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Transtornos do humor: fisiopatologia,

diagnóstico e tratamento
Transtorno de humor: tudo o que você precisa saber para sua prática clínica!

Os transtornos do humor são condições de saúde mental caracterizadas por


alterações emocionais que se manifestam em períodos prolongados de tristeza
intensa (depressão), de elevação excessiva do ânimo ou euforia (mania), ou a
presença simultânea de ambos.

A depressão e a mania representam os extremos opostos, ou polos, nesses


transtornos do humor.

O que é humor?
O humor é um dos tópicos mais importantes da semiologia psiquiátrica.
Trata-se do estado de ânimo basal do indivíduo, sendo considerado o tônus
afetivo ao longo de determinado tempo. Difere do afeto, uma vez que o afeto
consiste em uma vivência subjetiva e particular de cada momento ou ideia, o
que amplia ou reduz a experiência basal do humor.

Sendo assim, infere-se que o humor é o todo, enquanto o afeto são partes; o
humor seria o enredo geral de um filme e o afeto seria cada cena e o que ela
representa.

O humor pode ser modulado:

● Eutimia: é o humor considerado normal, de acordo com o que se espera. O


paciente nessa situação tem o humor eutímico
● Hipotimia: é o humor modulado para baixo, triste ou deprimido. O paciente
encontra-se hipotímico
● Hipertimia: é o humor modulado para cima, patologicamente alegre, efusivo
e eufórico. O paciente mostra-se hipertímico

Como o transtorno de humor é classificado?


Aqui estão os tipos mais comuns de transtornos de humor:

● Depressão maior: caracterizada por ter menos interesse em atividades


habituais, sentir-se triste ou sem esperança, e outros sintomas persistentes
por pelo menos 2 semanas, indicativos de depressão
● Distimia: refere-se a um estado crônico, de baixo grau, de humor deprimido
ou irritável que perdura por no mínimo 2 anos
● Transtorno bipolar: uma condição em que uma pessoa experimenta
períodos alternados de depressão e mania, ou humor elevado
● Transtorno de humor relacionado a outra condição de saúde:
manifesta-se quando condições médicas, como câncer, lesões, infecções ou
doenças crônicas, desencadeiam sintomas de depressão
● Humor induzido por substância: sintomas depressivos resultantes dos
efeitos de medicamentos, abuso de drogas, alcoolismo, exposição a toxinas
ou outros métodos de tratamento.

Qual a fisiopatologia dos transtornos de humor?


A fisiopatologia dos transtornos de humor, incluindo transtornos depressivos e
transtornos bipolares, é complexa e ainda não está completamente
compreendida. No entanto, pesquisas têm destacado algumas alterações
neurobiológicas e fatores genéticos que podem desempenhar um papel
importante nesses transtornos.

Desequilíbrios nos níveis desses neurotransmissores, particularmente


serotonina e norepinefrina, têm sido associados aos transtornos de humor. A
regulação inadequada desses neurotransmissores pode influenciar o humor,
sono, apetite e a capacidade de lidar com o estresse.

Além disso, alterações nos sistemas de glutamato e GABA também foram


implicadas em transtornos de humor. Disfunções nesses sistemas podem afetar
a regulação do humor e do estresse.

Outro fator interessante é que a redução do volume do hipocampo, uma região


associada à memória e regulação emocional, tem sido observada em algumas
pessoas com transtornos de humor.

Fatores de risco para transtorno de humor


Os transtornos de humor, incluindo a depressão e o transtorno bipolar, são
condições complexas e multifatoriais. Diversos fatores de risco estão
associados ao desenvolvimento dessas condições.

Histórico familiar de transtornos de humor aumenta significativamente o risco.


A presença de parentes de primeiro grau afetados sugere uma predisposição
genética.

Além disso, desequilíbrios neuroquímicos no cérebro, especialmente


envolvendo neurotransmissores como serotonina, norepinefrina e dopamina,
podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos de humor. Os
indivíduos que tiveram episódios anteriores de depressão ou transtorno bipolar
têm um risco aumentado de recorrência.

Já fatores ambientais, como falta de apoio social, isolamento, conflitos


familiares e problemas interpessoais, podem desempenhar um papel
importante.

Quais os sintomas dos transtornos do humor?


Os sintomas comuns dos transtornos do humor incluem alterações no sono e
apetite, fadiga, dificuldade de concentração, sentimentos de culpa,
pensamentos recorrentes de morte ou suicídio e variações no nível de energia e
atividade. Contudo, os sintomas dos transtornos do humor podem variar de
acordo com o tipo específico de transtorno.

Depressão maior

Os pacientes apresentam sintomas como:

● Tristeza persistente
● Perda de interesse ou prazer em atividades anteriormente apreciadas
● Alterações no apetite e peso
● Insônia ou sono excessivo
● Agitação ou retardo psicomotor
● Fadiga ou perda de energia
● Sentimentos de inutilidade ou culpa
● Dificuldade de concentração
● Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio
Distimia

Na distimia os pacientes podem apresentar os seguintes sintomas:

● Humor cronicamente deprimido.


● Baixa autoestima.
● Pouca energia ou fadiga.
● Dificuldade de concentração.
● Alterações no apetite.

Transtorno bipolar

Os transtornos bipolares, como o transtorno bipolar I, envolvem episódios de


mania, marcados por um aumento notável de energia, humor expansivo e
comportamentos impulsivos, alternados com episódios depressivos.

Já o transtorno bipolar II apresenta episódios depressivos mais frequentes e


intensos, acompanhados de episódios de hipomania, menos graves do que a
mania completa.

Como manejar pacientes com transtorno de humor?


O manejo de pacientes com transtornos de humor envolve uma abordagem
integrada que combina tratamentos farmacológicos, psicoterapia, apoio social e
mudanças no estilo de vida. Cada indivíduo é único, e o tratamento deve ser
adaptado às necessidades específicas do paciente.

Tratamento farmacológico

Em casos de depressão, o uso de antidepressivos pode ser considerado. São


eles:

● Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS): aumentam os


níveis de serotonina no cérebro, melhorando o humor. Alguns exemplos são a
Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina
● Inibidores seletivos de recaptação de norepinefrina e serotonina (IRNS):
atuam tanto na serotonina quanto na norepinefrina, proporcionando efeito
antidepressivo. São exemplos a Venlafaxina e a Duloxetina.
Para transtornos bipolares, estabilizadores de humor podem ser prescritos. O
Lítio é um dos estabilizadores de humor mais antigos e eficazes. Ele é capaz de
prevenir episódios maníacos e depressivos. Os antipsicóticos atípicos podem
ser usados como estabilizadores de humor, especialmente em combinação com
outros medicamentos.

A escolha específica do medicamento depende de vários fatores, incluindo a


natureza dos sintomas, a presença de comorbidades, a resposta individual e
possíveis efeitos colaterais.

Psicoterapia

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem comumente


utilizada. Ela se concentra na identificação e modificação de padrões de
pensamento disfuncionais e comportamentos negativos associados aos
transtornos de humor. Os pacientes aprendem a reconhecer distorções
cognitivas, substituir pensamentos negativos por mais realistas e adotar
estratégias de enfrentamento saudáveis.

Outra abordagem eficaz é a terapia interpessoal (TIP), que se concentra nas


relações interpessoais e nos eventos sociais que podem contribuir para os
sintomas dos transtornos de humor. A TIP ajuda os indivíduos a melhorar suas
habilidades de comunicação, resolver conflitos interpessoais e fortalecer as
conexões sociais, aspectos essenciais para o bem-estar emocional.

Os transtornos de humor podem ser prevenidos?


Atualmente, não existem métodos específicos para prevenir ou diminuir a
ocorrência dos transtornos de humor. No entanto, a identificação precoce e o
tratamento imediato têm o potencial de diminuir a gravidade dos sintomas,
promover um crescimento e desenvolvimento normais, além de aprimorar a
qualidade de vida para aqueles que enfrentam transtornos de humor.

A pronta intervenção, por meio de diagnóstico e tratamento adequados, pode


desempenhar um papel essencial na gestão dessas condições, contribuindo
para resultados mais positivos e promovendo o bem-estar emocional.

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