Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Arte Decolonial. Pra Começar A Falar Do Assunto Ou - Aprendendo A Andar Pra Dançar PDF
Arte Decolonial. Pra Começar A Falar Do Assunto Ou - Aprendendo A Andar Pra Dançar PDF
18 AGOSTO, 2017
JOÃO DO AMARAL
ÚLTIMAS ENTRADAS
Iberoamérica social usa cookies para asegurar que tienes la mejor experiencia en nuestra web y cumplir con la RGPD. Más información. ×
https://iberoamericasocial.com/arte-decolonial-pra-comecar-falar-do-assunto-ou-aprendendo-andar-pra-dancar/ 7/23
30/08/2019 Arte decolonial. Pra começar a falar do assunto ou: aprendendo a andar pra dançar
Neste sentido, o giro decolonial não não diz respeito a uma gramática da
colonialidade, mas a coloca no centro do debate como componente constitutivo
da modernidade e da de(s)colonização como projeto (MALDONADO-TORRES,
2008). Para tanto, há que se lançar mão de uma série de ferramentas conceituais
e metodológicas, um sem número de estratégias contestatórias que busquem
uma mudança radical nas formas hegemônicas atuais de poder e dominação,
destacadamente na construção de conhecimento, nas relações intersubjetivas e
na configuração das instituições. Assim, constituem o momento mais
fundamental do giro decolonial, por um lado, investigar as formas pelas quais as
estruturas de poder continuam produzindo a colonialidade e, por outro,
fomentar a mudança de uma atitude racista, sexista ou aristorcrática para uma
atitude decolonial. Uma vez que, para Maldonado-Torres, “La descolonización
no se puede llevar a cabo sin un cambio en el sujeto”. (MALDONADO-TORRES,
2008, p. 68).
africanos subjugados. Como exemplo deste fazer descolonial e que sempre esteve
https://iberoamericasocial.com/arte-decolonial-pra-comecar-falar-do-assunto-ou-aprendendo-andar-pra-dancar/ 9/23
30/08/2019 Arte decolonial. Pra começar a falar do assunto ou: aprendendo a andar pra dançar
j g p q p
presente na história latino-americana Mignolo (2008) aponta os Candomblés, a
Santería, o Vudú e a Capoeira, por exemplo.
No ensaio “Arte como Sistema Cultural” (1997), Clifford Geertz aponta que a
abordagem que conhecemos sobre a arte se consolidou a partir do século XVIII,
paralelamente à noção peculiar de “belas artes” e uma série de formalismos a
priori para a sua execução. Elsa Ballesteros (2003), por sua vez, aponta que a
concepção ocidental de arte teve início com as ideias de Platão e se desenvolveu
sem grandes alterações desde a estética aristotélica e neoplatônica até a estética
kantiana. Já Enrique Dussel (1997) apresenta o filósofo alemão Alexander
Baumgarten como tendo desenvolvido a estética como «teoria da sensibilidade»,
no século XVIII. De matriz platônica, como apresentado por Ballesteros, esta
ideia se desenvolveu ao longo do tempo e das/os autoras/es em geral a partir de
uma concepção segundo a qual tão mais superior seria a arte quanto mais se
aproximasse do belo como manifestação de uma ideia (eidós) abstrata de beleza.
Iberoamérica social usa cookies para asegurar que tienes la mejor experiencia en nuestra web y cumplir con la RGPD. Más información. ×
Sob esta perspectiva, tanto mais bela e grandiosa seria uma obra quanto mais
❯ Preferencias de privacidad Estoy
Estoy de
de acuerdo
acuerdo
refletisse e manifestasse em si a ideia abstrata e geral do belo nela contida. A
í
https://iberoamericasocial.com/arte-decolonial-pra-comecar-falar-do-assunto-ou-aprendendo-andar-pra-dancar/ ê 10/23
30/08/2019 Arte decolonial. Pra começar a falar do assunto ou: aprendendo a andar pra dançar
partir deste mesmo princípio a arte revelaria, então, desde o gênio do artista que
a produz até a evolução da cultura e da civilização da qual emerge. Com estas
concepções é que o padrão de beleza eurodescendente se foi construindo
historicamente como o mais próximo da ideia mesma do belo (DUSSEL,1997).
Pari pasu a este processo, a palavra aesthesis, que se origina no grego antigo,
passa às modernas línguas europeias com seus significados relacionados ao
processo de percepção via sentidos e girando entorno de vocábulos como
sensação ou sensação visual, gustativa ou auditiva. A partir do século XVII, o
conceito aesthesis entendido como a habilidade de perceber através dos sentidos
se restringe, passando a predominar a estética como teoria geral acerca do belo
em si mesmo, o que constituirá na colonização (ou colonialidade) da aesthesis
pela estética. Se a aesthesis, quanto capacidade de percepção via sentidos, é um
fenômeno comum a todos os organismos viventes com sistema nervoso, a
estética, por outro lado, seria uma versão ou teoria particular e localizada sobre
tais sensações relacionadas com a beleza (MIGNOLO, 2010; TLOSTANOVA, 2011).
Conclui Quijano que o mais notável sobre isso não é que os europeus pensem e
imaginem a si mesmos e aos demais a partir de seu particular sistema de
classificação – o que não é um privilégio exclusivo deles, claro está -, mas o fato
de que foram capazes de disseminar e estabelecer essa perspectiva histórica
como hegemônica dentro de um universo intersubjetivo (QUIJANO, 2014).
IberoaméricaLa estética
social europea
usa cookies de laque
para asegurar modernidad colonizóenlanuestra
tienes la mejor experiencia aesthesis
web y cumplir con la RGPD. Más información. ×
como parte de su colonización global del ser y del
❯ Preferencias de privacidad Estoy
Estoy de
de acuerdo
acuerdo
conocimiento, llevando a formulaciones estrictas de los que
b ll bl b f l
https://iberoamericasocial.com/arte-decolonial-pra-comecar-falar-do-assunto-ou-aprendendo-andar-pra-dancar/ ó d 14/23
30/08/2019 Arte decolonial. Pra começar a falar do assunto ou: aprendendo a andar pra dançar
Neste processo, Walter Mignolo (2010) aponta a opressão e a negação como dois
aspectos da lógica da colonialidade. O primeiro opera na ação de um indivíduo
sobre outro em relações desiguais de poder, enquanto o segundo se dá sobre os
indivíduos à medida que negam o que no fundo sabem. Num caso, a opressão
sobre expressões alheias e diversas; no outro, a negação da alteridade que lhe é
própria. A retórica da modernidade cria as expectativas do que deveria ser e as
naturaliza, operando o que Mignolo chama de colonialidade do ser
(subjetividade), do sentir (aesthesis) e do saber (epistemologia) (MIGNOLO,
2010). Assim, mais do que em rígidas regras e formas prescritas, a colonialidade
da estética se manifestaria na percepção do que seja belo.
Em contraposição
Iberoaméricaàsocial
colonialidade daasegurar
usa cookies para estética,
quecom
tienessuas pretensões
la mejor experiencia ende
nuestra web y cumplir con la RGPD. Más información. ×
universalidade, não está, portanto, o retorno a uma suposta expressão artística
❯ Preferencias
pura ou essencial, mas a busca por legitimar outrasde privacidad Estoy de acuerdo
formas de experiência e
Estoy
Estoy de
de acuerdo
acuerdo
REFERÊNCIAS:
João do Amaral
Doutorado em andamento pelo Programa de Pós Graduação em Sociologia e
Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Bacharel em
Ciências Sociais pela mesma Universidade, Mestre em Preservação do
Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN). Coordenador Regional da Rede Brasileira de Saberes
Descoloniais.
Iberoamérica social usa cookies para asegurar que tienes la mejor experiencia en nuestra web y cumplir con la RGPD. Más información. ×
CATEGORIA: AFRO-IBERO-AMERÍNDIO
https://iberoamericasocial.com/arte-decolonial-pra-comecar-falar-do-assunto-ou-aprendendo-andar-pra-dancar/ 20/23
30/08/2019 Arte decolonial. Pra começar a falar do assunto ou: aprendendo a andar pra dançar
DEJA UN COMENTARIO
Tu dirección de correo electrónico no será publicada. Los campos obligatorios están marcados con *
Comentario
Nombre *
Iberoamérica social usa cookies para asegurar que tienes la mejor experiencia en nuestra web y cumplir con la RGPD. Más información. ×
https://iberoamericasocial.com/arte-decolonial-pra-comecar-falar-do-assunto-ou-aprendendo-andar-pra-dancar/ 21/23
30/08/2019 Arte decolonial. Pra começar a falar do assunto ou: aprendendo a andar pra dançar
Publicar comentario
https://iberoamericasocial.com/arte-decolonial-pra-comecar-falar-do-assunto-ou-aprendendo-andar-pra-dancar/ 22/23
30/08/2019 Arte decolonial. Pra começar a falar do assunto ou: aprendendo a andar pra dançar
Iberoamérica social usa cookies para asegurar que tienes la mejor experiencia en nuestra web y cumplir con la RGPD. Más información. ×
https://iberoamericasocial.com/arte-decolonial-pra-comecar-falar-do-assunto-ou-aprendendo-andar-pra-dancar/ 23/23