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ALUNA: Sandra Silva Korndorfer

PROFESSOR: Loivo J. Mallmann

FICHAMENTO: A VIVÊNCIA DO CLIENTE NO PROCESSO


PSICOTERAPÊUTICO: UM ESTUDO FENOMENOLÓGICO NA GESTALT-
TERAPIA – Celana Cardoso Andrade – Mestrado em Psicologia – UCG – 2007.

Ludwig Binswanger (1970), foi quem questionou sobre a possibilidade de


haver alguma forma de tratamento, sem medicação, como é o caso da psicoterapia.
Independentemente da abordagem, existe um só propósito, da busca do bem-estar
e do crescimento saudável do ser humano.

Para compreender melhor a Gestalt-terapia, vamos conhecer suas


influências teóricas, filosóficas e metodológicas. Sendo as de bases teóricas, a
Psicologia da Gestalt, Teoria Organísmica Holística e Teoria de Campo; as de
bases filosóficas, o Existencialismo e Humanismo; e, as de bases metodológicas,
a Fenomenologia. Contudo, o processo psicoterapêutico na abordagem gestáltica
tem ampliado seu campo de trabalho para outras áreas que vão além da
psicoterapia.

A psicoterapia é uma relação entre homens e com homens e seus princípios,


estando presentes nesta relação: a atenção, o cuidado, a assistência, o tratamento
em si e a comunicação.

O psicoterapeuta deve ser habilidoso na tarefa de contato-afastamento, ou


seja, precisa saber o momento certo de se aproximar do cliente e o momento de
afastar-se para não sair da sua postura profissional.

Penna (1997) destaca quatro perspectivas epistemológicas que marcaram


vários trajetos para os estudos psicológicos, implicando métodos e conceitos: a
perspectiva positivista; a crítica; a fenomenológica; e a existencial. Portanto, busca-
se investigar a vivência do cliente dentro do processo psicoterapêutico.

Gestalt é uma palavra alemã que significa configuração, forma ou totalidade.


É considerado uma Gestalt, tudo o que é capaz de se reestruturar, é algo completo
e que faça sentido.

Para Yontef (1998), a Gestalt-terapia é formado por três princípios: a


fenomenológica, tendo seu objetivo e metodologia a awareness; o existencialismo
dialógico e; a sua visão de mundo que estão baseadas no Holismo e na Teoria de
Campo.

A Gestalt-terapia é um modelo traçado pela filosofia fenomenológico-


existencial. Há quem discorde, porém, o ponto forte deste modelo é o diálogo, ou
seja, as perspectivas de ambos devem ser comunicadas, para que haja uma
awareness, uma forma de experienciar, facilitando ao cliente o reconhecimento de
suas formas incompletas de relacionamento com o mundo, consigo e com os
outros.

Friedrich Perls (1893-1970) é considerado o principal fundador da Gestalt-


terapia. No ano de 1950, formou-se o grupo dos sete, composto por Fritz Perls,
Laura Perls, Paul Goodman, Isadore From, Paul Weisz, Eliot Shapiro e Silvester
Eastman. Eles estudavam a Fenomenologia, o Existencialismo, o Zen-Budismo,
dentre outros. Este grupo foi considerado também como o grupo fundador da
Gestalt-terapia.

Na década de 1970, a Gestalt-terapia apareceu no Brasil pela holandesa


Thérèse A. Tellegen, sendo a responsável pela primeira publicação de Gestalt no
Brasil. A partir da publicação do primeiro livro brasileiro de Gestalt, surgiram várias
publicações de autores brasileiros, ampliando cada vez mais a área de atuação da
Gestalt-terapia.

O movimento fenomenológico apresenta a descrição da experiência


imediata, como ela ocorre, sem reduzi-la, respeitando como o fenômeno é revelado,
portanto, este movimento foi uma influência fundamental para a Psicologia da
Gestalt.
A Psicologia da Gestalt preocupa-se com o todo da percepção, enquanto a
Teoria Organísmica se refere ao todo do organismo – o corpo e a mente. O Gestalt-
terapeuta, assim como a Teoria Organísmica, vê a pessoa como um todo e não
como partes isoladas. Outra relação entre a Teoria Organísmica e a Gestalt-terapia
é a crença na autorrealização.

Kurt Lewin (1890-1947) foi o maior contribuinte da Teoria de Campo, para


ele, o campo possui vários pontos e fontes de força que se forma uma rede, ou
seja, tudo depende dessa rede, sendo o comportamento é função do campo. Assim
como para a Teoria de Campo, a Gestalt-terapia entende que para se compreender
o indivíduo, precisa-se conhecer o contexto atual no qual ele está inserido, ou seja,
o aqui-agora.

O Existencialismo é uma corrente filosófica que fascina pelos seus


questionamentos absolutamente atuais, contudo, resgatam do sujeito noções
esquecidas, como angústia, desespero, ansiedade, morte, sentido, liberdade,
dentre outras, pois, o homem é singular, livre e responsável pelas suas escolhas.
A liberdade é a base do Existencialismo. Só em existir, o homem já passará a fazer
escolhas e ter responsabilidade sobre elas.

A Gestalt-terapia faz com que o homem consiga expressar-se diante da vida,


e encontre possibilidades singulares que o permita estar no mundo e de lidar com
ele, tornando-o consciente (awareness) de que suas escolhas têm haver com seus
valores, suas crenças e seus projetos.

O Humanismo é tudo aquilo que se volta para o humano, foi através dele
que buscou-se compreender o homem em sua totalidade. Alguns autores afirmam
que o universo deve ser pensado a partir do homem, do contrário, torna-se um
universo desumanizado. A Psicologia Humanista, conhecida como a Terceira
Força, surgiu nos anos de 1960 com o movimento de combate ao sentimento de
desumanização e à massificação do indivíduo no século XX.

O homem só por estar no mundo, consequentemente se torna um ser de


relação, e, assim como o contato é a base da natureza humana, para a Gestalt-
terapia, ele é o processo básico para o relacionamento. Yontef (1998) relata que, o
contato é um processo de reconhecimento e também de conectar-se e afastar-se
do diferente (satisfação de suas necessidades).

O contato está além do sentir, é o ouvir, o agir, o pensar, é experienciar o


momento. Portanto, quando o sujeito se fecha para o contato, esta atitude o impede
de desenvolver o crescimento e a mudança, criando barreiras nos seus
relacionamentos.

O contato é transformador, a partir do momento que o cliente olha para si,


para o outro com outras perspectivas, alcance-se a awareness. Ou seja, consegue-
se ter consciência da própria consciência, dar-se conta de algo, é sempre o aqui-
agora e está sempre se modificando, evoluindo e transcendendo.

Na Gestalt-terapia, o terapeuta não deve mudar o cliente, mas sim, identificar


o lugar em que ele está, e compreendê-lo. O terapeuta precisa observar e recuperar
partes que parecem estar fora do campo de ação do sujeito, e ressignificá-la. A
Gestalt-terapia acredita em mudanças naturais e espontâneas por meio do contato
e da awareness, atitudes estas que levam o sujeito ao crescimento.

A autorregularão é um processo em transformação, onde o organismo


satisfaz suas necessidades em busca de um equilíbrio dinâmico, ou seja, ao suprir
suas necessidades, novas surgem e precisam deste equilíbrio. Ninguém se
autorregula sozinho, mesmo que seja um processo espontâneo, precisamos
perceber quando nossas necessidades estão desorganizadas. Entretanto, a tarefa
do terapeuta, é de ajudar o cliente a reconhecer suas vontades e direcionar suas
energias para elas, aumentando a possibilidade da satisfação e fechamento da
Gestalten.

A relação entre terapeuta e cliente é de suma importância na psicoterapia,


e, na Gestalt-terapia o diálogo é essencial para que esta relação seja mútua e viva.
Marcada pelo respeito, aceitação, cuidado, compromisso com a tarefa, e
autenticidade de ambos. Definida então como uma terapia dialógica, onde o
terapeuta precisa estar presente, disposto a envolver-se sem julgamentos, análise
e/ou interpretações, honrando a experiência fenomenológica do cliente.

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