Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
E s c rito al fin a l de la v id a d e P la tó n , e n tr e 3 5 8 - 3 5 6 a . C . , el
Timeo relata u n a d iscu sió n qu e h a b ría te n id o lu g a r e n tre 4 3 ° y
4 2 5 a .C . , y d eb iera fo r m a r parte, ju n t o c o n el Critiasy el Hermó
crates, de u n a tr ilo g ía q u e d e scrib e e l o r ig e n d e l u n iv e rs o , d e l
h o m b re y d e la so cied a d . Esta trilo g ía h a b ría p e r m itid o a P la -
tó n r e e m p re n d e r el p ro y e cto d e sus p red eceso res q u e, a p a rtir
d el s. V I a .C ., re co g ie ro n el testim o n io d e poetas co m o H esío d o
e x p o n ie n d o lo q u e fu e r o n la a p a r ic ió n y e v o lu c ió n d e to d a la
rea lid a d . E stos p en sa d o res, a lo s q u e la tr a d ic ió n d io el n o m -
b r e d e « f i l ó s o f o s » , e n sus o b ra s , q u e m ás ta rd e lle v a r o n el
títu lo g e n é ric o d e Sobre la naturaleza (περί φύσεως), tra ta ro n de d es-
c rib ir el o rig e n d el u n iverso (m a cro co sm o s), d el h o m b re , c o n -
sid erad o c o m o u n u n iverso e n m in ia tu ra (m ic r o c o sm o s ), y d e
la s o c ie d a d , c o n s id e r a d a c o m o el p a ra d ig m a al q u e d e b e r ía
c o n fo rm a rse la ciu d a d real.
E l Timeo co m ie n za c o n u n r e su m e n d e la c o n s titu c ió n ideal
d escrita e n la República, u n d iá lo g o al q u e la tra d ic ió n su b titu ló
Sobre lajusticia, y a c o n tin u a c ió n a lu d e a la g u e rra victo rio sa q u e
m an tu vo la an tigu a A te n a s co n tra la A tlá n tid a . P la tó n trata d e
fu n d a r « e n la n a tu ra le z a » la c o n s titu c ió n id e a l d e scrita e n la
República, m o s tr a n d o c ó m o la a n tig u a A te n a s se c o n fo r m a b a
IO JOSÉ M». ZAMORA CALVO
I. LOS PRELUDIOS
1. El resu m en d e S ó c r a te s
S ó c r a te s r e su m e u n a c o n v e r s a c ió n q u e tu v o lu g a r la vísp era
e n tr e S ó cra te s, T im e o , C r itia s , H e r m ó c r a te s y u n q u in to
i n t e r lo c u t o r a u se n te ese d ía . L a c o n v e r s a c ió n r e c a p itu la tiv a
s in te tiz a las ca ra cte rística s d e la c o n s tit u c ió n id e a l y d e lo s
h o m b re s q u e re q u ie re . ¿ E n q u é c o n d ic io n e s es p o sib le la re a -
liz a c ió n sensible d é la ciu d a d id e a l? L a c o n c e p c ió n d e la ciu d a d
INTRODUCCIÓN II
caso d e l Timeo, lo q u e se d ic e a h o ra es la p r o lo n g a c ió n d e la
c o n v e r s a c ió n m a n te n id a e n la República. P re c isa m e n te , a p e t i -
ció n de T im e o , Sócrates recu erd a lo p r in c ip a l d e su e x p o sició n
de la víspera so b re la c o n s titu c ió n m e jo r y q u é h o m b res r e q u e -
r ir ía ( 1 7 c - 1 9 b ) , y te r m in a p r e g u n tá n d o le si n o h a o lv id a d o
n a d a . T im e o c o n s id e r a q u e n o fa lta n a d á . S in e m b a rg o , el
r e s u m e n d e l Timeo se a d e c ú a fie lm e n te a lo s c in c o p r im e r o s
lib ro s de la República, p e r o n o se o cu p a de u n a cu e s tió n p r in c i-
p al, la qu e trata de que lo s filó so fo s g o b ie r n e n e n lo s estados, o
q u e « lo s q u e a h ora so n llam ad o s reyes y g o b e rn an te s filo s o fe n
de m o d o g en u in o y a d ecu a d o » (V 4 7 3 ^)· P ° r tan to, en el relato
falta la p resen cia de los filó so fo s-rey es4 . Q u izá s p o d a m o s p o n e r
e n c o n e x ió n esta o m is ió n c o n la a u s e n c ia d e l c u a rto « i n v i -
ta d o » de Sócrates, c o n el q u e co m ie n za e l d iá lo g o . E n p a ralelo
a rq u ite ctó n ico c o n el Sofista, el n u ev o in v ita d o filó s o fo , ausen te
la víspera, p o see u n a ex celen te m e m o ria .
L a República co m ie n za e n el P ire o , m ien tra s tie n e n lu g a r las
B e n d id ia s, fiesta de u n a d iv in id a d ex tra n jera , p e r o tra n scu rre
durante el ascenso a Atenas. P or el contrario, parece que el Timeo se
situaría d u ran te las Panateneas5, la fiesta n a cio n a l p o r excelencia
d el p u e b lo ateniense (2 6 e). M ien tra s qu e e l relato de la República
m e n c io n a de m an era expresa las B e n d id ia s ( 3 5 4 a) >el d e l Timeo
so lo alu d e a la fiesta de la d iosa, sin esta b lecer m ás p re cisio n e s
(2Ia y 2 6 e ). D e este m o d o , la re d a c c ió n d el Timeo n o lo ca liza n i
data la conversación. A h o ra b ien , tras las B en did ias se celebraban
2. L a p a rte d e l a u se n te
está s o m e t id o a las ú n ic a s t r a n s fo r m a c io n e s d e lo s c u a tr o
p o lie d r o s . E n e l re la to d e S ó c ra te s so b re la m e jo r c o n s t it u -
c ió n y q u é clase d e h o m b r e s p r e c is a r ía fa lta e l p r i n c i p i o d e
u n if ic a c ió n d e las c iu d a d e s, ya q u e u n a c iu d a d s in f iló s o f o -
re y es s e m e ja n te a u n a c u e r p o s in c a b e z a , u n a lm a s in su
p r in c ip io h e g e m ó n ic o , la p a rte r a c io n a l (νους). E n a u se n cia
d e lo s f iló s o f o s , la c iu d a d q u e d e s c r ib e S ó c r a te s e n e l Timeo
está g o b e rn a d a p o r sus g u a rd ia n e s7 ( l8 a ) . L a e n fe r m e d a d d e l
q u in to in v ita d o , p re se n te ayer y a u sen te h o y , se c o r r e s p o n d e
c o n el o lv id o d e u n a te o r ía p r in c ip a l d e l re la to d e la República,
y c o n e l s ile n c io so b re el d o d e c a e d ro .
A s í p u e s , la a u s e n c ia c o n la q u e c o m ie n z a e l Timeo se
c o r r e s p o n d e c o n la p re se n c ia e n e l Soßsta d e u n q u in to in t e r -
lo c u t o r e x tr a n je r o , a n ó n im o ta m b ié n , c o n s id e r a d o d iv in o .
Só crates, T e o d o r o y T e e te to c o n v e rsa ro n la vísp era e n p r e s e n -
cia d e u n n u t r id o y a te n to a u d ito r io ( Teeteto, 1 4 3 d ), e n e l q u e
p r e su m ib le m e n te se h allab a el jo v e n S ó cra tes, a q u ie n e n t o n -
ces n o se m e n c io n a . P o r ta n to , si e s ta b le c e m o s este v ín c u lo
en tre la a rq u itectu ra de am b os d iá lo g o s, sería p o sib le c o n s id e -
ra r al E x tra n je ro d e l Sofista, el q u in to p re se n te , u n a fig u ra d el
o tr o y el q u in t o g é n e r o d e l se r, u n c o r r e la to d e l q u in t o
au sen te p o r e n fe r m e d a d d e l Timeo, la fig u ra d el q u in to p o li e -
d r o , e l d o d e c a e d r o , r e la c io n a d o c o n la c o n f o r m a c ió n d e la
to ta lid a d . D e este m o d o , la p r e s e n c ia d e u n o c o n e c ta c o n la
a u sen cia d e l o tr o .
3. La p e tic ió n d e S ó c r a t e s
la c o n s tit u c ió n id e a l e q u iv a le a p r e g u n ta r s e c ó m o o r g a n iz a r
se g ú n el p r in c ip io ra c io n a l d e lo m e jo r u n a so cied a d h u m a n a
in s c r ita e n e l tie m p o y e n e l e s p a c io , c u e s tió n q u e p la n te a el
p r o b le m a d e la p a rtic ip a c ió n d e las cosas sensibles c o n las f o r -
m as in te lig ib le s. E l Timeo in te rp re ta la r e la c ió n e n té r m in o s de
im it a c ió n : u n m o d e lo in t e lig ib le h a c e p o s ib le la a p a r ic ió n
d e u n a im a g e n q u e ca p ta m o s p o r lo s s e n tid o s . T e n ie n d o e n
c u e n ta la h e te r o g e n e id a d e n tr e la fo r m a in t e lig ib le y su m a -
n if e s t a c ió n s e n s ib le , la p e t i c i ó n d e S ó c r a te s im p lic a q u e se
in t e r r o g u e so b re las c o n d ic io n e s d e p o s ib ilid a d d e la re a liza -
c ió n e n este m u n d o d e la m e jo r c o n s tit u c ió n . L a p u e s ta e n
m o v im ie n to d e la c o n s titu c ió n su p o n e q u e el u n ive rso sensible
está h e c h o a im a g e n d e l in t e lig ib le se g ú n el p r in c ip io d e lo
m e jo r , si n o , el p r o y e c to m ism o n o t e n d r ía n in g ú n s e n tid o .
E ste p r o p ó s ito c o m p o rta d os aspectos: p o r u n a p a rte, p e rm ite
c o m p r o b a r la e fic a c ia d e la d e f in ic ió n d e la c o n s tit u c ió n , y,
p o r o tra, m u estra c ó m o h a c e r p r o p ic ia s las p r o p ie d a d e s d e lo
sen sib le para el esta b lecim ien to d el estado ju s to .
4. El r e la to de C r itia s
10 C f . L . B r is s o n : « L a in v e n c ió n d e la A t lá n t id a » , Méthexis 8, 1 9 9 5 » P· 1 6 7 - 1 7 4 ·
11 L o s d ilu v io s y lo s d esastres p ro v o c a d o s p o r el fu e g o s o n las ca tá stro fe s m ás im p o r -
tan tes (μέγισται, 2 2 c ). L a a n tig u a A te n a s , q u e e ra la polis « m e jo r e n la g u e rra y a
to d as lu c e s la m e jo r le g isla d a » (2 3 c ), s u frió u n g ra n d ilu v io .
INTRODUCCIÓN 19
5. Los D O S D IS C U R S O S P A N E G ÍR IC O S
D e sd e e l p r o e m io d e su d is c u r so T im e o d a m u e stra d e
m o d e ra c ió n (σωφροσύνη), p o rq u e , antes d e h ab lar sobre el u n i -
v e rs o , in v o c a a lo s d io ses y d io sas, s u p lic á n d o le s q u e to d o lo
q u e d ig a n sea a n te to d o « c o n fo r m e a su p e n s a m ie n to » (Tim.
2 7 c)· E n la República P la tó n d e fin e la m o d e r a c ió n c o m o « u n
tip o d e o rd e n a m ie n to y d e c o n t r o l d e lo s p lacere s y a p e tito s»
(Resp. I V 4 3 0 e ) , y la co n e c ta c o n las n o c io n e s d e co n c o rd a n c ia
y a rm o n ía . P re c isa m e n te , al fin a l d e su d is cu rso , T im e o p r e -
senta el m ism o tip o d e m o d e r a c ió n , ya q u e, tras a firm a r qu e el
u n iv e rso es u n « d io s sen sib le, im a g en d e u n d io s in te lig ib le »
(Tim. 9 2 c ), p id e al d io s -u n iv e rs o « q u e p reserve lo exp u esto de
m a n e ra c o r r e c ta » (Crit., Io 6 a). P o r ta n to , e l u n iv e rs o c o n s ti-
tuye u n a to ta lid a d a rm ó n ica , d o n d e la « in te r p r e ta c ió n m e ló -
d ic a » d el d iscu rso está co n stru id a a im a g en d e l co sm o s vivien te
y a r m ó n ic o . T im e o reg resa al c o m ie n z o y p r o p o n e v o lv e r d e
u n a m a n e r a r á p id a a l m ism o p u n t o d e d o n d e h a b ía p a r tid o ,
in te n ta n d o d ar al d iscu rso u n fin y u n a cabeza qu e q u e d e a ju s-
tada a lo d ic h o a n te r io r m e n te (Tim. 6 9 a - b ) 12. P recisa m e n te, el
d is c u r s o d e b e estar c o n s titu id o c o m o u n ser v iv o , c o n u n
c u e r p o p r o p io , d e m o d o q u e n o carezca d e cabeza n i de p ies,
y p o se a u n a p a rte c e n tr a l y e x tre m id a d e s , e n tr e te jid a s d e tal
m a n e r a q u e se c o r r e s p o n d a n u n a s c o n o tra s y c o n e l to d o
(Phdr. 2 6 4 c ) ; e n e fe c to , este d is c u rso es u n a esp e cie d e u n i -
verso (Phdr. 2 7 7 b - c ) . L a « in te r p r e ta c ió n m e ló d ic a » d el a stró -
n o m o p o e ta e x p o n e c o n co n c o r d a n c ia y a rm o n ía , es d e c ir, de
u n m o d o m o d e r a d o , la g e n e r a c ió n d e l u n iv e rs o p o r e l in t e -
le cto d iv in o , a la m an era de u n cu erp o vivien te y a n im ad o (Tim.
3 0 b , 3 4 h; cf. Phdr. 2 7 6 a ).
E l j o v e n C r it ia s , q u e S ó c r a te s c o n t r a p o n e a lo s p o e ta s y
so fis ta s (Tim. i g d - e ) , p r o n u n c ia e n p r o s a u n « h i m n o » a
A t e n e a 13 q u e , a u n q u e sea u n v ie jo re la to (2 1a) q u e c e le b r a la
A ten as de h ace nueve m il años (2 3 d - e ) , n o es u n « m ito in v e n -
t a d o » (πλασθέντα μύθον), sin o u n « d is c u r s o v e r d a d e r o » (άλη-
θινόν λόγον, 2 6 e ).
6. L a e x p o s ic ió n d e T im e o . E l d is c u r s o d e l a fís ic a
13 N . L o r a u x d esta ca la o p o s ic ió n e n tr e P e ricle s , q u e d e d ic a e] h im n o a la c iu d a d ,
y C r it ia s , q u e lo b r in d a a la d iv in id a d , r e p itie n d o e l acto d e l s a c e rd o te e g ip c io
q u e co n s a g ra el re la to a A te n e a (Tim. 2 3 d ) . C f . N . L o ra u x : L'invention d ’A thènes,
n u e v a e d ., P a ris , P a y o t, 1 9 9 3 » P* 3 1 1 ·
14 C f . L . C o u lo u b a rits is * A ux origines de la philosophie européenne. D e Îq pensée archaïque au néo
platonisme, B ru se las, D e B o e c k -W e sm a e l, 1 9 9 2 , p . 2 9 I - ^ 9 4 *
INTRODUCCIÓN 23
15 ^ L a fu n c ió n d e l d e m iu rg o es a p o rta r u n e le m e n to de o r d e n al d e v e n ir, p o r q u e u n
m u n d o o r d e n a d o será m ás 'se m eja n te a é l·, es d e c ir, m e jo r , q u e u n o d e s o r d e n a -
d o » , F .M . C o r n fo r d : Plato’s Cosmology. The Timaeus o f Plato translated with a running commen
tary, L o n d re s , R o u tle d g e & K e g a n P aul, 1 9 3 7 » p* 3 7 ·
16 C f . Q,. R a c io n e ro : « L o g o s , m ito y d iscu rso p ro b a b le . E n to r n o a la e s critu ra d el
Timeo d e P la to n » , Cuadernos de Filosofa Clásica 7 . 1 9 9 7 » Ρ· 137 ·
24 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO
18 V é a n s e n . 4 7 6 y 4 7 7 d e L . B r is so n a esta tr a d u c c ió n .
26 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO
II. E l m o d e l o c o s m o l ó g ic o
1. Las fo r m a s in t e l i g i b l e s y la s c o s a s s e n s ib le s
A h o r a b ie n , e l d e v e n ir, lo q u e se g e n e ra sie m p re , se d if e -
re n cia d e l m u n d o p o r c u a tr o r a z o n e s : i) c u a n d o T im e o n o s
o fre ce u n resu m en d e la in tr o d u c c ió n d e u n « te r c e r g é n e r o » ,
a firm a q u e ex iste n « e l ser (öv), el m e d io esp acia l (χώρα) y el
d e v e n ir (γένεσις), tres cosas d ife r e n c ia d a s , y d esd e a n tes qu e
n aciera el c ie lo » (5 2 d ). 2 ) A l c o m ie n zo de su d iscu rso c o sm o -
g ó n ic o , e l d e v e n ir es p o s tu la d o c o m o u n m o d e lo h ip o té t ic o
para la g e n e ra ció n d el m u n d o , a u n q u e se trate de u n a h ip ó tesis
30 JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO
d escartad a ( 2 7 d - 2 8 a ) . 3 ) E l d e v e n ir es « v isib le y ta n g ib le , ya
q u e tie n e c u e r p o » (2 8 b , cf. S 1!3) ’ m ie n tra s q u e e l m u n d o n o
so lo es c o r p ó r e o , sin o q u e es u n vivien te q u e co n sta d e c u e rp o
y ta m b ié n d e a lm a . 4 ) E l d e m iu r g o « t o m ó e n to n c e s to d o
cu a n to era visib le , q u e n o estaba e n re p o so , sin o q u e se m ovía
s in o r d e n n i c o n c ie r t o , y lo c o n d u jo d e l d e s o r d e n al o r d e n ,
p o r c o n s id e ra r a este a b so lu ta m e n te m e jo r q u e a q u e l» (3 0 a ).
P o r co n sig u ie n te , e n v irtu d de estas cu a tro razon es, e l d even ir,
q u e p o r sí so lo im p lica d e so rd e n , se d ife r e n c ia d el m u n d o .
Para llegar a ser o b jeto de co n o cim ie n to y o b jeto d e discurso,
el m u n d o se n sib le d eb e p re se n ta r, e n su p r o p io d e v e n ir, algo
q u e n o cam bia, es d ecir, qu e posea u n a v erd adera p erm a n e n cia
y, p o r ta n to , sea siem p re id é n tic o . Las fo rm a s in te lig ib le s so n
estas re a lid a d es in m u ta b le s y u n iversales, o b je to s d e c o n o c i-
m ie n to y de discursos verdaderos. Las cosas sensibles so n solo las
copias de estas form as in teligib les, ya qu e p a rticip a n d e ellas.
P o r ta n to , las cosas sensibles p a rticip a n de las fo rm a s in t e -
ligibles, y estas co n stitu yen sus m o d elo s, lo qu e explica la sem e-
ja n z a e n tre las co p ia s (las cosas se n sib les) y sus m o d e lo s (las
fo rm a s in telig ib les) (2 9 b , 4 8 e y 4 9 a)· S in em b a rg o , la n o c ió n
de sem ejan za p resen ta u n a d o b le cara: p o r u n a p a rté, im p lica
id e n tid a d , y, p o r otra, d ife re n cia . D e ah í qu e p recise in t r o d u -
c ir la h ip ó tesis de u n « m e d io esp acia l» (χώρα), a q u e llo « d e lo
q u e » están co n stitu id a s las cosas sen sib les y a q u ello « e n d o n -
d e » a p a re c e n c o m o m ú ltip le s y d istin tas y d e d o n d e d esa p a -
r e c e n , q u e p o se e ta m b ié n el ra n g o de p r in c ip io ( 5 2 c - d ) . N o
o b sta n te , a u n q u e las fo r m a s in te lig ib le s y e l m e d io esp acia l
sean p r in c ip io s , am b os d ifie re n rad ica lm en te: las fo rm a s in t e -
lig ib les, q u e so n siem p re id én ticas y n o d evien en , n o se h a lla n
em plazadas e n el m e d io espacial, m ien tra s q u e las cosas se n si-
b les existen e n tan to im ágen es distin tas y m ú ltip le s en el m e d io
espacial. P ara las cosas sensibles « n a c e r » sig n ifica e n tra r e n la
χώρα, y « m o r i r » , áalir d e ella (5 0 c ).
INTRODUCCIÓN
SI
a lg o q u e n o ca m b ia, q u e p o se a u n a v e rd a d e ra p e r m a n e n c ia y
sea siem p re id é n tic o . P la tó n d ife r e n c ia las fo rm a s in te lig ib le s
d e las cosas sensibles. S i e n el ser h u m a n o re c o n o c e dos fa c u l-
tades cogn itivas d istin tas, es p reciso a d m itir la existen cia de sus
o b je to s resp ectiv o s, q u e p e r te n e c e n a d os n iv eles d is tin to s de
realidades: el sensible y el in teligib le, el p rim e ro o b je to d e o p i-
n ió n , y el segu n d o d e in te lig e n cia ( 5 ld - e ) .
Las cosas sensibles p o se e n u n estatuto o n to ló g ic o y g n o se o -
ló g ic o d ife re n te a las fo rm a s in telig ib les, a saber, so n im ágen es
q u e están so m etid a s al ca m b io y a la tra n s ito r ie d a d . Para P la -
t ó n , lo q u e ca m b ia y p e r e c e es u n a im a g e n , fr e n te a la fo r m a
in te lig ib le , qu e n o cam bia n i p erece.
P o r o tr a p a rte , e n e l m u n d o d e las fo r m a s in te lig ib le s , la
fo r m a su p re m a es e l B ie n . Se trata d e u n a fo r m a e n tr e otras,
co m o la Ju sticia, la U n id a d , el H o m b re , el A n im a l..., p e ro que
d e s e m p e ñ a u n a fu n c ió n m u y p a r tic u la r e n e l sistem a p la t ó -
n ic o , e s p e c ia lm e n te e n el Timeo, ya q u e c o n f ie r e a las o tra s
fo rm a s in te lig ib le s lo s sig u ie n te s asp ecto s d istin tiv o s: b elle za ,
a r m o n ía , o r d e n , s im p lic id a d , q u e , a su vez, c o m u n ic a a las
cosas se n sib les.
2. C a u s a s P R IM E R A S Y C A U S A S S E G U N D A S
« T o d o lo q u e se g e n e ra se g en era n e c e sa ria m e n te p o r a lg u n a
causa, ya q u e es im p o s ib le q u e a lg o se g e n e r e sin u n a ca u sa »
(Tím. 2 8 a ). A s im is m o , e n o tr o pasaje d e l Timeo ( 4 6 c - e ) P la tó n
d is t in g u e las « c a u s a s a c c e s o r ia s » o « c o n c a u s a s » (συναίτια)
« d e las q u e u n d io s se sirve c o m o a u x ilia res p a ra llev a r a cabo
la fo r m a d e lo m e jo r e n la m e d id a d e lo p o s ib le » (4 6 c ) —q u e
e n fr ía n y c a lie n ta n , c o n tr a e n y d ila ta n , y p r o d u c e n to d o s los
e fe c to s se m e ja n te s a esto s, « p e r o q u e c a r e c e n p o r c o m p le to
d e r a z ó n e in te lig e n c ia » ( 4 6 d ) —, d e las « cau sas d e n a tu ra le za
in te lig e n te (τάς τής εμφρονος φύσεως αιτίας) » ( 4 6 d 8 ) . Estas ú lt i -
INTRODUCCIÓN
33
m e d id a d e e lla s » (6 9 a ). D e este m o d o , la ca p ta c ió n d e lo n e -
c e s a r io c o n s titu y e u n p a so im p r e s c in d ib le p a r a a lc a n z a r la
c o m p r e n s ió n d e lo d iv in o . P o r ta n to , las causas n e cesa rias n o
d e b e n b u sca rse p o r sí m ism as, sin o so lo en vista de las d iv in a s,
q u e so n las q u e les a p o r ta n u n s e n tid o 23.
3 . E l d e m iu r g o
E l d io s , ta m b ié n d e n o m in a d o « p a d r e » , « a r t í f i c e » y so b re
t o d o « d e m i u r g o » , es p o s tu la d o a s im is m o c o m o u n a d e las
causas d e l o r d e n d e l m u n d o s e n s ib le ( Tim. 2 8 c ). E l tra b a jo
q u e lle v a a c a b o e l d e m iu r g o 24 se r e la c io n a , p o r u n a p a r te ,
c o n las tarea s p r o p ia s d e la te r c e r a clase d e la c iu d a d p l a t ó -
n ic a , la d e lo s a rtesan o s, y así e l d e m iu r g o p o se e las h a b ilid a -
des d e la m e ta lu rg ia , la c o n s tr u c c ió n , la a lfa re ría , la p in tu ra ,
la τέχνη d e l m o d e la d o d e la c e ra , d e l tr e n z a d o , in c lu s o d e la
a g ric u ltu ra ; y, p o r o tra , la a ctiv id a d d e m iú r g ic a se e x tie n d e a
las fu n c io n e s p r o p ia s d e la p r im e r a clase d e la c iu d a d p la t ó -
n ic a , d e a h í q u e ta m b ié n se e m p le e este t é r m in o p a ra d e s ig -
n a r a u n m a g istr a d o im p o r t a n te , así el d e m iu r g o es ad em ás
u n c o lo n iz a d o r y u n m ae stro d e la p e r s u a s ió n . Estas d os ú lt i -
m as fu n c io n e s p r e s e n ta n m ás a fin id a d c o n la p r im e r a clase
d e la ciu d a d p la tó n ic a .
E l d e m iu r g o p la tó n ic o p u e d e d e fin ir s e c o m o a lg u ie n q u e
tra b a ja p a ra o tr o , fa b r ic a n d o a lg o —o p r o p o r c io n á n d o le u n
s e rv ic io — p o r m e d io d e u n a τέχνη: -ουργός c a ra c te riz a a q u ie n
L o s « d e m iu r g o s » s o n lo s p r o d u c to r e s d e o r d e n (cf. Gorg.
5 0 3 e - 5 0 4 a ) 26· E l d e m iu r g o d e l Timeo es u n d e m iu r g o q u e
o r d e n a (διακόσμων, 3 7 ^ ), q u e se p o n e a o r d e n a r e l u n iv e rs o
(κοσμείσθαι τάπαν, 5 3 ^ ). P recisa m e n te, p o r la in t r o d u c c ió n de
la d em iu rg ia e n el Timeo P la tó n establece en tre el m o d e lo q u e el
p r o d u c t o r u tiliz a , al q u e m ira , y e l o r d e n q u e re a liza e n las
cosas se gú n ese m o d e lo . L as fo rm a s in te lig ib le s no entran e n el
m aterial-esp acial (χώρα), ya que la fo rm a in telig ib le « n i adm ite
e n sí n a d a p r o v e n ie n t e d e o tr a p a rte n i m a rch a e lla m ism a
h acia n in g u n a o tr a » (5 2 a ).
E l d e m iu rg o co n stru ye el m u n d o p o rq u e es a b so lu tam en te
b u e n o ; y su b o n d a d n o solo es o n to ló g ica , ya q u e es « e l m e jo r
de los seres in teligib les y q u e siem p re e x isten » (3 7a ), sin o ta m -
b ié n ética, ya q u e q u iso q u e todas las cosas se g en era ra n lo más
sem ejante p o sib le a él. E n su actividad co n stru cto ra c o n flu y e n
la h a b ilid a d de u n m a g istra d o -a rte s a n o (δημιουργός), la a tra c-
c ió n de u n a rtífic e -p o e ta (ποιητής) h acia la b elleza, y la g e n e r o -
sidad d e u n p a d re (πατήρ) q u e q u ie re q u e su h ijo se le p arezca.
A s im is m o , P la tó n c o n s id e r a al d e m iu r g o ca ren te d e to d o
tip o d e e n v id ia , p o r lo q u e se d ife r e n c ia r a d ic a lm e n te d e lo s
d io s e s t r a d ic io n a le s g r ie g o s , q u ie n e s se e n v id ia b a n u n o s a
o tr o s p o r sus p r iv ile g io s (τιμαί) y n o p e r m itía n q u e lo s h o m -
b re s a s c e n d ie r a n a su e x c lu s iv o n iv e l d e p o d e r , g lo r ia o
belleza. A s í, S o ló n señala a C resc* « la d iv in id ad , lo sé, es to d a
JOSÉ M '. ZAMORA CALVO
e n v id ia » ( H e r o d . I l l , 4 0 ) . P o r el c o n t r a r io , el d e m iu r g o se
asegura de q u e lo s seres q u e p r o d u c e r e fle je n lo m ás p o sib le su
p r o p ia p e r fe c c ió n .
P e ro la c u e s tió n de la b o n d a d y, p o r ta n to , d e la a u sen cia
total de en vid ia e n el d e m iu rg o es a ú n m ás rad ical. N o se trata
so lo d e c o m p r e n d e r p o r q u é el m u n d o es el m e jo r y e l m ás
b e llo de lo s m u n d o s p o sibles, sin o ta m b ién de advertir qu e, sin
esta b o n d a d d el d e m iu rg o , el m u n d o sim p lem en te n o existiría.
E l m u n d o y to d o s los seres vivos qu e lo c o m p o n e n se c o n s titu -
y e n p o r q u e el a r tífic e , m a g is tr a d o -a rte s a n o y p a d r e , lo s h a
p e n sa d o , q u e r id o y g e n e r a d o . P re c is a m e n te , lo p r o p io de la
b o n d a d d el d e m iu rg o consiste e n q u e re r d ifu n d ir su b o n d a d .
E n el co n tex to d el d iscu rso sobre la n a tu raleza (περί φύσεως)
e n q u e se en treteje el Timeo, referirse al « p r in c ip io m ás im p o r -
ta n te (άρχήν κυριωτάτην) » ( í g e - ß O a ) im p lic a a lu d ir ex p re sa -
m e n te a lo q u e fu e , d u r a n te d o s sig lo s, e l o b je to ú lt im o de
e s tu d io a l q u e se c o n s a g r a r o n lo s e s tu d io s o s d e la n a tu ra le za
(φυσικοί)- A h o r a b ie n , P la tó n tra n sm u ta la c o s m o lo g ía t r a d i-
c io n a l, p a r tic u la r m e n te e n lo q u e c o n c ie r n e a las r e la c io n e s
q u é establece c o n la te o lo g ía y la ética, n o ta n to p o r la id e a de
u n a in te lig e n c ia d iv in a q u e esta ría e n el o r ig e n d e l m u n d o ,
sin o so b re to d o p o r la a firm a c ió n d e u n a b o n d a d trascen d en te
d ivin a q u e lo h a q u e r id o y lo ha h e c h o existir sem ejante a él.
P la tó n h a ce s u r g ir d e la χώρα u n m u n d o v iv ie n te y a r m ó -
n ic o p o r el acto lib r e d e u n a in te lig e n te y tra sc e n d e n te B o n -
d ad . S o b re este p u n to , es co n scien te d e la ru p tu ra y de la in n o -
v a c ió n q u e in flin g e a las c o n c e p c io n e s d e sus a n te ceso res, lo s
físico s jo n io s , hasta el p u n to d e lle g a r a a d m itir q u e « e l p r i n -
c ip io m ás im p o r ta n te d e l d e v e n ir y d e l m u n d o » (2 9 e ) lo h a
re c ib id o d e h o m b re s sensatos.
C o n fre c u e n c ia lo s in té rp re te s c o m p a r a n la física d e l Timeo
c o n el a to m ism o d e D e m ó c r ito , lle g a n d o in c lu so a esta b le cer
u n p a ra le lo e n tr e d e te r m in a d o s pasajes d e l te x to p la t ó n ic o y
INTRODUCCIÓN 39
4. El m a te r ia l- e s p a c ia l ( χώρα)
P ara las cosas sen sib les « n a c e r » sig n ifica e n tra r e n la χώρα
y « m o r i r » , salir d e ella: « lo q u e en tra y sale d e ella so n im itâ t
c io n e s (μιμήματα) d e re a lid a d e s e te r n a s » ( 5 0 c ) . E s p r e c is o
s e ñ a la r q u e se trata d e las co p ia s d e las fo r m a s in te lig ib le s , a
sab er, lo s c u e rp o s, lo s q u e e n tr a n o sa len d e la χώρα, p e r o n o
d e las fo r m a s in t e lig ib le s 30. S i e m b a rg o , la χώρα, e n ta n to
« r e c e p t á c u lo » d e to d a s las cosas, « r e c ib e sie m p r e t o d o , y
n u n c a e n n in g u n a p a rte a d o p ta u n a fo r m a (μορφήν ούδεμίαν)31
sem ejan te a nad a d e lo q u e en tra e n e lla » ( 5 o b - c ) . P o r tan to ,
la χώρα es a m o rfa .
E l p r o p io P la tó n d ific u lta la c o m p r e n s ió n d e esta n u ev a
e n tid a d c u a n d o n o s in d ic a q u e esta es m ás p r im a r ia q u e lo s
cu a tro « e le m e n to s » —fu e g o , aire, agua y tie rra — q u e se tra n s-
fo r m a n sin cesar lo s u n o s e n lo s o tr o s . C o m p a r a la χώρα c o n
e l o r o q u e el o r fe b r e m o d e la e n fig u ra s y r e m o d e la c o n s ta n -
te m e n te d e u n a s fig u ra s a o tra s. S i a lg u ie n le p r e g u n ta « q u é
es e s to » , su resp u esta m ás p r o b a b le n o es q u e sea « e s t o » o
« a q u e llo » , s in o m ás b ie n q u e es « o r o » . P la tó n a p lic a la
m ism a s o lu c ió n re sp e cto a la r e la c ió n d e l r e c e p tá c u lo c o n las
cosas se n sib le s ( 5 1 - b ) . E l « r e c e p tá c u lo d e l d e v e n ir » , q u e el
d e m iu r g o o rg a n iza , resu lta ser u n « c ie r t o είδος»: si n o fu e ra
así, c u a lq u ie r tip o d e c o n o c im ie n t o su yo se ría im p o s ib le , ya
que solo p u ed e ser c o n o c id o lo qu e se rela cio n a d e alg ú n m o d o
c o n las fo rm a s in telig ib les. A h o r a b ie n , el em p le o d e l té rm in o
είδος p a ra r e fe r ir s e al r e c e p tá c u lo c a ó tic o d e l d e v e n ir resu lta
a m b ig u o . « A p lic a d o al re c e p tá c u lo —señ ala G ó m e z P in — eídos
h a d e to m a rs e sie m p re e n su s ig n ific a c ió n m ás im p r e c is a » 32.
E l re ce p tá cu lo n o es u n a fo r m a in te lig ib le , n i p a rticip a d e
n in g u n a d e ella s e n p a r t ic u la r ; p e r o ta m p o c o es u n o b je to
se n s ib le q u e p u e d a ca p tarse p o r la s e n s a c ió n . S itu a d o e n u n
te rre n o in te rm e d io , se n o s im p o n e co m o n ecesa rio para p o d e r
ex p lica r lo s o b je to s sensibles; ya q u e si u n o b je to sen sib le es la
im a g e n de u n a fo r m a in t e lig ib le , es n e c e sa r io p o s tu la r q u e
haya « a q u e llo e n lo q u e » aparece reflejad a.
P ara r e fe r irs e al re c e p tá c u lo P la tó n r e c u rr e a u n a serie de
m etáfo ra s qu e p o d e m o s a g ru p a r, sig u ie n d o a B riss o n , e n tres
g ru p o s: i) las q u e g ir a n e n t o r n o a las « r e la c io n e s sexu a les»
y « f a m i l i a r e s » , c o m o « m a d r e » (μήτηρ, 5 6 d ) , « n o d r i z a »
(τιθήνη, 4 9 a J 5 2 d ) ; 2 ) las q u e se r e fie r e n al « r e c e p t á c u lo »
(υποδοχή, πανδεχής, 4 9 a) 36, « lu g a r » (χώρα, τόπος, έδρα, 5 2 b , 5 7 e
y 5 9 a) 37; Y 3) u n g r u p o d e m e tá fo ra s « a r te s a n a le s » c o m o el
« o r o » (χρυσός) qu e e l o r fe b r e m o ld e a e n fo rm a s d ife r e n te s
( 5 0 a -b ) 38, la « c e r a » qu e es capaz de re c ib ir im p resio n es, ca m -
biada y co n fo rm a d a p o r lo qu e en tra e n ella, lo s « a c e ite s » que
se u tiliza n para la fa b r ic a c ió n d e p e r fu m e s y q u e h a n d e ser lo
más in o d o r o s p o sib le (5 0 e ).
E n tre estos tres g ru p o s de m etáforas p o d e m o s d escu b rir u n a
cierta tensión entre, p o r u n a parte, el m aterial del que se co n stru -
yen los objetos (m etáforas artesanales) y el lugar e n que se generan
(m etáforas m aternales y espaciales). D e este m o d o , el receptáculo
constituye u n tercer gén ero necesario para que existan los objetos
a) L a i d e n t i f i c a c i ó n d e l a χώρα c o n l a « m a te r ia » (νλη )
40 T r a d , e sp a ñ o la d e G .R . d e E c h a n d ía : Aristóteles. Física, in tr o d u c c ió n , tr a d u c c ió n y
n o ta s, M a d rid , G re d o s , 1 9 9 5 » P· 2 2 7 - 2 2 8 . U n an álisis d e este pasaje p u e d e verse
e n H . C h e rn is s : Aristotle’s criticism o f Plato and the Academy, B a ltim o re , J o h n H o p k in s
U n iv e rsity Press, 1 9 4 4 * P· H 2 - I 2 4 * y L . B r is so n : « A ris tó te le s , Física I V 2 » , Méthexis
8. 1 9 9 5 . P* 8 1 - 9 2 .
41 C o r n f o r d señ ala la im p o s ib ilid a d d e q u e e l « r e c e p tá c u lo » se id e n tifiq u e c o n la
m ate ria (c f. F .M . C o r n fo r d : Plato’s Cosmology, p . 1 8 2 , n . i) .
42 C f . P. P e lle g rin : Aristote. Physique, tr a d u c tio n , p r é s e n ta tio n , n o te s, b ib lio g r a p h ie e
in d e x , Paris, F la m m a rio n , 2 0 0 0 , p . 2 0 8 , n . 2 ; y L . B ris so n : art. cit., p . 8 6 , y n .
5 8 8 d e esta tr a d u c c ió n .
48 JO SÉ M«. ZAMORA CALVO
in tr o d u c e la h ip ó te s is d e la χώρα in d u c id o p o r e l m ism o p r o -
ceso te ó r ic o q u e le h a b ía llev a d o a p r o p o n e r la h ip ó te s is d e la
« m a te r ia p r im e r a » . S im p lic io señ ala q u e A r is tó te le s , al r e a -
liz a r esta a s im ila c ió n , se q u e d a e n su « s e n t id o a p a r e n te »
( S im p lic io : In Aristotelis Physicorum libros quattuor Commentaria [ed .
H . D iels] 5 0 4 , 4 )· M ie n tra s q u e la χώρα so lo es co m p re n sib le
al f in a l d e u n « r a z o n a m ie n t o b a s ta rd o c r e íb le c o n d i f i c u l -
ta d » ( 5 2 b ) , la m a te r ia p r im e r a d e A r is t ó t e le s s o lo es c o m -
p r e n s ib le p o r a n a lo g ía . L a c r ític a d e A r is tó te le s se c e n tra e n
la n o - d is t in c ió n p la tó n ic a d e l su stra to y la p r iv a c ió n , lo q u e
le lleva a id e n t ific a r la m a te ria , e n ta n to n o - s e r , c o n lo falso
(Metaph. N I, I 0 8 9 a 2 0 - 2 l) y, e n p a r t ic u la r , c o n el m a l (c f.
Metaph. N I, I 0 9 la 3 l - I 0 9 5 a 5 >.
A r is tó te le s d is tin g u e la m a te r ia d e la p r iv a c ió n : m ie n tra s
q u e la m ateria es u n n o - s e r p o r accid en te —lo q u e h ace de ella,
en cierto m o d o , u n a sustancia—, la p riv a ció n es u n n o - s e r en sí
—lo q u e n o es n u n c a es u n a su sta n cia —. E n la in t e r p r e ta c ió n
a risto télica la m ateria c o rre s p o n d e a la D ia d a in d e fin id a d e lo
G r a n d e y lo P eq u eñ o (Phys. I V 2, 2 0 g a 3 3 )> 1° q u e n o da cu en ta
de 1W p r iv a c ió n , sin o q u e s u p o n e u n a ú n ic a n a tu ra le za c o m o
sustrato, id e n tifica d o c o n la p riv a ció n .
E n el tratad o Acerca de lageneraciónj la corrupción, A ristó te les c r i-
tica la id e n t ific a c ió n d e la χώρα c o n el su stra to (υποκείμενον) :
« P o r o tra p a rte , lo q u e está e scrito e n el Timeo ca rece d e to d a
p r e c is ió n , visto q u e P la tó n n o d ijo c o n cla rid a d si el 're c e p tá -
cu lo u n ive rsa l’ está separado d e lo s elem en to s, n i h ace n in g ú n
u so d e é l, lim it á n d o s e a d e c ir q u e es u n su stra to a n t e r io r a
lo s llam ad os elem en to s, tal co m o lo es el o ro c o n respecto a los
o b je to s d e o r o » (G C . II I, 3 2 9 al 3 _I 7 ) 43· A r is tó te le s c r itic a la
c o m p a r a c ió n d e l υποκείμενον c o n la « n o d r i z a » y la m a te r ia
p r im e r a (c f. GG. II I, 3 2 9 a2 3 )· N o o b sta n te , e n e l Timeo P la -
tó n d is tin g u e c o n c la r id a d la χώρα d e las cosas se n sib le s q u e
« e n t r a n » e n e lla . P la t ó n n o e m p le a n u n c a lo s t é r m in o s
« m a t e r ia » o « s u s t r a t o » p a ra r e fe r ir s e a la χώρα (Tim. S i ) 44·
Ύλη e υποκείμενον s o n t é r m in o s té c n ic o s c o n s tr u id o s p o r e l
p r o p io A r is tó te le s .
4.4 Véase J . A . Black: The fou r elements in Plato’s Timaeus, Lewiston [N Y ], Edwin M ellen
Press, 2 0 0 0 .
45 S o b re lo s p ro b le m a s in te rp re ta tiv o s d e esta fra se, véase n . 3 6 3 .
46 C f . L . B risso n : art. cit., p . 8 7 .
50 JOSÉ M*. ZAMORA CALVO
c) La id e n tific a c ió n c o n e l « l u g a s » (τόπος}
c o n c e d id o , d e la q u e o fre c e m o s u n re su m e n : el ser, el m e d io
esp acial y e l d e v e n ir, tres cosas d ife re n cia d a s, y d esd e an tes d e
q u e n a ciera el c ie lo » ( 5 2 d; cf. 5 Td ).
P ara d esig n a r la χώρα P la tó n em p lea las m ism as ex p resio n es
q u e para las fo rm as in teligib les, « e s to » y « a q u e llo » (5 0 a ). D e
h e c h o , la χώρα « p a rtic ip a de lo in te lig ib le de u n a m an e ra qu e
p r o d u c e la m ay o r p e r p le jid a d » ( 5 la - b ) . C o m o la fo rm a in t e -
lig ib le , p recisa m en te la en tid a d q u e está m ás alejada de ella, la
χώρα, escapa a to d o tip o de p e r c e p c ió n sen sib le, ya qu e se halla
d esp ro v ista d e cu a lid a d e s se n sib le s. U n a im a g e n se p a re ce
n ecesariam en te a su m o d e lo , p e r o co m o solo es u n a im agen , es
p reciso q u e adem ás se d ife re n cie de su m o d e lo . P o r ello P la tó n
p r o p o n e la h ip ó tesis de u n tercer tip o de en tid ad , la χώρα, para
d ar cu en ta de la d ife r e n c ia existen te e n tre las fo rm a s in t e lig i-
bles y las cosas sensibles. P aralelam en te, la χώρα tam p o co p u ed e
captarse p o r la in te lig e n cia , ya q u e n o es u n a fo rm a in te lig ib le .
P o r ta n to , n o s h a lla m o s a n te u n a e n tid a d o scu ra y d e d if íc il
a p re h en sió n . S in em b a rg o , su existencia se n o s im p o n e . D e ahí
q u e P la tó n r e c u rr a a u tiliz a r c o m p a r a c io n e s y m e tá fo ra s p a ra
p o d e r, d e scrib irla : el e x cip ie n te d e u n p e r fu m e , u n p ed a zo de
cera o u n a m asa d e o r o .
E n e fe c to , la a u s e n c ia e n e l Timeo d e u n n o m b r e p r o p io ,
p a ra r e fe r ir s e a esta « te r c e r a e s p e cie d if íc il y c o n f u s a » , se
p re sta a la t r a d u c c ió n d e fin id a y p re c isa d e u n a n o c ió n tan
flu id a co m o la χώρα, lo q u e n o s e n fre n ta a u n a tra n sm u ta ció n
te rm in o ló g ica .
L a id e n t ific a c ió n de la χώρα c o n la « m a t e r ia » (ΰλη) y el
« lu g a r » (τόπος) llev a a A r is tó te le s a a sim ila r ig u a lm e n te el
« lu g a r » c o n e l « v a c ío » (κενόν). « E n o tr o se n tid o se lla m a
v a cío ’ a q u ello e n lo cual n o hay u n 'e sto ’ n i u n a sustancia c o r -
p ó re a . P o r esto, a lg u n o s a firm a n qu e el vacío es la m ateria d el
c u e r p o (τό κενόν τήν τοΰ σώματος ϋλην), lo q u e ta m b ié n h a b ía n
d ic h o d e l lu g a r , id e n t ific a n d o am b as co sa s. P e ro al d e c ir eso
INTRODUCCIÓN 55
h a b la n d e m a n e r a p o c o a fo r tu n a d a , p o r q u e la m a te r ia n o es
se p a ra b le d e las cosas, m ie n tra s q u e e llo s in v e stig a n e l vacío
c o m o a lg o s e p a r a b le » ( Phys. I V 7 , 2 l 4 a II_ I 5 ) 54· C o n « a lg u -
n o s » (τινες) A ristó te le s se re fie re a lo s filó s o fo s d e la A c a d e m ia
y al p r o p io P la tó n . L a m a te ria p r im e r a es in d e te r m in a d a , n o
es n i u n a cosa p a rtic u la r n i u n a e n tid a d c o rp ó r e a . A r istó te le s
señala q u e se trata de la m ateria e n el se n tid o d e lo in d e te r m i-
n a d o ( I V 2 , S O g b g ), ya qu e cu a n d o se h a s u p rim id o el lím ite y
to d a s las p r o p ie d a d e s , c o m o el v a cío es el lu g a r p r iv a d o d e
m ate ria ( I V 4 , 2 I I a I I - l 4 ), se sigu e q u e la m a teria y el va cío se
id e n t ific a n . P e ro P la tó n e n e l Timeo n ie g a e x p líc ita m e n te la
existen cia d e l va cío (Ti'm. 6 0 c , 7 9 ^, 8 o c ) .
A l a p rim e ra tra n sm u ta ció n te rm in o ló g ica d e la χώρα p la tó -
n ica e n A r is tó te le s : la d e χώρα c o m o m a te r ia (ί3λη, Phys. I V 2,
2 0 9 b l I - I 2 ) , es p r e c is o a ñ a d ir la d e χώρα c o m o p a r tic ip a b le
(μεταληππκόν, I V 2 , 2 0 9 b ll - I 3 ) y la de χώρα co m o lu g a r (τόυιος,
I V 2 , 2 0 g b l 5 - l 6 ) . P o r ta n to , esta b lece la c o r r e s p o n d e n c ia :
χώρα- m a t e r ia - p a r t ic ip a b le - lu g a r . D e este m o d o , el estagirita
u tiliza el té rm in o ϋλη, p e ro n o co n el sen tid o fig u ra d o de m ate-
rial, co m o e n el Timeo de P la tó n (6 9 a ), sin o c o n la sig n ifica ció n
p recisa d e m ateria; o b ie n , in tr o d u c e el té r m in o μεταληταικόν,
ausen te e n lo s d iálog o s de su m aestro .
L a t r ip le d is t in c ió n a ris to té lic a r e d u c e la χώρα b ie n a su
aspecto co n stitu tivo, realizan d o la id e n tific a c ió n χώρα-ΰλη, b ie n
a su a sp e c to esp acia l, e n la c o r r e s p o n d e n c ia χώρα-τόπος. S in
e m b a rg o , c o m o h e m o s señ a la d o , la χώρα n o d e te rm in a lo qu e
se h a lla e n el esta d o d e p a r t ic ip a c ió n , s in o lo q u e p e r m ite la
p a rtic ip a c ió n . N o es el estado, sin o la causa p o r la q u e las f o r -
m as in telig ib les d ifie re n d e las cosas sensib les. P o r el in te r m e -
d ia rio de la χώρα P la tó n establece la d is o c ia c ió n de las fo rm a s
5 . L a N E C E S ID A D , « E S P E C IE DE C A U S A E R R A N T E »
P e r o c o m o la in t e lig e n c ia p o r sí m ism a , so la y a is la d a , n o
p u e d e g e n e r a r u n c o s m o s , c o la b o r a c o n la n e c e s id a d : « la
g e n e r a c ió n d e este u n iv e r s o se p r o d u jo d e u n a m e zc la q u e
c o m b in ó n e c e s id a d e in t e lig e n c ia (έξ ανάγκης τε κα'ι νοΰ συστά-
σεως έγεννήθη). N o o b sta n te , c o m o la in te lig e n c ia g o b ie r n a la
n e c e s id a d , ya q u e la p e r s u a d e (τφ πείθειν) d e lle v a r h a c ia lo
m e jo r (έπι τό βέλτιστον) la m a y o ría d e las cosas q u e se g e n e r a n
(τών γιγνομένων τά πλείστα), d e esta m a n e r a y s e g ú n e s to , este
u n iv e rs o se c o n stitu y ó al p r in c ip io p o r m e d io d e u n a n e c e s i-
d ad so m etid a a u n a p e rsu a sió n sensata (ύπό πειθους εμφρονος) »
(4 8 a ). A s í p u e s, c o n tin ú a T im e o , p a ra e x p lic a r c ó m o se g e -
n e r ó el u n iv e rso , es p re ciso te n e r en cu en ta ta m b ié n la in t e r -
v e n c ió n d e « la esp ecie d e la causa e r r a n te » (τότήςπλανωμένης
είδος αιτίας, 4 8 a ) .
L a n e cesid a d es u n a especie de causa q u e se caracteriza p r e -
cisam en te p o r q u e y erra , sin d ir e c c ió n n i o b je tiv o esta b lecid o .
T im e o p re c isa q u e la n e c e s id a d n o o p e r a c o m o u n a causa
m ecá n ica , sin o co m o causa e rra n te, co n ca u sa n te e n el d e v en ir
d e l co sm o s, ya qu e sin su in te rv e n c ió n el co sm o s n o se h u b iera
g e n e ra d o . P ero p ara q u e se co n stitu ya este u n iv e rso , la n e c e si-
d a d n o es a lg o q u e se t r a n s fo r m e d e u n m o d o e s p o n tá n e o ,
sin o q u e d eb e ser d o m in a d a p o r u n a p e rsu a sió n sensata (πειθώ
εμφρων). A h o r a b ie n , n o to d a s las cosas, sin o so lo la m a y o ría
(τά πλειστα) se d e jó p e r s u a d ir . E l lím ite q u e la n e c e sid a d
im p o n e a la r a z ó n v ie n e ex p re sa d o c o n esta r e s tr ic c ió n : la
m ayoría de las cosas. L a p o te n cia d e la in telig en cia, qu e trata de
d o m in a r co m p le ta m en te la totalid ad , q u ed a restrin gid a p o r los
lím ite s d e la n e cesid a d , esp ecie d e causa e rra n te. L a n ecesid a d
establece la resisten cia al p la n p ro p u e sto p o r la in te lig e n cia . E l
d e m iu rg o , p recisa m en te p o r la n ecesid ad , n o p u e d e r e p r o d u -
c ir c o m p le ta m e n te el m o d e lo e n el co sm o s, d e b id o a q u e la
n e ce sid a d n o se d eja d o m in a r to ta lm e n te p o r la in te lig e n c ia .
L a causa e r r a n te re p re se n ta u n fa c to r lim it a d o r ta n to e n la
INTRODUCCIÓN 6l
g e n e r a c ió n d e l m a c ro c o s m o s c o m o e n la g e n e r a c ió n d e l
m ic ro c o s m o s . P o r la p r e s e n c ia d e la n e c e s id a d , e l co rn o s n o
p u e d e lle g a r a ser u n a im a g e n (είκών) c o m p le ta y p e r fe c ta d el
p a ra d ig m a , y lo s h o m b r e s d e b e n v iv ir u n a v id a b reve y fin it a
( 7 5 a sq .).
P o r ta n to , la n e c e s id a d es c o n c a u sa e n la g e n e r a c ió n d e l
cosm os, ya qu e p r o p o r c io n a los m ateriales p a ra su co rp o re id a d
y visib ilid ad , y, asim ism o, es u n fa cto r de resisten cia y lim ita d o r
en la c o n s titu c ió n d el u n iv e rso , ya q u e n o se d eja p e rsu a d ir d el
to d o y p o n e b arreras in fra n q u ea b les a la actividad d e lim ita d o ra
y c o n fo r m a d o ra d e l d e m iu rg o .
G racias a la p ersu a sió n sensata se co m b in a n la in te lig e n cia y
la n ecesid ad e n el cornos. L a causa erra n te, qu e carece de razó n
p ráctica (φρόνησις), p u e d e d ejarse p e rsu a d ir para c o la b o ra r e n
la r e a liz a c ió n d e l p r o y e c to d e m iú r g ic o , y c o a c tu a r así c o n la
in te lig e n c ia . D e este m o d o , la n e c e sid a d fu e r e tir a d a d e su
errá tico m o v im ie n to y lle g ó a estar, e n la m ed id a d e lo p o sib le ,
go b ern ad a p o r la ra zó n . L a naturaleza d e la n ecesid ad se so m e -
tió d e b u e n g ra d o y, d e já n d o s e p e r s u a d ir p o r la in te lig e n c ia
( 5 6 c ) , se d ejó d ir ig ir p o r la razó n , en cam in á n d o se a la c o n f o r -
m a c ió n de u n u n ive rso o rd e n a d o .
6. E l V I V I E N T E , M U N D O S E N S IB L E
a) La a u t a r q u ía del m u n d o
se m e ja n te p o s ib le a su m o d e lo in t e lig ib le , q u e es ú n ic o , se
d ed u ce q u e es u n viviente ú n ic o (3 Ia -b , 33a): Si realm en te este
m u n d o b a d e ser fa b rica d o se gú n el m o d e lo in te lig ib le , h a de
ser ú n ic o , p o r q u e n o n ecesita n ad a, n o p u e d e g en era rse o tro
se m e ja n te . P re c is a m e n te , la fo r m a e s fé r ic a d e l m u n d o es la
im ag e n d e su a u to su ficie n cia , ya q u e la esfera es la fig u ra c o n -
ve n ie n te y a fín .
L a p e r fe c c ió n , e n el s e n tid o d e lo q u e es a ca b ad o y c o m -
p le to , co n stitu ye el c r ite rio d istin tiv o d e l m o d e lo a sem ejanza
d el cu al fa b ricó el m u n d o . S i lo h u b ie ra fa b ricad o a sem ejanza
de alg u n o « d e lo s qu e p o r n atu raleza co rre s p o n d e a u n a esp e-
cie p a r tic u la r » (3 0 c ), el m u n d o n o sería b e llo , ya qu e se ase-
m eja ría a u n ser im p e rfe c to (άτελεΐ, 3 0 c ). C o m o el m u n d o es
b e llo (2 9 a , 9 2 c ) y p e r fe c to (τέλεος, 3 2 d , 3 3 a, 3 4 b , 4 1 c , 6 8 e ,
9 2 c ), e n el se n tid o d e « c o m p le t o » 62, su m o d e lo d e b e p o se e r
las m ism as características. A h o r a b ie n , e l m o d e lo q u e p o see e n
m a y o r g ra d o este ca rá c te r d e p e r fe c c ió n y d e c o m p le tu d es el
m o d e lo in te lig ib le .
P ara se r « c o m p l e t o » , es d e c ir , p e r fe c to , el m u n d o d eb e
im ita r y r e p r o d u c ir to d o s lo s e le m e n to s c o n te n id o s e n su
m o d e lo in t e lig ib le ( 3 9 e > 4 l c )· E l m u n d o es a u tá r q u ic o , es
d e c ir, está fa b rica d o a im ag en d el m o d e lo in te lig ib le q u e c o n -
tie n e e n sí m ism o todas las especies, p o r lo qu e el m u n d o c o n -
tie n e ta m b ié n todas las especies. C o m o n o le falta n in g u n o de
lo s seres vivos, fa b rica d o s a sem ejanza d e sus m o d e lo s in te lig i-
b les, el m u n d o se basta a sí m ism o . L a c o n s titu c ió n d el m u n d o
ab so rb e la to ta lid ad d e lo s cu a tro e lem en to s —tie rra , agua, aire
63 E n P a rm é n id e s , eso q u e n o ca rece d e n a d a , « c a re c e p o r lo m is m o d e to d a ra zó n
s u fic e n te p a ra c a m b ia r, m o d ific a rs e , altera rse o p a d e c e r » . (J. P é re z d e T u d e la ,
Parménides. Poema. Fragmentosj tradición textual, e d ic ió n y tr a d u c c ió n d e A . B e r n a b é ,
in tr o d u c c ió n , n o tas y co m e n ta rio s d e J . P é re z d e T u d e la , e p ílo g o d e N .- L .
C o r d e r o , M a d rid , Istm o ,' 2 0 0 7 . p · 1 8 7 - 1 8 8 ).
INTRODUCCIÓN 65
E l a lm a d e l m u n d o es a n t e r io r al c u e r p o , o n to ló g ic a m e n te
d e p e n d ie n te d e las fo rm a s in te lig ib le s 66, p o see u n a estru ctu ra
64 V é a se L . - A . D o r io n : « P la t o n , P r o c lu s et l'a u ta r c h ie d u m o n d e ( Timée 3 3 d ) » ,
Etudes platoniciennes 2,, 2 0 0 6 , p . 2 3 7 - 2 6 0 .
65 Esta c u e stió n , n o resu elta e n e l Timeo, la re to m a P ro c lo e n la Teología platónica ( 1 19 ,
p . 9 0 .1 4 - 1 9 y 1 1 9 , p . 9 0 .2 2 - 9 1 .2 1 ) , así co m o e n e l Comentario al Timeo (II, p . 8 9 .3 1 -
9 0 .1 7 y II, p . 1 0 9 .3 1 - I I O .1 6 [D ie h l]). Para el d iá d o c o d e A te n a s la a u ta rq u ía d el
m u n d o d e riv a d e la a u ta r q u ía d iv in a y , p o r ta n to , le es in f e r io r , lo q u e p la n te a
el p r o b le m a d e la c o m p a tib ilid a d c o n la n o c ió n m ism a d e au ta rq u ía : ¿ c ó m o el
m u n d o p o d r ía se r, e n el s e n tid o estricto d e l té r m in o , a u to su fic ie n te , si n ecesita d e
lo s d io ses n o s o lo p ara e x istir, s in o ta m b ié n p a ra satisfacerse a sí m is m o ?
66 E n las Leyes, c u a n d o se re fie r e a la e d u c a c ió n d e l C o n s e jo N o c t u r n o , P la tó n d e c la -
ra q u e u n a c o n d ic ió n p a ra se r p ia d o s o es c o m p r e n d e r q u e e l alm a es « la m ás a n t i-
g u a y la m ás d iv in a d e to d as las cosas, cu yo m o v im ie n to , tras r e c ib ir su o r ig e n de
o tr o , c re ó e l se r q u e siem p re flu y e » (Leg. X II 9 6 6 d - e ; cf. Epin. 9 9 ld ) . D e to d o lo
g e n e ra d o , e l alm a es lo m ás a n tig u o , es in m o r ta l, g o b ie r n a a to d o s lo s c u e rp o s,
capta e l in te le cto u n iversal q u e se e n c u e n tiÿ e n lo s astros y las d iscip lin as n ecesarias
66 JO SÉ Ma. ZAMORA CALVO
71 E l alm a d e l m u n d o n o s o lo c u e n ta c o n el m o v im ie n to u n ifo r m e d e lo M is m o , s in o
ta m b ié n c o n el d e lo O t r o , q u e co n lleva m o v im ie n to s n o - u n ifo r m e s (Tim. 3 6 c - d ) ,
p o r lo q u e e l alm a d e l m u n d o p r o d u c e n o s o lo νους y επιστήμη, s in o ta m b ié n δόξα
(co n c re ta m e n te δόξα αληθής, 3 7 b - c ) .
68 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO
E l a lm a d e l m u n d o m a n tie n e e n el u n iv e r s o e l o r d e n m a te -
m á tic o in s ta u r a d o p o r e l d e m iu r g o ( 3 4 c )» e je r c ie n d o u n
p o d e r a b so lu to e n to d o d o n d e lle g a . Se trata d e u n a re a lid a d
in te r m e d ia e n tr e lo se n s ib le y lo in t e lig ib le , q u e p r e s e n ta el
a s p e c to d e u n e n c a b e s t r a m ie n t o d e c ír c u lo s q u e g u a r d a n
e n tre e llo s r e la c io n e s m atem áticas y q u e e n el u n iv e rso e x p li-
ca n to d o s l o s m o v im ie n to s ta n to fís ic o s c o m o p s íq u ic o s . E l
alm a d e l m u n d o co n stitu y e e l o r ig e n d e to d o s lo s m o v im ie n -
to s o r d e n a d o s p r e s e n te s e n el m u n d o s e n s ib le : lo s m o v i-
m ie n to s c ir c u la r e s d e lo s c u e r p o s celeste s y lo s m o v im ie n to s
r e c t ilín e o s d e las r e a lid a d e s s u b lu n a r e s . P o r e llo , T im e o
e x p o n e la c o n s titu c ió n d e l alm a d e l m u n d o c o m o si se tratara
d e la fa b r ic a c ió n d e u n a e sfera a r m ila r , es d e c ir , u n in s t r u -
m e n to a s tro n ó m ic o , co m p u e sto d e aro s, g ra d u a d o s o n o , qu e
rep resen tan las p o sicio n e s d e lo s círcu lo s m ás im p o rtan tes de la
e sfera celeste y e n cu yo c e n tr o su ele c o lo c a r s e u n p e q u e ñ o
g lo b o qu e rep resen ta la T ie r ra .
L a se rie I, 2 , 3 > 4 , 9 > 8 , 2 7 c o n s titu y e u n a e s p e c ie de
a r m a z ó n c o m p u e sta d e in te r v a lo s la r g o s , d o b le s o tr ip le s
(se g ú n se trate d e p o te n c ia s d e 2 ó d e 3) q u e se r e lle n a n , de
m an e ra q u e e n cada in terv a lo haya d os té r m in o s m e d io s. Para
h a c e r lo , el d e m iu r g o r e c o r ta lo re sta n te se g ú n d o s m ed ia s:
a rm ó n ic a y a ritm ética . D e ah í su rg e n lo s in terva lo s se sq u ip a r-
ciales d e I+1/2, I+1/3 y I+1/8, d e fo rm a 1+ l/n , in terva lo s e n lo s
q u e r e c o n o c e m o s la q u in ta (3 / 2 ) , la cu a rta (4 / 3 ) y e l t o n o
p it a g ó r ic o (9 /8 ). C o n e l in te r v a lo d e I+1/8 se c o lm a n to d o s
lo s in terva lo s d e I+1/3, p e r o d eja su b sistir d e cada u n o d e ello s
u n a fr a c c ió n tal q u e e l in te rv a lo resta n te q u e d e d e fin id o p o r
la fr a c c ió n 2 5 6 / 2 4 3 ·
L a o p e r a c ió n p u e d e d e s c r ib ir s e d e l sig u ie n te m o d o : el
in te r v a lo d e c u a tro es c o lm a d o p o r d os to n o s (p ita g ó r ic o s ),
c o n u n in te r v a lo re sta n te q u e es m ás p e q u e ñ o q u e u n s e m i-
t o n o , a u n q u e se le a sig n e ta m b ié n ese n o m b r e , p o r q u e lo s
70 JOSÉ Ma. ZAHORA CALVO
76 N o s o t r o s d e n o m in a m o s la o cta v a y la q u in t a p o r u n r e c u e n t o d e in te r v a lo s .
P e ro lo q u e d e n o m in a m o s o ctav a - o c ta v o g r a d o - se d ic e e n g r ie g o διαπασών, « a
través d e to d a s » (las n o ta s ), y la q u in t a , q u in t o g r a d o , διά πέντε, « a través d e
c i n c o » (n o ta s ).
INTRODUCCIÓN
20 = I
21= 2
22 = 4
23= 8
30 = I
31= 3
3a = 9
3 3 = 27
E n tr e lo s n ú m e r o s d e la p r im e r a s e r ie e l in t e r v a lo es
d o b le , y e n tr e lo s d e la se g u n d a , tr ip le (c f. A n e x o 2 ) . A m b a s
a p o r t a n tres n ú m e r o s p r o p io s ( 2 , 4 , 8 ) y (3 , 9 , 2 7 ) y c o m -
p a rte n e l I. U n a o p c ió n d ife r e n te , m ás se n cilla , es co n s id e r a r
el I co m o p u n t o d e p a rtid a c o m ú n y c o m e n z a r las se ries e le -
v a n d o e l 2 y e l 3 d ir e c t a m e n t e a I ( 2 , 3 ) y n o a O *)· S i
te n e m o s e n c u e n ta q u e e l I n o e ra c o n c e b id o c o m o u n
n ú m e r o , s in o c o m o la u n id a d a p a r t ir d e la cu a l s u r g e n lo s
n ú m e r o s , e l 2 y e l 3 re su lta n ser lo s p r im e r o s n ú m e r o s ; y 2 y
3 so n las ra íce s p r e s e n te s e n lo s d o s tip o s d e tr iá n g u lo s p r i -
m a rio s , q u e s o n elevad os a I, a 2 y a 3, p o r q u e el c u b o , n o e n
e l s e n t id o d e l h e x a e d r o , s in o e n el d e la te r c e r a p o t e n c ia ,
re p re se n ta las tres d im e n s io n e s .
a b A r m ó n ic a A r itm é tic a
I 2 4 /3 3/2
2 4 8 /3 3
4 8 16/3 6
3 /2 8 /3 6 8
CO
I
M
4 /3 2 3 4
4/3 9/8 4 /3 4 /3 9 /8 4 /3 4 /3 9/8 4 /3
a b A r m ó n ic a A r itm é tic a
I 3 3 /2 2
3 9 9 /2 6
9 27 27/2 18
I 3/2 2 3 9 /2 6 9 27/2 18 27
3/2 4/3 3/2 3/2 4/3 3/2 3/2 4/3 3/2
1 mi
2 mi 3 la
4 mi 9 re
8 mi 2 7 S°1
I % 3 4- 8 9 27
mi mi la mi mi re sol
74 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO
m a te m á tica , p o r lo q u e ta n to lo s m o v im ie n to s d e lo s astro s
co m o e l p la n su p re m o d e l u n iv e rso p u e d e n ser exp resad os e n
fó rm u la s m atem áticas.
T im e o p r e s e n ta la c o n s tit u c ió n m a te m á tic a d e l a lm a d e l
m u n d o (3 5 a ~ 3 6 d ) a n tes d e la g e n e r a c ió n d e l tie m p o a s t r o -
n ó m ic o , y, p o r ta n to , c o n a n t e r io r id a d a la p r o d u c c i ó n de
lo s a stro s y su p u e s ta e n m o v im ie n to ( 3 7 d ~ 4 0 d ) . L a a c c ió n
b ie n h e c h o r a d e l d e m iu r g o in t r o d u c e e n e l c o s m o s u n a e s -
t r u c t u r a m u s ic a l. P o r e lla , e l c o s m o s , a tra vé s d e l a lm a d e l
m u n d o , p r in c ip io d e lo s m o v im ie n to s celestes, « p a r tic ip a d e
la r a z ó n y d e la a r m o n ía » ( 3 6 e - 3 7 a ) . P e ro p a ra q u e esta p a r -
tic ip a c ió n se d é e n el h o m b r e , e l d e m iu r g o : i) « e n c a r n a r á »
esta e s tru ctu ra m atem á tica , p r o d u c ie n d o e l tie m p o , es d e c ir,
lo s astros e n m o v im ie n to , d iv in id a d e s v isib le s, y S>) d o ta a lo s
h o m b re s de u n alm a, q u e p o see la m ism a e stru ctu ra —a u n q u e
a lterad a p o r su in s e r c ió n e n el c u e r p o —, y ó rg a n o s s e n s o r ia -
les, sie n d o lo s o jo s lo s m ás im p o r ta n te s . L a vista es el se n tid o
m ás im p o r t a n t e , ya q u e p e r m it e la c o n t e m p la c ió n d e lo s
astros y, a p a r tir d e e llo , ca p tar in te le c tu a lm e n te la e stru ctu ra
m ate m á tica q u e d ir ig e el co sm o s y así cu ltiv a r la c ie n c ia d e lo s
n ú m e r o s ( 4 7 a ).
C o m o n i e l m a teria l-esp a cia l (χώρα) n i las fo rm a s in te lig i-
b les, e n tan to tales, están d otad o s de m o v im ie n to (cf. A r is tó te -
les, Metaph. A IO, 1 0 7 5 b 1 7 - 2 0 ) , y c o m o e l d e m iu r g o , tras su
in te rv e n ció n , se retira (4 2 e ), T im e o precisa la in tr o d u c c ió n de
u n alm a q u e asegure la p e rm a n e n c ia de u n m o v im ie n to o r d e -
n a d o y de las actividades cogn itivas, tan to e n el u n ive rso co m o
e n el h o m b re .
U n m u n d o q u e n o h u b ie r a c o n o c id o la in t e r v e n c ió n d e l
d e m iu r g o se p r e s e n ta r ía c o m o u n m u n d o e n m o v im ie n to ,
p e r o so m etid o a u n a a gitació n estrictam en te m ecán ica, carente
d e to d o o r d e n , p r o p o r c ió n y m e d id a . P ara d o ta r a las cosas
se n sib le s d e u n m o v im ie n to o r d e n a d o r , el d e m iu r g o fa b r ic a
76 JOSÉ M «. ZAMORA CALVO
c) E l CU ERPO D EL M U N D O
T im e o a firm a q u e el m u n d o p o see u n c u e rp o q u e se c o m p o n e
d e c u a tr o e le m e n to s: fu e g o , a ire, agua y tie rr a . E l fu e g o p e r -
m ite al m u n d o ser v isib le , m ie n tra s q u e la tie r r a le p o s ib ilita
q u e sea tan g ib le. P o r su p arte, el a ire y el agua sirven d e in t e r -
m e d ia rio s a lo s d os o tro s elem en to s, c o n el fin d e p r o d u c ir u n
c u e r p o t r id im e n s io n a l q u e o b tie n e su c o h e s ió n d e u n a p r o -
p o r c ió n g eo m étrica .
E l u n ive rso c o n tie n e la to ta lid a d de lo s ele m e n to s, sin q u e
n in g ú n o tro u n iverso p u ed a p ro d u c irs e c o n lo s elem e n to s q u e
q u e d a ji, n i nad a p u e d a in v a d irlo d esd e el e x te r io r . P osee u n a
fig u r a esférica q u e g ira so b re sí m ism a, p e r m a n e c ie n d o s ie m -
p r e e n e l m ism o lu g a r. L a tie r r a rep o sa e n e l c e n tro d e l u n i -
v e rso y lo s siete p la n eta s se d is trib u y e n e n siete c ír c u lo s c o n -
cé n tric o s qu e tie n e n a la tie rra co m o c e n tro . Las estrellas fijas
o c u p a n la esfera más ex terio r, más allá de los siete astros e r r a n -
tes. L o s astro s se c o m p o n e n so b re to d o d e fu e g o , p e r o lo s
o tro s elem en to s e n tra n ta m b ién e n su c o n s titu c ió n . L o s c u e r -
p o s celestes g ir a n a lr e d e d o r de la tie rra y r o ta n ta m b ié n so b re
ello s m ism os.
A u n q u e e l a lm a p o s e a p r i o r i d a d o n t o ló g ic a r e s p e c to al
c u e r p o d e l m u n d o , e n su re la to T im e o se o c u p a d e este c o n
a n t e r io r id a d . E l c u e r p o d e l m u n d o es g e n e r a d o , s e n s ib le ,
v is ib le y ta n g ib le ( 2 8 b ) . E l m u n d o y e l t ie m p o s o n g e n e r a -
INTRODUCCIÓN 77
d o s , t ie n e n u n c o m ie n z o ( 3 7 c , 3 8 b , 3 9 e , 4 9 a ) ; p e r o n o
n e c e s a r ia m e n te u n f i n a l ( 2 7 <L 3 l b , 3 3 a , 3 8 c , 4 0 b ) . E l
d e m iu r g o c o n s tr u y e u n c u e r p o e s fé r ic o ( 3 3 b ) , b e llo y p e r -
fe c to , ya q u e b e lla y p e r fe c ta es la e s fe ra , la fig u r a id é n tic a a
sí m ism a y a q u e lla e n la q u e se p u e d e n i n s c r ib ir t o d o s lo s
c u e r p o s reg u la res.
E l c u e r p o d e l m u n d o está c o m p u e s to d e lo s c u a tr o e l e -
m e n to s n a tu ra le s . « E n p r im e r lu g a r , p a ra c u a lq u ie r a es sin
d u d a e v id e n t e q u e f u e g o , t ie r r a , a g u a y a ir e s o n c u e r p o s
(σώματα). A h o r a b ie n , to d a esp e cie d e c u e r p o (σώματος είδος)
p o se e ta m b ié n p r o f u n d id a d (βάθος). Y , ad em á s, es a b s o lu ta -
m e n te n e c e s a r io q u e la s u p e r f ic ie r o d e e la p r o f u n d id a d »
(5 3 c ).
L o s d o s c o m p o n e n t e s a p a r t ir d e lo s cu a le s e l d e m iu r g o
c o m e n z ó a d a r fo r m a al c u e r p o d e l m u n d o fu e r o n el fu e g o y
la tie rr a , ya q u e n o es p o s ib le qu e haya n a d a v isib le sin fu e g o
n i a lg o ta n g ib le y s ó lid o sin tie r r a . P ara se r se n s ib le , el u n i -
verso d eb e ser p e r c e p tib le p o r la vista, q u e im p lic a el fu e g o , y
e l ta c to , q u e im p lic a la t ie r r a . A p a r t ir d e a q u í T i m e o va a
in te n ta r p r o b a r m a te m á tica m e n te la n e c e sid a d d e la e x is te n -
cia d e lo s d os o tr o s e le m e n to s, e l a ire y e l a gu a85, p o r lo cu al
a firm a q u e d os e le m e n to s n o p u e d e n se r u n id o s s in u n t e r -
ce ro q u e h aga d e m e d io q u e fa c ilite la u n id a d ( 3 lb - c ) , lo q u e
so lo se alcan za gracias a la p r o p o r c ió n . L o s v ín cu lo s q u e u n e n
lo s c u a tr o e le m e n to s s o n n ú m e r o s , p r o p o r c i ó n g e o m é tr ic a
(αναλογία). E sta p r o p o r c i ó n n u m é r ic a p o s ib ilit a la a m is ta d
(φιλία) c o m o p r in c ip io (άρχή)86.
C o m o e l u n iv e r s o es u n a s u p e r f i c i e c o n p r o f u n d id a d ,
es d e c i r , u n s ó l i d o , y lo s s ó lid o s r e q u i e r e n n o u n o , s in o
d o s e le m e n t o s q u e lo s c o n e c t e n , e n tr e la t ie r r a y e l fu e g o
e l d e m iu r g o c o lo c ó e l a g u a y e l a ir e . Q u e d o s e le m e n t o s
r e q u ie r e n d e o tr o p a ra a lc a n z a r la u n id a d y q u e d o s s ó lid o s
n o p u e d e n lig a r s in o t r o s d o s es u n a j u s t i f i c a c i ó n ad hoc
q u e P la t ó n se s ie n te o b lig a d o a d a r u n a vez q u e es i n n e g a -
b le la e x is te n c ia d e lo s c u a tr o e le m e n to s . S in e m b a r g o , e n
e l Teeteto ( l 4 7 c )> é l m is m o p r o p o n e e l s ig u ie n t e e je m p lo :
« e l b a r r o es t i e r r a m e z c la d a c o n a g u a » , d o n d e n o b a y
n in g u n a n e c e s id a d d e u n t e r c e r n i d e u n c u a r to e le m e n t o .
E sta a fir m a c ió n n o d e b e s e r e n t e n d id a e n t é r m in o s fís ic o s
n i q u ím ic o s , s in o q u e se tr a ta d e u n a r e f e r e n c ia m a te m á -
t ic a a lo s n ú m e r o s s ó lid o s d e lo s p i t a g ó r i c o s * 7, d e f i n i d o s
d e l s ig u ie n t e m o d o p o r E u c lid e s e n lo s Elementos: « c u a n d o
tr e s n ú m e r o s , a l m u lt i p li c a r s e e n tre s í, h a c e n a lg ú n
n ú m e r o , e l r e s u lta d o es u n n ú m e r o s ó lid o y su s la d o s s o n
lo s n ú m e r o s q u e se h a n m u lt i p li c a d o e n t r e s í » ( Elementa
V I I , p r o p . 1 8 ).
T r a s a d m it ir la c o r p o r e id a d d e lo s c o m p o n e n t e s d e lo s
e le m e n to s ( 5 7 c )> P la tó n a seg u ra q u e s o n ta n p e q u e ñ o s q u e
n o p u e d e n ser visto s a sim p le vista , p o r lo q u e so n lla m a d o s
« c o r p ú s c u lo s » (σώματα) tre s v e c e s s e g u id a s e n e l m is m o
p á r r a fo ( 5 6 e ) . U n a v e z f a b r ic a d o e l c u e r p o d e l m u n d o , e l
d e m iu r g o le im p r im e e l m o v im ie n to d e r o t a c ió n , p r o p io d e
la s e s fe r a s ( 3 4 a ) , y c o m o la r e p ú b lic a id e a l, t a m b ié n e l
c u e r p o d e l m u n d o es a u tá r q u ic o (αΰταρκες).
d ) M a t e m á t ic a
E l Timeo n o es u n a o b r a c o n s a g r a d a a la m a te m á tic a , a u n -
q u e e l s e n t id o g r ie g o d e l t é r m i n o sea m u c h o m ás a m p lio
q u e e l n u e s t r o . P a ra P la t ó n a b a rc a las c u a tr o c ie n c ia s q u e
p o s t e r io r m e n t e c o n s t it u ir á n e l quadrivium: a r it m é tic a , g e o -
m e t r ía , a s t r o n o m ía , a r m ó n ic a . D e e s te m o d o , a u n q u e n o
se a n in d e p e n d ie n t e s , a s t r o n o m ía y c o s m o lo g ía n o se c o n -
fu n d e n .
E l Timeo n o es u n escrito té c n ic o de a stro n o m ía . E l p r o p io
P la tó n a lu d e a la c o m p le jid a d de d e te rm in a d o s fe n ó m e n o s
(c o n ju n c io n e s y o p o sicio n e s de los astros, o cu lta cio n es y e c lip -
ses, d e te rm in a c io n e s d e lo s p e r ío d o s ...) , y d eclara q u e e x p li-
ca rlo s sin u n a m a q u e ta celeste re su lta u n a tarea d e m a sia d o
ardua ( 4 0 c - d ) .
E l c o n ju n to d el m u n d o sen sib le p u e d e red u cirse a c o m p o -
n e n te s e lem en ta le s d iscretos: dos triá n g u lo s rectá n g u lo s, u n o
isó sc e le s (d e lo s cu a les c u a tr o sirv e n p a ra c o n s t r u ir e l c u a -
d ra d o , su p e rfic ie elem e n ta l d e l c u b o ), y o tr o escalen o (d e los
c u a les seis sirv e n p a ra c o n s t r u ir el t r iá n g u lo e q u ilá t e r o ,
s u p e rfic ie e le m e n ta l d e l te tra e d ro , d e l o c ta e d r o y d e l ic o s a e -
d r o ) . E sto s c o m p o n e n t e s e le m e n ta le s s o n in f in ita m e n t e
p e q u e ñ o s ( « in v is ib le s » ), p o c o n u m e ro so s, sim p les, in d is c e r -
n ib le s e in d estru ctib les, so lo en tid ad es m atem áticas. T o d o s lo s
o b je to s d e l m u n d o s e n s ib le s o n fa b r ic a d o s a p a r t ir d e estas
e n tid a d e s m a te m á tic a s, q u e c o n s titu y e n , e n d e fin itiv a , lo s
c o m p o n e n te s ú ltim o s d e tod as las cosas. A s im is m o , to d o s lo s
fe n ó m e n o s —d e sd e lo s o b je to s m ic r o s c ó p ic o s h a sta lo s q u e
p e r t e n e c e n al á m b ito d e la a s tr o n o m ía — p u e d e n e x p lica rse a
p a rtir d e las in te ra c cio n e s e n tre estos c o m p o n e n te s e le m e n ta -
les, las cu ales, a su vez, so n descritas exclu sivam en te e n t é r m i-
n o s m atem á tico s.
Las m ism as leyes m atem á tica s y lo s m ism o s c o m p o n e n te s
elem en tales co n stitu yen el ú n ic o substrato al q u e p u e d e n r e d u -
cirse in c lu so lo s fe n ó m e n o s h ip e rc o m p le jo s , d e l g é n e r o d e lo s
q u e s o n d é te cta b le s a escala h u m a n a . A c e p ta d o e s to , e l c o n -
j u n t o d e lo s fe n ó m e n o s d escrito s jjo r la b io lo g ía , la fis io lo g ía ,
8ο JOSÉ Μ». ZAMORA CALVO
Pbliedro
Hexaedro Tetraedro Octaedro Icosaedro Dodecaedro
regular
4 8 20 12
6
Caras triángulos triángulos triángulos pentágonos
cuadrados
rectángulos equiláteros equiláteros regulares
Vértices 8 4 6 12 20
Aristas 12 6 12 30 30
Aristas por
vértice 3 3 4 5 3
Seno del
I 2/3 2/3 2/3 2/3
ángulo diedro
Area/superficie
exterior 3^25 +
6a2 a V 3 a2 ^3 5a2 ^3 10 /5 a2
A = arista
4 6 6 6 30
Triángulos triángulos triángulos triángulos triángulos triángulos
por cara rectángulos rectángulos rectángulos rectángulos rectángulos
isósceles escalenos escalenos isósceles escalenos
e) T ie m p o y e t e r n id a d
E l tie m p o re a liz a u n p r o y e c to d e l d e m iu r g o , q u ie n « se
p r o p o n e h a c e r u n a im a g e n m ó v il de la e te r n id a d » ( Tim. 3 7 d ),
p ara q u e el u n iverso se asem eje al m o d e lo . E l tie m p o n a ció « a
la v e z » (άμα) q u e el d e m iu r g o o r d e n a el c ie lo , es d e c ir , so lo
c u a n d o la « c a u s a e r r a n te » h a b ía s id o o r d e n a d a , c u a n d o
em p ezó a m overse circ u la rm e n te , T im e o p u e d e d e sa rro lla r su
d is c u rso s o b re la g e n e r a c ió n d e l c ie lo y d e l tie m p o . S o lo hay
tie m p o , c u a n d o lo s m o v im ie n to s d e l a lm a p o n e n e n o r d e n a
lo s d e la n e cesid a d (άνάγκη). Se trata d e u n tie m p o q u e p u ed e
se r c o n ta d o y m e d id o . A n t e s d e la g e n e r a c ió n d e l u n iv e rs o
« h a b ía t ie m p o » , p e r o u n tie m p o q u e n o p o d ía m e d ir s e , ya
q u e n o h a b ía m o v im ie n to s o rd e n a d o s90. E l tie m p o , q u e n o es
u n ita r io , so lo p u ed e rep resen ta r c o n fo r m e al n ú m e r o la n a tu -
raleza u n ita ria y la d u r a c ió n p e rm a n e n te d e la ete rn id a d . E n el
tie m p o se m an ifiesta la « p le n itu d v ita l» d e l co sm o s, u n ita ria y
p r o d u c to r a de o rd e n .
P o r o tr a p a r te , el t é r m in o αιών s ig n ific a « fu e r z a v it a l» ,
« d u r a c ió n de u n a v id a » , « tie m p o de v id a » , « p le n itu d v ita l» 91.
L a « p le n itu d » o « fu e r z a v ita l» d el co sm o s lo h ace in e x tin g u i-
b le, a u tá rq u ico y vivien te « p o r la to ta lid ad d el tie m p o » (3 6 e ).
P ero co m o el co sm o s es u n vivien te to d o el tie m p o , n o está en
el tie m p o , sin o q u e p o see u n tie m p o d e vid a ilim ita d o (αιών).
Y e l tie m p o es so lo u n a im a g e n d e la e te r n id a d , es d e c ir , de
esta « p le n itu d v ita l» ilim ita d a d el cosm os.
S e g ú n T i m e o , la u n id a d p r o p o r c i o n a l d e in t e lig e n c ia y
n e ce sid a d q u e co n stitu y e la n a tu ra leza d e l co sm o s se n o s p r e -
sen ta p o r m e d io d e las p a rte s (μέρη) y las fo rm a s (ε’ίδη) d e l
tie m p o . L as p a rte s so n d ía y n o c h e , m es y a ñ o ( 3 9 c ) ; y, en
cu an to partes, so n partes de u n to d o . S in em b a rg o , el n ú m e r o
p e r fe c to d e l tie m p o , q u e c u lm in a el añ o p e r fe c to , tie n e lu g a r
cu a n d o las velo cid ad es relativas de cada u n a de las o ch o ó rb itas
se c o m p le ta n c o n ju n ta m e n te ( 3 9 d ). A l fin a l d e l « g r a n a ñ o »
to d o s lo s c u e r p o s celestes reg resa n a sus p o s ic io n e s in ic ia le s .
S o lo el círcu lo de lo M ism o se m ueve c o n u n ifo r m id a d y re g u -
la r id a d p e rfe c ta , p o r lo q u e es el p a tr ó n d e m e d id a te m p o r a l
p r io r it a r io . C o m o el tie m p o se r e la c io n a c o n el c a m b io , n o
existe p a ra lo in te lig ib le . C a d a c u e rp o celeste se re la c io n a co n
u n tie m p o especial (3 9 d ), p e r o lo s diversos tiem p o s de los p la -
n etas so n « m e d id o s » p o r lo s tie m p o s u n id a d e s de lo s m o v i-
m ie n to s d el S o l y de la L u n a 92.
L a su ce sió n d el d ía y de la n o c h e sería im p e rc e p tib le si n o
existiera la luz d el S o l (3 8 b ), lo qu e n os aporta u n a m ed id a clara
a p a rtir de la cu al o b te n e m o s el n ú m e ro y c o n la cual p o d e m o s
tam b ién m e d ir o tro s p e río d o s. E n esta su cesió n se represen ta la
fu erza de la n ecesid ad o rd en ad a p o r la in teligen cia: después del
d ía v ie n e n e c e sa ria m e n te la n o c h e y, d e sp u és d e esta, vu elve
n ecesariam en te el día, sig u ie n d o u n etern o r e to rn o d el d ía y de
la n o ch e e n que se m an ifiestan las m ed id as (μέτρα)93 necesarias,
d e a c u e rd o c o n las cu ales se m u eve la n a tu ra le za . S e g ú n esto ,
p o d e m o s m e d ir la naturaleza c o n el n ú m e ro , p o rq u e la n a tu ra -
leza tie n e su p r o p ia m e d id a . L a c o n te m p la c ió n d e esta e te rn a
r e p e tic ió n d e lo M is m o , d e l d ía y la n o c h e , d e lo s m eses y lo s
p e r ío d o s an u a les, d e lo s e q u in o c c io s y lo s so lsticio s, n o s p r o -
p o rc io n a el n ú m e ro , el c o n o c im ie n to d el tie m p o y la investiga-
c ió n d e la n a tu ra le za d e l u n iv e rs o ( 4 7 a)· T o d o e llo n o s e n c a -
m in a al filo s o fa r , « b ie n m ás g ra n d e q u e este n o h a lleg a d o n i
llegará n u n ca a la raza m o rtal co m o d o n de los d io ses» (4 7 b ).
f) L o s cu a tr o « elem en tos»
s e g u n d o y te r c e r lu g a r d esp u és d e l fu e g o . D e este m o d o , el
p eso d e las p a rtícu la s ele m e n ta le s q u e se h a lla n e n u n a esfera
e n g e n d r a u n a p r e s ió n (πίλησις), lo q u e p r o v o c a u n a r e u n ió n ,
u n e n c u e n tr o (σύνοδος) d e las p a rtícu las elem en ta les q u e, a su
vez, expulsa a las p eq u eñ as e n lo s in te rsticio s d ejad os en tre las
otras.
N o o b sta n te, las p a rtícu la s e lem en ta le s n o p u e d e n e x p a n -
d irse al e x te r io r ad infinitum, ya q u e está n en vu elta s p o r u n a
e sfera fu e r a d e la cu a l n o h ay n a d a , y e n el in t e r io r d e esta
esfera, d o n d e n o hay vacío (κενότης, 5 8 b y 7 9 b -c ), solo p u e d e n
circu la r e n los in tersticios (διάκενα) siem p re llen o s, o b te n ie n d o
su o rig e n de la ausen cia de u n ifo r m id a d y de igu ald ad en tre los
elem en to s. P od em os co n sid era r que los in tersticios están siem -
p r e lle n a d o s p o r p a rtíc u la s e le m e n ta le s q u e se in f ilt r a n e n
ellos, b ie n e n c o n ju n to o en partes. M ien tra s tan to , estas p a r -
tícu la s ele m e n ta le s están so m etid a s a u n d o b le p r o c e s o : i) de
d is o lu c ió n o d is o c ia c ió n (διάκρισις), y 2 ) d e a s o c ia c ió n o
r e c o n s titu c ió n (αύγκρισις), q u e so lo c o n c ie r n e a las caras d e lo s
p o lie d r o s . D e este m o d o , el p r o c e s o es d ife r e n te c u a n d o se
trata de la tie rra (ya q u e e l cu b o está fo r m a d o a p a r tir d e c u a -
d ra d o s ) o d e lo s o tr o s tre s e le m e n to s , fo r m a d o s a p a r t ir d e
triá n g u lo s eq u ilátero s.
D e la d is o lu c ió n d e u n a p a rtícu la e le m e n ta l d e tie rr a p r o -
c e d e n lo s cu a d ra d o s q u e p o s ib ilita n la r e c o m p o s ic ió n d e o tra
p a rtíc u la d e tie r r a , c u a n d o se r e e n c u e n t r a n d e n u e v o e n u n
cu b o (5 6 d ). P o r el co n tra rio , cu a n d o se d isu elven las otras p a r -
tículas elem en tales, al reen co n tra rse sus triá n g u lo s elem entales,
p u e d e n r e c o n s tru ir o tro tip o d e p a rtícu la elem en ta l. Las reglas
d e tra n s fo rm a c ió n m u tu a d e las cu a tro p a rtícu la s ele m e n ta le s
c o n c ie r n e n e x clu siv a m e n te a las s u p e r fic ie s d e las caras q u e
c o n fo r m a n lo s p o lie d r o s , p e r o n o a lo s v o lú m en es.
L o s cu atro p o lie d ro s regulares están co n stitu id o s a p a rtir de
dos tip o s d e su p e rficies, q u e, a su v.ez, están co m p u estas d e dos
90 JOSÉ M1. ZAMORA CALVO
fo r m id a d » . ( Tim . 5 7 e)
q u e ñ o . A h o r a b ie n , la co m p resió n provocada p o r la c o n
7. B i o l o g í a : e l s e r h u m a n o , u n u n iv e r s o e n m in ia tu r a
P a ra P la t ó n u n se r vivo es u n se r p r o v is to d e a lm a , a la cu a l
d e fin e c o m o e l p r i n c i p i o a u t o m o t o r d e to d o m o v im ie n to
e s p o n tá n e o , ta n to fís ic o c o m o p s íq u ic o . T o d a s las alm as, e n
ta n to in m o r ta le s , s o n su ce d á n e a s d e l a lm a d e l m u n d o , cuya
c o n s titu c ió n P la tó n d escrib e e n Timeo 3 5 a ~b. S in e m b a rg o , lo s
seres p ro v isto s d e alm a a p a re ce n cla sifica d o s d e m a n e ra j e r á r -
q u ic a . E n la c im a se s itú a n lo s d io ses y lo s d é m o n e s , d esp u é s
v ie n e n lo s seres h u m a n o s , h o m b re s y m u je re s , y lo s a n im a le s
q u e h a b ita n e n e l aire, la tie rra y el agua; y abajo d e l to d o , d is -
p o n e las p la n ta s. D e este m o d o , lo s seres h u m a n o s y lo s a n i-
m ales se sitú a n a p arte, ya q u e se d is tin g u e n tan to d e las p la n -
tas, q u e s o lo p o s e e n u n a lm a d e s e a n te , c o m o d e lo s d io s e s,
in c lu y e n d o e l m u n d o y lo s c u e r p o s c e le ste s, y lo s d é m o n e s ,
cu y o c u e r p o es i n c o r r u p t ib le . E l a lm a h u m a n a p r e s e n ta la
m ism a e stru ctu ra q u e la d e lo s d io ses y lo s d é m o n e s, a n im a el
cu e rp o d el h o m b re , de la m u je r y d e to d o s lo s an im ales q u e se
h a lla n e n el a ir e , e n la tie r r a y e n el agu a . P o r ta n to , P la tó n
r e in t e r p r e ta la d is t in c ió n e n tr e ser h u m a n o y a n im a l e n el
m arco d e la m eten so m a to sis: to d o s so n seres h u m a n o s , e n su
o rig e n va ro n es, p e r o so m etid o s a u n p ro c e so de d e g e n e ra c ió n
e n fu n c ió n d el u so qu e h ayan h e c h o de su ra zó n e n su ex isten -
cia a n te r io r .
E l se r h u m a n o , c o m o lo s d em á s se res v iv o s, está c o n s t i-
t u id o a p a r t ir d e l m ism o m o d e lo q u e el u n iv e r s o . P o d e m o s
d e c ir d e é l q u e es u n m ic r o c o s m o s , u n u n iv e r s o e n m i n i a -
tu r a : p o s e e u n a lm a , cu y a p a r te r a c io n a l p r e s e n ta lo s d o s
m is m o s c ír c u lo s d e lo s q u e está c o n s tit u id a e l a lm a d e l
m u n d o , q u e a s im is m o s ig u e n la s m ism a s p r o p o s ic io n e s
m a tem á tica s q u e ella ; y ta m b ié n p o se e u n c u e r p o , fa b r ic a d o
s o la m e n te a p a r t ir d e lo s c u a tr o e le m e n t o s , d e lo s q u e está
c o n s titu id o e l c u e r p o d e l m u n d o . A h o r a b ie n , el ser h u m a n o
94· JOSÉ M». ZAMORA CALVO
( m ic r o c o s m o s ) se d is tin g u e d e l m u n d o (m a c r o c o s m o s ) p o r
d o s p r o p ie d a d e s : i) e l c u e r p o d e l ser h u m a n o está so m e tid o
a la d e s t r u c c ió n , a d if e r e n c ia d e l c u e r p o d e l m u n d o q u e es
in c o r r u p t ib le ; y 2) el alm a d e l ser h u m a n o pasa p o r d if e r e n -
tes c u e rp o s e n fu n c ió n de la c o n te m p la c ió n qu e h a alcan za d o
d e lo i n t e lig ib le e n su v id a a n t e r io r , t a n to c u a n d o se h a lla
se p a ra d a d e l c u e r p o c o m o c u a n d o h a b ita e n u n c u e r p o
( g o b - 9 2 c ) . D e este m o d o , p o d e m o s c o n s id e r a r d e m a n e r a
g e n e r a l al se r h u m a n o c o m o u n co m p u e sto q u e v in c u la p r o -
v is io n a lm e n te u n alm a h u m a n a y u n c u e r p o h u m a n o , d e sexo
m a s c u lin o o fe m e n in o .
a ) El alm a h u m an a
E l a lm a h u m a n a p r o c e d e d e la m e z c la q u e h a p e r m it id o la
fa b r ic a c ió n d e l a lm a d e l m u n d o y, al m ism o t ie m p o , c o n sta
d e u n a d o b le « p a r t e » m o r ta l: la ira s c ib le -a g r e s iv a (θυμός) y
la d e se a n te -a p e titiv a (έπιθυμία). L a p r im a c ía d e l alm a so b re el
c u e r p o es ló g ic a y o n to ló g ic a . E l d e m iu r g o c o n fía a sus asis-
te n te s d iv in o s la e s p e c ie in m o r t a l d e l a lm a h u m a n a ( 4 1 c ) .
A n t e r io r m e n t e , el d e m iu r g o s e m b r ó y p r o d u jo e l a lm a i n -
m o r ta l, es d e c ir, d iv in a , qu e le p e r m ite a n im a r el m u n d o e n
su c o n ju n t o (3 4 a ~ 4 0 d ), y ta m b ié n lo s astros ( 4 ld ) . L o s d io -
ses se sirv e n m ás ta rd e d e este m a te ria l in m o r ta l, p r o c e d e n te
de u n a m ezcla alterad a, cu a n d o d is p o n e n e l alm a « t r ip le » en
el c u e r p o h u m a n o ( 6 g d - 7 2 e ) .
E l alm a p o see u n a d o b le n atu raleza, al m ism o tie m p o m o r -
ta l e in m o r t a l ( 4 2 a ) , lo q u e p e r m ite al h o m b r e a c c e d e r, p o r
m ed io d el alm a, a lo sen sib le y a lo in te lig ib le , in g re d ie n te s de
la m e zc la co n s titu tiv a de la n a tu ra le za p s íq u ic a . P e ro el alm a
in m o rta l d e l h o m b re es u n a m ezcla de lo s « re sto s » (ύπόλουκχ,
4 ld ) d e l a lm a d e l m u n d o . S i b ie n , a d ife r e n c ia d el alm a d e l
m u n d o ( 3 4 c) > alm a d el h o m b re n o a n teced e al c u e r p o e n su
n a c im ie n to ( 6 g d - 7 2 e ) .
INTRODUCCIÓN 95
q u e es e l o r ig e n d e lo s m o v im ie n to s d e s o r d e n a d o s d e l a lm a.
S e g ú n sea la m ezc la h a b rá d ife r e n te s tip o s de alm as, m e jo re s
96
o peo res .
E l alm a h u m a n a es ca lific a d a d e tr ip a r tita , h a c ie n d o u n a
re fe r e n c ia clara a la m ism a a n a lo g ía p o lític a esta b lecid a e n la
República. A s im is m o , las tres p a rte s d e l a lm a se lo c a liz a n r e s -
p e ctiv a m e n te e n la cabeza, e n el p e c h o y e n el v ie n tre . A h o r a
b ie n , e n tre la República y el Timeo se a p re cia n ciertas d ife re n cia s
relevan tes : so lo la r a z ó n es la p a rte d el alm a qu e sobrevive y es
in m o r ta l; y la c o n s titu c ió n de esta p a rte d e l alm a, ya se trate
d e la r a z ó n q u e c o n s titu y e la t o ta lid a d d e l a lm a d e l m u n d o
o d e la p a rte r a c io n a l d e l a lm a h u m a n a , es d e s c r ita c o m o
s ie n d o , e n c ie r ta m e d id a , material. P o r ta n to , e n c ie r ta m a -
n e r a , d esd e la p e r s p e c tiv a d e l d iá lo g o fís ic o se p r o d u c e u n
ca m b io de p u n to de vista resp ecto a escrito s a n terio res: la vida
in m o r t a l d e l a lm a r a c io n a l n o se c o n c ib e ta n to c o m o u n a
ex isten cia in m a te ria l e te rn a q u e tra n s c u r rir ía e n tre las fo rm a s
in t e lig ib le s , s in o c o m o u n a e x is te n c ia m a te r ia l d e c o n t in u a
a n im a c ió n d e las estrella s y d e lo s p la n e ta s e n el e sp a cio y e n
e l tie m p o .
A s í, e n el Timeo P la tó n in te rc o n e c ta d os c o n c e p c io n e s d if e -
r e n te s d e l a lm a , p e r o ig u a lm e n te p la u s ib le s —u n a m a te r ia l y
o tr a in m a te r ia l— p re se n ta d a s p o r p r im e r a vez e n el Fedón. E l
d e m iu r g o m o d e la in te n c io n a lm e n te el alm a, d e tal m o d o qu e
p o sea : i) u n tip o d e r e a lid a d « in t e r m e d ia » e n tre la re a lid a d
a b so lu ta d e las fo r m a s in t e lig ib le s tra n s c e n d e n te s y la s e m i-
r e a lid a d d e las cosas se n sib le s e m p lazad a s e n e l e s p a c io y el
tie m p o ; y 2) co n fig u ra c io n e s « in te r m e d ia s » d e las ca racterís-
ticas d e lo M ism o y de lo O tr o q u e n o s p e r m ita n fo r m u la r j u i -
cio s ep istém ico s. D e este m o d o , el estatuto d e l alm a ra c io n a l es
« a n f i b i o » , ya q u e p re se n ta u n a a fin id a d c o n lo s d o s á m b ito s
p la tó n ic o s , e l in t e lig ib le y e l se n s ib le , al m ism o tie m p o q u e
p o se e la ca p a cid a d d e lle g a r a c o m p r e n d e r a m b o s: e n el caso
d e l m u n d o d e las fo r m a s in te lig ib le s , esta c o m p r e n s ió n se
m u estra e n el n ivel d el co n o c im ie n to (έπιοτήμη), y e n el caso del
m u n d o se n s ib le e s p a c io - te m p o r a l, e n el n iv e l d e la o p in ió n
verd ad era (δόξα άληθής).
A l c o m ie n z o , el d e m iu r g o m o d e ló to d a s las a lm a s d e la
m ism a m a n e ra (4 1 e ). N o o b sta n te , la d ife r e n c ia c ió n e n tre el
h o m b r e y la m u je r fu e in s titu id a ta m b ié n d esd e el in ic io p o r
e l d e m iu r g o ( g o e - g ia - , c f. 4 Ie _4 2 a ). L a p r im e r a g e n e r a c ió n
d e h o m b re s , p r o d u c id a p o r el d e m iu r g o y sus ayu d an tes d iv i-
n o s, fu e u n a g e n e r a c ió n exclu sivam en te m ascu lin a. A m e d id a
q u e eso s h o m b r e s m o r ía n y se r e e n c a r n a b a n , a q u e llo s q u e
lle v a r o n u n a v id a m o r a lm e n te in ju s t a se r e e n c a r n a r o n e n
m u jere s, y a q u ello s q u e lle v a ro n u n a v id a c o n m a y o r o m e n o r
ig n o ra n c ia se r e e n c a r n a r o n e n d iferen tes especies d e p á jaros o
de a n im ales.
Las m u jeres so n físicam en te m en o s vigorosas qu e los h o m -
b re s, « c o m o la n a tu ra le za h u m a n a es d o b le , el g é n e r o m ás
fu e rte (κρείττον)97 sería el q u e m ás tarde re cib iría el n o m b re de
v a ró n ’ (άνήρ)» (4 2 a). E l alm a de las m u jeres las in c lin a a llevar
u n a v id a in ju sta , c o n c r e ta m e n te a la c o b a rd ía . « D e lo s q u e
h a b ía n n a c id o v a ro n es (τών γενομενων άνδρών)98, to d o s lo s q u e
fu e r o n co b a rd es y lle v a ro n u n a vid a in ju sta , se gú n el d iscu rso
v e ro sím il, se tra n s fo rm a ro n e n m u jeres (γυναίκες) e n el se g u n -
d o n a c im ie n t o » ( 9 0 e ~ 9 la ; c f. 4 2 b ) . P o r ta n to , p a ra T im e o
hay u n a d ife r e n c ia « n a t u r a l» e n tre las alm as h u m a n a s d e las
m u je re s y las d e lo s v a ro n e s p r o p o r c io n a l a la d ife r e n c ia d e
v ig o r físico q u e las caracteriza, lo q u e co n lleva u n a s u p e r io r i-
dad m o ra l n a tu ra l p o r p a rte de los va ro n es. P la tó n c o n sid e ra a
las m u jeres co m o criaturas de u n a d eg ra d a ció n m o ra l dispuesta
a se rv ir d e p r is ió n p a ra lo s h o m b re s q u e , p o r su c o b a rd ía ,
m e re c e n u n castigo (cf. Leg. V I , 7 8 o e - 7 8 l d ; X II 9 4 ,4 (l - e )· -Así
p u e s, e l castigo a p r o p ia d o al a lm a d e u n h o m b r e q u e se h a
m o s tra d o m o r a lm e n te c u lp a b le es s u f r ir u n a d e g r a d a c ió n
m o ra l a ú n p e o r : la r e e n c a r n a c ió n e n el c u e r p o d e u n a m u je r,
es d e c ir , e n u n a c r ia tu ra d e u n v a lo r m o r a l in tr ín s e c a m e n te
in fe r io r al suyo.
b) La c o n s t it u c ió n d el cu erpo h u m an o
p a rte s d e l c u e r p o y c o n s t it u ir e l v e h íc u lo d e la s e n s a c ió n
( 7 7 e ~7 8 b ; cf. A n e x o 8 ) " .
E l c o ra z ó n o cu p a u n a fu n c ió n ce n tra l, estab lecid o e n « u n
p u e sto d e g u a r d ia » ( 7 0 b ), co n stitu y e u n « n u d o d e venas y
fu e n te d e la san gre q u e c irc u la im p e tu o sa m e n te p o r to d o s los
m ie m b r o s » ( 7 0 b ) . A u n q u e e n el fu n c io n a m ie n to d e l m e c a -
n ism o fisio ló g ico el co ra zó n o cu p e la segu n d a p o sic ió n , ya qu e
para h a cerlo o p e ra cio n a l se p recisa n lo s a lim en to s y la re sp ira -
ció n , es u n p u n to cen tral y vital d el o rg a n ism o . Este « p u e sto de
g u a rd ia » constituye el p u n to de p artid a tan to de la sen sib ilidad
co m o de la m o tric id a d . E n efecto , es el in te r m e d ia rio en tre el
cereb ro , d o n d e se aloja la p arte s u p e rio r d el alm a, y el resto del
cu erp o , ya se trate de u n a parte o de su c o n ju n to . E n el co ra zó n
reside la parte su p e rio r d el alm a m o rtal, la parte ira scib le -a g re-
siva (θυμός), que p resenta u n a fu n c ió n regu lad ora: se en carga de
h acer a p licar las ó rd en es d e la ra zó n y m a n te n e r e n b u e n o rd e n
el fu n cio n a m ie n to d el c u e rp o y, p o r co n sig u ien te, de la tercera
parte d el alm a, la parte desean te-apetitiva (έπιθυμία), q u e co rres-
p o n d e a la segunda parte d e la especie m o rtal d el alm a. P o r ello ,
es el p u n to de p a rtid a de las venas, lo s vasos q u e están a su d is-
p o s ic ió n p a ra tra n sm itir lo s m ensajes y, asim ism o, e l p u n to de
lleg a d a d e la san gre q u e v ie n e a él p a ra d ifu n d ir s e p o r el c o n -
ju n t o d el cu erp o hasta alcanzar sus extrem idades.
E l sistem a san gu ín eo d ebe d iferen cia rse d el sistem a circu la -
t o r io , r e la c io n a d o c o n el fu e g o , m o t o r d e la tr a n s fo r m a c ió n
y d e l tra y ecto d e las p a rtíc u la s q u e su b e n d e a b a jo a rr ib a ,
sig u ie n d o al fu eg o .
2) Sistema respiratorio: P la tó n p o n e e n c o n e x ió n e l m e c a -
n ism o de la re sp ira ció n c o n el sistem a re sp ira to rio . E l co ra z ó n
y el p u lm ó n (n o h a y r e fe r e n c ia a la e x iste n cia d e d os p u lm o -
n es), u b ica d o s e n el tórax, lu g a r e n qu e se sitúa la p a rte ira sci-
b le (θυμός), están tan in d iso lu b le m e n te u n id o s co m o sus siste-
m as. N o p u e d e n fu n c io n a r u n o s in o tr o , ya q u e el p u lm ó n
d e se m p e ñ a la fu n c ió n d e « b o m b a d e s e g u r id a d » r e sp e c to al
co ra zó n ; sus estados so n in te rd e p e n d ie n te s .
E l p u lm ó n d e s e m p e ñ a u n a d o b le f u n c ió n , q u e se h a ce
ex p lícita n a tu ra lm e n te : a) co n s titu y e u n a m u ra lla d e p r o t e c -
c ió n que fren a la h in c h a zó n d el co ra z ó n e im p id e q u e co n tin ú e
la taqu icardia; y b ) m o d era los fe n ó m e n o s q u e a lteran el tejid o
cardiaco y p ro p o rc io n a a lien to y descanso e n la qu em ad u ra o ca -
sionad a p o r el fu e g o (^ O c -d ). S i el m o v im ien to d e lo s triá n g u -
los agudos ígn eos p rovoca u n acalo ram ien to y, e n co n secu en cia,
u n a in fla m a c ió n d e l c o ra z ó n , p a ra p re se rv a r su in te g r id a d se
p re cisa la in te r v e n c ió n d e l p u lm ó n q u e así lo g ra e n fr ia r lo . L a
figu ra d el te jid o p u lm o n a r es a la vez vacía, b la n d a y sin sangre,
y , al m ism o tie m p o , esp on jo sa, apta p a ra d ejar circu la r « e l aire
y la b e b id a » ( y o c ) . E l p u lm ó n rod ea el co ra zó n co m o u n jo y e ro
o, sig u ie n d o la m ism a im ag en de T im e o , « c o m o u n a a lm o h a -
d a » .(7 Oc0 ’ a fin de m an ifestar el carácter p recio so y cen tral del
co ra zó n en la co n stitu ció n d el cu erp o h u m a n o .
Para la d escrip ció n d el sistem a resp ira to rio , P la tó n u tiliza la
m e tá fo r a d e la nasa ( 7 8 a - 8 o d ) , q u e co n sta de d os p a rtes: a)
u n a cavidad cen tra l, h ech a de fu e g o y situada e n el in te r io r d el
tro n c o , y b) dos co d o s, h ech o s de aire, q u e pasan p o r la n a riz y
p o r la b o c a ( 7 8 a - d ; cf. A n e x o 9 )· E sta e s tru c tu ra sig u e u n
m o v im ie n to d e a lte r n a n c ia q u e h a ce elevarse y h u n d ir s e el
tórax, y q u e d u ra tan to tie m p o co m o la vid a. E l aire qu e sigue
e l fu e g o 100 m a n tie n e u n m o v im ie n to circu la r : in s p ira d o p o r la
p e q u e ñ o (7 8 a ). A s í, el a ire y e l fu e g o , d o ta d o s d e lo s c o rp ú s c u lo s m ás fin o s , n o
so n re te n id o s e n el c u e r p o q u e atraviesan , a d ife re n c ia d e lo q u e su ce d e c o n lo q u e
está h e c h o d e agua y d e tie rra , es d e c ir , d e los a lim e n to s líq u id o s y s ó lid o s, q u e so n
re te n id o s .
1 02 JOSÉ Ma. ZAMORA CALVO
c) La s e n s a c ió n
E n Timeo 6 l c - 6 9 a P la t ó n e x p o n e el m e c a n is m o d e la s e n s a -
c ió n 101. D e l e x te r io r lle g a n p a rtícu la s q u e p re se n ta n d e te r m i-
nadas características: fo r m a g e o m é tr ic a —te tra e d ro , o cta e d ro ,
ic o s a e d r o , c u b o —, ta m a ñ o , ya q u e lo s p o lie d r o s re g u la r e s
p o se e n tam a ñ o s d ife re n te s, y n ú m e r o . Estas p a rtícu las e n tra n
e n c o lis ió n c o n u n ó rg a n o sen sitivo o u n a p a rte d e u n c u e r p o
v iv o , p o n ié n d o s e a lg u n a s d e e lla s m ism a s e n m o v im ie n to .
P o r m e d io d e la s a n g re , esto s m o v im ie n to s se t r a n s m it e n a
través de to d o el c u e r p o y lle g a n a in fo r m a r al alm a, p r im e r o
a la p a rte d e s e a n te - a p e titiv a (επιθυμία) y a la p a r te ir a s c ib le -
agresiva (θυμός), d espu és a la p a rte r a c io n a l, la « in te lig e n c ia »
(νοϋς). P r e c is a m e n te , so lo e n este ú lt im o n iv e l in te r v ie n e el
« r e c o r d a t o r io » (άνάμνησις), q u e p e r m ite al alm a r e c o r d a r la
v is ió n q u e tu v o d e la fo r m a in t e lig ib le c o r r e s p o n d ie n t e e n
u n a e x is te n c ia a n t e r io r , e n este m o m e n to el se r h u m a n o
p u e d e sa b e r q u e t ie n e u n a s e n s a c ió n , y, a s im is m o , p u e d e
d) E n ferm ed ad es d el a lm a y d el cu erpo
L as e n fe r m e d a d e s m u e s tra n c ó m o la n a tu ra le za d e l h o m b r e
p u e d e v e rs e a lte r a d a . S i el s e r v iv o d e b e se r b u e n o y b e llo ,
d eb e estar b ie n e q u ilib r a d o (Tim. 8 4 c ), es d e c ir, el alm a d e b e
e sta r e n e q u i lib r i o c o n s ig o m ism a y c o n el c u e r p o , lo q u e
p e r m ite a lcan zar la b o n d a d d e l ser vivo en su c o n ju n to (8 7 d ).
P o r e llo , la cau sa d e la sa lu d y d e l e q u ilib r o r a d ic a e n el
m o v im ie n to . P ara e l h o m b r e , im ita r el u n iv e rs o co n s iste e n
co n se rva r la salu d resp ectiva d e l c u e r p o y d e l alm a, e q u ilib ra r
su v ín c u lo , p e r m it ie n d o q u e e l a lm a e je r z a su g o b ie r n o , es
d e c ir, c u m p lie n d o su f u n c ió n m o tr iz y co g n itiv a , c o n lo que
im ita « la a r m o n ía d iv in a » d e lo s m o v im ie n to s d e l m u n d o
(8 0 b ). D e este m o d o , e l h o m b re d eb e e sco g er actividades q u e
n o ex clu ya n el alm a n i e l c u e r p o , sin o q u e se e je r z a n c o n ju n -
ta m e n te , p a ra q u e el p r in c ip io d e l m o v im ie n to p u e d a d ir ig ir
las o tra s fo r m a s d e m o v im ie n t o . E l g o b ie r n o d e la m e jo r
esp ecie d e l a lm a p e r m ite al h o m b r e c o n o c e r el o b je to q u e es
p r o p io d e su in te lig e n c ia , las fo r m a s in te lig ib le s , y p r a c tic a r
la filo s o fía (8 8 c ).
E l h o m b r e es u n a p la n ta celeste (9 0 a ) y, a se m e já n d o s e al
o b je to de su in te le c c ió n d e a cu erd o c o n la n atu raleza o r ig in a -
ria, alcanza « la m eta de la vida qu e lo s dioses p r o p u s ie r o n a los
104 JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO
h o m b re s c o m o la m e jo r ta n to p a ra e l p r e s e n te c o m o p a ra el
fu t u r o » ( g o d ) . L a fe lic id a d está al alcan ce d el h o m b re , s ie m -
p re q u e sepa a rm o n iz a r lo s m o v im ie n to s d e su c u e r p o y d e su
alm a im ita n d o la fo rm a d el u n iverso (8 8 c ; cf. 4 7 e) >cu id e de su
p arte d ivin a y m an ten ga e n b u e n o rd e n al d e m o n qu e habita en
él (9 0 c), p o r m e d io d e l esfu erzo e n el a m o r al c o n o c im ie n to y
a los p e n sa m ie n to s ve rd a d ero s ( 9 0 b ) .
E n el caso d e l h o m b r e , la p e r f e c c ió n d iv in a y ce le s te se
m an ifie sta d e u n a m a n e ra q u e n o es n e cesa ria n i o b lig a to r ia .
E l h o m b r e es r e s p o n s a b le d e sus e le c c io n e s y s o lo p u e d e
a lc a n za r la fe lic id a d si lo g r a d e sp r e n d e r s e d e lo s la zo s q u e lo
v in c u la n c o n la χώρα, d o n d e se u b ic a el m a l y lo a m o r fo . L a
a s im ila c ió n d e l h o m b r e a lo d iv in o so lo es p a r c ia l y v ir tu a l;
p a ra a lc a n z a rla , es p r e c is o q u e se a se m e je a lo in t e lig ib le de
m o d o v o lu n ta r io .
E l Timeo n o e s ta b le c e u n a d e f i n i c i ó n u n ív o c a d e l c u e r p o ,
p e r o a fir m a e l c a r á c te r n e fa s to q u e p u e d e a p o r t a r al a lm a ,
n o s o lo e n lo q u e r e s p e c ta a sus fu n c i o n e s p r o p ia s , s in o
ta m b ié n e n la r e la c ió n q u e p u e d e m a n te n e r c o n esta ú ltim a
e n tid a d . L a e x p lic a c ió n d e las d iversa s e n fe r m e d a d e s P la tó n
la e la b o r a a p a r t i r d e l p r o c e s o d e la g e n e r a c ió n y d e la
c o r r u p c ió n . L as e n fe r m e d a d e s p u e d e n p o s e e r u n a m a y o r o
m e n o r g ra v e d a d y a fe c ta r al c u e r p o d e m ú lt ip le s m a n e r a s .
A h o r a b ie n , la causa p r in c ip a l de la e n fe r m e d a d r a d ica e n la
a p a r ic ió n d e l d e s o r d e n (8 2 b ) . E l o rg a n is m o está c o n s titu id o
p o r u n a p r o p o r c i ó n e n tr e lo s c u a tr o e le m e n t o s —t ie r r a ,
fu e g o , agu a y a ir e — y u n r e p a r to a r m ó n ic o e n tr e lo s c o n g lo -
m e r a d o s c o n s titu id o s a p a r t ir d e e llo s . P o r ta n to , e l d e s o r -
d e n p r o c e d e d e u n d e t e r i o r o d e l e q u i l ib r i o e n tr e lo s e l e -
m e n to s . L as causas p r im e r a s d e las e n fe r m e d a d e s s o n c u a tr o
(8 2 a -8 3 b ):
INTRODUCCIÓN 105
1) E l exceso o e l d e fe c to c o n tr a la n a tu ra le za d e esto s e le -
m e n to s, lo q u e p r o d u c e u n a p é r d id a d e l e q u ilib r io , d e b id o a
u n a m o d ific a c ió n d e l estado d el o rg a n ism o .
2 ) E l ca m b io d e sitio , cu a n d o u n o d e lo s e le m e n to s a b a n -
d o n a su lu g a r p r o p io p o r o tr o a je n o , lo q u e im p lic a u n a
m o d ific a c ió n c o n tr a la n a tu ra le za e n la o r d e n a c ió n d e cada
u n o , ya q u e to d o ca m b io qu e afecte a u n ele m e n to co n lleva u n
n u evo ca m b io para e l resto d e elem en to s.
3 ) E l c a m b io d e estad o d e u n o o d e o tr o , ya q u e cada e le -
m e n to p o se e diversas v a ried a d es p o sib le s, lo q u e im p lic a p é r -
d id a d e su id e n tid a d p r o p ia .
4 ) L as tu r b a c io n e s q u e p r o c e d e n d e la a s im ila c ió n o d e la
n o - a s im ila c ió n . Esta causa se r e la c io n a c o n lo s ciclo s fis io p a -
to ló g ic o s o rig in a d o s p o r el m o v im ie n to o rg a n iza d o d e lo s e le -
m e n to s.
L a m o d ific a c ió n e n la o rd e n a c ió n d e la c o n s titu c ió n b io ló -
gica y an ató m ica p rim e ra se p resen ta co m o u n a m o d ific a c ió n o
tra n s fo rm a c ió n física. E n tan to tal, esta m o d ific a c ió n g en e ra
im p ortan tes m o d ifica cio n es de las cualidades de cada co rp ú scu lo
tra n sp o rtad o qu e p u ed e in clu so tran sfo rm arse en su co n tra rio .
E n to n ce s, cu a n d o cada u n o de los elem en to s surge o cam bia de
lu g a r co n tra la natu raleza, lo qu e estaba fr ío se calien ta, lo qu e
era seco se vu elve h ú m e d o , lo q u e era lig e r o , p esad o , y a la
inversa. P o r tan to , a d m iten « to d o tip o d e cam bios e n to d o s los
s e n tid o s » (8 2 b ). L a e n fe r m e d a d se o p o n e a la salud, c o m o el
d eso rd e n al o rd e n natural, ya qu e cu an d o a u n m ism o elem en to
se le a ñ ad e o su p rim e el m ism o e le m e n to e n las m ism as c o n -
d ic io n e s , d e la m ism a m a n e r a y se g ú n la m ism a p r o p o r c ió n ,
p e rm a n e c e rá ín te g ro y sa n o , m ie n tra s qu e si se p r o d u c e a lg ú n
d e so rd e n e n la en tra d a o salida, se g e n e ra rá to d o tip o d e alte-
raciones y, p o r ta n to , en ferm ed ad es y d estruccion es in fin itas.
N o o b sta n te , hay ta m b ié n u n a se g u n d a clase d e causas es-
p ecíficas qu e exp lican las en ferm ed ad es hu m an as qu e d ep e n d e n
ιο6 JOSÉ M*. ZAMORA CALVO
d e las c o m b in a c io n e s se g u n d a s d e lo s e le m e n to s , o r ig e n d e l
o r g a n is m o y d e sus c o n s titu y e n te s —m é d u la , h u e so s, c a r n e y
san gre—.
P la t ó n c la s ific a las e n fe r m e d a d e s q u e d e s tr u y e n e l c u e r p o
h u m a n o en tres clases: i) H a y e n fe rm e d a d e s p r o d u c id a s p o r
u n exceso, p o r u n d e fe c to o p o r u n m al r e p a rto d e lo s c o m -
p o n e n te s e le m e n ta le s, es d e c ir, d e lo s c u a tr o e le m e n to s q u e
c o n s tit u y e n e l c u e r p o h u m a n o ( 8 l e - 8 2 b ) . 2 ) U n a se g u n d a
clase d e e n fe r m e d a d e s p r o v ie n e d e u n a d e s c o m p o s ic ió n d e
lo s te jid o s —la ca rn e y lo s te n d o n e s — q u e , al lic u a r s e , c o n t a -
m in a n la san gre ( 8 2 b - 8 4 d ) . 3) U n te r c e r g r u p o d e e n fe r m e -
d ades afecta a cada u n o d e lo s e le m e n to s d e lo s q u e está c o n s -
titu id o el c u e r p o h u m a n o . P la tó n d is tin g u e c u a tro causas: el
a ire ( 8 4 d - 8 5 a ) , la fle m a ( 8 5 a - b ) , la b ilis ( 8 5 b - 8 a ) y las f i e -
b re s (8 6 a ).
L a sa n gre co n s titu y e e l a g e n te d e tr a n s m is ió n d e lo s a li-
m e n to s a través d e l c u e r p o —f u n c ió n n u tr itiv a —, así c o m o la
en ca rg a d a d e tra sla d a r la in f o r m a c ió n se n s ib le h asta el alm a
—f u n c ió n tra n sm iso ra — (4 2 e ~ 4 3 c ). Esta a so c ia c ió n de la f u n -
c ió n n u tritiva y de la fu n c ió n tran sm iso ra e n la sangre o b ed e ce
a tres características presen tes e n la sangre: i) d ad o q u e consta
de lo s cu a tro e le m e n to s q u e se h a lla n e n las p lan tas, la san gre
p u e d e a lim en ta r cada ó rg a n o co m p u e sto de ellos y tra n s m itir-
les u n a in fo r m a c ió n p r o v e n ie n te d e o tro o b je to d el u n iv e rso ,
co n stitu id o de los m ism os elem en to s; 2) co m o el fu eg o p r e d o -
m in a e n ella, lo q u e explica co m o h em o s visto su c o lo r r o jo , la
san gre p u e d e d e s c o m p o n e r lo s a lim e n to s p a ra h a ce r d e e lla el
a lim e n to d e o tr o te jid o , y, al p o s e e r g ra n m o v ilid a d , p u e d e
tra n s m itir las a fe cc io n e s (παθήματα) q u e co n s titu y e n la c o n d i-
c ió n n e cesa ria d e la se n sa ció n ; y 3) p o r ú ltim o , la san gre c i r -
cu la to d o el tie m p o y e n cad a p a rte d e l c u e r p o , d e m o d o qu e
INTRODUCCIÓN IO 7
a ) T u r b a c io n e s y e n f e r m e d a d e s h is t o l ó g ic a s
1) Las e n fe rm e d a d e s p r o c e d e n te s d e tu r b a c io n e s h is t o ló -
gicas a fe cta n a lo s d o s sistem as y al p r o d u c t o d e su m e zc la , es
d e c ir , al e sq u e le to y a la ca rn e ( 8 2 e - 8 4 c ) . P la tó n d e sc rib e la
a u t o d e s t r u c c ió n d e la ca r n e m e d ia n te la b ilis y la fle m a q u e
p r o d u c e p o r su d is o lu c ió n . A s im is m o , la a p a r ic ió n d e la
e n fe r m e d a d c o r r e s p o n d e al d o m i n i o i n a p r o p ia d o d e u n o
d e lo s h u m o r e s c o n s e cu tiv o s a u n p r im e r tra s to rn o in t e r n o ,
es d e c ir , a u n a r u p tu r a d e l e q u ilib r io . L a se g u n d a p o s i b i l i -
d a d d e l s e g u n d o esta d o r e m ite al s u m e r g im ie n to d e l a m a r -
g o r e n la san gre, in te n sificá n d o s e e n to n c es el c o lo r r o jo . S i se
m e zc la c o n el n e g r o , se v u elv e d e u n c o lo r b ilio s o (8 3 b ; cf.
H ip ó cra te s: V M 14 )·
2) L o s h u m o r e s e n ta n to tales n o s o n causa d e las e n f e r -
m e d a d e s, s in o su m o d a lid a d d e fu n c io n a m ie n t o : a c tú a n , al
c ir c u la r e n u n o r g a n is m o ya d e sa ju s ta d o , d e s o r d e n a d o . L as
tu rb a c ip n e s h isto ló g ica s se p r o d u c e n .p o r e l n o - c u id a d o d e la
sa n gre y p o r u n a m ala h ig ie n e d e v id a (c f. Resp. II, 3 7 2 a s q .) .
L a fa lta d e t ie r r a , lo q u e es u n a cau sa d e la lic u e fa c c ió n ,
c o n s titu y e la c a r a c te r ís tic a c o m ú n d e las e n fe r m e d a d e s . L o
q u e u n e la ca r n e a lo s h u e so s es u n a e s p e c ie d e a d h eren te.· si
la p a r te n u tr itiv a d e la sa n g re n o la a lim e n ta m ás, se e s t r o -
p ea , p o r q u e ya n o q u e d a a seg u ra d a la a d h e r e n c ia e n tre ca rn e
y h u e so s, y n o p e r m ite la c ir c u la c ió n d e l a lim e n to . L a lic u e -
fa c c ió n t r a n s fo r m a e l a d h e r e n te i m p id i é n d o le q u e c o n s t i -
tuya el r e v e s tim ie n to y el v ín c u lo , y se d is u e lv e e n la c a r n e y
lo s t e n d o n e s , t e r m in a n d o p o r d e s p e g a rs e d e la s u p e r f ic ie
d e lo s h u eso s. A co n se cu e n cia de e llo , lo s te n d o n e s , lle n o s de
sal, ya n o u n e n y se s u e lt a n , las c a r n e s se d e s p e g a n y c a e n
e n la sa n gre, p u d r ié n d o s e . D e este m o d o , las e n fe r m e d a d e s
INTRODUCCIÓN 109
e m p e o r a n , al m ism o tie m p o q u e a u m e n ta la c o r r u p c ió n y la
g a n g re n a .
c) E n f e r m e d a d e s q u e a f e c t a n a l s is t e m a r e s p ir a t o r io
L o s tra s to rn o s r e s p ir a to r io s s o n o c a s io n a d o s p o r la fa lta d e
a ire, y p re se n ta n d os m eca n ism o s d iferen cia d o s:
i) E l p u lm ó n 103, « q u e es e l a d m in is tr a d o r d e l a ir e e n el
c u e r p o » ( 8 4 d ) , c u a n d o n o tie n e vías lib r e s y está o b s tr u id o
d ) Las f ie b r e s
P ro c e d e n d e u n exceso (8 6a) :
1) E l exceso d e fu e g o d esen cad en a co n tin u a s in fla m a cio n e s
y fieb res.
2 ) E l exceso d e a ire p r o d u c e fieb res co tid ian as.
3) E l exceso d e agua p ro v o c a fieb res terciarias.
4 ) E l exceso d e tie rra o ca sio n a fieb res cuartanas.
A s im ism o , las dos ú ltim as clases d e fie b re se re la cio n a n c o n
el p a lu d is m o .
112 JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO
e) M e d ic in a
III. E str u c tu r a d e l d iá l o g o
I n t r o d u c c ió n ( l 7 a - 2 7 b )
El d isc u r so de T im eo ( 2 7 c - 9 2 c)
P r e l u d io
P leg aria ( 2 7 c -d )
O b serv a cio n es p re lim in a re s ( 2 7 d - 2 g d )
INTRODUCCIÓN US
P rin c ip io s
S e p a ra ció n o n to ló g ic a (2 7 d -2 8 a )
P rin c ip io de causalidad (28a)
A p lic a c ió n de d ich o s p r in c ip io s
A l m u n d o sensible (2 8 a - 2 9b)
A l c o n o c im ie n to (2 9 b - d )
La ra z ó n ( 2 9 d - 4 7 e)
Prem isas
E l d e m iu rg o ( 2 9 <i-3 0 c)
E l vivien te e n sí ( 3 0 c - d )
C o n se cu e n c ia s
E l u n iv e rso es u n vivien te ( 3 0 c - 3 la )
E l u n iv e rso es ú n ic o ( 3 la -b )
El macrocosmos (3 ib ~ 4 0 d )
E l c u e rp o d el m u n d o (3 1b -3 4 a )
C o n te n id o ( 3 lb - 3 3 k )
Fue fabricad o a p a rtir d e cu atro elem en to s ( 3 lb - 3 2 c )
C o n tie n e la totalidad de los cuatro elem entos (32c~33k)
A sp e cto y m o v im ie n to (3 3 b -3 4 a )
Es u n a esfera, sin ó rg a n o s y sin m ie m b ro s, qu e
gira sobre su eje ( 3 3 b - 3 4 a)
E l alm a d el m u n d o ( 3 4 a - 4 Oc0
R e c a p itu la ció n y tra n s ició n (3 4 a -b )
E l alm a es a n te r io r al c u e rp o ( 3 4 b -c )
La fa b ric a c ió n d el alm a d el m u n d o (3 5 a -b )
L a d iv isió n d el alm a d el m u n d o e n fu n c ió n de intervalos
a rm ó n ico s (3 5 b -3 6 b )
La fa b ric a c ió n d el círcu lo de lo M ism o y de lo O tr o , a su
vez, él m ism o d iv id id o para c o n s titu ir lo s círcu lo s e n lo s
cuales se m u even los plan etas ( 3 6 b -d )
A d a p t a c ió n d e l c u e r p o d e l m u n d o al in t e r io r d e l alm a
d e l m u n d o (3 6 d - e )
ιι6 JO SÉ Μ ·. ZAMORA CALVO
2. L a n e c e s id a d (4 7 e -6 g a )
L a n e cesid ad , la causa erra n te y el m aterial ( 4 7 e - 5 3 b)
L a causa erra n te ( 4 7 e “ 4 8 d )
E l m aterial (4 8 e -4 9 a )
« F u e g o » , « a ir e » , « a g u a » , « t ie r r a » , etc. so n los
n o m b re s de p ro p ie d a d e s ( 4 9 a - 5 ° a)
INTRODUCCIÓN
D e s c r ip c ió n d e l m aterial (5 0 a -c )
E l m a te r ia l n o p o se e n in g u n a c u a lid a d p r o p ia
( 5 0 c - 5 lb )
Las fo rm a s in te lig ib le s d el fu e g o , d el aire, d e l agua
y de la tie rra ( 5 lb - e )
R e c a p itu la c ió n d e esto s tres fa c to re s : la fo r m a , la
co p ia y el m aterial (5 le~ 5 2 c)
D e s c r ip c ió n d el caos ( 5 2 d~ 5 3 k)
L o s cu a tro elem en to s y sus varied ad es (53t> -6lc)
L o s t r iá n g u lo s p r im it iv o s y las s u p e r fic ie s d e b a se
( 5 3 b - 5 4 d>
C o n s t r u c c ió n d e las fig u r a s d e lo s c u a tr o c u e r p o s
co m p o n e n te s elem en tales ( 5 4 c ~55c)
¿ P o d ría h a b er c in c o m u n d o s ? ( 5 5 c - d)
C o r r e s p o n d e n c ia d e lo s s ó lid o s re g u la re s c o n lo s
cu a tro c o m p o n e n te s elem en tales ( 5 5 d - 5 6 c)
T r a n s m u t a c ió n d e lo s c o m p o n e n t e s e le m e n ta le s
(5 6 c-5 7 c)
C a m b io de aspecto ( 5 6 c~ 5 7 c)
C a m b io d e lu g a r ( 5 7 c)
V a ried a d es de cu erp o s
V aried ad es de lo s co m p o n e n te s elem en tales ( 5 7 c - c0
E l m o v im ie n to y el r e p o s o c o n re sp e cto a lo s cu a tro
elem en to s (5 7d ~ 5 8 c):
V a ried a d es de lo s cu erp o s q u e de ello s resu ltan:
fu eg o ( 5 8 c -d )
aire (5 8 d )
a g u a (5 8 d -6 o b )
tie rra (6 o b -6 lc )
Sen sacio n es e im p resio n es ( 6 lc - 6 g a )
E l tacto ( 6 lc - 6 4 a )
E l p la cer y el d o lo r (64-a-65b)
ιι8 JOSÉ Μ ·. ZAMORA CALVO
L o s sabores ( 6 5 b - 6 6 c )
L o s o lo re s (6 6 c - 6 7 a )
L o s s o n id o s ( 6 7 a - c )
L o s co lo re s ( 6 7 c -6 8 d )
C o n c lu s ió n ( 6 8 e - 6 9 a)
3. L a c o o p e r a c ió n d e l a r a z ó n c o n l a n e c e s id a d ( 6 9 a - 8 le )
R e ca p itu la ció n de la a c c ió n d el d em iu rg o ( 6 g a - c )
E l trabajo de sus ayudantes ( 6 g c -d )
Las partes m o rtales d el alm a h u m a n a (6 9 d ~ 7 3 b )
E l s itio d e las p a r te s m o r ta le s d e l a lm a e n e l c u e r p o
(6 g d -7 2 d )
E l alm a m o rta l está situada e n el tó ra x ( 6 g d - 7 o b )
L a p arte irascib le-agresiva está situada e n el co ra z ó n
D e s c r ip c ió n de la estru ctu ra y d e la fu n c ió n
d e l co ra z ó n (70 c)
d e lo s p u lm o n e s ( 7 0 c -d )
L a p a rte d e sea n te-a p etitiva d e l alm a está situ ad a e n
el v ie n tre (70 d ~ 7 Ia )
D e s c r ip c ió n d e la estru ctu ra y fu n c ió n
d e l h íg a d o (7la~ 72 c)
d e l bazo ( 7 2 c - d )
d e lo s in te stin o s ( 7 2 e -7 3 a )
Las otras p artes d e l cu e rp o h u m a n o (73 b ~ 7 6 e)
L a m éd u la , el esp erm a y el ce re b ro (7 3 b - d )
L o s h u eso s, la ca rn e y lo s te n d o n e s ( 7 3 e_ 7 4 a)
L a r e p a rtic ió n d e la ca rn e ( 7 4 a_ 7 5 e)
L a p ie l, el p e lo y las u ñ as ( 7 5 e - 7 6 e)
A n e x o : las p lan tas ( 7 6 e~ 7 7 c)
L o s aparatos fu n c io n a le s d el cu e rp o h u m a n o ( 7 7 c -8 ie )
L a ir r ig a c ió n q u e a p o r ta el a lim e n to a l c u e r p o ( 7 7 c ~
78 b )
INTRODUCCIÓN
A p a ra to re sp ira to rio ( 7 8 b - 7 9 a)
M eca n ism o ( 7 9 a -e)
D ig r e s ió n . O t r o s fe n ó m e n o s e x p lica d o s p o r el
m ism o m eca n ism o ( 7 9 e - 8 o c )
C ó m o la san gre se fo r m a c o n ayuda de la re sp ira c ió n y
es tra n sp o rta d a a través d e las venas ( 8 o d - 8 le )
Las en fe rm e d a d e s ( 8 le - 9 2 c )
Las en ferm e d a d es d e l c u e r p o (8 le - 8 6 a )
Las en ferm e d a d es d ebid as a u n exceso, a u n d efecto
o a u n m al rep a rto d e lo s c o m p o n e n te s elem en tales
( 8 le - 8 2 b )
Las en ferm ed a d es de lo s tejid o s (secundarias) (8 2 b -
84-d)
Las en ferm e d a d es debidas
a la re sp ira c ió n (8 4 d -8 5 a )
a la fle m a (8 5 a -b )
a la b ilis (8 5 b -8 6 a )
a las fieb res (86a)
Las en ferm e d a d es d el alm a (8 6 b ~ 9 2 c)
O r ig e n de las en ferm e d a d es (8 6 b -8 7 b )
L a salu d se h a lla e n el e q u ilib rio (8 7 c -8 9 d )
E l cu id a d o d e l alm a ( 8 9 d - g o d )
L a r e t r ib u c ió n : d ife r e n c ia c ió n d e lo s sexo s y
a p a ric ió n d e lo s an im ales ( g o e - 9 2 c )
C o n c lu s ió n ( 92 c )
IV . D a t a c i ó n
1 0 7 C f . W . L u to siaw sk i! The origin and growth o f Plato’s logic, with an account o f Plato’s style and
chronology o f his writings [1897J * H ild e s h e im , G e o r g O lm s V e rla g , 1 9 8 3 . P a rtid a rio s de
esta d a ta c ió n , c o in c id e n te c o n el o r d e n de le c tu ra d e lo s d iá lo g o s d esd e la A n -
tig ü e d a d , fu e r o n C . R itte r: « T im a io s » , Philologus 6 2 , 1 9 0 3 , p . 4 1 0 - 4 1 8 ; U . W ila -
m o w itz - M ö lle n d o r f: Platon. Sein Lehen und seine Werke, B e r lin , W e id m a n n , 19 2 9 ; W .D .
R oss: Teoría de las Ideas de Platon [ l 9 5 *]> trad . d e J .L . D ie z A ria s , M a d rid , C á te d ra ,
1 9 9 7 4, p · I 4 5 - I ^ 5 î F .M . C o r n fo r d : Plato’s Cosmology, p . 1 -8 ; y W .K .C . G u th rie :
Historia de la Filosofía Griega, vol. V. Platón. Segunda épocay la Academia [1 9 7 8 ], trad , d e A .
M e d in a , M a d rid , G re d o s , 1 9 9 2 , p . 2 5 8 - 2 5 9 .
1 0 8 E u d o x o d e C n i d o (ca. 3 9 V 9 ^ " 3 3 9 /,8 a . C .) se in s ta la e n A te n a s c o n e l m é d ic o
T e o m e d o n t e , a tra íd o p o r la fa m a d e lo s s o c rá tic o s ( D .L . V I I I 8 6 ) , c o n t a n d o
a lr e d e d o r d e 2 3 a ñ o s , e n to r n o a 3 6 8 / 7 · S ig u ie n d o e l te s t im o n io d e S o c ió n ,
p o d e m o s s u p o n e r q u e fu e e n to n c e s c u a n d o e n c u e n t r a a P la tó n ( c f . F. W e h rli:
Sotion. Die Schule des Aristoteles, S u p p le m e n t b a n d II, B a s ile a - S tu t tg a r t, S c h w a b e ,
1 9 7 8 . p . 4 8 - 4 9 ; y F. L a s s e rre ( e d .) : Die Fragmente desEudoxos von Knidos, h e r a u s g e -
g e b e n , ü b e rs e tz t u n d k o m e n tie r t v o n F .L ., B e r lin , W . d e G r u y t e r , 1 9 6 6 , p .
1 3 8 , q u ie n m in im iz a la in f lu e n c ia d e E u d o x o s o b re P la tó n y sitú a e l v ia je e n
3 6 6 ) . E sta p r im e r a e s ta n c ia e n A te n a s d e E u d o x o d u r a so la d o s m eses ( D .L .
V I I I 8 7 ) , d e sd e d o n d e re g re sa a C n i d o , y p a rte a E g ip t o , e n c o m p a ñ ía d e l
INTRODUCCIÓN 121
d if ic u lt a d e s tr ib a e n el e s ta b le c im ie n to d e u n a c r o n o lo g ía
e s p e c ífic a d e este g r u p o : p a ra L e d g e , el Timeo se e m p la z a al
fin a l, p r e c e d ie n d o a las Leyes, a d ife r e n c ia d e B r a n d w o o d y
T h e s le f f q u e , e n b a se a d ife r e n te s a r g u m e n to s , lo u b ic a n al
c o m ie n z o , antes q u e el Político y el Sofista.
P o r n u e s tra p a rte , c o n s id e r a m o s e l Timeo u n a o b ra ta rd ía ,
a p oyá n d on o s e n crite rio s estilo m étrico s y d e crítica y a rg u m e n -
ta c ió n filo s ó fic a . L a in tr o d u c c ió n d el te rce r g é n e r o “ 3 esp a c io -
te m p o ra l, la χώρα, so lu cio n a las ap orías d irigid a s c o n tra la te o -
ría d e las fo rm a s in telig ib les e n el Timeo. D e a h í q u e este d iá lo g o
sea u n a o b ra d e vejez —y n o de ju v e n tu d o m ad u rez, co m o p r o -
p o n e n lo s se g u id o re s d e O w e n —, n e ce sa ria m e n te p o s te r io r al
Parménides.
V. I n f l u e n c i a s e n l a A n t i g ü e d a d y e l M e d i e v o
E n tre lo s p la tó n ic o s m e d io s, el m é d ic o g rie g o G a le n o a b o rd a
c o n r ig o r este d iá lo g o e n De placitis Hippocratis et Platonis116y Quod
animi mores"7. E n la c o n s t r u c c ió n d e u n c o r p u s d o c t r in a l,
e s p e c ia lm e n te e n lo r e fe r e n te a la t e o r ía d e lo s e le m e n to s o
d e l a lm a , e l m é d ic o p la t ó n ic o in te r p r e ta e l Timeo c o n m a y o r
lib e r ta d q u e sus a n te c e s o r e s , d e b id o a su le c tu r a d ir e c ta d e l
texto p la tó n ic o y a su a le ja m ie n to d e in te r p r e ta c io n e s e n m a r -
cadas e n u n c o n te x to e sco la r. E l De animae procreatione in Timaeo118
d e P lu ta r c o in te g ra r ía , j u n t o a o tr o tra ta d o p e r d id o , u n tr a -
b a jo ex eg ético d e l d iá lo g o p la tó n ic o . P o r su p a rte, P ío tin o n o
e la b o r a u n « c o m e n t a r i o » , e n s e n t id o e s tr ic t o , d e l Timeo,
p e r o e n lo s tra ta d o s d e las Enéadas in c lu y e u n a h e r m e n é u t ic a
c o n sta n te d e este d iá lo g o . E l fu n d a d o r d e l n e o p la to n is m o n o
i d e n t ific a a l d e m iu r g o c o n e l a lm a d e l m u n d o , s in o c o n e l
« v iv ie n te in t e lig ib le » (ζφον νοητόν). D e este m o d o , se ap arta
d e la i n t e n c i ó n c o s m o ló g ic a q u e e n P la t o n d o m in a b a la
i n t r o d u c c ió n d e l v iv ie n te in t e lig ib le y d e la e t e r n id a d , p a ra
c o n c e n t r a r sus a n á lis is e n u n a a r q u it e c t u r a h e n o l ó g i c o -
p r o c e s i o n a l “ 9. J á m b lic o c o m p u s o u n a m o n o g r a f ía d e este
1 2 3 La v in c u la c ió n c o n el p la to n ism o m e d io p ro c e d e fu n d a m e n ta lm e n te d e la te o ría
d e lo s p r in c ip io s q u e C a lc id io extrae d e su le c tu ra d e l Timeo : D io s (deus), m ate ria
(silva) γ m o d e lo o fo r m a (exemplum). P o r lo q u e c o n c ie r n e a la v in c u la c ió n c o n el
n e o p la to n is m o lo s in té r p re te s p a rte n d e u n a p o s ib le in flu e n c ia d e P o r f ir io , c o n -
cre ta m e n te e n lo r e fe re n te a la tr a n s m ig ra c ió n d e l alm a h u m a y su r e e n c a rn a c ió n .
1 2 4 S o b r e la im p o r t a n c ia d e l Timeo e n E u s e b io de G esare a, véase E . d es P laces: Eusébe
de Cesarée commentateur. Platonisme et Ecriture sainte, P a rís, B e a u ch e sn e , 1 9 8 2 , p . 2 5 ·
I2b JOSÉ M*. ZAMORA CALVO
V I. T r a d i c i ó n m a n u s c r i t a
12 7 C f . M . Schanz,·. Über den Platocodex der Markusbibliothek m Venedig: Append. Class.£ JVr.l den
Archetypus der/freiten Handschrißenfamile mit einer vollständigen Collation seiner Scholien, L e ip zig ,
[ s .n .] , 1877» P» 6 ° y 8 9 sq.
1 2 8 C f . J . B u r n e t: Platonis Opera, t. I V , O x fo r d , C la r e n d o n Press, 1 9 0 2 , p . i v y x i i .
1 2 9 C f . A . R ivau d : Platon. Œuvres complètes, t. X , P a ris, L es B e lle s L ettre s, 1 9 2 5 ’ p · 121 .
1 3 0 C f . J . B u r n e t: ed. cit., p . v ii.
131 C f . H . A llin e : Histoire du texte de Platon, P a ris, C h a m p io n , 1915« p* 2 3 9 *"2 4 3 y 3 ^ 3 *
JO SÉ Μ ·. ZAMORA CALVO
p a ra la e d ic ió n d e H e n r i E s tie n n e . A u n q u e p re se n te o m is io -
nes, a lteracio n es y glosas m argin ales añadid as al texto, dadas las
m ú ltip le s re v is io n e s a las q u e se h a v isto s o m e tid o , e n e l
m a n u s c r ito l 8 l 2 h a lla m o s lo s v e stig io s d e u n a a n tig u a t r a d i-
ció n , d ife re n te a las p rio rita ria s d e A y d e Y .
Ig u a lm e n te , h e m o s te n id o e n c u e n ta las r e fe r e n c ia s q u e
ap arece n e n lo s co m e n ta rio s d e P ro c lo y d e C a lc id io , así co m o
e n las citas d e l Timeo, in clu id a s e n las o b ras d e C ic e r ó n , E u se -
b io , G a le n o , F iló p o n o , P lu ta rco , Sexto E m p íric o y E sto b eo ; y
h em o s p restado a te n c ió n a las e d icio n e s, ín d ice s y co m en ta rio s
m o d e rn o s d e B ekker, C o r n fo r d , H e rm a n n , Sachs, S c h n e id e r,
S tallbau m y T aylo r.