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LIGA ACADEMICA INTERDISCIPLINAR DE

URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

 
MAUS TRATOS CONTRA A CRIANÇA
E ADOLESCENTE

Alfredo Vicente Da Costa Reis Filho

Belém - PA
2021
“Um menino de 4 meses apresenta irritabilidade há
dois dias.

Ele mora com uma irmã (21 meses) e um irmão (3


anos).

Ao exame físico, o bebê apresenta sensibilidade a


palpação e edema em coxa direita.

Radiografia das extremidades inferiores revelam


fratura metafisária.

Quando questionada, mãe referiu que a criança caiu


da cama.”
É dever constitucional da família, da sociedade
(incluso equipe de saúde) e do Estado colocar
crianças e adolescentes a salvo de toda forma
de negligência, discriminação, exploração,
Se preocupar violência, crueldade e opressão (Art. 227
Constituição)
com isso é
meu dever? Caso essas crianças não sejam identificadas
como vítimas e não lhes seja oferecido
nenhum tipo de ajuda ou atendimento
médico, morrerão nas mãos de seus
responsáveis em abusos repetidos.
Objetivo da Aula
Conhecimento sobre tipos de maus tratos

Identificação de caso suspeito

Condutas Iniciais

Apresentação de Serviços de referência


Negligencia

Abuso fisico
Maus tratos
Abuso sexual

Abuso psicologico
Quando
suspeitar
Trazido por um outro cuidador, parente ou vizinho

Trazido por familiar com queixa e história mal


explicadas

Exame físico e gravidade da lesão desproporcional a


história clínica relatada
Mais frequente, mais difícil de ser definida e identificada

Atitudes de omissão de forma crônica, intencional ou não, com prejuízos de


higiene, saúde, educação, estímulo ao desenvolvimento, proteção e afetividade

Variedade de intensidade, grau máximo é o abandono

Negligênci
Dificuldade em definir o que é inabilidade ou impossibilidade da falta de
vontade

Principal causa de internação na omissão de cuidados de crianças com doenças

a
crônicas

Alerta: internações frequentes, repetitivas, enfermidades passiveis de


prevenção

Omissão, sem supervisão adequada, sem interesse ou demora em leva-la ao


pronto socorro

Havendo ou não culpa dos pais ou responsáveis, é necessárias notificação e


proteção do menor em situação de desamparo (Art 245 ECA)

Extrema capacidade de recuperação quando lhes é dada uma oportunidade de


vida com respeito e afeto precocemente (imagem criança feliz adotada)
Queda a
cavaleiro
Classificação por extensão das
lesões

• I – laceração vulvo-perineal e
himenal

• II – laceração vulvo-perineal e
himenal com hematoma

• III – laceração vulvo-perineal,


himenal e vaginal

• IV – laceração de orgãos genitais e


orgãos vizinhos
HEMATOMA DELIMITADO POR FASCIA SUPERFICIAL OU PROFUNDA

Presença de Diurese: uretra pérvia


Presença de Hematúria/Anuria: lesão uretral
Nunca tentar sondar: uretrocistografia retrógrada ou cistoscopia
Lesão total de uretra: cistostomia
Lesão perineal
• Superficial
• Profunda

Lesões vulvoperineais sem sangramento


• Analgesia
• Antissepsia
• curativo

Lesões com sangramento


• sutura
• Antibiótico
• Tétano

Lesões anais extensas/profundas


• colostomia de proteção
- COLPOSCOPIA SOB SEDAÇÃO
- Lesões genitais em meninas
necessitam de sutura se foram
profundas ou com sangramento ativo.
Lesões Mal Explicadas
Idade  Habilidade  Risco 

1º semestre  Não controla suas ações  Quedas de trocador 


Dependente dos pais  Afogamento em banhos de imersão 
Pais que se tornam confiantes  Sufocação ou engasgo 
Asfixia 

2º semestre  Mobilidade, Sentar, Coordenação de MMSS, Quedas, choques elétricos, OVACE, ingestão de


Curiosidade  CE, queimadura, queda de escada, afogamento
em rio/psicina, Intoxicações 

Lactente/Pré-escolar  Deambulação, Curiosidade  Afogamento, choque, OVACE, CE em orelha,


Quedas de grandes alturas, queimaduras,
atropelamentos, picadas e mordidas,
intoxicações 

Escolar  Acentuação dos traços anteriores, Atropelamentos, acidentes com objetos


desconhecimento/ desinformação, e cortantes, mordeduras, e os acima citados 
socialização 

Adolescente  Acentuação dos traços anteriores  Principalmente acidentes automobilisticos e


intoxicações 
Trauma crânioencefalico líder em causas de morte intencionais
2/3 por violência física pelos pais e 10% por negligencia

QUEDAS

SÍNDROME DO BEBÊ SACUDIDO

TRAUMATISMO
CRANIANO
Lesão cerebral resultante de vigorosa agitação do lactente
podendo ser seguida de colisão sobre superfície rigida.

ABUSIVO Convulsão, PCR, fontanela protuberante, irritabilidade

TC/RNM: hemorragias intracranianas

Hemorragia de retina (fundoscopia)


Estabelecer dominância e
hierarquia

Lesões agudas, crônicas, sequelas,


ABUSO morte

FÍSICO Marcas podem ser evidentes ou


não

Menores de 3 anos
Postura paciente triste, apático, indefeso, extremamente
temeroso, mudo, olhos fechados e protegendo o rosto

Equimose em face ou abrasões de crânio, lesões nas


orelhas, sangramentos no conduto auditivo, olhos e boca

ABUSO Equimoss em dorso nádegas genitália e dorso da mão

FISICO Equimoses ccom formato definido do ibjeto utilizado


(colher, cintom fivela, dedos, pás, mordidas)

Lesões cutâneas múltiplas em diferentes estados de


evolução, em regiões protegidas por roupa
• Roxa menos de 3 dias
• Pardo esverdeada 3 a 7 dias
• Amarelada amarromzada 7 a 30 dias
QUEIMADURA

PADRÃO EM BOTA E LUVA

POUPA ÁREAS FLEXORAS E DE DOBRAS

Queimaduras 10% numular cigarro; imersão nádegas pés


e mãos, sem espirros
FRATURAS
Fraturas presente em 30%

Metafisaria: arrancamento de membro

Múltiplas, bilaterais, em diferentes estágios de consolidação, costela posterior ou escapula

Fratura de apófise espinhosa

Fratura diafisária espiralada em ossos longos por torção e rotação exagerada

Fratura do extremo distal da clavícula e da escápula (fraturas acidentais são mediais)

Fraturas metacarpais e metatarsais quando adultos pisam nas mãos

Fraturas de crânio complexas, occiptal ou parietal posterior


ABUSO SEXUAL

Antigas e amargas expressões de violência de gênero

Violação dos direitos humanos, direitos sexuais e direitos reprodutivos.

Fenômeno universal, comete mulheres de todas as classes sicais, etnias religiões e culturas

8,8 estupros para cada 100.000 habitantes, subestimatos e subnotificados

Presença do agressor no meio famíliar e fata de recursos humanizados para notificação e tratamento

Trauma físico, sequelas de DST, morbidade pelo HIV, gravidez por violência sexual

O atendimento é caracterizado como prioritário, sua recusa pode ser caracterizada como omissão
SINTOMATOLOGIA

ITU, dor, edema, lesões ano-genitais, DSTS secreções, incontinencia, comorbidades psiquiatricas

( disturbios do sono 20% mudanças de habitos alimentares 20% disturbios digestivos,


abortamento, morte)

(medo 40 – 80% ansiedade DNV hostilidade frente ao agressor 13 - 50% culpa 25 – 64% depressão
25% baixa auto-estima 58% conduta sexual anormal 27 – 40%)

( mudanças súbitas de comportamento, fuga, condutas antissociais)

( efeitos tardios 20%: fobias panico personalidade multipla, depressão, suicídio, isolamento social,
revitimização, repetição do padrão abusivo)
Abordagem
• Genitália externa, anus e genitália interna

• Coleta de material de conteúdo cavitário por swab e acondicionado em papel filtro e envelope lacrado e identificado,
sem plástico, sem fixadores como álcool e formol

• Sondagem ou diurese espontânea para averiguar lesões do trato urinário

• USG abdômen e pelve

• Lesões vulvoperineais sem sangramento > analgesia e antissepsia

• Lesões com sangramento > suturam antibiótico, tétano

• Notificação obrigatória, conselho tutelar, IML


TRATAMENTO
DST não viral (sífilis, clamídia, gonorréa, gardnerella, tricomoníase)
• até 5 dias
• ceftriaxona
• Azitromicina
• Metronidazol

Hepatite B
• 14 dias
• Sêmen sangue ou outros fluidos
• Esquema completo não precisa de reforço ou imunoglobulina
• Não imunizadas devem receber dose 0 – 1m – 6m + imunoglobulina

HIV
• Depende do conhecimento sobre condição sorológica do agressor
• Normalmente não é rapidamente conhecida, optando pelo uso da PEP
• Penetração vaginal ou anal
• Prazo Maximo 72h
• Uso por 4 semanas consecutivas

Anticoncepção de emergência
• Idade reprodutiva, contato certo ou duvidoso com sêmen, 12h até 5 dias
• Levonorgestrel 1,5mg VO DU
ABUSO SEXUAL X QUEDA A CAVALEIRO

• Tentativa de esconder um abuso de um parente próximo, os principais sinais que fazem desconfiar de
ABS:

• Presença de pequenas cicatrizes em região vulvar ou anal, mostrando lesões antigas e


recorrentes.

• Lesão exclusivamente genital, do tipo laceração, sem outras lesões associadas (queda a cavaleiro
geralmente está associada com escoriações e hematomas em outras áreas, ou mesmo
hematoma em região genital)
ABUSADORES SÃO LOUCOS: poucos tem comorbidades psiquiatricas,
aparentemente normal

ESTRANHOS SÃO O MAIOR PERIGO: maioria são conhecidos, como


pai, avô, vizinho

FORA DO LAR É MAIS COMUM: dentro ou perto do lar

MITOS SOBRE ABUSO SEXUAL É ASSOCIADO A MULTIPLAS LESÕES CORPORAIS:


violência física é pouco comum, devido ameaça ou conquista da
confiança da criança, causando danos psicologicos

ABUSO SEXUAL ABUSO SEXUAL É LIMITADO A PENETRAÇÃO: manipulação,


voyeurismo

SOMENTE NIVEL SOCIOECONOMICO BAIXO: não há correlação direta

É MENTIRA DA CRIANÇA: somente 6% são fictícios


Fundação Pro Paz tem como
finalidade formular, coordenar,
implementar, fomentar, articular,
alinhar e integrar as políticas
públicas

FUNDAÇÃO Infância, adolescência e mulher em


situação de violência pessoas em

PARÁ-PAZ situação de vulnerabilidade

prevenção, redução e solução dos


conflitos sociais
Internação em caráter 5, se
necessário;

Em caso de gravidez:
Encaminhamento para aborto legal.

Notificar as autoridades
PARÁ-PAZ competentes;

Observar a privacidade da
criança/A;

Solicitar avaliação especializada.


Conclusão
• Olhar atento a lesões e situações de risco suspeitas
para maus tratos

• Encaminhar com urgência para centros de referência

• Iniciar atendimento com equipe multidisciplinar

• Educação em saúde e propiciar melhores condições


de vida

• Evitar a disseminação da cultura de violência

• Ampliar ações para fora do centro urbano e


comunidades
OBRIGADO

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