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Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Centro de Ciências Humanas - CCH


Departamento de História
História Antiga I
Prof. Robson Della Torre
2º Semestre de 2022 – 04/11/2022

Avaliação Egito

Texto para as questões 1 e 2

Em janeiro de 1974, […] reuniu-se no Cairo um colóquio


internacional sobre o povoamento do Egito faraônico, cujos resultados
foram publicados quatro anos mais tarde. […]. Nota-se, por certo, que
a [posição] que defende um povoamento branco por excelência era
extremamente minoritária então, predominando os defensores da
mescla de grupos étnicos, apesar de a combatividade inegável
demonstrada no colóquio por Diop e Obenga [dois defensores do pan-
africanismo] ao defenderem a sua tese de um povoamento negro. A
síntese dos debates […] mostrou haver um acordo amplo em torno de
[dois] pontos: 1) o caráter fundamentalmente africano do povoamento
e da cultura do Egito antigo […]; 2) a convicção de que o Neolítico foi
o período de mais fortes migrações povoadoras em direção ao vale do
Nilo, e a noção de que, do início do período histórico em diante, a
população egípcia foi muito estável em suas características. […] [No
entanto], ninguém soube explicar, de um modo que obtivesse
consenso, o que é, biologicamente, um negro, um branco ou um
amarelo: à primeira vista parece fácil, mas nem mesmo algo tão
evidente quanto a cor da pele deixa-se demonstrar com facilidade
(CARDOSO, Ciro Flamarion. Sete Olhares sobre a Antiguidade.
Brasília: Editora UnB, 1994, p. 31-32)

O professor Ciro Flamarion Cardoso aqui discute alguns problemas relativos ao


povoamento do Egito antigo e sua associação com discussões racialistas acerca da
existência de um suposto “Egito negro”. Com base nisso, responda as seguintes
questões:
1) Ciro Flamarion Cardoso diz que houve um consenso no colóquio de 1974 sobre
“o caráter fundamentalmente africano do povoamento e da cultura do Egito
antigo”, mas se nega a aceitar que isso significasse que o Egito antigo fosse
majoritariamente negro, ou que a cultura desse Egito fosse uma cultura negra.
Cite e explique ao menos dois argumentos utilizados por ele para questionar essa
tese do “Egito negro” (valor: 10 pontos)
RESPOSTA: Segundo Ciro Flamarion Cardoso, as tentativas de usar a iconografia
egípcia para chegar a conclusões raciais esbarram sempre no caráter convencional
de muitas representações e num tremendo subjetivismo quanto à interpretação,
quando não estão baseadas em urna seleção de rnateriais que deixa de lado os
elementos que não favorecem a tese preferida; por fim, a defesa da pretensa
homogeneidade racial da população egípcia faz-se acompanhar de axiomas
indefensáveis: Obenga, por exemplo, afirmou, durante o debate, ser evidente que
"um substrato cultural homogêneo esteja necessariamente ligado a um substrato
étnico homogêneo" — em outras palavras, apoiou-se na velha e falsa equação povo
(ou raça). Entretanto, é notavel em suas falas que para o mesmo o Egito Negro
apenas é uma tese, da qual não se torna indispensável as demais raças e nem mesmo
se tenha conhecimento da maior parte do povoamento do Egito antigo seja negro,
mas sim um misto de culturas, línguas e crenças.
2) Cite e explique um argumento utilizado no texto para defender que os povos que
habitavam o Egito antigo fossem uma mescla de grupos étnicos e não apenas só
brancos ou só negros (valor: 10 pontos)
RESPOSTA: "Em suma, os egípcios antigos resultariam de uma mescla de pessoas
de pele escura que desceram o vale do Nilo com outras de pele clara que vieram do
Saara, da Ásia Ocidental e talvez de restos de populações pré-históricas da bacia do
Mediterrâneo. Mas a expressão-chave na passagem acima, que manifesta a Ilusão do
enfoque em termos raciais, mesmo quando admite a mescla como algo básico, é
esta: "ainda não estarnos em condições de precisar que camadas étnicas representam
esses tipos anatômicos". Não é que 'ainda' não o possamos fazer, e sim, como já
vimos, que não existem meios unfvocos e comprováveis de correlacionar
braquicefalia, dolicocefaha e coisas similares com as supostas 'raças humanas' de
um que faça sentido."
Do ponto de vista do autor, apesar dessa mescla de raças, há ainda dúvidas segundo
estudos sobre a definição racial do que se encontrara referente àqueles
período para estudar-se, que definisse cor e etnia.

Texto para a questão 3

Climaticamente, as mudanças [na região do rio Nilo] foram maiores. No


Holoceno, durante uma fase subpluvial neolítica (aproximadamente entre
5500-2350 a.C.), certas partes dos atuais desertos ainda abrigavam fauna
numerosa e variada – elefantes, rinocerontes, girafas, antílopes, gazelas,
avestruzes, hienas – atraindo caçadores; a vegetação da estepe podia
sustentar rebanhos. A ocupação humana estendia-se em uma faixa de cinco a
seis quilômetros de distância, de cada lado do rio, a partir dos limites dos
aluviões. […] Já no Neolítico, ao escoarem as águas, as bacias serviam para
plantar cereais – colhidos bem antes da nova cheia –, sem necessidade de
regá-los. […] Já então, porém, as chuvas não eram, no atual deserto,
suficientes para a agricultura, embora ainda bastassem para a formação de
uma estepe utilizável para pasto. A partir de 3300 a.C., em pleno Pré-
dinástico, em duas fases distintas que se estenderam até mais ou menos 2200
a.C., a queda radical de pluviosidade reduziu drasticamente a flora e fauna
da ex-estepe, transformada finalmente em deserto; secaram-se os pequenos
tributários do Nilo. […] Outro ponto em que foram modificadas as ideias
antes correntes foi no sentido de negar a imutabilidade da ecologia do Egito,
perturbada somente, acreditava-se, por flutuações cíclicas de curta duração
na altura da cheia do Nilo. Constatou-se que o rio mudou de leito muitas
vezes, e que, além das flutuações curtas, houve fases mais longas com
tendências a cheias, seja de nível decrescente […], seja muito altas ou
mesmo catastróficas (CARDOSO, Ciro Flamarion. Sete Olhares sobre a
Antiguidade. Brasília: Editora UnB, 1994, p. 18-19).
No excerto acima, o professor Ciro Flamarion Cardoso mostra a grande variação
climática e ecológica que afetava o Egito antigo e que impactava diretamente a vida das
pessoas que dependiam do rio Nilo para sobreviver. Como vimos em aula, havia
períodos que se beneficiavam muito dessas variações do meio ambiente, enquanto
outros eram catastróficos e geravam transformações políticas e sociais importantes.
Com base nisso:
3) Cite um período da história do Egito antigo em que essas transformações
climáticas e ecológicas causaram modificações políticas importantes. Explique
em detalhes de que forma essas transformações do meio ambiente contribuíram
para essas mudanças políticas (valor: 15 pontos)
RESPOSTA: A partir de 3300 a. C., em pleno Pré-dinástico, em duas fa- ses distintas
que se estenderam até mais ou menos 2200 a. C., a queda radical da pluviosidade
reduziu drasticamente a flora e a fauna da ex-estepe, transformada finalmente em
deserto; secaram- se os pequenos tributários do Nilo. O homem também ajudou a
reduzir a variedade de espécies animais pela caça indiscriminada.

Outro ponto em que foram modificadas as idéias antes cor- rentes foi no sentido de
negar a imutabilidade da ecologia do Egito, perturbada somente, acreditava-se, por
flutuações cíclicas de curta duração na altura da cheia do Nilo. Constatou-se que o rio
mudou de leito muitas vezes, e que, além das flutuações cur- tas, houve fases mais
longas com tendências a cheias, seja de nf- vel decrescente (todo o terceiro milênio e os
anos entre 1200 e 900 a. C., por exemplo), seja muito altas ou mesmo catastróficas
(entre 1840 e 1770 a. C. e entre os séculos IX e VII a. C., por exemplo).
As atividades de pesca e coleta eram setores econômicos es- senciais. A coleta
objetivava plantas como o papiro, os juncos e os caniços. Quanto à caça, em tempos
históricos era menos essen- cial economicamente, mas provia um complemento
alimentar e animais a domesticar: praticava-se nos pântanos marginais do vale e
sobretudo nos tremedais do delta (ricos em animais aquáticos e aves), mas também no
deserto, cuja fauna diminuíra (sobretudo antilopes e gazelas).

A mudança climática, foi juntamente com unificação de reinos e a passagem para o


período Dinástico, a mesma marcou a fase do comando dos faraós.
mais de 3000 anos o Egito foi marcado por grandes oscilações políticas, glórias e
decadências. A história do Egito antigo é dividida em dois períodos: Pré-dinástico,
desde a formação das primeiras comunidades até a 1ª dinastia de faraós; e Dinástico,
com três fases principais, Antigo, Médio e Novo Império.

Período pré-dinástico (5000-3200 aC)

No começo, o Egito era habitado por povos que viviam em clã, os nomos. Os nomos
eram independentes, mas cooperavam quando havia problemas comuns, como abrir
canais de irrigação, construir diques... As relações desses se transformaram até a
formação do Reino do Baixo Egito, ao norte, e o Reino do Alto Egito, ao sul. Em
aproximadamente 3200 aC esses dois reinos foram unificados sob o comando de Menés,
este, se tornando, faraó absoluto do Egito, considerado como um deus na Terra. Usava
uma coroa dupla demonstrando unificação entre os reinos. Assim surge a primeira
dinastia, acabando esse período.

Período Dinástico (3200-1085 aC)

Durante essa época é que são construídas as pirâmides e há um grande crescimento


territorial e econômico.
Referência bibliográfica: VARGAS, Francisco Furtado Gomes Riet. Egito Antigo.
Brasil Escola. Disponível em: <https://m-monografias-brasilescola-uol-com-
br.cdn.ampproject.org/v/s/m.monografias.brasilescola.uol.com.br/amp/historia/egito-
antigo.htm?amp_gsa=1&amp_js_v=a9&usqp=mq331AQKKAFQArABIIACAw%3D
%3D#amp_tf=De%20%251%24s&aoh=16682186769461&referrer=https%3A%2F
%2Fwww.google.com&ampshare=https%3A%2F
%2Fmonografias.brasilescola.uol.com.br%2Fhistoria%2Fegito-antigo.htm>. Acesso
em: 11 nov.2022

LEMBRETE: se for fazer uma citação de um dos excertos acima, não se esqueça de
colocar a passagem entre aspas e de indicar a autoria e o título do texto entre parênteses.
Copiar sem dar o devido crédito é plágio!!
Boa prova!! 😊

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