Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Mitchell
P u e d e s e r q u e s e re c u e r d e o n o q u e e n 1 8 7 8 e l g e n e r a l
Ignatieff pasó varias semanas de julio en el Badischer Hof,
en Baden. Los periódicos anunciaron que el general iba a
visitar el balneario de aguas minerales por razones de
salud y se decía que la suya estaba muy quebrantada por
la prolongada ansiedad y las responsabilidades al servicio
d e l Z a r. Pe r o t o d o s s a b í a n q u e e l g e n e r a l a c a b a b a d e c a e r
e n d e s g r a c i a e n S a n Pe t e r s b u r g o y q u e s u a u s e n c i a d e l o s
centros de la actividad de la política internacional en
momentos en que la paz revoloteaba en Europa, como
pluma a los caprichos del viento, entre Salisbury y
Shouvaloff, no era ni más ni menos que un exilio
cortésmente disfrazado.
E s t o y e n d e u d a p o r l o s s i g u i e n t e s d a t o s a m i a m i g o Fi s h e r ,
d e N u e v a Yo r k , q u i e n l l e g ó a B a d e n u n d í a d e s p u é s q u e
Ignatieff, anunciándose debidamente en la lista oficial de
e x t r a n j e r o s c o m o " H e r r D o c t o r P r o f e s s o r Fi s c h e r m i t Fr a u
Gattin und Bed, Nordamerika".
U n a t a r d e , Fi s h e r s e e n c o n t r a b a e n u n o d e l o s p u e n t e c i t o s
que atravesaban el diminuto Oosbach, contemplando
o c i o s a m e n t e e l a g u a y p re g u n t á n d o s e s i u n a t r u c h a d e
buen tamaño podría nadar, sin inconvenientes, contra la
corriente. El portero del Badischer Hof se le acercó
entonces a la carrera.
— ¡ H e r r D o c t o r Pr o f e s s o r ! — g r i t ó e l p o r t e r o l l e v á n d o s e l a
m a n o a l a g o r r a — . Le r u e g o q u e m e p e r d o n e , p e r o S u
Alteza, el Barón Savitch, quien procede de Moscú, del
séquito del general Ignatieff, ha sufrido un terrible
ataque, mortal, según parece.
E n v a n o t r a t o Fi s h e r d e a s e g u r a r l e q u e e s t a b a e n u n e r r o r ,
que él no era un experto en medicina, que la única ciencia
q u e c o n o c í a e r a l a d e l p o ke r , q u e s i e x i s t í a u n a f a l s a
impresión en el hotel todo se debía a una equivocación, de
la cual no tenía culpa alguna y que, por mucho que
lamentara la desgraciada situación de su alteza de Moscú,
no creía que su presencia en la habitación del enfermo
p u d i e r a s e r ú t i l . Pe r o l e f u e i m p o s i b l e e r r a d i c a r l a i d e a
que de él tenía el portero. Cuando se encontró
literalmente siendo llevado a la rastra hacia el hotel,
Fi s c h e r c o n c l u y ó e n q u e l e c o n v e n d r í a d e j a r s u s
explicaciones para los amigos del Barón. La suite del ruso
estaba en el segundo piso, no muy lejos de donde se
a l o j a b a Fi s h e r. U n v a l e t f r a n c é s , c a s i f u e r a d e s i a c a u s a
del terror, salió apresuradamente de la habitación para
re c i b i r a l p o r t e r o y a l d o c t o r p r o f e s o r. Fi s h e r i n t e n t ó
explicar nuevamente su situación, pero todo fue en vano.
Ta m b i é n e l v a l e t t e n í a a l g o q u e e x p l i c a r y s u p e r f e c t a
pronunciación francesa le permitió monopolizar la
conversación. No, allí no había nadie, nadie sino él mismo,
Auguste, fiel sirviente del Barón. Su Excelencia el general
I g n a t i e f f , S u A l t e z a e l P r í n c i p e Ko l o f f , e l D r.
Ra p p e r s c h w y l l , e l s é q u i t o í n t e g r o , t o d o s , s e h a b í a n
marchado aquella mañana rumbo a Gernasbach. Mientras
tanto, el Barón había contraído una horrible enfermedad, y
él, Auguste, desfallecía de ansiedad. Suplicaba a
Monsieur, por tanto, que no perdiera tiempo en pláticas
inútiles y corriera junto al lecho del Barón, quien se
h a l l a b a y a e n l a a g o n í a f i n a l . Fi s h e r s i g u i ó a A u g u s t o
h a s t a u n a h a b i t a c i ó n i n t e r i o r. E l B a r ó n , c o n l a s b o t a s
puestas, yacía sobre la cama, con el cuerpo casi doblado
e n d o s p o r l o s e f e c t o s d e l a i n e xo r a b l e o p r e s i ó n d e u n
d o l o r i n s o p o r t a b l e . Te n í a l o s d i e n t e s f u e r t e m e n t e
apretados y los rígidos músculos de la boca distorsionaban
la expresión natural de su rostro.
Fi s h e r r e d a c t ó u n a n o t a p a r a s u e s p o s a e n e l r e v e r s o d e
una tarjeta y la despachó por medio del portero del hotel.
El empleado regresó con gran rapidez, trayendo una
botella negra y un vaso. Procedía la botella del baúl de
Fi s h e r y h a b í a h e c h o t o d o e l v i a j e d e s d e L i v e r p o o l a
B a d e n , h a b í a c r u z a d o e l o c é a n o d e s d e N u e v a Yo r k a
L i v e r p o o l y h a b í a v i a j a d o a N u e v a Yo r k d i r e c t a m e n t e d e
B o u r b o n C o u n t y , e n e l e s t a d o d e Ke n t u c ky. Fi s h e r l a t o m ó
con avidez aunque reverentemente y la miró a contraluz.
Aún quedaban unos ocho o diez centímetros en el fondo.
E m i t i ó u n g r u ñ i d o d e p l a c e r.
— To d a v í a h a y e s p e r a n z a s d e s a l v a r a l B a r ó n — i n d i c ó a
Auguste.
La mitad del precioso líquido fue vertida en el vaso y
administrada sin demora al paciente que gemía y se
re t o r c í a d e d o l o r. E n p o c o s m i n u t o s Fi s h e r t u v o l a
satisfacción de ver que el Barón se incorporaba en su
l e c h o . L o s m ú s c u l o s d e s u b o c a s e a f l o j a r o n y l a e x p re s i ó n
de agonía fue reemplazada por una mirada de plácida
s a t i s f a c c i ó n . Fi s h e r l o g r ó o b s e r v a r e n t o n c e s l a s
características físicas del Barón ruso. Se trataba de un
hombre joven, de unos treinta y cinco años. Su rostro era
m u y h e r m o s o y d e r a s g o s n í t i d o s y s u c a b e z a re s u l t a b a
m u y p e c u l i a r. Ta l p e c u l i a r i d a d p r o v e n í a d e l a p e r f e c t a
re d o n d e z d e l a p a r t e s u p e r i o r d e l a m i s m a , e s d e c i r , q u e
s u d i á m e t r o d e o r e j a a o r e j a p a re c í a i g u a l a l d i á m e t r o
a n t e r i o r y a l p o s t e r i o r. E l c u r i o s o e f e c t o d e e s t a
desacostumbrada conformación se hacia más notable por
l a t o t a l c a re n c i a d e c a b e l l o s . S ó l o c u b r í a l a c a b e z a d e l
Barón un casquete de seda negra muy ceñido al cráneo y
una engañosa peluca colgaba de uno de los postes de la
cama. Habiéndose recuperado lo suficiente como para
re c o n o c e r l a p r e s e n c i a d e u n d e s c o n o c i d o , S a v i t c h l o
s a l u d ó c o n u n a c o r t é s re v e r e n c i a .
— ¿ C ó m o s e s i e n t e u s t e d a h o r a ? — i n t e r r o g ó Fi s h e r e n s u
deficiente francés.
—Mucho mejor, gracias a Monsieur —replicó el Barón en un
excelente inglés pronunciado con una voz encantadora—.
Mucho mejor, a pesar de que siento aún alguna debilidad
—agregó, apretándose la frente con la mano.
— E s m e j o r q u e l l a m e a s u v a l e t — d i j o Fi s h e r c o n v o z
nerviosa.
—No, no haga eso —tartamudeó el Barón—. Usted es
m é d i c o y t e n d ré q u e c o n f i a r e n s u h a b i l i d a d . H a y a l g o q u e
anda mal... aquí —y con un gesto espasmódico indicó la
parte superior de su cabeza con ademán incierto.
— Pe r o , y o n o s o y. . . — d i j o Fi s h e r t a r t a m u d e a n d o .
—No diga una sola palabra —exclamó el Barón con voz
imperiosa—. Actúe ya. No debo haber ninguna demora.
¡Desatornille el tope de mi cabeza!
— ¡ D e s a t o r n í l l e l o ! — v o l v i ó a d e c i r.
M u y a s u p e s a r , Fi s h e r c o l o c ó s u s m a n o s s o b re e l c r á n e o
de plata y ejerció una ligera fuerza hacia la izquierda. El
tope cedió, girando suave y seguramente sobre sus roscas.
—¡Más rápido! —dijo el Barón con voz muy débil—. Le
aseguro que no podemos perder tiempo—. Entonces se
desvaneció.
— D r. Ra p p e r s c h w y l l — e x c l a m ó .
C o n r á p i d a s z a n c a d a s , e l D r. Ra p p e r s c h w y l l s e a c e r c ó a l a
c a m a , m i d i e n d o c o n l a m i r a d a a Fi s h e r y a s u p a c i e n t e .
—¿Qué significa todo esto? —demandó enfurecido.
II.
A l a m a ñ a n a s i g u i e n t e , Fi s h e r s e e n c o n t r ó c o n S a v i t c h .
Ve n í a é s t e d e l Tr i n k h a l l e . E l B a r ó n l o s a l u d ó c o n s e c a
cortesía y continuó su camino sin dirigirle la palabra. Más
t a r d e , e s e m i s m o d í a , u n s i r v i e n t e e n t r e g ó a Fi s h e r u n
p e q u e ñ o p a q u e t e c o n e l s i g u i e n t e m e n s a j e : " E l D r.
Ra p p e r s c h w y l l s u p o n e q u e e s t e d i n e r o s e r á s u f i c i e n t e " . E l
paquete contenía dos monedas de oro de veinte marcos
c a d a u n a . Fi s h e r a p r e t ó l o s d i e n t e s . " L e d e v o l v e r é s u s
cuarenta marcos —murmuró para sí—, pero a cambio
c o n s e g u i r é e x t r a e r l e s u m a l d i t o s e c r e t o . " Fu e e n t o n c e s
q u e Fi s h e r d e s c u b r i ó q u e h a s t a l a s c o n d e s a s p o l a c a s
s i r v e n p a r a a l g o e n l a s re l a c i o n e s s o c i a l e s . C u a n d o l a
abordó, por intermedio de su esposa, sobre el tema del
Barón Savitch, de Moscú la ocasional amiga de la señora
Fi s h e r r e s u l t ó s e r l a a m a b i l i d a d p e r s o n i f i c a d a . ¿ S i s a b í a
algo del Barón Savitch? Claro, que sí, y también conocía y
sabía vida y milagros de todas las otras personalidades
dignas de conocerse en Europa. ¿Si tendría la amabilidad
d e d a r l e a l g u n a i n f o r m a c i ó n re f e r e n t e a l B a r ó n ?
Naturalmente que deseaba hacerlo, encantada de
complacer el menor deseo de la encantadora curiosidad
del norteamericano. Era muy reconfortante para una vieja
dama hastiada de la vida como ella, que hacía mucho
tiempo había dejado de interesarse en los hombres, las
m u j e re s , l a s c o s a s y l o s a c o n t e c i m i e n t o s c o n t e m p o r á n e o s ,
e n c o n t r a r a a l g u i e n re c i é n l l e g a d o d e l a s i n t e r m i n a b l e s
praderas del nuevo mundo y que atesorara tan sabrosa
curiosidad por los asuntos de la alta sociedad. Ah, sí, con
mucho gusto le relataría lo que sabía del Barón Savitch, si
eso la divertía.
Pe r o p o c o h a b í a h a b l a d o l a c o n d e s a d e l o s l o g r o s d e e s t e
joven elegante y buen mozo en la política internacional.
Se había dedicado con más detenimiento a su carrera
social. Sus éxitos en esa esfera habían sido casi tan
notables como en las otras. Aunque nadie conocía con
c e r t e z a e l n o m b r e d e s u p a d re , e l B a r ó n h a b í a c o n q u i s t a d o
una supremacía absoluta en los círculos más exclusivos en
torno de la corte imperial. Se suponía que su influencia
s o b re e l m i s m o Z a r e r a i l i m i t a d a . A p e s a r d e s u o s c u r o
origen, se lo consideraba el partido más codiciado de
Ru s i a . S u r g i d o d e l a p o b r e z a y p o r m e d i o d e l a s i m p l e
fuerza de su intelecto había amasado una fortuna colosal.
Los informes oficiales la hacían ascender a la suma de
cuarenta millones de rublos y, sin duda alguna, tales
i n f o r m e s n o e x c e d í a n l a re a l i d a d . To d a s l a s e m p re s a s d e
índole especulativa que emprendía, y fueron muchas y
v a r i a d a s , re s u l t a r o n s e r u n v e r d a d e r o é x i t o , m e d i a n t e l a s
mismas cualidades de frío e infalible juicio, sagacidad de
g r a n a l c a n c e y p o d e r e s c a s i s o b re h u m a n o s p a r a o r g a n i z a r ,
combinar y controlar, facultades que lo habían convertido
en el fenómeno político de su tiempo. ¿Y sobre el Doctor
Ra p p e n s c h w y l l ? S í , l a c o n d e s a s a b í a d e s u r e p u t a c i ó n y l o
conocía de vista. Era un médico que se encontraba
siempre al lado del Barón Savitch, atendiéndolo
constantemente, ya que los enormes esfuerzos mentales
del noble lo sometían a súbitas y alarmantes
enfermedades. El Doctor era suizo, en su origen una
e s p e c i e d e re l o j e r o o a r t e s a n o , s e g ú n s e d e c í a . E n c u a n t o
a l re s t o , e r a u n a n c i a n o p e q u e ñ o m u y c o m ú n , d e d i c a d o a
s u p r o f e s i ó n y a l B a r ó n , y e r a e v i d e n t e q u e c a re c í a d e
ambiciones, puesto que despreciaba totalmente las
o p o r t u n i d a d e s q u e s u p o s i c i ó n y s u s re l a c i o n e s p o d í a n
brindarle para acrecentar su fortuna personal.
Fo r t i f i c a d o p o r e s t a i n f o r m a c i ó n , Fi s h e r s e s i n t i ó e n
mejores con diciones para tratar de extraer al Doctor su
secreto. Acechó al médico suizo durante cinco días. La
deseada oportunidad se presentó al sexto día, de manera
inesperada. A mitad de camino hacia el Mercuriusberg y
bien entrada la tarde, encontró al guardián de la torre en
r u i n a s , q u i e n re g r e s a b a a l a p o b l a c i ó n .
L a s i m p l e m e n c i ó n d e e s t a p o s i b i l i d a d p a re c i ó g o l p e a r a
Ra p p e r s c h w y l l c o m o u n r a y o d e l c i e l o . S e l e s e p a r a r o n l a s
rodillas y estuvo a punto de desplomarse al suelo.
Cubriendo los ojos con sus manos, se puso a llorar como
un niño o, mejor dicho, como un anciano agotado y
arruinado.
" D e s p u é s , a b a n d o n é m i s o c u p a c i o n e s y m e f u i a Pa r í s a
e s t u d i a r f i s i o l o g í a . Pa s é t r e s a ñ o s e n L a S o r b o n a d o n d e
perfeccioné mis conocimientos en esa rama del saber
humano. Entretanto, mis estudios se habían extendido
m u c h o m á s a l l á d e l a s c i e n c i a s p u r a m e n t e f í s i c a s . Po r u n
tiempo la psicología ocupó mi interés y luego me elevé a
los dominios de la sociología, la cual, cuando se entiende
en forma adecuada, es el compendio y aplicación final de
t o d o s l o s c o n o c i m i e n t o s . Fu e d e s p u é s d e l a r g o s a ñ o s d e
p re p a r a c i ó n y c o m o c o r o l a r i o d e t o d o s m i s e m p e ñ o s q u e l a
gran idea de mi vida, la cual me había perseguido
vagamente desde mi infancia en Zurich, asumió por fin
una forma perfecta y definida."
L o s m o d a l e s d e l D r. R a p p e r s c h w y l l h a b í a n p a s a d o d e u n a
d e s c o n f i a d a re t i c e n c i a a u n s i n c e r o e n t u s i a s m o . E l h o m b r e
m i s m o p a r e c í a h a b e r s e t r a n s f o r m a d o . Fi s h e r l o e s c u c h a b a
c o n a t e n c i ó n y s i n i n t e r r u m p i r s u re l a t o . N o p o d í a d e j a r d e
imaginar que la necesidad de revelar el secreto, que el
galeno había guardado por tanto tiempo y tan
celosamente, no era enteramente desagradable para el
entusiasmado suizo.
— A h o r a , p r é s t e m e a t e n c i ó n , M o n s i e u r — c o n t i n u ó e l D r.
Ra p p e r s c h w y l l — , p u e s m e n c i o n a r é v a r i a s p r o p o s i c i o n e s
separadas que al principio pueden parecer inconexas las
unas con las otras.
"Mis logros en la mecánica habían producido una máquina
que sobrepasaba a la de Babbage en sus facultades de
re a l i z a r c á l c u l o s . C o n l o s d a t o s p r o p o r c i o n a d o s n o e x i s t í a
ningún límite para sus posibilidades en esta dirección. Los
engranajes y piñones de Babbage calculaban logaritmos y
elipses. Se le introducían números y producía resultados
con números. Ahora bien, las relaciones de causa y efecto
son tan fijas e inalterables como las leyes de la
aritmética. La lógica es, o debería ser, una ciencia tan
exacta como las matemáticas. Mi nueva máquina se
alimentaba de hechos y producía conclusiones. En pocas
p a l a b r a s , r a z o n a b a ; y l o s re s u l t a d o s d e s u p r o c e s o d e
razonamiento eran siempre verdaderos, mientras que los
re s u l t a d o s d e l r a z o n a m i e n t o h u m a n o s o n a m e n u d o , s i n o
siempre, falsos. El origen de los errores en la lógica
humana es lo que los filósofos denominan 'la ecuación
personal'. Mi máquina eliminaba esa ecuación y avanzaba
de la causa al efecto, de la premisa a la conclusión, en
p re c i s i ó n c o n s t a n t e . E l i n t e l e c t o h u m a n o e s f a l i b l e ; m i
máquina era, y es, infalible en sus procesos razonadores.
" L e r o g u é a m i a m i g o e l D r. D u c h a t q u e l o d e j a r a a m i
cuidado. Si ese magnífico caballero no hubiera fallecido
hace tiempo ya, ciertamente habría compartido mi triunfo.
Llevé a Stépan a mi hogar y puse manos a la obra con el
s e r r u c h o y e l b i s t u r í . Po d í a o p e r a r a e s a p o b r e , i n ú t i l y
desahuciada parodia de ser humano con tanta libertad y
falta de cuidado como si fuera un perro comprado o
atrapado para ser disecado. Esto sucedió poco más de
veinte años atrás. En la actualidad Stépan Bórovitch posee
más poder que cualquier otro hombre sobre la faz de la
tierra. Dentro de diez años será el autócrata de Europa, el
amo del mundo. Nunca comete errores; porque la máquina
que razona debajo de su caja craneana jamás se
equivoca."
Fi s h e r s e ñ a l ó h a c i a a b a j o , a l v i e j o g u a r d i á n d e l a t o r r e , a
quien se veía ascendiendo trabajosamente la colina.
—Los visionarios —continuó el Doctor— especularon sobre
la posibilidad de encontrar entre las ruinas de las antiguas
c i v i l i z a c i o n e s a l g u n a b re v e i n s c r i p c i ó n q u e p u e d a c a m b i a r
los fundamentos del saber humano. Los hombres más
sabios se burlan de ese sueño y se ríen de las ideas de
cábalas científicas. Los más sabios son tontos.
Supongamos que Aristóteles hubiese descubierto estas
p o c a s p a l a b r a s e n u n a t a b l e t a l l e n a d e c a r a c t e re s
cuneiformes en Nínive: "Supervivencia de los Aptos". La
f i l o s o f í a h a b r í a g a n a d o d o s m i l d o s c i e n t o s a ñ o s . Le d i r é
ahora, en la misma cantidad de palabras, una verdad
igualmente fecundada. La máxima evolución de la criatura
e s h a c i a e l c r e a d o r. Ta l v e z p a s e n d o s m i l d o s c i e n t o s a ñ o s
antes de que esta verdad encuentre aceptación general
pero no es menos verdad por eso. El Barón Savitch es mi
c r e a c i ó n , y y o s o y s u c r e a d o r. . . e l c r e a d o r d e l h o m b r e m á s
capaz de Europa, el hombre más poderoso del mundo.
" A q u í t e n e m o s n u e s t r a e s c a l e r a , M o n s i e u r. H e c u m p l i d o
e n t o n c e s c o n m i p a r t e d e l a c u e r d o . Re c u e r d e l a s u y a . "
III.
Después de una gira de dos meses por Suiza y los lagos de
I t a l i a , l o s Fi s h e r s e e n c o n t r a r o n e n e l H o t e l S p l e n d i d d e
Pa r í s r o d e a d o s d e g e n t e d e s u p r o p i o p a í s . Pa r a Fi s h e r e r a
un alivio, después de la experiencia que lo había dejado
perplejo, en Baden, seguida por un exceso de estupendos
picos cubiertos de nieve, estar una vez más entre
personas que sabían distinguir entre una seguidilla de
c a r t a s d e l m i s m o p a l o e n e l p o ke r y u n a j u g a d a
deshonesta, y cuyos pechos se emocionaban del mismo
modo que el suyo ante la vista de la bandera de las barras
y l a s e s t re l l a s . Fu e p a r t i c u l a r m e n t e a g r a d a b l e p a r a é l
encontrarse en el Hotel, entre un grupo de personas
procedintes del este norteamericano que habían venido a
v e r l a G r a n E x p o s i c i ó n , a l a s e ñ o r i t a B e l l a Wa r d , d e
Po r t l a n d , u n a b o n i t a y t a l e n t o s a m u c h a c h a , c o m p r o m e t i d a
c o n s u m e j o r a m i g o d e N u e v a Yo r k . C o n m u c h o m e n o s
p l a c e r. Fi s h e r s e e n t e r ó d e q u e e l B a r ó n S a v i t c h t a m b i é n
e s t a b a e n Pa r í s , re c i é n l l e g a d o d e s d e e l C o n g r e s o d e
Berlín y que era el hombre del momento entre los pocos
individuos escogidos que podían leer el significado oculto
en los comunicados políticos y distinguir los falsos
diplomáticos de los verdaderos jugadores en este
t re m e n d o t o r n e o . E l D r. Ra p p e r s c h w i l n o s e h a l l a b a j u n t o
al Barón. Se había demorado en Suiza, junto al lecho de su
a n c i a n a m a d r e . E s t a ú l t i m a n o t i c i a f u e b i e n re c i b i d a p o r
Fi s h e r. C u a n t o m á s re f l e x i o n a b a s o b r e l a e n t r e v i s t a e n e l
Mercuriusberg, más sentía que era su deber convencerse
de que todo el asunto era una ilusión y no una dura
re a l i d a d . S e h a b r í a a l e g r a d o , a u n a c o s t a d e s u p r o p i a
sagacidad, de poder creer que el doctor suizo había
e s t a d o d i v i r t i é n d o s e a c a u s a d e s u c r e d u l i d a d . Pe r o e l
re c u e r d o d e l a e s c e n a e n e ! a p o s e n t o d e l B a r ó n e n e l
Badiseher Hof era demasiado vívida para dar el menor
fundamento a esta teoría, estaba obligado a contentarse
con el pensamiento de que pronto el ancho océano
Atlántico estaría entre él y un ser tan inhumano, tan
peligroso, y tan monstruosamente imposible como el Barón
Savitch.
Y , c o n e s a s p a l a b r a s , v i r t i ó e l re s t o d e l c o n t e n i d o d e l a
b o t e l l a d e w h i s ky d e Ke n t u c ky e n u n v a s o y s e l o o f r e c i ó a l
ruso. Savitch vaciló por un instante. Su experiencia
anterior con aquel néctar era tanto una tentación como
una advertencia, pero al mismo tiempo no deseaba
parecer descortés. Un comentario casual de la señorita
Wa r d f o r z ó s u d e c i s i ó n .
Fi s h e r s e a p r e s u r ó a l l e v a r a l B a r ó n a s u p r o p i o d o r m i t o r i o .
S a v i t c h s e d e s p l o m ó e n l a c a m a . Vo l v í a n a r e p e t i r s e l o s
síntomas de Baden. En unos minutos, el ruso quedó
i n c o n s c i e n t e . Fi s h e r m i r ó s u re l o j . L e q u e d a b a n s o l a m e n t e
t re s m i n u t o s . C e r r ó l a p u e r t a c o n l l a v e y a j u s t ó l a p e r i l l a
de la campanilla eléctrica. Luego, dominando sus nervios
c o n u n s u p r e m o e s f u e r z o , Fi s h e r s a c ó l a e n g a ñ o s a p e l u c a
y el casquete negro de la cabeza del Barón. "¡Que el Cielo
me perdone si estoy cometiendo un error lamentable!" —
p e n s ó — . " Pe r o c r e o q u e e s l o m e j o r p a r a n o s o t r o s y p a r a
el mundo". Rápidamente, pero con mano firme, desenroscó
la cúpula de plata. El mecanismo quedó así expuesto ante
sus ojos. El Barón exhaló un quejido. Sin nin gún escrúpulo
Fi s h e r a r r a n c ó l a m a r a v i l l o s a m á q u i n a . N o t e n í a n i t i e m p o
n i d e s e o s d e e x a m i n a r l a . Re c o g i ó u n p e r i ó d i c o y
p re c i p i t a d a m e n t e l a e n v o l v i ó e n e l . M e t i ó e l p a q u e t e e n s u
maleta de viaje aún abierta. Luego atornilló la tapa de
plata con firmeza en la cabeza del Barón y volvió a colocar
el casquete y la peluca. Hizo todo esto antes de que el
sirviente contestara a su llamado.
— E l B a r ó n S a v i t c h n o s e s i e n t e b i e n — d i j o Fi s h e r a l c r i a d o
cuando éste se hizo presente—. No hay razón para
alarmarse. Mande llamar en seguida a su valet Auguste,
que está en el Hotel de l'Athénée.
Ve i n t e s e g u n d o s m á s t a r d e Fi s h e r s e e n c o n t r a b a e n u n
coche de alquiler, viajando velozmente hacia la Estación
S t . L a z a r e . C u a n d o e l v a p o r Pe r e i re s e h a l l a b a , y a m a r
adentro, con Ushant a setecientos kilómetros atrás y
g r a n d e s c a n t i d a d e s d e a g u a b a j o s u q u i l l a , Fi s h e r e x t r a j o
un bulto envuelto de su maleta. Con los dientes bien
apretados y los labios rígidos llevó el pesado paquete al
costado del barco y lo arrojó a los abismos del Océano
Atlántico. El envoltorio produjo un pequeño remolino en
l a s t r a n q u i l a s a g u a s y s e h u n d i ó d e s a p a re c i e n d o d e s u
v i s t a . Fi s h e r c r e y ó i m a g i n a r q u e h a b í a o í d o u n g r i t o
s a l v a j e y d e s e s p e r a d o y s e a p re t ó l o s o í d o s c o n l a s m a n o s
para ahogar el ruido. Una gaviota estaba revoloteando
s o b re e l b a r c o ; e l g r i t o p o d í a h a b e r s i d o p r o d u c i d o p o r e l
p á j a r o . Fi s h e r s i n t i ó u n l e v e t o q u e e n e l b r a z o . S e d i o
v u e l t a c o n r a p i d e z y l a s e ñ o r i t a Wa r d e s t a b a p a r a d a a s u
lado, apoyada en la barandilla.
— ¡ Vá l g a m e D i o s ! ¡ Q u é b l a n c o q u e e s t á u s t e d ! — d i j o — .
¿Qué diablos ha estado haciendo?
—Preservando la libertad de dos continentes —respondió
Fi s h e r l e n t a m e n t e — y t a l v e z s a l v a n d o , a l m i s m o t i e m p o ,
su propia tranquilidad espiritual.
—¿De verdad? —dijo ella— ¿y cómo lo ha hecho?
— L o h e h e c h o — c o n t e s t ó Fi s h e r c o n v o z g r a v e — t i r a n d o a l
Barón Savitch por la borda.
L a r i s a c a n t a r i l l a d e l a s e ñ o r i t a Wa r d re s o n ó a l e g r e m e n t e .
— A v e c e s e s u s t e d d e m a s i a d o c h i s t o s o , s e ñ o r Fi s h e r —
dijo.
E d w a r d Pa g e M i t c h e l l ( 1 8 5 2 - 1 9 2 7 )