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N U E V A R E V I S T A DE

FILOLOGÍA HISPÁNICA
TOMO XXVIII NÚM. 2

CALCOS SINTÁCTICOS D E L GUARANÍ


EN E L ESPAÑOL D E L PARAGUAY

S e g ú n los datos facilitados p o r el Censo Nacional del Paraguay


de 1962, ú l t i m o utilizable, el 4 8 % de los habitantes del país son
b i l i n g ü e s en g u a r a n í y español mientras que el 45.1% son m o n o l i n -
gües en g u a r a n í y solamente el 4.4% l o son en español *.
A h o r a b i e n , si nos son conocidas, en general, las pautas i n t e r i n -
dividuales d e l uso del g u a r a n í y del español entre los hablantes pa-
raguayos b i l i n g ü e s gracias, en p r i m e r í s i m o lugar, a las investigacio-
nes llevadas a cabo por Joan R u b i n 2 , n o ocurre l o m i s m o con la
caracterización conceptual que, a n i v e l colectivo, debe ser a t r i b u i d a
a la peculiaridad b i l i n g ü e del Paraguay.
E l i n t e n t o m á s reciente para determinar, dentro de parámetros
sociolingüísticos, la tipología concreta del b i l i n g ü i s m o paraguayo ha
sido realizado, como es sabido, por B a r t o l o m é M e l i á en tres notables
t r a b a j o s 8 que v i e r o n la luz en 1973 y 1974 y que, si b i e n destacan,
p o r la agudeza de sus intuiciones y por la brillantez de su exposición,
entre el resto de los dedicados al tema 4 , estimo n o proporcionan u n
diagnóstico totalmente adecuado de la modalidad b i l i n g ü e del país.

1 E n el momento actual, el porcentaje de hablantes b i l i n g ü e s debe ser apre-


ciablemente mayor y, por consiguiente, m e n o r el de m o n o l i n g ü e s en g u a r a n í
V é a n s e los datos facilitados en el v o l u m e n Algunos aspectos del rendimiento
escolar relacionados con el bilingüismo paraguayo, editado por el Ministerio
de E d u c a c i ó n y C u l t o del Paraguay y l a O r g a n i z a c i ó n de Estados Americanos
en B u e n o s Aires, 1978.
2 Bilingüismo nacional en el Paraguay, México, 1974.
3 " E l g u a r a n í d o m i n a n t e y d o m i n a d o " , Suplemento Antropológico. Univer-
sidad Católica ( A s u n c i ó n ) , 1973, n ú m s . 1/2, 119-128; " D i g l o s i a e n el Paraguay
i la c o m u n i c a c i ó n desequilibrada", ibid., 133-140; " H a c i a u n a « t e r c e r a l e n g u a »
•n el Paraguay", Estudios Paraguayos, 1974, n ú m . 2, 31-71.
4 V é a s e l a b i b l i o g r a f í a que sobre el b i l i n g ü i s m o paraguayo facilitan, respec-
vamente, B . M E L I Á en su trabajo " B i b l i o g r a f í a sobre el « b i l i n g ü i s m o » del Pa-
guay", Estudios Paraguayos, 1974, n ú m . 2, 73-82 y G R A Z Z I E L L A C O R V A L Á N en
suyo Estudios sociolingüísticos en el Paraguay, A s u n c i ó n , 1976.
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E n efecto, para el P. M e l i á l a situación del Paraguay, e n cuanto


al empleo y valoración colectiva del español y e l g u a r a n í , debe ser
considerada como claramente diglósica, funcionando como variante
lingüística alta ( H ) e l castellano y como variante lingüística baja
( L ) e l g u a r a n í 5 . E n m i o p i n i ó n (que espero fundamentar extensa-
mente e n otra o p o r t u n i d a d ) , e l concepto de diglosia, a l menos en
su significación m á s restrictiva t a l como es utilizado por e l P. M e l i á ,
no es aplicable a l a totalidad de los rasgos que i n d i v i d u a l i z a n como
tal a l b i l i n g ü i s m o del Paraguay y, por l o tanto, si b i e n justifica con-
vincentemente algunas de las pautas de realización de determinar
parcialmente e l manejo de los códigos lingüísticos que coexisten en
el país, n o facilita e l instrumento teórico preciso para dar razón de
todas ellas, quedando claramente fuera de su á m b i t o de aplicación
segmentos importantes del comportamiento de la comunidad lingüís-
tica paraeuava, considerada como estructura social e n su doble ver-
tiente sincrónica y diacrònica.
E n m i o p i n i ó n , sería m á s adecuada, para d e l i m i t a r conceptual-
mente l a compleja situación lingüística del Paraguay, l a utilización
de las categorías derivadas del clásico trabajo de R. B r o w n y A . G i l -
m a n 6 , de poder y solidaridad, atribuibles, respectivamente, a l em-
pleo de los códigos lingüísticos español y g u a r a n í . Partiendo de esta
base teórica, l a consideración del b i l i n g ü i s m o paraguayo como una
s i t u a c i ó n d i n á m i c a b i p o l a r en la que, e n función de variables socio-
lingüísticas determinadas, los contextos situacionales, i n t e r i n d i v i -
duales o colectivos dan lugar e n cada circunstancia a que, depen-
diendo de l a presencia, ausencia o proporcionalidad relativa de va-
lores conexos con las categorías de poder (comportamientos prag-
máticos, convencionales, oficiales o fuertemente culturizados) y de
solidaridad (comportamientos afectivos, personalizados, informales
y socialmente cohesivos), alternen, como variantes lingüísticas H y
L , e l español y e l g u a r a n í de manera m u y f l u i d a y altamente osci-
lante. Esto, a m i parecer, n o permite, s i n generalización indebida,
aplicar a una modalidad de b i l i n g ü i s m o como la a q u í esbozada la
etiqueta de disrlósica a menos que se enfoque dicha diglosia diná-
micamente, como situacional y alternativa en cuanto a la lengua de
prestigio.
A h o r a b i e n , en m i o p i n i ó n , la caracterización de la comunidad
lingüística paraguaya como diglósica, con e l castellano y e l g u a r a n í
como variantes lingüísticas H y L respectivamente de m o d o unifor-
me e invariable tanto diacrònica como sincrónica, n o puede ser pos-
tulada como objetivamente válida. Pero es i n d u d a b l e que tal apre-

s Cf. C H A R L E S A . F E R G U S O N , "Diglossia", Word, 15 ( 1 9 4 9 ) , 325-340.


« " T h e pronouns of power a n d solidarity", Style in language, ed. T . A .
Sebeok, N e w Y o r k , 1 9 6 0 , p p . 2 5 3 - 2 7 6 .
NRFH, XXVIII EL GUARANÍ E N E L E S P A Ñ O L D E L PARAGUAY 269

ciación ha sido aceptada, al menos en sus líneas básicas desde que,


en la década de 1930, se comienza a estudiar científicamente la
peculiaridad lingüística del Paraguay y ha constituido u n factor ne-
gativo importante en el desarrollo de los trabajos acerca de la inter-
ferencia del g u a r a n í sobre el español del Paraguay al identificar, de
manera excesivamente simplista, la supuesta variante l i n g ü í s t i c a H
(castellano) con el c ó d i g o interferente y la supuesta variante lingüís-
tica L (guaraní) con el c ó d i g o i n t e r f e r i d o .
N o se acepta a ú n el hecho evidente de que, dados los condicio-
namientos sociolingüísticos, históricos y socioeconómicos del Para-
guay, tanto el castellano como el g u a r a n í han sido y son, paralela-
mente, lenguas interferentes e interferidas en el contexto nacional.
Esto ha dado lugar al hecho, difícilmente explicable, de que, mien-
tras los resultados de la presión lingüística ejercida por el castellano
sobre el g u a r a n í han sido repetida y brillantemente estudiados y
valorados 7 , n o lo han sido, en cambio, sino de m o d o extremadamen-
te superficial e incompleto, los fenómenos relacionados con el pro-
ceso paralelo: el i n f l u j o del g u a r a n í sobre el castellano paraguayo 8 .
B i e n es verdad que, como ha dicho en diversas ocasiones M . M o r í n i -
g o 9 , seguido por otros especialistas 1 0 , la interferencia del español
sobre el g u a r a n í ha sido de tal manera intensa y amplia que ha dado
lugar a una verdadera reestructuración del sistema gramatical de esta
ú l t i m a lengua, cada vez m á s convergente en sus paradigmas grama-
ticales respecto a los castellanos, como se puede comprobar estable-
ciendo enfoques comparativos entre el g u a r a n í clásico o j e s u í t i c o 1 1
y el g u a r a n í tribal», por una parte, y, por otra, el g u a r a n í paragua-

i V é a n s e , sobre todo, los trabajos de M A R C O S A . M O R Í N I G O Hispanismos en


el guaraní, Buenos Aires, 1931; " I n f l u e n c i a del e s p a ñ o l en l a estructura lin-
g ü í s t i c a del g u a r a n í " , FU, 5 ( 1 9 5 9 ) , 235-247; ibid., 7 ( 1 9 6 2 ) , 213-220; " I m p a c t o
del e s p a ñ o l sobre el g u a r a n í " , Homenaje al Instituto de Filología y Literatura
Hispánicas Dr. Amado Alonso, B u e n o s Aires, 1975, pp. 283-294. T a m b i é n A N -
T O N I O T O V A R , " E s p a ñ o l y lenguas i n d í g e n a s " , Presente y futuro de la lengua
española, t. 2, M a d r i d , 1963, pp. 245-257.
s C f . como ejemplos el texto L u i s D E G Á S P E R I , "Presente y futuro de l a len-
gua e s p a ñ o l a en el Paraguay", Presente y futuro de la lengua española, t. I ,
M a d r i d , 1964, pp. 127-133 y B E R T I L M A L M B E R G , La América hispanohablante,
M a d r i d , 1970, pp. 253-285.
9 V é a n s e las obras citadas en nota 7.
10 V é a s e A . T O V A R , art. cit.
" V é a s e ante todo, en r e l a c i ó n con esta m o d a l i d a d de la lengua g u a r a n í , A N -
T O N I O R U I Z D E M O N T O Y A , Arle y vocabulario de la lengua guaraní, M a d r i d , 1640.
Otros materiales sobre el tema h a n sido r e s e ñ a d o s por B A R O L O M É M E L I Á , Fuen-
tes documentales para el estudio de la lengua guaraní de los siglos xvii y xviii,
Suplemento Antropológico. Universidad Católica, 5 (1970), 113-161.
ia M e refiero, al emplear esta d e n o m i n a c i ó n , a las modalidades de g u a r a n í
usadas en l a actualidad por las agrupaciones i n d í g e n a s P a í - T a v y t e r a , M b y a y
270 GERMÁN DE GRANDA NRFH, XXVIII

yo o coloquial del m o m e n t o presente 1 3 , pero t a m b i é n es cierto que


ha sido m u y intensa la interferencia del g u a r a n í sobre el castellano
popular paraguayo. T e ó r i c a m e n t e , n o se justifica el desentendimien-
to casi completo de este importante aspecto de la realidad lingüística
paraguaya por parte de los especialistas en el estudio d e l español de
A m é r i c a . Como circunstancia atenuante, se puede explicar su acti-
t u d como el resultado de su desconocimiento de las posibilidades,
altamente sugestivas, que ofrece el castellano paraguayo para el en-
foque de los fenómenos de contacto lingüístico en una situación de
bilingüismo amplio
Para c o n t r i b u i r , en la modesta medida de mis posibilidades, a
dar a conocer a los colegas interesados en este g é n e r o de problemas
la f e r t i l i d a d del campo de estudio representado por el español del
Paraguay en relación con posibles rasgos desarrollados como conse-
cuencia de procesos de interferencia lingüística me l i m i t a r é en este
trabajo a presentar, sin pretensión alguna de exhaustividad, algunos
f e n ó m e n o s morfosintácticos, derivados de modelos estructurales de
la lengua g u a r a n í . Éstos, siendo de a m p l í s i m o uso en el castellano
paraguayo, n o h a n sido, sin embargo, recogidos en las monografías
de í n d o l e general sobre sintaxis del español de A m é r i c a 1 5 y, por
lo tanto, son v i r t u a l m e n t e desconocidos para los especialistas en este
á m b i t o de estudios, a pesar del interés que, por varios motivos,
ofrecen.
B a s á n d o m e en categorías propuestas por U . W e i n r e i c h si bien
m o d i f i c á n d o l a s o a m p l i á n d o l a s en lo necesario para m i propósito,
clasificaré los fenómenos a considerar en cuatro modalidades. Éstas

C h i r i p á ( A v a - k a t u - e t é ) de l a r e g i ó n oriental del Paraguay y por los chirigua-


nos del á r e a c h a q u e ñ a . L a c a r a c t e r i z a c i ó n l i n g ü í s t i a del h a b l a de los A c h é (Gua-
y a k í ) necesita a ú n estudios m á s detenidos y profundos.
13 E m p l e o a q u í e l concepto (y l a t e r m i n o l o g í a ) propuestos por L e ó n Cado-
gan para designar a l a modalidad de h a b l a g u a r a n í empleada e n l a actualidad
por l a p o b l a c i ó n paraguaya n o tribal. V é a n s e L E Ó N C A D O G A N , " E n torno a la
e n s e ñ a n z a del g u a r a n í y su i m p l a n t a c i ó n como idioma oficial", Ybyturusú, Vi-
l l a m e a , Paraguay, 1963, n ú m . 5, 12-15; 1963, n ú m . 6, 10-12 y " A l g o m á s sobre
el g u a r a n í paraguayo", Alcor, A s u n c i ó n , 1967, n ú m s . 44/45, 3-6. P a r a el conoci-
miento de los rasgos fundamentales de esta variante l i n g ü í s t i c a d e l g u a r a n í es
ú t i l el l i b r o de BARTOLOMÉ M E L I Á , ALFONSO PÉREZ PEÑASCO y Luis FARRÉ MA-
L U Q U E R El guaraní a su alcance, A s u n c i ó n , 1960. Sobre los rasgos correntinos
v é a s e l a obra de E . G R E G O R E S y J . A . S U Á R E Z , A description of colloquial Gua-
raní, P a r í s , 1967; v é a s e t a m b i é n L E Ó N C A D O G A N , " E n torno al g u a r a n í paraguayo
o c o l o q u i a l " , Carav, 1970, n ú m . 14, 31-41.
M C f . U . W E I N R E I C H , Languages in contad. Findings and problems, The
Hague, 1970, p. 33.
I B M e refiero, ante todo, a C H A R L E S K A N Y , Sintaxis hispanoamericana, Ma-
drid, 1970.
18 Op. cit. supra, nota 14.
NRFH, X X V I I I E L GUARANÍ E N E L ESPAÑOL D E L PARAGUAY 271

están relacionadas con la creación de nuevos paradigmas obligatorios


en el c ó d i g o lingüístico interferido ( e s p a ñ o l ) , el abandono de para-
digmas obligatorios en la lengua interferida, la modificación de pa-
radigmas o alteración de sus pautas de realización en la lengua i n -
terferida y la selección de alternativas ofrecidas por la lengua inter-
ferida, bajo la presión, en todos los casos, de las estructuras de la
lengua interferente ( g u a r a n í ) .
E n la categoría que engloba los hechos de interferencia condu-
centes a la p r o d u c c i ó n en la lengua interferida de nuevos paradig-
mas lingüísticos obligatorios, a la que designaremos como A , desta-
can, entre otros, por la relevancia estructural de sus resultados y am-
p l i t u d de uso en el español paraguayo, los procesos de que me ocupo
a continuación.
A1 C o m o rasgo notable de la estructura lingüística del g u a r a n í
se ha destacado, en repetidas ocasiones 1 7 , la a t r i b u c i ó n en esta len-
gua, tanto en su etapa clásica como en su m o d a l i d a d actual (guaraní
paraguayo o coloquial), de indicadores de t i e m p o a los sustantivos,
l o que en cierta manera tiende a unificar, al menos semánticamente,
las categorías nominales y verbales g u a r a n í e s . E l paradigma de valo-
res temporales aplicables a los sustantivos d e l g u a r a n í responde a u n
esquema t r i p a r t i t o en el que la existencia en el pasado y n o en el
presente de u n objeto o concepto relacional se expresa por los sufi-
jos -kue o -re (este ú l t i m o se emplea solamente con sustantivos ver-
bales) ; la existencia en el f u t u r o y no en el presente de u n objeto
o concepto relacional se manifiesta mediante la p a r t í c u l a sufija -ra
y, finalmente, la posibilidad frustrada se expresa por el sufijo -run-
gue. E l castellano paraguayo ha adoptado, frente a este paradigma
g u a r a n í , tres comportamientos diferentes. D e b i d o a sus escasas po-
sibilidades de utilización, ha prescindido v i r t u a l m e n t e de adaptar a
su sistema el contenido semántico de -rangue el cual se vierte al es-
pañol, en caso necesario, por medio de perífrasis diversas n o norma-
lizadas; ha tomado en p r é s t a m o , en los isolectos castellanos m á s in-
terferidos p o r el g u a r a n í , el elemento morfológico -kue con su valor
o r i g i n a r i o (noviakue 'la aue fue novia v va no lo es', ranchokue 'el
que fue rancho y ya n o l o es', etc.) y, finalmente, ha calcado el valor
semántico de -ra mediante u n paradigma sintáctico que posee hoy,
en la m o d a l i d a d dialectal paraguaya d e l castellano, valor obligato-
r i o Fsre naradip-ma cuvo contenido significativo coincide plena-
mente con el d e l [ g u a r a n í -ra, se constituye con la p r e p o s i c i ó n para
-)- el sustantivo en cuestión, como se ve en los ejemplos siguientes-
voy a comprar para mi vestido (_ aora) 'voy a comprar el que será

" A s í , A . T O V A R " S e m á n t i c a y e t i m o l o g í a del g u a r a n í " , BICC, 5 (1949),


41-51.
272 GERMÁN D E GRANDA NRFH, X X V I I I

m i vestido pero a ú n n o l o es', mi amigo construye para su casa (=


ogara) ' m i amigo construye la que será su casa pero a ú n n o l o es', etc.
Es claro que en la p r o d u c c i ó n de este paradigma sintáctico den-
tro d e l castellano paraguayo h a n i n t e r v e n i d o modelos semánticos y
oracionales propios d e l e s p a ñ o l 1 8 y construcciones d e l t i p o vengo
para trabajar, llega para arreglar la mesa, en las que es perceptible
u n elemento significativo similar; pero la secuencia para + sustan-
tivo d e l español del Paraguay evidencia a través de su peculiar con-
tenido semántico, p r á c t i c a m e n t e i n i n t e l i g i b l e para castellanohablan-
tes de otras zonas hispánicas, su dependencia p r i m a r i a del esquema
gramatical g u a r a n í , antes mencionado, del cual es, sin posible duda,
calco funcional w .
A 2 L a estructura del verbo en g u a r a n í está basada primariamen-
te, a diferencia de la del castellano, en u n a m p l i o sistema de valores
aspectuales. E l español paraguayo ha adaptado, en parte, su esquema
verbal o r i g i n a r i o a l contenido s e m á n t i c o d e l g u a r a n í interferente,
lo q u e ha dado lugar en el m i s m o a u n complejo proceso de rees-
tructuraciones en e l que se dan interesantes calcos sintácticos a l lado
de desmorfologizaciones de formas verbales castellanas e introduc-
ción de morfemas g u a r a n í e s (-hiña, -kuri), tema este ú l t i m o d e l cual
me he ocupado en o t r o trabajo 2 0 . E x p o n d r é a q u í las características
de u n o de esos calcos, especialmente notable por haber dado lugar
a u n tipo de sintagma, o b l i g a t o r i o d e n t r o d e l castellano d e l Para-
guay, ampliamente divergente de los modelos verbales n o solamente
del español n o r m a t i v o sino, incluso, de l a totalidad de las variantes
diatópicas castellanas de las zonas n o g u a r a n í t i c a s de la A m é r i c a his-
p á n i c a 2 1 . M e refiero, concretamente, a la expresión del asoecto per-
fectivo, fuertemente marcado en l a morfosintaxis d e l g u í r a n í p o r
m e d i o d e l morfema -pa, el cual admite, a su vez, reforzamientos se-
m á n t i c o s a través de las partículas -tna e -ite.

i s C f . B E R N A R D P O T T I E R , " E s p a c i o y tiempo e n e l sistema de las preposicio-


nes", Lingüistica moderna y filología hispánica, M a d r i d , 1968, p p . 144-153.
19 C f . R E I N H O L D K O N T Z I , " C a l c o s s e m á n t i c o s e n textos aljamiados", Actas
del Coloquio internacional sobre literatura aljamiada y morisca, M a d r i d , 1978,
pp. 315-336.
20 " P r é s t a m o s m o r f o l ó g i c o s d e l g u a r a n í e n e l e s p a ñ o l d e l Paraguay".
21 V é a n s e sobre este tema, entre otros trabajos, E . A L A R C O S L L O R A C H , "Sobre
la estructura d e l verbo e s p a ñ o l " , BBMP, 25 (1949), 50-83; W I L L I A M E . B U L L ,
Time, tense and the verb, Berkeley, 1960; M . C R I A D O D E V A L , El verbo español,
Madrid, 1969; EMILIO LORENZO, El español de hoy, Madrid, 1966; K. TOGEBY,
Mode, aspect et temps en espagnol, Copenhague, 1953; F . R . A D R A D O S , "Obser-
vaciones sobre e l aspecto v e r b a l " , EClás, 1 ( 1 9 5 0 ) , 1-25; L . J . M A C L E N N A N , El
problema del aspecto verbal, M a d r i d , 1962; M A R T Í N S. R U I P É R E Z , "Observaciones
sobre e l aspecto verbal e n e s p a ñ o l " , Strenae, Salamanca, 1962, 427-436; W O L F
D I E T R I C H , Die periphrastische Verbalaspekte in den romanischen Sprache, T ü ¬
bingen, 1973.
NRFH, XXVIII E L GUARANÍ E N E L E S P A Ñ O L D E L PARAGUAY 273

E l castellano paraguayo ha desarrollado, sobre el modelo guara-


ní, u n paradigma sintáctico de contenido perfectivo que tiene como
pieza fundamental la forma invariable todo, paralela funcionalmente
a la g u a r a n í -pa, la cual puede ser intensificada, de modo similar
a l o que acontece en la lengua interferente, con el empleo d e l mor-
fema -ya (equivalente en su función a -ma) y del d i m i n u t i v o con
valor intensivo -ito aplicado a todo (procedimiento paralelo a l uso
en g u a r a n í de -ite, sufijo i n t e n s i f i c a d o r ) . E n castellano paraguayo,
el morfema reforzador de la e x p r e s i ó n espectual perfectiva ya es em-
pleado, j u n t o con todo especialmente en casos en que e l verbo se re-
fiere a acciones temporalmente presentes o pasadas. E n este ú l t i m o
caso el uso de ya es p r á c t i c a m e n t e obligatorio, y con frecuencia se
u t i l i z a duplicado a l p r i n c i p i o y a l f i n de la expresión oracional.
Este paradigma verbal, característico d e l español paraguayo, es
especialmente perceptible, p o r su divergencia respecto a l sistema
verbal d e l castellano tanto europeo como americano de zonas n o
guaraníticas, cuando se aplica a casos en que el verbo tiene significa-
c i ó n intransitiva. Los sintagmas en que esto ocurre son, por regla
general, ininteligibles para el hispanohablante n o paraguayo.
Algunos ejemplos concretos h a r á n , creo, m á s comprensible la ex-
p o s i c i ó n anterior:

Ya trabajé todo ya 'ya t e r m i n é de trabajar'.


La comida se enfrió todo 'la comida a c a b ó p o r enfriarse'.
Ya llegamos todo a Asunción 'hemos llegado a A s u n c i ó n ' .
No miré todo a esa muchacha ' n o he terminado de m i r a r a ú n a
esa muchacha'.
Tu hijo creció todo ya ' t u h i j o a c a b ó de crecer'.
Mañana compraré todo para tu ropa ' m a ñ a n a t e r m i n a r é de com-
prarte la ropa'.
La semana próxima repararé todito tu heladera 'la semana próxi-
ma a c a b a r é de reparar completamente t u heladera'.

A 3 E l verbo g u a r a n í ofrece como u n o de sus rasgos característi-


cos la posibilidad de t r a n s m i t i r , mediante e l empleo generalmente
en posposición de determinadas p a r t í c u l a s , matizaciones expresivas
relacionables, e n general, con la intensificación o la a t e n u a c i ó n d e l
contenido semántico de la f o r m a verbal utilizada. Las p a r t í c u l a s ma-
tizadoras d e l verbo g u a r a n í son especialmente abundantes cuando
el mismo se emplea e n imperativo, en cuyo caso pueden utilizarse,
por ejemplo, los morfemas intensificadores na, ke, kena, katu, katue-
te, nakatu, los atenuativos mi, mime, mimo, mipa o los de contenido
negativo ani, aníke, aniña, antei, etc. E l castellano paraguayo h a to-
mado en p r é s t a m o d e l g u a r a n í y emplea con su valor o r i g i n a r i o al-
274 GERMÁN D E GRANDA NRFH, XXVIII

gunas de las partículas mencionadas (na, ke, kena), como l o he des-


tacado ya en otra o c a s i ó n 2 2 .
A h o r a bien, existe u n morfema g u a r a n í matizador de contenidos
verbales que puede ser utilizado n o solamente u n i d o al imperativo
sino en relación con cualquier realización verbal. Se trata de la par-
tícula sufijada -mi, a la que son atribuidos contenidos expresivos
m u y amplios, individualizables por el contexto, entre los que figu-
ran la atenuación, la súplica, la f a m i l i a r i d a d , la conmiseración, la
cortesía, la captatio benevolentiae, etc.
E l castellano paraguayo ha establecido, sobre este modelo gua-
raní, u n paradigma sintáctico obligatorio, dotado de los mismos
contenidos significativos d e l morfema -mi, que se manifiesta me-
diante la utilización de la forma castellana un poco como elemento
pospuesto en la secuencia oracional al verbo que se desea matizar.
Esta modalidad de realización verbal es, en el español del Paraguay,
prácticamente general en el uso del imperativo y m u y ampliamente
empleada en otros casos de utilización de formas verbales pudiendo
ser considerada, por su abundancia y sus peculiares valores expre-
sivos como u n o de los rasgos sintácticos que c o n t r i b u y e n m á s per-
ceptiblemente a i n d i v i d u a l i z a r la variante paraguaya del español
americano. C i t a r é a c o n t i n u a c i ó n algunos ejemplos que espero per-
m i t i r á n captar con mayor facilidad los particulares valores d e l pa-
radigma gramatical a q u í examinado:

Muchacho, veni un poco que te llama el patrón (mandato sua-


vizado) .
Acá vengo un poco para hablar con vos (atenuación c o r t é s ) .
Préstame un poco esa revista (súplica).
Me aplazaron en la prueba. No sé que voy a hacer un poco (con-
miseración) .
No sé un poco lo que quiere decirme, patrón (captatio benevo-
lentiae) .

Nos ocuparemos a c o n t i n u a c i ó n de algunos rasgos paraguayos re-


lacionados con la modalidad de procesos lingüísticos que, con U .
W e i n r e i c h , hemos etiquetado como abandono de paradigmas o b l i -
gatorios en la lengua interferida (español) bajo la presión del có-
digo lingüístico interferente (guaraní) ( B ) . De entre ellos destaca-
remos, por su relevancia estructural y por su generalidad en el uso
lingüístico de extensos estratos poblacionales paraguayos, los fenó-
menos que siguen. Hacemos constar, como en el apartado anterior,
que se trata solamente de una selección restringida de datos y de

22 A r t . cit. supra, nota 20.


NRFH, XXVIII EL GUARANÍ E N E L E S P A Ñ O L D E L PARAGUAY 275

n i n g ú n m o d o de la totalidad de los procesos evolutivos que p o d r í a n


ser incluidos en este apartado teórico.
B
X E l sistema verbal del g u a r a n í , centrado en una apreciación
de la realidad en desarrollo fundamentalmente objetivada, posee so-
lamente, desde el p u n t o de vista morfológico, dos modos, el indicati-
vo y el i m p e r a t i v o 2 8 . Los valores verbales que corresponderían al
s u b j u n t i v o castellano son, pues, parcialmente acogidos dentro de las
formas indicativas o, en otros casos, expresados mediante procedi-
mientos léxicos o el uso de determinadas partículas (hagua).
L a presión de este esquema modal d e l verbo g u a r a n í , considera-
blemente m á s simple que el correspondiente al castellano, ha inci-
d i d o fuertemente en los isolectos del español paraguayo m á s inter-
feridos por el g u a r a n í , dando lugar en ellos a una perceptible ten-
dencia a la e l i m i n a c i ó n de las formas verbales subjuntivas del pa-
radigma castellano, con base, lógicamente, en el modelo facilitado
por la estructura verbal del g u a r a n í que n o posee, como hemos visto,
rasgos morfológicos específicos para marcar funcionalmente los sig-
nificados correspondientes al m o d o s u b j u n t i v o d e l español.
Las cuatro formas que constituyen en la actualidad (tras la des-
a p a r i c i ó n del f u t u r o imperfecto y del f u t u r o perfecto en el siglo x v i
con carácter de generalidad) el paradigma n o r m a t i v o castellano del
m o d o s u b j u n t i v o son, en el español paraguayo, sustituidas y reem-
plazadas mediante la utilización de u n o de los dos procedimientos
siguientes: el empleo de formas verbales indicativas (normalmente
en los casos de sustitución del presente y el p r e t é r i t o perfecto de
s u b j u n t i v o ) o el uso del paradigma para - f i n f i n i t i v o (en los casos
de sustitución del imperfecto de s u b j u n t i v o ) . Así puede comprobarse
en los ejemplos que se recogen a c o n t i n u a c i ó n :

No creo que llegó mi amigo 'no creo que haya llegado m i amigo'.
Los profesores no piensan que salva Juan 'los profesores no pien-
san que J u a n apruebe'.
El patrón nos dijo para venir hoy 'el p a t r ó n nos d i j o que vinié-
ramos hoy'.
Le encargué para traer los libros 'le e n c a r g u é que trajera los
libros'.

Es indudable que los procesos mencionados del castellano para-


guayo p o d r í a n inscribirse, en una consideración general, dentro de
las tendencias, perceptibles tanto en el español peninsular a c t u a l 2 *

23 C f . A N T O N I O G U A S C H , El idioma guaraní, Asunción, 1956.


24 V é a s e E M I L I O L O R E N Z O , El español de hoy, M a d r i d , 1966.
276 GERMÁN D E GRANDA NRFH, X X V I I I

como en las diferentes áreas del e s p a ñ o l a m e r i c a n o 2 5 , hacia una re-


d u c c i ó n simplificadora del paradigma verbal heredado del latín p o r
el español. Pero t a m b i é n es cierto que los f e n ó m e n o s que h a n tenido
lugar en el castellano del Paraguay en r e l a c i ó n con las diferentes
formas verbales subjuntivas son, como hemos visto, de una violen-
cia y radicalidad tal que n o es posible encontrar evoluciones parale-
las en el resto de las zonas hispánicas. Esto, sumado al hecho de que
el paradigma (desarrollado en e l español paraguayo para sustituir
en especial al imperfecto de s u b j u n t i v o ) para + indicativo sea u n
claro calco sintáctico de las construcciones g u a r a n í e s con hagua, deja
m u y escaso margen para dudar de que, como hemos apuntado antes,
la e l i m i n a c i ó n (prácticamente completa en algunos isolectos del
castellano del Paraguay) de las formas variables de s u b j u n t i v o se
deba, en esta zona geográfica concreta, a la interferencia d e l sistema
v e r b a l de la lengua g u a r a n í .
B 2 E n español, la presencia de verbos copulativos (estar, parecer,
semejar y, sobre todo ser) o seudocopulativos (hallarse, permanecer,
andar, ir, terminar, etc.) se considera necesaria, como norma, para
temporalizar la relación entre sujeto y predicado n o m i n a l 2 « . N o ocu-
r r e así en g u a r a n í , lengua en la que, n o existiendo l é x i c a m e n t e una
f o r m a verbal equivalente al ser castellano, el esquema oracional pre-
d i c a t i v o es m u y diferente, ya que está c o n s t i t u t i d o b á s i c a m e n t e por
la y u x t a p o s i c i ó n sujeto + predicado. E n los casos en que el sujeto
está representado por u n p r o n o m b r e personal, éste puede reiterarse
y / o intercalar, entre sujeto y predicado las partículas, originaria-
m e n t e reforzadoras aunque hoy c o m ú n m e n t e sólo expletivas, ko, ku.
Cuando el sujeto es el p r o n o m b r e de p r i m e r a persona, el sintagma
che ha'e equivale al castellano yo soy.
E l español paraguayo u t i l i z a , en numerosas ocasiones, paradigmas
oracionales predicativos en los que, sobre el modelo facilitado por
el g u a r a n í , se omite el verbo ser en su función copulativa, dando
lugar a construcciones extremadamente desviadas de la n o r m a es-
t r u c t u r a l castellana. Ocurre esto, con carácter general, en los esque-
mas oracionales en los que el predicado n o m i n a l está constituido
por u n a frase de relativo. E n este caso, la o m i s i ó n d e l verbo copula-
t i v o ser es, en determinados isolectos d e l castellano paraguayo, prác-
ticamente completa, insertándose t a m b i é n a veces, de acuerdo con

25 P o r ejemplo, J U A N M . L O P E B L A N C H , " L a r e d u c c i ó n del paradigma verbal


en e l e s p a ñ o l de M é x i c o " , Estudios sobre el español de México, México, 1972,
pp. 141-155.
se Cf., entre otros trabajos, C . H E R N Á N D E Z , " A t r i b u c i ó n y p r e d i c a c i ó n " ,
BRAE, 5 9 ( 1 9 7 1 ) , 3 2 7 - 3 4 0 ; R . N A V A S R U I Z , Ser y estar. Estudio sobre el sistema
atributivo español, Salamanca, 1 9 6 3 ; J . G O N Z Á L E Z M U E L A , " S e r y estar: enfoque
de la c u e s t i ó n " , BHS, 38 (1961), 3-12.
NRFH, XXVIII E L GUARANÍ E N E L E S P A Ñ O L D E L PARAGUAY 277

la norma g u a r a n í , la p a r t í c u l a ko entre sujeto y p r e d i c a d o 2 T . Así


puede comprobarse en los ejemplos siguientes:

¿Qué lo que te trae tan tarde a casa? ¿ q u é es l o que te trae tan


tarde a casa?'.
Asi lo que tenes que hacer 'así es l o que tenés que hacer'.
£ 5 0 ko lo que no quiero hacer 'eso es l o que n o q u i e r o hacer'.
La costumbre que tenía mi papá que le gustaba tomar mate a las
cinco 'la costumbre que tenía m i p a p á era que le gustaba tomar
mate a las cinco'.

B
3 E l esquema sintáctico castellano para expresar el comparativo
de igualdad está constituido, básicamente, por la secuencia siguien-
te: p r i m e r t é r m i n o de la c o m p a r a c i ó n + verbo copulativo o seudo-
copulativo + tan + e x p r e s i ó n de la cualidad + como + segundo
t é r m i n o de la c o m p a r a c i ó n , en la que pueden distinguirse seis ele-
mentos constituyentes. E l esquema sintáctico paralelo del g u a r a n í
es algo diferente del castellano ya que no sólo, como hemos visto
en el apartado B 2 , puede prescindir de la c ó p u l a verbal sino que, ade-
m á s , n o posee u n elemento gramatical equivalente, en cuanto a su
función, a la forma tan del español.
E l castellano hablado en el Paraguay ha calcado, con carácter
ampliamente general, el esquema g u a r a n í de la c o m p a r a c i ó n de
igualdad, e l i m i n a n d o del correspondiente castellano el constituyente
tan obligatorio en español, y reduciendo, por tanto, los elementos
de la secuencia comparativa en cuestión de seis a cinco, como se
puede ver en los ejemplos que siguen:

Mi profesor es argel como el tuyo ' m i profesor es tan a n t i p á t i c o


como el tuyo'.
Mi hermano es alto como el de Juan ' m i hermano es tan alto
como el de Juan'.

Nos ocuparemos seguidamente de algunos rasgos del castellano


paraguayo que responden, en cuanto a su génesis, a f e n ó m e n o s de
interferencia originados en modelos estructurales g u a r a n í e s , que pue-
den ser agrupados bajo el concepto general de procesos de m o d i f i -
cación de paradigmas sintácticos españoles o de sus pautas de reali-
zación ( C ) .
d U n a de las funciones que pueden d e s e m p e ñ a r en español las
formas átonas objeto del p r o n o m b r e personal es la de expresar el
llamado dativo ético o s i m p a t è t i c o , mediante el cual se pone de re-
lieve la intensa p a r t i c i p a c i ó n en una acción determinada de una per-

27 C f . m i trabajo citado supro, nota 2 0 .


278 GERMÁN D E GRANDA NRFH, XXVIII

sona concreta o su notable repercusión en la misma d e b i d o a condi-


cionantes como la amistad, parentesco, cariño, adscripción, pose-
sión, etc. Así se puede constatar en ejemplos como se me murió el
perrito, se le perdió la cartera, la madre cuida que no se le ahogue
su hijo. E n g u a r a n í este matiz significativo se manifiesta mediante
la posposición de la p a r t í c u l a gui (equivalente a la preposición cas-
tellana de) a las diferentes formas de p r o n o m b r e personal (chehegui,
ndehegui, ichugui, ñandehegui, orehegui, pendehegui, ichuguikuéra)
previa una determinada alteración m o r f o n o l ó g i c a , en algunos casos
sin interés para nosotros en este momento.
E n castellano paraguayo, bajo la presión de este esquema morfo-
sintáctico g u a r a n í , ha alterado significativamente el paradigma sin-
táctico que, en español, es portador del valor significativo del da-
tivo ético o simpatètico. E n p r i m e r lugar, de acuerdo con la tonali-
dad general de los pronombres en g u a r a n í , ha sustituido las formas
castellanas pronominales átonas de objeto por las correspondientes
tónicas (me, te, se, nos, os, les > mi, ti, él, nosotros, ustedes, ellos).
Y, a d e m á s , adaptando el modelo g u a r a n í , en el que para manifestar
los valores atribuidos al dativo ético o s i m p a t è t i c o se emplea la se-
cuencia p r o n o m b r e personal + gui ( = 'de'), acorde con la tenden-
cia positiva que, respecto a las partículas, se observa en dicha len-
gua, el castellano paraguayo hace preceder de la p r e p o s i c i ó n de a las
formas tónicas objeto del p r o n o m b r e personal, para expresar el mis-
m o valor.
E n resumen, en el español del Paraguay el dativo ético o simpá-
tico se expresa mediante la secuencia de + p r o n o m b r e personal ob-
jeto tónico, a diferencia del paradigma n o r m a l castellano del resto
de las áreas hispanohablantes, tanto europeas como americanas, en el
que se u t i l i z a n para este f i n solamente las formas átonas del pronom-
bre personal objeto. E l trasfondo g u a r a n í de esta alteración sintác-
tica n o ofrece duda si tenemos en cuenta las consideraciones antes
expuestas. Es evidente el paralelismo entre el paradigma que para
el dativo ético o s i m p a t è t i c o ofrecen el castellano paraguayo y el
p r o p i o d e l g u a r a n í (de mí / chehegui) y, por el contrario, la diver-
gencia entre ambos y el existente en el español de las zonas n o gua-
raníticas (de mi / chehegui-me). Puede confirmarse esta aseveración
con los ejemplos siguientes:

Se murió de mí mi perrito 'se me m u r i ó el p e r r i t o ' .


Se perdió de mí mi chequera 'se me p e r d i ó la chequera'.
Se murió de nosotros nuestro hijo 'se nos m u r i ó el h i j o ' .
La madre cuida a su hijo para que no se ahogue de ella 'la madre
cuida a su h i j o para que n o se le ahogue'.
NRFH, XXVIII EL GUARANÍ E N E L ESPAÑOL D E L PARAGUAY 279

Ça E n español, el esquema oracional negativo se asienta, p r i -


mariamente, en la introducción d e l morfema no ante el verbo n u -
clear de la oración. Sin embargo, la a n u l a c i ó n del sujeto antepuesto
al v e r b o mediante el empleo en la oración negativa de las formas
nadie, nada, nunca, jamás y otros refuerzos sintácticos semejantes (de
ningún modo, en mi vida, etc.) d e t e r m i n a la e l i m i n a c i ó n de la par-
tícula no del esquema oracional n e g a t i v o 2 8 .
L a negación en g u a r a n í obedece a estructuras sintácticas m u y
diferentes. E n p r i m e r lugar, el contenido negativo de la frase se ma-
nifiesta, por regla general, en el empleo de las formas negativas d e l
verbo, el cual posee en esta lengua u n paradigma m o r f o l ó g i c a m e n t e
marcado para esta función mediante el esquema nda + raíz verbal
+ i29. A d e m á s , el g u a r a n í suele hacer preceder al verbo, en su for-
m a negativa, de refuerzos oracionales entre los que destacan por su
frecuente uso avoue 'nadie', mba'eve 'nada', maramove (jamás', má-
ramo / mba'eve ara 'nunca', etc., sin que el uso de estas partículas
altere o m o d i f i q u e el paradigma m o r f o l ó g i c o d e l verbo negativo.
E l castellano paraguayo ha calcado, con carácter general, el es-
quema de la oración negativa d e l g u a r a n í . H a prescindido, para
ello, de la aplicación de la regla sintáctica d e l español mediante la
cual los refuerzos oracionales nadie, nada, jamás, nunca, etc., deter-
m i n a n , cuando preceden al verbo, la a n u l a c i ó n del morfema de ne-
g a c i ó n no, dando lugar así a esquemas oracionales en los que, del
m i s m o m o d o que en la lengua interferente ( g u a r a n í ) , las formas re-
forzativas antepuestas son compatibles con el paradigma negativo es-
p a ñ o l no - f verbo (en g u a r a n í nda + verbo + i).
D e este m o d o se explican las construcciones negativas del t i p o de
nada no te dije, nadie no te vio, nunca no vas a llegar, jamás no te
prometí eso, de ningún modo no vas a hacerlo, tan características del
e s p a ñ o l paraguayo por su absoluta obligatoriedad en la realización
c o l o q u i a l y por su divergencia respecto a los esquemas oracionales
normales en el castellano de las otras áreas hispanohablantes, tanto
europeas como americanas. E n éstas, si ocasionalmente pueden en-

28 C f . E . L . L L O R É N S , La negación en español antiguo con referencia a otros


idiomas, M a d r i d , 1929; K . W A G E N A A R , Étude sur la négation en anden espa-
gnol jusqu'au xv° siècle, G r o n i n g e n , 1930; C R I S T I N A M I C U S A N , " E s t u d i o compa-
rativo sobre l a sintaxis de l a n e g a c i ó n e n el e s p a ñ o l actual frente al p o r t u g u é s
y r u m a n o actuales", EAc, 13 (1969), 5-13; M . L . R I V E R O , " U n a r e s t r i c c i ó n de
la estructura superficial sobre l a n e g a c i ó n e n e s p a ñ o l " , Los fundamentos de la
gramática transformacional, ed. H . Contreras, M é x i c o , 1971, pp. 91-134; R O B E R -
T O I B Á Ñ E Z , Négation in Spanischen, M ü n c h e n , 1972.
so E s t e esquema b á s i c o puede ser alterado como consecuencia de l a sustitu-
c i ó n de nda- por sus alomorfos nd-, na-, ndo-, nde- e n procesos originados por
los diferentes contextos f o n é t i c o s a que d a lugar l a r a í z verbal adicionada a
nda-.
280 GERMÁN DE GRANDA NRFH, X X V I I I

contrarse modelos sintácticos paralelos a los paraguayos en circuns-


tancias determinadas (habla expresiva), nunca se dan con carácter
general y, desde luego, n o son consideradas como gramaticalmente
aceptables para la conciencia lingüística de los hablantes en contex-
tos efectivamente neutros.
Pienso que, tomando debidamente en cuenta la totalidad de los
hechos y condicionamientos hasta a q u í apuntados y, sobre todo, el
paralelismo entre los esquemas oracionales negativos normativos en
e s p a ñ o l paraguayo y en g u a r a n í (nada no dije / mba'eve nda'ei) y
su divergencia de los propios del castellano de zonas n o g u a r a n í t i c a s
(nada dije, no dije nada), es preciso c o n c l u i r que el f e n ó m e n o cons-
tatado en el castellano paraguayo debe ser genéticamente relacionado
con el proceso general de interferencia que, sobre este c ó d i g o l i n -
güístico, ejerce el g u a r a n í coloquial utilizado en el Paraguay.
C 3 E l régimen preposicional n o r m a l del castellano ha sido tam-
b i é n , en m i o p i n i ó n , sensiblemente afectado por la presión que so-
bre él ejercen las peculiaridades del empleo del sistema de postposi-
ciones del g u a r a n í paraguayo. L i m i t a n d o nuestras observaciones a
los casos en los que la interferencia estructural g u a r a n í parece b i e n
fundamentada y dejando de lado algunas realizaciones sintácticas en
las que sería posible detectar factores genéticos tanto hispánicos
como g u a r a n í e s (como ocurre, por ejemplo, con el uso de la prepo-
sición en con verbos de m o v i m i e n t o , hecho sospechosamente parale-
l o al uso g u a r a n í de -pe/-me 'en') nos ocuparemos a q u í solamente
de los fenómenos del castellano paraguayo que pueden ser relacio-
nados con el empleo, en g u a r a n í , de las postposiciones -gui 'de', -rehe/
-re 'por', -rupi 'porque, a causa de* y -ári 'sobre, encima de'.
E n g u a r a n í , la postposición rehe/-re (con el alomorfo -hese, usa-
d o con la tercera persona verbal) tiene u n a m p l í s i m o campo de a p l i -
cación; se usa sobre todo con verbos de percepción sensible o intelec-
t u a l , pero t a m b i é n en secuencias conexas con núcleos verbales que
expresan acción física o psicológica. Estas modalidades han sido adop-
tadas por el castellano paraguayo en el que, sistemáticamente, se en-
cuentra la preposición por ( = rehe/re en g u a r a n í ) en los contextos
oracionales antes mencionados, con desplazamiento general d e l régi-
m e n preposicional n o r m a l en zonas hispanohablantes no g u a r a n í t i c a s .
Puede comprobarse esta aseveración en ejemplos como los siguientes,
de empleo obligatorio en extensos sectores del sociodiasistema l i n -
güístico paraguayo:

Mira por ese rancho ' m i r á ese rancho'.


El auto chocó por un árbol 'el a u t o chocó con u n árbol'.
Habla por su novia todo el tiempo 'habla de su novia todo el
tiempo*.
NRFH, XXVIII E L GUARANÍ E N E L ESPAÑOL B E L PARAGUAY 281

No necesito por vos 'no necesito de t i ' .


Desconfio por Juan 'desconfío de Juan'.

L a postposición -gui 'de' se u t i l i z a en g u a r a n í con verbos como


dejar, soltar con predicados o complementos de significación causal y
a c o m p a ñ a n d o al segundo t é r m i n o de las oraciones comparativas de
desigualdad. E n los mismos casos se emplea, en castellano paraguayo,
de (= gui g u a r a n í ) , desplazando los paradigmas preposicionales nor-
males del español con a, por y que, respectivamente. A s í en los ejem-
plos que siguen:

Mi amigo soltó de su caballo ' m i amigo soltó a su caballo'.


Le sucedió de buena 'le sucedió por buena'.
Tu perro es más grande del mió ' t u perro es m á s grande que el
mío'.

L a postposición -rupi se usa en g u a r a n í (con la significación de


'por m e d i o de', ' p o r q u e ' ) , para expresar causalidad de la acción o mo-
dalidad de la misma, i n c o r p o r á n d o s e al español paraguayo a través de
los calcos 'mediante que' o 'por', como ocurre en las oraciones si-
guientes:

Mediante que no hay ruido estamos tranquilos 'estamos tranquilos


porque no hay r u i d o ' .
Vamos a la escuela por micro 'vamos a la escuela en m i c r o " .

Finalmente, -ári indica en g u a r a n í una posición, a t r i b u i d a a cual-


q u i e r persona, a n i m a l u objeto en posición superior a o t r o objeto,
persona o animal. Adaptado al castellano como sobre, se emplea en
frases como viajamos sobre caballo, calcadas evidentemente del gua-
raní.
Nos ocuparemos, finalmente, de examinar algunos f e n ó m e n o s
evolutivos que han tenido lugar en el español paraguayo, bajo la
presión del g u a r a n í , en los que el factor desencadenante del cambio
ha sido la tendencia a seleccionar con exclusividad, entre dos (o más)
alternativas sintácticas posibles en los paradigmas del castellano nor-
mativo, el esquema m á s p r ó x i m o a la estructura gramatical g u a r a n í
correspondiente, con la consiguiente e l i m i n a c i ó n de las d e m á s . Se ha
dado así lugar a u n claro empobrecimiento de los recursos sintácticos
a disposición del hablante del español paraguayo y, por consiguiente,
a la i m p o s i b i l i d a d , en determinados casos, de expresar matices de
contenido semántico o estilístico, que exigen para ser comunicados
la d i s p o n i b i l i d a d de esquemas gramaticales alternantes, existentes en
el castellano general, pero ya no en la variante d i a t ó p i c a para-
guaya ( D ) .
282 GERMÁN D E GRANDA NRFH, XXVIII

D i E l caso m á s destacado entre los que pueden ser incluidos en


esta categoría de fenómenos de interferencia es, sin duda, el relacio-
nado con la posición del adjetivo calificativo con respecto al sustantivo
a que se refiere.
Es sabido que en las lenguas r o m á n i c a s y concretamente en espa-
ñol, la posibilidad de la anteposición o postposición del adjetivo ca-
lificativo con relación al sustantivo permite la e x p r e s i ó n de matices
significativos y expresivos de gran complejidad, a cuya elucidación
se han dedicado gran n ú m e r o de m o n o g r a f í a s especializadas que han
intentado, desde m u y diferentes puntos de vista metodológicos, redu-
cir a esquemas teóricos aceptables, por su generalidad y coherencia,
la m u l t i p l i c i d a d de valores semánticos atribuibles a los adjetivos an-
tepuestos y postpuestos 3 0 .
M u y otra es la f i s o n o m í a que presenta en este aspecto la lengua
g u a r a n í ; en ella el adjetivo calificativo va obligatoriamente postpues-
to al sustantivo correspondiente, en la totalidad de los casos. E l cas-
tellano paraguayo ha calcado, en este p u n t o , el orden secuencial de
la lengua interferente, adoptando como n o r m a la postposición del
mismo (flor blanca, muchacha linda, noche oscura) con carácter de
generalidad. E l empobrecimiento que i m p l i c a , en el á m b i t o semán-
tico y estilístico, esta selección obligatoria en el empleo del adjetivo
calificativo es m u y considerable; su r e p e r c u s i ó n en la fisonomía ge-
neral del español paraguayo perceptible de m o d o inmediato por
cualquier observador, constituye u n o de los rasgos m á s importantes
(y m á s negativos, desde el p u n t o de vista de las posibilidades expre-
sivas del hablante) de la interferencia d e l g u a r a n í sobre el español
del Paraguay.
D 2 U n proceso evolutivo semejante al examinado en el apartado
anterior tiene lugar, en el castellano paraguayo, en l o que se refiere
al empleo del pronombre personal objeto, directo o indirecto.
E l español general (castellano y atlántico) posee, para significar
este valor funcional, dos paradigmas diferentes, constituido el u n o
por formas átonas (me, te, le/lo/la, nos, os/les/los ¡las) y el otro por
tónicas (a mi, a ti, a él /a ella, a nosotros, a vosotros/ a ustedes, a
ellos/a ellas), l o que permite al hablante, mediante la selección de
una de las dos alternativas (o de las dos combinadas), manifestar
contenidos expresivos o significativos de m u y diversa í n d o l e (énfasis,
sorpresa, a d m i r a c i ó n , amenaza, alegría, etc.) La lengua g u a r a n í ,

so C f . sobre este tema, por ejemplo, K A R L A R N H O L D T , Die Stellung des Ad¬


jektivs tro Italienischen und Spanischen, B e r l í n , 1916; E L B E R T W . R I N G O , " T h e
position of n o u n modifier i n colloquial S p a n i s h " , Descriptive studies in Spanish
srammar, 1954, pp. 49-72; G O N Z A L O S O B E J A N O , El epíteto en la lírica española,
M a d r i d , 1956.
3 i Cf., por ejemplo, R . D A V I S , " T h e emphatic object p r o n o u m i n Spanish",
PhQ_, 16 ( 1 9 3 7 ) , 272-277; J A M E S S. H O L T O N , "Placements of objects pronouns",
NRFH, XXVIII EL GUARANÍ E N E L E S P A Ñ O L D E L PARAGUAY 283

por el contrario, dispone solamente de u n paradigma morfológico


para significar los valores correspondientes al pronombre personal
objeto, directo e indirecto, siendo tónicas la totalidad de las formas
que hacen parte del mismo (chéve, ndéve, ichube ñandéve oréve
peeme, ichupekuéra). E l castellano paraguayo, sobre el modelo d é
la lengua interferente, ha eliminado la alternativa de formas tónicas
V átonas en los pronombres personales obieto- t a m b i é n baio la pre-
sión del c ó d i g o g u a r a n í ha seleccionado como ú n i c o paradigma acep-
table, el constituido por las formas tónicas españolas precedidas de
la preposición a, dando lugar de este m o d o a realizaciones orales,
de a m p l í s i m o uso en el naís del tenor sicniiente- mi hermano diio
a nosotros muchas cosas ' m i hermano nos d i i o muchas cosas vi a ellos
u, IWJVJLI iii'U^iLUtú UI^OUO lili HCllllíllH^ *-HJV-F illU^IIíld ^Wa», Ul 1 * C-HLM

en la calle 'los v i en la calle, el patrón dice a ellos para trabajar mas


'el p a t r ó n les dice trabajen m á s .
N o parece ofrecer duda la a t r i b u c i ó n a la interferencia del guara-
ní del proceso arriba esbozado. Así l o confirma la doble circunstan-
cia de que el esquema morfosintáctico resultante de la evolución
a q u í estudiada del español paraguayo difiera apreciablemente del
que se da, con carácter general, en el castellano de las áreas geográ-
ficas (europeas y americanas) n o guaraníticas y de que, por el contra-
r i o , coincida, en dos notas estructuralmente esenciales (la u n i c i d a d
del paradigma morfológico de los pronombres personales obieto y
el carácter tónico del m i s m o ) , con la estructura morfosintáctica del
g u a r a n í . T e n i e n d o en cuenta los condicionamientos derivados de
la s i t u a c i ó n ampliamente b i l i n g ü e d e l país, estas circunstancias ha-
cen que la tesis de la influencia g u a r a n í sobre este rasgo concreto d e l
castellano paraguayo sea d i f í c i l m e n t e invalidable.
Desde el p u n t o de vista de la sociología lingüística, los once fe-
n ó m e n o s morfosintácticos que hemos tomado en consideración en
este trabajo, si bien poseen, en su totalidad, una amplia difusión en-
tre los hablantes paraguayos del castellano, como l o anotamos ante-
r i o r m e n t e en varias ocasiones, ofrecen en cada caso, en cuanto a su
realización colectiva, perfiles sociolingüísticos diversos. E n su deter-
m i n a c i ó n concreta intervienen como variables, por orden decrecien-
te respecto a su incidencia en los procesos estudiados, la estratifica-
ción social, el contexto situacional, el sexo y la edad. Las dos prime-
ras variables independientes mencionadas pueden ser consideradas
como primarias mientras que las dos ú l t i m a s (sexo y edad) a c t ú a n
como secundarias, en el modelo teórico m u l t i d i m e n s i o n a l a q u í es-
bozado.

H, 4 3 ( 1 9 6 0 ) , 5 8 0 - 5 8 5 ; D . M . P E R L M U T T E R , " L e s pronoms objects en espagnol:


u n exemple de l a n é c e s s i t é de contraintes de surface en syntaxe", Lan (1969),
8 1 - 1 3 3 ; A . M . B A R R E N E C H E A y T . O R E C C H I A , " L a d u p l i c a c i ó n de objetos direc-
tos e indirectos e n el e s p a ñ o l hablado e n B u e n o s Aires, RPh, 2 4 (1970-71),
58-83.
284 G E R M Á N D E GRANDA NRFH, X X V I I I

Para simplificar a l m á x i m o e l esquema sociolingüístico que pue-


da dar razón de las correlaciones existentes entre las variables inde-
pendientes anotadas y los rasgos morfosintácticos que nos interesan
se p o d r á n l i m i t a r los estratos socioculturales empleados en este aná-
lisis a tres (alto, m e d i o y b a j o ) , de acuerdo con las características
básicas, a ú n escasamente alteradas, de la sociedad p r e i n d u s t r i a l para-
g u a y a 8 2 . E n cuanto al contexto situacional, en e l que d e b e r á i n c l u i r -
se como integrante del m i s m o la temática o contenido expresivo del
acto elocutivo, se t o m a r á e n consideración solamente la polaridad
elemental formal-informal.
A falta de datos cuantificables procedentes de encuestas específi-
cas y b a s á n d o m e exclusivamente en los resultados de m i s observa-
ciones personales, realizadas en e l p a í s durante m á s de dos años, su-
giero como hipótesis de trabajo, que d e b e r á ser confirmada, recha-
zada o modificada u n a vez se realicen y tabulen debidamente los
necesarios estudios sociolingüísticos, que parece existir una correla-
ción condicional entre cada una de las dos variantes independientes
primarias y la p r o d u c c i ó n de los rasgos lingüísticos mencionados, sien-
do positiva, en general, la relación entre l a presencia de estos ú l t i m o s
y, respectivamente, los estratos socioculturales inferiores y los con-
textos situacionales i n f o r m a l e s 3 3 .
De acuerdo con esta hipótesis de trabajo, que creo v á l i d a a l me-
nos en su p e r f i l básico, pienso q u e los fenómenos morfosintácticos
considerados en este a r t í c u l o p o d r í a n ser distribuidos e n tres catego-
rías, diferenciados entre sí cuantitativamente por su mayor o menor
porcentaje de realización e n los diferentes estratos socioculturales y
contextos situacionales antes mencionados.
E n la p r i m e r a categoría, caracterizada por su mayor difusión tan-
to intensiva como extensiva, p o d r í a n incluirse los rasgos A A 2 , A 3 , L F

C 2 y D L L a segunda, de menor a m p l i t u d en cuanto a su realización,


abarcaría los rasgos B 1 ; B 2 , B 3 y D 2 . Y , finalmente, l a tercera catego-
ría, m á s l i m i t a d a a ú n en cuanto a la p r o d u c c i ó n de los fenómenos
considerados, e n g l o b a r í a los rasgos d y C 2 .

sa C f . D O M I N G O M . R I V A R O L A , "Bases preliminares para e l estudio de l a


m o v i l i d a d social e n e l Paraguay", Revista Paraguaya de Sociologia, 1 9 6 4 , n u m . 1,
9-29, y " L a e s t r a t i f i c a c i ó n social e n A s u n c i ó n " , ibid., 1 9 6 6 , n ú m . 5 , 2 3 - 3 8 .
ss Sobre los fundamentos t e ó r i c o s de los conceptos e s t a d í s t i c o s q u e manejo
v é a n s e P. F . L A Z A R S F E L D , The language of social research, C a m b r i d g e , 1 9 5 5 , y
O . A N D E R S O N , Probleme der statistischen Methodenlehre in den Soziahvissen-
schaften, W u r z b u r g , 1 9 5 7 . Sobre su a p l i c a c i ó n a problemas s o c i o l i n g ü í s t i c o s
pueden consultarse W I L L I A M L A B O V , " T h e study of language i n its social con-
t e x t " e n Advances in the. sociology of language, t. 1, ed. de J . A . F i s h m a n , T h e
Hague-Paris, 1 9 7 0 , pp. 152-216, y M A R Í A B E A T R I Z F O N T A N E L L A D E W E I N B E R G , Un
aspecto sociolingüístico del español bonaerense. La -s en Bahia Bianca, Bahia
Bianca, 1 9 7 4 .
NRFH, XXVIII EL GUARANÍ E N E L E S P A Ñ O L D E L PARAGUAY 285

Considero t a m b i é n , al menos como propuesta teórica susceptible


de c o m p r o b a c i ó n e m p í r i c a posterior, que las correlaciones anterior-
mente propuestas entre los rasgos morfosintácticos que a q u í hemos
examinado y las variables independientes primarias pueden ser afec-
tadas, positiva o negativamente según los casos, por la presencia de
las dos variables secundarias sexo y edad.
Creo poder proponer, en este sentido, que la realización de los
mencionados f e n ó m e n o s morfosintácticos correlacionados previamen-
te con las variables sociales primarias, es susceptible de variación
significativa como resultado de la consideración estadística de los
factores modificadores representados por las variables secundarias
citadas. Esta variación es de signo negativo en los casos en que están
presentes las dimensiones sexo masculino y sector de edades entre 15
y 60 y de signo positivo cuando están presentes las dimensiones sexo
femenino y sectores de edades inferiores a 15 años y superiores a 60 s i .
E n una exposición sociolingüística formalizada de los condicio-
namientos que determinan la p r o d u c c i ó n de los rasgos morfosintác-
ticos en cuestión en el español paraguayo, sería preciso establecer,
sobre esta base, los coeficientes correctores necesarios al esquema
p r i m a r i o de correlaciones que hemos propuesto m á s arriba.
Creo que los resultados de este trabajo, l i m i t a d o al examen de
u n escaso n ú m e r o de rasgos morfosintácticos del español paraguayo,
justifican la apreciación de U . W e i n r e i c h 3 5 sobre el interés que
reviste el estudio de los f e n ó m e n o s de interferencia que tienen lugar
en zonas geográficas de b i l i n g ü i s m o a m p l i o , y ello tanto desde el
p u n t o de vista de la teoría general del contacto l i n g ü í s t i c o como
desde los m á s concretos, relacionados con el problema del conoci-
m i e n t o y valoración de las características estructurales de las diver-
sas áreas del español americano.
Desearía que la f e r t i l i d a d , en los dos sentidos mencionados, del
campo de trabajo constituido por el español paraguayo, perceptible
incluso en una p e q u e ñ a cala exploratoria como la presente, incite
a una mayor cantidad de especialistas a dedicar sus esfuerzos al es-
t u d i o del castellano hablado en el Paraguay. É s t e requiere a ú n i n -
vestigaciones detenidas y profundas sobre temas tales como la foné-

3 i Sobre la incidencia de las variables de edad y sexo e n problemas socio-


l i n g ü í s t i c o s v é a n s e , entre otros trabajos, M . B . F O N T A N E L L A D E W E I N B E R G , op.
cit, nota 3 3 , y " C o m p o r t a m i e n t o ante -S de hablantes femeninos y masculinos
del e s p a ñ o l bonaerense", RPh, 2 7 ( 1 9 7 3 - 7 4 ) , 50-58; G E R M Á N D E G R A N D A , " D i a -
t o p í a , d i a s t r a t í a y diacronia de u n f e n ó m e n o f o n é t i c o dialectal e n e l occidente
de C o l o m b i a " , i n c l u i d o e n Estudios sobre un área dialectal hispanoamericana de
población negra. Las tierras bajas occidentales de Colombia, B o g o t á , 1 9 7 7 , pp.
9 4 - 1 2 7 ; J . L . D I L L A R D , Black English. Its history and usage in the United States,
N e w Y o r k , 1 9 7 2 ; W . L A B O V , Language in the inner city, P h i l a d e l p h i a , 1 9 7 2 , etc.
ss Loe. cit. e n nota 14.
286 C E R M Á N D E GRANDA NRFH, X X V I I I

t i c a 3 6 , la m o r f o s i n t a x i s 3 7 , los enfoques d i a t ó p i c o s 3 8 y diacrónicos- 9 -


el l é x i c o 4 0 , los diferentes problemas descriptivos, tipológicos y pros-
pectivos planteados por la peculiar situación b i l i n g ü e del p a í s " ,
etc.
G E R M Á N DE G R A N D A
U n i v e r s i d a d de V a l l a d o l i d .

38 A pesar de su fecha de p u b l i c a c i ó n y a distante, y de los errores de apre-


c i a c i ó n que e n él abundan, a ú n sigue siendo indispensable l a consulta de B .
M A L M B E R G , Notas sobre la fonética del español en el Paraguay. Numerosos pun-
tos de l a e x p o s i c i ó n de B . M a l m b e r g h a n sido actualizados y matizados, e n ge-
n e r a l con b u e n criterio, por P. V . C A S S A N O e n varios trabajos, entre los que
destacan los siguientes: "Substratum hypothesis concerning the Spanish of Pa-
raguay", N, 51 (1967), 41-44; " T h e influence of G u a r a n í o n the phonology of
the Spanish of Paraguay", StL, 26 ( 1 9 7 2 ) , 106-112; " T h e attribution of vocalic
nasalization i n Paraguayan Spanish to G u a r a n í i n f l u e n c e " , RNo, 13 (1971-72);
" T h e alveolarization of ¡n[, jt¡, ¡d¡, a n d / r t / , i n the S p a n i s h of Paraguay",
Ling, 1972, n ú m . 93; " L a / b / del e s p a ñ o l del Paraguay e n p o s i c i ó n i n i c i a l " ,
RRo, 7 ( 1 9 7 2 ) , 186-188. V é a s e t a m b i é n m i estudio "Factores determinantes de
l a p r e s e r v a c i ó n d e l fonema / L / en el e s p a ñ o l d e l Paraguay".
37 C f . B . M A L M B E R G , " L ' e s p a g n o l dans le N o u v e a u M o n d e " , StL, 1 (1947),
79-116 y 2 (1948), 1-36, trabajo e n el que h a y algunas observaciones dispersas
sobre e l tema. E s interesante, sobre todo por su a b u n d a n c i a de datos, aunque
a veces sus tomas de p o s i c i ó n e s t é n viciadas por interpretaciones aprioristicas
poco fundamentadas, el a r t í c u l o de B . U S H E R D E H E R R E R O S , "Castellano paragua-
yo. Notas para u n a g r a m á t i c a contrastiva c a s t e l l a n o - g u a r a n í " , Suplemento An-
tropológico. Universidad Católica, 11 (1976), n ú m s . 1/2, 29-123. V é a s e t a m b i é n
m i trabajo " P r é s t a m o s m o r f o l ó g i c o s d e l g u a r a n í en el e s p a ñ o l de Paraguay",
en RLiR.
38 A ú n se carece desgraciadamente, por ejemplo, de u n estudio realizado
con l a m e t o d o l o g í a de l a g e o g r a f í a l i n g ü í s t i c a , sobre las particularidades de las
diferentes zonas que constituyen e l á r e a g u a r a n í t i c a d e l Paraguay, A r g e n t i n a
(provincias de Corrientes, Misiones y Formosa) y B o l i v i a (Santa C r u z de l a
Sierra y su zona de i n f l u e n c i a ) .
a» N o existe n i u n s ó l o estudio, con base documental, sobre l a historia lin-
g ü í s t i c a del Paraguay hispanohablante desde e l siglo x v i a l x i x . U n intento, ne-
cesariamente m u y limitado, lo constituye m i trabajo "Rasgos dialectales del es-
p a ñ o l paraguayo e n u n a carta familiar de 1814", e n Lexis (Lima).
40 L o s e s c a s í s i m o s estudios realizados sobre l é x i c o del e s p a ñ o l paraguayo
tratan, con exclusividad sobre p r é s t a m o s del o a l g u a r a n í . C f . M A R C O S A . Mo-
R Í N I G O , " I n f l u e n c i a del e s p a ñ o l sobre e l l é x i c o d e l g u a r a n í " , FU, 7 (1962), 213¬
220; A N T O N I O E . G O N Z Á L E Z , " H i s p a n i s m o s e n el g u a r a n í " , BF, 6 ( 1 9 5 0 ) ; A .
T O V A R , art. cit. supra, nota 7.
41 A d e m á s de l a b i b l i o g r a f í a sobre este tema recopilada e n los trabajos cita-
dos e n nota 4, v é a n s e , acerca de algunos problemas l i n g ü í s t i c o s concretos rela-
cionados, e n a l g ú n sentido, con los resultados d e l proceso de contacto l i n g ü í s t i c o
h i s p a n o - g u a r a n í que h a tenido y tiene lugar en el Paraguay, mis trabajos " O b -
servaciones sobre el voseo e n el e s p a ñ o l d e l Paraguay", ALM; " O r i g e n y for-
m a c i ó n d e l l e í s m o e n el e s p a ñ o l del Paraguay. E n s a y o de u n m é t o d o " , RFE, y
" U n caso complejo de interferencia m o r f o l ó g i c a r e c í p r o c a en s i t u a c i ó n de bi-
l i n g ü i s m o a m p l i o ( e s p a ñ o l y g u a r a n í e n el P a r a g u a y ) " .

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