Está en la página 1de 4

RESEÑAS

C A R L O S C A S T I L L A D E L P I N O , Introducción a la hermenéutica del lenguaje.


Península, Barcelona, 1972; 219 p p .

Hace muchos años q u e los lingüistas se p r e o c u p a n p o r los límites de


su d i s c i p l i n a - a u n de l a lingüística a p l i c a d a - y p o r t o d o l o que, a u n -
q u e catalogado c o m o lenguaje, parece escapar a u n análisis lingüístico
f o r m a l . Es sabido que este estado de cosas se debe en g r a n p a r t e a l a
n o c i ó n de q u e la l e n g u a es, prácticamente, el ú n i c o i n s t r u m e n t o ade-
cuado para u n a c o m u n i c a c i ó n efectiva v que, como t a l , es analizable
de acuerdo con criterios en m u c h o s casos p r o p i o s para l a d i s c i p l i n a
q u e la usa como vehículo expresivo, pero i m p r o p i o s para la l e n g u a en
sí. Esta conciencia de la naturaleza i m p r e s c i n d i b l e d e l acto lingüístico ha
c o n t r i b u i d o a la creación de u n a serie de " p a r a l i n g ü í s t i c a s " q u e pre-
t e n d e n llegar, p a r t i e n d o del e n u n c i a d o , a interpretaciones (hermeneu-
sis) relevantes a sus objetivos. L a tarea que se p r o p o n e n es l í c i t a y en
aleunos casos de m u c h o provecho pero p o r l o general se tropieza con
obstáculos que, de n o existir, c a m b i a r í a n r a d i c a l m e n t e las conclusiones.
Y es que n o se t o m a n en cuenta dos aspectos f u n d a m e n t a l e s : 1) E l aná-
lisis d e l e n u n c i a d o es lingüísticamente erróneo y el m é t o d o analítico se
basa en premisas que son p a r c i a l o t o t a l m e n t e falsas; y 2) los resultados
a los que se Uep'a p o r el c a m i n o ele u n análisis supuestamente lingüístico
n o d e t e n su validez al método empleado sino a metodologías preelabo-
radas de otras disciplinas y, a l o sumo, c o r r o b o r a n p a r c i a l m e n t e y a pos¬
t e r i o r i l o cjue va se conoce. A estos dos aspectos se podría añadir u n
tercero de o t r a índole- la fascinarión por el m é t o d o d e s c r i p t i v o ber se
Si bien éste p e r m i t e la elaboración de complicadísimos esquemas d e ' a n á -
lisis, a m e n u d o menosprecia el corpus en este caso la lengua y pierde
de vista el o b j e t i v o f i n a l , ' l a descripción de u n sistema de c o m u n i c a c i ó n
y expresión.
Carlos C a s t i l l a d e l P i n o , n e u r o p s i q u i a t r a y ensayista sumamente i n -
teresado en cuestiones de l e n g u a , h a elaborado en este l i b r o u n intere-
santísimo sistema de análisis e interpretación de enunciados lingüísticos
que l l a m a n la a t e n c i ó n t a n t o p o r su f o r m a l i s m o a n a l í t i c o c o m o p o r su
posible, pero d i s c u t i b l e , aplicación. Consciente de q u e es i m p o r t a n t e
d e l i m i t a r el c a m p o de acción y aplicación de u n m é t o d o , C a s t i l l a del
P i n o ofrece varias alternativas para situar a la h e r m e n é u t i c a d e l len-
guaje en u n c o n t e x t o m a y o r : puede f o r m a r parte de l a psicolingüística
o de u n a semántica de la referencia, de u n a lingüística de la connota-
ción, o de u n a lingüística del h a b l a ; t a m b i é n podría afirmarse q u e
i n t e n t a hacer u n a a n t r o p o l o g í a del lenguaje, idea que h a b í a desarro-
132 RESEÑAS NRFH, XXIII

l i a d o en o t r o l i b r o (Un estudio sobre la depresión. Fundamentos de


antropología dialéctica, Barcelona, 1966).
A h o r a b i e n , el i n t e n t o n o l o g r a d o de d e l i m i t a r el campo de acción
f r e n t e a otras disciplinas pone de m a n i f i e s t o la d i f i c u l t a d central de
una h e r m e n é u t i c a : en q u é m o m e n t o y a q u é n i v e l de análisis se i n t r o -
duce el aparato h e r m e n é u t i c o . Dice el a u t o r q u e " p a r a u n a exacta i n -
terpretación - h e r m e n e u s i s - de l o h a b l a d o , n o sólo hay que contar con
lo d i c h o , c o m o opción f i n a l m e n t e elegida entre las muchas posibles
d e n t r o del c o n t e x t o en el que se e m i t e , sino con lo-que-no-ha-sido-dicho,
c o m o p o s i b i l i d a d s i g n i f i c a t i v a en o r d e n a la i n t e n c i o n a l i d a d m i s m a de
lo que fue expresado". Ya que la g r a m á t i c a t r a d i c i o n a l prescinde d e l
sujeto de la proposición p o r q u e n o es f á c i l m e n t e clasificable con la
metodología de la que dispone, Castilla d e l P i n o q u i e r e i n c l u i r l o como
elemento s i g n i f i c a t i v o d e l análisis. Así, e x p l i c a que en u n análisis p u r a -
m e n t e o r a c i o n a l se afirmaría q u e los a t r i b u t o s son propiedades del
sujeto de la oración, m i e n t r a s que en u n análisis a l o r a c i o n a l h a b r í a
q u e precisar que es el sujeto de la proposición el que le confiere esos
a t r i b u t o s a l sujeto de la o r a c i ó n : en u n e n u n c i a d o como " P e d r o es
b u e n o " , el a t r i b u t o de b o n d a d n o es intrínseco de Pedro, sino que le
es asignado p o r el sujeto n o expresado de l a proposición. Estamos
de acuerdo: l o h a b l a d o es p r e d i c a d o d e l sujeto de l a proposición y para
una lingüística de l a c o n n o t a c i ó n es preciso a b a n d o n a r la abstracción
y segregación d e l sujeto y acercarse al lenguaje como expresión, como
proyección d e l sujeto h a b l a n t e . Estas consideraciones l l e v a n i n e v i t a b l e -
m e n t e a u n a redefinición del s i g n i f i c a d o : " s i g n i f i c a d o de u n signo (en
este caso lingüístico) es el resultado c o n j u n t o de la apreciación sub-
j u n t i v a , p o r parte d e l ovente, d e l sujeto d e l h a b l a " . Este p l a n t e a m i e n t o
concuerda con el de J O N H L Y O N S (Introduction to Linguistic Theory)
q u i e n d i s t i n g u e entre el significado de u n a p a l a b r a y el hecho de que
sea significativa o tenga significación e n u n a oración. Pero creo que si
en el caso de L y o n s se está h a b l a n d o sencillamente de s i g n i f i c a d o ' p a r a -
d i g m á t i c o f r e n t e a significado sintagmático, C a s t i l l a d e l P i n o añade u n
c o n t e x t o de actitudes al significado sintagmático. D e hecho a f i r m a que
"si el lenguaje, o m e j o r el h a b l a , constituye u n a f o r m a de conducta y las
actitudes i m p r e g n a n la conducta, éstas deben de a l g u n a manera dejarse
ver en el c o n t e x t o d e l h a b l a " .
A h í , en el m o m e n t o en que hay q u e v o l v e r a l e n u n c i a d o y a n a l i -
zarlo lingüísticamente, empiezan a s u r g i r las d i f i c u l t a d e s ; Castilla del
P i n o juega con l a terminología (semanticidacl, inapercvepción semió-
tica, etc.) y emplea términos chomskianos con acepciones t o t a l m e n t e
distintas. U t i l i z a , p o r e j e m p l o , estructura superficial y estructura pro-
funda con el s i g n i f i c a d o de" mensaje i n f o r m a t i v o y c o n t e n i d o expresivo
respectivamente. A pesar de eso - o a y u d a d o p o r l a imprecisión de sus
d e f i n i c i o n e s - , el a u t o r analiza los enunciados según su naturaleza de
proposiciones i n d i c a t i v a s (í) o estimativas (E). A m b a s categorías se
d i v i d e n además en verdaderas (v) o falsas (f) y t a m b i é n en totales (t)
o parciales ( p ) . A b r e v i a n d o , la proposición i n d i c a t i v a es u n j u i c i o
de hecho; la estimativa, o b v i a m e n t e la más i m p o r t a n t e , "desempeña u n a
f u n c i ó n ostensiva n o respecto d e l referente u o b j e t o externo o supues-
NRFH, XXIII RESEÑAS 133

tamente e x t e r n o como las I v o f, respectivamente, sino d e l r e f e r i d o r o


h a b l a n t e ; son palabras que expresan d e l sujeto h a b l a n t e , l o sepa o n o
l o sepa é l " .
L a categoría E es sin d u d a l a más interesante ya que se presta a l
estudio de l a proyección d e l sujeto h a b l a n t e en el o b j e t o d e l h a b l a . E l
carácter verdadero o falso de las E p e r m i t e d i s t i n g u i r entre los j u i c i o s
de valores (Ev) y los p r e j u i c i o s ( E f ) . U n e j e m p l o de E v sería "Este
árbol me parece b o n i t o " y de E f " E l ciprés es t r i s t e " . C u a n d o u n a E f
va seguida de u n a E v , a f i r m a Castilla d e l P i n o , l a secuencia d e n o t a u n
proceso de corrección que el h a b l a n t e ejecuta sobre sí m i s m o . E l ejem-
p l o que aduce es la reacción v e r b a l de u n paciente ante u n a l á m i n a :
"Esto es l a cabeza de u n h o m b r e e n f e r m o . . . ; vamos, d i g o yo q u e puede
estar e n f e r m o " . Pero creo q u e a q u í corremos el p e l i g r o de i n t e r p r e t a r
e r r ó n e a m e n t e u n a Ef: en m u c h o s casos se puede t r a t a r sencillamente
de u n a elipsis e n l a cual n o se a r t i c u l a l a Ev. Su omisión n o puede
ocasionar la clasificación, equívoca a m i parecer, de lo que si se articula,
c o m o Ef. D u d o q u e se pueda llegar a l a determinación estricta de los
j u i c i o s de valores frente a los p r e j u i c i o s basándose ú n i c a m e n t e en l o
e n u n c i a d o . E n su afán de e n c o n t r a r en lo dicho el v a l o r de lo no dicho,
C a s t i l l a d e l P i n o niega p a r c i a l m e n t e la p r o p i a hermeneusis. A l i n s i s t i r
e n analizar todas las formas para encontrarles a todas u n a significa-
c i ó n , el a u t o r niega el p o l i m o r f i s m o o le confiere siempre v a l o r
n i c a t i v o "Esa m u i e r es g u a p a " y "Esa m u i e r m e parece g u a p a " pueden
ser equivalentes y n o creo q u e necesariamente la elección d e l p r i m e r
e n u n c i a d o denote u n p r e j u i c i o .

Estamos de acuerdo c o n la a f i r m a c i ó n de que las E son c o n n o t a t i -


vas de las I a las q u e p r e t e n d e n d e f i n i r o c u a l i f i c a r , v denotativas d e l
h a b l a n t e que pretende d e f i n i r y c u a l i f i c a r el o b j e t o c o n su h a b l a . Pero
a l m i s m o t i e m p o sucede q u e l a omisión o inclusión de frases p a r a mar-
car el carácter E o I de u n a proposición n o siempre es f u n c i o n a l o sig-
n i f i c a t i v a . Creo q u e l a l e c t u r a de l a o b r a de C h o m s k y llevó a C a s t i l l a
d e l P i n o a declarar que " e l o b j e t o d e l análisis h e r m e n é u t i c o es la de-
t e r m i n a c i ó n de ios vectores que i n c i d e n en l a f o r m u l a c i ó n lingüística,
c o m o estructura s u p e r f i c i a l r e s u l t a n t e de la serie de operaciones previas
a l a m i s m a y que acontece en el h a b l a n t e " . Sin embargo, las operaciones
q u e se realizan antes de que la preposición se t r a n s f o r m e e n e n u n c i a d o
son, en muchos casos, de naturaleza p u r a m e n t e sintáctica y n a d a t i e n e n
q u e ver con las actitudes d e l h a b l a n t e . E l e n u n c i a d o "Jorge cree que
esa muchacha es guapa y yo t a m b i é n " es el r e s u l t a d o de u n a serie de
transformaciones sintácticas opcionales d e l t i p o "Jorge cree q u e esa m u -
chacha es guapa y yo t a m b i é n creo q u e esa m u c h a c h a es g u a p a " , "Jorge
cree que esa m u c h a c h a es guapa y vo t a m b i é n l o creo", etc. Estas trans-
formaciones n o son necesariamente denotativas d e l h a b l a n t e , puesto
cjue n o todas son proyecciones d e l sujeto h a b l a n t e sobre el o b j e t o
d e l C[ue h a b l a .

E n el c a p í t u l o 5, " A p l i c a c i o n e s d e l análisis h e r m e n é u t i c o " , C a s t i l l a


d e l P i n o e x p l o r a las posibilidades de su m é t o d o a p l i c á n d o l o a la o b r a de
Azorín y de B a r o j a , entre otros. D e este ensayo surge u n a estilística
basada en la clasificación y subclasificación de los enunciados e n I v t ,
134 RESEÑAS NRFH, XXIII

I v p , E v p , etc. E l p r e d o m i n i o de u n a u o t r a categoría nos i n d i c a las ac-


t i t u d e s d e l personaje o d e l escritor, según l a naturaleza verdadera o
falsa, t o t a l o p a r c i a l , de las proposiciones. Pero si b i e n este acercamiento
a l t e x t o n o deja de ser interesante y revelador, n o es menos cierto q u e
n o se necesita e l método h e r m e n é u t i c o para llegar a clasificaciones de
ese t i p o . A l f i n y a l cabo n o será u n análisis f o r m a l e l q u e nos i n d i q u e
si estamos f r e n t e a p r e j u i c i o s o j u i c i o s de valores. Si así fuera, u n t e x t o
sólo estaría abierto a l q u e maneje e l m é t o d o h e r m e n é u t i c o . E n ú l t i m a
instancia volvemos a l p r o b l e m a i n i c i a l de l a d e l i m i t a c i ó n d e l c a m p o
de acción de c u a l q u i e r método a n a l í t i c o f o r m a l .
E l análisis estilístico de Castilla d e l P i n o v a m á s b i e n d i r i g i d o hacia
el d e s c u b r i m i e n t o de l a ideología d e l a u t o r m e d i a n t e su t e x t o escrito. E l
t e x t o l i t e r a r i o n o es visto como l i t e r a t u r a , sino c o m o proposición y e n u n -
ciado de u n sujeto cuyas actitudes se q u i e r e analizar y clasificar. D i c e
C a s t i l l a d e l P i n o : " E l sistema de referencias o valores q u e c o m p o n e n
la ideología de u n escritor se d e t e r m i n a , pues, m e d i a n t e dos coordena-
das: u n a , e l c o n j u n t o de proposiciones v a l o r a t i v a s sobre esa m i s m a rea-
l i d a d . M e d i a n t e esas coordenadas q u e d a f i j a d o , c o n r e l a t i v a precisión, e l
c a m p o de l a r e a l i d a d q u e le interesa y las actitudes q u e ante e l m i s m o
a d o p t a " . Esta visión de l a l i t e r a t u r a c o m o corpus para e l análisis de
actitudes es sólo u n p u n t o de p a r t i d a para u n a valoración crítico-lite-
r a r i a de l a clasificación. Pero C a s t i l l a d e l P i n o n o se p l a n t e a ese p r o -
b l e m a y prefiere seguir e l c a m i n o poco fructífero de l a estilística clasi-
f i c a t o r i a , d e n o t a t i v a , y p o r eso, a l i t e r a r i a .
E l l i b r o t e r m i n a c o n ejemplos de l a aplicación d e l m é t o d o a l a
psicología y l a psicopatología, a l a genética de los valores, a l a lógica, y
al h a b l a c o t i d i a n a . Es e n el t e r r e n o psicológico d o n d e Castilla d e l P i n o
resulta m á s convincente. E n e l t e r r e n o lingüístico y l i t e r a r i o , su análisis
f o r m a l , a u n q u e interesantísimo, peca de s i m p l i s t a e n ocasiones y de
s u p e r f l u a m e n t e atomista e n otras. H a b r á q u e esperar q u e a l g u i e n , o j a l á
el a u t o r m i s m o , a p l i q u e el m é t o d o h e r m e n é u t i c o a u n a obra o corpus
lingüístico específicos e n su t o t a l i d a d y e n detalle p a r a q u e t a l análisis
sea sometido a su vez, p o r q u é n o , a u n a hermeneusis v a l o r a t i v a .

G I O R G I O PERISSINOTTO
State University of New York
at Stony Brook.

PAULINO P É R E Z S A L A , Interferencia lingüística del inglés en el español


hablado en Puerto Rico. I n t e r A m e r i c a n U n i v e r s i t y Press, H a t o R e y ,
P u e r t o R i c o , 1973; 132 p p .

E l profesor R u b é n d e l R o s a r i o presenta este v o l u m e n como el " p r i -


m e r estudio científico sobre l a i n f l u e n c i a d e l inglés e n l a sintaxis d e l
español h a b l a d o e n P u e r t o R i c o , asunto d e l q u e se h a h a b l a d o insus-
t a n c i a l m e n t e " . Se podía pensar, p o r esta razón, q u e las opiniones y se-
ñ a l a m i e n t o s q u e d o n T o m á s N a v a r r o T o m á s , d o n Samuel G i l i Gaya y
otros autores h a n hecho sobre este t e m a serían a m p l i a m e n t e superados,

También podría gustarte