Está en la página 1de 22

POLITICA

ENTRE LAS NACIONES


La lucha por el poder y la paz
Hans J. Morgenthau

Grúno Editor Latinoam ericano


1
U n a Teoría Realista de la
Política Internacional

L a fin a lid a d d e este lib ro c o n s is te en p r e s e n ta r una te o r ía d e la p o lític a


in te rn a c io n a l. E l m od o en q u e d eb e v a lid a r s e una tal te o r ía d eb e ser
e m p ír ic o y p r a g m á tic o antes q u e a p r io r ís tic o y a b s tra c to . E n o tra s p a la ­
bras, la te o r ía n o debe ser ju z g a d a m e d ia n te algu n as n o c io n e s a b stra cta s
y p r e c o n c e b id a s , y co n cep to s d e s lig a d o s d e la re a lid a d , sin o p o r su p r o ­
p ó s ito : a p o r ta r o rd en y s ig n ific a d o a una m a sa de fe n ó m e n o s que, sin
e lla , p e rm a n e c e rá n desasidos e in in te lig ib le s . S e d e b e h a lla r un d o b le
s istem a d e c o m p ro b a c ió n , ló g ic o y e m p ír ic o a la ve z. L o s h echos tal
c o m o se p resen ta n , ¿a sim ila n la in te r p r e ta c ió n q u e d e e llo s h a h e ch o
la te o ría ? Y c o n resp ecto a las co n clu sio n es, ¿ p o d e m o s s o s te n e r que son
co n s e c u e n c ia d ire c ta y n ecesa ria de sus p re m is a s ? E n su m a, ¿p o d e m o s
s o sten er q u e la teo ría es c o m p a tib le c o n lo s h ech o s y c o n s ig o m ism a ?
L a p r o b le m á tic a que esta te o ría a fr o n ta c o n c ie r n e a la n a tu ra le za
d e to d a p o lític a . La h isto ria d e l p e n s a m ie n to p o lít ic o m o d e r n o es la h is­
to r ia de la c o n fro n ta c ió n e n tre d os escu elas q u e en lo su sta n cia l d ifie r e n
en sus c o n c e p c io n e s sob re la n a tu ra leza d e l h o m b r e , d e la so c ie d a d y d e
la p o lític a . U n o piensa qu e p u e d e re a liz a rs e a q u í y a h o ra un o rd e n p o lí­
tic o , m o ra l y ra cion a l, d e riv a d o d e p r in c ip io s a b s tra c to s y u n iv e rs a lm e n te
a cep ta d os. S u p o n e la b o n d a d esen cia l y la in fin ita m a le a b ilid a d de la
n a tu ra le za hu m an a, y so stien e qu e la ra zó n p o r la q u e e l o rd e n social no
lle g a a e s ta r a la altura de los p a tro n es ra c io n a le s r e s id e en la fa lta de
c o n o c im ie n to s o de co m p ren sió n , en la o b s o le s c e n c ia d e las in s titu c io n e s
socia les o en la p erversió n de c ie rto s in d iv id u o s y g ru p o s a isla d os. C o n fía
en la e d u c a c ió n , en la r e fo r m a y en el o c a s io n a l uso d e la fu e rza p a ra
r e m e d ia r e s to s defectos.
L a o tr a escu ela a firm a q u e e l m u n do, im p e r fe c t o d e s d e un p u n to d e
v is ta ra c io n a l, es el resu lta d o de fu erza s in h e re n te s a la n a tu ra leza h u ­
m ana. P a ra m e jo r a r al m u n d o, se d eb e t r a b a ja r con esta s fu erza s y n o
c o n tra ellas. A l ser el n u estro un m u n d o d e in te re s e s o p u e s to s y c o n flic ­
tiv o s , los p r in c ip io s m o ra le s nu n ca p u ed en re a liz a r s e p le n a m e n te . P e r o
12 Teoría y práctica de la política internacional

al m en o s p o d e m o s a c e rc a rn o s a e llo s m ed ia n te el s ie m p r e te m p o r a r io
e q u ilib r io d e in te re s e s y la s ie m p r e p r e c a r ia c o n c ilia c ió n de los c o n flic ­
tos. E s ta escu ela, p o r lo ta n to , e x tra e d e un sistem a d e re p re s io n e s y
e q u ilib r io s un p r in c ip io u n iv e r s a l a p lic a b le a todas las s o cied a d es p lu r a ­
listas. R e c u r r e a p re c e d e n te s h is tó r ic o s an tes que a p r in c ip io s a b s tra c to s
y a s p ira a q u e o c u rra e l m e n o r m a l p o s ib le antes que e l b ie n a b s o lu to .
D e b id o a su p r e o c u p a c ió n te ó r ic a p o r la n atu raleza h u m an a ta l c o m o
es y p o r los p ro c e s o s h is tó r ic o s tal c o m o han o c u rrid o , la te o ría q u e
p re s e n ta m o s h a sid o lla m a d a re a lis ta . ¿C u ál es la d o c tr in a d el re a lis m o
p o lític o ? R e s u lta im p o s ib le e x p o n e r a q u í la filo s o fía d el re a lis m o p o lít i­
co, p o r lo q u e nos lim ita r e m o s a d e s ta c a r seis p rin c ip io s fu n d a m e n ta le s
qu e fre c u e n te m e n te han s id o m a l in te rp re ta d o s .

SEIS P R IN C IP IO S D E REALISM O POLITICO

1. E l r e a lis m o p o lít ic o s u p o n e q u e la p o lític a , al igu a l q u e tod a la s o c ie ­


dad, o b e d e c e a leyes o b je t iv a s q u e a rra ig a n en la n a tu ra le za h um ana. A
los e fe c to s d e c u a lq u ie r m e jo r a m ie n t o d e la socied ad es n e c e s a rio e n te n ­
d er p r e v ia m e n te las le y e s q u e g o b ie rn a n la vid a de esa so cied a d . E l fu n ­
c io n a m ie n to d e esas le y e s es c o m p le ta m e n te a jen o a l c u rs o de n u estra s
p re fe r e n c ia s ; d e s a fia rla s s ig n ific a el r ie s g o de e x p o n e rs e al fra c a s o .
E l r e a lis m o cre e ta n to en la o b je tiv id a d de las le y e s de la p o lític a
c o m o en la fa c tib ilid a d d e e la b o r a r una teo ría ra c io n a l que e x p liq u e ,
au n qu e sea im p e r fe c ta y p a rc ia lm e n te , estas leyes o b je tiv a s . T a m b ié n
cree, c o m o n o p o d ía s e r d e o t r o m o d o , en la p o s ib ilid a d d e d is c e r n ir en­
tre v e r d a d y o p in ió n en e l c a m p o de la p o lítica , en tre lo qu e es v e r d a d
o b je tiv a y ra c io n a lm e n te , e n tre lo su sten tado p o r la e v id e n c ia e ilu ­
m in a d o p o r la ra zó n y lo q u e s ó lo es un ju ic io s u b je tiv o , d e s p re n d id o
de los h ec h o s ta l cu al son e in flu id o p o r el p re ju ic io y e l o p tim is m o .
L a n a tu ra le z a d el h o m b r e , en la q u e arraigan las le y e s de la p o lí­
tica, n o h a v a r ia d o d es d e e l m o m e n to en que las filo s o fía s clásicas de
China, In d ia y G recia d e s c u b r ie r o n estas leyes. P o r lo ta n to , la n o v e d a d
no es n e c e s a ria m e n te una v ir tu d en el ca m p o de la te o r ía p o lític a , d e l
m is m o m o d o q u e la a n tig ü e d a d ta m p o c o es un d e fe c to . L a circ u n s ta n ­
cia de q u e una te o ría p o lít ic a — si es q u e existe tal te o r ía — sea a lg o c o m ­
p le ta m e n te n u e v o im p lic a , p o r lo tan to, una p re v e n c ió n en su c o n tra
antes q u e un p r e ju ic io fa v o r a b le r e s p e c to a su solid ez. P o r el c o n tra rio ,
el h ech o d e q u e una te o r ía p o lític a h a ya sid o d e s a rro lla d a hace c ie n to s o
m iles de a ñ os — c o m o la t e o r ía d el e q u ilib r io del p o d e r— , no suscita n e­
c e s a ria m e n te la p re s u n c ió n de q u e sea anticuada y n o resp o n d a a la
re a lid a d a ctu a l. Las te o r ía s p o lític a s d eb en so m eterse a la d o b le p ru e b a
de la r a z ó n y la e x p e rie n c ia . D e s c a rta r una te o ría s im p le m e n te p o r q u e
flo r e c ió h a c e v a rio s s ig lo s s ig n ific a in c u r r ir en un p r e ju ic io m o d e rn o q u e
da p o r sen ta d a la s u p e r io r id a d d e l p re s e n te sobre e l p asad o. A s im is m o ,
ex h u m a r u n a te o r ía p o r ra z o n e s de m o d a o e x tra va g a n cia im p lic a re c o ­
n o c e r q u e en p o lític a p o d e m o s te n e r op in io n es p e ro n o verd a d es.
P a ra el re a lis m o , la te o r ía c o n s is te en la v e r ific a c ió n d e los h ech o s y
Una teoría realista de la política internacional 13

darles s e n tid o a tra vés d e la razón . S u p o n e que el c a rá c te r de una p o lít i­


ca e x t e r io r s ó lo p u ed e s u rg ir d el a n á lisis de los h ech o s p o lític o s qu e se
p ro d u cen y d e las con secu en cia s p re v is ib le s de esto s actos. P o d e m o s ,
en tonces, o b s e r v a r los a c to s c o n te m p o rá n e o s de los esta d ista s y de las
con secu en cias p re v is ib le s d e esto s h ec h o s lle g a re m o s a a v e rig u a r los
o b je tiv o s q u e han te n id o en m en te.
S in e m b a rg o , n o b a sta c o n el s im p le análisis de lo s h echos. P a ra d ar
sentido a los ele m e n to s in ic ia le s y tá c tic o s d e la p o lític a e x te r io r d e b e ­
m os a c e rc a rn o s a la re a lid a d p o lític a c o n una e s p e c ie d e esq u em a r a c io ­
nal, una su e rte d e m a p a q u e nos s u g ie ra los p o sib les sen tid o s de la p o lí­
tica e x te r io r . E n o tra s p a la b ra s, d e b e m o s p o n ern os en e l lu g a r d el esta ­
dista q u e tie n e que c o lo c a r c ie r to p r o b le m a de p o lít ic a e x te r io r b a jo
ciertas circ u n s ta n c ia s ; c o n v ie n e e n to n c e s p re g u n ta rn o s cuáles son las
a lte rn a tiv a s ra c io n a le s (p r e s u m ie n d o s ie m p re qu e a ctú a de m o d o ra c io ­
n a l) q u e d e b e e le g ir y q u e en cu a d ra n el p ro b le m a , y cu áles de estas
a ltern a tiva s ra cio n a les d e b e rá e le g ir e l esta d ista qu e a ctú a b a jo a q u ella s
circu n stan cias. L a c o m p r o b a c ió n d e esta h ip ótesis ra c io n a l, c o n tra los
hechos r e a le s y sus co n secu en cia s, d a s en tid o te ó r ic o a los hech os d e la
p o lític a in te rn a c io n a l.
2. E l e le m e n to p r in c ip a l qu e p e r m ite al re a lis m o p o lít ic o e n c o n tra r
su ru m b o en el p a n o ra m a de la p o lític a in te rn a c io n a l es el c o n c e p to de
interés d e fin id o en té rm in o s de p o d e r. E ste c o n c e p to p ro p o rc io n a el
enlace e n tr e la razón — en tra n ce d e c o m p re n d e r la p o lític a in te rn a c io ­
nal— y lo s hech os q u e re c la m a n c o m p re n s ió n . F ija a la p o lític a c o m o
una e s fe r a a u tó n o m a d e a c c ió n y c o m p re n s ió n d is tin ta d e o tra s esfera s
tales c o m o la e c o n ó m ic a — e n te n d id a en térm in o s d e in terés d e fin id o
com o b e n e fic io — , la é tic a , la e s té tic a o la religio sa . Sin tal co n c e p to , cu a l­
q u ier te o r ía p o lític a , in te rn a c io n a l o in tern a , sería to ta lm e n te im p o s ib le
ya qu e n o p o d ría m o s d is tin g u ir e n tre hech os p o lític o s y los q u e n o lo
son, n i e s ta ría m o s en c o n d ic io n e s d e in tro d u c ir la m e n o r m e d id a de
ord en s is te m á tic o d e n tro d e la e s fe r a p o lític a .
D e b e m o s su p o n er q u e los e s ta d ista s pien san y a ctú an m o v id o s p o r un
interés q u e se tra d u ce en p o d e r, ya q u e tod as las e v id e n c ia s d e la h is to ria
c o n firm a n esa su p osición . E lla n os p e r m it e h is to ria r y p r e d e c ir los pasos
que c u a lq u ie r h o m b re d e e sta d o — p asa d o, p re s e n te o fu tu ro — h aya
dado o e s té d isp u esto a d a r en la escen a p o lític a . M ir a m o s so b re su
h o m b ro cu a n d o red a cta sus d o c u m e n to s , oím o s las c o n v e rs a c io n e s que
m a n tien e c o n o tro s h o m b re s de e s ta d o , leem os y a n tic ip a m o s sus p en ­
sam ien tos m ás re c ó n d ito s . A l p e n s a r en térm in o s d e in terés d e fin id o
com o p o d e r , p en sam os d e l m is m o m o d o que él y c o m o d e sp reo cu p a d o s
o b s e rv a d o re s en te n d e m o s sus p e n s a m ie n to s y a c c io n e s tal v e z m e jo r
que él m is m o , que es p a rte fu n d a m e n ta l de la escen a p o lític a .
E l c o n c e p to de in te ré s d e fin id o c o m o p o d e r im p o n e al o b s e rv a d o r
una d is c ip lin a in te le c tu a l, c o n fie r e un ord en ra c io n a l en m a te ria de
p o lítica y p o s ib ilita la c o m p re n s ió n te ó r ic a de la p o lític a . D esd e el p u n to
de vista d e los a cto re s, p r o p o r c io n a una d iscip lin a ra c io n a l a la a cció n
y crea esa m a g n ífic a c o n tin u id a d en p o lític a e x te r io r q u e h ace in te lig ib le
las qu e lle v a n a d ela n te E s ta d o s U n id o s , In g la te rra o R u sia ; a sim ism o,
les da un a s p e c to ra c io n a l, co n tin u o , a u to co n sisten te, in d e p e n d ie n te m e n te
14 Teoría y práctica de la política internacional

de las m o tiv a c io n e s , p re fe re n c ia s o cu alid ad es m o ra le s e in te le c tu a le s de


los su cesivos e s ta d ista s que lle g u e n a la c im a d el p o d e r en cad a uno
de esos países. P o r lo tanto, una te o r ía re a lis ta d e la p o lític a in te rn a c io ­
nal nos p e r m itir á e lu d ir dos fa la c ia s p o p u la res: la p re o c u p a c ió n p o r las
m o tiv a c io n e s y la p re o c u p a c ió n p o r las p re fe re n c ia s id e o ló g ic a s .
B u sca r la c la v e d e una p o lític a e x te r io r e x c lu s iv a m e n te en las m o­
tiv a c io n e s de lo s h o m b re s de e s ta d o es fú til y en gañ oso. E s fú til p o r­
que la m o tiv a c ió n es uno d e lo s a sp ectos p s ic o ló g ic o s m ás in asibles,
s ie m p re ex p u e s to a la d e fo r m a c ió n s u b je tiv a qu e in tro d u c e ta n to el
in terés d e l a c to r c o m o del o b s e r v a d o r . ¿ R e a lm e n te sa b em os cu áles son
n u estros m o tiv o s ? ¿ Y qu é sa b em o s d e los m o tiv o s d e los d em á s?
A u n q u e tu v ié ra m o s acceso a lo s rea les m o tiv o s que a n im a n a los
h o m b res d e esta d o , ese c o n o c im ie n to c o n trib u iría m u y p o c o a la co m ­
p ren sió n de la p o lít ic a e x te r io r y b ie n p o d ría c o n fu n d irn o s . N o obstan te,
es v e rd a d qu e el c o n o c im ie n to d e la m o tiv a c ió n d e los h o m b re s de esta­
do p u ed e e n tr e g a m o s una en tre las m uchas c la v e s p o s ib le s q u e orien tan
su p o lític a e x te r io r . P e ro en m o d o a lgu n o será la c la v e q u e n o s p e rm ita
p r e d e c ir el ru m b o d e esa p o lític a e x te rio r. L a h is to ria n o m u estra una
c o rre la c ió n ex a c ta y n ecesaria e n tr e la c a lid a d de los m o tiv o s y la
ca lid a d d e la p o lít ic a e x te rio r. E s to es c ie rto ta n to en té rm in o s m o ra les
c o m o p o lític o s .
N o se p u e d e c o n c lu ir d e las b u en a s in te n c io n e s de un esta d ista que
su p o lític a e x t e r io r será m o ra lm e n te lo a b le o p o lític a m e n te exitosa . A l
e n ju ic ia r sus m o tiv a c io n e s , p o d r e m o s d e c ir q u e n o lle v a rá ad ela n te, de
m o d o in te n c io n a l, p o lític a s m o r a lm e n te cen su rab les, p e ro n o esta rem os
en c o n d ic io n e s d e d e c ir nada s o b r e las p o s ib ilid a d e s de é x ito q u e tiene.
Si q u e re m o s c o n o c e r las cu a lid a d e s m o ra les y p o lític a s d e sus actos,
éstos son los q u e d eb en o c u p a r n u e s tra a te n c ió n y no los m o tiv o s que
los han im p u lsa d o . ¿Cuántas v e c e s los estad istas han s en tid o e l im p u lso
de m e jo r a r el m u n d o y, sin e m b a r g o , han te r m in a d o e m p e o rá n d o lo ?
¿Cuántas veces se han fija d o d e te rm in a d o o b je t iv o y en c a m b io han
te rm in a d o c o n s ig u ie n d o o tro q u e n a d ie deseab a?
L a p o lític a d e a p a c ig u a m ie n to d e N e v ille C h a m b c rla in e s tu v o — hasta
d on d e se p u ed e ju z g a r — in s p ira d a p o r b u en os m o tiv o s . S eg u ra m en te
fue, c o m o la de n in gú n o tr o p r im e r m in is tro b ritá n ic o , la q u e m enos
en cu en ta tu vo co n s id e ra c io n e s a c e rc a del p o d e r p erso n a l y su o b je tiv o
sólo se c o n c e n tró en la p re s e rv a c ió n de la p a z y e l lo g r o d e la fe lic id a d
p ara to d o s los im p lic a d o s . S in e m b a rg o , la p o lític a de C h a m b erla in
ayu d ó a q u e s o b re v in ie ra la segu n d a gu erra m u n d ia l y a c a rre ó inena­
rra b le m is e ria a m illo n e s de seres hum anos. P o r o tra p a rte, los m o tivo s
que a n im a b a n a W in s to n C h u rch ill ten ía n un a lc a n c e m u ch o m en os uni­
ve rs a l y estab an m u c h o más e s tre c h a m e n te d irig id o s h acia el p od er
p erso n a l y n a c io n a l; sin e m b a rg o , la p o lític a e x te r io r q u e s u rg ió de
esos m o tiv o s in fe r io r e s fu e c ie r ta m e n te de c a lid a d m o ra l y p o lític a su­
p e r io r a la q u e lle v ó a cabo su p re d e c e s o r. J u zg a d o en fu n c ió n de sus
m o tiv o s , R o b e s p ie r r e fu e uno d e los h o m b res m ás v irtu o s o s q u e hayan
e x is tid o algu n a ve z. Fu e el ra d ic a lis m o u tó p ico , n a cid o de una p osición
virtu osa , q u ien lo lle v ó a m a ta r a 'a q u e llo s m en os v irtu o s o s que él.
Una teoría realista de la política internacional 15

qu ien m ás ta rd e lo c o lo c ó en el p a tíb u lo y fin a lm e n te q u ie n d e s tru y ó


la re v o lu c ió n d e la q u e había sid o líd e r.
L o s b u en os m o tiv o s p ro p o rc io n a n s e g u rid a d c o n tr a las p o lític a s
d e lib e ra d a m e n te m alas, p e ro n o g a ra n tiza n la b o n d a d m o r a l o e l é x ito
p o lític o de las p o lític a s que in sp iran . S i se d esea e n te n d e r una p o lític a
ex te rio r, resu lta im p o rta n te c o n o c e r n o ta n to lo s m o tiv o s p r im a r io s
del esta d ista sin o su h a b ilid a d in te le c tu a l p a r a c o m p r e n d e r lo esen cia l
de la p o lític a e x tr a n je r a así c o m o su h a b ilid a d p o lít ic a p a ra tr a s la d a r
esa c o m p re n s ió n a un a c to p o lític o e x ito s o . D e d o n d e se d e s p re n d e qu e
la é tic a ju zg a , en fo r m a abstracta, la c a lid a d m o r a l d e los m o tiv o s , en
tan to la te o ría p o lític a d eb e ju z g a r las cu a lid a d e s p o lític a s d e l in te le c to ,
la v o lu n ta d y la acción .
U n a te o r ía re a lis ta de la p o lític a in te rn a c io n a l ta m b ié n e lu d ir á o tra
fa la cia p o p u la r, la d e igu alar las p o lític a s e x te r io r e s de un e s ta d is ta
con sus sim p a tía s filo s ó fic a s o p o lític a s y d e d u c ir las p r im e r a s d e las
ú ltim as. L o s estad ista s, es p e c ia lm e n te b a jo las c o n d ic io n e s c o n te m p o r á ­
neas, b ie n p u ed en re c u r r ir a la c o s tu m b re d e p re s e n ta r sus p o lític a s
e x te rio re s en té rm in o s de sus s im p a tía s filo s ó fic a s y p o lític a s a los
e fe c to s d e c o n s e g u ir a p o y o p o p u la r p a ra ellas. P e r o d istin g u en , c o n L in ­
coln, e n tre su d e b e r o fic ia l, que c o n s is te en p e n s a r y a c tu a r en fu n c ió n
d el in te ré s n a cio n a l, y su deseo p e rs o n a l, q u e tie n d e a la c o r p o r iz a c ió n
en to d o el m u n d o de los p ro p io s v a lo r e s m o r a le s y p r in c ip io s p o lít i­
cos. E l r e a lis m o p o lít ic o no re q u ie r e n i c o n d o n a la in d ife r e n c ia h acia
los id ea les p o lític o s o los p r in c ip io s m o ra le s , p e r o sí r e c la m a una
n ítid a d ife r e n c ia c ió n e n tre lo d e s e a b le y lo p o s ib le , e n tre lo q u e es
d eseab le en tod a s p a rte s y en c u a lq u ie r tie m p o y lo q u e es p o s ib le b a jo
circu n stan cias c o n c re ta s de tie m p o y lu gar.
E s e v id e n te q u e no todas las p o lític a s e x te r io r e s han s e g u id o un
cu rso tan ra cio n a l, o b je t iv o y no e m o c io n a l. L o s e le m e n to s c o n tin g e n te s
de p e rs o n a lid a d , p r e ju ic io s y p re fe r e n c ia s — y to d a s las d e b ilid a d e s d el
in te le c to y la v o lu n ta d de que es c a p a z el s e r h u m a n o — su elen a p a rta r
a las p o lític a s e x te r io r e s de su c u rs o ra c io n a l. C u a n d o la p o lít ic a ex ­
te r io r es im p le m e n ta d a b a jo c o n d ic io n e s de c o n t r o l d e m o c r á tic o , es esp e­
c ia lm e n te n e c e s a rio m a n e ja r las e m o c io n e s p o p u la re s a los e fe c to s de
lo g ra r a p o y o p a ra la p ro p ia p o lític a . N o o b s ta n te , u na te o r ía d e p o lític a
e x te r io r q u e a s p ire al ra c io n a lis m o n ecesita , p o r a h o ra , d esh a c e rs e
com o sea d e esos e lem en to s irra c io n a le s , al t ie m p o q u e c o n s tr u y e un
m a rco de p o lític a e x te r io r qu e in te g r e la e s e n c ia r a c io n a l q u e se h alla
en la e x p e rie n c ia , sin las d e s v ia c io n e s c o n tin g e n te s p r o v e n ie n te s del
ra c io n a lis m o qu e ta m b ié n se en cu en tra n en la e x p e rie n c ia .
E stas d e s v ia c io n e s de la ra c io n a lid a d , q u e n o son re s u lta d o d e c a p ri­
chos p erso n a les o de la p s ic o p a to lo g ía p e rs o n a l d e q u ie n e je c u ta la
p o lítica , s ó lo p u ed en p a re c e r c o n tin g e n te s d es d e e l v e n ta jo s o p u n to de
vista d e la ra c io n a lid a d , aunque sean e le m e n to s d e un c o h e r e n te sistem a
de irra c io n a lid a d . V a le la pena e x p lo r a r la p o s ib ilid a d d e c o n s tr u ir una
c o n tra te o ría d e la p o lític a irra c io n a l.
C u an d o se o b s e rv a e l d e s a rro llo d el p e n s a m ie n to n o r te a m e r ic a n o
sob re p o lític a e x te rio r, resu lta s o rp re n d e n te la p e rs is te n c ia d e a c titu d e s
errón eas qu e han s o b re v iv id o — b a jo d ife r e n te s m o d a lid a d e s — a los
16 Teoría y práctica de la política internacional

em b a tes d e lo s a rg u m e n to s in te le c tu a le s y de la e x p e r ie n c ia p o lític a .
Una ve z q u e esta p e r p le jid a d — en el v e rd a d e ro s en tid o a r is to té lic o —
se so m ete a lo s re s u lta d o s d e la b ú s q u e d a de c o m p re n s ió n ra cio n a l,
lle g a m o s a u n a c o n c lu s ió n al m is m o tie m p o c o n fo rta d o ra y p e rtu rb a ­
d ora : nos e n c o n tra m o s en p re s e n c ia de fa lla s in telectu a les c o m p a rtid a s
p o r to d o s n o s o tr o s en m o d o s y g ra d o d ife re n te s . En c o n ju n to p r o p o r ­
cion an el p e r f il d e c ie r to t ip o de p a to lo g ía de la p o lític a in tern a cio n a l.
C uando la m e n te h u m a n a se a cerca a la rea lid a d c o n e l p r o p ó s ito de
e m p re n d e r u n a a c c ió n — y la a cció n p o lític a es una de las in stan cias
m ás co n s p ic u a s — , a m e n u d o su ele d e s p is ta rs e en algu n o d e estos cu a tro
fe n ó m e n o s m e n ta le s : re m a n e n te s d e un adecuado m o d o de p en sa r y
actu a r p r e v io q u e a h o ra se h a v u e lto o b s o le to ante u na n u eva re a lid a d
social; in te r p r e ta c io n e s d e m o n o ló g ic a s de la rea lid a d q u e reem p la za n
una re a lid a d fic t ic ia — p o b la d a p o r p erso n a s m alvad as m ás qu e p o r
s itu a cion es en v e rd a d in m a n e ja b le s — p o r la que se v iv e ; n ega tiva a
a c e p ta r la e x is te n c ia d e un a m en a za n te e sta d o de cosas, q u e es n ega d o
m e d ia n te u n a v e r b a liz a c ió n ilu s o ria ; co n fia n za en la in fin ita m a le a b i­
lid a d de u n a re a lid a d c ie rta m e n te tu rb u len ta .
L o s h o m b r e s re s p o n d e n a las situ a cio n es sociales c o n m o d e lo s r e p e ­
titiv o s . L a m is m a situ a ción , r e c o n o c id a en su id en tid a d g ra cia s a situ a­
cion es p r e v ia s , s ó lo re q u ie r e en ton ces la id e n tific a c ió n d e un caso p a r ti­
cu la r p a ra a p lic a r le el m o d e lo p r e fo r m a d o a p ro p ia d o a él. A sí, la m en te
hum ana s ig u e e l p r in c ip io d e e c o n o m ía d e esfu erzos, o b v ia n d o un exa­
m en de n o v o d e cad a s itu a c ió n in d iv id u a l y el m o d elo d e p e n s a m ie n to y
a cción a d e c u a d o a ella. S in e m b a rg o , cu a n d o las circu n sta n cia s e x p e ri
m entan c a m b io s d in á m ic o s , los m o d e lo s trad icion ales d e ja n d e ser a p r o ­
p ia d os; d e b e n s e r re e m p la z a d o s p o r o tr o s qu e re fle je n ta le s cam b ios. D e
o tr o m o d o , se p r o d u c ir ía una b re c h a e n tre los m o d e lo s tra d ic io n a le s y
las nuevas re a lid a d e s , y p e n s a m ie n to y a cción se d e s en co n tra rá n .
E n e l p la n o in te rn a c io n a l n o es e x a g e ra d o d e c ir q u e la p ro p ia es­
tru ctu ra d e las re la c io n e s in te rn a c io n a le s — com o se r e f le ja en las in s ti­
tu cion es p o lític a s , en los p r o c e d im ie n to s d ip lo m á tico s y en los acu erd os
lega les— h a te n d id o a e s ta r en d e s a cu erd o con la r e a lid a d de la p o lític a
in te rn a c io n a l. M ie n tra s la p r im e r a asu m e la “ igu aldad s o b e ra n a ” de t o ­
das las n a c io n e s , la ú ltim a se c a ra c te riz a p o r una m a rca d a d esigu a ld a d en ­
tre las n a c io n e s , d os de las cu ales son lla m a d a s su p erp o ten cia s p o rq u e tie ­
nen en sus m a n o s un p o d e r sin p re c e d e n te s de d e s tru c c ió n tota l, en
tan to m u ch a s d e ella s r e c ib e n el n o m b re de "m in ie s ta d o s ” pu esto q u e
su p o d e r es m in ú s c u lo aun c o m p a ra d o c o n el de las n a c io n e s estado tr a ­
d icion a les. E s es te c o n tra s te e in c o m p a tib ilid a d entre la rea lid a d de la
p o lític a in te rn a c io n a l y lo s c o n cep to s, in stitu cion es y p ro c e d im ie n to s
crea d os p a r a h a c e rla in te lig ib le y c o n tro la rla , quien ha cau sad o, al m en os
p o r d e b a jo d e l n iv e l d e g ra n d e s p o ten cia s, la in m a n e ja b ilid a d de las
re la c io n e s in te rn a c io n a le s h asta lím ite s de anarquía. E l te r r o r is m o in ­
te rn a c io n a l y las d ife re n te s re a c c io n e s d e los go b ie rn o s a n te él, el in vo-
lu c ra m ie n to d e g o b ie rn o s e x tr a n je r o s en la gu erra c iv il libanesa, las
o p e ra c io n e s m ilita r e s d e E s ta d o s U n id o s en el su d este a siá tico o la
in te rv e n c ió n m ilit a r de la U n ió n S o v ié tic a en E u ropa o r ie n ta l no pu eden
Una teoría realista de la política internacional 17

exp lica rse o ju s tific a r s e c o n r e fe r e n c ia a c o n c e p to s , in s titu c io n e s o p ro ­


ced im ien to s tra d ic io n a le s .
T od a s estas situ a cio n es tie n e n u na c a r a c te r ís tic a co m ú n . E l hecho
m o d ern o de la in te rd e p e n d e n c ia r e q u ie r e un o rd e n p o lític o q u e lo tenga
en cuenta; n o o b sta n te, la s u p e re s tru c tu ra le g a l e in s titu c io n a l, que se
rem o n ta al s ig lo x ix , su p o n e la e x is te n c ia d e una m u ltip lic id a d de es­
tad os n acion es a u to s u fic ie n te s , im p e n e tr a b le s , sob eran os. E s to s rem a­
nentes de un o r d e n le g a l e in s titu c io n a l o b s o le to no só lo se in terp o n en
en el cam in o h a cia una tr a n s fo r m a c ió n r a c io n a l de las re la c io n e s in tern a­
cion ales a la lu z d e la d e s ig u a ld a d d e l p o d e r y la in te rd e p e n d e n c ia de
los in tereses, sin o qu e ta m b ié n v u e lv e n p r e c a r ia , si n o im p o s ib le , la p o ­
sib ilid a d d e p o lític a s m ás ra c io n a le s d e n tr o d e l d e fe c tu o s o en tra m a d o
de un sistem a tal.
Es una c a r a c te r ís tic a d e l p e n s a m ie n to p r im it iv o la p e rs o n a liza c ió n
d e los p ro b le m a s sociales. L a te n d e n c ia es p a rtic u la rm e n te fu e r t e cuando
e l p ro b le m a p a r e c e no s u s c e p tib le d é u n a c o m p re n s ió n r a c io n a l y de
un m a n ejo s a tis fa c to r io . C u a n d o una p e r s o n a o un g ru p o d e p erson as
es id e n tific a d o c o m o cau san te d e la d ific u lta d , esto p a r e c e v o lv e r el
p ro b le m a ta n to in te le c tu a lm e n te a c c e s ib le cu a n to s u s c e p tib le de solu­
ción . Así, c r e e r en S atán c o m o la fu e n te d e l m a l nos h a ce "e n te n d e r ”
la n atu raleza d e l m a l al c o n c e n tr a r la b ú s q u e d a de su o r ig e n y su con ­
tro l sobre una p erso n a p a r tic u la r cu ya e x is te n c ia fís ic a p re s u m im o s . La
c o m p le jid a d d e los c o n flic to s p o lític o s e x c lu y e solu cio n es ta n sim ples.
L as c a tá s tro fe s n a tu ra les n o se e v ita r á n q u e m a n d o b ru ja s ; la am enaza
d e una p o d e ro s a A le m a n ia e s ta b le c ie n d o su h eg em o n ía s o b r e E u rop a
no se e v ita d e s e m b a ra zá n d o s e d e una su cesió n d e líd e re s germ an os.
P e ro al a s o c ia r el p r o b le m a c o n c ie rta s p e rs o n a s so b re q u ie n e s tenem os
— o esp eram os te n e r— c o n tro l, re d u c im o s el p ro b le m a , in te le c tu a l y p rag­
m á tica m en te, a p r o p o r c io n e s m a n e ja b le s . U n a v e z qu e h e m o s id e n tifi­
cado a c ie rto s in d iv id u o s o g ru p o s d e in d iv id u o s c o m o la fu e n te del m al
nos p arece h a b e r e n te n d id o el n e x o ca u sa l q u e lle v a d esd e lo s in d ivid u os
al p ro b lem a s o c ia l; ese a p a re n te e n te n d im ie n to su giere la a p a re n te solu­
ción : e lim in e m o s a los in d iv id u o s "r e s p o n s a b le s ” de él y h a b re m o s re­
suelto el p ro b le m a .
La s u p e rs tic ió n aún d o m in a n u estra s re la c io n e s d e n tro d e la socie­
dad. E l m o d e lo d e p e n s a m ie n to y a c c ió n d e m o n o ló g ic o a h o ra se ha trasla­
dado a o tro s c a m p o s de la a c c ió n h u m an a, c e rc a n o s al tip o d e in dagación
racion al y a c c ió n q u e ha d e s a lo ja d o a la s u p e rs tic ió n d e n u estras rela ­
ciones con la n a tu ra leza . C o m o d ijo W illia m G ra h a m S u m m e r, " la can­
tidad de s u p e rs tic ió n no ha c a m b ia d o m u ch o , p e r o a h ora a c o m p a ñ a a la
p o lítica y no a la r e lig ió n ” ,' L o s n u m e ro s o s fra c a s o s de E s ta d o s U nidos
en re c o n o c e r y r e s p o n d e r a la p o lic é n tr ic a n a tu ra leza del c o m u n is m o es
un p rim e r e je m p lo de este d e fe c to . E l c o r o la r io de su in d is c rim in a d a o p o ­
sición al c o m u n is m o es el in d is c r im in a d o a p o y o a g o b ie rn o s y m o v im ie n ­
tos que p r o fe s a n y p ra c tic a n el a n tic o m u n is m o . Las p o lític a s n o rte a m e ­
ricanas en A s ia y L a tin o a m é r ic a han d e r iv a d o d e esta p o s ic ió n sim plista.

1 “Mores of the Present and Fu tu re”, en W a r and O th e r Essays, N e w Haven


Yate University Press, 1911, pág. 159.
18 Teoría y práctica de la política internacional

L a gu erra d e V ie tn a m y n u e s tra in c a p a c id a d p a ra lle g a r a acu erd os con


China c o n tin e n ta l e n c o n tra ro n a q u í su r a z ó n de ser. L o m is m o va le para
la teoría y p r á c tic a de la c o n tra in s u rg e n c ia , in c lu y e n d o lo s asesin atos en
gran escala b a jo el p r o g r a m a F é n ix en V ie tn a m y lo s in te n to s de asesi­
nato — o a se s in a to s — de esta d ista s. S i g n o s d e e n fo q u e s im ila r han sid o
eviden tes m á s r e c ie n te m e n te en C e n tro a m é ric a .
E l e n fo q u e d e m o n o ló g ic o de la p o lít ic a in te rn a c io n a l fo r ta le c e o tra
tendencia p a to ló g ic a , la d e n e g a rs e a r e c o n o c e r y v é rs e la s e fe c tiv a m e n ­
te con una re a lid a d a m en a za n te. E l e n fo q u e d e m o n o ló g ic o ha d esp la za d o
nuestra a te n c ió n e in q u ie tu d h a cia lo s a d h eren tes al c o m u n is m o — in d i­
v id u a lm en te en lo in te rn o y en lo in te rn a c io n a l, m o v im ie n to s p o lític o s ,
gob iern os e x tr a n je r o s — a le já n d o la s d e la re a l am en a za : e l p o d e r de los
estados, sean com u n ista s o no. E l m a c a r tis m o no s ó lo s ig n ific ó el m ás
m arcado e je m p lo n o rte a m e ric a n o d e l e n fo q u e d e m o n o ló g ic o , sino q u e
tam bién fu e u n o de los m ás e x tr e m o s ex p o n e n te s d e e s te tip o de ju ic io
errón eo: c o n fu n d ió la a m p lia m e n te ilu s o r ia a m en aza d e su b versió n d o ­
m éstica c o n la rea l a m en a za d e l p o d e r s o v ié tic o .
F in a lm e n te , fo r m a p a r te de e s te e n fo q u e de la p o lític a c re e r q u e
n o hay p r o b le m a s — p o r m ás ir r e m e d ia b le s qu e p u ed a n p a re c e r— re a l­
m ente in s o lu b ie s si ex is te n e s fu e rz o s b ie n in ten cio n a d o s, b ien fin a n cia d o s
y co m p e te n te s . En o tra p a r te he in te n ta d o p o n e r al d e s c u b ie rto las ra í­
ces in te le c tu a le s e h is tó ric a s de esta c r e e n c ia ;2 aqu í m e lim ita r é a señ a la r
su p e rs is te n te fo rta le z a , a p e s a r d e m u ch a e x p e rie n c ia en c o n tra rio ,
com o h a s id o la g u e rra de V ie tn a m y la d e c lin a c ió n g en era l d el p o ­
derío n o rte a m e ric a n o . E s ta p r e fe r e n c ia p o r las s o lu c io n e s e c o n ó m ica s a
p ro b lem a s p o lític o s y m ilita r e s se e n c u e n tra s ó lid a m e n te a p o ya d a p o r
los in te re s e s d e los p o te n c ia le s r e c e p to r e s d el a p o y o e c o n ó m ic o , qu ien es
p re fie re n e l o b v ia m e n te p r o v e c h o s o tr a s la d o de las v e n ta ja s eco n ó m ica s
al p en oso y rie s g o s o re g a te o d ip lo m á tic o .
L a d ife r e n c ia e n tre la p o lític a in te r n a c io n a l ta l c o m o se p resen ta
en la a c tu a lid a d y la te o r ía ra c io n a l q u e se d e s p re n d e de e lla es sem e­
jan te a la q u e ex iste e n tr e una fo t o g r a fía y un r e tr a to d e l m ism o ro s tro .
La fo t o g r a fía m u estra to d o lo q u e p u e d e v e rs e a s im p le v is ta ; el re tra to ,
en c a m b io , n o m u estra to d o s lo s d e ta lle s , p e ro n os p e r m ite v e r — al
m enos lo in te n ta — a lg o q u e n o s u ele s u rg ir de una s im p le o je a d a : las
c a ra c te rís tic a s h u m an as d e la p e r s o n a re tra ta d a .
E l r e a lis m o p o lít ic o n o s ó lo c o n tie n e e le m e n to s te ó r ic o s sin o ta m ­
bién fa c to r e s n o rm a tiv o s . S a b e q u e la re a lid a d p o lít ic a está llen a de j
co n tin g e n c ia s e ir ra c io n a lid a d e s sistéxnicas y, p o r lo tan to, apu n ta a j

m o s tra r la típ ic a in flu e n c ia qu e e je r c e n s o b re la p o lít ic a in tern a cio n a l. \


P o r o tr a p a rte , tien e en co m ú n c o n c u a lq u ie r te o r ía so cia l la n ecesid a d j
de e n fa tiz a r los fa c to r e s ra c io n a le s d e la re a lid a d p o lít ic a para a s p ira r l
a una c o m p le ta c o m p re n s ió n te ó ric a . En ú ltim a in sta n cia , estos fa c to re s j
ra cio n a les son los qu e d an in t e lig ib ilid a d a la r e a lid a d en e l m a rc o d e la
teoría. E l r e a lis m o p o lít ic o p re s e n ta una c o n s tru c c ió n te ó ric a d e una

2 S c ie n tif ic M an versus P o w e r P o litic s , Chicago, University of Chicago Press,


1¿)46 .
Una teoría realista de la política internacional 19

p o lític a e x te r io r ra cio n a l qu e la e x p e rie n c ia nunca lle g a a a su m ir


p o r co m p leto .
A l m ism o tie m p o , e l r e a lis m o p o lític o c o n s id e ra q u e u n a p o lític a
e x te r io r ra c io n a l es una buena p o lític a e x t e r io r ; s ó lo una p o lític a e x te ­
r io r racion al m in im iz a los rie s g o s y m a x im iz a los b e n e fic io s y, adem ás,
cu m p le s im u ltá n e a m e n te c o n e l p re c e p to m o r a l d e la p ru d e n c ia y e l
r e q u e rim ie n to p o lít ic o del éx ito . E l r e a lis m o p o lític o p r e te n d e q u e el
re g is tro fo t o g r á fic o del m u n d o p o lític o se p a re z c a t o d o cu a n to sea
p o s ib le al r e tr a to p in tad o. C o n scien te d e la in e v ita b le b re c h a e n tre
u na buena p o lít ic a e x te rio r — es d ecir, u n a ra c io n a l— y una p o lític a
e x te r io r c o m o las q u e ex isten a ctu a lm e n te , e l r e a lis m o p o lít ic o sostien e
qu e la te o ría n o s ó lo debe a p o y a rs e s o b re lo s e le m e n to s ra c io n a le s de
la rea lid a d p o lític a , sino a d em á s q u e la p o lít ic a e x te r io r d e b e ser ra c io n a l
en vista de sus p r o p io s p r o p ó s ito s m o ra le s y p rá c tic o s .
P o r lo ta n to , n o resu lta un a rg u m e n to c o n s is te n te c o n tr a la te o ría
a q u í p resen ta d a el hech o d e q u e la actu al p o lít ic a e x t e r io r n o se d esa ­
r r o lle — o n o p u e d a d e s a rro lla rs e — de a c u e rd o con sus p re c e p to s . E se
argu m en to m a lin te rp re ta la in te n c ió n de e s te lib r o , qu e c o n s is te en p r e ­
sen tar no una in d is c rim in a d a d e s c rip c ió n d e la re a lid a d p o lític a , sin o
una teo ría r a c io n a l d e la p o lític a in te rn a c io n a l. L e jo s d e q u e d a r in v a li­
dada p o r la circu n sta n cia de q u e un p e r fe c t o e q u ilib r io d e p o d e r ra ra
v e z se p ro d u ce en la rea lid a d , su p on e qu e la re a lid a d , al s e r d e fe c tu o s a
en este sen tid o , d e b e e n ten d erse y e v a lu a rs e c o m o una a p ro x im a c ió n
a un sistem a id e a l d e e q u ilib r io d e l p o d er.
3. E l re a lis m o supone q u e su c o n c e p to c la v e de in te r é s d e fin id o
c o m o p o d e r es u na ca teg o ría o b je tiv a d e v a lid e z u n iv e rs a l, p e ro n o
o to rg a al c o n c e p to un s ig n ific a d o in m u ta b le . L a id ea d e in te ré s es, en
efe c to , la esen cia d e la p o lític a y resu lta a je n a a las c irc u n s ta n c ia s de
tie m p o y lu gar. R e c o g ie n d o la e x p e rie n c ia d e la a n tigu a G re c ia , T u c íd id e s
a fir m ó que “ la id e n tid a d de in tereses es e l m ás s ó lid o la z o qu e une a
los estados y a lo s in d iv id u o s ’ ’. E n el s ig lo x ix , lo r d S a lis b u r y r e to m ó
la idea al s e ñ a la r q u e “ el ú n ic o la z o qu e p e r d u r a ” e n tre la s n a cio n es es
"la ausencia d e in tereses c o n tra p u e s to s ” . G e o r g e W a s h in g to n lo e le v ó a
p rin c ip io g e n e ra l d e su g o b ie rn o :

Tan solo un p e q u e ñ o c o n o c im ie n to d e la n a tu ra le za h u m a n a b astará


para c o n v e n c e rn o s de q u e e l p r in c ip io r e c t o r p a ra g ra n p a rte de la
hu m anidad es el in terés y qu e, en m a y o r o m e n o r m e d id a , casi to d o s
los h o m b re s se en cu en tran b a jo su in flu e n c ia . P o r ra z o n e s de v irtu d
pública, d u ra n te c ie rto tie m p o , o en d e te rm in a d a s circu n sta n cia s,
los h o m b re s p u eden a fe c ta r una co n d u c ta to ta lm e n te d esin teresa d a .
P ero no son razon es s u ficien tes c o m o p a ra p r o d u c ir una p e rm a n e n te
actitud en a c u e rd o con n o rm a s m ás re fin a d a s y o b lig a c io n e s so cia ­
les. P o co s son lo s h om b res capaces de h a c e r un c o n s ta n te s a c rific io
de todos sus in tereses p r iv a d o s en b e n e fic io d el b ie n com ú n . R e ­
sulta va n o c la m a r con tra la c o r r u p tib ilid a d de la n a tu ra le z a hum ana
en este a s p e c to ; la rea lid a d es así, ha s id o d e m o s tra d a p o r la e x p e ­
rien cia d e c a d a ép oca y ca d a n ación. D e b e r ía m o s c a m b ia r en gran
m edida la n a tu ra leza d el h o m b re an tes d e p o d e r p e n s a r en un ca m ­
bio de c a m in o . N in gu n a in s titu c ió n q u e c o n s tru y a s o b re o tra s bases
20 Teoría y práctica de la política internacional

q u e n o sean las d e la v e r d a d p re s u n tiv a de e s ta m á x im a p u ed e lle g a r


a te n e r é x ito .3

E n n u e s tro s ig lo , esta s id ea s en c o n tra ro n e c o y e la b o ra c ió n en M a x


W e b e r , q u ie n e s c r ib ió :

L o s in te re s e s — m a te r ia le s e id ea les— y n o las ideas son qu ien es


d o m in a n d ir e c ta m e n te las a c c io n e s de los h o m b re s . N o o b sta n te,
las "im á g e n e s d e l m u n d o ” crea d a s p o r estas id ea s a m e n u d o han
s e r v id o c o m o in d ic a d o r e s p a ra d e te rm in a r lo s cam in os p o r lo s cuales
e l d in a m is m o d e lo s in te re s e s im p u ls a el m o v im ie n to de las a ccion es.4

S in e m b a rg o , e l tip o d e in te r é s d e te rm in a n te d e las a c c io n e s p o lí­


tic a s en un p e r ío d o p a r tic u la r d e la h is to ria d ep en d e d e l c o n te x to p o lític o
y c u ltu r a l d e n tro d e l q u e se fo r m u la la p o lític a e x te rio r. L o s o b je tiv o s
q u e p e rs ig u e n las n a c io n e s en sus p o litic a s e x te r io r e s p u ed en in c lu ir
to d a la g a m a d e o b je t iv o s q u e c u a lq u ie r n ación h aya p e rs e g u id o o p u eda
p e r s e g u ir en el fu tu ro .
L a s m ism a s o b s e r v a c io n e s se a p lica n al c o n c e p to de p o d er. Su con ­
t e n id o y e l m o d o en q u e se usa están d e te rm in a d o s p o r el e n to r n o p o lí­
t ic o y cu ltu ra l. E l p o d e r p u e d e c o m p re n d e r c u a lq u ie r cosa qu e es ta b le zc a
y m a n te n g a el cb irtro h n felrih tH ííb n ^ ^ h o m b re . E n con secu en cia,
e L jpocfer a b a rc a to d a s las re lá c ió n e s sóciáles q u e s irv e n a ese fin , desd e
la v io le n c ia fís ic a h a sta e l m ás su til lazo m e d ia n te el cual una m en te
c o n t r o la a o tra . E l p o d e r c u b re el d o m in io d el h o m b re p o r e l h o m b re ,
y a se tra te d e la c irc u n s ta n c ia en q u e se halla d is c ip lin a d o p o r fin e s m o ­
ra le s y c o n tr o la d o p o r sa lva g u a rd a s con stitu cio n a les, c o m o su ced e en
la s d e m o c ra c ia s o c c id e n ta le s , o d e esa b á rb a ra e in d ó m ita fu e r z a que
e n c u e n tra sus le y e s en su p r o p ia fo rta le za y su ú n ica ju s tific a c ió n en
su e n g ra n d e c im ie n to .
E l re a lis m o p o lít ic o n o p re s u p o n e que las a ctu a les c o n d ic io n e s b a jo
las q u e se d e s a r r o lla n las p o lític a s ex te rio re s , con su e x tre m a d a in esta­
b ilid a d y la s ie m p re p r e s e n te a m en a za de u na escalad a de la v io le n c ia ,
n o p u e d a n c a m b ia rs e . E l e q u ilib r io d e p o d er, p o r e je m p lo , es in d u d a­
b le m e n t e u n e le m e n to c o n s ta n te en todas la s so cied a d es p lu ra lista s,
c o m o b ie n lo s u p ie ro n los a u to re s de T h e F e d e ra lis t . N o o b sta n te, es
c a p a z d e o p e ra r, c o m o lo h a ce en E stados U n id o s , b a jo c o n d ic io n e s
d e r e la t iv a e s ta b ilid a d y c o n flic to s p a cífico s. S i los fa c to re s q u e han
p e r m it id o e l s u r g im ie n to d e estas co n d icio n es p u ed en ser d u p lica d o s
en la escen a in te rn a c io n a l, a n á lo ga s c o n d icio n es de e s ta b ilid a d y paz
ta m b ié n p r e v a le c e r á n en e lla , c o m o ha o c u r r id o d u ra n te la rg o s tra m os
en la h is to r ia d e c ie r ta s n a cion es.
L o q u e es v e r d a d en el c a rá c te r de las re la c io n e s in te rn a c io n a le s
ta m b ié n lo es en e l E s ta d o -n a c ió n c o m o p u n to de re fe re n c ia fin a l de la
p o lít ic a e x t e r io r c o n te m p o rá n e a . M ien tras e l re a lis ta pien sa q u e el in­

3 T h e W ritin g s o f G e o r g e W a s h in g ton , editado p o r John C. Fitzpatrick, United


States Printing O ffice, W ashington, 1931-44, vol. X , pág. 363.
4 M arianne W eber, M a x W eb er, J. C. B . Mohr, Tubingen, 1926, págs. 347-48. Véase
tam bién M ax W eber, G e s a m m e lte z u r R e lig ion a ssoz iolog ie, J. C. B. M o h r, Tubingen,
1920, pág. 252.
Una teoría realista de la política internacional 21

terés es e l p a rá m e tro p e rm a n e n te m e d ia n te el qu e d e b e ju z g a rs e y d ir i­
girse la a c c ió n p o lític a , la c o n e x ió n c o n te m p o rá n e a e n tr e e l in terés y el
E stado-nación es p ro d u c to d e la h is to ria y, en con secu en cia , está c o n d e ­
nada a d e s a p a re c e r con e l tra n c u rs o d e la h istoria . N a d a en la p o s ic ió n
realista e s tá en c o n tra d e l su p u esto d e qu e la p re s e n te d iv is ió n d el
m undo p o lít ic o en E s ta d o s-n a cio n es v a y a a ser re e m p la z a d a p o r u n i­
dades m a y o re s d e d is tin to c a rá c te r, m ás d e a cu erd o c o n las p o te n c ia li­
dades té c n ic a s y las e x ig e n c ia s m o ra le s d e l m u n do c o n te m p o rá n e o .
E l re a lis ta se a le ja d e o tra s escu elas de p e n s a m ie n to an te la v ita l
cuestión d e c ó m o d eb e tr a n s fo r m a r s e e l m u n d o c o n te m p o rá n e o . S e en ­
cuentra p e rs u a d id o d e q u e esa tra n s fo r m a c ió n s ó lo p o d r á c o n c re ta rs e
m edian te e l c u id a d o s o m a n ip u le o de las fu e rza s p ere n n e s q u e m o d e la ro n
el pasado y q u e c o n fig u ra rá n el fu tu ro . E l rea lista n o lo g r a c o n ven cerse
de que esa tr a n s fo r m a c ió n p u e d e lo g r a r s e a través d e una sim p le c o n ­
fro n ta ció n d e la r e a lid a d p o lític a , r e g id a p o r sus p r o p ia s leyes.
4. E l re a lis m o p o lít ic o c o n o c e el s ig n ific a d o m o ra l d e la a cción p o lí­
tica. T a m b ié n tien e c o n c ie n c ia de la in e v ita b le ten sión e n tr e los p re c e p ­
tos m o ra le s y lo s r e q u e r im ie n to s d e una e x ito s a a cción p o lític a . T a m p o c o
pretende e lu d ir rá p id a m e n te ese c o n flic to , ya qu e d e ese m o d o só lo
con segu iría d is to rs io n a r ta n to el p r o b le m a p o lític o c o m o el m o ra l h a­
ciendo a p a r e c e r los h ech o s p o lític o s c o m o m u ch o m ás s a tis fa c to rio s m o ­
ralm ente d e lo que en re a lid a d son y las leyes m o r a le s c o m o m en os
exigentes d e lo q u e e fe c tiv a m e n te son.
E l re a lis m o sostien e q u e lo s p r in c ip io s m o ra les u n iv e rs a le s n o pu ed en
aplicarse a los actos d e los E s ta d o s en una fo r m u la c ió n a b stra cta y
universal, sin o qu e d eb en s e r filtr a d o s a través de las circu n sta n cia s
concretas d e tie m p o y lu ga r. E l in d iv id u o pu ede s o s te n e r, c o m o in d iv i­
duo: F ia t iu sticia , p e r e a t m u n d u s (h á g a s e ju s tic ia a u n q u e e l m u n d o p e ­
rezca ). E l E s ta d o , en c a m b io , n o tie n e d ere c h o a d e c ir lo m ism o en
nom bre de los que tien e a su c a rgo . T a n t o el in d iv id u o c o m o el E s ta d o
deben ju z g a r la a cción p o lít ic a a la lu z d e p rin c ip io s m o r a le s u n iversa les
tales c o m o e l de la lib e r ta d . M ie n tra s e l in d iv id u o tie n e e l d e re c h o
m oral de s a c rific a rs e a sí m is m o en d e fe n s a de este p r in c ip io m o ra l,
el E stado n o tien e el d e re c h o de p e r m it ir que su d e s a p ro b a c ió n m o ­
ral a una d e te rm in a d a v io la c ió n d e la lib e rta d in t e r fie r a en el r e ­
sultado e x ito s o de una a c c ió n p o lític a in sp ira d a en e l p r in c ip io m o ra l
de la s u p e rv iv e n c ia n a cio n a l. N o p u e d e e x is tir m o r a lid a d p o lític a sin
prudencia, e sto es, sin c o n s id e ra c ió n d e las co n secu en cia s p o lític a s de
una acción a p a re n te m e n te m o ra l. E l re a lis m o , pues, c o n s id e ra a la p ru ­
dencia — la con secu en cia d e m ás p eso e n tre las a ccio n es p o lític a s a lte r ­
nativas— c o m o la su p rem a v ir tu d en p o lític a . En a b s tra c to , la é tica ju zga
los actos en fu n c ió n de su a c o m o d a m ie n to a los p r in c ip io s m o ra le s ; la
ética p o lític a los ju zg a según sus co n secu en cia s p o lític a s . Las filo s o fía s
clásica y m e d ie v a l c o n o c ía n e sto al igu al q u e L in co ln , q u ie n señaló:

H ago las cosas c o m o m e jo r sé h a cerla s, c o m o m e jo r p u ed o y así


co n tin u a ré h a cién d o la s hasta el fin . Si el fin m e ju s tific a , to d o lo
que se ha d ich o en c o n tra de m í no ten d rá n in gu n a im p o rta n cia .
22 Teoría y práctica de la política internacional

Si e l fin d e m u e s tra qu e esta b a e q u iv o c a d o , ni d ie z á n g eles ju ra n d o


que h a b ía actu ad o c o rre c ta m e n te m e salvarían .

5. E l r e a lis m o p o lític o se n ieg a a id e n tific a r las a s p ira cio n es m o ­


rales de una n a ció n en p a r tic u la r con los p re c e p to s m o r a le s q u e g o b ie r­
nan el u n iv e rs o . D el m ism o m o d o qu e e s ta b le c e la d ife r e n c ia e n tre ve rd a d
y o p in ió n , ta m b ié n d is c ie rn e e n tr e v e rd a d e id o la tría . T o d a s las naciones
se sien ten te n ta d a s — y p o c a s han sido ca p a ce s d e r e s is tir la ten tación
d u ra n te m u c h o tie m p o — d e e n c u b rir sus p r o p io s a c to s y a sp ira cion es
c o n los p r o p ó s ito s m o ra le s u n iversa les. U n a cosa es s a b e r q u e las n a cio ­
nes están s u je ta s a la le y m o r a l y o tra m u y d istin ta p r e te n d e r saber q u é
es el b ie n y e l m a l en las re la c io n e s en tre las n acion es. H a y una e n o rm e
d ife r e n c ia e n tr e la c reen cia d e qu e tod a s las n a cio n es se som eten al
in e s c ru ta b le ju ic io de D io s y la c o n v ic c ió n b la s fe m a d e q u e D ios siem ­
p r e está d e l la d o de uno y d e q u e los d eseo s p ro p io s c o in c id e n ex a cta ­
m en te c o n lo s d eseos de D ios.
L a liv ia n a ecu ación e n tr e un n a c io n a lis m o p a r tic u la r y los co n sejo s
d e la p r o v in c ia es m o r a lm e n te in d e fe n d ib le ; en e lla ra d ic a ese p e ­
cad o de s o b e rb ia c o n tra e l q u e tan to lo s trá g ic o s g r ie g o s co m o los
p ro fe ta s b íb lic o s han p r e v e n id o a g o b e rn a n te s y a gob ern a d os. L a
ecu ación es ta m b ién p o lític a m e n te p e rn ic io s a p o rq u e p u e d e en gen d ra r
la d is to rs ió n d e l ju ic io q u e, en m e d io d e l fre n e s í e n c e g u e c id o de una
cru zada, d e s tru y e n acion es y c iv iliz a c io n e s en n o m b re d e p rin c ip io s m o ­
rales, id e a le s o del p r o p io D ios.
P o r o t r a p arte, es p re c is a m e n te el c o n c e p to de in te ré s , d e fin id o en
térm in o s d e p o d e r, el q u e n o s pone a sa lv o ta n to de esos excesos m o ra ­
les c o m o d e esa locu ra p o lític a . En e fe c to , si c o n s id e ra m o s a todas las
n acion es, in c lu id a la n u estra , co m o en tid a d e s p o lític a s en pos de sus
re s p e c tiv o s in tereses d e fin id o s en té rm in o s de p o d e r, en ton ces e s ta re ­
m os en c o n d ic io n e s de h a c e r ju s tic ia con todas. Y n os e n c o n tra re m o s en
c o n d ic io n e s de h acer ju s tic ia en un d o b le s e n tid o : e s ta re m o s en a p titu d
de ju z g a r a o tra s n acion es d e i m ism o m o d o c o m o ju z g a m o s a la n u estra
y, al h a c e r lo de este m o d o , serem o s ca p a ces de lle v a r a d ela n te p o lític a s
que re s p e te n los in tereses d e otras n a cio n es al tie m p o qu e p ro te g e n y
p ro m u e v e n los nuestros. E n p o lític a , la m o d e ra c ió n n o pu ede ser m ás
q u e e l r e f l e j o de la m o d e r a c ió n en el ju ic io m ora l.
6. L a d ife re n c ia , en to n c e s , en tre r e a lis m o p o lít ic o y otras escuelas
de p e n s a m ie n to es m u y p ro fu n d a . A p e s a r de lo m u c h o que se ha m a l­
e n te n d id o y m a lin te r p r e ta d o la te o ría p o lític a d e l re a lis m o p o lític o ,
resu lta im p o s ib le h a b la r d e c o n tra d ic c ió n en tre sus actitu d es in te le c ­
tu ales y m o ra le s en m a te r ia p o lítica .
E n e l a sp ecto in te le c tu a l, el rea lista p o lític o m a n tie n e la au ton om ía
de su e s fe r a p o lític a , d e l m is m o m o d o c o m o el e c o n o m is ta , el abogado
o el m o ra lis ta m a n tien en la suya. P ien sa en té rm in o s de interés, d e fi­
n id o c o m o p o d er, del m is m o m o d o c o m o el e c o n o m is ta pien sa en té r m i­
nos de in te ré s e n te n d id o c o m o b e n e fic io ; el a b o g a d o , en la co n fo rm id a d
de los a c to s con las re g la s lega les; y el m o ra lista , en la c o n fo rm id a d de
los acto s c o n los p r in c ip io s m orales. E l e c o n o m is ta se p regu n ta: ¿C óm o
a fe c ta e s ta p o lític a la r iq u e z a de la so c ie d a d o, al m en o s, a algu n os de
Una teoría realista de la política internacional 23

sus s e cto res? E l a b o g a d o se p regu n ta : ¿E sta p o lít ic a está d e a c u e rd o


con las n o rm a s le g a le s ? E l m o ra lis ta se p re g u n ta : ¿ E s ta p o lít ic a está
de a cu erd o con los p rin c ip io s m o ra le s ? Y e l re a lis ta p o lít ic o se p re g u n ta :
¿C óm o o je c ta esta p o lític a el p o d e r d e la n a ció n ?
E l re a lis ta p o lít ic o no ig n o ra la e x is te n c ia y r e le v a n c ia d e o tr o s
p a rá m e tro s de p e n s a m ie n to d istin to s a los p o lític o s . P e r o c o m o re a lis ta
p o lític o n o p u ed e s u b o rd in a r esos p a rá m e tro s a lo s p o lític o s . Y se a le ja
de otras escu elas cu a n d o éstas im p o n e n p a rá m e tr o s d e p e n s a m ie n to
p rop ios d e o tra s e s fe ra s a la a c tiv id a d p o lític a . E s a q u í d o n d e e l re a lis ­
m o to m a d ista n cia d e la "a p ro x im a c ió n le g a lis ta -m o r a lis ta " a la p o lític a
in tern a cion a l. Que e s te a p a rta m ie n to no es, c o m o lo h e m o s e x p lic a d o ,
una m e ra c re a c ió n im a g in a ria sin o una p r o y e c c ió n d e l c o r a z ó n m is m o
de la c o n tro v e rs ia p u e d e co m p ro b a rs e m e d ia n te m u c h o s e je m p lo s h is­
tóricos. T re s nos serán su ficien tes.5
E n 1939 la U n ió n S o v ié tic a a ta c ó a F in la n d ia . E s te a c to p u so a
F ran cia e In g la te r r a a n te dos p ro b le m a s , uno le g a l y e l o t r o p o lític o .
¿La a cció n s o v ié tic a v io la b a el P a c to de la L ig a d e las N a c io n e s ? y, en
ese caso, ¿q u é c o n tra m e d id a s d eb ían a d o p ta r F ra n c ia e In g la t e r r a ? E l
p ro b le m a le g a l p o d ía escla recerse fá c ilm e n te p u e s to q u e o b v ia m e n te la
U nión S o v ié tic a h a b ía h ech o a lgo q u e el P a c to p r o h ib ía . E l p r o b le m a
p o lític o d e p en d ía en p r im e r lugar d e l m o d o en q u e la a c c ió n de_ R u sta
afectaba los in tereses d e Francia e In g la te rra , y, lu e g o , d e la d is tr ib u c ió n
de p o d e r ex is te n te p o r ese en ton ces e n tre F ra n c ia e In g la t e r r a , p o r
una p a rte, y la U n ió n S o v ié tic a y o tra s n acion es p o te n c ia lm e n te h o s ti­
les p o r o tra . En t e r c e r térm in o d e p e n d ía ta m b ié n d e la in flu e n c ia q u e
las even tu a les c o n tra m e d id a s p o d ía n lle g a r a te n e r s o b re lo s in te re s e s
de F ra n cia e In g la te r r a , com o, a sim is m o , s o b re la fu tu r a d is tr ib u c ió n
del p o d e r. C o m o p rin c ip a le s m ie m b ro s de la L ig a d e las N a c io n e s ,
Francia e In g la te r r a se ocu p aron de q u e la U n ió n S o v ié t ic a fu e r a e x p u l­
sada d e la L ig a y n o p u d ie ro n u n irse a F in la n d ia en la lu ch a c o n tr a la
Unión S o v ié tic a a cau sa de la n e g a tiv a sueca a p e r m it ir q u e tr o p a s ex ­
tra n jera s p asaran p o r su te r r ito r io p a ra lle g a r a F in la n d ia . S i n o hu­
biera sid o p o r esta n e g a tiv a sueca, m u y rá p id a m e n te F ra n c ia e In g la t e r r a
se h ab rían en c o n tra d o en guerra c o n tra A le m a n ia y la U n ió n S o v ié tic a
al m ism o tiem p o .
La p o lític a de F ra n c ia e In g la te r r a fu e un e je m p lo c lá s ic o d e lega-
lism o al p e r m itir q u e u na solu ción leg a l, le g ítim a d e n tr o d e su p r o p ia
esfera, d e te rm in a ra sus actos p o lític o s . E n lu g a r d e o p o n e r a m b a s cu es­
tiones, la le g a l y la d e p od er, a te n d ie ro n só lo a la c u e s tió n le g a l y
la respu esta q u e o b tu v ie r o n no e s tu v o en fu n c ió n d e l p r o b le m a q u e
con d icion ab a su p r o p ia existen cia c o m o países.
E l segu n d o e je m p lo ilu stra la “ a p ro x im a c ió n m o r a lis t a ” a la p o lí­
tica in tern a cio n a l. T ie n e que v e r con e l e s ta tu to in te r n a c io n a l d e l g o b ie r ­
no com u n ista de China. E l ascenso d e e s te g o b ie r n o c o lo c ó al m u n d o o c c i­

5 Otros ejem plos pueden consultarse en H ans J. M orgenthau, "A n o th e r ‘Great


Debate’ : The National Interest o í the United States” en T h e A m e ric a n P o litic a l
Science R eview , vol. X L V I , diciembre de 1952, pág. 979 y siguientes. V éan se adem ás
Hans J. Morgenthau, P o litic s in th e 20th C en tu ry , vol. 1 y T h e D e c lin e o f D e m o -
cra tic P o litic s , University o f Chicago Press, Chicago, 1962, pág. 79 y siguientes.
24 Teoría y práctica de la política internacional

d en ta l a n te d o s p ro b le m a s , u n o m o ra l y o tr o p o lític o . ¿ L a n atu raleza


y las p o lític a s d e ese g o b ie r n o estaban d e acu erd o c o n lo s p rin c ip io s
m o ra le s d e l m u n d o o c c id e n ta l? ¿D eb ería e l m u ndo o c c id e n ta l m a n ten er
re la c io n e s c o n ta l g o b ie r n o ? L a resp u esta a la p r im e r a p re g u n ta s ó lo
p o d ía ser n e g a tiv a . N o o b s ta n te , esa p r im e r a n egativa n o n ec e s a ria m e n te
d e b ía e x te n d e r s e a la segu n d a p regu n ta. E l p a rá m e tro d e p e n sa m ien to
a p lic a d o a la p r im e r a — e l m o r a l— c o n s is tía s en cilla m en te en c o m p a ra r
la n a tu ra le za y las p o lític a s d el g o b ie r n o com u n ista d e C h in a con los
p rin c ip io s d e m o r a lid a d o c c id e n ta le s . P o r o tra p arte, la segu n da cu es­
tió n — la p o lít ic a — d e b ió s o m e te rs e a la com p lica d a p r u e b a de los in ­
tereses en ju e g o y al p o d e r d e cada p a rte , y la in flu e n c ia d e uno u o tr o
cu rso de a c c ió n s o b re esos in tereses y ese poder. P u ed e h a b e r o c u rrid o
q u e e l r e s u lta d o d e esa p ru e b a lle v a ra a a c o n s e ja r qu e lo m ás sabio e ra
n o m a n te n e r re la c io n e s c o n e l g o b ie rn o d e China. L le g a r a ta l con clu sión
sin h a b er m e d ia d o la a p lic a c ió n de esa p ru eb a y d a n d o una respu esta
m o ra l a un p r o b le m a típ ic a m e n te p o lít ic o no h a b ría s id o — c o m o en
re a lid a d lo fu e — un e je m p lo clá sico d e l "a c e rc a m ie n to m o r a lis ta " a la
p o lític a in te rn a c io n a l.
E l t e r c e r c a s o ilu s tra c o n c la rid a d el con traste e x is te n te en tre e i
re a lis m o y la a p r o x im a c ió n lega lista -m o ra lista a la p o lític a extern a.
In g la te r r a , e n ta n to g a ra n te de la n e u tra lid a d de B é lg ic a , d e c la ró la
gu erra a A le m a n ia en a g o s to de 1914 p o rq u e esta ú ltim a n ación h a b ía
v io la d o la n e u tr a lid a d d e B é lg ic a . L a a c c ió n b ritá n ica p u e d e ser ju s t ifi­
cada ta n to en té rm in o s re a lista s c o m o lega lista s-m o ra lista s. Se p o d r ía
a rg u m e n ta r en fo r m a re a lis ta qu e p o r s ig lo s había s id o a x io m á tic o p a ra
la p o lític a e x t e r io r b r itá n ic a e v ita r q u e los Países B a jo s qu ed aran b a jo
c o n tro l d e p o te n c ia s h o s tile s . P o r lo ta n to n o fue la v io la c ió n de la n eu ­
tra lid a d b e lg a en sí m is m a , sin o las in ten cion es h o s tile s del v io la d o r ,
lo qu e d e t e r m in ó la a c titu d b ritá n ica . S i la v io la d o ra h u b iese sid o o tr a
n ación d is tin ta a A le m a n ia , es m u y p o s ib le que In g la t e r r a se h u b iese
ab sten id o d e in te rv e n ir. F u e ésta la p o s ic ió n asu m id a p o r sir E d w a r d
G rey, m in is t r o d e R e la c io n e s E x te rio re s b ritá n ic o d u ra n te el p e río d o . E n
1908 el s u b s e c r e ta r io d e R e la c io n e s E x te rio re s H a r d in g e le fo rm u ló e l
sigu ien te c o m e n ta r io : " S i en el tra n scu rso de una g u e rra co n tra A le m a ­
nia, F ra n c ia v io la r a la n e u tra lid a d b e lg a es m uy d u d o s o qu e In g la te r r a
o R u sia m o v ie r a n un d e d o en fa v o r de la n eu tra lid a d d e B élgica ; p e r o ,
en c a m b io , si fu e s e A le m a n ia qu ien v io la r a la n e u tra lid a d b elga es m u y
p ro b a b le q u e lo s cu rsos d e a cción fu e s e n tota lm en te o p u e s to s ” . A lo q u e
s ir E d w a r d G r e y r e p lic ó : "E x a c ta m e n te ” . T am b ién se p u e d e n c o n s id e ra r
los a s p e c to s m o r a le s y le g a le s que a p a re ja b a la v io la c ió n d e la n e u tra li­
d ad b elga , y a q u e las c a re n c ia s m o ra le s y legales d el a c to , in d e p e n d ie n ­
tem en te d e lo s in te re s e s en ju e g o y d e la iden tid ad d e l v io la d o r, ju s t ifi­
caban la in te r v e n c ió n b ritá n ic a y ta m b ié n la n o rte a m e ric a n a . E sta fu e
la p o s ic ió n q u e a d o p tó T h e o d o r e R o o s e v e lt en su c a rta d e l 22 de e n e ro
de 1915 a s ir E d w a r d G re y :

P a ra m í e l nu do d e la situ a ción h a sid o B élgica. S i In g la te r r a o F ra n ­


cia h u b ie s e n a c tu a d o c o n tra B é lg ic a co m o lo ha h e c h o A lem an ia, m e
h a b ría o p u e s to d el m is m o m o d o c o m o ahora m e o p o n g o a A lem a n ia .
Una teoría realista de la p olítica internacional 25

H e a p o ya d o e n fá tic a m e n te su m o d o d e a c tu a r p o rq u e lo c o n s id e ro
un m o d e lo d e lo q u e d eb en h a c e r q u ien es c re e n qu e los tra ta d o s
d eben o b s e rv a rs e con b u en a fe y c o m o p a r te d e la m o ra l in te r n a c io ­
nal. A su m o e s ta p o s ic ió n c o m o un n o r te a m e r ic a n o que n o se siente
m ás in glés q u e a lem á n , q u e p re te n d e s e r v ir le a lm e n te los in tereses
de su país, p e r o q u e ta m b ié n in te n ta h a c e r to d o lo qu e le es p o s ib le
en fa v o r de la ju s tic ia y la d e c e n c ia y q u e, p o r lo tan to, se sien te
o b lig a d o a ju z g a r a tod a s las n a cio n es p o r su c o n d u cta en oca sio n es
d eterm in a d a s.

E sta d efen sa re a lis ta d e la a u to n o m ía d e la e s fe r a p o lític a fr e n te a


la su b versió n q u e s ig n ific a n o tra s m o d a lid a d e s d e p e n s a m ie n to n o im ­
p lic a d e s p re c io n i d is g u s to p o r la e x is te n c ia e im p o r ta n c ia de esas otras
m o d a lid a d e s de p e n s a m ie n to . S ig n ific a , m ás b ie n , la a s p ira c ió n a que
cada una ten ga su p r o p ia e s fe ra y fu n c ió n . E l r e a lis m o p o lític o se apoya
en una c o n c e p c ió n p lu ra lis ta d e la n a tu ra le za h u m an a. E l h o m b r e real
es una c o m b in a c ió n d e l "h o m b r e e c o n ó m ic o ” , d e l " h o m b r e p o lít ic o ” , del
"h o m b r e m o r a l” , d e l "h o m b r e r e lig io s o ” , etc. U n h o m b re q u e s ó lo tu­
v ie r a una p r o y e c c ió n “ p o lític a ” sería c o m o u na b e s tia , ya q u e c a re c e ría
de todas las c o n te n c io n e s m o ra les. A lg u ie n q u e s ó lo fu ese un "h o m b r e
m o r a l” sería un lo c o , p u e s to qu e d e s c o n o c e ría la p ru d en cia . Q u ie n sólo
fu ese "h o m b r e r e lig io s o ” sería un santo, ya q u e n o c o n o c e ría en ab so lu to
los d eseos m u n d an os.
A l d a r p o r se n ta d o s to d o s estos asp ecto s de la n a tu ra leza hum ana,
el re a lis m o p o lític o ta m b ié n a c e p ta q u e p a ra c o m p r e n d e r a c a d a u n o de
e llo s es p re c is o u b ic a rla d e n tro de sus p r o p io s térm in o s. O sea qu e si
se d esea e n te n d e r al "h o m b r e r e lig io s o ” , p r im e r o d eb e a b s tra e rs e ese
a sp ecto de to d o s lo s d em á s qu e c o m p o n e n la n a tu ra le za h u m a n a y tra ­
ta rlo c o m o si fu e r a e l ú n ico. A d em á s d eb en a p lic a r s e a la e s fe r a r e lig io s a
las pautas de p e n s a m ie n to c o n c o rd a n te s c o n e lla , au n qu e sin o lv id a r que
ex isten o tra s p au tas q u e ta m b ié n o p e ra n s o b re las in c lin a c io n e s r e lig io s a s
del h o m b re. L o q u e es v e rd a d en esta fa c e ta d e la n a tu ra leza hum ana,
ta m b ié n lo es en las d em á s. N in g ú n e c o n o m is ta m o d e rn o , p o r e je m p lo ,
co n sid era ría a su c ie n c ia y a las in te r r e la c io n e s d e ésta con o tr a s cien ­
cias de o tr o m o d o . L a e c o n o m ía se ha c o n v e r tid o en una te o ría a u tó n o m a
de tod as las a c tiv id a d e s e c o n ó m ic a s d el h o m b r e p re c is a m e n te a tra v é s de
un p ro c e s o de d ife r e n c ia c ió n de o tra s m o d a lid a d e s d el p e n s a r y m e ­
dian te el d e s a r r o llo d e n o rm a s a p lic a b le s a su p r o p io o b je to . E l p r o p ó s i­
to del re a lis m o p o lít ic o con siste en p r o p e n d e r a un d e s a r r o llo a n á lo g o
en el ca m p o d e la p o lític a .
P e rte n e c e a la n a tu ra le za de las cosas e l h e c h o de qu e u n a te o ría
p o lític a basada en p r in c ip io s c o m o los e x p lic a d o s n o co n sig a un a p o yo
u nánim e; lo m is m o p o d r ía d e c irs e d e c u a lq u ie r p o lític a e x t e r io r susten­
tada en las m ism a s bases. T a n to la te o r ía c o m o la p o lít ic a v a n c o n tr a dos
co rrie n te s de n u e s tra cu ltu ra q u e n o p u ed en p o n e r s e d e a c u e rd o con las
prem isas y re s u lta d o s d e una o b je t iv a te o r ía r a c io n a l d e la p o lític a . Una
de esas c o rrie n te s s u b e s tim a e l p a p e l d e l p o d e r en la so cied a d c o n argu ­
m en tos que p r o v ie n e n d e la e x p e rie n c ia y la f ilo s o fía del s ig lo x ix ; de
26 Teoría y práctica de la p olítica internacional

e lla n os o c u p a re m o s d e te n id a m e n te m ás a d e la n te .0 L a o t r a c o rrie n te ,
o p u e s ta a la te o ría re a lis ta y p r á c tic a de la p o lític a , p r o v ie n e d e las p r o ­
p ias re la c io n e s q u e ex isten , y q u e d eb en e x is tir, e n tr e la m e n te h u m a n a
y la e s fe r a p o lític a . P o r m o tiv o s q u e d is c u tire m o s m ás a d ela n te, en sus
o p e ra c io n e s c o tid ia n a s la m e n te h u m an a no p u e d e e s ta r fr e n te a fr e n te
con la v e rd a d d e la p o lític a . D e b e en m a sca ra r, d is to rs io n a r, e m p e q u e ñ e ­
c e r o e m b e lle c e r la v e r d a d c u a n d o se en cu en tra im p lic a d a en p ro c e s o s
p o lític o s , e s p e c ia lm e n te si son d e p o lític a in te rn a c io n a l. S ó lo m e d ia n te
esa fic c ió n el h o m b r e p u e d e v i v i r en paz c o n s ig o m is m o y c o n los de­
m ás en ta n to a n im a l p o lític o .
E s, p o r lo ta n to , in e v ita b le q u e una te o ría q u e in te n ta e n te n d e r la
p o lític a in te rn a c io n a l tal c o m o es en la a c tu a lid a d , y tal c o m o d e b ie ra
ser en su n a tu ra le za in trín s e c a an tes qu e c o m o la g en te d e s e a ría q u e
fu era , d e b a r e m o n ta r una r e s is te n c ia p s ic o ló g ic a q u e n o e x is te p a ra la
m a y o r p a rte d e la s o tra s ra m a s d e l. c o n o c im ie n to . P o r es o m is m o un
lib r o d e s tin a d o a la c o m p re n s ió n te ó ric a de la p o lít ic a in te rn a c io n a l e x ig e
una e x p lic a c ió n y u n a ju s tific a c ió n especial.

6 Véanse páginas 37 y siguientes.


¡ j Moral, las Costumbres y el Derecho
como Limitaciones
¿n el capítulo a n te r io r v im o s q u e e l p o d e r es un m é to d o im p e r fe c t o y
ñoco confiable a lo s e fecto s de lim ita r las a s p ira c io n e s d e p o d e r en e l
canipo internacional. Si las m o tiv a c io n e s tra s la lu ch a p o r e l p o d e r
« la mecánica a tra v é s de la q u e o p e r a fu e ra t o d o lo q u e es p re c is o
conocer acerca de la p o lític a in te rn a c io n a l, el e s c e n a r io in te r n a c io n a l se
parecería al esta d o d e s c rito p o r H o b b e s , el d e " g u e r r a d e t o d o s c o n tra
todos".1 La p o lític a in tern a cion a l se e n c o n tra ría g o b e rn a d a e x c lu s iv a ­
mente por las co n sid era cio n es de c o n v e n ie n c ia p o lític a , s o b r e la s qu e
Maquiavelo e s c rib ió en fo rm a agu d a y fra n ca . E n ese m u n d o , lo s d é b ile s
estarían a m erced d e los fu ertes. L a fu e rza s e ría , d e h e c h o , la fu e n te
del derecho.
En la realid ad , sin em b argo, la p r o p ia a m e n a za d e un m u n d o d on d e
el poder reina n o s ó lo en fo rm a su p rem a, sin o sin r iv a l a la v is ta , en ­
gendra ese tip o d e re b e lió n c o n tra el p o d e r q u e es tan u n iv e r s a l c o m o
el propio poder. P a ra e v ita r este re c h a zo , p a ra p a c ific a r el r e s e n tim ie n to
y la oposición q u e su rge cuando los im p u lsos d e p o d e r son re c o n o c id o s
como tales, qu ien es procu ran e l p o d e r em p lea n , c o m o h e m o s v is to , id e o ­
logías para d is im u la r sus v e rd a d e ro s p ro p ó s ito s . E n to n c e s , lo q u e es
realmente una a sp ira ció n de p o d e r a p a rece c o m o a lg o d ife r e n t e , c o m o
algo que arm on iza con los r e q u e rim ie n to s d e la ra zó n , la m o r a l y la
justicia. La su stan cia, de la cu al las id e o lo g ía s d e la p o lít ic a in te rn a ­
ciones no son m ás que r e fle jo s , d e b e b u scarse en los ó r d e n e s n o r m a ti­
vos de la m oral, la costu m b re y e l d erech o.
Desde la B ib lia hasta los a c u e rd o s c o n s titu c io n a le s d e la s d e m o c ra ­
cias modernas, la fu n ción p rin c ip a l de esto s sis te m a s n o r m a tiv o s ha
consistido en m a n te n e r las a s p ira c io n e s de p o d e r d e n tr o d e lím ite s so-
cialmente a cep ta b les. T od a s las ética s, c o s tu m b re s y s is te m a s lega les
dominantes en la c iv iliza c ió n o c c id e n ta l re c o n o c e n la u b ic u id a d d e los
impulsos del p o d e r y los con d en an . C u rio s a m e n te , filo s o fía s p o lític a s
como las de M a q u ia v e lo y H o b b e s , qu e c o n s id e ra n a la u b ic u id a d d e l
Poder com o fa c to r ú ltim o de la v id a social q u e d e b e ser a c e p ta d o antes

1 Leviathan, cap. X I I I .
270 Lim itaciones del poder nacional

q u e c o n d e n a d o o lim ita d o , han e n c o n tra d o la d e s a p ro b a c ió n de la


n ió n p ú b lic a p re v a le c ie n te . H an o m itid o la in flu e n c ia in telectu a l y p5*í
tic a q u e e je r c ie r o n las filo s o fía s p o lític a s d e S an A gu stín y de Locl^
p o d e r o s a s fu e rza s en el ca m p o de la c iv iliz a c ió n o c c id e n ta l. V
P o r o tra p a rte , esa v e rd a d e ra tra d ic ió n d e la c iv iliz a c ió n occident i !
q u e in te n ta lim it a r e l p o d e r d e l fu e rte en b e n e fic io d el d éb il, ha sifo
c o n s id e r a d a c o m o a fe m in a d a , s en tim en ta l y d e c a d e n te . Q uienes sostieé
n e n e s ta o p in ió n , c o m o N ie tzs c h e , M u s s o lin i e H it le r , n o só lo aceptó­
la v o lu n ta d d e p o d e r y la lucha p o r él c o m o h e c h o s sociales elementa,
les, s in o q u e a d e m á s g lo r ific a n sus m a n ife s ta c io n e s ilim ita d a s y post^
la n la au sen cia d e lím ite s c o m o un id eal de la s o c ie d a d y una regla pata
la c o n d u c ta d e lo s in d ivid u o s. P e r o a la rg o p la z o estas filo s o fía s y sjj.
te m a s p o lític o s , q u e han h ech o d e la c o d ic ia y d e la lucha p o r el poder
sus b a s a m e n to s se han m o s tra d o im p o te n te s y a u to d estru ctivo s. S u de­
b ilid a d p o n e d e m a n ifie s to la fo r ta le z a d e la tr a d ic ió n occid en tal qye
p r o c u r a si n o e lim in a r al m en os re g u la r y r e s t r in g ir los im p u lsos de po.
d e r, lo s qu e, d e o t r o m o d o , d e s g ra rra ría n a la s o c ie d a d y entregarían la
v id a y la fe lic id a d d e los d éb iles a la v o lu n ta d a r b it r a r ia de los poderosos.
L a m o ra l, las co s tu m b re s y e l d e re c h o in te r v ie n e n en estos dos
a s p e c to s a lo s e fe c t o s d e p r o te g e r a la so cied a d c o n tr a la desintegrad®
y a l in d iv id u o c o n tr a la e s c la v itu d y la e x tin c ió n . C u an d o la sociedad o
a lg u n o s d e sus m ie m b r o s son in cap aces d e p r o te g e r s e a sí mismos_con
su p r o p ia fo r ta le z a c o n tra los im p u lsos d e p o d e r d e o tro s — cuando,
en o tr a s p a la b ra s, se d e b e a c u d ir a l m e c a n is m o d e l p o d er, c o m o tarde
o te m p r a n o o c u r r e — estos sistem as n o r m a tiv o s tratan de suplir la
p o lít ic a d e p o d e r c o n sus p ro p ia s n o rm a s de co n d u c ta . E ste es é l men­
s a je q u e tra s m ite n lo s sistem as n o rm a tiv o s a lo s p o d e ro s o s y a los dé­
b ile s p o r ig viril 1 e l p o d e r s u p e rio r n o o to r g a d e r e c h o m o ra l n i legal para
h a c e r con ese p o d e r to d o lo q u e fís ic a m e n te sea capaz d e hacer. El
p o d e r se en cu en tra s u je to a lim ita c io n e s , en in te r é s d e la socied ad como
c o n ju n to y en in te r é s de sus in te g ra n te s in d iv id u a le s , qu e no son
r e s u lta d o de la m e c á n ic a de la lu ch a p o r e l p o d e r , sin o que resultan so-
b re im p u e s ta s en fo r m a de n o rm a s o regla s de c o n d u c ta p o r la voluntad
d e lo s p r o p io s m ie m b r o s d e la socied a d .
T r e s clases d e n o rm a s o regla s d e c o n d u c ta o p e ra n en todas las
s o c ie d a d e s s u p e rio re s : la ética, la c o s tu m b re y e l d erech o. Sus rasgw;
d is tin tiv o s han s id o la rg a m e n te d iscu tid o s en la filo s o fía y la jurispru­
d e n c ia . P a ra el fin d e e s te estu d io b asta c o n s e ñ a la r qu e cada regla de
c o n d u c ta tien e d os e le m e n to s : el m a n d a to y la san ción . N in g ú n manda­
to p a r tic u la r es p e c u lia r a c ie rto tip o p a rtic u la r d e n o rm a : "n o matarás"
p u e d e s e r un m a n d a to d e la ética , de la c o s tu m b r e o del derecho. Le
s a n c ió n es la q u e d ife r e n c ia estas tr e s ciases d e n o rm a s de conducta.
" N o m a ta rá s ” es un m a n d a to é tic o , d e la c o s tu m b re o d el derecho
segú n , d a d o el c a s o d e v io la c ió n , se a p liq u e una san ción p ro p ia de la
é tic a , d e las c o s tu m b re s o d el d e re c h o p a ra c a s tig a r al transgresor y
e v it a r fu tu ra s v io la c io n e s . Si A m a ta a B y lu e g o e x p e rim e n ta cargos
d e c o n c ie n c ia o re m o r d im ie n to s , estam os en p r e s e n c ia de una sanción
p r o p ia d e la é tic a y , a p a r tir de a llí, de una n o r m a ética . Si A m ata a B-
y u n a so c ie d a d n o o rg a n iz a d a re a c c io n a c o n esp o n tá n ea s demostracio-
La moral, las costumbres y el derecho 271

1 ^ d esa p ro b a ció n , ta les c o m o b o ic o t c o m e r c ia l, o s tra c is m o so cia l


r ¿¡¿as sem e ja n te s , e n to n ces e s ta m o s fr e n te a u n a sa n ció n p r o p ia de
' ^costu m bres y, a p a r t ir de a llí, d e una n o rm a p r o c e d e n te d e las
‘ ^tuiobres. Si, fin a lm e n te , A m a ta a B y una s o c ie d a d o rg a n iz a d a reac-
bajo la fo r m a d e un p r o c e d im ie n to ra c io n a l c o n in te r v e n c ió n
jjcial, acusación, ju ic io , v e r e d ic to y ca s tig o , la sa n ció n es d e natura-
legal y la n o rm a , p o r lo tan to, p e r te n e c e a la c a te g o r ía d e l d ere c h o .
Todas las s o c ie d a d e s están re g u la d a s p o r un in trin c a d o c o n ju n to
¿ tedas de co n d u c ta d e esta clase, q u e se a p o y a n o se c o n tra d ic e n unas
otras u o p e ra n in d e p e n d ie n te m e n te . E n la m e d id a en q u e la s o c ie d a d
otorgue m a yor im p o r ta n c ia a los in te r e s e s y v a lo r e s q u e tra ta d e salva-
-£p3SF"mediante r e g la s d e co n d u c ta , m ás fu e rte s h a b rá n d e s e r las
¡andones con q u e c a s tig u e la in fr a c c ió n de esas regla s. L a so c ie d a d
¡erce su m a y o r p r e s ió n , y p o r lo ta n to cu en ta c o n m a y o re s p o s ib ilid a ­
d e s de im p o n er sus r e g la s de c o n d u c ta c o n tra lo s in te g ra n te s rea cio s

a aceptarlas, cu an d o a c u d e a to d o s lo s tip o s d e sa n cion es s im u ltá n e a ­


mente. R esu lta m ás d é b il y, p o r lo ta n to , sus sa n cion es p a re c e n m ás
ineficaces cu an d o lo s in tereses y v a lo r e s están g a ra n tiza d o s p o r una
sola clase de san ción . E n la c irc u n s ta n c ia de q u e una n o rm a d e con ­
ducta p rop on ga una a c c ió n qu e o t r a re p ru e b a , e l in te ré s o v a lo r en
juego depen derá d e la fu e rza r e la t iv a de las san cion es q u e a p oyan
l o s mandatos en c o n flic to .

Frente a rie s g o s p a r a su p r o p ia e x is te n c ia d e r iv a d o s d e la tra ic ió n


0 de la re vo lu ció n , o a n te la a m en a za d e a sesin a to a sus in te g ra n te s , la
sociedad recu rre a las tre s clases d e sa n ción . A sí, la m o ra l, la c o s tu m b re
y el derecho, m a n c o m u n a d a m e n te , o fr e c e n una tr ip le p r o te c c ió n a la
vida de la so c ie d a d y d e los in d iv id u o s qu e la in te g ra n . E l h ip o té tic o
traidor o el p re s u n to a sesin o de e s te m o d o se ven a n te su re m o rd im ie n -
to, ante la re a c c ió n es p o n tá n e a d e la s o c ie d a d — o s tra c is m o , p o r e je m ­
plo— y ante la p en a d e la ley. L o m is m o o c u rre cu a n d o se tr a ta de la
propiedad, la q u e q u e d a a re s g u a rd o tra s el t r ip le mur.o d e la m o ra l,
la costumbre y e l d e r e c h o . La s o c ie d a d a p lic a to d a s las sa n cion es a los
hipotéticos e s ta fa d o re s y lad ron es.
Ante casos d e v a lo r e s e in te re s e s m en os re le v a n te s , la so cied a d
puede acudir a un s o lo tip o de sa n ció n . C ierta s cla ses de c o m p e te n c ia
en los n egocios o e n la p o lític a , c o m o la m e n tira , p o r e je m p lo , só lo
tienen sanción m o ra l. L a co s tu m b re , p o r su p a rte , s ó lo e n tra en ju e g o
bajo circunstancias e x tre m a s : si, p o r e je m p lo , e l m o n to e ín d o le de las
mentiras superan la m e d id a to le r a b le . E l d e re c h o h a b rá d e g u a rd a r
silencio ante una m e n tir a o rd in a ria ; h a b la rá s ó lo en e l caso d e u n a m en ­
tira calificada, tal c o m o el p e r ju r io y la esta fa , casos en lo s q u e la
mentira afecta in te re s e s q u e está n m á s a llá d e la m e r a v e rd a d . P o r o tra
Parte, las reglas de la m o d a se im p o n e n e x c lu s iv a m e n te p o r la c o s tu m ­
bre, ya que la p r o b le m á tic a que im p lic a n o es lo s u fic ie n te m e n te im p ó r­
tente com o p a ra q u e te n g a que in t e r v e n ir la m o r a l y la ley. F in a lm e n te ,
solo la ley tom a c o n o c im ie n to d e la s v io la c io n e s a las n o rm a s d e trán ­
sito. La m o ra l y la c o s tu m b re n o p a rtic ip a n en su c o n tro l, y a qu e las
tenciones legales son p o r lo g e n e r a l s u fic ie n te s c o m o p a ra e s ta b le c e r
aIgún tipo de o rd e n m e c á n ic o en un te r r e n o c o m o el d el trá n s ito .
272 Limitaciones del poder nacional

E l p r o b le m a de la fu e r z a re la tiv a d e las d ife r e n te s sanciones se


to rn a agu do cu a n d o e x is te c o n flic to e n tre las d ife r e n te s reg la s de coq.
d u cta. E l e je m p lo clá s ic o , a b u n d a n te m e n te d is c u tid o en la literatura
s o b r e ju ris p ru d e n c ia , d e c o n flic t o e n tre d o s reg la s d e l m is m o sistema
le g a l es la p r o h ib ic ió n d e l d u e lo en los c ó d ig o s p en a les d e algu n os países
e u ro p e o s , m ie n tra s q u e lo s có d ig o s m ilita r e s d e los m ism os paj,
ses o b lig a n a los o fic ia le s a z a n ja r sus d isp u ta s p o r m e d io del duelo
U n sistem a d e é tic a q u e n os o b lig a a o b e d e c e r a D io s antes que al
h o m b r e y al m is m o tie m p o a d a r al C é s a r lo qu e es d e l C ésar, plantea
u n c o n flic to s im ila r cu a n d o una ley d el e s ta d o c o n tr a d ic e un mandato
d e D ios. C o n flic to s de e s ta cla se son p a r tic u la r m e n te fre c u e n te s en la
e s fe r a p o lític a . G o b ie rn o s riv a le s — un g o b ie r n o r e v o lu c io n a r io y otro
le g ítim o , un g o b ie r n o en el e x ilio y o tr o t r a id o r — re c la m a n obediencia
a un m ism o g ru p o d e g e n te . L a s n o rm a s d e co n d u c ta q u e se supone
d e b e c u m p lir un p o lític o a m en u d o están fu e r a de to d a p ro p o rc ió n con
las n orm as a p lic a b le s a to d o s los d em ás m ie m b r o s d e la sociedad. Se
c o n s id e ra g e n e ra lm e n te q u e la ética y las c o s tu m b re s p o lític a s permiten
un m a y o r a le ja m ie n to d e lo s p rin c ip io s é tic o s y de las costu m b res ge­
n e ra le s de la s o c ie d a d en c ie r ta s a c tiv id a d e s , tales c o m o las "campañas
p o lític a s ” y las p ro m e s a s e n gen era l.
L o s c o n flic to s e n tre las d ife re n te s n o rm a s de c o n d u c ta son decididos
p o r la p re s ió n re la tiv a q u e ca d a sanción e je r c e s o b re la v o lu n ta d de los
in d iv id u o s . D a d o qu e es im p o s ib le c u m p lir con to d a s las norm as al
m is m o tie m p o , e l in d iv id u o tien e que e le g ir cu ál va a a c a ta r y cuál va
a v io la r . L a fu e r z a r e la tiv a d e estas p re s io n e s es, a su vez, la expresión
d e la fu erza re la tiv a d e las fu erzas s o c ia le s qu e a p o y a n un conjunto
d e v a lo re s e in te re s e s en c o n tr a de o tro s . E l o rd e n n o r m a tiv o de la so­
c ie d a d , cu yo fin co n siste en m a n ten er las a s p ira c io n e s d e p o d e r de sus
m ie m b ro s in d iv id u a le s d e n tr o de lím ite s s o c ia lm e n te a cep ta b les, es en
sí m is m o el re s u lta d o de fu e rza s socia les e n fre n ta d a s p a ra el dominio
d e la so cied a d a tra v é s d e su in flu e n c ia en, p o r e je m p lo , la legislatura
o en las d e c is io n e s ju d ic ia le s .
L a v id a s o c ia l c o n s is te fu n d a m e n ta lm e n te en co n tin u a s reacciones,
q u e se han v u e lto en b u e n a m e d id a a u to m á tic a s , fr e n te a las presiones
q u e la so c ie d a d e je r c e s o b r e sus m ie m b ro s a tra v é s d e las norm as de
c on d u cta. E lla s v ig ila n a lo s in d ivid u o s d e la m añ an a a la n och e y aco­
m o d a n sus a c c io n e s a lo s p a rá m e tro s s o c ia le s . S e p u e d e in clu so decir
q u e la socied a d , en ta n to fu e r z a din ám ica, n o es m ás q u e la sum a total
d e sus regla s d e c o n d u cta im p o n ie n d o p a r á m e tr o s d e a c c ió n a sus miem­
b ro s . L o que lla m a m o s c iv iliz a c ió n en c ie r to s e n tid o n o es m ás qu e las re­
a c c io n e s a u to m á tica s de lo s in tegra n tes d e u na s o c ie d a d fr e n t e a reglas
d e con d u cta m e d ia n te las cu ales esa s o c ie d a d tra ta q u e lo s miembros
se aju sten a c ie r to o b je t iv o stan d ard , lim ite n sus a s p ira c io n e s d e poder
d o m e s tic á n d o la s y p a c ific á n d o la s en to d o s lo s a s p ecto s s o c ia lm e n te im­
p o rta n te s . L a c iv iliz a c ió n c o n la que e s ta m o s m a n e já n d o n o s — la occi­
d e n ta l— ha c o n s e g u id o un a m p lio é x ito en este s e n tid o . S in embargo,
c o n tra lo q u e c re y e ro n m u c h o s e s c rito re s d e los s ig lo s x ix y xx, no ha
c o n s e g u id o e lim in a r la lu c h a p o r el p o d e r d e la escen a in te rn a reempla­
z á n d o la con a lg o d ife r e n te y m e jo r , c o m o p u e d e ser la coop era ción , la
La m oral , las costumbres y el derecho 273

nía la p a z p erm a n e n te ; ta m p o c o e s tá en c a m in o d e lo g r a r lo . E s te
nr de c o n c e p to a cerca d e l p a p el qu e las a s p ira c io n e s y la lucha p o r
e noder han d e sem p eñ a d o en la p o lític a fu e tra ta d o en e l te r c e r c a p i­
l l o de este lib r o .
Lo m á xim o q u e ha sid o capaz de lo g r a r la c iv iliz a c ió n o c c id e n ta l
Ue es, c o m o h em o s p o d id o c o m p ro b a r, lo m á x im o q u e u n a c iv iliz a ­
ción puede lo g r a r — , es la m itig a c ió n de la lu ch a p o r e l p o d e r en el cam -
interno, c iv iliz a r sus m e d io s y e n c a m in a rla h acia o b je t iv o s qu e, en
Jaso de alcanzarse, redu cen al m ín im o el g r a d o en qu e la v id a , la lib e r ta d
v la búsqueda d e la fe lic id a d se v e n c o m p r o m e tid a s en la lu c h a p o r e l
noder. Más p a rtic u la rm e n te , lo s toscos m é to d o s de lu c h a p e rs o n a l h an
cedido el lu g a r a in s tru m e n to s re fin a d o s d e c o m p e te n c ia s o c ia l, c o m e r ­
cial y p ro fesio n a l. L a lucha p o r el p o d e r se lib r a no c o n a rm a s m o rta le s ,
s¡no con exám en es de c o m p eten cia , con p u ja s p o r d is tin c io n e s so cia les,
con elecciones p e rió d ic a s p a ra a c c e d e r a c a rg o s p ú b lic o s y p riv a d o s y,
sobre todo, c o n la c o m p e te n c ia p o r la p o s e s ió n d el d in e r o y d e todas las
cosas m ensurables en d in ero.
En las so cie d a d e s de la c iv iliz a c ió n o c c id e n ta l la p o s e s ió n d el d in e r o
se ha c o n v e rtid o en el más n o ta b le s ím b o lo de la p o s e s ió n d e l p o d e r.
Mediante la c o m p e te n c ia p a ra la a d q u is ic ió n d el d in e r o , las a s p ira c io ­
nes de p od er de los in d ivid u o s en cu en tra n un c a m in o c iv iliz a d o en a r m o ­
nía con las reg la s de con d u cta que su b ya cen en la s o c ie d a d . Las d if e ­
rentes p ro h ib ic io n e s n o rm a tiv a s c o n tra el h o m ic id io y la v io le n c ia in d i­
vidual o c o le c tiv a de c u a lq u ie r tip o p ro c u ra n c re a r las c o n d ic io n e s im ­
prescindibles p a ra esa re o rie n ta c ió n c iv iliz a d a de la lu c h a p o r el p o d e r.
Todos los in s tru m e n to s socia les y las in s titu c io n e s r e le v a n te s p a ra las
diferentes fo rm a s d e c o m p e te n c ia so cia l tie n e n la fin a lid a d n o de e lim i-
~ñár la lucha p o r el p od er, sin o de c re a r su stitu tos c iv iliz a d o s p a ra la
brutalidad y c ru d e za de la ilim ita d a y n o re g la d a lu c h a p o r e l p o d e r .
En resum en, ésta es la fo r m a en q u e la ética , las c o s tu m b re s y e l
derecho lim ita n la lucha p o r e l p o d e r en las so cie d a d e s d e la c iv iliz a c ió n
occidental. ¿ Y q u é o cu rre en la so c ie d a d in te rn a c io n a l? ¿ Q u é regla s d e
moral, costu m b res y d e rech o s son e fe c tiv o s en el c a m p o in te rn a c io n a l?
¿Qué funciones cu m p len en la so c ie d a d in te rn a c io n a l? ¿ Q u é clase d e
ética in tern acion al, de c o stu m b res in te rn a c io n a le s b a jo la fo r m a d e
opinión p ú b lica m u n d ia l y d e d e re c h o in te rn a c io n a l son lo s q u e d e lim i­
tan, regulan y c iv iliz a n la lu cha p o r e l p o d e r e n tre las n a cion es, d e l
mismo m od o en qu e los sistem a s n o r m a tiv o s in te rn o s a fe c ta n la lu ch a
por el p od er e n tre los in te g ra n te s de una so c ie d a d p a r tic u la r ?

También podría gustarte