Está en la página 1de 22

T r a c t a t u s -|

É t i c a

(A

V)

(A

(A

A d e la C o r t in a
y E m ilio "M artínez

A K A L

i I p h i a
D iseño de cubierta
Sergio R am írez

R eserv a d o s to d o s los d erech o s.


D e a c u e rd o a !o dispuesto en el art. 270,
del C ó d ig o Penal, podrán se r castigados con penas
de multa y privación de libertad quienes
reprodu zcan o plagien, en to d o o en parte, una o b ra
literaria, a rtística o científica fijada en cualquier
tipo de so p o rte sin la preceptiva autorización.

1.a Edición, ¡996


2.a Edición, 1998
3.a Edición. 2001

© A d e la C o rtin a y Em ilio M artínez Navarro, 1996, 1998,2001


© E d ic io n e s Akal.S.A ., 1996, 1998,2001
Sector Foresta, I
28760 Tres Cantos
M adrid - España
Teléf.: 806 19 96
Fax: 804 40 28
ISBN: 84-460-0674-X
D e pósito legal: M -I4 .4 I4 -2 0 0 I
Im preso en M aterP rint, S. L,
Colm enar Viejo (Madrid)
El á m b it o de la
filosofía p ráctica

1.1. LA É T IC A C O M O FILO SO FÍA M O R A L

E ste lib ro tr a ta de la E t ic a e n te n d id a co m o a q u e lla p a rte de la


F ilo s o fía q u e se d e d ica a la r e fle x ió n sobre la m o ra l. C o m o p a rte d e la
F ilo s o fía , la É t ic a es un tip o de sab er que in t e n t a c o n str u irse r a c io n a l ­
m e n te , u tiliz a n d o para e llo el rigor c o n c e p tu a l y los m éto d os de a n á lisis
y e x p lic a c ió n propios de la F ilo so fía . C o m o r e fle x ió n so b r e las c u estio n es
m o r a le s , la É t ic a p re te n d e d esplegar los c o n c e p to s y los arg u m en to s que
p e rm ita n c o m p re n d e r la d im e n sió n m oral de la p e rso n a h u m a n a e n
c u a n to ta l d im e n sió n m o ral, es d e c ir, sin re d u c irla a sus c o m p o n e n te s
p s ic o ló g ic o s, s o c io ló g ic o s, e co n ó m ico s o de cu a lq u ie r o tro tip o (a u n q u e ,
p or supu esto, la É tic a n o ign o ra que tales fa c to re s c o n d ic io n a n de h e c h o
e l m u nd o m o ra l).
U n a vez d esp leg ad o s los c o n c e p to s y a rg u m en to s p e r tin e n te s , se
puede d e c ir que la É tic a , la F ilo so fía m o ral, h ab rá co n seg u id o d a r ra z ó n
d el fe n ó m e n o m o ra l, dar c u e n ta racion alm ente de la d im e n sió n m o ra l
h u m an a, de m odo que habrem o s cre cid o en saber a c e rc a de n o so tro s m is­
m os, y, por ta n to , h a b rem o s a lca n z a d o un m ayor grado de lib e rta d . En
d e fin itiv a , filo so fam o s para e n c o n tra r se n tid o a lo que som os y h a ce m o s;
y b u scam o s se n tid o para c o lm a r n u estras an sias de lib e rta d , dado q u e la
fa lta d e se n tid o la e x p e rim e n ta m o s co m o c ie r to tip o de e scla v itu d .

I . I . I . La Ética es indirectam ente normativa


D esde sus o ríg en es e n tre los filó so fos de la an tig u a G r e c ia , la E tic a es
un tip o de sa b er n o rm a tiv o , e sto es, un sa b er que p re te n d e o rie n ta r las
a c c io n e s de los seres h u m an o s. T a m b ié n la m o ral es un sab er que o fre c e
o rie n ta c io n e s para la a c c ió n , p ero m ie n tras e sta ú ltim a p ro p o n e a c c io n e s
c o n c r e ta s en casos c o n c r e to s , la E tic a -c o m o F ilo so fía m o r a l- se re m o n ­
ta a la re fle x ió n sobre las d istin ta s m orales y sobre los d istin to s m odos de
ju s tific a r r a c io n a lm e n te la vid a m oral, de m od o que su m an era de o r ie n ­
ta r la a c c ió n es in d ire c ta : a lo sum o puede señ alar qué c o n c e p c ió n m oral
es más ra z o n a b le p ara q u e, a p a rtir de e lla , pod am os o r ie n ta r n u e stro s
c o m p o rta m ie n to s.
P or ta n to , e n p rin c ip io , la F ilo so fía m o ral o E tic a n o tie n e por qué
te n e r una in c id e n c ia in m e d ia ta e n la vida c o tid ia n a , dado que su o b je t i ­
vo ú ltim o es el de e s c la re c er re flex iv a m en te el c a m p o de lo m oral. P ero sem e­
ja n t e e sc la re c im ie n to sí puede servir de m odo in d ire c to com o o rie n ta c ió n
m o ral para q u ie n e s p re te n d a n o b ra r ra c io n a lm e n te e n el c o n ju n to de la
vida e n te ra .
[P o r e je m p lo : su p o n g a m o s q u e a lg u ie n n o s p id e q ue e la b o re m o s u n « ju ic io
é t i c o » so b re el p r o b le m a d e l p a ro , o so b re la g u erra , o s o b r e e l a b o r t o , o
so b re c u a lq u ie r o tr a c u e s tió n m o ra l de las q u e e stá n e n d isc u s ió n e n n u e s tra
s o c ie d a d ; p a ra em p ezar, te n d ría m o s q u e a c la r a r q u e e n re a lid a d se n o s e stá
p id ie n d o u n j u i c i o m o r a l, es d e c ir , u n a o p in ió n s u f ic ie n t e m e n t e m e d ita d a
a c e r c a de la b o n d a d o m a lic ia de las i n t e n c io n e s , a c to s y c o n s e c u e n c ia s qu e
e s tá n im p lic a d o s e n c a d a u n o d e eso s p ro b le m a s. A c o n t i n u a c i ó n , d e b e r ía ­
m os a c la r a r q u e u n ju i c i o m o ra l se h a c e sie m p re a p a rtir de a lg u n a c o n c e p ­
c i ó n m o ra l d e te r m in a d a , y u n a vez q u e h a y a m o s a n u n c ia d o c u á l d e e lla s
c o n s id e r a m o s v á lid a , p o d e m o s p ro c e d e r a fo rm u la r, d esd e e l l a , e l ju i c i o
m o ra l q u e n o s r e c la m a b a n . P a ra h a c e r u n ju i c i o m o ra l c o r r e c t o a c e r c a de
a lg u n o de lo s a s u n to s m o ra le s c o tid ia n o s n o es p r e c is o se r e x p e r t o en
F ilo s o fía m o ra l. B a s ta c o n te n e r c ie r t a h a b ilid a d de r a c io c in io , c o n o c e r los
p r in c ip io s b á s ic o s d e la d o c tr in a m o ra l q u e c o n s id e r a m o s v á lid a , y e s ta r
in fo rm a d o s d e lo s p o rm e n o re s d e l a su n to en c u e s tió n . S i n em b a rg o , e l ju ic io
é t ic o p r o p ia m e n te d ic h o s e r ía e l q u e n o s c o n d u jo a a c e p t a r c o m o v á lid a
a q u e lla c o n c e p c i ó n m o ra l q u e n o s s irv ió de r e f e r e n c ia p ara n u e s tr o ju i c i o
m o ra l a n te r io r . E se ju ic io é t ic o e sta rá c o r r e c ta m e n te fo rm u la d o si es la c o n ­
c lu s ió n de u n a se rie de a rg u m e n to s filo s ó fic o s , s ó lid a m e n te c o n s tru id o s , q ue
m u e s tre n b u e n a s ra z o n es p a ra p re fe rir la d o c tr in a m o ra l e sc o g id a . E n g e n e ­
ra l, t a l ju i c i o é t i c o e s tá al a l c a n c e d e los e s p e c ia lis ta s e n F ilo s o fía m o ra l,
p ero a v e c e s ta m b ié n p u ed e m a n ife s ta r s e c o n c ie r t o g rad o d e c a lid a d e n tr e
las p e rso n a s q u e c u ltiv a n la a fic ió n a p e n sa r, s ie m p re q u e h a y a n h e c h o el
esfu erzo de p e n sa r los p ro b le m a s « h a sta el fin a l» .]

1.1.2 Los saberes prácticos


Para com p ren d er m e jo r qué tip o de saber co n stitu y e la E tic a h em os de
recordar la d is tin ció n a risto té lic a en tre los saberes teóricos, p o iético s y p r á c ­
ticos. Los saberes te ó rico s (d el griego theorein : ver, co n te m p la r) se ocu p an
de averiguar qué son las cosas, qué ocu rre de h e c h o en el m undo y cuáles
son las causas o b je tiv a s de los aco n te cim ie n to s. S o n saberes descriptivos: nos

10
m u estran lo que hay, lo que es, lo que sucede. Las d istin tas c ie n c ia s de la
natu raleza (F ísica , Q u ím ica, B io lo g ía, A stro n o m ía, e tc .) son saberes t e ó r i­
cos e n la m edida en que lo que buscan es, sen cilla m e n te , m ostrarnos có m o
es el m undo. A ristó te le s d ecía que los saberes teó rico s versan sobre «lo que
n o puede ser de o tra m an era», es d ecir, lo que es así porque así lo e n c o n ­
tram os en el m undo, no porque lo hay a dispuesto nu estra volu ntad : el sol
c a lie n ta , los anim ales respiran, el agua se evapora, las plantas cre ce n ... to d o
eso es así y n o lo podem os cam b iar a c a p rich o n u estro; podem os tratar de
im ped ir que una cosa c o n cre ta sea ca le n ta d a por el sol u tilizando para e llo
cu alesqu iera medios que tengam os a nuestro a lca n ce , pero que el sol c a lie n ­
te o no c a lie n te no depende de nuestra voluntad : p erten ece al tipo de cosas
que « n o pueden ser de o tra m an era».
E n ca m b io , los saberes p o ié tico s y p rá ctico s versan , según A ristó te le s ,
sobre «lo que puede ser de o tra m an e ra», es d ecir, sobre lo que p od em os
c o n tro la r a volu ntad . Los saberes p o ié tico s (d el griego p o iein : h acer, fa b r i­
car, p ro d u cir) son aqu éllos que nos sirv en de guía para la e la b o ra c ió n de
algún p rod ucto, de alguna obra, ya sea algún a rte facto útil (co m o co n stru ir
u n a rueda o te je r una m a n ta ) o sim p le m e n te un o b je to b e llo (c o m o u n a
e scu ltu ra, una p in tu ra o un p o em a). Las té c n ic a s y las artes son saberes de
ese tip o . L o que hoy llam am os « te cn o lo g ía s» son igu alm en te saberes que
a b a rca n ta n to la m era té c n ic a -b a s a d a en c o n o c im ie n to s te ó r ic o s - co m o
la p ro d u c c ió n a rtís tic a . Los saberes p o ié tic o s , a d ife re n c ia de los sab eres
te ó ric o s , n o d e sc rib e n lo que hay, sin o que tra ta n de e sta b le c e r n o rm as,
c á n o n e s y o rie n ta c io n e s sobre cóm o se d eb e a ctu a r para co n seg u ir el fin
d esead o (es d ecir, una rueda o u n a m an ta b ie n h e c h a s , u n a e sc u ltu ra , o
p in tu ra , o p oem a b e llo s ). Los saberes p o ié tic o s son n o rm a tiv o s, p ero no
p re te n d e n serv ir de re fe re n c ia para to d a n u e stra v id a, sin o ú n ic a m e n te
para la o b te n c ió n de c ie rto s resultados que se supone que buscam os.
E n c a m b io , los saberes p rá c tico s (d el griego p ra x is: q u e h a ce r, ta re a ,
n e g o c io ), que ta m b ié n son n o rm a tiv o s, son aq u éllo s que tra ta n de o r ie n ­
ta rn o s sobre qué d ebem os h a c e r para c o n d u cir n u estra vida de un m od o
b u e n o y ju s to , có m o d ebem os actu ar, qué d e c isió n es la más c o r r e c ta en
cad a ca so c o n c r e to para que la propia vida sea bu en a e n su c o n ju n to .
T ra ta n sobre lo que d ebe hab er, sobre lo que d eb e ría ser (aun que to d a v ía
n o s e a ), sobre lo que sería b u en o que su ced iera (c o n fo rm e a algu na c o n ­
c e p c ió n d el b ie n h u m a n o ). In te n ta n m o strarn o s có m o obrar b ie n , có m o
c o n d u cirn o s ad ecu ad am en te en el c o n ju n to de n u estra vida.
E n la c la sific a ció n aristo télica, los saberes p rácticos se agrupaban b a jo el
ró tu lo de « filo so fía p rá c tic a » , ró tu lo que ab arcab a no sólo la E tic a (s a b e r
p rá c tic o e n ca m in a d o a o rie n ta r la to m a de d ecisio n e s prudentes que n os
con d u zcan a conseguir u n a vida b u e n a ), sin o tam b ién la E co n o m ía 1 (saber
p rá c tico encargad o de la bu en a ad m in istració n de los b ien es de la casa y de
la ciu d ad ) y la P o lític a (sab er p rá c tic o que tie n e por o b je to el bu en go­
b iern o de la polis):

C L A S IF IC A C IÓ N A R IS T O T É L IC A DE LOS SABERES

te ó r ic o s (d escrip tiv o s): p o ié tic o s o p ro d u c tiv o s p r á c tic o s (n o rm a tiv o s


• cien cia s d e la n atu raleza. (n o rm a tiv o s p ara un fin para la vida en su
c o n c r e t o o b je tiv a d o ): c o n ju n to ): F ilo so fía
• la té c n ic a , p rá c tic a , e s d ecir,
• las b ella s a r te s . • É tica,
• E c o n o m ía y
• P olítica.

A h o ra b ien , la c la sific a ció n aristo té lica que acabam os de e x p o n er puede


ser co m p le ta d a c o n algu nas c o n sid e ra cio n e s e n to rn o al á m b ito de la
F ilo so fía p rá c tic a que, a n u e stro ju ic io , son n e c e sa ria s para e n te n d e r el
a lc a n c e y los lím ites d el saber p ráctico :
I a ) N o cab e duda de que la E tic a , e n ten d id a al m odo a risto té lic o com o
sab er o rie n ta d o al e sc la re c im ie n to de la vida bu en a, c o n la m irada
pu esta e n la re a liz a c ió n de la fe licid a d in d iv id u al y c o m u n ita ria ,
sigue form an d o p arte de la F ilo so fía p rá c tic a , au n q u e, co m o v e r e ­
mos, la cu estió n de la felicid ad ha dejado de ser el c en tro de la re fle ­
x ió n para m uchas de las teorías éticas m odernas, cuya p reo cu p ación
se c e n tr a más b ie n e n el c o n c e p to de ju stic ia . S i la p reg u n ta é tic a
para A ristó te le s era «¿qué virtudes m orales h em os de p ra c tica r para
lograr una vida feliz, tan to individual com o com u n itariam en te?», en

1 E n la act u al id ad , m u c h o s e c o n o m is t a s di st in gue n e n t r e la « E c o n o m í a n o r m a t i v a » y la
« E c o n o m í a p o si tiv a »: m i en tr a s qu e la primera in cluye o r i e n t a c i o n e s para la to m a de d e c i ­
si on es sobre la base de ci e rt a s o p c i o n e s mor al es que la propia E c o n o m í a n o puede jus tificar,
la segunda trata de limitarse a la pura y simple de scr ip ci ón de los h e c h o s e c o n ó m i c o s (véa se
S a m u e l s o n , P. A . y Nor dha us, W. D., E c o n o m ía , Madrid, M c G r a w - H i ll , 1 9 9 3 , 1 4 a e d ic ió n , p.
1 1 ) . N o c a b e duda de que la llam ada « E c o n o m í a n o r m a ti v a » es e n realidad un c a p í tu l o de
la E t i c a , c o n c r e t a m e n t e un as u n to de « E ti c a a p li ca d a» , a saber, el c a p í tu l o que tr a ta de la
c u e s t i ó n de qu é val or es h a n de ser fo m e n ta d o s c o n los recursos dis po n ib le s y de c ó m o ha n
de di spo ner se las estr uctura s e c o n ó m i c a s para servir a los i nt er ese s gene rale s.

12
I

la M o d ern id ad , en cam b io , la p reg u n ta é tic a sería más b ie n e sta


o tra : «¿qué d eberes m orales básico s d eb e ría n regir la vida de lo s
h om bres para que sea p osible u n a c o n v iv e n c ia ju sta , en paz y e n
lib ertad , dado el pluralism o e x iste n te e n cu an to a los m odos de ser
feliz?».
2~) La Filosofía p o lítica sigue form ando parte de la Filosofía p ráctica por
d ere ch o propio. Sus preguntas p rin cip ales se refie re n a la le g itim i­
dad d el pod er p o lític o y a los c rite rio s que nos p u dieran o rie n ta r
para el d iseño de m odelos de o rg an izació n p o lític a cada vez « m e jo ­
res» (e sto es: m o ralm en te deseables y té c n ic a m e n te v iab les).
3 a ) L a F ilo s o fía d el D e re c h o se h a d esa rro lla d o e n o rm e m e n te e n lo s
sig lo s p o s te rio re s a A r is tó te le s , h a s ta el p u n to de q u e p o d em os
c o n s id e r a rla co m o u n a d is c ip lin a d el á m b ito p r á c tic o r e la t iv a ­
m e n te in d e p e n d ie n te de la E tic a y de la F ilo s o fía p o lític a . S u
in te ré s p rim o rd ial es la r e fle x ió n so b re las c u e stio n e s r e la c io n a ­
das c o n las norm as ju ríd ica s: las c o n d ic io n e s de validez de las m is ­
m as, la p o sib ilid a d de siste m a tiz a rla s fo rm a n d o un c ó d ig o c o h e ­
re n te , e tc .
4 S ) A las d iscip lin a s re c ié n m e n cio n a d a s (É tic a , F ilo so fía ju ríd ic a ,
F ilo so fía p o lític a ) hoy h a b ría que añadir, a nu estro ju ic io , la r e f le ­
x ió n filo só fica sobre la religión . A pesar de que todavía se sigue c l a ­
sifican d o a la F ilo so fía de la R e lig ió n com o una parte de la filo s o ­
fía te ó ric a o esp ecu lativ a, creem os que e x iste n buenas razones p ara
que el fe n ó m e n o relig io so sea analizado desde la p ersp ectiv a p rá c ­
tic a e n lugar de h a c e rlo desde la p e rsp e ctiv a te ó ric a . E n e fe c to ,
hu bo un tiem p o en que la e x is te n c ia de Dios era un tem a de in v e s ­
tig a ció n « c ie n tífic a » : era cu estió n de averiguar si en el c o n ju n to de
lo real se e n c u e n tra «el S e r S u p rem o », y en caso afirm ativ o i n t e n ­
ta r indagar sus propiedades esp ecíficas. S in em bargo, a p artir de la
M o d e rn id ad , y e sp e c ia lm e n te a p a rtir de K a n t, la c u e s tió n d e la
e x is te n c ia de D ios h a d ejado de ser una c u e stió n propia del á m b ito
« c ie n tífic o » para pasar a ser una c u e stió n de «fe ra c io n a l» que se
ju s tific a a p a rtir de argum en tos e x c lu siv a m e n te m orales. En c u a l­
qu ier caso , la tom a de p o sició n an te la e x is te n c ia de D ios, sea para
afirm arla, sea para neg arla, o sea para suspender el ju ic io a c e r c a de
e lla , se p la n te a hoy en día m u ch o más com o una c u e stió n v in c u la ­
da a lo m o ral, al problem a de la in ju s tic ia y d el su frim ien to h u m a ­
n o , que al p rob lem a de la e x p lic a c ió n del origen d el m undo (a u n ­
que tod av ía hay personas em peñadas e n c o n tin u a r esta últim a lín e a
de in v e stig a c ió n ).

13
Á M B IT O S DE LA F IL O S O F ÍA P R Á C T IC A
EN N U E S T R O S D ÍA S

ÉTICA O F IL O S O F ÍA F IL O S O F ÍA D EL F IL O S O F ÍA D E
FILOSOFÍA M ORAL P O L ÍT IC A D ERECH O LA R E L IG IÓ N
(In clu ye e le m e n to s (En p e rs p e c tiv a
d e E c o n o m ía é tic a )
N o rm a tiv a )

1.2. EL T É R M IN O «M O R A L » A Q U Í Y A H O R A

El térm in o «m oral» se utiliza hoy en día de muy diversas m aneras, según


los c o n te x to s de que se trate. E sta m u ltip licid ad de usos da lugar a m uchos
m alen ten d id o s que aq u í in te n tare m o s e v itar exam in an d o los usos más fre ­
c u e n te s y e sta b le c ie n d o las d is tin c io n e s que creem o s p e rtin e n te s . Para
empezar, o bsérvese que la p alab ra «m oral» se utiliza unas v eces com o sus­
ta n tiv o y otras com o ad je tiv o , y que am bos usos e n cie rra n , a su vez, d is tin ­
tas s ig n ifica cio n e s según los c o n te x to s.

1.2.1. El térm ino «m oral» com o sustantivo


A) S e usa a v eces co m o su sta n tiv o (« la m o ral», c o n m inú scu la y a r t í­
c u lo d e te rm in a d o ), p ara referirse a un c o n ju n to de p rin c ip io s, p re ce p to s,
m an d ato s, p ro h ib icio n e s , perm isos, p atro n es de c o n d u cta , v alo res e id e a ­
les de v id a b u en a que e n su c o n ju n to co n fo rm a n un siste m a más o m enos
c o h e re n te , p ropio de un c o le c tiv o hu m an o c o n c r e to e n una d eterm in ad a
é p o ca h is tó ric a . E n este uso d el té rm in o , la m oral es un sistem a de c o n t e ­
n id o s que re fle ja una d e te rm in a d a fo r m a d e v id a. T al m odo de v id a no
su ele c o in c id ir to ta lm e n te c o n las c o n v ic c io n e s y h á b ito s de todos y cada
u n o de los m iem bros de la socied ad tom ad os aisla d a m e n te . P or e je m p lo ,
d e c ir que los rom anos de la ép o ca de la R e p ú b lic a eran personas la b o rio ­
sas, austeras y co m b ativ as, n o s ig n ifica que no h u b ie ra e n tre ello s algunos
que n o m e re c ie ra n se m e ja n te s c a lific a tiv o s m o rales, y sin em bargo tie n e
sen tid o m a n te n e r esa d escrip ció n gen eral com o síntesis de un m odo de ser
y de v iv ir que c o n tr a s ta c o n el de o tro s p u eblos y c o n lo que fu e ro n los
p ro p io s ro m an o s más tard e, d igam os, en el b a jo im p erio . L a m o ral es,
pues, e n e sta a c e p c ió n d el té rm in o , un d eterm in ad o modelo id ea l de b u en a
c o n d u c ta so c ia lm e n te e s t a b le c id o , y co m o ta l, puede ser estu d iad o por la
S o c io lo g ía , la H isto ria, la A n tro p o lo g ía S o c ia l y dem ás C ie n c ia s S o cia le s .
S in em bargo, estas d iscip lin as ad optan un en fo q u e n e ta m e n te e m p írico , y
por l o ta n to e s ta b le c e n un tip o de sab er que h em os llam ad o « te ó r ic o » ,
m ie n tra s que la É tic a p reten d e o rie n ta r la a c c ió n h u m an a (au n qu e sea de
un m od o in d ir e c to ), y e n c o n s e c u e n c ia le co rre sp o n d e e sta r e n tre los
saberes p rá c tico s.
B ) T a m b ié n com o su stan tiv o , el térm in o «m oral» puede ser usado para
h a c e r re fe re n c ia al cód igo de co n d u cta personal de algu ien , com o cu an d o
decim os que «Fu lano posee una m oral muy estricta» o que «M engan o c a r e ­
ce de m o ra l» ; h ab lam o s e n to n c e s del cód igo m oral que gu ía los a cto s de
una persona c o n c r e ta a lo largo de su vida; se trata de un c o n ju n to de c o n ­
v ic c io n e s y pautas de c o n d u cta que su elen co n fo rm a r un sistem a m ás o
m enos c o h e re n te y sirve de base para los ju icio s m orales que cada cual h a c e
sobre (os dem ás y sobre sí m ism o. Esos ju icio s, cuand o se e m ite n en c o n d i­
cio n e s óptim as de su ficie n te in fo rm ació n , serenidad, lib ertad , e tc ., son lla ­
mados a v eces « ju ic io s p ond erad os». Tales co n te n id o s m orales c o n c r e to s ,
p e rso n a lm e n te asum idos, son una sín tesis de dos elem en to s:
a) el p atrim o n io m oral d el grupo social al que uno p e rte n e ce , y
b ) la propia e la b o ra ció n perso n al sobre la base de lo que uno h a h e r e ­
dado d el grupo; tal e la b o ra ció n perso n al está c o n d ic io n a d a por c i r ­
c u n s ta n c ia s d iversas, tales co m o la edad, las c o n d ic io n e s s o c io e c o ­
n ó m ic a s, la b io g rafía fam iliar, el te m p e ra m e n to , la h ab ilid ad p ara
razonar co rre cta m e n te , e tc.
A u n q u e lo típ ic o es que la m ayor parte de los c o n te n id o s m orales d el
cód igo m oral personal c o in c id a c o n ¡os del código m oral so cial, no es fo r­
zoso que sea así. D e h e c h o , los grandes reform adores m orales de la h u m a ­
nid ad, tales co m o C o n fu c io , Buda, S ó cra te s o Je su cristo , fu eron en c ie r ta
m edida rebeld es al cód igo m oral v ig en te en su m undo social.
T a n to la m o ra l s o c ia lm e n te e s ta b le c id a co m o la m o ral p e rso n al so n
re alid ad e s que c o rre sp o n d e n a lo que A ra n g u re n lla m ó «m o ral v iv id a »
para co n tra p o n e rla s a la «m oral p ensad a», de la que h ab lare m o s a c o n t i ­
n u a ció n .
C ) A m en u d o se usa ta m b ié n el té rm in o « M o ra l» co m o s u s ta n tiv o ,
p ero e sta vez c o n m ay ú scu la, para re fe rirse a una « c ie n c ia que tra ta d el
b ie n e n g e n eral, y de las a c cio n e s hu m anas e n ord en a su bondad o m a li­
c ia » 2. A h o ra b ien , esta supuesta « c ie n c ia d el b ien en g en eral», en rigor n o
e x is te . L o que e x iste es u n a variedad de d o ctrin as m orales (« m o ra l c a t ó l i ­
c a » , «m oral p ro te s ta n te » , «m oral c o m u n ista » , «m oral an arq u ista», e t c .) y
una d is cip lin a filo só fic a , la F ilo so fía m oral o É tic a , que a su vez c o n tie n e

’ D ic cio n a r io d e la L en g u a Española de la R e a l A c a d e m i a , 2 1 a ed i ci ó n , p. 1 .4 0 0 .

15
u n a v aried ad de teo rías é ticas d ife re n te s, e in clu so con trap u estas e n tre sí
( « é t ic a s o c r á tic a » , « é tic a a r is to té lic a » , « é tic a k a n tia n a » , e t c ) . En tod o
c aso , ta n to las d o ctrin a s m orales com o las teo rías é tic a s serían m odos de
e x p re sa r lo que A ra n g u re n llam a «m o ral p en sad a», fre n te a los cód ig o s
m o rales p e rso n a le s y so c ia le s re a lm e n te asum idos por las p erso n as, que
c o n s titu ir ía n la «m o ral v iv id a » . H em os de in sistir e n la d is tin c ió n en tre
los dos n iv e le s lógico s que re p rese n ta n las d o ctrin a s m orales y las teo rías
é tic a s : m ie n tras que las prim eras tra ta n de sistem atizar un c o n ju n to c o n ­
c re to de p rin cip io s, norm as, p recep to s y v alores, las segundas co n stitu y e n
un in te n to de dar razón de un h e c h o : e l h e c h o de que los seres hu m an o s
se rigen por cód igos m orales, el h e c h o de que hay m oral, h e c h o que n o so ­
tros e n a d e la n te vam os a d en o m in ar «el h e c h o de la m oralid ad ». E sta d is­
tin c ió n n o im pid e q u e, a la h o ra de e la b o ra r una d ete rm in a d a d o c trin a
m o ral, se u tilic e n e lem e n to s tom ad os de las teo rías é tic a s, y v ice v ersa. En
e fe c to , las d o ctrin as m orales su elen con stru irse m ed ian te la c o n ju n c ió n de
e le m e n to s tom ad os de d is tin ta s fu e n te s; las más s ig n ific a tiv a s de estas
fu e n te s son:
1) las trad icio n es an ce strale s a c e rca de lo que está b ien y de lo que está
m al, transm itid as de g e n era ció n e n g e n eració n ,
2 ) las co n fesio n es religiosas, c o n su co rresp on d ien te c o n ju n to de c r e e n ­
cias y las in te rp re ta cio n es dadas por los d irig en tes religiosos a d ichas
c re e n cia s,
y 3 ) los sistem as filosó fico s (c o n su co rresp o n d ien te A n tro p o lo g ía filo s ó ­
fica , su É tic a y su F iloso fía so cial y p o lític a ) de m ayor é x ito e n tre los
in te le c tu a le s y la p o b lació n .
A l in te r v e n ir el te rc e ro de los in g re d ie n te s señ alad os, n o es de e x t r a ­
ñ a r que las d o ctrin a s m orales pu ed an a v e ce s co n fu n d irse c o n las te o ría s
é tic a s , p ero e n rigor ló g ico y a c a d é m ic o d eb e ría h a ce rse un esfuerzo para
n o c o n fu n d ir los dos p la n o s de r e fle x ió n : las d o c trin a s m o ra le s p e rm a ­
n e c e n e n el p la n o de las m orales c o n c r e ta s (le n g u a je -o b je t o ) , m ie n tra s
q u e las teo rías é tic a s p re te n d e n re m o n ta r la re fle x ió n h a sta el p lan o filo ­
s ó fic o (m e ta le n g u a je que tie n e a las m o rales c o n c r e ta s co m o le n g u a je -
o b je t o ) .
D) E x iste un uso muy h isp án ico de la palabra «m oral» com o su stan tiv o
que nos p arece e x tra o rd in a ria m e n te im p o rtan te para com p ren d er la vida
m oral: nos referim os a exp resiones com o «te n e r la m oral muy a lta » , «estar
a lto de m o ral», y otras sem e ja n te s. A q u í la m oral es sin ó n im o de «buen a
d isp o sic ió n de á n im o » , « te n e r fuerzas, c o ra je o arrestos su ficie n te s para
h a c e r fren te - c o n altura h u m a n a - a los retos que nos p lan tea la v id a». Esta
a c e p c ió n tie n e una h o n d a s ig n ific a c ió n filo só fic a , tal co m o m u estran
O rte g a y A ran g u re n ’. Desde e sta perspectiva, la m oral n o es sólo un saber,
n i un deber, sin o sobre todo u n a actitu d y un ca rá cter, una d isp osición de la
persona e n te ra que abarca lo cog n itiv o y lo em o tiv o, las creen cias y los s e n ­
tim ie n to s, la razón y la pasión, e n d efin itiv a, u n a disposición d e á n im o ( in d i-
vidu al o co m u n itaria ) q u e surge del ca rá cter qu e se h a y a fo r ja d o p rev ia m en te.
E) O abe la posibilidad, por últim o, de que u tilicem o s el térm ino «m oral»
com o su stan tiv o en género neutro: «lo m oral». De este modo nos estarem os
refirien d o a una d im ensión de la vida hum ana: la d im ensión m oral, es decir,
esa fa c e ta com partid a por todos que con siste e n la necesidad in e v itab le de
tom ar d ecisio n es y llevar a cab o accio n es de las que tenem os que responder
an te noso tro s m ism os y an te los demás, necesidad que nos impulsa a buscar
o rie n tacio n e s e n los valores, principios y preceptos que con stitu y en la m oral
en el sen tid o que hem os expu esto an terio rm en te (acep cio n es A y B ).

A) M o d e lo d e c o n d u c ta s o c ia lm e n te e s ta b le c id o
en una s o c ie d a d c o n c r e ta (« la m o ra l v ig e n te » ).

’ B) C o n ju n to d e c o n v ic c io n e s m o ra le s p e r so n a le s
(« F u la n o p o s e e una m o ra l muy rígid a»).

C ) T ra ta d o s sis te m á tic o s C . l ) D o c tr in a s m o ra le s
s o b r e las c u e s tio n e s c o n c r e ta s (« M o ra l
m o ra le s (« M o r a l» ): c a tó lic a » , e t c .)
U S O S DE
C .2 ) T eo rías é tic a s («M oral
«M O R A L»
a ris to té lic a » , e tc .,
COMO
aun que lo c o r r e c t o
S U S T A N T IV O
se ría más bien « é tic a
a risto té lic a » , e tc.)

D ) D is p o s ic ió n d e á n im o p ro d u cid a p o r el c a r á c t e r y
a c titu d e s ad q u irid o s p o r una p e r s o n a o g ru p o
( « e s ta r a lto de m o ra l» , e t c .)

E) D im e n sió n de la vida h u m ana p o r la cual n o s v e m o s


o b lig a d o s a to m a r d e c isio n e s y a d ar razó n d e ellas
(« lo m o ra l» ).

' J. O r t e g a y G a s s e t , «P o r qué he esc rito E l h om b re a la d e fe n s iv a », en Obras Completas,


M ad ri d , R e v i s t a de O c c i d e n t e , IV, 1 9 4 7 , 72 ; J . L . L . A r a n g u r e n , E tic a , Ma d rid , R e v i s t a de
O c c i d e n t e , 1 9 5 8 , p. 81.
1.2.2. El térm in o «m oral» com o adjetivo
H asta aquí hem os v enid o utilizando una serie de expresiones en las que
e l té rm in o «m oral» ap arece co m o a d je tiv o : «F ilo so fía m o ra l» , «cód igo
m oral», «p rincip ios m orales», «d o ctrinas m orales», e tc . La m ayor parte de
las exp re sio n e s en que ap arece este a d je tiv o tie n e n re la ció n c o n la E tic a ,
pero algunas no: por e j., cuando decim os que tenem os «certeza m oral» a c er­
c a de algo, n o rm alm en te querem os d ecir que creem os firm e m en te en ello ,
aunque no teng am os pruebas que lo pu dieran co n firm ar o d esm e n tir; este
uso del ad jetiv o «m oral» es, en p rincipio, aje n o a la m oralidad, y se sitúa en
un ám b ito m eram en te p sico lóg ico . S in em bargo, en las dem ás expresiones
citad as y en otras m uchas que com entarem os más ad elan te («v irtu d m oral»,
«valores m orales», e tc .) hay una referen cia co n sta n te a esa d im en sió n de la
vida h u m ana que llam am os «la m oralidad». Pero, ¿en qué con siste e x a c ta ­
m en te sem e jan te d im ensión hum ana? ¿qué rasgos d istingu en lo m oral de lo
ju ríd ico o de lo religioso? Estas cuestiones serán desarrolladas en d etalle más
ad elan te . A q u í sólo vamos a apuntar brev em en te dos significados muy d is­
tin to s que puede adoptar el térm in o «m oral» usado com o ad jetiv o .
E n p rin c ip io , y sig u iend o a J . H ie rro , podem os d ecir que e l a d je tiv o
«m oral» tie n e sen tid os d istin to s:
A ) «M oral» com o opuesto a «inm oral». Por e j., se dice que tal o cual com ­
p o rta m ie n to h a sido inm oral, m ientras que tal otro es un co m p o rtam ie n to
realm en te m oral. En este sen tid o es usado com o térm ino valorativ o, porque
significa que una determ inada con du cta es aprobada o reprobada; aquí se está
utilizando «m oral» e «inm oral» com o sin ón im o de m oralm ente «correcto » e
« in c o rre c to » . Este uso presupone la e x iste n cia de algún cód igo m oral que
sirve de referen cia para em itir el corresp on d iente ju ic io m oral. A sí, por e j.,
se puede e m itir el ju ic io «la venganza es inm oral» y com prend er que sem e­
ja n t e ju ic io presupone la ad o p ció n de algún código m oral c o n c r e to para el
que esta afirm ación es válida, m ientras que otros códigos m orales -d ig am o s
los que acep tan la Ley del T a lió n -, no acep tarían la validez de ese ju icio .
B ) « M o ra l» com o o p u esto a «am o ral». P or e j., la c o n d u c ta de los a n i­
m ales es am oral, esto es, n o tie n e re la ció n algu na c o n la m oralid ad , pues­
to que se su p o n e que los a n im a le s no son resp o n sab les de sus a c to s .
M en o s aún los v e g e ta le s, los m in erales, o los astro s. E n ca m b io , los seres
h u m a n o s que h a n a lcan zad o un d esa rro llo c o m p le to , y e n la m ed id a en
que se les pueda co n sid e ra r «d ueños de sus a c to s » , tie n e n u n a c o n d u cta
m oral. Los térm in o s «m oral» y «am o ral», así en ten d id o s, n o ev alú an , sino
que d e s c rib e n una situ a c ió n : e xp resan que una c o n d u cta es, o n o es, sus­
c e p tib le de c a lific a c ió n m o ral p orqu e re ú n e , o n o re ú n e , los re q u isito s
in d isp en sab les para ser p u esta e n re la ció n c o n las o r ie n ta c io n e s m orales
(n o rm a s, v alo res, c o n se jo s , e t c .) . La E tic a tie n e que d ilu cid ar cuáles so n
c o n c r e ta m e n te esos req u isito s o c rite rio s que reg u lan el uso d e s c rip tiv o
d el té rm in o «m o ralid ad ». E sta es una de sus tareas p rin cip a le s, y de e lla
h a b la re m o s e n las páginas sig u ien tes. S in duda e sta segunda a c e p c ió n d e
« m o ra l» co m o a d je tiv o es m ás b ásica que la p rim era, p u esto que s ó lo
puede ser c a lific a d o com o «in m o ral» o com o «m oral» e n el p rim er s e n t i ­
do a q u e llo que se pueda co n sid erar com o «m oral» e n el segundo s e n tid o .

U so s a je n o s a la Ética: « c e r t e z a m o ra l» , e tc .
U SO S DE
A) « m o r a l» fr e n te a
«M O RAL»
« in m o ra l»
COMO U so s q u e in te re sa n ----------------------------------
A D JE T IV O a la É tica B) « m o r a l» fr e n te a
« a m o ra l»

1.3. EL T É R M IN O « M O R A L ID A D »

A ) A u n q u e el térm in o «m oralidad» se utiliza a m enudo com o re fe re n te


de algún cód igo m oral c o n cre to (por e j., cuand o se usan exp resiones co m o
«dudo de la m oralidad de tus actos» o «Fu lano es un defensor de la m o ra li­
dad y las buenas co stu m b res»), este térm in o tam b ién es utilizado co n o tro s
sen tid o s d iferen tes, de los cuales vam os d estacar otros dos:
B ) P or u n a p arte , se d istin gu e «m oralid ad » fre n te a o tro s fe n ó m e n o s
h u m an os co m o «leg alid ad », «relig io sid ad », e tc . En m u ch os c o n te x to s se
usa el térm in o «m oralidad» para d en otar esa d im en sió n de la vida h u m an a
a la que más arrib a n os h em os referid o co m o «lo m o ral»: se tra ta de esa
fo r m a co m ú n a las diversas m orales co n cretas que nos perm ite re co n o ce rla s
com o tales a pesar de la h etero g en eid ad de sus co n ten id os resp ectiv o s. E n
este sen tid o , «m oralidad» sería sin ón im o de «vida m oral» en general.
M orales h a habid o m uchas a lo largo de la h isto ria , y hoy en día es e v i ­
d e n te la e x is te n c ia de una pluralidad de form as de vida y de cód igos d is ­
tin to s c o e x istie n d o - n o siem pre c o n v iv ie n d o - en el sen o de nuestras c o m ­
p lejas socied ad es m od ernas. S in em bargo, pese a la d iversid ad de
c o n te n id o s, puede rastrearse lo m oral o la m oralid ad en una serie de rasgos
com u n es a las d istin tas propuestas m orales. ¿Qué rasgos son ésos? En u n a
prim era ap ro x im ació n , podem os d ecir lo siguiente:
• T od a m oral cristaliza en ju icio s m orales (« e sa c o n d u cta es b u e n a » ,
«a q u e lla es una p erson a h o n ra d a » , «ese rep arto ha sido ju s to » , « n o
dehes agredir al p ró jim o », e tc .)
• Los ju ic io s m orales co rre sp o n d ie n te s a m orales d istin ta s p re se n ta n
cie rta s afinidades:
— E n el asp ecto fo r m a l, los ju ic io s m orales h a c e n re fe re n cia a actos
libres, responsables e im putables, lo cual perm ite suponer en n o so ­
tros, los seres hum anos, una estructura biopsicológica que h a ce posi­
ble y n ecesaria la libertad de e lecció n y la con sigu ien te responsabi­
lidad e im putabilidad: una «m oral com o estructura» e n térm inos de
A ranguren , tam bién llam ada «protom oral» por D. G racia.
— E n c u a n to al c o n te n id o , los ju ic io s m orales c o in c id e n e n r e fe rir­
se a lo que los seres h u m an o s a n h e la n , q u ie re n , d ese a n , n e c e s i­
ta n , c o n sid e ra n v a lio s o o in te r e s a n te . S in e m b arg o , es c o n v e ­
n ie n te d istin g u ir e n tre dos tip o s de ju ic io s según el c o n te n id o :
los que se re fie re n a lo ju sto y los que tra ta n sobre lo b u e n o . Los
prim eros p re s e n ta n un a sp e cto de ex ig ibilid a d , de a u to o b lig a c ió n ,
de p re scr ip tiv id a d u n iv ersa l, e t c ., m ie n tra s que los seg u n d os nos
m u estran u n a m o d esta a c o n s e ja b ilid a d en re fe r e n c ia al co n ju n to
d e la v id a h u m a n a . E sto s dos tipos de ju ic io s n o e x p re sa n n e c e ­
s a ria m e n te las m ism as cosas e n todas las ép o cas y so cied ad es, de
m odo que cad a m oral c o n c r e ta d ifiere de las dem ás e n c u a n to al
m od o de e n te n d e r las n o c io n e s de lo ju s to y de lo b u e n o y e n el
o rd en de p riorid ad es que e s ta b le c e n e n cad a una.
V em os, pues, que la m oralidad es un fen ó m en o muy co m p le jo , y que por
e llo ad m ite diversas in te rp re ta c io n e s; pero n o d ebem os perder de v ista el
h e c h o de que tal variedad de co n ce p c io n e s m orales pone de m an ifiesto la

A L G U N O S U S O S D E L T É R M IN O « M O R A L ID A D »

A) C o m o sin ó n im o d e « m o r a l» en el s e n tid o de una c o n c e p c ió n m o ra l c o n ­


c r e t a ( « E s o e s u n a in m o ra lid a d » = « E s o n o e s m o r a lm e n te c o r r e c t o »
[seg ú n d e te r m in a d o c ó d ig o ]).

B) C o m o sin ó n im o d e « lo m o ra l» : una d im en sió n de la vida hum ana id entifi-


c a b le e n tr e o tr a s y n o re d u c tib le a ninguna o t r a (la vida m o ra l, tal c o m o
se m a n ifiesta en el h e c h o d e q u e em itim o s ju icio s m o ra le s, h e c h o q u e n o s
re m ite a la e x iste n c ia d e c ie r ta s e stru c tu ra s a n tro p o ló g ic a s y a c ie rta s t r a ­
d ic io n e s c u ltu ra le s).

C) En la c o n t r a p o s ic ió n f ilo s ó fic a d e ra íz h e g e lia n a e n t r e « m o r a lid a d » y


« e tic id a d » .

■JO
e x is te n c ia de una estru ctu ra com ú n de los ju ic io s e n que se exp resan, y q u e
esta estru ctu ra m oral com ú n está rem itien d o a un á m b ito p articu lar de la
vida hu m ana, un ám bito d istin to del ju ríd ico , d el religioso, o del de la m era
c o rte sía so cia l: el ám b ito de la m oralidad.
C) P or o tra parte, se le ha con ferid o al té rm in o «m oralidad» un se n tid o
n e ta m e n te filo só fic o (según una d istin ció n acu ñ ad a por H e g e l), que c o n ­
siste en c o n tra p o n e r «m oralid ad » a « e tic id a d » . E ste ú ltim o sen tid o será
e x p lica d o más ad elan te, en re lació n c o n las cla s ific a cio n e s éticas.

1.4. EL T É R M IN O «É T IC A »

A m enudo se utiliza la p alabra « é tic a » com o sin ó n im o de lo que a n t e ­


rio rm e n te h em os llam ado «la m oral», es decir, ese c o n ju n to de p rin cip io s,
norm as, p receptos y valores que rigen la vida de los pueblos y de los in d iv i­
duos. La palabra « é tica » procede del griego e t h o s , que sig n ificab a o rig in a ­
riam en te «m orada», «lugar en donde v ivim os», pero posterio rm en te pasó a
sig nificar «el carácte r», el «m odo de ser» que una persona o grupo va ad qu i­
rien d o a lo largo de su vida. P or su parte, el té rm in o «m oral» procede d el
la tín «m os, m o r ís » , que origin ariam en te sig n ificab a «costu m bre», pero que
luego pasó a sig nificar tam bién «carácter» o «m odo de ser». De este m od o,
« é tica » y «m oral» con flu yen e tim o ló g icam en te e n un significad o casi id é n ­
tico : todo a qu ello qu e se refiere a l m od o de ser o ca rá cter adquirido com o resu l­
tado de po n er en p ráctica unas costum bres o h áb ito s considerados buenos.
D adas esas c o in c id e n c ia s e tim o ló g icas, n o es e x trañ o que los térm in o s
«m oral» y « é tic a » aparezcan com o in tercam b iab les e n m uchos c o n te x to s
cotid ian o s: se habla, por e j., de una «actitu d é tica » para referirse a una a c t i ­
tud «m oralm en te correcta» según determ inado código m oral; o se dice de un
co m p ortam ien to que «ha sido poco é tic o » , para significar que no se h a a ju s ­
tado a los patrones habituales de la m oral vig ente. Este uso de los térm in o s
«é tica» y «m oral» com o sinónim os está tan extend id o en castellan o que n o
vale la pena in te n ta r im pugnarlo. Pero con v ie n e que seamos con scien tes de
que tal uso d en ota, en la m ayoría de los c o n te x to s, lo que aquí venim os l la ­
m ando «la m oral», es decir, la referen cia a algún código m oral co n creto .
N o o b sta n te lo an terio r, podem os pro p o n ern o s reservar - e n el c o n t e x ­
to a c a d é m ico e n que nos m ovem os a q u í- el térm in o « É tic a » 4 para re fe rir­

4 A d o p t a m o s a q u í la c o n v e n c i ó n de esc rib ir el té r m i n o « E ti c a » c o n mayúscula c u a n d o


nos re fer im os a la dis cip li na filosófica e n gene ral, y es cr ibi rl o c o n mi nús cu la c u a n d o h a b l a ­
mos de al gu n a te or ía e t i c a e n p ar tic ul ar ( é t i c a k a n t i a n a , e t c . ) .

21
nos a la F ilo so fía m oral, y m a n te n e r el té rm in o «m oral» para d e n o ta r los
d istin to s códigos m orales c o n cre to s . E sta d is tin ció n es ú til, puesto que se
tra ta de dos n iv e le s de re fle x ió n d ife re n te s, dos n iv eles de p e n sa m ie n to y
len gu aje acerca de la a c ció n m oral, y por ello se h a ce n ecesario utilizar dos
té rm in o s d istin to s si no querem os c a er e n c o n fu sio n es. A sí, llam am os
«m o ral» a ese c o n ju n to de p rin cip io s, norm as y valores que cada g e n e ra ­
c ió n tra n sm ite a la sig u ie n te e n la co n fian za de que se tra ta de un b uen
legado de o rie n ta cio n e s sobre el m odo de com portarse para llevar una vida
buena y ju sta. Y llam am os «E tica» a esa d iscip lin a filo só fica que con stitu y e
una re fle x ió n de segundo o rd en sobre los problem as m orales. La pregunta
b ásica de la m oral sería e n to n c e s «¿qué debem os h acer?», m ien tras que la
cu e stió n c e n tra l de la É tic a sería más bien «¿por qué d ebem os?», es decir,
«¿qué arg u m en to s a v a la n y so stie n e n el cód igo m oral que estam os a c e p ­
tand o com o guía de con d u cta?»

1.4.1. La Etica no es ni puede ser «neutral»


La caracterizació n de la É tic a com o Filosofía m oral nos con d u ce a subra­
yar que esta d iscip lin a no se id e n tific a , e n p rin c ip io , c o n n in g ú n cód ig o
m o ral d ete rm in ad o . A h o ra b ie n , esto n o sig n ific a que p erm an ezca « n e u ­
tral» a n te los d istin tos códigos m orales que hayan existid o o puedan existir.
N o es p osible sem e ja n te «neu tralid ad » o «asepsia a x io ló g ica » , p u esto que
los m éto d os y o b je tiv o s propios de la E tic a la co m p ro m ete n c o n c ie rto s
v alo res y la o b lig a n a d e n u n cia r a algunos cód igos m orales co m o « in c o ­
rrecto s» , o inclu so com o «in h u m an o s», al tiem po que otros pueden ser rea­
firm ados por e lla en la m edida en que los e n c u e n tre «razo nables», « re c o ­
m en d ables» o in clu so « e x c e le n te s» .
S in em b arg o , no es seguro que la in v e s tig a c ió n é tic a pueda lle v a rn o s
a re c o m e n d a r un ú n ic o có d ig o m oral co m o r a c io n a lm e n te p re fe rib le .
D ada la co m p le jid a d d el fe n ó m e n o m oral y dada la plu ralid ad de m o d e ­
los de ra c io n a lid a d y de m éto d o s y en fo q u es filo s ó fic o s , el re su lta d o h a
de ser n e c e sa ria m e n te plural y a b ierto . P ero e llo no sig n ific a que la E tic a
fra ca se e n su o b je tiv o de o rie n ta r de m odo m e d ia to la a c c ió n de las p e r­
son as. E n p rim er lugar, porqu e d istin ta s te o ría s é tic a s p u ed en dar co m o
re su lta d o unas o r ie n ta c io n e s m o rales muy s e m e ja n te s (la c o in c id e n c ia
e n c ie rto s v alo res b á sico s que, au n qu e no e sté n d el to d o in co rp o ra d o s a
la m oral v ig e n te , son ju stific a d o s co m o v á lid o s). E n segundo lugar, p o r­
que es muy p o sib le que los a v a n c es de la p ro p ia in v e s tig a c ió n é tic a l le ­
gu en a p o n e r de m a n ifie sto que la m isió n de la F ilo so fía m o ral n o es la
ju s tific a c ió n ra c io n a l de un ú n ico cód igo m oral p ro p ia m en te d ic h o , sin o
más b ie n de un m a rco g e n e ra l de p rin c ip io s m o rales b ásico s d e n tro d el

22
1

cu al p u ed an le g itim a rse com o ig u alm en te v álid o s y re sp e ta b le s d is tin to s


cód igo s m orales más o m enos co m p a tib le s e n tre sí. El m arco m oral g e n e ­
ral se ñ a la ría las c o n d ic io n e s que todo cód igo m oral c o n c r e to te n d ría q u e
cu m p lir para ser r a c io n a lm e n te a c e p ta b le , p ero tales c o n d ic io n e s p o d r í­
an ser cu m p lid as por una p luralidad de m od elos de vida m oral que r iv a ­
lizarían e n tre sí, m a n te n ié n d o s e de e ste m od o un p lu ralism o m oral m ás
o m en os am p lio .

1.4.2. Funciones de la Etica


A nuestro m odo de ver, corresponde a la E tica una triple fu n ción: 1) a c la ­
rar qué es lo m oral, cuáles son sus rasgos esp ecíficos; 2) fu n d am en tar la m o ra­
lidad, es decir, tratar de averiguar cuáles son las razones por las que tien e s e n ­
tid o que los seres hum anos se esfu ercen en v iv ir m o ralm en te; y 3 ) a p lica r a
los d istin tos ám bitos de la vida social los resultados obtenidos en las dos p ri­
meras funciones, de m anera que se adopte en esos ám bitos sociales una m oral
c rític a (es decir, racio n alm en te fundam entada), en lugar de un código m oral
d o gm áticam en te im puesto o de la ausencia de referentes morales.
A lo largo de la h isto ria de la Filosofía se h a n ofrecid o d istin tos m od elos
é tic o s que tra ta n de cu m p lir las tres fu n cio n e s a n te rio re s: son las te o ría s
é tic a s . L a é tic a a risto té lic a , la u tilita ris ta , la k a n tia n a o la d iscu rsiv a so n
buenos ejem p lo s de este tipo de teorías. S o n c o n stru cto s filo só fico s, g e n e ­
ra lm e n te d otad os de un a lto grado de s iste m a tiz a ció n , que in te n ta n d ar
c u e n ta d el fe n ó m e n o de la m oralidad en g en eral, y de la p referibilid ad de
c ie rto s cód igos m orales en la m edida e n que éstos se a ju sta n a los p r in c i­
pios de ra cio n a lid a d que rigen e n el m odelo filo só fico de que se trate. D e la
e x p o sició n de las algunas de las teorías é ticas más relev an tes nos o cu p a re ­
mos e n un cap ítu lo próxim o.

1.4.3. Los m étodos propios de la Ética


L a p aláb ra «m é to d o » (d el griego m eth o d o s, ca m in o , v ía ), a p lica d a a
c u a lq u ie r saber, se refiere p rim ariam e n te al p ro c e d im ie n to que se h a de
seguir para e sta b le ce r las proposiciones que d ich o saber con sid era v erd ad e­
ras, o al m en os, p ro v isio n alm en te acep tables (a falta de otras « m e jo re s » ).
D istin to s m étod os p ro p o rcio n an «verdades» d istin tas que a veces in clu so
pu ed en ser c o n tra d ic to ria s e n tre sí, de m odo que la c u e stió n d el m é to d o
seguido para estab le ce rlas co b ra una im p o rtan cia ca p ita l, si es que se q u ie ­
re aclarar un d eterm in ad o ám b ito del saber.
[L a c u e s tió n d e l m é to d o n o es u n a c u e s tió n q u e só lo in te r e s e a los i n v e s t i ­
gad o res p ro fe sio n a le s de las d istin ta s d is c ip lin a s c ie n t ífic a s y filo s ó fic a s , s in o

23
q u e ta m b ié n se r e fle ja e n la v id a c o tid ia n a . P or e je m p lo , su p o n g a m o s la
s ig u ie n te c o n v e r s a c ió n e n tr e A n a ( A ) y B ru n o ( B ) :
A : — B r u n o , a tu pad re le a c a b a n de c o n c e d e r el p re m io N o b e l.
B : — ¿estás seg ura?, ¿ có m o lo sabes?
A : — H e p asad o to d a la n o c h e so ñ a n d o q u e h oy o c u rre .
B: - ¿ Y s ó lo c o n h a b e r lo so ñ a d o ya e stá s seg u ra de q u e es c ie r t o ? V am o s
A n a , tú eres u n a p e rso n a ra z o n a b le , y sa b es q u e n o b a s ta c o n so ñ a r
a lg o para d a rlo p o r c ie r to .
A : — ¿N o h a s o íd o h a b la r d e la in t u ic ió n fe m e n in a ? M e fío m u c h o de m is
p ro p ia s c o ra z o n a d a s , y e sta vez te n g o u n a m uy fu e rte d e q u e h o y le
c o n c e d e n ese p re m io a tu pad re.
B : — Y o n o e sto y e n c o n tr a de q u e te n g a s to d as las co ra z o n a d a s q u e q u ie ­
ra s, y te n g o m uy b u e n a o p in ió n de la in tu ic ió n fe m e n in a , p ero e s t a ­
rás de a c u e rd o c o n m ig o e n q ue los su e ñ o s y las co ra z o n a d a s n o so n el
m é to d o a d e cu a d o p ara e sta r seg u ro de lo q u e q u erem o s saber.
A : — B u e n o , p o r su p u esto que h a y que b u scar o tro s m éto d o s para c o n fir m a r
q u e e f e c tiv a m e n te h a o c u rr id o lo q u e e sp e ra b a s, p e ro in c lu s o si lo s
o tr o s m é to d o s d e s m ie n te n m i c o ra z o n a d a , seg u iré a la esp era de qu e
a n te s o d espúes lo q u e su e ñ o se c u m p le ; m e h a p asad o o tra s v e c e s.
B : — A l m e n o s h a s a d m itid o q u e se n e c e s ita n o tro s m é to d o s y q u e si esos
o tr o s m é to d o s n o c o n fir m a n tu c o ra z o n a d a , a u n q u e sea p o r el
m o m e n to , te ves o b lig a d a a afirm a r lo q u e se d escu b ra m e d ia n te ello s.
A : — S í , d e a c u e rd o , h a c e n fa lta o tro s m é to d o s p ara c o n fir m a r u n a in f o r ­
m a c ió n , a sí qu e ya p u edes co m p ra r e l p e r ió d ic o o sin to n iz a r la rad io
y v erás c o m o yo te n ía ra z ó n ...]

En c u e stio n e s de É tic a , co m o en cu e stio n e s de F ilo so fía en g e n e ra l, es


v ita l q u e e l filó s o fo a v a le las a firm a c io n e s que p ro p o n e c o n u n a c la ra
e x p o s ic ió n d el m é to d o que e stá u tiliz a n d o para e s ta b le c e r la s , au n qu e
la m e n ta b le m e n te abu n d an q u ien es ju eg an a las corazonad as y n o se a t i e ­
n e n m ín im a m e n te a l rigor de los m é to d o s razo n ab le s; e sto s p e rs o n a je s
s u elen acu sar de d o g m ático s a q u ien es se a tie n e n a un m éto d o d e te r m i­
n ad o ; p e ro n o pod em os m en os que p re g u n ta rn o s si n o será m u ch o más
d o g m á tic o d e c ir c u a lq u ie r c o sa que a u n o se le o cu rra s in a te n e rs e a
m é to d o alg u n o . P o rq u e d ogm atizar es in m u n izar c u a lq u ie r a firm a c ió n
fre n te a la c r ític a ra c io n a l, y eso es p re c isa m e n te lo que h a c e q u ie n p res­
c in d e d e to d o m é to d o : p u esto que n o re c o n o c e las reglas d e ju eg o de los
m étod os razo nables, sus a firm a cio n e s son m era p alab rería que aspira a ser
acep tad a de un m odo a c rític o , por sim ple persuasión re tó rica . En cam b io ,
q u ie n se a tie n e a un m éto d o d eterm in ad o e n sus in v e stig a c io n e s y e x p o ­
n e c o n clarid ad los p ro ce d im ie n to s utilizad os para afirm ar lo que afirm a,
n o se co m p o rta d o g m á tic a m e n te , sin o to d o lo c o n tra rio : p o n e sus cartas
b o c a a rrib a e x p o n ié n d o s e a la c r ític a arg u m en tad a de los d em ás, y p o si­
b ilita n d o de este m odo la d e te c c ió n de erro res, in c o n sis te n c ia s y c u a le s ­
quiera otros fallos que puedan c o n te n e r sus afirm acion es. A s í pues, es pre­
c is o ad o p tar m éto d o s rigu rosos si se q u ie re h a b la r e n serio e n c u a lq u ie r
á m b ito d el saber.
A h o ra b ien , en el ám b ito filo só fico e x iste n una m u ltiplicidad de m é to ­
dos d istintos, correspondientes a otras tantas m aneras d iferentes de en ten d er
¡a m isión de la Filo so fía y su lugar en el c o n ju n to de las actividad es h u m a ­
nas. Por nuestra parte, entend em os que el saber filosófico tien e com o m isión
exp resar por m edio de co n ce p to s los c o n te n id o s que otros m odos de sab er
exp resan de otras m aneras: p lástica e in tu itiv am en te (e l arte) o re p rese n ta ­
tiv a m e n te (la re lig ió n ). L a F ilo so fía tie n e la m isió n de acla ra r y ju s tific a r
ra cio n a lm e n te las pretension es hum anas de acced er a la verdad, al b ien y a
la b elleza. E n otras p alabras, la F ilo so fía, en ú ltim a in sta n cia , tie n e que
p on er de m an ifiesto si tie n e sen tid o, o no, que prosiga el esfuerzo h u m an o
por alcan zar algo que m erezca p rop iam en te los nom bres de «v erd ad », de
«b ien » y de «belleza», cuyo sig n ificad o tien e que d esen trañ ar e lla m ism a.
E sta p reten sión de aclarar las cu estiones relativas a lo verdadero, a lo bu en o
y a lo b e llo , es una p reten sió n de universalid ad que co n stitu y e uno de los
rasgos clásicos de la Filo so fía fre n te a las «cie n cias p articu lares»; en e fe c to ,
cad a una de éstas (ta n to las form ales - M a t e m á tic a s -, com o las n a tu ra les
-F ís ic a , B iología, e t c .- , com o las sociales -H isto ria , So ciolo g ía, e t c . - ) c o n s ­
titu ye un ám b ito muy d elim itad o del saber, y n o puede traspasar sus lím ites
en cu a n to al o b je to y m étod o de estudio sin propasarse en sus atrib u cio n e s.
E n cam bio , la Filosofía aspira a dar cu en ta de la totalid ad de lo real - l o v e r­
dadero y lo b u e n o - aunque sólo en el n iv e l de los principios.
Es verdad que esta p re te n sió n u n iv ersalista h a sido puesta e n duda por
algunas c o rrien te s del pen sam ien to con tem p o rán eo , c o n cre ta m e n te por las
co rrien te s posm odernas, que acusan a la trad ició n filo só fica de O c c id e n te
de e n c a rn a r «el m ito de la razón to ta l» , esto es, de ad optar un m od elo de
razón que p reten d e com p ren d erlo todo más a llá de las co n tin g e n c ia s e sp a ­
cio -te m p o ra le s . D ich a s c o rrie n te s posm od ernas h a n c a lific a d o a la tr a d i­
c ió n un iversalista de «to talizan te» e inclu so de « to ta lita ria » , al tiem po que
abogan por un tipo de racio n alid ad «frag m en taria», ocupada en co m p re n ­
der las cosas en su c o n te x to esp ecífico sin ánim o de form ular principios que
p reten d an validez u n iversal y n ecesaria, pu esto que éstos, su p u estam en te,
se situ arían más allá de la h istoriaL S in em bargo, a pesar de tales c rític a s ,

' C f . A . W e l l m c r , «Zur D i a l e k t i k v o n M o d e r n e und P o s tm o d e r n e » e n Zur D ia le k tik v o n


M o d er n e u n d P o stm o d e rn e , Fra nkfurt, 1 9 85 , pp. 4 8 - 1 1 4 : G . V a tt i m o , L a s av e n tu r a s d e la d i f e ­
r e n c ia . P e n sa r d e sp u é s d e N ietz sc h e y H e id e g g e r, B a r c e l o n a , 1 9 8 6 ; E l fin d e la m o d e r n id a d .
N ih ilism o y h e rm en é u tic a en la c u ltu ra p o s m o d er n a , B a r c e l o n a , 1 9 86 .
creem os que e x iste n buenas razones para m a n te n e r y p rolong ar la c o n c e p ­
ció n o cc id e n ta l de la Filosofía a través de una co n ce p c ió n que podem os lla ­
m ar « F ilo so fía de la M od ern id ad C r ític a » , que so stien e la v iab ilid ad de
con sid erar que el o b je to de la F iloso fía es lo verdadero, lo buen o y lo bello,
y por ta n to , la fo rm a ló g ica que corresp on d e a la F ilo so fía es la de la u n i­
versalidad 6.
H egel o b serv ó que tam b ién el arte y la re lig ió n son form as de saber que
expresan c o n te n id o s universales, pero lo h a ce n a través de una form a in tu i­
tiva o rep resen tativa, m ientras que lo pecu liar de la Filosofía es expresar los
co n te n id o s un iv ersales de un m odo c o n ce p tu a l. La form a d el saber filo só ­
fico es el concepto. E sta form a puede parecer algo muy d éb il y a le ja d o de la
vida fre n te a la fuerza arrollad ora que puede re v e stir el arte (c o n sus m e tá ­
foras) y el s e n tim ie n to relig ioso (c o n sus n arracio n e s y rito s); sin em bargo,
aun c o n ce d ie n d o que es in e v ita b le que el c o n c e p to se e n c u e n tre más a le ­
jad o de la vida que la m e táfo ra7 o que la n a rra ció n relig io sa, ta m b ié n hay
que n o ta r que e l c o n ce p to presenta otras v e n ta ja s: p o sib ilita la arg u m en ta­
c ió n y la c r ític a , ev itan d o el riesgo de dogm atism o.
En e fe cto , si el dogm atism o co n siste en inm unizar d eterm inad as afirm a­
cio n e s o p rescrip cio n es, h acien d o d epender su v alo r de verdad o validez, o
b ien de la autoridad, o b ien de la presunta ev id e n cia (a rb itra ria ), o b ien de
su c o n e x ió n c o n los sen tim ie n to s, o b ien de su ca rá cte r m etafó rico, e n to n ­
ces es p osible dogm atizar esas afirm acion es o p rescrip cio n es recu rrien d o a
esos parap etos, co n los cuales se pretend e e v itar todo esfuerzo de arg u m en ­
ta c ió n y toda posible c rític a . P ero lo o pu esto al dogm a es el argum en to, a
pesar de las op in io n es de los crítico s de la racio n alid ad o cc id e n ta l, a la que
acusan de to talitarism o . N o hay totalitarism o en exigir arg u m en tació n seria
y c r ític a razonad a. Es to ta lita rio , sin em bargo, el d ogm atism o de la m era
autorid ad, el de las presuntas ev id en cias (n o las ev id en cias ra c io n a lm e n te
n e c e sa ria s), el de las em o cio n es o el de las m etáforas. S i se afirm a que no
e x iste una fo rm a de saber racio n al in te rsu b je tiv o , arg u m en tab le, prod ucto
de una racio n alid ad com ú n a todo ser hu m ano, e n to n ce s se está afirm ando
que el dogm atism o no se puede superar. Pero e n to n c e s, esta m ism a c o n c lu ­
sió n in v a lid a - p o r d o g m á tic o - todo lo que afirm en los que d e fie n d e n tal
co sa. P or e llo afirm am os que la F ilo so fía tra ta de exp resar c o n te n id o s

6 Cf . J. Habe rm as , «La filosofía c o m o vigila nt e e i n tér pr et e» en Conciencia m o ra l y a c c ió n


co m u n ic a tiv a , Pe n ín s u l a , B a r c e l o n a , 1 9 8 5 , pp. 9 - 3 0 .
7 S o b r e e s to es i n t e r e s a n t e r e co rd a r lo que di ce F. N i e t z s c h e e n su o p ú s c u l o tit u la d o
« S o b r e verdad y m e n ti r a e n s e n ti d o e x t ra m or al » .
un iv ersales a través de una form a que se p reten d e universal, es decir, p re ­
ten d e e s ta b le c e r a rg u m en ta tiv a m e n te unos p rin cip io s u n iv ersales (d e
c a rá cte r muy g en eral, pero o rien tad o res del c o n o c im ie n to y de la a c c ió n )
que puedan aspirar a ser com prend idos y acep tados por todos. L a com uni­
cabilidad co n stitu y e la raíz de la razón y, por ta n to , tam b ié n de la F ilo so fía,
co m o m u estran c la ra m e n te las a p o rta cio n es de K a n t y de la teo ría de la
a c c ió n c o m u n ic a tiv a 8.
A h o ra b ien , aunque filosofar con sista en argum entar, cabe plan tearse el
p roblem a de cuál sea el m ejo r argum ento. Seg ú n H egel, el m ejo r arg u m en ­
to sería el que p u d iera dar c u e n ta ló g ica m e n te de un m ayor n ú m ero de
d atos. D e a h í que, a la h o ra de inv estigar los m étodos propios de la é tic a ,
h ab rem o s de re c o n o c e r que e x iste n ta n to s co m o m étod o s filo s ó fic o s. Es
d ecir, que deberíam os con tar, por ejem p lo , c o n el m étod o em p írico -ra cio n a l
(d iseñad o por A ristó te le s y asumido por los filósofos m ed iev ales), los m é to ­
dos em p irista y ra cio n a lista (n acid o s e n la Edad M o d e rn a ), el m éto d o tra s­
cen d en tal (cread o por K a n t), el m étodo absolu to (de clara p roced en cia h eg e-
lia n a ), el m éto d o d ia léc tic o -m a ter ia lis ta (acu ñ ad o por M a r x ), el p e c u lia r
m éto d o n ietz sc h e a n o , el m étod o fen o m en o ló g ico (cread o por H usserl y a p li­
cado a la é tic a por S c h e le r y H a rtm a n n ), el m éto d o d el a n álisis del len g u aje
(d en tro del cu al cab ría c o n ta r c o n el in tu icio n ism o de M oore, el e m o tiv is-
m o de S te v e n s o n y Ayer, el prescriptivism o de H aré, o el n eo d e scrip tiv is-
m o, representad o - e n t r e o tr o s - por Ph. Foo t) y más re c ie n te m e n te el m é to ­
do n eo co n tra ctu a lista (rep resen tad o de m odo e m in e n te por ]. R aw ls).

1.5. EL T É R M IN O «M E TA É TIC A »

Los rep resen tan tes de la filo sofía a n a lític a in tro d u je ro n a m ediados d el
siglo X X una nu eva d istin ció n e n el sen o de los saberes que versan sob re la
praxis m oral: la d istin ció n e n tre la E tic a y la M e ta é tic a . El té rm in o «m eta-
é tic a » sería sin ón im o -p a ra estos a u to res- de «análisis del lengu aje m oral»,
m ie n tras que el té rm in o « é tic a » serv iría para exp resar lo que aquí h e m o s
v enid o llam and o «la m o ral», es decir, las c o n ce p c io n e s m orales c o n cre ta s
que adoptan los grupos e individuos para o rien tar sus com p ortam ientos. S in
em bargo, no p arece acertad a esta d istin ció n porque en e lla se estab lece u n a
seria lim ita c ió n para la F ilo so fía m oral (que ello s llam an « m e ta é tic a » ) al

* V éa s e I. K a n t, C r ític a d e la r a z ó n p u r a , A 8 2 0 , B 8 4 8 .
circ u n sc rib ir su tarea exclu siv am en te al análisis de las exp resiones m orales
-a u n q u e ese an álisis es muy útil com o in stru m en to para la re fle x ió n é tic a .
Por nuestra parte, creem os que el térm ino «m etaética» debería am pliar su
ám bito tem ático . Siguiendo las sugerencias de A .M . Pieper y otros, propone­
mos enten d er por «m etaética» un m etalenguaje ocupado en dilucidar los pro­
blem as tan to lingüísticos com o epistem ológicos de la ética. La m etaética sería
un modo de reflexión y de lenguaje, centrado sobre el modo de reflexión y le n ­
guaje éticos, cuya cientificidad, suficiencia, caracteres formales, situación epis­
tem ológica, etc. debería tratar de discernir. La reducción al análisis del lengu-
je é tic o desvirtúa las funciones que podría cum plir una au tén tica m e taé tica1’.

E n la F ilo s o f ía A n a lít ic a % T é r m in o s En n u e stra p ro p u e sta

T o d a la F ilo so fía m o ra l
e n te n d id a c o m o análisis « M e ta é tic a »
del len g u a je m o ra l
F ilo so fía m o ral

« E tica »

C o n c e p c io n e s m o ra le s
de la vida c o tid ia n a
C o n c e p c io n e s m o ra le s
« M o ra l»
de la vida co tid ia n a

B IB L IO G R A F ÍA

ARANG UREN , J . L . L . , É tica , en O b r a s co m p le ta s, vol. II, T ro t ta , Mad rid, 1 9 9 4 .


C O R T IN A , A . , É tic a m ín im a . In tro d u c c ió n a la filo s o fía p r á c tic a , T e c n o s , Mad rid , 1 9 8 6 .
G R A C IA , D., Fundamentos d e B io é tic a , Eu de m a, Mad rid, 1 98 8 .
H A B E R M A S , ]. , C o n c ie n c ia m o ra l y a c c ió n c o m u n ic a tiv a , Pe nín sul a, B a r c e l o n a , 1 9 8 5 .
HIERRO, J. , P ro b lem a s del análisis d e l len gu aje m o ra l, T e c n o s , Mad rid , 19 70.
H O R T A L, A . , É tica , v o l.l. L os au tores y sus circu n stan cias, Un iversidad P o n ti f ic ia de C o m ill a s ,
Ma d rid , 19 9 4 .
M UGUERZA, J. , L a r azón sin esp e r a n z a , T a u ru s, M a d rid , 1 9 7 6.
PlEPER, A . M . , É tica y m o ra l. U n a in trod u cción a la filo s o fía p ráctica, C r í t i c a , B a r c e l o n a , 1 9 9 0 .
SAVATER, F ., Invitación a la ética, A n a g ra m a , B a r c e l o n a , 1 9 8 2 .

" Cf r., por e j ., A . M . Pie per , É tic a y M o r a l. U n a in tr o d u c ció n a la filo s o f ía p r á c t ic a ,


B a r c e l o n a , C r í t i c a , 1 9 9 0 , pp. 6 9 - 7 2 .

28

También podría gustarte