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INTRODUÇÃO
Determinação da Glicemia
REAGENTES:
VANTAGENS DE MÉTODO:
No método enzimático a reação de cor é linear até 900mg/dL de glicose,
desenvolvendo-se completamente em 10 minutos a 37 oC. A cor final é estável por 1 hora,
não requer controle rígido de tempo ou temperatura e não emprega reativos cáusticos ou
irritantes.
CAUSAS DE HIPERGLICEMIA
1. Diabetes adquirido por afecções pancreáticas
• Nas pancreatites agudas, observamos, habitualmente, uma diminuição da tolerância
à glicose;
• São frequentes nas pancreatítes crônicas alterações no perfil da curva
característicos do diabetes;
• Câncer do pâncreas, pancreatomia total ou parcial também alteram a tolerância a
glicose.
4. Obesidade
• Os obesos apresentam, em geral, uma maior resistência em metabolizar a glicose,
sendo que, um terço das mulheres obesas apresentam teste de tolerância a glicose
totalmente normal.
5. Afecções Vasculares
Tabela III
Tempo Normal Diabético Hepatopata Gravidez
(min.) (Glic. mg/dl) (Glic. mg/dl) (Glic. mg/dl) (Glic. mg/dl)
jejum 70 - 100 160 80 - 100 70
30 150 240 120 165
60 150 325 150 165
90 120 305 90 145
120 70 -100 285 80 125
180 70 -100 160 60 110
HEMOGLOBINA GLICADA E FRUTOSAMINA
INTRODUÇÃO
Hemoglobina Glicada
A hemoglobina humana do adulto (Hb) é habitualmente constituída de HbA, HbA2 e
HbF, que perfazem 97, 2,5 e 0,5% do total, respectivamente. A HbA é a forma principal e
nativa da hemoglobina, podendo ser subdividida em HbA0 e HbA1. HbA0 corresponde a
fração não glicada da hemoglobina enquanto que HbA1 é a forma glicada, carregada
negativamente devido à ligação da glicose ou de outros açúcares. O processo de “glicação”
de proteínas envolve uma ligação não enzimática e permanente com açúcares redutores
como a glicose, ao contrário do processo de “glicosilação”, que envolve uma ligação
enzimática e é reversível. O termo “hemoglobina glicosilada” tem sido erroneamente
utilizado como sinônimo de hemoglobina glicada.
Existem vários subtipos de HbA1, tais como HbA1a1’, HbA1a2’, HbA1b e HbA1C. Essa
última fração, a HbA1c ou apenas A1C é a hemoglobina glicada propriamente dita, pois,
sua valina terminal da cadeia beta está ligada à glicose por meio de uma ligação
permanente e estável. A A1C corresponde a 80% da fração de hemoglobina glicada, mas
ocorre também em 1 a 4% dos indivíduos normais, não diabéticos.
Tradicionalmente, a A1C tem sido considerada como uma média ponderada global
das glicemias médias diárias (incluindo glicemias de jejum e pós-prandial) durante os
últimos dois a três meses. Entretanto, a glicação da hemoglobina ocorre ao longo de todo o
período de vida da hemácia que é de 120 dias, aproximadamente. Alguns estudos
revelaram que um paciente em controle estável apresentará 50% de sua A1C formada no
mês precedente ao exame, 25% no mês anterior a este e os 25% remanescentes no
terceiro ou quarto mês antes do exame. Portanto, a glicemia mais recente causará maior
impacto nos níveis de A1C.
Frutosamina
A frutosamina é uma proteína sérica submetida a uma glicação irreversível nos seus
resíduos de lisina, cujos níveis dependem da severidade e duração da hiperglicemia.
Aproximadamente 60 a 70 % da proteína glicada consiste de albumina. Como esta
proteína tem meia vida no soro de aproximadamente 2 a 3 semanas, as frutosaminas
podem ser utilizadas para avaliação do controle metabólico nos pacientes diabéticos neste
período.
A dosagem de frutosamina é útil para avaliar a eficácia de uma mudança terapêutica
sobre os níveis médios de glicemia em períodos mais curtos. A frutosamina está elevada
em todos os casos de diabetes sob controle metabólico inadequado, mas tem sido
observado que os valores retornam aos níveis de referência 20 dias após a estabilização
da glicemia em níveis adequados.
Preparo do paciente
O paciente não precisa estar em jejum, entretanto, resultados mais acurados são
obtidos em amostras isentas de turbidez. Nos casos de hipertrigliceridemia haverá
aumento de turbidez. Por esta razão, é recomendada a coleta de sangue pelo menos duas
horas após a ingestão de alimentos.
Amostra
Sangue colhido com EDTA ou heparina como anticoagulante, dependendo da
metodologia.
Reagentes
1) Resina – 8 mg/mL de resina de troca catiônica tamponada em pH 6,9
2) Reagente lisante – cianeto de potássio 10 mM (CUIDADO! VENENO!)
3) Padrão de HbA1 – preparado de hemoglobina de eritrócitos humanos (eritrócitos
liofilizados e reconstituídos)
Procedimento
1) Preparo do hemolisado: identifique 2 tubos de ensaio com P para padrão e A para
amostra e em cada um deles coloque 0,5 mL do reagente lisante. Em seguida coloque
0,1 mL de sangue (amostra) no tubo A e 0,1 mL de hemoglobina padrão no tubo P.
Homogeneizar suavemente e deixar em repouso por 5 minutos.
2) Separação da hemoglobina glicada:
a) Identifique 2 tubos que contém a resina (tampa azul) com P para padrão e A para
amostra.
b) Coloque 0,1 mL do hemolisado que foi preparado no item 1, dentro dos respectivos
tubos com resina.
c) Introduza nos tubos o filtro separador, deixando a borracha da extremidade do filtro
aproximadamente 1 cm acima do nível do líquido.
d) Homogenize os 2 tubos continuamente por 5 minutos.
e) Empurre o filtro separador dentro do tubo até que a resina esteja firmemente
compactada no fundo de cada tubo (CUIDADO PARA NÃO COMPACTAR MAIS DE
2/3 DO VOLUME E PERFURAR O FILTRO)
f) Transferir cada um dos sobrenadantes para cubetas diferentes, e proceder as
leituras no espectrofotômetro a 415 nm, zerando o aparelho com água destilada.
3) Hemoglobina total: identifique 2 tubos de ensaio com P para padrão e A para amostra e
coloque em cada um deles 5,0 mL de água destilada. Em seguida adicione 0,02 mL do
hemolisado do item 1 dentro dos respectivos tubos. Homogenize e leve ao
espectrofotômetro para obter as respectivas absorbâncias de modo semelhante aos
anteriores.
Cálculos:
Onde:
Proporção da amostra = Absorbância hemoglicada da amostra
Absorbância hemoglobina total da amostra
Valores de referência
Não diabéticos 6,0 - 8,0 %
Diabéticos bem controlados 7,5 - 8,9 %
Diabéticos com controle 9,0 - 10,0 %
limítrofe
Diabéticos mal controlados acima de 10 %
DISCUSSÃO
Bibliografia
BURTIS, C.A. & ASHWOOD, E.R (eds). Tietz/ Fundamentos de Química Clínica. 4ª ed.,
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
LABORCLIN PRODUTOS PARA LABORATÓRIO LTDA. Hemoglobina glicada. Disponível
em www. laborclin.com.br
PIMAZONI NETTO, A. et al. 2017. Posicionamento Oficial SBD, SBPC-ML, SBEM e
FENAD 2017/2018- Atualização sobre hemoglobina glicada (A1C) para avaliação do
controle glicêmico e para o diagnóstico do diabetes: aspectos clínicos e laboratoriais.
Disponível em: www.diabetes.org.br
SUMITA, N.M. & ANDRIOLO, A. Importância da hemoglobina glicada no controle do
diabetes mellitus e na avaliação de risco das complicações crônicas. J. Bras. Patol. Med.
Lab. v. 44, n. 3, p. 169-174, 2008.