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(IMPERIUM NUMINIBUS IN NOMINE DOMINE)


Mitemologia racional
(Estudo comparado da
nomenclatura, etimologia & fenomenologia mítica)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

OFIUSSA, O NOME MÍSTICO MAIS


ARCAICO DA LUSITÂNIA, por arturjotaef.
No século IV, o poeta romano para assuntos geográficos, Rufus Avienus Festus (ou
Rufo Avieno Festo), na Ora Maritima, um documento inspirado por uma viagem martitima,
anotou "Oestriminis" (ou o extremo ocidente) povoados pelos Oestrimni, um povo que vive
naquela área desde há muito tempo, que tiveram que fugir das suas terras depois de uma
"invasão de serpentes". -- Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ophiussam ad usque. rursum ab huius litore
internum ad aequor, qua mare insinuare se
dixi ante terris, quodque Sardum nuncupant,
septem dierum tenditur pediti via.
Ophiussa porro tanta panditur latus
quantam iacere Pelopis audis insulam
Graiorum in agro. haec dicta primo Oestrymnis est
locos et arva Oestrymnicis habitantibus,
post multa serpens effugavit incolas
vacuamque glaebam nominis fecit sui.
Tras aquellas tierras41, sobre las que antes hemos hablado, de nuevo se abre una gran
ensenada, que abarca una extensa llanura marina hasta Ofiusa42. Retrocediendo desde su litoral hacia el
llano del mar Interno43, por donde dije antes44 que el mar, al que llaman Sardo, se adentraba en las
tierras, se emplean siete días de marcha a pie45. Ofiusa presenta un flanco tan prominente hacia
adelante, cuanto oyes que se extiende la isla de Pélope en tierras de los griegos46. Al principio se la
denominó Estrimnis, y los habitantes de estos lugares y campos eran los estrímnicos; posteriormente una
plaga de serpientes puso en fuga a sus habitantes y logró que esta tierra quedara despojada hasta de su
propio nombre47.
Notas:
41 Se refiere a la Isla Sagrada y a la de los albiones. Ahora el poeta cambia de dirección, porque
empieza a describir las costas de Norte a Sur.
42 Esta gran ensenada podría ser el golfo de Vizcaya. Ofiusa era un antiguo nombre griego para
referirse a la Península Ibérica; se decía que significaba "tierra de serpientes", por su relación con óphis,
"serpiente" en griego.
43 El Mediterráneo tuvo en principio nombres locales, como aquí, donde se llama Sardo al mar
entre Cerdeña y España.
44 Versos 82-84.
45 Por la ruta terrestre que enlazaba el núcleo comercial más importante del litoral del golfo de
Vizcaya, Burdeos (Burdigala), con Narbona, ya en la costa mediterránea, a través del curso del Garona,
de Tolulouse y Carcasona.
46 Avieno se refiere a la península del Peloponeso.
47 Según esto, el nombre más remoto de la Península Ibérica habría sido Estrimnis, que también
se aplicaba a la Gran Bretaña, algo explicable quizá por las relaciones comerciales entre ambas y el mar
del Norte. La "plaga de serpientes" que expulsó a los estrímnicos podría implicar a su vez una referencia
a los celtas, llamados "sefes" nombre procedente del griego sepe = "serpiente".
Uma coisa é certa, a simbologia da cobra que perpassa em toda a mitologia
mediterrânica como secreto e profundo apelo a uma religiosidade órfica esquecida,
feminina e sensual; encontra-se sistematicamente enrolada nas formas das vagas do
mar e constitui o apelo ao Oceano profundo e primordial que deverá ter sido o pesadelo
constante dum povo e de uma cultura arcaica de marinheiros. Ora, marítima, matriarcal
e adoradora de deusas das cobras foi a talassocracia cretense. Toda a tradição posterior
que adoptou o tema ofídio deve ter tido com esta, e outras culturas neolíticas
mediterrânicas menos reconhecidas, antigas relações culturais. As costas da Lusitânia
foram, seguramente, uma destas e a razão étmica do seu arcaico nome de Ofiussa,
literalmente a “filha da cobra”, a grande deusa mãe dos cretenses.
Na verdade, as cobras nativas portuguesas nada teriam de especial para serem
por si sós a causa do nome de Ofiussa!
Ofiussa < Ophi®-usha < Kafur | ó Sacar | -isha
Ofiússa ou Ophiussa é o nome dado pelos antigos gregos ao território português.
Significa Terra das Serpentes. Os ofis viveriam, principalmente, nas montanhas do Norte de
Portugal, incluindo a Galiza. Outros dizem que estes viviam na foz dos rios Douro e Tejo. Este
povo venerava as serpentes, daí Terra das Serpentes. Existem alguns estudos arqueológicos
que mencionam este povo e cultura. Alguns crêem que o dragão, símbolo da cidade do Porto
está relacionado com este povo, ou com os celtas que mais tarde colonizaram a zona, que por
sua vez poderiam ter sido influênciados pelo culto ofi.-- Wikipédia, a enciclopédia livre.
Na freguesia de Afife nasce um rio com o mesmo nome, que tem três afluentes:
os ribeiros da Pedreira, de Agrichousa e do Fojo.
É possível, como resa a erudição, que o topónimo Afife se trate de um genitivo
antroponímico árabe, Afif, que inicialmente era utilizado como adjectivo para designar
algo ou alguém virtuoso; mais tarde porém, aparecia num documento de 1108, com a
designação Afifi, sugerindo a existência de uma Villa Afifi, que adquiriu o nome do
seu senhor. No entanto a presença árabe a cima do rio Douro á difícil de entender!
Ao longo dos séculos, o topónimo foi apresentando diferentes grafias: Fifi,
Affifi, Afifi até culminar em Afife.
Porém, trocar os vês pelos bês e os quês pelos efes pode ser uma tradição
minhota herdada dos cretenses que os árabes e semitas mantiveram porque semitas
seriam ao falares minóicos e egeus pré-micénicos.
Afife e Fojo teriam sido Kakiki e Kojo assim como Fão seriam equivalentes de
Sião.
Quando a etimologia não vem dos latinos vem dos árabes porque se desconhecem os
falares locais anteriores. 

 A Norte, a praia de Ofir


em Fão e a da Apúlia (< Auphylia
< Ophir-ia), a de Aveiro (< Aphi-eiro?)
ao
cento, Serpa a Sul, etc. podem ser
topónimos portugueses que guardam a lembrança desta época
dos grandes falos
megalíticos e o topónimo da cidade de Faro uma reminiscência de uma possível
relação comercial religiosa e política entre o Algarve e a mitologia ofídia mediterrânica por intermédio
da
cultura minóica, egeia ou faraónica.
A tradição dos cultos órficos da Grande Deusa Mãe
mediterrânica teriam chegado
com a revolução naval do neolítico à foz dos rios de Portugal onde
teriam
apenas florescido no Sado, no grande estuário do Tejo de Lisboa a Santarém, na
mítica
Talábriga da região de Aveiro, no Douro e no Minho.

A cultura megalítica que explodiu na Lusitânia entre o IV milénio e a primeira


metade do III milénio a. C  +terá sido a expressão concreta destes cultos de morte e
ressureição solar e a demanda do Graal a busca do túmulo do sol-posto nas costas da
Andaluzia e da Lusitânia que acabaram na idade média em Compostela e mais
recentemente no culto mariano de Fátima!
Isto pode ser uma relação aos Saephe ou Ofis ("o povo das serpentes") e aos Dragani
("o povo dos dragões"), que vieram colonizar aquelas terras e formaram um território
conhecido pelos gregos como Ophiussa. Alguns autores relacionam o povo Ofi com os druídas
ou proto-celtas ou, até mesmo, antigos Egípcios. Numa tradição egípcia, refere-se que as
"serpentes" egípcias de Carnac ou Luxor teriam emigrado para a Europa. -- Wikipédia, a
enciclopédia livre.
Oestrymn(is) < Hau-ish-Tur-Min(os), Lit. “Turminos do Oeste” Kurminos
ocidentais, construtores de antas e dolmens.
Obviamente que os adorares da Grande Deusa Mãe das cobras eram no mínimo
minóicos e seguramente da arcaica cultura marítima dos cretenses. De facto, desde
logo porque o sufixo –ussa é reputado entre os filologistas clássicos como tipicamente
cretense.
Ofiussa < Ophi- | cret. ussa < Sumer. Ush > Hit. usa |
=> Oki-usa => «Ocaso» < Lat. oc-casu = queda
=> Lat. oc-ci-dente => Lat. occiduu, caduco => Lat. occidere = «matar» <
supostamente derivado de caedere (= matar) com o préfixo ob-.
Obviamente que o verbo occido não seria de formação latina mas herdado
directamente da tradição arcaica cretense por via hitita e estaria relacionado com o
poder que Nute / Anat / Atena, a Grande Deusa Mãe das cobras cretenses, tinha de
devorar o sol-posto nas terras dos ocidentais (que os egípcios chamavam
«Sentimento») para o parir quotidianamente com a Aurora!
Khenti-Amentiu, também Khentiamentiu, Khenti-Amenti, Kenti-Amentiu e
muitas outras ortografias, são um nome da mitologia antiga egípcia que significa
literalmente “o que vai a frente, ou chefe dos “ocidentais”, ou seja, dos que morrerem e
vivem no país dos mortos que pelos vistos seria o mesmo local geográfico onde se
supunha que morria o sol, ou seja, nas costas da Lusitânia.
Il semble que son culte se soit limité à la région d'Abydos ou il finit, avant la seconde
période intermédiaire, par être assimilé au dieu Osiris, importé de Busiris ou il avait déjà
supplanté le dieu Andjti. Khentamentiou devient dès lors, un des épithètes majeurs du dieu
Osiris.
Esta queda do sol poente relacionado com o mito do assassínio e queda de
Osíris (e de todos os restantes deuses de morte e ressurreição solar) gerou a semântica
de queda e caducidade de Oki-usa, Grande Deusa Mãe das cobras cretenses…e
Senhora do «Ocaso», mãe devoradora do sol poente no “mundo dos ocidentais” que
quanto se sabia da geografia antiga ficava nas praias da Lusitânia que muito
possivelmente por tudo isto terá sido, desde toda a antiguidade mais arcaica, a terra da
deusa mãe das cobras, Ophi-usha / Ofiussa, a Senhora da Piedade e do «Sentimento»,
da saudade e do luto, ainda presente no culto da Virgem de Macarena.
Na verdade, a Lusitânia além de ser literalmente a cobra de luz, seguramente um
teónimo metafórico alternativo de Ofiussa, seria também uma variante possível do
nome da Andaluzia, esta literalmente a anta e túmulo da luz quiçá porque antes dos
minóicos terem ultrapassado o estreito de Gibraltar para os povos neolíticos orientais o
fim do mundo e o país dos ocidentais ficaria situado no sul de Espanha. De facto, é
possível relacionar o nome da Lusitânia com o da Andaluzia precisamente em torno do
mesmo mitema de Nut devorando o pôr-do-sol para parir o sol como Taveret, a deusa
da Aurora!
Lusi-tân-ia < Lushi-| tanika < Tanit < Te-Nut > Anat > Lushi-Anat
= Anat-Lushi => Andaluzia.
Deste modo, parece intuir-se que o nome da Lusitânia foi atribuído em torno
dum mitema de culto da deusa mãe das cobras (que a cartaginesa Tanit também foi)
num contexto linguístico que deu nome a todos os locais geográficos terminados no
sufixo –istão, ou seja por povos do neolítico que foram da Lusitânia ao Industão, como
os portugueses fizeram, o que só pode ter acontecido coma talassocracia minóica.

Ver: IBERIA / ANDALUZIA (***)


O interessante deste mitema nem é apenas o que relaciona o deus dos


«sentimentos» fúnebres com o pais dos ocidentais, que só poderia ter sido a Lusitânia
(ou secundaria e alternativamente a Andaluzia) mas sobretudo a sua relação com
Apuat.
Upuaut o Upuat «el que abre los caminos», deidad de la Duat (Más Allá), dios
funerario y de la guerra en la mitología egipcia. Nombre egipcio: Upuaut o Upuat. Nombre
griego: Ofois u Ophois. (…) Su culto, originado en Asiut (Sauty - Licópolis), fue practicado en
Abidos como Jenti-Amentiu "Señor de Occidente"; también fue venerado en Sais, Heliópolis,
Menfis, y en varias necrópolis. Iba al frente de todas las manifestaciones militares, religiosas y
civiles; Así, precedía la más importantes celebraciones, como el Heb Sed y los "Misterios de
Osiris", en Abidos.
   * Pyr.1066 c (P.220) : Oupouaout s'associe au dieu de l'air, Shou, et à se parèdre, la
déesse de l'humidité, Tefnout, pour protéger le pharaon défunt dans son ascension céleste.
    * Pyr.1090 a-d (P.257) : Oupouaout s'associe au dieu Shou et aux «âmes
d'Héliopolis» (entité collective générique d'essence solaire désignant les ancêtres royaux du
roi défunt) qui bâtissent pour le roi défunt les marches d'un escalier destiné à son ascension
céleste (l'infrastructure des pyramides royales de l'Ancien Empire adopte souvent un profil en
escalier, la pyramide elle-même étant comparée à un immense escalier permettant l'ascension
symbolique de l'âme du pharaon au ciel).
Claro que não é facilmente demonstrável que Apuat era uma mera variante de
Anubis mas é facilmente aceitável tal postulado porque a proliferação de divindades
egípcias é facilmente explicável por singularidades linguísticas e culturais que as
distâncias ao longo do Nilo facilmente justificavam nos tempos arcaicos. Por outro
lado as tríades compósitas com que os sacerdotes egípcios tentavam pactuar a rigidez
da tradição com as necessidades óbvias dum sincretismo unificador tinham implícita a
possibilidade de a multiplicidade de divindades dos egípcios corresponder a meras
variantes fonéticas do mesmo nome ou a teónimos da mesma divindade.
No caso de Apuat, verificamos que esta divindade se pode relacionar
linguisticamente com Anúbis se dermos conta que este deus tinha também variantes
linguísticas tais como Anpu, Inpou, Anepou ou Anupu.
Anubis < Anupis < Anepu < *Ane-Shu
                             > Anpu-ish > Apuish
> Apu- | at = lu | > Etrusc. Apulo < Classic. Apolo.
O importante é verificar que não seria por mero acaso que Apuat também teve
relações com Consu, o filho de Amon da tríade tebana, possivelmente o deus
etimológico de Conso, o deus do latino dos bons concelhos.
L'enseigne du dieu est très fréquemment associée à une autre qu'elle surmonte, plus
petite et plus mystérieuse, que l'on attribue généralement au dieu de la lune, Khonsou, par
analogie du nom donnée à cette enseigne, «Khenes» avec le nom «Khonsou». Elle représente
une sorte de sac (?) ou d'outre (?) à double renflement ou, plus vraisemblablement un placenta
humain très stylisé, si l'on se réfère à l'étymologie supposée du nom de Khonsou. Les égyptiens
considéraient le placenta comme le jumeau mort-né de chaque humain.
Obviamente que as associações míticas comprometem quem as faz e de tais
compromissos e bons concelhos nasceu a religião e a filosofia atrás da qual se
desenvolveu a linguagem erudita moderna. Mesmo assim, ainda que a deusa latina
Canens seja a ninfa das canções é óbvio que o nome latino do «cão» teve seguramente
esta arcaica relação entre o gémeo placentar de Anubis que seria Apuat, quiçá mera
variante de Con-Shu. Ora *Kanesh seria um deus anterior ao egípcio e Khenes de que
derivou o filho de Enki, Hanish e de que derivou o nome latino do cão por ter sido
desde sempre uma divindade cinegética herdada dos tempos arcaicos em que o chacal
acompanhava os humanos na competição pelos restos dos banquetes assassinos dos
carnívoros. Este deus acabaria então por ser ou ter a forma ou a cabeça de cão ou
chacal ou seja um deus psicopompo canídio como Anubis / Anpuat e que no mundo
cretense e hitita viria a dar origem ao culto dos «couros» votivos aos heróis mortos e a
Apolo.
Voltando ao deus Shu, que segurava o céu nocturno que era Nut sobre Gebo,
que era a terra, numa cosmologia mítica simplificada que explicava o nascer e o por do
sol, voltamos ao nome de Ofiussa desembocando no rio Tejo com a ideia de que a
fonética grega de Apuat era Ofois. Como os gregos não seriam inteiramente duros de
ouvido quando colonizaram o Egipto podemos postular que Ofiussa era a terra dos
ocidentais e do deus dos «Sentimentos» funérios que também se chamava Apuat /
Ofois. Por seu lado, este deus seria apenas uma variante muito arcaica de Shu, o “deus
menino” solar que foi Gua na Andaluzia e deu nome ao rio Tejo.
«Tejo» < Tagus ó Te- | Gu < Shu | > Te-Shu + | Ba > We |
> hitita. Teshub ó Júpiter.
Claro que estamos a fazer conjecturas possivelmente menos arrojadas e
temerárias que as que relacionaram a placenta com o mito dum gémeo nado morto
responsável, no caso particular, pela gemelaridade Anpu / A(n)pu-at.
No entanto, como se suspeita que Teshube, deus tipicamente hitita, teria sido
também um deus “manda chuva” minóico, porque a cultura Egeia terá sido sempre a
mesma desde tempos arcaicos e por isso mesmo comum a todos os povos ribeirinhos
deste mar, o nome do rio Tejo seria uma homenagem minóica ao “deus menino” das
tempestades, da guerra, da chuva e do ar que por conclusão de tudo o que ficou dito
antes seria o deus dos «sentimentos» fúnebres, Kenti-amentu, e também Apuat /
Ofois filho de Ofiussa, deusa das dores de morte e de parte e a senhora da Piedade e da
Saudade.

O SEIXO E AS SEIXAS; O SEXO E A COBRA


Será algum dia possível confirmar a origem onomatopaica do nome sumério da
deusa da terra, Ki? Qual dos dois sons da cascavel, FFff.!!! ou SSss!!!, foi a origem de
Ki? A escolha de Ki/Xi como forma intermédia entre aqueles dois sons permite
pressupor que terão sido ambos!
Ora é foneticamente evidente que «o-fi(deo)» ó O®phi < Ur-phi < Ur-Ki,
literalmente a terra selvagem, metaforicamente o crescente lunar...
Ananta-Shesha est un serpent (nâga) de la mythologie indienne. Son nom en sanskrit
signifie sans fin ou sans limite, éternel ou infini.  Reposant sur les eaux primordiales, Ananta,
le serpent cosmique, sert de couche à Vishnu lorsque celui-ci se repose après la dissolution
(pralaya) d'un univers ancien, en attendant que Brahmâ renaisse de son nombril et crée un
univers nouveau.

Figura 1: Vishnu descansa em Ananta-Shesha, com Lakshmi a massajar-lhe os “pés de


loto.
Ananta era seguramente a prefiguração mítica da “via-láctea” e do “crescente
lunar”, ambas variantes da Noite Primordial, a suméria Antu e Shesha, uma mera
variante fonética de Caca, a deusa.
Shaushka, Sawuska, Sausg, => Sag  = deusa hurrita do Amor, equivalente da
assíria Ichat, a prostituta dos deuses < Hecat deusa lunar e feiticeira dos gregos <
Egipt. Hequet / Heka, esposa do deus da águas primordiais < Kauket, a deusa egípcia
do Cáos primordial ó Caca, deusa arcaica latina do fogo vulcânico e dos
excrementos, venerada pelas virgens vestais < *Keka, deusa virtual do acto sexual.
Ichat < Ich-ach = Ich-Ich > Isis
[1]
                                          > «Chixa» <=> Shecha (a Serpa mítica) >
«Seixa(s)» > shausha > Hit. Shaushka > Shawska > Sausg >
Sumer. (Ninkur)-Sag, lit. “Sr.ª do Monte da Seixa”. Seixa/o => «seixo» &
«sexo».

[2]
Conta uma lenda fundadora de Seixas (V. N. de Foz-Côa), o seguinte:
Numa gruta rupestre situada no lado poente do sopé dum penhasco que coroa o
monte denominado «Samartinho» (santo padroeiro e herdeiro dos cultos fálicos das
festas dionisíacas do vinho novo) fazia o ninho uma cobra gigante chamada «Serpa».
Supostamente esta gruta teria no fundo um poço entulhado que a ligava ao rio Douro,
ali ao lado norte.
A «Serpa» era tão grande que conseguia ir beber água ao rio (situado a cerca
de três quilómetros) e ficar com o rabo de fora da gruta. Um heróico pastor matou-a
colocando sal na pele duma cabra, que a deixou cheia de sede e a obrigou a beber
tanta agua que acabou por rebentar dentro da estreiteza da gruta, como odre cheio
[3]
demais!
  O interessante desta história não nos leva a uma psicanálise, aliás demasiado
obvia, mas ao facto de poder corresponder a um mito fundador aonde se estabelece
uma relação de identificação totémica do nome da aldeia com uma serpente cujo nome
já ninguém ali consegue identificar com a genérica denominação latina Serpa.
Serpa < Ker-ub-a < Kar-u-ka, lit. A que transporta o ka da vida eterna.
Os querubins bíblicos e o hitita Telepinus estavam foneticamente próximos.
Mas, mais interessante será comparar este mito com o da luta do deus hitita
Teshub com o dragão referida por Pierre Lévêque no II volume DAS PRIMEIRAS
CIVILIZAÇÕES. Nesta narrativa de gosto folclórico o dragão sucumbiu de gulodice após
um festim que o seu adversário lhe ofereceu e depois do qual inchou tanto que, não
conseguindo recolher à sua toca, adormecendo à entrada. Um mortal, Hupasya atou-
lhe os pés pelo que foi facilmente morto por Teshub
Puruli (EZEN Puruliyas) era um festival hitita que durava quase um mês, celebrado
em Nerik, dedicado ao casamento da deusa de mãe da terra Hanna-hanna com rei do ano
novo. O rituais das Puruliyas celebravam a destruição do dragão Illuyanka pelo deus de
tempestade Teshub.
«Pulhas» < Cast. Pulla? < Pullia < pululia < Puruliyas.
Sabendo que o
mito do dragão Illuyanka é uma quimera taurina variante da serpente fica
reposta a linha de coerência que permite aceitar a analogia entre o mito da
Serpa de Seixas do
Douro e o mito da festa hitita do purulli, nome com relação fonética com as «pulhas» da noite do
Entrudo, um ritual de fortes conotações brejeiras e sexuais espalhado por toda
a região
transmontana e beirã onde existia a tradição da festa dos rapazes de
segura tradição oriental.
No tempo em
que ainda havia tradições um jovem casadoiro gritava do alto da “Cascalheira”
para outro, no alto do “Carrascal”:
«Oh,
camarada, é verdade ou não que fulana e sicrano … (J)?»
E assim se
«deitavam as pulhas» em quadras em verso coxo pela boca de um funil, pondo a
nu
os segredos mais íntimas e as pulhices secretas dos habitantes da aldeia.
Ora, a quase
universalidade destes mitos deixa-nos a suspeita que não seria hitita, (nem,
por
isso, indo-europeu) mas correspondia “às
mais antiga tradição anatólica” pelo que, o que haveria a
unir estes
extremos euro-asiáticos seria o fundo da antiga cultura neolítica
peri-mediterrânica de que
se suspeita ter a cultura Suméria surgido.
Se Serpa se deriva de antigos falares em que era Shesha, fica então esclarecido
tanto o topónimo da aldeia de Seixas (< Sexa < Sesha) como o do seu mito fundador.
Saxum, “pierre” spécialement “grosse pierre, roc, rocher”. Usuel dans le
latin ancien et classique, mais peu réprésenté dans les langues romanes, où il a
été concurrencé par petra (REW 7631). Un rapprochement du mot avec le groupe
de secāre semble bien loisible. Pas de traces en castillan ou catalan, mais
survivance du mot en galicien-portugais. On peut souligner, néanmoins, Xixón
(Asturias), Xixona (Alicante), Saix (Alicante), Chinchón  (Madrid), Gejo de Don
[4]
Diego (Salamanca), etc.
E poderíamos acrescentar Sax e os Saxões. No entanto na Lusitânia moderna o
termo sobreviveu como genérico de pedra, rocha, calhau, como nome duma espécie
particular, o «seixo», rocha praticamente formada por quartzo comummente chamada
sílex num óbvio estrangeirismo dos tradutores de obras alemãs de antropologia.
Claro que o topónimo de «Seixas» é parédro de «Seixo» e vem relacionado com
seixos e calhaus que são das poucas coisas que por lá há com fartura, à parte a boa
gente, o bom vinho, o azeite e o mel, claro!
No entanto há eruditos com inspiração poética que teimam derivar o nome de
«Seixas» dum termo celta com que se denominavam as pombas para por ai irem
postular que teria existido um convento de «pombinhas» algures por aqueles ermos
onde é certo que há mais pombais do que pombas mas muitas rolas em abundância. No
entanto, nada repugna que pombas tenham tido nome metafórico derivado de seixos
brancos.
Saxum (in inscrr. also SAKSVM; from collat. form saxus; a vocative SAXE, Inscr.
Orell. 2982), i, n. [root sak-; Sanscr. ska; cf. secare], any large, rough stone; a detached
fragment of rock; a rock (in gen.; whereas rupes is a steep rock, crag, cliff).
Saxulum dim. [saxum] , a little rock.
Saxum < Saksu < Ka-Côs < *Kakisho, ou seja, tal qual aquilo que é, um
pedaço de rocha, um filhote da terra mãe!
Côs, côtis, f. [Sanscr. ça, to whet, sharpen; cf. cautes], any hard stone, flintstone,
Lapis, idis [etym. dub; perh. from same root with rupes; cf. Corss. Ausspr. 1, 545; not
connected with lâas, Curt. Gr. Etym. p. 542], a stone (cf.: saxum, silex, cautes, cos, calculus).
ó lithax, [lithos]
Lapis < Ra-pus < rupes < Urphis < Urkis, a Terra Mãe Natura, selvagem e
natural                                        > ruthes > luthes > lithos.
O que é certo é que o seixo teve primacial importância como matéria-prima para
o fabrico dos «machados de mão» e outros utensílios do paleolítico. É quase seguro
que, no começo do neolítico (e antes da idade dos metais) os mais importantes
instrumentos agrícolas eram, tal como os maçados de mão defensivos, feitos de «pedra
lascada», melhor dizendo, de sexos mais ou menos preciosamente lascados. Sendo
assim natural seria que os instrumentos agrícolas mais arcaicos ainda disso se
lembrem!
Só assim se entende (e ouve melhor) a ressonância da conotação que o latino
saxu tem com o termo luso «sacho» e saxulu com «sacholo ou sachola». No entanto,
algo de errado se passa com a etimologia oficial pois que nem «sacho», nem «sachola»,
nem «enxada» têm etimologia adequada do latim:
Sacho = • (< Lat. sarculu), s. m. espécie de pequena sachola = • s. f. pequena enxada
(de folha larga) = • (Lt. * asciata < ascia, enxada), s. f. instrumento para cavar a terra.
Ascĭa , ae, f. [kindred with axinê, an axe] , an axe for hewing wood, a carpenter's axe
(syn.: securis, bipennis, ferrum).
Sendo assim, Ascĭa era o moderna «machado» com que se fazem as achas de
lenha!
«Machado» (Lat. *mac(u)latu por marculu, de martelo)??? Só mesmo ratos de
biblioteca é que confundiriam martelo com machado, pois jamais o povo faria tal
confusão! Seguramente que esta derivação do machado é mais que duvidosa. Se nos
lembrarmos do machado duplo que era exclusivo da deusa mãe podemos postular:
Amatu + Ascĭa = Ma-Ascĭa-tu => «machado».
Machaira 1. a large knife or dirk, worn by the heroes of the Iliad next the sword -
sheath, Il.: generally, a knife for cutting up meat, Hdt., attic
Fazer derivar «sacho», «sachola», apenas pela lógica da aparência morfológica,
é na verdade andar com as leis da derivação aos arrecuos. Se a relação por ordem de
grandeza vai de enxada < sachola < sacho tal facto não passa de mera contingência de
milénios de uso e abuso destes instrumentos banais da lavoura. No entanto, a verdade
linguística não permite dúvidas quanto ao facto de «sachola» ser um diminutivo de
«sacho» e então, a lógica mais correcta seria fazer derivar «sachola» de sarculu.
Porém, se algo impediu esta inferência óbvia é porque já era seguro que «sachola» não
podia derivar de sarculu. Pois bem, muito menos poderá «sacho». O dicionário da
«sociedade de língua portuguesa» faz derivar «sacho» < Lat. arculo, coisa que deve ser
ainda mais difícil por sarculu.
Sarculum ī, n [SAR-] , a light hoe, garden-hoe: findere sarculo Agros, H.: dispersa per
agros Sarcula, O. ó Grec. skallô  [only in pres. and imperf.] to stir up, hoe, Hdt. skalis,
instrument for hoeing, hoe or shovel,
Claro que se poderá tentar a via derivativa da erudição e forçar a seguinte
equação: Sarcu-lu < salcú-lo < saclú-lo < ??? > sachau-lo > sacholo > sachola.
Quer dizer que é possível que «sacho» tenha derivado de um *sarcu de que
sarculo veio a ser diminutivo? No entanto, se a realidade latina era esta já a lusitana
pode não o ter sido.
Se os equivalentes paleolíticos dos «sachos» eram feitos de pedra de seixo então
o termo latino saxu seria muito mais apropriado do que *sarcu. *Sarcu lido pela
fonética grega seria *sarxu. Do mesmo modo um virtual Grec. *saxu < Lat. *sacu, que
não seria outro que não saxum.
Claro que podemos admitir as duas variantes como etimologicamente válidas.
Esta ultima já da idade do ferro e referente a sachos e sacholas de ferro!
Lat. sarku < *Sakaru, o «filho da aurora» e, quem sabe, se mera metáfora dos
meteoritos de que se fizeram os primeiros instrumentos de ferro! < Iscur, o Sr. dos
infernos filho da Terra Mãe primordial > Ishkali, filho do fogo celeste de Kali > Grec.
Skali(s).
Uma mais arcaica referente a sacho e sacholas de seixo lascado! Os termos lusos
podem ser a sobrevivência arcaica dessa homenagem ao paleolítico que a tradição
milenar desta cultura tinha na península ibérica à época da colonização romana. Então,
Lat. saxu = Lus. *saxo e Lat. saxulu = Lus. *saxola. A própria ortografia destes
termos portugueses deveria então ser revistos à luz duma etimologia mais consentânea
com a realidade histórica e com a lusitaniedade.
Assim, embora o latim seja parente do hitita, ao chegar à península ibérica terá
deparado com os falares que já se aparentavam aos da cultura Suméria, por via dos
antigos falares neolíticos dos tempos da oralidade anteriores à confusão das línguas do
mito da torre de Babel, e da fusão destes falares com o baixo latim nasceram os
crioulos ibéricos e a ocidente o galaico-duriense. Mas pode não ter sido necessário tal
fundo de oralidade neolítica comum na medida em que cretenses, fenícios e gregos
andaram por estas bandas ibéricas com as reminiscências de cultura Suméria e Acádica
no bolso! Na verdade, a história contada reporta-se à margem sul do rio douro cuja
[5]
etimologia só pode ser taurina (Taurus > Daurus > Douro) se bem que taurinos
tenham sido os nomes de grande parte dos os rios como v.g. Coura, Cô(r)a), Corgo (<
Kaurko), Tabura (< Kaphura), etc.
Ora bem, os rios eram taurinos pela violência imprevisível dos seus caudais
mas, eram ofídicos pelo serpentear dos seus leitos e por serem filhos de Enki, o deus
Dragão das águas doces dos abismos primordiais de que um dos descendentes egeus
[6]
fundou na Foz do Douro a cidade dos dragões do mar, Cale, em nome de Kar (<
Kur/Enkur/Enki/Gaio/Gu), esposo da Deusa Mãe, Geia ou Gaia.

Ver: CARALLIUM (***)


LISBOA
Uma lenda erudita popular conta que a cidade de Lisboa teria sido fundada pelo herói
grego Ulisses e que, por associação a este fato, os gregos chamaram a cidade de "Olissipo",
cidade de Ulisses. Posteriormente, o nome grego teria sido corrompido em latim para
"Olissipona". Ptolomeu chamou a cidade de "Oliosipon". Os visigodos chamaram-na
"Ulishbona" e os mouros, que tomaram a cidade no ano 719, nomearam-na, em árabe, "al-
Lixbûnâ" ou "al-Ushbuna".
Pois bem, deve ter havido uma relação linguística entre Lusa e Lynsa, tanto
mais que a mitologia etrusca considera essa relação.
É possível que a íntima relação etimológica entre Lusa e Lynsa tenha
correspondido a uma unidade linguística existente na península ibérica, pelo menos à
época da Lusitânia, e que tenha estado na remota origem do nome de Lisboa. De facto,
*Elkian > Lynsa > *Lysa > «Lusa» < Lûsa < Lunsa < *Lu-an-sha.
                                          < Saly > Syl-
«Lisboa» < *Lysa-Wan < Syl-vans, terra do deus Sylvano, esposo da deusa
Lusa, a Artemísa dos Lusitanos?
No plano linguístico, não devem ser irrelevantes as seguintes constatações:

Artemi | sa < sha = kia < Kika|


Lu | sa < sha = kia < Kika |
Potini | ja < sha = kia < Kika |

Ou seja, pelo menos estas deusas silvestres estavam relacionadas com a


semântica da deusa da terra. No entanto, nestas coisas de arcaicas etimologias nunca
conseguiremos ter a última certeza de nada. O termo grego lissas, ados, Boeot. littas
parece reportar-se a «lousas» de xisto que serviriam de lápides funerárias ou pedras
tumulares. Por outro lado, Lussa era a deusa da loucura.
Bochard também disse que Tagus (o nosso Tejo) vem do fenício, onde teria a forma
Dagus (piscoso), e o rio Ana (Wadi Ana, ou Guadiana, dos árabes), seria “ovelha”, e Lisboa –
Alisubbo (Baía amena). Tudo isso é possível, muito possível, só faltam as provas.
A evolução posterior do nome de Lisboa é mais fácil de seguir. Não sabemos, ao certo,
de quem vem o nome Ulissipona (Ulisses? Elisha?), mas os árabes, quando o receberam
atribuíram ao “Ul”, de Ulissipona, o valor do artigo definido “Al”. Como nós dizemos “o
Porto”, e os ingleses fizeram disso “Oporto”. Portanto “Al-Lissipona”. E, como os árabes têm
dificuldade em pronunciar o fonema “P”, o nome da cidade Ulissipona soava “Al-Lissibona”.
O suposto artigo caiu, como não podia deixar de ser, e o “n” intervocálico também, e pronto
ficou a “mui nobre e sempre leal cidade de Lisboa… dos alfacinhas.
Após a invasão dos Visigodos, estes estabelecem-se em Toledo e após várias guerras
durante o século VI, conquistam os Suevos, unificando a Peninsula Ibérica, incluindo a cidade
que chamavam Ul-ish-bona.
Lisboa foi então tomada no ano 719 pelos Mouros provenientes do norte de África. Em
árabe chamavam-lhe allixbûnâ. (...) Outros textos coevos assinalam Sintra como principal
centro urbano, logo a seguir a Al-Usbuna. Câmara Municipal de Sintra.
Se Ptolomeu chamou a cidade na tradução helenista por "Oliosipon" e os
visigodos mais tarde voltaram a traz chamando-a "Ul-ishbona" é porque de facto
localmente assim continuava a ser chamada porque o ul fenício teria sempre ali ficado
como mero artigo definido que os ingleses mantém para a cidade do Porto, chamando-a
ao seu famoso vinho Oporto, facto que os conquistadores árabes investigadamente o
reconheceram ao substituir o artigo ul fenício pelo al arábico. Embora pouco provável
foneticamente que Alis Ubo viesse dar origem a Olissipo e muito menos a Olissapona a
hipótese apenas carece de provas. Porém, é improvável que antes dos fenícios não
tivessem andado por cá outros descendentes dos povos do mar, e sobretudo que muito
mais antigas culturas cretenses e micénias não tivessem descoberto a riqueza
estratégica do mar da Palha. O rossio de Lisboa faz apelo a um culto solar que a
demanda do túmulo do sol deve ter tornado urgente. Os cavalos do carro solar são uma
variante helenista do culto dos psicopompos representados pelos “corvos de S.
Vicente” que podem, neste caso ter sido os cavalos lusitanos fecundados por Zéfiro ou
os cavalos marinhos de Enki, o deus das talassocracias mediterrânicas, também deus
*Kur (> Kar < KAL > hel-ios, o sol de Lisboa???).
A cidade de Carcavelos tem seguramente esta semântica de transporte solar na
forma de Car-ka, lit. “transporte das almas”
O fenic. Alis-Ubbo, que na língua fenícia significaria "porto seguro" ou
"enseada amena" (ou porto das Sereias de Ulisses?) seria uma mera adaptação fonética
a partir de um hipotético *Ul-ish-Hippona, literalmente a “cidade dos bons cavalos” tal
como os helenistas quiseram ouvir no nome da cidade dos corvos, o de Ulisses.
Mas que estariam os fenícios verdadeiramente a ouvir? Que a cidade era famosa
pelos seus cavalos?
Razões pelas quais mitificaram, nesta finis terra do Mundo Antigo, as éguas
fecundadas por Zephyrus que pariam potros mais velozes do que o vento e calcorreavam, em
desenfreados galopes, o Mons Sacer de Varrão.
Puro-sangue Lusitano é uma raça de cavalos com origem em Portugal. Os seus
ancestrais são comuns aos da raça Sorraia e Árabe. Essas duas raças formam os denominados
cavalos ibéricos que terão evoluído a partir de cavalos primitivos existentes na Península
Ibérica dos quais, se supõe, descenderem directamente o pequeno grupo da raça Sorraia ainda
existente. Pensa-se que essa raça primitiva terá sido cruzada com cavalos Brad oriundos do
Norte de África e mais tarde tiveram também influência do Árabe.

ICCONA
Iccona (Iccona-loimina, Epona) – Deusa guerreira e dos cavalos, muito venerada
pelas tribos Lusitanas que vivem nas montanhas ocidentais.
"A inscrição Lusibérica do Cabeço das Fráguas ou Penedo da Moira segundo a
transcrição mais credível (e mais aceite), feita por F. Patrício Curado: "Uma cordeira para
Trebopala e um leitão para Laebo, uma vitela para Iccona Loimina, uma ovelha anata para
Trebarina e um touro de cobrição para Reve Tre"
Se suspeitarmos que as referências arqueológicas a Iccona poderiam ser o
resultado de escrita de pedreiros semianalfabetos que pretenderiam escrever *Kikona
imediatamente nos recordamos que esta deusa seria equivalente feminino do deus que
em Roma teria por esposo Aconio / *Kacónio um deus que presidia às agonias dos
ritos de passagem dos jovens guerreiros e não seria senão variante de Fauno e de Pã.
Mas nem apenas os analfabetos teriam deixado de dizer *Kikona como todo o povo
teria passado a chamar-lhe *Ich-Kona, literalmente a filha da Deusa Mãe «Cona».
Obviamente que esta filha da Deus Mãe Cona seria uma Coré lusitana o que nos
deixa na suspeita de que o calão luso «cona» (como o «cono» e o latino cunni) relativo
a sexo feminino corresponde a uma arcaica mitologia popular. Obviamente que o nome
do sexo feminino em vernáculo só teria passado a ser pejorativo com o cristianismo
porque nos cultos arcaicos o culto do sexo da deusa mãe fazia parte dos cultos e morte
e ressurreição solar e termos como «gruta, cripta e greta» eram relativo a locais de
cultos em todos os santuários rupestres.
Mas o nome de Lisboa pode ter passado por um culto minóico a uma variante de
Artemisa que poderia ser próxima de Lissandra, a guerreira da casa que seria mãe e
esposa do deus rio Lizandro.
O Lizandro, também conhecido por Lisandro é um rio do distrito de Lisboa, Portugal,
que desagua na praia foz do Lizandro junto à Carvoeira, perto da Ericeira no concelho de
Mafra.
 Outro rio sufixado em –andro, no concelho de
Mafra, é Sizandro que alguma relação teria
com o anterior mas não locativa como
de imediato se deduz. Sizando não seria um nome locativo
derivado de Cis
significando como em latim do lado de cá que seria Lisboa porque seria contra
geográfico logo só pode referir-se, como em Sesimbra, ao deus Set das saturnálias.

Sisandro de Origem
obscura, talvez pré-latina.Sem atestações antigas ou intermédias na
bibliografia consultada. Rio que desagua no Atlântico, conforme representa a
CMP 1:25 000 (folha
389 – Ericeira, Mafra), na qual também se assinala a forma
Sizandros como nome de uma localidade
no concelho de Sobral de Monte Agraço,
localizada na nascente do rio em referência ou nas suas
imediações.

Machado (2003) considera-o de origem pré-romana obscura, “[...] talvez


relacionada com o
pré-indo-europeu Set-Sit, ‘monte’, em forma flexionada *Sits
> Size –andro, ‘rio sinuoso’”, ligando
este ao francês Indre, com apoio em
Dauzat e Rostaing (1963), que registam a atestação de
Andrana Idade Média, e a
Meandro, na antiga Frígia (hoje na Turquia, com a forma Meinder)
Moralejo
(2007: 184) permite identificar um elemento sis-que não é indo-europeu e ocorre
em
Sesimbra.677Também Villar (2000: 343) isola uma raiz sis-, de origem não
indo-europeia,
identificável sobretudo em antropónimos mas também em topónimos
cuja distribuição geográfica
“coincide ampliamente com la de los topónimos
ipo[cf. Olisipo]: faltan en la zona ibero-pirenaica, en
las regiones orientales
y sudorientales”.678O facto de se registarem igualmente as
formas Sizandroe
Sizandrospode sugerir a possibilidade de o hidrónimo encontrar
origem num nome de localidade.

* Baptista (ibidem) refere ainda que o Sizandro “[n]asce uma légua ao S. do Sobral
de Monte
Agraço, na fonte Sizandro”, baseando-se em João Baptista de Castro (Bautista 1762: 139), autor
que diz mais precisamente que “principia a descubrirse na Sapataria de huma fonte chamada
Sizandro”. -- ETIMOLOGIA DOS
HIDROTOPÓNIMOS DE PORTUGAL CONTINENTAL –  HISTÓRIA
LINGUÍSTICA DE UM
TERRITÓRIO Carlos Alberto Matias de Abreu Rocha.

Meandro (em grego antigo, Μαί-ανδρος, Maiandros) é um personagem mitológico grego,


deus do rio tutelar do homônimo Rio Meandro (atualmente chamado de Büyük Menderes) em Caria,
sul da Ásia Menor.

O rio turco Kara Menderes refere-se ao rio homérico Escamandro!


Possivelmente a atual
terminologia poderá está mais próxima do nome original
onde Kara < Iskur seria relativo ao deus das
tempestades que alimentava o
rio Menderes que seria apenas uma variante de Minotauro e uma
homenagem ao deus
Men intensamente adorado em tempos anteriores ao helenismo. Este deus
seria
então um deus rio da cultura minóica de que derivou Menandro > *Meandro que
antes de ser o
genérico meandro foi nome de outro rio turco, ou seja, o
original Menderes. O importante é notar
que a passagem do
-tauro, comum a muitos rios a norte particularmente ao Douro e relacionada com
o culto vinícula de Dionísio como o rio Dão, a –andro denota uma passagem pela
cultura grega e ser
portanto um indicio de que a região do distrito de Lisboa
foi intensamente colonizada pela Grécia
clássica.

Iccona Loimina seria uma Coré senhora dos animais, incluindo os cavalos
selvagens (lys-) da Lusitânia. De facto, o cavalo alado Pégaso nasceu do sangue da
Medusa / Artemisa uma variante de Loimina.
Loimina < Lauimina < Rawi-Mina < | Ar-Ki-me > Artime
=> Artemis| -An.
De resto, o radical -mina reporta-nos para a relação dos minhotos com os
minóicos e de Artemisa com *Kartu-Mina, ou seja um dos nomes da deusa das cobras
cretenses.
Por outro lado fica assim explicado o nome dos cónios que deram nome a
Coimbra.
Os cónios (do latim, Conii), também denominados cinetes, foram os habitantes das
actuais regiões do Algarve e Baixo Alentejo, no sul de Portugal, em data anterior ao séc. VIII
a.C., até serem integrados na Província Romana da Lusitânia.
Não sobreviveu nenhuma forma latina do etnónimo nas fontes. Apenas do corónimo CUNEUS,
CUNEO, já do Império, mas compatível com a forma grega do etnónimo KOUNEOUS. A forma CONII
e a sua tradução CÓNIOS são uma invenção moderna baseada na forma grega KONIOIS. De facto, a
tradução de KUNETAS/CUNEUS em latim, sobretudo no plural, levanta delicados problemas aos
autores latinos e posteriores latinistas, devido à enorme semelhança com cunni, no sentido obsceno de
orgão sexual feminino (e, simultaneamente de coelho, dualismo semântico que ainda se mantém hoje em
espanhol). Avieno transforma o u grego em y, alterando o valor da vogal (CUNETAS > CINETAS). O
"Cronógrafo de 354" é mais cauteloso e traduz KONNIOI (em Hipólito) por CUNIENSES. Os
latinistas modernos preferem as formas CONII e CUNAEI, não documentadas nas fontes. É possível
que a forma indígena corrente no início da dominação romana fosse semelhante a *COUNEUS, o que
justificaria as vocalizações CO-, COU- e CU- assim como os plurais helenizados em -IOIS e -EOUS e
as formas latinas CUNE-US,-O.
O mais interessante não é que os cónios tenham sido ligures e, como tal
indígenas do sul mediterrânico ocidental do Algarve à Ligúria italiana. Para outros
investigadores os cónios terão ido mais longe porque “os povos “Ibéricos” além de
possuírem a Península Ibérica, França, Itália e as Ilhas Britânicas, penetram na
península dos Balcãs e ocuparam uma parte de África, Córsega e norte da Sardenha,
tendo mesmo deixado rastos na Anatólia (na província de Konya da actual Turquia) e
no nome dos vascos (vas-cones). Pelo menos sabemos que houve Iberos no Cáucaso.

[7]
Figura 2: Epona, deusa galo romana levada pelo império até à Macedónia .
Pois bem, a deusa dos cavalos lusitanos era nem mais nem menos do que *Ka-
Ki-Ana que localmente seria *Kicona. A cidade de Lisboa seria também um centro
comercial de cavalos lusitanos e por isso teria esta deusa por patrona como Atenas teve
Atena. De resto e nem por mero acaso, Atena pode ter tido como nome arcaico *Ka-
Ki-Ana e só não foi uma cidade de cavalos oferecidos por Poseidon dos cretenses
porque preferiu ficar ligada ao culto da oliveira. Mesmo assim, se cidade de Lisboa não
ficou ligada ao culto do mocho de Atena ficou com os corvos de Hermes Acónio, que
os cristãos inventaram serem de S. Vicente.
Epona < e-wona (P.I.E. *e-kwo- > O. Ir. E-ch-)
< *Ich-Kona < *Kikona < *Ka-Ki-Ana
> Ashiana > At-Ana > Atena.
Epona o Épona es la diosa celta de los caballos, de la fertilidad y de la naturaleza,
asociada con el agua, la curación y la muerte indistintamente, comparable a Cibeles. Es
original de la mitología gala, y en Irlanda se le conoce como Edain. Su equivalente en la
mitología galesa es Rhiannon, esposa de Pwyll, obligada a llevar a las visitas de su marido en
forma de yegua hasta el interior del palacio. (…). Su asociación con la muerte se debe a la
antigua creencia de que los caballos eran guías de almas, de uno a otro mundo. (…) Se la
representa sentada a lomos de un caballo, de pie en medio de una manada de caballos o
alimentando a los potros, y en la Galia como una ninfa acuática u ondina. Su atuendo es de
largos ropajes, cubierta con un manto sobre la cabeza y una diadema, aunque a veces puede ir
desnuda. El nombre Epona deriva de la palabra céltica Epos, caballo, y fue identificad con la
deidad Iccona.
Epona < Ic-Wona < Iccona > Ec-Thauna > Edina > Edain.
O nome galês Rhia-(nin-on) desta deusa reporta-nos para Reia, filha de Gaia, e
por isso para os cultos matriarcais mais arcaicos de Reia / Cibele.
Uma inscrição oferece à deusa Galo romana Epona uma profusão arcaica de
epítetos tais como, Eponina “querido ou pequena Epona”. Ela é também Atanta, Potia
(comparar com Potnia Teron), Dibonia (do latim, “deusa boa”), Catona “batalhadora”,
Vovesia, boa e nobre.
Em todos estes epítetos se podem inferir outras tantas variantes locais do nome
desta deusa pois Atan-ta seria o mesmo que “deus Atana”; Dibona e Catona variantes
fonéticas próximas de *Ka-Ki-Ana. De resto, esta deusa de cavalos seria uma deusa de
animais e bichos como Pótnia Teron / Artemisa e, por isso, uma «Bichona» ou
*Ichbona…ou apenas Despoina, um dos epítetos de Atena.
Despoina = Deusa de cavalos. Despoina era filha de Poseidon e Deméter. Poseidon
procurava a sua irmã Deméter que tinha fugido dele. Esta tinha-se disfarçado de égua,
escondida numa récua de outras éguas, mas Poseidon que reconheceu a nova forma da deusa
transformou-se num garanhão e montou Deméter. Então Deméter pariu Despoina e o cavalo
mágico com o nome Arião. Desponia muitas vezes era confundida com a sua meia-irmã,
Persefone. Na verdade não há nenhum mito próprio de Despoina para além do relativo ao seu
nascimento de Poseidon e Deméter. Despoina era um das deusas adoradas nos Mistérios de
Eléusicos, sobre outro nome Despoina porque o seu nome verdadeiro era um segredo que só os
iniciaram souberam.
Na verdade, nem poderia haver nenhum mito específico de Despóina porque
este era um epíteto de Atena, o nome secreto da deusa nos mistérios elêusicos! 

Uma das formas de encobrir o de Despoina Eleusina seria o de lhe inventar


muitos nomes como terá
sido o caso de Hipodameia a que esta
deusa terá dado nome e
parte do confuso mito.

[85] LXXXV. Crisipo: Laio, filho de Lábdaco, raptou  Crisipo, filho ilegítimo de
Pelops, nos Jogos
de Neméia por causa de sua grande beleza. Pelops fez-lhe guerra e
recuperou-o.
Por iniciativa de sua mãe Hippodamia, Atreu e Tiestes mataram-no.
Quando Pelops
culpou Hipodameia, ela suicidou-se. --
Higino, FABULAE.[1]

Figura 11: Pélops & Hipodameia. (Desenho


ciberneticamente manipulado a partir da obra
Griechische
Vasenmalerei, de Adolf Furtwängler & K. Reichhold relativa a uma ânfora ática de “figuras
vermelhas” de cerca de
410 a.C. (clássico final) existente no Museo
Nazionale Archeologico. Arezzo.)
Neste vaso grego, em que Pelops dirige a quadriga de Poseidon ultrapassando
velozmente
Enómao, Hipodameia ao seu lado nada teria a ver com uma deusa dos cavalos mas
como tal acabou por ser representada, o que demonstra o quanto a cultura se
reproduz a partir
de motivos metafóricos (mitemas) metalinguísticos que se
repetem e interligam numa teia de
níveis imprevisíveis e plurais como “brincos
de cerejas” num açafate.

Ver: APOLO KARNEOS


/ KARNALIA (***) & POSEIDON (***)

25.
Civilio,
o responsável pela sublevação na Galacia, tinha, como e natural, muitos
cúmplices, entre os quais se contava Sabino, pessoa jovem e de boa linhagem,
que pela sua
riqueza e fama era o mais ilustre de todos os Gálatas. Cumprida a sua grande
empresa, uns
suicidaram-se, pois anteviam que pagariam um castigo, e outros
foram capturados quando
tentavam fugir.
Quanto
a Sabino, todas as circunstâncias lhe permitiam com facilidade fugir e
refugiar-
se entre os bárbaros. No entanto, estava casado com a mais nobre das
mulheres, a qual nessa
terra davam o nome de Empona, que em grego responderia pelo nome de Heroína. (*) O
nome
desta mulher varia consoante as fontes antigas. Tácito chama-lhe Emponina (Historias 4.
67) e Dion Cassio, Peponila (65. 3 e 16). – Plutarco. Diálogo sobre o Amor, Relatos
de
Amor. Tradução do grego,
introdução e notas de Carlos A. Martins de Jesus.
Todas estas
indefinições a respeito do nome da esposa de Sabino Gálata

podem resultar do facto de nenhum dos autores ter dado conta de que o nome
desta
mulher seria Eponina que rimaria e seria conotada com uma «heroína»
por ser um
diminutivo em homenagem à deusa Epona
dos gauleses, deusa dos cavalos e
correlativa de Pótinia Teron. Deste modo fica-se com a suspeita de que Epona teria
também a variante Empona / En-pona, literalmente a senhora Epona.
«Heroina» < Lat. heroine, heroina (plural heroinae) < Grec. heroin
< Grec.
Heros < *Ker-ush, filho de Ker ou *Kertu a Ceres cretense.
O interessante também é constatar então que Epona seria uma variante de
Minervina, literalmente a “Heroína de Minos” e por isso quase o mesmo que
Despóina ou Despotina o que começa a deixar a ideia de que a conotação desta
deusa
com os cavalos teriam sido um acessório tardio.
De resto, é quase seguro que Despóina seria um epíteto da Despotina,
a rainha
dos infernos enquanto Dis-Poena, a deusa “da penas do inferno” para os
crentes menos
fiéis e logo também da “pena de morte”, banal no mundo antigo
tanto para o inimigo
interno, do crime comum à fácil, natural mas nem sempre
prevista traição dos escravos
rebeldes, como para o inimigo externo no campo de
batalha!

[1] [85] LXXXV. CHRYSIPPUS: Laius, son of Labdacus, carried of


Chrysippus,
illegitimate son of Pelops, at the Nemean Games because of his
exceeding beauty.
Pelops made war and recovered him. At the instigation of
their mother Hippodamia,
Atreus and Thyestes killed him. When Pelops blamed Hippodamia, she killed
herself.
HYGINUS, FABULAE.
 

A razão pela qual Despoina


ficou ligada aos cavalos decorre obviamente das
potencialidades míticas que
já eram próprias de Artemisa
enquanto Pótnia Teron. Este facto
reforça
a ideia de que Atena e Artemisa não eram senão variantes de Coré / Persefone!
Hippos acabou
relacionado com Despoina e desta com
a galesa Epona possivelmente pela
relação mítica de Poseidon com o
delfínio cavalo-marinho, com o hipopótamo e com o mítico
hipocampo e obviamente
também pela superficialidade da semelhança fonética, desde logo de
Despoina com os póneis e depois…de Potnia e Poena com hippos.
Chegados a este ponto temos que confessar que é pouco provável
que o grego hippos
derive directamente seja de Despoina, seja de Pótinia
Teron mas terá fixado por ressonância com o
nome destas deusas a sua etimologia,
semelhança fonética que acabou por modelar o nome gaulês
de Epona.

Ver: DEUSES DE
TRANSPORTE SOLAR / PÉGASO (***)

De resto, é quase seguro que Despóina seria um epíteto da Despotina, a rainha dos
infernos enquanto Dis-Poena, a deusa “da penas do inferno” para os crentes menos
fieis e logo também da “pena de morte”, banal no mundo antigo tanto para o inimigo
interno, do crime comum à fácil e natural traição dos escravos rebeldes, como para o
inimigo externo no campo de batalha!
A razão pela qual Despoina ficou ligada aos cavalos decorre obviamente das
potencialidades míticas que já eram próprias de Artemisa enquanto Pótnia Teron.
Este facto reforça a ideia de que Atena e Artemisa não eram senão variantes de Coré /
Persefone! Hippos acabou relacionado com Despoina e desta com a galesa Epona
possivelmente pela relação mítica de Poseidon com o delfínio cavalo-marinho, com o
hipopótamo e com o mítico hipocampo e obviamente também pela superficialidade da
semelhança fonética, desde logo de Despoina com os póneis e depois…de Potnia e
Poena com hippos.
Figura 3: Os cavalos-marinhos de Neptuno/ Poseidon.

Ver: APOLO KARNEOS / KARNALIA (***) & POSEIDON (***)


Ora, o culto do cavalo é tipicamente cita e indo-europeu, no mínimo que se pode


atribuir a este mito linguístico enquanto resultante da penetração inevitável dos povos
citas da Europa central no mundo neolítico depois da decadência da civilização
cretense. No entanto, a mitologia parece relacionar a introdução do cavalo com o deus
dos mares Poseidon o que levanta a suspeita de que a domesticação do cavalo teria sido
originariamente centro europeia e introduzida no mediterrâneo pela própria cultura
cretense por contacto dos povos do mar Egeu com a Crimeia, como o compravam os
mitos da busca do velo de ouro dos argonautas. Do mar egeu teria sido levado pelos
campinos na senda dos touros cretenses para as lezírias do Ribatejo e para a Andaluzia!
«Mafra» < Ma-ph(y)r-| ha < ka |, lit. “a mãe que transporta a vida (ka)” 
 < Arabic. mahāfrâ < mahāfr' < mahfra
(«cova»).
< Ma-Kur + Ana > (Virgem de) Macarena.
                 ó Ma-Ka-Ur = “mãe da vida selvagem” = Ma-Ur-Ka
> Malka > Melka > «Melga» (=> «Melgaço») > Melwa > «Malva»
< «Malveira» < Mel-pheira < Mer- | Keria < Ker(i)ja < Ker-ita >| Creta |
                                                                     > Melkart.
  m relação a Mafra, Machado diz que é possível
que este nome derive de 'mahāfrâ',
adaptação de 'mahāfr', que era o plural da
palavra árabe 'mahfra', «cova». (...). Mafra assume em
documentos dos séculos
XIV e XV a forma “Maffara" e "Mafora" (estas eram, ao que
parece, formas
esdrúxulas)[1].

Esta etimologia pode servir como elo de


ligação do conceito de «cova» com o do colo da
terra mãe que transporta a vida.
De facto, noutros contextos cova e lapa estão associados ao culto
da «deusa
mãe» enquanto gruta ou cavidade natural no sopé dos montes que era frequente
nos
cultos rupestres da senhora do monte e representava local mítico onde
nascia e/ou se punha o sol!

[1]
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-origem-de-mafra-portugal-e-de-
mafarrico/17272.

O nome da «Malveira» é um caso típico de evolução linguística por etimologia


popular que tende a tornar compreensível o que passou a ser difícil de pronunciar por
perda de contacto com o sentido original.
Sendo a «Malveira» próxima de «Mafra» e ambas na zona saloia de Lisboa seria
de esperar que estas arcaicas localidades neolíticas tivessem a mesma deusa mãe tutelar
já que o nome de ambas assim o sugere. Acontece que retirando o sufixo –eira,
genérico de lugar, ficamos com a «malva» salutar…sem “mandar às malvas” o resto da
Estremadura lusitana, obviamente!
«Malva» < Lat. malva = género de plantas emolientes “de pr
< Greek μαλάχη (malakhē) meaning "yellow"(???)
ó Hebrew ‫( ַמ ּלּוַח‬malúakh) meaning "salty" < Malwa < Mâlavâ
< Maraka, “Maria que dá vida” < Ma-Ur-Ka = Ma-Ka-Ur > «Mafra»!
Le Mâlvâ ou Mâlwâ est une région de l'Inde centrale, située dans la partie occidentale
de l'État du Madhya Pradesh et le sud-est de l'État du Rajasthan, connue dans l'Inde ancienne
sous le nom de Mâlavâ.

LISBOA
Assim sendo a cidade de Lisboa teria tido nome parecido com o de Atenas se
não tivesse sido a interferência desastrada dos fenícios que lhe colaram um artigo
(como os ingleses coloram ao Oporto) chamando-lhe *Ul-Ichbona. Os gregos, sabendo
que o nome tinha a ver com cavalos e não entendiam o Ul que imaginaram relativo a
Ulisses afeiçoaram a fonética de Lisboa para *Ol-ish-Hipona. O resto é história
conhecida.
Lat. Olisipona < Grec. Olisipo < Ptol. Oliosipon < *Ol-ish-Hipona
< *Ul-Ich|-Kona < -Phona <-Wona|
> Visigotic. Ul-ish-bona
> Arab. al-Lixbûnâ > Al-Usbuna ou Lissabona > Lis-bo(n)a.
Ao depararmos como o infixo Phona presente nos falares actuais da região dos
antigo cónios (Algarvios) em termos como «matrafona» e «marafona», seguramente
arcaicas variantes locais de Perséfona ficamos a suspeitar que também o nome desta
passa por *Pher-ish-Phona, a que transporta…a «Cona»!
É tamanha a convicção nesta hipótese de Lisboa derivar de arcaicos cultos a
Artemisa *Lissaphona que é possível postular que seria no Rossio que teria começado
Lisboa e onde se realizaria este culto.
Notar a relação do nome virtual *Lissaphona com o rio Lizandro referido
acima.

Diz-nos José Pedro Machado, no seu Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa,


que «acerca desta palavra continuamos como em 1936: “O étimo de rossio ou ressio não está
ainda dado”, L. V. (‘Etnografia Portuguesa’, II, p. 345), que (no mesmo local) acrescenta:
“Penso dever buscá-lo [o referido étimo] no adjectivo latino ‘residuus’, remanescente, derivado
do verbo ‘resideo’. (…)
Por outra, ‘residuus’, com o i de ‘resido’, foi recomposto ‘*re-si(d)uu-’, e s(s) ao
contacto de i tornou-se x, nas formas rexio, roxio, do Minho, como é próprio da linguagem
popular dessa província. O sentido convém perfeitamente: ainda há em galego resio ‘residuo’; e
cf. Mexia, Mexias (arc.): de Messias. A história de ressio ou rossio em português mostra que a
palavra significou sucessivamente ‘baldio’, isto é, o que resta por cultivar, ou fica para trás ou
fora de terreno cultivado (como também em galego), e terreno que está para trás ou fora de
povoação, ou o que está para trás ou fora da casa em que se habita: adjectivo que se
substantivou” (cf. também, do mesmo autor, na “Revista Lusitana”, XXXIII, pp. 310-313).»
Veja-se ainda o que afirma José Pedro Machado, agora no Dicionário Onomástico
Etimológico da Língua Portuguesa, sobre Rossio: «nome próprio dado a vários campos ou
largos citadinos de Portugal, antigamente – como, por exemplo, ainda hoje, o de Évora –, fora
das muralhas ou cerca urbana; neles se realizavam, e ainda realizam, feiras; o mesmo se deu
com o Rossio (Praça D. Pedro IV) de Lisboa. Primitivamente, depois do terreno desbastado e
preparado, serviam os rossios para semeadura de cereais, para hortas ou para pastagem de
gados da comunidade. Assim se tornaram pontos de reunião dos moradores e centros
comerciais. Segundo Robert Ricard (no “Bulletin Hispanique”, 56.º, 1954), o português rossio é
espaço aberto no limite, entre a aglomeração urbana e o campo circundante, e corresponde ao
castelhano ‘ejido’ (do latim ‘exitus’). No SO de Espanha, parece que, pelo menos na região de
Huelva, teria o vocábulo rocio o mesmo sentido que em português. As formas portuguesas
medievais ressio e rissio (1227) são frequentes e raros os exemplos com c-; foi isso que
determinou a adopção oficial, no séc. XX, da grafia com -ss-, apesar de ainda não haver acordo
quanto à verdadeira origem da palavra».
Tudo aponta para que o Rossio de Lisboa fosse a feira dos cavalos lusitanos
gerados por Zéfiro. Mas ainda subsistem dúvidas sobre a grafia deste termo que alguns
acham dever ser Rocio e por isso relacionado com a Sr.ª do Rocio, do orvalho da
Aurora e que só emergiu e desabrochou assim em Sevilha.
Em Lisboa põe ter-se limitado a dar nome à cidade e ficado com o patrocínio de
muitas senhoras com o menino da cidade.
Uraš o Urash, na mitologia suméria, foi uma deusa ctónica (veja ctónico) e uma das
consortes de Anu e mãe de Nin'insima.
Rocío < Raush-iho < Urash < *Ur-Kishu => «Roxo».
Urash + Kiana > Urash-Phiana > Ulish-Phona
> Lissabona => «Lisboa».

Ver : PIETA / VIRGEM DO ROCIO (***)


Na fantasia dos míticos poetas Lisboa pode ter sido “a terra dos cavalos
selvagens» (< Lys-hepona) ou a “terra dos cavalos do sol” (< *Helish-hepona),
invocações apolíneas que seriam tão análogas que poderiam ser quase o mesmo. De
facto os lobos brancos eram animais Apolíneos relacionado com Apolo Likeios ou
Liceu!
De qualquer modo, ficaríamos a suspeitar de que Lisboa antes de vicentina foi
uma cidade apolínea facto que já se poderia suspeitar pelo topónimo da região lisboeta
de Palhavã que apela para um deus Apolo micénico.
Um sítio que de há muitos séculos tem nome de Palhavã e que apesar de ter
sido uma quinta não o seria pela redundância banal de “ser vã a sua palha”. Não
havendo etimologia consagrada para este lugar sempre se poderá postular que derivaria
de antiquíssimo local de cultos ao deus micénico Pajavon que era Macário na
Lusitânia e Apolo na Grécia.
«[...] O sítio
chamado de há muitos
séculos Palhavã, onde se
ergue o majestoso palácio
deste nome, construído em
1660 pelo 2º conde de
Sarzedas e melhorado e
aumentado pelo 3º conde,
seu filho. Data desta época
o portão que hoje se vê
armoriado com o escudo
dos Mendonças, da casa
de Azambuja, que o
venderam por sua vez à
Legação de Espanha.»

 
Figura 4: Palácio de Palhavã.

Neste palácio m. em 1683 a rainha D. Maria Francisca, de Sabóia, mulher dos reis D.
Afonso VI e Pedro II. Aqui residiram também os infantes D. António, D. Gaspar e D. José,
filhos naturais de D. João V, que ficaram por isso conhecidos por meninos de Palhavã. Os
franceses danificaram muito este palácio, em cujos sumptuosos jardins e parques, entretidos
ao gosto holandês, se desenrolaram as últimas cenas das lutas liberais, tendo os soldados do
marechal Bourmont, comandante do exército miguelista, ocupado estes terrenos, atacando
destes os redutos da Atalaia e Campolide, onde o exército liberal do Duque de Saldanha
defendia a cidade [...]»

[1] Xicha , prosódico popular de carne < Xiça! < kiasha tal como chouriça < Kaurissa < Kauriasha, que seria
« » ,
literalmente carne queimada, senão for a apenas fumada. O sufixo iça é arcaico tipicamente cretense.
[2]
Esta lenda foi-me contada pela primeira vez por volta dos sete anos pela minha prima Fernanda Ribeiro que
me levou ao alto do monte de São Martinho para me consolar vendo do alto do mirante da capela o Seixo para
onde os meus pais tinham ido com o meu irmão mais novo visitar o meu primo Cândido Ribeiro que tinha
regressado de África.
[3] Esta história a
, ssim contada como se fora um secreto mistério, ainda hoje me é confirmada por gente que
ainda se recorda das velhas tradições da minha terra natal.
[4]
L´expression de la notion “pierre” en latin tardif de Hispania. cast. berrueco: les données de la toponymie,
(E. Nieto Ballester, UAM, España), Sextus conventus internationalis Latinitatis vulgaris et posterioris.
[5] Já a etimologia do Tejo nos reporta para as incursões fenícias ou cartaginesas por via do étimo tago de que
Car + tago seria a melhor referencia! Junto ao Tejo fica a região das ricas e dionisíacas terras do Cartaxo <
Cartajo < Cartago.
[6]
...um deus fálico que anda sempre alegremente na boca dos durienses e minhotos.
[7]
Restauro cibernético do autor.

Publicada por
arturjotaef
à(s)
14:59

3 comentários:
amurstevens@gmail.com 19 de dezembro de 2016 às 08:14

NUMANCIA, FIAT LUX!

PARABÉNS! SEU ARQUIVO SOBRE: "EPONA" FOI DEMAIS ESCLARECEDOR..

19 DEZEMBRO-COMEMORA-SE EM ROMA A EPONÁLIA.

MUITO OBRIGADO

Responder

xintola 27 de abril de 2018 às 14:49

Gostei de saber...

Responder

arturjotaef 22 de fevereiro de 2021 às 07:43

Em relação a Mafra, Machado diz que é possível que este nome derive de 'mahāfrâ', adaptação
de 'mahāfr', que era o plural da palavra árabe 'mahfra', «cova».(...). Mafra assume em
documentos dos séculos XIV e XV a forma “Maffara" e "Mafora" (estas eram, ao que parece,
formas esdrúxulas). https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-origem-de-mafra-
portugal-e-de-mafarrico/17272. Esta etimologia pode servir de elo de ligação do conceito de
«cova» com o do colo da terra mãe que transporta a vida. De facto noutros contextos cova e lapa
estão associados ao culto da «deusa mãe» enquanto cova natural no sopé dos montes frequente
nos cultos rupestres da senhora do monte!

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