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DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO DE SANTA CATARINA

CIRCUNSCRIÇÃO REGIONAL DE TRÂNSITO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ


PSDD: 230655/2023

DIOGO SOARES DE MELO, brasileiro, casado, carpinteiro, carteira de identidade nº


3397861/AL SEDC e inscrito no CPF nº 091.030.844-69, portador da CNH registrada sob nº
05560712477 , residente e domiciliado Rua: 406 A PROX AO PATIO DA PRAIANA, N° 1748, CASA,
MORRETES, ITAPEMA/SC, CEP: 88.220-000 , vem respeitosamente perante V.Sa. apresentar:

RECURSO JARI - contra a penalidade de suspensão do direito de dirigir em epígrafe

Com fulcro na Resolução 723, do CONTRAN, pelas razões em seguida expostas:

1. DOS FATOS

O Recorrente foi notificado sobre a decisão da CIRETRAN pertinente ao processo administrativo


de SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR, por ter supostamente cometido multas no período de 12
meses, que ocasionaram o somatório de 45 pontos.

Entretanto, esses autos de infração não podem prosperar, as AUTUAÇOES lavradas de forma
inconsistente, sem observar a obrigatoriedade e os procedimentos contidos no Código de
Trânsito Brasileiro, o que macula a instauração do processo administrativo em debate.

Ainda em análise pertinente a Resolução 723/2018/CONTRAN, conforme o artigo 5º:

A qualquer tempo, havendo anulação judicial ou administrativa dos autos de infração, o órgão
autuador deverá efetuar nova comunicação aos órgãos de registro da habilitação, para que sejam
adotadas providências quanto a processos administrativos de suspensão ou cassação do direito
de dirigir eventualmente instaurados com base nas autuações anuladas. § 6º Configurada a
hipótese do §5º, o órgão de registro da habilitação anulará, de ofício, a penalidade
eventualmente aplicada, cancelando registro no RENACH, ainda que já tenha havido o
encerramento da instância administrativa. (chrome-
extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-
contran/resolucoes/resolucao7232018.pdf)

Assim, em que pese o órgão de trânsito ter fé pública, este DETRAN tem a obrigação de analisar
as razões apresentadas e as provas acostadas, declarando a nulidade da(s) autuação (ões) para
efeitos de compor esse processo administrativo de suspensão do direito de dirigir.

Isso é o que determina a letra do Código de Trânsito Brasileiro e isso é o que se espera desse
DETRAN, pois não é possível exigir o cumprimento da Lei pelos condutores e descumpri-la, se e
quando conveniente.

Preliminarmente

Da Possibilidade de Debater, analisar e julgar as Autuações que compõem este PSDD


Em que pese o fato de a autuação ter sido lavrada por outro órgão de trânsito que não o órgão
executivo de trânsito do Estado, existe a obrigação deste órgão em analisar as autuações que
compõem o processo de suspensão do direito de dirigir.

Isso porque não se trata de cancelar a penalidade de multa aplicada pela outra autoridade de
trânsito e sim de analisar a regularidade do ato administrativo e não admitir que uma autuação
inconsistente ou irregular seja utilizada para compor o processo de suspensão ou cassação.

O Código de Trânsito Brasileiro em nenhum momento desvincula a AUTUAÇÃO do processo de


suspensão ou cassação, pelo contrário, atribui ao órgão competente (pela imposição da
respectiva penalidade) a responsabilidade pelo julgamento de sua consistência:

Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida neste


Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e
aplicará a penalidade cabível.

Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado


insubsistente:

I - se considerado inconsistente ou irregular;

II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da autuação.

Parece evidente que o artigo 281 deve ser analisado em conjunto com o artigo 256, que prevê
todas as penalidades que podem ser aplicadas:

Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabelecidas neste


Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as
seguintes penalidades:

I - advertência por escrito;

II - multa;

III - suspensão do direito de dirigir;

IV - (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016)

V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;

VI - cassação da Permissão para Dirigir;

VII - frequência obrigatória em curso de reciclagem.

Assim, a competência para julgar a consistência do auto de infração antes de aplicar a penalidade
de MULTA é da autoridade de trânsito que lavrou a autuação.

Código de Trânsito Brasileiro

Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão ou entidade de trânsito
com circunscrição sobre a via onde haja ocorrido a infração, de acordo com a
competência estabelecida neste Código.
Já a competência para julgar a consistência do auto de infração antes de aplicar a penalidade de
SUSPENSÃO ou CASSAÇÃO, é da autoridade de trânsito do órgão de registro da habilitação.

Art. 5º As penalidades de que trata esta Resolução serão aplicadas pela autoridade de
trânsito do órgão de registro do documento de habilitação, em processo
administrativo, assegurados a ampla defesa, o contraditório e o devido processo
legal.

Não há fundamentos na alegação de que a regularidade da autuação deve ser analisada apenas
pela autoridade de trânsito que aplicou a penalidade de multa, já que a AUTUAÇÃO (constatação,
auto de infração e notificação) são a base de aplicação de qualquer penalidade de trânsito.

Em que momento, afinal, o Código de Trânsito Brasileiro atribui ao processo de MULTA a natureza
de “processo de conhecimento” e ao processo de suspensão ou cassação a natureza de “fase de
execução da penalidade”?

Não atribui. Isso é uma análise equivocada e que sujeita à violação do direito de ampla defesa e
contraditório do condutor.

Concluindo, ainda que se alegue que o DETRAN não tem competência para anular a penalidade
de multa aplicada por outros órgãos do sistema nacional de trânsito, é inquestionável que tem a
competência para anular as penalidades de suspensão e cassação decorrentes de autuação
inconsistente ou irregular, já que um ato administrativo viciado gera outros atos administrativos
que bebem da mesma vicissitude.

A multa de trânsito, portanto, continuará intacta, porque o DETRAN não pode cancelar
penalidades lavradas por outro órgão de trânsito. Mas autuação pode E DEVE ser desconsiderada
para compor o processo de suspensão ou cassação, assim que constatada sua irregularidade ou
inconsistência.

Se for para manter a penalidade de suspensão ou cassação mesmo sabendo que a autuação está
irregular, só porque foi lavrada por outro órgão de trânsito, não há necessidade de instaurar o
processo administrativo e oferecer prazo para o condutor se defender, pois a decisão final já foi
exarada, independentemente das razões apresentadas.

2. DO DIREITO
Sobre os autos de infração relacionado a excesso de velocidade:

A Resolução 396/11 - CONTRAN, prevê em seu artigo 3º que o medidor de velocidade


deverá ser aferido com periodicidade máxima de 12 meses, conforme redação abaixo:

“Art. 3° O medidor de velocidade de veículos deve observar os seguintes requisitos:

I - ter seu modelo aprovado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e


Tecnologia - INMETRO, atendendo à legislação metrológica em vigor e aos requisitos
estabelecidos nesta Resolução;

II - ser aprovado na verificação metrológica pelo INMETRO ou entidade por ele delegada;

III - ser verificado pelo INMETRO ou entidade por ele delegada, obrigatoriamente com
periodicidade máxima de 12 (doze) meses e, eventualmente, conforme determina a legislação
metrológica em vigência,
IV - Controle volumétrico de tráfego.”

Segundo o MANUAL BRASILEIRO DE FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO – MBFT

As normas e procedimentos são:

1. Art. 61 do CTB: A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de
sinalização, obedecido a suas características técnicas e as condições de trânsito.

2. O equipamento medidor de velocidade deverá atender os requisitos dos normativos


vigentes.

3. CONTROLADOR - medidor de velocidade destinado a fiscalizar o limite máximo de


velocidade da via ou de seu ponto específico, sinalizado por meio de placa R-19.

4. REDUTOR - medidor de velocidade, obrigatoriamente dotado de display, destinado a


fiscalizar a redução pontual de velocidade estabelecida em relação à velocidade diretriz
da via, por meio de sinalização com placa R-19, em trechos críticos e de vulnerabilidade
dos usuários da via.

5. PORTÁTIL - medidor de velocidade com registro de imagem, podendo ser instalado


em viatura caracterizada estacionada, em tripé, suporte fixo ou manual, usado
ostensivamente como controlador em via ou em seu ponto específico, que apresente
limite de velocidade igual ou superior a 60 km/h, sinalizado ou não por placa R-19.

6. Os medidores de velocidade do tipo portátil somente devem ser utilizados por


autoridade de trânsito ou seu agente, no exercício regular de suas funções,
devidamente uniformizados, em ações de fiscalização, não podendo haver obstrução da
visibilidade, do equipamento e de seu operador, por placas, árvores, postes, passarelas,
pontes, viadutos, marquises, ou qualquer outra forma que impeça a sua ostensividade.

A Resolução do Contran nº 798/2020 dispõe sobre requisitos técnicos mínimos para a


fiscalização da velocidade de veículos automotores, elétricos, reboques e semirreboques.
INTERVALOS DE DISTÂNCIA DA SINALIZAÇÃO PARA FISCALIZAÇÃO DE VELOCIDADE (Res. nº
798/2020 – ANEXO IV)

O artigo 280 § 2º do CTB determina que a infração deve ser comprovada por meio de aparelho
eletrônico previamente regulamentado pelo Contran, sendo que o aparelho em questão estava
em desacordo com a regulamentação. Isso porque a Resolução nº 146/03 do Contran
estabelece o prazo de 12 meses para verificação do equipamento, conforme precedente deste
TJDFT, período que não foi atendido na verificação do aparelho em questão.

Ainda de acordo com o item 6.4.1.1 do Regulamento Técnico Metrológico aprovado pela Portaria
Inmetro nº 158 de 2022, os medidores de velocidade devem ser verificados obrigatoriamente a
cada doze meses. A execução destas verificações é de responsabilidade do órgão metrológico do
Estado no qual o instrumento está instalado.

Conforme observado no auto de infração a baixo o mesmo está em desacordo.

Sendo assim, diante das considerações, REQUER seja considerado nulo o processo administrativo
de suspensão de CNH em epígrafe, com o seu subsequente arquivamento.

3. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) Sejam analisados os autos de infração que compõem o processo, especialmente, nas


normas de direito violadas, apontadas pelo Recorrente;

b) Sejam rejeitados os autos de infração que gerou o processo administrativo de suspensão


do direito de dirigir em debate;

c) Caso esse DETRAN se recuse as analisar a autuações, seja proferida decisão devidamente
fundamentada e motivada pela autoridade de trânsito, consoante determina o artigo
265, do Código de Trânsito Brasileiro;
d) No caso de indeferimento do pedido, seja enviada a cópia do processo administrativo,
com os respectivos julgamentos, no endereço do Recorrente, disposto em sua
qualificação;

e) Solicitamos o laudo de aferição dos radares em questão, tendo em vista que muitas vezes
o radar está aferido para determinada velocidade e as placas indicadoras de limite estão
com valores estão limitando para valores maiores. Inclusive, isso já foi assunto para matéria
dos telejornais em rede nacional;

Termos nos quais,


Pede deferimento.

Itapema, dezembro de 2023.

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DIOGO SOARES DE MELO

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