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O SISTEMA DE COTAS POR COR NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS 1

Adélcia Paula Mendes Soares Gomes2


Kamilla Cristhian da Silva Mota3
Samuel Rosa da Silva4
Ricardo de Faria Pinto Filho (Orientador)5

RESUMO

Continue aqui o texto (ultimo)...

Palavras-chave: palavra 1; Palavra 2; Palavra3.

1 INTRODUÇÃO

Nossa sociedade é marcada por desigualdades sociais e exclusões, e embora esteja


previsto em Lei, a política de cotas de cor é muito criticada, muito se discute sobre a Lei
12.990/2014 que reserva aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos
públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração
pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das
sociedades de economia mista controladas pela União.
A escolha do tema se deu por ser de grande importância atualmente no âmbito social,
um tema bastante discutido, porém de forma incorreta. As cotas por cor são a reserva de vagas
em instituições públicas ou privadas para grupos específicos classificados por etnias, na
maioria das vezes, negros e indígenas. Pessoas se posicionam contra e a favor, fazendo desse
processo uma grande polêmica social. Essa política é analisada não só por estudiosos, como
por grande parte da nossa população. O presente artigo traz por premissa o estudo imparcial
do tema, analisando dados e argumentos de pontos de vistas diferentes.
O assunto se faz importante em nosso país que é o segundo de maior população negra

1
Projeto de Pesquisa apresentado a INSTITUTO GALDINO – Jaraguá como requisito parcial para a conclusão
do Curso Pós-Graduação em Gestão em Docência Universitária.
2
Adélcia Paula Mendes Soares Gomes, natural de Jaraguá, Goiás. Licenciada em Pedagogia (UEG), Pós-
Graduanda em Gestão em Docência Universitária(INSTITUTO GALDINO) e-mail:adelciapaula7@hotmail.com
3
Kamilla Cristhian da Silva Mota,naturaldeGoianira, Goiás. Bacharel em Ciências Contábeis (UEG)Pós-
Graduanda em Gestão em Docência Universitária (INSTITUTO GALDINO) e-mail:
kamillacris.contabeisueg@yahoo.com
4
Samuel Rosa da Silva, natural de Jaraguá-GO, Bacharel em Ciências Contábeis (UEG), Pós-Graduando em
Gestão em Docência Universitária (INSTITUTO GALDINO) e-mail:samu.cien.contabeis@outlook.com
5
Ricardo de Faria Pinto Filho e-mail:pintofilho.rf@gmail.com
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no mundo, e a desigualdade sofrida por parte de pessoas de cor negra é grande e reproduzida
em diversos campos sociais, como na oportunidade de emprego, distribuição de renda e no
ensino superior.
Conforme o censo do IBGE (IBGE, 2010) percebe-se um crescimento de pessoas que
se declaram pretas, pardas ou indígenas, assim o presente artigo, tende a mostrar o surgimento
da política de cotas, ganho territorial, as características para ser aprovado no sistema de cotas
raciais, como são tratadas nas graduações, e como os alunos se sentem, quantos alunos
cotistas em média existem nas universidades brasileiras.
O objetivo é a analisar a política de cotas nas universidades brasileiras, qual o efeito
governamental e educacional que essa política trouxe para as universidades
Assim com base nas determinações referentes a sistema de cotas raciais para se
ingressar em universidades e instituições de ensinos, elaborou-se as seguintes problemáticas:
o sistema é eficaz ou se trata apenas de racionalização para combater o racismo? O sistema
tem progredido ou a desigualdade continua a mesma entre negros e brancos nas
universidades?

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Início Das Ações Afirmativas e Políticas De Cotas

O termo “Ações afirmativas” tem origem nos Estados Unidos que com a promulgação
da Lei de Direitos Civis em 1964, e a Lei de Direito de Voto assinado pelo governo do
Presidente Lyndon Johson (1963-69), em 1965, garantiram juridicamente direitos iguais aos
afro-americanos em relação aos brancos. Em um contexto sócio-histórico de segregação racial
oficializada pelo próprio Estado, e o fortalecimento do movimento negro em prol dos direitos
civis dos afro-americanos, também foram implantadas medidas de reserva de vagas ou bônus
para membros deste grupo na concorrência de vagas em universidades e no mercado de
trabalho (LINHARES, 2010).
Ações Afirmativas são medidas que tem por objetivo reverter à histórica situação de
desigualdade e discriminação que estão submetidos indivíduos de grupos específicos. Elas
partem do reconhecimento de que alguns grupos sociais – tais como negros indígenas e as
mulheres – foram historicamente privados de seus direitos, resultando em uma condição de
desigualdade (social, econômica, política ou cultural) acumulada que tende a se perpetuar. São
ações públicas ou privadas que procura reparar os aspectos que dificultam o acesso dessas
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pessoas as mais diferentes oportunidades (BETONI).


Os Estados Unidos embora seja o país que tem mais expressiva experiência na
utilização da política e a mesma seja referência dentre as ações afirmativas para diminuir a
desigualdade entre brancos e negros, não foram os primeiros a desenvolvê-las. Em 1949, na
Índia, após deixar de ser colônia Britânica, foram implantadas as cotas destinadas aos dalits
(também conhecidos como intocáveis e impuros, a casta mais baixa e discriminada na Índia
tanto no sistema educacional quanto no funcionalismo público. A Malásia, em 1968,
implantou ações afirmativas aos bhumiputras (MOEHLECKE, 2002); (CARVALHO, 2005).

2.2 Início da luta contra o racismo no Brasil

Durante o período escravocrata, a população negra era impedida de freqüentar escolas,


sendo que estas eram restritas aos cidadãos brasileiros. O acesso a essa alfabetização pode ter
sido dado das seguintes maneiras: 1) Negros libertos protegidos social e economicamente
pelos ex-senhores poderiam ter tido acesso as escolas primárias, nas quais era proibida a
presença de negros escravos; 2) Por meio da observação, das aulas das sinhás-moças, da
instrução religiosa dos padres ou outras situações improvisadas; 3) Contratação de professores
particulares por senhores que esperavam lucrar com negros escravizados alfabetizados; 4)
encaminhamento de escravizados do sexo masculinos ás escolas de aprendizado ou
vocacionais e o ensino das letras por aqueles que as tinham treinado numa profissão
(SILVA;ARAÚJO,2005).
A escravidão era vantajosa para todos, uma vez que era baseada no trabalho forçado
e sem remuneração dos negros, que eram trazidos da África, primeiro eles foram
destinados a extrair o pau Brasil, depois nos engenhos de açúcar, nas minas de ouro
e nas plantações de café. Também exerciam atividades domésticas, construíam
casas, pontes, igrejas e ainda realizavam trabalhos artísticos. (JULIANABEZERRA,
2011).

Em 1888 foi o marco principal para os negros através da abolição da escravatura onde
o negro antes tido como mercadoria e escravizado passou a ser um homem livre.

No dia 13 de maio de 1888, o Senado se reuniu para discutir a lei da abolição que
saiu aprovada. Imediatamente, o documento foi levado para a cidade do Rio de
Janeiro onde a princesa Isabel, como regente do império, aguardava para sancioná-
la. Ao lado de senadores, tal qual Manuel Pinto de Sousa Dantas 91831-1894), O
Senador Dantas, e outras autoridades do Império, a Regente assina a Lei Áurea (Lei
nº 3.353), foi sancionada pela princesa Dona Isabel, filha de Dom Pedro II,
que concedeu a liberdade total aos escravos que ainda existiam no Brasil, um
pouco mai s de 700 mil, abolindo a escravidão no país. A sanção dessa lei
resultou numa vitória dos conservadores que aboliram sem pagar
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indenização aos fazendeiros. Para a família imperial, consistiu na perda de


apoio político e para os escravos, a liberdade, ainda que sem integração
social (JULIANA BEZERRA, 2011).

Mesmo com a abolição da escravidão e homem se tornando livre, a mesma deixa uma
marca profunda nos negros que agora de alguma forma foram inseridos em um ambiente no
qual deveria sobreviver por si só, em uma sociedade que ainda os considerava inferior e os
excluía pela sua cor e cultura e sem nenhuma preparação para isso, tanto no âmbito
educacional, como social e econômico, ou seja, o negro antes escravizado agora passa a ser
um trabalhador livre em um mundo excludente.

Perdurava dentre os proprietários que integravam o sistema socioeconômico


escravagista a idéia do negro escravizado como mercadoria e que a abolição
resultaria no empobrecimento dos proprietários, responsáveis pela criação de
riquezas no país, e em uma catástrofe social. Os Escravizados eram vistos como
símbolo de poder e prestígio, e a importância social era avalizada pelo número de
negros escravos de que cada senhor detinha a posse. No viés econômico, o principal
aspecto diz respeito às repercussões de que a redistribuição da propriedade
representaria na organização da produção o aproveitamento dos fatores disponíveis,
a distribuição e utilização da renda. Entretanto, por si só, a abolição da escravatura
não implicou significativamente a transformação da forma de organização da
produção ou mesmo na distribuição da renda (FURTADO, 2007).

A abolição da escravatura teve efeitos distintos conforme a região do país. As que


enfrentavam dificuldades econômicas, onde os senhores já haviam se desfeito do
excesso de mão de obra, teriam se livrado das obrigações. Já nas zonas onde havia
prosperidade pela produção do café, os ex-escravizados tiveram que optar pela sua
inserção no sistema de produção, em condições similares à anterior, integrando-se
aos desocupados ou semiocupados da economia de subsistência; ou tiveram que
concorrer com os chamados “trabalhadores nacionais” e com os imigrantes
europeus, mais habituados ao regime de trabalho livre. Contudo, como os ex-
escravizados não estavam preparados para enfrentar a concorrência, a formação da
nova ordem econômica e social incluiu o fazendeiro e o imigrante e excluiu
totalmente o negro (FERNANDES, 2008).

O negro liberto passa a ser excluído carregando consigo o legado escravocrata e essa
bagagem o impede de ser inserido de forma digna no mercado de trabalho, sendo então
negado o acesso da população negra a alfabetização ou qualquer outro acesso a educação
formal, a classe não contou com nenhum apoio ou proteção social e, pois os senhores ou ex-
senhores os considerava ainda como classe inferior e com menos direito o que o impede de se
inserir no desenvolvimento socioeconômico e político do Brasil, aumentando ainda mais a
desigualdade entres os grupos étnicos.

No Brasil, o debate social e acadêmico sobre as ações afirmativas tem como marco a
década de 1980, quando as demandas por parte do Movimento Negro e da organização das
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mulheres negras pelo reconhecimento do racismo presente na sociedade brasileira e por


políticas públicas que o combatessem adquirem mais visibilidade. Ainda que movimentos de
resistência de negros escravizados e de ex-escravos e descendentes perpassem a história
brasileira, é neste período que suas questões começam a serem incorporadas e
institucionalizadas pela União (RIBEIRO, 2014).
Conforme (VIEIRA , 2018)Há 30 anos, o deputado, jornalista e advogado baiano
Carlos Alberto Caó de Oliveira inscrevia na história brasileira as bases para o combate ao
racismo e à discriminação racial. Ele se dedicou a promover a democracia, levando em conta
a situação da população negra no país. É lembrado como ícone da luta antirracista por ter
incluído na Constituição de 1988 o racismo como crime inafiançável e imprescritível e por, no
ano seguinte, ter aprovado a Lei 7.716, que ficou conhecida como Lei Caó, em sua
homenagem.
A lei tornou crimes a discriminação racial e as diversas formas de preconceito, com
penas de prisão que hoje variam de dois a cinco anos, além de multa. Antes, vigorou por 30
anos, a Lei Afonso Arinos, de 1951, pouco efetiva, por não prever punição a esses crimes.

Carlos Alberto Caó incluiu o racismo entre os crimes inafiançáveis quando foi
deputado constituinte e em 2 de fevereiro de 1888, Caó convocou parlamentares a construir
uma democracia em que a população negra estivesse representada, depois de três séculos de
escravidão.
2.3. Política de Cotas (Brasil)

As políticas públicas de cotas instituídas pela Lei Nº 12.711/2012 expressa pelo


programa de reserva de vagas para egressos de escolas públicas nas instituições federais de
ensino superior e técnico de nível médio constitui um dos modelos possíveis das chamadas
ações afirmativas (AA).
Neste ano (2019) a Lei de cotas completa sete (7) anos que foi redigida, e é
considerada uma das maiores políticas para apoiar grupos considerados marginalizados no
Brasil. Essa Lei veio para diminuir a lacuna existente em nossa sociedade.
O programa de cotas por cor surgiu com a finalidade amenizar a responsabilidade, que
começou com a abolição da escravatura, onde os negros não tiveram nenhum apoio do
governo, para se adaptar em uma nova sociedade, não foram preparados para assumir sua
nova condição de homem livre, fazendo dessa uma experiência traumática onde se colocou
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uma pessoa sem experiência profissional, sem estudos, jogada a sua própria sorte, onde essas
pessoas se juntaram em grupos e por isso em sua grande maioria hoje os negros que são
descendentes desse povo, ainda não conseguiram vencer a diferença social apesar dos anos.

Partindo da premissa de que a população negra brasileira foi, e continua sendo, alvo
de inúmeras formas de discriminação racial a reivindicação por cotas nas formas de
ingresso nas universidades públicas seria uma forma de compensação pelas perdas
geradas a esse grupo, possuindo como utopia uma futura igualdade sócio econômica
real entre negros e brancos na sociedade brasileira (MUNANGA, 2003).

Nosso país em sua grande maioria negra, por consequência não consegue superar
outros países em termos educacionais, principalmente no Ensino Superior. As instituições de
Ensino Superior (IES) brasileiras oferecem poucas vagas e um sistema de acesso à graduação
tradicionalmente baseado em exame vestibular, que privilegia estudantes com formação
secundária mais qualificada, advindos predominantemente de escolas privadas. Desta forma,
as instituições mais concorridas e públicas são dominadas pelos filhos de famílias com maior
poder aquisitivo, que dispõem de maior tempo para se dedicarem aos estudos e maior capital
social e cultural (SCHWARTZMAN, 2013). Notamos que as retóricas se referem ainda à tese
do class-over-race, que se tornou emblemática na compreensão do racismo. Os contrários às
cotas afirmaram que o problema é de classe e não de cor ou, noutros termos, mas no mesmo
sentido, que a solução seria investir em escolas públicas. Visão que retoma as teses de
Gilberto Freyre sobre a democracia racial brasileira. Dados semelhantes foram encontrados
por Oliveira Filho (2009).
Especificamente no ensino superior é visível que, desde que a Lei foi criada, cada vez
mais homens brancos e mulheres brancas chegam ao nível superior, sendo que os homens
negros e as mulheres negras não alcançam esse patamar, mesmo tendo o aval da Lei. A
diferença social a inclusão cedo no mercado de trabalho leva o indivíduo a uma escolha, com
isso o acesso ao ensino superior fica limitado aos negros, que em grande maioria são de classe
baixa, por sua vez, não conseguem ascender socialmente, através da escolarização, na mesma
proporção que os brancos.
Um aspecto importante, uma vez que a análise da evolução das atitudes em relação a
um objeto social ajuda a melhor entender como este é significado e ressignificado,
legitimando ou contestando as primeiras atitudes (Wood, 2000).Pettigrew (2007) desenvolve
essa ideia quando mostra que é o surgimento de amizade com pessoas de grupos ou categorias
diferentes que reduz as visões negativas do outro. Infelizmente, o ambiente acadêmico e sua
lógica meritocrática estrita, presente, sobretudo nos cursos mais concorridos, não são ainda o
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lugar ideal para a criação de atividades de cooperação nas quais os grupos interajam visando a
objetivos comuns. Pensamos ser essa uma tarefa pedagógica a ser estimulada nos conselhos e
departamentos universitários, a fim de permitir que efetivamente se possam combater, além da
desigualdade de acesso, os estereótipos e preconceitos sociais
O Projeto Lei do Senado (PLS n. 215/2003), afirma que as distorções sociais levam as
camadas médias e altas a ocupar quase 100% das vagas nas universidades públicas, sendo
indispensável à adoção de medidas compensatórias que permitissem aos alunos “carentes” o
acesso aos níveis mais elevados de ensino. As desigualdades sociais seriam, portanto,
“distorções” sociais que seriam corrigidas pelo acesso, ao ensino superior, dos “carentes”.
O programa de reserva de vagas, aprovado pela Lei de Cotas, corresponde, em parte
ao que foi proposto no Projeto de Lei (PL) nº. 3.627/2004, encaminhado pelo Presidente Luís
Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional, que “institui Sistema Especial de Reserva de
vagas para estudantes egressos de escolas públicas, em especial negros e indígenas, nas
instituições públicas federais de educação superior [...]” Brasil,2004).
A Lei nº. 12.711 foi sancionada pela Presidente Dilma Roussef no dia 29 de agosto de
2012 e determinou que em todas as instituições federais de ensino superior e de ensino técnico
de nível médio seriam reservadas um percentual para cotistas por cor, com base no último
Censo Demográfico de IBGE (BRASIL, 2012).
O argumento de usar o critério de cotas por escola pública somente e não no subgrupo
de cor baseia-se na observação de que os alunos de classe populares seriam prejudicados
porque não tiveram acesso à educação básica no setor privado e as condições de ensino na
rede pública são inferiores ou menos completo. Assim as cotas auxiliariam no ingresso dos
menos favorecidos nas universidades, porém deve-se haver uma melhoria no ensino público
das escolas através de aplicação de recursos e incentivos governamentais.
Seguido a determinação do art. 8º da Lei nº 12.711/2012 as instituições federais de
ensino que ofertam vagas de educação superior deveriam implementar, no mínimo, 25%(vinte
e cinco por cento) da reserva de vagas previstas a cada ano, e teriam o prazo máximo de
quatro anos para o cumprimento integral.
A lei foi criada com intuito de que determinado grupo que foi discriminado de alguma
forma ou até mesmo negligenciado ao longo da história possa ter mais fácil acesso ao ensino
superior brasileiro.O tema sobre cotas teve maior enfoque no nosso século e vem gerando
várias opiniões a favor e contra.
Logo, os direitos sociais universais proclamados pela Constituição passam a ser
atendidos por políticas sociais focalizadas, ou por políticas sociais formalmente universais
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implementadas de forma seletiva. Ademais, a concepção de ações afirmativas, e, por


conseguinte da política de cotas, parte do pressuposto de que os sistemas político-legais
devem promover a igualdade substantiva entre os seus membros, para além da igualdade
formal e de políticas universais (FERES; ZONINSEN, 2008).

A política de cotas por cor ainda segundo alguns estudiosos poderia vir a
desconsiderar as relações de classes.
O negro, de segmento historicamente explorado, passa a ser portador de uma dívida
histórica, hipotecada pelo seu caráter de opressão. O negro, doravante, não mais
pertence á parcela dos explorados pelo capital – portanto, ‘igual’ a todos aqueles
pertencentes á classe trabalhadora -, mas descola-se dos trabalhadores, para se tornar
‘merecedor’ de políticas de exceção, porque é ‘diferente’ dos demais. Que os outros
trabalhadores busquem seus espaços específicos quer para terem acesso aos estudos,
quer para conseguirem um lugar no mundo do trabalho. Instala-se o reinado do
‘farinha pouca, meu pirão primeiro’ (LEITE, 2022 p.28).

O ideal seria a eliminação do sistema de cotas e a definição de significativos


investimentos no ensino público fundamental. Enquanto isso não for possível,
propugnamos pelo estabelecimento de um sistema de cotas que obedeça a um
critério social, porque a pobreza é o principal fator determinante de desigualdade
existente no país. (PLS n. 479/2008).

O Projeto de Lei do Senado (PLS n. 479/2008) refuta a utilização de outros critérios de


forma clara, alegando que o recorte racial seria, por conseguinte, uma forma de privilégio e
discriminação. Infere-se que esta proposta, ao utilizar somente o critério econômico, prevê a
inclusão dos brancos pobres, inclusive aqueles que cursavam o ensino básico em
estabelecimentos particulares com bolsa de estudo.

Índices de desigualdade por cor

A Seletividade quanto aos beneficiários das AAs fica evidente ao se observar os dados
socioeconômicos com recorte racial no referido período. Em 1999, 54% da população era
composta por brancos e 45% por negros. Entre a população pobre, 36% eram brancos e 64%
negros. E entre a população que vivia abaixo da linha da pobreza, 31% eram brancos e 69%
eram negros. Havia, portanto, uma clara e acentuada predominância da população negra entre
os mais pobres. Ao longo dos anos 1990, os negros tinham acesso a mais de 50% da renda
atribuída a metade mais pobre, e menos de 15% da renda apropriada pelos 10% mais ricos.
Tais evidências, entre outras que envolvem o mercado de trabalho, o trabalho infantil, as
condições materiais da população conforme a raça levou á constatação de que ser negro
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aumentaria as probabilidades de ser pobre no Brasil (HENRIQUES, 2001).


Em relação aos dados educacionais, em 1992, a média de anos de estudo entre as
pessoas com 25 anos ou mais era de 4,9; entre brancos a média era de 5,9 anos, já entre os
negros era de 3,6. Em 1999, este número passou para uma média geral de 5,7 anos de estudo,
entre os brancos para 6,6 anos e os negros 4,4 anos. A diferença entre brancos e negros
reduziu de 2,3 anos em 1992 para 2,2 em 1999 (HENRIQUES, 2001).
Analisando os dados em 2003 dos sujeitos que ingressaram e estavam matriculados,
59,4% eram brancos, 5,9% eram pretos e 28,3% eram pardos (ANDIFES, 2011).
O objetivo das ações afirmativas como foi dito antes é promover a igualdade de
oportunidades e compensar prejuízos causados ao longo do tempo por meio da discriminação.
No entanto deve-se analisar que a política em si por meio da lei não garante o cumprimento
dos objetivos, elas visam somente à implantação para a melhoria. Cabe a nós a analisar se
geram ou não resultados positivos dentro das IES. O resultado acima citado mostra uma
melhora da educação, porém ainda há uma grande diferença entre brancos e pretos.
Raça e Etnia
A Raça era definida anteriormente pelas características fenotípicas, como cor da pele,
do cabelo e dos olhos. Mas há contradição, pois o termo também é utilizado, erroneamente,
muitas vezes para distinguir diferenças culturais (EMERSON MACHADO, JULIANA
BEZERRA, 2017).
A ideologia de superioridade de uma raça sobre a outra foi utilizada para justificar a
exploração entre os homens, resultando no surgimento de “hierarquias biológicas” e
“psicológicas”. Um dos casos de grande relevância para a historia foi o discurso de
superioridade de raça ariana difundido na Alemanha durante o nazismo, que culminou no
extermínio de milhares de pessoas, momento conhecido como o holocausto (SANTOS, 2010
P. 27).
No decorrer dessa pesquisa nos foi impostos vários desafios quanto a esse termo “raça,
que passou a ser discutido por estudiosos que acham mais viável a utilização do termo “cor”,
pois a raça seria apenas uma “raça Humana”, isso desencadeou uma série de dificuldades na
elaboração da pesquisa, pois ora achamos a definição raça e em outras achamos a definição
cor. Esse debate ou dificuldade em definir o melhor termo a ser utilizado se “cor ou raça” se
dá desde as pesquisas feitas pelo recenseamento do país feito que ocorreu em 1872 , onde a
população era classificada por “raça”, onde as raças eram classificadas como sendo em
classes livres (branca, parda,preta e cabocla) que definia a sua própria cor, e os escravos que
eram definidos pelos donos eram classificados em preto e pardo(A REVISTA DOIBGE,2018).
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De acordo com (A REVISTA DO IBGE, 2018) “Em 1890 a categoria parda foi
substituída por “mestiça” e o termo continuou sendo “raça”. Em 1940 no primeiro censo
realizado pelo IBGE o quesito passou a ser denominado “cor” e foram incluídas as categorias
(branca, preta, amarela). Já em 1950 a categoria “parda” voltou a ser incluída nos altos, em
1991 foi incluída a categoria “índios”, mas somente para quem morava em aldeias, os demais
eram classificados como pardos. Já em 1980 o quesito cor voltou a ser investigado, passando
a fazer parte do questionário de amostra. Em 1991 a categoria “indígena” foi incluída no
recenseamento, no ano 2000 o censo seguiu o mesmo padrão de 1991. Porém no último
recenseamento do IBGE ano de 2010 o termo usado referente à cor foi “cor ou raça”
(p.18,19).
Segundo Emerson Machado, Juliana Bezerra,

Apesar de o termo raça ser utilizado no senso comum, é comum, é incorreto afirmar
que a espécie humana possui diferentes raças. Isto porque o DNA entre pessoas com
diferentes características físicas varia em menos de 0,1 %. Para a Ciência, isto não
justifica a criação de subespécies ou subcategorias de seres humanos. O termo raça
refere-se á divisão de seres vivos em grupos de acordo com suas características
físicas. Apesar do uso popular referindo-se a seres humanos, é incorreto afirmar que
existem diferentes raças humanas. A raça seria definida por meio das características
biológicas ou genéticas em comum, mas é aplicado a animais, como cães e gatos
(2017.

“Etnia é o termo correto para identificar diferentes grupos de pessoas, o que se deve
considerar como relevantes são os fatores socioculturais, as diferenças fenotípicas (na
aparência física) que também seriam consideradas fatores étnicos” (EMERSON MACHADO,
JULIANA BEZERRA, 2017).
“Etnia” determina as características de um grupo por seus aspectos socioculturais.
Um grupo étnico é um grupo cujos membros se identificam com base em seus
aspectos culturais, como seus costumes ou suas tradições artísticas. A etnia diz
respeito aos traços culturais ou história compartilhada entre determinado grupo.
Alguns grupos étnicos também compartilham traços linguísticos ou religiosos. Há
vários tipos de etnia. Alguns exemplos são brancos, negros, indígenas (que são
classificados também em etnias menores), etc. (EMERSON MACHADO, JULIANA
BEZERRA, 2017).

Conforme (EMERSON MACHADO, JULIANA BEZERRA, 2017) “O conceito de raças


diferentes de seres humanos foi abortado pela comunidade cientifica na segunda metade do
século XX, pois fatores genéticos não seriam relevantes para a diversificação da raça humana
em subcategorias. Por isso, o termo reforça o preconceito e o racismo”.

O racismo é a crença de que há “raças humanas”, mesmo que isto não seja aceito
cientificamente. Isto leva a ideia de que existiriam raças de seres humanos
superiores as outras. Apesar de a “raça” ser ligada a fatores biológicos, muitas vezes
o termo é usado para designar grupos de culturas diferentes, o que gera contradição.
Portanto, reafirma-se, etnia é o termo correto para identificar grupos de seres
humanos com diferentes características socioculturais ou até mesmo físicas. A
palavra “raça” deve ser usada apenas em seu conceito biológico, que se aplica a
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subgrupos de uma espécie. Como a raça humana não possui subgrupos, não existem
de seres humanos (EMERSON MACHADO, JUIANA BEZERRA,2017).

Definição de Negros
O sistema de cotas por cor leva em conta as características individuais de cada pessoa
designando se ela encaixa ou não nos pré-requisitos. Preto e pardo são dois dos cinco grupos
de cor e raça definidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isto junto
com brancos, amarelos e indígenas. (MENEZES, 2017).
Segundo o IBGE definem-se como negros as pessoas que se autodeclaram pretos e
pardos, e brancos os que se declaram brancos, amarelos e índios os que se declaram dessa
forma, e outra forma é a identificação genética.
Conforme (MENEZES, 2017) O termo preto toma como referência a ascendência
oriunda de nativos da África. Independentemente de seu território ou construção social, pelo
fenótipo manifestado por sua pele de cor escura. Por pardo, é entendida a pessoa que possui
ascendência étnica de mais de um grupo.
Há argumentos contrários á classificação de pretos e pardos em um mesmo grupo.
Algumas correntes de pesquisa afirmam que os pretos sofrem muito mais discriminação. E,
segundo a teoria de Colorismo, quando mais escura a cor da pele de uma pessoa, maior o
racismo sofrido em nossa sociedade.
Diz-se ainda que as políticas de cotas por cor possam vir a reforçar o racismo por
separar grupos de pessoas, deixando em pauta que elas são de diferentes, deixando clara a sua
desigualdade. As AAs de recorte racial representariam ainda “corporativismo” de uma pessoa
sobre a outra, reforçando o racismo intrínseco a esta organização societária, não sendo a
cor/etnia a questão central (LESSA, 2007).

Política de Cotas dentro das Universidades


As IES usam cotas de cor como sistema de igualdade de oportunidades visando
eliminar as desigualdades, como política reparatória visando que mais pessoas tenham acesso
ao ensino superior para os negros e indígenas, para compensar perdas ocasionadas pela
discriminação por motivos de cor ou etnia como descrito pelo MEC.
Entende-se por ações afirmativas o conjunto de medidas especiais voltadas a grupos
discriminados e vitimados pela exclusão social ocorridos no passado ou no presente.
O objetivo das ações afirmativas é eliminar as desigualdades e segregações, de
forma que não se mantenham grupos elitizados e grupos marginalizados na
sociedade, ou seja, busca-se uma composição diversificada onde não haja o
predomínio de raças, etnias, religiões, gênero, etc.

Já alguns estudiosos partem do princípio do mérito, pois para eles é a principal forma
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de se obter a igualdade de uma forma justa, ou seja, oportunidades iguais para todos, pois as
desigualdades que ocorreram ao longo da história se deram de forma social e não por
diferenças intelectuais.
A sociedade meritocrática não representaria um perigo, pois o princípio da diferença
transformaria os objetivos da sociedade em aspectos fundamentais. (RAWLS, 2008).
A educação superior também possui seus atritos, interferências e contradições bem
como as Ações Afirmativas e elas assim como o sistema de cotas por cor somente não irão
mudar a sociedade e trazer mais igualdade, e sim pode possibilitar o desenvolvimento social
de uma determinada classe étnica.
A operacionalização das reservas se da pelo Decreto n. 7.824, de 2012, que
regulamenta a política de cotas, instituiu o Comitê de Acompanhamento e Avaliação da
Reserva de Vagas nas IFES e do Ensino Técnico de Nível Médio como mecanismo de
avaliação e acompanhamento. Mas uma notícia anunciada em março de 2017 informou que o
Comitê de acompanhamento nunca teria se reunido passados cinco anos da sanção da Lei.
Diante disso o MEC informou que os membros desse fórum, cuja tarefa seria acompanhar o
cumprimento da reserva de vagas, serão convocados em breve para reunião-ainda sem data
definida. (CORREIO BRAZILIENSE, 2017).
De maneira geral, a política e as ações afirmativas acabam por ser analisadas somente
em estudos discentes e em grupos de pesquisas vinculados a algumas universidades.
Entre estes últimos, destaca-se o Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação
Afirmativa (GEMAA), que vem se dedicando ao estudo da temática, e que possui, dentre as
suas principais atividades, a produção de levantamentos anuais sobre as práticas adotadas
pelas universidades públicas para a promoção racial e social, incluindo o impacto da Lei
12.711 nas mesmas (EURÍSTENES; et AL., 2016).
Dados do IBGE mostram que antes da promulgação da lei de cotas a maioria das
universidades possuía alguma modalidade de ação afirmativa sendo que 32 delas utilizavam a
reserva de vagas [...] (EURÍSTENES; et AL., 2016).
As políticas de cotas têm como objetivo expandir o acesso a Educação de nível
superior a todas as camadas sociais, e foi construída para tornar mais justo o acesso ao ensino,
porém para se alcançar esse propósito se faz necessário garantir a sustentabilidade como
ressalta (DIAS SOBRINHO, 2010).
[...] a “democratização” da educação superior não se limita à ampliação de
oportunidades de acesso e criação de mais vagas. Além da expansão das matrículas e
da inclusão social de jovens tradicionalmente desassistidos, em razão de suas
condições econômicas, preconceitos e outros fatores, é imprescindível que lhes
sejam assegurados também os meios de permanência sustentável, isto é, as
13

condições adequadas para realizarem com boa qualidade os seus estudos (p.1.226).

(LIPSKY, 1980; NAJAN, 1995). Ressalta que para que seja implementada tal etapa é
complexa e reflete um importante processo de interação entre a determinação dos objetivos da
política pública e as ações empreendidas para atingi-los.
Ou seja, para que o novo programa instituído por lei seja inserido com sucesso é
necessário levar em consideração que as IES já possuíam anteriormente um programa de
reservas de vagas e precisam agora introduzir a sua rotina novos procedimentos instituídos
pela lei.
As referidas entidades foram obrigadas a se adequar em um prazo de quatro anos a
partir da aprovação da nova lei. O primeiro Programa de cotas brasileiro foi realizado em
2003 pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Desde então, as universidades
que aderiram ao programa de cotas cresceu rapidamente em um curto período. De 2003 a
2005, 14 universidades já somavam 83 instituições de ensino superior com cotas
(Guarnieri,2008).

De acordo com os dados do Censo da Educação Superior, ano de 2015 havia no Brasil
104 Instituições de Ensino Superior vinculadas ao MEC. Nesse conjunto existiam 40
instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, 63 universidades e o
Instituto Nacional dos surdos (INES). Todas essas instituições estavam subordinadas às
determinações da Lei 12.711/2012 de cotas. Em 2017, a partir do levantamento realizado por
meio de informações coletadas junto ao sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao
Cidadão (e-Sic) e no site das IFES, as 63 universidades federais já reservavam 50% das vagas.
Esses dados não são oficializados nas páginas oficiais do governo, lembrando que as
comissões têm o dever de anualmente acompanhamento e divulgação de relatórios sobre a
implantação, implementação e verificação da continuidade do sistema dentro das IES.
Conforme já afirmado, a Lei n. 12.711 será revista no prazo de dez anos a contar da
publicado da Lei. Com a construção e a implementação que visem ao monitoramento e
avaliação de políticas sociais públicas, por meio de coleta, processamento e disponibilização
de dados, que são essenciais para financiar o planejamento e a direção destas, além de
estimular a transparência e a participação popular.
Os dados produzidos, e sua transformação em informação e conhecimento, tornam-
se importante instrumento para subsidiar a elaboração de diagnósticos e fundamentar
a definição e redefinição do conteúdo das políticas sociais públicas, dar visibilidade
e transparência à gestão dos recursos públicos, democratizar as decisões sobre
conteúdos e padrões de qualidade das ações desenvolvidas, entidades e órgãos
públicos ou privados. (CARRARO; LAZZARI, 2013, p.972).
14

Considerando que a média de anos de estudos da população brasileira passou de 5,7


em 2001 para 7,5 em 2015, a da população negra passou de 4,7 em 2001 para 6,8, e a da
população branca de 6,6 para 8,3 (IPEA, 2017). As oportunidades educacionais dos negros
ainda são inferiores às da média gera da população, e às dos brancos.
Em um estudo realizado pelo GEMAA, que utilizou como base dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), é demonstrada a persistência das desigualdades
raciais no Brasil. Mesmo que pretos e pardos sejam a maioria da população (55%), estes, no
que se refere aos rendimentos, escolaridade e distribuição em classes sociais, mantêm-se em
desvantagem em relação aos brancos (LEÃO et., 2017).
São observados os dados do Mapa da Violência de 2016, houve um crescimento entre
2003 a 2014 de 46,9% do número de vítimas brancas reduziu 26,1% no período. Se em 2003
morriam proporcionalmente 71,7% mais negros do que brancos, em 2014, esta porcentagem
cresceu para 158,9% (WAISELFISZ, 2016).
Os limites da política de cotas por cor impostos pela Lei, assim como os que fazem
parte das decisões políticas das universidades visa dar continuidade a análise e garantir a
permanência dos estudos sobre cotas por cor. Deve-se levar em conta que somente o ingresso
não garante a efetividade da ampliação das oportunidades educacionais aos grupos que a
política visa atender.

METODOLOGIA
O artigo foi feito em forma de pesquisa, com o objetivo de avaliar e também
correlacionar teorias e práticas sobre as cotas para negros no ensino superior. Apesar de ser
um tema discutido na atualidade, a sua complexidade é maior por não lidar só com o futuro
aluno cotista, mas todos os envolvidos nesse processo, em que integra primeiramente a
família, a universidade, e também a sociedade que participa com leis e programas muitas
vezes sem o retorno desejado.
Uma pesquisa de natureza qualitativa, ou seja, o estudo que trabalha com o universo
de significados, aspirações, crenças, valores que dizem respeito a um espaço profundo das
relações e dos fenômenos.
Foi feita uma análise da política de cotas nas universidades federais e sua relação com
o desenvolvimento social no país, a partir de objetivos que envolvem a investigação das linhas
teóricas presentes na política de cotas e nas concepções acerca do desenvolvimento social,
bem como a implantação de tal política nas universidades federias. Leis, decretos, foram
usados para fortalecer a base para a compreensão da inclusão dos menos favorecidos no Brasil
15

pela cor de sua pele, um absurdo vindo de um país com tanta miscigenação como o nosso.
O contexto, supracitado, aguçou nossa curiosidade para realizar essa pesquisa e para
produzir este trabalho científico. O estudo foi realizado com base também em pesquisas
bibliográficas com materiais já existentes como: artigos, livros, revistas, através de leitura
para se construir um novo conceito. Com isso Ludke e André (1986, p. 01), afirma: “Para se
realizar uma pesquisa é preciso promover o confronto entre os dados, as evidências, as
informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a
respeito dele", observamos com a citação acima a relevância que se tem a realização de uma
pesquisa bibliográfica, em que é o momento de realizarmos uma busca de informações sobre
o tema e partindo disso confrontar os variados conceitos.
O método utilizado para este trabalho foi o materialismo histórico dialético de Marx, e
a partir de Gomide (2014, p.130), temos a seguinte afirmação: "O materialismo histórico-
dialético enquanto método de investigação é essencialmente polêmico e crítico, pois busca
superar o senso comum, a maneira de pensar dominante indo além da reflexão que se esgota
em si mesma". Esse método tem em sua estrutura três elementos que são: História, dialética e
contradição. Uma pesquisa baseada no mesmo deve realizar um resgate histórico do objeto
pesquisado, fazer uma dialética, ou seja, um diálogo e trazer para o trabalho uma contradição
em torno do mesmo. A partir do método os profissionais e pesquisadores buscam
compreender o real, considerando a materialidade que o compõe.
Com isso, este trabalho se organiza e se estrutura da seguinte maneira: foi feito um
retorno ao começo da história, onde se chama atenção as terminologias usadas através dos
tempos e os novos termos usados na atualidade, e também abrangem as trajetórias das pessoas
negras ao longo da história e as transformações sociais.
A Legislação e Políticas Educacionais voltadas para Educação Superior apresentam as
leis em vigência, as que tiveram maior repercussão, assim como os planos aprovados para
fazer valer os direitos dos negros.
Este estudo visa promover um maior conhecimento em torno do sistema de cotas para
negros e para as pessoas que tiverem convívio com eles. Através deste buscamos proporcionar
uma visão crítica a respeito do tema proposto, em que este apresente uma estimulação, pois
ainda possui muitas coisas a serem mudadas na sociedade para realmente haver uma inclusão
que venha a ser significativa para as pessoas negras. Neste será possível através de
fundamentação teórica situar o leitor em um contexto que precisa ser revisto, em que em sua
maioria as leis ficam na utopia. E a instituição de ensino e a sociedade, tem o papel de incluir
as pessoas negras, e com isso os educadores que são parte integrante do contexto escolar
16

precisam discutir o tema aqui proposto, para que a escola realize seu papel social em relação à
pessoa negra. E os profissionais que tenham interesse pelo tema, como os estudantes de
diferentes áreas do conhecimento possam neste estudo encontrar um sentido real da educação,
a fim de ter um novo olhar para este que tem grande relevância na sociedade em que vivemos.
Esperamos que este trabalho promova maior conhecimento às pessoas que tiverem
contato com essa obra, proporcionando-lhes uma visão crítica a respeito do tema proposto, e a
profissionais e estudantes de Pedagogia que procuram um sentido real na Educação e suas
dialógicas contraditórias.

PESQUISA E ANÁLISE DE DADOS

Quantidade da população negra no Brasil


Conforme demonstrado no gráfico acima fica evidente a pequena discrepância entre a
população branca e a população negra.

Gráfico de ricos e pobres entre negros e Brancos


Fizemos uma analise do índice de pobreza entre brancos e pretos com base nos dados da
PNAD (A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 2015) E fica notória discrepância na
desigualdade entre brancos e negros na distribuição da riqueza, e percebe-se a predominância
da população negra entre os mais pobres. Isso deixa claro a grande desigualdade existente no
Brasil, Onde os negros tem acesso a metade da renda atribuída aos mais pobres.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
Brancos
40%
Negros e pardos
30%
20%
10%
0%
2005 2011 2015 2005 2011 2015
10% com maiores Rendimentos 1 % com menores Rendimentos

Dados também da PNAD só que mais antigos, de 2015, mostram que apesar dos negros e
17

pardos representarem 54% da população na época, a sua participação no grupo dos 10% mais
pobres era muito maior: 75%.
Já no grupo do 1% mais rico da população, a porcentagem de negros e pardos era de apenas
17,8%.

Gráfico Indicador de índices educacionais entre negros e brancos

10
8
6
4 Negros
Brancos
2
0
2001 2015

Ou seja a desigualdade educacional, escolar e de classes sociais ainda continua grande no


Brasil embora seja um pais mestiço.
Considerando que a média de anos de estudos da população brasileira passou de 5,7 em 2001
para 7,5 em 2015, a da população negra passou de 4,7 em 2001 para 6,8, e a da população
branca de 6,6 para 8,3 (IPEA, 2017). As oportunidades educacionais dos negros ainda são
inferiores às da média gera da população, e às dos brancos.

Gráfico alunos pretos e brancos matriculados nas universidades entre 2005 e 2015
45
40
35
30
25
Brancos
20 Negros e pardos
15
10
5
0
2005 2015

O percentual de negros no nível superior deu um salto e quase dobrou entre 2005 e 2015. Em
18

2005, um ano após a implementação de ações afirmativas, como as cotas, apenas 5,5% dos
jovens pretos ou pardos na classificação do IBGE e em idade universitária frequentavam uma
faculdade. Em 2015, 12,8% dos negros entre 18 e 24 anos chegaram ao nível superior, entre
os brancos no entanto o o número equivale a menos da metade dos jovens brancos com a
mesma oportunidade, que eram 26,5% em 2015 e 17,8% em 2005
Ainda aqui nota-se uma grande discrepância nos índices educacionais das pessoas
quando classificadas por cor. Mais um fato que demonstra a necessidade de um programa de
Ações afirmativas para o grupo étnico.
A demanda pelo ensino superior cresceu intensamente no pais nos últimos anos. A
oferta aumentou, porém jovens pobres e negros continuam com baixa representação entre os
ingressantes nas universidades ou seja as vagas são limitadas a um pequeno grupo com
relação a demanda.

Gráfico alunos pretos e brancos matriculados nas universidades em 2019

50.4
50.3
50.2
50.1
50
49.9 Brancos
49.8 Pretos Pardos
49.7
49.6
49.5
49.4
2019

O número de alunos negros e pardos passou pela primeira vez o de brancos em


universidades públicas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) divulgados nesta quarta-feira (13). O número chegou a 50,3%.A pesquisa mostra
melhoras em geral na educação, mas existe ainda desigualdade grande – disse Luanda
Botelho, pesquisadora do órgão.

Esse sistema tem surgido efeito primeiramente porque o Brasil é um dos países com
oportunidades mais desiguais, onde entra novamente a questão da meritocracia que nesse
19

contexto não faz tanta diferença, pois pessoas que nascem pobres no Brasil mesmo que sejam
muito inteligentes não conseguiram ter as mesmas oportunidades de pessoas que pessoas ricas
ou classe média, ou seja o mérito não define o sucesso na vida profissional,então o sistema
tem sido eficaz em combater a desigualdade entre negros e brancos.

Existe preconceito dentro das universidades?


O governo através de ações afirmativas juntamente com a IES vêm tentando diminuir o
preconceito por cor, isso se dá primeiramente por identificarem essa necessidade que vem
sendo demonstrada lutas e denuncias da classe étnica feita ao longo da historia com intuito de
eliminar ou diminuir as desigualdades e impunidades que vem sendo sofridas, o que vem
resultando em várias vitórias.

Foi feita uma análise de um artigo elaborado por (ISABELE BATISTA DE LEMOS,
2017) com a trajetória de alunos cotistas onde os mesmos contam as suas experiências
vivenciadas em vários cursos dentro da Universidade Federal do Pará (UFPA) onde os alunos
relatam as experiências vivenciadas durante a trajetória acadêmica, onde foi analisada
questões como a qualidade da permanência nos cursos que escolheram, os padrões de
sociabilidade entre o alunos, professores e servidores no que concerne ás relações raciais e as
repercussões que o ingresso no ensino superior causou no âmbito pessoal e profissional de
suas vidas. A idade dos entrevistados varia de 22 a 32 anos os pais quase concluíram o ensino
fundamental, alguns o ensino médio, uma parte analfabeta e poucos possuem curso de nível
superior, foram analisados os cursos de Direito,Ciências Sociais Engenharia da Computação e
medicina.

Segundo a pesquisa feita na UFPA (Universidade Federal do Pará), Por (ISABELE


BATISTA DE LEMOS, 2017) Os alunos do curso de direito relataram não sofrer grandes
preconceitos, porém ele ainda existe da parte de alguns alunos, professores e colaboradores
dentro da IES, mesmo que de forma velada, a maioria disse ter sofrido mais preconceito por
ser cotista do que por ser negro, alem do mais enfrentavam problemas para se manter na
faculdade, pois os gastos com material como Xerox, acesso a internet já que muitos não
possuíam computadores foi um grande obstáculo para os mesmos. Já os alunos do curso de
Ciências sociais disseram não sofrer nenhum tipo de preconceito dentro da universidade.
20

Analisando o curso de Engenharia da computação foi comprovado que os dois alunos cotistas
entrevistados,um relatou que sofreu dificuldades de se adequar ao conteúdo porque a
preparação não era no mesmo nível que os outros alunos e apenas no terceiro semestre
conseguiu superar essa dificuldade, também passaram por dificuldades para se sustentar
durante o curso e fazer as atividades exigidas no mesmo por não terem em casa a tecnologia
necessária para o desenvolvimento. Os dois sofreram preconceito velado por parte dos
professores e alunos e concordam com a existência e permanência do sistema de cotas, e
como relataram acreditam que ser o negro hoje em dia sofre mais dificuldades de ingressar no
ensino superior porque a maioria da classe é pobre. Os três alunos de medicina que foram
entrevistados relataram sofrer preconceito por serem cotistas por cor, pois os outros alunos os
julgava inaptos para estarem lá e com QI inferior, já que passaram por cotas e diziam que
outras pessoas que mereciam mais poderia estar no lugar deles, eram excluídos de festas e
trabalhos em grupos, existia o grupo dos não cotistas, mais com o passar do tempo os alunos
não cotistas perceberam que os colegas tinham a mesma capacidade e mereciam estar ali. Um
dos alunos relatou que muitos professores e colegas defendiam que as cotas deviam ser
somente por escolas públicas e sem o recorte de 20% por cor, porque assim alcançaria mais
pessoas das camadas mais baixas, o mesmo também relatou sofrer preconceito dentro do
curso por ser negro, pois a maioria das pessoas tem o estigma de que o médico seja o cara
branco, disse que as vezes ao pedir roupa ou material os colaboradores quase sempre
concluíam que ele era técnico e ficavam surpresos ao perceberem que era aluno de medicina

O estudo demonstra que o desempenho dos alunos cotistas e não cotistas similares e
em determinadas situações até maior isso porque as habilidades socioemocionais dos alunos
cotistas são mais desenvolvidas por terem passado por inúmeras dificuldades econômicas que
foram superadas para obter a sua formação. O preconceito vem diminuindo dentro das
universidades por verem que isso não tem procedência, pois há milhares de jovens negros
inteligentes que no Brasil, ou seja essa política de ações afirmativas mesmo com várias falhas
e muito a ser desenvolvida principalmente no âmbito econômico vem obtendo resultados

O sistema é eficaz ou se trata apenas de racionalização para combater o racismo?


O Estado brasileiro tem se empenhado em promover políticas de igualdade racial, em resposta
às demandas do movimento negro
O sistema é eficaz, pois em ele o país ficaria pior, por que os jovens não cotistas não teriam
entrado na universidade pública e provavelmente ficariam sem ensino superior, por não
21

conseguirem pagar uma universidade particular. Outra questão a se colocar em pauta é que a
maioria dos não cotistas que estudam nos cursos mais concorridos nas universidades públicas
fez o ensino básico inteiro em escolas privadas, e isso posteriormente possibilitou a sua
entrada nas IES públicas sem pagar nada, E como foi demonstrado ao longo do texto a
maioria da população pobre no Brasil é negra e se não fosse através do sistema não teriam a
possibilidade de ingressar em um curso de nível superior.
Vale ressaltar que o Estado brasileiro adotou progressivamente um discurso antirracista,
trazendo o tema para a agenda política. A partir dos anos 2000, a participação do Brasil na III
conferencia Mundial contra o Racismo, Discriminação, Xenofobia e Discriminações
Correladas de Durban (2001) impulsionou a crescente adoção nas universidades públicas
brasileiras, estaduais e federais de medidas afirmativas para distintos grupos de beneficiários,
entre os quais o dos negros (HERINGER,2006).

O sistema tem mudado alguma coisa ou a desigualdade continua a mesma entre negros e
brancos?
Analisando o artigo sobre a entrevista com os alunos cotistas na UFPA chegamos a conclusão
de que o sistema de cotas por cor tem sido eficaz em combater a desigualdade entre brancos e
negros e vem mudando a vida de vários jovens como foi demonstrado, embora ainda
enfrentem dificuldades financeiras, de acesso a bens culturais e o preconceito tanto por serem
cotistas quanto por serem negros (ISABELE BATISTA DE LEMOS).
Pode ser melhorado?
O sistema como qualquer outro que seja apresentado no papel possui as suas falhas, pois só a
partir da prática do mesmo percebe-se onde se esta pecando, o que pode ser aperfeiçoado.O
direito à igualdade formal, isto é, o direito a não ser discriminados arbitrariamente na lei e
perante a lei; e a igualdade material, que é o direito a ter as mesmas oportunidades em termos
financeiros, políticos e simbólicos (Piovesan,2006).

È a noção de igualdade material que da suporte à implantação de ações afirmativas pata


negros no ensino superior. Ou seja, para ser melhorado torna-se fundamental acompanhar e
monitorar o processo de implementação e os resultados desses programas nas universidades
das diferentes regiões brasileiras, com a finalidade de verificar se eles estão contribuindo para
reduzir as desigualdades raciais e de que maneira podem ser aperfeiçoados.
22

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