Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Dialnet ElCantarDeMioCid 2355237 PDF
Dialnet ElCantarDeMioCid 2355237 PDF
PE D RO M A RT Í N BAÑOS
IES Carolina Coronado. Almendralejo
P RO P Ó S I T O D E L A A N T O L O G Í A
P resentamos aquí una antología del Cantar de Mio Cid Cid, en castellano moderno,
que recorre ampliamente todo el argumento de la obra, y que ha sido diseñada
especialmente para el nivel de .º de Bachillerato. El objetivo es que los alumnos, com-
binando la lectura personal con la lectura en clase, puedan hacerse una idea suficiente
del contenido de todo el poema. Se adjunta un comentario explicativo, útil tanto para
el profesor como para el alumno, y un breve repertorio de cuestiones para posibles
trabajos o exámenes.
A. FORMA
Las tiradas y los versos con cesura : La base estrófica de los poemas épicos son las tira-
das, agrupaciones de versos de longitud variable que presentan la misma rima asonan-
te. Los versos del poema original son irregulares, aunque coinciden en su estructura:
todos poseen una pausa interna o cesura que los divide en dos hemistiquios. En esta
antología se ha regularizado el verso en sílabas ( + ).
Los epítetos épicos : Una de las características formales de los poemas épicos es el
empleo de los llamados epítetos o fórmulas épicas. Se trata de un amplio inventario de
apelativos (con distintas variantes y distintas rimas ) que memorizaba el juglar para
completar más fácilmente los versos o ganar tiempo en el caso de verse obligado a
P E R A B BAT ( )
improvisar. Los más destacados son los epítetos aplicados al Cid ( que en buena hora
habéis ceñido la espada; el que nació afortunado; etc. ), pero cualquier personaje podía
recibirlos (del caballero Martín Antolínez, por ejemplo, se dice: aquel burgalés cum-
plido; el burgalés renombrado…). El mismo carácter de frases comodín se encuentra
en expresiones variadas repetidas una y otra vez a lo largo del poema: A la mañana
siguiente prosiguen su cabalgar ; Mio Cid manda posar ; etc.
B. C O N T E N I D O
L A S A L I DA D E V I VA R
L A E N T R A DA E N BU RG O S
D e s p u é s d e p a s a r p o r B u r g o s, e l C i d s e d i r i g e a l m o n a s t e r i o d e S a n Pe d r o d e C a r -
d e ñ a , d o n d e d e j a a s u m u j e r, d o ñ a J i m e n a , y a s u s d o s h i j a s p e q u e ñ a s, d o ñ a E l v i r a
y doña Sol, a las que sabe que no verá en una larg a temporada. Conducidos por
Mar tín Antolínez, el dester rado recibe nuevas adhesiones de hombres deseosos de
c o m p a r t i r s u s u e r t e . C u a n d o l l e g a n a l a f r o n t e r a d e l Re i n o, e n l a ú l t i m a n o c h e , e l
a r c á n g e l G a b r i e l s e a p a r e c e a d o n Ro d r i g o p a r a p r o f e t i z a r l e u n f u t u r o m e j o r.
L A D E S P E D I DA D E L A E S P O S A Y L A S H I JA S
L A A PA R I C I Ó N D E L A R C Á N G E L G A B R I E L
Tr a s c r u z a r e l l í m i t e d e l r e i n o, a d e n t r á n d o s e y a e n t e r r i t o r i o m u s u l m á n , e l C i d y
sus hombres se entreg an a lo que constituirá su actividad durante la primera par te
del destierro: la guerra, que per mitirá que crezca su poder mediante la obtención
d e b o t i n e s c a d a v e z m á s r i c o s y e l c o b r o d e t r i b u t o s. D e s p u é s d e v a r i o s s a q u e o s,
e l C i d o c u p a s u p r i m e r a p l a z a f u e r t e , e l c a s t i l l o d e A l c o c e r, v a l i é n d o s e d e u n a h u i -
da fingida. Sitiado después por un ejército musulmán más potente, demostrando
a u d a c i a y t a l e n t o m i l i t a r e s, d e c i d e a t a c a r p o r s o r p r e s a a l o s s i t i a d o r e s. H e a q u í
dos fragmentos: uno de la batalla y otro del reparto posterior del botín. Comienza
hablando el Cid.
E L C I D E N L A BATA L L A
R E PA R T O D E L B O T Í N
Las diferentes conquistas proporcionan a nuestro guer rero y sus mesnadas un su-
c u l e n t o b o t í n . C o n l a s r i q u e z a s c o n s e g u i d a s, e l C i d e n v í a a Á l v a r F á ñ e z a C a s t i l l a
a pag ar los votos hechos a la Virg en, a entreg ar dinero a su familia y a hacer un
p r i m e r r e g a l o a l r e y A l f o n s o, c o n l a i n t e n c i ó n d e r e c u p e r a r s u f a v o r. M i e n t r a s, e l
Campeador sigue saqueando tier ras en Aragón, lo que le lleva a oponerse al conde
don Ramón de Barcelona, un noble cristiano que actúa en defensa de su protecto-
r a d o m u s u l m á n y q u e c u e n t a c o n m o r o s e n t r e s u s t r o p a s. D e é l s e d i c e q u e e s u n
g ran fanfar rón, y que hace años estuvo ya enemistado con el Cid. Después de la
batalla, en la que el Cid gana su primera espada, de nombre Colada, don Ramón
e s a p r e s a d o.
E L C O N D E D O N R A M Ó N, R E H É N
C A N TA R S E G U N D O ( D E L A S B O DA S )
El Cid abandona las tier ras de interior y se dirig e a Levante, donde conseguirá su
m a y o r l o g r o : l a c o n q u i s t a d e l a c i u d a d d e Va l e n c i a . C o m o e l b u e n e s t r a t e g a q u e
e s, a n t e s d e a t a c a r l a c i u d a d l a d e j a a i s l a d a , o c u p a n d o l a s p r i n c i p a l e s p o b l a c i o n e s
d e l e n t o r n o. E n u n p l a z o d e t r e s a ñ o s, e l C i d c o n t r o l a l o s t e r r i t o r i o s l e v a n t i n o s y
Va l e n c i a e s t á t o t a l m e n t e i n c o m u n i c a d a . L o s v a l e n c i a n o s, a u n q u e p i d e n a y u d a a l r e y
Yu s e f d e M a r r u e c o s, n o p u e d e n e v i t a r q u e l o s c r i s t i a n o s t o m e n l a c i u d a d , c o n u n
P E R A B BAT ( )
e n o r m e b o t í n . Tr a s e s t a i m p o r t a n t e v i c t o r i a , e l C i d p u e d e a b a n d o n a r s u s c a m p a ñ a s
de pillaje, para establecerse definitivamente. El rey de Sevilla intenta recuperar
Va l e n c i a , y e n v í a s u e j é r c i t o, p e r o e l r e s u l t a d o e s u n a n u e v a d e r r o t a m u s u l m a n a ,
y la consecución de mayores riquezas aún. Dado que el Cid se ha establecido en
Va l e n c i a , i n t e n t a r á q u e s u f a m i l i a s e r e ú n a c o n é l . Pa r a o b t e n e r e l p e r m i s o d e l r e y
A l f o n s o, e l C i d l e e n v í a u n n u e v o r e g a l o c o n Á l v a r F á ñ e z . A d e m á s, c o m o p r u e b a
d e s u n u e v o p o d e r, e l C i d i n s t a u r a l a s e d e e p i s c o p a l v a l e n c i a n a , n o m b r a n d o c o m o
o b i s p o a d o n Je r ó n i m o, u n c l é r i g o f r a n c é s a n i m a d o p o r i d e a s d e c r u z a d a . L a e m b a -
j a d a d e A l v a r F á ñ e z t i e n e é x i t o, y e l Re y a c c e d e a q u e l a f a m i l i a d e l C i d v a y a p a r a
Va l e n c i a . L o s é x i t o s d e l h é r o e e xc i t a n l a c o d i c i a d e l o s i n f a n t e s d e C a r r i ó n , q u e
se plantean la posibilidad de casarse con las hijas del Cid, a pesar de la diferencia
de clase social.
L A C O D I C I A D E L O S I N FA N T E S
E L R E E N C U E N T RO C O N L A FA M I L I A
E l r e y Yu s e f d e M a r r u e c o s a c u d e c o n s u e j é r c i t o a r e c o n q u i s t a r Va l e n c i a p a r a l o s
m u s u l m a n e s. U n a n u e v a b a t a l l a y u n a n u e v a v i c t o r i a r e d o b l a n l a s r i q u e z a s d e l C i d ,
l o q u e p e r m i t e a l d e s t e r r a d o e n v i a r u n a n u e v a d á d i v a a l r e y A l f o n s o. E l r e g a l o
de nada menos que doscientos caballos log ra el objetivo tan larg amente ansiado:
el perdón real. Los infantes de Car rión se deciden definitivamente a solicitar la
m a n o d e l a s h i j a s d e l C i d , y c o n v e n c e n a l Re y p a r a q u e i n t e r c e d a e n s u d e s e o. A s u
r e g r e s o d e e s t a t e r c e r a e m b a j a d a , A l v a r F á ñ e z t r a n s m i t e , p o r t a n t o, d o s n o t i c i a s
a l C a m p e a d o r : l a d e q u e h a s i d o p e r d o n a d o y l a d e q u e e l Re y p r o p o n e q u e s u s
h i j a s s e c a s e n c o n l o s I n f a n t e s. Po r t r a t a r s e d e l a v o l u n t a d r e a l , e l C i d a c c e d e a l
c a s a m i e n t o, y o f r e c e a s u s h i j a s u n a c u a n t i o s a d o t e. Tr a s l a s b o d a s, l a s d o s n u e v a s
p a r e j a s c o n v i v e n d u r a n t e d o s a ñ o s e n Va l e n c i a , b a j o e l m i s m o t e c h o q u e e l C a m -
p e a d o r.
P E R A B BAT ( )
L O S I N FA N T E S S O L I C I TA N L A B O DA
C A N TA R T E R C E RO ( D E L A A F R E N TA D E C O R P E S )
Tr a s e l e p i s o d i o d e l l e ó n , s e p r o d u c e l a l l e g a d a d e l a s t r o p a s d e l g e n e r a l m a r r o -
q u í B u c a r, e n u n t e r c e r i n t e n t o m u s u l m á n d e c o n q u i s t a r Va l e n c i a . L o s I n f a n t e s s e
a t e m o r i z a n a n t e l a p e r s p e c t i v a d e e n t r a r e n b a t a l l a , y a u n q u e a c a b a n h a c i é n d o l o,
s e g u a r d a n m u c h o d e e s t a r e n p r i m e r a f i l a . G a n a n l a b a t a l l a l o s c r i s t i a n o s, y l o s
c a b a l l e r o s v u e l v e n a m u r m u r a r y b u r l a r s e d e l o s I n f a n t e s. E l C i d g a n a s u s e g u n d a
e s p a d a , T i z ó n , a r r e b a t a d a a l g e n e r a l B u c a r. A g r a v i a d o s p o r l a s b u r l a s, y s i n t i é n -
dose ricos con el re par to del nuevo botín, los Infantes comienzan a maquinar su
veng anza.
S E F R AG UA L A V E N G A N Z A
C o n l a e xc u s a d e m o s t r a r l e s l a s h a c i e n d a s q u e p o s e e n e n C a r r i ó n , l o s I n f a n t e s
deciden par tir con las hijas del Cid para abandonarlas y así veng arse del ultraje de
l a s b u r l a s. E l C i d l o p e r m i t e , y e n t r e g a a s u s y e r n o s l a d o t e d e l a s h i j a s, y l a s e s -
p a d a s C o l a d a y T i z ó n . S i n e m b a r g o, a g ü e r o s d e s f a v o r a b l e s h a c e n q u e d e s c o n f í e , y
p o r e l l o e n v í a c o m o h o m b r e d e c o n f i a n z a a s u s o b r i n o F é l e z M u ñ o z . E n e l c a m i n o,
l a c o m i t i v a e s h o s p e d a d a p o r e l m o r o Av e n g a l v ó n , c u y a r i q u e z a d e s p i e r t a u n a v e z
más la codicia de los Infantes: su falta de escrúpulos les lleva a planear la muer te
d e l a n f i t r i ó n , a u n q u e s o n d e s c u b i e r t o s y r e p r e n d i d o s. Ya e n C a s t i l l a , l a c o m i t i v a s e
a d e n t r a e n e l r o b l e d o d e C o r p e s, d o n d e s e e j e c u t a r á l a t r a i c i ó n .
L A A F R E N TA
Félez Muñoz, el sobrino del Cid, descubre lo que ha sucedido y rescata a sus pri-
m a s. L a n o t i c i a d e l a a f r e n t a l l e g a a l C i d , q u i e n e n l u g a r d e b u s c a r u n a v e n g a n z a
p e r s o n a l s a n g r i e n t a , s o l i c i t a q u e e l r e y c e l e b r e c o r t e s e n To l e d o p a r a e n j u i c i a r a
l o s I n f a n t e s. E n l a s c o r t e s, e l C i d p i d e p r i m e r a m e n t e q u e l e s e a n d e v u e l t a s l a s
e s p a d a s ; e n s e g u n d o l u g a r, q u e l e s e a d e v u e l t a l a d o t e q u e d i o a s u s h i j a s ; y f i n a l -
m e n t e , e x i g e u n a r e p a r a c i ó n d e l d a ñ o q u e h a n s u f r i d o s u s h i j a s, p a r a l o c u a l s e
c o n c i e r t a u n d u e l o e n t r e l o s I n f a n t e s ( a l q u e s e s u m a e l h e r m a n o d e é s t o s, A s u r
González), y tres caballeros del Cid.
L O S E M I S A R I O S D E N AVA R R A Y A R AG Ó N
C O M E N TA R I O
CUESTIONES PRELIMINARES
El folio perdido
A l ú n i c o m a n u s c r i t o c o n s e r v a d o d e l a o b r a l e f a l t a u n f o l i o, e n e l q u e n o c a b r í a n
m á s d e c i n c u e n t a v e r s o s. L a h i s t o r i a d e l C i d e r a l o s u f i c i e n t e m e n t e c o n o c i d a c o m o
para que el comienzo del poema no necesitase extenderse demasiado en explicar
por qué al héroe lo desterraban: Alfonso concede crédito a la falsa acusación,
v e r t i d a p o r n o b l e s e n v i d i o s o s, d e q u e e l C i d s e h a a p r o p i a d o d e p a r t e d e l a s p a r i a s
o tributos recaudados por él mismo en la taifa de Sevilla. Los versos iniciales da-
r í a n c u e n t a , p r o b a b l e m e n t e , d e l a l l e g a d a d e l a o r d e n r e a l a V i v a r, q u e d a b a a l d e s -
t e r r a d o u n p l a z o d e n u e v e d í a s p a r a a b a n d o n a r e l Re i n o. Re c i b i d a l a f i d e l i d a d d e
s u s v a s a l l o s, q u e s e d i s p o n e n a a c o m p a ñ a r l o, y r e c o g i d o s t o d o s s u s b i e n e s m u e b l e s,
e l C i d v u e l v e l a v i s t a a t r á s p a r a c o n t e m p l a r, c o n l á g r i m a s e n l o s o j o s, ‘ s u s p a l a c i o s
vacíos’ (a ‘ellos’ se refiere la expresión ‘y se quedaba mirándolos’).
C A N TA R I
L A S A L I DA D E V I VA R
El destier ro
E l d e s t i e r r o s u p o n í a d o s c o s a s. P r i m e r a m e n t e , e l d e s t e r r a d o e r a p r i v a d o d e s u s
b i e n e s i n m u e b l e s, a u n q u e p o d í a r e c o g e r s u s e n s e r e s o b i e n e s m u e b l e s ( q u e e n e l
p o e m a s e r e s u m e n e n l a s p i e l e s y m a n t o s, v e r d a d e r a s r i q u e z a s e n l a é p o c a , c o m o
puede comprobarse en otros e pisodios; y en las aves de cetrería, modalidad de
c a z a r e s e r v a d a a l o s p u d i e n t e s ) . D e s d e l u e g o, l a c o n f i s c a c i ó n d e l a v i v i e n d a ( c u y o s
candados se quebrantan simbólicamente) y de las tierras era la peor humillación
para un noble. La segunda consecuencia del destier ro era la r uptura de la relación
vasallática con el rey: por ello el Cid podrá establecerse autónomamente en el fu-
t u r o, y p o r e l l o l a s g e n t e s d e B u r g o s m u r m u r a r á n d e é l : « ¡ D i o s, q u é b u e n v a s a l l o
el Cid si tuviera un buen señor!»
Alvar Fáñez
E n e l e j é r c i t o d e l C i d h a y v a s a l l o s ‘ d e s o l d a d a ’ ( e s t o e s, d e s u e l d o o j o r n a l ) , y v a -
sallos ‘de crianza’, o ser vidores con los que el héroe posee una familiaridad más
e s t r e c h a . Ta l e s A l v a r F á ñ e z , s u l u g a r t e n i e n t e y s o b r i n o, h o m b r e d e t o t a l c o n -
f i a n z a . C o m o a p e l l i d o, F á ñ e z s i g n i f i c a ‘ h i j o d e Ju a n’ ( Fa n o H a n e s a b r e v i a c i ó n
de Iohann). El sobrenombre de este personaje es también curioso: Minaya es una
amalg ama del posesivo ‘mi’, y de ‘anaia’ (‘her mano’ en euskera).
L A E N T R A DA E N BU RG O S
Los sesenta acompañantes con pendón
El ejército del Cid se compone de ‘peones’, o soldados de infantería, y de ‘caballe-
ros’, equipados con caballo y lanza, adornada ésta con un gallardete o pendón que
per mitía la identificación del grupo en el fragor de la batalla. Antes de abandonar
C a s t i l l a , l a s q u e a h o r a s o n s e s e n t a l a n z a s s e c o n v e r t i r á n e n t r e s c i e n t a s, y e s o s i n
P E R A B BAT ( )
c o n t a r e l n ú m e r o d e l o s p e o n e s. L a s b o c a s q u e e l C a m p e a d o r t i e n e q u e a l i m e n t a r
j u s t i f i c a n , p u e s, s u n e c e s i d a d d e d e t e n e r s e e n B u r g o s, a s í c o m o e l e p i s o d i o d e l o s
j u d í o s.
Los marcos
L a s m o n e d a s m e d i e v a l e s e r a n d e d i s t i n t a s c l a s e s. É s t a s, l o s m a r c o s, v a l í a n l o q u e
v a l í a e l m a t e r i a l d e q u e e s t a b a n h e c h a s, o r o o p l a t a , y n o s u a c u ñ a c i ó n . Po r e s o
resulta curioso obser var el cinismo de Mar tín Antolínez, que cuenta las monedas
pero no las pesa, fiándose —él, que es quien engaña— de que no han sido limadas
o r e b a j a d a s. L a c a n t i d a d d e m a r c o s e r a m u y c o n s i d e r a b l e : c o m o b a s e p a r a l a
comparación, el Cid da al monasterio de Cardeña marcos para que durante un
año queden cubier tos los g astos de doña Jimena, sus hijas y varias damas de com-
C A N TA R D E M I O C I D : A N T O L O G Í A
p a ñ í a . O b s é r v e s e , a d e m á s, c ó m o M a r t í n A n t o l í n e z c a r g a a c i n c o e s c u d e r o s c o n e l
p e s o d e l d i n e r o o b t e n i d o.
L A D E S P E D I DA D E L A E S P O S A Y L A S H I JA S
Las dos hijas dejo niñas
E n l a e s c e n a m á s e m o t i v a d e l p r i m e r c a n t a r, e l C i d s e d e s p i d e d e s u m u j e r y d e s u s
dos hijas pequeñas (aparecen siempre cogidas en brazos). La edad de las niñas no
se especifica, pero cuando reaparezcan serán ya muchachas casaderas (principal
preocupación del héroe al despedirse de doña Jimena), lo que implica que el des-
t i e r r o y l a l u c h a p o r r e c u p e r a r l a h o n r a d u r a r á n u n o s d i e z a ñ o s.
L A A PA R I C I Ó N D E L A R C Á N G E L
Una geografía r econocible
En este y muchos otros pasajes se percibe muy claramente que tanto el autor del
poema como su auditorio procedían de las mismas tierras descritas en las hazañas
d e l c a b a l l e r o. D e a h í e l g u s t o p o r d e t a l l a r m i n u c i o s a m e n t e l a s v i l l a s, c i u d a d e s o
l u g a r e s a t r a v e s a d o s.
E L C I D E N L A BATA L L A
Una típica batalla medieval
S a l v o p o r e l h e c h o d e q u e e l C i d s o r p r e n d e d e m a d r u g a d a a s u s e n e m i g o s, s e r e l a t a
perfectamente aquí cómo se desarrollaban las batallas de la Edad Media. El ruido
de los tambores no era meramente anecdótico: ser vía para enardecer a los solda-
d o s p r o p i o s y a t e m o r i z a r a l o s c o n t r i n c a n t e s. L a s b a n d e r a s, y a f u e r a n l a s e n s e ñ a s
p r i n c i p a l e s o l o s p e n d o n e s i n d i v i d u a l e s, t a m b i é n c u m p l í a n s u f u n c i ó n : o r i e n t a b a n
en los momentos de confusión. Las banderas principales debían de mantenerse
s i e m p r e e n a l t o, y s i e l a b a n d e r a d o c a í a , o t r o d e b í a o c u p a r s u l u g a r. E n l o s a ñ o s
del Cantar, la indumentaria guer rera no era la ar madura, sino la loriga, una especie
de vestido larg o de malla, que podía proteg er también el cuello y la cabeza, y que
se vestía sobre otra túnica acolchada o belmez. Los soldados sin caballo sustituían
l a l o r i g a p o r u n p e t o d e c u e r o, m á s b a r a t o. A l a l o r i g a s e s u m a b a n u n a s b o t a s a l t a s
y u n y e l m o. L a b a t a l l a c o m e n z a b a a c a b a l l o : l o s c a b a l l e r o s g a l o p a b a n p r i m e r o c o n
l a s l a n z a s e n a l t o, p a r a n o d e s e q u i l i b r a r s e ; a m e d i d a q u e s e a c e r c a b a n a l e n e m i g o,
l a s h a c í a n b a j a r, i n c l i n a d o s s o b r e l o s c a b a l l o s y p r o t e g i é n d o s e c o n l o s e s c u d o s y
los arzones (piezas de cuero en la parte anterior y posterior de la silla de montar).
Tr a s e l t r e m e n d o c h o q u e , s e p a s a b a a l a l u c h a c u e r p o a c u e r p o, c o n e n o r m e s y
p e s a d a s e s p a d a s t a j a d o r a s. L o s g r i t o s d e g u e r r a e r a n t a m b i é n c o m u n e s : l o s m u s u l -
manes se encomedaban a Mahoma; los cristianos a Santiago (de Compostela), o
Santiago Matamoros, que según la leyenda acompañaba a las tropas cristianas sobre
su caballo blanco («¿De qué color es el caballo blanco de Santiago?»).
R E PA R T O D E L B O T Í N
To d o s s e v e n m e j o r a d o s
El re par to del botín satisface a todos: los que van a pie podrán a par tir de ahora
per mitirse una equipación militar más cara, y gozarán por ello de una mejor po-
s i c i ó n s o c i a l y d e p r i v i l e g i o s m á s e x t e n s o s. E l C i d t o m a l a q u i n t a p a r t e , q u e , d e
a c u e r d o c o n l a s l e y e s m e d i e v a l e s, c o r r e s p o n d í a a l r e y ( r e c o r d e m o s q u e e s u n d e s -
t e r r a d o, u n v a s a l l o s i n r e y ) . C o n s u h a b i t u a l g e n e r o s i d a d , e l C i d , y a c o n t e n t o c o n
el botín, devuelve su castillo a los moros (y aun ordena que les entreguen alguna
r i q u e z a ) , l o q u e d e m u e s t r a q u e n o s i e n t e h a c i a e l l o s, e n t a n t o q u e m u s u l m a n e s,
n i n g ú n t i p o d e d e s p r e c i o.
E L C O N D E D O N R A M Ó N, R E H É N
Colada
La costumbre de poner nombre a las espadas es habitual en la épica. Nótese el
precio ( marcos de plata), y compárese con los marcos obtenidos en el
e n g a ñ o a l o s j u d í o s.
m a r c h a r » . D e s p u é s d e t r e s d í a s d e a y u n o, e l C o n d e a c e p t a e l t r a t o y s e l a n z a s o b r e
l a c o m i d a c o m o u n p e r r o h a m b r i e n t o, p e r o e s o s í , a n t e s d e h a c e r l o s e l a v a l a s m a -
n o s c o m o e l n o b l e r e f i n a d o y m e l i n d r o s o q u e e s.
C A N TA R I I
L A C O D I C I A D E L O S I N FA N T E S
No podemos proponer nosotros esta razón
E l t é r m i n o i n f a n t e s e r v í a p a r a d e s i g n a r n o s ó l o a l o s h i j o s d e l r e y, s i n o t a m b i é n ,
c o m o a q u í , a l o s v á s t a g o s d e f a m i l i a s d e a l t a a l c u r n i a p e r t e n e c i e n t e s a l a c o r t e.
D e s d e e l c o m i e n z o, l o s i n f a n t e s d e C a r r i ó n m u e s t r a n l a d o b l e c a r a q u e h a b r á d e
p r e p a r a r l o s a c o n t e c i m i e n t o s d e l c a n t a r t e r c e r o : d e u n l a d o, s u d e s m e d i d a c o d i -
c i a ; d e o t r o, e l o r g u l l o a l t a n e r o d e p e r t e n e c e r a u n a c a s t a s u p e r i o r, y e l d e s p r e c i o
h a c i a q u i e n e s, c o m o e l C i d , e l l o s c o n s i d e r a n i n f e r i o r e s. E l c o n t r a s t e c o n e l h é r o e
i n t e n t a , u n a v e z m á s, o p o n e r e l v a l o r y l a n o b l e z a d e l o s i n f a n z o n e s a l a c o b a r d í a
y b a j e z a d e l o s n o b l e s t i t u l a d o s.
E L R E E N C U E N T RO C O N L A FA M I L I A
Babieca
C o m o o t r o s g r a n d e s c a b a l l e r o s, e l C i d p o s e e u n c a b a l l o i n d i v i d u a l i z a d o, c o n n o m -
b r e p r o p i o. U n n o m b r e q u e h a d a d o m u c h o q u e h a b l a r, p o r q u e , e n p r i m e r a i n s -
t a n c i a , b a b i e c a ( d e ‘ b a b a ’ ) s i g n i f i c a ‘ n e c i o ’ , ‘ b o b o ’ . Ya e n e l s i g l o s e i n v e n t ó
u n a a n é c d o t a p a r a j u s t i f i c a r l o i n c o n v e n i e n t e d e l n o m b r e : s i e n d o Ro d r i g o n i ñ o, s u
padrino le ofreció elegir el potro que gustase de entre un buen número de ellos;
c o n f i a n d o e n s u i n t u i c i ó n , e l p e q u e ñ o Ru y e s c o g i ó e l m á s f e o y d e s v a l i d o, y s u p a -
d r i n o l e r e p r e n d i ó : « ¡ B a b i e c a , m a l e s c o g i s t e i s ! » . Ro d r i g o n o s o l a m e n t e s e r e a f i r m ó
e n s u e l e c c i ó n : t a m b i é n i m p u s o e l n o m b r e d e B a b i e c a a s u c a b a l l o.
La huerta valenciana
To d o e l f r a g m e n t o e s t á d i s e ñ a d o p a r a m o s t r a r l a s e n o r m e s r i q u e z a s q u e e l C i d h a
c o n s e g u i d o s i n o t r a a y u d a q u e l a f u e r z a d e s u b r a z o. Pa r a u n a u d i t o r i o c a s t e l l a n o,
debía de resultar enor memente sug estiva la descripción de la exuberante y maríti-
m a Va l e n c i a .
L O S I N FA N T E S S O L I C I TA N L A B O DA
A su honra y nuestra pro
El narrador rodea este pasaje de malos presagios: los codiciosos infantes se ocul-
tan para deliberar; piensan eg oístamente una cosa (en su propia honra y provecho),
y l a t r a n s f o r m a n p ú b l i c a m e n t e e n o t r a ( ‘ a s u h o n r a y n u e s t r a p r o ’ ) ; e l Re y d e l i b e r a
largamente antes de otorgar lo que piden, de igual manera que después el Cid, que
f i n a l m e n t e a c e p t a l a s b o d a s c o m o v a s a l l o, n o c o m o p a d r e. S e c o n t r a p o n e n , e n f i n ,
el esfuerzo y coraje de quien ha levantado de la nada todo lo que tiene, al orgullo
c o r t e s a n o d e q u i e n e s s o n l o q u e s o n p o r h a b e r n a c i d o a r i s t ó c r a t a s.
P E R A B BAT ( )
C A N TA R I I I
S E F R AG UA L A V E N G A N Z A
Podr emos casar con hijas de algún r ey o emperador
E l r e p a r t o d e l b o t í n h a c e a l o s I n f a n t e s r i c o s. S i n t i é n d o s e s e g u r o s p o r e l l o, d e -
ciden abandonar a las hijas del Cid, con la intención de tomar otras esposas más
c o n c o r d a n t e s c o n s u c o n d i c i ó n d e c o n d e s. To d o l o h a r á n , n o o b s t a n t e , a t r a i c i ó n ,
a espaldas del héroe, que en pr ueba de buena voluntad les entreg a sus espadas y
abundante riqueza en metálico (frente a los bienes raíces de los Infantes).
L A A F R E N TA
Aquí seréis ultrajadas
El verdadero sentido de la afrenta de Cor pes descansa sobre la figura jurídica del
r e pudio: aduciendo una razón convincente, los maridos medievales podían re pudiar
a s u s m u j e r e s y q u e d a r l i b r e s p a r a u n n u e v o c a s a m i e n t o ( l a s m u j e r e s, e n t a n t o, e r a n
devueltas a sus familias para por regla general quedar deshonradas toda su vida).
El motivo de re pudio que los Infantes tienen en mente es la diferencia de clase so-
cial: en su opinión, sus esposas no están a la altura, en tanto que hijas de infanzón,
d e s u a l t o l i n a j e d e c o n d e s. L o s I n f a n t e s t r a t a n a s u s e s p o s a s c o m o a c o n c u b i n a s
o rameras: en la práctica, la unión entre hombres de alta posición y mujeres sin
alcur nia se materializaba en la fór mula del concubinato o bar raganía; si se deshacía
la unión, que por descontado no era leg al, la mujer no tenía absolutamente nada
q u e r e c l a m a r. Pa r a h a c e r m á s h i r i e n t e a ú n e l a b a n d o n o y s u b r a y a r l a c o n d i c i ó n d e
concubinas de las hijas del Cid, los esposos les hacen el amor la noche antes de la
a f r e n t a , e x h i b e n a n t e l o s o j o s d e t o d o s l a c a r n a l i d a d d e s u a f e c t o, y l a s a b a n d o n a n
en ‘camisa’ (o ropa interior).
p o r s u m a n o. Pa r a e l l o s, r e p u d i a r y m a l t r a t a r a s u s e s p o s a s e s t a b a j u s t i f i c a d o c o m o
r e p a r a c i ó n d e l a s b u r l a s d e c a b a l l e r o s d e c a s t a i n f e r i o r. Po r e l c o n t r a r i o, e n l a é p o -
ca del Cantar surgía con fuerza la necesidad de establecer un código jurídico más
u n i v e r s a l : i m p u l s a d o p o r l o s r e y e s y e s t u d i a d o e n l a s n a c i e n t e s u n i v e r s i d a d e s, e l
derecho romano iba a ser vir para poner coto a la impunidad y las arbitrariedades
d e l o s n o b l e s t i t u l a d o s. É s t a e s l a p o s t u r a d e f e n d i d a p o r e l p o e m a .
Un combate judicial
La importancia del combate o duelo judicial es doble: en primer lugar se celebra de
a c u e r d o c o n u n a s r e g l a s y e n p r e s e n c i a d e t e s t i g o s, t o d o l o c o n t r a r i o d e l a j u s t i c i a
a r b i t r a r i a a q u e e s t a b a n a c o s t u m b r a d o s l o s g r a n d e s n o b l e s ; e n s e g u n d o l u g a r, e l
p r i n c i p a l i n j u r i a d o, e l C i d , d e l e g a l a r e s p o n s a b i l i d a d d e l c o m b a t e e n s u s c a b a l l e -
r o s, c o n l o q u e l a s e n s a c i ó n d e o b j e t i v i d a d y e c u a n i m i d a d e s a ú n m a y o r.
L O S E M I S A R I O S D E N AVA R R A Y A R AG Ó N
Mensajeros de los príncipes
La llegada de la embajada matrimonial cumple la función de restituir por comple-
t o, e i n c l u s o a u m e n t a r l a h o n e s t i d a d d e l a s h i j a s d e l C i d : e l r e p u d i o y l a d e s h o n r a
q u e p r e t e n d í a n l l e v a r a c a b o l o s I n f a n t e s s e n c i l l a m e n t e q u e d a s i n n i n g ú n e f e c t o.
C o m o b u e n v a s a l l o, e l C a m p e a d o r s u p e d i t a l a a c e p t a c i ó n d e e s t e g r a n h o n o r a l a
v o l u n t a d d e s u r e y.
P E R A B BAT ( )
T R A BA J O S D E A M P L I AC I Ó N
• Establece el censo de las fórmulas y epítetos épicos que aparecen en la antología
del Cantar.
• Realiza un retrato físico y psicológico del Cid.
EXÁMENES
• ¿Qué era una tirada en un poema épico?
• ¿Qué función cumplían los llamados epítetos o fórmulas épicas ? Escribe alguno que
recuerdes.
• ¿Qué sentido tiene, en el contexto histórico medieval, que el nombre del héroe, Cid,
Cid
sea un nombre árabe?
• El botín de guerra tiene una importancia excepcional en el Cantar de Mio Cid. Ex-
plica por qué.
• Resume el episodio del engaño a los judíos. ¿ Cuál es el motivo que justifica que el
Cid recurra a una treta de este tipo? ¿Crees que el engaño hubiera podido dirigirse
hacia personajes cristianos? ¿Por qué?