Está en la página 1de 17

50 ¿ La leyenda del rey Arturo

Luego de p r o n u n c i a r estas e n i g m á t i c a s palabras, se alejó


Uter Pendragón y Merlín y desapareció e n t r e los á r b o l e s .
Los caballeros regresaron al palacio y refirieron al monarca
t e r P e n d r a g ó n , ' rey de B r e t a ñ a , ' a b r i ó los el e n c u e n t r o y las singulares palabras del leñador.
ojos, v i o e l t e c h o de p i e d r a sobre s u c a m a y A U t e r P e n d r a g ó n n o le a g r a d ó el m e n s a j e . Estaba acos-
comprendió que estaba a salvo. El g r a n d r a g ó n t u m b r a d o a m a n d a r y a ser obedecido. Sin e m b a r g o , sabía
rojo que u n m i n u t o antes lo acechaba h a b í a que los m a g o s , m u c h a s veces, se r i g e n por leyes sutiles,^
quedado a t r á s , del lado d e l s u e ñ o . i n c o m p r e n s i b l e s para e l resto de los m o r t a l e s . Así que, a l
A h o r a a m a n e c í a , y la n i e b l a sobre las colinas comenzaba día s i g u i e n t e , partió c o n sus escuderos r u m b o a l n o r t e .
a dispersarse. E l Rey se l e v a n t ó , fue hasta la v e n t a n a y se Esta vez, en las i n m e d i a c i o n e s del bosque h a l l a r o n a
llenó los p u l m o n e s de aire fresco. u n a n c i a n o pastor que c o m í a u n a f r u t a y descansaba,
H a c í a m u c h o que n o descansaba b i e n . D u r a n t e el d í a , lo sentado en u n a roca.
a t o r m e n t a b a n la guerra y el recuerdo de la hermosa lady —Pastor " d i j o el Rey s i n bajar del caballo—, i n d í c a m e ,
I g r a i n e . Y, por las noches, s u f r í a aquellos s u e ñ o s t u r b i o s , si sabes, dónde puedo e n c o n t r a r a M e r l í n .
cargados de presagios.' El h o m b r e se protegió del sol con u n a m a n o , m i r ó a los
M i e n t r a s se v e s t í a , a l Rey le v i n o a la m e m o r i a el n o m b r e ojos del m o n a r c a y r e s p o n d i ó con t r a n q u i l i d a d :
de u n m a g o de la c o m a r c a : M e r l í n . Unos caballeros lo —Ya lo encontraste. Yo soy M e r l í n .
1 P c n d r a g ó n signifi-
h a b í a n m e n c i o n a d o la noche a n t e r i o r , d u r a n t e la cena. Los escuderos s o n r i e r o n y t o m a r o n a l pastor por u n loco.
c á b a , e n la a n t i g u a
l e n g o r a e los b r e t o n e s La f a m a de M e r l í n iba de boca e n boca por las tierras de Entonces el v i e j o se d e s v a n e c i ó e n el aire y e n su l u g a r
'cáBéza de d r a g ó n ' B r e t a ñ a . Se decía, entre otras cosas, que podía hablar con los apareció u n n i ñ o .
2 La r e g i ó n de B r e u a n i m a l e s , que conocía el f u t u r o , que n o t e m í a a la m u e r t e A h o r a el ú n i c o que sonreía —con el aspecto de u n c h i c o -
ñ a , en la A n t i g ü e d a d , y que sabía i n t e r p r e t a r los s u e ñ o s de los h o m b r e s .
estaba f o r m a d a p o r
era M e r l í n , que d i s f r u t a b a a s o m b r a n d o a los i n c r é d u l o s
Uter P e n d r a g ó n t e r m i n ó de arreglarse, salió de su alcoba con trucos inocentes.
el sur de la isla de
B r e t a ñ a (actual Gran y convocó a tres caballeros. El Rey d e s m o n t ó , c a m i n ó h a c i a e l m a g o y j u n t o s se
B r e t a ñ a ) y la p e n í n s u l a —Busquen a l h o m b r e que l l a m a n M e r l í n —les o r d e n ó — . s e n t a r o n bajo la sombra de u n árbol.
deArmor, denomi- Quiero conocerlo. M e r l í n h a b í a recobrado su aspecto h a b i t u a l : u n h o m b r e
n a c i ó n m e d i e v a l de
Los caballeros p a r t i e r o n enseguida c o n dirección a los de barba blanca, anciano pero vigoroso, de m i r a d a a l a v e z
la B r e t a ñ a Francesa,
bosques del n o r t e , donde les h a b í a n d i c h o que m o r a b a irónica y c o m p r e n s i v a .
sobre el canal de la
Mancha.
el m a g o . Cabalgaron toda la m a ñ a n a bajo u n cielo a z u l , El Rey, en cambio, solía t e n e r u n a expresión concentrada
3 Se l l a m a p i e s ^ y i o c a l m o y frío. Ya en las c e r c a n í a s del bosque, se c r u z a r o n y d u r a . Esa a c t i t u d , s u m a d a a su cuerpo ancho y f u e r t e ,
a la s e ñ a l q u e i n d i c a , con u n j o v e n leñador. le daba el aspecto de u n buey.
previene y a n u n c i a —¿Conoces a M e r l í n ? — p r e g u n t a r o n los emisarios del
sucesos f u t u r o s .
—Soy U t e r P e n d r a g ó n —se presentó el m o n a r c a .
palacio. —Conozco t u n o m b r e , señor — d i j o M e r l í n .
4 Una ( ortLin.i es una
división de t e r r i t o r i o
— M e r l í n s a b í a que v e n d r í a n —respondió el j o v e n — . M e El rey estudió al mago en silencio. Comprendió enseguida
q u e c o m p r e n d e varias e n v í a a decirles que está dispuesto a ver a l Rey solamente que aquel era u n h o m b r e sabio, con e x t r a ñ o s poderes, a
poblaciones. si el Rey viene hasta a q u í . q u i e n c o n v e n í a tener de aliado. Í^^-
52 La l e y e n d a d e l r e y A r t u r o

M e r l í n , como si h u b i e r a oído esos pensamientos, d i j o : — ¿ M i . . . hijo? L.Vr-.m' >uS ',;rv(;tMCr -.t.., 10 Las a l m e n a s son
—A p a n i r de hoy estaremos cerca, porque así está escrito.
— ¿ e ñ o r , concebirás u n n i ñ o con lady I g r a i n e . Y con ese cada u n o de los pris-
Es el d e s t i n o . Así que no perdamos el t i e m p o , señor. Sé lo mas que c o r o n a n los
n i ñ o h a b r á s de pagar el favor que ahora te hago. Cuando t u
que te i n q u i e t a , y puedo ayudarte. h i j o nazca, debes e n t r e g á r m e l o . Yo m e ocuparé de él s e g ú n
m u r o s de las a n t i g u a s
fortalezas en las q u e
El Rey vaciló. m i v o l u n t a d . . . Pero no temas: te aseguro que m i v o l u n t a d los defensores se
—Entonces s a b r á s que deseo a u n a m u j e r i m p o s i b l e . . . , obrará siempre a t u favor y e n beneficio de t u r e i n o , y que resguardaban.
y que por ella estoy en guerra —reconoció a l f i n , contra- el n i ñ o crecerá en las mejores condiciones^
riado. U n r e m o l i n o de s e n t i m i e n t o s contradicíorios crecía e n
En efecto, el corazón del Rey se c o n s u m í a por lady Igraine. el pecho del Rey.
Se h a b í a e n a m o r a d o de ella a p r i m e r a v i s t a , d u r a n t e unos —Sé que no es poco — a g r e g ó M e r l í n — . Pero es lo que te
festejos que se h a b í a n llevado a cabo e n el palacio, y de pido a cambio de m i ayuda. ¿Estás de acuerdo?
i n m e d i a t o i n t e n t ó c o n q u i s t a r l a . Pero e l l a , casada c o n —Se h a r á como tú digas —respondió Uter P e n d r a g ó n ,
6 Comualles es una
Gorlois, el duque de Comualles , rechazó sus galanteos. decidido.
r e g i ó n s i t u a d a al
sudoeste de I n g l a t e -
Ansioso p o r volver a v e r l a , el Rey e n v i ó u n m e n s a j e a l El m a g o inclinó l i g e r a m e n t e la cabeza a n t e el Rey, en
rra, a u n o s 350 k m de d u q u e . Le ordenaba presentarse a la brevedad en la cor- señal de acuerdo y a g r a d e c i m i e n t o .
Londres. t e , j u n t o a su esposa, por asuntos políticos. Gorlois, que - A h o r a , señor, vuelve con los tuyos —le d i j o m i e n t r a s
Una 'iPvc"""ntor^i conocía b i e n el m o t i v o o c u l t o de la convocatoria, se n e g ó se alejaba—. Y al caer el sol. dirígete a solas a T i n t a g e l .
es el a n u n c i o o e s c r i t o
a asistir. El Rey, desesperado, optó por la fuerza: a c u s ó a l Esta m i s m a noche se c u m p l i r á t u deseo.
c o n que se cita a u n a o
m á s personas para q u e duque de traición y le declaró la g u e r r a . D u r a n t e días sus
concurran a un lugar o tropas a r r e m e t i e r o n s i n tregua —pero s i n éxito— c o n t r a
un acto determinado, el c a s t i l l o de T i n t a g e l , d o n d e v i v í a n Gorlois e I g r a i n e .
8 Se l l a m a ' . - • ala M u c h o s h o m b r e s de ambos bandos h a b í a n m u e r t o al pie El n a c i m i e n t o d e A r t u r o
s u s p e n s i ó n de la lucha,
de los m u r o s fortificados. Y el asedio a ú n c o n t i n u a b a .
por d e t e r m i n a d o t i e m -
po, e n t r e e n e m i g o s en
—Agradezco t u sinceridad, señor — d i j o M e r l í n — y por ^ orlois, el duque de C o m u a l l e s , llevaba varias
u n a guerra, eso yo t a m b i é n voy a h a b l a r t e con franqueza. Te aconsejo horas ausente d e l c a s t i l l o . N a d i e s a b í a c o n
9 La aldea de í m t a g e t que h o y m i s m o ordenes la r e t i r a d a de los soldados que certeza si h a b í a cafdo o no en la b a t a l l a , pero
y s u c a s t i l l o , al n o r t e s i t i a n T i n t a g e l . Yo te a y u d a r é a e n t r a r e n el castillo de o t r o lo cierto es que efectivamente h a b í a m u e r t o .
de la costa a t l á n t i c a de
m o d o , y a s í p o d r á s d o r m i r con la m u j e r que t u corazón Y M e r l í n h a b í a obrado u n e n c a n t a m i e n t o para que Uter
Comualles, son m e n -
c i o n a d o s por p r i m e r a tanto anhela. . P e n d r a g ó n t u v i e r a , d u r a n t e u n a s horas, el s e m b l a n t e y
vez c o m o u n o de los El Rey se p r e g u n t ó c ó m o lograría el m a g o ese p r o d i g i o , l a voz d e l duque.
posibles lugares de pero se dio cuenta de que no debía i n t e r r u m p i r l o . —Habla lo menos posible y sube cuanto antes a la alcoba
o r i g e n del rey A r t u r o ,
— E n c u a n t o a l d r a g ó n de tus s u e ñ o s — c o n t i n u ó Mer- —le indicó el mago—. Y recuerda que debes p a r t i r de allí al
por el h i s t o r i a d o r
l i n — , no debes p r e o c u p a r t e . H a y sangre de d r a g ó n e n alba, antes de que cante el p r i m e r gallo. De lo c o n t r a r i o ,
gales Codofredo de
M o n m o u t h en Historia tus propias venas. Ese es t u l i n a j e , y ese será t a m b i é n el serás descubierto.
Regum Brítannice en el l i n a j e de t u h i j o . Los i m p o n e n t e s m u r o s a l m e n a d o s de T i n t a g e l se
s i g l o XIII. El rey Uter alzó las cejas, c o n f u n d i d o . alzaban e n u n a c a n t i l a d o , sobre el incesante oleaje del
54 La leyenda del rey Arturo ^ cwjifW^ 55

m a r . D u r a n t e los ú l t i m o s d í a s , sus alrededores se h a b í a n En t a n t o , se h a b í a restablecido la paz entre los bandos.


t r a n s f o r m a d o en u n campo de batalla y t a m b i é n , por ello, Uter Pendragón s e g u í a deseando locamente a Igraine y no
e n u n c e m e n t e r i o . De n o c h e , el denso olor de l a sangre dejó pasar m u c h o t i e m p o antes de proponerle m a t r i m o n i o
i m p r e g n a b a el aire, y la n i e b l a y el resplandor plateado de y c o n v e r t i r l a e n la Reina de B r e t a ñ a .
la l u n a poblaban la oscuridad con espectros. Lady I g r a i n e a c e p t ó , t a l vez m e n o s p o r a m o r que p o r
Para llegar h a s t a el c a s t i l l o , Uter P e n d r a g ó n t u v o que conveniencia, y acaso porque los acontecimientos h a b í a n ^.•-•-••'iduq

andar u n b u e n trecho entre hombres m u e n o s , espantando tomado para ella u n aire i r r e a l , como sucede a veces cuando
las aves de r a p i ñ a que v o l a b a n sobre los cadáveres a ú n no t e r m i n a m o s de despertamos de u n s u e ñ o e x t r a ñ o .
insepultos de u n o y otro bando. Sus dos hijas mayores, a su vez, se casaron con caballeros
C u a n d o el Rey, c o n el aspecto de G o r l o i s , l l e g ó a las de l á c o n e de Uter. M o r g a n a , que a ú n era u n a n i ñ a , fue
puertas de T i n t a g e l . los cortesanos acudieron a r e c i b i r l o , enviada a u n convento, donde la educaron y la i n i c i a r o n
contentos de ver regresar a su soberano. en las artes secretas de la m a g i a .
—¡Vives, m i señor! — e x c l a m ó lady I g r a i n e . Pasaron meses de t r a n q u i l i d a d en el r e i n o . El embarazo
—Eso parece... — m u r m u r ó é l — . Pero estoy exhausto. de I g r a i n e , m i e n t r a s t a n t o , progresó s i n complicaciones.
M o r g a n a , la m á s p e q u e ñ a de las tres h i j a s de I g r a i n e , Y cuando faltaban pocos días para el n a c i m i e n t o del n i ñ o ,
los o b s e r v a b a desde u n r i n c ó n . P o s e í a u n a i n t u i c i ó n M e r l í n se reunió con Uter y le recordó el pacto que h a b í a n
m u y a g u d a y sospechaba que a l l í estaba o c u r r i e n d o sellado aquella vez en el bosque.
algo e x t r a ñ o , a u n q u e no lograra f o r m u l a r sus dudas e n —Se h a r á c o m o a c o r d a m o s — d i j o el Rey—. Te d i m i
palabras. Nadie p o d í a predecir entonces que, a ñ o s m á s palabra y no he olvidado m i promesa.
t a r d e , la n i ñ a se t r a n s f o r m a r í a e n u n a t e m i d a y poderosa Una semana m á s tarde, Lady Igraine dio a luz a u n rollizo
hechicera. bebé. Mientras ella dormía y descansaba del parto. Uter envol-
Uter se apresuró a subir a la alcoba m a t r i m o n i a l , donde vió a la criatura en una suave tela de seda bordada con hilos
disfrutó de l a anhelada noche de a m o r j u n t o a I g r a i n e . Y de oro y. no sin r e m o r d i m i e n t o s , se la entregó a M e r l í n .
a l alba, cuando el cielo a ú n era u n m a n t o gris tachonado —Puedes estar t r a n q u i l o , s e ñ o r — d i j o el m a g o — . Se
de estrellas, se vistió en silencio, besó los ojos d o r m i d o s a c e r c a n t i e m p o s t u r b u l e n t o s para t u r e i n o . M i e n t r a s
de su a m a n t e y se m a r c h ó . t a n t o , t u h i j o crecerá feliz y entre gente h o n o r a b l e , hasta
Horas m á s t a r d e , poco después de las salida del sol, lady que llegue su h o r a .
Igraine recibió la noticia de que el duque de Comualles había Dicho esto, Merlín panió con el bebé. El rey Uter los miró ale-
caído e n la batalla el día a n t e r i o r . La d a m a c o m p r e n d i ó jarse, hasta que los perdió de vista tras las verdes colinas.
que su esposo ya estaba m u e r t o a l a h o r a en que h a b í a n M i e n t r a s t a n t o , lady Igraine h a b í a despertado. A l c o m -
d o r m i d o j u n t o s . Esto la llenó de u n doloroso asombro. ¿A probar la ausencia del n i ñ o , lloró m u c h o . Luego recordó
q u i é n h a b í a abrazado entonces? ¿O acaso no h a b í a sido la noche en que lo h a b í a concebido, y u n a idea v i n o a dar
n Las aves de r a p i ñ a
m á s que u n sueño...? u n t i b i o consuelo a su corazón acongojado:
son c a r n í v o r a s y —De u n fantasma, solamente puede nacer otro fantasma
t i e n e n pico y u ñ a s m u y
Días d e s p u é s , Igraine descubrió que estaba e n c i n t a , y el
desconcierto y la m e l a n c o l í a se apoderaron de su corazón. —se d i j o en voz baja.
p u n t i a g u d o s , c o m o el
á g u i l a y el b u i t r e . Pero g u a r d ó el secreto para s í . Y volvió a h u n d i r s e e n las b r u m a s del s u e ñ o .
%

56 La leyenda del rey Arturo

r0 U n a vez m á s , c o m o si escuchara los p e n s a m i e n t o s de


su i n t e r l o c u t o r , M e r l í n d i j o :
12 C o n c o r d i a es, a q u í ,
La e s p a d a E x c a l i b u r — E l f u t u r o n o puede m o d i f i c a r s e , señor, pero s í puede
s i n ó n i m o de c o n f o r m i -
dad o unión. conocerse.
13 La a n a r q u í a es la ños m á s t a r d e , el rey U t e r e n f e r m ó de u n m a l —Entonces — p r e g u n t ó e l arzobispo—, ¿ s a l d r e m o s d e l
ausencia de p o d e r i n c u r a b l e y m u r i ó . Fue sepultado con todos los caos?='
público. honores que corresponden a u n soberano, y l a —Las crisis m u c h a s veces p r o p i c i a n cambios favorables
14 S a q u e a r e s e n t r a r e n
t r i s t e y b e l l a I g r a i n e llevó l u t o por su esposo — r e s p o n d i ó e l m a g o , s i n dar m á s e x p l i c a c i o n e s — . Ten
u n lugar y robar t o d o lo
durante mucho tiempo. confianza.
que se e n c u e n t r a .
lí, A c c í l i r . r es v i g i l a r El Rey no t e n í a herederos conocidos y, ante la falta de Luego se puso de pie y se d e s p i d i e r o n .
^7-

cuidadosamente con u n sucesor d i r e c t o , la frágil concordia o b t e n i d a e n t r e los Siguiendo el consej o de M e r l í n , el arzobispo hizo circular
algún objetivo, pueblos de B r e t a ñ a se r o m p i ó . Los barones m á s ambiciosos l a convocatoria s i n d e m o r a . -
l e c . i i : ' . f f b ; . M \s una
comenzaron a disputarse el t r o n o vacante, m i e n t r a s que Para el alba del día de N a v i d a d , u n a m u l t i t u d de caballe-
a n t i g u a c i u d a d del su-
reste de I n g l a t e r r a , Fue
bandas de h o m b r e s armados recorrían el r e i n o a caballo ros, nobles y aspirantes a l t r o n o llegados de todas partes
un i m p o r t a n t e centro y a p r o v e c h a b a n el c l i m a de a n a r q u í a " para saquear'-^ y d e l r e i n o se h a b í a congregado e n l a c a t e d r a l . Y o c u r r i ó
de p e r e g r i n a j e d u r a n t e d e s t r u i r las aldeas. Pero las desgracias n o t e r m i n a b a n que, a l t e r m i n a r la p r i m e r a m i s a , los hombres salieron a
la Edad M e d i a a h í : los pueblos extranjeros acechaban las fronteras, a
V La p r i m e r a cons-
la calle y se e n c o n t r a r o n allí con u n g r a n bloque de m á r m o l
la espera del m o m e n t o p r o p i c i o para i n v a d i r . atravesado por u n a hermosa espada. En letras de o r o , se
t r u c c i ó n religiosa de
I n g l a t e r r a , la c a t e d r a l A n t e este p a n o r a m a t a n d e s o l a d o r , e l a r z o b i s p o de leía la s i g u i e n t e i n s c r i p c i ó n :
de L o n d r e s fue hecha Canterbury, m á x i m a a u t o r i d a d de la Iglesia, convocó a

(
en m a d e r a , en el a ñ o M e r l í n . La r e u n i ó n se llevó a cabo u n a tarde m u y fría, e n Q U I E N LOGRE SACAR ESTA ESPADA DE LA P I E D R A N
6o4- Esta c o n s t r u c c i ó n
la i m p o n e n t e catedral de Londres. ES E L VERDADERO REY DE BRETAÑA. /
o r i g i n a l fue renovada
El p r e l a d o ' ' era u n h o m b r e a l t o y calvo, de p e q u e ñ o s
en los a ñ o s 675. 962.
V1087 pero se q u e m ó ojos negros. La aparición sorprendió a todos. H u b o voces de júbilo y
^ Ife
en el g r a n i n c e n d i o — P r u d e n t e a n c i a n o , c o m o ya sabes, los sajones'" nos m u r m u l l o s de sospecha. Después, cada u n o de los presentes O
de 1666 y t u v o q u e ser asedian... y t a m b i é n nos acosan la m i s e r i a , la v i o l e n c i a y trepó a l bloque de m á r m o l e i n t e n t ó r e t i r a r la espada, cuyo
reconstruida.
el caos —le d i j o a l m a g o , m i e n t r a s lo i n v i t a b a a sentarse- n o m b r e era Excalibur. Pero n i n g u n o , n i el m á s fuerte de
'í-- Se l l a m a v•'Ad•^:> al
superior eclesiástico
Es preciso elegir u n n u e v o rey s i n d e m o r a . Tú s i e m p r e aquellos recios ' caballeros, logró siquiera moverla u n cen-
21 A q u í caob significa
d é l a Iglesia c r i s t i a n a , aconsejaste b i e n a Uter. D i m e si tienes algo en m e n t e . tímetro del lugar donde estaba firmemente incmstada. u n estado de c o n f u -
c o m o el abad, el obis- M e r l í n , que e n efecto t e n í a u n p l a n d i s e ñ a d o , h a b l ó Entonces h a b l ó el arzobispo: sión, desorden,
p o , el a r z o b i s p o , etc. s i n rodeos. —Es evidente que el h o m b r e elegido n o está a q u í . Pero ! Se llama a
19 Los sajone-- eran u n — R e ú n e a todos los señores y caballeros que aspiren a la una a l e g r í a i n t e n s a ,
Dios nos a y u d a r á para que lo e n c o n t r e m o s . Volvamos a
pueblo g e r m á n i c o q u e q u e se expresa e x t e - ...
c o r o n a — d i j o — . Convócalos a q u í m i s m o , para la N a v i d a d . congregamos en este lugar d e n t r o de seis d í a s , para ver qué
se e s t a b l e c i ó e n Ingla- riormente.
Entonces, u n m i l a g r o s e ñ a l a r á a l nuevo rey. sucede. M i e n t r a s t a n t o , les sugiero i r a l campo y celebrar
t e r r a e n el s i g l o v . 23 Recio es s i n ó n i m o
20 V^íticinar es El arzobispo era u n h o m b r e de fe y s i n d u d a creía e n los u n t o m e o de caballeros. de f u e r t e , r o b u s t o ,
pronosticar, a d i v i n a r o m i l a g r o s , pero quedó asombrado ante la seguridad con la Todos estuvieron de acuerdo. vigoroso. .f^
profetizar que aquel h o m b r e vaticinaba'' u n o .
T

58 La leyenda del rey Arturo

El t o r n e o , t a m b i é n conocido como j u s t a , era u n e n t r e -


n a m i e n t o para la g u e r r a : u n deporte m i l i t a r en el que
dos h o m b r e s , armados y sentados sobre sus respectivas
m o n t u r a s , se e n f r e n t a b a n e i n t e n t a b a n d e r r i b a r s e . Lo
d i s p u t a b a n c a b a l l e r o s , ya f u e r a n j ó v e n e s o m a d u r o s ,
novatos o e x p e r i m e n t a d o s , y otorgaba h o n o r y r e n o m b r e
a los p a r t i c i p a n t e s .
Ese d í a , é n t r e l o s asistentes m á s jóvenes h a b í a u n o a l t o ,
r u b i o y decidido, l l a m a d o Kay. Iba hacia allí a c o m p a ñ a d o
por su padre, el b u e n sir Héctor, y por su h e r m a n o m e n o r ,
u n m u c h a c h i t o de ojos verdes que acababa de c u m p l i r
dieciséis a ñ o s . Su n o m b r e era A r t u r o .
Kay, recién armado caballero, estaba ansioso por batirse
en las justas y probar su coraje. El e n t u s i a s m o y el apuro,
24 En la c u l t u r a s i n embargo, lo h a b í a n llevado a olvidar algo esencial para
m e d i e v a l , la e x p r e s i ó n el c o m b a t e . Se dio cuenta cuando ya estaban los tres e n
'armarse caballero" c a m i n o hacia el t o m e o .
hace referencia a una
Kay detuvo de golpe su caballo y e x c l a m ó :
ceremonia o ritual
c o n la q u e a l g u n o s
—¡Tonto de m í ! ¿Pueden creerlo?
jóvenes comenzaban —¿Qué ocurre? — p r e g u n t ó sir Héctor
su p e r t e n e n c i a a u n a —¡Olvidé la espada en casa!
o r d e n de c a b a l l e r í a . El j o v e n m e n e a b a la cabeza, d i r i g i é n d o s e a sí m i s m o
U s ó r d e n e s eran
palabras poco agradables de escuchar.
i n s t i t u c i o n e s ligadas
al p o d e r p o l í t i c o (rey —No es t a n grave — l o confortó su padre—. A r t u r o , vuelve
o e m p e r a d o r ) , n o a la a casa y trae la espada de Kay. Es t e m p r a n o y a ú n estamos
iglesia. Los a s p i r a n t e s a t i e m p o . Nosotros te esperaremos en el campo donde se
al t í t u l o de caballeros
celebra el t o r n e o .
(podían ser nobles o no
serlo) e m p e z a b a n su
—Con gusto — d i j o A r t u r o , m i e n t r a s daba m e d i a vuelta
e d u c a c i ó n física, m i l i - y apuraba su caballo.
t a r e i n t e l e c t u a l a los Pero al llegar a la casa la encontró cerrada, pues hasta
siete a ñ o s . Al t e n e r el los sirvientes se h a b í a n i d o , deseosos de no perderse detalle
h o n o r de ser a c e p t a d o s
del c e r t a m e n de ese d í a . Las puertas estaban con llave y
como'caballeros", se
d e d i c a b a n exclusi-
no h a b í a m a n e r a de e n t r a r .
v a m e n t e al o f i c i o de O t r a vez g a l o p ó A r t u r o hacia el c a m p o , a través de la
la g u e r r a V j u r a b a n c i u d a d . Iba m u y c o n t r a r i a d o por no haber podido c u m p l i r
f i d e l i d a d a su s e ñ o r con la m i s i ó n que le h a b í a n encomendado, cuando pasó
6o ( La leyenda del rey Arturo

I frente a la catedral y vio la espada Excalibur que resplandecía —Ir^m^s_contigo —señaló sir Héctor, con expresión
: bajo los rayos del sol de i n v i e r n o , clavada e n el m á r m o l .
seria.
El j o v e n tiró de las riendas y s u caballo frenó e n m e d i o de
Se a l z a r o n voces e n t r e l a m u c h e d u m b r e que se h a b í a
l a calle desierta.
apiñado^" a s u alrededor.
A r t u r o , que nada s a b í a de l a e x t r a ñ a a p a r i c i ó n , resolvió
—¡Iremos todos! — g r i t a r o n .
t o m a r el a r m a para llevársela a su h e r m a n o .
E n efecto, el t o r n e o q u e d ó e n suspenso, y u n a m u l t i -
" C u a n d o Kay t e r m i n e de c o m p e t i r , la d e v o l v e r é a su
t u d m a r c h ó , en solemne y expectante s i l e n c i o , h a c i a l a
t^- • lugar", pensó.
catedral.
De u n salto se subió a l bloque de m á r m o l , tomó la e m -
— A r t u r o , coloca l a espada e n su l u g a r —pidió sir Héctor
p u ñ a d u r a y tiró. Y la espada, r e l u c i e n t e , salió s i n n i n g u n a
cuando l l e g a r o n . • v ^ •' ' •: > t ^ •; • - a
dificultad.
S i n t e r m i n a r de c o m p r e n d e r l o que estaba o c u r r i e n d o ,
A r t u r o obedeció. La espada quedó de nuevo h u n d i d a en la
roca. Entonces sir Héctor tiró de ella con toda sus fuerzas,
s i n n i n g ú n resultado. Luego le pidió a Kay:
A r t u r o se c o n v i e r t e e n r e y
—Haz l a p r u e b a .
Kay lo i n t e n t ó y t a m b i é n fracasó.
o pude e n c o n t r a r l a t u y a , h e r m a n o — d i j o Ar-
— A h o r a te toca a t i , A r t u r o — d i j o entonces sir Héctor.
t u r o a l llegar j u n t o a Kay y sir Héctor—. Pero
Pero el j o v e n n o llegó a tocar l a espada. U n g r u p o de
d i m e si esta espada n o es i g u a l de l i n d a . . . o
h o m b r e s , ansiosos p o r i n t e n t a r ellos m i s m o s l a proeza,
incluso m á s .
lo d e s p l a z ó v i o l e n t a m e n t e . Y tras ellos se f o r m ó ensegui-
" • ' L l e n o de e s t u p o r , Kay m i r ó l a espada, l u e g o m i r ó a
da u n a l a r g a f i l a , pues n i n g u n o q u e r í a dejar de p r o b a r
A r t u r o y f i n a l m e n t e volvió a m i r a r la espada. Lo m i s m o
s u e r t e , n i s i q u i e r a e l m á s h u m i l d e p a s t o r . Pero n a d i e
h i z o sir Héctor. Ambos s a b í a n de dónde p r o v e n í a el a r m a ,
lo c o n s e g u í a .
pues la h a b í a n visto al pasar j u n t o a la catedral, y otros
Entonces, e n m e d i o de l a m u l t i t u d y e l g r i t e r í o , se a b r i ó
caballeros les h a b í a n referido los sucesos de esa m a d r u -
paso el arzobispo de Canterbury. ¡pi
g a d a . A u n a s í , con u n a mezcla de t e m o r y a s o m b r o , sir
Héctor p r e g u n t ó : — ¡ E s s u f i c i e n t e ! — e x c l a m ó — . Que h a g a l a p r u e b a el

— A r t u r o , ¿dónde encontraste esa espada? muchacho.


Y a n t e los ojos de todo el m u n d o —barones, monjes,
—La t o m é prestada... — m u r m u r ó el j o v e n , de p r o n t o
a r r e p e n t i d o , a l ver las expresiones t a n serias de su padre caballeros, c o m e r c i a n t e s , pastores, m u j e r e s , a n c i a n o s ,
y de su h e r m a n o , y a l n o t a r que algunos curiosos empe- n i ñ o s — , A r t u r o tomó l a e m p u ñ a d o r a y extrajo la b r i l l a n t e
zaban a acercarse. espada Excalibur s i n efectuar el m e n o r esfuerzo.
U n m u r m u l l o de a d m i r a c i ó n y sorpresa se elevó ente los
A r t u r o pensó que acaso l a espada fuera u n a valiosa reU-
25 U n a r e l i q u i a es u n . . , . , • 1 j j 1 T i • presentes. Sir Héctor y Kay se h i n c a r o n ' a n t e e l m u c h a -
o b j e t o valioso por ha- ^^^^«'^ ° ""^^^^^ sagrado, propiedad de l a Iglesia, cho, y el arzobispo h i z o la señal de l a cruz. 00
ber p e r t e n e c i d o a u n a —Pido disculpas — d i j o con t i m i d e z — . Iré a devolverla
persona q u e r i d a . enseguida. —¿Qué ocurre? — p r e g u n t ó A r t u r o , algo asustado—. ¿Por
q u é te a r r o d i l l a s , padre?
62 La l e y e n d a d e l r e y A r t u r o

t^cyha, y t.^u:k^ l 63

— N o soy t u padre, A r t u r o — d i j o sir H é c t o r - . Hace die-


ciséis a ñ o s , cuando eras u n bebé recién nacido, a l g u i e n te espada E x c a l i b u r sobre e l a l t a r , para que el arzobispo l a
dejó u n a m a ñ a n a e n m i casa. Entonces m i esposa y yo te b e n d i j e r a . Y d e s p u é s de eso, t u v o l u g a r la c o r o n a c i ó n . '•r.l
adoptamos s i n d u d a r l o y te criamos como a u n h i j o . Pero —Juro, a n t e los s e ñ o r es y el pueblo a q u í r e u n i d o s , que
tú y yo no llevamos la m i s m a sangre... Y ahora veo que la la j u s t i c i a y la lealtad g u i a r á n m i s pasos hasta el final de
Ai-
t u y a , s i n d u d a , es m á s noble que la m í a . m i s d í a s — d i j o A r t u r o con t o n o so lemn e.
H u b o unos segundos de i n c ó m o d o s i l e n c i o , hasta que Y a l escuchar el eco de su p r o p i a voz, que v i b r a b a en los
a l g u i e n gritó: altos m u r o s de la c a t ed r al, el j o v e n se p r e g u n t ó si aquello
—¡En ese caso, este j o v e n es u n bastardo!-" ¡Y u n bastardo r e a l m e n t e estaba sucediendo, o s i solo se t r a t a b a de u n
n o puede ser rey! extraño, m á g i c o , grandioso sueño...
Pero Merlín, que estaba m u y cerca de A r t u r o y presenciaba Pero n o , n o estaba s o ñ a n d o .
aquel m o m e n t o cmcial con el aspecto de u n mendigo, recuperó É l , A r t u r o , era e l nuevo Rey de B r e t a ñ a .
su figura y elevó su voz para que todos lo escucharan.
— A r t u r o no es u n bastardo —declaró—. Es h i j o de Uter
P e n d r a g ó n y lady I g r a i n e . Nació en el seno de u n m a t r i -
m o n i o y es el l e g í t i m o heredero de la corona. Los cai b a l l e r o s d e l a M e s a R e d o n d a
La c o n s t e r n a c i ó n de los presentes era casi t a n grande
como la de A r t u r o . Y, s i n embargo, de u n m o d o inexplicable, n los p r i m e r o s t i e m p o s , M e r l í n se d e d i c ó p o r
el j o v e n c o m p r e n d í a que todo aquello era cierto, como si de e n t e r o a i n s t r u i r a A r t u r o e n el a r d u o o f i c i o
p r o n t o se revelara u n a verdad que siempre h u b i e r a estado de g o b e r n a r u n r e i n o e m p o b r e c i d o y saquea-
en é l , oculta e n las fibras m á s í n t i m a s de su ser esperando do. Este estaba d i v i d i d o por la a m b i c i ó n de
el m o m e n t o de salir a l a l u z . Y esa v e r d a d , que acababa a l g u n o s h o m b r e s poderosos que se n e g a b a n a reconocer
de quedar expuesta a los ojos de todos, comenzaba e n ese l a a u t o r i d a d d e l j o v e n Rey. 31 Senesc.i; es e l j e f e

m i s m o i n s t a n t e a t r a n s f o r m a r su corazón. Como si todo A r t u r o se instaló e n la fortaleza de Camelot y d e s i g n ó a o cabeza p r i n c i p a l d e

caballeros fieles para que desempeñaran los cargos m á s altos la nobleza, a la q u e


aquello h u b i e r a estado escrito desde épocas i n m e m o r i a l e s
g o b e r n a b a , especial-
en el l i b r o de la H i s t o r i a . de la corte. En p r i m e r lugar, nombró como senescal' a sir
m e n t e en la g u erra .
A e x c e p c i ó n de unos pocos barones, que se n e g a r o n a Kay. su hermano de crianza, y luego colocó en puestos clave
32 Se c on s i d era b a
reconocer los hechos y se r e t i r a r o n furiosos de las i n m e - del gobierno a sus sobrinos Gawain. Agravain y Gueheriet. hermanos de crianza

diaciones de l a c a t e d r a l , todos los presentes se h a b í a n También lo acompañaron los señores Ulfius, Madory Brastias, o h e r m a n o s de leche a

hincado ante el conmocionado A n u r o , t a n t o los ricos como por n o m b r a r solamente a algunos, ya que fueron muchos los los n i ñ o s q u e h a b í a n
^9^e con side raba bas- sido a m a m a n t a d o s p o r
nobles que acudieron a colaborar con el nuevo monarca.
1 t , i r d n al h i j o n a c i d o los pobres, los j ó v e n e s como los viejos. la m i s m a m u j e r
de u n a u n i ó n n o m a t r i - —¡Queremos que A r t u r o sea nuestro Rey s i n m á s demora! Todos ellos a y u d a r o n a A r t u r o a o r g a n i z a r u n e j é r c i t o 33 Tenaz significa
monial. sólido y tenaz, para p o n er f i n a las pretensiones de los
—gritó la m u l t i t u d — . ¡Dios d i c t a m i n ó que a s í debe ser, y firme y persistente en :
30 C o n s t e r n a c i ó n
n o daremos t r e g u a a l que se oponga! rebeldes d e n t r o del r e i n o y t a m b i é n para frenar el c o n t i - un propósito.
es s i n ó n i m o de g r a n
Entonces, en solemne procesión, e n t r a r o n en la catedral. n u o a s e d i o ' ' de los sajones e n las f r o n t e r a s . 34 A s o d i o es la a c c i ó n
aflicción o p e s a d u m -
de i m p o r t u n a r a a l -
bre e x t r e m a . U n a vez que e s t u v i e r o n todos r e u i ú d o s , A r t u r o colocó l a Fueron a ñ o s de enormes pruebas y dificultades... A ñ o s
g u i e n sin descanso c o n
poblados de crueles, s a n g r i e n t a s y largas b a t a l l a s q u e pretensiones.
acabaron con la vida de cientos de combatientes. A l cabo
h a b í a n puesto de acuerdo para volver a r e u n i r s e a l d í a 37 Para los a n t i g u o s
de ese t i e m p o , A r t u r o no solo se h a b í a convertido en u n
a s t r ó n o m o s , la Tierra
h o m b r e , sino t a m b i é n en u n guerrero entrenado y feroz y, s i g u i e n t e , esta vez a solas.
p a r e c í a el c e n t r o de
sobre todo, en u n rey querido por su pueblo, pues n u n c a La joven tenía grandes ojos grises, de u n b r i l l o i n u s u a l , u n a 'esfera celeste" o
cedió en su objetivo de obtener la paz y el bienestar, t a n t o que recordaban las tonalidades del m a r én u n día de tor- esfpra di? los c i f i o s
entre los nobles como entre los h u m i l d e s . m e n t a , y h a b r í a sido difícil e n c o n t r a r u n a d a m a a s í de salpicada de estrellas.

A lo largo de esos a ñ o s , Merlín estuvo siempre j u n t o al Rey atractiva e n toda B r e t a ñ a . Su padre, sir Leodagan, h a b í a i
para darle sus consejos o para ayudarlo con su magia. Por eso, sido u n viejo a m i g o de Uter P e n d r a g ó n . '
cuando los conflictos m e r m a r o n , y pudo respirarse algo de —Entonces, m i señor —dijo Merlín despertando a
paz y concordia en el reino, A r t u r o también acudió al mago A r t u r o , que se h a b í a e x t r a v i a d o en el dulce recuerdo de
para pedirle su opinión sobre u n asunto m á s í n t i m o . su a m a d a — , no es m i consejo lo que q u i e r e s , s i n o m i
Era u n a tarde agradable, con u n cielo n a r a n j a atravesado c o n s e n t i m i e n t o , pues m e parece evidente que nada de lo •
por nubes ligeras. M e r l í n y A r t u r o i b a n a caballo fuera de que yo pueda decirte te h a r á c a m b i a r de o p i n i ó n .
los m u r o s de Camelot. —Es probable que a s í sea —acepjó A r t u r o .
—He estado pensando... —dijo de pronto A r t u r o — . Aunque M e r l í n n o a g r e g ó n a d a m á s . < ^ b í a que e n el f u t u r o
las cosas comienzan a m a r c h a r m e j o r , todavía hay barones G i n e b r a t r a i c i o n a r í a a A r t u r o c o n L a n c e l o t . u n o de los
rebeldes en el reino... M e p r e g u n t o si no sería conveniente caballeros m á s v a l i e n t e s que a l b e r g a r í a la c o r t e . Pero V'^
que yo tuviera u n h i j o , para asegurar la sucesión. t a m b i é n c o m p r e n d í a q u e e r a i n ú t i l a d v e r t i r a l Rey V j ? ^
—En verdad es aconsejable, señor — c o n v i n o el m a g o — . sobre estos h e c h o s , p o r q u e el a m o r es u n a fuerza m á s ' V '
Has t e n i d o u n a idea acertada. A u n q u e no sé si pensaste p o d e r o s a que el m e j o r h e c h i z o d e l m a g o m á s d i e s t r o
que para eso hace f a l t a , antes, u n a esposa... de l a T i e r r a S
A r t u r o sonrió, y e l m a g o lo tomó por el h o m b r o . M e r l í n , Así fue como, al poco t i e m p o , se celebraron las bodas.
a veces, d i s f r u t a b a t r a t a n d o a l Rey como si a ú n fuera el Y los festejos se p r o l o n g a r o n d u r a n t e varios d í a s . H u b o
jovencito i n g e n u o de otros t i e m p o s . banquetes, torneos, juegos, partidas de caza y bailes.
—Lo sospechaba — d i j o A r t u r o — . Pero no quiero elegir Sir Leodagan, el padre de la n o v i a , le e n t r e g ó a A r t u r o
esposa s i n t u consejo. u n regalo especial. Era u n a g r a n d í s i m a mesa c i r c u l a r ,
- G r a c i a s — d i j o Merlín—. M e h o n r a t u confianza en que representaba la esfera de los cielos y la t o t a l i d a d d e l
u n a s u n t o t a n personal. A u n q u e m e atrevo a sospechar m u n d o . Alrededor de esa mesa redonda —que o r i g i n a l -
que ya tienes u n a m u j e r e n l a m e n t e . O, m e j o r d i c h o , m e n t e h a b í a sido c o n s t r u i d a por M e r l í n — p o d í a n sentarse
en el corazón. c i e n t o c i n c u e n t a personas. A ñ o s a t r á s h a b í a pertenecido
—Así es —volvió a sonreír A n u r o — . Su nombre es Ginebra. a Uter P e n d r a g ó n , que a su vez se la h a b í a obsequiado a
Es la h i j a de Leodagan. el señor de Camylarde. Leodagan, en a g r a d e c i m i e n t o por los servicios prestados
El Rey h a b í a conocido a la h e r m o s a doncella d u r a n t e a la Corona.
u n a c o n c u r r i d a cena de los nobles en C a m e l o t . A r t u r o y La mesa fue colocada e n el centro del salón m á s grande
Ginebra h a b í a n i n t e r c a m b i a d o miradas encendidas toda y l u m i n o s o del castillo. Allí se r e u n i e r o n A r t u r o y M e r l í n ,
l a noche y, cuando llegó el m o m e n t o de despedirse, se u n a vez que concluyeron los festejos de la boda.
—¿Te gusta? — p r e g u n t ó el mago—. Fabriqué esa mesa
67

66 La leyenda del rey Arturo


f
la fiesta de Pentecostés. Allí, sentados en círculo, cada u n o
hace m u c h í s i m o s a ñ o s , con l a m a d e r a de los árboles del relataba sus andanzas y sus aventuras m á s notables.
M u c h a s de esas maravillosas h i s t o r i a s f u e r o n t r a n s m i -
bosque de Brocelianda.
tidas de generación en g e n e r a c i ó n y ocuparon, a l i g u a l que
—Hiciste u n g r a n t r a b a j o , M e r l í n —asintió A r t u r o .
l a gesta del rey A r t u r o , u n l u g a r destacado e n la vasta
El Rey c a m i n a b a c o n l e n t i t u d a l r e d e d o r de la m e s a ,
m e m o r i a de su pueblo.
s u m i d o e n misteriosas cavilaciones, m i e n t r a s recorría
con los dedos l a oscura superficie de m a d e r a p u l i d a .
Luego de u n largo silencio, d i j o :
— Q u i e r o que partas cuanto antes y busques a los h o m -
La a v e n t u r a d e s i r I v á n
bres m á s honorables, valientes e irreprochables de estas
t i e r r a s . Creo que h a l l e g a d o el m o m e n t o de f u n d a r l a
O r d e n de Caballeros. acia dos d í a s que atravesaba el bosque de Bro-
38 C a v i l a c i o n e s son Esta O r d e n o H e r m a n d a d era u n viejo anhelo de A r t u r o . celianda, s i n beber u n a gota de agua — e m p e z ó
p e n s a m i e n t o s o re-
U n a c o f r a d í a de caballeros que d e b e r í a n v i a j a r p o r el a contar el j o v e n sir I v á n , sentado j u n t o a l rey
flexiones profundas.
r e i n o , cada u n o por su lado, c o m b a t i r la i n j u s t i c i a , pro- A r t u r o y el resto de los caballeros de l a Mesa
39 U n a cü!i\idicí es u n a
teger a los m á s débiles y dar de comer a los h a m b r i e n t o s . Redonda—. Ustedes saben cómo es: después de u n t i e m p o ,
agrupación, compañía
o u n i ó n de personas U n p u ñ a d o de h o m b r e s capaces de dejar todo, para p a r t i r el cuerpo entero arde de sed y todos los p e n s a m i e n t o s se
para u n f i n d e t e r m i - r u m b o a l a aventura y l u c h a r por la u n i d a d de B r e t a ñ a . La r e ú n e n e n u n solo g r i t o ; " ¡ A g u a ! " .
nado.
Mesa Redonda, al carecer de cabecera, sería el símbolo de "Pues b i e n : de p r o n t o a p a r e c i ó a n t e m í , e n m e d i o del
40 A r r o g a r s e es
la i g u a l d a d de todos los m i e m b r o s de la O r d e n : n i n g u n o espeso bosque, u n a fuente cristaUna. Aunque parecía real,
a p r o p i a r s e en f o r m a
podría arrogarse superioridad sobre los d e m á s . m e p r e g u n t é si no se trataría de u n a i l u s i ó n , u n a b r o m a
exagerada de cosas
inmateriales, como M e r l í n recorrió ciudades, pueblos y aldeas e n busca de cruel de m i m e n t e obsesionada.
poderes, derechos u estos h o m b r e s especiales. A l g ú n t i e m p o d e s p u é s , c o m e n - " M e apeé del caballo y m e acerqué. Sobre la calma super-
honores.
zaron a llegar a Camelot los elegidos: Percival, Lancelot, ficie de la fuente pude ver el reflejo de m i rostro polvoriento
41 S e g ú n la t r a d i c i ó n
T r i s t á n , Pelinor, Iván y tantos m á s . y cansado. Entonces m e i n c l i n é y t o m é u n poco de agua
c r i s t i a n a , el • • <ro
Luego de prestar j u r a m e n t o a n t e el rey A r t u r o , cada u n o fresca entre las m a n o s , pero no alcancé a beber u n a gota... 42 P e n t e c o s t p - es,
C r i a i fue la copa
de los caballeros obtenía su puesto en la Mesa Redonda, ¡El h q u i d o se evaporó entre m i s dedos! d e s p u é s de la N a v i d a d
usada por J e s ú s e n la
y la Pascua, la fiesta
ú l t i m a cena, "dotada donde m á g i c a m e n t e aparecía su n o m b r e grabado en letras "Lo que pasó a c o n t i n u a c i ó n duró apenas unos segun-
m á s i m p o r t a n t e para
de poderes m i l a g r o s o s .
de oro, gracias a otro pintoresco truco de M e r l í n . dos. De r e p e n t e , el cielo se oscureció, y u n feroz v i e n t o
los c r i s t i a n o s . En ella
A l g u n o s t e x t o s lo m e n - de t o r m e n t a sacudió el bosque amenazando arrancar los
c i o n a n c o m o la c o p a
De los c i e n t o c i n c u e n t a l u g a r e s de l a m e s a , h a b í a se celebra el descenso

u n o l l a m a d o A s i e n t o P r o h i b i d o o Peligroso, que estaba árboles de raíz. Oí truenos y cayó u n rayo a m i s espaldas. del Espíritu Santo.
o el cáliz q u e se u s ó
Y de la nada, v i aparecer u n caballero. 4 ., U n a 'ps' • es u n a
para recoger la sangre d e s t i n a d o e n f o r m a e x c l u s i v a a l c a b a l l e r o de c o r a z ó n narración p o p u l a r e n
de Cristo, La b ú s q u e d a m á s p u r o , a q u e l que l o g r a r a dar c o n el Santo C r i a l . * ' " I b a m o n t a d o y a r m a d o , y s i n d e c i r u n a p a l a b r a , se
q u e se relatan hechos
del Santo Crial es u n
C u a l q u i e r o t r o que se atreviera a ocupar ese s i t i o s e r í a arrojó h a c i a m í . M e golpeó en l a cabeza y, t o m á n d o m e heroicos de personajes
elemento fundamental
t r a g a d o p o r la t i e r r a . desprevenido, me h i z o caer al suelo. No sé c ó m o c o n s e g u í h i s t ó r i c o s , legendarios
e n las h i s t o r i a s relacio-
A p a r t i r de la creación de la O r d e n , los Caballeros de la p o n e r m e de pie antes de que volviera a atacarme. Desen- o tradicionales.
nadas con el rey A r t u r o
y sus caballeros. Mesa Redonda se r e u n í a n en Camelot u n a vez al a ñ o , para
68 La leyenda del rey Arturo

v a i n é l a espada y, c o n u n golpe certero, lo hice caer d e l


caballo. Peleamos. La sangre m a n c h ó la tierra y las a r m a s .
Fue u n combate largo e i m p l a c a b l e .
" E n cierto m o m e n t o , viendo que n n conseguía vencerme,
el caballero logró trepar de nuevo a su caballo, dio m e d i o
v u e l t a y se alejó a l galope. Pero yo no estaba dispuesto a
dejarlo i r s i n m á s . M o n t é m i caballo y lo s e g u í .
Pronto salimos del bosque y d i s t i n g u í u n a fortaleza a la
d istanc ia. M i agresor se dirigía hacia aUí. Era su castillo.
"Al llegar, a duras penas alcancé el puente levadizo, que
h a b í a comenzado a cerrarse tras recibir a l caballero.
"Enseguida entré e n el g r a n pa t i o delantero del castillo.
Nadie m e v i o . Todos los criados a y u d a b a n a su s e ñ o r a
desmontar. Pero m i espada había dejado m a l h e r i d o al caba-
llero, y el desdichado n o llegó a decir u n a palabra. E x h a l ó
u n ú l t i m o suspiro, y su a l m a a b a n d o n ó este m u n d o .
"Yo p e r m a n e c í escondido tras u n a pila de l e ñ a . T a m b i é n
m e s e n t í a débil y estaba m a l h e r i d o , pero n o de m u e r t e .
"Como otras veces, la buena f o r t u n a v i n o e n m i ayuda.
Esta vez, c o n el aspecto de u n a joven que acudió a buscar
^ l e ñ a c u and o ya el resto de los criados estaba d e n t r o d e l
2 c a s t i l l o . N o era c u a l q u i e r j o v e n : se l l a m a b a L u n i l d a y ,
^ j u s t o u n a ñ o a t r á s , yo la h a b í a rescatado de las garras de
^ u n d r a g ó n y h a b í a salvado su v i d a .
"—¡Señor! — e x c l a m ó con e n o r m e sorpresa a l verme e n
ese lugar y t a n m a l t r e c h o — . ¿Qué haces aquí?
£S "Le relaté lo o c u r r i d o . Por su parte, ella m e explicó que
<c: trabajaba como sirvienta de L a u d i n e , la señora del palacio.
7^ Esta L a u d i n e era la esposa de sir Esclados, el caballero a
CX- q u i e n yo h a b í a dado m u e r t e
^ "Luego de esta breve c o n v e r s a c i ó n , L u n i l d a v o l v i ó a l
5" c a s t i l l o y a l rato regresó c o n vendas y u n g ü e n t o s para
44 El ungüento es una < atender m i s heridas. A l t e r m i n a r , extrajo algo del b o l s i l l o
crema o aceite con i ' r- -n j i^
propiedades curativas. " " ^ ' ° ^""'^S"' P'^'^'
que se aplica en el "—Este a n i l l o mágico te hará invisible —me d i j o — . De ese
exterior del cuerpo. m o d o , podrás entrar en el castillo, a l i m e n t a r t e y descansar
^ tj^uk^ák. \1

como se debe, s i n que te vean... Y t a m b i é n podrás asistir " E l l a m e c o n t e m p l a b a a t ó n i t a . ^ ' Estaba m á s bella que
al f u n e r a l de sir Esclados antes de p a n i r .
nunca.
" S e g u í los consejos de la buena L u n i l d a y a s í , luego de
"—Es raro — d i j o tras u n largo silencio, m i r á n d o m e a los
comer y h a l l a r u n rincón confonable para echarme, d o r m í
ojos—. Hoy te veo por p r i m e r a vez, y s i n embargo tengo
p r o f u n d a m e n t e hasta el otro d í a .
l a s e n s a c i ó n de que ya te conozco.
"Cuando d e s p e n é , los funerales de sir Esclados ya ha-
eso, s e ñ o r a , algunos lo l l a m a n a m o r — d i j e yo.
b í a n comenzado.
" E l l a s o n r i ó , y su sonrisa m e llegó al c o r a z ó n c o n l a
"Y a u n q u e n a d i e p o d í a v e r m e , s u p o n g o que a l g u i e n
fuerza de u n ejército.
h a b r á escuchado el suspiro que escapó de m i pecho e n el
"Laudine me pidió que le diera t i e m p o para considerar la
m o m e n t o en que m i s ojos se posaron sobre el rostro de l a '
propuesta. Acepté, pero s e g u í v i s i t á n d o l a cada d í a , hasta
bella L a u d i n e . . . No vale la pena que i n t e n t e describirla o
obtener su c o n s e n t i m i e n t o .
c o m p a r a r l a con algo conocido. Solo diré que, s i n d u d a ,
—La boda será en u n mes, señores —dijo por fin sir Iván,
era la d a m a m á s h e r m o s a que yo h u b i e r a visto e n t o d a
concluyendo su relato—. ¿Me honrarán con su presencia?
m i vida de caballero e r r a n t e .
El rey A r t u r o y los Caballeros de la Mesa Redonda d i j e r o n
"Laudine lloraba en silencio. Quise ser u n a l á g r i m a para
que a s í lo h a r í a n y se p u s i e r o n de pie para f e l i c i t a r a I v á n ,
tocar su m e j i l l a , para resbalar h a d a su triste y dulce boca.
el i l u s t r e enamorado.
" A l t é r m i n o del f u n e r a l , m e r e u n í con L u n i l d a y le pedí
que m e p e r m i t i e r a conservar el a n i l l o u n t i e m p o m á s .
Ella m e p r e v i n o : os:^ yil
"—Tienes u n a s e m a n a , m i s e ñ o r . Luego, l a m a g i a se La a v e n t u r a d e s i r P e l i n o r
desvanecerá.
"A c o n t i n u a c i ó n , v i v í días e x t r a ñ o s , días de e n s u e ñ o , o u r a n t e l a boda de sir Iván y L a u d i n e , u n pastor
como u n fantasma... Iba y v e n í a por el castillo, siguiendo a se presentó desesperado ante el rey A r t u r o y
L a u d i n e , estudiando de cerca y a m i a n t o j o la f o r m a de sus los caballeros de l a Mesa Redonda.
m a n o s y la curva de su cuello, oliendo su p e r f u m e , acer- — M i h i j a fue raptada por u n g i g a n t e —ex-
cando m i rostro a su rostro para respirar su a l i e n t o . . . p l i c ó , e n m e d i o de sollozos—. Lo p e r s e g u í a t r a v é s d e l
"Cuando la semana se c u m p l i ó , yo estaba p e r d i d a m e n t e bosque, pero cuando t o m ó el C a m i n o Oscuro no m e atreví 45 Atónita significa
enamorado. pasmada o espantada.
a c o n t i n u a r tras sus pasos. Les ruego que m e a y u d e n .
40 u iind^' es el límite
" L u n i l d a y yo nos r e u n i m o s en el patio del castillo, donde Tras oír este relato, fue sir Pelinor q u i e n solicitó permiso de un reino o de una
le devolví la s o r t i j a de plata y le pedí que enseguida m e al Rey para socorrer a la joven h i j a del pastor. A r t u r o se provincia.
a n u n c i a r a f o r m a l m e n t e a n t e su s e ñ o r a . lo concedió. 47 Un espectro es un
"Entonces me presenté ante Laudine, me arrodillé a fantasma, es decir, la
P a r t i e r o n e n s e g u i d a , y P e l i n o r c a b a l g ó c o n el pastor
sus pies y , s i n m á s , le declaré m i a m o r con las palabras imagen de una perso-
hasta la l i n d e d e l C a m i n o O s c u r o . El c a b a l l e r o p r o - na muerta. En el texto,
m á s bellas y sinceras que e n c o n t r é . D i j e t a m b i é n que sa- m e t i ó r e g r e s a r c o n l a j o v e n s a n a y s a l v a , y l u e g o se espectral significa
bía que acababa de e n v i u d a r , pero que, a u n a s í , deseaba fantasmal, oscuro,
i n t e r n ó en el espectral- sendero, a l que j a m á s llegaba
desposarla. sombrío.
l a l u z del s o l .
72 La leyenda del rey Arturo í^cc^to, ^ t>^h£U3^ 73

A poco de andar, el c a m i n o se t r a n s f o r m ó en u n desfi- Sir Pelinor d i s t i n g u i ó a l a d i s t a n c i a u n a a l t a y r u i n o s a


ladero que bordeaba u n h o n d o precipicio. Era u n pasaje construcción. y hacia allí se e n c a m i n ó . Casi h a b í a llegado
escarpado y sinuoso, y en u n o de sus recodos, sir Pelinor cuando la puerta se a b r i ó , y del i n t e r i o r salió el g i g a n t e
se topó de p r o n t o con u n a bestia escalofriante. que s o s t e n í a u n hacha e n la m a n o .
T e n í a el t a m a ñ o de u n oso y los ojos d e s p e d í a n fuego. —Si vienes a buscar a la d o n c e l l a , puedes volver sobre
A l ver al caballero, el m o n s t r u o abrió sus fauces llenas de t u s pasos — d i j o a m e n a z a n t e — . N o te p e r m i t i r é pasar.
c o l m i l l o s , y a sir Pelinor le pareció escuchar ladridos. Y, A d e m á s , ella está m u e r t a . Se secó de t a n t o llorar.
en efecto, a s í era: la espantosa c r i a t u r a devoraba perros — E n ese caso —replicó s i r P e l i n o r . , d e s e n v a i n a n d o l a
enteros, que p e r m a n e c í a n vivos en su e s t ó m a g o d u r a n t e espada—. ya que vine hasta a q u í , m e t o m a r é la m o l e s t i a
un tiempo. de evitar que otras jóvenes corran la m i s m a suerte.
Sir Pelinor d e s e n v a i n ó l a espada y, cuando la h o r r e n d a Con u n á g i l m o v i m i e n t o , el caballero hirió al g i g a n t e e n
fiera se lanzó hacia é l , le atravesó de lado a lado el pecho las piernas antes de que este pudiera reaccionar. El gigante
y le abrió el v i e n t r e . La bestia cayó m u e r t a y los perros, cayó de r o d i l l a s , y sir Pelinor lo golpeó e n l a espalda.
liberados de su cárcel v i v i e n t e , escoltaron a sir Pelinor e n En ese i n s t a n t e , el bosque se i l u m i n ó c o n u n suave
el resto del s o m b r í o trayecto. resplandor dorado. La sucia v i v i e n d a se t r a n s f o r m ó e n u n
D e s p u é s d e u n l a r g o t r a y e c t o , a r r i b a r o n a las o r i l l a s castillo, creció el pasto en el suelo, las ramas de los árboles
de u n lago. Allí h a b í a u n a m u j e r de largos cabellos rojos se p o b l a r o n de hojas y f r u t o s , y los p á j a r o s v o l v i e r o n a í1
sentada en u n a roca. Era u n hada. cantar. M i e n t r a s el cuerpo del g i g a n t e se d e s v a n e c í a , e n
—Para dar con el g i g a n t e y la j o v e n —le d i j o el hada a la p u e r t a del castillo a p a r e c i ó la j o v e n r a p t a d a , a la que
sir Pelinor—, tienes que pasar a l O t r o M u n d o . s i r Pelinor creía m u e r t a .
48 Se llama —Entonces d i m e , por favor, dónde se encuentra la e n - — M e has salvado, s e ñ o r — d i j o la d o n c e l l a — . M i pa-
ro a un paso estrecho
t r a d a , pues estoy preparado —repuso é l . d r e era e l d u e ñ o de estas t i e r r a s , y v i v í a m o s felices e n
entre montañas.
49 Un lugar • v -irpado —Debes saber que no es fácil regresar de a l l í . M u y pocos ellas. Pero u n d í a , el odioso g i g a n t e se las robó, y t o d o
es un sitio de gran lo h a n logrado. se v o l v i ó t r i s t e y g r i s . ¡Qué b u e n o es ver b r i l l a r l a v i d a '
pendiente que no tiene —Lo sé — d i j o el caballero—. Pero m e aventuré hasta a q u í o t r a vez! Q u é d a t e a q u í c o n m i g o . Te aseguro que seremos
subida ni bajada tran- con u n objetivo e i n t e n t a r é c u m p l i r l o hasta las ú l t i m a s m u y felices.
sitable o la tiene muy , consecuencias. Sir Pehnor se sintió c o n f u n d i d o . Sabía que el padre de
áspera y peligrosa.
y > El • es el —Si es a s í , adelante, valiente s e ñ o r — d i j o el hada—. La la j o v e n era u n pobre pastor, no u n señor. Y era i m p o s i b l e
ángulo que forman ca- entrada ya la encontraste: estás ante e l l a . que conociera ese l u g a r , puesto que n i siquiera se h a b í a
minos o ríos al torcer, Y m i e n t r a s t e r m i n a b a de p r o n u n c i a r estas palabras, u n a atrevido a e n t r a r en el C a m i n o Oscuro.
la dirección que traen.. niebla densa envolvió todas las cosas. Cuando la niebla se I n m e d i a t a m e n t e , se dio cuenta de lo que sucedía: aquello
51 Con la expresión *.
disipó, el paisaje había cambiado por c o m p l e t o . Los perros era u n a i l u s i ó n . U n e n g a ñ o del g i g a n t e , que a ú n v i v í a y
"Otro MuM j /'suele i
hacerse referencia al ya n o estaban, n i el lago, n i el hada... Era u n paraje g r i s , estaba obrando u n hechizo.
es mover
mundo de los muertos. m u d o , lleno de retorcidos árboles secos. En las ramas de D e c i d i d o , el caballero v o l v i ó a b l a n d i r su espada y, un drma u otra cosa
f i'-ijf- es sinónimo los árboles h a b í a p á j a r o s , pero n o c a n t a b a n . E n t r e las a p a r t a n d o la vista para no seguir siendo v í c t i m a del en- con movimiento
de lugar o sitio. ,2 piedras del suelo reptaban serpientes. vibratorio.
c a n t a m i e n t o , h u n d i ó la h o j a e n el pecho de la j o v e n . Oyó
74 La leyenda del rey Arturo

u n g r i t o de a g o n í a y , cuando volvió a m i r a r , e n c o n t r ó a l —Que esto que te d i r é , s e ñ o r , se sepa e n t r e todos los


g i g a n t e de bruces sobre el polvo, h e r i d o de m u e r t e . caballeros — a n u n c i ó — . Solamente p o d r á n salir de a q u í
El hechizo estaba roto. El paisaje volvió a ser g r i s , y el aquellos que. como lo has hecho tú e n el día de hoy, ven-
castillo se t r a n s f o r m ó u n a vez m.ás e i i u n a m í s e r a v i v i e n - g a n p o r el b i e n de los d e m á s . Los que l l e g u e n buscando
d a . A d e n t r o , sir Pelinor halló a la j o v e n doncella, viva y aventuras con el único a f á n de a u m e n t a r s u f a m a , p o d r á n
maniatada. e n t r a r , pero n u n c a serán capaces de salir.
Juntos e m p r e n d i e r o n el regreso. De n u e v o se t o p a r o n Y tras hablar así, el hada se desvaneció, y sir Pelinor pudo
c o n bestias desconocidas y feroces, que esta vez n o ata- d i s t i n g u i r con claridad el c a m i n o de r e t o m o .
c a r o n a sir P e l i n o r , pues s a b í a n que el caballero h a b í a Al día siguiente, se conocieron en Camelot las palabras del
m a t a d o a l a m o de esas t i e r r a s , y eso les i n s p i r a b a t e m o r hada, y se supo que, u n a vez m á s , u n caballero de la Mesa
y respeto. Redonda h a b í a sabido c u m p l i r su honorable j u r a m e n t o .
Sin embargo, él no sabía con e x a c t i t u d qué c a m i n o debía
t o m a r para volver. H a b í a pasado a l O t r o M u n d o por obra
del hada del lago, y a h o r a , en r e a l i d a d , estaba extraviado.
% ^ VIII ^
Bajaron de l a m o n t u r a y se sentaron a descansar, reclinando La a v e n t u r a de s i r P e r c i v a l
las espaldas c o n t r a u n a roca.
e d i r i g í a de v u e l t a h a c i a Cales^' — c o m e n z ó
—¿Crees que lograremos regresar, m i señor? — p r e g u n t ó '
Percival, m i e n t r a s los d e m á s caballeros se
la j o v e n , t e m b l a n d o de m i e d o .
jn f i acomodaban en t o r n o de la Mesa Redonda para
—Claro que sí — d i j o é l — . No te quepa la m e n o r d u d a . 57 La región de Gales ^
escuchar el relato de u n o los m á s destacados
Era u n a respuesta de cortesía, pues n i n g ú n b u e n caballero está situada al oeste
m i e m b r o s de l a H e r m a n d a d — . H a c í a d í a s que las estrellas de la isla de Inglaterra.
c o n s e n t i r í a - en mostrarse vencido y desalentado a n t e
que h a b i t u a l m e n t e m e g u í a n no b r i l l a b a n en el cielo, y t a l 58 Sorte.ii es evitar
u n a d a m a . Pero lo cierto es que sir Pelinor no estaba nada
vez m e desorienté o m e p e r d í . El caso es que, u n atardecer, con habilidad un
seguro. A l f i n y al cabo, se h a l l a b a n en el Otro M u n d o , e n conflicto, riesgo o
f u i a dar a u n ancho río, imposible de sortear a caballo.
- ' e l Valle s i n Retorno, y era sabido que allí los caminos e r a n dificultad-
"A lo lejos, divisé u n bote c o n u n pescador. Por s e ñ a s y
circulares, se a b r í a n en m ú l t i p l e s direcciones o recorrían 59 El v a d o es una
con g r i t o s , le pedí que m e i n d i c a r a dónde podía h a l l a r u n zona del río con fondo
d i s t a n c i a s que p a r e c í a n i n f i n i t a s , s i n llevar a n i n g ú n
vado para cruzar. El pescador m e contestó que el vado firme, llano y poco
l a d o . A d e m á s , ya h a c í a m u c h o t i e m p o que n o c o m í a n
estaba a v e i n t e leguas, que n o l l e g a r í a con l u z , y que a profundo, por donde se
n i b e b í a n n a d a , y n i n g ú n a l i m e n t o de provecho para el puede pasar andando,
oscuras corría el riesgo de a h o g a r m e .
h o m b r e crecía en esos parajes. cabalgando o en algún
"—Puedes pasar la noche en m i casa, señor, y p a r t i r a l
54 En este caso, la A pesar de este negro p a n o r a m a , sir Pehnor se m o s t r a b a vehículo.
expresión de bruces" alba — g r i t ó el h o m b r e , s e ñ a l a n d o u n a l o m a cercana—. 60 Una legua es una
t r a n q u i l o y satisfecho. S a b í a que h a b í a hecho lo correcto,
significa boca abajo. Si cruzas esa c o l i n a , v e r á s m i m o r a d a . Espérame allí, medida definida por
y las consecuencias n o le i m p o r t a b a n . . . , o le i m p o r t a b a n
55 Con-^eni ' es permi- yo llegaré p r o n t o . la distancia que puede
m u c h o menos que la certeza de haber obrado de acuerdo hacerse a pie en una
tir que algo se haga. "Agradecí su h o s p i t a l i d a d y m e d i r i g í hacia donde m e
56 Desalentado con l o que le m a n d a b a su a l m a . hora,
h a b í a i n d i c a d o . Pero, al llegar a la c i m a de la c o h n a , n o
significa desanimado o En eso estaba pensando cuando el hada del lago se pre- 61 Se llama morada al
v i casa a l g u n a , n i cerca n i lejos.
acobardado. lugar donde se habita.
sentó de nuevo ante é l .
76 La leyenda del rey Arturo

" B a j é l a p e n d i e n t e p e n s a n d o que acaso el h o m b r e se


h a b í a burlado de m í . Y, de p r o n t o , como si hubiera salido " M i e n t r a s c o m í a m o s , se abrió u n a puerta e n u n extre-
de la nada, apareció antes m i s ojos u n castillo alto, sólido, m o del salón y entró u n escudero, todo vestido de blanco.
hermoso. ¿Cómo no lo había visto antes desde la colina? Llevaba u n a lanza t a m b i é n b l a n c a , en cuya p u n t a , s i n
" M i e n t r a s m e acercaba, el p u e n t e levadizo b a j ó y dos e m b a r g o , b r i l l a b a u n a gota de sangre fresca.
escuderos salieron a r e c i b i r m e . Se ocuparon de m i caballo " E l h o m b r e c a m i n ó en silencio y salió por u n a p u e r t a ,
y m e c o n d u j e r o n a la sala p r i n c i p a l . en el otro e x t r e m o el s a l ó n .
"El lugar era e n o r m e y d e s l u m b r a n t e , de u n l u j o y u n "A c o n t i n u a c i ó n , aparecieron cuatro doncellas. Las dos
gusto como j a m á s he visto n i , creo, volveré a ver. Las altas que i b a n delante p o r t a b a n candelabros de diez velas. La
c o l u m n a s estaban revestidas de bronce y, al reflejar la luz tercera, e n el m e d i o , llevaba entre las manos u n a hermosa
de las velas que a r d í a n en los altos candelabros, t e ñ í a n los copa de oro. Y la c u a r t a , que cerraba la procesión, iba con
pisos y las paredes de u n suave resplandor dorado. u n a bandeja de p l a t a .
" M á s a l l á , cerca del hogar y del g r a n fuego encendido, " A l i g u a l que el escudero, las damas atravesaron el s a l ó n
h a b í a u n h o m b r e echado sobre u n a m a n t a bordada con de lado a lado en solemne silencio y desaparecieron por la
hilos de p ú r p u r a y oro. p u e r t a que se hallaba en el e x t r e m o opuesto a aquel por
"—Bienvenido a m i casa, caballero —me dijo el h o m b r e . donde h a b í a n entrado.
" M e pareció reconocer la voz del pescador que h a b í a visto "¿Qué significaba todo eso? M i curiosidad era e n o r m e ,
de lejos en el río, aunque no pude explicarme c ó m o h a b í a pero m i p u d o r m e i m p e d í a p r e g u n t a r . Tal vez se trataba
hecho para llegar allí antes que yo. de u n a ceremonia a la que m i anfitrión estaba acostum-
" — D i s c ú l p a m e si no me paro a recibirte —continuó m i brado. Pero él no d i j o nada, y yo no m e atreví a indagar,
a n f i t r i ó n — , pero sufro u n a vieja herida en la p i e r n a . por t e m o r a ofenderlo.
" M e acerqué a saludarlo. Su rostro gastado reflejaba u n " T e r m i n a d a la c o m i d a , el d u e ñ o de casa m e d i j o :
corazón noble y sabio. "—Espero que hayas d i s f r u t a d o de la cena. Enseguida
62 La púrpur,' es un
"Luego u n criado t r a j o u n a j o f a i n a de plata para que te d a r á n u n c u a r t o a p r o p i a d o para que descanses. Que
color rojo subido que
se lograba con una lavara m i s m a n o s , y enseguida nos sentamos a cenar. tengas buenas noches.
tintura muy costosa "Las sillas h a b í a n sido talladas en é b a n o , ' ' y la mesa "Nos despedimos. U n criado m e condujo escaleras arriba,
que los antiguos pre- estaba labrada e n el m á s p u r o m a r f i l . . . Y eso no era m á s h a s t a u n c ó m o d o d o r m i t o r i o . Agotado como estaba p o r
paraban con la tinta de el v i a j e , y con el e s t ó m a g o l l e n o de c o m i d a , no tardé e n
que el comienzo, pues nos s i r v i e r o n manjares que m i rús-
un molusco marino.
tico paladar no t e r m i n a b a de apreciar. Cabezas de cerdo c o n c i h a r el s u e ñ o .
6.1 Una j i [•.:.•:.• es una
vasija en forma de taza rellenas con frutos secos, pescados con especias o r i e n t a - " D o r m í sin i n t e r r u p c i o n e s hasta que el sol en la v e n t a n a
con agua que sirve les, panes u n t a d o s con h í g a d o de pato a h u m a d o y quién m e despertó. M e vestí, esperando que a l g ú n criado acudiera
principalmente para sabe c u á n t a s cosas m á s . . . El m a g n í f i c o v i n o que bebí no a a y u d a r m e con la a r m a d u r a , pero nadie apareció.
lavarse la cara y las "Entonces s a l í del d o r m i t o r i o . En el largo pasillo t a m -
parecía v i n o , sino a l g ú n e l i x i r m a r a v i l l o s o . Y si h u b i e r a
manos.
verdadera j u s t i c i a en este m u n d o , todos los hombres de poco v i a n a d i e . La p u e r t a de la h a b i t a c i ó n c o n t i g u a a la
6ij El • es una
madera de color oscu- b i e n deberían poder probar, al menos u n a vez en la v i d a , m í a estaba a b i e r t a , y m e a s o m é : v a c í a . B a j é las escaleras,
ro muy preciada. los postres que yo probé esa noche. recorrí la sala, e n t r é en la cocina, pero no h a b í a u n a l m a
por n i n g ú n lado. M i r é en los establos y en las perreras...
¡ t a m p o c o h a b í a a n i m a l e s ! Salvo el eco de m i s pasos, el
silencio reinaba e n el castillo desierto. No era u n s i l e n - viejo m a g o l a i n s t r u y e r a en los secretos m á s sofisticados
cio de p e r s o n a s que d u e r m e n o c a l l a n o se e s c o n d e n , d e l oficio.
s i n o u n s i l e n c i o v a c í o , u n s i l e n c i o s i n presencia, como M e r l í n sabía que aquello duraría poco y que la h i s t o r i a de
si a q u e l l a fortaleza e s t u v i e r a a b a n d o n a d a desde h a c í a ese a m o r tendría u n final trágico. Pero no podía sustraerse '
mucho tiempo. a l a i m p a r a b l e y j u v e n i l p a s i ó n que lo embargaba.
" I n q u i e t o , salí al patio. Allí m e esperaban m i caballo, ya Aquella m a ñ a n a , la doncella y el mago t e n í a n u n a cita en
l i s t o y ensillado, m i espada y m i lanza. El p u e n t e levadizo el bosque de Brocelianda, el l u g a r h a b i t u a l de sus secretos
estaba a b i e r t o , y decidí m a r c h a r m e enseguida. M o n t é y, encuentros. Allí, a pedido de Nyneve, M e r l í n le e n s e ñ a r í a
apenas lo crucé a l galope, oí que el p u e n t e se cerraba a ese día el truco para aprisionar a u n h o m b r e en u n a celda
m i s espaldas. Pero u n poco m á s adelante, cuando m e d i de a i r e , i n v i s i b l e al ojo h u m a n o .
v u e l t a para echar u n a m i r a d a a l e x t r a ñ o castillo por ú l - El m a g o dejó ordenados todos sus asuntos e n Camelot
t i m a vez, este ya no estaba. No h a b í a n a d a : solo c a m p o , y , antes de p a r t i r , le solicitó a A r t u r o que l o a c o m p a ñ a r a
flores, a l g ú n á r b o l . Y, m á s a l l á , u n l e ñ a d o r que pasaba hasta l a entrada del bosque.
con su carga. — S e ñ o r , has s o m e t i d o a t o d o s t u s e n e m i g o s , t a n t o
" — D i m e , l e ñ a d o r — l l a m é — . ¿Sabes de a l g ú n c a s t i l l o d e n t r o como fuera d e l r e i n o — d i j o M e r l í n m i e n t r a s se
por aquí? a l e j a b a n del c a s t i l l o , r u m b o a Brocelianda—. T u poder y
"—El ú n i c o castillo, señor, es el del Rey Pescador — m e t u f a m a ya son grandes e n toda Europa. Pero a ú n te f a l t a
r e s p o n d i ó el h o m b r e — . D i c e n que está a q u í m i s m o , e n dar m u c h a s batallas.
este valle, y que aparece y desaparece. Allí, s e g ú n cuen- E n las palabras d e l v i e j o m a g o , A r t u r o creyó a d v e r t i r
t a n , está guardado el Santo C r i a l . Pero yo siempre paso u n t o n o d i f e r e n t e a l de otras veces. Era u n a especie de
poraquí y j a m á s v i nada. n o s t a l g i a , pero exenta' de su característica i r o n í a .
"Y a s í c o m p r e n d í que a q u e l l a n o c h e , s i n saberlo, yo — ¿ S a b e s que tienes u n a m e d i a h e r m a n a ? — c o n t i n u ó
h a b í a estado m á s cerca del Santo C r i a l que n i n g ú n o t r o Merlín.
h o m b r e e n este m u n d o . " — S í , M o r g a n a —repuso A r t u r o — . M i m a d r e m e h a b l ó
de e l l a . Pero no l a conozco.
—Ya l a conocerás ~ < i i j o el m a g o — . Se h a t r a n s f o r m a d o
M e r l í n se d e s p i d e d e A r t u r o e n u n a hechicera c r u e l y a m b i c i o s a . Le place d o b l e g a r "
a los h o m b r e s con su m a g n í f i c a belleza y su m a g i a m e -
a d i é en C a m e l o t lo s a b í a , pero el corazón de diocre, y no le i m p o r t a apelar a la traición o al asesinato
M e r l í n h a b í a sido t o t a l m e n t e c a u t i v a d o p o r para l o g r a r sus propósitos... Debes estar a t e n t o , porque
u n a j o v e n c i t a l l a m a d a N y n e v e . Era u n a de n o te t i e n e n i n g u n a e s t i m a y p o n d r á todo su e m p e ñ o
las doncellas de l a célebre D a m a del Lago y, en arrebatarte l a corona.
como t a l , estaba i n i c i a d a e n el a r t e de la m a g i a . Pero su — N o creo q u e M o r g a n a sea m á s p o d e r o s a q u e t ú ,
sed de c o n o c i m i e n t o s era t a n g r a n d e como su a t r a c t i v o , y Merlín.
h a b í a aceptado l a c o m p a ñ í a de M e r l í n a c a m b i o de que el —Tal vez no — a d m i t i ó el m a g o — . Pero yo n o estaré a q u í
para ayudarte cuando debas enfrentarte a sus ejércitos.
8o La l e y e n d a d e l r e y A r t u r o

81

-JQ V3S de viaje? ^ ^'"-^ '"^^ * T w i n i - n i &i ,i;íí¿fn


— S í . . . U n v i a j e s i n r e t o r n o . No volveremos a v e r n o s , —Nada de eso —replicó el m a g o — . M i r a e l cielo: es u n
señor. día e s p l é n d i d o . El que está t r i s t e eres t ú .
—¿De q u é hablas? Arturo sonrió.
Entonces M e r l í n le refirió su h i s t o r i a con Nyneve, s i n —¿Lo ves? Ya e s t á s m e j o r . A h o r a debo p a r t i r . N o e s t á
o m i t i r el funesto final que — l o s a b í a — estaba m u y cerca b i e n hacer esperar a u n a d a m a .
—Hasta s i e m p r e , M e r l í n .
de c u m p l i r s e .
—Hasta s i e m p r e , m i señor.
—¡Es incomprensible! —exclamó el Rey, procurando con-
M e r l í n a r r e ó su caballo y se i n t e r n ó e n l a frondosa'^
tener su enojo—. Eres el h o m b r e m á s sabio del m u n d o . Si
espesura de Brocelianda, donde poco después q u e d a r í a
conoces que va a ocurrirte algo m a l o , ¿por qué no lo evitas?
atrapado e n u n a i n v i s i b l e celda de a i r e . . . M u c h o s a ñ o s
—Cada vez que veo a Nyneve, soy feliz. M i pecho se i n u n d a
m á s t a r d e , los caballeros s o l i t a r i o s que pasaban p o r a l l í
de algo m u y dulce, que no quiero analizar n i controlar. He
s e g u i r í a n a f i r m a n d o que h a b í a n oído la querida voz d e l
v i v i d o ya la d u r a c i ó n de varias vidas h u m a n a s , señor. He
m a g o que susurraba e n t r e las h o j a s de los á r b o l e s . S i n
visto m u c h a s cosas. Te he educado a t i , el soberano m á s
embargo, n a d i e volvió a ver su rostro.
m e m o r a b l e que habrá por siempre j a m á s en estas tierras.
Es suficiente para m í . A l g ú n d í a , m e t e m o , c o m p r e n d e r á s A r t u r o regresó a Camelot, donde reinó muchos años
m á s . a f r o n t a n d o nuevas y duras pruebas, h a s t a que se
e n carne p r o p i a la fuerza con que puede d o m i n a r la ciega
c u m p l i e r o n los hechos que e l m a g o h a b í a p r e f e r i d o n o
pasión sobre u n corazón h u m a n o .
m e n c i o n a r en aquel ú l t i m o e n c u e n t r o .
M e r l í n se d e t u v o . Notó que se h a b í a puesto s e n t i m e n t a l
y le pareció que t a l vez h a b í a hablado m á s de la c u e n t a . El Rey terminó sus días luchando como u n león, con la espada
Pensaba en Lancelot, el noble y fiel ladero d e l rey A r t u r o , Excalibur en la m a n o , t a l como había comenzado a reinar en
que v i v i r í a u n r o m a n c e c o n l a r e i n a G i n e b r a . Ese a m o r los lejanos días de su j u v e n m d . Y al c u l m i i u r la batalla final,
p r o h i b i d o a r r a s t r a r í a en su caída no solo la ya legendaria gravemente herido, pidió que lo llevaran a orillas de cierto
H e r m a n d a d de l a Mesa Redonda, sino t a m b i é n la vida de lago. Allí lo esperaba u n a extraña barca, tripulada por m u -
A r t u r o y , c o n e l l a , el r e i n o entero. jeres, cuya cubierta estaba tapizada e n riquísimos brocados.
Con m u c h o cuidado, las damas subieron a la embarcación
Pero a ú n f a l t a b a n m u c h o s a ñ o s para que llegaran esos
el cuerpo del Rey agonizante, y se alejaron aguas adentro,
penosos sucesos. A s í que el mago prefirió guardar silencio.
hasta que la niebla ocultó la nave para siempre.
Ú n i c a m e n t e volvió a h a b l a r cuando l l e g a r o n a las i n m e -
Desde entonces, en toda la tierra de Bretaña es h a b i t u a l
diaciones del bosque. 72 U n bosque :n
escuchar que el rey A r t u r o no ha m u e n o , sino que ha sido
íi>f>nei«: ¿ —Nuestros c a m i n o s se separan e n este p u n t o , m i que- do',r: e s t á p o b l a d o de
llevado a Avalón, u n a isla misteriosa, habitada por sutiles
r i d o señor. Ve a h o r a con los que te necesitan. A u n rey no abundantes árboles.
yo F u n e s t o es hechiceras, donde la m u e r t e no existe y los árboles d a n f m t o La z o n a m á s a r b o l a d a
le corresponde l a m e n t a r s e p o r los desvarios'' amorosos
s i n ó n i m o de t r i s t e o todo el año. U n lugar del que, según se dice, A r t u r o regresará del bosque se l l a m a
desgraciado. de u n viejo.
cuando llegue el m o m e n t o señalado, para gobernar de nuevo espesura.
71 D e s v a r i f " son A r t u r o l o c o n t e m p l ó con los ojos n u b l a d o s , s i n poder / • El bosque de B r ó c e -
entre su gente, c o n j u s t i c i a , s a b i d u r í a y h u m i l d a d .
d e l i r i o s , locuras o a r t i c u l a r u n a palabra. se e n c u e n t r a e n
despropósitos. la B r e t a ñ a francesa, en
—Es u n día t r i s t e — d i j o al fin, con voz c o n m o v i d a .
la región de Rennes

También podría gustarte