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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
EBENEMAR
TEXTO DESCRITIVO
Luanda, 2022.
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EBENEMAR
TEXTO DESCRITIVO
Classe: 7ª.
Turno: Tarde.
Turma: A.
Integrantes:
Ariete;
Domingas;
Fortunato
Isaura;
Joelma;
Joice Teixeira;
Jones Neto;
Jossane;
Olívio.
Docente
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Francisco Filipe Cariato.
Luanda, 2022.
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ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO......................................................................................................................3
DESENVOLVIMENTO.................................................................................................................4
1. Noção de Tipo Descritivo....................................................................................................4
1.1. Texto descritivo............................................................................................................9
2. Características Linguísticas da Descrição............................................................................9
3. Textos Descritivos..............................................................................................................11
3.1 Textos descritivos não-literários.................................................................................11
2.2 Textos descritivos literários............................................................................................11
4. Características do Texto Descritivo...................................................................................13
4.1 Texto descritivo objetivo e subjetivo..........................................................................13
4.2 Estrutura......................................................................................................................14
CONCLUSÃO..............................................................................................................................16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................17
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1.1. INTRODUÇÃO
Vamos abordar o texto descritivo, sob o ponto de vista da sua produção e funcionamento
discursivo, com base na ideia de que um texto se define pela sua finalidade situacional - todo o
acto de linguagem tem uma intencionalidade e submete-se a condições particulares de produção,
o que exige do falante da língua determinadas estratégias de construção textual.
Em cada texto, portanto, podem combinar-se diferentes recursos (narrativos, descritivos,
dissertativos), em função do tipo de interacção que se estabelece entre os interlocutores. Nesse
contexto teórico, o texto descritivo identifica-se por ter a descrição como estratégia
predominante.
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DESENVOLVIMENTO
O tipo descritivo vai se caracterizar por trazer a localização do objeto de descrição (não
obrigatoriamente), características (cores, formas, dimensões, texturas, modos de ser, etc.) e/ou
componentes ou partes do “objeto” descrito.
O tipo descritivo tem relacionadas a ele algumas espécies que se caracterizam por
aspectos de conteúdo, às vezes em conjugação com aspectos formais:
b) a descrição estática tem como conteúdo dizer como são objetos e seres, já a dinâmica
caracteriza movimentos, eventos (uma dança, uma tempestade, uma festa), dizendo como são.
Dizer como algo é constitui o objetivo da descrição, como veremos adiante;
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permitindo a oposição de características para o mesmo fim (Ela é bonita, mas um pouco
deselegante);
Descrever não é enumerar o maior número possível de detalhes, mas assinalar os traços
mais singulares, mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão dominante e
singular. Dependendo da intenção do autor, varia o grau de exactidão e minúcia na descrição.
Diferentemente da narração, que faz uma história progredir, a descrição faz interrupções
na história, para apresentar melhor um personagem, um lugar, um objecto, enfim, o que o autor
julgar necessário para dar mais consistência ao texto. Pode também ter a finalidade de ambientar
a história, mostrando primeiro o cenário, como acontece no texto abaixo:
"Ao lado do meu prédio construíram um enorme edifício de apartamentos. Onde antes
eram cinco românticas casinhas geminadas, hoje instalaram-se mais de 20 andares. Da minha sala
vejo a varandas (estilo mediterrâneo) do novo monstro. Devem distar uns 30 metros, não mais. E
foi numa dessas varandas que o facto se deu." (Mário Prata. 100 Crónicas. São Paulo, Cartaz
Editorial, 1997).
b) A descrição está presente no nosso dia-a-dia, tanto na ficção (nos romances, nas
novelas, nos contos, nos poemas) como em outros tipos de textos (nas obras técnico-científicas,
nas enciclopédias, nas propagandas, nos textos de jornais e revistas);
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c) A descrição pode ter uma finalidade subsidiária na construção de outros tipos de texto,
funcionando como um plano de fundo, o que explica e situa a acção (na narração) ou que
comenta e justifica a argumentação;
A descrição tem sido normalmente considerada como uma expansão da narrativa. Sob
esse ponto de vista, uma descrição resulta frequentemente da combinação de um ou vários
personagens com um cenário, um meio, uma paisagem, uma colecção de objectos. Esse cenário
desencadeia o aparecimento de uma série de subtemas, de unidades constitutivas que estão em
relação metonímica de inclusão: a descrição de um jardim (tema principal introdutor) pode
desencadear a enumeração das diversas flores, canteiros, árvores, utensílios, etc., que constituem
esse jardim. Cada subtema pode igualmente dar lugar a um maior detalhe (os diferentes tipos de
flor, as suas cores, a sua beleza, o seu perfume...).
Em trabalho recente, Hamon (1981) mostra que o descritivo tem características próprias e
não apenas a função de auxiliar a narrativa, chegando a apontar aspectos linguísticos da
descrição: frequência de imagens, de analogias, adjectivos, formas adjectivas do verbo, termos
técnicos...
Além disso, o autor ressalta a função utilitária desempenhada pela descrição face a
qualquer tipo de texto do qual faz parte: "descrever para completar, descrever para ensinar,
descrever para significar, descrever para arquivar, descrever para classificar, descrever para
prestar contas, descrever para explicar."
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No texto dissertativo, por exemplo, a descrição funciona como uma maneira de comentar
ou detalhar os argumentos contra ou a favor de determinada tese defendida pelo autor. Assim,
para analisar o problema da evasão escolar, podemos utilizar como estratégia argumentativa a
descrição detalhada de salas vazias, corredores vazios, estudantes desmotivados, repetência.
Numa descrição, quer literária, quer técnica, o ponto de vista do autor interfere na
produção do texto. O ponto de vista consiste não apenas na posição física do observador, mas
também na sua atitude, na sua predisposição afectiva em face do objecto a ser descrito. Desta
forma, existe o ponto de vista físico e o ponto de vista mental.
Observamos e percebemos com todos os sentidos, não apenas com os olhos. Por isso,
informações a respeito de ruídos, cheiros, sensações tácteis são importantes num texto
descritivo, dependendo da intenção comunicativa. Outro factor importante diz respeito à ordem
de apresentação dos detalhes.
"Vamos ver. Bom, a sala tem forma de ele, apesar de não ser grande, né, dá dois
ambientes perfeitamente separados. O primeiro ambiente da sala de estar tem um sofá forrado de
couro, uma forração verde, as almofadas verdes, ladeado com duas mesinhas de mármore, abajur.
Depois então no outro, no alongamento da sala há uma mesa grande com seis cadeiras com um
abajur em cima, um abajur vermelho. A sala é toda pintadinha de branco ..."
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preocupação da informante em fazer o nosso olhar percorrer a sala, dando os detalhes por meio
das cores (verde, areia, preto, vermelhas), do tamanho ( televisão enorme, poltroninhas,
mesinhas, sala pintadinha).
A descrição pode ser apresentada de modo a manifestar uma impressão pessoal, uma
interpretação do objecto. A simpatia ou antipatia do observador pode resultar em imagens
bastante diferenciadas do mesmo objecto. Deste ponto de vista, dois tipos de descrição podem
ocorrer: a objectiva e a subjectiva. A descrição objectiva, também chamada realista, é a
descrição exacta, dimensional. Os detalhes não se diluem, pelo contrário, destacam-se nítidos em
forma, cor, peso, tamanho, cheiro, etc.
Este tipo de descrição pode ser encontrado em textos literários de intenção realista (por
exemplo, em Euclides da Cunha, Eça de Queiroz, Flaubert, Zola), enquanto em textos não-
literários (técnicos e científicos), a descrição subjectiva reflecte o estado de espírito do
observador, as suas preferências. Isto faz com que veja apenas o que quer ou pensa ver e não o
que está para ser visto. O resultado dessa descrição é uma imagem vaga, diluída, nebulosa, como
os quadros impressionistas do fim do século passado. É uma descrição em que predomina a
conotação.
Um bom exercício consiste em fazer dois levantamentos sobre a coisa que queremos
descrever: o primeiro, contendo características tendentes a enfatizar aspectos positivos; o
segundo, a enfatizar aspectos negativos.
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3.1. Texto descritivo
Diários;
Relatos de viagem;
Biografias;
Anúncios de classificados;
Listas;
Cardápios;
Notícias;
Currículos.
Vende-se casa 3 quartos, sala, cozinha e W.C, com um pequeno quintal nos fundos e garagem
com vaga para dois carros).
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4.1. Características Linguísticas da Descrição
Exemplo:
"Era alto , magro, vestido todo de preto, com o pescoço entalado num colarinho direito.
O rosto aguçado no queixo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no
alto; tingia os cabelos que de uma orelha à outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto
lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto,
caído aos cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras. Tinha uma covinha
no queixo, e as orelhas grandes muito despegadas do crânio. "(Eça de Queiroz - O Primo
Basílio).
Exemplos:
"Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não muito gordo, mas rolho e bojudo
como um vaso chinês. Apesar de seu corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade buliçosa e
saltitante que lhe dava petulância de rapaz e casava perfeitamente com os olhinhos de azougue."
(José de Alencar - Senhora),
Exemplo:
"Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, e essa casa era assim: na frente,
uma grade de ferro; depois você entrava tinha um jardinzinho; no final tinha uma escadinha que
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devia ter uns cinco degraus; aí você entrava na sala da frente; dali tinha um corredor comprido
de onde saíam três portas; no final do corredor tinha a cozinha, depois tinha uma escadinha que
ia dar no quintal e atrás ainda tinha um galpão, que era o lugar da bagunça ..." (Entrevista
gravada para o Projeto NURC/RJ)
Fica evidente que esse "passeio" pelo cenário, feito como se tivéssemos nas mãos uma
câmara cinematográfica, registando os detalhes e compondo com eles um todo, deve obedecer a
um roteiro coerente, evitando idas e vindas desconexas, que certamente perturbam a organização
espacial e prejudicam a coerência do texto descritivo.
A descrição técnica é um tipo de descrição objectiva: ela recria o objecto usando uma
linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para descrever aparelhos, o seu
funcionamento, as peças que os compõem, para descrever experiências, processos, etc.
Exemplo:
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir o espaço interno. Os seus
interiores são amplos, acomodando tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat
Variant possuem direcção hidráulica e ar condicionado de elevada capacidade, proporcionando a
climatização perfeita do ambiente.
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2.2 Textos descritivos literários
Mónica é uma pessoa tão extraordinária que consegue simultaneamente: ser boa mãe de
família, ser chiquíssima, ser dirigente da "Liga Internacional das Mulheres Inúteis", ajudar o
marido nos negócios, fazer ginástica todas as manhãs, ser pontual, ter imensos amigos, dar
muitos jantares, ir a muitos jantares, não fumar, não envelhecer, gostar de toda gente, toda gente
gostar dela, coleccionar colheres do século XVII, jogar golfe, deitar-se tarde, levantar-se cedo,
comer iogurte, fazer ioga, gostar de pintura abstracta, ser sócia de todas as sociedades musicais,
estar sempre divertida, ser um belo exemplo de virtudes, ter muito sucesso e ser muito séria.
Tenho conhecido na vida muitas pessoas parecidas com a Mónica. Mas são só a sua
caricatura. Esquecem-se sempre do ioga ou da pintura abstracta. Por trás de tudo isto há um
trabalho severo e sem tréguas e uma disciplina rigorosa e contente. Pode-se dizer que Mónica
trabalha de sol a sol. De facto, para conquistar todo o sucesso e todos os gloriosos bens que
possui, Mónica teve de renunciar a três coisas: à poesia, ao amor e à santidade.
Calisto Elói, naquele tempo, orçava por quarenta e quatro anos. Não era desajeitado de
sua pessoa. Tinha poucas carnes e compleição, como dizem, afidalgada. A sensível e
dissimétrica saliência do abdómen devia-se ao uso destemperado da carne de porcos e outros
alimentos intumescentes. Pés e mãos justificavam a raça que as gerações vieram adelgaçando de
carnes. Tinha o nariz algum tanto estragado das invasões do rapé e torceduras do lenço de
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algodão vermelho. A dilatação das ventas e o escarlate das cartilagens não eram assim mesmo
coisa de repulsão. (Camilo Castelo Branco, A queda dum anjo)
A descrição de pessoas pode ser feita a partir das características físicas, com predomínio
da objectividade, ou das características psicológicas, com predomínio da subjectividade. Muitas
vezes, o autor, propositadamente, faz uma caricatura do personagem, acentuando os seus traços
físicos ou comportamentais.
Há autores que apresentam a definição como um tipo de texto descritivo. Para Othon
M.Garcia (1973), "a definição é uma fórmula verbal através da qual se exprime a essência de
uma coisa (ser, objecto, ideia)", enquanto "a descrição consiste na enumeração de caracteres
próprios dos seres (animados e inanimados), coisas, cenários, ambientes e costumes sociais; de
ruídos, odores, sabores e impressões tácteis." Enquanto a definição generaliza, a descrição
individualiza, isto porque, quando definimos, estamos a tratar de classes, de espécies e, quando
descrevemos, estamos a detalhar indivíduos de uma espécie.lização ( Domingo, 07 Agosto 200
Outra característica é o uso de verbos de estado, como ser, estar, permanecer, parecer,
ficar, continuar, entre outros. Além disso, a linguagem é sempre dinâmica e clara, com uso
também de figuras de linguagem, comparações e enumerações. Nesse tipo de texto também são
pontuados detalhes físicos, como altura, textura, peso, comprimento, dimensões, clima, função,
como também aspectos psicológicos e comportamentais, como personalidade, caráter e humor.
Quando se descreve objetos, por exemplo, é feita uma descrição física, mas pode ser
também sensorial, relacionada ao tato e olfato. No caso dos pormenores de um local, além das
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características físicas, podem ser detalhados o ambiente econômico, político ou social. Já no
caso de texto descritivo sobre pessoas, é possível retratar tanto os detalhes físicos, como os
psicológicos.
A descrição pode ser objetiva e subjetiva. No primeiro caso, ela é feita de maneira
realista, sem juízo de valor ou opinião do autor. A linguagem é direta, clara e denotativa. No
texto descritivo subjetivo, a opinião do autor e suas impressões se sobressaem ao descrever um
objeto, acontecimento ou pessoa, o que dá ao texto um cunho pessoal. É utilizada uma
linguagem conotativa e metafórica.
“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta,
bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com
um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil
bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa
acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos
davam cintilações escarlates.” (O Primo Basílio, Eça de Queiroz).
6.2Estrutura
Introdução: é a primeira parte do texto, quando o autor apresenta o que será descrito.
Exemplos
Descrição Subjetiva
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“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda
preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco
desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça
pequenina, de per¦l bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo
encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis
de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.” (O Primo Basílio, Eça de Queiroz)
Descrição Objetiva
"A vítima, Solange dos Santos (22 anos), moradora da cidade de Marília, era magra, alta
(1,75), cabelos pretos e curtos; nariz ¦no e rosto ligeiramente alongado."
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Campinas, 1991.
line.
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