Está en la página 1de 8

Memória e representação: reflexões para a

organização do conhecimento
Memororia y representación: reflexiones para la organización del conocimiento
Memory and representation: reflections for Knowledge Organization

Mona Cleide Quirino da Silva FARIAS, Maria Leandra BIZELLO

Departamento de Ciência da Informação, Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista – UNESP,
Av. Higyno Muzzi Filho, 737, Marília, São Paulo, Brasil, CEP:17525-900; monaquirino@gmail.com; mleandra23@gmail.com

Resumen Abstract
Se discute la concepción de memoria basada en una This paper discusses the concept of memory based on
perspectiva sociocultural en pos de un posible análisis a sociocultural perspective for a possible analysis of it
de ésta como elemento de representación del conoci- as an element of representation in Knowledge Organi-
miento en el ámbito de la Organización del Conoci- zation. Memory, from a sociocultural perspective, in-
miento. La memoria estudiada desde una perspectiva volves the practices and experiences of individuals and
sociocultural presenta implicaciones para las prácticas groups that share experiences and carry common
y vivencias de los individuos y grupos que comparten meanings and become that, the representation of
experiencias y conllevan significados comunes; y se knowledge with collective and hybrid characteristics.
vuelve de esa forma una representación del conoci- We aim to discuss some conceptions of memory for a
miento con características colectivas e híbridas. Nues- further analysis of the issue of knowledge representa-
tro objetivo es retomar algunas concepciones de la tion. We assume that the ways of organizing and rep-
memoria para realizar un posterior análisis de la cues- resenting knowledge imply symbolic elements whose
tión de la representación del conocimiento. Se presu- purpose is the representation of memory, that is, a se-
pone que las formas de organizar y representar el co- miotic mediation evidenced in the way that individuals
nocimiento acarrean implicaciones para los elementos share a repertoire of signs. Within this scope, we con-
simbólicos cuyo propósito es la representación de la sider memory at both its individual and collective di-
memoria, es decir, una mediación semiótica eviden- mensions, as a semiotic element of knowledge. Thus,
ciada en la medida en que los sujetos comparten un the conception of memory can not be reduced just to
repertorio de signos. Desde este punto de vista, consi- the idea of remembering and forgetting, since the ob-
deramos que la memoria tanto en su dimensión indivi- ject of memory is the individual and collective practices
dual como colectiva es un elemento semiótico del co- that turn into the dynamic way in which groups seek to
nocimiento. Así, la concepción de memoria no se represent their cultural memory mediated by a given
puede reducir apenas a la idea de recuerdo y olvido, historical and sociocultural context.
ya que el objeto de la memoria se compone de las Keywords: Memory. Knowledge organization. Semi-
prácticas individuales y colectivas que se transforman otic mediation. Cultural memory.
en el camino dinámico en el que los grupos buscan re-
presentar su memoria cultural mediada por un con-
texto histórico y sociocultural dado.
Palabras clave: Memoria. Organización del conocimi-
ento. Mediación semiótica. Memoria cultural.

1. Introdução Destacamos que a memória seja ela definida en-


quanto social, individual(1), coletiva e cultural, é
A memória é aqui compreendida como um ele- elemento sígnico de representação que nos per-
mento de representação do conhecimento. Com mite analisar a dinâmica sociocultural de uma co-
base nessa perspectiva entendemos que a me- munidade, pois a partir da memória podemos
mória pode ser também um meio de comuni- identificar o comportamento de um grupo e até
cação, em que grupos buscam compartilhar seus mesmo conhecer sua identidade. Vale destacar
conhecimentos no intuito de manter o significado que, a identidade só poderá ser construída no in-
da memória e de sua representação para poste- terior de contextos sociais e, por sua vez, deter-
ridade. Nesse sentido, a memória possui um ca- minam a posição dos sujeitos e os orientam nas
ráter da coletividade, e como memória coletiva suas representações e escolhas (Cuche,2002).
esta contribui segundo Pollak (1989), para que Vale destacar que, ainda que as identidades se-
seja mantida a coesão de grupos e instituições, e jam construídas no interior dos contextos sociais,
ainda para definir seu lugar. elas tomam como referência o que lhe é externo

Farias, Mona Cleide Quirino da Silva; Bizello, Maria Leandra. Memória e representação:
reflexões para a Organização do Conhecimento. // Scire. 22:2 (jul.-dic. 2016) 99-106. ISSN 1135-3716.
100

a esse espaço social. Nesse sentido, as identida- representativo de um povo, uma geração, ou
des são formadas por consequência das ex- seja, que está em processo de transformação e
periências múltiplas dos sujeitos em interação implica assim em diálogos e trocas simbólicas.
com demais contextos.
Se entendermos a memória como referência de
Desse modo, seria interessante compreender so- uma cultura, que para Coelho Netto (2012, p.
bre códigos culturais, como estruturas comple- 114), a cultura, em sua conceituação mais ampla,
xas que reconhece, armazenam e processam in- remete à ideia de uma forma que caracteriza o
formações com o objetivo de regular e controlar modo de vida de uma comunidade em seu as-
as manifestações da vida, do bio, do socius, do pecto global, ou seja, totalizante. Assim, seria
semeion. Constituem um vocabulário mínimo da possível reconhecer que, assim como a cultura
cultura que se encontra sempre em movimento possui traços híbridos, também se faz a memória
(Machado, 2003, p. 156), embora muitas vezes e, dentro de uma perspectiva semiótica, pode
não conseguimos interpretá-los em sua pleni- motivar nos grupos e comunidades processos de
tude. Nesse sentido, as linguagens necessitam semiose, pois é um processo de veiculação dos
de atenção, pois além de um sistema de comuni- signos e/ou a própria evolução dos signos. Isso
cação, constituem um sistema modelizante. En- quer dizer que a semiose seria a constante no
quanto um sistema modelizante e de comuni- percurso continuum percorrida pelo signo, isto é
cação, a linguagem/linguagens é(são) responsá- de evolução de significados.
vel(eis) pela transmissão de mensagens repre-
Parafraseando Braga (2000), a memória humana
sentadas na esfera da cultura —Lotman (1978)
é concebida como um processo elaborado no
apud Machado (2007, p. 29)—.
movimento coletivo que emerge nas interações,
A memória é a manifestação cultural e social do e está constituído na cultura. Esse processo
conhecimento construído em uma comunidade pode ser entendido do ponto de vista dos sig-
que representa um conjunto de saberes e práti- nos(3) dados em uma dimensão simbólica (orais
cas na perspectiva de comunicar ações, atitudes, e escritos), como também nos signos icônicos
sentimentos, os quais podem ser rememorados, (imagens), os quais podem servir de suporte para
muitas vezes, por meio de determinados supor- a construção da memória. Nesse sentido, a me-
tes a partir de um contexto escolhido e/ou deter- mória pode ancorar-se em diversos suportes
minado pelos sujeitos, atores da memória. Vale e/ou linguagens como, por exemplo, em um
destacar que quando nos referimos ao termo ma- texto, na comunicação oral, por meio de sons, de
nifestação, este é compreendido como algo que imagens, entre outros (Gondar, 2005).
se apresenta, se revela, se manifesta. Desse
Para tanto, entende-se que a memória não é algo
modo, entendemos que a memória implica em
estagnado finalizado, pelo contrário, a memória é
manifestação de uma vivência, de hábitos, cos-
dinâmica e essa característica deve ser reconhe-
tumes, de fatos, e por isso de uma cultura e so-
cida principalmente quando buscamos represen-
ciedade.
tar algo, pois representar não condiz em ditar o
Pressupomos que a memória é também moti- que uma coisa é ou foi, mas permitir reconhecer
vada por uma variedade de textos, manifestada tal coisa em sua dinâmica, mas não desconside-
por múltiplas linguagens que ultrapassam uma rar as peculiaridades signicas da memória.
representação material, pois a mesma pode ser
Nesse sentido, é necessário ter a consciência de
comunicada por meios visuais, sonoros e arqui-
possíveis transformações desde um ponto de
tetônicos. Os textos são entendidos como um
vista das linguagens adotadas e assimiladas por
mecanismo semiótico gerador de sentidos (Ma-
culturas e sociedades distintas, como do sentido
chado, 2003, p. 169). Para Lotman (1990, p. 8) o
adquirido ao longo de seu percurso representa-
texto além de atuar como a matriz de novos sig-
tivo e de agregação de sentidos. Daí surge a
nificados é também condensador de memória
questão: será que a memória materializada, isto
cultural. Para tanto, trazemos também a memória
é, enquadrada(4) em um dado suporte informa-
vista na perspectiva da Semiótica da Cultura(2),
cional, institucionalizada condiz de fato com a vi-
como algo que é assegurada pela presença de
vência, a história de um povo, ou apenas repre-
alguns textos e pela unidade de códigos, ou por
senta um recorte de um acontecimento e /ou in-
sua invariância, ou ainda pelo caráter contínuo e
venção?
regular de sua transformação (Lotman, 1996).
Tal questão norteia esse artigo e nos possibilita
Nesse ínterim, consideramos também que, para
refletir sobre formas de representação da memó-
comunicar conhecimentos, repassar tradições,
ria e ainda de como a memória de um determi-
hábitos, crenças e desse modo manter o conhe-
nado grupo pode ser representada tendo em
cimento do grupo ou comunidade ativo, a memó-
vista que a mesma pode sofrer influências exter-
ria deveria ser interpretada como um mecanismo
nas e por isso requer instrumentos apropriados

Farias, Mona Cleide Quirino da Silva; Bizello, Maria Leandra. Memória e representação:
reflexões para a Organização do Conhecimento. // Scire. 22:2 (jul.-dic. 2016) 99-106. ISSN 1135-3716.
101

que consigam garantir (Beghtol, 2002) uma re- distingam materialmente de nós: porque temos
presentação que mais se aproxime da realidade sempre conosco e em nós uma quantidade de pes-
e que acima de tudo reconheça a hibridez de sig- soas que não se confundem[...]. Para que nossa
nificados que perpassam uma determinada me- memória se auxilie com a dos outros, não basta que
eles nos tragam seus depoimentos: é necessário
mória.
ainda que ela não tenha cessado de concordar com
Vale ressaltar que já existem estudos(5) que dis- suas memórias e que haja bastante pontos de con-
correm sobre o conceito de memória na Ciência tato entre uma e outras para que a lembrança que
da Informação, mas este artigo não possui esse nos recordam possa ser reconstruída sobre um fun-
damento comum.
intuito. Nossa intenção é refletir sobre a con-
cepção de memória e apresentá-la sob a pers- A capacidade de lembrar na concepção de Halb-
pectiva de mecanismo gerador de conhecimen- wachs, só é possível se assumimos o ponto de
tos, isto é, como elemento de organização que vista de um ou mais grupos e nos situamos em
pode desencadear em discussões posteriores uma ou mais correntes do pensamento coletivo
sobre como a memória de uma comunidade es- (Halbwachs, 2004, p. 31):
pecífica pode ser representada em um sistema
Assim, se encontrarmos mais tarde membros de
de organização do conhecimento desde que leve uma sociedade que se tornou para nós a tal ponto
em consideração os processos dialógicos e se- estranha, por mais que nos encontremos no meio
mióticos da representação e principalmente as deles, não conseguimos reconstituir com eles o
peculiaridades simbólicas da cultura e da comu- grupo antigo. É como se abordássemos um ca-
nidade que gera tal memória. minho que percorremos outrora, mas de viés, como
se o encarássemos de um ponto de onde nunca o
2. A memória como objeto vimos.
do conhecimento Para explorar nossa capacidade de lembrar, a
linguagem é fundamental, pois pode ampliar
Objetiva-se discutir brevemente sobre a memória nosso repertório de lembranças e auxiliar na re-
como um objeto do conhecimento na perspectiva presentação da memória. Assim entendemos
de reconhecer que as comunidades ou grupos que a linguagem para a memória é um elemento
com base em suas culturas, costumes e hábitos indissociável da representação. Santos (2003, p.
desenvolvem memória e esta pode ser objeto de 46) considera que “[...] a linguagem é uma forma
conhecimento na medida em que alcança uma de memória que nos antecede. Ela está lá, seja
representação, seja por meio de um suporte fí- na nossa mente em forma de pensamento, seja
sico/material, imaterial ou por outros meios de organizada sob a forma de discursos ou textos
expressão e representação da memória em uma produzidos numa determinada cultura.”
dada cultura, como por exemplo, a dança – em
suas várias singularidades artísticas, a prática Dessa maneira, visualiza-se de um modo geral
da oralidade em algumas sociedades etc. que memória possui a potencialidade de ser um
objeto do conhecimento. Porém é preciso enten-
Vale dizer que a memória é construída numa di- der que todo e qualquer conhecimento é desen-
mensão coletiva mas que desfruta de individuali- hado e articulado com base em um domínio, o
dades, e por isso está sujeita a transformações. qual irá determinar as formas de análise e pro-
Assim também entendemos o conhecimento, jeção de tal conhecimento. Nesse contexto, en-
algo em plena construção. Ademais, a memória tendemos os domínios como campos de ativida-
nos remete sempre ao passado, mas um pas- des que compartilham de conhecimentos que se
sado comentado, ou representado em um dado aproximam, tendo em vista interesses comuns
presente circunstanciado. Automaticamente o como, por exemplo, a Semiótica da Cultura e os
passado rememorado nos fornece lembranças e campos de investigações da Antropologia, Lin-
estas são parte de um conhecimento compar- guística estrutural, entre outras.
tilhado a partir de uma memória. O passado re-
memorado a partir de lembranças coletivas ou in- No entanto, o conhecimento implica em ope-
dividuais, são parte de um conhecimento com- rações organizadas e dialógicas em constante
partilhado, uma memoria ou memorias. processamento, se trata de algo construído não
somente pelo indivíduo, mas pelas relações com
Contudo, Halbwachs (2004, p. 26-34) destaca o coletivo. Sendo assim, entendemos que o ca-
que: ráter dialógico do conhecimento requer a com-
[...] nossas lembranças permanecem coletivas, e preensão do contexto no qual foi criado, isto é,
elas nos são lembradas pelos outros, mesmo que necessita conhecer a memória pela qual tal con-
se trate de acontecimentos nos quais só nós estive- hecimento foi elaborado.
mos envolvidos, e com objetos que só nós vimos. É
porque, em realidade, nunca estamos sós. Não é Com base nisso, compartilhamos da perspectiva
necessário que outros homens estejam lá, que se do “conhecimento em ação” como destacado por

Farias, Mona Cleide Quirino da Silva; Bizello, Maria Leandra. Memória e representação:
reflexões para a Organização do Conhecimento. // Scire. 22:2 (jul.-dic. 2016) 99-106. ISSN 1135-3716.
102

Dahlberg (1993), e acrescentamos também que processo vivido, conduzido por grupos vivos, por-
“a cultura, assim como a linguagem e possivel- tanto, em evolução permanente e suscetível a to-
mente a memória são elementos em ação” e por das as manipulações. Ainda ressalta que:
conseguinte estão imbuídos na configuração
A memória é vida, sempre carregada por grupos vi-
do/de conhecimento(s). vos e, nesse sentido, ela está em permanente evo-
Desse modo, entendemos que o conhecimento lução, aberta à dialética da lembrança e do esque-
pode ser descrito como a soma de experiências, cimento, inconsciente de suas deformações suces-
sivas, vulnerável a todos os usos e manipulações,
organizadas e sistematizadas, e por isso não é
susceptível de longas latências e de repentinas re-
algo acabado. Assim, devemos considerar que vitalizações.
em cada contexto, por ocasião das relações es-
tabelecidas entre os sujeitos, numa dada cultura A memória está atrelada a uma cultura. E a cul-
o conhecimento possui características distintas e tura, enquanto universo simbólico e representa-
está se renovando. A memória nesse contexto é tivo do conhecimento, possui a capacidade de
elemento determinante para o conhecimento. criar e desenvolver linguagens o que favorece a
dinâmica da mesma e suas possíveis relações in-
No âmbito do campo da Organização do Conhe- terculturais. Diante desse universo simbólico
cimento resgatamos de maneira breve algumas mergulhada em diversos signos é que a memória
concepções sobre conhecimento que nos auxi- passa a ser projetada e posteriormente represen-
liam em entender este como potencializado por tada nos ditos “lugares de memória”.
uma memória cultural. Barité (2001, p. 42, tra-
dução nossa) destaca que o conhecimento im- Para Nora (1993, p. 21) esses lugares são iden-
plica em um produto social e uma necessidade tificados por meio de uma acepção triádica, isto
social, o autor ressalta ainda que é, como “lugares materiais, lugares funcionais e
lugares simbólicos”. O autor entende que tais lu-
[...], em suma, pode ser visto como o saber acumu- gares são carregados de necessidade de memó-
lado da humanidade, mas também fornecedor per-
ria. Contudo, ressaltamos que é importante a re-
manente que atenda às necessidades sociais e
identifica “lacunas” onde novos conhecimentos são flexão sobre os lugares de memória e a represen-
necessários para se regenerar. tação como criações necessárias para a existên-
cia e/ou consciência de uma memória.
Fernandez-Molina (1994, p. 328), destaca que o
termo conhecimento constitui-se na conversão Nessa perspectiva, de lugares de memória, en-
de informação, em que esta última só pode tor- tendemos que estes representam mais que me-
nar-se conhecimento na medida em que venha a ros monumentos, espaços institucionalizados,
provocar modificação na estrutura do conheci- são também documentos e portanto requerem
mento de um determinado receptor. Podemos di- atividades interpretativas que possibilitem enten-
zer que o conhecimento implica no processo de der a procedência da memória veiculada. Para
alteração sobre um dado conhecimento anterior- tanto, é necessário realizar leituras sobre sua re-
mente apresentado por um sujeito em um deter- presentação assim como das intenções de quem
minado contexto. representou tal memória.

O conhecimento é uma construção coletiva e, Numa breve sistematização, Pollak (1992, p.


portanto, reflexo de uma determinada cultura res- 200-212) observa que a memória, seja ela indivi-
guardada e revelada em uma memória. Os con- dual ou coletiva, tem como elementos constituti-
hecimentos de uma cultura encontram-se em vos acontecimentos, pessoas e lugares. Na pers-
constante relação de busca por sentido. Ainda, pectiva de acontecimentos tem-se que as ex-
enquanto produto cultural, os conhecimentos são periências são as vividas pessoalmente e ainda
resultantes de inúmeras condições socioculturais aquelas que, não vivenciadas particularmente
que interagem em tempo e espaço da cultura em por nós, foram pelo grupo a que se pertence.
sua dimensão híbrida e dialógica. Entende-se Aqui entraria a noção de uma memória “her-
que “[...] é na interação [...] onde residem o sen- dada”.
tido, a cultura, o conhecimento e a memória” Sendo composta por pessoas, a memória agrega
(García Gutiérrez, 2008, p. 42). personagens, seja do nosso tempo ou não, sobre
Destaca-se que a memória consiste também na as quais se sabem coisas como se as conhecês-
tecitura de uma cultura a qual explicita aspectos semos. Numa compreensão dos lugares pode-
individuais e sociais. Pois, “mesmo no nível indi- mos ter como exemplo – uma escola espaço de
vidual, o trabalho da memória é indissociável da uma infância, da qual guardamos registros afeti-
organização social da vida” (Pollak, 1989, p. 11). vos, assim como monumentos, documentos, o
Nora (1993, p. 9) considera a memória como um espaço da casa – ambiente familiar onde com-
partilhamos saberes e afetividades etc.

Farias, Mona Cleide Quirino da Silva; Bizello, Maria Leandra. Memória e representação:
reflexões para a Organização do Conhecimento. // Scire. 22:2 (jul.-dic. 2016) 99-106. ISSN 1135-3716.
103

De todo modo, Halbwachs (2004, p. 12) comenta linguagem e ainda se tal linguagem representa
que para que nossa memória se beneficie da dos de modo coerente a memória de um grupo/comu-
outros, não basta apenas seus testemunhos, é nidade.
preciso também que haja um acordo com suas
Afirmamos que a representação se origina em
memórias e que seja suficiente os pontos de con-
um sujeito individual ou coletivo imerso em con-
tato entre ela e as outras memórias, para que a
dições específicas de seu espaço e tempo, e re-
lembrança que os outros nos fornecem possam
fere-se a um objeto. Ainda ao se referir sobre re-
ser reconstruídas sobre uma base comum.
presentações tem-se que tais representações
Em linhas gerais, a memória como uma manifes- atuam como “[...] uma forma de conhecimento
tação de um grupo que deseja destacar um con- socialmente elaborado e compartilhado, com um
hecimento dentro de uma relação entre passado objetivo prático, e que contribui para a cons-
e presente pode ser compreendida como um dis- trução de uma realidade comum a um conjunto
positivo do conhecimento, pois por meio da me- social” (Jodelet, 2002, p .22).
mória, no uso de linguagens e dentro de uma
No âmbito da Organização do Conhecimento
dinâmica cultural, é possível desmembrar con-
Brascher e Café (2008, p. 6) destacam sobre o
teúdos, informações e (re)construir conhecimen-
ponto de vista da representação do conheci-
tos, assim como representá-los.
mento que trata de temáticas que nos encamin-
ham ao “mundo dos conceitos” e não meramente
3. A memória e suas múltiplas ao dos registros de informação. Ao partir dessa
representações compreensão a representação do conhecimento
Nos encontramos imersos em contextos dinâmi- busca refletir uma visão consensual sobre a reali-
cos de representação, enxertados por diversos dade a ser representada.
mecanismos, linguagens e suportes que buscam Em outras palavras, a representação é um pro-
representar um conhecimento, ou mesmo uma cesso reflexivo sobre os contextos em que estão
memória. Nesse sentido, como compreender a inseridos diversos domínios de conhecimento.
memória dentro desses contextos híbridos de re- Podemos dizer que, as representações em um
presentação? dado domínio necessita também o reconheci-
Um exemplo que podemos mencionar é o cibe- mento da memória mediada nos mesmos e que
respaço, como uma nova forma/função de pro- devem ser levado em conta os aspectos sociais,
dução, representação, organização do conheci- culturais e também éticos da representação.
mento e memória (Monteiro, 2002; 2006). Nessa Guimarães e Milani (2011, p. 1) consideram a re-
perspectiva a memória virtual representada no ci- presentação do conhecimento como sendo uma
berespaço possui, de algum modo, algumas tomada de decisão e atenta para que seus pro-
aproximações com a memória da sociedade oral, dutos devam figurar-se defensáveis. Ainda no
como por exemplo, no uso do discurso narrativo, contexto da discussão os autores reforçam sobre
no uso das imagens, e as possibilidades de es- os problemas éticos das bias no universo da re-
quecimento. presentação do conhecimento. Segundo Milani
No entanto, este cenário do ciberespaço está se et al (2009) o termo bias possui o sentido de des-
configurando como um novo tipo de memória que vios em inglês, e sesgos em espanhol. Tal termo
se distancia da característica mnemotécnica, está presente em discussões e trabalhos de ca-
como também não se limita na memória repre- ráter teórico, em sua maioria, que envolvem a re-
sentada a partir da materialidade dos livros, pelo presentação do conhecimento.
contrário, este novo cenário evidencia a dinâmica No escopo dessa discussão é necessário ressal-
do signo em favor do conhecimento em um fluxo tar que “[...] as representações são apenas uma
continuo pelo qual a memória também está su- parte: aquela que se cristalizou e se legitimou em
jeita. uma coletividade”. Ainda nesse raciocínio, a me-
Aqui tentamos considerar que a memória pode mória como um processo, “[...] é bem mais que
estabelecer diálogos por meio de múltiplas repre- um conjunto de representações; ela se exerce
sentações em vários ambientes e linguagens, também em uma esfera irrepresentável: modos
pois a representação se situa entre o vivido e o de sentir, modos de querer, pequenos gestos,
concebido, atuando como mediadora de um con- práticas de si, ações políticas inovadoras” (Gon-
hecimento que se encontra direta ou indireta- dar e Dodebei, 2005, p. 24).
mente atrelado a uma determinada memória. Contudo, em se tratando não apenas do conhe-
Desse modo, é possível questionar se represen- cimento mais também da memória esta não pode
tar a memória dentro de uma dimensão coletiva ser reduzida à representação. Pois não “Pode-
e/ou individual requer apenas o uso de uma única

Farias, Mona Cleide Quirino da Silva; Bizello, Maria Leandra. Memória e representação:
reflexões para a Organização do Conhecimento. // Scire. 22:2 (jul.-dic. 2016) 99-106. ISSN 1135-3716.
104

mos articular o afeto e a representação na pro- nos meios e circunstâncias sociais, onde este
dução da memória como partes integrantes de possui vínculo, convivência e conhecimento, isto
um mesmo processo.” (Gondar e Dodebei, 2005, é, onde compartilhe de uma cultura ou ainda de
p. 25). No entanto, uma representação social, por um repertório de signos que marcam a sua iden-
exemplo, “[...] é algo mais que uma idéia genérica tidade a partir de linguagens mediadas.
e instituída que se impõe a nós: todas as repre-
Consideramos que as linguagens são, dessa ma-
sentações são inventadas e somos nós que as
neira, as formas dinâmicas de expressão da cul-
inventamos, valendo-nos de uma novidade que
tura, e também da memória, visto que abarcam a
nos afeta e de nossa aposta em caminhos possí-
diversidade cultural existente nos grupos e comu-
veis” (Gondar e Dodebei, 2005, p. 25).
nidades. Nesse sentido, as culturas não devem
Vale destacar que (Oliveira e Rodrigues, 2011, p. ser entendidas como estáticas, pois “Entre as
313): culturas se produz uma interação simbólica”
(García Gutiérrez, 2004, p. 113, tradução nossa).
A sociedade do efêmero, na qual se defrontam
questões de ordem ideológica, ética, econômica e Em suma, na ocasião da representação da me-
tecnológica, parece reforçar a necessidade de mória, retomamos brevemente a concepção de
tornar explícitas as concepções de memória que exomemória de García Gutiérrez (2002) onde
permeiam o conhecimento produzido pela Ciência
esta constitui nas diversas formas de registrar o
da Informação. Isto talvez ajude a entender o papel
que a área pretende, ou deveria pretender conhecimento, como por exemplo, os livros, as
desempenhar no processo social de construção da fotografias, as gravuras, os quadros, as escultu-
memoria. ras, etc. Sobre tal discussão, vale destacar a con-
cepção do autor sobre conhecimento e memória,
No mais, a memória é uma construção social, em que o mesmo trata tanto o conhecimento
produzida pelos homens a partir de suas re- quanto a memória como sinônimos.
lações, de seus valores e de suas experiências
vividas. Ela sofre transformações à medida que o
4. Considerações
tempo passa, a história dos indivíduos toma um
novo rumo. Assim, pode-se dizer que a memória Entende-se que a discussão da memória é um
não se restringe apenas um registro dos fatos, tema aberto e por isso nos possibilita ampliar
mas uma combinação de construções sociais do nossas concepções. Dessa maneira, reconhece-
passado, que se agregam a fatores significantes mos que as formas de organizar e representar o
da vida social de um presente, sendo permanen- conhecimento implicam em elementos simbóli-
temente reconstruída. cos cujo propósito seja a representação da me-
Nesse sentido (Halbwachs, 2004, p. 35): mória, a qual implica em mediação semiótica evi-
denciada na medida em que os sujeitos compar-
Não é suficiente reconstituir peça por peça a ima- tilham de um repertório de signos.
gem de um acontecimento do passado para se ob-
ter uma lembrança; é necessário que esta recons- Neste escopo, consideramos que a memória
trução se opere a partir de dados ou de noções co- tanto em sua dimensão individual e/ou coletiva,
muns que se encontram tanto no nosso espírito pode ser configurada como elemento semiótico
como no dos outros, porque elas passam incessan- do conhecimento e, por conseguinte, da repre-
temente desses para aquele e reciprocamente, o sentação. Em alguns aspectos a memória pode
que só é possível se fizeram e continuam a fazer
vir a ser compreendida como o próprio conheci-
parte de uma mesma sociedade.
mento no sentido de compartilhar saberes me-
Pollak (1989) enfatiza que a referência ao pas- diante as práticas culturais de um grupo ou co-
sado serve para manter a coesão dos grupos e munidade.
das instituições que compõem uma sociedade,
Memória, no ponto de vista dessa discussão, se
para definir seu lugar respectivo, sua comple-
configura como um dispositivo semiótico articu-
mentaridade, mas também as posições irredutí-
lado e transformado pelos indivíduos nas re-
veis.
lações com o coletivo e que não está alheia à um
A recordação passa a ser afetada por transfor- passado que em dimensões múltiplas dialoga
mações inconscientes, em função de interesses com um presente para uma suposta represen-
e sentimentos, individuais ou coletivos, todavia, tação. A representação nesse contexto seria a
“[...] esse movimento só é possível se as pessoas forma de comunicação de uma memória trans-
fizeram ou ainda fazem parte de um mesmo posta em um determinado suporte materializado
grupo social” (Braga, 2000, p. 51). ou não, mas que garanta seu significado.
Nessa perspectiva, a memória coletiva só se efe- Portanto, a concepção de memória não pode se
tiva na medida em que os sentimentos, pensa- reduzir apenas a ideia de lembrança e esqueci-
mentos e ações de cada indivíduo são expressos mento, nem mesmo ser reconhecida a partir de

Farias, Mona Cleide Quirino da Silva; Bizello, Maria Leandra. Memória e representação:
reflexões para a Organização do Conhecimento. // Scire. 22:2 (jul.-dic. 2016) 99-106. ISSN 1135-3716.
105

um único modo de representação, pois o objeto Coelho Netto, José Teixeira (2012). Dicionário crítico de polí-
tica cultural: cultura e imaginário. 2.ed. rev.ampl. São
da memória constitui das práticas individuais e
Paulo: Iluminuras, 2012.
coletivas que transformam-se no percusso
Cuche, Denys (2002). A noção de cultura nas ciências so-
dinâmico em que os grupos buscam representar ciais.2. ed. Bauru: EDUSC, 2002.
sua memória cultural condicionada a um dado Dahlberg, Ingetraut (1993). Knowledge organization: its sco-
contexto histórico e sociocultural. pes and possibilities. // Knowledge Organizaton. Frank-
furt. 20:4, 211-222.
Notas Fernandez-molina, Juan Carlos (1994). Enfoques objetivo y
subjetivo del concepto de información. // Revista Espa-
(1) Para Halbwachs (1990), a memória individual não está ñola de Documentación Científica. 17:3. 320-331.
inteiramente fechada. Ela é limitada no tempo e no García Gutiérrez, Antonio (2002). Exomemoria y cultura de
espaço. A memória coletiva também sofre os mesmos li- frontera: hacia una ética transcultural de la mediación. //
mites. Os acontecimentos históricos são auxiliares na VII Congreso Internacional sobre Organización del Cono-
nossa memória; não desempenham outro papel, senão cimiento celebrado en Granada (España).
as divisões do tempo assinaladas em relógio ou determi-
nadas pelo calendário. García Gutiérrez, Antonio (2004). Otra memoria es posible:
estrategias descolonizadoras del archivo mundial. Sevi-
(2) Também conhecida por Semiótica Russa. Suas primeiras lla: Universidad de Sevilla. 2004.
perspectivas de estudos tiveram como palco a Escola de García Gutiérrez, Antonio (2008). Outra memória é possível:
Tártu-Moscou, na Estônia, que em meados da década de estratégias descolonizadoras do arquivo mundial. Petró-
1960 desenvolveu as primeiras discussões sobre siste- polis: Vozes. 2008.
mas de signos: texto cultural, códigos culturais, lingua-
gens etc. Seu campo possui caráter transdiciplinar e dia- Gondar, Jô; Dodebei, Vera Lucia Doyle (eds.). ( 2005) O que
loga com diversas disciplinas como a Teoria literária, Lin- é Memória Social? Rio de Janeiro: Universidade Federal
guística estrutural, Semiótica, Crítica da arte, Cibernética, do Rio de Janeiro. 2005.
Teoria da Informação e da Comunicação, Antropologia, Guimarães, José Augusto Chaves; Milani, Suellen Oliveira
Etnologia etc. (2011). Problemas éticos em representação do conheci-
mento: uma abordagem teórica. // DataGramaZero. 12:1,
(3) Peirce (1990, p. 4), diz que o signo é qualquer coisa que 1-18.
conduz alguma outra coisa (seu interpretante). Para
Coelho Netto (2010, p. 56), a concepção de signo dada Halbwachs, Maurice (1990). A memória coletiva. tradução de
por Peirce é aquilo que sob determinado aspecto repre- Laurent Leon Schaffer. São Paulo:Vértice, 1990.
senta algo para alguém. Na concepção atribuída por Halbwachs, Maurice (2004). A memória coletiva. São Paulo:
Saussure (1970, p. 81) o signo linguístico constitui de Centauro, 2004.
uma unidade psíquica de duas faces que seria a união Jodelet, Denise (2002). Representações Sociais: um domínio
entre a imagem acústica e o conceito, ou significado e em expansão. // Jodelet, Denise. (ed.). As Represen-
significante. tações Sociais. Rio de Janeiro: Eduerj, 2002.
(4) O termo exposto, ressalta a noção de “enquadramento de Lopes, Luís Carlos (1998). A imagem e a sombra da arquivís-
memória” que segundo Michel Pollak (1989), além de ser- tica. Rio de Janeiro: Arquivo Público, 1998.
vir como um referencial do passado evidencia a disputa Lotman, Iuri. M. (1990). Universe of the mind: a semiotic
em torno da memória e revela um modo de manter a theory of culture. London: Tauris, 1990.
coesão entre os grupos sociais.
Lotman, Iuri. M. (1996). La semiosfera I: semiótica de la cul-
(5) Ver a tese de Oliveira (2010) cujo título é: “O conceito de tura y del texto. Tradução de Desiderio Navarro. Valência:
memória na ciência da informação no brasil: uma análise Frónesis Cátedra, 1996.
da produção científica dos programas de pós-gra- Machado, Irene (2003). Escola de Semiótica: a experiência
duação”. de Tártu - Moscou para o estudo da cultura. São Paulo:
Ateliê Editorial. 2003.
Referências Machado, Irene (2007) Semiótica da Cultura e Semiosfera.
São Paulo: Annablume/Fapesp, 2007.
Barité, Mário (2001). Organización del conocimiento: un
Millani, Suellen Oliveira; Guimarães, José Augusto Chaves;
nuevo marco teórico-conceptual em Bibliotecología y Do-
Pinho, Fábio de Assis; Fernández-Molina (2009). Os des-
cumentación. // Carrara, Kester. (ed.). Educação, univer-
vios na representação do conhecimento em um contexto
sidade e pesquisa. Marília: Unesp-Marília-Publicações.
multicultural: abordagens teóricas. // Romero, N. L. (ed.).
2001. 35-60.
Nuevas perspectivas para la difusión y organización del
Beghtol, Clare (2002). Universal concepts, cultural warrant, conocimiento. Valencia: Universidad Politécnica de Va-
and cultural hospitality. // López-huertas, M. J. (ed.). Cha- lencia. 2009. 204-218.
llenges in knowledge representation and organization for
Monteiro, Silvana Drumond (2003). A organização virtual do
the 21 centurry: integration of knowledgeacrouss bounda-
conhecimento no ciberespaço:os agenciamentos do sen-
ries. Wurzburg: Ergon-Verlag, 2002. 45-49. (Advances in
tido e do significado. Pontifícia Universidade Católica de
Knowledge Organization, 8).
São Paulo, São Paulo. 2003. Tese de doutorado.
Braga, Elizabeth dos Santos (2000). A Construção Social da
Monteiro, Silvana Drumond (2006). O ciberespaço e os me-
Memória: uma perspectiva histórico- cultural. Ijuí: Unijuí,
canismos debusca: novas máquinas semióticas. // Ciên-
2000.
cia da Informação. Brasília. 53:1, 31-38, (jan./abr.)
Brascher; Marisa; Café, Lígia (2008). Organização da infor- http://www.ibict.br/cienciadainformacao/viewarti-
mação ou organização do conhecimento? // Encontro Na- cle.php?id=738&layout=abstract (2006-03-20).
cional de Pesquisa em Ciência da Informação – Enancib,
Nora, Pierre (1993). Entre memória e história: a problemática
9. São Paulo: ECA/USP, 2008. http://www.an-
dos lugares. // Projeto História. São Paulo. 10, 7-28.
cib.org.br/media/dissertacao/1835.pdf (2013-05-18).
Oliveira, Eliane Braga de; Rodrigues, Georgete Medleg
Coelho Netto, José Teixeira (2010). Semiótica, Informação e
(2011). O conceito de memória na Ciência da Informação:
Comunicação. São Paulo: Perspectiva, 2010.

Farias, Mona Cleide Quirino da Silva; Bizello, Maria Leandra. Memória e representação:
reflexões para a Organização do Conhecimento. // Scire. 22:2 (jul.-dic. 2016) 99-106. ISSN 1135-3716.
106

análise das teses e dissertações dos programas de pós- Pollak, Michael (1989). Memória, Esquecimento, Silêncio. //
graduação no Brasil. // Liinc em Revista. 7:1. Rio de Ja- Estudos Históricos, tradução de Dora Rocha Flaksman.
neiro. 311-328 http://www.ibict.br/liinc Rio de Janeiro. 2:3, 3-15.
Oliveira, Eliane Braga de (2010). O conceito de memória na Santos, Myrian Sepúlveda dos (2003). História e memória: o
ciência da informação no Brasil: uma análise da produção caso do ferrugem. // Revista Brasileira de História. São
científica dos programas de pós-graduação. Universi- Paulo. 23:46, 271-295.
dade de Brasília, Brasília, 2010. Tese de doutorado. Saussure, Ferdinand. de. (1970). Curso de lingüística geral.
Peirce, Charles. Sanders (1990). Semiótica. 2. ed. São Paulo: 2. ed. São Paulo: Cultrix. 1970.
Perspectiva. 1990.
Pollak, Michael (1992). Memória e identidade social. // Estu- Enviado: 2016-05-14. Segunda versión: 2016-06-29.
dos Históricos. Rio de Janeiro. 5:10. 1-15. Aceptado: 2016-09-15.

Farias, Mona Cleide Quirino da Silva; Bizello, Maria Leandra. Memória e representação:
reflexões para a Organização do Conhecimento. // Scire. 22:2 (jul.-dic. 2016) 99-106. ISSN 1135-3716.

También podría gustarte