Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
ISSN 1413-3903
Oleaginosas
no Estado do
Rio de Janeiro
Observações Preliminares
2003-2007
Recomendações
Gerais
PESAGRO-RIO
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Niterói-RJ dezembro/2008
Documentos, 101
ISSN 1413-3903
Oleaginosas
no Estado do
Rio de Janeiro
Observações Preliminares
2003-2007
Recomendações
Gerais
PESAGRO-RIO
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Niterói-RJ dezembro/2008
PESAGRO-RIO
Empresa de Pesquisa Agropecuária
do Estado do Rio de Janeiro
www.pesagro.rj.gov.br
DIRETORIA DA PESAGRO-RIO
CDD 633.85
SUMÁRIO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................... 5
AMENDOIM.............................................................. 7
GERGELIM.............................................................1 1
GIRASSOL..............................................................15
MAMONA................................................................19
NABO FORRAGEIRO.............................................27
PINHÃO MANSO.....................................................31
ELABORAÇÃO.......................................................35
EQUIPE DE PESQUISA..........................................36
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Esta publicação reúne observações preli-
minares sobre o potencial produtivo de culturas
oleaginosas nas condições de solo e clima do Estado
do Rio de Janeiro, bem como recomendações
técnicas gerais.
Como não há tradição no cultivo de olea-
ginosas no Estado e faltam informações sobre o seu
potencial produtivo para definir tecnologias apro-
priadas, a PESAGRO-RIO, desde 2003, realiza
experimentos para acompanhar o desenvolvimento e
a adaptação de seis culturas às condições pedo-
climáticas do Estado do Rio de Janeiro - amendoim,
gergelim, girassol, mamona, nabo forrageiro e pinhão
manso.
São apresentados mapas de potencialidades
pedoclimáticas que mostram as áreas experimen-
tadas pela PESAGRO-RIO com menores riscos para o
plantio de amendoim, gergelim, girassol e mamona,
resultado do cruzamento de informações da base de
solos do estado (Embrapa Solos), da fisiologia vegetal
de cada cultura e dos dados altimétricos e climato-
lógicos do estado. As pesquisas realizadas contaram
com o apoio da Secretaria de Estado de Ciência e
Tecnologia, através da Fundação Carlos Chagas Filho
de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
(FAPERJ); da Secretaria de Estado de Agricultura,
Pecuária, Pesca e Abastecimento (SEAPPA) e do
Ministério de Ciência e Tecnologia, por intermédio da
Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Em 2007, o governo estadual, através da
SEAPPA, lançou o Plano Diretor de Agroenergia - RIO
AGROENERGIA, que aponta as características mais
relevantes para a produção sustentável de etanol e
biodiesel.
5
Assim, a PESAGRO-RIO, consciente da
necessidade de gerar energia limpa para o bem-estar
do cidadão, de possibilitar a geração de novos
empregos no meio rural e de distribuir renda de modo
mais eficiente, oferece aos agricultores fluminenses
informações rápidas e fundamentais para a
implantação do cultivo de oleaginosas no Estado do
Rio de Janeiro.
Esclarecimento
6
AMENDOIM
AMENDOIM
A planta
Cultivares/híbridos
De acordo com os experimentos conduzidos pela
PESAGRO-RIO, recomenda-se:
Porte ereto e precoce:
- IAC Tatu, IAC 5 (vermelhos);
- IAC 22 e IAC 8112 (cremes e tipo exportação).
Porte prostrado e tardio:
- IAC 886 Runner e IAC Caiapó (cremes, tipo ex-
portação, adequados para a colheita mecânica);
- Coletas RJ e ES (castanhos escuros, muito tardios,
com sementes grandes).
Recomendações técnicas
É rústico e pouco exigente em controle fitossanitário.
Todavia, inspeções freqüentes nos primeiros 30 dias
são aconselháveis.
Aproveita bem a adubação residual de outros cultivos
e responde à adubação foliar e amontoa.
A colheita deve ser feita quando as folhas adquirirem
coloração amarela. Deve ser seco adequadamente
para evitar a aflatoxina (substância tóxica induzida por
8
fungo).
O armazenamento das vagens em lugar seco e
ventilado é preferível para a manutenção da qualidade
do grão.
Capacidade de uso da planta
Espaçamento (0,5-0,6 m para eretos e 07-0,9 m para
prostrados). Densidade (15-20 sementes/ metro linear
de sulco).
Excelente para recuperar solos degradados, nota-
damente em rotação com a cana-de-açúcar.
O amendoim pode ser consorciado com cana-de-
açúcar ou com outras oleaginosas (mamona, girassol,
pinhão manso, etc), aumentando consideravelmente a
capacidade de uso da terra na produção de energia
(etanol e biodiesel).
Para a alimentação animal, pode ser utilizado como
feno e torta, com altos índices protéicos (cerca de
40%).
Potencial de produção
Esses materiais foram avaliados na região Norte
Fluminense, no período 2005-2007, com rendimentos
médios de 1.800 kg/ha de amêndoas e 5,3 t de matéria
seca (palha).
Todavia, em ótimas condições, o amendoim tem
potencial para produzir 6.000 kg/ha, permitindo à
pesquisa grande possibilidade para o aprimoramento
da produção estadual.
Rendimento de óleo
Considerando-se o teor mínimo de óleo de 50%, é
possível obter 850 kg de óleo e 950 kg de torta/ ha.
Vale ressaltar que óleo de amendoim é um óleo nobre,
equivalente ao óleo de oliva e de ótima conservação
(não fica rançoso com facilidade).
9
Aptidão boa, com risco climático mínimo - 5% das áreas do Estado
(219.321ha). Condições térmicas satisfatórias (temperaturas superiores a
21°C) e condições hídricas que permitem um ou dois cultivos anuais, desde
que respeitado o período das chuvas. Abrange regiões de relevo plano a suave
ondulado (0% a 8% de declividade).
Área situada, principalmente, na região do Médio Paraíba, envolvendo parte
dos municípios de Itatiaia, Resende, Porto Real e Quatis; na região das
Baixadas Litorâneas, em parte dos municípios de Saquarema, São Pedro
d'Aldeia, Cabo Frio e Armação de Búzios; e na região Norte Fluminense,
envolvendo parte dos municípios de Campos dos Goytacazes, Carapebus,
Quissamã e São Francisco do Itabapoana.
.
.
AMENDOIM
POTENCIAL
PEDOCLIMÁTICO
GERGELIM
GERGELIM
A planta
Cultivares
De acordo com os experimentos conduzidos pela
PESAGRO-RIO, são recomendados os seguintes
materiais: G4, G3, Skoba e Blanco, provenientes da
Embrapa Algodão.
Recomendações técnicas
A época recomendada para o cultivo do gergelim no
Estado do Rio de Janeiro é a de primavera-verão
(novembro-dezembro), coincidindo a colheita com a
época menos chuvosa.
O espaçamento recomendado é de 1,0 m entre linhas,
deixando-se 10 plantas por metro linear após o
desbaste.
Potencial de produção
Rendimento de óleo
13
Aptidão boa - No período de chuvas, de novembro a fevereiro,
levando-se em conta um ciclo médio de 90 dias, com temperatura média
entre 24ºC e 30ºC e pluviosidade situada entre 400 mm e 900 mm durante o
ciclo produtivo. Abrange áreas de relevo plano a suave ondulado (0% a 8%
de declividade).
Área situada, principalmente, na região do Médio Paraíba, envolvendo
parte dos municípios de Itatiaia, Resende, Porto Real e Quatis; na região
das Baixadas Litorâneas, em parte dos municípios de Cabo Frio e Armação
de Búzios; e na região Norte Fluminense, envolvendo parte dos municípios
de Campos dos Goytacazes, Carapebus e São Francisco do Itabapoana.
.
.
GERGELIM
POTENCIAL
PEDOCLIMÁTICO
GIRASSOL
GIRASSOL
A planta
15
Pode ser plantada do Rio Grande do Sul a Roraima.
Cultivares/híbridos
Recomendações técnicas
Potencial de produção
Rendimento de óleo
17
Aptidão boa, com risco climático mínimo - 1% das áreas do Estado
(43.864 ha). Condições térmicas entre 13ºC e 30ºC e condições hídricas que
permitem até dois ciclos de cultivos anuais, desde que respeitados os ciclos de
chuva. Abrange regiões de relevo plano a suave ondulado (0 a 8% de
declividade).
Área situada, principalmente, na região do Médio Paraíba, em parte dos
municípios de Resende, Porto Real, Quatis e Itatiaia.
Aptidão boa, com risco climático - 5% das áreas do Estado (219.321,50
ha). Condições térmicas entre 13ºC e 30ºC e condições hídricas que permitem
apenas um ciclo anual, desde que respeitados os ciclos das chuvas.
Área situada, principalmente, na região das Baixadas Litorâneas, em parte dos
municípios de Armação de Búzios e Cabo Frio; e na região Norte Fluminense, em
parte dos municípios de São Francisco do Itabapoana, Quissamã, Carapebus e
Campos dos Goytacazes.
.
.
GIRASSOL
POTENCIAL
PEDOCLIMÁTICO
MAMONA
MAMONA
A planta
É de ciclo anual.
12m
100m
Cultivares/híbridos
Potencial de produção
23
Apesar do potencial produtivo muito alto, a deiscência
dos frutos exige que se faça a colheita parcelada em
até 5 vezes, o que encarece a produção e inviabiliza a
colheita mecânica.
AL Guarany 2002 - A produtividade varia de 1.000 a
2.500 kg/ha. Tem bom potencial produtivo e exige
nível tecnológico mediano, com descascamento
exclusivamente por máquinas. A colheita pode ser
manual ou mecânica, realizada de uma única vez,
pois os frutos são indeiscentes.
BRS 149 Nordestina e BRS 188 Paraguaçu - Essas
cultivares foram desenvolvidas para plantio em região
semi-árida e para uso na agricultura familiar, com
plantio e colheita manual (parcelada), ciclo longo (até
250 dias se houver disponibilidade de água) e boa
tolerância à seca. Em condições normais, com
fertilidade do solo mediana, altitude superior a 300m,
tratos culturais adequados e pelo menos 500mm de
chuva, podem produzir 1.500 kg de sementes por
hectare a cada ano.
Rendimento de óleo
24
Aptidão boa, com risco climático mínimo - 5% das áreas do Estado
(219.321,50 ha). Condições hídricas e térmicas satisfatórias para uma boa
vegetação e frutificação. Abrange regiões de relevo plano a suave ondulado (0 a
8% de declividade).
Área situada, principalmente, na região das Baixadas Litorâneas, envolvendo
parte dos municípios de Armação de Búzios e Cabo Frio; e na região Norte
Fluminense, em parte dos municípios de São Francisco do Itabapoana,
Quissamã, Carapebus e Campos dos Goytacazes.
Aptidão boa, com risco climático - 1% das áreas do Estado (43.864 ha).
Estação seca pouco pronunciada, com riscos de umidade excessiva para a cultura
e problemas fitossanitários.
Área situada, principalmente, na região do Médio Paraíba, envolvendo parte
dos municípios de Itatiaia, Resende, Porto Real e Quatis.
.
.
MAMONA
POTENCIAL
PEDOCLIMÁTICO
NABO
NABO
FORRAGEIRO
FORRAGEIRO
A planta
Cultivares
Recomendações técnicas
Potencial de produção
Rendimento de óleo
Considerando-se o teor médio de óleo de 35%, é
possível obter de 175 a 210 litros de óleo por hectare.
29
PINHÃO
PINHÃO
MANSO
MANSO
A planta
Cultivares/híbridos
Recomendações técnicas
Potencial de produção
Em condições ideais de cultivo, o pinhão manso pode
produzir, segundo dados da literatura, 400 kg/ha no
primeiro ano, 1.000 kg/ha no segundo ano, 3.000
kg/ha no terceiro ano e 6.000 kg/ha do quarto ano em
diante.
Rendimento de óleo
34
ELABORAÇÃO
ELABORAÇÃO
Coordenação
Henrique Marques Ribeiro da Silva, Eng. Agrônomo
Silvio José Elia Galvão, Eng. Agrônomo
Redação
Benedito Fernandes de Souza Filho - Pesquisador
Editoração
Mario José Gomes Saraiva - Assistente Técnico 35
EQUIPE DE PESQUISA
EQUIPE DE PESQUISA