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Senac Gerenciamento de Custos
Senac Gerenciamento de Custos
Gerenciamento de Custos
Créditos
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac/SC
FECOMÉRCIO
Presidente
Bruno Breithaupt
Diretor Regional
Rudney Raulino
Conteudista
Ivan Gabriel Coutinho
Desenvolvimento e Editoração
Setor de Tecnologias Educacionais – SETED
Coordenação Técnica
Setor de Tecnologias Educacionais – SETED
CONTEXTUALIZANDO ���������������������������������������������� 4
1 CONTABILIDADE DE CUSTOS ������������������������������������ 5
2 TERMINOLOGIAS EM CUSTOS ���������������������������������� 6
2.1 GASTO ������������������������������������������������������������������������������������� 6
2.2 DESEMBOLSO ������������������������������������������������������������������������� 7
2.3 INVESTIMENTO ����������������������������������������������������������������������� 8
2.4 CUSTO ������������������������������������������������������������������������������������� 9
2.4.1 Custos Diretos e Custos Indiretos �������������������������������� 9
2.5 DESPESA ������������������������������������������������������������������������������� 10
2.6 PERDA ����������������������������������������������������������������������������������� 12
3 RATEIO ����������������������������������������������������������� 13
3.1 CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS ������������������������������������ 14
3.2 APROPRIAÇÃO DE CUSTOS E DESPESAS ������������������������������ 15
CONSIDERAÇÕES ������������������������������������������������� 67
REFERÊNCIAS ����������������������������������������������������� 68
CONTEXTUALIZANDO
Uma estimativa de custos bem elaborada utiliza ferramentas e técnicas que buscam compor o
cenário mais provável para uma precificação de estoques, evitando, assim, grandes surpresas
financeiras.
O gerenciamento adequado dos custos deve concentrar esforços não apenas nas vantagens operacionais,
que racionalizam, simplificam e automatizam os atuais recursos para melhorar o fluxo de caixa, mas também
em vantagens estruturais, que impulsionam a eficiência do gerenciamento dos principais ativos para o
negócio, como o capital, a propriedade, as fábricas, os equipamentos e as pessoas.
Racionalizam, simplificam e
Vantagens operacionais automatizam os atuais recursos
para melhorar o fluxo de caixa.
Impulsionam a eficiência do
Vantagens estruturais gerenciamento dos principais
ativos para o negócio.
Lembre-se que não menos importante que o planejamento adequado dos custos, é o seu
acompanhamento e controle. Assim, fazer um bom planejamento não é suficiente, pois é
necessário o controle frequente e minucioso dos custos, com o objetivo de respeitar as
premissas e evitar variações de grande magnitude que possam colocar em dúvida a continui�
dade do negócio.
Neste curso, você irá explorar métodos de custeio focados na identificação do custo de produção
e no seu controle, objetivando a correta mensuração da produção, além de colaborar com as
decisões sobre o preço de venda dos produtos negociados.
Bons estudos!
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1 CONTABILIDADE DE CUSTOS
Para a gestão de um negócio, é fundamental conhecer o custo de sua produção, pois decisões, como
aumento na produção, descontinuidade de um produto, promoções e descontos comerciais, devem
ser tomadas com base em informações seguras sobre os custos do negócio.
Você sabia que a contabilidade de custos pode ser considerada uma derivação da contabilidade financeira?
Para Panosso (2003, p. 5),
No ramo do comércio, por exemplo, os custos têm seu valor revelado de forma mais direta, sem grandes
complicações, pois eles se referem ao valor pago pela aquisição dos estoques. Mas, enquanto no setor
do comércio o custo de um produto é composto basicamente por um item, na indústria (e também na
prestação de serviços) esse custo é formado por diversos elementos e processos, com peças, operários,
depreciação de máquinas, refugos etc. (Figura 1).
Todo este cenário impulsionou a necessidade da evolução da contabilidade para apurar esses fatores.
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2 TERMINOLOGIAS EM CUSTOS
Conjunto de termos específicos ou particulares de uma arte, ciência, disciplina, profissão etc.
Importante
A correta classificação dessas terminologias influencia, diretamente, nos resultados a serem
apurados por uma organização, sendo que uma interpretação incorreta pode levar a uma tomada
de decisão errada.
2.1 GASTO
O conceito de gastos é tratado por Martins (2006, p. 24) como:
“Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade
(desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos
(normalmente dinheiro) ”.
O gasto pode ser classificado como a primeira fase de uma operação, isto porque os conceitos que
você irá estudar na sequência, normalmente, já passaram pela fase do gasto.
É importante que você compreenda que quando se tem um gasto trabalha-se com a promessa de entrega,
ou seja, você compromete recursos no momento da operação.
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2 - Terminologias em custos
Você sabia que a entrega desses recursos pode ser no ato ou no futuro?
No ato
No futuro
Exemplo
Você liga para um fornecedor e encomenda um lote de parafusos para fabricação de janelas.
Nesse momento, você teve um gasto, pois mesmo que o pagamento não seja feito no ato,
a promessa de pagamento já caracteriza a situação.
2.2 DESEMBOLSO
O desembolso é uma operação muito comum e que vivenciamos em nosso cotidiano.
Você sabia que quando abrimos a carteira e pegamos dinheiro para pagar alguma coisa estamos realizando
um desembolso?
Podemos realizar um desembolso para comprar algo que ficará conosco por muito tempo, como uma
casa, ou para pagar por algo que será consumido imediatamente, como um sanduíche.
Para Martins (2006, p. 25) desembolso refere-se ao “pagamento resultante da aquisição do bem ou
serviço”. Isto quer dizer que após a efetivação de um gasto temos um desembolso.
Exemplo
Você encomendou o lote de parafusos e quando os produtos foram entregues você recebeu,
também, um boleto para pagamento em cinco dias úteis. No dia em que você, efetivamente,
realizar o pagamento do boleto, terá o desembolso.
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2 - Terminologias em custos
Lembre-se que o desembolso decorrente de um gasto pode ser simultâneo ou futuro, ou seja, ele pode
ocorrer no mesmo momento em que você negocia uma compra - e ao receber o produto já efetua o
pagamento - ou futuramente.
Mas, você sabia que o conceito de gasto pode ter outras classificações?
2.3 INVESTIMENTO
Para Martins (2006, p. 25), investimento refere-se ao “gasto ativado em função de sua vida útil ou de
benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s) ”.
A aquisição de uma casa é uma situação clássica de investimento. Adquirir uma casa, primeiramente, é
um gasto, afinal têm-se um desembolso decorrente dessa ação. Contudo, esse desembolso é feito para
adquirir algo que trará benefícios ao comprador por um período de tempo razoável, sendo, portanto,
um investimento.
O investimento nada mais é do que uma mudança patrimonial qualitativa, ou seja, a entidade está
trocando um bem (dinheiro) por outro bem que tem uma vida útil atribuída.
Exemplo
Guilherme possui R$ 3.000,00 em sua poupança, ou seja, ele é proprietário de um bem, seu dinheiro.
Ele deseja investir parte desse recurso em uma nova televisão. Assim, ele saca metade do dinheiro,
R$ 1.500,00, vai até uma loja e troca esse bem, dinheiro, por outro bem, uma nova televisão.
Observe que, nesse exemplo, Guilherme trocou um bem por outro, ou seja, trocou o dinheiro pela nova
televisão, bem que irá gerar um benefício a ele por um período de tempo considerável.
Perceba que os conceitos utilizados na doutrina contábil são aplicáveis ao dia a dia de qualquer pessoa,
não sendo exclusivos da atividade empresarial. Assim, a utilização dessas terminologias não encontra
novidades quando aplicada ao gerenciamento de custos, pelo contrário, os conceitos que você conheceu
até este momento no curso são de conhecimento comum.
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2 - Terminologias em custos
2.4 CUSTO
O custo refere-se a um bem ou serviço utilizado na produção de outro bem ou serviço.
O custo é um gasto que, consequentemente, gerou ou irá gerar um desembolso. Perceba que um
conceito não exclui o outro.
Importante
A questão crucial para um gasto ser um custo é a sua vinculação ao processo produtivo, ou seja,
ao produto que se está fabricando ou ao serviço que se está prestando.
Videoaula
Agora, clique aqui, assista à videoaula “Custo x Despesa” e compreenda um pouco melhor esta
vinculação do custo ao processo produtivo.
Como você pôde ver na videoaula, o custo é um gasto relacionado à produção de bens ou serviços.
Na sequência de seus estudos neste curso, você irá conhecer o conceito e a aplicação da terminologia
“despesa”.
Existem custos que, por sua natureza, podem ser relacionados diretamente a cada produto produzido.
Observe os exemplos.
Na fabricação de um pneu são aplicados 2 Kg (quilos) de borracha. Perceba que, nesse caso,
é possível calcular qual é o custo com matéria-prima de cada pneu produzido.
Na fabricação de um celular, em que é aplicada uma tela de cristal líquido, também é consi�
derado o custo com matéria-prima no processo de fabricação de cada produto.
Os gastos com essas características, ou seja, que podem ser relacionados diretamente a cada produto
produzido, são chamados de custos diretos.
Mas, você sabia que existem custos que não possuem a característica de alocação direta a cada produto?
Os custos que não demonstram uma relação direta com a unidade produzida, impossibilitando, assim,
sua alocação a cada unidade produzida são chamados de custos indiretos.
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2 - Terminologias em custos
Videoaula
Agora, clique aqui, assista à videoaula “Custos diretos e custos indiretos” e compreenda como os
custos diretos podem ser relacionados diretamente a cada produto produzido.
Recapitulando
Lembre-se que:
Custos diretos: são custos que possuem uma unidade de medida que pode ser alocada a cada
unidade produzida (quilogramas de matéria consumida, horas de mão de obra, kw1/hora consumido,
entre outros).
Custos indiretos: são custos que não demonstram uma relação direta com a unidade produzida,
impossibilitando, assim, sua alocação a cada unidade produzida.
1
Quilowatt.
2.5 DESPESA
A terminologia despesa refere-se a um bem ou serviço que é consumido, direta ou indiretamente,
para obtenção de receitas. O conceito de despesa é abrangente e relaciona todo sacrifício na gestão
administrativa da empresa, com exceção dos custos.
Para fazer um negócio girar, as entidades precisam gastar recursos em aplicações das mais diversas
naturezas, como:
Salário de empregados.
Aluguéis.
Impostos.
Marketing.
Esses desembolsos quando são consumidos na gestão dos negócios são classificados como despesas.
Quando um gasto não resulta na aquisição de um bem que trará benefícios ou não foi consumido no
processo de produção esse gasto é uma despesa.
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2 - Terminologias em custos
Lembre-se que a despesa é um gasto administrativo ou de vendas, que não está vinculado diretamente
à produção, sendo gerado pelas atividade-meio ou de apoio da empresa.
Agora, observe no esquema a seguir, que os gastos realizados pela fábrica de pneus Gama, para honrar
sua folha de pagamento, podem ser classificados tanto como custos quanto como despesas.
CUSTOS DESPESAS
Salários dos funcionários que Salários dos funcionários que
atuam na fábrica de pneus. atuam no escritório de vendas.
Observe que, neste caso, os salários dos funcionários que atuam na fábrica de pneus são classificados
como custos, pois eles atuam na atividade-fim da empresa e os salários dos empregados que atuam
no escritório de vendas da empresa são classificados como despesas.
Como você pôde perceber, um mesmo tipo de desembolso (salário, aluguel, energia elétrica), pode ser
tanto um custo como uma despesa, dependendo de sua vinculação, ou não, com a produção.
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2 - Terminologias em custos
2.6 PERDA
Você sabia que existem situações atípicas em que os gastos não são classificados nem como custos nem
como despesas?
Esse é o caso da perda.
Para Martins (2006, p. 26), “perda refere-se a um bem ou serviço consumido de forma anormal ou
involuntária”.
Importante
O significado de perda deve ser analisado com cuidado, pois o significado literal da palavra, por vezes,
pode ser conflitante com o conceito contábil.
Dentro de um processo produtivo, por exemplo, é comum certa perda de matéria-prima. Nesse caso, por
ser considerada normal e inerente ao processo, essa perda é classificada como custo. Mas, se durante
um período, por imperícia de um empregado ou falha em uma máquina, o consumo de matéria-prima
se apresentar de forma anormal, fugindo do padrão, o gasto adicional será considerado uma perda.
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3 RATEIO
Conforme você aprendeu anteriormente, os custos indiretos não demonstram uma relação direta com
a unidade produzida e são mais difíceis de serem alocados. Para conseguir “distribuir” estes custos é
necessário realizar alguma forma de rateio.
O rateio consiste no ato de distribuir os custos indiretos com base em algum parâmetro matemático.
No caso do supervisor na fábrica de pneus Gama, por exemplo, o seu salário (R$ 3.000,00) pode ser
rateado por unidade de pneu produzida. Observe o cálculo.
R$ 3.000,00
= R$ 15,00
200
Nesse exemplo, cada pneu produzido teve agregado a seu valor R$ 15,00 do custo do salário do
supervisor de produção, ou seja, esse salário foi rateado em função do volume produzido.
Mas, é importante que você compreenda que algumas vezes o critério de rateio é aleatório, podendo
causar distorções nas informações. Contudo, nesse primeiro momento do curso, para que você se
aproprie dos conhecimentos relacionados aos custos indiretos utilizaremos esta metodologia.
Você sabia que os custos indiretos podem representar uma parte considerável dos custos de uma empresa?
Observe os exemplos.
Quando são produzidos mais de um produto no mesmo ambiente fabril, o custo com energia
elétrica pode ser considerado indireto, pois não é possível alocar de forma direta o total do
desembolso a cada tipo de produto fabricado.
Os gastos com manutenção das máquinas, quando a empresa produz mais de um produto no
mesmo ambiente fabril, também podem ser considerados indiretos, visto que não é possível
apropriar esse custo diretamente a cada produto produzido.
Videoaula
Agora, clique aqui, assista à videoaula e acompanhe o cálculo do custo unitário da produção, o custo
total, o lucro bruto e o estoque final de uma indústria de panelas. Nesta videoaula, você irá aprender
que quando a empresa não apresenta custos indiretos não há necessidade de rateio, sendo que
nesse tipo de situação o custo unitário é calculado de forma objetiva.
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3 - Rateio
Você sabia que existem dois conceitos fundamentais para o processo de custos: custos fixos e custos variáveis?
Custo variável
O custo variável é aquele que varia conforme a quantidade produzida, ou seja, tem sua variação atrelada
ao volume produzido no período.
Custo fixo
O custo fixo não tem relação direta com a produção, pois ele existe independentemente da quantidade
produzida. Perceba que essa classificação tem relação com a produção, embora sua variação não
esteja relacionada com a quantidade de itens produzidos.
Exemplo: o aluguel de uma fábrica. Esse é um gasto relacionado ao processo produtivo que independe
da quantidade produzida. Isso significa que o aluguel será pago todo mês, independentemente,
de haver ou não qualquer item produzido, pois esse custo não tem qualquer relação com a produção.
Outra característica dos custos fixos é que eles não são, necessariamente, repetitivos. Por exemplo,
o aluguel pode apresentar um valor diferente a cada mês, sendo que essa variação no valor ocorre em
função de fatores não relacionados à quantidade produzida.
Exemplo
Um determinado contrato de locação prevê reajuste mensais conforme a variação da inflação mensal.
Assim, todo mês, o aluguel irá apresentar um valor diferente, mas devido a essa variação não estar
relacionada à produção, esse custo é classificado como fixo.
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3 - Rateio
Mas, para aplicar esses conhecimentos é preciso praticar! Por isso, durante esse curso, você irá analisar
diferentes situações em que esses conhecimentos serão aplicados.
Agora que você já exercitou o primeiro passo, que consiste na separação dos gastos em custos e
despesas, o próximo passo será identificar os custos diretos e indiretos de produção.
Como os custos diretos são aqueles que podem ser diretamente relacionados a um produto produzido,
esse passo – identificar os custos diretos e indiretos de produção – consiste em uma verificação mais
próxima do processo produtivo em si.
Você sabia que quando avaliamos um processo de fabricação, com o intuito de identificar os custos diretos
e indiretos, podemos nos deparar com uma oportunidade de melhoria do processo?
Isso acontece porque para identificar as características do processo produtivo, devemos realizar uma
depuração do processo, separando as fases e identificando cada custo.
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3 - Rateio
Como você pôde perceber na atividade de Reflita e Responda anterior, a identificação dos custos diretos
a cada produto é feita de forma direta e, consequentemente, objetiva, em virtude das características
do custo direto. Lembre-se que na empresa de fabricação de canos Tântalo, o custo da matéria-prima
foi identificado e classificado como um custo direto. Observe:
Salário dos
operários R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 0 R$ 16.000,00
da fábrica
Manutenção
das máquinas R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
da fábrica
Seguro da
R$ 7.000,00 R$ 7.000,00
fábrica
Energia elétrica
R$ 6.000,00 R$ 6.000,00
da fábrica
Depreciação
das máquinas R$ 4.000,00 R$ 4.000,00
da fábrica
Aluguel da
R$ 12.000,00 R$ 12.000,00
fábrica
Nesse caso, se a empresa negociar com outro fornecedor um insumo (matéria-prima) mais barato,
perceba que é possível identificar o impacto dessa economia em cada produto produzido pela empresa
Tântalo. Sendo assim, observe que é muito natural a mensuração das consequências relacionadas às
decisões acerca dos custos diretos.
Agora, que tal conhecer o próximo passo da apropriação de custos e despesas, a apropriação dos custos
indiretos a cada produto?
A apropriação dos custos indiretos a cada produto é um dos grandes desafios gerenciais quando se
trata do gerenciamento e controle de custos.
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3 - Rateio
Salário dos
operários R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 0 R$ 16.000,00
da fábrica
Manutenção
das máquinas R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
da fábrica
Seguro da
R$ 7.000,00 R$ 7.000,00
fábrica
Energia elétrica
R$ 6.000,00 R$ 6.000,00
da fábrica
Depreciação
das máquinas R$ 4.000,00 R$ 4.000,00
da fábrica
Aluguel da
R$ 12.000,00 R$ 12.000,00
fábrica
Assim, caso a fábrica de canos Tântalo consiga negociar uma redução de 10% no total desse custo
(manutenção das máquinas da fábrica), não temos como garantir que cada produto ficaria 10% mais
barato. Dessa forma, é possível perceber a necessidade de estudos específicos sobre o gerenciamento
dos custos indiretos.
Existem diversos métodos estudados pela doutrina contábil relacionados ao tratamento dos custos
indiretos, por exemplo:
3) Custeio Variável,
17
3 - Rateio
Mas, você sabia que nem todo método é aceito sob o ponto de vista tributário?
Por isso, alguns métodos apresentam apenas aplicação gerencial, não sendo permitidos para cálculo
de impostos. O primeiro método para tratamento de custos indiretos que você irá estudar neste curso
é o custeio por absorção.
Atenção
Antes de dar continuidade aos seus estudos, é fundamental que você conheça e saiba utilizar
as regras de arredondamento dos números decimais. Caso você não lembre dessas regras,
recomendamos que você acesse a Midiateca na sala virtual deste curso no Ambiente Virtual de
Aprendizagem. Lá você irá encontrar um material complementar que elaboramos sobre as regras
de arredondamento dos números decimais.
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4 CUSTEIO POR ABSORÇÃO
O custeio por absorção consiste na aplicação de um critério de rateio (distribuição) dos custos indiretos
a cada produto fabricado no período em questão.
O método de custeio por absorção utiliza a proporcionalidade para rateio dos custos não diretamente
aplicáveis a cada produto.
Conforme a quantidade de horas de trabalho dos operários para a produção de cada produto.
Lembre-se que, matematicamente, o critério de rateio consegue trabalhar os números, sendo que seu
grande problema está na aleatoriedade do critério adotado.
Videoaula
Agora, clique aqui, assista à videoaula e conheça como utilizar um critério de rateio baseado na
proporção da produção de cada produto.
Na videoaula anterior, você aprendeu a utilizar um critério de rateio proporcional à produção de cada
produto. Perceba que com base nesse critério foi possível calcular os custos indiretos de cada produto
da fábrica de canos Tântalo. Lembre-se que é necessário analisar os custos indiretos de cada produto
com cautela, uma vez que o critério de distribuição pode não representar, de forma consistente, o custo
de cada produto e, consequentemente, pode levar a análises equivocadas.
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4 - Custeio por absorção
Com base nas informações apresentadas até agora neste curso, a empresa de canos Tântalo elaborou
o mapa geral de custo de cada produto.
Observe:
QUANTIDADE CUSTO
PRODUTOS CUSTOS TOTAIS
PRODUZIDA UNITÁRIO
Você sabia que com base nessas informações levantadas, os gestores podem tomar decisões mais acertadas
acerca de cada produto?
Perceba que analisando essa tabela é possível identificar, por exemplo, que o produto com menor
unitário é o C, e o que possui o maior custo unitário é o produto B. De posse das informações
apresentadas nesta tabela e avaliando o preço de venda de cada produto, a empresa Tântalo pode,
por exemplo, traçar estratégias de marketing para impulsionar a venda de um produto que tem um
baixo custo, mas pouco mercado ou, ainda, rever seu processo produtivo.
Agora, vamos imaginar que o concorrente da fábrica de canos Tântalo vende um produto similar ao
produto B por R$ 130,00.
QUANTIDADE CUSTO
PRODUTOS CUSTOS TOTAIS
PRODUZIDA UNITÁRIO
Perceba que, neste caso, a empresa Tântalo não teria condições de concorrer nesse mercado, uma vez
que o custo de produção do produto B, R$ 136,67, é superior ao preço praticado pela concorrência.
A fábrica de canos poderia, com base nesse levantamento, parar de produzir o produto B, visto que não
tem condições de concorrer nesse mercado. Porém, uma decisão dessa importância deve ser tomada
com base em informações fidedignas.
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4 - Custeio por absorção
Lembre-se que os custos unitários, dos produtos produzidos pela fábrica de canos Tântalo, foram
calculados sob a perspectiva do custeio por absorção utilizando o critério de rateio proporcional à
produção de cada produto. Nesse sentido, podemos questionar se a decisão de descontinuar a fabri�
cação do produto B não seria equivocada.
Videoaula
Mas, será que o critério de rateio escolhido representa de forma fidedigna o processo de fabricação
do produto? Clique aqui, assista à videoaula e acompanhe a análise dessa situação.
Nesta videoaula, você pôde perceber que com a alteração no critério de rateio, encontramos outros
custos unitários para cada produto da fábrica de canos Tântalo, pois a proporcionalidade dos custos
indiretos mudou e, consequentemente, o custo unitário de cada produto foi alterado.
Lembre-se que o custeio por absorção, apesar de aceito fiscalmente, é uma metodologia que pode
causar graves distorções gerenciais.
Agora, observe a Figura 2, a qual evidencia o esquema básico do custeio por absorção.
Custos Despesas
Indiretos Diretos
Rateio
Produto A
Produto B Vendas
Produto C
Estoque
Custo dos
produtos vendidos
Resultado
Observe que esse esquema evidencia elementos do custeio de absorção que você já conheceu neste
curso, como a separação entre custos e despesas, a apropriação dos custos diretos diretamente aos
produtos e o rateio dos custos indiretos.
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4 - Custeio por absorção
Agora, antes de prosseguir com seus estudos, acessar o AVA e realizar a atividade de Reflita e Responda
proposta, é importante que você saiba como calcular o lucro líquido de uma empresa.
Você sabia que uma forma de facilitar a visualização dos resultados de uma empresa é elaborar uma
tabela com os dados disponíveis?
Observe a tabela a seguir, a qual foi elaborada a partir do resultado das vendas da fábrica de canos
Tântalo, com base nos dados do Reflita e Responda anterior.
Receita R$ 131.100,00
Despesas R$ 38.000,00
Você deve ter percebido que essa tabela representa o resultado do período com base nas vendas
efetuadas pela empresa.
Mas, você sabia que é possível depurar a formação de cada número apresentado nesta tabela?
Para isso, vamos retomar alguns cálculos realizados para resolver o último Reflita e Responda.
Para calcular o valor total da receita do período, inicialmente, devemos fazer a multiplicação do valor de
venda de cada produto pela sua quantidade vendida e, na sequência, fazer o somatório desses valores.
QUANTIDADE
PRODUTOS VALOR DE VENDA TOTAL
VENDIDA
22
4 - Custeio por absorção
Na sequência, devemos calcular o custo dos produtos vendidos. O custo dos produtos vendidos já
começou a ser calculado na apuração dos custos. Perceba que quando a empresa finalizou sua produção,
ela formou um estoque, conforme apresentado na tabela a seguir.
QUANTIDADE
PRODUTOS CUSTOS TOTAIS CUSTO UNITÁRIO
PRODUZIDA
Conforme você pôde observar na tabela anterior, a empresa possui um estoque avaliado em
R$ 106.800,00, formado por 1.400 produtos. Desses 1.400 produtos, 1.170 foram vendidos no período
em questão. Dessa forma, o estoque da empresa foi reduzido. A essa baixa de estoque damos o nome
de custo dos produtos vendidos.
CUSTO DE QUANTIDADE
PRODUTOS TOTAL
PRODUÇÃO BAIXADA
Perceba que a fábrica de canos Tântalo vendeu por R$ 131.100,00 produtos que lhe custaram R$ 89.536,30
para produzir. Além disso, do estoque inicial de produtos acabados, no valor R$ 106.800,00, R$ 89.536,30
deixaram o estoque da empresa por terem sido vendidos. Dessa forma, o estoque da empresa ao final
do período (considerando que nada mais foi produzido) pode ser calculado pela subtração entre o
estoque inicial e o custo dos produtos vendidos. Observe o cálculo.
Já a diferença entre a receita do período e o custo dos produtos que foram vendidos é chamada de
lucro bruto. Observe o cálculo do lucro bruto.
O lucro bruto é um índice de grande importância dentro da gestão de uma empresa, pois ele mede a
relação entre o valor da venda e o custo de produção.
23
4 - Custeio por absorção
Por fim, do lucro bruto ainda se subtrai as despesas do período para apurar o lucro líquido. Observe
o cálculo do lucro líquido.
Perceba que as despesas são subtraídas do resultado do período. Lembre-se de que as despesas possuem
natureza distinta dos custos.
Os custos indiretos, por sua natureza, ao serem rateados apresentam distorções que podem conduzir a
empresa a decisões completamente equivocadas. Os custos fixos, por sua vez, não mantêm relação direta
com a produção, e ao distribuir o seu valor nos produtos produzidos em determinado período (mesmo
que se utilize um critério de rateio que faça sentido), fatalmente irá demonstrar valores inconsistentes.
Para melhor compreender a problemática dos custos por absorção, observe a seguinte situação:
A empresa Pitanga produz três tipos de produtos: A, B e C. Na estrutura de custos variáveis, essa empresa
possui a seguinte composição:
Produto A R$ 200,00
Produto B R$ 300,00
Produto C R$ 150,00
Além desses custos variáveis, a empresa possui um custo fixo, o aluguel da fábrica, no valor mensal de
R$ 30.000,00. A empresa Pitanga rateia esse custo fixo com base na produção do período.
24
4 - Custeio por absorção
Agora, considere o seguinte quadro de produção para determinado mês, já com o rateio do aluguel
da fábrica:
TOTAL DOS
CUSTO RATEIO DO CUSTO TOTAL
PRODUTOS PRODUÇÃO CUSTOS
VARIÁVEL CUSTO FIXO DO PRODUTO
VARIÁVEIS
Agora, acompanhe os cálculos do total dos custos variáveis, do rateio do custo fixo e do custo total
dos produtos A, B e C.
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4 - Custeio por absorção
Como temos o custo total de cada produto, é possível calcular o custo unitário dos produtos A, B e C,
dividindo o custo total por produto pela produção.
CUSTO TOTAL
PRODUTOS PRODUÇÃO CUSTO UNITÁRIO
DO PRODUTO
Baseado no mercado no qual a empresa Pitanga está inserida, ela trabalha com os seguintes preços
de venda:
Produto A R$ 240,00
Produto B R$ 400,00
Produto C R$ 300,00
De posse do valor dos custos unitários, calculados com base no custeio por absorção, e ainda dos
preços de venda, é possível calcular o resultado da empresa. Sendo assim, observe o seguinte quadro
de vendas:
Custo do produto
R$ 25.000,00 R$ 52.500,00 R$ 16.000,00 R$ 93.500,00
vendido (CPV)
Valor de vendas
O valor de vendas de cada produto é obtido multiplicando o preço de venda pelas unidades
vendidas do produto.
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4 - Custeio por absorção
Lucro bruto
Obtido subtraindo do valor das vendas o custo do produto vendido.
Ao olhar esse quadro e constatar que o Produto A está sendo vendido com prejuízo, o diretor da empresa
Pitanga ficou com o humor alterado. Por isso, ele determinou que seja simulado, imediatamente, o quadro
de vendas e custos da empresa para verificar quão maior seria o lucro, caso a empresa Pitanga não
tivesse produzido o produto A. Além disso, o diretor da empresa afirmou que o valor perdido deverá ser
ressarcido pelo responsável pelo gerenciamento de custos da empresa.
E então, qual seria o resultado da empresa Pitanga caso ela não tivesse produzido e vendido o produto A?
Para responder a essa pergunta, vamos elaborar novamente o quadro, mas, agora, excluindo o produto A.
Observe:
27
4 - Custeio por absorção
Agora, acompanhe os cálculos necessários para calcular o rateio do custo fixo e o custo total do produto.
Observe que, com a exclusão do produto A, houve alteração no rateio do custo fixo e, consequentemente,
no custo total dos produtos B e C. Como temos o custo total de cada produto e a produção, podemos
calcular o custo unitário desses produtos dividindo o custo total por produto pela sua produção.
CUSTO TOTAL
PRODUTOS PRODUÇÃO CUSTO UNITÁRIO
DO PRODUTO
Com base nesses dados e sabendo que o preço de venda do produto B é R$ 400,00 e o preço de venda
do produto C é R$ 300,00, podemos calcular o resultado da empresa:
PRODUTO B PRODUTO C
(150 UN. (80 UN. TOTAL
VENDIDAS) VENDIDAS)
28
4 - Custeio por absorção
Valor de vendas
O valor de venda de cada produto é obtido multiplicando o preço de venda pelas unidades
vendidas de cada produto.
CPV
É obtido multiplicando o custo unitário pelas unidades vendidas de cada produto.
Lucro bruto
Obtido subtraindo do valor das vendas o CPV.
Perceba que ao calcular o resultado do período com a exclusão do produto A, o valor do lucro do
período se alterou de forma inversa ao que inicialmente foi pensado pelo diretor da empresa Pitanga.
Observe que, ao invés de um lucro maior, como consequência da exclusão de um produto suposta�
mente sendo vendido com prejuízo, o que se identificou foi uma redução bastante significativa no lucro
do período. O lucro vendendo um produto com suposto prejuízo foi de R$ 14.500,00, e ao retirar esse
produto, ao invés do lucro aumentar em R$ 1.000,00 (valor do suposto prejuízo causado pelo produto A),
o lucro caiu drasticamente para R$ 4.000,00.
Diante do exposto, você pôde perceber que o responsável pelo gerenciamento de custos da empresa
Pitanga, ao invés de precisar ressarcir a empresa por um suposto erro de cálculo, na verdade, estava
trazendo um benefício à empresa por meio de seus conhecimentos.
29
4 - Custeio por absorção
Mas, o que explica essa situação? Por que vender um bem com prejuízo aumenta o lucro da empresa ao
invés de reduzir?
A resposta para esse questionamento está justamente na natureza do custo fixo.
É esse tipo de distorção na informação que o custeio por absorção traz para a tomada de decisão.
Importante
Como o custeio por absorção rateia os custos fixos, ele acaba por distorcer o custo unitário de
cada produto.
No exemplo apresentado anteriormente da empresa Pitanga, o custo fixo foi rateado pelos bens
produzidos, tendo o produto A recebido R$ 15.000,00 de rateio do custo de aluguel.
Esse valor, somado aos custos variáveis, levou esse produto a um custo unitário de produção de R$ 250,00.
CUSTO TOTAL
PRODUTOS PRODUÇÃO CUSTO UNITÁRIO
DO PRODUTO
Mas, como você aprendeu anteriormente neste curso, os custos fixos não variam em função da quanti�
dade produzida. No caso da empresa Pitanga, o custo fixo, aluguel da fábrica (R$ 30.000,00), irá existir,
independentemente, de a empresa produzir ou não o produto A.
Já quando os cálculos foram refeitos sem a produção do produto A, ao invés de distribuir os R$ 30.000,00
a três produtos, esse valor foi distribuído em apenas 2 produtos: B e C. Com isso, o custo unitário do
produto B passou de R$ 350,00 para R$ 400,00 e o custo unitário do produto C foi de R$ 200,00 para
R$ 250,00.
30
4 - Custeio por absorção
No exemplo da empresa Pitanga, ao invés de economizar R$ 10,00 de prejuízo por produto vendido
(R$ 240,00 do valor de venda subtraído de R$ 250,00 do valor de produção), a empresa na verdade
está deixando de ganhar.
Nesse sentido, você deve ter percebido a falta de lógica numa tomada de decisão sobre parar de
produzir o produto A, pois mesmo que a empresa não produzisse nenhum produto no período, o custo
do aluguel iria existir. Essa lógica guarda certa proximidade com o custo de oportunidade.
Lembre-se que os custos fixos existem independentemente da produção, sendo assim, essa capacidade
produtiva deve ser, de certa forma, aproveitada, pois do contrário a empresa estará incorrendo em
custo de oportunidade.
31
5 CUSTEIO VARIÁVEL E MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
No tópico anterior, você estudou sobre como apurar custos com base no método do custeio por absorção.
No decorrer de seus estudos, você se deparou com distorções que podem ser causadas por esse método.
Isso porque o custeio por absorção traz uma dose de arbitrariedade ao utilizar rateios para distribuir custos
indiretos de fabricação.
O custeio por absorção é aceito para fins fiscais e ainda apresenta certa qualidade nas informações
sobre custos de empresas sujeitas a reduzidos custos fixos, e, por isso, seu estudo neste curso se justifica.
No entanto, na gestão de um negócio inserido em um mercado competitivo e sujeito a consideráveis
valores de custos fixos, é necessário trabalhar com uma metodologia que apresente informações mais
precisas sobre o processo.
Diante disso, é importante que você conheça uma outra metodologia de apuração de custos, o custeio
variável.
O custeio variável consiste, basicamente, em apurar os custos e as despesas variáveis e calcular o custo
unitário do produto com base neles para, em um segundo momento, descontar os custos e despesas fixas.
Perceba que nesse método de apuração de custos, além dos custos variáveis, as despesas variáveis
também são utilizadas.
Agora, que tal retomar a situação que trabalhamos no tópico anterior da empresa Pitanga?
A empresa Pitanga possui os seguintes custos variáveis:
Produto A R$ 200,00
Produto B R$ 300,00
Produto C R$ 150,00
32
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Produto A R$ 240,00
Produto B R$ 400,00
Produto C R$ 300,00
Você sabia que, com base nesses dados, podemos calcular a margem de contribuição desses produtos?
MARGEM DE
PRODUTOS PREÇO DE VENDA CUSTOS VARIÁVEIS
CONTRIBUIÇÃO
MARGEM DE
PRODUTOS PREÇO DE VENDA CUSTOS VARIÁVEIS
CONTRIBUIÇÃO
Perceba que diferentemente do que vimos anteriormente, o produto A não trouxe um prejuízo à
empresa Pitanga. Observe que esse produto traz uma margem de contribuição positiva, pois cada
produto A contribui com R$ 40,00 na amortização dos custos fixos. Por isso, ao deixar de produzi-lo e
vendê-lo, ao invés de aumentar o lucro, a empresa Pitanga teria a situação inversa.
Nesse sentido, ao elaborarmos uma tabela para apuração de resultados da empresa Pitanga, utilizando
o método de custeio variável, teremos algumas novidades:
33
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Margem de
R$ 4.000,00 R$ 15.000,00 R$ 12.000,00 R$ 31.000,00
contribuição
Perceba que, inclusive, o resultado do período apurado foi completamente diferente dos dois resul�
tados anteriormente calculados pelo método do custeio por absorção. Lembre-se que isso acontece
por causa dos custos e despesas fixas.
Valor de vendas
O valor de vendas de cada produto é obtido multiplicando o preço de venda pelas unidades
vendidas de cada produto.
Custos variáveis
Os custos variáveis são obtidos multiplicando o custo variável de cada unidade do produto
pelas suas unidades vendidas.
34
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Margem de contribuição
A margem de contribuição informa qual valor cada produto contribui para amortizar os custos
fixos. Por isso, para calculá-la, devemos subtrair do valor das vendas os custos variáveis.
Custos fixos
Lembre-se que a empresa Pitanga possui um custo fixo, o aluguel da fábrica, no valor mensal
de R$ 30.000,00.
Lucro líquido
Obtido subtraindo do total da margem de contribuição os custos fixos.
No custeio por absorção, quando se absorve os custos e despesas fixas para cada produto produzido
antes de vendê-lo, esses gastos também ficam alocados aos produtos estocados. Sendo assim, no caso
do exemplo da empresa Pitanga, parte do gasto com o aluguel do mês é somada aos produtos não
vendidos que se encontram no estoque da empresa. Esse é um dos motivos do custeio variável não ser
aceito fiscalmente, pois como esse método apresenta um resultado mais prudente, e tende a reduzir o
lucro do período e, consequentemente, os impostos sobre o lucro a ser pago pelas empresas também
seriam menores.
Assim, caso toda produção seja vendida dentro do mesmo período, os resultados seriam os mesmos
no método de custeio variável e por absorção, uma vez que os custos fixos estariam completamente
incorridos nos dois casos. Para melhor compreender isso, observe as tabelas.
35
5 - Custeio variável e margem de contribuição
A tabela a seguir foi elaborada pelo método do custeio por absorção, considerando que toda a produção
de um determinado período tenha sido vendida pela empresa Pitanga.
Valor de vendas
O valor de vendas de cada produto é obtido multiplicando o preço de venda pelas unidades
vendidas de cada produto.
CPV
É obtido multiplicando o custo unitário pelas unidades vendidas de cada produto.
Lucro bruto
Obtido subtraindo do valor das vendas o custo do produto vendido.
36
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Já, a próxima tabela foi elaborada pelo método do custeio variável, considerando o mesmo período
e a mesma estrutura de gastos da tabela anterior.
Margem de
R$ 12.000,00 R$ 20.000,00 R$ 15.000,00 R$ 47.000,00
contribuição
Valor de vendas
O valor de vendas de cada produto é obtido multiplicando o preço de venda pelas unidades
vendidas de cada produto.
Custos variáveis
Os custos variáveis são obtidos multiplicando o custo variável de cada unidade do produto
pelas suas unidades vendidas.
37
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Margem de contribuição
A margem de contribuição informa qual valor cada produto contribui para amortizar os
custos fixos. Por isso, para calculá-la devemos subtrair das vendas os custos variáveis.
Custos fixos
Lembre-se que a empresa Pitanga possui um custo fixo, o aluguel da fábrica, no valor mensal
de R$ 30.000,00.
Lucro líquido
Obtido subtraindo do total da margem de contribuição os custos fixos.
Observe que como a produção foi toda vendida, utilizando os dois métodos de custeio foi possível
chegar ao mesmo resultado do período, R$ 17.000,00.
Mas, quando a produção não é toda vendida, no custeio por absorção parte dos custos e despesas
fixas estará ativada no estoque, enquanto que no custeio variável toda despesa do período já estará
reduzindo o resultado do período.
No método de custeio variável, as despesas variáveis também são consideradas no cálculo da margem
de contribuição. Perceba que não é qualquer despesa que entra no cálculo da margem de contribuição,
mas aquela que varia conforme a produção ou venda dos produtos.
Comissão sobre produtos vendidos: a comissão sobre produtos vendidos, por exemplo, não é
um custo, pois não faz parte do processo de produção. Ela é uma despesa que varia conforme
a venda da produção e, por isso, estará compondo o cálculo da margem de contribuição.
38
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Agora, acompanhe um exemplo que vai ajudá-lo a compreender o custeio variável e a margem de
contribuição.
A empresa Hibisco fabrica quatro produtos com a seguinte estrutura de gastos em determinado mês:
Aluguel da fábrica................................................................................................R$ 3.000,00
Seguro da fábrica.................................................................................................R$ 2.000,00
Produto A R$ 500,00
Produto B R$ 400,00
Produto C R$ 700,00
Produto D R$ 490,00
39
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Para calcular a margem de contribuição unitária de cada produto, devemos separar os gastos, não mais
em custos e despesas, mas sim em fixos e variáveis. Ao se fazer essa separação vamos obter a seguinte
relação:
Com essas informações devidamente separadas, é possível apurar a margem de contribuição unitária
de cada produto.
Importante
Perceba que agora além da “novidade” das despesas variáveis, ainda aparecem gastos em função de
percentuais. No cálculo da margem unitária, esses valores percentuais devem ser aplicados sobre o
valor de venda unitário de cada bem, a fim de apurar o valor da unidade.
40
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Agora, acompanhe os cálculos necessários para a elaboração da tabela de apresentação das margens
de contribuição unitárias de cada produto da empresa Hibisco:
Valor de venda
O valor de venda de cada produto foi, anteriormente, apresentado:
Produto A R$ 500,00
Produto B R$ 400,00
Produto C R$ 700,00
Produto D R$ 490,00
Matéria-prima
Valores anteriormente apresentados.
41
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Salário Variável
Valor anteriormente apresentado.
Margem de contribuição
Calculada subtraindo do valor de venda de cada produto os seus custos e despesas variáveis.
Agora, que tal fazer a análise da tabela de apresentação das margens de contribuição unitárias dos
produtos da empresa Hibisco?
Qual é o produto que menos contribui para a amortização dos custos e despesas fixas?
42
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Agora, vamos imaginar que a empresa Hibisco tenha uma limitação de produção e que, de acordo com
sua capacidade instalada, ela consegue produzir apenas 500 produtos por mês.
Perceba que quando o cenário apresenta limitações na capacidade de produção, o cálculo da margem
de contribuição se mostra ainda mais relevante, visto que a tendência natural seria priorizar os produtos
de maior preço. No entanto, conforme apresentado na tabela anterior, o maior preço nem sempre
apresenta a maior margem de contribuição. Assim, no caso desse exemplo, uma priorização do produto
C faria a empresa perder dinheiro ao invés de ganhar.
3.000 + 6.000 + 2.000 + 3.000 + 5.000 + 1.500 + 2.000 + 2.000 + 3.000 = 27.500
Perceba que os custos e despesas fixas somam R$ 27.500,00, ou seja, esse é o valor que irá ser gasto
pela empresa Hibisco, independentemente, da produção/venda de qualquer produto.
Você sabia que esse é um dos motivos da preocupação com a ociosidade da capacidade produtiva?
Isso porque a produção de 1 ou de 1.000 produtos terá o mesmo gasto efetivo fixo, diferentemente
dos custos e despesas variáveis, os quais só ocorrerão se houver produção.
43
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Agora, vamos imaginar que no mês em discussão, a empresa Hibisco produziu e vendeu 70 unidades
do produto A, 60 unidades do produto B, 70 unidades do produto C e 90 unidades do produto D.
Com base nessas informações, é possível apurar o resultado do período utilizando o método do custeio
variável, iniciando com o cálculo da margem de contribuição de cada produto, depois fazendo a amor�
tização dos custos e despesas fixas e por fim obtendo o resultado do período. Observe a tabela:
Valor de venda
Obtido multiplicando o preço de venda pelas unidades vendidas de cada produto.
44
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Matéria-prima
Obtida multiplicando o número de unidades vendidas pelo custo matéria-prima.
45
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Salário variável
Obtido multiplicando o número de unidades vendidas pelo salário variável dos operários
por produto vendido.
Produto A: 70 × 50 = 3.500
Produto B: 60 × 50= 3.000
Produto C: 70 × 50= 3.500
Produto D: 90 × 50 = 4.500
Total: 3.500 + 3.000 + 3.500 + 4.500 = 14.500
Margem de contribuição
Calculada subtraindo do valor de venda de cada produto os seus custos e despesas variáveis.
46
5 - Custeio variável e margem de contribuição
3.000 + 6.000 + 2.000 + 3.000 + 5.000 + 1.500 + 2.000 + 2.000 + 3.000 = 27.500
Resultado do período
Obtido subtraindo da margem de contribuição o total dos custos e despesas fixas.
47
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Observe que a margem de contribuição gerada para o período, R$ 27.970,00, mal superou os custos e
despesas fixas, R$ 27.500,00, o que fez com que o resultado apresentado pela empresa Hibisco fosse
extremamente baixo. Com base nessa informação e sabendo que o total das vendas do período foi
de 290 itens, distribuídos entre os quatro produtos, podemos, então, concluir que para não entrar em
prejuízo, a empresa deve vender no mínimo, aproximadamente, 300 unidades por período.
Essa venda mínima é um conceito decorrente do método de custeio variável, sendo esse valor chamado
de ponto de equilíbrio.
O ponto de equilíbrio é o valor mínimo a ser vendido para igualar os custos e despesas fixas à margem
de contribuição do período e gerar um resultado no mínimo nulo.
Você sabia que o ponto de equilíbrio pode ser calculado em valor ou em quantidade de produtos?
O ponto de equilíbrio em valor representa o montante em reais que a empresa deve vender (valor de
venda) para obter lucro zero, ou seja, igualar os custos e despesas fixas à margem de contribuição.
48
5 - Custeio variável e margem de contribuição
CUSTOS E MARGEM DE
DESPESAS FIXAS CONTRIBUIÇÃO
Mas, e o que devemos fazer quando desejamos saber o ponto de equilíbrio em unidades?
Quando desejamos saber o ponto de equilíbrio em unidades, devemos dividir os custos e despesas
fixas pela margem de contribuição unitária do produto.
Perceba que quando a empresa vende apenas um produto, esse é um cálculo muito simples.
Videoaula
Agora, clique aqui, assista à videoaula e acompanhe o cálculo do ponto de equilíbrio em unidades
quando a empresa produz apenas um produto.
Nesta videoaula, você pôde acompanhar o cálculo do ponto de equilíbrio em unidades da empresa
Violeta. Conforme você observou na videoaula, se forem vendidas 375 unidades do produto, a empresa
iguala a margem de contribuição aos custos fixos e tem um resultado nulo, ou seja, igual a zero.
49
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Matéria-prima R$ 56.250,00
Valor de venda
Calculado multiplicando o valor de venda unitário, R$ 400,00, pelas unidades vendidas, 375.
Matéria-prima
Obtida multiplicando o número de unidades vendidas, 375, pelo custo matéria-prima por
produto, R$ 150,00.
50
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Salário Variável
Obtido multiplicando o número de unidades vendidas, 375, pelo salário variável dos operários
por produto vendido, R$ 50,00.
375 × 50 = 18.750
Margem de contribuição
Calculada subtraindo do valor de venda os custos e despesas variáveis.
51
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Resultado do período
Calculado subtraindo da margem de contribuição o total dos custos e despesas fixas.
22.500 - 22.500 = 0
Perceba, na tabela anterior, o resultado nulo, o que significa que a empresa está em exato ponto de
equilíbrio. Assim, desse ponto para frente, toda margem de contribuição irá compor, diretamente,
o lucro do período.
Agora, para melhor compreender que após atingir o ponto de equilíbrio, a margem de contribuição
de cada produto vendido contribui diretamente para o resultado do período, acompanhe, na tabela a
seguir, a simulação do resultado do período, caso a empresa Violeta venda 376 unidades.
Matéria-prima R$ 56.400,00
Valor de venda
Calculado multiplicando o valor de venda unitário, R$ 400,00, pelas unidades vendidas, 376.
52
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Matéria-prima
Obtida multiplicando o número de unidades vendidas, 376, pelo custo matéria-prima por
produto, R$ 150,00.
Salário Variável
Obtido multiplicando o número de unidades vendidas, 376, pelo salário variável dos operários
por produto vendido, R$ 50,00.
376 × 50 = 18.800
Margem de contribuição
Calculada subtraindo do valor de venda os custos e despesas variáveis.
53
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Resultado do período
Calculado subtraindo da margem de contribuição o total dos custos e despesas fixas.
22.560 - 22.500 = 60
Conforme você pôde perceber na tabela anterior, após o ponto de equilíbrio, a margem de contribuição
do produto virou integralmente lucro:
a margem de contribuição unitária é de R$ 60,00 e esse foi exatamente o lucro quando apenas
um item acima do ponto de equilíbrio foi vendido.
Videoaula
Você sabia que as informações sobre custos estão presentes em diversas fases da tomada de
decisão, inclusive interferindo nas decisões relacionadas com a limitação da capacidade produtiva
da empresa? Clique aqui, assista à videoaula a seguir e compreenda como isso acontece.
Nesta videoaula, você deve ter percebido que as informações sobre custos estão presentes em diversas
fases da tomada de decisão em uma empresa.
54
5 - Custeio variável e margem de contribuição
Você sabia que com as informações fornecidas pelo método de custeio variável os setores pertinentes de uma
empresa podem se integrar?
Por exemplo, ao identificar uma baixa margem de contribuição de um produto, a empresa pode fazer
estudos sobre o produto.
Agora, conheça alguns estudos que podem ser feitos, os quais vão integrar outros setores da empresa,
além do setor responsável pelo gerenciamento de custos.
Verificar se os insumos não podem ser adquiridos de outro fornecedor, o que envolveria o
setor de compras.
Caso o problema da baixa margem de contribuição seja decorrente do processo em si, o qual
está gerando custos desnecessários, as áreas de controladoria e engenharia da empresa
podem rever todas as fases do processo, com o intuito de melhorar a margem de contribuição
do produto.
Caso sejam revistas essas situações, a empresa pode optar por descontinuar um produto e, com isso,
concentrar mais esforços junto aos setores de venda.
Importante
A sistemática de custeio variável, por não estar direcionada ao aspecto fiscal, deve ser implantada
de forma gerencial. Caso a empresa opte por utilizar essa importante ferramenta, ela deverá manter
controles atualizados, no sentido de apurar custos também sob o aspecto fiscal, mas, nesse caso,
apenas para apuração de tributos, sem envolver a tomada de decisão gerencial.
55
6 PREÇO DE VENDA
Os elementos estudados até aqui, neste curso, foram baseados na apuração dos custos, seja sob o
ponto de vista fiscal ou gerencial. Talvez você esteja pensando que todo esse estudo foi para, finalmente,
chegar nesse momento e que os custos de produção fornecem elementos suficientes para definir,
com segurança, os preços de venda.
No entanto, a apuração dos custos não define, necessariamente, o preço de venda de um produto. Sem
dúvida essa é uma informação essencial para o processo de tomada de decisão do preço de venda,
mas isto, por si só, é pouco.
Importante
Um dos principais pontos para definir o preço de venda de um produto é o mercado no qual a
empresa está inserida, ou seja, o preço praticado pelos concorrentes, pelos produtos substitutos e
a elasticidade da demanda. Essas são algumas das informações indispensáveis quando pensamos
na definição do preço de venda.
Então, chegamos à conclusão de que a informação de custos é irrelevante para a definição do preço de venda?
A resposta para esta pergunta é não! Isto porque a informação de custos é essencial para se definir
o preço de venda. Contudo, ela deve ser considerada dentro de um universo maior de informações,
ou seja, não deve ser a única informação que a empresa deve levar em consideração ao definir o preço
de venda.
Para que você possa entender melhor como a informação de custos é relevante para definição do preço
de venda, imagine a seguinte situação: Você elaborou todo o processo de levantamento de custos da sua
empresa e tem o custo apurado de forma exata, nos centavos do processo. Agora, vamos supor que o
produto de sua empresa tem a seguinte estrutura de margem de contribuição:
Matéria-prima R$ 150,00
56
6 - Preço de venda
Como toda essa informação foi minuciosamente levantada, o preço de venda foi definido a partir dessa
estrutura de custos e despesas fixas. No início de suas atividades, você entendeu que conseguiria
vender, aproximadamente, 400 produtos por mês. Sendo assim, definiu o preço de venda do produto
em R$ 400,00, para, assim, obter um ponto de equilíbrio em 375 unidades, ou seja, com uma certa
margem dentro da demanda projetada.
Toda esta lógica está correta, os valores foram calculados utilizando uma técnica consagrada de
apuração de custos e todo cuidado com o negócio foi tomado (separação entre custos e despesas,
custos diretos e indiretos, fixos e variáveis e margem de contribuição).
Então, você lançou o produto e verificou que seus concorrentes vendem o mesmo produto por um
valor, em média, 20% mais barato do que você definiu com base em seus estudos.
A frustração pode fazer você pensar que todo esse trabalho foi inútil, que todo seu cuidado não serviu
para nada. Mas, na verdade, nesse momento a informação de custos continua válida. Ao perceber que
existem, no mercado, produtos concorrentes ao seu, com um preço de venda mais baixo, excluída a
possibilidade de um dumping, você irá perceber que seus concorrentes conseguem produzir esse item
de uma forma mais eficaz que você.
Venda de produtos abaixo do custo, com o intuito de quebrar a concorrência ou se desfazer de excedentes.
Perceba que o problema não está, necessariamente, em apurar os custos, pois o método vai lhe
fornecer a informação, sendo que se o resultado não se mostrar viável, surge uma oportunidade de
revê-lo. Nessa situação, temos informações coletadas de fora para dentro da empresa.
57
6 - Preço de venda
Fatores externos agregados a fatores internos têm impacto determinante na definição do preço de
venda de um bem.
Você sabia que existem técnicas em que se define o preço de venda de dentro para fora, utilizando índices
para atingir um resultado?
É importante que você compreenda que mesmo nessas técnicas, a análise não é isolada, sendo que
esse olhar para fora deve ser constante.
A técnica de agregar uma margem sobre os custos para, assim, definir o preço de venda chama-se
mark-up.
O mark-up resume-se em aplicar um índice de outros fatores que não compõem o custo.
Impostos;
Margem de lucro.
Agora, que tal conhecer como o mark-up ajuda a calcular o preço de venda dos produtos?
Para compreender o mark-up, imagine a seguinte situação: após analisar os números de sua empresa
e calcular a proporcionalidade dos custos fixos, você chegou à seguinte conclusão:
PERCENTUAL SOBRE
TIPO
AS VENDAS
Custo fixo 20%
Margem de lucro desejada 15%
Total 35%
Perceba que o custo fixo e a margem de lucro desejada consomem 35% de seu faturamento. Considerando
que o preço de venda equivale a 100%, a participação do custo médio padrão é a diferença entre o preço
de venda e os custos fixos somados a margem desejada.
58
6 - Preço de venda
Para obter o mark-up multiplicador, devemos dividir o preço de venda pelo custo médio padrão:
100
= 1,5384615
65
Sabendo que seus custos variáveis equivalem a R$ 50,00 por produto, para saber o preço de venda do
produto (embutida a margem desejada) devemos multiplicar o total dos custos variáveis pelo mark-up
multiplicador:
Fazendo o arredondamento para duas casas decimais, devido à representação dos centavos, podemos
concluir que o preço de venda do produto é R$ 76,92. Com base nesses cálculos, você espera que ao
vender o produto por R$ 76,92, ele lhe forneça uma margem de lucro de 15%.
Ou seja, o faturamento obtido foi de R$ 11.538,00. Com base nessa informação e lembrando que a
proporção do custo fixo sobre o faturamento é de 20%, podemos calcular o custo fixo do período:
Importante
É fundamental que você compreenda que esse valor é uma referência baseada no histórico da
empresa, ou seja, é uma proporção. Embora os custos fixos não variem conforme a produção
ou venda, o cálculo do valor médio histórico serve para definição do mark-up.
Resultado R$ 1.730,40
59
6 - Preço de venda
Agora, acompanhe os cálculos necessários para a elaboração desta tabela. Lembre-se que o valor de
vendas e o custo fixo já foram calculados anteriormente.
Custos variáveis
Obtido multiplicando os custos variáveis de cada unidade do produto, R$ 50,00, pelo número
de produtos vendidos no período, 150.
50 × 150 = 7.500
Margem de contribuição
Calculada subtraindo do valor de vendas os custos variáveis.
1.730,40
= 0,149974 ≅ 15%
11.538,00
Assim, nesse cenário, vendendo cada produto por R$ 76,92, atinge-se, realmente, uma margem de
lucro de 15%, conforme apresentado inicialmente.
60
6 - Preço de venda
Você deve ter percebido o quanto é importante conhecer a estrutura de custos de sua empresa.
Lembre-se que o índice de mark-up utilizado não deve ser aleatório, mas baseado em estudos e no
mercado no qual a empresa está inserida. Basicamente, com o mark-up a empresa define o quanto
percentualmente seus custos representam e, por fim, aplica-se uma margem de lucro sobre esse custo,
como forma de remunerar o capital investido no negócio e garantir a sua continuidade.
Agora, acompanhe a seguinte situação: A empresa XPTO apurou seus custos e despesas variáveis
conforme a tabela a seguir:
Pelo histórico da empresa e média do mercado em que ela está inserida, é possível identificar que
os custos e despesas fixas representam em média 20% do valor de venda de cada produto. Ou seja,
quando a empresa fatura R$ 195.000,00 seus custos fixos são R$ 39.000,00.
Informação
Esse valor percentual, obviamente, varia, afinal o faturamento da empresa XPTO pode aumentar e
esses gastos como são fixos ficam inalterados, sendo que nesse caso essa proporção será reduzida.
Mas, didaticamente vamos trabalhar com essa referência de 20%.
A empresa XPTO paga 20% de imposto sobre produto vendido e 15% de comissão. Além do valor
correspondente aos custos e despesas fixas, é atribuída uma margem de lucro de 5% sobre o valor de
custo do produto.
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6 - Preço de venda
Perceba que, nessa situação, foram adicionadas mais duas variáveis percentuais:
Esses valores compõem a margem de contribuição, mas como eles não são absolutos vão compor o custo
médio padrão. Assim, o custo padrão agrega essas duas variáveis, sendo composto da seguinte forma:
PERCENTUAL SOBRE
TIPO
AS VENDAS
Custo fixo 20%
Imposto sobre venda 20%
Comissão sobre venda 15%
Margem de lucro desejada 5%
Total 60%
100
= 2,5
40
Na sequência, devemos calcular os custos e despesas variáveis absolutos. Lembre-se que o valor da
matéria-prima, salário variável e demais custos variáveis foram apurados anteriormente.
Matéria-prima R$ 150,00
Salário variável R$ 50,00
Demais custos variáveis R$ 200,00
Total dos custos e despesas variáveis ?
Assim:
Matéria-prima R$ 150,00
Salário variável R$ 50,00
Demais custos variáveis R$ 200,00
Total dos custos e despesas variáveis R$ 400,00
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6 - Preço de venda
Na atividade do Reflita e Responda anterior, você pôde perceber que podemos utilizar os conceitos de
margem de contribuição e ponto de equilíbrio em conjunto com o conhecimento do mark-up. No caso
da empresa XPTO, como já temos os cálculos iniciais, podemos calcular seu ponto de equilíbrio a partir
do preço de venda obtido por meio do mark-up.
Matéria-prima R$ 150,00
Margem de contribuição ?
Matéria-prima R$ 150,00
Com a margem de contribuição calculada, para obter o ponto de equilíbrio em unidades basta dividir
o total dos custos fixos, R$ 39.000,00, pela margem de contribuição:
39.000
= 156
250
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6 - Preço de venda
Agora, considerando que a empresa XPTO vendeu 350 unidades no período, observe, na tabela a seguir,
o resultado do período.
Matéria-prima R$ 52.500,00
Valor de vendas
Calculado multiplicando o valor de venda unitário, R$ 1.000,00, pelas unidades vendidas, 350.
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6 - Preço de venda
Matéria-prima
Obtida multiplicando o número de unidades vendidas, 350, pelo custo matéria-prima por
produto, R$ 150,00.
Salário variável
Obtido multiplicando o número de unidades vendidas, 350, pelo salário variável por produto
vendido, R$ 50,00.
350 × 50 = 17.500
Margem de contribuição
Calculada subtraindo do valor de vendas os custos e despesas variáveis.
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6 - Preço de venda
Resultado do período
Pode ser calculado subtraindo da margem de contribuição o total dos custos e despesas
fixas:
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CONSIDERAÇÕES
No decorrer deste curso, você teve a oportunidade de estudar sobre os desafios e benefícios
do gerenciamento de custos. Nesse sentido, aprendeu conceitos, praticou cálculos, analisou
resultados e conclusões. Certamente, você percebeu a importância de uma gestão de custos
competente numa organização e suas implicações na tomada de decisão.
Conforme você pôde perceber, os cálculos estudados durante este curso não demonstram
grande dificuldade aritmética, sendo que a importância deles não está em seu grau de
complexidade matemática. Lembre-se de que a importância da gestão de custos está na
qualidade da informação e, principalmente, na correta tomada de decisão decorrente desses
cálculos. Nos exemplos apresentados neste curso, você pôde perceber que situações simples
podem levar a decisões completamente equivocadas, comprometendo toda a continuidade
de um negócio.
Os elementos aqui estudados, além de agregar conhecimento técnico para questões profissionais,
trarão indagações, inclusive de conduta pessoal, sobre seus investimentos e gastos do dia a dia,
ou seja, este curso possui uma aplicação que extrapola o campo profissional. Além disso, todos
os assuntos abordados podem ser aplicados a vários tipos de negócio e se mostrarão como um
diferencial a qualquer profissional da área de gestão e negócios.
Atenção
Agora, realize a atividade Avaliativa, que está disponível no menu lateral esquerdo da Sala Virtual deste
curso no Ambiente Virtual. Lembre-se de que para ser aprovado e receber o certificado, você deverá
atingir um aproveitamento superior ou igual a 70%.
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REFERÊNCIAS
BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Administração de custos, preços e lucros: com aplicações na HP 12C
e Excel – v. 5 (série desvendando finanças). 3. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2009.
PANOSSO, A. Algumas ferramentas para calcular custos nas empresas. Enfoque: reflexão
contábil, Maringá, v. 22, n.1, p. 05-20, jan./jun., 2003.
PINZAN, A. F. Métodos de custeio e seus propósitos de uso: análise por meio de estudo de
casos múltiplos. Dissertação (Mestrado em Ciências). Universidade de São Paulo, 2013.
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