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A criança chega animada e diz a psicóloga que treinou com o pai o jogo de
cartas e que ela ia tomar uma “surra” dele, percebi que neste momento o
vínculo tinha sido criado.
Ela diz a ele que sim poderia jogar após realizar a atividade, então o desafiou a
fazer o “auto retrato”, desta vez ela também o acompanharia no desenho
fazendo o dela também.
Novamente ele inicia e apaga muitas e muitas vezes principalmente na parte
da cabeça da criança que ele tenta desenhar, após pronto, olha e diz:
- Nossa tia a cabeça está torta (risos), vou arrumar ...
E mais uma vez ele apaga e faz novamente.
Ao terminar os desenhos a psicóloga faz perguntas sobre o que ele gosta nele
e o que ele não gosta.
Ele diz que não gosta de ser “burro” (SIC) e que não gosta da cabeça dele que
é grande e torta, e porque ter uma cabeça grande se não tem inteligência e na
sequência da fala uma risada tímida.
Continua dizendo que não gosta de ser “gordo” (SIC), mas que gosta de ser
forte.
A psicóloga diz a ele:
-E o que você acha que é bom e legal em você?
Ele responde que não há nada que ele goste nele...
Neste momento a psicóloga diz que ia ajuda-lo, porque ela tinha um talento
secreto e que ia contar só para ele, seu talento era de ver o interior das
pessoas e a beleza que as pessoas não via, que era um segredo deles, mas
que ela podia ver muito além e que ela tinha visto coisas nele algumas coisas
que ele não estava conseguindo ver, mas que ela ia ajudar ele, a se conhecer
melhor...
Ela pontua muitas qualidades e habilidades nele e encerra a sessão com jogo
de carta.
A mãe chega atrasada com a criança e diz que o atraso se refere a ter que ir à
escola por conta de uma ocorrência que acriança recebe porque brigou com
um amigo no ambiente escolar.
Neste momento observo na criança um olhar e sorriso de satisfação pelo feito
um tanto discreto, mas totalmente expressivo.
A mão inicia um choro e sua fala é que não sabe mais o que fazer com ele,
porque ele sempre arruma briga na escola, não tira boas notas e que a vida
dela é escutar coisas ruins sobre ele. (SIC).
A psicóloga acalma a mãe e diz que tudo vai dar certo, que ela ia descobrir o
porquê tudo isso estava acontecendo e que as coisas iam se acalmar.
Inicia-se a sessão e o menino apresenta um semblante assustado e ao mesmo
tempo um comportamento eufórico, entra agitado e vai se explicando para a
psicóloga, dizendo que só bateu no menino porque ele gritou com ele e ele não
aceita que grite com ele.
A psicóloga solicita que ele fale mais sobre o porquê ele fica agressivo com o
grito do menino e o que o menino diz para ele se sentir tão irritado.
O Paciente diz que estava fazendo juntos a pedido da professora uma
atividade de recorte e colagem de imagens que iniciava com as consoantes ...
Então ele e o menino recortou figuras, mas o menino falou que ele colou tudo
errado e o menino gritou com ele chamando ele de: “cabeção retardado”.
Ele disse que todo mundo riu dele e então, ele ficou muito bravo e tacou o
caderno na cara do menino e deu um chute na mochila dele, o menino chorou
(nesta hora ele dá uma risada sarcástica), e complementa dizendo que a
professora mandou ele sair fora da sala, ele sentou e disse que não ia sair e
daí a professora sai e busca a diretora que o convida a recolher o material e ir
para a diretoria, onde liga para a mãe e diz que ele bateu no menino.
Nesta sessão a psicóloga o acolhe e retoma com ele regras de socialização e
de como agir quando alguém o desrespeita com emprego de adjetivos ruins.
Finaliza a sessão com desenho livre para dar a oportunidade de a criança
expressar-se através do desenho.
Ele desenha bolas de fogo caindo na terra como um cometa.
*observação, participação da sessão e discussão do caso com a psicóloga no
período das 9:00 as 13:00hs (4 horas estagio).
A psicóloga inicia a sessão com uma atividade com massinha, solicita que o
menino faça o que vem à cabeça.
A criança faz uma bola e um menino onde o tamanho da cabeça era
desproporcional ao corpo e por conta disso ele tentava colocar em pé, mas, o
peso da cabeça derrubava o tronco do boneco que foi construído com ele.
Ele tenta algumas vezes e se irrita e desmancha o boneco dando pequenos
socos em cima da mesa.
A psicóloga questiona o comportamento dele e diz o porquê ele desmanchou,
que ela achou muito bonito e criativo o boneco que ele fez.
Imediatamente ele tenta reconstruir e diz a ela que se ela gostou ele iria fazer
outro, mas não aquele porque o cabeção dele fazia ele cair toda hora.
Neste momento a psicóloga diz que o boneco podia ser como ele quisesse e
que se não desse para ficar em pé que eles poderiam colocar deitado na folha
de sulfite, apertar um pouquinho e levantar a folho e assim ele parecia estar em
pé como era o desejo dele.
O menino pontua que melhor não porque quem tem cabeça grande é “BURRO”
e não sabe fazer nada, então ele ia dar uma cabeça boa para ele, para ele ser
“espertão”.
A Psicóloga a deixa livre e ele constrói outro boneco com cabeça pequena e
finalmente coloca-o em pé e comemora o feito.
A psicóloga faz vários objetos de massinha e os dois brincam de inventar
histórias para os objetos criados.
Com Base na sessão passada onde a criança precisa criar uma história com as
figuras apresentadas, a psicóloga apresenta que a acriança apresenta muita
dificuldade de desenvolver um contexto coerente para criação de uma história
com início, meio e fim...
O desempenho da criança se dá abaixo da média que é esperado para
assimilação, equilibrarão e acomodação do conteúdo.
Sendo assim nesta sessão ela resolve investigar a capacidade de associação
do fonema ao grafema para verifica se existia a possibilidade de uma escuta
comprometida que poderia trazer prejuízos ao processo de aprendizado.
Ela faz uma brincadeira de com música onde a criança escuta a letra na
música e procura a figura da letra em cartões em cima da mesa.
Inicia a brincadeira ele acerta as vogais porem as consoantes confundi, f/v, p/b,
d/b entre outros.
A psicóloga insere figuras de animais e diz que ele poderia achar as letras
iniciais quando ela falasse o nome dos animais ...
Ele se diverte com a brincadeira pois corria para ela e na mesa para pegar a
letra, trazia uma mesmo que errada, mas comum ar de confiança que estava
acertando.
Ao encerrar a sessão a psicóloga me diz que há indícios de uma “dislexia
auditiva e que muito provável ele teria uma alteração no PAC ,(processamento
auditivo central).
Nesta sessão a psicóloga solicita para que ele desenhe uma família que ele
gostaria de ter, ele desenha três ursos, diz que é a mãe o pai e o filho eles
mora na floresta, não precisa estudar e os pais do muito carinho e brinca com
ele porque não tem irmão.
Finaliza a sessão com brincadeira de cartas e a psicóloga diz para a criança
que na próxima semana ia deixar ela de folga e ia chamar a mamãe para
contar para ela o quanto ele foi incrível e fez todas as atividades, que ela ia
pedir para ele fazer uma visita para uns amigos dela que ia ajudar ela a abrir a
portinha.
Ele pergunta se eles eram iguais a ela que brincava, neste momento ela
explica que não um pouco diferente, mas que era mais rápido e que eles iam
continuar se vendo e brincando.
Solicita a mãe que na próxima sessão gostaria de passar umas orientações
sobre encaminhamentos para dar sequência ao processo terapêutico.
Como eu estava encerrando o meu período de estagio, a psicóloga me conta
que iria encaminhar a criança para concomitante ao processo terapêutico fazer
uma avaliação com:
Neurologista pediátrico, otorrino, oftalmologista., neuropsicóloga, fonoaudióloga
e manter o processo terapêutico com psicóloga.
Na visão psicológica ela entende que a dinâmica familiar conflituosa e a falta
de participação do pai no processo, criaram lacunas na relação e no processo
de compreensão entre eles, o que fez eles agirem rispidamente um com os
outros, por meio de agressão verbal , física e abandono, o que pode justificar o
comportamento manifesto pela criança no âmbito escolar , uma vez que , o
método aprendido para solução de conflitos no ambiente familiar é o que a
criança usa como mecanismo de defesa para resolver questões de
descontentamento, e assim, afetividade entre eles está totalmente
comprometida.
Em relação ao “EU”, a criança está acometida de um complexo de inferioridade
e auto- rejeição o que pode estar vinculado ao processo gestacional diante do
sentir da mãe pela separação conflituosa no período gestacional, pela
competividade dos irmãos em busca de aceitação , desvalorizando o outro para
sentir-se melhor e aceito, pela dinâmica familiar em agredir verbalmente com
emprego de adjetivos ofensivos destacando características comportamentais
(ZOIUDÂO- comilão-guloso),fisiológicas (Mijão) físicas(gordo e cabeção).
Por conta do peso que a criança sente em relação a vivencia de sofrimentos
subjetivos em todo seu contexto de vida, como forma de defesa, no ambiente
escolar, quando as crianças isolam ele, chama ele de chato, burro, cavalo,
gordo e cabeção.
Há uma manifestação de gatilhos que dispara e ele, parte para se defender da
forma que foi condicionado pelo ambiente familiar ao qual foi inserido. Por
conta disso sugere-se dar continuidade ao processo de psicoterapia.
Em relação ao processo de aprendizado ela quer uma investigação mais
profunda pois ele fala alto e desproporcional ao ambiente e há indícios que ele
não escuta muito bem e por conta disso, não consegue dosar o som da sua
própria voz. (Há fortes Indícios de alteração do “PAC” que precisa de uma
investigação mais aprofundada para possíveis providencias necessárias).
Justifica o encaminhamento para otorrino e o oftalmologista só para ter certeza
de que a criança consegue enxergar bem, uma vez que a investigação será
completa e precisa.
Solicita avaliação e acompanhamento com Fonoaudióloga para melhorar e
corrigir a associação do fonema ao grafema o que ajudara no processo de
assimilação do conteúdo também por associação de som.
Em todo contexto no ponto de vista dela ele apresenta sintomas compatíveis
com o CID 10 – R 48, e que aspectos emocionais potencializa a dificuldade
apresentada no processo de aprendizagem.
Solicita melhor investigação para fechar o diagnóstico e fazer as intervenções
necessárias, para promover mais qualidade de vida e bem-estar para referida
criança analisada neste processo.