Está en la página 1de 379

Fabián Alejandro Campagne

STRIX HISPANICA

Demonología cristiana y cultura folklórica


en la España moderna

/jprometeO'!
-i I i b r o s
Campagne, Fabián
Srix hispánica : demonología cristiana y cultura folklórica en
la Epaña moderna . - la ed. - Buenos Aires : Prometeo Libros,
2009.
387 p. ; 21x15 cm.

ISBN 978-987-574-366-3

1. Historiografía. I. Título
C D D 907.2

© De esta ed ició n , P ro m eteo L ibros, 2 0 0 9


Pringles 521 (C 1183A E I), B uenos A ires, A rgentina
Tel.: (5 4 -1 1 ) 4 8 6 2 - 6 7 9 4 /F a x : (5 4 -1 1 ) 4 8 6 4 -3 2 9 7
w w w .p ro m eteo ed ito rial.co m
I n d ic e

P r e f a c io ..................................................................................................................... ............................... 9

P r i m e r a p a r t e . H i s t o r i o g r a f í a . D e m o n o l o g ía c r i s t ia n a y c u l t u r a f o lk ló r ic a

e n el c o n te x to e u r o p e o

C a p ít u l o 1. U n a q u e l a r r e d e h i s t o r i a d o r e s . L a m it o l o g ía d e l s a b b a t e n
la h i s t o r i o g r a f í a d e la c a z a d e b r u j a s ........................................................................................17

1. E l r o m a n c e d e la b r u j a y e l h i s t o r i a d o r ........... ..................... .................... . 17

2 . O c c i d e n t e d e s q u ic i a d o : las h o g u e r a s d e la m o d e r n i d a d ................................. 2 6

3 . E u r o p a e x ó t i c a : e l d e s c u b r i m i e n t o d e l sa lv a je i n t e r i o r ................................... 3 7

4 . L o s p a d r e s f u n d a d o r e s : d e m o n io s i lu s tr a d o s , b r u ja s i l u m i n i s t a s ............... 4 4

5 . R a c io n a lis ta s y r o m á n t ic o s : la s p r i m e r a s e s c a r a m u z a s ..................................... S3

6 . B r u je r ía y r i t o : la e x t r a o r d i n a r i a f o r t u n a d e M a r g a r e t M u r r a y ................... 68

7. B rujería y m ito : la revolución historiográfica de C ario G in z b u rg ...... IOS

8 . La p o l é m i c a q u e n o c e s a : d e b a t e s y p e r s p e c tiv a s a c t u a l e s ....................... 1 2 6

S e g u n d a p a r t e . E s tu d io s d e c a s o . D e m o n o l o g ía c r is ti a n a y c u l t u r a
f o lk ló r i c a e n e l m u n d o i b é r i c o

C a p ít u l o 2 . A r q u e o l o g í a d e la b r u j a . T e r r o r e s n o c t u r n o s y d e m o n io s
in f a n tic id a s e n la E s p a ñ a m o d e r n a ..................................................................................... 1 S 1

1. I n f a n tic id io y b r u j e r í a e n e l c o n t e x t o e u r o p e o ............................................... I S l

2 . A n o m a lía s i b é r ic a s : e l c o m p l e jo d e la b r u j a p e n i n s u l a r ............................. 1S8

3 . L o s a lc a n c e s g e o g r á f ic o s d e l c o m p le j o m í t i c o d e la b r u j a ........................ 173
4. Avatares del D oble: vam piros, hadas, pesadillas y aparecidos................. 179

5. La bruja com o dem onio n o ctu rn o en la España de los


siglos Xlli a X V ...................................................................................................... 204

6 . La bruja corno dem onio n o ctu rn o en la España de los


sid
Oo s XIX Jv X X ......................................................................................................211
7. A m odo de conclusión: de los Pirineos alos A lp e s....................................218

C apítulo 3. Santa Catalina y el saludador. Autopsia de un com plejo


m ítico ib é ric o .............................................................................................................. 225

1. Los saludadores: sanadores carism áticos en suelo ib é ric o ...................... 228

2. Saludadores, cham anes y lic á n tro p o s.......................................................... 247

3. Los saludadores y los sistem as arcaicos de p o s e s ió n ...............................260

4. Saludadores y sanpaolari: el sustrato m e d ite rrá n e o .................................. 272

5. A m odo de conclusión: la busqueda del sujeto h is tó ric o ....................... 276

Capítulo 4. El hálito de fuego. M itología popular y poder


taum atúrgico en el m undo r u r a l .............................................................................283

1. La bruja y la e u c a ristía ..............................................................................

2. El saludador y la m á sc ara ................................................................... jqq

3. La captura del sím b o lo .................................................................

4. A m odo de b a la n c e ...................................................................... ^ 3?

Bibliografía .......................................................................................... ^

Indice a n alítico ................................................................ ■,


P r e f a c io

¿H acia d o n d e v o la b a n las b ru ja s d e a n ta ñ o ? La re s p u e s ta p o s e e la
sim p licid ad d el a x io m a : las b ru ja s v o lab an al a q u e la rre . El sab b a t, sin e m ­
b a rg o , e n c ie rra m ás p ro b le m a s q u e los q u e la fábula su g ie re . La sacrileg a
asam b lea c o n fig u ró d u ra n te m ás d e d o s siglos u n n o -lu g a r ficc io n al, u n
espacio v irtu a l q u e leg itim ó la p e rse c u c ió n m asiva d e u n c rim e n im ag in ario ,
u n a re p r e s ió n ju d ic ia l q u e c o stó la vida d e 5 0 .0 0 0 p e rs o n a s a p ro x im a d a ­
m e n te , acusadas d e in te g ra r u n a in é d ita , n o v ed o sa y fa n ta sm á tic a se cta de
a d o ra d o re s d el d e m o n io . D e h e c h o , el sa b b a t c o n fig u ró u n a d e las m ás
e x ito sas o b je tiv a c io n e s d e la c risp a d a te o lo g ía ta rd o -e sc o lá stic a , u n ro l d e
p riv ile g io só lo c o m p a r tid o c o n el te a tro d e la p o se sió n d iab ó lica . F a cto re s
c o m o el p o d e r d e n o m in a c ió n d e la id e o lo g ía d e m o n o ló g ic a , la a p lic a ció n
d el m é to d o in q u isito ria l a la e x tirp a c ió n d e la d isid e n c ia id e o ló g ic a , y la
confianza fanática e n la cap acid ad d el to r m e n to p a ra d ilu c id a r los c rím e n e s
se c re to s, c o n trib u y e ro n a o to r g a r e n tid a d p le n a al p a rad ig m a d e la b ru je ría
c o m o d e lito co lec tiv o .
La m a g n itu d d e la c a c ería ju d ic ia l q u e tu v o lu g a r e n tr e lo s siglos X V
y X V II, y el c a rá c te r b iz a rro d e los h e c h o s q u e los m a g istra d o s laicos y
ecle siástico s a trib u y e ro n a lo s ac u sad o s d e a d o ra r al d e m o n io en el sab b at,
o b sesio n ó d e sd e s ie m p re a los h is to ria d o re s d e la b ru je ría m o d e r n a . D e sd e
las p rim e ra s décadas d e l siglo X IX , in v estig a d o re s p o sitiv istas y ro m á n tic o s
p la n te a ro n la p o sib ilid a d d e la e x iste n c ia d e a lg ú n fe n ó m e n o h is tó ric o re a l
d e trá s d e la g ra n caza d e b ru ja s re n a c e n tis ta . D e h e c h o , re s u lta b a difícil a d ­
m itir q u e la E u ro p a d e L e o n a rd o y M ig u el A n g el, M aquiavelo y M o n ta ig n e ,
C o p é rn ic o y G alileo, S hak esp eare y C e rv a n te s, se h u b ie ra a b o cad o , sin m ás,
a la d esq u ic ia d a p e rs e c u c ió n d e fan tasm a s in e x is te n te s , al e x te r m in io de
u n a im ag in aria e s tirp e d e d e m o n io s c o n fo rm a h u m a n a . M u ch as re sp u e sta s

9
S t r ix H is p a n ic a . P r e f a c io

se h an d a d o d e sd e e n to n c e s al in te rro g a n te so b re los fu n d a m e n to s reales


d e la re p re s ió n ju d icia l d e la b ru je ría te m p ra n o - m o d e rn a . El in c re m e n to
del tra b a jo en a rc h iv o s, la a c u m u la c ió n d e m o n o g rafía s re g io n a le s , y la
so fisticació n d e las h e rra m ie n ta s te ó ric a s al alcance d e los e stu d io so s del
fe n ó m e n o , han p e r m itid o d e s c a r ta r m u c h o s d e los m o d e lo s in t e r p r e ta ­
tivos p re té ric o s . Ya n a d ie a c e p ta la v e rsió n rad icalizad a d e l ra c io n a lism o
d e c im ó n ic o , q u e c o n sid e ra b a a la caza d e b ru ja s c o m o el m e ro p ro d u c to
de u n a in san ia c o le c tiv a p ro p a g a d a p o r z e lo te s re lig io so s, u n a p e rs e c u c ió n
o rq u e s ta d a d e sd e a rr ib a , sin la p a rtic ip a c ió n d e las c o m u n id a d e s d e base y
al m a rg e n de las c re en cia s p o p u la re s c o m p a rtid a s p o r la p o b la c ió n e u ro p e a
d el p e río d o . D e igual m a n e ra h an caíd o en el d e s c ré d ito m ás a b so lu to las
te o ría s q u e im a g in a b a n la p e rs is te n c ia d e atávicos c u lto s p a g an o s, d e a n ti­
q u ísim as re lig io n e s p re h is tó ric a s e n la E u ro p a n o m in a lm e n te c ristia n a de
c o m ie n z o s d e la e ra m o d e r n a . P o r ú ltim o , re s u lta en e x tr e m o re d u c c io ­
nista a tr ib u ir to d a la re s p o n sa b ilid a d p o r la ir ru p c ió n d el e s te re o tip o d el
sab b at a la d e m o n iz a c ió n d e c o m p le jo s fo lk ló ric o s d e filiación ch am á n ic a ,
m ito lo g ías arcaicas q u e alu d ían a co le c tiv o s ritu a le s q u e se c o n g re g a b a n p o r
las n o c h e s b ajo la p re s id e n c ia d e u n a o m in o sa figura r e c to ra , aú n cu a n d o
se sitú e d ic h o bricolage te o ló g ic o en el m a rc o de la te o ría d el c o m p lo t,
d el só lid o p a ra d ig m a - d e l-e n e m ig o -in te r io r in sta la d o e n O c c id e n te en los
siglos finales d e l M e d io ev o .
C ab e re c o n o c e r, sin e m b a rg o , q u e e ste ú ltim o m o d e lo in te rp re ta tiv o
ha te n id o e n las d écad as re c ie n te s el m é r ito d e im p u lsa r n u m e ro sa s in v es­
tig a c io n e s, q u e p e r m itie r o n sacar a la lu z u n a c u ltu ra e u ro p e a p ro fu n d a ,
ig n o ra d a —d e se c h a d a — d u ra n te m u c h o tie m p o p o r los re f e re n te s in s titu ­
c io n ales d e la h is to rio g ra fía a c a d é m ic a . C ad a vez m ás la c u ltu ra v e rn á c u la ,
la m ito lo g ía y el fo lk lo re p a n e u ro p e o s se v u elv en u n o b je to d e e stu d io
r e c u r r e n te e n los d e p a rta m e n to s d e h is to ria d e las u n iv e rsid a d e s e u ro p e a s
y am e ric a n a s. E sta in te n sa c o la b o ra c ió n q u e los h is to ria d o re s d e la caza
d e b ru ja s v ien en m a n te n ie n d o c o n o tra s discip lin as d el in m e n so a rc o de
las h u m a n id a d e s y las cien c ias so ciales - l a c rític a lite ra ria , la lin g ü ística,
la a n tro p o lo g ía c u ltu ra l, el fo lk lo re , la m ito lo g ía c o m p a ra d a , la h is to ria
d e las re lig io n e s—h a c o n tr ib u id o ta n to a re la tiv iz a r la tesis q u e hacía d e la
satanización d el fo lk lo re p re -c ris tia n o la causa e x c lu y e n te d e la e m e rg e n c ia
d e los c o n s tru c to s d e m o n o ló g ic o s ta rd o -m e d ie v a le s , c u a n to a d e m o s tra r

10
Fabián Alejandro Campagne

la e x is te n c ia de u n c o n s ta n te in te rc a m b io d e tra z o s flo ta n te s , d e u n a
in o c u lta b le circ u la c ió n d e tern a s y m o tiv o s e n tr e la m ito lo g ía e ru d ita del
a q u e la rre y los c o m p le jo s fo lk ló ric o s re a lm e n te e x is te n te s e n el c a m p o
e u ro p e o p re -in d u s tria l.
Los ensayos q u e in te g ra n el lib ro q u e el le c to r tie n e a h o ra e n tr e sus
m a n o s se p la n te a n c o m o o b je tiv o , p re c is a m e n te , c o n tr ib u ir a d e s e n tre ñ a r
las re la c io n e s e x is te n te s e n tr e d e m o n o lo g ía c ristia n a y c u ltu ra fo lk ló ric a
e n u n e sc e n a rio esp ec ífic o —E spaña y el m u n d o ib é ric o — y en u n p e río d o
d e te r m in a d o : los siglos d e la p rim e ra m o d e r n id a d . P ara ello , la p rim e ra
p a r te d e Strix Hispánico se d ed ic a al análisis d e la h is to rio g ra fía d e la caza
d e b ru ja s e u ro p e a , m a n te n ie n d o c o m o h ilo c o n d u c to r lo s d e b a te s en
to r n o a la riq u ísim a y c o m p le ja m ito lo g ía d el sa b b a t c o n tin e n ta l. La se ­
g u n d a p a r te in clu y e u n a se rie d e estu d io s d e caso e n to r n o a d o s figuras
p a ra d ig m á tic a s del fo lk lo re ib é ric o tra d ic io n a l: la bruja y el salu d ad o r.
A p o c o q u e el espec ialista se ab o ca al análisis d el c o m p le jo d e la b ru ja
p e n in s u la r d e te c ta u n a su p e rp o sic ió n id io sin crásica d e m ito lo g e m a s q u e
p o n e a p ru e b a las m ás e lab o ra d a s h e rra m ie n ta s te ó ric a s y m e to d o ló g ic a s
al alcan ce d e los h is to ria d o re s d e la c u ltu ra c o n te m p o rá n e o s . En e fe c to ,
el p ro b le m a de la p ro fu n d a o rig in a lid a d d el e s te re o tip o d e la b ru ja ib é ric a
n o p u e d e a b o rd a rse sin r e c u r r ir al apoyo d e o tra s d iscip lin as, llam ad as a
c u b rir las lag u n as, los silen cio s, q u e la h is to ria a c a d ém ic a n o p u e d e , n o
osa in te rp e la r. El salu d ad o r, p o r su p a r te , es u n a d e las fig u ras m ás i r r e ­
d u c tib le m e n te lo cales d e l fo lk lo re p e n in su la r, p u e s re s u lta p rá c tic a m e n te
im p o sib le d e te c ta r su p re s e n c ia m ás allá d e l esp acio ib e ro a m e ric a n o . A ún
c u a n d o los sa lu d a d o re s n o in te g ra r o n d e m a n e ra p e r m a n e n te el sistem a
d e la b ru je ría p o p u la r esp a ñ o la , d u ra n te g ra n p a r te d e la E d ad M o d e rn a
h ic ie ro n d e la d e te c c ió n d e b ru ja s y d e la n e u tra liz a c ió n d e maleficia u n a
d e sus activ id ad es m ás re p re se n ta tiv a s y lu c ra tiv a s, m ás allá d e su c o n v e n ­
cional v ir tu d p a ra c u ra r la h id ro fo b ia y d e su e sp e c ta c u la r d o m in io so b re
el fuego. El c o m p le jo d el sa lu d a d o r c o n stitu y e u n te m a p a rtic u la rm e n te
a p ro p ia d o p a ra e n c a ra r el e stu d io d e las in te ra c c io n e s e n tr e d e m o n o lo g ía
cristian a y c u ltu ra fo lk ló ric a , p u e s sus tra zo s esp ecífico s e x ig ie ro n hasta sus
m ism ísim o s lím ite s a d o s d e los m ás p re te n c io s o s d isp o sitiv o s te o ló g ic o s
d iseñ ad o s p o r el p e n s a m ie n to c ristia n o tra d ic io n a l: el m o d e lo d e s u p e r s ­
tic ió n a g u stin ian o y el d is c e rn im ie n to d e e s p íritu s.

11
S t r ix H is p a n ic a . P r e f a c io

E sbozos p re lim in a re s y v e rsio n e s re d u c id a s d e los c a p ítu lo s 2, 3 y 4 del


p re s e n te lib ro h an a p a re c id o en rev ista s esp ecializad as e d itad as p o r la U n i­
v ersid ad d e S alam an ca, la Folklore Society d e L o n d re s, la MagyarTudományos
Akadémia d e B u d a p e st, y la L íniversidad N acio n al d e San M a rtín , c o n los
sig u ien tes títu lo s: “El san a d o r, el p á rr o c o y el in q u isid o r: los sa lu d a d o re s y
las fro n te ra s d e lo so b re n a tu ra l en la E spaña d el B a rro c o ” (Strdia Histórica.
Historia Moderna, 2 9 , 2 0 0 7 , p p . 3 0 7 -3 4 1 ) ; “C h a rism a tic H ealin g o n Ib e ria n
Soil: A n A u to p sy o f a M ytliical C o m p le x in E arly M o d e rn S p ain” (Folklore,
1 1 8 :1 , 2 0 0 7 , p p . 4 4 -6 4 ) ; “W itc h o r D e m o n ? F airies, V am pires an d N ig h t-
m a re s iri E arly M o d e r n S p ain ” (Acta Ethnographica Hungarica, 5 3 :2 , 2 0 0 8 ,
pp. 3 8 1 -4 1 0 ); “La m á sc a ra d el salu d a d o r. H isto ria d e u n c o m b a te p o r lo
s o b re n a tu ra l en la E spaña d el B a rro c o ” (Eadcm atraque Europa, 3 :4 -5 , 2 0 0 7 ,
p p . 2 2 9 -2 6 8 ) . D e se o e x p re s a r m i a g ra d e c im ie n to a los e d ito re s y e v a lu ­
a d o re s a n ó n im o s p o r las valiosas su g e ren c ia s recib id a s d u ra n te el p ro c e s o
de p u b lic a c ió n d e lo s m e n c io n a d o s a rtíc u lo s.
P a rte d el m a te ria l y d e las id eas c o n te n id a s en Strix Hispánico fu e ro n
p re s e n ta d a s y d isc u tid a s en d ife re n te s e v e n to s acad é m ico s: las X Jornadas
Interescuelas / Departamentos de H istoria (R o sa rio , 2 0 0 5 ); las VJornadas In^
ternacionales de Historia de España (B u e n o s A ires, 2 0 0 6 ); las Jornadas sobre el
Renacimiento europeo (en homenaje al Dr. Angel Castellar]) (San M a rtín , 2 0 0 6 ); el
Seminario abierto anual del Grupo de Estudios sobre Religiosidad j Erangelización
(GERE), d e la U n iv e rsid a d d e B u en o s A ire s (B u en o s A ires, 2 0 0 8 ); y el III
Encuentro Actualización y Discusión: “Imaginario Social y Disidencia Religiosa.
Siglos IV-XVIII”, o rg a n iz a d o p o r el In s titu to d e H isto ria A n tig u a y M ed iev al
de la m ism a casa d e e stu d io s p o r te ñ a (B u en o s A ires, 2 0 0 8 ). Vaya ta m b ié n
m i re c o n o c im ie n to p a ra los c o m ité s o rg an iz a d o re s y pa ra los in v estig ad o res
q u e p a rtic ip a ro n en e sto s e v e n to s acad é m ic o s.
Son m u c h o s los colegas a rg e n tin o s y e x tra n je ro s a q u ie n e s d e b o a g ra d e ­
c e r su p re d isp o sic ió n p a ra le e r b o rr a d o re s d e los d ife re n te s c a p ítu lo s, r e s ­
p o n d e r m is in s iste n te s p re g u n ta s , y re a liz a r p e r tin e n te s re c o m e n d a c io n e s
bibliográficas. Q u isie ra m e n c io n a r, en p a rtic u la r, a Jo sé E m ilio B u ru c ú a , de
la U n iv e rsid a d N a cio n a l d e San M a rtín ; a m is colegas d el D e p a rta m e n to
de H is to ria d e la F acu lta d d e F ilosofía y L e tra s, U n iv e rsid a d d e B u en o s
A ires: M aría E stela G o n z á le z d e F auve, C a rlo s A sta rita , J u d ith F a rb e rm a n ,
P atricia d e F o rte z a , P a tric ia F o g e lm a n , M a rta P en h o s y S oled ad J u s to ; a

12
Fabián Alejandro Campacjne

P atricia L ysaght, del University College Dublin; a Jo sé Luis d e las H e ra s, de


la U n iv e rsid a d d e S alam anca; a R o g e r C h a rtie r, d e l ’Ecole des hautes études
en sciences sociales; a G á b o r B arn a, d e l Department q f Ethnology and Cultural
Anthropology de la University ojSzegedy; v a R o b e rto D iste fan o , d e la F acultad
d e C iencias Sociales d e la U n iv ersid ad d e B uenos A ires. Q u ie ro finalizar con
u n a m e n c ió n esp ecial p a ra m i am iga y co leg a F e rn a n d a G il L o zan o , q u ie n ,
lu e g o d e m is in c u rsio n e s p o r la h is to ria a g ra ria d e F ran cia e In g la te rra , m e
in sistió p ara q u e v o lv iera a e s c rib ir so b re las b ru ja s.

Buenos Aires, septiembre de 2 0 0 9 .


Primera parte
HISTORIOGRAFÍA
D e m o n o lo g ía cristia n a y cu ltu ra fo lk ló r ic a en el
c o n te x to eu rop eo

15
CAPÍTULO 1
Un aquelarre de historiadores.
La mitología d e l sabbat en la
historiografía de la caza de brujas 1

1. El rom ance de la bruja j del historiador.

A co m ie n z o s d el siglo X X I, la h isto rio g ra fía d e la caza d e b ru ja s e u ro p e a


atrav iesa p o r u n p e río d o d e e sp le n d o r. L ejos han q u e d a d o lo s tie m p o s en
los cu ales la re c o n s tru c c ió n d e la re p re s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría c o rría
p o r c u e n ta d e e ru d ito s arc h iv ista s, q u e m a n te n ía n u n a re la c ió n m a rg in a l
c o n los p rin c ip a le s c e n tro s a c a d ém ic o s y q u e p u b lic ab an c o le c tá n e a s d o ­
c u m e n ta le s o e stu d io s re g io n a le s q u e p rio riz a b a n la d e sc rip c ió n fáctica y
la re p r o d u c c ió n de fu e n te s p o r so b re el análisis h is tó ric o . A l re s p e c to nos
v ie n e n rá p id a m e n te a la m e n te los n o m b re s ilu stre s d el a le m á n Jo se p h
H a n se n , d e los e s ta d o u n id e n se s H e n ry C h a rle s Lea, G e o rg e L in co ln B u rr,
W allace N o te s te in y G e o rg e L y m an K ittre d g e , d e l inglés C ecil L’E stra n g e
E w e n , y de los fran ceses E tie n n e D e lc a m b re y F ran cis B av o u x .2

‘ El títu lo d el p r e s e n te c a p ítu lo se in sp ira en el a rtíc u lo de M ichacl Bailey a n d E d w ard


P e t e r s , “A S abbat o f D e m o n o lo g ists : B asel, 1 4 3 1 -1 4 4 0 ” , The Historian, 6 5 :6 (2 0 0 3 ),
p p . i 3 7 5 - i 39S .
2 jo s e p h H a n se n , Zauberwahn, Inquisiüon, und Hexenprozessen im M ittelalter und die
Entsiehuncj Jer Crossen Hcxenvcrfolgung, M u n ic h , R . O ld e n b o u rg , 1 9 0 0 ; jo s e p h H an sen
( e d .), Quellen und Untcrsuchungen zur Geschichte des Hcxenn‘ül)ns und der Hexcnverjolgungcn
im M ittelalter, B o n n , C . G e o rg i, 1 9 0 ! ; H e n ry C h a rles Lea, ,-líateríais Toward a History
oflVitchcraft, 3 vv., e d . by A r th u r C . H o w la n d , F iladelfia, U n iv e rsitv o f P ennsylvania
P re ss, 1 9 39 ; G e o rg e L in c o ln B u rr, N arm tires o f theW achcrajt Cases, 1 6 4 8 - 1 7 0 6 , N u e ­
v a Y ork, S c r ib n e r ’s, 1 9 1 4 ; W allace N o te s te in , A History oflVitchcraft in E nglandfrom

i?
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el co n te xro europeo

La situ a c ió n c o m ie n z a a c a m b ia r tím id a m e n te en la se g u n d a m ita d del


siglo X X . Los p rim e ro s tra b a jo s d e sín tesis p o s te rio r e s a la finalización de
la S egu nd a G u e rra M u n d ia l a p a re c e n e n to r n o a 1960: Caccia alie streghe,
d e l italian o G iu se p p e B o n o m o ; Las brujas y su m undo, d el esp a ñ o l Ju lio
C a ro B aroja; y Hexen und Hexenprozesse, d el a lem án K u rt B a sc h w itz .3 P ero
el v e rd a d e ro g iro c o p e rn ic a n o tie n e lu g a r a finales d e aq u el d e c e n io , co n
la p u b lic a c ió n d e u n a s e rie d e in v e stig a c io n e s au d a c es e in n o v a d o ra s a
c a rg o d e C a rio G in z b u rg (1 9 6 6 ), H u g h T re v o r- R o p e r (1 9 6 7 ) y R o b e rt
M a n d ro u ( 1 9 6 8 ) .4

1 5 5 S to 1 7 1 8 , W a sh in g to n , A m e ric a n H isto ria l A sso ciatio n , 1911; G e o rg e L ym an


K ittre d g e , Witchcrafc in Oíd and New England, C a m b rid g e ( M A .), H a rv a rd U n iv ersíty
P re ss, 1 9 2 9 ; C ecil L’E stra n g e E w e n , IVjtch H unting andlVitch Triáis, L o n d res, K egan
P a u l,T re n c h a n d T ru b n e r , 1 929; C ecil L’E stra n g e E w en, Witchcrafc and Demonianism:
A Concise Account D crivedfrom Snvrn Depositions and Conjessions Obtained in the Courts o f
England and IVales, L o n d re s, H e a th C r a n to n L im ite d , 1 933; E tie n n e D e lc a m b re , Le
concept de la sorcellerie dans le duché de Lorraine aux 1 6 e e t 17e siécle, 3 vv., N ancv, S ociété
d ’A rc h é o lo g ie L o rra in e -M u s é e H is to riq u e L o rra in e , 1 9 4 8 -1 9 5 1 ; F rancis Bavoux,
La Sorcellerie au pays de Quingey, B e san co n , S erv ir, 1947; F ran cis B avoux, Hantises et
diahleries dans la terre abhjriah: de lu x e u il, M o n a c o , R o c h e r, 19S6.
3 G iu se p p e B o n o m o , Caccia alie streghe: la credenza nelle streghe dal secolo X III al X IX ,
con particolare riferimento alT Italia, P a lu m b o , P a le rm o , 1 959; Ju lio C a ro B aroja, Las
brujas y su mundo, M a d rid , R ev ista de O c c id e n te , 1 961; K u rt B aschw itz, Hexen un
Hexenprozesse: Die Geschichte eines Massemrahns und seiner ñeh'ámpjung, M u n ic h , R ü tte n
u n d L o en in g , 1 9 63. W olfg an g B e h rin g e r a trib u y e a B aschw itz la re d a c c ió n d e la
p r im e ra sín tesis so b re la caza d e b ru ja s p o s te r io r a la S egunda G u e rra M u n d ia l; sin
e m b a rg o , los a p o rte s de B o n o m o y C a ro B aroja son a n te rio re s . Cfr. W olfgang B e h rin ­
g er, “W ítc h c r a f t S tu d ies in A u stria , G e rm a n y an d S w itz e rla n d ”, en jo n a th a n Barry,
M a ria n n e H e s te r an d G a re th R o b e rts (e d s .), Witchcraft in Early Modcrn Europe:Studies
in Culture and Belief, C a m b rid g e , C a m b rid g e lín iv e rs ity P re ss, 1 9 96, p. 6 9.
4 C a rio G in z b u rg , 1 Benandanti. Stregoneria e culti agrari tra cinquccento e reícrnfOjTurín,
E in a u d i, 1 9 6 6 ; H u g h T re v o r-R o p e r, “T h e E u ro p e a n W itc h -C ra z e o f th e 16 th and
1 7 th c e n tu r ie s ”, Encounter, 3 8 :5 (1 9 6 7 ), p p . 3 -2 5 an d F.ncounter, 3 8 :6 (1 9 6 7 ), pp.
1 3 -3 4 (re e d ita d o e n H . R . T re v o r-R o p e r, The Crisis o f the Seremeenth Century: Religión,
the Reformation and Social Chango, N u e v a Y ork, H a rp e r, 1 9 6 8 , p p. 9 0 -1 9 2 ; y e n H . R .
T re v o r-R o p e r, The Europcanl Yitch-Craze o jth e Sixteenth and Sevcntecnth Centuries and other
Essays, N u ev a Y ork, H a rp e r, 1 9 6 9 , pp. 9 0 -1 9 2 ); R o b e r t M a n d ro u , Magistrats et sorciers
en Trance au XV!le siécle. Une anaiyse de psychologic historique, P arís, P lo n , 1968.

18
Fabián Alejandro Campagne

En la d écad a y m e d ia p o s te rio r a 1 9 7 0 el re n a c id o in te ré s p o r la caza


d e b ru ja s te m p ra n o - m o d e rn a se c o n so lid a , p o r u n lad o , c o n la ir ru p c ió n
d e los p rim e ro s e stu d io s re g io n a le s d e e n v e rg a d u ra , basta re c o r d a r las c lá ­
sicas m o n o g ra fía s de A lan M acfarlan e (1 9 7 0 ), M ic h e l d e C e rte a u (1 9 7 0 ),
K e ith T h o m a s (1 9 7 1 ), H . C. E rik M id e lfo rt (1 9 7 2 ), Paul B oyer y S te p h e n
N issen b au m (1 9 7 4 ),W illia m M o n te r (1 9 7 6 ), A lfred S om an (1 9 7 7 , 1 9 7 8 ),
R o b e r t M u c h e m b le d (1 9 7 8 , 1 9 8 1 ), G u stav H e n n in g se n (1 9 8 0 ), C h ristin a
L a rn e r (1 9 8 1 ) , J o h n P u tn a m D e m o s (1 9 8 2 ) y E m m a n u e l Le R oy L a d u rie
( 1 9 8 3 ) ;5 y p o r o tr o lad o , c o n la p u b lic a c ió n d e p o te n te s (y p o lé m ic o s)
ensavos
J
d e d ic a d o s a r a s tre a r los fu n d a m e n to s m e d ie v a le s d e la d e m o n o -
log ia ra d ic a l y a p e n s a r los o ríg e n e s d e la re p r e s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría
te m p r a n o - m o d e r n a —m e re fie ro , fu n d a m e n ta lm e n te , a las c o n trib u c io n e s
d e Jeffrey B u rto n R ussell (1 9 7 2 ), N o rm a n C ohn (1 9 7 5 ), R ich ard K ieck h efer

5 A lan M a c ía rla n e , Witchcrajt in Tudor and Stuart Engiand: A Regional and Comparativa
S tu d j, R o u tle d g e , L o n d re s, 1 970; iMichel de C e r te a u , La possession de Loudun, P arís,
J u llia rd , 1 9 7 0 ; K e ith T h o m a s, Religión and the Decline ojM agic: Studies in Papular P ic lij
in Sixteenth and Scvemeenth-centurj’ Engiand, L o n d re s,W e id e n fe ld and N ic h o lso n , 1971;
H . C . E rik M id e lfo rt, Witch Hunting in Southwestcrn Germany, 1 5 6 2 -1 6 8 4 :T h e Social
and Intcllectual Eoundations, S ta n fo rd , S tan fo rd U n iv e rsitv P re ss , 1 972; Paul B oyer
a n d S te p h e n N iss e n b a u m , Salem Possessed:The Social origings oJVitchcrajt, C a m b rid g e ,
H a rv a rd L ln iv ersity P re ss, 1 9 7 4 ;W illia m M o n te r, Witchcraft in France and Switzerland:
The Borderlands during the Rejormation, Ith aca, C o rn e ll U n iv e rsitv P re ss, 1 976; A lfred
S o m a n ,“Les p ro c e s d e so rc e lle rie au P a rlc m c n t ele Paris ( 1 5 6 5 -1 6 4 0 )”, Annales.E.S.C.,
32: 4 (1 9 7 7 ), p p . 7 9 0 -8 1 4 ; A lfred S o m an , “T h e P a rla m e n t o f P aris an d th e G re a t
W itc h H u n t ( 1 5 6 5 -1 6 4 0 ) , Sixteenth Century Journal, 9 :2 (1 9 7 8 ), p p. 3 0 -4 4 ; R o b e rt
M u c h e m b le d , “S o rc ié re s d u C a m b résis. L’a c c u ltu ra tio n d u m o n d e r u ra l au x X V Ie
e t X V lIe sie cles” , en A A .V V ., Prophetes et sorcicrs dans les Pays-Bas. X V le-X V Ílle siecle,
P arís, H a c h e tte , 1 9 7 8 , p p. 1 5 5 -2 6 1 ; R o b e r t M u c h e m b le d , Les derniers büchers. Un ri-
llage de Elandre et ses sorcicrcs soux Louix XIV , P arís, Ram say, 1 9 8 1 ; G u stav H e n n in g s e n ,
TheW itches’Advócate: Basque Witchcrajt and the Spanish Inquisition, R e n o , L lniversity o f
N ev ad a P re ss, 1980 (e d ic ió n e n castellan o : El ahogado de las brujas. Brujería vasca e
Inquisición, M a d rid , A lianza, 1 9 8 3 ); C h ristin a L arn er, Enemies ojG od:TheW itch-hunt in
Scotland, B a ltim o re ,T h e Jo h n H o p k in s lln iv e rs ity P re ss, 1 9 8 1 ; Jo h n P u tn a m D e m o s ,
E ntenaining Satan:Witchcraft andThe Culture o j Early New Engiand, N u ev a Y ork, O x f o rd
U n iv e rsity P re ss, 1 9 8 2; E m m a n u e l Le Roy L a d u rie , La sorciére deJasmin, P arís, S euil,
1983 (e d ic ió n e n c a ste lla n o : La bruja de ja sm in , B a rcelo n a, A rgos V ergara, 1 9 8 4 ).

19
H istoriografía. D em onología crisliana y cultura lolklorica en el con texro eu ropeo

(1 9 7 6 ), E d w a rd P e te rs (1 9 7 8 ) y F ra n co C a rd in i (1 9 7 9 ) . 6 El sim p le listad o
de las e d ito ria le s u n iv e rsita ria s líd e re s q u e p o r e n to n c e s c o m e n z a b a n a
in te re s a rs e en la p u b lic ac ió n d e m o n o g ra fía s so b re la b ru je ría e u ro p e a ,
basta p a ra d e m o s tra r la re a lid ad d e la re v o lu c ió n h isto rio g rá fic a a la q u e
e stam o s a lu d ie n d o .
E n la d écad a d e 1990 el lid e ra z g o d el c a m p o h is to rio g rá fic o recay ó en
un a nuev a g e n e ra c ió n d e a c a d é m ic o s, q u ie n e s c o n tin u a ro n re v o lu c io n a n ­
d o las in v estig a cio n e s so b re la caza d e b ru jas co n la a p e rtu ra d e nuevas
esp ecializacio n es, re la c io n a d a s c o n los e stu d io s d e g é n e ro , el fo lk lo re , el
análisis del d isc u rso , el psico an álisis y la h is to ria d el a r t e . ' C ab ría u b ic a r
en esta c o h o rte a W o lfg an g B e h rin g er, B rian L evack, G á b o r K laniczay,
Eva P ó cs, B en g t A n k a rlo o , P ie r r e tte Paravv, Lvndal R o p er, Ja m e s S h arp e,

6je ffre v B u rto n R ussell, Witchcraft in the AlidJleAges, Ithaca, C o rn e ll U n iv e rsity P ress,
1 9 7 2 ; N o rm a n C o h n , Europe’s Inner Demons.An Inquiry InspircJ b j the GreatW itch-Hunt,
L o n d re s, C h a tto a n d W in d u s , 197 5 (e d ic ió n en castellan o : Los demoniosfam iliares de
Europa, Madrid, Alianza, 1 980); R ic h a rd Kieckhefer, European Witch Triáis:Their Foun-
daiions in Popular and Lcarned Culture, 1 3 0 0 -1 5 0 0 , B erkeley, U n iv ersity o f C a lifo rn ia
P re ss, 1 976; E d w ard P e te rs, The Magician, the Witch and the La ir, F ilaldelfia, U n iv e r­
sity o f P en n sy iv ania P re ss, 1978; F ra n c o C a rd in i, Magia, stregoneria, superstizioni nell
Occidente medierale, F lo re n c ia , La N u e v a Italia, 1979 (ed ició n en castellan o : Magia,
brujería y superstición en el Occidente medieval, B a rcelo n a, P enínsula, 1982).
' Las re fe re n c ia s b ib lio g ráficas q u e se in c lu y e n en la p r e s e n te secció n han sid o se le c ­
cio n ad as m e r a m e n te a m o d o de e je m p lo . P ara un análisis h isto rio g rá fic o d e c a rá c te r
e x h a u stiv o p u e d e c o n s u lta rs e : J o n a th a n B a rry an d Chven D avies ( e d s .) , 'Palgrave
Advances in IVitchcraft Historiography, B asin g sto k e, H a m p sh ire , P algrave M a cm illan ,
2 0 0 7 ;T h o m a s A. F u d g e, “T ra d itio n s an d T ra je c to rie s in th e H isto rio g ra p h y o f E u ­
ro p e a n W itc h -F Iu n tin g ”, History Compass, 4 :3 (2 0 0 6 ), p p . 4 8 8 -5 2 7 ; R o n a id H u tto n ,
“A n th ro p o lo g ic a l and H istó ric a ! A p p ro a c h e s to W itc h c ra ft: P o ten tial f o r a N e w C o-
lla b o ra tio n ? ”, HistoricalJournal, 4 7 :2 (2 0 0 4 ), p p . 4 1 3 -4 3 4 . Para los a p o rte s a n te rio re s
a 1995 p u e d e c o n s u lta rs e : Fabián A le ja n d ro C a m p a g n e, “El larg o viaje al sab b at: la
caza d e b ru ja s e n la E u ro p a m o d e r n a ”, en Fray M a rtín de C astañ eg a, Tratado de las
supersticiones y hechicerías, B u en o s A ires, F acu ltad de Filosofía y L e tra s /U n iv e rs id a d
d e B u en o s A ire s, 1 9 97, p p . ix -c x iii. P ara los a p o r te s a n te rio re s a la d écad a d e 1970
c o n tin ú a sie n d o d e u tilid a d la c o n s u lta del clásico a rtíc u lo de W illíam M o n te r, “T h e
H is to rio g ra p h y o f E u ro p e a n W itc h c ra ft; P ro g re s s an d P ro s p e c ts ”, Journal oflnterdis-
eipliñary H istory, 2 : 4 ( 1 9 7 2 ), p p . 4 3 5 - 4 5 1 .

20
Fabián Alejandro Campagne

R o b ín B riggs y S tu a rt C la rk , e n tr e o tr o s .8 F in a lm e n te , el c o m ie n z o d el
n u ev o m ile n io asiste a la ir ru p c ió n d e una te rc e ra cam a d a d e in v estig a d o re s
in te g ra d a p o r esp ecialistas c o m o D ia n e P u rk iss, M alc o lm G ask ill, M a rió n
G ib so n , M a ría T a u sie t, A rm a n d o M ag g i, W a lte r S te p h e n s, M ic h ae l Bailey,
A liso n R o w la n d s, G ary W a ite , T a m ar H e rz ig y Jo n a th a n D u r r a n t, e n tr e
o tro s e x p o n e n te s d e u n lista d o q u e re s u lta cada vez m ás a b ru m a d o r.9 C ab e

s A c o n tin u a c ió n in clu y o so la m e n te el te x to m ás re c o n o c id o d e cada u n o d e los


h is to ria d o re s m e n c io n a d o s :W o lfg a n g B e h rin g cr, hlexcnvcrfolgung in Baycrn:Volhsmagie,
Glaubcnsefer und Siaatsráson in der Frühen Neuzeic, M u n ic h , R . O ld e n b o u r g V erlag,
1 9 8 7 ; B rian L evack, Thei l'itch H unt in Early Modern Europe, L o n d re s , L o n g m a n , 1987
(e d ic ió n e n c a ste lla n o : La caza Je brujas en la Europa M oderna, M a d rid , A lianza, 1 9 9 5 );
G á b o r K laniczay, The Uses o f Supcrnatural Totyer:TheTransformation o f Popular Religión in
M edieval and Early-Modern Europe, P rin c e to n , P rin c e to n L Iniversitv P re ss, 1 9 9 0 ; Eva
P ó c s, Fairies and \ luches at the Boundary o f South-Eastern and Central Europe, F o lk lo re
F ello w s C o m m u n ic a tio n s 2 4 3 , H e lsin sk i, A k ad em ia S c ie n tia ru m F e n n ic a , 1 989;
P ie r r e tte Paravy, De la Chrétienté romaine a la Reforme en Douphiné. E véq u es,f déles et
déviants (vers 1 3 4 0 - i r a 1 5 3 0 ), R o m a , E cole fran c aise d e R o m e , 1 9 9 3 , 2 v o ls.; So-
p h ie H o u d a i'd , Les scicnces du diabk. Quatre discours sur la sorcellerie, P arís, C e rf, 1 992;
L vndal R o p e r, Oedipus and the DcviLIVitchcraft, Scxuality and Religión in Earlv Modern
Europe, L o n d re s , R o u tle d g e , 1 994; Ja m es S h arp e, Instruments o f Darhness:Witchcraft in
England, 1 5 5 0 -1 7 5 0 , L o n d re s , H am ish H a m ilto n , 1 996; R o b in B riggs, JVitches and
Neighbors. The Social and Cultural Context o f European ¡Vitchcraft, N u e v a Y ork, V iking,
1 9 9 6 ; S tu a r t C la rk , Thinking ivith Demons:The Idea o f Vitchcraft in Early Modern Europe,
O x f o rd , C la re n d o n P re ss, 1997.
9 D ia n e P u rk iss, Ihcl Vitch in History: Early Modern andTventieth-C entury Representations,
L o n d re s , R o u tle d g e , 1 9 9 6 ; M a lco lm G askill, “W itc h c ra ft in E arly M o d e rn K en t:
S te re o ty p e s an d th e B a c k g ro u n d to A ccu satio n s” , en jo n a th a n B arry, M a ria n n e H es-
te r a n d G a re th R o b e rts (e d s), op.cit., p p. 2 5 7 -8 7 ; M ai i o n G ib so n , Reading]¥itchcraft:
Stories o f Early English 1Vitches, L o n d re s , R o u tle d g e , 1 9 9 9 ; M aría T au siet, Ponzoña en
los ojos. Brujería y superstición en Aragón en el siglo X V I, Z a ra g o z a , In stitu c ió n F e rn a n d o
el C a tó lic a /D ip u ta c ió n d e Z a ra g o z a , 2 0 0 0 ; A rm a n d o M aggi, S atan’s Rhetoric:A Stu-
dy o f Rcnaissancc Demonology, C h ica g o , T h e C hicago U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 1 ; W a lte r
S te p h e n s , Demon Lorcrs:}Vitchcraft, Sex, and the Crisis o f Belief, C h ic a g o ,T h e U n iv e rsity
o f C h icag o P re ss, 2 0 0 2 ; M ic h el D avid Bailey, Battling DemonsiWitchcraft, Heresy and
Reform in the Late MiddleÁges, F ilad elfia,T h e P ennsylvania S tate U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 3 ;
A liso n R o w la n d s, Witchcraft Narratives in Germany: Rothenburg, 1 5 6 1 -1 6 5 2 , M a n c h e ste r,
M a n c h e s te r U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 3 ; G ary K. W aite, Eradicating the D evil’s Minions:
Anabaptists andlVitches in Reformation Europe, T o ro n to , U n iv e rsity o f T o ro n to P re ss ,
2 0 0 7 ; T am ar H e rz ig , “W itc h e s , S ain ts, an d H e re tic s: H e in ric h K r a m e r ’s T ie s w ith

21
H istoriografía. D em onolo^ia cristiana y cultura folklórica en el co n te x to eu io p eo

d e sta c a r q u e en Jos ú ltim o s añ o s ha c o b ra d o u n a e n o rm e im p o rta n c ia el


e stu d io d e la c re e n c ia e n la b ru je ría d u ra n te los siglos XVIII y X IX , cu a n d o
ya h ab ían Finalizado las g ra n d e s p e rs e c u c io n e s d e l p e río d o a n te rio r. Los
m o v im ie n to s n é o p a g a n o s su rg id o s en la seg u n d a m ita d del siglo X X a tra en
a un n ú m e r o cada vez m a y o r d e h is to ria d o re s p ro fe sio n a le s. T am b ién
se ha d e s a rro lla d o d e m a n e ra n o ta b le el análisis d e las re p re se n ta c io n e s
ico n o g ráfic a s d e la b ru ja y d el a q u e la rre te m p ra n o - m o d e rn o s .
P e ro la in g e n te c a n tid a d d e m o n o g r a fía s e sp e c ífic a s n o acab a d e
d a r c u e n ta d e la so fistic a c ió n a d q u ir id a p o r la h is to rio g ra fía d e la caza
d e b ru ja s e n las ú ltim a s d é c a d a s. E n la a c tu a lid a d a b u n d a n las h is to -

Italian W o m e n M y stics”, Magic, Ritual, am lW uchcraft, 1:1 (2 0 0 6 ), p p . 2 4 - 5 5 ;Jo n a th a n


D u r r a n t, Witchcrajt, Gender and Society in Early Modern Germany, L eid en , B rill, 2 0 0 7 .
10 O w e n D av ies, Popular Magic: Cunning-falk in English History, L o n d re s , H am b led o n
C o n tin u u m , 2 0 0 7 (2 0 0 3 ); O w e n D avies, Murder, Magic, Madness:TheVictoriaa Triáis o j
Dore and theW izard,j L o n d re s,y L o n£g>m a n ,>2 0 0 5 ;>O w e n D avies a n d W ille rn de B lc c o u rt,
Beyond the Witch Triah:Witchcraft and M agic in Enfightcnmcnr Europe, M a n ch ester, M an-
c h e s te r U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 4 ; W ille m d e B lé c o u rt an d O w e n D avies, Witchcraft
Continuad: Popular Aíagic in Modern Europe, M a n c h e ste r, M a n c h e ste r Univ e rsity P ress,
2 0 0 4 ; iM aícoím G ask íll, Heflish Nell: Last o f B n ta in ’$ IVitchesy L o n d re s , F o u rth S tate,
2 0 0 2 ; O w e n D avies, Witchcraf, Magic, and Culture, 1 7 3 6 -1 9 5 1 , M a n ch ester, M a n ch ester
U n iv e rsity P re ss, 1 9 9 9 .
i! R o n a ld H u tto n , ThcTriumph o jth e MoomA History o j Modern PagüMVitchcraft, O x fo rd ,
O x f o rd U n iv e rsity P re ss, 1 9 9 9 .
C h a rles Z ik a , The Appcarancc oJWiichcraj't, L o n d re s, R o u tlc d g c , 2 0 0 7 ; C laudia Sw an,
Art, Science, and Witchcrajt in Early Modern Holíand: Jacques de Gheyn 11 (1 5 6 5 -1 6 2 9 ),
C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 5 ; L inda C. H u lts, TheWitch as Muse:Art,
Gender, and Power in Early Modern Europe, F ilad elfia, U n iv e rsity o f Pennsylvania P ress,
2 0 0 5 ; R o b e rt M u c h e m b le d , Diahle!, P arís, S euil, 2 0 0 2 . O tr o trab ajo p a rtic u la rm e n te
o rig in a l, en el cual el análisis ic o n o g rá fic o ju e g a u n pap el re le v a n te , es una m o n o g rafía
re c ie n te q u e a b o rd a e n p e rs p e c tiv a c o m p a ra d a el soti h in d ú y la in c in e ra c ió n ritu a l de
las b ru ja s e u ro p e a s : P o m p a B a n e rje e , BurningWomenAVidoivsJVitchcs, and Early Modern
European Travelers in India, N u e v a Y ork, P alg rav c M acm iH an, 2 0 0 3 .

22
Fabián Alejandro Campagne

ria s g e n e r a le s , 13 las o b ra s d e s ín te s is , 14 las re c o p ila c io n e s d e a rtíc u lo s


e d ita d o s , 11 las c o l e c t á n e a s d e d o c u m e n to s y fu e n te s p r im a r ia s ,1" y los rea-
ders.11 M u y p o c o s tr a ta d o s d e m o n o ló g ic o s n o g o za n ya d e a lg u n a e d ic ió n
e n le n g u a m o d e r n a d e b id a m e n te a n o ta d a p o r e d ito re s e s p e c ia liz a d o s . 18

13 El esfu e rz o m ás im p o rta n te p ro b a b le m e n te sean los seis v o lú m e n e s d e la Athlone


H istorj oflVitchcraft and Magic in Europe, e d ita d o s p o r B engt A n k arlo o an d S tu a rt C lark
(F ilad elfia, U n iv e rsity o f P enssylvania P re ss, 1 9 9 9 -2 0 0 2 ). La re d a c c ió n del v o lu m en
4 , c o r re s p o n d ie n te al p e río d o d e la g ra n caza d e b ru ja s de los siglos XVI a XVII,
c o r r ió p o r c u e n ta d e W illia m M o n te r, B engt A n k arlo o y S tu a rt C lark .
14 R o b e rt M u c h e m b le d , Une histoirc du diablc, XUe-XXe siecle, París, Seui!, 2 0 0 0 (edición
e n c a s tellan o : Historia del Diablo. Siglos X Il-X X , M é x ico , F C E , 2 0 0 2 ); G ary K .W a ite ,
Heresy Magic, andW itchcraft in Early Modern Europe, B asingstoke, H a m p s h ire , Palgrave
M a cm íllan , 2 0 0 3 ;W o lfg a n g B eh rin g er, Witches andW itch-Himrs:A Global Hisrory, C a m ­
b rid g e , P o lity P ress, 2 0 0 4 ; M ichael D. Bailey, Magic and Superstition in Europe:A C.oncice
H istoryjrom A n tiquity to the Present, P Iy m o u th , R o w m a n & L ittle flie d , 2 0 0 7 .
,s El p ro y e c to m ás am b icio so en e s te se n tid o son los v o lú m e n e s te m á tic o s ed ita d o s
p o r B rian L evack: Arricies on IVitchcrajt, Magic and Demonologj-: a Tirelrc Volumc Antholo-
g y o j Scbolarly Ardeles, N u ev a Y ork, G arlan d P u b ., 1 9 9 2 , 12 vols.; New Perspectivas on
Witchcrajt, Magic and Demonology, L o n d re s, R o u tle d g e , 2 0 0 1 , 6 vols.
16A lan C h a rles K ors and E d w a rd P e te rs (e d s.), Witchcrajt in Europe,4 0 0 -1 700:A Docu-
mentary Hisrory, F iladelfia, U n iv e rsity o f P ennsylvania P re ss, 2001 (2 n d e d itio n ); P. G.
M a x w e ll-S tu a rt, The Occult in Early Modern Europe:A Documcntary History, B asingstoke,
H a m p s h ire , Palgrave M a cm illan , 1 999; M a rió n G ib so n ( e d .) , Witchcrajt and Socicty
in England and America, 1 5 5 0 -1 7 5 0 , Ithaca, C o rn e ll U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 3 ; B rian
L evack ( e d .) , ThcW itchcraji Sourcebook, L o n d re s, R o u tle d g e , 2 0 0 4 .
17 F ra n cés H ill (e d .), The Salem Witch Triáis Readcr, C a m b rid g e (M A .), D a C a p o P re ss,
2 0 0 0 ; D a r re n O ld rid g e (e d .), TheWitchcraJt Rcader, L o n d res, R o u tle d g e , 2 0 0 1 ; E laine
B reslaw ( e d .) , Witches oj the A tlanticU brhhAn Historical Reader and Primary Sourcebook,
N u e v a Y ork, N e w Y ork U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 2 .
18 E sp ecial re c o n o c im ie n to m e re c e la m o n u m e n ta l se rie d e v o lú m e n e s d ed icad a a
la re p ro d u c c ió n facsim ilar d e la m a y o r p a r te d e los d o c u m e n to s e d ita d o s so b re la
b r u je ría inglesa p u b licad o s e n tr e 1560 y 1736: ja m e s S h arp e ( e d .) , EnglishWitchcraft,
1 5 6 0 -1 7 3 6 , L o n d re s, P ic k e rin g & C h a tto , 2 0 0 3 , 6 vols. A m é n d e la su p e rv isió n
g e n e ra l d e S h arp e, los d istin to s v o lú m e n e s de la se rie fu e ro n e d ita d o s p o r M arió n
G ib so n , M a lco lm G askill y P e te r E lm er. M e re c e n d e s ta c a rse , ta m b ié n , o tro s em -
p r e n d im ie n to s re c ie n te s d e m e n o r e n v e rg a d u ra , c o m o las tra d u c c io n e s al inglés de
lo s tra ta d o s clásicos d e Jo h a n n W eyer, M a rtín d el R ío y P ie r re d e L an cre : jo h a n n
'W eyer,W itches, Derils and Doctors in the Renaissance. Johann Weyer, De Praestigiis Daemo-
num , in tro d u c tio n and n o te s by G e o rg e M o ra , tra n sla te d by Jo h n S hea, B in g h a m to n ,
M ed iev al an d R e n aissan ceT e x ts an d S tu d ie s, 1991; M a rtín d e l R ío , ¡nrestigations imo

23
H istoriografía. D em on ología cristiana v cultura íolklórica en el co n tcxro europeo

D e sd e h ace alg u n o s a ñ o s el M alleus M alcjicarum , el t e x t o f e tic h e d e la


d e m o n o lo g ía p o sitiv a , h a s u s c ita d o u n re n o v a d o in te ré s p o r p a r t e cíe los
in v e s tig a d o re s , q u e ha r e d u n d a d o e n a u d a c e s h ip ó te s is s o b r e la c u e s tió n
d e la a u to r ía y e n u n a n u e v a e d ic ió n in g le sa d e l te x t o , la p r i m e r a d e s d e
lo s tie m p o s d e M o n ta g u e S u m m e r s . 19 Los Cahiers lausannois d ’histoire
m édiém le a lb e r g a n ya casi u n a d e c e n a d e m o n o g ra fía s —e d ita d a s p o r
el e q u ip o d e jó v e n e s in v e s tig a d o re s q u e c o o r d in a A g o stillo P a ra v ic in i
B ag lian i— o r ie n ta d a s a la e x h u m a c ió n , p u b lic a c ió n v c o m e n ta r io d e
fu e n te s in é d ita s s o b r e la c aza d e b r u ja s e n la re g ió n a lp in a .20T am b ién se

magic, e d ite d by P. G. M a x w e lL S tu a rt, M a n c h e ste r, M a n c h e ste r U n iv e rsitv P ress,


2 0 0 0 ; On the Inconstancv c f í’itehes: Pierre De Lancre’sTübleau De Vlneonstance Des Mauvais
/¡nges Et Demons 1 6 1 2 , e d ite d by G e rh ild S cholz W illia m s, tra n sla te d bv H a r rie t S to n e
and G e rh ild S cholz W illia m s, T em p e, A rizo n a C e n te r oí M edieval and R enaissance
S tu d ie s, 2 0 0 6 . T am b ié n el Eormicarius d e Jo h a n n e s N id e r está sie n d o o b je to d e una
p a rtic u la r a te n c ió n : Je an N id e r, Des sorcicrs et leurs tremperies (La Eourmiliere, lirre V),
te x to étab li e t traduit: p a r Je an C é a rd , in tro d u e tio n p a r S ophie H o u d a rd e t N ico le
Ja e q u e s-L e fé v re , G re n o b le , J é r ó m e M illó n , 2 0 0 5 .
15 S o p h ie H o u d a r d , Les sciences du Jiable, p p . 2 7 -5 6 ; H ans P e te r B ro e d e l, The Malleus
Maleficarum and the Conslruction of\Yítchcrafi:Thcology and Popular Belief, M a n ch ester,
M a n c h e ste r U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 4 ; H e in ric h K ra m e r (In s tito ris ), Der Hcxcnhammer:
Malleus Malcjicarum. Kommcntierte ISeuubersetzung, e d ite d and tra n sla te d by W olfgang
B e h rin g er, G ü n te r je r o u s c h e k an d W e r n e r T sc h a c h e r; in tro d u e tio n by W olfgang
B e h rin g e r and G ü n te r J e ro u s c h e k , M u n ic h , D e u ts c h e rT a s c h e n b u c h , 2 0 0 0 ; H e n ric u s
In stito ris O.P. an d Jacobus S prenger, O .P ., Malleus M akfiearum , ed ited and tran slated by
C h ris to p h e r S. M ackay, C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv e rsitv P re ss, 2 0 0 6 , vol. I: Latin
T ex t, v ol. II: E n g lish T ran sIatio n . A caba de p u b lic a rse ta m b ié n la p r im e ra tra d u c c ió n
castellana d el te x to c o m p le to del Malleus: H e in ric h K ra m e r/J a c o b u s S prenger, Malleus
Maleficarum. El martillos ele los brujos, B a rcelo n a, R e d ita r L ibros, 2 0 0 6 .
20 P a r tic u la rm e n te valiosa re su lta la e d ic ió n b ilin g ü e d e los cin co te x to s m ás an tig u o s
en los q u e se m e n c io n a el e s te re o tip o d e m o n iz a d o del sa b b at, to d o s ellos re d a c ta d o s
e n tr e fin ales d e la d écad a d e 1 4 2 0 y co m ie n z o s de la d écad a d e 1440: L’imaginaire du
sabbat. Edition critique des testes Ies plus anciens (1 4 3 0 C .-1440 ■ j , re u n id o s p o r M a rtin e
O s to r e r o , A g o stin o Paravicini Bagliani t Kathrin U tz T re m p , en c o la b o ra c ió n p o r
C a th e rin e C h e n e , L ausana, U n iv e rsité de L au san n e, 1999. Las re sta n te s m o n o g rafías
so b re b r u je ría p u b licad as e n los Cahiers lausannois so n : P ie rre -H a n C hoffat, La Sorce-
llcrie commc exutoire.Tensions et corflits locaux: Dommartin 1 5 2 4 -1 5 2 S , L ausana, 1989;
M a rtin e O s to r e r o , “Folatrcr arce les demons”. Sabbat et chasse aux sorcicrs a Vevey (1 4 4 S ),
L ausana, 1 9 9 5 ; S a n d rin e S tro b in o , Francoise sauvée desjlammes? UneValaisanne aecusée de
sorcellerie au XVe siecle, L ausana, 1 996; Eva M aier, Trente ans avec le diable. Une nouvelle

24
Fabián Alejandro Campagne

in c re m e n ta d e m a n e ra e x p o n e n c ia l la c an tid a d d e d o c u m e n to s o rig in a le s
q u e p u e d e n c o n s u lta rs e p o r I n t e r n e t .21
T odo e ste fe n o m e n a l e sfu e rz o c o le c tiv o ha d e se m b o c a d o en 2 0 0 6 en
d o s lo g ro s q u e c o ro n a n c u a tro d é cad as d e e ru d ic ió n v tra b a jo siste m á tic o .
M e re fie ro , e n p r i m e r lugar, a la p u b lic a ció n d e la m o n u m e n ta l Encyclo-
pedia ofW itchcraft: The Western Tradition, u n e sfu e rz o co le c tiv o q u e alb e rg a
7 5 8 a rtíc u lo s , re d a c ta d o s p o r 170 e x p e rto s d e 2 9 países d if e re n te s ;22 y
en se g u n d o lugar, a la a p a ric ió n d e Magic, Ritual, andW itchcraft, la p rim e ra
re v ista acad ém ica q u e h a h e c h o d e la caza d e b ru ja s e u ro p e a u n a d e sus
esp ecializacio n es e x d u y e n te s .23 P ro b a b le m e n te n ad a re fle je c o n m a y o r
c o n tu n d e n c ia la c e n tra lid a d q u e el e stu d io d e l fe n ó m e n o d is fru ta a c tu a l­
m e n te en el sen o de la a cad em ia o c c id e n ta l, q u e el h e c h o d e q u e u n o de

chasse aux sorciers sur la Riviera lémanique (1 4 7 7 -1 4 8 4 ), L ausana, 1 996; L au ren c e P fister,
L’enfer sur terre. Sorcellerie a Dommartin (1 4 9 8 ), L ausana, 1 9 9 7 ; G e o rg M o d e stin , Le
diable che?, l ’évéque. Chasse aux sorciers dans le diocése de Lausanne (vers 1 4 6 0 ), L ausana,
1 9 9 9 ; S o p h ie S im ó n , “Si je le veux, i 1 m ourral”: Maléfices el sorcellerie dans la campagne
genevoise (1 4 9 7 -¡ 5 3 0 ), L ausana, 2 0 0 7 ; M a rtin e O s to r e r o , K ath rin U tz T re m p y G e o rg
M o d e stin (e d s .), ¡nquisition et sorcellerie en Suisse romandc. Le registre Ac 2 9 des Archives
cantonales vaudoises (1 4 3 8 -1 5 2 8 ), L ausana, 2 0 0 7 .
21 h t t p : / / e t e x t .v i r g in i a .e d u /s a le m /w itc h c r a f t (S alem W itc h T riáis: D o c u m e n ta r ) '
A rch iv a n d T ra n s c rip tio n P ro je c t); h t t p : / / w w w .a r ts .e d .a c .u k /w it c h e s /i n d e x .h t m l
(T h e S urvey o f S co ttish W itc h c ra ft 1 5 6 3 -1 7 3 6 ) ; h t t p : / / d l x s 2 . lib ra ry .c o r n e ll.e d u /w /
w i t c h / i n d e x .h t m l (T h e C o rn e ll U n iv e rsity L ibrary W itc h c ra ft C o lle c tio n ); h t t p : / /
g a llic a .b n f .f r / (G allica: B ib lio th é q u e n a tio n a le d e F ra n c e ). h t t p : / A v w w .h i s t o r y .
o x . a c . u k / s ta f f /r o b in b r ig g s /se a rc h _ tria ls .h tm l (a b stra c ts o f 4 0 0 L o rra in e w itc h c ra ft
triá is e d ite d by O x f o rd sc h o la r R o b in Brisjgs).
22 R ic h a rd M . G o ld e n ( e d .) , Encyclopedia of Witchcraft. The Western Tradition, S anta
B a rb ara, A B C -C lio , 2 0 0 6 , 4 vols. H asta la p u b lic a c ió n d e esta o b ra fu n d a m e n ta l, los
esp ecialistas d e b ie ro n c o n fo rm a rs e co n el te x to clásico d e R o ssell H o p e R o b b in s,
The Encyclopedia ofW itchcraft and Demonology, N u ev a Y ork, C ro w n P u b lish e rs, 1 9 5 9 .
E sfu erz o s re c ie n te s d e m u c h a m e n o r e n v e rg a d u ra so n los e n c a ra d o s p o r M ich ael D.
Bailey, Historical D ictionary oj W itchcraft, L an h am , S c a re c ro w P re ss , 2 0 0 3 (1 9 9 p á g i­
n as d e te x to ) y W illia m E. B u rn s, Il'iícli H unts in Europe and America: An Encyclopedia,
W e s tp o rt, G re e n w o o d P re ss , 2 0 0 3 (3 5 9 páginas d e te x to ) .
23 La re v ista es e d ita d a p o r la University oj Pennsylvania. El p r im e r n ú m e r o v io ia lu z
e n el v e ra n o b o re a l d e 2 0 0 6 . A c tu a lm e n te cada v o lu m e n c o n s ta d e d o s n ú m e r o s d e
a p a ric ió n s e m e stra l. L os p r im e ro s e d ito re s g e n e ra le s d e sig n a d o s h an sid o M ich ael
D. Bailey y B rian P. C o p c n h a v e r; véase h t t p : / / m a g ic .p e n n p re s s .o rg .

25
H istoriografía. D em on ología cristiana v cultura folklórica en el con texro europeo

los d o s e d ito re s g e n e ra le s a c tu a le s d e la re v ista Pase and Presera sea Lyndal


R o p e r, u n a d e las m ás re c o n o c id a s esp ec ia lista s d el c a m p o h isto rio g rá fic o
q u e n o s o c u p a , lin a d éc a d a s a trá s, e sta c irc u n sta n c ia h u b ie ra re s u lta d o
sim p le m e n te in c o n c e b ib le . 24

2. O ccid en te desquiciado: las hogueras


de la m odernidad

¿ Q u é sa b e m o s so b re la a ra n caza d e b ru ja s e u ro p e a ? G racias al p e rs is ­
te n te e sfu e rz o cie n tífic o d e ta lla d o en el a p a rta d o a n te rio r, en la a c tu a li­
dad re s u lta p o sib le d e te r m in a r c o n sin g u la r p re c isió n las d im e n sio n e s y
los alcan ces d e las d ife re n te s o lea d a s re p re siv a s. U n e x te n d id o co n se n so
e n tr e lo s esp ec ialista s p e r m ite s o s te n e r q u e la cacería ju d ic ia l q u e estalla
en 1428 e n el c a n tó n d e Valais, c o n s titu iría el p r im e r caso c o m p ro b a d o
d e re p re s ió n d e la b ru je ría c o m o c rim e n c o le c tiv o . 21 La p rim e ra h o g u e ­
ra se h a b ría e n c e n d id o ya a fin ales d e 1427. 26 Los 18 m e se s iniciales de
esta p r im e r a p e rs e c u c ió n d e la n u e v a secta d e a d o ra d o re s d el d e m o n io
p ro d u je ro n u n sald o d e 200 c o n d e n a d o s al su p licio p o r el fuego. Las e je ­
c u c io n e s c o n tin u a ro n h asta 1436, y la cifra to ta l d e v íctim as alcan zaría las
tr e s c ie n ta s . 27 O tr o s e p iso d io s q u e c o m p ite n p o r se r c o n sid e ra d o s c o m o
la p r im e r a caza d e b ru ja s d e l c o n tin e n te so n los p ro c e s o s m ilan eses d e
1390 c o n tra Sibillia Z a n n i y P ie rin a Ruga ti s, y el ju ic io d e M a tte u c c ia di
F ra n c e sc o , d e s a rro lla d o e n T o d i e n 1428;28 sin e m b a rg o , a u n q u e en esto s
p ro c e s o s italia n o s se d e te c ta n m u c h o s d e los c o m p o n e n te s d el e s te re o tip o

24 L in d al R o p e r c o m p a r te a c tu a lm e n te la e d ic ió n g e n e ra l de Pase and Present con


C h ris W ic k h a m .
2>W o lfg an g B e h rin g er, Witches aniW itch-F hints, p. 6 3.
26 C h a n ta l A m m a n n -D o u b lie z , “La p r e m ié re chasse aux so rc ie rs en Valais (1 4 2 8 -
1 4 3 6 ?)”, e n L’imaginaíre du sabbat, p. 6 9.
2'W o lfg a n g B e h rin g er, IVitches andW itch-H unts, p. 6 4.
28 C a rio G in z b u rg , Storia notturna. Una decifrazione del sabba, T u rín , E in a u d i, 1986 '
(c ito p o r la e d ic ió n e n c a ste lla n o : Historia nocturna. Un desciframiento del aquelarre,
tra d u c c ió n d e A lb e r to C lavería Ib áñ ez, B a rcelo n a, M u c h n ik , 1991, p. 8 6 ); D o m e n ic o
M a m m o li, Processo alia strega M atteuccia di Francesco. 2 0 marzo 1 4 2 8 , R e s T u d e rtin a e
8, T odi, ¡9 6 9 ; F ra n c o M e rm a n d o , The Preacher’s Demons: Bernardino o f Siena and the
Social Underworld o f Early Renaissance Italy, C h ic a g o ,T h e U n iv ersity o f C hicago P re ss,
1999, pp. 7 1 -7 7 .

26
Fabián Alejandro Campagnc

d e m o n izad o del sabb at, n in g u n o d e ellos d io lu g ar a una p e rse c u c ió n m asiva


c o m o la q u e se inicia en Valais a p a r tir d e 1428. O tra s c ro n o lo g ía s riv ales,
q u e p re te n d e n situ a r el c o m ie n z o d e la caza d e b ru ja s e n el se g u n d o y en
el ú ltim o c u a rto d el siglo XIV, n o han lo g ra d o su s te n ta rse so b re p ru e b a s
d o c u m e n ta le s só lid a s .29
E n las d écad as p o s te rio r e s a 1 4 3 0 , la casi to ta lid a d d e los p ro c e s o s p o r
b ru je ría , e n te n d id a c o m o c rim e n c o le c tiv o , tu v ie ro n lu g a r en los A lpes
O c c id e n ta le s: e n el D e lfín a d o fra n c é s, en te r r it o r i o d el d u c a d o d e Saboya,
en los p rin c ip a le s c a n to n e s suizos d e la re g ió n . H a b rá q u e e s p e ra r h asta el
e stallid o d e la V auderie d ’A rras e n el e x tr e m o n o r te d e F ran cia , en 14S9,
p ara q u e la re p re s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría se in d e p e n d ic e d e fin itiv a m e n te
d el e sc e n a rio q u e la había v isto n a c e r .30 E n 1 4 7 8 , la te n d e n c ia expansiva
de! n u ev o e s te re o tip o se c o n so lid a co n la d e sig n a ció n d el d o m in ic o H ein -
ric h K ra m e r c o m o in q u isid o r papal en las re g io n e s d e l o e ste y d el sur
d el im p e rio ale m á n ; e n 1 4 8 4 , K ra m e r d esata e n R a v e n sb u rg la p rim e ra
caza d e b ru ja s d e e n v e rg a d u ra e n te r r ito r io g e rm a n o , e n la q u e p ie rd e n
la vida 48 p ro c e s a d o s . 31 R e su lta a m p lia m e n te c o n o c id o el d e se n la c e d e la
in te rv e n c ió n d el d o m in ic o e n el S acro Im p e rio : p a ra a p o y ar lo s esfu erzo s
d e K ra m e r, el P apa In o c e n c io VIII p u b lica en 1 4 8 4 la b u la S u m m is deside-
ra n te s a ffe c tib u s, el ú n ic o d o c u m e n to papal q u e alu d e d e m a n e ra d ire c ta al
n u e v o p a ra d ig m a d e la b ru je ría c o m o c rim e n c o le c tiv o ; d o s añ o s d e sp u é s
a p a re c e en S p ey er la p rim e ra ed ició n d el M a l k u s M a íe fic a m m , ic o n o d e la
d e m o n o lo g ía ra d ic a l ta r d o -e s c o lá s tic a .3' E n 1 4 9 1 , el m ism o añ o en q u e

29 P ara esta d isc u sió n véase A rn o B o rst, Barbaren, Ketzer und ArtistenJVeltcn des M ittelal-
ters, M u n ic h , R . P ip er, 1988 (c ito p o r la ed ició n en inglés: MedieraUVorlds: Barharians,
Heredes, and Arrists in ¡he M iJJle Ages, tra n sla te d by E ric H a n s e n , C h ica g o , T h e U n i­
v e rsity o f C hicago P re ss, 1 9 9 6 , p p. 109 y ss,); N o r m a n C o h n , Europe’s Inner Demons,
p p . 1 1 8 -1 4 3 ; 181 -2 0 1 ; C h ris to p h e r S. M ackay,“G e n e ra l I n tro d u c tio n ” , en H e n ric u s
In stito ris y Jaco b u s S p re n g er, Malleus Malcjicarum, v o l. 1, pp. 4 9 y s s .; C a rio G in zb u rg ,
Historia nocturna, p p . 6 8 -7 2 ; Ju lio C a ro B aroja, Las brujas y su m undo, p p . 115 V ss.
30 F ra n c k M e rc ie r, La Vauderie d ’Arras, Una chasse aux sorciéres a FAutomne du M ojen Age,
R e n n e s, P resses U n iv e rsita ire s d e R e n n e s, 2 0 0 6 .
31 W o lfg an g B e h rin g er, “A llem ag n e, ‘m e re d e ta n t de s o r c ié r e s ’ . A u c o e u r d es p e rsé -
c u tio n s ” , en R o b e rt M u c h e m b le d ( e d .) , Magie et soreeHerie en Europe du Atojen Age a
nous jours, P arís, A rm a n d C o lin , 1 9 9 4 , p. 6 8.
32W o lfg an g B e h rin g er, Witches andW itch-H unts, p. 7 3 .

-7
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

s e n a d e fin itiv a m e n te e x p u lsa d o d e l te r r it o r i o a le m á n , el d o m in ic o envía


u n a c a rta al c o n se jo m u n icip al ele N u re m b e r g e n la q u e se a trib u y e la
re sp o n sa b ilid a d p o r la e je c u c ió n d e al m e n o s 200 so sp ec h o so s d e b ru je ría
d u ra n te su d e s e m p e ñ o c o m o in q u isid o r p a p a l . 33 A u n q u e en p rin c ip io la
cifra p u e d e r e s u lta r im p a c ta n te , e sta m o s m u y lejos d e las d im e n sio n e s
m asivas q u e la re p re s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría a d q u irirá en A lem an ia en
las p rim e ra s d écad as d el siglo X V II . 34
M ie n tra s el n u e v o p a ra d ig m a re p re siv o e n c o n tra b a u n a en c o n a d a r e ­
sisten cia en su e lo g e rm a n o , la re p re s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría alcanzaba
en el n o r te d e Italia u n a in te n sid a d in u sita d a . V e rd a d e ro c a n to d el cisne
d e la d e c a d e n te in q u isic ió n m e d ie v a l, e sta o lea d a re p re siv a h a b ría p r o ­
vocado c e rc a d e d o s m il v íctim as e n el hinterland m ilan és y en la E m ilia
R o m an a. S en d o s tra ta d o s de strigíbus, p u b lic a d o s p o r B e rn a rd o d e C o m o
y p o r B a rto lo m e o Spina e n 1508 y 1 5 2 3 , re s p e c tiv a m e n te , h an q u e d a d o
c o m o los m á x im o s m o n u m e n to s d e u n a g u d o p ic o d e fe ro cid ad ju d ic ia l,
q u e n o volvería a re p e tir s e en su e lo ita lia n o ni siq u ie ra en tie m p o d e las
g ra n d e s p e rs e c u c io n e s c o n tin e n ta le s p o s te rio r e s a 15 7 0 .3iT am b ién en la
d écad a d e 152 0 la caza d e b ru ja s p e n e tr a p o r p r im e r a vez e n te r r ito r io
ib é ric o : se tra ta d e los p ro c e s o s in c o a d o s p o r la ju s tic ia civil en los valles

33 W olfgang B e h rin g er, “A lle m a g n e , ‘m e r e d e ta n t d e s o r e ié r e s ’”, p. 69.


34 E n r ig o r d e v e rd a d , y e n fu n c ió n d e los d o c u m e n to s c o n s e rv a d o s, se ha e stim a d o
q u e los p ro c e so s p o r b ru je ría , m ag ia ritu a l y h e c h ic e ría c e le b ra d o s e n E u ro p a con
a n te rio rid a d a !S 0 0 , p ro v o c a ro n u n n ú m e r o d e víctim as in fe rio r a m il (la cifra real
p ro b a b le m e n te ro n d e las 6 0 0 o 7 0 0 e je c u c io n e s ); véase Je a n -P a tric e B o u d e t, Entre
Science et nigromance. Asirologie, divination et magic dans ¡'Occidente medieval (Xlle-XVe
siecle), P arís, P u b lic a tio n s d e la S o rb o n n e , 2 0 0 6 , p. 4 6 6 .
3l A n d rea del C o l, L’Inquisizione in Italia. D al X II al X X I sccolo, M ilán, O s c a r M o n d a d o ri,
2 0 0 6 , p p . 1 9 5 -2 ! 1; M ich aelT av u zz i, Renaissance ¡nquisiiors: Dominican Inquisitors and
Inquisitorial Districts in Northern haly, 1 4 7 4 -1 5 2 7 , L e id e n , B rill, 2 0 0 7 , p p . 1 4 9 -2 0 8 ;
O s c a r D i S im p licio , Autunno della stregoneria. Maleficio e magia nell'ltalía moderna, B o­
lo n ia, II M u lin o , 2 0 0 5 , p p . 13-1 4 ; G iu se p p e B o n o m o , Caccia alie streghe, p p . 7 4 -8 4 .
P ara u n análisis d e l tra ta m ie n to q u e la c u e s tió n d e la b ru je ría re c ib e e n Italia a fines
de! siglo XVI y c o m ie n z o s del siglo X V II, en tie m p o s de las g ra n d e s psicosis b ru je -
riles q u e c a ra c te riz a n a la E u ro p a del R e n a c im ie n to ta rd ío , véase G iovanni R o m e o ,
Inquisitori, esorcisii estreche ncll’ltalia della Controrform a, M ilán , S ansoni, 2 0 0 4 (1 9 9 0 ),
p p . 3 -1 0 8 , 2 4 7 -2 8 8 .
Fabián A le ja n d ro C am p a g n e

p ire n a ic o s de N a v a rra . 36 E sta p r im e r a o le ad a re p re siv a esp a ñ o la n o ha


p o d id o se r r e c o n s tru id a en d e ta lle a raíz d e la d ra m á tic a c are n c ia d e se rie s
d o c u m e n ta le s ap ro p ia d a s. La c e le b é rrim a ju n ta d e te ó lo g o s o rg an izad a
en G ran ad a en 1 5 2 6 c o n el o b je to d e d e te r m in a r el c a rá c te r re a l o im a ­
g in a rio d e los a y u n ta m ie n to s b ru je rile s , y el Tratado de las supersticiones y
hechicerías d el fran cisca n o M a rtín d e C a stañ e g a , p u b lic a d o e n L o g ro ñ o en
1 5 2 9 , c o n s titu y e n la ev id e n c ia p rin c ip a l d e l g ra n im p a c to p ro v o c a d o p o r
aq u ello s fa n ta sm á tic o s p ro c e s o s p ire n a ic o s .5'
E n tre las d éc a d a s d e 1 5 2 0 y 1 5 7 0 la in te n sid a d d e la caza d e b ru ja s se
re d u c e d e m a n e ra d ra m á tic a en t e r r it o r i o e u ro p e o . Se tra ta d e u n c u rio so
h iato d e m e d io siglo d e d u ra c ió n , d u ra n te el cual las e p id e m ia s p a ro x ís-
ticas so n re e m p la z a d a s p o r p e rs e c u c io n e s ju d ic ia le s d e baja in te n sid a d .
R e d u c id o s a su m ín im a e x p re s ió n , los ju ic io s p o r b ru je ría d e b e n b u sc a rse
co n le n te d e a u m e n to .3S N o re s u lta se n c illo e x p lic a r e ste c a p ric h o d e la
cro n o lo g ía . Sin e m b a rg o , es e v id e n te q u e la re m is ió n d el fe n ó m e n o c o in ­
cid e c o n la a g u d iza ció n d e l c o n flic to re lig io so p ro v o c a d o p o r la ir ru p c ió n
d el p ro g ra m a d e re f o rm a lu te ra n o . ¿Tenía s e n tid o p e rs e g u ir d e m o n io s
im a g in a rio s c u a n d o lo s re sp e c tiv o s a d v e rsa rio s co n fe sio n a le s c o n fig u ra b an
d e m o n io s d e c a rn e y h u e so a q u ie n e s m a s a c ra r ?39
El h ia to c u lm in a s ú b ita m e n te e n el se ñ o río im p e ria l d e W ie s e n s te ig , u n
m in ú sc u lo p rin c ip a d o lu te ra n o e n el su d o e s te d e l S acro Im p e rio : el 2 de
d ic ie m b re de 1 5 6 2 , el c o n d e U lric h v o n H e lfe n ste in envía a la h o g u e ra a 20
m u je re s , acusadas d e p ro v o c a r las to r m e n ta s d e g ra n iz o q u e u n a s sem an as

36 F lo re n cio k lo a te , La Brujería en Navarra y sus Documentos, P am p lo n a, D ip u ta c ió n Foral


d e N a v a rra / I n s titu to P rín c ip e d eV ia n a (C S IC ), 1 9 7 8 , p p . 2 3 -5 9 ; Iñaki R e g u e ra , La
Inquisición Española en el País Vasco. El tribunal de Calahorra, 1 5 1 3 -1 5 7 0 , San S eb astiá n ,
T x e r to a , 1 9 8 4 , p p . 1 9 2 -2 1 1 .
37 Fabián A le ja n d ro C a m p a g n e , / Lomo Catholicus, Elomo Superstitiosus. El discurso a n ti­
supersticioso en ¡a España de ¡os siglos X V a X VIII, M a d rid , M iñ o y D áv ila, 2 0 0 2 , p p.
481 y ss.
3S D av id D. Bailev, Magic and Superstición in Europe, p. 152 ¡W olfgang B e h rin g er, IVitches
a ndíV itch-H unts, p p . 7 9 -8 2 .
39 P ara u n a in te r p r e ta c ió n e n e s te s e n tid o véase A n d ré B ru lé , Sorcellerie et emprise
démoniaque a M etz et au Pays messin, X lIe-X V lIIe siecle, P arís, L’P Ia rm a tta n , 2 0 0 6 , p p.
7 7 y ss.

29
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el con texro eu ropeo

a n te s h ab ían d e s tru id o los s e m b ra d ío s lo c a le s .40 D u ra n te el añ o sig u ie n te


el s e ñ o r local o rd e n a ría o tra s 4 3 e je c u c io n e s, c o n v irtie n d o a W ie s e n ste ig
en el e sc e n a rio d e la caza d e b ru ja s m ás in te n sa hasta e n to n c e s c o n o c id a
e n te r r it o r i o a le m á n .41 D e to d a s fo rm a s, el su ceso q u e re a lm e n te m a rc ó
u n cam b io d e te n d e n c ia d e fin itiv o , a b rie n d o las p u e rta s a las alucin ad as
d im e n sio n e s q u e la re p re s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría a d q u iriría a c o m ie n z o s
d e l siglo X V II, fue la p e rs e c u c ió n q u e esta lla en el p rin c ip a d o -a rz o b isp a l
d e T r ie r (T re v e ris) e n 1 5 8 5 .42 Se tra ta d e la p rim e ra psico sis d e g ra n d e s
d im e n sio n e s q u e tie n e p o r e sc e n a rio u n o d e los p rin c ip a d o s c a tó lic o s del
o e ste d e A le m a n ia , lla m a d o s a c o n v e rtir s e e n p o c o tie m p o e n el locus de
las m ás fero c e s cazas d e b ru ja s d e la h is to ria e u ro p e a . P a rtic u la r im p a c to
p r o d u jo e n la o p in ió n p ú b lic a c o n tin e n ta l la e je c u c ió n d el D r. D ie tric h
F lad d e, a b o g a d o , c o n se je ro im p e ria l, y u n o d e los ciu d ad a n o s m ás rico s
de la c iu d a d .4íT ras u n a d é c a d a d e in c le m e n te b ru ta lid a d ju d ic ia l, las cifras
o ficiales señ a la n la e je c u c ió n d e 3 6 8 p e r s o n a s .44 En 1 5 8 9 , los su ceso s de
T rie r d ie ro n lu g a r a la a p a ric ió n d e l T ra cta tu s de co n jessionibus m a lcfico ru m
e t s a g a r u m , d e l je s u íta P e te r B in sfeld , el p r im e r tra ta d o d e m o n o ló g ic o
d e e n v e rg a d u ra d e sd e la p u b lic a c ió n d e l M a lle u s M a lc fic a ru m m ás d e cien
añ o s a trá s .4i

40 S o b re la p o sib le re la c ió n e n tr e lo s d e s a stre s clim á tic o s de la p e q u e ñ a ed ad g laciar


y la p e r s e c u c ió n d e las b ru ja s véase W olfgang; B e h rin g er, “C lim a tic C h a n g e and
W itc h - H u n tin g : T h e Im p a c t o f th e L ittle Ice A ge o n M e n ta litie s”, Climatic Change,
4 3 :2 (1 9 9 9 ), p p. 3 3 5 -3 5 1 .
41 G ary K. VVaite, Eradicating the D evil’s M inions, p p. 3, 1 4 4 -1 5 3 ; A lison R o w la n d s,
IVitchcraJt Narratives in Germany, p p . 2 5 -2 6 ; H . C . E rik M id e lfo rt, IVitch H unting in
Southivcstern Germany, p p . 8 8 -9 0 .
42 Jo h a n n e s D illin g e r, “E le c to ra te o f T r ie r ”, en R ic h a rd M . G o ld e n ( e d .) , Encyclopcdia
o/7Vitchcraft, vol. IV, p p . 1 135-1 1 3 6 .
43A lan C h a rle s K o rs y E d w a rd P e te r s ( e d s .) , Witchcraft in Europe, 4 0 0 - 1 7 0 0 , pp.
3 0 8 -3 1 8 ; R ita V o lm e r, “D ie tr ic h F lad d e ( 1 5 3 4 - 1 5 8 9 ”, e n R ich a rd M . G o ld e n (e d .),
Encyclopcdia o f Witchcraft, vol. ÍL , p p . 3 7 8 -3 7 9 ; c o n tin ú a re su lta n d o d e u tilid a d la
c o n s u lta d e u n o d e los te x to s clásicos d e la h isto rio g ra fía d é la caza d e b ru ja s e u ro p e a :
G e o rg e L in co ln B urr, “T h e F ate o f D ie tr ic h F ia d e ”, Papen o f the American Histórica!
Association, 5 (1 8 9 1 ), pp. 1 8 9 -2 4 3 .
44 W o lfg an g B e h rin g er, “A lfem ag n e, ‘m e r e d e ta n t d e s o rc ié re s ’”, p. 7 0 .
45 jo h a n n e s D illin g e r, “P e te r B insfeld ( 1 5 4 6 - 1 5 9 8 ) ” , e n R ic h a rd M . G o ld e n (e d .),
Encyclopcdia oflVitchcraft, vol. i, p p. 1 2 2 -1 2 4 .

30
Fabián A leja n d ro Campacjnc

D e h e c h o , el ín d ice q u e m e jo r señala q u e e n las d écad as finales del


siglo XVI la caza d e b ru ja s in g re sa b a en u n a fase d e re n o v a d a in te n sid a d ,
es la e x p lo s ió n e d ito ria l q u e p o r e n to n c e s p ro ta g o n iz a el g é n e ro d e m o -
n o ló g ico . En 1 5 7 4 , u n e d ito r v en e c ian o re im p rim e el ñlaUeus Malcficarum
p o r p rim e ra vez d e sd e 1S 2 3 . Le sigue o tra e d ic ió n v en ecian a en 1 5 7 6 . En
la d écad a d e 1580 se re im p rim e tr e s veces en F ra n k f u rt, y u n a v ez m ás
en 1 600. E n Lyon se p u b lica en 1 5 8 4 y 1 5 9 5 , y lu e g o en o tra s 6 o p o r t u ­
n id ad es d u ra n te el siglo XVII (la ú ltim a e d ic ió n tie n e lu g ar en 1 6 6 9 ).46
El Tractatus d e B insfeld , q u e p a ra m u c h o s estab a lla m a d o a re e m p la z a r
al Mcillem, fue re im p re s o e n 1 5 9 1 , 1 5 9 6 , 1605 y 1 6 2 3 ; en tra d u c c ió n
alem an a fue e d ita d o e n 1 5 9 0 , 1591 y 1 5 9 2 .47 La ra d ic a l Dcmonomanie des
sorciers d e Jean B odin c o n o c e d ie z ed icio n e ' e n tr e 1 5 8 0 y 1 6 0 0 , u n a tr a ­
d u c c ió n latina q u e a p a re c e en B asilea en 15 1 y en F ra n k fu rt en 1 5 9 0 , y
u n a tra d u c c ió n italiana e d itad a en V enecia en 1S 89 y re im p re sa en 1 5 9 2 .4i>
P o r aq u ello s años a p a re c e n ta m b ié n las re s ta n te s p iezas claves d el g e n e ro
d e m o n o ló g ic o ta rd o -e sc o lá stic o : la Demonolatriae libri tres d e N ico lás R ém y
(1 5 9 5 ), la Daemonologie d e Ja c o b o V l de E sco cia (1 5 9 7 ), las d e sm e su ra d a s
Disquisitionum magicarum del je su íta M a rtín del R ío (1 5 9 9 -1 6 0 0 ), el Discours
execrable des sorciers d e H e n ri B o g u e t (1 6 0 2 ), el Compendium maíeficarum de
F ra n c e sc o -M a ria G u azzo (1 6 0 8 ), y el d ifu n d id o Tableau de l ’inconstance des
mauvais anges et démons d e P ie r re d e L an cre ( 1 6 1 2 ) .49
A p a r tir d e 1 5 8 0 las o lead a s re p re siv a s d e alta in te n sid a d se m u ltip li­
can e n A lem an ia, F ran c ia, E sco cia , D in a m a rc a , Suiza y e n lo s Países Bajos
e sp a ñ o le s. P e ro las p sico sis b ru je rile s alcan zan ta m b ié n re g io n e s h asta
e n to n c e s n o afectadas, In g la te rra inicia la re p r e s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría
c o n la san ció n d el e s ta tu to d e 1 5 6 3 .">0 D e h e c h o , en a lg u n o s co n d ad o s del

46 C h ris to p h e r S. M ackay,“G e n e ra l I n tro d u c tio n ”, e n H e n ric u s In stito ris and Jacobns


S p re n g er, Malleus Maíeficarum, vol. I, p p. 1 7 0 -1 7 1 .
47 Jo h a n n e s D illin g er, “P e te r B insfeld ( 1 5 4 6 -1 5 9 8 ) ” , p. 124.
4S R o b e rt M u c h e m b le d , “T e rre s d e c o n tra ste s . F ra n c e , Pays-B as, P ro v in c e s-U n ie s” ,
e n R o b e rt M u c h e m b le d ( e d .) , Magie et sorcellerie en Europe, p p. 1 0 8 -1 0 9 .
49W o]fgang B eh rin g er, íVitches andSVirch-Hunts, p. 102.
50 ja m e s S h arp e, Instruments o f Darkness, p p, 8 9 -9 0 . E n r ig o r d e v e rd a d , el p r im e r
e s ta tu to in g lés c o n tra la b r u je ría fue a p ro b a d o en 1 5 4 2 ; sin e m b a rg o , n o se ha c o n ­
s e rv a d o n in g ú n d o c u m e n to q u e d e m u e s tre la ap licació n efectiv a d e la n o r m a (Ibid.,
p p . 2 8 -3 0 ).

3i
H istoriografía. D em on ología cristiana v cultura folklórica en el con texro europeo

su d e ste del re in o (E ssex, K en t, Surrey, Sussex, H e rÜ o rd ) las décadas finales


d e la e ra ísab elin a c o in c id irá n c o a la fase d e m a y o r in te n sid a d re p re siv a en
la h is to ria del p a ís .51T am b ién e n la E spaña p ire n aic a los ju ic io s p o r b ru je ría
c o m ien zan u n a vez m ás, h asta a lca n zar su clímax c o n el le g e n d a rio p ro c e s o
de las b ru ja s de Z u g a rra m u rd i (1 6 1 0 - 1 6 1 4 ), u n e p iso d io cu y o fe n o m en a l
p o te n c ia l p a ra tra n s fo rm a rs e en u n a re p re s ió n de p ro p o r c io n e s g ig a n te s ­
cas fue n e u tra liz a d o fin a lm e n te p o r el S an to O ficio . A p e sa r d e l n ú m e ro
ex ig u o d e v íc tim a s —d o c e c o n d e n a d o s a la h o g u e ra , d e los cu ales cin co
fu e ro n re laja d o s e n efig ie—, el p ro c e s o lo g ro ñ é s tu v o u n p a p el clave en
el c o lap so d el e s te re o tip o d e m o n iz a d o el sab b at en E sp a ñ a .i2 En los años
finales d e la d éc a d a d e 1 6 1 0 , y a lo la rg o d e la d éca d a d e 1 6 2 0 , d iv e rso s
in d icio s señ a la n la e x iste n c ia d e u n a in te n sa o lea d a re p resiv a en A rag ó n
y en C a ta lu ñ a , im p u lsa d a e n esta o casió n p o r la ju s tic ia civil. A u n q u e la
m ay o ría d e los d o c u m e n to s n o se h a n c o n se rv a d o , es p ro b a b le q u e v ario s
c e n te n a re s d e p e rs o n a s p e rd ie ra n la vida a n te s d e q u e la In q u isició n lo g ra ra
fin a lm e n te d e te n e r las e je c u c io n e s .53

11 Ja m es S h a rp e , Instruments ofD arkncss, p p. 108 y ss.


G u sta v H e n n in g s e n , “T h e C o n te x t”, e n G u stav H e n n in g s e n ( e d .) , The Solazar
Documcnts: ¡nquisitor Alonso de Solazar Frías and Others on che Basque IVitch Persecution,
L eid en , B rill, 2 0 0 4 , pp. 1-9 S ; Fabián A lejan d ro C a m p a g n e, “ W itc h c ra ft an d th e Sense-
o f-th e -Im p o s sib le in E arlv M o d e rn Spain: S onic R e lle c tio n s Based o n th e L ite ra tu re
o f S u p e rs titio n (ca. 1S 0 0 - 1 8 0 0 ) ”, Harvard Lheological Serien-, 9 6: i (2 0 0 3 ), p p . 5 7 -6 1 ;
W illiam M o n te r, Frontiers ojHcresy:The Spanish Inquisidor>
Jrom the Basque Lands to Sicily,
C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv e rsity P re ss, 1990 (c ito p o r la e d ic ió n e n castellan o :
La otra Inquisición. La Inquisición española en la Corona de Aragón, Navarra, el País Vasco
y Sicilia, tra d u c c ió n d e F elipe A lc á n ta ra , B a rcelo n a, C rític a , 1 992, p p. 3 1 8 -3 2 4 );
M a n u el F e rn á n d e z N ie to ( e d .) , Proceso a la brujería. En torno al Auto de Fe de los brujos
de Zugarramurdi, Logroño, 1 6 1 0 , M a d rid ,T e c n o s, 1 989, pp. 75-1 3 9; Ju lio C a ro B aroja,
Inquisición, brujería y criptojudaísrno, B a rcelo n a, A rie l, 1 9 7 0 , p p . 1 8 1 -3 1 5 .
35 V alerle M o lc ro , Magie et sorcellerie en Espagne au siécle des Lumiéres, 170 0 - i S-20, P arís,
L’H a r m a tta n , 2 0 0 6 , p. 9 1; H e n ry K a m e n , “S pain”, en R ich a rd M . G o ld e n (e d .),
Encyctopedia opV itchcnift, vol. IV, p. 1070; M a rtí G e la b e r tó , La palabra del predicador.
Contrarreforma y superstición en Cataluña (siglos X V ll-X V U l), L leída, M ile n io , 2 0 0 5 , pp.
1 1 1 -1 1 5 H e n ry K am en , The Phoenix and the Fíame. Catalonia and the Countcr Reformation,
N e w H avi-n,Y ale U n iv e rsity P re ss, 1 9 9 3 , p p . 2 3 6 -2 4 5 (ed ició n e n castellan o : Cambio
cultural en ia sociedad del Siglo de Oro. Cataluña y Castilla, siglos X VI-X Vil, M a d rid , Siglo
X X I, 1 9 9 8 ); M a ría T au siet, Ponzoña en los ojos, p p . 1 8 5 -2 4 7 .

32
Fabián Alejandro Campagne

D e to d a s fo rm a s, n in g u n a re g ió n e u ro p e a ig u alará en in te n sid a d y v io ­
lencia a las p e rs e c u c io n e s q u e te n d rá n lu g a r én los p rin c ip a d o s eclesiástico s
d el o e ste a lem án d u ra n te las p rim e ra s d écad as d e l siglo X V II.5+ D e h e c h o ,
e n tr e 1585 y 1 6 3 5 , los celo so s p re la d o s c o n tr a rre f o rm is ta s a c a rg o d e seis
d im in u to s esta d o s cató lico s —los e le c to ra d o s d e T rier, C o lo n ia y M ainz;
los o b isp ad o s de B am b erg , W ü rz b u r g y E ic h sta tt— c o n d e n a ro n a m u e r te
a c e rc a d e o c h o m il p e rs o n a s .” E sta cifra e sc a lo fria n te e q u iv ale a 18% del
to ta l d e víctim as p rovo cad as p o r la caza d e b ru ja s e n tr e 1428 y 1 7 8 2 .56 U na
p a rtic u la r ferocidad c a ra c te rizó a F erd in an d von B ayern, p rín c ip e -a rz o b isp o
de C o lo n ia, q u ie n e n tr e 1 6 2 4 y 1 6 3 4 e n v ió a la h o g u e ra a 2 .2 0 0 c o n d e n a ­
d o s p o r el d e lito d e b ru je ría ; estas cifras c o n v ie r te n al fa n ático e le c to r de
C o lo n ia e n el m á x im o c a z a d o r d e b ru ja s d e la h is to ria e u r o p e a .57
A p a r t ir de los p rim e ro s a ñ o s d e la d é c a d a d e 1 6 3 0 las p e rs e c u c io ­
nes m asivas a d q u ie re n c a rá c te r e x c e p c io n a l en O c c id e n te , y tie n d e n a
c o n c e n tra rs e en la p e rife ria d e la civ ilizació n e u ro -a tlá n tic a . D e ja n d o d e
lado los g ra n d e s ep iso d io s d e p o se sió n c o le c tiv a q u e a fe c ta ro n a d iv e rso s
co n v e n to s fe m e n in o s d u ra n te las d é c ad a s c e n tra le s d e l siglo X V II,58 las

5+ L vndal R o p e r, Witch Craze:Terror and Fantasy in Baroque Germany, N e w H aven,Y ale


U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 4 , p p . 1 5 -2 9 ; R o b e r t W a lin s k i-K ie h l, “P rin c e -B is h o p ric o f
B a m b e rg ”, e n R ic h a rd M . G o ld e n ( e d .) , Encyclopedia ofW itchcraft, vol. I, p p. 8 7 -8 9 ;
L u d w ig P elizaeu s, “E le c to ra te o f M a in z” , e n lbid., vol. 111, pp. 7 0 8 -7 1 0 ; H . C. E rik
M id e lfo rt, ¡Vitch H unting in Southivcstcrn Germany, p p. 9 8 -1 1 2 .
5SW olfgang; B eh rin g er, “A llem ag n e, ‘m e r e d e ta n t d e s o r c ie r e s ’”, p p. 7 4 - 7 5 ;W olfgang
B e h rin g er, Witches a nJW itch-H unts, p. 109.
56 Jo n a th a n D urrant ha su g e rid o m o d e r a r esta cifra, llev an d o el n ú m e r o de víctim as
p ro v o cad as p o r esto s p rin c ip a d o s e c lesiástico s a 6 .5 0 0 (Jo n a th a n D u r r a n t, Witchcraft,
Gender and Society in Early Alodern Germany, p. 12 , n . 3 6 ).
57 El g ra d o d e resp o n sab ilid ad p e rs o n a l q u e le cab e a F e rn a n d o d e B avjera p o r el
estallid o d e la p e rs e c u c ió n e n el te r r i t o r i o d e su p rin c ip a d o c o n tin ú a sie n d o o b je to
d e d e b a te . A u n q u e n o cab e n d u d as so b re su ríg id a a c titu d re s p e c to del c rim e n de
b r u je ría , alg u n o s a u to re s h an s u g e rid o q u e el p rín c ip e -a rz o b is p o n o in ic ió la cacería
ju d ic ia l d e b ru ja s sin o q u e re a c c io n ó u n a vez d e sa ta d o el fe n ó m e n o . V é a s e T h o m a s P.
B ecker, “F e rd in a n d o f C o lo g n e (W itte ls b a c h , 1 5 7 7 -1 6 5 0 )”, e n R ic h a rd M . G o ld e n
( e d .) , Encyclopedia oflVitchcraft, v o l. II, p p. 3 6 2 -3 6 3 .
58 M o sh e Sluhovsky, Bclieve N ot Every Spirit: Possession, Alysticism, and Discernment in Early
Aíodern Catholicism, C h icag o , T h e U n iv e rsity o f C h icag o P re ss, 2 0 0 7 , p p. 2 3 3 -2 6 4 ;
S arah F erb er, Demonic Possession and Exorcism in Early Modern Erance, L o n d re s , R o u t-
le d g e , 2 0 0 4 , p p . 8 9 -1 1 2 ; C a rlo s P u y o l B uil, Inquisición y política en el reinado de Felipe

33
H istoriografía. Demonolo<na cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

p rin c ip a le s re p re s io n e s ta rd ía s fu e ro n los p ro c e s o s d e M a tth e w H o p k ín s


en E ast A nglia (1 6 4 5 y 1 6 4 7 );:,;) la Groos Hdxatoódi, la “o ra n m a sa cre de
b ru ja s ” d e l s e ñ o río d e P rá ttig a u (1 6 5 2 y 1 6 6 0 );60 la g ra n caza d e b ru ja s
esco cesa (1 6 5 8 -1 6 6 2 ) ;61 la g ra n caza d e b ru ja s su eca (1 6 6 8 -1 6 7 6 );62 la
p e rs e c u c ió n d e la b an d a d e Zauberer Jackl en S alzb u rg o (1 6 7 8 -1 6 8 0 ) ;63 y
los m ític o s p ro c e s o s d e S alem , M a ssa c h n se tts ( 1 6 9 2 ) .64 D u ra n te el siglo

IV. Los procesos de Jerónimo deVillanueva y las monjas de San Plácido, 1 6 2 8 -1 6 6 0 , M a d rid ,
C o n s e jo S u p e rio r d e Inv estig acio n es C ie n tífic a , 1 9 9 3 , passim.
/:1 M a lco lm G ask ill, íVitcbjnders: A Scrcnteenth-Ccntury English Tragedy, C a m b rid g e ,
H a rv a rd U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 5 .
60 M a n fre d T s c h a ik n e r, “C a n tó n o f G ra u b ü n d e n (G ris o n s )” , en R ic h a rd M . G o ld en
( e d .) , Encyclopedia oflVitchcrajt, v o l. II, p p. 4 5 5 -4 S 6 .
61 P. C . M ax w ell S tu a r t, An Abundance oJ)Vítchcs:The Greac Scottish}Virch-Hunt, S tro u d ,
T e m p u s, 2 0 0 5 . B rian L evack se m u e s tra e n d e s a c u e rd o co n M a x w e ll-S tu a rt, y c o n ­
sid e ra q u e los p ro c e so s d e 1 6 5 8 -1 6 5 9 d e b e n c o n s id e ra rs e u n fe n ó m e n o d ife re n te
d e la g r a n p e rs e c u c ió n d e los añ o s 1 6 6 1 -1 6 6 2 ; cfr. B rian P. L evack, W itch-H unting in
Scotland. Lah; Polirics and Religión, L o n d re s , R o u tle d g e , 2 0 0 8 , p. 81.
62 B en g t A n k a rlo o , “S w ed en : th e M ass B u rn in g s ( 1 6 6 8 -7 6 ) ”, en B engt A n k arlo o y
G u sta v H e n n in g s e n (e d s .) , Early Modern European iVitchcrajt: Centres and Pcriphcrics,
O x f o r d , C la r e n d o n P re ss , 1993 ( 1 9 9 0 ) , p p . 2 8 3 - 3 1 7 ; B engt A n k a rlo o , “M agies
escan d in av es e t so rc ie rs d u N o r d ”, en R o b e rt M u c h e m b le d (e d .), Magie et sorcellerie
en Europe, p p . 1 9 5 -2 1 4 .
65 N o r b e r t S ch in d ler, í Viderspenstige Lente: Studien zurVoIkskultur in dcrjriihen N euzeit,
F ra n k fu rt, F is c h e rT a sc h e n b u c h , 1992 (c ito p o r la ed ició n en inglés: Rebellion, Com-
m unity and Custom in Early Modern Germany, tra n sla te d by P am ela S elw y n , C a m b rid g e ,
C a m b rid g e U n iv e rsity P ress, 2 0 0 2 , pp. 2 3 6 y ss.); R o b in B riags, íVitchesand Neighbors,
p p . 3 5 2 -3 5 4 ; W o lfg an g B e h rin g er, H exenvejolgung in Bavern (c ito p o r la e d ició n en
in g lés: í Vitchcmjc Persecucions in horaria: Popular Magic, Religious Zealotry and Reason o j
State in Early Modern Europe, tra n sla te d by j. C. G rayson and D avid L e d e re r, C a m ­
b r id g e , C a m b rid g e U n iv e rsity P re ss, 1 9 9 7 , p p . 3 3 7 -3 4 4 ); R o b e rt P o -C h ia H sia,
Social Discipline in the Reformarían. Central Europe, 1 5 5 0 - 1 750, L o n d res, R o u tle d g e ,
1 9 9 2 , p p . 63 y ss.
64 La c a n tid a d d e e s tu d io s so b re los p ro c e so s de S alem su p e ra c u a lq u ie r ep iso d io de
la caza d e b ru ja s e u ro p e a . P a rtic u la r in te ré s re v iste n M ary B eth N o r to n , In the D eril’s
Snare:The SalemíVitchcrajt Crisis o j 1 6 9 2 , N u ev a Y ork, V intage B ooks, 2 0 0 2 ; B e rn a rd
R o s e n th a l, Salem Story: Reading theW itch Triáis o j 16 9 2 , C a m b rid g e , C a m b rid g e U n i­
v e rsity P re ss, 1 9 9 5 ; M a ry lin n e K. R o a ch , The SalemIVitch Triáis:A Day-by-Day Chronide
oj a Com m unhy Under Siege, L an h am , T a y lo rT ra d e P u b lish in g , 2 0 0 4 (2 0 0 2 ); F ran cés

34
Fabián Alejandro Campagne

X VIII, las ú nicas p sico sis-co lec tiv as te n d rá n lu g a r en E u ro p a O r ie n ta l.63


En H u n g ría , los ju icio s p o r b ru je ría alcanzan su m a y o r in ten sid a d e n tre
1710 v 1 7 5 0 .66 Para e n to n c e s, los p rin c ip a le s estad o s d e E u ro p a o c cid e n tal
habían a p ro b a d o e s ta tu to s q u e to rn a b a n inviab le la co nfiguracicm ju ríd ic a
de la b ru je ría c o m o d e lito c o le c tiv o (las in s tru c c io n e s d e la In q u isició n
esp añ o la d e 1614; las in s tru c c io n e s d el S anto O ficio R o m a n o de la d écad a
de 162Q)6/ o lo d esp e n aliza b an d e m a n e ra e x p líc ita (el e d ic to fran cés de
1682; el e d ic to p ru s ia n o d e 1 7 1 4 ; el e sta tu to inglés d e 1 7 3 6 ; la ley im p erial
a u stríaca de 1766; el có d ig o nacio n al su e co d e 1 7 7 9 ).68 C o n to d o , a u n q u e
en el Siglo d e las L uces las p e rs e c u c io n e s m asivas e ra n u n fe n ó m e n o del
p asad o , las e je c u c io n e s esp o rá d ica s c o n tin u a ro n h asta los a lb o res d e la
c e n tu ria sig u ie n te .69 D e h e c h o , la ú ltim a eje c u c ió n ju d ic ia l p o r el c rim e n
de b ru je ría en te r r it o r i o e u ro p e o fue la d e c a p ita c ió n d e A nna G ó ld i en
1 782, en el c a n tó n suizo d e G la ru s .70
Según las estim a c io n e s m ás re c ie n te s , la caza d e b ru ja s e u ro p e a h ab ría
p ro v o cad o 5 0 .0 0 0 v íctim as e n tr e 1427 y 1 7 8 2 . C e rc a d e 5 0 % d e estas

B ill, A Dehision o f Sotan. The Full Story o f the SalemlYitch Triáis, C a m b rid g e , D a C apo
P re ss, 2 0 0 2 (1 9 9 5 ).
6’ G á b o r Klaniczay, “B ü c h e rs tard ifs e n E u ro p e c e n tra le e t o r ie n ta le ” , en R o b e rt
M u c h e m b le d (e d .), Magia at sorcelleric en Europe, p p. 2 1 5 -2 3 1 .
66 G á b o r Klaniczay, “H u n g a ry :T h e A ceusations and th e lln iv c rs c o f P o p u lar M ngic”, en
B engt A n k arlo o y G ustav H en n in g sen (e d s.), Early Modern European)Vitchcraft, p. 222.
67 G u stav H e n n in g s e n ( e d .) , The Solazar üocum ents, p p. 4 7 2 - 4 9 1 ; R a in e r D e c k e r, Die
Pdpste und die Hexen: aus den geheimen Akten der Inquisition, D a r m s ta d t, P rirm is Verlag,
2 0 0 3 (c ito p o r la e d ic ió n e n inglés: Witchcraft and the Papacy An Account Drcnving on
the Formerly Secret Records oj the Román Inquisition, tra n s la te d bv H . C- E rik M id e lfo rt,
C h a rlo tte sv ille , U n iv e rsity o tV irg in ia P re ss, 2 0 0 8 , p p. 1 1 3 -1 3 1 ).
6S B rian L e v a c k ,“T h e D e c lin e an d E nd o fW itc h c ra fy P ro s e c u tio n s ”, en B engt A n k a r­
lo o y S tu a rt C la rk (e d s .) , Witchcraft and Magic in Furopc:The Eighteenth and Nincteenth
Centuries, F ilad elfia, U n iv e rsity o f P ennsylvania P re ss, 1 9 9 9 , p p . 7 4 -7 8 .
69 L yndal R o p e r, IVicch Craze, pp. 2 2 2 -2 4 6 ;W o lfg a n g B c h rin g er, Witchcraft Persecutions
in Bavaria, p p . 3 2 2 -3 5 4 .
70 R a in e r D e c k e r, Witchcraft and the Papacy, p p. 1 9 4 -2 0 2 ; E lisab eth K o rro d i-A e b li,
“A nna G ó ld i (1 7 3 4 -1 7 8 2 ) ” , e n R ic h a rd M . G o ld e n ( e d .) , Encyclopedia o f ¡Vitchcraft,
vol. II, p p . 4 5 0 - 4 5 1 .
71 W o lfg an g B e h rin g cr, Witehcs a n d W itc h H u n is, p. 1 4 9 . P ara u n a a p ro x im a c ió n aún
m ás m o d e ra d a véase jo n a th a n D u r r a n t, YVitchcraft, Gender and Society in Early Modern
Germany, pp. 2 4 4 -2 4 5 .

35
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el con texro eu ropeo

eje c u c io n e s U n ie ro n lu g a r e n t e r r it o r i o a le m á n . Se tra ta d e u n a cifra


sin e m b a rg o , q u e m e r e c e p o n d e ra r s e . Ya h e m o s h e c h o re fe re n c ia a la
fe n o m e n a l in c id e n c ia q u e u n re d u c id o ro s a rio d e p e q u e ñ o s p rin c ip a d o s
e p isco p ales tu v o en la cifra final d e c o n d e n a d o s . 72 A e x c e p c ió n d el d u c a ­
do de B aviera —en sí m ism o m o d e r a d o en su p o lític a d e re p re s ió n d e 1a
b r u j e r ía - , los re s ta n te s e le c to ra d o s laicos só lo p ro d u je ro n u n n ú m e ro
re la tiv a m e n te re d u c id o d e c o n d e n a s a m u e r te ; la m ay o ría d e las c iu d ad es-
lib res im p e ria le s ta m b ié n q u e d a ro n al m a rg e n de las g ra n d e s psico sis b ru -
je r ile s . ' 3 F ran cia p a re c e ría u b ic a rse , en p rin c ip io , e n el se g u n d o lu g a r en
el listad o d e v íc tim as, c o n u n to ta l a p ro x im a d o d e cin c o m il e je c u cio n e s.
Sin e m b a rg o , e sta cifra ta m b ié n e x ig e u n a se rie d e c o n sid e ra c io n e s: m ás
de 3 .0 0 0 d e estas se n te n c ia s fu e ro n d ictad as p o r a u to rid a d e s d e p ro v in cias
fran có fo n as q u e , sin e m b a rg o , n o fu e ro n in c o rp o ra d a s al re in o d e F rancia
h asta m u c h o d e sp u é s d e fin aliza d a la caza d e b ru ja s (e l F ra n c o C o n d a d o ,
e n 1 6 7 8 ; L o re n a , e n 1 7 6 6 ) .74 A e x c e p c ió n d e estas re g io n e s , la r e p r e ­
sió n ju d ic ia l d e la b r u je r ía n o tu v o c a rá c te r e p id é m ic o e n las p ro v in c ia s
fra n c e sa s; p o r el c o n tr a r io , la d in á m ic a e n d é m ic a p a re c e h a b e r sid o la
n o r m a . N o r m a n d ía p u e d e to m a rs e c o m o e je m p lo p a ra d ig m á tic o , c o n
u n c e n te n a r d e e je c u c io n e s sa n c io n a d a s p o r el P a rla m e n to e n tr e 1S 60 y
1 6 6 0 .7i R ea liz a d a s estas c o r r e c c io n e s , el se g u n d o lu g a r e n el lista d o d e
v ictim as c o rr e s p o n d e a Suiza, c o n c e rc a de c u a tro m il e je c u c io n e s .76 O tra s
re g io n e s e u ro p e a s c o n u n e le v a d o n ú m e r o d e m u e r to s fu e ro n Ita lia d el

72 P ara u n a c o r re c ta p o n d e ra c ió n d e l c a rá c te r g e r m a n o c é n tr ic o d e la m o d e r n a caza
d e b ru ja s véase Michael D. Bailev,“ThcAoe ofMagicians: Pcriodization in th e H isto ry
o f E u ro p e a n M a g ic” , Magic, R itual, andW achcm jt, 3 :1 , 2 0 0 8 , pp. 2 2 -2 3 .
73 W o líg an g B e h rin g er, , “A llem ag n e, ‘m e r e d e ta n t de s o r c ié r e s ’”, p p. 8 8 -9 1 , 95-
98
R o b ín B riggs, TheW itches ojLorraine, N u ev a Y ork, O x f o rd lln iv e rs ity P re ss, 2 0 0 7 ;
B rig itte R o c lie la n d e t, Sorciéres, Jiables et büchers en Franche-Comté aux XVIe et XVIIe
siecle, B e san co n , E d itio n s d u C é tr e , Í9 9 7 ; W ill iam M o n te r, Witchcraft in France and
Switzeríand, 6 7 -8 7 .
73 W illia m M o n te r, “T oads an d E u c h a rists: T h e M ale W itc h e s o f N o rm a n d y , 1564-
1 6 6 0 ’, French Histórica! Siadies, 2 0 :4 , 1 9 9 7 , p. 5 7 3 .
W o lfg an g B e h rin g e r, Witches andW iich-H unts, p. 150.

36
Fabián Alejandro Campagne

n o r t e (2 .S 0 0 e je c u c io n e s), los Países Bajos esp añ o les (2 .S 0 0 e je c u c io n e s),


E scocia (1 .3 5 0 e je c u c io n e s) y D in a m a rc a ( 1 .0 0 0 e je c u c io n e s ) ."
A u n q u e la ratio p o r sex o d e los p ro c e s a d o s p o r b ru je ría varía d ra m á ti­
c a m e n te en fu n c ió n d e las d istin ta s re g io n e s e u ro p e a s (o sc ila n d o e n tr e u n
ín fim o 5 % d e h o m b re s p ro c e s a d o s en el o b isp a d o d e B asilea, e n tr e 1 571
y 1 6 7 0 , y u n s o r p re n d e n te 92 % d e h o m b re s p ro c e s a d o s en Islan d ia, e n tr e
1625 y 1 6 8 5 ), cerca d e 8 0 % d e las v íctim as to ta le s fu e r o n m u je r e s . /S N o
o b sta n te , los casi diez m il h o m b re s e jec u tad o s p o r el m ism o d e lito ex p re sa n
u n a re a lid a d q u e n o p o d e m o s ig n o ra r; p a ra fra se a n d o la feliz e x p re s ió n de
C h ris tin a L arn er, la caza d e b ru ja s fue u n fe n ó m e n o g é n e ro -re la c io n a d o
a n te s q u e g é n e r o - d e te r m in a d o .79

3. Europa exótica: el d escu b rim iento d el sa lv a je interior

Los d ato s y las cifras d esp le g a d o s e n el a p a rta d o a n te r io r d e m u e s tra n


acab a d a m e n te q u e la re p re s ió n d e la b ru je ría c o m o c rim e n c o le c tiv o fu e u n
fe n ó m e n o d e e x tra o rd in a ria s d im e n sio n e s e n la E u ro p a m o d e r n a .so ¿C ab e

77 Ib íd ., pp. 1 3 0 y 1SO. C a b e aclarar, sin e m b a rg o , q u e la se v e rid a d re la tiv a d e cada


p e rs e c u c ió n local varía s u s ta n c ia lm e n te si se e m p le a c o m o c r ite r io c la sific a to rio la
re la c ió n e x is te n te e n tr e la c a n tid a d de h a b ita n te s y el n ú m e r o d e e je c u c io n e s . D e
a c u e rd o co n esta n u ev a escala —y d e ja n d o d e lado el e x tr a o rd in a r io caso d e L ic c h te n s­
te in —, los c u a tro p rim e ro s lu g a re s e n lo q u e a se v e rid a d d e la r e p re s ió n se re fie re
estarían o cu p ad o s p o r el E le c to ra d o de C o lo n ia , el d u c a d o de L u x e m b u rg o , el d u c a d o
d e L o ren a y los c a n to n e s su izos (co n v alo res d e 9 .0 , 8 .0 , 6 .6 7 y 4 .0 , re s p e c tiv a m e n te ,
so b re u n a ra tio 1 / 1 0 0 0 ). A lem an ia e n su c o n ju n to a p a re c e a h o ra e n el n o v e n o lugar,
m ie n tra s q u e F rancia —te n ie n d o e n c u e n ta los lím ite s q u e la m o n a rq u ía te n ía a n te s de
16S0— se p o sic io n a e n la v igésim a p o sic ió n , u n a de las ú ltim a s d e to d o el c o n te x to
e u ro p e o . V éase R o b in B riggs, TheWitches o f Lorraine, p. 5 2.
78 L au ra A pps an d A n d re w G ow , M aleW itches in Early Modern Europe, M a n c h e ste r,
M a n c h e ste r U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 3 , p p. 4 4 - 4 5 .
79 C h ristin a L a rn e r, Enemies o f God, p. 9 3 : “witchcraft ivas not sex-specifc, but it iras sex-
related’\
80 D isc re p o aq u í co n las a firm a c io n e s d e h is to ria d o re s c o m o R o b in B riggs y A lison
R o w la n d s, q u ie n e s c o n sid e ra n q u e en fu n ció n d e la c a n tid a d d e re g io n e s n o afectad as
p o r el fe n ó m e n o , la caza d e b ru ja s d e b e ría c o s id c ra rs e c o m o u n v e rd a d e ro frac a­
so , c o m o u n a e x c e p c ió n a la n o r m a . C fr. A liso n R o w la n d s, Witchcraft Narratives in
Germany, p p . 1-12; R o b in B riggs, Witches and Ncighbors, p p . 3 9 7 y ss. E n u n tra b a jo
p o s te rio r , R o b in B riggs p a re c e h a b e r d e s c a rta d o el c r ite r io m e r a m e n te c u a n tita tiv o

37
H istoriografía. D em on o lo gía cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

s o s te n e r q u e a q u e lla c a c e ría ju d ic ia l n o fu e m ás q u e la m asiva p e rs e c u c ió n


d e u n c rim e n im ag in ario ? D e trá s d e aquella d e sm e su rad a y n ovedosa herejía
q u e p a re c e e m e r g e r e n los A lpes O c c id e n ta le s d u ra n te el seg u n d o c u a rto
d el siglo X V ¿ex istía algo m ás q u e u n sim p le e s te re o tip o sa tan izad o e la b o ­
ra d o p o r la alta c u ltu ra teo lo g a l? A q u ella in é d ita secta d e a d o ra d o re s del
d e m o n io , e m p e c in a d a en a r r e b a ta r a la d iv in id ad c ristia n a el d o m in io de
la C re a c ió n ¿fue ta n só lo u n a fic c ió n , u n a c o n s tru c c ió n d iscu rsiv a diseñada
p o r d e m o n ó lo g o s , in q u isid o re s, ju ris ta s y m a g istra d o s secu lares? ¿R esu lta
p o sib le im a g in a r q u e u n m o d e lo re p re siv o q u e c o stó la vida d e 5 0 .0 0 0
p e rs o n a s n o tu v o o tr o fu n d a m e n to q u e la fe b ril im a g in a c ió n d e alg u n o s
fan ático s a g e n te s d e las iglesias y d e los e sta d o s m o d e rn o s?
D e h e c h o , a u n q u e los h is to ria d o re s d e la caza d e b ru ja s h an fo rm u la d o
in n u m e ra b le s p re g u n ta s d u ra n te lo s m ás d e 150 a ñ o s ele e x iste n c ia del
c a m p o h is to rio g rá fic o , n in g ú n in te rro g a n te d iv id ió ta n to las aguas c o m o
el r e f e rid o a la p o sib le e x iste n c ia d e a lg ú n fe n ó m e n o h is tó ric o real d e trá s
de la fe ro z re p r e s ió n d e la su p u e sta secta d e a d o ra d o re s d el d e m o n io . Para
p la n te a r el p ro b le m a e n té r m in o s d e u n clásico a rtíc u lo d e M . J. K e p h a rt,
a p a r t ir d el siglo X VIII lo s esp ecia listas p a re c e n h a b e rs e d iv id id o e n dos
c o le c tiv o s p rin c ip a le s: ra c io n a lista s y r o m á n tic o s .Sl Los racio n a listas n ie ­
gan la e x is te n c ia d e “b ru ja s sa tán icas” d e n in g u n a esp e c ie en la E u ro p a de
finales de la E d ad M ed ia. L os ro m á n tic o s , en c a m b io , c o n sid e ra n p ro b a b le
la e x is te n c ia d e “b ru ja s ” d e a lg u n a clase e n tie m p o s d e la g ra n re p re sió n
te m p r a n o - m o d e r n a , y p la u sib le la p re s e n c ia d e alg ú n fe n ó m e n o re a l q u e
te ó lo g o s , in q u isid o re s y ju e c e s laico s p u d ie r o n in te r p r e ta r c o m o “b ru je ría
d iab ó lica ”.S2 Las h ip ó te sis fo rm u la d a s p o r e ste ú ltim o u n iv e rso d e especia-

p a ra la d e te r m in a c ió n d e la tra g e d ia p ro v o cad a p o r la caza d e b ru ja s, e n b e n e fic io


d e u n a a p ro x im a c ió n d e ín d o le m ás d e c id id a m e n te cualitativ a; véase R o b in B riggs,
TheW itches oJLorraine, p. 3 6 9 .
81 M . J. K e p h a r t, “R a tio n a lis ts vs. R o m án tico a m o n g S ch o iars o f W it c h c r a f t ” , en
M ax M a rw ic k ( e d .) , Witchcraft. and Sorcerj: Selected Rcadings, L o n d re s , P en g u in , 1990
(1 9 7 0 ), p. 3 2 6 .
82 El re c ie n te ensayo cié D avid W a ld ro n , q u e pasa rev ista a las tra n s fo rm a c io n e s s u ­
frid as p o r el e s te re o tip o d e la b ru ja d u r a n te los siglos XVIII y X IX —d e sím b o lo del
r id íc u lo a sím b o lo d e re b e lió n —, fue p u b licad o en el m o m e n to m ism o en q u e concluía
la re d a c c ió n d e l lib ro q u e e l le c to r tie n e e n tr e sus m an o s. P o r d ic h o m o tiv o n o m e
h a r e s u lta d o p o sib le in te g r a r sus hallazgos y c o n c lu sio n e s e n el p r e s e n te c a p ítu lo ;
Fabián Alejandro Campagne

listas v a ria ro n seg ú n las ép o cas: u n o s p o c o s d e fe n d ie ro n la e x iste n cia de


v e rd a d e ro s co n v en tícu lo s de a d o ra d o re s del d e m o n io ;’ al i?
puños im a g in a ro n
la su p erv iv en cia de antiguas relig io n e s paganas; o tro s señalaro n la p resen cia
de c o m p le jo s fo lk ló ric o s y m ito lo g ías arcaicas en el c a m p o e u ro p e o p re in -
d u stria l. Sin e m b a rg o , to d o s se han c a ra c te riz a d o p o r el m ism o o b je tiv o
c o m ú n : d e m o s tra r la ex iste n c ia d e u n ethnos c u ltu ra lm e n te irre d u c tib le en
el in te rio r m ism o d e la m o d e rn a civilización e u ro -a tlá n tic a . P a rad ó jica m e n ­
te , esta ob sesió n los acerca a los p la n te o s d e los d e m o n ó lo g o s ren a c en tista s.
En efe c to , n o fu e ro n los h is to ria d o re s ro m á n tic o s los p rim e ro s en im a g in a r
la e m e rg e n c ia d e u n salvaje dentro d e E u ro p a .83 En u n o d e los fra g m e n to s
m ás c é le b re s del Tablean de l ’inconstance des motiváis angas (1 6 1 2 ), el fero z
c azad o r d e b ru ja s P ie rre d e L an cre afirm a b a:

Q u i m e fait c r o ir e q u e la d e v o tio n & b o n n e in s tr u c tio n d e p lu s ie u rs b o n s


r e lig ie u x a y a n t chassé les D e m o n s & m au v a is A n g es d u pays d e s In d e s,
d u la p p o n & a u tre s lie u x , ils se s o n t ie tte z á fo u le e n la C h r e s tie n té ( . . . )
E t d e faict p lu s ie u rs A n g lo is, E scossais & a u tr e s v o y a g e n rs v e n a n t q u c r ir
d e s vin s e n c e tte viilc d e B o rd e a u lx , n o u s o n t assev ré a u o ir v eu e n le u r
v o y a g e d e g ra n d e s tr o u p e s d e D e m o n s e n f o rm e d ’h o m m c s e s p o u v e n -
ta b le s p a s se r e n F ra n c e .84

E x p u lsad o de su eco sistem a e x ó tic o , el “m al salvaje” ingresaba en E u ro p a


de la m a n o d e la co n sp ira c ió n o rg an izad a p o r Satán en p e rs o n a .Si ¿N o e ra n ,

véase D av id W a ld ro n , The Sign ojtheíV itch: M odcrnity and the Pagan Reviva1, D u rh n m ,
C a ro lin a A cad e m ic P re ss, 2 0 0 8 , pp. 4 1 -7 6 .
S3 K ath leen B id d ick , “T h e D e v il’s A nal E ye: in q u isito ria l O p tic s and E th n o g ra p h ic
A u th o rity ” , e n K a th le e n B iddick, The Shock ojAíedievalism, D u rh a m , D u k e U n iv e rsity
P re ss, 1 9 9 8 , p p . 1 0 6 -1 0 7 .
84 P ie rre d e L an cre, Tablean de l’inconstance des mauvais anges et demons, ou il est amplcmcnt
traicté des Sorciers, S^dc la Sorcelleric, París, N icolás B uon, 1 613, p. 37: “c o m o la devoción
e in s tru c c ió n d e m u c h o s b u e n o s relig io so s alejó a los d e m o n io s y a los m a lo s ángeles
d e las In d ias, d el Ja p ó n y de o tro s lu g a re s, ésto s se lanzan ah o ra m u ltitu d in a ria m e n te
so b re la C ristia n d a d ( . . . ) . Y d e h e c h o , m u c h o s in g lese s, e sco ceses y o tro s viajeros
q u e v en ían a c o m p ra r v in o a esta ciu d ad d e B u rd e o s , n o s a se g u ra ro n h a b e r visto d u ­
r a n te sus trav esías g ra n d e s b an d ad as de d e m o n io s e n fo rm a d e h o m b re s esp an to so s
in g re sa n d o en el t e r r i t o r i o de F ran cia” (la tra d u c c ió n d el fran c és es m ía).
s’ P ara u n in te re s a n te análisis de la g e o p o lític a del m al y d e l topos d e la m ov ilid ad
d iab ó lica véase Jo rg e C a ñ iz a re s-E sg u e rra , Puritan Conquistadors: Iherianiring the A t­
lantic, 1 5 5 0 -1 7 0 0 , S ta n fo rd , S tan fo rd U n iv e rs ity P re s s , 2 0 0 6 ( c ito p o r la e d ic ió n

39
H istoriografía. D em on o lo gía cristiana v cultura folklórica en el con texro europeo

acaso, la so d o m ía , el c an ib a lism o y la id o la tría , los m ism o s d e lito s n efan d o s


q u e las b ru ja s c o m p a rtía n c o n los a b o ríg e n e s a m e ric a n o s? 86
C o n m e n o r fre n e sí q u e los d e m o n ó lo g o s , o tr o s a g e n te s d el p o d e r
re lig io so ta m b ié n c re y e ro n d e te c ta r la e x iste n c ia d e u n a e tn ia p arásita
a lim e n tá n d o se d e la savia de la re p ú b lic a c ristia n a . A b u n d an las re fe re n c ia s
d e p re d ic a d o re s p o p u la re s q u e d u ra n te los siglos X VI y XVII en say aro n
la c o m p a ra c ió n e n tr e el c a m p o e u ro p e o V la tie r r a d e m isió n a m e ric a n a
y asiá tic a .sv En 1 5 6 8 , D o n A n d ré s d e P ra d a , can ó n ig o d e la c a te d ra l de
O v ie d o , c o n sid e ra q u e las ald eas a stu ria n a s “son u n as indias q u e te n e m o s
d e n tr o de E sp añ a, d o n d e se p u e d e h a c e r u n g ra n se rv ic io d e D io s, n u e s tro
señ o r, p o rq u e la m ies es aq u í m u c h a y los o b re ro s p o c o s”. El m ism o añ o ,
el lic e n c ia d o H e r r e r a d irig e u n a c a rta a u n a n tig u o c o m p a ñ e ro q u e re sid e
e n R o m a , e n la cu al afirm a : “n o hay Indias d o n d e v u e stra s m e rc e d e s van
p o r ta n to s p e lig ro s d e agua y o tra s m il m ise ria s, q u e te n g a n m ás n e c e sid a d
de e n te n d e r la p a la b ra d e D io s q u e estas A stu ria s”.8S H acia 1 5 7 7 , el je s u ita
G asp ar d e la F u e n te realiza a firm a c io n e s su g e stiv a m e n te sim ila re s, a u n q u e
varía el m a rc o d e re fe re n c ia : “la g e n te [en A stu rias] tie n e g ra n d e n e c esid a d
d e d o c tr in a , p o r m a n e ra q u e la C o m p a ñ ía e sta rá aquí m u y b ie n e m p le a d a
c o rn o e n Indias d e l Ja p ó n ” .S9 P o co d e sp u é s , u n je s u ita a n ó n im o re p ite el
m ism o d ia g n ó stic o p a ra A n d alu cía : los h a b ita n te s d e los p u e b lo s ce rc a n o s
a H u elv a “v iv en e n cu ev as, sin sa c e rd o te s n i s a c ra m e n to s, tan ig n o ra n te s
q u e a lg u n o s n o p u e d e n h a c e r el sig n o d e la c ru z ; en sus v e stid o s y fo rm a

e n c a ste lla n o : Católicos y puritanos en la colonización de América, tra d u c c ió n d e Pablo


S án ch ez L eó n , M a d rid , M arcial P o n s, 2 0 0 8 , p p. 1 3 9 -1 4 3 ).
86 LIn e je m p lo clásico d e la asim ilació n e n tr e el sabbat de las b ru ja s y las c e re m o n ia s
in d íg en as es la ensayada p o r Je an d e L éry en su Histoire d ’un voyagejait en la terre de
Brésil (1 S 7 8 ); véase S te p h e n G r e e n b la tt, Marvclous Posscssions:TbelVonder o j the New
Uórld, C h ic a g o ,T h e U n iv e rsity o f C hicago P re ss, 1 9 9 2 , p. 16.
S/ D o m in icju e Ju lia , “Le r e f o r m e p o s ttr id e n tin e e n F ra n ce d ’a p ré s les p ro c é s-v e rb a u x
d e v isites p a s to ra le s : o r d r e e t ré s is te n c e s ” , e n A A .V V ., La sociela religiosa n ell’eta m o­
derna: atti Je convegno studi di storia sociale e religiosa, N á p o le s, G u id a e d ito r e , 1 9 7 3 ,
p. 3 8 8 ; P e te r B u rk e, Popular Culture in Early Modern Europe, N ueva Y ork, H a r p e r and
R ow , 1 9 7 8 , p. 2 0 8 (e d ic ió n e n c a s tellan o : La cultura popular en la Europa moderna,
M a d rid , A lianza, 1 9 9 1 ).
ss C ita d o p o r Jo sé Luis G o n záles N o v alin , “H isto ria d e la r e fo r m a tr id e n tin a e n la
d ió cesis d e O v ie d o ”, Hispania Sacra, 1 6 :3 2 (1 9 6 3 ), p. 3 2 5 .
m lb id ., p. 3 4 5 .

40
Fabián Alejandro Campagne

de vida, son c o m o in d io s” .90 L u d o v ico d e C o te s, o b isp o d e A m p u ria s, en


C e rd e ñ a , o b se rv a b a e n 1 5 4 6 q u e e ra m ás fácil “form are [alia fede] gli índiani
del Perú che non questi [ s a r d if, p o rq u e co n los in d io s b asta b a so la m e n te c o n
en se ñ a r (“docere”), m ie n tra s q u e en la isla había q u e e x tir p a r c o n o c im ie n to s
e rr ó n e o s (“dedocere”) .9' S eg ú n la o p in ió n d e los je s u íta s d e M essin a, la “vera
India era la Sicilia”.92 En 1 5 5 3 , Ju a n d e P o la n co , s e c r e ta rio d e Ignacio d e
L oyola, e sc rib e el sig u ie n te te x to p a ra c o n so la r a u n m ie m b r o d e la o rd e n
q u e acababa de se r d e stin a d o a la in h ó sp ita C ó rce g a: “andasse con tu tta la
generosito del suo zelo perché al certo ¡a Corsica g li sarebbe India, Molucco e Gia-
ppone, dovefacendo e patendo, sodifarebbe plenamente al suo desiderio”. 9 3 Los
p re la d o s fran ceses p e n sa b a n d e m a n e ra sim ilar. T ras fin alizar su p rim e ra
visita d io cesan a e n ju n io d e 1 6 7 2 , E tie n n e le C a m u s, o b is p o d e G re n o -
ble, fo rm u la la sig u ie n te p re g u n ta a su a m ig o S éb astien d e P o n tc h a te a u :
“¿p u ed es c re e r q u e e x is te n en e sta d ió cesis aldeas e n te ra s e n las cu ales
m u c h o s n o han o íd o siq u ie ra h a b la r d e Je s u c ris to ? ”.94 E n o tr a m isiv a d e l 5
de fe b re ro de 1 5 7 5 , Le C a m u s c o m p a ra aq u ella re g ió n d e l D e lfin a d o co n
el L ejano O rie n te : q u ie n q u ie ra m isio n a r en C h in a n o tie n e m ás q u e v isitar
G re n o b le . E n u n a te r c e r a c a rta , el p re la d o d e sc rib e a su o b isp a d o c o m o
“pajs de conquete”9i A lg u n as d écad as a n te s , el je s u íta J u lie n M an o ir, u n o de
los g ra n d e s p re d ic a d o re s p o p u la re s d e l siglo X V II, ta m b ié n se e n c u e n tra
co n u n p a n o ra m a d e so la d o r e n la isla d e L Ishant, en las c o stas d e B retañ a ;
tras d e sc rib ir a la re g ió n c o m o u n fra g m e n to re g u la r d e l C a n a d á , c o n firm a
q ue el viaje a la isla es ta n p e lig ro so q u e n in g u n o d e sus h a b ita n te s re c u e r d a
la visita de u n o b isp o : “a p en as p u d e e n c o n tr a r u n a d o c e n a d e p e rs o n a s q u e

90 C itad o p o r H e n ry K a m e n , Lnquisition and Society in Spain, L o n d re s , W e id e n fe ld and


N ic o lso n , 1985 (c ito p o r la e d ic ió n e n castellan o ; La Inquisición española, tra d u c c ió n
d e G a b rie la Z avas, B a rcelo n a, C rític a , 1 9 8 8 , p. 2 6 2 ).
91 A d ria n o P ro s p e ri, Tribunali della coscienza. Inquisitori, corfcssori, missionari,T u rín ,
E in a u d i, 1 9 9 6 , p. 5 5 6 : “f o rm a r e n la fe a los in d io s d e l P e rú q u e a esto s sa rd o s” (la
tra d u c c ió n d e l italian o es m ía).
92 Ibid., p. 5 5 8 .
9J Ibid., p. 5 5 7 : “vaya c o n to d a la g e n e ro sid a d d e su c e lo , p o r q u e c ie r ta m e n te C ó rc e g a
le p a re c e rá la India, las iW olucas o J a p ó n , d o n d e h a c ie n d o y p a d e c ie n d o , satisfacerá
p le n a m e n te v u e s tro s d e s e o s” (la tra d u c c ió n d el italian o es m ía).
94 K eith L u ria, Territories o f Grace: Cultural Change in the Seventeenth-Century Diocese o f
Grenoble, B erkeley, U n iv e rsity o f C a lifo rn ia P re ss, 1 9 9 1 , p. 2 9.
K lbid., p. 5 3 .

41
H istoriografía. D em o n ología cristiana v cultura folklórica en el con texro europeo

c o n o c ie ra n los m is te rio s d e laT rin id acl o los 10 m a n d a m ie n to s ”.96 En las


costas d el M e d ite rr á n e o la situ a c ió n a p en as m e jo ra b a ; en 1 5 3 5 , A d rie n
B o u rd o ise , fu n d a d o r d e la c o m u n id a d d e sa c e rd o te s d e S a in t-N ic o las-d u -
C h a rd o n n e t, so s tie n e q u e en la isla d e C a m a rg u e , en la d e se m b o c a d u ra del
R ó d a n o , “m u c h a s p e rs o n a s n o h ab ía n v isto a un sa c e rd o te p o r d iez o d o c e
añ o s, y e n c o n se c u e n c ia , n o p u d ie r o n a sistir a m isa, c o n fe sa rse o c o m u lg a r
d u ra n te to d o ese tie m p o ”.97 E n la In g la te rra anglicana ta m b ié n re su lta b a
u su al la c o m p a ra c ió n e n tr e la p e rife ria e u ro p e a y las lo cac io n es ex ó tica s;
en 1 6 2 8 , Sir B en jam ín R u d y e rd so s tie n e e n la C á m a ra de los C o m u n e s
q u e e n el e x tr e m o n o r t e d e l re in o , “where the prayers o jth e common pcople are
more like spells and charms than devotions”, los h a b ita n te s n o c o n o c e n so b re
los d o g m a s c e n tra le s d e l c ristia n is m o m u c h o m ás q u e lo q u e sab en los
in d io s d e A m é ric a d e l N o r t e . 98
R esu lta te n ta d o r a tr ib u ir las a firm a c io n e s d e a q u ello s p re la d o s y p r e ­
d ic a d o re s c o n tr a rre f o rm is ta s al e m p le o c o n sc ie n te d e la h ip é rb o le c o m o
re c u r s o re tó ric o . Sin e m b a rg o , o tra clase d e fu e n te s c o n firm a n m u c h as de
sus p e rc e p c io n e s . A p a r t ir d e l análisis d e 4 5 8 p ro c e s o s in q u isito ria le s co n
in te rro g a to rio d e d o c trin a im p u lsa d o s p o r el trib u n a l d e T o le d o e n tr e 1540
y 1574, Je a n P ie rre D e d ie u e n c u e n tra q u e 6 0 % d e los en cau sad o s n o sabían
los d iez m a n d a m ie n to n i e ra n cap aces d e re c ita r las c u a tro o ra c io n e s de
b a se .99 El 18 d e fe b re ro d e 1 5 1 8 , Ju a n d e R ab e, vecin o d e la M o ta, p rovincia
d e C u e n c a , re s p o n d ía a lo s in q u isid o re s d e la sig u ie n te m a n e ra :

p r e g u n ta d o si sa b e q u é a ñ o es e l q u e a h o ra e s ta m o s , d ijo q u e n o sabe
a u n q u e sa b e q u e es e l m e s d e f e b r e r o . F u e p r e g u n ta d o p o r su re v e re n c ia

96 L ouis C h á te llie r, The Religión o j the Poor: Rural Missions in Europe and the Formarían o j
Modern Catholicism, c. 1500-c. 1 8 0 0 , tra n sla te d by B rian P earce, C a m b rid g e , C a m b rid g e
U n iv e rsity P re ss, 1 9 9 7 ( 1 9 9 3 ), p p . 3 5 -3 6 . V éase ta m b ié n Mirarles et sabbats:Journal
du Pére Maunoir. Missiones en Bretagne, 1 6 3 1 -1 6 5 0 , p re s e n té p a r É ric L eb ec, P arís, Le
É d itio n s d e P a ris, 1 9 9 7 , p p . 3 1 -5 3 .
9/ L ouis C h á te llie r, The Religión o j the Poor, p. 34.
9S C itad o p o r K e ith T h o m a s, Religión and the Decline f Magic, p. 84: “d o n d e las oracio n es
d e la g e n te c o m ú n se p a re c e n m ás a c o n ju ro s y e n c a n ta m ie n to s q u e a d e v o c io n e s”
(la tra d u c c ió n d el in g lés es m ía ).
99 je a n - P ie r r e D e d ie u , “C h ristia n is a tio n e n N o u v e lle C astille. C a té c h ism e , c o m m u -
n io n , m e sse e t c o n firm a tio n d an s l ’a rc h e v é c h é d e T o lé d e , 1 5 4 0 -1 6 5 0 ”, Melanges de
la Casa de Velazquez, 15 ( 1 9 7 9 ), p p. 2 6 1 -2 9 4 .

42
Fabián A leja n d ro C atnpagne

si sabía el c r e d o y la salve re g in a , d ijo q u e n o , y si sabía el p a te r n o s te r v


el ave m a r ía , d ijo q u e sí; fu e le m a n d a d o q u e lo d ije se , d ijo el ave m a ría
to d a y el p a te r n o s te r to d o lo m á s p e r o n o b ie n sa b id o (. - .) ; p r e g u n ta d o
si sabía los d ie z m a n d a m ie n to s y los a rtíc u lo s d e la fe y los sie te p e c a d o s
m o r ta le s y si sabía los c in c o s e n tid o s , d ijo q u e n o sa b e n ad a d e t o d o e s to
ni p a r te d e llo ; ( . . . ) fue p r e g u n ta d o si so b e rb ia o en v id ia o lu ju ria o m a ta r
a lg ú n h o m b r e o d e c irle p ala b ra s in ju rio sa s b a ld o n á n d o le , si es p e c a d o .
A cad a co sa d e lla , d ijo q u e n o s a b e .100

En m u ch as o casio n es, el g ra d o d e d e fo rm id a d de las c o n stru c c io n e s


m íticas p o p u la re s re sp e c to del p arad ig m a c ristian o oficial era tan acen tu a d o ,
q u e irre m e d ia b le m e n te p ro d u c ía el a so m b ro d e los m ás e x p e rim e n ta d o s
p re d ic a d o re s p o p u la re s. Sin lle g a r n e c e sa ria m e n te a los e x tre m o s d el cu lto
del le b re l San G u in e fo rt, d e la m ic ro -s o c ie d a d cata ra del M o n ta illo u p ir e ­
naico, o d e la co sm o lo g ía fo rm u la d a p o r el m o lin e ro M e n o c c h io S candella,
la c u ltu ra c a m p e sin a p ro v o ca b a m ás d e u n a so rp re sa a los a g e n te s d e la
re lig ió n o fic ia l . 101 M ie n tra s p re d ic a b a en el área d e G in e b ra a c o m ie n z o s
del siglo XV, V icen te F e rr e r d e sc u b re q u e la p o b la c ió n lo cal v e n e ra b a a
San O r ie n te , cuyo fiesta p rin c ip a l se ce le b ra b a la m añ a n a d el día d e Cor­
pus Christi; cu a n d o el v alen c ian o p re g u n tó p o r la id e n tid a d d e aq u e l san to
d e sc o n o c id o , o b tu v o u n a re s p u e sta s o r p re n d e n te : San O r ie n te es el s o l . 102
C u a n d o e n la p rim a v e ra d e 1S61 los e stu d ia n te s y p ro fe so re s d el C o le g io
R o m a n o sa lie ro n en m isió n p o r las aldeas d e los a lre d e d o re s d e la ciu d ad
e te r n a , c o n sta ta ro n u n a situ ació n sim ila r:“n o c o n o c e n o tro dios q u e el sol,

100 C ita d o p o r W illia m C h ristian j r . , Apparitions in la te Medieval and Rcnaissance Spain,


P rin c e to n , P rin c e to n U n iv e rsity P re ss, 1981 (c ito p o r la ed ició n en c a s tellan o : A pa­
riciones en Castilla y Cataluña (Siglos XIV-XVI), tra d u c c ió n de E lov F u e n te , M a d rid ,
N e re a , 1 9 9 0 , p. 2 0 3 ).
101 Jean C lau d e S c h m itt, Le Saint Lévricr. Guinejort, guérisseur d ’enjants depuis le X llle siecle,
P arís, F la m m a rio n , 1 9 79 (e d ició n e n castellan o : La herejía del santo lebrel: Guinejort,
curandero de niños desde el siglo XIII, B a rcelo n a, M u c h n ik , 1 9 8 4 ); E m m a n u e l Le R oy
L a d u rie , M ontaillou, rillage occitan, de 1 2 9 4 a 1 3 2 4 , P arís, G a llim a rd , 197S (e d ició n
e n c a ste lla n o : M ontaillou, aldea occitana de 1 2 9 4 a 1 3 2 4 , M a d rid ,T a u ru s , 1 9 8 1 ); C a rio
G in z b u rg , Iljorm aggio e i rermi. 11 cosmo di un mugnaio del '5 0 0 ,T u rín , E in a u d i, 1976
(e d ic ió n e n c a s tellan o : El queso y los gusanos. El cosmos, según un molinero del siglo X VI,
B a rcelo n a, M u c h n ik , 1 98 1 ).
102 M a tth ie u -M a x im e G o rc e , Saint Vincent Ferrier, P arís, P lo n , 1 9 2 4 , p. 181.

43
H istoriografía. D em on ología cristiana v cultura folklórica en el con texro europeo

cuya a u to rid a d se e x tie n d e p o r to d o el u n iv e rso , a q u ie n a d o ra n re c ita n d o


el P ad re N u e s tr o y el A n g elu s sie te v eces al d ía” , 103
E n sín tesis, la ev id e n c ia a g ru p a d a e n la p re s e n te secció n p a re c e c o n ­
firm a r la ap o ría d e “el m ito d e la E dad M ed ia c ristia n a ”, fo rm u la d a p o r
je a n D e lu m e a u a c o m ie n z o s d e la d é ca d a d e 1 9 7 0 .104 D o c e siglos d e sp u é s
de q u e la Iglesia ro m a n a e m e r g ie r a d e las c a ta c u m b a s, la cristianización de
la E u ro p a cristiana p a re c ía , to d a v ía , u n a ta re a p e n d ie n te . N o p u e d e s o r­
p re n d e r , p u e s , q u e m u c h o s h is to ria d o re s d e la b ru je ría m o d e r n a c re y e ra n
d e te c ta r fe n ó m e n o s h is tó ric o s re a lm e n te e x is te n te s d e trá s d e la g ra n
re p r e s ió n d e los siglos X V a X V II. Las re s ta n te s seccio n es d el p re s e n te
c a p ítu lo e sta rá n d e d ic a d a s, p o r lo ta n to , a la p re s e n ta c ió n y al análisis de
los d ife re n te s m o d e lo s in te rp re ta tiv o s q u e , d e sd e el siglo XVIIÍ hasta el
p re s e n te , in te n ta r o n d is c e rn ir las c o m p le ja s re la c io n e s e n tr e d e m o n o ­
logía cristia n a y c u ltu ra fo lk ló ric a q u e c o n trib u iría n a e x p lic a r la sú b ita
g e n e ra liz a c ió n d e la re p r e s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría e n los a lb o re s de los
tie m p o s m o d e rn o s .

4. Los padres fundadores: d e m o n io s ilustrados,


brujas ilum inistas

Si re d u c im o s las d isc u sio n e s y d e b a te s a su m ín im a e x p re s ió n , las te o ­


rías q u e so s tie n e n la e x iste n c ia d e fe n ó m e n o s h is tó ric o s rea le s d e trá s d e la
fe ro z re p re s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría m o d e r n a p u e d e n re d u c irs e a c u a tro
escu elas fu n d a m e n ta le s. U n a p r im e r a tesis so stu v o la re a lid a d efectiv a d el
m al e n c a rn a d o p o r la so c ie d a d d e las b ru ja s. D u ra n te el R e n a c im ie n to
e u ro p e o el d e m o n io e n p e rs o n a lid e ró u n a co n sp ira c ió n d e d im e n sio n e s
in é d ita s , d e stin a d a a s u b v e r tir d e m a n e ra d efin itiv a los fu n d a m e n to s d el
ordo chrisliano. C o m o lo s d e m o n ó lo g o s d e a n ta ñ o , a q u ien e s a m e n u d o

105 L ouis C h á le llie r a trib u y e la c o n fu sió n cam p esin a a una m ala in te r p re ta c ió n de u n o


d e los a rte fa c to s ritu a le s p r e d ile c to s d e la p ie d a d c o n tra rre fo rm a d a : las gigantescas
c u sto d ia s, p lagadas d e re m in is c e n c ia s so la re s, q u e se utilizab an p ara tr a n s p o r ta r la
h o stia c o n sag ra d a d u r a n te las p ro c e sio n e s d e Corpus Christi (L ouis C h á te llie r, The
Religión o f the Poor, p p. 9 4 -9 5 ).
104 Je an D e lu m e a u , Le catholicismc entre Luther etVohaire, P arís, PU F, 1971 (c ito p o r la
e d ició n e n castellan o : El catolicismo Je Lulero aVokaire, tra d u c c ió n de M ig u el C a n d el,
B a rcelo n a, L abor, 1 9 7 1 , p. 190).

44
Fabián A le ja n d ro C a m pagne

citan c o m o fu e n te d e a u to rid a d in d isc u tid a , los p a rtid a rio s d e e ste m o d e lo


in te rp re ta tiv o c re e n en la e x isten cia rea l de Satán y d el o rd e n p re te rn a tu ra l.
Las b ru ja s c o n d e n a d a s p o r las ju s tic ia s laica y ecle siástica e n tr e lo s siglos
X V y X V Ii e ra n m ie m b ro s d e u n a p o d e ro s a o rg a n iz a ció n se c re ta , e n e m ig a
del e sta d o y de la iglesia d e C ris to .
U n a s e g u n d a te o r ía c o n s id e ró q u e el c o le c tiv o p e rs e g u id o p o r los
cazad o res d e b ru ja s n o e ra o tr o q u e el u n iv e rs o d e p e q u e ñ o s p ro d u c to re s
ru ra le s o p rim id o s p o r el fe u d a lism o . D e se sp e ra d o s p o r la in te n sa e x p lo ­
ta c ió n a la q u e los so m e tía n el r é g im e n se ñ o ria l y el fisco e sta ta l, m u c h o s
m icro fu n d istas cam p e sin o s to m a ro n la d e cisió n d e tr ib u ta r h o n o re s divinos
al p rin c ip a l a d v e rs a rio d e l d io s d e sus e n e m ig o s. E ste se g u n d o m o d e lo
ta m b ié n p o s tu la la e x iste n c ia d e o rg a n iz a c io n e s e fe c tiv a m e n te ab o cad as
a la a d o ra c ió n d e S atán d u ra n te el M ed io e v o ta rd ío , p e ro a d ife re n c ia d e
la escu ela h is to rio g rá fic a a n te r io r n o d e fie n d e la re a lid a d d e l d e m o n io ni
del o rd e n p r e te r n a tu r a l. Los c o n d e n a d o s p o r el c rim e n d e b ru je ría n o
e ra n m ás q u e h o m b re s y m u je re s q u e h a b ía n c o n v e rtid o al sa tan ism o en
d isp o sitiv o clave d e u n p ro g ra m a p o lític o d e stin a d o a re s is tir la o p re s ió n
q u e los asfixiaba.
U n a te r c e r a te o r ía so stu v o q u e lo s b ru jo s c o n d e n a d o s p o r in q u isid o re s
y m a g istra d o s civiles e ra n los se g u id o re s d e u n atáv ico c u lto p re - c ris tia n o ,
los a d e p to s a u n a re lig ió n p re h is tó ric a q u e d e sd e tie m p o in m e m o ria l hab ía
lo g ra d o so b re v iv ir c la n d e s tin a m e n te en d e te rm in a d a s re g io n e s d e l c o n ti­
n e n te . E ste te r c e r m o d e lo in te rp re ta tiv o c o m p a r te c o n lo s d o s a n te r io r e s
la c re e n c ia e n la e x iste n c ia d e c o m u n id a d e s ritu a le s n o -c ristia n a s e n la
E u ro p a d el R e n a c im ie n to . P e ro se d ife re n c ia c la ra m e n te d e ello s p o r el
h e c h o d e q u e la d iv in id ad e n c u e stió n n o e ra el d e m o n io ju d e o - c ris tia n o
sino u n n u m e n p ag an o cuyo o rig e n se p e rd ía en la n o c h e d e lo s tie m p o s . La
fe ro z re p r e s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría se h a b ría o rig in a d o e n u n fe n o m e n a l
m a le n te n d id o c u ltu ra l. Los in q u isid o re s d e l ta rd o -m e d io e v o , so rp re n d id o s
p o r el hallazgo d e aq u ello s d in á m ic o s c o n v e n tíc u lo s p a g an o s, c o n fu n d ie ro n
a su dio s c o n el d iab lo , y les a tr ib u y e r o n u n sa ta n ism o q u e só lo e x istía e n
su im a g in a c ió n .
F in a lm e n te , u n c u a rto m o d e lo a n a lític o d e fe n d ió la p e rs is te n c ia d e
c o m p le jo s fo lk ló ric o s a rc a ic o s e n el c a m p o e u r o p e o ta r d o -m e d ie v a l,
cuy o o rig e n ú ltim o r e m itiría a u n a h ip o té tic a civ ilizació n in d o e u ro p e a

45
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el oon texro europeo

p rim o rd ia l. A d ife re n c ia d e los tr e s m o d e lo s in te rp re ta tiv o s a n te r io r e s ,


esta tesis n o d e fie n d e la p re s e n c ia d e re lig io n e s, sectas o c o n v e n tíc u lo s
r e a lm e n te e x is te n te s. Los fe n ó m e n o s c u ltu ra le s re m a n e n te s co n los q u e
lo s ju e c e s civiles y e cle siá stic o s c o m e n z a ro n a e n c o n tra s e en los siglos
finales de la E d ad M e d ia n o re m itía n a la esfe ra del rito sino al u n iv e r­
so del mito. D e g ra d a d o s, d e fo rm a d o s , d e m o n iz a d o s p o r la alta c u ltu ra l
te o lo g a l, a q u e llo s re s ilie n te s c o m p le jo s fo lk ló ric o s p re -c ris tia n o s fu e ro n
in c o r p o ra d o s al d is c u rso d e m o n o ló g ic o ta rd o -e sc o lá stic o , d a n d o o rig e n
al e s te re o tip o d e l sa b b a t so b re el q u e se s u s te n tó la g ra n caza d e b ru ja s de
lo s siglos su b sig u ie n te s.
N u e s tr o s e n tid o c o m ú n h is to r io g r á f ic o —c o n las s im p lific a c io n e s
e x tre m a s e n las q u e s ie m p re in c u r r e to d o se n tid o c o m ú n — a c o stu m b ra
id e n tif ic a r e s to s c u a tr o m o d e lo s in te r p r e ta tiv o s c o n lo s n o m b r e s d e
M o n ta g u e S u m m e rs , Ju le s M ic h e le t, M a rg a re t M u rra y y C a rio G in zb u rg ,
re s p e c tiv a m e n te . Sin e m b a rg o , to d o s e sto s esq u e m a s an alític o s tie n e n u n a
larg a h is to ria , y m u c h o s d e sus p o stu la d o s fu e ro n fo rm u la d o s ya d u ra n te
lo s siglos XVIII y X IX , e n tie m p o s d e los p a d re s fu n d a d o re s d e la h is to ­
rio g ra fía d e la caza d e b ru ja s.
R e su lta difícil fe c h a r co n p re c isió n el n a c im ie n to d e u n c a m p o h is to rio -
gráfico p ro fesio n al d e d ic a d o al e stu d io d e la re p re s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría
e n la E u ro p a m o d e r n a . A lg u n o s se r e m o n ta n a figuras d e l ilu m in is m o d ie ­
cio ch e sco , c o m o C h ristia n T h o m a siu s o G iro la m o T a rta ro tti. O tro s re m ite n
a e ru d ito s d e c im o n ó n ic o s , c o m o G e o rg H o r s t, K arl Ja rc k e , Jaco b G rim m
o W ilh e lm S o ld án . A lo s e fe c to s d e l p re s e n te ensayo, sin e m b a rg o , esto s
d e b a te s so b re los o ríg e n e s re s u lta n irre le v a n te s p o r c u a n to , sin im p o r ta r
el p u n to d e p a rtid a s e le c c io n a d o , las d isc u sio n e s re fe rid a s a la e x iste n c ia
de alg ú n fe n ó m e n o re a l d e trá s d e la caza d e b ru ja s o c u p a n sie m p re u n
lu g a r d e sta c a d o e n los a p o rte s d e lo s p a d re s fu n d a d o re s, m ás allá d e sus
re s p e c tiv a s ra íc e s ilu m in is ta s, ro m á n tic a s o p o sitiv istas.
W olfgan g B e h rin g er co n sid e ra q u e el fu n d a d o r d e los e stu d io s h istó ric o s
so b re la b ru je ría e u ro p e a es C h ris tia n T h o m a s iu s ( 1 6 5 5 - 1 7 2 8 ) .105 S egún
F e d e ric o II d e P ru s ia , e ste ju r is ta p r o te s ta n te d e o rig e n sajó n e ra el re s-

,03W o lfgO an g£5 B e h rin g e r,“W



itc h c ra ft S tu d ies in A u stria ,> G e rm a n vJ an d S w itzerlan d , p-
6 6 . S o b re T h o m a siu s y la v e r tie n te m o d e ra d a d el Ilu m in ism o véase Jo n a th a n Israe ,
Radical Eñlightment: Philosophj and the M aking o f Modcrnity, ¡ 6 5 0 - 1 7 5 0 , N u ev a "York,
O x f o rd L Iniversity P re ss, 2001 , p p . 9-15.

46
Fabián Alejandro Campagne

p o n sab le d e q u e las m u je re s alem an as p u d ie ra n p o r fin en v e je c e r en paz en


el te r r it o r i o del Im p e rio . T h o m a siu s fue ad em á s el p r im e r in te le c tu a l en
r e c u r r ir siste m á tic a m e n te a la h is to ria p a ra s u s te n ta r sus o p in io n e s so b re el
fe n ó m e n o de la caza d e b r u ja s .'06 E sta ap e la c ió n a u n rig u ro s o e stu d io del
pasado re s u lta b a to d av ía in u su al en tie m p o s d e l Ilu m in ism o te m p ra n o . En
rig o r de v e rd a d ,T h o m a siu s se in sp ira en el m e n n o n ita h o la n d é s A n th o n ie
van D ale (1 6 3 8 - 1 7 0 8 ), “e n e m ig o ju r a d o d e to d a clase d e s u p e rs tic ió n ”
al d e c ir d e sus c o n te m p o rá n e o s . E ste m é d ic o o r iu n d o d e H a a rle m había
p u b licad o a finales d el siglo X VII De oraculis (1 6 8 3 ) v De origine et progressu
idolatríae et superstitionis (1 6 9 3 ), o b ra s fu n d a m e n ta le s en la h is to ria d el e s­
ce p tic ism o e n la lín e a q u e p o r e n to n c e s tra z ab a su c o m p a trio ta B althasar
B ek k er.107 R e su lta e v id e n te la in flu en cia d e Van D a le so b re T h o m a siu s: d e
h e c h o , el títu lo d e su m á x im o a p o rte h is to rio g rá fic o , Dissertatio de origine
ac progressu processus inquisitorii contra Sagas (1 7 1 2 ), se in sp ira c la ra m e n te
en el seg u n d o de los lib ro s d el h o la n d é s .T h o m a siu s re u n ió u n a im p o rta n te
selecció n d e d o c u m e n to s o rig in a le s, y r e c u r r ió al análisis h is tó ric o p a ra
fu n d a m e n ta r sus h ip ó te sis fu n d a m e n ta le s. E n p r im e r lu g ar, q u e la clase de
p e rs e c u c ió n judicial a la q u e fu e ro n so m e tid as las b ru jas d u ra n te la p rim e ra
m o d e rn id a d c o n stitu ía la e x c e p c ió n a n te s q u e la n o r m a e n la h is to ria d e
O c c id e n te ; y e n seg u n d o lu g ar, q u e lo s c rím e n e s q u e se les a trib u ía n e ra n
u n a in v en ció n de q u ie n e s las ju z g a b a n .108
T h o m a siu s n o só lo p a re c e h a b e r sido el fu n d a d o r d el c a m p o h is to ­
rio g rá fic o d e d ic a d o a la caza d e b ru ja s e u ro p e a .T a m b ié n fu e el in ic ia d o r
de la escu ela ra c io n a lista , p a ra la cual la re p re s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría
c o n stitu ía , d e h e c h o , u n in te rm in a b le continuum d e p ro c e s o s-c rim in a l es-
s in -c rim e n . E n a m b o s a sp e c to s, su c o n tin u a d o r in m e d ia to fu e E b e rh a rd

106 G ü n te r je r o u s c h e k , “C h ristia n T h o m a siu s (1 6 S S -1 7 2 8 )” , e n R ic h a rd M . G o k le n


( e d .) , E ncjchpcdia of]Vitchcraft., vol. IV, p. 1116.
107 Jo n a th a n Israel, The Dutch Repablic. hs Rise, Grcatncss, and Fall, 1 4 7 7 -1 S 0 6 , O x fo rd ,
C la re n d o n P re ss , 1 9 9 5 , p p . 9 2 5 -9 2 8 ; A n d re w F ix , Fallen Angels. Balth asar Bekker,
Spirit ñelief, and Confessifínalism in the Scvcníccnth Century Dutch Rcpuhíic, D o r d re c h t,
K lu w e r A cad e m ic P u h lish e rs, 1 9 9 9 , p. 9; S tu a r t C la rk , Thinking with Dcmons, p.
543, n. 64.
108 P e te r M a x w e ll-S tu a rt, “T h e c o n te m p o r a ry h isto ric a l d e b a te , 1 4 0 0 -1 7 5 0 ” , en
Jo n a th a n B a rry y O w e n D avies (e d s .), TalgraveAdvanc.es in Witchcraft Fliiroriographv,
p . 30.

47
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

D avid H a u b e r (1 6 9 S -1 7 6 S ), s u p e r in te n d e n te ec le siástico d el p e q u e ñ o
co n d ad o calvinista d e S chaum burg;-L ippe, d o n d e cien to s de p e rso n a s habían
sid o c o n d e n a d a s a la h o g u e ra p o r el c rim e n d e b ru je ría d u ra n te el siglo
X VII. D e fe n s o r d e u n a c o n c e p c ió n p a rtic u la rm e n te ra c io n a l d e p ie tis m o
p r o te s ta n te , H a u b e r fu n d a e n 1 7 3 9 u n a p u b lic a c ió n p e rió d ic a d e d ic a d a a
la d ifu sió n d e fu e n te s p rim a ria s re la c io n ad a s c o n la h is to ria d e la b ru je ría .
Esta Bibliothecú si ve acta et scñpta magica, v e rd a d e ro eq u iv alen te d iecio ch esco
de los M aterials TouarJs a H istory qfW ítchcraft d e H e n ry C h a rle s L ea, te n ía
u n a p e rio d ic id a d b im e s tra l, y a lo la rg o d e sus 36 n ú m e ro s d io a c o n o c e r
d o c u m e n to s d e e x tr a o rd in a rio im p o rta n c ia , c o m o las bu las Super illius
specula y Summis desiderantes ajjectibus, el A'lalleus M a lfica ru m , la r e tr a c ta ­
ció n de C o rn e liu s L o o s, u n r e s u m e n d el p ro c e s o d e l D r. D ie tr ic h F lad d e,
el e s ta tu to in g lés d e 1 7 3 6 , y e x tr a c to s d e lo s ju ic io s q u e p o r e n to n c e s se
estab an d e s a rro lla n d o en H u n g ría . La p u b lic a c ió n lleg ó a su fin e n 1 7 4 5 ,
a raíz de la d e sig n a ció n d e H a u b e r c o m o p a s to r d e la c o m u n id a d a lem an a
e n C o p e n h a g u e . C ab e d e sta c a r la d im e n sió n p o lític a q u e la d ifu sió n de
aq u e llo s d o c u m e n to s a d q u iría e n u n e sc e n a rio c o m o el S acro Im p e rio , en
el cual lo s p ro c e s o s p o r b ru je ría a ú n c o n stitu ía n u n p e lig ro p o te n c ia l. P o r
e llo , n o cab e n d u d as d e q u e el o b je tiv o p rin c ip a l d el e d ito r d e la Bibliotheca
e ra in flu ir e n la o p in ió n p ú b lic a p r o te s ta n te ale m a n a . El p rin c ip a l c o la b o ­
ra d o r p e rm a n e n te d e H au b e r, Jo h a n n D avid K óliler, se d e se m p e ñ a b a c o m o
p ro f e s o r d e h is to ria e n la U n iv e rsid a d d e G ó ttin g e n . 109
M u y p r o n to , sin e m b a rg o , la A lem a n ia p ro te s ta n te d e ja rá d e se r el
c e n tr o d e los d e b a te s so b re el p asa d o y el p re s e n te d e la re p re s ió n d e la
b ru je ría , y las p rin c ip a le s p o lé m ic a s se tra sla d a rá n a te r r it o r i o cató lico :
lo s e stad o s a le m a n e s m e rid io n a le s , lo s d o m in io s d e los H a b sb u rg o , y los
p rin c ip a d o s d e l n o r t e d e Ita lia . 110 R e su lta d e p a rtic u la r in te ré s la p o lé m ic a
italian a, p u e s e n ella d e te c ta m o s p o r p r im e r a vez la ir ru p c ió n d e algunas

109W olfgang B ehringer, “E b e rh a rd D avid H a u b e r (1 6 9 S - 17 6 S )”, e n R ichard M . G o ld en


( e d .) , Encjclopedia oflVitchcraft, v o l. II, p p. 4 7 6 - 4 7 7 .
110 S o b re la in flu e n c ia re c íp ro c a d e los d e b a te s q u e tu v ie ro n lu g a r e n esto s á m b ito s
g e o g rá fic o s véase H . C. E rik iM id eifo rt, Exorcism and Enlightmcnt:Johann Joseph Gassner
and ihe Demons o j Eighteenth-Century Germany, N e w H av en ,Y a le U n iv e rsity P re ss,
2 0 0 5 , p p . 3 2 -5 8 ; 8 7 -1 1 7 ; G á b o r K laniczay, “T h e D e c lin e o fW itc h e s an d th e R ise o f
V am p ires u n d e r th e E ig lite e n th -C e n tu ry H a b s b u rg M o n a rc h y ”, e n G á b o r Klaniczay,
The Uses ojSupernatural Power, p p . 1 6 8 -1 8 8 ; W olfgang B eh rin g er, I Vachcraft Persecutions

48
Fabián Alejandro Campacjne

de las h ip ó te sis q u e m ás a d e la n te c a ra c te riz a rá n a la e sc u e la ro m á n tic a y a


su c o m b a te c o n tra el c e rra d o e sc e p tic ism o d e l p a ra d ig m a ra c io n a lista . Las
p rin c ip a le s voces q u e p a rtic ip a ro n e n aq u ellas d isc u sio n e s p e r te n e c e n a
algunas de las m áx im as lu m in a ria s d e la Ilu stra c ió n m e d ite rrá n e a : el b ib lio ­
te c a rio de la c o rte ducal d e M ó d e n a , p re s b íte ro L udovico A n to n io M u ra to ri
(1 6 7 2 -1 7 5 0 ); el a ris tó c ra ta , a n tic u a rio y p o e ta v e ro n é s S c ip io n e M affei
(1 6 7 5 -1 7 5 5 ); y el ab ate d e R o v e re to G iro la m o T a rta ro tti ( 1 7 0 6 - 1 7 6 1 ) .'"
D e esto s tre s ilu m in istas c a tó lic o s ,T a rta ro tti fu e el m ás re le v a n te e n t é r m i ­
nos histo rio g rá fic o s y el m e n o s o sad o e n m a te ria te o ló g ic a .1,2 In d u c id o p o r
M u ra to ri, el ro v e re ta n o re d a c ta e n 1748 Del congrcsso notturno delle lam m ie,
u n te x to d e e n o rm e im p o rta n c ia e n la e v o lu c ió n d e las in v e stig a cio n e s
h istó ric a s so b re la caza d e b ru ja s e u ro p e a . C u e stio n a d o in ic ia lm e n te p o r
la In q u isició n v e n ecian a, el lib ro p u d o fin a lm e n te p u b lic a rse e n 1 7 4 9 . En
Del congresso notturno,T a rta ro tti c o n firm a b a la o p in ió n q u e M u r a to ri h ab ía
ex p re sa d o e n D ellaforza dellajantasia umana (1 7 4 5 ): las b ru ja s n u n c a hab ían
ex istid o . La se cta d e a d o ra d o re s d e l d e m o n io h ab ía sid o u n a in v e n c ió n d e
los in q u isid o re s. P ara d e m o s tra r esta te s is, el p r im e r v o lu m e n d e l lib ro
c o n te n ía u n a h is to ria d e la c re e n c ia en la b ru je ría d e sd e lo s tie m p o s a n ti­
gu o s. E n a b ie r to desafío a M a r tín d e l R ío y a sus Disquisitionum magicarum
(1 5 9 9 -1 6 0 0 ), opus magnum d e la d e m o n o lo g ía ra d ic a l q u e acab ab a d e s e r
re e d ita d a e n V enecia e n 1 7 4 6 ,T a rta ro tti n e g a b a q u e la m e r a e je c u c ió n d e
las b ru ja s p ro b a ra la re a lid a d d e la c o n ju ra . D e h e c h o , la len ien c ia e m p le a d a
p o r los trib u n a le s ib éric o s, italian o s y fran ceses había te n id o c o m o re s u lta d o
u n a d ra m á tic a d is m in u c ió n e n el n ú m e r o d e e je c u c io n e s d u ra n te el siglo
X VII. Sin e m b a rg o , c o m o ya o c u r r ie r a a n te s c o n Jo h a n n W ey er, A lo n so
de Salazar y F rías, Jo se p h G lanvill y B e n ito J e r ó n im o F e ijó o ,T a rta r o tti se

in horaria, p p . 3 S S -3 8 7 ; B rian L evack, “T h e D e c lin e an d E n d o f W itc h c r a f t P ro se-


c-utions”, p p . 6 8 -7 3 .
1,1 Para u n a visión d e c o n ju n to d e esto s tre s in te le c tu a le s véase G ian P aolo R o m ag n a n i,
“Sotto la hundiera dell' istoria”: eruditi e uomini di lettere n ell’Italia del Settecento: M affei,
Muratori, Tartarotti, V ero n a, C ie r r e E d iz io n i, 1 9 9 9 .
1 E stu d io s esp ecífico s so b re Sa fig u ra d e T a rta r o tti p u e d e n h a lla rse e n S erg io A bbia-
ti, “G ir o la m o T a r ta ro tti ( 1 7 0 6 -1 7 6 1 ) ” , e n S erg io A b b iati, A ttilio A g n o le tto e M aría
R o sa rio L azzati (e d s .), La stregoneria: diavoli, streghe, inquisitori dalTrecento al Settecento,
M ilán , M o n d a d o ri, 1 9 8 4 , p p . 2 9 8 -3 3 1 ; G iu se p p e B o n o m o , Caccia alie streghe, p p.
4 1 7 -4 4 5 .

49
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el con texro eu ropeo

lim itab a a d e sa c re d ita r el p a ra d ig m a d e l c o m p lo t d iab ó lico sin avanzar hacía


u n a c rític a m ás rad ical d e l c o m p le jo d e m o n o ló g ic o en su c o n ju n t o ." 3 P o r
e sta ex cesiv a c a u te la , el a b a te se v io in m e rs o en u n a d o b le p o lé m ic a : co n
lo s d e fe n s o re s d e la a n tig u a d e m o n o lo g ía p o sitiv a, p o r u n la d o , y c o n los
p e n sa d o re s ilu stra d o s d e avanzada, p o r el o t r o . lw
P e ro T a rta ro tti n o es u n sim p le e x p o n e n te m ás d el p a ra d ig m a ra c io n a ­
lista e n la lín e a tra z a d a p o r T h o m a siu s y H a u b e r. El a b a te es ta m b ié n u n o
d e lo s in ic ia d o re s d e la e sc u e la ro m á n tic a d e e stu d io s so b re la b ru je ría
e u ro p e a . E n e fe c to , e n el Congresso n o ttu m o delle ¡ammie,T a rta ro tti so stie n e
q u e el e s te re o tip o d e l sa b b a t su rg e a p a r t ir d e la fu sió n d e e le m e n to s fo l­
k ló ric o s d e riv a d o s d e la c re e n c ia e n lo s e sp íritu s y d e m o n io s d e la n o c h e ,
an tiq u ísim a m ito lo g ía p o p u la r q u e hab ía lo g ra d o so b rev iv ir e n el im ag in ario
co le c tiv o hasta m u y e n tr a d o e l s e g u n d o m ile n io c ristia n o :

D a q u a n to a d u n q u e sin q u i d e tt o d u e im p o rta n ti c o r o lla ri io ra c c o lg o .


11 p r i m o é ch e il m o d e r n o c o n g re s s o n o t tu r n o d e lle s tr e g h e a ltr o n o n é
c h e u n im p a s to d e lla L ilith d e g li e b r e i, d e lla L a m m ia e d e lle G e llo n e d e i .
g r e c i, d e lle strig i, S aghe e V o la tic h e d e i latin i e d e lla b rig a ta n o ttu r n a
c h e c o lla s c o rta d i D ia n a e d i E ro d ia d e si su p p o n e v a u n a v o lta p e r tu tt a
1’E u ro p a a n d a s se g ir a n d o la n o t te . II s e c o n d o é ch e tu t ti gli u o m in i savi
d i o g n i n a z io n e h a n n o s e m p r e r i c o n o s d u t o p e r p u r é fa n d o n ie e d im m a -
g in a z io n i d i c e rv e lli le g g ie ri c o ta li c o s e .1' 3

113 M ic h aela V a le n te , Johann IVicr: Agli albori della critica razionale dell’occulto e del
demoniaco, F lo re n c e , O ls c h k i, 2 0 0 3 ; lan B o s trid g e , I Vitchcraft and Its Tramjormations,
c .¡ 6 5 0 - c .I 7 5 0 , O x f o r d , C la re n d o n P re ss , 1 9 9 7 , p p. 7 3 -7 7 ; F abián A le ja n d ro C a m ­
p a g n e , Homo Catholicus, Homo Superstitiosus, p p. S 0 2 -S 3 1 , 6 0 0 -6 0 9 ; M ich el F o u cau lt,
“Las d e sv ia c io n e s relig io sas y el sa b e r m é d ic o ” , e n M ich el F o u c a u lt, La vida de los
hombres infames. Ensayos sobre desviación y dominación, e d ició n y tra d u c c ió n d e Julia Varela
y F e rn a n d o A lvarez U ría , B u en o s A ires, A lta m ira , 1 9 9 3 , p p . 1 3 -2 4 .
114 D riesV anysacker, “G iro la m o T a rta ro tti ( 1 7 0 6 -1 7 6 1 )”, e n R ic h a rd M . G o ld e n (e d .),
Encyclopedia ofíVitchcraft, v o l. IV, p p. 1 1 0 7 -1 1 0 8 .
115 C ita d o p o r R o m a n o C a n o sa e Isabella C o lo n n e llo , Gli ultimo roghi. La fi n e della
caccia alie streghe in Italia, R o m a , S ap ere 2 0 0 0 , 1 9 8 3 , p. 4 8 : “D e to d o lo d ic h o hasta
aq u í p u e d e n e x tr a rs e d o s c o ro la rio s im p o rta n te s . E n p r im e r lu g ar, q u e el m o d e r n o
c o n g r e s o n o c t u r n o d e las b r u ja s n o es o tr a co sa q u e u n a m e z c la d e la L ilith h e b r e a ,
la L a m ia y la G e llo d e lo s g r ie g o s , y las s tr e g e s , sagas y v o lá tic a s d e lo s la tin o s ,
c o n la b r ig a d a n o c t u r n a q u e b a jo la g u ía d e D ia n a y H e r o d ía s se c r e ía , u n p o c o
p o r t o d o E u r o p a , salía d e r e c o r r i d a p o r la n o c h e . E n s e g u n d o lu g a r, q u e to d o s
lo s h o m b r e s sa b io s d e to d a s las n a c io n e s s ie m p r e h a n c o n s id e r a d o ta le s cosas

50
Fabián A leja n d ro C am p a g n e

D e los c u a tro esq u e m a s in te rp re ta tiv o s q u e e n el c o m ie n z o d e l p r e ­


se n te a p a rta d o ad sc rib im o s a la escu ela ro m á n tic a d e e stu d io s h is tó ric o s
so b re la b ru je ría e u ro p e a , re s u lta e v id e n te q u e la h ip ó te sis d e T a rta ro tti se
ad ela n ta v ario s siglos al m o d e lo q u e a c tu a lm e n te aso ciam o s co n la figura
el h is to ria d o r italian o C a rio G in zb u rg . Sin e m b a rg o , el Congresso nocturno
delle lammie fue a m e n u d o in c o r re c ta m e n te c ita d o c o m o u n a n te c e d e n te
d ire c to d e las p o lé m ic a s y d e sa c re d itad a s te o ría s avanzadas p o r M a rg a re t
M u rra y en la p rim e ra m ita d d el siglo X X . " 6 M o n ta g u e S u m m e rs, d e h e ­
ch o , fue u n o d e los p rin c ip a le s re sp o n sa b le s d e la g e n e ra liz a ció n d e esta
le c tu ra eq u iv o ca d a d el capolavoro d e l ab ate d e R o v e re to . 117 Sin e m b a rg o ,
T a rta ro tti jam ás a firm a q u e los a d h e re n te s al a n tig u o c u lto d e D ian a se
re u n ía n e n asam bleas o p a rtic ip a b a n e n ritu a le s e fe c tiv a m e n te c e le b ra d o s,
n i q u e la g ra n caza d e b ru ja s estab a d irig id a c o n tra u n a secta a n tic ristia n a
o c o n tra u n c u lto p ag an o s u p é r s tite ; " 8 ta n sólo su g ie re q u e la d e m o n iz a -
ción d e d e te rm in a d a s c re en c ia s p o p u la re s c o n trib u y ó a la in v en ció n d el
e s te re o tip o e n to r n o del cual se o rq u e s tó la re p re s ió n ju d icia l d e la b r u ­
je ría e n el c o n tin e n te . C o m o C a rio G in z b u rg d o s siglos d e sp u é s, la tesis
d e T a r ta r o tti n o r e m ite al á m b ito c o n c re to d e la ritu a lid a d sino al elusivo
u n iv e rso del m ito .
E n los p rim e ro s añ o s d e l siglo X IX re s u rg e el in te ré s p o r la h is to ria d e
la caza d e b ru ja s , p o r la re c o n s tru c c ió n m e d ia n te d o c u m e n to s o rig in a les
d e u n p asa d o q u e p a ra e n to n c e s se c o n sid e ra b a d e fin itiv a m e n te su p era d o .
P o r aq u e llo s añ o s se e d ita n d e m a n e ra sim u ltá n e a d o s ensayos h is tó ric o s
so b re la re p r e s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría e n el c o n tin e n te . A m b o s tra b a jo s
ap u n ta la n las c o n v icc io n e s d e la esc u ela ra c io n a lista: lo s c rím e n e s p o r los
q u e se castigaba a las b ru ja s n o re m itía n al m u n d o re al sino a la im ag in ació n

c o m o p r o d u c t o d e lo s e m b u s te s y d e la im a g in a c ió n d e lo s c e r e b r o s lig e r o s ” (la
tr a d u c c ió n d e l ita lia n o es m ía ).
116 R o n a ld H u tto n , TheTriumph o f the Moon, p. 137. P ara u n e je m p lo d e esta clase de
le c tu ra s a p re su ra d a s d e l lib ro d e T a r ta r o tti véase L ew is S p en ce, “M o d e rn T h e o r ie s
a b o u tW itc h c r a f t” , Occuh Rericir, 6 9 :3 (1 9 4 2 ), p p. 8 9 -9 1 .
117 J u lie tte W o o d , “T h e R e ality o fW itc h C u lts R e a ss e rte d : F e rtility and S atanism ” , en
Jo n a th a n B a rry y O w e n D avies (e d s .), Palgrave Adrances inU'itchcraft Historiography, p.
7 9 . C u rio s a m e n te , ju lie tte W o o d p a re c e c o m p a r tir la le c tu ra d e T a rta r o tti p ro p u e sta
p o r M o n ta g u e S u m m e rs.
118 N o r m a n C o h n , Europe’s Inner Demons, p. 148.

5 -i
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

de lo s m a g istra d o s laicos y e c le siástico s q u e las c o n d e n a b a n . L ejos e sta m o s


aq u í de los su p u e s to s d e la e sc u e la ro m á n tic a avanzados p o r T a rta ro tti.
P a rtic u la rm e n te im p o r ta n te re s u lta el a p o r te d el a le m á n G e o rg C o n ra d
H o r s t (1 7 6 9 - 1 8 3 2 ), q u e e n 1818 p u b lic a su Damonomagie e n F ra n k fu rt
am M a in . 119 El lib ro d e H o r s t su p o n e u n sa lto cu alitativ o e n re la c ió n a los
esfu erzo s rea liz ad o s d u ra n te el siglo p re c e d e n te , p u e s el tra b a jo d e arch iv o
y el re le v a m ie n to d e d o c u m e n to s in é d ito s tie n e n u n p a p e l c e n tra l en su
m o n o g ra fía . H o r s t eje rc ía c o m o m in is tro p ro te s ta n te e n L in d h e im , H esse,
u n a lo calid a d q u e fue e sc e n a rio d e tr e s g ra n d e s p ro c e so s p o r b ru je ría en
1663 y 1 6 6 4 . Su in te ré s p o r el te m a su rg e c u a n d o el p ro p ie ta r io d e la
t o r r e e n la q u e h a b ía n sid o ju z g ad a s las b ru ja s le e n c a rg a u n e s tu d io h is tó ­
ric o d e lo s p ro c e s o s. C o n e s p íritu c ie n tífic o se ab o ca e n to n c e s al análisis
d e u n a a b u n d a n te c a n tid a d d e fu e n te s o rig in a le s. A c o m ie n z o s d e l siglo
X IX la caza d e b ru ja s e ra ya u n fe n ó m e n o d e l p asad o en E u ro p a , y e ste
d is ta n c ia m ie n to c ro n o ló g ic o facilitab a el tip o d e a b o rd a je d e sap a sio n a d o
q u e hab ía re s u lta d o ta n difícil c o n se g u ir d u ra n te el siglo X V III. La D amo­
nomagie co m ie n z a c o n las p e rs e c u c io n e s im p u lsa d a s p o r In o c e n c io VIII y
c u lm in a co n el análisis d e los p ro c e s o s d e la to r r e d e L in d h eim . P ocos añ o s
d e sp u é s H o r s t h a ría u n se g u n d o a p o r te d e sta c a d o a la h is to rio g ra fía d e la
caza d e b ru ja s: e n tr e 1821 y 1826 p u b lica e n M ainz los sie te v o lú m en e s
d e su Zauber-Bibhothek, u n c o m p e n d io q u e in clu ía la re p ro d u c c ió n d e p r e ­
ciosos m a n u s c rito s in é d ito s . 120 T a m b ié n e n 1818 el e ru d ito fra n c é s Ju les
G a rin e t (1 7 9 7 -1 8 7 7 ) d a a c o n o c e r e n P arís su p ro p ia in v estig ació n so b re
la re p r e s ió n d e los c rím e n e s m á g ic o s e n O c c id e n te : la Histojre de la magie
en France, depuis le commencement de la Monarchie ju sq u ’a nos jours. Se tra ta
d e u n a d en sa h is to ria d e lo s p ro c e s o s fra n c e se s, q u e o b tu v o u n a am p lia
d ifu sió n e n el m u n d o an g lo sa jó n g ra c ias al bestseller d e C h a rle s M ackay,

1,9 El títu lo c o m p le to d el lib ro es Damonomagie oder Geschichte des Glaubens an Zauberei


und damonische ÍVunder: m il besonderer Berücksichtisung des Hexenprocesses seic den Zeiten
¡nnoecntius desAchten; nebst einer Bcschreibung des Hexenthurms zu Lindheim in derWetterau,
F ra n k iu rt am M ain, W ilm a n s, 1 818.
120 El títu lo c o m p le to d e la co le c c ió n es Zauber-Bibhothek oder ron Zauberei,Theurgie und
A lantii, Zaubercrn, Hezen und Hexenprocessen, Ddmonen, Gespensterh un Geistererscheinungen,
M ain z, F lo ria n K u p fe rb e rg , 1 8 2 1 -1 8 2 6 .

52
Fabián Alejandro Campagne

Extraoidinary Popular Delusions and the Madness ojCrowds (L o n d re s , 1 8 4 1 ) .121


Los a p o rte s d e la e ru d ic ió n d e l p r im e r o c h o c ie n to s a lc a n z a rá n su p u n to
c u lm in a n te en 1 8 4 7 , c u a n d o Jo h a n n G e o rg T h e o d o r G rásse (1 8 1 4 -1 8 7 2 ),
h is to ria d o r d e la lite r a tu ra m e d ie v a l y b ib lio te c a rio p e rs o n a l d e F e d e ric o
A ugusto II d e Sajorna, p u b liq u e e n L eipzig su Bibliotheca magica et pneu­
mático, la p r im e r a b ib lio g ra fía d e c a rá c te r c ie n tífic o d e d ic a d a a la m a te ria
d e m o n o ló g ic a ta rd o -m e d ie v a l y te m p r a n o - m o d e r n a .122

5. R acionalistas y rom ánticos: las prim eras escaram uzas


En 1 8 2 8 , d iez añ o s d e sp u é s d e la p u b lic a c ió n d e los tra b a jo s d e H o r s t y
G a rin e t, se p ro d u c e u n n u e v o h ito e n la h is to rio g ra fía d e la caza d e b ru ja s
y e n la e v o lu c ió n d el p a ra d ig m a ro m á n tic o : m e re f ie ro a la p u b lic a c ió n
del c é le b re a rtíc u lo d e l p ro f e s o r K arl E rn s t Ja rc k e (1 8 0 1 - 1 8 5 2 ). H ace
u nos añ o s, D ia n e P u rk iss c re y ó d e te c ta r c o n d ic io n a n te s d e g é n e ro e n las
fero ces críticas q u e la in g le sa M a rg a re t M u rra y m e r e c ie r a d e p a r te d e los
h is to ria d o re s aca d é m ic o s d u ra n te g ra n p a r te d e l siglo X X :
re a d as g r o u n d in g m y th o f id e n tity , \ve rn ig h t se e th e d ism issal o f M u rra y
as th e c r e a tio n o f a n a rra tiv e in w h ic h th e (m a le ) t r u th o f e m p iric a l h is to ry
is o p p o s e d t o th e irra tio n a l fan cies o f a w o rn a n w h o c a n n o t d is ta n c e h e r -
s e lf f ro m th e s u b je c t e n o u g h . T h e fact tiia t M u r r a y is a w o m a n e x p la in s
a n d p e r m its h e r c o n fla tio n w ith w itc h e s ; sh e c a n n o t b e s e p a ra te d f ro m
th e m , c a n n o t ach ie v e c ritic a l d ista n c e f ro m th e m . E n lig h te n m e n t m e n ,
h o w e v e r , c a n a c h ie v e su c h d is ta n c e ; t h e ir sc e p tic a l w itc h - n a r r a tiv e s
a c q u ire th e f o rc é o f a fa n ta sy o f m a s c u lin e c o m p l e t io n .123

121 Las re fe re n c ia s a G e o rg H o r s t y a Ju le s G a rin e t f u e ro n e x tra íd a s d e C hristaT uczay,


“T lie N in e te e n th C e n tu ry : M e d iev alism an d W itc h c ra ft” , e n Jo n a th a n B a rry y O w e n
D avies (e d s .), Palgrave Advances iníVitchcraJt Historiography, p p. 5 2 -5 3 .
12J W o lfg an g B e h rin g er, “W itc h c r a f t S tu d ies in A u stria , G e rm a n y a n d S w itz e rla n d ”,
p p . 6 5 -6 6 . El títu lo c o m p le to d e l lib ro d e G rásse es Bibliotheca Magica et Pneumática
oder ivisscnschaftlich gcordnete Bihliographic der wichtigsten in das Gehiet des Zauber-,W un-
der-, Geister- und sonstigen Aberglaubens vorzüglich alterer Z eit einschlagendcn i Verke (...)
zusammengestelh und ím t einem doppehen Register versehen von Dr. Johann Georg Theodor
Grdsse, L eipzig, E n g le m a n n , 1 8 4 3 .
123 D ian e P u rk iss, ThelVitch in History, p. 6 3 : “le íd o c o m o u n m ito d e id e n tid a d fu n ­
d a n te , la p o s te rg a c ió n d e M u rra y p u e d e v e rse c o m o la c re a c ió n d e u n r e la to e n el
cu al la v erd a d (m ascu lin a) 'de la h isto ria e m p íric a a p a re c e e n fre n ta d a a las fantasías
irra c io n a le s d e u n a m u je r q u e n o su p o distan c ia rse lo su ficien te d e su te m a d e estu d io .

53
H istoriografía. D em on o lo gía cristiana y cultura folklórica en el co n te xto europeo

Es p ro b a b le q u e P u rk iss te n g a ra z ó n e n u n asp e c to : a p e sa r d e lo q u e
c ie r to s e n tid o c o m ú n h is to rio g rá fic o p u e d a su g e rir, M u rra y n o só lo n o
fue la p rim e ra a c a d é m ic a q u e p r o p u s o q u e la caza d e b ru ja s te m p ra n o -
m o d e r n a p o d ría e x p lic a rs e a p a r t ir d e la su p e rv iv e n c ia d e una an tig u a
re lig ió n p ag an a e n la E u ro p a d el R e n a c im ie n to , sino q u e fue p rá c tic a m e n te
la ú ltim a e n u n contmuum d e in te le c tu a le s v a ro n es q u e p ro p u sie ro n la m ism a
tesis a n te s q u e ella. El p r im e r o d e e sto s e stu d io so s es, p re c is a m e n te , K arl
E rn s t Ja rc k e , u n jo v e n c a tó lic o c o n v e rs o q u e e n se ñ a b a d e re c h o p e n a l en
la U n iv e rsid a d d e B erlín . Id e o ló g ic a m e n te e n e m ig o d e las re v o lu c io n e s
lib e ra le s, Ja rc k e o ficiab a c o m o v o c e ro y a p o lo g ista d e los in te re se s d e la
iglesia ro m a n a d e c im o n ó n ic a . F u e e n to n c e s q u e d e c id ió p u b lic a r en los
Annalen der Deutschcn und Auslcindischcn Criminal-Rcchts-Pjlege, u n a re v ista
esp ecializad a en d e re c h o , los e x tra c to s d e u n ju ic io p o r b ru je ría ale m á n del
siglo X V II. ja r c k e a p ro v e ch a lo s c o m e n ta rio s al te x to d e l d o c u m e n to p a ra
d a r a c o n o c e r su re v o lu c io n a ria te o ría : la b ru je ría te m p ra n o - m o d e rn a e ra ,
en re a lid a d , el re m a n e n te d e g ra d a d o d e la an tig u a re lig ió n pagana d e los
g e rm a n o s q u e h ab ía lo g ra d o so b re v iv ir en el sen o d e las clases p o p u la re s.
D e m o n iz a d o p o r lo s a g e n te s d e l c ris tia n is m o v e rn á c u lo , aq u e l atáv ico
p ag an ism o a le m á n re a c c io n ó a n te lo s a ta q u e s d e la Iglesia m ed iev al a su ­
m ie n d o d e m a n e ra e x p líc ita la a d o ra c ió n d el d e m o n io . Esta tra n sfo rm a c ió n
tra jo c o m o c o n se c u e n c ia la c o m p le ta e n a je n a c ió n d e la p o b la c ió n r u r a l,
q u e d e sd e fin ales d e l M e d io e v o c o m e n z ó a d e n u n c ia r a n te las a u to rid a d e s
a los p ra c tic a n te s d e aq u e llo s a n tig u o s c u lto s d e fo rm a d o s p o r la p re s ió n
de la c u ltu ra d o m in a n te . C o n e sta te o r ía , el jo v e n c a te d rá tic o d e d e re c h o
c o n seg u ía u n b rilla n te d o b le re s u lta d o : a c ep ta b a la tesis ra c io n alista q u e
n e g ab a e x is te n c ia a la b ru je ría p ro p ia m e n te d ich a y, sim u ltá n e a m e n te , e x ­
o n e ra b a a lo s in q u isid o re s y m a g istra d o s se c u la re s d e to d a re sp o n sa b ilid a d
p o r el a n iq u ila m ie n to d e u n c u lto a n tiso c ia l y p e r v e r s o . 124

El h e c h o d e q u e M u rra y sea m u je r e x p lic a y p e r m ite su fusión co n las b ru ja s; no


p u d o s e p a ra rs e d e ellas, n o p u d o lo g r a r u n a d istan c ia c rític a. Los h o m b re s ilu stra d o s,
en c a m b io , p u d ie r o n e s ta b le c e r d ic h a d ista n c ia ; sus escép ticas n arra tiv as b ru je rile s
a d q u ie re n ¡a fu e rz a d e u n a fantasía m asc u lin a d e te r m in a c ió n ” (la tra d u c c ió n d el
in glés es m ía).
124 C h rista Tuczay, “T h e N in e te e n th C e n tu r y : M edievalisin and W itc h c ra ft”, p. S 4 ;
R o n a k l H u tto n , The Triumph o j the Aioon, p. 1 36.

54
F a b iá n A l e ja n d r o C a m p a cjn ?

R esu lta e v id e n te q u e la tesis d e ja rc k e sup o n ía la irru p c ió n d e u n n u ev o


p arad ig m a historie>gráH co. D e h e c h o , el im p a c to q u e p ro d u jo su n o v e ­
d oso a p o rte ex p lica la a p a ric ió n de nuevas v e rsio n e s d e la m ism a te o ría ,
c o m o la q u e en 1 8 39 p ro p u s o F ranz jo s e f M o n e (1 7 9 6 -1 8 7 1 ), p ro fe s o r
de h isto ria de la U n iv e rsid a d d e H e id elb e rg . M o n e , ta m b ié n p o rta v o z del
c o n se rv a d u ris m o a n tilib eral del p r im e r o c h o c ie n to s, c o rrig e los asp e c to s
d e la tesis o rig in a l q u e h e ría n las su sc ep tib ilid ad e s del c re c ie n te n a c io n a ­
lism o g e rm a n o . En e fe c to , la in sisten cia d e ja r c k e en la d e g e n e ra c ió n de la
an tigua re lig ió n d e los b á rb a ro s c o n tra d e c ía los esfu e rz o s d e re c u p e ra c ió n
de la c u ltu ra p rim o rd ia l alem an a im p u lsa d o s p o r los p ro g ra m a s p o lític o s
de cu ñ o ro m á n tic o . F ran z M o n e c o n tin u ó a c e p ta n d o la e x iste n c ia d e u n a
antigu a re lig ió n p re -c ris tia n a en el m u n d o g e rm a n o m e d ie v a l, p e ro n o la
d e sc rib e c o m o re ta z o s d e la an tig u a m ito lo g ía n a cio n a l sino c o m o u n a d e ­
riv ació n d e los c u lto s m isté ric o s h elé n ic o s. M ie n tra s avanzaban d e m a n e ra
in c o n te n ib le hacia el e x tr e m o o c c id e n ta l d e la p e n ín su la e u ro asiá tic a , las
trib u s g e rm á n ic a s e n tr a ro n en c o n ta c to con p o b la d o re s d e o rig e n g rie g o
en las m á rg e n e s del M a r N e g ro . F ue e n to n c e s q u e los esclavos h e le n o s
d ifu n d ie ro n e n tr e los g e rm a n o s los c u lto s d e H é c a te y D io n iso s, q u e
fusionados c o n las cre e n c ia s p ro p ia s d e lo s in v aso res d ie ro n lu g a r a u n a
re lig ió n basada en la a d o ra c ió n d e u n a d e id a d d e a sp e c to c a p rin o y en la
c ele b ració n de orgías n o c tu rn a s . U n a vez alcan zad o el te r r it o r i o d e lo q u e
lu eg o sería A le m a n ia , el p ro d u c to d e esta sim b io sis c u ltu ra l se m a n tu v o
d u ra n te siglos c o m o u n c u lto s u b te rrá n e o , p ra c tic a d o p o r los cam p e sin o s
de las re g io n e s m ás a p arta d a s y p o r los e stra to s m a rg in a le s d e la p o b la c ió n .
La tesis d e M o n e salv ag u ard ab a así la p u re z a d e la c u ltu ra alem an a o rig i­
n aria: la n u ev a re lig ió n d e l d io s c a p rin o fue v ista c o n h o r r o r n o só lo p o r
los c ristia n o s sino ta m b ié n p o r lo s g e rm a n o s p ag an o s. Los b ru jo s y b ru ja s
p e rs e g u id o s d u ra n te la E d ad M o d e rn a eran los se g u id o re s d e aq u ella p e r ­
versa re lig ió n h íb rid a , y el Satán q u e p re sid ía los su p u e sto s a q u e la rre s n o
e ra m ás q u e u n a v e rs ió n d e g ra d a d a d el D io n iso s c lásico . 125
A p o c o q u e o b se rv a m o s las h ip ó te sis d e K arl Ja rc k e y F ran z M o n e ,
rá p id a m e n te d e s c u b rim o s los p rim e ro s d e ste llo s d e los m o d e lo s in t e r p r e ­
tativos q u e m ás ad e la n te q u e d a rá n in d e fe c tib le m e n te asociados a las figuras
le g e n d a ria s de ju le s M ic h e le t y M a rg a re t M urray. Sin e m b a rg o , a q u ella

l2> N o r m a n C o h n , Europe’s Inner Demons, p. 149

55
H i s t o r i o g r a f í a . D e m o n o l o g í a c r i s t i a n a v c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el c o n t e x r o e u r o p e o

d écad a d e 1830 fue ta m b ié n te s tig o d e la ir ru p c ió n d e te o ría s so b re el


o rig e n d e la caza d e b ru ja s q u e p re a n u n c ia b a n los d o s m o d e lo s re s ta n te s
de la escu ela ro m á n tic a : los h a b itu a lm e n te aso ciad o s co n los n o m b re s de
M o n tag u e S u m m e rs y C ario G inzburg. M ás aú n q u e ja rc k e y M o n e , Jo h an n
Jo sep h von G ó rre s (1 7 7 6 -1 8 4 8 ) h a sid o c o n sid e ra d o c o m o u n o d e los
m á x im o s ap o lo g e ta s d el c a to lic ism o a le m á n d e la p rim e ra m ita d d el siglo
X IX . Los b ru s c o s ca m b io s id e o ló g ic o s p a re c e n h a b e r sid o u n a d e las c a r­
a cterísticas p rin c ip ale s d e su p e rso n a lid a d : racio n alista, lib e ra l, re p u b lic a n o
V p a rtid a r io d e la R e v o lu c ió n F ra n c e sa , en la ju v e n tu d ; e x p o n e n te d el m ás
c e rra d o u ltra rn o n ta n is m o , e n la m a d u re z . C o n firm a esta afición a los g iro s
id e o ló g ic o s su c o n v e rs ió n d e l p r o te s ta n tis m o al ca to lic ism o . M ie n tra s
eje rc ía su c arg o d e p ro fe s o r d e h is to ria en la U n iv e rsid a d d e M u n ic h , p a ra
el cual hab ía sid o se le c c io n a d o p o r el re y L uis I d e B aviera en p e rs o n a ,
G ó rre s p u b lica los c u a tro v o lú m e n e s d e la m o n u m e n ta l Die chrisdíchc Mysiik
( 1 8 3 6 - 1 8 4 2 ), m ás c o n o c id a p o r su tra d u c c ió n fran cesa: La Mystique divine,
nalurelle et diabolique (P a rís, 1 8 5 4 - 1 8 5 5 ) .126 C o m o los d e m o n ó lo g o s d e los
siglos X VI y X V II, c o m o los ilu stra d o s c a tó lic o s m o d e ra d o s d el siglo XVIII,
c o m o M o n ta g u e S u m m e rs e n el siglo X X , G ó rre s d e fie n d e la e x isten c ia
re a l d e Satán y d e l o rd e n p r e te r n a tu r a l. E n el te r c e r y c u a rto v o lú m e n e s
de Die christhche M ystik, o fre c e u n a visión d o g m á tic a d el fe n ó m e n o d e la
caza d e b ru ja s , q u e p o r m o m e n to s se a se m e ja a p o s tu ra s c o m o las d e Jean
B o d in , M a rtín d e l R ío o P ie r re d e L a n c re . G ó rre s in te r p r e ta c o m o reales
d e ta lle s d e l v u e lo d e las b ru ja s y d e l a q u e la rre , y, al igual q u e Ja rck e y
M o n e , n o e x p re s a n in g u n a sim p a tía p o r las v íc tim a s d e la p e rs e c u c ió n ,
in te g ra n te s d e u n a se c ta d ia b ó lic a , im p u ls o ra s d e u n c o m p lo t d e cuya r e ­
alidad el p ro fe s o r d e M u n ic h n o d u d a b a . D e esta m a n e ra , se m u e s tra c o m o
p re c u r s o r d el re v e r e n d o M o n ta g u e S u m m e rs , q u ie n en 1 9 2 6 c a ra c te riz ó
a la b ru ja c o m o “a social pest and parasite; the devotee o f a loathly and obscene
creed; an adept at poisoning, blackmail, and olher creeping criines; a member o j a
poiverjul secret organization ininúcal to Church and State”. ' 27

126 E xiste e d ic ió n m o d e r n a d e la tra d u c c ió n fran c esa de Die chrisdíchc Mystik: jo h a n n


jo s e p h v on G ó r re s , La mystique divine, naturelle el diabolique, tra d u c tio n d e C h arles
S ain te-F o i, p re fa c e d e C lau d e L o u is -C o m b e t, G re n o b le , J é ró m e M illó n , 1992.
127 M o n ta g u e S u m m e rs , The History ojW itchcrajt and Demonology, M in e ó la , D o v er
P u b lic a tio n s, 2 0 0 7 (1 9 2 6 ), p. x iv :“u n a p e s te social y u n p a rá sito ; d ev o ta de u n c re d o
o d io so y o b sc e n o ; a d e p ta al e n v e n e n a m ie n to , al ch a n ta je y a o tro s c rím e n e s igual-

56
Fabián Alejandro Campagne

Si Jarck e y M o tie p re a n u n c ia n a M ic h e le t y a M u rray , si C o rre s hace


lo p ro p io co n M o n ta g u e S u m m e rs, Jaco b G rim m (1 7 8 5 -1 8 6 3 ) esb o za
—c o m o a n te s T a rta r o tti—algunas d e las tesis so b re el o rig e n d e l sab b at q u e
C ario G in z b u rg h ará p ro p ia s en las d écad as finales d el siglo X X . P o líg lo ta,
lingüista y fo lk lo rista d e re n o m b re , G rim m es c o n sid e ra d o el fu n d a d o r
d e la g e rm a n ístic a m o d e r n a . P a ra finales d e la d é c a d a d e 1 8 1 0 , Jaco b y
su h e rm a n o W ilh e lm h ab ían c o n c lu id o ya la c e le b é rrim a re c o le c c ió n d e
cu e n to s d e hadas co n la q u e h a b itu a lm e n te se asocian sus n o m b re s. En
1819, Jacob dio a c o n o c e r u n a p io n e ra g ra m á tic a a le m an a . M ás a d e la n te
será d esig n ad o p ro f e s o r e n la U n iv e rsid a d d e G o ttin g e n , d e d o n d e será
ex p u lsad o p o r o p o n e rs e a los e m b a te s a n tilib e ra le s d el re y d e H a n n o v e r.
D u ra n te la R evolución d e 1848 Jacob in te g ró el p a rla m e n to d e F ra n k fu rt . 128
P ero la im p o rta n c ia d e G rim m e n la e v o lu c ió n d e la h is to rio g ra fía d e la
caza d e b ru ja s se re la c io n a co n a lg u n o s pasajes d e su m o n u m e n ta l Deutsche
Mythologie (1 8 3 5 ), en lo s q u e su g ie re q u e d iv ersas c re e n c ia s p o p u la re s
p re -c ris tia n a s h a b ría n c o n tr ib u id o a la c o n s tru c c ió n d e l e s te re o tip o d e -
m o n iz a d o d el sab b at. D e h e c h o , c re y ó p o d e r d e m o s tra r q u e e n las actas de
los ju icio s p o r b ru je ría re s u lta b a p o sib le id e n tific a r e le m e n to s d e l atáv ico
p ag an ism o g e rm á n ic o . En sín te sis, p a ra Jac o b G rim m la im a g e n d e la
b ru ja te m p ra n o - m o d e rn a d e riv a b a d e la fu sió n d e las a n tig u as tra d ic io n e s
paganas co n los e s te re o tip o s h e ré tic o s m ed iev ales. C o n p o s te rio r id a d a su
m u e r te , G rim m fue m al in te rp re ta d o en m u ch a s o p o rtu n id a d e s , p u e s se lo
c o n sid e ró c o m o u n o d e los p re c u r s o re s d e la te o ría d e M a rg a re t M u rray .
Sin e m b a rg o , el fo lk lo rista a le m á n jam ás so stu v o q u e las b ru ja s p e rseg u id a s
d u ra n te lo s siglos X VI y XVII e ra n las a d h e re n te s a u n c u lto p re - c ris tia n o ,
las se g u id o ras de la an tig u a re lig ió n d e los g e rm a n o s . 129 D e to d o s m o d o s ,
cabe re c o r d a r q u e G rim m fu e el p r im e r o e n aso c ia r a las b ru ja s s u p lid a -
das co n las n-ise-uomen, e sp ecialistas c a rism á tic a s q u e en las á reas ru ra le s
se d esem p eñ ab an c o m o adivinas, san ad o ras, h e rb o la ria s y n e u tra liz a d o ra s

m e n te b ajo s; in te g r a n te d e u n a p o d e ro s a o rg a n izació n se c re ta e n e m ig a d e la Iglesia


y d el E stad o ” (la tra d u c c ió n del in g lés es m ía).
123 W olfgang B e h rin g er, “Ja co b G rim m (178S -1 8 6 3 )” , e n R ic h a rd M . G o ld e n (e d .),
Encyclopcdia oJWitchcrafi, vol. II, p p. 4 6 0 - 4 6 2 .
129 R o n a k l H u tto n , The Triumph q f the M oon, p. 137; N o r m a n C o h n , Europe’s Inner
Demons, p. 148.

57
H i s t o r i o g r a f í a . D e m o n o l o g j í a c r i s t i a n a v c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el c o n t e x t o e u r o p e o

de m a le fic io s.I3(> P o rta d o ra s d e un sa b e r local q u e h u n d ía sus raíces en la


n o c h e d e los tie m p o s , e n c a rn a b a n la c u ltu ra y las tra d ic io n e s alem an as de
a n ta ñ o , c o n te s ta d a s p o r los a g e n te s del e sta d o y d e las iglesias m o d e rn a s.
D e sd e esta p e rs p e c tiv a , G rim m ha se rv id o d e in sp irac ió n a te o ría s fe m in i­
stas rad ic a le s c o m o las d e B arb ara E h re n re ic h y D e ird re E nglish, q u ie n e s
a c o m ie n z o s d e la d éca d a d e 1 9 7 0 s o s tu v ie ro n q u e las b ru ja s enviadas a
la h o g u e ra e ra n m a y o rita ria m e n te c o m a d ro n a s, c u ra n d e ra s y h e rb o la ria s,
m u je re s c u y o p re c io s o c o n o c im ie n to d el c u e rp o fe m e n in o era o b se rv a d o
c o n d esco n fian za y d isg u sto p o r los re p r e s e n ta n te s d e la n a c ie n te c o r p o ­
ra c ió n m e d ic a p ro fe s io n a l . 131
A n te el aluvión d e te o ría s ro m á n tic a s so b re el o rig e n de la caza d e b ru jas
v a n te el av ance d e tesis q u e e n c a rn a b a n el m ás c e rr a d o c o n se rv a d u ris m o
re lig io so , só lo q u e d a b a n a los in te le c tu a le s lib e ra le s y a n tic le ric a le s dos
a lte rn a tiv a s p o s ib le s : 132 o a c e p ta b a n los p o s tu la d o s ro m á n tic o s q u e d e ­
fe n d ía n la e x is te n c ia re a l d e u n c o le c tiv o r e b e ld e en la E u ro p a d e finales
d e la E dad M e d ia , p e r o in v irtie n d o sus té r m in o s , c o n n o ta n d o d e m a n e ra "
p o sitiv a a las v íc tim a s d e la re p r e s ió n a n ti-b ru je ril p a ra tra n s fo rm a rla s en
m á r tir e s d e la lu c h a c o n tra la o p re s ió n feu d al y el o sc u ra n tis m o re lig io so ;
o p o r el c o n tr a r io , se a b o c a b a n a u n p ro f u n d o y e x h a u stiv o tra b a jo d e
a rc h iv o , p a ra fu n d a m e n ta r co n fu e n te s p rim a ria s lo s p o s tu la d o s r a c io ­
n a lista s q u e n e g a b a n la e x is te n c ia d e c u a lq u ie r fe n ó m e n o rea l d e trá s d e
la caza d e b ru ja s , y c o n s id e ra b a n al c o m p lo t d ia b ó lic o c o m o el p ro d u c to
d e las fan tasía s d e lo s d e m o n ó lo g o s ta r d o -e s c o lá s tic o s . Ju le s M ic h e le t
e le g irá la p r im e r a d e e sta s e s tra te g ia s ;W ilh e lm G o ttlie b S o ld á n , o p ta rá
p o r la se g u n d a .
Jules M ic h e le t (1 7 98-1 8 7 4 ) nace en el sen o de una fam ilia de la p e q u eñ a
b u rg u e sía p a risin a , p ro p ie ta ria d e u n p e q u e ñ o e m p r e n d im ie n to e d ito ria l

130 ChristaTuczay, “The N in e te e n th C e n tu ry : Medicvalism and Witchcraft”, p. 54.


131 B arb ara E h re n re ic h an d D e ir d re E nglish, ¡Vitches, M idirira, and Nurses:a H istoiy o f
Womcn Hcalcrs, L o n d re s, W r ite r s an d R e a d e rs P u H ish in g , 1 973. P ara una crític a a
p o stu ra s c o m o las d e estas a u to ra s véase D avid H arley, “H isto ria o s as D e m o n o lo g ists:
T h e M y th o f th e M id w ife -w itc h ” , Social Flistory o f Medicine, 3:1 (1 9 9 0 ), pp. 1-26;
M e rr y W ie s n c r-H a n k s , “ M id w iv es” , en R ich a rd M . G o ld e n ( e d .) , FncyclopcJia c f
W itchcraft, v o l. III, p p . 7 6 2 -7 6 3 .
13’ R o n a ld H u tto n , The Triumph o f the Moon, p. 137.

58
Fabián A leja n d ro Cam patjne

llevado a la q u ie b ra p o r la p e rs is te n te ce n su ra n a p o le ó n ic a . 133 M ic h e le t es
u n c laro e je m p lo d e ascenso social en b ase a los p a tro n e s m e rito c rá tic o s
v id e n te s en la Francia p o s t-re v o lu c io n a ria . Escala co n ra p id e z p o sicio n es
en el sistem a ed u c a tiv o y en la b u ro c ra c ia estata le s: m a e s tro en la escuela
n o rm a l, je fe de la sec ció n h istó ric a d el A rch iv o N a c io n al, p ro fe s o r en el
College de France.lii D e fe n so r a u ltra n za d e la g esta d e 1 7 8 9 , M ic h e le t hizo
d e la Iglesia C ató lica y d el e sta d o ab so lu tista los b la n c o s p rin c ip a le s d e su
p ré d ic a in te le c tu a l. D e sa rro lló u n a m a rg o d e sp re c io hacia los p e río d o s
h istó ric o s en los cuales habían m e d ra d o d ichas in stitu c io n e s: la E dad M edia
y el A nden ñegime. P o r el c o n tra rio , m anifestaba u n a ad m irac ió n sin reserv as
p o r las ép o cas en las cuales el cato lic ism o y el a b so lu tism o hab ían h allad o
claros lím ite s al d e sp lie g u e d e su m aléfica in flu en cia: el R e n a c im ie n to y la
R ev o lu ció n F ra n c e s a . 135 D e h e c h o , se ha a trib u id o a M ic h e le t la in v en ció n
m ism a d e la n o c ió n d e R e n a c im ie n to c o m o esp ejo in v e rtid o del M ed io ev o ,
“esa fo rm a d e vida b iz a rra , m o n s tru o s a , p ro d ig io sa m e n te a rtific ia l ” . 130 La
c a rre ra d o c e n te d e M ic h e let llega a su fin en 1 8 5 1 , c u a n d o el ré g im e n de
Luis N a p o le ó n lo e x o n e ra d e l Coliche Je Francc a raíz d e su ex cesiv o e n tu ­
siasm o p o r la R e v o lu c ió n d e 1848 y p o r su n egativa a p re s ta r ju r a m e n to
d e le a lta d al P re s id e n te d e la R e p ú b lic a . A lejad o c o m p u lsiv a m e n te de
la e n señ an za s u p e r io r y d e l acceso a los p rin c ip a le s arch iv o s n acio n a les,
M ic h e le t in ició ia re d a c c ió n d e u n a se rie d e ensayos difíciles d e clasificar:
L’Insecte (1 8 5 3 ), L’Oiseau (1 8 5 6 ), l ’Amour (1 S S 9 ), Le Fcmmc (1 8 6 0 ), La Mer
(1 8 6 1 ) y l a M pntngne (1 868 ). Es en el m a rc o d e esta se rie d e m o n o g ra fía s
d o n d e d e b e m o s u b ic a r La Sorciére, (1 8 6 2 ), el p rin c ip a l a p o rte d e M ic h e le t
a la h is to rio g ra fía d e la caza d e b ru ja s. En e fe c to , d e m a n e ra sim u ltá n e a
a la re d a c c ió n d e las o b ra s m e n o re s a n tes m e n c io n a d a s, M ic h e le t c o n ti­

m C o m o re su lta d e esp e ra r, la b ib lio g rafía so b re la vida y o b ra d e M ic h elet re su lta


m u y e x te n s a . E n tre los tra b a jo s m ás re c ie n te s m e re c e n c o n s u lta rs e A r th u r M itzm an ,
Michelet, Historian: Kehirrh and Romanticism in Ninerccnr.h -Centurj' Frútice, N e w H aven,
Yale U n iv e rsity P re ss, 1 9 9 0 ; O s c a r A. H aac,J:i/c> M ichelet, B o sto n , T w avne, 1 982;
E d w ard Kaplan, Michelet ’s Poeticl'ision.A Uomaotic Vhilosophv cjX'úinre, Man, andlVoman,
A m h e rs t, U n iv e rsity o f M a ssach u setts P ress, 1977.
134 R ic h a rd L an d es, “ju le s M ic h e le t (1 7 9 8 -1 8 7 4 ) ” , en R ic h a rd M . G o ld e n (e d .),
Enciclopedia ojAVitchcmjt, vol. III, pp. 7 5 8 -7 5 9 .
I3> Ronald Hutton, T h e T riu m p h o f rhc Moon, p. 138.
136 L u cien F eb v re, “How Ju le s M ic h e le t in v e n te d th e R en aissan ce” , en P e te r B urke
( e d .),/l New Kind ojHistory: From thelVritingr ojFebrrc, L ondres, R outledge, 1973, p. 265.

59
H i s t o r i o g r a f í a . D e m o n o l o g t a c r i s t i a n a y c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el c o n t e x r o e u r o p e o

n u ab a tra b a ja n d o e n su m o n u m e n ta l Histoire de France. P ara fin an ciar su


ta re a c o m o in v e stig a d o r in d e p e n d ie n te se p ro p u s o e n to n c e s p u b lic a r u n
te x to d e c id id a m e n te se n sac io n alista , u n a o b ra c o n rib e te s escan d alo so s
p e n sad a p a ra p ro p o r c io n a r a su a u to r los m a y o re s in g re so s co n el m e n o r
e s fu e rz o . 1'7 La Soráére le in s u m ió ap en as d o s m e se s d e tra b a jo : la red a c ció n
c o m e n z ó el 2 d e fe b re ro d e 1 8 6 2 , y el c a p ítu lo final se c o m p le tó el 31 de
m a rz o del m ism o año. P ara e n to n c e s só lo faltab a e s c rib ir la in tro d u c c ió n ,
el c a p ítu lo IX d e la se g u n d a p a r te y el e p ílo g o .13s En estas circ u n sta n c ia s,
la in v estig a c ió n p rev ia y el análisis d e d o c u m e n to s q u e d a ro n re d u c id o s a
su m ín im a e x p re s ió n . D e h e c h o , el g é n e ro lite r a rio al q u e p e rte n e c e La
Sorciére re s u lta elusivo. N o se tr a ta , en p rin c ip io , d e u n lib ro d e h is to ria . 139
El tra b a jo o scila e n tr e la ficció n lite ra ria —la n o v ela h is tó ric a en la q u e p o r
m o m e n to s se c o n v ie r te n los c a p ítu lo s d e la p r im e r a p a r te — y el ensayo
e ru d ito , q u e se m an ifiesta en la m a y o r im p o rta n c ia q u e la c o n su lta de d o c u ­
m e n to s e d ita d o s a d q u ie re e n la se g u n d a p a r te . E n c u a lq u ie r caso, y a p e sa r
d e las d ificu lta d e s in iciales p a ra e n c o n tr a r e d ito r, La Sorciére se tra n s fo rm ó
en u n best-seller, u n te x to clásico q u e n o ha d e ja d o d e re im p rim irs e hasta el
p re s e n te en los m ás d iv e rso s id io m a s . 140 En e ste se n tid o , el ensayo c u m p lió
co n el o b je tiv o q u e se h ab ía fijad o su a u to r: o b te n e r d in e ro p a ra fin an ciar
sus in v estig acio n es e ru d ita s so b re la h is to ria d e F ra n c ia . 141
U n a n tic le ric a lism o sin c o n te m p la c io n e s y u n o d io e x a c e rb a d o hacia
el c ristia n is m o en g e n e ra l, y hacia el c a to lic ism o en p a rtic u la r, p u e d e n
c o n sid e ra rs e c o m o los tim b re s d istin tiv o s d e La Sorciére. P o co d e sp u é s de
la p u b lic a c ió n d el lib ro M ic h e le t e sc rib e e n su d ia rio : “h e a su m id o una
nuev a p o sic ió n q u e m is m e jo re s am ig o s n o h an a d o p ta d o aú n co n c la ri­
d a d , la de p ro c la m a r la m u e r te p ro v isio n a l d e l c ristia n is m o ” . 1+2 D e h e c h o ,

13' R o n a k l H u tto n , TheTriumph o f th cM oon, p. 140.


138 R o sin a Lajo y M aría V ic to ria F ríg o la, “P re fa c io ” , en Ju le s M ic h e le t, La Bruja, t r a ­
d u c c ió n d e R o sin a L ajo y M aría V ic to ria F ríg o la , M a d rid , A kal, 1987 (1 8 6 2 ), p. 18.
135 R e c ie n te m e n te , e s te lib ro de M ic h e le t ha sid o o b je to d e u n a se rie d e in te re s a n ­
tes e s tu d io s re c o g id o s e n P aule P e titie r ( e d .), ‘La sorciére’ de Jules Michelet: I ’envers de
l'histoire, P arís, H o n o r é C h a m p io n , 2 0 0 4 .
S o b re las d ific u ltad e s co n los e d ito re s véase R o sin a Lajo y M aría V icto ria F rígola,
“P re fa c io ”, pp. 19-2 0 .
141 R o n a k l F lu tto n , TheTriumph o f the Aloon, p. 140.
142 C ita d o p o r O s c a r A . H aa c, Jules M ichelet, p. 1 3 8. La tra d u c c ió n es m ía.
Fabián Alejandro Campagne

tras p e r d e r u n litig io ju d ic ia l, el ic o n o c lasta h is to ria d o r se vio o b lig a d o a


e lim in a r d o s pasajes d e las sucesivas e d ic io n e s :1+3 u n la rg o fra g m e n to d e la
“In tro d u c c ió n ”, e n el cual c o n sid e ra in síp id o s a los san to s y a los d o g m a s
c ris tia n o s ;1+4 y un p á rra fo d e l c a p ítu lo X d e la se g u n d a p a rte , c u y o c o n te ­
n id o e x p líc ita m e n te sex u al fu e o b je ta d o p o r lo s m a g is tra d o s .I4i
La c o n trib u c ió n p rin c ip a l q u e M ic h e le t realiz a a la esc u ela ro m á n tic a
de e stu d io s so b re la b ru je ría se e n c u e n tra e n los d o c e c a p ítu lo s d e la
p rim e ra p a r te d e La Sorcicre, e n los cuales c o n stru y e u n re la to p o é tic o
so b re el o rig e n d e la caza d e b ru ja s. El o rig e n ú ltim o d el a q u e la rre se
re m o n ta a las re u n io n e s n o c tu r n a s d e los sie rv o s, q u ie n e s en los p rim e ro s
siglos d el se g u n d o m ile n io se c o n g re g a b a n en esp acio s v írg e n e s, le jo s d e

l4! R ich a rd L andes, “ju le s M ic h e le t ( 1 7 9 8 -1 8 7 4 )”, p. 7S 9; R osina Lajo y M a ríaV icto ria
F ríg o la, “P re fa c io ” , p p . 1 9 -2 0 .
1+4 C ito p o r la e d ic ió n en caste lla n o an te s m e n c io n a d a , ju le s M ic h e le t, La Bruja, pp.
3 7 -3 8 : “P o r el c o n tr a rio , la Iglesia ha re s u lta d o im p o te n te a la h o ra d e e n g e n d ra r.
¡Q u é p á lid o s, d iáfan o s, tr a n s p a r e n te s , in c o lo ro s re su lta n sus ángeles! ( . . . ) M u y d i­
fe re n te es el S atán q u e su rg e d e l se n o a r d ie n te d e la B ru ja, vivo, a rm a d o , b la n d ie n d o
las arm a s am e n a z a d o r. P o r g ra n d e q u e haya sid o el m ie d o q u e ha in sp ira d o , hay q u e
co n fesa r q u e sin é l, n o s h a b ría m o s m u e r to d e p u ra m o n o to n ía . D e to d a s las plagas
q u e a z o ta n a esta é p o c a , el a b u r rim ie n to es quizás la m ás p esad a. C u a n d o se in te n ta
h a c e r h a b la r a lasT rcs P erso n as e n tr e ellas, c o m o lu v o la m ala id ea d e h a c e rlo M ilto n ,
el a b u r rim ie n to se eleva a lo su b lim e ( . . . ) . P o r el c o n tr a rio , S atán, h ijo d e la b ru ja ,
a tre v id o , es capaz d e se r la ré p lic a d e je s ú s. E stoy casi se g u ro de q u e a Je su c ris to
d eb ía d iv e r tir le , can sad o c o m o esta b a d e la in sip id ez d e sus S an to s.”
141 /b id ., p p . 2 9 3 -2 9 S : “El e x tr a ñ o re la to q u e sigue está sacad o te x tu a lm e n te d e las
tre s d e c la ra c io n e s ( . . . ) . H u b ie ra d e s e a d o ab re v ia rlo p a ra q u e fu e ra m e n o s p e n o s o
p e ro , a b re v ia d o , h u b ie ra p e r d id o im p o rta n c ia y u tilid a d ( . . . ) . H e lo aquí: G ira rd n o
tu v o p ie d a d , c u a n d o le dijo:Y a q u e reh u sáis se r re v e stid a co n los d o n e s d e D io s, se rá
n e c e s a rio q u e os d e sn u d é is. D e b e ría is h a c e rlo p ú b lic a m e n te a n te la faz d e la tie r r a ,
p e ro lo haréis an te vuestro co n fe so r qu e g u a rd a rá silencio ( . . . ) . A sustada y te m b lo ro s a ,
n o d isc u tió , se h u m illó ( . . . ) . E n to n c e s el je s u íta la a z o tó co n la disc ip lin a. Ya estab a
e x tra ñ a d a d e q u e , e n m e d io d e ta n ta s am en aza s, le co lo c a rá un a lm o h a d ó n d e b a jo d e
cad a c o d o . P e ro su so rp re sa fue m ay ú scu la c u a n d o el ju e z , el p a d re ir rita d o , la b esó
im p ú d ic a m e n te d e fo rm a in e s p e ra d a . ( . . . ) . La o b ligó a b a ja r d e l le c h o , a p o s tr a r s e a
sus pies y a q u e se d e sn u d a ra p o r c o m p le to . Ella se resistía p id ien d o a g rito s clem en cia.
D e s p u é s, e m b a rg a d a p o r la e m o c ió n desfalleció y fue e n to n c e s c u a n d o él la tu v o a su
d isc re c ió in . A p e s a r d e e s ta r d e sv a n e c id a , ella s in tió ‘c ie rta divina d u lz u r a ’ al c o n ta c to
q u e d u r ó m u y p o c o . E n el m o m e n to e n q u e volvió e n sí, la ab ra z ó y le p r o d u jo u n
d o lo r n u e v o q u e ella n o había e x p e r im e n ta d o jam ás h asta e n to n c e s .”

6i
H istoriografía. D em on ología cristiana v cultura folklórica en el con texro europeo

la m irad a d e sus se ñ o re s , p a ra h o n ra r los re sa b io s d e p a g a n ism o q u e aún


s o b re v iv ía n .146 P e ro a Ip a r tir d el sialo
£> XIV,’ c u a n d o las ex ig
£>en cias d el sistem a
feudal se v u elv en d e sm e d id a s, c u a n d o los sie rv o s d e ja n d e se r c a m p e sin o s
m ise ra b le s p a ra c o n v e rtir s e en re b e ld e s d e se s p e ra d o s, aq u ellas asam bleas
n o c tu r n a s su fre n u n a tr a n s fo r m a c ió n c u a litativ a : la j a e q u e r ie y la Misa
N e g ra d e riv a n d e la m ism a f u e n t e .147 C o m o a b ie r to desafío a la Iglesia de
sus o p re s o re s , los sie rv o s c o m e n z a ro n a tr ib u ta r h o n o re s d iv in o s al Satán
ju d e o c r is tia n o , im a g in a d o , al igual q u e ello s m ism o s, c o m o v íctim a de
u n s e ñ o r o p re siv o e in ju sto , v s im u ltá n e a m e n te , c o m o e n c a rn a c ió n de las
p o te n c ia s y v irtu d e s d el m u n d o n a tu r a l.I4S Las m u je re s fu e ro n a su m ien d o
u n ro l cada vez m ás im p o r ta n te e n estas asam b leas fra te rn a s . M ic h e le t,
al igual q u e a n te s Jaco b G rim m , las c o n sid e ra b a d e p o sita ría s d e u n sa b e r
tra d ic io n a l, a g e n te s d e u n a m e d ic in a e m p íric a b asad a en u n p ro fu n d o
c o n o c im ie n to del m u n d o n a tu ra l. D e h e c h o , fu e ro n las m u je re s las q u e
c re a r o n la ritu a lid a d c a ra c te rís tic a d e l a q u e la rre b r u j e r i l . 149 D ise ñ a d o
c o m o u n a m isa in v e rtid a , d u ra n te el in tr o ito la sa c e rd o tisa re n d ía h o n o ­
re s a S atán, p a ra lu e g o c o n v e rtir s e ella m ism a , d u ra n te el o fe r to rio , en e l
a lta r v iv ie n te so b re el cual se rea liz a b a n las o fre n d a s q u e d e b ía n g a ra n tiz a r
la fe rtilid a d d el su e lo y o b te n e r p a ra e llo s la lib e rta d p e rs o n a l d e la q u e
c a re c ía n .110 Los sie rv o s asistían a estas a sam b leas fra te rn a s sin a rm a s y co n

146 Ibid., p. 142: “T odavía h asta el añ o 1 0 0 0 , m ie n tra s el p u e b lo fab rica b a sus san to s y
sus ley en d as, la vida a p le n a lu z te n ía alg ú n in te r é s p ara él. Sus n o c tu r n o s a q u e la rre s
n o so n m ás q u e un lig e ro r e s to d e p ag an ism o .”
147 Ibid., p. 144: “C re o q u e e s to se p la n te ó d e g o lp e : fue la e x p lo sió n de u n a furia
lo q u e im p u lsó la im p ie d a d a la a ltu ra d e las c ó le ra s p o p u la re s. Para c o m p r e n d e r lo
q u e fu e ro n estas c ó le ra s , hay q u e r e c o r d a r q u e e s te p u e b lo ( . . . ) había e sp e ra d o y
co n fiad o en el m ila g ro q u e n u n c a lle g ó . L o llamó e n vano en el día d e s e sp e ra d o de
su n ecesid ad su p re m a . D e s d e e n to n c e s , el cielo le p a re c ió el aliado d e sus fero ces
v e rd u g o s, él m ism o un v e rd u g o . D e aq u í s u rg e n la M isa N e g ra y la Jaqucric"
14S Ibid., p. 146: “Se había le v a n ta d o el a lta r p ara el g ra n sie rv o R e b e ld e , a A quel a
q u ie n se p e rju d ic ó , el v iejo p r o s c r ito in ju s ta m e n te e x p u lsa d o d e l cielo , el E sp íritu
q u e c re ó la tie r r a , el M a e stro q u e h iz o g e r m in a r las p lan tas.”
149 Ibid., p. 1 4 5 :“C re o q u e el a q u e la rre , e n la fo rm a d e e n to n c e s , fue o b ra de la M ujer,
d e u n a m u je r d e s e sp e ra d a , tal c o m o lo era la b ru ja d e aq u ella é p o c a .”
150 Ibid., p. 149: “ C o n to d a s e g u rid a d , to d o s e s tab an e m o c io n a d o s , c u a n d o so b re la
c ria tu ra sa crificad a, h u m illa d a , q u e se e n tre g a b a , se hacía la p le g a ria y la o fre n d a para
la co sech a. Se o frec ía tr ig o al E s p íritu d e la tie r r a , q u e h ace g e r m in a r al trig o . P ájaros

62
Fabián A leja n d ro Campagn¡

sus hijos p e q u e ñ o s . Los asp e c to s o rg iá stic o s q u e tra d ic io n a lm e n te se han


a trib u id o al sab b at, so stie n e M ic h e le t, fu ero n p ro d u c to d e desv iacio n es
p o s te rio re s en p a r te p ro v o c a d a s p o r el in g re so d e n o b le s e n las asam b leas,
en p a r te in te rp o la d a s p o r in q u isid o re s y te ó lo g o s .1,1 Los p a rtic ip a n te s de
estas b u có licas asam bleas cam p e sin as n o c tu r n a s , y m u y p a rtic u la rm e n te
sus au d aces líd e re s fe m en in a s, fu e ro n las b ru jas d e los d e m o n ó lo g o s, las
víctim as d e la re p re s ió n ju d ic ia l te m p ra n o - m o d e rn a . La sim p a tía co n la
q ue M ic h e le t d e sc rib e a la b ru ja re s u lta c o h e re n te con la f u e r te em p atia
p o r el g é n e ro fe m e n in o q u e el h is to ria d o r había m a n ife sta n d o en m u c h o s
e sc rito s a n te rio re s . En 1 8 4 9 so stu v o q u e el c ristia n ism o p ro n to sería d e s ­
p lazado p o r u na nuev a fe, c o n stru id a e n to r n o a la n o c ió n d e m a te rn id a d .
En 1 8S 0 y 1851 a firm ó q u e la m u je r era el v e rd a d e ro co ra z ó n d e l c u e rp o
social, el ag e n te capaz d e salvar al m u n d o d e l flagelo d el m a te ria lism o y del
a u to rita ris m o , la sace rd o tisa d e la re fo rm a so c ia l.11,2 En La Femmc (1 8 S 9 ),
in clu so , lleg ó a d e c ir: “n o m e v en g an a h a b la r d e la ig u ald ad d e los sex o s;
la m u je r es s u p e r io r”. 153
P ero la in v e n c ió n d e una p o é tic a d e la re b e lió n cam p e sin a n o e ra la
única a lte rn a tiv a c o n la q u e c o n ta b a n los p a rtid a rio s d el a n tic le ric a lism o
lib eral p a ra c o n tr a r r e s ta r las te o ría s re a c c io n a ria s d e h is to ria d o re s c o m o
ja rc k e , M o n e y G ó rre s . Ya h e m o s v isto q u e u n a seg u n d a o p c ió n c o n sis­
tía en p ro fu n d iz a r el tra b a jo d e a rch iv o , co n el o b je to d e fu n d a m e n ta r
de m a n e ra aú n m ás sólida los p o stu la d o s d e la escu ela ra c io n alista q u e
c o n sid e ra b a n q u e la b ru je ría había sido u n a in v en ció n sin fu n d a m e n to s,
el p ro d u c to d e c o n fesio n e s in d u cid as b a jo to r tu r a . Es en el m a rc o d e esta
ú ltim a e stra te g ia q u e su rg e la figura d e W ilh e lm G o ttlie b S oldán (1 8 0 3 -
1869), en a b ie rto c o n tra ste con la m e to d o lo g ía y los dispositivos discursivos
de Ju les M ic h e le t. E n u n clásico a rtíc u lo d e c o m ie n zo s d e la d écad a de
1 970, W illia m M o n te r a c u ñ ó el té r m in o “Soldán paradigm” p a ra re s u m ir

lib e ra d o s (sin d u d as d e l sen o d e la M u je r) llevaban al D ios de la lib e rta d , el su sp iro


y los v o to s d e los sie rv o s. ¿ Q u é pedían? Q u e n o s o tro s , sus lejan o s d e sc e n d ie n te s,
fu é ra m o s lib e ra d o s.”
151 Ib id ., p. 154: “La m asa venía en fam ilia, c o n lo s n iñ o s. N o se les d esp ed ía h asta el
p r im e r a c to , n o p ara el b a n q u e te ni el oficio, y ni siq u iera p ara este te r c e r acto. E sto
p ru e b a q u e había u n a c ie r ta d e c e n c ia .”
' ; ’ O s c a r A . H a a c, Jules Michelct, p p. 85 y ss.
153 Ibid., p. 117.

63
H is to r io g r a f ía . D e m o n o l o ú í a c ristia n a y c u l t u r a lo lk ló ric a e n el c o ü t e x r o e u r o p e o

las c a ra c te rístic a s d el re la to ra c io n a lista standard so b re el o rig e n d e la caza


d e b ru ja s e u r o p e a .Ii+ C o n la p u b lic a c ió n d e Gesclúchte der Hexenprozesse
( S tu ttg a rt, 1 8 4 3 ) —la p rim e ra p u b lica c ió n ac a d é m ic a se ria so b re la h is to ­
ria de la b ru je ría e u ro p e a , al d e c ir d c W b lfg a n g B e h rin g e r— e ste hijo d e
u n p a s to r lu te ra n o re v o lu c io n a el c a m p o h is to rio g rá fic o tra n s fo rm a n d o
a los p ro c e s o s ju d ic ia les e n la fu e n te p rin c ip a l d e los e stu d io s so b re b r u ­
j e r í a .1” En el e s p íritu d e L e o p o k l von R an k e (1 7 9 5 -1 8 8 6 ), y e n a b ie rta
o p o sic ió n a los m é to d o s en say ad o s p o r Sir W a lte r S c o tt, Ja c o b G rim rn y
Ju les M ic h e le t, S oldán so stu v o q u e las in v estig acio n es en la m a te ria d eb ían
b asarse en la re c o n s tru c c ió n de h e c h o s h istó ric o s, firm e m e n te e stab lecid o s
p o r los d o c u m e n to s e sc rito s. Im p u so ta m b ié n el té r m in o Hexemvahn (en
inglés, Witch Craze)'36, q u e a p a r tir d e e n to n c e s se c o n v e rtiría en u n o d e
los p rin c ip a le s m a rc a d o re s d isc u rsiv o s d el ethos ra c io n a lista d e la escu ela
h is to rio g rá fic a p o r él fu n d a d a ; de h e c h o , el té r m in o a p arec e en el títu lo
d e la q u e p ro b a b le m e n te sea la ú ltim a c o n trib u c ió n p u ra al “p a ra d ig m a
S o ld án ”: The European SVítch-Craze o f ihe Sixicenth and Scvcntcenth Centuries,
p u b lic a d o en 1 9 6 7 p o r H u g h T re v o r R o p e r . li7 La Geschichte d e S o ld án fue
a c tu a lizad a post-mortem e n d o s o p o rtu n id a d e s : p o r su y e rn o , H e in ric h
H e p p e , q u ien en 1 8 8 0 p u b lica en B erlín la e d ic ió n co n o cid a c o m o S o ld á n -
H e p p e ; y p o r el p e rio d is ta M ax B auer, q u e en 1912 da a c o n o c e r en H an au
la v e rsió n S o ld a n -H e p p e B auer, q u e es la q u e h a c o n tin u a d o e d itá n d o se
hasta el p r e s e n te .liS
Los m á x im o s h e re d e ro s d e c im o n ó n ic o s d e W ilh e lm S oldán fu e ro n tre s
in te le c tu a le s d e d im e n sió n le g en d a ria : H e n ry C h arles Lea, G e o rg e L incoln
B u rr y Jo se p h H a n se n . Al d e c ir d e E chvard P e te rs , el m á x im o e stu d io so
c o n te m p o rá n e o d e su fig u ra, H e n ry C h a rle s Lea (1 8 2 5 -1 9 0 9 ) es p ro b a -

’' 4 W illiam M o n te r, “T h e H is to rio g ra p h y o f E u ro p e a n W itc h c ra ft” , p p. 4 3 5 y ss.


W o llg an g B e h rin g er, “ W ilh e lm G o ttlie b S o ld án ( 1 8 0 3 -1 8 6 9 ) ”, e n R ic h a rd M . -
G o ld e n ( e d .) , Encyclopcdia oJW itchcraft, vol. IV, p. 1060.
136 U n p o sib le e q u iv a le n te castellan o p o d r ía se r la e x p re sió n “p sicosis b r u j e n ! ”.
1=7 S o b re H u g h T re v o r-R o p e r véase Raisa M a ria T o iv o ,“T h e W itc h -C ra z e as H o lo cau st:
th e R ise o f P e rse c u tin g S o cieties”, e n Jo n a th a n B a rry y Chven D avies (e d s .), Palgmre
Advanccs inWitchcraJt Historiography , p p. 9 0 -1 0 2 .
1>s W o lfg an g B e h rin g er, “W ilh e lm G o ttlie b S o ld án (1 8 0 3 -1 8 6 9 )” , p. 1 0 6 0 .

64
Fabián Alejandro Campagne

b le m e n te el h is to ria d o r e sta d o u n id e n se m ás e r u d ito d el siglo X IX .Ii9 Al


igual q u e S oldán y los re s ta n te s e x p o n e n te s d e la escu ela ra c io n a lista , Lea
c o n sid erab a a la g ra n caza d e b ru ja s c o m o el re s u lta d o d e un e sp a n to so
e rro r. Esta in flex ib le p o la rid ad e n tr e ra c io n a lism o c ie n tífico y su p e rstic ió n
relig io sa en la cual se in s e rta la p ro d u c c ió n de Lea, es u n a d e las c a ra c te ­
rísticas d istin tiv as del lib e ra lism o n o rte a m e r ic a n o d e la se g u n d a m ita d del
o c h o c ie n to s. A d iferen c ia d e su c o n tr a p a rte g e rm a n a , q u e c o n c e n tra b a sus
ataques so b re la Iglesia cató lica, el lib e ra lism o e sta d o u n id e n se ta m b ié n asi­
gnaba al p u rita n is m o p ro te s ta n te su c u o ta d e re sp o n sa b ilid a d p o r la r e p r e ­
sión id e o ló g ic a de los siglos p re c e d e n te s . D e h e c h o , al m ism o tie m p o q u e
Soldán tra b a ja b a e n su re v o lu c io n a ria Geschichte, la m o n u m e n ta l History of
the United States de G e o rg e B a n cro ft, ed ita d a en d iez v o lú m e n e s e n tr e 1 8 3 4
y 1 8 7 4 , cu lp ab a al calv in ism o p o r el e sta llid o d e los c é le b re s p ro c e s o s de
Salem d e 1 6 9 2 .160 La tesis d e B an cro ft in flu vJ ó c la ra m e n te en el h is to ria d o r
irlan d és W illia m Lecky, q u ie n en su History o f the Rise and Influence o j the
Spirit ojRationalism in Europe (1 8 6 5 ) p re s e n tó la h is to ria d e la caza d e b ru ja s
c o m o si se tra ta r a d e u n a b atalla e n tr e la in to le ra n c ia re lig io sa y la cien cia
m o d e r n a ; el fin d e la p e rs e c u c ió n d e las b ru ja s im p lic ó “th e jr s t trium ph oj
the spirit o j rationalism in Europe”. 161 Así c o m o B an c ro ft acusaba a los p u r i ta ­
nos d e N u ev a In g la te rra p o r la tra g e d ia d e S alem , L eck y c o n sid e ra b a q u e
los p re s b ite ria n o s esco ceses h ab ían te n id o sim ila r re s p o n sa b ilid a d en su
p a ís .162 E n u n ensayo p u b lic a d o en 1 8 6 8 , el a c a d é m ic o d e H a rv a rd Ja m es
R ussell L ow ell c o n sid e ra b a a la s u p e rstic ió n c o m o h ija d e fo rm a d a d e la fe,
y a “la p e rs e c u c ió n d e p re s u n ta s b ru ja s d u ra n te la E d ad M o d e rn a c o m o su

,l9 Los p rin c ip a le s e s tu d io s d e E d w a rd P e te rs so b re H e n ry C h a rle s Lea so n : “H e n ry


C h a rles Lea an d th e ‘A b o d e o f M o n s te r s ’”, en A ngel A lcaiá ( e d .) , The Spanisb Inquí-
sition and the Inquisitorial M ind, N u ev a Y ork, C o lu m b ia U n iv e rsity P re ss, 1 9 8 4 , pp.
5 7 7 -6 0 8 ; “H e n ry C h a rle s Lea (1 8 2 5 -1 9 0 9 ) ”, e n H e le n D a m ic o y Jo s e p h Zavadil
(e d s.), Medieval Sehularship: Biographical Studies o j the Formation o j a Disciplíne, N u ev a
York, G a rla n d . 1 9 9 5 , v ol. I, p p . 8 9 -9 9 ; “H e n ry C h a rles Lea an d th e L ib ra rle s W ith in
a L ib ra ry ”, e n V V .A A ., The Penn Library Collections at 2 5 0 : From Franklin to the Web,
F iladelfia, U n iv e rsity o f P ennsylvania L ibrary, 2 0 0 0 , pp. 3 3 -6 0 .
160 C h rista Tuczav, “T h e N in e te e n th C e n tu ry : M edievalisrn an d W itc h c r a f t” , p. 5 8 .
161 C ita d o p o r P e te r E lm er, “S cience, M e d icin e an d W itc h c ra ft” , en Jo n a th a n B arry
y O w c n D avies (e d s .), Taígrave Advances in W itcheixjt Fiistoriügraphy p. 34: “el p r im e r
triu n fo d el e s p íritu d e l ra c io n a lism o e n E u ro p a ” (la tra d u c c ió n d el in g lés es m ía).
162 C h ristin a L a rn e r, Enemies o j G o d , p p. 3 4 y 2 0 2 .

6.5
H i s t o r i o a r a i í a . D e m o n o l o g í a c r i s t i a n a y c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el c o n t e x r o e u r o p e o

p e o r faceta re g is tra d a ” . 163 En 1 8 9 6 , A n d re w D ick so n W h ite so stu v o en


SU History o f I Vaifare o f Science with Thcolocjy in Christiandom, q u e los ju icio s
p o r b ru je ría h ab ía n sido ei re s u lta d o n a tu ra l d el d o g m a tism o te o ló g ic o , y
su d e c lin a c ió n , u n a c o n se c u e n c ia d ire c ta d e l d e s a rro llo d e la cien cia m o ­
d e rn a . C ab e a c la ra r q u e W h ite e ra p o r e n to n c e s p re s id e n te d el flam an te
Collcgc fu n d a d o en 1 865 p o r E zra C o rn e ll e n el e stad o d e N u ev a Y ork, un
c e n tr o d e en señ a n z a s u p e r io r n o c o n fe sio n a l, b ajo c o n sta n te ataq u e de
fu n d a m e n ta lista s y se c ta rio s a causa d e l e s p íritu se c u la r q u e im p e ra b a en
sus c la u s tro s . 164 Es en el m a rc o d e e ste m ic ro c lim a in te le c tu a l q u e H e n ry
C h arles Lea y su in m e d ia to su ceso r, G e o rg e L in co ln B u rr, re a liz a rá n sus
a p o rte s a la h is to rio g ra fía d e la caza d e b ru ja s e u ro p e a . N acid o en Filadelfia
en el se n o d e u n a fam ilia a c o m o d a d a , L ea re c ib ió u n a sólida fo rm a c ió n
in te le c tu a l q u e m á s ta r d e le p e rm itiría le e r te x to s en g rie g o , la tín , fran cés,
inglés, esp a ñ o l, italia n o , a le m á n y h o la n d é s .16i A m én de Superstición and Law
de 1 8 6 6 , u n n o v e d o so ensayo so b re la o rd a lía y la to r tu r a b a jo m e d iev a les,
los p rin c ip a le s tra b a jo s q u e el n o r te a m e r ic a n o p u b lica en vida fu e ro n dos
o b ra s m o n u m e n ta le s , q u e c o n tin ú a n c o n su ltá n d o se h asta el p re s e n te : A
History o f the Inquisition in the M iddle Ages (1 8 8 8 ) y A History of the Inqinsition
in Spain (1 9 0 6 - 1 9 0 7 ). L ea m u r ió sin h a b e r p o d id o c o m p le ta r su p ro y e c to
m ás a m b ic io so : u n a g ig a n tesc a h is to ria d e la re p re s ió n de la b ru je ría e n tre
los siglos XIII y X V III. D e to d o s m o d o s , el in v estig a d o r A rth u r C. H o w lan d
se en carg ó d e o rd e n a r las n o tas d e l g ra n e ru d ito , p ara fin a lm en te publicarlas
en 1939 e n tr e s v o lú m e n e s , c o n el títu lo d e Materials Toward a History o f
Witchcraft. Los M aterials, u n a c o le c tá n e a in te g ra d a p o r tra n sc rip c io n e s de
fu e n te s p rim a ria s (en alg u n o s casos tra d u c id a s al in g lé s), y p o r las glosas del
p ro p io L ea, c o n stitu y e n u n o d e lo s te s o ro s m á x im o s d el c am p o d isc ip lin ar
q u e e sta m o s d e sc rib ie n d o .
G e o rg e L in co ln B u rr ( 1 8 5 7 - 1 9 3 8 ), p o r su p a rte , se g ra d ú a en C o rn e ll
en 1881 y fu e e n v iad o a E u ro p a e n m isió n d e e stu d io s p o r el p re sid e n te -d e
la u n iv e rsid a d , el m e n c io n a d o A n d re w D ic k so n W h ite . A llí c o m p ró p a ra la

16i C ita d o p o r R o n a ld H u tto n , TheTrium ph o f the Moori, p. 1 33: “the early modern per-
sectirion o f presumed witches as its worst recorded aspea”.
164 L elan d L. E stes, “In c a rn a tio n s o f Evil: C h a n g in g P ersp ectiv as o n th e E u ro p e a n
W itc h C ra z e (an d th e In flu e n c e o f D o g m a tic T h e o lo g y )”, Clio, 13:2 (1 9 8 4 ), pp.
1 3 6 -1 3 7 .
165 C h ristaT u czay , “T h e N in e te e n th C e n tu r y : M ed iev alism an d W itc h c ra ft” , p. 58.

66
Fabián Alejandro (jm pacjne

b ib lio te c a d e su alma matet m u c h o s d o c u m e n to s o rig in a le s d e e x tr a o r d i­


n a rio valor. E n tre aqu ellas fu e n te s p rim a ria s d estacab a el m a n u s c rito del
c é le b re p ro c e s o del D r. D ie tric h F lade, el alto fu n c io n a rio d el e le c to ra d o
d e T rie r q u e m a d o en la h o g u e ra en 1 589. El ju ic io de F lade e ra el te m a de
una d is e rta c ió n d o c to ra l q u e R u rr n u n ca p u d o c o m p le ta r, a raíz del ro b o
de sus p ap ele s p riv a d o s d u ra n te la travesía e u r o p e a ,166 A p e sa r d e ello , el
n o rte a m e r ic a n o d ic tó clases en la U n iv e rsid ad d e C o rn e ll h asta 1 9 2 2 .
Sus m á x im o s a p o rte s a la h is to rio g ra fía de la caza de b ru ja s son The Fatc o f
Dietrich Flade (1 8 9 1 ) —una síntesis d e la tesis d o c to ra l n u n c a c o n c lu id a —y
Narratives o f thelVitchcraft Cases, 1 6 4 8 -1 7 0 6 (1 9 1 4 ). P o r e n to n c e s, B u rr se
vio in m e rs o en una p o lé m ic a co n G e o rg e I.ym an K ittre d g e (1 8 6 0 -1 9 4 1 ),
cate d rático d e H a rv a rd , y o tro scholar asen tad o en las lib erales un iv ersid ad e s
de la co sta e ste d e los E stad o s U n id o s. A ún c u a n d o se m a n tu v o s ie m p re
d e n tr o d e los p a rá m e tro s d e la tra d ic ió n ra c io n a lista , K ittre d g e c ritica b a
la escasa im p o rta n c ia q u e sus co leg as o to rg a b a n a las cree n c ias p o p u la re s
a la h o ra de e x p lic a r el e sta llid o d e las psicosis b ru je rile s . C o m o re s u lta d o
de esta d ife re n c ia d e e n fo q u e s, el p ro fe s o r d e H a rv a rd se m o s tra b a m ás
d isp u esto a re c o n o c e r la p a rtic ip a c ió n d e la p o b lació n en la din ám ica acu sa­
to ria a nivel local, m ie n tra s q u e G e o rg e L incoln B u rr te n d ía a c a ra c te riz a r
a la re p re s ió n de la b ru je ría c o m o u n fe n ó m e n o ex c lu siv a m e n te im p u esto
d esd e a r r ib a .167T ras la m u e r te d e su am ig£>o H e n rvJ C h a rle s L ea,5 B u rr se
ded icó a o rd e n a r sus n o tas y a p u n te s so b re la h isto ria d e la b ru je ría e u ro p e a ,
co n vistas a un a p osible p u b lic a c ió n ; c o m o sa b em o s, fue fin a lm e n te A rth u r
H o w la n d q u ie n llev ó a b u e n té r m in o el e m p r e n d im ie n to . La e n o rm e
can tid a d de lib ro s v fu e n te s p rim a ria s re u n id a s p o r G e o rg e L in co ln B u rr
in te g ra n a c tu a lm e n te la Cornell University Lihrary Witchcraft Collection. Los
m a te ria le s de H e n ry C h a rles Lea, p o r su p a r te , p u e d e n c o n su lta rs e en la
b ib lio te c a de la University oj Pennsylvania.
El ú ltim o g ra n re p r e s e n ta n te d e c im o n ó n ic o d el “p a ra d ig m a S o ld á n ”
es el a le m á n Jo se p h H an se n (1 8 6 2 -1 9 4 3 ), d ir e c to r d el Stadtarchiv Koln, el
arch iv o d e la c iu d ad d e C o lo n ia . E n 1 9 0 0 , H an sen p u b lica en M u n ic h su
Zauberwahn, Inquisition, und Hexenprozcssen im M ittclaltcr, u n d e n so e stu d io

166 Edwarcl P e t e r s ,“G e o rg e L in co ln B u rr (1 8 5 7 -1 9 3 8 )” , en R ic h a rd M . G o ld e n (e d .),


Enciclopedia cfíYitchcraft, v o l. í, p. 154.
167 R o n a ld H u tto n , TheTriumph o f the Mocm, p. 1 33.

67
Hiy.oi lografía. D e m o n o l o g í a cristiana y cultura folklórica e n el c o n t e x r o e u r o p e o

so b re la p e rs e c u c ió n d e la b ru je ría e n tr e 1 2 S 8 y 1 5 2 6 , u n á n im e m e n te
c o n sid e ra d o c o m o el m ás im p o rta n te a p o rte e n la m a te ria d e sd e la Ges-
cliiclu e de Soldán d e 1 8 4 3 . P ero su n o m b re ha q u e d a d o in d iso lu b le m e n te
asociado a una se g u n d a o b ra , p u b lic a d a al a ñ o sig u ie n te : Quellen und Unter-
suchunijcn zur Gcschichte des Hexcmvalms, una rec o p ila ció n d e d o c u m e n to s en
la linea d e l in ac a b a d o p ro y e c to de H e n ry C h arle s Lea. A m b as co le c c io n e s
d o c u m e n ta le s , la d el a le m á n y la del n o r te a m e r ic a n o , c o n tin ú a n hasta el
p re s e n te sie n d o o b je to d e fre c u e n te c o n su lta p o r p a rte d e los esp ecialistas
en la h isto ria d e la caza d e b ru jas. H an sen es c o n sid e ra d o ta m b ié n el c re ad o r
d e la d e n o m in a d a n o c ió n a c u m u la tiv a d e b ru je ría , u n a te o ría q u e so stie n e
q u e el m ito d el sa b b at se d e s a rro lló d e m a n e ra g ra d u a l d u ra n te los siglos
finales d el M ed io e v o , a p a r tir d e la fusión d e e le m e n to s d e o rig e n d ife re n te
en u n ú nico y n o v ed o so e s te re o tip o ta rd o -e sc o lá stic o . El arc h iv ista alem án
m a n tu v o in te n so s c o n ta c to s c o n los e sp ecialistas n o rte a m e ric a n o s : apoyó
las in v estig acio n es d e B u rr d u ra n te su p e rip lo e u ro p e o , y en 190S p u b licó
u n a tra d u c c ió n a lem an a d e la h is to ria d e la inq u isición m e d ie v al d e L e a . 169
H an sen fallece e n 1943 d u ra n te u n raid a é re o b ritá n ic o so b re la c iu d a d de
C o lo n ia , u n final p a ra d ó jic o p a ra q u ie n e n 1933 había re n u n c ia d o a sus
carg o s p ú b lic o s c o m o p ro te s ta p o r la lleg ad a d e los nazis al p o d e r . 1/0

y
6. B r u j e r í a r it o : la e x t r a o r d i n a r i a f o r t u n a d e
M argaret Murray
A p e sa r d e los esfu erzo s d e los a le m a n e s Jarc k e y M o n e , y d el e x tr a o r ­
d in a rio éx ito e d ito ria l d e La Sorcicre d e M ic h e le t, las te o ría s q u e asim ilaban
a las víctim as de la caza d e b ru ja s c o n los a d h e re n te s a u n a an tig u a re lig ió n
p ag an a, to d av ía v ig e n te a c o m ie n z o s d e la E d ad M o d e rn a , n o lo g ra ro n
im p re s io n a r a los c írc u lo s a c a d é m ic o s, p o r e n to n c e s d o m in a d o s p o r la

16i C a b e a c larar q u e e n tr e la a p a ric ió n de los lib ro s de S oldán y H an se n se p u b licaro n


e n id io m a alem án o tro s ensayos rele v a n te s so b re la caza de b ru jas tem prano-m oderna,
e n tr e los q u e d estaca la m o n o g ra fía de S ig m u n d von R iezler, Gcschicluc Jet Hcxenpro-
zesse in B ajen i, Stuttgart, J. G. C o tta , 1 896; al r e s p e c to véase W olfgang B eb rin g er,
U'itchcraji Persecutions in Bavaria, p. 23.
169 W olfg an g B e b rin g er, “ W ilc h c ra ft S tu d ies in A u s tria , G e rm a n y an d S w itz e rla n d ”,
p p . 6 S -6 6 .
170 W o lfg ang B e h rin g er, “Jo s p e h H a n se n (1 S 6 2 -1 9 4 3 ), en R ich a rd M . G o ld e n (e d .),
Enc.jclopcdia oJ)Vitchcraji, v o l. Ii, p. 4 7 4 .

68
Fabian Alejandro Campagne

escuela ra c io n a lista . El p a ra d ig m a h e g e m ó n ic o so ste n ía q u e la re p re s ió n


ju d icial d e la b ru je ría había sid o el p ro d u c to d e u n a insania c o le c tiv a p r o ­
pagada p o r la te o lo g ía esco lástica; las v íc tim a s in m o la d as en las h o g u e ra s
n o e n c a rn a b a n n in g u n a re lig ió n a lte rn a tiv a al c ristia n ism o . Sin e m b a rg o ,
o c a sio n a lm e n te se d ab an e x c e p c io n e s a la re g la . U n a d e ellas re m ite a
S igm un d F re u d . En e n e ro d e 1 8 9 7 , e n u n a sugestiva c a rta en v iad a a su
am igo W ilh e lm Fliess, F re u d se co n fiesa se d u c id o p o r la id ea d e q u e las
p e rv e rs io n e s , cuyo n eg a tiv o e ra la h is te ria , n o se ría n m ás q u e re sa b io s d e
un cu lto sexual p rim itiv o , q u e e n el O rie n te se m ític o e m e rg e tra n sfig u ra d o
en las re lig io n e s sacrificiales d e M o lo c y A s ta rté . F re u d cre ía a c e rc a rse
así a los o ríg e n e s d e u n a re lig ió n d el d iab lo e x tr e m a d a m e n te p rim itiv a ,
cuyos rito s c o n tin u a ría n c e le b rá n d o s e s e c r e ta m e n te h a sta el p re s e n te .
A hora c o m p r e n d o , so stu v o , la sev e ra te ra p ia a d o p ta d a p o r los m a g istra d o s
que ju z g a b a n a las b ru ja s. D u ra n te c e rc a d e 10 m e se s F re u d c o n tin u ó a fe ­
rrá n d o s e a la rev u lsiv a te o ría , p a ra te r m in a r fin a lm e n te re c o n o c ie n d o su
d e rr o ta . E n fre n ta d o a su in c a p a c id a d p a ra c e r r a r sus análisis c o n é x ito , se
d ejó g a n a r p o r el e sc e p tic ism o : re s u lta b a im p o sib le a c e p ta r la re a lid a d d e
la e p id e m ia d e abusos se x u a les p e rv e r s o s p e rp e tra d o s en m e n o re s d e e d a d
q u e cabía in f e rir si las re m in isc e n c ia s e x tra íd a s a sus p a c ie n te s re m itía n
a h ech o s re a le s. Si e n e n e ro d e 1 8 9 7 F re u d h ab ía so s te n id o lite r a lm e n te
q ue so n d e a n d o el in c o n s c ie n te se había e n c o n tr a d o c o n el sa b b a t d e las
b ru ja s, p a ra o c tu b r e d el m ism o añ o re c o n o c ía q u e ya n o to m a b a e n se rio
el c o n te n id o d e las re m in isc e n c ia s d e sus p a c ie n te s. La re n u n c ia d e F re u d
a la h ip n o sis y a su te o r ía d e la se d u c c ió n m o d ific ó fu n d a m e n ta lm e n te la
ev o lu ció n p o s te r io r del p sico an álisis. E n los añ o s sig u ie n te s, el a u stría c o
su scrib ió los p o stu la d o s d e la escu ela ra c io n a lista , y p a ra 1923 a d m itía
q u e las c o n fe sio n e s d e las su p u e sta s b ru ja s e ra n el re s u lta d o d e u n sev ero
cu a d ro d e n e u ro s is. 1/1
A lejada d e las c la u s tro s a c a d é m ic o s, la esc u ela ro m á n tic a d e h is to ria ­
d o re s d e la b ru je ría se re fu g ió e n d iv e rso s c írc u lo s amateurs d el á m b ito
a n g lo sajó n . F u e ro n e sto s e n tu sia sta s aje n o s a las c á te d ra s u n iv e rsita ria s los
q ue c o m e n z a ro n a fo r m u la r en la d éc ad a d e 1 8 9 0 m u ch a s d e las te o ría s q u e

' / ! S h errill M u lh e r n ,“S o u v en irs d e sabbats au X X e sié cle”, en N ic o le Ja c q u e s-C h a q u in


e t M á x im e P ré a u d ( e d s .) , Le sabbat des sorciers, XVe-XVUIe siécles, G re n o b le , J e r o m e
M illó n , 1 9 9 3 , p p . 1 3 1 -1 3 3 .

69
H istoriografía. D em on o lo gía cristiana y cultura folklórica en el con texro e u r o p e o

lu eg o se a trib u iría n d e m a n e ra e x d u y e n te a M a rg a re t M u rray . A ú n c u a n d o


M u rra y se m o s tró s ie m p re r e n u e n te a id e n tific a r las p rin c ip a le s fu e n te s
d e su p o lé m ic a te o r ía , las in v e stig a cio n e s actu a le s n o s p e r m ite n a firm a r
q u e m u y p o c o s d e los e le m e n to s d e su m o d e lo re s u lta n g e n u in a m e n te
o rig in a le s. S ólo u n a m u je r se c u e n ta e n tr e a q u e llo s p re c u r s o re s d e fines
d el o c h o c ie n to s: M atild a Jo sly n G age (1 8 2 6 - 1 8 9 8 ), lu c h a d o ra in can sab le
p o r los d e re c h o s p o lític o s y so ciales d e las m u je re s. En 1893 a p a re c e en
N u ev a Y ork y C h icag o su lib ro IVoman, Church, and the State. In sp ira d a en el
a ctiv ism o p o lític o a n te s q u e e n la in v e stig a c ió n e ru d ita , la a u to ra fusiona
la tesis d e M ic h e le t c o n la te o r ía , m u y e n b o g a p o r e n to n c e s , d el c a rá c te r
u n iv e rs a lm e n te m a tria rc a l d e la so cie d a d p re h is tó ric a . En e ste lib ro , las
b ru ja s d e v ie n e n sa c e rd o tisa s p ag an as, p o rta d o ra s d e c o n o c im ie n to s a n ­
c estra le s en el a r te d e sanar, p e rs e g u id a s p o r los h o m b re s d e Iglesia p a ra
e x tir p a r la an tig u a re lig ió n y c o m p le ta r así la q u ie b ra d e to d o e s p íritu d e
in d e p e n d e n c ia fe m e n in o . E n u n g iro d e e x tr e m a a u d acia, G age se a trev e
a ca lc u la r e n 9 m illo n e s el n ú m e r o to ta l d e v íctim as d e la caza d e b ru jas.
C a re n te d e to d a base d o c u m e n ta l, y a u n a d istan cia sid eral d e las cifras
a c tu a lm e n te p ro p u e s ta s p o r lo s e sp e c ia lista s, el d a to fu e re c u p e r a d o p o r
las fem in ista s d e la se g u n d a m ita d d el siglo X X : lo h allam o s en u n lib ro
d e M ary D aly, d e finales d e la d é c a d a d e 1 9 7 0 ,172 y en u n a placa c o n m e ­
m o ra tiv a e x p u e s ta e n el Museum ofW itchcraft and Magic q u e fu n cio n a en la
Isla d e M a n .173
El se g u n d o d e lo s p r e c u r s o re s d e M u rra y fue el p e rio d is ta n o r t e a m e r i ­
can o C h arle s G o d fre y L e la n d ( 1 8 2 4 - 1 9 0 3 ) .174 R o n ald H u tto n ha sido u n o
d e lo s p rim e ro s e sp ecialistas m o d e r n o s en id e n tific a r co n p re c isió n las
m u ch as sem ejan zas q u e e x is te n e n tr e las te o ría s de L eland y M u rra y .175V ia­

112 M a ry Daly, G y n / Ecology:The Methaethics o f Radical Feminism, B o sto n , B eacon P ress,


1 9 9 0 (1 9 7 9 ), p. 183. P ara u n a d isc u sió n so b re el lib ro de D aly véase D ian e P urkiss,
TheíVitch in History, p p. 1 3 -2 0 .
173 Jo P e a r s o n ,“W r itin g W itc h c r a f t:T h e H is to r ia n ’s H isto ry , th e P ra c titio n e r s ’ Past >1
e n jo n a th a n B a rry y O w e n D avies ( e d s .) , Palgrave Advances inW itchcraft Historiographj't
p. 2 2 9 .
174 S o b re L elan d véase R o s e m a ry G uiley, The Encyclopedia cfW itches and Witchcraft y
N u e v a Y ork, C h e c k m a rk R o o k s, 1 9 9 9 , p p. 1 9 9 -2 0 0 .
I7> R o n a ld H u tto n , The Stations c f the Sun. A History o f the RitualYear in England, O x fo rd ,
O x fo rd U n iv ersity P re ss, 1 9 9 6 , pp. 4 2 2 -4 2 5 ; R o n ald H u tto n , The Pagan Religions f th¿

70
Fabián Alejandro Campagne

je r o c o n s u e tu d in a rio y fo lk lo rista a ficio n ad o , L elan d se in stala d e m a n e ra


definitiva e n Italia en las ú ltim a s d écad as d el siglo X IX . Sus id eas p o líticas
sie m p re h ab ían re s u lta d o e x c e siv a m e n te rad ica les p a ra los p ro m e d io s e u ­
ro p e o s. D u ra n te su ju v e n tu d había p a rtic ip a d o en la R ev o lu ció n de 1 8 4 8 ,
y au n q u e n o p u e d e a se g u ra rse q u e d u ra n te a q u e llo s m e se s c o n o c ie ra a
M ic h e le t, sus re s p e c tiv o s habitas h is to rio g rá fic o s te n ía n e v id e n te s p u n to s
en c o m ú n : al igual q u e el fran cés, L eland a b o rre c ía a la E d ad M ed ia, al
Anden Régimen y al c a to lic ism o r o m a n o .176 Su in te ré s p o r la h isto ria d e la
b ru je ría e u ro p e a su rg e en F lo ren cia en 1 8 8 6 , c u a n d o c o n o c e a M ad d alen a,
una c a m p e sin a v ag ab u n d a o riu n d a d e u n d is trito d e la R o m an a u b icad o
e n tre R ávena y F o rli, a o rillas d el A d riá tic o . El n o rte a m e r ic a n o halla en
M ad d alen a u n r e s e r v o r io in a g o ta b le d e e n c a n ta m ie n to s , in v o c ac io n e s,
leyendas y c u e n to s an c e stra le s, q u e se rv irá n d e base p ara sus lib ro s Etruscan
Román Remains (1 8 9 2 ) y Legends o f Florence (1 8 9 5 ). P o r e n to n c e s , L eland
había lle g a d o a la c o n c lu s ió n d e q u e en m u c h o s d e lo s re la to s fo lk ló ric o s
de la Italia c e n tra l do s e n tid a d e s n u m in o sa s e m e rg ía n sie m p re c o m o p a tro -
nas d e d u e n d e s , b ru ja s y h adas: A ra d ia , fo rm a italian izad a d e la H e ro d ía s
bíblica, y D ian a, la dio sa lu n a r d e los ro m a n o s: en o tra s p a la b ra s, las dos
d iv in id ad es fe m e n in a s q u e p re sid ía n las cabalgatas e n éx tasis d e sc rip ta s
p o r el Canon Episcopi e n el siglo IX y p o r el p e n ite n c ia ! d e B u rc a rd o de
W o rm s e n el siglo X I. L elan d c o m p a rtía la im p re sió n d e q u e la m ay o ría
de las cre e n c ia s fo lk ló ric as m o d e rn a s d esc e n d ía n d e las an tig u as re lig io n e s
paganas; cada vez q u e u n a h isto ria hacía re fe re n c ia a u n e sp íritu m alig n o , el
n o rte a m e r ic a n o se esfo rz a b a p o r h a lla r en él al su c e s o r d ire c to d e alguna
de las d e id a d e s d e l p a n te ó n clásico.
P e ro será e n 1899 c u a n d o L elan d salta rá a la fam a c o n al p u b lic a c ió n
de Aradia, u n tra b a jo su s ta n c ia lm e n te d ife re n te a sus d o s lib ro s a n te rio re s .
Aradia p re te n d e se r la tra n s c rip c ió n ex acta d el Vangel, el lib ro sag rad o de la
re lig ió n se c re ta d e las b ru ja s. E n el a p é n d ic e , el a u to r con fiesa q u e d u ra n te
años había o íd o ru m o re s so b re la e x isten cia d el te x to , h asta q u e fin a lm en te
M ad d alen a h alló u n a co pia en 1897:

So lo n g ag o as th e y e a r 1 8 8 6 I le a r n e d th a t th e r e w a s in e x is te n c e a
m a n u s c r ip t s e ttin g f o r th th e d o c tr in e s o f Italian w itc h c r a f t ( . . . ) . H a v in g
u r g e d it o n M a d d a le n a , m y c o lle c to r o f fo lk -lo re , w h ile sh e w a s leacling

Ancient British Isks:Tbeir b!ature and legacy, O x f o rd , B lackw ell, 1 9 9 1 , p p. 3 0 1 -3 1 0 .


176 R o n a ld H u tto n , TheTriumph oj the Moon, p. 142.

71
Historiografía. Demonología cristiana v cultura folklórica e n el contexto e u r o p e o

a w a n d e rin g life in T u sc a n v , to m a k e a n e f fo r t to o b ta in o r r c c o v e r
s o m c th in g o f th e k in d , I a t last r e c e iv e d f r o m h e r , o n Ja n u a ry 1, 1 8 9 7 ,
fro m C o lle , Val d ’Elsa, n e a r S iena, th e M S e n title d A rad ia, o r th e C o sp e l
o f th e W it c h e s .1"

El m a n u s c rito esta b a e s c rito c o n la le tra d e iM addalena,5 jv L eland afir-


m ab a n o p o d e r d e te r m in a r sí la m u je r lo h ab ía c o p ia d o d e alg u n a fu e n te
o rig in a l, o si se lo había d ic ta d o a lg u n o d e sus in fo rm a n te s o rales. El m is ­
te r io n o p u d o re s o lv e rs e , p o rq u e p o c o d e sp u é s del h allazgo M acldalena
d e sa p a re c ió : “/ have not seen rny coUecior since the ‘Cospel’ iras sene to me”; a lo
q u e ag reg ab a , co n c ie r to d e se n c a n to : “¡ hope at som efuture time to be better
injormed” . 1/S El I'ángel c o m ie n z a co n su p ro p ia c o sm o g o n ía , p ro ta g o n iz a d a
p o r la tria d a D ia n a -L u c ife r-A ra d ia : 1'9
D ia n a g re a tly lo v e d h e r b r o th e r L u c ife r, th e g o d o f th e Sun an d o f th e
M o o n , th e g o d o f L ig h t ( S p le n d o r) , w h o w as so p r o u d o f h is b e a u tv , an d
w h o f o r h is p r id e w as d riv e n f ro m P a ra d ise . D ia n a liad b v h e r b r o t h e r a
d a u g h te r , to w h o m th e y g av e th e ñ a m e o f A ra d ia ( i.e . H e r o d iu s ) .ISu

D iana co m isio n a a su hija p a ra q u e e n se ñ e a los h o m b re s al a rte d e la


b ru je ría . A rad ia se c o n v ie rte así e n u n p e rs o n a je m e siá n ic o p a ra las b ru ja s.
Es ella q u ie n les o rd e n a c e le b ra r ritu a le s p e rió d ic o s a la lu z d e la lu n a en
h o n o r de D ian a , su m a d re . C o n el p aso d e l tie m p o , tra n s fo rm a d a en lo
q u e L elan d d e n o m in a la vecchia religione, la b ru je ría d e v in o u n a e x p re s ió n
d e re s iste n c ia , u n a h e rr a m ie n ta m á s a la q u e re b e ld e s v d e sp o se íd o s p u -

C h a rle s G o d fre y L elan d , A ta jía : Cospel o f thciVitches, C o sim o , N u ev a Y ork, 2 0 0 7


(1 8 9 9 ), p. 6 3: “hacia 1886 to m é c o n o c im ie n to d e la ex iste n c ia de u n m a n u s c rito
q u e c o n te n ía las d o c trin a s de la b r u je ría italian a ( . . . ) . T ras u rg ir a M a d d alen a, m i
r e c o le c to r a d e fo lk -lo re , a q u e hiciera u n e s fu e rz o p o r o b te n e r o r e c u p e r a r algo
s e m e ja n te m ie n tra s llevaba u n a vida e r r a n te p o rT o s c a n a , fin a lm e n te re c ib í de p a rte
su y a, el 1 d e e n e ro d e 1 8 9 8 , u n m a n u s c rito p ro v e n ie n te d e C o lle, Val d ’Elsa, en las
cercan ías d e S iena, titu la d o A rad ia, o El E vangelio d e las B rujas.”
178 lb id . , p. 8: “N o h e visto a m i r e c o le c to r a d e s d e q u e el ‘E v an g elio ’ m e fue en v iad o ” ;
“e s p e ro e s ta r m e jo r in fo rm a d o en algún tie m p o fu tu ro .”
1ñ S o b re la lev en d a de A rad ia véase Rosemarv G uiley, The Enciclopedia ofWitches and
Witchcraft, p p . 1 1 -1 2 .
lso C h a rles G o d fre y L elan d , Aradia, p. 11: “D ian a a m ó m u c h o a su h e r m a n o L ucifer,
dio s de! Sol y d e la L una, dios d e la Luz ( E s p le n d o r) , q u ie n estab a ta n o rg u llo so de
su b e lle z a q u e a causa de su so b e rb ia fue e x p u ls a d o d el P araíso. D iana c o n c ib ió una
h ija co n su h e r m a n o , a la q u e lla m a ro n A rad ia (o H e ro d ía s).”

72
Fabián Alejandro Campagne

d ie ro n r e c u r r ir p a ra e n fr e n ta r la tira n ía d e lo s se ñ o re s fe u d ale s y d e la
Iglesia m ed iev al:

th e r e s u lt o f it all was a vast developm ent o f re b e ls , outcasts, an d all


th e discontented, w h o a d o p te d w itc h c r a f t o r sorcery f o r a r e lig ió n ,
a n d w iz a rd s as th e ir p rie s ts . T h e y h a d s e c re t m e e tin g s in d e s e r t p la c e s ,
a m o n g o íd ruins a c c u rs e d by p r ie s ts ( . . . ) , o r in th e m o u n ta in s . T o this
day th e d w e lle r in Italy m a y o fte n fin d s e c lu d e d sp o ts e n v ir o n e d b y an-
c ie n t c h e s tn u t fo re s ts , ro c k s , an d w a lls , w h ic h su g g e st lit p la c e s io r th e
S ab b at, a n d som etinies still believed b y tr a d itio n to b e su c h . A n I also
b e lie v e th a t in lilis C o s p e l o f th e W itc h e s we have a tr u s tw o r th y o u tlin e
a t le a s t o f th e d o c tr in e a n d r ite s observed a t th e s e m e e tin g s . T h e a d o r e d
f o rb id d e n d e itie s an d p r a c ü c e d f o rb id d e n d e e d s , in s p ir e d as much b y
rebellion against society as t h e ir o w n p a s s io n s .,sl

L elan d lle g ó in c lu so a s u g e r ir q u e el m a n u s c rito d e s c u b ie r to p o r


M ad d alen a e ra el tip o d e e v id e n c ia fáctica q u e d e m o s tra b a la v e ra c id a d de
la te o ría d e M ic h e le t.,S2 E n c u a lq u ie r caso, e x is te n d ife ren c ia s e v id e n te s
e n tre am b as p ro p u e s ta s . M ie n tra s q u e M ic h e le t in sistía e n q u e lo s sie rv o s
reb e ld e s se re u n ía n p a ra a d o ra r a Satán, el n o rte a m e ric a n o c o n sid e ra b a q u e
las b ru ja s sim p le m e n te v e n e ra b a n a D ian a: el sa ta n ism o q u e se les a trib u ía
e ra u n ag re g a d o in tro d u c id o p o s te r io r m e n te p o r lo s h o m b re s d e Iglesia.
P ero las audacias de L elan d n o c o n c lu ía n aquí: lu eg o d e la p u b lic a c ió n d e
Aradia se a n im ó a s o s te n e r q u e la vecchia rehgione to d av ía p e rs istía c o m o
secta o so c ie d a d se c re ta fra g m e n ta ria e n re g io n e s a p a rta d a s d e Italia.

lsl Ibid., p. 6 5 : “el re s u lta d o d e to d o é s to fue u n v asto d e s a rro llo d e re b e ld e s , m a r g i­


nales y to d a clase d e d e s c o n te n to s , q u ie n e s a d o p ta ro n a la b r u je ría o a la h e c h ic e ría
co m o su re lig ió n , y a lo s b r u jo s c o m o sus sa c e rd o te s. M a n te n ía n re u n io n e s se c re ta s
en lu g a re s d e s ie rto s , e n m e d io d e las viejas ru in a s m ald e c id a s p o r los s a c e rd o te s
c ristia n o s ( . . . ) , o b ie n e n las m o n ta ñ a s . H asta el día d e hoy, en Italia, el v ia je ro p u e d e
to p a rs e a m e n u d o co n lu g ares a p a rta d o s , ro d e a d o s d e viejos b o sq u e s d e n o g ales,
ro cas y m u r o s , q u e p a re c e n e s c e n a rio s a p ro p ia d o s p a ra la c e le b ra c ió n d e l sa b b a t, y
la tra d ic ió n , d e h e c h o , así los c o n s id e ra todavía.Y o c re o q u e e n e s te E vangelio d e las
B rujas te n e m o s , al m e n o s , u n b o sq u e jo confiable de la d o c trin a y d e los r ito s q u e
se o b se rv a b a n e n aq u e llo s e n c u e n tro s . Las d eid a d e s p ro h ib id a s q u e a d o ra b a n , v ios
h ec h o s p ro h ib id o s q u e p ra c tic a b a n , in sp ira ro n ta n to la re b e lió n c o n tr a la so c ied ad
c o m o sus p ro p ia s p asio n es" (las tra d u c c io n e s d e l inglés so n m ías).
m Ibid., p. 63.

73
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

C o n sid e ra b a p ro b a b le , in c lu so , cjue a ú n e x is tie ra n e n la R o m a n a aldeas


e n te ra s h ab itad as p o r p a g a n o s .183
La te o ría d e L elan d h alló ta n p o c o s ap oy o s c o m o a n te s había c o se ch ad o
la tesis de M ic h e le t. N in g ú n o tr o fo lk lo rista h alló re s to alg u n o del su p u e sto
Evangelio délas Brujas. R esu lta difícil acep tar, in clu so , q u e ni las Inquisiciones
m ed iev al y m o d e r n a —e n tre n a d a s p ara d e te c ta r la h e re jía en los lu g ares m ás
re c ó n d ito s d el c o n tin e n te — ni la p o lic ía se c re ta d e los E stad o s P o n tificio s
d e c im o n ó n ic o s —capaz d e a c o rra la r a los c a rb o n a rio s y d e m á s so cied ad es
se c re ta s lib e ra le s— jam ás p u d ie ra n h a lla r ra s tro s d e la e x iste n c ia d e u n a
re lig ió n p ag an a e n el c o ra z ó n m ism o d e la p e n ín su la . La a u te n tic id a d del
te x to n o p u e d e so ste n e rse . N o q u e d a n o tra s alte rn ativ a s q u e su p o n e r q u e el
Vangel fue fra g u ad o p o r M a d d a le n a , o b ie n re d a c ta d o p o r el p ro p io L elan d ,
e n el e s p íritu d e las re c re a c io n e s m o d e rn a s d e te x to s arcaico s iniciadas p o r
ja m e s M a c p h e rso n e n la se g u n d a m ita d d e l siglo X V III.1S+
T ras los p aso s d e los e sta d o u n id e n se s M atild a jo s ly n G age y C h arles
G o d fre y L ela n d , p r o n to a p a re c e rá n p re c u r s o re s d e M a rg a re t M u rray en
el p ro p io R e in o U n id o . E n 1 8 9 2 , G e o rg e L aw re n ce G o m m e , p re s id e n te
d e la Folk-Lore Societj —la m ism a in s titu c ió n a la q u e p e rte n e c ía L elan d ,
y c u y o e d ito r se h a ría c a rg o d e la p u b lic a c ió n d e Aradia—, su g irió q u e las
b ru ja s re n a c e n tis ta s in te g ra b a n u n a so c ie d a d se c re ta d e in ic iad o s, a través
d e la cual d iv erso s e le m e n to s d e la re lig ió n p re h istó ric a h ab ían so b rev iv id o
h asta lo s tie m p o s m o d e r n o s : “the witch is the successor o f the D ruid priestess”,
so stu v o . G o m m e n o basaba su h ip ó te sis e n n in g u n a ev id e n c ia d o c u m e n ta l;
s im p le m e n te re m itía —in c o r re c ta m e n te —a Jaco b G rim m , a q u ie n asignaba
h a b e r d e m o s tra d o el c a rá c te r e se n c ia lm e n te p a g an o d e la b ru je ría m o d e r ­
n a ." ’5 M ás so fisticad a re s u lta b a la te o r ía d e l p ro fe s o r K arl P e a rso n (1 8 5 7 -
1 9 3 6 ), u n esp ecia lista e n e sta d ístic a y m a te m á tic a ap licad a q u e en señ ab a
en el University College d e L o n d re s, la m ism a in s titu c ió n en la q u e M u rray
d e sa rro lla ría su c a rr e ra m ás a d e la n te . P e a rs o n ta m b ié n e ra u n fo lk lo rista
aficio n ad o . E n calid ad d e ta l fu sio n ó la tesis d e M ic h e le t co n el mothcr-age
paradigm, la te o r ía so b re el u b ic u o m a tria rc a d o p re h is tó ric o : las b ru ja s
m e d iev ale s e ra n sa c e rd o tisa s d e la d io sa m a d re y d e su c o n s o rte , el dios

185 R o n ald H u tto n , TheTriumph o f the M oon, p. 145.


184 m p. 147.
185 ¡bid p. 149: “la b ru ja es la su c e so ra d e la sa c e rd o tisa d r u id a ” (la tra d u c c ió n del
ing lés es m ía).

74
habían .-¡¡cjandro Campagnc

del m u n d o n a tu ra l, en el se n o d e u n a re lig ió n q u e c e le b ra b a y protecn'a la


fertilid ad d el su e lo .186 D u ra n te la e ra cristian a la d eid ad m asculina fue a d q u i­
rie n d o m a y o r relev an cia , y fue ella la q u e te r m in ó sien d o id en tificad a co n
el d e m o n io y estig m atizad a p o r in q u isid o re s y te ó lo g o s ta rd o -m e d ie v a le s.
El m a te m á tic o in g lés, sin e m b a rg o , se alejaba d e las m ira d a s d e M ic h e le t,
G age y L e lan d , c u a n d o afirm ab a q u e la re lig ió n de la diosa m a d re había
sido u n c u lto p rim itiv o , c ru e l y o rg iá stic o , tra zo s q u e la e n tro n iz a c ió n de
su c o n s o rte m a sc u lin o n o había h e c h o m ás q u e e x a c e rb a r.IS/ En sín tesis,
P earso n cre ía q u e las c re e n c ia s y p rá c tic a s b ru je rile s ta rd o -m e d ic v a le s
c o n stitu ía n re s to s fósiles d el m a tria rc a d o p re h is tó ric o , sim ilares a los q u e
p o d ían h a lla rse e n los festivales y en las danzas c am p e sin as c o n te m p o rá ­
neas. El sab b at y lo s b ailes fo lk ló ric o s era n re liq u ia s d el m ism o p asad o
re m o to : las re p rim id a s p o r el c ristia n ism o se c o n v irtie ro n en la b ru je ría
de los d e m o n ó lo g o s; las to le ra d a s p o r el c ristia n ism o se tra n s fo rm a ro n
en los festivales estacio n ales m o d e r n o s .188 A u n q u e M ic h e le t h ab ía ya h e ­
cho algunas p re c isio n e s al re s p e c to , p a re c e q u e P ea rso n fue ta m b ié n el
p rim e ro en s u g e rir q u e Ju an a d e A rco h a b ría sido u n a de las ú ltim a s d e
aquellas sace rd o tisa s p ag an as, tesis q u e tie m p o d e sp u é s se c o n ta ría e n tre
las p ro p u e s ta s m ás aud aces d e M a rg a re t M u rra y .189
P ara c o m ie n z o s d e l siglo X X , fe m in ista s, p e rio d is ta s y fo lk lo rista s
aficionados h ab ían re in tro d u c id o e n los ma.w media las te o ría s d e la escu ela
ro m á n tic a q u e la acad em ia a lem an a y e sta d o u n id e n se hab ían d e s te rra d o
de los c la u stro s u n iv e rsita rio s. E n 1 9 0 4 , d e h e c h o , La Sorcicre d e M ic h e le t
se b en e fic ió co n su p rim e ra tra d u c c ió n inglesa. ¿H ab ría to m a d o el e d ito r
b ritá n ic o u n a d ecisió n se m e ja n te si n o h u b ie ra c o n sid e ra d o q u e lo s tie m ­
pos e ra n p ro p ic io s p a ra las te o ría s q u e insistían en id e n tific a r a la b ru je ría
m o d e rn a c o n los re s to s d e alg u n a o lv id a d a re lig ió n p rim itiv a?
La e x h u m a c ió n d e las e x p re s io n e s d e c im o n ó n ic a s d e la escu ela r o ­
m á n tic a ya n o n o s p e rm ite n c o n tin u a r c o n sid e ra n d o a M a rg a re t M u rra y
(1 8 6 3 -1 9 6 3 ) c o m o re sp o n sa b le e x c lu v e n te d e la m ás b iz a rra te o ría so b re
la b ru je ría e u ro p e a jam ás fo rm u la d a . Sin e m b a rg o , n o cab en d u d a s d e q u e

C a ro lin e O a te s an d J u lie tte W o o d , A Coren o f Scholars: Margaret Murray and her


¡■Vorking Methods, A rch iv e S eries 1, L o n d re s, FLS B ooks, 1 9 9 8 , p. 15.
iS1 R o n ald H u tto n , TheTriumph o j the. Moon, p. 150.
188 C a ro lin e O a te s an d j u l ie tte W o o d , A Coven o j Scholars, p. 2 0 .
m lb id ., p. 2 1 .

75
H istoriogralía. D em on ología cristiana y cultura folklórica e n el c o n t e x r o e u r o p e o

la suya lia sido la p ro p u e s ta m ás c o n tr o v e rtid a de to d a s las o frec id a s p o r


la h is to rio g ra fía d el siglo X X , E n e fe c to : d u ra n te m ás d e c in c u e n ta años
la te o ría de M u rra y lo g ró e n fu r e c e r a los esp ecialistas, p e rs u a d ir a g ran
p a r te d e la o p in ió n p ú b lic a , e in s p ira r el su rg im ie n to d e n u ev as re lig io n e s
y m o v im ie n to s n e o p a g a n o s . 190 Su p o s te r io r d e s c ré d ito a fectó la re p u ta c ió n
de la Folklore Society lo n d in e n se y s e m b ró d u d a s so b re el sta tu s cie n tífico
de los m ism o s fo lk lo rista s . 191 F u sio n a n d o en u n a única sín tesis los a p o r ­
tes d e sus dos lib ro s p rin c ip a le s, y to m a n d o en c o n sid e ra c ió n el h e c h o
d e q u e su p e n s a m ie n to ev o lu c io n ó co n el paso d el tie m p o , la te o ría de
M a rg a re t M u rra y p o d ría re s u m irs e d e la sig u ie n te m a n e ra : las su p u e stas
b ru ja s co n d e n a d a s a m u e r te e n E u ro p a —p a rtic u la rm e n te en In g la te rra y
e n F ra n c ia - d u ra n te el R e n a c im ie n to , e ra n e n rea lid a d a d h e re n te s a u n a
re lig ió n arcaica, q u e h asta c o m ie n z o s d e la E d ad M o d e rn a h ab ía lo g ra d o
p re s e rv a r c o n é x ito u n atáv ico c u lto a la fe rtilid a d d e o rig e n p re h is tó ric o ,
the Dianic cult:

th e D ia n ic c u lt e m b r a c e s th e re lig io u s b e lie fs a n d r itu a ls o f th e p e o p le ,


k n o w n in la te m e d ia e v a l tim e s as “ W i t c h e s ” . T h e e v id e n c e p r o v e s
th a t u n d e r ly in g th e C h r is tia n r e l ig ió n w a s a c u l t p r a c ti s e d b v m a n y
c la s se s o f th e c o m m u n it y , c h ie f iy , h o w e v e r , b y th e m o r e i g n o r a n t
o r th o s e in th e le s s th ic k ly in h a b i te d p a r t s o f th e c o u n t r y . It c a n b e
tr a c e d b a c k to p re -C h ris tia n tim e s , a n d a p p e a rs to b e th e a n c ie n t re lig ió n
o f W e s te r n E u r o p e 192

190Ja cq u clin e S im p s o n ,“M a rg a re t A lice M u rra y (1 8 6 3 -1 9 6 3 )”, en R ich a rd M . G o ld en


(e d .), Enciclopedia oj IVitchcraft, vol. III, p. 7 9 6 .
191 La h ab itu al asociación de M u rray c o n el F o lk lo re re su lta cu an to m e n o s a p re su ra d a .
La in g lesa só lo p u b licó un a rtíc u lo su stan cial en la re v ista Folklore. Las re se ñ a s b ib lio ­
gráficas so b re su lib ro q u e a p a re c ie ro n e n d ich a p u b licació n estu v ie ran lejos d e a d h e rir
sin re se rv a s a su te o ría . P o r ú ltim o , la m ay o ría d e los miembros de la Folklore Societr
m a n ife sta ra n hacia sus m é to d o s e h ip ó te sis u n p o lític a de tá c ita y silen c io sa re se rv a ,
e s to ú ltim o e n m a rc a d o c o n tra s te c o n el ap o y o e n tu sia sta q u e le d ie ro n acad é m ico s
d e o tra s d isciplinas; p o r e llo , d o s jó v e n e s fo lk lo rista s c o n te m p o rá n e a s fo rm u la n con
ju s ta ra z ó n el sig u ie n te re p ro c h e : “no one seems toJ eel obligcd to apologizefor Murray s
ideas al University College London, n herc she taught Egyptology, or at the RoyalAnthropological
Instituto, o j which Murray iras a member and regular conlributor to its journals” (C aro lin e
O a te s and J u lie tte W o o d , A Coren of Scholars, p. 7 ).
1,2 M a rg a re t A lice M urray, lheW itch-C uh inJIístern Europe, n .p ., F iliquarian Publishing,
2 0 0 7 (1 9 2 1 ), p. 10 (e d ic ió n e n castellan o : El culto de la brujería en Europa occidental,

76
Fabián Alejandro Campagne

E sta an tig u a re lig ió n re sid u a l se basaba en la a d o ra c ió n d e u n a d iv in id ad


c o n ro s tr o d o b le y c o rn a m e n ta ; m ie n tra s q u e el p r im e r o d e e sto s tra zo s
a p arece en el Janus o D ia n u s la tin o ,193 la se g u n d a c a ra c te rístic a se p e rc ib e
c la ra m e n te e n el C e rn u n n o s g alo (u n a d e las e x p re s io n e s m ás d ifu n d id a s
de aq u el dios c o rn u d o p r im o r d ia l) .194 Ig n o ra n te s y fa n ático s, los in q u isi­
d o re s ta rd o -m e d ie v a le s c o n fu n d ie ro n a d ich a d e id a d —y e v e n tu a lm e n te a
los o fician tes q u e lo e n c a rn a b a n p o r m e d io d e d isfraces te r io m ó rfic o s —
co n el Satán ju d e o - c r is tia n o .195 Sin e m b a rg o , lejos d e c o n s titu ir u n a secta
de a d o ra d o re s del d e m o n io , c o m o im ag in ab a M ic h e le t, aq u e l c u lto era
la v e rd a d e ra re lig ió n p o p u la r d e la In g la te rra re n a c e n tis ta ;'96 d e h e c h o , a
finales d e la E dad M ed ia el c ristia n is m o ta n só lo e ra u n r ó tu lo oficial en
m u c h a s re g io n e s d e l c o n tin e n te . El c u lto a la fe rtilid a d , e se n c ia lm e n te
m o n o te ís ta , se c a ra c te riz a b a p o r u n a e la b o ra d a o rg a n iz a c ió n basada en
covens o c o n v e n tíc u lo s d e tr e c e m ie m b r o s .19' In te g ra b a n estas u n id a d e s d e
base in d iv id u o s e x tra íd o s d e las m ás d iv ersas clases so ciales, in c lu y e n d o ,
en o casio n es, a m o n a rc a s y p re la d o s n o m in a lm e n te c ris tia n o s .198 T an to
los d irig e n te s c o m o los fieles d el dianismo p a rtic ip a b a n p e rió d ic a m e n te
e n asam bleas m asivas o sabbats, “the General M eeting o f all the members o f the
religión”, y en re u n io n e s d e c a rá c te r m ás r e s trin g id o o esbats, e n las q u e se
re so lv ía n a su n to s p ro sa ic o s e n u n m a rc o d e c id id a m e n te m e n o s r i t u a l . 199

B a rcelo n a, L abor, 1 9 7 8 ): “el c u lto d ián ico abraza la cre e n c ia y los ritu a le s re lig io so s
d e las p e rso n a s a q u ie n e s se lla m a b a “b r u jo s y b ru ja s ” e n el ta rd o -m e d io e v o . La
ev id en cia p ru e b a q u e d eb a jo d e la re lig ió n cristia n a ex istía u n c u lto p ra c tic a d o p o r
m u c h o s g r u p o s d e la c o m u n id a d , a u n q u e p r io rita r ia m e n te p o r lo s m ás ig n o ra n te s o
p o r q u ie n e s h ab itab an e n las re g io n e s m e n o s d e n s a m e n te p o b lad as del país. Su o rig e n
p u e d e ra s tr e a r s e h asta la e ra p re -c ris tia n a , y p o r ello p o d e m o s c o n s id e ra rla c o m o la
an tig u a re lig ió n d e E u ro p a O c c id e n ta l.”
- , L . P. T , .
194 M a rg a re t A lice M u rray , The God o f theW itches, n . p . , N u V isio n P u b lic a tio n s, 2005
(1 9 3 3 ), p p . 2 1 -2 2 (e d ic ió n e n c a ste lla n o : El dios de los brujos, M é x ico , F C E , 1 9 8 5 ).
,9' M a rg a re t A lice M u rray , TheW itch-C uh inIVestern Europe, p. 18, 3 8 , 6 1 , 8 1 ; The God
o f theW itches, p p . 2 4 -2 5 .
196 M a rg a re t A lice M u rray , The God o f thcW itchcs, p. 12
197 M a rg a re t A lice M u rray , T heW ítch-C ult inWestern Europe,pp. 2 7 9 -2 8 0 .
i9s M a rg a re t A lice M u rray , The God o f iheW ilches, p p. 1 27 y ss.
199 M a rg a re t A lice M u rray , TheW itch-C ult inWestern Europe, pp. 1 3 7 , 1 6 0 -1 , 173: “la
r e u n ió n g e n e ra l d e to d o s lo s m ie m b ro s d e la re lig ió n .”

77
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el contexro europeo

El c a le n d a rio o rig in a l, q u e re g u la b a la c e le b ra c ió n d e los c u a tro g ra n d es


sabbars anuales (los festivales d e C an d lem as, B eltane, L am inas y H allo w een ),
p rio riz a b a el p e rio d o q u e se e x tie n d e e n tr e m ayo y n o v ie m b re , una d iv i­
sión d el tie m p o q u e n o c o in c id e ni co n los so lsticio s ni co n el c a le n d a rio
a g ríco la d el h e m isfe rio n o r t e , lo q u e in d ic aría q u e el o rig e n d el c u lto del
d io s c o rn u d o se re m o n ta a u n a é p o c a a n te r io r al d e s c u b rim ie n to m ism o
de la a g r ic u ltu r a .200 El D ianic cult c e le b ra b a c u a tro clases d e sacrificios: el
o f e r to r io d e sa n g re ( p o r lo g e n e ra l e x ig id o a los n e ó fito s q u e se in c o r­
p o ra b a n a la r e lig ió n ) ,201 el sacrific io d e a n im a le s (las v íc tim a s c o rrie n te s
solían s e r p e r r o s , g a to s o aves d e c o r r a l) ,202 el sacrificio de se re s h u m a n o s,
p a r tic u la r m e n te d e n iñ o s (“ussually a young injant, either a witch’s child oí
unbaptized; in other words, it dít not belong to the christian com munity”) , im y
fin a lm e n te , el m ás im p o r ta n te d e los ritu a le s p e rió d ic o s d e la an tigu a r e ­
lig ió n : el sacrific io d e l re y -s a c e rd o te , q u e en ta n to d iv in id a d su b ro g a n te
d e b ía se r in m o la d o c u a n d o d eja b a a trás su ju v e n tu d , p a ra p e r m itir así la
e m e rg e n c ia d e u n a e n c a rn a c ió n m ás v ig o ro sa d el d io s d e la f e r tilid a d .204
C abe o b se rv a r q u e el m o d e lo in te rp re ta tiv o d e M u rra y u b ica en fática m e n te
en el c e n tr o d e la esc en a a u n a d e id a d m a sc u lin a , e n re e m p la z o d e la figura
fe m e n in a —d io sa m a d re o d iv in id a d lu n a r— p re v ia m e n te fav o recid a p o r
a u to re s c o m o G ag e, L elan d y P e a rs o n .201
D e fam ilia e sc o c e sa , M a rg a re t M u rra y n ace e n C a lc u ta , ciu d ad en la
q u e su p a d re se d e se m p e ñ a b a c o m o c o m e r c ia n te .206 E n 1 8 9 4 in g resa en el
University College o jL ondon, y a u n q u e n u n c a a d q u irió u n títu lo u n iv e rsita ­
rio fo rm a l c o m e n z ó a tra b a ja r en el D e p a rta m e n to d e E g ip to lo g ía b ajo la
g uía d el P ro fe s o r Sir F lin d e rs Pe t r i e . 207 D e allí e n m á s, la a rq u e o lo g ía y la

200 ¡bid., pp. 11, 155.


m lb id ., p. 2 2 2 .
202 Ibid., p. 2 2 4 .
203 lb id ., p. 228: “u su a lm e n te u n n iñ o p e q u e ñ o , ya sea un h ijo de la b ru ja o una c ria tu ra
n o b a u tiz a d a ; en o tra s p a la b ra s, alg u ien q u e no p e r te n e c ía a la c o m u n id a d cristia n a ”
(las tra d u c c io n e s d e l inglés so n m ías).
204 lb id ., pp. 23 2 y ss.
201 D ia n e P u rk iss, ThelVitch in H istoiy, p. 37.
206 ja c q u e lin e S im p so n , “M a rg a re t A lice M u rra y ( 1 8 6 3 -1 9 6 3 ) ” , p. 7 9 6 .
207 El p r im e r g ra d o a c a d é m ic o fo rm al o b te n id o p o r M u rra y fue un d o c to ra d o ho-
noris causa en 1 931. C u a n d o en 1 9 4 0 el Hayal Anthropological Instílate Archive en c a ró
la ta re a d e c e n s a r a to d o s lo s a n tro p ó lo g o s b ritá n ic o s , M u rra y c o m p le tó la secció n

78
Fabián A leja n d ro C am paqne

h is to ria del a n tig u o E g ip to serían sus c a m p o s d iscip lin ares d e re fe re n c ia .


El estallid o d e la P rim e ra G u e rra M u n d ial deja a M u rray sin d iscíp u lo s y
sin la p o sib ilid ad de c o n c re ta r los im p re sc in d ib le s tra b a jo s d e c am p o en
su elo eg ip cio .T ras u n a b re v e y tra u m á tic a e x p e rie n c ia c o m o e n fe r m e ra en
un h o sp ital m ilita r fra n c é s, o p tó fin a lm e n te p o r re in c o rp o ra r s e al m u n d o
acad ém ico c a m b ia n d o su o b je to d e e stu d io . Así fue q u e c o m e n z ó a in t e r e ­
sarse p o r la h is to ria de la b ru je ría e u r o p e a .208 En M y First HnndrcdYcars, su
au to b io g rafía d e 1963, la e g ip tó lo g a d e sc rib e el p ro c e so ló g ico q u e la llevó
a fo rm u la r su c é le b re te o ría ; le y e n d o los d o c u m e n to s de ép o ca (p a n fleto s,
p ro c e so s im p re so s , tra ta d o s d e m o n o ló g ic o s ) to m ó d e p ro n to co n cien cia
de u n h e c h o en el q u e h asta e n to n c e s n a d ie había re p a ra d o :

W h e n I su cld en ly rc a liz e d lliat th e so called D ev il was sim p ly a disguised


m a n I w a s s ta r tle d , a lm o s t a la rm e d , b y th e w a y th e r e c o r d e d fnets fell
in to p la c e , an d sh o w e d th a t th e w itc h e s w e r e m e m b e r s o f an o íd and
p r im itiv e f o rm o f r e lig ió n , an d th e r e c o r d s had b e e n m a d e b y m e m b e r s
o f a n e w a n d p e r s e c u tin g f o r m .209

U n m o m e n to cru cial en la fo rm a c ió n d e la te o ría d e M u rra y p a re c e


h a b e r sido el d e s c u b rim ie n to d el Dorsct Ooser, d e s c rip to y d ifu n d id o p o r
p rim e ra vez e n las Somerset and Dorsct. Notes and Ifhicries d e ! 8 9 1 . El Coser es
una m áscara con c u e rn o s , q u e p e rm itía a q u ie n e s la p o rta b a n ab o c a rse a la
p e rse c u c ió n de doncellas y jó v e n e s n u b iles, p rác tic a q u e M u rray catalogó de
in m ed iato c o m o su p erv iv en cia de u n an tig u o c u lto a la fe rtilid a d . El a rtíc u lo
de 1891 hacía d e riv a r el té r m in o Ooser d e “wurser” (d ia b lo ), y re p ro d u c ía
m u c h o s te x to s c a n ó n ic o s m e d ie v a le s q u e an ate m a tiz ab a n a q u ello s fe sti­
vales p o p u la re s q u e u tiliz a b a n disfraces d e a n im ales. En su p r im e r tra b ajo
d e d ic a d o a la b ru je ría e u ro p e a M u rra y u tiliz ó aquellas fu e n te s m ed ie v a les

del fo rm u la rio “Degrccs, with Dates" [“G ra d o s acad é m ico s alcanzados, y fechas] co n la
frase “Cart’t remember” [“N o r e c u e r d o ”) (C a ro lin e G a te s and J u lie tte W o o d , A Covsn
ojScholars, p. 9 1 , n . 4 ).
208 H u tto n , TheTriumph o f the Moon, p. 195.
209 M a rg a re t A lice M u rray , My First HnndrcdYcars, L o n d re s, W illiam K im b er, 1 963, n.
104: “c u a n d o sú b ita m e n te c o m p re n d í q u e el así lla m a d o D iab lo era s im p le m e n te un
h o m b re d isfrazad o se n tí u n so b re s a lto ; casi ra e asu sté ai v e r c ó m o to d o s los h ec h o s
re g istra d o s co b ra b a n s e n tid o , m o s trá n d o n o s q u e las b ru ja s eran a d h e re n te s a una
an tig u a y p rim itiv a fo rm a d e re lig ió n , y q u e los re g istro s habían sido p ro d u c id o s p ol­
los m ie m b ro s d e u n a re lig ió n n ueva y re p re siv a ” (la tra d u c c ió n del inglés es m ía ).

79
H istoriogralía. D em on ología cristiana v cultura tolklórica en el con texro eu ropeo

c o m o p ru e b a d e la e x iste n c ia d el n itc h -cu h , y c o n sid e ró q u e el Ooser e ra un


claro resabio m a te ria l de los disfraces u tilizad o s p o r los líderes-de la antigua
re lig ió n . D ada la im p o rta n c ia q u e la inglesa o to rg a en su a u to b io g ra fía a
la sú b ita c o m p re n sió n d e q u e el d iab lo q u e p a rtic ip a b a en el sab b at n o era
m ás q u e un h o m b re d isfrazad o - í o r n iu la c ió n so b re la cual d escan sa g ran
p a rte de su te o r ía - , n o ca b e n d u d as d e cjue la e x h u m a c ió n d el Dorset Ooser
d ebió ju g a r un papel clave en la e lab o ra ció n final de su m o d e lo .2IU El p rim e r
avance de la te o ría d e M u rra y se p u b lic a en 1 9 1 7 e n el v o lu m e n 28 d e la
re v ista Folklore.2" La d ifu sió n d e la au d az p ro p u e s ta c o n tin u ó lu e g o co n la
ap arició n de b re v ísim o s papers en la Scottísh Hislorical Revieiv (1 9 1 8 ) v en
Man ( 1 9 1 8 - 1 9 1 9 ).212 F in a lm e n te en 192 1, y n o sin alguna p o lé m ic a in te rn a
en el sen o del c o m ité de e d ito re s , la Oxford University Press a c e p tó p u b lic a r
el p rim e ro de los tres lib ro s d e d ic a d o s p o r M u rra y a la b ru je ría e u ro p e a :
The W itch-Cuh in'H estern E urope."'1 A p a r tir d e e n to n c e s, y a p e s a r d e la
d e c id id a o p o sic ió n d e los p rin c ip a le s e x p o n e n te s de la escu ela ra c io n a lista
—e n tr e los q u e cab e se ñ a la r a los e x p e rim e n ta d o s G e o rg e L in co ln B u rr v
G e o rg e L ym an K ittre d g e —, la su g estiv a te o ría de M u rra y in ició la c a rre ra
q u e la llev aría a c o n v e rtirs e en la visión h e g e m ó n ic a d e la b ru je ría e u ro p e a
d u ra n te m á s d e m e d io siglo.
;C o m o e x p lic a r el e x tra o rd in a rio su ceso d e la in te rp re ta c ió n d e M a r­
g a re t M u rra y ? Se e n sa y a ro n al re s p e c to las m ás d iv ersas e x p lica c io n e s
socio ló g icas. Se ha su g e rid o q u e la asim ila c ió n d e la so c ie d a d d e las b ru ja s
a u n a sofisticad a y e x te n d id a o rg a n iz a c ió n se c re ta co n g e n ia b a c o n el ethos
c o n sp ira tiv o h e re d a d o d e la se g u n d a m ita d d e l o chocientos,- p ro c liv e a
d e te c ta r p o r to d a s p a rte s la e x iste n c ia d e p e q u e ñ a s célu las d e c o n s p ira ­
d o re s p ro fe sio n a le s o p e ra n d o p a ra s u b v e rtir los v a lo re s d e la so cied ad
o rg a n iz a d a (a n a rq u is ta s , n ih ilis ta s , fe n ia n o s , b o lc h e v iq u e s , sio n ista s,

210 C a ro lin e O a te s and j u lie tte W o o d , ,1 Coien o f Scholars, pp. 19-2 0 .


2,1 M . A. M u rray , “O rg a tiiz a tio n s o f W itc h e s in G re a t B ritain ” , Folk-Lore, 28 (1 9 1 7 ),
p p . 2 2 8 - 2 5 8 .T res años d e sp u é s la a u to ra p u b lica una b rev e n o ta e n la m ism a rev ista:
“ W itc h e s a n d the N u n ib e r T h ir te e n ”, Folk-Lore, 31 (1 9 2 0 ), p p. 2 0 4 -2 0 9 .
212 M . A . M u rray , “Child- S acrifice a m o n g E u ro p e a n W itc h e s ”, Alan, 18 (1 9 1 8 ), pp.
6 0 -6 2 ; “W itc h e s ’ F e rtility R ite s” and “T h e D e v il’s O ffic e rs an d th e W itc h e s ’ C o v en s” ,
M an, 19 (1 9 1 9 ), p p. S S -S 8, 13 7 -1 4 0 ; “ ‘T h e D e v il’ o f N o r th B e riv ick ” , Scottísh H is­
tórica! Review, 15 (1 9 1 8 ), pp. 3 1 0 -3 2 1 .
213 C a ro lin e O a te s an d J u lie tte W o o d , .1 Coren o f Scholars, p. 12,

8o
l ü b i á n A le ja n d r o C o in p a q n e

e tc .) .“l+ U na seg u n d a e x p lic a c ió n d el é x ito d e la IVitch-cult theory re m ite a


un h e ch o f o r tu ito : en 1 9 2 9 , la Encjclopaedia Britannica e n c a rg ó a M u rra y
la re d a c c ió n del a rtíc u lo “Witchcrajt”, o p o rtu n id a d q u e la eg ip tó lo g a a p r o ­
vechó p a ra p r e s e n ta r su p ro p ia in te rp re ta c ió n del fe n ó m e n o c o m o si se
tra ta ra d e u na te o ría u n iv e rs a lm e n te a c e p ta d a . N o ca b en d u d as d e q u e el
e n o rm e p re s tig io u n iv e rsal d e la e n c ic lo p e d ia en c u e stió n —en la cual el
a rtíc u lo p e r d u r ó d u ra n te c u a re n ta añ o s— c o n trib u y ó a o to r g a r al “Murray
paradigm” el au ra de re s p e ta b ilid a d q u e los c írc u lo s a c a d é m ico s le n e g a ­
b a n .2' 5 H u b o q ue e sp e ra r h asta la ed ició n d e 1969 p a ra q u e los resp o n sab les
de la Britannica re c o n o c ie ra n q u e la sín tesis en ca rg a d a a su c o m p a trio ta
había significado u n sev ero p aso en falso; el te x to d e M u rra y fue e n to n c e s
re e m p la z a d o p o r nuevas e n tra d a s asignadas a E. E. E vans P ritc h a rd , K eith
T h o m as y A lan M acfarla n e , a u to re s d e te o ría s ta n u n id ire c c io n a le s c o m o
la de M u rray , p e ro q u e p o r e n to n c e s g o zab an d e u n p re s tig io a c a d é m ic o
d e c id id a m e n te s u p e r io r .216
U na te r c e ra e x p lic a c ió n d e la e x tr a o rd in a ria fo r tu n a d e la W itch-cult
theory p u e d e re s id ir en el h e c h o d e q u e la in te rp re ta c ió n se ap oyaba en
u n o de los m o d e lo s a n tro p o ló g ic o s m ás d ifu n d id o s d el m o m e n to : la te o ría
sobre el o rig e n de las re lig io n e s d esa rro lla d a p o r el a n tro p ó lo g o esco cés Sir
Jam es F razer (1 8S4-1 9 4 1 ) en su m o n u m e n ta l The Gol Jen Büuc¡h.2U P ara este
c a te d rá tic o d e la U n iv e rsid a d d e C a m b rid g e , la clave p a ra la c o m p re n sió n
de las re lig io n e s arcaicas n o se h allab a en el an im ism o ni e n el to te m is ­
m o , sino en los c u lto s a la fe rtilid a d . A p a r t ir d e la m iría d a d e m e tá fo ra s
relacio n ad as co n la esta c io n a lid a d d e l m u n d o n a tu ra l q u e re s u lta p o sib le
d e te c ta r en los te x to s clásico s (el r e t o r n o d e las e sta c io n e s, la g e r m in a ­
ción vegetal p e rió d ic a y, m u y e s p e c ia lm e n te , la m u e r te y re s u rre c c ió n de

314 Ja cq u elin e S im p so n , “M a rg a re t M u rra y : W lio B elieved H er, an d W h y ?”, Folklore,


105 (1 9 9 4 ), p. 9 2 . A u n q u e alg u n o s le c to re s p u d ie ro n e q u ip a ra r los corens b r u je rile s
con célu las re v o lu c io n a ria s , r e s u lta e v id e n te q u e esta le c tu ra p o lític a d e la te o ría
de M u rra y se aleja c o n s id e ra b le m e n te de las in te n c io n e s o rig in a le s d e la e g ip tó lo g a
inglesa.
N o rm a n C o h n , Europe’s Inner Demoni, p. 152.
316 W o lfgang Bebringer, “W itc lic ra ft S tu d ies in A u stria , G e rm a n y an d S w itz e rla n d ” ,
p. 67.
2,7 S o b re la vida y o b ra d e F ra z e r véase R o b e rt A c k e r m a n ,/. G. Frazer: His Life and
Work, C a m b rid g e , C a m b rid g e lim v e rs ity P re ss, 1987.

8i
H istoriografía. D em o n ología cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

figuras d iv in as o se m i-d iv in a s), F ra z e r d e d u jo la g e n e ra liz a d a e x iste n c ia de


un u n iv e rso ritu a l o rie n ta d o hacia la p re s e rv a c ió n d e la fe rtilid a d e n tr e los
p u e b lo s p rim itiv o s. La tesis su p o n ía q u e las c u ltu ra s m ás arcaicas a d o ra b a n
a n ú m e n e s q u e re p re s e n ta b a n al e s p íritu v iv ifican te d el m u n d o v eg e ta l, y
q u e p o r e llo m o ría n y re n a c ía n e n fo rm a cíclica. Estas d e id ad e s an tig u as
se e n c a rn a b a n en m o n a rc a s d iv in iza d o s, q u e d e b ían se r p e rió d ic a m e n te
sacrificad o s a n te s d e q u e sus fa c u lta d es físicas y psíquicas d e c lin a ra n . E stos
d isp o sitiv o s ritu a le s te n ía n c o m o o b je tiv o in e lu d ib le p ro p ic ia r las fu erzas
n a tu ra le s p o r m e d io d e las accio n es d e in d iv id u o s sig n ificativ o s .218 En o tra s
p alabras, d e sd e u n a p ersp e ctiv a a c e n d ra d a m e n te positiv ista F razer veía en el
h o m b r e p rim itiv o a u n p ro to -ra c io n a lis ta , q u e c a re c ie n d o d e u n ad ec u ad o
c o n o c im ie n to d e lo s u m b ra le s d e c a u salid ad in te n ta b a c o n tr o la r el m u n d o
q u e lo ro d e a b a p o r m e d io d e rito s d ise ñ a d o s e sp e c ífic a m e n te p a ra tal fin.
A te o o ag n ó stic o d e sd e su m ism a ju v e n tu d —sie m p re m a n ife stó hacia las
re lig io n e s o rg a n iz a d o s la m ism a d esco n fia n z a q u e lu e g o c a ra c te riz a ría a
M a rg a re t M u rra y —el esco c é s lleg ó in clu so a s u g e rir q u e la figura d e C ris to
ta m b ié n d e riv a b a d e aq u ella so fisticad a m ito lo g ía p r im itiv a .219 La p rim e ra
ed ició n d e The Golden Bough a p areció en d o s v o lú m e n e s en 1890; para 1915,
la te r c e ra e d ic ió n c o n ta b a ya c o n 1 2 v o lú m e n e s. E n 1 9 2 2 , F ra z e r p u b lic ó
u n a c o m p ila c ió n e n u n ú n ic o to m o , la m ism a q u e la e d ito ria l m e x ic a n a
F o n d o d e C u ltu ra E co n ó m ica p u b lic ó en c a stellan o en 1 9 4 4 con el títu lo de
La rama dorada. C ab e n p o c a s d u d as d e q u e e sta v e rsió n ab rev iad a, ap arecid a
u n a ñ o d e sp u é s d e la p u b lic a c ió n d e TheW itch-C ult in Western Europe, d e b ió
c o n tr ib u ir e n g ra n m e d id a a in c r e m e n ta r la a c e p ta c ió n y re s p e ta b ilid a d
de la te o r ía d e M u rray . E n e fe c to , a u n q u e p o r e n to n c e s el ev o lu c io n ista
e sq u e m a fra z e ria n o d e los tre s e sta d io s c iv iliz a to rio s —m ag ia, re lig ió n y
cien c ia— c o m e n z a b a a c o n s id e ra rs e p e rim id o e n los c írc u lo s a c a d é m ic o s,
la fo r tu n a e d ito ria l d e The Golden Bough n o hacía m á s q u e c o m e n z a r: a las
c u a tro e d ic io n e s q u e h ab ían te n id o lu g a r e n tr e 18 90 y 1 9 2 2 , le sig u ie ro n
o tra s c in c u e n ta y u n a e n tr e 1922 y 1955 (d e h e c h o , las ed icio n e s en rú stic a
todavía c o n tin ú a n en catá lo g o ) . 220 C ab e a c la rar q u e la a n tro p o lo g ía religiosa
de F ra z e r p ro d u jo u n im p a c to e n M u rra y aú n a n te s d e q u e la in g lesa d e c i­

218 C a ro lin e O a te s a n d J u lie tte W o o d , A Coren o f Scholars, p. 16.


219 R o n a ld H u tto n , The Triumph o f the M oon, p. 114.
210 Idem ., p. 116.

82
Fa bián A le ja n d ro Campac/ne

d iera in c u rs io n a r en la h is to ria d e la b ru je ría e u ro p e a ; así lo d e m u e s tra el


títu lo d e u n a rtíc u lo so b re eg ip to lo g ía p u b lic a d o en la rev ista Man en 1914:
“Eridencejor Killing the King in Egypi”. 221 La e v id e n te influencia d e F ra z e r en
la p ro d u c c ió n d e M u rray n o o b sta , sin e m b a rg o , p a ra q u e e x ista n algunas
diferencias im p o rta n te s e n tre am b o s m o d e lo s: m ie n tra s q u e el a n tro p ó lo g o
incluía a la re s u rre c c ió n crística e n tr e los avatares d e la p rim itiv a m ito lo g ía
de la fe rtilid a d , la e g ip tó lo g a im ag in ab a a su Dianic cuh c o m o u n a re lig ió n
en p e rm a n e n te conflicto co n el cristian ism o . M u rray evitaba d e esta m a n e ra
las re d ad as del ev o lu c io n ism o : la civilización e u ro p e a n o había atrav esad o
p o r tre s e stad io s sucesiv o s, p u e s to q u e p o r m ás d e u n m ile n io u n a n tig u o
ritu a l m ág ico había c o e x is tid o co n u n a e x p re s ió n relig io sa s u p u e s ta m e n ­
te m ás so fistic a d a .222 P ara co n c lu ir, p e rm íta s e m e r e c o r d a r u n a p arad o ja
re s p e c to d el tándem F ra z e r-M u rra y : la h is to ria d o ra d e la b ru je ría sie m p re
supuso q u e el a n tro p ó lo g o se o p o n ía a su te o ría , y lo resp o n sa b iliz a d a p o r
u na re se ñ a b ib lio g ráfica n egativa p u b lic a d a en The Scotsman, p o c o d e sp u é s
de la a p a ric ió n d e TheW uch-C uh en 1 9 2 1 ,223
U n a c u a rta y ú ltim a e x p lic a c ió n del su ceso lo g ra d o p o r el p arad ig m a
de M u rra y se re la c io n a co n o tr o p o lé m ic o e in flu y e n te in te le c tu a l d e la
p rim e ra m ita d del siglo X X : M o n ta g u e S u m m e rs (1 880-1 9 4 8 ) .224A d ife ­
ren cia d e F razer, en e ste caso se tra ta d e u n e s c r ito r cuya p ro d u c c ió n p r i n ­
cipal c o m e n z ó a a p a re c e r u n o s añ o s d e sp u é s d e la p u b lic a c ió n del p r im e r
lib ro de M u rray . S u m m e rs era u n e x c é n tric o ca tó lic o c a ra c te riz a d o p o r
un ob sesivo in te ré s p o r el m u n d o s o b r e n a tu ra l .225 Sus am ig o s re s u m ía n su

221 M a rg a re t A lice M u rray , “E viclence fo r K illing th e K ing in E g y p t” , M an, 1 4 ( 1 9 1 4 ),


pp. 1 7 -2 3 .
~22 J u lie tte W o o d , “T h e R e a lity o f W itc h C u lts R e a ss e rte d : F e rtility and S atanism ” ,

P- ? 3-
223 C a ro lin e O a te s an d J u lie tte W o o d , A Coren o f Scholars, p. 1 6.
224 N o e x is te aú n u n a m o n o g ra fía acad é m ica re le v a n te so b re la figura y la o b ra de
M o n ta g u e S u m m e rs. N o o b sta n te , p a ra u n análisis d e su ley en d a y m ito re su lta útil
la c o n su lta d e B ro c a rd S ew ell, Montague Sammcrs:A Memoir, L o n d re s, C ecial & A m elia
W o o lf, 1 9 6 5 . S o b re su p ro d u c c ió n v é a s e T im o th y D ’A rch S m ith , Montague Summers.
A Bibliography, W c llin g b o ro u g h , A q u arian P re ss, 1 983. P o r ú ltim o , ta m b ié n m e re c e
se r te n id a en c o n s id e ra c ió n la a u to b io g ra fía del p ro p io S u m m e rs , The Gallanty Shoiv:
An Autobiographv, L o n d re s, C . W o o lf, 1 980.
223 Ju lián G o o d a r e ,“M o n ta g u e S u m m e rs (1 8 8 0 -1 9 4 8 )”, en R ic h a rd M . G o ld en (e d .),
Encjdopedia ofl'Vítchcraft, vol. ÍV, p. 1 090.

83
H istoriografía. D em onoluuía cristiana v cultura f o l k l ó r i c a cu el con texro eu ropeo

p e rs o n a lid a d c o m o una m ez c la d e fan ta sm a s, sex o y re lig ió n (“a mixture of


spooks and sex and G o J’) ,226T ras c u rs a r e stu d io s en la U n iv ersid ad d e O x fo rd
se o rd e n ó c o m o s a c e rd o te d e la Iglesia A ng lican a. En 1908 se v io in v o lu ­
c ra d o en una a c u sació n de in c o n d u c ta se x u a l, e v id e n te m e n te re la c io n a d a
co n su re c o n o c id a h o m o s e x u a lid a d , y el té r m in o “p e d e ra s tía ” fo r m ó p a rte
de los carg o s fo rm u la d o s . A ú n c u a n d o fue a b su e lto , el e p iso d io p u so fin a
su c a rre ra en la Iglesia d e In g la te rra , p o r lo q u e en 1909 to m ó la d ecisió n
de a d h e rir al cato licism o . Su p re te n s ió n de c o n v e rtirs e e n p re s b íte r o de la
Iglesia C ató lica n o p u d o c o n c re ta rs e , p ro b a b le m e n te a causa d e l escán d alo
sex u al a n te s m e n c io n a d o . D e to d a s fo rm a s, s ie m p re a n te p u s o a su n o m b re
el títu lo d e “R e v e re n d o ”,’ vJ d e sd e 191 3 e n a d e la n te a c tu ó Jv v istió c o m o u n
s a c e rd o te c a tó l ic o /2' H asta 1926 c o m b in ó u n carg o de m a e s tro d e escuela
co n e stu d io s e ru d ito s so b re la lite ra tu ra inglesa del siglo X VII. P e ro a p a rtir
de e n to n c e s se tr a n s fo r m ó en e s c r ito r p ro fe sio n a l, p re c is a m e n te c o n la
p u b lic a c ió n d e su p r im e r lib ro so b re la h is to ria d e la b ru je ría e n E u ro ­
p a .228 M o n ta g u e S u rn m e rs sie m p re m a n ife stó g ra n in te ré s p o r lo o c u lto ,
y alg u n o s te s tim o n io s d e a m ig o s d e ju v e n tu d s u g ie re n , in c lu so , q u e h ab ría
p a rtic ip a d o en m isas in v e rtid a s y ritu a le s sa tá n ic o s .229 En su m a d u re z , sin
e m b a rg o , la c u rio sid a d ju v e n il c e d ió p aso a u n a m a rc a d a o b se sió n p o r la
p re s e n c ia re a l y a m e n a z a n te d e las fu erzas d el m al en el m u n d o m o d e rn o .
S u m m e rs e sc rib ió c u a tro lib ro s so b re b ru je ría : The History ofW'itchcraJt and
Dcmonology (192.6), The Geography ofW ilchcraft (1 9 2 7 ), A Popular History o f
IVitchcraft (1 9 3 7 ) y Witchcraft and Black Magic (1 9 4 6 ) .230A m én d e esto s libros
—y d e u n a se rie d e m o n o g rafía s d e d ica d as a los m ito s d el v a m p iro y del

226T im o tli D ’A rcll S rn ith , Montague Summers:A Tülk, E d in b u rg h ,T ra g a ra P re ss, 1 984,


p. 2 2 . C ita d o p o r J u lie ttc W o o d , “T h e R e alitv o f W itc h C u lts R e a ss e rte d : F e rtility
a n d S atan ism ”, en jo n a tlia n B a rry y O w e n D avies (e d s .), ValgraveAdvances in Witchcrajt
Historiography, p. 7 7 .
227 R o n a ld ¡ l u tto n , TheTriumph o f the Moon, p. 2.54.
” s ju lia n G o o d a re , “M o n ta g u e S u m m e rs (1 8 8 0 -1 9 4 8 ) ” , pp. 1 0 9 0 -1 0 9 1 .
229 G a re th M edw av, Lurc of the Sinister:The Unnatural History oj Satanism , N u e v a Y ork,
N e w Y ork U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 1 , pp. 3 8 0 y ss.
230 L os tr e s p r im e ro s fu e ro n p u b lic a d o s e n L o n d re s p o r la e d ito ria l K egan P aul; el
c u a r to ta m b ié n una e d ic ió n lo n d in e n se , fue p u b lic a d o p o r la e d ito ria l R ider.

q4
Fabián Alejandro Campagne

h o m b re -lo b o —'231 su o tr o g ra n a p o rte a la h is to rio g ra fía d e la caza d e b ru ja s


ha sido la p u b licació n d e los g ra n d e s tra ta d o s d e m o n o ló g ic o s en e d ic io n e s
m o d e rn a s (p a r tic u la r im p o rta n c ia re v istió la p rim e ra tr a d u c c ió n inglesa
del Malleus Maleficarum, p u b lica d a en 1 9 2 8 )232; re la tiv a m e n te e ru d ita s y
confiables, las v ersio n es d e S u m m e rs c o n tin u a ro n sien d o o b je to d e co n su lta
hasta la re c ie n te a p a ric ió n d e e d ic io n e s m ás a c tu a liz a d a s.233
P ero n o es ta n to p o r su e ru d ic ió n c u a n to p o r su p e c u lia r h e rm e n é u tic a
de los te x to s q u e M o n ta g u e S u m m e rs se c o n v ie rte en u n a fig u ra b iz a rra de
la h is to rio g ra fía d e la caza d e b ru ja s. M ás aú n q u e Jo h a n n jo s e p h von G ó ­
rre s , critic a d o d u ra n te el siglo X IX p o r o to rg a r en sus análisis de fe n ó m en o s
so b re n a tu ra le s d e m asia d a im p o rta n c ia a las e x p lic a c io n e s n a tu ra lista s , el
R e v e re n d o S u m m e rs c re ía e n la e x iste n c ia d e l d e m o n io vj en la re a lid ad
del o rd e n p r e te r n a tu r a l. P o r lo ta n to , aq u ella c o n sp ira c ió n d iab ó lica de
com ienzos d e la E dad M o d e rn a , d en u n c ia d a p o r in q u isid o re s y m a g istrad o s
secu lares, d eb ía c o n sid e ra rs e c o m o u n fe n ó m e n o re a lm e n te e x is te n te :
“there was a clandestine organization hated by the Church”.23+ D e h e c h o , se
tra ta b a de u n c o m p lo t m u y a n tig u o , in icia d o p o r los a n tig u o s g n ó stic o s y
co n tin u a d o d u ra n te to d a la E d ad M ed ia p o r las o rg a n iz a c io n e s se c re ta s de
h e re je s, a las q u e S u m m e rs o to rg a b a u n c a rá c te r e x c lu y e n te m e n te m a n i-
q u e o .235 P o r e llo , “the b elief o j 1 0 2 2 and 1661 is the same, because it is the same

231 M o n ta g u e S u m m e rs , TheYampire, his Kith and K in , L o n d re s , K egan P aul, 1 928; The


Werenolj, L o n d re s , K egan P aul, 1933.
232 ! ie in ric h K ra m e r an d Ja co b S p re n g e r, M alleus M aleficarum, L o n d re s , Jo h n R o d k e r,
i 9 2 8 . A u n q u e e n o casio n es la tra d u c c ió n inglesa su e le a trib u írs e le al p ro p io S u m m e rs,
el re sp o n sa b le d e la m ism a es J. A lien A sh w in . A m é n d e l M alleus, S u m m e rs e d itó
ta m b ié n tra d u c c io n e s in glesas d e las sig u ie n te s d e m o n o lo g ía s: Compendium M altji-
carum, d e F ra n cesc o M a ria G u azzo ; Discours execrable des sorciers, d e H e n ri B o g u e t; y
Demonolatriae libri tres, d e N ico lás R ém y. T am b ié n fue re sp o n sa b le d e las ed ic io n e s
m o d e rn a s d e The Discoverie ofV itchcrajt, d e R e g in a ld S c o t, y d e The Discovery ofVitches,
d e M a tth e w H o p k in s.
233 P ara u n a v isió n c r ític a d e l m a n e jo d e la le n g u a la tin a p o r p a r t e d e S u m m e rs
v éase J u lie tte W o o d , “T h e R e a lity o f W i t c h C u lts R e a s s e rte d : F e r tility an d Sata-
n is m ” , p. 8 0 .
234 M o n ta g u e S u m m e rs , The History o f Witchcraft and Demonology, p. 4 4 : “ex istía una
o rg an izació n c la n d e s tin a o d iad a p o r la Iglesia.”
233 Ibid., p. 29: “For we have seen that Witchcraft as it existed in Europefrom the eleventh
century ivas m ainly the spawn o f Gnostic heresey” (P u e s h e m o s v isto q u e la b r u je ría tal

85
H istoriografía. D em on o lo gía cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

organization”m E llo n o significa q u e to d o s los h e c h o s fantásticos a trib u id o s


a las b ru ja s o c u rr ie ra n d e la m a n e ra e n q u e los d e sc rib e la d e m o n o lo g ía
ta rd o -e sc o lá stic a . La c re e n c ia e n el v u e lo n o c tu r n o d e b ió o rigOin a rs e en
la e x a g e ra c ió n d e te stig o s d e c id id o s a p o te n c ia r el e fe c to d e sus re la to s,
o b ie n en el d e se o d e las p ro p ia s b ru ja s d e a la rd e a r d e p o d e re s d e los q u e
e n re a lid a d c a re c ían . 237 Las su p u e sta s m e ta m o rfo s is an im ales d e riv a b a n de
los disfrac e s y m ásc aras a lo s q u e co n fre c u e n c ia re c u r ría n los m ie m b ro s
d e la s e c ta .233 Los maleficia b ru je rile s n o e ra n m ás q u e casos d e e n v e n e n a ­
m ie n to m e d ia n te el u so d e d ro g a s le ta le s . 239 N o o b s ta n te , el a u to r p ro n to
a b a n d o n a el n a tu ra lism o p a ra s o s te n e r q u e , a u n q u e p o c o fr e c u e n te s , las
in te rv e n c io n e s d el d e m o n io en el m u n d o d e la m a te ria son u n a re a lid a d
q u e n o p u e d e n e g a rs e . S egún S u m m e rs , las m o d e rn a s se sio n es d e e s p iri­
tis m o h ab ían p u e s to d e m a n ifie sto la p o sib ilid a d re a l d e la le v ita c ió n , lo
q u e d e m o s tra b a q u e el v u e lo d e las b ru ja s p u d o , efe c tiv a m e n te , te n e r lu g ar

c o m o e x is tió e n E u ro p a d e l siglo XI e n a d e la n te fue p rin c ip a lm e n te el p r o d u c to de


la h e re jía g h ó stic a ”).
236 Ibid., p. 26: “la c re e n c ia de 1022 y d e 1661 es la m ism a , p o r q u e se tra ta d e la
m ism a o rg a n iz a c ió n .”
237 Ibid., p. 5: “Thronghoiit the whole records there are veryfew instanccs when a witness dcfi-
nitely asserted that be had seen a witch carried through the air mounted upen a broom or stick
o f any kind, and on every occasion there is patent and obviaos exaggeration to secare an ffe c t.
Sometimes the ivitches themsclvcs boasted o f this means of transpon to impress their hearers”
(“A lo la rg o d e los r e g is tro s e s c rito s h allam o s po cas in stan c ia s e n las cuales un te s tig o
so s tie n e , e n fo rm a d e fin itiv a , h a b e r v isto a u n a b ru ja v o la n d o p o r el aire m o n ta d a en
u n a esco b a o vara d e c u a lq u ie r d a s e , y e n cada u n a d e dichas ocasio n es p e rc ib im o s
u n a p a te n te y obvia e x a g e ra c ió n d e stin a d a a lo g ra r u n efecto . E n ocasio n es las m ism as
b ru ja s ala rd e a b a n d e e s te m e d io d e tr a n s p o r te p a ra im p re s io n a r a sus o y e n te s”).
238 Ibid, p. 7: “ There is ampie pro o f that ‘The DeviT o f the Sabbat was veryfrcqucntly a human
being, the Grand M áster o f the district” (“E x isten m u c h a s evidencias d e q u e “el D ia b lo ”
d e l sab bat fre c u e n te m e n te era u n se r h u m a n o , el G ran M a e stre del d is tr ito ”). E n este
p u n to , c u rio s a m e n te , S u m m e rs c o in c id e c o n M a rg a re t M urray.
239 Ib id ., p. 10: “When some person who had in any ivay annoyed the witch ivas to be barmed
o rk ille d ,it ivas obviously convenient, when practicable, tofollm v up the•symbolism o f the solemn
imprecación ( . . . ) by a dose ( f subly administered poison, which would bring about the dcsired
result” (“C u a n d o u n a p e r s o n a , q u e d e u n a u o tra fo rm a había m o le sta d o a u n a b ru ja ,
d e b ía s u frir u n d a ñ o o la m u e r t e , re s u lta b a o b v ia m e n te c o n v e n ie n te , c u a n d o era
p ra c tic a b le , c o m b in a r el sim b o lism o d e la m a ld ic ió n so le m n e ( . . . ) c o n u n a dosis de
v e n e n o s u tilm e n te a d m in istra d a , d e stin a d a a p r o d u c ir el e fe c to d e s e a d o ”).

%
Fabián A leja n d ro C am pagne

en co n ta d a s o c a sio n e s.240 C o n e sta e stra te g ia , el inglés co n seg u ía u n d o b le


efecto : con a p o rte s del e sp iritism o m o d e r n o c o n trib u ía a d e m o s tra r la re a ­
lidad de la an tig u a d e m o n o lo g ía , y c o n a p o rte s d e la an tig u a d e m o n o lo g ía
co n trib u ía a satan izar al e sp iritis m o m o d e rn o . En c u a n to a la p re se n cia de
Satán en los a q u e la rre s, S u m m e rs c o n sid erab a q u e m u c h o s de los d eta lle s
c o n te n id o s en las d e sc rip c io n e s d e ép o c a “n o a d m itía n o tra so lu ció n q u e
la m a te ria liz a c ió n d e alguna p o d e ro sa in te lig e n c ia m alé fic a” .241 La te o ría
de! e c to p la sm a c o n trib u ía a e x p lic a r la p o sib ilid a d d e q u e e sp íritu s d e s ­
e n c a rn a d o s a d q u irie ra n u n a fo rm a física o b se rv a b le y sen sib le al ta c to .242

240 Ibid., p. 124: “In many o f these instances it is píain that there is no a c tu a lfig h t through
the air ( . . . ) . h is very pertinent, however, to noticc in this conncxion the actual Icritation o f
human beings, which is, ahhough perhaps an (inusual,yet by no means an unknown, pheno-
menon in the séanccs o f modern spiritism, where hoth the levitation o f persons ( . . . ) rabies and
chairs ( . . . ) have occurrcd again and again under condirions n'hich eannot possibly admit o f
legerdemain, ilhision or charlatanry” (“e n m u ch as in stan cias re su lta claro q u e n o ex iste
u n v u e lo real p o r los aires ( . . . ) . P arece p e r tin e n te , sin e m b a rg o , r e p a r a r e n u n te m a
c o n e x o , la ¡ev itació n d e se re s h u m a n o s, un fe n ó m e n o q u e , a u n q u e in u su a l, n o r e ­
su lta en n in g ú n caso d e s c o n o c id o e n las sesiones d el e s p iritism o m o d e r n o , d o n d e la
lev itació n ta n to d e p e rso n a s c o m o de m esas y sillas ha o c u r rid o u n a y o tra v e z , bajo
c o n d ic io n e s q u e n o p u e d e n p o sib le m e n te a d m itir ni ju e g o s d e m a n o s, ni ilu sio n ism o
ni c h a rla ta n e ría ”).
241 Ibid., p. 9 7 : “adm its no solution sa ve by the m aterialization o f evil intelligences o f
power” (“n o a d m ite o tr a so lu c ió n q u e la m a te ria liz a c ió n d e in te lig e n c ia s d e p o d e r
m alv a d a s”).
242 Ibid., p p . 9 5 -9 6 : “/iliss Scatcherd, in a symposium, Surrival, gires certain o f her oivn
experiences that g o fa r to prove the partial re-matcrialization o f the dead by the utilization
o f the materia! substanee and ectoplasmic emanations o f the living. And i f disembodied spirits
can upon occasion, hoivever rare, thus materializes uhy not evil intelligences irhose cjforts at
corporeúlity are urged and aided by the longing thoughts and concentrated ivill powcr f thosc
who eagerly seek them?” (“En u n sim p o sio , M iss S c a tch erd o fre c e algunas e x p e rie n c ia s
p ro p ias q u e in clu so p e r m ite n p r o b a r la re -m a te ria liz a c ió n p arcial d e los m u e r to s , a
p a r tir d e la u tilizació n d e la sustancia m a te ria l y de las e m a n a c io n e s ecto p lásm ic as
d e los vivos. Y si los e s p íritu s d c s e n c a rn a d o s p u e d e n , en alg u n a q u e o tr a rara o c a ­
sió n , m a te ria liz a rs e d e dicha m a n e ra , ¡ p o r q u ié n o p o d r á n h a c e rlo las in telig en cias
m alv ad as, cu y o s esfu erzo s hacia la c o rp o ra lid a d se ven u rg id o s y ayu d ad o s p o r los
p e n s a m ie n to s an h e la n te s y el p o d e r d e v o lu n ta d c o n c e n tr a d o d e aquellas p e rso n a s
q u e d e sean a n sio sa m e n te c o n ta c ta rlo s? ”).

87
H istoriografía. D em on ología cristiana v cultura folklórica en el con texro europeo

T am b ién los a ta q u e s d e ín c u b o s y sú c u b o s/ 43 las m arca s d ia b ó lic a s ,244 v


el p acto co n el d e m o n io , c o n stitu y e n fe n ó m e n o s cuya p o sib ilid a d real n o
d e b e ría s e ria m e n te c u e stio n a rse :

T h e e x is le n c e o f evil d is c a rn a te ín te llig e n c e s h av in g b c e n o r th o d o x ly
esta b lish e d , a re a lm w h ich o w n s o n c ch ief, an d it is reaso n a b le to su p p o se ,
n ia n y h ic r a rc h ie s , a k in g d o m th a t is a t c o n tin u a l w a rfa re w ith all th a t is
g o o d , e v e r striv in g t o d o ev il an d b r in g m a n in lo b o n d a g e ; it is o b v io u s
th a t il lie b e so d e te r m in e d m a n w ill b e ab le in s o m e vvay o r a n o th e r
to g e t in to to u c h w ith th is d a r k sh a d o w ' w o r id , an d h o w e v e r r a r e su c h
a c o n n e x io n m a v b e it is, at le a s t, p o ss ib le . it is th is c o n n e x io n w ith its
c o n s e q u e n c e s , c o n d itio n s , a n d a tte n d a n t c irc u m s ta n c e s , th a t is k n o w n
as W i t c h c r a f t.243

R e to rn a n d o a la id e n tific a c ió n d e las p o sib le s causas q u e e x p lic a n el


e n o rm e su ceso d e M a rg a re t M u rra y , re s u lta o b v io q u e u n a te o ría c o m o
la suya vin o a e n c a rn a r lo q u e p a ra m u c h o s e ra u n té r m in o m e d io ideal
e n tr e el e sc e p tic ism o d e la esc u e la ra c io n a lista y el c ré d u lo re a lism o de
M o n ta g u e S u m m e rs. F re n te a u n a e x p lic ac ió n c o m o la ensayada p o r el
e x o n e ra d o d iá c o n o an g lic an o , la p ro p u e s ta d e la e g ip tó lo g a e m e rg ía c o m o
u n e sfu e rz o d e se c u la risrn o ra c io n a lista . Si b ie n am b o s co in cid ía n en la
e x iste n c ia d e u n fe n ó m e n o re a l d e trá s d e la m asiva re p re sió n ju d ic ia l de
la b ru je ría m o d e r n a , M u rra y se e n c a rg a b a d e su b ra y a r q u e aq u él n o había
te n id o re la c ió n alg u n a c o n el m u n d o so b re n a tu ra l. A los o jos d e m u c h o s
le c to re s c o n te m p o rá n e o s , la in g lesa te n ía el m é r ito e v id e n te d e h a b e r

241 Ibid., p. 9 0.
Ibid., p. 7 5 .
245 Ibid., p p . 6 2 -6 3 : “H a b ie n d o sid o esta b le c id a de m a n e ra o r to d o x a la e x is te n c ia de
in telig en cias d e se n c a rn a d a s m alv ad as, u n re in o p re sid id o p o r un ú n ico jefe, y q u e
re su lta ra z o n a b le im a g in a r o rg a n iz a d o e n varias je ra rq u ía s , u n re in o q u e está en
c o n s ta n te g u e r ra co n to d o lo q u e es b u e n o , esfo rz á n d o se sie m p re p o r h a c e rle m al v
p o r esclavizar al h o m b r e ; re su lta o b v io q u e u n h o m b r e , d o ta d o co n la d e le rm iiu u . >n
n e c e s a ria , lo g ra rá de u n a m a n e ra u o tr a p o n e r s e e n c o n ta c to co n este o sc u ro m u n d o
d e so m b ra s , y aú n c u a n d o r a ra , n o p o d rá n e g a rse qu e esta c o n e x ió n re su lta c u a n to
m e n o s p o sib le . Es esta c o n e x ió n y sus c o n se c u e n c ia s, c o n d icio n es y c ircu n stan cias
esp e ra b le s lo q u e se c o n o c e c o m o B ru je ría ” (las tra d u c c io n e s d e l inglés so n m ías).

«8
Fabián A leja n d ro C a m pagne

alejado a la b ru je ría del m u n d o m e ta físic o p a ra in tro d u c irla en u n nivel


racional d e b a tib le p o r la c o m u n id a d c ien tífica m o d e r n a .246
¿C uáles son las fallas d el m é to d o d e M u rra y q u e h an p ro v o c a d o el g e n e ­
ralizado d e s c ré d ito en el cual se haya in m e rsa su te o r ía en el p re s e n te ? P o r
de p ro n to , n o p u e d e n e g á rse le el m é r ito d e h a b e r sid o la p rim e ra estu d io sa
en in te n ta r fu n d a m e n ta r p o r m e d io d e u n corpas d o c u m e n ta l e x te n so u n a de
las p rem isas fu n d a m e n ta le s d e la e scu ela ro m á n tic a : la e x iste n c ia d e algún
fen ó m en o real d e trá s d e la caza de b ru jas te m p ra n o -m o d e rn a . Sin em b arg o ,
a p o co q u e se analiza co n a te n c ió n la m e to d o lo g ía u tilizad a en TheWitch~Cuh
in Western Europe, las falencias saltan a la v ista. En p r im e r lugar, la a u to ra
a d o p ta u n a té c n ic a h e rm e n é u tic a p a rtic u la rm e n te rie sg o sa , q u e la p o lé ­
m ica co n M o n ta g u e S u m m e rs n o h izo m ás q u e r e f o rz a r e n p u b lic a c io n e s
p o s te rio re s . E n e fe c to , M u rra y d e sc a rta d e las c o n fe sio n e s de los acu sad o s
re p ro d u c id a s en p a n fle to s y tra ta d o s d e m o n o ló g ic o s , to d o s los e le m e n to s
re la cio n ad o s co n la m ag ia o p e ra tiv a y c o n los fe n ó m e n o s so b re n a tu ra le s ,
para c e n tr a r el análisis d e m a n e ra e x c lu v e n te e n los a sp e c to s ritu a le s y en
las prácticas cu ltu ales q u e a p a re c e n sie m p re en las d e sc rip c io n e s d e l sabbat.
Lina vez aplicad a esta e stra te g ia d e d e c o d ific a c ió n , el “d iab lo c o n p e z u ñ a s”
d e s c rip to p o r las fu e n te s ju d ic ia le s y te o ló g ic a s e m e rg e , en re a lid a d , c o m o
u n h o m b re d isfrazad o , calzad o c o n zap ato s d ise ñ a d o s p a ra re s a lta r d e t e r ­
m in ad o s rasg o s te ria m ó rfic o s ; las m e ta m o rfo sis a n im a le s se e x p lic a n p o r
el g en e ra liz a d o e m p le o d e m á scaras ritu a le s ; la señ al c o n la q u e el d iab lo
m a rcab a a las b ru ja s e ra en re a lid a d u n sim p le ta tu a je , u tiliz a d o p a ra id e n ­
tificar a los m ie m b ro s d e la an tig u a re lig ió n ; el m ito d el v u e lo n o c tu r n o se
o rig in ab a en re p re s e n ta c io n e s q u e a c tu a b a n las su p u e sta s travesías aé re a s,
o en v isio n es p ro v o cad as p o r u n g ü e n to s y p la n ta s alu c in ó ^ e n a s. T am b ién
re s u lta e n e x tr e m o d isc u tib le la sev era d e sc o n te x tu a liz a c ió n c o n la cual
M u rra y analiza m a te ria le s d e riv a d o s d e lu g a re s y p e río d o s d ife re n te s —v i­
cio m e to d o ló g ic o q u e se a c e n tú a en sus lib ro s p o s te rio r e s — y la m a rc a d a
te n d e n c ia a g e n e ra liz a r a p a r tir d e ev id en cias d o c u m e n ta le s in su fic ie n te s:
los c o n v e n tíc u lo s d e 13 m ie m b ro s y los festiv ales q u e c o in c id ía n c o n la
c e le b ra c ió n de lo s c u a tro s sabbats a n u ale s, p o r e je m p lo , só lo so n m e n c io ­
nad o s en u n ú n ic o d o c u m e n to .247

246 Ja c q u e lin e S im p so n , “M a rg a re t M u rra y : W h o B elieved H e r, an d W h y ?”, p. 9 0 .


24/ Jacqueline Simpson, “Margaret Alice Murray (1863-1963)”, p. 796.

89
H istoriografía. D em o n ología cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

P ero la m ás se v e ra d e las falen cias m e to d o ló g ic a s d e M u rra y es, sin


d u d a s, la c o n sta n te m a n ip u la c ió n d e las fu e n te s. En e fe c to , en alguna d e las
pág in as m ás c é le b re s d e Europe’s ¡nner Demons, el b ritá n ic o N o rm a n C ohn
(1 9 1 5 -2 0 0 7 ) te r m in ó d e d e sa c re d ita r la p ro p u e s ta d e la inglesa re c u rrie n d o
a un sen cillo e x p e d ie n te hasta e n to n c e s soslayado p o r los crítico s de hW itch-
Cuh theorj. M e re fie ro a la c o n tra sta c ió n d e los d o c u m e n to s re p ro d u c id o s
p o r la a u to ra c o n el c o n te n id o d e las fu e n te s o rig in ales. C o h n p o n e especial
énfasis e n la a p e r tu r a d e lo s c o rte s q u e M u rra y señala c o n la in te rp o la c ió n
d e p u n to s su sp e n siv o s, y así d e sc u b re q u e las o ra c io n e s d e sc a rta d a s r e m i­
te n sie m p re a e p iso d io s fan tá stic o s re la ta d o s p o r los acu sad o s d e b ru je ría :
v u elo s n o c tu r n o s , m e ta m o rfo sis an im a les, m agia m e te o ro ló g ic a , ap arició n
d e e sp íritu s fa m ilia re s e tc . M e d ia n te d ic h o p ro c e d im ie n to , la eg ip tó lo g a
lo g ra b a c re a r u n e fe c to re a lista q u e to r n a b a p lau sib le la a firm a ció n d e q u e
las b ru ja s ta n só lo c e le b ra b a n in o c u o s b a n q u e te s y festivales d e stin a d o s a
h o n r a r al d io s d e la fe rtilid a d ; c o m o la m e n c ió n d e aq u ellas hazañas p r e ­
te r n a tu r a le s h u b ie ra d e s tru id o el e s p íritu n a tu ra lista q u e M u rra y deseab a
o to r g a r a lo s fra g m e n to s q u e c ita b a, s im p le m e n te los o m itía de m a n e ra
s is te m á tic a . 248
T ras la p u b lic a c ió n d e su p r im e r lib ro M u rra y r e to m ó sus estu d io s de
e g ip to lo g ía , h asta q u e e n 1933 v o lv ió a s o r p r e n d e r a la o p in ió n pública
c o n la p u b lic a c ió n d e u n se g u n d o ensayo so b re la b ru je ría e u ro p e a : The
God o j the W ítches.U9 E x iste n alg u n as m a rc a d a s d ife ren c ias e n tr e am bas
m o n o g ra fía s. M ie n tra s q u e el e stilo d e The W itch-Cuh h ab ía sido á rid o y
a c a d é m ic o , The God o f the Witches fu e p la n e a d o d e sd e el in icio c o m o u n
lib ro de d ifu sió n . El to n o es m ás a b ie r ta m e n te a n ti-c ristia n o , v d e sd e las
p rim e ra s páginas se a d v ie rte u n a m a y o r te n d e n c ia a la id ealización del c u lto

24S N o r m a n C o h n , Europc’s Inner Demons, p p. 1 5 5 -1 5 9 . El análisis de los a p u n te s


y p ap e le s p riv a d o s d e M u rra y c o n firm a el p ro c e d im ie n to d e te c ta d o p o r N o rm a n
C o h n : e n sus fichas p riv a d a s la inglesa r e p ro d u c e los fra g m e n to s d o c u m e n ta l
los c o r te s q u e lu e g o in tro d u c e e n sus lib ro s (C a ro lin e O a te s an d J u lie tte W o o d ^
Coren ojScholars, p . 3 1 ) .
249 La re c u p e r a c ió n del in te r é s p o r la h is to ria d e la b r u je ría e u ro p e a co in c id e co n su
ju b ila c ió n c o m o ac a d é m ic a d e l U nírersitj Coltege London; e n e fe c to , M u rra y d eja su
c a rg o d e Assistant frojessor o f Egyptology en 1935 (¡bid., p .9 ).
Fabián A leja n d ro Campacjne

a la fe rtilid a d , s is te m á tic a m e n te calificado c o m o “the oíd religión”j a A sí,


m ie n tra s q u e en el p r im e r lib ro se a c e p ta b a q u e la ritu a lid a d d e la an tig u a
re lig ió n in clu ía c o m p o r ta m ie n to s a n tin ó m ic o s y d e sb o rd e s se x u a le s2’1 (se
tratab a de e le m e n to s q u e n o g u ard ab an rela ció n con lo so b re n a tu ra l, y p o r
lo ta n to , seg ú n el p ro p io m é to d o d e la a u to ra , d eb ían c o n sid e ra rs e c o m o
p rácticas re a le s), e n The God ojtheW itches d e sa p a re c e to d a re fe re n c ia a las
p rácticas o rg iá stic a s,2i2T am b ién re s u lta fácil p e rc ib ir q u e el lib ro d e 1 933
a p u n ta de m a n e ra m ás d ire c ta a la e m o c io n a lid a d d el le c to r, re c u r rie n d o
de m a n e ra c o n s ta n te a d e sc rip c io n e s de c a rá c te r festivo y a u n to n o a b ie r­
ta m e n te c e le b ra to rio :

T h r o u pOh o u t all th e c e r e m o n ie s o f th e ea rly' re ligOió n t h e r e is an a ir o f


jo y o u s g aity a n d c h e e rfu l h a p p in e ss w h ic h e v e n th e h o ly h o r r o r o f th e
C h ristia n r e c o r d e r s c a n n o t c o m p le te ly d is g u is e .M

T h is w as u n d o u b te d ly th e g r e a t a p p e a l o f th e O íd R e lig ió n ; th e g o d
w a s th e r e p r e s e n t w ith th e w o r s h ip p e r s , th e y c o u ld se e h ir n , th e v c o u ld
sp e a k to h im as frie n d to f rie n d , w h e re a s th e C h ristia n G o d w as u n se e n
an d far aw a y in H e a v e n , an d th e p e titio n e r c o u ld n e v e r b e s u re th a t his
p r a y e r w o u ld re a c h th e d iv in e e a r . '’4

P o r c o n tr a s te co n las audacias en las q u e in c u rre el lib ro d e 1 9 3 3 , la


m o n o g ra fía de 1921 a p arec e confio u n e je m p lo d e m o d e ra c ió n . En The
God o j theW itches, la a c ad ém ica in g lesa c o m p le ta el análisis del d ios d e la
fe rtilid a d . E staríam o s e n p re se n c ia d e la d iv in id ad m ascu lin a m ás an tig u a
de la h is to ria e u ro p e a , cuya p re s e n c ia p u e d e ra s tre a rs e d e sd e las p in tu ra s

2>0 El té r m in o re m ite , e v id e n te m e n te , a la Aradia de L eland; véase ja e q u e lin e S im pson,


“M a rg a re t A lice M u rra y ( 1 8 6 3 -1 9 6 3 ) ” , p. 7 9 7 .
2>l M a rg a re t A lice M u rray , ThcW itch-C uh inWestern Europe, p p . 2 5 3 -2 7 1 .
252 Ja eq u elin e S im p so n , “M a rg a re t M u rray : W h o B clievcd H er, and W h y ?” , p. 9 3.
2>3 M a rg a re t A lice M u rray , The God o j the Witches, p. 9 2: “A lo larg o d e to d a s las
c e re m o n ia s d e la a n tig u a re lig ió n e x is te u n aire de gozosa alegría y risu e ñ a felici­
dad , q u e in c lu so el sa n to h o r r o r de los cro n istas c ristia n o s n o p u e d e p o r c o m p le to
disfrazar.”
2i4 Ib id ., p. 9 9 : “é s te era sin du d as el g ran a tra c tiv o de laV ieja R e lig ió n ; el d io s estaba
allí, p r e s e n te , ju n to a sus a d o ra d o re s, q u ie n e s p o d ían v e rlo , h ab lar co n él de am igo
a am ig o , m ie n tra s q u e el D io s C ristia n o e ra invisible y esta b a lejos, en el C ie lo , p o r
lo q u e el p e tic io n a n te n u n c a p o d ía e s ta r se g u ro d e q u e su o ra c ió n llegaría a los oídos
d iv in o s” (las tra d u c c io n e s del in g lés son m ías).

91
i listoriografía. D em onología cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

ru p e s tre s hasta los festivales fo lk ló rico s m o d e rn o s . M u rray id en tifica todas


las re p re s e n ta c io n e s d e d iv in id ad e s co n c o rn a m e n ta q u e a p a re c e n en las
fu e n te s ico n o g ráficas del C e rc a n o O r ie n te , d e la A n tig ü e d a d clásica, y del
M e d io ev o e u ro p e o , y las c o n sid e ra una p ru e b a c o n c lu y e n te d e la a n tig ü e ­
dad y de la o m n ip re s e n d a d el dios d e la fe r tilid a d .2’5 P ero las p ág in as más
e sp e c ta c u la re s d el n u ev o lib ro so n aq u ellas en las cuales la a u to ra te rm in a
d e d is e ñ a r el e sc e n a rio fra z e ria n o , a p en as e sb o z a d o u n a d éc ad a atrás. El
sacrificio del re y -s a c e rd o te , e n c a rn a c ió n s u p re m a del dios d e la fe rtilid a d ,
d e v ie n e a h o ra el r ito p rin c ip a l d e la an tig u a re lig ió n , a u n q u e c o n algunas
v arian tes re s p e c to d e la p re s e n ta c ió n a n te r io r : con el p aso de los siglos, la
figura del re y c o m e n z ó a s e r s is te m á tic a m e n te re e m p la z a d a p o r u n dios
su b ro g a n te , p o r una v íctim a s u s titu to su rg id a d el p ro p io e n to r n o ce rc a n o
del m o n arc a . C u a n d o el triu n fo d e l c ristian ism o to rn ó im p o sib le la c e le b ra ­
ció n o ste n to sa d e los a n tig u o s ritu a le s , los rey es —a q u ello s q u e a c ep tab an
ofi ciar c o m o v íc tim a p ro p ic ia to ria — o sus re e m p la z a n te s n o tu v ie ro n m ás
a lte rn a tiv a q u e o rq u e s ta r sus p ro p io s asesin ato s o sus p ro p io s suplicios.T al
h ab ría sido el caso d el r e y n o rm a n d o G u ille rm o II el R o jo , d el arzo b isp o
T h o m as B ec k et, d e Ju a n a d e A rc o , y d e su c o la b o ra d o r, G ilíes d e R a is.216
En 1954, c u a n d o co n tab a con 91 años d e ed a d , M a rg a re t M u rra y publica
su te r c e r lib ro so b re la b ru je ría e u ro p e a , The Divine King in England, un
te x to cuyas e v id e n te s e x a g e ra c io n e s te r m in a r o n in c o m o d a n d o , in clu so ,
a sus m ay o re s a d m ira d o r e s .25' E n e fe c to , la inglesa e x tie n d e su análisis
hasta in c lu ir a los rey es d e la d in a stía E stu a rd o : to d a e jec u c ió n o m u e r te
v io le n ta acaecid a a u n m o n a rc a in g lés o a a lg ú n c o la b o ra d o r c e rc a n o e n tre
los siglos X I y X V II, e ra in te r p r e ta d a c o m o u n a p ru e b a de la p e rs iste n c ia
d e la an tig u a c re e n c ia o d e alg u n a d e sus v a ria n te s m o d e r n a s .23®
D u ra n te m ás d e c u a tro d é c a d a s M u rra y se n e g ó s iste m á tic a m e n te a
re s p o n d e r a sus ad v ersa rio s, a trib u y e n d o los críticas q u e recib ía a p reju icio s

233 Ibid., p p . 1 7 -3 4 . P ara u n a c rític a del análisis ic o n o g rá fic o p ro p u e s to p o r M u rra y


véase R o n a ld H u tto n , The Triumph o j ¿he M oon, p. 197.
236M a rg a re t A lice M u rray , The God o j theW ítches, p p. 121 y ss. tj
2,‘ M a rg a re t A lice M u rray , The D ivine King in England, L o n d res, S am p so n , L ow and
M a rs to n , 19S4.
238 J u lie tte W o o d , “T h e R ealitv o í W itc h C u lts R e a ss e rte d : Fertility and S atanism ”,
p.71.

92
Fabián A le ja n d ro C a m pagne

religiosos y a u n p ro fu n d o d e s c o n o c im ie n to d e las fu e n te s p rim a ria s .2’9


A unque g ra n p a rte de su p ro d u c c ió n re la c io n a d a c o n la h is to ria d e la
b ru jería fue e la b o ra d a d u ra n te los p e rio d o s d e d esca n so q u e le p e rm itía
la eg ip to lo g ía, sil d iscip lin a d e o rig e n , s ie m p re so stu v o q u e la IVitch-Cuk
theorj re p re s e n ta b a su p rin c ip a l a p o rte a la cien c ia m o d e r n a .260 U n a d e ­
m o stració n de la se rie d a d c o n la q u e to m a b a su te o ría so b re la b ru je ría
—y sim u ltá n e a m e n te , o tr a m u e s tra d el c a rá c te r p o c o c o n v e n cio n a l d e su
p erso n alid a d — lo h allam o s e n la fascinación q u e su sc itó e n ella u n o d e los
más esp ectacu lares crím e n e s 110 re su e lto s d e la h isto ria inglesa c o n te m p o rá ­
nea: el asesinato del g ra n je ro C h a rle s W a lto n , en M ean H ill,W a rw ic k s h ire ,
en 1 9 4 5 .T ras u na b re v e in c u rsió n d e te c tiv e sc a en el lu g a r d e lo s h e c h o s,
M u rrav c o n c e d ió u n r e p o r ta je al B inningham Post e n s e p tie m b re d e 1 9 5 0 ,
en el q u e so stu v o q u e W a lto n h ab ía sido sa crific a d o p o r p e rs o n a s “who
still belíeve in a religión practised in Britain bejore Christianity, wbotn we cali
devil ivorshippers”,261 N o ca b e n d u d a s, p u e s, del c a rá c te r e x tr a o rd in a rio d e
la p erso n a lid a d d e esta in v e stig a d o ra , q u e lu c h ó a rd ie n te m e n te e n favor

2>9 M a rg a re t A lice M u rray , M j First HundredYears, pp. 103 y ss.


260 lbid., p. 204.
261 C itad o p o r R o n a ld H u tto n , TheTriumph o j the Moon, p. 2 0 1 : “[p erso n as] q u e aú n
cre e n cu u n a re lig ió n p ra c tic a d a e n G ra n B retañ a d e s d e a n te s d e la lleg ad a d e l C ris ­
tian ism o , a q u ie n e s lla m a m o s a d o ra d o re s del d e m o n io .” E x is te n alg u n as d u d as so b re
la v eracid ad d el ep iso d io . La e n tre v ista realizada a M u rra v h a b ría sa lid o p u b lic a d a en
la ed ició n del Binningham Post d e l 2 de s e p tie m b re d e 1 9 5 0 . La f u e n te p rin c ip a l de
la ex iste n cia d e esta n o ta es el lib ro Murder bjlV'uchcraJ, de D o n a ld M c C o rm ic k , un
p o p u la r a u to r d e re la to s so b re c rím e n e s y asu n to s re la c io n a d o s. A h o ra b ie n , c u a n d o
R o n ald I lu tto n in te n tó h allar la e n tre v ista en el p e río d ie o m e n c io n a d o n o tu v o é x ito
( The Triumph o j the M oon, p. 4 4 5 , n . 133: “the date m a j have been misprinted in his hook
[McCormick’s], or the copj n hích I obtained m a j have been incomplcte" [“la fecha d e b ió estar
eq u iv o cad a e n su lib ro , o la co p ia q u e vo o b tu v e d e b ió e s ta r in c o m p le ta ”]). M c C o r ­
m ick ta m b ié n so stie n e q u e la p ro p ia M u rra y le h a b ría c o n firm a d o q u e “several other
unsolved murders in the recent past —especiallj o j children who had been sexuallj molested
bejore d e a th - ir ere likewisc the uvrk oj'black’ nitches” (“varios o tro s c rím e n e s n o re su e lto s
en el p asad o r e c ie n te —e s p e c ia lm e n te d e n iñ o s q u e han sid o s e x u a lm e n te ab usados
an tes d e su m u e r te — e ra n p ro b a b le m e n te o b ra d e b ru ja s ‘n e g r a s ’”; las tra d u c c io n e s
del in g lés so n m ías). D e to d a s fo rm a s , en o tra e n tre v is ta c o n c e d id a al Sun d a j Dispatch
en 1 9 5 1 , q u e H u tto n p u d o e fe c tiv a m e n te localizar, M u rra y d e c la ró q u e las po cas
b ru jas q u e to d av ía so b rev iv ían e n la In g la te rra de su tie m p o e ra n m a y o r ita ria m e n te
“b ru ja s b lan cas” ( H u tto n , op. c it., p. 2 0 1 ).

93
H istoriografía. D em on ología cristiana v cultura lolk lórica en el con texro europeo

d el su fra g io fe m e n in o , q u e e lig ió u n a d isc ip lin a c o m o la a n tro p o lo g ía en


tie m p o s en q u e la m ism a n o era u n a o p c ió n a p ro p ia d a p ara las m u je re s, y
q u e re a liz ó tra b a jo d e c a m p o en su e lo e g ip c io en la m ític a e ra de H o w ard
C á r te r y L o rd C a rn a v o n .462 A u n q u e la c u e stió n c o n tin ú a d e b a tié n d o se ,
re s u lta m ás q u e p ro b a b le q u e la te o ría d e M u rra y sea la m a te ria p rim a a
p a r tir d e la cual G e ra ld G a rd n e r d io o rig e n al m o v im ie n to W ic c a 263, la
ram a m ás e x te n d id a d e l n e o p a g a n ism o m o d e r n o , y la m ás e x ito sa d e las
n u ev as re lig io n e s fu n d a d a s en el siglo X X .264 M a rg a re t M u rra y falleció el
1 3 d e n o v ie m b re d e 1 9 6 3 , a los cien añ o s d e ed ad .
A ún c u a n d o el d e s c r é d ito d e l m o d e lo in te rp re ta tiv o d e M u rra y n o se
g e n e ra liz a d e m a n e ra d efin itiv a h asta la d é c a d a d e 1 9 7 0 , sus co n clu sio n es
m ás au d aces m e r e c ie r o n sev eras c rític a s d e sd e el m o m e n to m ism o d e la
p u b lic a c ió n d e The W itch-C ult in Western Europe. D e h e c h o , en la re c e n s ió n
d el lib ro q u e la re v is ta Folklore p u b lic a e n 1 9 2 2 , el h is to ria d o r d e las
re lig io n e s W . B. H allid ay se e n c a rg ó d e p u n tu a liz a r q u e g ra n p a rte d e la

262 D iane P u rk iss, ThclVitch in History, p. 37.


263 C a b e señalar, sin e m b a rg o , algunas e v id e n te s d iferen c ia s e n tr e la te o ría de M u ­
r ra y y el m o v im ie n to W ic c a , la m e n o r d e las cu ales n o re su lta se r la p re p o n d e ra n c ia
d e u n a d iv in id ad fe m e n in a e n el n e o p a g a n is m o c o n te m p o r á n e o p o r o p o sic ió n a la
d eid ad m ascu lin a d e s c rip ta p o r la inglesa en sus m o n o g ra fía s. G a rd n e r sie m p re n eg ó
la in flu e n cia d e M u rra y e n la fu n d a c ió n d e l m o v im ie n to W ic c a ; p o r el c o n tr a rio ,
a firm a b a q u e en 1939 él se había in c o r p o ra d o a un coren ya e x is te n te , q u e sesionaba
d e s d e hacía años en el c o n d a d o d e H a m p sh ire . C o m o las c e re m o n ia s p ra c tic a d a s p o r
aq u él c o n v e n tíc u lo re su lta b a n m u y parecidas a las d escrip tas p o r M u rray en sus libros,
la e g ip tó lo g a to m ó la d e c la ra c ió n de G a rd n e r c o m o u n a p ru e b a m ás de la realid ad
d e su te o ría , a p a r e n te m e n te n o c o n s c ie n te d e la po sib ilid ad inversa: q u e G a rd n e r se
h u b ie ra in sp ira d o e n la le c tu r a d e sus ensayos p ara fu n d a r su m o v im ie n to (Jaeq u e lin e
S im p so n , “M a rg a re t A lice M u rra y (1 8 6 3 - 1 9 6 3 ) ”, p. 7 9 7 ).
264 El v o lu m e n d e b ib lio g rafía d e d ic a d o ai n e o p a g a n is m o m o d e r n o re su lta ya a b r u ­
m ad o r. D e to d a s fo rm a s , y a m é n d e los lib ro s de R o n a ld H u tto n r e c u r r e n te m e n te
c ita d o s en e s te c a p ítu lo , p u e d e n c o n s u lta rs e las sig u ie n te s m o n o g rafías: H e le n A.
B erg er, A Community ofiVitches: Contemporaty Neo-Paganism andíVitchcraft. in the United
States, C o h im b ia , University o f S outh C arolina P ress, 1998; Sahína M agliocco, IVitchinq
Culture: Folklore and Neo-Paganism in America, Filadclfia, U n iv ersity o f Pennsylvan P ress,
2 0 0 4 . C o n tin ú a re s u lta n d o de u tilid a d el clásico deT anya M. L u h rm a n n , Persu
th eW itch’s Crajt: R itual Magie andW itchcrajt in Present doy England, O x f o rd , B lackw ell,
1988. P ara u n a rá p id a in tro d u c c ió n al te m a véase W olfgang B eh rin g er, Wiiches and
W iteh-H unts, p p. 2 2 9 - 2 4 1 .

Od
Fabián A leja n d ro C am pagne

teo ría se basaba en “documcnts corn jro m the hackc¡roimd o j their own age and
divorced from the scrious study o j their historical a n tc c e d c n ts o b je tó , asim ism o ,
la dudosa e tim o lo g ía q u e e q u ip a ra b a a D ian a c o n Janus, y c u e stio n ó una
m e to d o lo g ía q u e en o casio n es leía las fuentes de m a n e ra lite ra l, y en o c a ­
siones las so m etía a profundas rein terp retacion es.26>También re a c c io n a ro n
las voces p re stig io sa s d e los d ecan o s del p arad ig m a racio n alista: G e o rg e
L incoln B u rr lo hizo d e sd e la trib u n a d e la American Historical Revieir; y
G eo rg e L vm an K ittre d g e d e sd e las p ág in as de su lib ro Witchcraft in Oíd and
N ew E ngland, e d ita d o p o r la U n iv e rsid a d d e H a rv a rd en 1 9 2 9 .266 El m ism o
año el h is to ria d o r inglés C ecil L’E stra n g e E w en p u b lica Witch H unting and
Witch Triáis, un a investig ació n q ue fue percib irla p o r m u c h o s c o m o una
desafío im p líc ito al m o d e lo d e M u rra y : en e fe c to , tras in d ag a r d u ra n te
años e n a rch iv o s, fu e n te s p rim a ria s y p ro c e so s in é d ito s , L’E stra n g e E w en
no halló ra s tro alg u n o d e l s u p u e s t o c u lto a la fe rtilid a d se ñ alad o p o r la
e g ip tó lo g a . A u n q u e el h is to ria d o r inglés ap en as re p a ra b a en la Witch cult
theorj, M u rra y re a c c io n ó p u b lic a n d o una se rie d e rese ñ a s b ib lio g ráficas
en las q u e descalificaba c o n d u ro s té rm in o s las c o n c lu sio n e s y el m é to d o
de su c o le g a .267
P o co afectada p o r los d e b a te s a c ad ém ic o s, la fo rtu n a d e los lib ro s de
M u rray c o n tin ú o en ascenso hasta alcan zar su p ic o m á x im o de p o p u la rid a d
tras la finalización de la S eg u n d a G u e rra M u n d ia l. En los ú ltim o s añ o s de
la d éc ad a d e 1 9 4 0 , The God o j theW ítches se tra n s fo rm ó en u n hest-seljer.
P oco d e s p u é s , la Oxford U nircrsitj Press c o m p ró lo s d e re c h o s d e l lib ro
p ara p u b lic a r en 1952 u n a ed ic ió n en rú s tic a . D iez añ o s m ás ta r d e h aría
lo p ro p io c o n TheWitch-Cult. in IFestcrn Europc, q u e n o se re e d ita b a d e sd e
1 9 2 1 .2SS Las o p in io n e s favorables se v o lv ie ro n m ás fre c u e n te s. En 1 9 4 5 ,
Sir G e o rg e C la rk , u n a re s p e ta d a figura d el establishment u n iv e rsita rio b r i ­

2fo Folk-Lore, 33 (1 9 2 2 ), p p . 2 2 4 -2 3 0 : “d o c u m e n to s a rra n c a d o s del c o n te x to de su


p ro p ia é p o c a y d iv o rc ia d o s d e un análisis se rio de sus a n te c e d e n te s h istó ric o s ” (la
tra d u c c ió n d el in glés es m ía).
266 G e o rg e L ym an K ittre d g e , Witchcraft in Oíd and New England, Cambridge, H a rv a rd
U n iv e rsity P re ss, 1 9 2 9 , p. S 65.
161 Folk-Iore, 4 3 (1 9 3 2 ), p, 114; Folk-lore, 45 (1 9 3 4 ), p p. 9 5 -9 6 ; M an, 34 (1 9 3 4 ), p.
6 3.
26S N o r m a n Cohn, E m ope’s Inner Dcmons, p. 152 ; C a ro lin e O a te s an d juliette Wood,
A Coren o f Scholars, p. 8; Ronald Hutton, The Triumph o j the M oon, p. 2 0 0 .

95
H istoriografía. D em on ología cristiana v cultura lolkloi ica en c-1 co n te xto europeo

tán ico , p u b licó la seg u n d a e d ic ió n de u n d ifu n d id o m an u al u n iv e rsitario


de h is to ria , en la cual el p a rad ig m a ra c io n alista so b re el o rig e n de la caza
de b ru ja s - i n c lu id o en la p rim e ra e d ic ió n — era a h o ra su s titu id o p o r la
te o ría d e M u rra v .’69 El m ism o añ o la h is to ria d o ra C h ristin a H o le publica
1Yitchcraft in EnglunJ, y a u n q u e c o n sid e ra q u e en o casio n es la evidencia
p re s e n ta d a p o r M u rray re s u lta in su fic ie n te , ace p ta q u e su te o ría co n stitu y e
un a p o rte re le v a n te al c a m p o h is to rio g rá fic o en c u e s tió n .2'0 D u ra n te la
d ccad a de 1 9 5 0 , los m e d io s m asiv o s d e c o m u n ic ac ió n c o n sid e ra b a n de
m a n e ra u n á n im e a M u rra y c o m o la m á x im a e x p e rta en la h is to ria de la
b ru je ría e u ro p e a , c o m o se d e d u c e de la m u ltip licació n de no tas y entrevistas
p e rio d ístic a s p u b licad as en a q u ello s a ñ o s .2' 1 Su in flu en cia se hace se n tir
ta m b ié n so b re lu m in a ria s lite ra ria s de la talla de A ld o u s H u x le vJ vj R o b e rt
G ra v e s.272 C u a n d o e a 1 9 6 3 u n c rític o s e v e r o ‘í le la W itch-cuh theorv c o m o
el h is to ria d o r n o rte a m e r ic a n o R o ssell H o p e R o b b in s —su Enciclopedia o f
Witchcraft and Dcnionolocjy acababa d e a p a re c e r en 1959—fue invitado a d ictar
u n a se rie d e c o n fe re n c ia s en su e lo b ritá n ic o , los p e rio d ista s lo cales estaba
tan a c o stu m b ra d o s a la te o ría d e Murray q u e tild a ro n d e sensacio n alista
a la in te rp re ta c ió n ra c io n a l d el e s ta d o u n id e n s e .2' 5 En i 965 la e d ito ria l
Pclican R ooh to m ó una d e cisió n q u e p o r e n to n c e s n o p o d ía s o r p r e n d e r a
n ad ie: en lu g ar d e re e d ita r la h is to ria d e la b ru je ría d e G eo ffrey P a rrin -
d e r, un te x to c rític o d e la te o ría d e M u rra y p u b lic ad o p o r p rim e ra vez
e n 1 9 5 8 ,274 d e c id ió re e m p la z a rlo p o r u n a n u ev a e d ic ió n d e la h is to ria de
la b ru je ría de P e n n e th o rn e M u g u e s,2' ’ d e c id id a m e n te favorable a la tesis

269 G. N . C la rk , The Seventccnth Century, O x f o rd , O x fo rd U n iv ersity P re ss, 194S,


pp. 24S y ss.
270 C h ristin a H o le , Witchcraft in England, L o n d re s , B atsford, 1 945, pp. 22 y ss.
2yt R o n a ld H u tto n , TheTriumph o f the M oon} p. 2 7 3 .
~'2 C a ro lin e O a te s and J u lie tte W ood, A Cen en ofScholars, p. 29.
2/1 R o n a ld H u tto n p r o p o rc io n a c o m o e je m p lo s el D a¡h‘ M ail, d el 4 d e s e p tie m b re de
1 9 6 3 , y el rsj-chic /Ve»s, d el 14 d e s e p tie m b r e d el m ism o año ( H u tto n , The Triumph o f
the M oon, p. 4 5 4 , n. 2). S o b re R ossell H o p e R o b b in s véase W a lte r S te p h c n s, “R ossell
H o p e R o b in s ( 1 9 1 2 -1 9 9 0 ) ”, en R ic h a rd M . G o ld e n (e d .), Enciclopedia ofW itchcraft,
v ol. IV, p p . 9 6 5 -9 6 6 .
2,4 G eo ffrey P n rrin d e r, Witchcraft: European and African, H a r r n o n d s u o r th , P 1 /
P en g u in , 195S.
2/5 P e n n e th o rn e H u g h es, W itchcraft, L o n d re s , P elican , 1965 (1 9 5 2 ).

c¡6
Fabián. Ucjandro Cumpoquc

de la in v estig ad o ra b ritá n ic a .2'6 T am b ién p o r aq u e llo s años p ro m in e n te s


cate d rático s c o m e n z a ro n a m a n ife sta r p u b lic a m e n te su e n tu s ia sm o p o r la
tesis de M urray. En 1962 el e r u d ito Sir S teven R u n c im a n n , re c o n o c id o
especialista en la h is to ria d e las c ru za d as y del m a n iq u e ís m o m e d ie v a l,
aceptó p ro lo g a r la seg u n d a ed ic ió n d e TheIVitch-Cult inWestern Europe, r e ­
saltando el rig o r y la im p o rta n c ia d e la te o ría d e fe n d id a p o r la a u to r a .2"
C h ris to p h e r H ill, re fe re n te in e lu d ib le d e la h isto rio g ra fía m a rx ista in g lesa,
re p ro d u c e la te o ría d e M u rra y e n d o s d e sus lib ro s m ás d ifu n d id o s: Society
and Puritanism in Vre-Revolutionary England (1 9 6 4 ) y Rcformation to Industrial
Rewlutíon ( 1 9 6 7 ).2/8 E n Les Taysans de LangueJoc, d e 1 9 6 6 , d en sa m o n o g ra fía
que ejem p lifica c o m o p o cas las a m b ic io n e s d e la e ta p a b ra u d e lia n a d e la
escuela d e los Anuales, E m m a n u e l Le R oy L a d u rie e q u ip a ra el sab b at d e las
b rujas con las re v u e lta s cam p e sin a s, y tra s fu sio n a r e n u n ú n ic o m o d e lo las
in te rp re ta c io n e s de M ic h e le t y M u rra y señala: “ilfa u t restituer a ¡a sorcellerie
son caractére ple¡n et cru, de séve idéologiquc authcntiquem cnt campagnarde, venue
d u jo n d des ages et daJonde des ames.Alors elle n ’apparaít plus seulcment comme
l ’expression d ’un vide spiritual, mais comme une vive réaction de la conscience
paysanne”,279 E n 1 9 7 2 , Jeffrey B u rto n R ussell aplica u n a te o r ía sim ila r a
la h isto ria d e la b ru je ría ta rd o m e d ie v a l; y a u n q u e c o n sid e ra e q u iv o c a d o

2/6 N o rm a n C o h n , Europe’s Inner Dcmons, p. 153.


2" N o rm a n C o h n , Europe’s Inner Demons, p. 152; C a ro lin e O a te s an d J u lie tte W o o d , A
Coven q f Scholars, p. 8; R o n a id H u tto n , The Triumph q f the Moon, p. 2 7 6 . Ya e n el a p é n ­
dice d e su m o n o g ra fía d e 1 9 4 7 , d ed ic a d a a los m o v im ie n to s m a n iq u e o s m e d iev ales,
R u n c im a n n se había m o s tra d o favorable a c o n s id e ra r la p o sib ilid ad d e la p e rsis te n c ia
de una tra d ic ió n se c re ta o p u e sta al c ristia n ism o y p e rse g u id a p o r la re lig ió n o r to d o x a
(Steven R u n c im a n n , The Medieval Manichce: a Study o f the Christian Dualist Heresy,
C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv e rsity P re ss, 1 9 4 7 , a p p e n d ix ).
2/S C h risto p h e r H ill, Societj and Puritanism in Pre Revolulionary England, L o n d re s, S eck er
a n d W a rb u rg , 1 9 6 4 , p. 18 7 ; Rcformation to Industrial Rcvolution, L o n d re s ,W e id e n fe ld ,
1 967, p p . 1 5 -1 8 .
2/9 E m m a n u e l Le R oy L a d u rie , Les Puysuns de Languedoc, P arís, F la m m a rio n , 1 9 6 9 , p.
2 4 4 . Se tr a ta d e u n a v e rsió n abrev iad a de la tesis d o c to ra l o r ig in a lm e n te p u b licad a
p o r S .E .V .P .E .N . e n 1 966: “es n e c e s a rio r e s titu ir a la b r u je ría su c a rá c te r p le n o y
c ru d o d e s e d im e n to id e o ló g ic o a u té n tic a m e n te c a m p e sin o , lleg ad o d e s d e el fo n d o
de los tie m p o s y d e sd e el fo n d o de las alm as. La b r u je ría , e n to n c e s , n o se n o s ap a re c e
m e r a m e n te c o m o e x p re s ió n d e u n vacío e sp iritu a l sin o c o m o u n a viva re a c c ió n de
la co n scien cia ca m p e sin a ” (la tra d u c c ió n d e l fran cés es m ía).

97
H is to r io g r a f ía . D e m o n o lo g ía c ris tia n a y c u lt u r a fo lk ló r ic a en el c o n te x r o e u ro p e o

el m é to d o y las c o n c lu sio n e s d e M u rra v , 280 in siste en la e x iste n c ia real


d e c o le c tiv o s re b e ld e s d e d ic a d o s a la p rá c tic a de la b ru je ría diab ó lica,
e x c re c e n c ia d e la e x p lo s ió n d e m o v im ie n to s h e ré tic o s c a ra c te rístic a del
p e r í o d o . L a b ru ja e ra u n a re b e ld e c o n tra la Iglesia y la so cied ad feudal,
en u n tie m p o en q u e am b a s in sta n cia s se s u p e rp o n ía n p o r c o m p le to ; p o r
e llo , a la pregunta clave —udid an objectire reality lie behind the phenomenom
oj beliej?”— R u ssell re s p o n d ía :

if o n e d e fin e s E u ro p e a n w itc h c ra fr in a w a y th a t ( . . . ) e m b ra c e s all th e


s u p e rn a tu r a l e le m c n ts a s ig n ed to it b y th e I n q u ísito rs ( . . . ) , o n e is likelv
to a rriv e a t a n e g a tiv e a n s w e r ( . . . ) . O n th e o th e r h a n d if o n e places
w itc h c r a f t in th e c o n te x t o f th e w o r k lw id e p h e n o m e n o m o f d e m o n
w o r s h ip an d w itc h b e lie f, o n e w ill a n s w e r d iffe re n tly . As A ra« o o b se r-
v e d , ‘O u ts id e o f p u r é m a th e m a tic s , a n y o n e w h o p r o n o u n c e s th e w o r d
im p o ss ib le is la c k in g in p r u d e n c e .2S2

Sin e m b a rg o , d e to d a s las te o ría s so b re el o rig e n d e la caza d e b ru jas


d esp leg ad a s e n tr e la S eg u n d a G u e rra M u n d ial y la irru p c ió n d e C ario
G in z b u rg , d o s re c la m a n u n a a te n c ió n p a rtic u la riz a d a : la del fin lan d és A rne
R u n e b e rg y la d el e sta d o u n id e n se E llio t R o se . A u n q u e en su m o m e n to a m ­
bas fu e ro n c o n sid e ra d a s c o m o c rític a s ag u d as d e la W itch-Cuh theory, en el
p re s e n te n o p o d e m o s m e n o s q u e c o n sid e ra rla s c o m o e x p re sio n e s acabadas
d el p a ra d ig m a ro m á n tic o . Se tra ta , en d efin itiv a, d e c o n stru c c io n e s h ip o té ­
ticas ta n im p ro b a b le s c o m o las avanzadas p o r la p ro p ia M a rg a re t M urray.

2i0 P ara la c rític a al m o d e lo d e M u rra y véase Je ffre y B u rto n R ussell, Witchcrajt in the
ñíiddle Ages, p p. 3 6 -3 7 .
U n o s años a n te s , C h a d w ic k H a n se n había s o s te n id o una tesis sim ilar para la N ueva
In g la te rra p u r ita n a , s u g irie n d o la p o sib ilid a d de q u e en to r n o a Salem V illage d e t e r ­
m in a d o s in d iv id u o s se d e d ic a ra n e fe c tiv a m e n te a la p ráctica d e la b ru je ría diabólica;
véase C h a d w ic k H a n s e n , Witchcrajt at Salem, N u e v a Y ork, G e o rg e B razilier, 1985
(1 9 6 9 ), p p . 5, 1 8 9 - 1 9 7 ,2 2 6 .
2si je ffre y B u rto n R u ssell, Witchcrajt in the M iddlc Ages, p. 20: “¿existía una realidad
o b jetiv a d e trá s del fe n ó m e n o d e cre e n c ia ? ” ; “si d efin im o s a la b ru je ría e u ro p e a de
u n a m a n e ra q u e in clu y a to d o s los e le m e n to s s o b re n a tu ra le s q u e le asignaban los
in q u isid o re s, p r o b a b le m e n te a r rib a r e m o s a u n a re sp u e s ta neg ativ a. P o r el o tr o lado,
si u b ic a m o s a la b r u je ría e n el c o n te x to d el e x te n d id o fe n ó m e n o de la a d o ra c ió n del
d e m o n io y d e la c re e n c ia b r u je r il, n u e s tra r e s p u e s ta se rá d ife re n te . C o m o ob
ba A rag o , p o r fu e ra d e las m a te m á tic a s p u ra s , c u a lq u ie ra q u e p ro n u n c ie la p
im p o sib le care c e d e p r u d e n c ia ” (la tr a d u c c ió n d e l in g lés es m ía).
Fa b iá n A l e j a n d r o C a m p a g n e

En 194 7, la A cadem ia Finlandesa ele C iencias p u b lica una sofisticada m o ­


nografía del e ru d ito A rn e Rtineberg: linches, Dcmons and Fcrtiíity Magic..™
A unque te rm in a rá p rop o n ien d o una h ip ó te sis d ife re n te so b re el o rig e n de
la caza de b ru ja s, R u n e b e rg afirm a q u e las e v id e n te s e x a g e ra c io n e s q u e
co n tien e la te o ría de M u rra y n o d e b e n im p e d irn o s re c o n o c e r en ella u n
n ú cleo d u ro d e v e rd a d . En particular, los rico s detalles q u e c a ra c te riz a n a
las re u n io n e s y asam bleas festivas d e sc rip ta s en las fu e n te s analizadas p o r
la in g lesa, c o n fig u ra n u n c o n ju n to n a tu ra lista q u e re su lta difícil a trib u ir a
m eras alu cin acio n es o a co n fe sio n e s in d u cid as. Sin a d v e rtir q u e el e fec to
realista era p ro v o c a d o p o r la m ism a ed ic ió n d e d o c u m e n to s q u e d écad as
m ás ta rd e rev elaría N o rm a n C o h n , el in v estig a d o r fin lan d és c rey ó p o d e r
afirm a r q u e la e x isten cia re a l d e d ichas asam bleas d e b ió c o n fig u ra r la m a ­
te ria p rim a a p a r tir d e la cual se c o n s tru y ó el e s te re o tip o del sab b at. ¿A
que re alid ad re m itía n aq u ellas re u n io n e s festivas? P ara r e s p o n d e r a este
in te rro g a n te , R u n e b e rg se a p a rta d e la te o ría d e M u rra y y p ro p o n e una
ex p licació n m ás p lau sib le d esd e la p e rs p e c tiv a de los p ro c e s o s h istó ric o s
reales. D e sd e los tie m p o s d e las p rim e ra s b an d as d e c az a d o re s y r e c o ­
le c to re s su rg ie ro n esp ecialistas en la m a n ip u la c ió n d e los e sp íritu s d e la
n atu raleza, q u e en ta n to c u sto d io s d e u n a rte s e c re to y p o d e ro s o te n d ie ro n
a c o n fo rm a r co lec tiv o s o rg an izad o s. Estas cofrad ías d e m ag o s y h e c h ic e ro s
c ele b rab an ritu a le s esp ecífico s al m a rg e n d e los festivales p ú b lic o s, y el
c a rá c te r s e c re to de m u c h as d e estas activ id ad es a c e n tu ó la e v id e n te a m b i­
güedad q u e ro d e a b a a sus m iste rio s o s p o d e re s : en efe c to , así c o m o p o d ía n
aseg u rar la fe rtilid a d del m u n d o v eg eta l y an im al, ta m b ié n p o d ían d e s tr u ir
las cosechas y la p ro le de sus e n e m ig o s.284Asim iladas al p ag a n ism o a n tig u o ,
estas asociaciones secretas d e especialistas en m agia p rim itiv a so b rev iv iero n
al triu n fo d el c ristia n is m o , y fu e ro n o b je to d e u n a re p r e s ió n p e r m a n e n te
d u ra n te to d a la E dad M ed ia. R e su lta b a in ev ita b le , p o r lo ta n to , q u e estas
víctim as de la p e rs e c u c ió n relig io sa te rm in a ra n c o n v e rg ie n d o c o n o tro s
g ru p o s p e rse g u id o s p o r la Iglesia M edieval. La m ás p ro m in e n te de aquellas
alianzas fue la q u e los m ag o s p ag an o s e sta b le c ie ro n co n las c o m u n id a d e s
cataras refu g iad as en los valles a lp in o s y p ire n aic o s. Así n ació la n u ev a

2S3 A rn e R u n e b e rg , Witches, Demons and Fcrtiíity Maqic: Analysis o f ther S ig n fc a n c e and


M utual Rcdutions in Ilcst-Furopcan Folk Religión, H c ls in g fo rs, S o cictas S c ie n ta riu m
F en n ica, 1 9 4 7 .
284 Ibid., p p . 2 3 0 -3 1 .

99
iu g r a líj. D e m o n o lo g ía c r is tia n a y c u lt u r a lu lk lú r ic a en el c o n te x to e u ro p e o

secta h e ré tic a q u e d e sd e m e d ia d o s d el siglo X V se ría tra n s fo rm a d a en la


p e rv e rs a so c ie d a d d e las b ru ja s. D e h e c h o , c o n tin ú a R u n e b e rg , la p re sió n
q u e so b re ella e je rc ie ro n los p o d e re s laicos y e c le siástico s te r m in ó p ro v o ­
can d o la a d o p c ió n e x p líc ita d e ritu a le s sa tá n ic o s .283 En d iversas seccio n es
del lib ro , el e ru d ito fin la n d é s in te n ta d e m o s tra r la e x iste n c ia d e arañ iles
sem ejan zas e n tr e los festivales fo lk ló ric o s c o n te m p o rá n e o s y los ritu a le s
q u e las su p u e sta s b ru ja s c e le b ra b a n en sus a q u e la rre s. ;L a d e sa p a ric ió n del
d e m o n io en m e d io d e llam as d u ra n te la fase final d el sab b at, n o re c u e rd a
acaso la q u e m a de efigies c a ra c te rístic a de m u c h o s ritu a le s carn av alesco s ?286
El o b je tiv o e ra sim ila r: m a ta r al m o r ib u n d o e s p íritu d e la fe rtilid a d para
p e r m itir el re n a c im ie n to d e u n a e n c a rn a c ió n m ás p o te n te . En sín tesis, a
p e sa r d e la d e g ra d a c ió n p ro v o c a d a p o r la fu sió n c o n el d u a lism o c á ta ro y
p o r la re p re s ió n ecle siá stic a , los tra z o s d e la an tig u a o b se sió n p o r la fe r­
tilid ad todavía p u e d e n d e te c ta rs e en las c e re m o n ia s d e la secta b r u je n l.
La te o ría de R u n e b e rg te n ía alg u n as v en tajas e v id e n te s so b re la p ro p u e s ta
d e M u rra y : tra sla d a b a el e sc e n a rio d el d ra m a a los A lp es o c c id e n ta le s y al
s u r de F ran cia, es d ecir, a las re g io n e s d o n d e p o r p rim e ra vez ir r u m p e la
re p re s ió n ju d ic ial d e la b ru je ría c o m o c rim e n c o le c tiv o , lo q u e o to rg a b a
a su tesis un a m a y o r e n c a rn a d u ra h is tó ric a q u e la te o ría d e la h is to ria d o ra
inglesa. D e h e c h o , cab e r e c o r d a r q u e la a sim ilació n inicial d e la b ru je ría
d iabólica a la h e re jía v a k le n se es u n a d e las c a ra c te rístic a s m ás salie n te s de
los p rim e ra s p e rs e c u c io n e s m asivas q u e e sta lla n en el arc o alp in o d u ra n te
el seg u n d o c u a rto d el siglo X V.28/ Sin e m b a rg o , la ev id e n c ia d o c u m e n ta l
q u e R u n e b e rg p ro p o n e p a ra s u s te n ta r la s u p u e s ta fu sió n e n tr e m agia p a ­
gana y c a ta rism o re s u lta ta n e n d e b le c o m o las p ru e b a s q u e M u rra y o fre c e

285 Ibid., p. 86
2SSJ. R .V een stra, Magic and Divination at the Cauris ojBurgundy and France:Te\t and Conlexl
ofLaurens Vignons Corare les Derincurs (1 4 1 1 ), L e id en , B rill, 1 9 9 8 , p p. 9 2 -9 3 .
2S7 G ab riel A udisio, Les“laudüis”: naissanee, ric et mort d ’une dissidenee (X lle-X V ie sieele),
T u rín , A lb e r t M e y n ier, 1989 (cito p o r la e d ic ió n en in g lés: ThelYaldcnsian Dlsseni:Per-
secution and Survival, c. 11 70 c. 1 5 7 0 , C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv e rsitv P re ss, 1999,
p p . 7 3 -7 8 ); R ich a rd K ieck h efer, EuropeanlVUch Triáis, p p. 4 0 -4 2 ; M a rtin e O storeE g,
Tolátret avec les démons’, p p. 17 4 -1 8 2 , 2 7 4 -2 7 5 ; A rn o B o rst, M eJicralUbrlds, pp. 1 15-
1 17; F ra n ck M e rc ie r, LaVauderie d ’Arras, p p. 8 7 -9 0 .
Fabián A leja n d ro C u m p ü c jn e

para fu n d a m e n ta r la e x iste n c ia de u n p rim itiv o c u lto a la fe rtilid a d en la


In g la te rra de los siglos X VI y X V II.2i>s
En 1 9 6 2 , E llio t R o se , u n a c a d é m ic o c an a d ie n se fo rm a d o en el Trinity
College d e C a m b rid g e , p u b lica u n p a ra d ó jic o ensayo so b re los o ríg e n e s de
la caza d e b ru jas: A Kazorjor a Goat. El lib ro , e d ita d o p o r la m ism a U n iv e r­
sidad d e T o ro n to e n la cual R o se d ic ta b a clases d e h is to ria , fue c o n sid e ra d o
en su m o m e n to c o m o u n a re a c c ió n a la in d isp u ta d a h e g e m o n ía q u e el
“Murrayite p a r ty ’ d isfru ta b a a c o m ie n z o s d e los años ’6 0 : “there is, among
eJucaleJ people, a very widespread impression that Professor Margaret Murray has
discovered the trae answer to the problem o j the history o j European witchcraft and
has^proved her theory'’. 2S9 D e h e c h o , A Razor J o r a Goat p o d ría ca ta lo g a rse
c o m o la m ás ex h au stiv a c rític a ja m á s re a liz a d a a la W itch-Cult theory. A lo
largo d e seis e x te n s o s c a p ítu lo s el a c a d é m ic o c a n ad ien se d is c u te p u n to
p o r p u n to los a rg u m e n to s d e su co leg a b ritá n ic a , d e sc a lific á n d o lo s c o n
d u reza: “J personally believe the xvhole hum an-sacnjice theory q f the Murravites
is nonsenseJrom the beginning to end”.290 S o rp re siv a m e n te , sin e m b a rg o , a
p a rtir d el c a p ítu lo 7 E llio t R o se se e m b a rc a en u n a te o ría p ro p ia so b re
el o rig e n d e la b r u je r ía e u ro p e a q u e , en ú ltim a in s ta n c ia , re s u lta ta n
p o co p lau sib le c o m o la p e rs iste n c ia d e u n c u lto p re h is tó r ic o e n p le n o
R e n a c im ie n to e u ro p e o . E n e fe c to , el p e so y la in flu e n cia d el p a ra d ig m a
ro m á n tic o e ra n tan im p o rta n te s a c o m ie n z o s d e la d é ca d a d e 1 9 6 0 q u e ni
aún los m ás fe ro c e s c rític o s d e M u rra y p o d ía n d e s c a rta r p o r c o m p le to u n a
de las p ro p o s ic io n e s fu n d a m e n ta le s d e la escu ela ro m á n tic a : la p ro b a b le

2SS En p rin c ip io , el títu lo d e l a n ó n im o Errores gazariorum (c. 1 4 3 6 -1 4 3 7 ) es u n a de


las p o c a s fu e n te s q u e p e r m itir ía n fu n d a m e n ta r u n a a s im ila c ió n d e l c a ta r is m o a
la b ru je ría d iab ó lica. Sin e m b a rg o , la id e n tific a c ió n e n tr e gazarii y c a ta ro s , en u n
tie m p o a m p lia m e n te a c e p ta d a , re s u lta a c tu a lm e n te u n h e c h o d is c u tid o ; n o p o d ría
d e s c a rta rs e , in c lu so , q u e e n el n o ro e s te italian o el té r m in o se u sa ra ta m b ié n p ara
d esig n ar a los v ald en ses (M a rtin e O s to r e r o , “C o m n ie n ta ir e ”, dans Vim aginaire du
sabbat, p p . 3 0 1 -3 0 4 ).
289 E llio t R o se, A Razor f o r a Goat: Problerns in the History o f Witchcraft and Diabolism,
T o ro n to , U n iv e rsity o f T o ro n to P re ss, 2 0 0 3 (1 9 6 2 ), p. 14: “e x is te e n tr e las p e rso n a s
cu ltas la m u y e x te n d id a im p re sió n d e q u e la P ro fe so ra M a rg a re t M u rra y ha d e s c u ­
b ie r to la v e rd a d e ra re s p u e s ta al p ro b le m a d e la h is to ria de la b r u je ría e u ro p e a , y de
q u e ha p r o b a d o su te o r ía ” .
290 Ibid., p. 7 9 : “p e r s o n a lm e n te c re o q u e to d a la te o ría d e l s a c rific io -h u m a n o de
M u rray es u n a to n te r ía d e p rin c ip io al fin.”
H is to r io g r a f ía . D e r n o n n lo a ía cris tia n a y c u lt u r a fo lk ló r ic a en el r o n t e x r o e u ro p e o

ex iste n c ia d e a lg ú n fe n ó m e n o re al d e trá s d e la re p re sió n ju d ic ia l d e la


b ru je ría m o d e rn a . D e h e c h o , R o se a firm a q u e está d is p u e sto a d e s c a rta r el
n o v en ta p o r c ie n to d el c o n te n id o de las co n fesio n es d e las b ru jas —d e riv ad o
del m é to d o in q u isito ria l y d e l u so d e la to r tu r a — p e ro n o la to ta lid a d .291
P o r ello , A K azorjor a Goat ya n o n o s p a re c e ta n to un ata q u e a la escu ela
de M u rra y c u a n to u n tra b a jo re v isio n ista e n el sen o d e su m ism o m o d e lo
in te rp re ta tiv o . 292 El c a n a d ien se im ag in a q u e la p rin c ip a l d ife re n cia q u e lo
sep ara d e la e g ip tó lo g a es su m a y o r e sfu e rz o p o r h is to riz a r el fe n ó m e n o
real e x is te n te d e trá s d e la caza d e b ru ja s. M ie n tra s q u e M u rra y d e fie n ­
d e la e x isten c ia d e u n c u lto in m e m o ria l c rista liz a d o , sie m p re igual a sí
m ism o , u n a re lig ió n p rim itiv a q u e lleg a in ta c ta a la Edad M o d e rn a , R ose
c o n c ib e a la so c ie d ad d e las b ru ja s c o m o el re s u lta d o de u n ccntim m m de
p ro c e s o s h is tó ric o s e n el cual las r u p tu r a s tie n e n m ás relev an cia q u e las
c o n tin u id a d e s . D e allí q u e el d escalificativ o “neníense” vuelva a s u rg ir en
re la c ió n a la tesis q u e a firm a b a q u e el c ristia n is m o m ed iev al h ab ría sido u n
m e ro ró tu lo oficial s u p e r p u e s to so b re u n u n iv e rso ru ra l m a y o rita ria m e n te
pag an o . Los c a m p e sin o s d el ta r d o M e d io e v o p o d ían d e s c o n o c e r m u ch o s
a sp e c to s c e n tra le s d e la re lig ió n c ristia n a , p e ro m ás ig n o ra n te s e ra n aún
d e los rito s y m ito s d e l p a g a n ism o clásico ; c u a n d o los n o rm a n d o s d e s e m ­
b a rc a ro n en In g la te rra e n el 1 0 6 6 h a lla ro n m u c h o s ritu a le s ecle siástico s
n o a u to riz a d o s p o r R o m a , p e r o n in g ú n r a s tro de la e x iste n c ia d e u n c u lto
p ag an o o rg a n iz a d o .293 ¿C u ál e ra , e n to n c e s , la re a lid a d q u e se esco n d ía
d e trá s d e la g ra n re p r e s ió n ju d ic ia l d e los siglos XVI y XVII? Al igual q u e
A rn e R u n e b e rg , R o se se re m o n ta a u n in d e fin id o p asad o p re h is tó ric o ,
en el cual sitú a la e m e rg e n c ia d e p rá c tic a s m á g ic o -re lig io sa s relacio n a d a s
co n la m a n ip u la c ió n y c o n s u m o d e p la n ta s alu cin ó g en as. Se tra ta b a d e u n
sa b e r re s trin g id o , p re d o m in a n te m a n ip u la d o p o r m u je re s, q u e n o g u a r­
d ab a re la c ió n d ire c ta c o n n in g u n o d e los p ag an ism o s fo rm a le s co n los q u e
p u d o h a b e r co n v iv id o e n d ife re n te s ép o c as. Ligadas p o r su c o n o c im ie n to
c o m ú n , estas h e rb o la ria s p a rtic ip a b a n d e ritu a le s en los q u e c e le b ra b a n
la p o d e ro s a e n e rg ía c o n te n id a e n h ie rb a s c o m o el a c ó n ito y la b e lla d o n a .
N o se tra ta b a d e una e x p e rie n c ia re lig io sa en el se n tid o co n v en c io n a l del

291 Ibid., p . 172.


292 R ich a rd K ieck h efer, “F o re w o rd ” , e n Ibid., p. v il .
E llio t R ose, y4 K azorjor a Goat, p. 6 1 .
Fabián A leja n d ro C am pagne

té rm in o . El ú n ic o d o g m a al q u e aquellas m u je re s a d h e ría n era la c o m u n ió n


co n lo ab so lu to , la e x p e rie n c ia in m e d ia ta ; el n u m e n al q u e h o n ra b a n era
u na divinidad in m a n e n te al éx tasis m ism o .29’ N o rm a n C o h n so stien e que
la te o ría d e R ose refleja el Zcitcjcist de los añ o s ‘60 ta n b ie n c o m o la te o ría
d e M u rra y reflejab a las fascinación co n las tesis fraze ria n as c a ra c te rís ti­
ca d e las p rim e ra s d écad as d el siglo X X ; en e fe c to , A K azorjor a Goat se
p u b lica en u n a e ra en la cual las e x p e rie n c ia s p sico d élicas co m e n z a b an a
p o p u la riz a rse de m a n e ra c re c ie n te .29i A q u ellas c o m u n id a d e s in fo rm a le s
de h e rb o la ria s y ex tá tic a s su frie ro n u n p r im e r p ro c e s o d e tra n sfo rm a c ió n
cuan do c o m e n z a ro n a re c ib ir la influencia d e div erso s cu lto s o rganizados: el
p aganism o ro m a n o , el cristian ism o . Fue e n to n c e s q u e el liderazgo del g ru p o
pasó a m a n o s de wirch-doctors, q u ie n e s im p u ls a ro n u n p ro c e s o d e a n tro p o -
m o rfiz a c ió n d e la inasib le d iv in id ad o rig in a l; e sto s ch am a n es m ascu lin o s
c o m e n z a ro n ta m b ié n a p e rs o n ific a r a la p o te n c ia sag rad a v e n e ra d a p o r los
h e rb o la ria s .296 P e ro la te r c e ra y defin itiv a etap a en la c o n fo rm a c ió n d e la
so cied ad de las b ru ja s se inicia en el siglo X III. La re sp o n sa b ilid a d le c u p o
a los g o lia rd o s, e stu d ia n te s u n iv e rsita rio s q u e a p e sa r de la fo rm a c ió n y de

294Ibid., pp. 139-146.


295 Las p o sib les rela c io n e s e n tr e h alu cin ó g en o s y la caza de b ru ja s in te re sa ro n a varios
e stu d io so s clel fe n ó m e n o . Y casc H ans P e te r D u e r r, Tm um zeii: líber dic Grcnze zw ivhen
¡Vildnis un Z irilisa tio n , F ra n k fu rt, S yndikat A u to re n -n n d V crlagsgesellschaft, 1978
(cito p o r la ed ició n en inglés: Dreamtime: Concerning the Roundary betwecnlViFlcrness
and C ivilization, tra n sla te d by F elicitas G o o d m a n , O x f o rd , Basil B lac k w ell, 1 9 8 5 , pp,
1 -1 5 ); M ic h ael H a rn e r, “T h e R o le o fH a llu c in o g e n ic P lan ts in E u ro p ean W itc h c r a f t”,
e n M ich ael H a r n e r ( e d ,) , HaHuanogens and Sham anism , O x f o rd , O x fo rd U n iv e rsity
P re ss, 1 9 7 3 , p p , 125 -1 5 0 ; G. R . Q u a ife , Godly Zea] and Furious Rage:The\Vitch in Early
Modern Europe, B e c k e n h a m , C ro o m H e lm , 1987 (cito p o r la ed ició n e n castellan o :
Magia y maleficia. Las brujas y elfanatism o religioso, tra d u c c ió n d e Jo rd i B e ltrá n , B a rc e ­
lo n a, C rític a , 1 9 8 9 , p p . 2 4 3 -2 4 6 ). C abe r e c o r d a r q u e a fines de la d écad a de 1 9 6 0 vio
la lu z el p o lé m ic o ensayo de C arlo s C a stañ ed a, TheFeachings tfD o n Juan:AYaquiU'ay o f
Knowledge, B erkeley, U n iv e rsity o f C alifo rn ia P re ss, 1968 (ed ició n en castellan o : Las
enseñanzas de Don Juan. Unafo rm a yaqui de conocimiento, M éx ico , F C E , 1 9 7 2 ). Para la
p o lé m ic a r e s p e c to d el p ap el q u e el e n v e n a m ie n to con c o rn u e z u lo de c e n te n o p u d o
te n e r e n el e p is o d io d e S alem de 1692 véase Linda R . C a p o ra e i,“E rg o tism :T h e Safan
lo o se d in S alem ?”, Science, 192 (1 9 7 6 ), pp, 2 1 -2 6 ; N. P. S panos, “E rg o tism and th e
Salem V illage w itc h triá is ”, Science, 194 (1 9 7 6 ), p p. 1 3 9 0 -1 3 9 4 ; M . K . M ato sian ,
“E rg o t an d th e S alem w itc h c ra ft affair”, American Scicntist, 7 0 (1 9 8 2 ), p p . 3 5 5 -3 5 7 .
296 E llio t R o se, A R arorfor a Goat, pp. 1 4 6 -1 4 7 .

103
H is to r io g r a lia . D e m o n o lo g ía c r is tia n a v c u lt u r a fo lk ló r ic a en e l c o n te x r o e u ro p e o

la s ó r d e n e s m e n o r e s r e c i b i d a s n o c o n s e g u í a n b e n e f i c i o a l g u n o n i l o g r a b a n
m e d r a r e n la c a r r e r a e c le s i á s t ic a . E s te e x c e s o d e p o s t u l a n t e s e n r e l a c i ó n c o n
la o f e r t a d e c a r a o s e x i s t e n t e lo s c o n d e n a b a a u n a v id a e r r a n t e , e n la c u a l
t r a t a b a n d e o b t e n e r v e n ta j a s d e la a l f a b e t i z a c i ó n y d e l o s c o n o c i m i e n t o s

m u s i c a le s a d q u i r i d o s d u r a n t e s u p a s o p o r la u n i v e r s i d a d . B a s á n d o s e e n u n a
c o n d e n a e c l e s i á s t i c a d e 1 2 9 1 q u e lo s e q u i p a r a c o n u n a s e c t a , R o s e a f i r m a
q u e lo s g o l i a r d o s d i s p e r s o s p o r E u r o p a i n i c i a r o n u n p r o c e s o d e o r g a n i ­
z a c i ó n f o r m a l i n s p i r a d o e n la s f l a m a n t e s ó r d e n e s m e n d i c a n t e s . 29' F u e r o n
a l g u n o s m i e m b r o s d e e s ta o r g a n i z a c i ó n i n t e r n a c i o n a l d e c l é r i g o s a m b u l a n ­

t e s , p a r t i c u l a r m e n t e r e s e n t i d o s p o r s u i n c a p a c i d a d p a r a i n s e r t a r s e e n las
p o s ic io n e s d e p o d e r e c le s iá s tic o , lo s q u e t o m a r o n c o n ta c to c o n a q u e llo s
g r u p o s in fo rm a le s d e h e r b o la ria s e x tá tic a s , tr a n s f o rm á n d o s e e n líd e re s
d e s u s c o n v e n t í c u l o s m á g i c o - r e l i g i o s o s . 29S A r a í z d e la i n t e r v e n c i ó n d e lo s
g o l i a r d o s , lo s g r u p o s d e veneficae t r a s c e n d i e r o n e l c a r á c t e r m e r a m e n t e lo c a l
q u e h a b ía n te n id o h a s ta e n to n c e s p a ra c o n v e r tir s e e n u n a s o c ie d a d s e c re ta
i n t e r n a c i o n a l m e n t e h o m o l o g a d a . 299 G r a c ia s a s u s c o n o c i m i e n t o s t e o l ó g i c o s
y a la p r á c t i c a d e s a c r a m e n t a l e s c o m o e l e x o r c i s m o —d e r i v a d o d e u n a d e la s

ó r d e n e s c l e r i c a l e s m e n o r e s —, l o s g o l i a r d o s f u e r o n r e s p o n s a b l e s d e l p a p e l
c r e c i e n t e q u e la a d o r a c i ó n d e S a tá n c o m e n z ó a a d q u i r i r e n lo s r i t u a l e s d e
la s h e c h i c e r a s .T a m b i é n f u e r o n e ll o s lo s q u e i n t r o d u j e r o n e n la s c e r e m o n i a s
e l e m e n t o s c o m o la m i s a n e g r a y e l ó s c u l o i n f a m e : 300

T h e y as m o r e o r less e d a c a te d r a e n , ra tio n a liz e rs , n e e d e d to b e lie v e th a t


th e c u lt w a s a c u lt o f th e D e vil, b ecau se th ey c o u ld n o tb c lie v c in any o th e r
s u p e rn a tu r a l p o w e r to w h ic h th e C h u r c h liad n o t b e t te r access th an th ey .
T liis of c o u r s e is to a s su n ie th a t th e s e sh a m a n s n e re h a lf c h a rla ta n s an d
h a lf t r u c b e lie v e rs , p a rtia llv th e ir o w n d u p e s ; b u t th is, a fte r all, is a v e ry

21' Ibid., pp. 1 5 5 -1 5 9 . La fu e n te p rin c ip a l de E liio t R ose p a ra el fe n ó m e n o de los


g o liard o s es H elen W ad d ell, The ííhndcring Scholors, L o n d re s, C o n sta b le , 1927. D e
e s te lib ro o b tie n e R o se la in fo rm a c ió n so b re la c o n d e n a eclesiástica d e 1 2 9 1 . Sin
e m b a rg o , el p ro p io ca n a d ie n se re c o n o c e q u e W ad d ell n o llega n u n ca a s o s te n e r la
e x iste n c ia de u n a o rg a n iz a c ió n in te rn a c io n a l de clérig o s a m b u la n te s; se tra ta , p o r
lo ta n to , d e u n a a rrie sg a d a h ip ó te sis avanzada p o r el p ro p io R ose, sin d em asiados
fu n d a m e n to s a la vista (/I K azorjor a Goat, p. 1 56 ).
298 A id ., p. 162.
299 Ibid., pp. 1 6 7 -1 6 8 .
300 Ibid., p. 169.
Fabián A lejandro C am pagne

c o m m o n m e n ta l c o n d itio n . In an y ca se , w h e th e r th e y to o k it se rio u s ly
th e m se lv e s o r n o t, tlicy s h o u ld n a tu ra lly still in c lin e to th e b e lie f th a t
t h e ir d u p e s w e r e w o rs h ip p itig th e D e v il, as th e o n iy s o u r c e o í m a lig n
sp iritu a l p o w e r , an d th e r e fo r e th at a c u lt o f th e D ev il w as w h a t th e y w e r e
r e q u ir e d to c o n c o c t as th e s p iritu a l le a d e rs o f d ie s e m a le f ic a e .301

Los a rg u m e n to s c o n te n id o s en las te o ría s d e A rn e R u n e b e rg y E llio t


R ose n o s c o n firm a n q u e a m e d ia d o s d e la d é c ad a d e 1 9 6 0 el p e so d e la
in te rp re ta c ió n de M a rg a re t M u rra y re s u lta b a ta n a b ru m a d o r q u e n i sus
crítico s m ás a c é rrim o s lo g ra b a n escap ar a su in flu en cia. En ta n to p a ra d ig m a
disciplinar, la I Viich-Cuh th eo ij cob ijab a p o r e n to n c e s ta n to a sus se g u id o re s
c o m o a sus d e tr a c to r e s .

7. B r u j e r í a j m ito: la revolu ción historiográfica de


Cario Ginzburg

En 1 9 6 6 , tre s añ o s d e sp u é s d e l fa lle c im ie n to d e M a rg a re t M u rra y , la


ed ito ria l E inaudi p u blica ¡benandanti. Stregoneria e culti agrari tra CinquccenLo e
Seiceiuo. Se tratab a del p r im e r lib ro d e C ario G in zb u rg , u n jo v en h is to ria d o r
p ia m o n té s n acid o e n T u rín en 1 9 3 9 . La h is to ria d e a q u e llo s c a m p e sin o s
friu lan o s q u e c re ía n d e fe n d e r las co sech as d e la c o m u n id a d c o m b a tie n d o
en éx tasis c o n tra las b ru ja s , d io lu g a r a u n tra b a jo p io n e r o , m e n o s so fisti­
cado p e ro m e jo r d o c u m e n ta d o q u e alg u n as m o n o g ra fía s p o s te rio r e s d e l
au to r. D e h e c h o , co n el d e s c u b rim ie n to d e los e x p e d ie n te s in q u isito ria le s
en los cuales basó su in v e stig a c ió n , G in z b u rg sacaba a la lu z el q u e p o r e n ­
to n c e s e ra el ú n ic o caso ric a m e n te d o c u m e n ta d o d e u n a c re e n c ia p o p u la r
te m p ra n o - m o d e rn a só lo p a rc ia lm e n te asim ilada p o r la id e o lo g ía c ris tia ­

301 Ibid., p. 170: “ello s, e n ta n to p e rso n a s m ás o m e n o s ed u cad a s v ra c io n a le s, n e c e ­


sitab an c r e e r q u e el c u lto era u n c u lto del d iab lo , p o rq u e n o p o d ía n c r e e r e n n in g ú n
o tr o p o d e r s o b re n a tu ra l al cual la Iglesia n o tu v ie ra un m e jo r acceso q u e ello s. E llo
nos o b liga a asu m ir, p o r su p u e s to , q u e esto s ch am an es e ra n m ita d c h a rla ta n e s , m i­
tad c re y e n te s , v íctim as p arciales d e su p ro p io en g a ñ o ; ésta es, d e s p u é s d e to d o , u n a
c o n d ic ió n m e n ta l m uy c o m ú n . E n c u a lq u ie r caso, ya sea q u e se to m a ra n a sí m ism o s
en se rio o q u e n o lo h ic ie ra n , sie m p re d e b ie ro n se n tirs e n a tu r a lm e n te in c lin a d o s a
c re e r q u e las p e rso n a s en g añ ad a s p o r ellos estab an a d o ra n d o al d e m o n io , c o m o la
ún ica fu e n te d e p o d e r e s p iritu a l m a lig n o , y q u e un c u lto al d iablo e ra lo q u e n e c e ­
sitab an im p u lsa r c o m o líd e re s e sp iritu a le s d e aquellas h e c h ic e ra s .” (las tra d u c c io n e s
d el in g lés so n m ías).

105
H is to r io g r a f ía . D e m o n o lo g ía cris tia n a y c u lt u r a fo lk ló r ic a en e l c o n te x r o e u ro p e o

na. Los c o m p o n e n te s d e l c o m p le jo m ític o en el q u e c reían los h o m b re s


y m u je re s q u e se hacían lla m a r b e n a n d a m i se d e s p re n d e rá p id a m e n te de
los te s tim o n io s q u e los in q u isid o re s fran cisca n o s o b tu v ie ro n d u ra n te los
p rim e ro s in te rro g a to rio s . El 21 d e m a rz o d e 1 5 7 5 , el p re s b íte r o B a rto lo -
m e o S g abarizza, p r im e r d e n u n c ia n te d e los b e n a n d a m i , re p r o d u c e a n te los
ag en te s d e l S an to O fic io v e n e c ia n o u n a c o n v e rsa c ió n q u e había m a n te n id o
p o c o tie m p o atrás co n P aolo G a s p a ru tto , u n c a m p e sin o d e la c o m u n id a d de
lassico. El la b r a d o r había re a liz a d o a n te el p á rr o c o la sig u ie n te co n fesió n :
II g io v e d i di ti n t e le q u a ttr o tem p o re de a n n n erario sfo rccia ti a a n d a r in siem e con
q u esti streg o n i in p iu ca m p a g n e, com e a C orm ons, a v a n ti la chiesa di lassico, et
in sin o su la c a m p a g n a di Verona”. C u á n d o el s a c e rd o te p re g u n tó q u é hacían
G a s p a ru tto y sus a m ig o s e n d ic h o s lu g a re s, P aolo re s p o n d ió : “lib ram o s
c o m b a te s, ju g a m o s y sa lta m o s ” . 302 D e l in te rro g a to rio q u e el 2 7 d e ju n io
d e 158 0 su fre B attista M o d u c c o , p r o n to d e sc u b rim o s q u e d ich o s co m b ates
n o te n ía n lu g a r c o r p o r a lm e n te sin o e n e sp íritu : “lo so n n o b e n a n d a n te perché
vo con li a ltr i a co m b a tiere ( . . . ) in v is ib ilm e n te con lo sp ir ito e t resta i l corpo”.
Los b e n a n d a n ti c o m b a tía n e n n o m b r e d e C ris to y los b ru jo s en favor del
d iab lo ; e m p le a b a n c o m o a rm a s ra m o s d e h in o jo y tallo s d e so rg o , re s p e c ­
tiv a m e n te . D e l re s u lta d o d e la b a ta lla d e p e n d ía el fu tu ro d e las cosechas:
“se n o i re stia m o v in c ito ri, q u e llo a n n o é a b o n d a n z a , et p e rd e n d o e carestía in que¡
a n n o ” ,m ¿ P o r q u é a lg u n o s c a m p e sin o s te n ía n la fac u lta d d e se p a ra r el alm a
d e l c u e rp o ? ¿ Q u ié n e s p o d ía n to m a r p a r te e n e sto s e v e n to s m arciales? El
3 de o c tu b r e d e 1 5 8 0 , P ao lo G a s p a ru tto re s p o n d e am b o s in te rro g a n te s :
los d e stin a d o s a e je r c e r c o m o b e n a n d a n ti e ra n los n a c id o s c o n la cofia,
es d ec ir, e n v u e lto s d e m a n e ra to ta l o p a rc ia l e n la m e m b ra n a am n ió tic a ,
q u e n o te r m in a b a d e ra s g a rse d u ra n te el p a rto . D e h e c h o , la m a d re de
G a s p a ru tto h ab ía h e c h o b a u tiz a r la cofia al m ism o tie m p o q u e la c ria tu ra ,
y añ o s d e sp u é s se la había e n tre g a d o c o n la re c o m e n d a c ió n d e q u e la c o n ­
se rv a ra h a sta alc a n z a r la v id a a d u lta , c u a n d o “sarei a n d a to con li b e n a n d a n ti

302 C a rio Ginzburg, / Benandanti, pp, 2 0 7 -2 0 8 : “los jueves de to d as las c u a tro tém p o ra s
d e l a ñ o e ra m o s o b lig ad o s a ir ju n to c o n e sto s b ru jo s p o r m u c h a s cam p iñ as, com o
C o rm o n s , d e la n te d e la iglesia d e lassico, y h asta la re g ió n d e V erona.”
303 ¡bid. , p, 2 1 7 : “soy benandante p o r q u e voy co n los o tro s a c o m b a tir, in v isib lem en te,
co n el e s p íritu , m ie n tra s el c u e r p o p e r m a n e c e ” ; “si n o s o tro s salim os v e n c e d o re s,
a q u e l añ o se rá d e a b u n d a n c ia ; y si p e r d e m o s , se rá d e ca re stía .”
Fabián A leja n d ro C am pagne

a co m b a tiere con lo s tr ig o n i” , 30+ D o s días a n te s , la esposa d e G a sp a ru tto había


realizad o o tr o a p o rte clave a la c o n fig u ra ció n del c o m p le jo m ític o : a n tes
de p ro d u c irs e aq u ellas e x p e rie n c ia s e x -so m á tic a s, su m a rid o e n tra b a en
u n tra n c e m u y p ro fu n d o del cual re s u lta b a im p o sib le d e s p e rta rlo . En una
o p o rtu n id a d lo sacu d ió en m ás de d iez o casio n es, sin c o n se g u ir re s u lta d o
alguno. Esa m ism a n o c h e , c u an d o d e s p e rtó del tra n c e , Paolo c o n firm ó an te
su esposa el a sp e c to te ria m ó rfic o q u e el alm a e x te r io r a d o p ta b a d u ra n te
las travesías: cada vez q u e ab an d o n ab a el c u e rp o , el e sp íritu d el h c n a n d a m e
lo hacía b ajo la fo rm a d e u n a p e q u e ñ a la u c h a .30i En el tra n s c u rs o d e o tro s
in te rro g a to rio s los p ro c e sa d o s a d m itie ro n q u e eran re c lu ta d o s p o r u n líd e r
q ue se les ap arecía e n su e ñ o s, y q u e los m ie m b ro s d e la c o m p a ñ ía “siam o
in gran m o h itu d in e , et a lie v o h c sia m o c in q u e m ilia e t p a sa no”. 306 A u n q u e las
fu en tes re s u lta n m e n o s c o n c lu y e n te s al re s p e c to , G in z b u rg c re e ta m b ié n
p o d e r id e n tific a r la ex iste n c ia d e u n a seg u n d a v a rie d a d d e b e n a n d a n ti; los
m ie m b ro s d e e ste g ru p o , in te g ra d o m a y o rita ria m e n te p o r m u je re s , n o
se esp ecializab an en los c o m b a te s en éx tasis sino en los c o n ta c to s co n
el m u n d o de los m u e r to s : p o d ía n v e r a los d ifu n to s, d ia lo g a r co n ello s,
tr a n s m itir sus m e n sa je s y, e v e n tu a lm e n te , p a rtic ip a r e n e s p íritu d e sus
307
p ro c e s io n e s n o c tu rn a s .
Los in q u isid o re s v en ecian o s d e te c ta n el m ito a g ra rio p o r p rim e ra vez
en el ú ltim o c u a rto del siglo X V I. D e allí en a d e la n te , los b e n a n d a n ti p a d e ­
cerán tr e s o le a d a s re p re s iv a s p r in c ip a l.e s : 1 5 7 5 -1 5 8 1 , 1619 y 1 6 3 4 -1 6 5 0 .
A lo la rg o d e aq u ello s años los m a g istra d o s e c le siástico s se e sfo rza ro n p o r
descalificar la c re e n c ia , a sim ilan d o sus p rin c ip a le s tra z o s m o rfo ló g ic o s al
e s te re o tip o satan izad o d el sab b at. P ara m e d ia d o s del siglo XVII el h iato
estaba c o lm a d o , y si b ie n la asim ilació n lleg ó d em a sia d o ta rd e c o m o p a ra
d e satar u n a caza d e b ru ja s, los in q u isid o re s c o n sig u ie ro n fin a lm e n te q u e
los p ro p io s b e n a n d a n ti a d m itie ra n el c a rá c te r d iab ó lico d e sus accio n es.
Lejos d e c o m b a tirla , ello s m ism o s p e rte n e c ía n a la secta d e los b ru jo s: la
m e ta de sus travesías n o c tu rn a s n o e ra o tra q u e el sab b at. En sín te sis, la
coacción física y la p re sió n p sico ló g ica habían lo g ra d o q u e los acu sad o s

304 Ibid., p. 2 2 9 : “irás con lo s benandanti a c o m b a tir c o n tra los b ru jo s .”


m Ibid., p. 2 2 5 .
306 Ibid., p. 2 1 7 : “so m o s u n a g ra n m u ltitu d , en ocasio n es hasta cinco m il o m ás.”
307 A id ., p p . 5 3 -6 0 .

107
I íisLo rio sJra fia . D e m o n o lü o ia cris tia n a y c u lt u r a fo lk ló r ic a e n el c o n te x r o e u ro p e o

te r m in a ra n a su m ie n d o c o m o p ro p io el p u n to d e vista d el re p re so r. La
e x tin c ió n d e lin itiv a d el m ito a g ra rio e ra só lo c u e stió n d e tie m p o . 308
A lo larg o d el lib ro , G inzburg; id e n tific a v ario s c o m p le jo s fo lk ló ric o s
e u ro p e o s q u e tie n e n e v id e n te s p u n to s d e c o n ta c to c o n la c re e n c ia d e los
benandanti. Sin e m b a rg o , evita e x tr a e r co n clu sio n e s g e n e ra les q u e p u d ie ra n
aplicarse m ás allá d el c o n te x to friu lan o . R esu lta posib le afirm a)' co n ce rte z a
q u e en el F riu li la b ru je ría d iab ó lic a se d ifu n d ió a p a r tir d e la d e fo rm a c ió n
de un c o m p le jo a g ra rio a n te r io r : el a q u e la rre , p rá c tic a m e n te d e sc o n o c id o
en la re g ió n en el ú ltim o c u a rto d e l siglo X V I, su rg ió fin a lm e n te c o n to d o
su e s p le n d o r c. 1 6 4 0 -1 6 5 0 , d e la m a n o d e la satan izació n d e u n c o m p le jo
a g ra rio p re -c ris tia n o . A vanzar m ás allá d e e sta m o d e s ta c o n c lu s ió n re s u l­
taba en e x tr e m o a rrie sg a d o : “e naturalm ente impossibile estendere senz’altro,
pero analogía, quesla conclusione ad altri región': d ’Europa; tutlavia, pero quanto
parziale e cireoscritta, essa puo costituire u n ’ipotesi per ulterior i ricerche”, 309
A p en as u n p á rra fo d e sp u é s , G in z b u rg esb o za c o m o al p asar la q u e v ein te
años d e sp u é s te r m in a ría sie n d o la h ip ó te sis p rin c ip a l d e Storia nolturna:
i i in d u d a b le c o n e x ió n e n tr e los benandanti y los c h a m a n e s sib e ria n o s (“ii
problema della connessione, indubitabile, esistente tra benandanti e sciamani”)-,310
tras esta re fe re n c ia fugaz, sin e m b a rg o , el tó p ic o n o re c ib e tr a ta m ie n to
u lte rio r e n lo q u e re s ta d e l ensayo.
Los m é r ito s d e l p r im e r lib ro d e C a rio G in z b u rg se p o n d e ra n m e jo r
a la d istan c ia. En p r im e r lugar, su in v estig a c ió n p u so p o r p rim e ra vez en
ev id en cia u n a sp e c to h asta e n to n c e s d e sc u id a d o d el p ro c e s o de c o n s tr u c ­
ció n del e s te re o tip o d e l sab b at. E n el caso d e los benandanti, al m e n o s , la
im a g e n del a q u e la rre q u e e m e rg e d e lo s in te rro g a to rio s n o p u e d e m e r a ­
m e n te c o n sid e ra rs e c o m o el p r o d u c to d e una ficció n c o n s tru id a p o r la
alta c u ltu ra te o lo g a l. El sab b a t q u e se d e s c rib e en los p ro c e s o s friu lan o s
es un p r o d u c to e m in e n te m e n te h íb r id o , la r e s u lta n te d e u n s in ie s tro
d iálo g o e n tr e in q u isid o re s y c a m p e sin o s: los p rim e ro s , p u b lic ista s d el
d isc u rso d e m o n o ló g ic o ta rd o -e s c o lá s tic o ; los se g u n d o s, p o rta d o re s de

30S Ibid. , p p . 1 4 2 -2 0 3 .
309 Ibid., p. xii: “re s u lta n a tu r a lm e n te im p o sib le e x te n d e r p o r sim p le analogía esta
c o n c lu sió n a o tra s re g io n e s d e E u ro p a ; aú n así, a u n q u e p arcial y c irc u n sc rip ta , la
m ism a p u e d e c o n s titu ir una h ip ó te sis p a ra u lte r io r e s in v estig ac io n e s”.
3,0 Ib id ., p. xiii: “el p ro b le m a de la c o n e x ió n , in d u d a b le , q u e ex iste e n tr e los benandami
v los c h a m a n e s” (las tra d u c c io n e s d e l ita lia n o so n m ías).

108
Fabián Alejandro Campognc

u n atávico m ito a g ra rio a p en as c ristian iz a d o . El se g u n d o d e los m é rito s


d el lib ro es el d e h a b e r p re s e n ta d o u n a so lu c ió n re la tiv a m e n te c o n siste n te
al d ile m a fu n d acio n al d e l p a ra d ig m a ro m á n tic o , u n a re s p u e sta sólida al
in te rro g a n te so b re la e x iste n c ia d e fe n ó m e n o s rea le s d e trá s d e la caza de
b ru ja s te m p ra n o - m o d e rn a ; el e s tu d io d e caso p e rm itía d e m o s tra r q u e
el fe n ó m e n o co n el q u e a lg u n o s cazad o res d e b ru ja s p u d ie r o n h a b e rse
e n c o n tr a d o n o re m itía a la e sfera d e las p rá c tic a s so ciales sino al u n iv e rso
de las c reen cias p o p u la re s.
P o r ello , causa p a rtic u la r so rp re sa q u e en los añ o s in m e d ia ta m e n te
p o s te rio r e s a su p u b lic a c ió n , los p o c o s acad ém ic o s q u e p u d ie r o n a c c e d e r
a la le c tu ra del o rig in a l ita lia n o ca ta lo g a ra n a 1 benandanti c o m o u n e m e r ­
g e n te m ás d el “Murray¡te p a r ty ’.3" S egún re c o n o c e el p ro p io G in z b u rg , el
p rim e ro en in c o r p o r a r al d e b a te a c a d é m ic o “this monograph dealínq with a
peripheral area (the Friuli) written in a language which today is also peripheral
(Italian)”, fu e el h is to ria d o r n o r te a m e r ic a n o E. W illia m M o n te r .312 En
1969 M o n te r p u b lic ó u n a rtíc u lo e n fran cés y u n a a n to lo g ía d e fu e n te s, y
en am b o s tra b a jo s o b se rv a b a q u e la d o c u m e n ta c ió n h allad a p o r G in z b u rg
a p o rta b a d e m a n e ra in e s p e ra d a n u ev a e v id en c ia e n favor d e la a n tig u a
tesis d e M u rra y .313 En 1 9 7 2 , Je ffre y B u rto n R u ssell re c h az a b a la tesis q u e
d efe n d ía la in ta c ta su p e rv iv e n c ia d e u n a re lig ió n p re h is tó ric a en p le n o
siglo X V I, p e ro c o n sid e ra b a q u e I benandanti ap oyaba co n firm e z a “por-
tions o f the Murray-Runeberg thesis”, e n p a rtic u la r la c o n tin u id a d , h asta m u y
e n tr a d o el se g u n d o m ile n io , d e c re e n c ia s y p rá c tic a s re la c io n a d a s c o n la
fe rtilid a d ; p o r e llo , c o n c lu ía , “nojirm er bit ojevidence has ever been presented

3,1 ja e q u e lin e S im p so n , “W itc h e s an d W itc h b u s te rs ”, Folklore, 107 (1 9 9 6 ), p. 14.


312 C a rio G in zb u rg , “P re fa c e to th e E nglish E d itio n ”, en C a rio G in z b u rg , The N ight
BaltlesAVitchcraft and Agrarian Cults in the Sixteenth and Scvcnteenth Century, tra n s la te d
fro m th e se c o n d Italian e d itio n by Jo h n an d A n n e T ed esch i, B a ltim o re , T h e Jo h n
H o p k in s U n iv e rsity P re ss, 1992 (1 9 8 3 ), p. xiii: “esta m o n o g ra fía d ed ic a d a a u n área
p e rifé ric a (el F riu li), e s c rita en u n id io m a q u e aú n hoy re su lta p e r ifé r ic o (el ita lia n o )”
(la tra d u c c ió n d el in g lés es m ía).
313 E .W . M o n te r, “T ro is h is to rie n s a c tu é is de la s o rc e lle rie ” , Bibliothcque d ’Humanisme
et Renaissance 31 (1 9 6 9 ), p p. 2 0 5 -2 0 7 ; E .W . M o n te r ( e d .) , EuropeaniVitcherafi, N u ev a
York, Jo h n W iley & S ons, J 9 6 9 , p p . 1 5 8 -1 6 4 . C itad o s p o r C a rio G in z b u rg en “P reface
to th e E n glish E d itio n ” , p. 1 7 3 , n . 1.

109
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

t h a t w itc h c r a ft e x i s te J ”. il4 D o s años d espu és, H . C. E rik M i d e lfo r t pensaba de


m a n e r a similar: los b e n a n d a n t i era n el ú n ic o c u lto b r u j e r il cuya existencia
e n la p r i m e r a m o d e r n i d a d había p o d i d o d e m o s t r a r s e de m a n e r a feh acie n ­
t e . 3li N o r m a n C o h n , p o r su p a r t e , s o s tu v o q u e G in z b u rg se eq u ivo caba al
c o n c lu i r q u e los d o c u m e n t o s friu la n o s d e m o s t r a b a n la s u p erv iv e n c ia de
u n c u lto a la fe rtilid a d an c e stra l en el n o r e s t e italiano: n o havJ nada en el
m a te ria l analizado q u e ju s tifiq u e d ich a c o n c l u s i ó n . 316
¿ Q u é fa cto re s c o n t r i b u y e r o n a esta in m e d ia ta id entificación de I b e n a n ­
d a n ti co n los p o s tu la d o s d e ¡Murray? C o n to d a p ro b a b ilid a d , la p r i m e r a
resp o n sab ilid ad d e b e ría re c a e r en las e v id e n te s am b ig ü e d a d e s q u e p resenta
el t e x t o de 1 9 6 6 , la m e n o s i m p o r t a n t e d e las cuale s n o es, p re c is a m e n te ,
la u tilización de la pa labra “c u l t o ” en el s u b t ít u lo y en el p refac io del li­
b r o . 317 La in clu sión d e la e x p r e s ió n c u l t i a g r a r i en la p o r t a d a m is m a d e la
m o n o g r a f ía n o p u e d e d e ja r d e p r o d u c i r n o s c ie r to a s o m b r o , so b r e to d o
si la c o n tr a s ta m o s con el c o n t e n i d o efec tiv o del ensayo. ¿ N o hab ría sido
m iti a g ra ri u n a f ó r m u la m ás a prop iad a? En u n fr a g m e n t o del “V r e fa z io n e ”
—q u e lu e g o a d q u iriría relativ a fam a— G in z b u rg so stien e q u e la tesis de
M u rray, a u n q u e fo r m u la d a d e m a n e r a acrítica y plagada d e afirm acio nes
arrie sg a d a s , c o n te n ía “u n n o c c io lo d i veritá”. ¿En q u é consistía este n ú cleo
de verd ad ? El p r o p i o a u t o r lo acla ra e n el p á rr a fo sigu ien te: la tesis d e la
estu d io sa inglesa s i e m p r e p a re c ió m á s sensata allí d o n d e identificaba en
las orgías del sabb at la d e f o r m a c i ó n d e u n a n tig u o c u lto a la fertilid ad ( ‘la
deformazione d i u n a n tic o r i t o d i j e r t i l i t a ’) . 3IS L eído c on a ten c ió n , el frag m ento
p a r e c e m á s c erc a d e las antig uas in tu ic io n e s d e T a r t a r o t t i y G r i m m , q ue
h allaban en el s abb at te o lo g a l e l e m e n t o s d e la c u ltu ra folkló rica , q u e d e la
su p e r v iv e n c ia d e la re lig ió n p re h i s tó r ic a d e fe n d id a p o r M u r ra y ; d e h e c h o ,

314 Je ffre y B u rto n R usself, Witchcraft in the MíddlcAgcs, pp. 41 -4 2 : “n u n ca se p re se n tó


u n a ev id en cia m ás firm e a favor d e la e x is te n c ia d e la b r u je ría ” (la tra d u c c ió n del
in g lés es m ía).
315 H . C. E rik M id e lfo rt, “W e re th e r e re a lly w itc h e s? ” , en R . M . K in g d o m (e d .),
Transition and ñevohnion: Prohlcms and Issues o j European Rcnaissance and Rejormaúon
History, M in n e a p o lis, B urgess, 1 9 7 4 , p p. 2 0 3 - 2 0 4 . C ita d o p o r C a rio G in z b u rg en
“P reface to th e E nglish E d itio n ” , p. 1 7 3 , n . S.
316 N o r m a n C o h n , Europe’s Inncr Demons, p. 2 8 3 .
31' C a rio G in z b u rg , 1 benandanti, p .x ii.
313 Ibid., p. x: “la d e fo rm a c ió n d e u n a n tig u o c u lto a la fe rtilid a d .”

n o
Fabián Alejandro Campaqne

G in zb u rg n o habla d e “c o n tin u id a d ” sino d e “d e fo rm a c ió n ” d e a n tig u o s


rito s. Sin e m b a rg o , las p ág in as finales del lib ro v u elven a se m b ra r d u d as
sobre las v erd ad eras in te n c io n e s del au to r, p o rq u e a p a r tir de las d elac io n es
cru zad as d e los ú ltim o s benandanti p ro c e sa d o s p o r la In q u isició n , y d e la
vivida d e sc rip c ió n de u n a fiesta cam p e sin a realizad a d e m a n e ra e s p o n tá ­
nea p o r u n a niña de o c h o añ o s, el italian o d e d u c e q u e re s u lta im p o sib le
d e s c a rta r p o r c o m p le to la e x iste n c ia d e ritu a le s an tig u o s e fe c tiv a m e n te
c e le b ra d o s p o r las c o m u n id a d e s lo cales (“rapporti obiettivi, reali, di tipo sen a ­
rio “ y “raduni di tipo sectario”, son las e x p re s io n e s lite ra le s q u e e m p le a ) .319
E v id e n te m e n te , en tie m p o s d e la p u b lica c ió n d e su p r im e r lib ro , el jo v en
G in z b u rg n o te rm in a b a d e d e s c a r ta r la p o sib ilid ad d e la e x iste n c ia d e r i ­
tu ales arcaico s e n el c a m p o e u ro p e o p re in d u s tria l. D u ra n te la m a y o r p a rte
del tra b a jo q u eda claro q u e los benandanti a firm a b an p a rtic ip a r d e co m b ate s
y p ro c e s io n e s en é x ta sis, e n e s p íritu , m ie n tra s sus c u e rp o s p e rm a n e c ía n
in m ó v iles e n sus le c h o s. Sólo en m u y p o c o s m o m e n to s , c o m o v im o s, el
a u to r ju e g a co n la p o sib ilid a d d e la su p e rv iv e n c ia d e p rá c tic a s c u ltu a le s
a ntiguas. Sin e m b a rg o , a la h o ra d e e le g ir u n su b títu lo a p ro p ia d o p ara el

Sl9 R e sp e c to d e las acu sacio n es re c íp ro c a s q u e los ú ltim o s benandanti se lanzaban


e n tr e sí, véase G in z b u rg , 1 benandanti, p. 186: “si tratta di rapporti obiettivi, reali, di
tipo senario, a quanto semhra, che non escludono ( . . . ) che ciaseun benandante riviva in modo
diverso, verosímilmente nel corso dei misteriosi deliqui, le credcnze tradizionali, ormai in vía
di dissolvimento” (“a c u a n to p a re c e , se tra ta d e relacio n es o b jetiv as, re a le s, d e tip o
se c ta rio , q u e n o e x c lu y e n q u e algún benandante re v iv ie ra d e m a n e ra d ife re n te la
cre e n c ia tra d ic io n a l, ya en vías d e d iso lu c ió n , v e ro sím ilm e n te e n el c u rso de m is te ­
rio so s d esm ay o s”); re s p e c to d e las d e s c rip c io n e s festivas realizad as p o r A n g io la, una
niñ a d e 8 añ o s, véase Ib id ., p p. 188-1 B 9 :“Dissolci i miti e gli abbcllimentijancastici delle
streghe scopriamo quasi con delusione una realta meschina, addirittura banale - u n radnno
di gente accompagnato da balli e promiscuitd sessuah. In qualche caso il sabba dovetce essere
realmente questo, o meglio anche questo. E por quanto non sia possibile riferirc senz’altro, per
analogía, tale conclusione ai benandanti, non c ’e dubbio che essa renda piú plausibile I'ipotesi
che traquesti ultim i si svolgessero raduni di tipo senario, simili o poco diversi da quelli descritti”
(“d isu e lto s los m ito s y los e m b e lle c im ie n to s fantásticos de las b ru ja s , d e s c u b rim o s ,
casi co n d e silu sió n , u n a re a lid a d m e sq u in a , banal: u n a r e u n ió n d e g e n te aco m p añ ad a
d e b ailes y p ro m is c u id a d se x u al. En c u a lq u ie r caso, el sabbat d e b ió se r r e a lm e n te
é s to , o m e jo r aú n , ta m b ié n ésto . Y a u n q u e n o n o s sea p o sib le ap licar p o r analogía
esta c o n c lu s ió n 'a los benaridandi, n o hay du d as de q u e la m ism a to r n a m ás p lau sib le
la p o sib ilid a d d e q u e en su sen o se d e sa rro lla se n re u n io n e s de tip o s e c ta rio , sim ilares
o n o m u y d istin tas d e aquellas d e s c rip ta s”).

m
H istoriografía. D cm on ulooja cristiana v cultura folklórica en el c o n t e x r o e u r o p e o

libro, estos ú ltim o s f r a g m e n t o s t e r m i n a r o n p e s a n d o m á s q u e el re s to de


la m o n o g r a fía . ¿ O t r o e je m p lo d e la in ercia rn u rraís ta d e la cual parecía
im p o sib le escapar a finales d e la d é c a d a d e 1960? A u n q u e a la luz d e las
a c la racio n es y p u b lic a c io n e s p o s t e r i o r e s d e G in z b u r g la iden tific ació n
inicial e n t r e I benandanti y la escu ela de M u r ra y nos re s u lta en el p re s e n te
p o c o m e n o s q u e a b su rd a, n o c a b e n d u d as d e q u e e x p re s io n e s c o m o “cuhi
agrari”, “raduni di tipo senario” y “nocciolo di veritá” g e n e r a b a n un g r a d o de
a m b ig ü e d a d q u e resulta im p o sib le d e sc o n o c e r.
. Sin e m b a r g o , las in definic ion es del jo v e n G in z b u rg n o f u e r o n las únicas
cau san tes de las acusaciones d e m u r r a í s m o lanzadas c o n tr a I benandanti.
El c o n t e x t o h is to rio g rá lic o t a m b ié n tu v o su c u o ta de resp o n sab ilid ad . En
efecto , la d écada de 1970 fu e te s tig o d e l d e r r u m b e definitivo del p restig io
a c a d ém ico de la te o ría de M a r g a r e t M urray. En este m a r c o , to d a referen cia
a ritu a le s o cu ltos a la fe r tilid a d , p o r in d ire c ta q u e fu era, p o r m a tizad a qu e
re s u lta r a , n o p o d ía m e n o s q u e id e n tificars e co n el p a ra d ig m a d e rr o ta d o .
¿ C ó m o re s u lta po sible e x p lic a r el sú b ito colapso d e u n m o d e l o i n t e r p r e ­
tativo q u e había s o p o r t a d o i n c ó l u m e to d a clase d e ataq u e s d u r a n t e más de
m e d i o siglo? La r e s p u e s ta se re la c io n a c o n la p rolesion alización definitiva
d e la h is to rio g rafía de la caza d e b ru ja s. A p a r t i r d e la p u blicació n de los
libros d e I I u g h T r e v o r - R o p e r , R o b e r t M a n d r o u , K e ith T h o m a s , Alan Mac-
farlane, M ich el de C erteau y II. C. E rik M id cllo rt, la caza d e b ru jas dejó
d e o c u p a r el lu gar m a r g in a l q u e hasta e n to n c e s había te n i d o e n el seno
de los d e p a r t a m e n t o s de h is to ria un ive rsita rio s. Si d u r a n t e las décadas de
19S0 y 1960 los e stu d io s d e a c a d é m ic o s c o m o D e lc a m b r e , Bavoux, Bono-
m o , B aschw itz y C a ro Baroja re s u lta b a n v e r d a d e r a m e n t e exc ep cio n ales,
a p a r t i r de 1970 la h is to rio g ra fía d e la caza d e brujas in g re sa e n la fase de
e s p le n d o r p o r la qu e todavía transita . En o tras palabras, la reje rarq u izac ió n
d el c a m p o de e s tu d io y la ge n e ra liz a c ió n d el trabajo de arch iv o f u e r o n las
principales responsables d el d e r r u m b e definitivo de la IVitch-Cult theory. N o
e ra n ya voces aisladas d e a c a d é m ic o s m a r g in a le s las q u e re a c c io n a b a n ante
los abusos m e t o d o ló g i c o s d e la in v estig ad o ra inglesa, sino la c o m u n i d a d de
h is to ria d o re s p ro fesio n ales e n su c o n j u n t o . 320 Las c o n c lu s io n e s de M u rray
c a re c e n de fu n d a m e n to alg u n o , so s tie n e K e ith T h o m a s e n su m o n u m e n t a l

3’° Jacq u elin e S im p so n , “M a rg a re t A lice M u rra y ( 1 8 6 3 -1 9 6 3 )”, p. 7 9 7 ; C a ro lin e O ates


an d J u lie lte W o o d , A Coren o j Scholars, p p. 2 9 -3 0 ; R o n a ld H u tto n , ThcTriumph o j the
Afoon, p. 3 6 2 ; D iana P u rk iss, The IVitch in H istorr, p. 6 2.
Fabián Alejandro Campugnc

Religión and the Decline o f Magic d e 1 9 7 1 .321 U n añ o a n te s , A lan M a cfarlan e


sen ten c iab a: “M u rray c o n fu n d ió lo q u e la g e n te creía q u e o c u rría co n lo q u e
e fe c tiv a m e n te sucedía,”i22 P o r e n to n c e s , C h ris to p h e r H ill elim in a b a d e la
seg u n d a ed ic ió n d e Rejormation to Industrial Revoluiion to d a re fe re n c ia a la
Witch-Cult theorj, ate n u a n d o c o n sid e ra b le m e n te las a firm a c io n e s realizad as
en la p r im e r a e d ic ió n . 323 En 1 9 7 5 , fin a lm e n te , la p u b lic a ció n d e Europes
Inner Demons su p u so el g o lp e d e g ra cia d e fin itiv o a la te o ría d el c u lto a la
fe rtilid a d . D e h e c h o , el lib ro d e N o rm a n C o h n fue e n te r a m e n te p e n sa d o
c o m o una re fu ta c ió n d e las tesis d e M u rray . C ab e a c la ra r q u e la ir ru p c ió n
de m o n o g ra fía s c o m o las q u e e sta m o s m e n c io n a n d o n o im p lic ó el r e t o r ­
n o a las p o s tu ra s m ás e x tre m is ta s d e la esc u ela ra c io n a lista , q u e n e g a b a n
a las c re e n c ia s p o p u la re s to d a in g e re n c ia o relev a n c ia e n la d in á m ic a d e
la re p r e s ió n ju d ic ia l d e la b ru je ría . D e h e c h o , el lib ro d e C o h n in te n ta b a
d e m o s tra r q u e las an tig u as ley en d a s en to r n o a e sp íritu s in fa n tic id a s, p r o ­
cesio n es n o c tu rn a s y h e c h ic e ra s v o la d o ra s, ta m b ié n h a b ían c u m p lid o u n
ro l d e sta c a d o en la c o n s tru c c ió n d el e s te re o tip o d e m o n iz a d o s a b b a t.324
La re v o lu c ió n h isto rio g rá fica d e los años ‘7 0 , su m ad a a la le c tu ra sesgada
qu e el lib ro había te n id o en el m u n d o a n g lo sajó n , ju s tific ó la re d a c c ió n de
u n n u e v o p ró lo g o p a ra la tra d u c c ió n in g lesa d e 1 Benandanti (p u b lic ad a en
1983 c o n el títu lo deT h e N ight Battles). En este n u e v o p re fa c io , G in z b u rg se
en carg a d e ac la ra r q u e la an tig u a tesis d e M u rra y c o n sta b a d e d o s sec c io n es
c la ra m e n te d ife re n c ia b le s: la p rim e ra , so ste n ía q u e la b ru je ría h u n d ía sus
raíces e n u n a n tig u o cu lto a la fe rtilid a d ; la se g u n d a , q u e el sab b at d e s c rip to
p o r las b ru ja s re m itía a re u n io n e s e fe c tiv a m e n te c e le b ra d a s. “W hat rny work
reallj dcmonslrated, even u n intentionallj”, in siste G in z b u rg ,“iras sim plj th e fr s t

321 K e ith T h o m a s , Religión and the Decline o f Magic, p. 61 S.


322A lan M a cfa rlan e, ÍViichcraft in Tudor and S tu a n England, p. 10: “she mislook what people
believed to be h a p p em n g fo r what a ctu a llj did happen”. El re sa lta d o es de M a cfa rlan e
(“ella c o n fu n d ió lo q u e la g e n te cre ía q u e su c ed ía co n lo q u e r e a lm e n te su c e d ía ” ; la
tra d u c c ió n d el in g lés es m ía).
323 La se g u n d a e d ic ió n a la q u e n o s r e fe rim o s fue p u b licad a e n 1969. A h o ra H ill cita
co m o p rin c ip a l fu e n te d e a u to rid a d a la tesis to d av ía in é d ita de A lan M a c fa rla n e ,
q u e se ría p u b lic a d a e n f o rm a d e lib ro al añ o sig u ie n te . La e d ic ió n castellan a d el
lib ro d e H ill sig u e los p a r á m e tro s d e la se g u n d a e d ició n revisada: De la Reforma a
la Revolución industrial, 1 5 3 0 -1 7 8 0 , tra d u c c ió n de Jo rd i B e ltrá n , B a rcelo n a, A rie l,
i 980, pp. 131-134.
324 N o r m a n C o h n , Europe’s Inner Demons, c a p ítu lo 11.
H istoriografía. D em on ología cristiana y cultura folklórica en el con texro eu ropeo

point”. P o r lo ta n to , c o n c lu y e , a u n q u e re s u lta in discutib le la re la c ió n e n tr e


los benandanti y los cu lto s a la f e r tilid a d —el “n ú c le o de v e r d a d ” de la tesis
M u r r a y al q u e aludía e n el Prejazione d e la e d ic ió n italiana— n in g ú n d o c u ­
m e n t o n os p e r m i t e c o n c lu i r co n c e r t e z a q u e los benandanti e fe c tiv a m e n te
se r e u n i e r a n p a ra c e le b r a r los ri to s q u e d escrib ía n en sus c o n fe s io n e s .32i El
n u e v o c o n t e x t o h is to rio g rá fic o ta m b ié n explica qu e un a c ad ém ico re s p e ta ­
d o c o m o Jeffrey B u r t o n R ussell, s in tiera la n e ce sid ad de d e d ic a r la m a y o r
p a r t e d e su re s e ñ a d e The N ight Battl.cs a ju stificar sus d icho s a n te r io r e s y a
acla rar su p o sic ió n r e s p e c t o d e la W itch-C ult theory.nb G racias al é x ito de
los ataq u e s c o m b i n a d o s lan zado s c o n tr a el “Murray paradigm”, a m e d ia d o s
de la d écad a de 1 98 0 C h ris tin a L a r n e r p u d o fin a lm e n te e x c la m a r: ¡ahora
resulta posible e s tu d ia r la caza d e b ru ja s e u ro p e a ig n o ran d o p o r c o m p l e to la
t e o r ía q u e im ag in ab a q u e sus víctim a s e ra n s e gu id oras d e u n an tig u o cu lto
a la fertilid ad p r e - c r i s t i a n o !327 Si todavía p a ra 1970 un scholar po d ía a d h e ri r
a la tesis d e la e g ip tó lo g a c o n s e r v a n d o d e m a n e r a s im u ltá n e a su p restig io
a c a d é m ic o , p a ra c o m i e n z o s d e los años n o v e n ta dicha c o m b i n a c ió n había
in g r e s a d o d e c i d i d a m e n t e e n el t e r r e n o d e l o x ím o r o n .

i2> C a rio G in z b u rg , “P re fac e to th e E nglish E d itio n ”, p. xiii: “lo q u e m i tra b a jo re a l­


m e n te d e m o s tra b a , a u n q u e e n f o rm a n o in te n c io n a l, era s im p le m e n te el p r im e r
p u n to ” (la tra d u c c ió n del inglés es m ía ).
326 Church History, 5 4 : 4 ( 1 9 8 5 ) ,p . 522 :“1 have never arguedfor the cxistcnce o f an orejan ired
ivitch cuh, onlyjor the probable esistencc ojsom e individuáis or groups practicing witchcraft”
(“Yo n u n ca a rg u m e n té a favor de la ex iste n cia de u n cu lto b r u je n ! o rganizado, sino que
h ice refe ren cia a la p ro b ab le ex iste n c ia d e algunos individuos o g ru p o s que practicaban
!a b ru je ría ”). M ás allá de q u e el m atiz se ñ alad o p o r R ussell resu lta difícil de ap reh en d er,
la te r m in o lo g ía y la re d a c c ió n e m p le a d a s e n el lib ro de 1972 n o p a re c e n se r las m ás
a p ro p ia d a s p a ra e x p re sa rlo . N o cab e n d u d a s d e q u e las co n v iccio n es relig io sas del
h is to r ia d o r n o r te a m e ric a n o han in flu e n c ia d o su visión r e s p e c to de la caza de b ru jas
te m p r a n o -m o d e r n a . D e h e c h o , R ussell ha m a n ife sta d o p ú b lic a m e n te se creen cia en
la e x iste n c ia real d e l d e m o n io ; al r e s p e c to véase je ffre y B u rto n R u ssell, Sotan: The
Early ChristianTradition, Ith aca, C o rn e ll L Iniversity P ress, 1994 [1981 ], p. 1 2: “Ia m still
inciined to believe that the Devil exists and that his ivorks are painfully manijest among us”
(“Todavía m e sie n to in c lin a d o a c r e e r q u e el D iab lo e x iste y q u e su o b ra se m an ifiesta
d o lo r o s a m e n te e n tr e n o s o tr o s ” ; )as tra d u c c io n e s d el inglés so n m ías).
32' C h ristin a L a rn e r, Witchcrajt and Re¡igion:The Politics pjPopuIar BelieJ.’ O x f o rd , Basil
B la c k w e ll, 1 9 8 5 , p p. 4 7 -4 8 .

114
Fabián Alejandro Campagne

La r e d u c c ió n d el a p o r te d e G in z b u rg al m o d e lo in te r p r e ta tiv o de
M u rray q u e se im p u so en la h is to rio g rafía an g lo sajo n a de los años ’7 0 , no
o b stó p ara q u e / benandanti re c ib ie ra apoyos significativos en o tro s ám b ito s
académ icos. P a rtic u la rm e n te lu m in o so s re s u lta ro n dos trab ajo s p u b licad o s
en 1 9 7 6 : u n paper d el ru m a n o M ircea E liade y un lib ro d e la h is to ria d o ra
italiana Luisa M u ra ro . A m b o s in v estig ad o res re c o g ie ro n el g u a n te lan zad o
p o r G in z b u rg en 1 9 6 6 , e in te n ta ro n r e s p o n d e r el in te rro g a n te q u e había
q u e d a d o sin re s p u e sta : ¿resu ltab a p o sib le g e n e ra liz a r las c o n c lu sio n e s del
caso friu la n o al m ás a m p lio c o n te x to p a n e u ro p e o ? M ircea E liade ( 1 9 0 7 -
1 9 8 6 ) , d e can o de los h isto riad o res de la relig ió n c o n te m p o rá n e o s , re sp o n d e
de m a n e ra a firm a tiv a en u n a rtíc u lo in c lu id o en una c o le c tá n e a p u b lic ad a
p o r la U n iv e rsid a d de C hicago. En e fe c to , en el ric o a c e rb o del fo lk lo re
ru m a n o , E liade id en tific a dos c o m p le jo s q u e g u a rd a n e stre c h a re la c ió n
con la ley en d a d e los c o m b a tie n te s en éx tasis italian os: los strigoi y los ca-
lusari. Los striejoi son los b ru ja s y b ru jo s d e la c u ltu ra lo cal. Según el m ito
p o p u lar, nacían en v u e lto s en la m e m b ra n a a m n ió tic a , ven ían al m u n d o con
la cofia. Al lle g a r a la ed ad a d u lta ad q u iría n la capacidad de d e s p r e n d e r a
v o lu n ta d el alm a del c u e rp o , y d e esa fo rm a p o d ía n p e n e tr a r en las casas
h e rm é tic a m e n te c e rra d a s, ju g a r con lo b o s v osos sin su frir d a ñ o , ro b a r
la le c h e d e las vacas, o m e ta m o rfo s e a rs e en an im ales. P e ro m ás su g estiv o
resu ltab a el h e c h o d e q u e d u ra n te aquellas e x p e rie n c ia s ex tá tic a s los strigoi,
m o n ta d o s so b re esco b as o b a rrile s , se trasla d a se n fu era de los p o b lad o s
o “h asta el fin del m u n d o , d o n d e n o c re c e la h ie rb a ” , p a ra c o m b a tir e n tre
ellos c o n g a rro te s , h ach as y g uadañas. Las b atallas p arec ían te n e r u n a fi­
nalidad e m in e n te m e n te lú d ica: p o c o an tes del alba, los strigoí llo ra b a n y
se re c o n c ilia b a n .328 A p a r t ir d e la c o n sta ta c ió n d e las sem ejan zas q u e e x is ­
tían e n tr e benandanti y strigoi, E liade co n clu y e q u e las c a rac te rístic a s d e la
b ru je ría fo lk ló ric a ru m a n a d e m o s tra ría n la a u te n tic id a d d e lo s e sc e n a rio s
p re -c ris tia n o s b asad os en viajes o n íric o s, travesías e x tá tic a s y c o m b a te s
ritu a le s .329 U na circ u n sta n c ia p a rtic u la r c o n trib u v e al re fo rz a m ie n to de

328 M irc e a E liad e, “S o m e o b se rv a tio n s on E u ro p e a n W itc b c ra ft” , e n M irc e a E liade,


OccultismJVitchcraJt and Cultural Fashions. Essaj's in Comparative Religión:*;, C b io a g o ,T h e
U n iv ersity o f C hicago P ress, 1976 (cito p o r la edición en c a ste lla n o :“A lgunas o b se rv a ­
ciones so b re la b ru je ría e u ro p e a ”, e n M ircea IrJiade, Ocultismo, brujería y modas culturales,
tra d u c c ió n d e E n riq u e B u te lm a n , B uenos A ires, M a ry m ar, 1 9 7 7 , p p . 1 2 3 -1 2 4 ).
329 Ibid., p. 124.

115
H istoriugraíía. D em onulo^ía cristiana v cultura folklórica c. ci con texro europeo

esta h ipó tesis: R u m a n ia s i e m p r e se m a n t u v o al m a r g e n d e las p e r s e c u ­


ciones in qu isitoriales, de la caza d e b ru ja s o de cu a lq u ie r o t r o in t e n t o de
a c u ltu ra c ió n v io len ta de los secto res p o p u la r e s . El s e g u n d o de los c o m ­
plejo s folkló rico s re s cata d o p o r E liade es el d e los calusari.330 E n este caso
n o s a d e n tr a m o s d i r e c t a m e n t e e n el u n iv e r s o d e los ri to s e le c tiv a m e n te
cele brado s. En e le c to , los calusari n o r e m i t e n a figuras m ito ló g icas sino a
cofradías d e jó v e n e s especializadas en la c e le b ra c ió n d e ritu ales catá rticos
de c a rá c te r c o re o g r á fic o - m u sic a l. Sus danzas acrobáticas, diseñadas p ara
g e n e r a r la se nsac ión d e q u e volaban p o r los aires, ten ían la v ir tu d d e c u r a r
las e n f e r m e d a d e s p rov ocad as p o r las hadas, tr a d ic io n a lm e n te asociadas con
los esp asm o s y c a la m b re s m u s c u la re s . Sin e m b a r g o , los m o v i m i e n to s de
aquellos jó v e n e s n o r e p r o d u c ía n n in g ú n baile convencional: p o n ía n en acto
la batalla q u e libraban c o n las had as invisibles. Si los calusari tr iu n fa b a n , los
e n f e r m o s sanarían de sus do len cias. Para Eliade, la estilizada c o m p e t e n c ia
que los calusari librab an con las hadas p u e d e co n sid e ra rs e un a p ro lo n g a c ió n
ritu a l de los c o m b a t e s e n éxtasis e n los q u e p a rtic ip a b a n strigoí y benan­
d a n ti.33' Los e sce n a rio s p re - c r is ti a n o s q u e l o g r a r o n sob reviv ir en Italia o
en R u m a n ia n o alcanzan p a ra e x p lic a r el o r i g e n d e la b ru je ría o c cid e n tal,
p e r o c o n tr ib u y e n a u n c o n o c im ie n t o m ás p r o f u n d o del p ro c e s o q u e dio
n a c im ie n t o a los e s t e r e o t i p o s d e m o n i z a d o s p o s t e r io r e s . 332 P o r ú ltim o ,
el b re v e a r t íc u l o d el h is to r i a d o r r u m a n o p o te n c ia lo q u e en el libro de
G in z b u rg n o pasaba d e se r u n a m e n c i ó n fugaz: la posib le re la c ió n e n tr e el
m i to de los benandanti y el c h a m a n is m o e uroasiático. Lina le c tu ra rápida
de los d o c u m e n t o s h in d ú e s , so s tie n e Eliade, convencerá a cu a lq u ie r le c to r
de q u e la b r u j e r ía e u r o p e a n o p u e d e h a b e r sido una m e r a cre ació n d e la
p e r s e c u c ió n religiosa; a e x c e p c i ó n d e Satán y de la inv ersió n de los ritu ales
cristianos, to d o s los rasgos que se asignan a las bru jas eu rop eas —la capacidad
de volar, la invisibilidad, la m e t a m o r f o s i s an im al, la capacidad de m a t a r a
d i s t a n c i a - ta m b ié n d e fin e n a los Jvoguis Jv m a gO o s i n d o - ti b e ta n o s . 333
M e n o s in flu yen te q u e la m o n o g r a f ía d e Eliade p e r o m ás relevante para
el caso fr iu la n o re s u lta el lib ro d e Luisa M u r a r o . La Signara delgioco es un a

j3 S o b re los calusari vease G ail K íig m an , C l¡1u §: Sj'mhoJic Transjormalion in Romanian


R itual, C h ic a g o ,T h e U n iv e rsity o f C h icag o P re ss, 1 981.
331 M irc e a E liade, “A lgunas o b se rv a c io n e s so b re la b r u je ría e u ro p e a ” , pp. 12 6 -1 2 7 .
} u lb id ., p. 132.
333 Ibid., p. 112.

116
fabicin Alejandro Campagne

investigación q u e se basa en el análisis ele u n a e x te n s a serie d e juicio s p o r


b ru je ría d e sa r ro lla d o s en el n o r t e de Italia e n t r e los siglos XIV y XVII.
En m u c h o s d e esto s p ro c e s o s , las c o nfesio n es de los in c u lp a d o s h ac en
re fe re n c ia a u n a elusiva d ivinidad fe m e n in a —la “S e ñ o ra del ju e g o ” q u e da
tí tu lo al lib ro—q u e p resid ía los e n c u e n t r o s n o c t u r n o s q u e los in q u isid o res
se en cargarían lueg o de dem onizar. Según se d e s p r e n d e d e los actos bizarros
qu e los asistentes a las asam bleas decía n d e s a r ro lla r en p re s e n c ia d e aquella
Domina Ludí, los co n v e n tíc u lo s n o p o d ía n t e n e r lu g ar sino e n e s p íritu .T a l
es el caso de los re la to s d e Sibillia Z a n n i y P ie r in a Bugatis, p ro ta g o n ista s
de los p ro c e s o s q u e a b re n la serie e stu diad a p o r M u r a ro . En 1 39 0 am b as
m u j e re s f u e r o n enviadas a la h o g u e r a p o r la inquisición lo m b a r d a . Sibillia
había en fre n ta d o ya u n p ro c e s o similar seis años antes, d u ra n t e el cual su e x ­
tra ñ ísim a historia había a s o m b r a d o al in q u isid o r d o m i n ic o F ra B e ltra m in o
di C e rn u sc u llo . P o r e n to n c e s , la Z a n n i había co n fe s ad o su p a rtic ip a c ió n en
la co m p añ ía de M a d o n a O r i e n t e , a la q u e j u n t o co n otras p e rs o n a s asistía los
ju ev es p o r la n o c h e . O r i e n t e , a q u ie n t o d o s salu dab an co n u n a re s p e tu o s a
rev e re n c ia , ten ía cap acid ad p a ra p r e d e c i r el f u t u r o , c o n o c ía las v ir tu d e s
secretas d e las h ierb as del b o s q u e , y p r o p o r c io n a b a valiosos c o n o c im ie n t o s
q u e los m i e m b r o s d e la c o m p a ñ í a c o m u n ic a b a n a sus vecin os y fam iliares.
P ero allí n o acababan los p o d e r e s d e la m is te rio s a figura fe m e n in a : c u a n d o
los p artic ip a n te s del ágape saciaban su ap e tito , M a d o n a O r i e n t e to cab a co n
u n a vara los re s to s de los anim ales sacrificados y los re s u c ita b a d e i n m e ­
d ia to .334 Luisa M u r a r o d e te c ta c o n sagacidad el sutil c o r r i m i e n t o q u e se
p r o d u c e e n tr e los p r o c e s o s d e 1 38 4 y 1390. M ie n tra s q u e en el p r i m e r o
Sibillia fue c o n d e n a d a p o r c r e e r q u e asistía a las r e u n i o n e s p res id id as p o r
M a d o n a O r i e n t e —es decir, p o r c o n fu n d ir fantasía y re a lid a d —, e n I 3 9 0 la
p e n a capital le c u p o p o r h a b e r asistido a la sacrilega asam b le a, p o r h a b e r
e sta d o e fe c tiv a m e n te allí. En ap enas seis años el p u n t o d e vista d e los
in q u isid o re s m ila n e s e s había m u t a d o de m a n e r a radical. Pa ra M u r a r o ,
este sin iestro salto cualitativo c o n stitu y e “ilja tto inauguróle della caccia alie
streghe.”33i C o n esta c o n c lu s ió n la h is to ria d o ra italiana avanzaba m u c h o m á s
allá de lo sug erid o p o r 1 benandanti. G in z b u rg había d e m o s t r a d o q u e , e n un a

334 Luisa M u ra ro , La Signara delgioco. La caccia alie streghe interpretata dalle sue vittime,
M ilán , La T a rta ru g a , 2 0 0 6 (1 9 7 6 ), pp. 2 0 0 -2 0 7 .
355 Ibid., p. 192: “el a c to in a u g u ra l de la caza d e b ru ja s” (la tra d u c c ió n d e l italian o
es m ía).

117
H istoriografía, D em on ología cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

r e g i ó n específica, el sabbat había s u r g id o a p a r t i r de la satanización de un


c o m p l e jo fo lk lórico p r e - e x is t e n te ; sin e m b a r g o , se trata b a de un aq u e la rre
m u y ta rd ío , q u e n o había t e r m i n a d o d e c o n f o r m a r s e hasta m e d ia d o s del
siglo XVII. La c ro n o lo g ía e ra el p rin c ip a l o b s tá c u lo q u e im p e d ía e x t r a p o ­
lar la te o r ía p a ra aplicarla al r e s t o del c o n t e x t o e u r o p e o . P ues b ien , Luisa
M u r a r o hallaba a h o ra u n a s e r ie d e ju icios co n características similares a
los d e s c u b i e r t o s p o r G in z b u rg , p ro c e s o s e n los cuale s la c o n s t r u c c i ó n del
sabbat había e m e r g i d o a p a r t i r d e la d e m o n i z a c ió n d e u n c o m p l e jo m ítico
p re -c ris tia n o , p e r o qu e n o tu v ie ro n lugar c u a n d o la caza de brujas declinaba
sino en los a lb o re s m i s m o s d e la g r a n p e rs e c u c ió n . Las ukeriori r¡cerche a
las q u e aludía G in z b u r g e n el prefacio d e 1 benandanti c o m e n z a b a n a dar
sus fru to s. La po sible in cid en cia d e la d e m o n i z a c ió n de m i to s arcaicos en
la c o n s t r u c c i ó n d el e s t e r e o t i p o del sa bb at e ra u n a h ipó tesis q u e parecía
co n so lid a rs e c o n el p a so d e l ti e m p o .
Tras la p u b licació n d e I benandanti G arlo G in z b u rg n o volvió a o cu p a rse
d e m a n e r a in m e d ia ta d e la b r u j e r í a t e m p r a n o - m o d e r n a . Sus c u a tro libros
p o s t e r i o r e s c o n t i n u a r o n an aliz and o p r o b l e m a s re la c io n a d o s con la m argi-
nalidad religio sa y la h is to ria d e la c u lt u r a , p e r o n in g u n o de ellos en caró
d e m a n e r a d ir e c ta la re s o lu c ió n d e los i n t e r r o g a n t e s q u e había dejado
p e n d i e n t e la m o n o g r a f ía d e 1 9 6 6 . 336 F in a lm e n te , en 1986 el h is to ria d o r
italiano r e g r e s a a las fu e n te s , y realiza u n n u e v o y s o r p r e n d e n t e a p o r t e a
la h is to rio g ra fía d e la caza d e b ru ja s: Storia notturna. Una decifrazione del
sabba. E x iste u n e v id e n t e hilo c o n d u c t o r e n t r e aq ue l a c o ta d o trabajo de
ju v e n t u d y el a b r u m a d o r ensayo d e finales de los ’80. E n efecto , u n o de los
objetivo s tá cito s d e Storia notturna e ra d e m o s t r a r q u e el tipo de c o m p le jo

336 Los lib ro s d e G in z b u rg in m e d ia ta m e n te p o s te rio r e s a 1 benandanti son: II nicodc-


mismo. Simulazione. e dissimulazione religiosa n eü ’Europa del ‘5 0 0 ,T u rín , E in a u d i, 1 970;
Giochi di pazienza. Un seminario sul”Bcn(Jcio di Cristo”, T u rín , E in a u d i, 197S , en co la ­
b o ra c ió n c o n A d ria n o P ro s p e r i; lljorm aggio e i vermi. II cosmo di un muqnaio del ‘5 0 0 ,
T u rín , E in a u d i, 1976 (e d ic ió n e n c a ste lla n o : El queso y ¡os gusanos. El cosmos, según un
molinero del siglo X V I, B a rcelo n a, M u c h n ik , 1 9 8 1 ); Indaginí su fiero. 11 Battesimo, il ciclo
diArezzo,la Flagellazione di Urbino,T u rín , E in a u d i, 1981 (e d ició n e n castellano: Pesquisa
sobre Fiero. El Bautismo. El ciclo deArczzo. La Flagelación de Urbino, B arcelo n a, M u chnik,
1 9 8 4 ). A esto s c u a tro s lib ro s se ag reg a u n a re c o p ila c ió n d e a rtíc u lo s p u b licad o s con
a n te r io rid a d e n d ife re n te s re v ista s y c o lc c tá n e a s: M iti, cmhlcmi, sp ie ,T u rín , E inaudi,
1986 (e d ic ió n e n c a ste lla n o : M itos, emblemas, indicios. Morfología e historia, B arcelona,
G ed isa, 1 9 8 9 , p p . 1 3 8 -1 7 5 ).

118
Fabián A leja n d ro C am pagne

m ítico y el tip o de p ro c e s o inquisitoria] e x h u m a d o s veinte años antes no


c o n stitu ían un a situ ació n aislada, y q u e p o r lo ta n to , el caso de los benan­
danti re s u lta b a e n e x t r e m o re le v a n te para una m e j o r c o m p r e n s ió n de los
o ríg en es del e s t e r e o t ip o del sabbat en el c o n t e x t o p a n e u ro p e o .
El r e s u lta d o d e este n u ev o esfu e rz o in telec tu al fue u n o de los libros
de h is to ria m a s am b icio sos y d e s m e s u ra d o s jam á s p ro d u c i d o s p o r n u estra
d isciplina.337 ; P o r d ó n d e c o m e n z a r la e x p o sic ió n de u n ensayo con estas
características? En u na de las in n u m e ra b le s reseñ as bibliográficas d e d ic a ­
das al lib ro , la h is to ria d o ra Jane P. D av idso n so stiene q u e Storia notturna
d ebe ría c o m e n z a r a le e rse p o r la “C o n c lu s i ó n ” antes q u e p o r la p r i m e r a
p á g in a .33S E n efe cto , es en aquella ultim a sección d o n d e h allam os re s u m id a
la hip ótesis c e n tr a l del trab ajo : en la im a g e n del a q u e la rre se d is tin g u en
dos filones c u ltu ra le s de p ro c e d e n c ia h e te r o g é n e a ; p o r u n lado, el te m a
ela b o ra d o p o r in q u isid o res y ju e c e s laicos, del c o m p l o t u r d i d o p o r una
secta o g r u p o social hostil; p o r el o tr o , e le m e n to s d e o rig e n c h a m á n ic o
enraizados en la cultu ra folklórica,5 c o m o el vuelo mágico
&
vJ las m eta m orfo sis
zo o m ó rfic a s. La fusión e n tr e a m b o s e le m e n to s fue tan sólida yy d u ra d e r a ,’
afirm a G inzb urg, p o r q u e e n tr e los dos filones existía una afinidad sustancial
y s u b t e r r á n e a . 339
P o r lo ta n t o , del d is c u rso del p r o p i o h is to r i a d o r italiano se d e s p r e n d e
que Storia notturna se organiza a p a r t i r d e dos hip ó tesis d ife re n te s, c la r a ­
m e n t e sep arab les: p o r u n lado, la q u e so stien e q u e en el c a m p o e u r o p e o
p re in d u s tr ia l s o b re v iv ie ro n , hasta m u y e n tr a d a la Edad M o d e r n a , c o m p l e ­
jos fo lk ló rico s arcaicos asimilados d e m a n e r a im p e r f e c ta p o r la ideología
cristiana, cu yo s rasgos p rin cip ale s rev elan u n a afinidad e v id e n te c o n el
c h a m a n is m o euro asiático; p o r o t r o lado, la q u e afirm a q ue estas creencias
atávicas, al fu n d irse c o n la nueva te o r ía del c o m p l o t q u e se co nso lida en
E u ro p a o ccid e n tal a p a r t i r del siglo XIV, c o n tr ib u y e r o n d e m a n e r a decisiva
a la c o n s t r u c c i ó n del e s te r e o t ip o d e m o n i z a d o del sabbat. Es ta m b ié n p o r
este m o t iv o q u e Storia notturna p u e d e c o n s id e ra rs e c o m o la fusión d e dos

337 Se h a d ic h o , ta m b ié n , q u e Storia nonurna fue et m á x im o in te n to de p o n e r en acto el


“parad ig m a in d ic ia rio ”, d e s c rip to en el c é le b re a rtic u lo “Spie. R adici di e n p arad ig m a
in d iz ia rio ” (A ld o G arg ani [e d .j, Crisi della R agione,Turín, E inaudi, 1979, pp. 5 9 -1 0 6 )
y en say ad o en m e n o r escala en el lib ro Indagini su Fiero, de 1981.
338 Sixteenth C enturyJournal, 2 3 :2 (1 9 9 2 ), p. 3 5 5 .
339 C a rio G in z b u rg , Historia nocturna, p. 2 1 9 .

119
H istoriografía. D cm on ologia cristiana y cultura folklórica en el con texro europeo

libros en u no : p o r un lado, los do s c a p ítu lo s iniciales; p o r el o tr o , los seis


capítulos res tan te s. En efecto : a u n q u e co m p lem en ta ria s, a m ba s secciones
p o s e e n una relativa a u t o n o m ía y p o d r í a n le e r se de m a n e r a sep ara d a , sin
d em as ia d o s in c o n v e n i e n te s . 3+0
El p r i m e r o d e los libros in t e r i o r e s q u e c o nfig ura n este “d e s c ilra m ic n to
del sabbat” esboza el p aradig m a del c o m p l o t al que antes h icim os referencia.
A p a r t ir del se g u n d o c u a r t o del siglo XIV' el p o d e r co n stitu id o en O c c i d e n ­
te d ev ie n e p o r t a d o r d e una in é d ita o b se s ió n p o r los s u p u e s to s en e m ig o s
i n t e r i o r e s de la C ris tia n d a d . U n m o m e n t o clave en la c o n so lid ac ió n de la
n uev a te o r ía co nspirativa f u e r o n las a cusacio nes lanzadas c o n tr a los l e p r o ­
sos a c o m ie n z o s de la d éc ad a d e 1 32 0 . El se g u n d o pico a g u d o d e ten sió n
se p r o d u c e tras el estallido d e la P este N e g r a , con la g e n eraliza ció n de
p o g r o m o s an tiju d ío s e n diversas re g io n e s e u ro p eas . F in a lm e n te , la te r c e ra
y ú ltim a e tapa fue la q u e tu vo c o m o p ro ta g o n ista s, p r e c i s a m e n te , a las víc­
tim as d e la masiva r e p r e s ió n ju d icial d e la b ru j e r ía a p a r t i r d e co m ie n z o s
siglo XV . 341 Esta p e rs p e c tiv a de análisis p e r m i t e ub icar a G in z b u rg j u n t o a
h is to ria d o re s c o m o N o r m a n C o lí n 347 y R o b e r t M o o r e 343, q u e h ic ie ro n de
la ir r u p c i ó n d e un a n u eva m e n t a li d a d p e r s e c u t o r i a el e le m e n t o clave p ara
la c o m p r e n s ió n de la c re c i e n te in to le r a n c ia religiosa característica d e la
civilización e u r o p e a ta r d o - m e d ie v a l y t e m p r a n o - m o d e r n a . 344

340 C ab e aclarar q u e esta d ivisión q u e p r o p o n e m o s no re sp e ta la o rg an izació n o rig in al


d el lib ro e n tre s se ccio n es d ife re n te s : p r im e ra p a r te (dos c a p ítu lo s), seg u n d a p a rte
(c u a tro c a p ítu lo s), te r c e r a p a r te (d o s c a p ítu lo s).
C a rio G in z b u rg , Historia nocturna, p p. 4 1 -8 0 .
3t2 N o r m a n C o h n , Europe’s Inner Demons, passim.
543 R . I. M o o re , 7 he Forrnation o j a Persccuting Societj: Paver and Deviance inWestern Europe,
9 5 0 -1 2 5 0 , O x f o rd , Basil Blackvvel), 1 9 8 7 (e d ic ió n en castellan o : Laform ación Je una
sociedad represora. Poder j disidencia en la Europa occidental, 9 5 0 -1 2 5 0 , B a rcelo n a, C r í­
tic a , 1 9 8 9 ). C abe a c la ra r q u e R o b e r t M o o re ubica el s u rg im ie n to d e la m e n ta lid a d
p e r s e c u to r ia b a jo m e d ie v a l e n el siglo X I, a d ife re n c ia ele C a rio G in z b u rg q u e c e n tra
su análisis en las o lead as rep re siv as d e lo s siglos X IV y XV.
344 P ara u n a c rític a aguda d e la n o c ió n d e m e n ta lid a d p e rs e c u to ria véase D avid N ir-
e m b e rg , Communiíies oJViolcncc: Pcrsccution ojM inorities in the M iddle Ages, P rin c e to n ,
P rin c e to n U n iv e rsity P re ss, 1996 (c ito p o r la e d ic ió n en castellan o : Comunidades de
violencia. La persecución de las minorías en la Edad M edia, tra d u c c ió n de A n to n i C a rd o n a ,
B a rcelo n a, P en ín su la, 2 0 0 1 , p p. 1 1 -2 8 ).

120
Fabián A le ja n d ro C a m pagne

El s e g u n d o d e los libros i n t e r i o r e s q u e c o n fig u ra n Storia notturna tien e


c o m o o b je tiv o d e m o s t r a r la filiación c h am á n ica de m u c h o s d e los trazos
d e los c o m p le jo s fo lk ló ric o s cuya d e m o n i z a c ió n hab ría d a d o lug ar al e s t e ­
r e o t i p o del sabbat. El p u n t o de p a rt id a del análisis es la división del trab ajo
q u e vein te años an tes G in z b u rg había d e te c ta d o en el s en o de la c o m u n i d a d
de benandanti friulanos: e n e fe c to , m i e n tr a s q u e los h o m b r e s se d ed ic a b a n
a los c o m b a t e s en éxtasis, la m ay o ría d e las m u j e r e s p a re c ía n e sp e cializar­
se e n p ro c e s io n e s n o c t u r n a s d u r a n t e las cuales t o m a b a n c o n ta c to co n el
m u n d o d e los m u e r t o s . A p a r t i r d e la ev iden cia folk ló rica y e tn o g rá fic a
q ue r e ú n e p a ra la re d a c c i ó n d e Storia notturna, el italiano d e s c u b r e q u e los
c o m p le jo s m ític o s e n t o r n o a batallas, travesías y cabalgatas e n e s p íritu
estab an m u c h o m ás d ifu n d id o s de lo q u e e n p rin c ip io había im a g in ad o . D e
to d o s m o d o s , algu no s p a tr o n e s g eo gráficos se im p o n ía n : los c o m b a t e s en
éxtasis pa re c ía n p r e d o m i n a r en la E u ro p a eslava; las p ro c e s io n e s n o c tu r n a s
hacía n lo p r o p i o e n las r e g i o n e s con p r e d o m i n i o celta y g e r m a n o . 345 D e
h e c h o , la e x tr a o r d i n a r ia orig in alid ad del Friuli se debía a u n a circ un sta n cia
exc epc ion al: su t e r r i t o r i o c o n stitu ía u n a zona d e fr o n te r a e n tr e las c u ltu ra s
latina, g e r m a n a y eslava, lo q u e explicaría la ir re d u c ib le o rig in a lid a d del
c o m p l e jo a g ra r io lo cal, e n el q u e se hallaban p r e s e n te s ta n t o las batallas
c o m o las p r o c e s io n e s en e s p í r i t u . 346
E n tr e los c o m p l e jo s e x tá tic o s r e la c io n a d o s c o n instancias ag on ale s,
e scen ario s lú dicos y activid ades m ascu linas —e n f r e n ta m ie n to s , c o m b a t e s ,
cacerías—, re s u lta n d e p a r t ic u l a r in te ré s los táltosok h ú n g a ro s , los kresniks
b alcánico s, los mazzeri c o rs o s , y los li c á n tr o p o s b á lt ic o s .34' T o do s ellos
c o m p a r t e n m u c h o s rasgo s c o m u n e s co n los benandanti, p u e s t a m b ié n se
c a ra c te riz a n p o r su cap acid ad p a ra s e p a r a r el c u e r p o del a lm a y p o r p a r ­
tic ip a r d e d e t e r m i n a d o s e v e n to s en e s p í r i t u . 346 P o see n t a m b ié n algunas
diferencias r e s p e c to de los especialistas friulanos. El táltos, eleg id o p o r D io s
d esd e el v ie n t r e m a t e r n o , n o n ace con la cofia sino co n d ie n te s; d u r a n t e
sus e x p e rie n c ia s e x -s o m á tic a s , su a lm a p o r lo g e n e ra l a d o p ta la a p a r i e n ­
cia d e u n to r o , y en tab la c o m b a t e s c o n o t r o s táltosok —a m e n u d o , jó v e n e s

343 C a rio G in z b u rg , Historia nocturna, p p. 2 3 0 -2 3 1 .


146 Ibid., p. 127.
347 Ib id ., p p . 1 2 1 -1 4 1 .
J4S C e sa ri B e rm a n i, Volare al sabba. Una ricerca sulla stregoneria popolare, R o m a , D e ri-
v e A p p ro d i, 2 0 0 8 , p p . 3 1 6 -3 2 6 .

121
H istoriografía. D e m o n o l o g ía cristiana y cultura folklórica en el co n te xto europeo

q u e se inician en la activid ad, o b ie n r e p r e s e n ta n t e s d e o tra s re g io n e s o


n a c io n a lid a d e s - en los cuale s el d e s t in o d e las co sechas n o jueg a un papel
p r e d o m in a n t e . D u r a n te sus travesías en éxtasis el talcos p u e d e llegar hasta la
m ism ísim a d iv in id ad, q u ie n lo re c ib e c o n h o n o r e s y lo envía u n a vez m ás a
la ti e r r a c o n la m isió n d e sanar a sus s e m e ja n t e s . 349 E r z s é b e t T ó th , una rákos
p ro cesad a e n 1728 p o r los trib un ales m agiares, había nacido con tres dientes
d o b le s , p o r t a b a e n su cu ello “la llave d e D io s ” co n la q u e habría los cielos,
viajaba en esp íritu p a ra e n c o n t r a r s e co n la V irg en M aría, recibía m edicinas
de m a n o s del p r o p i o Je s u c ris to y p o se ía u n e sp íritu fam iliar con apariencia
d e d ra g ó n ; a raíz de estas ex p e rie n c ia s e x tr a o rd in a ria s , la m u j e r podía sanar
a los e n f e r m o s , id entific ar a los la d r o n e s , n e u tr a li z a r m aleficios, e n c o n t r a r
teso ro s o cu lto s, p r e d e c i r los fallecim ientos in m in e n te s y p r o t e g e r a su aldea
de los fre cu en tes t e r r e m o t o s .350 Los kresniks, p o r su p a r t e , n a cen co n la cofia
p e r o a d o p ta n fo r m a s aním ales p ro p ia s d u r a n t e sus viajes en e s p íritu ; en
la Península d e Istria, p o r e je m p lo , el a lm a e x t e r n a a d q u ie r e la apariencia
d e u n a m o s c a . El kresnik se en garza en sin g u lar c o m b a t e con las bru jas: si
sale v e n c e d o r, el g ra n i z o n o d a ñ a rá las cosechas d e su c o m u n i d a d d u r a n t e
el añ o e n t r a n t e ; tras ser d e r r o ta d a s , las b ru j a s escapan t r a n s f o r m a d a s en
p a ñ u e lo s blancos. Sin e m b a r g o , el a d v e rs a rio m á s fr e c u e n te s d e estos
a g e n te s b en éfico s es el kudlak o vuckodhac, u n li c á n tr o p o q u e ta m b ié n ha
nac ido co n la co fia . 31’ 1 En Eslovenia d e s c u b r im o s o tr a v aria n te del m ito : los
kresniks su elen lu c h a r e n t r e s í . 312 Los m azzeri d e C ó rc e g a , p o r ú lt im o , son
e s e n c i a lm e n te cazad o re s n o c t u r n o s y m e n s a je r o s d e la m u e r t e : d u r a n t e
sus e x c u r s io n e s en e s p í r it u g ir a n el c u e r p o d e los anim ales q u e u ltim a n y
p o r u n in s ta n te p e r c i b e n el r o s t r o de los m i e m b r o s de la c o m u n i d a d q ue
fallecerán en el t r a n s c u r s o d e los d o c e m e s e s sigu ientes; una vez al año,

S49 G á b o r K laniczay, “H u n g a ry :T h e A ccu satio n s an d th e U ní v e rse o f P o p u lar M ngic”,


p p. 2 4 5 -2 4 6 .
’i¡>Eva P ó cs, Bctwcen th e í.ivin g a n d th e Dcac!:A Perspectivc onlV itches a n d Secrs in the EarJv
Modern Age, B u d a p est, C e n tra l E u ro p e a n lln iv e rs ity P re ss, 1 9 9 9 , pp. 135 y ss.
''' C h ristaT u czay , M agie und M agier im M ittelalrer, M u n ic h , D e u ts c h e rT a s c h e n b u c h
V erlag, 2 0 0 3 (cito p o r la e d ic ió n italian a: Esotcrism o e m agia n cl Medioevo. Strcqoncria,
esorcismi, sortilegi e incantesim i, tra d u z io n e di Fabio M a ssim ilian o B o ndani, R o m a,
N e w to n C o m p to n , 2 0 0 6 , p . 2 2 0 ).
h2 G á b o r K laniczay, “S h am an istic E le m e n ts in C e n tra l E u ro p e a n W itc h c ra ft” , en
G á b o r K laniczay, The Uses o f Supernatural Poner, p p . 1 3 4 -1 3 6 .

122
Fab iá n A l e j a n d r o C a m p n g n c

sin embargo, en la noche de] 31 de julio al I o de agosto, los mazzeri ele las
diferentes aldeas combaten en éxtasis entre sí, en una lid cuyo trofeo no
son las cosechas sino la cantidad de muertes que sufrirá cada aldea duran­
te el año entrante.353 Ahora bien, aunque las diferencias específicas entre
benandanti, táhosok, kresniksy mazzeri no pueden ignorarse, las semejanzas
formales son tales que permiten suponer la existencia de alguna matriz
mítica anterior de la cual todos ellos derivarían.
En cuanto a las procesiones en espíritu y las travesías al m undo de los
m uertos, los rastros que reflejan su presencia en las regiones de predo­
m inio celta y germ ánico son aún anteriores a los testimonios referidos
a los combates en éxtasis. D e hecho, irrum pe n en los registros escritos
europeos con el celebérrim o Canon episcopi del siglo IX , en el cual se
anatematiza con indignación a las mujeres que afirmaban participar de
cabalgatas en espíritu bajo la guía de una m isteriosa deidad femenina, por
entonces identificada con las figuras de Diana, H olda o Herodías. A partir
del siglo X I, las referencias a las procesiones en éxtasis se vuelven extre­
madamente frecuentes en colecciones de excmpla, serm onarios v libros de
entretenimiento.También se multiplican los nom bres de las figuras rectoras
que presidían las travesías nocturnas: Abundia, Satia, Bensozia, Perchta,
Richella, entre otras.354
E l peso que las experiencias ex-somáticas, el éxtasis y el trance tienen
en esta larga serie de complejos m íticos, fue lo que llevó a G inzbu rg a
sostener que el hilo invisible que liga entre sí estas diferentes creencias no
es otro que el cham anism o siberiano.355 Al respecto, el historiador italiano
resulta claramente tributario del m odelo de M ircea Eliade. En efecto,
desde la publicación de Le Chamanismo et IcsTechniquesArchaiqucs de 1'Exrene
en 1 9 S 1 , el ru m an o im puso una estrategia de aproxim ación al fenómeno
cham ánico que otorgó al com ponente extático un lugar de privilegio. A
la hora de definir el fenómeno, Eliade sostuvo: “una prim era definición
de tan com plejo fenóm eno, y quizás la m enos aventurada, sería ésta: cha­

553 D o ro th v C a rrin g to n , The D ream -H unters o j Cónica, L o n d res, P h o en ix , 2 0 0 0 (1995),


pp. 57-72.
354 Cario Ginzburg, Historia nocturna, pp. 83-102.
3ii/fcki., pp. 161-171.

123
H í s t o r i o g r a í i a . D e m o n o l o g í a c r i s t i a n a y c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el c o n t e x r o e u r o p e o

m a n i s m o es la técn ica d el éx tasis ” . 356 D e s d e esta p e rs p e c tiv a el c h a m á n es


un especialista en u n a clase p a r t i c u l a r d e tr a n c e , d u r a n t e el cual su alm a
a b a n d o n a el c u e r p o p a ra a s c e n d e r al cielo o d e s c e n d e r al in f ie rn o , para
e n t r a r en c o n ta c to c o n las g ra n d e s divin idades cósm icas, co n n ú m e n e s
i n t e r m e d i o s o co n los e sp íritu s de los m u e r t o s . En el tr a n s c u rs o d e sus
e x c u r s io n e s los c h a m a n e s ta m b ié n p o d ía n d e d ic a rs e a c a p t u r a r y de v o lv er
las alm as sustraídas d e los c u e r p o s de los e n f e r m o s , a g u iar a los m u e r t o s
hacia su m o r a d a definitiva, y a a d q u ir ir c o n o c im ie n t o s o c u lto s q u e luego
volcarían al serv icio de su c o m u n i d a d . P ara la c o n c re c i ó n de estas travesías
el alm a del c h a m á n asum ía c o n fre c u e n c ia características te rio m ó rfic a s.
La vo cació n d el fu t u r o a m o d el éxtasis solía d e c la ra rse p o r m e d i o d e una
e n f e r m e d a d iniciática, y la p r i m e r a se rie de ex p e rie n c ia s ex -s o m á tic a s
incluía casi s i e m p r e u na instancia d e d e s m e m b r a m i e n t o y r e s u r r e c c i ó n
del c u e r p o del a s p i r a n te . 35'
A h o ra b ie n ¿consigue G in z b u rg los am b icio s o s objetivos q u e se plantea
en Storia nocturna? A p e s a r d e los c u e s t io n a m ie n t o s realizado s al m o d e l o
in te rp re ta tiv o de Eliade, la p r i m e r a de las hipótesis del libro —la qu e p r e t e n ­
d e e s ta b le c e r un a re la c ió n e n tr e el c h a m a n is m o s ib erian o y los c o m p le jo s
arcaicos q u e so b rev iv en en el c a m p o e u r o p e o p r e i n d u s tr ia l— lo g r ó m ay o r
ac ep ta c ió n q u e la se g u n d a , la q u e p r e t e n d e re la c io n a r el o rig e n del sabbat
co n la d e m o n i z a c ió n de dichas cre enc ias fo lklóricas. R ic h a rd K ie c k h e fe r
fue tal vez el especialista q u é m e j o r l o g r ó sin te tiz a r la re a c c ió n m ix ta
q u e la i m p a c ta n t e m o n o g r a fía del italiano p ro v o c ó e n tr e sus colegas de
p ro f e s ió n . En el libro d e G in z b u rg , s o s tie n e K ieckhefer, el c h a m a n is m o
residu al p r e t e n d e fu n c io n a r s i m u l t á n e a m e n t e co rn o expíananjum y c o m o
explanans, es decir, c o m o o b je t o de e s t u d io (en este caso, ligado a un a
su p u e s ta c u ltu ra fo lkló ric a p r i m o r d i a l aú n activa en la E u ro p a m o d e r n a )
y c o m o d isp ositivo exp licativo (en este caso, e n re la c ió n co n el c o m p le jo
p r o b l e m a d e los o ríg e n e s del sabbat). Es esta seg u n d a estra te g ia la q u e el
h is to ria d o r n o r t e a m e r i c a n o c o n sid e ra fallid a.3r,s En efecto, G in z b u rg log ra
3jC’ M ircea E liade, Le Chamatiisme et les TechniqucsArchaiquc Je 1’Extase, P aris, P ayot, 1968
(2 m e , é d ítio n ) (cito p o r la e d ic ió n e n c a ste lla n o : El chamanismo y las técnicas arcaicas
del éxtasis, tra d u c c ió n d e E rn e s tin a de C h a m p o u re in , M éx ico , F C E , 1 9 9 2 , p. 2 2 ).
3’7 / ¿ ¿ J .,p p . 4 5 -1 2 9 .
,,s E stas o p in io n e s de K ie c k h e fe r f u e ro n v e rtid a s en un a re se ñ a b ib lio g ráfica de
Ecstasics, la tra d u c c ió n inglesa de Storia notturna, p u b licad a e n The American Histórica!
,
F a b iá n ileja n d ro C am p a g n e

identificar algunos p ro c e s o s in quisitoriales similares a los p a d ecid o s p o r los


benandanti, es decir, instancias jud iciales en las cuale s el a q u e la r r e e m e r g ió
luego d e q u e los c o m p o n e n t e s d e u n d e t e r m i n a d o c o m p l e jo fo lk ló ric o
fu eran e fe c tiv a m e n te r e d u c i d o s a ios e s q u e m a s d e la g rilla d e m o n o l ó g ic a .
Tal es el caso de la in qu isició n d e Sibillia Z an n i y P ie rin a Bugatis e n el M i ­
lán de 1 3 9 0 , del p r o c e s o q u e a c o m ie n z o s del siglo XVI sufre Z u a n d elle
Piatte en el valle d e F i e m m e , 3i9 o del ju icio q u e e n 1 S87 e n f r e n ta C h o n -
rad S to e ck h lin en el a rz o b isp a d o de A u g s b u rg o 360 (c o m o c o n t r a - e j e m p l o
negativo p o d r í a m o s in c lu ir ta m b i é n el e n c u e n t r o e n t r e N ico lás d e C usa
y las ancia nas seg u id o ras d e R ichella, la Bona Domino)*6' . Sin e m b a r g o ,
esta serie r e d u c i d a d e casos —e n los q u e el análisis d e G in z b u rg re s u lta
v e r d a d e r a m e n t e c o n v in c e n te — n o p a re c e ju stificar la g e n era lizac ió n de la
hip ótesis, hasta el p u n t o d e c o n v e r t ir al c h a m a n is m o resid u al p r e s e n t e en
los c o m p le jo s fo lk ló rico s e u r o p e o s en el p rin c ip a l re s p o n sa b le de la e m e r ­
gencia d el e s t e r e o t i p o d e l sab bat, e x c lu y e n d o o tr o s e l e m e n t o s , d e o ri g e n
t a n t o p o p u l a r c o m o e r u d i t o , q u e p a r e c e n h a b e r te n i d o u n p e s o m a y o r
en el d is e ñ o te o l ó g ic o d e la b r u j e r ía corn o c r i m e n co lec tiv o . 562 En lug ar
d e im a g in a r q u e las c ree n c ias de las q u e e ran p o r t a d o r e s Sibillia Z a n n i,

Review, 97:3 (1992), pp. 837-838.


Giuseppe Bonomo, Caccia alie streghe, pp. 74-84.
ÍL'° Wolfgang Behringcr, Chonrad SLoeckhlin und die Nachtschar: fine Geschichte aus des
jrü h e n N euzeit, Munich, R. Piper, 1994 (cito por la edición en inglés: Shuntan o f
Oberstdorj: Chonrad Stoeckhlin and the Phantoms o j the N ig h t, translated by H. C. Erik
Midelfort, Charlottesville, University ofVirginia Press, 1998, passim).
361 Cario Ginzburg, Historia nocturna, pp. 88-89.
162 Al respecto remito a Alain Boureau, Satan hérétique. Histoire de la démonologie (1 2 8 0 -
1 33 0 ), París, Odile Jacob, 2004, pp. 61-157; Nancy Cacciola, Discerning Spirits:Divine
and Demonic Possession in the M iddle Ages, Ithaca, Cornell University Press, 2003, pp.
274-3 19; Jean-Patrice Boudet, Entre science et nigromance.Astrologie, divination et magie
dans ¡'Occidente medieval, pp. 431-508; Calherine Rider, Magic and hnpotence in the
M iddle Ages, Oxford, Oxford University Press, 2006, pp. 186-207; Maaike van der
Lugt, Le ver, le demon et la vierge: Les théories medievales de la génération extraordinaire. Une
étude sur ¡es rapports entre théologie,philosophie naturelle et médecine, París, Beller Lettres,
2004, pp. 189-364; Dyan Elliott, Proving Iló/nan: Femóle Spirituality and Inquisicional
Culture in the Later M iddle Ages, Princeton, Princeton University Press, pp. 233-296;
Patrick Snyder, Representación de laJemme et chasse aux sorcieres, X IIe-XYIe siécle: lecture
des enjeux théologiques et pastoraux, Montreal, Fides, 2001, pp. 43-81.
H isto r io g r a fía . D e m o n o l o g í a cristiana y cu ltu r a fo lk ló r ica e n el r o n t e x r o e u r o p e o

P ie rin a Bugatis, Z u a n d elle P iatte y C h o n r a d S to e c k h lin , c u m p l ie r o n en


sus re s p e c tiv o s p r o c e s o s e! ro l q u e los re la to s de los benandanti f i n i e r o n
en el Friuli —el d e p e r m i t i r la ir r u p c i ó n del a q u e la r r e e n u na re g ió n en la
cual la b ru je ría diabólica n o se había im p u e s t o todavía—, habría q u e p e n sa r
q u e las leyen das q u e a qu ello s d e sd ic h a d o s e n c a rn a b a n n o tu v ie ro n o tr o
m é r i t o q u e el d e e n r i q u e c e r u n e s t e r e o t i p o teologal q u e ya había c o b ra d o
existen cia p o r o tras vías alternativas. Este f e n ó m e n o c o n trib u iría a explicar
el c o lo r id o q u e a d q u iría n las d e s c r ip c io n e s del sabbat en aquellas reg io n es
d el c o n t i n e n t e en las cuales la c u lt u ra local se c a ra c terizab a p o r u na m a y o r
v a rie d a d y riq u e z a . P e ro n a d a de ello n os a u to r iz a a s o s te n e r q u e el sabbat
su rg e en el siglo X V c o m o u n s u b p r o d u c t o de la d e m o n i z a c ió n d e los
c o m b a t e s y travesías e n éxtasis, en el m a r c o de u na no v ed o sa te o r ía del
c o m p l o t y d e u n a c r e c i e n te o b ses ió n p o r el e s t e r e o t i p o del e n e m ig o i n t e ­
rior. En re alid ad , la d in á m ic a id eo ló g ic a p a re c e h a b e r se gu id o u n cam in o
in verso. U n a vez q u e la r e t r o a l im e n t a c ió n e n t r e praxis judicial y discu rso
d e m o n o l ó g i c o p e r m i t i ó su definitiva c o n so lid a c ió n , el a q u e la rre a d q u irió
suficie nte flexibilidad c o m o p a ra i n c o r p o r a r e l e m e n t o s d eriv ad o s de los
c o m p l e jo s m ític o s p r im itiv o s , e n p a rtic u la r, de aqu ello s q u e re m itía n a
r e u n i o n e s n o c tu r n a s b ajo la guía d e u n a figura r e c t o r a . P ara d ó jic a m e n te ,
n o fu e r o n e n to n c e s las batallas y las p ro c e s io n e s en e s p íritu las qu e p e r m i ­
ti e r o n la e m e r g e n c ia del sabb at, sino el a q u e la r r e el q u e facilitó la c a p tu ra
y resignificación d e aquel u n iv e r so atávico de creencias, m o r fo ló g i c a m e n t e
e m p a r e n t a d o c o n las ficciones ela borad as p o r la alta c u lt u ra teo log al. A quí
re s id e p r o b a b l e m e n t e el m é r i t o p rin cip al d e Storia notturna: el de h a b e r
c o n t r i b u i d o a d e m o s t r a r d e m a n e r a definitiva la e x is ten cia real de una
c u lt u r a folk lórica p o r m u c h o t i e m p o ig n o rad a p o r los h is to ria d o re s de
la p r i m e r a m o d e r n i d a d . El q u e d ic h o a c e r b o c u ltu ra l n o tu v ie ra p ara la
c o n s t r u c c i ó n d el sabb at la relevan cia q u e G in z b u rg la a trib u y e , n o re d u c e
el m é r i t o de u n o d e los libro s d e h is to ria m ás d e s l u m b r a n t e s d e la segunda
m i ta d d el siglo X X .

8. La p o lé m ic a que no cesa: d e b a te s y perspectivas


actuales

El i m p a c to p r o v o c a d o p o r la p u b lic a c ió n d e Storia notturna m od ificó


d e m a n e r a sustancial el c a m p o h is to rio g rá fic o d e d ic a d o al e stu d io d e la

126
Fabiart A leja n d ro C am paqne

caza d e b ru jas e u r o p e a . Los d e b a te s y las p o lém ic as co n tin ú a n hasta el


p re s e n te . D e h ech o , e n el inv iern o de 2 0 06 la revista Magic, Ritual and]Vicch-
ciajt e d it ó un Shamanism Forum qu e c o n tó c o n la co la b o ració n de R o n a ld
H u tton , G á b o r Klaniczay, W illia m M o n t e r y M ichael Bailey, e n tr e o tro s
r e c o n o c i d o s e x p e r t o s en la m a t e r i a . 363 N o caben dudas d e q u e la inclusión
d e u n dossicr con estas características en una pu blicació n qu e tien e c o m o
u na d e sus especializaciones la b r u j e r ía m o d e r n a , h u b ie r a re s u lta d o del
o r d e n d e lo im p e n sa b le an tes d e la pu blicació n del am bicio so ensavo de
C a rio G inzburg. E n síntesis, si se trata de e stu d ia r la creen cia en la b ru je ría
antes q u e la d in á m ic a del p ro c e s o rep re siv o , el p a ra d ig m a im p u e s t o p o r
el h is to r i a d o r italiano c o n tin ú a sien d o el p u n t o de refe ren cia insoslayable
ta n t o p a ra sus seg u id o res c o m o para sus d e tr a c to r e s .
En los años i n m e d ia t a m e n t e p o s te rio r e s a la aparición d e Storia nom irna,
la h ipó tesis q u e ligaba la i r r u p c ió n del a q u e la rre a la d e m o n iz a c ió n d e a n ­
tigu os c o m p le jo s fo lk lórico s halló m u c h o s e ntusiastas e n tr e los estud ioso s
de la b ru j e r ía t e m p r a n o - m o d e r n a . Lo m i s m o suced ió con el p o s t u la r lo que
re lacio na ba el e s t e r e o t ip o del sabbat co n el c h a m a n is m o euroasiático. U n
e je m p lo pa ra d ig m á tic o lo c o n stitu y e la clásica m o n o g r a fía q ue el d i n a m a r ­
qués Gustav H e nn ing sen dedica a las donne dijuori sicilianas. A unque el te x to
alcanza difusión in te rn a c io n a l en 1 99 3, c u a n d o la Oyford University Press lo
incluye en u na colec ció n de ensayos so b r e la r e p r e s ió n d e la b ru je ría en la
p e rife ria e u r o p e a , el tra b a jo d e investigación y la re d acc ió n d e versiones
p r e l im in a re s a n te c e d e n a la a p arició n del lib ro de G in z b u rg .364 El a p o r t e
del folklorista din a m a rq u é s de b e ría ser visto, en to n c e s, c o m o una adhesión
tard ía al m o d e l o in t e r p r e ta ti v o p r o p u e s t o p o r ¡benandanti antes qu e c o m o

363 Magic, R im a! and IVitchcraft, 1 :2 , 2 0 0 6 , p p . 2 0 7 -2 4 1 . Las c o la b o ra c io n e s q u e


in te g ra n el dossier so n las sig u ien tes: M ichael D. Bailey, “F orew ord” (pp. 20 7 2 0 8 );
R o n ald H u tto n , “S h am anism : M a p p in g th e B o u n d a rie s” (pp. 2 0 9 -2 1 3 ), G á b o r K la­
niczay, “S h am an ism and W itc h c r a f t” (pp. 21 4 22 1); W illiam M o n te r, “G e n d e rin g th e
E x te n d e d Fam ily o f G in z b u rg ’s B enandanti' (pp. 222- 2 2 6 ); R u n e Blix H a g e n ,“Sami
S h am an ism : I h e A rtic D im e n s ió n ” (p p . 2 2 7 -2 3 3 ); F um iaki N ak an ish i, “Possession:
A F o rm o í S h am an ism ?” (p p . 2 3 4 -2 4 1 ).
364 La p r im e ra v e rsió n inglesa del ensavo de H e n n in g se n fue leída en 19S 5, en o c a ­
sió n d e u n c o n g re so so b re b ru je ría c e le b ra d o e n E sto co lm o . E sta p o n en cia es la q u e
cita G in z b u rg en Storia notturna (Historia nocturna, p, 2 6 2 , n . 1). E n tre 19S4 y 198 S,
v e rsio n e s p re lim in a re s d e la in v estig ac ió n so b re las donne d ifu o ri fu e ro n publicadas
e n a le m á n , d an é s y h ú n g a ro . E n 1 9 8 7 ap a re c e una v ersió n en sueco.

127
Historio¡;i'afía. Dem on olog ía cristiana y cultura folklórica en el c o n te xto europeo

una re a c c ió n t e m p r a n a a las hipó tesis d espleg ad as en Storia n o ttu rn a. L a s


Jonne di fuori e ra n u na s pe culiare s hadas sicilianas, en las cuales ya había
r e p a r a d o el le g e n d a rio folk lo rista G iu s e p p e P itre a finales del siglo X I X . 366
El trabajo de H e n n in g se n se basa en el re le v a m ie n to de 65 p ro ces o s inquisi­
toriales c o n tra h o m b r e s y m u je res q u e afirm ab an p a rtic ip a r en éxtasis de las
actividades n o c tu r n a s p atro cin ad as p o r estos n ú m e n e s locales. La totalidad
de estas actua ciones judiciales fu e r o n im p ulsad as p o r la oficina p a le r m ita n a
d el Santo O ficio esp añ o l. U na p r o p o r c i ó n i m p o r t a n t e de las m u j e r e s que
d ecían t e n e r acceso al m u n d o feérico e ra n sanadoras carism á ticas, e specia­
lizadas en la c u ra de las do lencias p ro v o c a d a s p o r los e sp íritu s airados. De
h e c h o , el t é r m i n o dona defuera se aplicaba ta n t o a estas c u ra n d e r a s locales
c o m o a las hadas co n las q u e e n tr a b a n e n c o n t a c t o . 36' La figura le m e n in a
q u e presid ía aquellas p ro c e s io n e s n o c t u r n a s recibía d ife re n te s n o m b r e s :
La M a t ro n a , La M a e s tra , la S eñ o ra G rie g a , S eñ o ra G racia, La R ein a de las
H ad as, D o ñ a Ingu anta, la Sabia Sibila, D o ñ a Z abella, e n t r e o t r o s . ’63 Para
los inquisidores sicilianos, la con fusió n e n tr e fantasía y realid ad configuraba
d elito d e h erejía en el m a r c o de la v e n erab le tra d ic ió n r e p r e s e n ta d a p o r
el c e n te n a r io Canon cpiscopi. El e s c e p tic is m o del tr ib u n a l m e r id i o n a l n o
im p id ió , sin e m b a r g o , el estallid o d e u n a cacería judicial sim ilar a la qu e
afectó a los benandanti en el e x t r e m o o p u e s t o del t e r r i t o r i o p e n in s u la r . 369
En c u a lq u ie r caso, y a u n q u e más 110 fu e r a c o m o espejo in v e r ti d o del caso
friulan o, el ep iso d io d e las donne di fu o r i p a re c ía re fo rz a r la h ipó tesis q ue
o to r g a b a a los c o m p le jo s fo lk ló ric o s de m a t r i z ex tática un p ap el re lev an te
en la e la b o ra c ió n d e los e s te r e o t ip o s d e m o n o l ó g ic o s . H e n n in g s e n d e te c ta
en G recia y en el n o r t e d e A frica una serie de m ito lo g ías m u y sim ilares al

363G u stav H e n n in g s e n , “ ‘T h e L adies fro m Outside’: A11 Archaic P a tte r n o f the W it­
ches’ S ab b ath”, en B engt A n k a rlo o y G ustav H e n n in g s e n (e d s.), Early Modern European
¡inchcrajc, pp. 2 0 S -2 0 6 .
G iu se p p e P itre , Usi c costumi, credenze e pregiudizi del popolo siciliano, P a le rm o ,
P e d o n e L a u rie l, 1S 89, vol. IV, p p. 1 5 3 -1 7 7 ,
367 Gustas- H e n n in g s e n , “ ‘T h e Ladies fro m O u ts id e ’ “ , p. 195.
i6S lbid., p, 196.
369 U n análisis re c ie n te de la re p re sió n in q u isito rial a la q u e fu e ro n so m e tid a s las donne
di ¡ora siciliana p u e d e h a lla rse e n M aría Sofía M e ssan a, hiquisiiori, negromanti e streghe
nella Sicilia moderna ( I $ 0 0 -1 7 8 2 ), P a le rm o , S e lle rio , 2 0 0 7 , pp. 5 5 0 -5 7 3 . M essana
ta m b ié n in tro d u c e en la d isc u sió n a los uomini diJora, u n asp e c to del c o m p le jo m ítico
sicilian o d e s cu id ad o e n la clásica m o n o g ra fía d e G ustav H e n n in g s e n .
Fabián Al ej a n dr o Cauipagnc

un iverso fe é r ic o siciliano, v c o n ello e x p a n d e los p a r á m e tr o s difusionistas


g inzb urg iano s hasta e x t r e m o s i n g o b e r n a b le s . i,u Para el folklorista d in a ­
m a r q u é s las hadas isleñas c o n fig u ran un a varian te local d e un e x t e n d i d o y
antig uo “McJiterrancan and east European complex oj shamanistic beliefs” El
h is to ria d o r italiano, en c a m b io , las incluye e n t r e las ano m alías geográficas
d ete c ta d a s d u r a n t e su e x h au stiv o r a s tr e o d e m ito s e u r o p e o s . 111
Los h is to ria d o re s h ú n g a ro s G á b o r Klaniczay v Eva Pócs se e n c u e n t r a n
ta m b ié n e n t r e los especialistas q u e m ás h an c o n t r i b u i d o a p r o f u n d iz a r el
c o n o c im ie n t o de las relac ion es q u e ex istirían e n tr e el c o m p l e jo charnánico
sib erian o y los e s te r e o t ip o s b r u j e r il e s e u r o p e o s . 37* Klaniczay ha p r e s ta d o

5,0 E n tre esto s c o m p le jo s m ític o s m e d ite r rá n e o s se e n c u e n tr a n los exótica h e le n o s , la


HainaJsha m a r ro q u í, los ¡inri tu n e c in o s y, e v e n tu a lm e n tc , los calusari ru m a n o s ; véase
al re s p e c to : C h a rles S te w a rt, Demons and the Devil: Moral Imaginarían in Modern Creek
Culture, P rin c e to n , P rin c e to n U n iv e rsitv P re ss, 1 9 9 1 ;V in c e n t C ra p a n z a n o , The Ha-
madsha:A Studv in Moroccan Ethrwpsvihiatrv, B crkelev, lln iv e rs ity oí C a lifo rn ia P re ss,
1 9 7 3 ; K acem Ben H am za, The Cave Ducllcrs ofM atniata: R im a l and Economic Decisión-
Mabing in a Changing Com m unitj’ (P h .D . d is s e r ta tio n , Indiana U n iv ersitv , 1 9 7 7 ); Gail
K lig n ian, Ct)lu$: Symbolic Transfonnation in Romanian R itual, passim.
G ustav H e n n in g s e n ,“‘T h e Ladies Iro m O u ls id e ’”, p. 2 0 7 : “un co m p lejo de creencias
ch am án icas m e d ite r rá n e o v de E u ro p a O r ie n ta l” (la tra d u c c ió n d e l inglés es m ía).
3/2 C a rio G in z b u rg , l¡¡noria nocturna, p p. 103 v SS.
5,5 Los sig u ie n te s son alg u n o s d e los a p o rte s realizad o s p o r esto s esp ecialistas h ú n ­
g aro s a la h is to ria d e la b r u je ría e u ro p e a : G á b o r K laniczay, “S h am an istic E le m e n ts in
C e n tra l E u ro p ean W itc h c ra ft”; G á b o r Klaniczay, “T h e D eclin e o fW itc h e s and th e Rise
o fV am p ires u n d e r th e E ig h te e n th -C e n tu ry H a b s b u rg M o n a rc h y ” ; G á b o r Klaniczay,
“ W itc h -h u n tin g in H u n g ary : Social o r C u ltu ra lT e n s io n s? ” , en G á b o r K laniczay, The
Uses o f Supcrnatural PcnvcrtThc Tranformarían o j Popular P\elicjion in Medieval and Earlv-
Modern Europe, P rin c e to n , P rin c e to n lln iv e rs ity P re ss, 1 9 90, pp. 1 S I -1 6 7 ; G á b o r
K ianiczav, “ H u n g a rv : T h e A ccu sa ü o n s and th e U n iv e rse ol P o p u la r M agic”; G á b o r
Klaniczav, “ B ú c h ers tard ifs en E u ro p e c e n tra le e t o r ié n ta le ”; G á b o r Klaniczay, “Le
sab b at ra c o n té p a r les té m o in s d es p ro c o s de s o rc e lle rie en H o n o r ie ”, d an s N ic o le
Jaeques-C hacjuin e t M á x im e P ré a u d (e d s .), Le sabbaL des sorcicrs. XVe-XVIIIe siecles, pp.
2 2 7 -2 4 6 ; Eva P ó cs. Bctiveen the Living and the Dcad: Eva P ó cs, Eairies andlVaches at
the Boundarv o f South-Eastcrn and Central Europe-, Eva P ócs, “Le sabbat e t les m y th o lo -
gies in d o - e u ro p é e n n e s ”, d an s N ic o le ja c q u e s -C h a q u in e t M á x im e P ré a u d (e d s .), Le
sabbat des sorcicrs. X le-X Vil le siecles, p p. 2 3 -3 2 ; Eva P ócs, “ C u rse , m a le fic iu m , divina-
d o n : w itc h c ra ft on th e b o r d e rlin e o f re lig ió n an d m a g ic ”, en W ille m de B le c o u rt y
O w e n D avies, ¡Vuchcraft Contínued, p p . 1 7 4 -1 9 0 ; Eva P ó cs, “P ossession P h e n o m e n a ,
P o ssessio n -sy stem s: S o m e E a s t-C e n tra l E u ro p e a n E x a n ip le s”, en G á b o r K laniczay y

129
Historiografía. D e m o n o l o g í a cristiana y cultura folklórica e n el contexro e u r o p e o

especial a te n c ió n a las p e c u lia rid a d e s q u e c a ra c te riz a n a los div ersos c o m ­


b a tie n te s en éxtasis, lo q u e le ha p e r m i t i d o c o n c lu ir q u e el táltos h ú n g a ro
es la figura q u e p o s e e el m a y o r n ú m e r o d e trazo s c h am á n ic o s en to da
E u r o p a . 3/+ Ello n o o b sta p ara q u e los táhosok p o se an ta m b ié n un a serie de
características qu e reflejarían ya u n avanzado g ra d o d e d e sin te g ra c ió n de la
m a t r i z cham ánica o rig in a ria . Sus tr a n c e s s e c r e to s y sus solitarias, travesías
n o c t u r n a s c o n tr a s ta n co n el c a rá c t e r p ú b lic o y c o m u n i ta r io d e las c e r e ­
m o n ia s siberianas. 375 Lo m i s m o o c u r r e co n los m e c a n is m o s d e selección
d e los f u t u ro s c o m b a t ie n t e s h ú n g a ro s : a d iferen cia d e lo q u e o c u r r e con
los c h a m a n e s asiáticos, la e le c c ió n p o r p a r t e de u n e sp íritu o div inidad
p a t r o c i n a d o r a t i e n d e a p e r d e r i m p o r t a n c i a e n b e n e fic io d e los signos
p ec u lia re s d e n a c im ie n t o , lo q u e in dicaría q u e el raltos se e n c u e n t r a ya en
c a m in o de p e r d e r su estatu s p ú b lic o de p r o t e c t o r y líd e r esp iritual de la
c o m u n id a d lo cal . 376 Para Klaniczay, en síntesis, m ie n tr a s q u e el c h am a n ism o
clásico d e b e ría c o n s i d e ra rs e c o m o un c o m p l e jo relig ioso c ara c te rístic o de
c o m u n i d a d e s de dica da s a la caza y a la r e c o l e c c ió n , la b ru je ría s u p o n d r ía
u n c o m p l e jo de c reen cia s m á s p r ó x i m o a soc ied ade s q u e basan su e c o n o ­
m ía e n la d o m e s tic a c ió n d e plan tas y anim ales. A c o m ie n z o s d e la Edad
M o d e r n a , la tran sició n e n t r e a m b o s sistem as todavía n o había co n c lu id o
e n E u r o p a o ri e n ta l , lo q u e exp licaría el h e c h o d e q u e en los p ro c e s o s p o r
b r u j e r ía h ú n g a ro s d e la p r i m e r a m i ta d d el siglo XVIII, la figura del táhos
sufre u n p r o c e s o de resignificación en fu n c ió n de los e s t e re o t ip o s b r u j e -
riles: el c h a m á n se c o n v ie r te e n a d v e rs a rio d e la b ru j a y la b ru ja a d q u ie re
trazo s c h a m á n ic o s . 37'
Eva P ócs, p o r su p a r t e , p r o p u s o u na fascinante te o r ía p ara e x p lic a r el
o r i g e n r e m o t o del m i t o d e los c o m b a t e s e n éxtasis. El p r e s u n to c h a m a ­
n is m o b áltic o y eslavo p u e d e r e la c io n a r s e c o n u n m i t o fu n d a m e n ta l de
las m ito lo g ía s i n d o e u r o p e a s e in d oiranias: el c o m b a t e p ri m o rd i a l e n tr e
el dios ce le ste d e las t o r m e n t a s y el in f e rn a l m o n s t r u o de las aguas. En la

Eva P ócs (e o s.), Communicating nith the Spirits, B u d a p est, C e n tra l E u ro p ean U niversity
P re ss, 2 0 0 S ,p p . 8 4 -1 5 1 .
374 G á b o r K laniczay, “S h am an istic E le m e n ts in C e n tra l E u ro p e a n W itc h c r a f t” , p.
144.
3/> Ibid., p. 145.
376 Ibid., p. 140.
m Ibid., p p. 1 4 5 -1 4 6 .

130
Fabián A leja n d ro ( am p a q n e

co sm ología balto-eslava, del laclo divino de esta opo sición de base hallarnos
a u n dios del t r u e n o y la fertilidad: P e r k u n a s / P e r u n . En el b a n d o o p u e sto
se e n c u e n t r a V elnias/V eles, la s e r p ie n te del caos, q ue r e t ie n e las aguas o
las libera co n violencia: si el d ra g ó n es d e r r o t a d o , las aguas serán lib e ra ­
das y c o m e n z a rá a llo v er.3,5 A p a r t i r de la evidencia p r o p o r c io n a d a p o r el
m ito , Pócs c re e posib le d e d u c ir la ex isten cia d e dos co m p le jo s rivales en
el se n o del m i s m o sistem a r i t u a l : los c h am a n es blanco s, iniciados del dios
de las t o r m e n t a s ,’ Jv los c h a m a n e s n e £>
b ro s ,> s e r v id o re s de su rival m ítica,’
la s e r p i e n t e / d r a g ó n . Son los d e s c e n d ie n te s d e estos defen s o re s del caos
los q u e se c o n v e r t ir á n en las b ru ja s y b ru jo s d e los c o m b a te s en éxtasis
h is tó r i c a m e n t e c o m p r o b a d o s ; 3' 9 en los táhosok, en los benandanti o en los
kresniks, en c a m b io , res u ltaría posible identificar a los h e r e d e r o s d e los
c h am a n es blan cos, d e fe n s o re s del dios de la lluvia v la fertilidad.
O t r o especialista q u e ha realizad o un a p o r t e in d ire c to a u n q u e significa­
tivo al e stu d io de la re la c ió n b r u j e r í a / c h a m a n i s m o es C laud e L e c o u te u x ,
d u r a n t e m u c h o t i e m p o p r o f e s o r d e lite r a tu ra v civilización m edieval en
la Unircrsité de Paris IV-Sorbonnc. A p a r t i r de su p r o f u n d o c o n o c im ie n t o de
las fu e n te s literarias v d e las lenguas g e rm á n ic a s m ed ie v a les , L e o o u te u x
e x h u m ó la rica m i to lo g ía del Doble, un u n iv e r so d e creencias q u e tien e
e v id e n tes p u n to s d e c o n ta c to co n las c o n c e p c io n e s cham ánicas del alm a,
p e r o q u e ta m b ié n p o s e e características pro pias q u e obligan a con fig u rarlo
c o m o u n c o m p l e jo m ític o d if e re n te . Para el p e n s a m ie n t o arcaico el alma
tien e c a rá c t e r m ú l ti p le , p u e s la p o te n c i a q u e in fo rm a a los seres h u m a n o s
n o se r e d u c e a u n ú n ic o p n e u m a vital. A u n q u e e n tr e los in d o n e s io s o los
p u e b lo s n o r-asiático s el h o m b r e p o d ía llegar a t e n e r hasta siete e sp íritus,
el e s q u e m a q u e p a re c e h a b e r p r i m a d o en m u c h a s cu ltu ras siberianas y
e u ro p e a s es e! de las tre s a lm a s .380 La e x p re s ió n m á s sofisticada de este
m o d e l o t r i p a r t i t o es el q u e se d e s p r e n d e d e las sagas y de las leyendas es
candinavas. El n o r u e g o a n tig u o disponía de tres t é r m i n o s p ara d e n o t a r lo
q u e la tradición judeo-cristian a designaría c o m o alm a: hugr, h a m ry fylgja.
El hugr es el p ri n c ip i o activo universal q u e se m an ifiesta en cada h o m b r e ,
la m ás i m p e r s o n a l d e las alm as m ú ltip le s ; es ta m b ié n la fuerza vital q ue

378 Eva P ó cs, “Le sab b at e t les m y th o lo g ie s in d o - e u ro p é e n n e s ”, p p. 25-26.


379 ¡b id ., p. 30.
380 M ireea E liade, El chamanismo y las técnicas arcaicas del éxtasis, p. ISO.

131
H i s t o r i o g r a f í a . D e m o n o l o g í a c r i s t i a n a v c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el c o n t c x r o e u r o p e o

ab a n d o n a el c u e r p o co n la m u e r t e . L a [vigío es el e sp íritu fam iliar que


a c o m p a ñ a al h o m b r e to da su vida. El ham r, p o r ú ltim o , es un alm a e x t e ­
r i o r q u e p u e d e a b a n d o n a r el c u e r p o y p r o d u c i r e le c to s a d is ta n c ia . Ibi Este
ú ltim o d a to no s p e r m i t e d e t e c t a r va una p r i m e r a característica distintiva
del c o m p l e jo m ític o del Doble: aquellas alm as c x c e d e n ta ria s p o d ía n a b a n ­
d o n a r d e m a n e r a tr a n s ito ria el e n v o lt o r i o c o r p o r a l q u e las cobijaba sin
p ro v o c a r p o r ello la m u e r t e del in d iv id uo . S ituaciones específicas c o m o
el s u e ñ o o el tra n c e facilitaban la lib era ció n de esto s e sp íritu s duplicados.
T am b ié n la m u e r t e log rab a un efecto eq u iv alen te. La seg u n d a c a ra c te rís­
tica c e n tra l de la m ito lo g ía del Doble r e m i t e a la d isolu ció n de la rígida
o p o s ic ió n m a t e r i a / e s p í r i t u q u e c a ra c t e r i z a a la m etafísica o c c id e n ta l.
P ara el p e n s a m ie n t o arcaico, las alm as e x t e r n a s e r a n s i m u l tá n e a m e n te
e n te s in m a te r ia le s y c o r p ó r e o s . Lanzadas s o b r e el lech o d e u n adversario,
a d qu irían u n p e so qu e asfixiaba y p aralizaba; al m i s m o ti e m p o , sin e m b a r ­
go , p o d ían in g r e sa r en una h a b itació n c e r r a d a a través de la m ás p e q u e ñ a
a b e r t u r a u orificio. D e la m is m a m a n e r a , las h e rid a s q u e el alm a e x te r n a
recibía d u r a n t e los c o m b a t e s en e sp íritu se m a n ife stab an en el c u e r p o de
su p r o p i e ta r io . El t e r c e r tr a z o básico d e la m ito lo g ía del Doble se relacion a
c o n las fo rm a s anim ales q u e las alm as e x t e r n a s p o d ía n a d o p t a r d u r a n t e las
travesías en éxtasis, en ta n t o q u e u n a c u a r t a y ú ltim a característica re m ite
a las m arcas de n a c im ie n to q u e señ alab an a los in d ivid uo s d o ta d o s con la
facultad de lib e ra r a v o lu n tad esto s aher-egos físicos y psíquicos. A p a r t i r
de una e stra te g ia de análisis en la cual el e s tu d io filológico a d q u ie r e u n rol
f u n d a m e n ta l , L e c o u te u x llega a la c o n c lu s ió n q u e m u c h a s de las figuras
del fo lk lo re p a n c u r o p e o d e b e rí a n c o n s id e ra rs e c o m o u n a m an ifestació n
m ás o m e n o s estilizada de la m ito lo g ía del Doble. Las hadas, las pesadillas,
los a p a re c id o s, los vam p iro s y los lic á n tr o p o s , e n tr e o tr o s , no serían sino
e x p r e s ió n - d i s f r a c e s , diría L e c o u te u x — d e aquellas alm as m ú ltip le s q ue
a c o m p a ñ a n a una p e r s o n a tod a su vida, q u e son enviadas a c u m p l ir diversas
m isio n e s, o q u e se liberan d e m a n e r a definitiva d e s p u é s d e la m u e r t e . 384

3s! R eg ís Boyer, Le monde au JoubJe. La magia ehez l a aneicns Scandinaves. P arís, Bercr,
19 8 6 , pp, 3 2 -3 9 .
3S_> Ib id ., pp. 4 9 -5 4 .
3S3f t i J . , p p . 3 9 -4 9 .
8 C la u d e L e c o u te u x . Pees. Sordera; et Loap-garous au M oten Age. Histoirc du doubíe,
P arís, Irnago, 1 9 9 2 , pp. 8 1 -1 4 4 (e d ició n en castellan o : Hadas, brajas y hombres lobo
Fabián A leja n d ro C uinpa^nc

C o m o v e re m o s más a d ela n te , la co n fig u ra c ió n tle u n c o m p l e jo fo lk ló rico


similar y al m i s m o t i e m p o d if e re n t e del c h a m a n is m o sib e rian o , s u p u s o la
e m e r g e n c ia d e un n u e v o le n te a través del cual o b s e r v a r a los benandanti
v a los re s ta n te s c o m b a t ie n t e s en éxtasis, u n dispositivo re tin a d o q u e aún
n o había sido p le n a m e n te d e s a r ro ll a d o e n ti e m p o s en q u e G in z b u rg se
aprestaba a r e d a c t a r su m o n o g r a fía s o b r e el c o m p l e jo a g ra rio fr iu la n o .J>!' ’
P ero Storia notturna n o sólo g e n e ró reaccion es entusiastas, m an ifesta cio ­
nes de apoyo, o investigaciones c o m p l e m e n t a r i a s c o m o las de H e n n in g s e n ,
Klaniczay, Pócs v L e c o u te u x . D e s d e el m o m e n t o m is m o tle su p u blicación,
el libro m e r e c ió ta m b ié n o bje cio nes y cu e stio n a m ie n to s. R o b e r t M u c h e m ­
bled, R o n ald H u t t o n , W i l l e m d e B lé c o u rt v F ran co N a r d o n han f o r m u la d o
críticas p a r t i c u l a r m e n t e agudas a las hipótesis avanzadas p o r Ginzburg. Poco
t i e m p o d e s p u é s d e la p ub licac ión del opus magnum g in z b u rg ian o , el h i s to ­
ri a d o r francés R o b e r t M u c h e m b le d atacó con d u re z a ta n t o la r n e to lo d o g ía
c o m o las h ip ó tesis d esple gad as en el libro. A c e rc á n d o s e p o r m o m e n t o s a
los p r e s u p u e s to s d e la escuela racionalista d e c im o n ó n ic a , M u c h e m b le d
subraya q u e el sabb at es s i m p l e m e n t e u n in v e n to fabrica do p o r los t e ó l o ­
gos. A p a r t i r d e la c o m b in a c ió n d e e s t e r e o t ip o s fo r m u la d o s en el p asado
p ara s u s te n ta r la d e m o n iz a c ió n d e d if e re n te s m in o ría s religiosas, la alta
c u ltu ra teolo gal revivió u n p a ra d ig m a q u e carecía d e s u s te n to po pu lar. El
sabbat era u na n o c ió n e x tr a ñ a a la c u ltu ra c am p e sin a p r e - in d u s t r ia l. D e
h ech o , recalca M u c h e m b le d , los testigos q u e d e p o n e n c o n tr a los su p uesto s
b ru jo s y b ru ja s n u n ca m e n c i o n a n el a q u e la rre , m ie n tr a s q u e los pro ces a d o s
sólo lo h a cen c u a n d o se ven fo rz ad o s p o r la t o r t u r a ju d ic ia l. ihb A m e n o s
d e q u e p r e t e n d a n re v iv ir la in a c e p ta b le te o r ía d e M a r g a r e t M urrav, los
h is to ria d o re s q u e s o s tie n e n la p e rs is te n c ia d e e le m e n to s d e riv ad o s de una

en la Edad Media. Historia del doble, P alm a ele M a llo rc a , José j. de O ia ñ e ta , 1 9 9 9 );


Au-delá du merveilleux. Des croyanees au M ojen Age, P arís, P resses de l’U n iv e rsité de
P a ris- Sorbonne, 1 9 9 5 , p p . 8 9 -1 2 6 ; 181 -2 4 2 ; llistoire dcsVanipires.Autop.iie d'un mythe,
P arís, Im ag o , 1 9 9 9 , 1 4 9 -1 5 5 ; Chasscs fantastiques et cohortes de la nuit. au Aloyen Age,
P arís, ¡m ag o , 1 9 9 9 , pp. 1 2 8 -1 2 9 ; 1 6 1 -1 6 2 ; 2 0 0 -2 0 4 ; 2 1 5 -2 1 6 ; Elle manqeait son
linccul. famoiiies, revenants. vampiras et esprits frappeurs. Una anthologic, P arís, José C o r ti,
2 0 0 6 , pp. 1 4 -2 2 ; 2 0 1 -2 2 6 .
w> C la u d e L e c o u te u x , Fies, Soreiéres et Loup-garous au Moren Aqe. pp. 107-1 14.
5S6 R o b e rt M u c h e m b le d , “S atanic M v th s an d C u ltu ra l R e alitv ” , e n B engt A n k a rlo o v
G u stav H e n n in g s e n Ccds.), Early Modern European IVitehcrajt, pp. 1 3 9 -1 4 0 .
H i s t o r i o g r a f í a . D e m o n o l o a í a c r i s t i a n a v c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el c o n t e x r o e u r o p e o

m i le n a r ia c u lt u ra fo lk ló rica n o tie n e n m ás r e m e d i o q u e r e m i t i r a im aai-


n arias orgias atávicas —c o m o M ircea Eliade—, o a in fe rir la ex isten cia de
p rim itiv o s c o m p l e jo s m ític o s a p a r t i r de las c o nfesion es c o n te n id a s en los
e x p e d ie n te s jud iciales, c o m o C a rio G inzburg. A u n q u e e ru d i ta y sutil, esta
ú ltim a e strate g ia d e p e n d e en e x c e s o d e asociaciones a rb itra ria s , e x t r a p o ­
la ciones c ro n o ló g ic a s y d e sc o n te x tu a liz a c io n e s e x t r e m a s . 38/ M u c h e m b le d
co nclu ye su crítica d ifu m in a n d o las diferencias ex istentes e n tr e los m o delos
d e M u r r a y y G inzburg. El sabbat era u n a v ersión diabolizada d e prácticas,
c o s t u m b r e s y c reen cia s c am p e sin as r e a l m e n t e e x is te n te s en el m u n d o r u ­
ral: n o hav n e c e sid a d d e im a g in a r vagas e s t r u c tu r a s m ito ló g ic a s o antiguos
su b s tra to s fo lk ló ric o s p a ra ex plic arlo . Los e le m e n to s de la realidad social
y d e la c u lt u r a p o p u la r c o n los cuale s la d e m o n o l o g ía escolástica fabricó
el e s t e r e o t i p o del sab bat n o g u a rd a n re la c ió n alguna c o n s u p u e s to s cultos
p r e - c ris ti a n o s ni co n c o m p l e jo s m ític o s re s id u a le s . 388
A u n q u e el h is to r i a d o r inglés R o n a k l H u t t o n no ha p o le m iz a d o de m a ­
n e r a d ire c ta c o n el italiano, su a p r o x i m a c i ó n n o m in a lista al f e n ó m e n o del
c h a m a n is m o sib e ria n o c o n tr ib u y ó in e v i ta b l e m e n t e a rela tiviz ar algunos
d e los s u p u e s to s e n los q u e se basa el d e s c ifra m ie n to d e a q u e la r r e ginz-
b u rg ia n o . En efe c to , p a ra el h is to r i a d o r b ri tá n i c o el c h a m a n is m o es una
in v en ció n d e la a ca d e m ia o c cid e n tal: es ella la q u e ha c r e a d o el t é r m i n o
y el c o n c e p t o . 389 H u t t o n ha i m p u ls a d o la d e c o n s t r u c c i ó n d e la n o c ió n de
c h a m a n i s m o , c o n t r i b u y e n d o a d e m o s t r a r q u e la i n m e n s a p ro f u n d id a d
t e m p o r a l q u e h a b i t u a l m e n t e se asocia c o n el t é r m i n o re s u lta im p o sib le de
p rob ar. C u a n d o G in z b u rg sostien e q u e los in ten so s c o n ta c to s qu e g rieg o s y
escitas m a n t u v ie r o n en las costas del M a r N e g r o fu e ro n la vía m á s pro ba ble
p o r la cual ei c o m p l e jo s ib eria n o p e n e t r ó en E u ro p a , está s u p o n i e n d o que
el c h a m a n is m o existía e n Asia C e n tr a l en el siglo V a .C . co n las m ism as
característic as q u e los e tn ó g r a fo s m o d e r n o s le asignan al f e n ó m e n o en el
siglo X X . Esta tesis, sin e m b a r g o , c a rec e d e to d o f u n d a m e n to d o c u m e n ta l.
La p r i m e r a a p a ric ió n im p re s a d e la p alab ra d e o rig e n tu n g ú s “c h a m á n ” no
se r e m o n t a m á s allá d el añ o 16 72 , en q u e fu e ro n ed itadas las m e m o r i a s
del exiliado c lé rig o r u s o A v v a k u m . El t é r m i n o c o m ie n z a a p o p u la r iz a r s e

m Ibid., p. 141.
3SS/fcicí.,p. 148.
3S9 R o n a ld H u tto n , “Shamanism: Mapping th e R o u n d a rie s”, Afagic, R itual, andíVirrh-
craft, 1:2 (2 0 0 6 ), p .2 0 9 .

134
Fabián A leja n d ro Campacjne

en O c c i d e n t e dos décadas d esp u és , con la publicación del r e la to de viajes


del ho la n d é s N ich o la sW itse n . 390 P o r o tra p a rte , la descrip ció n m ás anticua
de u n ritual c h am á n ico n o r-a siá tico p ro d u c id a p o r u n testigo p resencial
e u r o p e o r e m i t e al re la to d el inglés R ich ard Jo h n s o n , qu ien el p r i m e r o de
e n e r o d e 1SS7 asiste a u na c e r e m o n ia en la costa n o r o e s te d e Siberia:

in th e en d h e [the sh am an ] b e r o m e th as it w e r e m ad, an d falling d o'vn as


h e w e r e d e a d , ( . . . ) I v in g u p o n his b a c k I rn ig h t p e rc e iv e h im to b r e a th e .
i a sk e d th e m w h y he lav so , an d th e v a n sw ered m e , ‘N o w d oth o u r god
tellhim w h a t h e shall d o . . . 391

Las cé le b re s d esc rip c io n e s q u e M arco Polo y W il le m van R u y s b ro c c k


realizan en el siglo XIII, d u r a n t e sus viajes al Lejano O r i e n t e , t a m p o c o
p e r m i t e n c o m p r o b a r d e m a n e r a feh aciente la su p u e s ta a n tig ü ed a d del
c o m p l e jo s ib erian o : la c e r e m o n ia p re s e n c ia d a p o r el italian o n o tie n e
lug ar en M on go lia sino en el su d o e s te de C h ina, en t a n t o q u e el ritual
m o n g o l alu did o p o r el flam enco n o fue p re s e n c ia d o d e m a n e r a directa sino
r e p r o d u c i d o a p a r t i r de in f o r m e s p ro v isto s p o r t e r c e r o s . 392 P o r ú ltim o ,
cabe aclarar q u e la re fe re n c ia al c h a m a n is m o eu roasiático m ás antigua que
se c o n o c e n o se rela cio n a co n nin g u n a etnia siberiana sino con un p u e b lo
asentado en t e r r it o r i o eu ro p e o , los sami o Lipones: se trata de u n fra g m en to
de la Historia Norvcgiac, u n te x t o latino re d a c ta d o c. 1 1 7 0 - 1 1 9 0 , apenas
u n siglo antes d el episo d io q u e van R u y s b r o e c k m e n c i o n a d e o íd a s .393 En
síntesis, d e sd e el e s t r ic t o p u n t o de vista de las fu en te s histó ric as, el o rig en
del c h a m a n is m o sib eriano n o p o d ría s itu arse m á s allá de los c o m ie n z o s del
s e g u n d o m ile n io d esp u é s de C risto . A p e s a r d e las o p in io n e s de le g e n d a ­
rio s clasicistas c o m o Francis C o r n f o r d o E ric D o d d s , n in g u n a evidencia
d o c u m e n t a l p e r m i t i r í a d e m o s t r a r la p re s e n c ia d e c h a m a n e s e n t r e los
an tigu os escitas ni la existe ncia de in fluencias charnánicas en la cu ltu ra de

390 R o n a ld H u tto n , Shamans: Sihcrian Spirituality and thclVcstctn Imaginarían, L o n d re s,


H a m b le d o n an d L o n d o n , 2 0 0 1 , pp. vi i, 3 2, 4 7 .
391 C itad o p o r Ibid., p. 3 0 : “al final, [el ch am án ) se c o m p o r tó c o rn o un lo c o , cayendo
a tie r ra c o m o si e stu v ie ra m u e r to ; m ie n tra s vacía so b re su esp ald a, p u d e p e rc ib ir q u e
resp irab a. Les p re g u n té p o r q u e yacía de dicha m a n e ra , y ellos m e r e s p o n d ie r o n ,‘ahora
n u e s tro d io s 1c está d ic ie n d o lo q u e d e b e h a c e r” (la tra d u c c ió n del inglés es m ía).
191 Ibid., p. 29.
393 Ibid., p. 139.

135
1 li .s lo n o ^ r a H a . D e n i o n o l o ^ í a c r i s t i a n a v c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el c o n t e x r o e u r o p e o

la Grecia arcaica.394 Relativizada la profundidad temporal del complejo


siberiano, H utto n encara lu eg o un cu id ad oso análisis de las estrategias
m etodológicas y de los d isp ositivos discursivos desplegados por M ircea
Eliade en Le Chamanismo ce Ies lechniqucs Archaiques de I’Extase. El resultado
ele esta lectura crítica le perm ite concluir que el rum ano utilizó de manera
selectiva la evidencia etnográfica a su alcance, con el objeto de realzar las
características de los especialistas siberianos que contribuían a reforzar
la identificación del cham anism o con el éxtasis y el vuelo del alm a.39’ El
dom inio de los espíritus v las travesías ex-somáticas 110 eran las activida­
des que definían de manera excluyente a los chamanes asiáticos. El más
extendido de sus ca n sin a s era la función sanadora.396 La adivinación, la
clarividencia v el proletism o ocupan en los registros un lugar igualmente
destacado y aparecen, de hecho, en los relatos de R u ysbroe ck y Richard
Johnson.39' El m ism o sesgo en la m anipulación de la evidencia etnográfica
afecta también otras conclusiones avanzadas por Eliade, com o las referidas a
los m étodos de selección de los futuros especialistas, al desm em bram iento
iniciátíco, a la relación del chamán con las almas de los m uertos, al rol de
las mujeres en el com plejo m ágico-religioso, y a la rígida oposición entre
posesión y éxtasis.39SA partir de esta constatación, R onakl H utton propone
una nueva definición del cham anism o siberiano, en la cual el éxtasis y el
vuelo del alma ocupan un lugar m enos prom inente que el que tenían en
el m odelo del historiador rum ano: (I) los pueblos nor-asiáticos poseían
agentes especializados en la com unicación con el m undo de los espíritus,
que en ocasiones realizaban travesías ex-somáticas al serv icio de terceros;
( 11) am bos objetivos requerían la celebración de rituales dramáticos de ca­
rácter publico, a los que asistían —y en los que ocasiones participaban— los
restantes m iem bros de la com unidad; (III) las principales funciones que los

3:n Para una defensa de l.i p ro fu n d id ad te m p o ra l tra d ie io n a lm e n te asignada al co m p lejo


c h a m á n ic o sib e ria n o véase C a rio G in z b u rg , “Gli e u ro p e i s c o p ro n o (o ris c o p ro n o )
gil sc iam an i”, en Cal lo G in z b u rg , II filo e le tracce.Yero.Jaho, fin to , M ilán , F altrin elli,
2 0 0 6 , pp. 94-1 11.
R o n a k l H u tto n , Shumüns: Sibcrian Spirilualiiy and ihelVenern Im jüinütion, pp. 121-
123.
^ Ibid., p. 52.
Ibid., p. SS.
m Ibid., p p . 5 5 , 6 5 -6 7 , 7 0 , 7 4 , 106.
ítih ián A le ja n d ro Ldiupuíjiu:

c h a m a n e s c u m p l ía n en el m o m e n t o en q u e c o m ie n z a n a e x is tir re g istro s
escrito s d e sus actividades e ra n las d e sa n a d o r e s v adiv inos, a u n q u e en
ocasiones ta m b ié n p o d ía n i n t e r c e d e r a n te los e sp íritu s en po s del b ie n e s ­
t a r de los in t e g r a n t e s del clan; (IV) la m ay o ría d e estos especialistas eran
h o m b r e s , a u n q u e ta m b ié n existía u na i m p o r t a n t e m in o ría de m u j e r e s ; (V )
en m u c h o s , quizás en la to talid a d d e los casos, sus performances im p licaban
el in g r e s o en u n esta d o d e c o n c ie n cia a lte ra d o , a u n q u e n o ex is te e v i d e n ­
cia fi r m e q u e p e r m i t a c o n f i r m a r q u e los tra n c e s ten ían lu g a r en todas
las c e re m o n ia s ni q u e el éxtasis se c o n s id e ra b a un a co n d ic ió n ne cesaria
p ara la o b te n c i ó n d e los ob jetiv o s p e rs e g u id o s . En síntesis, los c h a m a n e s
sib erian os e ra n especialistas m á g ic o -r e lig io s o s q u e ten ía n la facultad d e
e n t r a r e n c o n ta c to c o n el m u n d o d e los esp íritu s, co n la finalidad p rá ctic a
de o b t e n e r res u ltad o s c o n c re to s e n el m u n d o de la e x p e rie n c ia cotidiana.
Al p r i v a r a los tr a n c e s y a las e x p e rie n c ia s ex -s o m á tic a s del p ap el r e l e ­
v an te q u e te n ía n e n el e s q u e m a d e Eliade, la n u ev a d efinición d e H u t t o n
no s obliga a r e f le x io n a r so b r e la co n v en ie n c ia de r e p u t a r in m e d i a t a m e n t e
c o m o c h a m á n ica c u a lq u ie r e x p e r i e n c ia e x tá tic a re c o g id a p o r el fo lk lore
y la m i to lo g ía e u ro p e a s . D e h e c h o , el b ri tá n i c o llam a la ate n c ió n so b r e las
i m p o r t a n t e s diferencias q u e se p a ra n a los c h a m a n e s s ib erian o s de figuras
c o m o los benandanti friu lano s, los táhosok h ú n g a ro s y los m a g o s de las sa­
gas escandinavas. Los ritu a le s c h a m á n ic o s se c e le b ra b a n e n o ú b lic o v e ran
v o lu n t a r i a m e n t e in d u c id o s a p a r t i r d e un e s ta d o d e vigilia an te rio r. Los
tr a n c e s de los c o m b a t ie n t e s e n e s p íritu itálicos, m a g ia re s y n ó r d i c o s , en
ca m b io , ten ía n u n c a rá c t e r e m i n e n t e m e n t e p riv a d o y s e c r e to , te n d ía n a
p r o d u c i r s e d u r a n t e el su e ñ o , y p o r lo g e n e r a l n o c o m e n z a b a n de m a n e r a
v o lu n t a r i a .400 Los do s c o m p le jo s m á g ic o -r e lig io s o s se d ifere n c ian ta m b ié n
p o r o t r o m o t iv o esencial: los p u e b lo s sib erian o s n o creían e n las bru jas; las
desgracias m a te ria le s se atrib u ía n a la ira de los e sp íritu s o a los c h a m a n e s
d e las c o m u n i d a d e s e n e m ig a s .401 A u n q u e p o s e e n e v id e n te s p u n t o s d e c o n ­
ta c t o co n el f e n ó m e n o c h a m á n ic o , los c o m b a t ie n t e s e n éxtasis e u r o p e o s
co nfigu rarían u n co m p le jo m ág ic o -re lig io so c o n características pro p ias, un
m u n d o de creen cia s q u e p a r e c e m á s c e r c a n o a la e x te n d i d a m i to lo g ía del

m Ibid., p. 110.
wo Ibid., p. 145.
401 Ibid., p. 142.

137
Historiografía. Dem onoto«ta cristiana y c u ku ra folklórica en el con te xro europeo

Doble d e s c r ip ta p o r L e c o u te u x , q u e a las d ra m á tic a s a ctua cio nes públicas


p ro ta g o n iz a d a s p o r los especialistas siberianos.
El h is to r i a d o r y folklorista h o la n d é s W i l l e m de B lé c o u r t ha sido o tr o
d e los crítico s r e c u r r e n t e s d e la m e t o d o lo g í a y d e las hip ótesis d e Cario
Ginzburg. En u n incisivo artíc u lo p u b lica d o en 1993, de B lé c o u rt cuestiona
el t r a t a m i e n t o d a d o p o r su colega al m i t o d e los benandanti. A p a r t i r de la
ev iden cia a p o rt a d a p o r el lib ro del italiano, c o n sid era q u e los especialistas
friulanos eran p r i m o r d i a l m e n t e sa nadores carismnticos, adivinos v neutrali-
za d o re s d e maleficia. La tarea d e los benandanti consistía en c o n f i r m a r o dar
voz a las suspicacias locales so b r e el o r i g e n p r e t e r n a t u r a l de d e te r m i n a d a s
d o len cia s físicas o desg racias m a te ria le s ; e n o tras palabras, c o m o m u c h o s
d e t e c t o r e s d e m aleficios e n el c a m p o e u r o p e o p re in d u s tr ia l , n o hacían
m á s q u e n o m b r a r a la p e r s o n a ad e c u a d a , aquella so b r e la q u e ya recaían
so sp ech as d e b r u j e r í a . 403 Las n a r r a c io n e s re fe rid as a las travesías y batallas
e n éxtasis n o hab rían sido m ás q u e u n a h e r r a m i e n t a d e le g itim ació n de
a q ue llos se rv icio s m ás p rosaic os q u e los benandanti p re s ta b a n a sus vecinos
de c o m u n id a d , u n a estrate gia publicitaria dirigida a sus po tenciales clientes,
u n d isp ositiv o d e s tin a d o a in sta lar la sensació n de q u e sus v ir tu d e s c o m o
ta u m a tu r g o s , c la r iv id e n te s y d e t e c t o r e s d e bru jas, d e riv a b a n d el c a rá c te r
anfibio d e sus n a tu r a le z a s .404 En o tr a s palabras, los benandanti d e b erían
c o n s i d e r a r s e c o m o u n e m e r g e n t e re g io n a l del cunning-man c am p e sin o ,
u n a fig ura clásica del c a m p o e u r o p e o p r e i n d u s tr ia l q u e tr a s c e n d ía los
p o d e r e s lim ita d o s del c u r a n d e r o c o n v en cio n al, p u e s ta m b ié n e ra adivino,
h e r b o l a r i o , e x o rc is ta y c o n t r a b r u j o . 401

402 R e sp e c to d e la n e c e sid a d d e d ife re n c ia r am b o s c o m p le jo s m ític o s en té rm in o s


e tn o g rá fic o s véase F ie r re L e m o n n ie r, Le sabbat des lucióles. Sorcellerie, cham anhm e et
imaginaba carmibalc en Nouvellc-Cuinée, P arís, S to ck , 2 0 0 6 , pp. 3 6 6 -3 6 7 .
403 O w e n D av ies, Popular Magia: Cunning-folk in Enghsh History, p. 107.
404 W ille m d e B lé c o u rt, “S p u re n e in e r V o lk sk u ltu r o d e r D a m o n isie ru n g ? K ritisch e
B e m e rk u n g e n zu G in z b u rg s 'B e n a n d a n ti’”, Kea. Z eitsch rijifü r Kuliurn'isscnschafrcn, 5
(1 9 9 3 ), p p. 1 7-30.
403 Las critic as de W ille m de B lé c o u rt al m é to d o y a las h ip ó tesis fo rm u lad as p o r C ario
G in z b u rg se han id o rad ic a liz a n d o co n el tr a n s c u rs o de los años. Al re s p e c to véase
W ille m d e B lé c o u rt, “T h e r e t u r n o f th e sabbat: m e n ta l a rc h e o lo g ie s, c o n je c tu ra l
h isto rie s o r p o litical m y th o io g ie s? ”, e n Jo n a th an R arry y O w e n D avies (e d s .), falgrave
Adrances in Witchcraft Historiography, p p . 125- 14S; “A jo u r n e y to H ell: R e c o n sid e rin g
th e L ivon ian ‘W e r e w o lf ’ Magic, R itual andW itchcraft, 2:1 (2 0 0 7 ), p p. 4 9 -6 7 .
Fabián Alejandro ( ampagne

U n análisis c la r a m e n te in flu enciado p o r la in te r p r e ta c ió n altern ativ a de


W ille m d e B lé c o u rt es el q u e W o lfo a n g B e h rin g e r dedica a C h o n ra d Stoec-
khlin, el p a s t o r y d o m a d o r d e caballos q u e m a d o en la h o g u e r a en 1S87.
Stoeckhlin era u n s a n a d o r c a rism á tico , adivino v d e t e c t o r de b ru jas q ue
prestaba sus servicios en el p u e b lo de O b e r s t d o r f , en el p rin c ip a d o ep is c o ­
pal de A u g s b u rg o .406 La c ircu nstancia q u e sella su d e stin o se re lacio n a con
un re la to so b re los o ríg e n e s de sus 'virtudes ta u m a tú r g ic a s v an tih rujoriles.
En efecto , c o m o los benandanti, C h o n r a d afirm a ba p a r t ic i p a r de travesías
en éxtasis. Los viajes e n e sp íritu habían c o m e n z a d o tras la apa ric ió n de un
m e n s a je r o divino: u n serafín vestido de b lanco , c on u n a c ru z roja so bre la
frente. El p a s t o r cayó al su elo c o m o in c o n s c ie n te , tras lo cual su esp íritu
atravesó el C ielo y el P u r g a t o r io bajo la guía de aqu el ángel p s i c o p o m p o .407
D e allí en adelan te los tra n c e s se r e p i ti e r o n d u r a n t e las cu a tro té m p o r a s , en
la p ro x i m i d a d d e los solsticios y de los eq u in o cc io s. C ada vez q u e el ángel
lo convocaba, Stoeckhlin n o tenía o tra o p c ió n qu e p a rtic ip a r de las travesías
en éxtasis. Estos viajes te n ían ahora lu g ar en c o m p a ñ í a de o tr o s h o m b r e s
y m u j e r e s , a q u ie n e s el p a s t o r d e n o m i n a Die Nachtscbar, los Fantasmas
de la N o c h e . 40S A n te los m a g is tra d o s q u e lo ju zg an C h o n r a d c o n firm a la
existencia d e o tras do s p ro c e s io n e s en e sp íritu en las q u e él n o particip a:
la travesía de los b ie n a v e n tu ra d o s y la travesía de las b r u j a s .409 G racias al
e m p l e o d e la t o r t u r a judicial, y a raíz d e las ev id e n te s sem ejanzas form ale s
q ue existían e n t r e los Nachtschar y el sabbat d e las b ru ja s, la justicia laica
del o b isp ado d e A ug sb u rg o d e m o n i z ó con relativa facilidad el re la to del
pastor. En p rin c ip io , el c o m p l e jo m í ti c o d e s c r ip to p o r Sto eckh lin p arece
una v a ria n te alpina d e l m i t o d e los benandanti. Sin e m b a r g o , B e h rin g e r
e n c u e n t r a q u e los Nachtschar n o g u a rd a n relació n con n in g ú n o t r o c o m ­
plejo m ític o c o n o c id o en A lem ania m e r id i o n a l o en t e r r i t o r i o suizo. N o
se e n c u e n t r a n traz o s d e la cree ncia en las crónicas d e é p o c a , en o tro s
d o c u m e n t o s ju diciales, o en las c o lec cio n es d e ley end as rec o p ila d a s p o r

406 Su caso es mencionado por Cario G in z b u rg en / benandanti, como ejemplo de


aquellos procesos en los cuales la demonización de com plejos folklóricos preexistentes
tuvo un rol fundamental en la emergencia del sabbat de las brujas (C ario Ginzburg,
/ benandanti, pp. 82-84).
407 Wolfgang Behringer, Shaman o f Oberstdorf, p. 19.
408 Ib id .,p p . 22-23.
409 Aid., pp. 92-93.

139
H i s t o r i o s j r a t í a . D e m o n o l o u í a c r i s t i a n a v c u l t u r a f o l k l ó r i c a c u el c o n t e x r o e u r o p e o

los folkloristas c o n t e m p o r á n e o s . A u n q u e el área alpina es rica en leyendas


re lacionadas con c o h o r t e s y p ro c e s io n e s n o c tu r n a s , nin g u n a d e ellas rep ite
los trazos característicos d e los Fantasmas de la N o c h e .4111A d ap ta n d o la tesis
de W illo m de B lé c o u r t al caso de C h o n r a d S toec kh lin, B e h rin g er c on cluy e
q ue los Nocluschar fu e ro n una in v enc ión del p a s t o r a le m á n , un bncolage
fabricado a p a r t i r d e re ta z o s de leyendas r e a l m e n t e e x is te n te s, d estin a d o
a p r o p o r c i o n a r u na le g itim a ció n metafísica a sus actividades de c u r a n d e r o
v a d iv in o .411 U n indicio claro del c a rá c te r ficcional de los F antasm as d e la
N o c h e p u e d e h allarse en las inc onsistencias del relato: a d iferencia de las
m ayorías d e las travesías extáticas re c o g id as p o r el fo lk lore e u r o p e o , los
viajes de Sto eckh lin n o cu m p lía n nin g u n a función c la r a m e n te identificable.
El análisis de W o lfg ang B e h rin g e r p o s e e alg un os m é r it o s evid en tes. Por u n
lado, p e r m i t e r e c o n o c e r la i m p o r t a n c ia y r iq u e z a de la c u ltu ra folklórica
t e m p r a n o - m o d e r n a ; p o r el o tr o , ale r ta s o b r e el rie sg o de c a ra c te riz a r
d ic h o u n iv e r s o de cre enc ias c o m o u na d e riv a ció n d e c o m p le jo s m ítico s
p r e t é r i to s . S ep ara d o s de los c o n t e x t o s origin ale s e n los cuales su r g ie ro n ,
las creen cias arcaicas se v u e lv e n o b je t o d e c o n sta n te s p ro c e s o s d e re s ig n i­
ficación p o r p a r t e d e los in d iv id u o s y las c o m u n i d a d e s q u e los c o n s u m e n ,
circu n sta n c ia q u e to r n a discut ible r e m i t i r m e c á n ic a m e n t e dichas levendas
a c o m p l e jo s m á g ico -re lig io so s p re - c ris tia n o s. A u n q u e c o n s t r u id o a p a r t i r
de fr a g m e n t o s de antiguas cre enc ias, el r e la to q u e c o n d u jo a Stoeck hlin a
la h o g u e r a n o p u e d e c o n s id e ra rs e c o m o el e co p e r s is t e n te d e u n a cu ltu ra
p r i m o r d i a l c uy o o ri g e n se p i e r d e en la n o c h e de los t i e m p o s .412 I n d e p e n ­
d i e n t e m e n t e d e sus o ríg e n e s , lo r e a l m e n t e t r a s c e n d e n t e es q u e historias
c o m o las d e los Nachtschar e ra n p r o d u c t o de una c u ltu ra c am p e sin a activa
y d in á m ica, q u e n o se lim itab a a r e p r o d u c i r e s tru c tu r a s d e p e n s a m ie n t o
cristalizadas en el p asad o r e m o t o .413

4.0 Ib id ., p p . 2 6 -3 8 .
4.1 //>;</., p p . 1 3 7 1 3 8 ; 1 4 6 -1 5 1 .
4.2 Ibid., p. 138.
413 P ara u n a c o n c e p c ió n d in á m ic a d e la c u ltu ra c a m p e s in a te m p r a n o - m o d e r n a ,
cuya in flu e n cia ta m b ié n se p e rc ib e e n el análisis q u e B e h rin g e r d e d ic a a C h o n ra d
S to e c k h lin , véase D avid W a rrc n S abean, Poner in the Blood: Popular Culture &y¡Ila¡je
Discourse in Early Modern G erm án/, C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv e rsity P re ss, 1997
(1 9 8 4 ), p p . 6 1 -1 1 2 .

140
fü b iá n A le ja n d ro C a m pagne

U n ú ltim o i n t e n to d e revisión de las tesis d e G in z b u rg m e r e c e u bicarse


a la p a r d e los c u e s t io n a m ie n t o s ensayados p o r R o n ald H u t t o n , W il le m
de B lé c o u r t v W ollgan g B ehrin ger. Se trata del libro q u e el h is to r i a d o r
italiano F ran co N a r d o n p ub lica en 1999: Benandanti e inquisitori nel Friuli
del Seicemo. Más d e tr e in t a año s d e b ie r o n pasar p a ra q u e u n h is to r i a d o r
se d e c id ie ra a r e g r e s a r a los archivo s friulan os, co n el o b je t o de c o n s u lta r
los d o c u m e n t o s o rig ina les utilizados p o r G in z b u rg a fines de los años ’60.
D u r a n t e aquellas tre s d écad as, d e h e c h o , el b lo q u e i n t e r p r e ta ti v o ginz-
b u rg ia n o n o habla sido p u e s t o n u n c a en d iscu sió n, p r o b a b l e m e n t e a raíz
del status de auctoritas q u e el a u t o r d e El queso y los gusanos había a d q u ir id o
p o r e n t o n c e s .414 El p r o g r a m a revisionista d e F ra n c o N a r d o n se su s te n ta
en u n a d o b le e stra te g ia m e to d o ló g i c a : p o r u n lado, el análisis d e los p r o ­
cesos in q u isito riales p o s t e r io r e s a 1 65 0, m a y o r i t a r i a m e n t e d e s c a r ta d o s
p o r G in z b u rg a fines de los años ’6 0; p o r el o tr o , la in c o r p o r a c i ó n de
los in q u isid o re s en el e s q u e m a e x p licativ o .413 D e los 61 p r o c e s o s c o n tr a
benandanti in c o a d o s p o r los a g e n te s del S anto O ficio v e n e c ia n o , 23 se
d e s a r ro lla ro n con p o s t e r io r id a d a 1650: 3 8 % d e la m u e s tr a estadística.
Al m i s m o ti e m p o , so b r e u n to tal d e 8 9 p r o c e s a d o s , 35 lo f u e r o n e n la
s e g u n d a m i ta d del siglo XVII: 4 0 % del to tal d e p e n ite n c ia d o s .T o d a v ía en
1 7 0 4 - 1 7 0 6 la Inq uisició n local tra ta b a e x p e d ie n te s re la c io n a d o s co n los
especialistas fr iu la n o s .4'6 U n a a te n ta l e c t u ra d e la n u ev a serie de p ro c e s o s
analizados p o r N a r d o n p e r m i t e alc anzar d os c o n c lu s io n e s p rin c ip a le s: en
p r i m e r lugar, q u e el c o m p l e jo m ític o n o se e x ti n g u e c o n p o s t e r i o r i d a d a
1650, c o m o parecía su g erir el e sq u e m a cro n o ló g ic o diseñado p o r Ginzburg;
e n se g u n d o lugar, q u e los c o m b a t e s e n éxtasis o c u p a n u n lu g ar s e c u n d a r io
en el c o m p l e jo m ític o , y q u e la actividad te r a p é u ti c a y la d e te c c ió n d e
maleficia co n stitu ía n , p o r e n to n c e s , la p rin c ip a l activid ad d e los benandan­
ti lo c ales.41' Estas c o n c lu s io n e s p a re c ía n c o n f i r m a r algunas d e las d u d a s
iniciales d e F ra n c o N a r d o n : ¿ c ó m o l o g r a r o n los in q u isid o re s la e x tin c ió n
to ta l del a n tig u o c o m p l e jo a g ra r io en el b re v e p e r i o d o d e t i e m p o q u e se
e x ti e n d e de 16 34 a 1650? ; C ó m o c o n s ig u ie ro n u n re s u lta d o s e m e ja n t e sin

’ 14 F ra n c o N a r d o n , Benandanti e inquisitori nel Friuli del Seicento, T rie s te , E dizioni


U n iv e rsitá di T rie s te , 1 9 9 9 , p. 18.
4,3 A n d rea d e l C o l, “P re fa z io n e ”, e n Ibid., p p. 8 , 10.
416 F ra n co N a rd o n , Benandanti e inquisitori nel Friuli del Seicento, p. 36.
m Ibid., pp. 3 1 , 3 6 , 4 0 , 8 3 , 1 4 7 , 1 6 0 -1 6 2 .

141
H i s t o r i o g r a f í a . D e m o n o l o g í a c r i s t i a n a y c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el c o n t e x r o e u r o p e o

h o g u e ra s ni c o n d e n a s a m u e r t e ? ¿ C ó m o o b tu v i e r o n un é x it o tan i m p o r ­
ta n t e co n sólo 1 2 c o n d e n a s a castigos m ás o m e n o s severos, so b re un total
m u y s u p e r i o r d e p ro c e s a d o s? ¿Y p o r q u é estos re s u lta d o s no se alcanzan a
finales del siglo XVI, c u a n d o c o m i e n z a n los p r i m e r o s p ro c e s o s c o n tr a los
benandanti?41S N a r d o n c o n s id e ra q u e la r e s p u e s ta se e n c u e n t r a en los i n t e ­
reses p a rtic u la re s d e los in q u isid o re s in v o lu c rad o s en las d ife re n te s oleadas
re presiv as. El p a ra le lis m o e n t r e in q u isid o re s y e tn ó g r a fo s s u g e r id o p o r
G in z b u rg d e b e re c h a z a r s e c o n énfasis .419 A ú n c u a n d o ap arezcan plagados
d e rela to s c o lo r id o s d e clara p ro c e d e n c ia folklórica, los p ro ces o s judiciales
en g e n e r a l , y ios e x p e d ie n te s inq u isito riales en pa rticu lar, n o p u e d e n c o n ­
s id e rars e c o m o el m e d i o m ás ad e c u a d o para a c c e d e r al m u n d o de creencias
ca m p e sin a s r e a l m e n t e e x is te n t e s e n la E u ro p a p r e i n d u s tr ia l .420Y ello n o
sólo p o r la f e n o m e n a l m e d i a c ió n q u e im plica la p re s e n c ia de u n a g e n te
re p r e s o r . Los p r o c e s o s ju dic ia les son dispositivos artificiales q u e reflejan
d e m a n e r a siste m á tica las in t e n c io n e s , los objetivo s, las p r i o r id a d e s de los
m a g is tra d o s in v o lu c rad o s. En ocasion es, incluso, se ven c o n d ic io n a d o s p o r
los c o n flic to s o riv alid ad es e n t r e d if e re n te s fu e ro s o ju risd ic c io n e s . Los
e x p e d i e n t e s r e c o g e n u n a v e rd a d c o n s t r u id a q u e es, ad e m á s, el re la to q ue
al tr ib u n a l le in te re sa estable cer, la v e rs ió n d e los h e c h o s q u e ha eleg id o
d e m o s tr a r . P o r ello, e n fun ció n del d e lito q u e los ju e c e s dec id a n c o n fig u ­
rar, las p r e g u n t a s , los in t e r r o g a t o r i o s , las estrateg ias y los p r o c e d i m i e n t o s
se o r i e n t a r á n e n d if e re n te s se n tid o s, p o t e n c i a n d o d e t e r m i n a d o s indicios,
d e v a lu a n d o o ig n o r a n d o o t r o s .421 El in q u is id o r q u e im pu lsa los p r i m e r o s

^ Ib id ., p . 3 0 .
419 Para u n a aguda crític a a esta c o m p a ra c ió n e n tre in q u isid o re s, e tn ó g ra fo s e h is to ria ­
d o r e s , a u n q u e c o n a rg u m e n to s d ife re n te s d e los o fre c id o s p o r F ra n co N a rd o n , véase
K a th le e n B id d ick , “T h e D e v il’s A nal E ye”, p p. 1 0 5 -1 0 8 ; 1 27-1 3 4 .T am bién re su lta n
d e in te r é s las re fle x io n e s d e o tro s h is to ria d o re s q u e , a p r o p ó s ito del m é to d o p u e s to
en p rá c tic a p o r G in z b u rg e n ¡benandanti e Storia notturna, no só lo c u e stio n an la asi­
m ila c ió n e n tr e in q u isid o re s y a n tro p ó lo g o s sino q u e sien tan du d as so b re la capacidad
m ism a d e la p rá c tic a e tn o g rá fic a p a ra re c u p e r a r d e m a n e ra efectiva la voz de los o tro s;
cfr. Luisa W h ite , Speaking with Vampires: Rumor and H istorj in Colonial Africa, B erkeley,
U n iv e rsity o f C a lifo rn ia P re ss , 2 0 0 0 , p p. 2 2 -2 5 ; F lo rik e E g m o n d an d P e te r M asón,
The M ammoth and the Mouse:Microhistory and Morpholosy, B a ltim o re ,T h e Jo h n H o p k in s
L In iv ersity P re ss, 1 9 9 7 , p p. 6 7 -8 2 .
420 F ra n c o N a r d o n , Benandanti e inquisitori ncl Friuli del Seicento, p p . 3 6 -3 7 , 176.
421 Ib id ., p p . 3 9 , 6 5 .

142
Fabián A leja n d ro Cam pagne

p ro c e s o s c o n tr a los benandanti en la seg u n d a mí tad de la década de 1 5 70 ,


se hallaba i n m e r s o en un a d is p u ta jurisdic cion al i o n el p a tr ia r c a d o de
A quilea, u n e n f r e n t a m i e n t o p a ra d ig m á tic o e n t r e la justicia eclesiástica
o rd in a ria —el tr ib u n a l episco pal—y la justicia eclesiástica e x tr a o rd in a ria : el
Santo Oficio. Según el p u n t o de vista d e fe n d id o p o r el vicario del p a triarca
de A q uilea, los in q u isid o res ven eciano s sólo deb ían e n t e n d e r en asuntos
q ue im p lic a ra n c la r a m e n t e d e lito ele h erejía. P ara p o d e r p a rtic ip a r del
p ro g r a m a de re f o r m a d e la c u ltu ra vernácu la im p u ls a d o p o r el catolicism o
t r id e n t in o , el S anto O ficio loca] debía d e m o s t r a r el c a rá c te r h e r é t ic o de
m u c h a s de las cre enc ias locales q u e p r e t e n d ía s u p r i m i r .4” Ello explicaría,
sostiene N a r d o n , el in teré s a b so rb e n te q u e el in q uisid or Giulio C o lu m b e r to
d ’Assisi d ed ica a los c o m b a te s en éxtasis y a las e x p e rie n c ia s ex -so m átic as
en los juicio s q u e se d e sa rro lla n e n t r e 1575 y 1 58 0. Así lo g r ó esta b le c e r
el c a r á c t e r h e r é t ic o de la creen cia d e los benandanti v tr iu n fa r en la disputa
q u e lo e n fr e n ta b a co n el p o d e r episcopal; p e r o ta m b ié n así c o n tr ib u y ó a
o t o r g a r al c o m p l e jo a g ra rio una im p o rta n c ia d e s m e s u ra d a en el se n o del
m i t o friu lan o o ri g in a l .423 Esta visión d e los h e c h o s re s u lta c o n g r u e n t e con
la escasa a te n c ió n q u e e n los p r i m e r o s ju icios r e c ib e n los servicios m ás
prosaicos q u e los benandanti. p res tab an a sus v ecinos de c o m u n i d a d —la cura
de e n f e r m e d a d e s , la neutraliz ació n de maleficios, la d ete c c ió n de bruja s, el
d e s c u b r im i e n to de ob jeto s ro b ad o s o esc o n d id o s—, su s ta n c ialm en te m e n o s
ap ro p iad o s p a ra la con fig u ra ció n del d e lito de h erejía q u e la creen cia en
los c o m b a t e s y p ro c e s io n e s en éxtasis. P o r el c o n tr a r í o , los inq uisid ores
q u e e n t e n d i e r o n en las oleadas rep resiv as de 1 61 9 y 1 6 3 4 - 1 6 5 0 , estaban
o b se s io n a d o s co n la te o r ía d el c o m p l o t d ifu n d id a p o r la d e m o n o l o g ía
t a r d o -e sc o lá stic a , y p o r ello, c o n tr a d ic i e n d o in c lu so el e s c e p tic is m o y
la m o d e r a c i ó n su g e r id o s p o r las m á x im a s instancias de los Santo O ficio
r o m a n o y v e n e cian o , im p u ls a ro n la asim ilación del c o m p le jo ag ra rio al
e s t e r e o t ip o del sabbat; n o p u e d e s o r p r e n d e r , e n to n c e s , q u e en aquellas
c o n d ic io n e s los detalles so b re c o m b a te s y p ro c e s io n e s e n éxtasis n o e m e r ­
gieran c o n el c o lo r id o con q u e lo hicie ro n e n los e x p e d ie n te s d e finales del
siglo X V I.424 P o r ú lt im o , los ta rd ío s p r o c e s o s in q u isito riale s d e la segu nd a

422 M . , p. 174.
*n Ibid., p p . 1 0 7 -1 1 0 .
424 Ibid. , p p . 1 1 3 -1 1 5 ; 1 2 2 -1 2 7 .

143
Historio^raíia. Dem on olog ía cristiana v cultura iolU orica en el con te xro europeo

m itad del Sckcuio m a nifestab an c o m o o bjetiv o ex p líc ito la e x ti r p a c i ó n de


las s u p e r s tic io n e s en el á m b i to rural, v en c o n se c u e n c ia , las prácticas sa­
n a d o ra s . la n e u tra liz a c ió n de m aleficios v los re s ta n te s serv icio s ofrecid os
p o r los bcnanJonti lo g r a ro n en los e x p e d ie n te s judiciales un espacio q u e las
a n te r io r e s o leadas rep resivas n u n c a les h abían p o d id o a s e g u r a r / 25
Los d e b a te s y discusio nes s o b r e las rela cio n e s e n t r e teología y folklore,
m ito lo g ía y sabbat, d is c u rso d e m o n o l ó g i c o y c u lt u ra local, no se agotan
co n las p r o p u e s ta s h is to rio g rálicas analizadas en el p r e s e n te a p a rta d o . La
existe ncia de posibles f e n ó m e n o s so c io -c u ltu ra le s r e a l m e n t e ex is ten te s
d etrás de la re p r e s ió n judicial de la b ru j e r ía m o d e r n a todavía c o n tin ú a
fascinando a los h is to ria d o re s del p r e s e n t e . 4’6 A f o r t u n a d a m e n t e , las o p c i o ­

4’’ H asta d o n d e c o n o z c o , la única re s p u e s ta de C a rio G in z b u rg al lib ro de F ranco


N a rd ó n a p a re c e e n una n o ta ai pie de p ág in a in se rta d a en la re c ie n te re e d ic ió n de
un a rtíc u lo o rig in a lm e n te d ifu n d id o en 1992: C a rio G m/.burg,“Slreghe e sciamani”,
en I I f i o e le tracce, p. 2 8 9 , n . 14. E n esta n o ta , G in z b u rg c u e stio n a ia acu sació n de
in g e n u id a d lanzada c o n tra aq u ella frase c é le b re del P re fac io de / benandanti. en la
q u e se so s te n ía q u e “le roci di questi coniadini ci cjiuncjono direliamente, senza scherrni, non
a ffd a te, como troppe rolle avviene, a testim oníam e frummentaric e ¡ndireitc, fíltrate da una
mentalitd diversa e inev ¡lábilmente deformante” (“las voces de esto s cam p esin o s nos ) legan
d ire c ta m e n te , sin in te rm e d ia c io n e s, sin n ecesid ad d e confiar, c o m o a m e n u d o su ced e,
en te s tim o n io s fra g m e n ta rio s e in d ire c to s , filtra d o s p o r uns m e n ta lid a d d ife re n te e
in e v ita b le m e n te d e f o rm a n te ”). G in z b u rg c ritic a q u e N a rd o n elig ie ra c o r ta r allí el
p á rra fo , sin c ita r la o ra c ió n q u e sigue, e n la q u e se aclara q u e ¡a po sib ilid ad d e r e ­
c o n s tru ir el e s tra to de cre e n c ia s g e n u in a m e n te p o p u la r resid ía en el re c o n o c im ie n to
y e n el análisis d e la d istan c ia q u e se p a ra b a las im á g e n e s p ro p u e sta s p o r los ju e c e s de
las im á g e n e s p ro p u e s ta s p o r los im p u ta d o s.
426 U n cla ro e je m p lo es la h ip ó te sis avanzada p o r M ichael Tavuzzi en su r e c ie n te
m o n o g ra fía so b re la in q u isic ió n d o m in ic a en la Italia de finales del siglo XV, Tavuzzi
c re e q u e n o d e b e d e s c a rta rs e la p o sib ilid ad de q u e g ru p o s in fo rm a le s se re u n ie ra n en
re g io n e s a p a rta d a s , co n el o b je to de p ra c tic a r ritu a le s m ág ico s qu e in clu y eran e n tre
sus in g re d ie n te s h o stias c o n sag ra d as o re sto s h u m a n o s , p a r tic u la rm e n te de n iñ o s. El
d e s c u b rim ie n to d e esto s c o n v e n tíc u lo s p o d ría h a b e r c o n trib u id o , e v e n tu a lm e n te , a
la e la b o ra c ió n d e l e s te re o tip o d e m o n iz a d o d el sab b at; véase M ichael Tavuzzi, Kenais-
sanee Inquisitors, p p. 2 0 4 -2 0 8 . A ú n c u a n d o la re fe re n c ia al in fan tic id io y al e m p le o
d e re s to s d e n iñ o s e n la e la b o ra c ió n de m e d ic a m e n to s r e m ite a las inv estig acio n es
d e A d ria n o P ro s p e ri, la h ip ó te sis p a re c e te n e r p u n to s de c o n ta d o co n la p o lé m ic a
te o ría so b re lo s h o m ic id io s ritu a le s ju d ío s d e fe n d id a p o r el h is to ria d o r italian o A riel
Toaff; cfr. A d ria n o P ro s p e r i, Daré ¡'anima. Storia di un infanticidio, T u rín , E in a u d i,

144
¡a b ia n A leja n d ro C a m pagne

nes al alc ance d e los estu d io so s actua les no se r e d u c e n a las v e rsio ne s más
e x tr e m a s del p arad ig m a ro m á n ti c o —q u e p o stu la b a n la ex isten cia d e sectas
de ad o ra d o re s del d e m o n i o o la su pervivencia d e religiones p rehistó ricas en
plena E u ro p a m o d e r n a —ni a las fo rm u la c io n e s más radicales del p a rad ig m a
racionalista, q u e n egab an a la c u lt u ra v e rn ácu la y a las creen cia s locales
to d a relevancia en la din ám ica d e la caza d e bru jas y en la c o n s t r u c c i ó n de
los e s te re o tip o s teo lo ga le s.42' D e h e c h o , la in negable vigencia del “Ginzburg
paradigm” explica q u e u na cu e stió n tan p o lé m ic a c o m o la s u p e rv iv en cia del
c h a m a n is m o en el c a m p o e u r o p e o p re - in d u s tria l c o n ti n ú e s e d u c i e n d o a
recon o cid os especialistas del c a m p o h is to rio g rá fic o e n c u e stió n .428 En u n
a rtícu lo pu blicad o en 2 0 0 3 , G á b o r Klaniczay co n sid era re lev an te la c o m p a ­
ración e n tr e los c h a m a n e s sib erian os y los “santo s vivos” ta r d o -m e d ie v a le s ,
p o r t a d o r e s de u n n u e v o m o d e l o d e san tida d e n el cual r a p t o s , p ro fe cías y
éxtasis o c u p a b a n un lu g a r p r e p o n d e r a n t e ; y a u n q u e va n o a d m i te q u e sus
e x p erien cias religiosas p u e d a n ser catalogadas c o m o charnánicas, co n clu y e
qu e aqu ellos m ísticos y v isionarios c u m p lía n e n la socied ad cristiana de
su t i e m p o las fun cio nes q u e cabían a los c h a m a n e s en sus c o m u n i d a d e s de

2 0 0 5 ; A rie lT o a íl, Pasque di sangue. Ebrei d ’Europa e omicidi rituali, B o lo n ia, II M u lin o ,
2 0 0 8 (segunda edición).
4-' U n a e je m p lo de la so fistica ció n q u e han a d q u irid o los e sq u e m a s in te r p re ta tiv o s
a ctu ales es el ensayo q u e D avid F ra n k fu r te r d ed ica a los p ro c e so s de o b je tiv a c ió n d el
m ito d e la c o n sp ira c ió n d iab ó lica, en el q u e el a u to r in te n ta d e m o s tr a r la ta n g ib ilid a d
q u e las e n c a rn a c io n e s del m al p u e d e n a d q u irir en el m u n d o m a te ria l sin q u e ello
im p liq u e a c e p ta r la re alid ad d e los h ec h o s específicos a trib u id o s a los c o m p le ta d o s d e
t u r n o ; véase D avid F ra n k fu rte r, Eril Incarnatc: Rumors ofDcmonic Conspiracy and Satanie
Abuse in History, P rin c e to n , P rin c e to n U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 6 , p p . 21 2 -2 2 4 .
42i P ara un e je m p lo al re sp e c to véase véase E d w a rd Bever, The Realuics oJVuchcrajt and
Popular Magic in Early Modern Europe: Culture, Cognición, and Evcryday Lije, B asin g sto k e,
H a m p s h ire , P algrave M a cm illan , 2 0 0 8 , p. 187: “most witch suspeets were nol shamans,
o j coiirse, but there is eeidence that signijicant clcments o j shamanism did esist in Europe in
the early modern periotí' (“p o r s u p u e sto , la m ay o ría d e los so sp e c h o so s d e b r u je ría no
eran ch am an es, p e r o la ev id en cia rev ela q u e en la E u ro p a te m p r a n o -m o d e r n a ex istían
significativos e le m e n to s de c h a m a n is m o ” ; la tra d u c c ió n d e l inglés es m ía ). L a m e n ta ­
b le m e n te , el ensavo d e B ever fue p u b lic a d o u n a vez finalizada la re d a c c ió n d el lib ro
q u e el le c to r tie n e e n tr e sus m a n o s , y p o r e llo sus c o n c lu s io n e s n o h an p o d id o se r
in c o rp o ra d a s p le n a m e n te e n el p r e s e n te cap ítu lo .

145
H i s t o r i o g r a f í a . D e m o n o l o g í a c r i s t i a n a .y c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el c o n r e x r o e u r o p e o

o r i g e n . 42'' En u n a r t íc u l o do s año s p o s te rio r , W olfg an g B e h rin g e r avanza


incluso m á s allá q u e la p r o p u e s ta del h is to r i a d o r h ú n g a ro , v so s tie n e que
las e x p e ri e n c ia s e x tática s d e los d ir ig e n t e s vaklenses ta r d o -m e d ie v a le s
p o s e e n “tra zo s c a ra c te rístic o s d e c h a m a n i s m o ” ( ‘c h a ro c te ristic fe a tu r e s o f
sh a m a n is m ”); las cu alid ad es c h a m á n ic as d e aquellos líd e res c a r i s m á t i c o s
p u e d e n f u n c io n a r c o m o el te r tiu m co m p a ra rio n is capaz d e e x p lic a r la e x t r a ­
ña asim ilación e n t r e b ru ja s y vald enses q u e se o p e ra en los valles alpinos
d u r a n t e el s e g u n d o c u a r t o d el siglo XV .430 M e n o s c o n v in c e n te re s u lta el
a m b ic io s o i n t e n t o de E m m a W il b y de d e m o s t r a r q u e la m ito lo g ía del
familiar, q u e i m p r e g n a el e s t e r e o t i p o d e la b ru je ría inglesa, deriv a d e los
e sp íritu s feé ric o s q u e los h e c h ic e ro s b e n é fic o s o c u n n i n g f o l k e m p le a b a n
en sus ritu ales; a ú n c u a n d o p a r e c e d e s c a r t a r to d a c o n tin u id a d h istórica
d ir e c ta e n t r e la c u lt u r a fo lk ló rica re n a c e n t is ta y los c o m p le jo s c h a m á n ico s
p r e - c ris tia n o s , su g ie re q u e las sim ilitu d e s e n t r e aquella y m u c h a s prácticas
m ágico-religiosas n o eu ro p e a s d e m o s tra r ía n qu e la creen cia en los espíritus
fam iliares h u n d e sus raíces en el u n iv e r s o an im ista q u e p ri m a b a en la isla
an tes de la i r r u p c i ó n d el c ris ti a n is m o .431
La vigencia d e l p a r a d i g m a r o m á n t i c o e n sus sofisticadas e x p re s io n e s
d e c o m i e n z o s d el siglo X X I, m e r e c e r í a alguna e x p licació n d e o r d e n s o ­
cio ló gico , u n análisis sim ilar al q u e h a r e c i b id o la fascinación d e la c u ltu ra
n o r t e a m e r i c a n a p o r los p ro c e s o s d e S a le m ,432 o el atractivo q u e la figura de
la b ru j a le g e n d a ria r e p r e s e n t a p a ra los m o d e r n o s m o v i m i e n to s n eo pag a-
n o s .433 Es p r o b a b l e q u e los e sfu erzo s p o r d e s c u b r ir ritu ales p re - c ris tia n o s
y m ito lo g ía s atávicas, re lig io n e s neo lític as y c o m p le jo s folk lórico s, sectas

429 G á b o r K laniczay, “T h e P ro c e ss o f T ra n c e , H eav en ly an d D ia b o lic A p p a ritio n s


in Jo h a n n e s N i d e r ’s F o rm ic a rin s ” , D iscusión Paper Series 6 5 , B u d a p é st, C o lleg iu m
B u d a p e s t/ín s titn te fo r A dvanced Study, 2 0 0 3 , p p .2 4 -2 9 ; 80.
430 W o lfg an g B e h rin g e r, “H o w W a ld e n s ia n s B ecam e W itc h e s : H e r e tic s an d th e ir
J o u r n e y to th e O t h e r W o r ld ”, e n G á b o r K laniczay y Eva P ócs (e d s .) , C.omrmmicating
with che Spirits, p p. 1 81 -1 8 2 .T a m b ié n G a ry W a ite r e c u r r e al té r m in o shamanism para
c a ra c te riz a r a los líd e re s c arism ático s de los m o v im ie n to s valdense y anabaptista: G ary
K .W a ite , Eradicating the D evil’s M inions, p p . 6 -7 , 1 2 -1 3 , 1 7 ,4 7 , 63 y ss., 135, 198.
431 E m m a W ilb y , Ctm ning Folk and fam iliar Spirits: Shamanistic fisio n a r/ Traditions in
Early Modern British Witchcraft and M agic, B rig h to n , S ussex A cad e m ic P re ss, 2 0 0 5 ,
p p . 1 2 3 -1 2 7 .
432 M a rió n G ib so n , Witchcraft Myrhs in American Culture, L o n d re s, R o u tle d g e , 2 0 0 7 .
433 D ia n e P u rk is s, TheW itch in History, passim.

146
Fabián A leja n d ro C am paqne

diabólicas y cre enc ias arcaicas, d e tr á s de la violencia desatada c o n tr a los


p e r p e t r a d o r e s d e u n c r i m e n im a g in a r io , se o ri g in e en u na resistencia
in c o n s c ie n te a r e c o n o c e r q u e en ti e m p o s d e L e o n a rd o y M iguel A ngel,
Maqtiiavelo y M o n t a ig n e , C o p é r n i c o y G alileo, S h akespeare y C e rv a n te s,
la civilización euro-atlán tica se e m b a r c ó en una —¿inexplicable?—sangrienta
cacería d e a d o r a d o r e s d el d e m o n i o . ¿ Q u é r a z o n e s c o n tin ú a n m o t iv a n d o
el tra b a jo d e los h is to ria d o re s q u e ra s tre a n f e n ó m e n o s reales d etrás de la
t o r t u r a y el suplicio de d e cen as de m iles d e in o cen tes? ¿Será tal vez la n e ­
gativa a r e c o n o c e r el n ú c le o d u r o de vio lencia q u e caracteriza a la cultu ra
euro p e a? ¿Será tal vez el t e m o r de q u e el m o n s t r u o d o r m i d o d e s p ie rte ,
de q u e la violencia sagrada se a p o d e r e u na vez m ás d e O c c i d e n t e , de qu e
la caza d e bru jas re in ic ie la p u rg a ritu al i n t e r r u m p i d a e n un pasad o n o
d em as iad o r e m o t o ? 434

434 Al r e s p e c to r e m ito a R o b e r t R apley, Witch Hunts: From Salem to Guantannmo Boy,


M o n tre a l, M c G ilL Q u e e n ’s U n iv ersity P ress, 2 0 0 7 , pp, 2 0 7 -2 7 3 .V éase tam b ién el p r e ­
facio a la se g u n d a e d ic ió n d e l lib ro d e F rancos H ill, .1 Delusion oj Sotan, p p. xv

147
Segunda p a rte
ESTUDIOS DE CASO
D em on ología cristiana y cultura folk lórica en el
m undo ib érico

149
CAPÍTULO 2
Arqueología de la bruja.
Terrores nocturnos y demonios
infanticidas en la España moderna

1. Infanticidio y brujería en el contexto europeo


Cuando el especialista se interna en el análisis del estereotipo de la
bruja vigente en la España tem p ra n o -m o d e rn a —tal com o se desprende
de la literatura antisupersticiosa, de los manuales dem onológicos, de los
procesos judiciales, de las fuentes literarias—, rápid am en te surgen una
serie de peculiaridades que transforman a la bruja ibérica en un m odelo
sui-generis en el seno de la rica mitología pan-europea. Nos referim os a
la inextricable relación que, en la mayoría de los casos, la bruja española
guarda con figuras míticas c om o el d em onio infanticida, el aparecido-
vampiro, el cortejo de las hadas y el espíritu de la pesadilla.
La bruja española es, en esencia, un agente maléfico especializado en
el asesinato de niños recién nacidos. Sin embargo, no reside aquí la origi­
nalidad a la que aludimos. D e hecho, entre los actos abominables que se
atribuían a las brujas en la Europa m o d ern a, el infanticidio ocupó siempre
un lugar pree m in en te, ju n to con el sacrilegio, la idolatría, el canibalismo,
el incesto, la sodomía y el bestialismo.1 Algunas excepciones regionales,

1 Véase R ichard K ieckhefer, “Avenging the Blood o f C hildren: A nxiety over Chile!
Victims and the O rigins o f the E uropean W itchT rials”, en A lb erto F erreiro (e d .), The
Devil, Heresj andlVicchcrtfi in the AliddleAges: :¡y, in Honor ojJeffrey /:. Russell, Leiden,
Brill, 1998, pp. 91 -1 09 ; M aríaT ausiet, “W itchcraft as M etaphor: Infanticide and Its
Translations in A ragón in th e Sixteenth and Seventeenth C e n tu ries”, en S tu art C lark

151
Estudios de caso. Den).onofüí¿ú cristiana y cultura folklórica en el mundo ibérico

p articularm ente en regiones periféricas, no logran alterar sustancialmente


el patrón que de scribim os.2 Sin embargo, al sur de los Pirineos la relación

(e d .), Languages oj I l'uchaajL; Narruiiu.-, Idcologj and Meaning in Early Modern Culture,
Nueva York, St:. M a rtín ’s Press, 2001, pp. 179-198.
2 En D inam arca, p o r ejem plo, las brujas casi nunca eran responsabilizadas p o r la
m u e rte de niños en el v ientre m a te rn o , o de recién nacidos en sus cunas; en jutlandia,
sobre 271 testim o nio s relacionados con m u e rte s hum anas para el p eríodo 1609-
1687, sólo 6% guarda relación con el deceso de criaturas (Jens C hristian V. johanse,
“D en m ark :T h e Socioloov ol A ccusations”, en Bengt A nkarloo y Gustav H enningsen
[eds.], Early Modern EuropeanlVitchcrajt: Centres and Peí¡pheries, C larendon Press, O xlord,
1993, p. 356). Una situación sim ilar se daba en el sur de Suecia (P er Sórlin, ‘incita/
Aris’: Witchcntft and Magic Triáis in Souihern Sncden, 1 6 3 S '1 7 S 4 , Leiden, Brill, 1999,
p. 128: “J e ir children aere aniong the victims, there being no equiialenL to the concineniuI
phenomenon o f witches uho attacked babies and hilled thern’ jupocos niños se contaban entre
las victim as, pues n o existía un equivalente del fenóm eno continental de las brujas
que atacaban y m ataban a los infantes]; la trad u cció n del inglés es m ía). En la región
del Ju ra, W illiam M o n te r d escubre o tra excepción al patrón general (E. W illiam
A lonter, Witchcraft in Frunce and Su iizcrland:Thc Borderlands during P\cfjiiujlíuii, hhaca,
C o rnell U niversity Press, 1976, p. 1 26: “in chis moumainous, dairying región, dead co ir¿'
figure inore prouiinenilv among maleficia thun dead chihlren” [k‘en esta región de m ontaña,
dedicada a la p ro du cción de lácteos, no era el asesinato de niños sino la m u e rte del
ganado la co n secuencia más p ro m in e n te de los m aleticios]; la trad ucción dei inglés
es m ía). C ristin a L arn er se m ostraba igualm ente sorprendida por el escaso núm ero
de infanticidios registrad o s en las fuentes escocesas (C hristina Larner, Enauies oj God:
Theli-itch-hunt in Scotland, B altim o re,T h e John H opkins U niversity Press, 1981, pp.
9 1, 151, 200: “eicn nhen ü babv huí believed to be caten it huí /juí speciallj murdetedfor the
parpóse. It iicís dug up” [“aún cuando se creía que un niño había sido devorado, nunca
se decía que había sido asesinado especialm ente con dicho propósito, sino que las
brujas habían d e se n te rra d o una criatu ra ya m u e rta ”); la traducción del inglés es mía).
Las bru jas de L orena parecen aunar los rasgos de sus equivalentes suizos y escoceses:
aún cuando en ocasiones tam bién asesinaban a los niños, la magia m eteorológica y
ios ataques co n tra las cosechas constituyen el elem en to constante en la región; al
m ism o tiem p o , ios ded os de los pequeños m u e rto s sin bautizar eran em pleados
com o candelas p o r las b ru jas (“elles a\oieni trois chandelles [ ...] et que c’estoient doigts
de petits enjanis mornéz et non baptisez” [tenían tres candelas, que eran los dedos de
niños p eq u eñ o s m u e rto s sin bautizar”}), aunque la víctim a no era nunca asesinada
con tal p ro p ó sito , sino d esen terrad a de su tum ba (“ellesjurem querir ledite enfant en
la cyineihiere de ¡eur eglise” [“fueron a buscar al m encionado niño al cem en terio de su
iglesia”; la trad u cció n del francés es m ía]). (R obin Briggs, “Le sabbat des sorciers en
L o rrain e”, dans N icole jaeques-jaquin e t M áxim e P réaud [dirs.], Le sabbat des sorciers

152
la biitn A leja n d ro C a m pagnc

entre brujería e infanticidio reunía una serie de características que dife­


rencian claramente a la bruja continental de su equivalente española. De
hecho, aunque en muchas regiones del continente las brujas asesinaban
a los niños, sólo en suelo ibérico parecen haber hecho del puericidio su
ocupación casi excluyente.
¿Qué patrón seguía el accionar infanticida de la bruja europea en el
estereotipo clásico construido por la práctica jurídica y el discurso demono-
lógico temprano-modernosPVeamos algunos ejemplos. El 20 de noviembre
de 1626, Margretha Bittelmavr fue decapitada en la ciudad de Eichstatt, en
el sur de Alemania. Su cadáver lúe incinerado de inmediato, pues la mujer
había sido condenada p o r el crimen de brujería; am én de los hechos de
apostasía que se le atribuían -profanación de la hostia consagrada, negación
del bautismo cristiano, adoración del dem o n io — M argretha tam bién fue
hallada culpable de una larga serie de maleficios letales; había com etido el
asesinato de cuatro niños, había causado la m u e r te de tres vacas, había p r o ­
vocado violentas torm e ntas locales, había inducido un irremediable estado
de locura en una joven sirvienta, había untado un maléfico ungüento en las
paredes del pueblo, y había ingresado en establos, bodegas y d o rm ito rio s
con el objetivo de dañar la propiedad y la integridad física de sus vecinos
de comunidad." El 29 de mayo de 1679 m u e r e en la hoguera Péronne

en Europe, A’U'-.Vi lüc siecle, G renoble, Jcro m e M illón, 1993, p. 156, 179). En las
descripciones del sabbat q u e se d esprenden de los in terro g ato rio s llevados a cabo
p o r el P arlam ento de París, Alfred Soman d etecta que p rácticam ente nunca se hace
alusión a niños devorados (Alfred Som an, “Les p ro ces de sorcellerie au P.irlom ent
de Paris [ 1565-1640]”, Armales, £.S .C ., 32:4 (1977], p. 801). En la ciudad doY'enecia
propiam ente dicha, R uth M artin encu en tra sólo dos casos en los que el uso de niños
m uertos form a p a rte significativa de la denuncia (R uth M artin, IVttchcrajt and The
Inquisición in lenice, I S b 0 - I6 5 0 , O x to rd , Basil Blackwell, 19S9, p. 205); no obstante,
Guido R uggiero, com o antes C ario G inzburg, dem uestra que en las áreas rurales bajo
dom inio de la R epública la creencia en la b ru jería inlantieida estaba am pliam ente
diiundida (G uido R uogiero, Binding Passions:ía¡es oj Magic, Marriacqe, and Poner at the
End oj the Renaissance, N ueva Y ork, O x fo rd U niversity Press, 1993, pp. 73-74; 150-
155). Para un juicio tem p ran o en que se haya ausente toda referencia a la m u e rte de
niños véase R ene F ilh o l,“Proeés de sorcellerie á B ressuire (A oút-S eptem bre 1475)”,
Kevue historique de droitjrancais et étranger, 42 (1 9 6 4 ), pp. 75-83.
3 jon ath an D u rra n t, iVitchcraft, Gender and Society in Early Modern Gennany, Brill,
Leiden, 2007, p. xiii.

153
Estudios de caso. Du n on olo u ú cristiana y cultura folklórica en el mundo ibérico

Goguillon, vecina de la aldea flamenca de Bouvignies, p o r entonces bajo


la soberanía del rey de Francia. D ecidido a m an te n e r vivo el re cu erdo de
los crím en es co m etidos p o r la bruja, el tribunal señorial o rd en ó ex p o n er
públicam ente los restos semi-calcinados de la infortunada. P éron ne había
sitio sindicada co m o responsable de la m u e r te de varios hom bres, niños,
caballos, vacas y tern e ro s; los jueces tam bién la consideraron partícipe
de un c o m p lo t “pou r ¡luiré a u x g ra in s et aulres jr u ic s de la terre, p o u r ja ir e des
bruines, d esgreles, des term ines, des mulots ei souris ’H C om o vemos, entonces,
el infanticidio era sólo una más de las muchas atrocidades que los cazado­
res de brujas europeos atribuían a m ujeres c o m o M argretha Bittelmayr y
P éro nn e Goguillon en la Edad M oderna.
Según se desprende de los procesos incoados p or los jueces laicos v
eclesiásticos, el m é to d o favorito al que las brujas continentales recurrían
para provocar la m u e r te de niños pequeños era el envenenam iento. Para
ello utilizaban toda clase de polvos, ungüentos y pociones.’ En septiem bre
de 1477, A n to inette, habitante de la aldea saboyana de Villars-Chabod,
confesó ante el Vice-Inquisidor General que había tocado la mano de la hija
de Louis Fabre con un un gü ento que le había facilitado el propio diablo:
la niña e n fe r m ó súbitam ente, languideció durante quince días, y luego
falleció.6 En abril de 1611, Barbara Rüfin, una anciana de 70 años, fue
arrestada p o r los funcionarios judiciales de ElKvangen, en el sudoeste de
Alemania; la acusaban, entre otros crímenes, de haber intentado em p o n zo ­
ñar con m e r c u rio el alim ento de su propio hijo.7 Las brujas condenadas en

4 R o b e rt M u ch em b lcd , Leí dem ias buchers. Un village de Flandre et ses sorcieres sous Louis
XIV, París, Ramsay, 1981, p. 25: “para dañar los granos y otros frutos de la tierra,
para p ro d u c ir lluvias, g ranizo, parásitos, ratas y ratones” (la traducción del francés
es m ía).
5W olfgang B ehringer, Hexernerjolgung in fíayeru:Volksniagie, (jhiubcnseijcr nnd Staaistcison
in der Friihen Neuzeit, M unich, R. O ld cn b o u rg Vcrlag, 1987 (cito p o r la edición en
inglés: JVitchcrajt Persecution in Baiaria: Popular Magic, Religious Zealotry and Reason c f State
in Early Modern Europe, tran slated by J. C. G rayson and David L ederer, C am bridge,
C am b rid ge U niversity Press, 1997, p. 167).
6 R o b e rt R o u land, “’Fantastical and Devilishe P ersons’: E uropean W itch-beliefs in
C om parative P erspective”, en Bengt A nkarloo y Gustav H enningsen (eds.), Early
Modern Europear^Vitchcrcjt,^- 162.
' H . C. E rik M id e lío rt, JKúl/í Hunting in Soutlnrestern Germany, i 5 6 2 -1 6S4:The Social
and Intellectual FounJaiiom, S tanford, S tanford U niversity Press, 1972, p. 101.

154
Fabián A le ja n d r o C aiu p a q u c

Augsburgo du ran te el siglo XVÍÍ, la mayoría de ellas comadronas, también


recurrían a potajes y bebidas. En ocasiones, el m é to d o podía provocar
un doble asesinato: el veneno v ertido en la sopa de la m ad re corrom pía
también la leche m aterna, provocando así el deceso del lactante.s Robin
Briggs extrae de los archivos de Lorena otro ejem plo paradigmático del
m odns operandi de las brujas m odernas. En 1561, Alison de Monteigneiz,
vecina de Badonviller, confesó “que ung jo u r elle entra en la m aison d u d it
Blaise, envyron a heure deVespre, [ou] elle trouva ung p e tit enjans aagez d*envyron
dem y ans ( . . . ) ; la d ite Alison p rin t de la pouldre q u ’elle avoit avec elle et en boutci
esdicte boulycs, pu is se retire, et in co n tin en t FerJJans moura avani q u ’i lj 'u t jour.
E siant le d it enffans enterez, le diable l u y j i s t retirer hors de terre, et V em p a n a
lad ite A lison le p ro c h a in je u d y ( . . . ) au lieu ou el les tenoient leurs saba, la ou ledit
eTijJansJiit ro u ty p a r elles et le m angerent par ensemble” .9Aparece en este relato
otra característica re c u rre n te del infanticidio brujeril: la exhumación del
cadáver de la pequeña víctima para su posterio r utilización en diversos
m enesteres. Las brujas lorenesas asaban y devoraban el cu erpo de sus pe ­
queñas víctimas. En otros casos, el cu erp o de la criatura era utilizado para
la confección del ungüento que las m alejícae empleaban para trasladarse por

s Lyndal R o p e r,“W itchcraft and Fanlasv in Oarly M odern G erm any”, en Lyndal Roper,
Osdipus ¿k_zhe Devil:Wicchcraf[, SexualiLy and Religión in Early Modern Europe, Londres,
R outledge, 1997, p. 207.
9 C itado p o r R obín Briggs, “Le sabbat des sorciers en L orraine”, p. 164: “un día ella
en tró en la casa de la m encionada Blaise, ap roxim adam ente a la hora de las V íspe­
ras, [donde] en co n tró un niño de cerca de m edio año de vida ( . . . ) ; la m encionada
Alison to m ó del polvo que llevaba consigo y le arro jó las partículas, retirándose
luego; in co n tin en te, el niño m u rió antes de que se hiciera de día. Luego de que el
peq u eño hubiera sido e n te rra d o , el diablo hizo que lo re tira ra n d e la tie rra , para que
la m encionada Alison lo llevara el jueves siguiente al sitio en que celebran el sabbat,
don d e el niño fue asado y devorado p o r los asistentes” (la traducción del francés es
m ía). Sobre el carácter peculiar de esta confesión véase R obin Briggs, Witches and
Neighbours:The Social and Cultural Coiuext oj European W itchcraft, N ueva Y ork, Penguin
Books, 1996, p. 39: uthis is in Jact a most un usual element in Lorraine coiifessions, which
normallv just describe a banquee ai which the mear was unpleasant and unsahedAVhen the
Jlesh was idencijied it was most commonly said to be rhat o f small birds” ("éste es de hecho un
elem ento m uy inusual en las confesiones lorenesas, que n o rm alm e n te sólo describen
un ban qu ete en el cual !a carne resultaba desagradable y sosa. En las ocasiones en
que se identificaba ia carn e ingerida, p o r lo com ún se decía que provenía de aves de
pequeño p o rte [la traducción del inglés es m ía)).

155
Estudios de caso. Deinonolooía c¡ istiana \ cultura lolklorica en el mundo ibérico

el aire. En 1S87, Walpurga I iausmannin, com adrona de Dillingen, en la


diócesis ile Augsburgo, utilizó los cadáveres de los +1 niños a los que había
asesinado sim ultáneam ente para ambos Fines: la fabricación de unturas y
la antropofagia ri tu a l .10
Aunque nunca constituyeron el único ingrediente posible para la c o n­
fección del u ng üen to diabólico, la grasa y los huesos de niños aparecen
mencionados desde el origen m ism o del estereotipo del sabbat." El asesi­
nato de niños no bautizados ocupa ya un papel destacado en los supuestos
procesos que hacia 1400 habría presidido Peter yon Greyerz, juez, secular fie
la ciudad de Berna y una de las fuentes principales utilizadas por Johannes
N id er para la redacción del quinto libro del Formicarius'2; según relata el
propio Nider, "juit insuper jama communis, dicto Tetro iudice mihi referente, quod
in térra Bernensium, XIII infantes devorati essent ínira pauca témpora a mahfícis,
quamobrem eciam publica justicia saris dure exarsit in rales parricidas ”l! De las
actas del te m p ra n o proceso de Matteuccia di Francesco, quemada enTodi
el 20 de marzo de 1428, surge que la acusada invocaba al dem onio tras u n ­
tarse con grasa de buitre, sangre de murciélago y sangre de niño lactante.14
Las brujas ro m anas denunciadas po r Bernardino de Siena, actuaban de la
misma manera: “£ june presa una fra I’ahre ( . . . ) e piu anco confesso, que ella
cueva mono el suo proprio jiyliulo (sic), e avevanefalto polvare, de la quale clava

lu W alter Stephens, Detnon LoversAYitchcraft, Sex and the Crisis o f Belicf C hicago,T he
U niversity o f Chicago P ress, 2 002, p. 3.
" jeffrey B u rto n R ussell, IVitchcrfi in the Middle Ages, Ithaca, C ornell University
Press, 19S4 (1 9 7 2 ), p. 251.
: Michael David Bailey, B jttling Demons: iVitchcnft, Heresy and Rijonn in the Late Middle
Ages, Filadelfia, Pennsylvaiüa State U niversity Press, 2 003, pp. 28, 41 y ss., 96.
!1 Fr. loarmis Nulcr, formicarius líber V, en H einrich Institoris - Jacob Sprenger, Ala-
lkrs Mahficarvm , Lugduni, Clavdii Bovrgeatr, M DCLX1X, p. 315: “fue un hecho de
público co n o cim ien to , tal com o m e lo refirió el m encionado juez Pedro, que en un
breve lapso de tiem p o las brujas de la región de B erna devoraron trece niños, y por
ello la justicia pública castigó con la debida dureza a tales parricidas” (la traducción
ele i latín es m ía).
" D om en ico M am m oli, Proccsso alia strego Matteuccía di Francesco, 20 marzo 1428, Res
T ud ertin ae 8 ,T o d i, 1969, pp. 3Q-31; C laudio Bondi, Strix. Medichesse, streghe e fauuc-
chiere neU'halía del Rinascirncnto, R om a, L ucarini, 1989, p. 38.

156
l ü b i á i i . \lcj aiiJn) C j m p j ^ n c

mangiare per t a l i j a c c e n d e A su vez, los elusivos integrantes ele la mítica


secta piamontesa del barilotto, anatematizados también p o r San Bernardino
en un serm ó n pronunciado en su ciudad natal, en agosto de 1427, fabri­
caban polvos con los cadáveres de los niños que mataban con sus propias
manos; los polvos eran disueltos en vino y el brebaje resultante, conservado
en el célebre barril, im pedía que los m iem bros de la secta revelaran los
rituales que practicaban . 16 Un siglo v medio más tarde, johannes W ie r y
Francis Bacon insistían sobre la im portancia que la grasa de niño tenía para
la confección del emplasto diabólico.1'
Finalmente, si la bruja europea no hacía nunca del infanticidio su
principal ocupación, tam poco mostraba una predilección excluvente por
el asesinato de recién nacidos. Entre sus víctimas podían contarse niños
mayores, o incluso púberes. En 1662, Amy Denny, vecina de la parroquia de
Lowestoft, en el condado de Suffolk, y una de las últimas mujeres ahorcadas
en Inglaterra p o r el crim en de brujería, fue sindicada c om o responsable
de la enferm edad que p o r entonces atorm entaba a un conjunto de niñas v
jóvenes, cuyas edades oscilaban entre los 20 meses y los 18 años. La única
m u e rte que se le endilgaba, de hecho, era la de una niña de 10 años . 15

11 C itado p o r Franco M o n n a n d o , The Preacher’s Deimms: Bernardina o f Siena and the


Social UnJenvorld of Early P\enaissanee haly, C hicago,T he U niversity of Chicago Press,
i 999, p. 264: “Y e n tre aquellas m ujeres fue presa una, ( . . . ) que incluso con tesó haber
asesinado a su pro p io hijito, con el cuaí confeccionó unos p o b o s que lue^o repartía
com o alim ento d u ran te sus andanzas” (la traducción del italiano es m ía).
16 C atherine Cfiene, “C o m m entaire a Johannes N ider, Poruñearías (line II, chap'ure 4
et livreV, chapines 3, 4 et 1), dans L’itnayinaiie du sabbat. Edition critique des testes les plues
aneiens(l430 e.-1440 c.), reunidos p o r M ar tiñe O sto rero , A aostino Paravídni Ba^liani
v K athrin U tzT rem p , Lausana, U niversité de Lausanne, 1999, p. 240.
Hans Peter D uerr, Traunizeit: Überdie Crenze ZiviscbenWildnis un Zivili^ation, Frankfurt,
Syndikat A u to ren -u n d Verla^sgesellschaft, 1978 (cito p o r la edición en inolés: Drca-
nuime:Conceni¡ni] the Boundary betneenWilderness and Civihzaüon, translated bv Felicitas
Goodm an, O x fo rd , Basil Blackwell, 19S7, p. 2).
G iíb ert Geis and ¡van Bunn, 4 Trial oflVítches:A Setenteenth-century Witchcraft Prose-
cution, Londres, Routfedge, J997, pp. 40-4 2 , 55, 71-72.

157
E slu d io s d e ca so . D e m o n o lo u ía c r is tia n a v c u lt u r a fo lk ló r ic a en e i m u n d o ib é r ic o

2. A n o m a l í a s i b é r i c a s : e l c o m p l e j o d e la b r u j a p e n i n s u l a r

Si co m param o s las características descriptas en el apartado anterior,


con el estereo tip o popular de la bruja existente en la España de los siglos
XV a XVIII, rápidam ente d etec tam os en suelo ibérico la presencia de una
figura mítica altam ente idiosincrásica. Esta combinación de rasgos e x tr e ­
m a d am en te original 110 parece hallarse presente en ningún otro rincón del
continente. Algunos de los trazos distintivos del complejo mítico español
p ued en rastrearse en otras regiones. Tal es el caso del vampirismo infan­
ticida y de las metamorfosis animales, presentes en el estereotipo de la
bruja italiana.19 Pero la compleja im bricación de elem entos característica
de la bruja española sólo aflora en plenitud cuando cruzamos la frontera
de los Pirineos.
Ello no implica que en España no pueda rastrearse la presencia del
estereotipo clásico del sabbat, derivado de la demonología radical tardo-
escolástica. Desde comienzos del siglo XVI son comunes las referencias al
M alla - MoLjicarum. En I S I S , Pedro Fernández de Villegas, arcediano de
Burgos, cita de manera explícita el clásico tratado, al referirse al enigmático
caso de las brujas de A m b o to : “y desta materia hay un tratado fecho en
Alemana (donde hay muchas destas tales m ugeres), el cual tratado se llama

19 V am pirism o que en ocasiones se com bina con canibalism o; en Italia, p o r otra


p a rte , las m etam orfosis anim ales eran p red o m in an tem en te felinas; véase O scar Di
Sim plicio, datunno JcIIa siregoneria. Maleficio e magia nelFltalia moderna, Bolonia, II
M ulino, 200S , pp. 9 4 -9 8 ; C ario G inzburg, I benandami. Stregoneria e culi: coran era
cinguccemo e cnto,T uría, Einaudi, 19 6 6 , pp. 97-99; 1 20; 142-144; ChristaTuczay,
Magic und Magier im Miitclaher, M unich, D eu tscherT aschenb uch Verlag, 2003 (cito
p o r la edición italiana: Esutcrismo e magia nel Medioevo. Stregoncria, esorcismi, sonilegi
e incamesin¡i, trad uzione di Fabio M a x im ilian o Bondani, Rom a, N ew ton C o m p to n,
2006, pp. 2 19-220); D om enico M annnoli, Procedo alia sLrecja Maucuccia di Francesco, pp.
33, 35; R ichard K ieekheler, “Avenging the Blood o f C hildren ”, pp. 94 y ss.; W alter
Stcphens, Demon Lovers, pp. 136, 261, 2 7 8 -2 7 9 , 285-286; Franco M o rm an do , The
Prcacher’s Demons, pp. 59 y ss.; G uido R uggiero, Binding Passions, pp. 73-74 , 150-155.
Sin em b arg o , es en la evidencia etnográfica m eridional recogida por los especialistas
co n tem p o rán eo s d o n d e se p ercib en las m ayores sem ejanzas en tre la bruja itálica y
el co m p lejo de la bruja ibérica te m p ra n o -m o d e rn o : véase E rnesto de M artino , Sud
e magia, M ilán, F altrinelli, 2003 (1 9 5 9 ), pp. 72 y ss.

15 8
f a b ia n A le ja n d r o C a m p a g n e

Martillo de fechiceras”2u. En 1S38, la Suprema instruía con las siguientes


palabras al inquisidor Valdeolivas, a cargo de la investigación de u n nuevo
foco de brujería enVizcaya: “estad advertido de no creer todo lo que dice
el Malleus maleficarum ” .21 El ATálleos tam bién aparece citado en el artículo
que Sebastián de Covarrubias dedica a la voz b ruja en su Tesoro de la lengua
castellana o española (M adrid, 161 l ) . 22 Por otra parte, las prácticas orgiás­
ticas y la blasfema inversión de los rituales sacramentales que caracterizan
al sabbat de las brujas, son desarrolladas in extenso en los prim ero s once
capítulos del Tratado de las supersticiones y hechicerías de Fray M artin de Casta-
ñega (Logroño, 15 2 9 );2Í de hecho, Lu Ann Homza dem uestra que, aunque
Castañega no cita al M alleus M a lefic a ru m , desarrolla los mism os tópicos, y
en el m ism o orden en que lo hace Heinrich K rám e r .21 En la confesión —a
la postre considerada inverosímil— que la vagabunda Beatriz Fernández
realiza en 1611 ante el Santo Oficio de Galicia, aparecen los ingredientes
típicos del sabbat continental: misas negras, ritos de iniciación, acceso
carnal, adoración de Satán, daños a las cosechas y m u ertes de niño s .25 El
m a le fe iu m m e teorológico y la m u e r te de animales domésticos eran cargos

20 “M em orias del D o cto r don P edro F ernández de Villegas, arcediano de Burgos”,


CoJoin XIX, M adrid, 1851, pp. 4 3 3 -4 3 4 .
21 íñaki R eguera, la Inquisición española en el PalsVasco (El tribunal Je Calahorra, 1513-
1570), San Sebastián, E d ito ria lT x e rto a , 1984, pp. 204-205.
n Tesoro de la lengva castellana, o española. Compuesto por el licenciado Don Sebastián Je
Cobarruuias Orozco, edición facsim ilar preparada p o r M artín de R iquer, Barcelona,
1943, pp. 238 -2 3 9 .
23 Véase Fray M artín de Castañega, Tratado de las supersticiones y hechicerías, edición
m o d ern a con estudio p relim in ar y notas a cargo de Fabián A lejandro C am pagne,
C olección de Libros raro s, olvidados y curiosos, Buenos A ires, Facultad de Filosofía
y L etras / Llniversidad de B uenosA ires, 1997, pp. 25-94. Una análisis re c ie n te de la
p rim e ra p a rte de este te x to p u ed e verse en Fabián A lejandro C am pagne, “W itches,
ídolaters and Franciscans: A nA m ericanT ransiation o f E uropean Radical D em onology
(L ogroño, 1529 - H ueytialpan, 1553)”, History o f Reliijions, 44: 1 (2 0 0 4 ), pp. 1-35.
24 Lu A nn H om za, Religious Authority in the Spanish Renaissance, B altim o re,T h e John
H opkins U niversity Press, 2000, p. 204. Los títulos del capítulo 5 de Castañega y de la
quaestio 6 de la p rim e ra p a rte del Malleus, p o r ejem plo, son v irtu a lm en te idénticos.
21 Jaim e C o n treras, El Santo Oficio de la Inquisición de Galicia (poder, sociedad, cultura),
M adrid, Akal, 1982, p. 688.

159
E stu d io s d e caso. D e n iu iiu lo 'U J cristia n a v c u ltu ra lo ik ló ric a en el m u n d o ib érico

frecuentes que también se hacían a las brujas aragonesas y catalanas.-'" En


ocasiones, también hallamos ejem plos (le las lormas de infanticidio más
tradicionales. En 1 S 2 S , María, vecina de la aldea navarra de Ituren, "dixo
( . . . ) que ( . . . ) m ato una creatura de la m ujer del zapatero, untándole en la
barrica antes que pariese y que despues parió la dicha creatura m u erta. La
qual, despues de en terra da ia d ese n terró y le saco el coracon, para hacer el
dicho p u n to ”.2' El célebre relato incluido p o r Fray Prudencio de Sandoval
en el capítulo XV de su Historia Je la Vida y Hechos Jcl Empandar Carlos V
(Valladolid, 1 6 0 4 - 1 6 0 6 ) , tam bién resulta extrem adam ente convencional.25
Tampoco p od em o s obviar, finalmente, que el aquelarre descripto durante
el célebre proceso de las brujas de Z u garram urdi constituye una de las
expresiones más acabadas del sabbat de las brujas en toda su historia.29
Sin embargo, siempre es posible detectar en el espado ibérico, aún en las
narraciones y en los testimonios en los cuales los trazos de la demonología
convencional se e ncu entran en un p rim e r plano, el conjunto de anomalías
que caracterizan al com plejo m ítico de la bruja peninsular.

“Las brujas solo c h u p a n a los n iñ os” .


En p rim e r lugar, la bruja ibérica se asocia de manera casi excluyeme
con el asesinato de criaturas recién nacidas. El título de la decimonovena
dubda del Traeca Jo de la divinanca de Lope de Barrientos (c. 1 4 4 0 ) —una de
las más antiguas m enciones del te r m in o bruja de que tenem os noticias—así
lo atestigua: “ .. .se dize que ay vnas mugeres que se llaman bruxas ( . . . ) que

2l>Véase H enrv K am en, The Phoenix and t!¡e Ela me: Catalonia anJ the Counta Rfoimation,
N ew Flaven.Yalc U niversity P ress, 1993, pp. 240-241 (edición en castellano: Cambio
cultura! en la sociedad del Siglo de Oro. Cataluñay Castilla, siglos -VI /--A !'//, M adrid, Siglo
XXI, 1998).
Florencio ldoate, La Brujería en Xararray sus Documentos, Pam plona, Diputación Foral
de N avarra / In stitu to P ríncipe deV iana (C SIC ), 1978, d o cu m en to 23, p. 264.
'■ Frav P ru d en cio de Sandoval, hlistoria de la í ida y Hechos del Imperador Carlosl , Bi­
blioteca de A utores Españoles, M adrid, 1955, to m o LXXXi, pp. 250-252.
'' Es de d estacar la influencia cjue en los procesos de Z uuarram urdi tuvo la caza de
brujas im pulsada en el L abourd p o r P ierre de Lanero, una de las expresiones más
radicalizadas de la dem o n o lo iu a le m p ra n o -m o d e rn a ; véase G ustav H enningsen,
TI:ell'¡ichcs':lJíocate: Basque IVitehcrajt and the Syanish Inquisition, R eno, Llniversitv oí
Nevada Press, 1980 (cito por la edición en castellano: El ahogado Je las brujas. Brujería
easca e Inquisición, tradu cción de .Marisa R ey-H enningsen, M adrid, Alianza. 1983,
pp. 21-35).

160
Fabián A lc ja n d io C a m p a g a c

pueden ap rouechar a dañar a las criaturas”. !ü La relación aparece también


en los procesos penales más antiguos.Ya en la década de 1460 los habitantes
de la aldea asturiana de Jove acusaron aTeresa Prieto p orq ue ‘‘había usado
del oficio de b rux a”; según los testimonios,Teresa penetraba p o r las noche
en las casas ajenas para hacer daño a los fieles cristianos, "m ayorm ente a las
criaturas ” . 31 C ualquier desusada seguidilla de m u ertes infantiles daba de
inmediato lugar al estallido de psicosis brujeriles, com o la que tuvo lugar
en Cuenca en 1S 19 32. El m ism o fenóm eno se produce diez años después
en Las" Palmas de Gran Canaria; de hecho, es en estos procesos de 1 S29
que el té rm in o bruja aparece p o r p rim era vez en los do cum en to s del Santo
Oficio local. Los inquisidores canarios establecieron desde entonces una
clara distinción entre brujas y hechiceras: a las prim eras, les atribuían las
muertes de los recién nacidos .33 Brujería e infanticidio aparecen también es­
trechamente ligadas en una carta que en 1S28 el Inquisidor General Alonso
Manrique dirige al licenciado Sancho de Miranda, inquisidor de Navarra,
en la que afirma que en el obispado de Burgos la brujería es una plaga y
los asesinatos de criaturas frecu entes . 34 O tra muestra acabada del acotado
campo semántico que el té rm in o bruja abarcaba en la España renacentista
puede hallarse en el Libro del parto humano, que el d o cto r Francisco Núñez
publica en Alcalá de Henares en 1580. El capítulo trigésimo p rim e ro de
la segunda p arte del tratado, dedicada a “los casos y enferm edades délos

w Lope de B arrien tes, “T ractado de la adivinanca”, en F ernando Alvarez López,


Aríe mágica y hechicería medieval.Tres traiados Je magia en la corle de Juan //, Valiadolid,
Diputación Provincial de Valiadolid, 2000, p. 151. Para otra edición m o d ern a del
mismo te x to véase Palom a C uenca M uñoz: El Tractado de la Divinarla de Lope Je Ba-
rriencos. La magia medieval en la fisión de un obispo de Cuenca, C uenca, A yuntam iento
de C uenca, 1,994.
!l Citado p o r C arlos Rico-Avello, “La b ru jería en A sturias”, en Brujologla. Congreso de
San Sebastian. Ponencias y Comunicaciones, M adrid, Sem inarios y Ediciones, 1975, p.
127. La rea fue absuelta p o r la C hancillcria de Valiadolid en instancia de apelación.
32Ver al resp ecto H eliodoro C o rd en te M artínez, Brujería y hechicería en el obispado de
Cuenca, C uenca, D iputación Provincial, 1990, pp. 23 y ss.
“ Véase Francisco Fajardo Spinola, “Des vols e t assem btées des sorciéres dans les do-
cum cnts de l’Inquisition canarienne”, dans N icole jacques-Jaquin et M áxim e Préaud
(dirs.), Le sabbac des sorciers, XVe-XVIIIe siecles, p. 299.
34 Juan Blázquez M iguel, Bros y Tánatos. Brujería, hechicería y superstición en España,
Toledo, A rcano, 1989, p. 53.

161
Ebl udiob d e caso. D e i n o n o l o g í d c r i s t ia n a y c u l t u r a i o l k l ó r i c a e n el m u n d o ib é r i c o

infantes rezíen nascidos”, es consagrado a la descripción del accionar in­


fanticida de las bruja s, con la misma minuciosidad empleada en apartados
anteriores para describir otras dolencias infantiles comunes: “la fiebre o
calentura”, el “estreñ im iento de vientre”, las “vlceras en las enzias”, “los
dolores de tripas”. El hecho de que un profesor de la Universidad de Alcalá
dedicara un capítulo e n te ro de un manual de p uericultura a la descripción
de estos agentes maléficos, es una de las pruebas más concluyentes de la
estrecha asociación que en la España de la época existía entre el té rm ino
bruja y la m u e r te de los n e o n a to s .33 El estereotipo infanticida se fortalece
con el paso del tiempo. En los Tratados médicos,físicos y morales, que Diego
de Torres Villarroel publica en M adrid en 1794, leemos: “las brujas sólo
chupan a los niños, no quieren nada con los hom bres”. 56
Los procedimientos a los que las brujas recurrían para provocar la m u e r­
te de los recién nacidos eran altamente específicos: solían pellizcar, morder,
m utilar o golpear sals'ajemente a los niños de pecho. Daban prueba de ello
sus cadáveres, cubiertos con h em atom as y cardenales. D u ra n te la psicosis
conquense de 1S 19, el carpintero Sancho de Francos halló m u e rto a su hijo
e n tre la una y las dos de la m adrugada; el bebé, nacido apenas quince días
antes, tenía “la boca abierta e la lengua sacada e negra e socarrada com o un
carbón e los labios de la boca denegridos e los pechos todos acardenalados v
las espaldas co m o sy le avieran dado de acotes” .37 C o m o una excepción del
estereotip o que describim os, las brujas podían llegar tam bién a molestar
a los d u rm ie n te s adultos con este procedim iento: según el artículo sexto
de la d em anda con tra Isabel Garay, de Cosuenda, presentada en 1591 por
el fiscal del arzobispado de Zaragoza, “en dicho lugar ay muchas personas
lisiadas y maltratadas de pellizcos, las quales de noche, estando en sus

Francisco N uñez, Libro intitulado del parto humano, en el qual se contienen remedios muy
vtilesy i sítales para el parto diffieuhoso de las muyeres, con otros machos secretos, Alcalá de
Henares, 15 80, f. 1 59 y. Para una edición m o d ern a véase Fabián A lejandro Campagne
y A ndrea Rau (eds.), Testoy Concordancias JelTrataJo del paito humano del doctor Francisco
Nuñe¿, 16ü' C en tu ry Medical Textos Series 12, The Hispanic Sem inarv of Medieval
Studies, U niversidad d e W isc o n sin , M adison, 1997
36 Juan Francisco Blanco, Brujería y otros oficios populares de la magia, Valladolid, Am­
b ito , 1992, p. 32.
:' C itado p o r F leliodoro C o rd e n te M artín ez, Brujería y hechicería en el obispado de
Cuenca, p. 27.

162
Fabián A le ja n d r o C a m p a g n e

casas y camas las pellizcan, de manera que reciben m ucho daño. Y según
las señales que les quedan, son pellizcos de brujas”. 38
De todas formas, la especialidad re c u rre n te de la bruja española no
eran los pellizcos ni las laceraciones: en la mayoría de los casos, mataba
a los niños succionándoles la sangre. En España, de hecho, la asociación
entre brujería y vampirismo era tan estrecha c om o la relación que ligaba
a la brujería con el infanticidio. Las brujas ridiculizadas p o r Lope de Ba­
rrientes en las décadas centrales del siglo XV, ingresaban en las casas con
el objetivo excluyem e de “chupar a los niños”. 39 Idéntico modín operandi
caracterizará, un siglo más tarde, a los seres n o ctu rn os descriptos p o r el
D octor Francisco N úñez, quien, a diferencia del obispo Barrientos, creía
firm e m e n te en su existencia: “ay cierto g en ero de m ugeres malignas,
que se dizen bruxas ( . . . ) las quales chupan la sangre de los niños, y los
matan y ahogan ( . . . ) y no es fabuloso auer m u e r to muchos niños”.40 El
vampirismo ocupó tam bién un papel destacado en los célebres procesos
de Zugarram urdi; en la anónim a Relación del Auto, que Juan de Mongastón
im prim e en Logroño en 1610, se describe exhaustivam ente el p ro ced i­
miento: “y a los niños que son pequeños los chupan p o r e¡ sieso y p o r ¡a
natura; apretando recio con las manos y chupando fu e rte m e n te les sacan
y chupan la sangre, y con alfileres y agujas les pican las sienes y en lo alto
de la cabeza, y p o r el espinazo y otras partes y m iem b ro s del cuerpo; y po r
allí les van ch upando la sangre, diciéndoles el dem onio: chupa y traga eso,
que es bueno para vosotras”.41 En El Buscón de Francisco de Q uevedo, los
compañeros de escuela del protagonista atribuyen idéntica actividad a su
madre, a quien toda Segovia tildaba de bruja, hechicera y alcahueta: “cuál
decía ( . . . ) que m e quería mal p o rq u e mi madre le había chupado dos her-

María la u s ie t, Ponzoña en los ojos. Brujería y superstición en Aragón en el sic¡lo V!'/,


Zaragoza, institución Fernando el C atólico, 2000, p. 352.
Lope de B arrien to s, “T ractado de la adivinanza", en F ernando Alvarez López, Arte
mágica y hechicería medieval, p. 152.
40 Francisco N uñez, Libro intitulado del parto humano, ÍL i 5 9 v -160r.
41 Citado p o r Gustav H enningsen, The Solazar Documents: Inguisitor Alonso de Solazar
Frías and Others on the BasqueH'itch Persecución, Leiden, Brill, 2004, p. 129; M anuel
Fernández N ieto (e d .), Proceso a la brujería. En torno al Auto de Fe de los brujos de Zuga­
rramurdi, Logroño, 1610, M adrid,T ecnos, 1989, p. 66.

163
Lstudios lie caso. Demonología ui.-Auma y cultura folklórica e n el mundo ibérico

manitas pequeñas, (le n o che”.4' Aún los textos más escépticos confirm an,
po r la negativa, la e n o rm e difusión de la creencia popular; tal es el caso
del ritual diocesano publicado en Girona en 1550: “si exiscimavic mulieres
convente in gaitas, vel alia animalia, iré de nocte suygere sanguinem puerorum,
huismoJi, Ljiiod es impossible (sic) nisi deo, ideojatuum creciere”.4Í
Aún en pleno siglo XVIII continuaban existiendo especialistas populares
que lucraban sanando a los niños “chupados po r las brujas”, v no en las
recónditas aldeas de las provincias periféricas, sino en la misma Madrid. En
la casa de Isabel Poveda, situada en la calle de Cedaceros, era continuo el
afluir de madres con hijos afectados p o r dicho mal. El proceso inquisitorial
que se le siguió a la curandera p e rm ite conocer en detalle el ritual curativo:
Isabel tomaba un pichón v lo abría, colocándolo en la boca del estómago del
niño, recitando “sorguina, mohina, cruz en frente, freno en voca, que no
pares aquí ni en la villa to d a”; al día siguiente, la sanadora proclamaba que
el cadáver del ave estaba lleno de gusanos, y el niño curado de brujerías.44
Entre los térm in o s que el lexicógrafo Esteban deTerreros y Pando incluye
en su célebre Diccionario castellano con las voces de ciencias y artes (Madrid,
1786-1793), hallamos la expresión “chupado de brujas”: “se dice del que
está flaco y de scolorido”.4> Resulta evidente que en las postrimerías del
Setecientos la simbiosis entre brujería y vampirismo —sucedáneo folklórico
de la m u e r te p o r consum ición—se mantenía incólume. La profundidad de
las huellas que el habitas mítico puede dejar en el lenguaje cotidiano resulta
a m e n u d o so rp re n d en te. En 1983 se realiza en la periferia de la ciudad
de León, en el estado m exicano de Guanajuato, una encuesta sociológica

41 Francisco de Q u ev ed o , El Buscón, edición de C arlos Vaíllo, tex to establecido por


F. Lázaro C a rreter, B arcelona, Bruguera, 1980, libro p rim e ro , capítulo II, p. 15. La
novela, cuyo título co m p leto es Historia Je la cija Jel Buscón, Humado Don Pablos, ejemplo
de vagamundos y espejo de tacaños, fue publicada en Zaragoza en 1626, aún cuando su
redacción habría ten id o lugar antes de 1610.
4! C itado p o r M artí G e lab ertó , La palabra del predicador. Conirarrejor m ay superstición en
Cataluña (siglos XYII-XVII1), Lleida, M ilenio, 2005, p. 1 50: “quien piense que m ujeres
transform adas en gatas u o tro s anim ales, salen po r las noches a succionar la sangre de
los niños, una tran sform ación que p o r su naturaleza sólo resulta posible para Dios,
no cree sino insensateces” (la traducción del latín es mía).
' Juan Blázquez M iguel, Erosy Táñalos, pp. 87-88.
4‘ E steban de T erreros y P ando, Di ccionario castellano con las voces de ciencias y artes,
M adrid, A rco Libros, 1987, to m o I, voz “C hupado de brujas”.

164
fü b 'n 'i n . [ I c j u n J u C d tiip a y u c

destinada a establecer los niveles de supervivencia de los niños menores


de cinco años en los países en vías de desarrollo. Entre las enfermedades
infantiles “tradicionales”, sistemáticamente mencionadas por la población
local, se encuentra la “chupadura de brujas”, una folk-illness cuyos síntomas
rem iten a cuadros crónicos de desnutrición, parasitismo y anemia severa;
los habitantes de la colonia leonesa de Santa Clara la imaginaban com o una
dolencia grave, incurable, ante la cual los mism os curanderos resultaban,
a m enudo, im p o ten tes.46

“Y n o es fabu lo so a u e r e n t r a d o en casas m u y c e r r a d a s ”

O tra característica de la bruja peninsular era su inveterada capacidad


para penetrar en las habitaciones más herm éticam ente cerradas, empleando
para ello el m e n o r resquicio u orificio en puertas, ventanas y paredes. Deis
conjessors ¡a veía guia espiritual, un manual publicado en Barcelona en 1S3S,
confirma —y anatematiza—la creencia: “si crea dices dones poden enerar dins las
casas essent les portes tancades, o pendre, e macar les criatures, algunes vegades esses
nafrades deispropis pares, mares,jale e beretic”*1 Sin embargo, el racionalismo
de los líderes religiosos peninsulares no lograba d esterrar la difundida
creencia. Las psicosis brujeriles que asolaban los valles navarros son un claro
ejemplo al respecto. En 1S7S, Miguel de Olagüe, de diez años de edad,
declara ante el vicario de Anocibar que “la dicha su tia Maria Johan ( . . . )
se suele en trar en casa alguna vez, de buelo p o r la ventana, otras veces p o r
los resquicios de las p uertas”.+s El doctor Francisco N úñez subraya también
esta peculiar cualidad:“ay cierto genero de mugeres malignas, que se dizen
bruxas ( . . . ) y no es fabuloso ( . . . ) auer entrado en casas m uy cerradas”.49
Entre las acusaciones que el Santo Oficio de Galicia recoge contra Inés
Vermúdez, se incluye la de en tra r p o r ventanas cerradas para maleficiar a

René Jim én ez O rn elas, “M arginalidad y m ortalidad infantil”, Revista Mexicana de


Sociología, 5 0 :4 (1 9 8 8 ), pp. 171-172, 179-182.
47 C itado p o r M artí G elab ertó , La palabra del predicador, p. 149: “si cree que dichas
m ujeres p u ed en e n tra r en las casas estando las p u ertas cerradas, y p ren d er y m atar
a las criaturas, que algunas veces son lastim adas p o r los propios padres y m adres, lo
que resulta falso y h éretico ”.
; Florencio id oate, La Brujería en Navarra y sus Documentos, p. 307.
4i Francisco N uñez, Libro intitulado del parto humano, f. 1 S9v.

165
Estudios d e caso. D e m o n o l o g í a cristiana y cultura folklórica en el m u n d o ibérico

sus en em ig os.50 Concluyente resulta al respecto el testimonio de los p a­


dres de un niño m u e r to en la localidad de El Casar, provincia deToledo, a
comienzos de la década de 1S90: tras en cen d er la lum bre, hallaron al niño
arrim ad o a la p ared, “quebrados los brazos y p o r los riñones, torcidos los
ro stros, y arrancadas sus vergüenzas”; y se entendió que las brujas lo habían
m atad o ,“p o rq ue ninguna persona humana, si no era bruja, le podía parar de
aquella m an era”, estando la p u e rta del aposento cerrada.11 En el pu nto 29
del te r c e r Memorial de Alonso de Salazar y Frías, redactado en octubre de
161 3 , el sagaz inquisidor manifiesta su incredulidad respecto de los hechos
atribuidos a las brujas, en tre los que cita “salir una m ujer p o r donde no
cabe una mosca”.b2También las brujas aragonesas de Fago, juzgadas entre
16S7 y 16S8, salían de sus casas p o r los agujeros de las puertas cuando se
dirigían al sabbat en los llanos de B urdeo s.53
O t r o trazo distintivo de la bruja española, intrínsicamente relacionado
con la característica anterior, es su infinita capacidad de metamorfosis, el
ilim itado alcance de sus cualidades proteicas. En los testimonios abun­
dan las clásicas transformaciones en gato y en ave nocturna. En 164S se
pro cedió en M adrid contra cuatro m ujeres acusadas de la m u e r te de un
niño: antes de acostarse, cerradas ya las pu ertas y ventanas, la m ad re del
p eq u eñ o había oído revolotear cerca de su ventana algo que parecía ser un
pájaro grande, “a m o d o de lechuza”. A mediados del siglo XVIII, la Pava
deT oledo era tratada con resp eto y cautela p o r sus vecinos, p orq u e tenía
fama de convertirse en pajarruco; refiriéndose a ella, decían: “¡cuidado
con un aletazo!”.54 En rigor de verdad, parecía no existir fo rm a animal
que las brujas españolas no pudieran adoptar con sólo desearlo. En su
Relación acerca de las maléficas de Cantabria (161 8), el presbítero e historia­

,0 C arm elo LisónTolosana, Las brujas en la historia de España, M adrid, EdicionesTemas


de Hoy, 1992, p. 303.
Sebastián C irac Estopiñán, ios procesos de hechicerías en la Inquisición de Castilla la
Nueva (Tribunales deToledo y Cuenca), M adrid, CSIC, 1942, p. 189.
’■ C itado p o r M anuel F ernández N ieto (e d .), Proceso a la brujería, p. 79.
' Angel G ari Lacruz, “Les sabbats en A ragón d ’apres les d ocum ents e t la tradition
ó rale”, en N icole Jaccjues-Chaquin e t M áxim e P réaud (d irs.), Le sabbat des sorciers,
XVe-XVlüe siécles, p. 283.
vl Sebastian C irac Estopiñán, Los procesos de hechicerías en la Inquisición de Castilla la
Nueva, pp. 194—195.
Fabián A le ja n d ro C a m p a tju c

d or guipuzcoano Lope M artínez de Isasti afirmaba: “a otras [personas) les


aparecen de noche gatos grandes, conejos y liebres y ratones con m ucho
ru id o ”. ” En el p rim e r Memorial de Salazar y Frías, fechado el 3 1 de marzo
de 1612, leemos: “alguna dize que solía yr volando en figura de mosca,
y otra, que en figura de cuerbo ”.56 La Relación del Amo, de 1611, provee
una variedad aún mayor: “y poniéndolos a todos [el demonio] en distintas
figuras de perro s, gatos, puercos y cabras, y a Graciana de Barrenechea
(que era reina del aquelarre) en figura de yegua, se fueron a la casa de
Maria de Yruteguía”.37 Gracias a los papeles de la Inquisición de Galicia
conservamos un testim onio sorprend en te; a principios del siglo XVII,
Alonso deToro, vecino de Santa Olalla, en O rense, viendo pasar una nube
de mosquitos c om entó: “aquellas son brujas que van a'd estru ir el pan de
la m on taña”.18 U n viajero, que hacia 1746 acertó a pasar p o r el cortijo
en que vivía Gabriel Díaz, alias L eorro, vecino de Alboloduy (Almería),
se oculto tras unos m atorrales al oír ruidos extraños que procedían de la
vivienda; al cabo de un rato la p u e rta se abrió y vio salir a una zorra y a
un perro. Cuando al día siguiente co m en tó el episodio con la esposa de
Díaz, ésta le confirm ó que la zorra que había visto era una hechicera de
los alrededores, llamada Marisperga, y que el p e rr o era su m a rid o .19 En
un proceso que la inquisición toledana llevó adelante en 1780, los brujos
involucrados podían convertirse en oso, cántaro o escoba.60

“Sintió e n c im a d e si m u y g r a n p e s o ”

Hasta aquí hem os señalado algunos trazos ampliamente difundidos de la


bruja española tem p ran o -m o d ern a. Aquí y allí em ergen, sin embargo, otras
características ex trem ad am en te originales, cuya rareza intrínseca, ir r e m e ­
diablemente alejada del estereotipo construido p o r la alta cultura teologal,
resuena com o un ineludible llamado de atención. El carácter exótico de los

55 Julio C aro Baroja, Brujería vasca, San S eb astián ,T x erto a, 198S, p. 258.
56F lorencio Idoate, La Brujería en Navarra y sus Documentos, p. 403.
57 C itado p o r M anuel F ernández N ieto (e d .), Proceso a la brujería, p. 45.
>s C arm elo LisonToiosana, Las brujas en la historia de España, p. 302.
39 Juan Blázquez xMiguel, “Breve bosquejo de la hechicería alm eriense en el siglo
XVIII”, Boletín del Instituto de Estudios Ahnet tenses, 5 (1985), pp. 51-58.
60 Sebastian C irac E stopiñán, Los procesos de hechicerías en la inquisición de Castilla la
Nueva, p. 195.

167
Estudios d e caso. D e m o n o l o g í a cristiana v cultura folklórica en el m u n d o ibérico

com p ortam iento s brujeriles que describiremos a continuación, constituyen


indicios que nos ponen en la pista de ¡as irreductibles peculiaridades de la
bruja ibérica, im pulsándonos por una vía en la cual morfología e historia
deberán unir sus esfuerzos de manera irrem e diable.61
Una p rim era circunstancia curiosa es la metodología que la bruja emplea
—siem pre en su carácter de acosadora no cturna—cada vez que, apartándose
de su vocación infanticida, decide atacar a personas adultas. Los testimonios
de los d urm ie nte s coinciden en señalar que, en d e term in ad o m om en to ,
sienten sobre sí un horrible peso que los o prim e, que los ahoga, que los
paraliza. Juan de Blecua, testigo en el proceso que en 1 S34 se le sigue a
D ominga F e r r e r “La Coja”, vecina de Pozán deVero (Aragón), sostuvo que
“una noche, stando ( . . . ) en su lecho d u rm ie n d o , sintió encima de si muy
gran peso, y que re c o rd o del sueño, y que se tro b o encim a de si a la dicha
D om enica presa, y que tenia las m anos a la gola, y que lo ahogaba”.62 Más
angustiante resulta aún el relato de Pedro Gil, en el m arco del juicio por
brujería que se le siguió a la aragonesa Susana Dalmau en 1591: “una n o­
che, estando este deposante en la cama d u rm ie n d o , sintió un bulto como
de persona encima del, y q ueriendose levantar, hazia fuerca y no podia.Y
despues se levanto, y sintió el pesso encim a las piernas, y este deposante
tiro u n puñaco, y se dio en la pierna a si m ism o ”.63 El asalto n o c tu r n o de
la bruja adquiría en ocasiones connotaciones sexuales explícitas. Así, en
el m arco de la psicosis b rujeril desatada en Cuenca en 1519, Pedro de Vi­
llar de Olalla, clérigo que vivía en la calle de San Pedro, dijo que estando
una noche d u rm ie n d o en su aposento, sintió una gran p esadum bre que
lo acongojaba y n o tó c om o alguien le apretaba con las manos y le besaba;
el testigo saltó entonces de la cama, y al trasluz de la luna vio tres bultos
de mujeres que c o rría n .64 Lope M artínez de Isasti rep ro d u ce testimonios
obtenidos en el País Vasco a comienzos de! siglo XVII: a muchas personas

61 S obre la relación en tre m orfología e h isto ria véase C ario Ginzbursj, “Spie. Radici
di un paradigm a indiziario”, en A ldo Garsjani (e d .), Crisi della Racione, Turín, Ei-
naudi, 1979, pp. 59 -1 06 (edición en castellano: “Indicios. Raíces de un paradigm a
de inferencias indieiales”, en Mitos, emblemas, indicios. Moijolüyía e historia, Barcelona,
G edisa, 1989, pp. 138-175).
°2 C itado p o r M aríaT ausiet, Ponzoña en los ojos, p. 348.
“ Ihid.,p. 353.
64 H eliodoro C o rd en te M artín ez, Brujería y hechicería en el obispado de Cuenca, p. 32.

168
Fabián Alejandro Campagne

de la localidad una bruja “les quita el habla y ato rm e n ta estando en la cama


( . . . ) , y dos mancebos osados p o r averiguar lo cjue eran se pusieron en la
cama de la moza a la que ato rm entab an, con sus vestidos y sus dagas en
las manos, y estando alerta cuando llegaría la mala visión, cuando se les
echo sobre la cama, pensando herirle con la daga, se hirió el uno de ellos
asimismo en el m uslo ” .61 Todavía en 1801 hallamos testimonios similares
en la docum entación del Santo Oficio toledano: Joseía Galeote aseguró a
una doncella que era bruja, y que en las noches de los viernes se echaba
sobre un enferm o, a quien hacía sufrir te r rib lem en te hasta las tres de la
m añana .66
O tra de las arm as de las brujas españolas era la capacidad de generar
un invencible estado de sopor en los habitantes de las casas en las cuales
ingresaban. Esta irrefrenable somnolencia resultaba de e n o rm e utilidad
para sus correrías infanticidas. D uran te los procesos conquenses de 1519,
el te jedor Sancho de Molina manifestó que una década atrás tuvo que
abandonar el telar a raíz del sueño que lo había em bargado de m anera r e ­
pentina; tam bién su m u je r manifestó que le había entrado un súbito deseo
de dorm ir, p o r lo que ambos se fueron a acostar ju n to con su pequeña de
tres meses: a las dos de la mañana la m ujer desp ertó sobresaltada y halló
a la niña m u e r t a .67 En 1538, la Suprema advertía al inquisidor Valdeolivas
que el sueño “que se dice que echan las brujas cuando salen” se tenía por
algo m uy engañoso .63 En junio de 1595, Johana de Baraibar, de 12 años de
edad, declara en Pamplona que las brujas la azotaban salvajemente durante
las noches, y aunque llamaba a los gritos a su abuela, que dorm ía a su lado,
nunca lograba despertarla antes del am ane cer .69 La inducción de un sueño
profundo podía tam bién facilitar la salida de la bruja de su propia casa.
En abril de 1591, el p ro c u rad o r fiscal del arzobispo de Zaragoza acusó a
Catalina García, apodada La Dalmava: “en tre otro s hechizos y bruxerias
que ha acostum brado hazer ha sido hechar sueño a personas y en especial
a las que con ella do rm ían en la cama para que adormecidas las tales ella

6> C itado p o r Julio C aro Baroja, Brujería rasca, p. 258.


66 Sebastián Cirac Estopiñán, Los procesos de hechicerías en la inquisición de Castilla la
Nuera, p. 195.
67 H elio d o ro C o rd en te M artín ez, Brujería y hechicería en el obispado de Cuenca, p. 34-
Iñaki R eguera, La Inquisición española en el País Vasco, p. 205.
69 Florencio Idoate, La Brujería en Navarra y sus Documeraos, p. 363.

169
Estudios d e caso. D e m o n o l o g í a cristiana y cultura folklórica en el m u n d o ibérico

se pudiesse llevantar”. L a s ordenanzas sinodales del arzobispado deTarra-


S¡una, prom ulgadas d uran te las prim eras décadas del siglo XVII, también
alertan a la población sobre esta particular estrategia de los malefichs, bruxos,
echiceis y echiceros locales: “unas vegadas infundint son en las mares arrebaten
deis seus mateixos pits las criaturas”/ '

“Se e m b o r r a c h a b a n en las b o d e g a s d o n d e e n t r a b a n ”

Poco a poco em erg en trazos peculiarísimos, que revelan el carácter


ex tr e m a d a m e n te arcaico del com plejo m ítico que estamos describiendo.
Muchas brujas manifestaban que no podían controlar la pulsión que las
obligaba a salir p o r las noches a m atar recién nacidos. Su nefasta actividad
era vista c o m o p arte de un destino del que no podían escapar. En C u e n ­
ca, en IS 19, Agueda de Beamud le dijo a un criado del racionero Diego
Alonso de Cañete, que las brujas “venían de linaje y no podían evitarlo”. n
En 1590, Catalina Maleo co ntó a los inquisidores toledanos que, aunque
in tentó resistirse, no p ud o evitar finalmente que las otras brujas la iniciaran
en el oficio: “serlo habéis, aunque no queráis”, le dijeron.73
Algunos testimonios revelan que las brujas peninsulares sentían p a r ­
ticular afición p o r el vino; p o r ello, du ra n te sus correrías nocturnas no
dejaban de visitar las cavas y bodegas de las casas en las que penetraban.
Juana la Izquierda, otra de las acusadas en el proceso toledano de 1590,
declaró que en el invierno, a la vuelta de Navidad, y p o rq u e las noches
eran más largas, andaban más que en verano y se em borrachaban en las
bodegas d o n d e en tra ban .74 En 16+4, los vecinos de Miraflores de la Sierra
acusaron ante el m ism o tribunal a María Manzanares y a su amiga Ana de
Nieva, de 60 y 7 4 años respectivam ente. Esta últim a declaró que, luego
de una prolongada danza con muchas otras brujas, m archaron velozmente

70 M aríaT ausiet, Un proceso Je brujería abierto en 1591 por el Arzobispo Je Zaragoza (con­
tra Catalina García, vecina Je Veñarroya), Z aragoza, Institución Fernando el Católico
(C SIC ), 1988, p. 38.
7! C itado p o r M artí G elab ertó , La palabra JelpreJicaJor, p. 126: “en ocasiones infunden
sueño en las m ad res v arrebatan de sus m ism os pechos a las criatu ras”.
7!F ieiiodoro C o rd e n te M artínez, Brujería y hechicería en el obispaJo de Cuenca, p. 30.
73 Sebastián C irac E stopíñán, Los procesos de hechicerías en la Inquisición de Castilla la
Nueva, p. 190.
14 Ibid.,p. 190.

170
Fabián Alejandro Campagne

aTor de Laguna a beberse tres tinajas de vino en una bodega. Lina noche,
María y Ana se untaron los muslos y las axilas, y al instante se hallaron en
la misma bodega con los otros. O tras noches iban a Peñarredonda, y al
llegar orinaban y luego bailaban al son de unos tam borcillos . /3 Gracias a un
proceso aragonés de 1572, llega hasta nosotros el diálogo que mantuvieron
una m adre y su hija en la taberna local. ¿ Por qué no hay brujas ahora?, se
preguntaba la más joven. La m ad re responde: aquella no era tem porada
de brujas po rq ue había poco vino en las bodegas; sólo cuando éstas están
llenas “las broxas de las cubas ahogan las criaturas ” .76
Son muchos los testimonios en los cuales las brujas aparecen realizando
conductas, en apariencia, m uy extrañas. En el marco de los procesos in­
coados en 1611 p o r el ayuntam iento de Fuenterrabía (Guipúzcoa), la niña
Isabel García afirmó que las monedas de o ro que las brujas le entregaban
se transformaban al día siguiente en trozos de ca rb ó n .77 En un proceso
navarro de 1576, el niño Beltrán Barberarena na rró a los magistrados las
actividades que los brujos realizaban en el sabbat al que lo llevaba su abuela:
“y en acabando de dancar fueron este testigo y todos los sobredichos al
rio de dicho lugar de Anocibar y estuvieron u n ra to allí, labando unos paños
y haziendoles son con el dicho ta m b o r ” .78 En 1527, Agueda de Luna, de
15 años de edad, vecina de Hinojosa (Guadalajara), refirió a una amiga
que la noche anterior, transform ada en gato gracias a un un güento, había
p enetrado p o r la chim enea de su casa, y se había dedicado a esparcir las
cenizas de la lum bre, a cambiar de sitio las escudillas y a revolver to do
cuando había en la cocina ;79 Agueda refirió tam bién que cada vez que
utilizaba aquel preparado su cuerpo p erm anecía m u e r t o en el lugar, pero

7Í I b i d p. 194-,
76 C itado p o r María T ausiet, “W itch craft as M e tap h o r”, pp. 188 y 195. La autora
in terp reta el dicho com o ex presión m etafórica de la m u e rte p o r asfixia, que las p ro ­
pias m adres ¡es provocaban a sus hijos cuando se acostaban con ellos estando ebrias.
C reo que en el m arco del com plejo de la b ruja ibérica la expresión tam bién adm ite
la in terp retació n que estoy p roponiendo.
77 Julio C aro Baroja, Brujería Vasca, p. 231.
78 Florencio Idoate, La Brujería en Navarra y sus Documentos, p. 345. La bastardilla es mía,
79 La asociación en tre bru jería y fenóm enos ¡>ukerge¡st es una característica presente en
m uchos com plejos folklóricos europeos; véase al respecto Gillian B e n n ett,“G host and
W itch in th e S ixteenth and S eventeenth C e n to n e s” , Folklore, 97:1 (1 9 8 6 ), pp. 4-5.

171
hstudius de caso. Demonoluuía cristiana y cultura folklórica en el mundo ibérico

su alm a se transfo rm aba en e sp íritu y podía trasladarse a cualquier sitio .30


A ún los b ru jo s de Z u g a rram u rd i tenían tiem p o libre para llevar adelante
chanzas y brom as pesadas; refiere la Relación del Auto que, en ocasiones,
los sectarios abandonaban el aq u ela rre bajo form a anim al con el objeto
de asustar a los viajeros n o ctu rn o s: “salieron al cam ino a tres hom bres
( . . . ) , vecinos de Z u g arram u rd i ( . . . ) ; y haciendo m ucho ru id o e n tre unos
castaños en las hojas secas de ellos que estaban ya en el suelo, los espanta­
ron ( . ..) Y refieren o tro s m uchos m ales y burlas que hicieron en la dicha
fo rm a”. Bajo ciertas condiciones, podían re p e tir travesuras sem ejantes en
el in te rio r de las casas: “el d em o n io en el aq u ela rre les decía las personas
que no acostum b rab an a echar la b endición a la mesa cuando com ían y
cenaban, v no daban las gracias a D ios después de com er, para que fuesen
a sus casas ( . . . ) ; y echando sueño a las personas que estaban en la casa,
danzaban y bailaban en ella, quebraban platos, y hacían o tro s daños y males
sem ejantes”.81
Las oraciones podían funcionar, en elec to , com o un efectivo m ecanis­
m o p ro te c to r co n tra los ataques n o c tu rn o s de las brujas. Pero no era el
único que exist/a. Los rem ed io s aconsejados p o r el D o cto r N úñez resultan
en e x tre m o sugestivos, c o m o ráp id am en te descubre el especialista en el
lolk lore y la m itología com paradas: “desp arzir adonde esta, el niño m ucha
ru d a, y ( . . . ) m ajar m uchos ajos adonde estu u iere el niño, o p o n erlo s en
el cuello”.82 La ausencia de luces encendidas facilitaban las depredaciones
n o ctu rn as de las m aléficas. D u ran te la psicosis de 1519, to d a C uenca se
iba a d o rm ir con los candiles encendidos p o r te m o r a las brujas o xotyuinas;
Juana, m u je r de Pascual C ollado, declaró a los inquisidores que algunas
m ujeres no osaban acostarse “hasta dadas las doce o cantando el gallo de
m iedo a las xorg u in as”.83

i0H elio d o ro C o rd e n te M artín ez, Brujería y hechicería en el obispada de Cuenca, p. 63.


111 C itad o p o r M anuel F ernández N ie to (e d .), Proceso a la brujería, pp. 52-53. La
bastardilla es m ía.
8?F rancisco N u ñ ez, Libro im hulado del parto humano, fol. 160 v.
sí H elio d o ro C o rd e n te M artínez, Brujería y hechicería en el obispado de Cuenca, p. 23.

172
Iv b íú ii A le ja n d r o C u in p a yn e

3. Los a l c a n c e s g e o g r á f i c o s d e l c o m p l e j o m í t i c o
d e la b r u j a

Esta asom brosa conjunción de caracteres se rep ite solam ente en las
áreas g eográíico-culturales ligadas al espacio ibérico. Por ello, la hallam os
profusam ente en las Islas C anarias, en P ortugal, en Brasil y en H ispano­
am érica. Francisco Fajardo Spinola halló gran cantidad de casos de niños
chupados p o r las brujas en los archivos de la Inquisición canaria: dieciséis
en el siglo XVI, dieciséis en el siglo XVII, ocho en el siglo XVIII. En pleno
siglo XIX se velaba p o r las noches a los recién nacidos hasta su bautism o, y
se m antenía prendida la luz p o r te m o r a las b ru jas.51 En 1624, Sebastiana
Enríquez, de L anzarote, declaró ante el visitador del Santo O ficio que un
p e rro y un gato habían en trad o p o r un orificio m ientras do rm ía y se habían
arrojado sobre ella.S3 La visita a las cavas tam bién era p arte de las fechorías
nocturnas ele las brujas isleñas.86
En P ortugal, b ru jería , vam pirism o e infanticidio tam bién se hallaban
inextricablem ente relacionados en la tem prana m o d ern id ad . C om o quiere
Francisco B ethencou rt, “quando se traca de maleficios a criancas, aplicase o
termo ‘embruxar’ e designase o presumlvel agente por ¿nJA'a”.s7Todas las noches,
al acostar a los niños, las m adres recitaban conjuros específicos para evi­
tar que “as bruxas chuxassem as criancas”.Sb Era creencia m uy difundida que
“militas criancas morriaw porque as bruxas as chupavam a través das nádegas”.s9
C uando las bruxas portuguesas atacaban a los adultos, se lanzaban sobre
los d u rm ien tes, aplastándolos e inm ovilizándolos bajo su peso, tal com o

44 Francisco Fajardo Spinola, “Des vols e t assem blées des so rd é re s dans les docum ents
de l ’lnquisition canarienne”, p. 304.
ss ¡bid., p. 304.
“ lbid., p. 309.
b/ Francisco B eth en co u rt, 0 imaginario da magia. Feiiiceiras, saludadores e nigromantes
no século XVI, Lisboa, P rojecto U niveisidade A berta, 1987, p. 32: “cuando se trata
de m aleficios a niños se aplica el térm in o em brujar, y al presum ible agente se lo
designa com o b ru ja.”
José P edro Paiva, fráticas e creabas magicas. 0 medo e ú necessidade dos mágicos na
diocese de Coimbra (¡6 5 0 -1 7 4 0 ), C oim bra, Livraria M inerva, 1992, p. 1 25: “las brujas
chupasen a los niños”.
89 lbid., p. 264: “m uchos niños m orían porque las brujas los chupaban p o r las nalgas ”

173
Estudios de caso. Demonología cristiana y cultura lolklóricu en el inundo ibérico

se desprende del siguiente testim o n io : “se vynha hila cousa lamcar com ella
na cama ( . . . ) jazendo neíla com seu marydo na cama e que ho nao semtya como
hoinetn senan como estopas”90. En te rrito rio lusitano las habitaciones cerradas
tam p oco podían d e te n e r a las bruxas: “saíam por qualquer buraco da casa e
pelo ar”.9' En 1760, C atarina Dias se autoadjudicó la m u e rte de 300 niños
ante los inquisidores de Lisboa; d u ran te sus salidas n o ctu rn as, tam bién se
había dedicado a d e rra m a r el vino de las cavas.92 Los m ism os trazos pueden
hallarse en los testim onios provenientes de Brasil. En 17+2 com parece ante
el trib unal inquisitorial de Lisboa, p ro v en ien te de Minas G erais, la esclava
Luiza da Silva Soares; en la colonia, tras h ab er sido ferozm ente to rtu ra d a
p o r sus am os, había adm itid o su responsabilidad en el asesinato de un niño,
en cuyo cu a rto había p e n e tra d o en form a de m ariposa, p or la ranura de
una ventana, para ch up arle la sangre p o r la n a riz .n
La fusión de m itologem as que co nstituía el com plejo m ítico de la bruja
ibérica tam b ién llegó a p ro d u c irse en Elispanoam érica colonial. El episo­
dio m ás e x trao rd in ario re m ite al pro ceso civil incoado en 1S65 co n tra un
nu m ero so g ru p o de esclavos africanos, resid en tes en C artagena de Indias.
Los esclavos eran p ro p ied ad del capitán D iego Polo, a cuyos oídos llegaron
las p ersisten tes quejas que los neg ro s lanzaban contra G uiom ar, una de sus
com pañeras de cautiverio. Según el re la to de los denunciantes, G uiom ar
m olestaba p o r las noches a los d u rm ien tes aplastándolos con el peso de
su cu e rp o , “en tu m ecién d o lo s con hierbas y haciéndoles p e rd e r el seso”.91

90 Francisco B e d ic n co u rt, 0 imaginario Ja magia, p. 1 24: “una cosa se lanzó sobre ella
m ientras yacía con su m arid o en la cam a, y que no la sentía com o sí fuera un h om bre
sino co m o sí se tratara de estopa”
91 lbiJ .,p . 166: “salían p o r cu alq u ier agujero de la casa y po r el aire" (las traducciones
del p o rtu g u é s son m ías).
92 Laura de M ello e Souza,“A utour d ’une ellipse: le sabbat dans le m onde luso-brésilíen
de 1’A n d en R égim e” , en N icole Jacques-C haquin e t M áxime Préaud (d írs.), Le sabbat
Jes sorciers, XVe-XVllle siécles, p. 341.
93 Laura d e M ello e Souza, 0 Diabo e a Terra Je Santa Cruz. Feiticaria e religiosidad^
popular no Brasil colonial, San Pablo, C om panhia das Letras, 1986 (cito p o r la edición
en castellano: El diablo en la tierra de Santa Cruz. Hechicería y religiosiJaJ popuhir en
el Brasil colonial, versión española de Teresa R odríguez M artínez, M adrid, Alianza,
1993, p p . 3 1 9 -3 20).
94 D iana Luz Ceballos G óm ez, Hechicería, brujería, e Inquisición en el Nuevo Reino Je Gra-
naJa. Un Juelo Je imaginarios, B ogotá, E ditorial U niversidad N acional, 1994, p. 125.

174
habían Alejandro Cainpaync

Interrogada p or su amo, la m ujer reconoció su afición a las pociones, y


reveló las virtudes soporíferas de algunas de las hierbas que manipulaba.
Pero el capitán rápidam ente orien tó el interrogatorio en otra dirección:
“¿Cómo dicen todas las negras de casa que andas hecha bruxa y que te haces
tigre y gato y botija y otras cosas?”. G uiom ar niega los cargos, y atribuve el
p o d er de metamorfosis a otros dos esclavos, el cojo Bartolomé y su amiga
Catalina. A mbos solían en trar en trance luego de colocar la cabeza entre
las piernas; cuando ello sucedía, sus almas abandonaban el c u e rp o bajo la
forma de un tigre o de un perro . Ante semejante confesión Diego Polo
exclama: “¡como bruxas era aquesto, y desa m anera algunos muchachos avrian
m u e rto , y tu tam bién, que tu me deviste de matar los nyños que nacieron en la
casa, porque quatro muchachos ¡cómo se m e pudieron m o r i r !” .*3 Resulta
particularm ente sugestivo que el español sea quien introduzca el té rm in o
“b rux a” en ePtenso diálogo que m antiene con su sirvienta. En efecto, si
en un principio el episodio parecía rem itir a tópicos relacionados con las
creencias ancestrales de los esclavos tran ste rra do s, los condicionantes
culturales dispararon en el amo asociaciones diferentes. Para u n español
de mediados del siglo XVI solamente existía un té r m in o capaz de expresar
la conjunción en tre metamorfosis animal, opresión n octurna e infanticidio
epidémico: bruxa. Pero habrá que esperar a la confesión del cojo B artolo­
m é , el o tro sospechoso principal, para que el com plejo de la bruja ibérica
emerja en to do su esplendor. A diferencia de Guiomar, el testim onio de
Bartolomé no sólo incluye leyendas africanas sino tam bién m u chos c o m ­
ponentes derivados de la mitología hispánica: “quando él quiere se vuelve
tigre y to do lo que quiere, que en este m u n d o es del D em o ny o, que po r
esto se hace tigre y que tiene anyma de culebra ( . . . ) y se va hechobruxo por
el ayre, y se haze culebra y lo que quiere, y hecho ayre entra por las ventanas
de las casas y donde ay nyños les chupa la sangre q ue tienen y se la beue para
biuir m u c h o . . . y luego se mueren los niños a quienes chupa la sangre”.96 Resulta
evidente que una esclava joven c o m o Guiomar, no había logrado internali­
zar aún el complejo ibérico con la profundidad con que lo había hech o el
anciano Bartolomé, residente en Cartagena desde 1545. Cabe preguntarse,
entonces, cuáles fueron los canales p o r las cuales la mitología de la bruja

9>Ibid., p. 127. La bastardilla es mía.


56 Ibid., p. 133. La bastardilla es mía.

175
Estudios de caso. D em unoloyú cristiana v cultora loíklórica en el mundo ibérico

llegó hasta los esclavos n eogranadinos. Es m uy probable que la principal


vía de difusión fueran los colonizadores o riu n d o s del n o rte de España. De
hecho, el cojo B arto lom é, el ú nico que describió de m anera espontánea
el com plejo ib érico con to d o s sus d etalles, reco rd ó d u ran te su p rim era
confesión que su llegada a la ciudad, veinte años antes, había coincidido con
el arrib o de un n u trid o co n tin g en te de navarros, guipuzcoanos y vizcaínos,
liderados p o r el licenciado M iguel Díaz de A rm e n d áriz.97
M uchos de los tim b res d istintivos de la bru ja ibérica p ersisten en
H ispanoam érica d u ran te los siglos XIX y XX. En la década de 1890, 1a
antropóloga M atilda Coxe Stevenson recoge en tre los Zuñí de N ew M éxico
la siguiente confesión de boca de un joven b ru jo : “1 can assume theform oj
o cal and pass throujjh the smallest hole to enter a house ( . . .). 1 have killed nvo
infams, three girls and two bojs”.9s Un estu d io de com ienzos del siglo XX
detecta en Chile la siguiente creencia: los b rillantes y m onedas obtenidos
en la salam anca devienen huesos, g uijarros y bolitas de estiércol a la luz
del d ía.99 En los relato s orales que los folkloristas recopilan en el N o ro este
arg en tin o persiste aún la creencia en las brujas que salen los viernes por
la noche a re c o rre r el vecin dario convertidas en aves m isteriosas; d u ran te
sus andanzas p u ed en p e n e tra r p o r cualquier rendija en la intim idad de las
habitaciones m ejo r c e rra d a s.100
Pero la pru eb a m ás c o n tu n d e n te de la persistencia del com plejo m ítico
de la bruja ibérica en la H ispanoam érica co n tem p o rán ea, la pro p o rcio n a el
estudio de cam po realizado p o r H ugo N utini y John R o b erts en el estado
m exicano deT laxcala. A m bos antro p ólo g o s d etec tan en las áreas rurales la
exten dida creencia en un e x trañ o personaje sob ren atu ral, la tlahuelpuchi.

97 Ibid., p. 151.
98 M arc S im m ons, l'Vitchcraji in the Southuest: Spanish and Indian Supernaturalism on
the Ría Grande, L incoln, U niversity o f N ebraska Press, 1980 (1974), p. 118: ‘‘puedo
asum ir la form a de un gato e ingresar en una casa a través del agujero más pequeño
( . . . ) . H e m atad o a dos recién nacidos, a tres niñas y a dos niños” (la traducción del
inglés es m ía).
99 ju lio Vicuña C ifuentes, Mitos y supersticiones. Recogidos de la tradición oral chilena,
Santiago de C hile, Im p ren ta L lniversitaria, 1915, pp. 9 y 11.
100A dolio C o lom b res, Seres sobrenaturales de la cultura popular argentina, Buenos Aires,
Ediciones del Sol, 2003 (1 9 8 4 ), pp. 131-132; Elena M . Rojas (com p.), Acerca de
los relatos orales en la Provincia Je Tucumán, Tucum án, Facultad de Filosofía y Letras-
Universidad N acional d eT u cu m án , 1986, p. 108.

176
F a b i á n A l c j ü n J 10 C a mp a cjí ic

Mayoritariamente mujeres, las üahuelpuchis se especializan exclusivamente


en el asesinato (le criaturas con menos de diez meses de vida, a quienes
chupan la sangre hasta provocarles la m u erte. Si se encuentran con puertas
cerradas, se transforman en horm igas o pulgas. En el interior de la casa
adoptan siem pre la form a de un pavo, pues sólo así pueden hipnotizar a los
adultos. Luego toman forma humana, para llevar a cabo su rutina vampírica.
La tlahuelpuchi emite también un vaho que induce un profundo estado
de sop or en sus víctimas. El ajo y la cebolla son considerados los únicos
rem edios eficaces contra esta d epredadora nocturna. También las cruces
confeccionadas con alfileres o los objetos de hierro contribuyen a proteger
a los niños de sus ataques. Si una persona nace con estos poderes, no tiene
forma de erradicarlos: “las dahuelpuchis nacen con una maldición que ni
Dios ni el diablo p u eden b o rr a r ” . 101 Las semejanzas entre la tlahuelpuchi y
la bruja ibérica son tales que resulta imposible no adjudicar la mayoría de
sus rasgos a la influencia española. De hecho, Nutini y R oberts no hallan
ninguna figura del p anteón mítico pre-hispánico que corresponda plena­
m en te con un agente maléfico tan altamente especializado. Al igual que los
restantes personajes que hasta hace unas décadas completaban la galería de
agentes sobrenaturales antropomórficos en laTlaxcala rural, la tlahuelpuchi
fue prod u cto de un proceso sincrético que se profundizó cuando los fran­
ciscanos comenzaron a p e rd e r el control de las áreas rurales novohispánicas
entre finales del siglo XVI y comienzos del siglo XVII. La carta que el
visitador de la parroquia San DiegoTlalocan dirige al obispo de Puebla en
165 3 d em u estra que, para mediados del siglo XVII, los principales entes
sobrenaturales tlaxcaltecas —entre ellos, la tlahuelpuchi—ya estaban plena­
m en te conformados, con apenas algunas pequeñas diferencias ortográficas
respecto de los nom bres c o n tem p o rán eo s . 102 En este contexto, Nutini y
R oberts sostienen que la compulsión p or el vampirismo infanticida debe
considerarse, definitivamente, un trazo de origen eu ro peo . 105 Resulta obvio
señalar que los evangelizadores españoles re c u rrie ro n a figuras míticas de
su propio acervo cultural cuando debieron dar cuenta de algunos agentes

101 H ugo G. N utini and John M. R o b e rts, BloúJsuckinglYitchcr,jfi: An Epistcmologicjl


Studj oj Anihropomorphic Supernaturalism in Rural T/ü.vcaJj,Tucson, T he Llniversity o f
A rizona Press, 1993, pp. S4-76.
102 ¡bid., p. 97.
m lbid., p. 114.

177
Estudios de caso. Domonolo^ía cristiana v cultura lolklorica en e¡ mundo ibérico

sobrenaturales pre-liispánicos (sin ser del to do conscientes, claro, de la


ex trem ada originalidad que dichos estereotipos ibéricos tenían respecto
de otros complejos lolklóricos europeos). Cuando en la segunda mitad
del siglo XVI Fray Bernardino de Sahagún debió definir las características
esenciales del nahual —que en el caso específico d eT laxcala fue otro de
los agentes sobrenaturales que sobrevivieron hasta muy entrado el siglo
XX—, re c u rrió al com plejo m ítico de la bruja española, adjudicando a la
figura vernácula el vampirismo infanticida com o tim b re distintivo: “el
nahualli p ro pia m en te se llama b ru x o que de noche espanta a los hom bres
y chupa a los niños ” . 104 La mism a glosa, en la pluma de un evangelizar
proveniente de otra reg ión eu ro pea, hubiera adquirido, sin dudas, un
contenido diferente.
Los ecos del com plejo de la bru ja ibérica parecen haber alcanzado
también regiones co m o C erdeña y Filipinas, sometidas durante un período
prolongado a la colonización española. El folklore de la isla m ed iterránea
da cuenta de una peculiar amenaza infanticida: sa súrbile. Según la c re e n ­
cia vernácula, la súrbile es una m ujer capaz de transformarse en gato o en
mosca, metam orfosis que em plea para acercarse a los recién nacidos y
succionarles la sangre . 103 En las leyendas recogidas p or la etnógrafa Dolo-
resTurchi se aprecian algunos trazos partic u larm en te arcaicos de la figura
sarda. Por u n lado, la suya es una dolorosa condición: no puede rem ediar
vampirizar a los neonatos, pues ha sido predestinada a ejercer su maléfico
oficio p o r un nefasto destino imposible de torcer. Por otro lado, m ientras
el espíritu de la súrbile se desplaza en fo rm a de mosca su cu erp o p e rm a n ­
ece exánim e, inmóvil, de tal form a que la m u jer m o r irá si el insecto no
logra reingresar den tro suyo . 106 Resulta poco probable la existencia de
una relación de filiación directa en tre la súrbile y la bruja, pues muchas de
las características del m ito sardo parecen rem itir a un fondo de creencias

|U* fra y B ern ard in o d e Sahagún, Historia general Je las cosas Je Nueva España, in tro d u c­
ción, paleografía, glosario y notas de A lfredo López Auslin y Josc-Iina G arcía Q uintana,
M adrid, A lianza, 1988, vol. II, p. S98.
i j:' A ndrea Salta, “Sá Súrbile, tra streg o n eria e sciam anesim e”, SarJegna M e d ite rr á n e a ,

1 (1 9 9 7 ), pp. 1-3.
106 D o lo resT u rch i, ieggenJe e raecotni populari della Sardegna, R om a, N ew to n Com p-
to n , 1984, pp. 34-36.

178
Fabián A le ja n d r o C a m p a ^ n e

sustancialm ente más an tig u o . 107 Sin em bargo , las graneles semejanzas
morfológicas que existen en tre ambas figuras no nos p erm iten descartar
la posibilidad de que el complejo ibérico tuviera una influencia decisiva
en la configuración final que la creencia local adquirió tras la finalización
de la etapa de dominación española.
Las peculiaridades del folklore filipino también aportan algunos indi­
cios sobre el contenido original del campo semántico del té rm in o bruja.
Una de las criaturas sobrenaturales más temidas p or los habitantes del
archipiélago es el aswang. Se trata de una figura compleja, que se manifiesta
bajo diferentes fo rm a s.I0S En una de sus encarnaciones más extendidas se
la representa co m o un m o n s tru o n o c tu r n o q ue devora las visceras de sus
víctimas. Suele ensañarse con las mujeres embarazadas, a quienes ataca
con la intención de succionar los fluidos vitales del feto. N o caben dudas
de que el awang lilipino es una figura mítica idiosincrásica, independiente
del complejo de la bruja ibérica. Sin em bargo, resulta en ex tre m o suges­
tivo el té r m in o con el cual la etnia íloho designaba esta manifestación del
m o n s tru o filipino especializada en el asesinato de niños pequeños: buruka,
un form a corrom pid a del castellano bruja . 109 Es probable que la primitiva
asociación del té r m in o ibérico con el vampirismo infanticida, facilitara la
utilización de la palabra europea para caracterizar a una figura mítica local
especializada en la succión de fluidos y en el asesinato intrauterino.

4. A v a ta re s d e l D oble : v a m p ir o s , h a d a s , p e s a d illa s
y a p a re c id o s

Muchos de los atributos de la d epredadora n oc turna descriptos en los


apartados anteriores p u e d e n hallarse en form a aislada en otras regiones
de Europa. Pero el hecho que caracteriza a la bruja española es la con-

107Ya hem os visto que m uchos de los trazos característicos de la súrbile sarda aparecen
tam bién en las brujas infanticidas italianas; véase ChristaTuczay, EsoLerismo c magia ncl
Medioevo, pp. 2 19-220; D om enico M am m oli, Procedo alia strega Maiceuccia di Francesco,
pp. 33, 35; R ichard K ieckhefer, “Avenging the Blood o f C hildren”, pp. 94 y ss.
!0S M áxim o R am os, “T he Asivang Syncrasy in Philippine F olklore”, Western Folklore,
2 8 :4 (1 9 6 9 ), pp. 238 -2 48 . Véase tam bién Fenella C annell, Poirer and Intimacy in the
Christian Philippines, C am bridge, C am bridge U niversity Press, 1999, pp. 141-151.
109 M áxim o R am os, “T he Aswaiy Syncrasy in Philippine Folklore”, p .2 4 1 .

179
junción de todos ellos en una única lisu ra m ítica sui generis. En síntesis:
la bruja ibérica era un agente m aléfico n o c tu rn o , especializado en (orina
casi excluyem e en el asesinato de niños recién nacidos. R ecu rría para ello
a laceraciones, m ordiscos o m u tilaciones, aunque con más frecuencia su
accionar infanticida se asociaba con el varnpirism o y la succión de sangre.
Poseía la extraordinaria capacidad de p e n etrar en aposentos h erm éticam en ­
te cerrados, aprovechándose para ello de los m en o res resquicios existentes
en p u ertas y m uros. Estaba dotada con fabulosos p o d eres m etam órficos,
que le p erm itían adop tar una gam a casi infinita de form as anim ales, o
transform arse incluso en objetos in ertes. C uando atacaba a los d u rm ien tes
adultos se lanzaba sobre ellos, aplastándolos con su peso y provocándoles
una angustiante sensación de parálisis y ahogo. En ocasiones, sus ataques
adquirían características com pulsivas, com o si se tratara de un destino
trágico del cual le resultab a im posible escapar.Tam bién se le adjudicaban
algunas conductas específicas: b eb e rse el vino alm acenado en cavas y
bodegas, espantar a los paseantes n o c tu rn o s, hacer la colada a la vera de
arrovos
J
v cursos de agua,’ apagar
J I
la lu m b re de los hogares,’ o rin a r en el
in te rio r de las casas, d eso rd en ar o d estro zar los trasto s que hallaba en la
cocina, y realizar regalos valiosos que, a la luz del día, se transform aban
en objetos sin valor.
En estos trazos del com plejo de la bruja ibérica, y en p articu lar en
aquellos de apariencia m ás exó tica, el especialista en el folklore m ed ite ­
rrán eo y en la m itología indoeuropea com parada ráp id am en te descubre los
caracteres básicos de una serie de figuras m íticas claram ente identificables:
el dem o n io infanticida, el ap arecido-vam piro, el co rtejo de las hadas y
el esp íritu de la pesadilla, avatares específicos de la arcaica m itología del
Doble.

El d e m o n i o n o c t u r n o i n f a n tic id a

En la A ntigua M esopotam ia existían, al m argen de las g randes divini­


dades cósm icas, un sin n ú m ero de espíritus de la d estru cció n y del cao s.110

110 M ercedes López Salva, “Demonios y espíritus en las religiones prim itivas del
P ró xim o O rie n te ”, en Aurelio Pérez Jim énez y Gonzalo Cruz Andreotti (ed s.), Seres
Intermedios. Angeles, Demonios y Genios en el Mundo Mediterráneo, M álaga, Ediciones
C lásicas/C h arta A ntiqua, 2000, pp. 4 2 -4 5 .
¡ a b i j a Aleja n d ro Cuinpa^nc

Con frecuencia atacaban a las personas en situaciones explícitamente la­


minares, duran te el sueño, en el transcurso de un viaje, después del parto.
Personificaban males específicos —las pesadillas, las to rm entas de viento,
la insania, la fiebre, la peste, las cefaleas—y casi siempre atorm entaban a
los seres humanos en forma directa vJ cruda;’ raram ente >jugaban
&
el rol de
tentadores morales que la tradición cristiana asigna a los malos espíritus.
Retozaban en el desierto y se sentían a gusto en los confines del mundo
ordenado. Imaginados p o r lo general com o espíritus etéreos, podían entrar
en una casa a través de grietas u orificios, o bien p or debajo de las puertas.
Actuando con no cturnid ad y alevosía, aplastaban a los humanos com o una
pared que se desm orona. Devoraban a sus víctimas y bebían su sangre. Eran
criaturas sucias e im puras, que despedían un h edo r repu gn an te . " 1 Rara­
m en te diferenciados con claridad unos de otros, en tre ellos se distinguía,
sin embargo, un gru po específico dedicado al infanticidio . 112 Lamashtu, por
ejemplo, era una virgen estéril que atacaba a las mujeres embarazadas, a
las parturientas y a las nodrizas. Expulsada del cíelo p or su padre, el dios
Anu, se dedicaba a matar a los pequeños tanto en sus cunas com o en el
vientre de sus m ad res . " 3 Por ello se la sindicaba com o responsable de los
abortos espontáneos que interru m pían la concepción. Algunos exegetas
del m ito sugieren que los infanticidios cometidos p o r Lamashtu no eran
intencionales, pues derivaban de una irrefrenable pulsión p o r asistir a los
recién nacidos: en efecto, la leche que manaba de sus pechos era un fluido
venenoso que irrem ediablem ente provocaba la m u e r te de los niños a quie­
nes su frustrada maternidad inducía a nu trir y a alimentar . 114 Con frecuencia

l!i jefirey B u rto n Russeli, The Dc\'il: Perccptions o j EviljromAntiquity lo Primitiva Chris-
tiauity, fthaca, C o rn eli U niversity Press, 1987 (1 9 7 7 ), pp. 73 y 92; N o rm an C ohn,
Cosmos, Chaos and theííorld to Come:The .íncicnt Roots oj Apocalyptic Faith, N ew Haven,
Yaíe U niversity Press, 1993 (cito p o r ía edición en castellano: El cosmos, el caos y el
mundo venidero. Las antiguas ratees de la j e apocalíptica, traducción de Bettina Blanch,
Barcelona, C rítica, 1995, p. 69).
112 JoA nn Scurlock, “Baby-Snatching D em ons, Restless Souls and the D angers of
C hildbirth: M edico-M agical M eans ol Dealing with Som e o f the Perifs oí M otherhood
in A ncient M esopotam ia”, Incógnita, 2 (1 9 9 1 ), pp. 137-185.
113 D iane Purkiss, At the Bottom o j the Garden:A Dark History oj Patries, Hobgoblins, and
Other Troublesome Things, N ueva York, N ew York U niversity Press, 2003, p. 32.
114 JoA nne Scurlock and B urton R. A ndersen (eds.), Diagnosis in Assyrian and Bab-
ylonian Medicine:Ancient Sources, Translations, and Modern Medical Analysis, Cham paign,

x8i
Estudios ele caso. Demonología cristiana y cultura folklórica e¡\ el mumlo ibérico

se la representaba p o rtan d o cepillos o instrum entos para hilado, símbolos


del universo dom éstico al que amenazaba de m anera co nstante . 1,5
Es probable que los dem onios m esopotám icos se e ncuentren en el
origen de las figuras similares que hallamos en otras mitologías del M edite­
rráneo oriental. " 6Tal parece haber sido el caso de la Lilith hebrea. La Biblia
sólo la m enciona p o r su no m b re en Isaías 34:1, donde aparece rodeada de
sátiros, hienas y felinos salvajes . " 7 Sin em bargo, este temible espíritu del
desierto estaba llamado a convertirse en un personaje central del folklore
judío posterior. Lina antigua leyenda protagonizada p o r el profeta Elias
resum e el m o rtífero accionar de este peculiar agente infanticida. El santo
varón intercepta al maléfico espíritu y lo interpela de la siguiente manera:
“Malvada Lilith, ¿hacia d ón de te diriges a la cabeza de tu inmunda hueste?”.
“Mi señ or Elias”—responde el dem o n io—, “m e dirijo hacia la casa de aquella
m u jer que acaba de dar a luz a un niño, a concederle el sueño de la m u erte,
a quitarle a su recién nacido, a b eb er su sangre, a succionar la médula de
sus huesos hasta dejar su cu erp o vacío”. Ilb El dom inio de Salomón sobre
Lilith fue una de las características distintivas de la demonología árabe y
judía du rante to da la Edad Media. Lln m anuscrito griego de los prim eros
siglos de la era cristiana relata el e nc uen tro entre el monarca bíblico y el
p ro teico dem o n io infanticida: “llegó hasta mí un espíritu con forma de
mujer. E n tre los h om bres m e llaman Obizuth, m e dijo, y de noche no
d u e rm o , pues visito a las parturientas. Si tengo suerte, m ato al recién
nacido, pues soy un espíritu feroz con una miríada de n om bres y muchas

U niversitv o f Illinois Press, 2 005, pp. 4 8 5 , 505.


;! 1M aitíred L urker, The Koutledge Dtctionary o f Gods and Goddesses, Devih, and Demons,
N ueva York, R o u tled ge, 2 004, p. 109; C arol Rose, Spirits, Fairies, Leprechauns, and
Gobl¡ns:An Encyclopedia, N ueva Y ork, W . W . N o rto n , 1996, p. 192.
li6W alter B u rk ert, The Orientalizing Kevoluüon: Near Eastern Injluence on Greek Culture
in the Early Archaic Age, C am bridge, H arvard LIniversity Press, 1991, pp. 82 y ss.;
David W est, “G ello and Lamia: Two H ellenic D aem ons o f Sem itic O rig in ”, Ugarit-
Eomhung, 23 (1 9 9 1 ), pp. 361-368.
R aphael Patai, The Hebrew Goddess, D e tro it, W ayne State U niversity Press, 1990
(3 rd . e d .), pp. 222-22 3.
113 M . G aster, “Two T housand Years o f a C harm against th e C hild-stealing W itch”,
Eolk-Lore, 11:2 (1 9 0 0 ), pp. 149-1 50. La trad u cció n del inglés es m ía.
F a b i á n . ¡IcjújiJjü CüM pü ifn j

formas. N o tengo otra misión que la destrucción de los niños pequeños ” . 119
En un testam ento ético redactado enVenecia en 1544, el rabino Eleazar
el Grande advertía a su hijo sobre los peligros representados p or Lilith:
“nunca dejes a un niño sólo en su cuna, ni de día ni de noche, ni tam poco
pases la noche solo en tu morada. Pues en tales circunstancias Lilith se
apodera del h o m b re o del niño con su fatal abrazo ” . 1’0 El rabino Hayvim
Vital (1 542-1620) enseñaba que Lilith podía to m a r la forma de un gato, de
un ganso, o de cualquier otra ave de corral, p o r lo que aconsejaba que se
impidiera el ingreso de animales domésticos en las habitaciones en las que
descansaban las parturientas o los recién nacidos; también sugería tapar la
nariz de los pequeños que reían duran te el sueño, pues ello podía indicar
que el m o n s tru o estaba tr atando de atraérselos m ediante juegos y muecas
siniestras . 121 Los judíos m arroquíes empleaban objetos de h ie r r o —cuchillas,
espadas, tijeras—para neutralizar los ataques del espíritu asesino . 122 El m ito
de Lilith c o m o dem o nio infanticida continuó obsesionando a las familias
tradicionales hasta m uy entrada la edad contem poránea. De hecho, todavía
ocupaba un lugar destacado en los exorcismos que las comunidades hebreas
instaladas en Medio O rie n te practicaban a comienzos del siglo X X . 125
Entre las muchas variantes griegas del child-killing demon, caníbal y
vampiro, cobran particular im portancia las figuras de Lamia, Cello y Alarmo.
La popularidad del p rim e ro de estos dem onios fue tan im p o rta n te que su
nom bre llegó a sustantivarse, transform ándose en sinónimo de m o n s tru o
no cturno infanticida. Según una de las tradiciones más difundidas, Lamia
era hija de los reyes Belo y Libia. Seducido p o r su virginal pureza, Zeus
la convirtió en su amante, provocando los celos inveterados de su esposa
Hera. La venganza de la reina del O lim p o consistió en asesinar de manera
sistemática la totalidad de la descendencia engendrada p or Lamia. Desga­
rrada p o r el dolor, la joven se ocultó en una cueva solitaria del desierto de
Libia, donde se fue transfo rm an do en un ente riionstruoso, especializado

119 M icheie K lein, A Time lo Be Born: Cusroms and Folklore oj jeuish Birrh, Filadelfia,
Jewish Publication Society, 1998, p. 14S.
¡20lbid., p. 147.
Ibid., p. 148.
122 Ibid., p. 153.
I!i Raphael Patai, The Flebrew Goddess, p. 240.

183
Estudios de caso. Demonolouía cristiana y cultura folklórica en el mundo ibérico

en el asesinato de recién n acid o s.124 C ello, p o r su p arte , era una joven de la


isla de Lesbos m u erta en plena ju v en tu d , sin h aber logrado co n c re ta r sus
ard ientes anhelos de m atern id ad . Por dicho m otivo, su esp íritu vagaba por
las n oches con la intención de ap o derarse de los niños recién nacid o s.12’
Al igual que Lamia, G ello p erd ió identidad individual para transfo rm arse
en una variedad específica de d em o n io puericida. Según una crónica del
perío d o bizantino, las ¡.¡elloudes podían p e n e tra r incluso en aquellas casas
cuyas p u ertas y ventanas habían sido cuidadosam ente cerradas, con el o b ­
je to de estrangu lar a los criatu ras p e q u eñ a s.126 M o m io es el te rc e ro de los
grandes dem onios infanticidas griegos. Se trata de un personaje m ítico poco
definido. En un p rincip io p arece h ab er sido, sim plem en te, una máscara
del dios M erm es, ennegrecida con cenizas para asustar a los niños d esobe­
d ientes. Se trataría, p o r lo tan to , de un dem onio de las chim eneas, de un
d em o n io de la o scuridad. En las fuentes clásicas M o rm o siem p re aparece
com o una figura terro rífica a la que las m adres re c u rre n para disciplinar
a sus hijos. Lina fuente anónim a la describ e com o una m u jer de C orinto
que había devorado in ten cio n alm en te a sus propios h ijo s.12'
M uchos de estos esp íritu s m alignos tienen su o rig en en individuos
que fallecen en form a p rem atu ra , antes de tiem po: los aoroi de la antigua
Llélade.I2S Tal era el caso de las personas m u ertas en plena ju v en tu d , de
las doncellas vírgenes, de las m u jeres e sté rile s.129Tam bién la strix latina,

LH P ierre G rim al, Diccionario Je mitología griega y romana, Paidós, B arcelona, 1984
(1 9 6 3 ),pp. 303-304. Sobre Lamia véase tam bién DavidW alter Leinweber, “W itchcraft
and Lamiae in ‘T h e G olden Ass’”, Folklore, 105 (1994), pp. 77-82.
125 S obre C ello véase Sarah lies Johnston, ñestless DeaJ: Encountcrs Becu-cen che Living and
the DeaJ in Ancient Greece, Berkeley, Llniversitv oí C alilornia, 1999, pp. 161-199.
126 IbiJ., p. 166.
’2/ D iane Purkiss, At the Bottoin o j the GarJen, pp. 27-28.
¡ Sarah lies jo h n sto n , Restleu DeaJ, p. 127; D iane Purkiss, At the Boiiorn oj the GarJen,
pp. 71 y 77; C h risto p h er A. F arao n e,“T heA gon¡slic C o n tex t of Early G reek Binding
Spells” , in C h risto p h er Faraone and D irk O bbink (eds.), Magika Eliera: Ancient Greek
Magic anJ Religión, N ueva York, O x fo rd Llniversitv Press, 1997 (1 9 9 1 ), pp. 3, 17, 22;
J. H . M . S tru b b e, “C ursed be he that m oves my bones”, en IbiJ., p. 43.
129 El tópico se m antuvo vigente d urante siglos en el folklore europeo; véase al respecto
L’u p cho S. R isteski, “C ategories o f t h e ‘Evil D ead ’ in M acedonian Folk Religión”,
en G áb o r Klaniczay y Eva Pócs (ed s.), Christian Demonology anJ Popular Mythology,
B udapest, C en tral E uropean U niversity Press, 2 006, pp. 207-210.

184
Fabián A ¡c ja n d to C a m ^ u in e

aunque no parece te n e r relación d irecta con los espíritus sem itas y g rie ­
gos, puede considerarse com o un peculiar avatar del child-killing demon,
que transform ado en ave rapaz deam bula p o r la noche en busca de recién
nacidos a quienes devorar o v am pirizar.llU

El c o r t e jo d e las hadas

Aún cuando las hadas europeas deben fo rm alm en te considerarse com o


una creación literaria de los siglos XII y XIII, la génesis de! com plejo m íti­
co que otorga sustento a su figura resulta en e x tre m o p ro b le m á tic a .151 A!
m argen de algunos caracteres form ales que las asem ejan a los dem onios
no ctu rn o s infanticidas del área m ed iterrán ea, resulta indudable que su o ri­
gen se halla en los espíritus silvestres fem eninos que según el p ensam iento
arcaico pululaban p o r los bosques y espacios salvajes del c o n tin e n te .132 Se
trata de las “agrestesJeminae, quas sylvaticas vocant”, a las que B urcardo de
W orm s alude en la p rim era m itad de! siglo X I.133 Si en ocasiones podían
prem iar con dones y regalos a quienes las trataban con veneración y respeto,
los espíritus feéricos del folklore estaban lejos de e n carn ar a las vaporosas
e inofensivas figuras del e stereo tip o V icto rian o . 134 Q uienes c o n tra ria b a n o
m altrataban a estos núm enes selváticos, aún cuando no tuvieran intención

' í0Ver Sabino PereaY ébenes, “Las striges: m ujeres-pájaros, lujuriosas, devoradoras”,
en Sabino PereaY ebenes, El sello de Dios (2). Ceremonias de la muerte. Nueve estudios sobre
magia y creencias populares greco-romanas, M adrid, Signifer, 2002, pp. 233-270; Alex
Scobie, “S trigiform W itch es in Rom án and O th e r C u ltu res”, Cabula, 19 (1 9 7 8 ), pp.
7 4 -1 0 1; A n n e-M arieT up et, La Magia dans la poésie latine 1: Des origines á la jtn da régne
d'Auguste, París, Les Belles L ettres, 1976, pp. 68-7S, 3 3 1-339, 376-391.
¡ii Cfr. C laude L ecou teux, Au-dela da Meiveillcux. Des croyances du Moyen Age, París,
Presses de l ’U niversité de P aris-Sorbonne, 1995, p. 162.
1 Cfr. Laurence Harf-Lancner, Lesfées an Moj en Agc.Morgane ei Mclusine. La naissance des
fées, París, H o n o ré C ham pion, ¡9 8 4 ,p . 24; C laude L ecouteux, Au-delá du Merveilleux,
p. 165; D iane Purkiss, At the Bottom o f the Carden, pp. 12 y 51.
‘ B urchardo de W orm s, Decretum, XIX, 5, en iMigne, PL 140, 971: “m ujeres ag res­
tes, a las que llam an selváticas” (¡a traducción de! latín es m ía); al resp ec to véase
Laurence H arf-Lancner, Le monde desfées dans V Occidente medieval, París, H achette,
2 003, p. 14.
IU D iane Purkiss, At the Bottom o f the Garden, pp. 220 y ss.

185
Estudios de caso. Deiaonuluui'a cristiana y cultura folklórica en el mundo ibérico

de m olestarlos, recibían te rrib le s castigos.131 En dichas circunstancias, las


hadas ponían de m anifiesto una co n d u cta feroz y a rb itra ria .136 También
podían d esarro llar hábitos vam píricos. Algunas hadas celtas m anifestaban
una p articu lar predilecció n p o r los fluidos hum anos. En la Isla de Man se
creía que succionaban la sangre de los d u rm ie n te s que no habían ten id o la
precaución de dejar prep arad o s recipientes con agua para agasajarlas.1” En
el folklore escocés, la B aobhan S ith era un hada de ex trem ad a belleza que
bebía la sangre de los h o m b res que aceptaban m a n te n e r coito con e lla . ! ?s
En las MiJlunJs inglesas, las hadas eran espíritus m enos feroces que los
que poblaban los espacios celtas: podían asustar a los paseantes n o ctu rn o s,
castigar con pellizcos a las amas de casa descuidadas, ro b ar la com ida de los
g ran eros, o cabalgar ¡os caballos hasta dejarlos bañados en su d o r.139
C om o hered eras de las parcas y de las matronae, las hadas tenían ta m ­
bién una estrecha relación con el universo de los recién nacidos y de las
p artu rie n ta s, aunq u e no siem p re para p ro te g e r a las jóvenes m adres o a su
prole. En efecto, las hadas se hallaban en el cen tro de los relatos de change-
¡ins, y se las sindicaba com o las p rincipales responsables de la sustracción v
secuestro de los recién n acid o s140. Elasta no hace m ucho tiem p o , e n tre los
cam pesinos griegos continuaba vivo el te m o r a los ataques de las nereidas
d u ran te las p rim era s sem anas de vida del recién nacido, en p articu lar antes

: i 1M aríe-C h arlo tte D elm as, Fées el lutins. Les esprits de la ¡tature, Le G rand Légendaires
de F rance, 1, París, O m n ib u s, 2 0 0 6 , pp. 6 5 7-658.
1}b U n ejem p lo paradigm ático lo constituyen las dormí dijuora sicilianas; véase G us­
tav F lenningsen, “T h e Ladies íro m O u tsid e : An A rchaic P a tte rn o f the W itc h e s’
S abbath” , en Bengt A nk arloo y G ustav H enningsen (ed s.), Early Modern European
IVitchcraft, p. 200.
137 K atherine Briggs, LLe Fairies in Tradition und Literatura, L ondres, R outledge, 2002
(1 9 6 7 ), p. 114.
Iís lbid., p. 69.
m Ibid., p .1 0 9 .
1íú Jean-M ichel D o u let, Quand les démons enlevaiem les eijants. Les chanejclins: érude d ’une
figure myihique, París, Presses de l ’U niversité de Paris-Sorbonne, 2002, pp. 17-34;
M a ríe-C h arlo tte D elm as, Fées et lutins, pp. 17, 125, 208-20 9, 251, 816; Jean-C laude
S ch m ítt, Le Saint Lévrier. Guinejort,guerisseur d ’eujancs depuis le Xllle siécle, París, Flam-
m ario n , 1979, pp. 109-121; D iane P urkiss, Al the Bonom oj'the Garden, pp. 52-61.

86
liib iú u A le ja n d r o C u m p a g a e

del b au tism o .141 Los objetos de h ierro , y uno o dos candiles encendidos,
eran universalm ente considerados com o los rem ed io s más efectivos contra
las hadas que sustraían a los p equeños de sus cu n as.142
Las procesiones n o ctu rn as, a m en u d o bajo la guía de alguna arcaica
divinidad fem enina, eran o tra de las características sobresalientes de las
agrestesfeminae.ni A unque el espacio salvaje era su ecosistem a n atu ral, en
ocasiones visitaban el m undo de los hum anos, penetran do subrepticiam ente
en los hogares y viviendas. En las p rim eras décadas del siglo XIII, Guillau-
m e d ’A uvergne confirm aba en De universo creaturarum h aber oído hablar de
espíritus que en ciertas noches tom aban la form a de m uchachos y m ujeres
vestidos con ropas brillantes: presididos p o r D om ina A bundia, visitaban los
establos y bodegas para b e b e r y co n su m ir las viandas que los m o rad o res
habían dejado preparadas para ellos, a quienes en agradecim iento re c o m ­
pensan con abundantes bienes m ateriales; cuando esperaban una de estas
visitas, los habitantes de la casa abrían sus g ran ero s y dejaban d escu b ierto s
sus b a rrile s.144 Hacia 1280, el Román de la rose de jean de M eung co m pleta
el cuadro de la difundida creencia: “errant avec clame HabonJe ( . . . ) entrene
dans les maisons, car ni barres ni clés les arreteni, et ils pénétrem par ¡es chatieres

141 R ichard and Eva Blum , The Dangerou* Hour:The Lote oj Crisis and Mystery in Rural
Greece, N ueva York, C harles S crib n er’s sons, 1970, pp. 1 1-20.
142 Jean-M ichel D o u let, Quand les Jémons enlevuient les enfurtís, pp. 67 y 328.
145 Ver W olfgang Behringer, Chonrad Stoeckhlin und die Nachtschar: Eine Geschichte aus
desfriihen Neuzeit, M unich, R. Piper, 1994 (cito p o r !a edición en inglés: Shamúii o f
Oberstdorf: Chonrad Stoeckhlin and the Phantoms o f the Night, translated by H. C. Erik
M idelfo rt, C h arlottesville, U niversity Press o f V irginia, 1998, pp. 4 7 -7 1 ); C ario
G inzburg, Storia Notturna. Una decifrazione del Sabba, T urín, Einaudi, 1990 (cito po r
la edición en castellano: Historia Nocturna. Un desciframiento del aquelarre, traducción
de A lb erto Clavería Ibáííez, B arcelona, M uchnik, 1991, pp. 8 3 -1 0 2 ); Hans P eter
D uerr, Dreamüme, pp. 12-39.
4;Tiiüinas B. de Mayo, The Demonology flVilIram ofAuvergne: By Tire and Sword, Lewis-
to n .T h e Edwin M ellen Press, 2007, pp. 204-207; Jean-P atrice B oudet, Entre Science et
n ig r o m a n te . Astrologie, dirination et magie dans 1’Occidente médiévul (Xile-XVe siécle), París,
Publications de la S orbonne, 2006, pp. 21 8-219; N orm an C ohn, Europe’s inner Demons:
An inquiry inspiredby the GreatWitch-Hunt, Londres, C hatto and W indus, 197S, p. 273
(edición en castellano: Los demoniosfamiliares de Europa, M adrid, Alianza, 1980).

187
Estudios de caso. Demonología cristiana v cultura lolklórica en el mundo ibérico

et les ¡entes”. I4> Dos siglos antes, B urcardo ya había reparado en la capacidad
de p e n e tra r en habitaciones cerrad as, característica de estas procesiones
n o c tu rn a s14". En el í'olicrjticus de John oí Salisbury (c. 1 ! 56-1 159), la p ro ­
cesión n o ctu rn a de las hadas es descrip ta en el m ism o fragm ento que las
lamias infanticidas, lo que d em u estra que las sem ejanzas form ales e n tre las
sylraiicas feminae y el child-killing demon ya eran percibidas p o r los in telec­
tuales m edievales14'.Todavía a m ediados del siglo XX, lasgialoúJes —plural
de Cello, el antiguo d em o n io infanticida g rieg o —eran conocidas en la isla
de M Jvkonos com o “las buenas dam as”,5 u n o de los clásicos eufem ism os
em pleados para re ferirse a las liadas sin n o m b rarla s.I4b
La leyenda atribuye a los esp íritu s feéricos una serie de conductas e ste ­
reotipadas; con frecuencia se fas describe lavando ropa y haciendo grandes
coladas junto a ¡as fuentes o cursos de a g u a .149 En Bretaña los folkloristas
han d etec tad o la creencia en “las lavanderas de la n oche”, obligadas a batir
y re to rc e r la ropa hasta el fin del m u n d o , com o castigo p o r haber co m e­
tido infanticidio, trabajado en dom ingo, o e n te rra d o a sus p arien tes en
form a in d ig n a .'30 El lavado era una p oderosa actividad fem enina, asociada
a la especial p otencia procreativ a y destru ctiv a de las m ujeres; en el sur
de Francia, un pro verb io sostenía que la m u jer que volvía de lavar la ropa
en el arroy o podía c o m erse vivo a su esp o so .111 En A ragón, las lavanderas
eran unas hadas n o ctu rn a s y m aléficas, cuya colada podía verse tendida

l4> C itado p o r C laude L eco uteux, ChassesJantasüques et cohortes Je la nuit au .Moren


Age, París, Im ago, 1999, p. 16: “deam bulan ju n to a Dam a A bundia ( . . . ) y entran en
las casas, dado que ni las barras ni las llaves las d etien en , pues ingresan a través de
gateras y o tro s a b e rtu ra s” (la traducción del francés es m ía).
146 B urchardo de W orm s, Dectetum, XIX, 5, en M igne, PL 140, 973.
147 H enry C harles Lea, Materials ToirarJ a History ofWuchcmJt, N ueva York, Thom nas
Yoseloíf, 1957, vol. I, p. 172.
141 C harles S tcw art, Detuons anJ the Deril: Moral Unagination in MoJern Greek Culture,
P rin c eto n , P rin c eto n U niversitv P ress, 1991, p. 162.
!4y M arie-C h arlo tte D elm as, Fées et lutins, pp. 122, 310, 713, 716, 719, 724, 730,
791.
Paül-Yves Sébillot, Le Folklore Je la Bretagne, París, íMaisonneuve et Larose, 196S,
vol. II, pp, 239 -2 42 .
;; P cter Sahlins, Forest RitesiFhelVar oj the Demoiselles in 'Nineteenth-Century France,
C am bridge, H arvard U niversity Press, 1994, p. 45.

188
Fabián Alejandio CainpJijnc

durante ia noche de San J u a n . '5' La hilandería y el peinado de sus cabe­


lleras eran otras prácticas habitualm ente relacionadas con las liadas. En
el área franco-provenzal, las hadas regían la actividad del hilado de lino
v cáñ am o .iji En Asturias, las principales actividades de las vanas, hadas
benéficas locales, eran hacer la colada, hilar con hilos de oro y peinar sus
larcas cabelleras.
En muchos relatos folklóricos las hadas son explícitamente identificadas
con los muertos. Lina anticua leyenda irlandesa narra la historia de un joven
im p ru d en te que en vísperas de Hálleme en se encuentra con un cortejo
feérico que marcha hacia la feria. Los espíritus lo invitan a participar del
festín, hasta que en un m o m e n to d eterm in ad o el joven reconoce en una
de sus anfitrionas a una vecina que había m u e r to unos años antes. Cuando
las hadas c o m p ren d en lo sucedido, se abalanzan sobre el joven para fo r­
zarlo a danzar con ellas. El infortunado resiste todo lo que puede, hasta
que finalmente pierde el sentido. Cuando a la mañana siguiente despierta
en m edio de un descampado, encuentra que sus piernas y brazos están
placados de m oreto n es y cardenales, provocados p o r los dedos de aquellas
temibles criaturas n o c tu r n a s .1"

El a p a re c id o -v a m p iro

El aparecido-vampiro es otra de las figuras clásicas de la mitología p o ­


pular paneuropea. Para la mentalidad arcaica, los m u erto s no rom pían por
com pleto el c ord ón umbilical que los mantenía unidos a su microcosmos
nativo. La casa continuaba siendo un espacio sacramental al que retornaban
pe rió dica m en te . 156 En Bretaña se pensaba que los difuntos constituían una
sociedad conocida co m o Anaon. Sus m iem bros volvían de noche a visitar
los lugares en los que habían vivido, y p o r ello no se barrían las casas una

1=2 M anuel M artín Sánchez, Seres milicos y personajes Janiásncos españoles, M adrid,
Edaf, 2002, p. 156.
]*' E m m anuel Le Roy L adurie, La sorciére Je Jasmin, París, Seuil, 1983 (cito p o r la
edición en castellano: La bruja Je ja^min, traducción de M anuel S errat, Barcelona,
Araos Vergara, 1984, p. 48).
'' M anuel M artín Sánchez, Seres míticas y personajes fantásticos españoles, p. 153.
133 K atherine Briags, The Fairies in Tradición and Literature, p. 18.
i56 C arm elo Lisón Tolosana, La Santa Compaña. Fantasías reales, realidades fantásticas,
M adrid, Akal, 1998, p. 22S.

189
E st u di os d e caso. D e m o n o l o g í a c ris tia n a y c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el m u n d o i b é r i c o

v e z q u e o s c u r e c ía ; las a lm a s d e e s to s d if u n to s se r e u n ía n tr e s v e c e s al a ñ o :
la v ís p e r a d e N a v id a d , la n o c h e d e S an J u a n y la n o c h e d e l o d o s lo s S a n to s ,
d e s f ila n d o e n la rg a s p r o c e s io n e s h a c ia lo s l u g a r e s d e r e u n i ó n . l3/
E n e l f o lk lo r e e u r o p e o , sin e m b a r g o , e l a p a r e c id o o revenant n o es u n
f a n ta s m a , u n a e n t i d a d m e r a m e n t e e s p ir i tu a l : e s el c a d á v e r d e u n m u e r t o
q u e s a le d e s u s e p u l tu r a p a r a i n t e r a c t u a r c o n lo s v i v o s .135 N o se t r a ta d e
u n m u e r t o - v i v o s in o d e u n c a d á v e r - a n im a d o . El a p a r e c id o h a b la , g r u ñ e ,
garita, g o lp e a ; p o s e e , e n d e f in itiv a , tr e s d i m e n s io n e s . P o r e llo , y d a d o q u e
t i e n e u n c u e r p o , e s p o s ib le m a ta r lo . El v e r d a d e r o f a n ta s m a , e n c a m b io ,
es m u d o , y se m a n if ie s ta h a b i t u a l m e n t e d u r a n t e e l s u e ñ o . El revenant, p o r
su p a r t e , p u e d e a p a r e c e r b a jo t o r m a a n im a l; e s ta e s u n a c r e e n c ia c o m p a r ­
tid a p o r la s a n tig u a s c u l t u r a s g r ie g a y e s c a n d in a v a , lo q u e d e m u e s t r a q u e
e s t a m o s e n p r e s e n c ia d e u n f o n d o c o m ú n i n d o e u r o p e o . 160

1w jean D elu m eau , La peur en OccidenL aux X I Ve cl ,Y¡Tile siécles. Une cité assiégée, París,
Fayard, i 97S (cito p o r la edición en castellano: El miedo en Occidente (siglos X1V-XVIII).
Una ciudad sitiada, versión castellana de M auro A rm iño, M adrid, T aurus, 1989, p.
130).
l3i Para la figura del fantasm a, en ten d id o com o un en te espiritual, com o una m anifes­
tación del alm a de los m u e rto s que en tra en com unicación con el m undo de los vivos,
véase O w en D avies, The llaunicd:A Social Histoxy ojGhosts, Basingstoke, H am pshire,
Palgrave M acm illan, 2 00 7, pp. 2 y ss. Para un tratam ie n to m enos restrictivo, que
analiza en co n ju n to ta n to el fenóm eno de los fantasm as com o el de los aparecidos
o rev in ien tes (rertrntf/us), vease P eter G. M axw ell-S tuart, Ghosts: A Hiscory oj Phan-
cotns, Ghouls S^Oiher Spirits oj the Dead, S tro u d , G lo u cestersh ire,T em p u s, 2007, pp.
3 9 -1 6 4 . Para una colección de fuentes traducidas al inglés, en la que se encuentran
tan to relato s de fantasm as com o de revenants, véase A ndrew Jovnes, Medieval Ghosts
Stories: An Anthology o f M itadest Matvels and Prodigies, W oodbridgc, Suflolk, Bovdell
and B rew er, 2006 (2 00 1).
l3y La figura del revenanL no se ajusta estrictam ente al dogm a cristiano de la resurrección
de los m u erto s. D e hecho, la posesión del cadáver p o r un dem onio era la explicación
canónica del fen ó m eno datla p o r la Iglesia M edieval. Por lo tanto, la intrusión del
aparecido en la litera tu ra clerical p o ste rio r al siglo XI debería explicarse a p a rtir de
la necesidad de im p o n er y difundir la creencia en las alm as P urgatorio; véase Jacques
Le G off, La Naissance da Purgatoire, París, G allim ard, 1981, pp. 241 y ss.
!6ÜC laude L eco u teu x, Au-Jela da M cneilleux, pp. 184-185, 20S, 212, 222. Lecouteux
ha tratad o el tem a m ás in extenso en un libro dedicado p o r com pleto a la cuestión:
FJiitomei et Revenants au Moyen Age, París, Im ago, 1996 (1986) (edición en castellano:
Fantasmas f aparecidos en la Edad Media, Palm a de M allorca, José J. de O lañeta, 1999).

190
h ib iá n A le ja n d r o C arupagnc

E n la m e n ta lid a d t r a d ic io n a l el a p a r e c id o n o b u s c a b a n e c e s a r ia m e n t e
d a ñ a r a lo s v iv o s; e n o c a s io n e s , r e g r e s a b a p a r a p r o t e g e r y c o l a b o r a r c o n
su f a m i li a .16' P e r o e n la m a y o r ía d e lo s c a s o s su s in t e n c i o n e s e r a n s in ie s ­
tr a s . C la u d e L e c o u t e u x p r o p o n e u n a tip o lo g ía p r o v is io n a l d e revenaras,
c u y o s n o m b r e s lle v a n im p líc ito e l a c c io n a r p a r t i c u l a r q u e lo s c a r a c te r iz a :
l ’appeleur ( e l q u e lla m a a lo s v e c in o s p o r su n o m b r e ) , le frappeur (e l q u e
g o lp e a a las p u e r t a s d e las c a s a s ), le visiteiir (e l q u e in g r e s a e n las v iv ie n d a s ),
¡'aflam é (e l q u e d e v o r a a lo s v iv o s ), l ’appesart (e l q u e se a r r o j a s o b r e las
p e r s o n a s q u e p a s a n ), l'étra n g leu r (el q u e a h o g a a su s v íc tim a s ) , le m ácheur (el
q u e d e v o r a su p r o p io s u d a r i o ) '62 El lis ta d o q u e d a i n c o m p l e to , sin e m b a r g o ,
si n o a g r e g a m o s o t r o d e lo s tr a z o s d is tin tiv o s d e m u c h o s a p a r e c id o s f o lk ló ­
r ic o s : su a fic ió n p o r la s a n g r e d e lo s v iv o s. La se d d e lo s m u e r t o s c o n f o r m a
u n topos b á s ic o d e l p e n s a m i e n to a rc a ic o . E n las d iv e r s a s c o n c e p c io n e s d e la
m u e r t e , el d i f u n to n o m u e r e d e f in itiv a m e n te , s in o q u e a d q u ie r e u n m o d o
e l e m e n t a l d e e x is te n c ia ; y e n la e s p e r a d e su r e t o r n o al c i r c u i t o c ó s m ic o
o d e su l i b e r a c i ó n d e f in itiv a , e l a lm a d e l m u e r t o s u f r e , y e s e s u f r im ie n to
es h a b i t u a l m e n t e e x p r e s a d o p o r la s e d . 163 A l m i s m o ti e m p o , lo s m u e r t o s
e s tá n s e d ie n to s d e to d o r e b o s a m ie n to b io ló g ic o , y p o r e s o a ta c a n a lo s v iv o s
e n lo s m o m e n t o s e n q u e la te n s ió n v ita l d e las c o le c tiv id a d e s e s tá e n su
m á x im o e s p l e n d o r : d e s p u é s d e l p a r t o , d e s p u é s d e la c o s e c h a .164

Para una visión d iferente del problem a de los aparecidos, centrada en las fuentes y en
la visión eclesiástica, véase: jean -C iau d e S chm itt, Les Revenants, lesVñ-ants et les Morís
dans la Soáeté méJiévale, París, G allim ard, 1994.
161 John C u th b e rt Lawson, Modern Greek Folklore anJAncient Greek Religión, N ueva York,
U niversity Books, 1964 (1 9 1 0 ), p. 395.
162 C laude L ecouteux, Flistoire Jes lanipires. Autopsie d ’un mythe, París, Im ago, 1999,
pp. 6 3 - 8 4 .

M ircea Eliade, Traite J'histoire Jes religions, París, Payot, 1964 (cito p o r la edición
en castellano: TrataJo Je historia Je las religiones, traducción deT om ás Segovia, M éxico,
Ediciones Era, 1992, p. 187);A lan D u n d es,“T heV am pire as B loodthirsly R evenant: A
Psychoanalytic Post M o rte m ”, en Alan D undes (e d .), TheYampire:A Casebook, M adison,
The U niversity ofYVisconsin Press, 1998, pp. 165, 170.
164 Sabina M auliocco, “W itchcraft, H caling and V ernacular M agicin Italy”, en W illem
de B lécou rty O w en Davies (eds.), Witchcr^i ContinueJ: Popular Magie in MoJern Europe,
M anchester, M anchester U niversity Press, 2 004, p. 159; M ircea Eliade, Tratado de
historia de las religiones, p. 316.

191
E st u di os d e c as ó. D o i n o n o l o a í a cr is tia na v c u l t u r a ¡ o lk l ó r ic a en el m u n d o ib é r ic o

E n s ín te s is , el v a m p ir o es e s e n c ia l m e n te u n a v a r ie d a d e s p e c ífic a d e l
revenm u p a n e u r o p e o . 165 U n a c o le c c ió n d e c im o n ó n i c a d e r e la t o s p o p u la r e s
p r u s ia n o s r e c o g e u n a h i s to r i a q u e t r a n s c u r r e e n la c iu d a d d e B re s la u e n
I 5 9 1 . Su p r o t a g o n i s t a e s u n ‘z a p a te r o a c o m o d a d o q u e se q u ita la v id a sin
m o t i v o a p a r e n t e . P o c o d e s p u é s d e l d e c e s o , u n e s p e c t r o c o n la a p a r ie n c ia
d e l s u ic id a c o m ie n z a a a c o s a r a su s v e c in o s d e c o m u n i d a d . A c o s tu m b r a
i n t r o d u c i r s e e n e l le c h o d e lo s d u r m i e n t e s , a p la s tá n d o lo s y s o f o c á n d o lo s
c o n su p e s o . S e a f e r r a a e llo s c o n ta l tu e r z a q u e p o r la m a ñ a n a las v íc tim a s
p u e d e n o b s e r v a r c o n c la r id a d la s m a r c a s q u e lo s d e d o s d e l v is ita n te d e ja n
e n su s b r a z o s y p i e r n a s . O c h o m e s e s d e s p u é s d e l e n t i e r r o las a u t o r i d a d e s
lo c a le s d e c i d e n a b r i r la t u m b a d e l z a p a te r o , e n c o n t r á n d o s e c o n e l c a d á v e r
i n t a c t o , sin s ig n o a lg u n o d e c o r r u p c i ó n . L os r e s p o n s a b le s d e la e x h u m a ­
c ió n p r o c e d e n e n t o n c e s a c e r c e n a r la c a b e z a , a m u t i l a r lo s m ie m b r o s , a
e x t r a e r el c o r a z ó n , a i n c i n e r a r lo s r e s to s e n u n a p ir a p u r i f ic a d o ™ .16,1 P o r
o t r a p a r t e , e n el c a p ít u l o S 1 d e l Traite sur Ies A p paritions des esprits ei sur Ies
vampires ou les R evenans de H ongrie, de M oravie, etc ( 1 7 5 1 ) , e l b e n e d ic t in o
D o r n A u g u s tin C a lm e t r e p r o d u c e u n r e l a to d e v a m p ir o s p r o c e d e n t e d e
M o ra v ia , e n e l c u a l el p r o ta g o n is ta ta m b ié n se c o m p o r t a c o m o u n a p a re c id o
c o n v e n c io n a l. l6/T a n to la n a r r a c ió n p r u s ia n a c o m o la rn o ra v a c o n tr ib u y e n
a d e m o s t r a r q u e la le y e n d a d e l v a m p ir o d e b e a n a liz a r s e e n e l m a r c o m á s
a m p lio d e la m i to lo g ía d e l revenara. E n el p r i m e r c a s o , la s u c c ió n d e s a n g re
n o se c u e n ta e n t r e las a c tiv id a d e s r e a liz a d a s p o r el e s p e c t r o y ta m p o c o se
u tiliz a e l t é r m i n o v a m p ir o p a r a d e s c r i b i r e l a c c io n a r d e l a c o s a d o r n o c tu r n o .
S in e m b a r g o , las p r e c a u c i o n e s q u e se t o m a n c o n el c u e r p o d e l z a p a te r o
r e c u e r d a n e l t r a t a m ie n t o q u e e l f o lk lo r e p o s t e r i o r r e c o m e n d a r á o to r g a r
a lo s c a d á v e r e s s o s p e c h a d o s d e v a m p ir iz a r . El p r o ta g o n is ta d e l s e g u n d o
r e l a t o t a m p o c o b e b e la s a n g re d e su s v íc tim a s y sin e m b a r g o el b e n e d ic tin o
C a lm e t lo lla m a v a m p ir o , lo q u e p r o b a r ía q u e a n te s d e e m p le a r s e p a ra
d e s ig n a r a lo s b e b e d o r e s d e s a n g r e h u m a n a e l t é r m i n o p u d o u tiliz a rs e

165 C laude L ecou teux , Histoire de^líunpircs, p. 5b.


166 Paul Barbcr, Vampires, Burhil, and Deaih: Folklore and Kealicj, N ew Haven,Yale U ni­
versity Press, 1988, pp. 11-13.
ib7 D om Augustin C a lm et, Dissertacion sur Jes vampiies, les revenanis en corps, les eseoinmu-
niés, ¡es ouphes ou vampires, brucúlayues, etc. (1751), tex te presenté par RolandV illeneuve,
G ren o b le, je ró m e M illón, 1998, pp. 212-214.

192
í a b i ü í i . [ L j j n J i ú Cantpüijiic

para denotar alguna variedad específica de rerenant.'61’ Fueron las psicosis


colectivas que estallan en Europa O riental en el siglo XVIII, y los este re o ­
tipos que la literatura rom ántica produce en Europa Occidental durante
el siglo XIX, los que contribuyeron a difundir una imagen estereotipada
del fen ó m en o . 169 Así, el éxito de la producción literaria de autores com o
Joseph Sheridan Le Fanu y Bram Stoker contribuyó a ocultar, en parte, el
origen arcaico y los trazos folklóricos específicos de un complejo mítico
tradicional m uch o más antiguo.' ,ü
Es en el folklore con tem p o rán eo , sin em bargo, do nd e d etectam os
los lazos que unen al aparecido-vampiro con otras figuras de la mitología
arcaica europea. Los bebedores de sangre se caracterizan p or una feno­
menal capacidad metamórfica. En Valaquia podían convertirse en gatos,
perros, pulgas o arañas . 171 En Serbia salían de sus tumbas transformados en
polilla o m arip o sa.1,2También tenían el p o d er de inducir en sus víctimas
un pro fundo estado de sop or que facilitaba sus ataques nocturnos. En una
levenda eslava reproducida p o r Madam e Blavatsky, una novia a pun to de
co m p ro m ete rse despertaba todas las mañanas con el cu erp o plagado de
cardenales y laceraciones, como si durante el sueño fuera sometida a crueles
golpizas. Las personas que la custodiaban p o r la noche irrem ediablem ente

L' Claude L ecouteux, Hisioire desYampiies, p. 68.


vSobre las psicosis colectivas del siglo XVIII \ ¿ase G ábor Klaniczay, “The D ecline ol
W itches and th e Rise ofV am pires u n d er the E ighteenth-C enturv H absburg M onar-
chy”, en G ábor Klauiczay, The Uses u f Supeinaiaral Poiver:TheTiansloi uiuiion of Popular
Religión in Medieval and Eariy-Modern Europe, P rin ceto n , P rinceton U niversity Press,
1990, pp. 168-188. Sobre los estereotipos literarios del siglo XIX véase R icardo
Ibarlucía y Valeria C a stelló -jo u b ert (eds.), Vumpiria. De Polidori a ioveerafí, Buenos
Aires, A driana H idalgo, 2003, pp. 9-24.
1.0 De todas form as, en los personajes literarios de C arm illa y del C onde D rácula
se detecta la persistencia de algunas de las características más arcaicas de la tigura
del rerenanr-vam piro: las m etam orfosis anim ales, la capacidad de introducirse en
habitaciones h erm éticam en te cerradas, la inducción de un profundo estado de sopor
en sus víctim as, etc.
1.1 Dudlcv W rig h t, Vampires andVampirism: Legends ¡rom aivund chelVorld, M apie Shade,
Lethe Press, 2001 (1 91 4), p. 3.
172 Friedrich S. Krauss, “South Slavic C o u n term easu res against Vampires”, en Alan
Dundes (e d .), TheVampire:A Casebook, p. 68; re p rin te d from Globus, 62, (1892), pp.
203-204.

193
E st u di os d e caso. D e m o a o l o ¡ ¿ í a cr is tia na v c u l t u r a f o l k l ó r i c a en el m u n d o ib é r i c o

e r a n v íc tim a s d e u n in t e n s o s u e ñ o q u e n o lo g r a b a n c o n tr o la r . El p r o b l e ­
m a se s o l u c io n ó c u a n d o el a r z o b is p o a u to r i z ó la e x h u m a c ió n d e l c u e r p o
d e l v a m p i r o a g r e s o r .173 A lg u n o s revenants se c o m p o r t a b a n c o m o d u e n d e s
tr a v ie s o s . E n R u m a n ia s o lía n c o r t a r le ñ a y a v u d a r e n las ta r e a s d e l h o g a r,
p e r o t a m b i é n d e v o r a b a n c u a n ta c o m id a e n c o n t r a b a n v d e s o r d e n a b a n los
e n s e r e s d o m é s t i c o s . 1'4 E n B u lg a r ia , p r o y e c ta b a n s o m b r a s o m in o s a s s o b r e
las p a r e d e s d e las h a b it a c i o n e s , a t e r r o r i z a b a n a io s v e c in o s c o n a u llid o s y
g r i t o s e n s o r d e c e d o r e s , e in g r e s a b a n e n lo s h o g a r e s v a c ío s e s c u p ie n d o s a n ­
g r e s o b r e e l p is o , r e v o l v ie n d o lo s m u e b l e s , y e n s u c ia n d o c o n e s t ié r c o l las
im á g e n e s d e lo s s a n t o s .1" E n tr e lo s g ita n o s , lo s v a m p iro s v o lv ían a e n c e n d e r
lo s f o g o n e s a p a g a d o s , v o lc a b a n lo s c a r r o m a to s y r o m p ía n la v a jilla .1' 6 En
C r o a c ia , la h o s p ita lid a d lo g r a b a p r o p i c i a r a lo s v a m p ir o s : si s a tis fa c ía n su
a p e t i t o c o n la s v itu a lla s q u e le s d e ja b a n p r e p a r a d a s , n o a ta c a b a n a n in g u n o
d e lo s h a b ita n te s d e la c a s a .177 E n E u r o p a O r i e n t a l ta m b ié n s u g e ría n d is tr a e r
al a c o s a d o r n o c t u r n o e s p a r c ie n d o d e n t r o d e l a ta vid o e n lo s a l r e d e d o r e s d e
la t u m b a s u s ta n c ia s g r a n u la r e s im p o s ib le s d e c o n ta r : m ijo , a r e n a , s e m illa s
d e m o s ta z a o a m a p o la , e t c . 1' 5 M u c h o s v a m p ir o s a h o g a b a n a su s v íc tim a s
h a s ta m a ta r la s ; d e h e c h o , la m a y o r ía d e las p e r s o n a s q u e c a ía n b a jo su m a ­
lig n a in f lu e n c ia se q u e ja b a n s is te m á ti c a m e n t e d e la p e r s i s t e n t e s e n s a c ió n
d e s o l o c a c i ó n q u e la s e m b a r g a b a d u r a n t e la n o c h e . 1‘9 F in a lm e n te , la b r u ja
y e l v a m p i r o c o m p a r t í a n m u c h o s tr a z o s e n e l f o lk lo r e d e E u r o p a O r ie n t a l .
E n R u m a n ia , a m b o s s e i n t r o d u c ía n e n lo s r e c i n t o s c e r r a d o s in g r e s a n d o p o r
e l o jo d e la c e r r a d u r a . IS0 El t é r m i n o strigoi se e m p le a b a ta n to p a r a d e s ig n a r
a la b r u j a c o m o al v a m p ir o . S ó lo q u e la p r i m e r a e r a u n strigoi v iv o , y el

!' 3 Duclley W rig h t, Vampira andi'ampirisiu, p. 128.


1'4 Agiles M u rg o ci, “T h e Vampiro In R oum aiiia”, en Alan D undos (e d .), TheVampire.A
Ca^cbook, p. 18; re p rin te d !rom folklore, 37 (1 9 2 6 ), pp. 320-349.
D udley W rig h t, \lnnpirei andVampirisrn, p. 106.
1,(5 Paul Barber, Vampira, BurlaI, and Death, p. 25.
1/7 Ibid., p. 63.
1,5 Fclix O rnas, “East E uropean V am piies”, en Alan D undes (e d .), The Vampire: A
Casebooh, p. 4-9; re p rin te d íro m Journal c f Popular Culture, 16 (1982), pp. 108-1 14;
Agnes M urgoci, “ 1he Vampiro In R oum ania”, p. 28; Paul Barbcr, Vampira, Burial, and
Dcath, p. 49.
D udley W rig h t, Vampiros andlainpirism, p. 3.
150 Agnes M u rg o c i,‘T h e Vampiro In R uum ania”, pp. 18, 23. Lo m ism o o cu rría en
las leyendas serbias; véase John V. A. Fine Jr., “In D ótense o f Vam pires”, en Alan

194
F abián A lc ja n d to C am pu^nc

segundo era un scric/oi m uerto. La prim era, transformada en p e rr o o en


lobo, se dedicaba a succionar la leche de los animales domésticos o la sangre
de los niños.Tras su m u e rte , se convertía en lo que nosotros caracteriza­
ríamos com o un vampiro. En el folklore rum an o , en síntesis, el vampiro
era una bruja m u e r t a . 141 En Alemania oriental, el c uerp o de la bruja que
provocaba problemas después de m uerta, recibía el m ism o tratam iento
que se otorgaba a los cadáveres de los supuestos vampiros . 182

El d e m o n io d e la p esadilla

La cuarta figura de la mitología popular europea a la que querem os


hacer referencia es el espíritu de ¡a pesadilla. Las características de la ex p e ­
riencia onírica designada p o r la palabra pesadilla son una intensa sensación
de opresión física y la convicción de una parálisis inquietante, generadoras
de un miedo to rtu ra n te , de un ataque de angustia masiva, paroxística y
cataclísmica, que conduce hacia un d espe rta r b r u t a l. If,! La pesadilla no
es un sueño, en tanto no se sitúa durante el estadio del sueño paradojal
o sueño REM. Aparece p o r lo general durante la fase del sueño lento. El
aislamiento y la regresión arcaica del sueño más profundo p ro du cen un
estado de vida vegetativa comparable al coma: el d u rm ien te está o se siente
paralizado e incapaz de la m e n o r reacción; está com o m u e r to , se siente
com o m u e rto , circunstancia que engendra una angustia insoportable, de
una intensidad extraordinaria. Las“pesadillas” que logran alcanzar la etapa
del sueño paradojal no son entonces verdaderas pesadillas, sino sueños
de angustia . IS4 O tra experiencia angustiante es la sensación de parálisis
que algunos d urm ientes padecen durante el sueño. Cuando ello o curre,
las personas m antienen una percepción realista del e n to r n o en el cual se
encuentran. La experiencia incluye con frecuencia la sensación de una

D undes (e d .), T h e la u ip ir e : A C a s e b o o k , p. SS; re p rin te d (rom E a s i E u r o p e a n C h ia r te iiy ,

21 (19S7), pp. 15-23.


■':i H arrv A. Senn, IU / II ó lj a n d V a m p ir e in R o m a n ía , N ueva York, East E uropean Mo-
n o araphs, 19S2, pp. 5, 1 1 ,6 1 , 100, 115-117.
152 Paul Barber, \ampira, Burial, and Dcath, p. 20.
iái E rnest jones, Le e a u íh e m a r , París, Payot, 1973 (1 9 3 1 ), pp. 1S y ss.
164 Sophie Bridier, Le cau ch ein a r. E lu d e d ’u n e f ig u r e m y th iq u e , París, Presses du 1’Líniversíté
de Paris-Sorbonne, 2001, pp. 119-122.

195
e s t u d i o s ‘ k: caso. D e m o n u l o t n a c¡ Liliana v c u l t u r a f o l k l ó r i c a en el i n u n d o ib é r i c o

p r e s e n c ia e x t r a ñ a , a m e n a z a n te y o m i n o s a , im p o s ib le d e d e f i n i r .185A u n q u e
la p a rá lisis d u r a n t e el s u e ñ o s u e le r e la c io n a r s e c o n las p e s a d illa s , se tr a ta d e
f e n ó m e n o s d i f e r e n t e s . D e h e c h o , la p r i m e r a t i e n d e a p r o d u c i r s e d u r a n te
la fase d e l s u e ñ o R E M . E llo e x p lic a r ía la c a p a c id a d d e p e r c i b i r e s tím u lo s
s e n s o r ia le s q u e e x p e r i m e n t a n lo s d u r m i e n t e s a f e c ta d o s p o r la s e n s a c ió n
d e i n m o v ilid a d , p u e s e l e s ta d io d e l s u e ñ o p a r a d o ja l se c a r a c t e r iz a p o r u n a
i n te n s a a c tiv id a d d e l s is te m a n e r v i o s o c e n t r a l . Is‘>
S e g ú n las c r e e n c ia s a n c e s t r a le s , el r e s p o n s a b le d e p r o v o c a r e s ta s h o r r i ­
b le s s e n s a c io n e s —o p r e s i ó n , p a r á lis is , a h o g o — es u n d e m o n i o q u e cab a lg a
s o b r e lo s d u r m i e n t e s , u n e n t e q u e p o s e e u n p e s o y q u e se a r r o ja s o b r e la
p e r s o n a e le g id a p a r a a p la s ta r la , p a r a a h o g a r la , p a r a a g o b i a r l a .18' P a ra el
p e n s a m i e n t o a r c a ic o , la p e s a d illa p u e d e t a m b ié n s e r: a) u n m u e r t o m a lig n o ,
u n a p a r e c id o a g r e s iv o ; b ) u n e s p ír i t u m a n ip u la d o p o r u n a p e r s o n a v iv a,
m a lé f ic a ; c) e l a lm a d e u n a h e c h i c e r a q u e , m o v id a p o r lo s p e n s a m ie n to s
d e su p r o p i e t a r i a , se la n z a s o b r e s u v íc tim a p a r a t o r t u r a r l a . 153 C o m o ta l,
el e s p í r i t u d e la p e s a d illa c o n f o r m a u n o d e lo s c o m p le jo s m ític o s m á s
c a r a c t e r í s t i c o s d e la p r i m i t i v a m i t o l o g ía e u r o p e a . S u le y e n d a a tra v ie s a el
c o n t i n e n t e d e u n e x t r e m o a o t r o . E n E s c a n d in a v ia , las p e s a d illa s p o d ía n

David J. H u fío rd , TheTerror that Comes in the Night:An Bxpeiienee-Ccntered Study o j


Supernaiural Assauh Tradiiions, Filadelfia, U niversity of Pennsylvania Press, 1989, pp.
22, 25.
180 La sensación de parálisis d u ran te el sueño es un fenóm eno m enos raro que las
pesadillas: en tre 20 y 45 % de las personas encucstadas en diferentes p artes del m u n ­
do afirm an haber e x p e rim e n ta d o algo sem ejante. En lo que respecta a fas pesadillas
p ro p iam en te dichas, en cam bio, los individuos que reconocen haberlas padecido
oscilan en tre 5 y 20% ; al resp ec to véase O w en Davies, “T he N ightm are E xperíence,
Sleep Paralysis, and W itch craft A ceusations”, folklore, 114 (2003), p. 182.
IS7 C arol Rose, Spirits, Fairies, Leprechauns, and Coblins, pp. 10, 62, 102, 162, 208,
2 1 2 ,2 3 6 .
188A m én de las m onografías de E rnest Jones y Sopliie B ridier ya citadas, véase O w en
D avies,“T he N iuhtm are E xperíence, Sleep Paralysis, and W itchcraft Accusations”, pp.
184-188; B e rn a rd T e rra m o rsi,“P oriraits du revenant de poids. Un apercu d ueauche-
mar en peinture”, en BernardTerramorsi (e d .), Le couchemar.Mjiho¡o¡¡¡e, Folklore, Arts
et Litiéraiure, París, Le Publieur, 2003, pp. 109-1 1 3; David j. Hufford, TheTerror that
Comes in the Nítjht, pp. 8, 2 1 3, 2 19; C laude Lecouteux, Au-Jelá du Aleneilleux, pp. 89-
11 5; Charles Stew art,“Erotie D ream s and N ightinares (rom Antiquity to the Present”
Journal oj the Ruyal Anihropologícal Instílate, S (2 0 0 2 ), p. 281; C aroline O a te s ,“Cheese
Gives vou N íghtm ares: O íd Hags and H e a rtb u rn ”, Folklore, 114 (2 0 0 3 ), p. 205.

19Ó
hihián .I¡cjundio Campagnc

r e s u l t a r p a r t i c u l a r m e n t e a g re s iv a s . E n la saga Y n ylin g a , D r ifa s o lic ita la


a y u d a d e la h e c h ic e r a H u id p a r a m a ta r a V anlancli, el e s p o s o q u e la ha
a b a n d o n a d o . V a n la n d i se s i e n te e n t o n c e s p r e s a d e u n p r o f u n d o s o p o r ,
y se d u e r m e . D e i n m e d i a t o , u n e s p í r i t u m a li g n o se a r r o j a s o b r e é l. El
i n f o r t u n a d o a ú lla d e d o l o r y e x c la m a q u e u n a p e s a d illa c a b a lg a s o b r e
s u c u e r p o . E n v a n o s u s h o m b r e s i n t e n t a n a y u d a r l o : si c u b r e n la c a b e z a
d e V a n la n d i, la p e s a d illa t r i t u r a su s p i e r n a s ; y si s u j e ta n la s p i e r n a s , el
e n t e a g r e s o r p r e s i o n a s o b r e e l c r á n e o . El in f e liz m u e r e d e i n m e d i a t o . 189
L o s Truden y A lben d e l á r e a g e r m á n i c a t a m b i é n a ta c a b a n d e n o c h e a lo s
d u r m i e n t e s . 190 A m e n u d o e s to s s e r e s e r a n c o n s i d e r a d o s c o m o v íc tim a s
d e u n d e s t i n o q u e lo s c o n s t r e ñ í a a r e a li z a r s u s m a lé f ic a s i n c u r s i o n e s
n o c t u r n a s . E n A u s tr i a , p o r e j e m p l o , se c r e ía q u e e l A lb e r a e l a lm a d e
u n a m u j e r m a lig n a , q u e a la m e d i a n o c h e se v e ía o b lig a d a a a b a n d o n a r
su c u e r p o p a r a a t o r m e n t a r a la s p e r s o n a s . 191 E n P o lo n ia , las p e s a d illa s
se a t r i b u ía n a la str z y g a , u n a f ig u ra m i t o l ó g ic a a s o c ia d a c o n e l a lm a d e
lo s m u e r t o s . 192
L o s e tn ó g r a f o s y f o lk lo r is ta s m o d e r n o s h a n a te s tig u a d o la p e r s is te n c ia
d e l m i t o h a s ta tie m p o s r e c i e n t e s . A sí, e n lo s A lp e s s a b o y a n o s n o s e n c o n ­
tr a m o s c o n la ch a u ch e-vielle: “la chauche-vielle c ia it une vieillej'em m e, vilaine
et m echante, qui venait peser de to u t son poids sur ¡es enfants qu¡ nejaisaient. pas
¡eur priére ou qui ne voulaient pas dormir. EHe pcsait, elle pesait, elle pesait”. 1,3 E n

185 K atherine M o rris, Sorceress or ÍVicch?:The Image oj Gender in Medieval Iceland and
Northern Europe, Lanham , U niversity Press o f A m erica, 1991, p. SS.
!* Claude L eco u teu x, Les nains et les eljes au Mojen Age, París IniagO, 2003 (19S8), pp.
160-1 61 (edición en castellano: Enanos y eljos en la Edad Media, Palma de M allorca,
José J. de O lañ eta, 1998).
I!i' Claude L ecouteux, Fées, Sorciéres et Loups-garous au Aloyen Age. Hisioire du double,
París, Imago, 1992, pp. 116-118 (edición en castellano: Hadas, brujas y hombres lobo en
la Edad Media. Historia del doble, Palma de M allorca, José J. de O lañeta, 1999).
152 O w en Davies, “Tlie N ightm are E xperience, Sleep Paralysis, and W itchcraft Ac-
cusations”, p. 194.
'“ T estim onio recogido en 1964 en S aint-G eorges-d’H u rtiéres, Saboya. C itado p o r
Alice Joisten e t C hristían Abry, Etresjantastiques des Alpes. Extraits de la collecte Charles
Joisien ( i 9 3 6 -!9 8 1 ), París, Editions E m ente, 1995, p. 238: “la chauche-vielle era
una vieja villana y despreciable, que iba a aplastar con todo su peso a los niños que
no decían sus oraciones o que no querían d o rm irse. Ella pesaba, pesaba, pesaba” (la
traducción del francés es m ía).

197
L s t u d i u s d e caso. D e m o n o l o g í a cr is tia na y c u l t u r a io lk lu r ic a e n el i n u n d o ib c r i c o

G r e c ia h a lla m o s al vrakhnás, u n exotiká p e s a d ille s c o , u n d e m o n i o q u e sa lta


s o b r e e l p e c h o d e las p e r s o n a s m i e n t r a s d u e r m e n ; tie n e la a p a r ie n c ia d e un
n i ñ o p e q u e ñ o c o n b o n e t e r o j o . 194 El sotrc d e lus V o seo s es u n h o m b r e c i t o
le o y d e f o r m e , q u e v is te u n s o m b r e r o r o jo , y re a liz a c a b r io la s s o b r e el
p e c h o d e la s p e r s o n a s d o r m id a s ; a u n q u e e s m u y p e q u e ñ o , e s ta n p e s a d o
c o m o e l p l o m o - 19’ E n C o r n w a l l , las p e s a d illa s se a tr ib u ía n a la h illa , un
lia d a g ig a n te s c a q u e y a c ía s o b r e las p e r s o n a s a p la s tá n d o la s c o n su p e s o
m u e r t o , h a s ta casi q u i t a r le s la r e s p i r a c i ó n . 1''"’ E n lo s P i r in e o s o c c ita n o s , la
sa n a -m a n c a a b r a z a el v i e n t r e d e lo s d u r m i e n te s y la cauca-viclha a p la s ta a las
p e r s o n a s d e e d a d . E n lo s P ir i n e o s e s p a ñ o le s lngu m a es u n g e n io n o c t u r n o
q u e p r o v o c a p e s a d illa s a lo s q u e d u e r m e n , s o b r e t o d o a lo s n iñ o s , a p r e t á n ­
d o le s la g a r g a n t a .197 L a p e s a m a 1 d u e n d e d e la m ito lo g ía c a ta la n a , r e v u e lv e
lo s o b j e t o s d e la ca sa v p r o d u c e p e s a d illa s ; su f o r m a m á s c o m ú n es la d e
u n p e r r o n e g r o , p e s a d o c o m o p l o m o , q u e se i n t r o d u c e p o r e l o jo d e las
c e r r a d u r a s o se f iltr a p o r d e b a jo d e las p u e r t a s : se c o m p la c e e n c o lo c a r s e
s o b r e el p e c h o d e la s p e r s o n a s d u r a n t e el s u e ñ o .I9i C a r a c te r ís tic a s s im ila re s
t i e n e n el p e s a jille u a s t u r i a n o .199 E n la m ito lo g ía d e L itu a n ia n o s e n c o n t r a ­
m o s c o n e l sloijuLis, “ e l q u e o p r i m e a lo s d u r m ie n te s ” .200 Lfn te s tim o n io
r e c o g i d o e n la s d é c a d a s r e c i e n t e s e n e l b a jo L a n g u e d o c , h a c e r e f e r e n c ia a
lo s c o n s t a n t e s a ta q u e s n o c t u r n o s d e u n e s p í r i tu m is te r io s o : “ i/ se porte sur

194 C harles S tew art, Deinons and the Devil, pp. 216 y 253.
R obín Briggs, TheU'iiclies o j Lorraine, N ueva York, O xford U niversity Press, 2007,
pp. 130-131; R obin Briggs, “D angerous Spirits: Shapeshüiino, A pparitions, and Fan-
tasv in L orraine W itch craft T riáis”, en K athrvn A. Edw ards (e d .), i I I:'hsicj:.,
and líandering Spirits: Tradicional Beliejand Folklore in Early Modern Europe, Kirksviüe,
T ru m an State U niversity P ress, 2 002, p. 16; M arie-C harlotte D elm as, Fées et lucins,
pp. 124-127; Jean-M iehe! D o u let, (hiand les deuions enlevaienc les ajanes, p. 365.
196 O w en D avies, “T he N ightm are E xperiencc, Slcep Paralysis, and W itchcraft Ac-
cusations”, p. 194.
Ví' O liv ier de M arliave et je a n : C laude P ertu zé, Panthéon n¡ i ,"IoliIgunc, Ediüons
L oubatiéres, 1990, pp. 142-143; Jesús C allejo Cabo y C arlos Canales, Duendes. Cura
de los seres mágicos de España, M adrid, Edal, 1994, pp. 1S 6 -187.
Joan A niades, “Los ogros m lantiles”, Revista de Dialectología y Tradiciones Populares,
13 (1 9 5 7 ), p. 262; jesús C allejo Cabo y C arlos Canales, Duendes, pp. 187-188.
199 M anuel M artín Sánchez, Seres míticos y personajesjancásiicos españoles, p. 41 8.
200 Algirdas Julien G reim as, Des Dieux et des Iloiiuncs. Etudes de Muhologie lituanicnne,
París, PUF, 1985, p. 55.

198
hib 'u 'in A le ja n d r o C a m p a g n c

moi, íl m ’eto u ffe”, r e la ta c o n a n g u s tia e l p r o ta g o n is ta d e l h e c h o .’01 T a m b ié n


e n S u e c ia el d e m o n i o d e la p e s a d illa p a r a liz a y asfix ia a su s v íc tim a s : “s e n tí
u n g r a n p e s o s o b r e m í, c o m o si a lg o r o d a r a s o b r e m i c u e r p o . A v e c e s t e ­
n ía la s e n s a c ió n d e q u e a lg u ie n tr a t a b a d e t a p a r m e la b o c a y la n a r iz , y e n
o c a s io n e s s e n tía ta l p r e s ió n q u e m e r e s u lta b a im p o s ib le r e a liz a r el m e n o r
m o v im ie n to . U n a p e r s o n a q u e es c a b a lg a d a p o r u n a p e s a d illa se a n g u s tia ,
g im e , lu c h a v i o l e n t a m e n t e , p e r o a ú n así n o p u e d e m o v e r ni u n m ú s c u lo .
F in a lm e n te se d e s p i e r t a e n m e d i o d e s e v e ra s p a lp ita c io n e s , b a ñ a d o e n su
p r o p io s u d o r ” . ’0’ L as c o n n o t a c i o n e s s e x u a le s d e lo s a ta q u e s p e s a d ille s c o s
o c u p a n e l p r i m e r p la n o e n lo s r e l a t o s h o la n d e s e s : “e lla se a r r a s tr a h a s ta la
cam a de 1111 h o m b r e q u e le g u s ta m u c h o . D ic e n q u e se t r a ta d e u n a m u j e r
n e c e s ita d a d e u n h o m b r e . P u e d e i n g r e s a r p o r c u a lq u ie r la d o , in c lu s o a
tra v é s d e l m á s p e q u e ñ o o r i f i c io ” . ’03 E n la m a y o r ía d e lo s c a s o s , e l r e m e ­
d io m á s e fic a z p a r a n e u t r a l i z a r e s ta s a m e n a z a s n o c t u r n a s e s in d u c ir la s a
c o n ta r a lg u n a c o s a i n c o n ta b le : g r a n o s d e a r e n a , s e m illa s , lo s a g u je r o s d e
u n ta m iz . T a m b ié n se p e n s a b a q u e la lu z p o s e ía u n a p o t e n c ia e x o r c i z a n t e
d e g r a n e f ic a c ia .204 La a tr i b u c ió n tle e s ta s s e n s a c io n e s d e o p r e s i ó n y p a ­
rálisis al a ta q u e d e u n e s p í r i tu m a lé f ic o p a r e c e h a b e r s id o u n f e n ó m e n o
d e a lc a n c e u n iv e r s a l, c o m o lo d e m u e s t r a n el popobana d e Z a n z íb a r 20’ , el

u Jean-P ierre Pinies, Figuren Ja la sorcellciia Lin^ucJodcnnc. Brcish, cnJcvinuirc, unnicr,


París, Editions du C N R S, 1983, p. 137: “se coloca encim a m ío, y m e sofoca” (la
traducción del francés es m ía).
202 C arb H erm an T illh ag en,‘‘T he C onception o f the N ightm are in veden”, en Wayland
D. Haml y G ustave O. A rlt (ed s.), Humuníofa: Essoys in liiaiüiura, Fulkloia, BibUo^raphy,
ílonoui 'ny Archer Taylor un ///. Scccniicih BirihJjy, Locust Valley, j.J. Augustin , 1960,
p. 3 i 8. La traducción del inglés es mía.
20í\Vi!lem de B léco u rt, “Bedding the N¡¡)htm are: Som atic E xpericnce and N arrative
Meaning in D u tch and Flem ish L egendT exis”, Folklore, 1 14 (2003), p. 240.
204 jean-M ichel D o u let, (>uanJ las Jcnions enlevaieni les enfonts, pp. 27S-277, 328.
2Uj jo e N ickell, “T he S keptic-raping D em on o f Z anzíbar”, Skapcical Briefs Nen-sletter,
d ecem ber 1995, página única.

199
E st u di os tic caso. D e m o n o l o g í a cris tia na v c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el m u n d o ib é r i c o

dab Lsoij la o s ia n o 206, e l kanishibari j a p o n é s 207, el hotua poro s a m o a n o 20!i, o el


kokina d e la Isla d e S a n ta L u c ia 209, e n t r e m u c h o s o tr o s .
L as p r i n c ip a l e s m a n ile s ta c io n e s e u r o p e a s d e l d e m o n i o d e la p e s a d illa
p a r e c e n d e r iv a r , c l a r a m e n t e , d e u n a f ig u ra m ito ló g ic a a n t e r i o r , la m ahr
d e lo s g e r m a n o s , la mora d e lo s e s la v o s. A m b o s t é r m in o s r e m i t e n a la raíz
i n d o e u r o p e a * m er, d e la c u a l d e r i v a n t o d a c la s e d e p a la b r a s e v o c a d o r a s
d e la m u e r t e , y m a s p r e c i s a m e n t e , d e la m u e r t e le n ta p o r m a n d u c a c ió n
o a s f ix ia .210 La e t i m o lo g ía r e v e la , p u e s , q u e e l e s p í r it u d e l tip o m ar e r a e n
el o r i g e n u n a p a r e c id o m a lé f ic o . C o n el ti e m p o , sin e m b a r g o , e v o lu c io n ó
h a c ia f o r m a s m á s c o m p le ja s . C o m o lo d e m u e s t r a n las tr a d ic io n e s n o r u e g a s ,
las h e c h ic e r a s p o d í a n d e s p e r t a r a lo s m u e r t o s y u tiliz a r lo s c o m o v e c to r e s
d e s u s m aleficia; la m a hr q u e m a ta a V a n la n d i, p o r e j e m p lo , b ie n p u e d e
h a b e r s id o u n m u e r t o c o n s t r e ñ i d o p o r u n a h e c h i c e r a . '" E n la s c r e e n c ia s
s e r b ia s , c r o a ta s y b ú lg a r a s , la mora e s e l a lm a d e u n a p e r s o n a v iv a q u e , e n
t r a n c e o d u r a n t e e l s u e ñ o , a b a n d o n a s u c u e r p o , se in t r o d u c e e n e l i n t e r i o r
d e las casas p o r lo s m á s p e q u e ñ o s o r if ic io s y, b a jo a lg u n a f o r m a a n im a l,
se la n z a s o b r e lo s in d e f e n s o s d u r m ie n te s . L as c r i a t u r a s d e l t ip o mora casi
s i e m p r e h a n n a c id o c o n lo s a m n i o s , y p o r lo g e n e r a l r e s u l ta c la r o q u e la
mora m u e r t a n o e s s in o u n a v a r i a n te d e q u ie n e n v id a tu v o las m is m a s
c a r a c t e r í s t i c a s . '1-

2U0 Shelley R. A dfer,“Sudden U n ex p ected N o ctu rn al D eath Syndrum e am o n g H m o n g


Im m igranls: E xam ining the R ole o f the ‘N ig h tm are’”, Journal o f American Folklore,
104 (1 9 9 1 ), p. 57.
207 K. Fulcada.A. M iyasita, M. Inugam i and K. Ishihara,“H igh Prevalence o f Isolated
Sleep Paralysis: Kanishibari P hen o m en o m in Japan”, Sleep, 10 (1 9 8 7 ), p. 280.
- C arol Rose, Spiriís, Fairies, Leprechauns, and Goblins, p. 155.
209 R o b e rt C. N ess, “T h e O íd Hag P henom enon as Sleep Paralysis: A Bioculturaf
In te rp re ta tio n ” , Culture, Medicine and Psychiatry, 2 (1978), p. 35.
2IU Jaeques Brill, Lilith ou la Mere obscure, París, Payot, 1991, p. 104.
,2M C laude L eco uteu x, Au-dela du Merreilleux, p. 96.
212 Eva P ó c s,“Possession P henom ena, Possession Systems: Some E ast-C entral Euro-
pean Exam ples”, en G áb or Klaniczay y Eva Pócs (eds.), Communkation wiih the Spirits,
B udapest, C en tral E uropean Llniversity Press, 2 005, pp. 107-109; Eva Pócs, Betn-een
the Liilnq and the Dead:A Perspective oniYitches and Seers in the Early Modern Age, Buda­
p est, C en tral E uropean U niversity P ress, 1999, pp. 32-33; Eva Pócs, “Le sabbat et
les m vtholotñes ¡n do -européennes”, dans N icole Jacques-C haquin e t M áxim e Préaud
(d irs.), Le sabbat des sorciers, XVe-XVIHe siécles, p. 31.

200
í'ü b ijii A ie j a n d io C u iu p j g n c

La m i t o l o g í a d e l D oble

H a s ta a q u í h e m o s p r e s e n ta d o p o r s e p a r a d o c u a tr o f ig u ra s r e c u r r e n t e s
d e la m ito lo g ía a rc a ic a e u r o p e a : el d e m o n io n o c t u r n o in fa n tic id a , el c o r t e jo
d e las h a d a s , el a p a r e c id o - v a m p ir o , y el e s p í r it u d e la p e s a d illa . M u c h o s
r e l a t o s , sin e m b a r g o , t a n t o a q u e llo s p r o v e n i e n t e s d e l d is c u r s o e r u d i t o
c o m o d e la n a r r a tiv a p o p u la r , d e s c r ib e n d e m o n io s n o c t u r n o s q u e r e ú n e n
d e m a n e r a s im u ltá n e a e n su f ig u ra lo s tr a z o s d e v a r io s d e lo s c o m p le jo s
m ític o s a n te s m e n c io n a d o s . E n m ú ltip le s o c a s io n e s , d e u n e x t r e m o al o t r o
d e E u r o p a , e l a ta c a n te n o c t u r n o e s , al m is m o t ie m p o , e s p ír i t u v a m p ír ic o ,
f e é r ic o , in f a n tic id a y p e s a d ille s c o . G e r v a is d e T i lb u r y , l e tr a d o in g lé s y u n o
d e lo s p r i m e r o s f o lk lo r is ta s d e la E d ad M e d ia , a f irm a e n su Ocia im perialia
(c. 1 2 1 1 ) q u e m u c h a s m u je r e s d e c la r a n p a r ti c ip a r d e p r o c e s io n e s n o c t u r n a s
en c o m p a ñ ía d e las la m ia e ; c a d a v e z q u e in g r e s a n e n u n a casa o p r i m e n a
lo s d u r m i e n t e s , b e b e n s a n g r e n h u m a n a , m u e v e n a lo s r e c ié n n a c id o s d e
lu g a r e n lu g a r, y p r o v o c a n s e ria s e n f e r m e d a d e s .213 E n e s te c a s o , las h a d a s
s o n t a m b ié n d e m o n io s in f a n tic id a s , v a m p ir o s y e s p ír itu s o p r e s o r e s .
V a rio s sig lo s d e s p u é s , M a r t i n W e i n r e i c h ( 1 5 4 8 - 1 6 0 9 ) , p r o f e s o r e n
B re s la u , r e la ta e n t é r m i n o s c u a s i- e tn o g r á f ic o s u n e p is o d io o c u r r i d o e n
B e n d s c h in , e n la f r o n t e r a c o n M o r a v ia . j o h a n n C u n tz e , u n c o n o c id o c i u ­
d a d a n o , r e g r e s a d e s p u é s d e su m u e r t e p a r a a c o s a r a su s v e c in o s : a r r a n c a a
lo s r e c i é n n a c id o s d e su s c u n a s , a p la s ta lo s s e n o s d e las p a r t u r i e n t a s , a h o g a
c o n s u p e s o a lo s d u r m ie n t e s , s u c c io n a la s a n g re d e lo s v iv o s, se e s c a p a
d e su t u m b a a tr a v é s d e p e q u e ñ o s o r if i c io s .214 E n e s te c a s o , el a p a r e c id o -
v a m p ir o e s ta m b i é n e s p í r it u p e s a d ille s c o y d e m o n io in f a n tic id a . La f u s ió n
e n t r e v a m p ir is m o y o p r e s ió n n o c t u r n a se c o n f ir m a t a m b i é n e n e l c a s o d e
la Mora c h e c a , e l A lp g e r m a n o o el lu d a k la p ó n , tr e s e n tid a d e s p e s a d ille s c a s
q u e s u c c io n a n s a n g re h u m a n a .2' 3

21* G ervaise o fT ilb u ry , Otia Imperialia, edited by Félix L iebrecht, H annover, Cari
R üm pler, 1856, c. 93, pp. 4 5-46 y c. 86, pp. 39-40. C itado p o r Hans P eter Broedel,
The Malleus M alficarum and the Construction ../I í /!■. h. uijl: Eucounters ¡¡ ith the Supernatural
between Thealuyy- and Popular Belief, Ph.D. diss, U niversity oí W ashington, 1998, pp.
319-320. Esta tesis ha sido editada com o libro: The Malleus Maleficarum and the Cons-
tructiüii oj\V¡tchciaJt:Theology and Popular B e lij, M anchester, M anchester U niversity
Press, 2004.
2!4 C laude L ecouteux, hlistoire desVampires, pp. 163-174.
u í Ibid., p. 78.

201
E st u d io s d e caso. D e m o n o l o g í a cris tia na y c u l t u r a lo l k l ó r i c a en el i n u n d o ib é r i c o

L as s i m ilitu d e s f o r m a le s y e l c a r á c t e r in te r c a m b ia b le d e su s c a r a c te r e s
p r i n c i p a l e s p e r m i t e s u p o n e r la e x i s te n c i a d e u n c o m p le j o m í ti c o m a y o r,
q u e o t o r g a s e n t id o a las d is tin ta s f ig u ra s in d iv id u a le s d e l f o lk lo r e i n d o e u ­
r o p e o . L a r e s p u e s t a a n u e s t r o i n t e r r o g a n t e p a r e c e h a lla r s e e n la c o m p le ja
y r i q u ís i m a m ito lo g ía d e l D oble. P a r a la m e n ta lid a d a r c a ic a , e l a lm a e s u n a
e n t i d a d m ú l t i p le . P a ra lo s p u e b lo s t u r c o - t á r t a r o s y si h e r í a n o s , el a lm a es
t r ip l e : e l a lm a i n f e r i o r r e s id e e n lo s h u e s o s ; u n a lm a in t e r m e d ia p u e d e
a b a n d o n a r e l c u e r p o d u r a n t e e l s u e ñ o ; u n a t e r c e r a lm a se s e p a r a d e l
c u e r p o c o n la m u e r t e , y se a p a r e c e a lo s h u m a n o s b a jo la a p a r ie n c ia d e
u n f a n t a s m a .216 I d é n tic a c la s ific a c ió n r e a liz a b a n lo s a n tig u o s e s c a n d in a v o s ,
c u a n d o d iv id ía n e l a lm a e n t r e s p r in c i p io s d if e r e n t e s : h ugr, b a m r y jy l g ja .2'1
C o n f r e c u e n c ia , e s to s o t r o s - y o físic o s y p s íq u ic o s a d o p ta n f o r m a s a n im a le s
d u r a n t e su s tr a v e s ía s e x - s o m á tic a s .
L a li b r e c i r c u la c ió n d e l D oble se c o n s ig u e d u r a n te e l é x ta s is o d u r a n t e
el s u e ñ o . P o r e llo , u n a i r r e s is ti b le s o m n o le n c ia d e s c ie n d e p o r lo c o m ú n
s o b r e la s p e r s o n a s a s a lta d a s p o r e l d o b l e e s p ir itu a l d e su s e n e m ig o s o p o r
a lg ú n o t r o v is ita n te n o c tu r n o .T a m b i é n la m u e r t e , c la r o , lib e r a a lo s d o b le s
e s p i r i t u a l e s . L o s a p a r e c id o s s o n lo s d o b le s m a t e r i a le s d e lo s m u e r t o s , el
o tr o - y ro físic o q u e se m a n if ie s ta e n la r e a li d a d c o m o u n s e r m a t e r ia l y q u e
p u e d e , e n t o n c e s , a p la s ta r a lo s d u r m i e n te s , s u c c io n a r la s a n g re d e los v iv o s,
s u s t r a e r a lo s r e c i é n n a c id o s d e s u s c u n a s . S u m a te r ia lid a d n o le im p id e ,
s in e m b a r g o , p e n e t r a r e n á m b it o s c e r r a d o s p o r lo s m e n o r e s r e s q u ic io s u
o r if ic io s . D e s d e e s ta p e r s p e c tiv a , C l a u d e L e c o u te u x h a s o s te n id o q u e la
m a y o ría d e las fig u ra s m ític a s d e l f o lk lo r e p a n e u r o p e o —lo s e lfo s, lo s e n a n o s ,
las h a d a s , lo s h o m b r e s - lo b o , lo s a p a r e c id o s , lo s v a m p ir o s , las p e s a d illa s —n o
s e r ía n s in o a v a ta r e s e s p e c ífic o s d e la p r o t e i c a fig u ra d e l D oble.
C o m o lo p o n e d e m a n if ie s to e l m á s e le m e n ta l an á lisis d e lo s v ia je s e x t á ­
ti c o s , e x i s te n t a n t o e v id e n te s s im i li tu d e s c o m o m a r c a d a s d if e re n c ia s e n t r e
el a r q u e t i p o d e l a lm a m ú l t i p le y e l c h a m a n is m o s ib e ria n o . L as tra v e s ía s d e
lo s d i f e r e n t e s a v a ta r e s d e la f ig u ra d e l Doble n o d e r iv a n d e tr a n c e s in d u c id o s

~16Vease M ircea Eliade, Le Chamanisme et lesTcchniqucsAichúÍL¡ue de VExiase, París, Payot,


1968 (cito p o r la edición castellano: El chamanismo y las técnicas arcaicas del éxtasis,
trad u cció n de E rnestina de C h am p o u rcin , M éxico, FCE, 1992, pp. 75, 146, 180).
_17 Régis Boyer, Le monde da double. Le magie chez les anciens Scandinaves, París, Berg
In tern atio n al, 1986, pp. 29-54.
:i C laude L ecouteux, Fées, Sorciéres et Loups-garous au Aloyen Age, pp. 81-144.

202
F abián A lc ja n d to tü m p a g n c

en el transcurso de ceremonias públicas . ’ 19 En la mayoría de los casos se


trata de experiencias ex-somáticas de carácter individual y privado, que
no son presenciadas p o r los restantes m iem bros de la com u n id ad . ” 0 Por
otra parte, mientras que los chamanes provocaban de manera voluntaria el
éxtasis que culm inaba en el vuelo del alma, los individuos que nacían con
la facultad de liberar sus dobles físicos y psíquicos solían caracterizar esta
predisposición com o un destino manifiesto, com o una obligación inelu­
dible; en ocasiones, c o m o una verdadera m aldición .221 Uno de los trazos
que m ejo r expresaba el carácter involuntario de las travesías extáticas de
los avatares del Doble eran las marcas de nacim iento con las que venían al
m undo, los estigmas físicos que los señalaban c o m o objeto de una elección
superior de la que no podían sustraerse .222 La más difundida de aquellas
marcas de origen era la cofia, n o m b re que recibía la porción de m em brana
fetal que algunos niños conservaban sobre sus cabezas durante el parto.
Los niños que venían al m u n d o todavía cubiertos p o r el saco amniótico
estaban destinados a disfrutar de dones espec ales, en tre los que destacaba
la habilidad de liberar sus aher-egos físicos v psíquicos. Encarnaciones de
este m itologem a clásico eran los licántropos pan-eslávicos, los benandanti
219 Emm a W ilby sostiene que a m en u d o se ha exagerado el carácter dram ático o his-
triónico de los trances de los cham anes. Sin em bargo, aún continúa en pie el hecho
de que la m ayoría de sus estados de conciencia alterados tenían lugar en público, ante
la vista de sus clientes o de sus vecinos de com unidad; cír. E m m aW ilbv, Cunning Fulk
and Familiar Spirits: ShamanisticVisionary Traditions in Early Modern li; m j¡ 1Vitchcrafl and
Magic, B righton, Sussex A cadem ie Press, 2005, pp. 139-141; 178-180.
22ü Ronald H u tto n , Shamans: Siberian Spiriiualuy and thclVestern Imaginación, Londres,
H am bledon and L ondon, 2 001, pp. 141-142.
221 D o ro th y C a rrin g to n , The Dream-Huniers o j Corsíca, L on dres, P h o en ix , 2000
(1995), pp. 67, 88; V icente Risco, “La procesión de las ánim as y las prem oniciones
de m u e rte ”, Revista de Dialectología /Tradiciones [ ot ul n 2:2 (1 9 4 6 ), pp. 389, 394,
4 0 8 ,4 1 2; Jean-M ichel D o u let, Qttand les détnons tnLtaicni les etjants, p. 146; H arry A.
Senn, ¡Vere-JVolJ andYamphe in Romanía, p. 5; Je an -P len e Pinies, Figures de la sorcellerie
languedocienne, pp. 4 9, 242; C arm elo LisónTolosana, La Santa Compaña, pp. 29, 83;
Richard and Eva Rium , The Dangerous Hour, p. 113; Eva Pócs, Betn-een the Living and
the Dead, p. 75; C ario G inzburg, 1 benandanti, p. 79; W ollgang Behringer, Shaman o j
Oberstdorj, pp. 23, 70.
— N icole B elm ont, Les signes de la naissance. EtuJes Jes représentations sjmboliques assoeiées
aux naissances singulieres, París, Pión, 1971, pp. 19-66;T. R. F o rb e s,“T he Social H istory
of the Caiil”, TheYaíe jo u in d l afBiology and Medicine, 25 (1 9 5 3 ), pp. 4 9 5-508.

203
h s t u d io s <Je caso. D e m o n o i o u i a cri st ian a y c u l t u r a i o l k l ó r i c a en c! m u n d o i b c r ic o

fraílan os, los táltosok húngaros, los strigoi ru m an o s, las moras serbias, los
kresniks eslovenos, y los mcizzeri c o rs o s.2’®P ero existían tam bién otras
m areas de nacim iento m enos difundidas. N acer sin el cartílago de la nariz,
con dien tes, con un pezón e x tra , o con labio lep o rino , eran estigm as que
delataban a los futuros vampiros en el m u n d o eslavo.” 4 En Europa, un poco
p o r todas p a rte s, el noveno, el sép tim o o el qu in to hijo consecutivo del
m ism o sexo estaba destinado a co n v ertirse en h o m b re lobo —en caso de
fuera varón—y en pesadilla, en caso de fuera m u je r.2"5 H e aquí una últim a
constatación que p one de m anifiesto que para la m entalidad arcaica, exis­
tían lazos invisibles e n tre las distintas ex presiones del m aléfico dem onio
n o c tu rn o y los diversos avatares de la m itología del Doble.

5. La bruja como dem onio nocturno en la España de los


siglos XIII a XV
La superposició n de los datos reco g id o s en los apartados anterio res
revelan que los trazos distintivos del com plejo m ítico de la bruja ibérica
y de los dem onio s n o c tu rn o s de la m itología paneuropea guardan entre
sí sem ejanzas form ales asom brosas. ¿Podem os postular, entonces, que la

Eva Pócs, “Possession P hciiom ena, Possession System s”, pp. 107-109; Félix Oinas,
“East Euro pean Vampires”, p. 52; C ario G inzburg, Historia nocturna, pp. 121 -140; 210-
211; G ábor Klaniczay, “Sham anistic E lem ents in C entra! E uropean W itchcraft”, pp.
129-1 50; C ario G inzburg, I benandanti, pp. 1 1 ,1 7 - 2 5 ,5 8 ; H arrv A. Senil, IVere-Wolf
andVampiie in Romanía, pp. 5 ,1 0 , 6 4 -6 6 , 1 1 1 ,1 1 5 ; M ircea E liade,“Som e observations
on E uropean W itch craft”, en M ircea Eliade, OcculiismJVitchcrafi and Cultural Fashions.
Essays in Comparadle Religions, C hicago,T he U niversity ol Chicago Press, 1976 (cito
p o r la edición en castellano: “Algunas observaciones sobre la brujería europea”, en
M ircea Eliade, Ocultismo, brujería y modas culturales, traducción de E nrique Butelm an,
Buenos A ires, M arym ar, 1977, pp. 123-1 24); D orothy C arrington, The Dream-Hunters
oJCorsica, pp. 57-92 .
” 4 R aym ondT . M cN ally e t Radu F lorescu, /I la recherche de Dracula. L’histoire, la lé-
gende, le mythe, París, R o b e rt L affont, 1973, p. 160; Paul Barber, Vampires, Burial, and
Death, p. 3 1.
W íllem de B léco urt, “Bediling the N ig h tm are”, p. 239; Agnes M urgoci, “The
V am pire In R oum ania”, p. 20; C laude L ecouteux, Histoire Jes Vampires, p. 59; Paul
Barber, Vampires, Burial, and Death, p. 30; Jean D elum eau, El miedo en Occidente, p. 145;
C ristiana Bastos, “Bruxas e b ru x o s no n o rd e ste algarvio. Algurnas r e p r e s e n ta r e s da
doenca e da cura” , Trabalhos de Antropología e etnología, 2 5 :2 -4 (1985), p. 288.

204
F a b iá n A le ja n d r o C a u ip o g n c

bruja española, antes de vehiculizar en la Península la figura de la maléfica


asistente al sabbat construida p o r la dem onología radical, dio n om bre a una
variante local del espíritu n o c tu rn o - infanticida, pesadillesco, vam pírico—
del atávico folklore paneuropeo? ;P u ed e la historia ap o rta r las pruebas que
la perspectiva m orfológica sólo sugiere?
Veamos algunos indicios sugestivos. En p rim er lugar, resulta en extrem o
so rp ren d en te el sentido que posee el vocablo bruja en la más antigua de
las citas textuales conocidas. Se trata de un diccionario laUno-arábigo y
arábigo-latino, conservado en un códice de finales del siglo XIII, d u ran te
m ucho tiem p o atribuido al arabista, teólogo v m isionero catalán R am ón
M artín (m u e rto c. 1287). En este te x to , el vocablo bruxa aparece con un
so rp ren d en te significado. En efecto, para el red acto r catalán del diccio­
nario, el térm in o se usa en el sen tid o de sucubo.226 A unque hasta el siglo
XVI el vocablo no adquiere claram en te el sentido tle dem onio n o ctu rn o
fem enino, resulta indiscutible su cercanía sem ántica con el más difundi­
do té rm in o de incubo, cuya asim ilación a la pesadilla y a los espíritus del
tipo mahr aparece claram ente atestiguada desde el siglo VIII en diversos
m anuscritos del área g e rm á n ic a.227 De hecho, hasta que en el siglo XVI
haga su aparición el te rm in o cauchemar, el vocablo em pleado en francés
para designar a la pesadilla era ‘‘íncubo”, com o continúa siéndolo hasta la
presen te en italiano.2'8 Al m ism o tiem p o , la leyenda del íncubo tam bién
guardaba en el m edioevo explícitas connotaciones sexuales —sim ilares a
las que caracterizaban al esp íritu de la pesadilla—, y com o tal es analizada
p o r los teólogos en relación con la supuesta capacidad reproductiva de
los d em o n io s.229

226 J. C o ram inas, Dicciónario crítico etimológico de la lengua castellana, M adrid, G redos,
1954, vol. I, pp. 530-532.
111 C laude L ecouteux, Au-dela du Merveilleux, pp. 99 y 107; Sophie Bridier, Le cau­
chemar, pp. 30-31.
22s M aríaT ausiet, Ponzoña en los ojos, p. 349.
229 Dyan E llio tt, Pallen Bodies:Pollution, Sexualitj, ScDemonoIogj' in the MiddleAges, Fila-
delfía, U niversity o f Pennsylvania Press, 1999, pp. 52-60; C harles HcKvard H opkin,
The Sha re qfThomas Aguinas in the Gronth o j theWiichciajt Delusion, Nueva York, AMS
Press, 1984 (1 9 4 0 ), pp. 138-1 39; Hans P eter Broedel, The Malleus Maíeficarum and
the Construciion cjiViicheiaJt, pp. 153-155.

205
h á t u d i o s t i c c a s o . D c n i o n o l o o í a c r i s t i a n a y c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el m u n d o i b é r i c o

Un segundo indicio lo ap ortan las variantes textuales existentes en


los diversos m anuscritos del exitoso Libro de las confesiones, del salmantino
Martín Pérez, com puesto probablemente entre I 312 y 1 3 17. En el capítulo
53 de la tercera parte, Pérez re p ru eb a ia creencia en las mujeres “que salen
de n och e e andan p or los ayres e p o r las tierras e entran po r los foracos e
c o m en e chupan las criaturas”.230Aunque para la transcripción de la tercera
parte, los responsables de la edición m o d e r n a eligen un manuscrito que
utiliza explícitamente el té r m in o “bruxa” para referirse a estas mujeres,
algunos críticos no descartan que la versión más cercana al texto original
sea en realidad una traducción p ortug uesa del libro te r c e ro .231 En esta
versión, hipo tétic am en te más antigua, n o se utiliza el té r m in o bruxa:
“aos que creen e afirman que as molheres se [ornan estrenas e que saen de nouce
e anJom pollos aares e por as térras e que entran pos osjuracos e comen e cugam
as creatinas poonlhe aquella penitencia”. 2 n N o nos interesa aquí si el clérigo
de Salamanca transcribe creencias rea lm e nte existentes en el n o rte p e ­
ninsular o si, en cambio, no hace más que re pro duc ir el estereotipo de la
cabalgata n o ctu rn a ampliam ente difundido en O ccidente a p a rtir de las
transcripciones del Canon episcopí realizadas p o r B urcardo d e W o rm s , Ivo
de C hartres y Graciano .233 Lo que resulta sugestivo es que en las versiones
más m o d ern as del Libro de las confesiones el copista em plea el té rm in o bruxa
para denotar la cabalgata nocturna de los espíritus vampíricos e infanticidas,
lo que nos confirma, una vez más, el peculiar campo semántico que aquel
vocablo abarcaba en el corazón de la Península antes de pasar a designar a
las adoradoras del dem o nio y a las participantes del sabbat.

230 M artín P érez, Libro de las conjesiones. Una raJiografia Je la sociedad medieval española,
edición crítica, in tro d u cció n y notas p o r A ntonio García y García et alii, M adrid,
B iblioteca de A utores C ristianos, 2 002, p. 608.
231 María Nieves Sánchez G onzález de H e rre ro ,“Estudio lingüístico de los manuscritos
base de la edición”, en IbiJ., p. XL.
232 O penitencial Je Muitiin Pere¿ em meJievo portugués, edición crítica a cargo de Mario
M artin s, Lusitania Sacra, 2 (19S 7), p. 4 8: “a los que creen y afirm an que las m ujeres
se vuelven estrechas, y andan de n oche p o r el aire y po r la tie rra , y entran po r los
agujeros para d ev o rar y ch u p ar a los niños, im póngasele aquella penitencia” (la tra­
d ucción del p o rtu g u és es m ía).
233 Fabián A lejandro C am pagne, Homo Catholicus, Homo Supersticiosas. El discurso an-
tisupersticioso en la España Je los siglos X V a .VVIH, M adrid, M iño y Davala, 2002, pp.
471 y ss.

206
h i b iá n . ilc ju n d fo C om paiji)c

La misma tendencia d etec tam os en el Tractado de la divinanca e sus es­


pecies, que son las especies de la arte magica, del obispo Lope de Barrientes.
De acuerdo con la crítica especializada, la composición de los tratados
antisupersticiosos del prelado puede datarse en tre 143+ (versión oral) y
1437 (versión escrita)2*4. O tro s autores creen que la composición de las
obras se rem o n ta al período en que Barrientos rigió la diócesis conquense,
entre 144S y 1469; para Paloma Cuenca Muñoz, p o r ejemplo, la fecha
ante quetu sería 14542i\ Lo que m e interesa destacar aquí es que la penúl ­
tima quaestio del Tractado de ¡a divinanca está dedicada a re p ro b a r la misma
creencia anatematizada un siglo antes p or M artín Pérez (con la diferencia
de que Lope de Barrientos emplea desde un comienzo el té rm in o bruxa). El
contenido del fragm ento refuerza nuestra interpretación sobre el sentido
primigenio de la palabra bruja: dem o n io n o c tu r n o que p enetra “p o r los
resquicios e agujeros de las casas” para “chupar a los niños ” .236 Al mismo
tiempo, la peculiar redacción del título de la quaestio no puede ocultar la
sorpresa que genera en Barrientos un vocablo que, sin dudas, le resultaba
exótico, novedoso, casi desconocido: “que es, e que cosa es esto que se dize
que ay vnas mugeres que se llaman bruxas, las quales creen e dizen que de
noche andan con Diana, deesa de los paganos, con muchas e innumerables
mugeres caualgando en bestias ( . . . ) , e que p u eden aprouechar e dañar a
las criaturas”.23' C o m o en el caso de Martín Pérez, no m e parece relevante
si el obispo de C uenca resu m e creencias populares realm en te existentes
o si re prod uc e discursos letrados estereotipados .238 Lo destacable es, una
vez más, la estrecha relación que existe entre el p o r entonces novedoso
vocablo bruja, y u n com plejo mítico que ninguna relación parece guardar

234 Cfr. T e x to s y Concordancias del Tratado de adivinanza y de magia, edición sem ipaleo-
gráfica en m icrofichas a cargo de M aría Isabel M o n to y a ,T h e H ispanic Sem inary of
Medieval Studies, M adison, 1994, p. 10, n. 2.
P alom a C u en ca M u ñ o s, El Tractado de la Divinanca de Lope de Barrientos, pp.
23 y 29.
L ope de B arrien tos, “T ractado de !a adivinanca”, p. 1S2.
2,7 Ibid., p. 151.
238 En esta quaestio, L ope de B arrientos rep ro d u c e en gran m edida el tex to del Canon
episcopi, p o r in te rm e d io d e la Summa de poenitemia de R aim undo de P eñafort; véase
al respecto Palom a C uenca M uñoz, El Tractado de la Divinanca de Lope de Barrientos,
pp. 75-76.

207
Estudios de taso. Dem onología cristiana v cultura folklórica en el mumlo ibérico

con el paradigm a del co m p lo t diabólico o con la im agen del sabbat que por
la m ism a época estaba surg ien do en los Alpes O ccidentales.
D os décadas más tard e, el franciscano Alonso de Espina ataca en su For-
talitíum Fidei (c. 1458-1460) la m ism a su perstición reprobada p o r M artin
Pérez y p o r Lope de B arrien tes: la creencia en que ciertas m ujeres, a las
que denom ina bruxae, pued en re c o rre r p o r la noche varios cientos de leguas
en m enos de cu atro o cinco horas, p en e tran d o en las casas cerradas p o r los
m eno res resquicios con la intención de succionar la sangre de los niños.
Espina sostiene que existe una clase p articu lar de dem onios, especializados
en difundir estos engaños: “i111illuJuni virus etJeminas i¡u¡ xoyu'mae si ve bruxae
vuljjariter mtncupatuur”.~w En la creencia p o p u lar denostada p or el francis­
cano, la bruja continúa asociada a los ataques n o ctu rn o s, al infanticidio y al
v am p irism o .2+l Pero el a u to r agrega adem ás el té rm in o xoiyuiria, de origen
vasco, llam ado a te n e r en el fu tu ro e n o rm e fo rtu n a. De hecho, cuando en
1519 estalle en C uenca uno de los más im p o rtan tes pánicos de la España
te m p ran o -m o d e rn a en to rn o a la figura de la b ru ja infanticida —la mism a
ciudad en la que Lope de B arríentos detecta la creencia ochenta años antes—,
“xorguina” será el té rm in o casi ex clu y en te con el cual se designará a las
m isteriosas atacantes n o c tu rn a s.'42 ¿Es posible suponer, tal com o lo hem os
h echo con el vocablo bruja, que el te rm in o xorguina tam bién designaba en
el origen una variante local del esp íritu n o c tu rn o infanticida, pesadillesco

ly> Un relato sinóptico sobre la em ergencia de la caza de brujas en los Alpes O ccid en ­
tales, en to rn o a la teoría de la secta y al estereo tip o dem onizado del sabbat, puede
bailarse en W ollgang Behringer, il'i tchcs ::i,dl I n, h F!uní:>:A Global Liisiory, C am bridge,
Polity Press, 2 00 4, pp. 61 y ss.
H enry C harles Lea, MaterialsToivard a History ofiVitchcrajt, vol. 1, p. 288: “aquellos
engañan a los hom bres y a las m ujeres v ulgarm ente llam adas sorguinas o brujas” (la
trad u cció n del latín es m ía).
241 R esulta tam bién en e x tre m o sugestiva la descripción que Espina hace de los
esp íritu s y dem o nio s que se dedican a acosar a los d u rm ie n te s po r las noches, pues
m uchos de sus trazos distintivos —en particular, la capacidad para ingresar en vi­
viendas h erm éticam en te cerradas p o r d e n tro — reap arecerán décadas más tarde en
los ataques n o ctu rn o s atribuidos a las brujas ibéricas; véase Alisa Meyühas Ginio, La
foneresse de la foi. La visión du monde d ’Alonso Je Espina, moiite espaynol (? -l4 6 6 ), París
C erf, 1998, pp. 173-174.
242 H eliodoro C o rd en te M artínez, Brujería y hechicería en el obispado de Cuenca, pp.
23-44.

208
la h ia n A le ja n d ro C a m p a g n e

y vanipírico? Nuevamente un diccionario nos proporciona algunos indicios


sugestivos. El Tesoro de la lenqua castellana, de Covarrubias, define la voz
jorgina de la siguiente manera: “dizen ser n om bre vascongado, y que vale
tanto com o la que hace a d o rm ecer o quitar el sentido, cosa que puede
aconte cer y que con intervención del dem onio echen sueño pro fundo en
los que ellas quieren para hazer m ejo r sus maldades”.2J Al margen de la
demonízación ensayada p o r Covarrubias, la principal característica de la
xorguina sería su capacidad para inducir un irrefrenable sopor en las víctimas
antes del asalto final. Estamos en presencia de uno de los principales trazos
que caracterizan los ataques noctu rn os de los espíritus del tipo mahr y sus
diversos avalares: la pesadilla, los aparecidos, los vampiros, los demonios
puericídas. Es probable que la omnipresencia que el vocablo xorguina ad ­
quiere en las psicosis brujeriles de Cuenca se explique po r la im po rtan te
migración vasca que la ciudad recibe durante el siglo XV.2+4 Esta constata­
ción se suma al indudable carácter pirenaico del térm in o bruja, registrado
p or prim era vez, re cordem o s, en el área catalana.Todo indica, pues, que el
complejo mítico arcaico que se halla en el corazón de la figura de la bruja
ibérica tiene su origen en el e x tre m o n o rt e de la Península, desde donde
se difundió p or el resto del territo rio , alcanzando incluso, tal com o hemos
visto, las Islas Canarias y la América hispano-lusitana.
Un últim o testimonio viene a confirmar que el campo semántico origi­
nal de xorguina guarda estrecha relación con los demonios de la noche, con
los espíritus feéricos que ingresan en las casas herm ética m en te cerradas,
con los espíritus del tipo mahr que atacan a los niños, succionan la sangre
de los vivos y ahogan con su peso a los d urm ientes. En 1489 se realiza la
p rim era traducción al castellano de la Mélusine de Jean d ’Arras (la versión
francesa había sido encargada p o r el D uque de Berry en 1392). A poco de
comenzar el extenso relato, jean d ’Arras en um era las principales carac­
terísticas de las entidades feéricas a cuya clase perten ece la protagonista
del romance. D e acuerdo con el carácter intercambiable de muchos de
estos espíritus de la noche, el narra d o r los designa de diversa manera:
“ces créatures nocturnes que d ’aucuns appellent ¡utins, d ’atures les étresJeeriques,
~4Í Tesoro d e la le n g v a c a s te lla n a , voz j o r g i n a .
244 Carlos R o b e rto N ogueira, “A m igracao do Sabbat: A presenca ‘estran g eira’ das
bruxas européias no im aginario ib érico ”, E sp a c io , T ie m p o y F o r m a . H i s to r ia M o d e r n a ,

V (1 9 9 2 ), p. 23.

209
E l u d i o s d e c a s o . D c m o n ü i o u í a c r i i ü a n a v c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el m u n d o i b é r i c o

d ’autres ¡es bonnes James”. Los secuestros de niños, el ingreso en recintos


p erfectam ente cerrados y las resurrecciones rituales con claras con no ta­
ciones chamánicas, son las características principales —tomadas del clásico
relato de Gervais d e T il b u r y — que Jean d ’Arras atribuye a estas hadas o
duendes: “¡es lutins se manijestent la nuit, entrent dans ¡es tnaisons sans ouvrir ¡es
portes ni ¡es enjoncer, enievent les enjanls, les estropient ou lesjettent dans le feu, et
quand ¡Is s’en voht, ils les ¡aissent en aussi bonne samé qu’ils Ies avaieni trourés".2*'
Pero un siglo después, cuando el anónim o tr ad u cto r vuelca este mismo
fragm ento al español, in troduce en el texto una serie de cambios notables.
En la versión castellana de 1489, los d uendes y criaturas feéricas del texto
de jean d ’Arras se tr ansíorm an en xor¿juinas:“destas llaman algunos e dizen
que sean sorgujnas. E otras suelen dezir que son estas la[s] fadas. O tras las
llaman buenas dueñas”. La versión castellana del fragmento es, entonces,
m u c h o más que una simple traducción: es una glosa. El trad uc tor buscó
los vocablos más apropiados para dar cuenta de los espíritus nocturnos
descriptos en el rom ance original, y creyó hallar en el té rm in o xorguina,
perfecto sinónim o de bruja, la palabra cuyo campo semántico m ejor cubría
el fenó m en o aludido po r Jean d ’Arras. La enum eración de las actividades
de las sorgujnas, asimiladas p o r el tr ad u cto r a las hadas y a los duendes d o ­
mésticos, reafirma el carácter de adaptación que posee la versión castellana
de la historia de Melusina. En efecto, mientras que en la versión francesa
no había alusión alguna al vampirism o, el tex to de 1489 incorpora dicho
trazo, característico del com plejo mítico de la bruja peninsular: “las quales
van de n och e e entran en las casas syn h azer ninguna avert[u]ra en p uerta
nj ventana e lievan los njños de la cama o verco. E dizen m ajo rm en te ¡as
viejas que los tuestan al fuego e les beuen la sangre e quando dellos se parten,
los dexan sanos co m o eran antes”.246.

:,i jean d ’A rras, M é lu s in e , m is en francais m o d e rn e p ar M ichéle P erret, París, Editions


S tock, 1991, p. 16: “criaturas n o ctu rn as a las que algunos llam an duendes; o tros,
hadas; y aún o tro s, buenas dam as”; “los d uendes se m anifiestan de noche, entran en
las casas sin ab rir las p u ertas ni forzarlas, secuestran a los niños, los dejan tullidos o
los arrojan al fuego, p ero cuando se re tira n , los dejan en tan buen estado de salud
com o los habían en co n trad o ” (las traducciones del francés son m ías).
2i6 H i s to r ia d e la l in d a M e lo s in a , ed itio n , study and notes by ivy A. C orfis, M adison
(YVisconsin),The H ispanic Sem ínary o f M edieval Studíes, 1986, p. 4. La bastardilla
es mía.

210
i'u b iá a A le ja n d r o C a m p a g n e

Sucubos, d uen des, hadas, so p o r irrefren ab le, travesías en éxtasis, vio­


lación de espacios cerrad o s, vam pirism o, resu rreccio n es ch am á n icas...
Los indicios ap o rtad o s p o r diversos testim onios peninsulares en to rn o al
significado prim ig en io de los térm in o s bruxa y xorguina, producidos en tre
las décadas de 1280 y 1480, cu b ren de m anera casi perfecta el espectro
de actividades atribuidos a los esp íritu s n o ctu rn o s de la arcaica m itología
paneuropea. La evidencia histórica viene a reforzar, entonces, los elem entos
ap ortad os p o r el análisis m orfológico y p o r la m itología com parada.

6. La bruja como demonio nocturno en la España de los


siglos XIX y XX
En la cuarta y en la quinta sección del p resente capítulo hem os recu rrid o
a los ap o rtes de los m éto d o s m orfológico e h istórico, respectivam ente.
En la p resen te sección em plearem os am bos en form a sim ultánea. D iv er­
sos indicios histó ricos nos p e rm ite n su p o n er que, antes de em plearse en
España para designar a las hechiceras de m anera general, y a las asistentes
al aquelarre diabólico de m anera particular, los térm in o s bruja y xorguina
designaban algún avatar pirenaico de la arcaica figura del dem onio n o ctu rn o
—espíritu feérico, infanticida, b eb e d o r de sangre y v ecto r de pesadillas—,
expresión de la atávica m itología del Doble. Si éste es el caso, deberíam os
p o d er d e te c ta r estos m ism os trazos en el e stereo tip o de la bruja c o n te m ­
poránea, tal com o se d esp ren d e de los m últiples relatos y leyendas que
etnógrafos y folkloristas han reco g id o en el cam po español a lo largo de
los siglos XIX y XX. Si la figura de la bruja-como-demonio-nocturno, clara­
m en te d etectad a en el M edioevo tard ío , logró m an te n e r su individualidad
d u ran te el apogeo del e stereo tip o dem onizado del sabbat co n stru id o p o r
la alta cu ltu ra teologal, sus trazos arcaicos deb erían em erg e r con m ayor
intensidad aún tras la finalización de la gran caza de brujas y tras la virtual
extinción de la dem onología positiva tard o -esco lástica.247

247 Sobre la crisis ele la dem onología radical véase Fabián A lejandro Cam pagne “W itch ­
craft and the Sense o f the Im possible in Early M odern Spain. Some reflections based
on the L iterature o f S uperstition (c. 1 500-1 800)”, Harvard Thcoloyical Review, 96: 1
(2 0 0 3), p p .25-6 2; Fabián A lejandro C am pagne, Homo Catholicus, Homo Supcrstitiosus,
pp. 522 -5 39 ; ían B ostridge, Wiithcuift and usTrúiiJormatious, c. 1650-c. 1750, O x fo rd ,
C larend on Press, 1997, passim; R om ano Canosa ed Isabella C olonnello, Gli uhimi

21 1
Estudios de caso. Demonología cristiana v cultura Ioikloi ica en el mundo ibérico

R esulta evidente que a m edida que avanzamos en el tiem p o la especi­


ficidad sem ántica originaria de la palabra bruja com ienza a difum inarse.
D u ran te los siglos XVIII y XIX, p o r ejem plo, el lenguaje cotidiano em plea
“b ru ja” y “hechicera” com o térm in o s equivalentes, com o sinónim os in te r­
cam biables, contin u an do con una tendencia que se inicia ya en la m o d e r­
nidad te m p ra n a .243 Sin em bargo, los trazos más arcaicos del com plejo de
la bruja ibérica lograro n sobrevivir al paso de los siglos, tran slo rm ad o s
en un persisten te sub strato m ítico popular. D e hecho, la inform ación o b ­
tenida sobre el te rre n o p o r los etn ó g rafo s y folkloristas co n tem p o rán eo s
confirm a esta p resunción. José M iguel de Barandiarán recoge en 1937
el siguiente relato de boca de una in fo rm an te del pueblo vasco de Alzai:
“En una casa de Barcus se morían todos ¡os niños. Un día un carp in te ro iba
tem p ran o (m uy de m añana) al trabajo. Ve d elante a una m u jer que iba
hilando a la luz de la luna clara. [Ve entonces] a la m u jer soltar todas las
ropas del cu erp o y echarlas allí. Más no veía sino un gato. E ntonces él dijo
para sí que aquella era belaguile, b ru ja ”. El protagonista de la historia se
apodera de la ro p a, y la b ru ja confiesa en to n ces su delito: “he estado en
tal casa a m atar al séptim o n iñ o ”. Para cerciorase de la veracidad del relato
el h om b re acude con la familia en cuestión y pide que le dejen ver al p e ­
queño. Allí descubren que la criatu ra estaba m u e rta . “E ntonces el h om bre
les dijo lo que había visto, y b autizaron o tra vez a la belaguile; pues era
belaguile p o r no estar bien bautizada”.2'19 El agente m aligno es aquí el doble
zo om orfo de la b ru ja, y su accionar infanticida es p ro d u cto de un destino
nefasto, que tiene su orig en en una versión cristianizada de los antiguos

roghi. La fíne della caccia alie streghe in Italia, R om a, Sapere 7000, 1983, passim; Roy
P o rter, “W itch craft and Magic in E níigbtm ent, R om antic and Liberal T h o u g h t”, en
Bengt A nkarloo and S tuart C lark (eds.), íVitchcraJt and Magic in Europe: The Eighte-
enth and Nineteemh Centuries, Fílaclellia, U niversity o f Peimsylvam'a Press, 1999, pp.
191-282.
24a l )os ejem plos al resp ecto, e n tre m uchos o tro s posibles, son los casos analizados
p o r Lara S em boloni, “Cacería de brujas en C oahuila, 1748-1751. ‘D e villa en villa,
sin D ios ni Santa M aría’”, Historia Mexicana, 54:2 (2 0 0 4 ), pp. 3 2 5-364, y p o r María
Tausiel, ¿os posesos de ¡osos (1S 12-1814). Brujería y justiciu popular en tiempos de revolución,
Zaragoza, In stitu to Aragonés de A ntropología, 2 002, pp. 29, 126, 142, 144.
' v>José M iguel de B arandiarán, Brujería y brujas en los relatos populares vascos, San Se­
bastián, T x e rto a , 1998 (1 9 8 3 ), pp. 34-35. La bastardilla es mía.

212
fü b iú n A lejandro Canipugnc

estigmas de nacim iento .2’0 C o m o las hadas y los espíritus acuáticos de los
bosques, la bruja del relato tam bién aparece asociada con la hilandería.
En 192 1, Barandiarán recoge en Ataun otro cuento de brujas sugerente:
“a una alhóndiga de Vizcaya iban todas las noches dos brujas a b eb er el
sabroso vino de allí. Se metían p o r el agujero de la llave, convertidas en
horm igas”.“5l C o m o la procesión nocturna de las hadas medievales, com o
las brujas acusadas ante la Inquisición toledana, las protagonistas de este
relato visitan.cavas y bodegas, adoptan formas animales y penetran en
lugares cerrados a través de pequeñas aberturas. En Liguinaga, de hecho,
se decía que las belaguileak entran en las casas p o r el m e n o r orificio que
presentan los m uros y p u e rta s .2j2 También es bastante general en el País
Vasco la creencia en que las brujas se reúnen jun to a los arroyos y remansos
que sirven de lavaderos; Barandiarán la detecta en Vizcaya, Guipúzcoa,
Alava, Navarra, Labourd y Soule .2i3 Un relato de 1926, que el informante
había oído de boca de su abuelo, fusiona las figuras de la bruja, el hada
lavandera y el trickster doméstico: “un h o m b re de Bedayo, ( . . . ) al llegar
al lugar en que el camino se cruza con el río, oía el ru ido que el golpear
de la ropa de la colada produce. — ¿Es esta hora de hacer esa labor?, dijo
él. — Si, Maurizio, responde ella. Agarra esta ropa para retorcerla ( . . . ) .
Una cosa negra le ofreció la bruja ( . . . ) . La agarró Maurizio con sus manos
y era un manojo de árgomas con pinchos. — ¡Qué áspera es esta ropa!,
exclamó. — Sí, ¡ja, ja, ja!, dijo ella, y se alejó ” .254También en los relatos
orales aragoneses, recogidos p o r Angel Gari Lacruz a finales de la década
de 1960, aparecen sim ultáneam ente descripciones de reuniones de brujas
y de hadas-lavanderas. En E lT urbón, un dicho ¡ocal resum e la confluencia
entre ambos complejos míticos: “En ElTurbón las brujas extienden la ropa
blanca al sol”. En otros lugares, los to pónim os de brujas y lavanderas apa­
recen separados, p ero m uy pró xim os unos de otros. El Castillo de Pega,

' Francois D elpech, “La ‘m a rq u e’ Je s sorciéres: logique(s) tic la stigmaLisatíon (fia


bolique”, dans N icole Jacques-Jaquin e t M áxim e Préaud [dirs.j, Le s a b b a t J e s s a r c ia s ,

X V e - X V H Ie sié c le s, pp. 347-368.


' ;‘ José M iguel de B arandiarán, B r u je r ía y b r u ja s en lo s r e la to j p o p u la r e s va sco s, pp.
S3-54.
I b id ., p. 91.
2!! I b id ., p. 89.
n U b id .,- p . 113.

213
E st u di os d e c a s o . D e m o i i o l o ^ ' j c ri i sl i an a v c u l t u r a l u l L l ó r i c a wn el m u n d o i b é r i c o

en Bonansa, era un lugar de reunión de brujas, y estaba muy cerca de las


grutas de las encantadas, que extendían la ropa lavada al sol. Muchos de
los to pó nim os de hadas son, sugestivam ente, muy anteriores a los to p ó ­
nimos de bru jas.2” Estos trazos originales se detectan tam bién en las Islas
Baleares: los ibicenos decían que las brujas se escondían en los remolinos
de p o b o, que lavaban la ropa bajo el puente de Santa Eulalia, y que podían
m e te rse en el c u e rp o de la gente entrando p o r cualquier resquicio que
dejasen libre, incluso la mella de un d ie n te .256
En el País Vasco, las figuras de la bruja y del espíritu de la pesadilla a
m e n u d o resultan intercambiables. Según un inform e de 19+2, andaba por
la región de Sara una mendiga llamada Mari-Terexa, considerada por todos
c o m o io / y jíi. Pero también la llamaban Inijuma. El inlorm ante recalcaba, por
si fuera necesario, las características de esta última figura: “ingum a quita la
respiración ” .257 El campo sem ántico del térm in o sorgiñ, de hecho, acumula
niveles arqueológicos en los que d etec tam os sedim entos derivados tanto
de la arcaica mitología pirenaica com o de la m o derna demonología radical:
el vocablo puede rem itir tanto a las mujeres a las que se atribuye el poder
de aojar —hacer begizko— c om o a las asistentes al aq uelarre.2>i Pero también
describe a ciertos genios que aparecen peinando sus cabelleras a la orilla
de los ríos, y a los espíritus n o ctu rn o s al servicio de Mari (diosa-madre
del atávico p anteón pirenaico, a quien habitualm ente se hace referencia
c om o “la D am a” o “la Señora”). Las cavernas en las que habita Mari están
llenas de oro y piedras preciosas, pero los donativos que hace a la luz del
día se convierten en c a rb ó n .259 Es de no tar que SugoV, la serpiente gigante
que en algunos relatos aparece c om o esposo de Mari, im pera sobre las
hadas o luniinúk.'60

2” Ángel C ari L acruz, “Les sabbats en Aragón d ’aprés les doeum ents et la tradición
ó rale”, pp. 286-288.
2=6 Juan G. A tienza, C u /a J e la s b r u ja s e n E s p a ñ a , B arcelona, A rín, 1986, p. 186.
‘ José M iguel de Barandiarán, B r u je r ía y b r u ja s e n lo s r e la to s p o p u la r e s va sco s , p. 144.
S obre el mal di >:¡<>en el País Vasco véase la síntesis de A ntón E rkoreka, B e g iz k o a .

E l m a l J e o jo enLre lo s va sco s , Ekain, Bilbao, 1995.


2=9 M anuel M artín Sánchez, S e res m ilic o s y p e r s o n a je s J a n tá s t ic o s e s p a ñ o le s , p. 192; Olí-
vier de Marliave et Jean-C laude P ertu zé, P am héon pyrén éen, p. 30; José M iguel de
B arandiarán, B r u j e r í a y b r u ja s en lo s r e ía lo s p o p u la r e s va sco s , p. 25.
260 O lív ier de M arliave e t Jean-C laude P ertu zé, P a n th é o n p y r é n é e n , p. 34.

214
F a b iá n A l e j a n d r o C a m p a c jn c

En Galicia, p o r su p a rte , las meigos rondan el lecho de las p artu rien tas
tom ando diversas form as anim ales: m oscardón, gato, gallina, cabra, ab e­
jo rro , araña, pulga. El siguiente es un reíalo oral recogido a com ienzos de
la década de 1970: “al lado de la cama d o n d e estaba dando a luz una m ujer,
apareció una araña. Le p idieron al m édico que la quem ase. Si no, el niño
tendría enferm edad es incurables. El m édico les p reg u n tó si creían que
aquella araña transm itía alguna en ferm ed ad . Le con testaro n que no, que
era a meiga”. El vam pirism o se percibe tam bién en u n o de los apelativos
frecuentes de la bruja local: chuchona, 26' C om o en los tiem pos de antaño,
la bruja de la leyenda gallega co n tem p o rán ea continúa visitando cavas y
bodegas, e in tro du cién d o se en las casas p o r el orificio de la c e rra d u ra .262
Tam bién conserva m uchos de los trazos más arcaicos del com plejo ibérico:
en la aldea de Bealo, en Pontevedra, las maléficas acudían a peinarse y a
lavarse en la fuente Pinseira d u ran te la n oche de San Ju a n .263 D e la amplia
encuesta realizada en el cam po gallego p o r C arm elo LisónTolosana se des­
p rende que las meigas “hacen p e rd e r el sen tid o ”, “quitan la salud” y “secan
a los niños”. Tam bién resu lta en e x tre m o sugestivo que se las considere
demonios, “revestidas del d em o n io ”; cuando les m ira una m u je r que tienen
p o r m eiga dicen “víame o demo”, ex p resió n acabada de la simbiosis en tre
folklore tradicional y dem onología ra d ic a l.264 La tradición gallega supone
que será bruja la séptim a o novena hija concebida de m anera consecutiva;
para evitar dicho destin o nefasto, la niña debe ser apadrinada p o r una
de sus herm anas m ayores, y bautizada con alguno de los n o m b res de la
Sagrada Fam ilia.26i
La güaxa asturiana, p o r su p a rte , es una vieja seca y arrugada que suc­
ciona la sangre de sus víctim as, especialm ente n iños;266 de allí los versos
del cancionero astur publicados en la década de 1880: “diz q ’anda de noche
p o r to d o el llugar, com en d o los neños que g o rd o s tán ¿Si el m ío la bruxa

261 Carlos Alonso del Real, “La b ru jería en Galicia”, en Brujología, pp. 21, 23-24.
262 Xosé R am ón M arino F erro, La brújala en Galicia, Vigo, N igraT rca, 2006, pp. 67,
146-147.
26i Juan G. Atienza, Guía Je las brujas en España, p. 40.
264 C arm elo Lisón Tolosana, Las brujas en ¡a historia Je España, p. 317.
Xosé R am ón M ariño F erro, La brujería en Galicia, p. 53.
266 M iguel I. A rríela G allastegui, G anes/seres mágicos Je 1a mitología Je Asturias, Gijón,
Trea, 1995, p. 168.

215
Estudios ile caso. Demonolouia cristiana y cultura folklórica en el inundo ibérico

tainien chupará?”.""' N o hay obstáculo para la güaxa: p or allí p o r d onde


pase un soplo de aire, pasará ella tam bién.""b El pueblo identifica a la bruja
asturiana con la coruxa, la lech u z a.’69 E ntre 1935 y 19S0, Julio C aro Baroja
recoge en persona una serie ele cuentos de brujas enV era de Bidasoa. Para
colocar sus hechizos, las malvadas adoptaban form as de anim ales —ratas,
gatos, a s n o s -o incluso de hierbas y hojas secas.2/0“Había en Sumbita, cuenta
o tro de los inform antes de C aro Baroja, una chica rubia muy guapa que
tenía en su casa un caballo.Todas las m añanas los p arien tes se encontraban
con que el caballo aparecía sudoroso y cansado. Se pusieron a espiar por
la noche y vieron que la m uchacha salla por el ojo Je la cerradura, m ontada
en el caballo"211
Por tierras de León reaparece la afición de las brujas p o r el vino. En
Q uintanilla de Sollamas un h o m b re notaba que la cuba de vino que tenía
en la bodega dism inuía ráp id am en te, aunque la cava perm anecía siem pre
cerrad a. Lina noche finalm ente develó el m isterio : era un co rro de brujas
que p en etrab an p o r el agujero de la ce rrad u ra para catar el v in o .272 Las
brujas asturianas tam bién visitan de n oche las bodegas de los caserones,
sólo que para saciarse con los cántaros rep leto s de m ie l.2' 5 En la com arca
de Laciana, e n tre A sturias y León, los vecinos evitaban cierta fuente p o r la
noche, p o r m iedo a ser m ordidos, arañados o vampírizados p o r las brujas.274
En la provincia de Salam anca, la tradición oral atribuye a las brujas las si­
guientes travesuras cotidianas: en Calzada de Béjar se dice que “se com en
el cho rizo y se beb en el vino de la g e n te ”; en A ldearrubia “desordenan
las cosas y las hacen d esap arecer”; en N avalm oral de Béjar se dice que

267 C arlos R ico-A vello, “La b ru jería en A sturias”, pp. 129-1 30.
“ s Elviro M artín ez, Brujería asturiana, L eón, E ditorial E verest, 1987, pp. 25 y ss.
}°9 Juan G. A tienza, Guía Je las brujas en España, p. 57.
270 Julio C aro Baroja, Las brujasy su inundo, M adrid, Alianza, 1990 (1961), p. 290.
2,1 Ibid., p. 288. La bastardilla es mía.
2/2 C ésar M o ran , “N otas folklóricas leonesas”, Revista de Dialectología y Tradiciones
Populares, 4:1 (1 9 4 8 ), pp. 72-73.
271 C o n stan tin o Cabal, La mitología asturiana. El sacerdocio del diablo, M adrid, D ipu­
tación de A sturias, 1928, pp. 72-7 3 ; J. M. Fernández-Pajares, Del Folklore Je Pajares,
O v ied o , Real In stitu to de Estudios A sturianos, 1984, pp. 68-69; Elviro M artínez,
Brujería asturiana, p. 87.
2,4 F rancisco Rúa A ller y M anuel Rubio G ago, La piedra celeste: creencias populares
leonesas, León, D ip u tación Provincial, 1986, p. 170.

216
¡ a b iá n A l e jd u dt o Citmpdijnc

“en verano, al recoger la paja, a veces las brujas la echaban para atrás”; en
Saacelle, “p or las noches entraban po r el hu m e ro de la casa y el agujero de
la p u e rta ”. Para evitar este ultimo contratiem po, en Masueco de la Ribera
se tapaban po r la noche estos oriticios con cruces y e s c a p u l a r i o s . E n
Cataluña, po r otra parte, ¡os amuletos de hierro m antienen alejadas a las
brujas, al igual que ocu rre con las hadas v otros demonios no cturno s de
la mitología popular e u ro p e a . ’ '6 En Asturias valen a este efecto casi todos
los instrum entos de hierro, el ajo y las hojas de r u d a .2'7
Por último, Vicente Risco recoge en su descripción de las procesiones
de m u e rto s en el noroeste peninsular un relato p ro ce d e n te de Lugo, en
el cual detec tam os un detalle inquietante: la bruja que cierra la p ro ce­
sión no cturn a es coja.2" D e allí tam bién el dicho gallego: “nunca falta un
cojo en una C om paña ” .2'9 La cojera, al igual que el monosandalismo y
las extremidades zoomorfas, caracterizan en el relato mítico a los héroes
dotados de la facultad de viajar hasta el m u n d o de los m u erto s y re to rn a r
a voluntad, expresión estilizada de los inconmensurables poderes de las
técnicas arcaicas del éxtasis.2S0También caracterizan, de un ex trem o al otro
de Europa, a las más diversas variantes locales de la inagotable mitología
del Doble,2SI

2/’ Juan Francisco Blanco, B r u j e r í a y o n n . o fic io s p o p u la r e s d e la m a g i a , pp. 67 v 140.


2,6 Joan A m ades, “Brujas y brujos. Para un estudio sobre las diferencias en tre las
brujas catalanas y las asturianas”, B o le tín J e l I n s t i t u t o d e E s tu d io s A s tu r ia n o s , 32 (1957),
p. 454.
277 Juan Luis Rodríguez-Vigi! R ubio, B r u x a s, lo b o s e In q u is ic ió n . E l p ro c eso J e A n a M u r ía

G arcía, la L o b e ra , O viedo, Ediciones N obel, 1996, p. 104.


278 Vicente Risco, “La procesión de las ánim as y las prem o niciones de m u e rte ”, p.
391.
279 Manuel M artín Sánchez, S eres m í t i c o s / p e r s o n a j e s f a n t á s t i c o s e s p a ñ o le s , p. 407.
Francois D e lp e c h ,“En to rn o al diablo c o ju d o : dem onología y folklore”, en María
Tausiet y James Am elang (ed s.), E l d ia b lo e n la E d a d M o d e r n a , M adrid, M arcial Pons
2004, pp. 9 9-131; C arlos Gonzáles S anz,“El diablo en el cu en to folklórico”, en l b id ..

pp. 144 y ss.; Francois D elpech, “C am ino del infierno tan to anda el cojo com o el
viento. M onosandalism e et m agie d ’am our” , en J. P. D uviols y A. M olinié-B ertrand
(eds.), E n fe rs e t d a n m a tio n s d a n s le m o n d e h i s p a n iq u e et h is p a n o a m é r ic a in , París PUF
1996, pp. 175-191; C arlos G inzburg, H i s to r i a n o c tu r n a , pp. 173 y ss.
251 Tal es el caso de m uchas variantes del c h ild - k illin g d em o n (D iane Purkíss A t tb e

B o tto m o f th e C a r d e n , pp. 3 6-37), de las d o n n i diJ u o ra sicilianas (G ustav H enningsen

217
Estudios tle caso. Demonología cristiana v cultura íolklórica en el mundo ibérico

7. A modo de conclusión: de los Pirineos a los Alpes


H asta aquí hem os c en trad o n u estro análisis en el com plejo de la bruja
ibérica. En efecto, el vocablo resulta com ún a los diversos rom ances hispá­
nicos, pues con ligeras variantes lo en co n tram o s en p o rtu g u és, castellano,
aragonés y catalán (b ru ja, b ru x a ,b ro x a ,b ru ix a ). El origen del té rm in o resulta
desconocido, aunque no caben dudas de que se trata de una palabra apegada
p o r co m p leto al te rru ñ o pirenaico. De hecho, no podem os obviar que se la
en cu en tra tam b ién m ás allá del te rrito rio peninsular, en los dialectos gas­
cones y languedocianos: broncha, breisha, briisa, bréissa. Las form as occitanas
postulan una base broxa, m ientras que la h ispano-portuguesa co rresp o n d e
a b ru x a , y la catalana a cualquiera de las dos. Según C orom inas, ello lleva a
su p o n er una base com ún con dip to n g o , brouxa, sim plificada diversam ente
al ro m an izarse.252 En consecuencia, si en el origen el vocablo daba cuenta
de una variante local de los esp íritu s del tipo mahr —aparecidos agresivos,
vam píricos, infanticidas y opresores n o ctu rn o s—, los trazos de la bruja-com o-
dem o n io -n o ciu rn o d eb erían p o d e r rastrearse a am bos lados de los P irineos,
en la v ertie n te francesa tan to com o en la española.
Lina vez m ás, son m u ch o s los indicios que confirm an n u estra p re su n ­
ción. En 1S62, las brujas de Seix, en el d ep a rtam e n to de A riége, sofocaban
a los niños so m etiénd olo s a una fu e rte presión sobre el pecho; los jueces
de la reg ió n desconocían p o r en to n ces los m o d ern o s tratados de d e m o n o ­
logía, lo que enfatiza el carácter local de la creen cia.2hs En 1609, el bearnés
R am o n et de Lola asesinó a su m u jer m ien tras creía u ltim ar a una bruja
m etam o rfoseada en cabra.T oda la com unidad local afirm aba que la esposa

“T h e Ladies írom O u tsid e”, p. 2 0 2 ), tle las hadas alpinas (Alice jo isten e t Christian
Abry, Etres f ¡mastiques Jes Alpes, p. 26), tle las nereidas y otras exotihá griegas (C har­
les Stexvart, Demons and ibc Devil, pp. 166 y 1S 1), de las hadas v duendes pirenaicos
(O liv ier de M arliave e t jeart-C laude Pertu/.é, Pontliéon pyrénéen, pp. 90 y 152), de ios
Jips, p e rro s vam piros de !a m itología catalana (M anuel M artín Sánchez, Seres milicos
y personajes fantásticos españoles, p. 4 2 9 ), de la Lilitu súm era (Jeltrey B urton Russell,
7 he Devil, p. 93) y d e la Reina de Saba, según la tradición m usulm ana (M aríaTatisiet,
“Avalares del Mal: el diablo en las bru jas”, en M aríaT ausiet y jam es Am elang (eds.),
El diablo en la EJciJ Moderna, pp. 5 9-60).
J. C o rom in as, Diccionario critico eíiinolóijico, ro l. 1, pp. 530-531.

>!,i Jean Francois Le N ail, “P rocédures co n tre des sorcieres de Seix en 1562”, Bullctin
de la société ariéc¡eoise, 31 (1 9 7 6 ), pp. 1 8 6 ,2 0 1 .

218
Fühii.u¡ Alejandro Cainpdijiic

del campesino asesinaba niños y atacaba al ganado doméstico. Las sospechas


parecieron confirmarse la noche en que Ramonet. encendió los candiles
de la recámara en que dorm ía, d escubriendo no sólo que su m ujer estaba
ausente sino que la p u e rta de la habitación estaba cerrada p or dentro. La
justicia civil consideró que el homicidio había ocurrido de manera fortuita,
v condenó al rústico a la pena de d e stie rro .'‘^ T am bién hallamos rastros del
complejo de la bruja ibérica en el testim onio de íYSarie du C o rnau , hija
de una de las condenadas po r el implacable Pierre de Lancre. Decidida a
colaborar con la justicia, Marie ap o rtó a los magistrados los nom bres de
los asistentes al sabbat mencionados p o r su madre. Luego de que dos de
las acusadas amenazaran públicamente a la delatora, la joven com enzó a
e x pe rim e nta r el acoso n o c tu r n o de las supuestas brujas, que se acercaban
hasta su lecho para golpearla y sofocarla con su peso, al tiempo que inducían
en su esposo un estado de irrefrenable sopor: “surviut quelque chose dans son
lia, ne scaict $y c’est une sorciére o quoy i¡uj se jeita camine une grosse charge sur
elle et la pinsa s jfo r t au bras gauche, sans que son mary quy estoict couché prés
elle se peust esveiler”,28’ La M émoire del Padre C olom , referida a las misiones
impulsadas en el Béarn entre 1608 y 1612, re prod uce los perjuicios que
la población local atribuía al accionar de las acosadoras nocturnas: “la nuil,
elles [les sorciéres de Lucqj s’iniroduiseru ilans les maisons, enlévcnt les petits
enfants de leurs berceaux et les couchent. par terre au milieu de ¡a chambre; elles
tuurmentent les nieres el les nourrices remplissant leurs corps de marques noires ou
jaur¡es”.2s<' Los testimonios del Padre Amilha, otro misionero del siglo XVII,
sub rayan estas características de la brujería meridional: los bebés eran
ahogados en su cuna po r las brujas, y los pequeños cadáveres sangraban

"h4 Francois Bordes, S o rc ie rs el S o r d e r a . P n x h J e s u r c c ü e r ie en G asLüíjuc el Pays B a s q u e ,

Toulouse, Privat, 1999, p. 123.


I b id . , p. 109; "llegó una cosa hasta su lecho, no sabía si era una bruja o qué era,
que se lanzó com o una car^a pesada sobre ella, y la pellizcó muy fu erte en el brazo
izquierdo, sin que su m arido, que dorm ía a su lado, pudiera d esp ertarse” (la trad u c­
ción del francés es m ía).
"h6 C itado p o r J. B. L aborde, Les ‘b i o u c h t ^ ’ en B é a r n , G a sc o g n e e t Pays B a s q u e (H isc o ir e et

hlk-Lore), B ouhet, La D écouvrance, 2005 (1 9 3 6 ), p. 13: “por la noche, (las brujas de


Lucq] se intro d u cen en las casas, ex traen a los niños pequeños de sus cunas y los dejan
en el suelo, en m edio de la habitación; a to rm e n ta n a las m adres v a las nodrizas, lle­
nando sus cuerpos de m arcas negras v am arillas” (la traducción del francés es m ía).

219
Estudios de caso. Deiiiunoluoia cristiana y cultura iolklói ica en tí! mundu ibérico

cuando las culpables pasaban p o r d e la n te .’S; En 1879, el folklorista bearnés


H ilarió n B arthety c o n tin u a que la población local continuaba creyendo
que las brujas ingresaban en las casas cerradas a través de los orificios de
p icap o rtes y cerrad u ras; p o r ello rellenaban dichas hendijas con hinojo,
m ientras repetían el siguiente conjuro: “si passer par le trou, eette n u it, quelque
sorcier eeui,Jaits~tou bien sentir, jen o u il, et d'entrer il aura peur”
Las encuestas etnográficas m o d ern as d em u estra n la p ersistencia de
estas creencias hasta el p resen te. En el d e p a rtam e n to de l’A ude, la masque
es una figura m ítica que adquiere de día la apariencia de una m endicante
y se co n v ierte en bruja p o r las noches; para p ro teg erse de sus asaltos se
reco m ien d a o b stru ir los agujeros de la cerra d u ra . Si a pesar de to d o logra
p e n e tra r en una casa, se la debe co n ju rar con la fórm ula “p ie d s u r la je u ille ,
et ra -l-e n p a r la cheininée ” (cu rio sam en te, la m ism a fórm ula que em plean
las hadas cuando co rre n a esconderse ante la proxim idad de algún ser
h u m a n o ) .^ C om o o cu rre a m en u d o con los avalares del D oble, las masques
son víctimas de un destino funesto. A m ediados del siglo XIX, los habitantes
de la M on tag ne Noire creían que quienes venían al m undo el día en que tenía
lugar una batalla, tend rían la facultad de d esp ren d er a voluntad el alm a del
cu erp o , exp erim en tarían la necesidad de ato rm e n tar a las personas durante
el sueñ o, y se tran sform arían en brujas bajo el no m b re de m asques.290
La encuesta que Jean-P ierre Pinies realiza en el Bas-Languedoc a fines de
la década de 1970, term in a de d e m o stra r la presencia del m ism o com plejo
m ítico en am bas v ertie n te s pirenaicas. La bruja dom ina de tal m anera los
elem en to s, que se identifica con las nubes y con el viento. P uede tra n sfo r­
m arse en una brisa, en un soplo de aire, y de tal m anera atraviesa los m uros
más g ruesos. La Fum ée, un re p u tad o b ru jo ( bréish ) del d e p a rta m e n to de
l ’A ude, recibía tal apodo p o rq u e “i/ p o u va it enlrer dans les m aisons a uxfenétres

,7 E m m anuei Le Roy L adurie, La bruja Je Jasmin, p. 39.


258 H ilarión B arthety, La sorcellerie en Béarn el Jans le Pays Busque suii'ie Je Platiques Je
sorcellerie et superstitions populaircs, B ouhet, La D eeouvrance, 2004 (1 8 7 9 ), p. 62: si
pasar p o r el orificio, esta noche, alguna b ru ja qu iere, haz sentir lu presencia, hinojo,
y de e n tra r ella m iedo ten d rá” (ia traducción del francés es m ía).
2'v’ O fivier de Marliave et jearr Claude P ertuzé, Paníhcon pyrcnccn, p. 146: “un pie sobre
la hoja, y vete p o r la chisnenea” (la traducción dei trancés es m ía).
A dolphe de C hesnel, Oictionnairc Jes Superslitions, erreurs, prejuyes, et tra Jitions popu-
laires, París, P etil-M o n tro u g e, 1856, p. 658.

220
lü b 'iá ii A l c j u n d i o tiiia p a yn c

et aux portes clases”. La Fumée actuaba, en esencia, c om o un espíritu de la


pesadilla: “un soir, narra el inform ante de Pinies, je couchais avec ma soeur,
on entendíi du bruit dans l ’escalier, puis quelqu’un qui montait. Tout d ’un coup
ma soeur a sentí une main sur sa poitrine et quelqu’un luí pariait en contrejaisant
sa roíx.Je Vai reconnu et j ’ai dit:c’est la Fumée!” 2'J> El p o d er metam órfico de
las brujas languedocianas es tan inm enso co m o el de las brujas ibéricas.
Pueden transformase, p o r ejemplo, en cordero, en oveja, en carnero, en
liebre, en ganso, en caballo, en vaca, en p erro , en gato .292 Algunos relatos
guardan una estrecha semejanza Formal con las hazañas atribuidas a las
meigas gallegas. Cerca de Rouffiac-d’Aude, los cuatro hijos de una a rr e n ­
dataria habían m u e r to sistemáticamente a las pocas horas de nacer. En el
cuello de los niños hallaban siempre signos de estrangulamiento. Cuando
nació la quinta criatura, un huésped que d orm itaba ju n to a la chimenea
“vit une ¿norme araignée descendre de la ebeminée et se diriger vers la chambre
de lajermiere. II tira son sabré etjrappa ¡’araignée, lui arrachant une patte”. Al
día siguiente com prob aron que la bruja infanticida era la propia herm ana
de la p a rtu rie n ta .295 Los brujos y su contrapartida benéfica, los armiérs,
eran considerados com o víctimas del destino, seres malditos condenados
a desplegar sus poderes p o r haber nacido en un día nefasto. La cojera es
otra de las características tísicas de la breish: “d ’une personne qui boítait on
dísait: regarde il marche comme un sorcier". O tr o testimonio confirma este
parecer: “chaqué Jo i que ina patine mere royait un botteux ( . .. ) elle disait: Ca,
> » ’ 94
c en est un r

*91 jean -P ierre Pinies, Figure* de la sorcellciie lúucjueJucieime, pp. 40 y 94-95: “podía
en trar en las casas a través de las ventanas y de las p u ertas cerradas”; “una tarde,
yo estaba acostada ju n to a m i herm ana, cuando escuché un ru id o en la escalera, y
luego alguien que subía. D e rep en te, mi herm ana sintió una m ano sobre su pecho, y
oyó que alguien le hablaba falseando su voz. Yo lo reconocí y dije, ¡es la F um ée!” (la
traducción del francés es m ía).
w í b i d pp. 87 y ss.
Ibid., p. 139: “vio una en o rm e araña descen d er de la chim enea y dirigirse hacia la
habitación de la arren dataria. {El huésped] lanzó su sable y golpeó a la araña, a rra n ­
cándole una pata” (la traducción del francés es m ía).
' y4 Ibid., p. 42: “de una persona que cojea se dice: m ira, cam ina com o b ru jo ”; “cada
vez que m i p ob re m ad re veía a un cojo decía: ahí tienes, ahí va uno [un b rujo)” (las
traducciones del francés son m ías).

221
E st u di os d e caso. D e m o n o l u o í j cri íaiuna . c u l t u r a f o l k l ó r i c a en el m u n d o ib é r ic o

También se detecta en el Bas-Languedoc una superposición tal entre


los ataques n o ctu rn o s de los m u e rto s y de las brujas, que en ocasiones
resulta difícil diferenciar unos de otras. Lo mismo o curre con las brujas
y las hadas: Jean-Pierre Pinies confirm a que, en la mayoría de los casos,
ante la m ención de la palabra breish los informantes responden con his­
torias de hadas. Al igual que en España, la toponimia es rica en apelativos
relacionados con asambleas de brujas que a m e n u d o se confunden con los
lugares frecuentados p o r los espíritus feéricos.29’ Un testimonio recogido
en la década de ] 930 da cuenta tam bién de la creencia en los combates
en éxtasis, c o m o aquellos protagonizados p or los cáhosok, los kresnikj,
los m a z z e r i , los b a ia n d a n ti, los striyoi o los licántropos. En Narbona, una
joven sufría frecuentes crisis nerviosas, que se desataban cada vez que se
encontraba en presencia de una vecina con fama de bruja. IIn día, la joven
soñó que se trenzaba en singular com bate con aquella mujer, a quien logró
arañarle la cara. Al día siguiente, la mala vecina apareció con el rostro c u ­
b ierto de rasguños. D e allí en adelante, la jov en nunca más e xp erim en tó
aquellas extrañas crisis nerviosas .296 La comparación en tre los relatos del
siglo XX y las creencias com partidas a comienzos del siglo XIV p or los
antiguos habitantes cataros de Montaillou, dem uestra que el mito de las
experiencias ex somáticas y la concepción múltiple del alma sop o rtó con
éxito el paso de los siglos .297
Todavía en las estribaciones de los Alpes Occidentales p odem os ha­
llar, en pleno siglo XX, la creencia en la bruja-co m o -d em o n io -n o ciu rn o , aun
cuando estamos va fuera del área en la que se emplea el té rm in o bruja
v sus derivados. En Saboya, p o r ejem plo, el sorcicr es un h o m b re que
puede m e tam o rfosearse en animal —p erro , rana, gato— o en un objeto
inanimado: bobina de hilo, pelota de lana. Persigue a las personas durante
el sueño (so ic ie i-a ju c h e in iü r), altera su salud y provoca la m u e rte . Con la
m etam orfosis del bru jo, sostiene Charles Joisten, aparece la noción del
D oble. La form a —anim ada o inanimada— en la que el brujo se convierte

29> ¡bid., pp. 32, 54, 165, 250, 254.


2yó/W .,p . 139.
297 E m m anuel Le Roy L adurie, MumaíJlou, i otciion, Je } 294 a 1 324, París, Ga~
llim ard, 1975 (cito p o r la edición en castellano: MoniüiJIou, uU m occiuina Je ¡294 a
1 3 2 4, trad u cció n de M auro A rm iño, M ad rid ,T au ru s, 19S8, pp. 549-582); Claude
L eco u teu x , Fccs, Sorcieres a Loups-garous, pp. 72-76.
h ib iJ iu A le ja n d r o C a m p jq n c

es de alguna form a su alter ego\ y es así que los golpes dados al anim al o
al o b jeto -b ru jo , se im p rim en sobre el p ro p io c u erp o del ag reso r.21’1’ El
siguiente relato , recogido en 1962, sintetiza el accionar de los brujos en
la localidad de Fressiniéres, en el d e p a rta m en to francés de Haut-Alpes, en
el antiguo D elfinado: “le sorcier icnaic serrer Ies gens dans leur lii. II entrait dans
la maison par le chatiére, sous laJarme d ’un chut. On Vemendan monter au has du
¡it; ca roulak comme un panier, ca moniail sur la poitrine et ca vous serrait a ne
pas pouvoir respire" .299 En to d o m enos en el n o m b re, este sorcier-cauchemar
de los Alpes occidentales recu erd a el accionar de la bréish languedociana,
de las brouches gasconas, de la broxa aragonesa, de la bruxa lusitana, de la
xorguina vasca. D etrás de cada una de estas figuras m íticas detectam o s la
presencia de un antepasado co m ú n , el m aléfico acosador n o c tu rn o , el
espíritu infanticida y pesadillesco del tip o mahr, una figura universal de la
prim itiva m itología p an eu ro p ea, un avalar paradigm ático de la m itología
del Doble de la cual la bruja pirenaica no sería sino un exitoso y perd u rab le
avatar regional.

2,“ Alice jo iste n e t C hristian Abry, Étresfantastiques Jes Alpes, pp. 129-130.
293 IbiJ., p. ! 43: “el b ru jo iba a aplastar a las personas en .sus lechos. E ntraba en las casas
po r la gatera, bajo la form a de un gato. Lo oíam os instalarse debajo de la cam a; luego
giraba com o una canasta, se te subía sobre e! pecho, y presionaba hasta im p ed irte
respirar” (la trad u cció n dei francés es m ía).
CAPÍTULO 3
Santa Catalina el saludador. y
Autopsia de un complejo mítico ibérico

Los saludadores, sanadores carism áticos especializados en la cura de la


hidrofobia, conform an uno de los com plejos m íticos más originales de la
península ibérica. Si bien el núcleo de su leyenda gira en to rn o de la rabia
canina, los saludadores tenían tam bién otras características extraordinarias,
que en ocasiones dejaban sil v irtud taum atúrgica en un segundo plano. En
efecto, los saludadores tam bién eran am os del fuego, adivinos consum ados
y cazadores de brujas.
El m isterio rodea la figura de estos cu randeros carism áticos. D uran te
siglos, detractores y defensores p reten d iero n en vano explicar las fabulosas
proezas que los saludadores realizaban ante sus pasm ados auditorios. La
am bigüedad intrínseca del origen de sus p o d eres exigió hasta sus m ism í­
simos lím ites al discurso antisupersticioso que inform aba 1a m anualística
española del perío d o m o d ern o . ;Se trataba de personas dotadas con una
co ntextura natural privilegiada? ¿Eran agentes diabólicos que realizaban
sus proezas rem itiéndose a un o rd en p re te rn a tu ra l de causalidades? ¿O
eran santos vernáculos que adm inistraban una gracia gratis data otorgada
p or la divinidad m ism a?1
El origen del m ito tam bién se h unde en las som bras. Son escasas las
referencias inequívocas a la figura del saludador an terio res a las prim eras
décadas del siglo XVI. En el listado de saludadores al servicio del concejo
de Murcia el p rim e r caso se rem o n ta al año ] 48 0 . Se trataba, sin em bargo,

1 Sobre esta cuestión véase Fabián A lejandro C ainpagne, Homo Caiholicus, Homo
Superstitiosus. El discurso aniisupcrsiicioso en la España de los siglos X V a XV11I, M adrid,
Miño y Dáviia, 2002, pp. 37-133.

22 5
Estudios de caso. Demonolooía cristiana v cultura folklórica en ci mundo ibérico

de un saludador de lobos, a quien el p o d e r municipal recu rrió para acabar


con una plaga que asolaba las h uertas y campos locales. Ante la falta de re ­
sultados concretos, sin em bargo, se lo despide el 7 de marzo de 14 80.1
La literatu ra antisupersticiosa a n te r io r ai i S00 parece ignorar por
co m p leto a los saludadores. Así, no se encuentran referencias a ellos en
el exhaustivo Libro de las confesiones del salmantino M artín Pérez (c. 1312-
1317)% en los serm o n es de la campaña castellana de San Vicente Ferrer
(1411 -1 4 1 2 ) 4, en los tres tratados antisupersticiosos que Lope de Barrien-
tos redacta para Juan II de Castilla a mediados del siglo XV', o en el Tractatus
exL¡uis¡iissiinus de supcrsLitionibus de Martin de Arles o Andosilla (Lvon, 1510).
En contraposición con este sugestivo silencio, el m ito em erge de manera
abrupta, ya p lenam ente conform ado, en los discursos antisupersticiosos de
comienzos del si^lo XVI, señalando una sugestiva solución de continuidad
en la que los historiadores n o parecen haber reparado hasta el p re s en te .6

2 Juan T orres Fontes, “El saludador”, en Homenaje a José Ballcstcr, M urcia, Hijos de
A n tonio Z am o ra, 19 7 2 , pp. 131-138; M aría dei C arm en Z am ora Z am ora “Aprove­
cham ientos forestales en la com arca del cam po de C artagena (luí ante la Edad M edia”,
Scripta Nova. Revista Electrónica de G eo g rfía y Ciencias Sociales, ! 3 (1997).
3 Véase M artín P érez, Libro de ¡as confesiones. Una radiografía de ¡a sociedad medieval
española, edición crítica, in troducción y notas p o r A ntonio G arcía y G arcía et alii,
M ad rid , Biblioteca de A utores C ristianos, 2002.
4Véase P edro M . C átedra, Sermón,sociedad y literatura en la Edad Media. SanVicente ferrer
en Castilla (1 4 1 1 -1 4 1 2 ), Salam anca, Junta de Castilla y León, 1994.
1 Los tres te x to s son el Tractado de caso y fortuna, el Tractado del dormir ¿^despertar
del sonar, y el Tractado de la divinaca e sus especies. D os ediciones m o d ern as reproducen
los tratad o s en con ju nto: Textos y Concordancias del Tratado de adivinanza y de magia,
edición sem ipaleográiica en m ícroiichas a cargo de María Isabel M ontova,T he Hís­
panle Sem inary o f M edieval Studies, M adison, 1994; Fernando Alvarez L ó p e z ,Irte
mágica y hechicería medieval.Trcs tratados de magia en la corte de Juan //,V alladolid, D ipu­
tación Provincial de Valladolid, 2000. Lina tercera edición repro d u ce únicam ente el
Trattado de la di¡ inanca: Palom a C uenca M uñoz, El Tractado de la Dívinanca de Lope Je
Barríanos. La magia medieval en la visión de un obispo de Cuenca, C uenca, Ayuntam iento
de C uenca, 1994.
6 R elirién d o se a los saludadores, M artí G elab ertó sostuvo recien tem en te que “desde
la Edad M edia se tien e conocim iento de la existencia de estos individuos”. Sin em bar­
go, n o ap o rta evidencia bibliográfica ni docum ental alguna para so sten er sem ejante
afi rm acíó n ; ctr. M artí G e lab ertó , La palabra del predicador. Contraerform a y superstición
en Cataluña (siglos X Vll-X VW ), Lleida, M ilenio, 2005, p. 281.
Fabián Alejandro Catnpa^nc

De allí en más, el complejo del saludador continuará enriqueciéndose con


nuevos elem entos hasta finales del siglo XIX, para com enzar lentamente
a diluirse en la segunda mitad del siglo XX.
Finalmente, la originalidad de la figura del saludador vuelve e x tr e m a ­
dam ente arduo todo intento de estudio comparativo o análisis morfológico
destinado a reducir al tipo o a los antecedentes un complejo mítico tan
altamente idiosincrásico. Los cronistas españoles v extranjeros daban cuenta
de la excluyen te originalidad ibérica del f e n ó m e n o .7 Los saludadores sólo
existen en España, sostiene A. Jouvin en Le royageur d'Europe, oíi sont Ie s

voyages de France, d ’halie et de Makhc, d ’Espagne el de Portugal (Paris, 16 7 2 )}


En el siglo XVIII Benito Jerónim o Feijóo insiste sobre la misma cuestión:
‘‘solo en España hay esta clase de C uranderos ( . . . ) e n tre ¡os Escritores de
Teología Moral solo los Españoles tocan la question de si el m o d o de curar
de ¡os Saludadores es com prehen did o en las observaciones supersticiosas.
Los demás no hablan de ellos po rqu e no los conocen; ó si alguno habla es
citando á Autores Españoles, y suponiendo ser nuestros nacionales dichos
curanderos ” .9 En efecto, aunque varias características del saludador pueden
hallarse en muchas otras figuras del folklore y la mitología paneuropeas, la
fusión de sus com ponentes en un complejo único sólo se detecta en España
y Portugal, y p o r lógica extensión, en Llispanoamérica . 10 Individualmente

' En E uropa, el com plejo m ágico-religioso más cercano al de los saludadores ibéricos
parece h ab er sido el culto de San H u b erto , un santo nacido en las cercanías de Lieja
a m ediados clel siglo Vil. Los fam iliares de San H u b e rto se decían dotados del p o d er
de sanar o p revenir la rabia con sólo locar a las personas. Sin em bargo, parecen haber
carecido de los restan tes trazos característicos de los saludadores ibéricos; véase al
respecto H enri G aidoz, La rage el Saint-Hnbert, París, Picard, 1S87; M arc Bloch, Les
rois thaumalurges, Strasbourg, Publications de la Faculté des L ettres de Strasbourg,
1924 (cito p o r la edición en castellano: Los reyes taumaturgos, traducción de M arcos
Lara, M éxico, FCE, 1988, pp. 167, 348-350).
5 Citado p o r j. M . Diez B orque, La sociedad española y los viajeros del siglo XVII, M adrid,
Sociedad G eneral Española de Librería S .A ., 1975, p. 159.
' Fray Benito G eró n im o Feyjoó y M on ten eg ro , Teatro Critico Universal o Discursos
varios en todo genero de materias, para desengaño de errores comunes, M adrid, 1777, tom o
111, pp. 4-5.
10 Luis Sánchez G ranjel, “A spectos m édicos de la litera tu ra antísuperstíciosa espa­
ñola de los siglos XVI y XVII”, en Humanismo y Medicina, Salam anca, Universidad de
Salamanca, 1968, p. 66.

227
e l u d i o s (le c a s o . D e m o n o l o y j a c r i s t i a n a v c u l t u r a i u l k h a ica > n el i n u n d o i b é r i c o

considerados, muchos de sus trazos pueden adscribirse a algunos de los


grandes sistemas culturales a los que en última instancia se reducen la
totalidad de los complejos míticos arcaicos europeos. C o m o fenómeno
de conjunto, sin em bargo, el com plejo del saludador parece, en principio,
irreductible a cualquier esquem a mítico preconcebido.
Por todos estos motivos, la mitología de los saludadores ibéricos no ha
sido demasiado frecuentada po r los historiadores. A m enudo se los mencio­
na en monografías sobre religiosidad local, reprobación de supersticiones
o medicina popular. Pero hasta el presente no parece haberse intentado
un análisis de conjunto del fenómeno. El presente cpítulo se propone,
entonces, realizar la disección de uno de los complejos mágico-religiosos
más originales de la civilización ibérica tem p ran o -m o d ern a.

1. Los s a l u d a d o r e s : s a n a d o r e s c a r i s m á t i c o s e n s u e l o
ib érico

Lina de las referencias más antiguas al mito del saludador aparece en


el sintético tratam iento de la materia antisupersticiosa que Pedro Ciruelo
incluye en su Arte Je bien confesar (1 5 1 4 ) " : “los saludadores, que se dizen
de sancta Q u iteria, o sancta catherina, que mas verdaderam ente son m i­
nistros del diablo, saludan a personas, o a otros animales contra la rauia,
0 m o rd e d u ra ele p e rr o rauioso”. 12 La referencia, incluida en la sección
dedicada a las hechicerías y sortilegios, resulta extre m ad am en te breve.
Sin em bargo , en ella se d etecta el núcleo d uro de la creencia: desde un
principio los saludadores fueron, ante todo, especialistas en la cura de m o r ­
deduras provocadas p o r los perros rabiosos, linos años más tarde, Ciruelo
amplía el tratam ien to del problem a antisupersticioso en su celebérrim a e

"A lg u n o s am ores dan 1SO 1 com o fccha de edición: S tuart Clark, Tlúiikiiy niih Demora:
7he Uea oj¡Vitchcrfi in Early Modern Europe, O x fo rd : C larendon Press, 1997, p. 49S;
y yo m ism o, siguiendo a C lark: Fabián A lejandro C am paone, Humo Cacholicus, Homo
Supemiiíosus, p. 32. Lou Arm Honrza considera, sin em bargo, que la fecha correcta es
1 S 14, y que la confusión surge p o r un tratado de títu lo similar, Arte para bien confesar,
p ublicado p o r un an ó nim o m onje jeró n im o poco después de 1500: Lou Ann Hom za,
ReligiousAuthoriiy in che SpaniJi Renaissance, B altim ore,T he John Llopkins University
Press, 2000, p. 152.
12 P edro C iru elo , Arle de bien conjasar, assi para el eonjessor como para el paútem e, Sevilla,
1 548; fol. xvii v.

228
l a b i á u A l c j j n J i ü í iihí i ihc

influyente Reprobación Je las supersticiones r hechicerías (Alcalá de Henares,


1530.'). 1’ Aquí el aragonés dedica un capítulo com pleto a los saludadores,
en lo que probablem ente constituya uno de los rnás antiguos tratamientos
extensos del mito. De hecho, Ciruelo se siente en la necesidad de justificar
la decisión de dedicar tantas páginas a la cuestión, lo que reafirma la sen ­
sación de que nos enco ntram os ante una creencia relativamente novedosa,
que había logrado en poco tiem po una rápida y e n o rm e difusión en la
Península: ‘‘mas porque las palabras y cerimonias de los saludadores tienen
alguna especialidad diferenciada délos empsalm adores ( . . . ) , y veemos que
mucha gente se va tras ellos a se saludar ( . . . ) , ha m e parecido de hazer
este capitulo especial contra los comunes saludadores ”. 14
El capítulo de C iruelo, que de alguna m anera adquiere un carácter
fundacional para el complejo del saludador, establece las seis características
principales de la versión canónica del mito: 1 - “[el saludador) se emplea en
querer sanar, o preservar a los h om bres y bestias v ganados del mal de la
rauia”; 2- “sana con su saliua de la boca o con su aliento”; 3- “son familiares
de sancta Cathalína, o de sancta Q u ite ñ a , y que estas sanctas le han dado
virtud para sanar de la rauia”; 4- “han se hecho em p r im ir en alguna parte
de su cuerpo la rueda de sancta Cathalína, o la señal de sancta Q u íteria”;
5- “adiuinan algunas cosas secretas de lo que esta ausente en o tro lugar, y
también de los acaescimientos ya pasados sobre algunas personas, y aun
de cosas que les han de acaecer”; 6 - “algunos to m an un carbón o hierro
encendido en la mano [y] lo tienen p or un rato. O tros se lavan la m ano en

n La lecha de ia edición príncipe de la Reprobación de C iruelo continúa siendo m ate­


ria de discusión hasta el presente; véase Verónica M ateo Ripoi!, “Sobre una edición
¡anota de la Repiobación Je supersticiones del m aestro C iru elo ”, Dj nontis, 22 (2002),
pp. 437-459. Para m uchos biblióíilos, la edición más anticua conservada sería la que
se encuentra en la llispanic Socieiy de Nuev a York ($.1, s .i., 78 iols. ; 2 hs). El lugar
de publicación más probable de esta edición parece haber sido Alcalá de H enares,
y el año, 1530; véase Felipe Díaz jim e n o , H a Jo y fortuna en la España Jel siglo .VI I,
M adrid, Fundación U niversitaria Española, 1987, p. 100. Hn cualquier caso, la más
antiaua de las ediciones extensas conservadas es la salm antina de 153S: Lou Afín
Homza, Re!ic¡ious Authority in the Spanish Renaissancc, p. 199.
14 Pedro C iruelo, Reprobación Je las supersticiones y hechizarías. Libro muy útil y necessario
a rojos los buenos christianos, M edina del C am po, ¡5 5 1 , foi. xxxviii r.

229
Estudios de caso. D em onolouú cristiana y cultura lulklórica en el mundo ibérico

agua o azeyte hiruiendo. O tro s miden a pies descalzos vna barra de hierro
a rd i e n d o ... O tro s en tran en un h o rn o encendido y fu erte”. 1’
R e s u lta evidente que no estamos en presencia de empíricos o ensalmado­
res corrientes. De la relación de la Reprobación de Ciruelo extraemos algunos
otros datos destacados. N o sólo curaban enferm os; también saludaban a
ho m b res y animales con carácter preventivo. Diseñaron algunas prácticas
cuasi-sacramentales, que los transfo rm aron en agentes activos de una h e ­
terodoxa paraliturgia vernácula, en com petencia directa con los agentes
de la religión oficial: “saludan el pan y lo mandan guardar p o r reliquias:
con mas deuocion que el pan ben dito de los sacerdotes de la yglesia en los
do m ingos”. 16 Finalmente, C iruelo deja en te n d e r que en muchas diócesis y
concejos los saludadores actuaban librem ente, con el co nsentim iento de las
autoridades civiles y eclesiásticas: “todos los perlados y juezes que perm iten
en sus diócesis que anten estos públicos saludadores, pecan m o rta lm e n te
si n o los castigan y echan de la tierra” . 17
C iruelo no fue el p r i m e r rep ro b a d o r de supersticiones en dedicar un
capítulo co m p leto al fenóm eno de los saludadores. Lo mismo había hecho,
un par de años antes, el franciscano Martín de Castañega en su Tratado de
las supersticiones y hechicerías (L ogroño, 1 529). Su descripción, sin e m b a r­
go, resulta ex tr e m a d a m e n te p o b re desde el p u n to de vista etnográfico.Ib
El interés excluyente de Castañega era de m o stra r el carácter lícito del
accionar de los saludadores, que atribuía a virtudes naturales ocultas en
su aliento o saliva, d escartando tod o o rd en de causalidad sobrenatural o
pretern atu ra l. D e hecho, C iruelo y Castañega inauguran dos vertientes
opuestas de la teología m o ral española: la de los detractores y la de los
defensores de esta peculiar estirpe de sanadores carismáticos.19

Ibid, ff. xxxviii r - x x xix r.


16 Ibid., fol. x xxix r.
17 Ibid., fol. xl r.
1 Fray M artín d e C astañega, Trazado de ¡as Supersticiones y ¡lechizerias, edición con
estudio p relim in ar y n otas de Fabián A lejandro C am pagne, Buenos A ires, Facultad
de Filosofía y L etras/U n iv ersid ad de Buenos A íres, 1997, pp. 9S-9S.
19 Sobre esta polém ica véase Fabián A lejandro C am pagne, “E ntre el m ilagro y el pacto
diabólico: saludadores y reyes taum aturgos en la España m o d ern a”, en M aría Estela
G onzález d e Fauve (e d .), Ciencia, poder e ideología. El saber y el hacer en la evolución de

230
¡ a b ij n A le ja tid iJ C a m p a g n e

La versión canónica del complejo del saludador p ro n to se vio m o d i­


ficada p o r la incorporación de nuevos atributos originales, que en poco
tiem po con fo rm aro n un re p e r to rio de trazos Ilutantes que contribuyó a
modificar de m anera re c u rre n te las versiones posteriores de la creencia.20
Una referencia notable al complejo del saludador aparece en el Jardín de
flores curiosas (Salamanca, 1570), del humanista Antonio deTorquemada. El
episodio tiene com o protagonista al padre del autor. El extenso memórate
incluye la detallada descripción del accionar de un misterioso curandero,
y aporta dos variantes interesantes a la mitología del saludador. En p rim e r
lugar, el don de clarividencia—ya mencionado en el fragmento fundacional
de Ciruelo— evoluciona aquí hasta convertirse en un ejercicio abierto de
segunda vista; en efecto, el sanador puede ver la enferm edad en el interior
del padre d e T orqu em ad a cuando éste no manifiesta aún síntoma alguno,
cuando no tiene siquiera conciencia de haber sido m o rd id o p o r un p erro
rabioso:
“‘D ezid m e, se ñ o r: ¿a vos os ha m o rd id o algún p e rro ? ’ Mi p a d re , q u e ya
casi lo tenía olv idado, le resp o n d ió : ‘U n p e rro salió a m í pocos días ha,
y m e quiso m o rd e r; p e ro , ¿por q u é lo p reguntáys?’ ( . . . ) . ‘P reg ú n to o slo
p o rq u e ( . . . ) yo soy sa lu d ad o r y esse p e rro q u e dezís q u e os sacó sangre
d e la p iern a, estava raviando ( . . . ) . Y para que entendáys que digo verdad,
el p e r ro ten ía tales y tales señales’, diziendo las m esm as q u e m i padre
havía visto, d e q u e n o q u e d ó p o co m aravillado”.

La segunda variación que in corpora el relato deT o rqu em ad a es la d e s­


cripción de un ritual de sanación más sofisticado que el simple em pleo
del aliento y la saliva. En efecto, el saludador pica con un cuchillo filoso
la nariz del padre deT orquem ada y extrae tres gotas de sangre, que coloca
en una escudilla. Media hora después “m iraron la sangre que estava en el
plato, que n o la havían quitado de su presencia, y hallaron en cada una

la medicina española (siglos X ! Í'-.V li l i ) } Buenos A íres, Facultad de Filosofía y Letras-


Universidad de Buenos A ires, 2 001, pp. 247-290.
20 Se trata de un fenóm en o sim ilar al que los hagiógrafos detectaro n en la evolución
de las leyendas de los santos cristianos. Sobre el concepto de trazo flotante véase
H ippolyte Dclehaye, Les légendes hügiogruphiques, B ruxelles, Société des Bollandistes,
19SS (190S), p. 23.

23 1
Estudios do caso, i Kinonoio^ía cristiana v cultura íulklorica en el inundo ibérico

( . . . ) , un gusano vivo, bullendo.Y entonces el saludador le dixo: ‘...veys


aquí todo el daño que el perro os haría h echo ”."1
La transición e n tre los siglos XVI y XVII aporta un testimonio valioso
sobre la c o n ta m in a c ió n de la creencia con elem entos extraídos de otros
complejos míticos paneuropeos. En las D isquisiiionum nkyiairum (Lovaina,
1 S 9 9 -1600), el jesuíta M artín del Río agrega nuevos trazos a la leyenda del
saludador. En p rim e r lugar, afirma que los saludadores se reconocen entre
sí con sólo mirarse, pues perciben de inmediato las marcas de nacimiento
que llevan grabadas en sus cuerpos: “dicuni ncnuraliier rnum solutatorem ah
oliis s a lu u io r ib u s co^nosci, licet emú p riu s m niq u a m cidcrint, qn uJ i'ujimm olicuius
notue illis á doenione impressae” En segundo lugar, Del Río señala que los
séptim os hijos en la continua generación de varones están destinados a
convertirse en saludadores según la creencia popular: “fa llu n tu r dum p u ta n t
harte rim com pelere séptim o ariq u e f lio, si m asculinum ordinem fem ín eo s p a rto s
non im c r n ip e r it” . 2l De todos los trazos incorporados con posterioridad a
las prim eras cristalizaciones del m ito , ninguno alcanzará en el futuro un
éxito comparable al de esta identificación en tre los septenarios y la figura
del saludador.
El com plejo folklórico con tinu ó in c orpo ran do elem entos que p r o ­
fundizaron la alteración de la versión canónica instalada a comienzos del
siglo XVI. En el Tribunal de superstición la dina (Huesca, 1631), el presbí­
tero aragonés Gaspar Navarro m enciona una nueva v sugestiva facultad
del saludador ibérico: su innata capacidad para detectar brujas. Navarro
afirmaba al respecto: “dizen que conocen las Brujas, y Brujos, co m o en
algunas ocasiones se han visto, que la gente ignorante y necia han lleuado
algunos Saludadores a ciertos lugares, para que les dixessen quien eran
Brujas, o Brujos ( . . . ) , V estos dizen, esta y aquella son B rujas.. .”.2+ Aun­

A ntonio (! rlo ¡( ¡a rm a d a . f u din de flores curiosas, en Obras completas. Biblioteca Castro,


M a d rid ,T u rn cr, 1994, to m o I, pp. 7 3 1 -7 3 2 .
22 M artino del Rio, Dísquisitionuni magicarum librisex, Lovanii, 1 599, tom as prim as, p. 40:
“dicen que un saludador es reconocido de m anera natural por los otros saludadores”.
21 Ibid.. p. 41: “piensan que este p o d e r co m p ete al séptim o hijo, si un p arto fem enino
no in te rru m p e la sucesión de varones".
’ G aspar N avarro, Tribinal de Superstición Ladina. Explorador del saber, astucia,y poder del
Demonio; en que se condena lo que suele correr por bueno en Hechizos, Agüeros (.. }y semejantes
uccioiMs vulqares, H uesca, 1631, fol. 91v.
f u b ' ú u M c j a t i d t u Catiiy^u¡ac

que este rasgo espectacular tuvo un carácter netam ente coyuntural (duró
poco tiem po —tíñales de) siglo XVI, comienzos del siglo XVII— y afectó
p articularm ente a los saludadores del Levante peninsular) contribuyó a
in crem entar de manera exponencial el prestigio e influencia locales de esta
peculiar estirpe de taumaturgos rurales. La inmunidad a las heridas era
otro de los rasgos novedosos subrayados por Navarro: algunos saludadores
se decían capaces de doblar c om o un arco la hoja de una espacia, apoyando
la punta sobre el pecho y la em p uñ adu ra contra la p a r e d .’’
Sin embargo, el ejemplo más acabado de la extraordinaria plasticidad
del m ito del saludador, de su infinita capacidad para in corpo rar trazos
ajenos a su leyenda, es su asociación tardía con la expulsión de demonios
v el exorcism o popular. En 16S3, el tiscal del arzobispado de Zaragoza
denuncia ante la Inquisición al saludador Pablo Borao. Se lo acusaba de
exorcizar mujeres aún cuando nunca había sido consagrado sacerdote ni
recibido las órdenes menores. Borao intentó neutralizar los cargos alu­
diendo a su protunda piedad personal: se confesaba y comulgaba todos los
días, y curaba p o r medio de la oración mental que practicaba ju n to con los
posesos. También afirmaba haber visto a la Virgen ¡María —”se le apareció
ahuyentando los dem onios”—, a muchos santos v ángeles, y a las almas del
P urgatorio.26 P ronto confesó el origen de sus poderes sanadores: “se ja c­
taba tenía un Christo en el paladar, en la mano derecha la rueda de Santa
Cathalina y en la espalda un quadro figurando la SantissimaTrinidad com o
la pintan, dizenlo dieziocho testigos”. ’7 Sostenía que su saliva tenía virtud
para cu rar toda clase de enferm edades, v por ello solía trazar cruces con
la lengua sobre el vientre de las mujeres afectadas p or maleficios. Borao
atribuía poderes similares al semen y a la orina, según un patrón arcaico
que confería a los fluidos corporales la virtud de transmitir la gracia que
habitaba el c uerp o del taum atu rgo .2'’ En prisión confesó que muchas de
las fórmulas contra los demonios que incluía en las filacterias que coníec-

’ I b id ., fol. 93 r.
' María Tausiet, A b r a c a d a b r a O r u n ip o te n s . M a g ia u r b a n a en Z a r a g o z a e n la E d a d M o d e r n a ,

M adrid, Siglo XXI, 2007, p. 157.


2/ I b i d . , p. 151.
Cabe aclarar, sin em bargo, que en el caso de Pablo Borao to d o indica que el c u ­
ran d ero se aprovechaba de estas creencias arcaicas para abusar sexualm ente de sus
pacientes; véase M aríaT ausiet, A b r a c a d a b r a O m n ip o te n s , pp. 153-155.

233
kstudios de caso. Demonología cristiana v cultura folklórica en el mundo ibérico

d o n a b a las había hallado en el Malleus Maíeficarum, el texto fetiche de la


demonología radical tardo-escolástica.29Treinta años después compareció
ante el tribunal inquisitorial de Zaragoza Juan José de Venegas, un saluda­
d or o riu nd o de Estambul. La relación de causa de 168S contirm a que el
cu rand ero afirmaba poseer un e n o rm e Cristo gravado en el pecho, y que
“dezia en traría en un o rn o quando estuviera mas encendido y mediría una
b arra de yerro encendida con las m anos o con los pies descalzos”. Pero
nada se comparaba con el d om inio que ejercía sobre los malos espíritus:
“había saludado a una muchacha espiritada y ( . . . ) había hecho bajar a los
d em onios al tobillo del pie y los había atado allí, [porque] tenía gracia y
potestad sobre los d em o n io s”.30
La literatura antisupersticiosa p roducida durante el siglo XV111 d e ­
muestra que el mito continuaba evolucionando. Benito Jerónimo Feijóo nos
presenta nuevas variantes en el Teatro Crítico Universal (M adrid, 1726-1740).
En p rim e r lugar, para el benedictino la virtu d de aquellos sanadores residía
en su aliento, en “el soplo fuerte y frío de que usan los Saludadores”;31
la curación p o r m ed io de la saliva, que ocupaba un lugar central en las
descripciones renacentistas de C iruelo y Castañega, se diluye aquí por
co m p leto . El b e n e d ic tin o invertía ta m b ié n la tradicional co m plexión
física del c uerp o del saludador: el hálito que producía la cura ya no era
cálido, sino frío. El aliento no sólo sanaba; también provocaba la m u erte
de los animales enferm os: “del Saludador famoso que he dicho, había yo
oído contar que, quando quería, con un soplo derribaba m u e r to á qual-
quiera animal rabioso”.32 C o m o lo d em u estra el caso de Pablo González,
procesado p o r el tribunal inquisitorial de Logroño a mediados del siglo
XV1I1, el po ten te hálito tam bién podía ocasionar la m u e r te de las personas
hidrofóbicas —González se consideraba responsable del deceso de un niño,
al que había saludado en Barcelona con el consentim iento de sus padres33.
Las marcas de nacim iento se diversifican en tiempos del Iluminismo: a la
señal de Santa Catalina, p resente en el cielo del paladar, se agrega una cruz

29 lbid., p. 163.
30 A id., p. 149.
31 Fray B enito G eró n im o Feijóo y M o n te n eg ro , Teatro Critico Universal, p. 1
í2 lbid., p. 9
' ‘YVikü ir: M olero, Magic et sorccIlcric en Espayne au siecle des Luinícrcs, I 700-1 820, París,
L’F iarm attan , 2 0 06 , p. 141.

234
Fabián A le ja n d r o C a n ip a yn e

debajo de la lengua o una rueda sobre el pecho. Convencido del carácter


artificial de esta señales, Feijóo atribuye el hecho al peligro que implica­
ba imprimirías en la boca: “me parece que ¡os que usan este artificio, es
natural que im prim an la ru eda en otra parte del cu erpo antes que en la
boca, p o r ser aquello m ucho m enos peligroso, y molesto; y m e confirma
en este pensam iento el caso práctico que refiere el D o c to r D on Francisco
Ribera, de un Saludador que tenía dicha ru ed a en el p e ch o ”. i4 Más allá de
la consabida referencia a Santa Q uiteria y a Santa Catalina, los sanadores
de la rabia dieciochescos tam bién solían invocar la protección de otras
figuras de la mitología cristiana. El saludador Joseph Ignacio del Castillo,
encarcelado en Zam o ra en 1771, curaba la rabia re c u rrie n d o a San C osme
y a San Damián; Del Castillo se caracterizaba tam bién p o r un peculiar
m é to d o de sanación: soplaba sobre los p e rro s enferm os, les m ordía las
orejas, y luego succionaba la sangre que manaba de las heridas.
Más de dos siglos después de las prim eras descripciones detalladas del
mito, las proezas con el fuego adquieren una dim ensión decididamente
espectacular.Ya no se trataba solamente, como en tiempos de Ciruelo, de in­
gresar en un h orn o caldeado o de to m ar con la m ano carbones encendidos:
en los albores del Siglo de las Luces los saludadores podían extinguir con
la lengua un ascua encendida o apagar con un soplo el fuego más intenso.
Las mises-en-scene orquestadas p o r aquellos sanadores ambulantes habían
devenido hiperbólicas demostraciones de poder. En 1696, el saludador
Fulgencio Sevilla elevó un m em orial ante el concejo de Murcia, solicitando
autorización para ejercer su oficio en la ciudad. Para d em o s trar su virtud
estaba dispuesto a pasar cualquier prueba que los ediles quisieran im p o ­
nerle. La ordalía fue presenciada p o r varios regidores y p o r el escribano
mayor de la ciudad. La p rim era p ru eba consistió en m e d ir con los pies
descalzos una barra de h ierro al rojo; la segunda, en lamerla con la lengua.
Fulgencio Sevilla salió airoso, y fue contratado como saludador a sueldo po r
el ayuntamiento local.36 Juan Blázquez Miguel halló en los archivos de la

;' Fray Benito G erón im o Feijóo y íM ontenegro, Teatro Critico Universal, p. 6.


Valérie M olero, Magie ei sorcellerie en Espagne ou siécle des Liuniéres, p. 1 36.
36 Francisco J. Flores A rroyuelo, El diablo en España, M adrid, Alianza, 1985, p. 189.
Este no fue el único caso de saludadores contratados p o r los concejos españoles u
oficialm ente autorizados a ejercer por las autoridades episcopales; véase José M iguel
Sáez y P edro M arset, “Profesionales sanitarios en la M urcia del siglo XVIII. N ú m ero ,
evolución y distribu ción ”, Asdepio, 45 (1 9 9 3 ), p. 73; M artí G elab ertó , La palabra del

235
LsUkiio.> cío caso. Dcmonulutua cn>u.ui.i v cultura loikiúrica en el mundo ibérico

Inquisición el so r p re n d e n te e jem plo del saludador Francisco Gandía, que


hacia I7S8 residía en O liv a , V a len cia . A los m ordidos por canes rabiosos
les mostraba la C ru z de C ara vaca - o t r a in n o v a c ió n sígnica q u e perduraría
con éxito hasta muy en trado e> siglo XX—, recitaba una oración de su
apárenle autoría, escarbaba la herida con un alfiler, v luego succionaba el
veneno. La gestualidad taumatúrgica de Gandía nos con tin u a que la virtud
tle los saludadores ya no parecía concentrase de manera excluyem e en su
saliva o aliento. Pero más ab ru m a d o r resultaba su dom ino sobre fuego. En
varias o p ortun ida des el pueblo en tero lo había visto ingresar en el h orno
y retirar los panes recién elaborados; en una ocasión, un médico de la lo ­
calidad lo descubrió co m ien do un pescado den tro del mismo fogón.3/ Las
comunidades rurales solían transform ar el d o m in io sobre el fuego en el
l ito de pasaje q ue señalaba la irrupción de un nuevo sanador carismático.
Así o c u r r ió con A n to lín M a g d a le n o , procesado p o r la Inquisición lo g r o ñ e sa
en 1760: cuantío contaba con 14 o 1S años sus vecinos lo habían obligado
a caminar con los pies descalzos sobre una barra de metal ardiente, con
c¡ arou m en to de que to do buen saludador debía p o d er hacerlo sin sufrir
d«ño alguno.ís
Aunque el arte tle sanar el mal de la rabia parece haber sido una c o m p e­
tencia exclusivamente masculina, un proceso inquisitorial tardío demuestra
que, en ocasiones, el oficio tam bién podía ser ejercido po r mujeres. En
julio de 1755, el tribunal de Cuenca condenó p or supersticiosos los ritos
y conjuros que la sexagenaria saludadora Isabel Gil utilizaba para curar la
rabia y predecir el porvenir. Esta vecina de Mira del Río había heredado de

pp. 3 45-34 7; ju an Blázquez M iguel, Yecla en su Historia: desde los primeros


pobladores hasta la Guerra de Independencia, Toledo, Arcano, 1988, p. 8 1; A ntonio Pe-
ñatiel R am ón, uC ara v cruz de la m edicina m urciana de! setecientos: Pervivencía tle!
salu d ad o r”, M uyeiana, 7 1 (1 9S 7), pp. 73-8 1 .
; Juan Blázquez M iguel, Bros y Tañaros. Brujería, heelñeeila y supeisiiisión en España,
Toledo, A rcano, 1989, p. 214. Episodios com o éste potenciaban el prestigio tle esta
estirp e tle sanadores. D e hecho, a fines del siglo XVII los saludadores llegan al Alcázar
real: en 1696 un re n o m b ra d o saludador rnanebego lúe llam ado a palacio para tratar
el mal incurable que afectaba a la reina m adre, M ariana tle A ustria; véase C arm elo
Liscm Tolosana, Demonios y exorcismos en el siglo de oro, M adrid, Akal, 1990, p. 20;
D uque de M aura, Supersiicioncs de los siglos X VI y XVII y hechizos de Carlos II, M adrid.
Calleja, s / L (1950 ?), pp. 57-58.
Valérie M o lero, Magie et soreellerie en Espagne au siecle des Lamieres, p. 1 39.
F a b iá n A l e j a n d o ) C a m p a ^ /n c

su madre la virtud taumatúrgica que le perm itía tratar la hidrofobia y toda


clase de enferm edades contagiosas. Afirmaba que cuando ella m uriera el
don pasaría a su hijo —de acuerdo con la inveterada tradición que estipulaba
que los sanadores carismáticos sólo podían comenzar a ejercer su oficio
una vez que se produjera el fallecimiento del p rogenitor que les trans­
mitía la gracia. La oración que Isabel Gil utilizaba con los seres humanos
aludía a la SantísimaTrinidad, a jesús de Nazareth y a Santa Q uiteria, p o r
cuya v irtud esperaba librar a los dolientes del mal de ojo, de la rabia v de
toda ponzoña corrom pida. Para bendecir al ganado utilizaba un conjuro
diferente, que incluía una invocación al arcángel G ab riel.59 D urante más
de treinta años la curandera ejerció su oficio en la jurisdicción conquense,
y gracias al prestigio alcanzado - o al te m o r que sus ambiguos poderes
provocaban—las villas de Fuentes, Trijueque y Viruega le entregaban dos
fanegas de trigo al año para que santiguara a los animales del térm in o .40 De
hecho, la caída en desgracia de la saludadora com enzó cuando el concejo
de Fuentes in te rru m p ió el pago del estipendio. La m u je r reaccionó de
manera airada, y a los pocos días un e n o rm e mastín hidrofóbico irru m p ió
en la aldea, m ordien do y contagiando a la mayor p arte de los canes del
vecindario. El párroco, que debió sacrificar a su p e rr o a raíz del episodio,
te rm in ó denuncia ndo a la curandera ante el Santo Oficio. Los inquisidores
condenaron a Isabel Gil a p erm an ece r tres años en la cárcel de la p e n i­
tencia. Allí debía instruirse en la sana doctrina cristiana y prepararse para
una confesión general.T odos los días debía salir de su prisión para rezar
el rosario y el Salve Regina en una erm ita cercana. El tribunal tam bién la
desterró p o r cuatro años de los lugares en los cuales había ejercido su
oficio, y o rd enó a los curas locales que condenaran desde el pulpito los
supuestos poderes de los sanadores populares.41
En Portugal, el mito del saludador adquirió algunos rasgos e x tre m ad a­
m en te originales, lo que nos p e rm ite sostener la existencia de una espe­
cífica versión lusitana del complejo. En una p rim era fase, los saludadores
portugueses parecen haberse especializado de m anera casi excluyente en
la curación del ganado enferm o; sólo len tam en te ex tendieron su accionar

39 Ibid., p. 142.
40 Sebastián Cirac Estopiñán, Los procesos de hechicerías en la Inquisición de Castilla la
Nueva (Tribunales deToledo y Cuenca), M adrid, CSIC, 1942, p. 63.
41 Ibid., p. 244.

237
Lsludios de caso. Demonolouia cristiana v cultura iulklórica en ei niumlu ibérico

a los seres humanos. El procedim iento que empleaban también tenía rasgos
particulares. A diferencia de los saludadores españoles, que otorgaban a
la saliva un papel destacado en los rituales curativos, sus colegas lusitanos
bendecían agua con sal e hisopeaban al ganado con una rama de laurel.4’
El té r m in o saludador no era el único e m pleado en Portugal para referirse
a estos taum aturgos campesinos. También se los denominaba ben¿cJe¡tos'i
o hemos.4'' D esde finales del siglo XVII se generaliza en to do el país el uso
del vocablo curandeiro, que en el habla co m ún comienza a desplazar al
té r m in o más arcaico de saludador; la práctica inquisitorial, sin embargo,
continuó siem pre estableciendo un matiz diferencial entre ambas palabras,
reserv and o la expresión saludador para aquellos que afirmaban curar por
un d on divino adquirido desde la cu na.45
La originalidad del saludador p o rtug ués n o se agota en las especilici-
dades lingüísticas. D esde el siglo XVI se especializó en la identificación de
Jctticeitasy en la neutralización de maleficia. Con frecuencia atribuía el o ri­
gen de las enfermedades misteriosas al espíritu de los muertos. Pedro Anes,
saludador del té rm in o de Sousel, diagnosticó la dolencia que aquejaba a una
niña r e cu rrien d o a u n recipiente de agua con sal, que él m ism o bendijo por
medio de soplidos y d e la señal de la cruz. Gracias al ritual descubrió que la
causa de la enfe rm ed ad era el alma de la m a d re de la pequeña, enfurecida
con el resto de la familia que se negaba a cum plir un voto religioso que
la m u jer había form u lad o cuando todavía vivía.46 Los benzedeiros lusitanos
dem ostrab an una capacidad de contacto con el m u n d o de los espíritus de
que carecían sus colegas españoles. C onfirm a esta presunción el hecho de
que m uch os saludadores vernáculos diagnosticaran las enferm edades y
prescribieran los tratam ientos p o r m edio de la interpretación de los sueños.

42 Francisco B e th e n co u rt, “P ortugal: A S crupulous inquisiüon”, in Bengt Ankarloo


and Guslav H enningsen (e d s.), Early Modera Eu topean IVitchcnft:Centres and Periphcries,
O x fo rd , C larend on P ress, 1993, p. 410,
Francisco B e th e n co u rt, O imaginario da magia, Eeiliceiras, saludadores e nigromantes no
sécula XVI, Lisboa, P ro jecto U niversidade A b erta, 1987, p. SS.
44 José P edro Paiva, Eróticas e cíenlas mágicos. 0 meJo e a ttecessiJaJe dos mágicos na diocese
de Coimbra (16 5 0 -¡7 4 0 ), C o im b ra, Livraria M inerva, 1992, p. 78.
; Tní¡í >1! iv D. W alker, Doctors, folk Medicine and the Inguisition.Thc Repression oJMagkal
Hcaling in Portugal during the Enlightment, Leiden, Brill, 200S, p. 49.
46 Francisco B e th e n co u rt, O imaginario Ja magia, pp. 54-5S.
lu b ia n A L ja n d io C a m p a yn c

Tal era el caso del labrador jo rg e Anes Castro, un saludador de la aldea


de Porches, Algarve, que tenía en tre sus clientes al concejo de Évora y a
la mismísima familia real; según narraba el propio curandeiro, una vez que
los dolientes le describían el mal que los afectaba “a nojte seguyme sonha
os remedios que ha de dar a cada hum”.47 Los sueños servían tam bién como
investidura simbólica de los taum aturgos locales. Muchos comenzaban
sus carrera^ a p artir de una serie re cu rren te de imágenes proféticas. Así
ocu rrió con el mencionado Anes Castro: el descubrim iento de su voca­
ción tuvo lugar a los trece o catorce años, cuando guardaba bueyes en el
campo y re petidam en te soñaba que bendecía a un niño en el desie rto .4S
En ocasiones, el contacto con lo sobrenatural cristiano resultaba aún más
explícito, y las apariciones reemplazaban a los sueños. U n ejemplo acabado
es Gaspar Martins, quien recogiendo agua ju n to al pozo se enco ntró con
“hüa molher vistida de branquo com hüa inalegua daguoa na mao esqucrda a na
direila trazia hum ramo dalliciim e com a mao direita ( . . . ) bemzera tres vezes a
maíeya d a g u o a Martins creía que la deslum brante aparición era Nossa Sen-
hora da Luz.*9 El papel de las apariciones adquiría aún mayor im portancia
en la diócesis de Coim bra. En 1656, el bento Pedro Fernandes se p resentó
espontáneam ente ante un visitador eclesiástico para dar cuenta del origen
de su poder. En la noche del 23 al 24 de junio de 1640, poco antes del
canto del gallo, vio com o un resplandor descendía desde el techo de su
vivienda y se posaba a la vera del lecho; inm erso en la luz enceguecedora
Fernandes reconoció a San Joao Eaptista, quien le dijo: “tuclo o que curares
será bem aventurado e [tudo o que] vires nos olhos de cousas dañadas sera salvo”.
Antes de partir, la misteriosa aparición marcó a Fernandes con una señal
en la boca, “que era urna marca de Deus”.s0 En ocasiones específicas, la visión
daba lugar a espectaculares travesías en éxtasis. En 1697, Bento Assuncao,
un niño sanador nacido en la aldea de Punía, obispado de Coim bra, explicó
a los inquisidores que había r e c o r rid o el cielo y el infierno bajo la guía de
nossa Senhora, con quien dialogaba tres veces p o r semana —ios miércoles,
sábados y d om in g o s.11 C o m o en España, las señales de los saludadores

47 ;tici.,p. 62
4S Ibid., pp. 139-140.
49 ibid., p. 140.
50 José P edro Paiva, Pláticas e cíenlas maricas, pp. 202-203.
51T ím othy D. W alker, Doctors, Folk Medicine and ibe Inquisition, pp. 357-358.

239
E st u di os d e caso. D e m o n o l o s n a c ris tia na v c u l t u r a f o l k l ó r i c a en el m u n d u ib é r i c o

portugueses eran variadas. María Barradas tenía una cruz en el cielo de la


boca, a la que se sumaba una segunda señal que aparecía sólo los viernes:
un C risto crucificado. Joao Manuel, del pueblo de Midoes, tenía una cruz
en la palma de la m a no izquierda. Pero la mayor innovación la aporta
M artinho Afonso en 1702: se consideraba beato porque había llorado tres
veces en el vientre de su m a d r e .1-
Los Pirineos no fueron obstáculo para al avance del singular folklore
del saludador. Muchos testimonios dan cuenta de la presencia del mito en
el sur de Francia.l! En 1770, el concejo deO le tte, en el Haut Conflent,
intentó con tratar los servicios de Jean Salvador, un curandero del cantón
de T h u ir que se p resentaba c o m o saludador —té rm in o que las fuentes
francesas re p ro d u c e n en castellano.14 A mediados del siglo XIX muchos
saludadores galos prosperaban en el d e p artam en to de Pyiénées-Orieniales,
vendiendo subscripciones a personas interesadas en recibir su asistencia
ante un eventual ataque de p e rr o o lobo rabioso.11 Cabe aclarar que las
influencias culturales no circulaban en una única dirección; los folkloristas
decim onónicos confirman que en el Rosellón español el complejo ibérico
podía asumir algunos trazos míticos de indudable origen francés: “le vulgaíre
assure qu’ils (Ies saludadors] om une marque distinecive au palais de la Lonche
tominc une croix ou unefleur de lys”.56

12 lbid., pp. 203 -20 4.


Ea t i p resen te resulta difícil d e te rm in a r en qué m o m en to el m ito del saludador
ibérico p e n etra en te rrito rio francés. Fuentes de finales del siglo XVI atestiguan la
existencia del térm in o salueur, aplicado a los familiares de Santa Catalina que afirmaban
te n e r dom inio sob re el fuego; véase Valérie M olero, Mogie et soreellerie en Espagne au
siecle des Lumiérest pp. 128-1 29.
JÍ M atthew Ramsey, Professional and Popular Medicine in France, I /7 0 - 1S30:The Social
I Iuí/J o j Medical Practiee>C am bridge, C am bridge U niversity Press, 2002, p. 32.
” lbid., p. 288.
Jl Joseph S irven, “Les saludadors”, Socicié agrieole, seientifíque et Intéraire des Pjrénées-
orientales, 14 (1 8 6 4 ), p. 116. C itado p o r M arc Bloch, Los rejes taumaturgos., pp.
2 71-280: “el vulgo asegura q u e [los saludadores] tienen una m arca distintiva en e!
paladar de la boca, con la form a de una cru z o de una flor de lis” (la traducción del
francés es m ía).

240
h ilsiú n A le ja n d ro C dinjjaqnc

El complejo mítico del saludador arriba finalmente al siglo XIX.3/ Para


entonces, la cantidad de elementos incorporados del siglo XVI en adelante
conformaban verdaderas capas geológicas de densidad diversa. Al mismo
tiempo, la riqueza de los mitologemas c|ue rodeaban el núcleo originario
de la creencia daban lugar a un nú m e ro casi infinito ele combinaciones
posibles. Los nichos culturales locales también dejaban su im pronta en la
configuración vernácula del mito. A mediados del siglo XIX, p o r e je m ­
plo, Santa Quiteria había desplazado p or com pleto a Santa Catalina como
protectora de los saludadors en los Pirineos Orientales: antes de soplar y
succionar sobre la herida, los saludadores pirenaicos daban a besar a sus
pacientes una cruz llamada de Santa Q uiteria; de hecho, nunca empezaban
su carrera pública sin antes acudir a una iglesia en la que fuera venerada
la santa —una de las más frecuentadas era la antiquísima abadía de Besalú,
en G iron a.38
De todos m odos, y a pesar de los trazos nuevos incorporados en los
siglos precedentes, en casi todas las referencias decimonónicas siempre
resulta posible identificar varias de las características de la versión canó­
nica descripta p o r Pedro Ciruelo en la década de 1S 30. El 6 de marzo de
1842, Vicente de la Fuente publica en el Semanario Pintoresco Español el
artículo ‘‘La rabia y los saludadores”, en el que se describen los atributos
de un célebre saludador c ontem po rán eo; tenía tres señales de nacimiento
impresas en el cuerpo: “la rued a de Santa Catalina perfectam ente formada
en la parte superior, ó cielo de la boca”, “una cruz en el pecho, á nativitate”
y “una cabeza de p e rr o perfectam ente formada en el ambés”. C o m o en el
pasado, sin em bargo, la proeza que más asombraba a los co ntem poráneos
era el señorío sobre la materia ígnea: “trajeron al p u nto una gran ascua; el
saludador la cogió con sus callosas manos, y la partió en dos trozos m a n e ­
jándola sin dar señales de dolor. En seguida dejó una p arte de ella sobre
un plato y principió a echarle su hálito y a lamerla, cuidando siempre de

>7 Al respecto, véase E nrique P erdiguero, “Magical Healing in Spain (1 875-1936):


Medical Pluralism and th e Search for H egem ony”, ¡nW ilíem cíe B iécourt and O w en
Davies (ed s.), I V iu h c r a ft C o n iin u c d : P u p u l ji M a ^ ic in M u J c i n E u r o p s , M anchester, Man-
chester U niversity P ress, 2004, pp. 137-138.
>s Joseph Sirven, “Les saludadors”, pp. 116-118.

241
E^LutliuS <Jc caso. Demonolo^ia cristiana v cultura lolklorica en el mundo ibérico

alentar sobre ella, al tiem p o de irla á tocar con la lengua”. ’* De la Fuente


prioi izaba así ¡os aspectos más misteriosos y espectaculares del accionar
del saludador. Lo m ism o hacía el escritor costumbrista José Selgas y C a­
rrasco. De hecho, en su novela El saludador, publicada en Madrid en 1887,
el protagonista adquiere dimensiones decididamente sobrenaturales; amén
de sus consabidos poderes —el dom inio sobre luego, la cura de la rabia—el
autor le atribuye la capacidad de do m in ar los elem entos a su antojo: “ima­
ginaos que detiene el rayo en m edio de las nubes y el tru en o en medio de
los aires, que suspende el to r re n te que se precipita, y apaga el incendio
que ruge, con sola su presencia. Eso hace, porque eso es lo m ism o que
d e te n e r el furor convulsivo de un animal o de un h om b re herido po r el
puñal de la hidrofobia”.00
Sin embargo, los relatos más convencionales continuaban enfatizando el
carisma taum atúrgico de los saludadores. La Noticia de las Cosas Memorables
de Guipúzcoa (1868), del jurista e historiador vasco Pablo de Gorosábel,
nos prop orcion a la siguiente síntesis: los saludadores vascos tienen virtud
para curar las m ord ed u ras de los perro s rabiosos; goza de este concepto
el séptim o hijo varón de una familia; acostum bran realizar una incisión en
la m o rd e d u ra y “chupan en ella to do cuando pueden la sangre inficionada
del veneno”; p o r últim o, “para dar a este acto cierto aire de religiosidad,
invocan con una cruz a la SantísimaTrinidad, así que a varios santos y santas,
concluyendo con dar tres Soplos”.61 Los saludadores n o sólo curaban la
hidrofobia sino que ellos mism os se consideraban inmunes a las mordeduras
de los animales enfermos:
“citaré u n caso o c u rrid o co n José A n to n io d e Iraola, afam ado saludador
d e la aldea d e G oyaz. Se sabe q u e este e m p íric o cu ra n d e ro fue llam ado, y
fue a Vizcaya el ano de 1860 a cu ra r a un h o m b re que había sido m o rd id o
p o r u n p e rro rab io so ( . . . ) . H abía e n la casa del m o rd id o un p e rro de
m alas co n d icio nes, a q u ien sus fam iliares quisiero n te n e r atado, m ientras

Citado p o r j u ai i Francisco Blanco, brujería y otros oficios populares de ¡a magia, Valla-


dolid, A m bito, 1992, p. 254.
60 José Selgas y C arrasco, El saludador, M adrid, 1887, p. 219. C itado por Francisco
j. Flores A rrovuelo, El diablo en España, p. 191.
u Pablo de G orosábel, Noticia de las Cosas Memorables de Guipúzcoa o Descripción de ¡a
provincia y de sus habitadores: exposición de las instituciones,fueros, privilegios, ordenanzas y
leyes: reseña del gobierno civil, eclesiástico y militar: idea de la administración de justicia, etc.,
Tolosa, Im p ren ta de E. L ópez, 1899, to m o 1, p. 359
Fabián Alejandro Lampac/nc

el sa lu d ad o r perm an eció en ella; p e ro éste, fiándose en su supuesta m ila­


g rosa v irtu d a n ü rra b io sa, se e m p e ñ ó en q u e el tal p e rro estuviese suelto
( . . . ) . A n d an d o , pues, de esta m an era, le m o rd ió al m U m o saludador
en la cara, y v uelto a su casa, m u rió a consecuen cia de esta herida a los
cu aren ta y seis días”.62

En la década cíe 1880, el fo lk lo rista to led an o E ugenio O lavarría y


H u a rte nos prop orcio n a la más exhaustiva síntesis ím isecular del com plejo
del saludador:
El co n o ce a sim ple vista, si el en ferm o que le presen tan está efectivam ente
am enazado de hidrofobia; é, m ediante una bendición, y m ás co m ú n m en te
algunos esp u to s qu e arro ja en una jolaina de agua, ve en el lo n d o la figura
del p e rro , y en su aspecto co n o ce si estaba o no rabioso; ( . . . ) quita á la
h erid a, p o r m e d io de la succión, el virus v en en o so q u e dejó en ella el
anim a!; ( . . . ) va d e p u eb lo en p u eb lo b en d icien d o los ganados qu e se le
p re se n ta n re u n id o s en la era y saludándolos con su alien to en n o m b re
de D ios ( . . . ) . El saludador es un h o m b re q u e nació en V iernes S anto, á
las tres en p u n to de la ta rd e , hora precisa en que m u rió Jesús, ( . . . ) en
testim o n io de lo cual tie n e una cru z p e rfe c ta m e n te grabada en el paladar.
T re s veces llo ró en el v ie n tre de su m a d re , la cual tu v o b u en cuidado de
callarse el suceso m aravilloso. H ay algunos qu e tie n e n el p o d e r de ver
abiertas todas las se p u ltu ras cu an d o e n tra n en un c e m e n te rio el día 1°
de N o v iem b re ( . . . ) . G e n e ra lm e n te se cree q u e poseen doble vista, que
saben ya, con antelación, cuándo y q u ién le va á ir á buscar para asistir á
algún e n fe rm o , y p u e d e n c o g e r un h ie rro a rd ie n d o y te n e rlo en la m ano
sin q u e m a rse .63

C om o vem os, el m ito continuaba in c o rp o ran d o de m anera constante


nuevos elem en to s, sin d esp re n d e rse p o r ello de sus trazos originarios.
C onstatam os, p o r ejem plo, que en la síntesis de O lavarría se atribuye a
los saludadores h ab er nacido el V iernes Santo y ser capaces de ver a los
m uertos en su s sepulturas, características típicas de otra figura del folklore
peninsular: el z a h o ri .64

62 Ibid., p. 360.
63 Eugenio O lavarría y D u arte, “Supersticiones españolas de m edicina popular”, en
G eorge W illiam Black, Medicina popular, Barcelona, Alta Fulla, 1982 (1 8 8 9 ), pp.
330-331.
64 En el siglo XVII, los prop ag an d istas de la m o n arq u ía in te n ta ro n e x p lo ta r la
circunstancia d e que el rey Felipe IV hu b iera nacido un V iernes Santo, tratan d o

243
E st u d io s (le cas o. D c m o n o l o o i ' j cris tia na v c u l t u r a i o lk lo r ic a en el m u n d o ib é r ic o

A fines del siglo XIX el m édico y folklorista asturiano Eladio García


Jove lo gró entrevistarse con la madre de un precoz saludador de dos años
v m edio de edad. El niño era el séptim o hijo varón consecutivo v curaba
heridas y llagas con solo soplarlas. García Jove relata la experiencia en sus
Errores populares de Asturias (O viedo, 1891): “un sencillo campesino nos
condujo a aquel caserío tan visitado p o r enferm os de lejanos concejos que
acudían ( . . . ) a buscar salud en los residuos orgánicos de un desgraciado
niño que, anémico y raquítico, se desarrollaba imperfectamente en la mísera
vivienda de aquel escondido pueblo”. El cronista alude aquí a las virtudes
curativas atribuidas a las secreciones del pequeño curandero: la saliva
sanaba las enferm ed ades de los ojos; la leche que fluía del pecho m aterno
cuando el niño se desprendía quitaba el d olo r de cabeza; la orina hacía
desaparecer toda clase dolores, p o r rebeldes que fueran. La madre supo
que su hijo tendria poderes especiales p orq ue lo oyó llorar en el vientre en
dos oportu n id ades: “un día, no lo olvidaré mientras viva, el veintiuno de
septiem bre, día de San Mateo, sentí agitarse el nuevo ser en mis entrañas
y le oír llorar p erfectam ente ( . . . ) . El día once de diciembre del mismo
ano, hallándom e a la orilla del río, lavando ( . . . ) , oí p o r segunda vez llorar
al niñ o”. Atribuían al pequeño marcas de nacim iento en la lengua y el
paladar: “lo p rim e ro que se apresuró a enseñarnos la solícita m adre, fue la
bóveda del paladar y la lengua de su hijo, allí estaban ( . . . ) una rugosidad
de 1a mucosa palatina en form a transversal sobre la línea blanquecina de la
unión de los dos maxilares superiores, simulando una cruz, y unas líneas
o co rtes semicirculares en la lengua, que eran las letras misteriosas (...)*
—‘¿Q ué dicen esas letras?’, p regu nté yo. - ' D i o s ’, me contestó ella, con
ton o sentencioso”.
C o m o n o podía ser de otra m an era, el complejo del saludador se
difunde tam bién p o r Hispanoamérica. En el siglo XVII el Santo Oficio

de fo rtalece r con ello el carism a real; véase A ndrew W. K eitl, Inieniing ihc SacreJ:
Impostare, ¡nquisiiion and ihc Boundaries oj che Supei natural in Golden Age Spain, Leiden,
Brill, 2 00 5, p. 4 2 . Según la leyenda, p o r h ab er nacido en dicho día Felipe IV podía
ver a los asesinados tal com o estaban en el m o m e n to de su m u e rte ; p o r eso, para
esquivar tales visiones que le habían asaltado en su juventud solía cam inar erguido y
con los ojos o rien tad o s hacia el cielo; véase Elviro M artínez, Brujería asturiana, León,
E verest, 1987, p. 141.
C itado p o r jesús Callejo y José A ntonio íniesta, Testigos del piodigio. 'Poderes ocultos
y oficios insólitos, M adrid, Anaya, 2 001, pp. 4 4 -4 6 .

244
L a b i á n . ! l e j a n d r o C an uK U jnc

lim eño condenó a varios sanadores carism áticos que portaban cruces en
el pecho y en el cielo de la b o ca .66 La inquisición novohispana supo ser aún
más im placable: en 1659 fue ejecutado en M éxico el saludador Francisco
López de A ponte, especializado en la cura de dolencias oftalm ológicas.
Solía acercar a su boca el hisopillo con el que limpiaba los ojos de sus
pacientes, pues en su vaho residía la v irtu d sanadora. También se decía
zahori, y se atribuía el p o d er de le e r los pensam ientos ajenos.e/ En el siglo
XVIÍI la leyenda del saludador era bien conocida en elT ucum án colonial.
D urante el proceso p or hechicería que el cabildo de Santiago del Estero
le si^ue en 1761 al zam bo M arcos A zuela, el juez quiso saber qué virtud
tenía el acusado en el aliento y en el ta c to ;68 el com plejo m ítico aparece de
m anera explícita en el alegato del abobado de A zuela, cuya estrategia era
asim ilar las prácticas de su defendido a la gracia gratis data que se atribuía
a los saludadores españoles:
ha esto tam bién se agreda y p arece m u y del caso qu e los saludadores del
R evno de España con el aliento co n ten id o en su soplo m atan al anim al mas
ro b u sto que padece m as de ravia y lo m ism o a q ualquier p erzo n a razional
liziado d e este achaque, ( . . . ) llegando a tan to mi virtud qe. con un soplo
o p o n ien d o las m anos enzim a apagan una varra de fierro acavado de salir
d e la {ragua y aun viendo esta y o tras p ru eb as qe. p arecen im posibles no
se les em baraza y p o r se r nazidos con esa g racia.6y

A finales del siglo XIX, los saludadores proliferaban tam bién en la


cam pana rio p la te n se . ;0 D aniel G ran ad a, etn ó g ra fo y filólogo español
afincado en M ontevideo, d escribe con detalle la creencia y considera a
los saludadores com o los p recu rso res inm ediatos del taradlos y del mano-

66 jo sé T o rib io M edina, Historia del Tribunal del Santo Oficio de la Inquisición de Lima,
Santiago de Chile, 1887, p. 389.
6/A ntonio G arcía-M olina R iq u elm e,“El A uto de Fe de M éxico de 1659; el saludador
loco, López de A ponte”, R aista de la Inquisición, 3 ( I 994), p. 185.
Judilh F arberm an, Las salamancas de Lorenza. Magia, hechicería y curandciismo en el
Tucumán colonial, Buenos A ires, Siglo XXI, 2005, p. 222.
69 Archivo General de la Provincia de Santiago del Estero, Tribunales, leg. 1 3, exp. 1052
(1761), fol. 188-189 (foliación privada). A gradezco a mi colega Judith Farberm an
su Generosidad para c o m p artir conm igo este d o cu m en to inédito.
70 José Pedro Barran, Medicina y sociedad en el Uruguay del Novecientos, M ontevideo,
Ediciones de la Banda O rien tal, 1994, to m o í, p. 34.

245
tslm liüs lie caso. Dem oiiolo¿ja cristiana y eukura tolUórica cu el mundo ibérico

sanca, variantes locales del cu ran d erism o r u r a l . ' 1 G ranada da cuenta de


un célebre saludador que vivía en la provincia argentina de E ntre Ríos en
tiem p os de Ju sto José de U rquiza: los pobladores locales lo consideraban
reto b a do , es decir, in m u n e a las balas de p lo m o . '2 A com ienzos del siglo
XX los etnógrafos d etec tan en Chile la figura del Perspicaz, curandero
y adivino que nacía con una cru z im presa en el paladar, y a quien se oía
llo ra r en el v ien tre m a te rn o m uchas veces antes de nacer; el folklorista
Julio Vicuña C ifuentes no tenía dudas al respecto: “el Perspicaz chileno es
el Saludador español ” .73
D u ran te el siglo XX se asiste a la im plosión del com plejo del saludador.
En ninguna región se p ercib e con tan ta claridad este len ó m en o com o en
C ataluña. El saludador m an tien e incólum es algunas de sus características
tradicionales: cura la rabia; nace el V iernes Santo, o bien a las doce en
p u n to de las noches de Navidad o de San Juan; tiene una cruz en el paladar;
toca el luego sin qu em arse; ap^ga incendios con siete soplos, llora en el
claustro m atern o . Pero los folkloristas d etectan tam bién o tro s sanadores
p opulares que asum en algunos de los rasgos que trad icio n alm en te habían
co rresp o n d id o a la figura del saludador. Los caterius, p o r ejem plo, son los
nacidos el día de Santa Catalina: tien en una ru ed a en el paladar y curan
quem aduras haciendo signos o tocándolas. Los xucladors nacen el día de
San Judas; tien en una m ancha roja en el in te rio r de las fauces y curan toda
clase de heridas —p o r gangrenosas que fueran—m ediante un procedim iento
de succión. Los setens son los séptim os hijos consecutivos del m ism o sexo:
tocan el h ie rro al rojo vivo sin q u em arse, pued en caer de grandes alturas
sin hacerse daño, y curan p rin cip alm en te las quem aduras y las m o rdeduras
de p e rr o s .74

71 D aniel G ranada, Supersticiones del Rio Je lo Plata, M ontevideo, A. B arreiro y Ramos,


1896, pp. 385-38 6. G ranada constata, sin em bargo, que el nacim iento del futuro
tatadios o manosunta no venía acom pañado ni p recedido de ninguna circunstancia
necesaria o latal
Ibid., p. 390.
7S Julio Vicuña C ifuentes, Mitos y supersticiones. Recocidos de la tradición oral chilena,
Santiago de Chile, Im p ren ta Llniversitaria, 1915, p. 79.
’ Joan A n u d es, Folklore de Catalunya, B arcelona, Selecta, 1969, to m o III, pp. 944-
94 9; Joan G u illam et, Bruiseria a Catalunya. Barcelona, Edicions La Parauia Viva
1983, pp. 29-32.

246
l'ü b íá n A le ja n d r o C a m p a g n e

2. Saludadores, chamanes y licántropos

En un artículo reciente la historiadora y etnógrafo húngara Eva Pócs


sostuvo que los diversos complejos míticos que atraviesan la geografía
europea pueden reducirse, en última instancia, a tres sistemas cu ltura­
les posibles: el chamanismo, la mitología del Doble, y los fenóm enos de
posesión. "¿Es posible reducir el complejo del saludador ibérico a alguno
de estos modelos paneuropeos?

C ham an es y s a lu d a d o r e s

Desde la década de 1970, la palabra '“cham anism o” se ha transformado


en una de los térm ino s más citados p or antropólogos e historiadores de
las religiones. Aunque se ha instalado la sensación de que el chamanismo
constituye un atávico sistema de creencias, se trata en realidad de un fenó­
m e n o cuyas referencias históricas inequívocas apenas se re m o n tan algunos
siglos antes del presente. El té rm in o “chaman” es de origen tungús, y su
prim era aparición im presa se re m o n ta a las m em orias del clérigo ruso
Avvakum, editadas en 1672. Veinte años después, el holandés Nicholas
W itsen lo introduce en O ccid e n te .'6 Por otra parte, no existen testimonios
directos inequívocos del chamanismo siberiano anteriores al relato del
inglés Richard Johnson, que describe una cerem onia —p ro bablem ente de
origen samoyedo—que presenció el p rim e ro de en ero de 1SS7, en la costa
noroeste de Siberia.77 El único pueblo eu ro p eo que en tiem pos históricos
parece haber practicado un chamanismo de tipo siberiano fueron ¡os sami
o lapones. A escala mundial, la más antigua referencia segura al chamanis­
m o euroasiático rem ite, precisam ente, a un episodio relacionado con los
sami; el relato aparece en la Historia Norveyiae, un te x to latino escrito c.

71Véase Eva Pócs, “Possession P henom ena, Possession-System s: Som e E ast-C entral
E uropean Exam ples”, in G ábor Klaniczay and Eva Pócs (ed s.), Communication ¡riih the
Spirits, B udapest, C en tral E uropean U niversity Press, 2 005, p. 132.
70 G loria Flahertv, Shamanism and the Eíghieemh Century, P rin c eto n , P rinceton U ni­
versity Press, 1992, pp. 21-42; Vilm os Voigt, “Shaman: P erson o r W o rd ”, in Mihaly
H oppál (ecf), Shomanimi in Eurasia, G otinga, H ero d o t, 1984, p. 14.
77 Ronald H u tto n , Shamans: Siberiun Spiriiuality and chsWestern Imaginación, Londres,
H am bledon and L ondon, 2001, pp. 30-32.

247
E s t u d i o s d e c a s o . Í X - m o n o l o i n a c r i s t i a n a v c u l t u r a U d k k a ica c u e l m u n d o i b é r i c o

1 170-1 190, y describ e cerem onias que los m ercaderes noruegos habrían
observado d u ran te sus contactos con aq u ello s . '5
El cham anism o ingresa de m anera definitiva en el m undo académ ico
occidental con el legendario estu d io de M ircea Eliade, Le U iam anism e et
les lechniques A rchaiques Je I ’E xtase (P aris, 19S1). Eií elec to , siguiendo las
huellas de ios trabajos pioneros deW aclav Sieroszewski, VValdemar Bogoras,
VValdemar Jochelson, y S. M. Shirokogoroff, e n tre o tro s, el h istoriador r u ­
m ano sentc> las bases de un m odelo que, en las décadas siguientes, alcanzaría
un éxito e x tra o rd in a rio '1'’. Según Eliade, “una p rim era dcÜnición de tan
com plejo fenóm eno, y quizás la m enos aventurada, sería ésta: cham anism o
es la técnica del éxtasis”.5” El cham án es el especialista en una clase p a rti­
cular de tran ce, d u ran te el cual su alm a abandona el cu erp o para ascender
al cielo o d escen d er al infiern o , para e n tra r en con tacto con las grandes
divinidades cósm icas, con n ú m en es in term ed io s o con los espíritus de los
m u erto s. D u ran te sus viajes en espíritu se dedica a cap tu rar y devolver
el alm a sustraída de los cu erp o s en ferm o s, a guiar a los m u erto s hacia su
m orada definitiva, v a ad q u irir conocim ien to s ocultos. Para realizar estas
travesías extáticas, el alm a del cham án asum e con frecuencia características
teriom órficas. La vocación del fu tu ro cham án se declara p o r m edio de
una en ferm ed ad iniciáticá, y la p rim e ra serie de viajes extáticos incluye
siem pre instancias de d e sm em b ra m ien to y resu rrecció n del cu erp o del
asp iran te.Sl En toda la inm ensa área que co m p ren d e el c en tro y el n o rte
de Asia, la vida m ágico-religiosa de la sociedad gira alred ed o r del chamán
—aunque tam b ién se observan fenóm enos sim ilares, típicam ente chamá-
nicos, en A m érica, Indonesia y O cean ía .S2 En su ma¡jnui¡¡ opus , Eliade se

19 R. G ra m b o ,“Sham am sm in N orw egian Popular Legenda”, in Milialy H oppál (ed .),


Shamanism in Eurasia, pp. 391-392; R onakl H u tto n , Shanuns: Siberian Spirituality and
thelVestern Imagination, p. 138.
75 C itam os a continuación el magnum opus de cada de los autores m encionados: Waclav
S ieroszew ski, Yakuii, San P e te rsb u rg o , 1896; W aldem ar Bogoras, The Chukehee,
Leiden, 1908; W aldem ar Jochelson, The Koryak, Leiden, 1 9 0 8 ;S . M . Shirokogoroil,
Psychomemal Complex ojiheTungus, L ondres, 193S.
::ii M ircea Eliade, Le Chamanisme et lesTechnÍL¡ucsArchaique de l ’Extase, París, Payot, 1968
(2m e. éd itio n ) (cito p o r la edición en castellano: El chamanismo y las técnicas arcaicas
del éxtasis, trad u cció n de E rnestina de C ham pourcin, M éxico, FCE, 1992, p. 22).
Sl Ibid., pp. 45 y ss.
sí Ibid., capítulos IX y X.

248
esfuerza p or señalar las diferencias entre el chamán v el poseso: el prim ero
domina sus espíritus, sin transformarse nunca en su in strum ento; aunque
se encuentran chamanes verdaderam ente poseídos, éstos co n siitu \en , en
realidad, excepciones aberrantes.
Aun cuando sus parám etros continúan vioentes en diversos ámbitos
académicos, el m odelo de Eliade no ha dejado de suscitar críticas en las
últimas d é c a d a s . A n t r o p ó l o g o s e historiadores —tales c om o Michae!
Taussitf, Cristiano Grottanelli, Michel Perrin, Carolina Humphrev, Florike
Egrnond, Peter Masón y Midiólas Saunders, éntre otros— han llamado
la atención sobre los peligros que entraña la reificación de categorías, la
naturalización de constructos teóricos que term inan incorporados en una
¡ingua franca cu vos vocablos pierden con el tiem po toda especificidad, y en
consecuencia, su capacidad inicial para dar cuenta de la diversidad de las
culturas lo c a l e s /3 Una de las críticas más agudas del m odelo de Eliade ha

23
Las escuelas antropológicas sudam ericanas se encuentran en tre las m ás reacias a
revisar los postulados del m odelo de Eliade; cfr. Ana M. Llamazares, “A rte cham án ico:
visiones del universo”, en Ana Alaría Llamazares v C arlos M artínez Sarasoía (eds.),
El lenguaje Je los dioses. Arte, chamanismo v cusmovisión indígena en Sudamet¡ca, Buenos
Aires, Bihlos, 2004, p. 81; Judith F arberm an, Las salamant.as de Lorenza, pp. 239-243;
José Antonio Pérez G'ollán e Incs G ordilIo,“Vilca U turuncu. Hacia una arquoloaía del
uso de aiucinógenus en las sociedades prehispánicas de los Andes del Sur”, Cuicuilco,
1:1 (1994), pp . 9 9-140.
Para M ichaelTaussig la “m igración del alm a” se ha transform ado en un m ero este­
reotipo y el “cham anism o” en “r/it’í Idiíeni projcLiion oj a Siberian ñame” (MichaelTaussig,
Shamanism, Colonialism and theW’ild Man: a Sutdy inTcrror and Healiny, Chicago, C hícalo
U niversity Press, 1987, p .4 4 8 ). Para el equipo de especialistas italianos liderados po r
Cristiano G rottanelli el cham anism o es, al i^ual que el to tem ism o , c-1 fetichism o, o
el anim ism o, una ¡m ención, o m ejo r aún, una construcción de los antropólogos v de
los historiadores de la religión (C ristiano G rottanelli, Pie tro C lem ente, Fahio Dei v
Alessandro Sim onicca, “Discussione su ‘Storia n o ttu rn a ’”, (hiademi di Storia, 17:34
| ! 9 9 1 1, p. 106). Según M ichel P errin , las diversas definiciones de cham anism o no
hacen más que com binar una serie de térm in o s im precisos extraídos de la psicología
-tra n c e , éxtasis, estado psíquico ex trao rd in ario — y de la historia de las religiones
-carism a, p ro íétism o, m istic ism o - con elem entos arb itrariam en te arrancados de su
contexto sociocultural específico (M ichel P errin , Les praticiens du ¡ere: un exemple de
chumanisme, Paris, PUF, 1992, pp. 103-104). Para C aroiine H um phrev, “shamanism
is not one ihing, but many” (C aroiine H um phrev, “Shamanic Prácticos and the State in

249
Estudios de caso. Demunolooía cristiana y cultura folklórica en o! mumlo ibérico

sido form ulada p o r el h isto riad o r b ritán ico R onald H u tto n . La cuidadosa
de-construcción de la categoría ensayada p o r H u tto n p rete n d e restitu ir a
la noción de cham anism o su especificidad h istórico-ctnográfica. Para ello
pro p o n e una nueva definición del fenóm eno, estru ctu rad a en to rn o a tres
com po nentes esenciales: a) los cham anes han sido a je n ie s especializados en
la com unicación con el m undo de los espíritus; sólo en algunas ocasiones
dichos conta'ctos podían re q u e rir el viaje del alm a y las travesías en éx ta ­
sis; de h echo, ninguna evidencia confirm a que los estados de conciencia
alterada tuvieran lugar siem p re o se los considerara im prescindibles para
lo g rar la com unicación en cuestión; b) el contacto con el m undo espiritual
se lograba d u ran te pafonnanccs públicas de alto conten id o dram ático y las
cerem onias tenían lu aar ante la vista de n u m ero so publico asistente; c) el
objetivo de la com unicación con los espíritus tenía un carácter em in en ­
te m e n te práctico y el p o d e r del cham án siem pre estaba al servicio de la
co m u n id ad .86
D esde que C ario G inzburg publicara / benandanti (1966) y Storia noi-
[urna (1 9 8 6 ), la histo ria académ ica se ha visto seducida p o r el m odelo
cham ánico, ignorando m uchas de las críticas antes m encionadas.by Diversos

N o rth e rn Asia”, in N icholasThom as and Carolinc H um phrcv (cd .), Shamanism, Hisiory
and ihe State, Ann A rbor, LIniversity o f M ichigan Press, 1994, p. 20$); a los cham anes
rara m e n te se los veía com o una categoría, sino que se los recordaba com o indivi­
duos (C aro lin e M um phrey and Llrgunoe O n o n , Shamans and Elders, O x fo rd , O xford
LIniversity Press, 1996, p. 1 8 3 ).Tras p reguntarse hasta qué p u nto se justifica hacer
referen cia a “soineihincj called sham anim ”, Florike Egm ond y P eter Masón responden:
uvery simply, the exisLiny ethno^raphital literaiuie can produce an excepiion to any universal
definitiva ojit.There may be certain clemcnis in ihese construets that can bejound with striking
rCijuLuiiy a11 over [he uorld” (Florike E am ond and P eter M asón, The Mainmath and ihe
Mottse: Microhisiory and Morpholosy, B altim ore, T h e John H opkins LIniversity Press,
i 997 , p. 69). Para N icholas S aunders, el cham anism o ha d em o strad o ber una camisa
de íuerza en la in tep retació n del a rte o cultura m aterial prehistóricas, originada en
la confianza acrítica d epositada en la actividad cham ánica com o categoría explicativa
om niabarcadora (N icholas S aunders, “La ‘estética del b rillo ’: cham anism o, p o d er y
a rte de la analogía”, en Ana M aría Llamazares y C arlos M artínez Sarasola [eds.], TI
lenguaje de los dioses, p. 1 35).
R onald H u tto n , Shainans: Siberian Spirituahiy and [he Western hnuijinaiion, p. 110.
S7 Los datos de las ediciones originales son los siguientes: C ario G inzburg, 1 Benandanti.
Slreyoneña e cuhi acjrari tro ciiuptecemo e seicenio,Turín, Einaudi, 1966; Storia Noiturna.
Una decifnuione del Sabba, T urín, Einaudi, 1986.

250
F d b ü n A leja n d o .) C d ia p u g n c

santos vernáculos fueron d escriptos com o “cham anes cristianos” —en p a r­


ticular, los que m anifestaban una e x trem a facilidad para levitar, viajar en
éxtasis o realizar proezas ta u m a tú r g ic a s .P e te r Burke caracterizó com o
com m ercialised sham ans a ios charlatanes y cu ran d eros populares italianos
de los siglos XVÍ y X V Íl.í>y M uchos h isto riad o res de la caza de brujas sos­
tu vieron, con m ayores o m en o res m atices, la existencia de una indudable
liuazón e n tre el estereo tip o del sabbat —concebido com o co n stru cció n de
la alta cultura teologal—y los com plejos m íticos de raigam bre cham ánica
que aún sobrevivían en el cam po eu ro p e o te m p ra n o -m o d e rn o .90 En el
más recien te de estos ap o rtes, un destacado especialista en la m ateria
continúa asim ilando de m anera inequívoca los viajes en éxtasis - e n este

ss Jcan-M ichel Sallm ann, K’aples ct ses saiius a l ’age baroque, París, PUF, 1994, p. 374;
David G en tilco re, From Bishop ro ¡ Vicch: The Syscem of che Sacred in Early Modern Terra
d ’Otranto, M anchester, M anchestcr U niversity P ress, 1992, pp. 171-172; Lucetta
Scaraíiia, La suma degli impús^'tbili.Viiendc e significad del la dciuziunc a Sania Rica,Torino,
R osem berg & Seliicrs, 1990, pp. 84-87; Jean-M ichel S allm ann,“image el fonction du
saint <lans la reg ión de N aples á ia iin du XV lllc siécle”, Mélanges de 1’Ecole Francaise
de R om e, 9 1;2 (1 9 7 9 ), p. 864.
59 Pcter Burke, “Rituals o f Healino in Early M o d era italy”, in P eter Burke, The Flistorical
Anclaopology of Early Modern hahE ssays on Peicepdon and Communitadon, C am bridge,
C am bridge U niversity Press, 1994 (1 9 8 7 ), pp. 219-220.
90 ChristaTuczay, Magie und Aíagier im Miccelalcer, M ünchen, D eutscherT aschenbuch
Verlag, 2003 (cito p o r la edición italiana: Esaterismo e magia nel Mediocw. Siregoneria,
esorásmi, sordlegi e incantesimi, traduzione di Fahio M axim iliano Bondani, R om a,
N ew ton C o m p to n , 2 006, pp. 212-227); W olfgang Behringer, Chonrad Stocckhlin und
die K’achcschar: Eine Geschichie aus desjr'ühen Nsuzeit, M ünchen, R. Piper, 1994 (cito
por la edición en inglés: Shaman o f Obcrstdorf: Chanrad Scoeckhlin and the Phantoms o f
the Night, translated by H . C. Erik M id e llo rt, C harlottesville, U niversity ofV irginia
Press, 1998, pp. 142-145); Gustav F lenningsen, “T h e Ladies from O utside: An Ar-
chaic P attern o f the Witchcs* Sabbath”, in Bengt A nkarloo and Gustav H enningsen
(eds.), Early Modern EuropeaníVitchcrtft, pp. 2 0 7-215; G ábor Klaniczay, “Sham anistic
E lem ents in C entral ’E uropean YVitchcraft”, in The Uses o f Supcrnatural Poiver:The
Transformación o j Popular Religión in Medieval and Early-Modern Europe, Princc-ton,
P rin ceto n U nivetsitv Press, 1990, pp. 129-1 50; M ircea Eliade, “Som e observations
on E uropean W itch craft”, in M ircea Eliade, Occuhism,\Yicchcrafi and Cultural Fashions:
Essays in Comparadle Religions, C hicago,T he U niversity o f Chicago Press, 1976 (cito
p o r la edición en castellano: “Algunas observaciones sobre la b rujería eu ro p ea”, en
M ircea Eliade, Ocultismo, brujería y modas culturales, traducción de E nrique Butelm an
Buenos A ires, M arym ar, 1977, pp. 109-143).

251
L.>ludios d e caso. D e n i o n o l o o u c r i s t ia n a v ^ i i h u r a i o l k lo r ic a e n el m u n d o i b é r ic o

caso, los atribuidos a ios líderes valdenses en los Alpes occidentales —con
el chamanism o euroasiático.91
Desde esta perspectiva, ¿existen elem entos para caracterizar com o cha­
manes a los saludadores ib érico s? .lo m an d o particu larm ente en cuenta las
marcas de nacim iento, Francois Delpech respondió de manera afirmativa a
la p r e g u n t a / 2 La cuestión m erece, sin em bargo, un análisis más cuidadoso.
Del c onjunto de trazos del saludador, tres podrían caracterizarse como
cercanos al m o delo chamaluco: el dom inio sobre el fuego, los sueños y
visiones iniciáticos, v los vagidos intrauterinos.
Son innumerables los registros etnográficos en los que los chamanes
aparecen manipulando la materia ígnea sin consecuencias físicas de ninguna
clase.9i Los táltosok húngaros dominaban el fuego v apagaban con facilidad
los incendios.94 En cierto sentido, el dominio sobre el fuego y la incine­
ración podían equivaler a una iniciación ritual. En Sudamérica, quienes
sobrevivían a la descarga de un rayo estaban destinados a convertirse en
curanderos carismáticos.91 En el Bajo Languedoc, un eiidcvinüirc local d es­
cubrió sus p od eres el día en que sintió súbitam ente que sus dedos ardían

>)! W olfgang Behringer, “How W aldcn^ians B ecam eW itches: H ereiics and T heir Jour-
ney to the O th e rW o rld ”, in G ábor Klaniczay and Eva Pócs (eds.), Communi<.ating nith
the Spiríts, B udapest, C en tral E uropean U niversity Press, 2005, pp. 176-1S2.
92 Francois D elp ech , “L á ‘marí-jue* de* sorciéres: logkjue(s) de la stigm atisntion día-
b o lk ju c”, en N ícole Jacc|ucs-Chacjuin et M áxim e Préaud (d irs.), Le sabbat des sordera
a i Europe, .Yle-A VIII siecles, G renoble, Jéró m e Msllon, 1993, p. 366: “le vecteur qui a
a^ure lo continuité ez lo transmission Je ce sisteme de croyances jusqu’á l ’cpogue ¡noderne est
idus douic le chamanisme, doiiL les sorciers d'une pare, les saludadores d'aucre pare sont larcje-
meiu iributaires” (‘‘el vecto r que ha asegurado la continuidad y la transm isión de este
sistem a de creencias hasta la época m o d ern a es sin dudas el cham anism o, del cual,
las bruja* p o r un lado y los saludadores p o r el o tro , son am pliam ente trib u tario s”;
la trad u cció n del irancés es m ía).
H M argaret Stulley, Shamanism: An Introduetion, L ondon, R outledge, 2 002, pp. 25,
103; E rn esto de M ar tino , 11 mondo mágico. Prolegómeno a una storia del magismo,Tor\no,
Paulo B oringhiert, 1948 (cito p o r la edición francesa: Le monde magigue. Parapsycbologie,
ethnologie et histoire, París, M arabout U niversité, i 971, pp. i 5-8 1); M ircea Eliade, El
chamanismo y ¡as técnicas arcaicas del estasis, pp. 173, 241 , 266, 26S, 287.
yt G ábor Klaniczay. “H ungarv;T he Aecusaüons and the U n h ersc o f Popular M agic”, en
Bengt A nkarloo y Gustav H enningsen (eds), Early Modern European I Vicchcrajt, p. 245.
A rm ando Pérez d e N ucci, Magia y chamanismo en la medicina popular del N.O. argentino,
T ucum án, E ditorial U niversitaria de T ucum án, 1989, p. 57.

252
/ u b i u u A l e j a n d r o C d n ip ü ^ n c

V com p ro bó que el pescado que llevaba en su m ano se había secado p or


co m p leto .9°Todo ello configura una verdadera estética del brillo, según la
cual el cono cim ien to divino o espiritual es siem p re de naturaleza resp lan ­
deciente, y el p o d er cosm ológico es inherente a la m ateria que re lu c e .9'
En el dom inio del luego hallamos, entonces, un claro p u n to de contacto
e n tre el cham anism o y el com plejo del saludador. Sin em bargo, ;alcanza
este único rasgo para caracterizar com o cham anes ibéricos a los saluda­
dores? En rig o r de verdad, el dom inio sobre el fuego no es más que un
trazo epifenom énico en los diversos m odelos cham ánicos; en ningún caso
constituye una característica central del com plejo siberiano. En su análisis
sobre la caída de las rusúlii, el pro p io Eliade en u m era nueve característi­
cas principales del cham anism o, e n tre las que no incluye el dom inio del
fuego.9i Por o tra p arte , en m uchos ejem plos etnográficos la insensibilidad
ante el calor es reem plazada p o r una insensibilidad equivalente ante al frío
ex tre m o .9''
La investidura sim bólica p o r m edio de sueños, apariciones y viajes ex tá­
ticos puede considerarse o tro p u n to de co n tac to e n tre los cham anes y los
saludadores ibéricos. El p rim e r contacto e n tre el cham án y el espíritu que
suscita su vocación tiene siem p re carácter iniciático. En ocasiones adquie­
re, incluso, un ca rácter hierogám ico —el esp íritu p ro te c to r se transform a
en la esposa celeste del cham án—, del que se p ercib en claros rastros en el
vínculo que los héroes y las hadas m antienen en el cu en to m aravilloso . 100

'!' jean -P ierre Piniés, F ig u r e s d e la so rc e lle rie la n g u e d ü í i e n n e . B re ish , e u d e v in a ir e , a r m ié r ,

París, Éditions du CN R S, 1983, p. 153.


Nicholas Saunders, “La ‘estética del b rillo ’”, pp. 1 38-1 39.
,s M ircea Eliade, De Z a lm o x is e C e n g is -K h a n : E lu d e s lú iiip a r a ü ie s su r le s r e lig io n s e i le jo lk lo r e

de la D a c ie el de l ’E u r o p e O r i e n ta l e , Paris, Pavot, 1970 (cito p o r la edición en inglés:


Z a h n o .\is :T l¡ e V a n ¡ sh iu g C o d . C ú iu p a r a tiv e S lu d ie s in [lie R e lig io n s a n d f o lk l o r e o f D a c i a a n d

E a siern E urope, C hicago,T he U niversity o f Chicago Press, 1972, p. 193).


w Ronald H u tto n refiere que el investigador soviético A. A. Popov vio com o se le
congelaban los ded os, m ientras tom aba fotos a un cham an nganasan que trabajaba al
aire libre con una tem p eratu ra cercana a los 50 grados bajo cero, y vistiendo sola­
m ente una ligera pren d a de cu ero (Ronald H u tto n , S h a m a n s : S ib e r ia n S p i r i i u a l i i y a n d
ih e U e s te r n I m a g in a iio n , p. 97).
100 Glande L ecouteux, Fées, Sorcieres el Loups-garous au Aloyen Age. Hísroire du ./ id lc,
Paris, im ago, 1992, pp. 81 -82 (edición en castellano: Hadas, brujas y honibics lobo en la
Edad Media. Hisioria del doble, Palma de M allorca, José J. de O lañeta, 1999).
Estudios de caso. D c m o n o l o ^ í ü cristiana v cultura lolkiurica en el m u n d o ibérico

La Virgen y los santos cristianos que se manifiestan a algunos saludadores


equivalen en térm in os estructurales a las hadas y ninfas que secuestran,
crían y p ro teg en a los protagonistas de los rom ances medievales.101 Las
hadas y los santos cristianos constituyen, de hecho, uno de los rostros más
frecuentes de los m u e rto s, de los ancestros de quienes los héroes adquieren
su identidad y sus poderes específicos.102
Este segundo rasgo, sin em bargo, tam po co justifica una identificación
plena en tre saludadores y chamanes. En el complejo del saludador ibérico,
las visiones y los sueños iniciáticos, aunque ricos en detalles simbólicos,
se limitan de m anera exclusiva a los casos portugueses. Nunca fueron un
rasgo distintivo de los saludadores españoles. De hecho, las apariciones y
las experiencias ex-somáticas parecen haber sido una característica p r o ­
pia de los curanJeiros po rtu gu eses en general, pues aparecen con mucha
frecuencia en historias de sanadores carismáticos que no se asumían como
salud ad o res.101 Es probable, pues, que en el caso de los berilos lusitanos
estem os en presencia de una configuración específicamente local de la
creencia, con algunos rasgos idiosincrásicos que no pueden considerarse
c om o características centrales del complejo ibérico.
El últim o rasgo que parece sugerir una relación estrecha entre saluda­
dores y chamanes es el llanto intrauterino.Tam bién en este caso se trata de
un trazo que se in corpora ta rdíam ente a la creencia. Sí bien se encuentra ya
consolidado en las relatos del siglo XIX tardío, no aparece con certeza en
los testimonios de los siglos XVI y XVII. Una de las prim eras referencias
inequívocas surge de! testimonio de un bento p o rtu gu és de comienzos del
siglo XV11L N o p uede descartarse, incluso, que la tardía incorporación de
este rasgo se deba a la influencia americana. En 1688, el adivino Pablo, un

101 C arlos Alvar, El rey Anuru y su mundo. Diccionario Je mitología aru'irica, M adrid,
Afianza, 1991, pp. 114-115, voz: D am a del lago.
102 D iane P urkiss, Al i he bottorn o f the Carden: A Dark History ojFairies, Hobgoblíns, and
Oiher Troublesoine Thingsy Nueva York, N ew York U niversity Press, 2003, pp. 6 9 - /0 ,
7 9 , 10 2 ;T o k T h ü in p so n ,“H osüng the D ead:T hanatopie Aspects ot the Irish Sidlie”, in
G áb o r K laniezary and Eva Pócs (eds), Comniunículíng nith the Spiríts, pp. 193-203.
!0iT im o th y D. W alker, Doctors, Eolk Medicine and the Incpiisition, p. 278; Paiva, Práticas
e crencas magicas, p. 7 9 ; C ristiana Bastos, “Bruxas e b ru x o s no nordeste algarvio.
A lgunas rep re sen taco es da d oenca e da cura”, Trabalbos de Antropología e etnología,
2 5 :2 -4 (1 9 8 5 ), pp. 292-293.

2 54
hib id u A h ju n J io C jn ip o íin c

indio (le! pueblo de Aconquija a quien solían consultar los jueces seculares
de la ciudad de San Miguel d eT u cum án , en el actual territo rio argentino,
sostuvo que la gracia se le había anunciado “desde el vientre de su m ad re ”,
donde había hablado antes de nacer.Iü+ Entre los cuna del istmo de Panamá,
uno de los signos que indicaban el nacim iento de un futuro ncte (chamán)
era, precisam ente, el llanto in tra u te rin o .105
Ninguno de los tres trazos analizados hasta aquí p e rm ite p o r sí m is­
mo fundam entar la identificación en tre los saludadores y los chamanes.
De hecho, los principales rasgos del m o delo chamánico se encuentran
ausentes del complejo del saludador ibérico: los saludadores no caían en
trance, no entraban en contacto directo con el m u n d o de los espíritus,
y no realizaban complejos rituales de carácter público al servicio de la
propia comunidad.

Los s a lu d a d o re s y la m ito lo g ía del Doble

La creencia en el carácter múltiple del alma hum ana parece haber sido
un rasgo universal de la mentalidad arcaica. Muchas culturas sostuvieron
que los h om bres estaban simultáneam ente habitados p o r varios principios
vitales, algunos de los cuales podían abandonar transitoriam ente el c u e r­
po sin ocasionar p o r ello la m u e rte de la persona. Entre los malayos los
hom bres poseían, al m enos, dos espíritus vitales106, cifra que se elevaba
a tres en tre los pilagá del Chaco arg en tin o ,107 y a cuatro en tre los yolmo
de la región de H elambu, en N e p a l.I0S Para los pueblos turco-tá rtaro s v
siberianos el alma es triple: un espíritu inferior reside en los huesos; un
alma interm edia puede abandonar el c u erp o du rante el sueño; una tercera
entidad se libera con la m u e rte , y se aparece a los vivos bajo la form a de

104 Judith F arb erm an , Lis salamancas Je Lorenza, p. 225.


10>José M anuel R everte C om a, “C ham anism o”, en Brujohyía. Congreso Je San Sebastián.
Ponencias y comunicüciuiies, M adrid, Sem inarios y E diciones, 1975, pp. 302-303.
C arlos L aderm an, “T he poetics o f healing in Malay Sham anistic P erform ances”,
in Carlos L aderm an and M arina R osem an (ed s.), The Performance o f Healing, Nueva
York, R outiedge, 1996, p. 116.
107 A natilde Idoyaga M olina, “La bruja Pilagá”, en Scripia Eihnologica, 5:2 (1978-
1979), p. 1000
105 R o b ert R. D esjariais,“P resence”, en C arlos L aderm an and M arina Rosem an (eds.),
The Perjar manee o f ¡¡calina , p. 145.

2 55
E studio s J e caso. IX 'in o iH íli.u M cristiana v cu ltu ra lo lk ló ric a en el m undo ib érico

una visión. "rt Pero en ninguna cultura la creencia alcanza la sofisticación


que se percibe en las sauas escandinavas, en las que el alma humana aparece
escindida en tres principios diferentes: hugr, hamr y fylgja. El prim ero es
el principio activo universal que se manifiesta en cada hombre. Hamr es el
alma interior; tiene cierta entidad física, y puede desprenderse del hombre
mientras su c uerp o p erm anece inm erso en un trance profundo. Ijlgja es el
alma exterior, simbolizada p o r la placenta, que deviene espíritu guardián
o acompañante, y suele manifestarse du rante el sueñ o.110
Con frecuencia, el alma libre —el aher-ego físico o psíquico- adopta
formas animales du rante sus travesías ex-somáticas. El éxtasis, el sueño o
la m u e r te potencian la libre circulación del Doble. ' 11 Los aparecidos serían,
entonces, los dobles materiales de los m uerto s, el otro-yo físico que se
manifiesta en la realidad com o un ser concreto, y que de esa manera puede
agredir de diversas maneras a los yivos. Desde esta perspectiva, Claude
L ecouteux ha sostenido que la mayoría de las figuras del folklore paneti-
ro peo —los elfos, los enanos, las hadas, los hombres-lobo, los aparecidos,
los vampiros, las pesadillas— no serían sino avatares de la proteica figura
del Doble. 11'Tam bién lo sería una figura mitológica aún más arcaica: el es­
píritu del tipo mar. En efecto, en las creencias serbias, croatas y búlgaras,
la mora es el alma de una persona viva que, en trance o durante el sueño,
abandona su cuerpo , se in troduce en el interior de las casas p or los más
pequeños orificios y, bajo alguna forma animal, se lanza sobre los d u rm ie n ­
tes i n d e f e n s o s . F i n a l m e n t e cabe aclarar que, aún cuantío la mitología fiel

M ircea l.liade, El chamanismo/ La iónicas arcaicas de! éxiasis, p. 1SO.


Mu Ré^is Bover, Le inunde du doublc. Le nuiijie chcz les ancicns Scandinavcs, Pari.s, Berg
¡niel na Liona I, ] 986 , pp. 32-53; K athorine M orris, Sorceress orl\'i[ch?T he ¡maye of gen Jer
in M ediad! ’ícljn d and Xoiihcrn Europe, Lanham , U niversity Press of A m erica, ¡ 9 9 !,
pp. 100-101; 1 14; ¡2 0 -1 2 1 .
111 Al resp ecto \ éase 1 lannjost L i\le ld , “Die G untrarnsage (Al 16 4 5 A)”, Eahula, 1 1
(1 9 7 2 ), pp. 6 0 -1 0 7 ; Bo A lm qvist, “D ream and Reality: Some N otes on the Gun-
tram Legentl (M L 4 0 00 ) in Irish T rad itio n ”, Sinsear. The Folklore Journal, 1 (1979),
pp. 1 - 2 2 .
113 Claude L eco u teux , Fées, Sorciéres a loaps-garous, pp. 81 y ss.
115 Eva Pócs, Bel iia'i) the Living und the Dau/.vl Pers¡>ea¡ ve oí A Vitifies and Seas in the Early
Modern Age, B udapest, C entral E uropean U niversity Press, 1999, pp. 32-33; Eva
Pócs, “Le sabbat et les im th o lo g ie s in d o -cu ro p éen n es”, en N icole jacques-C haquin
e t M áxim e Préaud (d irs.), Le sabbat des sorciers, Xlé-XVHle siecles, p. 31.

256
lu b iü ii A le ja n d r o C d in p jq m

Doble guarda estrechos lazos con el modelo chamánico, las travesías del
alma libre son experiencias extáticas privadas, individuales, que no tienen
biliar durante ceremonias públicas ni pretenden necesariamente prestar
un servicio al resto de la c o m u n id a d .11*
;Existen elem entos que nos perm itan suponer que el complejo del
saludador ibérico guarda alguna relación con la mitología del Doble? Dos
trazos individuales de la figura del saludador parecen te n e r puntos de
contacto con la creencia en el alma múltiple: las marcas de nacim iento y
la mitología del séptim o hijo varón.
Las marcas de nacim iento eran, en efecto, una de las señales principales
que caracterizaban al individuo dotado con la facultad de liberar a voluntad
su alma exterior. Algunos investigadores han postulado un origen com ún
para la mitología de la marca de nacimiento carismática, que se rem ontaría
a un conjunto de atávicas representaciones indo-iranias.Hí Sin embargo, los
diferentes complejos míticos europeos parecen haber contado con sistemas
de señales específicos, lo que desaconsejaría la apresurada reducción de la
totalidad de los estigmas a un tipo único. La marca de nacimiento específica
que caracterizaba a los diversos avatares de la mitología del Doble era la
cofia. El niño que nacía env uelto de manera parcial o total en la mem brana
amniótica estaba destinado a disfrutar de dones especiales: clarividencia,
sanación, segunda vista, inmunidad ante el fuego, el agua y las heridas;116 a
ello se sumaba —desde una perspectiva no siempre venturosa—la capacidad
de liberar sus aher-egos físicos o psíquicos.117Así ocurría con ¡os licántropos
y vampiros paneslavos, los benandanti friulanos, los strigoi ru m an os, las
moras serbias, y los kresniks eslovenos, entre o tr o s .118

,u Ronald H u tto n , Shamans: Siberian Spiritualiiy and the ÍÍl'síc'üi h n a fn a tio n , pp.
140 y ss.
Francois D elpech, “La 'm a rq u e ’ des sorciércs: loaique(s) de la scigm atisation
diabolíque”, p. 362.
1!o C esan B erm ani, Volare al sabba. Una ricerca sulla sLrecjoneria popolare, R om a, D eri-
veA pprodi, 2008, p. 316.
11; Nicolc Bel i l i o n t, Les sienes de la naissance. Erada des représentatious symboliques associées
aux naissances sinyidietes, París, Plon, 1971, pp. 19-65.
;' H arry A. Senn, IVere-ilolfanJVompiie in Rumania, Nueva York, East E uropean M ono-
graphs, 1982, pp. 5 ,1 0 , 64, 6 6 ,1 1 1 ,1 1 5 ; Eva Pócs, Eetueen the Livincj and the Dead, p.
32; Cario G inzburg, Storia notturna (cito por la edición en castellano: Historia nocturna.
Un desciframiento del aquelarre, traducción de A lb erto Clavería lbáñez, B arcelona,

257
Estudios d e caso. Dcinonolouía cristiana y cultura folklórica e n el m u n d o ibérico

Los saludadores ibéricos, en cambio, nacían con un sistema de marcas


diferentes. En la versión canónica del Complejo, el saludador venía al mundo
con la ru eda de Santa Catalina o con la c ruz de Santa Q uiteria, estigmas
que con el tiem p o ad q uirieron formas cada vez más variadas —cruces,
perro s, la palabra Dios. N o existen referencias a saludadores nacidos con
los amnios.Y sí bien es c ierto que la leyenda les atribuía inmunidad ante
el fuego y heridas, y el d o n de segunda vista, los especialistas ibéricos ca­
recían del principal trazo distintivo del complejo del Doble: la capacidad
de liberar a voluntad el alma e x te rn a du rante el trance o el sueño. Las
travesías en éxtasis 110 fueron nunca parte del rep erto rio de los saludadores
peninsulares.
Aún así, no caben dudas de que la creencia en el Doble influyó de
m anera notable en la evolución histórica de la leyenda del saludador. De
hecho, a ella se debe la in corporación del m itologem a del séptim o hijo
en el com plejo ibérico. En efecto, este trazo era otra de las marcas de na­
cim iento que caracterizaban a d e term ina dos avatares de la mitología del
Doble. En Europa, el quinto, el séptim o o el noveno hijo consecutivo del
m ism o sexo devenía vampiro; en el siglo XV, en Picardía, se transformaba
en ¡oup-garou o en caucheniúr."9
Es probable que esta fusión e n tre el complejo del saludador y la m ito ­
logía del séptim o hijo se deba a la influencia francesa. Allende los Pirineos,
los séptim os hijos consecutivos del m ism o sexo eran considerados como
curanderos natos.120A m e n u d o se percibían en ellos estigmas de nacimiento

M uclm ik, 1 99 1 , pp. 2 1 0 -2 1 1 ); C ario G inzburg, I Benandanti, p. 1 1, 1 7 -2 5 ,5 8 ,2 2 9 ;


G áb or Klaniczay, “Sham anistic E lem ents in C entral E uropean W itchcraft” , p. 134.
Los táhosok húngaros parecen en principio una excepción al p atrón que com entam os,
pues suelen nacer con d ien tes o d edos su p e rn u m erario s antes que con la cofia; según
Klaniczay, ello es evidencia de que el ¡altos está m ás cerca del chamán siberiano que
ningún o tra figura m ítica de la E uropa O rie n ta l (Ibid., p. 140).
119 Cfaude L ecou teux , Flistoire des Vampires. Autopsia d ’un uijihe, Paris, Im ago, 1999
p. 59; H arry A. Senn, lYereAVolJ and Vampira in Romanía, pp. 111, 115; Raym ond
L M cNally e t Radu F lorescu, A la recberche de Dracula. L’histoire, la leyenda, le mytha,
París, R o b e rt Laffont, 1973, p. 160; C ristiana Bastos, “Bruxas e bru x o s 110nordeste
algarvio, p. 288.
M au hew Ramsey, Projassional and Popular ñlcdicina in Franca, pp. 2 4 7 -2 4 8 .También
se atribuía virtud es sanadoras al noveno hijo: M arcelle Bouteiller, Sorciers et jeteurs de
son, Paris, P lon, 1 9 S 8 ,p p . 197-198.
I'ú b iá íi. llc ja n d ro C a n ip u g n e

(con mucha frecuencia, la flor de lis). Parece que inicialmente los sep ten a­
rios sanaban toda clase de dolencias, y que sólo a raíz de la influencia del
m ito de la taum aturgia real tendieron cada vez más a especializarse en la
cura de escrófulas.121 Resulta sugestivo que en un espacio liminar co m o el
Rosellón, los saludadors locales pudieran te n e r tanto “une marque distinctive
au palüís de la bouche ¿omine une croix” —típica de los saludadores e sp añ ole s-
com o “une fleur de lys”, característica de los septenarios franceses.1’’ Ello
explica tam bién el hecho de que durante los siglos XVil y XV111 110 todos
los saludadores ibéricos se consideraran séptim os hijos; que en su Traite
de superstitions (1679), Jean Baptiste Thiers use el térm in o saludador para
designar a los familiares de Santa Catalina que no eran séptim os hijos;123
que en sus Opúsculos y doctrinas prácticas (Logroño, 17S4), el Padre Cala-
tavud atribuya a los que nacen séptim os “en la continuada generación de
varones” una especial gracia para curar lamparones, la gota coral y el mal
de corazón, sin relacionarlos con los saludadores ni con la hidrofobia;124
que a mediados del siglo XIX, Pablo Gorosábel afirme que “la gracia [de los
saludadores], según ellos, es hereditaria en ciertas familias de la provincia,
aunque los que d esem peñ en este oficio no sean precisam ente los séptim os
hijos varones”; o que en la Cataluña del siglo XX los etnógrafos pudiesen
distinguir claramente a los saludadors de los setens. 126
N o p o d em o s negar, sin embargo, que en circunstancias específicas la
imbricación en tre ambas mitologías contribuyó a transform ar al saludador
en la contracara positiva del licántropo —un clásico avatar del complejo del
Doble.121 Según Teófilo Braga, el últim o hijo de una serie de siete varones

1_i M arc Bíoch, los reyes taumaturgos, p. 274.


132 lbid., p. 276, n .1 4 6 : “una m arca distintiva en el paladar cié ía boca con !a form a
de una cru z o de una flo r de lis.”
12! lbid., p .2 8 0 , n. 1S6.
124 Pedro de C alatayud,“D octrina II. Del com ercio de las brujas con los dem onios v d e
sas m aleficios”, en Opúsculosy doctrinas practicas dcl padre Pedro de Calatayud, L ogroño,
1754, to m o 111, pp. 225 y ss.
i2j Pablo d e G orosábel, Noticia de las Cosas Memorables Je Guipúzcoa, p. 362.
i"° Joan A m ades, Folklore de Catalunya, pp. 944 y ss.
127 Sobre las características extáticas de los h om bres lobos vease C aroline O ates,
“M etam orfosis y licantropía en el Franco C ondado, 1521-1643”, en M ichel Feher,
Ram ona N addaff y N adiaTazi (eds.), Fragmentos para una historia del cuerpo humano,
M ad rid,T auru s, 1990, to m o 2, pp. 362-363.

259
d e Cdiu. D e m o n o l o g í a c r i s t ia n a v <. uliu i a í o i k l ó n c a e n el m u n d o ib é r i c o

consecutivos devenía lubishóincn, a menos de C|ue lo apadrinara su h erm ano


mayor y se lo bautizara con el n o m b re de Benio, es decir, el mismo term ino
que en Portugal se utilizaba para designar a los saludadores.I_!>

3. Los saludadores y los sistemas arcaicos de posesión


Ni el modelo chamánico ni la mitología del Doble parecen poder explicar
de m anera satisfactoria la original síntesis que constituye el complejo del
saludador. Nos resta aún considerar un terce r complejo mágico-religioso:
los sistemas arcaicos de posesión.
Especialistas co m o Eva Pócs o Giovanni Pizza lian contribuido a revelar
la existencia de sistemas arcaicos lie posesión que no guardan relación
directa con el con cepto de posesión diabólica propio de la demonología
cristiana.129 Los elem entos individuales que constituyen la noción arcaica
de posesión se encuentran dispersos en diversos sistemas de creencias, por
lo que nunca llegan a constituir representaciones acabadas, equivalentes
a las sofisticadas construcciones de la alta cultura teologal. Antropólogos
e historiadores deben ser capaces de iluminar los espacios en los que se
esconden las concepciones no cristianas de posesión; los especialistas, de
hecho, no siempre h u rg a ro n en los lugares apropiados.Iíü La p rim era difi­
c u lta d para capturar los folk-possasion sjslems se deriva del hecho de que en

1 ' C itado p o r D aniel G ranada, Supersciciunes del Rio de la Placa, p. 583. Véase tam bién
al resp ec to Francisco Vaz da Silva, “Iberian seventh-bo rn children, w erew olves, and
th e dragón slayer: A case siudy in the com paratíve in te rp re ta ro n oí sym bolic praxis
and fairytales” , Folklore, 1 14:3 (2 0 0 3 ), pp. 335-353.
129 En este sen tido deb em os destacar tam bién los estudios recientes que ponen el
énfasis en form as de posesión alternativas a 1a invasión diabólica, com o la posesión
divina o la posesión p o r los espíritus de los m u erto s; véase David L ederer,“Living with
the D ead. G hosts in M o dern Bavaria”, in K athrvnA . Edwards (ed .), Ilííciiü/i tsjl'iic/ics,
andlYandering SpiricsiTradicional B e lija n d Folklore in Early Modern Europe, Kirksvílle,
T rum an State U niversity Press, 2002, pp. 25-5 3; M oshe Sluhovsky,“Discc-rningSpirits
in Early M o d ern E uro pe”, in G ábor Klaniczay and Eva Pócs (eds.), Cornmunieacing uiih
che Spirics, pp. 53-70; N ancv Caciola, Discetning Spirics: Divine and Demonio Possession
in che Middle Ages, Ilhaca, C ornell U niversity Press, 2003, pp. 31-78.
150 Giovanni P izza,“TheV irgin and the Spider: Revisiting Spirit Possession in Southern
E u rop e”, in C ristina Papa, Giovanni Pizza and Filippo M. Z erilli (eds.), íncontri di
ecnoluíjia europea / European Echnulogy Mectings, Ñ apóles, Edizioni Scientifiche ítaíiane,
1998, pp. 58-59.

260
1Llhidli .'I ¡CjciuJt O C jU lp jg ilC

ia mayoría de los casos, la invasión de los cuerpos p or parte de entidades


espirituales se expresa a partir de metáforas de posesión.!ii En estas formas
de circumpossessio, los espíritus poseen a sus víctimas cuando cabalgan o se
m ontan sobre ellas (el dem onio de la pesadilla);' cuando las golpean o
abofetean, provocándoles toda clase de parálisis o dolores musculares (el
toque de las h ad as);'!! cuando las seducen o contraen nupcias con ellas (el
áyami de los chamanes g o ld e s );'54 cuando las arrastran y cargan p o r los
aires, depositándolas maltrechas en lugares alejados (la caza infern al)'” ;
cuando ¡as secuestran y obligan a participar de sus procesiones nocturnas
(la Santa Compaña gallega).136
A la luz de las metáforas características de los sistemas arcaicos de p o ­
sesión, los trazos originales del complejo del saludador ibérico adquieren
un sentido diferente,> coherente jv unificado. De hecho,i si reto rnam os a la
síntesis inicial de Pedro Ciruelo, de inmediato resalta una circunstancia
que el re p rob ado r de supersticiones enfatiza en más de una oportunidad:
desde el m o m e n to de su irru pción , los p rim ero s saludadores se dijeron
familiares de Santa Catalina y de Santa Quiteria.
Catalina deA íejandría fue una de las figuras más populares de la m ito lo ­
gía cristiana tardo -m ed ieval.137 Junto con Santa Margarita y Santa Bárbara

151 Eva Pócs, “Possessíon P henom ena, ^ossession-S vstem s”, p. 91


Sophie Bridier, Le cauLhemar. Elude d'unefigure uyihhfae, París, Presses de l’U niversite
de Paris-Sorbonne, 2001, pp. 74 y ss.; O w en Davies, “T he nightm are experíence,
sleep paralysis, and w itchcraft accusations”, Folklore, 114:2 (2 0 0 3 ), pp. 181-203;
W illem de B léco urt, “Bedding ihe nightm are: som atie ex p eríen ce and narrative
m eaning in D utch and Flem ish legend tex is”, ¡hkl.y pp. 2 2 7-245; C harles S tew art,
“Erotic dream s and nightm ares from antiquity to the p re se n t”, Journal oj the Rojal
Ambropologicúl Instítute, 8:2 (2 0 0 2 ), pp. 279-309.
Gustav H enningsen, “T he Ladies from O u tsid e”, p. 200;
134 M ircea Eliade, El chamanismo y Lis [étnicas arcaicas del éxtasis, pp. 75-79.
i5j Claude L ecouteux, Chasses jantastiques et cohortes de la nuit au Aloyen Age, París,
Imago, 1999, pp. 142-144.
1 6 C arm elo LisónTolosana, La Sanca Compaña. Fantasías reales. Realidades jantá^iicas,
M adrid, Akal, 1998, pp. 125-156.
157 Aunque en 1969 la iglesia Católica rem ovió dei calendario litúrgico a Santa C a­
talina de A lejandría, sobre la base de su dudosa existencia y del m arcado contenido
fantástico de su leyenda, todavía resulta posible hallar altares dedicados a su figura
en m uchos tem p los y catedrales del m undo católico. La Iglesia O rto d o x a , p o r el
contrarío, aún celebra la fiesta de la supuesta m á rtir egipcia; véase C hristine Walsh,

261
E st u d io s d e caso. D e m u n o i o í i í a c ris tia n a v c u l t u r a i o l k l o r i c a e n el m u n d o ibci ic o

integraba el selecto g ru p o de los catorce santos auxiliadores, los núm enes


más eficaces del panteón trad icio na l.IJS La versión sinóptica de su leyenda
la consideraba hija de un rey pagano de Chipre o Egipto, martirizada por
orden de M axim ino en las p rim eras décadas del siglo IV.IW Las circunsta n­
cias que desencadenan su m u e r te fueron la detensa fanática de su virginidad
- q u e la llevaron a rechazar las propuestas matrimoniales del e m p e r a d o r - y
su extr aordinaria inteligencia —que le pe rm itió d e rr o ta r a los cincuenta
filósofos que intentaron convencerla del carácter divino del astro solar. De
Jiecho, Catalina no sóio venció en la justa intelectual sino que logró Ja m a ­
siva conversión de los sabios paganos. El airado príncipe rom ano condeno a
la hoguera a los fracasados filósofos, y o rd en ó la ejecución de la emperatriz
y del jefe de su ejército, tam bién convertidos p o r la infalible retórica de la
princesa alejandrina. U n asesor del em perad o r diseño entonces el diabólico
m eca nism o en ef cual Catalina iba a ser martirizada: dos ruedas de molino
erizadas de clavos de gran ta m año, que al ro tar en sentido contrario debían
desgarrar el c u e rp o de la joven. Ef suplicio fracasó, sin embargo, pues un
ángel irru m p ió en escena d estrozando la infernal maquinaria. La princesa
egipcia fue finalm ente decapitada, y sus restos milagrosamente trasladados
al m o n t e Sinaí, d o n d e más tarde su fundaría el célebre m onasterio que
lleva su n o m b r e . 1+0 De allí en más, la ru ed a —símbolo solar que parece r e ­
m i t i r á la divinidad pagana despreciada p o r Catalina—se transform ó en su
clásico em blem a. Por ello, los cristianos que peregrinaban hasta el lejano
m o nasterio egipcio se consagraban a la santa b o rd and o sobre sus mantos

The Culi o f St. Katherine ojAlexundriü in Early Medieval Europe: Church, Eaiih and Culture
in the M edievallíísc, A ld e rsk o t, A shgate, 2 007, pp. ! -2. Para los peculiaridades que
el culto d e Santa Catalina ad q u irió en E uropa O rien tal véase G ary M arker, Imperial
Saini:The Cuh of St. Catherine and the Datvn ojFemale Rule in Russia, DeKalh, N o rth ern
Illinois U niversity Press, 2 0 0 7 , capítulos 2 a 5.
,JS El g ru p o se co m p letaba con San A cacio, San Blas, San C ristóbal, San C iríaco, San
D ionisio, San E rasm o, San E ustaquio, San Jorge, San Gil, San Pantaleón y San Vito.
IÍS Véase al resp ec to la difundida versión de la leyenda repro ducida p o r jacopo da
Vorágine en la Legenda Aurea: Jacobus de Vorágine, The Golden Legenl, translated bv
G rang cr Ryan and H elm u t R ippergcr, N ueva York, A rno, 1969, pp. 707-716.
MUEl convento sinaíta, in in terru m p id am en te habitado desde el m o m ento de su funda­
ción, se en cu en tra en tre las casas de oración más antiguas de la cristiandad; véase Sarali
G allick, The Big Booi ofiVomen Saints, N ueva York, H a rp e r Collins, 2007, p. 355.
F u b íú a A l e j a n d r o C a n tp a q n c

la rueda de Santa C atalina.141 La datación de iconos rom anos y napolitanos


pe rm ite sostener que la leyenda de Catalina existe ya en versión oral en
el siglo VIII. Sin embargo, la versión escrita más antigua rem ite a un texto
bizantino de comienzos del segundo milenio: el Menologion de Basilio II
(c. 1000). El núcleo de la fábula parece re m o n tarse a la escueta referencia
que la Historia eclesiástica de Ensebio de Cesárea dedica a una distinguida v
anónim a dama alejandrina que se atrevió a desairar la irrefrenable lujuria
del em perado r Maximino.142 N o caben dudas de que el incipiente fenómeno
de las cruzadas, el “re-d escub rim ien to ” de la tu m ba sinaíta en la década de
1030, y el traslado de las supuestas reliquias a la ciudad de R ouen, fueron
los factores que desencadenaron la explosión de popularidad que caracte­
rizó a Catalina de Alejandría a p artir de e n to n c e s .143 La fascinación p o r la
figura de la virgen sabia alcanzó su p u n to culm inante durante el O to ñ o de
la Edad Media, com o lo d em uestra la irru pció n de versiones alemanas e
inglesas del relato, llamadas a co m p etir con el tex to canónico reproducido
p or la Legenda Aurea de jaco po da Vorágine.144 El hecho de que la m á r tir
egipcia hiera tam bién una de las dos santas que se le aparecieron a Juana
de Arco contribuyó a potenciar sil prestigio e influencia co ntinentales.143
Esta fama extraordinaria justificó su inclusión en los frescos de la Capilla
Sixtina —en la representación del Juicio Final, de hecho, Catalina de Ale­
jandría y la Virgen María son las únicas figuras femeninas positivamente

141 Francois D elpech , “La ‘m a rq u e ’ des sorciers”, p. 355, n. 35. Sobre la génesis del
culto de Santa Catalina en la península del Sinaí véase C hristm e W alsh, The Culi oj St.
Katherine oj. ílcxandria in Early Medieval Europe, pp. 39-46.
142 Bruce A. Beatie, “Saint C atherine o f A lexandria:T raclitionalT hem es and the De-
velopm ent o f a Medieval G erm án H agiographic N arrativ e”, Spcculum, 5 2 :4 (1977),
pp. 7 8 8 -7 89 .
!4i“Sanctae C atharinae virginis el m arly ru s translado el m iraeula rotom agensia saec.
XI”, Analecta M landiana, 22 (1903), pp. 4 2 3 -4 3 8 ; C hristine Walsh, The Culi o f Si.
Katherine of.ílexandria in Early Medieval Europe, pp. 63 y ss.
144 Gail A shton, The Generation oj Identity in Late Medieval llafogruphy: Speakiny the
Saint, L ondon, R ou tledg e, 2000, pp. 17-23; B ruce A. Beatie, “Saint C atherine o f
A lexandria”, pp. 7 8 5-78 6.
G eorges e t A ndrée Duby, Les procés de Jeanne d'Arc, Paris, G allim ard, 1973 (cito
por la edición en castellano: Los procesos de Juana de Arco, traducción de Servicio de
Traducción U niversitario, G ranada, Universidad de G ran ad a/U n iv ersitat de Valencia,
2005 pp. 26, 4 2 , 52 y ss).

263
Hí,Uk 1íu.-> d e caso. I X m o n o i o o í a cris tia na v c u l tu r a Folklórica e n el m u n d o ib é r ic o

identificadas p or los críticos m o d e r n o s . 146 La piedad popular ratificaba


este sitial de privilegio: en la diócesis de G renoble, p o r ejemplo, Catalina
era el personaje sagrado más popular después de la madre de C ris to .147Y
aunque no se trata de una santa específicamente barroca, durante el siglo
XVII continuó inspirando a pintores c o m o B ernardo Cavallino (1622-
1 654), que resignificaron el mito insertándolo en la tradición de la mística
femenina - e l tópico del m atrim o n io celestial fue uno de últim os trazos
incorporados a la le yenda .145 Los múltiples patronazgos atribuidos a Cata­
lina de Alejandría contribuyen a d em o s trar la intensa circularidad cultural
que caracterizaba su figura: si p o r un lado era protectora de las doncellas
núbiles, de las jóvenes estudiantes, de los notarios, de los carreteros y de
los alfareros, su asociación con las lides académicas y con el conocim iento
letrado la convirtieron tam bién en patrona de la Facultad de Teología de
Paris y en un o de los principales referentes de la orden d o m in ica.149 La
presencia de Santa Catalina en suelo ibérico es un fenóm eno ampliam ente
com probado. En Cataluña, p or ejem plo, era protectora de los estudian­
tes, y en Andalucía, patrona de la ciudad de Jaén. Pero p or motivos no
del to do dilucidados, fue en su carácter de abogada contra la rabia que ¡a
figura de la m á r tir egipcia arraigó con intensidad de un e x tre m o a otro
del te r rito rio peninsular.
Santa Q u iteria, la otra gran patrocinadora de los saludadores ibéricos,
es un personaje mítico m enos definido que Catalina de Alejandría. Sin e m ­
bargo, durante m uch o tiem po fue una figura ex trem adam ente popular en
Portugal, España y el sur de Francia. Resulta imposible d e term in ar tanto
la fecha de su m a r tirio —la tradición sitúa su suplicio en algún m o m en to
de los siglos IV o V— c o m o el lugar de los hechos —se disputan el privile­
gio Majarliza, en la provincia deT oledo, y A ire-sur-O dour, en la Gasconia

l4li C ynthia Stollhans, “M ichelanoelo’s N ude Saint C atlierine of A lexandria”, Haiiuiis


AriJournal, 19:1 (1 9 9 8 ), pp. 26, 30.
Keitll Luria, Territories oJGrtice; Cuhurul Change in the Seventeenth-Centurf Diocese o)
Grenoble, Berkefcy, Universify o f C alifornia Press, 1991, pp. 152-1 53.
I4S M argarelta Salinger, “A Baroque P ainting o f Saint C atherin e”, The Metropolitan
Museum o fA n íiulletin, 1:10 (1 9 4 3 ), pp. 296-299.
145 Ann M. R o b e rts, “North M eets South in the C onvent: T he A ltarpíece oi Saint
C ath erin e o f A lexandria in Pisa”, Z euschriftfúr Kunstgeschichce, 50:2 (1 9 8 7 ), p. 190.

264
l\ibiúií . i IcjjiiJio tdinpd*.jiic

francesa.I>u Durante siglos la localidad ¡jala afirmó poseer las reliquias de


la santa, hasta que un estallido iconoclasta hugonote provocó finalmente
la destrucción de las pruebas materiales. A diferencia de Santa Catalina, la
hidrofobia ocupó siempre un lugar destacado en la leyenda de la doncella
«aliena, pues la tradición afirmaba que Quiteria .solía visitar a los enfermos
de rabia para infundirles dulzura y serenidad. Otra versión de la fábula
sostiene que el perro del pastor que delató a Quiteria enfermó de rabia al
lamer la sanare de la santa; el animal mordió luego a su dueño, quien arre­
pentido de su traición se libró del mal invocando el nombre de la flamante
mártir. En cualquier caso, en muchas regiones del norte peninsular llegó
a constituir una costumbre lanzar a los perros rabiosos pan empapado con
el aceite de la lámpara que ardía ante la imagen de la bienaventurada. La
monumental Flos s a n c to r u m del jesuíta Pedro de Ribadaneyra, editada por
primera vez Madrid en 1599, permite acceder al mito tal como se conocía
en el Península Ibérica a comienzos de la Edad Moderna. Quiteria nace
en el actual territorio de Galicia, y fue una de las nueve hijas engendradas
por Lucio Catelio Severo —un poderoso funcionario romano local— y su
esposa Calsia. Horrorizada por la asociación tradicional entre los partos
múltiples y la inmodestia femenina, Calsia instruyó a la partera para que
ahogase a las niñas en el río más cercano. Pero la mujer se compadeció y
entregó las criaturas a diversos hogares campesinos. Cuando alcanzaron la
edad adulta fueron reconocidas y aceptadas por sus padres verdaderos. Sin
embargo, pronto surgió un nuevo frente de conflicto a raíz de la conver­
sión de las jóvenes al cristianismo. Decidida a conservar para siempre su
virginidad, Quiteria se negó a contraer nupcias con el candidato elegido
por su padre, quien finalmente ordenó su decapitación como castigo por
la desobediencia y el abandono de la religión de sus mayores. Ribadaneyra
deja en claro que para finales del siglo X V I la asociación de Santa Quiteria
con la cura de la rabia estaba sólidamente establecida:
En T o le d o tien e una Capilla esta gloriosa Santa ju n to al M o n asterio de
la Concepción, y en un lugar, que es jurisdicción de la misma ciudad de

A New Dictionarj oj Saines, com pifed by D onald A ttw ater, edited and revised by
John C um m in g ,T unb rid 5eWeISs, Burnes and O ates, 1993, p. 265; A Book oj íhc Saines,
edited by the B enedictine m onks, W hitefish, Kessinger Publishing, 2003 (1921), p.
228; K eíth L uria, “R ural and Viüage Píety”, in P eter M atheson (e d .), Kcfotinatiun
Chrisiianitj, M inneapolis, F ortress Press, 2007, p. S3.

265
E st u di os tic caso. D c m o n o l u ^ í a cri st ian a y c u l t u r a f o l k l ó r i c a e n el m u n d o i b é r i c o

T o le d o , y se llam a M arializa, hay u n a Iglesia antigua de su n o m b re . El


lu g ar está al pie de unas sierras, en las cuales es antigua tradición, que
vivió solitaria, ju n to a una fu en te, qu e oy llam an unos la F uente santa,
y los m ás la fuen te de Santa Q u ite ria : d o n d e se dice lúe degollada, y
en la Iglesia ya dicha sepultada: y del agua de la (tiente se ven cada día
m aravillas, b eb ien d o la e n fe rm o s, e invocando a Santa Q u ite ria , curan
de sai ias e n ferm e d ad es, esp ecialm en te de calen tu ras, y tullidos: y a la
Iglesia acude m ucha gen te heridos de p e rro s rabiosos, de q u e es particular
abogada; y hallan re m e d io .11'

Las R e la c io n e s T opográficas confirman que el culto de la heroína gallega


tenía una presencia real en la meseta castellana temprano-moderna. Sobre
un total de 42 santos y advocaciones mencionados en las encuestas, William
Christian jr. identifica 36 votos ofrecidos a la santa —lo que la ubica en el
lugar decimotercero de la lista— y 1S ermitas erigidas en su memoria, lo
que la coloca en la decimoquinta posición.1,2
Tanto Santa Catalina de Alejandría como Santa Quiteria ocupaban un
lugar destacado en el complejo mítico del saludador. En efecto, aquellos sa­
nadores ibéricos venían al mundo c o n las señales de ambas mártires impre­
sas en el cuerpo: en el paladar, bajo la lengua. N o estamos en presencia de
un rasgo epifenoménico; los estigmas corporales eran otra de las metáforas
de los sistemas arcaicos de posesión. La piel devenía pergamino: al marcar
a sus servidores con señales morfológicamente diferenciadas, los espíritus
trazaban sobre ellos una firma intemporal ejue expresaba la transformación
metafísica del sujeto marcado. El lenguaje del tatuaje corporal alcanzaba por
igual a los servidores de D ios y a los agentes del Diablo. En un juicio por
brujería sustanciado en Finlandia, en 166S, la acusada confesó que desde
su prim er viaje al Blákulla llevaba en su cuerpo la marca de los dientes del
hombre de negro que la había m ordido en ambos pechos.li3 También los

151 Ped ro de Ribadaneyra, Flos sancionan de las vidas de los sancos, Barcelona, 1790,
to rn o III, pp. 133-1 34.
W illiam C hristian Jr., Local Religión in Sixceench Cemury Spain, P rinceton, Prin-
ceto n U niversity Press, 1982 (cito p o r la edición en castellano: Religiosidad local en
la España de Felipe i/, traducción de Javier Calzada y José Luis Gil A ristu, M adrid,
N erea, 1991, p. 95).
A m ero H cikkinen y T im o K ervinen, “F in lan d :T h e Male D om ination”, en Bengt
A ukarloo y Gustav H enningsen (ed s.), Early Modera European ¡Vitchcraji, p. 329.

266
h ib iú i) A le ja n d r o Can¡püíjne

santos cristianos sellaban la piel de los taum aturgos carismáticos: en pleno


siglo XX, una guaritrice de C astellammare di Stabia, Campania, atribuía
los poderes que poseía al hecho de que durante su trance iniciático Santa
Rita la había tocado en la b o c a .la+
Por m edio de las marcas los espíritus hacían suyos a los agentes h u m a ­
nos con los que entablaban contacto, y los transformaban en seres dotados
con una fisiología específica. El estigma que se desplegaba sobre la carne
manifestaba que el pro tegid o participaba de la naturaleza del espíritu p r o ­
tector; su condición corporal ya no era la misma: se había transfigurado
en una entidad que com partía con los seres espirituales algunos de sus
rasgos ontológicos.Tocado —poseído—p o r un espíritu, se había vuelto, en
p arte, un espíritu. Parte de la esencia del n u m e n que lo patrocinaba i m ­
pregnaba para siem pre su anatomía, se asentaba en lugares específicos de
su geografía corporal para no abandonarla nunca más. El sujeto se volvía
propiedad —servidor— del espíritu, p o rq u e algo de la naturaleza de éste
había quedado para siempre en el cuerpo de aquél.Y las marcas corporales
estaban allí para recordárnoslo. Marcados desde la cuna p o r Santa Catalina
o Santa Q uiteria, los saludadores estaban desde entonces habitados p o r el
espíritu de ambas heroínas. Su carne se volvía vehículo de lo sobrenatural
cristiano. Por ello se los consideraba familiares de las mártires: la metáfora
parental subrayaba la identidad ontológica que fundam entaba las metáforas
de posesión.
Los sistemas arcaicos de posesión p e rm ite n dar cuenta de los rasgos
originales del saludador desde una perspectiva nueva y diferente. En efecto,
en el m un do m e d iterrán eo abundan los complejos míticos en los que sana-
ción, posesión y culto a los santos aparecen profun dam en te im b ricado s.lsi

1>4Alfonso M . Di Ñ ola, Lo specchio e ]’oIio:k superstizioni degli italiani , R om a, Laterza,


1993, p. 40.
IS> Con frecuencia, los fenóm enos de posesión y tran ce ocupan un lugar destacado
en fas expresiones populares del culto a los santos en el área m ed iterrán ea ; al re s­
p ecto véase Sabina M agliocco, “W itchcraft, H ealing and V ernacular M agic in Italy”,
en W illem de B lécourt y O w en Davies [eds.], Witchcrafi Continuad, p. 157. “popular
saines’ culis ojien had at their core both a promise ojdevolion in exchange jo r good heahh,
and an ecsiaiic coinponcnl that could invohe dancing, druirnning, and extraordinaiy efforts
on b e h a j o j the saint that resulted in participants achieving altérnale states of conciousness”
(“a m en u d o el cu lto a los santos populares incluye en su núcleo ta n to una prom esa
de devoción a cam bio de la buena salud, com o un co m p o n en te extático que puede

267
E.siudíus d e c as o. D e i n o n o l o ^ í a cri st ian a v c u l t u r a f o l k l ó r i c a c¡i c! i n u n d o ib é r ic o

Tal es el caso de la unastetiaria griega, la H am aJsha marroquí, y el taraiitinno


italiano. En primer lugar, la característica insensibilidad al fuego de los
saludadores adquiere un sentido diferente a la luz de estos dramáticos
sistemas de posesión. Poseídos por San Constantino, los anastenarides de
la Macedonia griega logran caminar y danzar sobre brasas ardientes sin
sufrir daño alguno; Sotiria, una de las informantes del antropólogo Loring
Danforth, deja en claro la estrecha relación entre posesión e invulnerabi-
lidad: “th e S a in t has control o re ry o n thert. I j y o u are in c h a rg e y o u rse lj,y o u ’11 get
burned”. " 6A \g o similar ocurría con los adeptos a la H am aJiha marroquí, una
hermandad religiosa patrocinada por Sidi Áli ben Hamdush y Sidi Ahmed
Dghughi, dos santones locales de finales del siglo X V II y comienzos del
siglo X V I I I : '1' habitados por la baraka —la cualidad y esencia de los san­
tos que los protegían—, los miembros de la cofradía entraban en estados
de trance durante los cuales bebían agua hirviendo, tragaban espinas de
cactus, encantaban serpientes venenosas, o se producían tajos en la cabe­
za.1’5 Poseídos por un espíritu sagrado, los participantes de estos rituales
habían adquirido, en parte, una naturaleza espiritual, en sí misma ígnea
y relulgente; sus cuerpos, transfigurados por la entidad que los habitaba,
hablan dejado atrás la debilidad que manifestaba la carne humana librada a
sus propios medios. Al igual que San Constantino o Sidi Áli, Santa Catalina
y Santa Quiteria transmutaban la esencia material de aquellos a quienes
poseían, convirtiéndola en una sustancia espiritual a la que ni el hierro ni
el luego podían dañar. La fisiología pneumática característica de las personas
habitada-) por entidades espirituales explica también algunas anomalías del
complejo del saludador: en la Cataluña rural, por ejemplo, los saludador* y
los setens podían caer al suelo desde gran altura sin hacerse daño alguno.Ib9

im plicar danza, to q u e efe ta m b o re s, y esfuerzos e x trao rd in ario s en n om bre del


santo que Hevan a los p articip an tes a alcanzar estados de conciencia alternativos”; fa
traducción de! ingfés es m ía).
! JÍ1 Loring M. D anforth: Firewalkmy and Reliyious Flealiny: 7hcAnastcnaiia oj Greece and the
American F¡reualkin¡j Moicment, P rin c eto n , P rin c eto n U niversitv Press, 1989, p. 46
Sidi Áli ben Ham dush y Sidi A hm ed D ghughi son dos figuras características def
m arabutism o, el culto a los santos que tradicionalm ente ha sido considerado com o
uno de los tim bres distintitvos def Islam m aghrebí.
V incent C rapanzano, The HainaJdia:A Studv in Aioroccan Ethnopsvchiütrj, Berkeley,
LIniversity o f California Press, 1973, pp. 1-3; 48; 167.
' Joan G uilfam et, Biuixeria a Catalunya, p. 32.

26»
¡\iluánAL-jünJio Cumpugoc

El empleo de la saliva adquiere también un nuevo sentido desde la


perspectiva de los sistemas arcaicos de posesión. La potencia sagrada que
habitaba el cuerpo del taumaturgo podía transmitirse a otras personas
por medio de los fluidos y secreciones corporales: la saliva, la sangre, el
semen, la leche. La b a ra ka de los santones del maraboutismo mahgrebí se
trasladaba de padre a hijos por medio del semen, y de los sanadores a los
enfermos por medio de la sangre. Por este motivo, los miembros de la
HühjuiMi.7 salpicaban y untaban con su sangre las partes enfermas del cuerpo
del paciente; en ocasiones, mojaban trozos de pan en sus propias heridas
y se los daban a comer a los dolientes. De esa manera, la baraka del santo
revitalizaba a los enfermos. De la misma manera, la virtud de Santa Catalina
y Santa Quiteria se transmitía a los pacientes por medio de la saliva, porque
las marcas que atestiguaban que algo de la esencia de las santas habitaba de
manera permanente en el cuerpo del saludador, se encontraban, precisamente,
en su boca. Por ello, si los cofrades marroquíes mojaban trozos de pan con
su sangre, los saludadores hacían lo propio con su saliva.160
Los pacientes de los saludadores, los enfermos de rabia, también pue­
den analizarse desde la perspectiva de los sistemas arcaicos de posesión.
El propio discurso médico tardomedieval empleaba con la hidrofobia
un lenguaje cercano a los fenómenos de posesión. En el S e r tu m p a p a le
de v en en is (c. 1362), el padovano Gulielmus de M arra atribuía al s p ir itu s
del perro agresor el hecho de que en la orina de los enfermos de rabia a
menudo se percibieran pequeños fragmentos de grasa o carne con forma
de cachorro;161 en el mismo sentido, Gulielmus afirmaba que el enfermo

160 Cabe d estacar que m u cho s santos cristian o s—exitosos o fracasados- tam bién cu ra­
ban m ediante la saliva, según el preced en te del p ro p io Jesucristo (Marcos 8, 22-25):
tal era el caso de Santa C o lette de C orbie en la p rim era m itad del siglo XV (P eter
Dinzelbaeher, “Sante o streghe. Aleuni casi del tard o m edioevo”, en G abriella Z arrí
[ed.j, finzione e saruita ira medioevo ed eta moderna,Turín, R osenberg & Sellier, 1991,
p. 79); de) toled ano Fray A ndrés de la Rosa en la segunda m itad del siglo XVI (Juan
Blázquez M iguel, Eros/Tánatos, p. 243); o de la m ística M adam e A carie en el París de
m ediados del siglo XVII (Sophie H oudard, “M ystics orV isionaries? D iscern m en t of
Spirits in the First P art o f the Seventeenth C en tu ry in France”, en G ábor Klaniczay
Y Eva Pócs [eds.], Communicaiing ivith the Spirits, p. 76).
161 L vnnT horndike, A Hisiory oJMayic and Experimental Science, N ueva York, C olum bio
University Press, 1934, vol. III, p. 531.

269
E st u d io s d e caso. D e m o n o l o o í a c ri s t ia n a y c u l t u r a i o l k l o r i c a e n el m u n d o ib é r i c o

ele rabia tendía a atacar a dentelladas y mordiscos a las demás personas


porque su naturaleza se había vuelto canina.162
U no de los indicios más claros de que la práctica del saludador ibérico
constituía una forma arcaica de exorcismo lo hallamos en otro de sus
trazos característicos: la cura por medio del aliento y del soplido. Con
mucha frecuencia, la mentalidad arcaica concebía a la enfermedad en tér­
minos pneumáticos, y al proceso de sanación como una lid agonal entre
el espíritu del curandero y el espíritu de la enfermedad. Entre los warao
de Venezuela, por ejemplo, el chamán utilizaba su aliento para enviar a
sus espíritus auxiliares y ponerlos en contacto con la entidad espiritual
invasora ( h e b u ) . El sanador recurría al hum o del tabaco -m ás denso que el
fétido aire del h e b u — para fortalecer el poder de sus fluidos pneumáticos y
expulsar al demonio invasor del cuerpo del enfermo.165 U n procedimiento
similar fue observado entre los chiriguanos de la provincia argentina de
Salta: el chaman instalaba al paciente junto a un brasero, arrojaba humo
de cigarrillo sobre su tórax, y silbaba suavemente para conectarse con el
dios del viento.164 Es interesante recordar que Martín del Río y Benito
Jerónimo Feijóo afirmaban que los saludadores ibéricos consumían vino
con idéntico objetivo: para fortalecer la potencia y densidad de su hálito
sanador,161
También resulta sugestiva la costumbre de los saludadores portugueses
de rociar a hombres y animales con agua bendecida con un poco de sal,
los mismos sacramentales a los que el catolicismo atribuía virtud pro­
tectora contra los demonios impuros. Finalmente, hallamos una última
confirmación de la relación mítica entre envenenamiento y posesión en
dos complejos míticos característicos del Mediterráneo occidental: el ta-
rantismo apuliano y el ar¡jhmo sardo. En ambos casos, las personas mordidas
por cierta variedad de arácnido se consideraban poseídas por el espíritu

162 Ibid., p. S34.


I6Í C harles L. Briggs, “T h e m eaning o f nonsense, the poetics o f em b o d im en t, and
d ie p ro ilu ctio n o f p o u e r in W arao healing” , en Caro! L aderm an y M arina Rosem an
(ed s.), The Perjonnance o f Healing, pp. 198-199.
161 C arlos M artínez Sarasola, Nuestro* paisanos los indios. Vida, historia y destino de las
comunidades indígenas en la Argentina, Buenos A ires, E m ecé, 1992, p. 542.
163 M artin o del Rio, Disquisitiontun niagiearuin, p. 4 0 ; Fray Benito G erónim o Fevjoó
y M o n ten eg ro , Teatro Crítico Universal, p. 2.

270
fa b ió n A le ja n d r o C a m p a ^iic

del animal agresor, y la cura del mal adquiría las características de un


exorcismo coreico-musical.166
¿Existe alguna evidencia histórica que confirme que a comienzos de la
Edad Moderna los campesinos ibéricos podían llegar a asimilar la hidro­
fobia canina con un estado de posesión específico? Un temprano proceso
inquisitorial, incoado por el tribunal de Cuenca a comienzos del siglo X V I,
aporta valiosos elementos en favor de una respuesta afirmativa. En 1514
irrumpe en la villa manchega de El ProvencioYnés de Moratalla. Pocos días
antes,Ynés había sido mordida por un perro rabioso en la aldea de Minaya,
donde habitualmente residía, y como consecuencia del ataque sus padres
creían que la joven estaba poseída. M uchos vecinos, entre los que se contaba
la esposa del titular del señorío local, daban fe de las crisis nerviosas, los
gestos bizarros, el súbito enrojecimiento y la hinchazón de miembros que
afectaban a la infortunada campesina. l67Ynés había sido trasladada a El Pro-
vencio precisamente porque el teniente de cura de la villa, Garcí Sánchez,
tenía fama de eficaz exorcista.168 Los inquisidores conquenses irrum pie­
ron en escena luego de que el vicario parroquial decidiera manipular el
comportamiento de la energúmena para potenciar su prestigio e influencia
locales.169 Pero lo que aquí nos interesa es la confirmación de que para los
campesinos españoles de la primera modernidad la rabia no era una dolen­
cia corriente. D e hecho, como ocurría en el mundo mediterráneo con los
síndromes provocados por las diversas alimañas ponzoñosas, la hidrofobia
podía ser considerada una forma peculiar de posesión, consecuencia del
accionar agresivo de un violento espíritu invasor.170

' “ V éase al re s p e c to lo s e s tu d io s c lá sic o s d e E r n e s to d e M a r tin o , La terna del rimorso


Contributo a una storia religiosa del S u d t M ila n o , 11 S a g g ia to re , 1 9 6 1 ; C la ra G a ilin i,
bailarina variopinta. UnaJesta di guarigione ín S a r d a n a , N á p o le s , L ig u o ri, 1988.
167S araT . N a lle , GoJ in La M anilla: Religión* Rtform and ihe People o f Cuenca, 15 0 0 - / 65q
B a ltim o re ,T h e J o h n H o p k in s U n iv e rs ity P re s s, 1 9 9 2 , p p . 1 9 -2 0 .
168A d e lin a S a rrió n M o ra , B e a ta s / endemoniadas. Mujeres heterodoxas ante la Iuguisici¿tl
siglos X V I a X IX , M a d r id , A lian za, 2 0 0 3 , p. 144.
169Ib id ., p p . 1 4 6 -1 5 4 .
170P a ra u n a id e n tific a c ió n e n tr e p o s e s ió n y ra b ia c an in a s im ila r a la q u e P r o p o u g 0
e n el p r e s e n te c a p ítu lo v é ase F lo re n c e C h av e -M a h ir, Une parole au Service de l ’un'n ¿
l ’exorcisme despossédés dans I ’Eglise d ’Occident (Xe-XIVe siécle),T h e s e d o c tó ra le , U n iv e r s j^
L u m ié re — L yon 2 , 2 0 0 4 , p p . 171 -1 7 0 .

27i
E lu d ios tic caso, Demonología c¡ i^ü.uia v cultura ¡ulkioi ica en el mundo ibérico

4. S a l u d a d o r e s y s a n p a o la r i: el s u s t r a t o m e d i t e r r á n e o

La ariLisicnaria, la Hamúdsha v el tjraiuistiio tienen en com ún con la


mitología del saludador su relación con el culto a los sainos y con ios
sistemas arcaicos de posesion. Sin embargo, en o tro aspecto se apartan
radicalm ente de la creencia ibérica: los tres complejos se basan en una
forma de exorcismo coreico-musical, que no guarda relación alguna con el
mito del saludador. ¿Es posible hallar en el M editerráneo algún complejo
mítico semejante a la creencia ibérica, que al mismo tiem po mantenga una
relación clave con los sistemas arcaicos de posesión?
En la Italia te m p r a n o - m o d e r n a o peraban los sanpaolari o paoliani,
sanadores carismáticos con características e x tre m ad a m en te similares a
las de los saludadores ib éricos.1' 1 Los sanpaolari sanaban a las personas
mordidas po r serpiente s y otras alimañas ponzoñosas, com o las tarántulas
v e sc orpio nes.1' ’ En el imaginario colectivo estas dolencias ocupaban el
mism o espacio simbólico que las m orded uras de los p erros rabiosos. Así
ocurría en el discurso m édico: en el Sertum papale Je cenenis, po r ejemplo,
el tratam iento del veneno de la tarántula precedía a la descripción de la
hidrofobia.1 El m ism o carácter intercambiable adquirían estos males en la
religiosidad popular: los beatos portugueses, po r ejemplo, se especializaban
sim ultáneam ente en “mordeduras de reptéis e de caes dañados”. '1'' Pero aquí no
acaban las semejanzas. Si los saludadores ibéricos eran familiares de Santa
Catalina y Santa Q u iteria, los sanpaolari lo eran del apóstol San Pablo. Si
aquellos venían al m u n d o con ruedas o cruces impresas en la boca, los
taum aturgos italianos alardeaban de marcas con forma de serpiente bajo la
lengua, en los brazos, bajo la rodilla o en las piernas. Al igual que ocurría
en el caso de los saludadores ibéricos, la virtud de los sanpaolari derivaba
del p o d e r que les transfería el espíritu que los patrocinaba: al decir de las
constituciones del P ro tom e dic ato siciliano, trataban las m o rdeduras de

‘: David G en tilcore, Healers and ILeohng in Early Mudan iialy, M anchester, M anchester
U niversity Press, 1998, pp. 107-108.
172 Francois D elp ech, “L a ‘m a rq u e ’ des so rcieres”, p. 361
í7i E rn esto de M artin o , La ierra Jel rintorso (cito p o r la edición en castellano: La tierra
del remordimiento, trad ucción de JuanV ivanco, B arcelona, E diciones B ellaterra, 1999,
p. 255).
174 José P edro Paiva, Práticos e créticas mágicos, p. 102.

272
fjbiünAlcjjaJro Íüjhpjuiic

serpiente ‘‘.sin medicamentos, por medio del poder de San Pablo Aposto!,
que recibían desde el momento mismo del nacimiento”.1,5 Desde Roberto
Bissi auc en 1325 solicitó licencia para ejercer su oficio en la ciudad de
Reggio.hasta Paolo Ciarailo —que- ejercía en losAbruzzos en la década de
i 670.. los encantadores de serpientes italianos siempre siguieron el mismo
protocolo: tocaban las heridas con sus manos y las untaban con saliva: en
ocasiones, humedecían trozos de pan en la boca v se los daban a comer a
sus pacientes. 1'0 L o s familiares de Santa Catalina, Santa Quiteria v San Pablo
compartían aún un último trazo distintivo: todos ellos se consideraban
inmunes a la ponzoña que inoculaban los perros rabiosos v las serpientes
venenosas. Ello permitía a los especialistas italianos montar impactantes
m ise-en -sc c n cs -comparables a las que organizaban los saludadores cuando
pretendían demostrar su portentoso dominio sobre el fuego. En abril de
1580, Giacomo Antonio Dolci, prior del Colegio de Físicos veneciano,
quedó tan impresionado con las habilidades del s a n p a o lú ro Bartolomeo
Riccio, que recomendo a las autoridades sanitarias convertir la licencia
del sanador en un privilegio por diez años; junto con el prior del Colegio
de Apotecarios, Dolci había visto como Riccio manipulaba las serpientes
conservadas para la elaboración de antídotos: el curandero llegó incluso a
introducir la cabeza de los ofidios dentro de su propia boca. En la década
de 1650, Jacopo Sozzi asombró de manera similar a los miembros de la
A c c a J e m id J c l C im en to : tomo una de las víboras más feroces, la oblioó a
vaciar no sólo su veneno, sino toda su espuma y saliva dentro de un vaso
de vino, y luego se bebió el líquido emponzoñado sin consecuencia alguna
para su salud.1' 7
Todo indica que el complejo italiano es más antiguo que su contraparte
ibérica. La primera mención impresa a los s d n p a o la r i parece hallarse en
el L ib c llu s J e re n e n is , de Ferdinando Ponzetti (Roma, 1521); sin embargo,
en Italia se detectan desde mucho antes referencias a sanadores carismá­
ticos portadores de características similares. Algunos, como los marsos,
se remontan a la antigüedad clásica. Otros, como las dinastías de serp a ri

175 David G entilcore, Medical Charlacanism in Early Modern h a ly, N ueva York, O xford
U niversity Press, 2006, p. 175.
176 Ibid., p. 176.
m Ibid., pp. 177-179.

273
Estudios de caso. Demonología cristiana v cultura folklórica en el mundo ibérico

o aaralli, parecen haber surgido en la baja Edad M edia.1/8 ¿Fueron los


saludadores una adaptación local de los ianpaolari y de sus precursores
clásicos? La evidencia actual no alcanza para d em o strar esta hipótesis de
m anera fehaciente. En cualquier caso, no puede negarse que los in ter­
cambios culturales en tre ambas penínsulas se potenciaron a partir de la
secunda mitad del siglo XV.1/9
Los m o d e r n o s sanpaolari parecen derivar claramente de figuras míticas
anteriores. Los marsos, un pueblo m ontañés que habitaba en las regiones
que actualm ente con fo rm an U m bría y los Abruzzi, eran universalm ente
considerados co m o fascinadores de serpientes^ capaces de destru ir con su
saliva los efectos de sus letales m ordeduras. Según Plinio, descendían de un
hijo de Circe y Odiseo. O tro s creían que la ciencia de los marsos derivaba
de una divinidad local, Angitia, que Servius identificaba con M edea, la
hipnotizadora de dragones; según la leyenda, tras huir de Cólquida Medea
había buscado refugio en la región del lago Fucin (actúa! lago Celano). Las
excavaciones arqueológicas d e sen terraro n en las márgenes del lago esta­
tuillas de b ro nce que represen tan a una m u jer p o rtan d o una serpiente en
una de sus manos; ello parece p ro b ar la existencia de un persistente culto
a la diosa Angitia en la región, im pulsado p o r sacerdotes que aprendieron
de los marsos y de sus vecinos el arte de amaestrar serpiente s y curar sus
m o rd ed u ras.180 D urante siglos, de hecho, generaciones de sanadores itálicos
se dijeron descendientes de los antiguos m a r s o s .181
En cualquier caso, cabe su p o n e r que los complejos míticos italianos
formaban parte de un fondo de creencias m editerráneo más antiguo. Plinio,
Lucano, Plutarco y Estrabón m encionan pueblos inm unes al veneno de
ofidio, naciones enteras dotadas con la capacidad de curar las m ordeduras

1/;> David G en tilcore, hleahrs and EUaling in Early Modern h .¡/;,'. p. 106.
1,9 En el siglo XVII, los archivos de la Inquisición dan cuenta (le la existencia de
saludadores en Sicilia (G ustav H ennigsen, “T h e Ladies from O u tsid e”, p. 199). Los
testim o n io s del siglo X V 1!I, p o r su p a rte , confirm an la existencia de form as de ta-
raiuism o en la Península Ibérica; véase Pilar L e ó n ,“M edicalT heot Íes ofT aranúsm in
E igliteen th -cen tury Spain”, in P ereg rin e H o rd en (e d .), Music as Medicirte:The History
ojMusicThcrapy Sim e Ani'n¡uity} A ld ersh o t, Ashgate, 2000, pp. 273-292.
1SÜ A m te-M arie T upet, La Magie dans la poésie latine 1: Des origines a la f i n du regne
d ’Auguste, París, Les Belles L ettres, 1976, p. 197.
i : David G en tilcore, Healers and Healing in Early Modern h a ly , p. 106.

274
F a b iá n A l e j a n d r o C a m p a g n e

de serpiente. Así, en la Libia Cirenaica habrían habitado los psvlos, los mar-
márides y los garamantes; los ophiógenes, p o r su parte, se situaban, según
el caso, en las costas del m ar de M ármara, en Asia M eno r o en C h ip re .132 La
tradición m editerráne a tam bién asignaba virtudes semejantes a sanadores
carismáticos individuales. En el Evangelio del PseuJo-Tomás, un texto apócrifo
de linalcs del siglo 11 d.C . que recopila anécdotas sobre la infancia de Jesús,
se narra el siguiente episodio: “mientras Jacobo recogía la paja, una víbora
lo m ordió y cayó al suelo c o m o m u erto . Y viendo esto Jesús, sopló sobre
la herida, y Jacobo quedó curado, y la víbora m u r ió ”. 183
Los relatos de los viajeros europeos dan cuenta de la e n o rm e dimensión
espacio-temporal de la creencia. En su Relation Je voyagesjaits dans la Turquie,
la ThébaiJe &_la Barbarie (Lyon, 1686), el sacerdote Jean C oppin nos dejó
una descripción de los santones del Asia Menor: “a Jemis-nus, ih contrejont les
enragés et mangent Jes serpents en vie”. En 1 829, en Egipto, Etienne Geoffroy
Saint-Hilaire fue testigo de festividades musulm anas du ran te las cuales los
m o d e rn o s psylos, “ajjectant Jes manieres d ’insenés”, se hacían m o r d e r varias
veces p o r cobras venenosas. En Le Ni 1, Egypte et Nubie (París, 1853), Máxime
du Camp afirma haber presenciado una cerem onia de inmunización contra
el veneno de serpiente, que implicaba dejarse m o r d e r p o r un animal joven,
y luego diversas prácticas rituales, c om o soplar sobre la herida y depositar
en ella saliva. Finalmente, en su “Histoire Je serpents Jans l ’Egypte ancienne et
moJem e' (1947), Louis Keim er afirma haber visto en L uxor “Jes Ilum ines du
peuple brandissant des poignées de serpents et les devorant a belles Jents; on croit
que cet acte conjere une sorte d ’iminunité”. 184

182 A nne-M arieT upet, La Alagie Jans ¡a poésie latine, p. 1 89.


IS! “H isto ria d e la infancia de jesú s según Santo T om ás”, en Evangelios Apócrifos,
trad u cció n d e E d m u n d o G o nzález Blanco, B uenos A ires, H y sp am érica , 1985,
to m o I, p. 101.
IS4 A n n e-M arieT u pet, La Magle dans la poésie latine, p. 190: “m edio desnudos, re m e ­
dan a los en ferm o s de rabia y com en serp ien tes vivas”; “adoptan la apariencia de los
insanos”; “ho m b res del pueblo blandiendo puñados de serp ien tes y devorándolas a
dentelladas; ellos creen que dicho acto les confiere una su e rte de inm unidad” (las
traducciones del francés son m ías).

275
Estudios de caso. Dcjuunolutna cristiana v culiura loikiorica en el mundo ibérico

S. A modo de conclusión: la búsqueda del sujeto


histórico
La evidencia aportada cu el a p a ñ a d o a nterio r parece sugerir que el
com plejo del saludador ibérico rem ite a un arcaico fondo de creencias
m editerráneas, relacionado con la inmunidad ante las picaduras o m o r ­
deduras de animales ponzoñosos —arácnidos, reptiles, perros rabiosos—,
atribuida a determ inados grupos étnicos y a ciertos agentes carismáticos.185
En el M ed iterrán eo occidental, en algún m o m e n to posterior, la creencia
se lusiona con el culto a los santos, adquiriendo características propias.
Es probable que los saludadores ibéricos y los sanpuolari itálicos deriven
en for ma paralela de aquel proceso de fusión. Al mismo tiempo, esta im ­
bricación con la mitología de los santos cristianos dotó a dichos sanadores
con algunas características propias de los sistemas arcaicos de posesión.
Los estigmas corporales subrayaban que p arte de la esencia del espíritu
p ro te c to r habitaba de m anera p e rm a n e n te en el cuerpo del taum aturgo
elegido. O tro s complejos mágico-religiosos, como el modelo chamánico
y la mitología del Doble, sólo parecen p o d er dar'cuenta de determ inados
rasgos epilenom énicos del complejo ibérico, la mayoría de ellos de in co r­
poración tardía.
A lo largo del presente ensayo, nuestro objeto de estudio ha sido el
folklore del saludador. Cabría plantear ahora un nuevo interrogante, que
no rem ite tanto al com plejo legendario cuanto a los sujetos históricos:
¿quiénes fueron los saludadores históricos, los h om bres que encarnaron

ls> Al resp ec to , resu lta p articu larm en te sugestivo que m uchas crónicas españolas
reco n o cieran a los grand es evangelizadores am ericanos una inm unidad sim ilar a
Sas m o rd ed u ras de las alim añas ponzoñosas. Hacia 1560, Fray Juan de San Pedro,
parafraseando litera lm e n te al Salmo 90, versículo 13, atribuye a lus predicadores
agustinos el p o d e r de “cam inal' sobre la se rp ien te y e! basilisco” (Fray ju a n de San
P edro, La persecución del demonio: Crónica de los primeros agustinos en el Norte del Perú
(1560), M álaga, Algazara, 2007 [1992], p. 212). E! jesuita juan Eusebio N ierem berg
asignaba la m ism a virtud so brenatural a sus com pañeros de orden José de A nchieta
y M arciel de L orenzana; el p rim e ro , enviado al Brasil en 1553, dislrutaba paseando
descalzo p o r la selva, m ientras que al segundo, arribado al Paraguay en 1609, el veneno
de las serp ien tes no le hacía m ella (jorge Cañizares-Esguci ra, Puritan Conguistadors:
íherianizing the Atlantic, 15 5 0 - 1 700, S tanford, Stanford U niversity Press, 2006; cito
por la edición en castellano: Católicos v puritanos en la colonización Je América, traducción
de Pablo Sánchez León, M adrid, Marcial Pons, 2 008, pp. 190; 194-196).

276
Fabián Alejandro Campayne

en sus personas el sujeto mítico del saludador? En una aguda crítica del
tratam iento dado p o r Cario Ginzburg al mito de los betiandatui, VVillem de
Blécourt sostuvo que éstos eran, antes que nada, sanadores carismáticos
y neutralizadores de maleficia. Las narraciones referidas a sus travesías y
batallas en éxtasis no eran sino un medio de legitimar aquellas otras h a­
bilidades, una estrategia para potenciar su influencia y prestigio locales,
una tecnología publicitaria destinada a fascinar a sus potenciales clientes,
instalando la sensación de que sus virtudes taumatúrgicas y sus dotes an-
tibrujeriles derivaban del carácter anfibio de sus naturalezas.llSo
La tesis de Blécourt nos trae a colación la referencia con la que Antonio
deTorquemada culminaba la reflexión sobre los saludadores en su Jardín de
flores curiosas. El humanista rescataba las dotes taumatúrgicas del saludador,
pero condenaba com o supersticiosos los restantes trazos espectaculares
que rodeaban su figura, en particular su dominio del fuego: “podría ser que
algunos, fingiendo ser saludadores, no lo siendo, se ayudassen de aquello [de
las proezas con el fuego]”. !b7 Medio siglo después, Gaspar Navarro sostenía
un p u n to de vista semejante. Los saludadores realizaban las proezas con
el fuego “y otros muchos embaym ientos que hazen delante de las gentes,
para que les tengan p or santos, y piensen que ellos tienen virtud espiritual
para sanar las en ferm edad es”; lí>s Navarro preguntaba, desafiante: “para
ten er gracia de Saludador ó serlo, ( . . . ) ¿de qué sirve, sin auer necessidad,
entrar en vn h o rn o de fuego?”. 189 Torquemada y Navarro se adelantaron
varios siglos a la intuición de VVillem de Blécourt: la investidura simbólica
de los especialistas carismáticos requería de mitos y ritos que perm itieran
construir en to rn o de sus personas identidades sacralizadas, generadoras
de una confianza y de un te m o r reverenciales. Los combates en éxtasis o el
dominio del fuego cobran sentido, entonces, en función de los servicios más
prosaicos que aquellos especialistas carismáticos prestaban a nivel local.
Al margen de los complejos míticos que los constituían com o figuras
de poder, los benandanti y los saludadores históricos pueden considerarse

lsl“W illem de B lécourt, “Spuren einer V olkskullur o d er D am onisierung? K ritische


B em erkungen zu G inzburus ‘B enandanti’”, Kca. Zeitschrift f ü r Kalium issenschcf en, 5
(1993), p. 24.
187 A ntonio deT ori.|üem ada, Jai din deflo r a curiosas, p. 730.
" G aspar N avarro, Tiibinul de Supersiición Ladina, fol. 91 r.
185 lbid.. fol. 92 v.

277
Estudios de caso. Demonología cristiana y cultura folklórica en el inundo ibérico

co m o em erg en tes particulares de una clásica figura ele la cultura campesi­


na europea, en el amplio espacio que se despliega entre el Atlántico y los
Urales: los cunnincj-men o wise-jolk. i9ü N o existen en español equivalentes
exactos de] té r m in o inglés, p o r cuanto los cunning-men eran m uch o más
que simples sanadores: tam bién eran adivinos, exorcistas, herbolarios,
d etectores de brujas y neutralizadores de maleficios.191 En ocasiones, la
religiosidad local misma llegaba a girar en to r n o a sus personas, en abierta
com petencia con los agentes de la religión oficial.192 Muy a m en ud o, los
cunning-men restringían sus actividades a los clientes provenientes de otras
comunidades, puesto que la am bigüedad que los rodeaba los convertía en
blancos potenciales de las acusaciones de h ech icería.193 Aquí reside otra
de las diferencias principales entre los ivise-men e uropeos y los antiguos
chamanes siberianos.194

!yu R onald H u tto n , Shamans: Siberian Spirituality and thelVestern Imaginación, p. 1 37.
191 S obre los cunning-Jolk o mse-jolk vease O w en Davies, Popular Magic: Cunning-j'olk
in English History, L ondon, H am bledon, 2 007, passim; E m m a Wilby, Cunning Folk
a¡¡d Familiar Spirits: Shamanisiic Visionary Tradilions in Early Modera BrÍL¡J¡ i Viichcriifi and
Magic, B righton, Sussex A cadem ic Press, 2 005, pp. 26-45; Francois Bordes, Sorciers
et Sorcieres. Broces de sorcellerie en Cascogne el Pays Basque, Totilou.se, Privat, 1999, pp.
162-167; R obin Briggs, Witches and Neighbors:The Social and Cultural Context oj'Eu-
ropean Witchcraft, N ueva York, Vikíng, 1996, pp. 122-126; 171 -174; 277*281; jean
Favret-Saada, Les mots, la mort, les sorts, París, G allim ard, 1977, passím; Alan Macfar-
lane, ¡Vitchcieift in Tudor and Stuart England:A Regional and Comparadle Study, P rospect
H eights (Illm oís),W aveíand Press, 1991 (1 9 7 0 ), pp. 115-135; K eithT hom as, F\eligion
and the Decline ojMagic: Sludies in the Popular Beliejs in Sixceenih and Seventeeiuh Cenmry
England, L ondres, P enguin, 1991 (1 9 7 1 ), pp. 212-251; R o b e rt M uchem bled, Culture
populaire et culture des élites dans la Erante moderne (A Ve-XVUle siécles), París, Flam m arion,
1978, pp. 109-116.
192 G uido R u g g ie ro ,“T he YVomen P riests o f Latisana: Apollonia Madizza and theT ies
T h at Bind”, in G uido R uygiero, Binding Passiones:Tales o f Magic, Marriage and Power at che
End oj the Renaissance, N ueva York, O xford U niversity Press, 1993, pp. 130-174.
Robin Briggs, 1heWitches oj Lorraine, Nueva York, O x fo rd U niversity Press, 2007,
pp. 199, 206 -2 1 0.
194 Para un estu d io de caso acerca de la vecindad conceptual que a m en u d o carac­
terizaba al p a r de opuestos cunning jo lk /h r u jz s en la m entalidad tradicional vease
T im othy R .T an g h erlin i,“ ‘í low do you know sh e’s a w itch?’: W itches, C unning Folk,
and C o n ip etitio n in D en m ark ”, Western Folklore, 59 (2 0 0 0 ), pp. 279-303.
Fabián Alejandro Campaync

Una vez instalada la creencia en los sanadores de la rabia a comienzos del


siglo X V I, muchos c u n n in g -m e n ibéricos debieron sucumbir a la tentación
de encarnar en sus personas el sujeto mítico del saludador. Transformán­
dose en portadores de sus rasgos más espectaculares, pudieron contribuir
a reforzar a nivel local la legitimidad sobre la cual sustentaban los variados
servicios que prestaban a las comunidades rurales. Ello explica también
la peculiar evolución del complejo del saludador, y la incorporación pos­
terior de elementos derivados de otros complejos mágico-religiosos. Al
igual que el dominio sobre el luego o la adivinación de los eventos pasados
y futuros, la mitología del séptimo hijo varón contribuyó a reforzar la
identidad carismática de los iris e -m e n , relacionando su advenimiento con
marcas de nacimiento particulares. También permitió considerar a los
saludadores como contraparte positiva de ciertos avatares de la mitología
del D o b le negativamente connotados, como las brujas, los hombres-lobo,
las pesadillas.
La superposición de rasgos extraordinarios que los c u n n in g -m e n cargaban
sobre sus identidades construidas, contribuye a explicar una de las mayores
anomalías en la evolución del complejo del saludador: su transformación
coyuntural en cazadores de brujas, durante un breve lapso de tiempo y
en un espacio acotado.195 Cabe recordar aquí que la detección de brujas
y la neutralización de hechizos parece haber sido la principal especialidad
de los iv ise -m e n paneuropeos.196 Desde comienzos del siglo X V I, regiones
como Navarra y Cataluña habían conocido cazadores de brujas que no se
identificaban con los saludadores.197 Pero en las décadas de 1620 y 1630,

191 Para un estudio com parado del cunningm an eu ro p eo en su rol de cazador de


brujas véase jaeq u elin e Sim pson, “W itches and W itch b u ste rs”, Folklore, 107 (1996),
pp. S-1S.
Chven Davies, Popular Magic: Cunningjolk in English Flistory, pp. 80, 96, 102, 187;
según Davies, “ir ¡s axiomatic ihai ivherever there were witches there ¡¡ cuniñng Jolk”
(Ibid., p. x). D e todas form as, la afirm ación co n traria tam bién resulta cierta: “allí
don d e había cunning-men com enzaban a ap arecer las brujas”. En efecto, la peligrosa
com binación e n tre las ansiedades colectivas y e¡ accionar de los wtse-folk era uno de
los principales factores que provocaba el estaliido de picos agudos de represión de
la bru jería en el cam po eu ro p eo p re-industrial.
1,7 Para un ejem plo navarro de la década de 1 S20 vease Francisco Idoate, La ¡¡injería en
Navarra y sus Documentos, Pam plona, D iputación Foral de N a v a rra /in stitu to Príncipe
de Viana, 1978, p. 260; para C ataluña vease H en ry K am en, The Phuenix and the Fíame:

279
EsuuÜos (lo caso. Dotnonoloi>ía cristiana v cultura toiklorica on ol mundo ibérico

algunos saludadores tam bién com enzaron a cumplir dicho rol. Así res­
pondían, sin duda, a las ansiedades colectivas generadas p or las [recuentes
psicosis hrujeriles que po r entonces afectaban al Levante español. I% El caso
del aragonés Andrés Mascarón, procesado po r la Inquisición a comienzos
de la década de 1620, d em u estra la coyuntura! adaptación de los poderes
tradicionales del saludador a la detección de brujas. A los magistrados
laicos solía decirles “que la persona a quien diese mayor soplo, aquel era
b ru x o , o b ru x a”. Un testigo, que en julio de 1620 lo vio en acción en la
villa de Bielsa, “le hoyó decir que ( . . . ) Dios le había dado aquella gracia
para hacerlo, p o r ser hijo seteno de su madre, varón ( . . . ) . Y así publica­
m e n te saluda a m u c h o s . .. , y a los ganados.Y que le oyó decir que conoscía
a las Bruxas.Y que decía que haría quedar a las Bruxas en la yglesia, y se
pondría en un h o rn o encendido y que no se quemaría.Y dice el testigo vio
que visitaba enferm os y los saludaba (.. ,).Y que preguntándole el testigo
co m o conoscía a las Bruxas, dijo que, en viendo la que era bruja, se le
encendían las carnes”. Sobre el inicio de su vocación, el propio Mascarón
explicaba lo siguiente: “se puso a hacer este oficio porque le dixeron los
saludadores que tenía virtud para saludar y curar la rabia, y que tenía la
rueda de Santa Catalina debaxo la lengua, porque les había dicho era hijo
seteno ( . . . ) , v que le enseñaron lo que había de hacer para curar la rabia”.
C o m o en otros casos, su condición de séptim o hijo precedía y provocaba
el d escu brim ien to del estigma. Mascarón dejaba para el final los servicios
específicos que prestaba a las comunidades rurales: “y que también bendice
el pan y la sal y el agua, diciendo ( . . . ) Señora Santa Q u ite ñ a libra del mal
a quien com iere este pan y sal, y le hecha agua bendita.Y que estando una
lechona rabiosa en el lugar de Santa Cilia, la soplo en la voca y luego se
había m u e r to ( . . . ) Y que en Bielsa habia hecho algunas curas a personas
que decian estaban em bruxadas dándoles una vevida de vino y aceite”. 199

Caialonia and the Counter Refotiuatioii, N ew Haven,Yale Llniversitv Press, 1993, pp.
237-241 (edición en castellano: Cambio cultural en la sociedad del Siglo de Oro. Cataluña
y Castilla, siglos XVI-XVII, M adrid, Siglo XXI, 1998).
‘‘>!>Para Aragón véase M aríaT ausiet, Ponzoña en los ojos. Brujeríay superstición en Aragón
en el siglo XVI, Z aragoza, Institución Fernando el C atólico, 2000, p rim e ra p a rte ; para
C ataluña véase M a rtí G elab ertó , La palabra del predicador, pp. 143-148.
199 Anoel C ari L aeruz, Brujería e Inquisición en el Alto Aragón en la primera mitad de!
siglo XVII, Z aragoza, D iputación G eneral de A ra g ó n /D e p a rta m e n to de C ultura y
E ducación, 1991, pp. 351-352.

280
ÍjIjíjhAlejandro C umpuque

C om o vemos, en la figura de Mascarón hallamos un verdadero ombligo


ritual, que concentra en su persona la casi totalidad de rasgos atribuibles
al complejo del saludador ibérico. Pero también ejemplitica de manera
paradigmática la figura más abarcadura del cunninq-man paneuropeo. C om o
ellos, Mascarón bendecía hom bres v animales, neutralizaba maleficia, d e ­
tectaba brujas, curaba enfermedades. C o m o ellos, era un poco sacerdote,
un poco taum aturgo, un poco adivino. C o m o ellos, construía su id enti­
dad de manera dinámica, según las exigencias tle las regiones po r las que
atravesaba. C o m o ellos, asumía poderes y facultades extraordinarios para
legitimar los más prosaicos servicios que ofrecía a los ansiosos campesinos
que contrataban sus servicios.

281
CAPÍTULO 4
El hálito de fuego.
Mitología popular y poder
taumatúrgico en el mundo rural

Incubado en eí m edioevo tard ío , el te m o r a c o n tu n d ir significantes y


a m a lin terp retar significados adquiere en Sa m o d ern id ad tem p ran a carac­
terísticas patológicas. La obsesión con la capacidad de Satán para m im e tb
zarse, para confundirse con la divinidad m ism a, se tran sfo rm a en uno de
los tim bres distintivos de la cultura del p e río d o , hasta la rem isión de la
dem onología radical en la secunda m itad del siglo X V II.1 La figura de la
máscara atraviesa todos los escenarios sociales im aginables.2 La sociedad de
c o rte transform a a la sim ulación en la condición del éxito aristo c rá tic o .3A

1 Para la crisis y rem isión de la dem onología radical tardo-escolástica véase Roy
P orter, “W itch craft and M agic in E nlightm ent, R o m an ü c and Liberal T hought”, in
Bengt A nkarloo and S tuart C lark (ed s.), WiichcrafL and Alayic in Europe:The Eiyhteenih
and Nineteenth Centurias, Filadelfia, U niversity of Pennsylvania Press, 1999, pp. 193 y
ss.; R o b e rt M uchem bled, Une histoire du diable, XII-XXc siecle, París, Seuil, 2000, pp.
199-247; A ndrew Fix, Fallen Anejéis: Bahhasar Bekher, Spirit Belief, and Coifessionalism
in the Sevenieenth Cemury Dutch Republic, D o rd re c h t, K luw er A cadem ic Publishers,
1999, pp. 3-12; Ian B ostridge, Witchcraft and iis Transfonnations, c.l650-c. 17 50, O x ­
ford, C iarendon Press, 1997, passim; H . C. E rik M id e lfo rt, ExorcLtn and Enliyhtmeni:
Johann joseph Gassner and ihe Demons of Eiyhuenth-Ceiuury Germany, N ew Haven,Yale
U niversity Press, 2005, pp. 27 y ss.
2Véase Fernando R. de la Flor, PasionesJrías. Secreto y disimulación en el Barroco hispano,
M adrid, M arcial P'ons, 2 005, pp. 129-1 39
*Véase A ntonio A lvarez-O sorio A lvariño, “P ro te o en el palacio: el a rte de la disim u­
lación v la sim ulación del co rtesan o ”, en M iguel M oran y B ernardo j. G arcía (eds.),
El Madrid deVelázquezy Calderón:Vi!!ay corte en el siglo XV11, M adrid, A yuntam iento de

283
E stu d io s d e c a so . D em o n o lu iJ Íd c ris tia n a v c u lt u r a U *!U osica c u el u m m lo ib é r ic o

pesar de algunas furiosas reacciones, el nicodem ism o justifica el disim ulo


en m ateria religiosa.4 El p o d er co n stitu id o sufre los mavores desvelos para
diferenciar en tre falsos m endigos y po b res v erd ad ero s.3 P otenciado p or
los poo ro m o s y las expulsiones masivas, el criptojudaísm o obsesiona a los
fanáticos religiosos en la península ib érica.6
En este co n tex to , en el que la verdad parecía confundirse tan fácilm ente
con la m en tira, surge en la España renacentista un nuevo escenario del
com bate p o r la asignación de sentidos, un nuevo cam po de batalla p o r la
captura del sím bolo. Se trata del com plejo m ítico del saludador, una c re e n ­
cia irre d u c tib le m e n te ibérica, que desafió hasta sus m ism ísim os lím ites a
las m ás sofisticadas herram ien tas teológicas —el m odelo de superstición
a^nistiniano, el d iscernim ien to de esp íritu s—, incapaces de asignar un signi­
ficado inequívoco a la creencia. A nte la im posibilidad teórica de d eterm in ar
si detrás de la m áscara del saludador se escondía el ro stro de Dios o del
dem o n io , el com plejo m ítico se tran sfo rm ó en o bjeto de disputa, en un
espacio sensible para el trazado de aquellas fronteras de lo sobrenatural
que tan to obsesionaban a los h o m b res de la p rim era m o d ern idad . Los más

M adrid y Fundación Caja M adrid, 2000, pp. 3 i 1-1 37; G abriela F, Canavese, “Ética
y estética de la civilidad b arroca. Coacción e x te rio r y «ohierno de la im agen en la
p rim e ra m o d ern id ad hispánica”, Cuadernos de Historia de España, 79 (2 0 0 3 -2 0 0 4 ),
pp. 1 6 7 -188.
4 Véase Perez Z ag o rin , ¡1'ái.v oj Lying: Disimulación, Persecución and Conjonniiy in Early
Modern Europe, C am bridge, H arvard U niversity Press, 1990; C ario G inzburg, II nicode-
mismo. SimuLuione e dissimulazione religiosa nel!’Europa del ‘5 0 0 ,lu r ín , Einaudi, 1970.
5Véase P edro Fraile, El vigilante de la atalaya. La génesis de los espacios de control en los
albores del capitalismo, Lleida, M ilenio, 2005, pp. 56 y ss; José A ntonio Maravall, La
literatura picaresca desde la historia social (Siglos X V Iy XVII), M adrid,T aurus, 1986, pp.
5 25 -5 9 0 .
6Véase Jaim e C o n treras, ‘‘Los orígenes de la inquisición desde el problem a co n v er­
so: una h istoria de significados y rep resen tacio n es”, en Agostillo B orrom eo (ed .),
L’lnquisizione. Atci del Simposio internazionale Citta del Vaticano^ 29-31 ottobre ¡ 9 9 S ,
Ciudad del Vaticano, Biblioteca A postólica Vaticana, 2003, pp. 155-192; Benzion Ne-
tanyahu, The Origins o f the Inquisición in Lifteenth Century Spain) N ueva Y ork, R andom
H ouse, 1995 (cito p o r la edición en castellano: Los orígenes de la Inquisición en la España
del siglo AT, trad u cción de Angel Alcalá Gal ve y C iríaco M orón A rroyo, Barcelona,
C rítica, Í 9 9 9 , pp. 76 1-768 ); joseph P érez, Historia de una tragedia. La expuhión de ¡os
judíos de España, Barcelona, C rítica, 2001 (1 9 9 3 ), pp. 88-106; Julio C aro Baroja, Las
formas Complejas de la vida religiosa, M adrid, Sarpe, 1985, pp. 505-521.

28 4
F a b iá n A l c j ü n J ¡ o .C ^ m p ü¡'i¡¡c

diversos actores sociales —sanadores carism áticos, párrocos rurales, aspi­


rantes a santos, inquisidores- buscaron convertir la leyenda del saludador
en un dispositivo más del proceso de formación de subjetividades, en una
herramienta cultural habilitada para construir de manera simultanea la
identidad propia y el ser ele los otros.

1. La b r u j a y la e u c a r i s t í a

En E l t í t e r e j e l e n a n o , Slavoj Zizek afirma: “Ya en 1956, Lacan propuso


una definición breve y clara del Espíritu Santo: ‘El Espíritu Santo es la en­
trada del significante en el m undo’”.7 Zizek y Lacan resumen aquí uno de
los trazos más originales del cristianismo. Entre todas las grandes religiones
con tendencias monoteístas, el cristianismo es la única que imagina su
génesis como un proceso de desencantamiento del mundo.b En el origen,
el dios de los cristianos es una divinidad materializada. N o necesita ser
buscado, porque no se esconde. La Encarnación de la Palabra, un avatar
de la divinidad que, enamorado de la materia, toma cuerpo, señala una
distancia inconmensurable entre la deidad veterotestamentaria, un numen
trascendente que no puede nombrarse, que no puede decirse, y la deidad
evangélica, un d io s - h o m b r e , un dios-nomfcre. Con el Verbo encarnado, la
búsqueda de lo sobrenatural cesa: en el mundo de la materia, la divinidad
queda encerrada en el Cuerpo-Dios.
Pero el numen materializado deviene deidad metafísica. Consumados
el suplicio, la resurrección y la ascensión, la divinidad encarnada se desva­
nece y el Espíritu Santo ocupa su lugar. Así da comienzo la búsqueda. En
tanto espíritu puro, el nuevo avatar del ser supremo cristiano adquiere una
identidad fantasmática. Lo Uno parece ausentarse. “Se lo llevaron”, afirman

7 Slavoj Zizek, Die Pupe unJ ¡a 7>\cr.¡. Das Chrisiciuum zivischen Perversión und Subver­
sión, F ran k íu rt, Suhrkam p Verlag, 2003 (cito p o r la edición en castellano: El títere y
el enano. El núcleo perverso del cristianismo, traducción de Alcira Bixio, Buenos Aires,
Paidós, 200S, p. 19).
ú “.-1 religión jor Jepurting Jrom teligion’\ al d ecir de M arcel G auchet; véase su Le Jé
seiuíumement du monde. Une histoire politique de la religión, Paris, G allim ard, 1985
(cito p o r la edición en inglés: The üiscnchantment o j the World: A Political hlistory of
Religión, tran slated bv O scar B urge, P rin c e to n , P rin e cto n U niversity Press, 1997,
pp. 101 y ss).

285
Estudios de caso. Demonología cristiana v cultura folklórica en e! mundo ibérico

los m ísticos.9 “¿A donde te escondiste, A m ado, y m e dejaste con gem ido?”,
preguntan los sa n to s.10 La invisibilidad, la inm aterialidad de aquella deidad
inasible desatan, en to n ce s, una frenética búsqueda del significante, de los
objetos, espacios y tiem p o s capaces de d e te rm in a r la presencia real de!
ente desencarnado. Por lo tan to , si con su Ascensión el hom bre-dios parecía
iniciar una nueva ex p erien cia de d esen can tam ien to del universo, desde un
com ienzo los cristianos se m o straro n em peñados en frustrar sus designios.
Así, las sucesivas cosificaciones de lo sobrenatural —los sacram entos, las
reliquias, las im ágenes, los altares, los sepulcros—no serían sino frenéticos
in ten to s p o r devolver a la tie rra al dios fugitivo, una m arcada preferencia
p o r el avatar de los orígenes (el h o m b re-d io s) en perjuicio del avalar del
triu n fo (el d ios-esp íritu ).
Este com bate p o r la cap tu ra de los significantes y de los sentidos nunca
adquirió m ayores dim ensiones que d u ran te el crucial perío d o de la historia
de la cu ltu ra occidental que se inicia con el segundo m ilenio. A p a rtir del
siglo XIII, de h echo, las p rim eras escaram uzas se transfo rm an en guerra
declarada. El p rete n d id o m o n o p o lio de la Iglesia latina com o in té rp re te
ex cluyente del E spíritu Santo, su pericia y destreza para la identificación
de significantes, fue p o r en to n ces co n testad o desde el in te rio r m ism o del
colectivo cristiano , com o p ro b ab lem en te nunca lo fuera antes ni lo sería
después. D os fenóm enos expresan m e jo r que ningún o tro las pretensiones
del verbo y del gesto reb eld es, el desafío de las in terp re tacio n es h e te ro ­
doxas del E sp íritu , el re to de la cap tu ra no autorizada del significante. Me
refiero a las herejías espiritualistas y al m isticism o fem enino.
D esde los inicios del siglo XIII hacen su aparición las prim eras m anifes­
taciones de lo que luego se co nocería com o la herejía del Libre E sp íritu .11

9 M ichel d e C e rte a u , LaJable mystique. XVle-XVIle siecle, Paris, G alíim ard, 1982 (cito
p o r la edición en castellano: La fábula mística, siglos XVI-XVII, traducción de Jorge
López M o ctezu m a, M éxico, U niversidad Iberoam ericana, 1993, p. 12).
10 La referencia rem ite, po r supuesto, al desgarrador interrog ante con el que com ienza
el Cántico espiritual de San Juan de la C ruz.
" U na in tro d u c ció n al problem a de las sectas espiritualistas tardo-m edievales puede
hallarse en R o b e rt E. L erner, The Heresy oj the Free Spirit in the Later MiddleAges, N otre
D am e, U niversity o f N o tr e D am e Press, 199! (1 9 7 2 ); M alcolm L am bert, Medieval
Fleresy: Popular Moiementsjiotn the Gregorian Rcjorm to the Rífunnotion, O x fo rd , Black
w ell, 2002 (1 9 7 7 ), pp. 200-2.07. Véase tam bién la traducción inglesa del clásico de

286
Fabián AlcjauJio Campagne

N ostálgicos de la deidad hum anada, los herejes espiritualistas se reb ela­


ro n co ntra el desencan tam ien to del m undo. La gesta de P entecostés, la
irru p ció n del E spíritu, debía com binarse con la era del h o m b re-d io s, con
el tiem p o del dios m aterializado, a n te rio r a su inm olación y a su triunfo.
In terru m p iero n la búsqueda del E spíritu Santo, pues lo hallaron en el in te ­
rio r m ism o de sus cuerp o s. R eem plazaban así la Encarnación p erdida con
una nueva encarnación. El h o m b re-d io s se volvía plural. Los im placables
m agistrados eclesiásticos tu v iero n entonces que o ír definiciones cada vez
más audaces de boca de los h erejes deificados. “D e n tro de cinco años”,
anunciaban los amaurians, “todos los h om bres serán espirituales, de tal
m o do que p odrán d ec ir ‘Yo soy el E spíritu S anto’ y ‘antes d e que A braham
existiera, existo yo ’, del m ism o m o d o que C risto p u d o d ecir ‘Yo soy el hijo
de D ios y antes de que A braham fuera, yo e x isto ’”. 12 La om inosa profecía
se hará realidad en los albores del siglo siguiente: d u ran te la Pascua del año
1300, la —autoproclam ada—papisa M aifreda di Pirovano celeb ró una misa
solem ne en ho n o r de la difunta G uglielm a di M ilano, a quien sus seguidores
consideraban la encarnación del E spíritu Santo; la líd er de aquellos herejes
lom bardos planeaba cele b rar una segunda misa para P entecostés, jo rn ad a
en la cual se esperaba la resu rrecció n de Guglielm a. 1J/l/jidur¿i.ins, herejes del
Libre Espíritu y guglielm itas p u ed en considerarse, p o r lo tan to , fundadores
de un linaje que en la p rim e ra m o d ern id ad contará con rep resen tan tes

H erb ert G ru nd m an n, que dedica un capítulo com pleto a la herejía del Libre Espíritu:
Religious Movements in the Middle Ages, N o tre D am e, Llniversitv o f N o tre D am e Press,
1995, pp. 153-185.
12 C itado p o r N o rm an C ohn, The Pursuit o j the Millenium: Revolutionary Millenarians
and Mysiical Anarchists ojthe Middle Ages, O x fo rd , O x fo rd U niversity Press, 1957 (cito
p o r la edición en castellano: En pos del Milenio. Revolucionarios milenaristasy anar¡.piistas
místicos de la Edad Media, traducción de fa tercera edición inglesa p o r Ram ón Alaix
Busquets, M adrid, Alianza, 1989, p. 154).
IJ Los p ro nósticos no se cu m p liero n , y en el m es de sep tiem b re la papisa y dos de
sus seguidores m orían en la hoguera; véase Barbara N ew n ian , From Virile iVoman to
IVomanChrist: Studies in Medieval Religión and Litemture, Filadelfia, U niversity o f Penn-
sylvania Press, 1995, pp. 182 y ss.

287
Estudios de caso. Demonoíooia cristiana v cultura i o 1k U>r ica en ci mundo ibérico

tan ilustres com o los alum brados e sp añ o les,14 los anabaptistas alem anes v
h o land eses,15 y los raniers ingleses. ir‘
De m anera casi sim ultánea irru m p e la rebelión del verbo fem enino. Se
trata del fenó m en o que A ndré Vauchez caracterizara com o una verdadera
invasión m ístic a .1' Esta nueva form a de santidad era mas fem enina que
m asculina, y parecía resistir cualquier in te n to de asimilación a un ordo
bien definido. En la iglesia p rim itiva, los rostros específicos de la santidad
fem enina habían sido los d e las m ártires; y en el alto m edioevo, jos de las
abadesas y soberanas piad o sas.ks En los últim os siglos de la Edad Media,

1! Una introducción apropiada al problem a de los alum brados españolea puede hallarse
en A lastair M arm itón, Heresv and Mvsticism in Sixteenth-Cemui \ $pa¡n:Thc Alumbrados,
C am bridge, jam es C larke, 1992.
lj Una sintética y clara introducción a la eclesiología v d o ctrin a espiritualistas del
anabaptism o renacen tista p uede bailarse en A. l.Y an D eu rsen , Hei kopergeld van de
Guadua Eeun, Assen and A m sterdam , Van G o reu m , I978-19S I (cito p o r la edición
en inglés: Plaiu Lives in a Cuíden Age: Popular Culture, Religión and Socieiv in Sevcnteemh-
Centurv llolland, C am bridge, C am bridge U niversitv Press, 19 9 1, pp. 30+-3 1S). Sobre
las pautas de organización de las com unidades anabaptistas véase jam es M. Stayer,
“A nahaptist M oravia, I 526 -1622: C om m inutarían C hristian ¡tv in O n e C o u n ir v”, in
Jam es M . Staver, The Cernían Pcasauis'War andAnabapiist Communiiy o f Goods, M ontreal,
M cGill Q u c e n ’s U niversity Press, 1991, pp. I 39-1 59. La referencia ineludible sobre
el tem a con tinú a siendo, p o r supuesto, el clásico de G eorge W illiam s, The Radical
Rcjormaiion, F iladeltia,T h e W estem inster Press, 1962 (edición en castellano: La Re-
ju tm a radical, M éxico, FCE, 1983).
Para la espinosa cuestión de los raniers ingleses véase C h risto p h er H ill, The World
Turned Upside Dotvn: Radical ¡deas duiing lite Engíish Revoluiion, L ondon,T em ple Smith,
I 972 (cito por la edición en castellano: El mundo irastoi nado. El ideario popular extremista
en la Revolución inglesa del siglo XVII, traducción de María del C arm en Ruiz de Elvira,
M adrid, Siglo XXI, ¡9 8 3 (1 9 7 2 ), pp 17 3 -246). La existencia de una secta y doctrina
tanta ha sido puesta en duda p o r Ja brillante nioiíOgi'aJ/a de j. C. Davis, Ecor, Mvrh
and tIi>ioiy:The R am as and the llistoi ians, C am bridge, C am bridge U niversity Press,
2002 (1 9 8 6 ), passim. En defensa de la p ostura de Hill véase G erald Avlm er, “Did the
R anters Fxist?”, Past and Presenr, 1 17 (1 9 8 7 ), pp. 208-219.
1; A n dre Vauchez, La sai mete en Decidan aux dem ias siécles du Moj en. Ige d ’aprés les pioces
de cuuon'nation a les documems 1iaí.jiographiaues, R om a, Ecole francaise de R om e, 1988
(1 9 8 1 ), pp. + 72-47 8.
15 P eter D inzelbacher, “Same o streghe. Alcun i casi del rardo m edioevo” , en Gabriel la
Z arri (e d .): Einzione e saniitá Lia medioe\ u ed etá moderna, ) urín, R osenberg & Selliers,
1991, p. 72.
¡xibiün A l c jj n d io C u w p u y n c

sin em bargo, las santas —ignoradas, rep rim id as la m ayoría— no fueron


m ujeres cuya fama de santidad rem itiera a una m u erte heroica o a obras
de m isericordia extrao rd in arias, sino m ísticas y visionarias que basaban
su prestigio en m isteriosos dones sobrenaturales: éxtasis, arro b am ien to s,
estigm as, levitaciones, profecías. C om o los herejes espiritualistas, la in ­
vasión m ística p reten d ió p o n e r fin a la búsqueda del dios desencarnado,
e n c e rra n d o al E sp íritu Santo en los lím ites estrec h o s de sus p ro p io s
cuerpos. El anonadam iento, la disolución del alma en la sustancia divina,
suponía una nueva y atrevida experiencia alquím ica, destinada a la fijación
del significante elusivo.
N o resu lta casual, en to n ce s, la coincidencia tem p o ral e n tre am bos
fen ó m en o s.19 iMarie d ’O ignies, la p rim e ra santa m ística reconocida, falle­
ce en 1213 ;20 A m aury de Béne, el cated rático de la S orbonne a quien se
atribuye la introducció n de la herejía espiritualista en O ccid en te, m u ere c.
1206-1207.21 Resulta patente la desorientación de los agentes de la religión
institucional ante el desafío de la religiosidad carism ática, atestiguada p o r
el escaso suceso que las m ísticas log raro n en el plano del p ro ced im ien to
de canonización. En la Italia de finales del siglo XIII y com ienzos del siglo
XIV, p o r caso, las tres figuras m ás relevantes en el ám bito de la e sp iritu a­
lidad m ística eran M argherita di C o rto n a , Angela da Foligno y Chiara da
M ontefalco, que fallecen resp ectiv am en te en 1 297, 1309 y 1308; las dos
prim eras no fueron o bjeto de ninguna encuesta de canonización d u ran te

19A unque la m ística fem enina alcanza su m ayor desarro llo a p a rtir del siglo XIV, sus
prim eras m anifestaciones se p ro d u cen d u ran te el siglo XIII; véase Caroline W alker
B ynum ,“W om en M ystics in th e T h irte e n th C en tu rv :T h e Case of the N uns of H elfta”,
en C aroline W alker Bynum ,/i:ius as Mother: SluJics in ihe Spiritualiiy o f the Fligh Middle
Ages, Berkeley, U niversity o f California Press, i 984, pp. 170-262.
20 Para Santa M arie d ’O ignies véase Dyan H lliott, Proving ll'omu/i: Peínale Spirituality
and Inguisitional Cuhure in the Later Middle Ages, P rin c e to n , P rin c eto n U niversity
Press, 2 0 04 , pp. 4 7 -8 4 ; P eter D inzelbacher, “Sante o streghe. Alcuni casi del tardo
m edioevo”, pp. 66, 7 2 , 75.
21 Para A m aury de Bénc véase J. M . M . H .T hijssen, “M aster A m alric and the Arnalri-
cians: Inquisitoria! P ro ced ure and the Supression o f H eresy at the University o f Paris”,
Speculum, 71:1 (1 9 9 6 ), pp. 4 3-6 5 ; R o b e rt E. L erner, The Heresy ofthe Free Spirit in [he
Later Middle Ages, pp. 1 3 ,7 0 , 88, 185, 195, 237; M alcolm L am bert, Medieval Heresy, pp.
107-108; H e rb e rt G ru n d m an n , Religious ALovements in the Middle Ages, pp. 1 5 3 -1 6 !.

289
Esludios de caso. Demunulugía cristiana y cultura folklórica en el mundo ibérico

la Edad M edia; la tercera será elevada a los altares en 1881, aún cuando
su proceso había com enzado en 13 19.22
H erejes y m ísticos habían liberado al esp íritu divino de las ataduras im ­
puestas p o r la iglesia gregoriana. La institución debía re c a p tu ra r al Espíritu
Santo, en cerra rlo nuevam ente tras los m uros de la fortaleza o rto d o x a. Lina
de las p rim era s reacciones de la religión oficial apuntará a acabar con el
significante fluido. La teología escolástica e x tre m ó los esfuerzos p o r anclar
en la m ateria, de una vez y para siem p re, a la elusiva divinidad cristiana,
p o r definir una nueva y definitiva neo-en carn ació n que co n trib u y era a
deslegitim ar ios intento s de captura ensayados p o r místicos y h erejes.23 Una
vez m ás, las coincidencias cronológicas nos abrum an. En 1 2 1 S se reú n e el
IV C oncilio de L etran , escenario elegido p o r la Iglesia latina para definir,
con una precisión nunca antes lograda, la presencia real v concreta del dios
encarnado en la eucarística. M ediante la in g en io sa—m ilagrosa—disyunción
de la form a y la sustancia de la m ateria ritu al consagrada, la transubstancia-
ción se convirtió en el m ás acabado, el más am bicioso in ten to de la teolooía
o rto d o x a p o r o fre c e r al colectivo cristiano una re-m aterialización plausi­
ble del h o m b re -d io s.24 Los padres conciliares confirm aban que la Palabra
encarnada nunca se había re tira d o plen am en te. Aquella deidad enam orada
de la m ateria se había c o rp o riza d o p o r segunda vez en el sacram en to eu-
carístico. Por ello, desde el m o m e n to m ism o en que C risto exclam ó “Ene
es m i c u e rp o ”, la eucaristía devino el d em ostrativo p o r antonom asia, la

22 A n d ré V au chez, La sainteté en Occident aux derniers siécles du Alaren Age, pp.


6 1 1 -6 1 2 .
2S C o m o lo d em u estra el ejem plo de M arguerite P o rete, ejecutada en la hoguera en
1 310, la distinción e n tre herejía espiritualista y m isticism o fem enino se dilum ina en
la p ráctica. M argu erite, de hecho, com enzó siendo una beguina con vocación mística,
p ero atravesó la frontera de la o rto d o x ia cuando pretendió co nvertir en p erm an en te la
unión en tre Dios y sus elegidas, sus esposas celestiales. La m ística o rto d o x a estipulaba
el carácter tem p o ra rio , aleatorio y ex trao rd in ario de las fusiones m ísticas —de allí el
su frim ien to que provocaban las re c u rre n te s separaciones del Esposo-, que alejaba el
p elig ro de la deificación en que cayó finalm ente la autora de Le Aliroir des simples ames;
véase Barbara N ew m an, Frum Virile 11[jn/jn toiYamanChrist, pp. 151-152.
24 M iri R u b in , Corpus Chrisii: The Eucharist in Late Medieval Culture, C am bridge,
C am b rid g e U niversity P ress, 1997 (1 9 9 1 ), pp. 23 y ss.; P ietro R edondi, Galileo
crético,T urin, Einaudi, 1983 (cito p o r la edición en castellano: Galileo herético, trad u c­
ción de A ntonio B eltrán M ari, M adrid, Alianza, 1990, pp. 2 4 2-268).

290
Fabián A le ja n d r o C a m p a g n e

más eficaz superación de la m etáfora. El p ro n o m b re que daba inicio a la


frase resaltaba la infinita com pasión de la divinidad, su deseo de acercarse
a los hom bres, de c o m p a rtir con ellos su destino , de p e rm a n e c e r en el
m u n d o .25 C onsum ada la A scensión, el d esen can tam ien to del universo no
había sido, pues, tan p ro fu n d o com o se suponía. M aterialm en te hablando,
el Verbo hum anado estaría sim ultáneam ente p resen te, de allí en más, a la
diestra del Padre, y en cada po rció n de pan consagrado.26 Allí, y sólo allí,
debía hallarse la fusión e n tre lo num inoso y lo m aterial.
Resulta en e x tre m o sugestivo, de hecho, que el discurso hagiográfico
sub raye que la eucaristía bajo las dos especies era el único alim ento que
Santa M arie d ’O ignies consum ía en sus últim os días de vida. Esta inedia
sacram ental sin preceden tes ¿no parece acaso sugerir que el significante ca-
rism ático —el cu erpo de la m ística—no garantizaba la presencia real del dios
cristiano sin el a p o rte del significante institucional —la hostia consagrada?27
C uriosam ente, este m ism o proceso de dom esticación se rep ite en varias de
las místicas que más tard e alcanzarán el privilegio de los altares —negado
a la inm ensa m ayoría de las beatas y visionarias.28 La m ism a tensión e n tre
significantes rivales se percibe en el lecho de agonía de G reg o rio XI: con la
hostia consagrada entre sus m anos, el pontífice m o rib u n d o se arrepiente de
la atención prestada a las visionarias y p rofetas que lo indujeron a re to rn a r
a R om a, abriendo así las p u e rta s al in m in en te Cism a de O c c id e n te .29 Lina
vez más, la m ateria eucarística desplazaba al c u erp o m ístico com o locus

2>A rm ando Maggi, In the Coiupanj' ofDemuns: Unnacural Beings, Lovc, and Idcm iij in ihe
Italian Renaissance, C hicago,T he U niversity o f Chicago Press, 2006, p. xi.
26 Para un brillante análisis de las relaciones e n tre eucaristía y E ncarnación véase Lee
Palm er W andel, The Eucharisc in ihc Reformación: Incarnauon and Liturgy, C am bridge,
C am bridge U niversity Press, 2005, pp. 4 0 -4 4 , 160-163, 256-262.
27 Peter D inzelbacher,“Sante o streghe. Alcuni casi dcl tard o m edioevo”, p. 75. Dinzel­
bacher propone, sin em bargo, una interpretación diferente de la inedia sacram ental de
M arie d ’O ignies: se trataría de una respuesta lanzada desde el cam po de la ortodoxia
a la endura —suicidio p o r inanición- practicada p o r las perfectas cataras.
26 Un ejem plo tardío es el de Santa Rosa de Lima: Frank G raziano, Hí/u/nl> of'Love:
The Alystica! Marriage o f Saint Rose o flim a , O x fo rd , O x fo rd U niversity Press, 2004,
p. 46.
29 N ancy Caciola, Discerning Spirits: Divine and Demonic Possession in che Middle Ages,
Ithaca, C ornell U niversity P ress, 2 003, p. 289.

291
r.st. Üios de caso, Deinonolugía cristiana y cultura folklórica en el mundo ibérico

-erial privilegiado de la presencia divina en el m u n d o .50 C om o la h e re ­


jía espiritualista, com o la invasión m ística, la transubstanciación diseñada
p u f Ja religión institucional p uede ser considerada, entonces, com o una
propuesta para d ar p or linalizada la búsqueda. Gracias a la m anipulación
de la rnetalísica aristotélica la trascen d en te divinidad suprem a del judeo-
cristianism o se to rn ab a inm an en te al m undo.
Pero la fijación del C u erp o -D io s en la m ateria eucarística no alcanzaba
para solucionar el desafío de las neo-encarnaciones carismáticas. N o bastaba
con el e n cie rro del E spíritu. Las p ropuestas rivales debían ser aniquiladas.
Y para ello, para (re )c a p tu ra r a un E spíritu, la institución se vio obligada
a lib erar a o tro . Es así que, p aralelam en te a los procesos culturales antes
señalados, el siglo XIII será tam bién testigo de la consolidación de dos
disciplinas hasta enton ces dorm id as: la angelología y su reverso, la d e ­
m onología. 31 El hálito que los h erm an o s del Libre E spíritu o las beatas
visionarias habían creíd o c ap tu rar en sus propias fortalezas co rporales no
era tan sólo un n um en talso, una ilusión, una m en tira. D etrás de aquellos
rastread o res de lo divino yacía un esp íritu v erdadero, una voluntad real­
m en te ex isten te: Satán. Lejos de h ab er capturado al espíritu de D ios, los
herejes y visionarios habían sido presa, habían sido capturados, seducidos
p o r el esp íritu del Enem igo.

’° R esulta en e x tre m o sugestiva )a co stu m b re de los guglielm itas m ilaneses de consa­


g rar hostias colocándolas sobre la tum ba de G uglielm a di M ilano, a quien veneraban
co m o encarnación del E spíritu Santo; véase Barbara N ew m an, From Virilelloman to
U'omanClirist, pp. 187, 191. C abe recordar, tam bién, que uno de los argum entos que
el in q uisidor A ndrés Juan Caitárt utilizó a m ediados de la década de 1620 para alejar
la tu m b a de Rosa de Lima del altar m ayor de la iglesia dom inica, fue que el cuerpo
d e la m ística co m petía ab iertam en te con la eucaristía, pues los fieles que acudían a
venerarlo daban la espalda al sagrario y no prestaban la debida reverencia a la hostia
consagrada; véase F rank G raziano, IVuuiids ofl.uvc, p. 115.
!1 Véase L uther Link, The Devil:A MaskD'itlmut a Face, L ondres, R eaktion Books, 1995
(cito p o r la edición en castellano: El Diablo. Una máscara sin rostro, M adrid, Síntesis,
2 002, pp. 97 -140); R o b e rt M uchem bled, Une histoíre Ja diable, Xll-.XXe siécle, pp. 19-
52; R enzo Lavatori, 11 diavolu irafiede e racione, Bolonia, Edizioni D ehoniane, 2001,
pp. 9 6-1 1 8 ; Jeró m e Baschet, “Satán ou la niajesté m alefique dans les m iniatures de
la fin du Muyen Age”, en N athalie N ab ert (dir.), Le mal et le diable. Leursfigures a la
f i n du Mojen Age, París, Beachesne, 1996, pp. 187-210.

292
F a lta n A lc ja u J io C a m p a g n e

La construcción de una nueva dem onología de c o rte positivo lanzo


inéditos desafíos a la co rp o ració n teológica, no m enos com plejos que el
m ecanism o diseñado para d ar cuenta de la presencia real de la sustancia
divina en la eucaristía. D esafiando el p arec e r m ayoritario del p ensam iento
cristiano del p rim e r m ilenio,T om ás de A quino im puso la tesis de la abso­
luta inm aterialidad de las inteligencias separadas, la in co rp o reid ad plena
de las naturalezas angélicas.3’ Según Dyan E lliott, la des-encarnación de
ángeles y dem onios, que no se hallaba v irtu alm en te inscripta en el dis­
curso teológico previo, fue una exigencia im puesta p o r las necesidades
de la polém ica anticátara, una h erra m ie n ta para re star arg u m en to s a la
colorida cosm ología albigense, que consideraba que los h om bres eran los
m ism o s ángeles caídos, e n cerrad o s en prisiones corporales tras el fracaso
de la rebelión lu ciferin a.” En cualquier caso, la audaz decisión de Tomás
de A quino creaba nuevos problem as. Si las sustancias separadas carecían
p o r co m p le to de cu e rp o ¿cóm o e x p lica r su capacidad para p ro d u c ir
efectos reales en el m u nd o m aterial? La d es-encarnación de los núm enes
in term ed io s, im aginada para re sta r a rg u m en to s a la d o ctrin a dualista,
corría el riesgo de a rro jar p o r la b o rd a a la figura m ism a del dem onio,
en un m o m en to en que su presencia en el m u n d o se req u ería más que
nunca. La angelología tom ista p uede ser vista in toco com o una biología
teológicam ente inform ada, un b ru tal esfuerzo intelectual p o r volver plau ­
sible el accionar de los espíritus p u ro s en el m undo de la m a te ria .34 Así,
el silogism o aristo télico se puso al servicio del teólogo, para d e m o strar la

i2 Véase David Keck, Angels and Angelology in the Middle Ages, N ueva York, O xford
University Press, 1998, pp. 7 1 - 1 14;T iziana S uarez-N ani, Les anges et la philosophie.
Subjeaivité et fonciion cosmologique Jes substances séparées á la f i n du XHIe siecle, París,
W in, 2002, pp. 27-32; Renzo Lavatori, Gli angelí. Storia epensiero, G énova. M arietti,
1991, pp. 146-152; Jean-M arie Vernier, Les anges chez Saint Ihomas d'Aquin. París,
Nouvelles Editions Latines, 1986, passim.
JJ Dyan E lliott, “O n Angelic D isem b o d im en t and the Incredible P urity o f D em ons”,
in Dyan E lliott, fallen Bodies: Polluiion, Sexuality, and Deinouology in the Middle Ages,
Filadelfía, U niversity o f Pennsylvania Press, 1999, pp. 127-156.
v Hans P eter Broedel, The Malleus Maíeficarum and the Consiruction ofWiichcrafi: En-
counters ivith the Supernalural between Theology and Populai B elief, Ph.D. dissertation,
University o f W ashington, 1998, p. 156. Esta tesis ha sido editada com o ¡íbro: The
Malleus Maíeficarum and the Construciion f)Vitcha-Lft:Theology and Popular Belief M an­
chester, M anchester U niversity Press, 2004.

293
Estudios do caso. Demonolu^ía cristiana y cultura folklórica en el mundo ibérico

eficacia de la v irtu d de m ov im ien to local (que sustentaba la capacidad de


las naturalezas angélicas para trasladar objetos m ateriales) o para explicar
las capacidades am atorias de íncubos v súcubos 55 (orientadas a diseñar una
contra-econom ía de la rep ro d u cció n hum ana destinada a su bvertir la lógica
sagrada del m a trim o n io sacram en tal ) . 56
El arduo problem a de la reconciliación en tre trascendencia e inm anencia
se trasladaba ahora a la d e m o n o lo g ía .” Invisibilizados, inm aterializados,
los espíritus del m al debían ser buscados, com o alguna vez lo había sido la
divinidad m etafísica. Los posibles significantes que p erm itirían so sten er
su presencia real en el m u n d o debían fijarse en la m ateria. Por lo tanto,
sobre los fundam en tos angelológicos del A quinate la dem onología tardo-
escolástica d eriv ó , casi in e x o rab lem en te, hacia el radicalizado estereo tip o
del sab b at .38 La b ru ja era al d em o n io lo que la eucaristía a la divinidad:
el m ás am bicioso ensayo de cristalización del significante. Si la presencia
m aterial del dios cristiano alcanzaba su consum ación más perfecta en la
hostia consagrada, ningún artefacto cu ltu ral lograba m aterializar al dia­
blo con la eficacia con que lo hacía el aquelarre. P or ello, la sistem ática
profanación del sacram en to del altar d u ran te la celebración del sabbat
co nv ertía a la sacrilega cerem o n ia en una g u erra sem iótica dejacto, en un
co m bate a m u e rte e n tre dos significantes rivales p a rtic u la rm e n te am bi­
ciosos y sofisticados .39

11Véase W alter S tephens, Demou LuicisA Vttchcrafi, Sex, and che Crisis oj Relief, Chicago,
T h e U nivcrsity o f Chicago P ress, 2 002, pp. 32-124; Maaike van d e r Lugt, Le rer, le
demolí el la ticrge: Les ihéoiies medievales de la gcnciaiiun exiraardinaire. Une étude sur Ies
rapporis entre ihéologie, philosophie naiurelle et médeáne, París, Beller L ettres, 2004,
pp. 189-357.
36 K athleen Biddick, “T h e D evil’s Anal Eye: Inquisitorial O plies and E thnographic
A u th o rity ”, in K athleen Biddick, The Shock oj Medievalism, D urham , D uke U nivcrsity
Press, 1998, pp. 114-116.
Hans P eter B roedel, The Mallcus Maleficarum and ihe Consuuaíuti ajWiichcraji, pp.
141 y ss.
■ C harles E dw ard H opk in, The Sitare oj Titanias Aquinas in ihe Crumh o f cheH'iccherafi
Del lisian, N ueva York, AMS Press, 1984 (1 9 4 0 ), pp. 174-184.
í9 Las referencias a la profanación de la eucaristía p o r p a rte de brujas v dem onios
son in n u m erab les. Si n os circunscribim os a las fuentes m ás tem pranas podem os
hallar algunos ejem plos in teresan tes en Silvia B ertolin y Ezio E m erico G erb o re , La
stregoncria nellaYalle d ’Aasia medievale, Q u a rt (A O ), M usum eci, 2003, p. 74; Franck

294
Fabián Alcjundio Campagne

La angelología escolástica diseñ ó de m an e ra ex ito sa un d e m o n io


sim ultáneam ente inm aterial y efectivo, una h erram ien ta p o te n te y e x ­
trao rd in ariam en te plástica, destinada a desleg itim ar id eológicam ente a
los enem igos de la o rto d o x ia religiosa. P ro n to , sin em bargo, la estrategia
elegida generaría consecuencias no deseadas para los in te rp re te s genuinos
del alfabeto divino. Si el dem onio era un espíritu inm aterial poderoso, capaz
de p ro du cir efectos reales en el m undo de la m ateria, ¿cóm o po d rían los
hom bres discernir e n tre la divinidad y su adversario? ¿C óm o evitar re p ro ­
ducir el e rro r de aquellos herejes v visionarios que confundieron a Dios
con Satán? Un exemphim clásico de finales del siglo XIII, re p ro d u cid o en
la Primera Crónica General de España, da p erfecta cu en ta del carácter agonal
que a los ojos de los h om bres adquiría el e n fren tam ien to e n tre los órdenes
p retern atu ral y sobrenatu ral. Tras abandonar el paganism o, la em p eratriz
H elena duda e n tre abrazar el judaism o o el cristianism o. Su hijo C onstan­
tino organiza en to nces un deb ate con rep re se n tan tes de ambas religiones.
D urante la con tien da, Z an b ri, líd er de la ju d e ría rom ana, desafía al Papa
San Silvestre: no sería con arg u m en to s dialécticos sino con m ilagros que
las dudas de la em p e ratriz m ad re se disiparían:
E dixo Z a n b ri: “aquel deuedes c reer que es u e rd a d e ro Dios que n o n puede
ninguna criatu ra so flrir el su n o m b re , assi cu ern o u cred es agora que lo
no soí'frira este to r o ”. E llegosse luego al to r o e t dixol yaque n o m b re
all oreia; e t co in en co el to ro a d ar g ran d es b ram id o s, e t cayo en tierra
m u e rto . Et sant Siluestre ( . . . ) dixoles: “varones sabios de R om a, ( . . . ) yo
uos m o stra re q u e lo qu e aquel n o m b ro a la oreia del to ro non tue n o m b re
d e D ios, m as n o m b re del diablo; ca ihesu C risto el n u e s tro u erd a d e ro

M ercíer, La l'auderie J ’Arras. Una chasse aux sorciéres a l ’Automne du Aloyen Age, Rennes,
Presses U niversitaires de R ennes, 2006, pp. 114-116; jean -P atrice B oudet, Entre
scicncc el ¡¡¡¿¡romance. Astrolo^ie, divination et magie dans ¡'Occidente medieval (Xlle-XVe
siécle), París, Publica tions de la S orbonne, 2006, pp. 481 y 4 8 3 ; Rene Filliol, “Procés
de sorcellerie á Bressuire (A oüt-S eptem bte 147S), Revuc historique de droitfrancois et
étranger, 42:1 (19 64 ), p. 79; M artine O sto rero , "Folátrer jvec Ies démons". Sabbat et chasse
aux sorciers aYevey (¡4 4 8 ), Lausana, Llniversité de Lausanne, 1995, p. 227; L'imatjinoiie
du sabbat. Edition critique des textes Ies plus anciens(1430 c - 1440 c.), réunis par M artine
O storero, Agostino Paravicini Bagliani y K athrin U tz T re m p , en colaboración con
C atherine C hene, Lausana, Llniversité de Lausanne, 1999, pp. 291, 347, 349, 371.
Para una visión general de la relación e n tre b ru jería y sacrilegio eucarístico véase
W alter S tephens, Demon Lovers, pp. 221-232.

295
Estudios de caso. Demonología cristiana y cultura folklórica cu el mundo ibérico

D ios n o m ata tan so la m e n te la cosa uiua, antes fáze resu citar las m u ertas.
M as este p u d o m atar el to ro e t n o n p o d ra fazer viuo ( . . . ) . M as si q u ier
q u el cream o s q u e fue n o m b re de D ios aquel quel d ix o , digagelo o tra
u ez, e t tó rn e lo uiuo; si n o to rn e m o s q u e fue n o m b re del diablo” ( . . . ) .
E Z a m b ri d ix o q u e lo n o n podrió fazer de ninguna m an era, m as que lo
resuscitasse sant S iluestre ( . . . ) . E desq u e la o ración fue acabada, llegosse
san t S ilu estre al to ro e d ix o a gran d es uozes: “n o m b re de m aldición e t de
m u e r te , assi c o m o e n tra ste p o r la o reia d este to ro , assi sal agora p o r el
m an d ato d e N u e s tro S eñ o r Ihesu C risto el N azareno qu e fue cruciíígado.
E tu , to r o , le u a n ta le en el su n o m b re m uy q u ed o e t m u y m anso e t ue
p o ral b u sto de las uacas o n d e u en iste , e t no fagas m al a n inguno” . E a
estas palauras d e san t S iluestre leuantosse el to r o .40

A ún cuando el discurso teoló g ico trazaba un hiato inconm ensurable


e n tre los o rd en es sob ren atu ral y p re te rn a tu ra l, rechazando en el plano
do ctrin al la tentación m am quea, los efectos prácticos de la dem onología
escolástica rozaban p elig ro sam en te la lógica del dualism o. La violencia
exclu y en te del d em o n ó lo g o ¿no sería secre ta m e n te politeísta? El odio
fanático hacia los que co n stru ían una deidad diferen te ¿no parece acaso
testim o n iar que aquellos m o n o teístas secretam en te creían que no estaban
luchando co n tra los sim ples creyentes de una divinidad in ex isten te, sino
que su batalla era un en fren ta m ie n to e n tre diferentes dioses, la lucha de
su dios co n tra dioses falsos que sin em bargo existían com o tales?41 Para
algunos h isto ria d o re s, de hech o , el e stereo tip o del sabbat no fue sino un
co m p ro m iso con el dualism o: los m ism os dem onólogos que le negaban al
d em o n io status divino inventaron la ficción de una contra-relig ió n o rg a­
nizada qu e lo adoraba co m o dios.42
Para com ienzos del siglo XV, la estrategia ideológica elegida para r e ­
p rim ir a los cazadores de esp íritu s que negaban a la Iglesia su m o nopolio
in te rp re ta tiv o , obligó a los teólogos a re cu p e rar un antiguo dispositivo

40 Primera Crónica General Je España, que man Jó componer Alfonso el Sabio y se continuaba
bajo Sancho IV en 1289 , edición de R am ón M euéndez Pida! el alii, B arcelona, G redos,
1955, pp. 189-190.
41 Slavoj Z izek, El títere y el enano, p. 38.
' 1 G eoffrey R o b e rt Q uaifé, GoJly Zea1 anJ Eurious Kage:ThelViich in Early MoJcrn Eu­
rope, N ueva York, St. M a rtin ’s P ress, 1987 (cito p o r la edición en castellano: Magia
y maleficio. Las brujas y el fanatismo religioso, traducción de Jordi B eltrán, Barcelona,
C rítica, 1989, p. 31).

296
F a b iá n . ilc ja u d ru C a u ip a g n c

intelectual, capaz de o rd en a r la foresta de sím bolos en que se había tra n s­


form ado la cristiandad latina desgarrada p o r el Cism a de O ccid en te: el
discernim iento de espíritus. La discretio —o probatione— spirituum era un
in stitu to h e rm e n é u tic o que hundía sus raíces en el m ism ísim o canon
n e o te s ta m e n ta rio . D os b rev es fra g m e n to s de las m isivas ap o stó licas
conform aban el anclaje bíblico de la teoría: IJuan 4 , 1-3 y / Corintios 12,
8-10. El p rim e r tex to es un advertencia: “no os fiéis de to d o espíritu,
sino examinad los espíritus a ver si son de Dios. Por ésto distinguiréis el es­
p íritu de Dios: Todo e sp íritu , que confiesa a Jesús, el C risto, venido en
carne, es de D ios”.43 El te x to paulino es, en cam bio, un listado de dones
espirituales: “Así el E spíritu da a uno palabra de sabiduría; a o tro , palabra
de ciencia, según el m ism o E spíritu; a o tro la fe, en el m ism o E spíritu;
a o tro el don de curaciones en el único E spíritu; a o tro , el don de o b rar
m ilagros; a o tro , profecía; a otro discernimiento de espíritus; a o tro diversidad
de lenguas y a o tro la in terp re ta ció n de las m ism as”.44 A unque n o existe
consenso respecto del sentido exacto de estas afirm aciones, el exam en de
espíritus pro p u esto p o r los auto res de am bas epístolas parece re m itir a un
ejercicio exegético destinado a identificar y descifrar las m anifestaciones
de la voluntad divina en el m u n d o cotidiano. D esde esta perspectiva, el
don de díakriseis pneumaton al que se refiere el re d a cto r de la Primera Carta
a los Corintios constituiría u n ejercicio de tran sfo rm ació n in te rio r al que
estarían llam ados todos los cristian o s.45 Nada indica que la probatione spi-
rituum tuviera en el origen relación alguna con la figura del dem onio. Sin
em bargo, los versículos aludidos p ro n to com enzarían a ser in terp re tad o s
a la luz de un te rc e r fragm ento. En II Corintios 1 1 ,1 3 -1 4 , Pablo de Tarso
alecciona a los cristianos de la antigua m etró p o lis griega: “éstos son falsos
apóstoles, obrero s engañosos que se disfrazan de A póstoles de C risto. Lo
cual no es de extrañar, pues también Satanás se difraza de Angel de luz”.*6 El
discernim iento de espíritus se fue c o n v in ie n d o , en to n ces, en una h erra-

43 La Santa Biblia, traducida de los tex to s originales en equipo bajo la dirección del
Dr. Evaristo M artín N ieto , M adrid, E diciones Paulinas, 1980 (2 1 a edición), p. 1431.
La bastardilla es rnía.
44 Ibid., p. 1 343. La bastardilla es m ía.
" ’ A ndré M unzinger, Dhcerning the SpiritiiThL'ülogical and Ethical Ihiincneiuics in Paul,
C am bridge, C am bridge U niversity Press, 2007, pp. 191-196.
46 La Santa Biblia, p. 13SS. La bastardilla es m ía.

297
Eiludios de caso. Demonología cristiana y cultura folklórica en el mundo ibérico

alien ta destinada a diferenciar las m anifestaciones divinas de las diabólicas


en u n nuevo dispositivo al servicio del p eren n e com bate c o n tra las fuerzas
del ma!. En e! m ism o sen tid o se explica su transform ación en un cansina
m ás re strin g id o , en un don que la divinidad otorgaba a algunos pocos
elegidos. A ún cuando algunos tex to s o auto res —el Pastor de Píennos, en el
siglo II; San A tanasio, en el siglo IV— sugirieron la posibilidad de diseñar
una técnica específica al alcance de cualquier cristiano v irtu o so , term in ó
triunfando la visión de A gustín de H ipona, para quien la d'uki ¡seis pneuunuon
resultaba im posible sin una asistencia especial de la gracia so b ren a tu ra l.47
Sin em bargo, su conversión definitiva en uno de los charismam m ilagrosos
más apreciados p o r el colectivo cristiano fue obra de los Padres del d e ­
sierto : inm ersos en una lucha cotidiana con un enem igo incansable, que
adoptaba la apariencia de las figuras m ás sagradas para inducir a los santos
erm itañ o s a aban don ar su radical ascetism o, la probaüoi¡e spiruuum devino
una gracia gratis data, un don prodigioso que p erm itía desenm ascarar al
dem o n io , iden tificar de in m ed iato su presencia d etrás de los infinitos
disfraces a los que re c u rría .4i
U n m ilenio m ás ta rd e, la irrefren ab le invasión de m ísticas, visionarios
y p rofetas, la audacia con la cual la religiosidad caí ism ática desafiaba los
fu ndam entos de la religión oficial, volvieron a colocar en la agenda de la
intelligcntzia cristiana la discusión sobre las m ilagrosas estrategias h e rm e ­
néuticas de la Iglesia prim itiva. Sin em bargo, las urgencias disciplinadoras
que p o r en to n ce s ocupaban al p o d e r religioso no req u erían la reactivación
de un charisma d o rm id o , la recu p eració n de una gracia sob ren atu ral e x ­
traordinaria e in frecuente. Lo que se necesitaban era el diseño de una nueva
tecnología escolástica, la form ulación de un saber práctico a! alcance de los
agentes de un p o d e r en co n stan te m ovim iento: inquisidores, confesores y
predicadores. Por ello, en el o to ñ o de la Edad M edia la alta cultura teologal
se vio obligada a resignificar, a refu n d ar el d iscern im ien to de espíritus.
D ejando de lado los lejanos antec ed en tes de B ernard de C lairvaux. (m.
1 1 53) y R ichard o f Saint V íctor (tn. 1173), la reinvención de la discretio
spirituum fue im pulsada p o r u n g ru p o de catedráticos de la U niversidad

H enry Ansgar Kelly, Suiu/i./l bio¡jmphy, C am bridge, C am bridge U niversity Press,


2006, p. 302.
18 David Brakke, Demons and the Alakiny o j the Moni:: Spiritual Combot in Early Christian-
ity, C am b rid g e, H arvard U niversity Press, 2 006, 36-42; 80-93.

298
Fabián Alejandro Campagne

de Paris: H einrich von F reim ar (m . 1340), H ein rich von Langenstein (m .


1 397) y P ierry d ’Ailly (m . 1420).49 Sin em bargo, el principal a p o rte c o ­
rrió p o r cuenta de je a n G erson (m . 1429), quien en las p rim eras décadas
del siglo XV p rod ujo tres tratad o s sobre la m ateria: De DistinctioueVemnim
Visionum a Fahis (1 4 0 1 ), De Probatione Spirituum (1 4 1 S) y De examinatione
doctrinarum (1 4 2 3 ).b0 En efecto, en aquella civilización que veía doble, en
aquel m u nd o dotado con dos papas y dos reyes de Francia, no podía so r­
p ren d er que uno de los principales protagonistas del Concilio de Constanza
fuera tam bién la figura clave en la refo rm u lació n del antiguo y venerable
dispositivo lierm e n éu tic o .11
Acabados los tiem p o s en que m ilagros com o los del Papa San Silvestre
o charismata com o los de los erem itas del d e sie rto transp aren tab an de
m anera eficaz las diferencias e n tre los efectos p ro d u cid os p o r Dios y p o r
el dem onio, la teología tardo-escolástica debía e x tre m a r sus esfuerzos
para suplir con artilugios discursivos y grillas co n cep tu ales la perdida
lum inosidad de la Iglesia prim itiva. En ú ltim a instancia, la discreiio spiri­
tuum no expresaba o tra cosa que una pro fu n d a diffidentia spirituum, una
inso p o rtab le crisis de confianza de la c o rp o ra c ió n teo lo g al, que había
liberado un esp íritu para (re)c ap tu ra r o tro , p e ro que ya n o se sentía tan
capaz de p o d er diferenciar con claridad los efectos que am bos producían
en el m undo de la m a te ria . i2

49 M oshe Sluhovsky, Believe ¡wl Every Spirit: Possession, My,ih ¡,in, and Diseernment in Early
Modern Catholicism, Chicago, T he U niversity o f Chicago Press, 2007, pp. 173-179;
N ancy Caciola: Discerning Spirits:Diviue and Demonio Possession in the MtddleAges khaca;
pp. 284-314; Dyan E lliott, ProvingWoman: Eemale Spirituality and Inquisitiunal Culture
in the Later Middle Ages, pp. 256-263.
50 El análisis más com p leto de los ap o rtes de Jean G erson al rediseño de la discretio
spirituum se en cu en tra, a m i entender, en la todavía inédita tesis doctoral de W endy
Love A nderson, Eree Spirits, Presumptuous)Vomen, and Ealse ProphetsiThe Discernment o j
Spirits in the Late Middle Ages, Ph.D . dissertation, T he U niversity o f C hicago, 2002,
pp. 234-299.
si U na síntesis del rol que le cupo a Jean G erson en el C oncilio de C onstanza puede
hallarse en Brian P atrick M cG uire, jean Gerson and the Last Medieval Kcjormaiion, U ni­
versity P ark,T he Pennsylvania State U niversity P ress, 2 005, pp. 240-283.
52 El carácter in finitam ente p ro teico del d em onio, que en tan to espíritu desencar­
nado podía ad o p tar la apariencia que deseara, contribuía a p o ten ciar 1a ansiedad, la
desorientación y la sensación de indefención en que estaba inm ersa la alta cultura

299
L s tu d io s d e ca so . D e m o n o lo g ía c ris tia n a y c u iiu r a fo lk ló r ic a e n el m u n d o ib é r ic o

2. El saludador y la máscara

En el p rólogo de su m onografía dedicada al A nticristo en la Inglaterra


del siglo XVII, C h risto p h er Hill sostiene que ciertas creencias colectivas
vistas desde el p re se n te, pued en p arecem o s retro sp ectiv am en te callejones
sin salida, en p artic u la r aquellas resp ecto de las cuales una cultura histórica
d eterm in ad a no logra alcanzar nunca conclusiones definitivas.53 Sin e m ­
bargo, estas creencias inacabadas m erecen la atención de los historiadores
profesionales p o r varios m otivos. En p rim e r lugar, p o rq u e fueron tom adas
en serio p o r los acto res sociales y los agentes culturales del pasado. Y en
segundo lugar, p o rq u e suelen constituir, p recisam en te p o r su carácter
in fo rm e, invalorables p u ertas de acceso a los problem as claves de las ci­
vilizaciones p re té rita s; al igual que el aleph borgeano, co n cen tran en un
espacio lim itado un un iverso com pleto.
El m ito del saludador es una de las creencias colectivas de la España
m o d ern a que m e jo r re ú n e estas características. Irru m p e en las prim eras
décadas del siglo XVI, en la más absoluta y extraña solución de continuidad.
L e allí en m ás, una leyenda en apariencia sim ple, term in ó transform ándose
en uno de aquellos callejones sin salida a los que hace referencia C h risto ­
p h e r H ill. N i los teólo go s ni los inquisidores log raro n nunca alcanzar una
conclusión definitiva sobre la m áscara del saludador. Los más elaborados
dispositivos in telectu ales fracasaron a la hora de asignar un sentido in eq u í­
voco a su figura. En tan to sanadores carism áticos, p o rtad o res de poderes
ex trao rd in ario s, em erg iero n com o una nueva y p ertu rb ad o ra encarnación,
com o un nuevo significante de la presencia del E spíritu invisible. C om o
los herejes espiritualistas y los m ísticos visionarios del m edioevo tardío,
buscaron —y hallaron..en sus p ro p io s cu erp o s la presencia de lo so b re­
natural cristiano. P ero para en to n ces hacía siglos ya que la religión oficial
había vetado toda neo-en carn ació n que trascendiera la transubstanciación
eucarística.T odo significante rival rem itía, p o r defecto, al espíritu adver-

teologal en el M edioevo tardío. D e hecho, no resulta casual que p o r entonces el d e ­


m onio lucra la única figura de la m itología cristiana que careciera de una iconografía
pro p ia, definida, fija, estereotipada; véase al resp ec to L uther Link, El Diablo. Una
máscara sin rostro, pp. ! 4-6 ! 4 7 , 21 3, 225.
r> C h risto p h er H ill, Antichrist in Seventeenth-Ceniury England, Londres, Verso, 1990
(1 9 7 1 ), pp. 1-3, 176-177.

300
h a b id a A le ja n d r o C a m p a g n e

sarío, a Satán. En este co n tex to , el in terro g a n te resultaba ineludible: ¿los


saludadores eran agentes de Dios o in stru m en to s del D em onio? ¿santos
vernáculos o hechiceros diabólicos?
Estos sanadores carism áticos especializados en la cura de la hidrofobia
conform an uno de los com plejos m íticos más originales de la Península
Ibérica, pues sí bien el núcleo de su leyenda giraba en to rn o de la cura de
la rabia canina, tenían tam bién otras características sobresalientes. En la
Reprobación de las supersticiones y hechicerías (Alcalá de H enares, 1530?), el
teólogo aragonés Pedro C iru elo resu m e las principales características de
la versión canónica de la creencia: los saludadores sanaban o preservaban a
hom bres y aním ales del mal de la rabia; la v irtud curativa que desplegaban
residía en la saliva o en el aliento; se d< rían fam iliares de Santa Catalina de
A lejandría y de Santa Q u iteria , de quienes obtenían la v irtu d para sanar la
hidrofobia; nacían con las señales de ambas santas im presas en el cu erp o ,
particu larm en te debajo de la lengua o en el cielo del paladar; conocían el
pasado y adivinaban el p o rv en ir de las personas; y tenían un asom broso
dom inio sobre el fuego, que les p erm itía to m ar con las m anos cualquier
m ateria sólida candente, cam inar sobre barras de h ie rro ai ro jo vivo, o
ingresar én horno s encendidos sin sufrir daño alguno.14 La versión clásica
del com plejo p ro n to se vio m odificada p o r la in corp o ració n de nuevos
atributos originales. Para com ienzos del siglo XVII, la figura del saludador
com enzó a relacionarse estrecham ente con el m itologem a del séptim o hijo
en la continua generación de v aro n es.” Unas décadas más tard e, m uchos
de estos taum aturgo s com enzaron a oficiar com o cazadores de b ru ja s.i6
LIn aspecto p articu lar de la creencia tran sfo rm ó al com plejo del salu­
dador ibérico en objeto de interés p o r p a rte de los teólogos y los inqui­
sidores, entrenados en el difícil arte de la discretio —diffidencia— spirituum.
D esde el m o m en to de su irru p c ió n , los p rim ero s saludadores se dijeron
fam iliares de Santa Catalina y de Santa Q u iteria; de hecho, venían al m undo

i4 Pedro C iru elo , Reprobación de las supersticiones y hechizarías. Libro muy útil y necessario
a todos ¡os buenos christianos, M edina del C am po, 1SS 1, fí. xxxviii r —xxxix r.
55 M artillo del Río, Disquisitionuin magicarum iibri sex, Lovanii, 1599, tom us prim us,
p. 41.
>6 G aspar N avarro, Tribuía! de Superstición Ladina. Explorador del saber, astucia,y poder de¡
Demonio; en que se condena ¡o que suele correr por bueno en Hechizos, Agüeros (...)y semejantes
acciones vulgares, H uesca, 1631, fol. 91 v.

301
Estudios de caso. Deniunoiooia cristiana v cultura lolklonca en ei mundo iDcnco

con las señales de am bas m ártires im presas en el cuerpo. N o estam os en


presencia de un rasgo secundario. Por el c o n trario , los estigm as corporales
eran una de las prin cip ales m etáforas de los sistem as arcaicos de posesión.
La p rim era dificultad que la cap tu ra de losJulk-possession systems presenta
a los especialistas es, precisam en te, el h echo de que en la mayoría de los
casos la posesión se expresa en té rm in o s m etafó ric o s.5' En estas form as de
cií aimposscssío, los espíritu s poseen a sus víctim as cuando cabalgan sobre
ellas con el objeto de sofocarlas; cuando fas tocan, provocándoles p aráli­
sis localizadas o espasm os m usculares; cuando las arrastran p o r los aires
hasta lugares lejanos; cuando las obligan a p articip ar en sus procesiones
n o cturnas.
En consecuencia, a la luz de estos sistem as prim itivos de posesión el
origen de los p o d ere s del saludador adquiere un sentido radicalm ente
d ife re n te . Al m a rc a r a sus se rv id o re s con señales m o rfo ló g ic a m en te
diferenciadas, los espíritu s de las santas cristianas que los cobijan trazan
sobre sus cu erp o s una firm a in tem p o ral, que expresa la transform ación
m etafísica del su jeto elegido. La huella que se despliega sobre la carne
m anifiesta que el p ro teg id o p articip a de la naturaleza del esp íritu p ro ­
te c to r; su condición c o rp o ral ya n o es la m ism a: se ha transfigurado en
una entidad que co m p a rte con los en tes espirituales algunos de sus rasgos
ontológicos. Señalado —poseíd o —p o r un esp íritu , se ha v uelto, en p arte,
un ser espiritual. P arte de la esencia del n u m en que lo patrocina se asienta
en lugares específicos de su geografía c o rp o ral. Y las m arcas co rporales
están allí p ara reco rd á rn o slo . Por eso, los saludadores serán siem pre los
pro teg id o s de Santa C atalina y Santa Q u ite ria .58
La estrecha relación e n tre las m arcas de nacim iento y el m u n d o de los
espíritu s no podía pasar desapercibida a los agentes de la religión oficial,
d e tec to res profesionales de significantes rivales. ¿Cuál era la inteligencia
separada que había tran sfo rm ad o en pergam ino la carne del saludador,
haciéndolo suyo desde el v ie n tre m atern o ? ¿Cuál era el n u m en invisible
que había en carn an d o una p a rte de su naturaleza espiritual en el cuerpo

57 Eva Pócs, “Possession P h enom ena, Possession-System s: Som c E ast-C entral Euro-
pean E xam ples”, en G ábo r Klaniczay y Eva Pócs (eds.), CoimmmküU¡j with the Spirits,
Budapest, C en tral E uropean LIniversity Press, 2 0 05, p. 91.
iS Fabián A lejandro C am pagne, “C harism atic H ealing un Iberían Soif: An Autopsy of
a Mytliical C o m p lex in Early M o d e ra Spain”, Folklore, i 18:1 (2007), p. 53.

302
¡ d b iú u A lc jü u d i'o L d in p d g iie

del sanador carism ático? Para desesperación de teólogos e inquisidores,


ni el m odelo de superstición agustiniano ni la discretio sp iritu u m de Jean
G erson lograron ofrecer una respuesta cabal a estos in terro g a n tes. A m ­
bos m odelos se sustentaban sobre el trip le u m bral de causalidades que
inform aba el sentido de lo im posible del cosm os cristiano tradicional. El
discernim iento de espíritus y la reprobación de supersticiones tem an com o
principal objetivo d e te rm in a r si los efectos predicados p o r un agente u
objeto específicos provenían de algunos de los tres u m brales de lo posible
reconocidos: los órdenes natural, p rete rn atu ra l o so b ren atu ral .1’9 En el caso
de las experiencias vividas p o r m ísticos y p rofetas, la probaüone sp iritu u m
debía precisar si los éxtasis y visiones eran provocados p o r la divinidad
m ism a —en cuyo caso se trataba de fenóm enos m ilagrosos, p ro p io s del
ordo sobrenatural; si se trataba de pracsiigia d ú em onum , ilusiones diabólicas
radicadas en la pertu rb ació n de los sentidos ex terio res o en la m anipulación
de las im ágenes in terio res —en cuyo caso se trataba de fenóm enos p re te r­
naturales, originados en la in terv en ció n de las inteligencias separadas ;60 o si
se trataba de alguna dolencia física o m en tal —en cuyo caso, las apariciones
y arro b am ien to s derivaban de alguna disfunción orgánica o defecto in te ­
lectu al .61 El m ism o razo n am ien to seguía el re p ro b a d o r de supersticiones

>9 Fabián A lejandro C am pagne, “W itchcraft and the S ense-oí-the-lm possible in Early
M o d ern Spain: Som e R eíleclions Based on the L iterature o f S uperstition (c. 1500
- 1 8 0 0 ) ”, Harvard Theological Review, 96:1 (2 0 0 3 ), pp. 25-62.
60 Para el p ro b lem a de las relaciones e n tre objetividad, autenticidad e im aginación en
la dernonología m o d ern a véase S tu art C lark, lanicia ojthe Eye.l’ision in Early Modern
European Culture, O xford , O xford University Press, 2007, pp. 123-160; Claudia Swan,
Art, Science, and Witchcraft in Early Modern Holland: Jacques de Gheyn II (1SÓ5-1629),
C am bridge, C am bridge U niversity Press, 2005, pp. 175-194; Sabine M acC orm ack,
Religión in cheAndesAasion and Imaginarían in Early Colonial Perú, P rin c eto n , P rinceton
U niversity Press, 1991, pp. 15-35, 225-240.
61 Para ía relación entre m elancolía y dernonología véase R oger B artra, Cuhuray melan­
colía. Las enfermedades del alma en la España del Siglo de Oro, B arcelona, A nagram a, 2001,
pp. 4 9 -6 3 ; Sidney Anglo, “M elancholia and W itchcraft: T he D ebate betw een VVier,
Bodin, and Scot”, en Brian Levaek (e d .), Ardeles ooWitchcraft, Magic and Dernonolog)-:
The Literature ojWnchcraJt, N ueva Y ork, G arland Pubiishing, 1992, pp. 137-156; H.
C. E rik M id elfo rt, “jo h an n W eyer and th eT ran sfo rm alio n o f the Insanity D efense” ,
in R o b e rt Po-Chia Hsia (e d .), The Germán People and the Rcjormanon, Ithaca, C ornell
U niversity Press, 1988, pp. 234-61; M ichel F o u cau lt,“Las desviaciones religiosas y el

303
Estudios de caso. Demonolo^ía cristiana v cultura folklórica en el mundo ibérico

a la ho ra de d e te rm in a r si los efectos predicados p o r un artefacto cultural


d eterm in ad o provenían de sus virtudes naturales intrínsecas, de la milagrosa
intervención de la divinidad o del ilegítim o accionar de los ángeles caídos .62
El p ro ced im ien to se com plicará aún más a p a rtir del secundo tercio del
siglo XVII, cuando la Inquisición m e d ite rrá n ea configure ex p lícitam ente
una cuarta variante: la sim ple sim ulación, la farsa, la estafa, tras la cual no
cabía hallar enferm ed ad o pacto diabólico, sino artificio h um ano .63
Las prem isas sobre las cjue se sustentaban tan to el d iscern im ien to de
espíritus co m o el m o d elo antisupersticioso resultaban claras desde una
perspectiva discursiva. C om o adm itía el teólogo dom inico Francisco de
V itoria, en teo ría resultaba sencillo establecer diferencias e n tre el accio­
nar de los santos y de los hechiceros, aún cuando am bos pudieran realizar
prodigios sim ilares: “eadcm opera p o ssu n tJieri a m agis ec a non magis, tam en
non esc d ijjicile im eílig ere dijjcrentiam ínter m agua j ec non m a g u m ’6*. Sin e m ­
bargo, la trad u cció n de tales m odelos teológicos al ám bito de las prácticas
sociales resu ltaba m ucho más c o m p leja .65 U na de las m ayores paradojas en

saber m édico” y “M édicos, jueces y brujos en el siglo XVÍ1”, en Michel F oucault, La


vida de ¡os hombres infama. Ensayos sobre deniaciony dominación, edición v traducción de
JuliaV arela y F ern and o Alvarez Liria, M ontevideo, E ditorial A ltam ira, 1993, pp. 13-
46;V aleria M a rc h e tti,“La sim ulazione di santitá nella riflessione m edícodegale del sec.
XVU”, en G abrielld Z a rri, Fínzione e saruíiá ira medioevo ed etá moderna, pp. 202-227.
62 Fabián A lejandro C am pagne, “El rosario del soldado o el com bate p o r el sentido.
La polém ica en el seno del discurso antisupersticioso (España. Siglos XV-XVIIl)”,
Fundación, S (2 0 0 1 -2 0 0 2 ), pp. 353-372.
65 A ndrew W. K eitt, Inventing the Sacied: Impostare, Inquisition, and [he Boundarics o j che
Supernatural in GoldcnAge Spain, L eiden, Brill, 2005, p. 143; Anne Jacobson Schutte,
Pretense ojFIo¡iness, Inquisition, and Gender in the Repubhc ojYenice, 16 ¡ 8- ¡750, Baltim ore,
T h e John H opkins LIniversity Press, 2001, passim; G ahriella Z arri (e d .), Fínzione e
santitá ira medioevo ed etá jnoderna, passim.
64 Francisco de V ito ria, De magia, I a. p a rte , q .3 , n .7 , en Obras de Francisco deVitoria.
Relecciones Teológicas, edición crítica del te x to latino, versión española e introducción
porTeófUo U rdanoz, M adrid, Biblioteca de A utores C ristianos, 1960, pp. 1257-1258:
“aunque tales obras p u ed en ser realizadas tanto p o r los m agos com o p o r quienes no
lo son, n o resu lta sin em bargo difícil c o m p ren d er la diferencia en tre unos y otros”
(la trad u cció n del latín es m ía).
65 Para an análisis de las dificultades que suponía la traducción de las especulaciones
teológicas a la esfera d e las prácticas sociales véase M oshe Sluhovsky, Beíieve ñor Every
Spirit: Possession, Aíysticism, and Discernment in Early Alodern Catholicism, pp. 169-229;

304
fab'tjn Alejandro Compognc

la historia de la discretio spirituum concierne, p recisam ente, a la figura de


jean G erson, uno de ¡os principales recreadores del antiguo dispositivo.
E ntre las m otivaciones que lo indujeron a red a cta r sus tratados sobre la
m ateria se contaba la de arro jar dudas sobre la supuesta santidad de Brígida
de Suecia. D écadas m ás tard e, p reten d ió utilizar su p ro p io m odelo en d e ­
fensa del origen divino de las revelaciones de ju ana de Arco. Sin em bargo,
aplicando las prem isas del d iscern im ien to de espíritus form uladas p o r el
p ropio G erson , el colectivo de teólogos alcanzó en am bos casos co n sen ­
sos contrarios a las opiniones del canciller de la S orbonne; los destinos
de la m ística sueca y de la visionaria francesa así lo revelan: el altar para
la p rim era, la h oguera para la segunda.66 Al d ecir del h isto riad o r israelí
M oshe Sluhovsky, “el d iscern im ien to de espíritus n o fue nunca un asunto
m eram en te teológico. Por el co n trario , siem pre fue una práctica social,
caracterizada p o r procesos interconectados de exám enes y auto-exám enes,
negociaciones y am bigüedades, caos e incoherencias”.67
En lo que se refiere al d iscern im ien to de los espíritus que estaban
detrás de los efectos predicados p o r los saludadores, los rep ro b ad o res de
supersticiones españoles no lograron alcanzar siquiera un m ínim o acuerdo.
M artín de Castañega y Pedro C iruelo, que escriben sus tratados antisu­
persticiosos de m anera casi sim ultánea (1S29 y 1531, resp ectiv am en te),
llegan a conclusiones opu estas.6á Para el p rim e ro , los saludadores curaban
gracias a una virtu d natural contenida en su saliva;69 para el segundo, se
trataba de homines superstitiosi que curaban gracias a un pacto cum daemo-

S tu art C lark, Yanities o j the Eje, 204-235; Caciola, N ancy: Discerniny Spirits: Divine
and Deuionk Possession in the Middle Ages, pp. 31 -125, 176-222.
“ Dyan E lliott, “Seeing D ouble: John G erson, the D isc ern m en t o f S pirits, and Joan
o f A re”, American Histórica! Review, 107:1 (2002), p. 27.
67 M oshe Sluhovsky,“D iscerning Spirits in Early M o d ern E urope”, en G ábor Klaniezav
y Eva Pócs (eds.), Communicatínci niih the Spirits, p. 53. La traducción del inglés es mía.
La fecha d e la edición p ríncipe de la Reprobación de C iru elo continúa siendo m a te ­
ria de discusión hasta el presen te. En cualquier caso, la m ás antigua de las ediciones
extensas conservadas es la salm antina de 1538; véase Lou Ann H om za, Religious
Audiority in the Spanish Renaissance, Baltim ore, T he John H opkins U niversitv Press,
2000, p. 199.
°9 Fray M artín de C astañega, Trazado de las Supersticiones y Hechicerías, edición con
estudio prelim in ar y n otas de Fabián A lejandro C am pagne, Buenos A ires, Facultad
de Filosofía y L etras/U n iv ersid ad de Buenos A ires, 1997, pp. 95-98.

305
Estudios de caso. Demonulo^ía cristiana v cultura lolklóriea en el mundo ibérico

n ib u s.'" Los m ás g rand es teólogos del perío d o fracasaban com o colegiales


cuando se enfrentab an con el problem a de los saludadores. El dom inico
Francisco de V itoria lo confesaba sin p u d o r: “para resolver la cuestión de
los saludadores, digo que no veo claro qué se ha de c reer o d ecir acerca de
ellos”71. El jesuíta M artín del R ío traducía en térm in o s prácticos la con-
lusión de V itoria: los saludadores no podían ser condenados ni aprobados
en térm in o s universales. Los tribunales episcopales debían analizar caso
p o r caso.7~ Sólo así resultaba factible d escu b rir si sanaban re c u rrien d o a
rem ed io s n aturales, a una gracia g ra tis data o a un pacto con el dem onio:
“d ilig en ter exa m in en t, an naCuralibus r ta n tu r reniediis, an vero per gratiam gratis
d a la , an per p actu ni cuín doem one,opcreiitur”n .
D el R ío tran sp aren tab a las causas p o r las cuales el significante se to r­
naba, en el caso del saludador, irred u c tib le a cualquiera de los m odelos
teológicos vigentes. Ju n to con el vuelo de las brujas, la virtud taum atúrgica
de los reyes, y los éxtasis visionarios de místicos- y profetas, el com plejo el
saludador era una de las pocas creencias colectivas que en cerraban en su
seno la totalidad de los um brales de posibilidad recdnocidos p o r la dem o-
nología y p o r ja filosofía n atural renacentistas. N o es de e x trañ ar que ante
co n stru ccio n es cu ltu rales tan intrín sicarn en te am biguas un teólogo com o

/0 Fabián A lejand ro C am pagne, “E ntre el m ilagro V el pacto.diabólico: saludadores y


reyes tau m atu rgo s en la España m o d e rn a ”, en M aría Estela G onzález de Faüve (ed.),
Ciencia, poder e ideología. El súber y el hacer en la eiolución de mi M e d i c in a española (siglos
X1Y-X VIH), Buenos A ires, Facultad de Filoso! ía y L etras/U niversidad de Buenos Aires,
2 0 0 1 , pp. 2 5 3 - 2 5 7 .
J1 Francisco cié V ito ria, De magia, p. 1259: VIJ yoluiioneñi urgumeuii de saluiaioribus.
cene non satis inihi consten quid seniienduin aia,pionuniiandiuii sit”\¿ traducción del latín
es m ía.
72Todavía en una fecha tan tardía co m o ! 698 l'as Constituciones Sinodales delAr¿obnpado
de Zaragoza co n sideran que la autorización para.ejei^jer el ohcio de saludador d entro
de cada diócesis era una atribución e x c lu y e le dei obispq^oeaL^m andatuos a)os curas
y sus reg en tes q u e no p erm ita n en sus p a i^ iju ia s saluda|Joi c^, sm ojt» con espiesá
licencia n u estra p o r esc rito ”. C itado p o r M ^'íaT ausiet, Abracadabra UiQmpoteiií. ‘Magia
urbana en Zaragoza en la Edad Moderna, M adrid, Siglo XXI, 2007, p. 139.
Fabián Alejandro Campagnc

M artín del Río exclam ara: “¡Es francam ente difícil d istinguir el pacto con
el dem onio del efecto n atural o m ilagroso!”74.

3. La captura del símbolo


A nte la im posibilidad de alcanzar conclusiones de carácter general, el
com plejo del saludador se tran sfo rm ó en o bjeto de disputa, en una eficaz
h erram ien ta para trazar nuevas fronteras e n tre lo divino y lo diabólico, lo
natural y lo sobren atural, lo católico y lo su persticioso, lo o rto d o x o y lo
h eterodoxo. T ransform adas en significantes líquidos, fluidos, las m arcas
de Santa Catalina y Santa Q u iteria devinieron cam po de batalla cultura!,
en el cual los agentes involucrados pujaron p o r n o m in ar al espíritu en ca r­
nado que hacía posible las hazañas del saludador. A poco que se observa la
realidad cultural ibérica de la tem p ran a m o d ern id ad , es posible d e te c tar
al m enos tres ensayos de captura del significante, tres in ten to s sucesivos
por im aginar la m aterialización de lo sob ren atu ral cristiano en el cu erp o
del saludador.

P rim e r ensayo: el c u r a n d e r o y el s a lu d a d o r

C uando el com plejo del saludador ib érico irru m p e en el im aginario


español, los prim ero s en su cu m b ir a la tentación de e n carn ar en sus p e rs o ­
nas el nuevo sujeto m ítico fueron los sanadores carism áticos que ofrecían
sus servicios en las áreas ru rales. Se trata de la ex p resió n pen in su lar de
una figura clásica del cam po eu ro p e o p rein d u strial: el cunning-man o ¡vise-
man.7i Los cunning-folk-no eran sim ples cu ran d ero s o h erbolarios. A m én
—t—r^ _ --- .
74 ¡bul. , p. } 15: “blocpaciuin vhirnuin discerncre a naturali ve! miraculoso effl\tu, difficiHinuni
esc”la trad u cció n del latín es mía.
7s Ronald rj'ü tto u , Shamans: Sibcrian Spiriiualiiy and chc Western Imaginación, Londres,
H am blcdon and L ondon, 2001, p. 1 37. Para una \ isíón general sobre los cunning-folk
joiL te a e O w en D avies, Popular Magic: Cunning-Jolk in English Hiscory, Londres,
ti U do¿i, ¿.0‘Ü ,'pasyiiu; E m m aW llby, Cunning Folk and Familiar Spirits: Shainanisiic
fth Jjr ->n in Early Modern Brnish ¡Vicchcraft and Magic, B righton, Sussex Aca-
tlemíC Press., 2005, pp. 26-45; Robin Briggs, Witches and Neighbors: Tí \ ‘1 I
■Cultural Lomaxt ojEuropeanWitchcraft, New Y ork,V iking, 1996, pp. ]?_?. 1
TJ v) i ü i v P. .T ángherlini,"'H o\v do you know ¡>he .> w ¡u : :V
E s tu d i o s tle caso. D e m o n o l o g í a cr i st ia n a y c u l t u r a folkicirica e n el m u s id o i b é r ic o

de sanar h om b res y anim ales, adivinaban el porvenir, recobraban objetos


p erdidos, descubrían teso ro s escondidos, identificaban a las brujas, n eu ­
tralizaban hechizos, expulsaban d em onios, inducían am ores ilíc ito s /6 En
tanto consum ados perjormers y eficaces h istriones, sus actuaciones públicas
consistían en una sucesión de efectos de alto im pacto, destinados a provocar
el asom bro de su au d ito rio . Los p o d eres que se atribuían y los m isteriosos
rituales que ad m in istrab an , habilitaban el m ontaje de una su e rte de teatro
de au to rid ad , que siem p re los tenía com o protagonistas ex clu v e n tes.77 N o
existe en castellano un equivalente exacto de los térm in o s cunning-man y
Lunaing- ivotnan, que desde la secunda m itad del si^lo XV se in co rp o ran de
m anera c o rrie n te en el inglés oral y e sc rito ./s N o o bstante, O w en Davies
considera que los cwming-folk pued en asim ilarse a o tro s especialistas e u ro ­
peos regionales: en Francia, el equivalente local serían los dcvin-guérisseurs,
désem'uútems, désensorceleurs y leveurs de sorts; en H olan d a, los toverdokter y los
duivelbunnen; en D inam arca, los kloge folk; en A lem ania, los Hexenmeisiers;
y en la Península Ibérica, los carandeiros y los sa lu d a d o re s/9

Alan M acLirlane, Wiiclicaift in Tudur and Stuart England: A Regional and Comparadve
Siudy, P ro sp ect H eights, Illinois, Waveland Press, 1991 (1 9 7 0 ), pp. 11 5-1 35; Keith
T hom as, Religión and the Decline o f Magic: Studies in che Popular Bchef in Sixteauh and
Sciaueem h Caitury England, L ondon, Penguin, 1991 (1971), pp. 212-251; R o b ert
M uchem bled, Culture populaire et culture des élites dans la Frunce inodernc (X Ve-XVIlle
siécles), París, F lam m arion, 1978, pp. 109-116; Francois Bordes, Sordas ei Sorciéres.
Procés de sorcellerie en Cascogne et Pays Basque, T oulouse, Privat, 1999, pp. 162-167;
Jeanne Favret-Saada, Les mots, la niort, les sorts, París, G allim ard, 1977, passim.
/6 O w en D avies, Popular Magic: Cunning-Jolk in English History, pp. vii, xi, 10-11,
1 4 ,9 3 -1 1 8 .
" T o m o la ex p resión theater o f auihority del análisis que David F ra n k íu rter dedica al
accionar ritu al d e los denom inados “e x p e rto s en la identificación dei m al”: Evil In-
carnale:Rumors ofDanonic Consyiracy and Satanic Abuse in History, P rinceton, P rinceton
U niversity P ress, 2 00 6, p. 38.
O w en D avies, Popular Magic: Cunning-Jolk in English History, p. ix.
'9 Ibid., p. 163. La distinción en tre cunning m en y chaimas propuesta po r O w en Davies,
en cam bio, p arece re m itir a un fenóm eno m eram en te insular. En el resto de Europa,
ios especialistas carism áticos activos en el m undo ru ral poseían de m anera sim ultánea
los trazos distintivos de los cunning-men y las características que O w en Davis atribuye
a los charmers ingleses. Los saludadores ibéricos, por caso, poseían sus poderes ta u ­
m atúrgicos desde la cuna -u n rasgo que Davis atribuiría a los encantadores-, pero
sim u ltán eam en te cobraban p o r sus servicios (com o lo dem uestran los estipendios

308
ix iL ijn A le ja n d r o ta n ip ü ijn c

A escala eu ro pea, los wise-Jolk asum ían con frecuencia identidades m íti­
cas prestigiosas que contribuían a p o ten ciar los aspectos carism áticos de su
oficio. Wolfgang B ehringer atribuye esta táctica a los líderes de las pequeñas
com unidades valdenses de los Alpes O ccidentales, que legitim aban su fama
de santidad y sus v irtud es taum atúrgicas a p a rtir de las travesías en éxtasis
que se les atrib u ían .80 Según la tesis del h isto riad o r y folklorista holandés
W illem de B lécourt, algo sim ilar ocurría con los célebres benandanti friula­
nos. En una aguda crítica del análisis del m ito realizado p o r Garlo Ginzburg,
D e B lécourt sostuvo que los benandanti eran, antes que nada, sanadores
populares y neu tralizadores de hechizos. Las narraciones referidas a sus
travesías y batallas en éxtasis eran sim p lem en te un m edio para potenciar
aquellas otras habilidades, un ardid para am pliar su influencia y prestigio
locales, una mise-en-scéne orien tad a a seducir a sus clientes y vecinos, ins­
talando la sensación de que sus v irtudes taum atúrgicas y antib ru jeriles
derivaban de sus experiencias ex-som áticas.sl Se trataría del fenóm eno que
los folkloristas anglosajones denom inan acts oj ostemion, la puesta en acto
de narrativas tradicionales, de com plejos legenda! ios asum idos y actuados
en la vida real p o r actores sociales concretos; en tales circunstancias, no
son los hechos los que se conv ierten en n arració n , sino los relatos los que
devienen m apas de acción co lectiva.82 D e hecho, de un e x tre m o a o tro del
co n tin ente se detectan leyendas protagonizadas p o r héroes que e n tran en
contacto con habitantes de m undos paralelos —hadas, elfos, tro lls, ángeles,
dem onios, los espíritus de los m u e rto s—y creencias que postulan que los

que les pagaban los concejos cam pesinos) y detectaban brujas y m aleficiados —dos
rasgos que el h isto riad o r inglés atribuiría a los wise-folk■ véase al resp ec to O w en
Davies, “C h arm ers and C harm ing in England andW ales from the E ighteenth to the
T w entieth C en tu ry ”, Folklore, 109 (1998), pp. 41-5 2 .
S0\Volfgang Behringer, “How W aldensians Became W itches: H ered es a n d ! h eír Jour-
ney to the O th e r W orld”, en G ábor Klaniczay y Eva Pócs (ed s.), Communicating with
the Spirits, pp. 178-182.
M W illem de B lécourt, “S puren einer V olkskultur o d e r D am onisierung? K ritische
B em erkungen zu G inzburgs ‘B enandanti’”, Kea. Z eiu ch n jtjiir Kuliuruissemchaften, 5
(1993), p. 24.
íí" Stephen M itchell, “A case o f w itchcraft assault in early n in eteen ih -cen tu ry En­
gland as ostensive action ”, in W illem de B lécourt and O w en Davies (eds.), Witchcraft
Contiuued: Popular Magic in Modern Europe, M anchester, M anchester U niversity Press,
2004, pp. 21-22.

309
b u l a d l o s tle caso. D e m o n o l o g í a c r i i ü a n a y c u l l u r a í o l k ló r ic a e n el m u n d o ib é r i c o

poderes de los cunning-Jolk derivan de la fam iliaridad que los especialistas


carism áticos establecen con los en tes so b ren atu rales.si
U na cuidadosa lectu ra de los d o cu m en to s nos induce a p en sar que una
táctica sim ilar se esconde detrás de los cunning-men ibéricos que asum ían
vo lu n tariam en te la identidad de saludadores. R efuerza esta hipótesis la
constatación de los fu erte s lazos que existían en tre el com plejo del saluda­
d o r y el p anteón de santos cristianos. Pedro C iruelo no dudaba al respecto:
“se han hecho im p rim ir en alguna p a rte de su c u erp o la ru ed a de sancta
C athalina, o la señal de sancta Q u ite ria , y assi con cstafingida santidad traen
a la sim ple gente engañada tras si”.84 Lo m ism o ocu rría con el dom inio del
fuego y la ex trao rd in aria resistencia ante el calor ex trem o : “o tros entran en
un h o rn o encen did o y fu e rte , y ansi de o tro s m uchos em baym ientos que
hazen delante délas g entes sim ples, para que los tengan por sonetos,y piensen
que ellos tienen virtud espiritual para los sanar de sus en ferm ed ad es”. A ú n
aquellos que defendían específicam ente los aspectos taum atúrgicos del
accionar del saludador —su v irtu d para c u rar la ra b ia -, sospechaban que los
restan te s trazos epifenom énicos —el do m in io del fuego—no eran más que
dispositivos pu blicitarios destinados a re fo rzar la identidad sobrenatural a
la que aspiraban los cunning-men ib é ric o s.s6
Para los teólogos e inquisidores, los especialistas ru rales asum ían la
parafernalia q ue ro deab a la figura m ítica del saludador para co n stru ir en
to rn o de sus personas una id en tid ad sacralizada. D e hecho, una c o stu m ­
b re generalizada e n tre cjuienes asum ían el rol de saludadores era la de
h u m e d e c e r con su saliva tro zo s de pan, que luego debían guardarse com o
objetos sagrados; según la crónica de C iru elo , “saludan el pan y lo m andan
guard ar p o r reliquias, con mas deuocion que el pan bendito de los sacerdotes de
layglesia en los domingos”, 8 7 Estam os aquí en presencia de un co n ju n to de
prácticas que trascie n d en el m ero fenóm eno de la paraliturgia popular, al

: O w en Davies, Popular Magic: Cunning jo lk in English History, p. 182.


S! P edro C iru elo , Reprobación Je las supersticiones y hechizerias, fol. xxxviii v. La bas­
tardilla es mía.
lbid., Sol. xxxix r. La b astardilla es m ía.
Ü<JA n tonio d eT orq u em ad a,y u /J//i Jefiares curiosas, en Obras completas, edición y p ró ­
logo de Lina R od ríg uez C acho, M ad rid ,T u rn er, 1994, to m o i, p. 730. La bastardilla
es m ía.
lbid., fol. x xxix r. La bastardilla es m ía.

310
Fabián A le ja n d r o C tniipagnc

que parece aludir la utilización de la palabra “reliquia”. El o bjeto ensalivado


era m ucho más que un artefacto destinado a rivalizar con los sacram entales
o rto d o x o s. Lo que realm en te parecía alarm ar al teólogo era la elección
del pan com o vehículo de íetichización del p o d er del saludador. Para un
guardián del discurso o rto d o x o , sem ejante elección no podía significa sino
un desafío orien tad o hacia el único significante m ateria! al que la religión
oficial asignaba v irtud para e n carn ar el ser divino: el pan eucarístico. O tro
episodio, recogido p o r el presbítero Gaspar Navarro en su Tribuna] Je Supers­
tición Ladina (H uesca, 1631), echa aún más luz sobre el v erd ad ero te rre n o
en el que se desarrollaba esta g u erra de sím bolos: “crean que q uanto mas
vsan [los saludadores] de cosas santas, mas supersticiosos son ( . . . ) , com o
sucedió a un cierto saludar enY pre, que curaua de todas en ferm ed ad es, con
las palabras de la consagración” sh Se confirm a aquí la afirm ación de G uido
R uggiero sobre el carácter de la religión local en la aldea friulana de Lati-
sana: “para los cam pesinos de Latisana, y p resu m ib lem en te para la mayoría
de los habitantes del cam po eu ro p eo p rein d u strial, el cristianism o no era
sim plem ente una religión de sacerdotes, tem p lo s y sacram entos form ales;
era una religión de lo cotidiano, que relacionaba ín tim am en te la esfera de
lo trascendente con la vida social y privada de las p erso n as”.89
La incorporación de nuevos trazos a la versión canónica del m ito facilitó
las estrategias de apropiación de la figura del saludador, aún p o r p a rte de
aquellos que no ejercían el rol de sanadores carism áticos o cunning-men a
nivel local. La identificación e n tre los taum aturgos populares y los séptim os
hijos varones im pulsó v erdaderos ern p ren d im ien to s fam iliares destinados
a en carn ar en los jóvenes del linaje el sujeto m ítico del saludador.90 El fe­

ss G aspar N avarro, Trihvnal de Superstición Ladina, fol. 93 v. La bastardilla es m ía.


s9 G uido Ruggiero, “T he W om en Priests o f Latisana: A pollonia Madizza and theT ies
T hat Bind”, in G uido R uggiero, Binding Passions:Tales oj Magic, Marriage and Poiver at
the End o j the Renaissance, N uevaY ork, O x fo rd U niversity Press, 1993, p. 132. La
trad u cció n del inglés es m ía.
90 Sobre la atribución de poderes taum atúrgicos a los q uintos, séptim os o novenos
hijos consecutivos del m ism o sexo véase M atthew Ramsey, Projessional and Popular
Medicine in Erance, 1 7 70 -1 830:The Social ÍVorld o j Medical Practice, C am bridge, C am ­
bridge U niversity Press, 2002, pp. 247-248. O w en Davies en cu en tra referencias a
cunning-men y iviie-h ü/íjí-’/j ingleses que afirm aban ser ios séptim os hijos de un séptim o
hijo: O w en Davies, Popular Magic, Cunning-jolk in English History, pp. SO, 59, 70.

SU
C st u d io s tic caso. D e m o n o l o u i a c r i s t ia n a y c u l t u r a Soiklúrica c u e! m u n d o i b é r ic o

n ó m en o adquirió dim ensiones paneuropeas. En el condado de Som erset


la carrera com o sanador de escrófulas del séptim o hijo de W illiam G ilb ert
com enzó de la siguiente m anera: en 1637, la sobrina de Elenry Poyntynae
un ¡qentleman local, padecía de adenom as tuberculosos; en un libro de au to r
anónim o, titu lad o Mil cosas notables de dtjerences clases, el hacendado había
leído que la dolencia podía cu rarse re c u rrie n d o al tacto de los séptim os
hijos varones, p o r lo que decidió enviar a la niña a casa de los G ilb ert para
que el más p eq u eñ o de los h erm an o s la tocara. La sobrina de Poyntvnge
se convirtió así en la p rim e ra paciente de aquel flam ante cu ran d ero ¡ocal.
Lln últim o dato com p leta la dinám ica del pro ceso de co n stru cció n iden-
titaria del nuevo tau m atu rg o : su abuela p a te rn a había p ronosticado que
si nacía varón, el niño ten d ría v irtu d sanadora p o r ser el séptim o vástago
consecutivo del m ism o sex o .91
En España, el m ito lo g em a del séptim o hijo desencadenaba sim ilares
procesos colectivos de c o n stru cció n de id en tid ad es.92 Al resp ecto , Gaspar
N avarro relata un episodio que tuvo lugar cuando ejercía com o párro co
ru ral en A ragón:
co n o cí una m u g e r e n el tie m p o q u e [yo] era C u ra, q u e estaua p reñ ad a, y
auia p arido seys hijos c o n secu tiu am cn te, sin au er ten id o en el in term e d io
hija ning un a ( . . . ) , y dezia a la g e n te sim p le, y vulgar, q u e desseaua parir
el sé p tim o hijo: p o rq u e te n d ría gracia d e S aludador ( . . . ) . Al fin sucedió
en efecto , q u e p arió un hijo, y luego se publico p o r el lugar, que auia
n acid o co n señal de S aludador, y o y en d o yo esto , dixe p o r el lugar, que
no crey essen q u e era S aludador, sino q u e los H echizeros & H echizeras
auian im p re sso aquella señal, o lo q u e es m as c ie rto , q u e el m eism o
D e m o n io , p o r el p a c to q u e tien e co n ellos, secreta e in uisiblem ente,
co n alg u no s m e d ic a m e n to s y aguas causticas, auia im presso aquella se­
ñal ( . . . ) . E sten diose lo qu e yo dezia p o r el P u eb lo , y llego a noticia de
la m esm a m a d re , d e tal m a n e ra , q u e c o m o ella lo en te n d ió , de alli en
ad elan te n o se hablo palabra d el caso, y el h o m b re viue ov en día, j no
trata, ni pierna en ser Saludador.95

51 M arc Bloch, Les rois thaumaiurges, S trasbourg, Publications de la Faculté des L ettres
de Strasbourg, 1924 (cito por la edición en castellano: Los reyes laumaiuryos, traducción
de M arcos Lara, M éxico, FCE, 1988, p. 274).
91 F rancisco Vaz da Silva, “Ib erian se v e n th -b o rn c h ild re n , w erew olves, and the
dragón slayer: A case study in the compara ti ve in te rp re ta tio n o f sym bolic praxis and
íairytales”, Folklore, 114:3 (2 0 0 3 ), pp. 335-353.
93 G aspar N avarro, Tribvnal de Superstición Ladina , fol. 91 r. La bastardilla es m ía.

3 12
ia b iá ii A le ja n d r o C a n ip a q n c

Éxitos aislados com o el de G aspar N avarro no alcanzaban para asegurar


a los sím bolos y significantes o rto d o x o s una victoria definitiva. D e hecho,
para com ienzos del siglo XVIII la panoplia de initologem as a los que p o ­
dían re c u rrir los p ro gen ito res que am bicionaban para sus hijos una carrera
com o sanadores carism áticos era e x trem ad am en te am plia y variada. En
ocasiones, de hecho, ni siquiera resultaba necesario re c u rrir a la palabra
“saludador”, pues bastaba con atrib u ir a un d e term in ad o niño los trazos
característicos del com plejo ibérico. Así o c u rrió con R aym undo Jacinto
H o n o rio , un bisoño curan d ero de cinco años de edad. El p eq u eñ o era hijo
de D on Joseph Francisco de D eza, re g id o r de la ciudad de O ren se, que en
1710 re c u rrió al tribu nal de Santiago de C om postela para n eu tralizar los
ataques del com isario inquisitorial local. En el té rm in o orensano se creía
que R aym undo tenía la facultad de sanar m uchos males m ediante su aliento,
la im posición
1
de m anos Jv el signo
O
de la cruz.T res viernes consecutivos había
cantado com o un grillo m ientras aún estaba en el vientre de su m adre. Los
padres d etec taro n varios m arcas de nacim iento grabadas en el c u erp o de
la criatura: una cru z en el paladar, una corona de espinas o ru ed a de Santa
Catalina sobre la lengua, un corazón confeccionado con cinco estrellas en
la planta del pie izquierdo. R aym undo m anifestó sus p o d eres p o r p rim era
vez a los dos años de edad, cuando salvó de la m u e rte a un recién nacido
aquejado p o r una severa inflam ación de garganta; el precoz sanador lo ­
g ró la cura soplando sobre la p a rte afectada .94 Las estrategias p arentales
anatem atizadas p o r párro co s c o n trarrefo rm istas y agentes inquisitoriales
c o ntinuaro n en vigencia hasta m uy en tra d o el siglo XIX. Así lo dem u estra
el testim o n io del ju rista e h isto riad o r vasco Pablo de G orosábel, reco g id o
en su N o ticia de las Cosas M emorables de G uipúzcoa (1 868 ): “no es m e n o r la
fe que la gen te vulgar de esta provincia tiene en la v irtu d de los llam ados
saludadores, para c u rar las m o rd ed u ras de los p e rro s rabiosos. Goza este
co n cepto el séptim o hijo varón de una fam ilia, a quien, por ¡o tanto, los padres
no dejan de dedicar a sem ejante oficio , que al m ism o tiem po de ser lucrativo,
no deja de ser de cierta repu tació n y categoría e n tre los crédulos y h o n ­
rados aldeanos ” .95

54Valérie M olero, Magie ci so icelktie en Espugue uu siecle Jes Lumicrcs, 1 7 00-1820, París,
L’H arm attan , 2 0 0 6, pp. 131-132.
93 Pablo de G orusábel, Noticia de las Cosas Memorables de Guipúzcoa o Descripción de la
provincia y de sus habitadores: exposición de las instituciones,jueros, privilegios, ordenanzas y

3*3
E st u di os d e caso. D e m o n o lo p ía c ris tia na v c u h i i r a lo lk ló ric a e n el m u n d o ib é r ic o

E n o c a s io n e s n o e r a n lo s p a d r e s , s in o lo s m is m o s s a lu d a d o r e s e n e j e r c i ­
c io lo s q u e c o n t r ib u ía n a la r e p r o d u c c i ó n d e l c o le c tiv o d e s a n a d o r e s c a ris -
m á tic o s . A sí s e d e d u c e d e l p r o c e s o i n q u is ito r ia l c o n t r a A n d r é s M a s c a r ó n ,
u n o d e lo s m á s c e l e b r e s s a lu d a d o r e s d e la p r i m e r a m ita d d e l sig lo X V II:
d e edad + 0 año s, y qu e n a s d ó en S alvatierra, en las m ontañ as de A ragón,
y d esde edad de 12 años se crio en Z aragoza, a don d e se casó y lia residido
y q u e liabia usado el oficio d e sastre y c o c h e ro . Y que desde el año 1617,
hace el o lid o de sa lu d ad o r, y con ocasión del oficio de saludador había
an d ad o p o r los lugares del R eyno de A ragón. Y que se puso a hacer este
oficio porque le dixeron los saludadores que cenia i irtud para saludar y c u rar de
rabia, y q u e ten ia la ru e d a de Santa C atalina debaxo la lengua, porque Ies
habia dicho que era hijo sereno, varón, de su madre, y que le enseñaron lo que
habia de hacer para curar de rabia.96

La h istoria de vida de Francisco C asabona, o tro legendario tau m atu rg o


de principios del siglo XVII, nos revela una tercera vía para la apropiación
de la identidad de saludador. El episodio hace h o n o r a la m ejo r picaresca
vernácula: un do cu m en to falsificado, un niño m endigo, un soldado e rran te,
y un co n ju n to de hechos circunstanciales, co n trib u y ero n a dar inicio a una
exitosa carrera; de m anera q u e en esta ocasión no tue siquiera necesario
re c u rrir al rem anido tópico del sép tim o hijo varón:
[Francisco C asabona] fue p re so en cárceles secretas a 7 de A gosto de
1 623, ( . . . ) y d eclaró se r de ed ad d e 21 años, cristiano viejo, y exercitaba
el oficio d e salu d ad o r. Y qu e sien d o de ocho años, estan d o en la ciudad
d e Z arago za, se p u so a se rv ir a un soldado llam ado M orales, cabo de
escuad ra d e un capitán llam ad o F elipe de V era, y que an d u b o con el
año v m ed io p o r C astilla y se fu e ro n a em b arcar a C artagena, a d o n d e
se q u e d ó . Y el d icho M orales le dio una provisión que decía era de los
Inq uisido res d e A rag ó n , y le avia dicho se m udase el n o m b re , llam án d o ­
se Sebastian F e rre r c o m o lo dice la p rev isió n y que con ella hallaría de
c o m e r en cu alq u ier lu g ar q u e llegase saludando las personas y anim ales.
Y q u e se lo avia d icho el d icho M orales p o r p arecerle q u e tenía gracia de
sa lu d ad o r p o r av erie visto en H uesca e n tra r en u n h o rn o p o r una to rta

leyes: reseña del gobierno civil, eclesiástico y militar: idea de la administración de justicia, etc,
Tolosa, Im pren ta de E. L ópez, 1899, to m o 1, p. 359. La bastardilla es mía.
96 Anuel C ari L acruz, Brujería e Inquisición en el Alto Aragón en la primera mitad del siglo
X 17/, Z aragoza, D iputación G eneral de A ra g ó n /D e p a rta m e n to de C ultura y Educa­
ción, 1991, p. 351. La bastardilla es m ía.

3M
Fabián A le ja n d r o C ain p a g n e

estan d o caliente el h o rn o , y c u ra r a una in u g e r que tenía un g ran d e m al,


m as avía d e seis años ( . . . ) . Y q u e avia diez años que se despidió del dicho
M orales y co m en zó a hacer el oficio d e saludador valiéndose de las dichas
letras y p a te n te del S anto O ficio. Y ansí le daban en los lugares lo que
avia m e n e ste r d e com ida y d in e ro . Y andubo p o r el R evno de V alencia,
A rag ó n , N avarra y C a ta lu ñ a , c o m o sa lu d ad o r, saludando h o m b re y
m u ge res y los ganados. Y q u e pasó a Francia y Italia y Sicilia, y en todos
los lugares presentaba dichas letras y sa lu d a b a .. ,9'

Tam bién los zahoríes ibéricos re cu rrían a estrategias sim ilares, com o lo
dem uestra el proceso que la inquisición sevillana le inicia a Luis F ernández
Pérez en 173S.9s
En ocasiones, los cu randeros que se autoprocíam aban saludadores reve­
laban de m anera detallada las artim añas a las que rec u rrían para en carn ar
el m ito. Tal es el caso del zapatero G abriel M onteche, procesado p o r el
tribu nal inquisitorial de Zaragoza en 1619:
avia h ech o ollieío de sa lu d ad o r m uchos años, fingiendo q u e tenía v irtud
para c u ra r m o rd e d u ra s de p e rro s raviosos y para cu rar de o tra s e n fer­
m ed ades y lib rar los té rm in o s de p ied ra, diziendo q u e tenía en un braco
la ru e d a d e Santa C atalina y en o tr o braco una cruz, las quales se avia
hech o con una aguja para en g añ ar y d ar a e n te n d e r qu e avia nacido con
ellas. Y q u e las enseñava a m uchos para q u e creyesen q u e tenía v irtu d
( . . . ) y q u e asim ism o dava a e n te n d e r q u e era hijo sé tim o y qu e tenia
v irtu d y gracia d e D io s ."

M on tech e adm itió que engañaba a sus pacientes in tro d u cién d o se un


gusano en la boca y haciéndoles c re e r que lo extraía de la herida d u ran te la
cura.T am bién reveló la técnica que em pleaba para ingresar en los h o rn o s
encendidos: “entrava m uy depxisa, tapada la cara, e n tran d o bestido y de
rodillas y de codos, y luego se salía, y assi no se quemava y solo se calentava
el bestido sin o fenderle el fuego”. Todo lo que hacía era “falso, en beleco y

” lbid., pp. 3S4-3SS.


91 M aría Jesús T orquem ada, La Inquisición v el diablo. Supersticiones en el siglo XVIII,
Sevilla, U niversidad de Sevilla, 2000, pp. 179-1 SS. El procesado afirm aba que su
habilidad para adivinar los secretos íntim os de las personas y para d escu b rir tesoros
ocultos, derivaba de una gracia especial que Dios le había o torgado p o r haber nacido
un viernes santo ju n to a la pila de agua bendita.
99 C itado p o r M anaT ausiet, Abracadabra Onuiipoíens, p. 1 36.

315
E s tu d i o s d e caso. D e m o n o l o g í a e r i s ü a n a v c u l t u r a í o l k l o r i c a e n et m u n d o i b é r ic o

m en tira para estafar y sacar d in ero s”. D ecidido a arrastra r en su desgracia


al colectivo de sanadores populares, M onteche concluyó su confesión afir­
m ando que “todos los que andavan saludando h a d a n lo m ism o, engañando
y Ungiendo que tien en gracia p articu lar de D ios”. 100
La ingeniería m o ntad a p o r fam iliares, picaros y sanadores carism áticos
rem ite de inm ediato a lo que los especialistas tienden a considerar com o una
de las características distintivas de la cu ltu ra ren acentista: un considerable
increm ento en la habilidad para co n tro lar la propia identidad, la percepción
de que eran los individuos los que estaban* hasta c ie rto p u n to , a cargo de
la construcción de su propia im agen, la que podía ser concebida, m oldeada
y presentada a los o tro s co m o si se tratara de una entidad d iferen ciad a.101
Scholan com o S tephen G reen b latt y John M artin han polem izado sobre el
g rado de auto no m ía atribuible a este pro ceso de co n stru cció n social de la
subjetividad. A nte el éníasis excesivo p u esto p o r G reen b latt en el carácter
fabricado y perfo rm ativ o del pro p io ser, que en tan to artefacto cultural se
equipara p o r m o m en to s con el tex to litera rio , M artin p ropuso analizar el
Yo renacentista en térm in o s de una co n stan te tensión e n tre in terio rid ad
y e x te rio rid a d ;102 aunque p ro te ic o , el c u e rp o renacentista tenía una clara
autoconciencia de su carác te r poroso, co n stan tem en te sujeto a una h u es­
te de fuerzas exógenas: las influencias astrales, las sim patías y antipatías
sublunares, las naturalezas angélicas, la gracia sob ren atu ral. Siguiendo la
tesis de M artin , las elaboradas estrategias para la fabricación de nuevos
saludadores n o p u ed en analizarse separadam ente de las ansiedades p or
las fronteras del prop io cu erp o , expresadas en artefactos culturales com o
el discern im ien to de espíritus. Lo p ro p io de la cultura renacentista no
habría sido la p o sm o d ern a concepción del self-Jashioning pro p u esta p or
G reen b latt, sino un d iscu rso en el cual la preocupación p o r una identidad
porosa y fragm entada se equilibraba de m an era constante con un fu erte

M> Ibid., p. 137.

I0' Eva Kushner, “T h e E m ergence o f the Paradoxical Self”, in jonathan H art (ed.),
Itiiüíjiniiiij Calcare: Essajs in Early Modern History and Liituxiiure, Nueva York, Garland
Publishing, 1996, p. 45.
Iu' Stephen G reen b latt, Rcnoissanee Self-Foshioning: From More lo Shakespeare, Chicago,
The Chicago U niversity Press, 1980, pp. 1-3; John Jeí fríes M artin, Mjalis oj Renaissance
InJiviJiiúlism, Basingstoke, H am pshire, Palgrave M acm illan, 2004, p. 16.

3 16
F a b iá n A l e j a n d r o C o m p a g n e

sentido de la in terio rid ad y de la propia agencia; y es en la relación en tre


am bos ex trem o s d onde el Yo renacentista debería ser buscado.101

S e g u n d o ensayo: el p á r r o c o y el s a lu d a d o r

La fabricación de nuevos sanadores carism áticos n o fue el único proceso


de self-Jashioníng que se generó en España en to rn o del com plejo m ítico del
saludador. La discretio spiritmim y el discurso antisupersticioso habían fraca­
sado en sus intentos p o r d em onizar in toto la creencia rival. Sin em bargo,
alao debía hacerse con la exitosa estirp e de los sanadores de la rabia. Pa­
rafraseando a Julia K risteva, los saludadores constituían un o bjeto cultural
cuya mism a proxim idad al sistem a hegem ónico am enazaba con socavar las
ficciones identitarias dom inantes en m ateria relig io sa.104 Enfrascados en
el com bate co n tra los significantes paralitúrgicos grabados en el cu erp o
de! adversario, algunos agentes de la religión oficial d ecidieron entonces
cam biar de estrategia: desde finales del siglo XVI, buscaron en carn ar en
sus personas el idiosincrásico sujeto m ítico del saludador. De tal m anera,
copiaron, im itaro n , rep ro d u jero n varios de los trazos epilenom énicos de
aquel p rim e r ensayo exitoso de captura del esp íritu divino.
La facultad m im etica ha sido definida com o la naturaleza que la c u ltu ­
ra em plea para crear una segunda naturaleza, una h erram ien ta capaz de
co rro e r la alterid ad , de saturar naturaleza y artificio, de garantizar a la
copia el carácter y el p o d e r del origina!, de o to rg ar u n status de realidad
a lo realm ente co n stru id o , de hacernos cre e r que no vivirnos ficciones
sino h e ch o s.105 La m im esis se ubica, precisam en te, en el núcleo de uno
de los grandes dispositivos culturales del cristianism o tradicional y del
catolicism o m o d ern o : el culto a los santos, im puesta pro b ab lem en te desde
abajo en tiem pos de la Iglesia p rim itiva, la figura del santo te rm in ó siendo
finalm ente aceptada com o una form a sublim ada de la imitado Chrisci.'06 D e

l0i John Jeffries M artin , Myths (jlienuissance h,Jn iJuali.nt, p. 18.


i04 Julia K risteva, The Poivers oj Horror: An Essay on Abjection, N ueva York, C olum bia
U niversity Press, 1982, p. 4.
103 M ichael Taussig, Mimesis and Aherity.A Particular Hisiory o j the Senscs, Nueva York,
R outledge, 1993, pp. xiii-xv, xviii, 8.
106 A ron G urevich, Medieval Popular Culture: Piobleiris o jB e liij and Perceptiva, translated
by jános M . Bak and Paul A. H oilingsw orth, C am bridge, C am bridge U niversity Press
and Editions de la M aison des Sciences de l'H o m m e , 1995 (1988 ), p. 45.
Es tu d i o s d e caso. D em o n o l u ¡ Ji ’a c r i s t ia n a y c u l t u r a fo lk l ó r ic a e n el m u n d o ib é r i c o

hecho, la justificación m ism a J e la existencia del culto de dulía pasaba por


ofrecer a los fieles m o d elo s im itables, una superficie espejada en la cual
reflejarse. A ún los santos exitosos se co n stru ían —o se dejaban co n stru ir
p o r sus hagiógrafos—com o nuevas versiones de antiguos m odelos; Rosa de
Lim a, la p rim e ra santa am ericana, re p rese n ta un ejem plo paradigm ático:
fue siem pre im aginada com o una nueva C atalina de Siena, hasta el grado
de que finalm ente te rm in ó sién d o lo .107 Pero p o r ello m ism o, p o r el p re s­
tigio, p o r el poder, p o r la influencia que rodeaban a quienes lograban en
vida en carn ar ideales tan positivam ente connotados, fueron m uchos los
que sucum biero n a la ten tació n de asum ir la m áscara del santo. D e hecho,
si el ejercicio heroico de las v irtu d e s cristianas resultaba difícil de re p ro ­
ducir, los trazos e x te rio re s del este re o tip o —m ilagros, éxtasis, estigm as,
m ortificacion es, profecías, visiones— eran fáciles de copiar. C om o quiere
G abriella Z a rri, la santidad sim ulada se tran sfo rm a en una presencia r e ­
levante cuando se difunde un tipo de santidad im itab le.IOi La difusión que
alcanzó el fenóm en o de la santidad sim ulada obligó al catolicism o m o d e r­
no a in c u rrir en flagrantes co n trad iccio n es, com o la de desincentivar la
im itación de un p an teó n de figuras que existían sólo para ser im itad as.109
La fama pública, uno de los req u isito s im prescindibles para iniciar cual­
q u ier proceso de canonización, se vio fu e rte m e n te condicionada p o r la
p rohibición de toda m anifestación pública de santidad no autorizada p or
la in stitución. Se llegaba así a la paradójica situación de que m uchos santos
exitosos term in ab an siéndolo, p recisam en te, p o rq u e escondían los trazos
que p erm itían c o n stru irlo s pú b licam en te com o tales. C arlos B orrom eo
—asediado co n sta n tem en te p o r fieles que dem andaban sus exorcism os o
deseaban tocar sus vestidos—no ocultaba su disgusto cuando se veía forzado
a desplegar sus p od eres a la vista de to d o s, a to rm en tad o p o r el creciente
n ú m ero de im itado res dispuestos a re m e d a r los m ilagros v e rd a d e ro s."0
Según el proceso de canonización de San Ju an de la C ru z, “u n o de los m a­

107 Frank G raziano, Uoumls ojLove, pp. 4 4 , 6 1, 166, 179-181.


IUS G abriella Z a rri, “‘Vera’ san tita, ‘simulata’ san ti ti: ipotesi e risco n tri”, en G abriella
Z arri (e d .), Finzione e santita tru medioevo ed eco moderna, p. 12.
1/1 David G cn tilcorc, From Bidwp toíl'iteh:The System o j the Saered in Early Modern Terra
d’Oiranto, M anchester, M anchester U niversity P ress, 1992, p. 164.
'"'A d rian o P ro s p e ri,“L’elem en to sto rico nelle pulem iche sulla santita”, en Gabriella
Z a rri (e d .), Finzione e santitá tra medioevo ed etá moderna, pp. 109-110.

318
F a b iá n A l e j a n d i o C o m p u ^ u e

yores to rm e n to s que [el santo] sentía era verse h o n rad o de los ho m b res v
con opinión de santo. Para esto pedía a Dios ( . . . ) que m uriese d onde no
fuese conocido, para que ni en vida ni en m u e rte le h o n rasen ”. 111
Para principios del siglo XVII, los cu randeros que encarnaban el m ito
del saludador habían logrado co n fo rm ar con éx ito un sistem a cerrad o de
santidad que se sustentaba, al igual que el estereo tip o canónico, sobre un
conjun to de rasgos e x te rn o s fácilm ente im itables. En consecuencia, la
m ím ica com o recu rso para re d u c ir el desafío de la o tred ad se conv irtió en
una estrategia al alcance de los propios agentes de la religión oficial, que
disputaban con los saludadores el m on o p o lio de lo sagrado en las áreas
ru ra le s.112 H allam os un ejem p lo paradigm ático en el Patrocino de ángeles y
combate de demonios, publicado en 1652 Fray Francisco de Blasco Lanuza.
U n sacerdote a cargo de la p arro q u ia de la N uza, en el obispado aragonés
de Jaca, com enzó a divulgar la noticia ele que había recibido el p o d e r de
curar el mal de la rabia p o r in tercesió n de Santa Q u iteria:
ay u n lu g ar en este O b isp a d o de Iacca, q u e se dice la N uza; y algunos de
sus P arro ch o s, en siglos p reced id o s, no sin impulso celestial, t omencaron a
dar bendiciones sobre los hombres y animales mordidos de perros rabiosos, inuo-
cando /a intercesión de S. Quiteña. V ieron q u e to d o s sanauan; y co m en co a
diuulgarae la gracia qu e en ellos se e x p erim en tau a; d e tal m an era, que
acudían los infectos de tan pen o so y m ortal achaque ( . . . ) a re c e h ir p o r sus
m an o s el re m e d io . Q u a n d o e n tro el R e to r p re c e d e n te al q u e aora viue,
n o hallo escrito ni el o rigen d e tal gracia, ni sabia au erig u ar si era gracia
co n ced id a a los P arro ch o s d e aquella fam ilia; que fu ero n m uchos años

111 José Luis Sánchez Lora, El Diseño de la Santidad. La desfiguración de San Juan de la
Cruzs H uelva, U niversidad de H uelva, 2 0 04, p. 90.
112 D e hech o , el esp íritu de com petencia local con frecuencia inducía a los sacerdotes
católicos a tran sg red ir la fro n tera que separaba ia religión oficial de la cultura folkló­
rica. En un trabajo ya clásico, M ary O ’N eil sostiene que el 20 % de las acusaciones de
superstición investigadas p o r la Inquisición de M odena en tre 1580 v 1600, im plicaban
de m anera d irecta a sacerd otes y clérigos católicos: M ary O ’N e il,“Sacerdote ovvero
Strione: Eccfesiastical and S uperstitious R em edies ín S ix teen ih -C en tu ry ítaly”, en
Steven L. Kaplan (e d .), Understanding Popular Culture: Europefrom the Middle Ages to
the Nineteenth C e iu u r j, Berlín y N ueva York, M outon, 1984, p. 56. Para un ejem plo
de sacerdotes u su rp an d o las funciones de los dci-ins-guei isseurs del ducado de Lorena
véase R obin Briggs, TheWitches o f Lorraine, Nueva York, O xford U niversity Press,
2007, p p . 182-190.

319
Es tu d i o s d e caso. D e m o n o l o g í a cr i st ia n a v c u l t u r a f o lk l ó r ic a e n el m u n d o i b é r ic o

c o m o p o r sucession del apellido y genealogía p ro p ria de los la N uzas; o


si era an ex a al oficio. V iose instado de m uchos q u e acudían a receh ir su
b en d ició n co m o acostum brarían, y guiado de sola co n g etu ra p rouable,
puso en practica la gracia que re a lm e n te tie n e 10.

La única dificultad que en cu en tra Blasco barniza en la estrategia acul-


turizadora ensayada p o r los p árro co s de la N uza, es la d eterm in ació n del
verdadero d epo sitario de la m ilagrosa v irtu d sanadora: la sede parroquial,
la persona del sacerdote, el sacram ento del o rd en sagrado, el linaje familiar.
En cualquier caso, el extrao rd in ario ejem plo de estos sacerdotes aragoneses
p erm ite sostener que n o todos los párrocos co n trarreío rm istas optaban p o l­

la estrategia de co nfrontación ensayada p o r G aspar N avarro, que m ediante


una hábil m anipulación de la opinión local había logrado a b o rtar el plan
perg eñado p o r la m ad re de un sep ten ario . Para re-c ap tu rar el E spíritu,
para dom esticar el significante reb eld e, los p árro co s de la Nuza decidieron
reem p lazar p o r c o m p le to la figura supersticiosa del salu d ad o r.114 Si los es­
p íritu s que operaban en el c u erp o del saludador eran efectivam ente Santa
C atalina y Santa Q u ite ria , ¿cóm o n egar la posibilidad de que sacerdotes
consagrados, dotados del p o d e r de hacer p resen te a la divinidad m ism a
en la eucaristía, n o p u d ieran tam bién vehiculizar la potencia sobrenatural
de dos núm enes inferio res de la m itología cristiana?
La estrategia im pulsada p o r estos p árro c o s aragoneses invertía el sen ­
tido de aquella o tra apropiación sígnica, ensayada p o r los saludadores que
m andaban guardar los trozos de pan hum edecidos con su saliva. Ahora eran
los sacerdotes católicos los que contraatacaban en el te rre n o del e n em i­
go. D e hecho, n o estam os en presencia de u n fenóm eno exclusivam ente
español. U na crónica de 1678 da cuenta de los p o d eres del Padre Paolo
C iarallo —arcip reste del p u eblo de Bisegna, en el A bruzzo lllte rio re — y
de los varones de su linaje; para co m b atir la influencia de los sanpaolari o
serpari itálicos, c o n trap artid a local de los saludadores ibéricos, los Ciarallo

u i Fray Francisco de Blasco Lanuza, Patrocinio de angeles y combate de demonioi... Es una


ilustración de los beneficios que ha7en los Angeles de la Guardia a los hombres.. .Y también de
las astucias, j imaginaciones de ¡os demonios, Real M onasterio de San Juan de la Peña,
1652, p. 882.
114 Fabián A lejandro C am pagne, Homo Catholicus, Homo Supcrstitiosns. El discurso an-
tisupcrsticioso en la España de los siglos XV a XVII/, M adrid, M iño y Dávila, 2002, pp.
+ 1 9-420.

320
Fabián Alejandro Campagne

copiaron hasta el últim o de los trazos distintivos de sus rivales locales: se


decían descendientes de los antiguos m arsos, m anipulaban a los ofidios
sin daño alguno, curaban sus m o rd ed u ras untándolas con saliva, y lleva­
ban desde el nacim ien to la im agen de una serp ien te grabada en el brazo
d e re c h o .111
Pero es en España d onde hallam os el ejem plo más ex trao rd in ario de
la facultad m im ética puesta al servicio de la recu p eració n del te rre n o
perdido. M e refiero al franciscano A ndrés de la Rosa, quien a diferencia
de otro s aspirantes a santo no co n stru y e su identidad a p a rtir de alguno de
los estereo tip o s o rto d o x o s. P or el c o n trario , los rasgos más salientes de su
figura rep ro d u cen detallad am en te los trazos distintivos del com plejo del
saludador. A ndrés de la Rosa in te n tó ir en to n ces más allá que los párrocos
aragoneses, que en el siglo siguiente buscarían n eutralizar a los saludadores
sin aspirar a la santidad personal. N acido en 1S54, en el pueblo toledano de
C arm ena, Fray A ndrés to m ó el hábito franciscano en el convento de Santa
Ana de Jum illa, en M urcia. C om o los saludadores, com o los sanpaolari,
com o m uchos héroes carism áticos del folklore y la leyenda, Fray A ndrés
p o rtab a un estigm a de nacim iento: una m ancha en el ro stro con form a
de ro s a .1,6 A dvierte sus p o d eres cuando su o rd en lo traslada al convento
deYecla, d onde vivirá el resto de sus días. La p rim e ra curación que ob ró
benefició a una tal A ntonia M arco, quien estaba a p u n to de p e rd e r el brazo:
la m ujer sanó luego de que el franciscano recitara unas oraciones, santiguara
el m iem bro enferm o y aplicara cuidadosam ente su saliva p o r todo el brazo.
C om o en el com plejo del saludador, la v irtu d de Fray A ndrés residía en su
saliva. El convento franciscano deYecla se tran sfo rm ó en un te rrito rio de
g ra c ia .117 El fraile llegó a recib ir a m ás doscientas personas en un solo día.

111 David G entilcore, Flealersand Fiealing in Early Modern haly, M anchester, M anchester
U niversity Press, 1998, p. 106.
116Véase Francois D elp ech , “La ‘m a rq u e ’ des sorciéres: logíque(s) de la stigm atisa-
tion diabolique”, en NicoJe jacques-C haquín e t M áxim e Préaud (d irs.): Le sabbat des
sorciers en Europe (XVe-XVlIIe siécles), G renoble, jé ró m e M illón, 1993, pp. 347-36S;
N icole B elm ont, Les signes de la naissartce. Fuide des représenrations symholiques as.sociées
aux naissances singuliéres, París, Plon, 1971, pp. 19-65.
117 Para la noción de “te rrito rio de gracia” véase Keith Luria, Territories of Grace: Cultural
Change in the Seventeenth-Ceniury Diocese o j Grenoble, Berkeley, U niversity o f California
Press, 1991, pp. 93-9 4.

321
Se especializaba en el cáncer de pecho. Las m ujeres sanadas m antenían viva
sil em oción cuando narraban lo sucedido cuarenta años más tard e, d urante
el proceso de beatificación del franciscano; ante el re q u e rim ien to de las
autorid ades apostólicas, descubrían sus pechos y m ostraban la señal de la
cru z que se m antenía indeleble sobre la piel desde el m o m e n to m ism o en
que Fray A ndrés la trazara. C uraba tam bién o tro s males. L am iendo y san­
tiguando, prestaba su asistencia d u ra n te los p arto s difíciles. A las m ujeres
afectadas p o r terrib le s flujos de sanare les colocaba vendas bien ensalivadas
a lred ed o r del vien tre. Lo m ism o hacía con los tu m o res oculares Jv co a las
inflam aciones genitales. Al igual que o tro s sanadores tradicionales, Fray
A ndrés tenía el don de la adivinación. Em anaba de su cu erp o un o lo r a
rosas que im pregnaba cualq u ier lugar p o r el que p a sa b a ."8 C uando m urió
a los seten ta años, un calor re p e n tin o b ro tó de su cu erp o y gotas de sudor
de grandes dim ensiones h u m ed eciero n su frente, revelando una naturaleza
ígnea equiparable a la de los m ism os salu d ad o res.1''"'
La figura de Fray A ndrés de la Rosa resultaba am bigua desde la p e rs­
pectiva de los m o delos de santidad im pulsados p o r la C o n trarrefo rm a. Por
un lado, hacía gala de un proverbial h um ildad: jam ás levantaba la vista del
suelo, se alim entaba a base de pan y agua, d o rm ía en el suelo, caminaba
descalzo, evitaba m o n ta r en carretas o cabalgaduras, po rtab a un cilicio,
se flagelaba con frecuencia. Sin em b arg o , sus do tes taum atúrgicas atraían
m u ltitu d es: lejos estam os aquí de la pudorosa reserva m anifestada por
C arlos B orrom eo o Juan de la C ruz.T al vez p o r ello la o rd en to m ó a b ru p ­
ta m e n te la decisión de su sp en d er el p ro ceso de beatificación del fraile.1’0

ns Juan Blázquez M iguel, Eros y Eánatos. Brujería, hechicería y superstición en España,


T oledo, A rcano, 1989, pp. 2 4 3-244.
ui,Tam bién los cham anes siberianos ex p erim en tab an en ocasiones un g ran calor d u ­
ran te el tran ce, y p o r eso podían jugar con las brasas y con eí h ie rro cand en te; véase
M ircea Eliade, le Chamanismc er lesfcchniqucs Archa i que de 1’Extase, París, Payot, 1968
(2m e. éd ition) (cito p o r la edición en castellano: El chamanismo y las técnicas arcaicas
del éxtasis, trad ucción de E rnestina de C h am p o u rcin , M éxico, FCE, 1992, p. 201).
120 Sim ilares inconvenientes retrasaro n el proceso de canonización de G iuseppe da
C o p e rtin o , o tro fraile franciscano con trazos carism áticos sim ilares a los de Andrés
de la Rosa. G iuseppe da C o p e rtin o fallece en 1661 y es canonizado en 1767; véase
David G en tilcore, From Bishop (olLirríi, pp. 176-177.
r a v ia u .iic ju u a r o K.<un¡hignc

El legajo y la encuesta co rresp o n d ien tes fueron red escu b ierto s en 1982,
en el convento franciscano de V alencia.1-1

T ercer ensay'o: el in q u is id o r y el s a lu d a d o r

La audaz utilización de la facultad m im ética p o r p a rte de Fray A ndrés


de la Rosa y de los p árroco s de la Nuza señala un claro esfuerzo de cleri-
calización de lo sob renatu ral c ristian o .1” El arsenal reb eld e —la saliva, las
m arcas de n acim ie n to - eran resignificados en los cu erp o s de los sacerdotes
consagrados. Se trataba de una táctica que invertía el proceso de d e m o n i­
zación sobre el que se sustentaban los m odelos de la discretio spirituum v de
la reprobación de supersticiones. Lejos de negar sen tid o a los signos rivales
se los potenciaba, gracias a u n proceso de fusión con el orden sagrado.
Tal com o ocu rría con la transubstanciación, el fraile deYecla v los curas
aragoneses ofrecían a sus fieles versiones aceptables de la neo-encarnación
del E spíritu. C om o en el caso de las estrategias ensayadas co n tra la herejía
espiritualista v la invasión m ística, se invitaba a los cristianos a in te rru m p ir
la búsqueda del significante.
Ni A ndrés de la Rosa ni los párro co s del obispado de Jaca se habrían
visto obligados a re c u rrir a aquellas m aniobras bizarras, si los teólogos
e inquisidores hubieran cum plido sil tarea, si hubieran dem onizado sin
contem placiones la figura del saludador ibérico. N o pud iero n hacerlo, sin
em bargo, po rq u e la sutil concen tració n de la m ateria sanadora en la saliva
del taum aturgo in co rp o ró el o rd en natural al esquem a de causas plausibles.
A nte la im posibilidad de alcanzar conclusiones de carácter universal, la
teología m oral V el discurso dem o n o ló g ico p ro p u siero n a las autoridades
episcopales una solución de co m prom iso: cada saludador constituía un
caso aparte; sólo tras un concienzudo exam en se podría d ete rm in a r si sus
poderes derivaban de una v irtu d n atu ra l, de una gracia divina o de un pacto
diabólico. En consecuencia, fueron m uchos los saludadores que lograron

121 A p a rtir del red esc u b rim ien to del proceso tle beatiíicaeión Juan Blázquez Miguel
escribió una biografía del franciscano: Juan Blá/.ques M iguel, Fray Andrés de la Rosa.
El Padre Samo deYecla, Yecla, A yuntam iento deYecla, 1982.
1-2 A ndrew W. K eitt, Inventing the Sacrcd, p. 163; Fabián A lejandro C am pagne, Flomo
Catholicus, Flomo Snpcrsritiotus, p. 445; P eter B urke, “ H o w to be a C ounter-R etorm añon
Saint”, in P eter Burke, The Histórica! Anthropology oj Early Moilcrn ha ly, C am bridge,
C am bridge U niversity Press, 1994 (1 9 8 7 ), p.SO.
Es tu d i o s f ie caso. D e m o n o l o g í a cr i st ia n a y c u l t u r a í o l k lo r ic a e n el m u n d o ib é r ic o

pasar la prueba, ad qu irien d o d erech o a e je rce r su o lid o en un concejo


m unicipal o en una diócesis d e te rm in a d a .123
Pero los teólogos y los inquisidores term in arán respondiendo a la in tu i­
ción de los agentes del catolicism o vernáculo, diseñando nuevas estrategias
discursivas destinadas a cristalizar el significante. Así daba com ienzo al
te rc e r ensayo de apropiación del com plejo m ítico del saludador. En esta
ocasión, sin em b arg o , el d iscu rso heg em ó n ico se pro p u so cam biar de
táctica. Las prim itivas aplicaciones de la discretio spirituum y del discurso
antisupersticioso al com plejo del saludador tenían com o objetivo dem o-
nizar su figura. A hora, p o r el c o n trario , em ulando la agudeza em pírica de
aquellos frailes y p árro co s d escrip to s en el ap artado anterio r, los teólogos
y los inquisidores se p ro p u siero n cap tu rar la figura del saludador, en ce­
rrán d o la tras los m u ros infranqueables de la fortaleza o rto d o x a.
En efecto, a p a rtir de una flagrante m anipulación de la noción de gracia
gratis data, el discurso oficial log ró finalm ente c o n stru ir una nueva im agen
del saludador, u n m o d elo ab stracto a p a rtir del cual debería m edirse la
o rto d o x ia de los saludadores realm en te existentes. La estrategia se d etecta
en ciern es en los tratad os antisupersticiosos m ás antiguos. Af irm aba Pedro
C iru elo a prin cip ios de la década de 1S30:
La se x ta razó n es c o n tra estos m ald ito s en g añ ad o res del m u n d o : es que
q u an d o ellos saludan los ganados y bestias de to d o vn pu eb lo o concejo,
n o llegan to d o s a ellos con la m an o ni co n su alien to , ni les pon en to d o de
su saliua, sino d e lexos los m ira n y santiguan, diziendoles ciertas palabras
( . . . ) . Y ya está p ro b ad o q u e to d a sanidad qu e se p ro c u ra de hazer con
solas p alabras es p eccad o de su perstición ( . . . ) . Excepto quando esto lur/en
hombres sonetos sientas de Dios, d e q u ien se cee q u e tie n e n v irtu d y gracia
especial d e D ios p ara ello, y no de los bonachones viciosos que andan por el

m Véase M artí G e la b e rtó , La palabra del predicador- Contrarrejnrma y superstición en


Cataluña (siglos XVII-XVI1I), Lleida, M ilenio, 2 005, pp. 2 8 2 -2 S3; josé M iguel Sáez
y P edro M arset, “Profesionales sanitarios en la M urcia del siglo XV11I. N úm ero,
evolución y d istrib ució n”, Asclepio, 45 (1 9 9 3 ), p. 7 3; Sebastián C irac Estopiñáti, Los
procesos de hechicerías en la Inquisición de Castilla la Nueva (Tribunales deTolcdoy Cuenca),
M adrid, CSIC, 1942, p. 63; ju an Blázquez M iguel, Tecla en su Efistoria: desde los pri­
meros pobladores hasta la Guerra de Independencia,Toledo, Arcano, 1988, p. S 1; A ntonio
Peñafieí R am ón, “C ara y cruz ele la m edicina m urciana fiel setecientos: Pervivencia
del saludador” , Murgetana, 71 (1987), pp. 7 3-81; Francisco J. Flores A rroyuelo, El
diablo en España. M adrid, Alianza, 1985, p. 189.

324
Fahlóri A l e j a n d r o i ü i n p a q n e

mundo en nombre Je sahidadores, r deseos se eniicrule nulo lo í pi e e n este capi ­


tulo hemos escripia rotura los comunes salutludores, no de otros hombres simples
y buenos que por ventura tienen alguna gracia especia! de Dios para sanar con
buena d eu o cio n , p o n ie n d o la m ano y rezando buenas o raciones. Mas
desios ay muy pocos en el mundo y p o r esso los prelados y ju ezes los deucn
bien ex am in ar para v e r quales son délos vnos y quales de los o tro s y no
d ex ar ansi an d ar a q u ien q u iera saludando y en salm an d o ”1'*4

D esde una perspectiva excesivam ente intelectualista, C iruelo defendía


la tesis que identificaba la santidad personal con la gracia gratis data. Con
ello p retendía alejar del com plejo del saludador la posible etiología so b re­
natural de sus v irtu d es, c e rran d o el abanico de posibilidades conten id o en
la discretio spirituum, y facilitando en consecuencia la dem onización de los
taum aturgos populares. La intención de la m aniobra ensayada p o r C iruelo
resulta transparente: los santos verdaderos son m uv pocos en el m undo,
p o r lo que los p o rtad o res de gracias gratis datae., e n tre los cuales deben
contarse los verdaderos sanadores carism átícos, tam bién lo son.
A unque hetero d o x a, esta in terp re tació n restrictiva de las gracias so ­
brenaturales tuvo una am plia difusión, com o lo d em u estra el m anual de
confesores que Jaim e de C orella publica en ¡Madrid en 1690:
P reguntase: P adre, acusóm e q u e en o tra ocasión m e m o rd ió un p e rro
rabioso y yo llam é a un salu d ad o r, q u e con el alien to y hazer la señal de
la cru z, m e dio salud.

Contesta: ¿Y este saludador era persona virtuosa y de buenas costum bres?

P reguntase: P adre, sí, era p erso n a h onesta y p o r tal rep u tad a.

C ontesta: Lo cierto es que aunque el vulgo dize que los saludadores tienen
v irtu d , n o dexa d e se r m ateria m u y sospechosa ( . . . ) Lo q u e dizen los
d o cto res en este p u n to es que si la persona q u e cura es pía y virtuosa, y no
se halla en su m o d o d e c u ra r vana circunstancia, se p u e d e p e r m itir .121

La argum entación de C iru elo tenía defectos visibles: desde el p u n to de


vista de la teología m oral n o existía razón para su p o n er que la divinidad
otorgaba gracias especiales de carácter sobrenatural solam ente a hom bres y

124 Pedro C iruelo, Reprobación de las supersticiones y bechizerias, fol. xl r. La bastardilla


es m ía.
iL‘ C itado p o r .María Tausiet, Abracadabra Omnipotens, p. 142.

3^5
E s t u d i o s d e caso. D e m o n o i o a ú c r i s t ia n a v t u i i u r a l o l k l o n c a e n el m u n d o nx-i ico

m ujeres virtuosos. S ostener la tesis co n traria hubiera im plicado un tu erte


co n d icionam iento a la o m n ip o ten cia divina, un desalío al voluntarism o de
m atriz nom inalista que de m anera creciente inform aba tam bién la lógica del
discurso d em o n o ló g ico .I2<>Los designios de la divinidad resultaban siem pre
m isteriosos, y no podía negarse la posibilidad de que el plan de salvación
co n tem p lara utilizar para sus fines a individuos no reputados po r santos.
Sin em b arg o , en algo acertab a C iru elo : la posibilidad de ligar las gracias
gratis dadas a los m ás elevados estándares de conducta m oral suponía un
cam ino posible para clericalizar el esp íritu encarnado en el cuerp o del
saludador, para c a p tu rar al significante g rabado en su carn e, para inventar
un nuevo com plejo m ítico que to rn a ra inviable su traducción a la esfera
de las prácticas sociales reales.
Para lo g rar este objetivo, para co m b atir a! elusivo enem igo que resistía
los esfuerzos de dem onización ensayados p o r el discurso o rto d o x o , la d o c­
trin a de las gracias sobren atu rales debía se reform ulada. l a om nipotencia
de la divinidad debía lim itarse, en aras de la descalificación ideológica de
uno de los m ás exitosos desafíos co n stru id o s p o r la paraliturgia popular.
Para ello, un teólogo sutil com o Francisco deV itoria trasladará la lógica del
m é to d o inquisitorial al discurso sobre las gracias extraordinarias: aunque
la ausencia de un elevado están d ar de vida m oral no bastaba para negar a
los saludadores su carácter de agentes divinos, podía al m enos conv ertirse
en un v eh em en te indicio (magnum indicium) del origen diabólico de sus
poderes. Al igual que el Santo O ficio, el dom inico V itoria condenaba po r
sospecha127:
no se alcanzan las gracias por la disciplina o por el arte, sino que, como
dice el Apóstol: Todas las gracias las produce i¡noy el mismo Espíritu, repar­
tiéndolas a cada uno como quiere. En cambio, los magos reciben unos
de otros esta facultad. )' aunque la buena o mala vida no sea argumento

126 U n in teresan te análisis de la influencia del nom inalism o en la dem onología m o ­


d e rn a pxiede hallarse en F ernando C ervantes, The Devil in the NeivWorhhThe Impact o f
Diaboiism in Ne ir Spain, N ew Flaven,Yale U niversity Press, 1994, pp. 24, 29, IO S-112
(edición en castellano: El diablo en el .Vi¡evo Mundo. El impacto del diabolismo a través de
la colonización, H erder, Barcelona, 1996).
127Véase ítalo M ereu , Storia deU’intolleranza in Europa, M ilán, Bom piani, 1995 (cito
p o r la edición en castellano: Historia de la intolerancia en Europa, traducción de Rosa
Rius y P ere Salvat, Barcelona, Paidós, 2003, pp. 125-151).

326
Fahi cin A le ja n d r o C a m p a g n e

condimente, es, sin embargo, un indicio vehemente Je \i tal virtud de obrar tales
maravillas es de Dios o del demomo. P o r eso, cuando ios que hacen estas
cosas son h o m b re tle vida re p ro b a b le , m ás bien han de re p u ta rs e p o r
h ech icero s q u e p o r p o se ed o re s de las gracias gratis dad as. l2i>

Así com o el m éto d o inquisitorial se había im p u esto com o un derecho


de excepción a las reglas clásicas contenidas en el D ¡gesto , V itoria in tro ­
ducía una co n tra-n o rm a en la d o ctrin a de la teología m o ral, destinada a
descalificar al espíritu fam iliar de los sanadores de la rabia: com o antes
las brujas, los saludadores se to rn ab an agentes de un crim en exce p tu m .129
Por la gravedad del delito im plicado —la connivencia con el d e m o n io - el
a rb ítriu m del ju ez suplantaba la objetividad de la n o rm a. La solución p re ­
via propuesta p o r Pedro C iru elo rozaba la herejía donatista, que ligaba la
eficacia sobrenatural de los sacram entos a la pureza personal del oficiante;
resulta sugestivo que en su co m bate co n tra la sim onía —postulada com o
herejía desde com ienzos del segundo m ilenio— el ala radical de la re fo r­
m a gregoriana tam bién p re te n d ie ra n egar la eficacia sacram ental de los

l2ü Francisco de V itoria, De magia, p. 1259: “M x gratiae per disciplinan et ariem possidentur.
Sed, ut ait Apostolus: Omnes gracias operatur unus et ídem spiritus, dividens singulis prout vuh.
Magi autem alii ab aliis accipiunt ain arcan, autjacuhatem. Et licet bono, aut mala vita non
sit omnino ejjicax signuni et argumentum an virius facienJi buiumiodi mirabilia sil a Deo,
vel a daemone, tomen est magntim indicium. Unde qui hace operantur, si prorsus sint. bomines
inwrobatae vitae, credendi potius malejici, quam gradarían po^essores”. La bastardilla del
te x to castellano es mía.
129 Véase jaeques Vidal, ‘"L’arbítraire des juges d ’Eglise en m atiére de sorcellere”, en
N icole Jaeques-C haquin et M áxim e P réaud, Lesabbat dessorciers en Europa (XVe-XVUle
siecles), pp. 75-8 6 ; María íausiet, Ponzoña en los ojos. Brujería y superstición en Aragón en
el siglo XVI, Z aragoza, Institución Fernando el C atólico, 2000, pp. i 85-215; Chris-
tina L am er, Enemies oj God:The\Vitch Hunt in Scotland> B altim ore,T he John H opkins
LIniversity Press, 1981, pp. 66-68; Jam es Sharpe, Instruments ofDarknessrWitchcriift in
Earlv Afodern England, Fiíadelfia, LIniversity o f Pennsylvania Press, 1996, pp. 2 ] 3-234;
Wolfgang Behringer, Hexenvcrjolgung in Baj-ernA'olksmogie, Glaubenseifer und Staaisrason
in der Friihen Neuzeit, M unich, R. O ld en b o u rg Verlag, 1987 (cito p o r la edición en
ing\és:\Vitcbcrqj[ Persccution in Boyaría: Popular Magia, Religious Zealotry and Reason oj State
in Early Modern Europe, translaícd bv J. C. G rayson and David L ederer, C am bridge,
C am bridge LIniversity Press, 1997, pp. 2 1 5 ,2 3 1 ,3 1 2 ) ; Brian Levack, TbelVitch Hunt
in Early Modern Europe, Londres, Longm an, 1987 (cito p o r la traducción castellana
d e la segunda edición en inglés: La caza de brujas en 1a Europa moderna, traducción de
José Luis Gil A ristu, M adrid, Alianza, 1995, pp. 108-117).

327
clave de la virtu d p erso n al, sólo que ahora lograban im bricar “pureza de
costum bres” y“virtud sanadora” con argum entos más sólidos. En electo,
al lim itar la causalidad divina d irecta - e l don so b ren atu ral— al p rim e r
g ru p o de saludadores —el de los v erdaderos sa n to s-, desligaban la noción
de gracia gratis data de la figura del saludador. Si éste efectivam ente c u ­
raba, lo hacía p o r una co m p lex ió n p artic u la r de su naturaleza, no p o r el
regalo de un don so b ren atu ral. A hora resultaba posible ligar la pureza de
co stu m b res a la v irtu d sanadora de los taum aturgos pop u lares, p u esto que
va
J
no se trataba de una Ogracia Ogratis dada; Jv en consecuencia,’ la ausencia
de c o m p o rtam ie n to s y conductas ex te rio re s asociadas al e stereo tip o de
la santidad perso nal to rn a b a teo ló g icam en te plausible la asociación e n tre
el d em o n io y el saludador.
El objetivo de los inquisidores locales era el m ism o que el de los intentos
an terio res ensayados en España: la apropiación del com plejo del saludador;
sólo que ahora la form ulación alcanzaba una consistencia intelectual de que
carecían los esfuerzos previos. En efecto, con el tex to de Dos Saludadores el
Santo O ficio p o rtu g u é s lo g ró fabricar un saludador abstracto, un e ste re o ­
tip o estrech am e n te relacionado con los p arám etro s de santidad personal
y pureza de costu m b res p ro p u g n ad o s p o r la m oral trid e n tin a , de m anera
de to r n a r p ráctica m e n te inviable la encarnación real de la nueva ííg u ra .'5’
La estrategia tran sfo rm ab a al carism a de sanación en una tautología, pues
lo ligaba de m anera indisoluble a la v irtu d personal y a la d o ctrin a de la
Iglesia. La carga de la p ru e b a se había in vertido: no sólo los m ilagros no
eran ya p ru eb a de santidad, sino que ellos m ism os necesitaban pruebas
adicionales p ara ser aceptados com o ta le s.|3Í Por ello, lejos de considerar a
la totalidad de los saludadores com o agentes diabólicos, com o querían los
teó log os del siglo XVI, los inquisidores p o rtu g u eses los calificaron in tozo
co m o agentes divinos. Para ser considerado saludador, un c u ran d ero rural
debía en carnar en su persona la ascética pureza del santo c o n t r a r r e f o r m a d o
—co m o Fray A ndrés de la Rosa en la segunda m itad del siglo XVI.

::: R esulta sugestivo que esta m ism a ecuación e n tre dones sobrenaturales y virtud
p erso n al tam b ién sirviera para to rn a r inviable o tro com plejo m ítico que du ran te
siglos desalió ex ito sa m e n te a la religión oficial: el don taum atúrgico de los m onarcas
franceses; véase Jeílrey W. M e rrick , The Desacrali/ation oj the French Monarchy in ihe
Eighteenth Century, Baton R ouge, Louisiana State U niversity P ress, 1990, p. 20.
’' A n drew W. K eitt, lnventing the Sacred, pp. 180.181.

330
Fabián Alejandro Campagne

B uscando co n so lid ar esta e strate g ia de c o n tro l cen tralizad o de lo


sagrado, el Santo O ficio im puso una ultim a condición a ios taum aturgos
p opulares que aspiraran a pasar el exam en de los inquisidores; la gratuklnd
de los servicios p restados.T anto el origen divino de la co m plexión natural
de su saliva com o la v irtu d personal que se les exigía, dem andaban un
ejercicio d esinteresado del carism a sanador. Si la condición de santidad
p ersonal había vu elto poco plausible la existencia de los verdaderos salu ­
d adores, la gratuklad del m in isterio taum atú rg ico la to rn ab a v irtu alm en te
im p o sib le.134 El en cie rro del com plejo m ítico en los lím ites estrechos del
discurso o rto d o x o se había consum ado.

134 C om o sostien eT irn othy W alker, “indeed, hloly Office personnel seemed to have, hccn the
mosc agirated —everi unnerved- when they occasionally cncountcrcd saludadores who askcdJor
no specific sum in returnjor iheir services, asserüng that ir was unsccmíyjor a man o f God to
solicit remunerar ion” (T im oihy D. W alker, Doctors, Folk Medicine and the Inguisition, p.
67): “de h echo, el personal del Santo OFicio parece haberse sentido p articu larm en te
agitado —incluso ir r ita d o - cuando ocasionalm ente se encontraba con saludadores
q ue n o pedían dinero a cam bio de sus servicios, afirm ando que para un h om bre de
Dios resultaban im p rop io solicitar una rem u n era ció n ”; la traducción del inglés es
m ía).T am po co cobraba nada a sus clientes el cu ran d ero G eró n im o de Solané, más
conocido com o elT ata D ios, quien en 1872 provocó una m asacre de inm igrantes en
Tandil, en la provincia argentina de Buenos Aires; véase John Lynch, Massacre in the
Pampas, 1872, N o rm an , U niversity oi O klahom a Press, 1998 (cito p o r la edición en
castellano: Masacre en las pampas. La matanza de inmigrantes en Tandil, 1872, traducción
de M aría Teresa La Valle, Buenos A ires, E m ecé, 2001, p. 116). Es necesario aclarar,
sin em bargo, que los sanadores carism áticos que afirm aban no cobrar nada p o r los
servicios prestados con frecuencia participaban de los sistem as locales de re c ip ro ­
cidad equilibrada, lo que im plicaba que m uchas de sus tareas eran rem uneradas
en especie; véase Sabina M agliocco, “W itchcraft, H ealing and V ernacular M agic in
Italy”, en W illem de B lécourt y O w en Davies (eds.), Witchcraft Continued, p. 163;
O w en Davies, Popular Magic: Cunning-Jolh in English History, p. 86. Estas estrategias
de in tercam bio no m ercantilizadas que se practicaban en las com unidades rurales
p re-in du striales perm itían ínvísibilizar, a los ojos de los inquisidores, el carácter in ­
teresado de las curas practicadas p o r los cunning-men cam pesinos. Los estudiosos del
cham anism o siberiano d e te c ta ro n casos de especialistas locales que recibían p o r sus
servicios pagos en din ero o diezm os regulares, p ero tam bién hallaron practicantes
q ue debían co n ten tarse con la celebración de un festival en su h o n o r o con el respeto
y la g ratitu d de sus com unidades (R onald H u tto n , Shamans: Siberian Spirituality and
theWestern Imaginarían, p. 100).

331
t.sriKÍ¡os d e ca so. D e m o n o l o g í a c r i st ia n a v c u l t u r a f o lk l ó r ic a e n el m u n d o i b é r ic o

sacerd otes sim o n íaco s.1,0 El recu rso al d erech o de excepción p ropuesto
p o r Francisco de V itoria resultaba una vía m enos traum ática: se suspendía
la vigencia de la d o ctrin a sin negar ab iertam en te sus postulados.
Esta estrategia alcanzará un grado m ayúsculo de p erfección a finales
del siglo XVII, gracias a un nuevo reg lam en to sobre los saludadores fo r­
m ulado p o r la Inquisición p o rtu g u e sa.T a n to C iru elo com o V itoria habían
im pulsado con sus m aniobras la dem onización del adversario; para facilitar
la tarea de la discretio spirituum, anulaban uno de los tres um brales de p o ­
sibilidad p o ten cia lm e n te vigentes detrás de la figura del saludador: el ordo
sob ren atu ral. El objetivo explícito de am bos teólogos era la desaparición
de la creencia, la d e stru cció n del m ito. Fiem os visto, sin em bargo, que
algunos agentes vernáculos de la religión oficial ensayaron una estrategia
diferen te, buscando en c a rn a r en la perso n a de los sacerdotes consagrados
la figura del saludador. Al igual que C iru elo y V itoria, p reten d ían ligar así
la gracia gratis data a la santidad de la perso n a o del m in isterio oficiantes;
p ero a diferencia de aquellos, no perseguían la supresión de la creencia, no
p reten d ían su p rim ir su m em o ria: en to d o m en o s en el n o m b re, A ndrés de
la Rosa y los p árro co s de la N uza asum ieron los trazos del saludador.
El Santo O ficio lusitano avanzará con audacia en la m ism a dirección. En
1690, la Inquisición p o rtu g u esa aprobó un d o cu m en to titulado Dos Saluda­
dores. Se tra ta de un te x to ex tra o rd in ario , que lleva hasta sus m ism ísim os
lím ites el ensayo de apropiación clerical del com plejo del salu d ad o r.131 A
diferencia de Fray A ndrés y de los curas aragoneses, los inquisidores p o rtu ­
gueses asum irán incluso el n o m b re m ism o del adversario. D e hecho, el d o ­
cu m en to com ienza afirm ando que Dios es el único saludador verdadero. La
aplicación del té rm in o saludador a la divinidad m ism a llevaba la táctica de
(re)cap tu ra del E spíritu hasta niveles nunca antes alcanzados. La ingeniería
destinada a la apropiación plena del significante continuaba luego con una
m aniobra que superaba los in ten to s previos ensayados p o r los agentes del
catolicism o español. E xisten dos tipos de saludadores, según el p arecer de
los inquisidores p o rtu g u eses: quienes curan p o r v irtu d divina —los ángeles

i3° K athleen G. Cushing, Rejorrn and ihc Papacy in the Elcrcmh Cenrury: Spirituality and
social change, M anchester, M anchester lln iv ersitv Press, 2005, p 96.
131 Para !o que sigue m e baso en la descripción del do cu m en to realizada p o rT im othy
D .W alker, Doctors, Folk Medicine and the ¡nquisition:The Rcpression ojM agical Hcaling in
Portugal during rhe F.nlightmem, L eklen, Brill, 2005, p. 298.

328
Fabián Alejandro Cnmpaqnc

buenos, los santos y los servidores ile D io s - y quienes curan p o r v irtud


hum ana natural -a q u e llo s que m anipulan los elem entos naturales com o es
debido, y curan los ataques hum anos que se p ro du cen n atu ralm en te; p o r
fuera de estas dos vías de sanación, no existen otras lícitas a las que pueda
re c u rrirse : no existen otras form as posibles de saludadores. En un breve
párrafo los jueces del Santo O ficio p o rtu g u é s recu p eran sem ánticam ente
la figura del saludador, aplicándola sucesivam ente a la divinidad, a los
ángeles, a los santos y a los m édicos profesionales.
Llegado a este p u n to , el te x to in tro d u ce en el razo n am ien to a los salu­
dadores realm en te existentes. D e acu erd o con la clasificación p rece d en te
¿en qué gru p o debían ubicarse aquellos que afirm aban po seer desde el naci­
m ien to una especial virtud curativa c o n tra el m al de la rabia? C om parados
con la divinidad, los taum aturgos po pulares no podían ser saludadores sino
en sentido im pro p io , puesto que la v irtu d curativa que afirm aban p o seer
se originaba en una específica com p lex ió n del tem p e ram e n to n atural —en
este caso, residente en la saliva—que sólo D ios provee. La argum entación
era revolucionaria. Los inquisidores p o rtu g u eses se ubicaban aquí en las
antípodas de la estrategia de dem onización de los saludadores: la v irtu d
de los verdaderos sanadores era una com binación de los ó rd en es natural
y sobrenatural, o m ejo r aún, del p o ten ciam ien to del p rim e ro p o r obra
del segundo. P or consiguiente, ta n to los m éd ico s profesionales com o
los saludadores popu lares p e rten ecían al g ru p o de los agentes sanitarios
que curaban p o r vía n atural. La diferencia estribaba en que los p rim ero s
curaban gracias al co n ocim ien to ad q u irid o p o r m edio del razonam iento
conjetural y de la experiencia práctica, y los segundos afirm aban hacerlo
p o r m edio de una v irtu d innata.
Es aquí que Dos Saludadores invoca al dem onio. El E nem igo p u ed e cu rar
re c u rrien d o a am bos p ro ced im ien to s naturales: p o r m edio de la aplicación
activa de m edicinas, com o los profesionales diplom ados; o bien invistiendo
desde el nacim iento a d eterm in ad o s cu erp o s con las v irtu d es necesarias
de un saludador. Por ello, el Santo O ficio culm inaba reco m en d an d o a sus
jueces estudiar de m anera individual a cada uno de los saludadores de
nacim iento, para identificar aquellos que p o r su v irtu d perso n al pudieran
estar realm en te dotados con una co m p lex ió n natural ex trao rd in aria o to r­
gada p o r la divinidad. Los teólogos lusitanos recu p erab an aquí la noción

329
clave de la virtud p erso n al, sólo que ahora lograban im bricar “pureza de
costum bres” y “virtud sanadora” con argum entos más sólidos. En electo,
al lim itar la causalidad divina directa - e l don so bren atu ral— al p rim e r
g ru p o de saludadores —el de los verd ad ero s santos—, desligaban la noción
de gracia gratis data de la figura del saludador. Si éste efectivam ente c u ­
rab a, lo hacía p o r una com p lex ió n p articu la r de su naturaleza, no p o r el
regalo de un doji sob ren atu ral. A hora resultaba posible ligar la pureza de
co stu m b res a la v irtu d sanadora de los taum aturgos populares, pu esto que
ya no se trataba de una gracia gratis dada; y en consecuencia, la ausencia
de co m p o rtam ien to s y conductas ex terio res asociadas al este re o tip o de
la santidad personal to rn a b a teo ló g icam en te plausible la asociación en tre
el dem o n io v el saludador.
El objetivo de los inquisidores locales era el m ism o que el de los intentos
an terio res ensayados en España: la apropiación del com plejo del saludador;
sólo que ahora la form ulación alcanzaba una consistencia intelectual de que
carecían los esfuerzos previos. En efecto, con el tex to de Dos Saludadores el
Santo O ficio p o rtu g u é s lo g ró fabricar un saludador abstracto, un e ste re o ­
tip o estrech am en te relacionado con los p arám etro s de santidad personal
y pu reza de costu m bres p ro p u g n ad o s p o r la m oral trid e n tin a , de m anera
de to rn a r p rácticam en te inviable la encarnación real de la nueva fig u ra .Ii2
La estrategia transform aba al carism a de sanación en una tauto lo g ía, pues
lo ligaba de m anera indisoluble a la v irtu d personal y a la d o ctrin a de la
Iglesia. La carga de la p ru eb a se había invertido: no sólo los m ilagros no
eran ya p ru e b a de santidad, sino que ellos m ism os necesitaban pruebas
adicionales para ser aceptados com o ta le s.1” Por ello, lejos de considerar a
la to talid ad de los saludadores com o agentes diabólicos, com o querían los
teó log os del siglo XVI, los inquisidores p o rtu g ueses los calificaron in toto
co m o agentes divinos. Para ser considerado saludador, un c u ran d ero rural
debía en carnar en su perso n a la ascética pureza del santo co n trarrefo rm ad o
—com o Fray A ndrés de la Rosa en la segunda m itad del siglo XVI.

,S2 R esulta sugestivo que esta m ism a ecuación en tre dones so brenaturales y virtu d
p erso n al tam bién sirviera para to rn a r inviable o tro com plejo m ítico que durante
siglos desafió ex ito sam en te a la religión oficial: el don taum atúrgico de los m onarcas
franceses; véase JeffrevW . M erriclc, The Dcsacralization o f the French Alonarchy in che
Eighteenth Century, B aten R ouge, Louisiana State U niversity Press, 1990, p. 20.
BJ A ndrew W. K eitt, Inrcnting the Sacrcd, pp. 180.1 81.

33°
Fabián Alejandro Campaqiic

B uscando co n so lid ar esta estrate g ia de c o n tro l cen tralizad o de lo


sagrado, el Santo Q íicio im puso una últim a condición a los taum aturgos
populares que aspiraran a pasar el exam en de los inquisidores: la gratuidad
de los servicios p restados.T anto el origen divino de la com plexión natural
de su saliva com o la v irtu d personal que se les exigía, dem andaban un
ejercicio desinteresado del carism a sanador. Si la condición de santidad
personal había vuelto poco plausible la existencia de los verdaderos salu­
dadores, la gratuidad del m in isterio taum atú rg ico la tornaba v irtu a h n e n te
im posible.134 El en cie rro del com plejo m ítico en los lím ites estrechos del
discurso o rto d o x o se había consum ado.

134 C om o sostien eT im o thy W alker, “indeed, Floly Office personnel seemed to have been che
mosr agirated —even unnerved- when they occasionally encountered saludadores who askcd for
no specific sum in rciurn Jor iheir services, asserting that it was vnscenilyjor a man o f God to
solide remunerarían” (T im othv D. W alker, Doctors, Folk Medicine and the lnquisition} p.
67): “de h echo, el personal del Santo O ficio parece haberse sentido p articu larm en te
agitado —incluso irritad o — cuando ocasionalm ente se encontraba con saludadores
que no pedían d in ero a cam bio de sus servicios, afirm ando que para un hom bre de
Dios resultaban im pro pio solicitar una rem u n eració n ”; la traducción del inglés es
m ía). Tam poco cobraba nada a sus clientes el cu randero G erónim o de Solané, más
conocido com o elTata D ios, quien en 1S72 provocó una m asacre de inm igrantes en
Tandil, en la provincia argentina de Buenos Aires; véase John Lynch, Afassacre in the
Pampas, 1872, N o rm an , U niversity o f O klahom a Press, 1998 (cito p o r la edición en
castellano: Alasacre en las pampas. La matanza de inmigrantes en Tandil, 1872, traducción
de M aría Teresa La Valle, Buenos Aires, E m ecé, 2001, p. 116). Es necesario aclarar,
sin em bargo, que los sanadores carism áticos que afirm aban no cobrar nada p o r los
servicios prestados con frecuencia participaban de los sistem as locales de re c ip ro ­
cidad equilibrada, lo que im plicaba que m uchas de sus tareas eran rem uneradas
en especie; véase Sabina M agliocco, “W itchcraft, H ealing and Vernacular M agic in
Italy”, en W illem de B lécourt y O w en Davies (eds.), Wicchcraft Continued, p. 163;
O w en Davies, Popular Magic: Cunníng fo lk in English History, p. 86. Estas estrategias
de in tercam bio no m ercantilizadas que se practicaban en las com unidades rurales
pre-in d u striales p erm itían invisibilizar, a los ojos de los inquisidores, el carácter in­
teresad o de las curas practicadas p o r los cunning-men cam pesinos. Los estudiosos del
cham anism o siberiano d etectaro n casos de especialistas locales que recibían p o r sus
servicios paaos en d inero o diezm os regulares, p ero tam bién hallaron practicantes
que debían co n ten tarse con la celebración de un festival en su h o n o r o con el respeto
y la g ratitu d de sus com unidades (Ronald H u tto n , Shamans: Siberian Spirituality and
thelVestern Imagination, p. 100).

331
4. A modo de balance
Tras un ard u o esfuerzo, los teólogos y los inc|u¡$klores lograron fi­
nalm en te c a p tu ra r al significante, n e u tra liz a r en térm in o s discursivos
una exitosa m aterialización de lo so b ren atu ral cristiano, que a despecho
de su aparente sim pleza había ofrecido m ayor resistencia que la herejía
espiritualista o que la invasión m ística; que incluso había osado desafiar
en su p ro p io te rre n o al significante m aterial excluyem e, a la única neo-
encarnación o rto d o x a: la eucaristía.
¿Tuvo eficacia p ráctica este te rc e r ensayo de apropiación im pulsado
p o r la alta cu ltu ra teologal peninsular? Algunos indicios revelan que en
coyunturas represivas específicas la nueva estrategia resultaba funcional.
En 1761, el cabildo de Santiago del E stero inició un proceso p o r h ech i­
cería co n tra el zam bo M arcos A zuela, reco n o cid o cu ran d ero , adivino v
co n trab ru jo d elT u cu m án c o lo n ial.Ii> En su alegato, el abogado defensor
pretendió desincrim inar al acusado, asimilando el oficio de Azuela a la gracia
de nacim iento que la creencia atribuía a! sujeto m ítico del saludador. En su
co n tu n d e n te resp u esta, el p ro c u ra d o r fiscal desestim ó los arg u m en to s de
su colega, siguiendo una línea de razo n am ien to ex trem ad am en te sim ilar a
la desarrollada p o r los inquisidores p o rtu g u eses en Dos Saludadores:
q u erien d o este [el abogado defensor] co m p arar a los hechr/.eros diabólicos
con los sa lu d ad o res, q u a n d o estos son p o r especial gracia qe la divina
o m n ip o ten cia les a co n ferid o para los venenosos anim ales qe c o n tra m i­
nan su artificioso v e n e n o a lo s-cu erp o s hum an o s ( . . . ) , y esto com o es
q u e p a ra ello son a p ro b ad o s p o r el Santo oficio de la ynquisicion y con
su resp ec tiv a lizencia pasada esta p o r los cavilóos d e las jurisdicciones
o rd in arias d o n d e tran sitan se le s p e r m íte , y andan con un divino señ o r
cruzificado q u e tra e n colgado a f cuello y con esse y aquellas Palabras
q u e d izen ( . . . ) so plan ( . . . ) , p e r o és advertencia que esta gracia la tienen
aqu ello s q u e nazen en D ías qe D iés p o r su alto fin dirigió para q u ita r el
v en en o d e anim ales p o n z o ñ o s o s.1,6

155 ju d ith F arb erm an , Las salamanca': de Loíenza. Magia, hechicería y curanderismo en el
Tuaimán colonial, Buenos A ires, Siglo XXI, 200'S, pp. 19S y ss.
'* Archivo General de. la Provincia de SahtiagQ iel t t r T ribunales, leg. 1 3, exp. 1052
(1 7 6 1 ), fol. 188-189 (foliación privada). A ai^d /c o a mi colega ju d ith Farberm an
su generosidad para c o m p a rtir conm igo este d o cu m en to inédito.

332
habían Alejandro Campacjnc

N o sólo son saludadores verdaderos los hom bres piadosos aprobados


p o r la Inquisición. El fiscal tam bién cuestiona la caracterización de los sa­
ludadores com o “ho m b res cam pestres y de poca enseñanza” realizada p o r
el abogado defensor, con el arg u m en to de que los verdaderos saludadores
no cobran p o r sus servicios, sino que tan sólo reciben “aquello que b u e n a­
m en te [se] les da [com o] lim osna en n o m b re de D ios”. Si los saludadores
españoles fueran todos rústicos e iletrados, com o q uiere el d efensor de
Azuela, se verían obligados a v en d er sus curaciones para subsistir, pero
“en aquellos revnos [no se p erm ite] g en te ociosa buscar con gracia para
m an ten erse en este m odo de saludadores”. ,3/
Pero a pesar de éxitos coyunturales, com o los o btenidos p o r la ju s­
ticia civil en el Tucum án colonial, to d o indica que el ensayo de captura
im pulsado p o r los inquisidores llegó dem asiado tarde. Lo d em u estra, de
hecho, la persistencia del m ito del saludador en el cam po ibérico d u ran te
los siglos XIX y X X .I3S De los tres in ten to s de captura del com plejo del
saludador analizados, es probable que en el largo plazo el m ayor éxito
co rresp o n d iera al más antiguo, a la apropiación del sujeto m ítico ensayada
p o r los cunning-men y los curanderos rurales. El segundo intento de captura,
im pulsado p o r los agentes locales de la religión oficial, q uedó reducido
a un n ú m ero insignificante de ex p erim e n to s locales. En cuanto al te rc e r
ensayo, defendido p o r los inquisidores ibéricos, no pasó de ser un b rillante
y sutil ejercicio de agudeza intelectual,
A pesar de los denodados esfuerzos de la religión oficial, la nostalgia p o r
la encarnación perdid a, p o r la deidad m aterializada, p o r el ho m b re-d io s,
volvía im probable la in te rru p c ió n de la búsqueda, el fin de los in ten to s de
captu ra de los significantes m ateriales que hicieran p resen te a la divinidad
ausente, al dios desencarnado, al dios m etafísico, al dios de P entecostés, -
com o aconsejaba, com o exigía, la institución que reclam aba para sí la
captu ra definitiva del E spíritu divino.

m Ibid., fol. 189.


l3sVéase Eugenio Olavarría y D u a rte ,“Supersticiones españolas de m edicina p o p u lar”,
en G eorge W illiam Black, Medicina popular, B arcelona, Alta Fulla, 1982, pp. 330-33;
E nrique P erdiguero, “Magical H caling in Spain (1875 -1 9 3 6 ): M edical Phiralism and
the Search for H egem ony”, en W illem de B lécourt y O w en Davies (eds.), Witchcraft
Continued, pp. 1 37-1 38; Joan Am ades, Folklore de Catalunya, B arcelona, Selecta, 1969,
to m o III, pp. 944 -949 ; Joan G uillam et, Bruixeria a Catalunya, Barcelona, E dicions La
Paraula Viva, 1983, pp. 29-32.

333
Bibliografía

1. La c a z a d e b r u j a s e n la E u r o p a m o d e r n a

A n k a rlo o , B engt. “S w eden: th e Mass B urnings ( 1 6 6 8 -7 6 )”, in B engt A nk arlo o


and G ustav H en n in g sen (e d s.), o p x . i t pp. 2 8 3 -3 1 7 .
-----------------. “M agies escandinaves e t s o rc ic rs du N o r d ”, en R o b e rt M u c h em b led
(e d .), o p .á t. , pp. 1 9 5 -2 1 4 .
A n k a rlo o , B engt and G ustav H en n in g sen (e d s.). Early Modern EuropeanWitchcraft:
Centres and Peripheries, O x fo rd , C la re n d o n P ress, 1993 (1 9 9 0 ).
A n k arlo o , B engt and S tu a rt C lark (e d s.). Aihlone History oJ'WuchcraJt and AJagic in
Europe, Filadelfia, U n iv ersity oí Penssylvania P ress, 1 9 9 9 -2 0 0 2 , 6 vols.
A pp s, L aura and A n d re w Gow. Male f Vitches in Early Modern Europe, M a n ch ester,
M a n c h e ste r U n iv ersity P ress, 2 0 0 3 .
Bailey, M ichel D avid. B aniing Dcmons: Witchcrajt, Heresy and Kcform in ihe Late
MlddJeAges, F ilad elfia,T h e P ennsylvania S tate U n iv ersity P ress, 2 0 0 3 .
---------- -------. Histórica¡ Dicrionary of Witchcraft, L anhani, S carecro w P re ss, 2 0 0 3 .
-----------------_ Afagic and Supcrstition in Europe:A Concice History from A ntiquity l o the
Present, P ly m o u th , R o w m an & L ittleflied , 2 0 0 7 .
-----------------. “T h e A ge o f M agicians: P erio d iz atio n in the H isto ry o f E u ro p ean
M agic”, Afagic, Ritual, andlVitchcrafí, 3:3 (2 0 0 8 ), pp. 1-28.
Bailey, M ichael D. an d E dw ard P eters. “A Sabbat o f D e m o n o lo g ists: Basel, 1431 -
14 4 0 ” , The H istorian, 6 5 :6 (2 0 0 3 ), pp. 1 375-1 395.
B an erjee, P o m p a. Burning Women: !Vnlou-;, Witches, and Early Alodern European
Travclcrs in India, N ueva Y o rk , Palgrave M acm illan, 2 0 0 3 .
B aschw itz, K u rt. Hexen un Hc.xenprozesse:Die Gcschichtc cines Ma^emvahns undseincr
Bekampfung, M u n ich , R ü tte n und L oening, 1963.
B avoux, Francis. La Sorcellerie au pays de (hiingcy, B esancon, S ervir, 1947.
— — . Hantises et diahleries dans la ierre ahhanale de Luxcuil, M o n a co , R ocher,
19S6.
B eck er,T h o m as P. “F erdin an d o f C o logne (W itteLsbach, 1 5 7 7 -1 6 5 0 )” , en R ichard
M . G o ld e n (e d .), op.cit., vol. II, pp. 3 6 2 -3 6 3 .
B eh rin g er, W olfgang. Hexcnverjolgung in Bayern: Volksmagie, Críauhcnseijer und Sta-
atsrdson in der Friihen hleuzeit, M u n ic h , R . O ld e n b o u rg V erlag, 1987 (ed ició n

335
y m x ! ¡1 S P A N IC A

en ingles: ! l'iichcnifi Pcrsecuuons in Rayaría: Popular Magic, Rcligious Z calotrj and


Reason oj State in Early Modern Europa, tra n sla le d by J. C. G ray son and David
L ed ere r, C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv ersity P ress, 1997).
-----------------_“A llem ag n e, ‘m e re d e ta n t d e so rcicres* . Au c o e u r des p e rsé c iu io n s”,
en R o b e rt M u c h e m b le d ( e d .) , Magic et sorcdlerie en Europe du Mojen Age a nous
jours, P arís, A rm a n d C o lín , 1 9 9 4 , pp. 5 9 -9 8 .
----------- _ _ _ “C lim atic C h an g e and W itc h -H u n rm g : T h e Im p act o f th e L ittle íce
A ge o n M e n ta litie s” , Climatic Change, 4 3 :2 (1 9 9 9 ), pp. 3 3 5 -3 5 1 .
-----------------. IVitches andW itch-H unts: A Global History, C a m b rid g e , P olitv P ress,
2004.
B o n o m o , G iu se p p e . Caccia alie strcghe: la credcnza nelle strcghe dal secolo XIII al X IX ,
con particolare rjerim ento a ll’Italia, P a le rm o , P alu m b o , 1959.
B o rst, A m o . Barbaren, Ketzer und Arristen.WcIrcn des Minelalters, M ü n c h e n , R. Piper,
1988 (e d ic ió n en inglés: AíedievallVorlds: Barbarians, Hcrctics, and Anises in the
Middle Ages, tra n sla te d by E ric H a n se n , C hicago, T h e U n iv ersitv o f Chicago
P re ss, 1996).
B ostridge, ían. Wirchcrajl and hsTransformarions, c. 1650-c. / 7 5 0 , O x fo rd , C laren d o n
P re ss, 1997.
B o u d e t, Je a n -P a tric e . Entre Science et nigromance. Astrologie, divination et magie
dans VOccidente medieval (XHe-XVe siecle), P aris, P ublications de la S o rb o n n e ,
2006.
B o u reau , A lain. Sotan hérétique. Hisioire de la dcmonologic (1 2 8 0 -13 3 0 ), P aris, O d ile
Jacob, 2 0 0 4 .
Boyer, Paul and S tephen N issenhaxim . Salem Possessed.-The Social origings oJÍVitchcraft,
C a m b rid g e , H a rv a rd U n iv e rsitv P re ss, 1974.
Breslaw, E laine (e d .). IVitches o f the AtlanticlVorId:An Histórica! Reader and Primary
Sourcebook, N ueva Y ork, N e w Y ork U n iv e rsity P ress, 2 002.
B riggs, R o b in . IVitches and Neighbors.The Social and Cultural Contexi o f European
Witchcrajt, N ueva Y ork, V iking, 1996.
-----------------_ ThelVitches o j Lorraine, N e w Y ork, O x fo rd U n iv ersity P ress, 2 0 0 7 .
B ro e d e l, H ans P eter. The M alleus M aleficamm and the Construction c f Witchcrajt:
Thcologj' and Popular Belief, M a n c h e ste r, M a n c h e ste r U n iv ersity P ress, 2 0 0 4 .
B ru lé, A n d ré . Sorcellerie et emprise démoniaque á M etz et au Pajs mesiin, XlIe-XVIIle
siecle, P arís, L’H a rm a tta n , 2 0 0 6 .
B urns, W illiam E. Witch H unts in Europe and America: An Encjclopedia, W e s tp o rt,
G re e n w o o d P re ss, 2 0 0 3 .
Burr, G e o rg e L incoln. “T h e Fate oí D ie tric h F lade”, Papers ojthe American Historical
Association, 5 (1 8 9 1 ), p p. 1 8 9 -2 4 3 .
-----------------_ Narratives o j theW itchcrajt Cases, 1648-1 706, N ueva York, S c rib n e r’s,
1914.
C a ñ iz ares-E sg u erra, jo rg e . Puritan Conquistador: Iberianizing the Atlantic, 1S50-
1 7 0 0 , S ta n fo rd , S tn n fo rd U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 6 (e d ició n en c a stellan o :
Católicos y puritanos en la colonización de América, tra d u c c ió n d e Pablo Sánchez
L eón, M a d rid , M arcial P ons, 2 0 0 8 ).

336
habían Alejandro ( ampaqnc

C d id in i, F ranco. Magia, stragonería, supersfizioni ncil Occidente m edíanle, F lorencia,


La N uova Italia, 1979 (ed ició n en castellan o : Magia, brujería y superstición
en el Occidente medieval, tra d u c c ió n de A n to n io P ro m e te o M oya, B arcelona,
P enín su la, 1 98 2 ).
C ho ífat, P ierre-H an . La Sorcellerie comme evuwire.Temions et conflits locaux: Dominar [in
15 2 4 - 15 2 8 , Lausana, L lniversité de L ausanne, 1989.
C lark , S tu a rt. Thinking 11iih DemonsiThe Idea oj ¡Yitchcraft in Early Modern Europe,
O x fo rd , C la re n d o n P ress, 1997.
C o h n , N o rm a n . Europe’s Inner Demons:An Inquiry Inspíred bv the GreatW itch-blunt,
L o n d o n , C h a tto and W in d u s, 1975 (edición en castellano: Losdemoniosfamilia-
res de Europa, tra d u c c ió n d e O scar C o rté s C o n d e , M a d rid , A lianza, 19 8 0 ).
D avies, O w e n . Witchcraf, Magic, and Culture, 1 7 3 6 -1 9 5 1 , M a n ch ester, M a n ch ester
U n iv ersity P re ss, 1999.
---------------- _Murder, Magic, Madness:TheYictorian Triáis ofD ove and theW izard, L o n ­
d re s, L o n g m an , 2 0 0 5 .
D avies, O w e n a n d W illc m d e B lé c o u rt. Beyond fhe 1Viich Tria h:l Vitchcraft and Magic
in Enlightenment Europe, M a n ch ester, M a n c h e ste r L lniversity P ress, 2 0 0 4 .
d e C e rte a u , M ich el. La possession de Laudan, París, Ju llia rd , 1970.
D eck e r, R ainer. Die Pdpste und die Hexen: aus den geheimen Akten der Inquisition,
D a rm sta d t, P rim u s Verlag, 2 0 0 3 (edición en inglés: Witchcraft and the Papacy.
An Account Drawing on the Formerly Secret Records o f the Román Inquisition, tra n s­
lated by H . C . E rik M id e lfo rt, C h a rlo tte sv ille , L lniversity o fV irg in ia P ress,
2 0 0 8 ).
D elc a m b re , E tien n e . Le concept de la sorcellerie dans le duché de Lorraine aux 16e et
1 7e siécle, 3 vv., N ancy, S ociété d ’A rch éo lo g ie L o rra in e -M u s é e H isto riq u e
L o rra in e , 1 9 4 8 -1 9 5 1 .
d el C o l, A n d rea. LTnquisizione in Italia. Dal X ll al X X ! secolo, M ilán, O scar M on-
d a d o ri, 2 0 0 6 .
d el R ío, M a rtín . Investigations into magic, e d ite d by P. G. M a x w e ll-S tu a rt, M a n ­
ch ester, M a n c h e ste r U n iv ersity P ress, 2 0 0 0 .
D e m o s, Jo h n P u tn a m . Entertaining SatanAVirchcrafr and The Culture o f Early New
England, N uev a York, O x fo rd U n iv ersity P ress, 1982.
D illin ^er, Jo h a n n es. “E le c to ra te o f T r ie r ”, in R ichard M . G o ld e n (e d .), op.cit.,
v ol. IV, pp. 1 1 3 5 -1 1 3 6 .
—— — . £'P e te r Binsfeld ( 1 5 4 6 -1 5 9 8 )’1, in Ibid., vol. I, pp. 1 2 2 -1 2 4 .
D i S im plicio, O scar, Autunno della stregoneria. Maleficio e magia nclTItalia moderna,
B olonia, II M u lin o , 2 0 0 5 .
D u r ra n t, jo n a th a n . Witchcraft, Gender and Society in Early Modern Germany, Brill,
L eid en, 2 0 07 .
E rik M id e lfo rt, H . C. Witch Hunting in Southxvestern Germany, 15 6 2 - 1 6S4:The Social
and Inteüectual Foundations, S tan fo rd , S tanford U n iv ersity P re ss, 1972.
F erb er, Sarah. Demonio Possession and Exorcism in Early Modern Trance, L o n d res,
R o u tle d g e , 2 0 0 4 .

337
G askill, M .ilcolm . “W itc h c ra lt ¡n E arly M o d e rn K cnt: S te re o tv p c s and the Back ■
g ro u n d to A ceu sal¡o n s” , in Jo n ath an B arry, M a rian n e H e s le r and G arclh
R o b e rts (ed s), op.cít., pp. 2 5 7 -8 7 .
-----------------. Hellish N elhL ast o f Bricain’sIVicches, L o n d res, F o u rth S tate, 2 002.
---------------- I Vitchfndcrs:A Serentcenth-Ccntury EnglishTragedy, C am b rid g e, H arvard
LIniversity P ress, 2 0 0 5 .
G eis, G ilb e rt and Ivan B unn. .1 Erial oflVitches:A Seventeenih-ceniury¡¡'¡tchcraft Pro-
secution, L o n d res, R o u tle d g e , 1997.
G ib so n , M a rió n . ReadmgWit chcrajt: Stories o f Early English¡Vitches, L ondres, R o u t­
led g e, 1999.
---------------- . ( e d .). ÍVitchcraft and Society in Engiand and Amcricn, 1 3SO-Í 750, Itliaca,
C o rn e ll L Iniversity P ress, 2 0 0 3 .
G o ld e n , R ich ard M . (e d .). Enciclopedia o f IVirchcraft. The ¡Yestcrn Tradition, Santa
B arb ara, A B C -C lio , 2 0 0 6 , 4 vols.
H an sen , Jo sep h . Zauherwahn, Inquisition, und Elexenprozcssen im M ittclaher und die
Entstchung der Grosicn Hcxcnvcrfolgunt¡, M u n ic h , R . O k le n b o n rg , 1900.
-----------------. Zauherwahn, inquirirían, und HexcrtprozcKcn im Mírtclaher und die Ents-
te ’n ung der Grossen Hcxcnrcrfolgung, M u n ic h , R . O ld e n b o n rg , 1900.
H erzig ,T am ar. “W itc h e s, Saints, and H crctics: H e in ric h K ra m e r’sT ies u 'ith italian
W o n ie n M y stics”, laqic, Rinial, andiVitchcraft, 1:1 (2 0 0 6 ), pp. 2 4 -5 5 .
Mili, F ra n c é s .. i Deliision oj Saran.lhe Full Star y q f the SalemlVirch Triáis, C a m b rid g e,
Da C a p o P re ss, 2 0 0 2 (1 9 9 5 ).
-----------------. ( e d .). The Salem IVitch Triáis Reader, C a m b rid g e , Da C apo P ress,
2000 .
H o u d a rd , S opbie. íe s scicnces du diahle. Qiiatre discours sur la sorcellcríe, París, C e rí,
1992.
H u lts, Linda C. ThcíVitch as M use:Art, Gcndcr, and Poner in Early Modern Europe,
Filadelfia, L Iniversity o f P ennsylvania P re ss, 2 0 0 5 .
K am en , H en ry . “Spain”, in R ic h a rd M . G o ld e n (e d .), op.cít., vol. iV, p. 1069-
1070.
Klaniczav, G ábor. “B ü c h ers ta rd ifs e n E u ro p e c e n tra le e t o rie n ta le ”, en R o b e rt
M u c h e m b le d ( e d .), op.cít., p p . 2 1 5 -2 3 1 .
K ittre d g e , G e o rg e Lym an. I Vitchcrajt in Oíd and New Engiand, C a m b rid g e, H arvard
LIniversity P re ss, 1929.
K o rro d i-A e b li, E lisab eth . “Arm a G ókli (1 7 3 4 -1 7 8 2 )”, in R ich a rd M . G o ld en
(e d .), op.cit., vol. 11, p p . 4 5 0 -4 5 1 .
K o rs, Alan C h a rles and Ecbvard P e te rs (e d s.). Wítchcraft in Europe, 4 0 0 -1 7 0 0 : A
Documcntary History, Filadelfia, U n iv ersity o f Pennsylvania Press, 2001 (2nd
e d .).
K riim er, F iein rich . Der Hexenhammcr: Mallcus .U alficarum Kommentierte Neuiíher-
sctzung, e d ite d an d tra n sla te d by W olfgang B ehringer, G ü n te r Je ro u sc h e k and
W e rn e rT s c h a c h e r; in tro d u c tio n by W olfgang B e h rin g e r and G ü n te r J e ro u s­
ch ek , M u n ic h , D e u tsc h e rT a sc h e n b u c h , 2 0 0 0 .

338
F a b iá n A l e j a n d r o C a m p a g n e

---------------- Malleus Maleficarum, e d ite d and tran slated by C h risto p h e r S. Mackay,


C a m b rid g e , C a m b rid g e U niversity P ress, 2 0 0 6 , vol. í; Latín T ext, vol. II:
English T ranslatio n.
L arn er, C h ristin a. Enemics o f God:ThcW iich-hunt in Scotland, B a ltim o re ,T h e John
H o pk ins U n iv ersity P ress, 1981.
Lea, H e n ry C h arles. MateriaísTon-ard a History o f Vitchcraft 3 vv., ed. by A rth u r C.
H o w lan d , H lad elfia, lln iv e rs ity o fP c n n sy lv n n ia P ress, 1939.
L E strang e E w en, C ecil. Witch H unting and Witch Triáis., L o n d res, K egan Paul,
1 r e n d í a n d T ru b n e r, 1929.
-----------------_ | liichcrcift and Dcmonianism:A Concise Account D erivedjrom Sworn De­
posición* and Confcssions Obtained in che Courts o f England and ¡Vales, L o ndres,
H eath C ra n to n L im ite d , 1933.
L evack, B rian. 1 he Witch Flunt in Early Modern Europe, L o n d res, L ongm an, I9 S 7
(tra d u c c ió n castellana d e la segunda ed ició n en inglés; La caza de brujas en la
Europa Moderna, Jo sé Luis Gil A ristu , M a d rid , A lianza, 1995).
---------------- _ (e d .). Arricies on ¡Vitchcraft, Magic and Demonology: a Twelve Volume An-
thology oj Scholariy A nieles, N ueva Y ork, G arlan d P u b ., 1992, 12 vols.
—-——------- “ I he D e c lin e an d E nd o fW itc h c ra fy P ro s e c u tio n s”, in B engt A nkar-
loo and S tu a rt C la rk (e d s.), Witchcraft and Magic in Europe:The Eighteenrh and
Nineteenth Centuries, F íladelfia, U n iv ersity oF P ennsylvania P ress, 1999, pp.
1-93.
— --------- . (e d .). Neiv Perspectives on Witchcraft, Magic and D e m o n o lo g jL o n d res,
R o u tle d g e , 2 0 0 1 , 6 vols.
—----------. (e d .). TheWitchcraft Sourcehook, L o n d res, R o u tle d g e , 2 0 04.
—----------- . W itch-Hunting in Scodand: Law, Politics and Religión, L o n d res, R o u t­
led g e, 2 0 0 8 .
M acfarlan e, A lan. Witchcraft in Tudor and Stuart England:A Regional and Comparativo
Study, R o u tle d g e , L o n d re s, 1970.
M a^g i, A rm a n d o . Satan’s Rhetoric.:A Study ofRenaissance Demonologj', C h ica g o ,T h e
C hicago U n iv ersity P re ss, 2 0 0 1 .
M aíer, Eva. Trente ans avec le diable. Une nouvelle chasse aux sorciers sur la Riviera
lémanique (1477-1-184), L ausana, U n iv e rsité de L ausanne, 1996.
iV lam m oü, D o m e n ic o . Processo alia strega Matteuccia di Francesco. 2 0 marzo 1 4 28,
R e sT u d e rtin a e 8 ,T o d i, 1969.
M a n d ro u , R o b e rt. Afagistrats et sorciers en France au X Vlle siécle. Une analyse de
psychologie historique, P arís, P lo n , 1968.
M a x w e ll-S tu a rt, G. The Occuh in Early Modern Europe:A Documemary History, Ba~
sin g sto k e, H am p sh ire , P algrave M a cm illan , 1999.
-------- -------- _J n Abundance ojWitches:The Great Scottish W itch-H unt, S tro u d , Tem pus,
2005.
M e rcier, F ran ck . LaVauderie d ‘Arras. Una chasse aux sorciéres a VAutomnc du Moyen
Aqe, R e n n e s, P resses U n iv ersitaires de R e n n es, 2 0 0 6 .
M o d e stin , G eorg. Le diablo chcz Tévéquc. Chasse aux sorciers dans le diocése de 1 ausanne
(vers 1 46 0), L ausana, U n iv e rsité d e L ausanne, 1999.

339
Strix Hispanica

M o n te r, W illiam . Witchcraft in Franca nntl Switzerland: The Rordcrlands during the


Kcfprmation, Ith aca, C o rn e ll U n iv ersity P re ss, 1976.
-----------------. “Toacls and E u ch arists: fin ' M a le W itc h e s ol N o rm an d y , 1564--1 6 6 0 ” ,
French Fíistorical Studies, 2 0 :4 , 1997, pp. 5 6 3 -5 9 6 .
M o ra , G e o rg e (e d .). Witches, Devils and Doctors ín the Renaissance. Johann II’eyer.
De Praestigiis Daemonum, tra n sla te d by John Shea, B in g h am to n , M edieval and
R e n aissan ceT e x ts an d S tu d ies, 1991.
M e rm a n d o , F ran co . The Preacher’s Demons: Bernardina o f Siena and the Social Un-
derworld o j Early Renaissance h a ly, C h ic a g o ,T h e U n iv ersity o f C hicago P ress,
1999.
M u c h e m b le d , R o b e r t .“S o rc iércs du C a m b résis. L’a c c u ltu ra tio n du m o n d e ru ra l
aux X V Ie e t X V IIe siécles” , en A A.VV., Trophctcs et sorciers dans ¡es Pays-Bas.
X V k-X Y U Ie siecle, P arís, H a c h e tte , 1 9 7 8 , p p . 1 5 5 -2 6 1 .
-----------------¿es derniers buchers. Un village de Flandre et ses sorciércs s' o i i y Loutx X IV
P arís, Ram say, 1981.
-----------------_ ( e d .). Magic et sorcellerie en Europe du Moycn Age a nous jours, París,
A rm a n d C o lin , 1994.
-----------------_“T e rre s de c o n tra ste s. F ra n ce, Pays-Bas, P ro v in c e s-lln ie s”, in lbid.
pp . 9 9 -1 3 2 .
-----------------Une histoire du diable, XHe-XXe siecle, París, S euil, 2 0 0 0 (ed ició n en
castellan o : Historia del Diablo. Siglos XI1-XX , tra d u c c ió n de F ed erico Villegas,
M éx ico , F C E , 2 0 0 2 ).
-----------------_ Diable!, P arís, S euil, 2 0 0 2 .
N id e r, Je an . Des sorciers et leurs tromperies (ha Fourmiliére, livre V), te x te établi e t
tra d u it p a r Jean C é a rd , in tro d u c tio n p a r S ophie H o u d a rd e t N ico le Jacques-
L efévre, G re n o b le , Jé ró m e M illó n , 2 0 0 5 .
N o r to n , M ary B eth. In the D evil’s Snare:The SalemWitchcraJt Crisis o f 1 6 9 2 , N ueva
Y o rk ,V in tag e B ooks, 2 0 0 2 .
N o testein ,W allace. I History oJiVitchcraft in Englandjrom 15 5 S to 17 1S ,W ashington,
A m e ric a n H isto rial A sso ciatio n , 1911.
O ld rid g e , D a rre n (e d .). TheWitchcraft Reader, L o n d re s, R o u tle d o e , 2 0 0 1 .
O s to r e r o , M a rtin e . “FolStrer avec les demons’’. Sabbat et chasse aux sorciers á Vevey
(1 4 4 8 ), L ausana, L lniversité d e L ausanne, 1 995.
O s to re ro , M a rtin e , A g o stin o Paravicini Bagliani e t K ath rin U tz T re m p (e d s.).
L’imaginaire du sabbat. Edition critique des textes les plus anciens (1 4 3 0 c. — 1440
c.j, Lausana, U n iv e rsité de L ausanne, 1999.
O s to re ro , M a rtin e , K a th rin U tz T re m p e t G e o rg M o d e stin (e d s.). ¡nquisition
et sorcellerie en Suisse remande. Le registre-Ac 2 9 des Archives cantonales vaudoises
(1 4 3 8 -1 5 2 8 ), L ausana, U n iv e rsité d e L ausanne, 2 0 0 7 .
Paravy, P ie rre tte . De la Chrétienté romaine a la Reforme en Dauphiné. Eveques,J\deles
et déviants (vers 1 3 4 0 — vers 153 0 ), R o m a , É cole francaise de R o m e , 1993, 2
vols.
P elizaeus, L udw ig. “E le c to ra te o f M ainz” , in R ic h a rd M . G o ld e n (e d .), op.cit.,
vol. 111, p p. 7 0 8 -7 1 0 .

340
Fabián . llc ja n J io C a m p a q n e

P e te rs , E dw n rd. The Magician, the Witch and ihe La ir, F iladellia, U n iv ersity o f
P ennsylvania P ress, 1978.
P fister, I au re n c e . Vcnfet sur ierre. Sorcellerie a Dommartin (1 4 9 8 ), L ausana, U n i­
v e rsité cié L ausanne, 1997.
Puyol Buil, C arlos. Inquisición y política en el reinado de Felipe IV. Los procesos de
Jerónimo de Villanueva y las monjas de San Plácido, i 6 2 8 - 16 6 0 , M a d rid , C onsejo
S u p e rio r d e Inv estigaciones C ien tífica, 1993.
Q u aife, G. R. Godly Zeal and Furious Rage:The\Vitch in Early Modern Europe, B ecken-
h a m , C ro o m H e lm , 1987 (ed ició n en castellan o : Magia y maleficio. Las brujasy
el fanatismo religioso, tra d u c c ió n de Jo rd i B e ltrán , B arcelona, C rítica, 1989).
Rapley, R o b e rt. Witch Hunts: From Salem to Guantanamo Boy, M o n tre a l, M cG ilb
Q u e e n ’s U n iv ersity P ress, 2 0 0 7 .
R id er, C a th e rin e . Magic and Impotcnce in the Middle Ages, O x fo rd , O x fo rd U n i­
v ersity P ress, 2 00 6.
R o ach , M a ry lin n e K. The SalemWiich Triah:A Day-by-Day Lhronicle o j a Community
Under Siege, L a n h am ,T ay lo rT rad e P ublishing, 2 0 0 4 (2 0 0 2 ).
R o b b in s, R ossell H o p e. The Encyclopcdia ofWitchcrajt and Demonology, N ueva York,
C ro w n P u b lish ers, 1959.
R o c h e la n d e t, B rig itte. Sorcieres, diables et buchers en Franche-Coimé aux A’VIe et XVIIe
siecle, B esancon, E d itions du C é tre , 1997.
R o m e o , G iovanni. Inquim ori, esorcisti e streghe ncll’ltalia della Contror¡jornia, M ilán,
S ansoni, 2 0 0 4 ( 1 9 9 0 ) .
R o p e r, Lyndal. Oedipus and ihe Devil: Witchcraft, Sexuality and Religión in Early
Modern Europe, L o n d res, R o u tle d g e , 1994.
---------------- . Witch Craze:lerror and Fantasy in Baroque Germany, New ' H aven,Y ale
U n iv ersity P ress, 2 0 0 4 .
R o se n th a l, B e rn a rd . Salem Siory: Reading the Witch Triáis of 1 6 9 2 , C a m b rid g e,
C a m b rid g e U n iv ersity P ress, 1995.
R o w lan d s, A lison. Witchcraft Narratives in Germany: Rothcnburg, 1 5 6 1 -1 6 5 2 , M an ­
ch ester, M a n c h e ste r U n iv ersity P ress, 2 0 0 3 .
S chindler, N o r b e rt. Widerspenstige Lente:Sntdien y.urVolkskultur in derfrühen N euzeit,
F ra n k fu rt, F isch erT asch en b u ch , 1992 (ed ició n en inglés: Rebellion, Community
and Custoni in Early Modern Germany, tra n sla te d by P am ela S ehvyn, C a m b rid g e,
C a m b rid g e U n iv ersity P ress, 2 0 0 2 ).
S cholz W illiam s, G erh ild . On the inconstancy c f Witches: Pierre De Lancre’s Tabican
De L’inconstance Des .Mauvais Anges Et Daacmons 1 6 1 2 , tran slated by H a rrie t
S to n e and G erh ild S cholz W illiam s, T em p e, A rizona C e n te r o f M edieval and
R en aissance S tu dies, 2 0 0 6 .
S h arpe, Jam es. Instruments oj Darkness: Wiichcraft in England, 1 5 5 0 -1 7 5 0 , L o n d res,
H am ish L lam ilto n, 1996.
— - ..- — . (e d .). English Witchcraft, 1 5 6 0 -1 7 3 6 , L o n d res, P ick erin g & C h a tto ,
2003, 6 vols.
S im ón, Sophie. “Si je Je veux, il mourra!’ Maléfices et sorcellerie dans la campagne
genevoise (1 4 9 7 -1 5 3 0 ), Lausana, U n iv ersité d e L ausanne, 2 0 0 7 .

341
StkiX I l]S|‘.\\!C A

S o in an , A llred . “ Les p ro c e s de s o rc e lle rie au P a rlem en t de Pai is (1 565 — 1640) ,


Armales. E S C,, 32: 4 (1 9 7 7 ), pp. 7 9 0 -8 1 4 .
— --. “T h e P a rla m e n t o f Paris and th e G reat W itch H unt (1 5 6 5 -1 6 4 0 ),
Sixteenth CenturyJournal, 9 :2 (1 9 7 8 ), pp. 3 0 -4 4 .
S ó rlin , Per. ‘Wicked Arts': Witchcraft and Magic Triáis in Southern Swcden, 1 6 3 5 -1 7 5 4 ,
L eid en , B rill, 1999.
S te p h e n s, VValter, Dcmon LoversAVitchcraft, Sex, and che Crisis oj B elícf C h ic a g o ,T h e
U n iv ersity o í C hicago P ress, 2 0 0 2 .
S tro b in o , S an d rin e. Francoise sauvée des flammes? UneValaisannc accusée de sorcellerie
au XVe siécle, L ausana, lln iv e rs ité d e L ausanne, 1996.
S w an, C lau d ia, A n , Science, andWitchcraft in Early Modern Holland:Jacques de Gheyn
II (1 5 6 5 -1 6 2 9 ), C a m b rid g e , C a m b rid g e L íniversity P ress, 2 0 0 5 .
T av u zzi, M ic h ael. Renaissance Inquisitors: Dominican Inquisitors and Inquisitorial
Districcs in Northern haly, 1 4 7 4 -1 5 2 7 , L eid en , B rill, 2 007.
T sch aik n er, M a n fred . “C a n tó n o í G ra u b ü n d e n (G ris o m )”, in R ich a rd M . G o ld en
( e d .) , o p . c i t vol. H, pp. 4 5 5 -4 5 6 .
van d e r L u g t, M aaike. Le ver, le clémon et la vierge: Les theories medievales de la genera­
ción extraordinaire. Une étude sur Ies rapporrs entre thcologic, philosophie natnrelle
et médecinc, P arís, B eller L e ttre s , 2 0 0 4 .
V een stra , J. R . Magic and Divination at the Courts c f Burgundy and FranceiText and
Contexi o f Laurens Pignon’s Contre les D evineun (1 4 1 1 ), L eid en , B rill, 19 9 8 .
V o h n er, R ita .“D ie tric h F ladde (1 5 3 4 -1 5 8 9 )”, in R ichard M . G o ld en (e d .), op.cit.,
v o l. 11., pp. 3 7 8 -3 7 9 .
W a ite , G ary K. Heresy, Magic, andW itchcraft in Early Modern Europe, B asingstoke,
H am p sh ire , P algrave M a cm illan , 2 0 0 3 .
—-------- — . Eradicating the D evil’s Minions: Anahaptists and]Vitches in R form ation
Europe,T o ro n to , L íniversity o fT o ro n to P re ss, 2 0 0 7 .
W alin sk i-K ieh l, R o b e rt. “ P rin c e -B ish o p ric o f B am berg”, en R ich a rd M . G o ld en
( e d .) , op.cit., vol. í, pp. 8 7 -8 9 .
Z ik a , C h arles. 7heAppearancc ofW itchcraft, L o n d o n , R o u tle d g e , 2 0 0 7 .

2. La m i t o l o g í a d e l s a b b a t e n la h i s t o r i o g r a f í a d e la c a z a
de b ru jas
A bbiati, S e rg io .“G iro la m o T a rta ro tti ( 1 7 0 6 -1 7 6 1 )” , en S ergio A bbíati, A ttilio A g -
n o le tto e M aria R o sario Lazzati (e d s .), La stregoncria: diavoli, streghe, inquisitori
dalTrecento al Seitcccnto, M ilán , M o n d a d o ri, 1 984, pp. 2 9 8 -3 3 1 .
A c k e rm a n , R o b e rt. J. G. Frazer: His Life andW ork, C a m b rid g e , C a m b rid g e Llni-
v ersity P ress, 1987.
A n k arlo o , B engt and G ustav H e n n in g se n (e d s.). Early Modern EuropeaníVitchcraft:
Centres and Peripheries, O x f o rd , C la re n d o n P re ss, 1993 (1 9 9 0 ).
A udisio, G ab riel. Les“Vaudoi\”: naissance, vie et mort d ’une dissidence (Xlle-X V le siecle),
T o rin o , A lb e rt M eynier, 1989 (ed ició n en inglés: TheWaldcnsian DissenuPerse-

342
¡xihidn Al eji un lto Cum ptiqnc

canon and Sun ¡va!, c, ¡ 1 70- c. /5 7 0 , tran slated i>> C laire D avison, C a m b rid g e,
C a m b rid g e L lniversity P ress, 1999).
Barry, jon athan and O w en D avies (e d s.), Palgrave Adumccs in W'nchaaft ¡hstono-
graphy, B asingstoke, H am p sh ire, Palorave M ocm illnn, 2 007.
B ehring er, W olfgang. Chonrad Stoeckhlin und die h'achtschar: Bine Geschichte o¡¡s de*
fríihen N euzeit, M u n ich , R. P iper, 1994 (edición en inglés: Shnman ojOherst-
dorj: Chonrad Stoeckhlin and the Phanromt o f the ¡\tg lu , tran slated by H . C. E rik
M id e lfo rt, C h a rlo ttc sv iiie , U n iv ersity o fV irg in ia P ress, 1998).
---------------- _ “W itc h c ra ft S tudies in A ustria, G e rm a n y and S w itz e rla n d ”, en Jo-
n aíhan Barry, M a rian n e H e s te r y G areth R o b e rts (e d s.), Witchcraft in Early
Modern turopc: Studies in Culture and R elief C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv ersity
P ress, 1996, pp. 6 4 -9 5 .
---------------- . “E b erh ard David H au b er (1 6 9 5 -1 7 6 5 )”, en R ichard M . G oldcn (e d .),
op.cii. , vol. 11, pp. 4 7 6 -4 7 7 .
— —■ -------- . “Jacob G rim m (1 7 8 5 -1 8 6 3 )”, en Ibid. , vol. II, pp. 4 6 0 -4 6 2 .
— -— —. “W iíh elm G o ttlie b Soldán (1 8 0 3 -1 8 6 9 )”, en Ibid., vol. IV, p. 1060.
——------- — . “Jo sp eh H an sen (1 8 6 2 -1 9 4 3 ), en ¡bid.t vol. 1!, p. 4 7 4 -4 7 5
----------------- ------------ . ‘T lo w W ald en sian s B ccam e W itc h e s : M eretics and th e ir Jo u rn e y
to th e O th e r W o rld ”, e n G á b o r K laniczay y Éva P ócs (e d s .), op.cit.y pp.
15 5 -1 9 2 .
B er^er, H elen A. A ( om munity of)Virchcs: Contcrnporary h ’co-Paganism andWirchcraJt
in the United States, C o lu m b ia, U n iv ersity o f S outh C aro lin a P ress, 1998.
B e rm an i, C esare. Volare al sabba. Una ricerca sulla stregoneria popolare, R o m a,
D e riv e A p p ro d i, 2 0 0 8 .
Bever, E d w ard . The Realitics oJWirchcraJt and Popular Magic in Early Modern Europe:
Culture, Cognition, and Everyday Lije, B asingstoke, H am p sh ire, Palgrave M ac-
m illan , 2 0 0 8 .
B iddick, K ath leen . “T h e D e v il’sA nal Eye: In q u isito rial O p tic s and E th n o g rap h ic
A u th o rity ”, in K ath leen B iddick, The Shock o j Medievalism, D u rh a m , D uke
U n iv ersity P ress, 1 9 9 8 ,p p . 1 0 5 -1 3 4 .
C am p ag n e, Fabián A lejan d ro . “El largo viaje al sabbat: la caza de b ru jas en la
E u ro p a m o d e rn a ”, en Fray M a rtín de C astañega, Tratado de las supersticiones
y hechicerías, B uenos A ires, F acultad de Filosofía y L e tra s /U n iv e rs id a d de
B uenos A ires, 1997, pp. ix-cxiii.
C anosa, R o m a n o ed Isabella C o lo n n e llo . Gli ultimo roghi. La fin e della caccia alie
streghe in Italia, R o m a, S apere 2 0 0 0 , 1983.
C a p o ra e l, Linda R. uE rg o tism :T h e Satan loosed in Salem ?”, Science, 192 (1 9 7 6 ),
pp. 2 1 -2 6 .
C a rr in oa to n ,’ D o ro th vj . The Dream-Hunters oJ f Corsica,5 L o n d re s,’ P h o e n ix ,’ 2 0 0 0
(1 9 9 5 ).
C astañ ed a, C arlo s. TheTeachings o f Don ju a n : AYaqui Way oj Knowlcdge, Berkelev,
U n iv ersity o f C alifo rn ia P ress, 1968 (ed ició n en castellan o : Las enseñanzas de
Don Ju an . Una fo rm a yaqui de conocimiento, tra d u c c ió n de JuanT ovar, M éxico,
FC E , 1972)

343
SlRIX HISPANICA

C h a tc liie r, L ouis. / he Religión of the Poor: Ri m il Missions in Europe and the Formation
oj Modern Catbolicism,c. I 500 —c. IS 0 0 , tran slated !>y Brian P earce, C a m b rid g e,
C a m b rid g e U n iv e rsity P re ss, 1997 (1 9 9 3 ).
C h ristian Jr., W illia m . Apparitions in Late Medieval and Renaissance Spain, P r in ­
c e to n , P rin c e to n U n iv ersity P re ss, 1981 (ed ició n en castellan o : Apariciones
en Castilla y Cataluña (Siglos X1V-XV1), tra d u c c ió n d e Elov F u en te, M a d rid ,
N e re a , 19 9 0 ).
Daly, M ary. G y n l Ecology:The Methaethics c f Radical Feniinism, B oston, Beacon P ress,
1 9 9 0 (1 9 7 9 ).
D ’A rc h S m ith , T im o th y . M ontague Summers. A Bihliography, W e llin g b o ro u g h ,
A q u arian P re ss, 1983.
-----------------Montague Summers:A Talk, E d im b u rg o ,T ra g a ra P re ss, 1984.
d e B lé c o u rt, W ille m . “S p u re n e in e r V o lk sk u ltn r o d e r D am o n isie ru n g ? K ritisch e
B e m e rk u n g e n zu G in zb u rg s ‘B e n a n d a n ti’” , Kea. Zeitschrift fiir Kulturivissens-
chaften, S (1 9 9 3 ), p p . 17-30.
-----------------. “T h e r e tu r n o f th e sabbat: m e n ta l a rc h e o lo g ie s, c o n je c tu ra l h isto rie s
o r p o litical m y th o lo g ies?”, e n Jo n a th an B arry y O w e n D avies (e d s.), op.cit.,
pp. 1 2 5 -1 4 5 .
-----------------. “A Jo u rn e y to H ell: R e c o n sid e rin g th e Livonian ‘W e re \v o lf’“ , Magic,
Ritual andW itchcraft, 2:1 (2 0 0 7 ), pp. 4 9 -6 7 .
D e d ie u , Je a n -P ie rre . “C h ristian isatio n en N o u v e lle C astille. C a té ch ism e, co m -
m u n io n , m e sse e t c o n firm a tio n dans l’a rc h e v é c h é de T oléde, 1 5 4 0 -1 6 5 0 ”,
Mélanges de la Casa deVelazquez, 15 (1 9 7 9 ), p p. 2 6 1 -2 9 4 .
del C o l, A n d re a . “P re fa z io n e ”, en F ran co N a rd o n , op.cit., p p. 5 -1 5 .
D e lu m e a u , Je an . le catholicisme entre Luthcr etVoltaire, P arís, PUF, 1971 (ed ició n
en castellan o : El catolicismo de Lutero aVohaire, tra d u c c ió n d e M iguel C an d el,
B arcelo n a, L abor, 197 1 ).
de M avo, T h o m a s B. The Demonologj’ c f William oj A uvergne: By Fire and Sword,
L e \v is to n ,T h e E d w in M e lle n P re ss, 2 0 0 7 .
D illin g er, jo h a n n e s , “C o n c e rn in g ‘W itc h e s and W itc h b u s te rs ’: In terd iscip lin a ry
an d In te rn a tio n a l C o -o p e ra tio n ” , Folklore, 108 (1 9 9 7 ), pp. 1 1 1 -1 1 2 .
D u e rr, Plans P e te r. Traumzeit: Über die Grenze zivischen Wildnis un Zivilisation,
F ra n k fu rt, Syndikat A u to re n -u n d V erlagsgesellschaft, 1978 (edición en inglés:
Dreamtime: Concerning the Boundary betii'eenWilderness and Civilization, tra n sla te d
by Felicitas G o o d m a n , O x fo rd , Basil B lackw ell, 198 5 ).
E g m o n d , F lo rik e an d P e te r M asón. The Á-lammoth and the Mouse: Microhistory and
Morpholosy, B a ltim o re ,T h e Jo h n H o p k in s L íniversity P re ss, 1997.
E h re n re ic h , B arbara an d D e ird re E nglish. Witches, Midn'ives, and Nurses: a History
of]Vomen Healcrs, L o n d re s ,W r ite r s and R e a d e rs P ublishing, 1973.
E liade, M ircea. Le Chamanisme et Ies Techniques Archaique de l ’Extase, Paris, Payot,
1968 (2 m e . é d .) (ed ició n en castellan o : El chamanismo y ¡as técnicas arcaicas del
éxtasis, tra d u c c ió n d e E rn e stin a de C h a m p o u rc in , M éxico, FC E, 1 992).
-----------------. “Som e o b se rv a tio n s on E u ro p e a n W itc h c ra ft”, in Occultism,Witchcraft
and Cultural Fashians.Essays in Comparative Religions, C h ica g o ,T h e U n iv ersity o f

344
hibian Alejandro ( ainpagne

Chicago P ress, 1976, pp. 6 9-92 (edición en castellano: “Algunas observaciones


so b re la b ru je ría e u ro p e a ” , en Ocultismo, brujería y modas culturales, tra d u cció n
de E n riq u e B u teim an , Buenos A íres, M a n m ar, 1977, pp. 109-143)
E h n er, P eter. “S cience, M e d icin e and W itc h c ra ft”, en jo n a th a n B arry y O w en
D avies (e d s.), op.cit., pp. 3 3 -5 1 .
E rik M id e lfo rt, H . C. E.xorci^m and EnlicjhtmcnnJohann foseph Gassner and rhe De man \
o f Eightccnth-Century Germany, N e w H aven,Y ale U n iv ersity P ress, 2 0 0 5 .
E stes, L cland L. “In carn atio n s o f Evil: C h a n g in g P e rsp cctiv es o n th e E u ro p ean
YVitch C raze (and th e In flu en ce o f D o g m a tic T h e o lo ^ y )” , Clio, 13:2 (1 9 S 4 ),
pp. 1 3 3 -1 4 7 .
Febvre, L ucien. “ FIow Jules M ic h elet in v en ted th e R enaissance”, in P e te r B urke
(e d .), A New Kind oj History: From che Writings o j Febvre, L o n d res, R o u tle d g c ,
1973, pp. 2 5 8 -2 6 7 .
Fix, A nd rew . Fallen A rige¡s. Bahhasar Bckkcr, Spirit B cliej and Corjessionalim in the
Sevcmccnth Ccntury Dutch Republic, D o r d re c h t, ¡Kluwer A cad em ic P tiblishers,
1999.
F o u cau lt, M ich el. “Las d esv iacio n es relig io sas y el sa b er m é d ic o ”, en M ichel
F o u cau lt, La vida de los hombres infames. Ensayos sobre desviación y dominación,
ed ició n y tra d u c c ió n de Julia Varela y F e rn an d o A lvarez U ría, B uenos A ires,
A ltam ira , 1 993, pp. 13-24.
F ra n k fu rte r, D avid. Evil Incarnate: ñumors ojDcnionic Conspiracy and Satanic Abuse
in History, P rin c e to n , P rin c e to n U n iv ersity P re ss, 2 0 0 6 .
F u d g e ,T h o m a s A. “T rad itio n s a n d T ra je c to rie s in th e H isto rio g rap h y o f E uro p ean
W itc h -H u n tin g ”, History Compass, 4 :3 (2 0 0 6 ), pp. 4 8 8 -5 2 7 .
G ib so n , M a rió n . Witchcrajt Afyths in American Culture, L o n d re s , R o u tle d g c ,
2007.
G in zb u rg , C ario . / Benandanti. Strcgoncria e cuhi agrari tra cinquecento e seicento,
T o rm o , E in au di, 1966.
--------------— _ “P reface to th e E nglísh E d itio n ”, in The Nighi BattlcsAVitchcrajt and
Agrarian Culis in the Sixteenth and Sevenrcenrh Ceniury, tra n sla te d from th e se-
c o n d Italian ed itio n by John and A n n cT ed csch i, B a ltim o re ,T h e Jo h n H opkins
U n iv ersity P ress, 1992 (1 9 8 3 ), pp. xiii-xv.
------- -------- . Storia notturna. Una decijrazionc delsahba,Turín, E inaudi, 1986 (edición
en castellan o : Historia nocturna. Un descaramiento del aquelarre, tra d u c c ió n de
A lb e rto C lavería Ibáñez, B arcelona, M u c h n ik , 1991).
----------- ---------------_ u Q ] j e u ro p e i sc o p ro n o (o ris c o p ro n o ) ^ii sciam ani”, in C a rio G in z­

b u rg , 11filo e le tracceAcrojalso, fin to , M ilán , F altrin elli, 2 0 0 6 , pp. 9 4 -1 1 1 .


-------------- —. “S treg h e e sciam ani”, in Ibid. , pp. 281 -2 9 3 .
G o ld e n , R ich ard M . (e d .). Encyclopcdia ojW iichcrajt. The Western Tradición, Santa
B arbara, A B C -C lio , 2 0 0 6 , 4 vols.
G o n záles N ov alin , Jo sé Luis. “H isto ria de la re fo rm a trid e n tin a en la diócesis de
O v ie d o ”, Flispania Sacra, 16:32 (1 9 6 3 ), pp. 3 2 3 -3 4 6 .
G o o d a re , Ju lián . “M o n ta g u e S u m m e rs (1 8 8 0 -1 9 4 8 ) ”, en R ich a rd M . G o ld en
(e d .), op.cit., vol. IV, pp. 1 0 9 0 -1 0 9 1 .

345
Sl'KIX HISPANICA

C o r r e s , Jo h an n Jo seph von. La mystique divine, naturelle et diahohque, tra d u c c ió n


d e C h a rles S ain te-F o i, p re la e io de C lau d e L o u is -C o m b e l, G ro n o b le, jé ró m e
M illó n , 1992.
G re e n b la tt, S te p h e n . Marvelous Pos\essions:The Uonder o f ihe .Veir 1l'brld, C hicago,
T h e lln iv e rs ity o f C hicago P ress, 1992.
G uilev, R o sem ary . The Enciclopedia qfli'itches andW itchcraft, N ueva York, C b eck -
m a rk B ooks, 1999.
H aac, O s c a r A. Jales Michelet, B o sto n ,T w a y n e, 1982.
H ag en , R u ñ e Blix. “Sami S ham anism : T h e A rtic D im e n sió n ”, Magic, Ritual and
“Witchcraft, 1:2 (2 0 0 6 ), p p. 2 2 7 -2 3 3 .
H a n s c n , C h a d w ic k . ¡Vitchcraft at Salem, N u ev a Y ork, G eor¡/e B razilier, 198S
(1 9 6 9 ).
H arley, D av id . “H isto ria n s as D e m o n o lo g is ts :T h e M yth o f the M id w ife -w itc h ”,
Social History of .Medicine, 3:1 (1 9 9 0 ), pp. 1-26.
H a rn e r, iM ichael. “T h e R ole o f H a llu cin o g en ic P lants in E u ro p ean W itc h c r a lt”,
in M ichael H a rn e r (e d .), Hallucinogens and Shamanism, O x fo rd , O x fo rd U n i­
v e rsity P re ss, 1 9 7 3 , p p . 1 2 5 -1 5 0 .
H e n n in g s e n , G ustav. ‘“ T h e Ladies fro m O u ts id e ’ : An A rchaic P a tte rn o( th e
W itc h e s ’ S ab bath”, e n B engt A n k arlo o y G ustav H en n in g sen (e d s.), op.cit.,
pp. 1 9 1 -2 1 5 .
H ill, C h risto p h e r. Inform ation to Industrial Rerolution, L o n d o n ,\V e id e n le !d , 1967
(e d ició n e n castellan o : De la Reforma a ¡a Revolución industrial, 15 3 0 - 17S0,
tra d u c c ió n d e la se g u n d a ed ició n inglesa a cargo de jo rd i B eltrán , B arcelon a,
A rie l, 1 9 8 0 ).
H o le , C h ristin a . ¡Vitchcraft in England, L o n d res, B atsford, 1945.
H o ltz , G ré g o ire e tT h ib a u t M aus de R olley (d ir.). Voyagcr avec le Diable.Voyagcs réels,
voyages imaginaires et discours dcmonologiqucs (XYe-XVIle siecles), París, P resses de
lT ln iv e r s ité P a ris-S o rb o n n e , 2 0 0 8 .
H o rsley ,“Further Reílections on W itc h c ra ft and E uro p ean Folk R eligió n” , History
ofR eligions, 19:1 (1 9 7 9 ), pp. 7 1 -9 5 .
F iughes, P e n n e th o rn e . Witchcraft, L o n d res, P elican, 1965 (1 9 5 2 ).
H u tto n , R o n a ld . The fagan Religions o f the Ancieni British ¡síes: Their Naturc and
Legacy, O x f o rd , B lack w ell, 1991.
-----------------77,,; Stations oj the Sun. A Elistory o f the RitualYear in h.ngland, O x fo rd ,
O x fo rd lln iv e rs ity P re ss, 1996.
--------------7 heTriumph o f the Moon:A Elistory o f Modern Pagan]Vitchcrcft, O x fo rd ,
O x fo rd U n iv ersity P re ss, 1999.
-----------------Sharrians: Siherian Spirituality and ihe Western Imaginación, L o n d res,
H a m b le d o n an d L o n d o n , 2 0 0 1 .
-----------------“A n th ro p o lo g ic al and H istórica] A pproaches to W itc h c ra ft: Potential
for a N e w C o lla b o ra tio n ? ” , HistoricalJournal, 4 7 :2 (2 0 0 4 ), pp. 41 3 -4 3 4 .
-----------------. “Sham anism : M ap p in g th e B o u n d a ries” , Magic, Ritual andW itchcraft,
1:2 (2 0 0 6 ), p p . 2 0 9 -2 1 3 .

346
Isra e l, Jo n alh an . fhc Dutch Republic. lis Rise, (iicumcss, and luí!, 1477-1 S 0 6 } O x fo rd ,
C larcn d o n P ress, 1995.
——------------ . Ríiíhúil Enliglument: Plnh>sop!íj und the Muking oj Modcrnity, l ó ¿ 0 -1 1M),
N ueva York, O x fo rd U n iv ersity P ress, 2 001.
ja c q u e s-C h a q u in , N icole et M áxim e P réau d (ed s.). Le sabbat des sorciers, XVe-XVIlle
siecles, G ren o b le, J c ro m e M illó n , 1993.
Je ro u sc h e k , G (ínter. “C h ristia n T h o m a siu s ( 1 6 5 5 -1 7 2 8 )”, in R ich a rd M . G o ld en
- (e d .), op.cit., vol. IV, p. 1116.
K aplan, E d w ard . Michelei’s Pociic Vision. A Romnmic Philosophy oj Nature, Man, and
11 ornan, A m h e rst, U n iv ersity o f M assachusctts P ress, 1977.
K e p h a rt, M . j. “R ationalists vs. R o m an tics am o n a S cholars ofV V itchcraft” , in Max
M a n v ic k ( e d .), IViichcraji and Sorcery: Selected Readings, L o n d res, P enguin,
1 9 9 0 ( 1 9 7 0 ) , p p. 3 2 6 - 3 4 2 .
K icck h eler, R ich ard . Europcan Witch Trials:Thcir Foundation-; in Popular and Lc.arned
Culture, 1 3 0 0 - 1 5 0 0 , Berkeley, U n iv ersity o f C alifo rn ia P ress, 1976.
----------- — ‘‘F o re w o rd ”, in E lliot R ose, op.cit., pp. vii-xiv.
-------------— _“M y tholo gies ofV V itchcraft in th e F iftee n d i C e n tu ry ”, Magic, Ritual,
and Witchcrajt, 1:1 (2 0 0 6 ), pp. 7 9 -1 0 8 .
Klaniczay, G ábor. “S ham anistic E le m e n ts in C e n tral E u ro p can W itc h c ra ft”, en
G á b o r Klaniczay, The Uses o f Supernatural Po¡ver:The Iransjormation oj Popular
Religión in Medieval and Early-Modern Europa, P rin c e to n , P rin c e to n L Iniversity
P ress, 1 9 9 0 , pp. 1 2 9-150.
— —--------- . “H u n a a ry :T h e A ccusations and th e U n iv erse oí P o p u lar M agic” , in
B engt A n k arlo o and G ustav H en n in g sen (e d s.), op.cit., pp. 2 1 9 -2 5 5 .
-------- --------, “ Le sabbat ra c o n té p a r les té m o in s d es p ro c é s d e so rc e lle rie en
H o n g rie ”, en N icole Jaccjues-C haquin y M áxim e P réau d (e d s.), op.cit., pp.
2 2 7 -2 4 6 .
---------------- . “T h e P ro cess o f T ran ce, H eavenly and D iabolic A p p aritio n s in jo -
h an n es N id e r ’s F o rm ica riu s”, Discussion Paper Series 6 5 , B udapest, C o lleg iu m
B u d a p e s t/ín s titu te for A dvanced Study, 2 0 0 3 .
------------ — “Sham anism a n d W itc h c ra ft”, Magic, Ritual andlVitchcraft, 1 :2 (2 0 0 6 ),
pp. 2 1 4 - 2 2 1 .
Klaniczav, G á b o r and Eva P ócs (e d s.). Communicating with the Spirits, B udapest,
C e n tra l E u ro p ean L Iniversity P ress, 2 0 0 5 .
K iig m an , G ail. Cñlus: Symbolic Tranformarían in Romanian Ritual, C hicago, T h e
U n iv ersity o f C hicago P ress, 1981.
Lajo, R osina y M aría V icto ria F rígola. “P re fac io ”, en ju le s M ic h elet, op.cit., pp.
15-26.
L andes, R ich a rd , “ju le s M ic h elet ( 1 7 9 8 -1 8 7 4 )”, en R ichard M . G o ld en ( e d .),
o p . c i t vol. III, pp. 7 5 8 -7 5 9 .
L arn er, C h ristin a. Witchcrajt and Religión: The Politics o f Popular Belief, O x ío r d ,
Basil B lackw ell, 1985.
L elan d , C h arles G odfrey. Aradia: Gospel o f theWitches, C o sim o , N ueva Y ork, 2007
(1899).

347
.vnux HISIHNICW

Le R oy L ad u rie, E m m a n u e l. Les Paysans Je LangueJoc, París, F lam m arío n , 1969.


I .u h rm a n n , Tanva M . Persuasions o f the Witch's Craft: Ritual Magic andiVuchcra/i in
Pre:ent ~day íihjLtn i . O x ío r d , Black w e il,. 19 8 8 .
L u ria, K eith . Territoríes o f Grace: Cultural Change in the Serenteenth-Century Oiocese
o f Grenoble, B erkeley, U n iv e rsity of C alifo rn ia P ress, 1991.
¡Vlagliocco, Sabina. I Yitching Culture:Folklore anJ hleo-Paganism in America, Filadeltia,
L lniversitv oí P ennsylvania P re ss, 2 0 0 4 .
.M atosian, M , K . “ E rg o t an d th e S alem W itc h c ra ft A ftair” , American Scientist, 70
(1 9 8 2 ), pp. 3 5 5 -3 5 7 .
M a x w e ll-S tu a rt, P eter. “T h e c o n te m p o ra ry h isto rical d e b a te , 1 + 0 0 -1 7 5 0 ”, en
jo n a th a n B arry y O w e n D avies (e d s .), op.cit. , pp. 1 1-32.
M edw av, G a re th . I are o f the Sinister:The Unnatural History o f Satanism, N ueva York,
N e w Y ork U n iv e rsity P re ss, 2 0 0 1 .
M essana, M aría Sofía, Inquisitori, negromanti e streghe nella Sicilia moderna (1 5 0 0 -
17S2), P a le rm o , S ellerio , 2 0 0 7 .
M ic h e le t, Ju les. La Bruja, tra d u c c ió n de R osina Lajo y M aría V ictoria F rígola,
M a d rid , A kal, 19 8 7 (1 8 6 2 ).
M itz m a n , A rth u r. Michelet, Flistorian: Rchirth and Rotnanticism in Ninetecnth-Centurj
France, New ' H aven,Y ale U n iv ersity P re ss, 1990.
M o n te r, W íllía m . “T h e F iísto rio g ra p h y o f E u ro p e a n W itc h c ra ft: P ro g re ss and
P ro sp e c ts ”, Journal o f InterJisciplinary H isrorj, 2 :4 (1 9 7 2 ), pp. 4 3 5 -4 5 1.
-----------------_“G e n d e rin g th e E x te n d e d Fam ily o f G in z b u rg ’s Benandanti”, Alagic,
R itual and Witchcrajt, 1:2 (2 0 0 6 ), pp. 2 2 2 -2 2 6 .
M o o re , R . 1. The Formation o f a Persecuting Society: Power and Deviance in ÍVestern
Europe, 9 5 0 -1 2 5 0 , O x f o rd , Basil B lackw ell, 1987 (ed ició n en castellan o : La
form ación de una sociedad represora. Podery disidencia en la Europa occidental, 950-
1 2 5 0 , tra d u c c ió n d e E n riq u e G avilán, B arcelona, C rítica, 1989).
M u c h e m b le d , R o b e rt. “S atanic M vths and C u ltu ra l R ealitv ”, en B engt A nk arlo o
y G u stav H e n n in g sen (e d s .), op.cit., pp. 1 3 9 -1 6 0 .
M u lh e rn , S h e rrill. “S o u v en irs d e sab b ats au X X e sie cle”, en N ico le Jacques-
C h a q u in y M á x im e P ré a u d (e d s .) , Le sabbat des sorciers, XYe-XVIlle siécles,
G re n o b le , J é ró m e M illó n , 1 993, pp. 1 2 7 -1 5 2 .
M u ra ro , Luisa. La Signora delgioco. La caccia alie streghe interpretara dalle sue vittimc,
M ilan o , La T a rta ru g a , 2 0 0 6 (1 9 7 6 ).
M urray, M a rg a re t A lic e ,“E v id en ce fo r K illing th e King in E gypt”, Alan, 1 4 (1 9 1 4 ),
pp. 17-2 3 .
-----------------_ “O rg a n iz a tio n s o f W itc h e s in G re a t B ritaín”, Folk-Lore, 28 (1 9 1 7 ),
pp. 2 2 8 -2 5 8 .“
---------------- . “C h ild -S acrífice a m o n g E u ro p e a n W itc h e s” , M an, 18 (1 9 1 8 ), pp.
6 0 -6 2 .
-----------------. ‘T h e D e v il’ o f N o r th B e n v ic k ”, Scottish Historical Review, 15 (1 9 1 8 ),
p p. 3 1 0 -3 2 1 .
---------------- . “W itc h e s ’ F e rtility R ites” y “T h e D e v il’s O ffice rs and th e W itc h e s ’
C o v ens” , Alan, 19 (1 9 1 9 ), pp. 5 5 -5 8 , 1 3 7 -1 4 0 .

348
.
h a b ía n iL jü n J io C am pagne

—------- — “W itches and tito N u m b crT h irieen ", Folk-lore, ■>1 (1920), pp. 204-209.
—------------ _ The W itch-Cuh m Western taropé, n .p ., Filiijuarian P ublishino, 2007
( i 92 ¡) (ed ició n en castellan o ; El culto Je Li brujería en turopa occ'ulenra!, B ar­
celo n a, Labor, 1978).
---------— — . The God o f the Witches, n .p ., N uV ision P u b iicatio n s, 2005 (1 933)
(ed ició n en castellan o ; El dios de los brujos, tra d u c c ió n de ju a n José lítrilla ,
.M éxico, FC E , 1985).
-----------------_ Jhe Divine King in England, L o n d res, Sarnpson, Low and M a rsto n ,
1954.
----------------. My First HundredYears, L o n d res, W illiam K im ber, 1963.
N a rd o n , F ranco, Benandanti e inquisitori nel Friuli del Seicento, T rieste, Edizioní
L lniversitá di T rie ste , 1999.
N ire m b e ra , D avid. Communities ofVjolcnce: Persecución o f Minorities in the Middle
Ages, P rin c e to n , P rin c e to n L lniversitv Press, 1996 (ed ició n en castellan o :
Comunidades de violencia. La persecución de las minorías en la Edad M edia, tra d u c ­
ción de A nroni C a rd o n a , B arcelona, Península, 2 0 0 1 ).
O a te s, C a ro iin e and Ju lie tte W ood. .-1 Cos-en o f Scholars: Margaret Murray and her
]\’o rking Methods, A rch iv e S eries 1, L o ndres, FLS Books, 1998.
P a rrin d e r, GeoHrev. ]l'nchcraft: European and .-¡frican, H a rm o n d sw o rth , Pelican-
P en au in , 1958.
P earson. Jo. “W ritin o rW itch craít:T h e H isto rian s H istorv, the P ra c titio n e rs’ Past”,
en Jonathan B arrv v O w e n D avies (e d s.), op.cit., pp. 2 2 5 -2 4 1 .
P e te rs, E d w ard . “H e n rv C harles Lea and th e ‘A b o d e o f M o n s te rs ’”, en A nael
Alcalá (e d .), The Spanish Inquisition and the Inquisitorial M ind, N ueva York,
C o lu m b ia Llniversitv Press, 1984, pp. 5 7 7 -6 0 8 .
— —■ — , “H e n rv C harles Lea (1 8 2 5 -1 9 0 9 )”, en H elen D am ico v Joseph Zavadil
(e d s.), Medieval Scholarship: Biographical Studies o j the Formation oj a Discipline,
Nueva York, G arlan d . 1995, vol. í, pp. 8 9 -9 9 .
— —---------- . “H e n rv C h a rles Lea and th e L ib ra rle sW ith in a L ibran*”, inV V .A A .,
The Penn Library Colíections at 2 j 0: From Franklin to theWcb, Fíladelfia, lln iv e rs itv
o f Pennsylvania L ibrarv, 2 0 0 0 , pp. 3 3-60.
—. . “G eorcje L incoln B u rr (1 8 5 7 -1 9 3 8 )”, en R ichard M . G o ld e n (e d .),
op.cit. , vol. í, pp. 1 5 3 -1 5 4 .
P etitier, Paule (e d .). ‘La sorciére'defules Michelet: l ’envers de l ’histoire, París, H o n o ré
C h a m p io n , 2 0 0 4 .
P itre , G iu se p p e. (Jsi e costumi, credenze e pregiudizi del popolo siciliano, P a le rm o ,
P ed o n e L au riel, 1889, vol. IV, pp. 153-177.
P ó cs, Eva. Fairies and Witches at the Boundary o f South-Eastern and Central Europe,
F o lk lo re Fellow s C o m m u n ic a tio n s 2 4 3 , H elsin sk i, A k ad em ia S c ien tiaru m
Fennica, 1989.
----------------, “Le sabbat e t les m vtholoaies in d o -eu ro p ée n n es”, dans N icole Jacques-
C haquin e t M á x im e P ré a u d (e d s.), op.cit., pp. 2 3 -3 2 .
----------------. Between the Livinq and the Dead:A Perspectiva on 1! itches and Seers in the
Early Modern Age, B ud ap est, C e n tra l E u ro p ean lln iv e rs itv P ress, 1999.

349
yreix

___________ . “C u rs e , m a le fic iu m , d iv in a tio n : w itc h c r a h un th e b o rd e rlin e o f


re lig ió n and m a g ic ” , e n W 'íllem de B lé c o u rt v O w e n D avies, op.cit., pp. 174-
190a
__ ________ .. “P o ssession P h e n o m e n a , P o ssessio n -sv stem s: S om e E a st-C e n tra l
E u ro p e a n E x am p le s” , en G á b o r K laniczav v Eva Pócs (e d s.), pp. 84-1 51.
P r o s p e r i, A d rian o . Tribunali delta coscienza. Inquisitori, confessori, missionari,T urín,
E in au di, 1996.
P u rk iss, D ian e. TheW itch in Hisiory: Early Modern andTtn’ntieth-Ccntury Representa-
rions, L o n d res, R o u tle d g e , 1 996.
R o m ag n a n i, G ian P aolo. "Soito la hendiera dell’istoria": eruditi e uomini di ¡enere
n ell’halia dcl Settecento: Maffei, Muratori, Tartarotti, V erona, C ie rre E dizioni,
1999.
R o sc h e r, W ilh e lm , “E p h ia ltés, é tu d e m v th o -p a th o lo g iq u e d es c au ch e rn ars et
d é m o n s du c a u c h e m a r dans L A n tiq u ité ” , tra d u c id o dcl alem án p o r G. Fois-
K aschel e t A. Jag o t, en B e rn a rd T e rra m o rs i (e d .), o p .c it., pp. 1 3 -7 4 ( 1 ' ed.
alem an a: L eipzig, 190 0).
R o se, E llio t. A R azorfor a Goat: Problems in the Hisiory ofll'icchcraft and Diabolism,
T o ro n to , U n iv ersitv o f T o ro n to P re ss, 2 0 0 3 (1 9 6 2 ).
R u n c im a n n , S tev en. The Medieval Manichee: a Study o f the Christian Dualist Heresy,
C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv e rsitv P ress, 1947.
R u n e b e rg , A m e . il irc/sw, Demons and Fertility Magic:Anahxis c f ther Significante and
M utual Relations in West-European Folk Religión, E lelsinglors, Societas Scienta-
r iu m F ennica, 1947.
R u ssell, Jeffrev B u rto n . Witchcraft in the M iddle Ages, Ithaca, C o rn e ll U niversitv
P re ss, 1972.
S abean, D avid W a rre n . Pon er in the Blood: Popular Culture SJ'iltage Fiiscourse in Farh
Modern Germany, C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv ersitv P ress, 1997 (1 9 S 4 ).
Sevrell, B ro card . Montague Summers: A Jlem oir, L o n d res, C ecial & A m elia W oolf,
196b.
S im p so n , Jacq u elin e. “M a rg a re t M u rrav : W h o B elieved H er, and W hv?” , Folklore,
105 (1 9 9 4 ), pp. 8 9 -9 6 7
-----------------“M a rg a re t A lice M u rra v (1 8 6 3 -1 9 6 3 )” , en R ich ard M . G o ld en ( e d .),
o p .o i.,v o l. llC p p . 7 9 6 -7 9 7 .
S nvder, P atric k . Représentation de la fem m e et chasse aux sorciem, X lle-XVIe siecle:
lecture des enjeux thcologiques et pastoraux, M o n tre a l, F ides, 2 00 1.
S panos, N . P. “E rg o tism and th e S alem V illage w itc h triá is”, Science, 194 (1 9 7 6 ),
p p . 1 390-1 394.
S tep h en s, W alter. “R ossell H o p e R o b in s (1 9 1 2 -1 9 9 0 )”, in R ich a rd M . G o ld en
( e d .), op.cit., vol. IV, pp. 9 6 5 -9 6 6 .
S u m m ers, M o n ta g u e. The History of]Vitchcraft and Demonology, M ineóla, D over
P u b licatio n s, 2 0 0 7 (1 9 2 6 ).
---------------- Gallanty Sho»:An Autohiographv, L o n d res, C. W oolf, 1980.
T ilom as, K eith. Religión and the Decline o f Magic: Studies in Popular Belief in Sixteenth
and Seventeenth-century England, L o n d re s ,W e id c n fc ld and N ich o lso n , 1971.

350
Fabián Alejandro ( ampagne

Toivo, Raisa M aría. “T h e W itc h -C raze as I lo lo c a u s t; th e Rise o! P crsecu lin g So-


c ie tie s” , en jo n a th a n B arry y O w e n Davies (e d s,), op.rii., pp. 90 ¡02.
T rev o r-R o p er, H u g h .“T h e E uropean W itch -C raze o í the 1Gtii and 17th c c n tu rie s”,
Encounter, 3 8:5 (1 9 6 7 ), pp. 3-25 and Encounter, 3 8 :6 (1 9 6 7 ), pp. 13-34.
Tuczay, C h rísta. “T h e N in e te e n th C e n tu ry : M edíevalísm and W itc h c ra lt”, en
Jo n ath an B arry y O w e n D avies (e d s.), op.cit., pp. 5 2 -6 8 .
---------------- plagie und Magier im M itíelalter, M ü n c h e n , D c u ts c h e r T aschenbuch
Verlag, 2 0 0 3 (ed ició n en italiano: Esoterismo e magia nel Medioevo. Stregoneria,
esorcismi, sortilegi e incantesimi, tra d u z io n e di Fahio M assim iliano B ondani,
R o m a, N e w to n C o m p to n , 2 0 0 6 ).
V alente, M ichaela. Johann ÍYier: Agli albori della critica razionale dcll'occuho e del
demoníaco, F lo ren cia, O lsc h k i, 2 0 0 3 .
Vanvsacker, D ries. “G iro la m o T a rta ro tti ( 1 7 0 6 -1 7 6 1 )”, en R ichard M . G o ld en
(e d .), op.cit., vol. IV, p p. 1 107-1 IOS.
YVaddell, H e le n . TheWandering Scholars, L o n d res, C o n stab le, 1927.
W a ld ro n , D avid. The Sign q f the)Vitch: M odcrnirj and the Pagan Revival, D u rh am ,
C aro lin a A cad em ic P ress, 2 0 0 8 .
W h ite , Luisa. Speaking nithVampires: Rumor and Flistory in Colonial Ajrica, Berkeley,
U n iv ersity o f C alifo rn ia P ress, 2 0 0 0 .
W ie sn e r-H a n k s, M errv . “M id w iv es”, en R ich a rd M . G o ld en (e d .), op.cit., vol.
111, p p . 7 6 2 - 7 6 3 . .
W ilby, E nim a. Cunning Folk and Familiar Spirits: ShamaniuicVisionaryTradííions in Early
Modern BritishWiichcrajt and Magic, B righton, Susscx A cadem ic P ress, 2005.
W o o d , ju lie tte . “T h e R eality o fW itc h C ults R e a ssc rte d : F crtiíity and S atanism ”,
in Jo n a th an B arry and O w e n D avies (e d s.), op.cit., pp. 6 9 -8 9 .

3. Demonología cristiana y cultura folklórica en el


mundo ibérico
A dler, Shelley R .“Suelden U n e x p e c te d N o c tu rn a l D eath S yndrom e am ong H m ong
Im m ig ra n ts: E x am in in g th e R o le o f th e ‘N ig h tm a re ’”, Journal q f American
Folklore, 104 (1 9 9 1 ), p p. 5 4 -7 1 .
A lm q v ist, Bo. “D re a m and R eality: S om e N o te s on th e G u n tra m L egend (M L
4 0 0 0 ) in Irish T ra d itio n ”, Sinsear.The Folklore Journal, 1 (1 9 7 9 ), pp. 1-22.
A lonso del R eal, C arlo s. “La b ru je ría en G alicia”, en Brujología. . . , op.cit., pp.
1 7 -3 0 .

A lvarez L ó p ez, F ern an d o . Arte mágica y hechicería medieval. Tres tratados de magia en
la corte de Juan 11, V alladolid, D ip u tació n P rovincial de V alladolid, 2 0 00.
A m ad es, Jo an . “Los o g ro s in fan tiles”, Revista de DialectologíayTradiciones Populares,
13 (1 9 5 7 ), pp. 2 5 4 -2 8 5 .
---------------- - “B rujas y b ru jo s. Para un estu d io so b re las diferencias e n tre las brujas
catalanas y las astu ria n a s”, Boletín del Instituto de Estudios Afturianos, 32 (1 9 5 7 ),
pp. 4 5 2 -4 5 7 .

351
ÜTRIX HISPANICA

-----------------. Folklore de Catalunya, B arcelo n a, S electa, 1969, 3 to m o s.


A n d e rso n , W em ly Love. Free Spirits, Presumptuous llámen, ¡uní hakc Prophets: Ihe
Discernment of Spirits in the Late /Iluidle /!ges, P h. D. d is s e rta tio n , 1 lie liniv ersitv
o f C h icag o , 2 0 0 2 .
A r rie ta G allasteg u i, M iguel 1. Gentes y seres mágicos de la mitología de Asturias,
G ijó n .T re a , 1 995.
A tien za, Ju an G. Gula de las brujas en España, B arcelona, A r/n , 1986.
B a ran d iarán , Jo sc M igue! d e. Brujería y brujas en los relatos populares vascos, San
S e b a s tiá n ,T x e rto a , 1998 (1 9 8 3 ).
B arber, P aul. Vampires, fturial, and Death: Folklore and Reality, N e w H aven, Yale
lln iv e rs ity P re ss, 1988.
B a rra n , Jo sé P ed ro . M edicinay sociedad en el Uruguay del Novecientos, M o n te v id e o ,
E d icio n es d e la Banda O r ie n ta l, 1 994, 2 to rn o s.
B arth ety , H ila rió n . La sorcellerie en Béarn et dans le Pays Basque suivie de Pratiqucs de ir
sorcellerie et superstitions populaires, B o n h e t, La D é c o u v ra n c e , 2 0 0 4 (1 8 7 9 ).
B astos, C ristian a. ‘‘B ruxas e b ru x o s n o n o rd e s te algarvio. A lgum as re p re se n fa f des
da d o e n c a e da c u ra ” , Trabalhos de Antropología e etnología, 2 5 :2 -4 (1 9 8 5 ), pp.
2 8 5 -2 9 5 .
B eatie, B ru ce A. “Saint C a th e rin e o f A le x a n d ria :T ra d itio n a lT lie m e s and th e De-
v e lo p m e n t o f a M edieval G e rm á n H ag io g rap h ic N a rra tiv o ”, Speculum, 5 2 :4
(1 9 7 7 ), p p . 7 8 5 -8 0 0 .
B e lm o n t, N ic o le . Les signes de la naissance. Btudes des représentations symboliques
associées aux naissances singulieres, P arís, P ío n , 1971.
B e n n e tt, G illia n .“G h o st an d W itc h in th e S ix te e n th an d S e v e n te e n th C e n tu rie s ” ,
Folklore, 97:1 (1 9 8 6 ), pp. 3 -1 4 .
B e th e n c o u rt, F rancisco. 0 imaginario da magia. Feiticeiras, saludadores e nigromantes
no século X V I, L isboa, P ro je c to U n iv e rsid a d e A b e rta , 1987.
-----------------. “P o rtu g a l: A S c ru p u lo u s In q u isitio n ” , in B engt A n k arlo o and G ustav
F len n in g sen (e d s .), Early Modern European Witchcraft: Centres and Peripheries,
O x f o rd , C la re n d o n P re ss, 19.93, p p. 4 0 3 -4 2 2 .
Black, G e o rg e W illia m . Medicina popular, B arcelona, A lta F ulla, 1982 (1 8 S 9 ).
B lanco, Ju an F rancisco. Brujería y otros oficios populares de la magia, V alladolid,
Á m b ito , 1992.
B lázquez M ig u el, Ju a n . Fray Andrés de la Rosa. El Padre Santo JeYecla, Yecla, A yun­
ta m ie n to deY ecla, 1982.
-----------------. “B reve b o sq u e jo d e la h ech icería alm e rie n se en el siglo XV1H” , Boletín
del Instituto de Estudios Almerienses, 5 (1 9 8 5 ), p p. 5 1 -58.
-----------------Yecla en su Historia: desde los primeros pobladores hasta la Guerra de Inde­
pendencia,To\ec\o, A rca no, 1988.
-----------------. Eros y Janatos. Brujería, hechicería y superstición en España, T o led o ,
A rcan o , 1989.
Bloch, M arc. Les rois thaumaturges, S trasb o u rg , P ubiications de la F aculté des L ettres
de S tra sb o u rg , 1 92 4 (e d ic ió n en castellan o : Los reyes taumaturgos, trad u cció n
d e M arco s L ara, M éx ico , FC E , 198 8 ).

352
h a b ía n A l e j a n d r o C a m p a g n e

B lu m , R ich a rd and Eva. The Dangerous Hour:The Lore o¡ Crisis and Mystery in Rural
Greece, N ueva York, C harles S c rih n e r's so n s, 1970.
B o rd es, F rancois. Sorciers el Sordera. Proces ele sorcellerie en Guscogne el Pays Basque,
T o u lo u se, P riv a t, 1999.
B o u teiller, M arcelle. Sorciers el jeteurs de sort, P arís, P lo n , 1958.
Boyer, R égis. Le monde du doubk. Le magíe chez les anciens Scandinaves, P arís, Berg
In te rn a tio n a l, 1986.
B rid ier, S o p h ie. Le cauchemar. Elude d ’une fig u r e m ythique, P arís, P re sse s du
l ’U n iv e rsité d e P aris-S o rb o n n e, 2 0 0 1 .
Briggs, C h arles L. “T h e m ea n ín g o f n o n se n se , th e p o e tic s o f e m b o d im e n t, and
th e p ro d u c tio n o f p o w e r in VVarao h ealin g ”, en C arol L ad erm an y M arina
R o sem an (e d s.), The Performance o f Healing, N ueva York, R o u tle d g e , 1996,
pp. 1 8 5 -1 3 2 .
Briggs, K a th e rin e , The Fairies inTradition and Literatura, L o n d re s, R o u tle d g e , 2002
0 9 6 7 ).
B riggs, R o b in . “Le sabbat des so rc ie rs en L o rra in e ”, en N ico le jacq u es-Jaq u in y
M á x im e P ré au d ( d irs .), op.cit., pp. 1 5 5 -1 8 1 .
---------------- . “D an g ero u s S pirits: Shapeshifting, A p p a ritio n s, and Fantasy in L o rra ­
ine W itc h c ra ft T riáis”, en K ath ry n A. E d w ard s (e d .), op.cit., pp. 1-24.
B rill, Jacq u es. Lilith ou la Mere obscure, P arís, P ayot, 1991.
Brujologla. Congreso de San Sebastián. Ponenciasy Comunicaciones, M a d rid , S em inarios
y E d icio n es, 1975.
B urke, P eter. “R itu als o f H ealing in E arly M o d e rn Italy” , en P e te r B urke, The His­
torical Anthropolog)’ o f Early Modern Italy: Essaj’s on Perception and Conmwnication,
C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv ersity P ress, 1994 (1 9 8 7 ), pp. 2 0 7 -2 2 0 .
B u rk e rt,W a !te r. The Orientalizing Revolulion: Near Eastern Irfluence on Greek Culture
in the Early Archaic Age, C a m b rid g e , P larvard U n iv ersity P ress, 1991.
C abal, C o n sta n tin o . La mitología asturiana. El sacerdocio del diablo, M a d rid , D ip u ­
tació n d e A stu rias, 1 928.
C aciola, N ancy. Discerning Spirits: Divine and Demonic Possession in the M iddle Ages.
Ithaca, C o rn e ll U n iv ersity P re ss, 2 0 0 3 .
C allejo , je s ú s y Jo sé A n to n io Iniesta. Testigos del prodigio. Poderes ocultos y oficios
insólitos, M a d rid , A naya, 2 0 0 1 .
C allejo C abo, Jesú s y C arlo s C anales. Duendes. Guía de los seres mágicos de España,
M a d rid , E daf, 1994.
C a lm e t, D o m A u g u stin . Dissenation sur les vampires, les revenants en corps, ¡es escom-
muniés, les oupires ou vampires, brucolaques, etc. (1 7 5 1 ), te x te p r e s e n té p a r R oland
V illen eu v e, G re n o b le , J é ró m e M illó n , 1998.
C a m p a g n e, Fabián A lejan d ro . “W itc h o r D ernon? F airies, V am pires an d N ig h t-
m ares in E arly M o d e rn S pain”, A n a Ethnographica Hungariea, 5 3 :2 (2 0 0 8 ),
pp. 3 8 1 -4 1 0 .
-----------------. “ C h a rism a tic H ealin g on Ib e ria n S oil. A n A u to p sy o f a M ythical
C o m p le x in E arly M o d e rn Spain”, Folklore, 118:1 (2 0 0 7 ), pp. 4 4 -6 4 .

353
SiK!X1llM'ANKW

-------------- _“1¿1 sa n ad or, el p á rro c o y el im jviisitlor: Sos sa lu d ad o res y las fro n te ra s


de lo so b re n a tu ra l en la España del B a rro co ”, Stvdia Historien. Historia Moderna,
29 (2 0 0 7 ), pp. 3 0 7 -3 4 1 .
-------------- . “La m áscara del salu d ad o r. H isto ria d e un co m b ate p o r lo s o b re ­
n a tu ra l en la España d el B a rro c o ”, Eadem atraque Europa, 3:4-5 (2 0 0 7 ), pp.
2 2 9 -2 6 8 .
-------------- . “W itc h e s , Id o la te rs an d F ranciscans: A n A m erican T ran slatio n o f
E u ro p ean Radical D em o n o lo g y (L o g ro ñ o , 1S29 - H ueytlalpan, 1 553)”, History
oj'Religions, 4 4 : 1 (2 0 0 4 ), pp" 1 -35.
---------------. “W itc h c ra lt an d th e S en se -o f-th e -lm p o ssib le in Early M o d e rn Spain:
S om e R e flectio n s Based on th e L ite ra tu re o f S u p e rstitio n (ca. 15 0 0 -1 8 0 0 )”,
HarvardTheological Revieir, 96:1 (2 0 0 3 ), pp. 2 5 -6 2 .
---------------. Homo Catholicus, Homo Superstitiosus. El discurso antiuipersticioso en la
España de los siglos X V a X V M , M a d rid , M iño y D ávila, 2 002.
--------------- . “ 'A y c ie r to g e n e ro d e m usieres las quales ch u p an la sa n g re d e los
n iñ o s '.V a m p iris m o y e s te re o tip o d e la b ru ja en la España de los siglos XV y
X V I”, en José E m ilio B urucúa (h) y F ernanda Gil Lozano (e d s.), Zilele Dracului.
Las diversas caras del vampiro, B uenos A ires, E u d eb a, 2 0 0 2 , pp. 31 -4 3 .
--------------- . “El m o d e lo cristia n o d e su p e rs tic ió n en la España m o d e r n a ” , Antho-
logica Annua, 4 8 -4 9 (2 0 0 1 ), p p. 1 2 9 -1 8 6 .
--------------- . " E n tre el m ila g ro y el p a c to d iab ó lico : sa lu d ad o res v reves ta u m a ­
tu rg o s e n la E spaña m o d e r n a ” , en M aría E stela G onzález d e Fauve (e d .),
Ciencia, poder e ideología. El saber y el hacer en la evolución de la medicina española
(siglos X1V-XVII1), B u en os A ires, F acultad de Filosofía y L e tra s /U n iv e rs id a d
d e B u en o s A ires, 2 0 0 1 , p p . 2 4 7 -2 9 0 .
--------------- . “ El otro-entre-nosotros. F u n cio n alid ad d e la no ció n de supersiitio en el
m o d e lo h e g e m ó n ic o cristian o (E spaña, siglos XV! y XV II), Bulletin Hispanique,
102:1 (2 0 0 0 ), p p . 3 7 -6 3 .
----------------. “M edicina y re lig ió n en el d isc u rso a n tisu p e rstic io so esp añ o l de los
siglos XVI a XVIII: u n c o m b a te p o r la h e g e m o n ía ” , Dynnmis, 20 (2 0 0 0 ), pp.
4 1 7 -4 5 6 . ° '
—-------------- . ‘ 'P o r q u e n o les acaesca c o n d e p n a r los in o c e n te s e ab so lv er los r e o s '.
La su p e rs tic ió n c o m o c o n s tru c c ió n id eo ló g ica en la E spaña de los siglos XV
al X VIII”, Cuadernos de Historia de España, 75 (1 9 9 8 -1 9 9 9 ), pp. 2 4 3 -2 7 2 .
---------------- . “E IT ra c ta d o de la divinanca d e L ope de B a rrie n to s y el su rg im ie n to
del e s te re o tip o d e m o n iz a d o de la b ru ja en la España ta rd o -m e d ie v a l”, Mora,
S (1 9 9 9 ), pp. 5 3 -7 4 .
---------------- . “In tro d u c c ió n ”, e n Fabián A le ja n d ro C a m p a g n e y A n drea Bau (e d s.),
Texto y Concordancias del Tratado del parto humano del doctor Francisco N uñez, M a-
d is o n ,T h e H ispanic S em in ary o f M edieval S tu d ie s /U n iv e rs ity o fW isc o n s in ,
1 9 9 7 , pp. 2 -1 9 .
C a ro B aroja, ju lio . Las brujas y su mundo, M a d rid , R evista de O c c id e n te , 1961.
Inquisición, brujería y criptojudalsmo, B arcelo na, A riel, 1970.
-----------------. Brujería vasca, San S e b a s tiá n ,T x e rto a , 1985.

354
F a b iá n A l e j a n d r o ( a m p c ia n e

— ------------ , “B ru jería y calum nia: h isto ria de Juana R uiz, de D a iia iiT ’, en ju lio
C aro B aroja, Vidas Mágicas e Inquisición, M a d rid , Istm o, 1992 (1 9 6 7 ), ro m o
2, pp. 6 5 -8 1 .
C eb allo s G ó m ez, D iana Luz. Elechicería, brujería, e Inquisición en el Nuevo Reino
de Granado. Un duelo de imaginarios, B ogotá, E d ito rial U niv ersid ad N acional,
1994.
C e rv a n te s , F ern an d o . The Devil in the NewlVorld:The Jmpact o f Diabolism in New
Spaint N e w Haven,Yale U n iv ersity P ress, 1 9 9 4 , pp. 2 4, 2 9, 108-112 (edición
en castellan o : El diablo en el Nuevo Mundo. El impacto del diabolismo a troves de
¡a colonización, H e rd e r, B arcelona, 1996).
C h ristian j r . , W illiam . Local Religión in Sixieenth Century Spain, P rin c e to n , P rin ­
c e to n U n iv ersity P ress, 1982 (ed ició n en castellano: Religiosidad local en la
España de Felipe 11, tra d u c c ió n de Javier C alzada y José Luis Gil A ristu , M-adrid,
N e re a , 1991).
C irac E sto p iñ án , S ebastián. Los procesos de hechicerías en la Inquisición de Castilla la
Nueva (Tribunales deToledoy Cuenca), M a d rid , CSIC, 1 942.
C lark , S tu a rt. Vanities o j the Ejre:Vision in Early Modern European Culture, O x fo rd ,
O x fo rd U n iv ersity P ress, 2 0 0 7 .
C o h n , N o rm a n . Cosmos, Chaos and thelVorld to Come:The Ancient Roots ofApocalyptic
Eaith, N ew H aven,Yale L lniversitv P ress, 1993 (edición en castellano: El cosmos,
el caos y el mundo venidero. Las antiguas raíces de laJ e apocalíptica, tra d u c c ió n de
B ettin a B lanch, B arcelona, C rítica, 1995).
C o lo rn b res, A dolfo. Seres sobrenaturales de la cultura popular argentina, B uenos A ires,
E dicio n es del Sol, 2 003 (1 9 8 4 ).
C o n tre ra s, Jaim e. El Santo Oficio de la Inquisición de Galicia (poder, sociedad, cultura),
M a d rid , A kal, 1 982.
C o r d e n te M a rtín e z , H e lio d o ro . Brujería y hechicería en el obispado de Cuenca,
C u e n ca, D ip u ta c ió n P rovincial, 1990.
C o ro m in a s, J. Diccionario crítico etimológico de la lengua castellana, M a d rid , G red o s,
1 9 5 4 , 3 to m o s.
C ra p an za n o ,V in cen t. The Hamadsha:A Study in Aloroccan Ethnopsychiarry, Berkeley,
U n iv ersity o f C a lifo rn ia P ress, 1973.
C u en ca M u ñ o z , P alom a. El Tractado de la Divinanca de Lope de Barrientos. La magia
medieval en la visión de un obispo de Cuenca, C u e n c a , A y u n ta m ie n to d e C u e n ca,
1994.
D a n fo rth , L o rin g M . Fircivalking and Religious Healing:'[he Anastenaria of Greece
and the American Firewalking Movemcnt., P rin c e to n , P rin c e to n L íniversity P ress,
1989.
D avies, O w e n . “C h a rm e rs and C h a rm in g in E ngland and W ales fro m th e E ighte-
e n th to th e T w e n tie th C e n tu ry ”, Folklore, 109 (1 9 9 8 ), pp. 4 1 -5 2 .
------------ — . “T h e N ig h tm a re E x p e rie n c e , S leep Parnlysis, an d W itc h c ra ft A ccu-
satio n s” , Folklore, 1 14 (2 0 0 3 ), pp. 1 8 1 -2 0 3 .
----------------. Popular Magic: Cunning-jolk in English Flisrory, L o n d re s, H am b led o n
C o n tin u u m , 2 0 0 7 (2 0 0 3 ).

355
STRIX HISPANICA

-----------------. The Haunted:A Social History o f Ghosts, B asingstoke, H am p sh ire, Pal-


grave M a cm illan , 2 0 0 7 .
d e C h e sn e l, A d o lp h e . Dictionnaire tías Superstitions, erreurs. prejugés, ct traditions
populaires, P arís, P e tit-M o n tro u g e , 1856.
D elm as, M a rie -C h a rlo tte . Féeset hitins. Les esprits de la nature, Le Granel L égendaires
d e F ra n ce, 1, P arís, O m n ib u s, 2 0 0 6 .
D e lp e c h , F rancois. “La ‘m a r q u e ’ d es so rc ié re s: lo g iq u e(s) d e la stig m atisatio n
d ia b o liq u e ”, e n N ic o le Jacq u es-Jaq u in y M áxim e P ré a u d (d irs .), op.cit., pp.
3 4 7 -3 6 8 .
-----------------. “C a m in o d e l in fie rn o ta n to anda el co jo c o m o el v ien to . M onosan-
dalism e e t m ag ie d ’a m o u r”, en J. P. D u v io ls y A. M o lin ié -B e rtra n d (e d s.),
Enfers et damnations dans le monde hispanique et hispano-américain, París, PL1F,
1 9 9 6 , pp. 1 7 5 -1 9 1 .
-----------------. “En to r n o al diablo co ju elo : d em o n o lo g ía y fo lk lo re”, en M aría T ausiet
y Ja m es A m elan g (e d s.), op.cit., p p. 99-1 31.
D e lu m e a u , Je an . La peur en Occident aux XIVe et XVIlie siccles. Une cité assiégée, París,
Fayard, 1978 (ed ició n en castellan o : El miedo en Occidente (siglos XIV-XVIII). Una
ciudad sitiada, tra d u c c ió n d e M a u ro A rm iñ o , M a d rid ,T a u ru s, 1989).
de B lé c o u rt, W ille m . “B e d d in g th e N ig h tm a re : S om atic E x p e ríe n c e and N a rra -
tiv e M e an in g in D u tc h an d F lem ish L e g e n d T e x ts”, Folklore, 114 (2 0 0 3 ), pp.
2 2 7 -2 4 5 .
d e B lé c o u rt, W ille m an d O w e n D avies (e d s.). Witchcraft Continued: Popular Magic
in Modern Europe, M a n c h e ste r, M a n c h e ste r U n iv ersity P re ss, 2 0 0 4 .
de M arliave, O liv ie r e t Je a n -C la u d e P e r tu /é . Pamhéon £j'rénéen,Toulouse, E ditions
L o u b a tié re s, 1 9 9 0 .
d e M a rtin o , E rn e s to . 11 mondo mágico. Prolegomeni a una storia del m agism o,Turín,
P aolo B o rin g h ie ri, 1 948.
-----------------. Sud e magia, M ilán, F a ltrin e lli, 2003 (1 9 5 9 ).
-----------------. La térra del rimorso. Contributo a una storia religiosa del Sud, M ilán, II
S ag g iato re, 1961 (e d ic ió n en castellan o : La tierra del remordimiento, tra d u c c ió n
d e Ju a n V iv a n c o , B a rcelo n a, E d ic io n e s B e lla te rra , 1999).
Di Ñ o la , A lfo n so M . Lo specchio e l ’olio: le superstizioni degli italiani , R o m a , La-
te rz a , 1 993.
D in zelb ach e r, P e te r. “S an te o stre g h e . A lcuni casi d el ta rd o m e d io e v o ” , en G a­
b rie lla Z a rr i ( e d .), op.cit., p p . 5 2 -8 7 .
D o m ín g u e z L a sie rra , Ju a n ( e d .). Relatos aragoneses de brujas, demonios y aparecidos,
Z arag o z a, E d ito ria l L ib re ría G e n e ra l, 1978.
D o u le t, Jean -M ich el. Qiiancl les demons enlevaient les enfants.Les changelins:érude d ’une
fig u re mythique, P arís, P re sses de l ’lln iv e rs ité de P aris-S o rb o n n e, 2 0 0 2 .
D u n d e s, A lan (e d .). TheVampire:A Casebook, M a d iso n .T h e U n iv ersity o fW isco n sin
P re ss, 1998.
-----------------. “T h e V a m p ire as B lo o d th irstv R e v en an t: A P sychoanalytic Post M o r-
te m ” , in lb id .,p p . 1 5 9 -1 7 5 .

356
h a b ía n A l e j a n d r o ( a m p a i j n e

E clw ards, K ath ry n A. (e d .). iVeretvohesJYitches, and ¡íandcring Spirits: Traduional


B elief and Folklore in Early Modern Europe, K irksvillo, T n im .m S tale U n iv ersity
P ress, 2 0 0 2 .
E liade, M ircea. Traite d ’histoire des religions, P aris, Payot, 1964 (ed ició n en c a s te ­
llano: Tratado de historia de las religiones, tra d u c c ió n de Iulnas Segovia, M éxico,
E d icio n es E ra, 1992).
-----------------. De Zalmoxis e Gengis-Khan: Etudes comparatires sur les religions et le folklore
de la Dacie et de / ’Europe Orientóle, P aris, Payot, 197 0 (edición en inglés: Zalmoxis:
TheVanishing God. Comparatire Studies in the Religions and Folklore ojD aeia and
Eastem E u ro p e , C h ic a g o ,T h e U n iv ersity o f C hicago P ress, 1972).
E llio tt, D y a n . Fallen hodies: Pollution, Sexualiry, S^Dempnology in the M iddle Ages,
F iladelfia, U n iv ersity o f Pennsylvania P ress, 1999.
-----------------. “Seeing D o u b le: Jo h n G e rso n , th e D is c e rn m e n t o f S p irits, and Joan
o f A re ”, American Histórica/ Revieiv, 107:1 (2 0 0 2 ), pp. 2 6 -5 4 .
E rk o re k a , A n tó n . Begizkoa. El mal de ojo entre los vascos, Ekain, Bilbao, 1995.
F ajard o S p inola, F rancisco. “D es vols e t assem blées des so rc ié re s dans les do-
c u m e n ts tle l ’In q u isitio n c a n a rie n n e ”, en N ico le Jacques-Jaquin y M á x im e
P ré au d (d irs .), op.cit., pp. 2 9 9 -3 1 6 .
F araone, C h risto p h e r A. “T h e A gonistic C o n te x t o f Early G reek B inding Spells”, in
C h risto p h e r Faraone and D irk O b b in k (e d s.), Magika Hiera.Ancient Greek Magic
and Religión, N u eva York, O x fo rd U niversity' P ress, 1997 (1 9 9 1 ), pp. 3 -3 2 .
F a rb e rm a n , J u d ith . Las salamancas de Lorenza. Magia, hechicería y curanderismo en el
Tucumán co lo n ial, B uenos A ires, Siglo X X I, 200S .
F avret-S aada, Jean n e. Les mots, la tnort, les sorts, P arís, G allim ard , 1977.
F e rn á n d e z N ie to , M an uel (e d .). Proceso a la brujería. En torno al Auto de Fe de los
brujos de Zugarramurdi, Logroño, 1 6 1 0 , M a d rid ,T e c n o s, 1989.
F ern án d ez-P ajares, J. M . Del Folklore de Pajares, O v ie d o , R eal In stitu to de E studios
A s tu ria n o s, 1984.
F ine J r ., Jo h n V. A. “In D efen se o fV a m p ire s” , en A lan D u n d es (e d .), op.cit., pp.
5 7 -6 6 ; r e p rin te d fro m East European Quarterly, 21 (1 9 8 7 ), pp. 15-2 3 .
F laherty7, G lo ria . Shamanism and the Eighteenth Century, P rin c e to n , P rin c e to n
U n iv ersity P ress, 1992.
F lo res A rro y u e lo , F rancisco J. El diablo en España, M a d rid , A lianza, 1985.
F ukada, K ., A . M iyasita, M . Inugam i and K. Ishihara. “H igh P re v alen ce o í Iso-
la te d S leep Paralysis: K anishibari P h e n o m e n o m in Ja p an ”, Sleep, 10 (1 9 8 7 ),
pp. 2 7 9 -2 8 6 .
F o rb e s,T . R . “T h e Social H isto ry o f th e C aul” , TheYale Journal cfB iology and M e­
dicine, 25 (1 9 5 3 ), pp. 4 9 5 -5 0 8 .
G aid o z, H e n ri. La rage et Saint-H ubert, P arís, P icard , 18 8 7 .
G allin i, C lara. La ballerina variopinta. Una jesta di guarigione in Sardegna, Ñ a p ó le s,
L ig u o ri, 1988.
G arcía-M o lin a R iq u elm e, A ntonio. “El Auto de Fe d e M éxico de 1659: el salu d ad o r
lo co , L ópez d e A p o n te ”, Revista de la Inquisición, 3 (1 9 9 4 ), p p. 1 8 3 -2 0 4 .

357
S I KiX i l lM 'W IC A

G ari L acru z, A ngel. Brujería e Inquisición en el Alto Aragón en ¡a primera mirad ilcl siqlo
XVII, Z arag o za, D ip u tació n G e n e ra l de A ra g ó n /D e p a r ta m e n to de C u liu ra v
E d u cació n , 1991.
----------------“Les sabbats en A rag ó n d ’ap res les d o c u m e n ts e t la tra d itio n o ra te ”,
en N ico le Ja cq u es-C h a q u in e t M á x im e P ré a u d (d irs .), op.cir., pp. 2 8 1 -2 9 8 .
G aster, M . “T w o T h o u san d Years ot a C h a rm against th e C h ild -stcalin g W itc h ”,
Foik-Lore, 1 1:2 (1 9 0 0 ), pp. 129-3 62.
G e la b e rtó , M a rtí. La palabra del predicador. Contrarreforma y superstición en Cataluña
(siglos X VU -XV Ilt), L leida, M ilen io , 2 0 0 5 .
G e n tilc o re , D avid. Frorn Bishop to\Vitch:The System ofihc Sacred in Early Modern Terra
d ’Otranto, M a n ch ester, M a n c h e ste r U n iv e rsitv P ress, 1992.
-----------------. HeaJers and Healincj in Early Modern Italv, M a n ch ester, M a n c h e ste r
L Iniversity P ress, 1 998.
------------------ Medical Charlnranism in Early Modern Iraly, N ueva York, O x fo rd Llni-
v e rsitv P re ss, 2 0 0 6 .
G in zb u rg , C ario . “Spie. Radici di un parad ig m a in d iziario ”, en A ldo G argani ( e d .),
Crisi dalla Ragionc, T u rín , E inaudi, 1 9 7 9 , p p. S 9 -1 0 6 (ed ició n en castellano:
“Ind icio s. R aíces d e u n p arad ig m a d e in feren cias indicíales”, en Micos, emble­
mas, indicios. Morfología e historia, tra d u c c ió n d e C arlos C a tro p p i, B arcelona,
G ed isa, 1 989, pp. 1 3 8 -1 7 5 ).
G ran ad a, D an iel. Supersticiones del Río de la Plata, M o n te v id e o , A. B a rreiro v
R a m o s, 1896.
G re im a s, A lg ird as ju lie n . Des Dieux ei des Hommes. Etudes de Myihologic lituanienne,
P arís, PU F, 1985.
G r o tta n e lli, C ris tia n o , P ie tro C le m e n te , Fabio Dei v A lessan d ro S im onicca.
“D iscu ssio n e su ‘S to ria n o tt u r n a ’” , Qiiaderni di Storia, 1 7 :3 4 (1 9 9 1 ), pp 103-
129.
G u illa m e t, Jo a n . Bruixeria a Catalunya. B a rcelo n a, E d icio n s La P araula Viva,
1983.
H arf-L an cn er, L au ren c e. Les Fées au Moyen Age. Morgane et Mélusine. La naissance des
fées, P arís, F lo n o ré C h a m p io n , 1984.
—---------------. Le monde desfé e s dans I ’Occidente medieval, París, F íach ette, 2 003.
H e n n in g se n , G ustav. ThelVitches’Advocare: BasqueíVitchcraft and the Spanish Inauisi-
tion, R e n o , L Iniversity o f N evada P ress, 1980 (edición en castellano: El abogado
de las brujas. Brujería vasca e Inquisición, tra d u c c ió n de M arisa R e y -H en n in g sen ,
M a d rid , A lianza, 1 9 8 3 ).
---------------- . (e d .). The Solazar Documents: Inquisitor Alonso de Salazar Frías and Others
on the BasqueWitch Persecution, L e id en , B rill, 2 0 0 4 .
H e rn ú ñ e z , P ó llu x . Monstruos, duendes y seres fantásticos de la mitología cántabra,
M a d rid , A naya, 1994.
H o m za, Lu A n n . R eligiousAuthority in the Spanish Rcnaissancc, B a ltim o re ,T h e John
F lopkins L Iniversity P re ss, 2 0 0 0 .
H o p k in , C h a rles E d w ard . The Share cfThom asAquinas in the Gron-th o f theWitchcraft
Oclusión, N u ev a York, AM S P re ss, 19S 4 (1 9 4 0 ).

358
h ib iá n A le ja n d r o ( a m p a g n e

H u ffo rd , David j. The Terror ihat Comes in the \'ig h t:A n E.\pcríence Ccntcred Siudy
o f Supernatural Assault Traditions, Filadelfia, U n ¡\e rs ity o f Pennsylvania P ress,
19 8 9 .
H u m p h rey , C a ro lin e. “S ham anic P rácticos and th e S tate in N o r th e rn Asia”, en
N ich o lasT h o m as y C a ro lin e H u m p h re y ( e d .), Shamanism, History and the State,
A nn A rb o r, U n iv ersity o f M ichigan P ress, 1994, pp. 191-228.
H u m p h rey , C a ro lin e and U rg u n o e O n o n . Shamans and Elders, O x to rd , O x fo rd
U n iv ersity P ress, 1996.
Ibarlucía, R icard o yV aleria C a ste lló -Jo u b e rt (ed s.). Vampiria. De Polidori a Lovecraft,
B uenos A ires, A d rian a H idalgo, 2 0 0 3 .
Id o ate, F lo ren cio . La Brujería en Navarra y sus Documentos, P am p lo n a, D ip u tació n
Foral d e N avarra / In stitu to P rín c ip e d eV ian a (C S IC ), 1978.
Idoyaga M olina, A n atild e. “La b ru ja P ilagá”, en Scripta Erbnologíca, 5:2 (1 9 7 8 -
\ 9 7 9 ), pp. 9 5 -1 1 7 .
ja c o b so n S ch u tte, A nne. Pretense q f hfoliness, Inquisition, and Cender in the Repubíic
of'enice, ¡ 6 1 8 -1 7 5 0 , B a ltim o re ,T h e Jo h n H opkins U n iv ersity P ress, 2 001.
Jacq u es-Jaq u in , N ico le e t M áxim e P ré au d [d irs .], Le sabbat des sorciers en Europe,
XVe-XVIHcsíccle, G re n o b le , jé r o m e M illón, 1993.
Jim én e z O rn e la s, R e n e. “M arginalidad y m o rta lid a d infantil” , Psevísta Mexicana de
Sociología, 5 0 :4 (1 9 8 8 ), pp. 1 7 1-185.
Jo h n s to n , Sarah ¡les. Restless Dead: F.ncounrcrs Betiveen the livin g and the Dead in
Ancient Greece, Berkeley, U n iv ersity o f C a lilo rn ia, 1999.
jo is te n , A lice e t C h ristian A bry. Etres fantastiques des Alpes. Extraits de la collecte
Charles Joisten (1 9 3 6 -1 9 8 1 ), P arís, E ditions E n te n te , 1995.
Jo n e s, E rn e s t. Le cauchemar, P arís, Payot, 1973 (1 9 3 1 ).
jo y n e s , A n d rew . Medieval Ghosts Srories.-An Antbology o f M itades, Marvels and Prodi-
gies, W o o d b rid g e , Suffolk, B oydell and B rew er, 2006 (2 0 0 1 ).
K am en , H en ry . Inquisition andSociety in Spain, L o n d o n , W eidenfeld and N icolson,
1985 (ed ició n en castellan o : La Inquisición española, tra d u c c ió n de G abriela
Z ayas, B arcelo n a, C rítica, 1 988, p. 2 6 2 ).
----------------- 7 ¡¡¿ Phoenix and the Elame. Catalonia and the Coumer Rejormation,
N e w H av en , Yale U n iv e rsity P re ss, 1993 (e d ició n en c a ste lla n o : Cambio
cultural en la sociedad del Siglo de Oro. Cataluña y Castilla, siglos XV1-XVIÍ,
tra d u c c ió n d e C a rlo s A. C a ra n c i y P alom a S ánchez del M o ra l, M a d rid ,
Siglo X X I, 1 99 8 ).
K e itt, A n d rew W. Inventing the Sacred: Impostura, Inquisition and the Rotindaries q f the
Supernatural in Golden Age Spain, L eiden, B rill, 2 0 0 $ .
K ieckhefer, R ic h a rd .“A v e n g in g th e Blood o f C hildren: A nxiety over C hildV ictim s
and th e O rig in s o f th e E u ro p e a n W itc h T riáis”, in A lb e rto F e rre iro (e d .), The
Devil, Heresy andWitchcraft in the Middle Ages: Essays in Honor ofJeffrey B. Russell,
L eid en , B rill, 1 9 98, p p. 9 1 -1 0 9 .
K laniczay, G ábor. “T h e D eclin e o f W itc h e s and th e Rise oí'V am pires u n d e r th e
E ig h te e n th -C e n tu ry H ab sb u rg M o n a rch y ”, en G á b o r Klaniczay, The Uses o f

359
.YI'KIX t IISPANK/A

Supernatural Power: The Transformation o f Popular Religión in Medieval and Early-


Modern Europe, P rin c e to n , P rin c e to n U n iv e rsity P ress, 1990, pp. 1 6 8 -1 8 8 .
Klaniczav, G á b o r and Eva P ócs (e d s.). Communicating with the Spirits, B udapest,
C e n tra l E u ro p e a n U n iv ersity P re ss, 2 0 0 5 .
K lein , M ic h ele. A Time to Be Born: Cusroms and Folklore o f jewish B irth, F iladelfia,
Jexvish P u b licatio n Society, 1998.
K rau ss, F rie d ric h S. “S outh Slavic C o u n te rm e a s u re s agninst V am pires” , en Alan
D u n d e s (e d .), op.cir. , p p . 6 7 -7 1 ; r e p r in te d fro m Glohus, 6 2 , (1 8 9 2 ), pp. 203-
204.
L a b o rd e , J.-B . Les ‘brouches’ en Bcarn, Gascogne et Pays Basque (Histoire et Folk-Lore),
B o u h e t, La D é c o u v ra n c e , 200S (1 9 3 6 ).
Lafoz R abasa, Cuentos altoaragoneses de tradición oral, H u esca, In stitu to d e E studios
A lto arag o n ese s, 1 990.
L aw so n , Jo h n C u th b e r t. Modern Grcck Folklore and Ancient Greek Religión, N ueva
Y ork, U n iv ersity B ooks, 1964 (1 9 1 0 ).
L e c o u te u x , C íau d e . Fantomcs et Revenants au Mayen Age, París, Im ago, 1996 (1 9 8 6 )
(ed ició n en castellan o : Fantasmas y aparecidos en la Edad M edia, tra d u c c ió n de
P lácid o d e P ra d a , P alm a d e M a llo rca, Jo sé J. d e O la ñ e ta , 1999).
------------------ Les nains ei leseljes au Aloyen Age, P aris Im ago, 2 00 3 (1 9 8 8 ) (ed ició n en
castellan o : Enanos y elfos en la Edad M edia, tra d u c c ió n de F ran cesc G u tié rre z ,
P alm a d e M a llo rca, José J. d e O la ñ e ta , 199 8 ).
------------------ Fées, Sorciéres et Loups-garous au Aloyen Age. Fiistoire du double, P arís,
Im ago , 1992 (ed ició n e n castellan o : Hadas, brujas y hombres lobo en la Edad
Media. Historia del doble, tra d u c c ió n d e P lácid o de P ra d a, P alm a d e M allo rca,
Jo sé j. d e O la ñ e ta , 1999 ).
-----------------_ Au-dcla du M crvcilleux. Des croyances du Mayen Age, P aris, P resses de
r U n iv e r s ité d e P a ris-S o rb o n n e , 1995.
-------------- -Chassesjantastiques et cohortes de la nuil au Moyen Age, P arís, Im ago,
1999.
----------- -— _ Histoire desVampires.Autopsie d ’un m ythe, P arís, Im ago, 1999.
---------------- Elle mangeait son lineen!. Fantómes, revenants, vampires et espriis frapneurs.
Una anthologie, P arís, Jo sé C o r ti, 2 0 0 6 .
L ed ere r, D avid. “ L iving w ith th e D e a d . G h o sts in M o d e rn Bavaria”, e n K athryn
A. E d w ard s ( e d .) , op.cit. , p p. 2 5 -5 3 .
Le G off, Jacq u es. La Naissance du Purgaroire, P arís, G allim ard , 1981 (edició n en
castellan o : El nacimiento del Purgatorio, tra d u c c ió n de F ran cisco P érez G u tié r ­
re z , M a d rid ,T a u ru s , 1 9 8 5 ).
L ein w eb er, D av id W alter. “W itc h c ra ft an d L am iae in ‘T h e G o ld e n A ss’” , Folklore,
105 (1 9 9 4 ), pp. 7 7 -8 2 .

Le N ail, Je an -F ran co is. “P ro c é d u re s c o n tr e d es so rc ié re s de Seix en 1 5 62” , Bu-


llctin de la société ariegeoise, 31 (1 9 7 6 ), p p. 1 5 5 -2 3 2 .
L eó n, Pilar. “M edical T h e o rie s o fT a ra n tis m in E ig h te e n th -c e n tu ry Spain”, in
P e re g rin e H o rd e n (e d .), Music as M edicine:The History ojM usicTherapy Since
A ntiquity, A ld e rsh o t, A shgate, 2 0 0 0 , p p. 2 7 3 -2 9 2 .

360
Fabián Alejandro (.ampogne

Le Roy L ad u rie, E m n ian u e l. Montaillou, village aceitan, de 129-1 a 1 3 2 4 , Paris,


G a liim ard , 1975 (ed ició n en castellan o : Afontuilfou, aldea occitana de 12 94 a
1324, tra d u c c ió n de M auro A rm iñ o , M a d rid ,T a u ru s , 1981).
---------------- . La sorciére deJasmin, P aris, Senil, 1983 (ed ició n en castellano: La bruja
de jasm in, tra d u c c ió n de M anuel S e rra t, B arcelona, A rgos V ergara, 1984).
L ixfeld, H an n jo st. “D ie G u n tram sag e (AT 1645A )”, Fabula, 13 (1 9 7 2 ), pp. 60-
107.
L ó p ez Salva, M e rc e d e s. “D e m o n io s v e sp íritu s en las relig io n e s prim itiv as del
P ró x im o O r ie n te ”, en A urelio P érez Jim énez y G onzalo C ru z A n d re o tti (eds.),
Seres Intermedios. Angeles, Demonios y Genios en el Mundo Mediterráneo, M álaga,
E dicio n es C lá s ic a s /C h a rta A n tiq u a, 2 0 0 0 , pp. 4 2 -4 5 .
L u rk er, M a n fred . The R outkdge Dsctionary ojGods and GoJdesses, Devils, and Demons,
N ueva York, R o u tle d g e , 2 0 0 4 .
L ynch, Jo h n . Massacre in the Pampas, ¡ 8 7 2 , N o rm a n , U n iv ersity o f O k lah o m a
P ress, 1998 (ed ició n e n castellan o : Masacre en las pampas. La matanza de in­
migrantes en Tandil, 1 8 7 2 , tra d u c c ió n de M aría Teresa La Valle, B uenos A ires,
E m e cé, 2 0 0 1 ).
M aggi, A rm a n d o , In the Company o j Demons: Unnatural Beings, Love, and Idem ity in
the Italian Renaissance, C h ic a g o ,T h e U n iv ersity o f C hicago P ress, 2 006.
M agliocco, Sabina. “W itc h c ra ft, h e a lin g a n d V e rn a c u la r M a g icin Italy”, en W illem
de B lé c o u rt y O w e n D avies (e d s.), op.cit., pp. 1 5 1 -1 7 3 .
M a rin o F erro , X osé R a m ó n . La brujería en Galicia, Vigo, N ig raT rea, 2 0 0 6 .
M a rtín S ánchez, M a n u el. Seres míticos y personajesJantásticos esp añ o les, M a d rid ,
E daf, 2 0 0 2 .
M a rtín e z , E lviro. Brujería asturiana, L eón, E d ito rial E v erest, 1987.
M a x w e ll-S tu a rt, P e te r G. Ghosts:A History o j Phantoms, Ghouls S^Other Spirits o j the
Dead, S tro u d , G lo u c e s te rs h ire ,T e m p u s , 2 0 0 7 .
M c D o n o u g h , C h ris to p h e r M ichael. “C a rn a , P roca and th e S trix on the K alends
o f j u n e ”, lramacrions of the American Philological Associarion, 127 (1 9 9 7 ), pp.
3 1 5 -3 4 4 .
M cN ally, R ay m o n d T. e t R adu F lo re scu . 4 la recherche de Drucula. ¡'hntSnw u
légcnde, le mythe, París, R o b e rt Laf fon! 1 / i .
M ed in a, Jo sé T o rib io . Historia del Inhunui del Santo Oficio de la Inquisición de Lima,
S antiago d e C h ile, 1887.
M ello e Souza, L aura d e. 0 Diabo e a Terra de Santa Cruz. Fehi$aria e religiosidade
popular no Brasil colonial¡ San Pablo, C o m p an h ia da.^ L etras, 1986 (e d ic ió n en
castellan o : El diablo en la tierra de Santa Cruz. Hechicería y religiosidad popular
en el Brasil colonia1, v ersió n española de Teresa R o d ríg u e z M a rtín e z , M a d rid ,
A lianza, 1993 ).
----------- ----- . “A u to u r d ’u n e ellipse: le sabbat dans le m o n d e lu so -b résilien de
l’A n cien R é g im e ”, e n N ico le Jacq u es-C h a q u in e t M á x im e P ré au d (d irs .),
op.cit., pp. 3 3 1 -3 4 3 .
M eyühas G in io , A lisa. La joneresse de L foi. i ,■ visión da J 'A l^ n ^ de Espina,
moine espagno! (?- ¡4 6 6 ), P arís, C c rf, i 998.
S t k ix H is p á n ic a

M itc h e ll, S te p h e n . “ A ra se oí w itc h c ra ft assau lt in earlv n in e te e n th c e n tu ry


bnglam.l as o stensivo a e iío n ”, in W illem tic B lé c o u rt and O w c n D avies (e d s.),
op.cít., pp. 14-28.
M o le ro , V alérie. Magie et sorcellerie en Espagne au síecle des Lamieres, 1 7 0 0 - 18 2 0 ,
P arís, L’F ía rm a tta n , 2 0 0 6 .
M o n t e r, W i 11ia n i . Frontiers o f Heresy:The Spanish Inquisition from the Basque lands to
Sicily, C a m b rid g e , C a m b rid g e U n ív e rsitv P re ss, 1990 (ed ició n en castellano:
La otra Inquisición. La Inquisición española en la Corona de Aragón, Navarra, el País
Vasco y Sicilia, tra d u c c ió n de F elipe A lcán tara, B arcelo na, C rítica, 1992).
M o ra n , C ésar. “N o ta s fo lk ló ricas leo n esas”, Revista de Dialectología y Tradiciones
Populares, 4:1 (1 9 4 8 ), pp. 6 2 -7 8 .
M u c h e m b le d , R o b e rt. Culture populaire et culture des élites dans la France. moderne
(XVe-XVlIIe siécles), P arís, F la m m a rio n , 1978.
M u rg o c i, A gnes. “T h e V am pire In R o u m a n ia ,” in A lan D u n d e s (e d .), op.cít., pp.
1 2 -3 4 ; r e p rin te d fro m Folklore, 37 (1 9 2 6 ), p p. 3 2 0 -3 4 9 .
M o rris , K a th e rin e . Sorceress or)Vitch?:The image o f gender in Medieval Iceland and
Northern Europe, L anh am , L Iniversity P ress o f A m erica, 1991.
N alle, S araT . God in Lq Mancha: Keligious Rejorm and the People o j Cuenca, l S00-
1 6 5 0 , B a ltim o re ,T h e Jo h n H o p k in s L Iniversity P ress, 1992.
N ess, R o b e rt C . “T h e O íd H ag P h e n o m e n o n as Sleep Paralysis: A B iocultural
I n te r p r e t a r o n ”, Culture, Medicine and PsychiaTry, 2 (1 9 7 8 ), pp. 1 5 -3 9 .
N ic k e íl, Jo e . “T h e S k ep tic-rap in g D e m o n f o fZ a n z ib n r”, Skeptical Briefs Newsletter,
d e c e m b e r 1 9 9 5 , pág ina ú nica.
N o g n e ira , C a rlo s R o b e rto . “A m ig ra c a o d o Sabbat: A p resen c a ‘e s tra n g e ira ’ das
b ru x a s e u ro p é ia s n o im a g in a rio ib é ric o ”, Espacio, Tiempo y Forma. Flistoria
Moderna, V (1 9 9 2 ), p p . 9 -3 0 .
N u tin i, H u g o G. and Jo h n M . R o b e rts . BloodsuckingWitchcraft:An Epistcmological
Study ofAnthropomorphic Supernaturalism in KuralTlaxcala,T u c so n ,T h e Llniver-
sity o f A rizo n a P re ss, 1 993.
O a te s , C a ro lin e . “C h e ese G ives you N ig h tm a re s: O íd Flags and H e a r tb u r n ” ,
Folklore, 114 (2 0 0 3 ), pp. 2 0 5 -2 2 5 .
O in as, Félix. “East E u ro p e a n V am piros” , in A la n D u n d e s (e d .), op.cit., pp. 4 7 -5 6 ;
r e p r in te d fro m Journal o f Popular Culture, 16 (1 9 8 2 ), pp. 1 0 8 -1 1 4 .
O ’N e il, M arv. “S a c e rd o te o w e r o S trio n e : E cclesiastical and S u p e rstitio u s R e ­
m e d ie s in S ix te e n th -C e n tu ry Italy” , e n S teven L. K aplan (e d .), Understanding
Popular Culture: Europe fro m the Aliddle Ages to the Nineteenth Century, B erlín y
N u ev a York, M o u to n , 1 9 8 4 , p p. 5 3 -8 4 .
Paiva, José P ed ro . Práticas e crencas magicas. O medo e a necessidade dos mágicos na
diocese de Coimhra (1 6 5 0 -1 7 4 0 ), C o im b ra , L ivraria M in e rv a, 1992.
Patai, R ap h ael. The Liebrew Goddess, D e tr o it, W ayne S tate L Iniversity P ress, 1990
(3 rd . e d .).
P eñafiel R a m ó n , A n to n io . “C ara y crirz d e la m e d ic in a m u rcian a del se te c ie n to s:
P erv iv en cia d el salu d ad o r” , Murgetana, 71 (1 9 8 7 ), pp. 7 3 -8 1 .

362
P e rd ig u e ro , E n riq u e. “M ajrical Síeaiin^> in Spain (1 8 7 S - 1936): M edical P luralism
and (he Search lo r H e g e n io n y ”, en W iliem de B léco urt and O w e n D avies
(e d s.), op,LÍt., pp. I 33 1 50.
P erea Y éb en es, Sabino. “Las strig es: m u je re s-p á ja ro s, lu juriosas, d e v o ra d o ra s”,
en Sabino P erea Y ébenes, El sello de Dios (2). Ceremonias de la muer re. Nueve
estudios sobre magia y creencias populares greco-romanas, M a d rid , Signifer, 2 0 0 2 ,
p p. 2 3 3 -2 7 0 .
P é re z d e N u cci, A rm an d o . Magia y chamanismo en la medicina popular del N.O.
argentino,Tucum&rt, E d ito rial U n iv ersitaria d c T u c u m á n , 1989.
P e rrin , M ichel. Les praticiens du reve: un excmple de chamanisme, P arís, PUF, 1992.
P inies, je a n -P ie rre . Figures de la sorcellerie languedocicrme. Breish, endevinaire, armier,
París, E d itions d u C N R S , 1983.
P izza, G io v an n i. “T h e V irgin an d th e S p id er: R e v isitin g S p irit P ossession in
S o u th ern E u ro p e”, en C ristina Papa, G iovanni Pizza y F ilippo M . Z erilli (ed s.),
Incontri di etnología europea/ European Ethnology Meetings, Ñ a p ó le s, E dizioni
S c ie n tifk h e Italiane, 3 998, pp. 4 9 -8 2 .
P ócs, Eva. “Possession P h e n o m e n a , P ossession-system s: Som e E a st-C e n tra l E u­
ro p e a n E x am p le s”, e n G á b o r K laniczay y Eva P ócs (e d s.), Communicating with
the Spirits, B udap est, C e n tra l E u ro p e a n U n iv ersity P ress, 2 0 0 5 , pp. 8 4 -1 5 1 .
P u rk iss, D iane. A t the Bottom ojrhe Carden:A Dark H iuory ojEairies, Hobgoblins, and
OtherTrouhlesomeThings, N ueva Y ork, N e w York U n iv ersity P ress, 2 0 0 3 .
R a m o s, M áx im o . “T h e Aswang Syncrasy in P h ilip p in e F o lk lo re”, Western Folklore,
2 8 :4 (1 9 6 9 ), pp. 2 3 8 -2 4 8 .
Ram sey, M atthew . Professional and Popular Medicine in Erance, 1110-1 S30:The Social
World o j Medical Practice, C a m b rid g e , C a m b rid g e U n iv ersity P ress, 2 002.
R e g u era, íñaki. La Inquisición Española en el PaísVasco. El tribunal de Calahorra, 1513-
1 5 7 0 , San S e b a s tiá n ,T x e rto a , 3984.
R e v e rte C o m a , José M anuel.. “C h a m a n ism o ”, en Brujología. . . , op.cit., p p . 297-
3 10.
R ico-A vello, C arlos. “La b ru je ría e n A stu rias”, en B r u jo lo g ía .o p .c it., p p. 1 19-
138.
R isco, V icente. “La p ro cesió n de las ánim as y las prem o n icio n es de m u e r te ”, Revista
de Dialectología y Tradiciones populares, 2 :2 (1 9 4 6 ), p p. 3 8 0 -4 2 9 .
R istesk i, L’u p c h o S. “C a te g o rie s o f th e ‘Evil D e a d 1in M acedonian Folie R e lig ió n ”,
en G á b o r Klaniczay y Eva P ócs (e d s.), C.hristian Dcmonologj' and Popular M ytho-
logy, B u d ap est, C e n tra l E u ro p e a n U n iv ersity P ress, 2 0 0 6 , pp. 2 0 2 -2 1 2 .
R od ríg u ez-V ig il R u b io , Ju an Luis. Bruxas, lobos e Inquisición. El proceso de Ana María
García, la Lobera, O v ie d o , E diciones N o b e l, 1996.
R ojas, E lena M . (c o m p .). Acerca de los relatos orales en la Provincia de Tucumán,
T u cu m án , F acultad de Filosofía y L e tra s-U n iv e rsid a d N acional de T u cu m án ,
1986.
R ose, C a ro l. Spirits, Fairies, Leprechauns, and Goblins: An Enciclopedia, N ueva York,
W .W . N o r to n , 1996.

363
R úa A ller, F ran cisco y M an u el R u b io G ago. La piedra celeste: creencias populares
leonesas, L eón , D ip u tació n P rovincial, 1986.
R usjg iero , G u id o . Bindrng Passions: Tales of Alogic, A’larriage, and Pon er at the End oj
the Renaissance, N u eva Y ork, O x fo rd L Iniversity P ress, 1993.
R u ssell, je lf re y B u rto n . The Devil: Perceptions o j Evil fro m A ntíquity to Primitive
Christianity, Ithaca, C o rn e ll lln iv e rs ity P ress, 1987 (1 9 7 7 ).
S c h m itt, Je a n -C la u d e . Les Kcrenants, lesVivanrs a les Morís dans ¡a Societé mcúiévale,
P arís, G a llim a rd , 1994.
Sáez, Jo sé M ig uel y P ed ro M a rse t. “P ro fesio n ales sa n ita rio s en la M urcia del siglo
XVIII. N ú m e r o , ev o lu ció n y d is trib u c ió n ” , Asclepio, 45 (1 9 9 3 ), pp. 7 1 -1 0 2 .
Sahlins, P eter. Forest Rites: The IVar o f the Demoiscllcs in h'incteenih-Century France,
C a m b rid g e , H a rv a rd L lniversity P re ss, 1994.
S alinger, M a rg a re tta . “A B aroque P ain tin g o! Saint C a th e rin e ” , The Metropolitan
Museum o fA rt B ulletin, 1:10 (1 9 4 3 ), p p. 2 9 6 -2 9 9 .
S án chez G o n zález d e H e r re ro , M aría N ieves. “E stu d io lin g ü ístico de los m a ­
n u sc rito s b ase d e ia e d ic ió n ”, en M a rtín P é re z , Libro de ¡as confesiones. Una
radiografía de la sociedad medieval española, ed ició n c rític a, in tro d u c c ió n y notas
p o r A n to n io G arcía y G arcía et alii, M a d rid , B iblioteca d e A u ro res C ristian o s,
2 0 0 2 , p p . x x x iii-x li.
S ánchez G ran jel, Luis. “A sp ectos m éd ico s de la lite ra tu ra antisupersticiosa esp añ o ­
la d e los siglos XVI y XVII” , en Humanismo y Medicina, Salam anca, L lniversidad
d e S alam anca, 1 96 8, pp. 1 1 3 -1 7 3 .
S ánchez O r te g a , M aría H elen a. Ese viejo diablo llamado amor. La magia amorosa en
la España moderna, M a d rid , L lniversidad N acional de E d u cació n a D istancia,
2004.
S a rríó n M o ra , A delin a. Beatasy endemoniadas. Mujeres heterodoxaí ante la Inquisición,
siglos X V I a XI X, M a d rid , A lianza, 2 0 0 3 .
S atta, A n d r e a .“Sá S ú rb ile, tra stre g o n e ria e sc iam an esim e” , Sardegna Mediterránea,
1 (1 9 9 7 ), pp. 1-11.

S a u n d e rs, N ich o las. “L a ‘e s té tic a del b r illo ’: ch am an ism o , p o d e r y a rte de la an a­


logía”, e n A n a M aría L la m a z a re sv C arlo s M a rtín e z Sarasola (e d s .), El lenguaje
de los dioses. Arte, chamanismo y cosmorisión indígena en SuJamcrica, B uenos A ires,
B iblos, 2 0 0 4 , p p. 1 2 7 -1 4 0 .
S cu rlo ck , Jo A n n . “B ab y-S natching D e m o n s , R estless Souls and th e D an g ers o f
C h ild b irth : M edico -M ag ical M eans o f D ealing w ith S om e o í th e Perils o f
M o th e rh o o d in A n cien t M e so p o ta m ia ”, Incógnita, 2 (1 9 9 1 ), pp. 1 3 7 -1 8 5 .
S c u rlo c k , Jo A n n e an d B u rto n R . A n d e rs e n ( e d s .) . Diagnoses in Assyrian and
Rabylonian Medicine: Ancient Sources, Translations, and Modern Medical Anidysis,
C h a m p a ig n , L Iniversity o f lllin o is P re ss, 2 005.
S cobie, A lex . “S trig ifo rm W itc h e s in R o m án and O th e r C u ltu re s ”, Fabula, 19
(1 9 7 8 ), p p . 7 4 -1 0 1 .
S éb illo t, Paul-Y ves. Le Folklore de la Hrciiigne, P arís, M aisonneuve e t L arose, 1968,
2 vois.
liib u 'm A l e j a n d r o C a m p a g n e

S em b o lo n i, Lara. “C acería de b ru jas en C oahuila, 1 7 4 8 -1 7 5 1 . ‘D e %¡1la en villa,


sin D ios ni Santa M a ría ’", Historia Mexicana, 54:2 (200-1), pp. 3 2 5 -3 6 4 .
S enn, 1la rry A. ¡Vere-ÍVolj and l'ampíre in Romanía, N ueva York, East E u ro p ean
M o n o g rap h s, 1982.
S im m o n s, M arc. Witchcraft in the Southivcst: Spanish and Indian Supernaturalism on
the Río Grande, L incoln, U n iv ersity o fN e b ra s k a P ress, 1980 (1 9 7 4 ).
S im p so n , Ja e q u e lin e . “W itc h e s an d W ítc h b u s te rs ”, Folklore, 107 (1 9 9 6 ), pp.
5-18 .
Sluhovsky, M oshe. “D isc e rn in g S p irits in Early M o d e rn E u ro p e ”, en G á b o r K la­
niczay y Eva P ócs (e d s.), op.cit., pp. 31-78
-----------------. Relieve Not Every Spirit: Possession, Mysticism, and Discernmcnt in Early
Modern Catholicism, C hicago, T h e U n iv ersity o f C hicago P ress, 2 0 07.
S te w a rt, C harles. Demons and the Deril: Moral Imaginarían in Modern Greek Culture,
P rin c e to n , P rin c e to n U n iv ersity P ress, 1991.
---------------- . “E ro tic D re a m s and N ig h tm a re s fro m A n tiq u ity to th e P re s e n t”,
Journal o f the Rojal Anthropological Instirute, 8 (2 0 0 2 ), pp. 2 7 9 -3 0 9 .
S tollhans, C ynth ia. “M ich elan g elo ’s N u d e Saint C a th c rin e o fA lex an d rin ”, IVoman’s
A n Journal, 19:1 (1 9 9 8 ), pp. 2 6 -3 0 .
Stutley, M a rg a re t. Shamanism:An Introduetion, L o n d res, R o u tle d g e , 2 002.
T a n g h e rlin i.T im o th y R . ‘“ H o w d o you k n o w s h e ’s a w itc h ? ’: W itc h e s , C u n n in g
Folk, and C 'o m p etitio n in D e n m a rk ”, ¡Vestern Folklore, 59 (2 0 0 0 ), p p. 279-
30 3.
Fausíet, M aría. Un proceso de brujería abierto en 1591 por el Ar/obispo de Zaragoza
(contra Catalina García, reciña de Peñarroya), Z arag o z a, In stitu ció n F ern an d o el
C a tó lico (C S IC ), 1988.
---------------- . Ponzoña en los ojos. Brujería y superstición en Aragón en el siglo XVI, Z a ra ­
goza, in stitu ció n F e rn an d o el C a tó lic o /D ip u ta c ió n de Z arag o za, 2 0 0 0 .
---------------- “W itch craft as M e iap h o r: Infanticide and JtsT ranslations in A ragón in
the S ixteen til and S e v e n tc e n th C e n tu rie s ”, en S tu art C lark (e d .), languaqes o f
¡Vitchcraft: Narrative, Ideology and Meanin,i in Eor;\ Modern C olaae. As,,
St. M a r tin s P ress, 2 0 0 1 , pp. 17'í- i '’t,
---------------- . Los posesos de Tosos (1812- ¡8 1 4 ). Brujería y justicia popular en tiempos de
revolución, Z arag o za, In stitu to A ragonés de A n tro p o lo g ía , 2 0 0 2 .
----------- -— . “A vatares d el M il: el diab lo en las b ru jas” , en M aría T ausiet y Jam es
A m elang (e d s.), op.cit., pp. 4 5 -6 6 .
---------------- . Abracadabra Omnipotens. Magia urbana en Zaragoza en la Edad Moderna
M a d rid , Siglo X X I, 2 007.
T ausiet, M aría y Jam es A m elan g (e d s.), El diablo en la Edad Moderna, M adrid
M arcial P ons, 2 0 0 4 .
Faussig, M ichael. Shamanism, Colonialista and th eW ild Alan: a Study in Terror
! ! eolio a, C hicago, C hicago lln iv p r-aly P ress, 1987,
T e rra m o rsi, B ern ard (e d .). Le cauehemar. M jtU dogie, Folklore, Arts ei Liuérature
i;.;: ! C I'uillleur, 2 003.

Xai
St r i x H is p á n ic a

------- “ P u rtra ifs d u rev e n a n t de p o ids. U n ap ereu du c au eh e m a r en j)ej^


tu re " , en lbid., pp. 109-1 1 3.
T illltag en , C a rl-H e rm a n . “T h e C o n e e p tio n o f th e N ig h tm n re in S w e d e n ^
W ayland D. H an d y G u s ta re O. A rlt (e d s.), Humaniora: Essays in L item tn ^
Folklore, Bibliography, Flonouring Archer Taylor on hüs Seventieth Birthday, L o c ^ s
Valley, J .j. A u g u stin , I 9 6 0 ,p p . 3 1 7 -3 2 9 .
T olosana, C a rm e lo L isón. Las brujas en la historia de España, M a d rid , E d ic ió n ^
T em as d e Hoy, 1992.
---------------- . La Sama Compaña. Fantasías reales, realidadesfantásticas, M adrid, Akal, 199^
T o rq u e m a d a , M aría jesú s. La Inquisición y el diablo. Supersticiones en el siglo X I -7//
Sevilla, U n iv ersid ad d e Sevilla, 2 0 0 0 .
T o rre s F o n tes, Ju a n . “El sa lu d a d o r”, en Homenaje a José Ballestee, M urcia, H ijos
A n to n io Z a m o ra , 1 9 72, p p . 1 3 1 -1 3 8 .
T u p e t, A n n e -M a rie . La Magia dans la poésie latine 1: Des origines á la f n du r e ^ e
d ’Auguste, P arís, Les Belles L e ttre s , 1976.
T u rc h i, D o lo r e s . Leggende e racconti popolari della Sardcgna, R o m a , N ew tor*
C o m p to n , 1984.
V auchez, A n d ré . La sainteté en Occident aux derniers siécles du Mayen Agé d ’apres }es
proces de canonisation et les documems hagiographiques, R o m a, E cole írancaise
d e R o m e , 1988 (1 9 8 1 ).
Vaz da Silva, F ran cisco . “íb e ria n se v e n th -b o rn c h ild re n , w erew o lv es, and the
d ra g ó n slayer: A case stu d y in th e c o m p a ra tiv e in te rp re ta tio n o f sym bolic
p ra x is an d fairy tales”, Folklore, 114 (2 0 0 3 ), pp. 3 3 5 -3 S 3 .
V icuña C ifu e n te s, Ju lio . Mitos y supersticiones. Recogidos de la tradición oral chilenQ}
S an tiag o d e C h ile, im p re n ta U n iv e rsita ria , 1915.
V o ig t,V ilm o s. “S ham an: P e rso n o r W o r d ” , in M ihaly H o p p ál ( e d .), Shamanism in
Eurasia, G o tin g a , H e r o d o t, 1 984, p p. 13-20.
V u kanovic,T . R “W itc h c ra ft in th e C e n tra l Balkans I: C h a ra c te ristic s o fW itc h e s ” ,
Folklore, 100:1 (1 9 8 9 ), pp. 9 -2 4 .
------------------ “W itc h c ra ft in th e C e n tra l Balkans II: P ro te c tio n against W itc h e s 55,
Folklore, 1 0 0 :2 (1 9 8 9 ), pp. 2 2 1 -2 3 6 .
W alk er,T im o th y D. Doctors, Folk .Medicine and the Inquisition.The Repression (fM agical
Flealing in Portugal during ihe Enlightm ent, L eid en , B rill, 2 0 0 5 .
W alsh, C h ristin e . 7 he Cult o f St. Katherine o f Alexandria in Early Medieval Europe:
Church, Faith and Culture in the MedievaUYest, A ld e rsh o t, A shgate, 2 0 07.
W est, D av id . “ G ello an d L am ia: T w o H e lle n ic D a e m o n s o f S em ític O r íg in ”,
Ugarit-Forschung, 23 (1 9 9 1 ), p p. 3 6 1 -3 6 8 .
W r ig h t, D udley. Vampires andVampirism:Legendsfrom around theWorld, M aple Shade,
L eth e P ress, 2001 (1 9 1 4 ).
Z a m o ra Z a m o ra , M aría d el C a rm e n . “ A p ro v ech am ien to s forestales en la com arca
d el cam p o d e C artag en a d u ra n te la E dad M edia”, Scripta Nova. Revista Electrónica
de Geografía y Ciencias Sociales, 13 (1 9 9 7 ).
Z a rr i, G ab riella (e d .). Finzione e santitá rra medioevo ed etá moderna,T u rín , R o sen -
b e r g & S elliers, 1 9 9 1.

366
r

Indice analítico

A b ru zzo U lte rio re : 320.

A b u n d ia: 187, 18 8 (n ).

A carie, B arbe: 2 6 9 (n ).

A lo n so , M a rtin h o : 240.

agrestes feminae: 18S, 187.

A gustín d e H ip o n a: 2 9 8 .
A ire -s u r-O d o u r: 26 4.

Alcalá de H en ares: 16-1-2, 2 2 9 , 2 3 9 (n ), 301.

A lem ania: 2 7 -8 , 3 0 -1 , 3 5, 3 7 (n ), 4 7 ,5 5 , 139, 153 -4 , 156, 1 9 5 ,3 0 8 (v er tam b ién


Sacro Im p e rio R o m a n o G e rm á n ic o ).

alien to : 2 2 9 -3 1 , 2 3 4 , 2 3 6 , 2 4 3 , 2 4 5 , 2 7 0 , 3 0 1 , 3 1 3 , 3 24-5.
alm a m ú ltip le : 131, 2 0 2 , 2 2 2 , 2 5 5 , 257.

A lm ería: 167.

a lp: 197, 2 0 1 .

A lpes O c c id e n ta le s: 2 7, 3 8 , 100, 197, 208, 2 1 8 , 2 2 2 -3 , 2 5 2 , 309.


a lte r-e g o s físicos y psíquicos: 1 32, 2 0 3 , 2 2 3 , 2 5 6 -7 .

am au rian s: 287 .

A m au ry d e B éne: 289.

A m b o to (b ru ja s d e): 158.

anastenaria: 2 6 8 , 2 7 2 .

A n ch ieta, jo sé d e: 2 7 6 (n ).
A nes, P ed ro : 23 8.
A nes C a stro , jo r g e : 2 39.
ángeles: 3 9 , 6 1 , 2 3 3 , 2 9 3 , 3 0 4 , 3 0 9 , 3 1 6 , 3 2 8 -9 .

367
S t r i x HISPANICA

A ngitia: 27 4 .

aoroi: 184.

ap arecid o s: 13 2 , 179, 1 9 0 (n ), 191, 2 0 2 , 2 0 9 , 2 1 8 , 256.

a q u e la rre : 9 , 11, 17, 2 2 , 5 5 -6 , 6 1 -2 , 8 7 , 100, 108, 118 -9 , 1 2 5 -7 , 1 3 3 -4 , 160,


i 6 7 , 172, 21 1, 2 1 4 , 2 9 4 (v e r ta m b ié n sab b at).

A radía: 7 1 -4 , 91 (n ).

A rag ó n : 3 2 , 16 6 , 168, 17 1 , 188, 2 1 8 , 2 8 0 , 3 1 2 , 3 1 4 , 3 1 9 , 32 3.


argismo: 2 7 0 .

A rlés o A n d o silla, M a rtín d e : 2 2 6 .

A stu rias: 4 0 , 16 1 , 189, 1 9 8 ,2 1 6 - 7 ,2 4 4 .

A ssu n cao , B en to : 239 .

aswang: 179.

A u g sb u rg o : 12 5 , 139 , 1S5-6.
A u stria: 3 5 , 197.

A vvakum : 2 4 7 .
ávmni:
y
261.

A zu ela, M arco s: 2 4 5 , 3 3 2 -3 .

B acon, F rancis: 157.

B a m b e rg : 33.
P m c r o ít, G e o rg e : 65.

haraha: 2 6 8 -9 .

B a ran d iarán , Jo sé M iguel d e : 2 1 2 -3 .

B a rb e ra re n a , B eltrán : 171.

B arcelo n a: 1 6 5 ,2 3 4 .

B a rrad as, M aría: 2 4 0 .

B a rre n e c h e a , G racian a d e: 167.

B a rrie n to s, L o p e d e : 160, 163, 2 0 7 -8 .

B a rto lo m é (alias El C o jo ; esclavo): 1 7 5 -6 .

Basilea: 31, 37.

Baviera: 36.
B eam u d, A g u ed a d e: 1 70 -1 .
B éarn: 2 1 8 -2 0 .

368
Bckker, R allhasar; 47.

bvlinjuilc: 2 1 2 .

bcnamUmtr. 1 0 5 -1 8 , 121, 123, 125-8, 131, 133, 137-9, 141-4, 2 0 3 , 2 2 2 , 250,


2 5 7 , 2 7 7 , 30 9.
benws: 2 3 8 -4 0 , 2 5 4 , 2 6 0 , 272.

bcnzcdciros: 2 3 8 .
B erna: 156.

B e rn ard d e C lairv au x : 2 9 8 .

B e rn a rd in o d e Siena: 156-7.
B insfeld, P eter: 3 0 -1 ,

Bissi, R o b e rto : 2 7 3 .

B ittelm ayr, M a rg re th a : 153-4.

Blasco L anuza, Fray F rancisco de: 3 1 9 -2 0 .


Blavatsky, F lelena: 193.

Baobban Sith: 1 86.

b o d eg as y cavas: 153, 1 7 0 -1 , 180, 187, 213', 2 1 5 -6 .


B odin, Jean : 3 1 , 56.
B o g u et, H e n ri: 31, 8 5 (n ).

B orao, Pablo: 2 3 3 .
B o u rd o ise, A d rien : 4 2 .

Brasil: 1 7 3 -4 , 2 7 6 (n ).

bréisch: 22 1 - 3.

B reslau: 2 0 1 .

B retañ a: 4 1 , 188-9.

B rígida d e Suecia: 305 .

B ugatis, P ierin a : 2 6 , 117, 125-6.

B ulgaria: 194, 2 0 0 , 25 6.

B u rcard o d e W o r m s : 7 1 , 185, 188, 206.


B u rgos: 158, 36 ] .

B urr, G eo rg e L in co ln : 17, 6 4 , 6 6 -8 , 8 0 , 95.


buruka: 179.

C alatav u d , P ed ro d e: 25 9.

369
MKLXI-H.SPANK'A

C a lm e t, Dom A u g ustin: 192.


calusari: 126, 1 2 9 (n ).
C anad á: 41

C a n arias (islas); 17 3 , 2 0 9 .

can ib alism o : 4 0 , 151, 1 5 8 (n ).

Canon Epixcopi: 7 1 , 123, 128 , 2 0 6 , 2 0 7 (n ).

C a n ta b ria : 166.

C apilla S ixtina: 2 6 3 .
C aravaca (c ru z d e ): 2 3 6 .

C a rlo s B o rro m e o : 3 1 8 , 322.

C a ro B aroja, Ju lio : 18, 112, 2 1 6 .

C a rta g e n a d e Indias: 1 7 4 -5 .

C a sab o n a, F ran cisco : 314.


C a stañ eg a, Fray M a rtín d e : 2 9 , 159, 2 3 0 , 2 3 4 , 305.
C atalin a d e A lejan d ría, S anta; 2 2 5 , 2 3 5 , 2 4 0 (n ), 2 4 1 , 2 4 6 , 2 5 9 , 2 6 1 -9 , 2 7 2 -3 ,
3 0 1 -2 , 32 0 .

C a ta lin a d e S iena: 31 8 .

C a ta lu ñ a : 3 2 , 2 1 7 , 2 4 6 , 2 5 9 , 2 6 4 , 2 6 8 , 2 7 9 , 315.

ca ta ro s: 9 9 -1 0 0 , 1 0 1 (n ), 2 2 2 , 2 9 1 (n ), 2 9 3 .

caterius: 2 4 6 .

cauca-vielha: 198.

C e rd e ñ a : 4 1 , 17 8 , 270.

c e r r a d u ra (o jo d e la): 194, 198, 2 1 5 -6 , 2 2 0 .

C haco a rg e n tin o : 2 5 5 .

c h a m an ism o : 1 1 6 , 1 1 9 , 1 2 3 -5 , 127, 1 3 0 -1 , 1 3 3 -6 , 145 -6 , 2 0 2 , 2 4 7 -5 0 , 2 5 2 -3 ,


331 (n ).
changcJins: 186.

charmers: 3 0 8 (n ).

child-kiUing dcmon: 1 8 3 , 18 5, 188, 2 1 7(n).


C hile: 176 , 2 4 6 .

c h irig u an o s: 2 7 0 .
c h u p a d o p o r las b ru jas: 16 0 , 1 6 2 -4 , 2 0 6 -7 , 216.

C iarallo , P aolo: 2 7 3 , 320.

370
líipuui . ucjauufa v iiui^íiíjuí’

cncumpossessio: 261 , 302.

C iru e lo , P ed io : 2 2 8 -3 1 , 2 3 4 -5 , 2 4 1 , 2 6 1 , 301, 305, 3 10, 324 8.


C ism a de O c c id e n te : 2 9 1 , 297.

cofia (saco o m e m b ra n a am n ió tica): 106, 1 15, 12 1 -2 , 2 0 3 , 2 5 7 , 2 5 8 (n ).


C o h n , N o rm a n : 19, 9 0 , 9 9 , 103, 110, 113, 120.

C o im b ra: 23 9 .
co jera: 2 1 7 , 22 1.

C o le tte d e C o rb ie : 2 6 9 (n ).

C o lo n ia: 3 3 , 3 7 (n ), 6 7 -8 .
co m ad ro n as: 5 8 , 155.

C o m o , B e rn a rd o de: 28.

C o m p añ a , Santa: 2 1 7 , 261.

co m p u lsió n h o m icid a (de las b ru jas y esp íritu s n o c tu rn o s ): 170, 177 -8 , 180,
1 9 7 ,2 0 3 , 2 1 2 ,2 1 5 ,2 2 0 - 1 .
C o n sta n tin o : 2 9 5 , 26 8.
C o p p in , Jean : 2 7 5 .
C ó rceg a: 4 1 , 121 -2 , 2 0 4 .

C o re lla , Jaim e d e: 32 5.

C o ro m in a s, j .: 2 1 8 .

C o rto n a , M a rg h e rita di: 289.

C o v a rru b ias, Sebastián de: 159, 209.

C o x e S tev en so n , M atilda: 176.

C ro acia: 19 4 , 2 0 0 , 2 5 6 .

c ru z en el palad ar: 2 3 4 , 2 4 0 (n ), 2 4 3 -4 , 2 4 6 , 2 S 9 (n ), 2 6 6 , 3 0 1 ,3 1 3 .

C u en ca: 4 2 , 1 6 1 -2, 168, 172, 2 0 7 -9 , 2 3 6 -7 , 271.

cu n a: 255.
cunning-men: 138, 146, 2 7 8 -9 , 2 8 1 , 3 0 7 -8 , 310-1 1, 3 3 1 (n ), 3 3 3 .
C u n tz e , Jo h ann: 20 1.

curandeiros: 2 5 4 , 308.
C u sa, N icolás de: 125.
d ’Aílly, P ie rre : 299 .

da Silva S oares, Luiza: 174.

371
S t r ix H w a n ic a

clab tsof¡ : 20 0 .
D alm au , Susana: 168.

Dalv, M ary: 7 0 .

de B lé c o u rt, W ille m : 133 , 1 3 8 -4 1 , 2 7 7 , 3 0 9 , 3 3 1 (n ).

d e C o te s , L u d ovíco: 4 1 .

d e E sp in a, A lo n so : 2 0 8 .

d e la F u e n te , G asp ar: 4 0 .

d e la R osa, Fray A n d ré s: 2 6 9 (n ), 3 2 1 -3 , 3 2 8 , 330.

del C a stillo , Jo sé Ignacio: 2 3 5 .

d el R ío , M a rtín : 2 3 (n ), 3 1 , 4 9 , 5 6 , 2 3 2 , 2 7 0 , 3 0 6 -7 .
D elfin ad o : 2 7 , 4 1 , 2 2 3 .

d e lle P ia tte , Z u an : 12 5 -6 .

d e m o n io : 9 , 2 6 , 38, 3 9 ,4 4 - 5 ,4 9 , 5 4, 7 5 ,7 7 , 8 5 -6 , 8 8, 9 3 (n ), 9 8 (n ), 100, 105(n),


114 ( n ) , 1 4 5 , 14 7 , 153, 1 5 6 , 163, 167, 1 7 2 , 1 9 0 (n ), 2 0 6 , 2 0 9 , 215.

d e m o n io n o c tu r n o in fan tic id a : 1 5 1 , 180, 1 8 2 -3 , 2 0 1 , 2 0 4 -5 , 2 0 7 -8 , 2 1 1 , 223.

d e m o n o lo g ía rad ical: 19, 2 7 , 4 9 , 158, 2 0 5 , 2 1 1 , 2 1 4 -5 , 2 3 4 , 283.


D enny, A m y: 157.

devin-guérisseurs: 3 0 8 , 3 1 9 (n ).

D eza, Jo sep h F ran cisco de: 3 1 3 .


di F ra n ceso , M a tte u c c ia : 2 6 , 156.

d iab lo : 4 5 , 6 9 , 7 9 - 8 0 , 8 6 ( n ), 8 9 , 10 S (n ), 106, 1 1 4(n), 154 , 1 5 5 (n ), 177, 2 2 8 ,


266.

D iana: 5 0 -1 , 7 1 -3 , 9 5 , 1 2 3 ,2 0 7 .
diamc cult: 7 6 -7 , 7 8 , 8 3 .

D ias, C a ta rin a : 174.

D íaz, G ab riel (alias L e o rro ): 167.

D ick so n W h ite , A n d re w : 6 6 .

D in am arca: 3 1 , 3 7 , 1 5 2 (n ), 308.

D io n iso s: 55.

d isc e rn im ie n to d e e s p íritu s/discretio spirituum: 11, 2 8 4 , 2 9 7 -9 , 301, 303-5 3 16-7


3 2 3-5 (v er ta m b ié n probatione spirituum ).

D o b le (m ito lo g ía d el): 1 3 1 -2 , 1 3 8 , 1 7 9 -8 0 , 2 0 1 -4 , 21 1 -1 2, 2 1 7 , 2 2 0 , 2 22-3


2 4 - 1 ,2 5 5 - 6 0 ,2 7 6 ,2 7 9 . ’ ’

372
h a b ía n A le ja n d r o ( am paíjn e

D o lci, G iaco m o A n to n io : 273.


íhmnc Ji fuoi i: 127 8.

D o rs e t O o s e r: 7 9 -8 0 .

d u C a m p , ¿Máxime: 2 7 5 .

E g ip to : 7 9 , 2 6 2 , 27S.

E h re n re ic h , B arbara: S8.

E ic h statt: 33, 1 53.

E liade, M ircea: 1 15 -6, 1 2 3 -4 , 134, 1 3 6 - 7 ,2 4 8 - 9 ,2 5 3 .


Elias: 182.

E llw an g en : 154.
E m ilia R o m an a: 2 8 , 7 1 , 7 4.

endevínaires: 252 .

English, D e ird re : 58.

E n tre Ríos: 2 4 6 .

E scandinavia: 137, 1 9 6 ,2 5 6 .

esclavos: 5 5 , 174-6.

E scocia: 3 1 , 3 4 , 3 7 , 186.

escró fu las: 2 5 9 , 31 2.

e sp íritu s fam iliares: 9 0 , 146.

e sp íritu s feéric o s: 146, 185, 188, 2 0 9 , 2 2 2 .


estig m as d e n a c im ie n to : v er m arcas de n acim ien to .
eu caristía: 2 8 5 , 2 9 0 -4 , 3 2 0 , 332.

E u ro p a O rie n ta l: 3 5 , 1 2 9 (n ), 130, 1 9 3 -4 , 2 S S (n ), 2 6 2 (n ).

E vangelio d e las B rujas: 7 1 -4 .

E vangelio del P seud o-T om ás: 275.


É vora: 239.

e x o rc ism o : 104, 1 8 3 ,2 3 3 ,2 7 0 - 2 , 318.

exociká: 198, 2 1 8 (n ).
éx tasis (c o m b a te s, travesías, p ro c e sio n e s e n ): 7 1 , IOS, 107, 111, 115 -6 , 1 21-3,
126, i 27, 1 30- 3, 137-9, 1 4 i, 143, 2! i , 2 2 2 , 2 3 9 , 2 5 1 , 2 5 8 , 2 7 7 , 309.
fam iliares (d e san to s cristian o s): 2 2 7 (n ), 2 2 9 , 2 4 0 (n ), 2 5 9 , 2 6 1 , 2 6 7 , 2 7 2-
301.

F eijóo, B enito Je ró n im o : 2 2 7 , 2 3 4 , 3 0 6 , 3 2 6 -8 .

373
S t r i x i li .i'\ .it \

F elipe IV: 2 43 4 (n ).

F e rn á n d e z , P ed ro : 2 3 9 .

F e rn á n d e z d e V illegas, P e d ro : ¡S S .
F e rn a n d o d e Baviera: 33.

F e rre r, D o m in g a (alias La C oja): 168.


Filipinas: 1 7 8 -9 .

F in landia: 2 6 6 .

F lad d e, D r. D ie tric h : 3 0, 4 8 .

ñ o r d e lis: 2 4 0 , 2S 9.
F o lig no , A n g ela da: 2 8 9 .

folk-possession systems: 2 6 0 , 3 0 2 .

F o lk lo re S o ciety: 7 6.

F ran cia (re in o d e ): 2 7 , 3 1, 3 S -6 , 3 7 (n ), 5 9 - 6 0 ,7 6 , 154, 2 9 9 , 3 0 8 , 315.

F rancia (su r d e ): 100, 188 , 2 4 0 , 264.

F ra n co C o n d a d o : 36.

F ra n k fu rt: 3 1 , 5 2 , 57.

F razer, Sir Jam es: 8 1 -3 .


F re im a r, H e in ric h von : 2 9 9 .

F re u d , S ig m u n d : 6 9 .

F riu li: 1 0 8 -9 , 12 1 , 126.

fu eg o (d o m in io so b re el): 1 1, 2 2 5 , 2 3 5 -6 , 2 4 0 (n ), 2 4 2 , 2 4 6 , 2 5 2 -3 , 2 5 7 -8 , 2 6 8 ,
2 7 3 , 2 7 7 , 2 7 9 , 3 0 1 ,3 1 0 , 3 1 5 .

f/lg ja : 1 3 1 , 2 0 2 , 25 6 .

G age, M atilda Jo sly n: 7 0 , 7 4 -5 , 7 8.

G aitán , Ju an A n d rés: 292(n).-

G a le o te , Josefa: 169.
G alicia: 15 9 , ¡ 6 5 , 167, 2 ¡ 5 , 2 1 7 , 2 6 5 , 313.

g an ad o (salu d ad o res d e ): 2 3 7 -8 .

G an día, F ran cisco : 2 3 6 .

G aray, Isabel: 162.

G arcía, C atalin a (alias La D alm ava): 169.


G arcía, Isabel: 171.

374
G arcía jo v e , E ladio: 2 4 4 .

G ard n er, G erak l: 94.


G a rin e t, Ju les: 5 2 -3 .

G a s p a ru tto , P aolo: 106-7.


G ello : 5 0 , 183-4, 188.

G e rso n , Jean : 2 9 9 , 3 0 3 , 305.

G erv ais d e T ilb u ry : 2 0 1 , 210.

G il, Isabel: 2 3 6 -7 .

G il, P ed ro : 168.
G ilb e rt,W illia m : 312.

G in eb ra: 4 3 .

G in zb u rg , C ario: 18, 4 6 , 5 1, 5 6 -7 , 9 8 , 105, 1 0 7 -1 3 , 1 1 5 -2 1 , 1 2 3 -7 , 133-4,


1 3 8 -9 , 141-2, 1 4 4 -5 , 153, 2 5 0 , 2 7 7 , 309.

G iro n a: 164, 24 1.

G iu se p p e da C o p e rtin o : 3 2 2 (n ).

G lanvill, jo se p h : 4 9.

G laru s: 35.
G o g u illo n , P é ro n n e : 153-4.

g o liard o s: 103-4.

G ó k li, A nna: 35.


G o m m e , G e o rg e L aw rence: 7 4.

G o n zález, Pablo: 2 3 4 .

G o ro sá b c l, Pablo de: 2 4 2 , 2 5 9 , 31 3.

G ó rre s , Jo h an n jo se p h von: 5 6 -7 , 6 3 , 85.


gracia d e sa lu d ad o r: 2 3 3 -4 , 2 3 7 , 2 5 5 , 2 5 9 , 2 7 7 , 2 8 0 , 3 0 6 (n ), 3 1 2 , 3 1 4 -6 , 319-
2 0 , 3 2 3 , 33 2 -3 .
gracia gratis data: 2 2 5 , 2 4 5 , 2 9 8 , 3 0 6 , 3 2 4 -5 , 328, 330.

G ran ad a: 29.

G ran ad a, D an iel: 2 4 5 -6 .
G rasse, G e o rg T h e o d o r: 53.

G recia: 128, 136, 188, 198.


G re g o rio IX: 291.

G re n o b le : 4 1 , 264.

375
G rim m , Jacob: 4 6 , S 7-8 , 6 2 , 6 4 , 7 4 , 110.
giiuxa: 2 15-6.

G uazzo, F ra n cesc o M aría: 31.

G u ip ú zco a: 17 1 , 21 3, 2 4 2 , 313.

G u illa u m e d ’A uver¡m e: 187.


G u io m a r (esclava): 174-S.

hachís: 7 1 , 1 16, 1 2 8 -9 , 13 2, 151, 1 7 9 -8 0 , 1 8 5 -9 , 2 0 1 -2 , 2 1 0 -1 1 , 2 1 3 -1 4 . 217


2 2 0 , 2 2 2 , 2 5 3 -4 , 2 5 6 , 2 6 1 , 309,

H alliday, W .B .: 9 4 .

H alloue’cn: 189.

Hamadiha: 2 6 8 -9 , 2 7 2 .

ham r: 1 3 1 -2 , 2 0 2 , 2 5 6 .

H a n se n , Jo sep h : 17, 6 4 , 6 6 -8 .

H au b er, E b e rh a rd D avid: 4 8 , 50.

H a u sm á n n in , W alp u rg a: 156.
hebu: 2 7 0 .

H é c a te : 55.

H e le n a (e m p e ra triz ): 2 9 5 .

h e rejía: 3 8 , 7 4 , 10 0 , 128 , 1 4 3 , 327.

h e rejía e s p iritu a lista : 2 8 6 , 2 8 7 (n ), 2 8 9 , 2 9 0 (n ), 3 23m 33 2.

H e rm a s: 2 9 8 .

H e ro d ía s: 5 0 , 7 1 , 7 2 ( n ) , 123.

H e r r e r a , L icen ciad o : 4 0 .

hexenmcisters: 3 0 8 .

h id ro fo b ia : 11, 2 3 7 , 2 4 2 -3 , 2 5 9 , 2 6 5 , 2 6 9 , 2 7 1 -3 , 301.

h ie r ro (a m u le to s d e ): 1 7 7 , 1 8 3 , 1 8 7 , 2 1 7 .

h ila n d e ría (c o m o activ id ad fe é ric a ): 182, 189, 2 1 2 -3 .

hilla: 198.
H isp a n o am érica : 1 7 4 , 176 , 2 2 7 , 244.
H o lan d a: 3 0 8 .

H o n o rio , R a y m u n d o Ja c in to : 31 3.

H o p k in s, M a tth e w : 3 4 , 8 5 (n ).

376
H o r s t, G eo rg : 4 6 , 5 2 -3 .

h o m o p o ro : 2 00.

H u elva: 4 0 .

hugr. 131, 2 0 2 , 256.


H u n g ría: 3 5 ,4 8 , 122, 130, 192.

in cu b o : 20 5 .
in fan ticid io : 1 4 4 (n ), 151, 1 5 2 (n ), 1 5 3 -5 , 157, 160 -1 , 163, 173, 175, 181, 188,
20 8 .

In g la te rra : 3 1 -2 , 3 4 -5 , 4 2 , 7 6 -7 , 8 4 , 9 3 (n ), 9 8 (n ), 101 -2 , 157, 186, 300.

in gfc>u m a: 198,’ 214 .

In o cen cio VIII: 2 7 , 52.

Inqu isició n : 2 8 , 3 2 , 35, 4 9 , 6 8 , 1 11, 1 17, 1 2 5, 141, 1 4 4 (n ), 167, 1 7 3 ,2 1 3 ,2 3 3 ,


2 3 6 , 2 4 5 , 2 7 4 (n ), 2 8 0 , 3 0 4 , 3 1 5 , 3 1 9 (n ), 3 2 8 , 333.

in q u isid o res: 6 3 , 7 5 , 8 5, 9 8 (n ), 106 -8 , 1 17, 119, 128, 1 4 1 -3 , 161, 170, 172,


174, 2 3 7 , 2 3 9 , 2 7 1 , 2 8 5 , 2 9 8 , 3 0 0 , 3 0 3 , 310, 3 1 4 , 3 2 3 -4 , 3 2 8 -3 3 .
Islandia: 37.

Italia: 2 6 , 2 8 , 3 5 -7 , 4 8 , 7 1 -3 , 116 -7 , 1 4 4 (n ), 1 5 3 (n ), 1 5 8 (n ), 2 7 2 -3 , 2 8 9 , 3 i 5,
3 2 0 -1 .

Izq u ierd a , Ju an a la: 170.

Jaca: 3 1 9 , 32 3 .
Ja co b o V I: 31.

Jaén: 26 4 .

Ja rck e , Kar! E rn st: 4 6 , 5 4 -7 , 6 3 , 6 8.

je a n d ’A rras: 2 0 9 -1 0 .

Je an d e M eu n g : 1 87.

Jo ao M an u el: 240.

Jo h n oí Saiisbury: 188.
Jo h n so n , R ich a rd : 1 3 5 -6 , 247.
Jo u v in , A .: 227,

J lia n d e la C ru z : 2 8 6 (n ), 3 18 , 322.

Ju a n a d e A rco : 7 5 , 9 2 , 2 6 3 , 305.
kanishibari: 2 00.

K e p h a rt, M .J.: 38.

377
K iítre d g e , G e o r^ e Lym an: 17, 6 7 , 8 0 , 9 5.
kíoijc )o!k: 308.
kokma: 2 0 9 .

K reim er, L ouis: 27 5.

kresniks: 1 2 1 -3 , 131, 2 0 4 , 2 2 2 , 2 5 7 .

kudlak: 122.

La N u za (p a rro q u ia ): 3 1 9 -2 0 , 3 2 3 , 328.

L ab o u rd : I 6 0 (n ) , 2 1 3 .

L acan, Jacq u es: 2 8 5 .

L am ash tu : 181.
L am ia: 5 0 (n ), 1 8 3 -4 , 188 , 2 0 1 .

/am inak: 2 1 4 .

L an cre, F ie rre d e: 3 1, 3 9 , 5 6 , 16 0 ( n ), 2 1 9 .

L an g en steín , H e in ric h von: 2 9 9 .

L an g u ed oc: 19 8 , 2 2 0 ,2 2 2 - 3 , 2 5 2 .

lav an d ería (c o m o activid ad feéric a): 180, 1 8 8 -9 , 213.

L’E stran g e in v en , C ecil: 17, 9 5.

Lea, H e n ry C h arles: 17, 4 8 , 6 4 , 6 6 -8 .


Le C a m u s, E tien n e : 4 1 .

lech u za: 16 6 , 2 1 6 .

Lecky, W illiam : 6 5 .

L e c o u te u x , C lau d e : 1 3.1 - 3, 138, 19 0 (n ), 191, 2 0 2 , 256.

L elan d , C h a rles G o d frey : 7 0 -5 , 7 8.


L e ó n :216.

L etrán (IV C o n c ilio d e ): 2 9 0 .


líc á n tro p o s /lic a n tro p ía : 121, 132, 2 0 3 , 2 2 2 (n ), 2 4 7 , 257.

L ilith: 5 0 (n ), 1 8 2 -3 .

Libia: 1 8 3 ,2 7 5 .

Lim a: 24 5 .

Lisboa: 174.
L ituania: 198.
lobishómen: 26 0 .

378
Fabián A le ja n d r o C iim ¡ M i( jn e

Logroño: 29, 159, 163, 230, 234, 259.


L ó p ez de A p o n te, F rancisco: 24 5.
L orena: 36, 3 7 (n ), 1 5 2 (n ), 155, 3 1 9 (n ).
L oren zan a, M arciel d e: 2 7 6 (n ).

Lucifer: 72.
ludak: 201.

L una, A gueda de: 171.


Lyon: 31, 2 2 6 , 2 7 5 .

llan to in tra u te rin o : 2 4 3 -4 , 2 4 6 , 2 4 9 , 2 5 2 , 2 5 4 -5 .

M ackay, C harles: 52.

M add alena: 7 1 -4 .
M a d rid : 159, 1 62, 164, 166, 2 3 4 , 2 6 5 , 325.

M affei, S cipione: 4 9 .

M ag dalen o, A n to lín : 236.

mahr: 2 0 0 , 2 0 5 , 2 0 9 , 2 1 8 , 223.
M ajarliza: 2 6 4 , 2 6 6 .

m al d e ojo: 2 1 4 (n ), 237.

m aleficios: 5 8 , 122, 138, 1 4 3 -4 , 1 5 2 (n ), 153, 1 7 3 (n ), 2 3 3 , 278.

Malleus M a lfc a ru m : 2 4, 2 7 , 3 0 - 1 ,4 8 , 8 5 , 1 5 8 -9 , 2 3 4 .
M anoir, Ju lien : 4 1 .

M an zan ares, M aría: 170.

m arcas de n a c im ie n to : 132, 2 0 3 -4 , 2 3 2 , 2 3 4 , 2 4 4 , 2S 2, 2 5 7 -8 , 2 6 7 , 2 6 9 , 272,


2 7 9 , 3 0 2 , 3 1 3 , 323.
M ari: 21 4.

M a rie d ’O ig nies: 2 8 9 , 291.


M a rru e c o s : 1 2 9 (n ), 2 6 8 .

M arso s: 2 7 3 -4 .

M a rtín e z d e Isasti, L ope: 167-8.

M a rtín s, G aspar: 23 9.

M ascaró n , A n d rés: 2 8 0 -1 , 314.


masque: 22 0.
M a teo , C atalina: 170.

379
S t r ix I I w w i o

M a x im in o : 262 3.

mazzeri: 1 2 1 -3 , 2 0 4 , 222 .

M e d ite rrá n e o : 4 2 , 2 6 7 , 2 7 0 -2 , 2 7 4 , 2 7 6 .

meiga: 2 1 5 ,2 2 1 .

M elu sin a: 2 1 0 .
M e n o c c h io S can d ella: 4 3 .

M e so p o ta m ia : 180.

m e ta m o rfo s is b ru je rile s : 8 6 , 8 9 -9 0 , 1 1 5 -6 , 1 ) 9 , 158, 166, 175, 178, 1 9 3 (n ),


222.

M é x ico : 16 4 , 1 7 6 -8 , 24 5 .

M ic h e le t, Ju le s: 4 6 , 5 5 , 5 7 - 6 4 ,6 8 , 7 0 - 1 , 7 3 - 5 , 9 7 .

M ilan o , G u g lielm a di: 2 8 7 , 2 9 2 (n ).

m ísticas: 2 8 9 , 2 9 1 , 2 9 8 .

M o d u c c o , B attista: 106.

M o n e , F ra n z jo s e f : 5 5 -6 .

m o n o sa n d a lis m o : 2 1 7 .

M o n ta illo u : 4 3 , 2 2 2 .

M o n te c h e , G ab riel: 3 1 5 -6 .

M o n te fa lc o , C h iara da: 28 9 .
M o n te ig n e z , A lison d e: 155.
M o n te v id e o : 2 4 5 . ■
m o ra : 2 0 0 -2 0 1 , 2 5 6 .

M o rav ia: 19 2 , 2 0 1 .

M o m io : 18 3 -4 .

M u r a to r i, L u d o v ico A n to n io : 4 9 .
M u rcia: 2 2 5 , 2 3 5 , 3 2 1 .

M u rray , M a rg a re t: 4 6 , 5 1 , 5 3 -5 , 5 7, 6 8 , 7 0 , 7 4 -6 , 7 8 -8 3 , 8 8 -9 0 , 9 2 -1 0 3 , 105,
1 0 9 -1 0 , n 2 - 1 5 , 1 33 -4 .

Nachtschar: 1 3 9 -4 0 .

N a r d o n , F ra n co : 1 3 3 , 141 -4.

N av arra: 2 9 , 1 6 0 -1 , 2 1 3 , 2 7 9 , 315.

N a v a rro , G asp ar: 2 3 2 -3 , 2 7 7 , 3 1 1 -1 3 , 320.


n e re id a s: 1 8 6 , 2 1 8 (n ).

380
m o t a n A l e j a n d r o i. a m p a i f n e

N ep al: 25 5 .

N ew M éxico: 17 6.

N id er, Jo h an n es: 2 4 (n ), 156.

N ie re m b e rg , Ju an E usebio: 2 7 6 (n ).

N u ev a E spaña: 1 7 7 - 8 ,2 4 5 .
N u eva G ran ad a: 174 -6 .
N u ev a In g la te rra : 2 5 (n ), 3 4, 6 5 , 9 S (n).

N ú ñ e z , F ran cisco : 1 6 1 ,1 6 3 , 16S, 172.

N u re m b e rg : 28.

N u tin i, H u g o : 17 6 -7 .

O lav arría y H u a rte , E ugenio: 243.

o p re sió n n o c tu rn a : 175, 1 9 5 -6 , 199, 201.

O re n se : 167, 31 3.

O v ie d o : 4 0 , 24 4.

P ablo (ad iv in o ): 25 4.
País Vasco: 168, 2 1 2 -4 .

Paises Bajos esp añ o les: 3 1 , 3 7 , 1 5 4 , 3 1 1 .


P am p lo n a: 169.

p an sa lu d ad o : 2 3 0 , 2 6 5 , 2 6 9 , 2 7 3 , 3 1 0 -1 1 , 320.
P anam á: 2 5 5 .
paoliani: 2 7 2 .

p arálisis (sen sació n d e): 180, 195, 196.

P e a rso n , K arl: 7 4 -5 , 7 8.

p e in a d o (co m o activid ad feéric a): 189, 214.

p ellizco s d e b ru ja s y hadas: 1 6 2 -3 , 186, 189, 193.


P é re z , M a rtín :

p esad illa (d e m o n io d e la): 132, 151, 17 9 -8 1 , 1 9 5 -2 0 2 , 2 0 4 -5 , 2 0 9 , 21 1, 214,


221, 256, 2 6 1 ,2 7 9 .'

pesodilleu: 198.

pcsanta: 198.

P irin eo s: 2 9 , 152, 158, 198, 2 1 8 ,2 4 0 - 1 ,2 5 8 .


P e r k u n a s /P e r u n : 131.

381
STRIX HISPANICA

P ersp icaz: 2 4 6 .
P iro v an o , M aifreda di: 287.
P ó cs, Eva: 2 0 ,. 1 2 9 -3 1 , 133, 2 4 7 , 260.
P o lan co , Ju an de: 4 1 .

P o lo n ia: 197.

P o n te v e d ra : 2 1 S.

P o n z e tti, F erd in an d o : 273.

popobaiva: 199.

P o re te , M a rg u e rite : 2 9 0 (n ).

P o rtu g a l: 1 7 3 -4 , 2 2 7 , 2 3 7 -8 , 2 6 0 , 2 6 4 , 3 2 8 -3 3 1 .

p o se sió n (fe n ó m e n o s d e ): 9, 3 3 , 136, 1 9 0 (n ), 2 4 7 , 2 6 0 -1 , 2 6 6 -7 2 , 2 7 6 , 302.

P oveda, Isabel: 164.


P o y n ty n g e, H e n ry : 312.
P ra d a , A n d ré s d e: 4 0 .

P rie to , T eresa: 161.

prohatione spirituum: 2 9 7 -9 , 303 (v er ta m b ié n d is c e rn im ie n to de e sp íritu s).

Q u e v e d o , F ran cisco d e: 16 3, 1 6 4 (n ).

Q u ite r ia , S anta: 2 2 8 -9 , 2 3 5 , 2 3 7 , 2 4 1 , 2 5 8 , 2 6 1 , 2 6 4 -9 , 2 7 2 -3 , 2 8 0 , 3 0 1 -2 ,
3 0 7 ,3 1 0 ,3 1 9 - 2 0 .
R a b e, Ju a n d e: 4 2 .

R av en sb u rg : 27.

re c ié n n acid o s: 1 5 1 , 1 5 2 (n ), 157, 1 6 0 -2 , 1 7 0 , 173, 1 7 6 (n ), 178, 1 8 0 - 6 ,2 0 1 -2 ,


313.

R e la cio n es T o pográficas: 2 6 6 .
R ém y, N ico lás: 31.

rcvenants: 1 9 0 (n ), 19 1 , 194.

R ib ad a n ey ra, P ed ro d e: 2 6 5 .

R iccio , B a rto lo m e o : 2 7 3 .

R isco, V icen te: 2 1 7 .

R osa d e L im a: 2 9 1 (n ), 2 9 2 (n ), 3 1 8 .

R o se, E llio t: 9 8 , 101 -5 .


R o selló n : 2 4 0 , 2 5 9 .

R u d y e rd , Sir B en jam ín : 4 2 .
F a b iá n A l e j a n d r o C a irip a rjn c

ru e d a d e Santa C atalina: 2 4 1 , 2 4 6 , 2SS, 2 6 3 , 2S 0, 307, 313 -5 .

R iilin, B arbara: 154.


R u m ania: 1 16, 194.

R u n e b e rg , A rn e : 9 8 -1 0 0 , 102, 105, 109.


rusalií: 2 53.

R ussell L ow cll, Jam es: 65.


R u y sb ro e c k , W illem von: 135-6.

sabbat: 9 -1 1 , 17, 2 4 (n ), 27, 32, 4 0 (n ), 4 6 , 50, 5 7, 6 3, 6 8 -9 , 7 3 , 7 5 , 7 7 -8 , 80,


8 6 (n ), 8 9 , 9 7 , 9 9 - 1 0 0 , 1 0 7 -8 , 110, l l l ( n ) , 113, 1 1 8 -2 1 , 1 24-7, 1 3 3 -4 ,
1 39, 1 4 3 -4 , 1 5 3 (n ), 15 5 (n ), 156, 1 5 8 -6 0 , 166, 171, 2 0 5 -6 , 2 0 8 , 2 1 1 ,2 1 9 ,
251, 296.
Saboya: 2 7, 154 , 197, 222.

Sacro Im p e rio R o m a n o G e rm á n ic o : 2 7, 2 9, 4 8.

Sahagún, B e rn a rd in o d e: 178.
S ain t-H ilaire, E tien n e G eo fíro y : 275.

Saint V icto r, R ich a rd of: 298.

Salam anca (ciu d ad ): 2 0 6 , 2 1 6 , 2 3 1 .

salam an ca (m ito fo lk ló rico del N O a rg e n tin o ): 176.

Salazar y F rías, A lonso de: 4 9 , 166-7.

Salem.- 2 5 (n ), 3 4 , 6 5 , 9 8 (n ), 146.
saliva: 3 3 0 -1 , 2 3 3 -4 , 2 3 6 , 2 3 8 , 2 4 4 , 2 6 9 , 2 7 3 -5 , 30 1, 3 0 5 , 3 1 0 , 3 2 0 -1 , 323,
329, 331.
S alo m ón : 182.

Salta: 2 7 0 .
salu d ad o res: 1 i , 2 2 5 -3 0 , 2 3 2 -4 3 , 2 4 5 , 2 4 7 , 2 5 2 -5 , 2 5 8 -6 1 , 2 6 4 , 2 6 7 -7 0 , 2 7 2 -3 ,
2 7 6 -7 , 2 7 9 -8 0 , 3 0 1 -2 , 3 0 5 -6 , 3 0 8 , 3 1 0 -1 1 , 3 1 3 -1 7 , 3 1 9 -3 3 ,

S alvador, Jean: 2 40.

S alzburgo: 34.

sam i o lap o n es: 135 , 247.

S an A tan asio : 298.

San H u b e r to : 2 2 7 (n ).

San Pablo: 2 7 2 -3 , 2 97.

San P ed ro , Fray Ju an de: 2 7 6 (n ).

383
S lR lX HISPANICA

San S ilv estre: 2 9 5 -6 , 2 9 9 .

sa n ad o re s y especialistas carism ático s: 138, 146, 2 2 5 , 2 2 8 , 2 3 0 , 2 3 7 , 2 4 5 , 252,


2 5 4 , 2 6 7 ,2 7 2 , 2 7 5 -7 , 2 8 5 , 3 0 0 -1 , 3 0 7 , 3 0 8 (n ), 2 0 9 - 1 1 ,3 1 3 ,3 1 6 - 7 , 3 2 2 (n ),
3 2 5 , 3 3 1 (n ):

S andoval, Fray P ru d e n c io d e : 160.

san g re (b e b e d o re s d e ): 1 6 3 -4 , 1 7 4 -5 , 1 7 7 -8 , 1 8 0 -2 , 186, 191 -3 , 195, 2 0 1 -2 ,


208-1 1 ,2 1 5 .

sanpnolan: 2 7 1 -4 , 2 7 6 , 3 2 0 -1 .

S anta R ita: 26 7 .

Santiago d e C o m p o s te la : 3 1 3 .

Santiago d e l E stero : 2 4 5 , 3 3 2 .

sarra-maiica: 198.

S atán: 3 9 , 4 5 , 5 5 -6 , 6 1 (n ), 6 2 , 7 3 ,7 7 , 8 7 , 104, 1 16, 159, 2 8 3 , 2 9 2 , 2 9 5 , 301.


S co t, R e g in a ld : 8 5 (n ).

S co tt, S irW a lte r: 6 4 .

Segovia: 163.

seg u n d a vista: 2 3 1 , 2 4 3 , 2 5 7 -8 .

selffa sh io n in g : 3 1 6 -7 .

Selgas y C a rra sc o , Jo sé: 2 4 2 .

s é p tim o hijo: 2 0 4 , 2 1 2 , 2 3 2 , 2 4 2 , 2 4 4 , 2 4 6 , 2 5 7 -9 , 2 7 9 -8 0 , 3 0 1 , 3 1 1 -1 4 .

S erbia: 1 9 3 , 2 0 0 ,2 5 6 .

serpari: 2 7 3 , 3 2 0 .
Sevilla, F u lg en cio : 2 3 5 .

setms: 2 4 6 , 2 5 9 , 2 6 8 .

Sicilia: 4 1 , 2 7 4 (n ), 3 1 5 .

Sidi A h m ed D gh u g h i: 2 6 8 .

Sidi Áli b en H am d u sh : 2 6 8 .

slogutis: 198.
S o ld án , W ilh e lm : 4 6 , 5 8 , 6 3 -5 , 6 7 -8 .

S olané, G e ró n im o d e : 3 3 1 (n ).
so p o r irre fre n a b le : 1 6 9 , 17 7, 193, 197, 2 0 2 , 2 0 9 , 2 1 1 , 219.
sotré: 198.

Sozzi, Jaco p o : 2 7 3 .

384
Fabián A Icjandro ( ampognc

Spina, B a rto lo m e o : 28.

S to eck h lin , C h o n ra d : 126, 13 9 -4 0 .


S to k er, B ram : 193.

su ig o i: 1 1 5 -6 , 1 9 4 - 5 , 2 0 4 ,2 2 2 ,2 5 7 .

strix: 184.

srrzyga: 197.

su c u b o : 20 5 .

S uecia: 3 4 -5 , 1 5 2 (n ), 199, 305.

su e ñ o s in iciáticos: 107, 2 3 9 , 2 5 2 -4 .

Sugoí: 2 14.

Suiza: 2 6 , 31, 3 4 , 3 6, 4 3.

S u m m e rs, M o n ta g u e: 2 4 , 4 6 , 5 1 , 5 6 -7 , 8 3 -8 , 344.

súrbilc: 178, 1 7 9 (n).

ta c to real: 2 5 9 , 3 3 0 (n ).

táhos (p l. táhosok): 1 21 -3 , 1 3 0 -1 , 137, 2 0 4 , 2 2 2 , 2 5 2 , 2 5 8 (n ).


T andil: 331.

ta ra n tism o : 2 6 8 , 27 2.
T a rta ro tti, G iro lam o : 4 6 , 4 9 - 5 2 , 57, 1 10.
T e rre ro s y P an d o, E steban: 164.

T h ie rs , Jean B aptiste: 259.

T h o m a siu s, C h ristian : 4 6 ( n ), 4 7 , 50.


tla h u d p u ch i: 176-7.

T lax cala: 176 -8 .

T oledo: 4 2 , 166, 2 6 4 -6 .

T om ás d e A q u in o: 293 .

T o rq u em ad a, A n to n io de: 2 3 1 , 277.

T o rres V illa rro e l, D iego d e: 162.

toverdokter: 3 08.

tran su b stan ciació n : 2 9 0 , 2 9 2 , 3 0 0 , 323.


T re v o r R o p er, H u g h : 18, 6 4 , 112.

T rie r: 3 0 , 33, 67.


truden: 197.

385
STRIX H bPA N IC A

T u cu m án : 2 4 5 , 2 h 5 , 3 3 2 -3 .

U rq u iza, ju s to Jo sé d e : 2 4 6 .

Valais: 2 6 -7 . -

V alaquia: 193.

vald enses: 10 0, 101 (n ), 146, 2 5 2 , 309.


Valencia: 2 3 6 , 3 1 5 , 3 2 3 .

V aliadolid: 160, 1 6 1 (n ).

v am p iro s: 13 2, 17 9, 192, 1 9 4 -5 , 2 0 1 -2 , 2 0 4 , 2 0 9 , 2 1 8 (n ), 2 5 6 -7

van D ale, A n th o n ie : 4 7 .

V anlandi: 197, 2 0 0 .

Vauderie d ’Arras: 27.

vecchia religionc: 7 2 -3 .

V elnias/V eles: 131.


V enecia: 3 1 , 4 9 , I 6 3 (n ) , 1 83.

V enegas, Ju an Jo sé d e: 2 3 4 .
V enezuela: 27 0.
V ic e n te F e rre r: 4 3 , 2 2 6 .

V iern es S an to: 2 4 0 , 2 4 3 , 2 4 6 , 3 1 5 (n ).
V illar d e O lalla, P ed ro d e : 168.

v in o (afició n d e las b ru ja s p o r el): 1 70-1, 174, 180, 2 1 3 , 216.

v o n G re y e rz , P e te r: 156.

V orágine, Ja c o p o da: 2 6 3 .
rrakhnás: 198.

v u elo d el alm a: 1 19, 1 3 6 , 2 0 3 .


v u e lo n o c tu r n o : 5 6 , 8 6 , 8 7 (n ), 8 9 , 306.

w arao : 2 7 0 .
W e in re ic h , M a rtin : 2 0 1 .

W icca: 9 4 .
W ie r, jo h a n n e s : 157.
W ie se n ste ig : 2 9 -3 0 .
ivise-jolk/wise-men: v e r cunning-m en.
W itse n , N ich o las: 135, 2 4 7 .

386
W ü rz b u rg : 33.

X o rg uin as: 164, 172, 2 0 8 (n ), 209-1 1, 2 2 3 .

xucladors: 246 .
yanas: 189.

Yecla: 321, 32 3.
Y pres: 311.

zah o ríes: 2 4 3 , 2 4 5 , 315.

Z a m o ra . 23 5.

Z a n n i, Sibillia: 2 6, 117, 125.

Z an zíb ar: 199.

Z arago za: 162, 1 6 4 (n ), 169, 2 3 3 -4 , 3 0 6 (n ), 314-

Z iz ek , Slavoj: 2 8 5 .

Z u g a rra m u rd i (b ru ja s d e): 3 2, 160, 163, 172.


zu ñ i: 176.
Impreso por T R E IN T A D 1 E Z S.A en noviembre de 2009
Pringles 5 2 1 ¡ ( C I II83A EI)
Ciudad Autónoma de Buenos Aires
Teléfonos: 4864-3297 / 4862-6294
editorial@treintadiez.com

También podría gustarte