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L o s m o m e n t o s s o c i a l e s e x i s t e n t e s e n u n a localidad, c u y a m a n i f e s t a c i ó n m á x i m a
e s e l t u r i s m o , p r o p o r c i o n a n d a t o s q u e a l i m e n t a n e l silencio d e l a v i d a c o t i d i a n a c o m o INTERIORIZACIÓN DEL ESPACIO
el q u e a c a b a m o s de describir. Y es en este c o n t e x t o q u e la r e f e r e n c i a de lo visto da
de sí c o m o efecto de la r u t i n a diaria, el ir y venir de p e r s o n a s , no i m p o r t a n d o Al m i s m o t i e m p o que llegaban los turistas y los peregrinos, otros grupos de
n a c i o n a l i d a d , c u l t o o c o l o r [asignación s u p e r f i c i a l ] ; p u e s u n o s y o t r o s se p e r c i b e n personas manifestaban su presencia con diferentes formas de actuación. En
c o m o diferentes c u l t u r a s , c o m o distintas formas d e p e r c i b i r l a relación h o m b r e - forma colateral, otros individuos hicieron su aparición en los alrededores del
n a t u r a l e z a — u s o y e x p l o t a c i ó n o en su c o l a b o r a c i ó n p e r m a n e n t e . parque principal, haciéndose presentes por la postura que tomaban, emprendiendo
En este s e n t i d o , los d o s g r u p o s q u e l l e g a r o n a P l a y a del C a r m e n un o n c e de ciertas actividades en su necesidad de trasladarse a otros lugares.
d i c i e m b r e d e 1986 p l a n t e a b a n , e n e l m i s m o e s p a c i o , p o s i b i l i d a d e s d e vida t o t a l m e n t e El water jet " M é x i c o " llegó al muelle, y m o m e n t o s d e s p u é s e m p e z a r o n a
d i f e r e n t e s . L o s p r i m e r o s turistas, l l e g a r o n c i r c u n s t a n c i a l m e n t e a la l o c a l i d a d s ó l o
descender gran cantidad de personas, en su mayoría turistas extranjeros, pero
p a r a t r a s l a d a r s e a otro d e s t i n o — I s l a C o z u m e l — , p r e s e n c i a n d o ú n i c a m e n t e este
t a m b i é n a l g u n o s t r a b a j a d o r e s m e x i c a n o s q u e r e g r e s a b a n d e l a isla, d e s p u é s d e
e s p a c i o c o m o u n l u g a r d e tránsito. E n t o n c e s , l o visto p o r ellos s e p r o d u j o c o m o l a
una j o r n a d a de trabajo. T o m a r o n distintos r u m b o s . Unos fueron hacia el hotel
c a p t a c i ó n d e u n m o m e n t o e n u n lugar n o d e s c r i t o , c u y a m a n i f e s t a c i ó n s e r e c u e r d a
más c e r c a n o en b u s c a de habitaciones; otros se dirigieron a las terminales de
sólo a t r a v é s de lo visto, p o s i b l e m e n t e c o m o la e s t a n c i a de o l v i d o en otro m o m e n t o
a u t o b u s e s y a l a s p a r a d a s d e los c a m i o n e s f o r á n e o s d e s e g u n d a ; o t r o s m á s s e
d a d o . C o n s e c u e n t e m e n t e , el c o n o c i m i e n t o del l u g a r se refiere ú n i c a m e n t e a los
a c e r c a r o n al p a r q u e y se d i r i g i e r o n a un p e q u e ñ o r e s t a u r a n t de c o m i d a t í p i c a o
d o s c i e n t o s m e t r o s de c a m i n o a p r o x i m a d a m e n t e e n t r e el c a m i ó n y el m u e l l e ,
s e q u e d a r o n s e n t a d o s e n las b a n c a s d e l c e n t r o .
p o s i b i l i d a d q u e r e d u c e el c o n o c i m i e n t o del l u g a r y el interés q u e s o b r e é s t e p u d i e r a
De entre estas últimas personas un grupo de cuatro argentinos, distinguidos
existir.
por su a c e n t o , vestidos con ropa tradicional g u a t e m a l t e c a y con m o c h i l a s a la
El g r u p o de m a y a s q u e llegó en los d o s c a m i o n e s de redilas sólo n e c e s i t a b a de un espalda, abordaron un taxi, pidiéndole al chofer los llevara a C a n c ú n . Otros de
l a p s o p a r a d e s c a n s a r y p o d e r p r o s e g u i r su p e r e g r i n a c i ó n hacia la c i u d a d de Valladolid, los q u e s e e n c o n t r a b a n s e n t a d o s e n e l p a r q u e s e a p r e s u r a r o n a l e v a n t a r s e
e n e l e s t a d o d e Y u c a t á n . A s i m i s m o , e s t a b a n e s p e r a n d o l a l l e g a d a del c o r r e d o r para r á p i d a m e n t e para ir a la parada, pues a c a b a b a de llegar el c a m i ó n de
e n t r e g a r la a n t o r c h a a un r e l e v o q u e p r o s i g u i e r a la ruta. El e v e n t o , c o m o acto
A u t o t r a n s p o r t e s d e l C a r i b e c o n d e s t i n o a T u l u m y a C a r r i l l o P u e r t o ; lo a b o r d a r o n
r e l i g i o s o , significa la c o n t i n u i d a d del rito r e l i g i o s o de la V i r g e n de G u a d a l u p e , q u e
de i n m e d i a t o , y en m i n u t o s s a l i e r o n r u m b o a su d e s t i n o .
a ñ o tras a ñ o se c e l e b r a de la m i s m a m a n e r a , p r o p o r c i o n a n d o a P l a y a del C a r m e n
De entre éstas hubo algunas que observaron con curiosidad al camión de
c i e r t o c a r i s m a en c u a n t o a c o n v e r t i r s e en parte del c a m i n o de la fe cristiana. Esta
r e d i l a s y a s u s o c u p a n t e s m i e n t r a s c o m e n t a b a n e n t r e sí. O t r o s l o s m i r a b a n c o n
a c c i ó n fortalece la c r e e n c i a en la V i r g e n , p e r o t a m b i é n es la i n s i g n i a q u e m a n i f i e s t a 9
c i e r t o d e s p r e c i o y c u c h i c h e a b a n d e l m a l o l o r q u e p r o v e n í a d e a q u e l l u g a r , o tal
la o p o s i c i ó n c a t ó l i c a en c o n t r a de las sectas q u e han c u n d i d o p o r toda la p e n í n s u l a
vez los veían c o m o i n d i v i d u o s casi p r i m i t i v o s por el tipo de c r e e n c i a s q u e tenían y
de Yucatán.
c ó m o las m a n i f e s t a b a n . O t r o s , sin e m b a r g o , p r e s t a b a n a t e n c i ó n a l g r u p o m a y a
L a l l e g a d a del g r u p o d e c r e y e n t e s n o i r r u m p i ó e n las a c t i v i d a d e s d e l a p o b l a c i ó n ,
q u e sólo los m i r a b a c o n a l g u n a c u r i o s i d a d , o tal vez con la ú n i c a i n q u i e t u d o interés ' En lo que se refiere al olor corporal podemos tener en cuenta que se debe en gran m e d i d a al
d e v e n d e r l e s algo. lipo de alimentación del individuo o del grupo al que pertenece. De la m i s m a forma, el concepto
de cultura afecta las manifestaciones de producción del hombre como ser social, representación que
8 se da a través de la construcción (le un imaginario social envolvente de los procesos de vinculación
Ch. S. Peirce, Obra lógico semiótica, Taurus Ediciones, Madrid, 1987, p. 49.
162 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ANTROPOLOGÍA DE LA VIDA COTIDIANA 163
D e s p u é s , describimos a los distintos grupos que llegaron en el water jet, y c ó m o turística, posibilitando el encuentro entre diferentes formas de vida, pero
éstos observaron sobre todo al grupo maya. Mencionamos la demarcación que t a m b i é n h a c i e n d o e c o d e l a d e s i n t e g r a c i ó n d e l a c u l t u r a t r a d i c i o n a l ; fin y
establecieron en cuanto al universo conceptual del m i s m o , posibilitando así principio de nuevas maneras de interpretar lo vivido, pero también c o m o
e n u n c i a r las diferentes actitudes exteriores sobre el grupo, c u y a manifestación desajuste a las formas tradicionales, que en su d e s c o m p o s i c i ó n para integrarse
p a s ó inadvertida por los peregrinos. En este contexto los p e r e g r i n o s ignoraron c o m o algo distinto se c o m p l e m e n t a con prácticas externas a las locales, c u y o s
a sus o b s e r v a d o r e s , p u e s en las actividades y el d e s c a n s o r e q u e r i d o s p a r a p o d e r i n t e r c a m b i o s p a r e c e n reflejar un relajamiento en c u a n t o a las formas de relación
p r o s e g u i r su viaje se s u m e r g i e r o n en las profundidades de su m u n d o s a g r a d o , social de la población. Esto quiere decir que la aceptación de formas de vida
i g n o r a n d o al resto del m u n d o presente que, c o m o actividad profana, pertenecía externas ha iniciado en la c o m u n i d a d de Playa del C a r m e n —y posiblemente en
a otra forma de ver las cosas. En este sentido los m a y a s m a r c a r o n su distancia t o d a l a z o n a n o r t e del e s t a d o — , l a r e v a l o r a c i ó n d e l a s o c i e d a d , a c e r c á n d o s e c a d a
con el m u n d o externo, olvidándolo y sólo esperando la llegada de un corredor vez m á s a las n o r m a s d e i n t e r p r e t a c i ó n d e s e n t i d o , p r i n c i p a l m e n t e n o r t e a m e r i c a n a s .
para sustituirlo por otro, para proseguir su ruta de fe en el e n c u e n t r o con la fiesta A u n q u e esta descripción no sea representativa por la c o n f o r m a c i ó n m í n i m a
religiosa de la Virgen de Guadalupe en Valladolid. de sus datos, d e b e m o s tener en cuenta que si realizamos un trabajo con una
De esta m a n e r a las dos descripciones m a r c a n el tránsito de dos s o c i e d a d e s m a y o r p r o f u n d i d a d , s o b r e t o d o e n l a z o n a n o r t e , c o n f i r m a r e m o s q u e las d i f e r e n t e s
distintas p o r P l a y a del C a r m e n , dejando ver creencias y vida cotidiana c o m o los c o n n o t a c i o n e s de la sociedad en Quintana R o o se alejan cada vez m á s de sus
espejos que representan la sociedad de una comunidad turística; movimiento que principios tradicionales, por c a u s a de la población flotante, la p é r d i d a del i d i o m a
p r o d u c e la rutina del ir y venir de gente de no importa qué nacionalidad, m a y a , la dolarización, la sexualidad y la creciente h o m o s e x u a l i d a d , m á s los
c r e e n c i a s , i n t e r p r e t a c i ó n y a c e p t a c i ó n d e l a v i d a . E n fin, l a d i v e r s i d a d c u l t u r a l intentos c a d a vez m a y o r e s por vivir bajo p a r á m e t r o s de otras s o c i e d a d e s .
dejó plasmada su significación en la población en unas cuantas horas. Finalmente, el inicio de la última descripción permite comprender mejor
¿Cuál es el tipo de vida que ha producido este intercambio de saberes y — e n s u nivel d e a c e r c a m i e n t o — l a d i v e r s i d a d y t r a n s f o r m a c i ó n d e u n a c u l t u r a q u e
c o s t u m b r e s en Playa del C a r m e n ? La posible respuesta se encuentra en el a d m i t e las n u e v a s f o r m a s d e c o n s u m o p a r a r e c i b i r l o q u e l e p a r e c e d e l a o t r a
a c o n t e c i m i e n t o m i s m o , b u s c a n d o entre la serie de sucesos q u e ahí se llevaron a cultura, cuyo relajamiento apresa rápidamente a una sociedad en crisis.
cabo: en este c o n g l o m e r a d o de personas que se trasladaban de un lugar a otro,
que platicaban con el policía y de los individuos con los cuales intercambiaba
saludos, de todo ese universo que observó estático los hechos anteriormente ESPACIO INTERNO
s e ñ a l a d o s , de esas personas que vieron y no modificaron sus actitudes.
L a t r a n s f o r m a c i ó n e s t a b l e c e e l fin d e u n p r o c e s o y e l p r i n c i p i o d e u n o n u e v o ; La experiencia, proceso de descubrimiento, describe
dialéctica que conlleva a la movilidad de las formas de interpretación del m u n d o , un trazado en forma de blucle: al principio parece
para proporcionar en el intercambio simbólico y material la construcción de orientarse hacia lo desconocido; saber que no utiliza
nuevas realidades que van m á s acordes con los tiempos que se viven. Es decir, sus fuerzas más que para esclarecer el punto inicial.
l a s p r á c t i c a s y habitus t r a d i c i o n a l e s h a n fijado su l u g a r a la p r o d u c c i ó n y al
turismo masificado, de d o n d e Playa del C a r m e n y la zona norte del estado tienen Remo Guidieri. 12
q u e s a c a r s u m a y o r p r o v e c h o e n b e n e f i c i o d e l a i n d u s t r i a , p e r o i g u a l m e n t e d e los
trabajadores que ahí prestan sus servicios, olvidando en este contexto las formas En aquel m o m e n t o de júbilo religioso por parte de los m a y a s al ver a su corredor,
anteriores de vida para acercarse cada vez m á s a m o d e l o s importados de otros venían por la calle de enfrente de la Estación de Autobuses de Yucatán varias
lugares. personas mayores acompañadas por dos niños; mientras el corredor se acercaba,
A las dos d e s c r i p c i o n e s anteriores se a g r e g a u n a n u e v a que posibil también e s t o s i n d i v i d u o s l o h a c í a n , h a s t a q u e p o r u n i n s t a n t e q u e d a r o n f r e n t e a
presentar una p e q u e ñ a totalidad de los sucesos de aquel once de d i c i e m b r e ,
t e r c e r e l e m e n t o q u e n o s i n t r o d u c e p a r a d e j a r n o s v e r l a c o t i d i a n e i d a d d e u n a zoní
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R. Guidieri, 1.a rula <ie los muertos. F o n d o de Cultura Económica, M é x i c o , 1986, p, 9.
166 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ANTROPOLOGÍA DE LA VIDA COTIDIANA 167
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frente, deteniendo su p a s o para ver pasar al corredor que llegaba a su meta. Había m u j e r y con el otro h o m b r e (hombre B ) . Durante un rato conversaron y de vez
l l e g a d o el fin de la c a r r e r a y o t r o m u c h a c h o e s t a b a a su e n c u e n t r o , t o m a b a la e n v e z s e g u í a n t o m a n d o d e l a b o t e l l a d e Bacardí, h a s t a q u e s e t e r m i n ó ;
a n t o r c h a y s a l í a a t o d a c a r r e r a r u m b o a la c a r r e t e r a q u e lo l l e v a r í a a su n u e v o m o m e n t o s después el hombre B sacó de una pequeña bolsa unos pedazos de pan
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destino. El grupo de m a y a s gritaba vivas al corredor y a la V i r g e n c a u s a n d o gran y les invitó a los otros dos, quienes aceptaron; después llamó a los n i ñ o s , que
algarabía. El c a n s a d o corredor se encontró con sus c o m p a ñ e r o s y éstos lo s e a c e r c a r o n r á p i d a m e n t e , y les d i o e l r e s t o d e l p a n ; t o d o s c o m i e r o n d u r a n t e
asistieron con alguna bebida y lo condujeron a descansar. M i e n t r a s tanto, las varios minutos; luego la mujer señaló la tienda que se encontraba enfrente — a l
p e r s o n a s q u e v e n í a n c a m i n a n d o p o r l a c a l l e d e e n f r e n t e fijaron s u a t e n c i ó n e n lado de la terminal de A D O — . El h o m b r e B se l e v a n t ó e h i z o la i n d i c a c i ó n a la
aquel suceso y, tras un breve t i e m p o de observación, unos se retiraron, q u e d a n d o m u j e r de q u e lo a c o m p a ñ a r a , ella se n e g ó , el h o m b r e la b e s ó y salió r u m b o a la tienda.
sólo tres adultos y los dos niños. U n a vez en la tienda, se encontró con unos amigos con quienes cruzó algunas
C u a n d o iban a cruzar la calle distinguí que se trataba de dos h o m b r e s y una palabras en inglés —las cuales transcribimos en español—:
m u j e r m á s l o s d o s n i ñ o s p e q u e ñ o s . E n t o n c e s , u n o d e los h o m b r e s a b r a z ó a l a
m u j e r y se d i s p u s i e r o n a c r u z a r la c a l l e ; m i r a r o n h a c í a a m b o s l a d o s y a t r a v e s a r o n
l a a v e n i d a . C o n f o r m e s e a c e r c a b a n , los n i ñ o s s e t o m a r o n d e l a m a n o p a r a s e n t i r s e
Posiblemente esta persona es originaria de la península de Yucatán, pues sus rasgos raciales y
m á s s e g u r o s ; entonces, uno de los h o m b r e s sacó de entre sus ropas una botella
su entonación al hablar así lo indicaron.
para darse un trago, l u e g o les c o n v i d ó a los otros dos que no aceptaron a u n q u e
Quizá era artesano de objetos de metal y cuero, pues llevaba consigo una especie de portafolios
le i n d i c a r o n c o n u n a s e ñ a el l u g a r a d o n d e se d i r i g i r í a n . de madera en donde guardaba sus objetos para vender —éste le fue entregado mientras se
Me e n c o n t r a b a sentado en una b a n c a de c e m e n t o afuera de la terminal c u a n d o encontraba sentado en la banca del parque.
p a s a r o n frente a mí. 14
Las características físicas de la mujer son las siguientes:
Por un m o m e n t o los niños intentaron llamar la atención de la mujer, el h o m b r e es originario de los Estados Unidos, del norte de aquel país, ya que el inglés que hablaba
corresponde al tono de esos lugares — c u a n d o llegaron al parque otro grupo de amigos extranjeros,
p e r o é s t a no se i n t e r e s ó en e l l o s , y se v o l v i e r o n a la a r e n a a j u g a r ; el h o m b r e de
éstos se comunicaron en inglés con é l — ; al igual que el hombre A y la mujer, parece dedicarse al
3
la botella, que de ahora en adelante llamaremos h o m b r e A ' , platicaba con la mismo tipo de oficio.
" L a s características físicas de los dos niños son las siguientes:
" Las características físicas del hombre A son las siguientes: — Aproximadamente, uno de cuatro años y el otro de dos.
— A pr ox i m ad am en t e treinta años. — A m b o s con cabello castaño oscuro, lacio y corto.
— 1.70 metros de altura aproximada. — Vestimenta: ambos con shorts azules tipo importación — T a i w á n — . Playeras blancas de
— Color de la piel moreno bronceado oscuro. manga corta. Huaraches de piel y suela de hule (llanta), ambos. Posiblemente la mujer fuera la
— Cabello negro, lacio y corto. madre y el hombre B el padre. Esto se deduce por la atención prestada por este individuo a los niños,
— Vestimenta: pantalón azul mezclilla — m e d i o u s o — . Camisa tradicional guatemalteca a d e m á s de cierto parecido con el hombre B.
en color azul claro con dos rayas rojas. Huaraches de piel con sucia de hule (llanta)
168 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ANTROPOLOGÍA DE LA VIDA COTIDIANA 169
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c o n t a c t o s q u e e s t a b l e c e n e l i n t e r c a m b i o d e s a b e r e s y f o r m a s d e v i d a , e n las
La palabra "Join" parece significar marihuana.
170 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ANTROPOLOGÍA DE LA VIDA COTIDIANA 171
R e c o r d a r significa regresar al principio del evento. A q u e l once de diciembre CANCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO
En este imaginario paraíso la realidad se vuelve un sueño — v e r Cancún para r e g i s t r a d o s ; a éstos hay q u e a g r e g a r otro tanto m á s o m e n o s de p o b l a c i ó n flotante q u e
c r e e r — para los vacacionistas, del que despertarán en el m o m e n t o en que va y v i e n e p o r la c i u d a d y los a l r e d e d o r e s en b u s c a de trabajo y, finalmente, se t i e n e
a b o r d e n el avión para regresar a sus sociedades. Para los m a y a s es la tierra q u e c o n s i d e r a r el m o v i m i e n t o turístico en la z o n a q u e en su m a y o r í a p r o v i e n e del
1
formas de vida, destruyendo el pasado para construir el futuro y, en el mejor de E l f l u j o d e turistas v a a u m e n t a n d o d e u n a m a n e r a acelerada, p o r q u e s i p a r a 1 9 8 0
de las antiguas civilizaciones. Las nuevas c o m u n i d a d e s de las ciudades, 1985 la cifra h a b í a a u m e n t a d o a 7 2 2 0 2 7 , sin t o m a r en c u e n t a los viajeros q u e llegan
provenientes de todas partes y de ninguna, buscan encontrar lo que nunca p o r c a r r e t e r a d e s d e la c i u d a d de M é r i d a y los q u e llegan p o r el A e r o p u e r t o
1
iNEOí, Quintana Roo. Cuaderno de información para la planeación. sin edit., Aguascalientes, Ags.,
1990, p. 32.
3
INEGI, op.cit.. pp. 216-217.
3
INEGI, op.lit.. p. 32.
174 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 175
Por otra parte, el espacio geográfico de Cancún se ha visto transformado en Este intercambio construye en la identidad regional de Cancún una
t o d o e s t e t i e m p o y , l o q u e a l g u n a v e z fue, h a d e j a d o d e s e r . S e u b i c a d i f e r e n c i a c i ó n e n l o s p r o c e s o s d e i n t e r p r e t a c i ó n del m u n d o q u e l o s r o d e a ,
específicamente en la porción oriental de la península de Yucatán, en el estado p o r q u e la identidad social se revierte públicamente en u n a identidad regional
d e Q u i n t a n a R o o , c o m o parte d e u n a isla d e o n c e k i l ó m e t r o s d e l a r g o y c u a t r o c i e n t o s c o m ú n a t o d o s los t r a b a j a d o r e s , p e r o q u e e n l a v i d a p r i v a d a f o r m a p a r t e d e
m e t r o s de a n c h u r a . H a s t a 1970 e r a una aldea de p e s c a d o r e s q u e de a h í p a s ó a i d e n t i d a d e s c u l t u r a l e s y é t n i c a s p a r t i c u l a r e s al l u g a r de o r i g e n ; é s t a s , p o c o a
convertirse en u n o de los complejos turísticos m á s importantes de México, p o c o , se asimilan en la identidad de C a n c ú n ; porque, a partir del i n t e r c a m b i o , los
n a c i o n a l e s e i n t e r n a c i o n a l e s ; fij aba de esta m a n e r a un alto nivel turístico y c o m e r c i a l y de la vestimenta propia de C a n c ú n , d e m a r c a n d o en este ir y venir de saberes,
habitus y p r á c t i c a s la c o n s t r u c c i ó n de u n a i n t e r r e l a c i ó n de la v i d a p ú b l i c a y la
en función del c o n s u m o de sus visitantes.
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p r i v a d a a t r a v é s d e l a s s e m e j a n z a s m á s q u e d e las d i f e r e n c i a s .
E l c r e c i m i e n t o a c e l e r a d o , d e u n a c i u d a d d e las c a r a c t e r í s t i c a s d e C a n c ú n , n o s
ubica en el problema de una constante que determina el medio ambiente: la La ciudad se convierte de esta forma en el lugar de intercambio de toda índole,
naturaleza se ve irrumpida por la creciente construcción de edificios y de toda para desarrollar en la vida privada y en la pública toda una c o n c e p c i ó n sobre el
u n a estructura c o m e r c i a l y turística, y por la c o n t a m i n a c i ó n q u e llega al m a r y al aire v i v i r e n C a n c ú n , e l s a b e r a c e r c a d e C a n c ú n sin c o n o c e r l o y e l t r a b a j a r e n C a n c ú n ;
de C a n c ú n , p r o d u c t o p r i n c i p a l m e n t e de la c o m b u s t i ó n de los m o t o r e s y de la tres c o n c e p c i o n e s q u e producen en el discurso la materialidad de las vivencias
industria turística. y de l a s e x p e r i e n c i a s q u e s o b r e la r e g i ó n se t i e n e n .
La población flotante en su m a y o r í a anda en busca de mejores perspectivas Delimitar Cancún se convierte en esta medida en la construcción de
de vida, es gente que llega a buscar un e m p l e o para juntar un p o c o de dinero y p r o d u c c i o n e s d e s i g n i f i c a c i ó n d e los sujetos q u e n o l o c o n o c e n m á s q u e d e o í d a s ,
d e s p u é s r e g r e s a r a s u l u g a r d e o r i g e n . E s e n e s t e flujo m i g r a t o r i o q u e l a d e l o s q u e v i v e n a h í p e r o n o son o r i g i n a r i o s y , f i n a l m e n t e , d e l o s o r i g i n a r i o s ; t r e s
diversidad cultural hace su aparición, demarcando culturas regionales, lenguas niveles de interpretación de experiencias sociales que posibilitan la existencia
y creencias para establecer sobre C a n c ú n un patrimonio cultural intangible que de C a n c ú n c o m o la v i v e n c i a de sus sujetos, p e r o al m i s m o t i e m p o se c o n v i e r t e
La i d e n t i d a d se c o n v i e r t e a s í en el p u n t o en el c u a l la d i f e r e n c i a y la s e m e j a n z a sí, d e l a c o n s t r u c c i ó n d e l a m e m o r i a c o l e c t i v a d e l o s q u e p u e d e n , p o r u n a p a r t e ,
n o m b r a r la ciudad y, por la otra, de los que ahí viven c o m o trabajadores.
s e v u e l v e n las m a r c a s d e l a p r e s e n c i a d e los q u e v i v e n e n C a n c ú n ; p o r q u e ante
todo pertenecen a un g r u p o social y étnico de origen que los ubica en una región Otro punto a considerar es que la ciudad vive en un ritmo acelerado en c u a n t o
d e M é x i c o , d e s p u é s los t r a s l a d a a l e s t a d o d e Q u i n t a n a R o o , a l m u n i c i p i o B e n i t o a la m o v i l i d a d s o c i a l , d e b i d o a la c o n s t a n t e l l e g a d a y s a l i d a de t u r i s t a s y de
J u á r e z , y e s p e c í f i c a m e n t e a la c i u d a d de C a n c ú n , d o n d e el s u j e t o c o n f l u y e con t r a b a j a d o r e s , a l i g u a l q u e e l m o v i m i e n t o i n t e r i o r d e l o s t r a n s p o r t e s , del c o m e r c i o
otros grupos de diferente procedencia, causando en el intercambio de saberes la y de la i n d u s t r i a h o t e l e r a ; e s t e ir y v e n i r o r i g i n a el h e c h o de q u e en la z o n a e x i s t a n
son tratados, p e r o en la vida privada todos son diferentes, r e s g u a r d a n la particularidad todos los precios y m u c h a s m á s atracciones; a d e m á s de contar con toda la
infraestructura para realizar en sus costas y playas cualquier tipo de deporte
de su p r o c e d e n c i a . E s t o p e r m i t e que en el trabajo los diferentes sujetos sean vistos
acuático. De hecho, en Cancún se encuentra todo lo que un vacacionista puede
c o m o iguales y entre ellos así lo asimilen, pero, en c u a n t o la j o r n a d a de t r a b a j o
d e s e a r , p u e s t o q u e l a g r a n m a y o r í a d e e s t o s s a t i s f a c t o r e s s o n p a r a los t u r i s t a s .
termina, regresan a su vida privada, prevaleciendo en ella la a ñ o r a n z a por volver
un d í a a su c i u d a d n a t a l .
' La identidad cultural está relacionada con las costumbres, los hábitos, las tradiciones, los valores,
las creencias, las maneras de vida, de pensar, de comportarse, es un sentido de vida y de estar presentes
4
en la comunidad. Véase M. Pares Maicos,"El concepte d'identitat cultural", en Centre d'investigació
Los emigrantes del estado de Quintana Roo en 1980 fueron hacia los estados de "Yucatán en 42 6' <
de la c o m u n i c a d o , UNESCO, Simposi Internacional C o m u n i c a d o . Identitat Cultural, Relaclons
Distrito Federal 13.2%, a Campeche 7.9%, a Veracruz 7.3% y a otras partes de México 4.9%". INI i •<
Interculturals, Generalitat de Catalunya, Barcelona, 1991, pp. 13-25.
op.cit., p. 46.
176 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 177
A s í los turistas tienen segura su estancia en la ciudad, al igual que los d u e ñ o s d e p a r t a m e n t o , en un r e s t a u r a n t , bar o en c u a l q u i e r sitio p ú b l i c o , las idas a la p l a y a
de los centros hoteleros, restaurantes y comercios en general, que tienen c o m o y las r e u n i o n e s en los cabarets y las casas de cita, que son una parte i m p o r t a n t e
lugar de residencia permanente Cancún, aunque haya algunos que viven en otras d e l o s l u g a r e s d e c o n v i v e n c i a d e los t r a b a j a d o r e s .
ciudades c o m o Mérida, Yucatán y otras partes más. En esta distribución del Tal es el contexto de la vida cotidiana de los trabajadores de C a n c ú n ,
e s p a c i o e n c o n t r a m o s q u e las p e r s o n a s portadoras de capital no tienen ningún e s t a b l e c i e n d o e n s u s v i v e n c i a s los p a s o s d i a l é c t i c o s d e l a v i d a p ú b l i c a a l a
p r o b l e m a para establecer sus domicilios comerciales y habitacionales en la privada, del trabajo al ocio. En la construcción de estas realidades se encuentran
zona, pero no sucede así con el resto de trabajadores que van a vender su fuerza las p o s i b i l i d a d e s d e e s t r u c t u r a c i ó n d e l a m e m o r i a c o l e c t i v a , d e u n a m e m o r i a
de trabajo por un salario. naciente que, en menos de una generación, se ha visto transformada
El principal problema con el que se encuentran estos trabajadores es la c o n s t a n t e m e n t e debido al cambio en el m e d i o ambiente y en la movilidad
escasez de viviendas que existe en la zona, puesto que hay una gran d e m a n d a y migratoria. A s í entonces, esta memoria colectiva se establece en un tiempo corto
una oferta m í n i m a , por ello los alquileres son e x c e s i v a m e n t e s altos, y los de localización histórica.
migrantes que llegan a C a n c ú n en buena m e d i d a viven solos; o sea, una persona De esta forma el tiempo corto y la m e m o r i a colectiva se unen en la
soltera en busca de trabajo puede conseguir una casa o departamento, pero para transformación de los procesos sociales, para marcar en la identidad los diferentes
toda una familia, que es el caso de la gran mayoría de trabajadores, el costo espacios de la significación que une a los habitantes de C a n c ú n y de otros lugares
resulta inaccesible. en la creación de una realidad.
Al llegar solos buscan d ó n d e vivir y n o r m a l m e n t e encuentran un departamento
p e q u e ñ o p a r a c o m p a r t i r c o n d o s , t r e s y h a s t a c u a t r o p e r s o n a s ; sin e m b a r g o ,
d e b i d o a los horarios de trabajo de cada uno de ellos, en p o c a s o c a s i o n e s llegan LA CONSTRUCCIÓN DEL ACONTECIMIENTO
a coincidir todos al m i s m o t i e m p o en el d e p a r t a m e n t o . Al c o m p a r t i r lo gastos y
mantenerse solitarios pueden ir ahorrando un poco de dinero extra, para cuando H e m o s s e ñ a l a d o algunas de las partes de crecimiento de la sociedad local sin
llegue el m o m e n t o de regresar a su lugar de origen. entrar en detalles. Se ha m a r c a d o desde d ó n d e el desarrollo ha seguido los
E n c u a n t o a los a l i m e n t o s q u e c o n s u m e n e s t o s t r a b a j a d o r e s p o d e m o s u b i c a r l o s c a m i n o s del p r o g r e s o . N o s u b i c a m o s en la vida cotidiana de los trabajadores,
en tres grupos. El primero sería aquel que labora en la gran industria turística c u y a s e v i d e n c i a s n o s p r o p o r c i o n a n l a s v i v e n c i a s d e las p e r s o n a s q u e a h í h a b i t a n ;
y pasa la m a y o r parte de su tiempo en su centro de trabajo; éstos por lo regular los i n d i v i d u o s q u e d e u n a u o t r a f o r m a s e e n c u e n t r a n e n C a n c ú n sin h a b e r h a l l a d o
c o m e n en los c o m e d o r e s para e m p l e a d o s . Un s e g u n d o g r u p o es el q u e se su sueño también están ahí, viven y sobreviven, actuando en la gran ilusión para
encuentra en la industria de la construcción, pasa toda la j o r n a d a laboral en la subsistir, b u s c a n d o encontrar el camino para poder regresar a su lugar de origen,
o b r a y s u s a l i m e n t o s s o n l l e v a d o s p o r e l l o s m i s m o s , o b i e n , c o m p r a d o s a los o tal v e z p a r a p e r d e r s e e n e s t e n u e v o c e n t r o q u e e m p i e z a a c o n v e r t i r s e e n u r b a n o ,
v e n d e d o r e s a m b u l a n t e s que se e n c u e n t r a n en las i n m e d i a c i o n e s de la obra. Un Cancún.
tercer grupo es el que trabaja c o m o prestador de servicios en la ciudad; éstos en H a r e m o s un primer acercamiento a partir de la creencia de lo existente en
su m a y o r í a van a c o m e r a sus casas y un p e q u e ñ o g r u p o c o m e en las fondas C a n c ú n por p e r s o n a s del m i s m o estado de Q u i n t a n a R o o , p u n t o s de referencia
c e r c a n a s a su centro de trabajo. que toman otras personas, otras visiones. La entrada.
Ésta sería la rutina laboral de un trabajador en Cancún. Por lo que respecta ;i
los sueldos, por un día extra de trabajo se paga el doble y por cada día festivo,
el triple; también existe un sobresueldo del 100% en relación con m u c h a s zonas ESPACIO EXTERIOR
del país por sobre el salario m í n i m o .
C o m o en cualquier ciudad similar, en C a n c ú n existen todo tipo de distracciones. Se tomaron en cuenta informantes cuya residencia se encuentra en distintas
a p a r t e d e a q u e l l a s a q u e t i e n e n a c c e s o l o s t u r i s t a s , e s t á n o t r a s a las q u e p u e d e n Ciudades del e s t a d o de Q u i n t a n a R o o . La selección se llevó a c a b o a partir de su
a c c e d e r l o s t r a b a j a d o r e s , c o m o s e r í a n las r e u n i o n e s p a r t i c u l a r e s e n algún Conocimiento regional, pero igualmente se consideró el lugar o c u p a d o en la
ENTRE LA T R A D I C I Ó N Y LA M O D E R N I D A D C Á N C Ú N : CRÓNICAS DEL VACÍO 179
178
p r o d u c c i ó n ; a s í e l i m i n a m o s a la b u r o c r a c i a , a l o s g r a n d e s c o m e r c i a n t e s — e n su Primer testimonio.
m a y o r í a d e o r i g e n á r a b e — y t a m p o c o c o n s i d e r a m o s a l o s e m p l e a d o s d e las
tiendas de importación en Chetumal. P — B u e n o s días, don José.
P a r a e m p e z a r , s e t o m a r o n e n c u e n t a p e r s o n a s c u y a r e s i d e n c i a oficial e s t á e n R —Buenos días.
Chetumal y nunca habían visitado Cancún, pero que tenían referencias acerca p — ¿ N o s podría platicar acerca de las playas del norte del estado, en especial de
del tipo y costo de vida en esta ciudad. A h o r a bien, entre el grupo de informantes Cancún?
casi todos resultaron trabajadores m a n u a l e s de escasos recursos y su contexto se R — B u e n o ... pus, no le sabría decir bien, porque nunca he viajado tan lejos; pero sí
encuentra en un desconocimiento de lo que pasa en Cancún; incluso, algunos de se que allí las cosas no van tan bien, porque, sabe usté, todo está lleno de gente mala,
ellos ni siquiera sabían de la existencia de Cancún. pues hablan diferente a nosotros; no se puede platicar con ellos, no conocen la maya
A l u n i f i c a r c r i t e r i o s , c o m o e s e l d e s c o n o c i m i e n t o d e l a c i u d a d e n c u e s t i ó n , los ni el español. Todo es muy caro, según me dicen; yo nunca podría vivir en un lugar
informantes crearon según su cosmovisión una interpretación de su creencia. donde todo cuesta tanto. Dicen que con todo mi salario de un año, no viviría en
E s t o p e r m i t e v e r c l a r a m e n t e l a i n t e g r a c i ó n o a c e p t a c i ó n d e u n i m a g i n a r i o social Cancún ni una semana, ¡fíjese nada más!, es imposible ese lugar.
e x p e r i e n c i a s que les han sido c o n t a d a s por quienes sí c o n o c e n el lugar. Esta R —Claro que sí. Fue el hijo de mi ahijado, el joven Luis Ángulo, quien me lo dijo.
a c e p t a c i ó n d e c i e r t o t i p o d e r e a l i d a d d e o t r a c i u d a d c r e a e n e l i n f o r m a n t e una ¡Él fue a probar, pero mejor se regresó!, dice que ese pueblo está lleno de gente rara.
ilusión sobre Cancún, conocimiento volátil; genera la creación de un simulacro, P — ¿ C ó m o de gente rara, fue a conocer o a buscar trabajo?
c u y o a c e r c a m i e n t o o a l e j a m i e n t o se ve a c r e c e n t a d o p o r su d e s e o de e s t a r , aun a R — F u e a buscar un empleo, pero como no sabía hablar inglés, pus, no lo consiguió;
pesar de la propia realidad. me dijo que a todos los lugares donde se presentó a trabajar, los que ahí estaban se
A h o r a b i e n , l o s i n f o r m a n t e s , a p a r t i r d e l o s d a t o s , n a r r a n l a e x p e r i e n c i a vivid;i veían muy raros, como el tal "Franz", el peinador ese de aquí en Chetumal.
y la adquirida, c o m o efecto de retroalimentación de su historia de vida, cuyo P — ¿ Y Luis estuvo mucho tiempo en Cancún?
c o n o c i m i e n t o es el p r o c e s o de a c e p t a c i ó n de lo v i s t o y lo o í d o , p e r o t a m b i é n cil- R — N o , solamente como dos semanas y se la pasó muy mal, tuvimos que mandarle
io vivido y de lo no vivido. Es en este contexto que la apreciación se c o n v i e n e dinero para que se regresara, regresó muy flaco y enfermo del estómago. Bueno,
e n e l e s p e j i s m o d e l o s u c e d i d o e n o t r o s l u g a r e s , m a n i f e s t á n d o s e bajo l a e x p r e s i ó n siempre es así en esos lugares, hasta la comida es rara, ya sabe usté. Entonces Luis
d e l o d i f e r e n t e , s i e s q u e a ú n s e p u e d e c o n s i d e r a r a l h a b i t a n t e d e C h e t u m a l como mejor entró a trabajar con el hijo de Roberto Díaz, el de la panadería de allá adelante.
parte del m u n d o tradicional. Habría que realizar otra investigación para sostene i P.- ¿Nos podría decir si sabe algo más sobre Cancún?
e s t a p r e m i s a , p o r l o q u e s o l a m e n t e l a a p u n t a m o s e n l a p o s i b i l i d a d d e ser. R.- Sí. Lo que le he contado es algo cercano a mí, pero otras personas hablan cosas
La formación del p u n t o de vista desde el que se r e p r e s e n t a a C a n c ú n es la malas de ese lugar, como que está lleno de mujeres malas y de cantinas; los hombres
m a n i f e s t a c i ó n d e l a e x i s t e n c i a del ser e n c o m b i n a c i ó n c o n l o q u e s e c r e e ; e l y las mujeres casi andan desnudos por las calles y, lo peor, todos se emborrachan y
decir, la c o m p l e m e n t a r i e d a d entre la realidad y el i m a g i n a r i o social, posiciones toman cosas peores. Bueno, eso es lo que dice el pastor; por eso no hay que ir. Es el
q u e , a l f u n d i r s e e n u n a s o l a i n t e r p r e t a c i ó n , p o s i b i l i t a n e l n a c i m i e n t o d e lai infierno.
sobre Cancún. desde hace m u c h o s años, es converso protestante, por lo que le está prohibida
una s e r i e d e e v e n t o s s o c i a l e s y c í v i c o s . E l , a l i g u a l q u e s u f a m i l i a , c r e e v i v i r b a j o
el l e r r o r del a p o c a l i p s i s y el fin del m u n d o , y q u e el d e m o n i o ha e m p e z a d o a
lomar lugares en la tierra. U n o de ésos es C a n c ú n , d o n d e la perdición y el
• R. Pérez Taylor. Entrevisto <le tradición oral con el señor José Pech, Cd. Chetumal, Q. R., 1988.
180 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 181
desenfreno hacen acto de presencia. Así que don José, mientras viva, nunca son esos hombres! Pero eso sí, ahora sabemos que los dueños de uno de esos lugares
v i s i t a r á C a n c ú n , ni d e j a r á a n i n g ú n m i e m b r o de su f a m i l i a t r a s l a d a r s e a d i c h a tiene muchísima lana, pero no sabe cuánta, tanta que ya quisiéramos tener un poquito
ciudad. nada más; también el dueño de todo eso perdió a su hijo mayor, ¿sabe cómo?
P o r otra parte, p o d e m o s a s e g u r a r q u e d o n J o s é h a c r e a d o u n a r e a l i d a d d e C a n c ú n P —¿Cómo?
a partir de la e x p e r i e n c i a de L u i s Á n g u l o , p e r o t a m b i é n de l o s r u m o r e s de otras R —Pues dicen que estaba borracho con sus amigos. Salió a la mar en un bote y se
p e r s o n a s . Él ha c o n s t r u i d o un i m a g i n a r i o social, el cual es r e f o r z a d o p o r la iglesia cayó. La hélice lo partió en dos al pasarle por encima; luego dicen que en el velorio
p r o t e s t a n t e , s u m e r g i é n d o l o en ilusiones de d e s t r u c c i ó n del m u n d o y de los castigos había puros maricones y el papá los corrió a todos. Ése fue un castigo de Dios, de
d i v i n o s . Su r e a l i d a d esta ahí, C a n c ú n es la perdición [véase c u a d r o 1]. verdad; se cobró la vida del hijo de mi compadre, ¿no lo cree usted? Pobres, así vive
la gente en Cancún, sin sentido, sin trabajar; bueno, así digo porque esos hombres no
7
Segundo testimonio. trabajan como nosotros, no se ganan el pan sudando, se lo ganan quién sabe cómo; uno
trabaja y trabaja, y apenas alcanza; ellos ni sudan. Es otra cosa, y ya ve cómo viven.
P — B u e n o s días, don Jacinto. P —Sabe algunas otras cosas, por ejemplo, sobre ¿cómo se gana el dinero la gente que
R — B u e n o s días, Rafael. trabaja ahí?
P — N o s podría hablar un poco de Cancún. R — S é que los que trabajan de meseros ganan mucho con las propinas, trabajan poco
R — C a n c ú n es una gran ciudad. A pesar de no conocerla, lo sé. Sí sé que ahí hay y ganan muchos dólares; aunque cuesta trabajo entrar ahí por el inglés, sabe; se lo
muchas cosas: hay trabajo, diversión y dinero. Bueno, quizá todo esto sea cierto exigen a uno en todas partes y si uno no lo sabe, pues, no entiende nada de lo que pasa
porque yo no he ido hasta allá. Hace un año tuve la oportunidad de ir a Cancún, pero ahí. Fíjese, hasta los periódicos y las revistas están en inglés. Eso me dijeron, que todo
no pude ir porque me enfermé; iba a ir con el camión de mudanzas a llevar unas esta así, hasta pareciera que eso no es México, y conste que nosotros sí somos
televisiones, de una tienda de aquí; pero como ya le dije, no pude ir. Fue una lástima, mexicanos; pero aquéllos quisieran ser americanos o de otra parte pero no de aquí.
porque Roberto y Joaquín se la pasaron muy bien los dos días que se quedaron en Además, otros poquitos de aquí de Chetumal, que se han ido a Cancún y han
Cancún. regresado, les ha pasado lo mismo; empiezan a vestir diferente y quisieran hablar de
P — ¿ Q u é fue lo que le contaron? otras maneras. Yo pienso que se ven mal, muy mal, pues olvidan de dónde son; se
R —Ellos no llevaban casi dinero, pero el dueño de la tienda donde llevaron las olvidan que nosotros conocemos a sus hermanos y a sus padres y a toda la parentela.
televisiones, en agradecimiento por el servicio, les dio una buena propina en dólares.
Fijese usted, ¡ay, cuánto dinero era!, y les alcanzó para ir a los cabarets y con las D o n J a c i n t o G ó m e z , de treinta y c i n c o a ñ o s de e d a d , es o r i g i n a r i o de E s c á r c e g a ,
muchachas; me dijeron que había de todas partes y bien bonitas. Caray, eso es C a m p e c h e , y d e s d e m u y c h i c o se trasladó a vivir a C h e t u m a l , de d o n d e su m a d r e
Cancún: un buen lugar para pasarla bien. Aunque se necesita mucho dinero, según me era originaria. Ha trabajado desde los q u i n c e años, m á s o m e n o s , en u n a de las
dijeron. Después se regresaron sin nada, apenas y tenían dinero para la gasolina del pequeñas compañías de m u d a n z a s de C h e t u m a l y, a lo largo de su labor, ha
regreso. Cuando llegaron me lo platicaron todo. Después, ya no hemos tenido viajado a distintos puntos, principalmente a C a m p e c h e , recorriendo casi siempre
oportunidad de ir, pero me han dicho de cosas que pasan por allá. los m i s m o s l u g a r e s e n e l s u r d e l e s t a d o .
P — ¿ M e podría platicar qué otras cosas le han dicho? Su experiencia de C a n c ú n le ha sido contada por sus c o m p a ñ e r o s de trabajo,
R — C u a n d o era más joven, muchos se fueron a trabajar de albañiles en la construcción nunque también le han platicado otras experiencias c o m o la de los hoteles. Su
de los hoteles, pero también sé de varios de aquí de Chetumal que nunca regresaron, conocimiento es de terceros, pero él lo confirma como suyo propio, pues al
quién sabe por qué. No sé si se murieron, como el hijo de mi compadre que se ca¡ parecer ese saber de Cancún se ha convertido en una forma de expresión que
de una rampa; ahí quedo tieso, y mi compadre se quedó sin hijo y sin indemnización representa lo exterior y, al m i s m o tiempo, la diversión en dólares y por lo tanto
No le dieron nada los de la compañía por la vida de su hijo, ni un quinto: ¡qué ingrai < >. el peligro; p r e m i s a q u e lo lleva a m a n t e n e r s e a distancia, p e r o t a m b i é n lo hace
mantener un d e s e o por rebasar sus propios límites, trasladarse a aquella ciudad
7
R. Pérez-Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Jacinto Gómez, Cd. Chetumal, Q l( [véase cuadro 2].
1988.
182 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACfo 183
Tercer testimonio. 8
esas cosas. Luego nos dice de toda la maldad que hay en el mundo y de cómo el
demonio se ha apoderado de todo. Nosotros tenemos que hacerle frente siendo buenos
P — B u e n o s días, don Roque. hombres, yendo a la iglesia y pidiéndole a Dios, educando a nuestros hijos en el
R — ¡ Q u e tal! camino de Dios, para no pecar; porque los pecadores están en todas partes: en la
P — ¿ N o s podría usted hablar de Cancún? cantina, en los cabarets, en las fiestas, en todo. Fíjese que ahora hasta en las escuelas;
R — N o sé mucho, sé lo que cualquiera de por aquí que nunca ha estado en Cancún. por eso nuestros hijos no van a la escuela los lunes, porque ahí izan una bandera, la
Pero mi experiencia y mi fe me dicen que no debo ir a ese lugar; podría ser riesgoso. de México, y le cantan, y sólo a Dios Todopoderoso se le puede cantar. Sí, todos esos
No sé como decirle, pero es un lugar sucio, y tal vez un día Dios lo destruya; nunca pecados los tenemos ya aquí; en Cancún hay muchos más. Eso es lo que dice el pastor.
pensé que algo así nos pasara a nosotros, es terrible. De eso y más nos habla en nuestras casas. Cuando lo vemos durante el sermón,
P —¿Por qué piensa que es terrible, si mucha gente lo visita? De todas partes del entonces, nos habla de la palabra de Dios, de cómo enfrentar al demonio y las
mundo vienen a Cancún. tentaciones para no caer en los pecados ni en las tentaciones que nos ponen en el
R —Por eso mismo, tanta gente tan diferente a nosotros. Hasta huelen mal, no huelen camino.
como nosotros: se perfuman toditos y andan sin ropas. No se sabe si son hombres o P —¿El pastor ha estado alguna vez en Cancún?
mujeres; en las playas no hay diferencias. Esto que le digo es porque algunos de ellos R — S í , cuando él llegó a Chetumal, vino por Cancún y se estuvo algún tiempo por ahí.
vienen a Chetumal. También le puedo decir que ahí es un lugar de perdición: hay Después recorrió todo el estado llevando la palabra de Dios; conoció cada uno de los
alcohol, droga, mujerzuelas y maricones; mucho dinero y mucha porquería. Todo es rincones de esta tierra y después Dios lo mandó aquí a Chetumal; luego, con el
así por allá. Así me lo han contado. Dicen que también hay pandillas de negros, de conocimiento que tenía, el padre trajo a otros y los mandó a llevar la palabra de Dios
esos como los que hay en Belice y en Guatemala; luego dicen que hacen el vudú, por a los pueblos; ya han ido hasta Guatemala y Belice. Cuando estuvo en Cancún
eso nadie los puede agarrar. Dígame si con todo eso, a uno que vive modestamente reconoció la obra del diablo en ese lugar; lueguito supo lo que estaba pasando.
pero decente, le van a dar ganas de ir a esos lugares: ¡nunca! Después decidió quedarse por aquí. Él dice que es como Sodoma y Gomorra, y eso
P —¿Quién le ha contado todas esas historias, nos podría decir? está en la Biblia; se destruyó todo y así se va a destruir Cancún. No hay que ir para
R — T o d o Chetumal sabe de esas cosas. En el mismo mercado los comerciantes allá, pues no se sabe cuándo Dios lo vaya a destruir, no se sabe, pero mejor hay que
platican de eso. Otros han visitado Cancún y nos platican. También han dicho cosas estar alejados.
fabulosas, pero uno, con la fe de Dios, tiene que aprender a diferenciar el bien del mal.
Las tentaciones, como dice el pastor, se encuentran en todas partes y uno debe saber Don Roque G ü e m e z , de cuarenta y ocho años de edad, es padre de una
distinguirlas, si no, cuando tengamos que dar cuentas en el Juicio Final, nos iremos n u m e r o s a familia, integrada por su esposa R o s a María y sus hijos: Juan de doce
derechito al infierno, y nosotros no queremos eso, ¿verdad? años, A n a de once, M a r í a de ocho, Pedro de siete, H u m b e r t o de dos y Dolores
P — N o , claro que no; pero dígame, ¿el pastor les ha hablado más de Cancún? de ocho m e s e s ; trabaja en el m e r c a d o de C h e t u m a l , cargando la mercancía que
R — S í , nos ha dicho muchas cosas, y dice que todo está escrito en las Sagradas l l e g a a l o s d i f e r e n t e s p u e s t o s . E m p i e z a su l a b o r a las c i n c o de la m a ñ a n a y
Escrituras, en ese librito que Dios escribió hace mucho tiempo. c o n t i n ú a h a s t a las c u a t r o d e l a t a r d e : j o r n a d a s c o m p l e t a s d e l u n e s a s á b a d o .
P — ¿ C ó m o les explica? ¿Él va a casa de ustedes o durante el sermón del día sábado? A d e m á s , él dice tener la misión que le ha dado el padre de la iglesia de llevar la
R —Hay veces que nos visita por las noches en nuestras casas y nos platica de todos palabra de Dios a todos sus c o m p a ñ e r o s y familia. Así, don R o q u e ha adquirido
los horrores de este mundo y de los castigos que Dios ha de mandarle a los hombres; u n a s i g n i f i c a c i ó n p o r l a v i d a a t r a v é s d e s u i g l e s i a , a d v e n t i s t a del s é p t i m o d í a .
luego, nos habla cosas bonitas para que nos acerquemos a Dios. Nos dice de todas las Su práctica lo ha llevado a interpretar el m u n d o desde lo religioso c o m o su
cosas bonitas que Él creó y en cuántos días; del sufrimiento del señor Jesús y de todas espejo de la cotidianeidad; para él cada cosa que se lleva a cabo en este m u n d o
y a h a s i d o e s c r i t a y d i c h a e n las S a g r a d a s E s c r i t u r a s , m a n i f e s t á n d o s e u n a l u c h a
e n t r e lo b u e n o y lo m a l o ; e n t r e la v i d a l l e n a de t e n t a c i o n e s y la v i d a s a g r a d a ,
S
R . Pérez-Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Roque Güemez, Cd. Chetumal. Q K ,
llevada por el camino de Dios.
1987.
184 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 185
d i c h o p o r el pastor; saberes y prácticas e n t r e m e z c l a d o s en la realidad y la en un conocimiento ideológico, cuya exposición se ha constituido, en dos de los
ficción, entre los h e c h o s cotidianos de la sociedad y las profecías interpretadas t e s t i m o n i o s , por no rebasar el límite de sus experiencias de vida y, en el otro, por
...llamo imaginarias a estas significaciones porque p o d e m o s ver que cuatro puntos inciden en la opinión acerca de Cancún:
no corresponden a elementos "racionales " o "reales " y
no quedan agotadas por referencia a dichos elementos, a) Ninguno de los tres informantes conoce Cancún. Este rasgo marca la
sino que están dadas por creación, y las llamo sociales necesidad de crear una visión sobre lo no conocido a través de la experiencia de
porque sólo existen estando instituidas y siendo objeto otros, p e r o i g u a l m e n t e p r o d u c e el necesario d e s e o de no ir y de ir a C a n c ú n .
de participación de un ente colectivo impersonal y b) Los compañeros de trabajo platicaron acerca de sus experiencias en Cancún.
anónimo. C o m o d i s c u r s o referido, aceptaron la veracidad de las n a r r a c i o n e s c o n t a d a s por
Los testimonios anteriormente expuestos, convergen sustancialmente en su c) Recibieron otro tipo de comentarios. De las narraciones que les fueron
d i c h o a partir de las e x p e r i e n c i a s de sus c o m p a ñ e r o s de trabajo, o recogieron Estas distancias están unidas por un imaginario social que induce a los narradores
r u m o r e s y comentarios de otras personas. A d e m á s , uno de los factores importantes a creer en sus propias palabras, al igual que a los e s c u c h a s en creer lo q u e les ha
José Pech y don Roque G ü e m e z — , el predicador es quien cuenta la versión de d) Recibieron referencias de los predicadores acerca de la vida en Cancún.
los hechos, siempre cargando su narración de alegorías religiosas encaminadas Al e s c u c h a r las palabras de los predicadores, los informantes aceptaron c o m o
a crear o p i n i o n e s en sus feligreses. verdadero su discurso, esto es, fueron c o n v e n c i d o s por a r g u m e n t o s religiosos,
T a m b i é n p o d e m o s incluir el conocimiento expuesto c o m o parte del saber de introduciendo en la realidad rasgos imaginarios de otras historias que se
las S a g r a d a s Escrituras, de d o n d e se recogen los e l e m e n t o s de producción recogieron a través de la tradición oral y que, antes de ser escritas, ya h a b í a n
sobre el m a l en un futuro p r ó x i m o . El pastor redunda en su d e m a r c a c i ó n y la cristianismo primitivo que, refuncionalizados, se vuelven a contar de acuerdo
prohibición del lugar maldito, a s e g u r a n d o —a través del m i e d o de sus creyentes— con los intereses de cada secta, creando así una actualización de los mitos
el inminente castigo divino para dicho lugar turístico, d o n d e la perdición y el fundadores sobre la perdición y su castigo divino.
m a l i g n o se han a p o d e r a d o de todas las a l m a s . Según los testimonios, p o d e m o s argumentar que el efecto de la tradición oral
y escrita estructura en su propia narración c o n o c i m i e n t o s imaginarios sobre la
evidencia histórica. Es decir, a partir de un c o n o c i m i e n t o real, éste se modifica
' C. Castoriadis, Los dominios del hombre: Las encrucijadas del laberinto, Gedisa Editorial
conforme la narración se desarrolla, m o m e n t o en que la ilusión aparece c o m o
Barcelona, 1989.
186 E N T R E LA T R A D I C I Ó N Y LA M O D E R N I D A D
C Á N C Ú N : CRÓNICAS DEL VACÍO 187
p a r t e del d i s c u r s o , f o r t a l e c i e n d o s u c r e d i b i l i d a d s ó l o d e s d e s u m i s m a p r o d u c c i ó n
Cuadro 2
de sentido, para convertirse más tarde en acontecimiento que, verdadero o falso,
se inserta en la m e m o r i a colectiva de ciertos sectores de la sociedad.
C o m o d i c e M a r s h a l l S a h l i n s : "e l p r i n c i p i o d e l a p r á c t i c a h i s t ó r i c a l l e g a a ser Hay cabarets, mujeres y todo cuesta
s i n ó n i m o d e l a a c c i ó n d i v i n a : l a c r e a c i ó n del o r d e n h u m a n o y c ó s m i c o r e a l i z a d a lacinto Gómez
mucho
Cuadro 3
Cuadro 1
Con la bici recorro todo el día, ahora, la zona hotelera vendiendo mis tortas y
ESPACIO INTERIOR
algunos refrescos. Hasta he pensado en poner a mi hijo el más grande en otra bici para
que me ayude. Vendemos muchas tortas, pero ya me andan molestando otra vez;
El conocimiento de Cancún nos lleva a cambiar de nivel. N o s ubicamos ahora
es que también un señor de Mérida las está vendiendo, pero él tiene muchas
entre trabajadores m a n u a l e s de la ciudad, c u y o s oficios van desde la d e p e n d e n c i a
camionetas y también es amigo de gente importante aquí. No sé que va a pasar; a lo
c o r p o r a t i v a hasta ser d u e ñ o s de su p r o p i o n e g o c i o .
mejor me regreso, no lo sé.
P —¿Cuántas tortas vende diariamente y a cuánto las vende?
Primer testimonio."
R — D e s d e hace dos años vendo unas dos mil tortas diariamente, mil en la mañana,
a las seis, y mil a las doce del día; me hago dos veces la ruta. Desde entonces no le
P — B u e n o s días, doña Josefina.
he subido el precio, las vendo a $1 000.00 (un nuevo peso mexicano) más los
R — ¿ C ó m o le va?
refrescos. Nos va bien, no me puedo quejar; pero ahora las cosas se ponen difíciles.
P — ¿ N o s podría decir desde cuándo vive aquí en Cancún?
Al señor de los tacos la semana pasada lo golpearon unos policías con los de las
R — D e s d e hace cinco años. Llegué en 1980 de mi pueblo, en Tabasco; desde ese
camionetas; le rompieron todo y le dijeron que, si volvía, peor le iba a ir. Ojalá a mí
tiempo estoy trabajando aquí. También fui un rato a Cozumel, pero no me hallé allí
no me pase nada; es que también me compran algunos policías, pero uno nunca sabe.
y me regresé.
P — ¿ C ó m o se siente usted aquí, ha hecho muchas amistades?
P —¿ En qué ha trabajado usted aquí en Cancún y en Cozumel?
R— Mire, este lugar me ha dado a ganar un poco de dinero, que a lo mejor en otra parte
R — E m p e c é en el mercado. En ese entonces me vine con Julián del pueblo, pero ya
no lo hubiera ganado nunca. Eso mismo me ha hecho desconfiar de todos, en especial
sabe como son los hombres: en cuanto llegamos aquí él me abandonó con mis tres
de los hombres, por lo que sólo tengo a mis hijos Julián de catorce años, Rubén de
hijitos, por lo que fue necesario empezar a trabajar bien duro para salir adelante.
doce y Josefina de once; ellos ahora me ayudan en la casa con las tortas y son mis
Luego estaba vendiendo frutas, usted sabe, mangos, plátanos y otras cosas; pero veía
únicos amigos, pus desconfío de todos; la gente viene y se va, unos con dinero y otros
que no ganaba suficiente y el hambre de mis niños pus aumentaba. Entonces decidí
12
sin nada. Mire los albañiles de los hoteles: vienen de muchas partes, de lugares que
hacer otras cosas y me fui a la panadería, y compré pan francés y con unos aguacates
yo ni conozco, bien lejos, y luego se están un rato por aquí y se van; otros se mueren
hice unas tortas que vendí; luego hice más y más, hasta que me pude comprar una bici,
en accidentes pues se caen de la obra; también se van con mujeres y ya no regresan.
con una canastilla. Así fui haciendo más tortas y llevándolas a las obras; pero después 13
Así es porque en esta colonia, bueno creo que aquí nada le interesa a nadie, más que
llegaron un día unos hombres y me amenazaron, me tiraron todas mis tortas y
ganar muchos billetes verdes, nada más eso, y hay muchas formas de ganarlo, es fácil
rompieron la bici con un palo, y me dijeron que me largara. A mí me dio mucho miedo,
echándole muchas ganas y trabajando. Pero sí le recomiendo algo: sí usté, algún día
y con el poco dinero que tenía me fui a Cozumel con mis niños. Allí conseguí un
se viene por acá, pus venga solo, y no haga amista con nadie; sea sólito y verá cómo
trabajo de lavandera en una pensión, lavaba mucha ropa todo el día; así que decidí
le va bien si trabaja mucho.
irme, regresar a Cancún y si no podía, pues regresarme al pueblo, allá con mis
P — ¿ L e gusta a usted vivir aquí?
hermanos.
R —Tanto como gustarme, no. Aquí es una ciudá muy violenta; los vicios, los robos
Con el poquito dinero que tenía me regresé a Cancún y empecé otra vez con las
y muchas cosas más se ven todo el tiempo. También los atropellados —los taxistas y los
tortas, pero ahora sólo iba al mercado, y me fui a vivir por el lado que va a Puerto
camioneros se echan mucha gente— al igual que los accidentados en las obras de los
Juárez, allí con otros que conocí. Después Hilario me quizo proteger, él es un taxista,
hoteles; es muy peligroso todo eso; hay ahora bandas de asaltantes de gente que viene
pero yo no acepté, pues y a sé de que pata cojea, y seguí trabajando. Poco a poco ahon é
de otras partes. Como ve, es una necesidad el vivir aquí; lo único es que la gente
un guardadito para comprarme una bici, pero ahora de tres ruedas con la carretilla poi
siempre cambia.
delante, y seguí y seguí hasta que me la compré. Para entonces ya hacía muchas tortas,
y muchos hombres que trabajan en los hoteles me las pedían.
" Se refiere a la colonia de la CTM, que se encuentra en el rumbo de la carretera de Puerto Juárez.
" R. Pérez-Taylor, Entrevista de tradición oral con la señora Josefina SandovaU Cancún, Q l<
1985.
i:
El pan francés es el pan blanco de barra tipo baguette.
192 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 193
D o ñ a Josefina Sandoval es originaria de Cárdenas, Tabasco. Llegó a Cancún P —¿Actualmente, dónde está trabajando?
e n l 9 8 0 e n c o m p a ñ í a d e s u e s p o s o J u l i á n M é n d e z y d e s u s tres h i j o s . R á p i d a m e n t e R — E n unos que tienen que ver con la Milla de Oro. Así les pusieron; son muchos
su e s p o s o la a b a n d o n ó no sabiéndose si por otra mujer o p o r q u e dejó C a n c ú n . hoteles que van a ser bien altos, tan altos, que algunos compañeros quién sabe si
D e s d e este m o m e n t o d o ñ a Josefina se convirtió en el sostén de su familia, quieran subir tan alto — y a lo veremos—, pero hay otros más altos.
trabajando en diferentes labores hasta hacerse de su propio negocio con la venta P — ¿ N o s podría decir cómo le va aquí, en Cancún?
de tortas, en su bicicleta, p a r a las construcciones de la z o n a hotelera. R — M e va bien, desde que llegué siempre he tenido trabajo, nunca me ha faltado.
C o m o t r a b a j a d o r a i n d e p e n d i e n t e s e afilió a l a s o r g a n i z a c i o n e s p o l í t i c a s P — ¿ Q u é piensa de la vida aquí?
regionales d e p e n d i e n t e s del partido oficial, d o n d e adquirió a l g u n a seguridad R — ¡ U y , pues es muy padre! Aquí siempre hay fiesta; lo malo es que a uno no le
para d e s e m p e ñ a r su trabajo, a u n q u e no le duró por m u c h o t i e m p o pues en este alcanza la lana para seguirla siempre, y menos cuando está la familia de por medio,
m o m e n t o tiene p r o b l e m a s con el nuevo repartidor de tortas en c a m i o n e t a s . Sin aunque uno se ingenia para de vez en cuando ir con los amigos.
saber q u i é n e s son los d u e ñ o s , d o ñ a Josefina supone que se trata de gente P —¿Su esposa trabaja en algún lugar?
influyente en el gobierno de Cancún, por el apoyo que le ha brindado la policía. R — N o , ella cuida a los chamacos; yo soy el que trabaja, el que lleva los centavos para
I g u a l m e n t e ella se ha beneficiado e c o n ó m i c a m e n t e durante los dos últimos comer; uno tiene que ser así aquí, si no, pierde a la mujer, a los hijos y uno más
años (1983-1985) por su venta, pues en ese tiempo vendió diariamente un abusado se lleva todo. Hay que estar siempre vigilando a la esposa, obligándola a estar
p r o m e d i o de dos mil nuevos pesos. en su casa y los domingos a ir a la misa con el padre para que él nos explique de Dios
T a m b i é n c o n s i d e r a a C a n c ú n p o r s u v i o l e n c i a y s u falta d e i d e n t i d a d , y a q u e y de la vida en este mundo; allí es donde tengo que ir para que mi familia conozca la
el recorrido que hace de la zona cada día le proporciona un conocimiento sobre palabra de Dios, luego mi esposa va también con los niños al catecismo porque dentro
c ó m o sobrevivir con su familia; a u n q u e la m i s m a violencia y la presión social de poco van a hacer la primera comunión.
la han llevado a pensar en retirarse p r ó x i m a m e n t e de Cancún [véanse cuadros 4, P — ¿ C ó m o ve usted a la gente que viene a Cancún?
4.1,4.2]. R — L o s que vienen a trabajar, todos vienen como yo, sin nada; aunque algunos sí
saben trabajar, otros no saben hacer nada y aquí tienen que aprender. A esos les pagan
Segundo testimonio. muy poco hasta que ya aprenden; a otros, como yo, pus nos pagan un poquito más,
pero siempre es muy poca lana, y como no hay sindicatos ni nada de organización,
P — B u e n o s días, don Enrique. pues los patrones hacen con nosotros lo que quieren y uno se tiene que aguantar. Para
R — B u e n o s días tenga usté. otros pocos está la CTM, la que hizo aquellas casitas, pero nada más para sus líderes
P — D o n Enrique, ¿desde cuándo está usted en Cancún? y para los amigos de los dueños, sabe, pero nada para nosotros, siempre es así. Así que
R —Llegué a principio de 1986, procedente de Veracruz. Desde entonces estoy no nos queda más que darle. También está la gente que viene de visita o de vacaciones.
trabajando aquí, en Cancún. A ésos les sale caro venir, hasta a los que traen dólares, porque todo aquí es muy caro.
P — ¿ H a y mucho trabajo aquí? Y estos turistas vienen de todas partes del mundo, aunque cada vez vienen menos que
R — S í hay mucho, sobre todo si se contrata como albañil; todo el tiempo se están hablan español o mexicanos; los paisanos ya no vienen porque no les alcanza la lana.
haciendo hoteles y muchas cosas más. De todo se hace, hay muchísimas cosas en que Por eso vemos puros güeros y otros negros, pero pocos; la mayoría son gringos, tantos
trabajar, en todo. que ya ve, en los puestos de periódicos sólo venden periódicos en inglés y unos
P — ¿ A qué se dedica usted? poquitos de aquí, todos los letreros de los anuncios están en inglés, los meseros hablan
R — S o y albañil y trabajo en la zona hotelera de Cancún. en inglés. Todo está en inglés. ¡Hasta parece que es otro país y ya no es México!
P — ¿ H a estado en la construcción de muchos hoteles? Fíjese, además las autoridades no hacen nada; hasta hay veces que uno piensa que
R — S í , de varios; ya ni el nombre tengo de ellos. Bueno, es lo que menos importa para ellos no quieren ser de México. Bueno, eso digo yo; lo siento así. Si no nada más salga
nosotros; pero eso sí, siempre nos pagan. y vea; vea a todos esos creyéndose gringos, se sienten güeros, ¿no cree? Bueno, pos
todo esto está hecho para ellos, ni hablar.
14
R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Enrique Camarena. Cancún, Q.R . 1983
194 E N T R E LA T R A D I C I Ó N Y LA M O D E R N I D A D C Á N C Ú N : CRÓNICAS DEL VACÍO 195
P — ¿ Y a usted le gusta sentirse como en otro país? P — ¿ D e s d e cuándo vive usted en Cancún?
R — P u s la mera verdad no, pero qué le va hacer uno. No se puede, ahora hasta los que R —Casi se podría decir que nací aquí. Tenía como cuatro años cuando nos venimos
asaltan ya hablan inglés; y también los que venden la yerba, todos lo hablan. Y de Valladolid, fuimos de los primeros en llegar. No había más que unas cuantas
nosotros, como trabajadores pobres, pus no tenemos más remedio que aceptarlo; no palapas, y mi padre — q u e en paz descanse— era pescador al igual que todos los que
podemos hacer nada. La otra vez, en uno de los hoteles donde trabajé, pus las vivían aquí. Fue por el año de 1937 cuando llegamos; desde ese entonces me
autoridades hablaron en inglés para inaugurarlo. Todo fue así; y si ellos lo hacen, pus encuentro por aquí, aunque algunas veces he ido hasta Mérida, bueno, son muy pocas.
los demás también y con más ganas. P — ¿ N o s podría platicar cómo ha vivido usted aquí?
Le voy a contar una anécdota, nada más porque usté se dé cuenta de cómo andan R — C l a r o . Mire usted: cuando llegamos de Valladolid, mi padre era un hombre muy
las cosas por aquí. Fíjese, hace como tres meses llegó un profesor, un maestro de fuerte. El también era hijo de pescadores y había vivido mucho tiempo por el rumbo
Mérida. Venía a ver a su hermano que trabaja aquí en Cancún, él es mesero en uno de de la Isla de Cozumel. Al morir mi abuelo en un huracán, su esposa se tuvo que
esos restaurantes lujosos, y cuál fue su sorpresa que su hermano ganaba como cien trasladar a Valladolid, donde vivían sus padres; así mi papá creció, pero siempre con
veces más que el maestro; tanto, que le dijo a su hermano: "Oye, consigúeme una aquella cosa de irse al mar. A la muerte del abuelo, mi padre tenía más o menos unos
chamba aquí"; ahora él trabaja de mesero, mandó por su familia y dejó la escuela. quince años, por lo que ya había probado lo que era ser pescador, lo traía en la sangre;
luego él, ya viviendo en Valladolid, pues siempre tuvo aquella cosa, pero tenía que
Don Enrique Camarena es originario de Tierra Blanca, Veracruz. Desde cuidar de su madre y de sus hermanos menores. Fue entonces cuando empezó a
p r i n c i p i o s d e 1 9 8 6 v i v e e n C a n c ú n , e n c o m p a ñ í a d e s u e s p o s a , C a r m e n , y d e sus trabajar en el henequén, aunque sin mucho éxito; también fue entonces cuando su tío
d o s hijos, A n a s t a s i o de c i n c o a ñ o s y B l a n c a de un a ñ o ; él trabaja en la i n d u s t r i a de Juan lo llamó a trabajar con él y se fue en su barquito al Caribe, a la pesca; su madre
la c o n s t r u c c i ó n c o m o albañil, a d e m á s de vender por las tardes cualquier tipo se preocupaba mucho, pero él era empeñoso y le traía su buen dinerito cada vez que
d e m e r c a n c í a . P o r o t r a p a r t e , é l t i e n e l a f i r m e c o n v i c c i ó n d e q u e a l a m u j e r hay podía.
que cuidarla y mantenerla en el hogar, para que atienda las labores domésticas Hasta que un día conoció a mi madre en Isla Mujeres y se casó. Entonces por
y c u i d e a l o s h i j o s . D e e s t a f o r m a l a f a m i l i a p u e d e c u m p l i r m e j o r c o n sus aquellos rumbos no había nada, así que nos llevó a vivir a Valladolid con su madre
creencias. El es m i e m b r o de la iglesia católica, donde todos los d o m i n g o s se mientras él seguía trabajando en el barquito. Unos años después, pus ya no pudo tener
p r e s e n t a a o í r l a m i s a . S u m u j e r t a m b i é n p a r t i c i p a d o s v e c e s a l a s e m a n a d e las a la familia lejos y nos llevó a todos a Cancún; ahí empezamos a vivir con otros
l e c t u r a s de la Biblia en el c a t e c i s m o . pescadores. Era muy bonito: la naturaleza estaba ahí, la selva y el mar, todo era tan
Ahora bien, él se da cuenta de c ó m o es la vida en Cancún, pues comprende limpio. Y así empezamos; mi padre se pudo hacer de una pequeña embarcación y tenía
e l t i p o d e s o c i e d a d q u e e x i s t e , las o p o r t u n i d a d e s d e t r a b a j o , l a s f a m i l i a s , l a sus empleados, luego yo ya le ayudaba hasta aprender bien a maniobrar el barquito,
c o r r u p c i ó n y l a s i t u a c i ó n q u e p r e v a l e c e e n l a r e g i ó n , s o b r e t o d o e n t r e las se llamaba El Pinzón I, también empecé a pescar.
personas de su m i s m a condición, con m u y pocas probabilidades de escalar Después de muchos años de trabajo, un día llegó el Sr. presidente de la república,
16
e c o n ó m i c a y socialmente otros sitios. De esta manera, don E n r i q u e se refugia en si mal no recuerdo era E c h e v e r r í a ; se hizo una casa allá al final y luego llegaron
su familia, porque él concibe c o m o hostil el m e d i o en el cual se desenvuelve muchas gentes. Eran trabajadores y empezaron a construir hoteles y casas, y vea
[véanse los cuadros 5 y 5.1]. usted, después de tantos años y no han parado; quién sabe hasta dónde lleguen. Lo
único que sí se puede asegurar es que los que éramos de estas tierras no hemos ganado
Tercer testimonio. 1 5
nada con todo esto; al contrario, hemos perdido casi todo, y me tuve que enseñar a
hacer otro tipo de trabajo. Ahora ya no veo el mar, más que desde la playa y una que
P — B u e n o s días, don Marcos otra vez, cuando vamos la familia y yo a Isla Mujeres o a Cozumel.
R — ¿ C ó m o le va? P — ¿ C ó m o fue que pasó ésto, la llegada de hoteles y cómo perdió su barco?
" R . Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Marcos Montejo, Cancún, Q.R., 19KH El Lic. Luis Echeverría fue presidente constitucional de México durante el periodo 1970-1976.
1% ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VAClO 197
R — T o d o fue muy rápido. Aquí siempre han habido playas muy bonitas y alguien de uno iba a ver un drogado! Hoy, en la avenida Tulúm se la venden a quien la busca y
fuera también lo descubrió y trajo a la gente. Después se dieron cuenta que podían aunque no la busque se la ofrecen, al igual que las mujeres y, lo más espantoso,
tener mucho dinero, y empezaron a construir, a atraer más y más gente, hasta que ya ¡también hay hombres que se ofrecen! Todo eso y más es Cancún hoy en día, y uno
no cabemos; pero sigue llegando gente. Estas personas trajeron hasta una vez a la no tiene más que proteger a los suyos.
reina de Inglaterra para que conociera qué lugares tan bonitos existen por aquí. P —¿Por qué no deja usted Cancún y se va a vivir a otro lugar?
También después han venido muchos presidentes y gente importante de otros países. R — E s que no se puede. Ya no tenemos familia en Valladolid, mis hijos están aquí
Todo con el fin de hacer dinero, pero para unos poquitos y que no son de aquí. y mal que bien tienen un trabajo; yo estoy ya viejo, me he retirado hace apenas un año,
Nosotros, los que hemos vivido toda una vida aquí, pus vea cómo nos va, vea a mi estoy ya cansado, la lucha estuvo dura, pero creo que llegué bien. Ahora mi mujer y
compadre que vive aquí enfrente. Él era un hombre muy trabajador en su tienda, ahora yo sólo vemos, y nos damos cuenta de muchas cosas. La gente hoy no quiere saber más
ya no tiene nada; los del "teniente" lo quebraron, perdió todo y nunca se pudo que de cómo ganar dinero, o de cómo quitárselo a otros, quieren ganar sin trabajar.
recuperar. Sus hijos lo ayudan en lo que pueden, aunque no es mucho que digamos. El mundo está de cabeza. Ya no hay nada de lo que nuestros padres vieron; ni siquiera
Así le puedo contar de todos. Nos llevaron a la ruina y nos quitaron los negocios sus dioses; han sido olvidados, ya nadie se acuerda de ellos con tanta gente de afuera,
y las tierras. Todo lo perdimos. Hoy, quién sabe quiénes son los dueños verdaderos; con sus nuevos dioses. Yo le sigo pidiendo a ellos, como mis padres nos enseñaron,
ya nadie lo sabe, o por lo menos nosotros no lo sabemos. El barco mi padre me lo había pero ya no da resultado, porque todos han olvidado su poder. Ya nadie sabe de nada,
heredado, y no me duró mucho el gusto porque hace como diez años lo perdí; desde nada más buscar otras cosas, las del cuerpo.
entonces todo anda mal. Le voy a contar como lo perdí: pus empezaron a llegar barcos Aunque mi mujer y yo seguimos con nuestros credos, a ver si un día pasa algo —eso
con gente de otras partes, y pusieron grandes refrigeradores para guardar el pescado esperamos— y las cosas vuelvan a ser como antes, como cuando era niño, a ver si pasa.
y el marisco a grandes cantidades. Podían vender más barato y nosotros, los que También buscamos. Continuamos las enseñanzas de nuestros padres, pero ya no
éramos dueños de un solo barco, pus ya no pudimos vender ni en el mercado. Y como funcionan, algo anda muy mal. Los dioses se han alejado, tal vez y ya no nos oyen,
no teníamos puesto, se empezó a echar a perder. Los trabajadores se fueron a las porque ya no tenemos pruebas de que están aquí, ya nadie sabe y las cosas empeoran;
compañías porque les pagaban más y todo se fue para abajo. ¡Uy! si le contara más, sobre todo para nosotros.
pero es mejor que no, porque me hierve la sangre y me dan ganas de ¡hum ! Mejor Hemos perdido todo, nos lo han arrebatado, pero aún luchamos. Llamamos a los
hablamos de otras cosas. Le voy a contar ahora, y me va perdonar usted por lo que le espíritus para que fortalezca nuestro trabajo y ayuden a nuestras familias, y así será
voy a decir, pero es algo que no puedo callar. Antes, uno sabía quiénes eran todos los hasta el final. Así están las cosas. Tal vez en otra ocasión volvamos a vernos, aquí o
que vivían por aquí y en los alrededores; sabíamos de todos y todos nos ayudábamos en otra parte, bueno, y podremos seguir platicando.
por salir adelante: si a alguien le iba mal, entre los demás compañeros le dábamos la
mano para que pudiera salir. Así fue siempre. Cuando nuestros hijos se casaban D o n M a r c o s M o n t e j o e s p a d r e d e c i n c o hijos y a m a y o r e s . S u e s p o s a , d e
siempre sabíamos con quién y quién era su familia, sus amigos, todo se sabía; éramos nombre Concha, vive con él. Podríamos decir que esta familia es originaria
felices. Podíamos ver los atardeceres en la playa en compañía de los que queremos de C a n c ú n porque han vivido casi toda su existencia aquí.
y con la tranquilidad que nos daba el mar. D o n M a r c o s l l e v ó c o m o t r a b a j a d o r u n a v i d a difícil, s o b r e t o d o a p a r t i r d e l
Pero las cosas han cambiado tanto que ya nada es igual. Los taxis corriendo por descubrimiento de C a n c ú n c o m o zona turística, porque ya no p u d o competir con
las calles, listos para atropellar al primero que se "apendeje"; la tienda donde sólo los las g r a n d e s c o m p a ñ í a s . D u r a n t e t o d o s e s t o s a ñ o s h a v i v i d o e n c a r n e p r o p i a c ó m o
turistas pueden comprar, al igual que esos hoteles. Todo es tan caro, y nosotros lo su sociedad de pescadores y pequeños comerciantes se ha d e s b a r a t a d o por el
poquito que ganamos — e n pesos— y todo nos lo cobran en dólares, en esa moneda n a c i m i e n t o d e n u e v o s v a l o r e s y d e u n a n u e v a s o c i e d a d , sin n o m b r e , c o n g r a n
extranjera de Estados Unidos. Ya no podemos más, pero no tenemos a dónde ir. a u s e n c i a del a m i g o , sin n a d a q u e l a i d e n t i f i q u e . D o n M a r c o s p e r d i ó , tal v e z a l
Además, hoy en día Cancún se ha vuelto una tierra peligrosa. Antes, si uno tenía una igual que la m a y o r í a de su generación y de su condición social, toda
dificultad pues se arreglaba con los puños; ahora le sacan una metralleta sin más; ya representatividad ante la comunidad. Su moral, sus c o s t u m b r e s y su propio
no hay seguridad ni honor, no hay nada, la corrupción invadió todo. Antes, ¡cuándo m u n d o , el m u n d o de sus padres, quedaron atrás. Lo que actualmente sucede en
C a n c ú n es c o m o hlbei d e s p e r t a d o en o t r o m u n d o .
198 ENTRE LA T R A D I C I Ó N Y LA M O D E R N I D A D C Á N C Ú N : CRÓNICAS DEL VACÍO 199
E l c a m b i o fue t a n r á p i d o q u e n o l o p u d o a s i m i l a r ; t o d a u n a v i d a s e v i o propuesta incoherente para Cancún, porque ese aumento no ha tenido lugar. De
truncada por los nuevos valores de la modernidad; la rapidez y el c a m b i o son los a h í s e d e r i v a l a falta d e v i v i e n d a p a r a l o s t r a b a j a d o r e s y d e s a t i s f a c t o r e s
factores del crecimiento, de un engrandecimiento que, c o m o dice don M a r c o s , elementales, c o m o los servicios que deberían tener todos los habitantes de la
sólo beneficia a personas que no tienen rostro, invisibles para la comunidad, ciudad."
pero visibles en el mercado de compra-venta de todo tipo de valores. Los ahora A h o r a bien, v o l v i e n d o a la vivencia que los informantes tienen de C a n c ú n ,
dueños hacen crecer la ciudad con el dinero, el poder, la corrupción; la vida é s t a s e r e p r e s e n t a p o r l a i n s e r c i ó n d e l o o b v i o e n c u a n t o a las f o r m a s d e v i d a
tradicional de aquellos pescadores ha quedado en la memoria de unos cuantos, d a d a s ; a u n q u e d e b e m o s tener en cuenta las contradicciones propias de u n a
que han e m p e z a d o a callar [véanse cuadro 6, 6.1, 6.2]. ciudad con un crecimiento desproporcionado, crecimiento por la explotación del
vivir de v a c a c i o n e s y no por el desarrollo de las fuerzas p r o d u c t i v a s . El
i n d i v i d u a l i s m o s e a p r o p i ó d e las f o r m a s d e v i d a , e s d e c i r , e l t r a b a j o i m p r o d u c t i v o
ESPACIO INTERIOR. CONCLUSIÓN ha t o m a d o la revancha, m a r c a n d o la pauta del desarrollo a través de la venta del
p l a c e r y de la s e d u c c i ó n .
Toda auténtica memoria es, empero, memoria del T r a s e s t a c o n s t a n t e p o d e m o s ahora e n u n c i a r los p u n t o s d e c o n v e r g e n c i a d e l o s
olvido: memoria del envés de la realidad, memoria de la t e s t i m o n i o s , en los cuales se manifiesta, c o m o propuesta, la pérdida de identidad
muerte, memoria del otro lado del espejo, memoria del c o m o el factor prevaleciente que m a r c a el nacimiento de un n u e v o mito: el del
inconsciente y de nuestra inconciencia colectiva ... desarrollo de C a n c ú n y, con él, el nacimiento de una nueva identidad en el m a r c o
del proceso capitalista.
17
Andrés Ortiz-Oses.
a) Existe en la zona suficiente trabajo manual. Efectivamente, la a c t i v i d a d
L a e x p e r i e n c i a v i v i d a d e los tres i n f o r m a n t e s n o s e n s e ñ a q u e e n C a n c ü n s í existe de la industria hotelera ha llevado a C a n c ú n a extenderse cada vez m á s , sobre
el trabajo, si t e n e m o s en c u e n t a q u e se trata de trabajo m a n u a l , 18
p o r q u e el todo, hacia la parte sur de la ciudad. C o n s e c u e n t e m e n t e , la m a n o de obra es c a d a
c r e c i m i e n t o d e l a c i u d a d r e q u i e r e este tipo d e m a n o d e obra. G r a n d e s c o n s t r u c c i o n e s v e z m á s s o l i c i t a d a a ú l t i m a s f e c h a s (julio d e 1 9 8 8 ) ; e s t e n u e v o c r e c i m i e n t o s e
en la z o n a h o t e l e r a se llevan a c a b o , a u m e n t a n d o c a d a vez el n ú m e r o de t r a b a j a d o r e s inició con capital nacional y extranjero, llamándose la "Milla de Oro", una milla
y d e s p l a z a n d o formas de trabajo anteriores al crecimiento de la ciudad. Es en sobre la cual están instalados los hoteles, villas, c o n d o m i n i o s y las casas
estos m o m e n t o s c u a n d o la separación entre dos generaciones se produce, ya que r e s i d e n c i a l e s m á s lujosas del C a r i b e . S e g ú n se dice, esto es sólo el principio,
crecimiento turístico] a lo largo de todos estos años se han convertido en abuelos b) El dinero corre con exceso en ciertos círculos. Existe una economía
o en p e r s o n a s m a y o r e s y han visto el desarrollo d e s p r o p o r c i o n a d o de la ciudad, subterránea basada en la propina, donde un mesero gana aproximadamente unos
un crecimiento que se ha c o m i d o , por decirlo de alguna manera, a sus propios d o c e m i l l o n e s d e p e s o s a l m e s , e n u n a j o r n a d a n o r m a l d e o c h o h o r a s diarias.
19
17
A. Ortiz-Oses, Mitología cultural y memorias antropológicas, Anthropos Editorial, Barcelona. La consideración hecha anteriormente responde al conocimiento de la zona. Al recorrer toda la
1987, p. 19. ciudad uno se puede dar cuenta a primera vista del tipo de carencias que se tienen en Cancún. Sólo por
18
La selección del universo de informantes se llevó a cabo sobre trabajadores manuales y, aunque citar un ejemplo en relación con las rentas que se tienen que pagar por una vivienda, revisando el Miami
los testimonios son una pequeña muestra en comparación con la gran cantidad de trabajadores en toda Herald, me pude convencer, no sin gran sorpresa, que en París se rentaba un departamento amueblado
la zona, la consideramos representativa en razón del trabajo de campo realizado y de la cantidad en el pent-house de un edificio, de tres recámaras y cocina, más la sala y el comedor, por 600 dólares
considerable de entrevistas de tradición oral que reflejan en el discurso lo dicho por nuestros tres americanos al mes, mientras que en Puerto Morelos, por esa cantidad, sólo se encuentra un cuarto y una
informantes, cuya constante corrobora lo que hemos descrito. recámara, MU amuebla) En Cancún resulta mucho más caro.
CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 201
200 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD
C o m o v e m o s , e l d i n e r o s e d i s t r i b u y e e n t r e l a p o b l a c i ó n s e g ú n e l oficio; a u n q u e , Cuadro 4
c o m p o r t a m i e n t o c o m ú n m e n t e a c e p t a d o s , y las a n t i g u a s r e g l a s d e m o r a l y
sexualidad se han relajado hasta convertirse en sólo marcas sociales de lo que
alguna vez existió, y que ahora es parte del pasado. En este sentido, ante la
p r o m i s c u i d a d de t o d o tipo, la familia se c o n v i e r t e en el baluarte de r e s i s t e n c i a de los Unos hombres la amenazan,
i n f o r m a n t e s . L a religión s i r v e e n e s t e r e n g l ó n p a r a r e a f i r m a r e s t o s v a l o r e s , le rompen la bicicleta y le Se asusta mucho
prohiben seguir vendiendo
situación que no podemos corroborar en sectores de la población más amplios, las tortas
sobre todo con m a y o r e s ingresos e c o n ó m i c o s , ya sea por el tipo de trabajo que
realice el h o m b r e , o en el caso en que tanto el h o m b r e c o m o la mujer trabajen Se va con sus hijos a
la Isla de Cozumel
fuera d e c a s a .
D e b e m o s r e c o n s i d e r a r q u e e n u n p r i n c i p i o l a z o n a d e C a n c ú n s e m a n t e n í a virgen,
Trabaja como lavandera No le gusta y no se
en un e s t a d o de equilibrio entre la n a t u r a l e z a y los p o c o s h a b i t a n t e s de e n t o n c e s . en una pensión acostumbra a la isla
20
Sería de gran interés llevar a cabo una investigación sobre este tipo de problemas sociales, Regresa a Cancún
teniendo en cuenta que en buena medida las bandas de Cancún son de diferentes grupos sociales
e, incluso, de distintas nacionalidades, aunque también están integradas por nacionales de diferentes
regiones del país.
202 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VAClO 203
C u a d r o 4.1 C u a d r o 4.2
Llega de nuevo a
Josefina Sandoval Cancún
Empieza a vender
> Las vende en el mercado Algunas observaciones
nuevamente tortas
personales
Desconfía de:
No acepta a Hilario ni , Un hombre llamado • Trabaja de taxista
1. la gente que vive y se
su protección L_ Hilario le ofrece su
va unos con dinero y otro
protección Desconfiar de todos,
sin nada
especialmente de los
2. se va con otras
De tres ruedas con una hombres
Compra una bicicleta mujeres y no regresan
con las primeras carretilla delantera
3. los alhamíes vienen de
ganancias todas partes: están aquí,
se van, otros mueren en
Piensa poner a su hijo Sus únicos amigos son
Vende las tortas de accidentes
mayor con otra Las vende en las obras sus hijos.
diferentes productos con
bicicleta, para que las de construcción de la Le ayudan con las
refresco Josefina
ventas aumenten zona hotelera
labores de la casa y con
Sandoval
la elaboración de las
La empiezan a tortas
Un señor de la ciudad de
molestar de nuevo, la
Mérida empieza a vender
presionan para que se
en la misma zona, tiene
vaya
muchas camionetas para
la distribución Si alguien viene a trabajar a
Cancún le recomienda:
Aviso de intimidación
a un vendedor de tacos. Este señor es una 1. venga solo
Lo amenazan para que persona influyente 2. no haga amistades
se vaya y no vuelva. 3. sea usted solo
Le tiran los tacos 4. trabaje mucho y le va bien
Lo golpean unos
policías
Cancún es una ciudad:
1. muy violenta
2. con muchos vicios y robos
A Josefina le compran 3. atropellados
los policías sus Pero no se sabe qué va s
pasar en el futuro 4. accidentados
comidas
5. asaltantes
CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 205
204 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD
C u a d r o 5.1
Cuadro 5
Enrique Camarena Los que no saben trabajar, ganan menos hasta que aprenden.
Los que sí saben trabajar, ganan un poco más
Vivir en Cancún es bien padre No hay organización ni sindicatos para muchos trabajadores
En el trabajo
->| Otros están afiliados a jaCTM |
Siempre hay fiesta, no alcanza
Su vida como la lana para seguirla siempre
hombre -*\ Todo esta en inglés
y
Hereda el barco El Pinzón 1
206 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 207
L a t r a n s f o r m a c i ó n del m e d i o a m b i e n t e h a o c a s i o n a d o e n l a s o c i e d a d d e C a n c ú n
un m o v i m i e n t o en la c o n c e p c i ó n de la vida. En ésta se da c u e n t a de las n u e v a s
r e a l i d a d e s q u e se viven, p e r o t a m b i é n se g e n e r a n p r o c e s o s de c o n s t r u c c i ó n de la
realidad: r e s i s t e n c i a s y a d a p t a c i o n e s de los n u e v o s t i e m p o s , c o n l l e v a n d o en esta
d i a l é c t i c a al e s t a b l e c i m i e n t o de una m e m o r i a colectiva b a s a d a en el t i e m p o c o r t o , es
decir, m a r c a n d o el p r i n c i p i o del c ó m o era antes de la l l e g a d a del t u r i s m o y del c ó m o
es ahora. E s t a m o v i l i d a d en la m e m o r i a era, en la c o n c i e n c i a histórica, u n a
i n t e r p r e t a c i ó n de la i d e n t i d a d del sujeto, q u e m a r c a en su d i s c u r s o la m o d i f i c a c i ó n
C u a d r o 6.2
a c e l e r a d a de sus prácticas de vida, c u y o s e l e m e n t o s originarios se han visto
22
m o d i f i c a d o s p o r l a i n t r o m i s i ó n del c a p i t a l i s m o a c e l e r a d o .
De esta m a n e r a , los i n f o r m a n t e s resisten y c o n s t r u y e n sus i m a g i n a r i o s s o c i a l e s
a partir de p r o c e s o s sociales q u e transforman su vida cotidiana, c a m b i a n d o en lo m á s
p r o f u n d o sus formas de vivir e interpretar sus r e a l i d a d e s . E s t r u c t u r a m o s así, en
Su compadre -> Tiene una tienda No puede competir con
la tienda del "Teniente" c u a d r o s analíticos, lo d i c h o p o r c a d a u n o de los informantes, d e m a r c a n d o en la
Marcos Montejo
estructura los e l e m e n t o s m á s i m p o r t a n t e s d e sus n a r r a c i o n e s .
Se va a la quiebra U-
Pierde su barco La lectura de los cuadros anteriores nos ubica en una interpretación de la vida
El Pinzón 1 No puede competir con c o t i d i a n a ; p o r q u e e s a p a r t i r del d e s a r r o l l o d e l a r u t i n a d i a r i a d e los i n f o r m a n t e s
compañías pesqueras más
grandes que ellos nos han brindado sus concepciones y experiencias de la cotidianei-
d a d q u e v i v e n , c r u z a n d o los l í m i t e s d e l a v i d a p ú b l i c a c o n l a v i d a p r i v a d a , d e s d e
Sus trabajadores se van a ^_ las f o r m a s de l l e v a r a la f a m i l i a h a s t a e n c o n t r a r s e en el t r a b a j o , p a r a d e s p u é s
emplearse a barcos más grandes
r e f l e x i o n a r s o b r e l o s d i s t i n t o s e l e m e n t o s q u e c o n s t r u y e n las e x p e r i e n c i a s d e
q u e le sirven al informante para interpretar los actos de vida, es decir, que sólo
a partir de entablar u n a discusión interna entre el lenguaje p e n s a d o y la Cuadro 7
experiencia vivida el sujeto formula una estrategia para expresar su vida, en cuya
m a n i f e s t a c i ó n v a n t o d o s a q u e l l o s a c t o s , p r á c t i c a s , habitus y c o s t u m b r e s q u e l o Por otra parte, la señora Sandoval legitima y legaliza su situación c o m o
han f o r m a d o s o c i a l m e n t e , y es a partir de la interpretación de esas e x p e r i e n c i a s v e n d e d o r a a m b u l a n t e de t o r t a s , a f i l i á n d o s e al p a r t i d o oficial y a t o d o s l o s
que puede moverse con cierta seguridad en su medio ambiente. o r g a n i s m o s que le pueden brindar protección. Sin e m b a r g o , ella, por su vivencia
Nuestros tres informantes tienen puntos de contacto en cuanto a dichas cotidiana desconfía de dichas organizaciones, por la práctica policiaca en
e x p e r i e n c i a s de vida, que se convierten en las d e m a r c a c i o n e s de conjunción y relación con los sujetos influyentes que viven en C a n c ú n . Ella sabe q u e no tiene
separación de la m e m o r i a colectiva, en donde la particularización de los n i n g u n a i n f l u e n c i a y p o r l o t a n t o está d e s p r o t e g i d a , c r e á n d o s e a n t e e s t a c o n c i e n c i a
p r o c e s o s i n d i v i d u a l e s c r e a e n l a v i d a c o t i d i a n a las p o s i b i l i d a d e s d e u n a d i v e r s i d a d una relación de confianza-desconfianza de las situaciones civiles y políticas que
cultural que se manifiesta socialmente. a t a ñ e n a la v i d a p r i v a d a y a la p ú b l i c a .
En este sentido, el p u n t o m á s representativo de las n a r r a c i o n e s se encuentra En esta relación aparece un nuevo elemento, la corrupción. Josefina sabe que
en los lugares d o n d e se materializa la relación confianza-desconfianza cubierta de nada sirven sus afiliaciones políticas y sindicales ante personajes a n ó n i m o s
por el proceso de protección que p o d e m o s graficar de la m a n e r a siguiente p o d e r o s o s , q u i e n e s u s a n d o el p o d e r p ú b l i c o h a c e n y d e s h a c e n en lo r e f e r e n t e a
[cuadro 7]. las c o n d i c i o n e s d e t r a b a j o ; e l l a r e l a c i o n a e s t a s i t u a c i ó n c o n l a c o r r u p c i ó n d e l a s
El primer nivel en cuanto a la relación anterior lo representa la señora Josefina i n s t i t u c i o n e s , d á n d o s e c u e n t a q u e s e e n c u e n t r a sin p r o t e c c i ó n d e í n d o l e a l g u n a .
S a n d o v a l , q u i e n ú n i c a m e n t e confía e n sus h i j o s , y t i e n e u n a p r o f u n d a d e s c o n f i a n z a En el m i s m o tono, el señor Enrique C a m a r e n a denota gran desconfianza por
por todos los h o m b r e s [debido a que su esposo Julián la a b a n d o n ó con sus hijos su m u j e r , no d e j á n d o l a ir a t r a b a j a r fuera del h o g a r ; la t i e n e en c a s a , v i g i l á n d o l a
al llegar a C a n c ú n ] ; t a m b i é n se incluye en el grupo el señor Hilario, el taxista que constantemente para que no pueda conocer a otros hombres, permitiéndole
le ofrece protección, m i s m a que ella r e c h a z a por conocerlo bien, y saber el tipo ú n i c a m e n t e t e n e r r e l a c i ó n c o n l o s hijos y c o n e l s a c e r d o t e d e l a i g l e s i a d o n d e v a n
de persona que es. l o s d o m i n g o s y e n t r e s e m a n a al c a t e c i s m o . El h o m b r e d e s c o n f í a de la m u j e r y la
obliga a vivir encerrada. La anterior situación puede deberse a que en C a n c ú n
e x i s t e u n a g r a n c a n t i d a d d e s e p a r a c i o n e s , a l o c u a l c o n t r i b u y e e l q u e los h o r a r i o s
d e t r a b a j o n o p e r m i t a n q u e las f a m i l i a s s e r e ú n a n c o t i d i a n a m e n t e c o m o e n o t r o s
23
Véase F. Ferraroti, La Storia e i! Quotidiano, Editori Laterza, Roma, 1986, y de M. Segalen.
sitios; por otra parte, llega una gran cantidad de personas solas q u e buscan
Presenté par L'autre et le Semblable, Presses du CNRS, París, 1989, especialmente la segunda parte,
c o m p a ñ í a a u n q u e sea m o m e n t á n e a , sin e s t a b l e c e r n i n g ú n c o m p r o m i s o f o r m a l .
identités et cultures, pp. 109-182.
ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 211
210
A esta última situación es a la que le teme m á s el señor C a m a r e n a , no tanto La memoria colectiva se convierte en el proceso de construcción coyuntural
p o r q u e desconfíe abiertamente de su mujer, sino porque quién sabe quién pueda entre una sociedad y otra. U n a tradicional, que ha dejado de ser para convertirse
q u i t á r s e l a si se c o n f í a . en u n a m o d e r n a f u n d a m e n t a d a en el a v a n c e del c a p i t a l i s m o . A s í la m e n t a l i d a d ,
El señor C a m a r e n a , al igual que m u c h o s otros en C a n c ú n , siente y tiene la la identidad y la vida cotidiana se ven transformadas a cada m o m e n t o b u s c a n d o
encontrarse con el presente que se vive en Cancún.
convicción de q u e el h o m b r e es el proveedor de la familia y que la esposa debe
e s t a r e n c a s a a l c u i d a d o d e los h i j o s y d e los a l i m e n t o s ; m i e n t r a s q u e l a s e ñ o r a F i n a l m e n t e , los tres últimos informantes nos marcan la pauta de la identidad
Sandoval vive una situación inversa, pues al no contar con un hombre en casa, desde la unidad familiar, intentan mantenerla ante la realidad q u e los rebasa,
constituyéndose en su forma de pensar un proceso de desconfianza hacia el suspiro de esperanza no sea más que la necesidad de sobrevivir en su propia
h o m b r e en general, sosteniendo que, para vivir en C a n c ú n , hay que mantenerse tierra—, m a n i f e s t a n d o a través de la nostalgia el reencuentro con el pasado, con
lo q u e ya no existe m á s que en la m e n t e y el recuerdo de los informantes, tratando
solo y trabajar duro.
e i n t e n t a n d o r e c u p e r a r los t i e m p o s m e j o r e s , los d e l p a s a d o .
La llegada de grandes capitales a C a n c ú n ha afectado tanto a los p e q u e ñ o s
propietarios c o m o a las p e r s o n a s que trabajan por su cuenta, c a u s a n d o , c o m o en
el c a s o de la señora S a n d o v a l , el retiro del n e g o c i o de no contarse con las
influencias apropiadas en el gobierno regional y, en el e x t r e m o de los casos, por RECAPITULACIÓN
de trabajo c o m o albañil en las construcciones de hoteles. En el c a s o del señor la m i s m a clase, la de los trabajadores, c u y a m a r g i n a c i ó n social y de disfrute de
M a r c o s Montejo el p r o b l e m a es diferente, porque él no p u d o con sus m e d i o s los placeres de C a n c ú n los lleva a m a n t e n e r s e en guardia, u n o s estando alejados
resistir el e m b a t e del c a p i t a l i s m o a gran escala, ya que sólo tenía un barco con de la realidad a través de un imaginario social, cuya ilusión construye
debieron buscarse otra forma de ganarse la vida allí o cambiar su lugar de la actualidad, de lo nuevo, de la transformación de la llamada m o d e r n i d a d .
D e e s t a f o r m a s e d e s a r r o l l a l a v i d a e n C a n c ú n : entre los t r a b a j a d o r e s q u e llegan saberes y prácticas distintas, cuya intromisión aglutinó ideas y formas propias
y se v a n , q u e e n c u e n t r a n trabajos p o r t e m p o r a d a o p e r m a n e n t e s — s e g ú n sean sus de Cancún, generándose además cambios originados por la violencia.
a p t i t u d e s y c o n o c i m i e n t o s — , p a r a irse a c o p l a n d o a las n u e v a s n e c e s i d a d e s de la En este sentido, los informantes crearon sus propias visiones del e n t o r n o y
vida cotidiana. De entre t o d o s estos trabajadores u n a gran m a y o r í a son p e r s o n a s del c o n t o r n o ; unos desde la narración y otros desde la vivencia m i s m a ,
C o n s e c u e n t e m e n t e , e n r a z ó n d e l c r e c i m i e n t o e s t r u c t u r a l d e l a c i u d a d , s u f r e n las En este momento entendemos por modernidad el proceso social que se desarrolla en una sociedad
urbana, donde se encuentran todas las formas de insumo y consumo al alcance de la mayoría de los
carencias en los servicios c o m u n e s a los trabajadores, y ven parcialmente
sujetos que ahí vivan. Es decir, donde el movimiento y el cambio establecen las pautas de las necesidades
solucionados sus problemas cuando han encontrado un empleo y una vivienda cotidianas
d i g n a a un precio r a z o n a b l e .
212 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 213
en la clase trabajadora de Cancún, no m u y lejana a la de otro tipo de trabajadores empezó a llegar esa gente; entonces empezaron a asaltar y a matar, también la droga
2 5
con m a y o r c a p a c i d a d d e i n g r e s o s e c o n ó m i c o s , c o m o e s e l c a s o del s e ñ o r R e n á n : y las mujeres fáciles, todo eso pero en grande. También le voy a contar por ejemplo
que mi hijo el más grande, pues lo tengo encerrado en la casa cuidando a sus hermanos
P — B u e n o s días, don Renán menores, ya hasta están engordando de estar sentados viendo la televisión, porque mi
R — ¿ Q u é tal, cómo está? mujer y yo tenemos que salir a trabajar; los dejamos con llave, es que no se puede; si
P —¿Desde cuándo vive usted aquí, en Cancún? andan solos por la calle alguien les vaya hacer algo, los drogadictos, las bandas o, lo
R — D e s d e hace tres años. peor, los maricones; uno no sabe, ya hasta estamos pensando en regresarnos a
P — ¿ D e dónde es originario usted? Chetumal. Allá tengo más clientes que aquí. Creo que pronto me voy a regresar.
R — D e Chetumal.
P — ¿ A qué se dedica usted? D o n R e n á n es originario de Chetumal, junto con su esposa Esther. Es padre
R — V e n d o seguros de vida y automóvil, principalmente, aunque también vendo de de tres hijos, Renancito de trece años, Claudia de once y Mario de siete.
otros tipos. A m b o s c ó n y u g e s trabajan en C a n c ú n . P e r t e n e c e n a familias a c a u d a l a d a s de
P — ¿ P o r qué se decidió venir a Cancún a trabajar? C h e t u m a l r e l a c i o n a d a s con las tiendas de i m p o r t a c i ó n y la e x p o r t a c i ó n de c í t r i c o s
R — B u e n o , para prosperar. Siempre había trabajado en Chetumal, mis clientes son a E s t a d o s U n i d o s y E u r o p a . V i n i e r o n a C a n c ú n en b u s c a de f o r t u n a , sin p e n s a r
de allá la mayoría, o de los alrededores, pero ya sabe usted como es esto; uno trata de el tipo de vida que aquí había. U n a vez que han tenido la e x p e r i e n c i a sobre las
prosperar y va a donde está el dinero. formas de vida en C a n c ú n y el p r o b l e m a social, don R e n á n y su esposa han
Le voy a contar un poco; en Chetumal tengo mi casa de mampostería de dos pisos decidido, en un futuro próximo, que regresarán a Chetumal para fortalecer sus
con gran jardín. Se encuentra atrás de los cuarteles del ejército, en la zona alta; es una lazos familiares, a d e m á s de regresar a su forma tranquila de vida. Cancún se ha
buena casa. Al lado está la de mi suegra. Cuando vivíamos en Chetumal mi familia y yo c o n v e r t i d o , según ellos, en un lugar m u y peligroso para los hijos, por lo que
pues nos iba bien, hasta me pude comprar la casa de aquí —se refiere a Cancún—; el decidieron el regreso.
trabajo no me faltaba y, como sabe, la vida en Chetumal es muy tranquila, no hay El c h o q u e r e c i b i d o e n t r e u n a y o t r a f o r m a le p e r m i t i ó v a l o r a r su m o r a l y la
robos, no hay maleantes, se vive tranquilo. Pero un día le dije a mi mujer: "Oye, ¿por s i g n i f i c a c i ó n f a m i l i a r ; la v i o l e n c i a y el p e l i g r o o r i l l a r o n a d o n R e n á n a d e j a r
qué no probamos en Cancún? A lo mejor nos va mejor, ¿no crees?", y ella me dijo pues posibles ganancias en la venta de seguros para asegurar el porvenir de su familia,
que esperáramos el fin de cursos en la escuela. Así lo hicimos y nos venimos; y como aunque en Chetumal tiene un mercado de ventas mayor al de Cancún, situación
ya teníamos casa, pues todo fue más fácil; pero, mientras eso sucedía, me di mis q u e c o n t r i b u y e a d e c i d i r el r e g r e s o .
escapadas y busqué nuevos clientes; encontré algunos y me afiancé, después ya nos Este n u e v o testimonio ubicado en otra clase social nos permite verificar lo
quisimos venir. a n t e r i o r m e n t e dicho por los otros informantes. C a n c ú n es un lugar p e l i g r o s o
Al principio vivíamos como de vacaciones, pero después las cosas ya no fueron p a r a la f a m i l i a , p o r q u e l o s v i c i o s y la c o r r u p c i ó n se e n c u e n t r a n a la o r d e n del día.
tan bien, porque Cancún es una ciudad muy dura. T r a n s f o r m a n d o la m e n t a l i d a d y el m e d i o a m b i e n t e , la c i u d a d c r e c e d e s p r o -
P —¿Por qué dice que es una ciudad dura? p o r c i o n a d a m e n t e hacia nuevas condiciones de vida.
R —Porque aquí toda la gente es de fuera; bueno, la gente que importa, la que me C a n c ú n vive las veinticuatro horas. S i e m p r e existe un lugar abierto al
puede comprar los seguros, son de México, de Guadalajara, de Veracruz, de Tabasco, público; siempre la gente se encuentra d e a m b u l a n d o por la ciudad y su zona
de Campeche y de Yucatán; además está toda la otra gente, los que vienen sin nada; hotelera. Todos viven en el movimiento, en la rapidez, de la acumulación,
unos vienen hasta de más lejos, de Suramérica. A todos ésos los deberían de correr, e n c o n t r a n d o en el conflicto el deseo de rebasar los límites; rebasarlos hasta
porque todos son puros holgazanes. Fíjese, antes Cancún era muy tranquilo, hasta que reventar.
25
R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Renán [no quizo dar su apellido],
Cancún, Q. R„ 1988.
214 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 215
edificación del presente, precisamente desde la interpretación de los hechos q u e ilusión c o m o constructora de la realidad. Esto quiere decir que una ilusión se
se suceden en la vida diaria — d e esta sociedad—, e igualmente estas experiencias a l i m e n t a de e l e m e n t o s reales y ficticios envueltos en la necesidad de satisfacer
connotan la creación de lo visto c o m o lo vivido, debido al desconocimiento físico el deseo, pero inalcanzables en su propio provecho, confundiéndose entonces el
de C a n c ú n . sueño con la realización de la ilusión.
De esta manera construir se convierte en deconstruir c o m o fenómeno de lo
e x p e r i m e n t a d o ; es decir, la c o g n i c i ó n de la m e m o r i a a p r e n d i d a se v u e l v e a sí m i s m a La ilusión es el fruto de un extraño matrimonio entre
29
diálogo sobre su propio objeto, éste se recrea con un auditorio convencido de su E n t o n c e s , C a n c ú n se a u t o d e f i n e p o r lo n o v e d o s o ; se c o n f u n d e el silencio c o n la
v e r d a d , p r o d u c i e n d o e l e s t u p o r d e l o s o y e n t e s , ¡el m a l e s t á a h í ! , y h a y q u e v i o l e n c i a q u e se e n g e n d r a a partir del c r e c i m i e n t o de la gran c i u d a d . La u r b e b o r r a
m a n t e n e r s e alejados, aunque este mal es el deseo de ir a constatarlo. toda evidencia de tradiciones, marca de esta manera el nacimiento de una nueva
B u s c a r en el espacio a r q u e o l ó g i c o de las interpretaciones es e n c o n t r a r el f o r m a d e vivir, i r r u m p i e n d o e n e l a l r e d e d o r c o n s u c r e c i m i e n t o d e s p r o p o r c i o n a d o ,
destino, terminar la b ú s q u e d a para satisfacer el deseo, material o metafóricamente. d o n d e el t u r i s m o lo es t o d o . Sin e m b a r g o , los servicios a sus h a b i t a n t e s s o n la
Encontrar es pues hallar lo otro para convertirse en el otro; lo m i s m o pierde su a u s e n c i a del t o d o ; los g r a n d e s h o t e l e s están ahí, p e r o los h o s p i t a l e s , las e s c u e l a s , las
s i g n i f i c a c i ó n , y su r e p r e s e n t a c i ó n se m a n i f i e s t a a p a r t i r de lo p r o h i b i d o , u n i d a d e s h a b i t a c i o n a l e s al a l c a n c e de t o d a la p o b l a c i ó n faltan; el trabajo s o b r a , p e r o
l o c a l i z a n d o de esta f o r m a el sentido de rebasar el límite, ir m á s allá, y verse n o e x i s t e n los s e r v i c i o s s o c i a l e s . E l c a o s s e o r g a n i z a e n l a e s t r u c t u r a d e sus g r a n d e s
s u m e r g i d o en la verdad de la ilusión, o en su caso, en la materialización de la edificios; los c o n s o r c i o s c r e c e n en gran a u g e y los turistas se d i v i e r t e n en C a n c ú n .
ilusión; la proyección de su propia ilusión. T o d o s g a n a n en p l a c e r y en g r a n d e s s u m a s de d i n e r o .
A l c a n z a r lo p r o h i b i d o se c o n v i e r t e , al t r a s l a d a r s e a C a n c ú n , en p a r t i c i p a r en el E s o es el paraíso del C a r i b e M e x i c a n o — v é a n s e los a n u n c i o s c o m e r c i a l e s en
m a l ; e s i r r u m p i r e n e l d e s e o — e s t a r e n e l placer, p o r d e c i r l o d e a l g ú n m o d o — , los m e d i o s m a s i v o s de c o m u n i c a c i ó n para constatar. 33
s u c u m b i e n d o a los preceptos tradicionales y h a b l á n d o s e del l a d o de los El c o n s u m o convierte a sus visitantes y habitantes en la clave del d e s a r r o l l o ,
trabajadores asalariados y de la diosa fortuna: el d i n e r o ; de c a m p e s i n o o estableciendo pautas que indican la opulencia y la indiferencia, m a r c a s que
p e s c a d o r a trabajador urbano; de lo m i s m o a la diferencia; m a r c a n d o el c a m b i o , significan d i s c u r s i v a m e n t e la perspectiva que se tiene del m u n d o ; m á s aún si nos
posibilitando el nacimiento de una nueva cultura, la que nos da la Paz Blanca de u b i c a m o s en el universo de los informantes, en d o n d e la vivencia de C a n c ú n se
3 1
Robert Jaulin, la civilización cuya meta es alcanzar la modernidad. convierte en el enfrentamiento con la ciudad.
Los informantes, desde su posición de trabajadores, presentan a C a n c ú n
c o m o una sociedad cubierta por el simulacro — s e ve lo que no e s — pero también
muestran c ó m o sus formas de vida, la convivencia cotidiana, se han visto
EL DISCURSO DEL VACÍO
a f e c t a d a s y d e t e r i o r a d a s ; l a falta d e s e g u r i d a d y l o s c o n s t a n t e s e m b a t e s d e u n a
migración flotante provocan la desconfianza, institucionalizándose cierto temor.
Si la modernidad se define como la época de la
Sin p o d e r e s c a p a r , sin p o d e r t r a s l a d a r s e , l o s i n f o r m a n t e s s e r e f u g i a n d e l a s
superación, de la novedad que envejece y es sustituida
i n c l e m e n c i a s sociales, p r o v o c a n d o en su m u n d o interior el n a c i m i e n t o del estar
inmediatamente por una novedad más nueva, en un
a l e r t a , d e l d e s c o n f i a r y d e l u n i r a s u s f a m i l i a s a n t e el e m b a t e de la d e s i n t e g r a c i ó n
movimiento incesante que desalienta toda creatividad
y la alta movilidad de la población en C a n c ú n .
al mismo tiempo que la exige y la impone como única
forma de vida...
12
Gianni V a t t i m o .
Por otra parte, todo este gran auge no es producto sólo de la m o d e r n i d a d y de sus
capitales, donde crecer se convierte en sinónimo de destrucción del estado de
c o s a s q u e s e e n c u e n t r a n e n l a n a t u r a l e z a y d e las f o r m a s t r a d i c i o n a l e s d e
c o e x i s t e n c i a h u m a n a y d o n d e , c l a r o está, s e b u s c a c o n s t r u i r u n e m p o r i o r e d u c i e n d o
todas las cosas posibles.
33
Se podría llevar a cabo una investigación sobre el análsis del discurso de la publicidad que se hace
31
R. Jaulin, La Paz Blanca, introducción al etnocidio. Editorial Tiempo Contemporáneo, Buenos sobre Cancún y sus alrededores, tomando en cuenta la fundamentación subliminal y seductora de los
Aires, 1973. comerciales. Esto, claro está, sería a nivel nacional, pero igualmente se podría hacer en los ámbitos
32
G. Vattimo, El fin de la modernidad; nihilismo y hermenéutica en la cultura posmoderna. internacionales. En fin, el turismo genera divisas a nuestro país, y Cancún más, pero.... ¿para quiénes?
Editorial Gedisa, Barcelona, 1986, p.146.
EL MUSEO COMO PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA 219
EL M U S E O C O M O PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA
otro p e r i o d o del p r o c e s o social, c o r r e s p o n d e a la aplicación de teorías y técnicas
científicas para la localización, catalogación y sistematización de datos que
p o s i b i l i t e n el t r a b a j o a n t r o p o l ó g i c o y de la c i e n c i a en g e n e r a l .
El museo, considerado c o m o el lugar desde donde se conoce el pasado, el
p r e s e n t e y lo q u e p u e d e s e r el f u t u r o , se r e p r e s e n t a a t r a v é s de la e x p o s i c i ó n de
f i g u r a s e i m á g e n e s , q u e c o r r e s p o n d e n a p r e s e n t a r el p u n t o en el q u e la p r o d u c c i ó n
Lo representa, lo aproxima, lo aspira y adelantán-
factual y teórica de la ciencia etnológica se concretiza en un e s p a c i o r e d u c i d o .
dolo lo pone delante. Lo reduce a la forma de presencia
Esta situación posibilita al museo imponerse c o m o una institución que da a
manifiesta.
conocer un saber cuidadosamente seleccionado, para crear en el discurso visual 2
Jacques Derrida.
y f i g u r a l l a r e p r e s e n t a c i ó n d e u n o d e los t i e m p o s p o s i b l e s . E s t a p r e r r o g a t i v a n o s
i n d u c e e n e l c o n o c i m i e n t o m u s e o g r á f i c o , p o r q u e v i n c u l a a l m u s e o c o n las
c i e n c i a s s o c i a l e s y las h u m a n i d a d e s , es d e c i r , c o n la a n t r o p o l o g í a y la h i s t o r i a
La representación puede hacer visible lo que es ver.
p r i n c i p a l m e n t e , y p a r t i c u l a r m e n t e c o n las d i s c i p l i n a s q u e s e b i f u r c a n d e e s t a s
ciencias. 3
Jean-Francois Lyotard.
El m u s e o , por consiguiente, también es el punto d o n d e el tiempo presente y
la ideología convergen en la creación del sentido, para sistematizar en un cuadro
ú n i c o las visiones que se tienen de los " o t r o s " (que ya no existen, pero que
En el m u s e o el espectador hace acto de presencia al contemplar la exposición,
lograron cimentar los principios fundamentales de lo que s o m o s ) .
p r o d u c i e n d o en su m e m o r i a la recepción de lo visto. E n t o n c e s , figura e i m a g e n
Así, el m u s e o significa m u c h a s cosas, espacios, tiempos y lenguajes, que
se presentan c o m o el querer decir que deja interpuesto el c o n o c i m i e n t o entre la
c o m o discurso se convierte en el conductor verosímil de la realidad deseada en
b ú s q u e d a científica y su difusión, contexto que permite al auditorio aceptar
la construcción museográfica, contexto por el cual el m u s e o es la materialidad
c o m o implícito lo dicho por el objeto.
del espacio, para asignar información que se trasmite en el proceso de explicación
A s í , el m u s e o se c o n v i e r t e en la e n t i d a d en la q u e la c u l t u r a y su p r o y e c c i ó n son
al p ú b l i c o , c o m o el p r o c e s o de aplicación a toda la sociedad.
la realización de un proceso en el que se acopla lo dicho c o m o verdadero — e l m u s e o
no miente—. Este proceso puede considerarse como la relación imaginaria que
existe entre el texto y el m u s e o , c o m o la constitución de un discurso explícito de
EL MUSEO Y su REPRESENTACIÓN
la cultura.
Es decir, la relación t e x t o - m u s e o [cuadro 1 ] se convierte en el e m p l a z a m i e n t o
R e p r e s e n t a r e l p a s a d o s i g n i f i c a e v i d e n c i a r e n e l p r e s e n t e los v e s t i g i o s d e o t r a s
de saberes q u e posibilitan la aceptación gradual del e s p e c t a d o r , para convertir
culturas cuyas formas de vida han c a m b i a d o o desaparecido en la actualidad o, 4
el querer-decir en un querer-aceptar.
en el m e j o r de los casos, están presentes en nuestra sociedad c o m o algo ajeno a
nosotros, pero que nos p r o v o c a el d e s e o de c o n o c i m i e n t o de las civilizaciones
que no están a nuestro alcance, o porque el devenir histórico ha p r o v o c a d o que
sus formas de vida se vayan transformando hasta convertirse en parte de la
1
sociedad de c o n s u m o . En este sentido la b ú s q u e d a de los orígenes o de cualquier
2
Derrida, J., La dissemination, Editions du Seuil, Paris, 1975, p. 13.
3
1 J. F. Lyotard, Discurso, Figura, Editorial Gustavo Gili, S. A,, Barcelona, 1979, p. 6 3 .
Deseo tiene que ver con la búsqueda del objeto perdido ("de" más "sideo", alcanzar la estrella
4
La relación texto-museo presupone que el trabajo de investigación culminó en la colocación
perdida por lejana), el objeto perdido está perdido porque está más allá de los límites, el deseo ir más
sistematizada de los objetivos fundamentales para la creación de cada una de las salas del museo, es
allá, siempre más allá", J. Ibáñez, Del algoritmo al sujeto, Siglo XXI de España Editores, S. A., Madrid,
decir, el texto lleva en su carga discursiva todo el trabajo que constituyó la elaboración tanto teórica
1985, p. 284.
como empírica del espacio conocido como museo.
EL MUSEO COMO PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA 221
220 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD
5
"La 'consistencia de la letra' significa su opacidad inmediata, es al ojo del lector lo mismo que
el color al espectador de un cuadro o de un paisaje, lo detiene, hasta el punto de que esta literalidad, en E n t o n c e s , la figura se trasluce c o m o parte de la forma; es contexto del e s p a c i o
lugar de tomarse aquí como transparencia, equivale más bien, en la comparación de Hugo (se refiere a
y, c o m o tal, el l u g a r q u e a c c e d e a i n f o r m a r al sujeto s o b r e el p a s a d o o s o b r e el
la obra de Hugo de San-Víctor), a la oscuridad que puede dar a un texto la presencia en él de las figuras
presente, marcándolo c o m o significante. Este cambio de lugares corresponde al
de estilo", J. F. Lyotard, op. cit., p. 184.
222 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD EL MUSEO COMO PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA 22.»
punto de vista que indica desde dónde y c ó m o llega el acontecimiento al proceso EL MUSEO EN EL PROCESO DE RECUPERACIÓN DE LA TRADICIÓN
de conocimiento, posibilitándolo de esta manera al representar c ó m o es que la
e v i d e n c i a o c u p a la superficie del espacio y no la página oculta del texto. La palabra museo significa esencialmente conser-
A h o r a bien, podemos considerar también que el texto — c o m o d i s c u r s o — vación, tradición, seguridad, y que todo lo que está
provoca un doble esfuerzo en su intento por divulgar su conocimiento. Porque reunido en ese lugar no esta allí sino para conservarlo,
no es sólo saber de la existencia del texto, hay que c o n o c e r l o iniciando un para permanecer inactivo, inofensivo, en ese mundo del
p e r i o d o de aprendizaje a través de la lectura, referencia q u e nos lleva a la saber, de la cultura, de la estética, y que es tan extraño
p r e s e n t a c i ó n del texto c o m o objeto de c o n o c i m i e n t o , desde d o n d e el p r o c e s o de a la interrogación del arte como podrían serlo al poema
interiorización c o m p l e t a el saber del sujeto; mientras que, al representar en el los trabajos de archivo que aseguran su duración.
m u s e o , la e v i d e n c i a q u e d a en la superficie del e s p a c i o , s i e n d o el lugar a s i g n a d o
7
por el m u s e o , el objeto que posibilita la concatenación entre la figura o i m a g e n Maurice Blanchot.
y su descripción-lenguaje. Esto quiere decir que la forma en su contextualización
produce sentido para permitir — e n una visión objetiva y rápida— contraponer La tradición cobra mayor importancia en la estructura
e l t e x t o a l m u s e o ; p r o c e d i m i e n t o q u e r e d i t ú a e n l a d i s m i n u c i ó n s i g n i f i c a t i v a del social orientada al pasado.
8
texto, pues éste ha desaparecido al formarse un nuevo signo f igural que establece Agnes Heller.
15
establecer el grado de verosimilitud que conllevan cada u n o de los relatos, p a s a d o , en el cual las fechas, los h e c h o s y lugares se vierten p a r a esclarecer lo
hasta construir un cuerpo de estudio lo suficientemente importante para nombrarlo q u e fue; c o m o u n a c o n s e c u e n c i a del p r e s e n t e o b i e n l a c o n s t r u c c i ó n d e l p a s a d o
c o m o parte del discurso antropológico, especificidad que logra mediante la s e v u e l v e t r a d i c i ó n e n v i r t u d del l e g a d o d e j a d o a l p r e s e n t e .
sistematización de su propio objeto de estudio. E n t o n c e s la tradición se vierte c o m o discurso, c u b r i e n d o los diferentes
La antropología se vierte sobre objetos de estudio ajenos a la c o m p r o b a c i ó n aspectos de la vida social, marcando por una parte a la m e m o r i a colectiva para
y unificación de alguna fuente escrita anterior, utilizando m e c a n i s m o s q u e le r e c u p e r a r l a e n s u p e r s p e c t i v a s a g r a d a d e l c o n o c i m i e n t o del p a s a d o y p o r l a o t r a
p e r m i t a n a la oralidad constituirse c o m o el discurso p e r m a n e n t e del grupo, o del e n s u c o n c e p t u a l i z a c i ó n p r o f a n a del t i e m p o h i s t ó r i c o , e n q u e e l p a s a d o e s u n a
sujeto social estudiado; en esta construcción el hablante a r g u m e n t a su propio referencia de lo sucedido, sosteniendo en ambos casos el presente con el
legado cultural, sostiene su c o n o c i m i e n t o a partir de la m e m o r i a colectiva, narra porvenir d e s e a d o , c o m o el conducto existente en la sociedad para acércanos a la
h e c h o s y m o m e n t o s q u e han significado a la sociedad, posibilita en su t e s t i m o n i o r e a l i d a d ; e n o t r a s p a l a b r a s , l a c o n s t r u c c i ó n d e l p a s a d o y del p r e s e n t e c o m o
la e d i f i c a c i ó n de un p a s a d o a la v e z i m a g i n a r i o a la v e z r e a l , y m u e s t r a en su evidencia de lo que fuimos y somos. Esta manifestación de la tradición se
diálogo la importancia dada entre la creencia y la sociedad, significando cada e x p r e s a , e n p r i m e r l u g a r , e n las c o n m e m o r a c i o n e s p o p u l a r e s e i n s t i t u c i o n a l e s ,
uno de los m o m e n t o s de la cotidianeidad c o m o la esencia de la vida, es decir que pero igualmente su expresión última se da en el texto, c o m o el elemento
lo tradicional y lo cotidiano irrumpen para crear una forma de vida dignificante conceptualizador y difusor de la cultura. Una celebración tradicional, cualquiera
de la sociedad, c o m o el principio fundador de lo que existió. que sea su relevancia, se mantiene en la viva voz de una entidad, naciendo y
A h o r a bien, la separación existente entre antropología e historia implica la m u r i e n d o de a c u e r d o con los preceptos de la m i s m a ; es decir, r e c o r d a n d o
necesidad de esclarecer igualmente la relación que tienen con la tradición; y o l v i d a n d o s e g ú n l a c o n s e c u c i ó n c r o n o l ó g i c a del t i e m p o , e n d o n d e l a v i v e n c i a
la a n t r o p o l o g í a utiliza el c o n c e p t o tradición en la a c e p c i ó n d a d a p o r la c o s t u m b r e social tranforma la vida cotidiana para que el sobresalto, el estado de cosas
c o m o el e l e m e n t o significativo del pasado, en su servicio hacia el presente, localizadas socialmente cambien en un intercambio simbólico y posibiliten el
actitud que llama a la m e m o r i a colectiva para preservar el presente c o m o el e s c a p e de las presiones sociales; r e c u e r d o s y vivencias que invitan en m o m e n t o s
conocimiento de todos, entendimiento del pasado que indica su gradual d a d o s a r e c u p e r a r e l p a s a d o , p a r a p r e s e r v a r e l e q u i l i b r i o del p r e s e n t e d u r a n t e e l
desaparición pues es recordado normalmente en forma metafórica; mientras el a c e r c a m i e n t o de la tradición al presente, e n c e n d i e n d o la luz de la m e m o r i a
concepto es utilizado en historia c o m o la posibilidad de dejar plasmado un solo c o l e c t i v a q u e e n s u s a b e r l l e v a l a t r a n s m u t a c i ó n del t i e m p o , c o m o e l e l e m e n t o
c a t a l i z a d o r q u e i m p o n e l a d e s a p a r i c i ó n del p a s a d o e n l a b ú s q u e d a d e u n p r e s e n t e
15
eterno.
"La verdad es local y transitoria. Pero el sistema necesita verdades absolutas sobre las que
Pero en el m o m e n t o en que dicha tradición se lleva al texto podrá reproducirse
asentarse: así la verdad no existe, hay que inventarla (simulada). La verdad es simulada por la
verosimilitud. Hay cuatro dispositivos de verosimilitud: referencial, poética, lógica y tópica. La vero- casi infinitamente en el p e n s a m i e n t o de los lectores, r o m p i e n d o la barrera del
similitud referencial parásita la función referencial del lenguaje y produce el componente metafórico- e s p a c i o y de la significación para llevar su saber hasta los límites de la sociedad,
semántico de la ideología (clasifica y ordena las personas, cosas y acontecimientos del mundo): es el r o m p i e n d o también con la m e m o r i a colectiva para dar nacimiento a una nueva
orden paradigmático -produce objeto-. Las verosimilitudes poética y lógica son del orden sintagmático:
m e m o r i a , la del texto; relación que conllevará a un c o n o c i m i e n t o del hecho
combinan las unidades paradigmáticas en cadenas sintácticas y sujetan a los sujetos a esas cadenas. La
c o m o móvil del saber de la sociedad, adquiriendo ésta una visión m á s amplia de
verosimilitud poética parásita la función poética del lenguaje y produce el componente metonímico-
sintáctico discursivo de la ideología desde el plano del significante; sujeta afectivamente a los sujetos. la tradición como cultura.
La verosimilitud lógica parásita la función conativa del lenguaje y produce el componente metonímico- La tradición es retomada por la antropología y la historia para convertirla en
sintáctico discursivo de la ideología desde el plano del significado; sujeta efectivamente a los sujetos texto, c a p t u r a n d o los e n u n c i a d o s y las c o n n o t a c i o n e s tradicionales p a r a llevarlas
- l o s encadena en el orden lógico del razonamiento, en el orden físico de la probabilidad y en el orden
a espacios m á s a m p l i o s de la sociedad, d o n d e la transcripción, interpretación y
moral de la p r o m e s a - produciendo discursos que justifican el orden y ajustan los comportamientos, los
explicación de los eventos sociales se convierten en la construcción de la
haceres y los decires, al orden. La verosimilitud tópica parásita todo el lenguaje y produce el componente
metonímico-sintáctico institucional (el consenso no mediado por un discurso ideológico explícito), sociedad.
•identifica a los sujetos con la cadena o con el orden"; J. Ibáñez, op. cit., pp. 188-189. A s í , l a t r a d i c i ó n p a s a d e ser u n a m a n i f e s t a c i ó n s o c i a l q u e s i g n i f i c a l a m e m o r i a
colectiva de un g r u p o d a d o , a la explotación m a s i v a para escenificar en el texto
EL MUSEO COMO PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA 231
230 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD
la contextualización de la tradición en un ambiente m u c h o más amplio, objetos y sus descripciones connotan la significación del lugar, activando la
c u m p l i e n d o así con su tarea de extender la m e m o r i a colectiva hasta los límites. esencia de un principio fundador, en el que el texto c o m o discurso se convierte
É s t o s p o s i b i l i t a n e n l a e x t e n s i ó n del d i s c u r s o l a p r e s e r v a c i ó n d e l a t r a d i c i ó n , p o r en el instrumento coleccionador de figuras e imágenes cuyas formas son el
una parte; pero, por otra, llevan a sectores mayores el conocimiento de un saber tópico que hace prevalecer la relación discurso-museo. Asimismo, integra en su
d e s c o n o c i d o ; a partir de la lectura se posibilita el e n s a n c h a m i e n t o de la m e m o r i a , espacio al tiempo, c o m o el lugar d o n d e la periodización focaliza las eras y
aunque esta nueva forma haya cambiado la experiencia por la lectura, la épocas de los acontecimientos reconstruidos para crear el propio m u s e o .
significación por el discurso de la significación. Esta agrupación obedece a la sistematización del conocimiento científico con
La tradición se convierte entonces en el fabricante de condiciones de posibilidad los objetivos del m u s e o , objetivizando a la figura en perjuicio del a c o n t e c i m i e n t o ,
del discurso, a l i m e n t a n d o a la ciencia con la apropiación de la m e m o r i a colectiva aserción lógica que mezcla en la estética del m u s e o el contenido de su propia
de las diferentes sociedades, acción retroalimentadora que marca en el discurso h i s t o r i a , c o m o r e s u l t a d o final d e l l e v a r e l t r a b a j o d e c a m p o y d e g a b i n e t e a l a s a l a
el espejo social de lo que somos. La difusión de esto último se entrelaza en la del museo.
b ú s q u e d a de p a s a d o s lejanos e inmediatos y del presente, para e n c o n t r a r en
l a v e r i f i c a c i ó n d e l a t r a d i c i ó n y d e l a c i e n c i a los o b j e t o s p e r d i d o s p e r t e n e c i e n t e s
a otros tiempos en d o n d e e n c o n t r a m o s toda clase de cosas: figuras, i m á g e n e s y EL MUSEO DEL MUSEO
ya no están con nosotros. Es en este m o m e n t o que el m u s e o toma vigencia, del revés de las cosas, negar es indagar.
r e c o n s t r u y e n d o antiguas civilizaciones y llevando sus piezas a espacios donde Constituir un objeto visible supone poder perderlo;
d e s c r i p c i o n e s , sus propias historias, posibilitando la relación del t e x t o - m u s e o en presente en la misma actualidadde la cosa, es la negación
L a d i a l é c t i c a d e c o n s t r u c c i ó n del o b j e t o del m u s e o n o s i n d i c a e l e s t a b l e c i m i e n t o
ha sucedido. Esta fundamentación permite dar crédito al texto c o m o el instrumento
de relaciones entre el espacio y el t i e m p o , connotaciones que van m á s allá del
cohesivo del objeto hacia el discurso, dualidad que connota un sistema
propio objeto; mientras el objeto significa por sí solo (únicamente por su valor
interpretativo entre el objeto referente y su descripción. Estas p e q u e ñ a s unidades
por sí m i s m a s simbolizan espacios o aperturas en el t i e m p o de las civilizaciones, estético) el espacio y el tiempo que lo focalizan en una cultura dada, asignándole
pero igualmente conforman la totalidad del discurso, c o m o espacio cerrado del d e t e r m i n a d o tipo de construcción, en que se utilizó cierta técnica, fijando
d e e t n o g r a f í a p a r a r e a b r i r s e c o m o c u e r p o del m u s e o . E s t a t r a n s m u t a c i ó n o b e d e c e
a q u e , en la p r o y e c c i ó n del m u s e o , el trabajo científico tiene q u e revertirse a las Los discursos culturales pueden ser considerados, al
de la descripción, en un discurso que posibilita la escenificación del objeto, organizan un saber sobre la naturaleza, sobre la
asimilando el conocimiento para completar su propia información, revirtiendo p u e d e llevar en su interior al objeto c o m o fotografía, dibujo, pero sólo es
los c o n t e n i d o s e n l a c o n s t r u c c i ó n d e l a i d e n t i d a d c o m o m e m o r i a . referencia ampliada de un gran contexto, donde la imagen que vemos y cuya
1 8 descripción leemos corresponde a un planteamiento m u c h o más grande en el que
El c o n o c i m i e n t o producto de la v e r d a d del m u s e o c o n l l e v a a l e s p e c t a d o r a
l a i m a g e n e s e l c o m p l e m e n t o del t e x t o . E s t e d i s c u r s o m a n t i e n e v i g e n t e a l a
realizarse en su propia interpretación de la cultura, a r g u m e n t á n d o s e en su
c o n s t r u c c i ó n del d i s c u r s o . D e u n d i s c u r s o q u e e l m u s e o n o l o g r a c a p t a r , p u e s e l imagen en su representación para así explicitar más profundamente el argumento
g r a d o e n e l c u a l h a c a í d o e l e s p e c t a d o r e s p r o p i o del d i s c u r s o q u e h a r á s u y o ; del texto. Por otra parte, en el m u s e o sucede el proceso inverso, porque el objeto
c o n s e c u e n t e m e n t e , e l d i s c u r s o del m u s e o p r e s u p o n e u n c o n o c i m i e n t o e n - s í del es la c u l m i n a c i ó n e s t é t i c a de la r e p r e s e n t a c i ó n , o b i e n , la f i g u r a y la i m a g e n
museo c o m o institución, pero para-sí en cuanto que presta un servicio al público c o m o d i s c u r s o m u s e o g r á f i c o s o n l o s e l e m e n t o s d e a t r a c c i ó n , p a r a d e s p u é s fijar
(en l a e x h i b i c i ó n p r e s e n t a d a ) . E s e n e s t e e n - s í / p a r a - s í q u e e l m u s e o s e c o n v i e r t e la m i r a d a en su descripción.
en móvil de la investigación, cuyo argumento pertenece a la perspectiva objeto- Por este p r o c e d i m i e n t o , el m u s e o m a r c a en el c o n o c i m i e n t o científico a la
descripción histórica del propio objeto [cuadro 2]. f i g u r a y a la i m a g e n c o m o l o s e l e m e n t o s q u e e s c e n i f i c a n la s u p e r f i c i e del r e c i n t o ,
a c e n t u a n d o su descripción en el lenguaje de su propio contenido, definiéndose
en su interior c o m o la conceptualización de lo otro a través de lo m i s m o ;
18
"La verdad no se encuentra en el orden del conocimiento, reside en su desorden, como un
e n c a n t a m i e n t o que logra encauzar al objeto c o m o el sostén del m u s e o . Pero
acontecimiento. El conocimiento supone el espacio de significación donde radica el conjunto de simultáneamente, este objeto es el que posibilita la pauta de la significación de
presiones sintácticas que rigen consistencia de su discurso; y en tanto que discurso referencial, también
requiere el espacio de designación en cuyo seno el locutor sabio juzga la referencia de su discurso"; J.
F. Lyotard, op. cit., p. 147. " J. Attali. La parole el l'outil, Presses Universitaries de France, Paris, 1975. p. 70.
234 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD EL MUSEO COMO PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA 235
ENTRE LA TRADICIÓN Y LA M O D E R N I D A D
F i n a l m e n t e , el m u s e o se ha c o n v e r t i d o en el e s p a c i o al q u e a c u d e la s o c i e d a d
p a r a c o n o c e r l o a n t r o p o l ó g i c o , l o histórico, l o t e c n o l ó g i c o , l o artístico c o m o o b r a d e
La sociedad tradicional intenta acercarse a la
arte y m u c h o s a s p e c t o s m á s de la vida social y científica de n u e s t r o m u n d o ; se
perfección de los orígenes y prolongar el momento
e s t a b l e c e , e n este s e n t i d o , c o m o e l lugar d o n d e s e e n c u e n t r a n d e p o s i t a d o s los v a l o r e s
primordial de su fundación. Desesperadamente anclada
— d e t o d o t i p o — de la sociedad. Invita e n t o n c e s , a la c o m u n i d a d , a c o n o c e r lo q u e
en el presente y torna hacia el pasado recordando el
ahí se guarda; pero también exhibe una demostración material de lo establecido
tiempo en el que el hombre vivía en el invisible mismo,
c o n m ú n m e n t e c o m o cultura.
integrado en el universo.
1
Jean Servier.
1
J. Servier, Histoire de L'utopie, Editions Gallimard, P.aris, 1967, p. 50.
:
J. Baudrillard, De la seducción, Ediciones Cátedra, Madrid, 1984, p. 37.
238 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD
a p a r e n t e m e n t e , a b o l i r s e e n l a m o d e r n i d a d , p r e t e n d i e n d o a s í s e ñ a l a r los a v a n c e s 4
el s a b e r p r o p o r c i o n a l o s e l e m e n t o s de d o m i n i o de la s o c i e d a d y de la n a t u r a l c za
de la civilización. Es este devenir el punto donde la tradición se fortalece para S i e n t e n d e m o s d o m i n i o e n u n s e n t i d o a m p l i o , e n t o n c e s d o m i n i o e s l a capacidad
c o n v e r t i r s e e n u n o d e l o s v a l o r e s d e los d i f e r e n t e s p r e s e n t e s , e n u n c i a n d o d e e s t a p o r la cual se desarrolla y perfecciona una acción cuya lógica e interacción
f o r m a a la f a m i l i a , la n a c i ó n , el E s t a d o , la h i s t o r i a , las i n s t i t u c i o n e s , la s o c i e d a d p r o d u c e la s u j e c i ó n d e l o b j e t o o d e l s u j e t o s o c i a l . D o m i n a r s i g n i f i c a c o n t r o l a r y
y la m i s m a ciencia c o m o los signos fundadores y activadores de la sociedad. someter una situación dada a partir de la especialización de una técnica,
En este contexto se convierte en una especie de marca que delimita la c u a l q u i e r a q u e s e a , p u e s e l c o n o c i m i e n t o p r o f u n d o del o b j e t i v o p e r m i t e e l
d i s t a n c i a s o c i a l , p r o v o c a n d o a s í u n a s e p a r a c i ó n a p a r e n t e e n t r e las s o c i e d a d e s control material e ideológico. 5
t r a d i c i o n a l e s y las no t r a d i c i o n a l e s : las m o d e r n a s o c i v i l i z a d a s se d i f e r e n c i a n p o r Este acontecimiento nos permite ubicar al saber en el punto donde el
l a p r o d u c c i ó n d e los d i s c u r s o s c u y o s fines e u r o c e n t r i s t a s s o c a v a n l o d i f e r e n t e conocimiento se convierte en distintos objetos que conforman un cuerpo lo
e n l a c u l t u r a ; las t r a d i c i o n a l e s s e d e f i n e n d e a c u e r d o c o n e s p e c i f i c i d a d e s suficientemente grande c o m o para aducir que, el saber, es la esencia integrante
e s t a b l e c i d a s p o r los p r e c e p t o s a c t u a l e s . E s t a s d i f e r e n c i a s n o s o n s i n o l a s de la m e m o r i a colectiva. Al acercarse e introducirse en parámetros m á s amplios
evidencias materiales de sociedades productivas, de valor, tiempo, cultura y y extensos, p o d e m o s reagrupar a estos objetos en distintos significados q u e
t e c n o l o g í a s , e m p l e a d a s p a r a e s t a b l e c e r l o s a v a n c e s d e las c i v i l i z a c i o n e s . L u e g o p r o p o r c i o n a n datos para especificar los saberes del h o m b r e . L u e g o , el saber
la t r a d i c i ó n y la m o d e r n i d a d se e s t r e l l a n en la s u p e r f i c i e de l o s d i s c u r s o s , d o n d e p u e d e introducirse en los diferentes objetos de estudio de la ciencia, su análisis
se s i g n i f i c a n y r e p e l e n a t r a v é s d e l s u p u e s t o a t r a s o o d e l m a y o r d e s a r r o l l o de l o s e n i n t e r d i s c i p l i n a r i o , p u e s d e s d e las c i e n c i a s b á s i c a s o d e s d e l a s h u m a n i d a d e s s e
distintos m e d i o s que c o n f o r m a n la vida colectiva de todas las s o c i e d a d e s . p u e d e t r a t a r e l t e m a . E s t a d i v e r s i d a d e n las p a u t a s d e a c e r c a m i e n t o c o r r e s p o n d e
a una inserción del saber en la sociedad que p r o p o r c i o n a información a cada u n o
de los sujetos sociales; es decir, el saber se encuentra en el c o n o c i m i e n t o de la
EL CUERPO DEL SABER s o c i e d a d y el h o m b r e s ó l o t i e n e q u e r e c u r r i r a él p a r a r e p r o d u c i r l o o a p l i c a r l o .
E s t a r e p r o d u c c i ó n f i n a l m e n t e n o r e s u l t a tan s e n c i l l a o tan e v i d e n t e c o m o
La realidad se p l a s m a en la sociedad a través de h e c h o s y a c o n t e c i m i e n t o s que pudiera parecer, puesto q u e para acceder a ella deben escalarse los distintos
e v i d e n c i a n l a e x i s t e n c i a d e los g r u p o s h u m a n o s , e n c o n t r á n d o s e e s t o s v e s t i g i o s n i v e l e s d e l p r e s t i g i o y d e l p o d e r . P o r e s t e p r o c e s o el s a b e r se l e g i t i m a y se
en el desarrollo de habilidades materiales tanto a nivel de su práctica individual reproduce c o m o verdad o, mejor dicho, como la institucionalización de un
c o m o social, en la producción de herramientas — a u n q u e no es objetivo de este conocimiento convertido en parte de lo real.
t r a b a j o p r o f u n d i z a r s o b r e q u é fue p r i m e r o , si el p e n s a m i e n t o o la a c c i ó n . Se C o m o p r o d u c t o de su p r o p i a estructuración, el saber p u e d e ser e n t e n d i d o
c o n f o r m a n así experiencias que dieron por resultado la existencia de una
c o m o parte de la realidad, pues su veracidad se confirma con los h e c h o s y
m e m o r i a c o l e c t i v a y o t r a i n d i v i d u a l , c o n s t r u y e n d o los d i s t i n t o s l e n g u a j e s o r a l e s
acontecimientos que se han sucedido o que están sucediendo. Así, el saber se
o escritos que permitieron dejar una huella en el t i e m p o , e x t e n d i e n d o la
convierte en el constructor del t i e m p o dentro de los diferentes niveles de
t e m p o r a l i d a d hacia el recuerdo de pasados cada vez más lejanos, pero que dieron
entender la realidad, c r e a n d o e inventando los espacios que m a r c a n los distintos
y dan al presente prácticas cada vez m a s exhaustivas de la veracidad de sus
p a s a d o s y p r e s e n t e s , a d e m á s de e l a b o r a r a r g u m e n t a c i o n e s r e f e r e n t e s a la c r e a c i ó n
propios actos.
de a b s t r a c c i o n e s de lo r e a l y lo i n v i s i b l e , de lo v i s t o y no v i s t o , d e l m i t o y de la
E s t e c o n o c i m i e n t o , o bien se c o n v i e r t e en m e m o r i a c o l e c t i v a p a r a la p r o d u c c i ó n
de p r á c t i c a s y e x p e r i e n c i a s ' de los h a c e d o r e s de la v i d a s o c i a l , o el p r o c e s o se 4
El saber da poder; por ello lo sabido se convierte en el conocimiento de sus propios constructores,
legitima desde la obtención del saber c o m o práctica social. P o d e m o s decir que concentrándose a partir de este momento el saber mismo en unos, limitándose a otros a través de la
superstición.
' La producción de sentido se convierte en la construcción de lo verdadero para conservar la unidad
de interpretación de la realidad, pero, igualmente, para plantearse los nexos entre lo real y lo imaginario;
Reproducir el pasado se convierte entonces en crear una historia —o tradición— común a un contextuándose de esta manera un modelo ideológico, que para reproducirse tiene que ir del
pueblo, pero también en crear una identidad que identifique al grupo. convencimiento a la violencia, en su concertación simbólica o material
240 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD 241
historia, de la n a t u r a l e z a y la sociedad, de la cultura culta y la p o p u l a r ; en sí, de Lo anterior se revierte en pasado y su recuerdo es, según el contexto, uno de los
todo el c o n g l o m e r a d o de cosas dichas, por decir, o no dichas, incluida la posibles pasados: tiempo que se convierte en recuerdo de un pensamiento
permanencia de lo que creímos que oímos o entendimos de lo social. plasmado en alguna fuente, cuyo registro prolonga en el presente los sucesos del
A h o r a bien, el saber se convierte entonces en lo creativo o en lo indescifrable pasado.
que m a r c a el c o n o c i m i e n t o de u n a sociedad, pero t a m b i é n es el l e g i t i m a d o r del El pasado existe en la m e d i d a en que le sirve al presente; al registrar el pasado
p a s a d o y del presente en su e n c u e n t r o con la m e m o r i a colectiva. Al c o n v e r - para d e s p u é s revivirlo y extraerlo del olvido, éste se r e g e n e r a en un discurso q u e
tirse en su unidad mínima, el saber es lo existente; pero igualmente, es lo no marca el presente bajo algún propósito en la vida social o en el á m b i t o científico.
e x i s t e n t e en la c r e a c i ó n de i l u s i o n e s e i m a g i n e r í a s s o c i a l e s y v i c i o s a s , en fin, el Es decir, el pasado es el m o m e n t o por el cual un suceso se convierte en préstamo
saber m a r c a en su cuerpo la totalidad de lo vivo. y c i r c u l a c i ó n d e l p r e s e n t e , o b i e n , es p r o d u c c i ó n y c o n s u m o d e l d i s c u r s o en
presencia de la sociedad solicitante del recuerdo.
Saber consiste en referir el lenguaje al lenguaje; en L u e g o , la existencia del pasado se convierte en la necesidad del presente por
restituir la gran planicie uniforme de las palabras y de encontrar lo q u e y a no existe, dándole significado sólo desde la m i s m a producción
las cosas. Hacer hablar a todo. Es decir, hacer nacer discursiva para elaborar una propuesta social, manteniendo de esta manera un
por encima de todas las marcas el discurso seguido del c o n o c i m i e n t o m a s c o m p l e t o e n t r e l o q u e e s y l o q u e fue. E s t a d i s t a n c i a s ó l o s e
comentario. Lo propio del saber no es ni ver ni demostrar, borra desde la memoria de la cultura, pero también se vuelve — e n la historia—
sino interpretar... su a r g u m e n t a c i ó n : se c u e n t a del p a s a d o glorioso o del principio fundador. Son
Michel Foucault. 6 m u c h o s los objetos y m a r c a s a registrar, m u c h o s los saberes que pudieron
existir; la diferencia se e n c u e n t r a en la forma de rescatarlos y narrarlos. C o n t a r
De esta manera, el saber se convierte en el lenguaje y el habla de la m e m o r i a es h a b l a r o es d e c i r ; es e s c r i b i r o es l e e r .
c o l e c t i v a , i n t e r p r e t a n d o y s u j e t a n d o s u s v e r d a d e s , g e n e r a n d o l a c o n s t i t u c i ó n del Si r e g r e s a m o s a nuestra primera aproximación al c o n c e p t o d o m i n a c i ó n ,
t i e m p o a t r a v é s de sus p r á c t i c a s , i n c u r s i o n a n d o en los d i f e r e n t e s p a s a d o s y en el p o d e m o s de n u e v a c u e n t a e s t a b l e c e r cierta d i s t a n c i a e n t r e lo tradicional y lo
p r e s e n t e v i v i d o , p a r a r e s c a t a r y p r e s e r v a r las t r a d i c i o n e s , e n m a r c a n d o en el p r e s e n t e m o d e r n o . Se ha m e n c i o n a d o la diferencia en la n a r r a c i ó n p o r su f o r m a de e x p r e s i ó n
los u s o s del c o n o c i m i e n t o p a r a e s t a b l e c e r los p u e n t e s d e i n t e r s e c c i ó n e n t r e l a a t r a v é s de la o r a l i d a d y de la escritura. E s t a s d o s formas de c o n s e r v a c i ó n de
c o y u n t u r a y su c o n c e p c i ó n del rescate. c o n o c i m i e n t o pueden servirnos para separar provisionalmente lo concerniente:
Al conjuntar los t i e m p o s , el presente se convierte en la postulación de lo por un lado, a la tradición m e d i a n t e la trasmisión oral, y lo m o d e r n o , c o n la
m i s m o , p r e s e r v a n d o y u n i f i c a n d o e n s u m e m o r i a los d i s c u r s o s q u e l e d a n l a escritura en sus diferentes formas.
identidad en los sucesos y acontecimientos suscitados; c o n m e m o r a su origen. El Este acercamiento resulta un tanto ambiguo, por lo que es necesario replantear
p a s a d o se c o n v i e r t e en el e l e m e n t o vivificador del presente, lo viviente en franca el nivel de análisis. La tradición corresponde al m o m e n t o histórico que permite
recuperación de lo vivido por otros, pero siempre en la complementariedad de a u n a s o c i e d a d c o m u n i c a r s e m e d i a n t e u n s i s t e m a o r a l o sin e s c r i t u r a , e n q u e l o s
lo m i s m o ; es c o n s t r u c c i ó n del sentido para preservar la u n i d a d . conocimientos y saberes se encuentran en una movilidad constante dentro del
d i s c u r s o , n u n c a son n a r r a d o s de la m i s m a forma; c o n s e c u e n t e m e n t e , el p r i n c i p i o
de tiempo pasado se diluye en el presente, en su representación sagrada, que
LO TRADICIONAL EN LA SOCIEDAD c o r r e s p o n d e s i m b ó l i c a m e n t e a contextuar los actos que ya no existen en el
presente.
El presente marca el principio de constitución de la acción, c o m o consecuencia Dada esta constante, p o d e m o s decir que el pasado se convierte en la posibilidad
generadora de efectos — n a c i m i e n t o s y m u e r t e s — de un proceso dado. El de existencia del d i s c u r s o , c u y a representatividad y vivencia sólo se r e p r o d u c e n
presente se convierte en la realidad vivida en el m o m e n t o por el cual se sucede. d e s d e l a m i s m a n a r r a c i ó n o r a l d e los e v e n t o s . E s d e c i r , e l r e c u e r d o e s l a u n i d a d
d e r e p r o d u c c i ó n del p a s a d o , y ú n i c a m e n t e e x i s t e e n l a m e d i d a e n q u e e s
6
M. Foucault, Las palabras y las cosas, Ed. Siglo XXI, 16a edición, México, 1985, p.48. r e s c a t a d o del olvido m e d i a n t e la a c c i ó n de n a r r a r los e p i s o d i o s c o n c e r n i e n t e s al
ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD 243
242 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD
El p r e s e n t e se convierte en la prerrogativa de la vida y el futuro, en la y laescuela; ya no puedo hablar con ellos, me perdieron lapaciencia y sus ocupaciones
incertidumbre de olvidar el suceso, para establecer un nexo común entre no los dejan, ¿qué se le va a hacer? Ahora hay mucho que hacer, aunque yo no vea
la vivencia y lo que no se quiere recordar, posibilitando de esta m a n e r a el olvido ningún cambio.
del p a s a d o —o al m e n o s eso se intenta. Pero el interés g e n e r a d o por esta Mi compadre Luis tiene los mismos problemas con su familia, al igual que IU
voluntaria pérdida del p a s a d o c o n d u c e a la sociedad a crear un p r o c e s o de hermano Elpidio, ya ni entre ellos me hablan, porque Elpidio se quedó sordo hai e
d e s i n t e g r a c i ó n d e l a i d e n t i d a d . E s t e p r o c e s o s e deja v e r e n las n u e v a s g e n e r a c i o n e s , como cinco años. Mi compadre sale a veces a la calle, él puede caminar aún, pero me
d o n d e el peso del p a s a d o ya no se deja sentir sobre la sociedad, d o n d e el dice que se siente como un estorbo entre tantos carros y tanta gente, por e s o mejoi
r o m p i m i e n t o del proceso discursivo conlleva a la creación de nuevas ideologías, me viene a visitar. Nosotros platicamos y platicamos de tantas cosas, nuestras y Idaí
creencias cuya existencia m a n t i e n e n y son explotadas por las n u e v a s formas de están llenas de recuerdos y me acuerdo cuando curamos aquella mujerzuela, quién
desarrollo social. sabe qué tenía, nunca lo supimos pero se curó. Fíjese qué bien: le puso su boca en IU
La tradición se ve así envuelta en un letargo mortal, que magnifica al imperio vientre y le extrajo unas piedrecitas que le molestaban y le dolían mucho a aquella
del capital, librándolo del peso de la historia, de una historia perteneciente a la mujer, luego sanó y ya no la volvimos a ver. Mi compadre había aprendido eso de IUI
m e m o r i a colectiva; renace ésta a partir de nuevos valores sociales y de los padres, porque ellos curaban así. Había veces, me acuerdo, hasta invocaban I 101
nuevos mitos: uno de ellos, el de la modernidad. dioses; éramos muy chamacos, pero no lo he olvidado; también mi compadre ha)
Esta modernidad colabora en la producción de sentido de la estética de la veces, me cura los dolores de mi cuerpo con sus manos, no sé como lo han- pero mi
i l u s i ó n , e n u n a i m a g i n a c i ó n v i c i o s a q u e r e i v i n d i c a las n u e v a s f o r m a s d e v i d a , l a s siento mucho mejor. Lo malo es que un día Luis se va a morir y todo eso que ••.•!•<
de un presente cambiante envuelto en todo tipo de retóricas, donde el pasado como curar, se lo va a llevar a la tumba, porque a ninguno de sus hijos les Interesa
i n m e d i a t o se ha convertido en lo viejo, lo que no sirve o lo que está fuera de la a p r e n d e r e s o , y sus nietos dicen que se lo va a llevar el diablo, o el chamuco poi indaí
m o d a o de la onda. Así, las i m á g e n e s de la realidad se volatizan c o m o si fueran haciendo eso. Luis me dijo que el padre de la iglesia les prohibió a sus nietos que
un filme, imaginerías que secundan los n u e v o s estilos de vida para aprender en hablaran con él, y bueno, pues ya no tiene con quién hablar. Le quiero dt4 ll
la disipación y en la desintegración la conformación de la m o d e r n i d a d , del que después de todo, todo esto no está tan mal aunque Luis lo crea así, porque él ahora
presente transitorio. tiene que pensar y actuar más en él, antes no lo hacía. Bien, como le iba diciendo, las
La realidad olvida su contexto para producir la ilusión, cuya meta se convierte cosas están así: son otros tiempos, ya nada es como antes, pero sí le puedo del o que
e n l a c r e a c i ó n d e u n n u e v o i n d i v i d u a l i s m o p o s e s i v o (v. gr., l o s u c e d i d o e n esto no puede seguir así, al menos nosotros no lo vamos a aguantar.
C a n c ú n a finales de 1988, con el huracán Gilberto) d o n d e el c o n s u m o se vierte Antes todos nos conocíamos, sabíamos de cada uno de nosotros, quiénes eran los
en el valor asignado: del c a m b i o a la inestabilidad, del uso al abuso. La m e m o r i a familiares y los amigos, y dónde andaban; hoy ya nada de eso se sabe, no se puede,
colectiva del pasado ya ni siquiera se ve c o m o una superstición m á s , sino m á s porque todo v a c a m b i a n d o , las cosas están muy raras, o al menos yo no entiendo a e s o s
bien es el p r o d u c t o del olvido: los dioses ancestrales m u e r e n con sus tradiciones que ya sabe, que cambian todo para ver de otra forma y olvidan a sus padres, hermanos
ante las n u e v a s creencias, pues los viejos pierden el poder de la palabra al no ser y a todos, hasta quién los parió cuando nacieron.
oídos más. Pero es que todo cambia, vea esos aviones y esos barcos trayendo a toda esa gente,
de aquí para allá, todo está siempre abierto, las tiendas, ya no se sabe si es de día o
Míreme bien, ya estoy viejo, ya no puedo trabajar. La maya casi la he olvidado porque de noche, o si es fin de semana. Ya nada se respeta, ni siquiera en Semana Santa, siempre
no tengo con quien hablarla por aquí; aunque sé que muchos la hablan, pero a muchos se trabaja, y nadie se acuerda de los antiguos señores. Pero ¿qué vamos a hacer? Yo no
de ellos les da pena hablarla, porque es denigrante. Mi enfermedad no me permite ir sé qué va a pasar, creo que ahora esto va a seguir así (Felipe Sánchez)."
a muchas partes; estoy casi siempre en este cuarto, estas cuatro paredes de madera me
aislan, aunque de vez en vez viene mi compadre Luis a visitarme, y él me platica de
lo que pasa allá afuera; y parece que no es muy bueno por lo que me ha contado. Aquí
ya no tengo de qué hablar: mis hijos con sus ocupaciones y mis nietos con sus trabajos 11
R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Felipe Sánchez, Cancún, Q. R., 1985.
246 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD 247
El presente se convierte en el m o m e n t o no deseado, en la vida que cambió su día el p a s a d o , en cualquiera de los espacios de la ciencia. La institución y la vida
c u r s o p o r el c a p i t a l , el p r o g r e s o y el m o v i m i e n t o . Se t r a n s f o r m a a c a d a i n s t a n t e cotidiana plantean la transformación del m u n d o tradicional que deja v i s l u m b r a r
la n u e v a s o c i e d a d , m a r c a n d o a las n u e v a s g e n e r a c i o n e s en lo i n s t i t u c i o n a l y lo e l p r i n c i p i o d e las n u e v a s t r a d i c i o n e s : las q u e e m p i e z a n a j u s t i f i c a r l a m o d e r n i d a d
privado. Nuevas formas armonizan el presente, irrumpen en el m u n d o tradicional o el n a c i m i e n t o de los n u e v o s mitos.
para rasgarlo conforme el progreso se introduce; rompen con aquellos pasados Lo tradicional es el lugar d o n d e la sociedad se encuentra a sí m i s m a en el
en los q u e los dioses dignificaban al h o m b r e . A c a b a n d o con los antiguos cultos, d e v e n i r h i s t ó r i c o . L o s l u g a r e s y l o s o b j e t i v o s h a n c a m b i a d o , p e r o los e s p a c i o s
el p r e s e n t e se vierte en contra de las últimas g e n e r a c i o n e s de viejos, los de m a y o r se repiten m o d i f i c a n d o los discursos, apropiándoselos, para ú n i c a m e n t e recurrir
e d a d , a n t e c u y o s ojos s u m u n d o s e d e s m o r o n a p a r a d a r p a s o a n u e v o s v a l o r e s y al arquetipo para reproducir su sentido c o m o el tópico que implicó el cambio de
c o n c e p c i o n e s q u e d e j a n m u y a t r á s sus c r e e n c i a s ; t a n a t r á s q u e s ó l o e n e l m u s e o lo t r a d i c i o n a l a lo i n s t i t u c i o n a l ; e s p e c i f i c a n d o el c o n t e x t o en el c u a l v i v e y se
o en el t e x t o p u e d e q u e d a r su v i g e n c i a . La t r a n s f o r m a c i ó n ha d e j a d o a l o s r e p r o d u c e , p e r o t a m b i é n m a r c a n d o a la v i d a p r i v a d a y a la p ú b l i c a en la
a n t i g u o s s e ñ o r e s fuera del t i e m p o , c o m o u n p a s a d o o l v i d a d o ; e l p r e s e n t e s e s u s t e n t a c i ó n del c u l t o , p a r a c o n s t r u i r t a n t o l o s d i s t i n t o s t i e m p o s c o n c e p t u a l i z a d o s
c o n v i e r t e e n l a e s c e n i f i c a c i ó n del e s p e c t á c u l o : l o s j ó v e n e s c r e c e n sin h i s t o r i a , por el h o m b r e , cuanto la creación de entidades que legitimen el discurso. Así, la
sin m e m o r i a , o c u a n d o m á s c o n u n a m e m o r i a del d í a a n t e r i o r , d e l a m o d a o d e tradición se ha visto envuelta en el pasado pero también en el presente reproductor
cualquier otra cosa. Las formas de vida pública se modifican para dar paso a las de valores sociales.
n u e v a s g e n e r a c i o n e s , b o r r a n t o d o v e s t i g i o del p a s a d o , d e j a n ú n i c a m e n t e l a La tradición e n v u e l v e a la sociedad desde siempre, c a m b i a sus valores c o m o
e v i d e n c i a e x ó t i c a del m i s m o e n e l c o n o c i m i e n t o i n s t i t u c i o n a l i z a d o d e l o q u e s e el c a m a l e ó n modifica su camuflaje ante los peligros; a s i m i l a n d o los h e c h o s ,
quiere recordar, de lo que se debe recordar; así el m u s e o se convierte en el confundiéndose con la historia y la ideología, creando imaginarios cuyos
instrumento del pasado, para que el visitante pueda concebir el c a m b i o . El impactos se convierten en la m e m o r i a colectiva; más aún, internándose en los
p a s a d o s e e n c u e n t r a e n e l p r e s e n t e c o m o l a i m a g e n del r e c u e r d o , m u e s t r a e n s u s m i s m o s c u e r p o s del s a b e r , e n d o n d e los d i s t i n t o s l u g a r e s d e p r o d u c c i ó n s e
f i g u r a s l o q u e y a n o e x i s t e , p e r o g l o r i f i c a las a n t i g u a s c i v i l i z a c i o n e s y c u l t u r a s alimentan de lo dicho c o m o lo vivido y, al m i s m o tiempo, en su contemplación
que han creado la nuestra; el visitante así conoce lo que debe conocer, va y i n t e r r o g a n t e del s a b e r . L a h i s t o r i a s e m o d i f i c a y , a l c a m b i a r , r e n a c e e n t r a d i c i o n e s
d i s f r u t a en el m u s e o lo q u e a n t e s e s t u v o a h í , y c o m p a r a en la m o d e r n i d a d y el
q u e j u s t i f i c a n e l p r e s e n t e . A s í l a c o n s t r u c c i ó n d e las e v i d e n c i a s s e c o n v i e r t e e n
p r e s e n t e l a a c t u a l i d a d d e los s a b e r e s .
acontecimientos que invaden el saber; aun c u a n d o lo que ya no está no p u e d a
regresar, es en ese m o m e n t o en el que recurrir se convierte en convertir el s u c e s o
en escena, en una escenificación de los sucesos cuyos valores se modifican al
EL C A M B I O I N S T I T U C I O N A L salir al a i r e ; c a m b i a n y se d e s a r r o l l a n ; lo t r a d i c i o n a l se v o l a t i z a p a r a c o n v e r t i r s e
en recuerdo, en un recuerdo que se pierde, porque unos viejos mueren y otros no
En c u a n t o a la r e l a c i ó n e x i s t e n t e e n t r e la e s c r i t u r a y lo m o d e r n o , i n t r o d u c i m o s quieren hablar, y a o t r o s m á s ya n a d i e l o s q u i e r e oír.
ú n i c a m e n t e u n a v i s i ó n lineal q u e p l a n t e a a l s i g n o e n s u f o r m a g r á f i c a , c o m o L a t r a d i c i ó n s e c o n v i e r t e e n l a fiesta, e l c a r n a v a l , e l festejo d e l a p r o p i a
c o n t e m p o r a n e i d a d de e f e c t o s ci v i l i z a t o r i o s , o b i e n , en la c r e a c i ó n de e s p a c i o s de cultura q u e se resiste a sucumbir. Los viejos quieren hablar para que los j ó v e n e s
cambio donde el conocimiento queda estampado en signos, para plasmar una sepan de sus antepasados, de sus prácticas y saberes: conocimientos profundos
s o l a v e r s i ó n d e los h e c h o s : l a q u e h a s i d o e s c r i t a . E s t a a l t e r a c i ó n p e r m i t e e l que arraigan al h o m b r e a su lugar de origen. Su propia historia está ahí, sólo hay
c r e c i m i e n t o de c i e r t o s s a b e r e s , p e r o bajo u n a p e r s p e c t i v a en la c u a l los s i g n i f i c a d o s que contarla para que la m e m o r i a se reactive en un clamor colectivo de la
q u e d a n p a r a q u i e n los q u i e r a c o n s u l t a r . E l m ó v i l s i g u e e n l o m o d e r n o , p u e s l a sociedad, introduciendo sus visiones. Los h o m b r e s nacen y mueren, dejando tras
a c t u a l i d a d h a s i d o p l a s m a d a . E l m i t o , a l q u e d a r fijo e n e l t e x t o , s e c o n v i e r t e e n de sí las h u e l l a s de s u s p a l a b r a s q u e o t r o s c o n t a r á n , y h a s t a l l e g a r á n a e s c r i b i r s e ,
h i s t o r i a , su h i s t o r i a , la h i s t o r i a o m e m o r i a de a q u e l l a s o c i e d a d q u e al r e c u r r i r a p a r a i n m o r t a l i z a r l a s v i v e n c i a s , a c c i o n e s q u e l l e v a n a la s o c i e d a d a c o n s t r u i r un
la m o d e r n i d a d se c o n v i e r t e a lo l a r g o del p r o c e s o en el a l i c i e n t e de la p r o d u c c i ó n propio cuerpo de saberes cuyas manifestaciones logran identificar a una cultura.
de sentido o, dicho con otras palabras, en la ideología cuya meta es mantener al
ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD 249
248 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD
Después, al pasar de los años, hicimos amistad entre todos, nosotros les enseñamos
SER MODERNO
cosas y ellos a nosotros. Ahora el señor de ahí enfrente, Marcos, que es originario de
Pachuca, creo, si mal no recuerdo, es un gran amigo desde aquellos tiempos.
El presente en vida se convierte en la instancia de la actualidad, socavando
A nuestros hijos les tuvimos que enseñar de esa gente, que como nosotros eran
c u a l q u i e r a c c i ó n q u e d e t e r m i n e u n c o n o c i m i e n t o d e l p a s a d o . E l v i v i r e l d í a sin
trabajadores, y aunque venían de todas partes, teníamos que compartir con ellos; nos
el peso de la historia conlleva posibilitar la construcción de una memoria basada
enseñaron también ellos. No le digo que no fue difícil y hasta ya nuestros hijos se
en lo inmediato, cuyo presente se recrea en la posibilidad de olvidar. En este
casan con los de ellos. Así son las cosas. Pero no todos ellos son buenos, también hay
sentido, olvidar se convierte en el móvil de desintegración del valor tradicional,
12
unos medio m u í a s , pero también con ellos convivimos. Lo que sí le puedo decir es
pero asigna una nueva connotación que marca en su sentido amplio el preservar
del olvido c o m o curiosidad o, mejor dicho, c o m o la construcción de la identidad que los patrones, ésos sí que son unos cabrones: los de aquí y los de allá, todos son
d e s d e la p r e r r o g a t i v a de la c o n s e r v a c i ó n del m u s e o c o m o la entidad p ú b l i c a o iguales. A lo mejor por eso nosotros nos unimos a los que venían a trabajar de lejos,
privada que colecciona el pasado para mantener vigente lo perdido, o lo que está ¿quién sabe, verdad?
p o r d e s a p a r e c e r a c a u s a del p r o g r e s o . S i m u l t á n e a m e n t e se c o n s t r u y e n otras De aquellos días a ahora, todo ha cambiado: los hoteles, las casas, los barcos, los
instancias no tan complejas c o m o es el saber museográfico; saberes m á s del carros y todas esas gentes que vienen y pasean. Aún yo no me acostumbro del i o d o ,
conocimiento común, más de lo subterráneo, de un conocimiento que se mezcla pero a mis hijos no les importa, ellos van y les venden lo que pueden, que un collar,
en la dispersión y en la discontinuidad de la vida diaria. que una Conchita, y todo lo que pueden, ya hasta saben venderles su mercancía en
inglés, ¿cuándo me lo iba a imaginar? Y a mis nietos menos, a ellos no se les cierra
el mundo, con su escuela y el trato que tienen de esa gente, pues ya hasta piensan en
Un día llegaron los camiones y los tráileres. No sabíamos qué estaba pasando; yo
ser c o m o ellos. Uno, el mayor, Pedro, se quiere ir a los United's a trabajar, v como
nunca había visto ese tipo de máquinas antes. Fue entonces cuando unos hombres nos
ya sabe el inglés, cree que todo es fácil allá, y eso que nunca ha estado tan lejos; a él
prohibieron acercarnos y nos dijeron que todas esas playas ahora eran propiedad
no le importa su tierra ni su gente, él quiere triunfar solo, aunque sea allá. Ya sabe
privada. Luego, empezaron a llegar y a llegar muchas gentes, se veían de todas partes.
c o m o son los jóvenes de impulsivos, el mundo se les hace chiquito con tantos
Y nosotros pues ya no podíamos vivir como antes con aquella tranquilidad que te da
el silencio del mar y de la selva. Ya nada era como antes y menos el trabajo, ya aparatos; fíjese, donde trabaja venden equipos electrónicos y ahí. dice, ha visto en la
teníamos que ir a pescar y a cazar cada vez más lejos, y algunos de los nuestros televisión muchísimas cosas y quiere ir por eso para allá.
decidieron irse a vivir a otros lugares y abandonaron todo; otros, pues no tenían a Para mí, cuando era joven, el mundo no era más que lo que conocía caminando;
dónde ir, y otros como yo pensamos que podíamos aprender de esta gente, así que nos nunca pensé que había algo más allá; pero el Pedro, con esas televisiones, pues ya se
empleamos: nos fuimos a trabajar de cargadores, llevábamos y traíamos bolsas de dio cuenta de muchas cosas, el mundo es tan grande que uno ya no sabe ni qué ver.
cemento, ladrillos, varillas y todo eso que tiene que ver con la construcción. Trabajé Además, para Pedro, lo que fue su padre y yo su abuelo, ya no le interesa; él dice
y trabajé, se puede decir que yo fui uno de los que construí este lugar, pero eso no es que son cosas de viejos, que hay que vivir lo de ahora, pensar en triunfar, dejarse de
tan importante, porque muchos de los que ahora son de mi edad y otros más viejos esas cosas y trabajar duro para ganar dólares y si aquí no se puede, pues hay que ir a
pueden decir lo mismo. donde están, por eso se quiere ir. Ahora estájuntando un poco de dinero para irse, pero
así son los jóvenes con sus ímpetus; bueno, nosotros no éramos así, nuestro trabajo
En aquellos días en que había tanto trabajo, pensé que me podía hacer rico,
era ir a pescar, vender un poco y comer el resto; así era en esos días. Hoy todo ha
comprarme una casita y retirarme; pero nunca pasó aquello, y aún sigo trabajando, sin
cambiado, todito, ya nada es igual, y uno, aunque quisiera que las cosas fueran
descanso: todos los días salgo a pescar y llevo los pescados a venderlos al mercado.
diferentes, pues ya no se puede. Cuando les quiero platicar a los chamacos de aquellos
Pero bueno, como le iba diciendo, en esos días pues era yo mucho más j o v e n , y ya
días, de cuando aquí no había nada, ¿sabe lo que me contestan? Que cómo podrían
trabajando en las construcciones y platicando con toda aquella gente me di cuenta que
vivir sin nada, sin televisión, sin radio, sin cines, sin tiendas, que eso es una cosa muy
pensaban de otras formas, sus fiestas no eran las mías y todo lo demás era de otra
manera; al principio pues mejor no hice amigos, y me acercaba a los míos, a todos los
que éramos de por aquí. Malos, de corazón duro, egoístas.
250 ENTRE LA T R A D I C I Ó N Y LA M O D E R N I D A D
ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD 251
fea, vivir sin nada; mejor que ahora sí hay muchas cosas, así uno no se aburre, y luego
La apropiación simbólica del discurso convierte a la seducción en el espejismo
me dicen que mi vida debió ser muy aburrida y muy penosa; si supieran ...
del deseo, de un deseo subliminal que intenta apoderarse de lo real: transformar
Cuando me quiero poner a hablar con ellos por más tiempo, siempre me dicen que
a C a n c ú n p a r a c o n v e r t i r l o e n u n p a r a í s o , d o n d e los d ó l a r e s y l a d i v e r s i ó n s a c i e n
ya no pueden, que los esperan afuera, o que van a ver la televisión, y ya no se habla
13
cualquier motivación. Es en este contexto que el deseo se convierte en una
más, ¿cómo enseñarles de todo aquello? Ahora es imposible (Santiago P e n i c h e ) .
d e s v a l o r i z a c i ó n de la identidad, para construir en el límite del espacio su p r o p i a
e s t r u c t u r a ; c o m o e n c u a l q u i e r s u e ñ o , e l p a r a í s o e s t á a h í sin p o d e r c o n c r e t a r s e ;
L a c o t i d i a n i d a d d e l a v i d a d i a r i a e n las j ó v e n e s g e n e r a c i o n e s , e n u n l u g a r c u y a
ahí se olvida la historia, los sujetos pierden su identidad y la necesidad de placer
forma de vida se concibe desde lo turístico, consiste en crear fluctuaciones entre
se vierte en la imaginación de sus habitantes y de sus vacacionistas, por lo que
el o l v i d o y el r e c u e r d o ; f o r m a s de v i d a en c o y u n t u r a e x i s t e n c i a l y s o c i a l . La
la ciudadanía pierde el rumbo. Una localidad de un país inmerso en el deseo de
i n t e r p o s i c i ó n de c o n o c i m i e n t o s p e r t e n e c i e n t e s a o t r a s c u l t u r a s s o b r e lo b á s i c o y
otra sociedad que m a r c a la pauta, el lenguaje y el discurso, disfraza la totalidad,
sustancial de lo tradicional provoca el desconcierto de lo real: una sociedad
creándose de esta m a n e r a el glamour del vacacionista, en una proyección que lo
b a s a d a en el i n t e r c a m b i o de valores, que sujeta lo e x t r a ñ o c o m o lo p r o p i o ,
identifica con cualquiera, menos con sí m i s m o ; es el principio. La efervecencia
d i s g r e g a la identidad étnica en b u s c a de la ilusión y e n c u e n t r a en el v a c í o
del placer ocasiona q u e el sujeto pierda su prospección; el espacio se volatiza y
la producción de la modernidad, que posibilita la creación de formas de vida
se estatiza en una demarcación paradisiaca; el lugar se convierte en la realización
d i f e r e n t e , sin u n a v i s i ó n d e l p a s a d o , a u n c u a n d o e n l a e d u c a c i ó n i n s t i t u c i o n a -
d e l s u e ñ o y l a r e a l i d a d s e c o n c i b e d e s d e l a m o d e r n i d a d , d e s d e e l ser m o d e r n o ,
lizada se enseñe el conocimiento histórico (a nivel nacional porque no existe una
fundiéndose su estructura y superestructura, pues el h o m b r e m o d e r n o ha
historia regional de Quintana Roo).
encontrado su destino.
El presente c o m o coyuntura se convierte en el proveedor de la ideología,
La reciprocidad se encuentra entonces entre la seducción y la m o d e r n i d a d ,
i n t r o d u c i é n d o s e en valores de tipo m a s i v o c o m o los m e d i o s de c o m u n i c a c i ó n y
fluctúan a m b o s en los límites del placer, convirtiendo al sujeto, en un i n d i v i d u o
su correspondiente ilusión fundada en el espectáculo de lo visto. La estructura
a l i n e a d o sin h i s t o r i a y sin t r a d i c i ó n , e n s u s e n t i d o p r o c e s a l . P e r o e n c a m b i o , l a
del p r e s e n t e se convierte en el sostén de la ilusión c o m p a r a n d o a l e g ó r i c a m e n t e
transformación y el d e s a r r a i g o del ser lo convierten en c o n s t r u c t o r del p r e s e n t e ,
sus grandes modelos de comparecencia discursiva. Así la estructura urbana se
de un presente p r e d i s p u e s t o a siempre estar c a m b i a n d o , a ir con el mejor postor,
convierte en s i n ó n i m o de otra ciudad; sus turistas se apropian — c o m o en su
sin i d e n t i d a d , c u a l m e r c e n a r i o d e s p r o v i s t o d e n a c i o n a l i d a d y e n v u e l t o e n l o s
c a s a — de las formas de vida, sus n e c e s i d a d e s son llevadas de un lugar a otro y
aires del capital. A s í la m o d e r n i d a d intenta sujetar sus p r o p i o s valores, i n t r o d u c e
sus culturas igualmente; el ocio se desborda en la emancipación de una
d e s d e la s e d u c c i ó n el d e s e o de c a m b i o , a f i r m á n d o s e tras las n u e v a s t r a d i c i o n e s
imaginación viciosa en cuyos laberintos cae el originario, es decir, el lugareño
y l o s n u e v o s m i t o s c o m o l a n u e v a f u n d a d o r a d e los p r o c e s o s s o c i a l e s . E n e s t e
que ve en el otro su propio m o d e l o de trasgresión; convirtiendo al otro en lo
sentido la m o d e r n i d a d se convierte en el m o m e n t o de inducción de los c a m b i o s
m i s m o , a u n q u e este intercambio simbólico no sea más que la pérdida gradual de
sociales, pero t a m b i é n en el sistematizador de las nuevas formas de interpretar
la i d e n t i d a d , a b s o r b i e n d o en la e m a n c i p a c i ó n y en su d i s i p a c i ó n las p o s t u r a s
al m u n d o , c o n c i b i é n d o l o sólo a partir de la movilidad que le da el capital.
culturales del c o n s u m i s m o .
Por otro lado, el espacio se convierte en la delimitación regional de lo visto i n t e r c a m b i o de valores y d o m i n a n d o las prácticas tradicionales al modificar las
c o m o la esencia que preserva a la tradición en su especificación histórica. Su formas de vida, entonces el m u n d o ordinario y su cotidianeidad se ven invadidos
a la s o c i e d a d a c o n d u c i r s e en su a s p e c t o p o l í t i c o , e i g u a l m e n t e c o m o m o t i v a c i ó n
de la d e s v i n c u l a c i ó n de la vida privada en favor del discurso p o l í t i c o . 1 5 Toda producción de sentido da testimonio de un
La memoria colectiva c o m o saber es reducida en el camino de la construcción acontecimiento que ocurrió y que lo ha permitido.
i n s t i t u c i o n a l i z a c i ó n , la m e m o r i a c o l e c t i v a es r e d u c i d a a i m a g e n o f i g u r a .
La tradición es convertida en texto y su narración pierde su significación con Al lograr establecer d e s d e las apariencias la construción de lo n u e v o , lo
en la sociedad en representación del saber c o m u n i c a r lo que se quiere decir. sus fines se identificaría con lo m i s m o o con aparentar ser diferente.
En este contexto la realidad se transparenta en la ilusión de universales
c o r r e s p o n d i e n t e s a o t r a s s o c i e d a d e s , c o n f u n d i é n d o s e c o n las p r o p i a s , c o m o s i
estas fueran las propias. L o s deseos de una cultura por complejizar sus niveles
de e x p l i c a c i ó n de la realidad son a b o c a d o s a desestructurar a otra sociedad,
proporcionando en este proceso una dialéctica de la destrucción de la cultura.
15
El autor define al discurso político, propiamente dicho, como el discurso de un intelectual Mire, nosotros apenas si vivimos, el dinero no nos alcanza para nada. Pero no nos
colectivo en busca de su hegemonía. Esto equivale a decir que el discurso político se relaciona siempre
podemos ir de aquí porque no tenemos a dónde, no tenemos ni lo mínimo; pero
de una manera u otra con la historia. Conviene advertir que no existe hegemonía sin discurso. J. B.
Marsellesi, "Contribución de la sociolingüística al estudio del discurso político", en Monteforte
tenemos que estar aquí, porque no sabemos a dónde ir.
Toledo, El discurso político, Ed. UNAM-Nueva Imagen, México, 1980, p. 92. Si queremos seguir viviendo aquí, nos tenemos que olvidar de todo, hasta de
16
El discurso subliminal es aquel que afecta el inconsciente colectivo y cuya meta es lograr un mayor nuestros sentimientos para poder conseguir un poco de dinero; si no, pues uno truena.
consumo de productos entre la sociedad. La publicidad se fundamenta en este tipo de discurso, incu-
rriendo sobre todo en el bien logrado estímulo sexual para incrementar las ventas de ciertos productos,
17
como ejemplo tenemos los cigarros Marlboro y los refrescos Cocacola y Pepsicola, entre otros muchos. M. de Certeau, L'Ecriture de l'histoire, Ed. Gallimard; Paris, 1975, p. 57.
254 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD 255
Vea, ahí enfrente vive doña Euladia; ella como muchos de nosotros tiene tres hijas y siempre van mal, de mal en peor. Aquellos hombres, los de la esquina, antes recogían
su marido murió en un temporal en la mar. Ella para sacar a los suyos adelante ha la basura del centro y la vendían en otras partes y utilizaban algunas cosas, era su
tenido que trabajar en lo que sea, hasta que su hija mayor, María, se tuvo que vender pequeño negocio; y un día las autoridades les impidieron llevarse la basura y ya no
en uno de esos burdeles de por allá. No tuvo más remedio si querían alimentar a los tuvimos en qué trabajar. Y así pasa con mucha gente.
demás. Y aquí nadie la critica, porque muchas muchachas se tienen que emplear así, Hace mucho, cuando era muy joven, las cosas eran diferentes: éramos pocos lo que
ni modo. Y uno pues tiene que comprender, desde el padre, los hermanos y todos los vivíamos aquí, muy pocos, y uno vivía de la pesca y de hacer otras cosas; era muy
amigos. Cada quien tiene que trabajar en lo que pueda, aunque sea vendiéndose, diferente, no había edificios, ni carros, ni aviones, ni nada que hiciera ruido. Éramos
porque si no, pues uno se muere de hambre. buenos hombres en aquellos días; hoy quedamos muy pocos de aquéllos: unos se
fueron y otros ya murieron, y la mayoría de nosotros ya ni nos acordamos de aquellas
Los niños más chicos hay veces que tienen que vender un poco de droga a los
familias. Ahora tenemos tantos problemas para vivir que apenas si recordamos el día
turistas para conseguir dinero (aunque ellos no la consumen en sus casas, aunque hay
anterior y los chavos, pues ni eso; ellos están muy apurados con sus cosas: la escuela,
unos que sí); pero para ellos esto no es trabajo, porque ganan muy poco. ¿Ve usted?,
los poquitos que van, el trabajo, la novia y la palomilla; apenas si les alcanza el
cada quien se tiene que ganar el dinero como pueda y en lo que pueda; luego, pues la
tiempo. Ya nadie se preocupa por nadie ni por nada. Así es mejor. Hay que ir para
policía nos chinga mucho y tenemos que compartir con ellos, para que nos dejen
delante, sin mirar atrás; seguir y seguir, y aunque uno no quiera, un día nos moriremos
trabajar, y así es en todo. Todo es más difícil ahora, porque hay extranjeros que
y nadie va a saber de nosotros. ¡Tal vez así es mejor!
quieren trabajar en lo mismo que nosotros y eso ha ocasionado algunos líos, ya sabe,
algunos golpes y nada más; después quién sabe que vaya a pasar. Nosotros ya ni a la iglesia vamos, apenas si nos acordamos de Dios, pues él no nos
Otros pues también tienen trabajos parecidos: venden cosas robadas que les quitan da de comer; aunque todos quisiéramos que nos protegiera. Pero no. Cada vez
a los turistas y muchas cosas más. Pero de eso mejor ya no voy a hablar, mejor nos cuesta más trabajo ganarnos el pan y pues tenemos que hacer cosas indebidas, que
voy a ver cómo está todo aquí. Nuestras casas están muy mal, pero no tenemos cómo —aunque no nos guste— pues alquien tiene que hacerlas. Los gringos esos traen
repararlas; no tenemos agua y la tenemos que traer de lejos, la luz igual y el gas mucha plata, y pues hay que repartirla; también necesitan "yerba" y hay que
también. Es un gran esfuerzo estar aquí pero, como le dije antes, no hay a dónde ir. vendérsela, ¡ellos compran todo! Y algunos pues hasta se acuestan con las güeras
A muchos les va peor porque los meten al bote y no los volvemos a ver, o luego cuando se puede, hay que trabajar en todo, ¿no cree?, para irla pasando ¡Ojalá y un
algunos caen enfermos y no sabemos como curarnos, como el SIDA, nadie sabe cómo día las cosas cambien!, pero está difícil. Cada día construyen más y llega más gente
y ya se murieron varios por aquí. Y nadie lo dice: ni las autoridades ni nadie, pero con dinero, y nosotros seguimos jodidos, como siempre. Pero un día a lo mejor es
bueno ya no se sabe bien de todo esto. ¿Se acuerda que hace rato le hablé de María?, diferente, quizá cuando los pobres salgan, pero quién sabe —¡buenos días, Jorge!—,
bueno, pues ella es una de las pocas que ha tenido suerte, pues hasta ahora trabaja ¿ve ese Jorge?: es rebueno para la bolita, siempre les gana a todos, pero después se
independiente y no con cualquiera, es que se cuida por sus hermanitos. Ella dice que lo quema todo en alcohol y viejas. Por eso está igual que nosotros. Bueno, él ya no
un día con un poco de dinero que junte se irá bien lejos. Pero muchos hablan así, y la va a cambiar nunca, siempre será el mismo Jorge, el que todos conocemos. Fíjese,
mayoría se hacen viejos aquí. hasta parece que se lleva bien con la María, bueno, eso dicen algunos, porque se lo
tienen bien guardado. Nadie sabe.
Ya no sabemos de nada, ni siquiera leemos el periódico; es que la mayoría no
sabemos. Tenemos una televisión chica, ahí vemos y nos enteramos de lo que pasa, Los de allá abajo la pasan mejor, pero no tanto, porque los de la marina los traen
pero no entendemos mucho; en el radio igual, y mejor oímos las canciones que pasan, cortitos. Ya no pueden trabajar como antes. Y a los de más allá también les va mal.
esa musiquita y unos alcoholes y nos olvidamos de todo, de las penas, del hambre y Sólo los que están siempre en Cancún, en la avenida Tulum o en la Uxmal les va
de nuestros padres, que aunque ya no vivan pues apenas y los recordamos. En estos mejor: ellos sí que compran y venden de todo; todito sale ahí; lo que quiera conse-
tiempos es mejor ni acordarse de nada, las cosas, la comida, la ropa, el transporte: todo guir ahí está, lo que sea y sin que nadie diga nada. Las mujeres, las debería de ver,
están ahí sólo, ya sabe. Un día las cosas estarán mejor y a lo mejor soy dueño de todo
cada vez es más caro. El dinero que ganamos ya no alcanza y cada quien se las ve como
puede; algunos todavía se ayudan pero la mayoría ya no. Todos ven sólo para uno, 10 de por aquí, y entonces voy a vivir como los que tienen sus casas en la playa: igual
¿qué se le va a hacer?, es que ya no queda de otra. Las cosas empeoran y empeoran. que ellos, con mi yate y mis mujeres, mi alcohol (informante a n ó n i m o ) . "
11
R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con un informante anónimo, Cancún, Q R 1987
256 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD 257
El p a s a d o s u c u m b e ante los e m b a t e s de la realidad del presente, m u e s t r a sus para modificar y valorar todo saber. La coyuntura se encuentra en el presente
saberes a través de la práctica cotidiana, perdiendo lo sucedido día tras día: c o m o la entidad productora de la práctica, para conservar al presente c o m o un
s o c i e d a d e s que se e n c u e n t r a n en las puertas del d e s e o de alcanzar n u e v a s formas sistema de significaciones que resguarden la totalidad deseada; pero también se
sin n o m b r e . G e n t e sin t r a d i c i ó n , sin h i s t o r i a ; v i v e y m u e r e e n e l a n o n i m a t o t o t a l , e n c a r g a de a l m a c e n a r ciertas evidencias para la construcción futura del p a s a d o ,
b u s c a n d o encontrar su futuro. Sin una prerrogativa ni oportunidad, la tradición convierte de esta m a n e r a al presente en el testimonio que algún día será p a s a d o ,
s u c u m b e ante la desintegración social, posibilita en el presente la única vía de f u n d a m e n t a n d o al saber en la selección y sistematización de valores que
existencia, olvidándose del pasado para no construir futuro alguno. propondrán la creación de la memoria histórica —institucionalizada.
A n t e los e m b a t e s de la m o d e r n i d a d , la m a y o r í a pierde su identidad, se sitúa El recuerdo se convierte en la entidad imaginaria que arranca de la m e m o r i a
en los p r o c e s o s de la desintegración cultural: sujetos sociales que pierden el colectiva, para actualizar el presente propiamente dicho. El recuerdo imaginario
pasado. El presente se vuelve un ente volátil, pues en el m o m e n t o en que social se convierte en el elemento de construcción de la realidad, atestiguando
desaparezca también la m e m o r i a olvidará lo vivido, situando a la cultura en el d e s d e el p e n s a m i e n t o y las f u e n t e s 19
l o q u e fue a l g u n a v e z . E s t e m o v i m i e n t o
límite de su propia identidad, para aceptar y apropiarse de lo que no le pertenece, c o n v i e r t e a la realidad en la instancia de preservación de lo sucedido, p e r o
ni por derecho histórico, ni cultural; decae para asimilarse en la diferencia, i g u a l m e n t e del suceso actual, del transcurrir ahora, de lo real, i n c u r s i o n a de e s t a
m a r c a n d o desde la vulgaridad la aceptación del otro; para asistirse en la m a n e r a en los terrenos del saber y de su práctica, para la existencia de sus
m o d e r n i d a d e m p r e n d e desde este escalón su carrera para alcanzar el progreso diferentes procesos.
y s i t u a r s e e n las i n s t a n c i a s d e l o s q u e m a n e j a n l a t e c n o l o g í a , l a c i v i l i z a c i ó n y El saber y su práctica se construyen dialécticamente d e s d e las p o s i b i l i d a d e s
c u a l q u i e r otra cosa que no les pertenezca. de existencia de la m e m o r i a colectiva — o r a l o e s c r i t a — para evidenciar y 2 0
Así, la cultura en decadencia se apropia en un último suspiro de la posibilidad recordar los t i e m p o s por los que se ha desarrollado, e n c a u z a de esta forma al
d e t r a n s f o r m a r s e , p o r q u e s u s i n i c i a d o r e s l e h a n d a d o e l g o l p e final p a r a i m a g i n a r i o social para preservar los hechos que c o n f o r m a n a la identidad,
cambiarle el giro. Y c o m o cualquier discurso político, su retórica c o n s i g n a el r e c o n o c i e n d o d e s d e la inserción del saber en la colectividad la p r o d u c c i ó n de los
m o v i m i e n t o h a c i a n u e v o s h o r i z o n t e s , sin t o m a r e n c u e n t a l o s s u s u r r o s d e tiempos que se han ido; pero cuya reconstrucción y actualización se ven
quienes pierden su identidad. Sus gritos sofocados son aplastados en n o m b r e del c o n v e r t i d o s e n m a n i f e s t a c i o n e s d e d i f e r e n t e s t i p o s q u e a h o n d a n e n las p r á c t i c a s
p r o g r e s o d e u n o s c u a n t o s y e n d e t r i m e n t o d e las m a y o r í a s , c u y o s i l e n c i o f a c i l i t a sociales, m o s t r a n d o en su interlocución la entrada y sostén de los valores míticos
la transformación del espacio, creando en su coyuntura la posibilidad discursiva e históricos.
de i m p l a n t a r las n u e v a s formas de vida para que el p r o g r e s o y la m o d e r n i d a d se Saber y práctica se convierten en los c o n d u c t o r e s de la m e m o r i a colectiva,
viertan bajo su propio m o d e l o e c o n ó m i c o y político en la construcción de las p a r a manifestarse m e d i a n t e la oralidad en el signo que m a r c a la m o v i l i d a d y la
identidades del futuro.
" "El establecimiento de las fuentes, requiere también hoy en día un gesto fundador, significado
como ayer por la combinación de un lugar, de un 'aparato' y de técnicas. Primer indicador de este
SABER Y PRÁCTICA
desplazamiento: no hay trabajo que no tenga que utilizar de un modo diferente los fondos conocidos,
y que no tenga que cambiar el funcionamiento de archivos definidos hasta ahora por un uso religioso
S o c i a l m e n t e e l sujeto r e p r e s e n t a s u p a p e l c o m o ser s o c i a l e n s u c o r r e s p o n d e n c i a o 'familiar' ". De la misma manera, bajo el pretexto de que se trata de pertenencias nuevas, convierte
con la colectividad, m a r c a su representación a través de la práctica cotidiana, en documentos a las herramientas, a las recetas de cocina, a las canciones, a la imaginería popular, a la
distribución de los terrenos, a la topografía urbana, etcétera. M. de Certeau, op. cit., p. 86.
proporciona en la actividad correspondiente los elementos de interacción que lo
20
"A esta escritura que invade el espacio y capitaliza al tiempo, se opone la palabra que no va lejos
lleven a reproducir su m u n d o a partir del c o n o c i m i e n t o o b t e n i d o . R e p r o d u c i r se
y que no retiene nada. Bajo el primer aspecto, no abandona su lugar de producción. Dicho de otro modo,
convierte entonces en el factor de la experiencia q u e m e d i a n t e la práctica el significante no se puede separar del cuerpo individual o colectivo, no se puede exporta! I .a palabra
conserva el saber; o c a s i o n a n d o , de este m o d o , una dialéctica entre el saber y su es aquí el cuerpo que significa. El enunciado no se separa ni del acto social de enunciación, ni de una
extensión c o m o práctica; se instaura en el discurso la relación discurso-realidad presencia que se da, se gasta o se pierde al nombrarla. Sólo hay escritura cuando el significante puede
lisiarse de la presencia..." M. de Certeau, op. cit.. p. 225.
258 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD 259
actualización en el discurso. Mientras, en la m e m o r i a histórica la evidencia Ahora ya apesta el humo de los carros en Cancún; cada vez aumenta más y más,
queda plasmada en el texto, para inmovilizar lo dicho en una única versión, también el aceite de los barcos está manchando un poco el mar y el ruido... sobre todo
desactualizando y desarticulando el c o n o c i m i e n t o vivo de la m e m o r i a , para el ruido cada vez aumenta más en las tiendas con esa música a todo volumen, los pitos
c r e a r en su a c c i ó n un c a m b i o q u e s i g n i f i c a el d i s c u r s o y la i n s t i t u c i o n a l i z a c i ó n de los carros y los aviones, los camiones; hasta la gente grita y grita. Todos van
del s a b e r . L a m e m o r i a , e n s u s d i f e r e n t e s c o n t e x t o s , 2 1
induce al saber a preservar rápido, enojados porque van a llegar tarde, de prisa y con las aglomeraciones de tantos
22
prácticas que en su difusión llevan el signo de la trasmisión, pero que en su carros. ¡Ay, que diéramos para que todo fuera tranquilo otra vez! (Julia C a m p o s ) .
argumento construyen su propio auditorio, manteniendo la identidad de sus
distintos discursos. El entorno c a m b i a de su condición natural a la formación de una n u e v a
e s t r u c t u r a , c r e c e sin l í m i t e y se a p r o p i a de la n a t u r a l e z a , c a s i c o m i é n d o s e el
La verdad es que me acuerdo ya muy poco, era muy chico cuando llegamos aquí, pero p a r a í s o . El c a m b i o l l e g a y la s o c i e d a d se t r a n s f o r m a , a c e p t a las n u e v a s i r r u p c i o n e s
las cosas sí han cambiado en los últimos años: los autos ahora son cada vez más y los de m o v e r s e en el m u n d o , destruye a su paso lo anterior para asimilarse en lo
taxistas cada vez más en las calles; ya son muchos los atropellados, nada más se u r b a n o , c o n s t r u y e p a r a a t r a e r a m á s g e n t e . T r a b a j a d o r e s y v i s i t a n t e s se d a n c i t a
ataranta uno un poquito y, chin, ya se lo llevó; hay muchos muertos atropellados. Los en lo n u e v o , en el a c e r c a m i e n t o a lo m i s m o — p r o g r e s o = m o d e r n i d a d — , p a r a
camiones también se han vuelto unos cabrones. Así son las cosas por aquí; además, configurarse en la esencia de lo grande, lo c a m b i a n t e y la movilidad de los
los taxistas nada más lo ven a usted que es de por aquí y nomás no se paran, porque n u e v o s e s p a c i o s c o n f i g u r a d o s por las estructuras de c o n c r e t o y separados por las
uno no trae los dólares, ellos prefieren a los gringos, a todos esos turistas que vienen avenidas. La m o d e r n i d a d se da cita para transformar la imagen natural, se interna
a Cancún. en la d e c o n s t r u c c i ó n de lo i n n a t u r a l o de lo s o b r e n a t u r a l , p e r o c u a n t i f i c á n -
Uno se tiene que poner abusado para que no se lo echen por ahí; ya le digo, esos dose en su crecimiento desmedido.
2 3
taxistas son muy peligrosos. Nadie los puede parar, echan carreras por todas las calles A s í la e s t r u c t u r a se a p r o p i a de la m e n t a l i d a d , llevando a sus habitantes a
y luego, pues, con los camiones también. Se les van encima y a ver qué pasa; y los desvanecerse en el olvido, de lo que ya no se puede hablar, de lo que no se puede
pasajeros son los que sufren, el otro día se le fue encima un taxi y por allá fue a dar o í r p u e s r e s u l t a a b u r r i d o , sin s e n t i d o y e n e l m e j o r d e los c a s o s e s s u p e r s t i c i o s o ;
el muchacho; le quebraron una pierna y un brazo y nadie hizo nada, el del taxi se peló ahora hay q u e r e n o v a r s e , abrirse a los c a m b i o s , aceptar la tecnología, la m o d a
y ni el policía de la esquina hizo nada por detenerlo, se huyó y al pobre muchacho se y t o d o l o q u e p u e d a b r i n d a r l a c i v i l i z a c i ó n . L a s viejas c o s t u m b r e s , l a s d e l a g e n t e
lo llevó la Cruz, después nunca encontraron al del taxi, se fue y nadie quiso detenerlo, m a y o r , s o n l o s r e c u e r d o s del p a s a d o , d e u n p a s a d o q u e d e b e v o l v e r s e c a d a v e z
pero nadie. m á s l e j a n o , m á s e x ó t i c o , m á s e f í m e r o , tan b r e v e c o m o s i m e j o r f u e r a q u e n u n c a
Así son todos ésos, es que vienen la mayoría de afuera, del D.F. y de Mérida, para h u b i e r a existido; se está en el c a m i n o de las tradiciones q u e brindan p o r el
juntar sus centavos; por eso dicen que corren tanto, y la policía no puede hacer nada, p r o g r e s o , no por las que recuerdan lo no civilizado.
no se puede; así está cambiando todo, ahora todo es rápido, dicen que por los del D.F. Persuadir se convierte en el móvil de la modernidad, infiltrando en su retórica
que viven aquí; las tiendas las abren temprano y las cierran bien tarde, y todos los días, a las n u e v a s tradiciones del c o n s u m o y la c o m p e t e n c i a , d e j a n d o atrás, m u y atrás,
los turistas van y gastan sus centavos. Todo es tan rápido que no nos podemos el origen de la m e m o r i a colectiva para dar nacimiento a una nueva m e m o r i a más
acostumbrar. La ciudad cada vez crece más, por allá y por allá, por todas partes a c o r d e c o n la e l e c t r ó n i c a , el v i d e o y t o d o lo n o v e d o s o ; c u e s t i o n a y a b s o r b e los
construyen edificios, hoteles y de todo; muchas casas, pero la mayoría es para los m o d e l o s antiguos, para atestiguar solamente que una vez existió un pasado.
turistas, cuestan bien caras, sólo ellos pueden tenerlas. Por eso cada vez llega más
gente de todas partes, a trabajar como albañiles, meseros y muchos trabajos más.
" R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con la señora Julia Campos, Cancún, Q R., 1985
23
1
- "Lo que existe es el individuo reconocible corporalmente, revestido de una identidad, constantemente "Los desplazamientos de mentalidad se marcan solamente en las representaciones recibidas lái
interpelado acerca de su conducta pasada y presente (y en consecuencia, a renglón seguido, de la este caso, las prácticas no son el lugar mismo donde se elabora una razón ordenadora que, por su propia
venidera), acerca de sus obras, de lo que ha hecho y de lo que ha dejado de hacer, F. Chaletet, Cronique génesis, relega los símbolos colectivos al papel -convertido en "ideológico"- de restos adyacentes o
dees Idees Perdues, Editions Stock, París, 1981, p. 14. históricos", M. de Certeau, op. cit., p. 198.
260 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ENTRE LA TRADICIÓN Y LA Mí >l >l KNII >AI) ¿1,1
Rodrigo: "Vamos a ver la tele, para ver a Buck Rogers", s i l e n c i o de la p a l a b r a v i v a , p a r a c o n v e r t i r l a en el e c o tic la voi sintetizada ll qui
Pedro: "Mejor vemos otra cosa, ese programa ya no me gusta. Siempre lo repiten". emite la televisión.
Rodrigo: " N o , ahora vi en la guía de la parabólica que son nuevos capítulos". L u e g o , el s a b e r se c o n v i e r t e en el p r e s e n t e , la r e p r e s e n t a c i ó n simbólica di ll
Pedro: "Bueno, vamos". i m a g e n c u y a s i l u s i o n e s s o n n u e v a s p r á c t i c a s . A t e s t i g u a d e s d e la imagen el
p r i n c i p i o de lo i n n e c e s a r i o , p e r o q u e s a t i s f a c e la n e c e s i d a d de c a l l a r , y el <>n Se
M i e n t r a s se d i s p o n e n a ir a v e r la t e l e v i s i ó n , la m a m á de R o d r i g o l l a m a a l o s c o n v i e r t e e n e l e c o sin r e t o r n o , a s i m i l á n d o s e e n e l d i s c u r s o c o m o l a l l a m a d a
dos niños para ir de visita a casa de Carol. i n t r í n s e c a d e l s i l e n c i o , p a r a q u e la p r á c t i c a s e a el e s t a r f r e n t e a la i m a g e n donde
la voz se d e s v a n e c e en el clamor de lo dicho. Así, cualquier cultura está ahí,
M a m á de Rodrigo: "Niños, vamos a casa de Carol". cualquier c o s a está y el individuo se absorbe en su visión para atestiguar al otro
Rodrigo: " N o , porque ahí nos aburrimos". como lo mismo.
Pedro: "Mejor vamos otro día, cuando no estén los señores esos, cuando hayan
regresado a Mérida. Ya ve, señora, que siempre quieren hablar sólo ellos, y ya nos
sabemos esos cuentos: ¡siempre es lo mismo! Mejor nos quedamos aquí a ver la SABER EL ESPACIO: LO URBANO
televisión".
De la c o y u n t u r a a la práctica se produce el acontecimiento, e n t r o m e t i é n d o s e
En esos m o m e n t o s llega la m a m á de Pedro. en la v i d a p r i v a d a y en la p ú b l i c a , i r r u m p e en la c o t i d i a n e i d a d y en la
institucionalización de lo vivido; c o n m e m o r a de esta m a n e r a la formación de
M a m á de Pedro: "¿Estás lista? Vamonos con Carol que nos está esperando, las visitas la c o h e r e n c i a ( c o m o la lógica de c o n s t r u c c i ó n del p r e s e n t e ) , se e n c o m i e n d a en
llegaron desde temprano; Pedro vamonos". este devenir al presente para dejar su propia evidencia, registrando su totalidad
Pedro: " N o , me voy a quedar aquí con Rodrigo; su mamá ya le dio permiso; me quedo e n l a i n m e n s i d a d d e l a m o d e r n i d a d d o n d e las t e c n o l o g í a s s ó l o r e g i s t r a n l o
aquí, vamos a ver la televisión, hoy es buena la programación". sucedido: imágenes, figuras, lenguajes y todo tipo de tópicos quedan registrados
M a m á de Pedro: "Alma, ¿estás de acuerdo en que se queden los dos solos?". en los anales de la grabación, lo cual sitúa lo c o n t e m p o r á n e o en el p r e s e n t e .
M a m á de Rodrigo: "Claro, no ves que están estrenando la parabólica; ya sabes como En este m o m e n t o la comunicación se da en el saber, borrando con sus
son los niños con juguete nuevo. Además, sabes que con Carol se aburren cuando i m á g e n e s los e s p a c i o s . La ciudad con todos sus satisfactores se ve e n t o n c e s en
están sus papas, porque platican mucho sus cosas". la construcción de lo verdadero, en el discurso de lo presente y del p a s a d o en sus
M a m á de Pedro: "Ojalá que no se molesten; niños no nos tardamos, adiós". textos y m u s e o s . Así, el presente se vuelve contra lo tradicional pero igualmente
se recrea c o m o la n u e v a tradición, la del i n d i v i d u a l i s m o , la de la soledad, la de
María Lozas lo irracional, c u y a s fluctuaciones se vierten en la necesidad de desgastar y
Rodrigo Bueno Lozas de consumir lo existente. Así, el tiempo se contempla y se vive cada vez más
Josefina Sánchez corto, m á s volátil, aun a la velocidad de los a c o n t e c i m i e n t o s y h e c h o s . La
Pedro Rodríguez S á n c h e z . 24
despersonalización se vuelve el espectáculo de la vida diaria y la m e m o r i a queda
r e d u c i d a a la tecnología para atestiguar lo sucedido.
Concebir el presente se convierte en perder el diálogo con los m a y o r e s , para Lo sucedido es un m o m e n t o en el que lo privado y su representación se
i n v o l u c r a r s e en las i m á g e n e s de la m o d e r n i d a d , a c e n t u a n d o en la ficción lo e n c u e n t r a n a l a e n t r a d a d e l v a c í o c o m o p r i n c i p i o y c o m o m e t a ; p r i n c i p i o y fin
reconocible c o m o lo valedero. El olvido se abre al cerrar el círculo de la ayudan en el olvido, en contra de la historia. El pasado se vuelve la incoherencia
intervención en la discusión. Los menores llevan su saber y la práctica de un de lo que no v i v i m o s , y si nos tocó vivirlo es mejor no recordarlo y librarnos de
c o n o c i m i e n t o aprendido vía satélite, d o n d e la ficción y la ilusión j u e g a n con el e s e p e s o t o r m e n t o s o . D e e s t a m a n e r a s e p l a n t e a e l p r i n c i p i o d e las n u e v a s
i d e n t i d a d e s , u n i o n e s h u m e a n t e s q u e s e d i l u y e n e n e l v i e n t o d e l o tecnológico
24
R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con las familias Sánchez y Rodríguez, Cancún, Q.
R., 1985.
262 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD 263
para verterse en el espacio invadiéndolo con sus saberes; conocimientos joven. Nunca faltaba nada, nos movíamos por todas partes; íbamos y veníamos, nunca
tecnificados que representan nuestros tiempos de la modernidad. nos faltaba nada. Algunas veces, ya más grande, me llegué a ir hasta el mar con otros
del pueblo, pescábamos, cambiábamos algunas cosas, todo iba bien, ¡tan bien! Era
El principio no lo recuerdo bien, pero aquí no había más que selva y más allá, lejos, como decía el abuelo. En otros tiempos había sido igual, sin los blancos. Cuando ellos
es que conocí el mar tiempo después, cuando ya era más grande. Pero la selva es donde llegaron las cosas cambiaron; pero ahora que estábamos internados en la selva, las
crecí. Mis primeros recuerdos los tengo ayudando a mi madre con la leña para prender cosas estaban como antes. Los blancos no habían podido llegar hasta nosotros porque
el fuego para la comida: iba y me metía entre los árboles, agarraba las ramas chicas no tenían cómo, no conocían la selva, sus peligros y todo lo que había ahí.
que estuvieran secas y se las llevaba a mi madre; después, recogía algunas frutas del Pero esto no pudo durar mucho tiempo, porque después las carreteras empezaron
huerto. Siempre era así, cada día llevaba a cabo la misma faena y, cada vez, me iba a llegar más cerca del pueblo, hasta atravesarlo. Y nacieron muchos pueblos como
más lejos; me internaba en la selva con mi escopeta cuando era más grande, y cazaba Nueva-Xcan. Y todo eso nos trajo los problemas que tenemos ahora, y también llegó
algún animal. Nunca nos faltaba de comer. la luz eléctrica, el teléfono, la televisión, el radio, y nosotros pudimos viajar a muchas
Mi padre trabajaba lejos de la casa, hacia el sur del territorio. Él se llamaba Juan partes, conocer otras gentes y saber de lo que había allá afuera. Era como estar en otro
Chuc, como yo, y trabajaba en las selvas del sur: era chiclero. Pocas veces lo veíamos; lado, y tuvimos que aprender las nuevas cosas y, sobre todo, a hablar como ellos,
su trabajo lo internaba cada vez más en la selva —apenas si lo recuerdo—; nosotros aunque algunos se negaron. Yo aprendí el español y supe de mis cosas, aunque a mí
vivíamos un poco de lo que mi padre nos mandaba, y otro poco del trabajo de mi no me gustaron. También llegaron los pastores a enseñarnos de su dios y tantas cosas
madre, Esther Chiuj. Mi madre cosía ropa, hacía los huípiles. Sus bordados eran muy más.
buenos porque ella conocía el secreto de los antiguos; su madre le había enseñado y Un día, cuando mi madre murió y mis hijos ya estaban más o menos grandes, decidí
a ésta, su otra madre, y así quién sabe hasta dónde. Ella cosía tan bien que tenía el ir a buscar esas cosas que estaban fuera de nosotros, y tomé el autobús y me llevé unas
reconocimiento del pueblo, Xcan. Todo iba bien. Yo ayudaba cuando ya era más piezas para vender a donde fuera; así llegué a Tulum, y de ahí me fui a Cancún.
grande, cazaba, vendía y cambiaba las piezas por cosas que nos hicieran falta. En Nunca había visto algo así: esos edificios tan grandes cerca del mar, sus luces,
aquellos días no había ningún carro, ni aviones, ni luz eléctrica, ni teléfono; no había tantas y tantas tiendas. Había mucho que ver. Y esas gentes cómo se movían; y en la
nada de la ciudad. Nuestro mundo era la selva y el poblado, todo era bueno. Sólo noche todo era ruido y alboroto. La gente no descansaba y, lo peor, nadie compró mis
teníamos un poco de miedo por lo de la guerra, aquella que tuvimos contra los dzules, cosas y por eso me tuve que regresar. A nadie le gustó lo que hacía y de todas partes
pero eso fue todavía más atrás, pero nos acordábamos bastante bien y por eso me corrían, y yo no sabía por qué, pero a nadie le gustaba que estuviera ahí. Fui a
desconfiábamos todavía. Algunos se internaron más en la selva hasta Chan Santa buscar a los míos y encontré a uno que trabajaba de albañil, trabajaba haciendo esas
Cruz; ésos sí que se fueron lejos, entraron en la mera selva. grandes casas, hablé con él y él me dijo que lo mío no gustaba, que eran gentes
Todo iba tan bien y, aunque pobres, no necesitábamos mucho el dinero, diferentes las de ahí y no entendían ni un poquito de lo mío, y me aconsejó que
conseguíamos de todo y nos tratábamos bien entre todos. Estábamos unidos desde la regresara a Xcan. Por la mañana tomé el camión y estuve de regreso con mi familia,
guerra de castas, los dioses nos eran propicios y teníamos de todo. Era como si los y les platiqué a mis hijos de lo que había visto en Cancún, y de todas su cosas.
blancos no existieran. Estábamos en plena selva y pocos se atrevían a llegar hasta Hoy mis nietos trabajan ahí permanentemente y hay veces vienen a visitarnos.
nosotros. Al tiempo, el pueblo creció, y algunos hombres siempre se iban de Cada vez se acostumbran más a estar allá y, cuando están con nosotros, se sienten mal,
chicleros; caminaban durante varios días y llegaban a los campos, ahí se contrataban extrañan ese mundo, porque aquí no hay nada de lo que hay allá; aquí las cosas siguen
y, después, muy pocos regresaban. Quién sabe que pasaría con ellos. Entre ellos más o menos como cuando estaba joven. Bueno, un poco, pero aquí se puede vivir,
estaba mi padre,... al poco tiempo no volvimos a saber de él. allá no; creo que es como el infierno. Eso dice el padre de la iglesia, él trata de que
Siempre de joven me moví bien, sabía a dónde ir por fruta, por leños, por agua, por la gente no se vaya, pero ya no le hacen caso. Quién sabe qué será mejor.
animales en la caza. Siempre fue así: mi abuelo me lo había enseñado y las cosas A veces con la televisión vemos cosas de allá, de mis gentes y otras cosas, y es
siempre estaban ahí y uno sólo tenía que tomarlas, estirar la mano y agarrarlas. como si fuera sólo la televisión, como si no existiera más que en la caja. Pero cuando
Así siempre había sido, según me contaba el abuelo; él hacia lo mismo desde muy llegan los nietos y nos hablan, sentimos feo, que lo que está ahí está también afuera,
264 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD
ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD
y que es algo m u y grande que se está comiendo todo. Porque cada vez llegan y llegan
L a t r a n s f o r m a c i ó n s e l l e v a a c a b o d e s d e l a a p e r t u r a ; d e s d e e l r o m p i m i e n t o qui
más gentes m á s automóviles y todo eso. Llegan y llegan, nada lo puede parar. Quién
s u f r e la s e l v a al s e r v i o l a d a p o r el a s f a l t o de las c a r r e t e r a s . El s o n i d o y el • uido
sabe qué diría mi abuelo si viera todo esto; se moriría del susto, o quién sabe; mejor
de l a s o n d a s r a d i a d a s o t e l e v i s i v a s y o t r o s m á s ; los p o s t e s d e l t e l é f o n o d e i g a i i M
es ni pensarlo. S ó l o le digo que cada vez perdemos más nuestras cosas; ya a nadie le
la s e l v a al i g u a l q u e l o s de la e l e c t r i c i d a d . C o n e l l o s el p e s o firme de l.i
interesa ni a los de aquí. Luego, con tantos nuevos que han llegado, ya no están los
civilización irrumpe en ese m u n d o salvaje: ¡ahora hay que moverse diferente
de antes la selva se los está llevando, los recuerdos se van con sus gentes; ya nadie
para no q u e d a r electrocutado, para no pisar la propiedad privada, para no leí
quiere hablar, p o r q u e ya nadie los oye, y al que no se oye, se aburre y se va. Se va con
arrollado por un a u t o m ó v i l ! El entorno c a m b i a al modificar sus unidades de
sus cosas sus enseñanzas y todo lo sabido por los antiguos; se van a la selva y todo
s i g n i f i c a c i ó n , a p r e n d e n u e v o s c ó d i g o s q u e n o s l l e v e n a s o b r e v i v i r , y se t r a n s f o r m a
lo d e m á s A h o r a ya no sabemos cómo movernos rápidamente, porque si se hace
e
b a j o e l m i t o del m o d e r n i s m o q u e l l e v a e n s u m a r c a l a d e s i g u a l d a d y e l a r t i f i c i o
mal lo pueden a t r ° P H a r a uno. Hay que fijarse ahora en esas cosas para poder vivir,
de lo novedoso.
y lo nuestro se va en esto, para no regresar nunca más.
Quizá así d e b a ser, cuando nosotros nos hayamos ido, ya quedarán muy pocos que
El sentido imita a la naturaleza
sepan' y las cosas habrán cambiado más. Y a lo mejor hasta llegarán los aviones aquí;
¡cuantas novedades! Ya ni los pájaros descansan, y ningún otro animal lo hace, 27
a n t a
Hans-Georges G a d a m e r .
siempre están e s p d o s , como nosotros. La calma se ha ido y nosotros estamos sólo
25
esperando el momento, quién sabe qué será de los que se queden (Juan C h u c ) .
El sentido de la tradición se inscribe en el culto de la naturaleza, en un
acercamiento que se desarrolla en concordancia con ella, m a r c a n d o en la
Saber el espacio se relaciona con el conocimiento del terreno. Saber quiere
u e
cotidianeidad el silencio o el grito de la s e l v a — n a t u r a l e z a — , para a r m o n i z a r
decir conocer lo 1 pertenece al sujeto; concibiéndose la construcción del
al h o m b r e con su alrededor, es decir, en saber el espacio. El cambio de nivel que
m u n d o a partir de la propia identidad, marcada c o m o el entorno de la comunidad.
c l se
p r o p o r c i o n a la v i o l a c i ó n de la n a t u r a l e z a — s e l v a — c o n l l e v a a la d e s v a l o r i z a c i ó n
Asimismo, el e s p a ° dirige en su proceso a la manutención del saber para
del p a s a d o , c u a n d o e l s e n t i d o i m i t a b a a l a n a t u r a l e z a . H o y , e l s e n t i d o i m i t a l a
asignar en su discurso la interiorización de la experiencia que se comparte,
d e s t r u c c i ó n d e l a n a t u r a l e z a e n s u a r m o n í a artificial, p a r a i n d u s t r i a l i z a r l a , p a r a
para acumularla en la memoria colectiva — e l saber que se comparte. Pero
convertirla en la m a r c a de la carretera, de sus nuevas poblaciones y de esa
cuando ese espacio se mueve desde el exterior de ese mundo, el saber pierde su
2 6
creciente totalidad proporcionada por el progreso. La naturaleza quedó atrás, es
sentido se asimila en la descomposición de lo real, según D e l e u z e y G u a t t a r í ,
otro producto más. Hoy, esos espacios se han convertido en la obtención de
p a r a verterse en 1° artificial, en el c a m b i o de lugares en la p r o d u c c i ó n de los
r e c u r s o s , o en la f a c i l i d a d del t r a s l a d o t e r r e s t r e . C i c a t r i z a n d o la t i e r r a , el e s p a c i o
discursos c o n s u m a n d o de esta manera la incidencia sobre el contorno. Tras la
es el r a s g o del presente. A c o r t a n d o las distancias, el progreso se apropia de lo
m a r c a de la confusión de los m u n d o s , los entornos se transforman a través del
a c o s s a l v a j e sin e l m e n o r o b s t á c u l o . L a s t r a d i c i o n e s s e t r a n s f o r m a n d e j a n d o a t r á s l o s
progreso y los e s p ' naturales se descomponen para integrarse en nuevas
cultos por la naturaleza para — e n su l u g a r — tomar los cultos por lo civilizado,
formas de moverse en este mundo.
c a m b i á n d o l o a cada instante, cual máquina obsoleta. Así, el espacio natural se
u r b a n i z a , e n e l c r e c i m i e n t o d e las e s t r u c t u r a s d e c e m e n t o , s e e n s a n c h a h a s t a
apropiarse del estado de cosas que había en la naturaleza, llevando sus augurios
15
R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Juan Chuc. Xcan, Q. R., 1985
hasta lo m á s profundo de lo salvaje, para rescatarlo de lo inhóspito, para
!fi
" E l capitalismo instaura o restaura todas las clases de territorialidades residuales y ficticias reproducir en sus imágenes el encuentro con el pasado; pero dilucidando su
imaginarías o simbólicas, sobre las que intenta, tanto bien como mal, volver a codificar, a sellar las transformación, llevando sus satisfactores con la etiqueta del progreso.
personas derivadas de las cantidades abstractas. Todo vuelve a pasar, todo vuelve de nuevo, los estados
las patrias, las familias. Esto es lo que convierte al capitalismo, en su ideología, en la pintura abigarrada
de todo lo que se ha creído. Lo real no es imposible, sino cada vez más artificial", G. Deleuze, F Guattarí
El Anti-Edipo. Ed. Paid°s, Barcelona, 1985. 27
H. G. Gadamer, Verdad y método. Ed. Sigúeme, Salamanca, 1984 , p. 60.
26b ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD
que se cuentan tanto en el ámbito de lo privado c o m o de lo público. Así, tradición tantísimos años sigo aquí con mi familia (Tomás Aguillón).
y p a s a d o se concatenan para m a n t e n e r vigentes los sucesos vueltos narra-
c i o n e s y r e p r e s e n t a c i o n e s d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s del a y e r .
El poder se mantiene vigente en la tradición en su presentación misma, en la
actuación de viva voz que enarbola la existencia de un pasado sagrado que, bajo
la influencia de lo colectivo, conlleva en sus mitos, ritos e historias las v o c e s de
q u i e n e s actuarán según los principios de la sociedad en q u e vivieron. T i e m p o
d e s p u é s , aun c u a n d o aquéllos ya no están, se les r e c u e r d a c o m o los p r o t a g o n i s t a s
f u n d a d o r e s d e l a t r a d i c i ó n , s i n i m p o r t a r f e c h a s n i z o n a s g e o g r á f i c a s , sin e x a c -
titudes ni c o m p r o b a c i o n e s , solamente por su significación y la m a r c a dejada en
la sociedad. Su representación preserva en el presente los actos del p a s a d o , c u y a 9
- R.Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señof Tomás Aguillón, Mérícla, Yucatán, 1986
BIBLIOGRAFÍA 271
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