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oro.Y los trajes que llevan cuando están en el bosque...

P i e n -
se que son de c o l o r de tierra y, de vez en cuando, hay una
hoja seca cosida. Hojas de verdad. U n a aprendiza que vive
en M o l i n s de R e y las trajo de su h u e r t o . T i e n e n u n peral
que se les está m u r i e n d o y las hojas parecen artificiales... Pero
me vov enseguida... ¡ I m a g i n e ! M a ñ a n a es el día 19 de j u l i o . LLUVIA
¡ D e 1936! H a c e v e i n t i c i n c o a ñ o s que m e pusieron de lar-
go y que c o n o c í a R o v i r a , m i marido... ¡Y no me acordaba!
M e voy corriendo a casa de la sombrerera a recoger u n s o m -
brero de alas anchas c o m o el de la marquesa de A l e l l a . U n a Acababa de dar el ú l t i m o retoque a la h a b i t a c i ó n . F u e hacia
preciosidad. N e g r o , c o n una corona de r o s a s . T é . ¿Si quiero la puerta, y m i r ó q u é efecto hacía. H a b í a lavado las cortinas
té? N o , no, s e ñ o r a , gracias. Ya le he d i c h o que venía a toda del ventanal p o r k n o c h e y las había planchado por la m a ñ a -
prisa y porque se l o había prometido... ¿ N o han o í d o decir na. Q u e d a b a n decorativas, almidonadas. E r a n de color cre-
p o r casualidad que se prepara una hecatombe?... ¿ N o ? . . . ¡Ya ma c o n topos verdes, partidas en dos y adornadas c o n u n
l o d e c í a y o ! S i e m p r e los hay que exageran... B i e n , s e ñ o r a volante. U n a lazada verde las retenía a los lados. \
Piferrer, le deseo u n gran éxito. Q u e usted lo pase bien, s e ñ o - Debajo de los cristales estaba el d i v á n c o n las dos buta-
ra Areny. A d i ó s , s e ñ o r a s . * cas de terciopelo gris. E n la mesita, u n jarro azul de p o r c e -
lana c o n í r o s a s . E l a r m a r i o b r e t ó n , inmenso, r e c i é n encera-
do, brillaba; delante, el escritorio, con los Kbros bien alineados,
c o n el tintero l i m p i o y el secante rosa b o m b ó n , sin una m a n -
cha de tinta.
• T o d o había sido escrupulosamente rascado, desempolva-
do, hecho nuevo.
* S e ñ n m Rovira: N o l l e g ó -i su casa. E n la esquina Provciiza-Aribau el pri-
Delante del arca de novia, a la derecha de la puerta, una
mer coche de c o m i t é movilizado, conducido por un novato, la atropello. M u r i ó
botella de cristal llena de c o ñ a c y dos copas brillantes. E n la
cu el Hospital C l í n i c o a h m a ñ a n a siguiente, de madrngada.
M a r í a Areny, comprometida en un asunto de pasaportes falsos, fue dete- cocina, m i n ú s c u l a y deslumbrante de blancura, una bande-
nida ei mes de noviembre de 1936. Liberada el raes de junio de 1937. Muerta j a de dulces esparcía perfume, y dentro de la nevera h a b í a
durante el bombardeo de la calle de Corts (1938).
seis helados, tres de crema y tres de fresa.
Joana Piferrer, herida en el bomb:irdeo llamado de la casa Elizalde (cru-
T o d o estaba e n orden.
cero Ctiniirias, enero de 1937), hubo que amputarle una pierna. (Su marido
había sido hallado muerto en la Arrabassada una m a ñ a n a de agosto de 193b. Se M a r t a se d i r i g i ó hacia el d o r m i t o r i o que c o n u n peque-
trataba, evidentemente, de un error.) ñ o cuarto de b a ñ o completaba su piso. ¿ Q u é vestido se p o n -

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dría? ¿Y si se pusiera una bata? La azuL c o n el cuerpo y los E c o n ó m i c a m e n t e no tenía problemas. U n a p e q u e ñ a
bolsillos bordados de flores blancas y la falda princesa. Se renta de la parte m a t e r n a le aseguraba u n m í n i m o s u f i -
encontraba tan guapa cuando llevaba aquella bata, tan t e n - ciente para v i v i r . S u trabajo de secretaria en u n a casa de
tadora, que p e n s ó : «Si pasa algo t e n d r á la culpa la bata». A d e - e x p o r t a c i o n e s d o n d e estaba b i e n considerada le p e r m i t í a
más tenía la blusa de puntillas y t u l que a ú n no había estre- el bienestar y u n p o c o de l u j o . T e n í a dos o tres amigas que
nado... Se d e c i d i ó por u n vestido m a r r ó n , camisero, c o n u n la q u e r í a n y c o n las cuales p o d í a contar; buenos y d e s i n -
c i n t u r ó n ampHo, de ante, cubierto de clavos dorados. Se lavó teresados amigos. ¿ P o r q u é el c o r a z ó n ferozmente e x i g í a
la cara y los brazos, se p e i n ó cuidadosamente, pero n o se t o d a v í a más?
m a q u i l l ó . E s c o g i ó las medias más transparentes y unos zapa- H a b í a amado ya. C o n toda la furia de la p r i m e r a j u v e n -
tos de ante. tud. H o y l o consideraba u n error y se decía: cada a m o r que
Perfume. U n a última ojeada al espejo por encima del h o m - pasa a c u m u l a amargura y puede traer u n hijo. A los veinte
bro y volvió a la h a b i t a c i ó n de las grandes cortinas. Se s e n t ó . a ñ o s , una i n t e r v e n c i ó n q u i r ú r g i c a hecha a t i e m p o le salvó
Era pronto. Las tres, apenas. C o m o estaba cansada de haber la vida y le d e j ó u n gran m i e d o . ^
peleado c o n el p o l v o toda la m a ñ a n a , a p r o v e c h a r í a el rato Se l e v a n t ó , no p o d í a estar inactiva. C o l o c ó bien las rosas,
para descansar, pues él no llegaría hasta las cuatro. E r a la p r i - la m á s hermosa de cara a la ventana.
mera vez que A l b e r t o iba a su casa...Y estaba nerviosa. Se Fuera llovía. E l día se había levantado gris. C a í a una l l u -
l e v a n t ó y fue hasta el e s c r i t o r i o para escoger u n libro que via menuda, tenaz, una lluvia de aquellas que sólo sirven para
dejar sobre la mesita. ¿ C u á l ? ¿Tal vez Shakespeare? «¡Bella hacer b a í r o .
guerrera!», dice O t e l o a D e s d é m o n a para saludarla, en C h i - «¿Estoy e n a m o r a d a ? » , se p r e g u n t ó mientras iba hacia la
pre. ¡Bella guerrera! N i n g ú n cunipHdo de soldado a su mujer cocina. N o pudo resitir la tentación de comer u n dulce. Sobre
puede ser m á s p a t é t i c a m e n t e p u r o . C o m o c u a n d o A n t o - los fogones la cafetera estaba todavía caliente. Se sirvió una
nio, al m o r i r , dice «Egipto» a C l e o p a t r a y da c o n esta pala- taza de café y e c h ó en ella una aspirina. Para beberlo se sen-
bra la m e d i d a de Coda la grandeza de la reina.Tal vez A l b e r - tó sobre la mesa.
to, al ver al alcance de la m a n o u n libro demasiado solemne, A l b e r t o le gustaba, desde luego. Joven, d i n á m i c o y repo-
p e n s a r í a : «Es una e s n o b » . E n el f o n d o tanto le daba, pero sado a u n tiempo, simple: u n excelente c o m p a ñ e r o . N o hacía
r e n u n c i ó a él y sin pensarlo m á s c o g i ó Du cote de diez Swann m u c h o que se c o n o c í a n y c o n m u c h a frecuencia l o sentía
y l o c o l o c ó al lado de las rosas. ya imprescindible... Pero el amor, complejo, vastísimo, ¿podía
Volvió a sentarse. C o n la cabeza sobre el respaldo de la concretarse en u n chico simpático? E l amor de verdad había
butaca, se s i n t i ó sola. M u y sola. Y vacía. C o m o si la ilusión pasado: « A m a d a m í a , ú n i c a , m i reino...». U n v o l c á n de pala-
c o n que esperaba a A l b e r t o se h u b i e r a f u n d i d o y nada la bras y de s e n t i m i e n t o s . D e s p u é s , sabor de c e n i z a . H a b í a
pudiera sustituir. m u e r t o lejos y ella h a b í a r e c i b i d o su ú l t i m a carta c u a n d o

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quizá ya no existía n i el cadáver. Aquella ú l t i m a carta la había «¿Por q u é te complicas la vida? ¿Te sientes sola? S i des-
envenenado. E r a u n grito de a ñ o r a n z a desgarrador. S ó l o u n p u é s él te deja te sentirás m á s sola todavía. M e están hacien-
deseo: regresar. Fue una é p o c a maldita.Y ahora,A]berto. U n do el vestido que m á s m e gusta de todos. M e e s t á n arre-
gran reposo, sí, pero... N a d a m á s alrededor. U n día le p r o - glando un anillo antiguo de m i madre: será un anillo sunuioso,
p o n d r í a que se casaran y alquilarían u n piso grande. S i fue- cal vez demasiado para una chica.Tengo diez pares de guan-
ra fiel e x i g i r í a , sería severo, serio, se h a r í a viejo c o n pausa. tes y una c o l e c c i ó n de ropa i n t e r i o r exquisita. Este a ñ o he
Si no l o fuera sería condescendiente, comprensivo, sufriría aumentado m i capital considerablemente. ¿ Q u e n o tejigo
del c o r a z ó n y se e n c e r r a r í a en u n m u n d o del cual ella esta- besos? C o n m u c h a f r e c u e n c i a los besos han de pagarse
ría excluida. caros...»
B a j ó de la mesa, p a s e ó arriba y abajo de la c o c i n a c o n D i e r o n las tres y media.
la taza de café en los dedos y otro dulce. Le entraron deseos de h u i r para evitar el pehgro, no sabía
« M e traerá u n ramo de flores o una caja de b o m b o n e s . c u á l a c i e n c i a c i e r t a . H a b í a sido una ligereza d e c i r l e que
Hablaremos del tiempo, de p o l í t i c a , m e c o n t a r á su idea de viniera. L o había d i c h o sin darle una i m p o r t a n c i a exagera-
la vida y los dos pensaremos en otras cosas. Antes de m a r - da y él v e n d r í a lleno de ilusiones que n o se sentía c o n á n i -
charse dirá que está m u y enamorado y p e d i r á u n beso que mos de compartir.
yo le c e d e r é c o n gusto.» D e c i d i d a m e n t e se puso u n sombrero, el i m p e r m e a b l e ,
« ü b i e n e n t r a r á decidido, y u n p o c o d r a m á t i c o m e dirá: c e r r ó la puerta. S ó l o estar en el rellano y ya notaba el o l o r
" N o p u e d o v i v i r sin t i " . M e c o g e r á p o r los b r a z o s c o n de la lluvia. Bajó la escalera c o m o u n rayo.
fuerza. " ¿ O y e s ? N o p u e d o , m e es i m p o s i b l e v i v i r s i n t i . L a calle estaba desierta: a un lado había una hilera de casas
Te quiero cada día, cada noche, poder tenerte noches ente- de u n solo piso, al otro, el j a r d í n de una torre. C u a n d o los
r a s . " T e n d r á la m i r a d a f e b r i l , me a b r a z a r á c o n desespera- árboles que orillaban la cerca no t e n í a n hojas, desde su h a b i -
c i ó n , m e besará c o n avidez: las mejillas, el cuello, los labios. t a c i ó n se veía u n c a m p o de tenis y una piscina. E n p r i m a -
I n t e n t a r á desatarme el v e s t i d o , c o n t a g i a r m e su p a s i ó n . vera, el perfume de las acacias y de las madreselvas floridas
Sí, tengo el p e c h o bastante b o n i t o y tal vez n o m e sobra- hacía dar vueltas a la cabeza. C u a n d o salía del despacho, por
ría u n p o c o de a d m i r a c i ó n . . . Sí, tal vez m e g u s t a r í a d e m a - la tarde, ardía en deseos de llegar a su calle para poder oler
siado. Pero n o q u i e r o . N o , n o son e s c r ú p u l o s . T e n g o mis aquel perfume que de noche entraba p o r el b a l c ó n hasta la
t e o r í a s sobre muchas cosas y u n c i e r t o sentido de la v i d a , cama y la embriagaba.
pero...» Llovía dulcemente.Todo era brillante: el asfalto de la ace-
R e g r e s ó al d o r m i t o r i o . A l b a ñ o . Q u i t ó un cabello del ra, el empedrado, la hierba que nacía en las rendijas. Las pare-
lavabo. C o l o c ó bien la botella de colonia. Pasó u n trapo por des rezumaban agua y caían gotas de los aleros. E l cielo pare-
el espejo e m p a ñ a d o y se m i r ó . cía de p l o m o y t o d o estaba s u m e r g i d o en una c l a r i d a d

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lechosa, c o m o si las calles y las casas recibieran la luz de un ¿ Y si iba al eme? Pero ya h a b í a visto la p e l í c u l a . D e s -
patio. p u é s h a b í a s o ñ a d o c o n aquel abanico de plumas verdes de
C u a n d o e m p e z ó a caminar se p r e g u n t ó adonde iría. ¿ D e Isabel de Inglaterra. Volvía a ver la sombra de Isabel bajan-
d ó n d e le venía esta necesidad de h u i r que la empujaba hacia do las escaleras. A q u e l espejo c o n una reina dentro... O l v i -
las calles? E n el antepecho de una ventana h a b í a u n gato d ó el film. L a l l u v i a le trajo a la m e m o r i a unos versos de
p e q u e f í o atado c o n u n cordel al c u e l l o : cada vez que una M a l i a r m é y se p r e g u n t ó p o r q u é eran famosos: si eran los
gota de agua le caía en la n a r i z levantaba la cabeza. E n el versos los que h a b í a n h e c h o famoso a M a l i a r m é o si era
i n t e r i o r se o í a n gritos de niíios. M a l i a r m é q u i e n había h e c h o famosos a los versos.
C a m i n a b a c o n las manos en los bolsillos, el gorro b i e n E m p e z ó a ponerse nerviosa. P a g ó y salió.
calado. Las calles estaban desiertas. E l aire p a r e c í a i n m ó v i l . L a l l u v i a continuaba. Llovía desde el amanecer. S i n arre-
A l cabo de u n rato se c r u z ó con una mujer que llevaba potes batos, c o n calrHa, sin parar. C a m i n a b a debajo de unos á r b o -
de leche: tintineaban los unos contra los otros. Pasó delan- les. Las copas frondosas se juntaban y formaban u n t ú n e l ver-
te de una escuela: de la clase de p á r v u l o s llegaban cantos. doso, acuático. Pasó delance de una iglesia. Tocaban las cuatro.
C u a n t o m á s avanzaba hacia el centro de la c i u d a d m á s se Sólo eran las cuatro. Cada campanada se le clavaba en el cora-
i b a n p o b l a n d o las calles. G e n t e atareada c o n los paraguas z ó n . . . E r a absurdo l o que hacía. Incongruente. D e b e r í a tomar
abiertos, todos c o n sus inquietudes y sus ilusiones. Los esca- u n taxi y dar su d i r e c c i ó n . Pero n o hizo nada. A l g o m á s fuer-
parates de las tiendas estaban llenos y algunos ya estaban i l u - te que ella m i s m a la retenía.
minados. U n tendero había cubierto el puesto de fruta de la Tenía que pensar que aquel c h i c o la q u e r í a . L o s ojos no
calle c o n una lona. m e n t í a n ; n i la e m o c i ó n de la v o z . Pero ella t e n í a u n pasa-
E n t r ó en u n café. L o s hombres j u g a b a n al billar y a las do. U n d í a u otro t e n d r í a que confesar que h a b í a h e c h o
cartas. U n o s cuantos d e b í a n de estar cerrando negocios entre una l o c u r a . D o s locuras: haber amado y haber i m p e d i d o el
cuchicheos y discusiones. E l camarero se a c e r c ó . n a c i m i e n t o del hijo. A h o r a t e n d r í a cuatro a ñ o s . Y no esta-
-Café. ría sola.
—La cafetera se acaba de estropear. Pero no, no era p o r eso que había salido de casa. «Pues
- U n a infusión. ¿ p o r q u é ? -se p r e g u n t ó i r r i t a d a - . ¿ P o r q u é este m i e d o de
Y llovía. Pasaban autos charolados p o r la lluvia, u n tran- u n nuevo amor, p o r q u é este e g o í s m o de persona cansada
vía temblequeante, u n carro c o n el carretero a m o d o r r a d o y vieja?»
cubierto por u n saco empapado de agua. L a gente.entraba en C a m i n a b a d e p r i s a bajo los á r b o l e s espesos. S e n t í a sus
el cine de enfrente. D e n t r o del café u n chico u n p o c o ausen- pasos, su r e s p i r a c i ó n , los latidos en las sienes a ambos lados
te recogía despacio colillas de cigarrillo. U n vendedor de lote- de la frente. C a m i n a b a r í t m i c a m e n t e . ¡Bella guerrera! En el
ría le ofreció la suerte: la r e c h a z ó c o n u n gesto cansado. paseo h a b í a u n banco cada cien metros. L e entraron ganas

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de sentarse, de saborear c o n calma la claridad submarina y E n t r ó en el piso. L e llegó u n vaho de perfume. L o había
el r u m o r de la l l u v i a en las hojas de los á r b o l e s . U n a suer- puesto en las butacas, en los lazos verdes de las cortinas, cuan-
te de p u d o r la retuvo. U n a frase desprendida de n o sabía do h a b í a t e r m i n a d o de limpiar. E r a el perfume que a él le

d ó n d e flotaba h a c í a rato en su e s p í r i t u : Y fue una noche asi gustaba y p o r él l o h a b í a puesto.

cuando ¡a reina Dido llamó desde Cartago al fugitivo Eneas... y C e r r ó la puerta y ríró el sombrero c o n u n gesto cansa-
la sombra del león le asustó... N o era exactamente así, n o : Y do. D e j ó el i m p e r m e a b l e en la c o c i n a . L e d o l í a la cabeza,
fue en una noche asi que la reina Dido, con una rama de sauce... t e n í a la lengua blanca c o m o una s á b a n a , las piernas rotas.
A h o r a era D i d o q u i e n h u í a . Se r i ó y m u r m u r ó : «¡Idiota!». T o d o estaba igual: las flores, los libros; las aubepines d e n -
M a ñ a n a , sentada ante la m á q u i n a , e s c r i b i r í a : « D i s t i n g u i d o tro del l i b r o de P r o u s t d e b í a n de estar m á s hermosas que
s e ñ o r : E l e n v í o de sardinas en aceite que se le d e b í a haber nunca. ¿ Q u i é n p o d í a adivinar codo lo que había pasado aque-
h e c h o a mediados de septiembre se t e n d r á que retrasar p o r lla tarde? Es deciyftodo lo que n o había pasado, todo l o que
causas ajenas a nuestra...». se había sumergido irremediablemente cuando ya casi esta-
Y a d e b í a de haber subido la escalera.Y d e b í a de llamar ba a flor de reahdad. Apenas ella. N i ella. E l l a n o sabía nada.
a la puerta c o n las flores en la m a n o . Se d e b í a de estirar la N i p o r q u é se h a b í a i d o , n i si él h a b í a venido. «Aquello que
americana c o n u n gesto inconsciente y rápido, respiraba pro- i g n o r o no puedo pensarlo: para m í no existe. C h m a existe
fundamente porque había subido deprisa. Nada.Vacío y silen- de pronto cuando pienso en ella, cuando digo: cerezo en flor,
cio. Volvía a llamar, se impacientaba.Volvía a llamar. C o n ner- d r a g ó n de fuego... C h i n a o J a p ó n . . . E l gran L a m a d e l T í b e t
vios. D e nuevo, silencio. Pero, a ú n c o n una ú l t i m a esperanza,^ está muerto cuando pienso que m u r i ó . E l hombre que espe-
volvería a llamar. Hasta que, decepcionado, se p o n d r í a el s o m - raba esta Carde exisCió p o r q u e l o c o n o c í y yo, para él, he
brero y bajaría la escalera. existido p o r q u e le g u s t é . ¡ O h , demasiados quebraderos de
cabeza!»
Y ella caminaba. N u n c a había pasado por tantas calles en
una tarde. Tenía los pies helados y la frente ardiendo. C a m i - E n t r ó en su d o r m i t o r i o . N o c e n a r í a . S ó l o t e n í a ganas
n ó horas. C u a n d o d i e r o n las siete, rendida, l l e g ó a su calle. de d o r m i r . E m p e z ó a desnudarse... Oui, c'est ponr moi, pour
L a calle no decía nada: n i si él había llegado feliz ni si se había moi / que je fleuris deserte! AhovdL t e n d r í a besos en los h o m -
marchado tristísimo. La sombra del farol se r o m p í a sobre la bros; los t e n d r í a en los brazos, en los labios: p o d r í a guar-
pared y u n aparato de radio esparcía las ondas de u n vals. darlos para que le hicieran c o m p a ñ í a p o r la n o c h e . P o d r í a

A contraluz se v e í a n las rayas finas de la l l u v i a . E l cielo dejarlos debajo de la almohada y tal vez saldrían mientras

estaba opaco: seguramente llovería toda la noche m á s y m á s . d o r m í a para volver, precisos, a los brazos, a los hombros.

S u b i ó la escalera t a m b a l e á n d o s e , c o m o u n n o c t á m b u l o Se puso el camisón m á s bonito, el m á s etéreo, el más n u p -


de regreso de una o r g í a . T a m p o c o la escalera d e c í a nada, c i a l . E l perfume la mareaba. A p a g ó la l u z y a b r i ó el b a l -
c o m o la calle. c ó n . La claridad del farol entraba en la h a b i t a c i ó n . L a lluvia

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m o n ó t o n a caía encarnizadamente. L a n o c h e oHa a h u m e -
dad. Sería fría.
Descalza, fue a buscar una botella de c o ñ a c . T e m b l a b a . L a
botella le enfrió los dedos. « M e e m b o r r a c h a r é » , p e n s ó . ¡Bella
guerrera!...Y. una tras otra, b e b i ó tres copas llenas a rebosar
de c o ñ a c .
EL BILLETE D EM I L

«¡Ya estoy harta de'tanta miseria!»


Se puso el abrigo, viejo y raído, y a b r i ó la puerta de una
sacudida. A l otro lado del rellano la vecina esparcía cera sobre
el p a r q u é de la entrada. C u a n d o se d i o cuenta la otra ya la
h a b í a visto.
- ¡ Q u é guapa estás...!, te has pintado hasta los ojos... -se
había enderezado sobre las rodillas y la miraba embobada—...y
te has rizado... S i yo tuviera tus cabellos... ¿Tardarás mucho?
- N o l o sé. M e voy a ver a m i amiga Isabel, que está m u y
enferma —dijo c e r r a n d o la puerta c o n dos vueltas de l l a -
ve. L a claridad de la calle la s o r p r e n d i ó aun c u a n d o la tar-
de ya iba hacia su ocaso. D e pronto, s i n t i ó una especie de
d e b i l i d a d en las piernas, c o m o si la v o l u n t a d fuera a aban-
donarla... pero estaba b i e n decidida. N a d a la d e t e n d r í a . E l
p r i m e r h o m b r e que p a s ó p o r su l a d o d i o u n s i l b i d o y se
q u e d ó plantado m i r á n d o l a . « M e he pintado demasiado los
ojos. D e b o de parecer... ¡ e x a c t a m e n t e l o que quiero pare-
cer!»
A aquella hora pasaba poca gente por el bulevar R o c h e -
chouart. E n la esquina de la calle Dunkerque estaba, como siem-
pre, Z u z a n n e c o n la carreta de las flores: envolvía claveles en

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