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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO

Projeto de Pesquisa do programa de pós-graduação


Linha de pesquisa literatura e religião no mundo bíblico

Marcelo da Silva Carneiro

São Bernardo do Campo, 30 de março de 2020


2

Linha de pesquisa literatura e religião no mundo bíblico: ênfase no


Segundo Testamento e na literatura extracanônica

Identificação: Marcelo da Silva Carneiro


E-mail: pastor.carneiro@gmail.com

Resumo
As diferentes abordagens recentes para o estudo do Cristianismo Primitivo
permitem ao pesquisador ou pesquisadora aprofundar com bastante segurança os textos
antigos que moldaram a fé cristã. Diante disso, este projeto de pesquisa tem como foco o
estudo das tradições de Jesus e dos apóstolos, que são resultado de um complexo processo
anterior, vinculado à tradição judaica e em diálogo com o helenismo. Tais tradições cristãs
iniciais tiveram um papel primordial de auxiliar as comunidades em seu projeto de
resistência aos conflitos gerados com os grupos antagônicos, tanto judeus quanto
gentílicos. A partir das tradições foram elaborados os discursos de fé, construindo o
memorial cristão, que terminou por gerar o Segundo Testamento ou Novo Testamento,
após longo processo de definição dos textos a serem admitidos como canônicos. Para
empreender essa tarefa de pesquisa, serão utilizados referenciais teóricos de diversas áreas,
com estudos sociohistóricos, juntamente com diferentes métodos exegéticos para análise
dos textos, tanto os histórico-críticos quanto as abordagens mais recentes, ligadas à análise
literária e semiótica dos textos. Assim, espera-se compreender melhor os textos,
desconstruindo neles leituras muitas vezes hegemônicas, para se aproximar de uma
perspectiva que não apenas permita compreender melhor o pensamento dos cristãos
primitivos, como oferecer respostas mais adequadas para nosso tempo, na perspectiva
ética.

Introdução teórica
Este projeto de pesquisa tem como linha de pesquisa maior a literatura e religião do
mundo bíblico, da área de concentração Linguagens da Religião. Numa delimitação mais
específica desejamos propor a pesquisa sobre a tradição de Jesus e dos apóstolos, a partir
das quais foram produzidos discursos de fé e estratégias de resistência frente ao mundo
judaico-romano. Teremos como principal recorte epistemológico para essa pesquisa a
3

análise exegética de diferentes materiais literários, com suas diversas ferramentas de


análise textual, tendo como principais chaves hermenêuticas:
• o conceito de tradição no mundo judaico e helênico, a partir dos estudos
sobre judaísmo e helenismo mais recentes;
• as recentes pesquisas sobre o Jesus Histórico e o Cristianismo Primitivo,
naquilo que possam auxiliar na compreensão das vertentes cristãs iniciais;
• os estudos sociohistóricos que demonstram as condições de vida das
comunidades seguidoras de Jesus e dos apóstolos, inclusive com o recorte
pós-colonial ou decolonial na leitura dos textos.

Tradição no mundo judaico e helênico e o influxo para a pesquisa do Cristianismo


Primitivo
A tradição cristã não é uma produção original ou desenvolvida de forma
independente de outras estruturas ou elaborações culturais; antes, pode ser considerada
uma elaboração ocorrida a partir de determinados eventos, relidos à luz de outras tradições
conhecidas e aprendidas pelos seguidores de Jesus. Parte-se, em geral, do conceito de
tradição oral, que é reputado como a fonte básica e majoritária para a posterior elaboração
de material escrito, sejam fragmentos ou livros inteiros. Muitas pesquisas buscam
reconstruir esse caminho, como a que realizei no doutorado1, no rastro de pesquisadores
como John Dominic Crossan2, Alan Kirk e Tom Thatcher3, Samuel Byrskog4, Richard
Horsley5, Richard Bauckham6, dentre outros.
De acordo com essa tendência de pesquisa, a tradição de uma cultura é resultado da
memória coletiva em torno dela. Como no caso do judaísmo, fundamentado em dois
pilares: ritual e recital, pelos quais a memória da tradição israelita flui.7 Do mesmo modo,

1
CARNEIRO, Marcelo da Silva. “O Filho do Homem é Senhor do Sábado”. Memória e identidade nos
Evangelhos Sinóticos. Tese de Doutorado. São Bernardo do Campo: UMESP, 2014. Publicado em 2016 pela
Fonte Editorial, com o título Evangelhos Sinóticos. Origens, memória e identidade.
2
CROSSAN, John Dominic. O nascimento do Cristianismo. O que aconteceu nos anos que se seguiram à
execução de Jesus. São Paulo: Paulinas, 2004.
3
KIRK, Alan, THATCHER, Tom. Memory, Tradition, and Tex. Uses of the Past in Early Christianity. Semeia
Studies 52. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2005.
4
BYRSKOG, Samuel. Story as History – History as Story. The Gospel Tradition in the Context of Ancient
Oral History. Boston: Brill Academic Publishers, Inc., 2002.
5
HORSLEY. Richard. Oral Performance, Popular Tradition, and Hidden Transcript in Q. Leiden, Boston:
Brill, 2006.
6
BAUCKHAM, Richard. Jesus e as testemunhas oculares. Os Evangelhos como testemunhos de
testemunhas oculares. São Paulo: Paulus, 2011.
7
YERUSHALMI, Yosef Hayim. Zakhor: Jewish History and Jewish Memory. Seattle: University of
Washington Press, 1982, apud KIRK, op. cit., p. 9.
4

podemos afirmar que a tradição cristã se formou em tornou de pilares semelhantes: o ritual
– ceia e batismo – e recital – as narrativas em torno de Jesus e dos apóstolos. Sobre isso
Lair Amaro afirma:
Com efeito, houve um espaço de tempo, aqui considerado como a
transição do Jesus histórico ao cristianismo mais primitivo, em que as
memórias dos feitos e ditos do milagreiro de Nazaré, mais ou menos
afetadas por fatores emocionais, foram recordadas, criadas,
desenvolvidas, alteradas, melhoradas, expandidas, abreviadas,
contestadas e também esquecidas.8

No caso dessa tradição, ela foi construída não em termos de uma reprodução fiel
dos fatos, mas uma releitura destes mediada por outras tradições que essas comunidades
conheciam e, em alguns casos, dominavam. Em primeiro lugar, sem dúvida, a rica tradição
originada da Bíblia Hebraica, tanto a profética, que tinha como base a crítica política,
social e religiosa, quanto a escribal, seja em sua dimensão legal ou sapiencial. Essas
tradições, mimetizadas e reordenadas no pensamento apocalíptico, estão na base do
judaísmo do Segundo Templo, com suas diversas tendências e interpretações da Torá.9
Delas se destacam a tradição apocalíptica e da observância legal, fruto das interpretações
das tradições anteriores.
Desde Ernest Käsemann paira na academia a ideia de que “a apocalíptica foi a mãe
toda a teologia cristã”,10 o que hoje é considerado exagero, porém, ajudou a pesquisa a
encarar o viés apocalíptico do Segundo Testamento com maior seriedade. Isso significou
não apenas observar aspectos e imagens apocalípticas presentes nos textos,11 como
desenvolver um olhar mais amplo para a literatura apocalíptica judaica e a forma como ela
elaborou uma nova tradição.12 Quase nada se sabe a respeito das pessoas ou grupos por trás
da maioria dos textos apocalípticos. Mas é inquestionável o modo como esses materiais,
em especial os escritos associados a Enoque, estão presentes no imaginário dos autores
cristãos primitivos. Paulo, os evangelistas, os autores das epístolas de 2 Pedro e Judas e,

8
FARIA, Lair Amaro dos Santos. “Quem vou ouve, ouve a mim: Tradições orais na transição do Jesus
Histórico ao Cristianismo mais primitivo.” In: Revista do Jesus Histórico, vol. IV, n.6, 2011, p. 82. Destaques
do autor.
9
CARNEIRO, Marcelo. Os Evangelhos Sinóticos. Origens, memória e identidade. São Paulo: Fonte
Editorial, 2016.
10
KÄSEMANN, Ernest. “The Beginnings of Christian Theology”, in: Journal for Theology and the Church,
n. 6, 1969, p. 40. Tradução nossa.
11
Como nas pesquisas feitas no próprio programa de Luigi Schiavo (2003), Elisa Rodrigues (2007), Jonas
Machado (2007), Leandro Formicki (2019), dentre outros, fora os que pesquisaram o livro do Apocalipse,
como Valtair Miranda (2010) e Kenner Terra (2015). Na bibliografia estão citados os resultados de suas
pesquisas.
12
Aqui se destacam pesquisas sobre os apócrifos, como o Livro de Enoque (COLLINS, J. J. 2010;
NICKELSBURG, George W., 2011) e os escritos de Qumran (CARBULLANCA, Cesar, 2005).
5

evidentemente, o João do Apocalipse pensavam o mundo sob a perspectiva apocalíptica,


com evidências muito claras nos textos.13 Foi quase natural que a tradição cristã
subsequente elaborasse novos materiais a partir desses, redimensionando a apocalíptica
numa perspectiva cristã.14
Outra tradição que não pode ser ignorada é da tradução da Bíblia Hebraica para o
grego koiné, registrada no conjunto de textos que ficou conhecido como Septuaginta
(LXX), de acordo com a carta de Aristeias, que descreveu os tradutores como homens
profundamente conhecedores da literatura judaica, bem como na cultura grega.15 Os judeus
da diáspora, bem como, ao que se pode depreender de diversos textos do NT, os cristãos
primitivos, assumiram essa versão como fonte de acesso à Lei de Moisés e aos Profetas,
além de diversos textos que não constam na versão hebraica do Primeiro Testamento. Essa
leitura judaica e cristã a partir da LXX moldou a interpretação de diversos textos, gerando
novas percepções e, consequentemente, desenvolvendo tradições. Um exemplo bem
conhecido e paradigmático é o de Is 7.14, onde o hebraico almah, “mulher jovem”, é
traduzido por parthénos, “pessoa virgem”. O escriba do Evangelho de Mateus associou
esse trecho na versão grega, para fundamentar o nascimento virginal de Jesus, em 1,23.
A partir dessas tradições anteriores ou contemporâneas ao surgimento das
comunidades cristãs, percebe-se uma dinâmica entre os seguidores de Jesus, com destaque
para os apóstolos, que gerou a tradição apostólica. Paralelamente, a difusão dos ensinos e
das ações de Jesus deu origem à tradição diretamente ligada a ele. Ambas estão presentes
no NT e nas ideias cristãs desde então. A tradição apostólica tem como base principal a
ressurreição (cf. 1Co 15,1-7) e a definição de certas práticas e critérios para as
comunidades (cf. os indícios em At 15). Já a tradição de Jesus se percebe, em especial, nos
evangelhos sinóticos, que parecem ter registrado diferentes tradições de ditos e narrativas
em torno de Jesus. A grande discussão em torno dessa tradição está na sua elaboração e
continuidade: teria sido um movimento próprio de cada comunidade? Havia algum
processo de definição do que seria ou não apropriado? Há pesquisadores que pensam em
uma tradição controlada,16 enquanto outros pensam em processos mais diretos, como a

13
Cf. 1Co 11.10; 2Co 12.2-4; Mc 5.1-14; Mt 27.51-53; Mc 13.3-27 e par.; 2Pd 2; Jd 8-16.
14
Como, por exemplo, os apocalipses de Paulo, Pedro e Tomé.
15
Cf. Letter of Aristeas, v.121-122, in: CHARLES, H. D. (Ed.). The Apocrypha and Pseudepigrapha of the
Old Testament. Volume II. Pseudepigrapha. Oxford: Clarendon Press, 1913, p. 106.
16
Cf. GERHARDSSON, Birger. Memory and Manuscript: Oral Tradition and Written Transmission in
Rabbinic Judaism and Early Christianity. Lund: Gleerup, 1961.; BAILEY, Kenneth E. “Informal Controlled
Oral Tradition and the Synoptic Gospels”, in: Themelios, N. 20, vol. 3, 1995, pp. 4-11; DUNN, James G. G.
Jesus Remembered. Grand Rapids, Michigan: William B. Eerdmans Pub. Co., 2003.
6

participação de testemunhas oculares na difusão das narrativas, tanto nos sinóticos quanto
em João.17
Porém, toda essa concepção só pode ser compreendida à luz de tendências recentes
da pesquisa que analisaram o judaísmo em interação com o helenismo e não descolado ou
isolado dele. Essa perspectiva se deve à pesquisa de Martin Hengel, que estudou como as
fronteiras entre judeus e gentios eram, na Antiguidade, mais fluídas do que se imaginava.18
Por outro lado, pesquisas como a de Jacob Neusner expuseram o judaísmo do século 1 EC
como uma religião multifacetária, a ponto de poder ser chamado de judaísmos.19 Esses
aportes teóricos são fundamentais para a boa compreensão do mundo no qual o
Cristianismo Primitivo se desenvolveu e elaborou seus escritos.

A pesquisa recente sobre o Jesus Histórico e os desdobramentos para a pesquisa sobre


o Cristianismo Primitivo
Desde que a pesquisa crítica iniciou a busca pelo Jesus Histórico, tendo como pano
de fundo o racionalismo e o positivismo otimista no desenvolvimento da humanidade dos
séculos 18 e 19, houve diversas mudanças na forma de estudar o assunto. Ao lado desta
pesquisa, surgiram tendências mais amplas, que passaram a pesquisar o Cristianismo
Primitivo como movimento em seu processo histórico.
A pesquisa do Jesus Histórico tem sido, em sua caminhada, movida por idas e
vindas, e por diferentes retratos de Jesus. Paulo Bittencourt exemplifica bem essa
diversidade de abordagens:
Dentre a miríade de respostas possíveis ao problema do Jesus histórico,
somos confrontados com os resultados mais díspares. Citarei só alguns
exemplos. Reza Aslan concebeu o judeu da Galileia como um
revolucionário, hipótese que o escândalo da morte na cruz pelos romanos
não poderia negar. Já para o renomado historiador judeu Geza Vermes,
seu perfil definidor o aproximaria de um curandeiro carismático e
andarilho, a modo de seu quase contemporâneo Hanina ben Dosa. John
Dominic Crossan, por sua vez, abraçou a hipótese, tão provocativa quanto
contestável, de um Jesus imerso na zona de entreposto cultural da
Galileia, que o alçaria, por influências helenísticas, à condição de um
“cínico” oriental.20

17
Cf. BAUCKHAM, Richard. Jesus e as testemunhas oculares. Os evangelhos como testemunhos de
testemunhas oculares. São Paulo: Paulus, 2011.
18
HENGEL, Martin. Judaism and Helenism. Studies in their Encounter in Palestine during the Early
Hellenistic Period. Philadelphia: Fortress Press, 1974.
19
NEUSNER, Jacob. Formative Judaism: Religious, Historical and Literary Studies. Third Series. Torah,
Pharisees and Rabbis. Chico, California: Scholars Press, 1983
20
BITTENCOURT, José J. S. “‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ (Lc 9,20). Reflexões teórico-metodológicas
para o estudo do Jesus Histórico”, in: Revista Jesus Histórico. Vol. XI, n. 20, 2018, p. 122-144.
7

Neste mesmo artigo Bittencourt lembra James Charlesworth, que analisa as


limitações que o historiador enfrenta ao investigar o Jesus Histórico: “o historiador, na
melhor das hipóteses, pode proporcionar-nos não uma certeza, mas uma probabilidade
relativa.”21 Ou seja, a pesquisa do Jesus Histórico deve ser vista como um campo teórico
de probabilidades.
Entretanto, há diversos ganhos advindos dessa pesquisa, pelo fato dela ter
proporcionado certos métodos e perspectivas inovadores. Um deles, sem dúvida, advém do
fato de que as últimas décadas viram surgir muitos materiais arqueológicos, sejam
manuscritos contendo textos completos ou fragmentos, sejam evidências materiais, tanto
para o aprofundamento das pesquisas do Primeiro Testamento, quanto do Segundo
Testamento. Ou, numa linguagem mais histórica, tanto para a pesquisa sobre o Antigo
Israel, quando para a do judaísmo tardio e do cristianismo nascente. Charlesworth comenta
a respeito, tendo em mente a década de 1980: “A nova pesquisa sobre Jesus será diferente
das tentativas anteriores e mais informada do que elas, principalmente por causa do maior
número de provas documentais e descobertas arqueológicas fenomenais.”22 Dentre as mais
importantes descobertas – junto com a biblioteca de Qumran – estão a “biblioteca” de Nag
Hammadi e os fragmentos achados em Oxyrhynchus (Oxirrinco), ambos no Egito.23
Ao mesmo tempo, antigos sítios arqueológicos começam a ser analisados sob novas
perspectivas, como é o caso das escavações em Meguido, na região norte de Israel, com
implicações para a reconstrução da história de Israel Norte Antigo 24, assim como sítios no
Mediterrâneo tem ajudado a ampliar a visão sobre o mundo romano.25 Essas pesquisas
acabam por trazer uma visão mais ampla do período em que se considera a elaboração dos
escritos, considerando que Paulo começou a produzir suas cartas no fim da década de 50 e
os derradeiros materiais associados a apóstolos que depois foram canonizados tenham

21
CHARLESWORTH, James H. Jesus dentro do judaísmo. Novas revelações a partir de estimulantes
descobertas arqueológicas. 3ª ed. Rio de Janeiro: Imago, 1992, p. 43.
22
CHARLESWORTH, op. cit., p. 43.
23
Cf. ROBINSON, James M. A biblioteca de Nag Hammadi. São Paulo: Madras, 2014.
24
Cf. KAEFER, José Ademar. “A arqueologia e os novos paradigmas bíblicos”, in: Caminhos, vol. 14, n.1,
jan./jun. 2016, p. 129-141. Algumas das investigações arqueológicas mais importantes estão em andamento e
são coordenadas pelo pesquisador Israel Finkelstein , enquanto no Brasil pode-se destacar o grupo
Arqueologia do Antigo Oriente Próximo, coordenado pelo prof. Dr. José Ademar Kaefer (UMESP). Alguns
resultados já estão publicados: FINKELSTEIN, Israel. O reino esquecido. Arqueologia e história de Israel
Norte. São Paulo: Paulus, 2015; LIPSCHITS, Odete. The Fall and Rise of Jerusalem. Judah of Babilonian
Rule. Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 2005.
25
Em várias obras essas pesquisas aparecem como descrição do cotidiano romano, que ajuda a entender
certos contextos presentes nos textos do Segundo Testamento. Cf. a pesquisa de Danielle Bósio Frederico
(2019).
8

surgido entre 130-140 EC. Com isso, as evidências materiais ajudaram na reconstrução do
ambiente das comunidades cristãs iniciais, e até mesmo do ambiente no qual viveram Jesus
e seus seguidores. Por isso, a tendência da pesquisa histórica em torno de Jesus obteve
ganhos para sua abordagem, bem como para as pesquisas em torno do Cristianismo
Primitivo. Ambas tiveram acesso a essas novas fontes de modo paralelo, cada qual
buscando seus próprios objetivos, porém tendo em comum os cenários e as interligações
que seus estudos acabaram proporcionando.
Outro aspecto importante que foi adotado pela pesquisa do Jesus Histórico e trouxe
grandes contribuições para o estudo do Cristianismo Primitivo como um todo foi a
percepção de ler textos apócrifos no mesmo nível em que se lê os canônicos. Isso
representou uma importante mudança de paradigma das pesquisas. Até então, utilizava-se
tão somente materiais canônicos como fonte para as pesquisas, como comentam Gerd
Theissen e Annette Merz a respeito:
Havia a convicção de que as mais antigas e melhores fontes cristãs
estavam contidas no cânon. Os apócrifos valiam como cronologicamente
tardios e de conteúdo inferior, no melhor dos casos: fantásticos, no pior:
heréticos. Esta convicção começou a vacilar nas últimas décadas, entre
outras coisas, porque no decorrer dos últimos cem anos vários escritos e
fragmentos do cristianismo primitivo foram descobertos e editados, cuja
redação ocorreu bem antes da consolidação do cânon do Novo
Testamento e, em parte, por ter ocorrido paralelamente aos textos
canônicos.26

Esta tendência chegou mesmo a ganhar um termo, ainda pouco praticado,


denominado apocrificidade, proposto por Pierluigi Piovanelli.27 Ele toma como base o fato
de que as fronteiras cronológicas e tipológicas foram quebradas nos últimos anos,
justamente por tendências da pesquisa bíblica que ampliaram seu campo de visão. A
percepção de que o Cristianismo Primitivo envolve um período que supera o ano 100 EC é
um desses fatores. Diversos textos, antes relegados à categoria de fantasia e lendas,
descartados como fontes inúteis, passaram a ser vistos com outros olhares. A grande
questão, para Piovanelli, é que toda a produção textual cristã, seja a canônica ou
extracanônica (com ela os dito apócrifos), guarda em si e nos possibilita ter acesso a
tradições de memória, reunindo diversas histórias das origens do Cristianismo. Algumas

26
THEISSEN, Gerd, MERZ, Annette. O Jesus Histórico. Um Manual. 2ª ed. São Paulo: Edições Loyola,
2004, p. 39, destaques do autor.
27
PIOVANELLI, Pierluigi. “What Is a Christian Apocryphal Text and How It Work? Some Observations on
Apocryphal Hermeneutics”, in: Nederlands Theologisch Tijdschrift, n. 59, 2005, p. 31-40. No Brasil, Paulo
A. Souza Nogueira retomou o termo e elaborou pesquisa coletiva a respeito, cf. NOGUEIRA, Paulo Augusto
de Souza. Apocrificidade. O Cristianismo Primitivo para além do Cânon. São Paulo: Fonte Editorial, 2015.
9

delas acabaram sendo cristalizadas no processo de canonização, enquanto outra grande


parte foi descartada.28 A abordagem adotada pelos pesquisadores é de realizar uma
hermenêutica que supere essa diferenciação, posto que é resultado de um processo
posterior, olhando para os diferentes textos de forma homogênea ou, pelo menos, sem
determinar critérios de maior ou menor peso entre eles. Assim, uma perspectiva que tinha,
em seu objetivo inicial, uma aproximação com o Jesus Histórico, teve um desdobramento
na pesquisa do Cristianismo Primitivo como um todo.

A contribuição da análise sociohistórica para os estudos do Cristianismo Primitivo


Paralelamente à pesquisa do Jesus Histórico, os estudos sobre o Cristianismo
Primitivo se cercaram de ferramentas sociohistóricas de análise, que demonstram como
eram as condições de vida das comunidades seguidoras de Jesus e dos apóstolos. Nesse
sentido, foi possível trazer à tona a situação histórica e social dos seguidores de Jesus e das
primeiras comunidades mediterrâneas. Foi uma tendência que não dependeu dos estudos
sobre o Jesus Histórico, porém se solidificou como abordagem metodológica nas últimas
quatro décadas, seja pelas pesquisas sobre Jesus orientadas por judeus (David Flusser29,
Geza Vermes30) ou por pesquisas voltadas para descobrir o Jesus Histórico, mas com foco
no ambiente no qual ele vivia.31
Essa abordagem trabalhou com a análise de textos e evidências, de forma
interdisciplinar, com elementos da sociologia, antropologia, psicologia, política, associados
à investigação histórica, tanto para os evangelhos quanto para os estudos de Paulo,
trazendo contribuições importantes na visão mais ampla desses materiais.32 Essas
pesquisas, a princípio de cunho mais etnográfico e de levantamento socioeconômico dos

28
PIOVANELLI, 2005, p. 37.
29
FLUSSER, David. Jesus. São Paulo: Editora Perspectiva, 2002. Nessa obra ele apresenta um Jesus
amigável à Lei de Moisés.
30
VERMES, Geza. A religião de Jesus, o Judeu. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1995. Vermes se tornou
expoente na pesquisa conhecida como Third Quest.
31
Obras que estão no início desta abordagem: JEREMIAS, Joachim. Jerusalém no tempo de Jesus. Pesquisas
de história econômico-social no período neotestamentário. 3ª ed. São Paulo: Paulus, 1983.
32
Podemos citar as obras que tratam desses temas de forma ampla e, ao mesmo tempo, com profundidade:
STEGEMANN, Ekkehard W., STEGEMANN, Wolfgang. História social do protocristianismo. Os
primórdios no judaísmo e as comunidades de Cristo no mundo mediterrâneo. São Leopoldo: Editora Sinodal,
São Paulo: Paulus, 2004; MALINA, Bruce J., ROHRBAUGH, Richard L. Evangelhos Sinóticos. Comentário
à luz das Ciências Sociais. São Paulo: Paulus, 2017. REIMER, Ivoni Richter (Org.). Economia no mundo
bíblico. Enfoques sociais, históricos e teológicos. São Leopoldo: Editora Sinodal, CEBI, 2006. Para a
pesquisa em torno de Paulo, podemos citar: MEEKS, Wayne A. Os primeiros cristãos urbanos. O mundo
social do apóstolo Paulo. São Paulo: Edições Paulinas, 1992; SAMPLEY, J. Paul (Org.). Paulo no mundo
greco-romano. Um compêndio. São Paulo: Paulus, 2008. Na perspectiva da psicologia podemos citar
BERGER, Klaus. Psicologia histórica do Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 2011.
10

diferentes grupos existentes no império romano nos primeiros séculos da Era Comum,
tiveram alguns desdobramentos importantes que nos permitem um aproximação
diferenciada do Segundo Testamento.33 Um desses desdobramentos é a forma como Paulo
passou a ser visto em sua relação com o judaísmo, o que se tornou conhecido como Nova
Perspectiva sobre Paulo. Nessa perspectiva, o apóstolo deixou de ser visto como um cristão
antagônico ao judaísmo legalista do primeiro século e passou a ser visto como um judeu
seguidor de Jesus, que reinterpreta a fé e a Lei sob novas bases; a crise dele seria em torno
do sistema de fronteira e separação entre judeus e gentios (circuncisão, dieta, etc.).34 Essa
nova perspectiva também foi levada a efeito para analisar como os cristãos se separaram
dos judeus; não de forma abrupta, mas gradualmente, num processo de mútua definição de
fronteiras.35
Toda essa virada na pesquisa fez com que a percepção em torno do movimento de
Jesus e a formação das primeiras comunidades mudasse bastante. Passou-se a ter uma
visão mais política e menos estritamente religiosa da pregação do nazareno. Porém, cabe
aqui atentar para outro aspecto importante: essa abordagem começou, de fato, na América
Latina, com todo o desenvolvimento da Teologia da Libertação e seus pressupostos
históricos a partir da teoria marxista, que ajudaram a compreender o mundo e o
desenvolvimento das comunidades cristãs em seu próprio contexto, numa perspectiva
menos espiritualizante. A princípio a leitura bíblica na AL teve como foco o Primeiro
Testamento e uma releitura dos textos a partir dos conceitos de luta pela terra, aliança do
povo de Deus e a percepção de que os profetas eram denunciadores de projetos de
opressão, em especial daqueles liderados pela elite religiosa de Jerusalém.36

33
Além das obras de Stegemann e Sampley, já citadas, podemos indicar obras históricas que contém
correlação com as pesquisas neotestamentárias, cf. VEYNE, Paul. Pão e circo. Sociologia histórica de um
pluralismo político. São Paulo: Editora UNESP, 2015; ANDERSON, Graham. Greek and Roman Folklore: a
Handbook. London: Grenwood Press, 2006; ZUIDERHOEK, Arjan. The Politics of Munificence in the
Roman Empire. Citizens, Elites and Benefactors in Asia Minor. Cambridge: Cambridge University Press,
2009; FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. Vida pública e privada. Cultura, pensamento e mitologia.
Amor e sexualidade. São Paulo: Editora Contexto, 2001.
34
Cf. a pesquisa de SANDERS, Ed Parish. Paulo, a Lei e o Povo Judeu. São André: Academia Cristã, São
Paulo: Paulus, 2009; DUNN, James D. G. A Nova Perspectiva sobre Paulo. São André: Academia Cristã, São
Paulo: Paulus, 2011; ARBIOL, Carlos Gil. Paulo na origem do cristianismo. São Paulo: Paulinas, 2018.
35
Cf. DUNN, James D. G. (Ed.). Jews and Christians. The Parting of Ways A.D. 70 to 135. Grand Rapids,
Michigan: William B. Eerdmans Pub. Co., 1999.
36
Vemos isso em obras como: SCHWANTES, Milton. Ageu. Comentário Bíblico Latino-Americano. São
Paulo: Edições Loyola, 2008; MESTERS, Carlos. A missão do povo que sofre. Os cânticos do servo de Deus
no livro do profeta Isaías. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1985; PIXLEY, Jorge. História de Israel a partir dos
pobres. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 1991; SICRE, José Luis. A justiça social nos profetas. São Paulo: Paulinas,
1990; ARAÚJO, Luis Carlos (Ed.). “Profetas: Ontem e Hoje”, in: Estudos Bíblicos, n. 4. 3ª ed. Petrópolis:
Vozes, 1987.
11

Foi natural que essa visão crítica e diferenciada do Primeiro Testamento se


desdobrasse numa nova abordagem para o movimento de Jesus, na forma como está
narrado nos evangelhos. Em especial ganhou destaque o evangelho de Marcos, por sua
simplicidade e o que se considerava ser o “porta-voz anônimo de uma turma de gente
lascada, perseguida e marginalizada que costumamos chamar de ‘Marcos’”.37 Assim,
diversas publicações passaram a analisar os evangelhos – preferidos por sua aproximação
com o próprio Jesus – dentro dessa perspectiva socioanalítica, criando até mesmo uma
hermenêutica a partir dessas análises, que combinava a análise da realidade presente e uma
resposta pastoral adequada a essas situações. Daí surgiu a mediação socioanalítica, cujo
principal foco de análise eram as questões de desigualdade, carestia e dominação de certos
grupos sobre outros.38
Mais recentemente, porém, também pesquisadores norte-americanos, movidos pelas
pesquisas pós-culturais, têm indicado abordagens críticas aos textos do Segundo
Testamento, tanto nos evangelhos quanto em Paulo, sob uma ótica declarada como “anti-
imperial”.39 Esses trabalhos reforçam a ideia de que a atuação de Jesus não foi apenas
religiosa, mas teve implicações políticas e sociais profundas. Nesse sentido, a morte de
Jesus, conquanto tenha profundo significado teológico para os cristãos, passou a ser
percebida como consequência direta de sua atuação, pela qual Jesus foi condenado como
rebelde, ainda que os textos preservem um pouco a imagem dos romanos.40 Essa
concepção de um cristianismo em risco foi fortalecida nos textos, tanto pelo lado judaico,
mostrado como um grupo dissonante e desviante em relação a outros grupos judaicos,
quanto pelo lado gentílico, quando a presença cristã passou a representar, de algum modo,

37
OTTERMAN, Monika. “Editorial”, in: VVAA. “O Evangelho segundo Marcos. A verdadeira Boa Nova
num mundo enganado pelos impérios.” Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana. N. 64, vol. 3.
São Paulo: Nhanduti Editora, 2009.
38
Como nos artigos constantes do periódico Estudos Bíblicos, em especial o n.1, “A Bíblia como memória
dos pobres”, 1984, com textos de Carlos Mesters, Pablo Richard, Milton Schwantes e Alberto Antoniazzi e o
n.7, “Leitura da Bíblia a partir das condições reais da vida”, 1987, com textos de Clodovis Boff, Norman K.
Gottwald, Elsa Tamez e Pablo Richard.
39
Cf. MYERS, Ched. O Evangelho de São Marcos. São Paulo: Paulinas, 1992; HORSLEY, Richard A. Jesus
o império. O reino de Deus e a nova desordem mundial. São Paulo: Paulus, 2004; HORSLEY, Richard A.
Paulo e império. Religião e poder na sociedade imperial romana. São Paulo: Paulus, 2004; CARTER,
Warren. O Evangelho de São Mateus. Comentário sociopolítico e religioso a partir das margens. São Paulo:
Paulus, 2002.
40
Cf. CROSSAN, John Dominic. Quem matou Jesus? As raízes do anti-semitismo na história evangélica da
morte de Jesus. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1995, p. 129ss.
12

risco para a harmonia do império. Neste sentido, essa abordagem revisita os textos em
busca de estratégias de resistência frente à hostilidade que enfrentavam.41
Além disso, a visibilidade das mulheres, tanto daquelas que estão representadas nos
textos, quanto das pesquisadores que efetivam novas leituras e desnudam o patriarcalismo
perpetrado nas interpretações tradicionais do texto, devem ser levadas em conta e ser
estimuladoras de novas e importantes abordagens para o estudo dessa literatura.42 Não
menos importante, a leitura feita com a mediação socioanalítica, bem como os estudos pós-
coloniais trouxeram à tona questões étnicas, migratórias, de saúde e espiritualidade,
ampliando tanto quanto possível a forma de compreender o mundo dos cristãos primitivos
e sua produção textual.43
Todo esse aporte teórico, aparentemente bem definido e até, sob certos aspectos,
bastante explorados, na verdade permite novas leituras de textos e análise das implicações
dessas abordagens para o estudo do Cristianismo Primitivo. Especialmente porque podem
ser associadas a novas abordagens de leitura sincrônica e diacrônica, não afeitas aos
métodos histórico-críticos, como a narratologia,44 além das possibilidades que as leituras
estruturalistas e movidas pela análise semiótica podem trazer na análise do texto.45
Vivemos tempos em que as epistemologias e as metodologias passaram a dialogar e buscar

41
Cf. STEGEMANN, op. cit., p. 269. Sobre as estratégias de resistência, por exemplo: HORSLEY, Richard
(Ed.). Hidden Transcripts and the Art of Resistance. Applying the Work of James C. Scott to Jesus and Paul.
Leiden, Boston: Brill, 2004.
42
Cf. SCHOTTROFF, Luise, SCHROER, Silvia, WACKER, Marie-Theres. Exegese Feminista. Resultados
de pesquisas bíblicas a partir de perspectivas de mulheres. São Leopoldo: Editora Sinodal, CEBI, São Paulo:
ASTE, 2008; FIORENZA, Elisabeth Schüsller. As origens cristãs a partir da mulher: uma nova
hermenêutica. São Paulo: Paulinas, 1992; REIMER, Ivoni Richter. Vida de mulheres na sociedade e na
igreja. São Paulo: Paulinas, 1995; SCHITTROFF, Luise. Mulheres no Novo Testamento. Exegese numa
perspectiva feminista. São Paulo: Paulinas, 1995. Aqui cabe dar visibilidade a trabalhos realizados por
mulheres, sobre mulheres ou não: REIMER, Ivoni Reimer. Santa Praxedes. Uma jovem com funções
eclesiais e sociais em Roma. Goiânia: Editora da PUC-Go, 2016; SCHOTTROFF, Luise. As parábolas de
Jesus. Uma nova hermenêutica. São Leopoldo: Editora Sinodal, 2007.
43
O periódico brasileiro Estudos Bíblicos trabalhou com essas temáticas: Estudos Bíblicos n. 11,
“Trabalhador e trabalho”, 1986; n. 13, “A terra é nossa vida e liberdade”, 1987; n. 17, “O negro e a Bíblia:
um clamor de justiça”, 1988; n. 41, “Evangelho e culturas”, 1994; vol. 30, n. 117, “Ética e sustentabilidade”,
2013.
44
Cf. ALTER, Robert. A arte da narrativa bíblica. São Paulo: Companhia das Letras, 2007; MARGUERAT,
Daniel, BOURQUIN, Yvan. Para ler as narrativas bíblicas: iniciação à Análise Narrativa. São Paulo:
Loyola, 2009; FLUDERNICK, Monica. An Introduction to Narratology. London, New York: Routledge,
2009; MÍGUEZ, Nestor. Um Jesus popular. Para uma Cristologia narrativa. São Paulo: Paulus, 2013.
45
Aqui há diversos teóricos importantes que, mesmo não lidando diretamente com a pesquisa bíblica,
possibilitaram estudos nas escrituras canônicas e extracanônicas, como é possível perceber em trabalhos
realizados na pós-graduação da UMESP. Destacamos aqui, em especial: LOTMAN, Yuri. Universe of the
Mind: A Semiotic Theory of Culture. Indianapolis, IN: Indiana University Press, 2000; KRISTEVA, Julia.
Introdução a semanálise. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1969; FRYE, Northrop. O código dos códigos: a
Bíblia e a literatura. São Paulo: Boitempo Editorial, 2004; BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal.
São Paulo: Martins Fontes, 1992.
13

caminhos de aproximação, com o objetivo de obter uma visão mais ampla e profunda da
literatura canônica e extracanônica. Em resumo, há diversos aspectos que podem ser
tratados, tendo como base a pesquisa sobre as tradições de Jesus e dos apóstolos e entender
os textos como discursos de fé e estratégias de resistência frente ao mundo judaico-romano
e os grupos desviantes do próprio cristianismo.

Objetivos
• Analisar as tradições de Jesus como movimento coletivo de preservação da
memória das comunidades de fé, na produção de textos que se tornaram sua
declaração de fé e identidade comunitária.

• Observar como os apóstolos desenvolveram essas tradições, desdobrando-as em


orientações eclesiais e éticas.

• Entender de que modo essas tradições foram interpretadas por diferentes grupos
cristãos, que depois se tornaram desviantes do grupo que se tornou majoritário,
a partir de seus próprios escritos.

• Avaliar o modo como os cristãos trabalharam suas tradições no mundo judaico-


romano do entorno, no qual estavam inseridos e pelo qual eram pressionados,
seja para aderirem à conformação do império, seja para se posicionarem sobre
diversos aspectos da vida.

• A partir das percepções sobre os textos, analisar de que modo as novas


interpretações podem contribuir hoje, tanto como resposta às novas realidades
sociais, quanto na aplicação eclesial dos textos.

Método
O principal método de pesquisa a ser utilizado será bibliográfico, pela própria
natureza literária da área de estudos. Primeiro, pela análise, tanto quanto possível, das
fontes primárias em suas línguas de origem. Depois, pelos estudos feitos a respeito dessas
fontes e os aportes teóricos necessários para a análise desses textos. Como métodos
específicos de análise dos textos-fonte entende-se que as diversas ferramentas exegéticas
dos métodos histórico-críticos, juntamente com a narratologia, a semiótica e outras
14

abordagens linguísticas, serão suficientes, conforme o caso e o recorte que se queira fazer
ao texto.

Não menos importante, se buscará nos métodos alcançar, tanto quanto possível, a
percepção socioanalítica para entender de que modo esses antigos textos podem responder
a questões da atualidade, em especial no campo da ética. Com isso, abordagens de recorte
feminista, étnico, de fronteiras migratórias, dentre outras, atuarão como chaves
hermenêuticas para o estudo dos textos.

Justificativa
As relações socioeconômicas e políticas presentes nos textos continuam a ser objeto
de estudo e interesse para a compreensão do sentido dos textos, numa busca de superar a
leitura meramente religiosa que, por tanto tempo, foi feita deles. Ou ainda, no sentido de
dar alternativas interpretativas para textos cujo sentido foi “sequestrado” pelas correntes
conservadoras, a serviço de projetos majoritários de poder.
Ainda que já existem milhares de estudos, tanto no Brasil quanto no mundo, sobre
os textos do Segundo Testamento ou ainda sobre os extracanônicos, há diversas questões
em aberto, que podem e devem ser investigadas. Por outro lado, a leitura pós-colonial e
decolonial podem ajudar no desmascaramento de interpretações moldadas com o objetivo
de manter o status quo vigente. A pesquisa científica tem, por obrigação ética, que analisar
tais interpretações e verificar o quanto o sentido dos textos pode ter sido manipulado no
decorrer dos séculos. Como apontado, diferentes abordagens permitem uma melhor
percepção da mensagem nos textos, tanto em seu nível primário, explicitado pelo
conteúdo, quanto pelos sentidos implícitos que só se percebe quando se faz uso de
instrumentos de análise específicos.

Resultados esperados
A partir desses pressupostos e sua extensa gama de variáveis, espera-se produzir
diferentes pesquisas sobre vários segmentos da literatura canônica e extracanônica do
mundo do Cristianismo Primitivo, sempre tendo como foco os objetivos do presente
projeto de pesquisa. Também se pretende gerar estudos que resultem em artigos científicos
em periódicos bem avaliados e livros acadêmicos de produção coletiva, a partir das
15

pesquisas dos estudantes e do professor, bem como em conjunto com outros professores
desta e de outras instituições.

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Cronograma
Atividade 2020-2 2021-1 2021-2 2022-1
Aulas teóricas e metodológicas, inclusive em X X X X
cooperação com outros docentes
Orientação de projetos de pesquisa X X X X
Desenvolvimento de artigo para publicação em X X
periódicos Qualis A1, A2
Desenvolvimento de livro coletivo com questões X X
teóricas e estudos de caso, com alunos e
professores
Participação em Congressos, Seminários, X X X X
Simpósios e similares para divulgação das
pesquisas
Apresentação de relatório com balanço das X
atividades e resultados das pesquisas

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