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MATEMÁTICA ELEMENTAR

APRESENTAÇÃO
Professor Me. Arthur Ernandes Torres da Silva

● Bacharel em Física na Universidade Estadual de Maringá (UEM)


● Licenciatura em Física na Universidade Estadual de Maringá (UEM).
● Mestre em Física pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).
● Doutorando em Física - Universidade Estadual de Maringá (UEM)
● Professor Formador UniFatecie
● Professor de Física no Colégio Educacional Noroeste Paranavaí.
● Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/4605782782813159

Professor e pesquisador. Tem experiência na área de física da matéria


condensada, impedância elétrica (teórica e experimental) e dinâmica de íons em
células eletrolíticas. Possui experiência como docente no Ensino Médio e Ensino
Superior. Nos cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Produção e
Arquitetura, já foi professor das disciplinas de Cálculo Diferencial e Integral,
Física Geral e Laboratório de Física Geral.
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA

Seja muito bem-vindo(a)!

Prezado (a) aluno (a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina,
isso já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de
agora. Neste material, foram abordados diversos assuntos com muitos exemplos
e comentários para facilitar os estudos do material de Matemática Elementar.
Proponho, junto a você, construir nosso conhecimento sobre diversos
tópicos os quais serão essenciais para sua formação acadêmica. A proposta da
ementa é trazer segurança em diversos ramos da Matemática Teórica para
aqueles que optarem pela carreira acadêmica, assim como para aqueles que
atuaram diretamente no mercado de trabalho.
Na Unidade I começaremos a nossa jornada com a proporção direta e
indireta entre grandezas, divisão em partes diretamente e inversamente
proporcionais.
Já na Unidade II, vamos tratar especificamente algumas funções, como
as polinomiais, tanto de primeiro como de segundo grau. Junto com a análise
algébrica de cada uma delas, vamos analisar essas funções do ponto de vista
gráfico também. Ademais, iremos aprender a resolver uma equação do tipo
biquadrada e fatoração de trinômio e o método de completar quadrados. Parte
dessa unidade será dedicada às inequações também.
Depois, na Unidade III, vamos tratar especificamente de um outro
assunto, o Teorema de Pitágoras em sua forma mais rica. Além de resolver
vários exemplos do tópico, vamos aprender sua forma generalizada e os ternos
pitagóricos, bem como o recíproco do Teorema de Pitágoras.
Por fim, na última unidade, vamos abordar diversos assuntos, como o
cálculo de áreas geométricas, diferentes formas de expressarmos
matematicamente ângulos, regras de potencialização e base dez, finalizando
com as funções exponenciais.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer
esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos
assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir para seu
crescimento pessoal e profissional.
Muito obrigado e bom estudo!
UNIDADE I
PROPORCIONALIDADE E PORCENTAGEM
Professor Mestre Arthur Ernandes Torres da Silva

Plano de Estudo:
• Grandezas e Proporções;
• Divisão em partes diretamente proporcionais;
• Divisão em partes inversamente proporcionais;
• A matemática da porcentagem.

Objetivos de Aprendizagem:
• Aprender interpretar sistemas que variam de forma diretamente proporcional
ou inversamente proporcional;
• Estudar divisão em partes proporcionais;
• Compreender as variedades das regras de três.
INTRODUÇÃO

Prezado (a) aluno (a), nesta unidade, o primeiro assunto abordado será
como identificar grandezas proporcionais e inversamente proporcionais, assunto
esse que faz parte de qualquer estudo analítico de um sistema real. Na
sequência, como realizar a divisão de um número em partes diretamente e
inversamente proporcionais.
Ademais, vamos estudar as regras de três simples, composta e razões
percentuais, que são presentes em inúmeras análises, desde as engenharias
até as ciências biológicas e econômicas.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e seja de bom
uso na sua formação acadêmica.

Bons estudos!
1 GRANDEZAS E PROPORÇÕES
ID do vetor stock livre de direitos: 1923502109

Na natureza, tudo aquilo que pode ser medido e estudado é uma grandeza. A
física divide as grandezas em duas grandes vertentes. A primeira refere-se as
grandezas escalares, suponha que você esteja comprando uma determinada
quantidade de carne no açougue. Como exemplo hipotético, você diz “por favor,
gostaria de 1 Kg de alcatra”. Por outro lado, seria estranho se fosse dito “por favor,
gostaria de 1 Kg de alcatra na horizontal para direita”. Note que dizendo apenas a
quantidade da grandeza já foi suficiente para deixar claro o que queria. Essas
grandezas que são caracterizadas pelo seu módulo, ou se preferir, pelo valor da
mesma, são batizadas de grandezas escalares. Outro exemplo é a temperatura,
provavelmente nunca você presenciou a apresentadora da previsão do tempo falando
“amanhã fará sol com uma temperatura de 35℃ na vertical para cima”, basta dizer
“amanhã fará sol com uma temperatura de 35℃”. Diversos outros exemplos podem
ser usados, como por exemplo tempo, potência, energia e entre outros.
Contudo, quando você está trabalhando em uma estrutura e precisa especificar
um eixo que sustenta o sistema de forma estável, será necessário um estudo da
distribuição de forças. Toda vez que trabalhar com essa grandeza, é necessário
especificar além do seu módulo, sua direção (vertical ou horizontal) e sentido (direita,
esquerda, sentido positivo, sentido negativo, leste, oeste). Dessa forma, a grandeza
força é chamada de grandeza vetorial.
De forma geral, sejam grandezas escalares ou vetoriais, elas podem se
relacionar entre em, seguindo uma proporção direta ou indireta.

1.1 Proporção entre grandezas

Vamos iniciar nossos estudos de proporções com o seguinte exemplo: Júlio


está dirigindo seu carro veloz pela rodovia, o qual executa um movimento uniforme
(movimento este em que a velocidade é constante) durante todo o trajeto. Vamos ver
uma tabela que mostra a relação entre tempo de viagem e distância percorrida:

Tabela 1 – Proporção entre tempo e distância


TEMPO (𝒉𝒐𝒓𝒂𝒔) DISTÂNCIA (𝑸𝒖𝒊𝒍ô𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐𝒔)
½h 50 km
1h 100 km
2h 200 km
3h 300 km
Fonte: O Autor (2021).

Observe que quando a cada uma hora, a distância percorrida é de 100 km. A
conta óbvia que você deve ter feito foi, por exemplo, entre os tempos de 1h e 2h:
1ℎ 100𝑘𝑚

2ℎ 200 𝑘𝑚
Simplificando as unidades no denominado e numerador de cada fração:
1 1

2 2
Portanto, a proporção é a mesma, ou seja, ao duplicar o tempo também é
duplicado o espaço percorrido. Nesse caso, em que as razões variam de acordo com
as grandezas é dito que são diretamente proporcionais.
Entretanto, vamos ver outro exemplo: suponha que o destino de Júlio seja o
mesmo que de seus dois outros amigos, Pedro e Fabio, cada um em seu carro. Vamos
ver em uma tabela o tempo que cada um leva para se deslocar ao longo da rodovia.

Tabela 2 – Proporção entre velocidade e tempo


Condutor Velocidade (Km/h) Tempo (𝒉𝒐𝒓𝒂𝒔)
Júlio 50 𝐾𝑚/ℎ 6h
Pedro 100 𝐾𝑚/ℎ 3h
Fábio 150 𝐾𝑚/ℎ ½h
Fonte: O Autor (2021).

Veja que Júlio gasta seis horas para chegar ao destino, uma vez que sua
velocidade é de 50 𝑘𝑚/ℎ. Já Pedro a 100 𝑘𝑚/ℎ leva metade do horário. Por
consequência, Fábio, que está a uma velocidade maior de 150 𝑘𝑚/ℎ executa o
mesmo trajeto com meia hora. Vamos ver a relação de dois deles:
50 𝐾𝑚/ℎ 6ℎ

100 𝐾𝑚/ℎ 3ℎ
Simplificando as unidades no denominado e numerador de cada fração:
1 2

2 1
Nesse caso, quando duas grandezas variam uma na razão inversa da outra, é
denominado inversamente proporcionais.
Vamos fazer alguns exemplos para compreendermos relações de proporção.
Quando a proporção for direta, vamos fazer uma regra de três simples. Já se forem
inversamente proporcionais, utilizaremos a regra de três inversa. Para a resolução
vamos adotar um processo padrão:
1) Construir uma tabela com dados especificando cada coluna e a variável que
queremos encontrar;
2) Identificar se é uma correlação diretamente ou inversamente proporcional
entre as grandezas;
3) Escrever a proporção e resolver a equação.

Ex. 01

Anderson comprou 2 camisas para um final de semana na praia e pagou


R$100,00. Quanto ele gastaria se comprasse 7 camisas da mesma marca e valor?

Resolução:
Camisas Preço (R$)
2 100
7 𝑥
Reescrevendo em termos de uma razão:
2 100
=
7 𝑥
Multiplicando cruzado:
2𝑥 = 700
Logo:
700
𝑥= → ∴ 𝑥 = 350 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠
2

Ex. 02
No parque de exposições de Paranavaí, um dos brinquedos do parque é o
carrossel. Supondo que o brinquedo execute 40 voltas em 10 minutos. Quantas voltas
ele irá fazer em 18 minutos?
Resolução:
Voltas Tempo
40 10
𝒙 18
Reescrevendo em termos de uma razão:
40 10
=
𝑥 18
Multiplicando cruzado:
40.18 = 10𝑥
720 = 10𝑥
Logo:
720
𝑥= → ∴ 𝑥 = 72 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠
10

Ex. 03

Durante uma vistoria de segurança em uma cozinha de restaurante, Cleiton


verifica que uma torneira está pingando. O proprietário afirma que em 25 minutos, foi
desperdiçado 3 litros de água. Qual a quantidade de água desperdiçada em uma
hora?
Resolução:
Tempo Quantidade de água
25 min 3 Litros
60 min 𝑥
Reescrevendo em termos de uma razão:
25 3
=
60 𝑥
Multiplicando cruzado:
25𝑥 = 60.3
25𝑥 = 180
Logo:
180
𝑥= → ∴ 𝑥 = 7,2 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠
25
Ex. 04
Fátima é uma costureira muito requisitada, em uma de suas encomendas teve
que usar 4 metros de um determinado tecido que custa 82,00 R$. Qual o preço de
11,5 metros?
Resolução:
Tamanho Valor
𝟒 𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐𝒔 82,00 R$.
𝟏𝟏, 𝟓 𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐𝒔 𝑥
Reescrevendo em termos de uma razão:
4 82
=
11,5 𝑥
Multiplicando cruzado:
4𝑥 = 82.11,5
4𝑥 = 943
Logo:
943
𝑥= → ∴ 𝑥 = 235,75 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠
4
Desse modo, vimos até aqui algumas relações de grandezas diretamente
proporcionais. Contudo, como fica o caso de relações inversamente proporcionais?
Para resolver esse problema é de forma muito parecida, mas quando reescrevemos
a equação, devemos alterar a ordem de uma das frações, veja os exemplos:
Ex. 05
Um automóvel está em movimento à uma velocidade média de 60𝐾𝑚/ℎ e
realiza um determinado percurso em 2 horas. Em quanto tempo faria esse mesmo
percurso, se a velocidade utilizada fosse de 90𝑘𝑚/ℎ?

Resolução:
Velocidade Tempo
𝟔𝟎 𝑲𝒎/𝒉 2h
𝟏𝟎𝟎 𝑲𝒎/𝒉 𝑥
Reescrevendo em termos de uma razão:
60 𝑥
=
100 2
Multiplicando cruzado:
2.60 = 100𝑥
120 = 100𝑥
Logo:
120
𝑥= → ∴ 𝑥 = 1,2 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
100
Ex. 06
Para encher um reservatório de água, uma torneira demora 4 horas. Porém, e
se fossem utilizadas 5 torneiras, quanto tempo levaria para preencher o reservatório
no mesmo nível de antes?
Resolução:
Nº de torneiras Tempo
𝟏 4
𝟓 𝑥
Reescrevendo em termos de uma razão:
1 𝑥
=
5 4
Multiplicando cruzado:
1.4 = 5𝑥
4 = 5𝑥
Logo:
4
𝑥= → ∴ 𝑥 = 0,8 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
5
Para finalizar nossa análise das relações de proporção, vamos estudar uma
situação em que existam três grandezas ou mais e relacioná-las entre sim. Para isso,
vamos fazer uso da regra de três composta. Veja alguns exemplos:

Ex. 07
Um armazém para o estoque de soja é construído em 10 dias com 15 operários,
os quais trabalham 4 horas por dia. O mestre de obras decide na próxima obra
contratar 20 operários e que eles trabalhem 8 horas por dia. Logo, em quantos dias a
obra ficaria concluída? Assumindo que o armazém seja o mesmo.
Resolução:
Nº de operários Dias Horas por dia
15 10 6
20 𝑥 4

Para resolver esse problema, vamos considerar a grandeza incógnita como


referência e as demais constante. Veja que aumentando o número de funcionários,
então a quantidade de dias deve diminuir, logo o número de operários e dias são
inversamente proporcionais. Por outro lado, diminuído as horas por dia e pensando
em número de dias, é intuitivo concluir que menor a quantidade de horas por dia, logo
mais dias necessários. Assim, horas por dia e dias também são inversamente
proporcionais.
Matematicamente para resolver o problema, deixamos a coluna da incógnita
isolada e escrevemos a proporção das demais como produto de frações.
10 20 4
= ×
𝑥 15 6
Observe que as frações da esquerda, foram invertidas, por serem inversamente
proporcionais. Fazendo as multiplicações:
10 80
=
𝑥 90
900
80𝑥 = 90.100 → 𝑥 =
80
∴ 𝑥 = 11,25 𝑑𝑖𝑎𝑠.

Ex. 08

João Carlos trabalha em sua fazenda colhendo laranjas. Sozinho ele colhe
1000 laranjas em 6 horas. Devido a grande quantidade de trabalho, ele pretende
aumentar a produção e contrata mais 2 funcionários que iriam trabalhar com ele por 8
horas. Quanto de laranja o grupo vai colher?
Resolução:
Nº de pessoas Nº de laranjas Horas por dia
1 1000 6
3 𝑥 8
Note que aumentando as pessoas, tende a aumentar a colheita de laranjas e,
aumentando o tempo de trabalho, também aumenta o número de frutos colhidos.
Logo, todas são grandezas proporcionais e podemos organizar a relação da
matemática da seguinte forma:
1000 1 6
= ×
𝑥 3 8
Note que sempre isolamos de um lado a fração da incógnita.
1000 6
=
𝑥 24
6𝑥 = 24000
∴ 𝑥 = 4000 𝑙𝑎𝑟𝑎𝑛𝑗𝑎𝑠.
2 DIVISÃO EM PARTES DIRETAMENTE PROPORCIONAIS
ID da ilustração stock livre de direitos: 2025616424

Imagine um cenário em que você tenha que dividir uma grandeza em 4 partes
por exemplo, mas essa divisão, não é igual, para cada parte existe uma proporção.
No primeiro caso vamos ver quando é feito uma divisão diretamente proporcional.
Para compreender a ideia, veja os exemplos a seguir:

Ex. 01

Divida o número 320 em partes diretamente proporcionais a 4, 5 e 7.


Resolução:
Como o número deve ser dividido em três partes, vamos chamar as partes de
A, B e C. Assim:
𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 320
Além disso, o resultado final deve ser dividido em 19 partes. Uma vez que a
parte A é dividida em 4, a parte B dividia em 5 e a parte C dividida em 7. Então:
4𝐾 + 5𝐾 + 7𝐾 = 320
16𝐾 = 320
320
∴𝐾= = 20
16
Agora, vamos ver o quanto cada parte é proporcional a essa constante de
proporcionalidade 𝐾.
𝐴 = 4𝐾 → 𝐴 = 4.20 → 𝐴 = 80
𝐵 = 5𝐾 → 𝐵 = 5.20 → 𝐵 = 100
𝐶 = 7𝐾 → 𝐶 = 7.20 → 𝐶 = 140

Ex. 02

Divida o valor 285 em 3 partes iguais diretamente proporcionais a 2, 4 e 5.


Resolução:
Como o número deve ser dividido em três partes, vamos chamar as partes de
X, Y e Z. Assim:
𝑋 + 𝑌 + 𝑍 = 275
Vamos determinar a constante de proporcionalidade:
2𝐾 + 4𝐾 + 5𝐾 = 275
11𝐾 = 275
275
∴𝐾= = 25
11
Agora, vamos ver o quanto cada parte é proporcional a essa constante de
proporcionalidade 𝐾.
𝑋 = 2𝐾 → 𝑋 = 2.25 → 𝑋 = 50
𝑌 = 4𝐾 → 𝑌 = 4.25 → 𝑌 = 100
𝑍 = 5𝐾 → 𝑍 = 5.25 → 𝑍 = 125

Ex. 03

Divida o valor 390 em 2 partes iguais diretamente proporcionais a 5 e 8.


Resolução:
Como o número deve ser dividido em três partes, vamos chamar as partes de
A e B. Assim:
𝐴 + 𝐵 = 390
Vamos determinar a constante de proporcionalidade:
5𝐾 + 8𝐾 = 390
13𝐾 = 390
390
∴𝐾= = 30
13
Agora, vamos ver o quanto cada parte é proporcional a essa constante de
proporcionalidade 𝐾.
𝐴 = 5𝐾 → 𝐴 = 5.30 → 𝐴 = 150
𝐵 = 8𝐾 → 𝐵 = 8.30 → 𝐵 = 240
3 DIVISÃO EM PARTES INVERSAMENTE PROPORCIONAIS
ID do vetor stock livre de direitos: 1996794860

Até aqui estudamos uma divisão diretamente proporcional. Entretanto,


sabemos que também pode existir uma divisão inversamente proporcional. Por
exemplo: João tem três colegas e um pacote de balas, a idade de seus colegas é
respectivamente igual a 8, 9 e 10. Então, ele vai dividir a quantidade de doces de tal
maneira que fique mais para o amigo mais jovem, depois para o de nove e a menor
parte para o colega de 10 anos. Veja alguns exemplos:

Ex. 04

Divida o número 62 em 3 partes iguais inversamente proporcionais a 2, 3 e 5.


Resolução:
A soma das três partes deve ser inversamente proporcional a 2, 3 e 5. Então:
𝐴+𝐵+𝐶
=𝐾
1 1 1
+3+2
5
Lembrando que: 𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 62.
62 62
=𝐾→ =𝐾
1 1 1 31
+ +
5 3 2 30
Atente-se: quando temos uma fração que é dividida por outra, conversamos o
número do numerador e invertemos o denominado:
62 30
= 62 = 2.30 = 𝐾
31 31
30
∴ 𝐾 = 60
Logo, cada parte é dado por:
𝐴
= 𝐾 → 𝐴. 5 = 𝐾 → 𝐴. 5 = 60 → 𝐴 = 12
1
5
𝐵
= 𝐾 → 𝐵. 3 = 𝐾 → 𝐵. 3 = 60 → 𝐵 = 20
1
3
𝐶
= 𝐾 → 𝐶. 5 = 𝐾 → 𝐶. 2 = 60 → 𝐶 = 30
1
2
Ex. 05

Divida o número 248 em 3 partes iguais inversamente proporcionais a 2, 3 e 5.


Resolução:
A soma das três partes deve ser inversamente proporcional a 2, 3 e 5. Então:
𝐴+𝐵+𝐶
=𝐾
1 1 1
+3+2
5
Lembrando que: 𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 248.
248 248
=𝐾→ =𝐾
1 1 1 31
+3+2
5 30
Atente-se: quando temos uma fração que é dividida por outra, conversamos o
número do numerador e invertemos o denominado:
248 30
= 248 = 8.30 = 𝐾
31 31
30
∴ 𝐾 = 240
Logo, cada parte é dado por:
𝐴
= 𝐾 → 𝐴. 5 = 𝐾 → 𝐴. 5 = 240 → 𝐴 = 48
1
5
𝐵
= 𝐾 → 𝐵. 3 = 𝐾 → 𝐵. 3 = 240 → 𝐵 = 80
1
3
𝐶
= 𝐾 → 𝐶. 5 = 𝐾 → 𝐶. 2 = 240 → 𝐶 = 120
1
2
4 A MATEMÁTICA DA PORCENTAGEM
ID do vetor stock livre de direitos: 1947213241

Nesse tópico, vamos aprender diferentes cálculos que envolvam porcentagem.


Para iniciar nossos estudos, suponha que um produto importado que custe 1000,00
R$ tenha um imposto de 12%, o que isso significa?
Em termos matemáticos, a cada mil reais em compra desse produto, 120 reais
é apenas do valor do imposto. Contudo, como chegamos nesse resultado? Usando
uma regra de três básica, veja o cálculo:

Multiplicando cruzado:
1000.12% = 𝑥. 100%
1000.12
𝑥= = 10.12 = 120 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠
100
É uma regra de três simples. Vamos fazer mais alguns exemplos:

Ex. 01

Uma loja de revestimento faz um orçamento de materiais de construção. A


compra do cliente resulta em 500 reais. Mas, por ser um cliente VIP, o atendente faz
um desconto de 20%. Qual o valor final então?
Resolução:

Multiplicando cruzado, temos:


500.20% = 𝑥. 100%
500.20%
𝑥= = 5.20 = 100 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠
100
Logo, se foi esse o valor de desconto, a compra saiu um valor de 400,00 R$.

Ex. 02
Em um reservatório grande de água tem a capacidade máxima de 40 mil litros.
Contudo, para o seu uso, o proprietário decide apenas preencher com 18,5 mil litros.
Qual o valor em porcentagem da capacidade total do reservatório que foi preenchida?
Resolução:

Multiplicando cruzado:
40000. 𝑥 = 18500.100%
18500.100% 185
𝑥= = = 46,25%
40000 4
O próximo passo agora será interpretar uma divisão como um valor percentual.

4.1 Razão centesimal

Toda fração com denominador igual a 100 pode ser lida na forma de
porcentagem, observe:
60
→ 0,6 ⇔ 60%
100
4
→ 0,04 ⇔ 4%
100
1
→ 0,01 ⇔ 1%
100
131
→ 13,1 ⇔ 131%
100
Contudo, quando o denominador não for igual a zero, o que deve ser feito?
Muito simples, basta transformar em uma razão percentual. Veja alguns exemplos:

Ex. 03

Em uma sala de aula há 20 alunos e, dos quais, 12 são meninas. Qual a


porcentagem de meninos?
Resolução:
Vamos calcular a porcentagem de meninas na sala:
12 𝑥
=
20 100%
O valor de 20 é 100% enquanto o de meninas é x. Multiplicando cruzado:
12.100% = 20. 𝑥
12.100%
𝑥= = 60%
20
Logo, se a quantidade de meninas é 60%, a de meninos é de 40%.
Outra forma de resolver o problema sem a regra de três é quando o
denominador for um múltiplo de 100. Note que multiplicando 20 por 5 resulta em 100.
Ao multiplicar então o denominador por um número, devemos multiplicar o numerador
pelo mesmo número. Portanto, multiplicando 12 por 5, teremos 60, que é a resposta.
12 5 60
( )= = 0,6 = 60%
20 5 100
Portanto, a porcentagem de meninos é de 40%.

Ex. 04

Em uma prova a pontuação máxima era de 80 pontos. João tirou 35, quanto do
valor total isso corresponde?
Resolução:
35 𝑥
=
80 100%
Nesse caso não há um número inteiro para multiplicar 80 e resultar em 100.
Logo, basta encontrar um valor x qualquer dividido por 100.
35.100% = 80. 𝑥
35.100%
𝑥= = 43,75%
80

Ex. 05

Uma ação de uma empresa está cotada em 22 mil reais. Letícia investiu
comprando 750 reais em ações. Quantos % da ação ela adquiriu?
Resolução:
22000,00 100%
=
750,00 𝑥
Multiplicando cruzado:
22000. 𝑥 = 750.100%
750.100% 75
𝑥= = = 3,409%
22000 22
4.2 Cálculo da % de um número

Quando o objetivo é pegar uma porcentagem de um número total, como deve


ser feito? Esse é um processo que difere dos demais. Veja nos exemplos:

Ex. 06

Qual o valor de 65% de um valor de 1500?


Resolução:
65
65% → × 1500 = 65.15 = 975,00
100
Qual foi o princípio usado aqui? Primeiro convertemos a porcentagem em
notação centesimal. Depois multiplicamos pelo valor total. Nesse caso 0,6
multiplicando por 1500 resulta em 975.

Ex. 07

Em uma auto mecânica, um funcionário calcula que 12% das peças compradas
estão quebradas de um total de 850. Qual a quantidade de peças danificadas?
Resolução:
12
12% → × 850 = 1,2.85 = 102
100

Ex. 08

Quando vale 76% de 911?


Resolução:
76
76% → × 911 = 0,76.911 = 692,36
100
Note que quando é dito uma porcentagem “de” um valor, o prefixo “de” é o
mesmo que uma multiplicação. Para resolver, é só calcular o valor da porcentagem
em centesimal e multiplicar pelo valor total.
SAIBA MAIS

O homem Vitruviano é uma obra famosa estudada e analisada por


Leonardo da Vinci, que foi um cientista, pintor, escultor, anatomista, poeta
e um estudioso de muitas outras áreas das ciências.
Segundo da Vinci, existe uma proporção no corpo humano. A
cabeça é calculada como sendo 1/8 da altura total, a longitude dos braços
estendidos de um homem é igual a altura dele, a altura da orelha é um terço
da longitude da face, o comprimento da mão é um décimo da altura de um
homem, e etc.

Fonte: SANTOS, 2007.

#SAIBA MAIS#

REFLITA

Nas ciências exatas, como por exemplo da física, para que duas
grandezas proporcionais possam virar uma relação de igualdade, é
necessária uma constante de proporcionalidade. Existem diversos
exemplos, como por exemplo a resistência de um fio.
A resistência de um fio condutor é proporcional ao comprimento do
fio (ℓ) e inversamente proporcional a área da seção transversal (𝐴)
(espessura).

𝑅∝
𝐴
Para que essa proporção se torne uma igualdade, existe uma
constante denominada resistividade elétrica (𝜌). Ficando da forma:

𝑅=𝜌
𝐴

Fonte: O autor (2021).

#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pronto! Você chegou ao final da Unidade I de nosso material. Passou por


uma sequência didática que te proporcionou uma base sólida em conteúdo de
Matemática Básica.
Portanto, prezado aluno(a), nesta unidade, foi possível estudar e abordar
uma série de tópicos da matemática envolvendo proporção entre grandezas, as
quais variam de forma direta ou inversa entre si. Na sequência, analisamos a
divisão de números em divisões proporcionais e encerramos a unidade
revisando os conceitos primordiais de porcentagem.
Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo esse momento de
estudo. Até a próxima!
LIVRO

• Título: Matemática Básica Para Cursos Superiores


• Autor: Sebastião Medeiros da Silva
• Editora: Atlas
• Sinopse: Esta obra tem como principal objetivo oferecer uma revisão dos
conhecimentos de Matemática para os alunos ingressantes no Ensino Superior,
apresentando as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de seu
raciocínio lógico. Ele apresenta exercícios e incentivos para o uso de recursos
eletrônicos, como calculadoras programáveis e tabelas em Excel. Livro-texto
para a disciplina Matemática do ciclo básico de cursos nas áreas de Ciências
Humanas e Ciências Sociais Aplicadas.
FILME/ VÍDEO

• Título: O Homem Vitruviano


• Ano: 2019
• Sinopse: Neste vídeo, é apresentado a história da obre do Homem
Vitruviano e como que Leonardo da Vinci buscou as proporções e medidas de
diversas regiões e membros do corpo humano.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=4zuPkBgTuwA
REFERÊNCIAS

BETHLEM, A. Curso de Matemática. 5ª série. Porto Alegre: Livraria


Globo, 1935.

BIANCHINI, E. Curso de Matemática. São Paulo, Moderna, 2010.

GIOVANNI, J. R.; BONJORNO, J. R. Matemática uma nova abordagem.


São Paulo: FTD, 2010.

SANTOS, M. M. A matemática da Arquitetura Ideal. UFES, Espirito


Santo, 2007.

STEWART, James, Cálculo: Volume 2. São Paulo Cengage Learning,


2016.
UNIDADE II
EQUAÇÃO DO PRIMEIRO E SEGUNDO GRAU
Professor Mestre Arthur Ernandes Torres da Silva

Plano de Estudo:
• Equação de Primeiro Grau;
• Equação de segundo grau;
• Funções;
• Inequações.

Objetivos de Aprendizagem:
• Compreender como resolver equações de primeiro e segundo grau, bem como
analisar seus gráficos;
• Estudar funções, seus domínios e imagens;
• Entender a matemática das inequações.
INTRODUÇÃO

Prezado (a) aluno (a), nesta unidade começaremos estudando as


equações de primeiro grau. Na sequência, vamos estudar as equações de
segundo grau.
Além disso, no terceiro capítulo vamos entender o que são funções de
uma variável, de primeiro e segundo grau, junto com a representação gráfica de
cada um dos casos. Por fim, mas não menos importante, as inequações no
capítulo quatro.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e seja de bom
uso na sua formação acadêmica.

Bons estudos!
1 EQUAÇÃO DE PRIMEIRO GRAU
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Quando um sistema pode ser descrito por uma igualdade em que temos
números e uma variável a se determinar, temos uma equação. O objeto desconhecido
na literatura pode ser chamado de incógnita, parâmetro ou variável. Em termos
básicos, o problema de uma equação simples de primeiro grau é encontrar o valor da
variável que satisfaça a equação. Veja um exemplo:
12𝑥 − 36 = 12
Para encontrar o valor da variável x que satisfaça essa equação, devemos
isolá-lo na expressão. Portanto, primeiro passamos para a direita −36, que se torna
positivo:
12𝑥 = 12 + 36
12𝑥 = 48
Agora, para finalizar, o número 12 está multiplicando a incógnita. Logo,
passamos o 12 dividindo para o lado direito da igualdade. Assim encontramos o valor
da variável.
48
𝑥=
12
∴4
Contudo, uma equação deve ser classificada quanto a ordem da sua variável:
𝑎𝑥 + 𝑏 = 0
Note que a variável x está elevado ao expoente 1 (por isso não está
especificado). Já os termos a e b são constantes que pertencem ao conjunto dos
números reais (o conjunto que engloba praticamente todos os números, como
negativos, zero, positivos, frações, raízes e dízimas).
Caso a variável x estivesse elevado ao expoente dois, a equação seria de
segundo grau. Se estivesse elevado ao expoente 7, seria de sétimo grau, e assim por
diante. Nesse capítulo, vamos dar ênfase a equação de primeiro grau. Vamos à alguns
exemplos.

Ex. 01

Resolva a equação
3𝑥 + 3 = 12
Resolução:
Começamos fazendo algumas operações algébricas. Primeiro, o que está
somando (ou subtraindo) vai para o outro lado da igualdade. Como se tivéssemos que
deixar variáveis de um lado da igualdade e números do outro.
3𝑥 = 12 − 3
3𝑥 = 9
Passando o termo que está multiplicando a incógnita:
9
3𝑥 = 9 → 𝑥 =
3
∴𝑥=3

Ex. 02

Resolva a equação
9𝑦 − 2𝑦 = 12 + 4𝑦
Resolução:
Separando a variável de um lado da igualdade:
9𝑦 − 2𝑦 − 4𝑦 = 12
3𝑦 = 12
Portanto:
𝑦=4

Ex. 03

Resolva a equação
3
𝑧 = 5 − 3𝑧
2
Resolução:
Separando a variável de um lado da igualdade:
3
𝑧 = 5 − 3𝑧
2
3
𝑧 + 3𝑧 = 5
2
Nesse caso, para somar uma fração om um número (ou uma fração com outra
fração), é necessário que o denominador seja o mesmo. Existem algumas maneiras
de resolver essa soma, a mais conhecida é o MMC (mínimo múltiplo comum).
Contudo, nesse caso, vou apresentar uma forma diferente.
2
Multiplicando o segundo termo por 2 é o mesmo que multiplicar por 1. Uma vez
2
que = 1 e a unidade vezes um termo é ele mesmo. Assim, não estamos alterando
2

em nada o segundo termo, mas conseguimos deixá-lo com o mesmo denominador


que o primeiro:
3 2
𝑧 + 3𝑧 . = 5
2 2
3 6
𝑧+ 𝑧=5
2 2
3 6
𝑧+ 𝑧=5
2 2
9
𝑧=5
2
Isolando a variável, ou seja, passando o 2 multiplicando e o 9 subtraindo:
9𝑧 = 5.2
9𝑧 = 10
10
𝑧= ≈ 1,11
9

Ex. 04

Resolva a equação
8 5
𝑥 − = 10 + 2𝑥
3 2
Resolução:
Devemos começar isolando variáveis e números na equação:
8 5
𝑥 − 2𝑥 = 10 +
3 2
Nesse momento caro leitor(a), fique à vontade para fazer a soma de frações
como achar mais fácil e prático.
8 3 2 5
𝑥 − 2. 𝑥 = 10. +
3 3 2 2
8 6 20 5
𝑥− 𝑥= +
3 3 2 2
14𝑥 25
=
3 2
3.25
14𝑥 =
2
75
14𝑥 =
2
75
𝑥=
14.2
75
𝑥= ≈ 2,68
28

Ex. 05

Encontre o valor da variável que satisfaça a equação


4
5𝜑 − = 9𝜑 − 9
3
Resolução:
Isolando os termos:
4
5𝜑 − 9𝜑 = −9 +
3
4
−4𝜑 = −9 +
3
3 4
−4𝜑 = −9. +
3 3
27 4
−4𝜑 = − +
3 3
23
−4𝜑 = −
3
Veja que ambos os lados da igualdade temos o sinal negativo. Assim, podemos
simplificar. Ficando apenas:
23
4𝜑 =
3
Passando o número 4 que está multiplicando na esquerda da igualdade, para
a direita dividindo junto ao 3:
23 23
𝜑= =
4.3 12
∴ 𝜑 ≈ 1,91
2 EQUAÇÃO DE SEGUNDO GRAU
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Toda a equação que tem o formato 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0, em que 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são números


reais é dita equação do segundo grau e o motivo para essa nomeação é devido ao fato da
variável da função apresentar o maior expoente igual a 2.
A solução de uma equação do 2º é obtida através de um método desenvolvido
por Bhaskara, matematicamente escrito como:

−𝑏 ± √Δ
𝑥=
2. 𝑎
Cujo

Δ = 𝑏 2 − 4. 𝑎. 𝑐

Analisando o valor de delta podemos tirar três conclusões:


➢ Δ > 0 → têm-se duas raízes reais e diferentes.
➢ Δ = 0 → têm-se duas raízes reais e iguais.
➢ Δ < 0 →têm-se duas raízes imaginárias.

Além disso, veja com muita atenção que quando o coeficiente que multiplica o
termo quadrático for igual a zero, ou seja 𝑎 = 0, então não será uma equação de
segundo grau, mas sim de primeiro. Pois o que restará será apenas 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0, que
é a expressão genérica de uma equação de segundo grau. Vamos resolver alguns
exemplos para que você compreenda o método de Bhaskara.

Ex. 01

Resolva a equação
4𝑥 2 − 5𝑥 − 6 = 0
Resolução:
Primeiro, identifique o termo a, b e c:
4𝑥 2 − 5𝑥 − 6 = 0
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
Portanto:
4 𝑥 2 −5
⏟ ⏟ 𝑥 −6
⏟ =0
𝑎 𝑏 𝑐

Veja que o sinal negativo deve ser levado em conta também. Vamos calcular o valor
de delta agora:
Δ = 𝑏 2 − 4. 𝑎. 𝑐
Δ = (−5)2 − 4.4. (−6)
Δ = 25 + 96
∴ Δ = 121
Atente-se aos sinais no cálculo do valor de delta. Outro ponto importante é que o
ideal é que o resultado de delta seja um valor que tenha raiz quadrática exata. Nesse caso,
a raiz quadrada de 121 é 11, o que é um bom sinal que sua resolução está caminhando
para o resultado certo.
Vamos calcular as raízes da equação. Da expressão genérica temos:

−𝑏 ± √Δ
𝑥=
2. 𝑎
O sinal positivo para a raiz quadrada de delta é para uma das raízes, por outro lado,
o sinal negativo diz respeito a segunda raiz. Vamos calculá-las separadamente:

−𝑏 + √Δ
𝑥1 =
2. 𝑎
−(−5) + √121
𝑥1 =
2.4
5 + 11 16
𝑥1 = = =2
8 8
Já a segunda raiz:
−𝑏 − √Δ
𝑥2 =
2. 𝑎
−(−5) − √121
𝑥2 =
2.4
5 − 11 −6 3
𝑥2 = = =−
8 8 4
3
Portanto, as raízes da equação são 𝑥1 = 2 e 𝑥2 = − 4.
Ex. 02

Resolva a equação
𝑥 2 − 12𝑥 + 36 = 0
Resolução:
Primeiro, identifique o termo a, b e c:
𝑎=1
{𝑏 = −12
𝑐 = 36
Observe que quando não tem “nada” multiplicando uma variável, não importa o seu
expoente, é o mesmo que o número 1 multiplicando o termo. Portanto, 𝑥 2 = 1. 𝑥 2 → 𝑎 = 1.
Δ = 𝑏 2 − 4. 𝑎. 𝑐
Δ = (−12)2 − 4.1. (36)
Δ = 144 − 144
∴Δ=0
Esse caso é muito importante! Quando delta for nulo, as raízes são idênticas, pois o
que faz 𝑥1 ser diferente de 𝑥2 é ±√Δ na equação genérica da raiz. Dessa forma:

−𝑏 ± √0
𝑥=
2. 𝑎
Como √0 = 0, resta apenas
−𝑏 −(−12) 12
𝑥1 = 𝑥2 = = =
2. 𝑎 2.1 2
∴ 𝑥1 = 𝑥2 = 6
Ex. 03

Resolva a equação
𝑥 2 − 9𝑥 = 0
Resolução:
Nesse caso não precisamos fazer o processo de Bhaskara. Basta isolar a variável:
𝑥 2 = 9𝑥
Podemos simplificar 𝑥 em ambos os lados, deixando da forma:
𝑥=9
Essa portanto é a solução da equação.
Ex. 04
Encontre as raízes da equação:
7
𝑥 2 + √2𝑥 − =0
2
Resolução:
Comparando a expressão de segundo grau com a equação genérica, temos os
coeficientes dados por:
𝑎=1
𝑏 = √2
{
7
𝑐=−
2
Assim:
Δ = 𝑏 2 − 4. 𝑎. 𝑐
2 7
Δ = (√2) − 4.1. (− )
2
Δ = 2 + 14
∴ Δ = 16
Observe que elevar uma raiz quadrada ao quadrado é o mesmo que simplificar a
raiz, restando apenas o número.
−𝑏 + √Δ
𝑥1 =
2. 𝑎
−(√2) + √16
𝑥1 =
2.1
−√2 + 4
𝑥1 = ≈ 1,3
2
Já a segunda raiz:
−𝑏 + √Δ
𝑥2 =
2. 𝑎
−(√2) − √16
𝑥2 =
2.1
−√2 − 4
𝑥2 = ≈ −2,7
2
Portanto, as raízes da equação são 𝑥1 = 1,3 e 𝑥2 = −2,7.

Ex. 05

Calcule as raízes da equação


(2𝑥 − 3)2 = (4𝑥 − 3)2
Resolução:
Primeiro, para deixar essa equação com a forma de uma equação de segundo grau,
fazemos uma expansão dos termos:
Soma pela diferença: (𝑎 − 𝑏)2 = 𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 . No nosso caso
4𝑥 2 − 12𝑥 + 9 = 16𝑥 2 − 24𝑥 + 9
Passando todos os termos da esquerda para a direita:
0 = 16𝑥 2 − 26𝑥 + 9 − 4𝑥 2 + 12𝑥 − 9
0 = 12𝑥 2 − 12𝑥
Agora retornando o −24𝑥 para a esquerda:
12𝑥 = 12𝑥 2
Como temos 𝑥 em ambos os lados da equação:
12 = 12𝑥
Isolando a incógnita, ou seja, passando o 12 dividindo:
12
𝑥= =1
12
Para verificar se o resultado está certo, basta substituir na expressão original e
verificar se a igualdade é satisfeita:
(2.1 − 3)2 = (4.1 − 3)2
(2 − 3)2 = (4 − 3)2
(−1)2 = (1)2
Lembrando que qualquer número ou incógnita elevado à um expoente par fica
positivo. Assim, temos:
1=1
O que comprova a validade do nosso resultado.
3 FUNÇÕES
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Em várias áreas das ciências, como matemática, física, engenharias, química,


biologia, economia e outras, as funções estão presentes. O objetivo de uma função é
caracterizar um termo que pode ser escrito em função de outro. Por exemplo:
A área de um quadrado é dada por lado vezes lado. Isso escrito como função é:
𝐴(𝑙) = 𝑙 2
O que isso significa? A função é a área 𝐴, os parênteses na frente incluem a variável
da função, que neste caso é o lado do quadrado 𝑙. Dessa forma a função é como uma
máquina que quando embutimos nela uma moeda e giramos a alavanca, ela nos fornece
um resultado. Para cada valor de 𝑙, teremos um resultado diferente para a área, veja:
𝐴(𝑙) = 𝑙 2
𝐴(1) = (1)2 = 1
𝐴(4) = (4)2 = 16
𝐴(−3) = (−3)2 = 9
Veja no último caso que podemos ter um resultado positivo mesmo que o valor
assumido pela variável é negativo. Contudo, quando as funções são aplicadas em sistemas
reais, alguns resultados não têm sentido, nesse caso, não temos um lado negativo de um
quadrado.

3.1 Domínio e Imagem de uma Função

Quando se trata de funções, existem algumas características fundamentais. O


primeiro será chamado de domínio. Basicamente, domínio de uma função são todos os
possíveis valores que podemos atribuir as variáveis da função para que forneça um
resultado bem definido. Vejas alguns exemplos:

Ex. 01

Encontre o domínio da função 𝑓(𝑥) = 5𝑥


Resolução:
Veja que podemos atribuir qualquer valor para 𝑥, seja ele negativo, nulo, positivo,
uma fração ou mesmo uma dízima. Portanto, dizemos que o 𝑥 pertence ao conjunto dos
números reais:
𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ}

Ex. 02

Dada a função abaixo, encontre seu domínio


4
𝑓(𝑥) =
𝑥
Resolução:
Inicialmente, vamos fazer uma experiência. Nesse exato momento, pegue uma
calculadora, seja ela científica, comum, do celular ou do computador, e faça a divisão de 5
por zero. O que acontece?
Muito provável que alguma resposta como: “não é possível dividir por zero” ou “erro”
apareceram em seu visor da calculadora. Isso significa que não podemos dividir um número
por zero. Logo, 𝑥 = 0 não faz parte do domínio da função, pois fazendo:
4 4
𝑓(𝑥) = → 𝑓(0) = = 𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒
𝑥 0
Logo, dizemos que:
𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ/𝑥 ≠ 0}
Lendo essa última expressão: O domínio da função é 𝑥 que pertence ao conjunto de
todos os reais, tal que x deve ser diferente de zero. Ou seja, qualquer calor de 𝑥 está no
domínio da função, menos quando 𝑥 = 0.

Ex. 03

Encontre o domínio da função


𝑓(𝑥) = √2𝑥
Resolução:
Nesse caso, vamos analisar outro fator, a raiz quadrada. Sabemos que dentro do
conjunto dos números reais, não existe raiz de números negativos. Logo:
𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ/2𝑥 > 0}
Assim, qualquer valor da incógnita que seja nulo ou maior do que zero, está dentro
do domínio da função.
Agora que compreendemos o que significa o domínio de uma função, vamos
entender outro conceito simples, a Imagem de uma função. Basicamente a imagem de uma
função é o valor assumido pela função quando encolhemos um valor para a incógnita. Veja:

Ex. 04

Determine a imagem da função quando 𝑥 = 6.


𝑓(𝑥) = 3𝑥 − 8
Resolução:
𝑓(6) = 3. (6) − 8
𝑓(6) = 18 − 8
𝑓(6) = 10
Logo 𝐼𝑚 = 10.

Ex. 05

Determine a imagem da função quando 𝑧 = −4


𝑔(𝑧) = 4𝑧
Resolução:
𝑔(−4) = 4. (−4)
𝑔(−4) = −16
Portanto 𝐼𝑚 = −16.

3.2 Gráfico da função de primeiro grau

Vamos agora interpretar a equação de primeiro grau como uma função, a qual é
escrita da seguinte forma:
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏
Essa função, quando plotada, ou seja, quando desenhada no plano cartesiano, é
uma reta. Portando, em alguns textos você pode encontrar que a função de primeiro grau
é chamada de função afim.
Figura 1 – Função do primeiro grau

Fonte: O autor (2021).

Observando a forma da equação de primeiro grau, temos uma interpretação para os


termos 𝑎 e 𝑏. O primeiro é conhecido como coeficiente angular. De forma simples, este
termo revela a quão inclinada está essa curva. Em outras palavras, quanto maior o
coeficiente angular 𝑎, mais inclinada está a reta no gráfico em relação ao eixo das abcissas.
Por outro lado, se esse coeficiente for negativo, a reta terá uma inclinação para baixo e,
intuitivamente, se esse 𝑎 = 0, então a reta não tem inclinação e se posiciona na horizontal.
Já o termo 𝑏, conhecido como coeficiente linear, aponta em que ponto a reta
intercepta o eixo nas coordenadas, ou seja, o eixo y. Logo, se 𝑏 = 0, então a reta passa
pela a origem.
Vamos fazer alguns exemplos:

Ex. 06

Dada a função:
𝑓(𝑥) = 3𝑥 + 4
Determine o seu domínio e o gráfico da função.
Resolução:
O domínio da função é qualquer valor para 𝑥, pois não há uma restrição, nenhuma
raiz ou fração. Logo:
𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ}
Para elaborar o gráfico, precisamos de apenas dois pontos quaisquer. Vamos fazer
para 𝑥 = −1 e 𝑥 = 1.
𝑓(−1) = 3. (−1) + 4 = −3 + 4 = 1
{
𝑓(1) = 3. (1) + 4 = 3 + 4 = 7

Figura 2 – Função afim 𝒚(𝒙) = 𝟑𝒙 + 𝟒

Fonte: O autor (2021).

Ex. 07

Dada a função:
𝑓(𝑥) = −5𝑥 + 1
Determine o seu domínio e o gráfico da função.
Resolução:
O domínio da função é qualquer valor para 𝑥, pois não há uma restrição, nenhuma
raiz ou fração. Logo:
𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ}
Para elaborar o gráfico, precisamos de apenas dois pontos quaisquer. Vamos fazer
para 𝑥 = −2 e 𝑥 = 2.
𝑓(−2) = −5. (−2) + 1 = 10 + 1 = 11
{
𝑓(2) = −5. (2) + 1 = −10 + 1 = −9

Figura 3 – Função afim com coeficiente angular negativo

Fonte: O autor (2021).

3.3 Gráfico da equação de segundo grau


Como já estudamos, equação de segundo grau é dada por:
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
O gráfico dessa equação é chamado parábola. Contudo, para fazer o desenho de
uma parábola, precisamos interpretar um termo significativo da função de 2º grau. O
coeficiente que multiplica 𝑥 2 define para onde a concavidade do gráfico está virada.
𝑎 > 0 → 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑖𝑚𝑎
{
𝑎 < 0 → 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑖𝑥𝑜
Para exemplificar de forma gráfica uma função de segundo grau, vamos usar alguns
dos resultados encontrados anteriormente.
3
A equação 4𝑥 2 − 5𝑥 − 6 = 0, possui duas raízes reais 𝑥1 = 2 e 𝑥2 = − 4. Portanto, é

onde a concavidade toca no eixo das abcissas, ou seja, os dois pontos em que a
concavidade intercepta o eixo x.
Figura 4 – Função do segundo grau com coeficiente quadrático positivo

Fonte: PHET. Gráfico de Quadráticas. Disponível em:


https://phet.colorado.edu/sims/html/graphing-quadratics/latest/graphing-quadratics_pt_BR.html.
Acesso em: 09 dez. 2021.

Outro exemplo é a equação −𝑥 2 − 4𝑥 + 3 = 0 que apresenta duas raízes iguais 𝑥1 =


𝑥2 = 6. Graficamente, isso significa que temos um vértice da concavidade, pois é o único
ponto onde o gráfico toca o eixo.

Figura 5 - Função do segundo grau com coeficiente quadrático negativo


Fonte: PHET. Gráfico de Quadráticas. Disponível em:
https://phet.colorado.edu/sims/html/graphing-quadratics/latest/graphing-quadratics_pt_BR.html.
Acesso em: 09 dez. 2021.

3.4 Equação biquadrada

Existem problemas em que nos deparamos com equações do tipo:


𝑎𝑥 4 + 𝑏𝑥 2 + 𝑐 = 0
Veja que é muito semelhante a equação do segundo grau. Contudo, nesse caso, é
uma equação polinomial de grau 4. Logo, existem 4 raízes para essa equação. Vamos
entender um detalhe importante: Observe as equações abaixo:
i. 𝑥 4 + 3𝑥 2 − 4 = 0
ii. 2𝑥 4 − 8 = 0
iii. 𝑥 4 + 7𝑥 2 = 0
Veja que na primeira equação, temos a forma completa da equação biquadrada. Já
na segunda equação o termo b é nulo. Por outro lado, na terceira equação, o termo c é
igual zero. Contudo, não podemos ter o termo 𝑎 = 0, uma vez que se o coeficiente que
multiplicar 𝑥 4 for nulo, não será uma equação biquadrada. Ademais, note também que não
há expoentes ímpares na equação biquadrada.
Para resolver uma equação biquadrada, substituímos as variáveis, ou seja, fazemos
𝑥 2 = 𝑦. Vamos ver um exemplo:
𝑥 4 − 5𝑥 2 + 4 = 0
Reescrevendo:
(𝑥 2 )2 − 5𝑥 2 + 4 = 0
O primeiro termo é uma propriedade de potenciação. Agora, fazendo a substituição
de variáveis:
𝑦 2 − 5𝑦 + 4 = 0
Usando a forma de Bhaskara, temos:
Δ = 𝑏 2 − 4. 𝑎. 𝑐
Δ = (−5)2 − 4.1. (4)
Δ = 25 − 16
∴Δ=9
Para calcular as raízes
−𝑏 + √Δ
𝑦1 =
2. 𝑎
−(−5) + √9
𝑦1 =
2.1
5+3 8
𝑦1 = = =4
2 2
Já a segunda raiz:
−𝑏 − √Δ
𝑦2 =
2. 𝑎
−(−5) − √9
𝑦2 =
2.1
5−3 2
𝑦2 = = =1
2 2
Portanto, as raízes da equação são 𝑥1 = 4 e 𝑥2 = 1.
Contudo, lembre-se de que 𝑥 2 = 𝑦. Assim:
𝑥 2 = 1 → 𝑥 = √1 → 𝑥 ± 1
{
𝑥 2 = 4 → 𝑥 = √4 → 𝑥 ± 2
Lembre-se de que a raiz quadrada de um número positivo inclui seu valor negativo.
Assim, encontramos 4 valores que satisfazem a equação biquadrada: 𝑥 = 1, 𝑥 = −1, 𝑥 =
2, 𝑥 = −2.
Vamos fazer outro exemplo:

Ex. 08

Encontre as raízes da equação biquadrada


2𝑥 4 − 7𝑥 2 − 4 = 0
Resolução:
Reescrevendo a equação biquadrada
2(𝑥 2 )2 − 7𝑥 2 − 4 = 0
Fazendo a troca de variáveis:
2𝑦 2 − 7𝑦 2 − 4 = 0
Resolvendo como uma equação de segundo grau:
Δ = 𝑏 2 − 4. 𝑎. 𝑐
Δ = (−7)2 − 4.2. (−4)
Δ = 49 + 32
∴ Δ = 81
Para calcular as raízes:
−𝑏 + √Δ
𝑦1 =
2. 𝑎
−(−7) + √81
𝑦1 =
2.2
7 + 9 16
𝑦1 = = =4
4 4
Já a segunda raiz:
−𝑏 − √Δ
𝑦2 =
2. 𝑎
−(−7) − √81
𝑦2 =
2.2
7 − 9 −2 1
𝑦2 = = =−
4 4 2
1
Portanto, as raízes da equação são 𝑥1 = 4 e 𝑥2 = − 2.

Contudo, lembre-se de que 𝑥 2 = 𝑦. Assim:


𝑥 2 = 4 → 𝑥 = √4 → 𝑥 ± 2
1 1
𝑥 2 = − → 𝑥 = √− → 𝑥 ∉ ℝ
{ 2 2

Como não temos raiz de um número negativo, nos restaram apenas duas raízes: 𝑥 =
2 𝑒 𝑥 = −2.

3.5 Fatoração de trinômio

Existem diversas formas de fatorar um trinômio. Nesse curso, vamos dar ênfase a
fatoração de um trinômio de segundo grau perfeito. Para entendermos a fatoração de um
trinômio se 2º grau vamos fazer um exemplo prático.

Ex. 09

Faça a fatoração do trinômio:


𝑥 2 − 5𝑥 + 6
Resolução:
Δ = 𝑏 2 − 4. 𝑎. 𝑐
Δ = (−5)2 − 4.1. (6)
Δ = 25 − 24
∴Δ=1
Calculando as raízes:
−𝑏 + √Δ
𝑥1 =
2. 𝑎
−(−5) + √1
𝑥1 =
2.1
5+1 6
𝑥1 = = =3
2 2
Já a segunda raiz:
−𝑏 − √Δ
𝑥2 =
2. 𝑎
−(−5) − √1
𝑥2 =
2.1
5−1 4
𝑥2 = = =2
2 2
Portanto, as raízes da equação são 𝑥1 = 2 e 𝑥2 = 3.
Até o momento, não há nada de novo. Porém, para fatorar o trinômio, basta escrever
a expressão:
𝑎(𝑥 − 𝑥1 ). (𝑥 − 𝑥2 )
Em que 𝑎 é termo que multiplica 𝑥 2 , 𝑥1 e 𝑥2 as raízes da equação.
1(𝑥 − 2). (𝑥 − 3)
Essa, portanto, é a forma da fatoração do trinômio. Para verificar se a resposta está
correta, basta fazer a multiplicação dos termos:
𝑥 2 − 3𝑥 − 2𝑥 + 6 = 𝑥 2 − 5𝑥 + 6
Que corresponde exatamente a equação inicial.

Ex. 10

Faça a faturação do trinômio perfeito, dado por:


𝑥 2 − 12𝑥 + 36 = 0
Resolução:
Δ = 𝑏 2 − 4. 𝑎. 𝑐
Δ = (−12)2 − 4.1. (36)
Δ = 144 − 144
∴Δ=0
Como delta é nulo, as raízes são iguais:

−𝑏 ± √0
𝑥=
2. 𝑎
Como √0 = 0, resta apenas:
−𝑏 −(−12) 12
𝑥1 = 𝑥2 = = =
2. 𝑎 2.1 2
∴ 𝑥1 = 𝑥2 = 6
A fatoração do trinômio fica escrita como:
𝑎(𝑥 − 𝑥1 ). (𝑥 − 𝑥2 )
1(𝑥 − 6). (𝑥 − 6) = (𝑥 − 6)2
Para validar o resultado, vamos abrir esse termo quadrático:
(𝑥 − 6)2 = 𝑥 2 − 12𝑥 + 36
Exatamente como está na equação do enunciado.

3.6 Completando Quadrados

Completar quadrados é uma forma diferente de encontrar as raízes da equação as


transformando em um produto notável. Para entendermos esse procedimento, vamos
aprender a completar um trinômio. Suponha a função de segundo grau
𝑥 2 + 8𝑥 = 0
Observe que o termo 𝑏 = 8. A metade esse termo vale 4. Logo:
𝑥 2 + 8𝑥 + 42 = 0
𝑥 2 + 8𝑥 + 16 = 0
Completamos o trinômio. Veja mais um exemplo:
𝑥 2 + 10𝑥 = 0
O segundo termo dividido por 2 vale 5. Assim:
𝑥 2 + 10𝑥 + 52 = 0
𝑥 2 + 10𝑥 + 25 = 0
Agora, vamos resolver uma equação de segundo 2º completando quadrados:
𝑥 2 − 10𝑥 + 21 = 0
Passando +21 para a direita negativo:
𝑥 2 − 10𝑥 = −21
Veja que o lado esquerdo é um trinômio a ser completado. Olhe o segundo termo,
aquele que multiplica 𝑥. Temos então que 𝑏 = −10, logo, vamos usar metade do mesmo,
ou seja, −5
𝑥 2 − 10𝑥 + 25 = −21 + 25
Fatorando o lado esquerdo, usando o procedimento da seção anterior, temos que:
(𝑥 − 5)2 = 4
Tirando a raiz quadrada de ambos os lados da igualdade para cancelar o termo
quadrático do lado esquerdo:
𝑥 − 5 = √4
𝑥−5=±2
Como temos dois valores do lado esquerdo, obtemos dois resultados para x:
𝑥−5=2→𝑥 =7
{
𝑥 − 5 = −2 → 𝑥 = 3
Logo, o conjunto de soluções da equação é 𝑆 = {3,7}.
4 INEQUAÇÕES
ID da foto stock livre de direitos: 373318420

Até o momento estudamos equações, ou seja, aquelas expressões em que tínhamos


“=” em uma sentença matemática. Agora, no caso das inequações, vamos trabalhar com
valores que a incógnita pode assumir devido a uma desigualdade, que será representado
pelos sinais de: <, >, ≥, ≤. Vamos resolver alguns problemas que envolvam inequações
de primeiro e segundo grau.

4.1 Inequações de primeiro grau

A equação de primeiro grau é dada por:


𝑎𝑥 + 𝑏 = 0
Logo, uma inequação de primeiro grau é dada por algumas formas:
I. 𝑎𝑥 + 𝑏 > 0
II. 𝑎𝑥 + 𝑏 < 0
III. 𝑎𝑥 + 𝑏 ≥ 0
IV. 𝑎𝑥 + 𝑏 ≤ 0
Vamos à alguns exemplos:

Ex. 01

Resolva a inequação:
3𝑥 − 6 > −2𝑥 − 4
Resolução:
Isolando a variável de um lado da inequação:
3𝑥 + 2𝑥 > −4 + 6
5𝑥 > 2
2
∴𝑥>
5
2
Logo, o conjunto de soluções é dado por: 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ / 𝑥 > 5}

Ex. 02
Resolva a inequação:
9𝑥 − 1 ≤ 2𝑥 + 8
Resolução:
9𝑥 − 2𝑥 ≤ 1 + 8
7𝑥 ≤ 9
Portanto:
9
𝑥≤
7
9
Assim, o conjunto de solução dessa inequação é: 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ / 𝑥 ≤ 7}

4.2 Inequação de segundo grau

Da mesma forma que analisamos a inequação de primeiro grau, vamos refazer a de


segundo grau. A equação de segundo grau é dada por:
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
Portanto, a inequação de segundo grau será escrita de algumas formas:
i. 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0
ii. 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0
iii. 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 ≥ 0
iv. 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 ≤ 0
Vamos fazer alguns exemplos:

Ex. 03

Determine o conjunto de soluções da inequação de segundo grau dada por:


3𝑥 2 + 10𝑥 + 7 < 0
Resolução:
Vamos resolver como se fosse pelo método de Bhaskara:
Δ = 𝑏 2 − 4. 𝑎. 𝑐
Δ = (10)2 − 4.3. (7)
Δ = 100 − 84
∴ Δ = 16
Calculando as raízes:
−𝑏 + √Δ
𝑥1 =
2. 𝑎
−(10) + √16
𝑥1 =
2.3
−10 + 4 6
𝑥1 = = − = −1
6 6
Já a segunda raiz:
−𝑏 − √Δ
𝑥2 =
2. 𝑎
−(10) − √16
𝑥2 =
2.3
−10 − 4 14 7
𝑥2 = =− =−
6 6 3
Sendo assim, o conjunto de soluções para essa inequação de segundo grau é: =
7
{𝑥 ∈ ℝ / − 3 < 𝑥 < −1}.
SAIBA MAIS

Na matemática estudamos diversas funções: as funções trigonométricas,


exponenciais, logarítmicas, modular e, dentre todas, a mais conhecida é a
polinomial. Essa classe de funções ganha seu nome por ser dada pela forma
geral:
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0
Em que 𝑛 é um número natural. Sendo assim, podemos dividir essa
função em três grandes grupos: A de primeiro grau, de grau par e grau ímpar. O
gráfico da função de primeiro grau é uma reta, mas a de segundo grau, quarto,
sexto assim por diante, são semelhantes. O mesmo observamos para as funções
de grau ímpares. Veja nas figuras abaixo:

Figura 6 – Representação de funções polinomiais

Fonte: STEWART, 2016.

#SAIBA MAIS#

REFLITA

Qualquer fenômeno natural pode ser descrito por uma função, de uma ou
mais variáveis. A questão que todo cientista busca resolver é como interpretar
os dedados experimentais na teoria. Portanto, para que você tenha uma visão
mais ampla, é preciso ter um conhecimento básico das diversas categorias de
funções: As polinomiais, trigonométricas, exponenciais, logarítmicas, modulares
e etc.
Fonte: O autor (2021).

#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pronto! Você chegou ao final da Unidade II de nosso material.


Começamos nossa análise resolvendo alguns problemas de equação de
primeiro grau, em que basicamente, o objetivo era encontrar a incógnita da
equação utilizando passagens algébricas. Na sequência, as equações de
segundo grau, aplicamos o método de Bhaskara, um dos mais conhecidos da
literatura.
No capítulo três estudamos as funções de primeiro e segundo grau, assim
como a representação gráfica de cada uma delas. No fim, as inequações, que
tem um procedimento de resolução semelhante as equações de primeiro grau.
Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo esse momento de
estudo. Até a próxima!
LIVRO

• Título: Guias de estudo de Matemática: Relações e Funções


• Autor: Estela Kaufman Fainguelernt e Franca Cohen Gottlieb.
• Editora: Ciência Moderna.
• Sinopse: As relações de ordem e de equivalência devem ser ensinadas
enfatizadas e trabalhadas desde o Ensino Fundamental pois elas embasam a
construção dos conjuntos numéricos bem como ajudam os aprendizes a
classificar por semelhanças e diferenças em qualquer contexto o que é uma das
ações que levam à construção de significados em qualquer área de
conhecimento e principalmente em Matemática. As funções por sua vez são
casos particulares de relações que oferecem as mais variadas aplicações. Por
exemplo, o aprendiz analisando as situações práticas comuns à sua vivência
desenvolve a noção de relacionamento entre variáveis caracterizando uma
função de modo informal e simples. Percebe que o movimento é função do tempo
que o preço de uma mercadoria é função da qualidade que a quantidade de
produtos fabricados é função da procura e que a área de um quadrado é função
do comprimento do seu lado.
FILME/ VÍDEO

• Título: Uma mente brilhante


• Criadora: Ron Howard.
• Ano: 2001.
• Sinopse: John Nash (Russell Crowe) é um gênio da matemática
que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o
tornou aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos o belo e arrogante
Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, que chega até
mesmo a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos que o
tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele consegue retornar
à sociedade e acaba sendo premiado com o Nobel.
REFERÊNCIAS

BETHLEM, A. Curso de Matemática. 5ª série. Porto Alegre: Livraria Globo,


1935.

BIANCHINI, E. Curso de Matemática. São Paulo, Moderna, 2010.

GIOVANNI, J. R.; BONJORNO, J. R. Matemática uma nova abordagem. São


Paulo: FTD, 2010.

STEWART, James. Cálculo: Volume 2. São Paulo Cengage Learning, 2016.


UNIDADE III
O TEOREMA DE PITÁGORAS
Professor Mestre Arthur Ernandes Torres da Silva

Plano de Estudo:
• Enunciado do Teorema de Pitágoras;
• Relações Trigonométricas;
• Generalização do Teorema de Pitágoras;
• Recíproco do Teorema de Pitágoras.

Objetivos de Aprendizagem:
• Explorar o teorema de Pitágoras com vários exercícios resolvidos;
• Estudar as relações trigonométricas oriundas do triângulo retângulo, como
seno, cosseno e tangente;
• Aprender a generalização do Teorema de Pitágoras, bem como a sua relação
recíproca.
INTRODUÇÃO

Prezado (a) aluno (a), nesta unidade, primeiramente vamos estudar o


Teorema de Pitágoras abordando alguns casos resolvidos. Na sequência,
iremos definir as três relações trigonométricas mais presentes na literatura. No
capítulo três, vamos aprender a generalização do Teorema de Pitágoras e
descobrir que esse famoso tópico da Matemática Elementar vai muito mais além.
Na última parte, para concluir o assunto, será abordado o recíproco do Teorema
de Pitágoras.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e seja de bom
uso na sua formação acadêmica.

Bons estudos!
1 ENUNCIADO DO TEOREMA DE PITÁGORAS
ID do vetor stock livre de direitos: 1649859793

Ao longo da história, houveram diferentes formas de enunciar o Teorema


de Pitágoras. Nesse capítulo, iremos ver uma das mais práticas e simples, que
envolve a área dos quadrados de cada lado do triângulo retângulo. Primeiro,
vamos definir o que é um triângulo retângulo.
Existem várias classificações de triângulos: O equilátero formado por 3
lados iguais, o que proporciona que os três ângulos internos sejam iguais a 60°.
O triângulo obtuso, que possui um ângulo interno maior que 90°, entre outros.
No estudo do Teorema de Pitágoras, vamos analisar o triângulo retângulo,
caracterizado por ter um dos ângulos internos iguais a 90°, também chamado de
ângulo reto.

Figura 1 – Triângulo retângulo


ID do vetor stock livre de direitos: 1634337292

A imagem a cima representa um triângulo retângulo de lado A, B e H.


Como vamos caracterizar esses lados? De forma muito simples. Nesse triângulo,
o lado oposto ao ângulo reto é chamado de hipotenusa. Enquanto os dois outros
lados, são denominados de catetos.
O Teorema de Pitágoras pode ser escrito da seguinte forma:
A soma das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos
corresponde a área do quadrado construído sobre a hipotenusa.
Esse teorema pode ser esquematizado na figura abaixo:

Figura 2 – Demonstração do Teorema de Pitágoras


ID da ilustração stock livre de direitos: 561653665

Em outras palavras, o que ele diz é: se o lado 𝑎 medir 3, o quadrado sobre


ele tem o valor de 9 (pois a área de um quadrado é lado multiplicado pelo lado).
Já o lado 𝑏 tem tamanho de 4 e, consequentemente, o quadrado a cima dele tem
o valor de 16. Portanto, o quadrado a cima do lado 𝑐 é a soma da área do
quadrado de lado 𝑎 mais a área do quadrado de lado 𝑏.
Matematicamente, essa interpretação pode ser escrita como:
(𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜)2 + (𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜)2 = (ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑛𝑢𝑠𝑎)2
Vamos fazer alguns exemplos do Teorema de Pitágoras.

Ex. 01

Calcule o valor da hipotenusa

Figura 3 – Triângulo retângulo com lados iguais a 3 e 4

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Pelo teorema de Pitágoras, temos:
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
𝑥 2 = (3)2 + (4)2
𝑥 2 = 9 + 16
𝑥 2 = 25
∴𝑥=5

Ex. 02

Determine o calor de x, que corresponde a hipotenusa do triângulo


retângulo abaixo.

Figura 4 - Triângulo retângulo com lados iguais a 5 e 12


Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Pelo Teorema de Pitágoras, temos:
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
𝑥 2 = (5)2 + (12)2
𝑥 2 = 25 + 144
𝑥 2 = 169
∴ 𝑥 = 13

Ex. 03

Usando o teorema de Pitágoras, calcule o valor de 𝑥 no triângulo


rentângulo.

Figura 5 - Triângulo retângulo com lados iguais a 6 e 7

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Usando o Teorema de Pitágoras, temos:
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
𝑥 2 = (6)2 + (7)2
𝑥 2 = 36 + 49
𝑥 2 = 85
∴ 𝑥 = √85 ≈ 9,22

Ex. 04

Calcule o valor da hipotenusa

Figura 6 - Triângulo retângulo com lados iguais a 21 e 28

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Usando o teorema de Pitágoras, temos:
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
𝑥 2 = (21)2 + (28)2
𝑥 2 = 441 + 784
𝑥 2 = 1225
∴ 𝑥 = √1225 = 35

Ex. 05
Usando o Teorema de Pitágoras, calcule o valor de x e determine o valor
do cateto desconhecido e da hipotenusa.

Figura 7 - Triângulo retângulo com lados iguais a √𝟕 e x+1


Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Usando o Teorema de Pitágoras, temos:
2
(𝑥 + 1)2 = (√7) + (𝑥)2
𝑥 2 + 2𝑥 + 1 = 7 + 𝑥 2
2𝑥 = 6
∴𝑥=3
Assim, o cateto desconhecido vale 3 e a hipotenusa corresponde a 4.

Ex. 06

Com relação ao triângulo representado na figura abaixo, determine o valor


de 𝑥.
Figura 8 - Triângulo retângulo com lados iguais a 4,5 e 6

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
A partir do Teorema de Pitágoras, temos:
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
𝑥 2 = (4,5)2 + (6)2
𝑥 2 = 20,25 + 36
𝑥 2 = 56,25
∴ 𝑥 = √56,25 = 7,5
Ex. 07
Calcule o valor da hipotenusa usando o Teorema de Pitágoras.

Figura 9 - Triângulo retângulo com lados iguais a 23,25 e 31

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Usando o Teorema de Pitágoras, temos:
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
𝑥 2 = (23,25)2 + (31)2
𝑥 2 = 540,5625 + 961
𝑥 2 = 1501,5625
∴ 𝑥 = √1501,5625 = 38,75

Ex. 08

Calcule o valor do cateto da figura abaixo:

Figura 10 - Triângulo retângulo com lados iguais a √𝟏𝟎 e 1

Fonte: O autor (2021).


Resolução:
Seguindo Teorema de Pitágoras, temos:
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
(√10)2 = (1)2 + (𝑥)2
10 = 1 + 𝑥 2
𝑥2 = 9
∴ 𝑥 = √9 = 3
2 RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
ID do vetor stock livre de direitos: 1598379046

Suponha o triângulo retângulo representado na figura abaixo:

Figura 11 – Triângulo retângulo

Fonte: O autor (2021).

Como já foi mencionado 𝛼 + 𝛽 + 90° = 180°, em que 𝛼 e 𝛽 são dois


ângulos menores que noventa graus. Sendo assim, existe uma relação entre os
lados do triângulo com os dois ângulos desconhecidos, em geral

𝐶𝑂 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜
sin(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜) = =
𝐻𝑖𝑝 𝐻𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎

𝐶𝐴 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒
cos(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜) = =
𝐻𝑖𝑝 𝐻𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎

𝐶𝑂 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜
tan(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜) = =
𝐶𝐴 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒

Nas equações a cima, sin(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜) é o seno de um ângulo qualquer,


cos(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜) é o co-seno e tan(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜) é a tangente.
Como identificar o cateto oposto e o adjacente? Vamos tomar o ângulo 𝛽
como referência, para esse ângulo, o cateto oposto é o cateto 1, ou seja, o cateto
que está “do outro lado”, e o cateto adjacente é o cateto 2, que é o cateto que
faz está junto ao ângulo. Olhando agora para o ângulo 𝛼, o cateto oposto para
ele é o cateto 2, enquanto o cateto adjacente é o cateto 1.
Existem tabelas que fornecem os diversos valores de senos, cossenos e
tangentes dos mais diversos ângulos. Assim, conhecendo um dos ângulos do
triângulo retângulo e um dos lados, pode-se determinar os demais lados. A
tabela a seguir contém os valores para alguns dos ângulos mais utilizados para
as relações trigonométricas:

Tabela 1 – Relações trigonométricas


Ângulo Seno Cosseno Tangente
𝟑𝟎° ½ √3/2 √3/3
𝟒𝟓° √2/2 √2/2 1
𝟔𝟎° √3/2 ½ √3
Fonte: O Autor (2021).

Vamos fazer alguns exemplos:

Ex. 01

Determine o valor de 𝑠𝑒𝑛(𝛼), cos (𝛼) e 𝑡𝑔(𝛼) no triângulo retângulo


abaixo:

Figura 12 - Triângulo retângulo com lados iguais a √𝟓, 1 e 2

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
𝑐𝑎𝑡. 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 1
𝑠𝑒𝑛(𝛼) = = ≈ 0,44
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 √5
𝑐𝑎𝑡. 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 2
cos(𝛼) = = ≈ 0,89
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 √5
𝑐𝑎𝑡. 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 1
𝑡𝑔(𝛼) = = = 0,5
𝑐𝑎𝑡. 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 2
Ex. 02
Calcule o valor de 𝑠𝑒𝑛(𝛼), cos (𝛼) e 𝑡𝑔(𝛼) no triângulo retângulo abaixo:

Figura 13 - Triângulo retângulo com lados iguais a 5, 3 e 4

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
𝑐𝑎𝑡. 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 3
𝑠𝑒𝑛(𝛼) = = = 0,6
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 5
𝑐𝑎𝑡. 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 4
cos(𝛼) = = = 0,8
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 5
𝑐𝑎𝑡. 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 3
𝑡𝑔(𝛼) = = = 0,75
𝑐𝑎𝑡. 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 4

Ex. 03

Utilizando a tabela de ângulos, determine o valor do lado desconhecido


do triângulo.

Figura 14 - Triângulo retângulo com lados iguais a x e 6


Fonte: O autor (2021).

Se começarmos usando cos (30°), vamos descobrir o cateto adjacente a


ele, que não é o objetivo principal do exercício. Contudo, ainda seria possível,
porém mais trabalhoso. Depois de calcular o cos (30°) o próximo passo seria
calcular o cateto adjacente, ou usando o teorema de Pitágoras ou calculando a
tangente.
No entanto, para ser mais rápido e prático, observe que o cateto oposto
ao ângulo de 30° é o valor que queremos encontrar e, além disso, já é fornecido
o valor da hipotenusa. Portanto:
𝑐𝑎𝑡. 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜
𝑠𝑒𝑛(𝛼) =
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎
𝑥
𝑠𝑒𝑛(30°) =
6
𝑥
𝑠𝑒𝑛(30°) =
6
1 𝑥
=
2 6
Multiplicando cruzado:
2𝑥 = 6
∴𝑥=3
3 GENERALIZAÇÃO DO TEOREMA DE PITÁGORAS
ID do vetor stock livre de direitos: 1809593482

Até agora, aprendemos que o Teorema de Pitágoras é a soma da área de


cada quadrado construído sobre os catetos e a hipotenusa, como mostra a figura
abaixo:

Figura 15 – Prova do Teorema de Pitágoras usando quadrados

Fonte: SILVA, FANTI e PEDROSO, 2016.

Entretanto, seria possível que ao invés de quadrados sobre cada lado do


triângulo retângulo, fosse outro polígono? A resposta é sim e essa é a extensão
do teorema de Pitágoras.
Podemos ter diferentes formas:
1) A soma das áreas dos triângulos equiláteros sobre cada um dos
catetos é igual a área do triângulo equilátero sobre a hipotenusa de
um triângulo retângulo.

Figura 16 – Prova do Teorema de Pitágoras usando triângulos equiláteros


Fonte: SILVA, FANTI e PEDROSO, 2016.

2) A soma da área de polígono de n lados construídos sobre os catetos,


é igual a área do polígono de n lados construídos sobre a hipotenusa de um
triângulo retângulo.

Figura 17 – Prova do Teorema de Pitágoras usando polígonos

Fonte: SILVA, FANTI e PEDROSO, 2016.

Além desses exemplos, existem outros em que podemos estender o


Teorema de Pitágoras, utilizando também figuras geométricas:
3) Complementares dos triângulos equiláteros construídos no interior dos
quadrados e tendo como base os lados do triângulo retângulo.

Figura 18 – Prova do Teorema de Pitágoras usando triângulos equiláteros


construídos no interior dos quadrados
Fonte: SILVA, FANTI e PEDROSO, 2016.

4) Quadrados inscritos tomando os pontos médios dos quadrados dos


lados do triângulo retângulo.

Figura 19 – Prova do Teorema de Pitágoras usando quadrados inscritos


tomando os pontos médios dos quadrados dos lados do triângulo retângulo

Fonte: SILVA, FANTI e PEDROSO, 2016.

5) Triângulos equiláteros inscritos considerando os pontos médios dos


triângulos equiláteros que tem como base os lados do triângulo retângulo.

Figura 20 – Prova do Teorema de Pitágoras usando triângulos equiláteros


inscritos em triângulos equiláteros
Fonte: SILVA, FANTI e PEDROSO, 2016.

Existe também a extensão para o Teorema de Pitágoras com base em


figuras não retilíneas, ou seja, formada por segmentos de retas, circunferências
ou arco de circunferências. Veja alguns exemplos:
6) Círculos inscritos nos quadrados e semicírculos com diâmetro sobre os
lados do triângulo.

Figura 21 – Prova do Teorema de Pitágoras usando quadrados e


semicírculos.

Fonte: SILVA, FANTI e PEDROSO, 2016.


7) Quadrantes sobre os lados do triângulo e setores angulares sobre os
lados do triângulo retângulo.

Figura 22 – Prova do Teorema de Pitágoras usando setores de angulares

Fonte: SILVA, FANTI e PEDROSO, 2016.

10) Círculos inscritos nos triângulos equiláteros.

Figura 23 – Prova do Teorema de Pitágoras usando circunferências em


triângulos equiláteros

Fonte: SILVA, FANTI e PEDROSO, 2016.

Entre muitas outras formas.


4 RECÍPROCO DO TEOREMA DE PITÁGORAS
ID da foto stock livre de direitos: 1328821100

Até o momento estudamos o Teorema de Pitágoras, o cálculo de algumas


grandezas trigonométricas que envolviam os ângulos internos de um triângulo
retângulos e no último capítulo a extensão do Teorema de Pitágoras. Agora,
vamos dar início a uma análise retórica desse teorema.
Sabemos que, em um triângulo retângulo, o valor da hipotenusa ao
quadrado é igual à soma de cada um dos catetos ao quadrado. Contudo,
podemos afirmar o contrário? Isso é o recíproco do Teorema de Pitágoras.
Vamos analisar dois exemplos para entendermos essa correlação.

Ex. 01

Dado o triângulo:

Figura 24 – Triângulo ABC

Fonte: O autor (2021).

Sabendo que 𝐴𝐵 = 6, 𝐵𝐶 = 8 e que 𝐴𝐶 = 10, comprove se o triângulo é


retângulo.
Resolução:
Quando um triângulo é retângulo, o maior lado é a hipotenusa. Assim
temos:
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 = 10
{ 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 = 6
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 = 8
Logo, vamos verificar se essas medidas satisfazem o Teorema de
Pitágoras.
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
(10)2 = (6)2 + (8)2
100 = 36 + 64
100 = 100
Como a relação foi satisfeita, podemos dizer que o triângulo ABC é
retângulo.

Ex. 02

Dado o triângulo:

Figura 25 – Triângulo MNP

Fonte: O autor (2021).

Sabendo que 𝑀𝑁 = 5, 𝑁𝑃 = 7 e que 𝑀𝑃 = 9, comprove se o triângulo é


retângulo.
Classificando os valores, temos:
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 = 9
{ 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 = 7
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 = 5
Logo, vamos verificar se essas medidas satisfazem o Teorema de
Pitágoras.
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
(9)2 = (7)2 + (5)2
81 = 49 + 25
81 ≠ 74
Como a relação foi satisfeita, podemos dizer que o triângulo MNP não é
retângulo.
Ex. 03

Verifique quais triângulos são retângulos, dada as medidas de seus


respectivos lados.
a) 2, 2 e 3
b) 4, 5 e √41
c) 7, 24 e 25
d) 2, 3 e 4
Resolução:
a) Lembre-se que o maior valor é a hipotenusa. Assim:
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
(3)2 = (2)2 + (2)2
9= 4+4
9≠8
Assim, o triângulo com essas medidas não é retângulo.
b) Sabendo que √41 ≈ 6,4
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
(√41)2 = (4)2 + (5)2
41 = 16 + 25
41 = 41
Portanto, um triângulo indicado com essas medidas é um triângulo
retângulo.
c)
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
(25)2 = (24)2 + (7)2
625 = 576 + 49
625 = 625
Portanto, um triângulo indicado com essas medidas é um triângulo
retângulo.
d)
(ℎ𝑖𝑝)2 = (𝑐𝑎𝑡)2 + (𝑐𝑎𝑡)2
(4)2 = (2)2 + (3)2
16 = 4 + 9
16 ≠ 13
Assim, o triângulo com essas medidas não é retângulo.

4.1 Ternos Pitagóricos

Suponha que um dado problema, você busque uma forma de encontrar


as medidas de um triângulo retângulo, mas sem usar o Teorema de Pitágoras,
como resolver? Por um processo muito simples, o de comparação de triângulos.
Basicamente, o cálculo dos ternos pitagóricos envolver em comparar um
triângulo com lados conhecidos e comparamos com outro que tem medidas
proporcionais. Veja os exemplos para entender melhor.

Ex. 04

Dado os triângulos representados na figura abaixo, calcule a hipotenusa


que resta no segundo triângulo.

Figura 26 – Triângulos retângulo

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Observe que o cateto na vertical do primeiro triângulo em comparação
com o segundo, aumentou três vezes. O cateto que é a base do primeiro
retângulo também aumenta três vezes. Portanto, como esses dois lados tiveram
tal proporção, a hipotenusa também terá seu valor duplicado. Assim 𝑥 = 15.

Ex. 05
Com base nos triângulos representados na figura abaixo, calcule o cateto
que falta no segundo triângulo.

Figura 27 – Triângulos retângulo

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Comparando os dois triângulos, porém não caia na tentação de comparar
sempre os mesmos lados, pois não necessariamente 3 está para 20 e 4 para 𝑥.
Começamos pela hipotenusa, que é múltiplo de 5. Uma vez que o triângulo da
esquerda tem hipotenusa igual a 5 e o da direita igual a 25. Logo, as medidas
devem ter tal proporção. Sendo assim, o lado de 20 do segundo triângulo é
múltiplo de 4 ou de 3? Sabemos que 20/4 = 5, já 20/3 não fornece um número
inteiro. Então, o lado correspondente ao 4 é 20, aumentando cinco vezes e,
consequentemente, o lado 3 aumenta 5 vezes. Portanto, 𝑥 = 15.

SAIBA MAIS

Pitágoras não foi só um matemático, mas também filósofo. Viveu na


Grécia Antiga no período que os grandes pensadores questionam a origem do
universo bem como a da natureza. Segundo Pitágoras, tudo a nossa volta foi
criado de forma harmônica, podendo ser interpretada através de números.
Uma das observações de Pitágoras foi na música, em que segundo ele,
os sons gerados por cordas em instrumentos musicais dependiam do
comprimento e tensão, que geravam notas harmônicas as quais podiam ser
explicadas pela matemática.

Fonte: SILVA, FANTI e PEDROSO, 2016.


#SAIBA MAIS#

REFLITA

Em nossa volta, tudo na natureza pode ser descrito por números. Não foi
apenas Pitágoras que buscou descrever sistemas como os sons acústicos de
instrumentos. Johannes Kepler foi um astrônomo e físico que buscava o mesmo
padrão das partituras de músicas nos astros visíveis no céu. Seguindo essa
motivação, ele foi capaz de descrever três leis dos movimentos planetários: a lei
das órbitas, lei dos períodos e a terceira lei de Kepler, que mostra uma relação
entre todos os planetas do sistema solar.

Fonte: O autor (2021).

#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao fim dessa unidade, podemos dizer que estudados diversas aplicações


do Teorema de Pitágoras. Uma delas foi a sua forma recíproca na qual podemos
classificar um triângulo desconhecido como triângulo retângulo obedecendo a
relação de pitagórica.
Ademais, aprendemos a extensão do teorema, uma vez que cada lado do
triângulo não necessariamente deve ser um quadrado, mas sim um polígono ou
outras formas geométricas. Além disso, dedicamos alguns momentos as
relações trigonométricas básicas que possuem vasta aplicabilidade em qualquer
área das ciências exatas.
Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo esse momento de
estudo. Até a próxima!
LIVRO

• Título: A descoberta do Teorema de Pitágoras


• Autor: Sofia Cardoso Marques.
• Editora: Livraria da Física, 1 edição.
• Sinopse: Neste livro Sofia Cardoso Marques aborda alguns dos
caminhos, personagens e geometrias nas quais o pensamento e práticas
referentes ao teorema pitagórico se desenvolveu ao ponto de se constituir em
um dos tópicos de geometria que transversalizam diversos outros tópicos da
matemática como a trigonometria a geometria analítica, os números irracionais,
os números complexos, o cálculo diferencial integral, dentre outros. A autora
descreve o resultado e as aplicações desse teorema em algumas civilizações
antigas como a Mesopotâmia, o Egito e a Grécia. Contextualiza o referido
teorema na cultura e nos conhecimentos matemáticos dessas civilizações. A
partir desse material os professores poderão ampliar seus focos de abordagem
didática desse assunto em suas aulas de geometria.
FILME/ VÍDEO

• Título: A demonstração do Teorema de Pitágoras (via experimento)


• Ano: 2013
• Sinopse: Neste vídeo é feita um experimento que prova o Teorema de
Pitágoras da forma mais simples. A quantidade de líquido que preenche o
quadrado da hipotenusa também ocupa, simultaneamente, os quadrados de
cada cateto.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=bS-D0XeFMPQ
REFERÊNCIAS

BETHLEM, A. Curso de Matemática. 5ª série. Porto Alegre: Livraria Globo,


1935.

BIANCHINI, E. Curso de Matemática. São Paulo, Moderna, 2010.

GIOVANNI, J. R.; BONJORNO, J. R. Matemática uma nova abordagem. São


Paulo: FTD, 2010.

SILVA, J. E. B.; FANTI, E. L. C.; PEDROSO, H. A. Teorema de Pitágoras:


extensões e generalização. C.Q.D Revista Eletrônica Paulista de Matemática,
Bauru, v. 6, p. 21-47, jul, 2016.
UNIDADE IV
ÁREAS, ÂNGULOS, BASE 10 E FUNÇÃO EXPONENCIAL
Professor Mestre Arthur Ernandes Torres da Silva

Plano de Estudo:
• Áreas geométricas;
• Medidas de ângulos;
• Regras de potencialização e base 10;
• Funções Exponenciais.

Objetivos de Aprendizagem:
• Revisar o cálculo de áreas das figuras matemáticas mais importantes;
• Estudar as classificações de ângulos e suas diferentes unidades;
• Rever as regras de potencialização, as regras de base 10 e as funções
exponenciais.
INTRODUÇÃO

Prezado (a) aluno (a), nesta última unidade, vamos começar os estudos
revendo o cálculo de área das figuras mais corriqueiras na matemática, que
possuem grande aplicabilidade, principalmente quando se diz respeito a
determinar a área de um gráfico. Posteriormente, vamos aprender a classificar
os ângulos e diferentes formas de medi-los.
Além disso, na terceira unidade, iremos dedicar nossos estudos as regras
de potencialização e base 10, e por fim, as funções exponenciais.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e seja de bom
uso na sua formação acadêmica.

Bons estudos!
1 ÁREAS GEOMÉTRICAS
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Saber calcular áreas de figuras geométricas, perímetros, assim como


mensurar ângulos entre dois segmentos de retas, é uma tarefa simples que todo
estudante, mesmo aquele que não migra para as ciências, deveria saber.
Portanto, é fundamental que um dos tópicos abordados em nosso curso de
matemática elementar seja o cálculo de áreas.

1.1 Área do quadrado

As áreas das figuras planas medem o tamanho da superfície da figura.


Dentre a mais conhecida é o quadrado. Essa figura geométrica tem suas
dimensões iguais, em outras palavras, a medida dos seus lados é a mesma.
Matematicamente, o cálculo da área de um quadrado é dado por:

Figura 1 – Área de um quadrado.

Fonte: O autor (2021).


𝐴𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑜 = ℓ. ℓ = ℓ2
A unidade da área varia com as medidas de lado. Por exemplo, se for um
quadrado de 4 𝑐𝑚 de lado, então a área vale: 𝐴 = 4𝑐𝑚 . 4𝑐𝑚 = 16 𝑐𝑚2. Outro
exemplo: Os lados do quadrado é de 3,2 𝑚, então sua área tem o valor de 𝐴 =
3,2𝑚 . 3,2𝑚 = 10,24𝑚2
Contudo, podemos também representar essa figura em função da unidade
de área.
Figura 2 – Unidades de área de um quadrado.

Fonte: O autor (2021).

Isso significa que dividimos o quadrado em áreas iguais unitárias, e


podemos caracterizá-lo pela quantidade de áreas unitárias.

1.2 Área do retângulo

Para determinar a área do retângulo, basta realizar o mesmo


procedimento feito para área do quadrado, porém, dessa vez, as dimensões
necessariamente não são iguais. Podemos ter uma base maior e uma altura
menor, e vice-versa.

Figura 3 – Área de um retângulo

Fonte: O autor (2021).

Matematicamente a área é dada por:


𝐴𝑟𝑒𝑡𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 = 𝑏. ℎ

1.3 Área do Paralelogramo


Como o próprio nome diz, o paralelogramo tem as retas paralelas, tanto
da altura como da base, representado por:

Figura 4 – Área de um paralelogramo

Fonte: O autor (2021).

O dimensionamento da área do paralelogramo também é dado por:


𝐴𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜𝑔𝑟𝑎𝑚𝑜 = 𝑏. ℎ

1.4 Área do triângulo

A área do triângulo é calculada pensando que essa figura é metade de


um quadrado. Portanto:

Figura 5 – Área do triângulo

Fonte: O autor (2021).


𝑏. ℎ
𝐴𝑡𝑖𝑟𝑖â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 =
2

1.5 Área do trapézio

Uma das figuras que mais possuem aplicação na física é o trapézio, vários
gráficos são interpretados como o valor da área abaixo da curva e, geralmente,
essa área corresponde à um trapézio.

Figura 6 – Área de um trapézio

Fonte: O autor (2021).

Matematicamente a área do trapézio é dada por:


(𝐵 + 𝑏). ℎ
𝐴𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 =
2
1.6 Área do círculo

Uma das figuras, se não a mais conhecida, é o círculo, de grande


aplicabilidade seja na matemática, engenharias e outras áreas das ciências
exatas. Diferentes das outras figuras geométricas, para calcular a área do círculo
usamos uma constante denominada “pi” 𝜋 = 3,1415 … .
Essa constante é uma dízima periódica e sua definição vem da razão
entre o perímetro de uma circunferência pelo seu diâmetro.

Figura 7 – Área de uma circunferência


Fonte: O autor (2021).

A área de uma circunferência é dada por:


𝐴𝑐𝑖𝑟𝑐 = 𝜋. 𝑟 2
Em que 𝑟 é o raio da circunferência.

Ex. 01

Calcule a área e o perímetro da figura abaixo a qual as medidas estão


dadas em metros

Figura 8 – Área completa do exemplo 01

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Podemos resolver esse problema dividindo a figura em duas partes e
assim, calculando dois retângulos separadamente:

Figura 9 – Área dividida do exemplo 01


Fonte: O autor (2021).

Calculando a área separada do retângulo 1 e do retângulo 2, para isso,


dividimos a medida debaixo em duas partes:
𝐴1 = 5.2 = 10𝑚2
𝐴2 = 1.0,5 = 0,5𝑚2
Já o perímetro é a soma de todas as laterais, contornando a figura:
𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = 2 + 6 + 0,5 + 1 + 1,5 + 5 = 16𝑚

Ex. 02

Determine o valor do perímetro e da área da figura abaixo:

Figura 10 – Área completa do exemplo 02

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Para resolver esse problema podemos dividir a figura em três retângulos
da seguinte forma:

Figura 11 – Área dividida do exemplo 02


Fonte: O autor (2021).

Seguindo de cima para baixo, o primeiro retângulo tem área igual à:


𝐴1 = 10 𝑐𝑚 . 1 𝑐𝑚 = 10 𝑐𝑚2
𝐴2 = 11 𝑐𝑚 . 2 𝑐𝑚 = 22 𝑐𝑚2
𝐴3 = 4 𝑐𝑚 . 2 𝑐𝑚 = 8 𝑐𝑚2
Logo, a área total é 40 𝑐𝑚2 .
Já o perímetro é dado por:
𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = 10𝑐𝑚 + 1 𝑐𝑚 + 1 𝑐𝑚 + 2𝑐𝑚 + 2𝑐𝑚 + 7𝑐𝑚 + 4𝑐𝑚 + 5𝑐𝑚 = 32 𝑐𝑚
2 MEDIDAS DE ÂNGULOS
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Existe algo em comum na marcenaria no processo de construção de


móveis, com o lançamento de uma bola durante um jogo de futebol e o
movimento que um avião deve executar durante o pouso na pista. Todas essas
ações, para ser bem feitas, exigem um cálculo preciso de ângulos. Caso o
marceneiro pregue uma peça em um ângulo errado, dependendo do móvel que
está construindo não aguentara uma carga de peso elevada, se o jogar de futebol
bater na bola com um movimento do pé muito inclinado, a bola sobe demais e,
se o piloto errar a inclinação do bico da aeronave, pode levar a um acidente fatal.
Toda essa análise de ângulos é abordada na geometria plana. Contudo,
devido ao foco do nosso curso, não abordaremos toda a geometria plana,
apenas alguns pontos em específico. Vamos começar definindo o conceito de
ângulo.
Basicamente, quando dois segmentos de retas, estão unidos na mesma
origem, como a figura abaixo:

Figura 12 – Ângulo formado entre dois segmentos de reta

Fonte: O autor (2021).

O alfa (𝛼) pode ser escrito como:


𝛼 = 𝐴ô𝐵
Em que o símbolo “ô” designa o vértice do ângulo.
Seguindo essa mesma linha de raciocínio podemos definir também outra
natureza de ângulos, conhecidos como ângulos opostos pelo vértice. Nesse
caso, são duas retas concorrentes, ou seja, que se cruzam em um único ponto,
formando dois pares de ângulos.
Figura 13 – Ângulos opostos ao vértice

Fonte: O autor (2021).

Como ilustra a figura, quando duas retas se cruzam em um mesmo ponto,


dois pares de ângulos são formados: 𝛼 e 𝛽. São ângulos opostos de mesma
medida. Vamos entender isso na prática com um exemplo:

Ex. 01

Calcule o valor de x na situação abaixo:

Figura 14 – Ângulos opostos ao vértice do exemplo 01

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Como são ângulos opostos, então são iguais.
4𝑥 − 40° = 80°
4𝑥 = 120°
120°
𝑥=
4
∴ 𝑥 = 30°
Vamos estudar outro caso agora, o da reta bissetriz. A reta bissetriz é uma
semirreta que divide o ângulo em duas partes iguais.

Figura 15 – Bissetriz de um ângulo


Fonte: O autor (2021).

Ex. 02

Calcule o valor do ângulo total que foi dividido pela reta bissetriz da figura
abaixo.

Figura 16 – Bissetriz do exemplo 02

Fonte: O autor (2021).

Resolução:
Como são ângulos iguais, então comparamos os valores:
10𝑥 − 30° = 2𝑥 + 50°
10𝑥 − 2𝑥 = 30° + 50°
8𝑥 = 80°
∴ 𝑥 = 10°
Agora, escolhemos um dos lados, por exemplo: 10𝑥 − 30° = 10. (10°) −
30° = 100° − 30° = 70°. Portanto, o ângulo total é 140°.

2.1 Classificação e unidades

No capítulo em que foi abordado o Teorema de Pitágoras, vimos em


específico um ângulo, chamado de ângulo reto.

Figura 17 – Ângulo reto


Fonte: O autor (2021).

Essa representação de um quadrado com um pontinho representa um


ângulo 90°. Ele é formado por duas retas perpendiculares entre si.
Outra classificação que temos também são os chamados ângulos agudos.

Figura 18 – Ângulo agudo

Fonte: O autor (2021).

Um ângulo é dito agudo quando e somente quando 𝛼 < 90°. A outra


classificação de ângulos é quando o ângulo 90° < 𝛼 < 180°. Como está
representado na figura abaixo.

Figura 19 – Ângulo obtuso

Fonte: O autor (2021).

Nessa situação o ângulo é classificado como obtuso.

2.1 Unidades de ângulos


Dentre as unidades de ângulos, vamos abordar aquelas mais utilizadas,
desde exercícios de física, até aplicações a engenharia e orientações de
posições geográficas. Primeiramente vamos entender o conceito de graus.

Figura 20 – Círculo trigonométrico

Fonte: O autor (2021).

Para formar um círculo trigonométrico, dividimos uma circunferência em


quatro partes idênticas, cada uma dessas partes é chamada de quadrante. O
início começa em 0°, à medida que avançamos cada quadrante, soma-se mais
90°. De tal maneira que fechando uma circunferência completa, é o mesmo que
executar 360°. Por isso você está vendo esse sinal “≡ ", mostrando que o ângulo
de 0° é igual ao de 360°.
Outra maneira de representar um ângulo é por minutos e segundos. A
nomenclatura usada na literatura é essa:
𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜 (1′)
{
𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 (1′′)
Veja que, 1 minuto é igual a 60 segundos. Portanto 1′ = 60′′ e 1° = 60′,
vamos fazer alguns exemplos.

Ex. 03

Resolva a expressão 16°38′ 50′′ + 20 + 20°40′20′′


Resolução:
Somando as duas expressões:
(16°38′ 50′′ )
{
+ (20°40′ 20′′ )
𝑆𝑜𝑚𝑎𝑛𝑑𝑜 → 36°78′70′′
Começamos somando pelos segundos. Veja que 50′′ + 20′′ = 70′′, ou se
escrevermos em termos de minutos 70′′ = 1′10′′. Então:
→ 36°79′10′′
Mas, além disso, podemos transformar 79′ em graus: 79′ = 1°19′.
Portanto:
16°38′ 50′′ + 20 + 20°40′ 20′′ = 37°19′10′′

Ex. 04

Faça a operação:
2. (10°45′35′′)
Resolução:
Para fazer a multiplicação de uma constante nessas coordenadas, basta
realizar a distributiva:
2. (10°45′ 35′′ ) = 20°90′70′′
Contudo, ainda podemos simplificar a expressão. Primeiro fazendo 75′′ =
1′10′′, então 20°90′ 70′′ → 20°91′10′′. Além disso, fazendo 91′ = 1°31′, temos:
20°91′ 10′′ → 21°31′10′′. Portanto:
2. (10°45′ 35′′ ) = 21°31′10′′

Ex. 05

Realize a operação de subtração:


71°20′ − 20°25′
Resolução:
(71°20′ )
{
− (20°25′)
𝑆𝑢𝑏𝑡𝑟𝑎𝑖𝑛𝑑𝑜 → 51° − 5′
Entretanto, não existe uma medida negativa de minutos. Então essa
análise está errada! Como fazemos ela corretamente? Muito simples, basta
transferir uma unidade de grau para os minutos, assim este fica positivo e não
resultará em um valor inconsistente. Veja:
(71°20′ ) (70°80′ )
{ → {
− (20°25′) − (20°25′)
Uma vez que 1° = 60′. Agora sim é possível fazer 80′ − 25′ = 55′. Ficando
da seguinte forma o resultado:
71°20′ − 20°25′ = 50° − 55′

Ex. 06

Faça a divisão dos seguintes valores de ângulos:


(31°33′45′′) ÷ 3
Resolução:
Note que 45′′ e 33′ são divisíveis por 3, mas 31° não fornece um número
inteiro. Dessa forma reduzimos 1° para minutos:
31°33′ 45′′ = 30°93′ 45′′
Agora sim, os três componentes podem ser divididos por 3:
30°93′ 45′′
= 10°31′15′′
3
2.2 Radianos

Outra forma de expressar os ângulos é pela medida de radianos.


Observando o círculo trigonométrico, temos as seguintes equivalências:
0° ≡ 360° ⟺ 0 𝑟𝑎𝑑 ≡ 2𝜋 𝑟𝑎𝑑
𝜋
90° ⟺ 𝑟𝑎𝑑
2
180° ⟺ 𝜋 𝑟𝑎𝑑
3
270° ⟺ 𝜋 𝑟𝑎𝑑
2

Figura 21 – Círculo trigonométrico em radianos


Fonte: O autor (2021).

Ex. 07

Converta 135° em radianos.


Resolução:
Para encontrar esse valor, basta fazer uma regra de três simples:
180° − 𝜋 𝑟𝑎𝑑
135° − 𝑥
Assim:
180° 𝑥 = 135° 𝜋 𝑟𝑎𝑑
135° 27
𝑥= 𝜋 𝑟𝑎𝑑 = 𝜋 𝑟𝑎𝑑
180° 36
3
∴ 𝑥 = 𝜋 𝑟𝑎𝑑 = 0,75 𝜋 𝑟𝑎𝑑
4

Ex. 08

Calcule em graus o valor de 1,5 𝜋 𝑟𝑎𝑑.


Resolução:
Fazendo a mesma regra de três

180° − 𝜋 𝑟𝑎𝑑
𝑥° − 1,5 𝜋 𝑟𝑎𝑑
Multiplicando cruzado:
180° . 1,5 𝜋 𝑟𝑎𝑑 = 𝑥° 𝜋 𝑟𝑎𝑑
∴ 𝑥 = 270°
3 REGRAS DE POTENCIALIZAÇÃO E BASE 10
ID do vetor stock livre de direitos: 1667376118

Na eletrônica digital, é comum ouvirmos alguns números acompanhados


de nomes como: nano tecnologia, gigabyte, microchips, entre outros. Porém o
que isso significa? Esse mesmo conceito está relacionado com transformar um
número muito grande ou bem pequeno, em um termo razoavelmente curto
multiplicado por dez elevado a um certo expoente.
Primeiramente vamos entender primeiro as regras de potenciação:
𝑎𝑛 = ⏟
𝑎. 𝑎. 𝑎. 𝑎 … 𝑎
𝑛 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠

Ou seja, quando multiplicamos um número várias vezes por ele mesmo,


podemos substituir por um expoente. Outro detalhe importante:
𝑎0 = 1 (𝑎 ≠ 0)
Qualquer termo elevado a zero é igual a um. Uma outra regra importante
é:
𝑎 𝑥 . 𝑎 𝑦 = 𝑎 𝑥+𝑦
Ou seja, quando a base é a mesma, os expoentes são somados. Exemplo:
33 . 32 = 3.5
Por outro lado, quando é uma divisão, os expoentes se subtraem:
𝑎𝑥
= 𝑎 𝑥−𝑦
𝑎𝑦
Isso acontece pois quando um termo está no denominado e vai para o
numerador, o seu expoente troca de sinal. Então, teremos uma soma de um
número positivo com um número negativo.
Além de divisão e soma de expoentes, podemos também ter casos em
que eles multiplicam entre si, essa situação existe quando:
(𝑎 𝑥 )𝑦 = 𝑎 𝑥.𝑦
Veja um exemplo:

Ex. 01

2
23 .(24 )
Calcule 25

Resolução:
23 . (24 )2 23 . 216 2.19
= = 5 = 2.19 . 2−5 = 214
25 25 2
Por fim, um expoente que não necessariamente está representado como
expoente é a raiz. A raiz, seja ela quadrada, cúbica ou de qualquer outra ordem,
é um expoente dado por uma fração. De tal maneira, que a forma genérica é:
𝑥
𝑦
√𝑎 𝑦 = 𝑎 𝑥
1
Portanto a raiz quadrada de um número pode ser reescrita como: √𝑎 = 𝑎2

3.1 Base 10

Corriqueiramente trabalhamos com diversas escalas de números, desde


da ordem de mil milhões até uma fração de um milhão. Contudo, escrever
números relativamente grandes ou pequenos é algo não muito prático, pois
envolve uma quantidade de zeros o que pode dificultar a interpretação do
resultado. Sendo assim, para facilitar as contas, utilizamos a base dez. Veja
alguns exemplos:

Ex. 02

Reescreve os números em base dez.


a) 1450000
b) 0,000454
c) 8100000000
Resolução:
a) 1450000 = 1,45 . 106
b) 0,000454 = 4,45 . 10−4
c) 8100000000 = 8,1 . 109
Note então que para reescrever um número dessa forma 10𝑎 em que 𝑎 é
um número. Quando for simplificar um número positivo, constamos quantas
casas decimais existem a direita no número, até a vírgula estar entre os dois
primeiros números. No caso de 8100000000, começamos a contar da direita
para a esquerda até a vírgula estar entre o primeiro e segundo número,
totalizando nove casas decimais.
Entretanto, quando simplificamos um número muito pequeno, começando
a contar o número de casas decimais da esquerda para a direita, como foi o caso
de 0,000454, até a vírgula chegar entre os dois primeiros números da esquerda
para direita. Ou seja, nesse exemplo, existem 4 casas decimais entre o primeiro
zero e 4,45. Como diminuímos as casas decimais, então o expoente é negativo.
Muitas vezes, para auxiliar-nos nessas tarefas, existem prefixos bem
definidos na literatura que substituem determinados expoentes de base dez.
Veja na tabela abaixo:

Tabela 1 – Prefixos científicos


𝟏𝟎−𝟗 Nano (𝒏)
𝟏𝟎−𝟔 Micro (𝝁)
𝟏𝟎−𝟑 Mili (𝒎)
𝟏𝟎𝟑 Quilo (𝑲)
𝟏𝟎𝟔 Mega (𝑴)
𝟏𝟎𝟗 Giga (𝑮)

Fonte: O autor (2021).

Ex. 03

Escreve os números abaixo com um prefixo adequado.


a) 0,0056 𝑔
b) 735000000 𝑚
c) 0,000000013 𝑁
Resolução:
a) 0,0056 = 5,6.10−3 = 5,6 𝑚𝑔
b) 735000000 𝑚 = 7,35.108 = 735.106 = 735 𝑀𝑚 𝑜𝑢 0,735.109 =
0,735 𝐺𝑚
c) 0,000000013 𝑁 = 1,3.10−8 𝑁 = 13.10−9 𝑁 = 13 𝑛𝑁
4 FUNÇÕES EXPONENCIAIS
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Quando estudamos crescimento de bactérias, ou mesmo de preço de


ações na bolsa de valores, até em física quando fazemos um estudo de um
movimento em queda livre e precisamos determinar a velocidade limite de
queda, nos deparamos nesses casos com a função exponencial.
Vamos definir a função exponencial:
Seja um número real 𝑎 (𝑎 > 0 𝑒 𝑎 ≠ 1), denomina-se função exponencial
de base 𝑎 e que essa base seja necessariamente positiva.
𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥
Abaixo está o gráfico da função exponencial para diferentes valores do
expoente.

Figura 22 – Função exponencial

Fonte: STEWART, 2016.

Não é possível que a base seja um número negativo, igual a zero ou igual
a 1. Por isso o domínio da função vai dos reais para os reais positivos 𝑓: ℝ →
ℝ∗+ .
Vamos à alguns exemplos:

Ex. 01

Classifique se as funções abaixo são exponenciais.


i. 𝑓(𝑎) = 2𝑎
ii. 𝑓(𝑥) = 4𝑥
1 𝑥
iii. 𝑓(𝑥) = (2)

iv. 𝑓(𝑥) = (−1)𝑥


v. 𝑓(𝑥) = (1)𝑥
vi. 𝑓(𝑥) = (𝑥)4
Resolução:
I. 𝑓(𝑎) = 2𝑎 , como a base é maior do que 1, então é uma função
exponencial.
II. 𝑓(𝑥) = 4𝑥 , veja que 4 > 1, então a função é exponencial.
1 𝑥
III. 𝑓(𝑥) = (2) , dessa vez temos o número 1/2 que se localiza entre 0 <

𝑎 < 1, logo, também é uma função exponencial.


IV. 𝑓(𝑥) = (−1)𝑥 , nesse caso a base é negativa, isso significa que não é
uma função exponencial.
V. 𝑓(𝑥) = (1)𝑥 , como a base é igual a 1, isso não é uma função
exponencial.
VI. 𝑓(𝑥) = (𝑥)4 , observe que a base é a variável, isso caracteriza uma
função polinomial. A função exponencial a variável vai no expoente. Logo 𝑓(𝑥) =
(𝑥)4 não é exponencial.
Agora no próximo exemplo, vamos trabalhar com as regras de
potencialização e de base dez, visto no capítulo anterior.

Ex. 02

Dada a função exponencial 𝑓(𝑥) = 3𝑥 , calcule:


I) 𝑓(3);
II) 𝑓(−2);
III) 𝑓(0,5).
Resolução:
I) 𝑓(𝑥) = 3𝑥 → 𝑓(3) = 33 → 𝑓(3) = 3.3.3 →∴ 𝑓(3) = 27
1 1
II) 𝑓(𝑥) = 3𝑥 → 𝑓(−2) = 3−2 → 𝑓(3) = 32 →∴ 𝑓(−2) = 9

III) 𝑓(𝑥) = 3𝑥 → 𝑓(0,5) = 30,5 → 𝑓(0,5) = 31/2 →∴ 𝑓(0,5) = √3


Vamos calcular o valor da incógnita em funções exponenciais.
Ex. 03

Determine o valor da variável na equação


3𝑥+1 = 81
Resolução:
Para calcular o valor da variável, primeiro devemos deixar o lado direito
da igualdade na mesma base que o lado esquerdo, ou seja:
3𝑥+1 = 34
Uma vez que 34 = 3.3.3.3 = 81. Agora, podemos simplificar as bases e
sobra apenas:
𝑥+1=4
∴𝑥=3
Ex. 04

Resolva a equação
1 𝑥 5
( ) = √8
2
Resolução:
Vamos transformar o termo de dentro da raiz na base 2:
1 𝑥 5 3
( ) = √2
2
Note que ainda as bases não são iguais. Mas vamos verificar a seguinte
propriedade:
𝑎 𝑥 𝑏 −𝑥
( ) =( )
𝑏 𝑎
Portanto:
1 𝑥 3/5
1 𝑥 1 −3/5
( ) =2 → ( ) =( )
2 2 2
Simplificando as bases:
3
𝑥=−
5

Ex. 05

Resolva a equação exponencial


2 −4
7𝑥 =1
Resolução:
Observe que as bases não são iguais e não tem como modificar isso.
Contudo, lembre-se que qualquer coisa elevada a zero é igual a 1. Ou seja,
podemos trocar o lado direita da igualdade por:
2 −4
7𝑥 = 70
Assim a base é a mesma, podemos simplificar, ficando da seguinte forma:
𝑥2 − 4 = 0
𝑥2 = 4
∴ 𝑥 = ±2

Ex. 06

Determine o valor da incógnita


1
36𝑥−1 =
216
Resolução:
Vamos colocar todos os termos na mesma base, podemos ver que 36 e
216 são múltiplos de 6, assim:
1 1
36𝑥−1 = → (62 )𝑥−1 = 3
216 6
Do lado direito da igualdade, invertemos a ordem, com isso o expoente
fica negativo.
(62 )𝑥−1 = 6−3
Ademais, o lado esquerdo podemos usar a propriedade de multiplicação
(𝑎 𝑥 )𝑦 = 𝑎 𝑥.𝑦 , ficando da seguinte forma:
62𝑥−2𝑥 = 6−3
Como a base é a mesma, podemos fazer:
2𝑥 − 2 = −3
2𝑥 = −3 + 2 → 2𝑥 = −1
1
∴𝑥=−
2
Ex. 07
Determine o valor da variável na igualdade abaixo
9
0,75𝑥 =
16
Resolução:
Primeiramente 0,75 = 75/100. Então:
75 𝑥 9
( ) =
100 16
Simplificando o lado esquerdo da igualdade por 25:
3 𝑥 9
( ) =
4 16
3 𝑥 32
( ) = 2
4 4
3 𝑥 3 2
( ) =( )
4 4

Comparando os dois lados:


𝑥=2

Ex. 08

Resolva a equação
𝑥 5
(√5) = √625
Resolução:
𝑥 5 𝑥 5
(√5) = √625 → (51/2 ) = √54
𝑥 5
(51/2 ) = √54 → 5𝑥/2 = 54/5
Como a base é a mesma:
𝑥 4
=
2 5
Multiplicando cruzado:
5𝑥 = 8
8
∴𝑥=
5
SAIBA MAIS

Na matemática, existe um conjunto de números que engloba os números


reais, este é chamado de conjunto dos números complexos, o qual inclui as
raízes de números negativos.:
A raiz de um número negativo pode ser dado pelo número complexo 𝑖:
𝑖 = √−1
Sendo assim, um dos matemáticos mais brilhantes da história, chamado
Euler, encontrou uma relação que relaciona a exponencial de um número
complexo com uma relação trigonométrica, dado por:
𝑒 𝑖𝜃 = cos(𝜃) + 𝑖 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
Através dela é possível caracterizar sistemas como osciladores
harmônicos e entender o diagrama de correntes alternadas na física elétrica.

Fonte: O autor (2021).

#SAIBA MAIS#

REFLITA

As funções exponenciais caracterizam diversos sistemas da natureza,


como por exemplo o crescimento de bactérias, a evolução de uma ativo no
mercado financeiro, o rendimento de uma empresa, o crescimento de uma planta
entre inúmeros outros. Portanto, na carreira acadêmica ele é de extrema
importância.

Fonte: O autor (2021).

#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pronto! Você chegou ao final da Unidade IV de nosso material e também


da última unidade. Passou por uma sequência didática que te proporcionou uma
base sólida em conteúdo de Matemática Básica, como regra de três da forma
simples e composta, equações e funções de primeiro e segundo grau, Teorema
de Pitágoras e suas extensões, cálculo de áreas, ângulos, representações em
base 10 e funções exponenciais.
Portanto, prezado aluno(a), nesta unidade foi possível estudar e abordar
uma série de tópicos distintos, mas que fazem parte do cotidiano de um aluno
das ciências exatas. Saber calcular áreas de quadrados, triângulos, trapézios e
circunferências, bem como representar números grandes e pequenos em base
10, manipular expoentes e funções exponenciais é de extrema importância.
Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo esse momento de
estudo. Até a próxima!
LIVRO

• Título: Pré-Cálculo – Uma Preparação para o Cálculo


• Autor: Sheldon Axler.
• Editora: LTC, 2ª edição.
• Sinopse: Pré-Cálculo – Uma Preparação para o Cálculo chega para
instigar no estudante o interesse pelo aprendizado das disciplinas de Matemática
com sua metodologia diferenciada. Como entender os conceitos e as aplicações
é essencial para um bom desempenho acadêmico, o livro aborda,
detalhadamente e sem ser cansativo, os tópicos necessários para dominar essa
matéria tão temida pelos estudantes. Os capítulos trazem um aprofundamento
maior do tema em relação à bibliografia tradicional da área, com exemplos de
conceitos, ampla variedade de exercícios e problemas, além de um manual de
soluções contido na própria obra.
FILME/ VÍDEO

• Título: Aplicações da Matemática


• Ano: 2017
• Sinopse: Neste vídeo vários conceitos vistos nesse curso são aplicados,
como por exemplo as proporções entre grandezas, funções exponenciais e como
representar graficamente.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=dXMtg0InieI
REFERÊNCIAS

BETHLEM, A. Curso de Matemática. 5ª série. Porto Alegre: Livraria Globo,


1935.

BIANCHINI, E. Curso de Matemática. São Paulo, Moderna, 2010.

GIOVANNI, J. R.; BONJORNO, J. R. Matemática uma nova abordagem. São


Paulo: FTD, 2010.

STEWART, James. Cálculo: Volume 1. São Paulo Cengage Learning, 2016.


CONCLUSÃO GERAL

Prezado (a) aluno (a),

Neste material, busquei trazer para você os principais tópicos da


matemática. A proporção direta entre grandezas e a proporção indireta, além da
divisão em partes diretamente e inversamente proporcionais. Para nos auxiliar
nos cálculos, aprendemos as regras de três simples, inversa e composta.
Na sequência, revisamos as funções que serão as mais corriqueiras em
nossos estudos, a de primeiro grau, segundo grau. Vimos também a análise
gráfica de cada uma delas. Ademais, as inequações e como interpretá-las.
Na terceira parte da disciplina, revisamos o Teorema de Pitágoras, junto
com um conjunto de exemplos. Aprendemos a generalização desse teorema, ou
seja, que o mesmo pode ser enunciado de outras formas além de triângulos
retângulos. Junto a isso, estudamos os ternos pitagóricos e o recíproco do
Teorema de Pitágoras, que permite que um triângulo seja classificado como
retângulo se obedecer ao teorema.
Finalizamos a disciplina com um conjunto de tópicos, começando com o
cálculo de diferentes formas geométricas, aprendemos como interpretar
diferentes medidas de ângulos, regras de potencialização e base dez, concluindo
com as funções exponenciais.
A partir de agora acreditamos que você já está preparado para seguir em
frente desenvolvendo ainda mais suas habilidades em matemática e suas
aplicabilidades.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!

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