Está en la página 1de 5

Conceitos

Perspetiva indutivista da ciência


De acordo com esta perspetiva, podemos descortinar as seguintes etapas do método científico (por vezes
designado por método experimental).
- Na primeira etapa, observam-se determinados factos e são recolhidos, de forma imparcial e rigorosa,
dados.
- Na segunda etapa, formula-se através da generalização uma hipótese, ou seja, uma tentativa provisória
de explicar o que foi observado.
- A terceira etapa permite testar se as previsões, feitas com base na hipótese, correspondem ao que
acontece na realidade.
- Na quarta etapa, se a hipótese for confirmada pelos dados empíricos transforma-se através da
generalização numa lei científica que é aplicável a todos os fenómenos semelhantes.

Objeções à perspetiva indutivista da ciência


As principais objeções são as seguintes:
Não há observação pura, os cientistas fazem observações em função de um determinado enquadramento
mental, que engloba interesses, expectativas e conhecimentos já adquiridos. Assim sendo, a observação é
sempre orientada por pressupostos teóricos prévios e visa responder a uma questão que, colocada
antecipadamente, orienta a observação e justifica a sua realização.

Por último, o ponto de partida não é sempre através da observação, uma vez que há fenómenos
estudados pelos cientistas que não são que não são diretamente observáveis, por exemplo, a força
gravítica. A força gravítica não é visível, mas sim inferida através dos efeitos gravitacionais sobre a matéria
visível.

Caracterizar o Falsificacioniosmo de Karl Popper


Em alternativa à conceção indutivista da ciência, Popper defende que, nas ciências da natureza, os
cientistas utilizam o método crítico ou o método das conjeturas e refutações. Assim, segundo a perspetiva
Falsificacionista, podemos distinguiras seguintes etapas do método científico:

- Na primeira etapa, o cientista coloca uma questão para a qual pretende encontrar uma resposta.
- Na segunda etapa, o cientista formula uma hipótese (uma suposição ou tentativa de solução do
problema) desejavelmente com elevado conteúdo empírico. Mas como se chega a essa hipótese? Popper
pensa que a descoberta das hipóteses se deve ao espírito criativo e imaginativo dos cientistas. O que é
relevante, depois de apresentar a hipótese, é a possibilidade de deduzir consequências empíricas, ou seja,
de fazer previsões a partir desta, de modo a testá-la.
- Na terceira etapa, as consequências deduzidas das hipóteses são submetidas a testes que visam
confrontá-las com os factos. Popper considera que os testes são tentativas de refutação (e não de
confirmação ou verificação). Os cientistas, na discussão crítica das teorias, devem procurar detetar erros
de modo a falsificá-las. Se as conjeturas ou teorias resistirem às tentativas de falsificação, são
corroboradas. As teorias que não resistem (porque os testes mostram que são falsas) são refutadas.

Popper concorda com a análise lógica que David Hume fez do problema da indução: as conclusões das
inferências indutivas ultrapassam os dados da experiência e não se encontram racionalmente justificadas.
Poderia pensar-se que as conclusões céticas de Hume seriam extensíveis às teorias científicas, mas Popper
rejeita isso. Para ele, na investigação científica, não é necessário recorrer às inferências indutivas (nem
para formular as hipóteses, nem para as justificar) e, por isso, a racionalidade e a objetividade das ciências
empíricas não é posta em causa pelas ideias defendidas por Hume.
Avaliar criticamente o Falsificacioniosmo de Karl Popper.
Uma da objeção é a distinção entre ciência e pseudociência depender da comunidade e do contexto, segundo
Thagard, a distinção entre ciência e pseudociência deve ser efetuada a partir das características típicas e não
pelas características necessárias e suficientes. Sendo assim, fariam parte da pseudociência fatores como a
desatenção dos factos empíricos, o desinteresse por teorias alternativas e a ausência de progresso, entre
outras.

Por último, uma outra objeção diz que o Falsificacioniosmo não descreve corretamente a prática científica. Em
imensos momentos da história da ciência verificou-se que os cientistas não procederam ao método das
conjeturas e refutações, por outras palavras, não adotaram um ponto de vista crítico em relação às suas teorias
e não tentaram refutá-las. Pelo contrário, resistiram às várias tentativas de refutação, procurando antes
confirmar e consolidar as suas teorias. Deste modo, mesmo que tivessem constatado que algumas previsões
empíricas tenham falhado, colocavam em causas as condições em que os testes tinham sido realizados.

Formular explicitamente o problema da objetividade da ciência


Mas, para Popper, será a ciência objetiva?
De acordo com Popper, a ciência é objetiva, pois este filósofo considera que a escolha das teorias é feita de
modo imparcial e impessoal.

Popper reconhece que fatores de natureza individual, social ou política podem por vezes afetar a atividade de
certos cientistas. No entanto, pensa que esses fatores não interferem na avaliação crítica das teorias. A escolha
destas depende dos resultados dos testes empíricos realizados e da discussão crítica.

Segundo Popper, a ciência progride de forma irregular por afastamento progressivo do erro e aproximação à
verdade. Assim, uma determinada teoria representa um avanço em relação às suas antecessoras se permitir
explicar o maior número de fenómenos naturais e, implicar um menor número de falsidades, ou seja, se tiver
maior grau de verosimilhança.

De acordo com Popper, a ciência é objetiva, porque cada vez que falsificamos uma conjetura, ampliamos a
nossa compreensão daquilo que a realidade objetivamente não é e aproximamo-nos do modo como ela é
objetivamente.

De acordo com Kuhn, a ciência não é totalmente objetiva, pois a ciência é influenciada não só por fatores
objetivos, como também por fatores subjetivos intrínsecos ao próprio cientista, o que impede que a escolha
entre paradigmas seja suficientemente objetiva.

Avaliar criticamente a posição de Popper no que diz respeito à objetividade da ciência


Uma das objeções é pelo facto de não nos dá boas razões para confiar na ciência, De acordo com a
perspetiva falsificacionista, a ciência tem-se desenvolvido através da eliminação de teorias erradas.
Embora exista um progresso no sentido de uma maior aproximação à verdade, as teorias são sempre
conjeturais, nunca estamos em condições de garantir que são verdadeiras.

Ora, se as ideias de Popper fossem corretas, não teríamos motivos racionais para acreditar na ciência.
Pensaríamos que muitas explicações e instrumentos que usamos resultam de teorias que podem vir a ser
falsificadas e que, portanto, não são inteiramente fiáveis. De facto, uma teoria ter resistido até agora às
tentativas de refutação não é uma justificação plausível. Precisamos de outro tipo de razões que a teoria de
Popper não nos proporciona.

Descrever os diferentes momentos do desenvolvimento científico, segundo Kuhn


O que é um paradigma?
O paradigma é a matriz disciplinar: funciona como um modelo a seguir numa dada área científica e define os
problemas, as leis, as teorias, os métodos e os instrumentos a utilizar, os valores, as técnicas, as aplicações
bem-sucedidas a aplicar, etc. Exemplos de paradigmas: a teoria geocêntrica, a teoria heliocêntrica, etc.

Como evolui a ciência aos olhos de Kuhn?


Do ponto de vista de Kuhn, o período anterior ao surgimento das ciências chama-se pré-ciência. Este período
caracteriza-se por não existir, numa dada área de estudo, uma comunidade científica que oriente a sua
investigação por um paradigma (aquilo que dita a passagem da pré-ciência para a ciência propriamente dita é o
aparecimento de um paradigma).

Depois da emergência de um paradigma, os cientistas ocupam-se daquilo a que Kuhn chama ciência normal.
Esta fase corresponde à atividade rotineira dos cientistas e consiste em aplicar um paradigma na resolução
de enigmas ou puzzles.
Na ciência normal, o objetivo dos cientistas é utilizar o paradigma para explicar o maior número possível de
fenómeno, tornando-o mais abrangente e consolidando-o.

Anomalias, crise e ciência extraordinária


Por vezes, surgem fenómenos para os quais não existe uma explicação à luz do paradigma aceite. Kuhn chama-
lhes anomalias.
Na ciência normal, uma atitude frequente relativamente às anomalias é ignorá-las. Outras vezes, os
cientistas julgam que existiram, provavelmente, erros nas observações e, por isso, as anomalias não são
consideradas como contraexemplos capazes de falsificar o paradigma.
Porém, o acumular de anomalias irá minar a confiança dos especialistas, levando-os a questionar os
pressupostos teóricos e práticos do paradigma aceite e a procurar modelos explicativos alternativos.
Instala-se, então, uma crise: o paradigma deixa de ser consensual na comunidade e perde credibilidade.

Segundo Kuhn, as crises podem terminar de três maneiras diferentes:

a ciência normal pode conseguir lidar com o problema que a provocou através de reajustamentos do
paradigma aceite.

em outros momentos, o problema não é resolúvel e os cientistas podem concluir que atualmente não possuem
meios para o resolver, remetendo as tentativas de solução para as gerações futuras.

finalmente, a crise pode terminar com o surgimento de um paradigma alternativo e com um processo que

levará à sua aceitação pela comunidade científica: uma revolução científica.

Kuhn chama ciência extraordinária ao período em que o paradigma vigente passa a ser discutido,
contestado e confrontado com as novas ideias de um paradigma alternativo. Neste período há competição
entre o paradigma emergente e o paradigma dominante.
Kuhn utiliza o conceito de incomensurabilidade (a ausência de uma base comum) para dar conta da
natureza incompatível dos paradigmas entre si.
As revoluções científicas introduzem um corte ou descontinuidade ao nível das teorias, das metodologias, da
linguagem, dos problemas e das soluções. O novo paradigma não é comparável ao anterior.

Mudança de paradigma e incomensurabilidade dos paradigmas


Ora, se os paradigmas são incomensuráveis, não é possível compreender a linguagem do novo paradigma a
partir da linguagem do anterior e não se consegue descrever os factos de forma neutral, independentemente
da interpretação teórica.
Por conseguinte, não se pode comparar os paradigmas oponentes e perceber qual deles oferece
soluções preferíveis para explicar os fenómenos.

Se os paradigmas são incomensuráveis, como escolher um paradigma em detrimento de outro?


Kuhn reconhece a existência de valores comuns que são partilhados pelos cientistas de épocas e de paradigmas
diferentes e que lhes permitem reconhecer uma boa teoria científica.
Estes valores são aceites pelos membros de uma dada comunidade e fornecem critérios objetivos para avaliar a
adequação de uma teoria. Kuhn salienta cinco destes valores como particularmente relevantes:

O progresso e a verdade
Kuhn retrata a evolução da ciência como uma sucessão de períodos cumulativos (a ciência normal) no meio
de quebras não cumulativas (as revoluções científicas).
A incomensurabilidade dos paradigmas não permite compará-los e, portanto, não se pode afirmar que o atual
introduz melhorias em relação ao anterior.
Consequentemente, não existe um progresso global em direção a nenhum fim exterior (que, na teoria
de Popper, se identifica com a verdade), só há progresso no decurso da ciência normal.

Clarificar as noções de paradigma, anomalia, crise científica, revolução científica e incomensurabilidade

Conceitos

Pré-Ciência - Atividade desorganizada e diversa que marca o período que antecede a formação de uma ciência
madura e que termina quando uma comunidade científica adere a um paradigma. São exemplos de pré-ciência
a ótica antes de Newton ou a química antes de Lavoisier. Apesar de existirem diversos cientistas que se
dedicavam a trabalhos nesses campos antes de Newton e de Lavoisier, a sua atividade não configurava ainda
uma ciência madura e organizada.

Paradigma - Modelo, sistema de trabalho ou conjunto de ideias relativamente estruturadas que estabelece a
base da prática científica diária e que constitui o critério para distinguir a ciência da não-ciência. É apenas
substituído em caso de rutura drástica ou de revolução científica. Falamos da astronomia ptolemaica (ou da
coperniciana), da dinâmica aristotélica (ou da newtoniana), da ótica corpuscular (ou da ótica ondulatória), etc.

Ciência normal - Ciência que se faz no contexto de um paradigma e que o encara como um corpo estável de
afirmações teóricas, crenças, critérios, estratégias e modelos que não deve ser desafiado ou posto em causa. É
a atividade que consiste em resolver enigmas (quebra-cabeças ou puzzles) dentro das regras do paradigma.

Comunidade científica - Conjunto de cientistas cujas investigações se baseiam em paradigmas partilhados.


Empenha-se em seguir as mesmas regras e critérios de prática científica. É influenciada por fatores tanto
internos como externos.
Anomalias - Falhanços na prática científica normal que, quando em grande número e grau, poem em causa o
paradigma.

Crise - Período em que a acumulação de anomalias é elevada e em que o paradigma dominante entra em
rutura. Pode tornar-se definitivamente séria quando, paralelamente, um novo paradigma começa a emergir.

Ciência extraordinária - Prática científica que, durante os períodos de crise, se desenvolve à margem do
paradigma dominante, podendo dar origem a um novo paradigma rival.

Revolução científica - Episódio relativamente raro de um desenvolvimento científico não cumulativo, no qual
um paradigma mais antigo é substituído por um novo, com ele incompatível e incomparável. As grandes
mudanças no desenvolvimento científico associadas a nomes como Copérnico, Newton, Lavoisier ou Einstein
são episódios que espelham uma revolução científica.

Conjetura –

Refutação –

También podría gustarte