i o se
d e s m o r o n ó d u r a n t e su r e i n a d o , b a j o su total i n d i f e r e n c i a . Su m a y o r
iniciativa fue, según A b r a h a m (1912), u n a revolución e n el d o m i n i o
espiritual, puesto q u e anticipó ideas f u n d a m e n t a l e s p a r a l a religión y
l a é t i c a , q u e a c a b a r o n p o r ser a m p l i a m e n t e a c e p t a d a s , p e r o s o l a m e n -
te m á s d e m i l a ñ o s d e s p u é s .
El c u l t o p r e d o m i n a n t e e n su r e m o t a é p o c a e r a e l de A m ó n , dios
cuyo n o m b r e estaba i n c l u i d o en el n o m b r e q u e el faraón había
h e r e d a d o de su p a d r e , y q u e s i g n i f i c a b a "el a m a d o d e A m ó n " . E l
rey p r o c e d i ó a elevar al d i o s A t ó n , rival de A m ó n , a la categoría de
dios ú n i c o , e r i g i e n d o al m o n o t e í s m o c o m o u n a n u e v a visión d e l
m u n d o . A b r a h a m i n t e r p r e t a ese a b a n d o n o d e l d i o s d e s u p a d r e y
la c o n v e r s i ó n a l d i o s A t ó n , c o m o e f e c t o d e u n a s u b l i m a c i ó n d e l a
a g r e s i v i d a d . E l f a r a ó n t r a n s f o r m a , a través d e su o b r a , l a r i v a l i d a d
y la o p o s i c i ó n a la a u t o r i d a d p a t e r n a e n aspiraciones ideales. Así,
logró r e v o l u c i o n a r la tradición q u e le había sido t r a n s m i t i d a p o r
su p a d r e , t a n t o e n l o s c a m p o s d e l a s i d e a s y d e l a r e l i g i ó n como
88 A N A M A R I A R U D G E / B E T T Y B. FURS
e n e l d e l a r t e . A d e m á s d e sus r e a l i z a c i o n e s , e n t r e e l l a s l a c o n s -
t r u c c i ó n d e u n a c i u d a d d e d i c a d a a A t ó n , e l F a r a ó n a b a n d o n ó el
n o m b r e q u e el p a d r e le transmitió, pasándose a l l a m a r Ikhnatón,
que significa "agradable para Atón".
I k h n a t ó n h a b r í a s i d o a l g u i e n q u e , e n vez d e r e p r i m i r su h o s t i l i d a d
e n relación c o n el p a d r e , la trasformó s u b l i m a t o r i a m e n t e e n u n a nue-
v a r e l i g i ó n q u e s u b v e r t í a d e m a n e r a r a d i c a l las t r a d i c i o n e s h e r e d a d a s
d e ese p a d r e . A u n q u e t r a n s f o r m a d a e n s u b l i m a c i ó n , l a h o s t i l i d a d se
e?:presa d e f o r m a b a s t a n t e a g u e r r i d a y c l a r a , l l e g a n d o a l r e c h a z o d e l
n o m b r e d e su p a d r e . El f a r a ó n n o escapa a l a satisfacción p u l s i o n a l
e n v u e l t a e n e l a c t o ; p o r e l c o n t r a r i o , es c a p a z d e i n a u g u r a r u n a n u e v a
é t i c a y o t r a c o n c e p c i ó n d e l m u n d o q u e p o s t e r i o r m e n t e d e m o s t r ó ser
t a n decisiva e n la h i s t o r i a de la h u m a n i d a d .
Las dos o p e r a c i o n e s psíquicaíif«^represión y s u b l i m a c i ó n — f u e r o n
o b j e t o d ^ u n a r e f l e x i ó n rninu.ciosaj.de JFreud e n " L a m o r a l s e x u a l ' c u l t u -
r a l ' y l a n e r v i o s i d a d m o d e r n a " . Se p u e d e r e f l e x i o n a r s o b r e l a c o m p l e j a
r e l a c i ó n e n t r e e l s u j e t o y l a c u l t u r a y e x t r a e r d e las e n t r e l i n e a s d e l t e x t o
ciertas ideas q u e a n t i c i p a n y p r e p a r a n la e m e r g e n c i a , años más tarde,
d e las tesis d e El malestar en la cultura (1930). Allí, e f e c t i v a m e n t e , F r e u d
t o m ó e n c u e n t a esa c a r a d e l a s o l i d a r i d a d e n t r e s e x u a l i d a d y c u l t u r a , al
s u b s u m i r e n las p u l s i o n e s d e v i d a — E r o s — a l a s e x u a l i d a d , e l a m o r , y
t o d o l a z o s o c i a l y a l u b i c a r e l c o n f l i c t o , n o e n t r e l a c u l t u r a y l a sexua-
f U ^ d s i n o e n e l c o m b a t e e n t r e la^^'piilsiones d e v i d a y las d e m u e r t e , o
e n t r e E r e s y T á n a t o s . C o n r e l a c i ó n , a»ése g i r o t e ó r i c o , e f e c t o d e l a e l a b o -
r a c i ó n d e l c o n c e p t o d e p u l s i ó n d e m u e r t e , e n e l a r t í c u l o d e 1930, hay
u n pasaje i m p o r t a n t e q u e p e r m i t e v i s l u m b r a r s u n o v e d a d c o n r e l a c i ó n
al texto de 1908.
Y e n efecto, l a ética se d i r i g e a a q u e l p u n t o q u e fácilmente se r e c o n o c e como

la d e s o l l a d u r a de t o d a c u l t u r a . L a ética h a de concebirse e n t o n c e s c o m o un
ensayo terapéutico, c o m o u n e m p e ñ o de alcanzar p o r m a n d a m i e n t o d e l su-
p e r y ó l o q u e hasta ese m o m e n t o e l restante t r a b a j o c u l t u r a l n o había conse-
g u i d o . Ya sabemos q u e , p o r esa razón, e l p r o b l e m a es aquí c ó m o desarraigar
e l m á x i m o obstáculo q u e se o p o n e a l a c u l t u r a — l a inclinación c o n s t i t u c i o n a l
d e los seres h u m a n o s a agredirse u n o s a otros.
Sigmund F r e u d , El malestar en la cultura, A E , vol. x x i , pp. 137-138.

Es u n a n u e v a é p o c a , l a c u e s t i ó n p r e s e n t a d a p o r l a a c t u a l i d a d a l p s i -
c o a n a l i s t a y a n o está c e n t r a d a e n l a r e p r e s i ó n d e l a s e x u a l i d a d , s i n o e n
el i m p a c t o p r o v o c a d o p o r la p r i m e r a g u e r r a m u n d i a l , c o n la revela-
c i ó n d e q u e , a ú n e n los p a í s e s q u e h a b í a n a l c a n z a d o e l m á s a l t o n i v e l
de realizaciones culturales, la v i o l e n c i a y la barbarie podrían e m e r g e r
e n s u f a c e t a m á s b r u t a l . E n El malestar en la cultura, e l énfasis e n l a
represión de la s e x u a l i d a d , c o m o el factor f u n d a m e n t a l responsable
d e l s u f r i m i e n t o h u m a n o , es r e l a t i v i z a d o p o r e l m i s m o F r e u d . E n ese
t e x t o m á s t a r d í o , irá a d e s t a c a r a l a d e s t r u c t i v i d a d y a l a r e p r e s i ó n d e
las p u l s i o n e s d e s t r u c t i v a s p o r i n t e r m e d i a c i ó n d e l s u p e r y ó , t a n n e c e -
saria p a r a la v i d a social, c o m o n ú c l e o f u n d a m e n t a l d e l m a l e s t a r e n l a
c u l t u r a . S i n e m b a r g o , eso n o s i g n i f i c a q u e l a r e p r e s i ó f i d e l a s e x u a l i -
d a d h a y a d e j a d o d e ser c o n s i d e r a d a c o m o u n d e t e r m i n a n t e p o t e n c i a l
para el padecer neurótico. A l c o n t r a r i o , e n 1930, F r e u d reafirma la
tesis d e q u e l a v i d a s e x u a l d e l h o m b r e c u l t o se e n c o n t r a b a g r a v e m e n t e
d a ñ a d a , e n p r o c e s o d e r e t r o c e s o , e n f u n c i ó n d e las e x i g e n c i a s d e l a
vida moderna.^'*
C o m o es c o m ú n e n l a o b r a f r e u d i a n a , las n u e v a s e l a b o r a c i o n e s n o
i m p l i c a n u n a b a n d o n o d e las a n t i g u a s , s i n o s u i n c l u s i ó n e n u n a n u e -
va c o n f i g u r a c i ó n teórica. C u a l q u i e r crítica psicoanalítica a l a c u l t u r a
d e b e i g n o r a r las d i f e r e n c i a s r i g u r o s a s d e l a l ó g i c a a r i s t o t é l i c a , l o s
" n o e s " y l o s "oes d i s y u n t i v o s " , p a r a h a c e r v a l e r , e n l a c o n s t r u c c i ó n d e
l a t e o r í a , l a s o n o r i d a d d e l a c o n j u n c i ó n " y " , e n t o d a s u p l e n i t u d . Es
p o r e s o p o r l o q u e n o se p u e d e a b a n d o n a r , c o m o l o h a c e n m u c h o s ,
n i a l " p r i m e r o " , n i a l " s e g u n d o " F r e u d . E n t r e las d o s tópicas e x i s t e
u n a tensión p e r m a n e n t e . Si e n 1908 l a cuestión q u e c o n v o c a b a a
Freud a pensar la cultura era la nerviosidad, a cuenta de u n a m o r a l
s e x u a l c u l t u r a l m u y r e p r e s i v a e s p e c i a l m e n t e p a r a c o n las m u j e r e s ,
e n 1 9 3 0 e r a n los t r a s t o r n o s r e s u l t a n t e s de l a v i o l e n c i a d e l a p r i m e -
r a g u e r r a m u n d i a l , así c o m o l a j u s t a e v a l u a c i ó n d e l a l c a n c e d e l a
d e s t r u c t i v i d a d e n e l h u m a n o , las q u e i n s t i g a b a n a l p s i c o a n a l i s t a a
reflexionar sobre la tercera f u e n t e de malestar e n la cultura: la rela-
c i ó n d e l h o m b r e c o n e l o t r o . A ú n a s u m i e n d o las m á s d i s t i n t a s t o n a -
lidades a lo l a r g o d e l t i e m p o , ambas cuestiones aún nos acosan e n
la a c t u a l i d a d .
T r a s esta visión e n r e t r o s p e c t i v a d e " L a m o r a l s e x u a l " , subsiste l a
p r e g u n t a p o r s u a c t u a l i d a d y p o r las p e r s p e c t i v a s f u t u r a s . M u c h o s c o n -
Ibid., p. 103.
s i d e r a n a este t e x t o c o m o a l g o y a s u p e r a d o , u n a v e z q u e l a r e p r e s i ó n
s o c i a l d e l a s e x u a l i d a d , e s p e c i a l m e n t e s o b r e las m u j e r e s , y a n o s u b s i s t e
e n l a f o r m a de aquellas c o n d i c i o n e s q u e tantas histerias p r o d u j e r o n
e n l a V i e n a d e l s i g l o x i x . E n esa m i s m a l í n e a , se c u e s t i o n a i n c l u s o si
e l p s i c o a n á l i s i s a ú n t e n d r í a u n l u g a r e n e s t a é p o c a e n q u e " t o d o es
p e r m i t i d o " » e n q u e l a m o r a l i d a d d e l c a p i t a l i s m o es l a d e t o d o c o m -
p r a r , p a r a d e t o d o g o z a r y e n s e g u i d a s u p r i m i r . Esa f u e u n a p r e o c u -
p a c i ó n acuciante de L a c a n e n su r e t o r n o a F r e u d , cuando, frente al
p a n o r a m a histórico de su t i e m p o y de la e x i g e n c i a ética de fidelidad
al p e n s a m i e n t o f r e u d i a n o y a su transmisión, p r o p o n í a u n a r e l e c t u r a
de la energética f r e u d i a n a de la pulsión e n términos de economía
p o l í t i c a . E n las p a l a b r a s d e R a b i n o v i t c h , " l o q u e l e i n t e r e s a a L a c a n es
u n a e c o n o m í a p o l í t i c a d e l g o c e — e l p l u s d e goce—".^^ D e t o d o l o q u e
nos d e j ó , l o q u e L a c a n c o n s i d e r ó c o m o su c o n t r i b u c i ó n más o r i g i n a l ,
fue el c o n c e p t o de o b j e t o a c o m o real, o b j e t o q u e oscila, e n su presen-
tación, e n t r e dos d i m e n s i o n e s : la d i m e n s i ó n de causa d e l deseo y la
d i m e n s i ó n d e la pulsión c o m o p é r d i d a o g a n a n c i a excesiva d e goce.
T a l vez " L a m o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' " sea e l a r t í c u l o d e las Obras comple-
tas e n q u e F r e u d p l a n t e a m á s c l a r a m e n t e c u á n t o d e l o s s í n t o m a s y q u e -
j a s q u e c o n s t a t a b a e n s u p r á c t i c a c l í n i c a , e n e f e c t o , d e b í a ser c o n s i d e -
r a d o c o m o i n s e p a r a b l e d e l c o n t e x t o h i s t ó r i c o y d e las n o r m a s s o c i a l e s
v i g e n t e s y y a p a r a e n t o n c e s a n t i c u a d a s . Se t r a t a d e u n a e s p e c i e d e b r ú -
j u l a o r i e n t a d o r a p a r a e l analista q u e desea seguir e l e j e m p l o d e F r e u d :
i n d a g a n d o e n e l a l m a h u m a n a , dejarse sensibilizar p o r los p r o b l e m a s
candentes de la época. E l texto nos incita a tomar e n cuenta, a partir
d e n u e s t r a s p r á c t i c a s c l í n i c a s , l a d i v e r s i d a d s o c i o c u l t u r a l , así c o m o l a
d i m e n s i ó n h i s t ó r i c a y, a p a r t i r d e a h í , fieles a l o s c o n c e p t o s f u n d a m e n -
tales d e l psicoanálisis, a l e n t a r u n a l e c t u r a crítica d e n u e s t r a é p o c a .
E n los días actuales, l a o r g a n i z a c i ó n f a m i l i a r v i e n e s u f r i e n d o c a m -
b i o s i m p o r t a n t e s , l a i n f o r m a c i ó n c o r r e c o n c e l e r i d a d , las n o v e d a d e s
r e s u l t a n t e s d e los avances d e l a c i e n c i a s o n , c o m o t o d o s l o sabemos,
i m p r e s i o n a n t e s . L a v e r d a d es q u e , d e m o d o g e n e r a l , d e s d e l a r e v o -
l u c i ó n s e x u a l d e los a ñ o s sesenta y d e l a d v e n i m i e n t o d e l a p i l d o r a
anticonceptiva, la represión sexual sobre la m u j e r e n O c c i d e n t e , h a
retrocedido de manera notable.
E n t r e los psicoanalistas hay u n a g r a n p r e o c u p a c i ó n p o r situar e l
D. S. Rabinovich, Una clínica de la pulsión: Las impulsiones, Buenos Aires, Manantial,

1989.
F R E U D : U N A C R Í T I C A D E I ^ R A Z Ó N S E X U A L 91
p s i c o a n á l i s i s c o n r e l a c i ó n a n u e s t r a é p o c a , c o n t o d o s estos c a m b i o s y
c o n sus c a r a c t e r í s t i c a s s o c i o p o l í t i c a s , t o d a v e z q u e l o s p a c i e n t e s q u e
l l e g a n a los c o n s u l t o r i o s ya n o s o n los d e h a c e más d e u n siglo. L o s
esfuerzos p o r d a r c u e n t a de l a m u t a b l e r e a l i d a d c u l t u r a l , son más q u e
legítimos, son v e r d a d e r a m e n t e indispensables a la vitalidad d e l c a m p o
psicoanalítico. C o n f r e c u e n c i a l a m e n t a m o s t e n e r q u e constatar q u e
sus r e s u l t a d o s se q u e d a n c o r t o s , y q u e m u c h a s a f i r m a c i o n e s p a r e c e n
a p r e s u r a d a s y simplistas, q u e e v i t a n l a vía m á s a r d u a d e c o n s t r u c c i ó n
de la teoría, y el esfuerzo de u n a e l a b o r a c i ó n i n t e r i o r al c a m p o psicoa-
nalítico q u e r e s p o n d a a d i c h o desafío.
E l d e s á n i m o f r e n t e a las p e r s p e c t i v a s f u t u r a s d e l p s i c o a n á l i s i s l l e g a
a veces h a s t a e l p u n t o e n q u e , e n vez d e s i t u a r l o e n l a a c t u a l i d a d , a l -
gunos comentaristas le r e h u s a n t o d o l u g a r e n n u e s t r o t i e m p o , y prác-
ticamente lo c o n d e n a n a la extinción.
U n e s c r i t o d e C h a r l e s M e l m a n es b u e n e j e m p l o d e e s t a t e n d e n c i a .
E n s u l i b r o El hombre sin gravedad, al intentar teorizar al sujeto c o n -
t e m p o r á n e o desde e l p u n t o de vista d e l psicoanálisis, insiste e n q u e
ya n o h a y m á s r e p r e s i ó n n i i n c o n s c i e n t e , y q u e , p o r l o t a n t o , ya n o
se e s t a b l e c e l a t r a n s f e r e n c i a e n l o s c o n s u l t o r i o s d e l o s a n a l i s t a s . Ésas
s e r í a n las c o n s e c u e n c i a s d e l a " i d e o l o g í a a c t u a l , l a d e q u e c u a l q u i e r
d e s e o d e b e r í a ser s a t i s f e c h o " , ^ ^ i d e o l o g í a q u e e s t a r í a l e g i t i m a n d o las
r e i v i n d i c a c i o n e s d e m a t r i m o n i o p a r a l o s h o m o s e x u a l e s y las c i r u g í a s
de c a m b i o de sexo y de i d e n t i d a d p a r a los transexuales.
M e l m a n es u n c r í t i c o d e e s t a c o n t r i b u c i ó n f r e u d i a n a q u e v e n i m o s
de reseñar e n " L a m o r a l sexual", r e s p o n s a b i l i z a n d o al f u n d a d o r d e l
psicoanálisis p o r h a b e r p r o m o v i d o e l i d e a l d e u n a m o r a l sexual m e -
nos estricta y rígida. L a l i b e r t a d sexual, excesiva según el autor, h o y
vigente c o n l a b e n d i c i ó n d e l f u n d a d o r d e l psicoanálisis, habría v u e l t o
a l m u n d o m e n o s i n t e r e s a n t e y estéril p a r a e l p e n s a m i e n t o . P o s i b l e -
m e n t e l a i d e a q u e s u s t e n t a esa c r í t i c a , a d e m á s d e l c o n s e r v a d u r i s m o
q u e se d e j a v e r e n las e n t r e l i n e a s d e El hombre sin gravedad, es l a q u e j a
de q u e el psicoanalista habría p e r d i d o su lugar social c o n la a r g u m e n -
t a d a d e s a p a r i c i ó n d e las n e u r o s i s c l á s i c a s , n o s ó l o d e l a h i s t e r i a s i n o
t a m b i é n d e l a n e u r o s i s obsesiva, c u a d r o s q u e e l psicoanálisis estaría
e n ó p t i m a s c o n d i c i o n e s p a r a a t e n d e r y curar.'"'
'® C . Melman, El hombre sin gravedad - gozar a cualquier precio, Rosario, Universidad
Nacional de Rosario, 2005.
Sobre ese tema, cf. Rudge (2006), "As teorías do sujeito contemporáneo e os des-
92 A N A M A R I A R U D O E / B E T T Y B. FUKS
C o m o la expansión e c o n ó m i c a del capitalismo requiere de con-

s u m i d o r e s s i n h e s i t a c i o n e s n i p r u r i t o s m o r a l e s , s i e m p r e l i s t o s p a r a la
b ú s q u e d a r á p i d a d e los ú l t i m o s o b j e t o s e i n s i g n i a s d e l a m o d a , á v i d o s
y a d i c t o s c o n r e l a c i ó n a l o s o b j e t o s , se h a b r í a p a s a d o d e u n a c u l t u r a
f u n d a d a e n la represión, p r o d u c t o r a de neurosis, y p a r a cuyo trata-
m i e n t o e l psicoanálisis estaba m u y b i e n a r m a d o t e ó r i c a m e n t e , a u n a
c u l t u r a f u n d a d a e n la perversión, estructura q u e tantas dificultades
ofrece p a r a el abordaje clínico psicoanalítico.
L o s i n t e n t o s d e " d i a g n ó s t i c o " d e l s u j e t o c o n t e m p o r á n e o , o sea, e l
r e c u r s o a los c u a d r o s clínicos p a r a c a r a c t e r i z a r l o , son d i s c u t i b l e s . A l
c l a s i f i c a r a l s u j e t o c o m o p e r v e r s o , m e l a n c ó l i c o o borderline, se l l e g a
a e l i m i n a r c o m p l e t a m e n t e l a i d e a d e l a s i n g u l a r i d a d e n n o m b r e de
u n sujeto m e d i o que representaría a la sociedad. L a trasposición del
e s p a c i o e n t r e i n d i v i d u o y s o c i e d a d es a l g o q u e n o se h a c e f á c i l m e n t e ,
c o m o lo advierte E l i a s . H a y u n hábito de p e n s a m i e n t o m u y arraiga-
d o q u e f r e c u e n t e m e n t e se m a n i f i e s t a e n ese i n t e n t o . L a s o c i e d a d está
c o n s t i t u i d a p o r leyes q u e r i g e n las r e l a c i o n e s e n t r e las p e r s o n a s . L a
t e n d e n c i a es c r e a r , p a r a s e r v i r d e s o p o r t e a las r e g u l a r i d a d e s s o c i a -
les, u n a " m e n t a l i d a d c o l e c t i v a " u " o r g a n i s m o c o l e c t i v o " . ' ^ E l s u j e t o
c o n t e m p o r á n e o , d e c u a l q u i e r m o d o e n q u e se l e d i a g n o s t i q u e , r e p r e -
s e n t a u n a m o d a l i d a d d e esa t e n d e n c i a . Es t a m b i é n u n a c o n s t r u c c i ó n
q u e s i r v e p a r a d a r c o n s i s t e n c i a a las r e g u l a r i d a d e s d e las r e l a c i o n e s
sociales, atribuyéndoles u n a sustancia.
E n franca oposición a la proposición de u n sujeto m e d i o y repre-
s e n t a t i v o d e u n a c u l t u r a o d e u n a é p o c a , se e n c u e n t r a n t a n t o e l p u n -
t o d e v i s t a d e l p s i c o a n á l i s i s q u e se v u e l v e h a c i a l o s s u j e t o s " u n o p o r
u n o " , c o m o l a c o n s i d e r a c i ó n d e q u e las m i r í a d a s d e d i f e r e n c i a s q u e
p o d e m o s o b s e r v a r e n t r e v a l o r e s y f o r m a s d e v i v i r n o s ó l o se d i s t r i -
b u y e n e n t r e c u l t u r a s diversas, c o m o a r g u m e n t a n los relativistas, s i n o
q u e d e n t r o de u n a m i s m a cultura heredamos distintas tradiciones que
p u e d e n ser i n c o m p a t i b l e s e n t r e sí.^"
Siempre hay u n a contradicción entre la particularidad de expe-
riencias restringidas a ciertos individuos o g r u p o s , y la universaliza-
tinos d a psicanálise", A. M. Rudge (org.). Traumas, Sao Paulo, Escuta, 2006.

N . Elias, A sociedade dos individuos, A Sociedade dos Individuos, Río de Janeiro,
Jorge Zahar, 1994.
Ibid., p. 24. Hay traducción al español. La sociedad de los individuos, Barcelona,
Península, 1990.
^° T. Eagleton, Las ilusiones del posmodernismo, Buenos Aires, Paidós, 2004.
c i ó n d e o t r a s e x p e r i e n c i a s q u e se e x p r e s a n c u l t u r a l m e n t e a través d e
c o n j u n t o s d e s í m b o l o s q u e las v u e l v e n h o m o g é n e a s .
N o es s ó l o u n a u t o r , e n este c a s o M e l m a n , q u i e n d i a g n o s t i c a a l
s u j e t o d e l a a c t u a l i d a d . E s a es u n a v e t a q u e h a s i d o m u y e x p l o r a d a
e n los últimos t i e m p o s , a u n q u e los d i a g n ó s t i c o s p r o p u e s t o s p o r los
d i f e r e n t e s ensayistas n o s i e m p r e sean c o n c o r d a n t e s . E h r e n b e r g , q u e
es u n s o c i ó l o g o y n o u n p s i c o a n a l i s t a , h a i n f l u i d o f u e r t e m e n t e l a p r o -
d u c c i ó n e n el área psi e n t o r n o al " d i a g n ó s t i c o " d e l sujeto c o n t e m p o -
ráneo. M o s t r a n d o c ó m o , e n la sociedad actual, el culto al performance
y la valorización de la a u t o n o m í a s o n valores centrales, destaca a l a
d e p r e s i ó n c o m o e l s í n t o m a princeps d e l m a l e s t a r d e n u e s t r o s días. E l
c u l t o a l a performance se a r t i c u l a c o n l a d e p r e s i ó n p o r q u e , e n u n a so-
ciedad d o n d e la a u t o n o m í a y la realización p e r s o n a l son cualidades
t a n v a l o r i z a d a s , e l t e m o r d e n o e s t a r a l a a l t u r a se v u e l v e u n a c o n s t a n -
t e . L a d e p r e s i ó n es u n m o d o d e r e s p o n d e r a esos n u e v o s p r o b l e m a s ,
y, s e g ú n este a u t o r , h a b r í a s u s t i t u i d o a l a n e u r o s i s .
E h r e n b e r g t a m b i é n t i e n d e a d e s c a r t a r las f o r m u l a c i o n e s b á s i c a s
d e l psicoanálisis c o m o ya rebasadas. E n su o p i n i ó n p a r e c e q u e l a d e -
presión r e t o m a la c o n c e p c i ó n de J a n e t de neurosis, y m a r g i n a a la
c o n c e p c i ó n f r e u d i a n a . E l s u j e t o a c t u a l y a n o estaría s u j e t o a u n c o n -
flicto, s i n o a l s e n t i m i e n t o d e i n s u f i c i e n c i a y t e m o r a l f r a c a s o : ''La fati-
gue d'etre soi es u n e s t u d i o d e c a s o e n e l c u a l b u s q u é m o s t r a r q u e , e n
e l p a s o d e l a n e u r o s i s h a c i a l a d e p r e s i ó n , se t r a n s i t a d e u n a p a t o l o g í a
del c o n f l i c t o — q u e coloca e n escena al deseo— a u n a patología de la
i n s u f i c i e n c i a , q u e p o n e e n j u e g o l a c u e s t i ó n d e l a acción."^^
L a t e o r í a f r e u d i a n a d e l a n e u r o s i s es c o n s i d e r a d a p o r é l c o m o u n a
f o r m a d e a b o r d a j e de la d i m e n s i ó n m e n t a l de los p r o b l e m a s g e n e r a -
dos p o r e l t i p o d e reglas sociales d e l a é p o c a . " D e l a m i s m a m a n e r a ,
la d e p r e s i ó n , s o c i o l ó g i c a m e n t e h a b l a n d o , es u n m o d o d e n o m b r a r
cierto n ú m e r o de problemas generados p o r la regla de la autonomía
q u e p r e v a l e c e h o y , r e g l a q u e está i n s t i t u i d a e n e l s e n t i d o d e q u e e l l a
está e n t o d o s l o s espíritus."^''
L a alternativa entre descartar el m o d e l o psicoanalítico d e l conflic-
to p s í q u i c o y a d h e r i r al de l a i n s u f i c i e n c i a , c o m o J a n e t , o, a c t u a l m e n -
G. Velho, Individualismo e cultura, Río de Janeiro, Jorge Zahar, 1987, p. 18.

Alain Ehrenberg, Depressáo, doenga da autonomía?Entrevista, de Alain Ehrenberg a
Michel Botbol. Traducción de Regina Herzog, Agora, vol. 7, núm. 1, Río de Janeiro, j u -
lio/enero, 2004, pp. 143-153 (p. 50).
Ibidem,p.51.
t e , E h r e n b e r g , o m a n t e n e r s e fiel a l o s p r e s u p u e s t o s d e l p s i c o a n á l i s i s ,
t a l v e z d e b i e r a ser e v a l u a d a m á s c o n p a r á m e t r o s é t i c o s q u e c o n o t r o s
s u p u e s t a m e n t e "científicos", e n g a ñ o s a m e n t e t o m a d o s c o m o n e u t r o s y
n o v a l o r a t i v o s . ^ ^ P a r a e l p s i c o a n á l i s i s e l c o n f l i c t o es p e r m a n e n t e , p o r -
q u e l a civilización nace c o n y p o r la represión. N o p u e d e existir cuer-
p o social sin la instauración de u n sistema colectivo de represión.
C u a n d o E h r e n b e r g se p r e g u n t a si e l p s i c o a n á l i s i s n o e s t a r í a a p u n t o
d e t r a s f o r m a r s e e n u n a d e f e c t o l o g í a , n o h a y c ó m o d e s c a r t a r esa c o n -
c e p c i ó n , t o d o es p o s i b l e . E l p r o b l e m a es d ó n d e n o s l l e v a . E l t é r m i n o
d e f e c t o l o g í a , l i t e r a l m e n t e " e s t u d i o d e l d e f e c t o " , es u n á r e a d e l s a b e r
l i g a d a a l a e d u c a c i ó n de los n i ñ o s c o n d e f i c i e n c i a s auditivas, visuales y
verbales irreversibles o retraso mental.
T o m a r a las d e p r e s i o n e s o a c i e r t o s p r o b l e m a s n a r c i s i s t a s u o t r a s
quejas q u e a p a r e c e n c o n f r e c u e n c i a h o y e n día, s i m p l e m e n t e c o m o
d e f e c t o s e n r e l a c i ó n c o n l o q u e se e s p e r a r í a d e c a d a u n o , ¿ n o s e r í a
c e r r a r filas c o n esos v a l o r e s s o c i a l e s d e l a a c t u a l i d a d , t a l e s c o m o l a
a u t o n o m í a , e l n i v e l d e performance, l a r e a l i z a c i ó n p e r s o n a l ? ¿ N o sería
v a l i d a r e l s e n t i m i e n t o d e fracaso de q u i e n va a b u s c a r a y u d a a causa
d e l o m i s m o , a s o c i á n d o s e a l s u p e r y ó c u l t u r a l q u e c o m a n d a ese s u -
f r i m i e n t o ? E n ú l t i m a i n s t a n c i a e l c o n f l i c t o es i n a m o v i b l e , p o r q u e l a
p u l s i ó n g a r a n t i z a l a p r e s e n c i a d e u n a o p o s i c i ó n a las i m p o s i c i o n e s
c u l t u r a l e s p o r p a r t e d e este o b j e t o " i n g o b e r n a b l e , d e s c u b i e r t o p o r l o s
p o e t a s y e l e v a d o p o r e l p s i c o a n á l i s i s a l a d i g n i d a d d e ciencia".^*'
F r e u d , además de considerar al conflicto c o m o p e r m a n e n t e , de-
fendió la idea del malestar e n la cultura c o m o algo progresivo e i n -
e v i t a b l e . C o n t o d o , s i e m p r e c r e y ó e n l a p o s i b i l i d a d d e q u e , e n vez d e
r e c u r r i r a u n a l e j a m i e n t o d e l a r e a l i d a d , sea a través d e l a i n t r o v e r s i ó n
d e l a l i b i d o y e l e c c i ó n p o r e l m u n d o d e l a fantasía, c o m o e n e l caso
d e l a n e u r o s i s , sea p o r e l r e c o g i m i e n t o d e l a l i b i d o h a c i a e l y o e n l a
p s i c o s i s , ese m a l e s t a r p u e d a l l e v a r a m o d i f i c a c i o n e s a l o p l á s t i c a s , o sea,
a l t r a b a j o c a p a z d e a c a b a r e n l a t r a n s f o r m a c i ó n d e esos a s p e c t o s d e l a
c u l t u r a q u e causan sufrimiento.
P e r o los p r o p i o s síntomas c o m o destinos de pulsión, t a n t o n e u r ó -
t i c o s c o m o p s i c ó t i c o s , l l e v a n e n sí u n p o t e n c i a l d e c r í t i c a s o c i a l , q u e
Perelman (1988) muestra la importancia de rehabilitar los juicios de valor, que

desde Descartes han sido tomados como externos a la razón.
E . E n r i q u e z , De la horde á l'Etat. Essai de psychanalyse du lien sociale, París, Gallimard,
1983.
^® N . A . Braunstein, "48 variaciones sobre la 'moral sexual', e n este libro, pp. 30-53.
s
f F R E U D : U N A C R Í T I C A D E L A R A Z Ó N S E X U A L 95
sólo podrá encontrar t e r r e n o f é r t i l p a r a e j e r c e r sus e f e c t o s e n tanto

h a y a q u i e n se d i s p o n g a a p r e s t a r l e o í d o s . F u e l o q u e hizo Freud con
•s
las h i s t é r i c a s , q u e d e n u n c i a b a n s u i n s a t i s f a c c i ó n s e x u a l a través d e sus
y
síntomas; c o n Schreber, que escribió m i n u c i o s a m e n t e su d e l i r i o en
r-
que afloraban las r e f e r e n c i a s a l r i g o r y a l s a d i s m o q u e presidían su
r-
25 c r i a n z a p o r e l p a d r e , al i g u a l q u e los trazos de la c r u e l m o r a l i d a d d e la
O A l e m a n i a p r e n a z i s t a ; y c o n los n e u r ó t i c o s d e g u e r r a , q u e expresaban
1- e n sus d i s t u r b i o s m o t o r e s y e n las c r i s i s d e a n g u s t i a s u d e s e s p e r a c i ó n y
o su r e c h a z o a l a b r u t a l i d a d d e l a g u e r r a .
ir
IS B I B L I O G R A F Í A
lO
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LA "DOBLE MORAL (SEXUAL)"
M A R T A G E R E Z A M B E R T Í N
Ya que el deseo no es menos culpable que el acto, los

justos pueden entregarse sin riesgo al ejercicio de la
más desaforada lujuria.
J. L. BORGES
1. La doble moral cultural-pulsional
Q u i e n e s h e m o s sido atravesados p o r la o b r a freudiana — t a n t o e n la

teoría c o m o e n la c l í n i c a — r e c o n o c e m o s la i n f a t i g a b l e p r e o c u p a c i ó n
d e F r e u d p o r d i l u c i d a r l a p u g n a e n t r e v i d a p u l s i o n a l y c u l t u r a l . T a l es
el eje c e n t r a l d e l d e b a t e e n " L a m o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' y l a n e r v i o s i d a d
m o d e r n a " , t e x t o d e l q u e n o s o c u p a m o s e n este l i b r o . M e r e c i d o h o m e -
nsye a q u i e n n o r e t r o c e d i ó e n sus p a l a b r a s e n é p o c a s e n las q u e a b r i r
las p u e r t a s a t e m a s t a n e s p i n o s o s e r a e x p o n e r s e a l a c r í t i c a i m p l a c a b l e ,
al e s c a r n i o y hasta a l r i d í c u l o . N o e n v a n o , p o c o t i e m p o antes d e su
exilio, Freud c o m e n t ó c o n ironía — p e r o cargada de a m a r g u r a — a
p r o p ó s i t o d e l a d e s t r u c c i ó n d e sus l i b r o s : " ¡ Q u é p r o g r e s o s hacemos!
E n l a E d a d M e d i a m e h u b i e r a n q u e m a d o a m í , h o y se c o n f o r m a n c o n
q u e m a r m i s l i b r o s . " E l h u m o d e las c h i m e n e a s d e A u s c h w i t z c o n f i r -
m a r í a ese " t e n e b r o s o p r o g r e s o " y a c a b a r í a p o r c o r r o b o r a r l o s p e o r e s
temores freudianos.
A 1 0 0 a ñ o s d e l a p u b l i c a c i ó n d e " L a m o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' " sus
p a l a b r a s c o n t i n ú a n s i e n d o c o r r o s i v a s p o r las v e r d a d e s q u e d e s l i z a n ,
a u n q u e l a " m o r a l c u l t u r a l " se e m p e c i n e e n r e n e g a r d e e l l a s . P o r e l l o
considero meritoria la propuesta d e l a m i g o y psicoanalista Néstor
B r a u n s t e i n , d e d e d i c a r u n l i b r o a ese a r t í c u l o y l e e s t o y r e c o n o c i d a
p o r su invitación.
E n v e r d a d , a p a r t i r d e ese t e x t o , s o n m u c h o s l o s a s p e c t o s q u e p o -
d r í a n d e s p l e g a r s e — l o s q u e , p o r c i e r t o , se e n t r e l a z a n e n t r e s í — p e r o
elegí c e n t r a r m e e n l a c u e s t i ó n d e " l a d o b l e m o r a l s e x u a l " , d a d a su
i n c i d e n c i a e n la teoría y e n la clínica psicoanalítica actual.
Es é s t e e l ú n i c o e s c r i t o d e t o d a s u o b r a d o n d e e l f u n d a d o r d e l p s i -
[97]
98 M A R I A CiEREZ AMBERTÍN
coanálisis a b o r d a la l l a m a d a " d o b l e m o r a l s e x u a l " a u n q u e considera-

m o s q u e t a l c u e s t i ó n , si b i e n n o se p r e s e n t a e n o t r o s t r a b a j o s b a j o ese
t í t u l o , h a s i d o u n a p r o b l e m á t i c a t r a t a d a p o r él c o n frecuencia.
F r e u d destaca el s i n t a g m a " d o b l e m o r a l s e x u a l " p a r a r e f e r i r s e a la
incómoda convivencia de juicios opuestos y contradictorios que mo-
ran e n toda subjetividad — a lo que Lacan alude c o m o "desgarro del
ser m o r a l " ( 1 9 5 9 - 1 9 6 0 ; p. 3 6 1 ) . D i s c o r d a n c i a i r r e d u c t i b l e , la d o b l e
m o r a l sexual conduce, indefectiblemente, a u n desdoblamiento del
s u j e t o . . . c o n t r a sí m i s m o , y a u n a p e r m a n e n t e c o n t r o v e r s i a i n t e s t i n a
e n t r e d i s t i n t a s leyes sociales q u e l o h a b i t a n .
A n t i n o m i a universal de la h u m a n i d a d que F r e u d , e n "Dostoievski y
e l p a r r i c i d i o " ( 1 9 2 7 ) , resaltará e n Los hermanos Karamazov. Rasgadura
m o r a l q u e a t r a v i e s a a c a d a u n o d e sus p r o t a g o n i s t a s : p o r u n l a d o ,
a c a t a m i e n t o de la ley social; p o r el o t r o , e n a l t e c i m i e n t o d e l c r i m i n a l
q u e a t e n t a c o n t r a esa ley. N i n g u n o d e e l l o s e s c a p a a esa d u a l i d a d , n i
s i q u i e r a A l i o s h a , e l más santo. ¿ P e r o . . . p o d r í a algiín h u m a n o escapar
d e esta d i s c o r d a n c i a ? Imposible.
F r e u d d e s p l e g a r á esta c u e s t i ó n — a b i e r t a e n 1 9 0 8 — e n E l malestar
en la cultura (1929) para arribar a la conclusión de que cuanto más
se i n t e n t a c u m p l i r c o n e l i d e a l s o c i a l y d e s t e r r a r las p u l s i o n e s , más
i n c l e m e n t e se t o r n a e l " g e n d a r m e i n t e r i o r " c o n e l e s m e r a d o v i r t u o s o .
E n s u m a , las e x i g e n c i a s d e l a c u l t u r a n o h a c e n s i n o r e t r o a l i m e n t a r y
r e f o r z a r a las p u l s i o n e s q u e p r e t e n d e n e x p u l s a r . E x i g e n c i a s q u e t e r m i -
nan s i e n d o c o n t a m i n a d a s p o r l a m e z c l a y d e s m e z c l a p u l s i o n a l y, p o r
eso, p o n e n e n p e l i g r o a l a c u l t u r a y l a s o c i e d a d . E n l a r e a l p o s i b i l i d a d
d e e x t i n c i ó n d e n u e s t r a e s p e c i e — y a p o r u n a g u e r r a n u c l e a r , ya p o r el
c a t a c l i s m o c l i m á t i c o q u e p a r e c e i m p a r a b l e — n o sería d i f í c i l r a s t r e a r
tal " p e l i g r o " .
L a i m p o r t a n c i a de " L a m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' " estriba e n que no
s ó l o a n t i c i p a (y a r g u m e n t a s o b r e ) e l d e s e n c a n t o f r e u d i a n o r e s p e c t o a
l a p r o m e s a d e pax culturalis, sino que manifiesta abiertamente, c o m o
e n n i n g t i n o t r o l u g a r , s u d e s a l i e n t o r e s p e c t o d e las leyes s o c i a l e s , esas
q u e d e b e r í a n r e g u l a r e l p a c t o s o c i a l . Es d e c i r , F r e u d p o n e e n d u d a la
g a r a n t í a q u e p u e d a n o f r e c e r t a l e s leyes, j u s t a m e n t e a q u e l l a s q u e de-
b e r í a n i n s c r i b i r s e e n l a s u b j e t i v i d a d c o m o d i q u e s c o n t r a las p u l s i o n e s
y, así, g a r a n t i z a r e l l a z o s o c i a l .
Ejemplifica la "doble m o r a l sexual" en el contraste entre la fideli-
d a d (y l a m o n o g a m i a ) c o m o práctica esperada i n e x o r a b l e m e n t e en
l a v i d a a m o r o s a d e l a m u j e r versus c i e r t a a n u e n c i a q u e se o t o r g a (en
L A " D O B L E M O R A L ( S E X U A L ) " 99
c a m b i o ) a l o s v a r o n e s , e i n t e r r o g a : ¿ p o r q u é l a s o c i e d a d a d m i t e esa
doble moral? Y n o sólo diríamos que la admite, sino que la sustenta
a través d e d o b l e s m e n s a j e s . A l p r o m e d i a r s u t e x t o e s b o z a u n a r e s -
puesta c u a n d o afirma: "[...] la 'doble' m o r a l sexual, existente para el
h o m b r e e n n u e s t r a s o c i e d a d , es l a m e j o r c o n f e s i ó n d e q u e l a s o c i e d a d
m i s m a q u e h a p r o m u l g a d o los p r e c e p t o s respectivos n o cree p o s i b l e
su o b s e r v a n c i a " ( 1 9 0 8 a ; p . 3 8 x ) . D o b l e m o r a l s e x u a l ( q u i z á c o r r e s -
p o n d a e n u n c i a r e l o x í m o r o n "doble moral cultural-pulsional") que anida
e n t o d a s u b j e t i v i d a d y e n las m i s m a s leyes q u e i n s t i t u y e l a s o c i e d a d .
¿ N o está a c a s o a q u í d e l i n e a n d o y a n t i c i p a n d o a q u e l l o q u e m a n i f e s -
tará s i n a m b a g e s e n E l malestar en la cultura? L a ley r e g u l a d a q u e ga-
rantiza el c o n t r a t o social y la r e n u n c i a p u l s i o n a l arrastra, ella m i s m a ,
u n i n q u i e t a n t e " p l u s " d e irregularidad q u e es u n o d e l o s d a r d o s q u e
i n s t i l a l a " n e r v i o s i d a d ". E s a l e y r e g u l a d a , s a n c i o n a d a p a r a f a v o r e c e r
el p r o g r e s o d e la e s p i r i t u a l i d a d , c o n l l e v a el p a r a d ó j i c o i n c r e m e n t o
de a q u e l l o q u e p r e t e n d e d e s e c h a r : e l r e t o r n o p u l s i o n a l y su a m e n a z a .
A m e n a z a c o n t r a la subjetividad y c o n t r a el lazo social (el pacto social).
¿ C ó m o c u r a r l a " n e r v i o s i d a d m o d e r n a " s i t a l a m e n a z a es c o n s u s t a n c i a l
(intrínseca) a la cultura? C o n ella y desde ella deviene e n malestar la
p u l s i ó n s e x u a l q u e p r e t e n d e ser d e s a l o j a d a c o n l o s i l u s t r e s a r g u m e n -
tos d e la c u l t u r a . N o p a r e c e p o s i b l e q u e e l psicoanálisis p u e d a p r o -
p o n e r l a " i l u s i ó n " d e t a l pharmakon, pues, pese a q u e la "civilización"
p r e t e n d e e x p u l s a r l a p u l s i ó n s e x u a l , ésta se c u e l a y t e r m i n a c o n v e r t i d a
e n b a s t i ó n d e l h o s t i g a m i e n t o d e l a c u l t u r a . P o r eso, a l s u j e t o n o l e
q u e d a más r e m e d i o q u e navegar p o r la c u l t u r a h a c i e n d o lazo social y
s o p o r t a n d o , a su vez, los oleajes traumáticos q u e e s t a l l a n e n su seno.
Y las m i n a s d e l o r e a l q u e e s t a l l a n y a n o p r o v i e n e n t a n s ó l o d e l a v i d a
pulsional, sino — y f u n d a m e n t a l m e n t e — de la domesticación que la
c u l t u r a p r e t e n d i ó h a c e r s o b r e esa v i d a . L o q u e p r o m e t í a l a p a z a p o r t a ,
finalmente, la violencia de la discordia, tanto e n el seno m i s m o de la
subjetividad c o m o e n el t o d o de la vida social.
Y a q u í F r e u d t o p a o t r a v e z c o n las p a r a d o j a s d e l a l e y c u y o h i l o h a
d e s e g u i r i n c a n s a b l e m e n t e h a s t a e l t e x t o d e 1 9 3 9 : Moisés y la religión
monoteísta, e n e l i n t e n t o d e d e s p e j a r las p a r a d o j a s d e l a ley... l a l e y d e l
padre que, e n "La m o r a l sexual 'cultural'" n o n o m b r a , pero cuyo tra-
t a m i e n t o n o p o d e m o s o m i t i r . Discordancias e n t r e la ley r e g u l a d a y su
o t r o lado, el oscuro saldo n o legislable.
L a ley simbólica t i e n e su i n f a l t a b l e reverso e n l o q u e F r e u d l l a m a
" f u e r a d e l a l e y " y n o s o t r o s e l l a d o d e s r e g u l a n t e d e l a ley, s u c o n t r a c a -
100 M A R T A G E R E Z A M B E R T Í N
r a m á s o s c u r a q u e i m p e l e a g o z a r . . . s i e m p r e m á s allá d e l p r i n c i p i o d e l
placer. L a ley r e g u l a d a q u e i m p o n e la c u l t u r a — p r e t e n d i e n d o deste-
r r a r a las p u l s i o n e s — n o d e j a d e i n c i t a r a l a t e n t a c i ó n d e f r a n q u e a r sus
l í m i t e s ; p o r eso, l a s o c i e d a d q u e d e b e h a c e r c u m p l i r l a l e y i m p o n e l a
doble moral cultural-pulsional.
Aquí desembocamos e n u n a arista embarazosa p r o v e n i e n t e de
n u e s t r a l e c t u r a d e l t e x t o f r e u d i a n o q u e nos i n t e r e s a resaltar. F r e u d ,
a l r e f e r i r s e a l a " d o b l e m o r a l s e x u a l " , n o se c i r c u n s c r i b e a l a p u l s i ó n
s e x u a l p r o p i a m e n t e d i c h a ; él a l u d e a l a p u l s i ó n e n g e n e r a l . C i e r t a -
m e n t e , a u n q u e aún n o h a p l a s m a d o su tercer d u a l i s m o — q u e , desde
1920, i n c l u y e a l a pulsión de m u e r t e — hay, de a l g u n a m a n e r a , u n a
alusión a ella e n el texto q u e nos ocupa bajo la solapada designación
de " m o c i o n e s h o s t i l e s a l a c u l t u r a " o " c r u e l d a d " . E s t o se d e s p r e n d e
d e s u a f i r m a c i ó n : q u i e n n o p u e d a s o f o c a r sus p u l s i o n e s " e n f r e n t a r á l a
sociedad c o m o 'delincuente y declarado fuera de la ley', a menos que
"su p o s i c i ó n s o c i a l o sus c u a l i d a d e s s o b r e s a l i e n t e s " n o l e p e r m i t a n
i m p o n e r s e c o m o u n "gran h o m b r e " o c o m o "héroe " (1908a; p. 3 8 x ) .
E n n u e s t r o s t i e m p o s p o d e m o s a g r e g a r : o como una gran mujer.
D e s t a c a r á t a m b i é n a l g o q u e v a m á s allá d e l a v i d a a m o r o s a ( o m a -
r i t a l ) e n t r e l o s seres s e x u a d o s , a v a n z a h a c i a e l h o r i z o n t e d e l " f u e r a d e
l a l e y r e g u l a d o r a " y se p e r m i t e l l e g a r h a s t a e l t e r r e n o d e l o criminal
Y n u e v a m e n t e allí d e s t a c a l a d o b l e m o r a l d e l a s o c i e d a d q u e n o j u z g a
a t o d o s sus m i e m b r o s p o r i g u a l , q u e h a c e d i f e r e n c i a s n o s ó l o e n t r e
h o m b r e s y m u j e r e s s i n o t a m b i é n e n t r e las clases s o c i a l e s ( " e s t r a t o s "
d i c e F r e u d ) a las q u e e l l o s p e r t e n e c e n . Es r e c o n o c i d o p o r t o d o s q u e
n o r e c i b e n n i l a m i s m a sanción p e n a l n i e l m i s m o t r a t o los c r í m e n e s
d e " g u a n t e s b l a n c o s " q u e l o s " c r í m e n e s d e l a p o b r e z a " ; t a m p o c o se
t r a t a c o n e l m i s m o rasero a los m o t i v a d o s y b i e n t r a z a d o s ( c a l c u l a d o s )
c r í m e n e s políticos, q u e a los pasionales " i n m o t i v a d o s " .
2. Formación reactiva, sublimación y vida pulsional
E n el texto q u e nos o c u p a F r e u d a r r i b a a u n a conclusión f u n d a m e n t a l

q u e n o modificó e n el resto de su obra: p o r más q u e alguien sofoque
sus m o c i o n e s p u l s i o n a l e s h o s t i l e s d e d u r e z a y c r u e l d a d , y h a y a " . . .
l l e g a d o a ser e x t r e m a d a m e n t e b o n d a d o s o , p i e r d e e n t a l p r o c e s o , m u -
c h a s v e c e s , t a n g r a n p a r t e d e sus e n e r g í a s , q u e n o l l e g a a p o n e r e n
o b r a t o d o l o q u e c o r r e s p o n d e a sus i m p u l s o s c o m p e n s a d o r e s y h a c e ,
ijK " D O B L E M O R A L ( S E X U A I . ) 101
en definitiva, menos bien d e l que h u b i e r a llevado a cabo sin yugular

sus t e n d e n c i a s c o n s t i t u c i o n a l e s " ( 1 9 0 8 a , p . 4 5 x ) . D e esa m a n e r a , s u
p r e g u n t a es i n s i s t e n t e , p o r q u e si l a l e y q u e l a s o c i e d a d e s t a b l e c e p a r a
i m p o n e r l o s i d e a l e s d e híper-fidelidad, híper-aseo, híper-ahorro, híper-hon-
dad, híper-virtud, e t c . , t i e n e u n c o s t o t a n a l t o : ¿ c u á l es e l b e n e f i c i o d e
sacrificar la v i d a pulsional?
S i n d u d a se o b t i e n e u n b e n e f i c i o : e l d e h a c e r p o s i b l e e l p a c t o s o c i a l
y l a c o n f i g u r a c i ó n d e l a s u b j e t i v i d a d , p e r o eso n o s u c e d e s i n p a g a r
u n elevado precio. N o sucede sin rebrotes pulsionales culturalizados;
c o n l o c u a l se e c h a n p o r t i e r r a t o d a s las t o n t e r í a s h a r t o d i f i r n d i d a s d e
que el fi-eudismo lanzaría y alentaría l a p r o p u e s t a d e la "liberación"
sexual-pulsional.
P a r a d e s m e n t i r esta i n t e r p r e t a c i ó n h e a q u í l o q u e F r e u d escribe a l
a ñ o d e i n i c i a d a l a g r a n g u e r r a : " T o d a vez q u e l a c o m u n i d a d s u p r i m e
e l r e p r o c h e , cesa t a m b i é n l a s o f o c a c i ó n d e l o s m a l o s a p e t i t o s , y l o s
h o m b r e s c o m e t e n actos de c r u e l d a d , d e p e r f i d i a , de traición y de r u -
d e z a q u e se h a b í a n c r e í d o i n c o m p a t i b l e s c o n s u n i v e l c u l t u r a l " ( 1 9 1 5 ;
p . 2 8 2 ) . A s í , es r i d í c u l o a t r i b u i r l e l a i n t e n c i ó n a n t e s p u n t u a l i z a d a .
Sin e m b a r g o , todos aquellos q u e en distintas épocas, i n c l u y e n d o la
d e l p r o p i o F r e u d , e s t u v i e r o n y están más q u e dispuestos a l u c r a r c o n
e l p e n s a m i e n t o f r e u d i a n o l a n z a n d o sus ' l i b r o s n e g r o s " d e v a r i o p i n t a s
n e g r u r a s , n o d e j a n d e e m b r i a g a r s e a l r e i t e r a r las a b s u r d a s t o n t e r í a s
que aquí criticamos.
E n l a cita d e l texto de 1908 q u e más a r r i b a indicábamos c o m o " i m -
p u l s o s c o m p e n s a d o r e s " a s o m a , e n t r e l í n e a s p e r o s i n ser n o m b r a d o
c o m o t a l , e l c o n c e p t o d e formación reactiva.
L l a m a l a a t e n c i ó n q u e ese t e m a , a p e n a s i n s i n u a d o e n este t e x t o , sea
en c a m b i o c l a r a m e n t e t r a t a d o e n o t r o de l a m i s m a é p o c a : "Carácter y
erotismo anal" (1908b) prácticamente c o m p l e m e n t a r i o del anterior,
a t a l p u n t o q u e n o p u e d e leerse a l u n o sin el o t r o . F r e u d a f i r m a q u e
las f o r m a c i o n e s r e a c t i v a s s o n "unos poderes contrarios, como la vergüenza,
el asco y la moral, que, a modo de diques, se contraponen al posterior quehacer
de las pulsiones sexuales" ( 1 9 0 8 b , p p . 1 5 4 - 1 5 5 ) . A p a r t i r d e esta c a r a c -
t e r i z a c i ó n p r e t e n d e , n o s i n t r o p i e z o s , e s t a b l e c e r las d i f e r e n c i a s e n t r e
formación reactiva y sublimación.
A r r i b a m o s así, p o r o t r a s e n d a , a u n o d e l o s m e o l l o s d e l d e b a t e f r e u -
d i a n o e n " L a m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' " : la l u c h a d e l hostigamiento de
l a v i d a p u l s i o n a l versus e l h o s t i g a m i e n t o d e l a c u l t u r a , p u g n a q u e se
e x p r e s a e n l a d o b l e m o r a l s e x u a l y q u e , a d e m á s , e n c u e n t r a sus r e s o -
nancias tanto e n la d i f i c u l t a d p a r a arribar a b u e n p u e r t o c o n la contro-

v e r t i d a p r o m o c i ó n c o n c e p t u a l d e l a sublimación, así c o m o e n l a d i f i c u l t a d
p a r a e s t a b l e c e r u n a fi"anca d i f e r e n c i a e n t r e esa n o c i ó n y l a n o c i ó n d e
formación reactiva.
S i {-ai formación reactiva es u n a r e p r e s i ó n d e l a m o c i ó n p u l s i o n a l m e -
d i a n t e el f o r t a l e c i m i e n t o de u n a representación opuesta a la rechaza-
d a , d e l f r a c a s o d e esa r e p r e s i ó n d a c u e n t a e l r e t o r n o d e l o r e p r i m i d o
c o m o c o m p u l s i ó n d e r e p e t i c i ó n ( p o r e j . , s u c i e d a d vs. h í p e r - l i m p i e z a
o b t i e n e c o m o r e s u l t a d o la p e r t i n a z c o m p u l s i ó n d e repetición a la
l i m p i e z a ) . L a represión, p r e t e n d i e n d o desexualizar, resexualiza en
exceso; d e m o d o t a l q u e , a u n q u e c o n d u c e a la socialización, acaba
p r o d u c i e n d o , s i e m p r e , u n plus d e g o c e p u l s i o n a l . Y e s q u e F r e u d nos
l l e v a a l p u n t o p a r a d ó j i c o d e r e c o n o c e r q u e " q u i e n p u e d a s o f o c a r sus
pulsiones"... también p u e d e t e r m i n a r enfrentándose a la sociedad
c o m o " u n pálido criminal", jaqueado p o r impulsiones incontrolables
y n o l l e g a r n e c e s a r i a m e n t e a s e r n i un gran hombre n i una gran mujer.
L a senda de la formación reactiva, p o r lo tanto, n o ofrece promesas
alentadoras.
E n t o n c e s , ¿será p o r e l l a d o d e l a s u b l i m a c i ó n q u e es p o s i b l e e n c o n -
t r a r u n a t a j o a l a v a n c e d e l a p u l s i ó n ? ¿ S e r á p o s i b l e p o r esa v í a e s c a p a r
a la "nerviosidad moderna"?
E n " L a m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' " F r e u d considera a la sublimación
c o m o u n a m o d i f i c a c i ó n d e las p u l s i o n e s s e x u a l e s " d e s d e sus m e t a s
e s p e c í f i c a s h a c i a fines c u l t u r a l e s m á s e l e v a d o s " ( 1 9 0 8 a , p . 3 7 x ) . S i n
e m b a r g o , sus p o s t u l a d o s s o b r e l a d o b l e m o r a l s e x u a l d e l a s o c i e d a d
c o n t r a r í a n esa a f i r m a c i ó n y e x p o n e n a c i e l o a b i e r t o s u v a c i l a c i ó n so-
b r e l a f r a n c a d i f e r e n c i a q u e c a b r í a t r a z a r e n t r e sublimación y formación
reactiva, a r r o j a n d o t a m b i é n d u d a s a c e r c a d e sus e x p e c t a t i v a s r e s p e c t o
al posible a p o r t e de la sublimación a la cultura.
M u c h o después, e n e l "Breve i n f o r m e sobre e l psicoanálisis" con-
s i d e r a q u e las " a s p i r a c i o n e s s u b l i m a d a s " p o n e n " s u e n e r g í a a d i s p o s i -
ción d e l desarrollo c u l t u r a l " (1923, p. 219). Traza, p o r lo tanto, u n a
c o n c e p c i ó n de sublimación que n o difiere demasiado de la expuesta
e n e l t e x t o d e 1908. A su vez, e n l a C o n f e r e n c i a n ú m . 32 d i s t i n g u e
" c o n e l n o m b r e d e sublimación c i e r t a clase d e m o d i f i c a c i ó n d e l a m e t a
y c a m b i o d e vía d e l o b j e t o e n l a q u e i n t e r v i e n e n u e s t r a v a l o r a c i ó n
social" (1932, p. 8 9 ) . Los obstáculos s u r g e n e n t o r n o de los conceptos
" f i n e s c u l t u r a l e s m á s e l e v a d o s " , " d e s a r r o l l o c u l t u r a l " y " v a l o r a c i ó n so-
c i a l " , y a q u e l a formación reactiva t a m b i é n se c o n s t i t u y e p e r s i g u i e n d o
L A " D O B L E M O R A L ( S E X U A L ) ' 103
esas m e t a s c u l t u r a l e s . P e r o se s u p o n e q u e e l r e s u l t a d o o b t e n i d o p o r
l a formación reactiva es d i f e r e n t e a l q u e se c o n s i g u e c o n l a sublimación.
Si l a p r i m e r a i n f i l t r a d e p u l s i ó n a l a c u l t u r a ( p u e s , p r e t e n d i e n d o d e s -
e x u a l i z a r , p o t e n c i a l a r e s e x u a l i z a c i ó n ) , d e l a s e g u n d a se e s p e r a r í a l o
c o n t r a r i o y a q u e , a través d e l a m o d i f i c a c i ó n d e l a m e t a y e l d e s v í o e n
l a e l e c c i ó n d e l o b j e t o , se o b t e n d r í a e l d e s a l o j o p u l s i o n a l . P e r o , ¿ s u c e -
d e así?, ¿ n o d e j a l a s u b l i m a c i ó n s e c u e l a s p u l s i o n a l e s ?
Este d i l e m a estuvo p r e s e n t e e n e l p e n s a m i e n t o f r e u d i a n o hasta
e l fin d e s u o b r a . Y es q u e F r e u d f u e a b a n d o n a n d o p o c o a p o c o las
grandes expectativas que planteó e n u n p r i n c i p i o e n t o r n o a la subli-
m a c i ó n y a c e r c á n d o s e a sus d e s a r r o l l o s d e 1 9 2 9 ( e n E l malestar de la
cultura) d o n d e afirma que la sublimación n o puede garantizar " u n a
p r o t e c c i ó n p e r f e c t a c o n t r a e l s u f r i m i e n t o ; n o [... ] p r o c u r a u n a c o r a z a
i m p e n e t r a b l e p a r a los d a r d o s d e l d e s t i n o . . . " (1929, p p . 79-80).
A q u í c o n v i e n e d e s t a c a r q u e e n s u o b r a , l a n o c i ó n d e d e s t i n o se h o -
m o l o g a a l a d e l s u p e r y ó , es d e c i r , a u n o d e l o s r e d u c t o s m á s p o t e n t e s
d e l a v i d a p u l s i o n a l ; es p o r e l l o p o r l o q u e se t o r n a c a d a vez m á s c a u t o
e n sus h i p ó t e s i s s o b r e l a s u b l i m a c i ó n y n o e s p e r a d e e l l a e l c u m p l i -
m i e n t o de grandes promesas p a r a el avance de la c u l t u r a .
S e r á e n 1 9 3 8 {Moisés y la religión monoteísta) c u a n d o llegará a l a c o n -
clusión de q u e , a pesar de la ley s u b l i m e d e l p a d r e q u e p e r m i t e el
"progreso de la espiritualidad", quedará siempre u n saldo r e m a n e n t e
de goce... u n o f r e c i m i e n t o q u e i m p l i c a el c u e r p o — r e s t o de fijación
pulsional indestructible.
P e r o e s t a c o n c l u s i ó n n o es n u e v a . L o s h o r r o r e s d e l a p r i m e r a g r a n
g u e r r a , s i m p l e esbozo d e l g e n o c i d i o d e l a s e g u n d a , ya le habían h e -
c h o decir: " . . . l a afrenta y la d o l o r o s a desilusión q u e e x p e r i m e n t a m o s
por la conducta inculta de nuestros conciudadanos del m u n d o en la
presente g u e r r a n o estaban justificadas. Descansaban e n u n a ilusión
de la que éramos prisioneros. E n realidad, n o cayeron t a n bajo c o m o
t e m í a m o s , p o r q u e n u n c a se h a b í a n e l e v a d o t a n t o c o m o creíamos"
(1915, p. 286).
E n suma, p o d e m o s a f i r m a r q u e hay e n la o b r a f r e u d i a n a m o m e n -
tos e n l o s q u e e n c o n t r a m o s u n a s o b r e v a l o r a c i ó n d e l a s u b l i m a c i ó n y,
e n o t r o s , u n a f o r m u l a c i ó n m á s p r e c a v i d a q u e se a l e j a d e l a e s p e r a n z a
i d e a l i z a d a d e r e m e d i a r l a " n e r v i o s i d a d m o d e r n a " p o r esa v í a . O s c i l a -
c i ó n f r e u d i a n a e n t o r n o a l t e m a q u e n o cesa y q u e , c o m o v i m o s , t i e n e
su o m b l i g o e n 1 9 0 8 .
E n r e s p u e s t a a este d e b a t e d i r á L a c a n : " S u b l i m e n t o d o l o q u e q u i e -
r a n , h a y q u e p a g a r l o c o n a l g o . Ese a l g o se l l a m a g o c e . Esa o p e r a c i ó n
m í s t i c a l a p a g o c o n u n a l i b r a d e c a r n e " ( 1 9 5 9 - 1 9 6 0 ; p . 3 8 3 ) . Y t a l vez p o r
e s t o L a c a n a p o s t ó m á s a l a c a t e g o r í a d e acto q u e a l a d e subümaáón.
F r e u d n o o b t i e n e los esperados réditos d e l a p r e t e n d i d a d i f e r e n c i a -
c i ó n e n t r e formación reactiva y sublimación. Q u i z á n o sea p o s i b l e d e s t e -
r r a r d e l a c u l t u r a e l m e o l l o p u l s i o n a l y, p o r eso, é s t e se c o n v i e r t e e n
malestar e n la c u l t u r a infiltrada p o r la pulsión. ¿ N o resulta de todo
esto la " d o b l e m o r a l c u l t u r a l - p u l s i o n a l " ?
3. El hostigamiento de la cultura y la doble moral cultural-pulsional
L a respuesta a Einstein (en 1933: "¿Por q u é la guerra?") muestra a

F r e u d c o m o el p e n s a d o r q u e f u e capaz de presagiar el más nefasto de
los f u t u r o s al siglo x x . E n la i n c o n s i s t e n c i a d e l a ley d e l a c u l t u r a sub-
yace la respuesta al i n t e r r o g a n t e f o r m u l a d o p o r E i n s t e i n " ¿ q u é p u e d e
hacerse p a r a d e f e n d e r a los h o m b r e s d e los estragos d e l a g u e r r a ? "
A u n q u e F r e u d confía e n el p a c t o s i m b ó l i c o de los h o m b r e s , instaura-
d o f u n d a m e n t a l m e n t e para p r e s e r v a r la paz y e l lazo social, n o deja
de r e c o n o c e r q u e u n o de los saldos i r r e p a r a b l e s d e l m a l e s t a r de la
c i v i l i z a c i ó n es l a f r a g i l i d a d d e t o d o p a c t o s i m b ó l i c o q u e h a c e c o n d e s -
c e n d e r a l o s h o m b r e s d e s d e e l a c u e r d o e n t o r n o a l a l e y h a c i a a l des-
acuerdo en la violencia y la vida pulsional.
En su c a r t a a Einstein de 1933 Freud homologa "derecho y
p o d e r " c o n "derecho y violencia", ya que p o r u n lado n o hay poder
s i n v i o l e n c i a y, p o r o t r o , " e l d e r e c h o es e l p o d e r d e u n a c o m u n i d a d " .
D e r e c h o e j e r c i d o p o r la legislación p o r todos acatada, c o m u n i d a d de
intereses q u e hace a la c o m u n i d a d d e respeto a la ley y q u e sostiene el
i n t e r c a m b i o , l a a l i a n z a y los lazos i d e n t i f i c a t o r i o s d e u n g r u p o social.
S i n e m b a r g o , l a l e y s i m b ó l i c a q u e , e n l a c o n j e t u r a d e Tótem y tabú, se
erige a l r e d e d o r d e l Padre M u e r t o y de la a u t o r i d a d de su palabra,
presenta u n a falla n o t o r i a , n o sólo p o r su instauración violenta, sino
t a m b i é n p o r e l c o n s t a n t e a s e d i o p u l s i o n a l q u e h a c e p e l i g r a r las f o r -
m a s s i m b ó l i c a s d e i n t e r c a m b i o y los lazos i d e n t i f i c a t o r i o s e n t r e los
m i e m b r o s d e l g r u p o social. P a r a d o j a i n f l e x i b l e d e l a ley d e l p a d r e . . .
q u e n o tiene r e m e d i o . L a d o b l e m o r a l c u l t u r a l p u l s i o n a l es u n a d e sus
expresiones.
T o d a c o m u n i d a d de intereses e n t r e los h o m b r e s h a de transitar p o r
e l d e s a r r e g l o i n t r í n s e c o d e l a ley, t a n t o e n l a f r a c t u r a d e l o s l a z o s i d e n -
" D O B L E M O R A L ( S E X U A L ) " 105
tíficatorios c o m o e n la "compulsión a la violencia". Freud n o puede

o f r e c e r a l p o r v e n i r l a p r o m e s a d e la ilusión.
E l a b u s o d e a u t o r i d a d y e l a n s i a d e p o d e r í o es u n m a l i n o c u l a d o
p o r e l a s e d i o p u l s i o n a l . E i n s t e i n p r e g u n t a p o r q u é l a g u e r r a e n e l Va-
terland ( l a t i e r r a d e l p a d r e ) . F r e u d r e s p o n d e q u e , e n ú l t i m a i n s t a n c i a ,
e n l a t i e r r a d e l p a d r e n o h a y sosiego p o r q u e su ley, e n a r b o l a d a c o m o
s í m b o l o d e p a c i f i c a c i ó n , se i n s t a u r a , s i n e m b a r g o , c o n u n p l u s d e v i o -
l e n c i a e n e l sujeto y c i r c u l a e n l a civilización c o n u n a i n t o l e r a b l e dosis
de "violencia d e l derecho".
Des-ilusión de F r e u d finalmente; no arriba a b u e n puerto en la
búsqueda de promesas que sirvan c o m o consuelo ante el porvenir.
S u d e s c o n c i e r t o s o b r e l a c u e s t i ó n tiene u n m a g n í f i c o a n t i c i p o e n " L a
m o r a l sexual 'cultural' y la nerviosidad m o d e r n a " . E l n o p u d o con-
t e m p l a r l a s e g u n d a m i t a d d e l s i g l o x x p e r o d e b i ó e n t r e v e r l a trági-
ca y p r e m o n i t o r i a n o c h e c u a n d o l o m e j o r d e l a c u l t u r a a l e m a n a y
d e l m u n d o f u e a r r o j a d o a las l l a m a s m i e n t r a s las frenéticas hordas
nazis ensayaban su " d a n z a m a c a b r a " a l r e d e d o r d e l a fr>gata; quizás
c o n f i r m a b a entonces que la r e n u n c i a pulsional, e n la que cifraba el
progreso e n la espiritualidad, frjrmaba parte de u n a utopía que había
d e b i d o r e s i g n a r . E s a r e n u n c i a q u e , y a e n l o s c o m i e n z o s d e ese s i g l o ,
t a n p r o l í f i c o e n utopías, l o hacía a p a r e c e r c o m o apóstata. A l final,
c o m o d i c e e l p r o v e r b i o j u d í o , " u n h o m b r e es s ó l o u n h o m b r e y, a
veces, n i s i q u i e r a eso".
I m p i e d a d y herejía de F r e u d . Remiso a dar consuelos, ofrece a Oc-
c i d e n t e u n o de los c o n c e p t o s más r e v o l u c i o n a r i o s , e l deseo incons^
c í e n t e y las leyes d e s u i n t e r p r e t a c i ó n , p e r o t a m b i é n d e s e n c a n t a a O c -
cidente d e l anhelo de promesas provenientes de la figura del padre
idealizado y d e l paraíso de l a paz c u l t u r a l . -
31 de diciembre de 2007
B I B L I O G R A F Í A
Freud, S. (1908a), " L a moral sexual 'culmral' y la nerviosidad m o d e r n a " .

Obras completas, v o l . x i i i , B u e n o s A i r e s , S a n t i a g o R u e d a , 1 9 5 3 , p p . 27-46.
( 1 9 0 8 b ) , "Carácter y e r o t i s m o a n a l " , O. C , v o l . i x , B u e n o s A i r e s ,
A m o r r o r t u , 1979.
M A R T A G E R E Z A M B E R I Í N
(1915), "De guerra y muerte", O. C, v o l . x i v , B u e n o s A i r e s , A m o r

r o r t u , 1979.
( 1 9 2 3 ) , " B r e v e i n f o r m e s o b r e e l psicoanálisis", O. C , v o l . x i x , B u e -
nos Aires, A m o r r o r t u , 1979.
( 1 9 2 9 ) , El malestar en la cultura, O. C, v o l . x x i , B u e n o s A i r e s A m o -
r r o r t u , 1979.
( 1 9 3 2 ) , " C o n f 3 2 : A n g u s t i a y v i d a p u l s i o n a l " , O. C , v o l . x x u , B u e n o s
A i r e s , A m o r r o r t u , 1979.
L a c a n , J . ( 1 9 5 9 - 1 9 6 0 ) , El Seminario, Libro VU, La ética del psicoanálisis, Buenos
A i r e s , Paidós, 1988.
CULTURA SEXUAL Y NERVIOSIDAD HIPERMODERNA
D A N I E L K O R E N
Mejor pues que renuncie quien no pueda unir a su

horizonte la subjetividad de su época.
JACQUES LACAN^
... bancos de esperma, bebés probeta, bisexualidad,

"Butchers ", clonaje, contracepción, donación de esper-
ma o de ovocito, Drag-Kings, Drag-Queens, "changis-
me", ectogénesis (útero artificial), encuentros virtuales
(sitios de), fecundación in vitro, feminismo, homofo-
bia, homosexualidades, homoparentalidad, insemi-
nación artificial, Internet, liberación sexual, madres
"portadoras " (surrogate mothers), performance, Queer,
sexo virtual, sexualidades alternativas, transexuales,
transgénero, turismo sexual, Viagra...
M i c h e l Foucault i n a u g u r a el p r i m e r v o l u m e n de su m o n u m e n t a l tri-
l o g í a s o b r e l a Historia de la sexualidad"^ c o n u n c a p í t u l o t i t u l a d o : " N o -
sotros los V i c t o r i a n o s " . Sería difícil e n c o n t r a r m e j o r subtítulo p a r a e l
texto de F r e u d de 1908 q u e nos sirve aquí de p r e t e x t o . A c i e n a ñ o s de
distancia, " L a m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' y la nerviosidad m o d e r n a " ^ gene-
ra necesariamente e n el lector de hoy u n c u r i o s o i m p a c t o ; m u c h o s de
los c o m e n t a r i o s d e F r e u d n o p u e d e n s i n o h a c e r n o s s o n r e í r . S i n em-
bargo, u n a lectura atenta d e l artículo debería llevarnos a r e c o n s i d e r a r
este p r i m e r j u i c i o u n t a n t o a p r e s u r a d o . ¿ Y si F r e u d fíiera "anticuado"
e n l o c o y u n t u r a l y a n e c d ó t i c o . . . p e r o a c e r t a r a e n l o esencial? ¿Ysi este
texto tan "caduco" viniera a recordarnos la celebérrima máxima de
El gatopardo, de G i u s e p p e T o m a s i de L a m p e d u s a , según la cual "algo
debe c a m b i a r p a r a q u e t o d o siga igual"? Hipótesis q u e nos guiará p o r
^ Jacques Lacan, "Función y campo de la palabra y del lengueije en psicoanálisis".

Escritos 1, México, Siglo X X I , p. 309.
^ Michel Foucault, Historia de la sexualidad, vol. i: La voluntad de saber, México, Siglo
X X I , 1982.
^ Sigmund Freud, " L a moral sexual 'cultural' y la nerviosidad m o d e r n a " (1908),
Obras completas, vol. x i i i , Buenos Aires, SR, pp. 27-46. E n este volumen, pp. 11-29.
[107]
108 D A N I E L K O R E N
r a z o n e s q u e e x p l i c i t a r e m o s p r o g r e s i v a m e n t e . Se tratará d e s a b e r q u é
es l o q u e s i g u e i g u a l . N o t e m o s d e e n t r a d a q u e si e l a r t í c u l o n o s p a r e c e
" f e c h a d o " , l o es t a m b i é n e n r e l a c i ó n c o n l a o b r a d e l m i s m o F r e u d .
H a b r á q u e r e t o m a r l a tesis f r e u d i a n a y p o n e r l a a p r u e b a . C o m e n -
z a n d o p o r d o s a f i r m a c i o n e s c e n t r a l e s s e g ú n las c u a l e s " e l i n f l u j o n o -
c i v o d e l a c u l t u r a se r e d u c e e n l o e s e n c i a l a l a d a ñ i n a s o f o c a c i ó n d e
la v i d a s e x u a l d e los p u e b l o s ( o estratos) d e c u l t u r a p o r o b r a d e la
m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' que e n ellos impera",'* c o m p l e m e n t a d a p o r
l a s e g u n d a : " e n t é r m i n o s u n i v e r s a l e s l a c u l t u r a se e d i f i c a s o b r e l a
s o f o c a c i ó n d e p u l s i o n e s " . ' ' ¿ C ó m o s o s t e n e r estas d o s p r o p u e s t a s e n
n u e s t r o m u n d o a c t u a l , c u a n d o las p u l s i o n e s p a r e c e n b a s t a n t e p o c o
" s o f o c a d a s " , c u a n d o se m a n i f i e s t a n bajo la a p a r i e n c i a paradójica
d e u n a e x t r a o r d i n a r i a l i b e r t a d . . . s i n q u e e l r e s u l t a d o sea n e c e s a r i a -
m e n t e m á s s a t i s f a c t o r i o ? H a b r á q u e v e r e n q u é c o n s i s t e este e x t r a o r -
d i n a r i o desplazarriiento q u e t r a n s f o r m a la p r e g u n t a , p u e s t o q u e el
i n t e r r o g a n t e q u e n o s p l a n t e a e l s u j e t o d e l a " h i p e r m o d e r n i d a d " ^ ' es
muy diferente. Podría, en u n a p r i m e r a aproximación, formularse
así: a n t e u n d i s c u r s o s o c i a l q u e e n t r o n i z a e l g o c e c o m o i m p e r a t i v o
a b s o l u t o y, h a y q u e d e c i r l o , s u p e r y o i c o , q u e i n t e r p e l a f r o n t a l m e n t e
a l a s u b j e t i v i d a d , ¿ c ó m o "se l a s a r r e g l a n " l o s s u j e t o s c o n e l g o c e " o r -
denado"?
I n d i q u e m o s desde y a los d o s e l e m e n t o s q u e n o s o c u p a r á n a l o lar-
g o d e e s t e t e x t o : ¿de qué manera inciden los diferentes factores culturales
actuales en la nerviosidad moderna, y qué diferencia implica o no la "cultura
sexual" actual, q u e se sitúa n o a u n s i g l o s i n o a a ñ o s l u z d e l a q u e F r e u d
describió?
V o l v a m o s a l t e x t o y c o m e n c e m o s p o r e l t í t u l o m i s m o , q u e n o so-
l a m e n t e n o es d e F r e u d ( p u e s t o q u e t o m a d e V o n E h r e n f e l s l a e x -
presión " m o r a l sexual 'cultural'") sino que implica u n a contradicción
t e m i b l e , a l i n e a n d o tres t é r m i n o s difícilmente c o n c i l i a b l e s : l a m o r a l ,
* Ibid., p. 166.
^ Ibid., pp. 167-168. Esta tesis será retomada tanto e n El malestar en la cultura (1930),
O.C., vol. X X I , como en Moisés y la religión monoteísta (1933-1939), O.C., vol. x x i i i .
^ A lo largo de este texto aparecerán oscilaciones entre los acljetivos "posmoderno"
e " h i p e r m o d e r n o " . Muchos de los autores que serán citados prefieren la primera de-
nominación; e n lo que me concierne, opto pjor la segunda. Retomo e n este sentido la
diferencia que establece Gilíes Lipovetsky {Les temps hypermodemes, París, Grasset, 2004).
Posmoderno designa más bien u n estado terminado, la constatación de u n a moder-
n i d a d suj>erada (como se dice e n medicina de u n " c o m a irreversible"), e n tanto que
" h i p e r m o d e r n o " designaría u n fenómeno e n curso.
C U L I U R A S E X U A L Y N E R V I O S I D A D H I P E R M O D E R N A
109
la sexualidad y la c u l t u r a (obviamos, p o r caridad, la diferencia suple-

m e n t a r i a entre "natural" y "cultural"). Cortaremos rápidamente este
n u d o g o r d i a n o s e ñ a l a n d o e l ú n i c o d e n o m i n a d o r c o m ú n e n t r e estos
t r e s t é r m i n o s : c a d a u n o d e e l l o s es a b s o l u t a m e n t e i m p e n s a b l e f u e r a
d e u n m u n d o d e l e n g u a j e ( l o c u a l e x c l u y e ipso fado la supuesta n a t u -
ralidad de marras).
Las referencias a E r b , Binswanger, o Kraft-Ebing p o r el contrario,
a p a r e c e n c o m o i n t e m p o r a l e s . L e a m o s las a f i r m a c i o n e s s i g u i e n t e s y
preguntémonos: ¿es d e 1 9 0 8 o d e 2 0 0 8 e l a c h a c a r l a " n e r v i o s i d a d
m o d e r n a " a las " . . . e x t r a o r d i n a r i a s c o n q u i s t a s d e l a e d a d moderna,
los d e s c u b r i m i e n t o s e i n v e n c i o n e s e n t o d o s los s e c t o r e s . . . L a l u c h a
p o r la existencia exige d e l i n d i v i d u o m u y altos r e n d i m i e n t o s . . . al
mismo tiempo han crecido el ansia de goces e n la vida; u n l u j o
i n s ó l i t o se h a d i f u n d i d o p o r e s t r a t o s d e l a p o b l a c i ó n q u e antes lo
desconocían p o r c o m p l e t o . . . el e x t r a o r d i n a r i o i n c r e m e n t o d e l co-
mercio, que ha alcanzado proporciones i n c o n m e n s u r a b l e s , y las
redes de telégrafos y teléfonos que envuelven al m u n d o entero
h a n m o d i f i c a d o t o t a l m e n t e e l r i t m o d e l a v i d a , las c o n d i c i o n e s de
comercio y d e l tráfico h a n e x p e r i m e n t a d o u n a alteración r a d i c a l ,
t o d o es p r i s a y a g i t a c i ó n . . . l a i n q u i e t u d p r o d u c i d a p o r las g r a n -
des c r i s i s p o l í t i c a s , i n d u s t r i a l e s , financieras se t r a n s m i t e a c í r c u l o s
sociales m u c h o más extensos... L a v i d a d e las g r a n d e s ciudades
es c a d a v e z m á s r e f i n a d a e i n t r a n q u i l a . . . L a l i t e r a t u r a moderna
se o c u p a p r e f e r e n t e m e n t e d e p r o b l e m a s s o s p e c h o s o s , q u e hacen
f e r m e n t a r t o d a s las p a s i o n e s y f o m e n t a n l a s e n s u a l i d a d , e l a n s i a d e
placer y el desprecio de t o d o s los p r i n c i p i o s éticos y d e t o d o s los
ideales, p r e s e n t a n d o a los lectores figuras patológicas y cuestiones
d e p s i c o p a t í a s e x u a l o r e v o l u c i o n a r i a . N u e s t r o o í d o es s o b r e e x c i t a -
d o p o r u n a m ú s i c a r u i d o s a y v i o l e n t a ; . ..e i n c l u s o l a s a r t e s p l á s t i c a s
se o r i e n t a n c o n p r e f e r e n c i a h a c i a l o f e o , r e p u g n a n t e o e x c i t a n t e ,
sin e s p a n t a r s e d e p r e s e n t a r a n u e s t r o s o j o s , c o n u n r e p u g n a n t e r e a -
lismo, lo más h o r r i b l e q u e la r e a l i d a d p u e d e ofrecernos"?' C o m o
se v e , s e g u i m o s s i e n d o actuales.
L o q u e F r e u d r e p r o c h a a e s t o s a u t o r e s n o es q u e e s t é n errados,
sino q u e d e s c u i d a n e l f a c t o r e t i o l ó g i c o esencial de la "nerviosidad
moderna": "...vemos reducirse la influencia perjudicial de la cultu-
ra a u n a c o e r c i ó n d e l a v i d a s e x u a l d e los p u e b l o s c i v i l i z a d o s ( o de
^ Ibid., S R , pp. 29-30.

los e s t r a t o s sociales c u l t o s ) p o r l a m o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' e n ellos

imperante".^
A h o r a b i e n , si e l s u j e t o c o n s i e n t e ( m á s b i e n : se l e i m p o n e ) u n sa-
c r i f i c i o d e l a s e x u a l i d a d e n a r a s d e l a Kulturarbeit, F r e u d insistirá e n
las s i g u i e n t e s p á g i n a s e n q u e este d e s p l a z a m i e n t o l i b i d i n a l n o p u e d e
ser a b s o l u t o y q u e u n a c i e r t a s a t i s f a c c i ó n " d i r e c t a " d e l a p u l s i ó n s e x u a l
es n e c e s a r i a . ^ T o d o e l p r o b l e m a , a p a r t i r d e a q u í , c o n s i s t e e n l a p o s i -
b i l i d a d ( o l a i m p o s i b i l i d a d ) d e s a t i s f a c c i ó n d e l a p u l s i ó n , y sus c o n s e -
c u e n c i a s . L a r e s p u e s t a d e F r e u d , c o m o es s a b i d o y c o m o v e r e m o s , será
e x p u e s t a a ñ o s después.'^'
Y a e n t o n c e s F r e u d insistía e n l a s e p a r a c i ó n e s e n c i a l e n t r e p u l s i ó n
sexual y f u n c i ó n r e p r o d u c t i v a , la p r i m e r a a p u n t a n d o exclusivamente
a " u n a g a n a n c i a d e p l a c e r " . A l r e s p e c t o , F r e u d i n t r o d u c e t r e s "esta-
dios culturales" e n la historia de la pulsión sexual, que nos interesan
e n relación c o n l a " m o r a l sexual c u l t u r a l " actual.^' A u n c u a n d o Freud
s e ñ a l a q u e ú n i c a m e n t e e l t e r c e r e s t a d i o ( " s ó l o se a d m i t e c o m o m e t a
sexual la r e p r o d u c c i ó n legítima") corresponde a "nuestra presente
m o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' " , ^ ^ es i n d i s c u t i b l e q u e h o y n o s s i t u a r í a m o s en
el p r i m e r o de tales estadios ("la a c t i v i d a d de la pulsión s e x u a l va libre-
m e n t e m á s allá d e l a r e p r o d u c c i ó n " ) . ¡ Y v a y a q u e s e r í a d i f í c i l h a b l a r
de "regresión"!
E n c u a n t o a l p a s a j e d e l s e g u n d o a l t e r c e r e s t a d i o ( l i m i t a c i ó n d e la
s e x u a l i d a d a l s o l o á m b i t o r e p r o d u c t i v o ) éste s o l a m e n t e p o d r í a e n g e n -
d r a r u n a u m e n t o d e l a n e u r o s i s . F r e u d evoca t o d o s los e l e m e n t o s que
c o n c u r r e n a l a insatisfacción p u l s i o n a l , desde l a a b s t i n e n c i a sexual
p r e m a t r i m o n i a l h a s t a l a i n s u f i c i e n c i a d e r e s a r c i m i e n t o u n a vez c o n -
8 Ibid., SR, p. 31.

^ "Para la inmensa mayoría de las organizaciones, parece imprescindible u n a cierta
medida de satisfacción sexual directa, y la privación de esta medida, individualmente
variable, se paga con fenómenos, que por su daño funcional y su carácter subjetivo
displaciente, hemos de considerar como patológicos", SR, p. 33.
E n "Sobre la más generalizada degradación de la vida amorosa" (1912), Más allá
del principio de placer (1920) y El malestar en la cultura (1930).
^' "Ateniéndonos a estas fases evolutivas de la pulsión sexual podremos distinguir
tres estadios culturales: uno, en el cual la actividad de la pulsión sexual va libremente
más allá de la reproducción; otro, en que de la pulsión sexual queda coartada en su
totalidad salvo lo que sirve a la reproducción, y u n tercero, en fin, e n el cual sólo la
reproducción legítima es considerada y permitida como fin sexual. A este tercer estadio
corresponde nuestra moral sexual 'cultural'", ibid., SR, pp. 33-34.
^2
C U L T U R A S E X U A L Y N E R V I O S I D A D H I P E R M O D E R N A
traído el m a t r i m o n i o ( p o r ausencia de m é t o d o s contraceptivos, p o r la

necesidad de l i m i t a r ' n a t u r a l m e n t e ' la natalidad, p o r razones 'higiéni-
cas'), sin c o n t a r c o n la " m o r a l d o b l e " , v á l i d a para el h o m b r e p e r o n o
p a r a l a m u j e r , q u e l e p e r m i t e a él e n c o n t r a r s a t i s f a c c i o n e s s u s t i t u t i v a s
f u e r a d e l l e c h o c o n y u g a l p e r o c o n d e n a a las m u j e r e s a ser " m á s n e u -
róticas".
Si m e h e r e f e r i d o in extenso a l t e x t o d e F r e u d d e 1 9 0 8 , es p o r q u e
l a d i s t a n c i a a b i s m a l q u e n o s s e p a r a d e él n o es t a n s ó l o l a d e l c a l e n -
d a r i o . N a d a d e l o q u e F r e u d e n u n c i a e n 1 9 0 8 es r e a l e n 2 0 0 8 . ¿ N a d a
es i g u a l ? N a d a . . . , s a l v o l a tesis s o b r e l a s o f o c a c i ó n d e las p u l s i o n e s y
e n p a r t i c u l a r l a m o d i f i c a c i ó n e s e n c i a l q u e F r e u d n o e n u n c i a e n este
t e x t o p e r o q u e introducirá a p a r t i r de 1912 y q u e d a l a j u s t a perspec-
t i v a s o b r e esta cuestión.'"* P e r o a n t e s d e a b o r d a r d e m a n e r a r i g u r o s a
la c u l t u r a ( q u e n o m o r a l ) s e x u a l " c o n t e m p o r á n e a " o " h i p e r m o d e r -
n a " d e b e m o s e f e c t u a r u n desvío q u e n o s alejará a p a r e n t e m e n t e d e l
t e r r e n o p s i c o a n a l í t i c o stricto sensu. Se t e n d r á e n c u e n t a q u e cuando
h a b l a m o s d e "cultura" lo haremos e n el sentido del término alemán
"Kultur", a q u e l a l q u e F r e u d se r e f e r í a c u a n d o a n a l i z a b a s u malestar
{Das Unbehagen in der Kultur): u n p a t r i m o n i o social, político, simbóli-
co, artístico q u e p e r t e n e c e a u n c o n j u n t o d e i n d i v i d u o s y q u e c o n f i -
g u r a l o q u e se d e n o m i n a u n a ' c i v i l i z a c i ó n ' . P o r eso h a r e m o s u n r o d e o
q u e n o s dará nuevas perspectivas sobre ciertos c a m b i o s significativos
a c a e c i d o s e n e l m u n d o p a r a v o l v e r , a p a r t i r d e allí, a l a c u e s t i ó n d e l
s u j e t o y d e su a f e c t a c i ó n p o r l a c u l t u r a s e x u a l . R o d e o n e c e s a r i o p u e s t o
q u e l a ' c u l t u r a s e x u a l ' está i n c l u i d a e n e l d i s c u r s o q u e u n a s o c i e d a d
(sos) t i e n e s o b r e las n o r m a s q u e r e g u l a n l o s i n t e r c a m b i o s , las r e p r e -
s e n t a c i o n e s q u e a l i m e n t a n s u i m a g i n a r i o , las p r á c t i c a s e n las q u e e l l a s
se a c t u a l i z a n y m o d i f i c a n , las r e l a c i o n e s s o c i a l e s , e t c . M á s t a r d e h a r e -
m o s h i n c a p i é e n l o s c a m b i o s e n l a s e x u a l i d a d e, i n c i d e n t a l m e n t e , e n
l o s m é t o d o s d e r e p r o d u c c i ó n h u m a n a así c o m o e n l a o r g a n i z a c i ó n
familiar institucionalizada.
Cf. en este volumen el artículo de Marta Gerez Ambertín sobre el tema.

" C r e o que, por extraño que suene, habría que ocuparse de la posibilidad de que
haya algo en la naturaleza de la pulsión sexual misma desfavorable al logro de la satisfacción
plena." Sigmund Freud, "Sobre la más generalizada degradación de la vida amorosa"
(1912) O. C, vol. X I , p. 182. Las cursivas son mías ( D K ) . (Todas las referencias de F r e u d ,
salvo las referidas al artículo que reproducimos en este volumen, provienen de la edi-
ción e n 24 volúmenes de Amorrortu, traducción de José Luis Etcheverry. E n adelante
indicada O.C.)
¿ C u á l es l a a c t u a l " m o r a l s e x u a l c u l t u r a l " ? ' ^ L a d i s t a n c i a q u e n o s

s e p a r a d e l a v i g e n t e e n t i e m p o s d e F r e u d se m i d e c o n e l r a s e r o d e las
t r a n s f o r m a c i o n e s e n las e s f e r a s d e l p o d e r , e n las n o r m a s s o c i a l e s , e n
las o r g a n i z a c i o n e s e c o n ó m i c a s , e n l o s d e s a r r o l l o s c i e n t í f i c o s y e n sus
m ú l t i p l e s a p l i c a c i o n e s t e c n o c i e n t í f i c a s , así c o m o e n las r e p r e s e n t a c i o -
nes d e l m u n d o y e n los c o m b a t e s i d e o l ó g i c o s d e n u e s t r o t i e m p o .
Q u e se p i e n s e e n l o s c a m b i o s q u e s o b r e v i n i e r o n a p a r t i r d e l a se-
g u n d a m i t a d d e l siglo x x . E n p r i m e r lugar, el c a m b i o esencial y sin
p r e c e d e n t e s e n l a p o s i c i ó n s o c i a l d e l a m u j e r c o m e n z a n d o p o r s u ac-
ceso a los d e r e c h o s políticos y p o r su e n t r a d a m a s i v a a l m u n d o l a b o r a l
c o n l a c o n s e c u e n t e " i n d e p e n d e n c i a " e c o n ó m i c a . ' ^ A e s t o se s u m a n ,
s i e m p r e e n relación c o n la m u j e r , otros dos c a m b i o s radicales: el de-
s a r r o l l o d e los m é t o d o s c o n t r a c e p t i v o s y l a legalización d e l a b o r t o .
H e m o s a s i s t i d o a u n a v e r d a d e r a m u t a c i ó n q u e es a l m i s m o tiempo
m u t a c i ó n d e l u s o d e l o s c u e r p o s , d e las m e n t a l i d a d e s , d e las p r á c t i c a s
s o c i a l e s y d e las p r á c t i c a s s e x u a l e s . P e r o e s t o s c a m b i o s n o hubieran
s i d o p o s i b l e s s i n o t r o s , a n t e r i o r e s . " O t r o f a c t o r d e c i s i v o es e l p r o g r e s o
a r r o U a d o r d e l s a b e r c i e n t í f i c o : sus a p l i c a c i o n e s t e c n o l ó g i c a s r e v o l u -
c i o n a n l o s p r o c e s o s p r o d u c t i v o s , las r e l a c i o n e s l a b o r a l e s , e l m e r c a d o
d e l trabajo, l a relación c o n los objetos y la p o s i b i l i d a d m i s m a de re-
p r o d u c c i ó n h u m a n a . E l d e s a r r o l l o d e las s o c i e d a d e s d e m o c r á t i c a s h a
p e r m i t i d o progresivamente, mas n o sin dificultades considerables n i
d u r o s combates, la "salida d e l clóset" y e l creciente r e c o n o c i m i e n t o ci-
v i l d e las s e x u a l i d a d e s d i f e r e n t e s d e l a n o r m a h e t e r o s e x u a l . A g r e g u e -
m o s q u e d e a p o c o se h i z o o í r u n n u e v o d i s c u r s o s o c i a l q u e p o n í a e l
a c e n t o sobre el i n d i v i d u o , su " d e s a r r o l l o p e r s o n a l " , su "realización",
q u e e m p u j a b a a u n v e r d a d e r o " c u l t o a l a p e r f o r m a n c e " ( p a r a usar la
expresión de Alain Ehrenberg).
E n resumidas cuentas: h e m o s pasado e n u n siglo d e l h o m b r e m o -
d e r n o y Victoriano a l h o m b r e ( y l a m u j e r ) d e l a " h i p e r m o d e r n i d a d " .
Este pasaje p u e d e d i b i i j a r s e a g r a n d e s rasgos (y p o r l o t a n t o d e m a n e -
Conservamos el término ya que es el que utiliza Freud, aunque hayamos marcado

nuestro desacuerdo.
Puede parecer simplemente anecdótico pero ¡en Francia! hasta mediados de los
años sesenta u n a mujer que deseaba ejercer u n a actividad profesional debía contar con
l a aprobación formal de su marido.
L a participación masiva de las mujeres e n e l mercado d e l trabíijo fue e n gran parte
un efecto de las gfuerras mtmdiales, las mujeres fueron llamadas a ocupar los puestos
dejados vacantes e n el aparato productivo por los hombres movilizados.
ClJl.TIJRA S E X U A L Y N E R V I O S I D A D HIPERMODERNA 113
r a r e l a t i v a m e n t e f a l a z ) a través d e u n a s e r i e d e o p o s i c i o n e s b i n a r i a s
q u e p r e s e n t a n l a v e n t a j a d e s u b r a y a r las d i f e r e n c i a s esenciales.
L a posmodernidad'** ( e n la versión p r i n c e p s d e J . - F . L y o t a r d ) se
p r e s e n t a c o m o e l fin d e l p r o y e c t o i l u m i n i s t a , e l p r o y e c t o d e las L u -
ces, d e l r a c i o n a l i s m o q u e t o m a i m p u l s o d e s d e e l R e n a c i m i e n t o , se
acelera e n el siglo x v i i y e n c u e n t r a su a p o g e o e n t r e l a m i t a d d e l siglo
x v i i i y l a d e l x i x . E s t a " p o s m o d e r n i d a d " r e p r e s e n t a e l fin d e l a i d e a
( ¿ u t ó p i c a ? ) d e p r o g r e s o , e l fin d e l o s g r a n d e s d i s c u r s o s c o n s t i t u y e n t e s
de l a m o d e r n i d a d f u n d a d a e n l a R a z ó n , e l fin d e l i m p e r i o d e las figu-
ras t r a s c e n d e n t a l e s . T a l es e l p u n t o c o m ú n entre diferentes autores
q u e c o n s t a t a n e l pasaje a la p o s m o d e r n i d a d . E n filosofía, Nietzsche y
H e i d e g g e r m a r c a n , c a d a u n o a su m a n e r a , e l final d e las v i s i o n e s a b -
solutas y t o t a l i z a n t e s de la h i s t o r i a . K a n t , H e g e l y M a r x son i n v i t a d o s
a r e t i r a r s e e n p u n t a s de p i e . A s i s t i m o s al a g o t a m i e n t o y a la d e s a p a r i -
ción p r o g r e s i v a d e t o d o s los discursos de l e g i t i m a c i ó n , en particular
del discurso religioso y d e l discurso político.'^
La filosofía d e las L u c e s se f u n d a b a e n l a m á x i m a k a n t i a n a "sapere
aude"; atreverse a saber e r a l a clave d e l a e m a n c i p a c i ó n d e l g é n e r o h u -
m a n o e n e l m a r c o d e u n a visión g l o b a l d e l saber ( p e r s p e c t i v a de u n a
ciencia enciclopédica), universalista y h u m a n i s t a . Puesto que todo lo
r a c i o n a l es r e a l y t o d o l o r e a l es r a c i o n a l ( H e g e l ) , l a a c c i ó n humana
que t i e n d e al a u m e n t o d e los c o n o c i m i e n t o s a p u n t a p o r su m i s m o
i m p u l s o a l p r o g r e s o e n t o d o s los d o m i n i o s : p o l í t i c o , e c o n ó m i c o , so-
c i a l , i n c l u s o e s p i r i t u a l . N o o l v i d e m o s a este r e s p e c t o q u e , p o r m o t i v o s
d i a m e t r a l m e n t e o p u e s t o s , t a n t o los m o v i m i e n t o s nazi-fascistas c o m o
los d i f e r e n t e s p a r t i d o s c o m u n i s t a s a p l i c a r o n o p r e t e n d i e r o n a p l i c a r
m é t o d o s "científicos" y "racionales" p a r a el b i e n de la sociedad ( n a t u -
r a l m e n t e ) c o n vistas a l a c r e a c i ó n d e u n " h o m b r e nuevo".
L y o t a r d constata que la razón n o conlleva n i automática n i nece-
sariamente la emancipación y q u e n o hay n i n g u n a garantía de nece-
sidad e n t r e los e n u n c i a d o s d e s c r i p t i v o s d e la c i e n c i a y los enunciados
prácticos y prescriptivos q u e a p u n t a n a la supuesta e m a n c i p a c i ó n de
la h u m a n i d a d . E s t o s d o s p u n t o s r e q u i e r e n u n a n u e v a d e f i n i c i ó n de
los o b j e t i v o s d e las c i e n c i a s y u n análisis c r í t i c o d e l d i s c u r s o s o c i a l .
L a m o d e r n i d a d i m p l i c a b a e l pasaje de u n O t r o ( e l r e y q u e gobier-
'^'Jean-Frangois Lyotard, La condition postmoderne, París, Minuit, 1979. E n español. La

condición postmodema, Madrid, Cátedra, 1989.
'® Me refiero aquí al mundo llamado "occidental".
n a e n n o m b r e de la v o l u n t a d divina) a u n nuevo O t r o que, a fuerza

d e i n s t i t u c i o n a l i z a r s e , se c o n v e r t i r á p r o g r e s i v a m e n t e e n u n a e n t i d a d
c a d a v e z m á s d e s e n c a r n a d a y a b s t r a c t a . A s í se p a s ó d e las m o n a r q u í a s
d e d e r e c h o d i v i n o a l o s e s t a d o s - n a c i ó n y a las i d e o l o g í a s q u e a s p i r a b a n
a m a t e r i a l i z a r l a h i s t o r i a ; l o s r e g í m e n e s d e m o c r á t i c o s se p r e t e n d e n (o
se p r e t e n d í a n ) l a r e p r e s e n t a c i ó n d e l a " v o l u n t a d g e n e r a l " ( R o u s s e a u ) ;
se asistió d u r a n t e d o s s i g l o s a u n i r y v e n i r d e f o r m a s p o l í t i c a s " v e r t i -
cales" ( r e g í m e n e s fuertes, i n c l u s o dictatoriales e n los q u e e l " h o m b r e
fuerte" o "providencial" ocupa el lugar del P a d r e ) y de regímenes
" h o r i z o n t a l e s " e n l o s q u e e l p r i n c i p i o d e a u t o r i d a d se h a c í a c a d a vez
m á s a b s t r a c t o y a q u e se e s t a b l e c í a e n t r e " i g u a l e s " .
E s t a p e q u e ñ a d i g r e s i ó n h i s t ó r i c o - p o l í t i c a a p u n t a a r e i n t r o d u c i r la
c u e s t i ó n d e l P a d r e o , p a r a ser m á s e x a c t o s , l o q u e L a c a n c a r a c t e r i z ó
t e m p r a n a m e n t e e n s u o b r a c o m o l a d e c a d e n c i a d e l a i m a g o d e la
f u n c i ó n paterna^^ e n l a q u e a l g u n o s e n c u e n t r a n e l f u n d a m e n t o de
las l l a m a d a s " n u e v a s p a t o l o g í a s " y las " n u e v a s e c o n o m í a s psíquicas".^^
V o l v e r e m o s l u e g o s o b r e e s t o p e r o d e s d e y a n o s p r e g u n t a m o s si l a
avalancha llamada "neo-liberalismo" o "mundialización" que desde
h a c e u n o s 2 5 a ñ o s i n u n d a a l m u n d o ( y q u e n o es o t r a c o s a q u e e l
d e s a r r o l l o e x t r e m o d e l a l ó g i c a c a p i t a l i s t a ) n o estaría d e s h a c i e n d o
y d i s o l v i e n d o las f o r m a s d e m e d i a c i ó n q u e s u b s i s t í a n c o n r e f e r e n c i a
a u n g a r a n t e a b s o l u t o o m e t a s o c i a l d e los i n t e r c a m b i o s (la figura de
u n T e r c e r o ) P Serge Leclaire hacía la m i s m a constatación desde u n a
p e r s p e c t i v a p s i c o a n a l í t i c a : " E l s i g l o x x h a v i s t o d e r r u m b a r s e t o d a s las
figuras d e las c u a l e s l a figura d e l T e r c e r o sostenía su p r e s t i g i o . Des-
p u é s d e q u e D i o s f u e r a d e c l a r a d o m u e r t o , se h a e n c a d e n a d o u n a r e -
t a h i l a d e desilusiones, q u e cayó i r r e v e r s i b l e m e n t e e n e l h o r r o r d e la
Shoá, hasta finalmente echar p o r tierra todo mausoleo posible de u n
t e r c e r o i n s t i t u i d o , de u n c o r p u s simbólico q u e guardaría e n reserva
^° L o s ejemplos no faltan: D e Gaulle, l'homme providentiel, el conducatore Mussolini,

el FührerWiúer, el padrecito Stalin, el timonel Mao, y los ejemplos más variopintos de
caudillos, caudillitos y "supremos patriarcas".
2' Cf. Jacques L a c a n , " L e s complexes familiaux dans la formation de l'individu"
(1938), e n Autres Écrits, París, Seuil, 2001, pp. 23-84.
^2 Por ejemplo Charles Melman, L'homme sans gravité- Jouir á toutprix, París, Denoél,
2002.
2^ A este respecto podemos citar a Marcel Gauchet. Él sostiene que debemos con-
frontarnos c o n "actores que se pretenden rigurosamente desligados y sin nada por enci-
m a de ellos que pueda impedir la maximización de sus beneficios". Cf. Marcel Gauchet,
La démocratie contre elle-meme, París, Gallimard - T e l , 2002, p. x x v .
C U L T U R A S E X U A L Y N E R V I O S I D A D H I P E R M O D E R N A 115
e l e s p í r i t u d e l a ley."^^ ( R e c o r d e m o s a este r e s p e c t o q u e p a r a J.-F. L y o -

t a r d l a S h o á m a r c a e l final i n e v i t a b l e d e l a m o d e r n i d a d y e l p a s a j e a l a
era p o s m o d e r n a ) .
P a r a r e s u m i r a l g u n a s características d e l l l a m a d o " p o s m o d e r n i s m o " :
allí, d o n d e l a modernidad a m b i c i o n a b a realizar la u n i d a d de t o d o s los
d o m i n i o s d e l s a b e r y d e l a s o c i e d a d , l a posmodernidad s u b r a y a las d i -
ferencias. Allí d o n d e la m o d e r n i d a d p r o p o n í a u n i d e a l p r o g r e s i s t a
c o n proyección al f u t u r o , la p o s m o d e r n i d a d n o concibe n i progreso
n i h o r i z o n t e d e l a h i s t o r i a . C o m o l a p o s m o d e r n i d a d p r o p o n e e l fi-
n a l d e l o s " g r a n d e s r e l a t o s " ( l o s g r a n d e s m i t o s f u n d a d o r e s , cf. L y o -
t a r d ) , se l l e g a a l r e c h a z o d e l u n i v e r s a l i s m o y a l a m u l t i p l i c a c i ó n de
los p a r t i c u l a r i s m o s , d e m o d o t a l q u e l o s m o d e l o s d e l e g i t i m a c i ó n se
ven t r a n s f o r m a d o s e n elogios de la diferencia.^^ D i c h o de m a n e r a n o
e x e n t a d e o x í m o r o n , e l ú n i c o u n i v e r s a l i s m o r e i v i n d i c a d o es e l d e l a
c o n t i n g e n c i a . Y esto, a u n a d o a l a s u m i s i ó n a los i m p e r a t i v o s c o n s u -
mistas d e l n e o c a p i t a l i s m o , lleva a u n e m p u j e d e s e n f r e n a d o h a c i a el
i n d i v i d u a l i s m o , carente de proyecto colectivo, a la búsqueda de la fe-
licidad i n d i v i d u a l sin consideración al bienestar colectivo p e r o con
el a g r e g a d o e s e n c i a l , s o b r e e l q u e i n s i s t i r e m o s más a d e l a n t e , d e q u e
esta f e l i c i d a d i n d i v i d u a l se r e d u c e e s e n c i a l m e n t e a l a a p r o p i a c i ó n d e l
o b j e t o - m e r c a n c í a p r o p u e s t o p o r e l m e r c a d o . O t r a s características sig-
nificativas son la disminución d e l p a p e l d e l estado, la p r e e m i n e n c i a
de la m e r c a n c í a sobre c u a l q u i e r o t r o r e f e r e n t e , la transformación d e
la ley e n ' j u r i d i s m o p r o c e s a l f o r m a l i s t a ' y d e l a c u l t u r a e n m o d a s suce-
sivas, l a m a s i f i c a c i ó n d e l o s m o d o s d e v i d a , q u e v a a l a p a r c o n l a i n d i -
vidualización y la exhibición d e l "parecer" (para-ser), e l a p l a n a m i e n t o
de la h i s t o r i a e n la i n m e d i a t e z d e l a c o n t e c i m i e n t o y l a i n s t a n t a n e i d a d
informativa, la i m p o r t a n c i a atribuida a tecnologías poderosas y a me-
n u d o i n c o n t r o l a d a s , l a d e s i n s t i t u c i o n a l i z a c i ó n d e l a f a m i l i a , las i n t e -
rrogaciones múltiples sobre la i d e n t i d a d sexual, sobre la i d e n t i d a d
h u m a n a , l a e x p o s i c i ó n p ú b l i c a d e l e s p a c i o p r i v a d o {webcams, blogs) y
la p r i v a t i z a c i ó n d e l d o m i n i o p ú b l i c o . . .
2* Serge Leclaire, Écñts pour la psychanalyse, vol. i i , París, Seuil-Arcanes, 1998, p. 194.
2^ L o que permite la multiplicación de "escrituras" que reflejan los tipos más varia-
dos de reivindicaciones identitarias o comunitarias (feministas, gays, lesbianas, queer,
regionalistas, etcétera).
2^ Para un examen detallado de estas transformaciones y entre muchas referencias
posibles, cf. Jeremy Rifkin, The age of access, The new culture of hypercapitalism where all of
Ufe is a paid-for experience, Nueva York, Jeremy P. T a c h e r / G . P. Putnam's Sons, 2000; Dany-
P o r estas r a z o n e s f o r m u l a m o s u n a p r e g u n t a q u e n o t i e n e d e p a r a -
d o j a m á s q u e l a a p a r i e n c i a . ¿Es c u a n d o c r e e m o s h a b e r a l c a n z a d o e l
m á x i m o de a u t o n o m í a c u a n d o estamos más encadenados, más aliena-
d o s ? E l l i b e r a l i s m o n o s h a l i b e r a d o e n a p a r i e n c i a d e t o d a s las o p r e s i o -
n e s a n t e r i o r e s . D i f í c i l m e n t e se p o d r í a p e n s a r e n u n a é p o c a c o n m a -
yores m á r g e n e s de m a n i o b r a e n términos de libertades individuales y
colectivas. S i n e m b a r g o , y acaso e n u n a inversión e s p e c t a c u l a r e ines-
p e r a d a , ¿podría o c u r r i r q u e e l sistema de m á x i m a l i b e r t a d segregue
el m á x i m o de opresión? ¿ N o estaríamos inmersos e n u n a sociedad
c o n s t i t u i d a p o r rebaños e n l o s q u e c a d a u n o d e sus m i e m b r o s se c r e e
o se p r e t e n d e a b s o l u t a m e n t e l i b r e c u a n d o está t e l e c o m a n d a d o , c o n -
d u c i d o p o r u n a sedosa m a n o de h i e r r o t a n p o d e r o s a c o m o invisible?
L a r e f e r e n c i a a l " r e b a ñ o " p o d r í a a l u d i r a l s o l i t a r i o d e S i l s - M a r i a y su
c é l e b r e " p s i c o l o g í a d e l r e b a ñ o " . ^ ' S i n e m b a r g o n o es N i e t z s c h e q u i e n
n o s s i r v e d e g u í a a q u í s i n o o t r o p e n s a d o r , a n t e r i o r a é l , p a r a q u i e n las
c u e s t i o n e s d e l a l i b e r t a d y l a d e m o c r a c i a c o n s t i t u í a n e l c e n t r o d e sus
preocupaciones. Y de m a n e r a v e r d a d e r a m e n t e p r e m o n i t o r i a :
Q u i e r o i m a g i n a r bajo q u é nuevos rasgos e l d e s p o t i s m o p o d r í a p r o d u c i r s e en

e l m u n d o : veo una masa innombrable de hombres idénticos e iguales que ^ran sin
reposo en torno ele sí mismos a fin ele procurarse placeres pequeños y vulgares c o n los
cuales l l e n a n sus almas. Cada u n o de ellos es c o m o a j e n o a l d e s t i n o de todos
los o t r o s : sus h i j o s y sus a m i g o s personales f o r m a n p a r a él t o d a l a especie
h u m a n a ; e n c u a n t o al resto d e sus c o n c i u d a d a n o s , vive a l l a d o d e ellos p e r o
n o los ve: los t o c a p e r o n o los siente; n o existe más q u e e n sí m i s m o [...] P o r
e n c i m a d e éstos se alza un poder inmenso y tutelar, que se encarga de asegurar su goce
y d e velar sobre su suerte. Es a b s o l u t o , m i n u c i o s o , r e g a l a r , p r e v i s o r y suave. Se
parecería al poder paterno si c o m o éste t u v i e r a p o r o b j e t o e l p r e p a r a r a los h o m -
bres p a r a la e d a d v i r i l ; por el contrario no busca más que fijarlos irrevocablemente a
la infancia; quiere que sus ciudadanos se regocijen, con tal que no piensen mus que en
regocijarse. Trabaja con gusto por su felicidad, pero quiere ser de ésta el único agente
y arbitro [...] ¿acaso podría q u i t a r l e s c o m p l e t a m e n t e e l p r o b l e m a de pensar
y l a carga de vivir? [...] C u b r e l a s u p e r f i c i e (de l a sociedad) c o n u n a r e d de
p e q u e ñ a s reglas c o m p l i c a d a s , m i n u c i o s a s y u n i f o r m e s , a través d e las cuales
los espíritus más o r i g i n a l e s y las almas más vigorosas n o lograrían manifestarse
Robert Dufour, L'art de réduire les tetes - Sur la nouvelle servitude de l'homme liberé á l'ére du
capitalisme total, París, Denoél, 2003.
2' Friedrich Nietzsche, La genealogía de la moral, Madrid, Alianza, 1980.
p a r a s u p e r a r l a m a s a ; no rompe las voluntades, pero las ablanda, las pliega y las diri-
ge [..-] y reduce finalmente c a d a nación a n o s e r más que un rebaño de animales
tímidos e industriosos del cual el gobierno es el pastor.
H e creído s i e m p r e q u e e s t a s u e r t e d e s e r v i d u m b r e , r e g u l a d a , suave y a p a -
c i b l e d e l a c u a l a c a b o d e h a c e r e l r e t r a t o podría c o m b i n a r s e más d e lo q u e
se i m a g i n a c o n a l g u n a s d e l a s f o r m a s e x t e r i o r e s d e l a l i b e r t a d , y q u e n o sería
i m p o s i b l e q u e e s t a s e r v i d u m b r e se e s t a b l e c i e s e a l a s o m b r a m i s m a d e l a s o b e -
ranía d e l pueblo.'^'^
En resumidas cuentas, el sujeto de las s o c i e d a d e s o c c i d e n t a l e s es

quien consiente en dirigirse "libremente" hacia todo aquello que el
s i s t e m a l e i n d i c a q u e p u e d e —^y y a q u e p u e d e , d e b e — q u e r e r . L a a s t u -
cia de l a razón l i b e r a l reside e n la ilusión de a u t o n o m í a subjetiva que
i n s u f l a e n c a d a s u j e t o l a i l u s i ó n d e p o d e r ser, t e n e r y d e v e n i r " l o que
él q u i e r a " . E l M e r c a d o o c u p a t o d o e l e s p a c i o : p o l í t i c o , económico,
a r t í s t i c o y social.^^ H a y q u e i n t e r r o g a r s e s o b r e l o s e f e c t o s s u b j e t i v o s d e
este d i s c u r s o q u e i n v a d e s i n l í m i t e a l g u n o los e s p a c i o s d e l a v i d a y c o n -
vierte a cada sujeto e n c o n s u m i d o r p e r m a n e n t e de objetos que, como
veremos, c u m p l e n no sólo con la f u n c i ó n de m a n t e n e r en actividad
a la m á q u i n a p r o d u c t i v a sino que t i e n e n además efectos particulares
sobre la subjetividad misma.^*'
^ Alexis de Tocqueville, De la démocratie en Amague, vol. i i (1840), París, Gallimard

Folio-Histoire, 1986 (capítulo v i : «Qué tipo de despotismo deben temer las naciones
democráticas?»), pp. 434-435. Las cursivas son mías ( D K ) . E n español: De la democracia
en América, México, F C E , 1987.
^ Político: las campañas electorales son realizadas por expertos e n marketing que
delimitan los temas "rentables", y por expertos en publicidad que " v e n d e n " a los con-
sumidores-ciudadanos el candidato que propone aquello que supuestamente se espera
de él. Económico: en términos de consumo permanente de objetos y productos cada
vez más efímeros y desechables a costa de u n endeudamiento constante. Artístico ya
que la producción artística es u n a mercancía más, perecedera y transitoria, incluso
instantánea (a este respecto cf. Art Press 2, trimestral ntim. 7, "Performances contem-
poraines", nov.-dic.-enero de 2008, París). Y social, que es el que nos ocupará principal-
mente aquí.
^ Sin entrar aún en consideraciones psicoanalíticas, prestamos atención a constata-
ciones c o m o las de J . Rifkin, para quien nuestra e r a "...se caracteriza ante todo por la
mercantilización creciente de la totalidad de la experiencia humana. Las redes comer-
ciales tejen su tela alrededor de nuestra existencia, transformando cada momento de la
vida h u m a n a e n experiencia mercantil. E n u n capitalismo fundado sobre la propiedad,
lo importante era vender bienes y servicios. E n la Net-economía, los bienes y los ser-
vicios pasan a segundo plano; son las relaciones humanas las que se convierten en la
mercancía más preciosa. [...] es todo el tejido relacional de la existencia que se ve poco
118 DANIF.I. K O R E N
L a n u e v a t e o l o g í a d e este c o n j u n t o d e i n d i v i d u o s q u e , c r e y é n d o s e
l i b r e s , n o s o n m á s q u e r e b a ñ o , e l r e b a ñ o d e l o s q u e se c r e e n l i b r e s ,
es l a d e l d i o s d e l m e r c a d o . S u l e y p u e d e l i m i t a r s e a c u m p l i r c o n dos
m a n d a m i e n t o s : Consume y Goza.
C o m o l o s o s t i e n e B e r n a r d Stiegler,-^' e l c a p i t a l i s m o p r o c e d e , l u e g o
d e l a p r o l e t a r i z a c i ó n d e l o s t r a b a j a d o r e s , a l a p r o l e t a r i z a c i ó n d e los
c o n s u m i d o r e s . E s t a tesis es c o m p a r t i d a p o r e l s o c i ó l o g o a m e r i c a n o
G e o r g e Pitzer: " L a esencia d e l c a p i t a l i s m o m o d e r n o n o reside tanto
e n l a m a x i m i z a c i ó n d e l a e x p l o t a c i ó n d e los t r a b a j a d o r e s c o m o e n la
maximización d e l consumo."^^
E l s u j e t o d e l a h i p e r m o d e r n i d a d se c o n s i d e r a , p r o b a b l e m e n t e m á s
q u e n i n g ú n o t r o q u e h a y a e x i s t i d o a n t e s , c o m o e l a u t o r d e sí m i s m o ,
d e s u d i s c u r s o , d e s u d e v e n i r y d e s u d e s t i n o . U n self-made-man, único,
s i n g u l a r y o r i g i n a l q u e se m i r a — y s i n s a b e r l o se c o n s t i t u y e — e n e l
e s p e j o q u e l e t i e n d e esa figura anónima que hemos dado en llamar
" e l M e r c a d o " ( f i g u r a q u e , h u e l g a d e c i r l o , sobrepasa a m p l i a m e n t e el
m a r c o c a d a vez m á s e s t r e c h o d e los e s t a d o s - n a c i ó n ) .
L a g r a n p a r a d o j a d e este s u j e t o es q u e a l b e r g a l a i l u s i ó n d e i n d e -
pendencia, autonomía, libertad, originalidad y singularidad, cuando,
t a l vez y e n r e a l i d a d , n u n c a a n t e s los sujetos h a y a n s i d o m á s " f o r m a -
t e a d o s " e n sus m e n s a j e s , m o d o s d e p e n s a r , d e v e s t i r , d e a l i m e n t a r s e ,
d e c o n s u m i r , d e d i v e r t i r s e , etcétera.^^
Este n a r c i s i s m o e x a c e r b a d o c o n l l e v a l a c r e e n c i a e n u n a " a u t o - f i j n -
dación"; en u n sujeto sin historia, sin pasado, sin d e u d a simbólica. El
efecto de u n a p u r a operación auto-referencial, sin intervención de
u n T e r c e r o i n s t i t u i d o . Si e n l a B i b l i a le estaba r e s e r v a d o a D i o s e l d e -
a poco colonizado y la esfera mercantil secuestra u n a parte cada vez más importante de
nuestra vida cotidiana." Jeremy Rifkin, L'áge de l'accés - La nouvelle culture du capitalisme,
París, L a Découverte, 2005, p. 129.
3^ Cf. Bernard Stiegler, Mécreance et discrédit I, París, Galilée, 2004.
^'^ George Pitzer, Tous rationalisés: La macdonaldisation, París, Albin Michel, 1999.
Se me objetará que cuando la religión dominaba el espectro político y social la
conducta de los hombres estaba tanto o más "formateada". Esto es verdad hasta cierto
punto. Existe no obstante u n a diferencia fundamental y es que los padres y padrecitos
de las diferentes iglesias (no sólo de la católica) no contaban con los instrumentos para
penetrar e n permanencia en la intimidad de todos y cada uno: la televisión en primer
lugar, Internet más recientemente. Respecto de la invasión de pantallas y del control te-
levisivo no es redundante releer con la perspectiva actual esas obras maestras pioneras
que fueron 1984 de George Orwêll y Fahrenheit 451 de Ray Bradbury.
f i n i r s e c o m o "Soy e l q u e soy",^^ este e n u n c i a d o es e l b - a b a d e l s u j e t o

h i p e r m o d e r n o . E s t e s u j e t o v i v e i n m e r s o e n u n d i s c u r s o q u e se sitúa a
las a n t í p o d a s d e l o q u e L a c a n , e n s u t i p o l o g í a d e d i s c u r s o s , denominó
" d i s c u r s o d e l a n a l i s t a " . ¿Se t r a t a d e l d i s c u r s o d e l a m o ? Es l a p r e g u n t a
q u e h e m o s de a b o r d a r a h o r a i n t r o d u c i e n d o u n a serie de considera-
c i o n e s a las c u a l e s L a c a n m i s m o h i z o a l u s i ó n .
C o m o es s a b i d o , L a c a n p r o d u c e s u t e o r í a d e l o s d i s c u r s o s a p a r t i r
d e l e s t a b l e c i m i e n t o d e u n a e s t r u c t u r a r e l a c i o n a l m í n i m a e n l a q u e se
d e f i n e n c u a t r o l u g a r e s p o r los q u e c i r c u l a n , p o r u n m o v i m i e n t o de
cuarto de g i r o , cuatro elementos. Los lugares son:
Agente —» otro
verdad producción
Los elementos:
S I : s i g n i f i c a n t e - a m o ; S2: c o n j u n t o d e s i g n i f i c a n t e s , e l s a b e r ; ^ e l s u -
j e t o e n t a n t o d i v i d i d o ( a ) : o b j e t o a, p l u s - d e - g o c e .
L o s c u a t r o d i s c u r s o s así f o r m u l a d o s son:
S1-*S2 S2-â ^ ^ S l
^ a S\ a S2 S2 SI
Amo Universidad Histérica Analista
N o c o r r e s p o n d e d e s a r r o l l a r a q u í l a l ó g i c a d e este d i s p o s i t i v o n i sus
i m p l i c a c i o n e s clínicas y e p i s t e m o l ó g i c a s . N o s r e f e r i m o s a estos d i s c u r -
sos e n l a m e d i d a e n q u e L a c a n , d e s p u é s d e h a b e r a f i r m a d o q u e hay
c u a t r o y solamente c u a t r o discursos, i n t r o d u c e u n a m o d i f i c a c i ó n q u e
p u e d e p e r m i t i r n o s pensar la mutación de la subjetividad e n la m e d i d a
e n q u e e l l a es a t r a v e s a d a y c o n s t i t u i d a p o r e l d i s c u r s o .
E l discurso del amo r e p r e s e n t a a l s u j e t o e n t a n t o i d e n t i f i c a d o a l s i g -
nificante-amo, desconocedor de la falta que lo constituye, exigiendo
d e l saber la p r o d u c c i ó n de u n plus-de-goce. N o t e m o s q u e la línea su-
perior p o n e en relación el significante u n a r i o S I c o n el c o n j u n t o de
los s i g n i f i c a n t e s S 2 , y q u e e l s u j e t o d e l i n c o n s c i e n t e se sitúa e n esta
3* Éxodo, m , 14.
120 DANIEL KORFM
h i a n c i a e n t r e S I y S2,'^-" m i e n t r a s q u e l a l í n e a i n f e r i o r sitúa a l s u j e t o
e n r e l a c i ó n d e i m p o s i b i l i d a d c o n (a), o b j e t o c a u s a d e d e s e o y p l u s - d e -
g o c e , e s t o es, l a f ó r m u l a l a c a n i a n a d e l f a n t a s m a ( í > 0 a).
Es e n r e l a c i ó n c o n e l d i s c u r s o d e l a m o , r e p r e s e n t a n t e d e l s u j e t o
d e l i n c o n s c i e n t e , d e l s u j e t o " e d í p i c o " , q u e L a c a n l l e g ó a f o r m u l a r , de
m a n e r a inesperada, u n ¿nuevo? discurso.
E n la efervescencia d e l i n m e d i a t o pos-68, L a c a n prestaba aten-
c i ó n p a r t i c u l a r a t o d o a q u e l l o q u e surgía de n o v e d o s o e n los discur-
sos y a s u i n c i d e n c i a e n l o p o l í t i c o , e n l o s o c i a l y, c l a r o está, t a m b i é n
e n l o s u b j e t i v o . A s í , e n s u s e m i n a r i o De un Otro al otro, L a c a n i n d i c a -
b a a l p a s a r q u e " . . . e s a p o s t e r i o r ! (aprés-coup) c o m o h a y q u e v e r el
sentido de lo que o c u r r e . El capitalismo h a c a m b i a d o c o m p l e t a m e n -
t e las c o s t u m b r e s (habitudes) d e l p o d e r , éstas se h a n c o n v e r t i d o e n
a b u s i v a s . El capitalismo ha introducido esto que no se había visto jamás, el
poder liberaV^^ U n a ñ o d e s p u é s , c u a n d o se e n c u e n t r a y a a b o c a d o al
d e s a r r o l l o d e la teoría d e los " c u a t r o discursos", h a b l a n d o d e la rela-
c i ó n e n t r e e l saber y l a v e r d a d , d e j a caer c o m o a l pasar e l c o m e n t a r i o
siguiente: "Para verlo n o h u b o que esperar a que el discurso d e l amo
se d e s a r r o l l a r a p o r c o m p l e t o h a s t a r e v e l a r su mejor expresión en el dis-
curso del capitalista, e n su c u r i o s a c o p u l a c i ó n c o n l a ciencia."''' U n año
más tarde L a c a n r e t o m a la cuestión en dos tiempos. E n el segundo
de éstos, i n d i c a n d o c l a r a m e n t e q u e " . . . e l plus-de-goce, c o m o la plus-
v a l í a , n o es d e t e c t a b l e m á s q u e e n u n d i s c u r s o d e s a r r o l l a d o , d e l c u a l
n o es c u e s t i ó n d e d i s c u t i r q u e se l o p u e d a d e f i n i r c o m o e l d i s c u r s o
d e l c a p i t a l i s t a . U s t e d e s n o s o n m u y c u r i o s o s , y p o r s o b r e t o d o son
p o c o i n t e r v e n c i o n i s t a s , d e m a n e r a q u e c u a n d o les h a b l é d e l discurso
del amo e l a ñ o p a s a d o , n a d i e v i n o a c o s q u i l l e a r m e p a r a p r e g u n t a r m e
cómo se situaba ahí el discurso del capitalista. Yo l o estaba e s p e r a n d o , no
p i d o m á s q u e e x p l i c á r s e l o s , s o b r e t o d o q u e es m u y s i m p l e . Una cosita
que gira y vuestro discurso del amo aparece como transformable en discurso
del capitalista."^^ Es e v i d e n t e q u e L a c a n t e n í a g a n a s d e q u e se l o p r e -
L a definición "canónica" del sujeto a partir del seminario sobre La identificación:

U n significante representa al sujeto para otro significante.
Jacques L a c a n , Le Séminaire Livre XVI - D'un Autre á l'autre, París, Seuil, 2006, p.
239. Cursivas mías.
Jacques L a c a n , Le Séminaire Livre XVII- L'envers de la psychanalyse, París, Seuil, 1991,
p. 126
Jacques L a c a n , Le Séminaire Livre XVIII-D'un discours qui ne serait pas du semblant,
París, Seuil, 2007, p. 49.
eto g u n t a r a n , p u e s t o q u e ese m i s m o a ñ o d e l s e m i n a r i o , u n m e s a n t e s
<ie- exactamente, había vuelto a la carga c o n el discurso d e l capitalista,
h a b l a n d o d e l a i d e n t i f i c a c i ó n a l o q u e él l l a m a " e l í d o l o h u m a n o " ,
eto que p r o d u c e u n a identificación "camuflada, secreta" al objeto c o m o
de o b j e t o a, y q u e c r i s t a l i z a " . . . s o b r e p e r s o n a s q u e n o t e n í a n n a d a d e
místico, q u e estaban c o m p l e t a m e n t e embarcadas e n el proceso d e l
en- d i s c u r s o d e l c a p i t a l i s t a , c o n l o q u e él c o n l l e v a d e p u e s t a e n c u e s t i ó n
ur- d e l p l u s - d e - g o z a r b a j o s u f o r m a d e plusvalía".^^
ién L a i n s i s t e n c i a d e L a c a n e n esos a ñ o s ( e n t r e 1 9 6 9 y 1 9 7 2 ) sobre
ca- el d i s c u r s o d e l capitalista m e r e c e q u e n o s d e t e n g a m o s e n él, p u e s t o
• el q u e v i e n e a i l u s t r a r l a p r o b l e m á t i c a q u e nos o c u p a . Este " d i s c u r s o d e l
en- capitalista", L a c a n lo anuncia, lo e n u n c i a , lo repite, p e r o n u n c a lo
en e x p l í c i t a . ¿ P o r q u é e s t a a m b i g ü e d a d ? ¿El d i s c u r s o d e l c a p i t a l i s t a es u n
>, el n u e v o d i s c u r s o q u e se a g r e g a a l o s c u a t r o a n t e r i o r e s o v i e n e a s u s t i t u i r
• al al d i s c u r s o d e l a m o ? P r o p o n d r é m i respuesta p e r o n o s i n d e t e n e r -
ala- m e a n t e s e n l a a m b i g ü e d a d d e L a c a n . P a r a e l l o , l u e g o d e las i n t e r -
v e n c i o n e s q u e h e m o s m e n c i o n a d o , h a y q u e e v o c a r d o s m á s . U n a es
rio
relativamente b i e n conocida, c o r r e s p o n d e a la c o n f e r e n c i a de Milán
no
e n l a q u e L a c a n , p o r p r i m e r a y ú n i c a vez, e s c r i b i ó l o q u e a n u n c i a b a
iis-
d e "esa c o s i t a q u e g i r a " y q u e e s t a b l e c e r í a e l d i s c u r s o d e l c a p i t a l i s t a
ño
c o m o u n d i s c u r s o específico: " . . . l a crisis, n o d e l d i s c u r s o d e l a m o ,
do
sino del discurso capitalista, que es el sustituto, e s t á a b i e r t a . [... ] e l d i s c u r -
us- so c a p i t a l i s t a [ . . . ] es a l g o l o c a m e n t e a s t u t o . L o c a m e n t e a s t u t o p e r o
aal d e s t i n a d o a r e v e n t a r . E n fin, d e s p u é s d e t o d o es l o m á s a s t u t o q u e se
so h a y a h e c h o c o m o d i s c u r s o . N o p o r eso está m e n o s d e s t i n a d o a r e v e n -
on tar. E s i n s o s t e n i b l e . . . es u n a c o s a ( u n truc) q u e p o d r í a e x p l i c a r l e s . . .
rso p o r q u e e l d i s c u r s o c a p i t a l i s t a está a h í , u s t e d e s l o v e n ( e s c r i b e l a f ó r -
ne m u l a : ,^/Sl—* S 2 / a ) u n a p e q u e ñ a inversión e n t r e e l S I y e l que
no es e l s u j e t o . . . b a s t a p a r a q u e m a r c h e c o m o s o b r e r u e d a s , n o puede
a n d a r m e j o r , p e r o j u s t a m e n t e m a r c h a d e m a s i a d o r á p i d o , se c o n s u m e ,
ita
se c o n s u m e t a n b i e n q u e t e r m i n a p o r c o n s u m i r s e " . ^ M á s allá d e e s t a
rso
p r i m e r a y única escritura d e l discurso d e l capitalista, L a c a n l o presen-
ve-
t a c o m o e l q u e se " s u s t i t u i r í a " a l d i s c u r s o d e l a m o . ¿ H a y q u e e n t e n -
lón:
derlo c o m o u n q u i n t o discurso, o c o m o u n remplazo d e l p r i m e r o (el
P-
91, *9 IIÁd., p. 29.

Discurso de Jacques L a c a n e n l a Universidad de Milán, 12 de mayo d e l 9 7 2 , pu-
mt. blicado e n Lacan in Italia 1953-1978. En Italie Lacan, Milán, L a Salamandra, 1978, pp.
32-55. Versión electrónica en <:www.pas-tout-lacan>.
I
d i s c u r s o d e l a m o ) ? L a c a n i n d i c a e n la m i s m a c o n f e r e n c i a q u e " n o hay
36 discursos, hay solo cuatro".^' U n o s meses más t a r d e , r e s p o n d i e n d o
a u n a i n t e r v e n c i ó n d e M . S a f o u a n , L a c a n precisa: ".. . m e t o m ó m u c h o
t i e m p o lograr que haya u n cierto n ú m e r o de personas que e n t r e n en
aquello c o n q u e yo i n t e n t o , e n suma, c o n t r i b u i r al m a n t e n i m i e n t o del
d i s c u r s o a n a l í t i c o , m o s t r a n d o c u a n f á c i l m e n t e se d e s v í a y se r e s u e l v e
e n o t r o s d i s c u r s o s . T o d o esto está e v i d e n t e m e n t e l i g a d o a l h e c h o de
q u e , si es p a r t i c u l a r m e n t e i n s o s t e n i b l e , es p r e c i s a m e n t e p o r l a m i s m a
r a z ó n q u e h a p r o v o c a d o su n e c e s i d a d , a saber a l g o a ú n más insoste-
n i b l e e n l o q u e c o n s t i t u y e el discurso en el que estamos todos embarcados,
es u n h e c h o h i s t ó r i c o , n o soy y o q u i e n t i e n e q u e d e m o s t r a r l o [ . . . ] Es
lo que se llama el discurso del capitalista. Es a h í d o n d e se d e m u e s t r a que
n o se p u e d e d e c i r c u a l q u i e r c o s a . Eso es lo que el discurso analítico está
encargado de escuchar...'"^^
E l d i s c u r s o d e l c a p i t a l i s t a p o s e e esta p a r t i c u l a r i d a d : e n e l l u g a r d e l
agente aparece el sujeto t o m a n d o el lugar d e l significante amo
( S I ) a l c u a l e s t a b a i d e n t i f i c a d o . Es d e c i r q u e e l s u j e t o n o se i d e n t i f i c a
c o n l o s s i g n i f i c a n t e s d e l O t r o s i n o q u e p u e d e p r e t e n d e r ser e l " a u t o r "
d e su d i s c u r s o ( u n Yo i d e n t i f i c a d o a su e n u n c i a d o , e n s u m a ) d e s c o n o -
c i e n d o e l s i g n i f i c a n t e q u e l o f u n d a ( S I ) . Es, p o r l o t a n t o , u n d i s c u r s o
e n d o n d e e l sujeto aparece c o m o " n o - s u j e t a d o " , y e n e l q u e la pose-
sión d e l o b j e t o c o m o p r o d u c c i ó n p u e d e parecer "realista".
A h o r a b i e n , esto tendría, d e s d e e l p u n t o d e vista d e L a c a n , u n a
consecuencia estructural y clínica inmediata, n i más n i menos que
el rechazo de la castración: " L o q u e distingue el discurso d e l capi-
t a l i s m o es e s t o : l a Verwerfung, el rechazo, el rechazo fuera de todos
los c a m p o s d e l o s i m b ó l i c o , c o n l o q u e ya dije q u e trae c o m o c o n -
s e c u e n c i a . ¿ E l r e c h a z o d e q u é ? D e l a castración."'^^ E s t a h i p ó t e s i s d e
Lacan había hecho la misma afirmación al final de su seminario "L'envers de la

psychanalyse". Acotemos que el cálculo de permutabilidad permitiría teóricamente la
formulación de 24 y no de 36 discursos.
Intervención sobre la conferencia de M. Safouan, La fonction du pére réel, en las
Jornadas de la Ecole Freudienne de París (1 de octubre de 1972), Lettres de l'École freu-
dienne, núm. 11, pp. 137-144. Versión electrónica e n <www.pas-tout-lacan>.
C o m o esta elaboración de L a c a n , según dijimos, se sitúa e n el inmediato pos-68,
hay que recordar que dos de los más famosos "mots d'ordre" de ese periodo fueron
"Sean realistas, pidan lo imposible", y "Gozar sin trabas".
Jacques L a c a n , Le savoir du psychanalyste - Conférences á Sainte-Anne (inédito, publi-
cación interna de la Asociación L a c a n i a n a Internacional) Conferencia del 6 de enero
de 1972.
L a c a n t i e n e alcances i m p o r t a n t e s sobre los q u e v o l v e r e m o s . P e r o

antes r e t o m o aquí la p r e g u n t a sobre el discurso d e l capitalista, y la
p r e g u n t a s o b r e si es o n o u n q u i n t o d i s c u r s o c u a n d o L a c a n a f i r m a -
b a q u e h a b í a s ó l o c u a t r o . C o m o L a c a n n o se p r o n u n c i ó d e m a n e r a
c o m p l e t a m e n t e c l a r a a l r e s p e c t o (y, d e h e c h o , y a n o v o l v i ó a h a b l a r
del discurso d e l capitalista), q u e d a a n u e s t r o cargo su i n t e r p r e t a -
c i ó n . E n l o q u e m e c o n c i e r n e , m i p r o p o s i c i ó n a q u í s e r á q u e el discur-
so del capitalista tal como Lacan lo formula (el " p e q u e ñ o c a m b i o " ^ es una
ilusión, la ilusión en la que cree el sujeto hipermoderno, pero que es un efecto
inducido por el verdadero discurso del amo en su forma actual, el discurso
del mercado,'^-^ cuyo S I es, según ya indiqué: "consume, goza". Puesto de
o t r a m a n e r a : l a f ó r m u l a d e l " d i s c u r s o d e l c a p i t a l i s t a " es l a e x p r e s i ó n
i m a g i n a r i a de lo que el discurso d e l a m o (del m e r c a d o ) articula e n
l o s i m b ó l i c o . E l a m o y a n o es u n s u j e t o e n c a r n a d o s i n o u n d i s c u r s o
" a n ó n i m o " que m a n d a : "consume, goza" y al cual el sujeto, adhi-
r i e n d o p o r i d e n t i f i c a c i ó n a l o s m o d e l o s q u e e l s i s t e m a m i s m o se-
c r e t a ( p e r s o n a l i d a d e s "as i P ( H . D e u t s c h ) , " k i t s " i d e n t i t a r i o s ( D . - R .
D u f o u r ) , c r e e " d o m i n a r " c u a n d o es é l , e n r e a l i d a d , e l d o m i n a d o .
E n esto reside el discurso " e x t r e m a d a m e n t e astuto" d e l q u e h a b l a b a
L a c a n , q u e c o n s u m e los o b j e t o s y los sujetos.
E l m a l e s t a r a c t u a l n o está f u n d a d o e n l a i n s a t i s f a c c i ó n pulsional
p o r o b r a de la "sofocación p u l s i o n a l " q u e F r e u d describía e n 1908. L a
c u l t u r a narcisista e n la que estamos inmersos convierte el i m p e r a t i v o
d e g o c e e n i m p e r a t i v o a b s o l u t o . E l s u j e t o , d e ser c u l p a b l e , n o l o s e r í a
p o r h a b e r c o m e t i d o t a l o t a l o t r o a c t o " r e p r e n s i b l e " ; n o , e l sujeto sería
culpable p o r n o haber triunfado, p o r n o haber o b t e n i d o el objeto que
esta i n s t a n c i a i m p e r s o n a l , e l M e r c a d o , l e p r o p o n e y l e i m p o n e , p o r n o
haber gozado.
E n ese s e n t i d o , l o s o b j e t o s c u m p l e n u n a d o b l e f u n c i ó n e n l a q u e
c o n v e r g e n los i m p e r a t i v o s e c o n ó m i c o s mercantilistas y p u l s i o n a l e s :
Señalo aquí u n a divergencia con Néstor Braunstein; si bien coincidimos ambos e n

que el discurso dominante hoy es el discurso del mercado, "de los mercados" —prefiere
decir él quien considera que es el objeto a el que viene a ocupar el lugar del agente
comandando el d i s c u r s o — mientras que, a m i parecer, es el significante amo "consume-
goza" el que, en posición de agente, engendra la proliferación de objetos. Braunstein
argumenta su postura e n la introducción a su libro Depuis Freud, aprés Lacan. Déconstruc-
tion dans la psychanalyse, Ramonville, Érés, 2008, p. 8.
A l respecto, consultar la trilogía del sociólogo Alain E h r e n b e r g , Le cuite de la per-
formance , París, Calmann-Lévy, 1991, L'individu incertain, París, Calmann-Lévy, 1995, y
La fatigue d'etre soi, París, Odile Jacob, 2000.
124 D A N I E L KOREiNj
los p r i m e r o s e m p u j a n a u n c o n s u m o s i e m p r e r e n o v a d o d e objetos
c a d a vez m á s r á p i d a m e n t e p e r e c e d e r o s , desechables y remplazables.
E l s e g u n d o : d a d o q u e n i n g ú n o b j e t o p u e d e s a t i s f a c e r l a p u l s i ó n , es
n e c e s a r i o q u e n u e v o s o b j e t o s , s u c e d á n e o s d e l O b j e t o m í t i c a m e n t e sa-
tisfactorio, vengan a fascinar al sujeto, imaginarizando la completud
f á l i c a q u e d e s m i e n t e s u f a l t a e n ser.
C o n t r a r i a m e n t e a lo q u e algunos p r e t e n d e n e n el sentido de una
s u p u e s t a e v a c u a c i ó n d e l a l ó g i c a fálica,"*' y o t e n d e r í a a p e n s a r q u e esta-
m o s m á s b i e n f r e n t e a u n a exacerbación extrema de esa ló^ca fálica, p e r o
e x c l u s i v a m e n t e e n su v e r t i e n t e i m a g i n a r i a , e n t a n t o q u e investida en
l o s o b j e t o s . H a b r í a q u e c o n s i d e r a r q u e e l d e b i l i t a m i e n t o r e l a t i v o d e la
f u n c i ó n s i m b ó l i c a d e l a l ó g i c a f á l i c a se s a l d a p o r l a p o s i t i v a c i ó n i m a g i -
n a r i a d e l o q u e L a c a n e s c r i b í a c o m o -<p.
T a m b i é n e n e s t e s e n t i d o se f u n d a m i d i s c r e p a n c i a c o n a u t o r e s c o n
los q u e , sin e m b a r g o , c o m p a r t o b u e n n ú m e r o d e p r e o c u p a c i o n e s e
i n t e r r o g a c i o n e s . " * ^ S i n d u d a es a b s o l u t a m e n t e n e c e s a r i o i n t e r r o g a r s e
s o b r e las t r a n s f o r m a c i o n e s d e l m u n d o a c t u a l ( q u e c o m o h e m o s visto
n o d a t a n d e a y e r y n e c e s i t a n u n l a r g o t i e m p o d e g e s t a c i ó n ; vide supra
l a c i t a d e T o c q u e v i l l e ) y s o b r e los e f e c t o s subjetivos q u e e l l o i m p l i c a .
N o o b s t a n t e , e s t a l e g í t i m a i n t e r r o g a c i ó n n o d e b e r í a p e r d e r d e vista
c i e r t o s p u n t o s esenciales.
L o p r i m e r o sería evitar e l riesgo d e t r a n s p o n e r , de transportar
( d e ¿transferir?) d e m a n e r a m e c á n i c a los c a m b i o s sociales como
cambios e n la estructura subjetiva. D i c h o de o t r o m o d o , y toman-
d o p r e s t a d a l a e x p r e s i ó n d e D - R D u f o u r , h a b r í a q u e ser c u i d a d o s o
c o n e l ( a b ) u s o d e "las f o r m a s históricas d e l i n c o n s c i e n t e " . Si el
i n c o n s c i e n t e es e l d i s c u r s o d e l O t r o ( L a c a n ) , n o es f a l s o s u p o n e r
q u e los cambios sobrevenidos e n el discurso d e l O t r o p r o v o q u e n
efectos e n el sujeto, a c o n d i c i ó n de n o p e r d e r de vista q u e el i n -
c o n s c i e n t e p o s e e características e s t r u c t u r a l e s q u e p r e s i d e n a su
f u n c i o n a m i e n t o , i n d e p e n d i e n t e m e n t e de los " c o n t e n i d o s " (pues-
to q u e e n el i n c o n s c i e n t e , j u s t a m e n t e , n o hay c o n t e n i d o s ; supo-
n e r l o implicaría u n a "ontologización" d e l i n c o n s c i e n t e ) . Habría
*' C h . Melman, L'homme sans gravité, op. cit.

^ J e a n - P i e r r e L e b r i m , Un monde sans limite (1997) y Les désarrois nouveaux du su-
jet (2001); Roland C h e m a m a , Clivage et modernité (2003) y Dépression, la grande névrose
contemporaine (2006), Serge L e s o u r d , Comment taire le sujet - Des discours aux pariottes li-
bérales (2006), entre otros. Todas estas obras h a n sido publicadas e n Ramonville por
Éditions Eres.
E N C U L T U R A S E X U A I - Y N E R V I O S I D A D H I P E R M O D E R N A 125
tos que tener c u i d a d o y que evitar i n c u r r i r en el m i s m o e r r o r psicolo-

es. gista q u e los " c u l t u r a l i s t a s " d e los a ñ o s c u a r e n t a - c i n c u e n t a . * ^
es L a s e g u n d a r e s e r v a c r í t i c a es q u e e s t o s a u t o r e s t o m a n c o m o si f u e -
sa- sen o b j e t o s r e a l e s l o q u e n o s o n s i n o o b j e t o s i m a g i n a r i o s . E n s u d i s -
ud curso, los objetos p r o d u c i d o s p o r el m e r c a d o son objetos p r o d u c t o r e s
d e g o c e y, e n ese s e n t i d o , " b o r r a r í a n " l a f a l t a , c u a n d o , e n r e a l i d a d , s o n
na espejismos de goce, son solamente u n s i m u l a c r o , u n a tentativa fallida
ta- m á s d e c o l m a t a r l a f a l t a . Es p o r e l l o p o r l o q u e e l c o n s u m o d e o b j e t o s
íro es i n i n t e r r u m p i d o . Y c u a n d o e l o b j e t o f a l t a o c u a n d o e l s u j e t o " f a l l a "
en y n o l o g r a o b t e n e r l o e l r e s u l t a d o c l í n i c o es l a " d e p r e s i ó n " . ^ "
:1a P o r eso i m p o r t a n o p e r d e r d e vista l a p e r s p e c t i v a e s t r u c t u r a l . E l
igi- riesgo " c u l t u r a l i s t a " sería e l d e c o n s i d e r a r a los c a m b i o s sociales c o m o
p r o d u c t o r e s d i r e c t o s d e los c a m b i o s subjetivos. Esto s u p o n d r í a q u e
on cada n u e v o d i s c u r s o social e n g e n d r a nuevas s u b j e t i v i d a d e s (y p o r
s e ende nuevas patologías) L a l e c t u r a q u e a q u í p r o p o n g o es q u e t a l e s
rse nuevos discursos y nuevas prácticas n o son sino m a n e r a s d i f e r e n t e s
sto (con m o d a l i d a d e s , efectos y consecuencias diferentes) d e m a n e j a r y
bra afrontar la falta y el goce.
ca. L a c o l u s i ó n e n t r e este d i s c u r s o s o c i a l e n e l q u e t o d o se c o m p r a y se
sta v e n d e ( e n e l q u e l a ú n i c a e x i s t e n c i a r e a l es l a d e l a m e r c a n c í a ) c o n u n
d e s a r r o l l o m a s i v o d e las m á s p o d e r o s a s a p l i c a c i o n e s t e c n o c i e n t í f i c a s
tar — a c o m p a ñ a d o de u n discurso "democratcnjurídico-igualitario" que
no "vende" la idea de u n a reivindicación p e r m a n e n t e de "derechos"—
111- p r o d u c e efectos d e los q u e a l g u n o s son evidentes e n n u e s t r a clínica
)SO desde hace ya varias décadas m i e n t r a s q u e otros, más recientes, son
el t a n t o o m á s c u e s t i o n a d o r e s . M e r e f i e r o p o r u n a p a r t e a l o q u e se h a
ler d a d o e n l l a m a r p e r s o n a l i d a d e s " c o m o si",^^ " f a l s o s - s e l f , " p a t o l o g í a s
en n a r c i s i s t a s " así c o m o a l o s c u a d r o s c l í n i c o s q u e h a n r e c i b i d o l a d u d o s a
in-
su
es- "•^ Pienso aquí particularmente e n E r i c h F r o m m .
30- ^ L a " e p i d e m i a " depresiva es u n ejemplo paradigmático de l a hipermodernidad.
Respecto a la "epidemia", cf. Philippe Pigfnarre, Comment la dépression est deventie une
ría
épidemie, París, Hachette, 2001.
^' E s el riesgo e n e l que h a incurrido i m autor tan interesante c o m o Jean-Pierre
L e b r u n , y que aparecía claramente señalado desde el subtítulo de su libro Un monde
sans limite. E l subtítulo es " P o r u n a clínica psicoanalítica de lo social". N o hay clínica psi-
su-
coanalítica de lo social; hay solamente clínica psicoanalítica del siijeto. E l l o no impide,
trose
claro está, examinar el efecto de las circunstancias sociales sobre l a economía subjetiva,
's li-
algo que n o es exactamente lo mismo.
por
Héléne Deutsch, Les "^Comme si" et autres textes inédits, París, Seuil, 2007.
I
a p e l a c i ó n d e " e s t a d o s - l í m i t e " {borderline)P N a d i e h a d e j a d o de notar

e l i n c r e m e n t o d e casos d e p a t o l o g í a s a d i c t i v a s ( d o n d e h a y u n a i m p o r -
t a n c i a p r e p o n d e r a n t e d e l o b j e t o ) , las p a t o l o g í a s c e n t r a d a s e n e l cuer-
p o y s u i m a g e n , d e s d e las s o m a t i z a c i o n e s m á s v a r i a d a s , l a a n o r e x i a y
l a b u l i m i a , h a s t a l o s pasajes a l a c t o e n l o s q u e l a " m a r c a " e n e l c u e r p o
v i e n e a r e m p l a z a r l a m a r c a s i m b ó l i c a f a l t a n t e ( t a t u a j e s , piercings, y en
casos m á s g r a v e s — e n e s p e c i a l e n a d o l e s c e n t e s — e s c a r i f i c a c i o n e s y
a u t o m u t i l a c i o n e s ) . P o r o t r a p a r t e , y es l o q u e n o s i n t e r e s a r á p a r t i -
c u l a r m e n t e e n esta d i s c u s i ó n s o b r e l a " c u l t u r a s e x u a l y l a n e r v i o s i -
d a d h i p e r m o d e r n a " , aparece la p a n o p l i a de f e n ó m e n o s q u e concier-
n e n a l a i d e n t i d a d e n g e n e r . 1, y e n p a r t i c u l a r a l a ( s ) i d e n t i d a d (es)
s e x u a l ( e s ) . J u n t o c o n o t r o a s p e c t o c o n e x o q u e c o n c i e r n e a l o s efec-
tos a c u m u l a d o s d e l o q u e h e m o s visto sobre l a filiación y las c o n f i g u -
raciones familiares.
L o s c a m b i o s e n las t é c n i c a s r e p r o d u c t i v a s p o r e j e m p l o , e f e c t o de
la m u t a c i ó n tecnocientífica, p r o d u c e n n o sólo c a m b i o s e n la realidad
d e l a r e p r o d u c c i ó n h u m a n a s i n o t a m b i é n e n s u f a n t a s m á t i c a y e n los
lazos d e filiación. A p a r t i r d e l m o m e n t o e n q u e u n p r o b l e m a real,
c o n c r e t o — e n este caso l a r e p r o d u c c i ó n h u m a n a — e n c u e n t r a u n a
s o l u c i ó n " t é c n i c a " se p r o d u c e u n d e s p l a z a m i e n t o q u e a n u l a ( o , más
b i e n , p r e t e n d e a n u l a r ) la d i m e n s i ó n simbólica p a r a aislar y reducir
la cuestión a u n a m e r a aplicación tecnológica. Discurso d e l mercado
m e d i a n t e l a t e c n o l o g í a se c o n v i e r t e e n m e r c a n c í a ; l o s c u e r p o s t a m -
bién.
E l d e s a r r o l l o d e las t e c n o l o g í a s d e r e p r o d u c c i ó n p e r m i t i ó , p o r e j e m -
p l o , l a a p a r i c i ó n d e las " m a d r e s p o r t a d o r a s " . E l o v o c i t o d e u n a m u j e r
s e r á f e c u n d a d o in vitro c o n e l e s p e r m a d e s u p a r e j a y t r a n s f e r i d o al
c u e r p o d e o t r a m u j e r q u e se c o m p r o m e t e p o r c o n t r a t o e s c r i t o a a s u m i r
e l e m b a r a z o y e l p a r t o d e l n i ñ o . E s t e h i j o será g e n é t i c a m e n t e e l d e sus
p a d r e s b i o l ó g i c o s p e r o h a b r á s i d o " p o r t a d o " p o r u n a m u j e r s i n lazo
g e n é t i c o a l g u n o c o n él. E n E s t a d o s U n i d o s , las surrogate mothers se c o m -
p r o m e t e n p o r c o n t r a t o a r e n u n c i a r a t o d o d e r e c h o s o b r e e l n i ñ o al que
darán a luz y reciben c o m o c o n t r a p a r t i d a u n a s u m a de d i n e r o como
Utilizamos la terminología "consagrada"; no obstante estas categorías clínicas me-

recerían e n sí u n a discusión detallada, epistemológica, menos fenomenológica y más
estructural.
C o n sus efectos sobre los cuerpos: transformaciones por vía química (hormonal),
quirúrgica y los consiguientes fantasmas relacionados con la reproducción humana,
según veremos a continuación.
r e m u n e r a c i ó n p o r l o s r i e s g o s q u e les i m p o n e e l e m b a r a z o y e l p a r t o .
E n t é r m i n o s " c o m e r c i a l e s " se t r a t a d e u n " a r r e n d a m i e n t o d e v i e n t r e " .
Las tecnologías de r e p r o d u c c i ó n p e r m i t e n o t r a e v o l u c i ó n de la filia-
c i ó n : las " I A D " {insemination avecdonneur. inseminación con d o n a d o r ) .
Es c u a n d o u n o d e l o s m i e m b r o s d e l a p a r e j a es estéril y se r e c u r r e a
u n o v o c i t o o a l e s p e r m a d e u n " d o n a d o r " . L a p a r e j a será l a m a d r e o
e l p a d r e " s o c i a l " d e l n i ñ o , s i n t e n e r l a z o g e n é t i c o c o n é l . Estas n u e v a s
variedades de la reproducción tienen repercusiones particulares e n
sí, p e r o a d q u i e r e n u n a i m p o r t a n c i a p a r t i c u l a r e n e l c o n t e x t o d e l o s
c a m b i o s e n las o r g a n i z a c i o n e s f a m i l i a r e s .
L a l i b e r a l i z a c i ó n d e l o s c o m p o r t a m i e n t o s (moeurs) h a t e n i d o efec-
tos r a d i c a l e s e n l a o r g a n i z a c i ó n s o c i a l , e f e c t o s q u e , a f u e r z a d e h a -
ber sido p l e n a m e n t e integrados, parecen h o y a b s o l u t a m e n t e banales,
mientras q u e e r a n considerados c o m o conductas transgresivas hace
tres o c u a t r o d é c a d a s . E s t o s c a m b i o s p u e d e n r e s u m i r s e así: si se c o n -
s i d e r a n d o s e j e s , e l e j e d e l a d e s c e n d e n c i a y e l e j e d e las a l i a n z a s , e l
p r i m e r o se m a n t i e n e r e l a t i v a m e n t e e s t a b l e m á s allá d e l o s a v a t a r e s d e
la v i d a d e l o s i n d i v i d u o s , m i e n t r a s q u e e l s e g u n d o , e l d e las a l i a n z a s ,
se h a c e c a d a v e z m á s frágil y p r o v i s o r i o .
Para citar algunos ejemplos: la multiplicación de u n i o n e s libres ( c o n -
cubinatos), el divorcio p o r c o n s e n t i m i e n t o m u t u o y la aparición de
familias "recompuestas", e l paso d e l a n o c i ó n d e " a u t o r i d a d p a t e r n a " ,
que p r o c e d e d e l derecho r o m a n o , a la de " a u t o r i d a d parental"; cambios
todos q u e v a n e n e l s e n t i d o de u n a p a r e n t a l i d a d c o n c e b i d a más c o m o
dispositivo social q u e c o m o realidad biológica, a c e n t u a n d o aún más la
d i f e r e n c i a e n t r e l o s g e n i t o r e s y las f u n c i o n e s m a t e r n a o p a t e r n a . O t r a
e v o l u c i ó n n o t a b l e : l a e c l o s i ó n d e f a m i l i a s m o n o p a r e n t a l e s , q u e sería
más j u s t o d e n o m i n a r m o n o m a t e r n a l e s : u n i d a d d e e d u c a c i ó n y d e c r i a n -
za d e l o s h i j o s s i n l a p r e s e n c i a h a b i t u a l d e u n h o m b r e e n l a f a m i l i a .
L a m á s e m b l e m á t i c a d e las m o d i f i c a c i o n e s a p a r e c i d a s e n las " p a -
O t r a ilustración de la máxima lampedusiana, a fin de mostrar que se innova me-

nos de lo que se piensa con las surrogate mothers, o mejor dicho, que la innovación
consiste e n la manipulación tecnocientífica y no en el fantasma ni en el deseo: "Viendo
Raquel que no daba hijos a Jacob, tuvo envidia de su h e r m a n a y decía a Jacob: D a m e
hijos, o si no me m u e r o / Y J a c o b se enojó contra Raquel y dijo: Soy yo acaso Dios, que
te impidió el fruto de tu vientre?/ Y ella dijo: He aquí mi sierva Bilha; llégate a ella y dará a
luz sobre mis rodillas, y yo también tendré hijos de ella/ Así le dio a Bilha su sierva por mujer; y
Jacob se llegó a e l l a / Y concibió Bilha, y dio a luz u n hijo a J a c o b / Dijo entonces Raquel:
Me juzgó Dios, y también oyó mi voz, y me dio un hijo." Génesis, x x x , 1-6.
128 nANTEI. KOREN
r e n t a l i d a d e s s o c i a l e s " es l a d e m a n d a ( f o r m u l a d a a m e n u d o como
e x i g e n c i a ) d e c o n s t i m i r f a m i l i a s h o m o p a r e n t a l e s y r e i v i n d i c a r s u le-
g a l i z a c i ó n . E l e t n ó l o g o M a u r i c e G o d e l i e r ^ ^ h a d e m o s t r a d o q u e esta
r e i v i n d i c a c i ó n a p a r e c e e n u n m o m e n t o p r e c i s o d e l a h i s t o r i a d e las
sociedades o c c i d e n t a l e s , e n el p u n t o d e c o n v e r g e n c i a d e tres movi-
m i e n t o s s o c i a l e s d i s t i n t o s . E l primer movimiento, s e g ú n G k ) d e l i e r , s u r g e
d u r a n t e el siglo x i x y n o tiene n i n g u n a relación c o n la homosexua-
l i d a d . Se t r a t a d e l a v a l o r i z a c i ó n p r o g r e s i v a d e l n i ñ o y d e l a i n f a n c i a .
El deseo de tener u n hijo q u e conocemos hoy n o tiene ningún punto
e n c o m ú n c o n e l q u e p o d í a n t e n e r las p o b l a c i o n e s m a y o r i t a r i a m e n t e
campesinas d e l siglo x i x interesadas e n d i s p o n e r de u n a m a y o r fuerza
d e t r a b a j o a través d e u n a p r o l e n u m e r o s a . G o d e l i e r s e ñ a l a q u e h o y
e n d í a l a v a l o r i z a c i ó n d e l a i n f a n c i a y d e l n i ñ o es a l m i s m o t i e m p o
l a d e l o s p a d r e s y l a d e u n a f o r m a d e p a r e n t a l i d a d . P a r a d e c i r l o de
o t r a m a n e r a : h a y u n a i n v e s t i d u r a d e l a p a r e n t a l i d a d más narcisista
y m e n o s " p r a g m á t i c a " . " E l segundo movimiento c o m i e n z a a m e d i a d o s
d e l siglo x x y lleva a la "despatologización" d e l a h o m o s e x u a l i d a d . La
h o m o s e x u a l i d a d y a n o es e n t e n d i d a n i c o m o e n f e r m e d a d n i c o m o
p e r v e r s i ó n . ' ' ^ Si p a r a las r e l i g i o n e s m o n o t e í s t a s l a h o m o s e x u a l i d a d si-
g u e s i e n d o c o n s i d e r a d a c o m o u n a s e x u a l i d a d contra natura y p o r e n d e
c o n d e n a d a y c o n d e n a b l e , p a r a l a m a y o r í a d e l a o p i n i ó n p ú b l i c a de
l o s p a í s e s o c c i d e n t a l e s y d e m o c r á t i c o s l a h o m o s e x u a l i d a d es p e r c i b i d a
c a d a v e z m á s c o m o o t r a f o r m a d e s e x u a l i d a d . E l tercer movimiento q u e
se h a d e s a r r o l l a d o d e m o d o m á s v i s i b l e e n l o s p a í s e s o c c i d e n t a l e s c o n
r é g i m e n d e m o c r á t i c o , d e r i v a d e l h e c h o d e q u e e n u n a d e m o c r a c i a las
m i n o r í a s l u c h a n p o r o b t e n e r y e j e r c e r l o s m i s m o s d e r e c h o s q u e las
m a y o r í a s o p o r a d q u i r i r d e r e c h o s p a r t i c u l a r e s q u e n o p e r j u d i c a n a los
d e r e c h o s d e los o t r o s .
S e g ú n Ck)delier, e l e n c u e n t r o y l a c o n v e r g e n c i a d e estos tres m o -
v i m i e n t o s creó e n O c c i d e n t e , desde hace p o c o más de dos décadas.
^ Maurice Godelier, Métamorphoses de la párente, París, Fayard, 2004.

Godelier sugiere el ejemplo de la "Declaración universzil de los derechos del
niño", impensable e n e l siglo x i x .
^ Pero h a habido que esperar hasta 1973 para que, por ejemplo la American Ps-
ychiatric Association decida eliminar l a homosexualidad de la lista de enfermedades
mentales. E s verdad, por otra parte, que el término de perversión, heredado de la psi-
quiatría de Kraft-Ebing, merece ser sustituido, vistas las connotaciones peyorativas que
conlleva, a u n cuando e n psicoanálisis se le quite cualquier peso moral. Pero sabemos
b i e n que las palabras n o son inocentes.
CULTURA SEXUAL Y NERVIOSIDAD HIPERMODERNA 129
u n a s i t u a c i ó n h i s t ó r i c a i n é d i t a e n l a c u a l se h a h e c h o p e n s a b l e y a l a
vez p o s i b l e q u e l o s g a y q u i e r a n t a n t o v i v i r s u h o m o s e x u a l i d a d c o m o
r e c l a m a r y r e a h z a r su deseo de h i j o ( e n e l s e n t i d o m o d e r n o de "deseo
d e h i j o " q u e h e m o s e x p l i c i t a d o ) , c r e a n d o así i n é d i t a s f a m i l i a s h o m o -
sexuales. " F a m i h a " e n e l s e n t i d o estricto q u e a c u e r d a al t é r m i n o u n
e t n ó l o g o c o m o G o d e l i e r , es u n a " u n i d a d d e p r o c r e a c i ó n o d e c r i a n z a
de los h i j o s " . L o s m o v i m i e n t o s gay p r o m u e v e n u n a d e f i n i c i ó n d i s t i n t a
de l a f a m i l i a c o m o " u n i d a d d e v i d a c o m ú n y d e e d u c a c i ó n d e los h i -
j o s " . A h o r a b i e n , h a s t a h a c e u n o s a ñ o s este d e s e o d e h i j o se e x p r e s a b a
b a j o l a f o r m a d e u n a d e m a n d a d e a d o p c i ó n p e r o a h o r a las n u e v a s
técnicas de r e p r o d u c c i ó n h a n a b i e r t o perspectivas inéditas e n l o q u e
respecta a la filiación.
A p a r t i r d e esta p e r s p e c t i v a histórica y a n t r o p o l ó g i c a Godelier
s o s t i e n e q u e se i m p o n e a d m i t i r q u e n o se p u e d e d e t e n e r c o n me-
dios de c o e r c i ó n y de represión política y policiaca la multiphcación
y l a l e g a l i z a c i ó n d e las f a m i l i a s h o m o s e x u a l e s . P o r e l c o n t r a r i o , es
necesario reconocer esta e v o l u c i ó n y e n m a r c a r l a j u r í d i c a m e n t e a l
t é r m i n o d e u n d e b a t e s o c i a l y p o l í t i c o q u e fijará l o s d e r e c h o s y l o s
d e b e r e s d e l o s h o m o s e x u a l e s r e s p e c t o a sus h i j o s . D e r e c h o s y d e -
b e r e s q u e n o p o d r á n ser d i f e r e n t e s d e a q u e l l o s d e l o s h i j o s d e las
familias heterosexuales.
L a v a r i a b i l i d a d d e f o r m a s empíricas de f a m i l i a y p a r e n t a l i d a d ense-
ñ a q u e l a f a m i l i a p u e d e ser —^y d e h e c h o e s — i n s t i t u i d a d i v e r s a m e n t e
s e g ú n e l p e r i o d o h i s t ó r i c o y s e g ú n las m o d a h d a d e s d e s o c i e d a d . S o n
dispositivos sociales q u e t i e n e n p o r f u n c i ó n i n s c r i b i r a los h i j o s e n u n
lazo d e filiación y asegurar la transmisión de bienes materiales y sim-
b ó l i c o s . E l l a z o f a m i h a r se p r e s e n t a a l o s i n d i v i d u o s b a j o l a f o r m a d e
r e g l a s , p r e s c r i p c i o n e s y p r o h i b i c i o n e s ; e n t r e éstas n o s i n t e r e s a n p a r t i -
c u l a r m e n t e las q u e c o n c i e r n e n a l a d i f e r e n c i a s e x u a l y a l a d i f e r e n c i a
d e g e n e r a c i o n e s (es d e c i r , e l c o m p l e j o d e E d i p o ) . E l g r u p o f a m i l i a r
c o n s t i t u y e u n a e s c e n a d o n d e se j u e g a e l d r a m a d e l a s e x u a c i ó n y d e
las i d e n t i f i c a c i o n e s s e x u a l e s p a r a t o d o s u j e t o . E n ese n i v e l l a f a m i l i a
d e s e m p e ñ a u n p a p e l y u n a f u n c i ó n esencial e n los r e g i s t r o s s i m b ó l i c o
e imaginario.
Las nuevas f o r m a s de procreación h a n p r o v o c a d o u n c a m b i o m a -
yor e n u n d o b l e s e n t i d o . Ellas r e s p o n d í a n e n p r i m e r l u g a r al sufri-
m i e n t o d e p a r e j a s i m p e d i d a s d e t e n e r a c c e s o a l a filiación p o r r a z o n e s
d e í n d o l e b i o l ó g i c a . A l a v e z estas t é c n i c a s s u s c i t a r o n u n n u e v o t i p o d e
d e m a n d a , q u e p u e d e oscilar e n t r e la súplica y la reivindicación m i l i -
130 OANIEI. K O R E N
t a n t e d e u n " d e r e c h o a l h i j o " . E l p r o f e s o r R e n e F r y d m a n , p i o n e r o de
l a f e c u n d a c i ó n in vitro, t e s t i m o n i a c o n p r e c i s i ó n e n este s e n t i d o .
D e h e c h o , asistimos a u n a "tecno-biologización" de la r e p r o d u c c i ó n
q u e l a s e p a r a c a d a vez m á s d e l n i v e l g e n i t a l . E n este s e n t i d o , l u e g o de
h a b e r s u r g i d o c o m o u n a r e s p u e s t a a l p r o b l e m a d e l a e s t e r i l i d a d , la
l ó g i c a tecnocientífica h a d e s a r r o l l a d o o t r a l ó g i c a q u e o r i g i n a fantas-
m a s d i f e r e n t e s , p a r t i c u l a r m e n t e e l d e p o d e r p r e s c i n d i r d e l o t r o sexo
( r e s t r i n g i d o al p a p e l de d o n a d o r a n ó n i m o de e s p e r m a u ovocitos que
se o b t i e n e n e n " b a n c o s " c r e a d o s p a r a t a l e f e c t o ) , d e p o d e r p r o c r e a r y
tener u n hijo "en solitario/a",*'" de liberarse de la diferencia sexual, i n -
cluso d e l e m b a r a z o m i s m o (ectogénesis, útero artificial)''^ para p o d e r
e n g e n d r a r y cabe i m a g i n a r (ingeniería genética m e d i a n t e ) la etapa
s i g u i e n t e , l a s e l e c c i ó n d e las c a r a c t e r í s t i c a s d e s e a b l e s o i n d e s e a b l e s .
E l s u e ñ o d e l d e m i u r g o será f a c t i b l e e n e l s u p e r m e r c a d o g e n é t i c o d e l
mañana.
H o y s o n las p a r e j a s h o m o s e x u a l e s las q u e r e i v i n d i c a n c o n m á s f u e r -
z a e s t e " d e r e c h o a l a p r o c r e a c i ó n " . D e r e c h o l e g í t i m o e n sí, p e r o res-
p e c t o a l c u a l es i m p o r t a n t e s u b r a y a r e l s i l o g i s m o q u e p r e s u p o n e la
d e s m e n t i d a d e la d i f e r e n c i a s e x u a l . Los m o v i m i e n t o s gay r e i v i n d i c a n
e l a c c e s o a las t é c n i c a s d e p r o c r e a c i ó n a s i s t i d a p o r l a m e d i c i n a ( e n
f r a n c é s : P M A , procréation médicalement asistéé) e n n o m b r e d e l d e r e c h o
a la igualdad de tratamiento m é d i c o garantizado p o r el Estado. La
l ó g i c a d i s c u r s i v a es l a s i g u i e n t e : p u e s t o q u e las m u j e r e s e s t é r i l e s h a n
o b t e n i d o l a p o s i b i l i d a d d e p r o c r e a r , c o m o las o t r a s , g r a c i a s a l a P M A
tales técnicas y los actos m é d i c o s q u e ellas c o n l l e v a n — a c a r g o d e l
sistema d e s a l u d d e l E s t a d o — n o p o d r í a n e x c l u i r a los h o m o s e x u a l e s
cuyas r e l a c i o n e s sexuales s o n f o r z o s a m e n t e estériles. Este a r g u m e n t o
establece u n a e q u i v a l e n c i a e n t r e dos situaciones disímiles (la m u j e r
estéril n o h a e l e g i d o s e r l o e n t a n t o q u e los h o m o s e x u a l e s r e i v i n d i c a n
s u " e l e c c i ó n " d e s e x o ) y se c o n v i e r t e e n u n a c u e s t i ó n d e d e f e n s a d e l a
l i b e r t a d i n d i v i d u a l y d e l a v i d a p r i v a d a ( q u e e v i d e n t e m e n t e n o están
e n d i s c u s i ó n a q u í ) . L a d e m a n d a d e u n " d e r e c h o a l h i j o " p u e d e ser
e n t e n d i d a c o m o e l d e r e c h o " a ser c o m o l o s o t r o s " a l p u n t o t a l q u e
Rene Frydman con su equipo logró el nacimiento del primer "bebé-probeta" en

1983. Cf. Rene Frydman, L'irrésistible désir de naissance, París, Odile Jacob, 1996; Dieu, la
médecine et l'embryon, París, Odile Jacob, 2003.
^ Según el decir de u n a paciente: " H o y puedo tener u n hijo cuando quiero y como
quiero."
®' H e n r i Atlan, L'uterus artificiel, París, Seuil - L a librairie d u x x i siécle, 2005.
e v o c a r o d i s c u t i r estas c u e s t i o n e s ( c o m o l o h a c e m o s a q u í ) es a m e n u -
do p e r c i b i d o y asimilado a u n signo de h o m o f o b i a .
E l p u n t o q u e n o s p a r e c e e s e n c i a l y e n e l q u e q u e r e m o s i n s i s t i r n o es
e l d e l d e r e c h o d e l o s h o m o s e x u a l e s a ser p a d r e s / m a d r e s s i n o l a v o l u n -
t a d d e c l a r a d a d e " b o r r a r las d i f e r e n c i a s " y e n p a r t i c u l a r t o d o a q u e l l o
q u e c o n c i e r n e a la d i f e r e n c i a sexual. E l j u r i s t a y activista h o m o s e x u a l
Daniel B o r i l l o lo e n u n c i a de m a n e r a m u y clara, r e i v i n d i c a n d o la vida
f a m i l i a r p a r a t o d o s , c u a l q u i e r a q u e sea su o r i e n t a c i ó n s e x u a l y m i l i t a n -
d o p o r e l " d e r e c h o d e l h o m b r e a l a familia".*^^ L a f a m i l i a p o r l a q u e
a b o g a D . B o r i l l o d e b e n o o b s t a n t e e s t a r " l i b r a d a d e s u f u n c i ó n d e sis-
t e m a d e o b l i g a c i o n e s " y d e los d i v e r s o s " ó r d e n e s " a l o s c u a l e s está s u -
b o r d i n a d a : " L a v i d a f a m i l i a r n o está p a r a n a d a a l s e r v i c i o d e u n o r d e n
metafísico ya q u e ella n o t i e n e n e c e s i d a d n i d e l o r d e n n a t u r a l n i d e l
o r d e n s i m b ó l i c o d e l a d i f e r e n c i a d e sexos y n i s i q u i e r a d e l a l e y p a r a
c a h f i c a r e l v í n c u l o . " ' ' ' ' Se l l e g a así a u n a e x a l t a c i ó n d e las d i f e r e n t e s
experiencias e n el registro de la parentalidad y de la filiación (paren-
talidad múltiple, p l u r i p a r e n t a l i d a d , h o m o p a r e n t a l i d a d , etc.), f o r m a s
e x p e r i m e n t a l e s y d i f u s a s q u e s u s c i t a n e n t u s i a s m o e n q u i e n e s las p r a c -
t i c a n e n l a m e d i d a e n q u e , c o m o B o r i l l o , se p r e t e n d e n y se p r e s e n t a n
c o m o " l i b e r a d o s " d e las o b l i g a c i o n e s i n s t i t u i d a s d e l a v i d a f a m i l i a r y d e
las f u n c i o n e s p a r e n t a l e s . L a p a l a b r a c l a v e es " i n n o v a c i ó n " .
E n este c o n t e x t o n o d e b e p e r d e r s e d e v i s t a l a i n s i s t e n c i a c a d a vez
mayor e n la indiferenciación sexual del padre o la m a d r e e n el p l a n o
d e las r e s p e c t i v a s f u n c i o n e s p a r e n t a l e s : n o h a y n i n g u n a e s p e c i f i c a c i ó n
p u e s t o q u e l o s d o s s o n " i g u a l m e n t e " p a d r e s . Se e f e c t ú a u n p a s o s u p l e -
m e n t a r i o a f i r m a n d o q u e las f u n c i o n e s p a r e n t a l e s n o s o n funciones
s e x u a d a s n i s e x u a l i z a d a s (es d e c i r , i n c l u i d a s e n l a d i f e r e n c i a s e x u a l ) .
Se a f i r m a q u e estas f u n c i o n e s c o r r e s p o n d e n a t a r e a s e d u c a t i v a s ( e d u -
car a los h i j o s , asegurarles a m o r y p r o t e c c i ó n ) más q u e a r e s p o n s a b i l i -
d a d e s g e n e r a c i o n a l e s , p r o m o v i e n d o así u n a c o n f u s i ó n e n t r e las t a r e a s
q u e s u p o n e u n h i j o y las f u n c i o n e s s i m b ó l i c a s d e l p a r e n t e s c o . ' ' ^
''^ Esta reivindicación apasionada de la familia debería hacernos sonreír cuando

evocamos la execración generalizada de la familia en los años sesenta por parte de los
movimientos libertarios. Recordemos el éxito fulgurante de La muerte de la familia, de
David Cooper.
Daniel Borillo, " L a protection juridique des nouvelles formes familiales: le cas des
familles homoparentales", en Mouvements, Sociétés, Politique, Culture, núm. 8, París, L a
Découverte, marzo-abril de 2000, p. 59.
Hay que citar a este respecto el artículo de Laurence Gavarini : " L a sexualité dans
132 DANTFT, KORFfsj
I n v e r s a m e n t e , las reservas*^"^ q u e p u e d e n p r o v e n i r d e l a c l í n i c a res-

p e c t o a las c u e s t i o n e s c o n c e r n i e n t e s a l a d i f e r e n c i a e n t r e l o s s e x o s y la
filiación son i n m e d i a t a y sistemáticamente calificadas de "reacciona-
r i a s " o " r e t r ó g r a d a s " , s o b r e t o d o c u a n d o e l l a s se a p o y a n e n l a n o c i ó n
d e " o r d e n simbólico".*'*^ L o s p a r t i d a r i o s d e l p u n t o d e v i s t a d e n o m i n a -
d o "liberal" c o n s i d e r a n que la filiación d e p e n d e d e las l i b e r t a d e s y
d e las o r i e n t a c i o n e s s e x u a l e s i n d i v i d u a l e s y n o d e u n o r d e n e s t a t a l o
j u r í d i c o ( a l c u a l , n o o b s t a n t e , d e m a n d a n r e c o n o c i m i e n t o l e g a l y asis-
tencia médica en materia de procreación).
L o q u e es c u r i o s o y p r o b l e m á t i c o es q u e h o y p o r h o y a p a r e c e c o m o
i m p o s i b l e p e n s a r e s t a p r o b l e m á t i c a m á s allá d e u n a a l t e r n a t i v a q u e
n o s e n c i e r r a e n u n a t r a m p a i d e o l ó g i c a m a n i q u e a : o se está a f a v o r y se
es l i b e r a l o n o se está a f a v o r y e l d e b a t e n o t i e n e l u g a r — n o es necesa-
r i o estar e n c o n t r a o, m e j o r d i c h o , n o estar a f a v o r i m p l i c a p o r fuerza
e s t a r e n c o n t r a . E l a n a t e m a es l a r e s p u e s t a m á s c o m ú n (invocando
l o politically correct) E s t o n o n o s p r e o c u p a r í a s i n o f u e s e p o r q u e la
a u s e n c i a d e ese d e b a t e es u n s í n t o m a e s e n c i a l d e l a " n e r v i o s i d a d h i -
permoderna".
L a s e x u a l i d a d y las s e x u a l i d a d e s e s t á n , c o m o se v e , e n e l c e n t r o
d e las p r e o c u p a c i o n e s a c t u a l e s . H o m o s e x u a l e s g a y o l e s b i a n a s , b i -
sexuales, t r a n s e x u a l e s , t r a n s g é n e r o s , q u e e r s , etc.; q u e estos g r u p o s
s u f r i e r o n r e p r e s i ó n , e s t i g m a t i z a c i ó n y o p r o b i o es i n d i s c u t i b l e , t a n i n -
discutible c o m o q u e f u e r o n y son a u n h o y objeto de v i o l e n c i a y discri-
minación. Q u e hayan l u c h a d o y o b t e n i d o que la sociedad reconozca
s u d i f e r e n c i a y les a c u e r d e l o s d e r e c h o s e q u i v a l e n t e s a l o s d e l o s o t r o s
c i u d a d a n o s es s i n d u d a u n m é r i t o .
l'ombre. Discours sociaux sur les nouvelles normes et formes d u lien familial", IM, Clini-
queLaeanienne, núm. 12 — Parentalités d'aujourd'hui... et d'ailleurs, Ramonville Saint-Agne,
Eres, noviembre de 2007, pp. 27-47.
^ E n general, se observa en el medio homosexual militante u n a reactividad desme-
dida a toda reserva emitida desde el psicoanálisis, como si el psicoanálisis desautorizara
por principio o, peor aún, como si el psicoanálisis fuera u n a instancia de censura que
tuviera el poder de imponer normas sociales, lo cual nos parece bastante alejado de la
realidad.
A título de ejemplo: las violentas reacciones que recibió el artículo del psicoana-
lista Jean-Pierre Winter, "Gare aux enfants symboliquement modifiés", Le Monde des
Débats, marzo de 2000.
A l no poder abordar aquí esta problemática e n toda su complejidad, aconsejo la
lectura del pertinente artículo de Irene Théry, "Différence des sexes, homosexualite et
filiation", en Martine Gross et al, Homoparentalités, état des lieux, Ramonville Saint-Agne,
Eres, 2005, pp. 151-178.
S i n e m b a r g o u n c u r i o s o q u i a s m a se p e r f i l a .
P o r u n a p a r t e , l o s m o v i m i e n t o s gay, queer, e t c . , e n s u d e m a n d a d e
r e c o n o c i m i e n t o , se a d h i e r e n c o n f e r v o r a t o d o l o q u e h e m o s s e ñ a l a d o
c o n r e s p e c t o a l d i s c u r s o d e l m e r c a d o . N o p e n s a m o s q u e estas p o s i c i o -
nes s u b j e t i v a s t e n g a n p o r o r i g e n ese d i s c u r s o o f o r m e n p a r t e d e é l ,
s i n o q u e é s t e l o p o t e n c i a l i z a . A s í , las f o r m a s d e r e i v i n d i c a c i ó n d e estas
s e x u a l i d a d e s se p r e s e n t a n c o m o v e r d a d e r o s s í n t o m a s .
F r e u d a f i r m a b a s i n a m b a g e s h a c i a e l final d e s u v i d a c u á l e r a l a c o n -
tribución esencial d e l psicoanálisis a la c u l t u r a y al m i s m o t i e m p o e l
shibbólet d e l o s p s i c o a n a l i s t a s : e l c o m p l e j o d e E d i p o : " M e a t r e v o a d e c i r
q u e si e l p s i c o a n á l i s i s n o p u d i e r a g l o r i a r s e d e o t r o l o g r o q u e h a b e r
d e s c u b i e r t o e l c o m p l e j o d e E d i p o r e p r i m i d o , esto s ó l o sería m é r i t o
s u f i c i e n t e p a r a q u e se l o c l a s i f i c a r a e n t r e las n u e v a s a d q u i s i c i o n e s v a -
liosas d e l a h u m a n i d a d . " ' ' * ^
E l c o m p l e j o d e E d i p o , h i s t o r i e t a aparte,'''^ c o n s i s t e e n u n a a s e r c i ó n
tan s i m p l e c o m o esencial: la de u n a d o b l e d i f e r e n c i a . D i f e r e n c i a de
sexos ( c o m p l e j o d e c a s t r a c i ó n ) , d i f e r e n c i a d e g e n e r a c i o n e s (prohibi-
ción d e l i n c e s t o ) . E l r e c o r r i d o q u e h e m o s efectuado lleva a p r e g u n -
t a r si n u e s t r o s u j e t o h i p e r m o d e r n o n o se e n c u e n t r a e n vías d e h a c e r
saltar esta d o b l e d i f e r e n c i a . ¿ H a b r á sido L a c a n u n v i s i o n a r i o c u a n d o
a f i r m a b a (¡en 1960!) " E l E d i p o sin e m b a r g o n o p o d r í a conservar i n -
d e f i n i d a m e n t e e l e s t r e l l a t o e n u n a s f o r m a s d e s o c i e d a d d o n d e se p i e r -
de c a d a vez m á s e l s e n t i d o d e l a t r a g e d i a " ? ' "
L a aparición de la n o c i ó n de " g é n e r o " e n e l paisaje c u l t u r a l ( a c o m -
pañada por el desarrollo de l o s gender studies y las gender theories en
los U S A ) tiende a b o r r a r p r o g r e s i v a m e n t e u n a d e estas d i f e r e n c i a s , l a
d i f e r e n c i a s e x u a l . ^ ' L a tesis f u n d a m e n t a l se d e c l i n a e n d o s p u n t o s : e l
p r i m e r o , q u e l a s e x u a l i d a d n o se l i m i t a a l a b i o l o g í a , es d e c i r e n q u e
e l c u e r p o sea b i o l ó g i c a m e n t e m a s c u l i n o o f e m e n i n o . E n este p u n t o e l
Sigmund Freud, "Esquema del psicoanálisis" (1938), O. C, vol. x x i i i , p. 192. E n

cuanto al Shibbólet Sigmund Freud, Tres ensayos de teoría sexual (1905), O. C, vol. v i i , p. 206,
núm. 28 (agregada en 1920): " E l progreso del trabajo psicoanalítico ha destacado con tra-
zos cada vez más nítidos esta importancia del complejo de Edipo; su reconocimiento ha
pasado a ser el shibbólet cê separa a los partidarios del análisis de sus oponentes."
Cf. Jacques L a c a n , Le Séminaire XVII - L'envers de la psychanalyse, op. cit, p. 131.
™ Jacques L a c a n , "Subversión del sujeto y dialéctica del deseo en el inconsciente
freudiano", Escritos 2, p. 792.
L a prohibición del incesto parece menos "amenazada", aunque ya se anuncian
dificultades justamente a través de los medios de procreación. ¿Hay incesto dentro del
tubo de ensayo?
p s i c o a n á l i s i s , c o n t r a r i a m e n t e a c i e r t o s r e p r o c h e s q u e se l e d i r i g e n , n o
p o d r í a estar e n d e s a c u e r d o p u e s t o q u e insistió d e s d e e l p r i n c i p i o en
e s t a d i f e r e n c i a c i ó n . ' ^ E l s e g u n d o p u n t o c o n c i e r n e a l a " e l e c c i ó n " de
sexo. "Sean cuales sean m i s características c o r p o r a l e s ' i n n a t a s ' , tengo
d e r e c h o a e l e g i r m i s e x o " . L a s t e o r í a s s o b r e e l g é n e r o r e p o s a n so-
bre el zócalo doble de la rebelión c o n t r a el d e t e r m i n i s m o biológico
y l a p o s i b l e a u t o d e t e r m i n a c i ó n p o r e l e c c i ó n p e r s o n a l . C i t a n d o u n (a)
t r a n s e x u a l : " L a n a t u r a l e z a se e q u i v o c ó a l d a r m e u n s e x o m a s c u l i n o . "
Es d i f í c i l s o s t e n e r q u e l a n a t u r a l e z a a v e c e s h a c e m a l sus c á l c u l o s ; si se
n o s p e r m i t e e l p a s t i c h e , d i g a m o s m á s b i e n q u e la cultura genera razones
que la naturaleza ignora. E l sujeto de la h i p e r m o d e r n i d a d considera
q u e n o h a y r a z ó n p a r a s o p o r t a r e s t a " i n j u s t i c i a b i o l ó g i c a " , y q u e está
e n s u d e r e c h o a l " d e m a n d a r r e p a r a c i ó n " ( a l a c i e n c i a ) y e l e g i r e l sexo
a l q u e " v e r d a d e r a m e n t e p e r t e n e c e " . ' ' ' L a p r e g u n t a q u e se p l a n t e a es
q u é q u i e r e d e c i r esa e l e c c i ó n . I n s i s t a m o s u n a vez m á s : si a l g u i e n p u e -
d e r e b e l a r s e c o n t r a las " i n j u s t a s " d e t e r m i n a c i o n e s d e l a n a t u r a l e z a , es
p o r q u e es u n ser q u e h a b l a . L o r e p e t i m o s : l a s e x u a l i d a d ( i n c l u y e n d o
l a c u e s t i ó n d e l g é n e r o ) es u n a c u e s t i ó n c u l t u r a l , y n o n a t u r a l .
J u s t a m e n t e , a p a r t i r d e l m o m e n t o e n q u e s o m o s seres d e l e n g u a j e ,
es d e c i r d e c u l t u r a , e x i s t e l a p o s i b i l i d a d d e i n v e n t a r e s c a p a t o r i a s a las
d e t e r m i n a c i o n e s n a t u r a l e s . L o s seres h u m a n o s l o v e n i m o s h a c i e n d o
d e s d e l a n o c h e d e l o s t i e m p o s : n o s c o n t a m o s c u e n t o s . L o p r o p i o de
l o s c u e n t o s es q u e p e r m i t e n i m a g i n a r l o q u e u n o n o es ( d e j a n d o e n
s u s p e n s o l a p r e g u n t a d e l o q u e u n o sí e s ) . E s t o c o n c i e r n e e s e n c i a l -
m e n t e l a p r o b l e m á t i c a d e l a " e l e c c i ó n " d e s e x o q u e n o p o d e m o s cali-
ficar sino c o n el término de "ilusión".
U n e j e m p l o e m i n e n t e d e estas " i l u s i o n e s " es l a o b r a d e J u d i t h B u t -
l e r , u n a d e las m á s c o n s p i c u a s r e p r e s e n t a n t e s d e l a t e o r í a queer. A la
p o s i c i ó n " n a t u r a l i s t a " o " e s e n c i a l i s t a " q u e a f i r m a q u e l o s c u e r p o s y la
s e x u a l i d a d s o n d e f i n i d o s p o r d e t e r m i n a c i o n e s n a t u r a l e s , B u t l e r res-
p o n d e c o n u n a t e o r í a d i s c u r s i v o - p e r f o r m a t i v a , u n a t e o r i z a c i ó n d e los
procesos de materialización corporal. Butler concibe este proceso
c o m o l a i n s t a u r a c i ó n d e u n c o n j u n t o d e n o r m a s c o r p o r a l e s q u e de-
p e n d e de u n a reiteración o asignación d e i m p r o n t a s d e g é n e r o que
Punto perfectamente notado por T i m Dean, " L a c a n a n d queer theory", The Cam-
bridge companion to Lacan, Jean-Michel Rabaté (ed.), Cambridge, Cambridge University
Press, 2003, y por Javier Sáez, Théorie queer et psychanalyse, París, E p e l , 2006.
A este respecto Jean-Pierre L e b r u n , " L e transsexuel, enfant-modéle de la science",
Essaim, núm. 3, París, Eres, 1999.
c o n f i e r e n u n a i d e n t i d a d d e l a q u e a s u vez d e p e n d e l a p o s i b i l i d a d d e
r e s i g n i f i c a c i ó n o d e a l t e r a c i ó n . ' ^ P a r a esta a u t o r a , q u e h a l l a e n e l p e n -
s a m i e n t o p s i c o a n a l í t i c o u n i n t e r l o c u t o r p e r m a n e n t e , l a s e x u a l i d a d es
u n a p u r a c o n s t r u c c i ó n s o c i a l y se a s i m i l a a f o r m a c i o n e s s i m b ó l i c a s e
i m a g i n a r i a s . L o p r o b l e m á t i c o e n s u d i s c u r s o es q u e está e s t r u c t u r a d o
a p a r t i r d e u n a c o n c e p c i ó n q u e e n d e f i n i t i v a es m á s p r ó x i m a d e l a
p s i c o l o g í a d e l Yo q u e d e l psicoanálisis l a c a n i a n o a l q u e n o o b s t a n t e
e l l a se r e f i e r e . H a y u n a d i f e r e n c i a e s e n c i a l e n t r e a f i r m a r , c o m o l o h a c e
B u t l e r , q u e e l c u e r p o y l a s e x u a l i d a d se c o n s t i t u y e n p o r l a a f i r m a c i ó n
r e p e t i d a d e a c t o s d i s c u r s i v o s y p e r f o r m a t i v o s ( o sea: d o n d e " y o " soy
" d u e ñ o " d e m i a c t o ) , d o n d e e l sujeto " c o n s t r u y e " su i d e n t i d a d p o r l a
r e i t e r a c i ó n d e sus a c c i o n e s , y l a p o s i c i ó n p s i c o a n a l í t i c a q u e s o s t i e n e
q u e e l s u j e t o e n d e f i n i t i v a n o h a b l a , s i n o q u e es h a b l a d o . D i c h o d e o t r a
m a n e r a : e l s u j e t o es e f e c t o d e l l e n g u a j e y e f e c t o d e l d e s e o d e l O t r o . Y
c o n relación al cuerpo, hay u n a oposición radical entre la posición de
B u t l e r q u e r e ú n e e n u n m i s m o m o v i m i e n t o d e síntesis e l e g o ( q u e e l l a
c o n f u n d e c o n el sujeto), el c u e r p o y la i d e n t i d a d , c o n la c o n c e p c i ó n
de L a c a n q u e postula la discordancia entre el c u e r p o , el sujeto y el
deseo.'^ L a asimilación de l a r e p e t i c i ó n p e r f o r m a t i v a de n o r m a s a l a
c o m p u l s i ó n a l a r e p e t i c i ó n f r e u d i a n a es u n e j e m p l o s i g n i f i c a t i v o d e l
impasse d e B u t l e r : " E n este s e n t i d o , se p o d r í a i n t e r p r e t a r ú t i l m e n t e l a
r e p e t i c i ó n p e r f o r m a t i v a d e las n o r m a s c o m o e l e f e c t o c u l t u r a l d e l a
c o m p u l s i ó n a l a r e p e t i c i ó n d e F r e u d . Se trataría d e u n a r e p e t i c i ó n n o
al s e r v i c i o d e l c o n t r o l d e l p l a c e r sino q u e d e s t r u y e c o m p l e t a m e n t e e l
p r o y e c t o d e c o n t r o l . E s e n este s e n t i d o e n e l q u e L a c a n h a s o s t e n i d o
e n Los cuatro conceptos fundamentales del psicoanálisis que la repetición
m a r c a e l f r a c a s o d e l a s u b j e t i v a c i ó n : l o q u e se r e p i t e e n e l s u j e t o es
p r e c i s a m e n t e l o q u e n o es c o n t r o l a d o y n o s e r á j a m á s c o n t r o l a b l e . " ' ' '
Judith Butler, Bodies that matter. On the discursive limits of "sex", Nueva York,
Routledge, 1993 (versión española: Cuerpos que importan - Sobre los límites materiales y
discursivos del "sexo", Buenos Aires, Paidós, 2002). Gender trouble - Feminism and thepolitics
of subversión, Nueva York, Routledge, 1990 (versión francesa: Trouble dans le genre, París,
L a Découverte, 2005). Butler, como todos los autores queer se inspira ampliamente e n
la reflexión del "último" Foucault.
''^ Relación de inconmensurabilidad que L a c a n desarrolla a partir de su seminario
de 1966-1967, La logique du fantasme (inédito, publicación interna de la Asociación L a -
caniana Internacional) donde se prefiguran el apotegma " N o hay relación sexual" y las
fórmulas de la sexuación.
Judith Butler, "Critically queer", citada por Javier Sáez, Théorie queer et psychanalyse,
op. dt, pp. 125-126.
136 DANIEL KC:)RF,isj
Se ve c l a r a m e n t e l a d i f i c u l t a d : l a c o m p u l s i ó n a l a r e p e t i c i ó n es l o q u e ,
e n l a c l í n i c a , p e r m i t e a F r e u d a r t i c u l a r e l c a r á c t e r " d e m o n i a c o " d e la
p u l s i ó n q u e n o se satisface c o n n i n g ú n o b j e t o , ni siquiera con un objeto
de placer y, p o r e l l o , a p u n t a a l o q u e e s c a p a p o r c o m p l e t o a B u t l e r y
m á s g e n e r a l m e n t e a t o d o s l o s a u t o r e s queer. e l m á s allá d e l p r i n c i p i o
d e p l a c e r , es d e c i r , e l g o c e . E n ese s e n t i d o n o está e q u i v o c a d a a l r e f e -
r i r s e a L a c a n y s u b r a y a r l o q u e l a r e p e t i c i ó n i m p l i c a , salvo q u e l o q u e
e l l a d e n o m i n a " f r a c a s o " d e s u b j e t i v a c i ó n es la subjetivación misma, es e l
m o v i m i e n t o m i s m o de la pulsión, q u e n o t i e n e satisfacción definitiva
q u e a p o r t e a l s u j e t o l a c o m p l e t u d ( d e i d e n t i d a d u o t r a ) . Es j u s t a m e n t e
p o r eso p o r l o q u e las r e p e t i c i o n e s c u l t u r a l e s , q u e p o r c i e r t o n o s o n
despreciables, m u y al c o n t r a r i o , q u e son también efectos d e l trabajo
d e la p u l s i ó n p e r o q u e n o p u e d e n p r e t e n d e r a l c a n z a r n i n g ú n t i p o de
c o m p l e t u d . ' ' I n v e r s a m e n t e , h a y q u e c o n c l u i r q u e si l a " r e p e t i c i ó n p e r -
f o r m a t i v a d e n o r m a s " es u n e f e c t o d e l a c o m p u l s i ó n a l a r e p e t i c i ó n ,
esa r e p e t i c i ó n s ó l o p u e d e e n t e n d e r s e c o m o u n a p u e s t a e n a c t o i n c o n s -
c i e n t e q u e escapa a t o d a " e l e c c i ó n " .
L a d i f i c u l t a d f u n d a m e n t a l c o n s i s t e e n t o n c e s e n q u e l a t e o r í a queer
e f e c t ú a u n a l e c t u r a d e las p r á c t i c a s s e x u a l e s n o - n o r m a t i v a s c o m o f o r -
m a s d e r e s i s t e n c i a s i m b ó l i c a y p o l í t i c a , p e r o evacuando por completo la
dimensión del deseo inconsciente y de su subjetivación. E n d e f i n i t i v a , se t r a t a
de u n a especie de p r o p o s i c i ó n de construcción i d e n t i t a r i a p o r m e d i o
d e ( s i se n o s p e r m i t e l a h u m o r a d a ) u n a " t e o r í a d e l p a s a j e a l a c t o p e r -
manente".
Si B u t l e r d e f i n e l a s e x u a l i d a d c o m o u n d i s p o s i t i v o s o c i a l , s i m b ó l i c o
e i m a g i n a r i o , n o p o d e m o s d e j a r d e i n t e r r o g a r eso q u e e l l a o m i t e : l o
Real d e l sexo.
P a r t a m o s d e u n a b a s e " s ó l i d a " : ¿ q u é es l o " R e a l " d e l sexo? P a r a
e l l o h a y d o s r e s p u e s t a s . L a p r i m e r a es p s i c o a n a l í t i c a : l o r e a l d e l sexo
es l o q u e n o se i n s c r i b e e n e l i n c o n s c i e n t e d e l a d i f e r e n c i a s e x u a l , l a
a u s e n c i a d e s i g n i f i c a c i ó n hombre o mujer. L a segunda, biológica, pero
n o p o r e l l o m e n o s i m p o r t a n t e , y a q u e e l l a sí t i e n e q u e v e r c o n u n a
inscripción: aquello que podría denominarse la " f i r m a cromosómi-
Notemos sin embargo que en sus publicaciones más recientes Butler relativiza
sus primeras posiciones y cuestiona la noción de identidad performativa. C f La viepsy-
chique du pouvoir - L'assujetissement en theories, París, L e o Scheer, 2002. Estas pocas líneas
no dan cuenta de la complejidad del pensamiento de Butler, que merecería ser más
ampliamente discutida. Nuestro objetivo aquí consiste tan sólo en destacar la diferencia
esencial.
C U L T U R A S E X U A L Y NERVIOSIDAH HIPERMODERNA 137
c a " : X Y p a r a l o s h o m b r e s , X X p a r a las m u j e r e s . P i e n s e l o q u e p i e n s e ,
h a g a l o q u e h a g a , i m a g i n e l o q u e i m a g i n e y e n t o d o caso hasta p r u e b a
d e l o c o n t r a r i o , c a d a ser h u m a n o está a f e c t a d o p o r u n o u o t r o t i p o
de estos pares c r o m o s ó m i c o s q u e d e t e r m i n a n los caracteres sexuales
primarios. U n transexual h o m b r e puede atiborrarse de hormonas,
h a c e r s e o p e r a r , v e s t i r s e c o m o u n a m u j e r y, e v e n t u a l m e n t e , c a m b i a r
de n o m b r e p a r a q u e el estado civil lo (la) r e c o n o z c a según el g é n e r o
q u e se h a e l e g i d o . T o d o e s t o n o i m p e d i r á q u e e n e l h i p o t é t i c o c a s o e n
q u e d e c i d i e r a (y p u d i e r a ) c l o n a r s e , su " r e p r o d u c c i ó n " a p a r e c e r á n e -
c e s a r i a m e n t e c o n los m i s m o s rasgos sexuales q u e h a q u e r i d o b o r r a r .
E j e m p l o p e r f e c t o d e u n a d e las d e f i n i c i o n e s d e l o R e a l s e g ú n L a c a n :
a q u e l l o q u e r e t o r n a s i e m p r e al m i s m o sitio.
L o R e a l d e l s e x o es, e n c o n s e c u e n c i a , i n a l t e r a b l e . Es i m p o s i b l e l a
inscripción e n el i n c o n s c i e n t e de u n a "esencia" m a s c u l i n a o f e m e n i -
n a , es i m p o s i b l e l a m o d i f i c a c i ó n d e l a " f i r m a c r o m o s ó m i c a " . E l l o n o
i m p i d e q u e o t r a s o p c i o n e s e s t é n a b i e r t a s p a r a este ser p a r l a n t e , j u s -
t a m e n t e p o r q u e es u n ser p a r l a n t e . Es l o q u e L a c a n h a d e n o m i n a d o
"hacer el h o m b r e " y "hacer la m u j e r " ' ^ r e c u r r i e n d o a la categoría de
" s e m b l a n t e " . Y a u n q u e sea e v i d e n t e h a y q u e i n s i s t i r e n l a e v i d e n c i a :
los h e t e r o s e x u a l e s " n o r m a l e s " ( a q u e l l o s c u y o s e x o b i o l ó g i c o corres-
ponde c o n e s o q u e las n o r m a s s e x u a l e s v i g e n t e s e n las s o c i e d a d e s
h e t e r o n o r m a t i v a s i d e n t i f i c a n c o m o a c o r d e a él) también " h a c e n de
h o m b r e " o de "mujer". De tal m o d o que nada i m p i d e — l o s hechos lo
p r u e b a n sin cesar— que haya h o m b r e s que hacen de m u j e r y mujeres
que hacen de h o m b r e , h o m b r e s heterosexuales "feminizados," y m u -
j e r e s h e t e r o s e x u a l e s " m a s c u l i n i z a d a s " . P e r o es m e n e s t e r s e ñ a l a r q u e
esta r e a l i d a d e v i d e n t e n o e s p e r ó , p a r a ser t e o r i z a d a , l a e c l o s i ó n d e l a
m o d a d e l o s gender studies. B a s t a c o n r e f e r i r s e a las l l a m a d a s " f o r m u l a s
L a c a n , por su parte, reconociendo el real biológico, lo declaraba irrelevante con

respecto a lo que se juega en la sexualidad humana: " . . . l o que F r e u d revela del funcio-
namiento del inconsciente no tiene nada de biológico. E s o puede llamarse sexualidad
por lo que se llama relación {rapport) sexual. E s por otra parte completamente legítimo
hasta el momento en que se hace uso del término de sexualidad para designar otra
cosa, a saber lo que se estudia en biología, el cromosoma y su combinación X Y o X X ,
o X X , XY. Esto no tiene absolutamente nada que hacer con aquello de lo que se trata,
que tiene u n nombre perfectamente enunciable, las relaciones del hombre y de l a
mujer. Conviene partir de esos dos términos en su sentido pleno, c o n lo que comporta
de relación." Cf. Jacques L a c a n , Le Séminaire Livre XVIII-D'un discours qui ne serait pas du
semblant (1971), París, Seuil, 2007, pp. 30-31.
'9 Ibtd., p. 32.
138 DANIEL KOREN
d e l a s e x u a c i ó n " d e L a c a n ^ " q u e d e s i g n a n u n a r e p a r t i c i ó n d e l o s sexos

( q u e , c o m o se v e r á , e q u i v a l e a eso q u e l o s gender studies l l a m a n "géne-
r o " ) e n función d e l p o s i c i o n a m i e n t o subjetivo respecto de la "función
fálica"*^^ y d e l a r e p a r t i c i ó n d e g o c e s c u a l q u i e r a q u e sea e l s e x o b i o l ó g i -
co d e l sujeto. N a d a i m p i d e q u e u n sujeto c o n u n c u e r p o " f e m e n i n o "
se i n s c r i b a d e l l a d o " m a s c u l i n o " y v i c e v e r s a . S i F r e u d f u e e l p r i m e r o
e n a f i r m a r l a i n d e t e r m i n a c i ó n s e x u a l d e l ser h u m a n o y e l c a r á c t e r
i n d o m e ñ a b l e d e l a p u l s i ó n , L a c a n h a s i d o e l p r i m e r o e n e s b o z a r el
c o n t o r n o de u n a teoría de la d i f e r e n c i a sexual n o i m a g i n a r i a y no
n a t u r a l i z a d a . Las fórmulas d e l a sexuación m a r c a n u n límite y disipan
( ¿ d e f i n i t i v a m e n t e ? ) l a i d e a d e l a c o m p l e m e n t a r i e d a d d e sexos. Q u e
sea d e l l a d o " f e m e n i n o " o " m a s c u l i n o " , c u a l q u i e r a q u e sea l a o p c i ó n ,
estará s i g n a d a p o r l a i m p o s i b i l i d a d d e l s u j e t o d e a l c a n z a r u n a " t o t a l i -
d a d " p u e s t o q u e c a d a u n o e s t á m a r c a d o d e m a n e r a d i f e r e n t e p o r la
falta y p o r el goce. L o que d i f e r e n c i a al h o m b r e de la mujer, o mejor
d i c h o : a l a p o s i c i ó n " m a s c u l i n a " d e l a p o s i c i ó n " f e m e n i n a " n o es la
a n a t o m í a s i n o e l g o c e , e l " h o m b r e " i n c l u y é n d o s e e n e l g o c e f á l i c o , la
" m u j e r " i n c l u y é n d o s e " n o - t o d a " {pas-toute) e n é s t e e i n d i c a n d o l a vía
d e O t r o g o c e . E l e n u n c i a d o " n o h a y r e l a c i ó n {rapport) sexual" indica
a las c l a r a s q u e n o e x i s t e n i n g u n a c o m p l e m e n t a r i e d a d n a t u r a l e n t r e
los sexos y l a i d e a m i s m a d e u n a s e x u a l i d a d a r m o n i o s a , h e t e r o s e x u a l
o n o , es u n m i t o y u n a mistificación.^^
N o p o d e m o s e n t o n c e s s i n o c o i n c i d i r c o n T i m D e a n ^ ^ c u a n d o afir-
m a q u e n o h a y c o n t r a d i c c i ó n a l g u n a e n t r e l a t e o r í a queer y e l p s i c o a -
nálisis l a c a n i a n o ; h a b r í a s i n e m b a r g o q u e p l a n t e a r u n a s a l v e d a d : n i n -
g u n a c o n t r a d i c c i ó n e n c u a n t o a l a c u e s t i ó n d e l g é n e r o . Ya q u e , si b i e n
^° Jacques L a c a n , Le Séminaire Livre XX - Encare, París, Seuil, 1975, pp. 73 y ss.

¿Habrá que repetir u n a vez más que el famoso Falo, al que Lacan le acuerda la
dignidad lógica de "función", no es el órgano masculino?
Subrayemos incluso que esta crítica de la normalización y la normativación que se
desprende de la elaboración de las fórmulas de la sexuación no es novedosa e n el Lacan
de los años setenta. No por casualidad comenzó su seminario de 1972-73 refiriéndose
a " L a ética del psicoanálisis", donde afirmaba que la práctica analítica debía resistir a
la normalización. Cf. Jacques L a c a n , Le Séminaire Livre VII - L'éthique de la psychanalyse
(1959-1960), París, Seuil, 1986, p. 339.
T i m D e a n , " L a c a n a n d Q u e e r T h e o r y " , The Cambridge companion to Lacan, Jean
Michel Rabaté (ed.), Cambridge, Cambridge University Press, 2003. Hay versión fran-
cesa de este libro, Lacan, París, Bayard, 2005. E l artículo de T i m Dean fue reeditado en
u n a versión mejorada con acuerdo del autor e n Cliniques Méditerrannéennes, 74-2006,
pp. 61-78; es a esta última versión a la que haremos referencia aquí.
LEN
C U L T U R A S E X U A L Y NERVIOSIDAD H I P E R M O D E R N A 139
la l ó g i c a d e l a s e x u a c i ó n es e n d e f i n i t i v a u n a l ó g i c a d e l g é n e r o , e s t o
n o e l i m i n a — c o m o l o p r o p o n e l a t e o r í a queer— la diferencia sexual,
y a g r e g u e m o s , a n t i c i p a n d o lo que sigue, q u e i m p u g n a r la h e t e r o n o r -
m a t i v i d a d n o i m p l i c a n e g a r l a d i f e r e n c i a . Es e x a c t a m e n t e l o q u e a p a -
r e c e c o m o s i n t o m á t i c o e n l a m a y o r í a d e las p o s i c i o n e s h o m o s e x u a l e s ,
queer, e t c . . . . y así n o s v e m o s r e m i t i d o s o t r a vez a l a p r o b l e m á t i c a d e l
sujeto h i p e r m o d e r n o .
A h o r a b i e n , e n su afán p o r l o g r a r e l l e g í t i m o r e c o n o c i m i e n t o d e
sus d e r e c h o s , e s t o s g r u p o s t i e n d e n a m u l t i p l i c a r p o r u n l a d o las d e c l a -
r a c i o n e s y r e i v i n d i c a c i o n e s i d e n t i t a r i a s y, p o r o t r o , a a t a c a r v i o l e n t a -
m e n t e a las i n s t a n c i a s q u e a p a r e c e n , a sus o j o s , c o m o f u e r z a s d e r e p r e -
s i ó n q u e r e c h a z a n sus o p c i o n e s s e x u a l e s ( c u a l q u i e r a q u e e m i t a u n a
o p i n i ó n d i s t i n t a es i n m e d i a t a m e n t e d e f i n i d o c o m o " h o m ó f o b o " ) .^'^ A
este r e s p e c t o es i n t e r e s a n t e n o t a r q u e e l p s i c o a n á h s i s y l o s p s i c o a n a l i s -
tas o c u p a n u n l u g a r d e s t a c a d o e n sus listas d e " e n e m i g o s " . L o m e n o s
q u e se p u e d e h a c e r es p r e g u n t a r p o r las r a z o n e s ; este a t a q u e es a ú n
m á s l l a m a t i v o si c o n s i d e r a m o s q u e , c o m o a c a b a m o s d e v e r , es j u s t a -
m e n t e e l psicoanáhsis, y e n p a r t i c u l a r el psicoanáhsis de inspiración
lacaniana el q u e más h a insistido en destejer la r e d de creencias alre-
dedor de u n a supuesta " n o r m a l i d a d " sexual.
E l p u n t o clave d e los m o v i m i e n t o s h o m o s e x u a l e s ( b i , trans, queer,
e t c . ) es l a p o s t u l a c i ó n d e u n a s e x u a l i d a d y d e u n a identidad sexual
elegida.^^ H a y u n a reivindicación identitaria e x t r e m a , q u e e n c u e n t r a
su a c m é e n l a p o s i c i ó n " t r a n s g é n e r o " q u e c o n s i s t e e n a f i r m a r q u e sus
adherentes n o t i e n e n n i n g u n a (identidad) puesto q u e cabe tenerlas
a t o d a s . Se p u e d e ser e n t o n c e s h e t e r o y h o m o , t r a n s y b i , h o m b r e o
m u j e r , según los m o m e n t o s y lugares. S u p r e m a astucia de l a razón
i d e n t i t a r i a , p u e s t o q u e esta fluctuación proteiforme de la identidad
es e l e s c a p e i m a g i n a r i o p e r f e c t o a l a f a l t a (es d e c i r a l a c a s t r a c i ó n ) . E n
efecto, al n o aceptar a n i n g u n a i d e n t i d a d sexual p u e d o tenerlas (po-
^* P o r ejemplo esta afirmación de Javier Sáez: " . . . t o d a empresa de "explicación" de

la homosexualidad es absurda en sí y revela u n a posición epistemológica sospechosa
desde u n punto de vista ^ M Í ' C T ^ . Javier Sáez, Théorie queer et psychanalyse, op. cit., p. 133.
®* Acotemos que este es u n rasgo observable a menudo en la clínica: la declaración
(que puede ser angustiada, desafiante, o avergonzada, e n todo caso jamáis neutra) "yo
soy homosexual", deja e n la sombra otra pregunta que no deja de aflorar y es la verda-
dera pregunta del sujeto: ¿soy u n hombre? ¿Soy u n a mujer? ¿Qué es "ser u n h o m b r e "
(o u n a mujer)? Preguntas estas a lasque el heterosexual (supuesto " n o r m a l " ) no escapa
tampoco, salvo que e n su caso no se presenta n u n c a como reivindicación identitaria.
l
140 DANIEL KOREN
t e n c i a l e i m a g i n a r i a m e n t e ) a t o d a s , o sea " n i n g u n a m e f a l t a " . A h o r a

b i e n , ¿ q u é es l a " i d e n t i d a d " s i n o u n a a l i e n a c i ó n e n u n a i d e n t i f i c a c i ó n
i m a g i n a r i a ? D e este m o d o , y d e m a n e r a a s o m b r o s a m e n t e paradójica,
l o s m o v i m i e n t o s h o m o s e x u a l e s y queer se i n s c r i b e n e n u n a p o s i c i ó n
tan n o r m a t i v a c o m o la h e t e r o s e x u a l . Esto n o h a escapado a la aten-
c i ó n d e T i m D e s m : " E l e s f u e r z o d e c o o r d i n a r y s i n t e t i z a r es u n a f u n -
c i ó n y o i c a q u e r e v e l a u n a v i s i ó n i m a g i n a r i a d e l s e x o . Y e s t o es c i e r t o
t a n t o p a r a las n o c i o n e s d e o r i e n t a c i ó n h o m o s e x u a l y d e identidad
g a y c o m o p a r a l a i d e n t i d a d h e t e r o s e x u a l . L a s i d e n t i d a d e s , t a n t o gay
c o m o h e t e r o , o m i t e n la dimensión d e l inconsciente. E n tanto que
o r i e n t a c i ó n o i d e n t i d a d , l a h o m o s e x u a l i d a d es n o r m a l i z a n t e a u n q u e
n o s o c i a l m e n t e n o r m a t i v a . E n o t r o s t é r m i n o s , si b i e n l a h o m o s e x u a -
l i d a d e s t á l e j o s d e r e p r e s e n t a r a l a n o r m a s o c i a l , e l l a se c o n f o r m a , n o
obstante, e n t a n t o q u e i d e n t i d a d m i n o r i t a r i a , a los procesos de n o r -
m a l i z a c i ó n q u e r e g u l a n e l d e s e o y l o e n c i e r r a n e n c a t e g o r í a s sociales
c o n fines disciplinarios."***'
L a v i s i ó n i d e n t i t z u i a d e s e x o se o p o n e a l a v i s i ó n p s i c o a n a l í t i c a , q u e
i n d i c a a las c l a r a s l a i n d e t e r m i n a c i ó n d e l s e x o e n e l i n c o n s c i e n t e . E n
tal s e n t i d o , e l psicoanálisis n o p u e d e d e j a r d e señalar l o q u e su expe-
riencia l e e n s e ñ a : si b i e n es a b s o l u t a m e n t e n e c e s a r i o e l i m i n a r las d i s -
c r i m i n a c i o n e s e n e l p l a n o s o c i a l , l a a t e n u a c i ó n d e las i n j u s t i c i a s p o l í -
ticas y socizdes n o tiene t r a d u c c i ó n s i m é t r i c a n i e q u i v a l e n t e e n e l n i v e l
d e l " c o n f l i c t o p s í q u i c o " — d i c h o c o n las p a l a b r a s q u e h u b i e r a u s a d o
F r e u d . E l p r o b l e m a es q u e l a t e o r í a queer tiende a p r e s e n t a r e l acce-
so a l a f e l i c i d a d s e x u a l c o m o d e p e n d i e n t e ú n i c a m e n t e d e e l e m e n t o s
e x t e r n o s (los factores sociales) s i n t o m a r e n c u e n t a l a " i m p o s i b i l i d a d
interna" (la pulsión).
N o d e j a e n t o n c e s d e s o r p r e n d e r , c o m o y a h e s e ñ a l a d o , q u e sea e l
psicoanáhsis q u i e n aparezca c o m o el " e n e m i g o " , el adversario, el re-
p r e s e n t a n t e d e \a& i n s t a n c i a s d e r e p r e s i ó n y d i s c r i m i n a c i ó n s o c i a l . ^ '
"•^ T i m D e a n , " L a c a n et la théorie queer", op. dt., p. 246.

Se i m p o n e n aquí algunas precisiones. E s verdad que u n a b u e n a parte del movi-
miento psicoanalítico "patologizó" la homosexualidad durante décadas, considerando
además a los homosexuales como "inaptos" para el ejercicio del psicoanálisis. Estas
posiciones se impusieron a partir de 1921 por insistencia de Ernest Jones y de los "berli-
neses", contra l a posición de Rank y de los "vieneses" que tenían el apoyo de Freud. Tal
file la política oficial de l a Internationíil Psychoanalytical Association ( I P A ) hasta hace
pocos años. Ésa no era l a posición de F r e u d , quien jamás estigmatizó a la homosexuali-
dad, n i l a de L a c a n (a pesar de los infimdados ataques de E r i b o n y otros), y que el psi-
coanáhsis lacaniano e n general (hay algunas excepciones, c o m o la de C h . Melman) no
N o s d e t e n d r e m o s e n este p u n t o q u e n o es a j e n o a l a " n e r v i o s i d a d "

a c t u a l o , si se p r e f i e r e , a l m a l e s t a r e n l a c u l t u r a ( s e x u a l ) .
U n o d e l o s p r o t a g o n i s t a s m á s d e s t a c a d o s d e e s t a v i n d i c t a es D i d i e r
E r i b o n . O i g á m o s l o : "Se v e b i e n h a s t a q u é p u n t o es i m p r u d e n t e , a b e -
r r a n t e , p a r a los psicoanalistas de hoy, seguir c o n su i r r e p r i m i b l e p u l -
sión de d o m i n a c i ó n social y ceder a la tentación de prescribir n o r m a s
y d i c t a r los p r i n c i p i o s s o b r e los cuales d e b e r í a n ftindarse el derecho y
l a l e y [... ] ¿ N o s e r í a n e c e s a r i o h o y q u e e l p s i c o a n á l i s i s r e n u n c i e a d e -
c r e t a r l o q u e c a l i f i c a a u n a p a r e j a p a r a e l a c c e s o a u n tipo d e d e r e c h o s
y d e s c a l i f i c a a o t r a p a r e j a p a r a t e n e r acceso a los m i s m o s d e r e c h o s ? L a
única posición rigurosa intelectualmente posible, y sobre t o d o para
los psicoanalistas, ¿ n o sería p o r e l c o n t r a r i o p e n s a r q u e t o d o e l m u n -
d o d e b e r í a t e n e r acceso a los m i s m o s d e r e c h o s , a t o d o s los d e r e c h o s ?
[... ] Q u e r e n u n c i e n d e u n a b u e n a v e z a q u e r e r c o d i f i c a r y r e c o d i f i c a r
s e m p i t e r n a m e n t e las i n n o v a c i o n e s e n t é r m i n o s d e u n s a b e r d i s c u t i b l e
y que no fiinda su l e g i t i m i d a d más q u e e n l a fiierza social que arbi-
t r a r i a m e n t e se l e r e c o n o c e y q u e sus p a r t i d a r i o s e x p l o t a n d e m a n e r a
a b u s i v a . D e b e r í a n , p o r e l c o n t r a r i o , e s f o r z a r s e , si es q u e t o d a v í a e s t á n
a t i e m p o , e n r e c o n q u i s t a r u n l u g a r y u n r o l r e a l m e n t e progresista."^^
C o m o ya señalamos, n o habría n i n g u n a razón d e a b o r d a r aquí n i
e s t e tipo d e a t a q u e v i n d i c a t i v o n i estas v a n a s d i s p u t a s e n t r e las s e x u a -
l i d a d e s h o m o - t r a n s - q u e e r y e l p s i c o a n á l i s i s si n o f u e s e p o r q u e e s t o s
movimientos ocupan u n lugar central en la actual "cultura sexual" y
p o r q u e e n e l f u n d a m e n t o d e estas d i s p u t a s e s t á l a a c t u a l " n e r v i o s i d a d
moderna".^®
V o l v a m o s a l a p r e g u n t a : ¿ P o r q u é e n t o n c e s , si e l p s i c o a n á l i s i s h a
s i d o u n a d e las d i s c i p l i n a s q u e m á s h a b r e g a d o p o r q u e sea r e c o n o c i -
da la rebeldía d e l deseo h u m a n o y la inexistenciade c u a l q u i e r " n o r -
m a l i d a d " es o b j e t o d e t a l r e c h a z o e, i n c l u s o , d e o d i o ?
E n este p u n t o d e b e m o s r e c o r d a r l o q u e y a h e m o s d e s a r r o l l a d o e n
t o r n o a l s u j e t o d e l a h i p e r m o d e r n i d a d . E s e s u j e t o q u e se p r e t e n d e
ha patologizado n i estigmatizado n i discriminado a los homosexuales. Para una revisión

más amplia de esta historia: Eüsabeth Roudinesco, "Psychanalyse et homosexualite: ré-
flexions sur le désir pervers, l'injure et la fonction paternelle", Cliniques Méditerranéen-
nes 65, 2002, Ramonville, Eres, pp. 7-34.
Didier Eribon, " C o m m e n t on s'arrange", Cliniques Méditerranéennes, núm. 65, ho-
mosexuaUtés aujourd'hui un défi. pour la psychanalyse?, Ramonville, Eres, 2002, pp. 201-219.
^ Sin duda el psicoanálisis, c o m o discurso, forma parte de la Cultura en general y,
en consecuencia, del discurso acerca de la " c u l m r a sexual".
142 DANIEL Kt)REN
l i b r e , a u t ó n o m o , a u t o r d e sí m i s m o , a u t o l e g i t i m a d o y a u t o r r e t e r e i i t e
y q u e c r e e p o d e r d e t e r m i n a r s e " l i b r e m e n t e " e n f u n c i ó n d e c u a n t o se
le p r o p o n e e n e l m e r c a d o g l o b a l i z a d o , i n c l u i d o s los " k i t s " identitarios
( q u e n o se l i m i t a n , d i c h o sea d e p a s o , s ó l o a l r e g i s t r o d e las s e x u a -
l i d a d e s ) . Es d i f í c i l n o v e r e l l a z o e x i s t e n t e e n t r e este d i s c u r s o d e la
h i p e r m o d e r n i d a d y las r e i v i n d i c a c i o n e s s u b j e t i v a s c o n c e r n i e n t e s a la
s e x u a l i d a d , la o r g a n i z a c i ó n f a m i l i a r , o los m é t o d o s d e r e p r o d u c c i ó n .
E l n a r c i s i s m o o m n i p o t e n t e d e los d i s c u r s o s " d e m o c r á t i c o s " (¡Es m i
derecho!), del mercado ( ¡ p u e d o t e n e r el o b j e t o ! ) , tecno-científico
( ¡ l o i m p o s i b l e está a m i a l c a n c e , es l a c i e n c i a q u i e n p r o v e e ! ) c o n d u -
cen a lo que algunos autores llaman, con suma inquietud, u n m u n d o
s i n límite.*^" E l p s i c o a n á l i s i s n a d a t i e n e q u e o b j e t a r a e s t o ; n o está e n
s t i p o d e r ( ¡ f e l i z m e n t e ! ) d e t e r m i n a r e l c u r s o d e l a h i s t o r i a , n i las n o r -
m a s s o c i a l e s n i las o p c i o n e s d e l o s s u j e t o s . E l p s i c o a n á l i s i s n a d a t i e n e
q u e o f r e c e r e n este á m b i t o p e r o n o p u e d e ser s o r d o a l c l a m o r d e los
s u j e t o s , a l o q u e t r a n s m i t e n e n sus d i s c u r s o s . Y l o q u e e l p s i c o a n a l i s t a
e s c u c h a es q u e e n e l d i s c u r s o t r i u n f a n t e d e l m u n d o " l i b e r a l " y " l i b e -
r a d o " h a y a l g o q u e , c o m o h u b i e r a d i c h o L a c a n , "ne tourne pas rond",
n o m a r c h a s o b r e r u e d a s . T a l es e l f u n d a m e n t o d e l a " n e r v i o s i d a d h i -
permoderna".
L i m i t á n d o n o s p o r e l m o m e n t o a l ú l t i m o t e m a a b o r d a d o , e l d e las
sexualidades, j u s t a m e n t e p o r q u e n o hay s e x u a l i d a d " n o r m a l " sino
" m o n t a j e s " d e s e x u a l i d a d e s , ^ ^ es q u e e l p s i c o a n á l i s i s es i n t o l e r a b l e : su
p r a x i s p o n e e n e v i d e n c i a e l c a r á c t e r d e s í n t o m a y d e m a s c a r a d a de
todas estas p o s i c i o n e s . S a l v o q u e a f i r m a r e s t o n o es p e y o r a t i v o n i d e -
n i g r a n t e . H e e s c r i t o : todas estas p o s i c i o n e s . L a h o m o s e x u a l i d a d es u n
s í n t o m a . . . c o m o l a h e t e r o s e x u a l i d a d ( u n a m u j e r es u n s í n t o m a p a r a
el h o m b r e , señalaba L a c a n ) . Ciertas r e i v i n d i c a c i o n e s homosexuales o
queer, e n c a m b i o , s o n s í n t o m a s d e o t r a e s p e c i e .
¿Está e l p s i c o a n á l i s i s e n c o n t r a d e n u e v a s s e x u a l i d a d e s , d e n u e v a s
configuraciones familiares, de nuevos métodos de reproducción?
C i e r t a m e n t e no. ¿Está e n t o n c e s a f a v o r ? Tampoco. E l p s i c o a n á l i s i s (y e l
p s i c o a n a l i s t a ) e s t á . . . a l a e s c u c h a . E l p s i c o a n a l i s t a n o es n i p o l í t i c o , n i
^° Jean-Pierre L e b r u n , Un monde sans limite, op. cit.

®^ " N o hay otra vía en la que se manifieste en el sujeto u n a incidencia de la sexua-
lidad. L a pulsión e n cuanto representa a la sexualidad e n el inconsciente no es nunca
sino pulsión parcial. Esta es la carencia esencial, a saber, la de aquello que podría repre-
sentar e n el sujeto el modo en su ser de lo que es allí macho o h e m b r a " , Jacques Lacan,
"Posición del inconsciente". Escritos 2, México, Siglo X X I , p. 828.
C U L I U R A S E X U A L Y NERVIOSIDAD HIPERMODERNA 143
legislador, n i j u e z , n i moralista, n i educador, n i policía, n i pastor de

a l m a s , n i d i r e c t o r d e c o n c i e n c i a . N o está allí p a r a c o n t r o l a r a l o s s u j e -
tos, p a r a d a r l e s a b s o l u c i o n e s , p e n i t e n c i a s , o c o n s e j o s . T a m p o c o para
r e f r e n d a r , v a l i d a r , i m p u g n a r o c o n d e n a r . Y si, c o m o a veces o c u r r e ,
u n psicoanalista t o m a parte y p a r t i d o e n el debate político o social, lo
h a c e e n s u c a l i d a d d e c i u d a d a n o y n o d e a n a l i s t a . . . a u n q u e se p r e s e n -
te c o m o t a l ( c u r i o s a c a t e g o r í a esta d e l o s " a n a l i s t a s - e x p e r t o s " ) .
L l e g a d o s a este p u n t o , ¿ r e c u e r d a e l l e c t o r d e d ó n d e h e m o s par-
tido? D e u n t e x t o d e F r e u d d e 1 9 0 8 . V o l v a m o s a él p a i a c o m e n z a r a
concluir.
E n el siglo t r a n s c u r r i d o desde el texto de F r e u d hasta nosotros
constatamos q u e t o d o h a c a m b i a d o y de m a n e r a radical. Y t o d o sigue
i g u a l . Se ve q u e h a y u n a c l a r a d i f e r e n c i a d e u n " t o d o " a l o t r o . D e s p u é s
d e t o d o , y s i g u i e n d o a l a l e t r a e l a r t í c u l o d e 1 9 0 8 , b i e n se h u b i e r a
p o d i d o e s p e r a r q u e los p r o g r e s o s e n l a c o n d i c i ó n d e l a m u j e r que
les p e r m i t e o c u p a r u n l u g a r d i f e r e n t e e n l a s o c i e d a d y ser d u e ñ a s d e
d e c i d i r y d e e l e g i r sus v i d a s ( t a n t o e n l o s a s p e c t o s m a t e r i a l e s c o m o
a f e c t i v o s ) , q u e l a l i b e r a c i ó n s e x u a l q u e p u s o fin a s i g l o s d e p u d i b u n -
d e z y d e h i p o c r e s í a e n c u a n t o a l a v i d a s e x u a l y las p r á c t i c a s s e x u a l e s ,
o q u e l a a p a r i c i ó n d e l o s m e d i o s d e c o n t r a c e p c i ó n q u e l i b e r a r o n a las
p a r e j a s y e n p a r t i c u l a r a las m u j e r e s d e l a a m e n a z a d e u n e m b a r a z o
no deseado separando c o m p l e t a m e n t e , p o r ende, la sexualidad de la
r e p r o d u c c i ó n ; b i e n se h u b i e r a p o d i d o i m a g i n a r , d e c í a m o s , q u e u n a
vez a p a r t a d o s e s t o s t r e s o b s t á c u l o s ( r e c o r d e m o s q u e s o n l o s t r e s q u e
F r e u d evoca e n su texto de 1908) la " n e r v i o s i d a d " d e b e r í a h a b e r dis-
m i n u i d o , si n o d e s a p a r e c i d o . N o es e l c a s o , y e n e s t o sí e l p s i c o a n á l i s i s ,
de F r e u d a n o s o t r o s , p a s a n d o p o r L a c a n , h a i n d i c a d o e l p u n t o á l g i d o
y s e ñ a l a d o las r a z o n e s e s t r u c t u r a l e s : l o q u e n o se " a r r e g l a " d e l a p u l -
sión, d e l deseo y d e l goce; l o i n s o l u o l e .
Si e l p s i c o a n á l i s i s c o n d e n a d e h e c h o l a h i p o c r e s í a s o c i a l e n r e l a -
ción c o n los d i f e r e n t e s m o d o s d e vivir l a s e x u a l i d a d , e l l o n o i m p l i c a
que c o m o h e m o s a f i r m a d o , d e b a volverse s o r d o y n o prestar o í d o s a
la d e r i v a i d e n t i t a r i a q u e t i e n e u n d o b l e f u n d a m e n t o . P o r u n l a d o , l a
d e s m e n t i d a de la d i f e r e n c i a sexual, favorecida p o r u n discurso social
"narcisista" de autofundación, a u t o r r e f e r e n t e , i d e n t i t a r i o . Por o t r o
l a d o los avances t e c n o c i e n t í f i c o s q u e d i l u y e n e n l o i m a g i n a r i o l a ca-
t e g o r í a d e l o i m p o s i b l e (sea p o r e l l a d o d e las t r a n s f o r m a c i o n e s d e l
c u e r p o , sea p o r e l l a d o d e las t é c n i c a s d e r e p r o d u c c i ó n ) .
E n e l s i g l o t r a n s c u r r i d o — q u e es t a m b i é n , a n o o l v i d a r l o , e l d e l
DANir.i, K()RI:N
144
psicoanálisis— se h a n t r a n s f o r m a d o las c o o r d e n a d a s c u l t u r a l e s . Los
p r o c e s o s h i s t ó r i c o s s o n c o m p l e j o s , l e n t o s , n o l i n e a r e s y s ó l o a c o s t a de
e n o r m e s g e n e r a l i z a c i o n e s se les p u e d e c o n f e r i r a l g ú n t i p o d e u n i d a d . ^ ^
P o r eso e r a i m p o r t a n t e h a c e r n o t a r e l l a r g o p e r i p l o q u e c o n d u c e d e l
sujeto m o d e r n o al sujeto h i p e r m o d e r n o . P e r i p l o q u e n o ha termina-
d o pues la transformación s i g u e s u c u r s o . V i m o s c o n D e T o c q u e v i l l e la
p r e m o n i c i ó n , l a p r e s c i e n c i a , d e l a p o s i b i l i d a d d e d e s a r r o l l o d e las so-
c i e d a d e s d e m o c r á t i c a s h a c i a u n a f o r m a d e " b l a n d a " s u m i s i ó n . M á s de
u n siglo y m e d i o después los efectos son palpables. E l sujeto f r e u d i a n o
d e l a V i e n a d e l a belle époque, a n t e r i o r a l o s c o l e t a z o s d r a m á t i c o s de
1 9 1 4 y 1 9 3 9 , es e l p r i m e r c a n t o d e l c i s n e d e l s u j e t o m o d e r n o . ¿Quiere
d e c i r q u e ese s u j e t o h a d e s a p a r e c i d o ? A b s o l u t a m e n t e n o . E l s u j e t o
" m o d e r n o " , " e d i p i c o " , e l viejo m o d e l o de la b u e n a neurosis de antaño
sigue p e r f e c t a m e n t e vivo. L o seguimos f r e c u e n t a n d o día p o r día en
n u e s t r o s c o n s u l t o r i o s , c o n sus i n h i b i c i o n e s , s í n t o m a s y a n g u s t i a s , c o n
sus d e u d a s y c u l p a s , c o n sus e t e r n a s c u e n t a s p o r s a l d a r c o n l a figura
d e l p a d r e o la nostalgia i n f i n i t a p o r la m a d r e , c o n m u c h a s envidias y
p o c a s g r a t i t u d e s . P e r o y a n o está s o l o n i v i v e e n e l m i s m o m u n d o q u e
sus a b u e l o s . A p a r e c e n o t r a s m o d a l i d a d e s y p o s i c i o n e s s u b j e t i v a s . ¿ C o n
m e n o s r e p r e s i ó n ( Verdrángung) y c o n m á s d e s m e n t i d a ( V e r l e u g n u n g ) o
más forclusión {Verwerfung)? ¿ M e n o s "neurótico" p e r o más "perverso"
o m á s " p s i c ó t i c o " ? ¿ A m e n o s q u e n o sea l a e s c i s i ó n l o p r e p o n d e r a n t e
y sea m á s " c a s o l í m i t e " , s i e m p r e q u e n o r e c u r r a m o s a las " f o r c l u s i o n e s
parciales"? ¿Locura p r i v a d a , o perversión o psicosis "ordinarias"? El
d e b a t e es c o n o c i d o y n o t o m a r e m o s p a r t e e n é l . . . a q u í y e n este m o -
m e n t o . E n t o d o c a s o e s t e s u j e t o , m á s d e l s i g l o x x i q u e d e l s i g l o x x , se
p r e s e n t a , y n o p o d r í a s e r d e o t r a m a n e r a , m a r c a d o c o n las i m p r o n t a s
q u e s o n las d e s u t i e m p o . E n l a e r a d e l a " r a z ó n " l i b e r a l , e n e l m a r c o
d e l m e r c a d o l i b e r a l i z a d o q u e se p r e t e n d e l i b r e , este s u j e t o se p r e s e n t a
c o n s t i t u i d o a l a i m a g e n d e l e s p e j o q u e e l m u n d o le t i e n d e : l i b r e , au-
t ó n o m o , sin historia, sin d e u d a . N o p o r n a d a insistimos e n la imagen
d e l e s p e j o : " . . . e l e s t a d i o d e l e s p e j o es u n d r a m a c u y o e m p u j e i n t e r n o
se p r e c i p i t a d e l a i n s u f i c i e n c i a a l a a n t i c i p a c i ó n ; y q u e p a r a e l s u j e t o ,
presa d e la ilusión de la identificación e s p a c i a l , m a q u i n a las fantasías
q u e se s u c e d e r á n desde u n a i m a g e n f r a g m e n t a d a d e l cuerpo hasta
u n a f o r m a q u e l l a m a r e m o s o r t o p é d i c a d e s u t o t a l i d a d —^y a l a a r m a -
d u r a p o r fin a s u m i d a d e u n a i d e n t i d a d e n a j e n a n t e , q u e v a a m a r c a r
Q u e es, por lo general, más o menos falsa.

:IIM U R A SEXUAL Y N K U V I ( ) S I D A H 111 P E R M O D E R N A
145
c o n su e s t r u c t u r a rígida t o d o su d e s a r r o l l o m e n t a l . Así l a r u p t u r a d e l
c i r c u l o d e l Innenwelt a l Umivelt e n g e n d r a l a c u a d r a t u r a i n a g o t a b l e d e
las r e a s e v e r a c i o n e s d e l yo."-'^
¿ Q u i é n n o c o n o c e este f a m o s o p á r r a f o d e " E l e s t a d i o d e l e s p e j o " ?
Se m e p e r m i t i r á p r o p o n e r l a l e c t u r a q u e este p a s a j e p u e d e i n s p i r a r
h o y : q u e l a " i l u s i ó n d e l a i d e n t i f i c a c i ó n e s p a c i a l " es l a d e las i m á g e n e s
e n las c u a l e s e l s u j e t o se i d e n t i f i c a p r o y e c t a d o e n l a p a n t a l l a - e s p e j o
p l a n e t a r i a ( d e l a televisión o d e los " o r d e n a d o r e s " ) , a p o r t a n d o a esta
i m a g e n ( ¿ c ó m o p o d r í a ser o t r a c o s a q u e u n a i m a g e n f r a g m e n t a d a ? )
las p r ó t e s i s d e o b j e t o s d e c o n s u m o q u e l e p r o c u r a n u n a o r t o p e d i a m á s
o m e n o s e f i c a z s e g ú n l o s casos p a r a a s e g u r a r s u " t o t a l i d a d " . D e d o n d e ,
más q u e n u n c a , l l e g a m o s a l a " c u a d r a t u r a i n a g o t a b l e d e las r e a s e v e r a -
ciones d e l yo". E n definitiva, a u n c o n s i d e r a b l e r e f u e r z o de lo i m a g i n a -
rio. Es p o r e s t o p o r l o q u e e l p s i c o a n á l i s i s s i g u e s i e n d o m a l t o l e r a d o , y
p o d e m o s c o m p r e n d e r l o . Es e l m i s m o r e s o r t e q u e F r e u d d e n u n c i a b a
e n 1 9 2 5 e n s u t e x t o s o b r e " L a s r e s i s t e n c i a s a l psicoanálisis".^'* E l p s i -
c o a n á l i s i s c o n s t i t u í a u n a t a q u e i n s o p o r t a b l e a ese ser h a b l a n t e q u e
d e s c u b r í a n o s o l a m e n t e h a b e r p e r d i d o e l p r i v i l e g i o d e ser e l c e n t r o
del u n i v e r s o y e l rey d e l a C r e a c i ó n , pues n i s i q u i e r a e r a ya el c e n t r o
de s u p r o p i a c o n c i e n c i a . H e r i d a n a r c i s i s t a i n s o p o r t a b l e , d i a g n o s t i c a -
ba e l p r o f e s o r F r e u d . ¿ C ó m o n o estaría a g r a v a d a h o y , e n é p o c a s d e
n a r c i s i s m o e x a c e r b a d o , c u a n d o "...es i m p o s i b l e d e s c o n o c e r q u e su
s a t i s f a c c i ó n ( d e l a p u l s i ó n ) se e n l a z a c o n u n g o c e n a r c i s i s t a e x t r a o r d i -
n a r i a m e n t e elevado, e n l a m e d i d a e n q u e e n s e ñ a a l y o la satisfacción
de sus a n t i g u o s d e s e o s d e o m n i p o t e n c i a " ? ^ ^
C o m e n z a m o s s e ñ a l a n d o q u e si e l t e x t o d e 1 9 0 8 e s t a b a " d a t a d o " ,
lo e s t a b a t a m b i é n c o n r e l a c i ó n a l a o b r a m i s m a d e F r e u d . E n " L a m á s
generalizada degradación de la vida amorosa", F r e u d i n d i c a b a clara-
m e n t e —^ya l o h e m o s c i t a d o — q u e a l g o e n l a p u l s i ó n m i s m a r e s i s t e a
la p l e n a s a t i s f a c c i ó n . M u c h o s a ñ o s d e s p u é s , e n E l malestar en la cultura,
Freud reunirá los dos p u n t o s : la c u l t u r a existe p o r l a s o f o c a c i ó n de
pulsiones c o m o l o a f i r m a b a ya e n 1908, p e r o e n l o q u e respecta a l a
satisfacción p o s i b l e e l o b s t á c u l o n o es s i m p l e m e n t e e x t e r n o , n o es
s i m p l e m e n t e i m p u t a b l e a la s o c i e d a d o a l a c u l t u r a : " M u c h a s veces
Jacques L a c a n , " E l estadio del espejo como formador de la función del yo (Je) tal
como se nos revela e n la experiencia psicoanalítica" (1949), Escritos, op. cit, p. 90.
S i g m u n d F r e u d , " L a s resistencias al psicoanálisis" (1925), O. C, vol. x i x , pp.
227-235.
®^ Sigmund Freud, El malestar en la cultura (1930), O. C, vol. x x i , op. cit, p. 117.
146 DANIEL KOREN
u n o c r e e d i s c e r n i r q u e n o es s ó l o l a p r e s i ó n d e l a c u l t u r a , s i n o algo
q u e está e n l a e s e n c i a d e l a f u n c i ó n m i s m a , l o q u e n o s d e n i e g a l a sa-
tisfacción p l e n a y nos esfuerza p o r o t r o s c a m i n o s .
T o d o h a c a m b i a d o ; t o d o s i g u e i g u a l . E l m u n d o n o es e l m i s m o ,
p e r o sí l o es e l f u n d a m e n t o d e l o s s u j e t o s h e c h o s n o d e a r c i l l a sino
d e l e n g u a j e : l a f a l t a , e l d e s e o i n c o n s c i e n t e , l a p u l s i ó n s i e m p r e insa-
tisfecha q u e e m p u j a s i e m p r e h a c i a d e l a n t e . L a insatisfacción n o ha
d e s a p a r e c i d o , l a n e r v i o s i d a d t a m p o c o . Se h a c o n t e n t a d o c o n c a m b i a r
de si(g)no.
¿ Q u é h a c e r c o n s e m e j a n t e d i s c u r s o ? Eso es lo que el discurso analítico
tiene el encargo de escuchar.
M e g é v e - P a r í s , d i c i e m b r e d e 2 0 0 7 / e n e r o d e 2008
96 Ibid., p. 103.
TRAS E L CRISTAL.
METAPSICOLOGÍA DE L A NERVIOSIDAD
ALEJANDRO SALAMONOVITZ WEINSTOCK
INTRODUCCIÓN
H a n pasado cien años desde que F r e u d escribió " L a m o r a l sexual

' c u l t u r a l ' y l a n e r v i o s i d a d m o d e r n a " . E n ese a r t í c u l o él d e s t a c a l o s
electos de la m o r a l sexual " c u l t u r a l " c o m o acicate p a r a la i n v e n c i ó n
h u m a n a . E n su o p i n i ó n , n u e s t r a c u l t u r a y t o d o l o q u e ella p r o d u c e
estaría t o m a n d o s u e n e r g í a d e l a l i b i d o . L a p u l s i ó n s e x u a l es d e s v i a d a
h a c i a u n n u e v o fin, n o s e x u a l , y a p u n t a r í a d e t a l m o d o h a c i a o t r o s o b -
j e t o s , s o c i a l m e n t e v a l o r a d o s . E s t e p r o c e s o se d e n o m i n a s u b l i m a c i ó n .
S i n e m b a r g o , n o t o d a l a e n e r g í a s e x u a l p u e d e ser s u b l i m a d a . L a a b s -
t i n e n c i a s e x u a l , d e c í a F r e u d , es a l g o q u e l a m a y o r í a d e las p e r s o n a s
n o está, c o n s t i t u c i o n a l m e n t e , e n c o n d i c i o n e s d e s o p o r t a r . A s í c o m o
e n l a física s i e m p r e q u e d a u n a c a n t i d a d d e e n e r g í a i n a p r o v e c h a b l e
q u e se p i e r d e e n c a l o r , h a y u n a p a r t e d e l a l i b i d o q u e se " d e s p e r d i c i a "
c o m o "calor" pasional. E l sujeto e n f e r m a c u a n d o la m o r a l sexual n o
p e r m i t e q u e esa p a r c e l a d e l i b i d o , n o a p r o v e c h a b l e p a r a l a c u l t u r a ,
se d e s f o g u e e n e l e j e r c i c i o d e l a s e x u a l i d a d . Es l o q u e F r e u d n o m b r a
" n e r v i o s i d a d m o d e r n a " . E s t a ú l t i m a se e x p r e s a e n f o r m a s i n g u l a r p a r a
c a d a s u j e t o c o m o " n e u r o s i s a c t u a l " . Es d e c i r , l a a b s t i n e n c i a i m p u e s t a
p o r l a m o r a l s e x u a l c u l t u r a l g e n e r a r í a u n a estasis d e l a l i b i d o que
actuaría a l a m a n e r a de u n tóxico, o u n c u e r p o extraño, e n e l c u e r p o
del neurótico.
L a s n e u r o s i s a c t u a l e s — e n t r e las q u e F r e u d i n c l u y e l a n e u r a s t e -
n i a , l a n e u r o s i s d e a n g u s t i a y l a h i p o c o n d r í a — a d i f e r e n c i a d e las
p s i c o n e u r o s i s , t e n d r í a n s u o r i g e n e n esa a b s t i n e n c i a f a l l i d a , es d e c i r ,
serían efecto de ciertas c o n d u c t a s sexuales c o n c r e t a s d e l sujeto. P o r
e j e m p l o , la neurasteniatendría que ver c o n u n a práctica c o m p u l s i v a
d e l a m a s t u r b a c i ó n . S i b i e n es c i e r t o q u e F r e u d v a r e c o n d u c i e n d o
e n s u o b r a las n e u r o s i s a c t u a l e s a las p s i c o n e u r o s i s — p u e s t o q u e s o n
inseparables la e n f e r m e d a d psíquica de u n sujeto, su h i s t o r i a y cier-
tos f a c t o r e s c o n s t i t u c i o n a l e s — , m e p a r e c e i m p o r t a n t e resaltar a q u í
[147]
148 ALEJANDRO SALAMONOVITZ
l a e s p e c i f i c i d a d d e las n e u r o s i s a c t u a l e s . Éstas, e n t a n t o p r o d u c t o d e
u n a f o r m a actual de ejercicio de la sexualidad, y p o r lo m i s m o vin-
culadas a u n a m o r a l sexual "cultural", d a n cuenta de u n f e n ó m e n o
c o l e c t i v o e n el q u e todos e n f e r m a m o s , e n m a y o r o m e n o r m e d i d a , al
ser i n t o x i c a d o s p o r l a p ó c i m a d e l a m o r a l s e x u a l . Esta " n e r v i o s i d a d
m o d e r n a " , a n c l a d a e n las n e u r o s i s a c t u a l e s , n o s c o m p e l e a p e n s a r
los p u n t o s d e articulación e n t r e e l s u j e t o p s í q u i c o y la s o c i e d a d . Esta-
m o s , c o m o m u c h a s veces n o s o c u r r e e n psicoanálisis, b o r d e a n d o los
abismos que surgen al acercarnos a la f r o n t e r a de otras disciplinas,
e n este caso l a s o c i o l o g í a . E l c o n c e p t o p s i c o a n a l í t i c o q u e n o s pone
e n esta f r o n t e r a , c o n c e p t o p o r d e m á s o s c u r o e n l a p l u m a f r e u d i a n a ,
es e l d e s u b l i m a c i ó n . C e n t r a r e m o s b u e n a p a r t e d e n u e s t r o t r a b a j o
e n este c o n c e p t o . L o s c a m i n o s y f a l e n c i a s d e l a s u b l i m a c i ó n n o s p e r -
mitirán pensar la " n e r v i o s i d a d m o d e r n a " , al t i e m p o q u e f o r m u l a r e -
m o s u n a p r o p u e s t a t e ó r i c a e n t o r n o d e l p r o c e s o s u b l i m a t o r i o y sus
c o n e x i o n e s c o n la c o n c e p c i ó n psicoanalítica d e l t r a u m a . Pero antes
d e e n t r a r a l c u e r p o d u r o , Kernel de nuestras reflexiones, continua-
c i ó n d e u n t r a b a j o a n t e r i o r , ^ se i m p o n e u n r e c o r r i d o p r e v i o e n t o r n o
d e l e s t a d o a c t u a l d e l a m o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' . ¿Es l a m i s m a d e h a c e
c i e n a ñ o s o h a c a m b i a d o y c ó m o ? Y si h a c a m b i a d o ; ¿ c o n t r a d i c e n o
n o e s o s c a m b i o s a l e s t a d o d e las n e u r o s i s a c t u a l e s e n e l p r e s e n t e ?
Estas h a n t e n d i d o a m a n i f e s t a r s e c o m o e n f e r m e d a d e s c o r p o r a l e s y
c o n f i g u r a n e l c a m p o p s i c o s o m á t i c o ; nos p a r e c e q u e ellas v a n d e l a
m a n o d e las d e p r e s i o n e s , las a d i c c i o n e s y l a v i o l e n c i a , e s o q u e h e m o s
n o m b r a d o e n o t r a parte^ " e n f e r m e d a d e s d e l s i l e n c i o " . Si aceptáse-
m o s el vínculo entre neurosis actuales y e n f e r m e d a d e s d e l silencio,
t e n d r í a m o s q u e s u s c r i b i r l a t e s i s d e q u e l a " n e r v i o s i d a d m o d e r n a " se
i n c r e m e n t ó e x p o n e n c i a l m e n t e e n e s t o s ú l t i m o s c i e n a ñ o s . Y si e s t o
es así p o d r e m o s a f i r m a r q u e l a m o r a l s e x u a l " c u l t u r a l " h a a u m e n t a -
d o de igual f o r m a . M e parece q u e n o cabe pensar e n u n a u m e n t o de
la m o r a l sexual "cultural", sino que, p o r el c o n t r a r i o , al menos e n lo
m a n i f i e s t o , l a m o r a l " c u l t u r a l " se h a r e l a j a d o b a s t a n t e d e s d e 1 9 0 8 .
Sin e m b a r g o , n o c o n s i d e r a m o s q u e F r e u d e n su artículo caiga e n
u n a i n c o n g r u e n c i a lógica p o r el hecho de a u m e n t a r la nerviosidad
' A . Salamonovitz, Del silencio a la palabra. Reflexiones psicoanalíticos sobre la depresión,

México, Círculo Psicoanalítico Mexicano, 1999, pp. 86-95.
^ A . Salamonovitz, " L a s enfermedades del silencio: U n a articulación psicoanalítica-
social". Carta Psicoanalítica, núm. 10, mayo de 2007. •cwww.cartapsi.org>.
TRAS E L CRISTAL 149
m o d e r n a e n el c o n t e x t o de u n a m o r a l sexual más relajada. Más b i e n

n o s p a r e c e q u e F r e u d , e n vez d e p r o p o n e r u n a l e y d e p r o p o r c i o n a l i -
d a d e n t r e m o r a l sexual y n e r v i o s i d a d , p l a n t e a u n a serie c o m p l e j a de
e l e m e n t o s q u e h a y q u e a n a l i z a r y d e s a r r o l l a r c o n c u i d a d o , c o n e l fin
de m o s t r a r el abanico de factores q u e llevan de la " n e r v i o s i d a d m o -
d e r n a " a la melancolía p o s m o d e r n a . E n tal sentido nos o p o n e m o s a
t o d a l e c t u r a pansexualista de la o b r a f r e u d i a n a .
N o s p a r e c e q u e e l e l e m e n t o c e n t r a l q u e d e b e ser i n c l u i d o e n u n a
reflexión de la clínica c o n t e m p o r á n e a es l a p u l s i ó n d e m u e r t e y e l p a -
p e l q u e d e s e m p e ñ a e n las p r á c t i c a s s e x u a l e s a c t u a l e s , así c o m o e n las
formas que tenemos de p r o d u c i r cultura, cultura chatarra. Propone-
mos q u e j u s t a m e n t e la pulsión de m u e r t e p e r m i t e resolver la aparente
contradicción c o n e l p u n t o d e vista e c o n ó m i c o e n la metapsicología
f r e u d i a n a . Es d e c i r , l a r e d u c c i ó n e n las r e s t r i c c i o n e s i m p u e s t a s p o r l a
m o r a l sexual " c u l t u r a l " — q u e , en p r i n c i p i o , tendría que d i s m i n u i r la
n e r v i o s i d a d s o c i a l — e s t a r í a f u e r t e m e n t e c o n t r a r r e s t a d a p o r las c a n -
t i d a d e s masivas d e e n e r g í a q u e q u e d a n f u e r a d e l a p a r a t o psíquico,
m i s m a s q u e darían c u e n t a d e los estragos p r o v o c a d o s p o r l a p u l s i ó n
d e m u e r t e e n los sujetos. Estos t o r r e n t e s d e l i b i d o n o - n a t a , serían los
r e s p o n s a b l e s d e las e n f e r m e d a d e s d e l s i l e n c i o q u e a z o t a n a l p l a n e t a .
E s t e p r o c e s o sería c o m o u n a c a s c a d a e l é c t r i c a d e s i l e n c i o — a q u e l l o
q u e W i l l i a m Styron^ llamó t o r m e n t a d e l cerebro para referirse a la
depresión— que desborda el psiquismo en u n m a r no simbolizado,
o c é a n o de oscuridad, de doloroso silencio.
Estamos ante u n a nueva ecuación energética d e l psiquismo h u m a -
n o , efecto de u n a distorsión e n la constitución m i s m a d e l narcisismo.
N u e s t r a hipótesis sugiere u n a transformación d e l estadio d e l espejo
( L a c a n ) , e n l o q u e d e n o m i n a m o s estadio d e l cristal. Los nuevos suje-
tos h a b i t a n e l s i l e n c i o tras e l cristal c o m o testigos m u d o s de u n m u n -
d o d o n d e e l a f e c t o y a n o les p e r t e n e c e . E s t a m o s s i e n d o a r r o j a d o s t r a s
e l c r i s t a l d e esas b u r b u j a s q u e s u g i e r e l a p e l í c u l a " " , d e s d e d o n d e ce-
d e m o s n u e s t r a e n e r g í a a u n m u n d o q u e n o s es a j e n o . Ya n o s e n t i m o s
la " n e r v i o s i d a d m o d e r n a " ; a h o r a la p a d e c e m o s c o m o d o l o r m u d o .
Esta f a l l a e n e l pasaje d e l a u t o e r o t i s m o a l n a r c i s i s m o , i m p r i m e u n
sello d e perversión e n n u e s t r a sociedad q u e , tras e l cristal líquido de
u n a c o m p u t a d o r a , nos recuerda que n o somos dignos de la n e r v i o -
s i d a d p u e s h o y e n día los n e r v i o s o s s o n los m e r c a d o s de valores, los
^ W. Styron (1992), Esa visible oscuridad. Memoria de la locura, México, Grijalbo, 1992.
150 A L E J A N D R O S A L A M O N O V I T Z
v a l o r e s s o n l o s d e las b o l s a s y las a c c i o n e s , c u a n d o n o s o n c r i m i n a l e s ,
son bursátiles.
E l p u n t o de vista d i n á m i c o de la m e t a p s i c o l o g í a de la n e r v i o s i d a d
q u e d a b i e n r e p r e s e n t a d o p o r l a o p o s i c i ó n e n t r e las p u l s i o n e s d e v i d a
y d e m u e r t e , m i s m a q u e i n t r o d u c e u n a t o p o l o g í a q u e e n f r e n t a a l es-
pacio intrapsíquico c o n el extrapsíquico.
E l pasaje de la n e r v i o s i d a d a la m e l a n c o l í a , de l a a c t i v i d a d a la pasi-
v i d a d y de la sexualidad a la m u e r t e , o c o m o d e c i m o s más adelante, a
l a s e x u a l i d a d d e m u e r t e , es e l r o s t r o m o s t r a d o p o r l a n e r v i o s i d a d p o s -
m o d e r n a , t o r m e n t a d e l c e r e b r o , s i l e n c i o d e s e s p e r a d o e n los albores
del nuevo milenio.
E L T I E M P O : V I A J E S A L E U T U R O Y A L P A S A D O
L a m o r a l sexual " c u l t u r a l " de nuestros tiempos ha cambiado notable-

m e n t e . L a j u v e n t u d , e n m u c h o s casos, g o z a d e u n a l i b e r t a d i n i m a -
g i n a b l e h a c e c i e n a ñ o s . Es r a r o e n c o n t r a r m u j e r e s q u e r e s e r v e n su
v i r g i n i d a d p a r a l a n o c h e d e b o d a s . P o r o t r a p a r t e , y a n o se s o s t i e n e , e n
más de la m i t a d de la p o b l a c i ó n , el c o m p r o m i s o conyugal de p e r m a -
n e c e r j u n t o s h a s t a q u e l a m u e r t e l o s s e p a r e . H o y e n d í a es m á s c o m ú n
e n c o n t r a r p e r s o n a s q u e se d i v o r c i a n y c o n s t r u y e n v a r i a s relaciones
d e p a r e j a e n su v i d a , q u e p a r e j a s u n i d a s h a s t a l a m u e r t e . Estos c a m -
bios e n n u e s t r a sociedad nos h a c e n pensar q u e h o y existe u n a m o r a l
sexual ' c u l t u r a l ' m u c h o más relajada, y q u e p o r e n d e tendríamos que
haber c o n s t r u i d o u n m u n d o m e n o s "nervioso". Sin embargo, la abun-
d a n c i a de e n f e r m o s de silencio e n los q u e e l deseo a p a r e c e e n m u d e c i -
d o , i r r e a l i z a b l e , c o m o e n e l caso d e los m i l l o n e s d e m e l a n c ó l i c o s m o -
d e r n a m e n t e l l a m a d o s d e p r e s i v o s , c o n t r a d i c e este s u p u e s t o progreso.
H o y e n d í a , e l q u e n o se d e p r i m e se e n f e r m a y e l q u e n o es m e d i c a d o
p o r u n e s p e c i a l i s t a , se a u t o m e d i c a o se d r o g a . T o d o s estos enfermos
d e l s i l e n c i o e s t á n a d i s t a n c i a d e sus p r o p i o s a f e c t o s . V i v e n c o m o si
e s t u v i e s e n d e t r á s d e u n c r i s t a l q u e les i m p i d e e s c u c h a r , y p o r l o t a n t o ,
sentir. Estos e n f e r m o s d e s i l e n c i o s o n los i n q u i l i n o s d e l a p o s m o d e r n i -
d a d . E n este m i s m o t e n o r a f i r m a m o s q u e s o n l o s h a b i t a n t e s d e l a p o s -
n e r v i o s i d a d . I n c l u s o l o s q u e s u f r e n d e hiperangustia. Esos c u a d r o s de
angustia extrema p o r t a n u n psiquismo totalmente rebasado en donde
la exigencia de sobrevivir cancela la posibilidad de apalabrar el dolor.
1RAS E L CRISTAL 151
E l hiperangustiado t a m b i é n está m á s allá d e l a n e r v i o s i d a d . T o d o s l o s

e n f e r m o s d e s i l e n c i o , los p o s n e r v i o s o s , c o m p a r t e n u n c i e r t o e x i l i o
respecto d e l m u n d o simbólico, habitan el d o l o r sin palabra. V i v e n
d e t r á s d e u n c r i s t a l q u e les i m p i d e e s c u c h a r s e . E l e n f e r m o d e s i l e n c i o
t i e n e p r o b l e m a s e n l a e s t r u c t u r a c i ó n d e s u n a r c i s i s m o . E l se d e s p e ñ ó ^
e n e l e s t a d i o d e l espejo'^ p a r a q u e d a r h a b i t a n d o e l e s t a d i o d e l c r i s t a l .
E l l o s , l o s q u e m i r a n t r a s e l c r i s t a l , n o se c u r a n c o n p a l a b r a s s i n o c o n
a n a l g é s i c o s . P e n s a n d o así p o d r í a m o s p r e t e n d e r q u e l a n e r v i o s i d a d h a
d i s m i n u i d o g r a c i a s a l a " l i b e r a c i ó n s e x u a l " q u e t u v o l u g a r e n los últi-
m o s c i e n a ñ o s . E s t e r a z o n a m i e n t o , q u e n o s u s c r i b i m o s , está m o n t a d o
e n u n m o d e l o e p i s t é m i c o q u e n o es e l d e l p s i c o a n á l i s i s . L a é t i c a q u e
o r i e n t a a l p s i c o a n a l i s t a es l a é t i c a d e l d e s e o . N o p o d e m o s p e n s a r q u e
el s u j e t o está " m e j o r " p o r q u e a p a r e n t e m e n t e está m e n o s n e r v i o s o y
t i e n e u n a v i d a s e x u a l más l i b r e , s i n p r e g u n t a r n o s p o r e l d e s e o . E n este
sentido, consideramos que la nerviosidad de la q u e hablaba F r e u d ,
lejos d e h a b e r s e s u p e r a d o , h a a u m e n t a d o a l g r a d o d e d e s b o r d a r a l
p s i q u i s m o d e l o s s u j e t o s . E s t a i n u n d a c i ó n es l a i m p o s i b i l i d a d d e a p a -
l a b r a r u n p r o c e s o , d a d o s sus a l t í s i m o s n i v e l e s e n e r g é t i c o s — F r e u d * ^
sostenía q u e l a m e l a n c o l í a e r a c o m o u n a h e r i d a a b i e r t a p o r la q u e
d r e n a t o d a l a e n e r g í a s i n p a s a r p o r e l p s i q u i s m o — ; es l o q u e e n t e n -
d e m o s p o r p o s n e r v i o s i d a d , u n e x c e s o d e n e r v i o s i d a d . E s o está " m á s
allá d e l a n e r v i o s i d a d " y h u n d e sus r a í c e s e n l a p u l s i ó n d e m u e r t e . L a
" n e r v i o s i d a d " d e l s i g l o x x i es e n o r m e y r e b a s a b r u t a l m e n t e a q u e l l a
que p a d e c i ó la sociedad de 1908. H o y somos i n q u i l i n o s d e l ojo d e l
h u r a c á n q u e e n c a p s u l a u n a t e n s a c a l m a t r a s e l c r i s t a l e n ese r e c i n t o
d o n d e n o se e s c u c h a y n o se h a b l a . E l " e s t a d i o d e l c r i s t a l " es l a c u n a
de l a n u e v a s o c i e d a d s o r d o m u d a q u e i n s i s t i m o s e n c o n s t r u i r d e s d e
h a c e c i e n a ñ o s . Es p o r e l l o p o r l o q u e n o p e n s a m o s q u e l a " l i b e r a c i ó n
s e x u a l " esté e n c a m i n a d a a d i s m i n u i r l a " n e r v i o s i d a d m o d e r n a " . Este
hecho n o nos lleva a p r e s u p o n e r inconsistencia e n la afirmación de
F r e u d s i n o q u e nos lleva, p o r u n l a d o , a h a c e r u n a r e l e c t u r a d e esta
"liberación sexual", y p o r el o t r o , nos i n t e r r o g a sobre la capacidad
s u b l i m a t o r i a d e los sujetos sociales. Estos dos c o m p o n e n t e s , l a c a p a -
cidad s u b l i m a t o r i a y la m a y o r participación de la pulsión de m u e r t e ,
^ A. Salamonovitz, Del silencio a la palabra..., op. cit., 1999, p. 39.

J . L a c a n , " E l estadio del espejo como formador de la función del yo tal como se nos
revela en la experiencia psicoanalítica", Escritos 1, México, Siglo X X I , 1981.
S. F r e u d , "Duelo y melancolía" (1915), en Obras completas, vol. x i v , Buenos Aires,
Amorrortu, 1976, p. 250.
i n t e g r a n l a e c u a c i ó n q u e n o s p e r m i t i r á v i s l u m b r a r e l d e s a r r o l l o d e la
n e r v i o s i d a d e n nuestras sociedades, al t i e m p o q u e permitirá reflexio-
nar sobre nuestras errancias c o m o sociedad p r o d u c t o r a de cultura.
P o r esta vía b u s c a r e m o s c o n e c t a r e l p r o b l e m a d e l a m o r a l s e x u a l c o n
el t e m a d e l t r a u m a e n psicoanálisis. C r e e m o s q u e c e n t r a r e l p r o b l e m a
d e l a m o r a l s e x u a l e n e l t r a u m a s e x u a l , n o s p e r m i t i r á n o c o n f u n d i r la
"liberación sexual" c o n u n a mejoría e n la calidad de la sexualidad hu-
m a n a . E s t e pasaje d e l c o n c e p t o d e m o r a l s e x u a l a l d e t r a u m a n o s per-
m i t e evitar caer e n c o n t r a d i c c i o n e s , t a n t o f r e n t e a l discurso f r e u d i a n o
c o m o a n t e e l e s p e c t r o p s i c o p a t o l ó g i c o q u e e n f r e n t a m o s e n l a clínica.
E l t r a u m a , a s u vez, será a r t i c u l a d o c o n e l c o n c e p t o d e s u b l i m a c i ó n .
T r a u m a y s u b l i m a c i ó n se r e l a c i o n a n e n u n a d i a l é c t i c a c u y o s e l e m e n t o s
c o m p a r t i d o s s o n los d i s t i n t o s a b o r d z y e s d e l t i e m p o ; d e l a n t e s d e s p u é s
d e a h o r a , e l aprés-coup o r e s i g n i f i c a c i ó n f r e u d i a n a , p e r o t a m b i é n e l a h o -
r a d e s p u é s d e antes, a l a m a n e r a d e u n viaje q u e r e c o r r e e l t i e m p o en
f o r m a i n v e r t i d a . Es d e c i r , e l t r a u m a y l a s u b l i m a c i ó n s o n c o n c e p t o s q u e
i n t e r a c c i o n a n e n u n m u n d o h e c h o d e t i e m p o , d o l o r y p a l a b r a . Son
c o n c e p t o s q u e n a v e g a n e n e l t i e m p o m á g i c o q u e se p r o d u c e a través
d e l a r t e , l a c i e n c i a y, e n p a r t i c u l a r , e n esa m á q u i n a d e h a c e r a r t e y c i e n -
c i a q u e l l a m a m o s p s i c o a n á l i s i s . E l d i v á n ( q u e s i g n i f i c a o b r a p o é t i c a ) es
el asiento m a t e r i a l de u n m u n d o q u e W i n n i c o t t ' llamó espacio transi-
c i o n a l . Espacio d o n d e r e i n a u n e r ó n o s d o n d e e l sujeto viaja a l pasado
p a r a r e s i g n i f i c a r e l p r e s e n t e . Q u i e n l o g r a h a b i t a r ese tiempo o t r o , tiem-
p o m á g i c o , tiempo i m p o s i b l e , p u e d e c o n s t r u i r l a e s p e r a n z a d e r o m p e r
el cristal q u e l o aisla d e l m u n d o d é los afectos. S ó l o l a o n d a d e c h o q u e
d e l t i e m p o n o c r o n o l ó g i c o , es c a p a z d e r o m p e r e l c r i s t a l d e l a p o s n e r -
v i o s i d a d . Es e l e s t r u e n d o , ese g r i t o d e s g a r r a d o r q u e r o m p e e l s i l e n c i o
p a r a volver a i n s t i t u i r la p a l a b r a c o m o ley social.
SEXUALIDAD D E VIDA Y SEXUALIDAD D E M U E R T E
Este subtítulo e v o c a u n a c o n t r a d i c c i ó n q u e — n o s p a r e c e — está e n el

centro de la supuesta contradicción e n el texto f r e u d i a n o que comen-
tamos en la sección anterior.
Si a s o c i a m o s s e x u a l i d a d a E r o s , p a r e c e c o n t r a d i c t o r i o l i g a r sexua-
' D . W. Winnicott (1985), Realidad y juego, Buenos Aires, Gedisa, 1985.

TRAS E L CRIS I A L 153
l i d a d a su c o n t r a r i o , Tánatos. S i n e m b a r g o , c r e e m o s q u e e l o r i g e n
de la contradicción está e n l l a m a r s e x u a l i d a d a c i e r t a s p r á c t i c 2 i s que
n u e s t r a c u l t u r a l l a m a sexuales. Q u i e r o r e l a t a r u n a h i s t o r i a q u e me
c o n t ó u n a a m i g a q u e r e s i d e e n E U A h a c e y a m u c h o s a ñ o s . Se t r a t a
del d r a m a de u n amigo de ella que c o n o c i ó a u n a m u c h a c h a muy
b o n i t a c o n l a q u e i n t i m a b a e n l o q u e p o d r í a ser u n s u e ñ o i d í l i c o de
unas pocas horas, y q u e acaba e n la c a m a de u n h o t e l d o n d e "hacen
el a m o r " . E l h o m b r e q u e d a d o r m i d o después de la a v e n t u r a y c u a n d o
d e s p i e r t a se d a c u e n t a d e q u e l a c h i c a y a se f u e . É l , r e s i g n a d o a q u e las
h i s t o r i a s d e a m o r p o s m o d e r n a s d u r e n a l g u n a s h o r a s , se l e v a n t a y v a a l
b a ñ o a lavarse la c a r a c o m o p r e p a r á n d o s e p a r a l a s i g u i e n t e h i s t o r i a d e
a m o r . C u a n d o l l e g a al b a ñ o , levanta l a vista y q u e d a p a s m a d o f r e n t e a
u n a f r a s e e s c r i t a c o n l á p i z l a b i a l s o b r e e l e s p e j o : "Welcome to the world
of aids" ( B i e n v e n i d o a l m u n d o d e l s i d a ) . E n este i n s t a n t e s i e n t e q u e
d e s a p a r e c e , q u e e l e s p e j o y a n o l e d e v u e l v e s u i m a g e n y q u e é l se d e s -
v a n e c e f r e n t e a u n e s p e j o q u e se v u e l v e c r i s t a l .
L o q u e p a r e c e r í a u n e n c u e n t r o d e a m o r y s e x o se d e v e l a c o m o u n
e n c u e n t r o d e o d i o . Estas n u e v a s f o r m a s d e s e x u a l i d a d t i e n e n q u e v e r
c o n Tánatos y n o con Eros. L a sexualidad de m u e r t e n o puede contri-
b u i r a d i s m i n u i r la nerviosidad m o d e r n a , p o r el c o n t r a r i o , la a u m e n t a
hasta e l d e s b o r d a m i e n t o ; lejos de inscribirse e n los registros d e l a m o r ,
se i n s c r i b e e n e l r e g i s t r o d e l a g u e r r a . ¿ C u á n t a s b a t a l l a s se l i b r a n e n
las a l c o b a s ? R e i v i n d i c a c i o n e s d e g é n e r o , r e i v i n d i c a c i o n e s t r a n s g e n e -
racionales, venganzas, r e s e n t i m i e n t o s , c a l u m n i a s , engaños, la lista de
l o q u e se a c t ú a e n c a d a e n c u e n t r o s e x u a l es t a n l a r g a c o m o l o n o - d i -
cho en nuestra cultura. Sexualidad de muerte, sexualidad guerrera:
f o r m a s traumáticas d e ejercer la s e x u a l i d a d .
E n las p r i m e r a s c o n c e p c i o n e s freudianas s o b r e l a e t i o l o g í a d e las
n e u r o s i s , se a c u s a b a a l t r a u m a c o m o c a u s a n t e d e l a r e p r e s i ó n secun-
d a r i a . E l t r a u m a , i n s c r i t o e n l a r e a h d a d psíquica, sería e f e c t o d e a l m e -
n o s d o s e s c e n a s . E n l a p r i m e r a d e e l l a s se p r o d u c e u n a c o n t e c i m i e n t o
e n e l q u e i r r u m p e la s e x u a l i d a d a d u l t a e n e l n i ñ o . Esta p r i m e r a escena
n o p u e d e ser s i g n i f i c a d a p o r e l m e n o r y a q u e n o c u e n t a c o n u n a p z i r a -
to conceptual q u e le p e r m i t a e n t e n d e r lo que ocurrió. E n u n segundo
tiempo y después de la p u b e r t a d , cierta escena evoca l a p r i m e r a , c o n
l o q u e l a p r i m e r a e s c e n a es r e s i g n i f i c a d a e n c u a n t o a s u c o n t e n i d o
s e x u a l . E l t r a u m a se p r o d u c e e n este s e g u n d o tiempo c o m o u n golpe
p o s t e r i o r , u n aprés-coup. Este m o d e l o explicaría l a génesis d e l a psico-
n e u r o s i s . E n e l caso d e l t r a u m a q u e aparece e n n u e s t r o e j e m p l o , n o
154 ALEJANDRO S A L A M O N O V n Z
h a y u n l a p s o e n e l q u e se r e s i g n i f i q u e c o n l a l e n g u a d e l a d u l t o o d e l
adolescente algo q u e fue vivido c o n la l e n g u a de la infancia. S i n e m -
b a r g o , sí h a y d o s t i e m p o s q u e se c r u z a n . Está e l p r i m e r t i e m p o d e l a
fantasía d e l a m o r , d e sexo, d e e n c u e n t r o , y u n s e g u n d o t i e m p o e n q u e
i r r u m p e n e l o d i o , l a v e n g a n z a y l a m u e r t e . N o se t r a t a d e l d i f e r e n d o
d e l e n g u a s e n t r e e l n i ñ o y e l a d u l t o , q u e es c o m o n o s e x p l i c á b a m o s
l a g é n e s i s d e l a p s i c o n e u r o s i s . A q u í e s t a m o s e n e l a b i s m o q u e se a b r e
entre la l e n g u a del amor, de Eros y la l e n g u a d e l p o d e r y de Tánatos.
Quizá habría que decir, c o m o para i r precisando, la no-lengua d e l po-
d e r y d e T á n a t o s . Se c r e a u n a b i s m o e n t r e u n p r i m e r t i e m p o e n e l q u e
r e i n a n la l e n g u a y el deseo, y u n segundo t i e m p o e n el que i r r u m p e el
s i l e n c i o , c u a n d o l a n o - l e n g u a p a r a l i z a e l d e s e o . Es u n p r i m e r t i e m p o
erótico y u n s e g u n d o t i e m p o tanático.
E s t e t r a u m a q u e se p r o d u c e e n u n s o l o e v e n t o n o s c o n d u c e , o r a
a u n a neurosis actual ora a u n a e n f e r m e d a d del silencio. C u a n d o el
t r a u m a o c u r r e e n dos t i e m p o s e n t r e los cuales h a y u n c a m b i o e n la
c a p a c i d a d d e h a b l a r d e l s u j e t o , es d e c i r , c u a n d o m e d i a l a p u b e r t a d , y
c u a n d o las c o n c e p c i o n e s d e l a s e x u a l i d a d h a n c a m b i a d o d e l a p r i m e -
r a a l a s e g u n d a escena, estamos a n t e la génesis d e u n a neurosis. Q u e -
r e m o s resaltar q u e e n los t r a u m a s q u e o c u r r e n e n u n solo t i e m p o , n e -
c e s a r i a m e n t e h a y — a l m e n o s — d o s escenas. P e r o t a m b i é n q u e r e m o s
m o s t r a r q u e ese t i e m p o es e n r e a l i d a d u n m o n t a j e d e d o s t i e m p o s .
E n este s e n t i d o , a f i r m a m o s q u e t o d o t r a u m a , i n c l u i d a a q u e l l o s q u e
p r o d u c e n las c a t á s t r o f e s y las g u e r r a s , está c o n s t r u i d o p o r n o m e n o s
d e dos escenas y d e dos t i e m p o s .
E n o t r o trabajo^ m o s t r a m o s e l carácter p a l p i t a n t e d e l a p a r a t o psí-
quico. "Hablar de u n t r a u m a c o m o desencadenante de u n d e r r u m b e
n a r c i s i s t a s e r í a p o d e r p e n s a r l o e n sus d o s t i e m p o s . E l c a r á c t e r p a l -
pitante d e l aparato psíquico aquí p r o p u e s t o i n t r o d u c e dos t i e m p o s
p s í q u i c o s p a r a c a d a e v e n t o q u e o c u r r e e n u n s o l o t i e m p o físico. U n
aparato palpitante muestra u n segundo t i e m p o v i n c u l a d o c o n la his-
t o r i a i n c o n s c i e n t e y l a i n f a n c i a a través d e l p r o c e s o r e g r e d i e n t e q u e l a
palpitación produce."^
Q u e r e m o s d e f i n i r la s e x u a l i d a d d e v i d a c o m o u n a a c c i ó n q u e des-
e n c a d e n a u n a p a l p i t a c i ó n e n e l p s i q u i s m o . Es u n a e s c e n a q u e hace
r e a l i z a b l e u n d e s e o . L a s e x u a l i d a d d e v i d a e s t a r í a e n l a base d e t o d a s
* A . Salamonovitz, Del silencio a la palabra..., op. cit., p. 33.

9 Ibid., p. 93.
las f o r m a c i o n e s d e c o m p r o m i s o c o m o s o n l o s s u e ñ o s , l o s a c t o s íalli-
dos, los chistes y los s í n t o m a s . F r e u d a f i r m a q u e los s í n t o m a s s o n l a
f o r m a q u e t i e n e n los n e u r ó t i c o s d e e j e r c e r su s e x u a l i d a d . L o s sínto-
mas n e u r ó t i c o s e s t á n e n l a s e r i e d e las f o r m a c i o n e s d e c o m p r o m i s o
j u n t o c o n los s u e ñ o s . F r e u d t a m b i é n a f i r m a q u e los s u e ñ o s s o n u n a
r e a l i z a c i ó n s i m b ó l i c a d e d e s e o . S i g u i e n d o este r a z o n a m i e n t o a f i r m a -
m o s q u e l a s e x u a l i d a d d e v i d a es l a r e a l i z a c i ó n s i m b ó l i c a d e d e s e o
por excelencia. M e atrevo a decir simbólica, e n el sentido que d e f i n e
F r e u d l a e x p e r i e n c i a d e satisfacción,^*^ e x p e r i e n c i a ú n i c a e i r r e p e t i b l e
e n e l l a c t a n t e , s o b r e l a q u e se m o n t a r á e l d e s e o d e l s u j e t o , e n t a n t o
efecto d e esta f a l t a , d e l a p é r d i d a o r i g i n a r i a d e l a m a d r e . L a c a n p o r su
p a r t e d i c e q u e a m a r es d a r l o q u e n o se t i e n e a a l g u i e n q u e n o es. E s t a
c o n c e p c i ó n también p e r m i t e pensar el a m o r c o m o u n a realización
s i m b ó l i c a d e d e s e o . J u n t a n d o estas d o s c o n c e p c i o n e s p o d e m o s d e c i r
q u e l a s e x u a l i d a d d e v i d a e s t á a s o c i a d a a l a m o r y, p o r e n d e , a l s í m b o l o
y al lenguaje.
A p a r t i r d e l o a n t e r i o r d e c i m o s q u e l a s e x u a l i d a d d e v i d a es a m o -
rosa e i n v o l u c r a al m e n o s u n a palpitación d e l p s i q u i s m o . Esta p a l p i -
tación p o n e e n j u e g o u n t i e m p o q u e t i e n e q u e ver c o n los p r o c e s o s
i n c o n s c i e n t e s así c o m o las h u e l l a s m n é m i c a s d e l s i s t e m a i n c o n s c i e n t e .
P r o p o n e m o s l l a m a r a este t i e m p o : t i e m p o d e a p e r t u r a .
L a sexualidad de m u e r t e , e n c a m b i o , transcurre ante u n psiquismo
c e r r a d o , i n c a p a z d e p u l s a r ; s e r í a e l f r a c a s o d e l d e s e o . Es l a p r e s e n c i a
d e u n d e s e o s i m b ó l i c a m e n t e i r r e a l i z a b l e . L a s e x u a l i d a d d e m u e r t e es
u n acto que busca aniquilar al otro, el prójimo. Dice Lacan que " E n el
o r i g e n , antes d e l lenguaje, e l deseo sólo existe e n el p l a n o ú n i c o de la
relación i m a g i n a r i a d e l estadio especular; existe proyectado, a l i e n a d o
e n e l o t r o . L a t e n s i ó n q u e p r o v o c a n o t i e n e s a l i d a . Es d e c i r , q u e no
t i e n e o t r a s a l i d a — H e g e l l o e n s e ñ a — q u e l a d e s t r u c c i ó n d e l otro."^^
Si b i e n es d i s c u t i b l e h a b l a r d e d e s e o " a n t e s d e l l e n g u a j e " , n o s p a r e c e
m u y i m p o r t a n t e esta a f i r m a c i ó n d e L a c a n e n l a q u e e n t e n d e m o s ese
"antes d e l l e n g u a j e " c o m o u n l e n g u a j e q u e fracasa, u n p s i q u i s m o q u e
n o p a l p i t a . U n a e n e r g í a q u e p o r n o a p a l a b r a r s e se h a c e c r i m e n . L a
sexualidad de muerte tiene que ver con u n psiquismo cerrado, sin
acceso al i n c o n s c i e n t e , d o n d e el o d i o cabalga e n silencio, d o n d e el
' " J . L a p l a n c h e , J . - B . Pontalis (1983), Diccionario de psicoanálisis, Barcelona, Labor,

p. 133.
" J . L a c a n , " L a báscula del deseo". Seminario 1, Buenos Aires, Paidós, 1988, p. 253.
156 ALEJANDRO SALAMONOVlT?
e n g a ñ o y l a c a l u m n i a se d i s f r a z a n d e p a l a b r a . E l tíempo e n e l q u e esto
o c u r r e lo n o m b r a m o s t i e m p o de cerradura.
T R A U M A Y S I L E N C I O
E l t r a u m a q u e se c o n s t r u y e e n d o s t i e m p o s e n t r e l o s c u a l e s t r a n s c u r r e
la p u b e r t a d , g e n e r a lo q u e F r e u d teoriza c o m o represión secundaria.
E s t e t i p o d e t r a u m a , q u e e s t á e n l a b a s e d e las p s i c o n e u r o s i s , p r o d u c e
u n a a m n e s i a d e l a p r i m e r a e s c e n a y e n s u l u g a r a p a r e c e r á — e n el
t e r c e r t i e m p o d e l a represión, r e t o r n o d e l o r e p r i m i d o — el síntoma
n e u r ó t i c o . Este t r a u m a r e f u e r z a los m u r o s d e l a represión, y c o n ello
s o s t i e n e Matrix a l d e s e o y a sus p o s i b l e s r e a l i z a c i o n e s . A m b o s t i e m p o s ,
e n las d o s escenas d e este t r a u m a , s o n t i e m p o s d e a p e r t u r a separados
p o r u n c a m b i o de lengua. Esto hace q u e el segundo t i e m p o resignifi-
q u e a l p r i m e r o . A m b o s s o n t i e m p o s d e d e s e o , tiempos d e l e n g u a j e , d e
E r o s . L a s e n f e r m e d a d e s q u e r e s u l t a n d e estos t r a u m a s s o n e n f e r m e -
dades de palabra y n o de silencio.
E l t r a u m a d e g u e r r a , d e o d i o , d e m u e r t e , es p r o d u c t o d e l c h o q u e
e n t r e d o s tiempos d e s i s t e m a s d i s t i n t o s e n u n m i s m o i n s t a n t e . Es l a c o n -
frontación entre u n tiempo de apertura y u n tiempo de cerradura. A
e s t e tipo d e t r a u m a p r o p o n e m o s l l a m a r l o t r a u m a actual c o n e l fin d e
conservar la huella del concepto freudiano de neurosis actual.
E l t r a u m a a c t u a l n o r e s i g n i f i c a s i n o q u e m e l a n c o l i z a . Es u n a c o n t e -
c i m i e n t o que enciende la máquina de la repetición, precisamente por
q u e n o resignifica. Y n o resignifica p o r q u e hay dos tiempos q u e se
encuentran en el tiempo p e r o q u e p e r t e n e c e n a espacios diferentes.
U n o es i n t r a p s í q u i c o y e l o t r o es e x t r a p s í q u i c o . U n o e s t á e n e l m u n d o
de la palabra y la angustia, el o t r o e n el d e l silencio, en el del dolor.
Son dos tiempos q u e se e n c u e n t r a n e n u n p e r m a n e n t e d e s e n c u e n -
t r o . E s e d e s e n c u e n t r o t o p o l ó g i c o es e f e c t o d e l a d o b l e p e r t e n e n c i a
d e l s i s t e m a p e r c e p c i ó n - c o n c i e n c i a , ' ^ ese s i s t e m a b t f r o n t e q u e m i r a a l
m u n d o e x t e r n o y, a l a v e z , a l m u n d o i n t e r n o . E s p a c i o t o c a d o p o r l a
r e a l i d a d o b j e t i v a , y a l a vez p o r l a r e a l i d a d psíquica.'^
Es j u s t a m e n t e e l tiempo de la cerradura el que cancela la palpi-
S. F r e u d , La interpretación de los sueños (1900), en Obras completas, vol. v, A E .

* ' J . Laplanche, J . - B . Pontalis, op. cit., p. 352.
T R A S E L C R I S T A L 157
tación d e l a p a r a t o psíquico''* y p r o d u c e e l d e s e n c u e n t r o ; e l q u e r e a -
liza u n m o n t a j e , - u n a s u e r t e d e c o n f u s i ó n - d e los d o s o j o s d e l s i s t e m a
p e r c e p c i ó n - c o n c i e n c i a . ' ' ' Este s e g u n d o t i e m p o , t i e m p o d e c e r r a d u r a
d e u n t r a u m a a c t u a l , es u n t i e m p o d e s i l e n c i o — q u e m á s q u e e n -
frentar u n a l e n g u a a o t r a — , retira al sujeto d e l lenguaje. Su efecto
n o es l a r e s i g n i f i c a c i ó n , s i n o l a p u l v e r i z a c i ó n d e l a p a l a b r a . E s u n a
a l q u i m i a mortífera q u e disuelve l a p a l a b r a c o n v i r t i é n d o l a e n d o l o r . Ya
n o estamos a n t e u n afecto s e p a r a d o d e su s i g n i f i c a n t e , d e su p a l a b r a ,
c o m o e n e l c a s o d e l a n e u r o s i s . N o se t r a t a d e u n a f e c t o h e c h o a n g u s -
tia, h e c h o m o n e d a d e c a m b i o , s i n o d e u n afecto 2 i j e n o a l s í m b o l o .
Este a f e c t o s i n p a l a b r a n o es s e p a r a c i ó n s i n o o r f a n d a d , n o es a n g u s t i a
s i n o d o l o r . Es r e p e t i c i ó n i n f i n i t a d e l f r a c a s o d e l a r e s i g n i f i c a c i ó n . L a
clínica d e l t r a u m a actual, n o p u e d e f u n d a r s e e n l a resignificación.
Estamos ante el r e t o de c o n s t r u i r u n a clínica q u e p r o d u z c a tiempos
d e a p e r t u r a p a r a p o d e r e n t o n c e s r e s i g n i f i c a r . E s t a c l í n i c a es i m p o s i b l e
sin u n a t e o r í a d e l a s u b l i m a c i ó n .
LA S U B L I M A C I Ó N
U n a v e z p u l v e r i z a d a l a p a l a b r a es i n e v i t a b l e q u e l a s e x u a l i d a d p a s e
p o r l a m u e r t e . F r e u d d e s a r r o l l a esta i d e a e n "Más allá d e l p r i n c i p i o
d e l placer"'*^ c u a n d o a r g u m e n t a q u e s o m o s m o r t a l e s p o r s e r s e x u a d o s .
Es u n o d e l o s p o c o s m o m e n t o s e n l a o b r a d e F r e u d e n q u e , a l h a b l a r
d e l h u m a n o , l o u b i c a e n e l r e i n o a n i m a l . Es t a m b i é n c u a n d o a l u d e a
la p u l s i ó n d e m u e r t e q u e u s a l a p a l a b r a " i n s t i n t o " . H a y a l g o e n e l c o n -
cepto psicoanalítico de m u e r t e q u e a p u n t a a u n cierto o r i g e n a n i m a l
mítico. Vemos algo p a r e c i d o e n L a c a n c u a n d o h a b l a d e l estadio d e l
espejo,'"^ o r i g e n m í t i c o d e l s u j e t o h u m a n o . C u a n d o L a c a n i n t r o d u -
ce e l e s t a d i o d e l e s p e j o c o m o e l e m e n t o f u n d a m e n t a l e n l a d i a l é c t i c a
intersubjetiva que da n a c i m i e n t o al psiquismo h u m a n o incluye ejem-
plos t o m a d o s d e l m u n d o a n i m a l . L a c a n h a b l a d e l efecto especular e n
A. Salamonovitz, Del silencio a la palabra..., op. cit., pp. 33-37.

Ibid.
S. F r e u d , Más allá del principio del placer (1920), e n Obras completas, vol. x v i i i , A E ,
p. 1.
" J . L a c a n , " E l estadio del espejo como formador de l a fimción d e l yo tal como se
nos revela e n l a experiencia psicoanalítica". Escritos 1, México, Siglo X X I , 1981.
l a p a l o m a y e n l a c i g a r r a . E l t r a u m a a c t u a l q u e n o s a r r o j a a l t i e m p o de
c e r r a d u r a , p u l v e r i z a n d o a la p a l a b r a y c o n ella a la c u l t u r a , amenaza
c o n l a n z a r — y a n o a l s u j e t o s i n o a l a e s p e c i e — a ese r e c i n t o m í t i c o
q u e l e a s i g n a a l ser h u m a n o u n l u g a r e n e l m u n d o a n i m a l . L o s efec-
tos b e n é f i c o s q u e p r o d u j o la " l i b e r a c i ó n s e x u a l " de l a s e g u n d a m i t a d
d e l siglo x x , d i s m i n u y e n d o la n e r v i o s i d a d m o d e r n a , f u e r o n neutra-
l i z a d o s y d e s b o r d a d o s p o r l a p r o l i f e r a c i ó n d e las p r á c t i c a s sexuales
mortíferas. Dichas prácticas son de a l g u n a f o r m a u n a recreación, una
m i c r o r e p e t i c i ó n de los h o r r o r e s d e l siglo x x , c u y o p a r a d i g m a d e igno-
m i n i a s o n las c á m a r a s d e gas d e A u s c h w i t z .
E l m a l e s t a r e n l a c u l t u r a d e s c r i t o p o r F r e u d , q u e está m o n t a d o en
la m o r a l sexual " c u l t u r a l " , h a c e d i d o t e r r e n o a la c u l t u r a destruida,
p a l a b r a p u l v e r i z a d a q u e a p u n t a a l p a r a í s o p e r d i d o d e l i n s t i n t o . Pre-
tender evadir al malestar en la cultura, parece arrojarnos a la muerte.
N o hay r e t o r n o . Sólo nos q u e d a seguir creando cultura, reinstaurar
l a n e r v i o s i d a d m o d e r n a a través d e a c t o s c i v i l i z a t o r i o s , a c t o s d e su-
b l i m a c i ó n . F r e n t e a l a p a l a b r a p u l v e r i z a d a n o q u e d a o t r o c a m i n o , al
m e n o s p a r a e l psicoanálisis, que hacer palabra, reinventar la lengua
m e d i a n t e el acto s u b l i m a t o r i o que inscribe u n tercer t i e m p o , tiempo
de a p e r t u r a ante el t r a u m a actual. E l t i e m p o de cerradura, tiempo
de m u e r t e , requiere de u n t i e m p o de apertura, previo a todo intento
de resignificación. L a sublimación desexualiza la pulsión de muerte
c r e a n d o o t r o t i e m p o , d e a p e r t u r a , q u e h a c e p o s i b l e e r o t i z a r l a sexua-
hdad.
Mientras que el t r a u m a que da o r i g e n a u n a psiconeurosis encuen-
t r a s u s a l i d a e n u n t e r c e r t i e m p o q u e F r e u d l l a m a " r e t o r n o d e l o re-
p r i m i d o " . Es e l t i e m p o d e l o s s í n t o m a s , e l t i e m p o e n q u e , c o n s u e r t e ,
h a c e m o s u n a d e m a n d a d e análisis. E l t e r c e r t i e m p o d e l a r e p r e s i ó n es
el q u e h a c e p o s i b l e l a i n i c i a c i ó n d e u n psicoanálisis. P a r a emanciparse
d e l t r a u m a actual, el de la devastación de la c u l t u r a , segundo tiempo
d e c e r r a d u r a , se r e q u i e r e d e u n t e r c e r t i e m p o , t i e m p o d e a p e r t u r a ,
d e s u b l i m a c i ó n , d e p r o d u c c i ó n d e p a l a b r a . Ese t e r c e r t i e m p o es e l d e l
n a c i m i e n t o d e l sujeto, sujeto d e l a c u l t u r a . D i c e L u i s H o r n s t e i n que
" l a c r e a c i ó n artística es u n a f o r m a d e r e t o r n o d e l o r e p r i m i d o y en
f u n c i ó n d e eso p r o d u c e e f e c t o s . E l d i a l e c t o d e l a r t e , a d i f e r e n c i a d e l
s í n t o m a , es comunicable".'^
L . Hornstein, Cura psicoanalítica y sublimación, Buenos Aires, Nueva Visión, 1988,

p. 108.
CONCLUSIONES
El c o n c e p t o de pulsión de m u e r t e en la o b r a de F r e u d , t a n c o n t r o v e r -
t i d o h a s t a e l d í a d e h o y , h a d e j a d o d e ser u n a n e c e s i d a d t e ó r i c a p a r a
convertirse e n u n a evidencia clínica y social. L a desmezcla p u l s i o n a l
q u e p r o d u c e la exigencia c u l t u r a l , hace asomar, h o y más q u e n u n c a
e n c i e n a ñ o s , l a c a r a d e T á n a t o s e n t r e las d e s g a r r a d u r a s d e E r o s . S i
aceptamos la propuesta de que la sublimación instaura u n t i e m p o de
a p e r t u r a , pausa a n t e l a m u e r t e q u e a b r e los c a m i n o s de re-erotización
d e l m u n d o , e n t o n c e s t e n d r e m o s q u e p l a n t e a r q u e b u e n a p a r t e d e los
p r o d u c t o s d e n u e s t r a c u l t u r a n o es e f e c t o d e l a s u b l i m a c i ó n . Y q u e es
j u s t a m e n t e t o d a esa c u l t u r a c h a t a r r a , c u l t u r a q u e o f e n d e l a e s t é t i c a
y la creatividad, la responsable de la desmezcla pulsional. L a c u l t u r a
c h a t a r r a e s t a r í a e n l a b a s e d e las e n f e r m e d a d e s d e l s i l e n c i o . E l p s i c o a -
nálisis es, e n este t e n o r , u n a c o n t r a c u l t u r a q u e se o p o n e a l a c u l t u r a
c h a t a r r a , e n t a n t o se t r a t a d e u n a p r á c t i c a q u e se c o n d u c e a p a r t i r
d e u n a ética d e l deseo, q u e b i e n p o d r í a m o s p e n s a r c o m o u n a ética
f u n d a d a e n l a estética.
L a s u b l i m a c i ó n es u n a s u n t o d e b e l l e z a y n o d e b o n d a d , d e g o c e es-
t é t i c o y n o d e u t i l i d a d o, c o m o se d i c e , d e c o s t o - b e n e f i c i o . P o d e r p r e -
c i s a r c o n m a y o r c l a r i d a d q u é es l a s u b l i m a c i ó n , n o s o l a m e n t e o r i e n t a
n u e s t r a clínica psicoanalítica, s i n o q u e p r o p o r c i o n a u n a brújula social
e n l a l u c h a c o n t r a las a d i c c i o n e s , las d e p r e s i o n e s , las e n f e r m e d a d e s
somáticas y la violencia. E n t a n t o p o d a m o s hacer de la s e x u a l i d a d h u -
m a n a o b r a de arte y n o cacería de orgasmos y p u n t o s " G " , estaremos
c o n t r i b u y e n d o a paliar la nerviosidadm o d e r n a que e n g e n d r a nuestra
c u l t u r a . L a c u l t u r a a c t u a l está d i l a p i d a n d o a l a l i b i d o , c o m o l o h a c e
c o n e l p e t r ó l e o . L a l i b i d o c u l t u r a l es u n a e s p e c i e d e r e s e r v a e s t é ü c a
d e l a h u m a n i d a d . Este a g o t a m i e n t o d e l a l i b i d o h a c e c a d a vez m á s
visible la cara silenciosa de la pulsión de m u e r t e .
N u e s t r a t a r e a c l í n i c a es p i n t a r d e p a l a b r a e l c r i s t a l , h a c e r l o e s p e j o ,
p a r a f r e n a r e l e m p u j e d e n u e s t r a c u l t u r a h a c i a l a p e r v e r s i ó n . Es r o b a r -
l e p a l a b r a a l a m u e r t e , s o n i d o a l s i l e n c i o . Es h a c e r p a u s a , h a c e r t i e m -
p o antes de s u c u m b i r a la tentación c r i m i n a l . Esta n u e v a c u l t u r a de
a l t a a d r e n a l i n a — q u e c o h a b i t a c o n l a s e x u a l i d a d d e m u e r t e — es u n
grito desesperado, a n o r e x i a de la palabra que busca descarnadamen-
t e s e n t i r a l g o e n u n c u e r p o q u e n o s es a j e n o . E l c u e r p o q u e h a b i t a m o s
h a s i d o e x p r o p i a d o d e sus a f e c t o s , d e s u d e r e c h o a l a n e r v i o s i d a d . H o y
s ó l o se p o n e n n e r v i o s o s l o s m e r c a d o s financieros. L a palabra, en tan-
160 ALEJANDRO SALAMONOVIl Z
t o e x i l i a d a d e l c u e r p o , n o es c a p a z d e h a c e r l o s c o r t e s s i m b ó l i c o s q u e
la c a r n e r e q u i e r e , a r r o j a n d o a nuestros jóvenes a transitar el tatuaje,
l o s c o r t e s d e n a v a j a , las m u t i l a c i o n e s y l o s a c c i d e n t e s , t o d o e l l o c o m o
e x p r e s i ó n d e a l g o q u e se r e p i t e e n i n c e s a n t e f r a c a s o d e i n s c r i p c i ó n .
E s o , e n vez d e s e r a c t o f a l l i d o , e x p r e s i ó n d e u n d e s e o r e a l i z a b l e a t r a -
v é s d e l s í m b o l o , n o es s i n o l a p r e s e n c i a d e l a p u l s i ó n d e m u e r t e . Eso
n o c e s a d e n o i n s c r i b i r s e e n s u c a r n e d e Matrix, q u e a g u a r d a tras e l
cristal, u n m i l a g r o q u e p u e d a e n c a r n a r e n u n a palabra. Ellos sueñan
p o d e r s o ñ a r , e n e s p e r a d e u n s u s u r r o d e l e n g u a j e q u e les d e v u e l v a e l
afecto p e r d i d o que n u n c a tuvieron. L a nerviosidad m o d e r n a duele,
es m e l a n c o l í a p o r l a p a l a b r a e x t r a v i a d a , p a l a b r a q u e a ñ o r a m o s s i n
n u n c a h a b e r l a t e n i d o , falta de l a falta, a b i s m o e n e l a b i s m o , límite sin
límite, t e r r o r sin t i e r r a . . . sin c u e r p o .
DE L A NERVIOSIDADA L ENMUDECIMIENTO
C A R L O S L . FERNÁNDEZ GAOS
L a l e c t u r a d e " T r a s e l c r i s t a l " q u e a s p i r o a c o m p l e m e n t a r c o n estas

r e f l e x i o n e s m e resultó e s t i m u l a n t e p a r a volver a pensar el abordaje
f r e u d i a n o de la " m o r a l sexual 'cultural' y la nerviosidad m o d e r n a " .
E n las o b s e r v a c i o n e s q u e s i g u e n , p o r s u p u e s t o i n s u f i c i e n t e s , n o sólo
p o r las i n h e r e n t e s l i m i t a c i o n e s d e e s p a c i o s i n o t a m b i é n p o r las d i -
ficultades conceptuales q u e e n t r a ñ a u n t e m a q u e se t o r n a a ú n más
c o m p l e j o p o r las m u c h a s a r i s t a s q u e a p e n a s p u e d e n ser d i v i s a d a s c o n
l o s c o n c e p t o s m o v i l i z a d o s p o r F r e u d , se e n c o n t r a r á n i d e a s q u e üenen
r e l a c i ó n d i r e c t a o t a n g e n c i a l c o n e l t r a b a j o r e f e r i d o , y c o n las q u e Sa-
l a m o n o v i t z p o d r á estar ( o n o ) d e a c u e r d o . E n c u a l q u i e r caso c r e o q u e
n o se m e h u b i e r a n o c u r r i d o s i n t e n e r p r e s e n t e s las n u e v a s imágenes
y g i r o s c o n c e p t u a l e s d e ese e s c r i t o , q u e i n c l u s o m e s u g i e r e n q u e e l tí-
t u l o p a r a e s t a p a r t e d e n u e s t r a c o n t r i b u c i ó n p o d r í a ser, e n r e s o n a n c i a
c o n él: " D e l a n e r v i o s i d a d a l e n m u d e c i m i e n t o " . E s p e r e m o s que de
éstas p u e d a n r e s u l t a r o t r a s , n u e v a s , r e f l e x i o n e s p r o d u c t i v a s .
E m p i e z o p o r c o m e n t a r algo a p a r e n t e m e n t e insulso q u e dice Stra-
c h e y e n s u n o t a i n t r o d u c t o r i a ' y q u e c o n fi-ecuencia h e m o s l e í d o res-
p e c t o d e estos t e m a s e n F r e u d , p e r o q u e c o n s i d e r o d e i m p l i c a c i o n e s
i m p o r t a n t e s p a r a e n t e n d e r las r a z o n e s y a l c a n c e s d e l a i n c u r s i ó n f r e u -
d i a n a . D i c e S t r a c h e y q u e " E l t e m a p r i n c i p a l d e l t r a b a j o s o n los aspec-
tos s o c i o l ó g i c o s . . . " A m i j u i c i o n o es éste e l t e m a p r i n c i p a l , s i n o e l
abordaje c a b a l m e n t e psicoanalítico de la cultura; la sociología üene
sus p r o p i o s e n f o q u e s d e l a c u e s t i ó n . E l m i s m o S t r a c h e y l o d i c e m e j o r
en o t r a n o t a i n t r o d u c t o r i a , la q u e hace de introducción a E l malestar
en la cultura: " E l tema principal d e l libro — e l irremediable antagonis-
m o e n t r e las e x i g e n c i a s p u l s i o n a l e s y las r e s t r i c c i o n e s i m p u e s t a s p o r
la c u l t u r a — p u e d e r a s t r e a r s e e n l o s p r i m e r o s e s c r i t o s p s i c o l ó g i c o s de
F r e u d " , ^ d e l o s c u a l e s é s t e q u e a h o r a t r a t a m o s es, p r e c i s a m e n t e , e l
' J . Strachey, Nota introductoria a " L a moral sexual 'cultural' y la nerviosidad mo-
derna", en O. C, vol. i x , Buenos Aires, Amorrorm, p. 162.
^ J . Strachey, Nota introductoria a El malestar en la cultura, en O. C, vol. x x i , p. 60.
[i6i]
162 t:ARLX)S L . Fl.RNÁNin.Z GAOS
p r i m e r o e n e l q u e se d e d i c a d e l l e n o a e l l o . F r e u d c o n c r e t a a q u í u n
p r i m e r abordaje de u n a i n q u i e t u d q u e venía gestándose e n trabajos
a n t e r i o r e s , e n c a m i n a d a , e n ú l t i m a i n s t a n c i a , a e n t e n d e r c ó m o es q u e
l a c u l t u r a p u d o h a b e r l l e g a d o a c o n f i g u r a r sus d e s v e n t u r a s . Es j u s -
t a m e n t e e l d i s p o s i t i v o d e l a c l í n i c a e l q u e F r e u d a p r e c i a c o m o l a vía
p r i v i l e g i a d a p a r a ese p r o p ó s i t o . Así l o e n t i e n d o c u a n d o e n e l t r a b a j o
q u e estamos c o m e n t a n d o dice: "...del c u a d r o clínico p u e d e deducir-
se d i r e c t a m e n t e , m u c h a s v e c e s , l a e s p e c i a l e t i o l o g í a sexual".'^
N o se t r a t a , e n e f e c t o , d e l a i r r u p c i ó n d e l p s i c o a n á l i s i s e n t e r r e n o s
p r o p i o s d e la s o c i o l o g í a , n i d e u n a b o r d a j e r e d u c c i o n i s t a d e los temas
q u e epistemológicamente parecen c o r r e s p o n d e r a otras disciplinas.
Esta incursión c o n s t i t u y e u n o d e los m o m e n t o s iniciales d e r u p t u r a
c o n las p r e m i s a s e p i s t e m o l ó g i c a s e n las q u e se s o p o r t a n las f r o n t e r a s
d i s c i p l i n a r i a s h e r e d a d a s d e l p o s i t i v i s m o , aún, quizás, a regañadien-
tes d e l p r o p i o F r e u d d e esa é p o c a , y p r e p a r ó e l t e r r e n o p a r a q u e las
t a n m a n i d a s d i f e r e n c i a s e n t r e estas d o s d i m e n s i o n e s d e l a c o n d i c i ó n
h u m a n a , l a i n d i v i d u a l y l a s o c i a l , v a l e d e c i r , l o c u l t u r a l , p u e d a n ser
c o n s i d e r a d a s c o m o u n m e r o p r e j u i c i o c o n c e p t u a l . E l p r o p i o F r e u d lo
deja en claro cuando, años después, dice:
E n l a v i d a anímica d e l i n d i v i d u o , e l o t r o c u e n t a , c o n t o t a l r e g u l a r i d a d , c o m o
m o d e l o , c o m o o b j e t o , c o m o a u x i l i a r y c o m o e n e m i g o , y p o r eso desde e l co-
m i e n z o m i s m o la p s i c o l o g í a i n d i v i d u a l es simultáneamente psicología social
e n este s e n t i d o más l a t o , p e r o e n t e r a m e n t e legítimo.^
A s u m i e n d o las c o n s e c u e n c i a s d e e s t a r e v e l a d o r a a f i r m a c i ó n , es fac-
t i b l e p e n s a r la c u l t u r a c o m o creación d e los p r o p i o s i n d i v i d u o s para
t r a m i t a r l o s a n t a g o n i s m o s a l o s q u e s u p r o p i o o r i g e n l o s e n f r e n t ó . Es
p o r e l l o p o r l o q u e F r e u d p u e d e i n f e r i r l a e t i o l o g í a s e x u a l d e l a socie-
d a d t o d a a p a r t i r d e l o s c u a d r o s c l í n i c o s i n d i v i d u a l e s . A fin d e c u e n t a s ,
c o m o también afirmó e n o t r a ocasión: " E l i n d i v i d u o lleva r e a l m e n t e
u n a e x i s t e n c i a d o b l e , e n c u a n t o es fin p a r a sí m i s m o y e s l a b ó n d e u n a
c a d e n a d e l a c u a l es t r i b u t a r i o c o n t r a s u v o l u n t a d o, a l m e n o s , s i n q u e
m e d i e ésta."^
^ S. F r e u d , " L a moral sexual 'cultural' y la nerviosidad moderna", e n O. C, SR, vol.

x n i , p. 167.
* S. F r e u d , Psicología de las masas y análisis del yo, e n O. C, A E , vol. x v m , p. 67.
^ S. F r e u d , Introducción del narcisismo, en O. C, vol. x i v , p. 76.
DE L A NERVIOSIDAD A L E N M U D E C I M I E N T O 163
E l o r i g e n s o c i a l d e l o h u m a n o es l o h u m a n o d e l o r i g e n q u e F r e u d
f u n d ó e n e l m i t o d e l a s e s i n a t o d e l p a d r e p r i m o r d i a l . Así p u e s , l o s o c i a l -
c u l t u r a l inicia c o n u n mítico acto c r i m i n a l q u e n o estamos obligados a
fundar, c o m o lo hizo Freud, en ninguna condición animal. L a prehis-
t o r i a d e l o h u m a n o p u e d e situarse, b a j o la m i s m a lógica, l o m i s m o e n
esa c o n d i c i ó n q u e , c o m o l o h u b i e s e d i c h o C a r i S a g a n , e n e l p o l v o d e las
e s t r e l l a s , a l o q u e p o d r í a m o s r e p l i c a r c o n las p a l a b r a s d e l p o e t a : "polvo,
sí, pero polvo enamorado". E n n a d a ayuda f u n d a r u n m i t o e n otro; el m i t o
d e l o r i g e n es e l o r i g e n d e l m i t o , y t i e n e t a m b i é n , c o m o t o d a p r o d u c -
c i ó n h u m a n a , u n a f u n c i ó n ansiolítica d e su c o n d i c i ó n abismática.
N o s o n p o c a s las o c a s i o n e s e n q u e , f u e r a d e l á m b i t o p s i c o a n a l í t i c o ,
se h a a l u d i d o a l a o b r a f r e u d i a n a t a c h á n d o l a c o m o m i t o p a n s e x u a l i s t a .
E l t r a b a j o d e l q u e n o s o c u p a m o s e n este v o l u m e n p o d r í a c o n s t i t u i r u n
e s t u p e n d o e j e m p l o p a r a sus d e t r a c t o r e s si n o se a t i e n d e c o n c u i d a d o
a l o q u e e n él se e x p o n e , si b i e n c o n s i d e r o n e c e s a r i o r e i n t e r p r e t a r s u
sentido a partir de u n a lectura del c o n j u n t o de la o b r a y c o n c o m p r o -
m i s o s d i s t i n t o s a los d e F r e u d , l o q u e s i g n i f i c a r e n u n c i a r a l a l e a l t a d a
u l t r a n z a a s u l e g a d o , así c o m o a u n t r a b a j o d e e x é g e s i s p r o b a t o r i a d e
l a v e r a c i d a d y a c t u a l v i g e n c i a d e sus a r g u m e n t o s .
E n efecto, F r e u d sitiia la "sexualidad" c o m o n ú c l e o causal de la "ner-
v i o s i d a d " , p e r o n o es u n a s e x u a l i d a d r e f e r i d a s ó l o a l a g e n i t a l i d a d d e
l a q u e e x p l í c i t a m e n t e t r a t a e n este e n s a y o , s i n o d e u n a q u e h u n d e sus
raíces e n el o r i g e n m i s m o de l o h u m a n o . N o obstante, l a s e x u a l i d a d
m i s m a n o deja de insinuar u n a referencia teórica problemática, incluso
e n el t r a t a m i e n t o q u e el p r o p i o F r e u d hace de ella, p o r e j e m p l o c u a n -
d o d i c e : "Los f e n ó m e n o s sustitutivos q u e aquí e m e r g e n a consecuencia
de la sofocación de lo pulsional constituyen lo que describimos c o m o
n e r v i o s i d a d , e n especial c o m o psiconeurosis" (p. 171). E l estatuto p u l -
sional q u e adjudica a la sexualidad fue, desde el inicio, problemático
p a r a él y c o n t i n u ó s i é n d o l o a l o l a r g o d e t o d a su o b r a . C ó m o n o habría
d e s e r l o si e l l u g a r m i s m o d e l a " p u l s i ó n " r e s u l t a t a n i n c i e r t o , a p u n t o t a l
q u e e n e l c é l e b r e e n s a y o Más allá del principio de placer dijo, refiriéndose
a la pulsión:
[...] d e t o d a s las f u e r z a s e f i c a c e s q u e p r o v i e n e n d e l i n t e r i o r d e l c u e r p o y se
t r a n s f i e r e n a l a p a r a t o anímico; es éste e l e l e m e n t o más i m p o r t a n t e y o s c u r o
d e l a investigación psicológica.^
^ S. F r e u d , Más allá del principio de placer, e n O. C, vol. x v m , p. 34.

164 CARLOS L . FERNÁNDEZ GAOS
N o es é s t a l a o c a s i ó n m á s i n d i c a d a p a r a p r o f u n d i z a r e n este t e m a ;
b á s t e n o s r e f e r i r a los t r a b a j o s q u e al r e s p e c t o h a n e s c r i t o G r e e n , ' As-
soun*^ y L a p l a n c h e , ^ e n t r e o t r o s .
P a r a l o q u e aquí n o s i n t e r e s a c o n s i d e r o , e n e f e c t o , p r e f e r i b l e usar
e l t é r m i n o " d e s e o " , e n vez d e l d e s e x u a l i d a d , s i n n e c e s i d a d d e f u n d a -
m e n t a r l o e n a l g u n a base s o m á t i c a , r e s i d u o d e l a f o r m a c i ó n científica
y médica de Freud. Sin pretensiones tampoco de dar u n a definición
p r e c i s a , s i n o r e f i r i é n d o l o , e n g e n e r a l , a los saldos p e n d i e n t e s e n el
s u j e t o tras su p r o c e s o d e c o n s t i t u c i ó n narcisista, q u e v a n r e s u l t a n d o
d e los e n c u e n t r o s sucesivos c o n u n " o t r o " a l q u e a t r i b u y e , e n c o n c o -
m i t a n c i a c o n ese p r o c e s o , l a p o s e s i ó n d e u n p o d e r s o b r e é l q u e a é l l e
f a l t a . L a r a z ó n d e e s t a p r e f e r e n c i a es q u e , d e esta m a n e r a , l a i n c l u s i ó n
de lo c u l t u r a l c o m o ámbito de investigación psicoanalítica, t e m a d e l
e n s a y o d e 1 9 0 8 , a b a r c a d i m e n s i o n e s d e las v i c i s i t u d e s h u m a n a s c o t i -
d i a n a s d i s t i n t a s d e las r e f e r i d a s m e r a m e n t e a l a s e x u a l i d a d g e n i t a l ;
p o r s u p u e s t o , todas ellas e m p a r e n t a d a s c o n l a s e x u a l i d a d , p e r o t o c a n -
d o m á s d i r e c t a m e n t e a l o c u l t u r a l a c t u a l y m e n o s i m p l i c a d a s c o n las
c o n n o t a c i o n e s t e ó r i c a s a las q u e F r e u d i n t e n t a b a d a r c o n s i s t e n c i a .
A s í p u e s , p o d r í a m o s d e c i r , s i n t e t i z a n d o y r e f o r m u l a n d o l a tesis d e
F r e u d , q u e la m o r a l cultural i m p o n e la domesticación d e l deseo, per-
m u t a n d o sus m e t a s p o r fines d e s e a b l e s p a r a l a c u l t u r a t o d a . D o m e s -
ticación y n o aniquilación, a u n q u e haya q u e pagar el precio de u n a
c u o t a d e " e n f e r m e d a d p s í q u i c a " , p o r así d e c i r , n o r m a l . D e s p u é s d e
t o d o , l a c u l t u r a creará t a m b i é n los dispositivos p a r a q u e los saldos n o
deseables sean a t e n d i d o s y r e g u l a d o s o e x c l u i d o s d e la v i d a social. Las
p s i c o n e u r o s i s d e las q u e se o c u p a F r e u d f o r m a n p a r t e d e l i n v e n t a r i o
d e las c o n s e c u e n c i a s i r r e m e d i a b l e s d e e s t a c o n d i c i ó n c u l t u r a l .
S i n e m b a r g o , las r e s t r i c c i o n e s d e l a m o r a l c u l t u r a l a las q u e a l u d e
F r e u d afectan al placer sexual, n o al "goce", categoría q u e c o r r e s p o n -
d e m e j o r a l a p r o b l e m á t i c a a c t u a l . Están e n t e l a d e j u i c i o m u c h a s f o r -
m a s d e l g o c e , a l g u n a s d e las c u a l e s s o n a d m i s i b l e s y h a s t a e s p e r a b l e s ,
l o q u e e n m u c h a s o c a s i o n e s las c o n v i e r t e , i n c l u s o , e n d e s e a b l e s . P o r
e s o es d a b l e p e n s a r , e n t é r m i n o s g e n e r a l e s , e n o t r a s r u t a s p o s i b l e s
p a r a e l d e s e o : l a r e n u n c i a t o t a l a sus a s p i r a c i o n e s o l a r e i v i n d i c a c i ó n
' A . G r e e n , El discurso vivo. Una concepción psicoanalítica del afecto. Valencia, Promoli-
bro, 1998.
^ P.-L. Assoun, Introducción a la metapsicología freudiana, Buenos Aires, Paidós, 1994.
^ J . L a p l a n c h e , La révolution copernicienne inachavée, París, Aubier, 1992.
DE LA NERVIOSIDAD AI. E N M U D E C : i M I E N T O 165
p a s i o n a l m á s allá d e t o d o l í m i t e . E n estos d r a c o n i a n o s e s c e n a r i o s se
i n s c r i b e n las d e p r e s i o n e s , l a v i o l e n c i a y las e n f e r m e d a d e s s o m á t i c a s ,
todas ellas t a n características d e n u e s t r a é p o c a .
L a s c o n d i c i o n e s p a r a e l e g i r c u a l q u i e r a d e las r u t a s n o t i e n e n q u e
v e r s ó l o c o n l a c o n s t i t u c i ó n s i n g u l a r d e c a d a ser h u m a n o , si e n t e n d e -
m o s esta c o n s t i t u c i ó n e n t é r m i n o s d e capacidades y l i m i t a c i o n e s p r o -
pias d e l a c o n s t r u c c i ó n b i o l ó g i c a de cada i n d i v i d u o , tal c o m o p o d r í a
deducirse de la afirmación de Freud:
L a e x p e r i e n c i a enseña, q u e p a r a l a mayoría d e los h o m b r e s existe u n a f r o n t e -

r a más allá d e l a c u a l s u constitución n o p u e d e o b e d e c e r a las e x i g e n c i a s c u l -
t u r a l e s . T o d o s a q u e l l o s q u e q u i e r e n s e r más n o b l e s d e lo q u e s u constitución
les p e r m i t e s u c u m b e n a l a n e u r o s i s . S e encontrarían m e j o r si les h u b i e r a s i d o
p o s i b l e s e r peores.'**
E n c a m b i o , si p o r c o n s t i t u c i ó n e n t e n d e m o s l a d e l n a r c i s i s m o , p o -
d e m o s tener en cuenta la presencia del o t r o en tanto depositario de
u n a c u l t u r a p a s a d a p o r s u p r o p i o c e r n i d e r o y, e n c o n s e c u e n c i a , c o m o
c o n t r i b u y e n t e e n l a f o r m a c i ó n d e l y o y d e l i d e a l d e l y o , esas i n s t a n c i a s
d e c u y a c o n s i s t e n c i a p a r a resistir los e m b a t e s d e l deseo d e p e n d e r á l a
o b e d i e n c i a o n o a los r e c l a m o s de l a c u l t u r a .
U n s i g n o d e s t a c a d o d e n u e s t r a c u l t u r a p o s m o d e r n a es l a s u m i s i ó n
a l o s d i c t a d o s d e ese p r e t e n d i d o r e l e v o d e l a f u n c i ó n p a t e r n a q u e es e l
s a b e r d e l a c i e n c i a . L a o r f a n d a d e n l a q u e se e n c o n t r ó e l ser h u m a n o
c u a n d o N i e t z s c h e p r o c l a m ó l a m u e r t e de D i o s , p r o n t o b u s c ó subsa-
n a r s e i n v e n t a n d o u n s a b e r e n e l q u e se p u d i e r a r e f u g i a r d e l v é r t i g o
q u e l e p r o v o c a b a t e n e r q u e r e s p o n s a b i l i z a r s e d e sus d e s e o s . A s í , e r i g i ó
al saber de la c i e n c i a c o m o límite necesario a l a preservación d e l a
c o n s i s t e n c i a d e u n y o , q u e se h a b í a s o s t e n i d o e n l a m i r a d a d e u n a m o -
ral r e g i d a p o r principios religiosos y c o m o p r o m e s a de resarcimiento
p o r l a b r u t a l p é r d i d a d e esa m i r a d a .
El desafío ancestral desatado entre el deseo y la razón, que tuvo
u n m o m e n t o c a n d e n t e e n las c i r c u n s t a n c i a s q u e r o d e a r o n l a o b r a
f r e u d i a n a y q u e e n m u c h o s s e n t i d o s p e r s i s t e h a s t a n u e s t r o s d í a s , es
e l c e n t r o e n e l q u e se d e b a t e l a i n s t a u r a c i ó n d e u n a m o r a l q u e , e n e l
p r o c e s o d e s u c o n s t r u c c i ó n , d e j a c a d a vez m e n o s o p c i o n e s . L a r e n d i -
c i ó n t o t a l d e l d e s e o , su e n m u d e c i m i e n t o , n o d e j a l u g a r m á s q u e p a r a
S. F r e u d , " L a moral sexual ' c u l t u r a l ' . . . " , SR, op. dt, pp. 36-37.
166 CARLOS L . FERNÁNDEZ CAOS
e l g o c e . A q u e l i d e a l i n i c i a d o e n l a G r e c i a c l á s i c a , h o y p e r v i e r t e su
o r i g e n y t o m a la f o r m a de u n a regulación "técnica" e " i n s t r u m e n t a l "
d e l c u e r p o y sus a p e t i t o s . D i c e n A l l i e z y F e h e r .
. . . L a sumisión d e l c u e r p o a u n a d i s c i p l i n a r i g u r o s a , q u e d o m e ñ a sus i m p u l -
sos s i n e n a j e n a r sus c a p a c i d a d e s , r e s p o n d e a u n a i d e a d e g r a c i a q u e , e n l a
é p o c a clásica, h a b i t a a l c i u d a d a n o l i b r e y a c t i v o . E l e q u i l i b r i o d e las p r o p o r -
ciones d e l c u e r p o , la m e d i d a q u e i n f o r m a su aspecto externo y movimientos,
s o n o t r o s tantos c r i t e r i o s q u e r e f l e j a n l a e x c e l e n c i a ética d e q u i e n los r e s p e t a .
T o d o s u c e d e , p u e s , c o m o si l a impresión d e armonía p r o d u c i d a p o r ttn c u e r -
p o g r a c i o s o fuese u n s i g n o d e s u t e m p e r a n c i a . "
Se t r a t a b a , e n a q u e l t i e m p o t a m b i é n , d e d o m e ñ a r l o s i m p u l s o s a l o s
q u e i n c i t a el deseo, c o m o efecto de la gracia q u e habita al c i u d a d a n o ,
l o q u e , p o r o t r a p a r t e , l o h a c í a e l e g i b l e p a r a las f u n c i o n e s p o l í t i c a s .
P e r o esa g r a c i a , p o d e m o s s u p o n e r , n o e r a o b l i g a d a n i p r e s c r i t a , t a n
sólo e r a deseable p a r a la c u l t u r a . Sin e m b a r g o , e n nuestros tiempos,
a l c i u d a d a n o se l e o f r e c e t o d a u n a t e c n o l o g í a p a r a l o g r a r r e s u l t a d o s
s i m i l a r e s , a u n q u e p r e s c i n d i e n d o de l a g r a c i a q u e los haría posibles,
a c a s o p o r q u e se s u p o n g a q u e n o h a y g r a c i a q u e l o h a b i t e , o , e n caso
d e h a b e r l a , n o es l a d e s e a b l e . A s í p u e s , s o n las p r e s c r i p c i o n e s d e l a
c i e n c i a , e l e v a d a s a l r a n g o d e c a b a l m o r a l , las q u e se h a c e n c a r g o d e
g a r a n t i z a r tales r e s u l t a d o s .
El régimen al q u e son sometidos h o y el c u e r p o y el deseo, siguien-
d o c o n l a a l u s i ó n d e l a c i t a a n t e r i o r , d e n u n c i a a esta r a c i o n a l i d a d
c o m o p r o d u c t o r a de u n s i m u l a c r o de la gracia, vale decir, de la m o r a l
q u e tendría q u e habitar e n cada c i u d a d a n o , a h o r a canjeada p o r sólo
a l g u n o s signos q u e serían su r e s u l t a n t e . E l c u e r p o " b e l l a " y " s a n a m e n -
t e " c o n s e r v a d o a b a s e d e r e n u n c i a s a l d e s e o , n o es s i g n o d e n i n g u n a
g r a c i a o t e m p e r a n c i a , s i n o d e s u m i s i ó n c o m p l a c i e n t e q u e se ofrece
al r e c o n o c i m i e n t o d e los d i c t a d o s d e la razón técnico-instrumental.
P e r o , aíin más, los signos n o s o n sólo los d e l a fisonomía o d e l aspecto
físico, s i n o l o s d e l a p e g o m i s m o a l a r a c i o n a l i d a d e n l a q u e se f u n d a s u
p o s i b i l i d a d y q u e h a c o l o n i z a d o , p r á c t i c a m e n t e , t o d a s las d i m e n s i o n e s
e n las q u e se m u e v e l a v i d a c o t i d i a n a .
'' E r i c Alliez y Michel F e h e r (1991), "Las reflexiones del alma", e n Michel Feher,
R a m o n a Naddaff y Nadia Tazzi, Fragmentos para una historia del cuerpo humano, Madrid,
Taurus, segunda parte, p. 50.
DE L A NERVIOSIDAD A L E N M U D E C I M I E N T O 167
N o o b s t a n t e , si este d i s c u r s o es e f i c a z p a r a o c u l t a r , r e g u l a r , r e s t r i n -
g i r o m o d u l a r e l d e s e o , n o es s ó l o e n v i r t u d d e s u p o d e r e n tanto
r a z ó n , p u e s t o q u e t o d a a d h e r e n c i a a u n a r a z ó n l o es e n v i r t u d de
l o s " v í n c u l o s a f e c t i v o s " c o n q u i e n l a s o s t i e n e ( " n o se a m a p o r q u e se
v e , s i n o q u e , se v e p o r q u e se a m a " ) y d e las g a n a n c i a s n a r c i s i s t a s q u e
c o m p o r t a , sino p o r e l saber s u p r e m o q u e p r o m e t e , e n t a n t o razón
superior, restituir, compensar o subsanar la falta en el sujeto que el
o t r o , e l s e m e j a n t e , e n c a r n a . "Se a m a a l o q u e p o s e e e l m é r i t o que
f a l t a a l y o p a r a alcanzar e l ideal".''^ E n otras p a l a b r a s , l o q u e opera,
e n t o n c e s , p a r a l a e f i c a c i a d e l d i s c u r s o d e l a m o r a l d e l a r a z ó n , o, si se
p r e f i e r e , r a z ó n d e l a m o r a l , es t a m b i é n e l l u g a r e n e l e s p e c t r o f a n t a s i o -
so d e i d e n t i f i c a c i o n e s q u e p r o m e t e , c o m o o p o r t u n i d a d p a r a q u e c a d a
u n o t r a m i t e sus p r o p i a s d e n e g a c i o n e s e n c u a n t o a l a f a l t a . Es d e c i r ,
a b r e u n e s p a c i o l e g i t i m a d o , d o n d e c a d a s u j e t o n e g o c i a las c a t e g o r í a s
y c o n c e p t o s n e c e s a r i o s p a r a h a c e r e l d i a g n ó s t i c o d e sus c o n f l i c t o s y l o s
r e c u r s o s p r á c t i c o s p a r a d e n e g a r l o s . E s t e es e l m e c a n i s m o q u e , d e s d e
cada i n d i v i d u o , h a i d o gestando lo que la cultura ostenta a h o r a c o m o
discurso m o r a l dictado p o r la ciencia.
Las consecuencias d e estas s a n c i o n e s e n e l s u j e t o , d e p e n d e r á n de
la m a n e r a e n q u e p u e d a a n u d a r el discurso q u e la c u l t u r a prescribe
c o m o d e s e a b l e y q u e c a d a q u i e n a s u m e c o m o i d e a l d e l y o , y e l q u e es
t o m a d o t a n t o d e sus v í n c u l o s a f e c t i v o s c o m o d e las i n c i t a c i o n e s q u e
c o r r e s p o n d e n a s u d e s e o . E s t a s o l u c i ó n es l a q u e p o d r í a ser l l a m a d a
"nerviosidad", p o r supuesto, con rostros personalizados que pueden
s e r t i p i f i c a d o s d e m u c h a s m a n e r a s a las q u e y a n o s r e f e r i m o s p e r o
q u e , n o o b s t a n t e , e n c o n t r a r á n e n e l trámite d a d o a l deseo e l n ú c l e o
p r i v i l e g i a d o d e s u p r o d u c c i ó n . A s í , l a i n m a n e n c i a d e l d e s e o y sus m o r -
dazas s o n , e n última i n s t a n c i a , l o q u e p e r m i t e e n t e n d e r , l o m i s m o
a h o r a q u e e n t i e m p o s d e F r e u d , esta " n e r v i o s i d a d " .
S i n e m b a r g o , si e n t i e m p o s d e F r e u d c o n v i v í a n u n a m o r a l s u s t e n -
tada e n premisas de o r d e n religioso y u n a razón e m p e ñ a d a e n legi-
timarlas, asistimos a h o r a a u n a suerte de t r i u n f o exacerbado de la
r a z ó n . L a r a z ó n e n sí m i s m a d e v i n o m o r a l . E l s u p e r y ó a c t u a l n o t i e n e
moral; tiene " r a z ó n " . E l a p e g o a sus r e s t r i c c i o n e s es s i g n o d e v i r t u d ,
p e r o p a g a n d o el precio de e n m u d e c e r al deseo.
N o o b s t a n t e , s i l e n c i a d o e n l a m o d a l i d a d q u e l e es p r o p i a , e l v i g o r
e n e r g é t i c o d e l d e s e o p o d r á ser i n v e r t i d o e n l o c u l t u r a l m e n t e v a l o -
S. Freud, Introducción del narcisismo, e n O. C, A E . , vol. x i v , p. 97.

168 CARLOS L . FERNÁNDEZ GAOS
r a d o , o, h a b r í a q u e precisar, e n l o c u l t u r a l m e n t e a d m i s i b l e . E l arte,
l a a c t i v i d a d c i e n t í f i c a , las a c t i v i d a d e s h u m a n i t a r i a s , e t c . , si b i e n n o su-
p o n e n n e c e s a r i a m e n t e e l c e l i b a t o r a d i c a l , c o m p o n e n e l catálogo de
lo celebrado y enaltecido p o r la cultura c o m o consecuencia de la ren-
d i c i ó n p a r c i a l d e l d e s e o . P e r o o t r a s p o s i b i l i d a d e s se a b r e n a n t e esta
rendición, p o r ejemplo, el recurso a lo razonablemente admisible,
q u e es t a m b i é n e s p e r a b l e e n v i r t u d d e las c o o r d e n a d a s e n l a q u e es
acotado, de m o d o que hay lugar para producciones que, n o obstante
s u a b e r r a c i ó n , s o n a d m i t i d a s p o r l a r a z ó n d o m i n a n t e p o r q u e d e ellas
a l i m e n t a s u c í c l i c a d e n e g a c i ó n . T a l es e l c a s o d e las d e p r e s i o n e s , las
a d i c c i o n e s , e n t r e o t r a s m u c h a s d e las así l l a m a d a s e n f e r m e d a d e s q u e
a t i n a d a m e n t e S a l a m o n o v i t z ' ^ h a l l a m a d o " d e l s i l e n c i o " , a las q u e esta
r a z ó n les h a c o n c e d i d o s u d e r e c h o d e a d m i s i ó n a título d e a c c i d e n t e ,
d e c o n t i n g e n c i a , d e d e s g r a c i a y hasta d e gen-ética, (léase ética d e l
o r i g e n ) , p e r o q u e c o n s t i t u y e n otras tantas m o d a l i d a d e s q u e e l sujeto
u r d e c o m o r e f u g i o e n e l a u t o - a m o r d a z a m i e n t o d e l d e s e o d e l q u e se
h a c e c ó m p l i c e l a r a z ó n i n s t i t u c i o n a l i z a d a q u e las a u t o r i z a . " N a d a p r o -
tege t a n s e g u r a m e n t e su v i r t u d c o m o la e n f e r m e d a d . " ' ' '
D e este m o d o , l a l l a m a d a " s u b l i m a c i ó n " , m á s allá d e r e f e r i r s e a l o
s o c i a l m e n t e útil y v a l o r a d o , c o m o es f r e c u e n t e o í r d e c i r , a d m i t e t a m -
b i é n e s t e o t r o tipo d e p r o d u c c i o n e s q u e se s o s t i e n e n i n s t i t u c i o n a l m e n -
te c o m o descargo d e la r e s p o n s a b i l i d a d q u e c o n l l e v a e l c o m p r o m i s o
q u e e l d e s e o e x i g e . E n p a l a b r a s d e F r e u d : " A esta f a c u l t a d d e c a m b i a r
e l fin s e x u a l p r i m i t i v o p o r o t r o , y a n o s e x u a l , p e r o p s í q u i c a m e n t e a f í n
a l p r i m e r o , es l o q u e d e s i g n a m o s c o n e l n o m b r e d e c a p a c i d a d d e s u -
b l i m a c i ó n . " " ^ Se t r a t a d e u n a m e r a p e r m u t a c i ó n q u e , e n l o s casos a l o s
q u e m e e s t o y r e f i r i e n d o , r e s u l t a s o c i a l m e n t e útil e n t a n t o s o s t i e n e a l a
razón e n l a q u e el sujeto r e f u g i a e l silencio de su deseo.
P o r l o t a n t o , si h a y q u e c a r a c t e r i z a r d e a l g ú n m o d o l a n e r v i o s i -
d a d , o l a p o s - n e r v i o s i d a d a l a q u e se r e f i e r e S a l a m o n o v i t z , t e n g o l a
impresión de que vivimos en u n m o m e n t o cultural "perverso". I m -
p r e s i ó n q u e m e es s u g e r i d a t a m b i é n p o r esa i m a g e n q u e c o n s t r u y e
él m i s m o , d e l s u j e t o tras e l c r i s t a l , a d i f e r e n c i a d e l q u e está f r e n t e
al espejo, c o m o e n u n a especie de j a u l a escaparate q u e m e lleva a
A. Salamonovitz, Del silencio a la palabra, México, Círculo Psicoanalítico Mexicano,

2006.
S. F r e u d , " L a moral sexual ' c u l t u r a l ' . . . " , SR, op. dt., p. 39.
'5 Ibidem, p. 32.
DE NERVIOSIDAD AI, ENMUDPXTMIENTO 169
p e n s a r e n e l título de la o b r a de T e n n e s e e W i l l i a m s , " E l z o o l ó g i c o d e
c r i s t a l " , esa e s p e c i e d e l u g a r d e l voyeur desde d o n d e , e n su s o l e d a d ,
es e l t e s t i g o p a s m a d o y a j e n o d e l a s p a l a b r a s q u e h a b l a n d e é l , p o r é l
y, p o r l o t a n t o , e n c o n t r a d e é l . U n a c u l t u r a voyeur, que c o n f i r m a la
certeza de su razón p o r q u e h a l o g r a d o enjaular el deseo al q u e c o m -
placientemente observa enclaustrado, llegando a creer que desde
ahí p u e d e ser e s c u c h a d o .
S i F r e u d h a b í a d i c h o q u e : " . . . m u c h a p a r t e d e las e n e r g í a s u t i l i -
zables p a r a l a l a b o r c u l t u r a l tienen su o r i g e n e n l a r e p r e s i ó n d e los
e l e m e n t o s l l a m a d o s p e r v e r s o s d e l a e x c i t a c i ó n sexual",'® e l p a n o r a m a
a c t u a l p a r e c e r í a i n d i c a r q u e esos e l e m e n t o s p e r v e r s o s fiieron permu-
t a d o s e n i n s t i t u c i o n e s d e l a c u l t u r a , d e m o d o q u e éstas p u e d a n a h o r a
autorizar otro tipo de p e r m u t a s , e n a p a r i e n c i a m e n o s nocivas para
la c o n v i v e n c i a , p e r o t e r r i b l e s p a r a e l i n d i v i d u o , c o m o son los m e n -
c i o n a d o s casos d e e n f e r m e d a d . P o r s u p u e s t o q u e d e s d e l o s tiempos
d e F r e u d h a n c a m b i a d o las m o d a l i d a d e s d e estos " a t e r r a m i e n t o s " y,
e n c o n s e c u e n c i a , las e s t r a t e g i a s p a r a c o n t e n d e r c o n e l l o s , p e r o n o l a
vigencia de lo que, desde aquel entonces, concluía:
L a s p u l s i o n e s s e x u a l e s c o a r t a d a s y a n o se e x t e r i o r i z a n , d e s d e l u e g o , c o m o
tales —^y e n esto c o n s i s t e e l éxito p a r c i a l d e l p r o c e s o i n h i b i t o r i o — ; p e r o sí e n
otras f o r m a s igualmente nocivas p a r a e l individuo q u e lo inutilizan p a r a toda
l a b o r s o c i a l , t a n e n a b s o l u t o c o m o l e h u b i e r a i n u t i l i z a d o l a satisfacción i n m o -
d i f i c a d a d e l a s p u l s i o n e s q u e se s o f o c a r o n . E n e s t o último c o n s i s t e e l f r a c a s o
parcial d e l proceso, fracaso q u e a l a larga a n u l a e l é x i t o . "
E s t a c u l t u r a e n d o n d e l a r a z ó n c i e n t i f i z a d a se h a c o n v e r t i d o e n e l
fiel de la balanza para m e d i r l o deseable y l o admisible, desdibuja, c o n
su f a l t a d e espejos, los r o s t r o s , t a n t o los p r o p i o s c o m o los ajenos. E l
dramático atentado d e l mensaje e n el espejo que Salamonovitz p o n e
c o m o e j e m p l o d e l a s e x u a l i d a d d e m u e r t e , así c o m o l o s m u c h o s r e l a -
t o s d e b a t a l l a s l i b r a d a s e n las a l c o b a s , n o d e j a n v e r m á s q u e u n p r o -
p ó s i t o d e r e i v i n d i c a c i ó n , d e r e s a r c i m i e n t o d e las h e r i d a s p r o v o c a d a s
p o r e l e n g a ñ o d e l q u e es v í c t i m a e l s u j e t o p o s m o d e r n o p o r l a i m p o s i -
b i l i d a d de ver c u m p l i d a la p r o m e s a e n la q u e había confiado. Todos
los r o s t r o s s o n i n t e r c a m b i a b l e s e n t a n t o los sujetos tienen lugar e n la
Ibidem, p. 33.
" Ibidem, p. 35.
170 CARLOS I,. FERNÁNDEZ GAOS
razón mas n o e n el afecto. Colonizados p o r u n a razón que enclaustra

y e n a j e n a su deseo, sólo q u e d a e l r e c u r s o al goce sin p a l a b r a .
Digamos, actualizando lo que Freud opinaba: "Aprendiendo a
p e n e t r a r e n e l c o n d i c i o n a m i e n t o d e las e n f e r m e d a d e s n e r v i o s a s , se
a d q u i e r e p r o n t o l a c o n v i c c i ó n d e q u e s u i n c r e m e n t o e n n u e s t r a socie-
d a d m o d e r n a , p r o c e d e d e l a u m e n t o d e las r e s t r i c c i o n e s s e x u a l e s ' V ^
q u e n o s o n las l i m i t a c i o n e s s e x u a l e s l o q u e i n c r e m e n t a las e n f e r m e -
d a d e s e n esta é p o c a n u e s t r a t a n " l i b e r a d a " s e x u a l m e n t e , s i n o l a falta
de u n a p a l a b r a capaz de e n u n c i a r el deseo. A t r a p a d o e n u n discurso
que sólo da c u e n t a del sujeto constreñido e n sus c o o r d e n a d a s ; que
l o o c u l t a s i l e n c i a n d o l o p e r s o n a l , l o í n t i m o , n o o b s t a n t e , reivindicará
s u l u g a r a u n q u e sea e n e l d o l o r , e n e l s u f r i m i e n t o , e n l a e n f e r m e d a d ,
c o n g r i t o s d e l c u e r p o , a m o d o d e e c o s d e l i n q u i e t a n t e s i l e n c i o e n el
que fue sumido.
Ibidem, pp. 37-38.

IDEAS ACERCA DE "LA M O R A L SEXUAL ' C U L T U R A L '
Y LA NERVIOSIDAD MODERNA"*
SERGIO T E L L E S
C o m o e r a de esperarse, e n " L a m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' y la n e r v i o s i d a d

m o d e r n a " , texto cuyo centenario c o n m e m o r a m o s , F r e u d presenta al-
g u n a s i d e a s q u e serían m o d i f i c a d a s p o r l a e v o l u c i ó n d e s u p r o p i o p e n -
s a m i e n t o . N o p r e t e n d o r e v i s a r m i n u c i o s a m e n t e esas m o d i f i c a c i o n e s .
M e d e t e n d r é t a n sólo e n a l g u n a s d e ellas. L u e g o haré u n r e c o r t e c o m -
p a r a n d o l a fi^rma e n q u e l a s e x u a l i d a d e r a v i s t a e n t o n c e s p o r F r e u d y
c ó m o se p r e s e n t a e n l a a c t u a l i d a d .
L a tesis c e n t r a l d e f e n d i d a p o r F r e u d e n s u t e x t o d e 1 9 0 8 es que
la " m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' " , p o r forzar la represión de la sexualidad,
i n d u c e a l a neurosis, c o n grave d a ñ o p a r a los sujetos y p a r a l a s o c i e d a d
e n g e n e r a l . E l psicoanálisis e r a p r e s e n t a d o c o m o u n a a l t e r n a t i v a o p t i -
mista, c o m o algo que podría contraponerse a la represión, proporcio-
n a n d o u n a m a y o r l i b e r t a d s e x u a l , e v i t a n d o l a n e u r o s i s y sus e l e v a d o s
costos sociales. F r e u d t e r m i n a d i c i e n d o :
N o es, ciertamente, labor del médico la de p r o p o n e r reformas sociales,

p e r o h e creído p o d e r a p o y a r s u u r g e n t e n e c e s i d a d a m p l i a n d o l a e x p o s i -
ción h e c h a p o r E h r e n f e l s , d e l o s d a ñ o s i m p u t a b l e s a n u e s t r a m o r a l s e x u a l
" c u l t u r a l " , c o n l a indicación d e s u r e s p o n s a b i l i d a d e n e l i n c r e m e n t o d e l a
nerviosidad moderna.'
Sin embargo, Freud comprende de i n m e d i a t o q u e la cuestión así

propuesta rápidamente se e x t i e n d e y se c o m p l i c a . E n p r i m e r l u g a r ,
q u e d a c l a r a p a r a él l a i m p o s i b i l i d a d d e u n a s e x u a l i d a d l i b r e d e i m p e -
d i m e n t o s y p l e n a m e n t e satisfecha. E n s e g u n d o l u g a r , l a m i s m a cues-
t i ó n d e l a m o r a l d e b e r e v i s a r s e d e s p u é s d e Tótem y tabú y Más allá del
pñncipio de placer. L o q u e p a r e c e r í a ser u n c o m b a t e c e n t r a d o e n t o r n o

' S i g m u n d Freud, " L a moral sexual 'cultural' y l a nerviosidad m o d e r n a " . Obras com-
pletas, Buenos Aires, SR, vol. x i n , p. 46.
[171]
172
a l a " m o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' " es s u s t i t u i d o p o r u n a m e j o r c o m p r e n s i ó n

de la p r o p i a m o r a l , f u n d a d a e n presupuestos inconscientes, heredera
d e l tabú d e l incesto, d e l asesinato d e l p a d r e y de la p o s t e r i o r intro-
y e c c i ó n d e s u ley. E n t e r c e r l u g a r , si e n u n p r i m e r m o m e n t o F r e u d se
p r e o c u p a b a p o r los i m p e d i m e n t o s e n t o r n o a l a s e x u a l i d a d q u e gene-
r a b a n m a l e s t a r , t e n d r á q u e a ñ a d i r las i m p l i c a c i o n e s d e las p u l s i o n e s
agresivas, e l o d i o , la v i o l e n c i a .
E n t o n c e s , l a c u e s t i ó n y a n o es s o l a m e n t e i n v e s t i g a r l a " m o r a l s e x u a l
' c u l t u r a l ' " s i n o t o d a l a m o r a l ; l o q u e está e n j u e g o n o es t a n s ó l o la
p u l s i ó n s e x u a l , p u e s a e l l a se u n e l a p u l s i ó n d e m u e r t e e n s u d i m e n -
sión destructiva.
E n 1 9 1 1 , p o c o s a ñ o s d e s p u é s d e " L a m o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' y la
n e r v i o s i d a d m o d e r n a " , F r e u d dirá q u e la s e x u a l i d a d h u m a n a jamás
podrá quedar enteramente libre de frustracionese impedimentos. Al
c o n t r a r i o , t a n t o las u n a s c o m o l o s o t r o s s o n i n c l u s o n e c e s a r i o s :
H a c e falta u n obstáculo p a r a p u l s i o n a r a l a l i b i d o hacia l o a l t o , y d o n d e las

resistencias naturales a la satisfacción n o b a s t a r o n , los h o m b r e s de todos los
t i e m p o s i n t e r p u s i e r o n unas resistencias c o n v e n c i o n a l e s al goce d e l a m o r . Esto
es válido t a n t o p a r a los i n d i v i d u o s c o m o para los p u e b l o s . E n épocas e n que
la satisfacción a m o r o s a n o t r o p e z a b a c o n n i n g u n a d i f i c u l t a d , p o r e j e m p l o d u -
r a n t e l a d e c a d e n c i a de l a c u l t u r a a n t i g u a , e l a m o r p e r d i ó t o d o valor, l a vida se
volvió vacía e h i c i e r o n falta intensas f o r m a c i o n e s reactivas p a r a restablecer los
valores afectivos indispensables.^
F r e u d a t r i b u y e l a n e c e s i d a d d e esos o b s t á c u l o s a l a " p r o l o n g a d a y
difícil h i s t o r i a d e d e s a r r o l l o d e esta p u l s i ó n " y destaca dos factores:
E n p r i m e r lugar, a consecuencia d e l a a c o m e t i d a de l a e l e c c i ó n de o b j e t o en
dos t i e m p o s separados p o r l a interposición d e l a b a r r e r a d e l incesto, e l ob-
j e t o d e f i n i t i v o d e l a pulsión sexual ya n o es n u n c a e l o r i g i n a r i o , sino sólo u n
s u b r o g a d o d e éste.^
Es d e c i r , c o m o e l o b j e t o o r i g i n a r i o — l a m a d r e — está p e r d i d o , to-
d o s l o s d e m á s s o n m e r o s s u s t i t u t o s y n i n g u n o d e e l l o s es p l e n a m e n t e
^ S i g m u n d F r e u d , "Sobre la más generalizada degradación de la vida amorosa",

Obras completas, vol. x i , Buenos Aires, A m o r r o r t u , p. 181.
' lUd., p. 182.
I D E A S A C E R C A D E " E A M O R A E S E X U A L ' C U L T U R A L ' " 173
s a t i s f a c t o r i o ; d e e s e h e c h o p r o c e d e , p a r a e l s u j e t o , e l " h a m b r e d e estí-
m u l o " , q u e es u n a d e las causas d e s u i n c o n s t a n c i a frente a l o b j e t o .
F r e u d continúa:
E n s e g u n d o lugar, s a b e m o s q u e l a pulsión s e x u a l se d e s c o m p o n e a l p r i n c i p i o
e n u n a g r a n serie d e c o m p o n e n t e s — m á s b i e n p r o v i e n e d e e l l o s — , n o todos
los c u a l e s p u e d e n ser a c o g i d o s e n su conformación u l t e r i o r , s i n o q u e d e b e n s e r
sofocados a n t e s o r e c i b i r o t r o e m p l e o . S o b r e t o d o los e l e m e n t o s p u l s i o n a l e s
coprófilos d e m u e s t r a n ser i n c o m p a t i b l e s c o n n u e s t r a c u l t u r a estética, p r o b a -
b l e m e n t e d e s d e q u e al a d o p t a r l a m a r c h a e r e c t a a p a r t a m o s d e l a t i e r r a n u e s t r o
órgano o l f a t o r i o ; lo m i s m o vale p a r a b u e n a p a r t e d e las i m p u l s i o n e s sádicas q u e
p e r t e n e c e n a l a v i d a a m o r o s a . P e r o t o d o s esos p r o c e s o s d e d e s a r r o l l o sólo ata-
ñen a los estratos s u p e r i o r e s d e l a c o m p l e j a e s t r u c t u r a . L o s p r o c e s o s f u n d a m e n -
tales q u e b r i n d a n l a excitación a m o r o s a n o h a n c a m b i a d o . L o e x c r e m e n t i c i o
f o r m a c o n l o s e x u a l u n a u r d i m b r e d e m a s i a d o íntima e i n s e p a r a b l e , l a posición
de los g e n i t a l e s — i n t e r urinas et Jaeces— sigue s i e n d o e l factor decisivo e i n m u t a -
ble. Podría d e c i r s e aquí, p a r o d i a n d o u n f a m o s o d i c h o d e l g r a n N a p o l e ó n : " L a
anatomía es e l d e s t i n o . " L o s g e n i t a l e s m i s m o s n o h a n a c o m p a ñ a d o e l d e s a r r o -
llo h a c i a l a b e l l e z a d e las f o r m a s d e l c u e r p o h u m a n o ; c o n s e r v a n u n carácter
a n i m a l , y e n e l f o n d o lo es tanto e l a m o r h o y c o m o lo f u e e n t o d o tíempo. L a s
p u l s i o n e s a m o r o s a s s o n difíciles d e e d u c a r , y s u educación c o n s i g u e o r a d e m a -
siado, o r a d e m a s i a d o p o c o . L o q u e l a c u l t u r a p r e t e n d e h a c e r c o n ellas n o p a r e -
ce a s e q u i b l e s i n s e r i a aminoración d e l p l a c e r , y l a p e r v i v e n c i a d e las m o c i o n e s
n o a p l i c a d a s se e x p r e s a e n e l q u e h a c e r s e x u a l c o m o insatisfacción. Por todo eUo,
acaso habría que admitir la idea de que en modo alguno es posible avenir las exigencias
de la sexualidad con los requerimientos de la cultura, y serían inevitables la renuncia y el
padecimiento, así como, en un lejano futuro, el peligro de extinción del género humano a
consecuencia de su desarrollo cultural* (cursivas d e S . T . ) .
F r e u d r e p e t i r á e s t e m i s m o a r g u m e n t o e n 1 9 2 9 e n El malestar en la
cultura. S o n interesantes los pasajes e n los q u e F r e u d p a r e c e llevar has-
ta l a s últimas c o n s e c u e n c i a s l a t e n d e n c i a b i o l o g i z a n t e a l s o s t e n e r u n a
represión "orgánica", l i g a d a d i r e c t a m e n t e a las c o n d i c i o n e s d e l a tra-
yectoria d e l a evolución h u m a n a . P a r e c e alejarse bastante d e s u p r o -
p u e s t a a n t e r i o r , q u e c o n s i d e r a b a a l a represión c o m o c o n s e c u e n c i a
de m e c a n i s m o s identificatorios, d e l a introyección d e l a ley p a t e r n a ,
v e r t i e n t e q u e abría e l c a m i n o a l a s l e c t u r a s m á s a c t u a l e s , c e n t r a d a s e n
4 Ibid, pp. 182-183.

174 SÉROIO TELLES
la i m p o r t a n c i a decisiva d e l O t r o q u e , c o n su deseo, v i e n e a c o n f i g u r a r
e l p s i q u i s m o d e c a d a ser h u m a n o .
M e p a r e c e o p o r t u n o r e c o r d a r ese fi"agmento de la o b r a freudiana
e n e l c u a l n u e s t r o p a r e n t e s c o c o n los a n i m a l e s a p a r e c e s u b r a y a d o . En
s u l i b r o E l animal que por ende soy, D e r r i d a d e s c o n s t r u y e e l c o n c e p t o
d e animal Y l o s u s t i t u y e p o r e l d e viviente y crea el n e o l o g i s m o animot,
n e o l o g i s m o c o m p u e s t o q u e p o r h o m o f o n í a r e m i t e e n f r a n c é s a l a pa-
l a b r a animaux ( a n i m a l e s ) , c o n s t i t u i d a p o r l a f u s i ó n d e las p a l a b r a s
animal + mot ( a n i m a l + p a l a b r a ) . ^ E n ese t e x t o , D e r r i d a p r o p o n e u n a
reflexión sobre la relación e n t r e el lenguaje y la a n i m a l i d a d — a t r i b u -
tos i r r e v e r s i b l e s d e n u e s t r a c o n s t i t u c i ó n — . C o n l o c u a l nos r e c u e r d a
q u e la excesiva disociación y a l e j a m i e n t o entre el h o m b r e y el animal
t i e n e c o n n o t a c i o n e s i d e o l ó g i c a s y r e f u e r z a las c r e e n c i a s r e l i g i o s a s , p o r
e j e m p l o , el rechazo d e l d a r w i n i s m o p o r el f u n d a m e n t a l i s m o religioso
q u e a c t u a l m e n t e p r e t e n d e ( y h a s t a l o g r a ) i m p o n e r r e s t r i c c i o n e s a la
enseñanza y divulgación d e la teoría de la evolución e n la educación
norteamericana.
Dice Derrida:
N o se c o m e c a r n e s i m p l e m e n t e p o r q u e se necesitan proteínas; éstas pueden

e n c o n t r a r s e e n o t r a p a r t e . E n e l c o n s u m o d e l a n i m a l , c o m o p o r o t r a parte en
la p e n a de m u e r t e , hay u n a e s t r u c t u r a sacrificial, y p o r e n d e u n f e n ó m e n o
" c u l t u r a l " l i g a d o a estructuras arcaicas q u e persisten y q u e se d e b e n anali-
zar. [...] E n l a escala de los siglos v e n i d e r o s , creo e n verdaderas mutaciones
e n n u e s t r a e x p e r i e n c i a de la a n i m a l i d a d y e n n u e s t r o lazo social c o n otros
a n i m a l e s . [... ] c r e o q u e e l espectáculo q u e e l h o m b r e se d a a sí m i s m o e n el
t r a t a m i e n t o de los a n i m a l e s llegará a ser i n s o p o r t a b l e . ' '
E l o p t i m i s m o r e f o r m i s t a p r e s e n t a d o p o r F r e u d e n " L a m o r a l sexual
' c u l t u r a l ' y l a n e r v i o s i d a d m o d e r n a " , a b a n d o n a d o e n " S o b r e l a más
g e n e r a l i z a d a d e g r a d a c i ó n d e l a v i d a a m o r o s a " , se t r a n s f o r m a e n u n
e s c é p t i c o p e s i m i s m o t r a s e l p l e n o r e c o n o c i m i e n t o d e l a p u l s i ó n de
m u e r t e , t a l c o m o é l l o d e s a r r o l l a e n E l malestar en la cultura (1929).
^Jacques Derrida, O animal que logo sou, Sao Paulo, Editora Unesp, 2002, pp. 87-92.
{El animal que por ende soy).
*^ Jacques D e r r i d a y Elisabeth Roudinesco, De que amanhá..., Río de Janeiro, Jorge
Zahar Editor, 2004, p. 91. {Ymañana, qué..., Buenos Aires, F o n d o de Cultura Económi-
ca, 2003, pp. 82-83).
I D E A S A C E R C A D E E A M O R A L S E X U A L ' C U L T U R A L ' " 175
Allí, d i c e F r e u d :
T r a s t o d o e s t o , es u n f r a g m e n t o d e r e a l i d a d e f e c t i v a l o q u e se p r e t e n d e des-
m e n t i r ; e l s e r h u m a n o n o es u n s e r m a n s o , a m a b l e , a l o s u m o c a p a z d e d e f e n -
d e r s e si l o a t a c a n , s i n o q u e es lícito a t r i b u i r a s u dotación p u l s i o n a l u n a b u e n a
c u o t a d e a g r e s i ^ ^ d a d . E n c o n s e c u e n c i a , e l prójimo n o es s o l a m e n t e u n p o s i b l e
a u x i l i a r y o b j e t o s e x u a l s i n o u n a tentación p a r a s a t i s f a c e r e n él l a agresión,
explotar s u f u e r z a de trabajo sin resarcirlo, usarlo s e x u a l m e n t e sin s u c o n s e n -
timiento, desposeerlo de su patrimonio, h u m i l l a r l o , infligirle dolores, marti-
r i z a r l o y a s e s i n a r l o . Homo homini lupus: ¿quién, e n vista d e las e x p e r i e n c i a s d e
la v i d a y d e l a h i s t o r i a , osaría p o n e r e n e n t r e d i c h o tal a p o t e g m a ? '
Y concluye:
P u e s t o q u e l a c u l t u r a i m p o n e t a n t o s s a c r i f i c i o s n o sólo a l a s e x u a l i d a d , s i n o a
l a inclinación a g r e s i v a d e l ser h u m a n o , c o m p r e n d e m o s m e j o r q u e los h o m -
b r e s difícilmente se s i e n t a n d i c h o s o s d e n t r o d e ella.**
F r e u d e s t a b l e c e q u e e l m a l e s t a r es d e f i n i t i v o e i n e v i t a b l e , q u e e l
psicoanálisis p u e d e c o m p r e n d e r l o y a p o r t a r e l e m e n t o s p a r a enfren-
t a r l o , p e r o j a m á s p o d r á e l i m i n a r l o o s u p r i m i r l o . E n t i e n d e q u e n o se-
r í a p o s i b l e p o s t u l a r u n a s e x u a l i d a d " l i b r e " o " n a t u r a l " , p u e s e l l a está
c o n d i c i o n a d a e s t r u c t u r a l m e n t e p o r los i m p e d i m e n t o s internalizados
p r o p i o s de l a constitución d e l sujeto, c o n s e c u e n c i a d e su paso p o r los
d e s f i l a d e r o s d e l n a r c i s i s m o y d e l c o m p l e j o d e E d i p o , a d e m á s d e estar
infiltrada p r i m o r d i a l m e n t e p o r la pulsión de m u e r t e .
E n " L a m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' y la nerviosidad moderna" Freud
a f i r m a q u e , f r e n t e a l a sexualidad, p o d r í a n diferenciarse tres estadios
c u l t u r a l e s . E n e l p r i m e r o , l a s e x u a l i d a d se p o d r í a m a n i f e s t a r l i b r e m e n -
t e , s i n t o m a r e n c o n s i d e r a c i ó n l o s fines r e p r o d u c t i v o s . E n e l s e g u n d o ,
d e l a p u l s i ó n s e x u a l t o d o está r e p r i m i d o , a e x c e p c i ó n d e l o q u e t i e n e
q u e v e r c o n l a r e p r o d u c c i ó n . E n e l t e r c e r o , a g r a v á n d o s e las r e s t r i c -
c i o n e s , s ó l o l a r e p r o d u c c i ó n l e g í t i m a es p e r m i t i d a c o m o m e t a s e x u a l .
Sería ése e l estadio vigente e n e l m o m e n t o d e su artículo ( 1 9 0 8 ) .
S u p r i m e r a c o n c l u s i ó n es q u e , a ú n t o m a n d o c o m o p u n t o d e p a r t i -
d a l o q u e sería e l s e g u n d o e s t a d i o , m u c h o s sujetos estarían i m p o s i b i l i -
' S i g m u n d Freud, El malestar en la cultura, en op. cit., vol. x x i , p. 108.

« Ibid., p. 111.
176 SERGIO TEl.I.ES
t a d o s d e c u m p l i r c o n tales e x i g e n c i a s : los " p e r v e r s o s " ( " e n los q u e u n a

fijación i n f a n t i l a u n fin s e x u a l p r o v i s i o n a l , h a d e t e n i d o l a p r i m a c í a d e
l a f u n c i ó n r e p r o d u c t o r a " ) y l o s homosexuales o invertidos ( " e n los cua-
les, y d e u n m o d o a ú n n o e x p l i c a d o p o r c o m p l e t o , l a p u l s i ó n s e x u a l
ha q u e d a d o desviada d e l sexo contrario").^
D e l a m i s m a f o r m a , F r e u d m u e s t r a los efectos d a ñ i n o s d e esta m o -
r a l s o b r e las m u j e r e s . A p e s a r d e t e n e r s u " p u l s i ó n s e x u a l m á s d é b i l " , ' "
t e r m i n a n p o r ser v í c t i m a s d e l a n e u r o s i s , u n a v e z q u e l a m o r a l es
" d o b l e " : ' ' t o l e r a n t e c o n las i n f r a c c i o n e s c o m e t i d a s p o r l o s h o m b r e s e
i m p l a c a b l e e n las e x i g e n c i a s h e c h a s a las m u j e r e s .
F r e n t e a este e s t a d o d e cosas, F r e u d p r o p o n e t r e s p r e g u n t a s q u e
r e s p o n d e r á e n l o q u e sigue d e l ensayo: 1] ¿qué tareas exige el tercer
e s t a d i o a l i n d i v i d u o ? ; 2 ] ¿ c o m p e n s a la satisfacción sexual p e r m i t i d a
por t o d o a q u e l l o q u e se r e n u n c i ó ? ; 3 ] ¿ c u á l es l a r e l a c i ó n e n t r e l o s
d a ñ o s e v e n t u a l e s y l o s p r o v e c h o s c o n s e c u t i v o s a esa r e n u n c i a ?
En l í n e a s g e n e r a l e s , F r e u d a f i r m a q u e es i m p o s i b l e c u m p l i r c o n
tales e x i g e n c i a s sin e l s u r g i m i e n t o d e l a n e u r o s i s , l l e v a n d o a l a m a s t u r -
bación (tenida c o m o perjudicial) o a la regresión de la libido a p u n t o s
de fijación p r e v i o s ; l a a c t i v i d a d s e x u a l e n e l m a t r i m o n i o a c a b a p o r ser
muy insatisfactoria t a n t o p a r a e l h o m b r e c o m o p a r a la m i i j e r y los l o -
g r o s sociales p r o d u c t o d e l a r e n u n c i a s o n i g u a l m e n t e insatisfactorios.
C o m o s a l i d a , se p r o p o n e u n a r e f o r m a d e e s t a m o r a l a p a r t i r d e l o s
presupuestos psicoanalíticos.
¿ Q u é p o d e m o s p e n s a r d e t o d o esto e n n u e s t r o s tiempos?
Si t o m a m o s e n c u e n t a l o q u e o c u r r e e n las m e t r ó p o l i s d e l m u n d o
o c c i d e n t a l d i r í a m o s q u e n o p o d r í a n e s t a r m á s d i s t a n t e s las e x i g e n c i a s
de u n a m o r a l "cultural" d e l "tercer estadio de la cultura", tal c o m o
surgen de la descripción freudiana.
F r e n t e a l a i m p o s i c i ó n d e p r á c t i c a s s e x u a l e s r e s t r i n g i d a s p a r a fi-
n e s r e p r o d u c t i v o s , e n u n a u n i ó n l e g a l m e n t e r e c o n o c i d a , o sea, e n
el i n t e r i o r d e la institución m a t r i m o n i a l , c o n la abstinencia sexual
c o m o la única alternativa viable, constatamos que sucede lo contra-
rio — la presión social hacia el "éxito sexual" desde la más precoz
pubertad.
^ S i g m u n d Freud, " L a moral sexual 'culmral' y la nerviosidad m o d e r n a " , S R , vol.

XIII, p. 34.
i« md., p . 36.
" Cf., e n este mismo volumen, el texto de Marta Gerez Ambertín, p p . 96-105.
IDEAS ACERCA DK " l A MORAL SKXUAL ' c U I . T U R A l / "
177
L a " m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' " de hoy, antes q u e r e p r i m i r a la sexuali-
d a d y exigir la abstinencia, exige el goce. U t i l i z a n d o la periodización
d e F r e u d , se p o d r í a p e n s a r q u e l a c u l t u r a está e n u n " c u a r t o e s t a d i o " ,
al q u e h a b r í a l l e g a d o c o n e l a u x i l i o d e l p r o p i o p s i c o a n á l i s i s .
Las d e s c r i p c i o n e s realizadas p o r F r e u d serían i n c o m p r e n s i b l e s o
risibles p a r a c u a l q u i e r adolescente d e hoy, q u e lejos de la abstinen-
cia, p r a c t i c a r e g u l a r m e n t e la masturbación o t i e n e r e l a c i o n e s sexuales
c o n su n o v i a y v i e n e d e h o g a r e s e n d o n d e los m a t r i m o n i o s s o n h e c h o s
y rehechos con gran movilidad.
E s o s c a m b i o s d i c e n r e s p e c t o a las r e l a c i o n e s h e t e r o s e x u a l e s , p r a c t i -
cadas m u c h o más p r e c o z m e n t e q u e antes y sin g r a n d e s i m p e d i m e n t o s
s o c i a l e s ; t a l e s p r á c t i c a s se v e n f a c i l i t a d a s p o r l a d i s p o n i b i l i d a d d e m é -
todos anticonceptivos, inexistentes en la época de Freud.
Sin e m b a r g o , existen otras dos g r a n d e s alteraciones, impensables
e n 1 9 0 8 , l i g a d a s a las c u e s t i o n e s d e l g é n e r o s e x u a l .
P o r u n l a d o , e l f e m i n i s m o . L a s m u j e r e s se o r g a n i z a r o n p o l í t i c a -
m e n t e e x i g i e n d o i g u a l e s d e r e c h o s q u e los h o m b r e s , e n t r e ellos l a
a p r o p i a c i ó n d e l p r o p i o c u e r p o y de su s e x u a l i d a d . Las descripcio-
nes d e F r e u d e n f u r e c e r í a n a u n a feminista, en la m e d i d a en que
c o l o c a n a las m u j e r e s c o m o seres e f e c t i v a m e n t e m e n o s d o t a d o s , " e n
c a l i d a d d e sustratos p r o p i a m e n t e d i c h o s d e los intereses sexuales
d e l o s h o m b r e s , n o p o s e e n s i n o e n m u y escasa m e d i d a e l d o n d e l a
sublimación".'^
P o r o t r o l a d o , si F r e u d p e n s a b a q u e l o s " p e r v e r s o s " y l o s " i n v e r t i -
dos" s e g u r a m e n t e n o p o d í a n c u m p l i r c o n las e x i g e n c i a s d e l a m o r a l
sexual c u l t u r a l d e l "tercer estadio", c o m p r o b a m o s q u e e n el actual
" c u a r t o e s t a d i o " , a l i g u a l q u e las m u j e r e s , e l l o s se o r g a n i z a r o n p o l í t i c a -
m e n t e y o b t u v i e r o n sustanciosas victorias. A p a r t i r de 1973, la Asocia-
c i ó n A m e r i c a n a d e Psiquiatría, d e j ó d e clasificar a la h o m o s e x u a l i d a d
c o m o u n a e n f e r m e d a d y la retiró de la Clasificación I n t e r n a c i o n a l de
las E n f e r m e d a d e s (CÍE). E n 1990, la A s a m b l e a G e n e r a l de la O r g a n i -
zación M u n d i a l de la Salud ( O M S ) h i z o lo m i s m o , retiró a la h o m o -
s e x u a l i d a d d e su listado d e e n f e r m e d a d e s m e n t a l e s , d e c l a r ó q u e " l a
h o m o s e x u a l i d a d n o es u n a e n f e r m e d a d , n i u n a p e r t u r b a c i ó n y t a m -
p o c o u n a p e r v e r s i ó n " , e s t a b l e c i e n d o q u e los p s i c ó l o g o s n o d e b e r í a n
c o l a b o r a r e n eventos y servicios q u e p r o p o n í a n el t r a t a m i e n t o y la
curación de la h o m o s e x u a l i d a d . E n 1 9 9 1 , la A m e r i c a n Psychoanalytic
Ilñd., p. 38.
178 SERGIO TELLES
Association d e j ó de vetar a candidatos homosexuales, p e r m i t i e n d o su

a c e p t a c i ó n f o r m a l e n l a institución.'-^ M á s r e c i e n t e m e n t e , los homo-
s e x u a l e s l o g r a r o n e l r e c o n o c i m i e n t o l e g a l d e sus u n i o n e s e s t a b l e s , l a
p o s i b i l i d a d de a d o p t a r niños y a d e m á s la legalización de la p a t e r n i d a d
o maternidad homoparental.
En los ú l t i m o s a ñ o s , las p o s i c i o n e s d e homosexuales y feminis-
tas d i e r o n origen a un movimiento más radical f u n d a d o e n la queer
theory.
Dice Grossman:
Teóricos d e l g é n e r o c o m o J u d i t h B u t l e r ( 1 9 9 0 ) , V i r g i n i a G o l d n e r (1991),
A d r i e n n e H a r r i s ( 1 9 9 1 ) , y j e s s i c a Benjamín ( 1 9 9 6 ) , h a n d e s a f i a d o las n o c i o -
n e s psicoanalíticas r e f e r e n t e s a u n a i d e n t i d a d fija y estable d e g é n e r o (Stoller,
1964). Butler, especialmente, h a explorado el rol que la c u l t u r a h a j u g a d o en
l a construcción d e g é n e r o y desafía l a rígida dicotomía e n t r e lo m a s c u l i n o y
lo f e m e n i n o . A s i m i s m o , los teóricos d e l a queer theory ( S e d g w i c k , 1990; d e L a u -
r e n t i s , 1 9 9 4 ; G r o s z , 1 9 9 5 ) también h a n c u e s t i o n a d o s u p o s i c i o n e s c o m ú n m e n -
te a c e p t a d a s a c e r c a d e l a e s e n c i a y n a t u r a l e z a d e l a orientación s e x u a l . L a queer
theory r e c h a z a las n o c i o n e s d e i d e n t i d a d e s e s e n c i a l e s y fijas. D e a c u e r d o c o n
los e s c r i t o s d e M i c h e l F o u c a u l t ( 1 9 7 8 ) , queer theorists c o m o A n n a m a r i e J a g o s e
( 1 9 9 5 ) , h a n d e c l a r a d o q u e " l a r e c i e n t e crítica d e política d e i d e n t i d a d . . . n o
h a s u r g i d o s i m p l e m e n t e p o r q u e l a reificación d e c u a l q u i e r i d e n t i d a d s i n g u l a r
s e a s e n t i d a c o m o e x c l u y e n t e . Esto ha ocurrido porque, en el postestructuralismo, la
noción de identidad en un sentido coherente y permanente del sí mismo es percibida más
como una fantasía cultural, que como un hecho demostrable ( p . 8 2 ) . ' *
Los militantes de esas c o r r i e n t e s — a l g u n o s d e ellos psicoanalis-

tas— rechazan directamente l a teoría psicoanalítica clásica, p o r con-
s i d e r a r l a n o r m a t i v a y m a c h i s t a . A l g u n o s d e sus t e x t o s d e f i e n d e n a l a
sexualidad p r e g e n i t a l y rechazan el p a p e l a t r i b u i d o al c o m p l e j o de
castración.
Subversión, d i f e r e n c i a , prohibición y tabú d e f i n e n m o m e n t o s d e i n t e n s a e x -

p e r i e n c i a erótica, fantasía y f o r m a s d e expresión p a r a m u c h a s p e r s o n a s . D i -
'* R a l p h E . Roughton, "Rethinking homosexuality - What it teaches us about psy-

choanalysis", en Journal of the American Psychoanalytic Association, 2002, 50:733-763.
'^ G . Grossman, " Q u e r r i n g psychoanalysis", The Annual of Psychoanalysis, 2002,
30:287-299.
I D E A S A C E R C A D E " L A M O R A E S E X U A L ' C L J L T U R A L ' 179
f e r e n c i a s d e p o d e r y roles {role playing) tales c o m o d o m i n a c i ó n y sumisión,

relaciones sadomasoquistas, o r g a n i z a n l a e x p e r i e n c i a erótica p a r a a l g u n o s .
J u g a r c o n los fluidos c o r p o r a l e s , c o m o l a s a n g r e , o r i n a y s u d o r es u n a s p e c t o
c e n t r a l d e l a fantasía y / o e x p e r i e n c i a s e x u a l p a r a m u c h o s . P r e s e n c i a d e p e l o s
e n e l c u e r p o o s u a t i s e n c i a , a p a r e c e n i n t e n s a m e n t e v i n c u l a d o s a l a excitación
s e x u a l p a r a otros. Más atrn, e l l o g r o d e p l a c e r e n t a n t o q u e c o n t r a r i o a l a
reproducción está implícito e n l a e x p e r i e n c i a y e n e l d e s e o d e m u c h a s p e r -
s o n a s ( B r o n s k i , 1 9 9 8 ) . S u f i c i e n t e c o n o b s e r v a r las imágenes s o b r e s e x u a l i d a d
v e h i c u l a d a s e n los m e d i o s p a r a d a r s e c u e n t a d e l j u e g o i n s i d i o s o d e l o p r o h i -
b i d o , l a erotización d e los fluidos c o r p o r a l e s , l o s p a t r o n e s d e d o m i n a c i ó n y
sumisión e n las r e l a c i o n e s h e t e r o s e x u a l e s t r a d i c i o n a l e s , p a r a c o n f i r m a r esas
c o n e x i o n e s e n t r e c u l t u r a s s e x u a l e s . En algunas comunidades, y para algunos in-
dividuos, toda noción de íin sistema binario de género está reorganizada en form.as casi
irreconocibles. Las llamadas "culturas trasgénero " rechazan cualquier correlación entre
anatomía e identificación de género(cursivas de S.T.).
C a b e p r e g u n t a r p o r q u é e l a u t o r n o i n c l u y ó las h e c e s p a r a c o m p l e t a r
e l l i s t a d o d e los fluidos c o r p o r a l e s q u e señala c o m o f u e n t e de p l a c e r
p a r a m u c h o s . T a m b i é n es i n t e r e s a n t e c o n t r a p o n e r este t e x t o c o n las
afirmaciones de F r e u d sobre la represión "orgánica", antes citado.
O t r o analista, R a u g h t o n , dice:
R i c h a r d y j e n n i f e r (2001), al escribir sobre el complejo de E d i p o y la h o m o -

s e x u a l i d a d , c u e s t i o n a n n u e s t r a s c o n c e p c i o n e s t r a d i c i o n a l e s s o b r e l a fase d e l
d e s a r r o l l o q u e c o n s i d e r a m o s edípica. A l i g u a l q u e o t r o s a u t o r e s , s u g i e r e n q u e
l a triangulación es u n a e t a p a m a d u r a t i v a c o m p l e j a , e n l a c u a l , e l d e s a r r o l l o
c o g n i t i v o y l a maduración d e los c o n c e p t o s d e l self c o n relación a los o t r o s ,
s o n f a c t o r e s c e n t r a l e s . El complejo de Edipo clásico no es un fenómeno universal, y
puede ser más el resultado de experiencias familiares traumáticas que el desdoblamiento
"normal" de las pulsiones sexuales y agresivas hacia los padres. Esta reformulación
invalida la "falla en la resolución del complejo de Edipo " como explicativa de la elección
de un objeto sexual del mismo sexo^'° ( c u r s i v a s d e S . T . ) .
Grosso modo, f e m i n i s t a s , h o m o s e x u a l e s y a c a d é m i c o s v i n c u l a d o s a l a
queer theory a l e g a n s o b r e u n a s p e c t o c e n t r a l d e l a t e o r í a p s i c o a n a l í t i c a
Carolyn Snack, "Psychoanalysis meets queer theory - A n encounter with the terri-
fying other", Gender íjf Psychoanalysis, 1999, 4:71-87.
Ralph E . Roughton, op. dt.
180 SERGIO lELLES
clásica — a q u é l l i g a d o a la f o r m a c i ó n d e la i d e n t i d a d sexual, l i g a d o al
c o m p l e j o de castración, m o m e n t o decisivo e n el i n t e r i o r d e l c o m p l e j o
de E d i p o , proceso considerado f u n d a m e n t a l para la constitución del
sujeto.
L a s i t u a c i ó n es b a s t a n t e d e l i c a d a , p u e s las e l a b o r a c i o n e s s o b r e las
c o n s e c u e n c i a s p s í q u i c a s d e las d i f e r e n c i a s a n a t ó m i c a s e n t r e l o s s e x o s
s o n partes f u n d a m e n t a l e s d e l c u e r p o teórico d e l psicoanálisis y p a r e -
ce p o c o p r o b a b l e q u e se p u e d a p r e s c i n d i r d e e l l a s .
E l psicoanálisis n o p u e d e p a c t a r c o n p r e j u i c i o s e i n j u s t i c i a s sociales
c o m o e f e c t i v a m e n t e l o s h o m o s e x u a l e s , l o s queer y las m u j e r e s s u f r i e -
r o n y s u f r e n . Si l a " m o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' " a c t u a l c a m b i ó , a d o p t a n d o
u n a a c t i t u d m u c h o más tolerante, respetuosa y permisiva c o n aquellos
a n t e r i o r m e n t e perseguidos y discriminados, p o r supuesto, debe apo-
yar t a l avance d e los d e r e c h o s h u m a n o s y d e la c i u d a d a n í a . S i n e m b a r -
g o , ¿ i m p l i c a eso q u e l a t e o r í a d e b e a b a n d o n a r s i n d i s c u s i ó n a l g u n o s
d e sus p r e s u p u e s t o s p a r a s o m e t e r s e a c i e r t a s p r e s i o n e s p o l í t i c a s ?
Es u n h e c h o q u e l a t e o r í a d e b e e s t a r a b i e r t a p a r a o b s e r v a r l o s n u e -
vos h e c h o s q u e la r e a l i d a d p r e s e n t a , y a p a r t i r d e ellos r e o r g a n i z a r
l o q u e n o es c o m p a t i b l e c o n e l l o s . C o m o d e c í a C h a r c o t a u n a t e n t o
F r e u d , La théorie, c'est bou, mais fa n'empéche pas d'exister. L a t e o r í a es
b u e n a p e r o , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e ella, los h e c h o s s i g u e n e x i s t i e n -
d o , a ú n c u a n d o l a c o n t r a d i c e n . D e ser é s e e l c a s o , n o q u e d a n a d a p o r
hacer más que repensarla, r e f o r m u l a r l a .
R o u d i n e s c o d a u n b u e n e j e m p l o d e ese impasse. E n su l i b r o sobre la
f a m i l i a , m u e s t r a q u e a l p e l e a r e l r e c o n o c i m i e n t o l e g a l d e sus u n i o n e s
y la h o m o p a r e n t a l i d a d , el m o v i m i e n t o h o m o s e x u a l francés enfrentó
d i r e c t a m e n t e l a c o n d e n a d e los psicoanalistas. D i c e ella:
C u a n d o las p a r e j a s h o m o s e x u a l e s f r a n c e s a s o b t u v i e r o n e n 1999, a n t e las p u -

llas y l o s i n s u l t o s d e l a d e r e c h a p a r l a m e n t a r i a u n p r i m e r r e c o n o c i m i e n t o l e g a l
d e s u v i d a e n c o m ú n , a l g u n o s p s i c o a n a l i s t a s l a c a n i a n o s a d o p t a r o n , c o m o sus
c o l e g a s d e l a I P A , u n a posición d e p e r i t o s . S i n ningún c o n o c i m i e n t o d e l a s
e x p e r i e n c i a s n o r t e a m e r i c a n a s , se l a n z a r o n a u n a ñiriosa c r u z a d a c o n t r a a q u e -
llos a q u i e n e s a c u s a b a n d e s e r p a r t i d a r i o s d e u n a g r a n "desimbolización" d e l
o r d e n social, e incluso los responsables de u n nuevo intento de b o r r a d u r a de
l a d i f e r e n c i a s e x u a l . L o s m i s m o s q u e i m p r e c a b a n e r a n , p o r lo t a n t o , p s i c o a n a -
listas, y e n n o m b r e d e F r e u d y s u d o c t r i n a atribuían a los h o m o s e x u a l e s l a i n -
tención l e t a l antaño a c h a c a d a a las m u j e r e s . [...] P o r o t r a p a r t e , e n Liberation
d e l 7 de j u l i o de 1999, S i m o n a Corp.-Sausse comparó a los h o m o s e x u a l e s c o n
c l o n e s i n c a p a c e s d e a f r o n t a r o t r a c o s a q u e l a "lógica d e l o m i s m o " . D u r a n t e
u n p r o g r a m a d e televisión d e j u n i o d e 2 0 0 1 y u n a intervención e n R T L e l 21
d e l m i s m o m e s . C h a r l e s M e l m a n s o s t u v o q u e " l o s h i j o s d e las p a r e j a s h o m o -
s e x u a l e s serían j u g u e t e s d e p e l u c h e d e s t i n a d o s a satisfacer e l n a r c i s i s m o d e
sus p a d r e s " . E n tales c o n d i c i o n e s , e r a i m p o s i b l e q u e u n a f a m i l i a f u e r a c o n s i -
derada "honorable"."
E l psicoanálisis t i e n e u n a l a r g a tradición de i r c o n t r a la c o r r i e n -
t e . E n sus i n i c i o s , ese " i r c o n t r a l a c o r r i e n t e " se i d e n t i f i c a b a c o n l o
"nuevo", con la lucha en c o n t r a de lo viejo. E n el m o m e n t o actual,
las p o s i c i o n e s d e l o s p s i c o a n a l i s t a s f r e n t e a las c u e s t i o n e s d e g é n e r o
levantadas p o r los g r u p o s f e m i n i s t a s , h o m o s e x u a l e s , y los p a r t i d a r i o s
d e l a queer theory p a r e c e n ser c o n s e r v a d o r a s , u n a vez q u e l o " n u e v o "
estaría r e p r e s e n t a d o p o r tales g r u p o s . Si r e c o r d a m o s e l espíritu d e l
ü e m p o de nuestra sociedad de c o n s u m o , d o m i n a d a p o r la p u b l i c i d a d
q u e p r o m e t e l a f e l i c i d a d y l a c o m p l e t u d n a r c i s i s t a a través d e l a a d q u i -
sición d e bienes d e c o n s u m o , e l psicoanálisis va a c o n t r a c o r r i e n t e al
d e n u n c i a r su falacia.
Así, el psicoanálisis h a sido p r e s e n t a d o c o m o u n v e j e s t o r i o conser-
v a d o r f r e n t e a l o " n u e v o " d e las n e u r o c i e n c i a s q u e t o m a r o n p o r a s a l t o
e l c a m p o d e l a psiquiatría. S u f r i e n d o desde hace m u c h o t i e m p o u n a
crisis d e i d e n t i d a d e n el i n t e r i o r de la m e d i c i n a , h u m i l l a d a p o r n o
s e r " c i e n c i a " c o m o las d e m á s e s p e c i a l i d a d e s , l a p s i q u i a t r í a se r e g o -
c i j a c o n los i n n e g a b l e s avances d e l a t e c n o c i e n c i a m é d i c a {PET-scan,
n e u r o t r a n s m i s o r e s , d r o g a s de t i l t i m a g e n e r a c i ó n , etc.) y r e c h a z a los
c o n o c i m i e n t o s p s i c o a n a l í t i c o s a r g u y e n d o q u e n o s o n " c i e n t í f i c o s " , ca-
l i f i c a c i ó n a t r i b u i d a e x c l u s i v a m e n t e a l c o g n i t i v i s m o q u e n o es s i n o e l
n u e v o ropaje de u n a psicología basada e n la conciencia.
Es ése u n i m p o r t a n t e y vasto p r o b l e m a e n e l q u e n o n o s p o d e m o s
detener. Sólo diré que, a u n q u e paradójico, el actual divorcio entre la
psiquiatría y e l psicoanálisis, p e r j u d i c i a l e n m u c h o s aspectos, n o d e j a
de c o r r e s p o n d e r a u n antiguo deseo de F r e u d expresado e n "¿Pueden
l o s l e g o s e j e r c e r e l análisis?". A h í é l d e f e n d í a l a r e t i r a d a d e l p s i c o a n á l i -
sis d e l á m b i t o d e l a i d e o l o g í a m é d i c a , c u y o s m o d e l o s d e t r a t a m i e n t o y
c u r a t a n t o i n t e r f i r i e r o n e n l a práctica analítica. P o r o t r o l a d o , l a cues-
Elisabeth Roudinesco, A familia em desordem, Río de Janeiro, Jorge Zahar Editor,

2003, p. 193 [La familia en desorden, Buenos Aires, Fondo de Cultura Económica, 2004,
p. 208].
182 SÉRC;i() l E L L E S
tión d e l a c i e n t i f i c i d a d d e l psicoanálisis l e v a n t a d a p o r los psiquiatras

y otros detractores exige q u e nos esforcemos para establecer nuestra
p r o p i a e p i s t e m o l o g í a . E f e c t i v a m e n t e , e l psicoanálisis n o o b e d e c e r á j a -
m á s a l o s c r i t e r i o s d e c i e n t i f i c i d a d d e las hard sciences, p e r o eso n o l o
e x i m e d e p r o c u r a r establecer c r i t e r i o s y p r o t o c o l o s q u e sean e x e q u i -
bles e n n u e s t r o c a m p o de c o n o c i m i e n t o .
A s í , f r e n t e a esas s i t u a c i o n e s , p i e n s o q u e n o d e b e m o s a s u s t a r n o s
p o r n o ser, e n d e t e r m i n a d a s c i r c u n s t a n c i a s , l o " n u e v o " , d e b i d o a q u e
n o s i e m p r e l o " n u e v o " r e p r e s e n t a u n avance respecto de conquistas
a n t e r i o r e s . L o n o v e d o s o n o d e b e ser c o n f u n d i d o c o n l a v e r d a d y p u e -
d e m u c h a s v e c e s ser a p e n a s u n a n u e v a a p a r i c i ó n d e v i e j a s r e s i s t e n c i a s
e n c o n t r a d e l a r a d i c a l novedad freudiana — e l descubrimiento del i n -
consciente.
Es n e c e s a r i o c o n t i n u a r c o n e l t r a b a j o a n a l í t i c o , p r e s t a n d o a t e n c i ó n
a la r e a l i d a d psíquica y a la c a m b i a n t e realidad material, sin t e m o r a
ser c o n s i d e r a d o s " v i e j o s " o " c o n s e r v a d o r e s " , n i c e d i e n d o a p r e s i o n e s
políticas.
A p r o p ó s i t o d e las p r e s i o n e s p o l í t i c a s s o b r e e l c u e r p o t e ó r i c o d e l
p s i c o a n á l i s i s , se o b s e r v a e n F r a n c i a a l g o q u e y a h a b í a o c u r r i d o e n
E s t a d o s U n i d o s . E x i s t e u n f u e r t e m o v i m i e n t o q u e t i e n d e a q u e los
s e r v i c i o s p ú b l i c o s d e s a l u d a b a n d o n e n l a visión psicoanalítica sobre el
a u t i s m o , y a d o p t e n u n a visión más organicista.'^
L o s n u e v o s a t a q u e s a l psicoanálisis ¿serán m u y d i s t i n t o s d e los más
a n t i g u o s , d e los p r i m e r o s , d e los d e siempre? ¿ N o serían resistencias
a sus m á s d u r o s d e s c u b r i m i e n t o s , r e a c c i o n e s a las h e r i d a s n a r c i s i s t a s
q u e é l h a p r o v o c a d o e n las f a n t a s í a s q u e c a d a u n o t i e n e r e s p e c t o a sí
m i s m o ? S i l a c r e e n c i a e n e l l i b r e a r b i t r i o es t o d a v í a t e n i d a p o r m u c h o s
c o m o u n b i e n i n t o c a b l e , ¿ c ó m o a d m i t i r la o m n i p r e s e n t e sumisión al
deseo d e l Otro?
F i n a l m e n t e , a m p l i a n d o l a paráfrasis d e N a p o l e ó n h e c h a p o r F r e u d ,
p o d r í a m o s d e c i r q u e " e l d e s e o d e l O t r o es e l D e s t i n o " . Y n o es f á c i l
t o l e r a r esa c o n s t a t a c i ó n .
U n a s p e c t o e s p e c í f i c o d e l a s e x u a l i d a d a ser r e s a l t a d o e n l a d e s -
cripción de F r e u d e n " L a m o r a l sexual 'cultural' y la nerviosidad m o -
'® L e Post — le mix de l'info: L a Psychanalyse sans etique - <http://www.lepost.fr/

article/2007/12/ll/1065931_la-psychanalyse-sans-ethique.html> y Psychomedia:
L'Autisme en France - la psychanalyse pointée par le comité d'étique - <http://www.psy-
chomedia.qc.ca/pn/modules.php?name=News&file=article&sid=5705>, en 1 1 / 1 2 / 2 0 0 7
I D E A S A C E R C A D E " L A M O R A L S E X U A L ' C U L T U R A L ' " 183
d e r n a " es l a masturbación. L e j o s d e d e f e n d e r las e x a g e r a c i o n e s de

los m é d i c o s d e s u t i e m p o , q u e le atribuían las p e o r e s consecuencias,
a m e n a z a n d o a los j ó v e n e s c o n l a l o c u r a y l a d e g e n e r a c i ó n , F r e u d tie-
ne u n a actitud de reproche y reticencia. C r e e que ella " c o r r o m p e el
carácter e n más d e u n m o d o " , d e j a a l s u j e t o " c o m p l a c i e n t e " , "indul-
g e n t e " , a b o c á n d o l o a l a "solución m á s fácil":
P e r o p r e c i s a m e n t e [...] n o s o n tales m e d i o s sustitutivos d e satisfacción s e x u a l

n a d a i n o f e n s i v o s ; p u e s c r e a n u n a disposición a a q u e l l a s n u m e r o s a s f o r m a s d e
n e u r o s i s y p s i c o s i s q u e t i e n e n p o r condición l a regresión d e l a v i d a s e x u a l a
sus f o r m a s i n f a n t i l e s . ' ^
En " E l hombre d e las r a t a s " , F r e u d h a c e u n a m p l i o comentario

sobre el tema, lo que justifica l a cita u n tanto extensa:
E n este ámbito h a y u n a oposición, n o v a l o r i z a d a todavía, e n t r e las o p i n i o n e s

d e l o s médicos y d e los e n f e r m o s . T o d o s éstos están d e a c u e r d o e n p r o c l a m a r
a l o n a n i s m o , p o r e l c u a l e n t i e n d e n l a masturbación d e l a p u b e r t a d , c o m o
raíz y f u e n t e p r i m o r d i a l d e t o d o s u p a d e c e r ; los m é d i c o s e n g e n e r a l n o sa-
b e n a qué a t e n e r s e s o b r e esto, p e r o b a j o l a impresión d e l a e x p e r i e n c i a d e
q u e también l a mayoría d e las p e r s o n a s q u e después serán n o r m a l e s se h a n
m a s t u r b a d o u n t i e m p o d u r a n t e l a p u b e r t a d , se i n c l i n a n p r e d o m i n a n t e m e n t e
a c o n d e n a r c o m o sobrestimaciones groseras lo q u e los enfermos i n d i c a n . Yo
o p i n o q u e también e n esto los e n f e r m o s l l e v a n más razón q u e los médicos.
A q u é l l o s v i s l u m b r a n así u n a intelección c o r r e c t a , m i e n t r a s q u e éstos c o r r e n
e l r i e s g o d e d e s c u i d a r a l g o e s e n c i a l . S i n d u d a q u e l a situación n o es tal c o m o
l o s e n f e r m o s querrían c o m p r e n d e r s u tesis, a saber, q u e d e b i e r a r e s p o n s a b i l i -
z a r s e p o r t o d a s las p e r t u r b a c i o n e s neuróticas a l o n a n i s m o d e l a p u b e r t a d , q u e
c a s i se diría típico. L a tesis r e q u i e r e interpretación. H e l a aquí: E l o n a n i s m o
d e l o s años d e l a p u b e r t a d n o es r e a l m e n t e o t r a c o s a q u e e l r e f r e s c a m i e n t o
d e l hasta h o y siempre desdeñado o n a n i s m o d e l a i n f a n c i a , que a l c a n z a su
a p o g e o casi s i e m p r e h a c i a los 3, 4 o 5 años; y e s ésta, e n v e r d a d , l a expresión
más nítida d e l a constitución s e x u a l d e l n i ñ o , e n l a c u a l también nosotros
b u s c a m o s l a etiología d e las p o s t e r i o r e s n e u r o s i s . E n t o n c e s , bajo este d i s f r a z ,
los e n f e r m o s i n c u l p a n p r o p i a m e n t e a s u s e x u a l i d a d i n f a n t i l , y e n e l l o t i e n e n
e n t e r a razón. En cambio, el problema del onanismo es insoluble si se lo quiere concebir
Sigmund Freud, " L a moral sexual 'cultural' y la nerviosidad moderna", SR, vol.
XIII, p. 42.
184 sí,R(;io TF.LLES
como una unidad clínica, olvidando así que constituye la descarga de los más diversos
componentes sexuales y de las fantasías por estos alimentadas. La nocividad del onanis-
mo es sólo en mínima parte autónoma, o sea, condicionada por su propia naturaleza.
En lo principal coincide por completo con la significación patógena de la vida sexual. El
hecho de que tantos individuos toleren sin daño el onanismo (vale decir, cierta extensión
de ese quehacer) nos enseña solamente que en ellos la constitución sexual y el decurso
de los procesos de desarrollo ha consentido el ejercicio de la fundón bajo las condiciones
culturales, mientras que otros individuos, a consecuencia de una constitución sexual
desfavorable o de un desarrollo perturbado, enferman a raíz de su sexualidad, o sea, no
pueden llenar .ún inhilnciones y formaciones sustitutivas los requisitos para la sofoca-
ción y sublimación de los componentes sexuales^'^' (cursivas de S.T.).
D e f i e n d e estas i d e a s e n e l a r t í c u l o e n q u e s i n t e t i z a u n d e b a t e c o -
lectivo sobre el asunto. M i e n t r a s Stekel defiende a b i e r t a m e n t e la mas-
t u r b a c i ó n —actitud d e l a g r a n m a y o r í a d e los m é d i c o s e n l a a c t u a l i -
d a d - F r e u d l a ve c o n reservas, e n l a m e d i d a e n q u e e l l a r e m i t e a la
masturbación infantil ligada al c o m p l e j o de E d i p o , lo cual la sumerge
p a r a s i e m p r e e n l a c u l p a b i l i d a d , y es p o r e l l o p e r j u d i c i a l e n t r e s a s p e c -
tos: p o r causar u n d a ñ o o r g á n i c o , p o r establecer u n p a t r ó n p s í q u i c o
d e c o m p l a c e n c i a q u e l l e v a a l a b ú s q u e d a d e l a s o l u c i ó n más fácil y p o r
i n d u c i r l a fijación d e l a s e x u a l i d a d e n p a u t a s i n f a n t i l e s . S i n e m b a r g o ,
c o n c u e r d a c o n Stekel e n que la masturbación posibilita " c o n s u m a r
e n l a fantasía u n o s d e s a r r o l l o s sexuales y u n a s s u b l i m a c i o n e s " q u e a
p e s a r d e ser " d a ñ i n a s f o r m a c i o n e s de c o m p r o m i s o " , "vuelve inocuas
s e r i a s i n c l i n a c i o n e s p e r v e r s a s y e s q u i v a las p e o r e s c o n s e c u e n c i a s d e l a
a b s t i n e n c i a . " Y dice todavía:
M u c h o s de ustedes ya habrán h e c h o , c o m o yo, l a e x p e r i e n c i a de q u e i m p l i c a

u n g r a n p r o g r e s o que e l p a c i e n t e ose de n u e v o p r a c t i c a r e l o n a n i s m o e n el
c u r s o d e l t r a t a m i e n t o , n o t e n i e n d o e l propósito de d e m o r a r s e d u r a d e r a m e n -
te e n esta estación i n f a n t i l . ^ '
R e t o m a el t e m a e n el artículo sobre Dostoievski, c u a n d o i n t e r p r e -

ta e l c u e n t o " V e i n t i c u a t r o horas e n la v i d a de u n a m u j e r " , de Stefan
Z w e i g , c o m o u n a fantasía m a s t u r b a t o r i a e d í p i c a , e n l a c u a l j u e g a u n
^° Sigmund Freud, " A propósito de u n caso de neurosis obsesiva", op. cit., vol. x, pp.
158-159.
Sigmund F r e u d , "Contribuciones para u n debate sobre el onanismo", op. cit., vol.
x n , pp. 262-263.
p a p e l i m p o r t a n t e la simbología d e l j u g a d o r y t o c a d o r de p i a n o y la
i m p o r t a n c i a d e las m a n o s e n estas a c t i v i d a d e s . A h í a p a r e c e c i t a d a u n a
a n t e r i o r c a r t a a Fliess, e n d o n d e F r e u d c o n s i d e r a q u e l a m a s t u r b a c i ó n
es u n a " i n c l i n a c i ó n p r i m a r i a " y e l o r i g e n d e t o d a s las d e m á s a d i c c i o -
n e s c o m o las d e l a l c o h o l , e l j u e g o , l a m o r f i n a , etcétera.'^'^
E n el m o m e n t o actual la cuestión de la masturbación tiene u n re-
n o v a d o interés d e b i d o al i n c r e m e n t o d e la p o r n o g r a f í a p o r el uso
d e I n t e r n e t . Es c u r i o s o e l s i l e n c i o a l r e d e d o r d e l a p o r n o g r a f í a e n l o s
m e d i o s analíticos, l o q u e t a l vez i n d i q u e q u e vestigios d e l a " m o r a l
s e x u a l ' c u l t u r a l ' " d e 1 9 0 8 a ú n p e r s i s t a n , i n c l u s o allí. A l a c c e d e r a l s i t i o
d e l a Psychoanalytic Electronic Publishing<wwv/.pep-weh.OTg>, que reúne
las 2 0 ( v e i n t e ) r e v i s t a s m á s i m p o r t a n t e s d e p s i c o a n á l i s i s e s c r i t a s e n
l e n g u a inglesa, e investigar artículos c o n la p a l a b r a " p o r n o g r a p h y "
e n su título, se e n c u e n t r a u n ú n i c o í t e m . A l i n v e s t i g a r a r t í c u l o s q u e
m e n c i o n a n la palabra e n el texto, el n ú m e r o crece a 243 (doscien-
t o s c u a r e n t a y t r e s ) . Esos n ú m e r o s se v u e l v e n a ú n m á s s i g n i f i c a t i v o s
c u a n d o los c o m p a r a m o s c o n los q u e p r o p o r c i o n a u n b u s c a d o r c o m o
el Google. A l digitar " p o r n o g r a p h y " e n c o n t r a m o s 2 4 8 0 0 0 0 0 (veinti-
cuatro millones ochocientos m i l ) resultadosy para " p o r n " 150000000
( c i e n t o c i n c u e n t a m i l l o n e s ) .'^"^
I n t e r n e t v o l v i ó o b s o l e t a s t o d a s las m e d i d a s l e g a l e s p o r las c u a l e s l o s
estados i n t e n t a b a n c o n t r o l a r l a p r o d u c c i ó n , divulgación y c o m e r c i a -
lización de l a pornografía. C o n I n t e r n e t , la pornografía alcanza u n a
n u e v a d i m e n s i ó n social q u e e l psicoanálisis n o p u e d e i g n o r a r .
L a s e x u a l i d a d h u m a n a v i e n e d e l O t r o y se o r g a n i z a p o r e l j u e g o d e
las i d e n t i f i c a c i o n e s c o n s t i t u t i v a s p u e s t o e n m a r c h a c o n e l c o m p l e j o d e
E d i p o . A l n o ser n a t u r a l e i n s t i n t i v a , c o m o e n los a n i m a l e s , l a s e x u a l i -
d a d h u m a n a n e c e s i t a ser e n s e ñ a d a p a r a ser p r a c t i c a d a . S i eso n o o c u -
r r e , n i el h o m b r e n i la m u j e r saben c ó m o c o m p o r t a r s e sexualmente.
Sobre t o d o p o r q u e la sexualidad h u m a n a , tal c o m o F r e u d la descri-
b i ó , es r e g i d a p o r e l f a l o , e x i g i e n d o u n c o m p l i c a d o p r o c e s o p a r a q u e
l a v a g i n a p u e d a ser v i s t a p o s i t i v a m e n t e y n o c o m o a u s e n c i a d e p e n e .
A m b a s características s o n ilustradas p o r L a c a n c o n l a fábula d e D a f n i s
y Cloe, t e m a de la pastoral de L o n g o , el poeta r o m a n o .
T r a s r e c o r d a r q u e c l í n i c a m e n t e se c o n s t a t a q u e las n i ñ a s se c o n s i -
d e r a n castradas; q u e n i ñ o s d e los dos sexos c o m p a r t e n l a i m a g e n d e
2^ Sigmund F r e u d , "Dostoievski y el parricidio", O. C, vol. x x i , p. 190.

23 Datos recolectados el 19 de diciembre del 2007.
186 SERGIO TELLES
u n a m a d r e fálica; q u e p a r a la niña la castración s ó l o pasa a c o b r a r

s i g n i f i c a d o e n t a n t o q u e castración de la m a d r e y p a r a subrayar la i m -
p o r t a n c i a del falo y el d e s c o n o c i m i e n t o de la vagina, Lacan plantea:
E s s a b i d o q u e F r e u d e s p e c i f i c a b a j o este término [fase fálica] l a p r i m e r a m a -

duración g e n i t a l : e n c u a n t o q u e p o r u n a p a r t e se c a r a c t e r i z a p o r l a d o m i n a -
ción i m a g i n a r i a d e l a t r i b u t o fálico, y p o r e l g o c e m a s t u r b a t o r i o , y p o r otra
p a r t e l o c a l i z a este g o c e e n l a m u j e r e n e l clítoris, p r o m o v i d o así a l a función
d e falo, y q u e p a r e c e e x c l u i r así e n los d o s s e x o s , h a s t a l a terminación d e esta
fase, es d e c i r , h a s t a l a declinación d e l E d i p o , t o d a localización i n s t i n t u a l de
l a v a g i n a c o m o l u g a r d e l a penetración g e n i t a l . E s t a i g n o r a n c i a es m u y sos-
pechosa de desconocimiento e n e l s e n t i d o técnico d e l término, y t a n t o más
c t i a n t o qtie a v e c e s es t o t a l m e n t e i n v e n t a d a . ¿Concordaría únicamente c o n la
fábtila e n l a q u e L o n g o n o s m u e s t r a l a iniciación d e D a f n i s y C l o e s u b o r d i n a -
d a a los e s c l a r e c i m i e n t o s d e u n a anciana?^^
En otro texto, Lacan afirma:
[...] L a s vías d e lo q u e h a y q u e h a c e r c o m o h o m b r e o c o m o m u j e r p e r t e n e c e n
e n t e r a m e n t e a l d r a m a , a l a t r a m a , q u e se sitúa e n e l c a m p o d e l O t r o — e l E d i p o
es p r o p i a m e n t e e s o — . S o b r e esto h i c e hincapié l a vez p a s a d a , e l s e r h u m a n o lo
t i e n e q u e a p r e n d e r p o r e n t e r o d e l o t r o . A l r e s p e c t o evoqué a l a v i e j a d e l c u e n t o
d e D a f n i s y C l o e , fábula q u e i n d i c a q u e h a y u n c a m p o último, e l d e l a realiza-
ción s e x u a l , c u y o s c a m i n o s , a fin d e c u e n t a s , e l i n o c e n t e desconoce.
De h e c h o . L o n g o nos muestra c ó m o dos j ó v e n e s pastores, Dafnis

y C l o e , a l e n a m o r a r s e , i n t e n t a n c o p u l a r c o m o v e n q u e h a c e n sus r e -
baños, sin lograrlo. El comportamiento "natural" no es suficiente,
siendo necesaria la ayuda ambigua y astuta de la anciana (en otras
v e r s i o n e s l a a n c i a n a es s u s t i t u i d a p o r p e r s o n a j e s v u l p i n o s , l o b o s m a -
c h o s y h e m b r a s q u e se p a s e a n e n l a f á b u l a p a s t o r a l ) . Es u n a a n c i a n a
(o la vieja l o b a ) la q u e va a enseñar a D a f n i s c ó m o c o m p o r t a r s e e n el
coito con Cloe.
H a c e m u c h o s a ñ o s , a t e n d í a u n a p a c i e n t e q u e i l u s t r a b a b i e n esto.
E n u n a p r i m e r a e n t r e v i s t a r e l a t ó q u e se h a b í a c a s a d o j o v e n y v i r g e n ,
2^ Jacques L a c a n , " L a significación del falo". Escritos 2, México, Siglo X X I , p. 666.

2^ Jacques L a c a n , E l Seminario, L i b r o 11, Los cuatro conceptos fundamentales del psicoa-
nálisis, Buenos Aires, Paidós, p. 212.
I D E A S A C E R C A D E " l A M O R A E SEXEIAE ' C U E T U R A E ' 187
c o n d i c i o n e s q u e su n o v i o c o m p a r t í a . A p e s a r d e l i n t e n s o d e s e o s e x u a l ,
n i n g u n o d e los dos sabía c ó m o c o n s u m a r l a r e l a c i ó n . D e s p u é s d e va-
rios días de i n t e n t o s frustrados, el caliente m a r i d o t e r m i n ó p o r p r o -
v o c a r l e , p o r los i n t e n t o s t o r p e s d e p e n e t r a c i ó n , la r u p t u r a d e l m e a t o
u r e t r a l y u n a grave infección u r i n a r i a . A l c o n s u l t a r c o n el u r ó l o g o ,
éste, a d e m á s de m e d i c a r l a , j u g ó e l p a p e l q u e L o n g o atribuía a los
l o b o s e n su pastoral.
L a pastoral de L o n g o da pie para elaborar algunas cuestiones refe-
ridas a la pornografía.
S i l o s n i ñ o s d e b e n ser p r o t e g i d o s d e l a p o r n o g r a f í a , así c o m o d e
c u a l q u i e r cosa n o a p r o p i a d a a su c o n d i c i ó n , ¿ c ó m o d e b e a b o r d a r s e el
t e m a e n r e l a c i ó n c o n los a d o l e s c e n t e s y adultos?
¿Es q u e e l r e c u r s o t a n i n t e n s o d e los a d o l e s c e n t e s a l a p o r n o g r a f í a ,
p a r a escándalo de m u c h o s , n o tendría c o m o objetivo el aprendizaje
d e l a c t o sexual? ¿ N o tendría e l l a l a f u n c i ó n d i d á c t i c a d e los l o b o s d e
Longo?
¿ N o p r o p o r c i o n a r í a a los a d o l e s c e n t e s u n m o d e l o p e r m i s i v o y l e -
g í t i m o d e l a s e x u a l i d a d e n u n m o m e n t o e n q u e ésta se e n c u e n t r a
i m p r e g n a d a p o r fuertes reviviscencias incestuosas edípicas, y e n c o n -
secuencia m u y censurada y prohibida?
¿Llevaría efectivamente la p o r n o g r a f í a a la realización de crímenes
s e x u a l e s ? E n caso d e q u e f u e r a v e r d a d y c o n l a t r e m e n d a e x p a n s i ó n
en e l c o n s u m o d e p o r n o g r a f í a vía I n t e r n e t , ¿ n o d e b e r í a h a b e r u n a
e p i d e m i a m u n d i a l d e c r í m e n e s sexuales? ¿Hasta d ó n d e l a visión q u e
se t i e n e d e l a p o r n o g r a f í a n o e s t á m a r c a d a p o r l a r e p r e s i ó n y l a h i p o -
cresía?
C o r r e g i d o e l p u n t o d e vista i n f a n t i l , q u e ve e l c o i t o b a j o l a p e r s p e c -
t i v a v i o l e n t a d e l a e s c e n a p r i m a r i a y d e las p r o f u n d a s a n s i e d a d e s d e
castración despertadas p o r el genital f e m e n i n o , ¿podría la p o r n o g r a -
fía — e n v e r d a d , e n este c a s o d e b e r í a m o s l l a m a r l a " a r s e r ó t i c a " — ser
benéfica?
L a p o r n o g r a f í a , o m e j o r d i c h o "ars e r ó t i c a " , ¿sería u n a e v i d e n c i a
de E r o s o Tánatos?
S t o l l e r , u n o d e los p o c o s p s i c o a n a l i s t a s e n a b o r d a r a l a p o r n o g r a f í a ,
a y u d a a responder a dichas cuestiones. Dice:
C u a n d o p i e n s a n e n l a pornografía, los críticos separan dos factores e n su

c o n t a b i l i d a d d e l b i e n y d e l m a l : ¿qué t a n t o está e n l a p r o p i a n a t u r a l e z a de l a
pornografía hacer — n o sólo r e p r e s e n t a r — e l m a l , y q u é t a n t o este m a l es
188 SERGIO TELLES
c o n s e c u e n c i a d e oü"os f a c t o r e s ? E j e m p l o s d e p r e g u n t a s p a r a e l p r i m e r p u n t o ,
serían las s i g u i e n t e s : ¿ Q u é t a n f r e c u e n t e m e n t e l a pornografía, p o r e l p o d e r
q u e tíene p a r a e x c i t a r , i n d u c e a l a agresión s e x u a l ? O , p o r e l c o n t r a r i o , ¿Qué
t a n f r e c u e n t e m e n t e e l l a atenúa l o s m a l o s i n s t i n t o s p o r i n d u c i r a l a mastur-
bación? ¿Cuánto i n s t i g a d e o d i o y p e r f i d i a y cuánto enseña d e anatomía,
c o m p o r t a m i e n t o erótico y l i b r e disposición p a r a e l p l a c e r ? ¿Cuál e s e l m a y o r
estímulo p a r a l a v i o l e n c i a y l a degradación: l o s p r o g r a m a s d e televisión y las
películas e n g e n e r a l ? ¿La pornografía haría e m e r g e r a l e s t u p r a d o r q u e existe
e n t o d o y c u a l q u i e r h o m b r e ? ¿ 1 ^ pornografía sería m á s p e r j u d i c i a l , p o r así
d e c i r , q u e e l a l c o h o l , las d r o g a s , l a participación e n p a n d i l l a s , e l r a c i s m o b l a n -
c o , las g u e r r a s patiióticas fanáücas? E j e m p l o p a r a e l s e g u n d o p u n t o : e l m a l
extrínseco a l a n a t u r a l e z a d e l a pornografía p e r o i n d i r e c t a m e n t e generado
p o r e l l a , c o m o l a a m e n a z a d e l a diseminación d e l s i d a a través d e s u s p r a c t i -
c a n t e s y e l c o n t r o l d e l a i n d u s t r i a pornográfica p o r e l c r i m e n o r g a n i z a d o .
S t o l l e r r e c u e r d a q u e las c u e s t i o n e s p l a n t e a d a s p o r l a p o r n o g r a f í a
e n g l o b a n p r e j u i c i o s e i d e o l o g í a y h a n t e n i d o respuestas políticas p o c o
objetivas. P o r s u p u e s t o q u e él r e c o n o c e los p r o b l e m a s d e l a d i s e m i -
n a c i ó n d e las e n f e r m e d a d e s p o r t r a n s m i s i ó n s e x u a l , d e l c r i m e n o r -
ganizado y l a cuestión de la pedofilia; sin e m b a r g o , e n c u a n t o a la
p o r n o g r a f í a e n sí m i s m a , c o n s i d e r a q u e es i n o c u a y a f i r m a c o n c i e r t a
ironía:
L a pornografía, c o n p o c a s e x c e p c i o n e s , c o m o u s a r a l o s niños, h a c e u n p o c o
b i e n y u n p o c o m a l , si p o r " b i e n " n o s r e f e r i m o s a a l g o q u e p r o m u e v a l a s a l u d
o e l b i e n e s t a r g e n e r a l y p o r " m a l " q u e p r o m u e v a l a manipulación pérfida d e
p e r s o n a s e n e l m u n d o r e a l ; si d e b e m o s e l i m i n a r l a pornografía p o r q u e " h a c e
mal" ( l o q u e constituye u n a r g u m e n t o r e m a n i d o ) , e n t o n c e s d e b e m o s elimi-
n a r también e l a l c o h o l , l o s c a r r o s , l a s películas n o pornográficas, las leyes, los
políticos, las v i t a m i n a s , l o s z a p a t o s d e t a c o n e s , l a s c o m p u t a d o r a s , e l d i n e r o , l a
práctica d e l esquí, l a experimentación c o n a n i m a l e s e n l a b o r a t o r i o s , l a r e l i -
gión d e l otro y l a luz d e l sol.^'
S t o l l e r p l a n t e a q u e , si h a y p e r j u d i c a d o s p o r l a p o r n o g r a f í a , ellos
son los actores: h o m b r e s y m u j e r e s fragilizados, traumatizados, vícti-
^ Robert StoUer, Porn: Myths for the twentieth century, New H a v e n y Londres, Yale
University Press, 1991, p. 225.
" Robert Stoller, op. cit, p. 215.
mas d e a n t i g u o s abusos, expuestos a e n f e r m e d a d e s sexuales y a l c o n -

sumo de drogas, en contacto p e r m a n e n t e con la marginalidad y el
crimen organizado.
L a p o r n o g r a f í a h a s i d o e l b l a n c o p r e f e r i d o d e I21S f e m i n i s t a s , que
la v e n c o m o l a m á x i m a e x p r e s i ó n d e l a d e g r a d a c i ó n d e l a m u j e r p o r
el h o m b r e ; S t o l l e r m u e s t r a q u e ésta h a s i d o u n a visión e q u i v o c a d a y
sintomática, la m i s m a q u e inventó el "múltiple o r g a s m o f e m e n i n o " .
Stoller considera d icho orgasmo c o m o u n a "leyenda", creada p o r la
" l i t e r a t u r a f e m i n i s t a u t ó p i c a " , c o n e l o b j e t i v o d e i n t i m i d a r a los h o m -
bres.
Stoller recuerda la extraordinaria relatividad del concepto de por-
n o g r a f í a , q u e t i e n e c o n n o t a c i o n e s y h a c e r e f e r e n c i a a cosas m u y d i s -
tintas si se c o n s i d e r a n l a g e o g r a f í a , l a é p o c a y l a c u l t u r a . R e c u e r d a q u e
en los años cincuenta, e n Estados U n i d o s , u n a f o t o c o n u n a m u j e r e n
sostén e r a c o n s i d e r a d a a l t a m e n t e p o r n o g r á f i c a . Estas f o t o s h o y s o n
c o m u n e s e n los a n u n c i o s c o m e r c i a l e s e n t o d o s los p e r i ó d i c o s .
L a extraordinaria expansión y diversidad de la pornografía y su
v í n c u l o c o n l a m a s t u r b a c i ó n y las c u e s t i o n e s d e g é n e r o , constituyen
buenos ejemplos de c ó m o la realidad nos obliga a hacer trabajar a la
t e o r í a p a r a c o m p r e n d e r m e j o r las m u t a c i o n e s c u l t u r a l e s q u e sufre l a
sexualidad.
H a y o t r o p u n t o q u e m e parece interesante subrayar e n " L a mor2d
s e x u a l ' c u l t u r a l ' y l a n e r v i o s i d a d m o d e r n a " . Es a q u e l e n e l c u a l F r e u d
hace u n a observación sobre la dinámica familiar:
P a r a l o s n o i n i c i a d o s h a d e r e s u l t a r increíble l o r a r o q u e e s h a l l a r , e n l o s
m a t r i m o n i o s situados bajo e l i m p e r i o de nuestra m o r a l sexual cultural, u n a
p o t e n c i a n o r m a l d e l m a r i d o y l o fi-ecuente, e n c a m b i o , d e l a f r i g i d e z d e l a m u -
j e r . N o s o s p e c h a n c i e r t a m e n t e cuántos r e n u n c i a m i e n t o s t r a e c o n s i g o , a v e c e s
para ambas partes, el m a t r i m o n i o , n i a lo q u e q u e d a r e d u c i d a l a felicidad d e
l a v i d a c o n y u g a l , t a n a p a s i o n a d a m e n t e a n h e l a d a . Y a i n d i c a m o s q u e e n tales
c i r c u n s t a n c i a s l a n e r v i o s i d a d e s e l d e s e n l a c e más p r ó x i m o . Describiremos ahora
en quéforma actúa un tal mMtrimxmio sobre los hijos —el hijo único, o los pocos hijos—
de él nacidos. A p r i m e r a vista, n o s p a r e c e e n c o n t r a r n o s e n estos c a s o s a n t e i m a
transmisión h e r e d i t a r i a q u e , d e t e n i d a m e n t e e x a m i n a d a , r e s u l t a n o s e r s i n o e l
e f e c t o d e i n t e n s a s i m p r e s i o n e s i n f a n t i l e s . La mujer no satisfecha por su marido
y, a consecuencia de ello, neurótica, hace objeto a sus hijos de una exagerada ternura,
atormentada por constantes zozobras, pues concentra en ellos su necesidad de amor; y
despierta en ellos una prematura madurez sexual. Por otro lado, el desacuerdo entre los
190 SÉROIO TELLES
padres excita la vida sentimental del niño y, le hace experimentar, ya en la más tierna
edad, amor, odio y celos. Luego, la educación severa, que no tolera actividad alguna a
esta vida sexual despertada tan tempranamente, interviene como poder represor, y seme-
jante conflicto a esa edad integra todos los factores precisos para la causación de una
nerviosidad que ya no le abandonará en toda la vidd^*^ ( c u r s i v a s d e S . T . ) .
T a l p a s a j e r e m i t e a o t r a s d o s o b s e r v a c i o n e s . U n a d e e l l a s se e n c u e n -
tra e n " L e o n a r d o " :
C u a n d o L e o n a r d o consiguió r e f l e j a r e n e l r o s n o d e M o n a L i s a e l d o b l e s e n -
t i d o q u e ese sonreír poseía, l a p r o m e s a d e u n a t e r n u r a s i n límites así c o m o la
a m e n a z a f u n e s t a (según las p a l a b r a s d e P a t e r ) , c o n e l l o n o hacía s i n o m a n -
t e n e r s e fiel a l c o n t e n i d o d e su primerísimo r e c u e r d o . E n e f e c t o , l a t e r n u r a
d e l a m a d r e f u e p a r a él una-f^Ltalidad, c o m a n d ó s u d e s t i n o y las p r i v a c i o n e s
••qn» le a g u a r d a b a n . L a violejsíeia d e l a s - c a r i c i a s a q u e a p u n t a l a interpretación
d e s u fantasía s o b r e e l b u i t r e n o e r a s i n o c o s a h a r t o n a t u r a l ; l a p o b r e m a d r e
a b a n d o n a d a n o tenía más r e m e d i o q u e d e j a r q u e a f l u y e r a n a l a m o r m a t e r n a l
t o d o s s u s r e c u e r d o s d e c a r i c i a s g o z a d a s , así c o m o s u añoranza d e o t r a s n u e -
vas; y e r a e s f o r z a d a a e l l o , n o sólo p a r a r e s a r c i r s e d e n o t e n e r m a r i d o , sino
p a r a r e s a r c i r a l h i j o , q u e n o tenía u n p a d r e q u e p u d i e r a a c a r i c i a r l o . Así, a l a
m a n e r a d e t o d a s las m a d r e s i n s a t i s f e c h a s , t o m ó a s u h i j o c o m o r e m p l a z a n t e
d e s u m a r i d o y, p o r l a maduración d e m a s i a d o t e m p r a n a d e s u e r o t i s m o , le
arrebaftó» u n a p a r t e de«au/.viH-ilidad. E l a m o r d e l a m a d r e p o r e l l a c t a n t e a
q u i e n - e l l a n u t r e y cuidá*es''aíg6íi'que l l e g a m u c h o más h o n d o q u e s u p o s t e r i o r
afección p o r e l niño c r e c i d o . P o s e e l a n a t u r a l e z a d e u n a relación a m o r o s a
p l e n a m e n t e s a t i s f a c t o r i a , q u e n o sólo c u m p l e t o d o s l o s d e s e o s anímicos s i n o
t o d a s l a s n e c e s i d a d e s c o r p o r a l e s , y si r e p r e s e n t a u n a d e las f o r m a s d e l a d i c h a
a s e q u i b l e a l s e r h u m a n o e l l o se d e b e , n o e n último término, a l a p o s i b i l i d a d
d e satisfacer s i n r e p r o c h e también m o c i o n e s d e d e s e o h a c e m u c h o r e p r i m i -
d a s y q u e " h e m o s d e l l a m a r " p e r v e r s a s " . A ú n e n l a más d i c h o s a p a r e j a j o v e n ,
e l p a d r e s i e n t e q u e e l h i j o , e n p a r t i c u l a r e l v a r o n c i t o , se h a c o n v e r t i d o e n s u
c o m p e t i d o r , y d e ahí a r r a n c a u n a e n e m i s t a d c o n e l p r e f e r i d o , d e p r o f u n d a s
raíces e n l o i n c o n s c i e n t e .
L a otra dice:
Sigmund F r e u d , " L a moral sexual 'cultural' y la nerviosidad moderna", SR, p. 44.

Sigmund F r e u d , " U n recuerdo infantil de Leonardo d a V i n c i " , op. dt., pp. 108-
109.
Aquí p u e d o t r a e r a c u e n t o c ó m o se resolvió u n a visión q u e m e c o n t ó u n a

histérica d e c u a r e n t a años, d e l t i e m p o e n q u e e s t a b a s a n a . U n a m a ñ a n a abrió
los o j o s y v i o e n l a habitación a s u h e r m a n o , a p e s a r d e q u e , c o m o b i e n sabía,
él se e n c o n t r a b a e n e l m a n i c o m i o . Su hijito dormía en la cama junto a ella. Para
que el niño no se espantase ni le vinieran convulsiones viendo a su tío, lo cubrió con
la sábana, y entonces se esfumó el aparecido. E s t a visión es l a refundición d e u n
r e c u e r d o infantil de l a d a m a , q u e p o r cierto fue consciente, pero e n s u inte-
r i o r i d a d mantenía l a más íntima relación c o n t o d o u n m a t e r i a l i n c o n s c i e n t e .
S u niñera le había c o n t a d o q u e s u m a d r e , f a l l e c i d a m u y p r e m a t u r a m e n t e
( e l l a tenía a p e n a s u n a ñ o y m e d i o e n e l m o m e n t o d e l a m u e r t e , había s u f r i d o
convulsiones epilépticas o histéricas a c o n s e c u e n c i a d e u n susto q u e l e provocó
su h e r m a n o ( e l tío d e m i p a c i e n t e ) apareciéndosele c o m o u n f a n t a s m a c o n
u n a sábana s o b r e l a c a b e z a . L a visión c o n t i e n e l o s m i s m o s e l e m e n t o s q u e e l
r e c u e r d o : l a aparición d e l h e r m a n o , l a sábana, e l susto y s u e f e c t o . P e r o estos
e l e m e n t o s se h a n o r d e n a d o e n u n a n u e v a t r a m a y se h a n t r a s f e r i d o a o t r a s
p e r s o n a s . El motivo manifiesto de la visión, el pensamiento al que ésta sustituye, es
la preocupación de que su hijito, físicamente tan parecido a su tío, hubiese de sufrir el
mismo destino que él -^^ ( c u r s i v a s e n p r i m e r a y última frase d e S . T . ) .
E n esos pasajes, e n vez d e a b o r d a r e l c o m p l e j o d e E d i p o c e n t r a d o e n

e l n i ñ o , p e r s p e c t i v a q u e p r i v i l e g i ó casi e x c l u s i v a m e n t e e n s u o b r a , F r e u d
c a m b i a d e á n g u l o y e n s e ñ a las fantasías y d e s e o s d e los padres incidien-
d o d i r e c t a m e n t e s o b r e sus h i j o s , m o l d e a n d o s u s e x u a l i d a d . O sea, e v i -
d e n c i a n el deseo d e l O t r o e n acción, m a r c a n d o el p s i q u i s m o d e l j o v e n
sujeto. Tales p l a n t e a m i e n t o s de F r e u d m u e s t r a n c ó m o e l c o m p l e j o de
E d i p o d e los padres se a c t u a l i z a c o n e l n a c i m i e n t o d e u n hijo, q u e p o d r á ,
p o r e j e m p l o , ser v i s t o p o r l a m a d r e c o m o e l f a l o a u s e n t e e n e l l a y p o r e l
p a d r e c o m o u n rival f r a t e r n o . Esta d o b l e visión, l a d e l p a d r e y l a d e la
m a d r e , abre el c a m i n o p a r a el abordaje psicoanalítico de la famili^.
U n siglo después de " L a m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' y la n e r v i o s i d a d m o -
d e r n a " c o n s t a t a m o s q u e l a r e p r e s i ó n d e l a s e x u a l i d a d h a c a m b i a d o bas-
t a n t e , s i e n d o h o y t o l e r a d a s m a n i f e s t a c i o n e s sexuales antes castigadas.
C o m o e l m a l e s t a r es e s t r u c t u r a l , n o p o d e m o s i m a g i n a r q u e l a s e x u a l i -
d a d sea m á s " l i b r e " , m e n o s " c o n f l i c t i v a " , y a q u e es c o n s e c u e n c i a d e l a
e l e c c i ó n b i f á s i c a d e l o b j e t o , es d e c i r , d e l a p r o h i b i c i ó n d e l i n c e s t o y d e l
c o m p l e j o de E d i p o . C i e n años después d e l texto de F r e u d constatamos
- c o m o él m i s m o ya l o h i c i e r a - q u e n o existe u n a s e x u a l i d a d h u m a n a sin
Sigmund F r e u d , La interpretación de los sueños, e n O. C, vol. v, pp. 538-539.

192 .SI.RC;iO TEI.LES
u n a m o r a l i d a d . E n v e r d a d , esa m o r a l i d a d tíene u n a f u e n t e : e l d e s e o d e l
O t r o , ese g r a n O t r o q u e n o s p l a s m a y n o s c o n s t i t u y e .
L a c u l t u r a d e masas y l a s o c i e d a d d e l e s p e c t á c u l o v e h i c u l i z a n m o -
delos de identificación i n a d v e r t i d a m e n t e seguidos p o r la mayoría.
B a j o l a a p a r i e n c i a d e u n a l i b e r t a d t o t a l . I l o t a s o b r e los i n t e g r a n t e s de
la c u l t u r a la exigencia de u n a vida sexual intensa, aquella transmitida
p o r l o s m e d i o s y p o r l a p r o p a g a n d a c o m e r c i a l , las b i b l i a s d e l o s n u e -
vos tiempos. Se e n s a l z a n v a l o r e s n a r c i s i s t a s , se e s t i m u l a e l c o n s u m o y
l a p u b l i c i d a d p r o m e t e e l c u m p l i m i e n t o d e t o d o s los deseos.
L a " m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' " de boy tiene u n n u e v o m a n d a t o , la
o b l i g a c i ó n d e g o z a r , q u e a c a r r e a t a n t a s c o m p l i c a c i o n e s c o m o las p r o -
h i b i c i o n e s d e l m a n d a t o a n t e r i o r , las d e s c r i t a s p o r F r e u d e n 1 9 0 8 . A
pesar de la evidente a p e r t u r a hacia diferentes m o d a l i d a d e s de goce
sexual, nuestra sexualidad persiste alejada de la naturaleza, para siem-
p r e e n m a r a ñ a d a e n u n c o n j u n t o d e n o r m a s y reglas i m p u e s t a s p o r el
deseo del O t r o .
A l d i s m i n u i r e l r i g o r q u e se e j e r c í a s o b r e l a s e x u a l i d a d e n 1 9 0 8 ,
¿ d ó n d e es q u e i n c i d i r í a l a r e p r e s i ó n c o n m a y o r i n t e n s i d a d ? ¿ S e r á so-
b r e las e s t r u c t u r a s d e p o d e r e n su í n t i m a r e l a c i ó n c o n e l n a r c i s i s m o
y l a o m n i p o t e n c i a ? ¿Liberaría la " m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' " de la actua-
l i d a d u n e r o t i s m o h i s t é r i c o y n a r c i s i s t a , p a r a m a n t e n e r s e c r e t a s las
r e l a c i o n e s d e p o d e r , e l c o n t r o l d e las m a s a s , d e las o r g a n i z a c i o n e s y
d e las i n s t i t u c i o n e s s o c i a l e s ?
M u c h o se h a h a b l a d o d e l a d e g r a d a c i ó n d e l a figura del padre.
¿ F u e t a l vez e s o l o q u e v i m o s e n e l s i g l o p a s a d o ? O , a l c o n t r a r i o , ¿ c o n s -
tatamos la presencia de figuras p a t e r n a s e x t r e m a d a m e n t e sádicas, p a -
d r e s d e l a h o r d a p r i m i t i v a i m p o n i e n d o s u g o c e a t o d o s l o s q u e a é l se
s o m e t e n de m o d o masoquista?
¿ S e r í a e l g o c e m a s o q u i s t a f r e n t e a esos p a d r e s d e l a h o r d a l a g r a n
m a n i f e s t a c i ó n e r ó t i c a r e p r i m i d a a ser e x a m i n a d a e n l a a c t u a l i d a d p o r
e l p s i c o a n á l i s i s ? E n Psicología de las masas y análisis del yo, F r e u d d i c e :
E l c o n d u c t o r d e l a masa sigue s i e n d o e l t e m i d o p a d r e p r i m o r d i a l ; l a masa

q u i e r e s i e m p r e ser g o b e r n a d a p o r u n p o d e r i r r e s t r i c t o , t i e n e u n ansia e x t r e -
m a d e a u t o r i d a d : según l a e x p r e s i ó n d e L e B o n , sed d e s o m e t i m i e n t o . ^ '
¿ N o sería i m p o r t a n t e e n f a t i z a r l a d i m e n s i ó n e r ó t i c a m a s o q u i s t a , e l
g o c e d e l ser c o m a n d a d o p o r e l p a d r e d e l a h o r d a ? ¿ N o sería ése u n
^' S i g m u n d F r e u d , Psicología de las masas y análisis del yo, op. cit., p. 121.
I D E A S A C E R C A D E " L A M O R A L S E X U A L ' C U L T U R A L ' 193
e l e m e n t o f u n d a m e n t a l p a r a l a c o m p r e n s i ó n de m u c h o s aspectos d e
l a p o l í t i c a ? ¿ N o s e r í a n e c e s a r i o r e c o n o c e r l a p r e s e n c i a d e este g o c e
n o s ó l o e n los g r a n d e s a c o n t e c i m i e n t o s t o t a l i t a r i o s d e l siglo pasado
- — s t a l i n i s m o , n a z i s m o , m a o í s m o , e t c . — s i n o t a m b i é n e n las d e m o c r a -
cias a c t u a l e s , m a n i f e s t á n d o s e a través d e l a s u m i s i ó n a l í d e r e s p o l í t i -
cos d e m a g ó g i c o s y c o r r u p t o s , e n q u i e n e s se d e l e g a e l p o d e r d e m o d o
i r r a c i o n a l , así c o m o e n l a o b e d i e n c i a i r r e s t r i c t a a l o s d i c t a d o s d e l a
publicidad inductora del consumo?
Para finalizar, r e c o r d e m o s q u e los c a m b i o s e n l a " m o r a l sexual
' c u l t u r a l ' " , debidas e n p a r t e a l p r o p i o psicoanálisis, n o s u c e d i e r o n
d e m o d o g l o b a l i z a d o , p r e d o m i n a n d o e n las g r a n d e s m e t r ó p o l i s d e l
m u n d o , e s p e c i a l m e n t e e l o c c i d e n t a l . A ú n a h í , p r e s e n c i a m o s e n este
m o m e n t o l a c o e x i s t e n c i a d e u n a l a i c i z a c i ó n c a d a vez m á s e x t e n s a
de la sociedad y el creciente m o v i m i e n t o de u n a religiosidad f u n -
damentalista, que tiene reflejos y efectos sobre la m o r a l sexual. E l
presidente B u s h , p o r e j e m p l o , sostiene u n a política de desaliento
a l a e d u c a c i ó n s e x u a l e n las e s c u e l a s , e n d o n d e se p r e c o n i z a l a a b s -
t i n e n c i a e n l o s j ó v e n e s , y se l o s a l i e n t a a casarse v í r g e n e s . C o m o lo
m u e s t r a n D e r r i d a y Roudinesco, c u a n d o h a b l a n de geopsicoanálisis,
"la i m p l a n t a c i ó n d e l psicoanálisis sólo sería f a c t i b l e de o p e r a r s e e n
l o s e s t a d o s d e d e r e c h o y, p o r l o t a n t o , c a s i s i e m p r e e n e s o q u e se
c o n v i n o e n l l a m a r ' s o c i e d a d e s o c c i d e n t a l e s ' " , ^ ^ o sea, e l p s i c o a n á l i s i s
sigue casi i n e x i s t e n t e e n g r a n p a r t e d e l m u n d o , c o m o e n I n d i a , C h i -
na y todo el Islam.
M i e n t r a s e n e l m u n d o o c c i d e n t a l d i s c u t i m o s las c o n s e c u e n c i a s psí-
quicas d e las d i f e r e n c i a s a n a t ó m i c a s e n t r e l o s sexos, e n m u c h o s países
d e O r i e n t e M e d i o y A s i a , e s p e c i a l m e n t e e n C h i n a y e n I n d i a , las c o n -
s e c u e n c i a s d e las d i f e r e n c i a s a n a t ó m i c a s e n t r e los s e x o s s o n , c o n c r e t a -
m e n t e , c u e s t i o n e s d e v i d a o m u e r t e . E n estos países p e r s i s t e e l f r e c u e n t e
i n f a n t i c i d i o d e n i ñ a s , r e c h a z a d a s p o r sus f a m i l i a r e s p o r l a p e s a d a c a r g a
s o c i a l d e l a d o t e a ser p a g a d a e n sus f u t u r o s m a t r i m o n i o s .
E n t r e o t r a s p e n u r i a s , tales países v i v e n e n tiempos prepsicoanalí-
ticos.
Jacques D e r r i d a y Elisabeth Roudinesco, op. dt, p. 212.

HERENCIA Y ERRANCIA DE U N TEXTO*
URANIA T O U R I N H O PERES
Cela ne vaudrait sans doute pas la peine de faire des li-

vres s 'ils n 'apprenaient pas á leur auteur quelque cho-
se que celui-ci ne savait pas auparavant, s'ils ne con-
duisaient pas á des lieux imprévus, s 'ils n 'engageaient
pas dans une relation étrange et nouvelle á soi meme.
MICHEL FOUCAULT'
¿ Q u é p u e d e significar c o n m e m o r a r el c e n t e n a r i o de u n texto? C o n -
m e m o r a r , c o m o e n este c a s o , p r o d u c i e n d o n u e v o s t e x t o s . ¿ E s c r i b i r a
p a r t i r d e l o y a e s c r i t o ? E n e s p e c i a l ¿ q u é m á s se e s c r i b i r í a s o b r e t a n t o
q u e y a fiae e s c r i t o ?
A l g u n o s c a m i n o s p u e d e n ser t o m a d o s : v e r i f i c a r l a a c t u a l i d a d d e l
t e x t o y su p e r t i n e n c i a e n el presente, c i r c u n s c r i b i r l o históricamente,
es d e c i r , t o m a r l o c o m o r e f l e j o d e l m o m e n t o y d e l a g e o g r a f í a e n q u e
ñ i e p r o d u c i d o ; e v a l u a r l o biográficamente e n relación c o n su a u t o r ;
situarlo tan sólo c o m o parte de u n todo, c o m o u n m o m e n t o de u n
a m p l i o p r o c e s o d e e v o l u c i ó n d e u n p e n s a m i e n t o y, e n esa d i r e c c i ó n ,
destacar el m o m e n t o o r i g i n a r i o de conceptos elaborados posterior-
m e n t e . E n fin, u n a l e c t u r a q u e p u e d e c a r g a r c o n e l p e s o d e l t i e m p o ,
c i e n a ñ o s ; o, q u i e n sabe, s i n a ñ o s , l o c u a l n o s llevaría a l o c o n t r a r i o , a
c o m p r o b a r la i n e f i c i e n c i ad e l t i e m p o sobre la palabra q u e p e r m a n e c e
en su i n m o r t a l i d a d . E l texto n o tiene edad.
P o r sí s o l o , n i n g u n o d e esos c a m i n o s n o s p a r e c e s u f i c i e n t e p a r a i n -
sertarse e n e l e n t u s i a s m o de la c o n m e m o r a c i ó n ; y todos ellos p u e d e n
c o n d u c i r n o s a i m p o r t a n t e s hallazgos.
V u e l v o a i n t e r r o g a r m e : ¿ q u é es l o q u e , d e h e c h o , q u e r e m o s c o n -
m e m o r a r c o n esta c o n m e m o r a c i ó n ? ¿ U n t e x t o o u n c o n j u n t o d e t e x -

^ S i n duda no valdría la pena escribir libros si ellos no enseñasen al autor algo que
éste no sabía antes, si no lo llevasen a lugares imprevistos, si no lo comprometiesen en
u n a relación nueva y extraña consigo mismo (Michel Foucault).
[194]
HERENCIA Y ERRANCIA D E UN T E X T O 195
tos q u e m a r c a n l a o b r a d e u n a u t o r ? M á s q u e u n a o b r a d e u n a u t o r , u n
pensamiento que revolucionó la m a n e r a de p e n s a r de t o d o s los q u e
lo s i g u i e r o n . Aquí, estamos más cerca de la cuestión: u n t e x t o capaz
d e g e n e r a r i n n u m e r a b l e s t e x t o s y q u e c o n t i e n e e n sí l a p o t e n c i a l i d a d
de p r o d u c i r p e n s a m i e n t o . U n a especificidad de l a e s c r i t u r a . U n t e x t o
c o m o h e r e n c i a y su e r r a n c i a .
E n esa d i r e c c i ó n , n o p u e d o d e j a r d e a c e r c a r m e a M i c h e l F o u c a u l t
cuando e n su c o n f e r e n c i a "¿Qué es u n a u t o r ? " c o n s i d e r a a F r e u d
c o m o u n " f u n d a d o r d e d i s c u r s i v i d a d " , o sea, n o s ó l o c o m o a u t o r d e
u n a o b r a , s i n o c o m o a l g u i e n q u e f u e m á s allá e n l a p r o d u c c i ó n de
algo más vasto, "la p o s i b i l i d a d y l a r e g l a d e f o r m a c i ó n de o t r o s textos",
el e s t a b l e c i m i e n t o de u n a " p o s i b i l i d a d i n d e f i n i d a de discursos", p r o -
p i c i a n d o , n o m e r a s analogías, s i n o t a m b i é n diferencias.'^
S i e n d o así, m e q u e d a c l a r o q u e s o m o s l l e v a d o s a esta celebración
n a d a más n i nada m e n o s que p o r nuestra transferencia al texto freu-
d i a n o . P u e s , es e n e l c o n c e p t o f u n d a m e n t a l d e l p s i c o a n á l i s i s —la
t r a n s f e r e n c i a — d o n d e p o d e m o s e n c o n t r a r u n a respuesta a nuestras
i n d a g a c i o n e s s o b r e e l r e t o r n o q u e a s p i r a m o s a r e a l i z a r . Sí, r e g r e s a m o s
a l o s t e x t o s a n i m a d o s p o r u n m o v i m i e n t o t r a n s f e r e n c i a l , o sea, p a r a
buscar u n n u e v o decir e n lo ya d i c h o .
F r e u d p u b l i c a " L a m o r a l sexual 'cultural' y la nerviosidad moder-
n a " e n 1908. E m p i e z a su artículo r e s u m i e n d o e l p e n s a m i e n t o de cua-
t r o autores: V o n E h r e n f e l s , W . E r b , B i n s w a n g e r y ELrafft-Ebing, que
b u s c a b a n m o s t r a r c ó m o l a m o r a l s e x u a l v i g e n t e , las c i r c u n s t a n c i a s d e
l a v i d a m o d e r n a , las r e s t r i c c i o n e s a l a l i b e r t a d s e x u a l d e las m u j e r e s ,
los acelerados factores d e l p r o g r e s o , los i n v e n t o s y nuevos d e s c u b r i -
m i e n t o s , las e x i g e n c i a s i m p u e s t a s a l a r e a l i z a c i ó n del individuo, el
r i t m o a c e l e r a d o p a r a e l d e s e m p e ñ o d e l a s o b r e c a r g a d e t r a b a j o y las
r e s t r i c c i o n e s p a r a u n a v i d a d e o c i o y p l a c e r , e n fin, e l m o d o d e v i d a d e -
s a r r o l l a d o e n l a sociedad m o d e r n a , q u e los autores citados d e s c r i b e n
e n d e t a l l e , l l e g a b a a ser c a u s a d e p a d e c i m i e n t o s . F r e u d n o se o p o n e a
l o s análisis p r e s e n t a d o s , p e r o h a c e u n a a d v e r t e n c i a :
D e estas teorías, así c o m o de otras, m u c h a s de a n á l o g o c o n t e n i d o , n o p o d e -

m o s d e c i r q u e sean t o t a l m e n t e inexactas; p e r o sí q u e resultan insuficientes
p a r a e x p l i c a r las p e c u l i a r i d a d e s de las p e r t u r b a c i o n e s nerviosas y, sobre t o d o ,
q u e d e s a t i e n d e n p r e c i s a m e n t e e l f a c t o r e t i o l ó g i c o más i m p o r t a n t e . Prescin-
2 Michel Foucault, Dits et écñts, vol. i i i , París, Gallimard, 1994, p. 259.

196 URANIA T O U R I N H O PERES
d i e n d o , e n e f e c t o , d e los estados i n d e t e r m i n a d o s d e " n e r v i o s i d a d " y atenién-

d o n o s t a n sólo a las f o r m a s neuropatológicas p r o p i a m e n t e d i c h a s , v e m o s r e -
d u c i r s e l a i n f l u e n c i a p e r j u d i c i a l d e l a c u l t u r a a u n a coerción n o c i v a d e l a v i d a
s e x u a l d e l o s p u e b l o s civilizados.^
L a t r a d u c c i ó n d e E t c h e v e r r y es b a s t a n t e m á s c o n t u n d e n t e :
D e b o r e p r o c h a r a estas d o c t r i n a s —^y a m u c h a s otras d e p a r e c i d o t e n o r — ,

n o q u e s e a n erróneas, s i n o q u e r e s u l t e n i n s u f i c i e n t e s p a r a e s c l a r e c e r e n sus
d e t a l l e s e l f e n ó m e n o d e las p e r t u r b a c i o n e s n e r v i o s a s y d e s c u i d e n j u s t a m e n t e
l o más s u s t a n t i v o d e los f a c t o r e s etiológicos e f i c a c e s . . . ' '
F r e u d a f i r m a , o m e j o r d i c h o , r e a f i r m a s u tesis c e n t r a l : l a r e p r e -
s i ó n d e l a s e x u a l i d a d es e l f a c t o r e t i o l ó g i c o d e las n e u r o s i s . P a r a é l , e l
"análisis s o c i o p s i c o l ó g i c o " a p u n t a n d o a u n a s e r i e d e f a c t o r e s d e s e n c a -
d e n a n t e s d e l a n e r v i o s i d a d m o d e r n a es i n s u f i c i e n t e o n o r e s p o n d e a
la esencia d e l p r o b l e m a p l a n t e a d o . F r e u d va a m a r c a r su p o s i c i ó n , el
l u g a r d e s d e d o n d e h a b l a , y ese l u g a r n o es o t r o s i n o e l l u g a r d e l p s i -
coanálisis, el lugar d e l psicoanalista. R e a f i r m a n d o l a r e a l i d a d sexual
d e l i n c o n s c i e n t e , é l r e a f i r m a l a e s e n c i a d e s u d e s c u b r i m i e n t o . S u tesis
es c o n c i s a : l a r e p r e s i ó n d e las p u l s i o n e s s e x u a l e s es e l f a c t o r d e c i s i v o
de la e n f e r m e d a d nerviosa de la m o d e r n i d a d .
E l t e x t o e x p o n e u n a síntesis d e sus i d e a s s o b r e e l d e s a r r o l l o y l a c o n s -
titución d e l a s e x u a l i d a d e n e l h o m b r e . H a c e énfasis e n e l c a r á c t e r p l u -
ral de l a sexualidad, resultante de l2is p u l s i o n e s sexuales p a r c i a l e s y seña-
l a q u e s u f u e r z a c o n t i n u a es m á s v i g o r o s a e n e l h o m b r e p o r l a a u s e n c i a
d e l a p e r i o d i c i d a d característica d e los a n i m a l e s ; n o n i e g a l a p r i m a c í a
de u n a organización congénita q u e determinaría, de a l g u n a m a n e r a , la
p o s i b i l i d a d d e u n a m a y o r o m e n o r p l a s t i c i d a d d e las p u l s i o n e s , o sea,
d e s p l a z a m i e n t o s d e s u fin ( l a s a t i s f a c c i ó n ) a través d e l a s u b ü m a c i ó n ,
o fijaciones a m o m e n t o s precoces d e l d e s a r r o l l o capaces d e g e n e r a r
d e s v i a c i o n e s y a n o r m a l i d a d e s . L a s e x u a l i d a d se d e s a r r o l l a r í a a p a r t i r d e
u n e s t a d i o p r e c o z d e a u t o e r o t i s m o , e n d o n d e e l c u e r p o se c o n s t i t u i r í a a
p a r t i r d e u n a p l u r a l i d a d d e z o n a s e r ó g e n a s y se e n c a m i n a r í a h a c i a u n a
integración bajo el p r i m a d o de los genitales.
^ Sigmund F r e u d , " L a moral sexual 'cultural' y la nerviosidad m o d e r n a " , S R , p. 30

(en este volumen pp. 11-29).
* Sigmund F r e u d , Obras completas, Buenos Aires, Amorrortu, vol. i x , 1992, p. 166.
E n ese s e n t i d o , F r e u d t r a z a u n p a r a l e l o e n t r e las e t a p a s d e l d e s a -
r r o l l o d e l a s e x u a l i d a d e n el h o m b r e y l o q u e llamará "Tres grados de
c u l t u r a o tres estadios c u l t u r a l e s " . E n e l p r i m e r estadio, e l q u e h a c e r
sexual l i b r e o c u r r e ajeno a la r e p r o d u c c i ó n ; e n el s e g u n d o estadio, la
p u l s i ó n s e x u a l se i n h i b e , c o n e x c e p c i ó n d e las m e t a s d e r e p r o d u c c i ó n ,
y, finalmente, e n el tercer estadio, que para F r e u d correspondería a la
m o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' , s ó l o l a r e p r o d u c c i ó n l e g í t i m a es a d m i t i d a .
El destino de la represión de la sexualidad p o r la educación, p o r el
f a c t o r d e las e x i g e n c i a s s o c i a l e s , es p u e s t o d e r e l i e v e , n o d e s e s t i m a n -
d o , s i n e m b a r g o , c o m o y a d i j i m o s , e l p a p e l j u g a d o p o r las p r e d i s p o -
s i c i o n e s i n n a t a s . L a s u b l i m a c i ó n es u n c o n c e p t o q u e , a p e s a r d e e n -
contrarse e n estado naciente, t o m a fuerza en el texto. F r e u d a d m i t e
que l a represión n o actúa sobre la t o t a l i d a d de la vida p u l s i o n a l y q u e
u n a p a r t e d e e l l a p u e d e ser c a n a l i z a d a h a c i a o t r a s r e a l i z a c i o n e s , p r e c i -
s a m e n t e las r e a l i z a c i o n e s c u l t u r a l e s . D e este m o d o , l a c u l t u r a i n g r e s a
c o m o f a c t o r d e i m p o s i b i l i d a d p e r o t a m b i é n c o m o vía d e c a n a l i z a c i ó n
pulsional.
E n la c o n t i n u i d a d del texto, que nos interesa particularmente,
F r e u d parece hablar de la i m p o s i b i l i d a d f u n d a m e n t a l del h o m b r e
p a r a e n c o n t r a r c a m i n o s hacia u n a vida sexual satisfactoria. Los sende-
ros d e l a perversión, de la h o m o s e x u a l i d a d , de la v i d a m a t r i m o n i a l , de
l a f a l t a d e p r e p a r a c i ó n d e las m u j e r e s p a r a l a v i d a s e x u a l , e n fin, t o d o s
p a r e c e n c o n v e r g e r h a c i a e l p u n t o d e vista f r e u d i a n o y d a r c u e n t a de
l a e t i o l o g í a d e l a ' n e r v i o s i d a d ' c o m o r e s p u e s t a a las r e s t r i c c i o n e s a l a
l i b e r t a d s e x u a l . F r e u d h a c e i m p o r t a n t e s a f i r m a c i o n e s , tales c o m o : " L a
c o n d u c t a s e x u a l d e u n a p e r s o n a c o n s t i t u y e e l prototipo d e t o d a s sus d e -
más reacciones."^ D e esta f o r m a q u e d a e v i d e n c i a d o e l p a p e l r e c t o r d e
l a s e x u a l i d a d . S i n e m b a r g o , t a l v e z se l e e s c a p a l o q u e 6 5 a ñ o s d e s p u é s
l l e v a r í a a L a c a n a a f i r m a r : " L a e n c r u c i j a d a s e x u a l s e g r e g a las ficciones
q u e r a c i o n a l i z a n l o i m p o s i b l e d e d o n d e ellas p r o v i e n e n " . * '
Sin embargo, Freud no oculta que la exposición y comprobación
d e s u tesis y a h a b í a s i d o e s t a b l e c i d a e n t e x t o s a n t e r i o r e s : " N o h e d e r e -
p e t i r l a a q u í , p e r o sí e x t r a c t a r é l o s a r g u m e n t o s p r i n c i p a l e s , d e d u c i d o s
de m i s investigaciones."^
^ Ibidem, SR, p. 41. E n este volumen, p. 26.

® Jacques L a c a n , Psicoanálisis. Radiofonía y televisión, Barcelona, Anagrama, 1977, p.
116.
' S i g m u n d Freud, SR, p. 31. E n este volumen, p. 14.
¿ Q u é l o c o n d u j o a ese m o v i m i e n t o d e r e a f i r m a c i ó n ? P l a n t e a m o s
l a h i p ó t e s i s d e q u e e n t r e 1 9 0 7 y 1 9 0 8 F r e u d y a d a b a m u e s t r a s d e su
p r e o c u p a c i ó n p o r e l e g i r u n h e r e d e r o ; e n ese s e n t i d o n o s p a r e c e q u e
e l e n c u e n t r o c o n J u n g y l a r e l a c i ó n q u e se e s t a b l e c e c o n s u d i s c í p u l o
d e s e m p e ñ a n u n p a p e l i m p o r t a n t e . E s t a es u n a h i p ó t e s i s p l a u s i b l e p a r a
la l e c t u r a d e l t e x t o , sobre t o d o , e n su d i m e n s i ó n asertiva: a p u n t a m o s
a c a p t a r u n a d i m e n s i ó n política, u n a p r e o c u p a c i ó n p o r la inserción
y p o r el fiaturo d e l psicoanálisis. L o q u e estaba s i e n d o privilegiado
era l a afirmación de la s i n g u l a r i d a d d e la c o n t r i b u c i ó n psicoanalítica,
e n c o n t r a n d o a a l g u i e n q u e r e s p o n d i e r a c o r r e c t a m e n t e a su naciente
t e o r í a d e l a s e x u a l i d a d . S e g u r a m e n t e , ésta e r a l a e x p e c t a t i v a f r e u d i a -
n a , e x p e c t a t i v a q u e se v i o e n p a r t e f r u s t r a d a .
O t r a idea que p r o p o n e m o s , al traer el texto a nuestra actualidad,
s e r í a l a d e t o m a r l o c o m o m o d e l o d e r e s p u e s t a a las i n t e r r o g a n t e s so-
b r e c ó m o p r o g r e s a e l p s i c o a n á l i s i s y, m á s q u e e s o , d e h e c h o , e n c o n -
t r a r u n a r e s p u e s t a q u e n o s p e r m i t a d e c i r d ó n d e está e l p s i c o a n á l i s i s
e n e l m o m e n t o a c t u a l , f r e n t e a las l l a m a d a s " n u e v a s f o r m a s d e l a p a -
t o l o g í a " , t a l c o m o e n 1 9 0 8 l o h i c i e r a F r e u d . E n esa l í n e a i n t e n t a r e m o s
dar nuestra respuesta directa y concisa, c o m o la d e l p r o p i o F r e u d , que
p u d o d e c i r : sí, e s t o s a u t o r e s e s t á n v i e n d o cosas i m p o r t a n t e s y p e r t i -
n e n t e s p e r o e l p s i c o a n á l i s i s h a b l a d e s d e o t r o l u g a r , e l d e las p u l s i o n e s
y sus d e s t i n o s . L a e t i o l o g í a d e las n e u r o s i s e n l a v i d a m o d e r n a d e b e
buscarse e n l a r e p r e s i ó n s e x u a l . A n t i c i p e m o s q u e ése será e l t e m a d e
su artículo de 1915 s o b r e l a v i d a p u l s i o n a l . H o y e n día, t o d o s c o m p a r -
t i m o s u n a p l é t o r a d e p u b l i c a c i o n e s c u y o t e m a c e n t r a l es e l d e c i e r t a s
" n u e v a s f o r m a s d e s u b j e t i v i d a d " , q u e casi s i e m p r e v i e n e n a c o m p a ñ a -
d a s p o r r i c o s análisis s o c i o p s i c o l ó g i c o s . A s i m i s m o , c o n s t a t a m o s u n
g r a n e s f u e r z o p a r a e s t r e c h a r las r e l a c i o n e s e n t r e e l p s i c o a n á l i s i s y e l
a r t e , d e b a t e s a c e r c a d e l p s i c o a n á l i s i s d e n t r o y f u e r a d e las u n i v e r s i d a -
d e s , e n f r e n t a m i e n t o s c o n las d i f e r e n t e s m o d a l i d a d e s d e t e r a p i a , d i s -
c u s i ó n d e c o m p l i c a d a s c u e s t i o n e s s o b r e l a f o r m a c i ó n d e los analistas,
e t c . , e t c . ¿ C ó m o r e s p o n d e r í a F r e u d a t o d a s esas i n q u i e t u d e s g e n e r a -
das p o r l a a c t u a l i d a d , m o s t r á n d o n o s e l c a m i n o c e n t r a d o e n l a teoría
d e l a s e x u a l i d a d p o r él e l a b o r a d a ?
Vamos a desarrollar nuestro texto enfocando de entrada el primer
i n t e r r o g a n t e q u e y a s e ñ a l a m o s y destacar u n a c o n t e c i m i e n t o sobresa-
liente de 1908: el e n c u e n t r o de F r e u d y J u n g .
J u n g v i s i t a p o r p r i m e r a vez a F r e u d e n m a r z o d e 1 9 0 7 , a c o m p a ñ a d o
d e E m m a , su m u j e r , y d e L u d w i g B i n s w a n g e r , q u e e n t o n c e s tenía 26
H E R E N C I A Y ERRANCIA D E UN T E X T O 199
años. Desde hacía u n a ñ o F r e u d y J u n g mantenían c o r r e s p o n d e n c i a .

E l e n c u e n t r o d e l 3 d e m a r z o d e 1 9 0 7 es r e l a t a d o m i n u c i o s a m e n t e p o r
B i n s w a n g e r e n u n a especie de d i a r i o o l i b r o de notas q u e llevaba. E l a u -
t o r d e s c r i b e e l e n t u s i a s m o y l a c o n f i a n z a c o n q u e F r e u d r e c i b i ó y trató
a J u n g , d u r a n t e u n a s e m a n a . A pesar d e l interés q u e suscita t o d o e l r e -
lato, extraeremos u n fragmento que indica la dirección que privilegia-
m o s : a s e g u r a r la p r e s e n c i a c o n s t a n t e d e l psicoanálisis y s e g u r a m e n t e e l
a n h e l o d e s u e x p a n s i ó n m á s allá d e l o s H m i t e s e n q u e e s t a b a s i t u a d o .
Relata Binswanger:
A l día s i g u i e n t e d e n t i e s t r a l l e g a d a , F r e u d n o s pidió, a J u n g y a mí q u e le
c o n t á s e m o s n u e s t r o s sueños. Y a n o r e c u e r d o e l sueño d e J u n g p e r o sí, p e r f e c -
t a m e n t e , l a interpretación d e F r e u d . Sugería q u e J u n g quería d e s t r o n a r l o y
o c u p a r s u lugar. Y o había soñado c o n l a e n t r a d a a l a c a s a d e l a B e r g s t r a s s e ( ! ) ^
19, q u e e s t a b a e n o b r a s , a p u n t o tal q u e se veía e l a n t i g u o b r i l l o p e r o d e s l u c i -
d o p o r e l m o m e n t o . L a interpretación d e F r e u d , q u e e n v e r d a d n o m e resultó
c o n v i n c e n t e , e r a q u e ese sueño m a n i f e s t a b a e l d e s e o d e c a s a r m e c o n su h i j a
m a y o r ( M a t h i l d e ) a l a vez q u e lo r e c h a z a b a p u e s decía — y r e c u e r d o t e x t u a l -
m e n t e l a r e s p u e s t a : " N o entraré c o m o m a r i d o e n u n a c a s a c o n u n b r i l l o t a n
d e p l o r a b l e . " T r e i n t a años más t a r d e , e n ocasión d e u n a n u e v a visita p a r a s u
o c h e n t a a n i v e r s a r i o , F r e u d aún se a c o r d a b a . ^
L a l e c t u r a d e este r e l a t o n o d e j ó d e s o r p r e n d e r n o s , d a d a s l a o s a d í a
fi:-eudiana, d i g á m o s l o así, y l a e x t r a p o l a c i ó n d e l o s l í m i t e s a c t u a l e s d e l
e n c u a d r e analítico. Y t a l vez, l o más i m p o r t a n t e , c o n s t a t a r la l i b e r t a d
del creador. De hecho, para Freud todo era posible, lo que deja de
s u c e d e r a p a r t i r d e s u p r i m e r d i s c í p u l o . ¿ Q u é p u e d e s i g n i f i c a r esa
p e t i c i ó n a J u n g y a B i n s w a n g e r de q u e relaten sueños e n u n a situación
d e v i s i t a , a l i g u a l q u e las i n t e r p r e t a c i o n e s , a p u n t a n d o a m b a s e n d i r e c -
c i ó n d e l a h e r e n c i a , J u n g u s u r p a n d o su l u g a r y B i n s w a n g e r a su hija?
F r e u d n o p o d í a d e j a r d e i n s i s t i r , firente a J u n g , e n e l p s i c o a n á l i s i s y e n
el c a m i n o real para la exploración d e l inconsciente: la interpretación
d e los s u e ñ o s . D e h e c h o ¿ q u é l e c t u r a p o d e m o s realizar? T a l vez l a
r e i t e r a d a c o n s t a t a c i ó n d e l a fiierza d e l d e s e o d e l a n a l i s t a e s c e n i f i c a d a
e n t o d a su m a g n i t u d .
® Probablemente el autor se equivocó al escribir Berggasse.

^ Sigmund F r e u d - Ludwig Binswanger, Correspondance (1908-1938), París, C a l m a n n -
Lévy, 1995, p. 45.
J u n g s i e m p r e se d i j o c a u t e l o s o e n c u a n t o a l a c e n t r a l i z a c i ó n d e l
p e n s a m i e n t o f r e u d i a n o s o b r e l a s e x u a l i d a d . Ya e n 1 9 0 6 b u s c a b a l l a -
m a r l a a t e n c i ó n d e F r e u d h a c i a l o s " f e n ó m e n o s f r o n t e r i z o s " y d i c e ser
"bastante t e m i b l e el m o d o positivo e n q u e el señor ( F r e u d ) presenta
sus t e o r í a s " . F r e u d a c o g e las r e s e r v a s d e J u n g , p e r o v u e l v e a a ñ r m a r :
Por a h o r a m e c o n t e n t o c o n señalar l o q u e es de e v i d e n c i a i n d i s c u t i b l e , o sea,

el p a p e l d e l a s e x u a l i d a d . Es p o s i b l e q u e l l e g u e m o s a d e s c u b r i r más tarde e n
o t r o lugar, e n las psicosis, en l a melancolía, l o que n o d e s c u b r i m o s e n la his-
t e r i a y e n l a neurosis obsesiva.'"
No p o d e m o s o l v i d a r l a d i f í c i l fase d e d e s c u b r i m i e n t o e i m p l a n t a -
c i ó n d e l psicoanálisis, q u e lleva a su c r e a d o r a d e c i r :
. . . s u f r o t o d o s los t o r m e n t o s q u e a f l i g e n a u n i n n o v a d o r [...] O l v i d a d o p o r
mis ideas e n u n a soledad t a n l a r g a , f u i l l e v a d o , c o m p r e n s i b l e m e n t e , a u n a
c o n f i a n z a cada vez más g r a n d e e n m i s p r o p i a s decisiones. [...] Si n o p o d e m o s
evitar las resistencias, ¿ p o r q u é n o e n f r e n t a r l a s al i n i c i o ? E n m i o p i n i ó n , e l
ataque es l a m e j o r f o r m a de d e f e n s a . "
E n el i n t e r c a m b i o epistolar, la d e m e n c i a y la p a r a n o i a e r a n temas
r e c u r r e n t e s . A F r e u d l e f a l t a b a e x p e r i e n c i a c o n las p s i c o s i s , p u e s t o
q u e f u e r o n e s p e c i a l m e n t e las n e u r o s i s las q u e a b r i e r o n e l c a m p o d e
sus d e s c u b r i m i e n t o s . P o r e l c o n t r a r i o , J u n g , c o m p a r t i e n d o u n e s p a c i o
p s i q u i á t r i c o c o n B l e u l e r , c e n t r a d o e n e l e s t u d i o d e esa p a t o l o g í a , t e n í a
a s u d i s p o s i c i ó n o t r o g r a n c a m p o d e t r a b a j o . A l c o n t r a r i o d e F r e u d , él
c a r e c í a d e e x p e r i e n c i a s p r e c i s a m e n t e e n e l t e r r e n o d e las n e u r o s i s . L a
c o r r e s p o n d e n c i a es s i n n i n g u n a d u d a f a s c i n a n t e , p e r o n u e s t r o p a s o
p o r e l l a d e b e ser b r e v e ; n u e s t r o o b j e t i v o e n s u l e c t u r a es l a d e m o s t r a -
c i ó n d e l a f u e r z a d e F r e u d p a r a r a t i f i c a r los d e s c u b r i m i e n t o s realiza-
dos hasta entonces. E l 11 de m a r z o d e 1908, mes d e l a p u b l i c a c i ó n d e l
t e x t o q u e a h o r a c o n m e m o r a m o s , J u n g escribe a F r e u d :
Q u i e r o pensar q u e será i m p r e s c i n d i b l e q u e p l a t i q u e m o s p e r s o n a l m e n t e a l
r e s p e c t o , pues yo debería t o m a r c o n t a c t o c o n su m a t e r i a l ; su teoría m e sería
e n t o n c e s más i n t e l i g i b l e . [...] Su línea de p e n s a m i e n t o sobre l a cuestión de l a
'° Freud - Jung, Correspondencia completa, Río de Janeiro, Imago, 1976, pp. 47-48.
" Ibid., p. 68.
HERENCIA Y ERRANCIA H E U N T E X T O 201
p a r a n o i a d a l a impresión d e s e r m u y d i s t i n t a a l a mía y t e n g o g r a n d i f i c u l t a d
en seguirlo.'2
J u n g n o d e j a b a d e d e m o s t r a r sus r e s e r v a s a l p e n s a m i e n t o f r e u d i a -
no y particularmente el lugar o c u p a d o por la sexualidad. Los prime-
ros meses d e l año de 1908 f u e r o n dedicados a la organización del
p r i m e r c o n g r e s o i n t e r n a c i o n a l , q u e se r e a l i z a r í a e n S a l z b u r g o , e n el
m e s d e a b r i l y t a m b i é n a l a o r g a n i z a c i ó n d e l p r i m e r a n u a r i o , e\
bach. L a d e c i s i ó n s o b r e e l n o m b r e q u e l l e v a r í a l a r e v i s t a m a r c a l a d i -
f e r e n c i a d e p o s i c i ó n e x i s t e n t e e n t r e a m b o s . F r e u d insistía e n q u e la
p a l a b r a ' s e x u a l ' d e b e r í a e s t a r i n c l u i d a e n e l título, o SG^: Jahrbucherfür
psychosexuelle und psychoanalytische Forschungen (Anales de Investigaciones
Psicosexuales y Psicoanalíticas). ]ung optaba por el retiro de lo sexual y la
i n t r o d u c c i ó n d e l a p s i c o p a t o l o g í a , es decir, JahrlmcherJurPsychoanaíyse
und Psychopathologie (Anales de Psicoanálisis y Psicopatología). E l s e g u n d o
n o m b r e f u e e l q u e prevaleció.^^
E n s u l i b r o Memoñas, sueños, reflexiones, ]\ing dice recordar u n mo-
m e n t o e n q u e F r e u d le h a b l a a l o í d o :
E s t i m a d o J u n g , p r o m é t a m e n o a b a n d o n a r n u n c a l a teoría s e x u a l . ¡Esencial-
m e n t e , es eso lo que i m p o r t a ! M i r e , d e b e m o s h a c e r de eUa u n d o g m a , un
b a l u a r t e i n q u e b r a n t a b l e . M e l o decía l l e n o d e pasión, c o m o u n p a d r e c u a n d o
d i c e a s u h i j o : " P r o m é t e m e u n a c o s a h i j o m í o : ve a l a i g l e s i a t o d o s l o s d o n a i n -
gos."
J u n g pregunta:"¿Un baluarte contra qué? C o n t r a la ola de l o d o . . .

del ocultismo."^*
J u n g n o o c u p ó el lugar q u e F r e u d le asignaba e n su deseo. E n ver-
dad, u n a lectura cuidadosa de la correspondencia m a n t e n i d a p o r a m -
b o s m u e s t r a a las c l a r a s q u e e l d e c i r d e F r e u d e s c a p a b a a J u n g y que
el lugar del h e r e d e r o privilegiado, el que viniese a i n c l u i r el c a m p o
d e las p s i c o s i s y p a r t i c u l a r m e n t e l a p a r a n o i a e n e l i n t e r i o r d e l p s i -
c o a n á l i s i s , p e r m a n e c i ó v a c a n t e . C o n t o d o , las i n q u i e t u d e s sembradas
p o r los cilestionamientos j u n g u i a n o s condujeron a Freud a u n gran
»2 Ibid., p. 178.
" E m U i o Rodrigué, O secuto da psicanálise, vol. n , Sao Paulo, Escuta, 1995. p. 93 [El
siglo del psicoanálisis, Buenos Aires, Sudamericana, 1996].
'4 Ibidem, pp. 256-257.
e s f u e r z o t e ó r i c o y a l a m o d i f i c a c i ó n d e s u t e o r í a d e las p u l s i o n e s ; p o r
l a p o l é m i c a se v i o l l e v a d o a e s c r i b i r u n t e x t o d e c a p i t a l i m p o r t a n c i a :
" I n t r o d u c c i ó n d e l n a r c i s i s m o " . N o c a b e p r o c e d e r a q u í a u n análisis
d e l t e x t o , p e r o sí c a b e s e ñ a l a r q u e f u e r o n las d i f i c u l t a d e s t e ó r i c a s q u e
e n c o n t r ó a l r e d a c t a r l o las q u e a b r i e r o n las p u e r t a s p a r a q u e o t r o v i -
n i e r a a o c u p a r el lugar que J u n g dejó vacante.
E n 1 9 3 2 J a c q u e s L a c a n e s c r i b e s u tesis d e d o c t o r a d o . E l t e m a es l a
p a r a n o i a y u n o d e los t e x t o s q u e le sirve c o m o f u e n t e d e i n s p i r a c i ó n
es j u s t a m e n t e "Introducción d e l n a r c i s i s m o " . E n v e r d a d , L a c a n se
a p r o p i a del concepto de narcisismo mas sin dejar de criticar a Freud
p o r e l d e s a r r o l l o t e ó r i c o q u e e x p u s o e n su artículo. P a r a L a c a n e l
n a r c i s i s m o se p r e s e n t a b a c o m o u n a t i e r r a i n c ó g n i t a . I n c ó g n i t a o n o ,
l a v e r d a d es q u e f u e u n a t i e r r a b a s t a n t e f é r t i l , f á c i l p a r a h a c e r g e r m i -
n a r e n e l l a u n p e n s a m i e n t o d e f e n s o r d e las i d e a s f r e u d i a n a s y a l a vez
p r o f u n d a m e n t e creativo.
D e h e c h o , e l n a r c i s i s m o se p r e s e n t a e n l a e c o n o m í a d e l a d o c t r i n a p s i c o a n a -
lítica c o m o u n a térra incógnita q u e los m e d i o s d e investigación e m a n a d o s d e l
e s t u d i o d e las n e u r o s i s h a n p e r m i t i d o d e l i m i t a r e n c u a n t o a s u s f r o n t e r a s ,
p e r o q u e e n s u i n t e r i o r s i g u e s i e n d o mítica y d e s c o n o c i d a . ' ^
L a c a n , e n t r a n d o p o r l a p a r a n o i a , se e n c u e n t r a c o n l a c o n s t i t u -
c i ó n p a r a n o i c a d e l y o . E s c r i b e e n t o n c e s su p r i m e r t e x t o i n n o v a d o r
e n p s i c o a n á l i s i s — E l estadio del espejo—, elabora u n a c o n c e p c i ó n de la
constitución i m a g i n a r i a d e l yo, l o q u e , t i e m p o después, le c o n d u c i r á
a establecer l a distinción, q u e marcaría su p e n s a m i e n t o d e m a n e r a
c o n t u n d e n t e , e n t r e l o i m a g i n a r i o , l o s i m b ó l i c o y l o real. P o r los sen-
deros d e l estructuralismo, la dimensión simbólica de la realidad gana
t e r r e n o y en el "significante sausureano" encontrará el i n s t r u m e n t o
c o n c e p t u a l q u e l o l l e v a r á a u n a d e sus tesis c a p i t a l e s : " e l i n c o n s c i e n t e
está e s t r u c t u r a d o c o m o u n l e n g u a j e " .
F r e u d h a b í a d i c h o : l a r e a l i d a d d e l i n c o n s c i e n t e es s e x u a l ; a h o r a
L a c a n a f i r m a la relación del inconsciente con el lenguaje. E l incons-
c i e n t e se d e f i n e p o r l a r e l a c i ó n e n t r e s e x o y l e n g u a j e .
Esa articulación e s t a b l e c i d a p o r L a c a n t a l vez n o s p u e d a a y u d a r a
e n t e n d e r l a t e n a c i d a d d e l a a f i r m a c i ó n d e F r e u d d e q u e l a c u l t u r a es
'^ Jacques L a c a n , De la psicosis paranoica en sus relaciones con la personalidad, México,

Siglo X X I , 1976, p. 293.
HERENCIA Y ERRANCIA D E U N T E X T O 203
responsable p o r el malestar e n e l sexo, q u e la c u l t u r a i m p o s i b i l i t a el

g o c e s e x u a l , p e r o t a m b i é n q u e l a c u l t u r a se e d i f i c a s o b r e l a p é r d i d a
d e l g o c e s e x u a l . L o c u a l n o s situará e n l a i n t r i n c a d a r e l a c i ó n e n t r e
c a u s a y e f e c t o : si l a c u l t u r a se e d i f i c a a p a r t i r d e u n a p é r d i d a q u e i n s -
tituye u n vacío, u n i m p o s i b l e sexual, p o r o t r o lado, ella e n g e n d r a la
i m p o s i b i l i d a d . N o p o d e m o s d e j a r d e r e c o r d a r Tótem y tabú, e l m i t o d e
la m o d e r n i d a d e n e l decir de L a c a n , q u e nos habla d e l m o m e n t o d e l
o r i g e n d e l a c u l t u r a . E l p a d r e t i r a n o , q u e g o z a b a d e t o d a s las m u j e r e s ,
es a s e s i n a d o p o r l o s h i j o s . L a c u l p a y e l r e m o r d i m i e n t o p r o m u e v e n l a
u n i ó n de los h e r m a n o s y e l e s t a b l e c i m i e n t o de la p r i m e r a ley q u e f u n -
da la cultura: la Ley de prohibición d e l incesto. Ley de interdicción.
A s í p u e s , e l ser h a b l a n t e se c o n s t i t u y e s o b r e u n a p é r d i d a , sobre
u n v a c í o e s t r u c t u r a n t e y e n esa d i r e c c i ó n p o d e m o s s e g u i r s e ñ a l a n d o ,
freudianamente, q u e a partir de u n a p r i m e r a inscripción psíquica,
u n a p r i m e r a m a r c a o trazo, l a l l a m a d a e x p e r i e n c i a d e satisfacción, e l
p r i n c i p i o de placer e n c a m i n a hacia la repetición, hacia el reencuen-
t r o d e l o q u e n o se p o d r á r e e n c o n t r a r , p u e s , p o r d e f i n i c i ó n , e l o b j e t o
está d e s d e s i e m p r e p e r d i d o . N e c e s i d a d d e r e p e t i c i ó n q u e c o n d u c e a
F r e u d , en 1920, a conceptualizar la pulsión de m u e r t e .
R e g r e s e m o s a l t e x t o d e L a c a n d e 1 9 7 4 : Televisión. J a c q u e s L a c a n
se p r e s e n t a e n l a t e l e v i s i ó n f r a n c e s a y r e s p o n d e a s u a u d i t o r i o e n e l
m i s m o e s t i l o e n q u e p r o f e r í a sus s e m i n a r i o s :
L o q u e sé, e s q u e e l d i s c u r s o analítico n o p u e d e s o s t e n e r s e c o n u n o s o l o . [...]

N i n g u n a e f e r v e s c e n c i a — q u e también p r o v i e n e d e é l — podría e l i m i n a r l o
q u e d a t e s t i m o n i o d e maldición s o b r e e l s e x o , q u e F r e u d e v o c a e n s u Malestar.
[...] L a e n c r u c i j a d a s e x u a l s e c r e t a l a s ficciones q u e r a c i o n a l i z a n l o i m p o s i b l e
d e l q u e ellas p r o v i e n e n . Y o n o d i g o i m a g i n a d a s , y o l e o ahí, c o m o F r e u d , l a
invitación a l o r e a l q u e a e l l o c o n c i e r n e . ' ^
E s t a es u n a a f i r m a c i ó n , e n t r e o t r a s m u c h a s d e L a c a n , q u e r e f u e r z a
la lectura q u e p r e t e n d e m o s realizar sobre la p e r m a n e n c i a de la te-
sis c e n t r a l d e F r e u d , d e l a i m p o s i b i l i d a d d e b i e n - v i v i r e l s e x o ; L a c a n
la traspone c o n precisión a l r e d e d o r d e l bien-decir, l o imposible d e l
b i e n - d e c i r sobre e l sexo.
R e c o r d e m o s l o q u e d i c e F r e u d e n s u t e x t o E l malestar en la cultura.
P o d r í a m o s p e n s a r q u e e n ese t e x t o d e 1 9 3 0 , d e s p u é s d e h a b e r p a s a d o
Jacques L a c a n , Psicoanálisis. Radiofonía & televisión, op. cit., p. 116.

204 URANIA lOURÍNHO PERES
p o r e l m a l e s t a r d e u n a g u e r r a m u n d i a l , e l s u f r i m i e n t o tras la m u e r t e
d e u n a h i j a , d e s p u é s d e h a b e r s e d e t e n i d o e n ese t e m a d e l a a g r e s i v i -
d a d h u m a n a q u e p a r a m u c h o s se c o n s t i t u y e c o m o e l p u e n t e , e l leit
viotiv, q u e l o h a b r í a l l e v a d o a c o n c e p t u a l i z a r l a p u l s i ó n d e muerte,
F r e u d se h a b r í a e n c a m i n a d o h a c i a u n a l e c t u r a m á s r i g u r o s a d e l o s
e f e c t o s n o c i v o s d e l a c u l t u r a . U n a l e c t u r a q u e , c o n s i d e r a n d o a las d i -
ficultades d e las r e l a c i o n e s e n t r e l o s h o m b r e s c o m o l a m a y o r f u e n t e
de sufirimiento, v i e n d o e n la n o c i ó n de d e s a m p a r o causada p o r la de-
c l i n a c i ó n d e u n a figura d e p r o t e c c i ó n , d e a u t o r i d a d , d e l p a d r e o d e l
D i o s t o d o p o d e r o s o , podría i n d u c i r n o s a pensar q u e la sexualidad ya
n o ocuparía el lugsu q u e o c u p a r a antes e n la etiología d e l s u f r i m i e n t o
h u m a n o . S i n e m b a r g o , a p e s a r d e t o d a s estas c o n s i d e r a c i o n e s , m a n -
t i e n e s u tesis d e l a i m p o s i b i l i d a d i n h e r e n t e a l s e x o .
L a v i d a s e x u a l d e l h o m b r e c u l t o h a r e c i b i d o grave d a ñ o , i m p r e s i o n a a veces
c o m o u n a f i m c i ó n q u e se e n c u e n t r a e n proceso involuüvo, d e i g u a l m o d o
q u e l o p a r e c e n nuestros d i e n t e s o nuestros cabellos e n su c o n d i c i ó n d e ór-
ganos.*'
L a s " c o n q u i s t a s " d e la c o n t e m p o r a n e i d a d , tales c o m o l a l i b e r t a d

s e x u a l , l a s m e d i d a s c o n t r a c e p t i v a s , las n u e v a s f o r m a s d e c o n s t i t u c i ó n
d e l a f a m i l i a , p o d r í a n ser r e s p u e s t a s o a b o g a r e n e l s e n t i d o d e l a e l i m i -
n a c i ó n d e causas a n t e s señaladas c o m o f u e n t e d e n e r v i o s i d a d . M i e n -
tras t a n t o , t o m a n d o c o m o p u n t o d e p a r t i d a l a " p e r v e r s i d a d " d e n u e s -
t r a s o c i e d a d a c t u a l , nuevas "causas" estarían e m e r g i e n d o . P o d r í a m o s ,
i n c l u s o , p e n s a r q u e e l p s i c o a n á l i s i s e n m u c h o c o l a b o r ó p a r a q u e se
hayan p r o d u c i d o cambios, p o r ejemplo, la llamada libertad sexual,
sin, p o r ello, prevenir que nuevas fuentes de m o r b i d e z hicieran su
a p a r i c i ó n a través d e las l l a m a d a s " n u e v a s p a t o l o g í a s " q u e , p o r c i e r t o ,
n o s o n t2ui n u e v a s . Se h a b l a d e b u l i m i a s , a n o r e x i a s , d r o g a d i c c i ó n . Se
d i s c u t e e l c u e r p o c o m o e l l u g a r d e i n f i n i t a s t r a n s f o r m a c i o n e s p o r las
c i r u g í a s , las i n t e r v e n c i o n e s y los i n j e r t o s , b u s c a n d o e l b o r r a m i e n t o d e
las m a r c a s d e l tiempo o i n t e n t a n d o a l t e r a r l a o r i g i n a l i d a d p r e s e n t e e n
e l n a c i m i e n t o . L a s top models, ¿ m u j e r e s o m u ñ e c a s e n s e r i e ? ¿La I n -
t e r n e t o e l a u t o m a t i s m o s o c i a l i z a d o ? ¿El i-pod o l a i n c o m u n i c a b i l i d a d
p e r m i t i d a ? E n fin, d e t o d o e s o y a s a b e m o s y m u c h o y a e s c u c h a m o s ;
t e n e m o s q u e c u i d a r n o s de n o caer e n la repetición. I n c l u s o p o r q u e
" S i g m u n d F r e u d , O. C, vol. x x i , p. 103.

es u n t e m a q u e f a s c i n a , c o m o l a r e v e l a c i ó n d e u n s e c r e t o q u e t o d o s
c o m p a r t i m o s y que, precisamente p o r q u e lo conocemos, nos encanta.
L o s análisis s o c i o p s i c o l ó g i c o s , c o m o b i e n l o i n d i c ó F r e u d e n s u t e x t o
de 1909, son correctos, p e r o o m i t e n l o más i m p o r t a n t e : el d e s e n c u e n -
t r o e n t r e l o s s e x o s , e l d e s e n c u e n t r o e n e l a m o r es e s e n c i a l y j a m á s n o s
abandona en nuestra condición de hablantes.
Regresemos p o r l o t a n t o a su advertencia: "¡Cuidado c o n e l l o d o ,
c u i d a d o c o n e l o c u l t i s m o ! " S i n d e j a r d e r e c o r d a r q u e e l l o d o es u n a
capa que encubre.
Dijimos que nuestra lectura de " L a m o r a l sexual 'cultural' y l a ner-
viosidad m o d e r n a " podría hacernos m a r c h a r e n dos direcciones: la
p r i m e r a g u i á n d o n o s p o r l a p r e g u n t a : ¿a q u i é n se d i r i g e ese t e x t o q u e
p a r e c e ser u n a r e p e t i c i ó n d e t e x t o s a n t e r i o r e s ? ¿ A q u é r e s p o n d e esa
r e p e t i c i ó n ? F a n t a s e a m o s u n a r e s p u e s t a : ese t e x t o se d i r i g e a J u n g , e l
d e l f í n . É s e a l q u e se n e c e s i t a b a s e d u c i r , c o n q u i s t a r l o p a r a q u e se a d h i -
r i e r a al p u n t o c e n t r a l d e l a teoría: e l p a p e l de l a s e x u a l i d a d . E l ele-
g i d o , p o r a n t i c i p a c i ó n , p a r a ser e l h e r e d e r o y c o n t i n u a d o r , p u e s , e n
t a n t o q u e "discurso", " e l discurso analítico n o p u e d e sostenerse c o n
u n o solo". F r e u d tuvo m u c h o s discípulos; sin e m b a r g o , p o s i b l e m e n t e ,
tenía el p r e s e n t i e m i e n t o de q u e habría u n o q u e tomaría su t e x t o y
s o b r e e l m i s m o realizaría u n a l e c t u r a creativa.
C o n s i d e r a n d o e l l i n a j e d e l a s h e r e n c i a s , n o es d i f í c i l l l e g a r a l a p r e -
g u n t a d e q u i é n p o d r í a ser d e h e c h o s u o t r o h e r e d e r o . N o a q u e l q u e
se d i c e h e r e d e r o , s i n o q u i e n , a p r o p i á n d o s e d e l a h e r e n c i a , o d e p a r t e
d e l a h e r e n c i a , fuese capaz d e t r a n s f o r m a r l a . F r e u d n o s advirtió d e l a
relación sexo y síntoma; L a c a n delimitó la i m p o s i b i l i d a d , lo real d e l
s e x o : l a r e l a c i ó n s e x u a l n o e x i s t e . ¿ C u á l es l a n u e v a a f i r m a c i ó n que
p o d r í a d a r c o n t i n u i d a d y g e n e r a r n u e v o discurso?
N o h a sido p o r casualidad que e n el inicio de nuestro texto nos
e n c o n t r a m o s c o n M i c h e l F o u c a u l t , vale d e c i r c o n e l p e n s a d o r q u e
e s t a b l e c i ó q u e e l d e F r e u d es u n t e x t o q u e l l e v a e n sí l a p o t e n c i a ü d a d
d e g e n e r a r o t r o s t e x t o s y d e ese m o d o d i b u j a e l t r a y e c t o d e u n l i n a j e ,
d e u n a h e r e n c i a . P o s i b l e m e n t e F o u c a u l t n o h u b i e r a h e c h o esa a f i r -
m a c i ó n si e l t e x t o f r e u d i a n o n o l e h u b i e s e s u s c i t a d o l a p o s i b i l i d a d d e
f u n d a r s o b r e él u n a n u e v a d i s c u r s i v i d a d . R e s u l t a i n t e r e s a n t e c o m e n -
t a r q u e , t r a s e s c u c h a r l a c o n f e r e n c i a d e F o u c a u l t " ¿ Q u é es u n a u t o r ? " ,
acto seguido, L a c a n e l a b o r ó su teoría d e los c u a t r o discursos. S o n p r o -
cesos, t r a n s f e r e n c i a s q u e p r e c e d e n a m o m e n t o s c r e a t i v o s .
F o u c a u l t s e g u r a m e n t e r e h u s a r í a p a r a sí m i s m o e l l u g a r d e h e r e d e -
r o y c o n t i n u a d o r d e l p e n s a m i e n t o psicoanalítico, p e n s a m i e n t o al cual
f o r m u l ó m u c h a s c r í t i c a s . S i l o u b i c a m o s e n ese l u g a r es m á s p o r u n
m o v i m i e n t o e x t e r i o r a él, p o r u n a c t o d e l i b e r t a d d e e l e g i r u n h e r e -
d e r o , u n h e r e d e r o adoptivo, fuera de la familia. U n h e r e d e r o n o de
derecho, sino de hecho.
Todos sabemos que M i c h e l Foucault n o fue u n psicoanalista n i u n
a d e p t o , s i n c r í t i c a s , d e Jas i d e a s d e F r e u d y d e L a c a n , a u n q u e , c o n c e r -
t e z a p o d e m o s d e c i r q u e se e n c o n t r a b a m á s c e r c a n o a l s e g u n d o . S i n
e m b a r g o , p o r n o ser p s i c o a n a l i s t a , p u e d e h a c e r a d v e r t e n c i a s , l l a m a -
d o s , q u e p r e v i e n e n d e s v i a c i o n e s g r a v e s e n n u e s t r a p r a x i s . Y, a ú n m á s ,
lleva a pensar e n cuestiones centrales p a r a n u e s t r a práctica: el deseo,
l a s e x u a l i d a d , e l s u j e t o y l a v e r d a d . P a r a él, e l psicoanálisis p o d r í a m a r -
c h a r c o n m u c h a f a c i l i d a d e n la d i r e c c i ó n d o g m á t i c a de p o s t u l a r ver-
dades siguiendo u n m o d e l o religioso.
L a v e r d a d o c u p ó u n lugar central e n el p e n s a m i e n t o de F o u c a u l t
al i g u a l q u e en el de L a c a n . L a v e r d a d fue elegida c o m o "su p r o b l e m a
c e n t r a l " ; ya n o el deseo, sino la b ú s q u e d a de la p o s i b i l i d a d de d e c i r
la v e r d a d , el "juego de la v e r d a d " y a b r i r el t e r r e n o p a r a u n a n u e v a
erótica.
C u e s t i o n a n d o el lugar d e l deseo e n la d i m e n s i ó n psicoanalítica,
F o u c a u l t se p r o p u s o r e a l i z a r u n a l e c t u r a h i s t ó r i c a d e ese concepto.
A través d e u n análisis d e l a g e n e a l o g í a d e l s u j e t o d e s e a n t e i n t e n t ó
"comprender cómo el individuo m o d e r n o podría experimentarse
c o m o s u j e t o d e u n a s e x u a l i d a d " y n o t a n s ó l o d e l d e s e o . O sea, d e
a l g u n a m a n e r a , h a c e r efectivo el pasaje de u n sujeto d e l deseo a u n
sujeto d e l a s e x u a l i d a d . S e g ú n F o u c a u l t , F r e u d i n t r o d u c e u n a ética
d e l d e s e o q u e L a c a n irá a p r o f u n d i z a r , h a s t a l l e g a r a l a m á x i m a : " n o
ceder a su d e s e o " . L o q u e i m p o r t a b a era llegar a la v e r d a d o c u l t a
e n las f a n t a s í a s y e n l o s a n h e l o s s e c r e t o s . E n esa d i r e c c i ó n , l a e n f e r -
m e d a d n e r v i o s a p o d r í a ser v i s t a c o m o u n a e n g a ñ o s a r e s p u e s t a a l a
p r e g u n t a p o r e l p r o p i o d e s e o . E l m o v i m i e n t o d e F o u c a u l t s i g u e l a vía
d e p r i v i l e g i a r a l a s e x u a l i d a d s o b r e e l d e s e o y e n e s p e c i a l a las f o r m a s
del placer.
La sexualité fait partie de nos conduits. Elle fait partie de la liberté dont nous jouis-
sons dans ce monde. La sexualité est quelque chose que nous créons nous-mémes —elle
'^Jacques Lacan, El Seminario. Libro 7, La ética del psicoanálisis, Buenos Aires, Paidós,
2005.
HERENCIA Y ERRANCTA DE UN T E X T O 207
est notre propre création, bien plus qu 'elle n 'est la découverte d 'un aspect secret de
notre désir—. Nous devons comprendre qu 'avec nos désirs, á travers eux, s 'instaurent
de nouvelles formes de rapporís, de nouvelles formes d 'amour et de nouvelles formes
de création. Le sexe n'est pas une fatalité; il est une possibilité d'accéder á une vie
créatrice.^-'
R e a c c i o n a e n c o n t r a d e l m o v i m i e n t o c o n f e s i o n a l de los secretos
o c u l t o s q u e , a s u e n t e n d e r , e l p s i c o a n á l i s i s f o r t a l e c í a , y p r o c u r a es-
c l a r e c e r l a distinción e n t r e u n a m o r a l relativa a u n c ó d i g o , cuya des-
o b e d i e n c i a implicaría u n a s a n c i ó n i n t e r n a o e x t e r n a , y u n a ética q u e
m a r c a r í a las a s p i r a c i o n e s d e u n d e t e r m i n a d o i n d i v i d u o . L a r e a l i z a -
c i ó n q u e c a d a i n d i v i d u o se p r o p o n í a a l c a n z a r . P a r a él l a c u e s t i ó n n o
está u b i c a d a e n u n m o v i m i e n t o e n e l c a m i n o d e u n a l i b e r a c i ó n s e x u a l
y sí e n l a p o s i b i l i d a d d e i n v e n t a r u n a v e r d a d s o b r e n o s o t r o s m i s m o s ,
l i b e r a d a " d e los i d e a l i s m o s m o r a l e s d e n u e s t r o b i e n " . Y F o u c a u l t l l a -
m a " m i p r o b l e m a " a l p r o b l e m a d e l a v e r d a d y n o a l d e l d e s e o . Ese
m o v i m i e n t o de "descentralizar" el deseo hizo que fuera a buscar e n la
investigación histórica " e n la g e n e a l o g í a d e l sujeto deseante", c o m o
y a se h a m e n c i o n a d o , l a r e s p u e s t a p a r a " c o m p r e n d e r c ó m o e l i n d i -
v i d u o m o d e r n o podría e x p e r i m e n t a r s e c o m o sujeto de u n a sexuali-
d a d " . " N o s o t r o s los m o d e r n o s q u e d a m o s o b s e s i o n a d o s c o n n u e s t r o s
deseos secretos; los actos n o t i e n e n t a n t a i m p o r t a n c i a p a r a n o s o t r o s ; y
e l p l a c e r - ¡ya n a d i e sabe q u é e s ! " E s a c e n t r a l i z a c i ó n d e l p l a c e r c o n d u -
ciría a l d e s c u b r i m i e n t o d e n u e v a s p o s i b i l i d a d e s d e p l a c e r y llevaría a
la s e x u a l i d a d a ubicarse e n el c a m i n o p o s i b l e de l a creatividad.^^ Sobre
l o i m p o s i b l e s e x u a l estaría a s e n t a d o e l m o v i m i e n t o d e c r e a c i ó n .
Para Foucault:
[...] n u e s t r a é p o c a está m a r c a d a p o r u n a insatisfacción, p o r u n n u e v o r e c h a -

zo, p o r u n a n u e v a "problematización de l a c o n c e p c i ó n de n u e s t r o ser e r ó t i c o
Michel Foucault, op. cit. " L a sexualidad forma parte de nuestras conductas. For-
m a parte de la libertad de la que gozamos e n este mundo. L a sexualidad es algo que
nosotros mismos creamos — e s nuestra propia creación, m u c h o más de lo que es como
descubrimiento de u n aspecto secreto de nuestro deseo. H e m o s de comprender que
c o n nuestros deseos, a través de ellos, se instauran nuevas formas de relación, nuevas
formas de amor y nuevas formas de creación. E l sexo no es u n a fatalidad; es u n a posibi-
lidad de acceder a u n a vida creadora."
^° J o h n Rajchman, Eros e verdade, Lacan, Foucault e a questáo ética, Río de Janeiro, Jorge
Zahar, 1994.
y sus p o s i b i l i d a d e s " : quisiéramos u n tipo de " s u b j e t i v i d a d erótica" d i f e r e n t e

d e aquellas basadas e n e l m o d e l o v i r i l d e l a p e n e t r a c i ó n y d e l estatus, e n e l
m o d e l o c r i s t i a n o d e l p e c a d o y de l a c o n f e s i ó n y e n e l m o d e l o terapéutico de
la e m o c i ó n o c u l t a y de l a cura.^'
T a l v e z é s t a sea l a c o n t r i b u c i ó n d e l filósofo francés a F r e u d : buscar

una n u e v a e r ó t i c a q u e ya n o estaría c e n t r a d a e n e l d e s e o , r e i n v e n t a n -
d o así e l p e n s a m i e n t o é t i c o e n l a a c t u a l i d a d . L a f o r m u l a c i ó n r e n o -
vada de la antigua p r e g u n t a acerca de c ó m o hablar v e r d a d e r a m e n t e
r e s p e c t o a n u e s t r a s v i d a s se v o l v i ó p a r a F o u c a u l t e n u n a i n v e s t i g a c i ó n
e n c a m i n a d a a c o m p r e n d e r c ó m o n u e s t r o s lazos, n u e s t r a l i b e r t a d y
nuestra v e r d a d llegan a f o r m a r parte de la actividad filosófica crítica
contemporánea.'^^
E n s u s e m i n a r i o 1M angustia de 1962-1963, L a c a n a f i r m a : el psicoa-
nálisis es u n a e r o t o l o g í a .
N o h e s e g u i d o e l d o g m á t i c o c a m i n o d e hacer p r e c e d e r p o r u n a teoría gene-

r a l d e los afectos l o q u e t e n g o q u e d e c i r l e s acerca d e l a angustia. ¿Por q u é ?
P o r q u e aquí n o somos psicólogos, somos psicoanalistas. N o les d e s a r r o l l o u n a
p s i c o l o g í a , im discurso sobre u n a r e a l i d a d i r r e a l l l a m a d a psiquis, s i n o u n a
p r a x i s q u e m e r e c e im n o m b r e : erotología.^^
F o u c a u l t h a b l a c o n u n a l i b e r t a d q u e quizá n o tuviese el psicoanalis-

t a . T o d o s s a b e m o s q u e , m á s allá d e t e o r i z a r , M i c h e l F o u c a u l t se d i s p u -
s o a e x p e r i m e n t a r . L a s e x u a l i d a d n o es t a n s ó l o u n p e n s a m i e n t o s o b r e
l a s e x u a l i d a d , u n a t e o r i z a c i ó n , s i n o q u e d e b e ser u n a e x p e r i e n c i a d e
v i d a . Y es e n ese p u n t o q u e u n a é t i c a p r o p i a d e r e a l i z a c i ó n se y u x t a -
p o n e a u n a m o r a l normativizante. E n 1909, F r e u d v i o y d e n u n c i ó q u e
las r e g l a s m o r a l e s y l a m o r a l s e x u a l v i g e n t e h a c í a n i m p o s i b l e l a v i d a
s e x u a l . L a c a n c o n c u e r d a y a ñ a d e : l a r e l a c i ó n s e x u a l es i m p o s i b l e y es
j u s t a m e n t e ese i m p o s i b l e s e x u a l e l p r o m o t o r d e " l a s ficciones que lo
r a c i o n a l i z a n ".
2»op. cit., p. 112.

^ Op. cit., p. 116.
^ J a c q u e s L a c a n , El Seminario. Libro 10, La angustia, Buenos Aires, Paidós, 2006, pp.
9-10.
H E R E N C I A Y ERRANCIA D E U N T E X T O 209
L a c a n y F o u c a u l t trabajan e n el sentido de intentar plantear nuevamente la

a n t i g u a cuestión d e l a v e r d a d y d e e r o s ; c a d a u n o a s u m a n e r a , re-erotizó l a
actividad del pensamiento filosófico o crítico e n n u e s t r o s días. P o r l o t a n t o ,
j u n t o s c o n t r i b u y e r o n a c r e a r u n c l i m a i n t e l e c t u a l q u e captaría l a imaginación
d e u n a generación y q u e tal v e z aún n o se h a cerrado.'^"^
N u e s t r a p r o p u e s t a n o es a n a l i z a r e l p l a n t e a m i e n t o d e F o u c a u l t so-
b r e e l psicoanálisis, su a c e p t a b i l i d a d o n o , su a d e c u a c i ó n o n o , s i n o
p e n s a r e n l a línea d e u n a transmisión, d e los efectos de p r o d u c c i ó n d e
s e n t i d o , el rasgo distintivo de u n antes y u n después. Regresemos pues
a s u p a l a b r a : " [ . . . ] y q u é s o s t é n i m p l i c a e l j u e g o d e las t r a n s m i s i o n e s ,
d e las r e a n u d a c i o n e s , d e l o s o l v i d o s y d e las r e p e t i c i o n e s , c ó m o e l
o r i g e n p u e d e e x t e n d e r s u á m b i t o m u c h o m á s allá d e sí m i s m o y h a s t a
ese a c a b a m i e n t o q u e j a m á s se d a ; e l p r o b l e m a n o es y a d e l a t r a d i c i ó n
y d e l rastro, sino d e l r e c o r t e y d e l límite".
P a r a J e a n A l l o u c h , ^ ^ e l p s i c o a n á l i s i s será f o u c a u l t i a n o o n o será.^^
Yo p r e f i e r o d e c i r q u e el psicoanálisis, p e r m a n e c i e n d o f r e u d i a n o , va
s i e n d o a p r o p i a d o , a q u í y allí, así c o m o se v a a p r o p i a n d o a q u í y allí, d e
nuevas m a n e r a s de pensar. E l p e n s a m i e n t o f r e u d i a n o , c o m o p l a n t e a
M i c h e l F o u c a u l t , es u n p e n s a m i e n t o c a p a z d e g e n e r a r d i s c u r s i v i d a d ,
capaz de transmitirse, de g e n e r a r transferencias.
S i L a c a n a f i r m ó q u e e l p s i c o a n á l i s i s es u n a e r o t o l o g í a y si F o u c a u l t
d e d i c ó p a r t e d e su v i d a i n t e l e c t u a l a b u s c a r u n a n u e v a erótica, n u e -
vos c a m i n o s p a r a Eros, L a c a n y F o u c a u l t sostienen u n e n c u e n t r o e n
l a t r a n s m i s i ó n . Sus p o s i c i o n e s n o s i m p e l e n , p r o p i c i a n e n n o s o t r o s l a
l e c t u r a d e los textos sin l a b o r r a d u r a d e l tíempo, materializado en la
s u p e r a c i ó n d e sus tesis.
A l i n i c i o de n u e s t r o texto p l a n t e a m o s q u e p o d í a m o s t o m a r dos d i -
recciones. I n t e n t a r e m o s articular algo sobre lo q u e calificamos c o m o
s e g u n d a d i r e c c i ó n , es d e c i r , t o m a r e l t e x t o c o m o u n m o d e l o d e p o s i -
c i ó n , d e r e s p u e s t a a las i n n u m e r a b l e s i n t e r r o g a n t e s q u e n o s i n v a d e n
s o b r e e l p s i c o a n á l i s i s m i s m o . F i n a l m e n t e , ¿ c ó m o y d ó n d e se s i t i i a e l
^^John Rajchman, op. dt., p. 78.

2^ Michel Foucault, La SLrqueología del saber, México, Siglo X X I , 2001, p. 7.
^® L o s estudios de J e a n Allouch y de la Ecole Laeanienne de Psychanalyse, que evi-
dencian la relación entre el pensamiento de Foucault y el psicoanálisis son de capital
importancia para nuestra lectura del filósofo e historiador francés.
2 ' J e a n Allouch, La psychanalyse: Une erotologie de passage, Cahiers de l'Unebévue, París,
E P E L , 1998 [El psicoanálisis: Una erotología de pasaje, Buenos Aires, Litoral, 1998].
psicoanálisis hoy, atravesado p o r tantas preguntas? C o m o sabemos, el

p s i c o a n á l i s i s n o es u n a p s i c o l o g í a , así c o m o n o es o n o d e b e ser u n a
religión, t a m p o c o u n arte, a u n q u e estemos f u e r t e m e n t e inclinados,
e n e l m o m e n t o a c t u a l , a v e r l o c o m o t a l . E l psicoanálisis estaría e n
e x t i n c i ó n n o p o r los i n t e r r o g a n t e s q u e n o s i n v a d e n s i n o p o r u n a serie
d e a t a q u e s q u e a p u n t a n a su m u e r t e e v e n t u a l . F r e u d f u e i n c i s i v o e n
sus r e s p u e s t a s : " S i n o p o d e m o s e v i t a r las r e s i s t e n c i a s , ¿ p o r q u é n o e n -
f r e n t a r l a s d e s d e e l i n i c i o ? E n m i o p i n i ó n , e l a t a q u e es l a m e j o r f o r m a
d e d e f e n s a . " L a c o n f i a n z a e n sus p r o p i a s d e c i s i o n e s f u e l a f u e r z a q u e
l o c o n d u j o a o c u p a r e l l u g a r d o n d e é l m i s m o se c o l o c ó : " S u f r o t o d o s
los t o r m e n t o s q u e a f l i g e n a u n i n n o v a d o r . " F r e u d i n n o v ó , y e l p u n t o
c e n t r a l de su i n n o v a c i ó n o c r e a c i ó n f u e la p o s i b i l i d a d de desplazar
a l a s e x u a l i d a d d e l l u g a r e n d o n d e se e n c o n t r a b a : r e m o v e r l a c a p a
d e l o d o q u e l a encubría; fue n o h a b e r r e t r o c e d i d o e n su p o s t u r a de
v o l v e r s e u n l e c t o r a c u c i o s o d e l o s s u f r i m i e n t o s q u e a q u e j a b a n a sus
pacientes y p o d e r d e c i r lo q u e d e ellos escuchaba. F r e u d n o negaba
n i o c u l t a b a l a l e c t u r a q u e r e a l i z a b a d e l o q u e e s c u c h a b a y f u e p o r eso
p o r lo que p u d o inventar. N o p o d e m o s olvidar la violenta reacción
q u e e n c o n t r ó e n o c a s i ó n d e sus p r i m e r a s a f i r m a c i o n e s s o b r e l a s e x u a -
l i d a d infanül. Su invención fue el f r u t o de u n a lectura acuciosa y de
u n a audaz valentía e n la transmisión. L o s niños s i e m p r e e s t u v i e r o n y
s i e m p r e estarán v i v i e n d o e l d e s p e r t a r d e su s e x u a l i d a d .
E l psicoanálisis r e s p o n d e desde e l l u g a r de n u e s t r a escucha y p o r
e s o s a b e m o s q u e , d e s p u é s d e F r e u d , allí d o n d e e x i s t a q u i e n e m i t a u n
c i e r t o d e c i r a o t r o y q u e este o t r o , s o b r e este m i s m o d e c i r , p u e d a h a -
c e r u n a l e c t u r a , e l psicoanálisis seguirá vivo, pues h a b r á ahí, a c t u a n d o ,
c o m o ya lo dijimos, n u e s t r o c o n c e p t o f u n d a m e n t a l : la transferencia.
Estamos c o n m e m o r a n d o el centenario de u n texto, el centenario
de la palabra de F r e u d y decidimos privilegiar al texto en tanto que
herencia inagotable. Optamos p o r u n linaje: Jung, Lacan, Foucault.
E l p r i m e r o o c u p a el lugar d e l q u e fue elegido el delfín, p e r o J u n g
traía y a u n a g r a n h e r e n c i a y p o s i b l e m e n t e le f u e difícil d e c i d i r s e t a n
sólo p o r u n legado. C o n todo, n o hay dudas respecto a la presencia
d e l a p a l a b r a d e F r e u d e n la teoría d e J u n g . Este c r e ó u n a escuela
q u e , c o m o d o c t r i n a d e p s i c o a n á l i s i s , l l e v a las m a r c a s d e s u h e r e n c i a .
S u r g e c o n J u n g e l p s i c o a n á l i s i s j u n g u i a n o . Es p o s i b l e , c o m o é l m i s m o
lo d i j o , que le h u b i e r a faltado u n m a y o r a c e r c a m i e n t o , u n contacto
personal c o n F r e u d , ya q u e vivieron e n u n m i s m o p e r i o d o . " M e pare-
ce q u e sería i m p r e s c i n d i b l e c o n v e r s a r p e r s o n a l m e n t e [ . . . ] , su t e o r í a
H E R E N C I A Y ERRANCIA D E U N T E X T O 211
sería e n t o n c e s p a r a m í más i n t e l i g i b l e . " E l psicoanálisis j u n g u i a n o n o

d e j a d e ser u n h i j o y u n h i j o v i g o r o s o .
L a c a n , e n c i e r t o m o d o , r e h u s ó alejarse de F r e u d c u a n d o afirmó,
e n C a r a c a s : " U s t e d e s s o n l a c a n i a n o s , y o p o r m i p a r t e soy fireudiano."
M á s q u e a c e p t a r e l l u g a r d e h e r e d e r o , L a c a n d i s p u t ó ese l u g a r y p o r
eso m i s m o d i j i m o s q u e v i n o a o c u p a r e l espacio q u e d e a l g u n a m a n e r a
J u n g dejó vacante.
¿ Y M i c h e l F o u c a u l t ? M e p a r e c e q u e F o u c a u l t o c u p a u n l u g a r so-
b r e m a n e r a interesante, precisamente p o r n o p e r t e n e c e r a la f a m i l i a
" p s i " ; él n o f u e u n p s i c o a n a l i s t a p e r o l e f u e p o s i b l e , d e s d e e l l u g a r e n
d o n d e se p o s i c i o n a b a , t e n e r l a l i b e r t a d d e p r o p o n e r u n a l e c t u r a q u e
n o s o f r e c e p a r a q u e l a h e r e d e m o s o n o . F r e n t e a las a f l i g i d a s i n q u i e -
t u d e s d e F r e u d s o b r e e l m a l e s t a r s e x u a l d e n u n c i a d o , él h a b r í a c o n t e s -
tado: " L a sexualidad f o r m a parte de nuestras conductas. F o r m a parte
de la l i b e r t a d c o n la q u e nos creamos a nosotros m i s m o s —es nuestra
p r o p i a c r e a c i ó n — . [...] E l s e x o n o es u n a f a t a l i d a d ; es u n a p o s i b l i d a d
para acceder a u n a vida creativa".
D e n o h a b e r e x i s t i d o F r e u d , F o u c a u l t n o s e r í a F o u c a u l t . ¿Es m u c h o
d e c i r ? C r e o q u e n o , p u e s , e n v e r d a d , d e t o d a s las c r e a c i o n e s s o m o s
s i e m p r e l o s h e r e d e r o s . E l s e x o n o es u n a f a t a l i d a d s i n o l a p o s i b i l i d a d
d e a c c e d e r a u n a v i d a c r e a t i v a ; t a l es l a h e r e n c i a q u e r e c i b i m o s .
S i m e i n c l i n é p o r este l i n z y e : J u n g , L a c a n , F o u c a u l t , f u e e n e j e r c i c i o
de m i l i b e r t a d de elección. Sabemos cuántos otros discípulos i m p o r -
tantes tuvo F r e u d , hago m e n c i ó n especial aquí a M e l a n i e K l e i n y a
s u e s c u e l a . S i n e m b a r g o , h e m o s d e s o p o r t a r e l p e s o d e las p é r d i d a s
cuando hacemos elecciones.
P a r a c o n c l u i r , p u e s es p r e c i s o h a c e r l o , m e p l a n t e o l a p r e g u n t a ¿ q u é
estamos h a c i e n d o c o n nuestras herencias? Estar d i s p o n i b l e s p a r a r e -
c i b i r u n a h e r e n c i a y a p r o p i a r n o s d e e l l a , t r a n s f o r m á n d o l a , es e l h o -
m e n a j e q u e p o d e m o s r e n d i r a F r e u d e n este c e n t e n a r i o d e u n o d e
sus t e x t o s .
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LOS AUTORES
D o c t o r e n m e d i c i n a , psiquiatra, psicoanalista. A r g e n t i n o , exiliado e n

M é x i c o desde 1974. Profesor e n la U n i v e r s i d a d N a c i o n a l A u t ó n o m a
d e M é x i c o d e s d e 1975 y d e l D o c t o r a d o e n T e o r í a Crítica d e 17, I n s t i t u -
t o d e Estudios Críticos. A u t o r de cientos de artículos y de n u m e r o s o s
l i b r o s , e n t r e l o s m á s r e c i e n t e s : E l goce. Un concepto lacaniano, Buenos
A i r e s , Siglo X X I , 2006 (2a. e d i c i ó n ) T r a d u c i d o al francés: E a jouissan-
ce. Un concept lacanien, R a m o n v i l l e , Eres, 1994 y 2005 E n portugués:
Gozo, E s c u t a , 2 0 0 7 . E n 2 0 0 8 a p a r e c i e r o n Depuis Freud, aprés Lacan, Ra-
m o n v i l l e , E r e s , Memoria y espanto O el recuerdo de infancia, México, Siglo
X X I ; La memoria, la inventora, M é x i c o , Siglo X X I .
nestor.braunstein@gmail.com <www.nestorbraunstein.com>
M A R C O A N T O N I O C O U T I N H O J O R G E
M é d i c o psiquiatra, psicoanalista, profesor d e l Instituto de Psicología

de la Universidad del Estado de Río de Janeiro, director de la Sección
R í o d e J a n e i r o d e C o r p o F r e u d i a n o , Escuela d e Psicoanálisis; m i e m -
b r o corresponsal de la Association Insistance (París/Bruselas). Autor,
e n t r e o t r a s o b r a s , d e Fundamentos da psicanálise de Freud a Lacan, vol.
1 : As bases conceituais (Río de Janeiro, Jorge Zahar, 2000), organizador
d e l a r e c o p i l a c i ó n Lacan e a formafáo do psicanalista (Río de Janeiro,
Contracapa, 2006). macjorge@vetor.com.br <www.macjorge.pro.br>
C A R L O S L. F E R N Á N D E Z G A O S
Licenciado en Psicología p o r la Universidad Nacional A u t ó n o m a de

M é x i c o c o n estudios de maestría e n V e r a c r u z y e n la p r o p i a U N A M .
D o c e n t e en la U N A M , F E S Iztacala. Investigador e n la U N A M desde

1972. C o a u t o r de dos libros y c o o r d i n a d o r de o t r o . A u t o r de m ú l -
tiples publicaciones en revistas especializadas. Conferencista en
distintos eventos. M i e m b r o h o n o r a r i o del Consejo N a c i o n a l p a r a la
Enseñanza e Investigación e n Psicología. M i e m b r o d e l C u e r p o de
Acreditación Profesional p o r A r e a de la Comisión N a c i o n a l de C e r t i -
ficación Profesional. C o l e g i o N a c i o n a l de Psicólogos A . C . M i e m b r o
[213]
214 L O S A U T O R E S
a c t i v o d e l C í r c u l o P s i c o a n a l í t i c o M e x i c a n o A . C. y e x p r e s i d e n t e d e l
m i s m o (1998-2001). carlfdz@servidor.unam.mx
B E T T Y B E R N A R D O F U K S
Psicoanalista. D o c t o r a e n C o m u n i c a c i ó n y C u l t u r a . Profesora de la
Maestría e n Psicoanálisis, S a l u d y S o c i e d a d d e l a U n i v e r s i d a d V e i g a d e
A l m e i d a . Profesora del C u r s o de Especialización de la Pontificia U n i -
versidad Católica de Río de J a n e i r o . Investigadora d e l L a b o r a t o r i o de
Psicopatología Fundamental. M i e m b r o del Colegio de Psicoanálisis
d e B a h i a . E n s a y i s t a . A u t o r a d e Freud y la judeidad, la vocación del exilio
( M é x i c o , S i g l o X X I , 2 0 0 6 ) y Freud e a cultura (Río de Janeiro, Jorge
Zahar, 2 0 0 5 ) , y de n u m e r o s o s artículos, b e t t y . f u k s @ g m a i l . c o m
M A R T A G E R E Z A M B E R T Í N
Psicoanalista. M i e m b r o c o n s t i t u y e n t e de la F u n d a c i ó n Psicoanalítica
S. F r e u d , D o c t o r a e n P s i c o l o g í a ( U n i v . N a c . d e T u c u m á n - A r g e n t i n a ) ,
P o s d o c t o r a e n Psicología Clínica - M e n c i ó n Psicoanálisis- (Brasil),
M a g i s t e r e n Teoría Psicoanalítica ( M é x i c o ) , D i r e c t o r a d e l D o c t o r a d o
e n Psicología, U n i v . Nac. T u c u m á n , D o c e n t e d e l D o c t o r a d o e n Psico-
l o g í a ( U n i v . d e B u e n o s A i r e s ) y d e l a Maestría e n Psicoanálisis ( U n i v .
del Aconcagua-Mendoza), P r o f e s o r a T i t u l a r d e Psicoanálisis-Escuela
Francesa y Semiosis Social e n la Univ. Nac. de T u c u m á n , D i r e c t o r a de
Investigaciones e n e l Consejo d e Investigación de la U n i v . Nac. de T u -
cumán y evaluadora del C O N I C E T , d o c e n t e i n v i t a d a d e las U n i v e r s i d a -
des A u t ó n o m a d e M é x i c o ( U A M ) ; U N I F O R (Fortaleza, Brasil); Católica
d e S a n P a b l o y R í o d e J a n e i r o ; a u t o r a d e : Las voces del superyó, 3 a . e d .
B s . A s . , 2 0 0 7 ; Letra Viva; Imperativos del superyó, 2 a . e d . B s . A s . , L u g a r
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U N T , 1 9 9 9 ; As vozes do superen, U n i v . d e C a x i a s d o S u l - E d i t o r a d e C u l t u -
r a , 2 0 0 4 ; Imperativos do superen, S a o P a u l o , E s c u t a , 2 0 0 5 .
mgerez@rcc.com.ar
D A N I E L K O R E N
Psicoanalista (París), n a c i d o e n A r g e n t i n a . D o c t o r e n psicoanálisis,

m i e m b r o d e l a S o c i é t é d e P s y c h a n a l y s e F r e u d i e n n e , e n d o n d e es c o -
responsable de seminarios sobre la enseñanza de L a c a n y de semina-
rios de investigación. A u t o r de n u m e r o s a s p u b l i c a c i o n e s ( e n francés,
e s p a ñ o l e i t a l i a n o ) . C o a u t o r d e Lacaniana I I - Les séminaires de Jacques
L O S A U T O R E S 215
Lacan 1964-1979, M o u s t a p h a S a f o u a n et. al, París, F a y a r d , 2 0 0 5 .

fam.koren@free.fr
A N A M A R Í A R U D G E
Profesora Asociada d e l D e p a r t a m e n t o de Psicología, P U C - Río de Ja-

n e i r o . M i e m b r o Psicoanalista de la Sociedad Iracy Doyle. Investigado-
r a d e l C N P q y de la R e d U n i v e r s i t a r i a de Investigación e n Psicopatolo-
g í a F u n d a m e n t a l . P u b l i c a c i o n e s : Traumas ( c o m p . ) , Sao P a u l o , E s c u t a .
A u t o r a de Pulsáo e linguagem - Esbozo de uma concepgáo psicanalítica do
ato, R í o d e J a n e i r o , J o r g e Z a h a r ; O conceito de regressáo na teoría freudia-
na. R i o d e J a n e i r o , S u l A m e r i c a n a , a n a . r u d g e @ u o l . c o m . b r
A L E J A N D R O S A L A M O N O V I T Z W E I N S T O C K
Psicoanalista. D o c t o r e n p s i c o t e r a p i a psicoanalítica, U n i v e r s i d a d I n t e r -
c o n t i n e n t a l , M é x i c o . F o r m a c i ó n psicoanalítica e n el Círculo Psicoana-
lítico M e x i c a n o . M i e m b r o activo d e l Círculo Psicoanalítico M e x i c a n o
desde 1992, ex p r e s i d e n t e d e d i c h a institución (1994 a 1998) y activo
p r e c u r s o r d e l Círculo Psicoanalítico M e x i c a n o en M o r e l o s . Investiga-
d o r d e l o q u e h a d e n o m i n a d o enfermedades del silencio (depresiones,
adicciones, e n f e r m e d a d e s psicosomáticas, f e n ó m e n o s de laviolencia,
e t c ) . D o c e n t e universitario, a u t o r de n u m e r o s o s artículos y d e l l i b r o
Del silencio a la palabra. Reflexiones psicoanalíticas sobre la depresión. Ed.
C P M (1999, 2007). salamonovitz@hotmail.com
SERGIO T E L L E S
P s i c o a n a l i s t a y escritor. M i e m b r o d e l D e p a r t a m e n t o d e Psicoanálisis
d e l I n s t i t u t o Sedes S a p i e n t i a e (Sao P a u l o , B r a s i l ) , d o n d e c o o r d i n a e l
g r u p o "Psicanálise e C u l t u r a " y f o r m a p a r t e d e l c u e r p o e d i t o r i a l d e
l a r e v i s t a Percurso. A u t o r d e l i b r o s d e p s i c o a n á l i s i s : Fragmentos Clínicos
de Psicanálise, S a o P a u l o , E d u f s c a r - C a s a d o P s i c ó l o g o , 2 0 0 3 ; Visita ás
casas de Freud e outras viagens, Sao P a u l o , Casa d o P s i c ó l o g o , 2 0 0 6 , y d e
l i t e r a t u r a , c o n los cuales g a n ó dos p r e m i o s : M e n c i ó n H o n o r í f i c a e n
e l C o n c u r s o d e C u e n t o s d e P a r a n á , 1 9 8 8 , c o n Mergulhador de Acapulco
(Río de Janeiro, I m a g o , 1992), y al M e j o r L i b r o de Cuentos de 2002
d e l a A s o c i a c i ó n P a u l i s t a d e C r í t i c o s d e A r t e c o n Peixe de bicicleta ( U n i -
v e r s i d a d e F e d e r a l d e Sao C a r l o s , 2 0 0 2 ) . C o l a b o r a c o n u n a c o l u m n a
m e n s u a l e n l a r e v i s t a e l e c t r ó n i c a Psychiatry on Line - Brasil <www.poIbr.
m e d . b r > . s e t e l l e s @ u o l . c o m . m b <\vvsrw.blog.sergiotelles.com.br>
216 L O S A U T O R E S
U R A N I A T O U R I N H O P E R E S
Psicoanalista, c o f u n d a d o r a de C L A P P e n 19*70, i n s t i t u c i ó n p i o n e r a d e l
psicoanálisis e n B a h i a . E n 1988 c o f u n d ó e l Colegio d e Psicanálise d a
Bahia. M i e m b r o desde 1988 de la École L a e a n i e n n e d e Psychanaly-
se ( P a r í s ) . M i e m b r o d e l a A s s o c i a t i o n I n s i s t e n c e ( P a r í s / B r u s e l a s ) . A .
E . d e l a E s c u e l a F r e u d i a n a d e B u e n o s A i r e s . L i b r o s p u b l i c a d o s : Mo-
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l o , E s c u t a . A culpa, Sao P a u l o , E s c u t a , 2 0 0 1 ; Emilio Rodrigué - Calador de
Labirintos. E d . C o r r u p i o , 2 0 0 4 ; Frida Kahlo: Dor e Arte. 2007.
colpsiba@terra.com.br
ÍNDICE
P R E L U D I O , /?or N É S T O R A . B R A U N S T E I N y B E T T Y B . F U K S
L A M O R A L S E X U A L " C U L T U R A L " Y L A N E R V I O S I D A D M O D E R N A
por S I G M U N D F R E U D
por N É S T O R A . B R A U N S T E I N
1905- 1908: I ^S U B V E R S I Ó N F R E U D I A N A .
D E L O S " T R E S E N S A Y O S " A " L A M O R A L S E X U A L ' C U L T U R A L ' "
por M A R C O A N T O N I O C O U T I N H O J O R G E
F R E U D : U N A C R Í T I C A D E L A R A Z Ó N S E X U A L
por ANA M A R I A R U D G E y B E T T Y B . F U K S
L A " D O B L E M O R A L (SEXUAL)", /ÍOT M A R T A G E R E Z A M B E R T Í N
C U L T U R A S E X U A L Y N E R V I O S I D A D HIPERMODERÍSrA
por D A N I E L K O R E N
T R A S E L C R I S T A L . M E T A P S I C O L O G Í A D E L A N E R V I O S I D A D
/>or A L E J A N D R O S A L A M O N O V I T Z W ^ E I N S T O C K
D E L A N E R V I O S I D A D A L E N M U D E C I M I E N T O
por C A R L O S L . F E R N Á N D E Z G A O S
I D E A S A C E R C A D E " L A M O R A L S E X U A L ' C U L T U R A L '
Y L A N E R V I O S I D A D M O D E R N A " , />or S E R G I O T E L L E S
H E R E N C I A Y E R R A N C I A D E U N T E X T O
por U R A N I A T O U R I N H O P E R E S
L O S A U T O R E S
[217]

Cien Años de Novedad001

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C I E N AÑOS D E N O V a O A D

" L a moral sexual 'cultural' y la nerviosidad moderna"

siglo xxi de españa editores, s.a.

1. Freud, Sigmund, 1856-1939. 2. Sexo (Psicología)

primera edición, 2008

© siglo x x i editores, s.a. de c.v.

derechos reservados conforme a la ley

¡ Q u é título más e x t r a v a g a n t e p a r a u n artículo escrito hace c i e n años!

C o m o n o p o d í a ser d e o t r a m a n e r a , los n u e v e artículos t i e n e n su

' S i g m u n d F r e u d (1908), traducción de José Luis Ballesteros y de Torres, Obras com-

2 Ibid., pp. 32 ss.

* " D i e Pathologie u n d Therapie d e r Neurasthenie", 1896.

U n a c o n t i n u a y p e n e t r a n t e observación clínica nos autoriza a dis-

ya l a existencia de m u c h a s personas a q u i e n e s su organización no

D a d a u n a pulsión sexual m u y intensa, p e r o p e r v e r s a , p u e d e n espe-

más activamente sexual. Correlativamente, e n m u c h a s familias, son

este r e c u r s o , y e n s u c o n f l i c t o e n t r e sus d e s e o s y sus d e b e r e s , b u s c a u n

fuera de nuestras civilizaciones, a u n q u e lo creo m u y probable, p e r o

e n ellos u n a p r e m a t u r a m a d u r e z sexual. Por o t r o lado, el desacuerdo

^ E n este volumen, S. F r e u d , " L a moral sexual 'cultural' y l a nerviosidad m o d e r n a " ,

2 . L a " m o r a l " es s e n s i b l e a l o s tiempos y se i n t e g r a a l o s d i s t i n t o s

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34. E n nuestra é p o c a , c e n t r a d a de m a n e r a emblemática y a r b i t r a r i a

L a patología del carácter y la del narcisismo son manifestaciones clínicas que se

calares d e l a d i f e r e n c i a c i ó n s e x u a l , acerca d e los m o d o s e n q u e los

c o n t a c t o c o n e l arbitro final q u e es, e n n u e s t r o t i e m p o , l a r a z ó n c i e n -

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J . L a c a n [1969-1970], Le Séminaire. Livre XVIL L'envers de la psychanalyse, Seuil,

bios históricos: somos s i e m p r e anacrónicos y la vida c o r r e p o r d e l a n t e

J . L a c a n [1963-1964], Le Séminaire. Livre XI. Les quatre concepts fondamentaux de la

E n S U artículo sobre " L a m o r a l sexual ' c u l t u r a l ' y la n e r v i o s i d a d m o -

* Traducción de Sonia Radaelli.

c i a d e esta o b r a p a r a e l artículo s o b r e l a " M o r a l s e x u a l ' c u l t u r a l ' " n o

E s c r i t o e n 1 9 0 5 , Tres ensayos de teoría sexuales la segunda gran obra de

* Sigmund Freud, Tres ensayos de teoría sexual, op. cit., p. 221.

damentos da psicoanálise - vol.l: as bases conceituais,^ t u v e l a o p o r t u n i d a d

Elisabeth Roudinesco, op. dt.,p. 25.

^ S i g m u n d F r e u d , "Prólogo a l a cuarta edición", ibid., p. 121.

d^ Cf. Marco Antonio Coutinho Jorge, op. dt.

*d S i g m u n d Freud, Tres ensayos de teoría sexual, op. cit, p. 209.

'® S i g m u n d Freud, Tres ensayos de teoría sexual, op. dt, p. 132.

es innato en todos los hombres, p o r más q u e su i n t e n s i d a d fluctúe y

1887 1904 1905

Sigmund Freud, "Las fantasías histéricas y su relación con la bisexualidad", O. C,

Sigmund Freud, Tres ensayos de teoría sexual, op.cit., p. 134.

^ Rosinha es u n nombre que denota el género femenino mientras que Garotinho,

mes- presivas d e l e s t a d o p e r o n o obtuvo la a c e p t a c i ó n y f u e r e p u d i a d o e n l a

^3 Elisabeth Roudinesco, "Psychanalyse et homosexualite: réflexions sur le désir per-

* Traducción de Sonia Radaelli.

> Jacques L a c a n , "Función y campo de la palabra y del lenguaje e n psicoanálisis".

por el tiempo histórico-cultural e n q u e f u e escrito, y seguir de cerca

s i n ó n i m o s . ^ P a r a este filósofo, el peso de la cultura, la exigencia que

^ J . Rider, A Modemidade vienense e as crises de identidade, Río de Janeiro, Civilizagáo