Está en la página 1de 120

Platón, José María Zamora Calvo, Luc

Brisson. Timeo. Madrid: Abada, 2010. INTRODUCCIÓN

«Sin duda, lo más importante de todo es


comenzar por el principio según la natura­
leza del asunto». (T im . 29W

E s c rito al fin a l de la v id a d e P la tó n , e n tr e 3 5 8 - 3 5 6 a . C . , el
Timeo relata u n a d iscu sió n qu e h a b ría te n id o lu g a r e n tre 4 3 ° y
4 2 5 a .C . , y d eb iera fo r m a r parte, ju n t o c o n el Critiasy el Hermó­
crates, de u n a tr ilo g ía q u e d e scrib e e l o r ig e n d e l u n iv e rs o , d e l
h o m b re y d e la so cied a d . Esta trilo g ía h a b ría p e r m itid o a P la -
tó n r e e m p re n d e r el p ro y e cto d e sus p red eceso res q u e, a p a rtir
d el s. V I a .C ., re co g ie ro n el testim o n io d e poetas co m o H esío d o
e x p o n ie n d o lo q u e fu e r o n la a p a r ic ió n y e v o lu c ió n d e to d a la
rea lid a d . E stos p en sa d o res, a lo s q u e la tr a d ic ió n d io el n o m -
b r e d e « f i l ó s o f o s » , e n sus o b ra s , q u e m ás ta rd e lle v a r o n el
títu lo g e n é ric o d e Sobre la naturaleza (περί φύσεως), tra ta ro n de d es-
c rib ir el o rig e n d el u n iverso (m a cro co sm o s), d el h o m b re , c o n -
sid erad o c o m o u n u n iverso e n m in ia tu ra (m ic r o c o sm o s ), y d e
la s o c ie d a d , c o n s id e r a d a c o m o el p a ra d ig m a al q u e d e b e r ía
c o n fo rm a rse la ciu d a d real.
E l Timeo co m ie n za c o n u n r e su m e n d e la c o n s titu c ió n ideal
d escrita e n la República, u n d iá lo g o al q u e la tra d ic ió n su b titu ló
Sobre lajusticia, y a c o n tin u a c ió n a lu d e a la g u e rra victo rio sa q u e
m an tu vo la an tigu a A te n a s co n tra la A tlá n tid a . P la tó n trata d e
fu n d a r « e n la n a tu ra le z a » la c o n s titu c ió n id e a l d e scrita e n la
República, m o s tr a n d o c ó m o la a n tig u a A te n a s se c o n fo r m a b a
IO JOSÉ M». ZAMORA CALVO

m e jo r a la c o n s titu c ió n -m o d e lo qu e la A ten a s actual, lo q u e se


c o rre s p o n d e m e jo r c o n los fin es d el ser h u m a n o .
P o r ta n to , p o r u n lad o , el p ro y e cto d e P la tó n se in serta en
u n a tra d ic ió n b ie n rep resen tad a e n la G re cia antigua, tra d ic ió n
q u e , m ás allá d e sus « p r e d e c e s o r e s » , r e m o n ta a lo s poetas-, y,
p o r o tr o , es in c r e íb le m e n te in n o v a d o r . E l « f i l ó s o f o » q u e
q u ie r e d e s c r ib ir e l o r ig e n d e l u n iv e r s o , d e l h o m b r e y d e la
so cied a d se h a lla tan d esp ro v isto co m o el p o e ta H e s ío d o , qu e
e n su Teogonia se d ir ig e a las m usas p a ra sa b e r a q u é a te n erse
so b re el o r ig e n d e lo s d io s e s. A se m e ja n za d e lo q u e d ic e el
p o eta, lo q u e d ice el filó s o fo n o p u ed e ser d eclara d o v e rd a d ero
n i fa lso , e n la m e d id a e n q u e la r e fe r e n c ia d e tal d is c u rso
escapa al q u e lo sustenta, q u ie n n a tu ra lm e n te n o p u e d e h a b er
sid o testigo d e l o r ig e n de la h u m a n id a d y d e l u n iv e rs o . A h o r a
b ie n , ese tip o de d iscu rso es el m ito .
T ra d ic io n a l e n su p r o p ó s ito , in clu so d esde el p u n to d e vista
del « gé n ero lite ra rio » , el Timeo es sin em bargo m u y in n o vad o r en
su ex p o sició n , d e b id o , so b re to d o , a q u e, p o r p rim e ra vez e n la
h istoria de la cien cia, u tiliza la m atem ática co m o lengu aje. D e ahí
qu e los lím ites de la explicación d el u niverso qu e P latón p ro p o n e
co in cid en c o n los lím ites d e la m atem ática d e su época.

I. LOS PRELUDIOS

1. El resu m en d e S ó c r a te s

S ó c r a te s r e su m e u n a c o n v e r s a c ió n q u e tu v o lu g a r la vísp era
e n tr e S ó cra te s, T im e o , C r itia s , H e r m ó c r a te s y u n q u in to
i n t e r lo c u t o r a u se n te ese d ía . L a c o n v e r s a c ió n r e c a p itu la tiv a
s in te tiz a las ca ra cte rística s d e la c o n s tit u c ió n id e a l y d e lo s
h o m b re s q u e re q u ie re . ¿ E n q u é c o n d ic io n e s es p o sib le la re a -
liz a c ió n sensible d é la ciu d a d id e a l? L a c o n c e p c ió n d e la ciu d a d
INTRODUCCIÓN II

qu e sirve de h ip ó tesis al p ro y e cto d el Timeo p rivile g ia la fu n c ió n


de lo s gu a rd ia n es resp ecto a la de los g o b e rn an te s, rechaza u n a
c o n d e n a u n ív o c a d e la p o e sía y d e ja a b ie rta la c u e s tió n d e la
le g itim id a d de la a n alo gía en tre el in d iv id u o y la ciu d a d .
L a conversación recapitulativa ( Tim. I 7 b - i g b ) rem ite a la c o n -
versación o rig in a l co m o u n a im agen a su m o d elo . S in em bargo,
m ien tras que en la co n v ersa ció n o rig in a l el a cu erd o en tre los
in te rlo cu to re s garantiza la verd ad d el p ro p ó s ito (este a cu erd o
im p rim e el sello de verd a d ), e n la co n v ersa ció n recapitulativa
T im e o tiene com o ú n ica fu n ció n constatar que el resum en de S ó -
crates es fid ed ig n o . L a conversación recapitulativa m uestra la rea-
lid a d de la co n v ersa ció n o rig in a l, es su sign o sensib le. E n tre la
República y el Timeo se da a la vez c o n tin u id a d y d isco n tin u id a d , ya
que e n el Timeo Platón trata de establecer las condicion es de p o sib i-
lid a d de la realizació n sensible de la ciu d a d y, al h acerlo , se topa
co n los obstáculos que se o p o n e n a la consecución de su prop ósito.
E l Timeo c o m ie n z a p o r u n a a u se n cia . S ó cra te s cu e n ta a lo s
q u e h a b ía in v ita d o al b a n q u e te ce le b ra d o la vísp era y q u e , a su
vez, le h a n in v ita d o al b a n q u e te d e h o y: u n o , dos, tr e s ..., p e ro ,
¿ d ó n d e está el c u a r to ? (17 a ). A y e r e r a n c in c o lo s q u e se r e u -
n ie r o n p a ra tra tar d e l estado: S ó cra tes, C r itia s , H e rm ó cra te s,
T im e o y u n i n t e r lo c u t o r a n ó n im o . E ste q u in t o c o n v id a d o ,
co m o P la tó n el ú ltim o d ía d e su m aestro , cayó e n fe r m o , d e ahí
q u e so lo sean cu a tro lo s re u n id o s1.

I P o d e m o s in te n ta r tra za r u n p a ra le lis m o e n tr e esta a u s e n c ia in ic ia l d e l Timeo y u n a


e x p o s ic ió n c e n tra l: e n 5 3 c trata d e la c o n s titu c ió n d e lo s c u e r p o s e le m e n ta le s , y
e n 54 -d e x am in a su ce siv a m en te lo s c u a tr o p o lie d r o s re g u la re s —te tr a e d r o , o c ta e -
d r o , ic o s a e d ro y c u b o —, d e lo s q u e están c o n s titu id o s re s p e ctiv a m e n te lo s c u a tr o
e le m e n to s —fu e g o , a ire , agua y tie r r a . M ás a d e la n te , señ ala: « H a b ía a ú n u n a
q u in ta c o m p o s ic ió n ; e l d io s la u tiliz ó p a ra e l u n iv e rs o (τόπάν) c u a n d o lo p in tó c o n
d iv e rso s c o lo r e s » ( 5 5 c )· S e trata d e l d o d e c a e d r o , e l q u in t o d e lo s p o lie d r o s r e g u -
la re s in s c r ib ib le s e n la e s fe ra , y e l q u e se a p r o x im a m ás a e lla . U n a fig u r a b ie n
c o n o c id a p o r lo s p ita g ó r ic o s , n o n o m b r a d a y a u se n te , s o lo m e n c io n a d a co m o
« q u in t a » . ¿ P o d r ía d arse u n a c o r r e s p o n d e n c ia e n tre el q u in to in v ita d o , a n ó n i-
m o y au sen te, d e l in ic io d e l d iá lo g o , y el q u in to p o lie d r o , a n ó n im o y au se n te ,
e x p u e sto e n el c e n tr o d e l d is c u r s o ?
12 JOSÉ M*. ZAMORA CALVO

P la tó n c o m ie n z a su d iscu rso c o s m o ló g ic o c o n u n d iscu rso


p o lític o . E l Timeo em p ieza c o n u n u n a d e scrip ció n d e Sócrates,
rem em o ran d o y resu m ien d o u n a co n versación m an ten id a la vís-
p e ra acera de su o p in ió n so b re la c o n s titu c ió n m e jo r y so b re la
calidad de seres h u m a n o s q u e re q u e riría ( l7 c ) . A u n q u e la Repú­
blica p re se n te u n a e stru ctu ra m ás d ia lo g a l q u e el Timeo, am b os
p o seen u n a estructura dialéctica, es d ecir, establecen co n exio n es
in tern as en tre las d iferen tes partes d el d iá lo g o . A h o ra b ie n , cada
d iscu rso o b e d e ce a exigen cias d ife re n te s y trata d e r e s p o n d e r a
cu estio n es d istin tas. Estos d os d iálogo s c o n fo r m a n u n a u n id a d
d ram ática « filo s ó fic a m e n te c o n tr a d ic to r ia » 2, fru to de la extra-
ñ eza y n e ce sid a d q u e im p lic a n el o b je to d e a m b o s d iscu rso s,
c o m p re n d ie n d o la m ayo r p arte de los tem as p lató n ico s: desde la
co sm o lo g ía hasta la estru ctura d el alm a, la vida ju sta, e l c o n o c i-
m ien to de sí, las fo rm as in teligib les y las sensaciones.
E l Timeo está e scrito e n estilo d ir e c to , y p e r te n e c e al g ru p o
d iálog o s qu e p rese n tan u n a co n v ersa ció n e n la q u e in te rv ie n e n
m ás de dos in terlo cu to res, d o n d e el le c to r constitu ye u n testigo
d ir e c to , c o n u n c o m ie n z o an tes d e la p r im e r a in t e r v e n c ió n
m e n c io n a d a e n el te x to .
N o solo cada d iálogo es u n organism o cuyas partes se in te rre -
la c io n a n , sin o ta m b ié n el c o rp u s p la tó n ic o c o m p le to c o n s ti-
tuye u n o rg a n ism o e n q u e las p artes se in te r c o n e c ta n e n tre sí.
P o r ello , p o d e m o s in ten ta r trazar u n a co rre sp o n d e n cia en tre el
Timeo y el Soßsta 3 . L a p r im e r a frase d e lo s d os d iá lo g o s in clu y e
el ad verbio « a y e r » (χθές). L o qu e se d ice a h o ra e n e l Sofista es la
p r o lo n g a c ió n d e la co n v e rsa ció n m a n te n id a e n el Teeteto. E n el

2 G f. K . T h e in : Le lien intraitable. Enquête sur le temps dans la République et le Timée de Platon ,


P arís, V r in , 2 0 0 1 , p . 17.
3 E n el Timeo y ei Soßsta el tex to co m ie n za c u a n d o lo s in te r lo c u to re s am igo s e n c u e n -
tra n a u n S ó crates qu e les espera; e n am b o s d iá lo g o s, lo s in te r lo c u to re s co n versan
e n e l c a m in o q u e les ha lleva d o hasta S ó crates, y e n am b o s d iá lo g o s P la tó n hace
h in c a p ié acerca de las co n v e rsa c io n es p re lim in a r e s (Soph. 2 17b ; Tim. 2 0 c ).
INTRODUCCIÓN 13

caso d e l Timeo, lo q u e se d ic e a h o ra es la p r o lo n g a c ió n d e la
c o n v e r s a c ió n m a n te n id a e n la República. P re c isa m e n te , a p e t i -
ció n de T im e o , Sócrates recu erd a lo p r in c ip a l d e su e x p o sició n
de la víspera so b re la c o n s titu c ió n m e jo r y q u é h o m b res r e q u e -
r ir ía ( 1 7 c - 1 9 b ) , y te r m in a p r e g u n tá n d o le si n o h a o lv id a d o
n a d a . T im e o c o n s id e r a q u e n o fa lta n a d á . S in e m b a rg o , el
r e s u m e n d e l Timeo se a d e c ú a fie lm e n te a lo s c in c o p r im e r o s
lib ro s de la República, p e r o n o se o cu p a de u n a cu e s tió n p r in c i-
p al, la qu e trata de que lo s filó so fo s g o b ie r n e n e n lo s estados, o
q u e « lo s q u e a h ora so n llam ad o s reyes y g o b e rn an te s filo s o fe n
de m o d o g en u in o y a d ecu a d o » (V 4 7 3 ^)· P ° r tan to, en el relato
falta la p resen cia de los filó so fo s-rey es4 . Q u izá s p o d a m o s p o n e r
e n c o n e x ió n esta o m is ió n c o n la a u s e n c ia d e l c u a rto « i n v i -
ta d o » de Sócrates, c o n el q u e co m ie n za e l d iá lo g o . E n p a ralelo
a rq u ite ctó n ico c o n el Sofista, el n u ev o in v ita d o filó s o fo , ausen te
la víspera, p o see u n a ex celen te m e m o ria .
L a República co m ie n za e n el P ire o , m ien tra s tie n e n lu g a r las
B e n d id ia s, fiesta de u n a d iv in id a d ex tra n jera , p e r o tra n scu rre
durante el ascenso a Atenas. P or el contrario, parece que el Timeo se
situaría d u ran te las Panateneas5, la fiesta n a cio n a l p o r excelencia
d el p u e b lo ateniense (2 6 e). M ien tra s qu e e l relato de la República
m e n c io n a de m an era expresa las B e n d id ia s ( 3 5 4 a) >el d e l Timeo
so lo alu d e a la fiesta de la d iosa, sin esta b lecer m ás p re cisio n e s
(2Ia y 2 6 e ). D e este m o d o , la re d a c c ió n d el Timeo n o lo ca liza n i
data la conversación. A h o ra b ien , tras las B en did ias se celebraban

4 E l Timeo ( l7 c - I 9 a ) p resen ta u n re su m en d e lo s lib ro s I I I - V de la República, qu e


in c lu y e ciertas o m isio n e s relevan tes. A s í, resp ecto al lib r o IV , n o m e n c io n a la d iv i-
s ió n d e lo s g u a rd ia n es e n d irig e n te s y au x iliares; a sim ism o , n o ap arece re c o g id a la
t r ip a r tic ió n d e l alm a, ta n im p o rta n te p a ra la e x p o s ic ió n d e l m ism o tem a e n el
Timeo. P o r lo q u e c o n c ie r n e al lib r o V , es o m itid a la te o ría d e lo s filó s o fo s -re y e s .
S o b re este p r o b le m a c o n c re to , véase G . R ow e¡ « W h y is th e id ea l A th e n s o f the
Timaeus-C ntias n o t ru le d by p h ilo s o p h e r s » , Methexis IO, 1 9 9 7 « P* 5 I_ 5 7 · S e g ú n este
in té r p re te , P la tó n trata d e id e n tific a r , a u n q u e e n u n se n tid o « s e m i- s e r io » , la
ciu d a d m e jo r d e l Timeo c o n la « c iu d a d d e la b e lle z a » (Καλλίπολις) d e la República.
5 Las B e n d id ia s tr a n s c u rr ía n e n p rim a v era , d u ra n te el m es de T a rg e lió n , m ie n tra s
qu e las P an aten eas se ce le b ra b a n e n v e ra n o , d u ra n te el m es d e H e c a to m b e ó n .
14 JOSÉ Ma. ZAHORA CALVO

las P lin te ria s, d ed icad as a A te n e a . S i situ am o s e l Timeo d u ra n te


estas fiestas, anu lam os la o b je c ió n d e los q u e rechazan con siderar
este d iálogo físico co m o u n a « c o n tin u a c ió n » de la República.
A s im is m o , ya q u e T im e o , C r itia s y H e r m ó c r a te s n o se
m e n c io n a n e n tre lo s in v ita d o s d e C é fa lo la n o c h e d e las B e n -
d id ia s, S ó c ra te s d e b e r e c o r d a r lo p r in c ip a l d e su e x p o s ic ió n
so b re la c o n s titu c ió n m e jo r y lo s h o m b re s q u e p re cisa ría . L o s
in te r lo c u to r e s d el Timeo p u e d e n ser lo s a n ó n im o s d e u n a c o n -
ve rsació n d e la víspera qu e a p arecen e n el rela to d e la República.
D e este m o d o , si co n s id e ra m o s e l Timeo c o m o u n a p r o lo n -
g a c ió n d e la República, p o d e m o s r e fo r z a r la h ip ó te s is d e u n
p a ra le lis m o a r q u ite c tó n ic o e n tr e el d iá lo g o fís ic o y e l Sofista.
E l p r im e r « d ía » , escrito e n estilo in d ir e c to (República, Teeteto),
s e g u id o d e d o s « d ía s » , e n e s tilo d ir e c to (Timeo, lu e g o Critias,
Sofista y, a c o n t in u a c ió n , Político); y, e n a m b o s casos, el cu a rto
« d ía » , c o m o el cu a rto in v ita d o a u sen te, n o fu e n u n c a r e d a c -
tad o (Hermócrates, Filósofo).

2. L a p a rte d e l a u se n te

E l au sen te d e l Timeo rep re se n ta e l p r in c ip io d e u n ific a c ió n , de


t o t a liz a c ió n . A j sí c o m o lo s c u a tr o in t e r lo c u t o r e s p r e s e n te s
t ie n e n q u e « s u p l i r la p a r te d e l a u s e n te » ( 1 7 a ) , lo s c u a tr o
p o lie d r o s p r e s e n te s e n g e n d r a n p o r sí s o lo s la to t a lid a d d e l
u n iv e r s o , q u e se r e la c io n a s im b ó lic a m e n te c o n e l q u in t o
c u e r p o . D e este m o d o , T im e o , fie l a la tr a d ic ió n p ita g ó r ic a ,
a so cia e l d o d e c a e d r o a la t o t a lid a d 6. E l m u n d o q u e d e s c r ib e

6 E l d o d e c a e d r o s im b o liz a g e o m é tric a m e n te la to ta lid a d y es, p o r su v o lu m e n , d e


e n tr e to d o s lo s p o lie d r o s , e l m ás p r ó x im o a la e s fe ra . E l d o d e c a e d r o está c o n s ti-
tu id o d e 12 p e n tá g o n o s , p u d ie n d o d iv id irs e cad a u n o e n 5 tr iá n g u lo s , d iv isib le s
e llo s m is m o s e n 6 tr iá n g u lo s . P o r ta n to , u n d o d e c a e d r o e q u iv ale a 3 6 0 tr iá n g u -
lo s , es d e c ir , e l n ú m e r o d e d ía s s id e ra les q u e c o m p o n e n u n a ñ o . C f . L . R o b in :
Piaton, P arís, P U F , 1 9 6 8 , p . 1 7 6 ; y J . - F . M a tté i: L'Etranger et le Simulacre. Essai sur la fo n ­
dation de l'ontologie platonicienne, P a ris, P U F , 1983» Ρ · 3 5 3 " 5 5 ·
INTRODUCCIÓN 15

está s o m e t id o a las ú n ic a s t r a n s fo r m a c io n e s d e lo s c u a tr o
p o lie d r o s . E n e l re la to d e S ó c ra te s so b re la m e jo r c o n s t it u -
c ió n y q u é clase d e h o m b r e s p r e c is a r ía fa lta e l p r i n c i p i o d e
u n if ic a c ió n d e las c iu d a d e s, ya q u e u n a c iu d a d s in f iló s o f o -
re y es s e m e ja n te a u n a c u e r p o s in c a b e z a , u n a lm a s in su
p r in c ip io h e g e m ó n ic o , la p a rte r a c io n a l (νους). E n a u se n cia
d e lo s f iló s o f o s , la c iu d a d q u e d e s c r ib e S ó c r a te s e n e l Timeo
está g o b e rn a d a p o r sus g u a rd ia n e s7 ( l8 a ) . L a e n fe r m e d a d d e l
q u in to in v ita d o , p re se n te ayer y a u sen te h o y , se c o r r e s p o n d e
c o n el o lv id o d e u n a te o r ía p r in c ip a l d e l re la to d e la República,
y c o n e l s ile n c io so b re el d o d e c a e d ro .
A s í p u e s , la a u s e n c ia c o n la q u e c o m ie n z a e l Timeo se
c o r r e s p o n d e c o n la p re se n c ia e n e l Soßsta d e u n q u in to in t e r -
lo c u t o r e x tr a n je r o , a n ó n im o ta m b ié n , c o n s id e r a d o d iv in o .
Só crates, T e o d o r o y T e e te to c o n v e rsa ro n la vísp era e n p r e s e n -
cia d e u n n u t r id o y a te n to a u d ito r io ( Teeteto, 1 4 3 d ), e n e l q u e
p r e su m ib le m e n te se h allab a el jo v e n S ó cra tes, a q u ie n e n t o n -
ces n o se m e n c io n a . P o r ta n to , si e s ta b le c e m o s este v ín c u lo
en tre la a rq u itectu ra de am b os d iá lo g o s, sería p o sib le c o n s id e -
ra r al E x tra n je ro d e l Sofista, el q u in to p re se n te , u n a fig u ra d el
o tr o y el q u in t o g é n e r o d e l se r, u n c o r r e la to d e l q u in t o
au sen te p o r e n fe r m e d a d d e l Timeo, la fig u ra d el q u in to p o li e -
d r o , e l d o d e c a e d r o , r e la c io n a d o c o n la c o n f o r m a c ió n d e la
to ta lid a d . D e este m o d o , la p r e s e n c ia d e u n o c o n e c ta c o n la
a u sen cia d e l o tr o .

3. La p e tic ió n d e S ó c r a t e s

E l p r o y e c to m ism o h a ce q u e la a m b ig ü e d a d sea in e v ita b le , ya


q u e p r o p o n e rs e realiza r e n este m u n d o u n a ciu d a d c o n fo r m e a

7 T im e o es u n h o m b r e v a lie n te p e rse ve ra n te —τιμαίος sig n ific a « a q u ie n se h o n r a » ,


y p o se e las ca ra cterísticas d e la p a rte tim o e id é tic a d e la República (I X 5 8 la - b ) —.
ι6 JO SÉ Ma. ZAMORA CALVO

la c o n s tit u c ió n id e a l e q u iv a le a p r e g u n ta r s e c ó m o o r g a n iz a r
se g ú n el p r in c ip io ra c io n a l d e lo m e jo r u n a so cied a d h u m a n a
in s c r ita e n e l tie m p o y e n e l e s p a c io , c u e s tió n q u e p la n te a el
p r o b le m a d e la p a rtic ip a c ió n d e las cosas sensibles c o n las f o r -
m as in te lig ib le s. E l Timeo in te rp re ta la r e la c ió n e n té r m in o s de
im it a c ió n : u n m o d e lo in t e lig ib le h a c e p o s ib le la a p a r ic ió n
d e u n a im a g e n q u e ca p ta m o s p o r lo s s e n tid o s . T e n ie n d o e n
c u e n ta la h e te r o g e n e id a d e n tr e la fo r m a in t e lig ib le y su m a -
n if e s t a c ió n s e n s ib le , la p e t i c i ó n d e S ó c r a te s im p lic a q u e se
in t e r r o g u e so b re las c o n d ic io n e s d e p o s ib ilid a d d e la re a liza -
c ió n e n este m u n d o d e la m e jo r c o n s tit u c ió n . L a p u e s ta e n
m o v im ie n to d e la c o n s titu c ió n su p o n e q u e el u n ive rso sensible
está h e c h o a im a g e n d e l in t e lig ib le se g ú n el p r in c ip io d e lo
m e jo r , si n o , el p r o y e c to m ism o n o t e n d r ía n in g ú n s e n tid o .
E ste p r o p ó s ito c o m p o rta d os aspectos: p o r u n a p a rte, p e rm ite
c o m p r o b a r la e fic a c ia d e la d e f in ic ió n d e la c o n s tit u c ió n , y,
p o r o tra, m u estra c ó m o h a c e r p r o p ic ia s las p r o p ie d a d e s d e lo
sen sib le para el esta b lecim ien to d el estado ju s to .

4. El r e la to de C r itia s

E l d iscu rso d e C ritia s in tro d u c e la idea de u n a sem ejanza en tre


la antigu a ciu d a d de A ten a s y la o rg a n iza ció n de la ciu d a d eg ip -
cia d e Sais: las leyes d e Sais fu e r o n h ech a s to m a n d o c o m o
m o d e lo la c o n s titu c ió n a ten ien se d e en to n c e s8 . E g ip to y G r e -
cia e s tá n s e p a r a d o s p o r e l m a r . A h o r a b ie n , e l a gu a p u e d e
d e se m p e ñ a r la f u n c ió n de u n esp e jo . E g ip to cu ltiva im ágen es
q u e tie n e n u n p u e s to im p o r ta n te e n su c u ltu r a , p a r t ic u la r -
m en te e n su escritu ra. E l n o m b re de la diosa fu n d a d o ra de Sais
es s im é tr ic o e n su g ra fía al n o m b r e d e A te n e a : Neith (Νηίθ) y

8 E l té r m in o παραδείγματα ap arece e n Tim. 2 4 a


INTRODUCCIÓN 17

(A)then(a) (Άθηνά) ( s ie ) . L a ciu d a d de Sais e n qu e S o ló n es r e c i-


b id o co n stitu ye u n a rép lica de la a n tigu a A ten a s de la qu e h abla
e l s a c e rd o te e g ip c io . E l tie m p o lin e a l d e E g ip to se o p o n e al
tie m p o cíclico d e G re cia .
E l r e s u m e n d e C r itia s e m p le a u n h a z d e im ita c io n e s q u e
c o n f ie r e n a su re la to u n c a r á c te r lú d ic o . P e ro su n a r r a c ió n
tie n e u n eje ú n ic o e n la r e la c ió n d e la im a g e n c o n e l m o d e lo
q u e se e s ta b lece e n tr e , p o r u n a p a r te , la c iu d a d p r im itiv a
a u té n tic a , sim b o liz a d a p o r la a n tig u a A te n a s , cu y o o r ig e n
escapa a la c o n t in g e n c ia y q u e se o r g a n iz a se g ú n lo m e jo r , y,
p o r o tra p a rte, la ciu d a d h is tó ric a rep resen ta d a p o r la ciu d a d
eg ip cia , so m etid a al d e v e n ir, q u e so lo r e p r o d u c e im p e r fe c ta -
m en te o d e m an era ilu s o ria la c iu d a d ju sta .
L a a n tig u a A te n a s , q u e P la tó n d e s c r ib e al c o m ie n z o d e l
Timeo ( l7 a - 2 7 b ) y en el Critias, rep resen ta d e u n m o d o idealizad o
la A te n a s q u e co m b a tió e n M a ra tó n , u n a d em o cra cia g u e rre ra
m o d erad a , resp etu o sa d e la ley y basada e n u n a e c o n o m ía f u n -
d a m e n ta lm e n te a g ra ria . Esta a n tig u a A te n a s ca rece d e á go ra y
de e d ific io s e m b le m á tic o s, n o tie n e ta m p o c o p u e r to s n i u n a
flo ta m e r c a n te o g u e r r e r a . S e o p o n e , p o r ta n to , a la A te n a s
e n la q u e vivía P la tó n , y se asem eja m ás b ie n a u n a im ag en , e n
cierto m o d o idealizada, d e E sparta. L a clase m ilita r d esem p eñ a
u n a fu n c ió n cen tra l, la o rg a n iza ció n p o lítica se fu n d a so b re u n
c u e r p o d e leyes a n tig u a s, y la c ir c u la c ió n d e l d in e r o q u e d a
red u cid a a lo m ín im o in d isp en sa b le9.
A d ife re n c ia d e ella, la A tlá n tid a , p o r su p arte, se asem eja a
la A te n a s q u e p a rtic ip ó e n la g u e rra d e l P e lo p o n e so ( 4 3 I_ 4 ° 4
a .C . ) , e n la q u e p a só su ju v e n t u d P la tó n . B a jo la h e g e m o n ía
d e m o c r á tic a d e T e m ís to c le s y P e ric le s , A te n a s c o n o c e u n a

9 C f . E .N . T ig e rs te d t: The legend o f Sparta in classical antiquity I, E s to c o lm o , A lm q v is t &


W ik se ll, 19 6 5 -
ι8 JO SÉ Ma. ZAMORA CALVO

e x p a n sió n m ilita r y e c o n ó m ica , basada e n la talasocracia p o r el


M e d ite r r á n e o , q u e c o r r o m p ió la v id a m o r a l y p o lític a d e lo s
a tenienses, ya q u e estim u ló las ten d en cia s al m aterialism o y a la
e n vid ia (Gorg. 5 l 5 a S{1·; lg- T V 7 0 4 a s q .) . Esta d eca d en cia p o lí -
tica d e sem b o có , segú n P la tó n , e n las g u e rras d el P e lo p o n e so .
E l m e n s a je q u e P la tó n d ir ig e a sus c o n te m p o r á n e o s , al
c o m ie n z o d e l Timeo y e n e l Critias, co n siste e s e n cia lm e n te e n lo
sig u ie n te : es p re c iso regresar a la c o n s titu c ió n y a las c o s tu m -
b res d e sus antepasados, y es p reciso to m a r p reca u cio n es fre n te
a to d a fo r m a d e d e m o c r a c ia excesiva y d e im p e r ia lis m o q u e
co n d u zca a las g u erras d el P e lo p o n e so . P la tó n p o n e e n b o ca de
S o ló n , re p resen ta n te d e la c o n s titu c ió n d e lo s an tep asad o s, la
n a r r a c ió n q u e h a b ría tra íd o d e E g ip to , fu e n te , p a ra lo s a n t i-
g u o s g rieg o s, d e to d a civ iliza ció n 10 .
E n el Timeo y el Critias el tie m p o h u m a n o n o se m ueve e n c ír -
cu lo s, n i sigu e ciclos. A u n q u e las in te r ru p c io n e s p erió d ica s de
agua y de fu e g o " a fe cte n e n o r m e m e n te al tie m p o h u m a n o , n o
p o d r ía n id en tificarse c o n él, ya q u e n o se lim ita a lo q u e sucede
en tre d iferen tes catástrofes. L a A ten a s d e antes y d e d espu és de
la g ra n d e stru c ció n p o see co n stitu cio n es co m p le ta m e n te d ife -
re n te s ; d e a h í q u e el S ó cra tes de la República haya d e e la b o r a r
c o n palabras la m e jo r polis. S i h u b ie ra u n a co in cid e n c ia en tre lo
q u e pasa e n las épocas in te rm e d ia s q u e sep aran u n a catástrofe
de otra, el o b je to de la República q u ed aría in v alid a d o , ya q u e u n
día h abría u n a A ten as, co n stitu id a co m o la m e jo r polis, qu e sería
d estru id a, y qu e después vo lvería u n a vez m ás, lo qu e se r e p e ti-
ría, en tre desastre y desastre, hasta el fin de los tiem p o s. P ero el
tie m p o h u m a n o c o n tin ú a , so b revive a las d e s tr u c c io n e s . L a

10 C f . L . B r is s o n : « L a in v e n c ió n d e la A t lá n t id a » , Méthexis 8, 1 9 9 5 » P· 1 6 7 - 1 7 4 ·
11 L o s d ilu v io s y lo s d esastres p ro v o c a d o s p o r el fu e g o s o n las ca tá stro fe s m ás im p o r -
tan tes (μέγισται, 2 2 c ). L a a n tig u a A te n a s , q u e e ra la polis « m e jo r e n la g u e rra y a
to d as lu c e s la m e jo r le g isla d a » (2 3 c ), s u frió u n g ra n d ilu v io .
INTRODUCCIÓN 19

raza (γένος) h u m a n a p erm a n e ce siem p re, su b sistien d o siem p re


am en azad a (Tim. 2 2 e - 2 3 a ; cf. Crit. i o g d ) , e n c o rr e s p o n d e n c ia
c o n la vid a im p ere ced era d el cosm os.
L a m e m o r ia y la vo z d e lo s h o m b re s a n a lfa b eto s e in c u lto s
( 2 3 a - b ) , lo s su p e rv iv ien tes de la ca tástro fe, a su m e n u n a f u n -
c ió n d e te rm in a n te , ya q u e c o n s titu y e n la base d e lo s a rch iv o s
eg ip cio s, lo s cuales p o sib ilita n el r e c o rd a to r io de la m e jo r polis
(2 5 e ~ 26a). A s í, la ciu d a d e g ip cia, q u e su rge m il a ñ o s d esp u és
de la c iu d a d a te n ie n s e , fu e o r d e n a d a h a ce o c h o m il a ñ o s, tal
co m o aparece in scrito en lo s textos sagrados de E g ip to (23<i-e).
P re c isa m e n te , g ra cia s al c o n o c im ie n t o d e esto s e s c rito s, el
sa ce rd o te d e Sais p u e d e e n se ñ a r a S o ló n algo so b re las leyes y
las herm osas hazañas de la antigua A ten a s. D e este m o d o , lo qu e
h a b ía e s c u c h a d o so b re las a c c io n e s y c o n s tit u c ió n a te n ie n s e s
pasa d e G r e c ia a E g ip to , y de E g ip to —p o r m e d io d e S o ló n — a
C ritia s, q u ie n , a su vez, lo tra n sm ite a lo s cu a tro in te rlo cu to re s
p a rtícip e s e n el Timeo. P o r ta n to , e n u n s o p o r te d e a p a r ie n c ia
tan frá g il c o m o lo s escrito s e g ip cio s p e rm a n e ce irre d u c tib le el
te stim o n io d e la voz griega.

5. Los D O S D IS C U R S O S P A N E G ÍR IC O S

L os relatos d el Timeo y d e l Critias se p r o n u n c ia n d u ra n te la fiesta


de las P a n a ten ea s o d e las P lin te r ia s ( 2 la ) . E n sus d is c u rso s
p a n e g íric o s (Tim. 2 7 a ~b; Crit. l o 6 a - b ) P la tó n c o m p ite n u e v a -
m en te c o n Isócrates: la « in te r p r e ta c ió n d e l te m a » , q u e p o d e -
m o s c o n s id e r a r « m e lo d ía » , p o r p a rte d e T im e o (Tim. 2 9 e! ) ,
so b re e l o r ig e n d e l u n iv e rso y e l « h im n o » a A te n e a (21a) c o n
el q u e el jo v e n C r itia s c e le b ra la v ic to ria d e la a n tig u a A te n a s,
id e n tific a d a c o n la A te n a s id e a l, fr e n te a la A t lá n t id a . D e
m a n e ra ir ó n ic a , P la tó n r e s p o n d e a Isó cra tes q u e , al fin a l d e l
Panegírico (Antid. 7 7 ) > c o n v id a a p ro sista s y p o e ta s a s u p e r a r a
H o m e r o , c o m p o n ie n d o u n a o b ra « f i lo s ó f ic a » q u e rela te la
20 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

ex p e d ició n d e los griegos co n tra los b á rb aro s, refleje el v a lo r de


lo s v e n ce d o re s de A s ia y co n stitu ya « u n m e m o r ia l p a ra s ie m -
p r e » (c. 18 6 ).
T im e o y C r itia s so n p o etas e n p ro sa (Crit. I0 8 b ), « q u e p o r
n a tu ra le za y p o r e d u c a c ió n p a rtic ip a n al m ism o tie m p o d e la
p o lítica y de la filo so fía » (Tim. i g e - 2 0 a). L os discursos d e T im e o
y d e C r itia s m u e stra n d e m an eras d ife r e n te s , p e r o al m ism o
tiem p o com plem en tarias, la retórica filo só fica q u e P latón d e fin e
e n el Fedro, c u a n d o ca racteriza p o r r e fe r e n c ia y o p o s ic ió n dos
tip os de discurso qu e a lu d en a la h istoria: u n o a la h isto ria d e la
naturaleza (Timeo) y o tro a la h isto ria p o lítica (Critias).
N o s c e n tra re m o s e n e l p r im e r d is c u r s o , q u e r e s p o n d e y
e n m ie n d a la d e c e p c ió n q u e e x p e r im e n tó S ó c ra te s c u a n d o ,
s ie n d o jo v e n , d eseó e x tr a o r d in a r ia m e n te « e s e sa b e r q u e lla -
m a n in v e stig a ció n de la n a tu ra leza (τής σοφίας ήν δή καλοΰσι περ'ι
φύσεως ιστορίαν)» ( Phdo. ÿ 6 a J - 8 ) , q u e u n a vez o y ó d e c ir a
a lg u ie n m ie n tra s le ía u n lib r o d e A n a x á g o r a s , d o n d e se d ic e
q u e « e s el in te le c to lo q u e p o n e to d o e n o r d e n y la cau sa d e
todas las cosas (νους έστιν ό διακόσμων τε καί πάντων αίτιος)» (Phdo.
9 7 C I - 2 ). E l d is c u rso d e T im e o , q u e h a a lc a n za d o la cim a d e
to d a la filo s o fía (Tim. 2 7 a)> trata de la n a tu ra le za d e l u n iv e rso
(3 7 a ), cu yo a rtífic e , el d e m iu r g o , es « la m e jo r d e las causas»
(2 9 a)> ya qu e lo p r o d u jo d o m in a n d o la necesid ad ( 3 0 a -c , 3 Ia_
b, 3 7 c - d , 4 6 c - e , 6 8 e - 6 g b ) , p o rq u e es u n in te le cto h e ch o p o r
el d io s qu e o rd e n a t o d o .
T im e o a fir m a q u e la a fin id a d e n tr e d is c u r s o y o b je to d e
d iscu rso es a n á lo g a a la r e la c ió n q u e se da e n tre u n m o d e lo y
su im a g e n ( 2 9 b ) . A s í, el d is cu rso de T im e o está c o n s tr u id o a
im a g e n d e su o b je to , e l c o s m o s . A h o r a b ie n , la c o r r e s p o n -
d e n c ia e n tr e a m b o s n o se da s o lo e n e l o r d e n in t e le c t u a l,
s in o t a m b ié n q u e d a e x p re sa d a e n el o r d e n m o r a l y e s té tic o
(c f. Phdo. 9 9 c ; Resp. V I I 5 Ï 7C< ^im· 2 9 e ~ 3 0 b , 4 2 e , 6 8 e , 8 7 c - d ;
Lg. X 8 9 7 b - 8 9 8 b ) .
INTRODUCCIÓN 21

D e sd e e l p r o e m io d e su d is c u r so T im e o d a m u e stra d e
m o d e ra c ió n (σωφροσύνη), p o rq u e , antes d e h ab lar sobre el u n i -
v e rs o , in v o c a a lo s d io ses y d io sas, s u p lic á n d o le s q u e to d o lo
q u e d ig a n sea a n te to d o « c o n fo r m e a su p e n s a m ie n to » (Tim.
2 7 c)· E n la República P la tó n d e fin e la m o d e r a c ió n c o m o « u n
tip o d e o rd e n a m ie n to y d e c o n t r o l d e lo s p lacere s y a p e tito s»
(Resp. I V 4 3 0 e ) , y la co n e c ta c o n las n o c io n e s d e co n c o rd a n c ia
y a rm o n ía . P re c isa m e n te , al fin a l d e su d is cu rso , T im e o p r e -
senta el m ism o tip o d e m o d e r a c ió n , ya q u e, tras a firm a r qu e el
u n iv e rso es u n « d io s sen sib le, im a g en d e u n d io s in te lig ib le »
(Tim. 9 2 c ), p id e al d io s -u n iv e rs o « q u e p reserve lo exp u esto de
m a n e ra c o r r e c ta » (Crit., Io 6 a). P o r ta n to , e l u n iv e rs o c o n s ti-
tuye u n a to ta lid a d a rm ó n ica , d o n d e la « in te r p r e ta c ió n m e ló -
d ic a » d el d iscu rso está co n stru id a a im a g en d e l co sm o s vivien te
y a r m ó n ic o . T im e o reg resa al c o m ie n z o y p r o p o n e v o lv e r d e
u n a m a n e r a r á p id a a l m ism o p u n t o d e d o n d e h a b ía p a r tid o ,
in te n ta n d o d ar al d iscu rso u n fin y u n a cabeza qu e q u e d e a ju s-
tada a lo d ic h o a n te r io r m e n te (Tim. 6 9 a - b ) 12. P recisa m e n te, el
d is c u r s o d e b e estar c o n s titu id o c o m o u n ser v iv o , c o n u n
c u e r p o p r o p io , d e m o d o q u e n o carezca d e cabeza n i de p ies,
y p o se a u n a p a rte c e n tr a l y e x tre m id a d e s , e n tr e te jid a s d e tal
m a n e r a q u e se c o r r e s p o n d a n u n a s c o n o tra s y c o n e l to d o
(Phdr. 2 6 4 c ) ; e n e fe c to , este d is c u rso es u n a esp e cie d e u n i -
verso (Phdr. 2 7 7 b - c ) . L a « in te r p r e ta c ió n m e ló d ic a » d el a stró -
n o m o p o e ta e x p o n e c o n co n c o r d a n c ia y a rm o n ía , es d e c ir, de
u n m o d o m o d e r a d o , la g e n e r a c ió n d e l u n iv e rs o p o r e l in t e -
le cto d iv in o , a la m an era de u n cu erp o vivien te y a n im ad o (Tim.
3 0 b , 3 4 h; cf. Phdr. 2 7 6 a ).
E l j o v e n C r it ia s , q u e S ó c r a te s c o n t r a p o n e a lo s p o e ta s y
so fis ta s (Tim. i g d - e ) , p r o n u n c ia e n p r o s a u n « h i m n o » a

12 S o b re la im a g en de « d a r u n a cabeza al m it o » , cf. Gorg, 5 0 5 c "d y Lg. V I 7 5 2 a .


V é a s e , a este resp ecto , la n . 5 $ 9 d e L . B r is so n a esta tr a d u c c ió n .
22 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

A t e n e a 13 q u e , a u n q u e sea u n v ie jo re la to (2 1a) q u e c e le b r a la
A ten as de h ace nueve m il años (2 3 d - e ) , n o es u n « m ito in v e n -
t a d o » (πλασθέντα μύθον), sin o u n « d is c u r s o v e r d a d e r o » (άλη-
θινόν λόγον, 2 6 e ).

6. L a e x p o s ic ió n d e T im e o . E l d is c u r s o d e l a fís ic a

(είκώς λόγος/είκώς μύθος)

E n el Timeo P la tó n rela ta u n « m it o v e r o s ím il» ( 2 9 < 0 so b re la


g én esis d e l m u n d o , d e l h o m b r e y d e la s o c ie d a d , p a ra lo q u e
se b a sa e n la im a g e n d e l a r t e s a n o - d e m iu r g o . D e l m is m o
m o d o q u e e l h o m b r e a rte s a n o p r o d u c e u n o b je to to m a n d o
u n m a t e r ia l a d e c u a d o , e l b r o n c e , p o r e je m p lo , a l q u e da
fo r m a s e g ú n u n m o d e lo , e l « a r t e s a n o d iv i n o » u t iliz a u n
m o d e lo (la s fo r m a s in t e lig ib le s ) p o r m e d io d e las c u a le s
p r o d u c e e n u n m a te r ia l esp a c ia l (el r e c e p tá c u lo d e l d e v e n ir)
u n a im a g e n , e l m u n d o d e lo s o b je to s se n s ib le s ( 4 0 a - 5 0 d ) .
E sta m e tá fo r a a rte s a n a l im p lic a u n a v is ió n o n t o ló g ic a e n la
q u e se r e la c io n a n el d e m iu r g o , las fo r m a s in te lig ib le s ( m o -
d e lo ) , lo s o b je to s s e n s ib le s .(im a g e n ) y el m a t e r ia l- e s p a c ia l
(r e c e p tá c u lo ).
E l m ito d e l d e m iu rg o o « a rtesa n o d iv in o » P la tó n lo c o n s-
tru ye a p a rtir d el « e sq u e m a de la t é c n ic a » 14, qu e resulta el más
a d e c u a d o p a ra m a n ife s ta r la p re se n c ia d e l B ie n c o m o fu n d a -
m e n to d e to d a s las cosas. E l d e m iu r g o c o n te m p la las fo rm a s
in te lig ib le s, e n cuya cú sp id e se sitúa el B ie n , p a ra p r o d u c ir el
m u n d o sen sib le.

13 N . L o r a u x d esta ca la o p o s ic ió n e n tr e P e ricle s , q u e d e d ic a e] h im n o a la c iu d a d ,
y C r it ia s , q u e lo b r in d a a la d iv in id a d , r e p itie n d o e l acto d e l s a c e rd o te e g ip c io
q u e co n s a g ra el re la to a A te n e a (Tim. 2 3 d ) . C f . N . L o ra u x : L'invention d ’A thènes,
n u e v a e d ., P a ris , P a y o t, 1 9 9 3 » P* 3 1 1 ·
14 C f . L . C o u lo u b a rits is * A ux origines de la philosophie européenne. D e Îq pensée archaïque au néo­
platonisme, B ru se las, D e B o e c k -W e sm a e l, 1 9 9 2 , p . 2 9 I - ^ 9 4 *
INTRODUCCIÓN 23

E l d e m iu rg o es in te rm e d ia rio en tre el m u n d o de las fo rm as


in telig ib les y el m u n d o de las cosas sensibles. E n tan to artesano
y m ag istrad o , co n stitu ye el n e x o en tre lo sen sib le y lo in t e lig i-
b le, y su fu n c ió n va a co n sistir p recisa m en te en la p r o d u c c ió n y
o rg a n iza ció n de lo sensib le, co n te m p la n d o para ello lo s m o d e -
lo s in te lig ib le s . E l d e m iu r g o es b u e n o y, al n o te n e r n in g u n a
m e z q u in d a d , q u e r ía q u e to d o lle g a ra a ser lo m ás se m e ja n te
p o sib le a él m ism o . P o r e llo , c o n d u jo to d o lo q u e se m ovía de
fo rm a caótica d el d e so rd e n al o rd e n , y p en só qu e este es m e jo r
qu e a q u el e n to d o se n tid o (cf. 2 9 d - 3 0 a ) 15.
E l Timeo es in s ó lito e n tr e lo s m ito s d e P la tó n . N o p o d e -
m o s p o n e r l o e n el m is m o n iv e l d e lo s m ito s e s c a to ló g ic o s
e x p u e s to s e n e l Gorgias, Fedón, República X y Fedro. E l n a r r a d o r
T im e o es « e l q u e m ás a s t r o n o m ía c o n o c e » (άστρονομακώτα-
τος, 2 7 a )i q u ie n , e n o p i n i ó n d e S ó c r a te s , h a a lc a n z a d o la
c im a d e to d a la filo s o f ía ( 2 0 a ) . E n este d iá lo g o fís ic o q u e d a
a b o lid a la d is t in c ió n n e ta q u e tra za P la tó n e n o tr o s e s c rito s
c o m o Protágoras o Teeteto e n tr e « h a b la r c o n lógos» y « h a b la r
c o n m i t o s » 16, ya q u e la e x p o s ic ió n so b re e l o r ig e n d e l h o m -
b r e , d e l m u n d o y d e la s o c ie d a d es p r e s e n t a d a d e m a n e r a
in d ife r e n te c o m o mythos o c o m o lógos. D e sd e q u e T im e o to m a
la p a la b ra y e x p o n e sus p r o p ó s ito s , n o s a d v ie rte q u e « h a lla r
al a r t ífic e y p a d r e d e este u n iv e r s o es ta re a d if í c i l y, u n a vez
h a lla d o , es im p o s ib le d e c írs e lo a t o d o s » (2 8 c ). E l p r o b le m a
ra d ica p r e c is a m e n te e n la im p o s ib ilid a d d e d e c írs e lo a to d o s
(είς πάντας άδύνατον λέγειν), es d e c ir, e n la c o m u n ic a c ió n de la
v e r d a d , d a d o q u e el c o n te x to v e r t e b r a d o r d e l d is c u r s o está

15 ^ L a fu n c ió n d e l d e m iu rg o es a p o rta r u n e le m e n to de o r d e n al d e v e n ir, p o r q u e u n
m u n d o o r d e n a d o será m ás 'se m eja n te a é l·, es d e c ir, m e jo r , q u e u n o d e s o r d e n a -
d o » , F .M . C o r n fo r d : Plato’s Cosmology. The Timaeus o f Plato translated with a running commen­
tary, L o n d re s , R o u tle d g e & K e g a n P aul, 1 9 3 7 » p* 3 7 ·
16 C f . Q,. R a c io n e ro : « L o g o s , m ito y d iscu rso p ro b a b le . E n to r n o a la e s critu ra d el
Timeo d e P la to n » , Cuadernos de Filosofa Clásica 7 . 1 9 9 7 » Ρ· 137 ·
24 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

m arca d o p o r u n a fin a lid a d p o lític a . D e a h í q u e T im e o escoja


la fo r m a d e u n m ito p a ra m o d e la r su d is c u rso .
P la tó n c o m ie n z a p r o p ia m e n te su e x p o s ic ió n c o sm o ló g ic a
e n 2 9 d 6 . E l tra ta d o q u e d eb e c o m e n z a r p o r e l o r ig e n d el
m u n d o , d e l h o m b r e y d e la s o c ie d a d v ie n e p r e c e d id o d e u n
p r o e m io q u e le sirve c o m o in t r o d u c c ió n al o b je to d e su d is -
cu rso : e l m u n d o se n sib le. E n este p r e lu d io trata d e establecer
refle x iv a m e n te el estatu to o n to ló g ic o d e l co sm o s o « u n iv e r s o
e n te r o » y, asim ism o , asign ar u n estatuto al d iscu rso q u e p r e -
senta este o b je to . T ras d is tin g u ir el « s e r » d e lo « g e n e r a d o » ,
T im e o sitú a e l m u n d o se n s ib le e n la c a te g o r ía d e lo « g e n e -
r a d o » 17. E l a rg u m e n to sigue la sig u ien te secu en cia: el m u n d o ,
q u e es el m ás b e llo d e lo s seres g e n e r a d o s , h a sid o fa b r ic a d o
p o r la m ás p e r fe c ta d e las causas, el d e m iu r g o , q u ie n m ir ó e l
m o d e lo e te rn o ; p o r ta n to , e l m u n d o es u n a im a g en (είκών); de
este m o d o , so lo p u e d e ser o b je to d e u n lógos (o « m it o » ) v e r o -
sím il (είκώς).
E n su p r o e m io Timeo p o n e de m a n ifie sto u n a d o b le m im e -
sis:. i) la q u e se e s ta b le ce e n tr e el ser y el d e v e n ir , e n tr e el
m o d e lo p e r fe c to y e l m u n d o s e n s ib le ; y 2) la q u e in te r v ie n e
e n tr e e l d is c u r s o y su o b je t o . Estas d o s clases d e im it a c ió n
d e fin e n u n a te rce ra : la q u e o to r g a al d is cu rso so b re lo g e n e -
r a d o el e s ta tu to d e u n a im a g e n d e l d is c u r s o s o b r e e l s e r . A l
fin a l d e u n a a n alo gía q u e p o n e e n r e la c ió n estas diversas clases
de im ita c ió n , T im e o in tr o d u c e la n o c ió n de είκώς μΰθος, que
su stitu ye p o r είκώς λόγος. P o r ta n to , la d e n o m in a c ió n que
T im e o a sig n a a su e x p o s ic ió n c o m p o r ta u n a a m b ig ü e d a d : o

17 S e trata d e l c o m e n ta d o γέγονεν d e Tim. 2 8 b 7 » « e s g e n e r a d o » . C f . M . B altes:


«γέγονεν (P la to n , Tim. í?8 b 7 ) . Ist d ie W e lt re a l e n ts ta n d e n o d e r n i c h t ? » , e n K . A .
A lg r a , P .W . van d e r H o r s t & D .T . R u n ia (e d s .): Polyhistory. Studies in the history and
historiograph o f ancient philosophy, in h o n o r o f j a a p M a n s fe ld , L e id e n , B r ill, 1 9 9 6 ,
p . 7 6 - 9 6 [ r e im p r e s ió n e n D IA N O H M A TA , Kleine Schrißen, L e ip z ig , T e u b n e r ,
1999. Ρ· 303-325]·
INTRODUCCIÓN 25

b ie n d e sig n a la im a g e n d e l d is c u rso v e r íd ic o ; o b ie n el είκώς


λόγος t ie n e c o m o m o d e lo e l d e v e n ir . A p a r e n t e m e n t e , esto s
d o s a sp e c to s d e la n o c i ó n se i d e n t if ic a n , p e r o su d u a lid a d
su rg e d e la a m b iv a le n c ia d e l t é r m in o είκώς: to m a d o e n s e n -
tid o n e g a tiv o , « v e r o s ím il» sig n ific a q u e so lo tie n e d e v e rd a -
d e r o e l a sp e c to ; to m a d o e n u n s e n tid o p o s itiv o , se r e fie r e a
a q u e llo q u e p u e d e efe ctiv a m e n te ser v e rd a d e r o . E n e l p r im e r
ca so , e l είκώς λόγος a p e n a s es u n d is c u r s o , e n e l s e g u n d o , es
casi u n a cie n c ia .
E n ta n to im a g e n d e u n d iscu rso so b re el ser, e l είκώς λόγος
d e T im e o se e q u ip a ra a u n ju e g o p o é tic o , s in n in g ú n a lcan ce
c ie n tífic o re a l. E n el tra n s c u r so d e l e s tu d io q u e p r o p o n e de
las d if e r e n t e s v a r ie d a d e s d e lo s tre s c u e r p o s p r im a r io s ,
T im e o a fir m a q u e su a c tiv id a d so lo p r e t e n d e p r o c u r a r u n a
r e c r e a c ió n d e l p e n s a m ie n to r e fle x iv o , « y c u a n d o , p a ra d e s -
can sar, u n o d eja lo s d iscu rso s r e fe r e n te s a las re a lid a d e s q u e
s ie m p r e s o n , c o n s id e r a lo s v e r o s ím ile s a ce rca d e la g e n e r a -
c ió n y c o n s ig u e u n p la c e r d e s p r e o c u p a d o , p o d r ía d a rse u n
e n tr e te n im ie n to m o d e ra d o y p r u d e n te e n su v id a » ( 5 9 c - d ) '8.
P o r o tr a p a rte , v a rio s pasajes p a re c e n p r o p o r c io n a r e x p lic a -
c io n e s ir ó n ic a s ( p o r e je m p lo , la e x p lic a c ió n s o b re e l o r ig e n
d e la e sp ecie v o lá til e n g i d - e ) , cuya d im e n s ió n lú d ic a p a re ce
su g e rirse im p líc ita m e n te .
E n ta n to m o d e lo s a im a g e n de lo g e n e r a d o , lo s an álisis de
T im e o p r e s e n ta n u n c a r á c te r s e r io . L a la rg a e x p o s ic ió n a la
que asisten, silen ciosos, Sócrates, C ritia s y H erm ó crates, fa m i-
liarizados c o n los discursos de carácter técn ico (5 3 b -c ), la c o m -
p lejid ad de algunas explicacion es —co m o , p o r e jem p lo , la parte
c o n c e r n ie n te a la d iv is ió n d e l alm a d e l m u n d o —, y la u tiliz a -
c ió n d e u n v o ca b u la rio té c n ic o , n o d e ja n d u d a a lg u n a so b re la

18 V é a n s e n . 4 7 6 y 4 7 7 d e L . B r is so n a esta tr a d u c c ió n .
26 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

cr e d ib ilid a d d e T im e o fr e n te a sus in te rlo c u to re s : su d iscu rso


se p r e s e n ta c o m o u n a le c c ió n c ie n tífic a . Su s in te r lo c u to r e s
re c o n o c e n e n él a u n ex p erto e n el á m b ito e n el q u e se e n m a r-
ca su e x p o s ic ió n (Tí'm. 2 0 a ; c f. Crit. 2 7 a)· T im e o se p r o p o n e
apoyarse e n p ro p o s ic io n e s y ra zo n a m ien to s q u e d e b e n su va li-
dez a la co n fo rm id a d c o n las reglas de la lógica. Se m uestra c u i-
d a d o so e n co n sta tar la c o n c o r d a n c ia d e sus e x p lica c io n e s c o n
lo s datos d e la ex p erien cia 19.
S i P la tó n se in teresa tan to p o r lo s m ito s, q u ie r e r o m p e r el
m o n o p o lio de lo s po etas para im p o n e r el tip o de d iscu rso qu e
trata de d esarro llar, es d ecir, el d iscu rso filo s ó fic o . A h o r a b ien ,
p ara in stau rar esta o p o s ic ió n , P la tó n se ve o b lig a d o a r e o r g a n i-
za r e l v o c a b u la r io d e la « p a la b r a » y d e l « d e c i r » e n G r e c ia
a n tig u a y o p o n e r el mythos al lógos, su scita n d o g ra n n ú m e r o de
o p o sicio n e s, d e las q u e las d os p rin cip a le s so n : Mythos co m o r e -
lato / lógos c o m o d iscu rso arg u m e n tativo ; mythos c o m o d iscu rso
n o v e rifica b le / lógos co m o d iscu rso v e rd a d e ro 20.
M ie n tra s q u e el mythos cu en ta u n a serie d e h e ch o s q u e solo
g u a rd a n e n tr e e llo s r e la c io n e s c o n tin g e n te s d e l g é n e r o d e las
q u é se e n ta b la n e n el m u n d o sen sib le, el lógos d esa rro lla a rg u -
m en to s d irig id o s a la tesis fo rm u la d a . Y , m ien tras qu e el lógos es
u n d iscu rso d el q u e se p u e d e ve rifica r la a d ec u a ció n c o n la rea -
lid a d a la qu e se d irig e , el mythos h abla d e realid ad es d e las qu e
es preciso adm itir su existencia, p ero de las que es im p osible o fre -
ce r u n a d e scrip ció n satisfactoria, q u e haga p o sib le su a p re h e n -
sió n p o r los sentidos o p o r el in telecto.

19 C f . Tim. 6 6 e , y el e m p le o de δηλούνται e n e l m o m e n to e n q u e su g iere u n e x p e r im e n -


to c o n re la c ió n a lo s o lo re s , o e n 85d> la a lu s ió n a u n e x p e rim e n to p ra c tic a d o en
u n cad áver, e n fo q u e q u e im p lic a u n a in v estig a ció n q u e o to rg a u n p u e sto im p o r -
tan te a la o b s e rv a ció n .
20 C f . L . B r is so n : Platón, las palabrasj los mitos. ¿Cóm ojy por qué Platón dio nombre al m ito?
[1 9 8 2 ], e d ic ió n corrtegida y actualizad a, trad . d e j . M a . Z a m o ra , M a d rid , A b a d a ,
2 0 0 5 , p . 12 5 -15 0 .
INTRODUCCIÓN 27

P o r e llo m ism o P la tó n fa b ric a m ito s. U tiliz a n d o este tip o


de d iscu rso p u e d e h ab lar d e l alm a, esa realid ad in te rm e d ia qu e
n o p u e d e ser captada p o r lo s se n tid o s n i p o r e l in te le c to . A s i-
m ism o , e l m ito p e r m ite co n s e g u ir p e rsu a d ir a la « m a y o r ía » ,
q u e n o p o d r ía n u n c a acced er a u n a vida filo só fica .
D e m an era general, p o d ríam o s d ecir que P latón expresa, lle -
ván do la a sus lím ites extrem os, u n a o p o s ic ió n decisiva e n G recia
antigua, en tre, p o r u n a parte, u n discurso trad icio n al qu e trans-
m ite o ra lm en te a la m ayoría u n sistem a d e rep resen tacio n es y de
valores p ro v en ien tes de u n pasado rem o to ; y, p o r otra, u n d is-
cu rso n u evo in d iso ciab le d e la re v o lu c ió n m en tal q u e se d esen -
ca d en ó e n la G re cia d el s. VIII a .C ., c o n la in tr o d u c c ió n de u n
n u evo tip o d e escritu ra, q u e d io n a c im ie n to a lo q u e, a c o n t i-
n u a ció n , sería d e n o m in a d o « h is to r ia » , « filo s o fía » .
E n resu m en , d e c ir q u e el Timeo es u n m ito q u iere d ecir: p o r
u n a la d o , la d e sc rip c ió n d el o rig e n d el u n iverso q u e h ace P la -
tó n e n e l Timeo es u n re la to , y n o u n a e x p o sic ió n arg u m e n tad a
q u e sigu e las n o rm a s d e l m é to d o h ip o té tic o -d e d u c tiv o ; y, p o r
o tr o , e n la m e d id a e n q u e P la tó n se r e fie r e al o r ig e n d e l u n i -
ve rso , su d is cu rso n o p u e d e p r e te n d e r ser v e rd a d e r o , s in q u e
p u ed a co n sid era rse ta m b ié n falso (n in g ú n testim o n io n os p e r -
m ite d e c id ir so b re e llo ) . E n v ir tu d d e estos dos c r ite rio s , u n o
in te r n o (re la to ) y o tr o e x te rn o (n i v e rd a d e ro n i falso) el Timeo
p u ed e ser c o n sid e ra d o u n m ito .

II. E l m o d e l o c o s m o l ó g ic o

1. Las fo r m a s in t e l i g i b l e s y la s c o s a s s e n s ib le s

P la tó n p o stu la q u e la re alid ad c o m p re n d e d os á m b ito s sep ara-


dos: el m u n d o d e las fo rm a s in te lig ib le s pu ras, etern as, in m u -
tables, sim p le s; y el m u n d o d e las cosas p e r c e p tib le s p o r lo s
28 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

sen tidos, tem p orales, q u e n o cesan d e cam biar, co m p lejas. Esta


d iv isió n d e la realid ad e n d os á m b ito s c o rre s p o n d e a la d is tin -
c ió n en tre el ser y el d even ir, en tre lo q u e p e rm a n e ce siem p re
id é n tic o y lo q u e n o cesa d e d e v e n ir o tr o , e n tr e a q u e llo a lo
q u e se o to r g a e l p r e d ic a d o d e « r e a l» y a q u e llo a lo q u e se le
n ieg a este p re d ic a d o .
E n el sistem a p la t ó n ic o , las fo r m a s in te lig ib le s , g e n e r a l-
m e n te d e n o m in a d a s « I d e a s » , s o n p o stu la d a s c o m o las e n t i-
d ad es m e ta física s in d is p e n s a b le s p a ra d a r c u e n ta d e l m u n d o
p e r c ib id o p o r lo s s e n tid o s . E l p r o b le m a , p la n te a d o d esd e
H e r á c lito , t ie n e su o r ig e n e n este p r e ju ic io : n o h ay r e a lid a d
v e rd a d e ra e n el ca m b io p e r m a n e n te d e to d o lo q u e está e n e l
tie m p o , d e to d o lo q u e d evien e siem p re, d e to d o lo q u e n o s o -
tr o s , lo s m o d e r n o s , lla m a m o s « m a t e r i a l » . P a ra P la t ó n , el
tie m p o está r e la cio n a d o c o n el ca m b io y n o afecta a las re a lid a -
des etern a s. P o r ta n to , la rea lid a d v e rd a d era d eb e h a lla rse d el
lad o de lo q u e n o cam bia. D e ah í la n ecesid ad , si se q u ie re lle -
g ar al c o n o c im ie n to (έιαστήμη), d e p la n te a r c o m o tesis la ex is-
ten cia d e u n m u n d o separado co n s titu id o d e realid ad es in m u -
tables, las fo rm a s in teligib les.

« A hora bien, en mi opinión , prim ero hem os de estable-


cer estas distinciones: ¿qué es lo que es siem pre y no se
genera, y qué es lo se genera siem pre y nunca es? U n o
puede ser com prendido por la inteligencia con la ayuda de
la razón, siem pre es idéntico; otro, en cam bio, es o p in a-
ble p o r m edio de la o p in ió n con la ayuda de la percepción
sensible irracion al, ya que se genera y se destruye, pero
nunca es realm ente». (Timeo, 27d-28a)

P o r tan to , el c o n o c im ie n to , q u e tie n e co m o o b je to las f o r -


m as in te lig ib le s y q u e P la tó n d e n o m in a έπιστήμη, es e l ú n ic o
su sce p tib le d e a lc a n za r u n a v e rd a d d e fin itiv a . E n c a m b io ,
a q u ello qu e tie n e co m o o b je to el m u n d o de las cosas sensibles,
INTRODUCCIÓN
29

q u e P la tó n ca lific a d e o p i n i ó n (δόξα ), es u n tip o d e c o n o c i -


m ien to in fe r io r , ya q u e so lo p u ed e alcan zar lo ve ro sím il, dado
el carácter siem p re cam b ian te d e su o b je to .
L a d is tin c ió n q u e se establece al co m ie n z o en tre « lo q u e es
siem p re y n o se g e n e r a » (τό ον άεί, γένεσιν δέ ούκ εχον) y « Ιο qu e
se g e n e ra sie m p re y n u n c a e s » (τό γιγνόμενον μέν άεί, ον δέ ούδέ-
ποτε) p la n te a la a lte rn a tiv a h ip o té tic a e n tr e lo s d os m o d e lo s
p o sib le s q u e tie n e a n te sí e l p r o d u c t o r p a ra fa b r ic a r su o b ra .
P ero a c o n tin u a c ió n la a ltern a tiv a q u ed a aclarad a , si se e lig e
c o m o m o d e lo u n o g e n e r a d o , el re su lta d o ja m á s será b e llo ,
m ien tra s q u e si se escoge el m o d e lo e te r n o , la o b ra será b e lla
( 2 8 a - b ) . A h o r a b ie n , « lo q u e se g e n e r a y se d e s tr u y e » es d e
a lg ú n m o d o (cf. Resp. V 4 7 7 e - 4 7 ^ d ), a u n q u e ja m á s lleg a a ser
ve rd a d era m en te ( Tim. 2 8 a ).
T o d o lo q u e se g e n e r a tie n e n e c e s a r ia m e n te u n a causa
—e n te n d ie n d o esta e n el se n tid o de causa artesanal—, y co m o el
m u n d o es b e llo , e l a rte sa n o d iv in o o d e m iu r g o lo h a p r o d u -
cid o m ira n d o al m o d e lo e te rn o , q u e es siem p re id é n tic o , y n o
al m o d e lo g e n e r a d o . A c o n tin u a c ió n d ife r e n c ia e n tre lo s d is -
cursos re fe rid o s al m o d e lo e te rn o y lo s qu e se r e fie r e n a la copia
de d ic h o m o d e lo , es d e c ir, al m u n d o , lo q u e le p e r m ite esta-
b lecer la sig u ie n te p r o p o r c ió n :

ser : d ev en ir : : verd ad : creen cia

A h o r a b ie n , e l d e v e n ir, lo q u e se g e n e ra sie m p re , se d if e -
re n cia d e l m u n d o p o r c u a tr o r a z o n e s : i) c u a n d o T im e o n o s
o fre ce u n resu m en d e la in tr o d u c c ió n d e u n « te r c e r g é n e r o » ,
a firm a q u e ex iste n « e l ser (öv), el m e d io esp acia l (χώρα) y el
d e v e n ir (γένεσις), tres cosas d ife r e n c ia d a s , y d esd e a n tes qu e
n aciera el c ie lo » (5 2 d ). 2 ) A l c o m ie n zo de su d iscu rso c o sm o -
g ó n ic o , e l d e v e n ir es p o s tu la d o c o m o u n m o d e lo h ip o té t ic o
para la g e n e ra ció n d el m u n d o , a u n q u e se trate de u n a h ip ó tesis
30 JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

d escartad a ( 2 7 d - 2 8 a ) . 3 ) E l d e v e n ir es « v isib le y ta n g ib le , ya
q u e tie n e c u e r p o » (2 8 b , cf. S 1!3) ’ m ie n tra s q u e e l m u n d o n o
so lo es c o r p ó r e o , sin o q u e es u n vivien te q u e co n sta d e c u e rp o
y ta m b ié n d e a lm a . 4 ) E l d e m iu r g o « t o m ó e n to n c e s to d o
cu a n to era visib le , q u e n o estaba e n re p o so , sin o q u e se m ovía
s in o r d e n n i c o n c ie r t o , y lo c o n d u jo d e l d e s o r d e n al o r d e n ,
p o r c o n s id e ra r a este a b so lu ta m e n te m e jo r q u e a q u e l» (3 0 a ).
P o r co n sig u ie n te , e n v irtu d de estas cu a tro razon es, e l d even ir,
q u e p o r sí so lo im p lica d e so rd e n , se d ife r e n c ia d el m u n d o .
Para llegar a ser o b jeto de co n o cim ie n to y o b jeto d e discurso,
el m u n d o se n sib le d eb e p re se n ta r, e n su p r o p io d e v e n ir, algo
q u e n o cam bia, es d ecir, qu e posea u n a v erd adera p erm a n e n cia
y, p o r ta n to , sea siem p re id é n tic o . Las fo rm a s in te lig ib le s so n
estas re a lid a d es in m u ta b le s y u n iversales, o b je to s d e c o n o c i-
m ie n to y de discursos verdaderos. Las cosas sensibles so n solo las
copias de estas form as in teligib les, ya qu e p a rticip a n d e ellas.
P o r ta n to , las cosas sensibles p a rticip a n de las fo rm a s in t e -
ligibles, y estas co n stitu yen sus m o d elo s, lo qu e explica la sem e-
ja n z a e n tre las co p ia s (las cosas se n sib les) y sus m o d e lo s (las
fo rm a s in telig ib les) (2 9 b , 4 8 e y 4 9 a)· S in em b a rg o , la n o c ió n
de sem ejan za p resen ta u n a d o b le cara: p o r u n a p a rté, im p lica
id e n tid a d , y, p o r otra, d ife re n cia . D e ah í qu e p recise in t r o d u -
c ir la h ip ó tesis de u n « m e d io esp acia l» (χώρα), a q u e llo « d e lo
q u e » están co n stitu id a s las cosas sen sib les y a q u ello « e n d o n -
d e » a p a re c e n c o m o m ú ltip le s y d istin tas y d e d o n d e d esa p a -
r e c e n , q u e p o se e ta m b ié n el ra n g o de p r in c ip io ( 5 2 c - d ) . N o
o b sta n te , a u n q u e las fo r m a s in te lig ib le s y e l m e d io esp acia l
sean p r in c ip io s , am b os d ifie re n rad ica lm en te: las fo rm a s in t e -
lig ib les, q u e so n siem p re id én ticas y n o d evien en , n o se h a lla n
em plazadas e n el m e d io espacial, m ien tra s q u e las cosas se n si-
b les existen e n tan to im ágen es distin tas y m ú ltip le s en el m e d io
espacial. P ara las cosas sensibles « n a c e r » sig n ifica e n tra r e n la
χώρα, y « m o r i r » , áalir d e ella (5 0 c ).
INTRODUCCIÓN
SI

A h o r a b ie n , el ca m b io , q u e afecta las cosas sensibles, m a n -


tien e u n d e te rm in a d o o rd e n qu e solo p u e d e expresarse e n té r -
m in o s m atem áticos, ya q u e se en cu en tra in serto en u n contexto
m a te m á tic o . P ero si so lo in te r v in ie r a n las fo rm a s in te lig ib le s
y el m a te ria l esp acial, n o p o d r ía d arse la p a r tic ip a c ió n se n s i-
b le - in t e li g i b le . P o r e llo , e n su d is c u r s o fís ic o , T im e o e sta -
b le c e la h ip ó te s is d e u n d e m iu r g o , p r e c is a m e n te p a ra i n t r o -
d u c ir e n el u n iv e rs o u n o r d e n q u e c o rr e s p o n d e a u n a m ed id a
( 5 3 a - b ) . L a r e a lid a d in t e lig ib le , sie m p re id é n tic a a sí m ism a
y e te r n a , q u e e l d e m iu r g o c o n te m p la , s o lo c o n s titu y e u n
m o d e lo q u e , e n tan to tal, n o p o see n in g ú n tip o d e eficacia. L a
ex iste n c ia d e u n d e m iu r g o b u e n o p e r m ite e x p lic a r c ó m o se
in sta u ra la r e la c ió n im a g e n - m o d e lo en tre las cosas sen sib les y
las fo rm a s in te lig ib le s , ya q u e q u e d a g ara n tiza d a esta r e la c ió n
a rm o n io sa y b u en a .
E n la p ro d u cció n del m u n d o visible el d em iu rgo tom a al « v i-
vie n te p e r fe c to » (παντελές ζφον) co m o « m o d e lo » (παράδειγμα,
3 0 c ~ 3 lb ) . S in e m b a rg o , lo s tre s —e l v iv ie n te p e r fe c to , e l d e -
m iu rg o y el m o d e lo — so n u n a sola cosa. D e h e ch o , e l d e m iu rg o
c o r r e s p o n d e a l a s p e c to p r o d u c t o r - o r d e n a d o r d e l v iv ie n t e
p e r fe c to , d e la m ism a m a n e r a q u e e l m o d e lo c o r r e s p o n d e al
a sp ecto p a r a d ig m á tic o 2'. E l v iv ie n te p e r fe c to c o m p r e n d e las
Ideas de to d o s lo s seres vivos q u e el co sm o s visib le abarca e n su
in t e r io r co m o seres vivos visib les (3 9 e ~ 4 0 a ); p e r o , asim ism o ,
c o m p r e n d e ta m b ié n la e te r n id a d c o m o m o d e lo d e l tie m p o
(3 7d ) y las Ideas d e lo s e lem en to s ( 5 lb - 5 2 a ) . E l co sm o s visib le,
lo m ism o q u e to d a s sus p a rte s , s o n c o p ia s (εικόνες, μιμήματα,
άφομοιώματα, 4 8 e , 5 0 c , 5 Ia_b , 9 2 c ).
P ara lle g a r a se r o b je to d e c o n o c im ie n t o y o b je to d e d is -
cu rso, el m u n d o sensible d ebe p resen tar, e n su p r o p io cam b io,

21 C f . M . B altes: art. cit., 1 9 9 6 , p . 82 y 8 8 - 9 1 [re im p re s ió n e n D ÎAN O H M ATA, Kleine


Schrißen, L e ip z ig , T e u b n e r , 1 9 9 9 » Ρ· 3 θ 3 “ 3 2 5 ]·
32 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

a lg o q u e n o ca m b ia, q u e p o se a u n a v e rd a d e ra p e r m a n e n c ia y
sea siem p re id é n tic o . P la tó n d ife r e n c ia las fo rm a s in te lig ib le s
d e las cosas sensibles. S i e n el ser h u m a n o re c o n o c e dos fa c u l-
tades cogn itivas d istin tas, es p reciso a d m itir la existen cia de sus
o b je to s resp ectiv o s, q u e p e r te n e c e n a d os n iv eles d is tin to s de
realidades: el sensible y el in teligib le, el p rim e ro o b je to d e o p i-
n ió n , y el segu n d o d e in te lig e n cia ( 5 ld - e ) .
Las cosas sensibles p o se e n u n estatuto o n to ló g ic o y g n o se o -
ló g ic o d ife re n te a las fo rm a s in telig ib les, a saber, so n im ágen es
q u e están so m etid a s al ca m b io y a la tra n s ito r ie d a d . Para P la -
t ó n , lo q u e ca m b ia y p e r e c e es u n a im a g e n , fr e n te a la fo r m a
in te lig ib le , qu e n o cam bia n i p erece.
P o r o tr a p a rte , e n e l m u n d o d e las fo r m a s in te lig ib le s , la
fo r m a su p re m a es e l B ie n . Se trata d e u n a fo r m a e n tr e otras,
co m o la Ju sticia, la U n id a d , el H o m b re , el A n im a l..., p e ro que
d e s e m p e ñ a u n a fu n c ió n m u y p a r tic u la r e n e l sistem a p la t ó -
n ic o , e s p e c ia lm e n te e n el Timeo, ya q u e c o n f ie r e a las o tra s
fo rm a s in te lig ib le s lo s sig u ie n te s asp ecto s d istin tiv o s: b elle za ,
a r m o n ía , o r d e n , s im p lic id a d , q u e , a su vez, c o m u n ic a a las
cosas se n sib les.

2. C a u s a s P R IM E R A S Y C A U S A S S E G U N D A S

« T o d o lo q u e se g e n e ra se g en era n e c e sa ria m e n te p o r a lg u n a
causa, ya q u e es im p o s ib le q u e a lg o se g e n e r e sin u n a ca u sa »
(Tím. 2 8 a ). A s im is m o , e n o tr o pasaje d e l Timeo ( 4 6 c - e ) P la tó n
d is t in g u e las « c a u s a s a c c e s o r ia s » o « c o n c a u s a s » (συναίτια)
« d e las q u e u n d io s se sirve c o m o a u x ilia res p a ra llev a r a cabo
la fo r m a d e lo m e jo r e n la m e d id a d e lo p o s ib le » (4 6 c ) —q u e
e n fr ía n y c a lie n ta n , c o n tr a e n y d ila ta n , y p r o d u c e n to d o s los
e fe c to s se m e ja n te s a esto s, « p e r o q u e c a r e c e n p o r c o m p le to
d e r a z ó n e in te lig e n c ia » ( 4 6 d ) —, d e las « cau sas d e n a tu ra le za
in te lig e n te (τάς τής εμφρονος φύσεως αιτίας) » ( 4 6 d 8 ) . Estas ú lt i -
INTRODUCCIÓN
33

mas, d otadas d e in te lig e n c ia , « s o n artesanas d e cosas b ellas y


b u e n a s » ( 4 6 e ), m ie n tra s q u e las p rim e ra s, privadas d e r e fle -
x ió n , so n m o v id a s p o r o tra s, y, a su vez, m u e v e n n e c e s a r ia -
m e n te a o tra s, y « p r o d u c e n ca d a vez al a za r y s in o r d e n »
( 4 6 e ) 22. P ara las cosas ex isten tes, la d ife r e n c ia e n tr e p o s e e r o
no in te lig e n c ia d e p e n d e d e p o se e r o n o alm a, ya q u e el ú n ic o
al q u e c o r r e s p o n d e t e n e r in t e lig e n c ia es al a lm a , y esta es
in v isib le, m ie n tra s q u e e l fu e g o , e l agua, la tie rra y el a ire so n
visib les.
S i se q u ie r e alcan zar la vid a feliz, las causas necesarias serán
investigadas e n fu n c ió n d e las d ivin as. P la tó n d ife r e n c ia e n el
Fedón u n a « c a u s a v e r d a d e r a » y « a q u e llo s in lo c u a l la cau sa
n u n c a p o d r ía se r ca u sa » ( Phd. 9 9 b ) . E n este d iá lo g o P la tó n
trata de d em o stra r la s u p e rio rid a d qu e tien e la causa verd ad era
o p rim e ra , te leo ló g ica , d eliberativa segú n lo b u e n o y lo m e jo r ,
fr e n te a las c o n d ic io n e s m e c á n ic a s o causas se g u n d a s s in las
q u e n o se p u e d e a ctu a r. E n el Fedón 9 9 a - b la causa v e rd a d e ra
—de la a c c ió n , p e r o a p lica b le c o m o p r in c ip io cau sal g e n e ra l-
es la c o n v ic c ió n de « lo m e jo r » , y ta m b ié n d e « lo m ás ju s to y
lo m ás b e llo » .
E n Timeo 6 8 e - 6 g a , P la tó n vu elve a d ife r e n c ia r dos tip o s de
cau sas: « u n a n e c e s a r ia y o tr a d iv in a » ( 6 8 e ) , y d e c la r a la
im p o rta n c ia de in v estig a r am bas: p o r u n a p a rte , p a ra a d q u i-
r ir u n a v id a fe liz , e n la m e d id a e n q u e n u e s tra n a tu ra le z a lo
p erm ita , d eb em o s b u scar lo d iv in o e n todas partes (6 8 e -6 9 a )¡
y, p o r o tr a , lo n e c e s a r io d e b e b u sc a rse e n vista d e lo d iv in o ,
« y a q u e c o n s id e r a m o s q u e s in las cau sas n e c e s a r ia s n o es
p o sib le c o m p r e n d e r las causas d iv in a s m ism as, n u e s tro s ú n i -
cos o b je to s d e a p lic a c ió n , n i captarlas n i p a r tic ip a r e n a lg u n a

22 L a n e c e s id a d n o se o p o n e al azar, es m ás b ie n el azar p u r o , e n e l s e n tid o d e l « e s ta -


d o en q u e p ro b a b le m e n te se h a lle to d o c u a n d o d io s está ausen te d e a lg o » ( 5 3 b )·
34 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

m e d id a d e e lla s » (6 9 a ). D e este m o d o , la ca p ta c ió n d e lo n e -
c e s a r io c o n s titu y e u n p a so im p r e s c in d ib le p a r a a lc a n z a r la
c o m p r e n s ió n d e lo d iv in o . P o r ta n to , las causas n e cesa rias n o
d e b e n b u sca rse p o r sí m ism as, sin o so lo en vista de las d iv in a s,
q u e so n las q u e les a p o r ta n u n s e n tid o 23.

3 . E l d e m iu r g o

E l d io s , ta m b ié n d e n o m in a d o « p a d r e » , « a r t í f i c e » y so b re
t o d o « d e m i u r g o » , es p o s tu la d o a s im is m o c o m o u n a d e las
causas d e l o r d e n d e l m u n d o s e n s ib le ( Tim. 2 8 c ). E l tra b a jo
q u e lle v a a c a b o e l d e m iu r g o 24 se r e la c io n a , p o r u n a p a r te ,
c o n las tarea s p r o p ia s d e la te r c e r a clase d e la c iu d a d p l a t ó -
n ic a , la d e lo s a rtesan o s, y así e l d e m iu r g o p o se e las h a b ilid a -
des d e la m e ta lu rg ia , la c o n s tr u c c ió n , la a lfa re ría , la p in tu ra ,
la τέχνη d e l m o d e la d o d e la c e ra , d e l tr e n z a d o , in c lu s o d e la
a g ric u ltu ra ; y, p o r o tra , la a ctiv id a d d e m iú r g ic a se e x tie n d e a
las fu n c io n e s p r o p ia s d e la p r im e r a clase d e la c iu d a d p la t ó -
n ic a , d e a h í q u e ta m b ié n se e m p le e este t é r m in o p a ra d e s ig -
n a r a u n m a g istr a d o im p o r t a n te , así el d e m iu r g o es ad em ás
u n c o lo n iz a d o r y u n m ae stro d e la p e r s u a s ió n . Estas d os ú lt i -
m as fu n c io n e s p r e s e n ta n m ás a fin id a d c o n la p r im e r a clase
d e la ciu d a d p la tó n ic a .
E l d e m iu r g o p la tó n ic o p u e d e d e fin ir s e c o m o a lg u ie n q u e
tra b a ja p a ra o tr o , fa b r ic a n d o a lg o —o p r o p o r c io n á n d o le u n
s e rv ic io — p o r m e d io d e u n a τέχνη: -ουργός c a ra c te riz a a q u ie n

23 C f . G .R . C a r o n e : La noción de Dios en el Timeo de Platón, B u e n o s A ire s , R .E . Sasson e,


1991, p . 62.
24 E l té r m in o δημιουργός es b iv a le n te , d esig n a ta n to al « a r te s a n o » co m o al « m a g is -
tr a d o » . E n la é p o c a d e P la tó n te n ía ya u n c ie rto sa b o r arca ico , q u e va a a p ro ve ch ar
c o n to d a su riq u e z a sem án tica p a ra re fe rirs e c o n é l a l p r o d u c to r d e l m u n d o s e n -
s ib le (cf. L . B ris so n : Le Même et l 'Autre dans la structure ontologique du Timée de Platon. Uncom -
mentaire systématique du Timée dePlaton, Paris, K lin c k s ie c k , 1 9 7 4 * p · IO O ).
INTRODUCCIÓN
35

fa b rica algo o d esem p eñ a u n tra b a jo p r o d u c tiv o ; y δήμια, a las


cosas q u e c o n c ie r n e n al p u e b lo (δήμος). E n su se n tid o e tim o -
ló g ic o , p o r ta n to , p r e s e n ta u n d o b le v a lo r : e n j ó n i c o - á t i c o ,
u n s e n tid o s o c io - e c o n ó m ic o , q u e d e sig n a al a rte s a n o , y e n
d o r io , u n s e n tid o p o lít ic o , q u e a lu d e a las a ctiv id a d e s d e l
m a g istra d o . E l p r im e r rasgo q u e ca racteriza al d e m iu r g o es el
tra b a jo p a ra la c o m u n id a d , es d e c ir , p a ra o tr o s y n o p a ra sí
m ism o (Charm. 16 2 -16 3 » y 16 4 e ; Resp. I 3 4 2 e ; Leg. "VIII 8 4 6 , X I
9 2 ld ) . A sí, el m o d e lo d el d e m iu rg o h o m é ric o es el m é d ic o o el
a d iv in o (cf. Od. X V II 3 ^ 3 - 3 8 4 )· P la tó n d ife r e n c ia al a d iv in o
d el artesan o (Phdr. 2 4 8 d - e ) , y califica al m é d ic o co m o artesan o
(Ale. 1 131a; Charm. l6 4 a - b , 17IC; Lach. 19 5 b y d; Pol. 2 9 7 e - 2 9 8 c ;
Prot. 3 2 2 c ; Resp. I 3 4 0 d - e , 3 4 2 c - e , 3 4 6 a - d , II 3 6 0 e ; Gorg.
4 5 2 a , 4 5 5 b , 4 5 6 b - c , 4 5 7 b , 5 0 4 a ; Lg. X I 9 l6 a - b ) , y ta m b ié n lo
asocia al p e d o tr ib a (Ale. 1 131a; Prot. 3 12 b ; Gorg. 4 5 2 a ) y al g im -
nasta (Lg. X I g i 6 a - b ) . E l se g u n d o rasgo c a r a c te r ís tic o es la
o p o s ic ió n e n tr e e l d e m iu r g o y el la b r a d o r (γεωργός): el p r i -
m e ro n o p r o d u c e a lim en to s, sin o q u e fa b rica o b je to s (Resp. II,
3 7 3 b , III, 4 0 1 a , X , 5 9 6 e ! Charm. I 7 3 b - c ) , m ie n tra s q u e el
s e g u n d o n o s p r o p o r c io n a a lim e n to s , la b r a n d o la tie r r a , la
n a tu ra le z a (Euthph. 14 a; Euthd. 2 9 I e ~ 2 9 2 a ; Lg. V I I I 8 4 2 e ).
V id a l- N a q u e t 25 se ñ a la e l d u r o c o n tr a s te e n P la tó n e n tr e « e l
esta tu to s o c ia l» y « e l e sta tu to m e t a fó r ic o d e l a r t e s a n o » , lo
que p o n e d e m a n ifie sto la te n s ió n e n tre u n sistem a, e n cie rto
m o d o o fic ia l, q u e d esp recia al a rtesan o , y u n sistem a d is im u -
la d o , q u e h ace d e la fu n c ió n artesan al la a ctivid ad p r e fe r e n te ,
p r o to tip o d e l p r o d u c to r q u e le sirve p a ra d esig n a r a la d iv in i-
dad m ism a.

25 C f . P. V id a l- N a q u e t: Le Chasseur noir. Formes de pensée etformes de société dans ¡e monde grec,


París, M a sp e ro , 198 1 [re ed ita d o e n París, L a D é c o u v e rte , I 9 9 1]» Ρ· 2 9 3 y 3 ° 8 ;
véase ta m b ié n E . Lévy¡ « L a d é n o m in a tio n d e l ’artisa n ch ez P la to n et A r is to te » ,
Ktema 16 , 19 9 1 , p . 7 - 1 8 .
36 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

L o s « d e m iu r g o s » s o n lo s p r o d u c to r e s d e o r d e n (cf. Gorg.
5 0 3 e - 5 0 4 a ) 26· E l d e m iu r g o d e l Timeo es u n d e m iu r g o q u e
o r d e n a (διακόσμων, 3 7 ^ ), q u e se p o n e a o r d e n a r e l u n iv e rs o
(κοσμείσθαι τάπαν, 5 3 ^ ). P recisa m e n te, p o r la in t r o d u c c ió n de
la d em iu rg ia e n el Timeo P la tó n establece en tre el m o d e lo q u e el
p r o d u c t o r u tiliz a , al q u e m ira , y e l o r d e n q u e re a liza e n las
cosas se gú n ese m o d e lo . L as fo rm a s in te lig ib le s no entran e n el
m aterial-esp acial (χώρα), ya que la fo rm a in telig ib le « n i adm ite
e n sí n a d a p r o v e n ie n t e d e o tr a p a rte n i m a rch a e lla m ism a
h acia n in g u n a o tr a » (5 2 a ).

La bondad del demiurgo

D e sd e el p r e lu d io la fig u ra d el d e m iu r g o se p rese n ta, p o r p r i -


m era vez, d e u n a m a n e ra a b ru p ta , a u n re p le ta d e a b stra c ció n
( Tim. 2 8 a ), p re cisa m e n te c u a n d o P la tó n p la n te a lo s p r in c ip io s
e p is te m o ló g ic o s y o n to ló g ic o s q u e v e rte b r a n lo s p ila re s de su
e x p o s ic ió n . P ero la a p lic a c ió n de estos p r in c ip io s al d iscu rso
so b re el o rig e n d el m u n d o , d el h o m b re y d e la so cied a d tra n s-
fo r m a la im a g en d e l m a g istra d o -a rtesa n o d iv in o e n u n a fig u ra
m u c h o m ás p e r s o n a liz a d a : se tra ta ta m b ié n d e l « a r t ífic e y
p a d r e » d e este u n iv e rs o , fr u to d e u n d e s c u b r im ie n to (εύρείν)
q u e p recisa d e u n a « ta re a d if íc il» , im p o s ib le d e c o m u n ic a r a
to d o s ( 2 8 c ) . P o r ta n to , n o d e b e m o s e s p e r a r q u e este d e s c u -
b r im ie n t o , ta n to p o r e l o b je to d e su e s tu d io c o m o p o r la
a rd u a ta re a q u e r e q u ie r e , sea a c o g id o y c o m p r e n d id o p o r
u n a n im id a d .
T im e o co n stitu ye el in te r lo c u to r d e l d iá lo g o q u e h a co n sa -
g ra d o m ay o r tra b a jo ^ργον) a escru tar la n a tu raleza (φύσις) d el
u n ive rso . A fir m a qu e es eviden te para to d o s qu e el d e m iu rg o es

26 είδος eq u iv ale a q u í a κόσμος y τάξις en Gorg. 5 0 4 ^·


INTRODUCCIÓN 37

la m e jo r de las causas (αριστος τών αιτίων), qu e su o b ra es la más


bella (κάλλιστος) de las cosas p e rten ecie n tes al d even ir, y q u e fu e
p ro d u cid a p o r este co n te m p la n d o el m o d e lo e te rn o (2 9 a ). D e
esta b o n d a d d el d e m iu rg o , T im e o señala a c o n tin u a c ió n q u e es
« e l p r in c ip io m ás im p o r ta n te (αρχήν κυριωτάτην) d el d e v e n ir y
del m u n d o » (2 9 e~ 3 0 a )· E n efecto, n o se trata de u n p r in c ip io
co m o los o tro s, sin o d el p r in c ip io p re fe re n te q u e p e rm ite dar
cu e n ta d e l u n iv e rs o ; p o r e llo , d ir ig e ta m b ié n el d is c u r s o de
T im e o p o eta (Crif. I o 8 b ) , el q u e m ás a stro n o m ía c o n o c e d e los
in te rlo cu to res y el qu e h a llevado a cabo u n m ayor esfu erzo p o r
p en etrar e n la n aturaleza d el u n iverso (Tí'm. 2 7 a)· L a travesía d el
d iscu rso q u e p r o p o n e co n siste e n h a c e r r e n a c e r e n el re la to a
ese d ios, es d e cir, al m u n d o , qu e e n realid ad n a ció h ace m u ch o
tiem p o (Crit. I0 6 a , cf. Tim. 9 2 c ).

«Digamos, pues, por qué causa el constructor ha construido el

devenir y este universo. Era bueno, y en quien es bueno nunca


puede surgir ninguna envidia de nada. Por carecer de esto, quiso

que todo llegara a ser lo más semejante posible a é l» . ( T im . 2gd-e)

E l d e m iu rg o co n stru ye el m u n d o p o rq u e es a b so lu tam en te
b u e n o ; y su b o n d a d n o solo es o n to ló g ica , ya q u e es « e l m e jo r
de los seres in teligib les y q u e siem p re e x isten » (3 7a ), sin o ta m -
b ié n ética, ya q u e q u iso q u e todas las cosas se g en era ra n lo más
sem ejante p o sib le a él. E n su actividad co n stru cto ra c o n flu y e n
la h a b ilid a d de u n m a g istra d o -a rte s a n o (δημιουργός), la a tra c-
c ió n de u n a rtífic e -p o e ta (ποιητής) h acia la b elleza, y la g e n e r o -
sidad d e u n p a d re (πατήρ) q u e q u ie re q u e su h ijo se le p arezca.
A s im is m o , P la tó n c o n s id e r a al d e m iu r g o ca ren te d e to d o
tip o d e e n v id ia , p o r lo q u e se d ife r e n c ia r a d ic a lm e n te d e lo s
d io s e s t r a d ic io n a le s g r ie g o s , q u ie n e s se e n v id ia b a n u n o s a
o tr o s p o r sus p r iv ile g io s (τιμαί) y n o p e r m itía n q u e lo s h o m -
b re s a s c e n d ie r a n a su e x c lu s iv o n iv e l d e p o d e r , g lo r ia o
belleza. A s í, S o ló n señala a C resc* « la d iv in id ad , lo sé, es to d a
JOSÉ M '. ZAMORA CALVO

e n v id ia » ( H e r o d . I l l , 4 0 ) . P o r el c o n t r a r io , el d e m iu r g o se
asegura de q u e lo s seres q u e p r o d u c e r e fle je n lo m ás p o sib le su
p r o p ia p e r fe c c ió n .
P e ro la c u e s tió n de la b o n d a d y, p o r ta n to , d e la a u sen cia
total de en vid ia e n el d e m iu rg o es a ú n m ás rad ical. N o se trata
so lo d e c o m p r e n d e r p o r q u é el m u n d o es el m e jo r y e l m ás
b e llo de lo s m u n d o s p o sibles, sin o ta m b ién de advertir qu e, sin
esta b o n d a d d el d e m iu rg o , el m u n d o sim p lem en te n o existiría.
E l m u n d o y to d o s los seres vivos qu e lo c o m p o n e n se c o n s titu -
y e n p o r q u e el a r tífic e , m a g is tr a d o -a rte s a n o y p a d r e , lo s h a
p e n sa d o , q u e r id o y g e n e r a d o . P re c is a m e n te , lo p r o p io de la
b o n d a d d el d e m iu rg o consiste e n q u e re r d ifu n d ir su b o n d a d .
E n el co n tex to d el d iscu rso sobre la n a tu raleza (περί φύσεως)
e n q u e se en treteje el Timeo, referirse al « p r in c ip io m ás im p o r -
ta n te (άρχήν κυριωτάτην) » ( í g e - ß O a ) im p lic a a lu d ir ex p re sa -
m e n te a lo q u e fu e , d u r a n te d o s sig lo s, e l o b je to ú lt im o de
e s tu d io a l q u e se c o n s a g r a r o n lo s e s tu d io s o s d e la n a tu ra le za
(φυσικοί)- A h o r a b ie n , P la tó n tra n sm u ta la c o s m o lo g ía t r a d i-
c io n a l, p a r tic u la r m e n te e n lo q u e c o n c ie r n e a las r e la c io n e s
q u é establece c o n la te o lo g ía y la ética, n o ta n to p o r la id e a de
u n a in te lig e n c ia d iv in a q u e esta ría e n el o r ig e n d e l m u n d o ,
sin o so b re to d o p o r la a firm a c ió n d e u n a b o n d a d trascen d en te
d ivin a q u e lo h a q u e r id o y lo ha h e c h o existir sem ejante a él.
P la tó n h a ce s u r g ir d e la χώρα u n m u n d o v iv ie n te y a r m ó -
n ic o p o r el acto lib r e d e u n a in te lig e n te y tra sc e n d e n te B o n -
d ad . S o b re este p u n to , es co n scien te d e la ru p tu ra y de la in n o -
v a c ió n q u e in flin g e a las c o n c e p c io n e s d e sus a n te ceso res, lo s
físico s jo n io s , hasta el p u n to d e lle g a r a a d m itir q u e « e l p r i n -
c ip io m ás im p o r ta n te d e l d e v e n ir y d e l m u n d o » (2 9 e ) lo h a
re c ib id o d e h o m b re s sensatos.
C o n fre c u e n c ia lo s in té rp re te s c o m p a r a n la física d e l Timeo
c o n el a to m ism o d e D e m ó c r ito , lle g a n d o in c lu so a esta b le cer
u n p a ra le lo e n tr e d e te r m in a d o s pasajes d e l te x to p la t ó n ic o y
INTRODUCCIÓN 39

ciertos a rg u m en to s d el a b d e rita n o 27. P o r lo qu e atañe a los fís i-


cos p re so crá tico s, P la tó n a d o p ta u n a a ctitu d am b ivalen te: p o r
u n a p a rte , reto m a de ello s los m o d e lo s exp licativo s p a ra in t e -
g ra rlo s e n su p r o p io d is cu rso so b re la n a tu ra le za y, p o r o tra ,
tran sm u ta el o r d e n q u e in stitu yen en tre lo s d iferen tes ó rd en es
d e causas. T ra s la d e c e p c ió n q u e e x p e r im e n ta el S ó cra te s d e l
Fedón (96 a-IO O b ) an te las tesis d e A n a x á g o ra s y su d e c is ió n de
e m p r e n d e r u n a « s e g u n d a n a v e g a c ió n » d ir ig id a a lo s lógoi, el
Timeo tra ta d e d e m o s tra r, c o n tr a lo s fís ic o s p re so c rá tic o s; dos
cu estio n es fu n d a m en ta les: i) qu e el d iscu rso sobre la co n s titu -
c ió n d e l m u n d o a ta ñ e so la m e n te a u n m ito v e r o s ím il (Tím.
29*1’ 5 9 c > 6 8 d )¡ y 2) q u e las causas m ecá n ica s, q u e d e p e n d e n
de la n e cesid a d , so lo p u e d e n ser secu n d arias c o n resp e cto a la
ca u sa lid a d p r im e r a , la d e l in te le c to o d e lo d iv in o . D e este
m o d o , P la tó n se o p o n e a lo s q u e co n s id e ra n co m o p r im a r ia la
causa secu n d aria ( 4 6 d ) a8.
L a b o n d a d d e l d e m iu r g o c o n e c ta d ir e c ta m e n te c o n dos
tem as cen trales q u e ve rteb ra n la estru ctu ra d el d iá lo g o : la p r o -
v id e n c ia d iv in a y la sem e ja n za c o n lo d iv in o . E stos d o s tem as
están in te rre la cio n a d o s, ya q u e la b e n e v o le n c ia p reviso ra (πρό-
νοια) d el d e m iu rg o , caren te de to d o m al, so lo aspira a lo m e jo r
e n to d o a q u e llo q u e p r o d u c e , y el c r ite r io d e lo q u e es m e jo r
c o n s iste e n e l g ra d o d e se m e ja n za c o n e l m o d e lo in t e lig ib le ,
c o n el p r o p io d e m iu r g o o in c lu s o c o n lo s d io ses. E sta p r o v i-
d en cia se m u estra fu n d a m e n ta lm e n te e n el p r o p ó s ito de p r o -
d u c ir u n m u n d o q u e e n su to ta lid a d es él m ism o u n d io s
vivie n te, d o ta d o de alm a y de c u e rp o , y qu e, a u n q u e g e n e ra d o

27 V eáse I. H a m m e r J e n s e n : « D e m o k r it u n d P la t o n » , Archiv fü r Geschichte der Philosophie


23> I 9 1®. p · 2 2 7 · L a físic a d e l Timeo d ifie r e r a d ic a lm e n te d e l a to m is m o a b d e r ita -
n o e n q u e las p a rtícu la s ca ra cte rísticas de lo s c u a tr o c u e rp o s sim p le s s o n s u sce p -
tib le s de d e s c o m p o n e rs e , n o s o lo d e m a n e ra te ó ric a , s in o e fectiv a. P o r e llo , lo s
c u e rp o s sim p les s o n « m e n o s q u e s íla b a s» y sus p a rtícu la s están so m e tid a s a la
g e n e r a c ió n y a la c o r r u p c ió n .
28 C f . L B r is so n : L e M ê m e e tl’A utre, p . 4 7 ^· ·
40 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

y co m p u e sto , está d estin ado a vivir d u ran te tod a la d u ra c ió n del


tie m p o p a ra a sem eja rse m ás al m o d e lo e te r n o (3 6 e , 3 7 c “ d ).
P ara lela m en te, el q u e h a g e n e ra d o este u n iv e rs o n o tific a a los
d io ses su b a ltern o s, d e lo s q u e es d e m iu rg o y p a d re, q u e p o r su
v o lu n ta d —u n v ín c u lo m ás p o d e r o s o q u e lo s lazo s d e n a c i-
m ie n to — p e rm a n e ce rá n para siem p re in d iso lu b le s ( 4 I a - b ) .
S in e m b a rg o , si n o s situ am o s en la p ersp ectiv a a n t r o p o ló -
g ica q u e p r e s id e la c o s m o lo g ía d e l Timeo, la p r o v id e n c ia p r o -
d u cto ra se m an ifiesta c o n especial relevan cia. N o se trata tan to
de u n o b ra especulativa cen trad a exclu sivam en te e n la e x p lica -
c ió n d el o rig e n d el u n ive rso , sin o m ás b ie n d e u n d iscu rso que
p a rte d e la e x p o s ic ió n d e « a y e r » (17 c) a cerca d e cu á l se ría la
c o n s titu tic ió n m e jo r y qu é clase de h o m b re s re q u e riría , y c o n -
clu ye c o n el n a c im ie n to d e l h o m b re , e n tr o n c a n d o c o n la h is -
to r ia id e a l d e la so c ie d a d a te n ie n s e ( 2 7 a - b ; cf. 9 0 e ). D e este
m o d o , las cu estiones p o líticas y m orales se e n tretejen c o n las de
o r d e n c o s m o ló g ic o y m eta físico , c o m o q u e d a p re sc rito , desde
el c o m ie n z o m ism o d e l d iá lo g o , p o r la r e fe r e n c ia al d iá lo g o
qu e.tra scu rre d u ra n te la víspera lite ra ria , la República.
E l d e m iu r g o b u e n o p u e d e ser o m n is c ie n te , p e r o n o es
o m n ip o te n te , p o rq u e las fo rm a s in telig ib les y e l m aterial espa-
cia l (χώρα) e x isten c o n in d e p e n d e n c ia d e é l. A s im is m o , d eb e
a fro n ta r la n ecesid ad (άνάγκη), q u e siem p re resiste a sus e sfu er-
zo s. P o r lo ta n to , e l d e m iu r g o n o es o m n ip o t e n te , sin o el
r e o r g a n iz a d o r d e lo s e le m e n to s ya d a d o s e n e l t o d o . S u tarea
co n siste e n in t r o d u c ir o r d e n e n u n á m b ito m a te r ia l-e sp a c ia l
d ad o d e a n tem a n o , el d e la n ecesid ad , q u e tie n d e p o r sí m ism o
a lo d e so rd en a d o e irreg u la r.
A s í pues, el d e m iu rg o p la tó n ico es u n a d iv in id ad de u n tip o
especial: tras h ab er fabricad o el u n iverso, lo aban d on a y se retira
(Tí'm. 4 2 e ) . N in g ú n d io s p e rm a n e c e p re se n te e n el co sm o s. E l
h o m b r e se q u e d a áolo e n u n m u n d o e n q u e la in te r v e n c ió n
d ivin a solo se m an ifiesta en el ám b ito d el o rd e n m atem ático.
INTRODUCCIÓN 41

4. El m a te r ia l- e s p a c ia l ( χώρα)

El m ito d el d em iu rgo , basado e n el « esq uem a de la técn ica» , su-


p o n e la p resen cia de tres elem en to s: i) el artesano d iv in o o d e -
m iurgo, que con tem pla 2) las form as inteligibles y las tom a co m o
m odelos para organizar 3) u n m aterial caótico e ind eterm in ad o, el
receptáculo d el devenir. L os objetos sensibles constituyen las im á -
genes de las fo rm a s in teligib les, y se d ife re n c ia n d e sus m o d e lo s
p o rq u e so n im ágenes. S in em bargo , la causa de la d ife ren cia n o
radica en las form as inteligibles, sino e n el receptáculo del devenir,
absolutam ente in d eterm in ad o, que el d em iu rgo ordena, co n tem -
p lan do las form as inteligibles, y así constituye los objetos sensibles.
L a d ife r e n c ia e n tre la im a g e n y e l m o d e lo n o p r o v ie n e de
n in g u n o d e lo s d o s, ya q u e , p o r u n a p a r te , el c a r á c te r d e la
im ag e n se e n cu e n tra e n el m o d e lo y, p o r o tra, si n o s aten em o s
so lo al m o d e lo , n o p o d e m o s e x p lic a r la d ife r e n c ia e n tr e la
im a g e n y e l m o d e lo ; p a ra e llo P la tó n in tr o d u c e u n te rc e r e le -
m e n to , el « r e c e p tá c u lo d el d e v e n ir » , q u e b a d e d is tin g u ir se
tan to d e l m o d e lo co m o d e la im a g en , y q u e sirve p a ra ex p licar
la d ife re n c ia q u e en tre am b os existe ( 4 8 d - 5 3 c ) 29.
E n tre lo s o b je to s sensibles y las fo rm a s in telig ib les hay « u n
te rce r g é n e r o q u e es e t e r n o » (5 2 a ), el « e s p a c io » (χώρα), q u e
co n stitu y e su p r in c ip io d e d ife r e n c ia c ió n . E sta te rc e ra clase
co n stitu y e « u n a e sp ecie d ifíc il y o s c u r a » (χαλεπόν καί άμυδράν
είδος, 4 9 a) >captable solo p o r m ed io de « u n razo n a m ie n to bas-
ta rd o » (λογισμός νόθος, 5^ b ), sin la ayuda d e la p e r c e p c ió n se n -
sible. C u a n d o m ira m o s este tercer g é n e ro , qu e n o ad m ite d es-
tru c c ió n , so ñ am o s y « a firm a m o s q u e n e ce sa ria m e n te to d o lo
qu e existe está e n u n lu g a r y o cu p a u n espacio, y q u e lo q u e n o
está e n la tie rra n i e n n in g ú n lu gar d el cielo n o es n a d a » (52b).

29 C f . L . B risso n : Le Même et ¡’A utre, p . Ι 77 y Ρ· Ι 9 5 _Ι 9 ^·


42 JOSÉ M*. ZAMORA CALVO

P ara las cosas sen sib les « n a c e r » sig n ifica e n tra r e n la χώρα
y « m o r i r » , salir d e ella: « lo q u e en tra y sale d e ella so n im itâ t
c io n e s (μιμήματα) d e re a lid a d e s e te r n a s » ( 5 0 c ) . E s p r e c is o
s e ñ a la r q u e se trata d e las co p ia s d e las fo r m a s in te lig ib le s , a
sab er, lo s c u e rp o s, lo s q u e e n tr a n o sa len d e la χώρα, p e r o n o
d e las fo r m a s in t e lig ib le s 30. S i e m b a rg o , la χώρα, e n ta n to
« r e c e p t á c u lo » d e to d a s las cosas, « r e c ib e sie m p r e t o d o , y
n u n c a e n n in g u n a p a rte a d o p ta u n a fo r m a (μορφήν ούδεμίαν)31
sem ejan te a nad a d e lo q u e en tra e n e lla » ( 5 o b - c ) . P o r tan to ,
la χώρα es a m o rfa .
E l p r o p io P la tó n d ific u lta la c o m p r e n s ió n d e esta n u ev a
e n tid a d c u a n d o n o s in d ic a q u e esta es m ás p r im a r ia q u e lo s
cu a tro « e le m e n to s » —fu e g o , aire, agua y tie rra — q u e se tra n s-
fo r m a n sin cesar lo s u n o s e n lo s o tr o s . C o m p a r a la χώρα c o n
e l o r o q u e el o r fe b r e m o d e la e n fig u ra s y r e m o d e la c o n s ta n -
te m e n te d e u n a s fig u ra s a o tra s. S i a lg u ie n le p r e g u n ta « q u é
es e s to » , su resp u esta m ás p r o b a b le n o es q u e sea « e s t o » o
« a q u e llo » , s in o m ás b ie n q u e es « o r o » . P la tó n a p lic a la
m ism a s o lu c ió n re sp e cto a la r e la c ió n d e l r e c e p tá c u lo c o n las
cosas se n sib le s ( 5 1 - b ) . E l « r e c e p tá c u lo d e l d e v e n ir » , q u e el
d e m iu r g o o rg a n iza , resu lta ser u n « c ie r t o είδος»: si n o fu e ra
así, c u a lq u ie r tip o d e c o n o c im ie n t o su yo se ría im p o s ib le , ya
que solo p u ed e ser c o n o c id o lo qu e se rela cio n a d e alg ú n m o d o
c o n las fo rm a s in telig ib les. A h o r a b ie n , el em p le o d e l té rm in o
είδος p a ra r e fe r ir s e al r e c e p tá c u lo c a ó tic o d e l d e v e n ir resu lta
a m b ig u o . « A p lic a d o al re c e p tá c u lo —señ ala G ó m e z P in — eídos
h a d e to m a rs e sie m p re e n su s ig n ific a c ió n m ás im p r e c is a » 32.

30 C f . L . B r is so n : Le Même et ¡ ’A utre, p . 2 3 3 »y* ^el m ism o a u to r , Platon. Timée/Critias, tr a -


d u c tio n in é d ite (avec la c o lla b o r a tio n d e M . P a tillo n ), in tr o d u c tio n e t n o te s,
P a ris, F la m m a r io n , 1 9 9 2 , 2 0 0 I 5, p , 2 4 9 · n - 3 5 0 y 3 5 4 -
31 V é a s e n- 3 5 1 d e L . B ris so n a esta tr a d u c c ió n .
32 V . G ó m e z P in : El drama de la dudad ideal. El nacimiento de Hegel en Platon [ 1974 ^* M a d rid ,
T a u ru s, 1 9 9 5 2 , p . 5 3 -
INTRODUCCIÓN 43

A q u í se trata d e u n cierto είδος « in v is ib le » (άνόρατον, 5 la)· E n el


m u n d o in telig ib le las fo rm as so n invisibles y solo so n a p re h en -
sibles p o r la in te lig e n c ia . E l re ce p tá cu lo es in v is ib le , p u es la
v isió n es p r o p ia so lo d e lo s o b je to s sen sib les, y el re ce p tá cu lo
escapa a tod a sen sación . E l recep tácu lo es « a m o r f o » , carece de
toda d ete rm in a ció n , p o r lo que n o es p o sib le tam p o co llegar a él
p o r m ed io de u n co n o cim ie n to in telectu al, de ahí qu e el r e ce p -
táculo « p a rticip a de lo in teligib le (μεταλαμβάνον.. .τοΰ νοητοί)) de
u na m an era p a rticu la rm en te p a ra d ó jica 33 y d ifíc il d e c o m p r e n -
d e r » ( 5 1 b ) . C o n esta a m b ig ü e d a d P la tó n n o s d e s c r ib e este
« c ie r to είδος» q u e co n stitu ye el recep tá cu lo d el d even ir, ya que
no p u e d e ap re h en d erse n i p o r lo s sen tid o s n i p o r la in te lig e n -
cia, p e r o q u e p a rtic ip a d e lo in te lig ib le , p u es es n e cesa rio qu e
p u ed a co n o c e rse d e a lg ú n m o d o .
P e ro , ¿ d e q u é m o d o esp e cia l es c o g n o s c ib le este r e c e p tá -
c u lo ? , ¿ c ó m o es p o sib le cap tu rar esta d ifíc il p resa ? P la tó n nos
a p orta las pistas: « p o r m e d io de u n ra zo n a m ie n to bastard o sin
la ayuda d e la se n sació n (αύτό δέ μετ' αναισθησίας άπτον λογισμφ τινι
νόθω), c r e íb le c o n e s fu e r z o » ( 5 2 b ) 34. N o es p o s ib le ca p ta r el
« re c e p tá c u lo d e l d e v e n ir » p o r m e d io d e la se n sa ció n , d e ahí
qu e sea p re ciso a c u d ir a u n « r a z o n a m ie n to b a s ta rd o » , ya qu e
a u n q u e n o sea p e r c e p tib le p o r lo s s e n tid o s , es « c r e íb le c o n
e sfu e rzo » (μόγις πιστόν). D e este m o d o , p o r « u n ra zo n a m ien to
b a sta rd o » (λογισμός νόθος) p o d e m o s lle g a r a c o m p r e n d e r c o n
d ific u lta d q u e el re c e p tá c u lo se h a lla a m e d io c a m in o e n tre el
co n o cim ie n to in teligib le y el sensible, lo qu e n os p o n e de m a n i-
fiesto su carácter a m b igu o. P o r u n a parte, n o es p ercep tib le p o r
m ed io de la sensación, p e r o p a rticip a en cierto m o d o de la c r e -
d ib ilid a d (πίστις) p r o p ia d e la p e r c e p c ió n sensible (αϊσθησις). Y ,

33 S o b re la in te r p re ta c ió n d e esta fra se, véase n . 3 6 3 .


34 C f . L . B ris so n : Le Même et l Autre, p . 2 0 0 - 2 0 1 , y V . G ó m e z P in : op. cit., p . 4 8 - 4 9 .
44 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

p o r o tra p a rte, n o p u e d e ser a p re h e n d id o a través d e la in t e li-


gencia, ya q u e n o es nada d ete rm in a d o , p e r o p a rticip a d e algú n
m o d o de la certeza p r o p ia d el c o n o c im ie n to in te lig ib le . Y esta
am bigüedad, a m ed io cam in o en tre el co n o cim ie n to in teligible y
el sensible, P la tó n la p o n e de m anifiesto c o n la expresión « ra z o -
n a m ie n to b a sta rd o » (λογισμός νόθος, 5 2 b ), d o n d e el té r m in o
« r a z o n a m ie n to » (λογισμός) se r e fie r e al m u n d o d e las fo rm a s
in te lig ib le s (cf. Resp. I V 4 3 l c ¡ Phdo. 6 6 a ), y su ca rácter « b a s -
ta rd o » (νόθος) alude a qu e el « m e d io espacial» (χώρα) carece de
u n p adre legítim o , es d ecir, de u n a fo rm a in teligib le, p o r lo que
constituye u n tercer gén ero ilegítim o , que n o p o d e m o s co n o ce r
co m o las fo rm a s in te lig ib le s o las cosas sen sib les, p e r o q u e se
en cu en tra ahí de m o d o necesario, co m o receptáculo d el devenir.
P o d e m o s p o n e r e n c o n e x ió n la f u n c i ó n d e l h íg a d o , q u e
refleja lo s p en sa m ien to s, c o n la d el recep tá cu lo , hasta tal p u n to
qu e la m etáfo ra d e l esp ejo sirve a P la tó n p a ra co m p a ra r am b os
( 7 la - b ) . E n la d e sc rip c ió n m eta fó rica d el h íga d o P la tó n sin te -
tiza las características p r o p ia s d e l r e c e p tá c u lo . Las im ág en e s y
lo s fantasm as de lo s su eñ o s se a p ro x im a n a lo s o b jeto s sensibles
q u e 'á p a recen reflejad o s e n el espejo d el recep tá cu lo . Para P la -
t ó n es el h íg a d o el lu g a r p s ic o ló g ic o d e l su e ñ o , « d e n s o , liso y
b r illa n te » (7 1b ), d o n d e lo s p en sa m ie n to s q u e p r o v ie n e n d e la
in telig en cia se re fle ja n e n él co m o e n u n esp ejo. E l recep tácu lo
es « co n s e rv a d o r d e h u e lla s» y, lo m ism o q u e u n esp ejo , recib e
las im p re s io n e s, d e ja n d o así v e r las im ág en e s q u e co n s titu y e n
lo s o b jeto s sensibles. P recisam ente esta c o m p a ra ció n d el r e c e p -
táculo o espacio m aterial c o n el espejo va a ser la q u e reco ja más
tard e P lo tin o (cf. En. IV , 3 [27] 12 , I - 2 ) 35.

35 U n an álisis d e este pasaje p u e d e verse e n J . P é p in : « P lo t in et le m ir o ir d e D io n y so s


(Enn. IV , 3 [ 2 7 ] ’ * 2 , I - 2 ) » , Revue internationale de philosophie 2 4 , 197 ^* P · 3 0 4 - 3 2 0 ; y
J . M a . Z a m o ra : La génesis de lo múltiple. Materia y mundo sensible en Plotino , V a lla d o lid ,
U n iv e r sid a d d e V a lla d o lid , 2 0 0 0 , p . 3 1 4 - 3 2 6 .
INTRODUCCIÓN 45

E l re ce p tá cu lo n o es u n a fo r m a in te lig ib le , n i p a rticip a d e
n in g u n a d e ella s e n p a r t ic u la r ; p e r o ta m p o c o es u n o b je to
se n s ib le q u e p u e d a ca p tarse p o r la s e n s a c ió n . S itu a d o e n u n
te rre n o in te rm e d io , se n o s im p o n e co m o n ecesa rio para p o d e r
ex p lica r lo s o b je to s sensibles; ya q u e si u n o b je to sen sib le es la
im a g e n de u n a fo r m a in t e lig ib le , es n e c e sa r io p o s tu la r q u e
haya « a q u e llo e n lo q u e » aparece reflejad a.
P ara r e fe r irs e al re c e p tá c u lo P la tó n r e c u rr e a u n a serie de
m etáfo ra s qu e p o d e m o s a g ru p a r, sig u ie n d o a B riss o n , e n tres
g ru p o s: i) las q u e g ir a n e n t o r n o a las « r e la c io n e s sexu a les»
y « f a m i l i a r e s » , c o m o « m a d r e » (μήτηρ, 5 6 d ) , « n o d r i z a »
(τιθήνη, 4 9 a J 5 2 d ) ; 2 ) las q u e se r e fie r e n al « r e c e p t á c u lo »
(υποδοχή, πανδεχής, 4 9 a) 36, « lu g a r » (χώρα, τόπος, έδρα, 5 2 b , 5 7 e
y 5 9 a) 37; Y 3) u n g r u p o d e m e tá fo ra s « a r te s a n a le s » c o m o el
« o r o » (χρυσός) qu e e l o r fe b r e m o ld e a e n fo rm a s d ife r e n te s
( 5 0 a -b ) 38, la « c e r a » qu e es capaz de re c ib ir im p resio n es, ca m -
biada y co n fo rm a d a p o r lo qu e en tra e n ella, lo s « a c e ite s » que
se u tiliza n para la fa b r ic a c ió n d e p e r fu m e s y q u e h a n d e ser lo
más in o d o r o s p o sib le (5 0 e ).
E n tre estos tres g ru p o s de m etáforas p o d e m o s d escu b rir u n a
cierta tensión entre, p o r u n a parte, el m aterial del que se co n stru -
yen los objetos (m etáforas artesanales) y el lugar e n que se generan
(m etáforas m aternales y espaciales). D e este m o d o , el receptáculo
constituye u n tercer gén ero necesario para que existan los objetos

36 S o b re la co m p a ra c ió n d e χώρα c o n u n a n o d r iz a , cf. Tim. 8 8 d .


37 P la tó n u tiliza u n v o c a b u la rio c o tid ia n o , n o té c n ic o , p o r ta n to n o es p o s ib le esta-
b le c e r u n a d is tin c ió n p recisa e n tre los té r m in o s χώρα, τόπος y εδρα a p a r tir d e l Timeo.
C u a n d o A ris tó te le s c r itic a a su m aestro p o r q u e id e n tific a τόπος y χώρα, co n statam o s
q u e este tip o d e o b je c ió n n o p u e d e a p lica r se e s tric ta m e n te a u n a te r m in o lo g ía
n o - t é c n ic a . S e g ú n B ris so n , « P la tó n n o d is p o n e d e u n v o c a b u la rio té c n ic o p r e c i-
so. P o r lo q u e , c o n u n a fin a lid a d p rá c tic a , h ace d e χώρα, τόπος y £δρα té r m in o s m u y
p r ó x im o s q u e a veces se d is tin g u e n y a veces se c o n fu n d e n » (L . B r is so n : Le Même et
¡’A utre, p . 2 I 3 " 2 I 4 )·
38 N o s h allam o s an te el ú n ic o pasaje d e l Timeo e n q u e P la to n em p lea la p r e p o s ic ió n έκ
p ara re fe rirs e al re c e p tá c u lo .
46 JO SÉ M*. ZAMORA CALVO

sensibles, ya qu e to d o ser ha d e estar necesariam ente e n u n lugar


y h a d e ocu p ar u n cierto espacio, pues « lo q u e n o está en la tierra
n i en n in g ú n lugar del cielo n o es n ad a» (5 2 b ). E l lugar e n el que
« to d o lo qu e d evien e» se refleja es la « se d e » (έδρα), lo qu e im a -
g in am o s cu a n d o so ñ am o s qu e to d o lo q u e existe tie n e q u e estar
e n u n lugar d eterm in ad o y o cu p ar u n espacio.
D e u n m o d o o p u esto al tie m p o , q u e co n stitu ye u n a im ita -
ció n , im p erfecta , co m o tod as las im ita cio n es, d e l m o d e lo p e r -
fecto , de la etern id ad , el espacio posee su p r o p io estatuto o n to -
ló g ic o , ya q u e n o es n i v is ib le n i p e r c e p tib le p o r lo s se n tid o s,
n i nace n i m u ere; sin em bargo , solo es « in te lig ib le » d e u n m o -
d o q u e p r o d u c e p e r p le jid a d , q u e P la tó n d e n o m in a « r a z o n a -
m ie n to b a s ta r d o » . P e ro el esp a cio n o co n s titu y e u n a e n tid a d
m ixta, co m p u esta d e lo in te lig ib le y d e lo visib le, co m o el alm a
d e l m u n d o . L a e n tid a d co m p u e sta es e l m u n d o se n sib le, cuya
m ad re es el espacio y cuyo p a d re, las fo rm a s in teligib les.
A sí, el té r m in o χώρα con serva e n P la tó n tod a su p o lise m ia ,
d o n d e se e n tr e te je n ta n to el « a s p e c to c o n s titu tiv o » c o m o el
« a s p e c to e s p a c ia l» , d o s a sp e c to s q u e se r e f i e r e n al m is m o
tie m p o a « a q u e llo e n lo q u e » a p a re c e n las cosas se n sib les y
« a q u e llo de lo q u e » están c o n s titu id a s39. L a n o c ió n de esp a-
cio , co m o la d e tie m p o , P la tó n la tra n sm ite a la física p o ste rio r
a través d e su d is c íp u lo A r is tó te le s . S in e m b a rg o , a d ife r e n c ia
d e la n o c ió n d e tie m p o , q u e aparece ya e n lo s d iá lo g o s e stru c-
tu ra d a c o n c e p tu a lm e n te , el estagirita re to m a la n o c ió n p la tó -
n ica de espacio de u n m o d o m u ch o m ás in tu itiv o y o scu ro .

La transmutación de la χώρα platónica en Física IV 2 de Aristóteles

E n el capítulo 2 del lib ro I V de la Física, Aristóteles plantea una


serie d e id e n tifica c io n e s q u e p o ste rio rm e n te en tra rá n e n p o lé -

39 C f . L . B risso n : Le Même et VAutre, p . 2 l6 - 2 2 0 .


INTRODUCCIÓN 47

m ica c o n los sucesivos com en tadores p lató n ico s. Las co n se cu en -


cias de este e n fo q u e aristotélico, qu e transm uta el sen tido p la tó -
nico de la χώρα, van a d eterm inar la física p o sterior, d o n d e la te r-
m in ología de A ristóteles se im puso durante m u ch o tie m p o .

« D e ahí que Platón diga en el Timeo que la materia (ΰλην) y


el espacio (χώραν) son lo mismo, pues lo participable (μίτα-
λητπκάν) y el espacio son una y misma cosa —aunque hable
de diferente manera sobre lo 'participable’ en las llamadas
Enseñanzas no escritas, identificó sin embargo el lugar (τόπον) y
el espacio. Todos dicen que el lugar es algo, p ero solo él
intentó decir qué es». (Aristóteles: Phys. I V 2, 2 0 g b l l - l 7 )4°

a) L a i d e n t i f i c a c i ó n d e l a χώρα c o n l a « m a te r ia » (νλη )

A ristóteles u tiliza u n té r m in o filo s ó fic o p reciso , ϋλη, q u e n o es


p la tó n ic o , sin o q u e p e r te n e c e a su p r o p ia t e r m in o lo g ía , p a ra
referirse a la χώρα 41. A l co n tr a r io d e lo qu e d ice A ristó te le s (cf.
Phys. I V 2, 2 0 9 b ll - I 2 y 2 I O a l-2 ), n o e n c o n tra m o s e n el Timeo
la a fir m a c ió n d e q u e la χώρα y la m a teria (ΰλη) sean lo m ism o .
P la tó n s o lo e m p le a u n a vez e l t é r m in o υλη, e n u n c o n te x to
a rtesan al, c o n e l s e n tid o d e « m a d e r a d e c o n s tr u c c ió n » : « a l
igu al q u e a n te lo s c a r p in te ro s la m a d e ra , a n te n o s o tr o s están
dispuestos lo s g én ero s d e causas qu e co n stitu yen el m a te ria l... »
(Tim. 6 g a 6 - 7 ) 42. S in em b a rg o , A ristó te le s co n sid era qu e P la tó n

40 T r a d , e sp a ñ o la d e G .R . d e E c h a n d ía : Aristóteles. Física, in tr o d u c c ió n , tr a d u c c ió n y
n o ta s, M a d rid , G re d o s , 1 9 9 5 » P· 2 2 7 - 2 2 8 . U n an álisis d e este pasaje p u e d e verse
e n H . C h e rn is s : Aristotle’s criticism o f Plato and the Academy, B a ltim o re , J o h n H o p k in s
U n iv e rsity Press, 1 9 4 4 * P· H 2 - I 2 4 * y L . B r is so n : « A ris tó te le s , Física I V 2 » , Méthexis
8. 1 9 9 5 . P* 8 1 - 9 2 .
41 C o r n f o r d señ ala la im p o s ib ilid a d d e q u e e l « r e c e p tá c u lo » se id e n tifiq u e c o n la
m ate ria (c f. F .M . C o r n fo r d : Plato’s Cosmology, p . 1 8 2 , n . i) .
42 C f . P. P e lle g rin : Aristote. Physique, tr a d u c tio n , p r é s e n ta tio n , n o te s, b ib lio g r a p h ie e
in d e x , Paris, F la m m a rio n , 2 0 0 0 , p . 2 0 8 , n . 2 ; y L . B ris so n : art. cit., p . 8 6 , y n .
5 8 8 d e esta tr a d u c c ió n .
48 JO SÉ M«. ZAMORA CALVO

in tr o d u c e la h ip ó te s is d e la χώρα in d u c id o p o r e l m ism o p r o -
ceso te ó r ic o q u e le h a b ía llev a d o a p r o p o n e r la h ip ó te s is d e la
« m a te r ia p r im e r a » . S im p lic io señ ala q u e A r is tó te le s , al r e a -
liz a r esta a s im ila c ió n , se q u e d a e n su « s e n t id o a p a r e n te »
( S im p lic io : In Aristotelis Physicorum libros quattuor Commentaria [ed .
H . D iels] 5 0 4 , 4 )· M ie n tra s q u e la χώρα so lo es co m p re n sib le
al f in a l d e u n « r a z o n a m ie n t o b a s ta rd o c r e íb le c o n d i f i c u l -
ta d » ( 5 2 b ) , la m a te r ia p r im e r a d e A r is t ó t e le s s o lo es c o m -
p r e n s ib le p o r a n a lo g ía . L a c r ític a d e A r is tó te le s se c e n tra e n
la n o - d is t in c ió n p la tó n ic a d e l su stra to y la p r iv a c ió n , lo q u e
le lleva a id e n t ific a r la m a te ria , e n ta n to n o - s e r , c o n lo falso
(Metaph. N I, I 0 8 9 a 2 0 - 2 l) y, e n p a r t ic u la r , c o n el m a l (c f.
Metaph. N I, I 0 9 la 3 l - I 0 9 5 a 5 >.
A r is tó te le s d is tin g u e la m a te r ia d e la p r iv a c ió n : m ie n tra s
q u e la m ateria es u n n o - s e r p o r accid en te —lo q u e h ace de ella,
en cierto m o d o , u n a sustancia—, la p riv a ció n es u n n o - s e r en sí
—lo q u e n o es n u n c a es u n a su sta n cia —. E n la in t e r p r e ta c ió n
a risto télica la m ateria c o rre s p o n d e a la D ia d a in d e fin id a d e lo
G r a n d e y lo P eq u eñ o (Phys. I V 2, 2 0 g a 3 3 )> 1° q u e n o da cu en ta
de 1W p r iv a c ió n , sin o q u e s u p o n e u n a ú n ic a n a tu ra le za c o m o
sustrato, id e n tifica d o c o n la p riv a ció n .
E n el tratad o Acerca de lageneraciónj la corrupción, A ristó te les c r i-
tica la id e n t ific a c ió n d e la χώρα c o n el su stra to (υποκείμενον) :
« P o r o tra p a rte , lo q u e está e scrito e n el Timeo ca rece d e to d a
p r e c is ió n , visto q u e P la tó n n o d ijo c o n cla rid a d si el 're c e p tá -
cu lo u n ive rsa l’ está separado d e lo s elem en to s, n i h ace n in g ú n
u so d e é l, lim it á n d o s e a d e c ir q u e es u n su stra to a n t e r io r a
lo s llam ad os elem en to s, tal co m o lo es el o ro c o n respecto a los
o b je to s d e o r o » (G C . II I, 3 2 9 al 3 _I 7 ) 43· A r is tó te le s c r itic a la

43 T ra d , d e E . L a C r o c e : Aristóteles. Acerca de lageneraciónj la corrupción. Tratados breves de his­


toria natural, in t r o d ., trad , y n o tas p o r E . L a C r o c e & A . B e r n a b é , M a d rid , G re d o s ,
1987, p . 83.
INTRODUCCIÓN 49

c o m p a r a c ió n d e l υποκείμενον c o n la « n o d r i z a » y la m a te r ia
p r im e r a (c f. GG. II I, 3 2 9 a2 3 )· N o o b sta n te , e n e l Timeo P la -
tó n d is tin g u e c o n c la r id a d la χώρα d e las cosas se n sib le s q u e
« e n t r a n » e n e lla . P la t ó n n o e m p le a n u n c a lo s t é r m in o s
« m a t e r ia » o « s u s t r a t o » p a ra r e fe r ir s e a la χώρα (Tim. S i ) 44·
Ύλη e υποκείμενον s o n t é r m in o s té c n ic o s c o n s tr u id o s p o r e l
p r o p io A r is tó te le s .

b) L a id e n tific a c ió n co n « lo p a r tic ip a b le » (τό μεταληπτικόν)

E n la Física A r is tó te le s se ñ a la q u e P la tó n id e n tific a la m a te ria


c o n la χώρα, ya qu e « lo p a rticip a b le (μεταληπτικόν) y el esp acio
so n u n a y m ism a co sa » (Phys. I V 2, 2 0 g b l 2 - I 3 )· L a d is to rsió n
aristo télica p u e d e d eb erse a qu e e n el Timeo P la tó n se re fie re al
« e s p a c io » (χώρα) co m o « r e c e p tá c u lo » (υποδοχή): « E n ca m -
b io , si d e cim o s qu e se trata d e u n a esp ecie in v isib le y a m o rfa ,
que recib e to d o , qu e p a rticip a de lo in te lig ib le de u n a m an era
p a r tic u la r m e n te p a r a d ó jic a (μεταλαμβάνον δέ άπορώτατά πη τοΰ
νοητού) y d ifíc il de c o m p re n d e r, n o n o s e q u iv o ca re m o s» (5 1a-
b )45. A ristó te le s u tiliza el té r m in o μεταληπτικόν p ara r e fe rirs e a
la χώρα p la tó n ic a . S in e m b a rg o , e n la o b ra d e P la tó n n o a p a -
rece el té r m in o μεταληπτικόν, q u e co n stitu y e u n hápax a ris to té -
lic o (c f. S im p lic io : InArist. Physicorum ¡ibr. Comm. 5 4 2 » I I ) . N o
o b sta n te , c o n v ie n e d ife r e n c ia r d o s s e n tid o s d e μεταληπτικόν:
co m o causa, lo q u e p e r m ite la p a rtic ip a c ió n , y co m o estado, lo
q u e se h a lla e n u n e sta d o d e p a r t ic ip a c ió n c o n r e la c ió n a las
form as in telig ib les.
L a χώρα p a rticip a e n c ie rto m o d o d e lo in te lig ib le , p e r o de
u n m o d o « p a r t ic u la r m e n t e d e s c o n c e r ta n t e » 46, ya q u e n o es

4.4 Véase J . A . Black: The fou r elements in Plato’s Timaeus, Lewiston [N Y ], Edwin M ellen
Press, 2 0 0 0 .
45 S o b re lo s p ro b le m a s in te rp re ta tiv o s d e esta fra se, véase n . 3 6 3 .
46 C f . L . B risso n : art. cit., p . 8 7 .
50 JOSÉ M*. ZAMORA CALVO

p e r c e p tib le p o r lo se n tid o s, y, a l ser in m u ta b le , p rese n ta u n a


se rie d e rasgo s ca ra c te rístic o s d e lo in d e t e r m in a d o . S in e m -
b a rg o , ta m p o c o p u e d e ser se n sib le, sin o c o n d ic ió n de p o s ib i-
lid a d d e lo se n sib le, lo q u e h ace q u e la χώρα n o se h alle so m e -
tid a al d e v e n ir , s in o q u e co n s titu y a el s o p o r te o r e c e p tá c u lo
d e l d e v e n ir . E n este s e n t id o , p o d e m o s d e c ir q u e la χώρα n o
p a rtic ip a d e lo in te lig ib le e n el se n tid o d e esta d o , es d e c ir, lo
q u e se h a lla e n el estado d e p a rtic ip a c ió n , sin o e n el d e causa,
es d e c ir , lo q u e p e r m it e la p a r t ic ip a c ió n c o n r e s p e c to a las
fo rm a s in te lig ib le s.

c) La id e n tific a c ió n c o n e l « l u g a s » (τόπος}

P ara r e fe r ir s e al τόπος, lo m ism o q u e p a ra la χώρα, P la tó n n o


em p le a u n a te r m in o lo g ía filo s ó fic a p recisa , sin o q u e h a ce u so
d e la p o lis e m ia característica d e l le n g u a je o r d in a r io . E n ca m -
b io , su d iscíp u lo A ristó te le s asigna al « lu g a r » (τόπος) u n a sig-
n ific a c ió n q u e d elim ita c o n p re cisió n : « P o r esta ra zó n el lu g a r
parece ser u n a su p erficie, co m o si fu era u n recip ien te, algo qu e
c o n tie n e . A d em ás, el lu g a r está ju n t o c o n la cosa, pues los lím i-
tes éátán ju n t o c o n lo lim ita d o » (Phys. I V 4 , 2 l2 a 2 8 ~ 3 o ) 47. Y ,
u nas lín eas m ás arrib a , A ristó te le s d e fin e el « lu g a r » (τόπος) de
u n a cosa c o m o « e l p r im e r lím ite in m ó v il d e lo q u e la c o n -
t ie n e » (Phys. I V 4 , 2 I 2 a i g - 2 0 ) . E l e sta g irita c r itic a a P la tó n
p o rq u e id e n tific a el lu g a r c o n la m ateria p rim e ra ; a h ora b ie n ,
esta id e n t ific a c ió n re p re se n ta u n a « r e c o n s t r u c c ió n a r is to té -
lic a » 4,8 q u e tran sm u ta el sen tid o originell p la tó n ic o . A ristó teles
extrae el té r m in o τόπος d e l c o n te x to e n q u e ap are ce u tiliz a d o

47 T ra d , d e G .R . d e E ch an d ía: op. cit., p . 2 4 1 . A ristó te le s señala qu e e l « lu g a r n o es el


cie lo , sin o la p a rte extrem a d e l cielo q u e está en co n tacto c o n e l cu e rp o m o v ib le »
(Phys. I V 5 , 2 l2 b l8 - l 9 ) . P o r lo q u e la tierra está e n el agua, el agua está e n el aire, el
aire en el éter, el é te r e n el cie lo y el cielo n o está en n in g u n a o tra cosa. L a tie rra y
e l cie lo p u e d e n co n sid erase co m o lugares, p o rq u e so n en v o lto rio s in m ó v ile s.
48 C f . L . B r is so n : Le Même et ¡’A utre , p . 2 6 1 .
INTRODUCCIÓN 51

en el Timeo p la tó n ic o y le o to rg a u n a n u eva sig n ifica ció n técn ica


en el in te r io r d e su p r o p io sistem a. E n este d iá lo g o τόπος sig n i-
fica el lu g a r e n q u e se sitúa u n c u e rp o , el lu g a r e n q u e se halla.
E l lu g a r es in sep a ra b le d e la c o n s titu c ió n d e l c u e rp o , es d e cir,
de su m o v im ie n to . P o r e l c o n tra rio , la χώρα d esign a el sitio que
p o see cada cosa sen sib le p a ra d e fin ir la , cu a n d o eje rce e n él su
fu n c ió n , y con serva e n él su natu raleza. S e trata, p o r ta n to , d el
sitio q u e la d e fin e . D e l m ism o m o d o q u e u n a ciu d a d p o see u n
t e r r it o r io , u n esp a cio g e o p o lític o q u e la d e fin e , cada c u e r p o
p o see ta m b ié n u n sitio p r o p io q u e lo d e fin e cu a n d o ejerce e n
él la f u n c ió n asign ada se g ú n su n a tu ra leza . C a d a cosa sen sib le
o cu p a p o r d e fin ic ió n u n sitio (χώρα), u n a « s itu a c ió n » d e to d o
lo qu e es ( Tim. 5 2 b , d ). P o r tan to , se trata d e l « t e r r it o r io » q u e
las cosas sen sib les p o s e e n , a q u e llo p r e cisa m e n te q u e m arca su
d ife re n c ia resp ecto a las fo rm a s in te lig ib le s. A u n q u e , e n a lg u -
n o s pasajes d e l Timeo (5 2 b et 5 7 e) >las s ig n ific a c io n e s d e τόπος
y χώρα r e s u lta n b a sta n te p r ó x im a s , la d is t in c ió n a p a re ce c o n
cierta n itid e z 49.

L a n e ce sid a d te ó ric a d e la χώρα se d e sp re n d e d e l sig u ie n te


ra zo n a m ien to : to d a cosa sen sib le es u n a im ag en , y esta im ag en
d ebe h a lla rse e n algo ; p o r ta n to , es p re c iso a d m itir q u e existe
u n a te rcera esp ecie, la d e l g é n e r o ( 5 2 a - b ) . P o r u n a p a rte , el
m aterial espacial se d iferen cia de las form as inteligibles, qu e p e r -
m an ecen siem p re las m ism as, in en g e n d ra d a s e in d estru ctib les,
sin q u e r e cib a n nad a d el e x te rio r, n i ta m p o co e n tr e n e n nad a
ex tern o ; al ser in v isib les, p e r m a n e c e n fu e r a d e l a lcan ce de la
p e rcep ció n sensible, pues solo p u e d e n ser o b jeto de in tele cció n .

49 B r is so n señala q u e , p a ra P la tó n , «χώρα p a rec e ser la e x te n s ió n e n g e n e ra l, m ie n -


tas q u e τόπος p arece d e s ig n a r e sp ec ia lm e n te to d a s e cc ió n d im e n s io n a l de esta
e x te n s ió n , s e cc ió n d im e n s io n a l d e fin id a p o r el fe n ó m e n o p a rtic u la r q u e tie n e
lu g a r e n e lla » (L . B ris so n : art. cit., p . 91)«
52 JO SÉ M*. ZAMORA CALVO

P o r o tr a p a r te , se d ife r e n c ia ta m b ié n d e las cosas se n sib le s,


en gen d rad as y sujetas a u n m o v im ien to c o n tin u o q u e, al e n tra r
e n u n lu g a r, n a c e n y salen d e él al m o r ir , sien d o so lo captables
p o r la sen sació n .
E l m a te ria l esp acia l c o n stitu y e u n te r c e r g é n e r o d if íc il de
d e fin ir , ya q u e v a cila e n tr e e l γένος, e n ta n to είδος, « d i f í c i l y
o s c u r o » ( 4 9 a) > y el είδος, e n ta n to r e c e p tá c u lo d e to d o s lo s
tip o s d e g é n e r o (γένος). P ara r e fe rirs e a la χώρα P la tó n em p lea
u n d o b le ju e g o d e m e tá fo ra s, d o n d e c o n flu y e n ta n to lo q u e
B riss o n d e n o m in a el aspecto « e sp a c ia l» , es d e cir, « a q u e llo e n
lo q u e » la cosa sen sib le se en cu en tra (έν, 5 ° d ) , co m o su aspec-
to « c o n s titu tiv o » , « a q u e llo d e lo q u e » está h e ch a (έκ)5°. P la -
t ó n a lu d e a esta m ism a realid ad co m p a rá n d o la c o n u n « r e c e p -
tá c u lo » (υποδοχή, 4 9 a » 5 I a ¡ δεχόμενον, 5 0 d , e; δεξαμενής, 5 3 a :
δέχεται, 5 ° h ; τής δεχομένης φύσεως, 5 0 b ; έκδεξόμενον, 5 0 e ;
δέχεσθαί, 5 Ia )> u n a « n o d r iz a » (τιθήνη, 4 9 a > 5 2 d , 8 8 d ) o u n a
« m a d r e » (μήτηρ, 5 °d » 5 Ia)> u n ^ s itio » (χώρα, 5 2 b , d , 5 3 a)>
u n « lu g a r » (τόπος, 5 2 a -b ) o u n a « s e d e » (εδρα, 5 2 b ).
E n u n s e g u n d o m o m e n to , su stitu ye las im á g e n e s m a t e r -
n ales p o r el esq u em a artesan al, y el p a d r e -a r te sa n o reem p laza
a la m a d r e -r e c e p tá c u lo . D e este m o d o , c o m p a r a la χώρα c o n
la « m a t r iz d e im p r o n t a s » (έκμαγειον, 5 0 c ) , la « i m p r o n t a »
(έκτύπωμα, 5 ° d ) , o lo s « e x c ip ie n te s » (δεξόμενα, 5 0 c ) r e la c io -
n a d o s c o n la té c n ic a d e lo s p e r fu m is ta s , d e lo s o r fe b r e s o de
lo s a lfa re ro s.
A s í, si el p r i m e r g r u p o d e c o m p a r a c io n e s , q u e g ir a e n
t o r n o al a sp e c to esp a c ia l ( « a q u e llo e n lo q u e » las im á g e n e s
a p a r e c e n ) , d estaca la « r e c e p t iv id a d » d e la χώρα, e l s e g u n d o
g r u p o , c o n s a g r a d o al a sp e c to c o n s tit u tiv o ( « a q u e llo d e lo
q u e » están h ech as las im á g e n e s), su braya la e s p o n ta n e id a d de

50 C f . L . B ris so n : Le Même et IfA utre , p . 1 7 8 - 2 6 6 .


INTRODUCCIÓN 53

las fo rm a s in te lig ib le s q u e im p r im e n sus h u ella s e n u n m a te -


rial e sp a cia l51.
M a tté i c o m p a r a la χώρα c o n u n a p e líc u la fo to g r á fic a , q u e
posee la « /o to -sen sib ilid a d » 52 capaz de verse afectada p o r la luz
de los a rq u etip o s exterio res. D e este m o d o , p o d e m o s im ag in a r
el m aterial espacial d e l d e m iu r g o co m o el n ega tivo d e las f o r -
mas in telig ib les. P o r u n a p arte, la χώρα es « a q u e llo e n lo q u e »
a m o rfo se c o n fig u ra n las im ágen es y, p o r o tra , « a q u e llo d e lo
q u e » se c o n fo r m a n , es d e c ir , el m a te r ia l q u e c o n s titu y e y
m od ela las im ág en es53.
S i b ie n A ristó te le s e n Física I V 2 critica el Timeo, c o n el o b je -
tivo d e r e fu ta r la te o r ía p la tó n ic a d e l lu g a r, lo s té r m in o s q u e
e m p lea so n d ife r e n te s a lo s u tiliz a d o s p o r su m a e stro . A s i -
m ism o , lo s v o c a b lo s q u e ta m b ié n a p a r e c e n e n lo s d iá lo g o s
están adaptados al sen tid o preciso d el sistem a físico aristo télico .
51 regresam os a lo s té rm in o s em p lea d o s p o r el p r o p io P la tó n ,
p o d e m o s p r e g u n ta r n o s p o r el s e n tid o q u e v e rd a d e r a m e n te
q u ería asignarles cu a n d o se p rese n tan e n u n co n tex to d e te rm i-
n ad o. D e este m o d o , d e scu b rim o s q u e e l té r m in o χώρα p o see
una im p o rta n cia m ayo r qu e las otras co m p a ra cio n e s y m e tá fo -
ras a la h o ra de d ar cu en ta d el te rce r g é n e ro . E n el in te r io r de
la χώρα c o n flu y e n lo s d ife r e n te s asp ecto s q u e c a lific a n esta
« esp ecie d ifíc il y o scu ra » (4 9 a ): recep tá cu lo , n o d riz a , m ad re,
« a q u e llo e n lo q u e » o m atriz de im p ro n ta s. P o d em o s ju s t if i -
car, p o r ta n to , el p u e s to p r iv ile g ia d o a sig n a d o a la χώρα e n
rela ció n c o n lo s o tro s té rm in o s . P recisa m e n te, e n el re su m en
de su e x p o s ic ió n , P la tó n n o s in d ic a su a sp ecto p r e e m in e n te :
« P o r ta n to , esta es la ex p lica c ió n que se in fie re d el vo to q u e he

[)[ V é a s e J . - F . M a tté i: « L e rê v e de la chôra d an s le Timée d e P l a t o n » , e n L . J e r -


p h a g n o n (e d .): In honorem Jean-Paul Dumont. Ainsi parlaient les Anciens, L ille , Presses
U n ive rsitaire s d e L ille , I 9 9 4 >p · 8 6 - 8 7 ·
52 C f . J .- F . M a ttéi: art. c{t., p . 9 4 .
53 características físicas d e l m o d e lo se c o n fig u r a n e n el s o p o rte v irg e n d e la χώρα.
54 JO SÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

c o n c e d id o , d e la q u e o fre c e m o s u n re su m e n : el ser, el m e d io
esp acial y e l d e v e n ir, tres cosas d ife re n cia d a s, y d esd e an tes d e
q u e n a ciera el c ie lo » ( 5 2 d; cf. 5 Td ).
P ara d esig n a r la χώρα P la tó n em p lea las m ism as ex p resio n es
q u e para las fo rm as in teligib les, « e s to » y « a q u e llo » (5 0 a ). D e
h e c h o , la χώρα « p a rtic ip a de lo in te lig ib le de u n a m an e ra qu e
p r o d u c e la m ay o r p e r p le jid a d » ( 5 la - b ) . C o m o la fo rm a in t e -
lig ib le , p recisa m en te la en tid a d q u e está m ás alejada de ella, la
χώρα, escapa a to d o tip o de p e r c e p c ió n sen sib le, ya qu e se halla
d esp ro v ista d e cu a lid a d e s se n sib le s. U n a im a g e n se p a re ce
n ecesariam en te a su m o d e lo , p e r o co m o solo es u n a im agen , es
p reciso q u e adem ás se d ife re n cie de su m o d e lo . P o r ello P la tó n
p r o p o n e la h ip ó tesis de u n tercer tip o de en tid ad , la χώρα, para
d ar cu en ta de la d ife r e n c ia existen te e n tre las fo rm a s in t e lig i-
bles y las cosas sensibles. P aralelam en te, la χώρα tam p o co p u ed e
captarse p o r la in te lig e n cia , ya q u e n o es u n a fo rm a in te lig ib le .
P o r ta n to , n o s h a lla m o s a n te u n a e n tid a d o scu ra y d e d if íc il
a p re h en sió n . S in em b a rg o , su existencia se n o s im p o n e . D e ahí
q u e P la tó n r e c u rr a a u tiliz a r c o m p a r a c io n e s y m e tá fo ra s p a ra
p o d e r, d e scrib irla : el e x cip ie n te d e u n p e r fu m e , u n p ed a zo de
cera o u n a m asa d e o r o .
E n e fe c to , la a u s e n c ia e n e l Timeo d e u n n o m b r e p r o p io ,
p a ra r e fe r ir s e a esta « te r c e r a e s p e cie d if íc il y c o n f u s a » , se
p re sta a la t r a d u c c ió n d e fin id a y p re c isa d e u n a n o c ió n tan
flu id a co m o la χώρα, lo q u e n o s e n fre n ta a u n a tra n sm u ta ció n
te rm in o ló g ica .
L a id e n t ific a c ió n de la χώρα c o n la « m a t e r ia » (ΰλη) y el
« lu g a r » (τόπος) llev a a A r is tó te le s a a sim ila r ig u a lm e n te el
« lu g a r » c o n e l « v a c ío » (κενόν). « E n o tr o se n tid o se lla m a
v a cío ’ a q u ello e n lo cual n o hay u n 'e sto ’ n i u n a sustancia c o r -
p ó re a . P o r esto, a lg u n o s a firm a n qu e el vacío es la m ateria d el
c u e r p o (τό κενόν τήν τοΰ σώματος ϋλην), lo q u e ta m b ié n h a b ía n
d ic h o d e l lu g a r , id e n t ific a n d o am b as co sa s. P e ro al d e c ir eso
INTRODUCCIÓN 55

h a b la n d e m a n e r a p o c o a fo r tu n a d a , p o r q u e la m a te r ia n o es
se p a ra b le d e las cosas, m ie n tra s q u e e llo s in v e stig a n e l vacío
c o m o a lg o s e p a r a b le » ( Phys. I V 7 , 2 l 4 a II_ I 5 ) 54· C o n « a lg u -
n o s » (τινες) A ristó te le s se re fie re a lo s filó s o fo s d e la A c a d e m ia
y al p r o p io P la tó n . L a m a te ria p r im e r a es in d e te r m in a d a , n o
es n i u n a cosa p a rtic u la r n i u n a e n tid a d c o rp ó r e a . A r istó te le s
señala q u e se trata de la m ateria e n el se n tid o d e lo in d e te r m i-
n a d o ( I V 2 , S O g b g ), ya qu e cu a n d o se h a s u p rim id o el lím ite y
to d a s las p r o p ie d a d e s , c o m o el v a cío es el lu g a r p r iv a d o d e
m ate ria ( I V 4 , 2 I I a I I - l 4 ), se sigu e q u e la m a teria y el va cío se
id e n t ific a n . P e ro P la tó n e n e l Timeo n ie g a e x p líc ita m e n te la
existen cia d e l va cío (Ti'm. 6 0 c , 7 9 ^, 8 o c ) .
A l a p rim e ra tra n sm u ta ció n te rm in o ló g ica d e la χώρα p la tó -
n ica e n A r is tó te le s : la d e χώρα c o m o m a te r ia (ί3λη, Phys. I V 2,
2 0 9 b l I - I 2 ) , es p r e c is o a ñ a d ir la d e χώρα c o m o p a r tic ip a b le
(μεταληππκόν, I V 2 , 2 0 9 b ll - I 3 ) y la de χώρα co m o lu g a r (τόυιος,
I V 2 , 2 0 g b l 5 - l 6 ) . P o r ta n to , esta b lece la c o r r e s p o n d e n c ia :
χώρα- m a t e r ia - p a r t ic ip a b le - lu g a r . D e este m o d o , el estagirita
u tiliza el té rm in o ϋλη, p e ro n o co n el sen tid o fig u ra d o de m ate-
rial, co m o e n el Timeo de P la tó n (6 9 a ), sin o c o n la sig n ifica ció n
p recisa d e m ateria; o b ie n , in tr o d u c e el té r m in o μεταληταικόν,
ausen te e n lo s d iálog o s de su m aestro .
L a t r ip le d is t in c ió n a ris to té lic a r e d u c e la χώρα b ie n a su
aspecto co n stitu tivo, realizan d o la id e n tific a c ió n χώρα-ΰλη, b ie n
a su a sp e c to esp acia l, e n la c o r r e s p o n d e n c ia χώρα-τόπος. S in
e m b a rg o , c o m o h e m o s señ a la d o , la χώρα n o d e te rm in a lo qu e
se h a lla e n el esta d o d e p a r t ic ip a c ió n , s in o lo q u e p e r m ite la
p a rtic ip a c ió n . N o es el estado, sin o la causa p o r la q u e las f o r -
m as in telig ib les d ifie re n d e las cosas sensib les. P o r el in te r m e -
d ia rio de la χώρα P la tó n establece la d is o c ia c ió n de las fo rm a s

54 T rad, ligeram ente m odificada de G .R . d eC chan d ía: op. c i t , p. 2 4 9 - 2 5 ° ·


56 JOSÉ M*. ZAMORA CALVO

in te lig ib les y las cosas sensibles, so m e tie n d o a estas ú ltim as a la


lo ca liza ció n y al d even ir. A d ife re n cia de la p rim e ra esp ecie, la
fo rm a in te lig ib le , qu e n o o cu p a u n sitio y es in m u ta b le, la cosa
sensible o cu p a u n sitio y está e n m o v im ien to . P o r tan to , la te r -
cera especie, la χώρα, m arca la d iso cia ció n in teligib le/sen sib le55.
L a tercera e n tid a d n o reco g e so la m en te el se n tid o lo ca l, el
« s it io » qu e o cu p a u n a cosa, sin o ta m b ié n el se n tid o g e o p o lí-
tic o , el « te r r ito r io » d el q u e la polis g riega o b tie n e sus recu rsos.
Este d o b le aspecto alude tan to al espacio co m o a la consistencia.
L a χώρα se re la cio n a c o n el « e s p a c io » , el « s it io » , el « lu g a r »
qu e o cu p a u n a cosa, p e r o ta m b ié n c o n la « r e g ió n » o « t e r r i -
t o r io » q u e c ir c u n s c rib e a u n a polis. E n este ú ltim o se n tid o , la
χώρα, c o m o e l t e r r it o r io de u n a c iu d a d , m arca ta n to la p o s i-
c ió n c o m o la s e p a r a c ió n e sp a cia l. A s í, c o n e l f i n d e in te n ta r
c o m p r e n d e r la χώρα e n el Timeo d e P la tó n , es p r e c is o a p r o x i-
m arla al χωρισμός d el Fedón (6 7 d , 6 7 d , 6 4 c) o d el Gorgias (5 2 4 b ),
n o c ió n qu e in d ic a la se p a ra ció n en tre las fo rm a s in te lig ib le s y
las cosas sen sib les56. Las fo rm a s in te lig ib le s p e r m a n e c e n fu e ra
d el espacio y d el tie m p o , a d ife re n c ia d e sus im ágen es, las cosas
sensibles, qu e están som etidas a ellos.
L a « te r c e r a e s p e c ie » (τρίτον είδος), q u e P la to n d e n o m in a
χώρα, se d ife re n cia al m ism o tie m p o d e las fo rm a s in te lig ib les y

55 L a s fo rm a s in te lig ib le s so n e n sí, in m u ta b le s y u n iv e rsa le s, m ie n tra s q u e las cosas


sen sib les, im ág en es de aq u e lla s, se re fle ja n e n la χώρα.
56 H e id e g g e r esta b lece u n a d u p lic id a d e n tre e l « s e r » , e n ta n to « s e r d e l e n t e » , y el
« e n t e » , e n ta n to « e n te re sp ecto d e l s e r » . E n P la tó n esta d u p lic id a d está sie m p re
p resu p u esta , y d esp lieg a p re cisa m e n te la re la c ió n d e l « e n t e » c o n el « s e r » . « U n a
in te r p r e ta c ió n q u e sirve d e n o r m a al p e n s a r o c c id e n ta l n o s la d a P la tó n . D ic e q u e
e n tre el e n te y el ser subsiste e l khorismós; he khóra sig n ific a : e l lu g a r. P la tó n q u ie re
d e c ir : el e n te y e l ser está n e n lu g a re s d is tin to s . E n te y s e r están u b ic a d o s d iv e r -
sa m e n te . S i, p u e s . P la tó n m e d ita s o b re la d iversa u b ic a c ió n d e l e n te y d e l se r,
p re g u n ta p o r e l lu g a r e n te r a m e n te d is tin to d e l s e r c o m p a r a d o c o n e l d e l e n t e »
( M . H e id e g g e r: ¿£¿ué signißca pensar? [ i 9 5 I~ 5 2 L tr a d , d e H . K a K n e m a n n , B u e n o s
A ir e s , N o va , 1 9 6 4 , p . 2 l8 ) . E n la in te r p r e ta c ió n h e id e g g e ria n a el χωρισμός fo r m u -
la la « d is tin c ió n d e la u b ic a c ió n » d e l e n te y ser, lo q u e ya s u p o n e la « d ife r e n c ia »
o « d u p lic id a d » e n tre am b o s.
INTRODUCCIÓN 57

de las cosas sensibles. Se trata de u n a en tid ad co m p leja que solo


p u e d e cap tarse « p o r m e d io d e u n r a z o n a m ie n to b a s ta r d o »
(5 2 b ), p e r o q u e le p e r m ite re so lv e r d os p r o b le m a s d eriv ad o s
de la te o ría de las fo rm a s in te lig ib le s e n r e la c ió n c o n las cosas
sensibles: la se p a ra ció n y la p a rticip a ció n .
E ggers L a n c a lific a la c o n c e p c ió n p la tó n ic a d e l esp acio de
« q u a si-e id é tic a » y de « q u asi-m a tem á tica» 57. H abla de « q u a si»
p o r d os razo n es conexas e n tre sí: es d ifíc il c o n c e b ir « a q u e llo
en lo q u e » las cosas sensibles tie n e n u n a existen cia física co m o
u n a e stru ctu ra e id é tica y/o m atem á tica ; y P la tó n n o s a d vierte
q u e se trata d e a lg o d if íc il d e c o n c e b ir in te le c tu a lm e n te . E n
este p u n to rad ica la m ayo r d iferen cia en tre esta extraña en tid ad
de la χώρα y las en tid ad es eid éticas o m atem áticas. C o n la χώρα
P latón in ten ta abstraer el espacio d el m u n d o físico qu e lleva en
su in te r io r . L a im ag en d el « ra z o n a m ie n to b a sta rd o » , qu e n os
hace creer c o n d ificu lta d en la χώρα, ilu stra este esfu erzo n u n ca
sa tisfe ch o d e u n a e n tid a d q u e n o es in t e r m e d ia r ia e n tr e lo s
se n tid o s y la in te lig e n c ia , ya q u e escap a ta n to a la se n s a c ió n
co m o a la in te le c c ió n .
A l fin a l d el relato so b re la χώρα P la tó n n o s h a b la d e u n caos
in icia l, d e u n m o v im ie n to in d e te r m in a d o q u e separa y re ú n e
las cosas, p e r o d e u n m o d o c a ó tic o . L a n o d r iz a d e l d e v e n ir ,
« c o m o está lle n a d e fu erzas q u e n o se asem ejan n i m a n tie n e n
u n e q u ilib rio , se halla to d a ella e n d e se q u ilib rio , se balan cea de
m an era irre g u la r p o r todas partes, es sacu d ida p o r esas fuerzas
y, a su vez, en su m o v im ie n to , es sacu d ida ta m b ié n » (5 2 e )58. E l
d e m iu r g o c o n fig u r a este u n iv e rs o c o n la ayu d a d e las fo r m a s
in teligib les y d e lo s n ú m e r o s (5 3 b )· L o s p la tó n ic o s p o sterio res
co n sid e ra n el m o v im ie n to p revio a la actividad o rd e n a d o ra d el

57 V é a se C . E g gers L a n : Platón. Timeo, tr a d u c c ió n , in tr o d u c c ió n y n o ta s, B u e n o s A ire s ,


C o lih u e , 1 9 9 9 , p . 6 3 - 6 5 .
58 S o b re la in te r p r e ta c ió n d e este b a la n c e o ir re g u la r p o r to d as p artes, véase n . 3 ^4 ·
58 JO SÉ M‘ . ZAMORA CALVO

d e m iu rg o co m o u n alm a m ala qu e m u eve de u n m o d o ca ó tico ,


sin o rd e n n i c o n c ie r to .
S in e m b a r g o , e n la e x p o s ic ió n s o b r e e l e s p a c io P la tó n
señala q u e « e l ser, el m e d io espacial y el d e v e n ir» co n stitu ye n
« tr e s co sas d ife r e n c ia d a s , y d esd e a n tes d e q u e n a c ie r a el
c ie lo » ( 5 2 d ) 59, es d e c ir , in c lu s o a n tes d e la g én esis d e l alm a.
P e ro ta m b ié n e n la d is tin c ió n en tre « lo q u e es siem p re y n o se
g e n e r a » y « lo q u e se g en era siem p re y n u n c a e s » (2 7d ~ 2 8 a ),
P la tó n d ice que esto ú ltim o « n o estaba e n rep o so , sin o q u e se
m ovía sin o r d e n n i c o n c ie r to » (30 a; cf. 5 2 d ~ 5 3 b ). L o q u e n o s
m u estra la d is to rsió n qu e se d eriva d e p o n e r e n c o rr e s p o n d e n -
cia la χώρα c o n u n alm a m ala. E l alm a n o aparece e n lo s d iá lo -
gos h asta q u e e l d e m iu r g o , e s tim a n d o q u e el o r d e n es m ás
valioso que el d eso rd en , p r o d u c e u n alm a dotada de u n a in te li-
gen cia, c o n el fin d e c o n d u c ir « to d o cu a n to era visib le [ ···] d el
d e so rd e n al o r d e n » (3 0 a ).

5 . L a N E C E S ID A D , « E S P E C IE DE C A U S A E R R A N T E »

P la tó n co n s id e r a la n e ce sid a d (άνάγκη)60 u n a causa, p e r o u n a


causa m uy p a rticu la r, calificad a d e « ca u sa e r ra n te » (πλανωμένη
αιτία, Tim. 4 8 a ), p o r q u e re p re se n ta ese e le m e n to n o - r a c io n a l
q u e resiste p e r p e tu a m e n te al o r d e n qu e e l d e m iu r g o trata de
im p o n e r al m aterial espacial (χώρα).
E n efe cto , la n e cesid a d es u n a p r o p ie d a d in h e r e n te al m a -
te r ia l esp acia l. L a n e c e sid a d h a ce q u e , e n la χώρα, an tes d e la

59 A c e rc a d e este pasaje, véase L . B ris so n : art. cit., p . Ι 4 - Ι 5 ·


6θ L a m ayo r p arte d e lo s usos d e ανάγκη y sus d eriv ad o s están re la c io n a d o s c o n la
n o c ió n de « c o a c c ió n » , a veces e n su sen tid o m a te ria l (cf. P. C h a n tra in e :
Dictionnaire étymologique de la langue grecque. Histoire des mots, P a rís , K lin c k s ie c k , 1 9 8 3 ,
p . 8 3 ). E n H o m e r o p re se n ta e l s ig n ific a d o d e « y u g o » , « c a d e n a » , « e s c la v itu d » ,
o ta m b ié n es u tiliza d a c o n e l s e n tid o d e « c o n d u c ir c o n v io le n c ia » , « d e r r o t a r » ,
« d o m in a r » (//. IX 4 2 9 Í; X V I 8 3 6 ; X V I I I 113 ; X I X 6 6 ; Od. X I V 2 7 2 ; X V I I 1 4 3 ) .
INTRODUCCIÓN 59

in te rv e n c ió n d el d em iu rg o , los cu atro elem en to s, co n sid erad o s


c o m o co n s titu y e n te s de to d o el m u n d o se n s ib le , c a r e c ie r a n
« d e p r o p o r c ió n y m e d id a » (άλόγως καί άμέτρως, 5 3 a)· P e ro la
necesid ad, e n tan to « cau sa e rra n te » , co n tin ú a m an ifestán d o se
e n el m u n d o se n sib le, in c lu so d esp u és d e la in te r v e n c ió n d e l
d e m iu r g o . Y , c o m o este m a g is tr a d o -a rte s a n o d iv in o n o es
o m n ip o te n te , so lo p u e d e o r d e n a r el m a te ria l esp acial « e n la
m e d id a d e lo p o s ib le » . P o r c o n s ig u ie n te , se g u irá sie n d o u n
fa c to r d e caos y de d e so rd e n e n el u n iv e rso . A h o r a b ie n , n ada
e n el Timeo p e rm ite saber hasta qué p u n to el d e m iu rg o h a c o n -
segu ido lo g ra r su e s fu e r z o .
L a in te lig e n cia (νοΐις) sola n o co n stitu ye el u n ive rso e n te ro ,
lo q u e le aparta de los am igos d e las F orm as, ya q u e la g e n e r a -
c ió n de este co sm o s es la c o m b in a c ió n (σύστασις) d e irite lig e n -
cia y n e cesid a d (άνάγκη) (4 8 a ), lo que le aleja de lo s am ig os de
la M ateria 61. T im e o q u iere co n ecta r am b os m o m en to s.
L a « cau sa e rra n te » (πλανωμενη αιτία, 4 8 a) se caracteriza p o r
la ir r e g u la r id a d y la p r o d u c c ió n d e lo fo r t u it o : m u e v e p o r
n e c e sid a d (έξ άνάγκης, 4 6 a) a o tr o s , ca re ce d e r a z ó n e i n t e l i -
g en cia , y o r ig in a , de m a n era irr e g u la r , so lo lo fo r tu ito y aza-
ro s o . E n ca m b io , la o tra causa, ayudada p o r la in te lig e n c ia , es
p r o d u c to r a de cosas bellas y b u en as (4 6 e ).
D e la a ctivid ad d el d e m iu rg o p a rte el m o v im ie n to d e c o n -
j u n c ió n y a rm o n iza ció n d e estos dos g én ero s d iferen tes de ca u -
sas, p e r m a n e c ie n d o cada u n a e n su p e c u lia r id a d . E n ta n to la
m e jo r, T im e o ex p o n e e n p r im e r lu g a r, situ án d o la e n el o rd e n
d e su d is c u rso e n u n p u e s to d esta ca d o , la causa in t e lig e n te .

61 E n e l Sofista se a firm a q u e el filó s o fo n o d e b e d arle su c o n s e n tim ie n to n i al m a te -


rialista —q u e re d u c e el co sm o s a lo v isib le y c o r p ó r e o — n i al id ealista —q u e q u ie re
r e d u c irlo a las Id eas—, sin o q u e d eb e q u e re r co m o u n n iñ o am b o s m o m e n to s:
« d e l e n te y d e l to d o d eb e d e c ir am bas cosas: q u e es m ó v il y q u e es in m ó v il» (Soph.
2 4 9 ^ )· C f . J . E sco b ar: « N e c e s id a d y e sp a cio , im a g en e id ea en e l Timeo d e P la tó n » ,
Praxisfilosófica 8 -9 * * 9 9 9 » P· I 9 0 _I 9 1 ·
6ο JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

P e r o c o m o la in t e lig e n c ia p o r sí m ism a , so la y a is la d a , n o
p u e d e g e n e r a r u n c o s m o s , c o la b o r a c o n la n e c e s id a d : « la
g e n e r a c ió n d e este u n iv e r s o se p r o d u jo d e u n a m e zc la q u e
c o m b in ó n e c e s id a d e in t e lig e n c ia (έξ ανάγκης τε κα'ι νοΰ συστά-
σεως έγεννήθη). N o o b sta n te , c o m o la in te lig e n c ia g o b ie r n a la
n e c e s id a d , ya q u e la p e r s u a d e (τφ πείθειν) d e lle v a r h a c ia lo
m e jo r (έπι τό βέλτιστον) la m a y o ría d e las cosas q u e se g e n e r a n
(τών γιγνομένων τά πλείστα), d e esta m a n e r a y s e g ú n e s to , este
u n iv e rs o se c o n stitu y ó al p r in c ip io p o r m e d io d e u n a n e c e s i-
d ad so m etid a a u n a p e rsu a sió n sensata (ύπό πειθους εμφρονος) »
(4 8 a ). A s í p u e s, c o n tin ú a T im e o , p a ra e x p lic a r c ó m o se g e -
n e r ó el u n iv e rso , es p re ciso te n e r en cu en ta ta m b ié n la in t e r -
v e n c ió n d e « la esp ecie d e la causa e r r a n te » (τότήςπλανωμένης
είδος αιτίας, 4 8 a ) .
L a n e cesid a d es u n a especie de causa q u e se caracteriza p r e -
cisam en te p o r q u e y erra , sin d ir e c c ió n n i o b je tiv o esta b lecid o .
T im e o p re c isa q u e la n e c e s id a d n o o p e r a c o m o u n a causa
m ecá n ica , sin o co m o causa e rra n te, co n ca u sa n te e n el d e v en ir
d e l co sm o s, ya qu e sin su in te rv e n c ió n el co sm o s n o se h u b iera
g e n e ra d o . P ero p ara q u e se co n stitu ya este u n iv e rso , la n e c e si-
d a d n o es a lg o q u e se t r a n s fo r m e d e u n m o d o e s p o n tá n e o ,
sin o q u e d eb e ser d o m in a d a p o r u n a p e rsu a sió n sensata (πειθώ
εμφρων). A h o r a b ie n , n o to d a s las cosas, sin o so lo la m a y o ría
(τά πλειστα) se d e jó p e r s u a d ir . E l lím ite q u e la n e c e sid a d
im p o n e a la r a z ó n v ie n e ex p re sa d o c o n esta r e s tr ic c ió n : la
m ayoría de las cosas. L a p o te n cia d e la in telig en cia, qu e trata de
d o m in a r co m p le ta m en te la totalid ad , q u ed a restrin gid a p o r los
lím ite s d e la n e cesid a d , esp ecie d e causa e rra n te. L a n ecesid a d
establece la resisten cia al p la n p ro p u e sto p o r la in te lig e n cia . E l
d e m iu rg o , p recisa m en te p o r la n ecesid ad , n o p u e d e r e p r o d u -
c ir c o m p le ta m e n te el m o d e lo e n el co sm o s, d e b id o a q u e la
n e ce sid a d n o se d eja d o m in a r to ta lm e n te p o r la in te lig e n c ia .
L a causa e r r a n te re p re se n ta u n fa c to r lim it a d o r ta n to e n la
INTRODUCCIÓN 6l

g e n e r a c ió n d e l m a c ro c o s m o s c o m o e n la g e n e r a c ió n d e l
m ic ro c o s m o s . P o r la p r e s e n c ia d e la n e c e s id a d , e l co rn o s n o
p u e d e lle g a r a ser u n a im a g e n (είκών) c o m p le ta y p e r fe c ta d el
p a ra d ig m a , y lo s h o m b r e s d e b e n v iv ir u n a v id a b reve y fin it a
( 7 5 a sq .).
P o r ta n to , la n e c e s id a d es c o n c a u sa e n la g e n e r a c ió n d e l
cosm os, ya qu e p r o p o r c io n a los m ateriales p a ra su co rp o re id a d
y visib ilid ad , y, asim ism o, es u n fa cto r de resisten cia y lim ita d o r
en la c o n s titu c ió n d el u n iv e rso , ya q u e n o se d eja p e rsu a d ir d el
to d o y p o n e b arreras in fra n q u ea b les a la actividad d e lim ita d o ra
y c o n fo r m a d o ra d e l d e m iu rg o .
G racias a la p ersu a sió n sensata se co m b in a n la in te lig e n cia y
la n ecesid ad e n el cornos. L a causa erra n te, qu e carece de razó n
p ráctica (φρόνησις), p u e d e d ejarse p e rsu a d ir para c o la b o ra r e n
la r e a liz a c ió n d e l p r o y e c to d e m iú r g ic o , y c o a c tu a r así c o n la
in te lig e n c ia . D e este m o d o , la n e c e sid a d fu e r e tir a d a d e su
errá tico m o v im ie n to y lle g ó a estar, e n la m ed id a d e lo p o sib le ,
go b ern ad a p o r la ra zó n . L a naturaleza d e la n ecesid ad se so m e -
tió d e b u e n g ra d o y, d e já n d o s e p e r s u a d ir p o r la in te lig e n c ia
( 5 6 c ) , se d ejó d ir ig ir p o r la razó n , en cam in á n d o se a la c o n f o r -
m a c ió n de u n u n ive rso o rd e n a d o .

6. E l V I V I E N T E , M U N D O S E N S IB L E

El m u n d o sen sib le, fa b rica d o p o r el d e m iu rg o , so lo p u e d e ser


u n v iv ie n te , q u e p o se e u n c u e r p o , c o n s tr u id o a p a r t ir d e lo s
cu a tro e le m e n to s tra d ic io n a le s , y d o ta d o d e u n alm a p ro v ista
de r a z ó n . E l d e m iu r g o fa b r ic a el c u e r p o y e l a lm a d e este
vivien te q u e abarca a to d o s lo s vivien tes, es d e c ir, el u n iv e rs o .
E n la m ed id a qu e el m u n d o tie n e c u e rp o , sigu e su jeto al d eve-
n ir . P e ro lo q u e ca ra cteriza e s e n c ia lm e n te al d e v e n ir n o es la
g en era ció n —qu e inclu ye tam b ién la d estrucción —, sin o la inesta-
b ilid ad y d eficien cia o n to ló gica s, es d ecir, su constan te ca m b io ,
62 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

q u e resiste al o rd e n a m ie n to te le o ló g ic o . P o r e llo , P la tó n trata


d e so m e te r lo m á x im o p o s ib le el d e v e n ir c o r p ó r e o al ser i n -
c o r p ó r e o . L o ir r a c io n a l q u e su b siste e n el d e v e n ir , q u e n o
p u e d e ser e x p lic a d o d e l to d o s a tis fa c to r ia m e n te , p u e d e ser
c o n d u c id o « h a c ia el o r d e n » (3 0 a ), « h a c ia lo m e jo r » (4 8 a ).
D e este m o d o , p o r u n la d o , el ca rá c te r in t e r m e d io d e l alm a
d e l m u n d o p o s ib ilita el c o n o c im ie n to d e las fo rm a s in t e lig i-
b le s y, al m is m o t ie m p o , la o r d e n a c ió n t e le o ló g ic a d e l u n i -
verso, y, p o r o tro , e l p ro ceso m atem ático , qu e va de las fo rm a s
in t e lig ib le s a las cosas se n s ib le s , da c u e n ta d e la e s tr u c tu r a
eid é tica de lo s cu e rp o s físico s.

a) La a u t a r q u ía del m u n d o

E n el Timeo P la tó n sostien e qu e el m u n d o es a u tá rq u ico (αΰταρ-


κες, 3 3 d ), es d e c ir, qu e se basta a sí m ism o , es a u to su fic ie n te .
S i h u b ie ra sid o fa b rica d o a sem ejanza d e a lg u n o s d e lo s v iv ie n -
tes q u e p o r n atu raleza c o r r e s p o n d e n a u n a esp ecie p a rtic u la r,
e l m u n d o n o se ría b e llo , p u e s se ría se m e ja n te a a lg o im p e r -
fe c to , in c o m p le to ( 3 0 c ) . A s í p u e s, el c r ite r io d e l m o d e lo d e
sem ejanza a p a rtir d e l cu al el d e m iu rg o h a fa b rica d o e l m u n d o
es la p e r fe c c ió n , e n el se n tid o d e lo q u e está a ca b a d o y c o m -
p le to . P u esto q u e el m u n d o es b e llo y c o m p le to , es a u tá rq u ico ,
a u to s u fic ie n te . E l m u n d o d e b e c o m p r e n d e r e n sí to d a s las
cria tu ra s visib le s, ya q u e es fa b r ic a d o a sem e ja n za d e l m o d e lo
in te lig ib le q u e c o n tie n e e n sí m ism o to d o s lo s vivien tes in t e li-
gib les ( 3 0 c - d ) . E l m u n d o , p o r ser « c o m p le t o » , es d e cir, p e r -
fe cto , d ebe im ita r y r e p r o d u c ir to d o s los elem en to s co n te n id o s
e n su m o d e lo in te lig ib le .
L a a u ta rq u ía d e l m u n d o es u n a c o n s e c u e n c ia d e su u n i c i -
d a d . S i h u b ie r a u n a p lu r a lid a d d e m u n d o s , este m u n d o n o
p o d r ía ser c o m p le to , ya q u e n o c o n te n d r ía to d o s lo s vivien tes
q u e p r o c e d e n d e l m o d e lo in t e lig ib le , y ta m p o c o p o d r ía ser
a u to su ficie n te . A h o r à b ie n , co m o el m u n d o sen sib le es lo m ás
INTRODUCCIÓN 63

se m e ja n te p o s ib le a su m o d e lo in t e lig ib le , q u e es ú n ic o , se
d ed u ce q u e es u n viviente ú n ic o (3 Ia -b , 33a): Si realm en te este
m u n d o b a d e ser fa b rica d o se gú n el m o d e lo in te lig ib le , h a de
ser ú n ic o , p o r q u e n o n ecesita n ad a, n o p u e d e g en era rse o tro
se m e ja n te . P re c is a m e n te , la fo r m a e s fé r ic a d e l m u n d o es la
im ag e n d e su a u to su ficie n cia , ya q u e la esfera es la fig u ra c o n -
ve n ie n te y a fín .
L a p e r fe c c ió n , e n el s e n tid o d e lo q u e es a ca b ad o y c o m -
p le to , co n stitu ye el c r ite rio d istin tiv o d e l m o d e lo a sem ejanza
d el cu al fa b ricó el m u n d o . S i lo h u b ie ra fa b ricad o a sem ejanza
de alg u n o « d e lo s qu e p o r n atu raleza co rre s p o n d e a u n a esp e-
cie p a r tic u la r » (3 0 c ), el m u n d o n o sería b e llo , ya qu e se ase-
m eja ría a u n ser im p e rfe c to (άτελεΐ, 3 0 c ). C o m o el m u n d o es
b e llo (2 9 a , 9 2 c ) y p e r fe c to (τέλεος, 3 2 d , 3 3 a, 3 4 b , 4 1 c , 6 8 e ,
9 2 c ), e n el se n tid o d e « c o m p le t o » 62, su m o d e lo d e b e p o se e r
las m ism as características. A h o r a b ie n , e l m o d e lo q u e p o see e n
m a y o r g ra d o este ca rá c te r d e p e r fe c c ió n y d e c o m p le tu d es el
m o d e lo in te lig ib le .
P ara se r « c o m p l e t o » , es d e c ir , p e r fe c to , el m u n d o d eb e
im ita r y r e p r o d u c ir to d o s lo s e le m e n to s c o n te n id o s e n su
m o d e lo in t e lig ib le ( 3 9 e > 4 l c )· E l m u n d o es a u tá r q u ic o , es
d e c ir, está fa b rica d o a im ag en d el m o d e lo in te lig ib le q u e c o n -
tie n e e n sí m ism o todas las especies, p o r lo qu e el m u n d o c o n -
tie n e ta m b ié n todas las especies. C o m o n o le falta n in g u n o de
lo s seres vivos, fa b rica d o s a sem ejanza d e sus m o d e lo s in te lig i-
b les, el m u n d o se basta a sí m ism o . L a c o n s titu c ió n d el m u n d o
ab so rb e la to ta lid ad d e lo s cu a tro e lem en to s —tie rra , agua, aire

62 E l té r m in o τέλεος s ig n ific a lo q u e está aca b a d o , te r m in a d o , c o n s e g u id o , q u e n o le


falta n ad a , d e a h í e l s e n tid o a so ciad o d e « c o m p le tu d » , al m ism o tie m p o q u e el d e
« p e r f e c c i ó n » , e n la m e d id a q u e n o h ay n ad a m ás q u e a ñ a d ir a lo q u e está acab a-
d o y c o m p le to . A s im is m o , h ay u n v ín c u lo m u y estrech o, e n tre τέλεος y αϋταρκες: lo
q u e está acab ad o y c o m p le to , q u e p o r ta n to n o n ecesita n ad a , es n e ce sa ria m e n te
a u to su fíc ie n te (c f. Tim. 6 8 e; Phlb. 2 0 d ).
64 JO SÉ Ma. ZAMORA CALVO

y fu e g o — d e lo s q u e hay fo rm a s in telig ib les, sin d eja r a b so lu ta -


m en te nad a fu e ra (3 2 c).
A s im ism o , esta a u tarq u ía d el m u n d o d eriva d e su u n icid a d .
S i h u b ie r a u n a p lu ra lid a d d e m u n d o s , este m u n d o n o p o d r ía
ser co m p le to , ya q u e n o c o n te n d r ía a to d o s lo s seres vivos q u e '
p ro c e d e n d el m u n d o in telig ib le y, p o r lo tan to , n o p o d ría ta m -
p o c o se r a u tá rq u ic o . P e ro c o m o este m u n d o es lo m ás s e m e -
ja n te p o sib le a su m o d e lo in te lig ib le , qu e es ú n ic o , este m u n d o
es gen era d o so lo, ú n ic o e n su g é n e ro ( 3 la -b ; cf. 3 2 d~ 33a, 3 3 c >
3 4 b, 5 5 c - d , 9 2 c).
E l d e m iu r g o d io al m u n d o la fo r m a d e u n a e sfe ra , ya q u e
la esfera es la fig u r a p o r a n to n o m a sia d e la to ta lid a d ce rra d a
s o b r e sí m ism a q u e h a lla e n su i n t e r i o r t o d o a q u e llo q u e
n e cesita (3 3 b )· Esta im a g e n d e la esfera c o m o re p r e se n ta c ió n
d e la a u ta rq u ía se r e m o n ta a P a r m é n id e s , q u ie n e n su Poema
co m p a ra el ser, q u e n o n ecesita nad a (εατι,γάρ οϋκ έπιδευές, D K
B 8 .3 3 ) y q u e e n to d a s p a rte s es a c a b a d o (τετελεσμενον έστί
πάντοθεν, D K Β 8 · 4 2 - 4 3 )> c o n u n a esfera b ie n re d o n d a (εύκύ-
κλου σφαίρις, D K Β 8 · 4 3 ) 63· E n e l m ito d e l a n d r ó g in o , r e la -
tad o ë n el Banquete, A r is tó fa n e s a trib u y e u n c u e r p o e s fé r ic o al
h o m b re p r im itiv o , q u e se basta p le n a m e n te a sí m ism o y q u e
n o c o n o c e el d eseo ( Symp. i g o a - b ) .
E l d em iu rgo d io al m u n d o « u n a fig u ra co n v en ien te y a fín »
(3 3 b ), co n fo rm a esférica, equ id istan te e n todas partes d el c e n -
tro a lo s ex tre m o s, la m ás p e rfe c ta y se m e ja n te a sí m ism a d e
todas las figuras, p erfectam en te « lis a » (λεΐον), es d ecir, d e sp ro -
vista d e to d o tip o de p ro tu b era n cia s, relieves o irregu larid ad es.
E l m u n d o e n a b so lu to n ecesita ó rg a n o s sen so riales, ya q u e n o

63 E n P a rm é n id e s , eso q u e n o ca rece d e n a d a , « c a re c e p o r lo m is m o d e to d a ra zó n
s u fic e n te p a ra c a m b ia r, m o d ific a rs e , altera rse o p a d e c e r » . (J. P é re z d e T u d e la ,
Parménides. Poema. Fragmentosj tradición textual, e d ic ió n y tr a d u c c ió n d e A . B e r n a b é ,
in tr o d u c c ió n , n o tas y co m e n ta rio s d e J . P é re z d e T u d e la , e p ílo g o d e N .- L .
C o r d e r o , M a d rid , Istm o ,' 2 0 0 7 . p · 1 8 7 - 1 8 8 ).
INTRODUCCIÓN 65

ten ía nad a que p e r c ib ir p ro c e d e n te d el ex terio r, p o r lo que n o


ten ía o jo s, p u es n o h a b ía n ad a visib le e n el e x te rio r, n i o íd o s,
p u es ta m p o c o h a b ía n a d a a u d ib le , n i m a n o s, ya q u e n o h a b ía
nada q u e co ger fu era de él, n i tam p o co b o ca, ya qu e se a lim e n -
taba solam en te de lo que se en cu en tra e n su in te r io r (3 3 c -d ). El
m u n d o se basta a sí m ism o, « c o m o co n o ce d o r y am igo (γνώριμον
δέκαίφ ίλον)», y n o necesita de n in g ú n o tro (3 4 b ). E n efecto, el
m u n d o es hasta tal p u n to a u tá rq u ico qu e n o es so lo su ú n ic o
am igo, sin o más aún , su solo y ú n ic o o b jeto de co n o cim ie n to .
S i este m u n d o es a u tárq u ico , su m o d e lo in telig ib le lo es más
a ú n , ya q u e este m o d e lo , al ser ú n ic o , n o está s u b o r d in a d o a
n in g ú n m o d e lo q u e le sea s u p e r io r . P o r ta n to , el m u n d o n o
p u e d e ser p e r fe c ta m e n te a u tá rq u ic o « e n el p la n o o n t o ló -
g i c o » 64. L a a u ta rq u ía d e l m o d e lo in te lig ib le , c o n s e c u e n c ia
n e cesa ria de su p e r fe c c ió n ( 3 0 c - d , 3 9 e) > n o p u e d e situ arse al
m ism o n ivel qu e la d el m u n d o visible, ya qu e este es u n efecto y
u n a im agen del p r im e r o 65.

b ) E l alm a del m undo

E l a lm a d e l m u n d o es a n t e r io r al c u e r p o , o n to ló g ic a m e n te
d e p e n d ie n te d e las fo rm a s in te lig ib le s 66, p o see u n a estru ctu ra

64 V é a se L . - A . D o r io n : « P la t o n , P r o c lu s et l'a u ta r c h ie d u m o n d e ( Timée 3 3 d ) » ,
Etudes platoniciennes 2,, 2 0 0 6 , p . 2 3 7 - 2 6 0 .
65 Esta c u e stió n , n o resu elta e n e l Timeo, la re to m a P ro c lo e n la Teología platónica ( 1 19 ,
p . 9 0 .1 4 - 1 9 y 1 1 9 , p . 9 0 .2 2 - 9 1 .2 1 ) , así co m o e n e l Comentario al Timeo (II, p . 8 9 .3 1 -
9 0 .1 7 y II, p . 1 0 9 .3 1 - I I O .1 6 [D ie h l]). Para el d iá d o c o d e A te n a s la a u ta rq u ía d el
m u n d o d e riv a d e la a u ta r q u ía d iv in a y , p o r ta n to , le es in f e r io r , lo q u e p la n te a
el p r o b le m a d e la c o m p a tib ilid a d c o n la n o c ió n m ism a d e au ta rq u ía : ¿ c ó m o el
m u n d o p o d r ía se r, e n el s e n tid o estricto d e l té r m in o , a u to su fic ie n te , si n ecesita d e
lo s d io ses n o s o lo p ara e x istir, s in o ta m b ié n p a ra satisfacerse a sí m is m o ?
66 E n las Leyes, c u a n d o se re fie r e a la e d u c a c ió n d e l C o n s e jo N o c t u r n o , P la tó n d e c la -
ra q u e u n a c o n d ic ió n p a ra se r p ia d o s o es c o m p r e n d e r q u e e l alm a es « la m ás a n t i-
g u a y la m ás d iv in a d e to d as las cosas, cu yo m o v im ie n to , tras r e c ib ir su o r ig e n de
o tr o , c re ó e l se r q u e siem p re flu y e » (Leg. X II 9 6 6 d - e ; cf. Epin. 9 9 ld ) . D e to d o lo
g e n e ra d o , e l alm a es lo m ás a n tig u o , es in m o r ta l, g o b ie r n a a to d o s lo s c u e rp o s,
capta e l in te le cto u n iversal q u e se e n c u e n tiÿ e n lo s astros y las d iscip lin as n ecesarias
66 JO SÉ Ma. ZAMORA CALVO

m a tem á tica y está d o ta d a d e u n m o v im ie n to c ir c u la r . L a


estru ctu ra m atem ática d el alm a d el m u n d o asegura la p o s ib ili-
d ad d e l c o n o c im ie n t o p r o p o r c io n a d o y a n á lo g o d e l m u n d o .
P o r p a rtic ip a r d e l ser y d e l d e v e n ir, el alm a se c o n v ie rte en el
a gen te m e d ia d o r e n tr e las fo r m a s in te lig ib le s e te rn a s y el
m u n d o sensib le e n m o v im ie n to 67.
E l alm a d e l m u n d o es el p r in c ip io d e l m o v im ie n to y el
p r in c ip io d e l o r d e n d e ese m o v im ie n to , es d e c ir , c o n fig u r a
g eo m é tric a m e n te el m aterial espacial. E l d e m iu rg o p r o d u c e el
alm a c o m o u n a e n tid a d in te r m e d ia e n tre el d e v e n ir y las f o r -
m as in te lig ib les, c o n lo q u e h ace p o sib le q u e e l d ev en ir alcan ce
su m o v im ie n to o rd e n a d o .
L a fa b r ic a c ió n d e l c o s m o s p o r e l d e m iu r g o c o n s is te e n
p r o d u c ir u n a im a g e n d e l p a ra d ig m a y, a sim is m o , e n in sta la r
la in te lig e n c ia (νους) e n el a lm a có sm ica y e n el co sm o s c o m o
ta l68. L a r a z ó n está s im b o liz a d a n o ta n to p o r la fo r m a e s fé -
r ic a d e l a lm a , c u a n to p o r el m o v im ie n to c ir c u la r , r e g u la r y
c o n s ta n te 69.
D a d o qu e el alm a in d iv id u a l es u n resid u o d el alm a cósm ica
—la cu a l es r e sp o n sa b le de lo s m o v im ie n to s celestes—, n u estra
alm a m a n tie n e lazos d e p a re n te sc o c o n las alm as q u e a n im a n
lo s c u e rp o s celestes70. L a in te lig e n c ia es la p a rte in m o r ta l d e l
alm a, a fín a lo s d ioses y so lo ella es o b ra d irecta d el d e m iu rg o .

a n te rio re s a estas y, « tra s co n te m p la r la u n ió n filo s ó fic a de estos, la ap lica a d e c u a -


d a m e n te a lo s h á b ito s d e l ca rá cte r y las leyes y es capaz d e d a r la d e fin ic ió n d e to d o
aq u e llo q u e la tie n e » (Leg. X I I g 6 7 d - 9 6 8 ) .
67 C f . L . B r is so n & F .W . M eyerstein : Inventing the universe: Plato 's Timaeus, the Big-Bang and
the problem o f scientific knowledge, A lb a n y [N Y J , State U n iv e rsity o f N e w Y o r k Press,
1 9 9 5 , p . 21 y 2 9 *
68 C f . J . Sallis : Chorology. On beginning in Plato’s Timaeus, B lo o m in g to n [I n d .] , In d ia n a
U n iv e rsity Press, 1 9 9 9 , P· 9 2 .
69 C f . F .M . C o r n fo r d : PlatónjParménides [1 9 3 9 ], trad , d e F. G im é n e z G a rcía , M a d rid ,
V is o r , 1 9 8 9 , p . 9 2 , n . 3 5 y 9 3 .
70 C f . J .M a . Z a m o ra : « E l p r o b le m a d el 'q u in to c u e r p o ’ : P lo tin o c r ític o d e
A ris tó te le s ( Decáelo I, 2 - 3 ) » , Philosophica 2 6 , 2 0 0 5 , p . 16 4 ·
INTRODUCCIÓN 67

A pesar de que en d eterm in a d o s m o m en to s y situ aciones p o d a -


m os lle g a r a s e n tir n o s so b re p a sa d o s p o r la in m e n s id a d d el
m u n d o e n el q u e v iv im o s, y su vasted ad y c o n t in u o c a m b io
p u e d a n h a ce rlo p a re ce r in a b a rcab le, in c o g n o s c ib le e in e s c r u -
ta b le, n u e s tra a lm a, p o r su c o m p o s ic ió n , c o n la e d u c a c ió n y
e je rc ita c ió n n ecesarias, es capaz d e te je r u n d iscu rso v e ro sím il
a cerca d e é l. P o d e m o s c o n o c e r el m u n d o , p o r q u e n u estra s
facu ltad es se a d ecú an a él.
L os elem en to s de los que está co m puesta el alm a d el m u n d o
s o n el S e r, lo M ism o y lo O t r o ( Tim. 3 5 a ~3 7 c ! cf· Soph. 2 5 4 <1-
2 5 9 b , esp ecialm en te 2 5 5 a)· P la tó n d istin g u e tres clases de ser:
1) el ser in d ivisib le que se m a n tie n e siem p re d el m ism o m o d o ,
2) el ser d ivisible que d evien e e n lo s cu erp o s, y 3) el ser in t e r -
m e d io , m ezcla d e lo s d os a n te r io r e s . E l a lm a d e l m u n d o está
fo rm a d a p o r u n a m ezcla d e las fo rm a s in d iv isib le s y d ivisib les
d el S er, d e lo M ism o y d e lo O tr o : la m ezcla d e l S e r in d ivisib le
y el S e r d iv isib le, q u e da lu g a r al S e r in te r m e d io ; la m ezcla d e
lo M is m o in d iv is ib le y lo M is m o d iv is ib le , q u e d a lu g a r a lo
M ism o in te r m e d io ; y la m ezcla d e lo o tr o In d iv isib le y lo o tro
D iv isib le , q u e d a lu g a r a lo O t r o in te r m e d io (cf. A n e x o i) .
E l a lm a es u n a m e zc la d e lo M is m o , d e lo O t r o y d e l S e r,
q u e g ir a s o b re sí m ism a ( 3 7 a_b )· M e d ia n te e l c ír c u lo d e lo
M ism o el alm a d e l m u n d o está e n co n ta cto c o n lo in te lig ib le , y
m ed ia n te el c írc u lo d e lo O t r o , c o n lo sen sib le. P o r estar c o m -
puesta d e lo s m ism os in g red ien tes q u e el resto d e las realidades,
es in te rm e d ia ria en tre lo in te lig ib le y lo sen sib le71.
E n tre el alm a d el m u n d o y el alm a h u m a n a se da u n a co rre s-
p o n d e n c ia n o so lo p o r q u e am bas estén h ech a s d e lo s m ism o s

71 E l alm a d e l m u n d o n o s o lo c u e n ta c o n el m o v im ie n to u n ifo r m e d e lo M is m o , s in o
ta m b ié n c o n el d e lo O t r o , q u e co n lleva m o v im ie n to s n o - u n ifo r m e s (Tim. 3 6 c - d ) ,
p o r lo q u e e l alm a d e l m u n d o p r o d u c e n o s o lo νους y επιστήμη, s in o ta m b ié n δόξα
(co n c re ta m e n te δόξα αληθής, 3 7 b - c ) .
68 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

in g re d ie n te s (y so lo lo sem ejan te c o n o c e a lo se m e ja n te), sin o


p o r q u e a m b as está n d iv id id a s e n lo s c ír c u lo s d e lo M is m o y
lo O t r o , m ie n tra s q u e e l S e r p e r te n e c e a a m b as72. L as alm as
d e s e m p e ñ a n u n p a p e l esen cia l e n la r e la c ió n e n tre las fo rm a s
in telig ib les y lo s p a rticu lares73. Para p o d e r a p re h e n d e r la d if e -
r e n c ia c ió n d e a q u e llo q u e b u sc a e n te n d e r , u n a in te lig e n c ia
d eb erá estar h ech a d e lo s m ism os in g re d ie n te s. C o n o c im ie n to
y c r e e n c ia c o r r e c ta c o n s is te n e n a p r e h e n d e r la e x iste n c ia , la
m ism id a d y la d ife re n cia in d ivisib les y divisibles. L a ro ta c ió n de
la m ism id a d o in d iv is ib ilid a d tie n e a su c a rg o las r e la c io n e s
e n tre lo s un iversales, m ien tra s q u e la r o ta c ió n d e la d ife re n c ia
o d iv isib ilid a d tie n e a su cargo las rela cio n es en tre lo s p a rtic u -
lares74. E n e l alm a tie n e n lu g a r tan to las creen cias y las o p in io -
n es c u a n to e l c o n o c im ie n t o n o é tic o y la c ie n c ia . « S i a lg u ie n
a lg u n a vez d ije ra q u e a q u e llo e n q u e a m b o s se g e n e ra n es algo
d ife r e n te al alm a, d irá c u a lq u ie r cosa m e n o s la v e rd a d » ( 3 7 c >
cf. 3 0 b , 4 6 d ; Soph. 2 4 9 a , Phlb. 3 0 c).
E l d e m iu r g o co n stitu ye el alm a d e l m u n d o a p a r tir d e tres
elem en to s (Tim. 3 5 a~ 3 7 c) : ï) ser in d ivisib le, qu e se m an tie n e
siem pre d el m ism o m o d o , 2 ) el ser d ivisible, qu e devien e e n los
cu erpos, y 3) el ser in term e d io , m ezcla de lo s dos p reced en tes75.

72 C f . G .M .A . G ru b e : El pensamiento de Platón [1 9 7 0 ]. tra d , d e T . C a lv o M a rtín e z ,


M a d rid , G re d o s , 1 9 7 3 « P· 2 2 1 - 2 2 2 ·
73 C f . F .M . C o r n fo r d : La teoría platónica del conocimiento. Teetetoj el Sofista: traducdónj comen­
tario [1935]» tra d , d e N .- L . C o r d e r o y M a .D . d e l C . L ig a tto , B a rc e lo n a , P a id ós,
1968, 19822, p. 17 -2 7 .
74 C f . I .M . C r o m b ie : Análisis de las doctrinas de Platón. II. Teoría del conocimientoj de la naturale-
& [ 1 9 6 3 L trad , d e A . T o r á n y J . C . A r m e r o , M a d rid , A lia n z a , 1 9 7 9 » P* 2 0 8 - 2 1 5 ·
75 Para C o r n fo r d (Plato’s Cosmology, p . 59'€>7) y C h e r n is s ( Aristotle’s criticism, p . 4 ° 8 -
4 0 9 , n . 337»ad em ás d e su « I n t r o d u c t io n » al v o l. X I I I .I d e lo s Moralia d e P lu ta r c o ,
C a m b r id g e [M ass.] &. L o n d re s , H a rv a rd U n iv e rsity Press &. W . H e in e m a n n L t d .,
1 9 7 6 , p . 1 4 4 - 1 4 6 ) , e l alm a d e l m u n d o está co m p u e sta d e: i) la m ezcla d e l se r in d i-
v isib le y d el ser d iv isib le; 2 ) la m e zcla d e lo m ism o in d iv is ib le y lo m ism o d iv isib le ;
y 3) la m ezcla d e lo o tr o in d iv is ib le y lo o tr o d iv isib le . P o r ta n to , e n e l alm a d e l
m u n d o están co m b in a d o s tres in te r m e d io s : i ) u n ser in te r m e d io , 2 ) u n a
M ism id a d in te r m e d ia y 3 ) u n a A lte r id a d in te r m e d ia . C f . C . E ggers L a n : « L o
in te r m e d io , el m u n d o y la m ateria e n el Timeo de P la t ó n » , Méthexis I O , 1 9 9 7 » P- Γ9 ·
INTRODUCCIÓN 69

E l a lm a d e l m u n d o m a n tie n e e n el u n iv e r s o e l o r d e n m a te -
m á tic o in s ta u r a d o p o r e l d e m iu r g o ( 3 4 c )» e je r c ie n d o u n
p o d e r a b so lu to e n to d o d o n d e lle g a . Se trata d e u n a re a lid a d
in te r m e d ia e n tr e lo se n s ib le y lo in t e lig ib le , q u e p r e s e n ta el
a s p e c to d e u n e n c a b e s t r a m ie n t o d e c ír c u lo s q u e g u a r d a n
e n tre e llo s r e la c io n e s m atem áticas y q u e e n el u n iv e rso e x p li-
ca n to d o s l o s m o v im ie n to s ta n to fís ic o s c o m o p s íq u ic o s . E l
alm a d e l m u n d o co n stitu y e e l o r ig e n d e to d o s lo s m o v im ie n -
to s o r d e n a d o s p r e s e n te s e n el m u n d o s e n s ib le : lo s m o v i-
m ie n to s c ir c u la r e s d e lo s c u e r p o s celeste s y lo s m o v im ie n to s
r e c t ilín e o s d e las r e a lid a d e s s u b lu n a r e s . P o r e llo , T im e o
e x p o n e la c o n s titu c ió n d e l alm a d e l m u n d o c o m o si se tratara
d e la fa b r ic a c ió n d e u n a e sfera a r m ila r , es d e c ir , u n in s t r u -
m e n to a s tro n ó m ic o , co m p u e sto d e aro s, g ra d u a d o s o n o , qu e
rep resen tan las p o sicio n e s d e lo s círcu lo s m ás im p o rtan tes de la
e sfera celeste y e n cu yo c e n tr o su ele c o lo c a r s e u n p e q u e ñ o
g lo b o qu e rep resen ta la T ie r ra .
L a se rie I, 2 , 3 > 4 , 9 > 8 , 2 7 c o n s titu y e u n a e s p e c ie de
a r m a z ó n c o m p u e sta d e in te r v a lo s la r g o s , d o b le s o tr ip le s
(se g ú n se trate d e p o te n c ia s d e 2 ó d e 3) q u e se r e lle n a n , de
m an e ra q u e e n cada in terv a lo haya d os té r m in o s m e d io s. Para
h a c e r lo , el d e m iu r g o r e c o r ta lo re sta n te se g ú n d o s m ed ia s:
a rm ó n ic a y a ritm ética . D e ah í su rg e n lo s in terva lo s se sq u ip a r-
ciales d e I+1/2, I+1/3 y I+1/8, d e fo rm a 1+ l/n , in terva lo s e n lo s
q u e r e c o n o c e m o s la q u in ta (3 / 2 ) , la cu a rta (4 / 3 ) y e l t o n o
p it a g ó r ic o (9 /8 ). C o n e l in te r v a lo d e I+1/8 se c o lm a n to d o s
lo s in terva lo s d e I+1/3, p e r o d eja su b sistir d e cada u n o d e ello s
u n a fr a c c ió n tal q u e e l in te rv a lo resta n te q u e d e d e fin id o p o r
la fr a c c ió n 2 5 6 / 2 4 3 ·
L a o p e r a c ió n p u e d e d e s c r ib ir s e d e l sig u ie n te m o d o : el
in te r v a lo d e c u a tro es c o lm a d o p o r d os to n o s (p ita g ó r ic o s ),
c o n u n in te r v a lo re sta n te q u e es m ás p e q u e ñ o q u e u n s e m i-
t o n o , a u n q u e se le a sig n e ta m b ié n ese n o m b r e , p o r q u e lo s
70 JOSÉ Ma. ZAHORA CALVO

to n o s p ita g ó r ic o s so n d e m a sia d o a m p lio s , m ie n tra s q u e la


cu a rta , si está b ie n a co rd a d a , es fís ic a m e n te ju s ta . L a o ctava,
la q u in ta y la cu arta so n in tervalo s natu rales q u e c o rr e s p o n d e n
a rela cio n es precisas d e co n so n a n cia , m ien tra s qu e lo s to n o s y
se m ito n o s atañ en a eleccio n es cu ltu rales
T ras realiza r esta o p e r a c ió n , la m ezcla in ic ia l está d ivid id a,
re su lta n d o u n a escala m u sica l d ia tó n ic a qu e se e x tie n d e so b re
cu atro octavas76 y u n a m ixta, de I a 2 7 · E l texto c o n tin ú a e x p li-
ca n d o c ó m o , tras d iv id ir el to d o e n siete partes, p r o p o r c io n a -
les a la serie I - 2 - 3 “ 4 - 9 - 8 -2 7 ! se re lle n a n lo s in tervalo s d obles
y trip le s , d e m a n e ra q u e e n cada in te rv a lo haya d os té r m in o s
m ed io s. L u e g o su rgen , e n lo s intervalos q u e acabam os de señ a-
la r , n u e v o s in te r v a lo s d e I y l/ 2 , de I y 1/3 y d e I y 1/8. C o n
ayuda d e este ú ltim o se c o lm a n to d o s lo s in terva lo s d e I y 1/3,
d e ja n d o su b sistir de cada u n o d e ello s u n a fr a c c ió n tal q u e el
in te rv a lo restan te q u ed e d e fin id o p o r la fr a c c ió n 2 5 6 / 2 4 3 · Y
así se e m p leó en tera la m ezcla e n cu estió n .
E l d e m iu r g o u sa la m e zc la s o lid ific a d a d e lo M is m o , lo
O t r o y e l S e r p a ra c o n s tr u ir la e sfe ra a r m ila r , q u e c u m p le la
fu n ció n ' d e m o to r d e l alm a d el m u n d o . Esta esfera está c o n s ti-
tu id a p o r dos band as circu lares co n cé n trica s y tan gentes e n d os
p u n to s . L a e x te rn a g ira e n h o r iz o n ta l y h a cia la d e re ch a , es la
d e lo M is m o , y la in te r n a , in c lin a d a re sp e cto a esta y g ir a n d o
e n se n tid o c o n tr a r io , es la d e lo O t r o . L a b a n d a d e lo M ism o
p e rm a n e c e in d ivisa , m ie n tra s q u e la de lo O t r o es d iv id id a e n
siete p a rte s (Tím. 3 6 c - d , c f. A r is tó te le s : de An. I 3» 4 ° 6 b 2 8 -
4 0 7 a 3 ) . L a m e zc la es e x te n d id a y d iv id id a e n d o s tira s q u e el
d e m iu rg o co m b a al m o d o d e u n h e r re ro .

76 N o s o t r o s d e n o m in a m o s la o cta v a y la q u in t a p o r u n r e c u e n t o d e in te r v a lo s .
P e ro lo q u e d e n o m in a m o s o ctav a - o c ta v o g r a d o - se d ic e e n g r ie g o διαπασών, « a
través d e to d a s » (las n o ta s ), y la q u in t a , q u in t o g r a d o , διά πέντε, « a través d e
c i n c o » (n o ta s ).
INTRODUCCIÓN

P ara la d iv is io n e n sie te p a rte s d e la b a n d a d e lo O t r o , el


p ro c e so es el sig u ie n te77:
L a se rie q u e m a rca las p r o p o r c io n e s d e la d iv is ió n es así:
i , 2 , 3 , 4 - 9 , 8, 27
L o s n ú m e r o s q u e la fo r m a n p r o v ie n e n d e o tras d os series,
resu lta d o d e elevar 2 y 3 a Ia p o te n cia 76:

20 = I
21= 2
22 = 4
23= 8

30 = I
31= 3
3a = 9
3 3 = 27

E n tr e lo s n ú m e r o s d e la p r im e r a s e r ie e l in t e r v a lo es
d o b le , y e n tr e lo s d e la se g u n d a , tr ip le (c f. A n e x o 2 ) . A m b a s
a p o r t a n tres n ú m e r o s p r o p io s ( 2 , 4 , 8 ) y (3 , 9 , 2 7 ) y c o m -
p a rte n e l I. U n a o p c ió n d ife r e n te , m ás se n cilla , es co n s id e r a r
el I co m o p u n t o d e p a rtid a c o m ú n y c o m e n z a r las se ries e le -
v a n d o e l 2 y e l 3 d ir e c t a m e n t e a I ( 2 , 3 ) y n o a O *)· S i
te n e m o s e n c u e n ta q u e e l I n o e ra c o n c e b id o c o m o u n
n ú m e r o , s in o c o m o la u n id a d a p a r t ir d e la cu a l s u r g e n lo s
n ú m e r o s , e l 2 y e l 3 re su lta n ser lo s p r im e r o s n ú m e r o s ; y 2 y
3 so n las ra íce s p r e s e n te s e n lo s d o s tip o s d e tr iá n g u lo s p r i -
m a rio s , q u e s o n elevad os a I, a 2 y a 3, p o r q u e el c u b o , n o e n
e l s e n t id o d e l h e x a e d r o , s in o e n el d e la te r c e r a p o t e n c ia ,
re p re se n ta las tres d im e n s io n e s .

77 G f. L. B r is s o n & F .W . M eyerstein : Inventing the universe, p . 3 3 -3 4 *


78 A m b a s tie n e n el resu lta d o I e n c o m ú n , p o r q u e c u a lq u ie r n ú m e r o ele v ad o a O es I.
E l p r o b le m a a q u í estrib a e n q u e el O era d e s c o n o c id o p o r lo s g rie g o s.
72 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

A m b a s series p o d r ía n ser d ib u ja d a s e n fo r m a de triá n g u lo


d el sigu ien te m o d o 79:
I
2 3
4 9
8 27

U n a vez c o n se g u id a s estas d o s se ries, P la tó n in s e rta e n tre


lo s ele m e n to s de am bas otras dos series p r o p o r c io n a le s , cuyas
respectivas exp resio n es algebraicas son:
A r m ó n ic a : (x - a) / (b - x) = a / b x = 2ab / (a + b)
A r itm é tic a : (x - a) = (b - x) x = (a + b) / 2

S i a d ju d ica m o s valores a las letras, o b te n e m o s la sig u ien te


tabla :
S e rie d el 2 :

a b A r m ó n ic a A r itm é tic a

I 2 4 /3 3/2
2 4 8 /3 3
4 8 16/3 6

I n s e r ta n d o e n tr e la se rie d e 2 ( i , 2 , 4 > 8 ) esto s n u e v o s


n ú m e ro s o b te n e m o s u n a nu eva serie: I, 4 /3, 3/2, 2, 8/3, 3, 4»
16/3, 6, 8
E n tre to d o s lo s té rm in o s de la p r o g r e s ió n hay u n in terva lo
d e 4/3 ó de 9/8:

3 /2 8 /3 6 8
CO

I
M

4 /3 2 3 4
4/3 9/8 4 /3 4 /3 9 /8 4 /3 4 /3 9/8 4 /3

79 C f . A .E . T a y lo r: A Commentary on Plato’s Timaeus, O x fo r d , C la r e n d o n Press, 192 8


[re im p re s ió n 1962], p· I 37 ¿ Y D · D e l F o r n o : « L a s tru ttu ra n u m é ric a d e ll’ a n im a
d e l m o n d o ( Timeo, ’ Elenchos 2 6 , 2 0 0 5 , p . II.
INTRODUCCIÓN 73

L o m ism o o c u rre c o n la o tra serie :


S e rie d el 3¡

a b A r m ó n ic a A r itm é tic a

I 3 3 /2 2

3 9 9 /2 6

9 27 27/2 18

In sertam o s e n tre lo s n ú m e r o s d e la se rie d e 3 ( i, 3, 9 , 2 7)


estos n uevos: I, 3/2, 2 , 3 , 9/2, 6, 9, 2 7 / 2 , l8 , 27
E n tre to d o s lo s té rm in o s d e la p r o g r e s ió n hay u n in terva lo
de 4/3 ó de 3/2 :

I 3/2 2 3 9 /2 6 9 27/2 18 27
3/2 4/3 3/2 3/2 4/3 3/2 3/2 4/3 3/2

E l in terva lo 4/3 es c o m ú n a am bas series, m ien tra s q u e 9/8


es el o tro de la serie d el 2, y 3/2 el de la serie d el 3. L o s tres tie -
n e n u n sig n ifica d o especial en m úsica:
4/3 es la cu arta, la d istan cia en tre d o y fa.
3/2 es la qu inta, la distancia en tre d o y sol, co n tan d o ambas.
9/8 es el to n o , el in terva lo en tre d o - r e , r e - m i, fa -s o l, so l-
la, la -si.
L a lam b d a c o n la qu e se rep resen ta la serie p rim e ra de siete
n ú m e ro s q u ed aría co m p le m en ta d a d el sig u ien te m o d o c o n las
notas m usicales:

1 mi
2 mi 3 la
4 mi 9 re
8 mi 2 7 S°1

I % 3 4- 8 9 27
mi mi la mi mi re sol
74 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

S in e m b a rg o , estas co n sid e ra cio n e s n o tra tan de la m úsica,


s in o d e la n a tu ra le za d e l n ú m e r o y d e las fu n c io n e s d e l alm a
co m o v ín cu lo q u e m a n tie n e u n id o el c u e r p o d e l m u n d o 80.
F u n d im o s las dos series ( i, 4 / 3 > 3^2, 2 , 8/3, 3 , 4» 16/3, 6 ,
8 ) y ( i, 3 /2 , 2 , 3 . 9 /2 , 6 , 9 , 2 7 / 2 , 18 , 2 7 ) e n u n a so la, o r d e -
n a n d o to d o s lo s n ú m e r o s d e m e n o r a m a y o r y s u p r im ie n d o
u n o d e lo s d os d e a q u ello s q u e se r e p ite n : I, 4/3> 3 ^2 , 2 , 8/3,
3, 4 , 9 / 2 ,1 6 / 3 , 6 , 8, 9 , 2 7 / 2 ,1 8 , 2 7
E n este p u n to el d e m iu r g o h a u sad o ya to d a la m ezcla d e la
q u e h a estado to m a n d o estas p o rc io n e s . Las series p r o p o r c io -
nales d e la b a n d a d e lo O t r o rep resen tan lo s rad ios de las ó r b i-
tas d e lo s siete p lan etas —L u n a , S o l, M e r c u r io , V e n u s, M a rte,
J ú p ite r y S a tu rn o — e n to r n o a la T ie r r a , m ien tras q u e las estre-
llas fijas están e n la b a n d a d e lo M is m o , q u e es el m o v im ie n to
de la esfera d el m u n d o , de Este a O e ste e n e l p la n o d e l E c u a -
d o r 81. L o M is m o y lo O t r o m a rca n el d ía y la n o c h e , la L u n a
m arca el m es y el S o l el a ñ o . E l S o l, M e rc u r io y V en u s p re se n -
tan la m ism a ve lo cid a d 82. C u a n d o to d o s lo s plan etas, d e m o v i-
m ie n to s circu la res y regu lares83, regresan a la m ism a p o s ic ió n ,
se cu m p le el g ra n añ o (cf. A n e x o 4 ) -
Este sistem a d el m u n d o está d o ta d o de u n o rd e n q u e, según
V la sto s, lo salva d e to d a in te r fe r e n c ia so b re n a tu ra l, ya q u e las
estrellas d ivin as n o p u e d e n sobrepasar sus p ro p ia s m ed id as, lo
cu al garan tiza q u e lo s m o v im ien to s d e lo s cu e rp o s celestes sean
ta n re g u la re s c o m o c u a lq u ie r v ó r tic e u o tr o a g en te m e c á n ic o
p o d r ía h a b e rlo s h e c h o 84. T ie m p o y esp acio so n d e n a tu ra leza

80 C f.F .M . C o r n fo r d : Plato’s Cosmology, p . 6 8 .


81 C f.L . B ris so n & F .W . M e y e rste in : Inventingthe universe, p . 3 * C f . A n e x o 3» fig u r a 4 ·
82 C f.F .M . C o r n f o r d : Plato’s Cosmology, p . 7 ^ “ 9 3 ·
83 C f.L . B r is so n & F .M . M e y e rste in : Inventing the universe, p . 3 0 y 3 ^·
84 C f.G . V la sto s: « C r e a t io n i n th e Timaeus-, is it a f ic t i o n ? » , e n R .E . A lle n (e d .):
Studies in Plato’s Metaphysics, L o n d re s , R o u tle d g e & K e g a n P a u l, 1965» P- 4 θ Ι ~4 * 9
[re im p re s ió n e n D .W . G ra h a m (e d .): Studies in Greek Philosophy, V o l. II: Socrates, Plato,
and their tradition, P r in c e to n [N J], P r in c e to n U n iv e rsity Press, 1 9 9 5 - p- 2 6 5 - 3 7 9 ] .
INTRODUCCIÓN
75

m a te m á tica , p o r lo q u e ta n to lo s m o v im ie n to s d e lo s astro s
co m o e l p la n su p re m o d e l u n iv e rso p u e d e n ser exp resad os e n
fó rm u la s m atem áticas.
T im e o p r e s e n ta la c o n s tit u c ió n m a te m á tic a d e l a lm a d e l
m u n d o (3 5 a ~ 3 6 d ) a n tes d e la g e n e r a c ió n d e l tie m p o a s t r o -
n ó m ic o , y, p o r ta n to , c o n a n t e r io r id a d a la p r o d u c c i ó n de
lo s a stro s y su p u e s ta e n m o v im ie n to ( 3 7 d ~ 4 0 d ) . L a a c c ió n
b ie n h e c h o r a d e l d e m iu r g o in t r o d u c e e n e l c o s m o s u n a e s -
t r u c t u r a m u s ic a l. P o r e lla , e l c o s m o s , a tra vé s d e l a lm a d e l
m u n d o , p r in c ip io d e lo s m o v im ie n to s celestes, « p a r tic ip a d e
la r a z ó n y d e la a r m o n ía » ( 3 6 e - 3 7 a ) . P e ro p a ra q u e esta p a r -
tic ip a c ió n se d é e n el h o m b r e , e l d e m iu r g o : i) « e n c a r n a r á »
esta e s tru ctu ra m atem á tica , p r o d u c ie n d o e l tie m p o , es d e c ir,
lo s astros e n m o v im ie n to , d iv in id a d e s v isib le s, y S>) d o ta a lo s
h o m b re s de u n alm a, q u e p o see la m ism a e stru ctu ra —a u n q u e
a lterad a p o r su in s e r c ió n e n el c u e r p o —, y ó rg a n o s s e n s o r ia -
les, sie n d o lo s o jo s lo s m ás im p o r ta n te s . L a vista es el se n tid o
m ás im p o r t a n t e , ya q u e p e r m it e la c o n t e m p la c ió n d e lo s
astros y, a p a r tir d e e llo , ca p tar in te le c tu a lm e n te la e stru ctu ra
m ate m á tica q u e d ir ig e el co sm o s y así cu ltiv a r la c ie n c ia d e lo s
n ú m e r o s ( 4 7 a ).
C o m o n i e l m a teria l-esp a cia l (χώρα) n i las fo rm a s in te lig i-
b les, e n tan to tales, están d otad o s de m o v im ie n to (cf. A r is tó te -
les, Metaph. A IO, 1 0 7 5 b 1 7 - 2 0 ) , y c o m o e l d e m iu r g o , tras su
in te rv e n ció n , se retira (4 2 e ), T im e o precisa la in tr o d u c c ió n de
u n alm a q u e asegure la p e rm a n e n c ia de u n m o v im ie n to o r d e -
n a d o y de las actividades cogn itivas, tan to e n el u n ive rso co m o
e n el h o m b re .
U n m u n d o q u e n o h u b ie r a c o n o c id o la in t e r v e n c ió n d e l
d e m iu r g o se p r e s e n ta r ía c o m o u n m u n d o e n m o v im ie n to ,
p e r o so m etid o a u n a a gitació n estrictam en te m ecán ica, carente
d e to d o o r d e n , p r o p o r c ió n y m e d id a . P ara d o ta r a las cosas
se n sib le s d e u n m o v im ie n to o r d e n a d o r , el d e m iu r g o fa b r ic a
76 JOSÉ M «. ZAMORA CALVO

u n a lm a p ro v ista d e u n a e s tr u c tu r a m a te m á tica q u e p e r m ita


t r a n s m it ir la p e r m a n e n c ia y r e g u la r id a d , ca ra c te rístic a d e l
m o v im ie n to de lo s cu erp o s celestes, a to d o lo q u e se h alla e n la
r e g ió n su b lu n a r.
E l alm a es la fu e n te a u to m o triz d el m o v im ien to ( Tim. 3 5 a - b;
c f. Phdr. 2 4 5 c - d ) , tan to d e lo s m o v im ie n to s físic o s o rd e n a d o s
c o m o d e lo s m o v im ien to s p síq u ico s, in clu y e n d o to d o s lo s tip os
d e c o n o c im ie n to .

c) E l CU ERPO D EL M U N D O

T im e o a firm a q u e el m u n d o p o see u n c u e rp o q u e se c o m p o n e
d e c u a tr o e le m e n to s: fu e g o , a ire, agua y tie rr a . E l fu e g o p e r -
m ite al m u n d o ser v isib le , m ie n tra s q u e la tie r r a le p o s ib ilita
q u e sea tan g ib le. P o r su p arte, el a ire y el agua sirven d e in t e r -
m e d ia rio s a lo s d os o tro s elem en to s, c o n el fin d e p r o d u c ir u n
c u e r p o t r id im e n s io n a l q u e o b tie n e su c o h e s ió n d e u n a p r o -
p o r c ió n g eo m étrica .
E l u n ive rso c o n tie n e la to ta lid a d de lo s ele m e n to s, sin q u e
n in g ú n o tro u n iverso p u ed a p ro d u c irs e c o n lo s elem e n to s q u e
q u e d a ji, n i nad a p u e d a in v a d irlo d esd e el e x te r io r . P osee u n a
fig u r a esférica q u e g ira so b re sí m ism a, p e r m a n e c ie n d o s ie m -
p r e e n e l m ism o lu g a r. L a tie r r a rep o sa e n e l c e n tro d e l u n i -
v e rso y lo s siete p la n eta s se d is trib u y e n e n siete c ír c u lo s c o n -
cé n tric o s qu e tie n e n a la tie rra co m o c e n tro . Las estrellas fijas
o c u p a n la esfera más ex terio r, más allá de los siete astros e r r a n -
tes. L o s astro s se c o m p o n e n so b re to d o d e fu e g o , p e r o lo s
o tro s elem en to s e n tra n ta m b ién e n su c o n s titu c ió n . L o s c u e r -
p o s celestes g ir a n a lr e d e d o r de la tie rra y r o ta n ta m b ié n so b re
ello s m ism os.
A u n q u e e l a lm a p o s e a p r i o r i d a d o n t o ló g ic a r e s p e c to al
c u e r p o d e l m u n d o , e n su re la to T im e o se o c u p a d e este c o n
a n t e r io r id a d . E l c u e r p o d e l m u n d o es g e n e r a d o , s e n s ib le ,
v is ib le y ta n g ib le ( 2 8 b ) . E l m u n d o y e l t ie m p o s o n g e n e r a -
INTRODUCCIÓN 77

d o s , t ie n e n u n c o m ie n z o ( 3 7 c , 3 8 b , 3 9 e , 4 9 a ) ; p e r o n o
n e c e s a r ia m e n te u n f i n a l ( 2 7 <L 3 l b , 3 3 a , 3 8 c , 4 0 b ) . E l
d e m iu r g o c o n s tr u y e u n c u e r p o e s fé r ic o ( 3 3 b ) , b e llo y p e r -
fe c to , ya q u e b e lla y p e r fe c ta es la e s fe ra , la fig u r a id é n tic a a
sí m ism a y a q u e lla e n la q u e se p u e d e n i n s c r ib ir t o d o s lo s
c u e r p o s reg u la res.
E l c u e r p o d e l m u n d o está c o m p u e s to d e lo s c u a tr o e l e -
m e n to s n a tu ra le s . « E n p r im e r lu g a r , p a ra c u a lq u ie r a es sin
d u d a e v id e n t e q u e f u e g o , t ie r r a , a g u a y a ir e s o n c u e r p o s
(σώματα). A h o r a b ie n , to d a esp e cie d e c u e r p o (σώματος είδος)
p o se e ta m b ié n p r o f u n d id a d (βάθος). Y , ad em á s, es a b s o lu ta -
m e n te n e c e s a r io q u e la s u p e r f ic ie r o d e e la p r o f u n d id a d »
(5 3 c ).
L o s d o s c o m p o n e n t e s a p a r t ir d e lo s cu a le s e l d e m iu r g o
c o m e n z ó a d a r fo r m a al c u e r p o d e l m u n d o fu e r o n el fu e g o y
la tie rr a , ya q u e n o es p o s ib le qu e haya n a d a v isib le sin fu e g o
n i a lg o ta n g ib le y s ó lid o sin tie r r a . P ara se r se n s ib le , el u n i -
verso d eb e ser p e r c e p tib le p o r la vista, q u e im p lic a el fu e g o , y
e l ta c to , q u e im p lic a la t ie r r a . A p a r t ir d e a q u í T i m e o va a
in te n ta r p r o b a r m a te m á tica m e n te la n e c e sid a d d e la e x is te n -
cia d e lo s d os o tr o s e le m e n to s, e l a ire y e l a gu a85, p o r lo cu al
a firm a q u e d os e le m e n to s n o p u e d e n se r u n id o s s in u n t e r -
ce ro q u e h aga d e m e d io q u e fa c ilite la u n id a d ( 3 lb - c ) , lo q u e
so lo se alcan za gracias a la p r o p o r c ió n . L o s v ín cu lo s q u e u n e n
lo s c u a tr o e le m e n to s s o n n ú m e r o s , p r o p o r c i ó n g e o m é tr ic a
(αναλογία). E sta p r o p o r c i ó n n u m é r ic a p o s ib ilit a la a m is ta d
(φιλία) c o m o p r in c ip io (άρχή)86.
C o m o e l u n iv e r s o es u n a s u p e r f i c i e c o n p r o f u n d id a d ,
es d e c i r , u n s ó l i d o , y lo s s ó lid o s r e q u i e r e n n o u n o , s in o

85 C f . L . B ris so n : Le Même et ¡’A utre, p . 2 6 7 —3 8 8 .


86 S o b r e lo s p a r a le lis m o s e n tr e P la tó n y E m p é d o c le s , y s o b re las c u a tr o ra íce s
(ριζώματα), véase A .E . T a y lo r: A Commentary^on Plato's Timaeus, p . 8 8 - 9 3 .
78 JOSÉ M». ZAMORA CALVO

d o s e le m e n t o s q u e lo s c o n e c t e n , e n tr e la t ie r r a y e l fu e g o
e l d e m iu r g o c o lo c ó e l a g u a y e l a ir e . Q u e d o s e le m e n t o s
r e q u ie r e n d e o tr o p a ra a lc a n z a r la u n id a d y q u e d o s s ó lid o s
n o p u e d e n lig a r s in o t r o s d o s es u n a j u s t i f i c a c i ó n ad hoc
q u e P la t ó n se s ie n te o b lig a d o a d a r u n a vez q u e es i n n e g a -
b le la e x is te n c ia d e lo s c u a tr o e le m e n to s . S in e m b a r g o , e n
e l Teeteto ( l 4 7 c )> é l m is m o p r o p o n e e l s ig u ie n t e e je m p lo :
« e l b a r r o es t i e r r a m e z c la d a c o n a g u a » , d o n d e n o b a y
n in g u n a n e c e s id a d d e u n t e r c e r n i d e u n c u a r to e le m e n t o .
E sta a fir m a c ió n n o d e b e s e r e n t e n d id a e n t é r m in o s fís ic o s
n i q u ím ic o s , s in o q u e se tr a ta d e u n a r e f e r e n c ia m a te m á -
t ic a a lo s n ú m e r o s s ó lid o s d e lo s p i t a g ó r i c o s * 7, d e f i n i d o s
d e l s ig u ie n t e m o d o p o r E u c lid e s e n lo s Elementos: « c u a n d o
tr e s n ú m e r o s , a l m u lt i p li c a r s e e n tre s í, h a c e n a lg ú n
n ú m e r o , e l r e s u lta d o es u n n ú m e r o s ó lid o y su s la d o s s o n
lo s n ú m e r o s q u e se h a n m u lt i p li c a d o e n t r e s í » ( Elementa
V I I , p r o p . 1 8 ).
T r a s a d m it ir la c o r p o r e id a d d e lo s c o m p o n e n t e s d e lo s
e le m e n to s ( 5 7 c )> P la tó n a seg u ra q u e s o n ta n p e q u e ñ o s q u e
n o p u e d e n ser visto s a sim p le vista , p o r lo q u e so n lla m a d o s
« c o r p ú s c u lo s » (σώματα) tre s v e c e s s e g u id a s e n e l m is m o
p á r r a fo ( 5 6 e ) . U n a v e z f a b r ic a d o e l c u e r p o d e l m u n d o , e l
d e m iu r g o le im p r im e e l m o v im ie n to d e r o t a c ió n , p r o p io d e
la s e s fe r a s ( 3 4 a ) , y c o m o la r e p ú b lic a id e a l, t a m b ié n e l
c u e r p o d e l m u n d o es a u tá r q u ic o (αΰταρκες).

d ) M a t e m á t ic a

E l Timeo n o es u n a o b r a c o n s a g r a d a a la m a te m á tic a , a u n -
q u e e l s e n t id o g r ie g o d e l t é r m i n o sea m u c h o m ás a m p lio

87 C f . A .E . T a ylo r: A Commentary on Plato’s Timaeus, p . 9 7 sq .; y F .M . C o r n f o r d : Plato’s


Cosmology, p . 4'5 ~5 2 ·
INTRODUCCIÓN 79

q u e e l n u e s t r o . P a ra P la t ó n a b a rc a las c u a tr o c ie n c ia s q u e
p o s t e r io r m e n t e c o n s t it u ir á n e l quadrivium: a r it m é tic a , g e o -
m e t r ía , a s t r o n o m ía , a r m ó n ic a . D e e s te m o d o , a u n q u e n o
se a n in d e p e n d ie n t e s , a s t r o n o m ía y c o s m o lo g ía n o se c o n -
fu n d e n .
E l Timeo n o es u n escrito té c n ic o de a stro n o m ía . E l p r o p io
P la tó n a lu d e a la c o m p le jid a d de d e te rm in a d o s fe n ó m e n o s
(c o n ju n c io n e s y o p o sicio n e s de los astros, o cu lta cio n es y e c lip -
ses, d e te rm in a c io n e s d e lo s p e r ío d o s ...) , y d eclara q u e e x p li-
ca rlo s sin u n a m a q u e ta celeste re su lta u n a tarea d e m a sia d o
ardua ( 4 0 c - d ) .
E l c o n ju n to d el m u n d o sen sib le p u e d e red u cirse a c o m p o -
n e n te s e lem en ta le s d iscretos: dos triá n g u lo s rectá n g u lo s, u n o
isó sc e le s (d e lo s cu a les c u a tr o sirv e n p a ra c o n s t r u ir e l c u a -
d ra d o , su p e rfic ie elem e n ta l d e l c u b o ), y o tr o escalen o (d e los
c u a les seis sirv e n p a ra c o n s t r u ir el t r iá n g u lo e q u ilá t e r o ,
s u p e rfic ie e le m e n ta l d e l te tra e d ro , d e l o c ta e d r o y d e l ic o s a e -
d r o ) . E sto s c o m p o n e n t e s e le m e n ta le s s o n in f in ita m e n t e
p e q u e ñ o s ( « in v is ib le s » ), p o c o n u m e ro so s, sim p les, in d is c e r -
n ib le s e in d estru ctib les, so lo en tid ad es m atem áticas. T o d o s lo s
o b je to s d e l m u n d o s e n s ib le s o n fa b r ic a d o s a p a r t ir d e estas
e n tid a d e s m a te m á tic a s, q u e c o n s titu y e n , e n d e fin itiv a , lo s
c o m p o n e n te s ú ltim o s d e tod as las cosas. A s im is m o , to d o s lo s
fe n ó m e n o s —d e sd e lo s o b je to s m ic r o s c ó p ic o s h a sta lo s q u e
p e r t e n e c e n al á m b ito d e la a s tr o n o m ía — p u e d e n e x p lica rse a
p a rtir d e las in te ra c cio n e s e n tre estos c o m p o n e n te s e le m e n ta -
les, las cu ales, a su vez, so n descritas exclu sivam en te e n t é r m i-
n o s m atem á tico s.
Las m ism as leyes m atem á tica s y lo s m ism o s c o m p o n e n te s
elem en tales co n stitu yen el ú n ic o substrato al q u e p u e d e n r e d u -
cirse in c lu so lo s fe n ó m e n o s h ip e rc o m p le jo s , d e l g é n e r o d e lo s
q u e s o n d é te cta b le s a escala h u m a n a . A c e p ta d o e s to , e l c o n -
j u n t o d e lo s fe n ó m e n o s d escrito s jjo r la b io lo g ía , la fis io lo g ía ,
8ο JOSÉ Μ». ZAMORA CALVO

la p ato lo g ía e in clu so la p sico lo gía p u ed e red u cirse a estos c o m -


p o n e n te s y a estas in te ra c cio n e s.
C o m o su ce d e c o n la m a y o ría d e las id e as fu n d a m e n ta le s
d esa rro lla d a s e n el Timeo p o r P la tó n , esta te o ría de la m a te ria
n o fu e a d m itid a n i c o m p re n d id a e n lo s siglo s q u e le s u c e d ie -
r o n . H a b rá q u e e s p e ra r a l s. XIX p a ra q u e estas id e as sean
red e scu b iertas y c o n d u zca n al m o d e lo de la m ateria p ro p u e sto
p o r la física cu án tica. E n d efin itiva , los p resu p u esto s d e P la tó n
re d u ce n to d o s lo s o b jeto s sensibles a « a p a r ie n c ia s» qu e r e su l-
tan d e la c o m b in a c ió n de p a rtícu la s e lem en ta le s p o c o n u m e -
rosas, sim p les y a u n as reglas m atem áticas q u e r ig e n sus c o r r e -
la c io n e s . A h o r a b ie n , A r is t ó t e le s n o a ce p ta rá n u n c a u n a
r e d u c c ió n tan rad ical. Para él, e n el m u n d o sen sib le, h allam o s
n o so lo o b je to s, sin o ta m b ié n in d iv id u o s, q u e se ca racteriza n
cada u n o p o r su fo rm a in d ivid u a l.
L a m atem ática constituye para el P la tó n d el Timeo el m o d o de
p resen cia de lo in telig ib le e n lo sensible. E n el u n iverso co n s ti-
t u id o p o r e l d e m iu r g o to d o p u e d e ex p resa rse e n té r m in o s
m atem áticos. P recisam ente, p o r p o see r u n estatuto in te rm e d ia -
r io , se ap lican a lo sensib le p e r o sin q u e d eriv en d e lo sensib le.
E l d e m iu r g o to m a c o m o m o d e lo las fo rm a s in te lig ib le s p a ra
o rd e n a r m atem áticam ente el m aterial-esp acial (χώρα).
E l c u e r p o d e l u n iv e r s o está p r o v is to d e u n alm a q u e da
cu e n ta d e l m o v im ie n to q u e le arrastra a él y a to d o lo q u e c o n -
tie n e . P ara su fa b r ic a c ió n , el d e m iu r g o u tiliz a e x clu siv a m e n -
te lo s c u a tr o e le m e n to s tr a d ic io n a le s , q u e r e m o n ta n p r o b a -
b le m e n te a E m p é d o c le s : e l fu e g o , e l a ir e , el agu a y la tie r r a
(c f. 5 6 b - c ) . A s im is m o , p a ra ju s t ific a r q u e d eb e h a b e r cu a tro
e le m e n to s , P la t ó n p r o p o n e u n a r g u m e n to m a te m á tic o , y
estab lece u n a c o rr e s p o n d e n c ia e n tre estos cu a tro e le m e n to s y
c u a tr o p o lie d r o s r e g u la r e s , es d e c ir , tr a s p o n e e n t é r m in o s
m a te m á tic o s el c o n ju n t o d e la r e a lid a d fís ic a y lo s c a m b io s
q u e la afectan .
INTRODUCCIÓN 8l

P rim e r o , e n Timeo 3lt> 3 2 b P la tó n co n sid era el caso e n qu e


el u n iv e rs o so lo c o m p o r ta r a d o s d im e n s io n e s . E n tr e d os
n ú m e r o s c u a d ra d o s so lo h a y u n t é r m in o m e d io , p o r la f ó r -
m u la a/x = x/b, o x 2 = ab o ta m b ién ab = x. E n u n m u n d o p lan o
co m o este, bastarían so lo tres e le m e n to s. A h o r a b ie n , n u estro
m u n d o es d e tre s d im e n s io n e s . P o r e llo , e n tr e d o s n ú m e r o s
« c ú b ic o s » existen dos té rm in o s m ed io s, lo q u e p o d e m o s f o r -
m u la r así: a 3 / a ? b = a 2 b / a b 2 = a b 2 / b 3 · S i es así, es d e c ir , si
c o m p o r ta d os d im e n sio n e s , e l u n iv e rso d eb e c o n te n e r cu a tro
e le m e n to s . P ara d e te r m in a r cu á les s o n lo s d o s té r m in o s
m e d io s q u e se s itú a n e n tre lo s e x tre m o s, es p re c iso u tiliz a r la
raíz cu ad rad a y cú b ica.
P la tó n estaba m u y a te n to al d e sa rro llo d e la m atem á tica de
su é p o c a . L o s c u a tro e le m e n to s d e lo s q u e está h e c h o e l u n i -
ve rso —la tie rra , el agua, e l a ire y el fu e g o — se a so cian re sp e c ti-
va m en te c o n el te tra e d ro , el o c ta e d r o , el ic o sa e d ro y e l c u b o .
Se c o n s id e r a a T e e te to , c o n te m p o r á n e o d e S ó cra te s, a q u ie n
P la tó n m e n c io n a e n el p r ó lo g o d e l d iá lo g o q u e lleva su n o m -
b re, el in ic ia d o r de la c o n s tr u c c ió n d e lo s p r im e r o s p o lie d r o s
re g u la re s. L o s tres p o lie d r o s re g u la re s se c o n s tr u y e n a p a r t ir
d e lo s tr iá n g u lo s e q u ilá te r o s : e l te tr a e d r o , c u a tro tr iá n g u lo s
e q u ilá te ro s ( 5 4 e ~5 5 a)¡ o cta e d ro , o c h o triá n g u lo s e q u ilá te -
ros ( 5 5 a)¡ y el ico sa ed ro , vein te triá n g u lo s eq u ilátero s ( 5 5 a - b )·
E stos tres p o lie d r o s regu lares se a so cian c o n tres elem e n to s: el
te tr a e d r o c o n e l fu e g o , e l o c ta e d r o c o n e l a ire y e l ic o sa e d ro
c o n el agua. A s im ism o , a p a r tir d e seis cu a d ra d o s se co n stru y e
el c u b o ( 5 5 b ) , a s o c ia d o , a su vez, c o n la tie r r a . P o r ú lt im o ,
alu d e d e paso al d o d e c a e d ro , el p o lie d r o reg u la r m ás a fín a la
esfera ( 5 5 c)> fig u ra g e o m é tric a a la q u e se asocia el c u e rp o d el
m u n d o (c f. Epist. X III [ap ó crifa ] 363d·)·
E l n ú m e r o d e t r iá n g u lo s e le m e n t a le s p a ra ca d a u n o d e
lo s p o lie d r o s re g u la re s p u e d e verse e n la s ig u ie n te ta b la (c f.
A n e x o 6 ):
82 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

Pbliedro
Hexaedro Tetraedro Octaedro Icosaedro Dodecaedro
regular

4 8 20 12
6
Caras triángulos triángulos triángulos pentágonos
cuadrados
rectángulos equiláteros equiláteros regulares

Vértices 8 4 6 12 20

Aristas 12 6 12 30 30

Aristas por
vértice 3 3 4 5 3

Angulo diedro 70 o IO90 138o 116o


O
o
O

(entre 2 caras) 31' 4 3 ,6 ” 28'i 6 ,4 ” n '2 2 ,6 ” 3 3 5 4 ,2 ”

Seno del
I 2/3 2/3 2/3 2/3
ángulo diedro

Area/superficie
exterior 3^25 +
6a2 a V 3 a2 ^3 5a2 ^3 10 /5 a2
A = arista

5/12 a3 (3 1/3 a3 (15 +


1/12 a3 y2 1/3 a3 Jz
Volumen a3 + /5) = 7 ^5) =
= 0,1178 a3 0,4714 a3
2,1817 a3 7,6631 a3

4 6 6 6 30
Triángulos triángulos triángulos triángulos triángulos triángulos
por cara rectángulos rectángulos rectángulos rectángulos rectángulos
isósceles escalenos escalenos isósceles escalenos

Triángulos 24 24 48 120 360


rectángulos triángulos triángulos triángulos triángulos triángulos
totales isósceles escalenos escalenos escalenos escalenos

Elemento Tierra Fuego Aire \ Agua Mundo


INTRODUCCIÓN

P o d em o s llevar a cabo dos o b servacio n es, a p a rtir de la le c -


tu ra d e esta tabla·, i) P la tó n d escrib e lo s cu a tro p o lie d r o s r e g u -
lares q u e c o rr e s p o n d e n a lo s cu a tro e lem en to s exclu sivam ente
e n f u n c ió n d e l n ú m e r o d e caras; 2) d e fin e las aristas d e estas
caras a p a r tir d e u n v a lo r o rig in a l q u e c o rre s p o n d e a la lo n g i-
tu d d e la h ip o ten u sa de lo s triá n g u lo s elem en tales qu e les c o m -
p o n e n . A h o r a b ie n , este v a lo r es in d e te r m in a d o ( 5 7 c - d ) . Esta
in d e te r m in a c ió n en tra ñ a dos co n secu en cias fu n d a m en ta les: i)
fr e n te a la sim p lic id a d q u e b u sca el m o d e lo g e o m é tr ic o p r o -
p u e sto , su p o d e r ex p licativo q u ed a r e strin g id o ; y 2) p o sib ilita
co m p re n d e r m e jo r las variedad es d e u n m ism o ele m e n to .
D e este m o d o , e l m o d e lo co sm o ló g ic o q u e p r o p o n e P la tó n
co n sta d e c u a tro e le m e n to s e q u ip a ra d o s a c u a tro p o lie d r o s
regulares, co n stitu id o s de trián g u lo s eq u iláteros y de cuadrados,
a su vez ello s m ism o s c o n s titu id o s d e triá n g u lo s r e ctá n g u lo s
esca len o s e isó sceles. E ste m o d e lo le p o s ib ilita d e s c r ib ir lo s
o b je to s d el m u n d o sen sib le e n su c o n ju n to co m o variedad es o
c o m b in a c io n e s d e lo s cu a tro ele m e n to s, al m ism o tie m p o q u e
o frece u n a exp licació n de sus p rop ied ad es ( 5 8 c - 6 lc ). In cluso las
sustancias más com plejas que hallam os e n el u n iverso so n va rie -
dades de los cu atro elem en to s ( 5 8 c - 6 lc ), y solo de estos cu atro,
aso ciad o s a sim ism o a cu a tro p o lie d r o s regu lares, co n s titu id o s
ellos m ism os de dos clases de trián g u lo s rectán gu los, a lo qu e en
ú ltim o té r m in o se red u ce la estru ctura m aterial d el u n iv e rs o .
P o d e m o s im a g in a r el u n iv e rs o p la t ó n ic o c o m o u n a vasta
esfera, r e lle n a d e u n flu id o h o m o g é n e o , d esp ro v isto d e to d o
tip o d e d e te r m in a c ió n , la χώρα, cuya m a y o r p a rte está e n c e -
rrad a e n u n o s en v o lto rio s qu e p rese n tan la fo rm a de los cu atro
p o lie d r o s regu lares. P ara ex p licar la tra n s fo rm a c ió n m u tu a de
estos tres p o lie d r o s —el tetra ed ro (asociad o al fu e g o ), el o cta e -
d ro (asociad o al aire) y el ico sa ed ro (asociad o al agua)—, P la tó n
so lo c o n s id e r a el n ú m e r o d e s u p e r fic ie s q u e c o n s titu y e n su
e n v o lto rio .
84 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

e) T ie m p o y e t e r n id a d

S e g ú n la in t e r p r e ta c ió n t r a d ic io n a l, e n e l Timeo e l ser d e las


fo r m a s in te lig ib le s sería in te m p o r a lm e n te e t e r n o 88. P la tó n
co n s id e ra el ser v e rd a d e ro de las fo rm a s in te lig ib le s c o m o u n
ser e te r n o , q u e n o está e n el tie m p o . L a e te r n id a d e n el Timeo
n o es u n tie m p o d e d u r a c ió n ilim ita d a, sin o el m o d e lo m ism o
in te m p o ra l d e l tie m p o .
E l tie m p o es im ag en etern a p ro g re sa n d o se gú n el n ú m e r o ,
im a g e n d e esta e te r n id a d q u e p e rm a n e c e e n la u n id a d ( 3 7 d ).
F rente a esta d e fin ic ió n , en el Parménides p r o p o n e la h ip ó tesis de
que to d o ser está e n el tie m p o . E n tre la d e fin ic ió n d el Timeo y la
ex p u esta e n la h ip ó te s is d e l Parménides (14 1e ) p a re c e r ía e x istir
u n a c o n tra d ic c ió n , q u e so lo se salva si se co n sid era el c o n ju n to
de la p ro b lem á tic a , y n o so lo tra za n d o u n a co m p a ra c ió n en tre
am b os d iálogo s.
L a h ip ó tesis d el Parménides d e q u e to d o ser está e n el tie m p o
n o d e b e m o s c o n s id e r a r la c o m o o p i n i ó n d e P la tó n . P o r u n a
p a rte , esta h ip ó te s is c o n tr a d ic e el Timeo, y, p o r o tra , la i n t e r -
p r e ta c ió n c o n ju n ta d e l Parménides. Las h ip ó te sis d e este d iá lo g o
s o n c o n tra d icto ria s , p o r q u e n o tie n e n e n cu en ta la d ife r e n c ia
p la tó n ic a e n tr e cosas se n sib le s y fo r m a s in te lig ib le s , lo q u e
co n d u c e a u n eq u ív o co q u e atañ e a la c o n c e p c ió n d e l tie m p o .
A u n q u e se e n c u e n t r e n m u y p r ó x im a s , P la t ó n n o c o n fu n d e
o n to lo g ía c o n co sm o lo g ía . D e a h í q u e n o p o d a m o s d e d u c ir d el
Parménides n i u n a te m p o r a liz a c ió n d e las fo rm a s in te lig ib le s n i
u n a in te g ra c ió n de la ete rn id a d e n el tiem p o *9.

88 V é a se W . M esch: « D ie o n to lo g is c h e B e d e u tu n g d e r Z e it in P lato n s Timaios» , en


Symposium Platonicum 4 * 1 9 9 7 * Ρ· 2 2 7 - 2 3 7 > y» d e l m ism o a u to r, Reflektierte Gegenwart.
Eine Studie über Zßit und Ewigkeit bei Platon, Aristoteles, Plotin und Augustinus, F rá n c fo rt, V it to r io
K lo s te r m a n n , 2O O 3.
89 Esta es la c o n c lu s io n a la q u e llega W . M esch : « E tr e et tem p s dan s le Parménide de
P la t o n » , Revue philosophique de4a France et de l ' é t r a n g e r . 2 0 0 2 , p . I 5 9 " I 7 5 ·
INTRODUCCIÓN
85

E l tie m p o re a liz a u n p r o y e c to d e l d e m iu r g o , q u ie n « se
p r o p o n e h a c e r u n a im a g e n m ó v il de la e te r n id a d » ( Tim. 3 7 d ),
p ara q u e el u n iverso se asem eje al m o d e lo . E l tie m p o n a ció « a
la v e z » (άμα) q u e el d e m iu r g o o r d e n a el c ie lo , es d e c ir , so lo
c u a n d o la « c a u s a e r r a n te » h a b ía s id o o r d e n a d a , c u a n d o
em p ezó a m overse circ u la rm e n te , T im e o p u e d e d e sa rro lla r su
d is c u rso s o b re la g e n e r a c ió n d e l c ie lo y d e l tie m p o . S o lo hay
tie m p o , c u a n d o lo s m o v im ie n to s d e l a lm a p o n e n e n o r d e n a
lo s d e la n e cesid a d (άνάγκη). Se trata d e u n tie m p o q u e p u ed e
se r c o n ta d o y m e d id o . A n t e s d e la g e n e r a c ió n d e l u n iv e rs o
« h a b ía t ie m p o » , p e r o u n tie m p o q u e n o p o d ía m e d ir s e , ya
q u e n o h a b ía m o v im ie n to s o rd e n a d o s90. E l tie m p o , q u e n o es
u n ita r io , so lo p u ed e rep resen ta r c o n fo r m e al n ú m e r o la n a tu -
raleza u n ita ria y la d u r a c ió n p e rm a n e n te d e la ete rn id a d . E n el
tie m p o se m an ifiesta la « p le n itu d v ita l» d e l co sm o s, u n ita ria y
p r o d u c to r a de o rd e n .
P o r o tr a p a r te , el t é r m in o αιών s ig n ific a « fu e r z a v it a l» ,
« d u r a c ió n de u n a v id a » , « tie m p o de v id a » , « p le n itu d v ita l» 91.
L a « p le n itu d » o « fu e r z a v ita l» d el co sm o s lo h ace in e x tin g u i-
b le, a u tá rq u ico y vivien te « p o r la to ta lid ad d el tie m p o » (3 6 e ).
P ero co m o el co sm o s es u n vivien te to d o el tie m p o , n o está en
el tie m p o , sin o q u e p o see u n tie m p o d e vid a ilim ita d o (αιών).
Y e l tie m p o es so lo u n a im a g e n d e la e te r n id a d , es d e c ir , de
esta « p le n itu d v ita l» ilim ita d a d el cosm os.
S e g ú n T i m e o , la u n id a d p r o p o r c i o n a l d e in t e lig e n c ia y
n e ce sid a d q u e co n stitu y e la n a tu ra leza d e l co sm o s se n o s p r e -
sen ta p o r m e d io d e las p a rte s (μέρη) y las fo rm a s (ε’ίδη) d e l

90 C f . J . E sco b a r: « L e n g u a je y n ecesid a d . S o b re el c o n c e p to d e tie m p o en P la tó n » ,


Estudios de Filosofía 2 7 * 2 0 0 3 , p . 15O ·
91 C f . P. C h a n tr a in e : Dictionnaire étymologique de ¡a langue grecque, p . 4 2 ; F .M . C o r n f o r d :
Plato’s Cosmology, p . 102·, y G . Figal·. « Z e it u n d I d e n titä t. System atisch e Ü b e r le g u n -
g e n zu A r is to te le s u n d P la t o n » , en F o ru m fü r P h ilo s o p h ie B a d H o m b u r g (e d .):
Zßiterfahrung und Personalität, F r a n c fo r t, V it t o r ie K lo s t e r m a n n , 1 9 9 2 , p . 4 8 ·
86 JOSÉ Μ*. ZAMORA CALVO

tie m p o . L as p a rte s so n d ía y n o c h e , m es y a ñ o ( 3 9 c ) ; y, en
cu an to partes, so n partes de u n to d o . S in em b a rg o , el n ú m e r o
p e r fe c to d e l tie m p o , q u e c u lm in a el añ o p e r fe c to , tie n e lu g a r
cu a n d o las velo cid ad es relativas de cada u n a de las o ch o ó rb itas
se c o m p le ta n c o n ju n ta m e n te ( 3 9 d ). A l fin a l d e l « g r a n a ñ o »
to d o s lo s c u e r p o s celestes reg resa n a sus p o s ic io n e s in ic ia le s .
S o lo el círcu lo de lo M ism o se m ueve c o n u n ifo r m id a d y re g u -
la r id a d p e rfe c ta , p o r lo q u e es el p a tr ó n d e m e d id a te m p o r a l
p r io r it a r io . C o m o el tie m p o se r e la c io n a c o n el c a m b io , n o
existe p a ra lo in te lig ib le . C a d a c u e rp o celeste se re la c io n a co n
u n tie m p o especial (3 9 d ), p e r o lo s diversos tiem p o s de los p la -
n etas so n « m e d id o s » p o r lo s tie m p o s u n id a d e s de lo s m o v i-
m ie n to s d el S o l y de la L u n a 92.
L a su ce sió n d el d ía y de la n o c h e sería im p e rc e p tib le si n o
existiera la luz d el S o l (3 8 b ), lo qu e n os aporta u n a m ed id a clara
a p a rtir de la cu al o b te n e m o s el n ú m e ro y c o n la cual p o d e m o s
tam b ién m e d ir o tro s p e río d o s. E n esta su cesió n se represen ta la
fu erza de la n ecesid ad o rd en ad a p o r la in teligen cia: después del
d ía v ie n e n e c e sa ria m e n te la n o c h e y, d e sp u és d e esta, vu elve
n ecesariam en te el día, sig u ie n d o u n etern o r e to rn o d el d ía y de
la n o ch e e n que se m an ifiestan las m ed id as (μέτρα)93 necesarias,
d e a c u e rd o c o n las cu ales se m u eve la n a tu ra le za . S e g ú n esto ,
p o d e m o s m e d ir la naturaleza c o n el n ú m e ro , p o rq u e la n a tu ra -
leza tie n e su p r o p ia m e d id a . L a c o n te m p la c ió n d e esta e te rn a
r e p e tic ió n d e lo M is m o , d e l d ía y la n o c h e , d e lo s m eses y lo s
p e r ío d o s an u a les, d e lo s e q u in o c c io s y lo s so lsticio s, n o s p r o -
p o rc io n a el n ú m e ro , el c o n o c im ie n to d el tie m p o y la investiga-
c ió n d e la n a tu ra le za d e l u n iv e rs o ( 4 7 a)· T o d o e llo n o s e n c a -
m in a al filo s o fa r , « b ie n m ás g ra n d e q u e este n o h a lleg a d o n i
llegará n u n ca a la raza m o rtal co m o d o n de los d io ses» (4 7 b ).

92 Véase la η. 2 0 5 de L. Brisson a esta traducción.


93 Para H eráclito, tam poco eJ sol puede sobrepasar estas medidas (cf. B 9 4 )·
INTRODUCCIÓN 87

f) L o s cu a tr o « elem en tos»

E l m u n d o , p o r ser visib le y ta n g ib le, d eb e estar co m p u e sto de


fu e g o y tie r r a , y ta m b ié n d e agu a y a ire , q u e se a g re g a n p a ra
garan tizar la a rm o n ía y p r o p o r c ió n en tre lo s cu atro elem en to s
(Jim. 3 lb - 3 4 b ) . Se trata d e lo s cu a tro elem en to s, p resen tes en
la física p reso crá tica al m en o s d esde E m p éd o cles. E n el p e n sa -
m ie n to a rcaico , H e sío d o (Teog. 7 3 ^ - 7 3 8 ) se refiere al caos p r i -
m o rd ia l (χάσμα μέγα) e n el q u e h ay tie rra o scu ra, m ar, el T á r -
ta r o b r u m o s o , etc. L o s c u a tr o e le m e n to s —fu e g o (πυρ), agua
(ύδωρ), tie rr a (γαΐα), a ire (άήρ)— a p a re ce n p o r p r im e r a vez de
m an era sistem ática e n E m p éd o cles (cf. D K .3 iB i7 .l8 ) , co n s id e -
r a d o s c o m o in g r e d ie n te s d e la m e zc la q u e c o n fo r m a e l u n i -
verso , lo s cu ales p e r m ite n ex p lica r el ca m b io y el m o v im ie n to
in ce sa n tes e n é l, m o v id o s p o r las fu erza s d e A m o r (φιλότης) y
O d io (Νείκος). S i b ie n , E m p éd o c les n o lo s d e n o m in a e le m e n -
tos (στοιχεία), sin o raíces (ριζόματα)94.
L a e x p lica ció n de T im e o in serta la te o ría em p ed ó clea de los
cu atro « e le m e n to s » e n u n a especie de d e d u c c ió n m atem ática,
q u e m u estra la n ecesid ad d e l v ín c u lo in d iso lu b le d e lo s c o n s ti-
tu tivo s ele m e n ta le s e n su m o d o u n ita r io c o m o la p r o p o r c ió n
de sus rela cio n es m u tu as. A h o r a b ie n , estos cu a tro elem en to s,
e x tra íd o s de la fís ic a p r e s o c r á tic a o d e las a n tig u a s c o s m o g o -
nías95, están su b o rd in ad o s a la d e lib e ra ció n d el d em iu rg o (3 2 c,
3 3 a - d y 3 4 b )· C u a n d o se p u so a o rd e n a r el u n ive rso , es d ecir,
e n u n a fase p r e - c ó s m ic a , lo s e le m e n to s « s e h a lla b a n e n el
esta d o e n q u e p r o b a b le m e n te se h a lle t o d o c u a n d o d io s está

94 C f . T . G . S in n ig e : Matter and infinity in the Presocratic schools and Plato, A sse n , V a n G o r c u m ,


19 6 8 , p . H i- 1 1 7 .
95 E n las a n tigu a s co s m o g o n ía s e l o r ig e n d el u n iv e rso se ex p lica a p a r tir d e u n caos
in ic ia l q u e está, a su vez, d iv id id o e n cu a tro á m b ito s d ife re n c ia d o s y re g u la d o s p o r
diversas p o ten cia s d iv in as (a l c e n tr o , la T ie r r a , r o d e a d a d e l O céan o -, so b re la
T ie r r a , los cie lo s, y d e b a jo la o s cu rid a d y la m oche).
88 JOSÉ M*. ZAMORA CALVO

a u sen te d e a lg o » ( 5 3 b )· P la tó n se e n fr e n ta a la d ific u lta d de


r e fe r ir s e c o n el le n g u a je al u n iv e rs o , q u e n o es e n a b so lu to
estable. L o s cu a tro co n stitu yen tes físicos sim ples « tr a d ic io n a -
le s » —fu e g o , a ire , agu a, tie r r a — so n n e c e sa rio s y su fic ie n te s
para c o n s tru ir el cu erp o d el m u n d o (3 lb ~ 3 2 c ).
E l m u n d o e n su co n ju n to p resenta el aspecto de u n a esfera,
e n el in te r io r d e la cual se d istrib u y en lo s cu atro elem en to s e n
cu a tro capas c o n c é n tric a s (3 3 b , 4 8 a - b , 5 3 a)· P ro b a b le m e n te
e n f u n c ió n d e su p e s o , el fu e g o se sitú a e n la cap a s u p e r io r ,
después el aire, el agua y e n el m ed io la tierra . P ero los e le m e n -
tos n o p e rm a n e c e n e n la capa asignada co m o p ro p ia , sin o qu e
se desplazan al tra n sfo rm a rse. L a ausen cia de u n ifo r m id a d y de
ig u a ld a d e n tre lo s e le m e n to s y su peso e x p lica lo s ca m b io s e n
q u e co n sisten el d esp lazam ien to y la tra n s fo rm a ció n .
E l re p o so p ro c e d e de la u n ifo r m id a d (όμαλότης), la id e n t i-
dad de fo rm a , y de la igu ald ad (ίσότης), la id e n tid a d d e d im e n -
s ió n . S i so lo h u b ie r a c u b o s p e r fe c ta m e n te u n id o s , c o n la
m ism a d im e n s ió n , la esfera d el m u n d o y su c o n te n id o te n d e -
r ía n al r e p o s o . P e ro esto n o su ce d e, p u e sto q u e lo s p o lie d r o s
p rese n tan diversas fo rm as y d im e n sio n e s. P recisam en te p o r sus
fo r m a s d iversas, lo s c u a tr o p o lie d r o s re g u la re s n o p u e d e n
en cajar p erfecta m en te u n o s c o n o tro s; y, asim ism o, la lo n g itu d
d e la h ip o ten u sa d e los triá n g u lo s rectán gu los elem en tales sigue
s ie n d o in d e te r m in a d a , lo q u e p e r m ite s u p o n e r u n a e n o r m e
v a rie d a d d e d im e n s io n e s e n tr e las esp ecies d e lo s p o lie d r o s
regu lares, así co m o e n el in te r io r d e cada especie.
L as p a rtíc u la s e le m e n ta le s t ie n e n u n p e s o q u e d e b e estar
a so cia d o al n ú m e r o y a la d im e n s ió n d e sus caras (5 5< i-e). E l
fu e g o es el m ás lig e r o d e lo s e le m e n to s , d e b id o al n ú m e r o
lim ita d o y a la r e d u c id a d im e n s ió n d e sus caras. E n e l o tr o
e x tre m o , la tie rr a es el e le m e n to m ás p esa d o d e to d o s, p o r lo
q u e e n el u n iv e rso la tie rra se sitúa e n el c e n tro y el fu eg o e n la
p e r ife r ia , y e l a ir e y e l agu a, re sp e c tiv a m e n te , se h a lla n e n el
INTRODUCCIÓN 89

s e g u n d o y te r c e r lu g a r d esp u és d e l fu e g o . D e este m o d o , el
p eso d e las p a rtícu la s ele m e n ta le s q u e se h a lla n e n u n a esfera
e n g e n d r a u n a p r e s ió n (πίλησις), lo q u e p r o v o c a u n a r e u n ió n ,
u n e n c u e n tr o (σύνοδος) d e las p a rtícu las elem en ta les q u e, a su
vez, expulsa a las p eq u eñ as e n lo s in te rsticio s d ejad os en tre las
otras.
N o o b sta n te, las p a rtícu la s e lem en ta le s n o p u e d e n e x p a n -
d irse al e x te r io r ad infinitum, ya q u e está n en vu elta s p o r u n a
e sfera fu e r a d e la cu a l n o h ay n a d a , y e n el in t e r io r d e esta
esfera, d o n d e n o hay vacío (κενότης, 5 8 b y 7 9 b -c ), solo p u e d e n
circu la r e n los in tersticios (διάκενα) siem p re llen o s, o b te n ie n d o
su o rig e n de la ausen cia de u n ifo r m id a d y de igu ald ad en tre los
elem en to s. P od em os co n sid era r que los in tersticios están siem -
p r e lle n a d o s p o r p a rtíc u la s e le m e n ta le s q u e se in f ilt r a n e n
ellos, b ie n e n c o n ju n to o en partes. M ien tra s tan to , estas p a r -
tícu la s ele m e n ta le s están so m etid a s a u n d o b le p r o c e s o : i) de
d is o lu c ió n o d is o c ia c ió n (διάκρισις), y 2 ) d e a s o c ia c ió n o
r e c o n s titu c ió n (αύγκρισις), q u e so lo c o n c ie r n e a las caras d e lo s
p o lie d r o s . D e este m o d o , el p r o c e s o es d ife r e n te c u a n d o se
trata de la tie rra (ya q u e e l cu b o está fo r m a d o a p a r tir d e c u a -
d ra d o s ) o d e lo s o tr o s tre s e le m e n to s , fo r m a d o s a p a r t ir d e
triá n g u lo s eq u ilátero s.
D e la d is o lu c ió n d e u n a p a rtícu la e le m e n ta l d e tie rr a p r o -
c e d e n lo s cu a d ra d o s q u e p o s ib ilita n la r e c o m p o s ic ió n d e o tra
p a rtíc u la d e tie r r a , c u a n d o se r e e n c u e n t r a n d e n u e v o e n u n
cu b o (5 6 d ). P o r el co n tra rio , cu a n d o se d isu elven las otras p a r -
tículas elem en tales, al reen co n tra rse sus triá n g u lo s elem entales,
p u e d e n r e c o n s tru ir o tro tip o d e p a rtícu la elem en ta l. Las reglas
d e tra n s fo rm a c ió n m u tu a d e las cu a tro p a rtícu la s ele m e n ta le s
c o n c ie r n e n e x clu siv a m e n te a las s u p e r fic ie s d e las caras q u e
c o n fo r m a n lo s p o lie d r o s , p e r o n o a lo s v o lú m en es.
L o s cu atro p o lie d ro s regulares están co n stitu id o s a p a rtir de
dos tip o s d e su p e rficies, q u e, a su v.ez, están co m p u estas d e dos
90 JOSÉ M1. ZAMORA CALVO

tip o s d e triá n g u lo s rectá n g u lo s. E n las su p e rficie s in te r v ie n e n


dos tip o s d e triá n g u lo s rectán gu lo s: el triá n g u lo isósceles, qu e
es la m itad d e u n cu a d ra d o , y el triá n g u lo rectán gu lo escalen o,
q u e es la m ita d de u n triá n g u lo e q u ilá tero de lad o x. Estos dos
triá n g u lo s rectán gu lo s elem en tales in te rv ie n e n e n la c o m p o s i-
c ió n de o tro s d os tip o s de su p e rficie : el cu a d ra d o , q u e resu lta
d e la r e u n ió n d e c u a tr o triá n g u lo s r e c tá n g u lo s isó sceles (Tím.
5 5 b ), y el triá n g u lo eq u ilátero , que resulta de la r e u n ió n de seis
triá n g u lo s rectán gu lo s escalen os ( 5 4 d - e ) .
E l m o v im ie n to qu e se observa e n el u n ive rso se o rig in a p o r
la ausen cia de u n ifo r m id a d . G o m o la d im e n sió n fu n d a m e n ta l
—d esignada c o n la letra a— d e lo s triá n g u lo s elem en tales p e r m a -
n e c e in d e te r m in a d a , se d e d u c e q u e las d im e n s io n e s d e lo s
p o lie d r o s elem en ta le s qu e c o m p o n e n tod as las cosas sensib les
p u e d e n ser d ife r e n te s . Esta falta de u n ifo r m id a d será la causa
d e l ca m b io q u e afecta siem p re al m u n d o se n sib le, u n ca m b io
q u e va a o r d e n a r e l a lm a d e l m u n d o , p e r o so lo a llí d o n d e
g o b ie r n e co m o u n d éspota.

« A s í pues, establecerem os que el reposo consiste siem pre

-- en la u n ifo rm id a d y el m ovim ien to e n la ausencia de u n i­

fo r m id a d » . ( Tim . 5 7 e)

C o m o e n e l u n iv e rso n o hay vacío (5 8 a, cf. 7 9 c )> l ° s ca m -


b io s a lo s q u e están so m etid as co n s ta n te m e n te las cosas se n s i-
b les so n circu la res: u n a p a rtíc u la e le m e n ta l o cu p a el lu g a r de
o tra , y así su cesiva m en te de u n m o d o in d e fin id o . A s im is m o ,
estos m o v im ie n to s c irc u la re s n o s ig u e n n in g u n a d ir e c c ió n
establecida, sin o q u e p u e d e n en cam in a rse h acia cu a lq u ie r se n -
tid o . Estos m o v im ien to s in te rn o s d e so rd e n a d o s s o lo in flin g e n
u n b a lan ceo e rrá tico a la esfera d el m u n d o e n su c o n ju n to .
E l a lm a , fa b r ic a d a p o r e l d e m iu r g o p a r a p e r p e t u a r su
a c c ió n co n stitu tiva, es p r in c ip io d e l m o v im ie n to o rd e n a d o en
el m u n d o sen sib le. E l ca m b io qu e afecta al m u n d o sensib le n o
INTRODUCCIÓN 91

es c o m p le ta m e n te e r rá tic o , hay algo q u e n o ca m b ia e n él: las


« fó r m u la s » m atem áticas, q u e el alm a in sta u ra e n el m u n d o .
D e este m o d o , el o r d e n m atem á tico es e l m o d o e n q u e lo in t e -
lig ib le está p re se n te e n lo se n sib le, y lo q u e p e r m ite q u e este,
p r e cisa m e n te p o r la sem eja n za q u e m a n tie n e c o n su m o d e lo ,
p u e d a se r o b je to d e c o n o c im ie n t o y d e d is c u r s o . E n el Timeo
e n c o n tr a m o s d o s n iv eles d e ca u sa lid a d , n o o p u e sto s, sin o
je r a r q u iz a d o s : i ) las v e rd a d e ra s causas, es d e c ir , las causas
in c o r p o r a le s —fo rm a s in te lig ib le s , d e m iu r g o y alm a—, y 2) las
causas auxiliares o accesorias ( 4 6 c - d ) , es d e cir, las causas m ecá -
n icas asociadas a lo s cu erp o s, ya q u e la m atem ática garan tiza la
p r e s e n c ia d e lo in t e lig ib le . D e este m o d o , P la tó n r e c o g e lo s
r e su lta d o s lo g r a d o s p o r sus a n te ce s o re s e n la in v e s tig a c ió n
so b re la n a tu ra leza , p e r o a sig n á n d o les u n a p o s ic ió n s u b o r d i-
nad a e n la a rq u itectu ra de su d iscu rso físico .
L a esfera d el m u n d o en vuelve to d o lo qu e es c o r p ó r e o . L os
cu atro e lem en to s se d ifu n d e n , e n el in te r io r de esta esfera, en
cu atro capas co n cé n trica s (3 3 b , 53a, 4 8 a - b ) . Estas cu atro capas
c o n c é n tr ic a s s o n arra stra d as p o r el m o v im ie n to c ir c u la r q u e
an im a el c o n ju n to de la esfera. Y , co m o n o hay vacío, las p a rtí-
culas n o p u e d e n d ifu n d irse al in fin ito hacia el ex terio r, y, e n el
in t e r io r so lo p u e d e n c ircu la r e n lo s in te rsticio s siem p re lle n o s
o b t e n ie n d o su o r ig e n d e la a u sen cia d e h o m o g e n e id a d e n tre
lo s elem en to s. D e ahí u n a re a c ció n e n cadena, « la c o m p re sió n
p ro v o c a d a p o r la c o n tr a c c ió n e m p u ja a lo s c u e rp o s p e q u e ñ o s
e n lo s in te r s tic io s d e lo s g r a n d e s » ( Tim. 5 8 b , cf. 7 6 c y Leyes X
8 4 9 c ). Esta re a c c ió n e n caden a p r o d u c e el sig u ien te p ro ceso :

« E n efecto, los cuerpos que se h a n generado de partículas


más grandes dejan subsistir en su con stitu ción el vacío más

gran d e , los más p e q u e ñ o s, p o r el co n tra r io , el más p e ­

q u e ñ o . A h o r a b ie n , la co m p resió n provocada p o r la c o n ­

tracció n em pu ja a los cuerpos p eq u eñ os en los intersticios


92 JO SÉ M*. ZAMORA CALVO

de los gran d es. D e este m o d o , cu a n d o los p e q u e ñ o s se

co lo can al lado de los grandes y los m en ores separan a los

mayores y estos ju n ta n a aquellos, todos los cuerpos se tras­

ladan de arriba abajo a sus lugares p r o p io s » . ( Tím . 58b)

D e ahí el o rig e n d el d o b le m o v im ie n to qu e rige to d a tra n s-


fo r m a c ió n d e u n c u e r p o e n o tr o : d iv is ió n y c o n d e n s a c ió n ,
d e sco m p o sició n y r e c o m p o s ic ió n .
E l u n iv e rs o q u e d e s c r ib e P la tó n e n el Timeo lo p o d r ía m o s
r e p re se n ta r d e l s ig u ie n te m o d o . Im a g in e m o s u n a vasta esfera
re lle n a de u n flu id o h o m o g é n e o y d e sp ro visto de to d a c a r a c -
terística, p e r o cuya p a rte m ás g ra n d e está e n c e rra d a e n e n v o l-
tu ra s q u e p r e s e n ta n la fo r m a d e c u a tr o p o lie d r o s re g u la r e s
—t e t r a e d r o , o c t a e d r o , ic o s a e d r o , h e x a e d r o —. E sto s c o m p o -
n e n te s e le m e n ta le s t ie n e n te n d e n c ia a r e p a r t ir s e e n c u a tr o
capas c o n c é n tric a s , te n d e n c ia q u e se o p o n e al m o v im ie n to de
r o ta c ió n q u e sig u e la e sfera. D e este m o v im ie n to d e riv a n a la
vez u n a m o d ific a c ió n d e la n a tu ra le za y u n d e sp la za m ie n to de
estos p o lie d r o s re g u la re s , d e lo s cu a les lo s p e q u e ñ o s t e n d e -
r ía n a in m is c u ir s e e n tr e lo s in t e r s t ic io s q u e su b s iste n e n tr e
lo s g r a n d e s . L as tr a n s m u ta c io n e s d e lo s e le m e n to s , d e b id o
m u y p r o b a b le m e n t e a lo s lím it e s d e la m a te m á tic a d e la
ép o ca , se exp resan e n f u n c ió n d e las su p e rficie s qu e c o n s titu -
y e n e l e n v o lt o r io d e lo s c o m p o n e n t e s e le m e n ta le s y n o e n
f u n c ió n de su v o lu m e n . S e g ú n esta h ip ó te s is , d os p a rtíc u la s
d e fu e g o ( 2 x 4 triá n g u lo s ) d an u n a p a rtíc u la d e a ir e . E x p r e -
sad o e n t é r m in o s d e v o lú m e n e s , y s u p o n ie n d o q u e lo s c o m -
p o n e n te s ele m e n ta le s sean , al c o m ie n z o y al fin d e l p r o c e s o ,
d e la m ism a talla, a p lic a n d o la fó r m u la p la tó n ic a , lle g a re m o s
al r e su lta d o s ig u ie n te : 2 x O .I l7 8 a 3 = 0 - 4 7 I 4 3 a > 1° φ * ε eyi -
d e n te m e n te es fa lso , lo cu a l ilu s tr a c ó m o la e x p lic a c ió n c o s -
m o ló g ic a de P la tó n se e n fr e n ta a lo s lím ite s d e la m ate m á tica
d e su é p o ca .
INTRODUCCIÓN 93

7. B i o l o g í a : e l s e r h u m a n o , u n u n iv e r s o e n m in ia tu r a

P a ra P la t ó n u n se r vivo es u n se r p r o v is to d e a lm a , a la cu a l
d e fin e c o m o e l p r i n c i p i o a u t o m o t o r d e to d o m o v im ie n to
e s p o n tá n e o , ta n to fís ic o c o m o p s íq u ic o . T o d a s las alm as, e n
ta n to in m o r ta le s , s o n su ce d á n e a s d e l a lm a d e l m u n d o , cuya
c o n s titu c ió n P la tó n d escrib e e n Timeo 3 5 a ~b. S in e m b a rg o , lo s
seres p ro v isto s d e alm a a p a re ce n cla sifica d o s d e m a n e ra j e r á r -
q u ic a . E n la c im a se s itú a n lo s d io ses y lo s d é m o n e s , d esp u é s
v ie n e n lo s seres h u m a n o s , h o m b re s y m u je re s , y lo s a n im a le s
q u e h a b ita n e n e l aire, la tie rra y el agua; y abajo d e l to d o , d is -
p o n e las p la n ta s. D e este m o d o , lo s seres h u m a n o s y lo s a n i-
m ales se sitú a n a p arte, ya q u e se d is tin g u e n tan to d e las p la n -
tas, q u e s o lo p o s e e n u n a lm a d e s e a n te , c o m o d e lo s d io s e s,
in c lu y e n d o e l m u n d o y lo s c u e r p o s c e le ste s, y lo s d é m o n e s ,
cu y o c u e r p o es i n c o r r u p t ib le . E l a lm a h u m a n a p r e s e n ta la
m ism a e stru ctu ra q u e la d e lo s d io ses y lo s d é m o n e s, a n im a el
cu e rp o d el h o m b re , de la m u je r y d e to d o s lo s an im ales q u e se
h a lla n e n el a ir e , e n la tie r r a y e n el agu a . P o r ta n to , P la tó n
r e in t e r p r e ta la d is t in c ió n e n tr e ser h u m a n o y a n im a l e n el
m arco d e la m eten so m a to sis: to d o s so n seres h u m a n o s , e n su
o rig e n va ro n es, p e r o so m etid o s a u n p ro c e so de d e g e n e ra c ió n
e n fu n c ió n d el u so qu e h ayan h e c h o de su ra zó n e n su ex isten -
cia a n te r io r .
E l se r h u m a n o , c o m o lo s d em á s se res v iv o s, está c o n s t i-
t u id o a p a r t ir d e l m ism o m o d e lo q u e el u n iv e r s o . P o d e m o s
d e c ir d e é l q u e es u n m ic r o c o s m o s , u n u n iv e r s o e n m i n i a -
tu r a : p o s e e u n a lm a , cu y a p a r te r a c io n a l p r e s e n ta lo s d o s
m is m o s c ír c u lo s d e lo s q u e está c o n s tit u id a e l a lm a d e l
m u n d o , q u e a s im is m o s ig u e n la s m ism a s p r o p o s ic io n e s
m a tem á tica s q u e ella ; y ta m b ié n p o se e u n c u e r p o , fa b r ic a d o
s o la m e n te a p a r t ir d e lo s c u a tr o e le m e n t o s , d e lo s q u e está
c o n s titu id o e l c u e r p o d e l m u n d o . A h o r a b ie n , el ser h u m a n o
94· JOSÉ M». ZAMORA CALVO

( m ic r o c o s m o s ) se d is tin g u e d e l m u n d o (m a c r o c o s m o s ) p o r
d o s p r o p ie d a d e s : i) e l c u e r p o d e l ser h u m a n o está so m e tid o
a la d e s t r u c c ió n , a d if e r e n c ia d e l c u e r p o d e l m u n d o q u e es
in c o r r u p t ib le ; y 2) el alm a d e l ser h u m a n o pasa p o r d if e r e n -
tes c u e rp o s e n fu n c ió n de la c o n te m p la c ió n qu e h a alcan za d o
d e lo i n t e lig ib le e n su v id a a n t e r io r , t a n to c u a n d o se h a lla
se p a ra d a d e l c u e r p o c o m o c u a n d o h a b ita e n u n c u e r p o
( g o b - 9 2 c ) . D e este m o d o , p o d e m o s c o n s id e r a r d e m a n e r a
g e n e r a l al se r h u m a n o c o m o u n co m p u e sto q u e v in c u la p r o -
v is io n a lm e n te u n alm a h u m a n a y u n c u e r p o h u m a n o , d e sexo
m a s c u lin o o fe m e n in o .

a ) El alm a h u m an a

E l a lm a h u m a n a p r o c e d e d e la m e z c la q u e h a p e r m it id o la
fa b r ic a c ió n d e l a lm a d e l m u n d o y, al m ism o t ie m p o , c o n sta
d e u n a d o b le « p a r t e » m o r ta l: la ira s c ib le -a g r e s iv a (θυμός) y
la d e se a n te -a p e titiv a (έπιθυμία). L a p r im a c ía d e l alm a so b re el
c u e r p o es ló g ic a y o n to ló g ic a . E l d e m iu r g o c o n fía a sus asis-
te n te s d iv in o s la e s p e c ie in m o r t a l d e l a lm a h u m a n a ( 4 1 c ) .
A n t e r io r m e n t e , el d e m iu r g o s e m b r ó y p r o d u jo e l a lm a i n -
m o r ta l, es d e c ir, d iv in a , qu e le p e r m ite a n im a r el m u n d o e n
su c o n ju n t o (3 4 a ~ 4 0 d ), y ta m b ié n lo s astros ( 4 ld ) . L o s d io -
ses se sirv e n m ás ta rd e d e este m a te ria l in m o r ta l, p r o c e d e n te
de u n a m ezcla alterad a, cu a n d o d is p o n e n e l alm a « t r ip le » en
el c u e r p o h u m a n o ( 6 g d - 7 2 e ) .
E l alm a p o see u n a d o b le n atu raleza, al m ism o tie m p o m o r -
ta l e in m o r t a l ( 4 2 a ) , lo q u e p e r m ite al h o m b r e a c c e d e r, p o r
m ed io d el alm a, a lo sen sib le y a lo in te lig ib le , in g re d ie n te s de
la m e zc la co n s titu tiv a de la n a tu ra le za p s íq u ic a . P e ro el alm a
in m o rta l d e l h o m b re es u n a m ezcla de lo s « re sto s » (ύπόλουκχ,
4 ld ) d e l a lm a d e l m u n d o . S i b ie n , a d ife r e n c ia d el alm a d e l
m u n d o ( 3 4 c) > alm a d el h o m b re n o a n teced e al c u e r p o e n su
n a c im ie n to ( 6 g d - 7 2 e ) .
INTRODUCCIÓN 95

La d is tin c ió n d e tres especies de alm a e n el Timeo se c o rre s-


p o n d e c o n la psicolo gía expuesta en la República ( I V 4 3 g e - 4 4 4 d ) .
T im e o d ife r e n c ia las tres esp ecies d e alm a c u a n d o a b o rd a la
c o n s titu c ió n d e l c u e r p o y la e n c a r n a c ió n d e l alm a h u m a n a. E n
a m b o s d iá lo g o s las tres e sp e cie s a p a r e c e n d isp u esta s d e u n a
m an e ra relativam en te id é n tica : la especie ra c io n a l g o b ie r n a las
o tras d o s, irr a c io n a le s , y se sirve c o n c r e ta m e n te d e la esp ecie
irascib le-agresiva (θυμός), situada e n el co ra z ó n , para d o m in a r
la e sp e cie d e s e a n te -a p e titiv a (έπιθυμία), situ ad a e n e l v ie n tr e .
P ero e n el Timeo el alm a n o aparece d esign ad a exactam en te d el
m ism o m o d o q u e e n la República: e n e l Timeo la tres esp ecies n o
s o n d e la m ism a n a tu ra le z a , p o r lo q u e n o s o n tres p a rte s d e
u n a m ism a a lm a , c o m o su ce d e e n la República, d o n d e e l e le -
m en to desean te, el irascible y el racio n a l p e rte n e c e n a la m ism a
alm a h u m a n a .
P o r tan to , en el Timeo el alm a h u m a n a n o es d ivid id a o d is o -
ciada. E l h o m b re consta de varias especies d e la m ism a alm a, ya
q u e a la e sp e cie in m o r t a l se a ñ a d e u n a esp e cie m o r ta l ( 8 9 e ).
P o r m e d io d e la d is tin c ió n e n tre esp ecies d ife re n te s d e alm a,
P la tó n a sign a ex clu siva m en te a la esp e cie in m o r ta l la fu n c ió n
m o tr iz y c o g n itiv a . L as d o s esp ecies m o rta le s , a u x ilia re s d e la
esp ecie in m o rta l, n o se d ir ig e n n i m u even p o r sí m im a s, sin o
b a jo la d ir e c c ió n y h e g e m o n ía d e la esp ecie ra c io n a l p ed ago ga
(3 4 c, 4IC; cf. 8 g d ).
T o d o s lo s v iv ie n t e s , p o r d e f i n i c i ó n , s o n a n im a d o s , y,
c o m o e l c o s m o s es u n v iv ie n te , d e b e ta m b ié n se r a n im a d o .
S i b i e n e l a lm a es u n p r i n c i p i o p r e s e n t e e n t o d o e l u n i -
v e rs o , m ie n tr a s q u e e l a lm a d e l m u n d o y el a lm a d e lo s d i o -
ses está n h ech a s d e lo s d o s p r in c ip io s a n te r io r e s a las fo r m a s
in te lig ib le s y a las cosas se n sib le s, e l a lm a h u m a n a está c o m -
p u esta d e: i) lo s resto s d e la c o m p o s ic ió n p r im ig e n ia ( o n t o -
ló g ic a m e n te a n t e r io r al d e v e n ir y c r o n o ló g ic a m e n te a n te r io r
a la g e n e r a c ió n d e l m u n d o ) , y 2^ u n c o m p o n e n t e m o r t a l,
96 JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

q u e es e l o r ig e n d e lo s m o v im ie n to s d e s o r d e n a d o s d e l a lm a.
S e g ú n sea la m ezc la h a b rá d ife r e n te s tip o s de alm as, m e jo re s
96
o peo res .
E l alm a h u m a n a es ca lific a d a d e tr ip a r tita , h a c ie n d o u n a
re fe r e n c ia clara a la m ism a a n a lo g ía p o lític a esta b lecid a e n la
República. A s im is m o , las tres p a rte s d e l a lm a se lo c a liz a n r e s -
p e ctiv a m e n te e n la cabeza, e n el p e c h o y e n el v ie n tre . A h o r a
b ie n , e n tre la República y el Timeo se a p re cia n ciertas d ife re n cia s
relevan tes : so lo la r a z ó n es la p a rte d el alm a qu e sobrevive y es
in m o r ta l; y la c o n s titu c ió n de esta p a rte d e l alm a, ya se trate
d e la r a z ó n q u e c o n s titu y e la t o ta lid a d d e l a lm a d e l m u n d o
o d e la p a rte r a c io n a l d e l a lm a h u m a n a , es d e s c r ita c o m o
s ie n d o , e n c ie r ta m e d id a , material. P o r ta n to , e n c ie r ta m a -
n e r a , d esd e la p e r s p e c tiv a d e l d iá lo g o fís ic o se p r o d u c e u n
ca m b io de p u n to de vista resp ecto a escrito s a n terio res: la vida
in m o r t a l d e l a lm a r a c io n a l n o se c o n c ib e ta n to c o m o u n a
ex isten cia in m a te ria l e te rn a q u e tra n s c u r rir ía e n tre las fo rm a s
in t e lig ib le s , s in o c o m o u n a e x is te n c ia m a te r ia l d e c o n t in u a
a n im a c ió n d e las estrella s y d e lo s p la n e ta s e n el e sp a cio y e n
e l tie m p o .
A s í, e n el Timeo P la tó n in te rc o n e c ta d os c o n c e p c io n e s d if e -
r e n te s d e l a lm a , p e r o ig u a lm e n te p la u s ib le s —u n a m a te r ia l y
o tr a in m a te r ia l— p re se n ta d a s p o r p r im e r a vez e n el Fedón. E l
d e m iu r g o m o d e la in te n c io n a lm e n te el alm a, d e tal m o d o qu e
p o sea : i) u n tip o d e r e a lid a d « in t e r m e d ia » e n tre la re a lid a d
a b so lu ta d e las fo r m a s in t e lig ib le s tra n s c e n d e n te s y la s e m i-
r e a lid a d d e las cosas se n sib le s e m p lazad a s e n e l e s p a c io y el
tie m p o ; y 2) co n fig u ra c io n e s « in te r m e d ia s » d e las ca racterís-
ticas d e lo M ism o y de lo O tr o q u e n o s p e r m ita n fo r m u la r j u i -
cio s ep istém ico s. D e este m o d o , el estatuto d e l alm a ra c io n a l es

96 C f . F . L isi: « L a c r e a c ió n e n e l Timeo 3 5 a - b » , Hypnos y, 2 0 0 1 , p . II-2 4 .


INTRODUCCIÓN 97

« a n f i b i o » , ya q u e p re se n ta u n a a fin id a d c o n lo s d o s á m b ito s
p la tó n ic o s , e l in t e lig ib le y e l se n s ib le , al m ism o tie m p o q u e
p o se e la ca p a cid a d d e lle g a r a c o m p r e n d e r a m b o s: e n el caso
d e l m u n d o d e las fo r m a s in te lig ib le s , esta c o m p r e n s ió n se
m u estra e n el n ivel d el co n o c im ie n to (έπιοτήμη), y e n el caso del
m u n d o se n s ib le e s p a c io - te m p o r a l, e n el n iv e l d e la o p in ió n
verd ad era (δόξα άληθής).
A l c o m ie n z o , el d e m iu r g o m o d e ló to d a s las a lm a s d e la
m ism a m a n e ra (4 1 e ). N o o b sta n te , la d ife r e n c ia c ió n e n tre el
h o m b r e y la m u je r fu e in s titu id a ta m b ié n d esd e el in ic io p o r
e l d e m iu r g o ( g o e - g ia - , c f. 4 Ie _4 2 a ). L a p r im e r a g e n e r a c ió n
d e h o m b re s , p r o d u c id a p o r el d e m iu r g o y sus ayu d an tes d iv i-
n o s, fu e u n a g e n e r a c ió n exclu sivam en te m ascu lin a. A m e d id a
q u e eso s h o m b r e s m o r ía n y se r e e n c a r n a b a n , a q u e llo s q u e
lle v a r o n u n a v id a m o r a lm e n te in ju s t a se r e e n c a r n a r o n e n
m u jere s, y a q u ello s q u e lle v a ro n u n a v id a c o n m a y o r o m e n o r
ig n o ra n c ia se r e e n c a r n a r o n e n d iferen tes especies d e p á jaros o
de a n im ales.
Las m u jeres so n físicam en te m en o s vigorosas qu e los h o m -
b re s, « c o m o la n a tu ra le za h u m a n a es d o b le , el g é n e r o m ás
fu e rte (κρείττον)97 sería el q u e m ás tarde re cib iría el n o m b re de
v a ró n ’ (άνήρ)» (4 2 a). E l alm a de las m u jeres las in c lin a a llevar
u n a v id a in ju sta , c o n c r e ta m e n te a la c o b a rd ía . « D e lo s q u e
h a b ía n n a c id o v a ro n es (τών γενομενων άνδρών)98, to d o s lo s q u e
fu e r o n co b a rd es y lle v a ro n u n a vid a in ju sta , se gú n el d iscu rso
v e ro sím il, se tra n s fo rm a ro n e n m u jeres (γυναίκες) e n el se g u n -
d o n a c im ie n t o » ( 9 0 e ~ 9 la ; c f. 4 2 b ) . P o r ta n to , p a ra T im e o
hay u n a d ife r e n c ia « n a t u r a l» e n tre las alm as h u m a n a s d e las

97 E l co m p a ra tiv o κρείττον p u e d e ta m b ié n h ace r re fe re n c ia a u n a m ayo r b o n d a d m o r a l


e n los h o m b r e s.
98 A u n q u e los p rim e ro s seres h u m a n o s n o p re s e n te n d ife re n c ia s sexuales, e n este
pasaje T im e o alu d e c la ra m en te a los « v a ro n g s » .
JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

m u je re s y las d e lo s v a ro n e s p r o p o r c io n a l a la d ife r e n c ia d e
v ig o r físico q u e las caracteriza, lo q u e co n lleva u n a s u p e r io r i-
dad m o ra l n a tu ra l p o r p a rte de los va ro n es. P la tó n c o n sid e ra a
las m u jeres co m o criaturas de u n a d eg ra d a ció n m o ra l dispuesta
a se rv ir d e p r is ió n p a ra lo s h o m b re s q u e , p o r su c o b a rd ía ,
m e re c e n u n castigo (cf. Leg. V I , 7 8 o e - 7 8 l d ; X II 9 4 ,4 (l - e )· -Así
p u e s, e l castigo a p r o p ia d o al a lm a d e u n h o m b r e q u e se h a
m o s tra d o m o r a lm e n te c u lp a b le es s u f r ir u n a d e g r a d a c ió n
m o ra l a ú n p e o r : la r e e n c a r n a c ió n e n el c u e r p o d e u n a m u je r,
es d e c ir , e n u n a c r ia tu ra d e u n v a lo r m o r a l in tr ín s e c a m e n te
in fe r io r al suyo.

b) La c o n s t it u c ió n d el cu erpo h u m an o

E l c u e r p o h u m a n o está c o n s titu id o d e d o s clases d e te jid o s


fu n d a m en ta les: la m éd u la y la ca rn e. P ara p r o d u c ir la m éd u la ,
e l d e m iu r g o p r im e r o esco g e tr iá n g u lo s re g u la re s y lis o s q u e
sean su sceptibles de p r o p o r c io n a r el fu e g o , el agua, el a ire y la
tie rra , p re se n ta n d o la fo r m a m ás exacta ( 7 3 b - c ) . A c o n tin u a -
c ió n , e l d e m iu r g o e la b o ra u n a m ezcla a p a r tir d e estos t r iá n -
g u lo s p e r fe c to s , d e la q u e resu lta la m é d u la q u e se h a lla e n el
c e r e b r o , la m é d u la e s p in a l, la m é d u la d e lo s h u e s o s y e l e s -
p e rm a ( 7 3 b - d ) . E n el co m p u e sto d e c u e r p o y alm a q u e c o n s -
titu ye e l ser vivo las d ife re n te s p artes d e l alm a so n fijad as e n la
m é d u la . P o s te r io r m e n te , e l d e m iu r g o c o n t in ú a su tra b a jo
( 7 3 e - 7 4 b ) , y co n stitu ye lo s tres sistem as:

i) Sistema circulatorio: P ara la d e s c r ip c ió n d e l sistem a c ir c u -


la to r io P la tó n e m p le a la m e tá fo ra d e l ja r d ín , e n d os m o m e n -
to s: a) a lu d e a las re d e s d e vasos q u e t r a n s p o r ta n la sa n g re a
tod as las p a rte s d el c u e r p o ( 7 7 c - e ) ; y b ) e x p lica la c ir c u la c ió n
d e la san gre q u e , e n e l in t e r io r d e lo s vasos, se p r o d u c e p o r la
d e s c o m p o s ic ió n d e lo s a lim e n to s gracias a la a c c ió n d e l fu e g o ,
c o n u n a d o b le fu n c i ó n : a s e g u ra r la n u t r i c i ó n d e to d a s las
INTRODUCCIÓN
99

p a rte s d e l c u e r p o y c o n s t it u ir e l v e h íc u lo d e la s e n s a c ió n
( 7 7 e ~7 8 b ; cf. A n e x o 8 ) " .
E l c o ra z ó n o cu p a u n a fu n c ió n ce n tra l, estab lecid o e n « u n
p u e sto d e g u a r d ia » ( 7 0 b ), co n stitu y e u n « n u d o d e venas y
fu e n te d e la san gre q u e c irc u la im p e tu o sa m e n te p o r to d o s los
m ie m b r o s » ( 7 0 b ) . A u n q u e e n el fu n c io n a m ie n to d e l m e c a -
n ism o fisio ló g ico el co ra zó n o cu p e la segu n d a p o sic ió n , ya qu e
para h a cerlo o p e ra cio n a l se p recisa n lo s a lim en to s y la re sp ira -
ció n , es u n p u n to cen tral y vital d el o rg a n ism o . Este « p u e sto de
g u a rd ia » constituye el p u n to de p artid a tan to de la sen sib ilidad
co m o de la m o tric id a d . E n efecto , es el in te r m e d ia rio en tre el
cereb ro , d o n d e se aloja la p arte s u p e rio r d el alm a, y el resto del
cu erp o , ya se trate de u n a parte o de su c o n ju n to . E n el co ra zó n
reside la parte su p e rio r d el alm a m o rtal, la parte ira scib le -a g re-
siva (θυμός), que p resenta u n a fu n c ió n regu lad ora: se en carga de
h acer a p licar las ó rd en es d e la ra zó n y m a n te n e r e n b u e n o rd e n
el fu n cio n a m ie n to d el c u e rp o y, p o r co n sig u ien te, de la tercera
parte d el alm a, la parte desean te-apetitiva (έπιθυμία), q u e co rres-
p o n d e a la segunda parte d e la especie m o rtal d el alm a. P o r ello ,
es el p u n to de p a rtid a de las venas, lo s vasos q u e están a su d is-
p o s ic ió n p a ra tra n sm itir lo s m ensajes y, asim ism o, e l p u n to de
lleg a d a d e la san gre q u e v ie n e a él p a ra d ifu n d ir s e p o r el c o n -
ju n t o d el cu erp o hasta alcanzar sus extrem idades.
E l sistem a san gu ín eo d ebe d iferen cia rse d el sistem a circu la -
t o r io , r e la c io n a d o c o n el fu e g o , m o t o r d e la tr a n s fo r m a c ió n
y d e l tra y ecto d e las p a rtíc u la s q u e su b e n d e a b a jo a rr ib a ,
sig u ie n d o al fu eg o .
2) Sistema respiratorio: P la tó n p o n e e n c o n e x ió n e l m e c a -
n ism o de la re sp ira ció n c o n el sistem a re sp ira to rio . E l co ra z ó n

99 P la tó n e m p le a el té r m in o « v a s o s » , sin d is tin g u ir e n tre venas y arteria s. Esta d is -


tin c ió n q u e d a rá e s ta b le c id a c o n W . H a rv ey e n su o b r a ’: Exercitatio anatomica de motu
cordis et sanguinis in animalibus, F r á n c fo rt, S u m p tib u s G u ilie lm i F itz e ri, 1 6 2 8 .
ΙΟΟ JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

y el p u lm ó n (n o h a y r e fe r e n c ia a la e x iste n cia d e d os p u lm o -
n es), u b ica d o s e n el tórax, lu g a r e n qu e se sitúa la p a rte ira sci-
b le (θυμός), están tan in d iso lu b le m e n te u n id o s co m o sus siste-
m as. N o p u e d e n fu n c io n a r u n o s in o tr o , ya q u e el p u lm ó n
d e se m p e ñ a la fu n c ió n d e « b o m b a d e s e g u r id a d » r e sp e c to al
co ra zó n ; sus estados so n in te rd e p e n d ie n te s .
E l p u lm ó n d e s e m p e ñ a u n a d o b le f u n c ió n , q u e se h a ce
ex p lícita n a tu ra lm e n te : a) co n s titu y e u n a m u ra lla d e p r o t e c -
c ió n que fren a la h in c h a zó n d el co ra z ó n e im p id e q u e co n tin ú e
la taqu icardia; y b ) m o d era los fe n ó m e n o s q u e a lteran el tejid o
cardiaco y p ro p o rc io n a a lien to y descanso e n la qu em ad u ra o ca -
sionad a p o r el fu e g o (^ O c -d ). S i el m o v im ien to d e lo s triá n g u -
los agudos ígn eos p rovoca u n acalo ram ien to y, e n co n secu en cia,
u n a in fla m a c ió n d e l c o ra z ó n , p a ra p re se rv a r su in te g r id a d se
p re cisa la in te r v e n c ió n d e l p u lm ó n q u e así lo g ra e n fr ia r lo . L a
figu ra d el te jid o p u lm o n a r es a la vez vacía, b la n d a y sin sangre,
y , al m ism o tie m p o , esp on jo sa, apta p a ra d ejar circu la r « e l aire
y la b e b id a » ( y o c ) . E l p u lm ó n rod ea el co ra zó n co m o u n jo y e ro
o, sig u ie n d o la m ism a im ag en de T im e o , « c o m o u n a a lm o h a -
d a » .(7 Oc0 ’ a fin de m an ifestar el carácter p recio so y cen tral del
co ra zó n en la co n stitu ció n d el cu erp o h u m a n o .
Para la d escrip ció n d el sistem a resp ira to rio , P la tó n u tiliza la
m e tá fo r a d e la nasa ( 7 8 a - 8 o d ) , q u e co n sta de d os p a rtes: a)
u n a cavidad cen tra l, h ech a de fu e g o y situada e n el in te r io r d el
tro n c o , y b) dos co d o s, h ech o s de aire, q u e pasan p o r la n a riz y
p o r la b o c a ( 7 8 a - d ; cf. A n e x o 9 )· E sta e s tru c tu ra sig u e u n
m o v im ie n to d e a lte r n a n c ia q u e h a ce elevarse y h u n d ir s e el
tórax, y q u e d u ra tan to tie m p o co m o la vid a. E l aire qu e sigue
e l fu e g o 100 m a n tie n e u n m o v im ie n to circu la r : in s p ira d o p o r la

1 0 0 E n la base d e la c o n s tr u c c ió n d e l sistem a re s p ira to r io T im e o sitúa e l fu e g o y el aire


co m o e le m e n to s p rim a rio s . L a e x p lica ció n p a rte d e l p r o p io m eca n ism o fis io ló g i-
co : u n c u e rp o pasa a u n * cu e rp o m ayo r qu e él, p e ro n o p u e d e h a c e rlo a u n o más
INTRODUCCIÓN ΙΟΙ

n a r iz y p o r la b o c a , y e s p ira d o h a cia e l e x te r io r a través d e l


cu e rp o (78 d~ 79a), sig u ie n d o u n m o v im ie n to circu la r qu e P la -
t ó n p o n e e n c o rr e s p o n d e n c ia c o n las o tras esp ecies de m o v i-
m ien to s ( 7 9 a - 8 o c ) .
E l sistem a resp ira to rio , rela cio n a d o c o n el aire, es el e n v o l-
t o r io d e l sistem a g aseo so y el e le m e n to p e n e tr a n te e n el
cu e rp o ; de ah í qu e el r o jo p ro v en g a de u n a a cció n d el fu eg o en
el agua fo rm a d a p o r triá n g u lo s a lim e n ta rio s. E n él el fu e g o se
d iv id e e n te tra e d ro s d isp u e sto s a a ctu a r y d ifra c ta rs e , lo qu e
o to rga esta p a rticu la r c o lo ra c ió n .
3) Sistema nutritivo: L a sangre d esem p eñ a la fu n c ió n p r in c ip a l
e n el sistem a n u tritiv o . S u c o lo r r o jo p r o v ie n e d e l fu e g o , qu e
d e s c o m p o n e lo s a lim e n to s, tan to la b e b id a c o m o el a lim e n to
só lid o ( 8 0 d - e ) , ex tra íd o ex clu siva m en te d e las p la n ta s. E n el
p ro c e so re sp ira to rio el fu e g o sigue al aire, disuelve lo s a lim e n -
tos cu a n d o pasa p o r el estóm ago, y fu erza a la sangre a in tr o d u -
cirse e n lo s vasos c o n s titu id o s a ta l e fe c to . T r a n s p o r ta d a e n
to d a s las p a rte s d e l c u e r p o , la sa n g re a lim e n ta la m é d u la , la
carn e y el c u e rp o e n su c o n ju n to ( 8 o e - 8 lb ) .
C o m o lo sem ejan te se d irig e n e cesa riam en te a lo sem ejan te
p o r e fe c to d e u n a a tr a c c ió n , se d a u n p a ra le lis m o e n tr e e l
m a c ro c o sm o s y el m ic ro c o s m o s . Esta ley d e a tr a c c ió n c o r r e s -
p o n d e al m eca n ism o d el m o v im ien to , ya qu e cada cosa se d irige
al lu g a r q u e le es p r o p io , es d ecir, a lo qu e le es sem ejante.
N o a p arece e n e l Timeo la n o c ió n d e c ir c u la c ió n sa n gu ín ea ,
en el se n tid o m o d e r n o d e l té r m in o , p u es la san gre rep resen ta
el a lim e n to in t e r n o d e l c u e r p o : « [ . . . ] esas p a rtíc u la s r e c ié n
co rta d a s y separadas d e sus a fin es, d e fr u to s o d e h ierb a s, q u e

p e q u e ñ o (7 8 a ). A s í, el a ire y e l fu e g o , d o ta d o s d e lo s c o rp ú s c u lo s m ás fin o s , n o
so n re te n id o s e n el c u e r p o q u e atraviesan , a d ife re n c ia d e lo q u e su ce d e c o n lo q u e
está h e c h o d e agua y d e tie rra , es d e c ir , d e los a lim e n to s líq u id o s y s ó lid o s, q u e so n
re te n id o s .
1 02 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO

d io s p la n tó p ara n o s o tro s c o n este m ism o p r o p ó s ito , p a ra se r-


v irn o s d e a lim e n to , so n d e variad os co lo re s a causa d e su m e z -
cla. P e ro s o b re esto s es e l c o lo r r o jo el q u e se e x tie n d e de
m a n e ra p r e d o m in a n te , al ser su n a tu ra le za fa b r ic a d a p o r el
co rte d el fu eg o en el líq u id o y p o r la im p ro n ta que d eja e n é l»
( 8 o c - e ). L os a lim en to s só lid o s so n licu ad os. E l c o lo r de la san -
g re n o se d eb e a u n c o lo r q u e te n d ría n lo s triá n g u lo s e le m e n -
tales, sin o a u n a d ete rm in a d a m ezcla d e p a rtícu las qu e c o rr e s -
p o n d e a u n m eca n ism o p reciso .

c) La s e n s a c ió n

E n Timeo 6 l c - 6 9 a P la t ó n e x p o n e el m e c a n is m o d e la s e n s a -
c ió n 101. D e l e x te r io r lle g a n p a rtícu la s q u e p re se n ta n d e te r m i-
nadas características: fo r m a g e o m é tr ic a —te tra e d ro , o cta e d ro ,
ic o s a e d r o , c u b o —, ta m a ñ o , ya q u e lo s p o lie d r o s re g u la r e s
p o se e n tam a ñ o s d ife re n te s, y n ú m e r o . Estas p a rtícu las e n tra n
e n c o lis ió n c o n u n ó rg a n o sen sitivo o u n a p a rte d e u n c u e r p o
v iv o , p o n ié n d o s e a lg u n a s d e e lla s m ism a s e n m o v im ie n to .
P o r m e d io d e la s a n g re , esto s m o v im ie n to s se t r a n s m it e n a
través de to d o el c u e r p o y lle g a n a in fo r m a r al alm a, p r im e r o
a la p a rte d e s e a n te - a p e titiv a (επιθυμία) y a la p a r te ir a s c ib le -
agresiva (θυμός), d espu és a la p a rte r a c io n a l, la « in te lig e n c ia »
(νοϋς). P r e c is a m e n te , so lo e n este ú lt im o n iv e l in te r v ie n e el
« r e c o r d a t o r io » (άνάμνησις), q u e p e r m ite al alm a r e c o r d a r la
v is ió n q u e tu v o d e la fo r m a in t e lig ib le c o r r e s p o n d ie n t e e n
u n a e x is te n c ia a n t e r io r , e n este m o m e n to el se r h u m a n o
p u e d e sa b e r q u e t ie n e u n a s e n s a c ió n , y, a s im is m o , p u e d e

IO I S o b re e l te m a d e l m e ca n ism o d e la se n s a c ió n e n el Timeo, veáse L . B ris so n : « P la to ’s


th e o ry o f sense p e r c e p tio n in th e Timaeus. H o w it w orks a n d w hat it m e a n s » , e n
Proceedings o f the Boston Area Colloquium in Ancient Philosophy 13 , 1 9 9 9 * P* I4 7 - I 7f>; y d el
m ism o a u to r: « P e r c e p t io n s e n sib le e t ra is o n d an s le Timée» , e n Symposium Platonicum
4 . 19 9 7. p· 3 0 7 -3 16 . ‘
INTRODUCCIÓN IO3

h a b la r d e e lla , a d if e r e n c ia d e las p la n ta s , p a ra las cu a le s la


se n s a c ió n es ex tra ñ a a la r a z ó n .
A h o r a b ie n , e n ú ltim a in sta n c ia , in c lu s o la e p is te m o lo g ía
se exp lica p o r la o rg a n iz a c ió n m atem ática d el m u n d o sen sib le.
E l m o d o e n q u e s u r g e n lo s sig n o s q u e d a n cu e n ta de la p e r -
c e p c ió n s e n s ib le , c o n s id e r a d a c o m o u n c o n ta c to e n tr e dos
cosas se n sib les, v ie n e e x p lic a d o p o r la e s tru ctu ra m a te m á tica
d el c u e r p o y d el alm a, lo m ism o qu e el m o d o e n qu e estos sig -
n o s se tra n s m ite n a la in te lig e n c ia p a ra p o d e r ser in te r p r e ta -
d os p o r ella.

d) E n ferm ed ad es d el a lm a y d el cu erpo

L as e n fe r m e d a d e s m u e s tra n c ó m o la n a tu ra le za d e l h o m b r e
p u e d e v e rs e a lte r a d a . S i el s e r v iv o d e b e se r b u e n o y b e llo ,
d eb e estar b ie n e q u ilib r a d o (Tim. 8 4 c ), es d e c ir, el alm a d e b e
e sta r e n e q u i lib r i o c o n s ig o m ism a y c o n el c u e r p o , lo q u e
p e r m ite a lcan zar la b o n d a d d e l ser vivo en su c o n ju n to (8 7 d ).
P o r e llo , la cau sa d e la sa lu d y d e l e q u ilib r o r a d ic a e n el
m o v im ie n to . P ara e l h o m b r e , im ita r el u n iv e rs o co n s iste e n
co n se rva r la salu d resp ectiva d e l c u e r p o y d e l alm a, e q u ilib ra r
su v ín c u lo , p e r m it ie n d o q u e e l a lm a e je r z a su g o b ie r n o , es
d e c ir, c u m p lie n d o su f u n c ió n m o tr iz y co g n itiv a , c o n lo que
im ita « la a r m o n ía d iv in a » d e lo s m o v im ie n to s d e l m u n d o
(8 0 b ). D e este m o d o , e l h o m b re d eb e e sco g er actividades q u e
n o ex clu ya n el alm a n i e l c u e r p o , sin o q u e se e je r z a n c o n ju n -
ta m e n te , p a ra q u e el p r in c ip io d e l m o v im ie n to p u e d a d ir ig ir
las o tra s fo r m a s d e m o v im ie n t o . E l g o b ie r n o d e la m e jo r
esp ecie d e l a lm a p e r m ite al h o m b r e c o n o c e r el o b je to q u e es
p r o p io d e su in te lig e n c ia , las fo r m a s in te lig ib le s , y p r a c tic a r
la filo s o fía (8 8 c ).
E l h o m b r e es u n a p la n ta celeste (9 0 a ) y, a se m e já n d o s e al
o b je to de su in te le c c ió n d e a cu erd o c o n la n atu raleza o r ig in a -
ria, alcanza « la m eta de la vida qu e lo s dioses p r o p u s ie r o n a los
104 JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

h o m b re s c o m o la m e jo r ta n to p a ra e l p r e s e n te c o m o p a ra el
fu t u r o » ( g o d ) . L a fe lic id a d está al alcan ce d el h o m b re , s ie m -
p re q u e sepa a rm o n iz a r lo s m o v im ie n to s d e su c u e r p o y d e su
alm a im ita n d o la fo rm a d el u n iverso (8 8 c ; cf. 4 7 e) >cu id e de su
p arte d ivin a y m an ten ga e n b u e n o rd e n al d e m o n qu e habita en
él (9 0 c), p o r m e d io d e l esfu erzo e n el a m o r al c o n o c im ie n to y
a los p e n sa m ie n to s ve rd a d ero s ( 9 0 b ) .
E n el caso d e l h o m b r e , la p e r f e c c ió n d iv in a y ce le s te se
m an ifie sta d e u n a m a n e ra q u e n o es n e cesa ria n i o b lig a to r ia .
E l h o m b r e es r e s p o n s a b le d e sus e le c c io n e s y s o lo p u e d e
a lc a n za r la fe lic id a d si lo g r a d e sp r e n d e r s e d e lo s la zo s q u e lo
v in c u la n c o n la χώρα, d o n d e se u b ic a el m a l y lo a m o r fo . L a
a s im ila c ió n d e l h o m b r e a lo d iv in o so lo es p a r c ia l y v ir tu a l;
p a ra a lc a n z a rla , es p r e c is o q u e se a se m e je a lo in t e lig ib le de
m o d o v o lu n ta r io .

Enfermedades del cuerpo

E l Timeo n o e s ta b le c e u n a d e f i n i c i ó n u n ív o c a d e l c u e r p o ,
p e r o a fir m a e l c a r á c te r n e fa s to q u e p u e d e a p o r t a r al a lm a ,
n o s o lo e n lo q u e r e s p e c ta a sus fu n c i o n e s p r o p ia s , s in o
ta m b ié n e n la r e la c ió n q u e p u e d e m a n te n e r c o n esta ú ltim a
e n tid a d . L a e x p lic a c ió n d e las d iversa s e n fe r m e d a d e s P la tó n
la e la b o r a a p a r t i r d e l p r o c e s o d e la g e n e r a c ió n y d e la
c o r r u p c ió n . L as e n fe r m e d a d e s p u e d e n p o s e e r u n a m a y o r o
m e n o r g ra v e d a d y a fe c ta r al c u e r p o d e m ú lt ip le s m a n e r a s .
A h o r a b ie n , la causa p r in c ip a l de la e n fe r m e d a d r a d ica e n la
a p a r ic ió n d e l d e s o r d e n (8 2 b ) . E l o rg a n is m o está c o n s titu id o
p o r u n a p r o p o r c i ó n e n tr e lo s c u a tr o e le m e n t o s —t ie r r a ,
fu e g o , agu a y a ir e — y u n r e p a r to a r m ó n ic o e n tr e lo s c o n g lo -
m e r a d o s c o n s titu id o s a p a r t ir d e e llo s . P o r ta n to , e l d e s o r -
d e n p r o c e d e d e u n d e t e r i o r o d e l e q u i l ib r i o e n tr e lo s e l e -
m e n to s . L as causas p r im e r a s d e las e n fe r m e d a d e s s o n c u a tr o
(8 2 a -8 3 b ):
INTRODUCCIÓN 105

1) E l exceso o e l d e fe c to c o n tr a la n a tu ra le za d e esto s e le -
m e n to s, lo q u e p r o d u c e u n a p é r d id a d e l e q u ilib r io , d e b id o a
u n a m o d ific a c ió n d e l estado d el o rg a n ism o .
2 ) E l ca m b io d e sitio , cu a n d o u n o d e lo s e le m e n to s a b a n -
d o n a su lu g a r p r o p io p o r o tr o a je n o , lo q u e im p lic a u n a
m o d ific a c ió n c o n tr a la n a tu ra le za e n la o r d e n a c ió n d e cada
u n o , ya q u e to d o ca m b io qu e afecte a u n ele m e n to co n lleva u n
n u evo ca m b io para e l resto d e elem en to s.
3 ) E l c a m b io d e estad o d e u n o o d e o tr o , ya q u e cada e le -
m e n to p o se e diversas v a ried a d es p o sib le s, lo q u e im p lic a p é r -
d id a d e su id e n tid a d p r o p ia .
4 ) L as tu r b a c io n e s q u e p r o c e d e n d e la a s im ila c ió n o d e la
n o - a s im ila c ió n . Esta causa se r e la c io n a c o n lo s ciclo s fis io p a -
to ló g ic o s o rig in a d o s p o r el m o v im ie n to o rg a n iza d o d e lo s e le -
m e n to s.
L a m o d ific a c ió n e n la o rd e n a c ió n d e la c o n s titu c ió n b io ló -
gica y an ató m ica p rim e ra se p resen ta co m o u n a m o d ific a c ió n o
tra n s fo rm a c ió n física. E n tan to tal, esta m o d ific a c ió n g en e ra
im p ortan tes m o d ifica cio n es de las cualidades de cada co rp ú scu lo
tra n sp o rtad o qu e p u ed e in clu so tran sfo rm arse en su co n tra rio .
E n to n ce s, cu a n d o cada u n o de los elem en to s surge o cam bia de
lu g a r co n tra la natu raleza, lo qu e estaba fr ío se calien ta, lo qu e
era seco se vu elve h ú m e d o , lo q u e era lig e r o , p esad o , y a la
inversa. P o r tan to , a d m iten « to d o tip o d e cam bios e n to d o s los
s e n tid o s » (8 2 b ). L a e n fe r m e d a d se o p o n e a la salud, c o m o el
d eso rd e n al o rd e n natural, ya qu e cu an d o a u n m ism o elem en to
se le a ñ ad e o su p rim e el m ism o e le m e n to e n las m ism as c o n -
d ic io n e s , d e la m ism a m a n e r a y se g ú n la m ism a p r o p o r c ió n ,
p e rm a n e c e rá ín te g ro y sa n o , m ie n tra s qu e si se p r o d u c e a lg ú n
d e so rd e n e n la en tra d a o salida, se g e n e ra rá to d o tip o d e alte-
raciones y, p o r ta n to , en ferm ed ad es y d estruccion es in fin itas.
N o o b sta n te , hay ta m b ié n u n a se g u n d a clase d e causas es-
p ecíficas qu e exp lican las en ferm ed ad es hu m an as qu e d ep e n d e n
ιο6 JOSÉ M*. ZAMORA CALVO

d e las c o m b in a c io n e s se g u n d a s d e lo s e le m e n to s , o r ig e n d e l
o r g a n is m o y d e sus c o n s titu y e n te s —m é d u la , h u e so s, c a r n e y
san gre—.

Clasificación de las enfermedades

P la t ó n c la s ific a las e n fe r m e d a d e s q u e d e s tr u y e n e l c u e r p o
h u m a n o en tres clases: i) H a y e n fe rm e d a d e s p r o d u c id a s p o r
u n exceso, p o r u n d e fe c to o p o r u n m al r e p a rto d e lo s c o m -
p o n e n te s e le m e n ta le s, es d e c ir, d e lo s c u a tr o e le m e n to s q u e
c o n s tit u y e n e l c u e r p o h u m a n o ( 8 l e - 8 2 b ) . 2 ) U n a se g u n d a
clase d e e n fe r m e d a d e s p r o v ie n e d e u n a d e s c o m p o s ic ió n d e
lo s te jid o s —la ca rn e y lo s te n d o n e s — q u e , al lic u a r s e , c o n t a -
m in a n la san gre ( 8 2 b - 8 4 d ) . 3) U n te r c e r g r u p o d e e n fe r m e -
d ades afecta a cada u n o d e lo s e le m e n to s d e lo s q u e está c o n s -
titu id o el c u e r p o h u m a n o . P la tó n d is tin g u e c u a tro causas: el
a ire ( 8 4 d - 8 5 a ) , la fle m a ( 8 5 a - b ) , la b ilis ( 8 5 b - 8 a ) y las f i e -
b re s (8 6 a ).
L a sa n gre co n s titu y e e l a g e n te d e tr a n s m is ió n d e lo s a li-
m e n to s a través d e l c u e r p o —f u n c ió n n u tr itiv a —, así c o m o la
en ca rg a d a d e tra sla d a r la in f o r m a c ió n se n s ib le h asta el alm a
—f u n c ió n tra n sm iso ra — (4 2 e ~ 4 3 c ). Esta a so c ia c ió n de la f u n -
c ió n n u tritiva y de la fu n c ió n tran sm iso ra e n la sangre o b ed e ce
a tres características presen tes e n la sangre: i) d ad o q u e consta
de lo s cu a tro e le m e n to s q u e se h a lla n e n las p lan tas, la san gre
p u e d e a lim en ta r cada ó rg a n o co m p u e sto de ellos y tra n s m itir-
les u n a in fo r m a c ió n p r o v e n ie n te d e o tro o b je to d el u n iv e rso ,
co n stitu id o de los m ism os elem en to s; 2) co m o el fu eg o p r e d o -
m in a e n ella, lo q u e explica co m o h em o s visto su c o lo r r o jo , la
san gre p u e d e d e s c o m p o n e r lo s a lim e n to s p a ra h a ce r d e e lla el
a lim e n to d e o tr o te jid o , y, al p o s e e r g ra n m o v ilid a d , p u e d e
tra n s m itir las a fe cc io n e s (παθήματα) q u e co n s titu y e n la c o n d i-
c ió n n e cesa ria d e la se n sa ció n ; y 3) p o r ú ltim o , la san gre c i r -
cu la to d o el tie m p o y e n cad a p a rte d e l c u e r p o , d e m o d o qu e
INTRODUCCIÓN IO 7

está siem p re d isp o n ib le e n todas partes, p ara tra n sp o rta r el a li-


m e n to a to d o s los lugares y tra n sm itir la in fo r m a c ió n sen sib le a
través d e l c u e r p o hasta lle g a r al alm a.
C u a n d o la sangre se c o rr o m p e , la m é d u la su fre u n p ro ceso
d e d e g e n e r a c ió n . Esta d e g e n e r a c ió n d e la m é d u la d e p e n d e de
la c o r r u p c ió n d e la san gre qu e tra n sp o rta a lim e n to e in fo r m a -
c ió n a través d e l cu e rp o . A sí, las en ferm e d a d es m o rtales so b re -
v ie n e n c u a n d o la m é d u la e n q u e se fija n las d ife r e n te s p a rtes
d el alm a, al ser a lim en ta d a d e m an era in a p ro p ia d a p o r la san -
g re , d e g e n e ra y se d e s c o m p o n e ( 8 l b - e ) . P o r ta n to , la vid a , la
v e je z y la m u e r te d e p e n d e n d e u n a b u e n a c o n s tit u c ió n d e la
m é d u la , lo cu al a su vez d e p e n d e d e la ca lid a d d e la san gre, y,
asim ism o , esto v ie n e d e te rm in a d o p o r la ca lid a d d e lo s t r iá n -
gu lo s qu e la c o m p o n e n .
P la tó n a p lica el m o d e lo g e o m é tr ic o a la to ta lid a d d e l á m -
b ito b io ló g ic o , e x c lu y e n d o la v e r ific a c ió n e x p e r im e n ta l. T ras
la e x p lic a c ió n m a tem á tica d e l fe n ó m e n o d e la v is ió n , T im e o
d e cla ra q u e « s i a lg u ie n p r e te n d ie r a o b te n e r u n a p r u e b a p a ra
o b se rv a r e n lo s h e c h o s estos a su n to s, ig n o r a r ía la d ife r e n c ia
e n tr e la n a tu ra le z a h u m a n a y la d iv in a , p o r q u e so lo u n d io s
sabe s u fic ie n te m e n te y es capaz al m ism o tie m p o de m e zc la r
lo m ú lt ip le e n lo u n o y , al c o n t r a r io , d e d is o lv e r lo u n o e n
lo m ú ltip le , p e r o n in g ú n h o m b r e es capaz d e h a c e r n in g u n a
d e estas d o s co sa s, n i a h o r a n i lo se rá n u n c a e n el f u t u r o »
( 6 8 d ) . P o r ta n to , p a r a P la t ó n la v e r if ic a c ió n e x p e r im e n t a l
c o n lle v a u n a r e p r o d u c c i ó n ex a cta d e la n a tu r a le z a , la b o r
im p o s ib le ta n to p a ra u n g r ie g o d e l sig lo IV a .C . c o m o p a ra
n o s o t r o s . A s í p u e s , d e sd e la p e r s p e c tiv a d e la h is t o r ia d e la
c ie n c ia p o d e m o s r e c o n o c e r la s ig u ie n t e a m b ig ü e d a d q u e
r e c o r r e el d iscu rso fís ic o d e l Timeo: p o r u n a p a rte , es u n texto
m u y m o d e r n o , ya q u e r e c u r r e a la m a te m á tic a y se s o m e te
al r ig o r d e la a r g u m e n t a c ió n d e d u c tiv a ; y, p o r o tr a , es m u y
t r a d ic io n a l, ya q u e m a r g in a la o b s e r v a c ió n y c o n s id e r a la
ιο8 JOSÉ M‘ . ZAMORA CALVO

v e r ific a c ió n ex p e rim e n ta l co m o im p o s ib le e in a lca n za b le p ara


el h o m b re d e c u a lq u ie r ép o ca.

a ) T u r b a c io n e s y e n f e r m e d a d e s h is t o l ó g ic a s

1) Las e n fe rm e d a d e s p r o c e d e n te s d e tu r b a c io n e s h is t o ló -
gicas a fe cta n a lo s d o s sistem as y al p r o d u c t o d e su m e zc la , es
d e c ir , al e sq u e le to y a la ca rn e ( 8 2 e - 8 4 c ) . P la tó n d e sc rib e la
a u t o d e s t r u c c ió n d e la ca r n e m e d ia n te la b ilis y la fle m a q u e
p r o d u c e p o r su d is o lu c ió n . A s im is m o , la a p a r ic ió n d e la
e n fe r m e d a d c o r r e s p o n d e al d o m i n i o i n a p r o p ia d o d e u n o
d e lo s h u m o r e s c o n s e cu tiv o s a u n p r im e r tra s to rn o in t e r n o ,
es d e c ir , a u n a r u p tu r a d e l e q u ilib r io . L a se g u n d a p o s i b i l i -
d a d d e l s e g u n d o esta d o r e m ite al s u m e r g im ie n to d e l a m a r -
g o r e n la san gre, in te n sificá n d o s e e n to n c es el c o lo r r o jo . S i se
m e zc la c o n el n e g r o , se v u elv e d e u n c o lo r b ilio s o (8 3 b ; cf.
H ip ó cra te s: V M 14 )·
2) L o s h u m o r e s e n ta n to tales n o s o n causa d e las e n f e r -
m e d a d e s, s in o su m o d a lid a d d e fu n c io n a m ie n t o : a c tú a n , al
c ir c u la r e n u n o r g a n is m o ya d e sa ju s ta d o , d e s o r d e n a d o . L as
tu rb a c ip n e s h isto ló g ica s se p r o d u c e n .p o r e l n o - c u id a d o d e la
sa n gre y p o r u n a m ala h ig ie n e d e v id a (c f. Resp. II, 3 7 2 a s q .) .
L a fa lta d e t ie r r a , lo q u e es u n a cau sa d e la lic u e fa c c ió n ,
c o n s titu y e la c a r a c te r ís tic a c o m ú n d e las e n fe r m e d a d e s . L o
q u e u n e la ca r n e a lo s h u e so s es u n a e s p e c ie d e a d h eren te.· si
la p a r te n u tr itiv a d e la sa n g re n o la a lim e n ta m ás, se e s t r o -
p ea , p o r q u e ya n o q u e d a a seg u ra d a la a d h e r e n c ia e n tre ca rn e
y h u e so s, y n o p e r m ite la c ir c u la c ió n d e l a lim e n to . L a lic u e -
fa c c ió n t r a n s fo r m a e l a d h e r e n te i m p id i é n d o le q u e c o n s t i -
tuya el r e v e s tim ie n to y el v ín c u lo , y se d is u e lv e e n la c a r n e y
lo s t e n d o n e s , t e r m in a n d o p o r d e s p e g a rs e d e la s u p e r f ic ie
d e lo s h u eso s. A co n se cu e n cia de e llo , lo s te n d o n e s , lle n o s de
sal, ya n o u n e n y se s u e lt a n , las c a r n e s se d e s p e g a n y c a e n
e n la sa n gre, p u d r ié n d o s e . D e este m o d o , las e n fe r m e d a d e s
INTRODUCCIÓN 109

e m p e o r a n , al m ism o tie m p o q u e a u m e n ta la c o r r u p c ió n y la
g a n g re n a .

b) E n ferm ed ad es q u e a fe cta n a l s is t e m a h u m o ral

Estas en ferm ed a d es se d e b e n a u n a falta d e agua y afectan al sis-


tem a sa n g u ín e o ( 8 5 a - 8 6 a ) . S e g ú n su o r ig e n —la fle m a o la
b ilis—, se a gru p an en dos clases:
1) L a flem a blan ca, cu a n d o tie n e u n a v e n tila c ió n e x te rio r al
c u e r p o , m o tea e l cu e rp o de m achas b lan cas (8 5 a ). Se trata de
la le u c o fle g m a s ia , q u e se c a r a c te r iz a p o r u n e d e m a b la n c o
d o lo r o s o d el m ie m b ro a fecta d o , q u e p u e d e g en era lizarse , d el
« a lp h o s » , q u e es u n a e n fe rm e d a d d e la p ie l q u e p r o d u c e d es-
p ig m e n ta c ió n , o d e la « le p r a » , e n el s e n tid o h ip o c r á tic o d el
té r m in o . E ste tip o d e a fe c c ió n d e r m a to ló g ic a es c u r a b le , n o
co n ta gio sa y n o p resen ta gravedad. E n ca m b io , si se m ezcla c o n
la b ilis n e g r a , ataca a l c e r e b r o . S i este tra s to r n o so b r e v ie n e
d u ra n te el su eñ o , es m e n o s grave, p o r q u e se trata so lo d e su e -
ñ o s; p e r o si se p r o d u c e m ien tra s está e n v e la , p ro v o c a p e r ju i-
cio s de m ay o r gravedad, tratán d o se e n este caso de la ep ilep sia
o « e n fe r m e d a d sagrada» (8 5b; cf. H ip ó crates: Morb.Sacr. y Epid.
V I , V I I I 3 2 ·) · P o r su p a rte , la fle m a á cid a y salada p r o d u c e
todas las en ferm e d a d es e n fo r m a d e catarros.
2) L a b ilis p ro v o c a « la s in fla m a cio n e s d el cu erp o , llam adas
así p o r q u e m a rs e e in fla m a r s e » ( 8 5 b ) . T im e o p re se n ta d os
variedad es :
— Las d ife re n te s clases d e abscesos o tu m o res se d ese n ca d e-
n a n c u a n d o la b ilis , al sa lir d e l in t e r io r d e l c u e r p o , causa lo s
abscesos q u e lle n a n d e p u s p r o c e d e n te de la d e g ra d a c ió n d e la
b ilis (cf. H ip ó cra tes: Morb. II 31 y 3 2 )·
— G u a n d o el d e rra m e d e b ilis tie n e lu g a r e n e l in t e r io r d el
cu e rp o , el p ro ceso in fe ccio so p u ed e ser fu lm in a n te (8 5 c). S i la
c a n tid a d d e b ilis es m ín im a , las fib r in a s p o d r á n lu c h a r p o r el
fr ío q u e d e sp re n d e n , ya q u e n o fu e r o n desplazadas, p o r lo q u e
IIO JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

la b ilis se co agu lará, fo r m a n d o u n co águ lo o u n cálcu lo b ilia r o


u r in a r io , co m o en el caso de la litiasis. S in em b a rg o , la e n fe r -
m ed ad es más grave, cu a n d o g ra n ca n tid a d de b ilis se vie rte en
la san gre, en to n ces las fib rin a s san guíneas so n desplazadas p o r
el m o v im ie n to y p o r el calor, p r o d u c ie n d o e l d e se q u ilib rio y la
c o r r u p c ió n sa n g u ín e a ( 8 ¡5 d ). S i la c a n tid a d de b ilis v e rtid a
co rre c o n m ayor flu id ez, p u ed e acabar c o n las fib rin a s y co a g u -
larlas, in ca p a citán d o las p a ra c u m p lir su fu n c ió n ; y si llega a ser
capaz de d o m in a rla s co m p le ta m en te, p en etra hasta la sustancia
de la m éd u la y la qu em a, d esatan do « la s cu erd as q u e a llí a m a -
rra n el alm a co m o las de u n b a rco , y la p o n e e n lib e rta d » (85e;
cf. 7 3 d )102. Q u iz á s se trate de algunas clases d e « e n fe rm e d a d e s
n e g ra s» , o d e « p a lu d is m o » y « fie b re s tifo id e a s » . A h o r a b ie n ,
si la c a n tid a d d e b ilis v e rtid a , a u n s ie n d o c o n s id e r a b le , es
m e n o r qu e e n el caso a n te rio r, las fib rin a s la d o m in a n , e n to n -
ces: o la b ilis se d erra m a p o r to d o el c u e rp o —co m o e n la ic te -
ricia—, o la b ilis, situada e n el tó ra x o e n e l a b d o m e n , es e m p u -
ja d a a través d e las venas, « ex p u lsa d a d e l c u e r p o c o m o lo s qu e
h u y e n d e u n a c iu d a d e n r e b e lió n » ( 8 5 e ), y causa d ia r re a ,
d is e n te ría y tod as las e n fe rm e d a d e s d e esta clase (8 6 a; se trata
d e lo s d ep ó sitos, cf. H ip ó cra tes: Epid. II, 1 17).

c) E n f e r m e d a d e s q u e a f e c t a n a l s is t e m a r e s p ir a t o r io

L o s tra s to rn o s r e s p ir a to r io s s o n o c a s io n a d o s p o r la fa lta d e
a ire, y p re se n ta n d os m eca n ism o s d iferen cia d o s:
i) E l p u lm ó n 103, « q u e es e l a d m in is tr a d o r d e l a ir e e n el
c u e r p o » ( 8 4 d ) , c u a n d o n o tie n e vías lib r e s y está o b s tr u id o

10 2 P la tó n c o m p a ra la e n fe rm e d a d c o n u n estad o d e revuelta, d is tu r b io o g u e rra civil


(στάοις, 8 2 a ).
1 0 3 N o ap arece tratad a esta fu n c ió n e n la d e s c r ip c ió n q u e a n te r io r m e n te lleva a cabo
T im e o d e la e stru c tu ra d e l p u lm ó n ( 7 0 d ), n i ta m p o co c u a n d o d e s c rib e e l p r o c e -
so d e la re s p ira c ió n (78 e —79^).
INTRODUCCIÓN III

p o r s e c re c io n e s , e l a ir e u n a s veces n o e n c u e n tr a p aso y o tras


e n tra m ás d e lo q u e co n v ie n e , lo cu a l afecta ta n to al a ire ex te-
r io r in s p ir a d o , a n tes d e p e n e t r a r e n lo s p u lm o n e s , c o m o al
a ir e q u e se e s p ir a . E s te a ta sco s e le c tiv o d e s e n c a d e n a u n a
c o r r u p c ió n d e las p a rte s, q u e n o lle g a n a r e fr ig e r a rs e p o r el
a ire qu e n o h a n p o d id o r e c ib ir, y u n a d is lo c a c ió n d e los vasos
san gu ín eo s qu e h a n re c ib id o aire e n exceso, afectan d o tam b ién
al d ia fra g m a . L as e n fe rm e d a d e s p u lm o n a r e s qu e p ro v o c a so n
« d o lo r o s a s , a m e n u d o a co m p a ñ a d a s d e a b u n d a n te s u d o r »
(8 4 e; cf. 74 c, 8 3 d ). Se trata en g en era l de la tisis, de la p le u r e -
sía o p n e u m o n ía s, e in clu so d el p u n to de costado (cf. H ip ó c r a -
tes: Morb. II 5 9 )·
2) L a c a r n e , c u a n d o se d e s c o m p o n e , fo r m a u n a e s p e c ie
d e b o ls a q u e im p id e al a ir e g e n e r a d o e n el c u e r p o s a lir al
e x te r io r , lo q u e p r o v o c a d o le n c ia s , d e b id o a q u e h in c h a n los
te n d o n e s y lo s vasos sa n g u ín e o s, y « e s tir a e n to n c e s c o n ello s
h a cia atrás lo s m ú scu lo s ex ten so res y lo s te n d o n e s c o n tig u o s »
(8 4 e ; c f. 8 2 e , 8 3 c - e ) . Estas e n fe r m e d a d e s s o n el té ta n o y la
o p is t o n ía , v a r ie d a d d e t é t a n o q u e se c a r a c te r iz a p o r q u e el
c u e r p o se ech a h a cia atrás. E n to d o s lo s casos ap arece la g a n -
g ren a , u n a c o n tr a c tu r a q u e co m ie n za e n las m a n d íb u la s, llega
al c u e llo y, p o r ú lt im o , se e x tie n d e p o r t o d o e l c u e r p o (c f.
H ip ó c r a te s : Epid. V y V I ) .

d ) Las f ie b r e s

P ro c e d e n d e u n exceso (8 6a) :
1) E l exceso d e fu e g o d esen cad en a co n tin u a s in fla m a cio n e s
y fieb res.
2 ) E l exceso d e a ire p r o d u c e fieb res co tid ian as.
3) E l exceso d e agua p ro v o c a fieb res terciarias.
4 ) E l exceso d e tie rra o ca sio n a fieb res cuartanas.
A s im ism o , las dos ú ltim as clases d e fie b re se re la cio n a n c o n
el p a lu d is m o .
112 JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

e) M e d ic in a

E n Timeo 8 l e - g o d , P la tó n establece la d is tin c ió n e n tre las ca u -


sas d e las e n fe r m e d a d e s c o r p o r a le s ( 8 le ) y las e n fe r m e d a d e s
p síq u ica s (8 6 b ), a n a liza las p a to lo g ía s q u e c o n c ie r n e n a las
r e la c io n e s e n tr e el a lm a y e l c u e r p o (8 7 c s q .) y, p o r ú lt im o ,
d e te rm in a las d irectrices terap éu ticas (8 8 b sq .).
P o d e m o s tra za r u n a conexión e n tre la m e d ic in a exp u esta e n
este p a sa je d e l Timeo y e l d is c u r s o fís ic o , e n c u a d r a d o , c o m o
p r o p o n e A y a c h e 104, e n la e s tr u c tu r a d e l c o n ju n t o d ia ló g ic o .
E l e n c a d e n a m ie n to d e lo s d ife r e n te s tip o s d e e n fe r m e d a d e s
d e l c u e r p o d e b e in t e r p r e ta r s e c o m o c o n s e c u e n c ia d e las
in fr a c c io n e s e n la c o n s tit u c ió n (σύσχασις) y e n la d is p o s ic ió n
(τάξις) n a t u r a l d e lo s e le m e n t o s . L a m e d ic in a t ie n e c o m o
f u n c ió n m a n te n e r la e s tr u c tu r a in t e r n a a r m ó n ic a c o n vistas
ta n to a su b u e n fu n c io n a m ie n t o c o m o a la in s ta u r a c ió n d e
u n b u e n e q u i lib r i o e n tr e e l c u e r p o y el a lm a , a q u ie n esta
d e b e d ir ig ir 105.
L a existen cia d e la m ed ic in a se fu n d a m e n ta e n la n o c ió n de
ju s ta m e d id a , q u e, asim ism o , co n stitu ye tan to el fu n d a m e n to
de todas las artes —o p ro d u c c io n e s de la τέχνη— co m o de la p o lí -
tica. T o d a arte y to d a c ie n c ia d eb e e x clu ir, e n la m e d id a de lo
p o s ib le , e l ex ceso y e l d e fe c to , es d e c ir , d e b e r e a liz a r e n sus
p r o d u c to s la b elleza. D a d o q u e el h o m b re h a b ita e n e l m u n d o
se n s ib le , es p o s ib le o b lig a r a lo s c o n t r a r io s a u n ir s e , r e d u -
c ie n d o c o n e llo al m ín im o la s e p a r a c ió n e n tr e el exceso y el
d e fecto . E l cu erp o y el alm a d eb en adaptarse u n o c o n o tro para
qu e el c o n ju n to sea b e llo y a rm o n io so (8 6 d - 8 8 b ) . D e ah í qu e
la n o c ió n de ju sta m ed id a p u ed a in terp reta rse e n dos sentidos:

1 0 4 C f . L . A y a c h e : « E s t - il v ra im e n t q u e s tio n d ’ art m éd ica l d an s le Timée>>, e n Symposium


Platonicum 4 , 1 9 9 7 » P* 5 ®·
1 0 5 C f . C .J o u b a u d : Le corps humain dans la philosophie platonicienne: étude à partir du Timée, Paris,
V r in , 19 9 1 , p . 2 0 1 - 2 4 1 *
INTRODUCCIÓN US

i) u n a a d a p tació n —o p re a d a p ta ció n — m u tu a de las cu alid ad es,


d e lo s valores, q u e p e rm ita u n a eq u iva len cia e n tre lo s dos t é r -
m in o s a fin d e q u e el c o m p u e sto sea b e llo ; y 2) u n a s p r o p o r -
cio n es n u m éricas correctas qu e d irija n la c o m p o s ic ió n d el p r o -
p io c u e r p o , lo q u e e n la escu ltu ra se co rre s p o n d e c o n el c a n o n
d e P o lic le to . E n e fe c to , la m ism a n o c ió n d e ju s ta m e d id a se
a p lic a e n a m b o s caso s, p e r o d e m a n e r a d ife r e n t e se g ú n el
o r d e n e n q u e se p r o d u z c a . D e l m ism o m o d o , e n e l alm a
h u m a n a d eb e p r e d o m in a r ta m b ié n la ju s ta m e d id a , sig u ie n d o
m o v im ie n to s p r o p o r c io n a le s y a m ó n ico s en tre las tres especies
distin tas q u e la c o m p o n e n (8 g e -g O a ).
E l h o m b re , p e r te n e c ie n te al u n iv e rs o , es c o n s id e ra d o c o -
m o u n a d e sus p a rtes, ya q u e p o se e u n a e s tr u c tu r a y u n f u n -
c io n a m ie n t o p a r a le lo s a lo s d e l m u n d o s e n s ib le . P o r ta n to ,
to d a a c c ió n s o b r e u n o d e lo s c o m p o n e n t e s d e l v iv ie n te está
so m etid a a u nas reglas precisas. L a m e d ic a c ió n es u n ele m e n to
ex tra ñ o p a ra el c u e r p o h u m a n o , co m o su a c c ió n es n e ce sa ria -
m e n te v io le n ta , « n o h a y q u e ir r it a r c o n fá rm a co s las e n f e r -
m e d a d e s q u e n o im p liq u e n g ra n d e s p e lig r o s » ( 8 9 b ) 106. S in
e m b a rg o , las e n fe r m e d a d e s graves d e b e n ser cu ra d a s, n o las
otras, qu e es p reciso d eja r e v o lu c io n a r se gú n su p ro c e so n a tu -
ra l. P la tó n a lu d e a la m e d ic a c ió n q u e h ace u so d e lo s fárm a co s
p u rg a tiv o s , y r e c o n o c e el v a lo r m é d ic o d e las p u r ific a c io n e s :
« la p u r ific a c ió n co n sistía e n co n se rv a r lo c o n tr a r io , d esp u és
d e h a b e r e lim in a d o lo q u e p o d ía h a b e r d e p e r ju d ic ia l» (Soph.
2 2 7 <D· P o r lo ta n to , to d a c u r a c ió n pasa p re v ia m e n te p o r u n a

1 0 6 E n este p u n to , c o n c e r n ie n te al u so d e lo s m e d ica m e n to s e n la c u r a c ió n m é d ica ,


P la tó n d ifie r e d e lo ex p u esto e n la República (III, 4 ° c s q .) . D a d o e l r é g im e n severo,
a lo q u e se u n e la p rá c tic a d e la gim n ástica , e n el esta d o id ea l n o se re q u ie re la p r e -
sen cia d e m é d ico s n i d e m e d ica m e n to s . A q u e l q u e su fre u n a a fe c c ió n m o rta l
m o r irá d e su e n fe rm e d a d , lo m is m o q u e se d e jará m o r ir a a q u el q u e está m al c o n s -
titu id o . B a jo estas c o n d ic io n e s , n o hay lu g a r p ara la activid a d d e m u ch o s m é d ico s
e n la políteía id e a l q u e P la tó n p r o p o n e e n la .República.
114 JOSÉ M». ZAMORA CALVO

p u r ific a c ió n d e este tip o , im a g en d e la q u e lleva a cabo el m é -


to d o de la refu tació n o d ivisión , sin la cual, d el a lim en to q u e se
le su m in istra, el cu e rp o n o p o d r ía o b te n e r b e n e fic io m ien tras
n o expulse los obstáculos in te rn o s (Soph. 2 3 0 d ; cf. Crat. 4 0 5 a ).
P la tó n d istin gu e las en ferm ed ad es q u e p o d e m o s d e n o m in a r
« s o m a to p s íq u ic a s » de las « p s ic o s o m á tic a s » ( 8 6 b - 8 7 b ) . A l
c o n c lu ir su ex p o sició n , señala qu e el tra tam ien to más in d ica d o
p a ra p re v e n irla s es el e je r c ic io o el m o v im ie n to fís ic o , p o r lo
qu e respecta al cu e rp o , y el ejercicio n o físico o co n te m p la c ió n ,
p o r lo q u e atañe al alm a (89c!)· E n d efin itiva, n o s e n co n tra m o s
al fin a l d el Timeo ante la teo ría de la mens sana in corpore sano.

III. E str u c tu r a d e l d iá l o g o

I n t r o d u c c ió n ( l 7 a - 2 7 b )

S itu a c ió n d ram ática (17 a -17 b )


In te rv e n ció n d e Sócrates ( l7 b - 2 0 c )
resu m en de la co n v ersa ció n d e la víspera (17 b -19 b )
la p e tic ió n de Só crates ( i g b - 2 0 c )
In te rv e n ció n de C ritia s ( 2 0 c - 2 7 a)
las fu en tes d e su rela to ( 2 0 d -2 3 c )
el relato ( 2 3 d - 2 5 (l)
la A te n a s a n tigu a ( 2 3 d - 2 4 e)
la A tlá n tid a (2 4 e~ 2 5 d )
el p r o y e c to d e C r itia s p a ra r e s p o n d e r a la p e t ic ió n d e
Sócrates ( 2 5 d - 2 7 a)
D is tr ib u c ió n d e las fu n c io n e s ( 2 7 a ~b)

El d isc u r so de T im eo ( 2 7 c - 9 2 c)

P r e l u d io

P leg aria ( 2 7 c -d )
O b serv a cio n es p re lim in a re s ( 2 7 d - 2 g d )
INTRODUCCIÓN US

P rin c ip io s
S e p a ra ció n o n to ló g ic a (2 7 d -2 8 a )
P rin c ip io de causalidad (28a)
A p lic a c ió n de d ich o s p r in c ip io s
A l m u n d o sensible (2 8 a - 2 9b)
A l c o n o c im ie n to (2 9 b - d )

La ra z ó n ( 2 9 d - 4 7 e)
Prem isas
E l d e m iu rg o ( 2 9 <i-3 0 c)
E l vivien te e n sí ( 3 0 c - d )
C o n se cu e n c ia s
E l u n iv e rso es u n vivien te ( 3 0 c - 3 la )
E l u n iv e rso es ú n ic o ( 3 la -b )
El macrocosmos (3 ib ~ 4 0 d )
E l c u e rp o d el m u n d o (3 1b -3 4 a )
C o n te n id o ( 3 lb - 3 3 k )
Fue fabricad o a p a rtir d e cu atro elem en to s ( 3 lb - 3 2 c )
C o n tie n e la totalidad de los cuatro elem entos (32c~33k)
A sp e cto y m o v im ie n to (3 3 b -3 4 a )
Es u n a esfera, sin ó rg a n o s y sin m ie m b ro s, qu e
gira sobre su eje ( 3 3 b - 3 4 a)
E l alm a d el m u n d o ( 3 4 a - 4 Oc0
R e c a p itu la ció n y tra n s ició n (3 4 a -b )
E l alm a es a n te r io r al c u e rp o ( 3 4 b -c )
La fa b ric a c ió n d el alm a d el m u n d o (3 5 a -b )
L a d iv isió n d el alm a d el m u n d o e n fu n c ió n de intervalos
a rm ó n ico s (3 5 b -3 6 b )
La fa b ric a c ió n d el círcu lo de lo M ism o y de lo O tr o , a su
vez, él m ism o d iv id id o para c o n s titu ir lo s círcu lo s e n lo s
cuales se m u even los plan etas ( 3 6 b -d )
A d a p t a c ió n d e l c u e r p o d e l m u n d o al in t e r io r d e l alm a
d e l m u n d o (3 6 d - e )
ιι6 JO SÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

L a fu n c ió n co gn itiva d e l alm a d el m u n d o (3 6 e~ 3 7c)


L a fu n c ió n m o triz d e l alm a d el m u n d o (3 7c~ 4 0 d )
E l tie m p o , im ag en m ó v il de la e te rn id a d ( 3 7 c ~3 8 c)
L o s plan etas, in stru m e n to s d el tie m p o (3 8 c~ 3 9e)
Las cu a tro especies d e seres vivos ( 3 9 e ~40b)
E l m o v im ie n to de la tie rra ( 4 0 b - c )
A lu s ió n ráp id a a lo s m o v im ien to s d e lo s o tro s c u e r -
p o s celestes ( 4 0 c - d )
El microcosmos ( 4 o d ~ 4 7 e)
E l alm a d el h o m b re ( 4 o d ~ 4 4 c)
L o s d io ses tra d ic io n a les ( 4 0 d~ 4 Ia)
A lo c u c ió n d el d e m iu r g o a lo s o tro s d io ses ( 4 la - d )
L a c o m p o s ic ió n d el alm a h u m a n a. Las leyes d el d estin o
( 4 id - 4 2 d )
Las alm as hu m an as « sem b ra d a s» e n la tie rra y sobre los
plan etas ( 4 2 d -e )
L a c o n d ic ió n d el alm a reen carn a d a ( 4 2 e - 4 4 c)
E l c u e rp o d e l h o m b re (4 4 c _4 7 e)
E s tru c tu ra d e l c u e r p o h u m a n o : la cabeza y lo s m ie m -
b ro s ( 4 4 c - 4 5 b)
L o s o jo s y el m eca n ism o d e la v isió n ( 4 5 b _4f>a)
Las im ágen es e n u n espejo (4 6 a -c )
O p o s ic ió n en tre las causas accesorias y la fin a lid a d de la
vista y d el o íd o (4 6 c~ 4 7e)

2. L a n e c e s id a d (4 7 e -6 g a )
L a n e cesid ad , la causa erra n te y el m aterial ( 4 7 e - 5 3 b)
L a causa erra n te ( 4 7 e “ 4 8 d )
E l m aterial (4 8 e -4 9 a )
« F u e g o » , « a ir e » , « a g u a » , « t ie r r a » , etc. so n los
n o m b re s de p ro p ie d a d e s ( 4 9 a - 5 ° a)
INTRODUCCIÓN

D e s c r ip c ió n d e l m aterial (5 0 a -c )
E l m a te r ia l n o p o se e n in g u n a c u a lid a d p r o p ia
( 5 0 c - 5 lb )
Las fo rm a s in te lig ib le s d el fu e g o , d el aire, d e l agua
y de la tie rra ( 5 lb - e )
R e c a p itu la c ió n d e esto s tres fa c to re s : la fo r m a , la
co p ia y el m aterial (5 le~ 5 2 c)
D e s c r ip c ió n d el caos ( 5 2 d~ 5 3 k)
L o s cu a tro elem en to s y sus varied ad es (53t> -6lc)
L o s t r iá n g u lo s p r im it iv o s y las s u p e r fic ie s d e b a se
( 5 3 b - 5 4 d>
C o n s t r u c c ió n d e las fig u r a s d e lo s c u a tr o c u e r p o s
co m p o n e n te s elem en tales ( 5 4 c ~55c)
¿ P o d ría h a b er c in c o m u n d o s ? ( 5 5 c - d)
C o r r e s p o n d e n c ia d e lo s s ó lid o s re g u la re s c o n lo s
cu a tro c o m p o n e n te s elem en tales ( 5 5 d - 5 6 c)
T r a n s m u t a c ió n d e lo s c o m p o n e n t e s e le m e n ta le s
(5 6 c-5 7 c)

C a m b io de aspecto ( 5 6 c~ 5 7 c)
C a m b io d e lu g a r ( 5 7 c)
V a ried a d es de cu erp o s
V aried ad es de lo s co m p o n e n te s elem en tales ( 5 7 c - c0
E l m o v im ie n to y el r e p o s o c o n re sp e cto a lo s cu a tro
elem en to s (5 7d ~ 5 8 c):
V a ried a d es de lo s cu erp o s q u e de ello s resu ltan:
fu eg o ( 5 8 c -d )
aire (5 8 d )
a g u a (5 8 d -6 o b )
tie rra (6 o b -6 lc )
Sen sacio n es e im p resio n es ( 6 lc - 6 g a )
E l tacto ( 6 lc - 6 4 a )
E l p la cer y el d o lo r (64-a-65b)
ιι8 JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

L o s sabores ( 6 5 b - 6 6 c )
L o s o lo re s (6 6 c - 6 7 a )
L o s s o n id o s ( 6 7 a - c )
L o s co lo re s ( 6 7 c -6 8 d )
C o n c lu s ió n ( 6 8 e - 6 9 a)

3. L a c o o p e r a c ió n d e l a r a z ó n c o n l a n e c e s id a d ( 6 9 a - 8 le )
R e ca p itu la ció n de la a c c ió n d el d em iu rg o ( 6 g a - c )
E l trabajo de sus ayudantes ( 6 g c -d )
Las partes m o rtales d el alm a h u m a n a (6 9 d ~ 7 3 b )
E l s itio d e las p a r te s m o r ta le s d e l a lm a e n e l c u e r p o
(6 g d -7 2 d )
E l alm a m o rta l está situada e n el tó ra x ( 6 g d - 7 o b )
L a p arte irascib le-agresiva está situada e n el co ra z ó n
D e s c r ip c ió n de la estru ctu ra y d e la fu n c ió n
d e l co ra z ó n (70 c)
d e lo s p u lm o n e s ( 7 0 c -d )
L a p a rte d e sea n te-a p etitiva d e l alm a está situ ad a e n
el v ie n tre (70 d ~ 7 Ia )
D e s c r ip c ió n d e la estru ctu ra y fu n c ió n
d e l h íg a d o (7la~ 72 c)
d e l bazo ( 7 2 c - d )
d e lo s in te stin o s ( 7 2 e -7 3 a )
Las otras p artes d e l cu e rp o h u m a n o (73 b ~ 7 6 e)
L a m éd u la , el esp erm a y el ce re b ro (7 3 b - d )
L o s h u eso s, la ca rn e y lo s te n d o n e s ( 7 3 e_ 7 4 a)
L a r e p a rtic ió n d e la ca rn e ( 7 4 a_ 7 5 e)
L a p ie l, el p e lo y las u ñ as ( 7 5 e - 7 6 e)
A n e x o : las p lan tas ( 7 6 e~ 7 7 c)
L o s aparatos fu n c io n a le s d el cu e rp o h u m a n o ( 7 7 c -8 ie )
L a ir r ig a c ió n q u e a p o r ta el a lim e n to a l c u e r p o ( 7 7 c ~
78 b )
INTRODUCCIÓN

A p a ra to re sp ira to rio ( 7 8 b - 7 9 a)
M eca n ism o ( 7 9 a -e)
D ig r e s ió n . O t r o s fe n ó m e n o s e x p lica d o s p o r el
m ism o m eca n ism o ( 7 9 e - 8 o c )
C ó m o la san gre se fo r m a c o n ayuda de la re sp ira c ió n y
es tra n sp o rta d a a través d e las venas ( 8 o d - 8 le )
Las en fe rm e d a d e s ( 8 le - 9 2 c )
Las en ferm e d a d es d e l c u e r p o (8 le - 8 6 a )
Las en ferm e d a d es d ebid as a u n exceso, a u n d efecto
o a u n m al rep a rto d e lo s c o m p o n e n te s elem en tales
( 8 le - 8 2 b )
Las en ferm ed a d es de lo s tejid o s (secundarias) (8 2 b -
84-d)
Las en ferm e d a d es debidas
a la re sp ira c ió n (8 4 d -8 5 a )
a la fle m a (8 5 a -b )
a la b ilis (8 5 b -8 6 a )
a las fieb res (86a)
Las en ferm e d a d es d el alm a (8 6 b ~ 9 2 c)
O r ig e n de las en ferm e d a d es (8 6 b -8 7 b )
L a salu d se h a lla e n el e q u ilib rio (8 7 c -8 9 d )
E l cu id a d o d e l alm a ( 8 9 d - g o d )
L a r e t r ib u c ió n : d ife r e n c ia c ió n d e lo s sexo s y
a p a ric ió n d e lo s an im ales ( g o e - 9 2 c )

C o n c lu s ió n ( 92 c )

IV . D a t a c i ó n

E s p e c ia lm e n te d esd e L u to slaw sk i, el Timeo fo r m a p a rte d e lo s


ú ltim o s e scrito s plató n ico s.· a n te r io r a las Leyes y al in a ca b a d o
Critias, c o n g ra n p r o b a b ilid a d fu e re d a cta d o m u y p r ó x im o al
120 JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

Filebo, y p o s te r io r al Teeteto, al Parménides, al Sofista y al Político'07. N o


o b sta n te , O w e n in s e r ta el Timeo e n tre lo s e s crito s d e m a d u re z
d e P la t ó n , in m e d ia ta m e n te d e sp u é s d e la República, d e b id o a
q u e e n el d iá lo g o físico se sigue acep ta n d o q u e lo sen sib le y las
fo r m a s in te lig ib le s c o n s e rv a n u n v ín c u lo se m e ja n te al q u e
g u a rd a n las « im á g e n e s » c o n sus « p a ra d ig m a s » —te o ría d e la
q u e se aparta P la tó n e n el d e n o m in a d o a rg u m e n to d e l T e r c e r
H o m b r e , p lan tead o e n el Parménides I 3 2 c - I3 3 a , y q u e a d m ite e n
e l Timeo (2 9 b , 4 8 e_ 4 9 a > 5 ° d , 5 2a, 5 3 c)· A s im ism o , o tr o a rg u -
m e n to q u e esgrim e O w e n es la m arcad a d is tin c ió n qu e aparece
e n este d iá lo g o en tre génesis y ousía, característica de lo s escritos
d e m a d u re z , q u e se rá a b a n d o n a d a e n el Teeteto ( l 5 2 e - l 5 7 c >
l8 2 c - l8 5 a ) y e n e l Parménides (15 2 b sq .). L a te o ría d e las fo rm a s
in telig ib les, tal y co m o aparece p lan tead a e n el Timeo, p a re cería
n o h a b e r sid o so m etid a a las críticas expuestas e n el Parménides.
A s im is m o , so s tie n e O w e n q u e si la te o r ía m ate m á tica d e la
a stro n o m ía de E u d o x o n o h a in flu id o e n e l Timeo, se d eb e a qu e
este d iá lo g o es a n t e r io r al a s tr ó n o m o y m a te m á tic o de
C n id o 108, qu e se in staló e n A te n a s c o n a n te r io r id a d a 3 6 8 a .C .

1 0 7 C f . W . L u to siaw sk i! The origin and growth o f Plato’s logic, with an account o f Plato’s style and
chronology o f his writings [1897J * H ild e s h e im , G e o r g O lm s V e rla g , 1 9 8 3 . P a rtid a rio s de
esta d a ta c ió n , c o in c id e n te c o n el o r d e n de le c tu ra d e lo s d iá lo g o s d esd e la A n -
tig ü e d a d , fu e r o n C . R itte r: « T im a io s » , Philologus 6 2 , 1 9 0 3 , p . 4 1 0 - 4 1 8 ; U . W ila -
m o w itz - M ö lle n d o r f: Platon. Sein Lehen und seine Werke, B e r lin , W e id m a n n , 19 2 9 ; W .D .
R oss: Teoría de las Ideas de Platon [ l 9 5 *]> trad . d e J .L . D ie z A ria s , M a d rid , C á te d ra ,
1 9 9 7 4, p · I 4 5 - I ^ 5 î F .M . C o r n fo r d : Plato’s Cosmology, p . 1 -8 ; y W .K .C . G u th rie :
Historia de la Filosofía Griega, vol. V. Platón. Segunda épocay la Academia [1 9 7 8 ], trad , d e A .
M e d in a , M a d rid , G re d o s , 1 9 9 2 , p . 2 5 8 - 2 5 9 .
1 0 8 E u d o x o d e C n i d o (ca. 3 9 V 9 ^ " 3 3 9 /,8 a . C .) se in s ta la e n A te n a s c o n e l m é d ic o
T e o m e d o n t e , a tra íd o p o r la fa m a d e lo s s o c rá tic o s ( D .L . V I I I 8 6 ) , c o n t a n d o
a lr e d e d o r d e 2 3 a ñ o s , e n to r n o a 3 6 8 / 7 · S ig u ie n d o e l te s t im o n io d e S o c ió n ,
p o d e m o s s u p o n e r q u e fu e e n to n c e s c u a n d o e n c u e n t r a a P la tó n ( c f . F. W e h rli:
Sotion. Die Schule des Aristoteles, S u p p le m e n t b a n d II, B a s ile a - S tu t tg a r t, S c h w a b e ,
1 9 7 8 . p . 4 8 - 4 9 ; y F. L a s s e rre ( e d .) : Die Fragmente desEudoxos von Knidos, h e r a u s g e -
g e b e n , ü b e rs e tz t u n d k o m e n tie r t v o n F .L ., B e r lin , W . d e G r u y t e r , 1 9 6 6 , p .
1 3 8 , q u ie n m in im iz a la in f lu e n c ia d e E u d o x o s o b re P la tó n y sitú a e l v ia je e n
3 6 6 ) . E sta p r im e r a e s ta n c ia e n A te n a s d e E u d o x o d u r a so la d o s m eses ( D .L .
V I I I 8 7 ) , d e sd e d o n d e re g re sa a C n i d o , y p a rte a E g ip t o , e n c o m p a ñ ía d e l
INTRODUCCIÓN 121

E n a b ierta o p o s ic ió n a O w e n , C h e r n is s 109 rech aza q u e P la -


t ó n h u b ie r a a b a n d o n a d o el d u a lism o génesis-ousía c o n p o s te -
r io r id a d a la re d a c c ió n d el Parménides γ el Teeteto, ya q u e ta m b ié n
aparece expuesta e n o tro s d iálogo s d el p e r ío d o de vejez co m o el
Sofista γ el Filebo. P ara C h e r n is s , la tesis d e O w e n se e n m a rc a
d e n tr o d e lo s p r in c ip io s m e to d o ló g ic o s d e la tr a d ic ió n a n a lí-
tica , q u e tra ta n d e situ a r la te o r ía d e las Id eas, in c lu y e n d o el
Timeo, e n e l p e r ío d o d e m ad u rez.
B r a n d w o o d 110, T h e s l e f f 111 y L e d g e r " 2 s itú a n e l Timeo e n tre
lo s seis ú ltim o s d iá lo g o s, c o n fo r m a n d o u n m ism o g r u p o c o n
las Leyes, el Critias, el Político, el Sofista y el Filebo. A h o r a b ie n , la

m é d ic o C r is ip o , c o n u n a ca rta d e r e c o m e n d a c ió n d e l rey d e E sp a ra A g e s ila o


p a ra el F a r a ó n N e c ta n a b is , q u ie n le p u s o e n c o n t a c t o c o n lo s s a c e rd o te s ( D .L .
V I I I 9 0 ) . E n E g ip to p e r m a n e c e d ie c is é is m e ses, d e s d e d o n d e se d ir ig e a C íc ic o
y a la P r o p ó n t id e p a ra d a r le c c io n e s ( D .L . V I I I 8 7 )· T r a s v is ita r la c o r t e d e
M a u s o lo , v u e lv e a A te n a s , s in d u d a p a ra lle v a r a c a b o u n a e s ta n c ia m ás la rg a ,
r o d e á n d o s e d e « m u y n u m e r o s o s d is c íp u lo s , s e g ú n d ic e n a lg u n o s , p a ra fa s tid ia r
a P la t ó n » ( D .L . V I I I 8 7 ).
H asta la e d ic ió n d e lo s fra g m e n to s p o r L a sse rre, se h a c o n s id e ra d o g e n e ra lm e n te
q u e la r e la c ió n m a n te n id a e n tre E u d o x o y P la tó n e ra m u y estre c h a . A s í , la m a y o -
ría d e lo s te s tim o n io s tr a n s m itid o s p o r lo s a n tig u o s lo p re s e n ta n c o m o u n d is c í-
p u lo u o y e n te d e P la tó n ( S o c ió n , D .L . V I I I 8 6 ) , u n o d e lo s a m ig o s d e P la tó n
( E s tra b ó n , T 9 ), o u n o d e sus fa m ilia re s , j u n t o a A r is tó te le s (P lu ta r c o , D 7 0
L a sse rre ). S in e m b a r g o , E u d o x o n o fig u r a e n la lista d e d is c íp u lo s d e P la tó n qu e
n o s a p o rta D ió g e n e s L a e r c io ( D .L . III 4 6 ) y su b io g r a fía está in c lu id a e n el c a p í-
tu lo d e d ic a d o a lo s p ita g ó r ic o s ( D .L . V I I I 8 6 - 9 1 ) . (S o b r e o tro s te s tim o n io s q u e
p re s e n ta n a E u d o x o c o m o a m ig o d e P la tó n o c o m o p la t ó n ic o , véase W .D . R oss:
Aristotle’s Metaphysics, O x fo r d , C la r e n d o n Press, 1924» t· I» P· 198 ; s o b re E u d o x o d e
C n id o , véase la e n tra d a d e J . - P . S c h n e id e r : « E u d o x e d e C n i d e » , e n R . G o u le t
( e d .) : Dictionnaire des philosophes antiques, P a ris, C N R S , 2 0 0 5 , t. I l l , p . 2 9 3 - 3 0 2 ) .
10 9 G f. H . C h e rn is s : « T h e re la tio n o f th e Tîmaeus to P la to ’s la te r d ia lo g u e s » , American
Journal o f Philology 7 8 , 1 9 5 7 » P· 2 2 5 _2 6 6 [re im p re s ió n d e L e o n a r d o T a rá n (e d .):
Selected Papers, L e id e n , B r ill, 1977» p* 2 9 8 - 3 3 9 ] ; y «Tim aeus 38 a8 -b 5> > , Journal o f
Hellenic Studies J J , 1 9 5 7 · P* J8 - 2 3 [r e im p r e s ió n Selected Papers, L e id e n , B r ill, 1 9 7 7 .
p· 3 4 0 -3 4 5 ].
HO L . B ra n d w o o d : The chronology o f Plato’s dialogues, C a m b r id g e , C a m b r id g e U n iv e rsity
Press, 19 9 ° ; y « S ty lo m e try a n d c h r o n o lo g y » , e n R . K r a u t (e d .): The Cambridge com­
panion to Plato, C a m b r id g e , C a m b r id g e U n iv ersity Press, 1 9 9 2 , p . 9 0 - 1 2 0 .
111 H . T h e s le ff: Studies in Platonic chronology, H e ls in k i, S o cieta s S c ie n tia ru m F e n n ica ,
1 9 8 2 ; y « P la to n ic c h r o n o lo g y » , Phronesis 3 4 , 1 9 8 9 , p . 1 - 2 6 .
112 C f . G .R . L e d g e r: Re-counting Plato: A computer analysis o f Plato’s style, O x fo r d , C la r e n d o n
Press, 1 9 8 9 ·
12 2 JOSÉ M*. ZAMORA CALVO

d if ic u lt a d e s tr ib a e n el e s ta b le c im ie n to d e u n a c r o n o lo g ía
e s p e c ífic a d e este g r u p o : p a ra L e d g e , el Timeo se e m p la z a al
fin a l, p r e c e d ie n d o a las Leyes, a d ife r e n c ia d e B r a n d w o o d y
T h e s le f f q u e , e n b a se a d ife r e n te s a r g u m e n to s , lo u b ic a n al
c o m ie n z o , antes q u e el Político y el Sofista.
P o r n u e s tra p a rte , c o n s id e r a m o s e l Timeo u n a o b ra ta rd ía ,
a p oyá n d on o s e n crite rio s estilo m étrico s y d e crítica y a rg u m e n -
ta c ió n filo s ó fic a . L a in tr o d u c c ió n d el te rce r g é n e r o “ 3 esp a c io -
te m p o ra l, la χώρα, so lu cio n a las ap orías d irigid a s c o n tra la te o -
ría d e las fo rm a s in telig ib les e n el Timeo. D e a h í q u e este d iá lo g o
sea u n a o b ra d e vejez —y n o de ju v e n tu d o m ad u rez, co m o p r o -
p o n e n lo s se g u id o re s d e O w e n —, n e ce sa ria m e n te p o s te r io r al
Parménides.

V. I n f l u e n c i a s e n l a A n t i g ü e d a d y e l M e d i e v o

D e la antigu a A ca d e m ia hasta el n e o p la to n is m o , el Timeo sie m -


p re h a cen tra d o las reflexio n es de los p la tó n ico s de la A n t ig ü e -
dad. Estç-es el p e r ío d o qu e co m p o n e más co m en ta rio s d e d ica -
dos al Timeo. E n la a n tig u a A c a d e m ia , ta n to C le a r c o c o m o
J e n ó c r a te s e s tu d ia r o n e n p r o fu n d id a d este d iá lo g o . P e ro se
a trib u y e a C r a n t o r el p r im e r c o m e n ta r io ?l Timeo d e P la tó n ,
según el te stim o n io de P r o c lo , al in te rp re ta r el p r im e r lemma de
la A tlá n tid a ( s o d - e ) ”4. A sim ism o , conservam os restos de la tra -
d u c ció n latina de C ic e r ó n co rresp o n d ien tes al Timeo 2 7 d - 4 7 b ” 5·

113 « G é n e r o » n o d eb em o s e n te n d e rlo e n u n s e n tid o ló g ic o m o d e r n o , co m o c o n c e p -


to g e n é ric o , sin o e n e l d e γένος. E l te r c e r g é n e r o n o es u n c o n c e p to b a jo el cu al
están s u b su m id o s o tro s , s in o u n c o m p o n e n te e sen cia l p ara c o m p r e n d e r la g e n e -
ra c ió n d e l co sm os.
114 C f . P ro c lo : In Timaeum I, ¿ 6. 1 sq. [D ie h l]: « e l p r im e r exégeta d e P la tó n » ; cf. I,
2 7 7 -8 sq.
115 C f . M. Tulli Ciceronis De divinatione. De Fato. Timaeus, ed . W . A x , L e ip z ig , T e u b n e r , 1 9 3 8 .
INTRODUCCIÓN 123

E n tre lo s p la tó n ic o s m e d io s, el m é d ic o g rie g o G a le n o a b o rd a
c o n r ig o r este d iá lo g o e n De placitis Hippocratis et Platonis116y Quod
animi mores"7. E n la c o n s t r u c c ió n d e u n c o r p u s d o c t r in a l,
e s p e c ia lm e n te e n lo r e fe r e n te a la t e o r ía d e lo s e le m e n to s o
d e l a lm a , e l m é d ic o p la t ó n ic o in te r p r e ta e l Timeo c o n m a y o r
lib e r ta d q u e sus a n te c e s o r e s , d e b id o a su le c tu r a d ir e c ta d e l
texto p la tó n ic o y a su a le ja m ie n to d e in te r p r e ta c io n e s e n m a r -
cadas e n u n c o n te x to e sco la r. E l De animae procreatione in Timaeo118
d e P lu ta r c o in te g ra r ía , j u n t o a o tr o tra ta d o p e r d id o , u n tr a -
b a jo ex eg ético d e l d iá lo g o p la tó n ic o . P o r su p a rte, P ío tin o n o
e la b o r a u n « c o m e n t a r i o » , e n s e n t id o e s tr ic t o , d e l Timeo,
p e r o e n lo s tra ta d o s d e las Enéadas in c lu y e u n a h e r m e n é u t ic a
c o n sta n te d e este d iá lo g o . E l fu n d a d o r d e l n e o p la to n is m o n o
i d e n t ific a a l d e m iu r g o c o n e l a lm a d e l m u n d o , s in o c o n e l
« v iv ie n te in t e lig ib le » (ζφον νοητόν). D e este m o d o , se ap arta
d e la i n t e n c i ó n c o s m o ló g ic a q u e e n P la t o n d o m in a b a la
i n t r o d u c c ió n d e l v iv ie n te in t e lig ib le y d e la e t e r n id a d , p a ra
c o n c e n t r a r sus a n á lis is e n u n a a r q u it e c t u r a h e n o l ó g i c o -
p r o c e s i o n a l “ 9. J á m b lic o c o m p u s o u n a m o n o g r a f ía d e este

116 C f . Galeni De placitis Hippocratis et Platonis, ed . P h . D e Lacy, 3 v o ls., B e r lin , A k a d e m ie ,


19 7 8 -19 8 4 .
117 C f . L . G a r c ía B a llester: A lm a j enfermedad en la obra de Galeno, tr a d u c c ió n y c o m e n ta rio
d e l e s c r ito 'Q uod animi mores corporis temperamenta sequantur’ , V a le n c ia - G r a n a d a ,
A lb a tro s , 1 9 7 2 .
118 C f . P lu ta rco : La generatione dell’animanel Timeo, in tr o d u z io n e , testo c r itic o , tr a d u z io -
n e e c o m m e n to a cu ra d i F. F e rra ri e L . B a ld i, N á p o le s , M . D ’A u r ia , 2 0 0 2 .
119 Para P lo tin o , el m u n d o sen sib le es u n a im a g e n (είκών) e n el se n tid o m ás estricto
d e la p a la b ra . A sí, m ie n tra s la I n te lig e n c ia y el A lm a so n h ip óstasis a u to c o n s titu ti-
vas, el m u n d o sen sib le n o lo es, ya q u e, al ser u n a im a g e n d e l m u n d o in te lig ib le ,
n ecesita de u n m e d io d istin to e n el q u e su bsistir (cf. En. V , 3 [4 9 ^ 8 , 1 2 - 1 5 ) · P e ro ,
a d ife re n c ia d e l Timeo d e P la tó n , d o n d e la causa e fic ie n te (el d e m iu rg o ) se d ife r e n -
cia d e la causa e je m p la r (el v ivie n te in te lig ib le ), e n las Enéadas u n a m ism a h ip ó s ta -
sis es al m ism o tie m p o causa e fic ie n te y causa e je m p la r. L a In te lig e n c ia se a u to -
co n stitu y e, lo q u e im p lic a q u e e n ella e l h e ch o d e e x istir co m o m o d e lo y el cre ar
u n a im a g e n de sí m ism a se id e n tific a n , e n co n traste c o n el m u n d o se n sib le , cuya
re a lid a d es p u ra m e n te ic ó n ic a . P lo t in o , e n c o n tra d e lo s g n ó stic o s, c o n s id e ra la
re a lid a d ic ó n ic a p r o p ia d e l m u n d o se n sib le co m o b u e n a . L o s m ú ltip le s re fle jo s e n
lo s q u e se d isp ersa e l m u n d o sen sib le co n stitu y e n u n a c o n s e c u e n c ia d e l m e ca n is-
m o d e la p r o c e s ió n c u a n d o lle ga a sus ú ltim as etapas.
i24 JOSÉ M*. ZAMORA CALVO

d iá lo g o , adem ás d e u n Comentario al Timeo120. P ara el n e o p la tó -


n ic o d e C a lc is la in t e n c io n a lid a d d e l d iá lo g o fís ic o es m o s -
tra r la c o n c e p c ió n p la tó n ic a d e la c o h e s ió n e n la g e n e r a c ió n
d e l u n iv e r s o , s ie n d o u n lógos d iv in o e l p u n t o d e p a r t id a y
p r i n c i p i o d e to d a la n a tu r a le z a y d e l c o s m o s . P a r a P r o c l o ,
q u ie n le co n sag ra u n Comentario, d e l cu al co n serva m o s hasta la
in te r p r e ta c ió n en su lib r o V d e 44<Í2121, el Timeo co n stitu y e el
d iá lo g o q u e c o n c e n t r a la fís ic a d e P la t ó n , a n a liz á n d o lo
d e sd e la p e r s p e c tiv a d e u n a d ia lé c t ic a teológica, e x tr a íd a d e l
Parménides.
P e ro lo s p la tó n ic o s g rie g o s n o so n lo s ú n ic o s q u e se in t e -
re sa n e n e l Timeo, e x p o n ie n d o sus te o ría s e n c o m e n ta r io s y
tratad os. L a filo s o fía p la tó n ica de la ép o ca im p e ria l, expresada
e n la tín , c o n s tr u y e su t e r m in o lo g ía to m a n d o c o m o b ase de
r e fe r e n c ia este d iá lo g o p la t ó n ic o . A s í, e l m e d io p la t ó n ic o
A p u le y o e lab o ra u n a te o ría de lo s p r in c ip io s —D io s, m a te ria y
fo rm a s—, ex tra y en d o sus teo ría s fu n d a m e n ta le s d e l Timeo. P o r
su p a rte , C a lc id io , a d em á s d e u n c o m e n t a r io , q u e c o n t ie n e
e s p e cu la cio n e s m atem áticas, es a u to r d e u n a tr a d u c c ió n p a r -
cial d e l Timeo al la tín , q u e se d e tie n e e n 5 3 e '22· Este c o m e n ta -
d o r la tin o , q u e se lo v in cu la ta n to c o n la c o r r ie n te d el p la t o -

1 2 0 C f . Iamblichi Chalcidensis in Platonis Dialogos Commentariorum Fragmenta, ed . J .M . D illo n ,


L e id e n , B r ill, 1 9 7 3 ·
121 C f . Procli Diadochi in Platonis Timaeum commentaria, e d . E . D ie h l, 3 v o ls ., L e ip zig ,
T eu bn er, 19 0 3 -19 0 6 .
12 2 L o s ú n ic o s d iá lo g o s d e P la tó n , accesib les e n tr a d u c c io n e s latin a s, so n lo s s ig u ie n -
tes: e l Fedón y e l Menón, tra d u cid o s p o r E n r iq u e A r is tip o ; el Parménides, p o r la m e d ia -
c ió n d e l c o m e n ta rio d e P r o c lo , tr a d u c id o p o r G u ille r m o d e M o e rb e c k e (c f. Proclus.
Commentaire sur le Parménide, traduction de Guillaume de Moerbeke, ed . C . S te e l, 2 v o ls.,
L o v a in a - L e id e n , K U L - L e u v e n U n iv e rsity Press, 1 9 8 2 - 1 9 8 5 ) ; y e l Timeo, gracias a
C a lc id io , p o r la a u to rid a d d e te ó lo g o s cris tia n o s c o m o S a n A g u s tín , a lo q u e se
u n e la c o n t r ib u c ió n d e lo s glosistas d e l sig lo X II co m o G u ille r m o d e C o n c h e s y
B e r n a r d o d e C h a rtre s (cf. The rGhsae super Platonem’ o f Bernard o f Chartres, ed . P .E .
D u tto n , T o r o n to , P o n tific a l In stitu te o f M ed ia eva l S tu d ies, 19 9 1 ; y Guillelmi de
Conchis Glosae super Platonem, e d . E . J e a u n e a u , T u r n h o u t, B r e p o ls , 2 0 o 6 ) . S o b re el
c o m e n ta rio d e C a lc id io al Timeo, véase S. G e rsh : Middle Platonism and Neoplatonism: the
Latin tradition, v o l. I , N o tr e D am e [I n d .], U n iv e rsity o f N o tr e D am e Press, 19 8 6 ,
cap . 6, p . 4 2 1 - 4 9 2 . 1
INTRODUCCIÓN 125

n is m o m e d io c o m o c o n la d e l n e o p la to n is m o 183, lleva a cabo


u n a ex ég esis p r o p ia m e n t e Risica d e l d iá lo g o , a p lic a n d o u n a
ó p tic a a r is to t é lic a a la e x p o s ic ió n d e la e x is te n c ia d e u n
m u n d o e n d e v e n ir. A su vez, e n la Consolación de lafilosofia, B o e -
c io c o n c ib e la e t e r n id a d c o m o T r a n s c e n d e n c ia d iv in a d e l
t ie m p o , P le n itu d d iv in a e I n te lig e n c ia d iv in a , p o n ie n d o e n
r e la c ió n el tra ta d o 4 5 Sobre la eternidadj el tiempo (En. III , 7) d e
P lo tin o c o n el Timeo d e P la tó n .
E n lo s alb ores d e la E d a d M ed ia , el Timeo es p ro b a b le m e n te
e l d iá lo g o d e P la tó n m ás le íd o p o r lo s P a d res d e la Ig le sia '24,
e je rc ie n d o e n o r m e in flu e n c ia e n la fu n d a m e n ta c ió n d e la p r i -
m e ra te o lo g ía c ristia n a . L o s a u to re s p a trístic o s r e c o n o c e n e n
este d iá lo g o u n a v e rs ió n « la ic a » d e l re la to b íb lic o d e la c re a -
c ió n , in te rp re ta n d o la h ip ó tesis d el m u n d o g e n e ra d o (γενητός,
28 b ) e n el se n tid o de u n a c re a ció n ex nihilo.
P a ra lo s a u to r e s m e d ie v a le s p e r t e n e c ie n t e s a lo s tre s
m u n d o s c u ltu r a le s y r e lig io s o s —J u d a is m o , C r is t ia n is m o e
Isla m —, d e b e m o s c o n s a g r a r n o s a im ita r la n a tu ra le z a , e s p e -
c ia lm e n te a q u e llo q u e c o n s tit u y e e l m ás d ig n o o b je t o d e
im ita c ió n , el o r d e n m a je s tu o so d e lo s c ie lo s , p a ra así lo g r a r
p o n e r o r d e n e n n u e s tr a s v id a s ( 4 7 b y 9 ° d ) · E l d e m iu r g o
p r o d u c e d ir e c t a m e n t e lo s c u e r p o s c e le s te s , m ie n t r a s q u e
n u estro s cu e rp o s fu e r o n fa b rica d o s p o r d iv in id a d e s su b a lte r-
nas, au xiliares. N u estra alm a, q u e p resen ta u n a estru ctu ra c ir -
c u la r a n á lo g a a la d e l a lm a d e l m u n d o , d e b e e s fo r z a r s e p o r
m o v e rse s ig u ie n d o el m ism o o r d e n q u e e l m a c ro c o s m o s . E n
este se n tid o , B e rn a rd o d e C h a rtre s ( Î 112 6 ) señala q u e e l tem a

1 2 3 La v in c u la c ió n c o n el p la to n ism o m e d io p ro c e d e fu n d a m e n ta lm e n te d e la te o ría
d e lo s p r in c ip io s q u e C a lc id io extrae d e su le c tu ra d e l Timeo : D io s (deus), m ate ria
(silva) γ m o d e lo o fo r m a (exemplum). P o r lo q u e c o n c ie r n e a la v in c u la c ió n c o n el
n e o p la to n is m o lo s in té r p re te s p a rte n d e u n a p o s ib le in flu e n c ia d e P o r f ir io , c o n -
cre ta m e n te e n lo r e fe re n te a la tr a n s m ig ra c ió n d e l alm a h u m a y su r e e n c a rn a c ió n .
1 2 4 S o b r e la im p o r t a n c ia d e l Timeo e n E u s e b io de G esare a, véase E . d es P laces: Eusébe
de Cesarée commentateur. Platonisme et Ecriture sainte, P a rís, B e a u ch e sn e , 1 9 8 2 , p . 2 5 ·
I2b JOSÉ M*. ZAMORA CALVO

c e n tra l d e l Timeo es la ju s tic ia n a tu ra l (naturalisjustitia)125. D e sd e


u n a in te r p r e ta c ió n p r ó x im a , A v e rr o e s d ecla ra e n su p r e fa c io
al c o m e ta r io a la Física d e A r is tó te le s q u e lo s sab io s estu d ia n la
física « p o r q u e sa b en q u e la n a tu ra le za d e la ju s tic ia ra d ic a e n
la e s e n c ia d e las co sas (sciverint [ . . . ] naturam justitiae existentem in
substantia rerum), p o r lo q u e d e s e a n im it a r esta n a tu r a le z a y
a d q u ir ir esta f o r m a » 126. E n e fe c t o , la fís ic a es u n c a m in o
i n t e r m e d ia r io p a ra la a n t r o p o lo g ía . P o r e llo , las v ir tu d e s
m o ra le s están p re se n te s e n el m u n d o fís ic o . L a ju s tic ia n o es
p r o p ie d a d ex clu siva d e l h o m b r e , s in o q u e se h a lla p r e s e n te
e n la e s tr u c tu r a in t e r n a d e la r e a lid a d o b je tiv a . E l b u e n
o r d e n d e l m u n d o d e b e r ía b a sta r p a ra c o n d u c ir n u e s tra s
alm as d e u n a m a n e ra ta m b ié n o rd e n a d a .

V I. T r a d i c i ó n m a n u s c r i t a

E l texto d el Timeo, que fo rm a p arte j u n t o al Clitofón, la República y


el Critias d e la te tra lo g ía V I I I , n o fig u ra en el c ó d ic e C la r k ia n o
( B ) , el m ás a n tig u o y d is tin g u id o d e la c o le c c ió n p la tó n ic a d e
lo s m a n u s c r ito s d e P la tó n , u tiliz a d o p a ra o tr o s d iá lo g o s q u e
fig u ra n e n las tetralogías I - V I .
E l m ás a n tig u o de lo s m a n u s c r ito s d e l Timeo es el Parisinus
graecus l 8 o j ( A de Bekker, Codex Coislianus de la B ib lio te ca N a c io -
n al de F ran cia), escrito a fin ales d el siglo IX , fu e d escu b ierto e n
14 9 O p o r J u a n L ásca ris, q u ie n lo tra jo de O r ie n t e . E ste m a -
n u s c r ito , red a cta d o e n u n cia le s a d os co lu m n a s, co n stitu ye la

1 2 5 C f . P .E . D u tto n : The 'Giosae super Platonem’ o f Bernard o f Chartres, T o r o n to , P o n tific a l


In stitu te o f M ed iaeval S tu d ies, 19 9 1 , p . 14O , 3 2 s.
1 2 6 A v e rro e s : Comentario Medio a la Física, P re fa cio [en la tín ], t. IV , ed . J u n te s , V e n e cia ,
1552» ρ · 2 c. V éase S . H arvey: « T h e H e b rew tr a n s la tio n o f A v e r r o e s ’ Prooemium to
h is LongCommentary on Aristotle's Physics», Proceedings o f the American Academyfo r Jewish Research
5 2 , 1 9 8 5 , p* 5 5 - 8 4 -
INTRODUCCIÓN 127

base p rin cip a l de las ed icion es de B u rn e t (Platonis Opera, to m o IV ,


O x fo r d , C la r e n d o n Press, 19 0 2 ) y de R ivau d (Platon. Œuvres com­
plètes, to m o X , P arís, L es B elles L ettres, 1 9 2 5 )· A 2 es la c o r r e c -
c ió n d e A y a te rm in a d o , p e r o realizad a so b re o tro có d ice , y n o
sobre la base d el m o d e lo sobre el q u e se co p ió A .
U n s e g u n d o g r u p o d e m a n u s c r ito s es r e p r e s a n d o p o r e l
Vindobonensis 21, d e la B ib lio te c a de V ie n a ( Y d e S c h a n z127 y d e
B u r n e t 128, Y de B ek k e r), escrito en cursivas, p r o b a b le m e n te a
fin a les d el siglo X IV , qu e n o s p r o p o r c io n a el acceso a u n a tr a -
d ic ió n m an u scrita se n sib lem en te d ife re n te a la d e A , p e r o cuya
a u to r id a d , se g ú n e l p a r e c e r d e R iv a u d , es e q u iv a le n te 129. D e
este texto ado pta B u r n e t g ra n p arte d e sus le ccio n e s, y el e je m -
p lo es se g u id o ta m b ié n p o r R iv a u d . E l Vindobonensis 5 4 (W d e
B u r n e t ’30 y d e A l li n e 131) 7 q u e es a n t e r io r a Y , p r o b a b le m e n te
d e l siglo X I, casi siem p re co in cid e c o n Y , cu a n d o este d ifie re de
A . E n casos decisivos d el d iá lo g o , W refu erza las lectu ras a d o p -
tadas e n qu e n o s sep aram o s d el texto d e B u r n e t, c u a n d o p r e -
fie re A , y d e cid im o s a p oyarn os e n Y . A s im ism o , m u ch o s testi-
m o n io s d e W a p a r e c e n e n lo s co m e n ta rista s a n tig u o s , c o m o
P ro clo y C a lc id io . D esg ra cia d a m en te, el m an u scrito d e W p r e -
sen ta n u m ero sa s lagu n as y o m is io n e s, q u e n o s h a c e n ser p r u -
d en tes e n cu a n to a u n u so p re fe r e n te d e sus leccio n es.
P o seen g ra n v a lo r h istó ric o los te stim o n io s d e m an u scrito s
p o ste rio res d e lo s siglos X -X I, co m o el d el Vindobonensis 5 5 (F de
S c h e n id e r y d e B u r n e t) , e l d e l Palatinus Vaticanus 173 de B u r -
n et) y e l d e l Parisinusgraecus ΐ δ ΐ 2 ( l8 l2 d e la B ib lio te c a N a c io n a l
d e F ra n c ia ), d e l sig lo XV, q u e sirv ió p r o b a b le m e n te d e base

12 7 C f . M . Schanz,·. Über den Platocodex der Markusbibliothek m Venedig: Append. Class.£ JVr.l den
Archetypus der/freiten Handschrißenfamile mit einer vollständigen Collation seiner Scholien, L e ip zig ,
[ s .n .] , 1877» P» 6 ° y 8 9 sq.
1 2 8 C f . J . B u r n e t: Platonis Opera, t. I V , O x fo r d , C la r e n d o n Press, 1 9 0 2 , p . i v y x i i .
1 2 9 C f . A . R ivau d : Platon. Œuvres complètes, t. X , P a ris, L es B e lle s L ettre s, 1 9 2 5 ’ p · 121 .
1 3 0 C f . J . B u r n e t: ed. cit., p . v ii.
131 C f . H . A llin e : Histoire du texte de Platon, P a ris, C h a m p io n , 1915« p* 2 3 9 *"2 4 3 y 3 ^ 3 *
JO SÉ Μ ·. ZAMORA CALVO

p a ra la e d ic ió n d e H e n r i E s tie n n e . A u n q u e p re se n te o m is io -
nes, a lteracio n es y glosas m argin ales añadid as al texto, dadas las
m ú ltip le s re v is io n e s a las q u e se h a v isto s o m e tid o , e n e l
m a n u s c r ito l 8 l 2 h a lla m o s lo s v e stig io s d e u n a a n tig u a t r a d i-
ció n , d ife re n te a las p rio rita ria s d e A y d e Y .
Ig u a lm e n te , h e m o s te n id o e n c u e n ta las r e fe r e n c ia s q u e
ap arece n e n lo s co m e n ta rio s d e P ro c lo y d e C a lc id io , así co m o
e n las citas d e l Timeo, in clu id a s e n las o b ras d e C ic e r ó n , E u se -
b io , G a le n o , F iló p o n o , P lu ta rco , Sexto E m p íric o y E sto b eo ; y
h em o s p restado a te n c ió n a las e d icio n e s, ín d ice s y co m en ta rio s
m o d e rn o s d e B ekker, C o r n fo r d , H e rm a n n , Sachs, S c h n e id e r,
S tallbau m y T aylo r.

También podría gustarte