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EXCELSA CORTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EGRÉGIA

TURMA, ILUSTRÍSSIMOS MINISTROS

Apelação nº ....
Recorrente: “M”
Recorrido: XYZ Alimentos S.A

Ação Direta de Constitucionalidade (ADC)


                                   
 I DOS FATOS (DO ACÓDÃO RECORRIDO)
                                    
 I I DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL

Diante da pretensão de reforma de acórdão de Tribunal de Justiça


Estadual, será cabível Recurso Especial. Todavia, é preciso que se demonstre
a presença de seus requisitos de admissibilidade, que no caso presente
Recurso Especial, é representado pelo:

II. A PREQUESTIONAMENTO

Como sabido, cabe Recurso Especial, de competência do Superior


Tribunal de Justiça, quando a decisão recorrida contrariar Lei Federal.
Nesse sentido, o teor do art. 105, III, a CF, a saber:

Art. 105. “Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


(...)
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão recorrida:
a)   contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
(...).”

No caso em tela, o acórdão recorrido contrariou dispositivos da Lei


Federal 6.404/76 (como se verá no Mérito), dando o tribunal a quo intepretação
incompatível com o seu teor, motivo pelo qual resta justificado o cabimento do
presente Recurso Especial.
Assim, percebe-se no caso que houve o prequestionamento da matéria
recorrida, uma vez que o conteúdo da lei federal contrariada foi objeto de
análise pelo tribunal a quo, restando cumprido, portanto, dito requisito.

III – DO DIREITO (DO MÉRITO)

A decisão recorrida mostra-se equivocada, conforme se passa a


demonstrar:

1.A.  DA AÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Não havia respaldo legal para a propositura da Ação de


Responsabilidade Civil Contra Diretor de S.A., no caso, contra “M ”, toda vez
que não houve deliberação da assembleia geral nesse sentido. É o que se
desprende o art. 159, caput, da Lei 6.404/76, conforme a seguir:

Art. 159: “Compete à companhia, mediante prévia deliberação da


assembleia-geral, a ação de responsabilidade civil contra o
administrador, pelos prejuízos causados ao seu patrimônio. (…). ”

Logo, considerando que não houve prévia assembleia para aprovar o


ajuizamento da Ação de Responsabilidade em face do recorrente, a medida
não se sustenta.

1.B.  DA EXONERAÇÃO DA RESPOSABILIDADE DO DIRETOR

Tampouco seria possível demandar contra “M”, em razão da aprovação,


sem reservas, das demonstrações financeiras e das contas da recorrida do ano
de 2005 (conf. Ata da assembleia geral ordinária de 2005, publicada no Diário
Oficial em 05/02/06 – DOC. ANEXO). Com a aprovação destas, sem qualquer
restrição, opera-se a exoneração da responsabilidade do administrador, salvo a
ocorrência de erro, dolo, fraude ou simulação, situações que não foram
verificadas no caso concreto.
Nesse sentido, aduz o art. 134, §3º, da Lei 6.404/76:
Art. 134. “(...).

§3º A aprovação, sem reserva, das demonstrações financeiras e das


contas, exonera de responsabilidade os administradores e fiscais,
salvo erro, dolo, fraude ou simulação (artigo 286).
(...). Logo, considerando a aprovação, sem ressalvas, dos
demonstrativos contábeis da recorrida, e diante da inocorrência de
erro, dolo, fraude ou simulação, resta o recorrente exonerado de
responsabilidade, não sendo cabível o ajuizamento da Ação de
Responsabilidade em face do mesmo.

1.C. DA PRESCRIÇÃO

Deve observar-se ainda que se acha prescrita a Ação de


Responsabilidade intentada contra o recorrente, conforme se desprende do art.
287, II, b, 2, Lei 6.404/76, senão vejamos:

Art. 287. “Prescreve:


(...)
II - em 3 (três) anos: (…)
b)   a ação contra os fundadores, acionistas, administradores,
liquidantes, fiscais ou sociedade de comando, para deles haver
reparação civil por atos culposos ou dolosos, no caso de violação da
lei, do estatuto ou da convenção de grupo, contado o prazo:
(…)
2 - para os acionistas, administradores, fiscais e sociedades de
comando, da data da publicação da ata que aprovar o balanço
referente ao exercício em que a violação tenha ocorrido;
(...).”

Portanto, considerando que a data da publicação da ata da


assembleia se deu no dia 05/02/06, e que a propositura da Ação de
Responsabilidade contra “M” ocorreu apenas em 27/02/11, fácil perceber
que a mesma se encontrava prescrita quando de sua propositura.
Tampouco poderia a recorrida valer-se de ação para anulação das
deliberações tomadas pela assembleia geral, ainda que irregularmente
convocada ou instalada, ou mesmo eivada de vício, tendo em vista o que
preconiza o art. 286 da Lei 6.404/76, que dispõe:

Art. 286. “A ação para anular as deliberações tomadas em


assembleia-geral ou especial, irregularmente convocada ou instalada,
violadoras da lei ou do estatuto, ou eivadas de erro, dolo, fraude ou
simulação, prescreve em 2 (dois) anos, contados da deliberação.”
Desse modo, tendo em vista a data da realização da assembleia
(03/02/2006), dita medida igualmente estaria prescrita.
Sendo assim, temos que todos dispositivos supramencionados
devem ser aplicados em detrimento do art. 158, I, da Lei 6.404/76, uma
vez que são mais específicos em um paralelo com o caso.   

IV - DOS PEDIDOS
 
Ante ao exposto, requer:

Finalmente, o pedido deve ser o provimento do recurso especial,


com o consequente reconhecimento da prescrição da ação tanto para
anular a deliberação da assembleia que aprovou as contas de “M”,
quanto da ação para responsabilizá-lo pelos prejuízos causados à
companhia.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Local ...., data ....
Advogado ....
OAB/ .... Nº ....

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