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ITU – Fernando Dias (Aula 03/06) – Marco Aurélio Tomadon

As infecções urinárias tem grande importância devido a dois fatores: sua prevalência – se considerarmos toda a
população de mulheres do mundo (população com maior índice de ITUs), pelo menos 50% vai ter algum episódio de
ITU ao longo da vida. Se considerarmos a faixa etária dos 20-55 anos, que é a faixa da idade reprodutiva e de
trabalho, no mínimo 20% dessas mulheres vão apresentar ao menos 1 episódio por ano. Então é um quadro muito
frequente e justifica milhões de consultas. Isso vai impactar porque esses pacientes vão ter que faltar trabalho, as
vezes ficar internados, entrar com antibioticoterapia e, principalmente se tratando dos idosos, a morbimortalidade
pode ser alta. Na pratica médica, não só os urologistas vão ter contato com infecções urinarias, mas todos vocês na
clinica tambem podem ter.

Então qual a definição de infecção do trato urinário? A presença de qualquer microorganismo no trato urinário, que
abrange desde o rim até o meato uretral. Então o trato urinário é pra ser asséptico, então se tem alguma bactéria ali
já é uma infecção urinaria. Além do trato urinário, nos podemos ter infecções em estruturas adjacentes por
contiguidade, como na próstata, vesículas seminais epidídimo nos homens, ou seja, nessas vias canaliculares.
Teríamos então uma ITU associada a uma prostatite ou epididimite por exemplo.

Existem algumas classificações e diferenciações: ITU baixa, quando temos apenas a cistite, ou ITU alta, quando
acometeu os rins, que daí chamamos de pielonefrite. A ITU pode ser também não complicada, maioria dos casos, ou
complicada, que é quando esta associada à alguma anormalidade anatômica ou a cálculos por exemplo. Além disso,
a ITU pode ser por agentes específicos ou inespecíficos, que falaremos mais adiante. Pode também ser uma
infecção aguda ou crônica, que se repete. Pode ser isolada, persistente (que se mantém) ou recorrente, que é tratada
e tem recidivas. Pode ser comunitária ou hospitalar, como qualquer infecção.

Em relação a via de infecção: 95% por via ascendente, então o microorganismo vai fazer uma infecção periuretral e
ascende pelo trato. Em 5% dos casos ela pode ser hematogenica, mais comum em neonatos e imunosuprimidos.
Neste ultimo casos, tem a bacteremia que acaba chegando nos rins e causa abcesso renal.

Como já dito, existe uma predileção por mulheres jovens, que tem vida sexual, são as mais acometidas. Mas a
incidência das infecções pode ir se elevando com a idade, porque tanto em mulheres quanto em homens, com a
idade avançada, vem alguns fatores que elevam a incidência da infecção.

Como em toda infecção, para entendermos a patogenia, precisamos conhecer os fatores tanto do microorganismo
(virulência) como do hospedeiro. Quais são os fatores naturais que nos temos pra evitar infecções: características do
pH e osmolaridade da urina, que impedem proliferação microbiana, a mucosa vesical produz mucopolissacarídeos e
anticorpos protetores, e o próprio peristaltismo ureteral, com fluxo anterógrado que impede, mecanismo anti-refluxo
que impede que a urina volte para os rins, o fluxo urinário, o simples ato de urinar é fator protetor, o fluxo
descendente as vezes acaba eliminando microorganismos. Já os fatores de virulência do microorganismo são:
existem cepas bacterianas conhecidas como nefritogênicas, que tem tropismo, facilidade para infectar, nesse
contexto existe, por exemplo, a E. coli – presença de fimbrias. Existem dois tipos: fimbrias tipo P ou manose
resistente, que são mais virulentas, e a tipo 1 ou manose sensitiva (apresentam glicoproteínas com manose que
facilitam a fagocitose por polimorfonucleares). Uma bactéria com fimbrias tipo P são fatores de risco para pielonefrite,
maior dificuldade em fagocitose por polimorfonucleares e maior ascensão bacteriana pelo trato. Outros mecanismos
de virulência são a presença de hemolisina, aerobactina ou lipopolissacarideos antiperistálticos e antifagocitários.

Os fatores de risco para ITU são: na infância, deve-se investigar malformações do trato urinário, que podem ser
obstrutivas ou refluxivas. Aqui temos um exemplo de refluxo vesicoureteral, que é classificado em graus, grau 1 –
discreto/ grau 2 – até o rim, mas não dilata e progressivamente vai dilatando nos graus elevados. Quanto maior o
grau, mais recorrentes as infecções e podem gerar cicatrizes renais nessas crianças, inclusive sendo uma causa de
insuficiência renal, podendo ser necessário transplante.
Outro fator de risco, como eu já disse, é o sexo feminino. Então a mulher tem mais facilidade porque apresenta
anatomia genital externa com meato uretral próximo da abertura vaginal e do ânus, estruturas com flora bacteriana já
existente. O comprimento da uretra feminina também aumenta as chances, pois é mais curta e próxima da bexiga.
No entanto, as mulheres apresentam também fatores de proteção: presença de microorganismos (Lactobacillos e
Difteroides) na vagina que degradam glicogênio e acidificam o pH vaginal; secreção de imunoglobulinas tipo A e G;
Estes fatores de proteção tem que estar em equilíbrio para funcionarem corretamente, então qualquer situação de
desiquilíbrio pode afetar a região e facilitar infecções. Alguns fatores que influenciam os mecanismos de proteção na
mulher: status estrogênico – mulheres na menopausa apresentam alterações tanto na secreção das imunoglobulinas
como na flora vaginal; atividade sexual pode aumentar chances de infecção, não que seja sexualmente transmissível,
mas os próprios traumas das relações sexuais facilitam infecções (dica de sempre urinar após ato sexual para
eliminar microorganismos ascendentes); uso de diafragmas e espermicidas além de vaginites bacterianas também
alteram a flora vaginal; na gestação as infecções também são favorecidas, com maior gravidade e chances de
pielonefrite.

Os idosos também são mais susceptíveis a infecções: redução natural a imunidade, alterações morfofuncionais como
Parkinson e Alzheimer podem levar a bexiga neurogênica, aumento do resíduo de urina na bexiga que pode levar a
infecção. Nas mulheres, as alterações hormonais (redução do estrogênio – alteração de irrigação, trofismo e flora) e
prolapsos são fatores que aumentam a incidência das ITUs. Nos homens há o fator de obstrução, que é a hiperplasia
da próstata, quase a totalidade dos homens vai ter e esse crescimento leva a dificuldade de esvaziamento vesical e
presença de resíduos urinários. Ainda nos fatores de risco: iatrogenia – cateterismo/sonda urinário (lembrar que a
cada dia que o paciente fica com o cateter, aumenta 5% a chance de infecção); hospitalização; doenças associadas
como DM (imunidade deficiente) e doenças neurológicas. Os pacientes diabéticos devem ser encarados como
imunosuprimidos, então apresentam mais chances de pielonefrite e outras complicações, abcessos perirrenais ou
renais. A influencia da DM nas ITUs se traduz por inadequada mobilização dos leucócitos à área infectada e isquemia
secundária à doença microvascular.

Outros fatores gerais predisponentes para ITU: corpo estranho na via urinaria – litíase; hidronefrose; resíduo
miccional; causas raras – divertículos uretrais e doenças neurogênicas (alteração do funcionamento vesical).

Microbiologia

Como já dito, a ITU ocorre quando há presença de qualquer microorganismo na via urinaria, podendo ser bactéria,
fungo, vírus. A maioria das vezes são bactérias.

Os agentes podem ser específicos ou inespecíficos. Dos específicos, lembrar sempre do M.tuberculosis –
tubérculose urogenital. Além dela, Neisseria gonorrhoeae, S.Haematobium, Taenia echinococcus, Fungos (Candida
albicans). Os agentes inespecificos, que sao mais comuns, ter sempre em mente: E.coli (80% das infeccoes nao
complicadas). Além dela, lembrar do Stapylococcus saprophyticus e Enterococcus sp. Ja nas infeccoes complicadas
(associadas a calculos, idosos, institucionalizados, doencas associadas) mudam um pouco os agentes: Outras
bactérias gram negativas (Proteus sp, Klebsiella sp, Enterobacter sp, Pseudomonas sp); em pacientes com HIV:
principal Enterococos; Gram + (1-2%): Streptococcous grupos B D.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, o quadro tem intensidade variável e varia conforme o setor comprometido. A infecção pode
ser desde assintomática até um caso gravíssimo de sepse, levando a internacão e possível óbito. Os grupos de risco
para infecções mais graves e complicadas: extremos de idade, imunossuprimidos, diabéticos e gestantes.

*Pergunta se a ITU no homem é grupo de risco para complicação: no homem nos temos que investigar se tem algum
fator a mais, como a próstata ou litíase. Mas sendo imunocompetente, não influencia para infecção grave.

*Pergunta sobre a diferenciação em agentes específicos e inespecíficos: os agentes inespecíficos são aqueles
microorganismos gerais, nos específicos entram bactérias com comportamento diferente, como a bactéria da
tuberculose e gonorréia, apresentam quadro clínico específico.

Quadro clínico

– Cistite bacteriana aguda (principalmente em mulheres) – Dísuria, Polaciúria (aumento da frequência e diminuição
da quantidade), Hesitação (dificuldade para começar a micção), Urgência miccional (pode ser urgeincontinência), Dor
suprapúbica, Hematúria (uma das principais causas de hematúria em pacientes jovens), Sensação de plenitude
vesical (A bexiga nem esta plena, não tem tanta urina, mas a sensação é como se estivese cheia, pela irritação
mesmo da parede). Sem febre e piora do estado geral.

- Pielonefrite – diagnóstico clínico, geralmente começou com uma infecção baixa não trata que piorou; dor lombar,
febre, calafrios, piora do estado geral, astenia e náuseas/vomito.

* Pergunta se a hematúria está mais presente na pielonefrite que na cistite: não temos essa diferenciação, pode estar
presente em ambas. A hematúria é geralmente microscópica, a macroscópica é mais difícil de acontecer. Eu até vejo
mais hematúria em cistite mesmo, mas não há essa diferenciação.

Tendo a suspeita, como confirmo esse diagnostico? Exame de Urina I: coletar a primeira urina da manhã (mais
tempo parada), fazer higiene genital e colher jato médio. O diagnostico é dado por aumento dos leucócitos, há uma
leucocitúria (>10 leucócitos por campo). Podemos também observar estearases leucocitárias, relacionadas ao
aumento dos leucócitos. Um achado bem sugestivo, mas não necessário, é o nitrito positivo (existem infecções sem
nitrito positivo), geralmente gram negativas apresentam nitrito positivo. Esse nitrito surge da conversão do nitrato em
nitrito, por enzimas produzidas pelas bactérias. É um achado bastante específico (92-100%) mas pouco específico
(35-85%).Bacterias com nitrito negative: Staphylococcus sp, Enterococus sp, Pseudomonas sp.

Temos também a urocultura, é importante principalmente em infecções complicados, que precisamos de tratamento
dirigido ou em pacientes que n~eo respodem ao tratamento. Nao é necessério jé num primeiro contato, além de ser
cara e demora de 2-5 dias pra ficar pronta, e as vezes o paciente nem aguenta esperar. É pedida principalmente em
pacientes que n~eo vem respondendo a uma série de tratamentos. Quando é considerada infecção na urocultura?

(As contagens menores na coleta por cateterismo vesical e punção suprapúbica são devido a menor taxa de
contaminação por outros microorganismos por essas vias).

Diagnostico de imagem: US, RX e urotomografia. Também não peço em todos os casos de ITU porque encarece o
processo. Vou pedir em ITU repetição ou persistência, História de hematuria, Antecedente de doença urológica,
Pediátrica, Pielonefrite, Complicações (falta de resposta ao tratamento, febre e etc).

Em resumo: suspeita clínica, confirmação com exame de urina e posso pedir exame de image mem situações
específicas.

Diagnósticos diferenciais

Não é todo paciente que chega com disúria e polaciúria que eu já diagnostico com ITU. As vezes peço uma
urocultura e vem tudo negativo. Entao tenho que pensar em outras causas desses sintomas.

• INFECCIOSA: Não bacteriana, Prostatite, Uretrite, Tb vesical

• INFLAMATÓRIA: Cistite intersticial, Cálculo vesical e ureteral, Endometriose, Radioterapia (cistite


actínica)

• NEOPLÁSICA: Tumores vesicais, CIS (caracterítica principal: hematuria)

• OUTRAS: Bexiga neurogênica

Tratamento

Escolha do antibiótico deve basear-se nos microorganismos mais comuns de infecção de acordo com a topografia.
Além disso, considerar o espectro de ação, concentração, efeitos colaterais, posologia e custo.
*Pergunta se os sintomas de uma crise de nefrolitíase e pielonefrite podem ser parecidos: na nefrolitíase, quando o
calculo esta no rim, não tem sintomas, mas a cólica renal em si se dá quando o calculo migra para o ureter. Nestes
casos vai ter dor lombar também, como na pielonefrite, mas o que vai diferenciar é a febre, presente na pielonefrite.
Além disso, eu posso ter as duas coisas juntos – paciente começa com cólica renal devido a litíase, esse calculo não
é tratado, gera obstrução, a urina fica parada e começa a evoluir com febre. Dai peço hemograma, vejo leucocitose.
Então é um calculo que complicou pra pielonefrite.

Principais antibióticos: quinolonas. Pra via urinaria nos usamos principalmente ciprofloxacino e norfloxacino. A
levofloxino temos usado também, mas é mais reservado para trato respiratório. Elas agem inibindo a DNA-girase,
inibindo a replicação bacteriana.

Podemos usar também: Bactrim (Sulfametoxazol+Trimetropin), apesar de ser um antibiótico antigo já, pra infecção
urinaria é bom. Tem muitos agentes que são resistentes a quinolonas mas sensíveis a bactrim. E também a
nifrofurantoína age bem.

A duração do tratamento: cistite – via oral, de 3-7 dias/ pielonefrite não complicada –via oral, 7-14 dias/ pielonefrite
complicada – internação, via parenteral no inicio, após melhora voltar via oral, quinolonas ou cefalosporina 3 geracao
(Rosefim – ceftriaxone).

Tratamento cirúrgico apenas em complicações: não responde ao antibiótico, febre persistente, faco TC e vejo
abcesso (abcessos pequenos, 2-3cm, só o antibiótico resolve) se for grande, tenho que drenar esse abcesso, posso
inclusive fazer drenagem percutânea guiada por tomografia. Em casos de pielonefrite obstruída (calculo que evolui
com pielonefrite) é uma emergência urológica, não melhora só com antibiótico e pode evoluir pra sepse urinaria.
Entro então com a cirurgia para desobstrução da via urinaria (cateter duplo J ou nefrostomia). Em pacientes que
estão com essa obstrução e pielonefrite, eu não posso ficar manipulando muito a via urinaria porque posso
disseminar a infecção, fazer bacteremia. Então não é nesse momento que eu quero retirar o calculo, posso piorar o
quadro, quero apenar desobstruir a via.

Casos especiais

- Bacteriúria assintomática: > 10 5 UFC (2 amostras) sem leucocitúria, sem repercussões. Não preciso tratar sempre,
posso estar usando antibiótico desnecessario. Só trato quando há mais riscos para a paciente de ter essa bactéria
ali, então em gestantes, Obstrução aparelho urinário, Disfunção neurológica (Parkinson, AVE), Doença metabólica
(DM)/ imunossupressão, Instrumentação urológica/ Pré-operatório.

- Pediatria: primeiras 8-12 semanas de vida – disseminação hematogênica. Mais frequente em meninas, Sintomas e
diagnóstico mais difíceis, sempre investigar via urinária quando tiver febre. Diagnóstico ideal por cateterismo ou
punção suprapúbica. Investigar sempre malformações. Lembrar da alta morbidade a longo prazo (cicatriz renal,
hipertensão arterial e insufici|ência renal), então sempre tratar bem.

- Idosos: doenças associadas e fatores associados. Pode ocorrer um quadro atípico, como um delirium. É mais
comum o acomentimento de estruturas adjacentes como orquiepididimite e prostatite. Pode se manifestar com
incontinência urinéria aguda. Lembrar, no tratamento, da possibilidade de patégenos diferentes. Lembrar também da
adequação posológica.

- Gravidez: alterações hormonais e anatômicas, diminuição da peristalse no ureter, compressão do útero, que leva a
maior estase do esvaziamento. Há aumento da incidência de infeccao (4-10% vai ter infecção) e de bacteriuria
assintomática, que deve ser tratada na gestante por aumentar risco de pielonefrite e parto prematuro. No pre-natal
deve-se fazer exame de urina já na primeira consulta e repetida com 28 semanas. Se já teve infecção ao longo da
gestação, fazer urocultura mensal até o fim da gestação. Tratamento diferenciado, escolha de penicilinas e
cefalosporinas (restrição de Bactrim e quinolona pela teratogenicidade).

- Infecção urinaria de repetição: queixa frequente nos consultorios dos urologistas, geralmente mulheres. Por
definicao: mais que 3 infecções no ano ou mais que 2 no semestre. É importante investigar se trata-se de uma
recorrencia ou uma persistencia dessa infecção. 90% das vezes é uma reinfecção mesmo, a gente trata e depois
reinfecta de novo. Em cerca de 10% dos casos ocorre persistência (tratamento incorreto, anomalias estruturais,
corpos estranhos, focos crônicos renais ou prostáticos). Para considerarmos reinfecção: acontece após 30 dias do
tratamento, sendo considerada pelo mesmo microorganismo que voltou a infectar; ou antes de 30 dias do tratamento,
devemos considerar infecção por microorganismos diferentes. Se for em menos de 30 dias pelo mesmo
microorganismo, chamamos de persistência, não reinfecção. Devemos investigar a presença de alguns fatores de
risco para ITU de repetição, principalmente comportamentais como segurar muito tempo para ir no banheiro e beber
pouco líquido. Lembrando que ITU de repetição é indicado exames de imagem para avaliar o quadro. Nestes casos,
podemos nos valer de antiobiótico profiláticos em baixas doses, geralmente um quarto da dose comum, podendo ser
feito em dose diária ou situacional (mulheres que tem muita infecção quando tem relação sexual, então tomar o
antibiótico após coito). Existe também a automedicação orientada, então em pacientes que apresentam muitos casos
de reinfecção, ela pode já ter a receita em mãos do medicamento e ir tratando. O cranberry contém ácido hipúrico,
que é considerado um antisséptico urinário, então pode ser uma outra abordagem a paciente. Em mulheres
menopausadas, em que há ressecamento vaginal e alteração de trofismo, avaliar a indicação de estrogênio terapia
tópica, pomada, que mostrou reduzir o número de infecções urinarias. Existe também uma vacina, a uro-vaxom,
única vacina disponível, alguns estudo mostram até 60% de melhora, mas isso foi os próprios laboratórios que
afirmaram, na prática ela não é esse milagre todo e a gente deixa como ultima escolha mesmo. Essa vacina é
composta de 18 cepas de E. coli atenuadas, o que causa uma imunidade contra a E.coli mas também contra outras
bactérias devido a uma resposta imune não específica que ela ocasiona.

Voltando então a pielonefrite obstruída que eu já comentei com vocês, é uma emergência urológica, é uma
pielonefrite com um calculo obstruindo por exemplo. A conduta deve ser de internação desse paciente,
antibioticoterapia e encaminhamento para cirurgia o mais rápido possível. A gente vai então fazer a desobstrução,
que pode ser pela colocação de um catete duplo J, que vai do rim até a bexiga, ou nefrostomia, que é uma sonda que
entra direto pelas costas, fura o rim e vai pra via excretora. A retirada da pedra nesse momento não é obrigatória nem
recomendada, pois torna a cirurgia mais demorada, com mais liquido infundido e aumento de bacteremia. O
tratamento definitivo do calculo é no segundo tempo, depois que estabilizou o paciente, saiu da urgência, não tem
mais infecção, eu avalio a necessidade de uma ureterolitotripsia ou outro tratamento para o calculo.

- Infecções por fungos: principalmente em ambiente hospitalar, num contexto de doenças oportunistas, sendo o
principal agente a Candida. Ela pode trazer uma complicação grave que é a obstrução pode “bolas” de fungos,
formação de bezoares, mas é rara.

Grupos

- Primárias – acomete indivíduos sem fatores de risco (ex Blastomicose)


- Secundárias (Oportunistas): Candida albicans - 90% das infecções por fungos
Candida não albicans: C. glabrata,krusei, tropicalis, parapsilosis

O tratamento é feito com antifúngicos, Fluconazol, ou em casos mais graves, a Anfotericina B. Qual é o paciente que
você vai suspeitar de infecção fúngica, que possui mais fatores de risco? Principalmente aquele paciente de UTI né,
poli-invadido, cheio de sondas e cateteres, nutrição parenteral e etc, é muito corpo estranho e favorece a formação
de biofilme de fungos.

- Fatores predisponentes
– Imunossupressão/DM
– Extremos de idade
– Nutrição parenteral prolongada
– Permanência em UTI prolongada
– Terapia antibiótica prévia
– Uso de cateteres intravenosos
– Uso de catereres uretrais

- Tuberculose urogenital: causada pelo mesmo microorganismo da tb pulmonar, Mycobacterium tuberculosis, é a


forma mais frequente de tb extra-pulmonar. Apresenta disseminação hematogênica inicial, acometendo
primeiramente o rim e dai ela toma um rumo canalicular descendente, diferentemente da maioria das infecções que a
gente viu que eram ascendentes. Pode acometer rim, ureter, próstata, epidídimo, bexiga. No rim ela pode causar
necrose caseosa, nos ureteres pode causar estenose (vários pontos de estenose as vezes, formando o que a gente
chama de ureter em rosário); na bexiga, a infecção diminui sua capacidade e pode causar hematúria, gerando
aqueles sintomas de disúria, polaciúria com urocultura negativa; na próstata pode causar um nódulo, sendo ddx de
algum tumor. Como é o diagnóstico? Leucocitúria estéril, lembrar que a tuberculose é uma das causas de elevação
dos leucócitos, mas com urocultura negativa; posso realizar também uma cultura dirigida para o M. tuberculosis, mas
já é mais demorada, porem com positividade (em 3 amostras) de até 95%; e complementar com exames de PPD,
raio-X de tórax e outros exames de imagem para avaliar as repercussões em todos os órgãos alvo como eu comentei
anteriormente, Urografia Excretora/ US/ Tomografia/Cistoscopia.

O tratamento é com esquema convencional do tratamento de Tb: Rifampicina/Isoniazida/Pirazinamida. Algumas


vezes é necessário o tratamento cirúrgico, as vezes a infecção causou muita necrose caseosa no rim, podendo ser
necessária até nefrectomia, podemos também tratar as estenoses de ureter, fazer uma ampliação vesical (bexiga que
ficou retraída - nesse procedimento utilizamos uma parte do intestino para fazer essa ampliação).

- Alguns conceitos sobre cateterismo vesical: existem 3 tipos – de alívio, de demora e de irrigação. Notem que pra
cada tipo a sonda é diferente, para o de alívio é uma sondinha de plástico, chega na bexiga, esvazia e já tira. O de
demora já possui duas vias, uma pra escoar a urina e a outra serve pra encher esse balãozinho que é o balonete,
que é o que estabiliza essa sonda dentro da bexiga pra ela não sair. A de irrigação apresenta 2 vias, a de drenagem,
a do balão e uma de irrigação, que é pra entrada do liquido que vai estar irrigando (por exemplo quando há muita
hematúria macroscópica, eu uso essa sonda pra ir lavando e não deixar formar coágulos).

Como que vai ser feito esse cateterismo vesical então? Posiciona o paciente com flexão dos joelhos (na mulher),
fazer assepsia, uso de luvas e campos estéreis. Antes, coloca xilocaína gel no canal para anestesias. Passamos a
sonda e, antes de insuflar o balonete, temos que confirmar que esta na bexiga (hoje acontece muito em hospitais, o
medico não confirma se esta na bexiga, insufla o balão na uretra e lesa, causando uretrorragia, daí chama o
urologista e já esta tudo lesado, não da mais pra passar sonda e tem que fazer cistostomia). Então para confirmar
que esta na bexiga, esperar voltar um pouco de urina (as vezes a urina não volta espontaneamente por causa do
anestésico que foi aplicado, então nos puxamos com uma seringa e vemos se volta urina ou não). Confirmamos que
esta na bexiga, pode insuflar o Cuff (ou balão). Fazemos então um sistema fechado, conectamos o sistema de
drenagem numa bolsinha (tem pacientes que não querem ficar com a bolsa e clampeiam, colocam um prendedor ali
e fecham a passagem e abrem só na hora de urinar, o que é muito ruim, aumenta chance de infecções). O único
local que o paciente ou enfermeiros vão mexer é na parte de baixo, para escoar essa urina. A fixação da sonda, na
perna ou na barriga, é muito importante para evitar trações e traumatismos. Além disso, no homem, depois da
colocação da sonda, tem que puxar o prepúcio e recobrir a glande, não deixar retraído porque pode fazer uma
parafimose.

O cateterismo por si só pode causar ITU (1-2%) e quanto mais tempo, maior a chance de infecção. A antibiótico
profilaxia é recomendada em alguns casos: imunossuprimidos, valvopatias e anomalias estruturais.

*Pergunta se em grupos de risco há algum acompanhamento maior: então, temos que avaliar se estes fatores de
risco são reversíveis, como crianças que apresentam mal-formações, cálculos, bexiga neurogênica com resíduo
urinário, hiperplasia prostática, temos que tratar a causa quando possível. Depois de tratada a infecção, temos que
ter um acompanhamento com exame de controle, Urina 1 e urocultura de controle e temos que ficar de olho para ver
se não vai ter recorrência mesmo.

*Pergunta: quando não temos o resultado da cultura, começamos o tratamento empírico com o que? Geralmente já
começamos com a quilonona mesmo, o criprofloxacino, mas não é errado começar com o bactrim, pode também.

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