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Fátima Jorge
Universidade de Évora
RESUMEN
1
XV Congreso Nacional de Ética de la Economía y de las Organizaciones
El Buen Gobierno de las Organizaciones
IESE Business School
Barcelona, 8 y 9 de junio de 2007
1. INTRODUCCIÓN
Hay que destacar que en Europa desde 2001, con la publicación del Libro Verde
(Comisión de las Comunidades Europeas, 2001), el tema de la Responsabilidad Social
de las Empresas, o una perspectiva más amplia, la Responsabilidad Social de las
Organizaciones (RSO), ha venido a asumir un espacio en los planes educativos de los
cursos de la enseñanza superior.
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El Buen Gobierno de las Organizaciones
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El Buen Gobierno de las Organizaciones
IESE Business School
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RESUMO
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XV Congreso Nacional de Ética de la Economía y de las Organizaciones
El Buen Gobierno de las Organizaciones
IESE Business School
Barcelona, 8 y 9 de junio de 2007
1. INTRODUÇÃO
No que respeita aos temas em análise, os alunos chegam ao ensino superior com
uma estrutura de ideias já previamente concebida em função das sua vivências
anteriores e de valores que lhes foram transmitidos em ambiente familiar e em
ambientes organizacionais. Como referem Jonassen e Rohrer - Murphy (1999),
referidos por Buff e Yonkers (2005, p.108), “as actividades são socialmente e
contextualmente delimitadas, isto quer dizer que qualquer sistema de actividades
apenas poderá ser descrito atendendo ao contexto da comunidade em que está
inserido”.
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El Buen Gobierno de las Organizaciones
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O ensino da ética empresarial tem tido, na última década uma atenção acrescida por
parte das escolas de ciências económicas e empresariais. Existem várias perspectivas
de abordagem do ensino da ética empresarial, nomeadamente a descritiva, a prescritiva
e a analítica conforme refere McDonald (2004). A perspectiva descritiva reforça a
necessidade de existência de disciplinas de ética, apresentando o desenvolvimento
histórico desta área enfatizando as diferenças culturais no ensino da ética empresarial,
bem como o formato e conteúdo das disciplinas de ética aplicadas à economia e à
gestão. Por outro lado, a perspectiva prescritiva centra-se nos aspectos pedagógicos do
ensino da ética e na recomendação de certos métodos pedagógicos aos professores de
ética empresarial, como por exemplo, a representação de papéis e a ênfase na
necessidade de apresentar problemas reais das empresas, perante os quais os alunos
se possam confrontar com dilemas éticos. A perspectiva analítica tem como
pressuposto que o ensino da ética empresarial é eficaz se conseguir modificar os
valores e as atitudes dos alunos (McDonald, 2004).
Em resposta aos críticos do ensino da ética empresarial, Hosmer (1985) cit. por
McDonald (2004) responde que não se pretende ensinar padrões morais, mas antes
ensinar um método de raciocínio ético que permita a tomada de decisão eticamente
defensável sobre aspectos complexos mas tendo por referência os padrões morais dos
alunos. Como refere Hosmer (1985) e Kallman e Grilo (1996) é difícil mudar hábitos,
crenças e valores, mas esta não é a principal função do ensino da ética empresarial. O
principal objectivo é apresentar sistemas éticos de análise, frameworks que sirvam de
suporte a modelos de decisão ética e não o veicular padrões morais de comportamento.
2. OBJECTIVOS DO ESTUDO
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3 - METODOLOGIA
• dados pessoais;
Procurou-se recolher informação que permitisse descrever a “amostra” em causa,
nomeadamente: género, idade, situação face ao mercado de trabalho, curso
frequentado e instituição frequentada.
• práticas pessoais;
Inquiriu-se os alunos sobre a sua atenção a notícias sobre práticas de
responsabilidade social das empresas, sobre a sua disponibilidade para enquanto
clientes valorizarem essas mesmas práticas e sobre a sua colaboração com
organizações não governamentais.
Questionaram-se os alunos sobre as suas preferências ao nível do mercado de
trabalho, nomeadamente no que respeita ao tipo de organização em que prefeririam
trabalhar e os aspectos que mais valorizariam na apreciação de propostas.
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4 – CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
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Universidade da 2º ANO
Extremadura 102 alunos do Curso de Administración y
Dirección de Empresas
3º ANO
52 alunos do Curso de Administración y
Dirección de Empresas
4º ANO e finalistas
84 alunos do Curso de Administración y
Dirección de Empresas
Total (238 alunos Espanhóis – 50,42%, 234 alunos
Portugueses – 49,58%)
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3,38
Instituições Públicas autárquicas 4,45
4,62
2,91
Instituições Públicas estatais 3,70
3,70
2,44
Empresas multinacionais 2,17
2,34
2,56
Empresas de grande dimensão, nacionais 2,23
2,16
3,61
Empresas de pequena e média dimensão (PME’s) 3,34
3,13
Organizações sem fins lucrativos com objectivos sociais (Associações, Fundações, 4,81
5,40
IPSS…) 5,20
3,56
Instituições Públicas autárquicas 4,29
4,45
3,11
Instituições Públicas estatais 3,56
3,63
2,31
Empresas multinacionais 2,21
2,37
2,44
Empresas de grande dimensão, nacionais 2,15
2,07
3,56
Empresas de pequena e média dimensão (PM E’s) 3,40
3,28
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ESCE (Setúbal)
Procura de em prego - aspectos privilegiados
Universidade de Évora
(1º ao 4º ano)
Universidade de Extremadura
100%
% de respostas por aspecto considerado
90%
81%
78%
76%
72%
80%
72%
65%
70%
59%
60%
51%
49%
49%
44%
50%
34%
40%
29%
29%
29%
27%
25%
24%
22%
24%
30%
14%
20%
10%
0%
Salário elevado Boas Formação Perspectiva de Horário de Extensão de Proximidade
acrescido de perspectivas de regular e boa relação trabalho benefícios entre o local de
benefícios evolução na possibilidade de tanto com flexível. sociais à trabalho e a
sociais (como carreira. aprendizagem superiores família. residência.
seguros de em vários hierárquicos
saúde). domínios. como com
colegas.
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ESCE (Setúbal)
Procura de em prego - aspectos privilegiados
Universidade de Évora
(continuação) (1º ao 4º ano)
Universidade de Extremadura
100%
90%
% de respostas por aspecto considerado
80%
70%
60%
46%
50%
41%
41%
40%
40%
33%
32%
40%
27%
26%
25%
25%
24%
30%
22%
20%
20%
20%
15%
15%
13%
13%
20%
10%
9%
9%
6%
10%
0%
O fact o de Adequação do Possibilidade de Possibilidade de Possibilidade de Possibilidade de Possibilidade de Possibilidade de
t rabalhar numa post o de trabalho construir um desempenhar gerir as suas vir a trabalhar no trabalhar numa desempenhar uma
organização aos seus curriculum muito f unções de chef ia próprias estrangeiro junto organização que função com
prestigiada e conhecimentos e valorizado no ou de coordenação actividades e o seu de diferent es sat isfaça elevado “ estatuto
respeitada. gostos pessoais. mercado. de equipas. próprio t empo. culturas. necessidades social” .
prioritárias
(Escolas, Hospitais
...)
ESCE (Setúbal)
Procura de em prego - aspectos privilegiados
Universidade de Évora
Universidade de Extremadura
100%
% de respostas por aspecto considerado
88%
87%
90%
82%
77%
80%
67%
70%
55%
54%
52%
60%
50%
40%
40%
37%
37%
33%
40%
30%
29%
29%
27%
27%
30%
23%
17%
14%
20%
10%
0%
Salário elevado Boas Formação Perspectiva de Horário de Extensão de Proximidade
acrescido de perspectivas de regular e boa relação trabalho benefícios entre o local de
benefícios evolução na possibilidade de tanto com flexível. sociais à trabalho e a
sociais (como carreira. aprendizagem superiores família. residência.
seguros de em vários hierárquicos
saúde). domínios. como com
colegas.
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90%
% de respostas por aspecto considerado
80%
70%
60%
46%
44%
50%
37%
37%
35%
40%
31%
29%
27%
27%
27%
26%
23%
22%
30%
21%
21%
19%
17%
15%
12%
20%
11%
11%
8%
7%
6%
10%
0%
O facto de Adequação do Possibilidade de Possibilidade de Possibilidade de Possibilidade de Possibilidade de Possibilidade de
trabalhar numa posto de t rabalho construir um desempenhar gerir as suas vir a t rabalhar no trabalhar numa desempenhar uma
organização aos seus curriculum muit o f unções de chefia próprias estrangeiro junto organização que função com
prest igiada e conheciment os e valorizado no ou de actividades e o de dif erentes satisfaça elevado “ est atuto
respeit ada. gostos pessoais. mercado. coordenação de seu próprio culturas. necessidades social” .
equipas. tempo. prioritárias
(Escolas,
Hospitais ...)
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2,98
Este tipo de valores já estão incorporados na cultura das empresas 3,00
2,86
É uma questão de imagem através da qual as empresas procuram reforçar a sua 1,75
competitividade
1,94
1,75
É uma questão de exigência crescente dos consumidores que pressionam as 1,74
empresas no sentido de comportamentos mais responsáveis
1,38
1,85
2,58
É uma moda 3,68
3,54
Universidade Ext remadura 1,00 2,00 3,00 4,00
Universidade de Évora ( de 1 - pr i n c i pa l op ç ã o a 4 - r a z ã o m e no s pr ov á v e l )
ESCE (Set úbal)
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Parece claro para os alunos das três escolas que a simples participação em
projectos sociais como forma de melhoria da imagem é uma visão simplista do
fenómeno da responsabilidade social. A participação das empresas, como actores da
sociedade civil organizada, traz um novo e amplo leque de responsabilidades, mas, por
outro lado, apresenta um universo de possibilidades não pensadas. As organizações
que procurem ser “socialmente responsáveis” têm de saber reinterpretar a sua missão
de forma a que esta seja uma ferramenta de desenvolvimento, geração de riqueza e do
núcleo de cidadania e ética e não unicamente como uma fonte de lucros. A este nível a
organização deve trabalhar a sua imagem, não apenas ao nível dos consumidores,
mas também internamente no seio da empresa, ao nível dos seus parceiros sociais, do
sector público e de toda a comunidade em geral onde a organização está inserida
(Jorge e Silvério, 2004).
3 – CONCLUSÕES
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Crê-se que as questões agora formuladas poderão dar lugar a investigação futura
no sentido de melhorar a oferta formativa de forma a permitir a formação integral do
aluno (a nível técnico e também a nível pessoal).
No que se refere às questões que levantamos os autores desta comunicação
acreditam que os futuros profissionais da área de ciências económicas e empresariais
não devem ir para o mercado de trabalho munidos, apenas, de conhecimentos técnicos
e operacionais, deverão conhecer e interiorizar os valores inerentes à sua prática
profissional. Conforme refere (Elkington, 1998) citado por Lozano et al., 2003 a “triple
bottom line approach” apenas será possível se existirem profissionais que estejam
comprometidos com os valores presentes no trinómio económico-social-ambiental e que
tenham competência para liderar organizações que assumam esses valores como
norteadores da sua gestão.
As Escolas de Ciências Económicas e Empresariais têm o desafio de desenvolver
uma visão interpretativa das Organizações, tornando clara a relação entre o
compromisso das organizações nas questões da responsabilidade social e do
desenvolvimento sustentável e as atitudes e valores dos profissionais que tornem este
compromisso possível e efectivo (Lozano et al., 2003).
Apesar das diferenças registadas quanto ao melhor enquadramento do ensino das
temáticas da ética e da responsabilidade social das organizações, os alunos das três
Escolas reconhecem a sua importância quer a nível de licenciatura quer a nível Pós-
Graduado. Este reconhecimento por parte dos alunos deixa-nos a responsabilidade de
reflexão sobre o formato adequado do ensino da ética nos cursos de Gestão e
Economia, uma disciplina autónoma, seminários temáticos ou a perspectiva que
prevalece no momento que defende que a ética deve ser integrada em todas as áreas
curriculares dos cursos de Ciências Económicas e Empresariais como defende
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McDonald (2004). Apesar das vantagens da integração da ética nas várias unidades
curriculares dos cursos de licenciatura, este modelo levanta alguns problemas
(McDonald, 2004), no que se refere à necessidade da revisão total dos currículos, à
formação dos Professores de Economia e de Gestão e ao processo de monitorização
dos conhecimentos veiculados através das várias unidades curriculares, assumindo-se
que não é benéfica uma redundância excessiva na transmissão de conhecimentos nem
um deficit de aprendizagem da ética nas estruturas curriculares em questão.
Vários investigadores afirmaram com convicção que a chave para o sucesso do
ensino da ética é conseguir que a aprendizagem nesta área seja claramente relevante
para os estudantes (McDonald e Donleavy, 1995). As aprendizagens “experienciais”
conseguem ajudar os estudantes a compreender as questões éticas que poderão
encontrar nas Organizações. São inúmeras as vantagens desta metodologia , em que
os Estudos de Caso são um instrumento com notório potencial pedagógico (Laditka e
Houck, 2006). O ensino da ética nunca deverá querer formatar as mentes dos alunos,
mas antes criar espaços de reflexão para poder enunciar dilemas éticos e apresentar
quadros de referência ética que possam levar à tomada de decisão ética com maiores
níveis de qualidade, conforme referem Kallman e Grillo (1996). O grande desafio,
independentemente do formato de ensino que se adopte, é conseguir criar ambientes
propiciadores da participação efectiva na sala de aula, da manifestação de sentido
crítico sem receios, da pluralidade de opiniões, sabendo que cada aluno terá sempre os
seus valores e perspectivas éticas (Sims, 2002, referido por Ladkita e Houck, 2006).
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BIBLIOGRAFIA:
BUFF, Cheryl L., YONKERS, Virginia (2005), “Using Student Generated Codes of
Conduct in the Classroom to reinforce Business Ethics Education”, Journal of Business
Ethics, 61:101-110.
HOSMER, L. (1985), “The Other 338. Why a Majority of Our Schools of Business
Administration do Not Offer a Course in Business Ethics”, Journal of Business Ethics,
4:17-22.
KALLMAN, Ernest A., GRILLO, John P. (1996), Ethical Decision Making and
Information Technology, - an Introduction with cases, McGraw-Hill, 2ª Ed.
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LOZANO et al. (2003), “Setting the Context: The role information technology in a
business ethics course based on face-to-face dialogue”, Journal of Business Ethics,
48:99-111.
MOREIRA, José Manuel; REGO, Arménio; SARRICO, Cláudia (2003), Gestão Ética
e Responsabilidade Social das Empresas – um estudo da situação portuguesa,
Principia, Cascais.
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