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Objetivos para o 4º Teste
Objetivos para o 4º Teste
Por último, o ponto de partida não é sempre através da observação, uma vez que há fenómenos
estudados pelos cientistas que não são que não são diretamente observáveis, por exemplo, a força
gravítica. A força gravítica não é visível, mas sim inferida através dos efeitos gravitacionais sobre a matéria
visível.
- Na primeira etapa, o cientista coloca uma questão para a qual pretende encontrar uma resposta.
- Na segunda etapa, o cientista formula uma hipótese (uma suposição ou tentativa de solução do
problema) desejavelmente com elevado conteúdo empírico. Mas como se chega a essa hipótese? Popper
pensa que a descoberta das hipóteses se deve ao espírito criativo e imaginativo dos cientistas. O que é
relevante, depois de apresentar a hipótese, é a possibilidade de deduzir consequências empíricas, ou seja,
de fazer previsões a partir desta, de modo a testá-la.
- Na terceira etapa, as consequências deduzidas das hipóteses são submetidas a testes que visam
confrontá-las com os factos. Popper considera que os testes são tentativas de refutação (e não de
confirmação ou verificação). Os cientistas, na discussão crítica das teorias, devem procurar detetar erros
de modo a falsificá-las. Se as conjeturas ou teorias resistirem às tentativas de falsificação, são
corroboradas. As teorias que não resistem (porque os testes mostram que são falsas) são refutadas.
Popper concorda com a análise lógica que David Hume fez do problema da indução: as conclusões das
inferências indutivas ultrapassam os dados da experiência e não se encontram racionalmente justificadas.
Poderia pensar-se que as conclusões céticas de Hume seriam extensíveis às teorias científicas, mas Popper
rejeita isso. Para ele, na investigação científica, não é necessário recorrer às inferências indutivas (nem
para formular as hipóteses, nem para as justificar) e, por isso, a racionalidade e a objetividade das ciências
empíricas não é posta em causa pelas ideias defendidas por Hume.
Avaliar criticamente o Falsificacioniosmo de Karl Popper.
Uma da objeção é a distinção entre ciência e pseudociência depender da comunidade e do contexto, segundo
Thagard, a distinção entre ciência e pseudociência deve ser efetuada a partir das características típicas e não
pelas características necessárias e suficientes. Sendo assim, fariam parte da pseudociência fatores como a
desatenção dos factos empíricos, o desinteresse por teorias alternativas e a ausência de progresso, entre
outras.
Por último, uma outra objeção diz que o Falsificacioniosmo não descreve corretamente a prática científica. Em
imensos momentos da história da ciência verificou-se que os cientistas não procederam ao método das
conjeturas e refutações, por outras palavras, não adotaram um ponto de vista crítico em relação às suas teorias
e não tentaram refutá-las. Pelo contrário, resistiram às várias tentativas de refutação, procurando antes
confirmar e consolidar as suas teorias. Deste modo, mesmo que tivessem constatado que algumas previsões
empíricas tenham falhado, colocavam em causas as condições em que os testes tinham sido realizados.
Popper reconhece que fatores de natureza individual, social ou política podem por vezes afetar a atividade de
certos cientistas. No entanto, pensa que esses fatores não interferem na avaliação crítica das teorias. A escolha
destas depende dos resultados dos testes empíricos realizados e da discussão crítica.
Segundo Popper, a ciência progride de forma irregular por afastamento progressivo do erro e aproximação à
verdade. Assim, uma determinada teoria representa um avanço em relação às suas antecessoras se permitir
explicar o maior número de fenómenos naturais e, implicar um menor número de falsidades, ou seja, se tiver
maior grau de verosimilhança.
De acordo com Popper, a ciência é objetiva, porque cada vez que falsificamos uma conjetura, ampliamos a
nossa compreensão daquilo que a realidade objetivamente não é e aproximamo-nos do modo como ela é
objetivamente.
De acordo com Kuhn, a ciência não é totalmente objetiva, pois a ciência é influenciada não só por fatores
objetivos, como também por fatores subjetivos intrínsecos ao próprio cientista, o que impede que a escolha
entre paradigmas seja suficientemente objetiva.
Ora, se as ideias de Popper fossem corretas, não teríamos motivos racionais para acreditar na ciência.
Pensaríamos que muitas explicações e instrumentos que usamos resultam de teorias que podem vir a ser
falsificadas e que, portanto, não são inteiramente fiáveis. De facto, uma teoria ter resistido até agora às
tentativas de refutação não é uma justificação plausível. Precisamos de outro tipo de razões que a teoria de
Popper não nos proporciona.
Depois da emergência de um paradigma, os cientistas ocupam-se daquilo a que Kuhn chama ciência normal.
Esta fase corresponde à atividade rotineira dos cientistas e consiste em aplicar um paradigma na resolução
de enigmas ou puzzles.
Na ciência normal, o objetivo dos cientistas é utilizar o paradigma para explicar o maior número possível de
fenómeno, tornando-o mais abrangente e consolidando-o.
a ciência normal pode conseguir lidar com o problema que a provocou através de reajustamentos do
paradigma aceite.
em outros momentos, o problema não é resolúvel e os cientistas podem concluir que atualmente não possuem
meios para o resolver, remetendo as tentativas de solução para as gerações futuras.
finalmente, a crise pode terminar com o surgimento de um paradigma alternativo e com um processo que
Kuhn chama ciência extraordinária ao período em que o paradigma vigente passa a ser discutido,
contestado e confrontado com as novas ideias de um paradigma alternativo. Neste período há competição
entre o paradigma emergente e o paradigma dominante.
Kuhn utiliza o conceito de incomensurabilidade (a ausência de uma base comum) para dar conta da
natureza incompatível dos paradigmas entre si.
As revoluções científicas introduzem um corte ou descontinuidade ao nível das teorias, das metodologias, da
linguagem, dos problemas e das soluções. O novo paradigma não é comparável ao anterior.
O progresso e a verdade
Kuhn retrata a evolução da ciência como uma sucessão de períodos cumulativos (a ciência normal) no meio
de quebras não cumulativas (as revoluções científicas).
A incomensurabilidade dos paradigmas não permite compará-los e, portanto, não se pode afirmar que o atual
introduz melhorias em relação ao anterior.
Consequentemente, não existe um progresso global em direção a nenhum fim exterior (que, na teoria
de Popper, se identifica com a verdade), só há progresso no decurso da ciência normal.
Conceitos
Pré-Ciência - Atividade desorganizada e diversa que marca o período que antecede a formação de uma ciência
madura e que termina quando uma comunidade científica adere a um paradigma. São exemplos de pré-ciência
a ótica antes de Newton ou a química antes de Lavoisier. Apesar de existirem diversos cientistas que se
dedicavam a trabalhos nesses campos antes de Newton e de Lavoisier, a sua atividade não configurava ainda
uma ciência madura e organizada.
Paradigma - Modelo, sistema de trabalho ou conjunto de ideias relativamente estruturadas que estabelece a
base da prática científica diária e que constitui o critério para distinguir a ciência da não-ciência. É apenas
substituído em caso de rutura drástica ou de revolução científica. Falamos da astronomia ptolemaica (ou da
coperniciana), da dinâmica aristotélica (ou da newtoniana), da ótica corpuscular (ou da ótica ondulatória), etc.
Ciência normal - Ciência que se faz no contexto de um paradigma e que o encara como um corpo estável de
afirmações teóricas, crenças, critérios, estratégias e modelos que não deve ser desafiado ou posto em causa. É
a atividade que consiste em resolver enigmas (quebra-cabeças ou puzzles) dentro das regras do paradigma.
Crise - Período em que a acumulação de anomalias é elevada e em que o paradigma dominante entra em
rutura. Pode tornar-se definitivamente séria quando, paralelamente, um novo paradigma começa a emergir.
Ciência extraordinária - Prática científica que, durante os períodos de crise, se desenvolve à margem do
paradigma dominante, podendo dar origem a um novo paradigma rival.
Revolução científica - Episódio relativamente raro de um desenvolvimento científico não cumulativo, no qual
um paradigma mais antigo é substituído por um novo, com ele incompatível e incomparável. As grandes
mudanças no desenvolvimento científico associadas a nomes como Copérnico, Newton, Lavoisier ou Einstein
são episódios que espelham uma revolução científica.
Conjetura –
Refutação –