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Uso racional

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DHDA: correto diagnóstico para


real indicação de psicoestimulantes
ISSN 1810-0791 Vol. 3, Nº 10
Brasília, setembro de 2006 Lenita Wannmacher*

Resumo
O diagnóstico de distúrbio de hiperatividade e déficit de atenção
(DHDA) precisa ser feito a partir de critérios bem definidos,
bem como o de co-morbidade coexistente, já que há respostas
terapêuticas diferentes em uma e outra condição. O tratamento
específico por curto prazo com metilfenidato em crianças e ado-
lescentes com DHDA parece controlar os sintomas centrais da
doença, às custas de alguns efeitos adversos que comprometem o
desenvolvimento estaturoponderal dos pacientes. Sugere-se haver
benefício com abordagem conjunta de medicamentos e terapia
psicológica e comportamental. A eficácia em adultos é menos evi-
dente, e riscos de longo prazo não foram devidamente investigados
em qualquer faixa etária. Pelas evidências consideradas, a terapia psicoestimulante nesta condição tem
indicação estrita e restrita nas situações investigadas. Não constitui panacéia para controle de algumas
manifestações clínicas (hiperatividade, desatenção) que podem ocorrer inclusive em crianças normais.
Tampouco pode ser feita por longo tempo sem monitorizar eventuais riscos.

Introdução

O distúrbio de hiperatividade e déficit de atenção


(DHDA) é padrão persistente de desatenção,
hiperatividade e impulsividade que é mais freqüente e
desafiador, distúrbio de conduta, distúrbio de ansie-
dade e distúrbio depressivo). As causas da doença são
desconhecidas. O diagnóstico é clínico, não havendo
grave do que é tipicamente observado em pessoas de medidas objetivas que o confirmem2. Isto representa
comparável nível de desenvolvimento (APA, DSM-IV)1. grave problema na caracterização de DHDA, acreditan-
Os sintomas devem estar presentes pelo menos por do-se que os diagnósticos sejam superestimados, com
6 meses, geralmente antes de 7 anos de idade, com conseqüente excesso de prescrição de medicamentos
perturbações observadas sobre funcionamento social, específicos, particularmente metilfenidato. Outro as-
escolar e ocupacional, sem outras doenças psiquiátri- pecto a considerar é que o uso de estimulantes, com
cas que os expliquem. No entanto, outras condições eventual resposta positiva, não confirma o diagnóstico
podem ocorrer concomitantemente (comportamento de DHDA. Esses medicamentos alteram o equilíbrio de

*Lenita Wannmacher é professora de Farmacologia Clínica, aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atualmente da Universidade de Passo Fundo, RS.
Atua como consultora do Núcleo de Assistência Farmacêutica da ENSP/FIOCRUZ para a questão de seleção e uso racional de medicamentos. É membro do Comitê de
Especialistas em Seleção e Uso de Medicamentos Essenciais da OMS, Genebra, para o período 2005-2009. É autora de quatro livros de Farmacologia Clínica.

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neurotransmissores no cérebro e modificam sintomas, As evidências contemporâneas relacionam-se a crianças
mas não fazem o diagnóstico. De fato, considera-se que com 5 ou mais anos de idade, havendo pouca avaliação
crianças consideradas “normais” demonstraram melhora de eficácia e segurança em pré-escolares. Desconhe-
em desempenho cognitivo e comportamental sob uso ce-se a eficácia de longo prazo dos medicamentos em
de estimulantes, o que não justifica seu uso com tal fi- DHDA2. Considerando que 70% das crianças mostram
nalidade sem um diagnóstico preciso3. A concomitância resposta clínica aos tratamentos e que nos estudos a res-
de outras manifestações além dos sintomas centrais posta ao placebo é de 35-40%, talvez sejam necessários
aumenta a dificuldade diagnóstica. Estudos realizados critérios mais estritos antes de considerar medicação
em crianças sem co-morbidade são raros. de longo prazo, cujos efeitos nos processos cognitivos
ainda não são totalmente conhecidos e cujos efeitos
Também por isso as estimativas de prevalência da doença
adversos, embora haja aparente boa tolerabilidade a
variam muito, de 1,7% to 16,0%. Em revisão sistemá-
curto prazo, podem ter repercussão, principalmente
tica4, estudos epidemiológicos apontaram prevalência
em adolescentes6.
de 3% a 5% na população de escolares nos Estados
Unidos. A proporção de DHDA em meninos e meninas O foco da presente revisão será avaliar, segundo evi-
varia de 3:1 a 4:1. Mais de 70% das crianças hiperativas dências contemporâneas, quanto de benefício pode
conservam as características de DHDA na adolescência, ser gerado pela indicação correta de metilfenidato em
e até 65% dos adolescentes continuam com o problema indivíduos com definido diagnóstico de DHDA.
na idade adulta5.
Dúvidas têm sido expressas na literatura sobre a
Categorização dos tratamentos
real ocorrência de DHDA. Adler 6 comenta sobre a
dificuldade de diagnosticar uma doença com base em medicamentosos em DHDA
sintomas que apresentam um continuum e dependem
No Clinical Evidence2, encontra-se a categorização de
de julgamentos subjetivos. Como tomar decisões com
benefício clínico vista no quadro que segue.
base em “a criança parece não ouvir quando se fala di-
retamente com ela” ou “a criança fala excessivamente”?
A generalização diagnóstica pode levar à prescrição Categorização clínica dos
excessiva. Ainda aponta dados australianos, mostrando tratamentos de DHDA
que a prescrição de dextro-anfetamina aumentou 8
vezes de 1990-1994 e o uso de metilfenidato triplicou Benefício Metilfenidato
no mesmo período. Segundo ele, é como se houvesse provável
uma “epidemia” da doença na Austrália. A explicação Metilfenidato/
para esse aumento súbito de prescrição seria uma ampla tratamento psicológico
ou comportamental
publicidade na mídia.
Revisão sistemática5 comenta os resultados de 6 estudos Sulfato de dextro-anfetamina
em que intervenções não-farmacológicas foram compa-
radas a medicamentos, mostrando consistentemente Atomoxetina
que estimulantes, particularmente metilfenidato, são
mais eficazes do que as primeiras. Diferentes trata- Eficácia Clonidina
mentos medicamentosos foram propostos para DHDA: desconhecida
metilfenidato, dextro-anfetamina, pemolina, nicotina, Tratamento psicológico
fenilalanina, clonidina e antidepressivos tricíclicos. Os ou comportamental
estimulantes não diferiram significativamente entre si (23
estudos). Em adultos com DHDA, 12 estudos avaliaram
a eficácia dos medicamentos: não se evidenciou benefício Metilfenidato melhora os sintomas centrais e o desem-
com pemolina, nicotina ou fenilalanina comparativamen- penho escolar de crianças quando usado isoladamente
te a placebo. Em adultos, a comparação de metilfenidato ou associado a tratamento psicológico ou comportamen-
com placebo mostrou resultados contraditórios. Em tal. A combinação parece ser superior ao tratamento
crianças, metilfenidato reduziu distúrbios de compor- comportamental isolado no controle dos mesmos
tamento durante o curso de terapia. desfechos. Apesar de haver dados provenientes de en-

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saios clínicos randomizados, a maioria desses contêm randomizados comparou os efeitos de metilfenidato (5
amostras pequenas, sendo controlados por placebo e a 90 mg/dia; 0,15-0,8 mg/kg, 2 a 3 vezes ao dia) sobre
com seguimento de curto prazo. Os dados referentes sintomas de DHDA em curto prazo (desfechos medidos
a adultos são mais parcos, com estudos de qualidade depois de 1 a 4 semanas), médio prazo (duração de 16
metodológica inferior. Dexanfetamina e atomoxetina po- semanas a 6 meses) ou longo prazo (seguimento superior
dem reduzir os sintomas, mas causam efeitos adversos. a 1 ano). Os desfechos evidenciados foram: 1) redução
Com atomoxetina descreveu-se rara, mas grave, lesão significativa de distúrbios de atenção, impulsividade e
hepática, além de aumento em freqüência cardíaca e atenção, individualmente medidos (5 estudos); 2) bene-
peso em tratamento continuado por 8 meses7. Clonidina fício sobre desempenho escolar (6 estudos); 3) melhora
melhorou os sintomas em comparação a placebo, mas significativa da relação mãe-filho; 4) efeitos positivos
se desconhece a relevância clínica da diferença, já que sobre os sintomas cardinais, medidos pelas professoras
também causa efeitos adversos, como bradicardia. (P < 0,01 a P < 0,005; 3 estudos); 5) significativa me-
Geralmente os indicadores de benefício dos tratamentos lhora na habilidade de aprender, mas não de memória (1
são escores de escalas que medem comportamento. Pode estudo). Efeitos adversos foram referidos em 6 ensaios,
haver uma redução real diferente da desejada por pais os mais comuns sendo diminuição do apetite, insônia,
respondentes. Estudo, contendo a avaliação de 45 pais epigastralgia e cefaléia. As taxas de ocorrência variaram
de crianças e adolescentes com DHDA, comparou as de 15 a 37% com baixas doses e de 10 a 40% com altas
respostas que mediam a eficácia global de tratamento com doses de metilfenidato. Dois estudos de longa duração
psicoestimulantes. Segundo essa avaliação, a melhora em referiram supressão do crescimento. Análise de cus-
escalas de comportamento variou de 25% a mais de 50%. to-utilidade mostrou ser o tratamento de curto prazo
O desejo de melhora esteve sempre acima de 50%, todos (semanas a meses) custo-efetivo10.
tendo o mesmo nível de expectativa, o que não influenciou Metanálise11 de 62 estudos – em sua maioria (83,9%)
sua avaliação quanto às respostas a tratamento8. com desenho cruzado – comparou eficácia e seguran-
ça de metilfenidato em relação ao placebo em 2.897
participantes (idade média de 8,7 anos) com DHDA. A
Metilfenidato em duração média das intervenções foi de 3,3 semanas (2
crianças e adolescentes dias a 28 semanas). Os resultados, avaliados por pais e
professores dessas crianças, demonstraram significa-
Aproximadamente metade das crianças medicadas tivo efeito de metilfenidato. Os tamanhos de efeitos
para DHDA continua na adolescência com distúrbios relatados por professores e pais foram 0,78 (IC 95%:
que exigem continuação de tratamento. Só pequeno 0,64-0,91) e 0,54 (IC 95%: 0,40-0,67), respectivamen-
número de pessoas requer tratamento pela primeira vez te. Esses valores variaram quando análise de qualidade
na adolescência. As demandas sociais e acadêmicas da identificou estudos de baixa e alta qualidade. Todos os
adolescência podem pôr à mostra problemas de atenção, efeitos permaneceram estatisticamente significantes.
e os adolescentes têm mais atividades à noite que exigem Os efeitos adversos relatados incluíram diminuição do
habilidades de concentração e atenção. Medicamentos apetite, insônia, dor de estômago (NND=9), sonolência
estimulantes ou não-estimulantes são tão eficazes em (NND=10) e tonturas (NND=11). Os resultados da
crianças como em adolescentes, desde que haja adesão metanálise confirmaram um efeito de metilfenidato de
para mantê-los por longo tempo. Os medicamentos de curto prazo, necessitando-se nova investigação para
liberação prolongada são preferíveis porque dão melhor
confirmar a extensão do efeito além de 4 semanas. Os
cobertura nas 24 horas. A decisão sobre cessação de
efeitos adversos precisam ser monitorados e balancea-
tratamento deve ser partilhada por médico e paciente.
dos com os benefícios. A evidência refere-se a indivíduos
Deve ser negociado um tempo sem tratamento, segui-
de sexo masculino com definição restrita de DHDA, não
do de avaliação dos sintomas do pacientes, para evitar
podendo ser generalizada a outras populações.
suspensão prematura do tratamento9.
Ensaio clínico brasileiro, randomizado, em paralelo e
duplo-cego12 alocou 36 crianças e adolescentes com
Comparações com placebo
DHDA para receber metilfenidado (n=19) ou placebo
Revisão de 9 ensaios clínicos controlados por placebo (n=17) por 4 dias. Os participantes do grupo inter-
(691 crianças de 6 a 12 anos) e estudos cruzados e venção diminuíram significativamente os escores da

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Conners Abbreviated Rating Scale (ABRS) e aumentaram Em análise de variância para medidas repetidas, houve
também os escores na Children’s Global Assessment Scale interação entre tempo e grupo nos escores totais de
em relação ao grupo placebo (P < 0,01). O grupo do escala específica, sugerindo maior efeito de risperidona
metilfenidato mostrou maior proporção de pacientes em reduzir sintomas durante o estudo. Houve signifi-
com robusta melhora (ao menos 50%) em relação aos cativa redução de peso com metilfenidato e ganho de
valores prévios à intervenção, detectada na escala ABRS, peso com risperidona.
do que o grupo placebo (P < 0,01). O tamanho do efeito
Para determinar se metilfenidato e sais mistos de anfe-
na ABRS foi de 1,05 (IC 95%: 0,73-1,37).
tamina tinham diferentes efeitos sobre o crescimento de
Para avaliar a eficácia de metilfenidato em 95 crianças crianças com DHDA quando tratados por pelo menos
(6-12 anos) com DHDA isolada ou superajuntada a 1 ano, uma regressão linear foi feita, mostrando que a
distúrbios de aprendizagem, realizou-se ensaio clínico terapia estimulante não alterou o padrão de altura, sendo
cruzado, duplo-cego, randomizado e controlado por muito pequena a mudança quando se considerou a dose
placebo durante 2 semanas. A proporção de crianças cumulativa. Esse comportamento se verificou também
com co-morbidade que responderam a metilfenidato em crianças que receberam os fármacos continuamente
(55%) foi significativamente menor do que a proporção por 3 anos. Por meio da variância para medidas repeti-
(75%) daquelas com DHDA isolada adequadamente das, verificou-se que sais mistos de anfetamina diminu-
responsiva a metilfenidato (P = 0,034). A resposta mais íram mais a altura e o índice de massa corporal do que
pobre foi evidenciada em crianças com dificuldades metilfenidato. Logo, os dois medicamentos não diferiram
matemáticas, o que não se observou nas que tinham entre si na altura. A anfetamina teve maior efeito sobre
dificuldades de leitura13. peso que metilfenidato, porém de modesta magnitude
e com limitada significância clínica17.
Em estudo14 realizado em 183 crianças (3 a 5 anos de
idade), metilfenidato foi administrado em doses que
variaram de 14,1 mg/dia a 20,5 mg/dia e comparado a Comparações com outras alternativas
placebo. Efeitos adversos moderados e severos ocor-
DHDA também tem sido tratada com variedade de
reram durante todo o estudo, segundo relato de 30%
intervenções psicossociais e psicoeducacionais dirigidas
dos pais, incluindo crises emocionais, dificuldade para
a pais e crianças. Algumas vezes, essas abordagens se
conciliar o sono, pensamentos e comportamentos repe-
adicionam à terapia medicamentosa. No entanto, cerca
titivos, diminuição do apetite e irritabilidade. Elevações
de 10-13% dos pacientes preferem não usar medica-
transitórias de freqüência cardíaca e pressão arterial
mentos. Terapia de família tem sido abordagem que
foram relatadas em 5 crianças. Suspensão de tratamento
objetiva melhorar o manejo da criança e ajudar a família
atribuída a efeitos adversos intoleráveis ocorreu em 21
a suportar a presença da doença. Revisão Cochrane18 de
crianças (11%).
dois estudos comparou a eficácia de terapia de família
Coorte15 de 5 anos avaliou os efeitos de longo prazo de sem medicamentos a não-tratamento ou tratamento me-
psicoestimulantes sobre altura e peso de 79 crianças (6 a dicamentoso sobre os sintomas centrais de DHDA. Em
12 anos) com DHDA. Controlando para o tempo desde um deles não foi detectada diferença entre as diferentes
o início do tratamento, a dose diária dos medicamentos abordagens. No outro, o medicamento foi superior ao
associou-se negativamente com escores de peso e altura placebo. Os revisores concluíram ser necessária nova
(P < 0,01 para ambos). Estimativas baseadas em modelo investigação para determinar o real benefício da terapia
estatístico sugeriram que as crianças que recebiam 1,5 familiar no manejo de crianças com DHDA.
mg/kg/dia ou mais de metilfenidato diminuíram o ganho
de peso em um ano. Nas que receberam 2,5 mg/kg/dia
ou mais houve diminuição na altura depois de 4 anos. Metilfenidato em adultos
De 1 a 2 terços de crianças com diagnóstico de DHDA
Comparações com outros fármacos
na infância continuam a manifestar sintomas de DHDA
Em ensaio clínico em paralelo e mono-cego16, 45 par- na idade adulta19. Os estudos que investigam os efeitos
ticipantes com DHDA e moderado retardo mental de metilfenidato em adultos mostram resultados dúbios,
receberam metilfenidato ou risperidona durante 4 se- inclusive porque não há uniformidade na avaliação feita
manas. Ambos os grupos tiveram redução de sintomas. por escalas em adultos.

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Comparações com placebo tamina, sais mistos de anfetamina e pemolina em adultos
com DHDA. Todos os estudos foram considerados como
Ensaio clínico randomizado, em paralelo e controlado de baixa qualidade metodológica. Os resultados de seis
por placebo20, avaliou a eficácia de metilfenidato (1,1
estudos controlados referentes a metilfenidato foram
mg/kg/dia, por via oral, durante 3 semanas) em 146
conflitantes. Anfetaminas se mostraram eficazes, mas
adultos com DHDA. A respostsa terapêutica com a
o número de participantes em 4 estudos controlados e
intervenção excedeu a do placebo (76% vs. 19%). O
um não controlado foi pequeno. Pemolina se mostrou
tratamento foi bem tolerado.
mais eficaz que placebo em um estudo com 27 pacientes.
Na revisão retrospectiva (n= 40), a taxa de resposta foi
Comparações com outros fármacos de 70%. Os efeitos adversos só foram registrados em
Revisão sistemática21 de 13 ensaios clínicos, cruzados (8), um estudo. Há necessidade de mais investigação para
em paralelo (3) e aberto (1) e revisão retrospectiva (1) determinar a eficácia a longo prazo de estimulantes em
objetivou avaliar a eficácia de metilfenidato, dextroanfe- adultos com DHDA.

Conclusão

As evidências sobre o tratamento de DHDA com metilfenidato são maiores em crianças e adolescentes que
em adultos, em indivíduos que têm a doença isolada em comparação aos que apresentam co-morbidades,
em seguimentos de curto prazo em relação aos de longo prazo, em comparações com placebo em vez
de com outros fármacos. Os estudos geradores de evidências têm metodologia pobre, em geral, e baixa
capacidade de generalização. Frente a alguns riscos comprovados, é necessário fazer um balanço entre
benefício e risco antes de prescrever o medicamento, principalmente quando se estima ser o tratamento
requerido por longo tempo.

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metodológica das publicações que se fazem diferentes graus de recomendação de condutas. Ministério da Saúde ISSN 1810-0791

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