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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LEONARDO MONTEIRO CASTRO e AMAZONAS TRIBUNAL DE JUSTICA, protocolado em 27/09/2023 às 07:18 , sob o número PWEB23612088696
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AO JUÍZO DA 18ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE


MANAUS/AM.

Para conferir o original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0538805-71.2023.8.04.0001 e código KM2rNjQs.
PROCESSO nº 0538805-71.2023.8.04.0001

LUCAS DE SOUZA MELO, já qualificado na exordial, vem por meio de seu


advogado, a presença de Vossa Excelência, respeitosamente e tempestivamente,
interpor o presente RECURSO INOMINADO, com fulcro no art. 41 e seguintes da Lei
dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95), em virtude dos argumentos fáticos e de direito
expostos nas RAZÕES anexas.

Outrossim, cumpre registrar que, em razão do pedido de gratuidade


da justiça a ser apreciado, deixa o recorrente de recolher as custas e demais
despesas processuais conforme art. 54, parágrafo único da Lei 9.099/95.

Por fim, cumprindo as formalidades legais, requer que seja ordenada a


remessa destes autos, com as razões do recurso à Egrégia Turma Recursal do Estado
do Amazonas.

Termos em que,
pede deferimento

LEONARDO MONTEIRO CASTRO


Advogado | OAB/AM nº 17.094

WhatsApp: (92) 98174-7899


E-mail: lmcastro.adv@gmail.com
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RAZÕES DO RECURSO INOMINADO

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PROCESSO: 0538805-71.2023.8.04.0001
RECORRENTE: LUCAS DE SOUZA MELO
RECORRIDO: BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S/A E SEGURADORA CARDIF
DOBRASIL VIDA E PREVIDÊNCIA S.A.

EGRÉGIA TURMA RECURSAL


DO ESTADO DO AMAZONAS

A respeitável sentença julgou improcedentes os pedidos do consumidor,


portanto, deve ser totalmente reformada, haja vista que o juiz a quo argumenta
que o recorrido estava no exercício regular de um direito, logo, necessitando da
realização da Justiça.

1. DA JUSTIÇA GRATUITA

Primeiramente, a parte autora não possui condições financeiras para arcar


com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e
de sua família, conforme afirma na Declaração de hipossuficiência anexa aos autos.

A Constituição da República Federativa do Brasil consagra a assistência


jurídica integral e gratuita para os que não possuem condições de arcar com as
despesas processuais, conforme dispõe o art. 5º, inciso LXXIV, no mesmo sentido
dispõe o art. 98 do Código de Processo Civil.

Impende ressaltar que a Constituição do Estado do Amazonas garante


proteção especial ao consumidor, dentre essas garantias é assegurada a Assistência
jurídica integral e gratuita em matéria de consumo, in verbis:

Art. 9.º O consumidor tem direito à proteção do Estado e do Município,


assegurada a sua defesa, dentre outras formas estabelecidas em lei, por
meio de:

I - Assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor.

Na mesma linha, é firme o entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça do


Estado do Amazonas em dar efetividade ao benefício da justiça gratuita em favor de
pessoas naturais, com a simples afirmação da pessoa a ser beneficiada, vislumbra-se:

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AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA. DECISÃO


INTERLOCUTÓRIA INDEFERINDO O BENEFÍCIO. CONCESSÃO

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MEDIANTE SIMPLES AFIRMAÇÃO DA PARTE DE NÃO TER CONDIÇÃO
FINANCEIRA PARA ARCAR COM AS DESPESAS DO PROCESSO. ART.
4º DA LEI Nº 1.060/50. PRECEDENTES STJ. DECISÃO REFORMADA.
AGRAVO PROVIDO. 1. É firme a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça no sentido de que, para fins de concessão do benefício da
justiça gratuita em favor das pessoas naturais, basta "a simples
afirmação de se tratar de pessoa necessitada, porque presumida,
juris tantum, a condição de pobreza, nos termos do artigo 4º da Lei
nº 1.060/50; 2. O benefício da assistência judiciária não exige a condição
de miserabilidade para sua concessão, mas apenas restar comprometida a
subsistência da parte requerente, caso não lhe seja deferido o benefício; 3.
A concessão da justiça gratuita possui uma presunção relativa, que pode
ser elidida em duas hipóteses: se comprovada a inexistência dos requisitos
ou se modificada a situação patrimonial do assistido; 4. In casu, a relação
estabelecida entre as partes no processo originário é típica relação
de consumo, logo, implica a aplicação do Art. 9º, § 1º, inciso I, da
Constituição do Estado do Amazonas; 5. Destaco, ainda, que com a
entrada em vigor do Novo Código de Processo Civil, a matéria referente à
gratuidade da justiça passou a ser tratada especificamente disciplinada no
corpo desse Diploma, conforme o disposto no art. 99, §§ 3º e 4º do
CPC/2015; 6. Decisão reformada; 7. Recurso conhecido e provido. (TJAM
40002323420158040000 AM4000232-34.2015.8.04.0000, Relator:
Yedo Simões de Oliveira, Data de Julgamento: 20/11/2016,
Primeira Câmara Cível)

Por tais razões, requer que sejam concedidos os benefícios da Assistência


Jurídica Integral e Gratuita à Requerente, a fim de que este possa gozar de forma efetiva
do seu Direito de acesso à justiça.

2. DAS RAZÕES QUE JUSTIFICAM A REFORMA DA SENTENÇA


RECORRIDA

Primeiramente, Excelências, cumpre destacar que, está clara e


caracterizada a atividade ilícita denominada VENDA CASADA, haja vista que O
SEGURO É PARTE INTEGRANTE DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO, ademais, a
consumidor buscou o requerido para fazer o financiamento do tão sonhado carro
próprio, logo, não iria contratar um seguro no valor de R$ 598,50 (quinhentos e
noventa e oito reais e cinquenta centavos) e gerar outros gatos.

Nobres Julgadores, frisa-se, O CONTRATO JÁ VEM COM O SEGURO, ou


seja, não existe a possibilidade de fazer um financiamento sem a adesão do mesmo.

É rotineira e lucrativa as ilicitudes feitas pelo recorrido, não devendo ser


consideradas suas indagações de que não houve qualquer ilicitude e que o seguro fora
contratado por livre e espontânea vontade.

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É importante destacar que, um seguro atrelado a financiamento ou a


outro serviço que seja desejo do consumidor, é caracterizado uma VENDA

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CASADA, logo, o banco deve ser punido por tal ilicitude.

Argumentar que o contrato é válido pelo fato da consumidora ter indicado


seu filho como beneficiário não possui qualquer lógica, ora, se a consumidora terá seu
empréstimo condicionado a contratação de um seguro que não quer contratar, sofrendo
pressão dos prepostos do requerido acabou por indicar seu filho como beneficiário, tal
fato não deixa de caracterizar venda casada.

Julgadores, a improcedência na exordial só vai fazer o banco recorrido se


fortalecer a continuar fazendo atividades ilícitas com os seus clientes, haja vista que
não haverá uma imposição severa e a empresa continuará lucrando ilicitamente.

2.1. DO ENTENDIMENTO PACÍFICO DO STJ SOBRE O TEMA EM


DEBATE

É mister salientar, Excelências, a ementa de RECURSO REPETITIVO abaixo


é clara e a lide em questão se enquadra perfeitamente ao mesmo, a abusividade sofrida
pelo consumidor, que é cobrado por um seguro que nunca solicitou e nem mesmo
teve a opção de escolha e fora compelido a acatar tal abusividade no caso
concreto, o que torna evidente a discordância com o entendimento dos tribunais
superiores:

RECURSO ESPECIAL REPETITIVO.


TEMA 972/STJ. DIREITO BANCÁRIO.
DESPESA DE PRÉ-GRAVAME.
VALIDADE NOS CONTRATOS
CELEBRADOS ATÉ 25/02/2011.
SEGURO DE PROTEÇÃO FINANCEIRA. VENDA CASADA.
OCORRÊNCIA. RESTRIÇÃO À ESCOLHA DA SEGURADORA.
ANALOGIA COM OENTENDIMENTO DA SÚMULA 473/STJ.
DESCARACTERIZAÇÃODA MORA. NÃO OCORRÊNCIA. ENCARGOS
ACESSÓRIOS. 1.DELIMITAÇÃO DA CONTROVÉRSIA: Contratos
bancários celebrados a partir de 30/04/2008, com instituições
financeiras ou equiparadas, seja diretamente, seja por intermédio
de correspondente bancário, no âmbito das relações de consumo.2.
TESES FIXADASPARA OS FINS DO ART. 1.040 DO CPC/2015: 2.1 -
Abusividade da cláusula que prevê o ressarcimento pelo consumidor
da despesa como registro do pré-gravame, em contratos celebrados
a partir de25/02/2011, data de entrada em vigor da Res.-CMN
3.954/2011, sendo válida a cláusula pactuada no período anterior a
essa resolução, ressalvado o controle da onerosidade excessiva. 2.2
– Nos contratos bancários em geral, o consumidor não pode
ser compelido a contratar seguro com a instituição financeira

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ou com seguradora por ela indicada. 2.3 - A abusividade de


encargos acessórios do contrato não descaracteriza a mora.3.

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CASOCONCRETO. 3.1. Aplicação da tese 2.1 para declarar válida a
cláusula referente ao ressarcimento da despesa com o registro do
pré-gravame, condenando-se, porém, a instituição financeira a
restituir o indébito em virtude da ausência de comprovação da
efetiva prestação do serviço. 3.2. Aplicação da tese 2.2 para
declarar a ocorrência de venda casada no que tange ao seguro de
proteção financeira. 3.3. Validade da cláusula de ressarcimento de
despesa com registro do contrato, nos termos da tese firmada no
julgamento do Tema 958/STJ, tendo havido comprovação da
prestação do serviço. 3.4. Ausência de interesse recursal no que
tange à despesa com serviços prestados porterceiro.4. RECURSO
ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO,
PARCIALMENTE PROVIDO. (STJ, REsp1639259/SP, Rel. Ministro
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
12/12/2018, DJe 17/12/2018)

2.2. DA EXISTÊNCIA DO DANO MORAL

O conceito de dano moral está intimamente ligado à defesa dos direitos


extrapatrimoniais, os quais abrangem os direitos da personalidade, dentre eles o direito
à vida, liberdade, honra, sigilo, intimidade e a imagem. Sob fundamento dessa proteção
está o princípio da dignidade humana, garantia constitucional que busca fortalecer os
valores morais das relações jurídicas.

O fato, o nexo de causalidade, e a culpabilidade da instituição saltam aos


olhos à evidência da nulidade contratual, vez que a empresa não adotou qualquer
medida para sanar o infortúnio experimentado pelo consumidor ou meios de mitigar o
prejuízo suportado pelo seu cliente.

Nos ensinamentos de Sérgio Cavalieri Filho, que diz: O dano moral nada
mais é do que a violação do direito à dignidade.

Excelências, é de certo que o valor a ser instituído ao recorrente deve ser


um valor adequado, que servirá também como punição ao recorrido, para que além de
ser punido pela atitude unilateral que o mesmo teve na presente lide, servirá para que
pense mais de uma vez se valerá fazer a mesma ilicitude com outros consumidores.

Na fixação do montante devido, o prudente arbítrio do julgador deve


considerar os fins pedagógico e punitivo da reparação moral, sem embargo de sopesar
as circunstâncias próprias do agravo causado ao consumidor.

3. DOS PEDIDOS

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Diante de todo o exposto, requer:

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a) Que seja o presente recurso, recebido, processado e provido,
reformando totalmente sentença de primeiro grau para julgar
totalmente procedente a presente ação nos termos da inicial,
assim deferindo para que PREVALEÇA O DIREITO E NÃO PERSISTA A
INJUSTIÇA!

b) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita,


haja vista, que a recorrente não tem condições de arcar com as
despesas processuais e honorários.

Termos em que,
pede deferimento

LEONARDO MONTEIRO CASTRO


Advogado | OAB/AM nº 17.094

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